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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento ENSINO DE ANÁLISE FUNCIONAL PARA PROFESSORES: ANÁLISE DOS RESULTADOS DE DUAS LINHAS DE PESQUISA. Juliana Helena dos Santos Silvério Orientador: Prof. Dr. Sergio Vasconcelos de Luna São Paulo 2012

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do

Comportamento

ENSINO DE ANÁLISE FUNCIONAL PARA PROFESSORES:

ANÁLISE DOS RESULTADOS DE DUAS LINHAS DE PESQUISA.

Juliana Helena dos Santos Silvério

Orientador: Prof. Dr. Sergio Vasconcelos de Luna

São Paulo

2012

Juliana Helena dos Santos Silvério

ENSINO DE ANÁLISE FUNCIONAL PARA PROFESSORES:

ANÁLISE DOS RESULTADOS DE DUAS LINHAS DE PESQUISA.

Dissertação apresentada a Banca

Examinadora da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo como exigência parcial

para obtenção do título de MESTRE em

Psicologia Experimental: Análise do

Comportamento, sob orientação do Prof. Dr.

Sergio Vasconcelos de Luna.

São Paulo

2012

I

Banca Examinadora:

Dissertação defendida e aprovada em: ____/____/____

II

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a

reprodução total ou parcial desta dissertação por processos de

fotocopiadoras ou eletrônicos. Local e data:______________________________________ _____________________________________________

Juliana Helena dos Santos Silvério

igite uma citação do documento ou o resumo uma questão interessante.

Você pode posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento.

Use a guia Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a formatação da

caixa de texto da citação.]

III

Agradecimentos

Em nosso primeiro encontro, meu orientador perguntou: “O que você quer? Que as

pessoas saibam falar sobre reforço ou que elas sejam reforçadoras?” A resposta para essa pergunta

se tornou minha bússola, direcionando não só a execução desse trabalho, mas guiando as escolhas

que faço para minha vida.

Eu quero um mundo reforçador. E eu acredito que ele é possível. Nesse trabalho

quero agradecer as muitas pessoas que me fizeram acreditar nisso.

Ofereço amor em abundância para a minha caravana: Leidoca, Ritinha, Larissa,

Thais, Samira e Mika, que com companheirismo e uma amizade de irmãs tornaram os dias

de mestrado mais leves e divertidos.

Meu carinho ao meu orientador, Sergio Luna, o homem mais gentil e bem educado

que já conheci. Como agradecer tudo o que fez por mim? Além de todo seu empenho,

dedicação e horas gastas na correção desse trabalho. Durante todo o processo você me

ensinou como se faz um trabalho com cuidado e dedicação. Se hoje sou uma pesquisadora

agradeço a você por ter modelado meus comportamentos tão minuciosamente.

As professoras Maria Eliza, Nilza, Paula, Maria do Carmo, Ziza, Monica, Dinha,

Bruno e Marcos, pela generosidade e dedicação, criando contingências para que façamos

sempre o melhor. Se hoje sou uma analista do comportamento agradeço a vocês.

A todos os alunos e funcionários do programa, obrigada pelas horas de conversas,

pelas brincadeiras e carinho. Agradeço também à Dinalva por todo seu carinho e

dedicação.

Agradeço a Miriam e a Dinha pelo carinho de sempre e também por aceitarem

IV

participar da minha banca e acreditarem no meu trabalho.

Dedico esse trabalho para as pessoas mais importantes na minha vida: minha

família. Ao amor de meus pais Sergio e Vera, e de meus irmãos, Bruno, Lucas e Tatiana.

Devo a vocês tudo que tenho e que sou hoje. Em todos os momentos vocês estiveram ao

meu lado apoiando esse sonho e acreditando que eu era capaz.

Paulo meu querido, seu amor incondicional me dá estrutura. Obrigada pela

dedicação, companheirismo, amor, carinho e paciência. Amar é bom, e amar e ser amada é

ainda melhor.

Agradeço a todas essas pessoas, que assim como eu acreditam que a análise do

comportamento é mais que uma ciência.

V

“Foi o tempo que dedicaste à tua

rosa que fez tua rosa tão importante."

Saint- Exupéry

VI

Silvério J. H. S. Ensino de análise funcional para professores: Análise do resultado de

duas linhas de pesquisa. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-

Graduados em Psicologia Experimental: Análise do comportamento, Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Sergio Vasconcelos de Luna.

Linha de pesquisa: Desenvolvimento de metodologias e tecnologias de intervenção.

Resumo

Nas últimas duas décadas a análise do comportamento observou o surgimento e

crescimento de uma linha de pesquisa voltada para a investigação do ensino de repertórios

verbais de descrição de análises funcionais e de condições que pudessem facilitar o seu

ensino em contextos aplicados. No Brasil pelo menos dois grupos de trabalho estudam o

ensino da análise funcional para professores. O primeiro grupo, da UNESP Bauru, é

representado pelos trabalhos acadêmicos de Fonseca (2008), Sparvoli, (2008), Oliveira

(2010) e Gomes (2010). O segundo grupo, da PUC SP, é representado pelos trabalhos de

Almeida (2009), Cerqueira, (2009), Tavares (2009) e Leite (2010). O objetivo da presente

pesquisa foi analisar os dados levantados por essas duas linhas de pesquisa, de modo a

identificar quais variáveis foram responsáveis pelos resultados obtidos no ensino da análise

funcional e na sua generalização, considerando-se como recorte de análise, a consistência

de seus métodos com os princípios da análise do comportamento para a educação. A

pesquisa teve ainda como objetivo identificar as dificuldades apontadas pelos autores e

propor algumas formas de superação. Como resultados, observou-se que o grupo da PUC

SP apresentou métodos empregando delineamentos experimentais, e ainda utilizou alguns

princípios da análise do comportamento para educação, como a descrição de objetivos e

medidas comportamentais, a avaliação prévia do repertório dos participantes, o

planejamento de pequenos passos, a promoção do responder constante e a utilização de um

material de fácil reprodução. Essas características parecem ter contribuído para que todos

os participantes aprendessem a identificar a função dos comportamentos apresentados nas

situações de ensino. Já em relação aos dados sobre a generalização, o grupo da UNESP

Bauru obteve melhores resultados, pois a maior parte dos participantes conseguiu mudar

suas práticas de ensino após terem passado pelo treinamento. O resultado da generalização

obtido pelo grupo da UNESP Bauru pode ter sido função do treinamento com múltiplos

exemplares em contexto aplicado natural. Concluiu-se que para atender a demanda da

comunidade científica e dos prestadores de serviço se faz necessária uma cuidadosa

descrição metodológica, pois os procedimentos comuns à pesquisa beneficiam a aplicação

por torná-la replicável e mensurável. Além disso o seguimento dos princípios da análise do

comportamento para a educação, e o planejamento da generalização, poderiam aumentar a

eficácia dos procedimentos de ensino. O planejamento cuidadoso dos métodos adotados

por Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009), aliado ao contexto

aplicado adotado por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008),

podem apontar avanços nas propostas analítico-comportamentais para a educação.

Palavras-chave: análise funcional, treino de professores, educação, análise de

contingências, análise do comportamento aplicada

VII

Silvério J. H. S. Teaching functional analysis for teachers: Analysis of the result

of two lines of research. Master’s Thesis. Programa de Estudos Pós-Graduados em

Psicologia Experimental: Análise do comportamento, Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, São Paulo.

Advisor: Dr. Sergio Vasconcelos de Luna.

Abstract

In the last two decades the behavior analysis observed the emergence and growth of a line

of research aimed at investigating the teaching of verbal repertoires description and

functional analysis of conditions that could facilitate their teaching in applied settings. In

Brazil at least two working groups study the teaching of functional analysis for

teachers. The first group, UNESP Bauru, is represented by the academic work of Fonseca

(2008), Sparvoli, (2008), Oliveira (2010) and Gomes (2010). The second group, the PUC

SP, is represented by the works of Almeida (2009), Cerqueira (2009), Tavares (2009) and

Leite (2010). The objective of this research was to analyze the data collected by these two

lines of research to identify which variables were responsible for the results obtained in the

teaching functional analysis and its generalization. The consistency of their methods with

the principles of behavior analysis to education was investigated. The research was also

aimed at identifying the difficulties mentioned by the authors propose some ways of

overcoming. The results showed that the PUC SP group presented methods using

experimental designs, and even used some principles of behavior analysis to education___

as the description of goals and behavioral measures, the preliminary assessment of the

repertoire of the participants, the planning small steps, the constant promotion of

responding to and use of a material easy to reproduce. These characteristics seem to have

contributed to all the participants learn to identify the function of the behaviors presented

in teaching situations. In relation to data on generalization, UNESP Bauru group achieved

better results, since most of the participants managed to change their teaching practices

after having gone through training. The result obtained by UNESP Bauru group may have

been a function of training with multiple copies in the natural applied context. It was

concluded that to meet the demands of the scientific community and service providers is

necessary a careful description of methodological procedures. Repeatable and measurable

variables benefit the research and the application. In addition, the following principles of

behavior analysis to education, and planning of generalization, could increase the

effectiveness of teaching procedures. Careful planning of the methods adopted by Almeida

(2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) and Tavares (2009), together with the applied

context adopted by Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) and Sparvoli ( 2008),

may point to advances in behavior analytic proposals for education.

Key-words: functional analysis, teacher training, education, contingency analysis, applied

behavior analysis

VIII

Sumário

Resumo .................................................................................................................................... VI

Abstract ................................................................................................................................. VII

Lista de Figuras ...................................................................................................................... IX

Introdução .............................................................................................................................- 1 -

Alguns estudos recentes sobre cursos para qualificação de professores .........................- 2 -

Contribuições da análise do comportamento para a formação continuada de

professores .............................................................................................................................- 7 -

Questões conceituais preliminares ...................................................................................... - 7 -

O ensino da análise funcional como estratégia de intervenção .......................................... - 9 -

O que tem sido feito no Brasil utilizando análise funcional: diferentes metodologias .... - 19 -

O futuro das pesquisas em análise funcional no Brasil: desafios. .................................... - 25 -

Método .................................................................................................................................- 28 -

Seleção das fontes ............................................................................................................. - 28 -

Material selecionado ......................................................................................................... - 28 -

Organização das informações coletadas ........................................................................... - 32 -

Procedimentos de análise das informações....................................................................... - 34 -

Resultados ...........................................................................................................................- 35 -

Discussão .............................................................................................................................- 55 -

Referências ..........................................................................................................................- 64 -

Anexos .................................................................................................................................- 68 -

Anexo 1- Almeida, C.P. (2009). ....................................................................................... - 69 -

Anexo 2-Cerqueira, D.M.O. (2009).................................................................................. - 72 -

Anexo 3- Fonseca, A. P. A. (2008)................................................................................... - 75 -

Anexo 4-Gomes, P.C. (2010). .......................................................................................... - 79 -

Anexo 5- Leite, F.V.S. (2010). ......................................................................................... - 83 -

Anexo 6- Oliveira, J. (2010). ............................................................................................ - 86 -

Anexo 7- Sparvoli, D.A.P. (2008). ................................................................................... - 89 -

Anexo 8- Tavares, M. (2009). .......................................................................................... - 92 -

IX

Lista de Figuras

Figura 1 Esquema ilustrativo das etapas do procedimento das pesquisas do grupo pesquisas da linha

de pesquisa do Prof. Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru): Fonseca, 2008, Sparvoli, 2008, Oliveira,

2010 e Gomes, 2010. .................................................................................................................... - 22 -

Figura 2 –Esquema das etapas do procedimento adotado pelas pesquisas da linha de pesquisa da

Profa, Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP): Almeida, 2009; Cerqueira, 2009; Tavares 2009 e Leite,

2010. ............................................................................................................................................. - 23 -

- 1 -

Introdução

“O ensino se define pelas mudanças

induzidas no estudante. Os homens aprendem

uns dos outros sem serem ensinados. Pode ter

acontecido alguma vez que um homem tenha

aprendido a usar uma enxada olhando outra

usá-la, mas nem por isso o lavrador teve as

funções de professor. Foi só quando a

crescente eficiência do aprendiz se tornou

importante para o lavrador que este se tornou

professor e modificou o seu comportamento

para facilitar a aprendizagem.” (Skinner,

1972, p.239)

A análise do comportamento, por meio de pesquisas sistemáticas sobre o

comportamento, descreveu uma série de princípios que o regem e, a partir deles, foi

possível a criação de uma ciência aplicada e o planejamento de intervenções. Assim, o

estudo do comportamento, inicialmente desenvolvido essencialmente em laboratório, foi

estendido para vários campos de atuação, dentre eles, a educação.

Para a educação, o que essa ciência propõe é um planejamento sistemático das

contingências de ensino, a partir do conhecimento científico acumulado sobre o

comportamento humano e sobre o ambiente no qual ele ocorre. Isso pode propiciar uma

aprendizagem eficaz, duradoura, e por que não dizer, prazerosa.

Segundo Zanotto (2000), embora para Skinner (1968/1972) ensinar seja arranjar

contingências de reforço, o ponto de partida para arranjá-las é a clareza quanto às

mudanças comportamentais que se quer obter. O professor é responsável por planejar as

chamadas contingências instrucionais sob as quais os alunos aprendem, e cabe a ele

conhecer o repertório comportamental dos primeiros e a sua susceptibilidade aos

- 2 -

reforçadores disponíveis na situação. Ele também deve planejar procedimentos de ensino

que considerem a individualidade de cada aluno atribuindo a este um papel ativo no

processo de aprendizado.

Partindo-se da visão do professor como um planejador de contingências de ensino,

deve-se perguntar como ele tem sido ensinado e, principalmente, o que a análise do

comportamento tem proposto. Estes dois tópicos serão abordados a seguir.

Alguns estudos recentes sobre cursos para qualificação de professores

Gatti e Barreto (2009) publicaram os resultados de uma pesquisa sobre a formação

de professores no Brasil, analisando o que estava sendo ensinado nas universidades em

cursos de formação de professores. Na pesquisa, foram analisadas as ementas de cursos,

suas respectivas bibliografias e os projetos pedagógicos, sendo para isso utilizada uma

amostra nacional das instituições de ensino voltadas para esse tipo de formação. A

pesquisa cobriu os cursos de formação de professores para o ciclo básico (aí inclusos

cursos de pedagogia, normal superior) e os cursos de letras, matemática e biologia.

Os resultados apontaram alguns aspectos importantes em relação ao número de

vagas nas universidades, o número de interessados, a distribuição das disciplinas e

descompasso entre os conteúdos ensinados e os exigidos nos concursos públicos. Em

primeiro lugar, observou-se que nos cursos de pedagogia existia um descompasso entre o

número de vagas oferecidas e o número de alunos interessados nelas. Durante o período

analisado na pesquisa, Gatti e Barreto (2009) observaram que o número de vagas aumentou

muito mais do que o número de inscritos e, em alguns cursos, os “interessados”

praticamente sumiram. Além disso, foram encontradas 1968 disciplinas obrigatórias.

- 3 -

Hipotetizando-se um curso com 40 disciplinas obrigatórias e considerando-se que esse

total de 1968 referia-se a todo o território nacional, quantas combinações destas disciplinas

diferentes seriam possíveis? Segundo os autores do estudo, esse grande número de

disciplinas é um dado expressivo que demonstra, além de uma total fragmentação

curricular, que uma base comum nacional da formação não existia.

Apenas 53 disciplinas em todo o território nacional se referiam ao conteúdo de

alfabetização, sendo que, na análise das ementas, constatou-se que nenhuma disciplina

visava o ensino de práticas ou métodos de alfabetização. Gatti e Barreto (2009) concluíram

que em geral os currículos, da forma como estavam propostos, apresentavam um conjunto

disciplinar bastante disperso. Essa fragmentação resulta na falta de um perfil profissional.

Este é descrito no projeto pedagógico, mas não se reflete no currículo.

Na análise das ementas, observou-se que não havia um mínimo de semelhança

entre elas, apenas listas de temas, nomes de autores; a sequência de conteúdo não refletia

uma construção do conhecimento. Em apenas 8% das ementas, a palavra escola foi citada,

o que leva a pensar numa formação de caráter mais abstrato e pouco integrado ao contexto

concreto em que o profissional-professor vai atuar.

Em relação aos cursos de letras, matemática e biologia, observou-se que, assim

como nos cursos de pedagogia, o crescimento do número de cursos foi maior do que o

número de alunos. Para esses três cursos, observou-se que o foco da formação foi o

especialista (e.g., linguista, critico literário, matemático, biólogo) e a licenciatura foi

praticamente ignorada na formação.

Analisando-se os conteúdos cobertos pelas provas aplicadas pelos concursos

públicos para provisão do cargo de professor, observou-se majoritariamente a presença de

questões objetivas que cobravam um conhecimento sobretudo ligado à legislação e ao

- 4 -

sistema e suas normas. Poucas questões se referiam a fundamentos da educação e

conteúdos sobre a prática docente eram quase inexistentes.

A comparação entre as ementas dos cursos de formação e o conteúdo de provas de

concursos para a contratação desses profissionais levanta a questão da discrepância entre o

que é ensinado e o que é avaliado. Os cursos são focados em conteúdos genéricos e os

concursos cobram teorias e legislação. Em meio a esse cenário, é necessário perguntar

onde estão os aspectos referentes à prática da educação e à escola?

Os resultados da pesquisa de Gatti mostram que, em nível nacional, é difícil apostar

na qualidade da formação inicial de professores. Se eles saírem em condições de exercer

uma boa docência não será à custa de cursos bem planejados. Seria mais fácil apostar na

realização dos chamados cursos de formação continuada, ou na experiência adquirida com

a própria docência.

Foi sobre esta modalidade de formação que a pesquisa de Rigolon (2007) se

debruçou. Segundo esta pesquisadora, de um total de 1.071.603 professores que atuavam

no ensino fundamental em todo Brasil, à época da pesquisa por ela realizada, 225.573 não

possuíam a formação mínima para atuar nesse nível. Diz a autora ainda que na tentativa de

sanar o problema, nas últimas duas décadas, houve uma ampliação da oferta de programas

de formação continuada para professores da rede pública. Infelizmente, devido à

precariedade dos cursos de formação inicial, estes assumiram um caráter compensatório.

Na pesquisa em questão, Rigolon (2007) investigou a formação continuada de

professores, mais especificamente os capacitados pelo programa “Letra e Vida”1. O

objetivo da autora era identificar se havia correspondência entre o que havia sido ensinado

1 Este programa começou como um programa nacional de formação (PROFA) e tornou-se estadual (Letra e

Vida) com sua aplicação a toda a rede pública de ensino do Estado de São Paulo. Mais recentemente, ele

reapareceu com o nome de Ler e Escrever.

- 5 -

para professores nesses cursos e o que era realizado pelos mesmos em sala de aula com

seus alunos. Para a coleta, foram realizadas entrevistas, observação de aulas gravadas e

análise de documentos.

Os resultados de sua pesquisa indicaram que as participantes não conseguiram

aplicar todos os princípios aprendidos durante o curso de formação no qual haviam sido

certificadas. As análises demonstraram que as professoras que participaram da pesquisa

tiveram grande dificuldade para adequar as atividades planejadas e para realizar

intervenções. A participação no programa de formação trouxe benefícios, porém não

solucionou todos os problemas. Deve ser registrado que todas as participantes da pesquisa

haviam completado com sucesso os três módulos do programa de formação continuada

tendo sido, por isso, consideradas habilitadas por ele.

Os dados de Gatti e Barreto (2009) e Rigolon (2007) oferecem fortes indícios de

que os cursos de formação inicial e continuada não têm preparado os professores para a

prática em sala de aula e que, consequentemente, esses profissionais não têm a

oportunidade de aprender um repertório eficiente para interpretar as interações de sala de

aula de modo a identificar variáveis importantes na determinação dos comportamentos dos

alunos.

Pereira, Rossi e Araujo (2001) realizaram uma pesquisa com professores na qual

investigavam quais fatores eles atribuíam o fracasso e o sucesso de seus alunos. Os

resultados demonstraram que os professores atribuíram o fracasso de seus alunos a causas

externas à sala de aula (e.g., baixa auto-estima, problemas familiares, pobreza, doenças

etc.). Um dado interessante da pesquisa foi obtido em relação ao sucesso dos alunos: os

professores também atribuíram o sucesso da aprendizagem a fatores externos à sala de

aula. Aqueles entrevistados não conseguiram estabelecer uma relação de contingência

- 6 -

entre a aula dada por eles e o desempenho de seus alunos. Apenas quando os participantes

foram diretamente questionados a respeito de sua contribuição para o desempenho de seus

alunos os professores relacionaram os desempenhos às suas práticas, destacando que esse

resultado foi obtido apenas em relação ao sucesso escolar; o mesmo não foi verificado em

relação ao fracasso.

Segundo Zanotto (2000), quando classes de respostas que definem a atuação

profissional do professor ficam sob controle de variáveis externas à sala de aula, ou a

variáveis que, embora presentes em sala de aula, não sejam as que realmente controlam o

aprendizado, tal ocorrência pode dificultar a identificação de soluções mais adequadas para

a superação das dificuldades individuais de seus alunos, pois características relevantes dos

desempenhos dos mesmos estariam desvinculadas das práticas de ensino e de avaliação

dispostas pelo professor.

A atribuição de responsabilidade pelo aprendizado a fatores externos às

contingências envolvidas no processo de ensinar e aprender tem como consequência a

atribuição de culpa ao aluno e às suas condições de vida, e a isenção do professor. A médio

e longo prazos, os alunos que se adéquam aos métodos tradicionais se formam, e os que

não se adéquam a eles alimentam as estatísticas de fracasso. Assim, os professores

perpetuam práticas de ensino muito bem estabelecidas, mas não necessariamente efetivas.

Essas pesquisas (Gatti e Barreto, 2009; Pereira, 2001; Rigolon, 2007) levantam dois

problemas que ocorrem em momentos distintos, mas que, juntos, revelam um efeito

catastrófico. De um lado, temos um professor que não foi adequadamente ensinado durante

sua formação e que, quando submetido a cursos complementares, continua se sentindo

desamparado. De outro lado, tem-se esse mesmo professor tentando identificar quais

- 7 -

fatores contribuem para o sucesso ou fracasso de seus alunos, embora não consiga ver o

efeito de suas práticas. Existe uma urgência por mudanças, mas quais seriam as propostas?

Contribuições da análise do comportamento para a formação continuada de

professores

Questões conceituais preliminares

A análise do comportamento parte do princípio de que comportamento é o produto

conjunto das contingências de sobrevivência responsáveis pela seleção natural da espécie

(filogênese), contingências de reforçamento responsáveis pelo repertório adquirido por

seus membros (ontogênese) e contingências especiais mantidas por um ambiente social

evoluído (cultura). Com a adoção de um modelo causal selecionista, a análise requerida

para a compreensão e explicação do comportamento passa a ser aquela que identifica

relações de tríplice contingência responsáveis pela aquisição e manutenção de repertórios

comportamentais. A análise é voltada para as “funções” que as respostas desempenham na

interação com seu meio e para os modos pelos quais as mudanças por elas produzidas

nesses meios afetam a probabilidade de emissão de comportamento no futuro.

Muitos autores têm feito esforços para sistematizar no que consiste uma análise

funcional. Segundo Matos (1999), uma compreensão funcional do comportamento exige a

identificação das relações entre eventos ambientais e as ações do organismo, sendo que

essa relação funcional não é observável, o que é observado são as mudanças que ocorrem

tanto no ambiente quanto nessas ações.

Matos (1999) destaca cinco passos essenciais para a realização de uma análise

funcional do comportamento: (1) definir o comportamento de interesse, (2) identificar e

- 8 -

descrever seu efeito sobre o ambiente, (3) identificar as relações entre eventos ambientais e

o comportamento de interesse e também relações entre o comportamento de interesse e

outros comportamentos existentes, (4) formular hipóteses a respeito dos efeitos das

manipulações dessas variáveis e de outros comportamentos sobre o comportamento

selecionado e, (5) testar as hipóteses por meio da manipulação das variáveis.

A análise funcional promove a identificação de relações de dependência entre

eventos, ou de regularidades na relação entre variáveis dependentes e independentes; com

isso, busca-se identificar a função de determinado comportamento sobre o ambiente. A

busca de relações funcionais estará sempre associada ao reconhecimento da

multideterminação do comportamento e a uma seleção de um recorte específico para a

análise das relações de controle.

Segundo Andery, Micheletto e Serio (2001), a expressão “análise funcional” é

muito comum no vocabulário dos analistas do comportamento, porém ela informa muito

pouco sobre sua prática e sobre as variáveis que controlaram sua emissão. Por essa razão,

as autoras preferem o uso da expressão “análise de contingências”.

Como se deduz, embora a análise funcional faça parte do raciocínio do analista do

comportamento e seja considerada o caminho mais efetivo para a compreensão do

comportamento e para o planejamento da intervenção sobre ele, não existe um consenso

em relação à nomenclatura e delimitações de quais procedimentos formariam um padrão.

Sturmey (1996) aponta que, na literatura, muitos termos diferentes fazem referência

ao procedimento de análise funcional, porém, poucos trazem definições claras do conceito.

O autor destaca que existem diversas conotações para o termo, inclusive em outras

ciências, como o uso para explicar relações matemáticas entre variáveis, análise funcional

descritiva, análise funcional experimental, entre outras. Cabe aqui distinguir dois modos de

- 9 -

análise funcional em particular: a experimental e a descritiva. A análise funcional

experimental define-se pela manipulação (apresentação, retirada ou simples alteração) de

alguma variável (antecedente ou consequente) em uma situação controlada. Na análise

funcional descritiva, é feita uma descrição das interações em situações naturais nas quais o

comportamento-alvo ocorre sem a manipulação de condições antecedentes e consequentes.

O objetivo nesse caso seria o de criar hipóteses a respeito das relações de funcionalidade

entre eventos. Segundo o autor, o termo análise funcional deveria limitar-se a situações de

manipulação experimental porque assim seria possível destacar relações causais2 entre as

variáveis independentes (variáveis ambientais manipuladas) e a variável dependente

(comportamento estudado).

O ensino da análise funcional como estratégia de intervenção

Nas últimas duas décadas, a análise do comportamento observou o surgimento e

crescimento de uma linha de pesquisa voltada para a investigação do ensino de repertórios

comportamentais de análises funcionais e de condições que pudessem facilitar o ensino

desses repertórios comportamentais em contextos aplicados. Enquanto um recurso

metodológico de avaliação, a análise funcional descritiva é útil em programas ou

estratégias de intervenção, pois, a partir da identificação das variáveis de controle, é

possível um planejamento mais eficaz de contingências e, principalmente, a manipulação

das variáveis controladoras, tais como a alteração de eventos antecedentes, o

fortalecimento de comportamentos alternativos eficazes e o fornecimento de consequências

eficientes.

2 Embora o termo seja empregado por Sturmey (1996), considera-se preferível a expressão “relação

funcional” dada à adoção da noção de multideterminação do comportamento. Assim sendo, é imprecisa a

noção de causa como condição necessária e suficiente para a ocorrência de um efeito como o

comportamento.

- 10 -

Iwata e colaboradores (2000)3 realizaram um estudo para investigar a aquisição de

um repertório para a execução das análises funcionais por meio de uma instrução

programada com interesse específico de identificar se indivíduos não treinados poderiam

implementar uma análise funcional com o mínimo de instrução, e que quantidade de

formação seria necessária para produzir um alto grau de rigor técnico. Participaram desse

estudo 11 estudantes de psicologia, com conhecimentos de análise do comportamento,

porém sem experiência anterior em atendimento clínico e na realização de análises

funcionais. Participaram também 8 estudantes de pós-graduação, com experiência prévia

em clínica, que interpretaram o comportamento dos clientes. Nessas interpretações, esses

estudantes de pós-graduação que interpretavam os clientes, deveriam emitir

comportamentos previamente estipulados e categorizados como: auto-lesivos, disruptivos,

brincar apropriado e iniciar interação social apropriada.

Primeiramente, foram selecionadas três condições (demanda, birra e brincadeira)

para a avaliação, por serem recorrentes em situações encontradas na clínica para avaliação

funcional. Os terapeutas deveriam manipular a liberação ou remoção de eventos

antecedentes e consequentes conforme estipulado nas contingências programadas. A

condição de demanda consistia em verificar se o comportamento do cliente era mantido

por esquiva de uma tarefa. Para isso, nessa fase o terapeuta deveria fornecer para o cliente

instruções para a realização dessa tarefa. O terapeuta era instruído a consequenciar o

cumprimento da tarefa com um elogio; caso o cliente não cumprisse a tarefa, o terapeuta

deveria fornecer ajuda, primeiramente com uma dica gestual. Se mesmo assim o cliente

não seguisse a instrução, o terapeuta deveria oferecer ajuda física; se, após isso, o cliente

3 O leitor perceberá que o estudo de Iwata e colaboradores (2000) será descrito de forma mais extensa do que

seria necessário. Contudo, a decisão de assim fazê-lo prendeu-se ao fato de este estudo vir a ser base para

outros que constituirão matéria de análise deste trabalho.

- 11 -

não cumprisse a tarefa, a demanda era retirada. Caso os comportamentos impróprios

(comportamentos auto-lesivos) ocorressem, a tarefa era retirada imediatamente.

Na condição de atenção, o objetivo era verificar se o comportamento-alvo do

cliente era mantido pela atenção do terapeuta; para isso, o terapeuta deveria ignorar todos

os comportamentos do cliente e liberar atenção de forma contingente aos comportamentos-

alvo previamente definidos. Na condição de brincadeira, não havia nenhuma demanda para

o cliente, de forma que ele tinha acesso livre aos brinquedos e a atenção era liberada

independentemente dos comportamentos emitidos pelo cliente.

Na linha de base, os participantes “terapeutas” liam o método de Iwata, Dorsey,

Slifer, Bauman e Richman (1994) dias antes. Foram criados 15 roteiros que consistiam na

combinação dos comportamentos (autolesivo, disruptivo, obediência as instruções,

brincadeiras adequadas, e interação social adequada), todos com 5 comportamentos-alvo,

porém em diferentes sequências e ocorrências temporais. Os participantes receberam o

método e podiam relê-lo 30 minutos antes da sessão. Nessa fase, os participantes não

recebiam feedback de seu desempenho.

A fase de treino foi dividida em duas etapas. Na primeira fase, foi realizada leitura

e revisão do material disponibilizado com informações a respeito das condições e

instruções sobre como conduzir uma sessão. Todo esse processo foi realizado por alunos já

graduados. Depois, os participantes assistiram a vídeos da interação entre um terapeuta e

um cliente (encenados por dois estudantes de pós-graduação) sobre cada uma das

condições e responderam a um questionário, para avaliar a compreensão do material

recebido. O critério para aprovação para a próxima fase foi de 90% de acerto no teste; se

esse critério não fosse atingido, o participante era novamente submetido ao vídeo e ao

teste, até atingir o critério estabelecido. Na segunda fase do treino, os participantes

- 12 -

conduziram sessões simuladas de análises funcionais semelhantes às realizadas durante a

linha de base, sendo que os participantes tinham acesso ao material e anotações para

consulta e recebiam feedback de seus desempenhos.

Após a fase de treino do experimento, todos os participantes atingiram uma taxa de

acertos de 95%, resultado superior ao critério previamente estabelecido de 90% de acerto.

Segundo os autores, esses resultados sugerem que participantes sem experiência extensiva

em análise funcional podem adquirir rapidamente um conjunto básico de habilidades para

conduzir uma análise funcional em um curto espaço de tempo e com instruções mínimas.

Os autores ressaltam que embora os resultados sejam muito bons (95% de acertos) e exista

uma ampla literatura a respeito da generalização para situações naturais, não foi possível

afirmar se a exposição ao procedimento seria efetiva em instrumentalizar os participantes

em situações naturais. Outro fator ressaltado pelos autores foi o número limitado de

habilidades treinadas.

Ao ensinar alunos de graduação a realizar análises funcionais acuradas em pouco

tempo, abriu-se a possibilidade de utilizar os mesmos procedimentos para outras

populações (e.g., professores, pais, cuidadores etc.) e para outros contextos aplicados (e.g.,

escolar, organizacional). Seria uma forma de expandir os conhecimentos e tecnologias da

análise do comportamento e, consequentemente, melhorar as relações e eficácia de

procedimentos em outras áreas.

Nos Estados Unidos, após a criação de uma lei estadual (IDEIA, 1997), que exige

especificamente a avaliação funcional comportamental para a tomada de decisões em

algumas circunstâncias e para planejamento de intervenções, passou a ser comum a

existência de grupos de trabalho formados por professores, coordenadores, sendo que um

dos objetivos era evitar encaminhamentos desnecessários de alunos para a Educação

- 13 -

Especial, um procedimento educacional mais restritivo, ou apenas para melhorar o clima

acadêmico em sala de aula. Infelizmente, os encaminhamentos para a Educação Especial

não foram reduzidos. Algumas intervenções mostraram-se ineficazes e observou-se a

resistência dos professores em relação aos serviços de consultoria.

A partir de todas essas queixas, Myers e Holland (2000) realizaram um estudo com

o objetivo de examinar as percepções dos professores acerca de questões comportamentais

em suas salas de aula e determinar se os professores consideravam a função de um

comportamento quando propunham uma intervenção em sala de aula. Os pesquisadores

enviaram 350 questionários para professores de pré-escola ao 2º grau, sendo que receberam

209 respostas (177 professores regulares e 32 de educação especial). Esses questionários

eram compostos por três cenários que continham problemas comportamentais comuns em

salas de aula com funções de reforçamento negativo (fuga ou esquiva) e de reforçamento

positivo (atrair a atenção dos professores e dos colegas). Os professores deveriam

identificar a função do comportamento e propor uma intervenção adequada para ela.

Os professores foram solicitados a responder se haviam tido treinamento em

avaliação funcional e também se haviam ouvido falar dessa questão: 75% dos professores

de Educação Especial indicaram que já tinham ouvido falar na expressão, mas somente

42% tinham recebido treinamento específico a respeito; entre os professores da Educação

regular, 17% já tinham ouvido sobre a avaliação funcional, e 12% tinham recebido

treinamento específico nela.

Os resultados dos questionários indicaram que quando foram apresentados os

cenários de “fuga”, 31% dos professores indicaram um entendimento das funções do

comportamento e a maioria dos participantes listou uma intervenção que nem considerava

a função do comportamento. Em relação à situação com função de conseguir a atenção dos

- 14 -

colegas, apenas 15% dos professores deram a resposta que demonstrava o entendimento

desta função. Em relação à situação com função de conseguir a atenção do professor, 49%

dos professores identificaram essa função comportamental e sugeriram uma intervenção

apropriada neste cenário. Segundo os autores, o fato de os professores não conseguirem

identificar as funções do comportamento contribuía para que não conseguissem planejar

intervenções adequadas. Esses dados alertam para a urgência em desenvolver metodologias

para o ensino da habilidade de fazer interpretações/análises funcionais.

Moore e colaboradores (2002) realizaram um estudo com o objetivo de entender os

resultados de Iwata e colaboradores (2000) e verificar se seria possível ensinar repertórios

de análise funcional para professores sem conhecimento prévio de análise do

comportamento e análise funcional.

Foram selecionados para a pesquisa três professores, dois do ensino regular (de

quarta e de quinta série, respectivamente) e um professor da sala de inclusão (da quinta

série). Cada professor participante selecionou um aluno. O comportamento-alvo

selecionado foi o gritar inapropriado, que seria qualquer vocalização em um tom mais alto

do que o adequado que ocorresse sem a permissão do professor.

Durante o treino, foram utilizadas duas condições: demanda e atenção. A condição

brincadeira foi excluída porque, segundo os professores, ela era incomum em suas salas de

aula. Foram criados oito cenários, sendo quatro para a condição de atenção e quatro para a

condição demanda, tendo esses cenários sido apresentados de forma randômica.

Para cada uma das condições, havia um grupo de respostas que foram selecionadas

previamente para fazer parte do treinamento, sendo que a apresentação dessas respostas de

forma contingente à demanda classificaria a resposta como correta e a apresentação de

outro comportamento que não fizesse parte dos selecionados seria categorizada como

- 15 -

incorreta. Na condição de demanda, as respostas categorizadas como corretas foram a)

apresentação e timing da instrução, b) se o aluno não iniciasse a tarefa sozinho, fazer um

gesto que sinalizasse o comportamento esperado, c) se o gesto não fosse efetivo, fazer a

condução física, d) se o comportamento não ocorresse, permitir a fuga, e) elogio para a

tarefa cumprida. Na condição de atenção, as respostas categorizadas como corretas foram:

a) o inicio correto da condição, b) desaprovação social contingente ao comportamento

inadequado, c) ignorar comportamentos adequados quando ocorressem em momentos

inadequados e d) ignorar outros comportamentos inadequados além do selecionado.

O estudo consistiu em duas fases. Na primeira, os professores receberam instruções

orais e escritas sobre as condições. Os participantes tiveram um dia para ler o protocolo.

Depois, foram submetidos a questões a respeito do procedimento. Somente após obterem

100% de acerto os professores implementavam a análise funcional na simulação. Nenhum

feedback era fornecido para os participantes.

Na segunda fase, ocorria o treino com ensaio, modelação e feedback para o

desempenho. O experimentador apresentava os resultados do participante na fase anterior,

elogiava os acertos e revia os aspectos que não haviam sido implementados corretamente.

O experimentador selecionava randomicamente um cenário de atenção ou demanda que era

interpretado por um estudante de pós-graduação, e modelava o comportamento do

professor passo a passo. Os participantes receberam feedback durante essa fase.

Os participantes implementaram uma análise funcional na simulação, assim como

na fase 1. Após os treinos, foram realizadas sessões em sala de aula nos momentos críticos

e os professores receberam feedback para seus desempenhos. Na condição de atenção, o

professor entregava uma atividade de lazer para o aluno selecionado e depois retirava a

atenção do mesmo, agindo com o mesmo conforme treinado nas fases 1 e 2. O professor

- 16 -

era instruído a se comportar normalmente em relação aos outros alunos. Na condição de

demanda, o professor entregava para o aluno selecionado uma tarefa mais difícil do que a

distribuída para os colegas. A cada 30 segundos, o professor instruía o aluno para fazer um

problema. Se o aluno não iniciasse a atividade após 5 segundos, o professor dava uma dica

gestual; se a dica não surtisse efeito, após 5 segundos o professor deveria conduzir o aluno

fisicamente.

Os resultados indicaram que o desempenho dos professores na fase 2 foi muito

superior ao da fase 1, superando 95% de acertos para todos os professores. Os resultados

obtidos na sala de aula mostraram que os professores aplicaram os conhecimentos com

grande fidelidade.

Segundo os autores, os resultados demonstram que, com treinamento adequado,

professores podem implementar análises funcionais precisas. Os autores ressaltam que

apesar dos bons resultados, existem limitações. Primeiramente, os dados da situação

simulada não são semelhantes aos da situação natural (na simulação as cenas foram

planejadas e na situação natural o professor tem que lidar com as contingências presentes).

Em segundo lugar, devido à ausência de uma condição de follow-up não é possível afirmar

se os professores seriam capazes de realizar análises funcionais de todas as situações

possíveis em uma sala de aula.

Os estudos de Iwata e colaboradores (2000), ensinando alunos de graduação, e o de

Moore e colaboradores (2002) treinando professores, demonstraram que é possível ensinar

alguns repertórios de análise funcional para pessoas sem repertório anterior em análise do

comportamento, de forma eficaz. Wallace, Doney, Minntz-Resudek e Tarbox (2004) com

o objetivo de replicar e ampliar esses resultados avaliaram a efetividade de um treino em

formato de workshop. Os participantes da pesquisa foram dois professores e um psicólogo,

- 17 -

sendo que nenhum deles possuía conhecimento prévio em implementação de análise

funcional e não frequentaram cursos de análise do comportamento anteriormente.

Durante cada uma das condições, os participantes deveriam se comportar de forma

a fornecer antecedentes e/ou consequências adequadas para as mesmas, de acordo com as

respostas previamente treinadas. Se o participante não apresentasse as respostas treinadas

correspondentes à condição, a resposta seria considerada incorreta. Foi utilizada uma linha

de base múltipla composta por linha de base, workshop, feedback e sondas de

generalização.

Linha de base - Consistiu de uma simulação na qual os participantes atuaram como

terapeutas. Os participantes receberam o método de Iwata e colaboradores (1994). Um ator

fazia o papel de um cliente que batia em seu próprio corpo. Esse ator seguia um roteiro que

especificava as vezes em que comportamentos deveriam ocorrer (alvo e comportamentos

não-alvo). As sessões tinham 5 minutos de duração.

Workshop - Após a linha de base, ocorreu um workshop de 3 horas de duração com cerca

de 35 outros participantes. No workshop, eram fornecidas as descrições e finalidades de

cada uma das condições; também ocorria a exibição de vídeos de cada condição. Foi feita

uma troca de papéis em que cada participante alternava entre o papel de cliente e de

terapeuta para todas as condições. Logo após, os participantes respondiam questões

relativas às condições. Após o workshop, foram realizadas simulações idênticas às da linha

de base.

Feedback - Essa fase ocorria se um participante não conseguisse realizar uma condição

com fidelidade de 90%. Se o critério não fosse atingido, um dos autores oferecia feedback

para o desempenho do participante. Depois do feedback ocorriam novas sessões simuladas.

- 18 -

Sondas de generalização - Participante 1 (professor) realizou sessões de análise funcional

em sua sala de aula, 12 semanas após o workshop com um estudante que apresentava a

resposta de bater na cabeça. Nenhuma instrução ou feedback foi fornecido durante essas

fase.

Os resultados da pesquisa apontaram que inicialmente, nenhum dos participantes

obteve mais que 50% de acertos. Após a participação no workshop, todos os participantes

atingiram o critério para as condições de atenção e brincadeira. Na condição demanda, dois

participantes atingiram o critério e o terceiro obteve 69,5% de acerto. Este foi exposto à

fase de feedback e, após a realização da simulação, atingiu o critério, obtendo 96% de

acerto. Esses resultados demonstram que esses dois professores e o psicólogo participante

apresentaram alto grau de precisão nas análises funcionais após a participação no

workshop, evidenciando que é possivel adquirir grande habilidade com pouco tempo de

treinamento (3 horas) e confirmando os dados de Iwata e colaboradores (2000) e Moore e

colaboradores (2002). Os resultados da fase de sonda de generalização apontam que essas

habilidade podem ser mantidas sem feedback contínuo do desempenho.

Os autores afirmam que, apesar dos bons resultados, não foi realizada uma sonda de

generalização para dois dos participantes. Eles ainda destacam que nessa pesquisa apenas

algumas habilidades necessárias para a realização de uma análise funcional foram

abordadas e que existem muitas outras que poderiam ser treinadas, tais como análise de

dados, interpretação e planejamento de intervenções, de forma que os autores sugerem que

futuras pesquisas deveriam investigar esses aspectos e estender as pesquisas para outras

populações.

Essas pesquisas oferecem informações a respeito do ensino e da utilização da

análise funcional no contexto norte-americano e, no caso especifico da pesquisa de Myers

- 19 -

e Holland (2000), dos resultados após a criação da referida lei estadual. É importante

destacar que embora a criação de uma lei não resolva o problema, ela oferece informações

a respeito das diretrizes que norteiam as decisões.

Não se dispõe de dados específicos sobre a situação do Brasil, mas aqueles

divulgados por Gatti e Barreto (2009) e Rigolon (2007), sobre as deficiências na formação

dos professores, nos levam a esperar um quadro bastante difícil quanto à capacidade de

estes analisarem funcionalmente o ensino/aprendizagem (Pereira, 2001).

O que tem sido feito no Brasil utilizando análise funcional: diferentes metodologias

Podem-se destacar, dentro da linha de pesquisa que estuda o ensino da análise

funcional descritiva como recurso para professores, no Brasil, pelo menos dois grupos de

trabalho. O primeiro a ser apresentado é formado por pesquisas desenvolvidas dentro da

linha pesquisas do Prof. Dr Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru), aqui representada pelos

trabalhos acadêmicos de Fonseca (2008), Sparvoli, (2008), Oliveira (2010) e Gomes

(2010). Estes pesquisadores propuseram-se a ensinar essa habilidade por meio de um

procedimento de modelagem do comportamento verbal do professor, empregando

entrevistas e questionários após a exibição de vídeos de situações de ensino do próprio

participante em sua sala de aula, procedimento chamado pelos autores de recurso

interpretativo funcional (RIF). O segundo grupo a ser apresentado inclui trabalhos

integrantes de uma linha de pesquisa da Profª. Dra Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP), a

saber: Almeida (2009), Cerqueira, (2009), Tavares (2009) e Leite (2010). Essas

pesquisadoras ensinaram habilidades envolvidas em análises funcionais por meio da

apresentação de cenas fictícias contidas em filmes ou quadrinhos, realizados em conjunto

com um curso de princípios básicos de análise do comportamento. Ambas as linhas de

- 20 -

pesquisa tiveram como alvo comportamentos dos professores que compõem a classe de

respostas “fazer análises funcionais”.

Segue-se uma análise sucinta de cada uma das linhas, destacando-se aspectos

comuns às pesquisas pertencentes a cada grupo, tais como objetivos, comportamentos-

alvo, método e forma de análise dos dados. Os resultados e dificuldades encontradas das

pesquisas serão apresentados juntamente com as análises de cada uma delas apresentadas

na sessão de resultados.

O grupo de pesquisas da de Bauru (Fonseca, 2008, Sparvoli, 2008, Oliveira, 2010 e

Gomes, 2010) teve como objetivos comuns investigar se a exposição de professoras aos

procedimentos de elaboração e de interpretação de análises funcionais descritivas poderia

contribuir para que essas profissionais estabelecessem relações de funcionalidade entre

suas ações educativas e os padrões de desempenho dos alunos em interação com tais ações.

Os autores pretenderam investigar se, após a exposição a um procedimento de

Análise Funcional (RIF), os professores seriam capazes de identificar e descrever relações

de funcionalidade entre seus procedimentos didáticos e o desempenho de seus alunos.

Também pretendiam identificar e descrever níveis de correspondência entre ações das

professoras em sala de aula e os relatos verbais das mesmas. Em cada pesquisa, a série em

que o professor ensinava e/ou o conteúdo da disciplina variava.

Inicialmente, os pesquisadores instruíram os professores participantes a escolher

alguns alunos com os quais eles tivessem mais dificuldades de trabalho, fossem de

natureza pedagógica, fossem comportamentais. Esse critério de escolha foi adotado como

forma de incentivo para a participação do professor nos estudos. Ou seja, a suposição foi a

de que partir de dificuldades declaradas pelo professor aumentaria sua disponibilidade para

participar da pesquisa.

- 21 -

Todas as etapas foram gravadas (aulas e entrevistas) e as informações foram

posteriormente transcritas e analisadas.

Em todas as pesquisas pertencentes a esse grupo, o procedimento consistia em três

etapas (ver Figura 1). Na Etapa 1, ocorria: a) registro de aulas ministradas pelos

professores sobre duas unidades didáticas (UD1 e UD2), cujo conteúdo era selecionado

pelo professor; b) submissão dos professores a entrevistas sobre as aulas da UD1,

primeiramente na ausência e depois na presença do vídeo das mesmas. A Etapa 2 consistia

de: a) exposição dos professores a um modelo de interpretação funcional elaborado pelo

pesquisador, empregando registros das aulas da UD1; b) exposição dos professores à tarefa

de elaboração de interpretações funcionais sobre registros das aulas da UD2; c) exposição

dos professores a modelos de interpretação funcional dos registros das aulas da UD2

efetuados pela pesquisadora. Na Etapa 3, ocorreu: a) registro audiovisual de novas aulas

(UD3); b) exposição dos professores à tarefa de elaboração de interpretações funcionais

dessas aulas.

- 22 -

Fase 2:Entrevistasobre UD 1antes deexibir osepisódiosde ensinoem vídeo

Fase 1:Entrevistainicial eregistro de2 UnidadesDidáticas(UDs)

Fase 3:Exibição do vídeo com episódios de ensino e Entrevistasobre UD 1

Fase 1:Episódiosde ensinoSelecionados da UD1e 1ºmodelo deAnáliseFuncionaldopesquisador

Fase 2:Episódios de ensino selecionados da UD2 eAnáliseFuncionalprofessor+ 2ºmodelo deAFpesquisador

Fase 1:Registrode novaUnidadeDidática(UD3)

Fase 2:Entrevistasobre UD3e análise comparativa doprofessorSobre as aulasda UD2 eda UD3

ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3

MÉTODO

Figura 1 Esquema ilustrativo das etapas do procedimento das pesquisas do grupo pesquisas da linha de pesquisa do Prof. Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru): Fonseca, 2008, Sparvoli, 2008, Oliveira, 2010 e Gomes, 2010.

Os resultados foram obtidos com a análise das respostas fornecidas pelas

professoras aos questionários e pela comparação entre seus desempenhos nas unidades

didáticas gravadas anteriores ao procedimento e a unidade didática posterior ao mesmo. As

perguntas dos questionários foram formuladas de forma aberta e os resultados foram

analisados a partir das interpretações e análises da pesquisadora do material obtido.

O grupo coordenado pela Profa. Dra Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP), formado

pelas pesquisas de: Almeida (2009), Cerqueira (2009), Tavares (2009) e Leite (2010) teve

como objetivo comum ampliar os achados de Iwata e colaboradores (2000) examinando a

efetividade de treinamento para ensinar professoras a realizar “parte de uma análise de

contingências”, segundo as autoras, focando no levantamento da provável função dos

comportamentos selecionados.

- 23 -

Em todas as pesquisas deste grupo, as participantes foram professoras do ensino

fundamental. As participantes foram instruídas a selecionar um aluno que elas avaliassem

ter alguma dificuldade. Depois, foram realizadas filmagens de um conjunto de aulas para

adequação do material para situações próximas às da sala de aula. O procedimento

consistiu de 4 fases: linha de base, treino, pós teste e generalização (ver Figura 2).

Apresentação de cenários para identificação da provável função do comportamento inadequado

Workshop: realização de uma palestra de 30 min com conceitos básicos Avaliação: teste sobre o conteúdo do workshop, exigência de acerto de 70%, caso o critério não fosse atingido, voltava-se ao conteúdo

Remoção de informações:Apresentação de cenários com cenas da sala de aula e um questionário com 5 perguntas e suas respectivas respostas. A cada cenário as respostas eram retiradas gradualmente e era solicitado que o participante respondesse. Em caso de erro era fornecido feedback e correção para o participante.

Apresentação dos cenários apresentados na linha de base. Não houve feedback para os participantes

Foram feitas duas perguntas para os participantes relacionando os comportamentos de seus alunos e os analisados na pesquisa e solicitando uma proposta de intervenção.

Linha de base Treino Pós

teste

MÉTODO

Teste generalização

Figura 2 –Esquema das etapas do procedimento adotado pelas pesquisas da linha de pesquisa da Profa. Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP): Almeida, 2009; Cerqueira, 2009; Tavares 2009 e Leite, 2010.

Todas as pesquisas deste grupo utilizaram como material de treino, além do

workshop4 para o ensino de conceitos básicos de análise do comportamento, a

apresentação de cenários compostos por situações em que ocorriam as condições

selecionadas para o treinamento nas pesquisas: demanda e atenção. A construção desses

cenários variou entre as pesquisas: algumas utilizaram vídeos em que atores encenavam

4 O workshop foi realizado nas pesquisas Cerqueira (2009) e Almeida (2009). Tavares (2009) fez uma

explicação simples sobre a contingência tríplice e o papel selecionador das consequências. Leite (2010) não

adotou nenhum desses procedimentos

- 24 -

pequenas cenas para cada uma das condições; em outras, essas cenas foram apresentadas

no formato de histórias em quadrinhos.

Na linha de base, ocorria a apresentação de cenários para identificação da provável

função do comportamento inadequado; em seguida, ocorria o treino.

O treino era composto de duas etapas. Primeiro, era realizado um workshop

constituído de uma palestra de 30 min sobre conceitos básicos. Depois, ocorria uma

avaliação sobre o conteúdo do workshop, com a exigência de acerto de 70%. Caso o

critério não fosse atingido, voltava-se ao conteúdo do workshop até o participante atingir o

critério.

A segunda fase do treino consistia na apresentação de cenas da sala de aula, cada

uma acompanhada de cinco tópicos que, em conjunto, constituem elementos para uma

análise de contingências. Inicialmente, o cenário era entregue ao participante com todos os

elementos já identificados para que o professor pudesse ler a sequência completa; na

apresentação do cenário seguinte, um dos elementos estava ausente e era solicitado que o

participante o preenchesse após a leitura do conjunto. Assim, a cada cenário apresentado,

mais um elemento era retirado e assim sucessivamente até que todos os elementos

estivessem ausentes, de forma que o participante tivesse que preencher sozinho todos eles.

Após o treino, era realizado um pós-teste em que eram apresentados os mesmos

cenários da linha de base e era solicitado que os professores identificassem a provável

função do comportamento. Não houve feedback para os participantes nesta etapa.

No teste de generalização, eram feitas para os participantes duas perguntas

relacionando os comportamentos de seus alunos e os analisados na pesquisa e solicitando

deles uma proposta de intervenção.

- 25 -

A análise dos dados ocorreu a partir da classificação das respostas fornecidas pelos

participantes a cada um dos cenários como corretas, incorretas ou parcialmente corretas.

Essa classificação ocorreu após a comparação das respostas obtidas com um gabarito

previamente estabelecido pelas pesquisadoras.

O futuro das pesquisas em análise funcional no Brasil: desafios.

As duas linhas de pesquisa que geraram o conjunto de trabalhos analisados

possuem o mérito de serem as pioneiras no ensino de análise funcional para professores no

Brasil. Pioneiras por terem adaptado um arcabouço teórico-conceitual, bem como um

conjunto de princípios da análise do comportamento já existentes, para outra população.

De fato, enquanto Iwatta e colaboradores (2000) trabalhou com alunos de psicologia, as

pesquisas aqui citadas trabalharam com professores, e com outra realidade social, a

brasileira, muito diferente dos participantes das pesquisas de Moore e colaboradores (2002)

e Wallace e colaboradores (2004), cujos participantes foram professores e psicólogos

americanos

Os analistas do comportamento têm defendido a aplicação de seus conhecimentos e

de suas tecnologias para as mais diversas áreas e populações, e têm obtido bons resultados

nessa empreitada. Infelizmente, os bons resultados em muitos momentos não têm

contribuído para a generalização das práticas e para uma maior aceitação das tecnologias

comportamentais na área aplicada. O avanço nos resultados obtidos e a superação das

dificuldades encontradas dependem de uma análise critica do comportamento dos analistas

do comportamento.

- 26 -

O presente trabalho teve como objetivo, a partir de uma análise dos trabalhos

produzidos por essas duas linhas de pesquisa apresentadas anteriormente, identificar que

procedimentos/princípios/propostas5 da análise do comportamento estão respeitados na

análise e interpretação dos resultados, de modo a apontar avanços no trabalho de formação

de professores, entender as dificuldades apontadas pelos autores e propor formas de

superação delas. Por exemplo, todas as pesquisas selecionadas apontaram ausência de

generalização, do comportamento-alvo para a situação natural para muitos participantes.

Dessa forma, faz-se relevante investigar que fatores podem ser considerados como

complicadores para a generalização dos resultados, visto que embora exista uma diferença

entre a naturalidade e artificialidade entre as cenas analisadas nas pesquisas (cenas de aulas

dos próprios participantes e cenários artificiais), ambas as linhas de pesquisas relataram os

mesmos problemas.

Outro fator que merece ser analisado é a individualização do material para o

professor. Afinal, um dos princípios defendidos pela análise do comportamento para a

educação é “partir do que o aluno já sabe”. Será que as pesquisas analisadas levaram isso

em consideração e trataram esse professor como um aluno? Houve um planejamento por

parte das pesquisas para instalar e manter o comportamento do professor após a

participação do mesmo na pesquisa? Considerando que o comportamento-alvo das

pesquisas era verbal, e que mudanças no repertório verbal sem mudanças de contingências

não produzem necessariamente alterações no não verbal, que procedimento foi planejado

para produzir mudanças no não verbal? E, finalmente, considerando-se que existe uma

ampla literatura em análise funcional, que discute o planejamento de intervenções baseadas

na resposta, no antecedente e na consequência, com suas respectivas metodologias,

5 Daqui em diante, denominados simplesmente de propostas da análise do comportamento ou, mesmo,

propostas.

- 27 -

discutindo as vantagens e desvantagens de cada estratégia, torna-se fundamental investigar

quais variáveis foram focadas em cada uma das pesquisas no ensino da análise funcional e

as consequências dessa prática para a generalização.

Acredita-se que a análise das estratégias adotadas nas pesquisas em conjunto com

seus respectivos resultados pode auxiliar na identificação das regularidades e auxiliar na

produção de uma proposta de superação.

Tais questões certamente não esgotam o âmbito das análises que podem/devem ser

feitas. Elas apenas balizam para o leitor o ponto de partida das análises pensadas.

- 28 -

Método

Seleção das fontes

Para a seleção das pesquisas analisadas nesse trabalho, buscaram-se os trabalhos

produzidos pelas duas linhas de pesquisa identificadas. O levantamento e a seleção dos

trabalhos foram feitos por meio de:

1. Consulta ao currículum Lattes dos orientadores das linhas de pesquisa.

2. Levantamento bibliográfico e seleção dos trabalhos por meio de consulta ao website

das bibliotecas das universidades que possuíssem as linhas de pesquisa de interesse.

Material selecionado

Foram analisadas 7 dissertações de mestrado e 1 tese de doutorado, listadas a

seguir:

Almeida, C. P. (2009). Ensinando professoras a analisar o comportamento do aluno:

análise e interpretação de dados como parte de uma análise de contingências.

Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Cerqueira, D. M. O. (2009). Avaliação dos efeitos de um programa para ensinar

professores a conduzir uma etapa de análise de contingências: o levantamento da

provável função do comportamento. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, São Paulo.

- 29 -

Fonseca, A. P. A. (2008). Recursos interpretativos funcionais como subsídio metodológico

na formação continuada de professores de língua portuguesa das séries iniciais.

Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Bauru.

Gomes, P. C. (2010). Ensino e aprendizagem de avaliação funcional descritiva na atuação

profissional de professores de ciências no ensino fundamental. Tese, Universidade

Estadual Paulista, Bauru.

Leite, F. V. S. (2010). Treinamento de professores: ensino da identificação da provável

função como parte de uma análise de contingências. Dissertação de Mestrado,

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Oliveira, J. (2010) Subsídios metodológicos para o desenvolvimento de repertórios de

interpretação funcional para uma professora das séries iniciais. Dissertação de

Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Bauru.

Sparvoli, D. A. P. (2008). Recurso interpretativo funcional como saber docente no ensino

de conteúdos curriculares de matemática. Dissertação de Mestrado, Universidade

Estadual Paulista, Bauru.

Tavares, M. (2009). Treinamento de professores para a realização de uma parte da

análise de contingências: identificação da provável função do comportamento.

Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

- 30 -

Foi feito também um levantamento de material bibliográfico em análise do

comportamento contendo propostas e procedimentos preconizados para o ensino efetivo,

com o objetivo de empregá-lo como referência para a análise das fontes selecionadas.

O ponto de partida desse trabalho foi a leitura e codificação do livro Tecnologia do

Ensino (Skinner, 1972). Para isso, iniciou-se com a leitura do índice remissivo do livro e,

em seguida, com a leitura das páginas às quais o índice remete o leitor. A partir daí, foi

feita uma lista de tópicos sobre procedimentos de ensino e questões relativas ao ensino

efetivo. O segundo texto analisado foi “Análise de contingências no aprender e no

ensinar.”, de Maria Amélia Matos (Matos, 1992), cuja leitura foi orientada pelo mesmo

procedimento acima descrito.

Procedeu-se a uma consulta a duas fontes: Luna (2002) e as fontes citadas pelas

teses e dissertações selecionadas. A lista total de fontes de referência ficou assim

composta:

Luna, S. V. (2002) Contribuições de Skinner para a educação. In V. M. N. Placo, (Org.)

Psicologia e educação: revendo contribuições. São Paulo: EDUC.

Matos, M. A. (1992) Análise de contingências no aprender e no ensinar. In E. S. de

Alencar (Ed). Novas contribuições da psicologia aos processos de ensino e

aprendizagem. São Paulo: Cortez.

Skinner, B.F. (1972). Tecnologia de ensino. São Paulo: EPU. (Original work published

1968)

Zanotto, M. L. B. (2000). Formação de professores: a contribuição da análise do

comportamento. São Paulo: EDUC.

- 31 -

Durante a leitura desse material procedeu-se de maneira idêntica: o texto era lido,

registrando-se o que era proposto para o ensino considerado eficiente e que tópico ele

compunha. Em seguida, esses tópicos foram organizados em uma sequência que

preconizava o planejamento e a condução do ensino. A sequência final é listada a seguir6:

Planejamento

Formulação clara dos objetivos

Pré- requisitos

Avaliação do repertório prévio

Distribuição dos passos de acordo com as possibilidades dos alunos (avanço

em pequenos passos)

Designação dos recursos necessários e preparação do material.

Condução dos procedimentos de ensino

Respeito ao ritmo dos alunos

Promoção do responder constante

Providência de atividades de ensino

Consequenciação constante

6 Deve ser registrado que quando a sequência de tópicos, apresentada a seguir, foi elaborada, a pesquisadora

já havia lido todos os trabalhos selecionados. Consequentemente, a lista final de tópicos foi adaptada às

condições de ensino presentes nas diferentes pesquisas. Assim sendo, não se trata de uma lista exaustiva de

condições de ensino propugnadas pela Análise do Comportamento para o ensino em geral.

- 32 -

Oportunidade de revisão

Organização das informações coletadas

As informações contidas nas dissertações e teses selecionadas foram organizadas da

seguinte maneira:

Tabela confeccionada no Microsoft Excel contendo as informações pertinentes a cada

tópico listado a seguir:

Identificação do trabalho

Objetivo do estudo

Método do estudo:

o Forma de registro das informações

o Fases/etapas

o Consequências previstas e empregadas

o Procedimento específico (caso o trabalho contivesse diferentes

estudos/etapas)

Participantes

o Número de participantes

o Informações sobre o Participante

Resultados:

- 33 -

o Atribuição de causalidade do comportamento do aluno-alvo antes da

exposição ao procedimento da pesquisa.

o Elementos contidos na análise de uma aula pelo professor antes da

exposição ao procedimento de análise funcional

o Elementos contidos na análise funcional pós-procedimento

o Teste de generalização

Existência

Procedimento adotado

Resultados da generalização

Síntese das dificuldades relatadas.

Em seguida, foi elaborada uma pasta no Excel em que cada planilha era nomeada

com as propostas da análise do comportamento para um ensino considerado eficiente.

Exemplo: a pasta “Planejamento” continha as seguintes planilhas - formulação clara dos

objetivos, pré-requisitos, avaliação do repertório prévio etc. A pasta “Condução do ensino”

continha as seguintes planilhas - respeito ao ritmo dos alunos, promoção do responder

constante, providências de atividades de ensino etc.

Em cada planilha eram digitadas as informações pertinentes a cada tópico ou a

simples informação de que o tópico não fora contemplado no trabalho.

- 34 -

Procedimentos de análise das informações

A partir deste ponto, a segunda planilha foi relida, procurando-se identificar se e em

que medida as propostas da análise do comportamento para um ensino eficiente eram

atendidas ou não.

A forma escolhida para análise das pesquisas selecionadas partiu da identificação

dos principais princípios/propostas/conceitos da análise do comportamento para o

planejamento e condução do ensino e procurou verificar quais estiveram presentes nos

procedimentos das pesquisas. Essa forma de análise se justifica pelo fato de que, se o

objetivo das pesquisas analisadas era o de ensinar repertórios de análise funcional para

professores, nada mais adequado do que, na medida do possível, tratar esses professores-

participantes como alunos e utilizar com eles as mesmas práticas preconizadas pela análise

do comportamento para o ensino de nossos alunos. A expressão “na medida do possível”

pretende fazer justiça aos pesquisadores cujos trabalhos foram analisados, na medida em

que estes foram conduzidos sob a forma do que se denomina de “capacitação em serviço”,

o que obrigou ao atendimento de demandas de duas esferas distintas: a científica, que exige

o maior controle experimental das variáveis, e a profissional (composta pela população

atendida e seu entorno) que costuma esperar resultados rápidos e aplicação fácil e imediata.

- 35 -

Resultados

Será apresentada, de início, uma breve descrição do que foi

identificado/selecionado como propostas da análise do comportamento para o ensino. Em

seguida, é apresentada a análise de se e como as pesquisas aqui analisadas se valeram

delas.

Planejamento

“Há certas questões que precisam ser respondidas no início do

estudo de qualquer novo organismo. Que comportamento deve ser

estabelecido? Que reforçadores estão à disposição? Com que

respostas é possível contar para iniciar um programa de

aproximações sucessivas, que levará à forma final do

comportamento? Como podem ser esquematizados com mais

eficiência os reforços para manter o comportamento fortalecido?

Todas essas questões são relevantes quando se considera o

problema da criança nos primeiros anos de escola.” (Skinner,

1972)

Falar em planejamento de ensino significa ter um conhecimento mínimo sobre o

que se quer ensinar, para quem e sobre o ambiente em que o processo ocorrerá de forma a

minimizar possíveis problemas e maximizar as oportunidades de aprendizado. Seguindo os

- 36 -

objetivos desse trabalho, será analisado, inicialmente, das pesquisas aqui estudadas, o

planejamento das situações de ensino.

Formulação clara dos objetivos

Segundo Matos (1992), para que os objetivos educacionais sejam úteis, eles devem

ser expressos em termos do comportamento que os alunos devem apresentar do começo ao

fim da aprendizagem e dos comportamentos que o professor deve analisar para avaliar se a

aprendizagem ocorreu. Da mesma forma, é essa especificação dos comportamentos a

serem instalados nos alunos que deve servir de base para a seleção de meios instrucionais

para a consecução dos objetivos.

No presente contexto, existem dois âmbitos de análise da clareza dos objetivos: o

da formulação do problema de pesquisa e o da descrição dos comportamentos que se

espera que os participantes sejam capazes de executar após a exposição aos procedimentos.

Essa questão precisa ser ressaltada porque os autores – em uma situação de defesa do título

– poderiam estar sob um duplo controle: o dos sujeitos da pesquisa e o da banca, na

redação dos textos. A análise realizada nesse trabalho priorizou clareza em termos da

formulação e descrição detalhada dos comportamentos que se esperava que os

participantes fossem capazes de realizar após a exposição ao procedimento

Conforme será detalhado adiante, todas as pesquisas tiveram um objetivo comum:

ensinar professores a fazer análise [ou parte de] funcional.

A habilidade de realizar análises funcionais é altamente complexa. Ela envolve o

entendimento inicial do que seja uma relação de contingência (ou de dependência), a

diferenciação entre contingência e contigüidade (pois não necessariamente um evento

- 37 -

contíguo a alguma coisa é contingente a ela), a compreensão e a identificação das

condições antecedentes a um comportamento, do próprio comportamento, da consequência

que mantém o comportamento (e não de um constructo mental ou situacionalmente

próximo no tempo a um comportamento), da frequência e da função do comportamento.

Almeida (2009), Cerqueira (2009) e Leite (2010) tiveram como objetivo comum

avaliar a eficácia de um treino para ensinar professores a realizar parte de uma análise

funcional, no caso, identificar a função do comportamento. Tavares (2009) se propôs a

ensinar professores a identificar a função do comportamento e as mudanças que ocorrem

na frequência dos mesmos7. Segundo as autoras, a identificação da provável função do

comportamento é um dos conteúdos que compõem a realização de uma análise de

contingências que, como visto anteriormente, compreende: identificar o comportamento de

interesse, identificar e descrever o efeito comportamental, identificar as relações entre

variáveis ambientais e o comportamento de interesse, fazer predições sobre os efeitos da

manipulação nessas relações e testar as predições. Cabe destacar que nesse grupo, ao

descrever os objetivos das pesquisas, as autoras já descreveram os objetivos

comportamentais esperados para seus participantes.

O objetivo desse grupo de pesquisas foi claro, tendo-se definido exatamente qual o

comportamento esperado dos participantes ao fim das pesquisas: identificar a função do

comportamento em uma “cena” que consistia de uma interação entre professor e aluno.

Antes de prosseguir, considera-se necessário registrar que, no caso destas

pesquisas, havia uma clara delimitação que se estendia da situação de ensino (apresentava-

se sempre um filme ou um cena de quadrinho contendo interação professor-aluno) até a

situação de avaliação: em todas as situações, o comportamento do professor (aluno)

7 Almeida (2009, p. 22), Cerqueira (2009, p. 20) e Leite (2010, p. 20) e Tavares (2009, p. 20)

- 38 -

consistia em identificar a função do comportamento: ou de demanda (reforçamento

negativo, fuga da tarefa) ou de atenção (reforçamento positivo). Deste ponto de vista, havia

um considerável controle por parte das pesquisadoras, já que havia pouca chance de

variabilidade, tanto nas situações de ensino/avaliação, quanto nas respostas a serem

apresentadas. Talvez seja melhor dizer que o âmbito da a variabilidade possível estava

delimitado.

Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) declararam ter

como objetivos8 verificar se os procedimentos planejados seriam eficazes para que os

participantes realizassem análises funcionais de práticas docentes, isto é, se os

participantes seriam capazes de analisar funcionalmente suas interações com os alunos

enfatizando, em particular, os efeitos das consequências de seus comportamentos sobre a

aprendizagem dos alunos. Um outro objetivo era avaliar se tais procedimentos poderiam

constituir recursos pedagógicos que auxiliassem os professores no planejamento, execução

e avaliação de situações de ensino, que seriam, comportamentalmente falando, repertórios

de preparação de materiais, providência de atividades de ensino, consequenciação das

respostas dos alunos. Tais objetivos podem ser divididos em duas categorias: a modelagem

de repertórios verbais realizada diretamente durante os procedimentos, e a alteração dos

comportamentos dos participantes em sala de aula. Por exemplo, preparação de material,

disposição dos alunos durante as atividades, entre outros.

Conforme pode ser notado, nos estudos do grupo de Bauru, cabia ao pesquisador ir

modelando o comportamento verbal do professor e, com isso, aumentando sua

discriminação sobre o que ocorria durante as filmagens. Tais circunstâncias tornam mais

difíceis encontrar, neste grupo de trabalhos, diferentemente do que ocorre em relação ao

8 Cf. Fonseca (2008, p 32), Gomes (2010, p.125, 136) e Oliveira (2010, p.60, 61) e Sparvoli (2008, p. 40, 41,

42)

- 39 -

primeiro grupo de pesquisas, um detalhamento dos comportamentos a serem emitidos

durante o treino / avaliação.

Pré- requisitos

Pré-requisitos são comportamentos que o aprendiz deve ser capaz de emitir antes de

um comportamento mais elaborado ser instalado, ou conteúdos que o aprendiz deve

conhecer antes de aprender outro conteúdo; ou seja, são componentes comportamentais ou

curriculares prévios ao estabelecimento de determinados objetivos.

Todas as pesquisas analisadas utilizaram como critério para seleção dos

participantes que os mesmo não tivessem nenhum conhecimento sobre os pré-requisitos

para a realização de análises funcionais. Isso implica 1. a decisão de ensinar tais

comportamentos ao longo da pesquisa ou 2. a assunção de que eles não são, de fato, pré-

requisitos para a realização de análises funcionais.

Os procedimentos de ensino adotados pelas pesquisas permitem afirmar que os

pesquisadores optaram pela primeira opção: ensinar repertórios pré-requisitos ao longo das

pesquisas. Almeida (2009), Cerqueira (2009); Leite (2010) e Tavares (2009) adotaram um

procedimento de ensino de identificação do que seja comportamento, antecedente,

consequência e de frequência do comportamento, o que indica que devem ter considerado

tais elementos como pré-requisitos para a identificação da função do comportamento

A este respeito, cabe um comentário importante. Almeida (2009), Cerqueira (2009)

e Tavares (2009) também haviam se proposto a avaliar se a apresentação de forma

planejada e estruturada de alguns conhecimentos básicos de análise do comportamento (O

que é comportamento, ambiente comportamento operante, comportamento Aberto X

- 40 -

comportamento encoberto, contingência de três termos: as relações entre antecedentes,

resposta e consequências, contingência de reforço, reforço positivo, reforço negativo,

reforçamento intermitente, extinção, análise funcional), de fato podiam ser considerados

como pré-requisitos para elaboração de análises funcionais. Durante a discussão, as três

pesquisadoras concluíram que o ensino daqueles conceitos não havia feito diferença nos

resultados. Por sua vez, Leite (2010) não ensinou os conceitos e afirmou ter obtido

resultados semelhantes aos das três pesquisas que incluíram uma fase de ensino dos

conceitos.

Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não fizeram

indicação de ensino de comportamentos considerados prérequisitos. Em outras palavras, os

comportamentos considerados necessários para a elaboração de análises funcionais foram

sendo modelados ao longo da pesquisa.

Avaliação do repertório prévio

Avaliar os conhecimentos prévios dos alunos consiste em identificar quais os

conteúdos o aprendiz já domina. Somente após essa etapa, é possível decidir que

comportamentos devem ser ensinados ou adequar o conteúdo ou o material ao repertório

de cada aluno. Uma avaliação cuidadosa pode minimizar a ocorrência de erros durante

todo o processo instrucional.

Segundo Zanotto (2000), falar em conhecer cada aluno e suas diferenças significa

identificar os comportamentos disponíveis em seus repertórios que devem ser ponto de

partida para o ensino de novos comportamentos. Criar possibilidades de que o aluno

execute um comportamento que já consegue emitir e que possui uma alta probabilidade de

- 41 -

ser reforçado, permite ao professor planejar situações que maximizem as oportunidades de

aprendizado.

As pesquisas analisadas utilizaram basicamente dois procedimentos para verificar

qual o repertorio prévio dos participantes. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010)

e Tavares (2009) realizaram uma fase de linha de base na qual os participantes eram

submetidos a situações semelhantes às que seriam utilizadas para o treinamento

(apresentação de filme ou cena de quadrinhos seguidas de questões), enquanto Fonseca

(2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) realizaram entrevistas iniciais nas

quais os participantes contavam sobre sua formação, experiência profissional, tempo de

estudo, dificuldades com os alunos e com o conteúdo e principalmente a que eles atribuíam

à causa do comportamento e do aprendizado de seus alunos.

Deve-se levar em consideração que se está lidando com pesquisas de mestrado e

doutorado, e que esse tipo de trabalho fica sob controle de uma série de variáveis que

limitam o número de intervenções no tempo disponível e modificações que podem ser

feitas durante o processo. Numa situação natural, o professor poderia utilizar os dados

obtidos pela avaliação prévia para planejar o procedimento de ensino. O professor também

poderia, a partir dos erros cometidos por um aluno, rever todo o seu procedimento,

acrescentando passos ou modificando o material de acordo com os erros cometidos por

eles.

Em uma situação de pesquisa, com controle experimental de grupo, o pesquisador

monta um procedimento experimental e procura controlar o maior número de variáveis de

forma a poder afirmar que os resultados obtidos foram produto do seu delineamento

experimental. Por outro lado, se o delineamento adotado é o de sujeito como seu próprio

- 42 -

controle, é possível a introdução de modificações de procedimento atendendo às

peculiaridades do desempenho do sujeito.

Embora todas as pesquisas tenham analisado o desempenho de cada sujeito ao

longo da pesquisa, em nenhum caso foi possível identificar alterações de procedimento

produzidas como forma de adaptá-lo a peculiaridades do sujeito. Apesar da diferença de

detalhamento entre os procedimentos adotados para identificar os conhecimentos prévios

dos participantes, nenhuma das pesquisas relatou ter utilizado qualquer uma dessas

informações para adequar os procedimentos de treino ao repertorio de entrada dos

participantes. Em outras palavras, todas as informações coletadas pareceram servir apenas

para comparar a evolução dos participantes medindo o antes e o depois dos participantes,

para comprovar ou não a eficácia dos respectivos treinos. Ou seja, tratava-se mais de

delineamentos de pesquisa do que procedimentos de ensino propriamente ditos

Distribuição dos passos de acordo com as possibilidades dos alunos

A partir da avaliação prévia dos conhecimentos do aprendiz e dos pré-requisitos

que ele já domina, é possível estruturar o material que será utilizado na situação de ensino,

distribuindo-o em passos ou etapas que respeitem o ritmo do participante, isto é,

estabelecer pequenos passos e só avançar com a confiança de que o aluno domina os

passos anteriores. Esse item é fundamental, pois se o ritmo for inadequado, as chances de

erro aumentam e o aluno pode ter seu comportamento punido, e um dos efeitos da punição

é a diminuição das taxas de resposta.

- 43 -

Segundo Skinner (1972), os pequenos passos são necessários para manter o aluno

ao alcance do reforçamento, sendo que os passos devem ser arranjados de tal modo que o

aluno esteja sempre preparado adequadamente para cada um no momento que os alcança.

Comportamentos muito complexos podem ser conseguidos por meio de estágios

sucessivos do processo de modelagem. Segundo Skinner (1972), ao selecionar as respostas

que serão reforçadas, deve-se planejar um programa de contingências, no qual, a cada

estagio, serão reforçadas as respostas que possibilitem a passagem a um estagio posterior

com exigências gradualmente maiores.

As pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008)

utilizaram um procedimento em que, após a apresentação de um modelo de análise

funcional pelo pesquisador, o mesmo solicitava que o participante realizasse uma análise

funcional de trechos das aulas gravadas, isto é, a tarefa completa era solicitada do

participante.

As pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)

dividiram a tarefa em passos, utilizando um procedimento de retirada gradual de

informações no qual, inicialmente, foram apresentados às participantes todos os modelos

de registros e de respostas às questões, sendo que a cada passo um item desses modelos era

retirado.

A verificação de que o número e o tamanho dos passos foi adequado pode ser

aferida pelo número de erros e em que procedimento eles ocorreram. Em seus

procedimentos, Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008)

realizaram uma sequência de etapas, nas quais o comportamento esperado era construído

gradualmente, o que por sua vez não permitiram aferir se o tamanho dos passos estava

adequado.

- 44 -

Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) puderam em seus

resultados analisar a quantidade de erros e em qual fase do procedimento e condição eles

ocorreram, demonstrando preocupação com os respeito a esse principio.

Designação dos recursos a serem empregados no ensino dos comportamentos-alvo e

preparação do material

Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) utilizaram como

recursos em comum:

Roteiro de entrevista inicial, que foi elaborado para se obter informações

sobre os comportamentos considerados inadequados pelas participantes em

relação ao aluno-alvo apontado por cada uma delas,

Cenários que seriam utilizados durante todas as pesquisas, apresentados

como vídeos com a interação de uma professora e um aluno, representados

por atores (alunos de pós graduação) no trabalho de Almeida (2009) e cenas

de quadrinhos com situações de interação entre professor e aluno nas

pesquisas de Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009). Esses

cenários foram desenvolvidos com base nas interações professoras-alunos

observados em sala de aula,

Folhas de registro de respostas dos sujeitos em cada um dos cenários

contendo cinco perguntas,

Folhas com o gabarito das respostas às questões,

- 45 -

Cronômetro para registrar o tempo de observação e de duração de cada

etapa do procedimento,

Gravador de som para registrar a entrevista realizada com cada participante,

no caso da pesquisa que utilizou filmes, aparelho para exibição das cenas

E filmadora para gravação das situações.

Alem disso, Cerqueira (2009) e Almeida (2009) produziram duas apostilas

didáticas: uma com descrições breves de alguns conceitos básicos da análise do

comportamento, e outra com material impresso instrucional, para leitura pelas participantes

e consulta durante o treinamento, traduzido e adaptado do estudo de Iwata e colaboradores

(2000). As autoras prepararam uma apresentação em PowerPoint sobre os conceitos

básicos da análise do comportamento contidos na apostila didática A e um resumo do

método proposto por Iwata e colaboradores (2000) de aplicação de uma análise de

contingências, baseado na apostila didática. Tavares (2009), no inicio da fase de treino,

analisou oralmente, dois cenários: um com comportamento que tinha função “fuga de

tarefas” (reforçamento negativo) e um que tinha função de “ganho de atenção” da

professora e fez uma explicação simples sobre a contingência tríplice e o papel

selecionador das consequências. Depois, nos dois exemplos, a pesquisadora destacou a

ação da criança, a consequência obtida, a situação antecedente, o que ocorreu com a

freqüência daquele comportamento e que função ele poderia ter para aquele aluno.

Nas pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli

(2008), os equipamentos utilizados foram filmadora digital portátil, aparelhos de gravação

digital de áudio, computadores com programas para edição de vídeos, televisor e aparelho

de DVD para a compilação e análise dos dados. Foram preparados os roteiros de

entrevistas e, a partir de cenas gravadas com interações entre as professoras-participantes e

- 46 -

seus alunos selecionadas pelos pesquisadores, foram elaborados modelos de interpretações

funcionais (que eram análises funcionais realizadas pelos pesquisadores a partir das

interações entre os professores participantes e seus alunos gravados nos vídeos). Nesses

modelos de interpretações funcionais, os pesquisadores destacavam as relações de

dependência entre os comportamentos dos professores e de seus alunos e principalmente,

as consequências das práticas de ensino adotadas pelos mesmos.

É importante destacar que embora esse grupo de pesquisas se valesse do uso de

roteiros de entrevista e modelos de interpretações funcionais, o maior recurso empregado

pelos pesquisadores não pode ser mensurado enquanto material: o próprio comportamento

dos pesquisadores, realizando uma modelagem dos repertórios verbais dos participantes.

Embora não seja mensurável e não tenha sido transcrito nas pesquisas, o comportamento

dos pesquisadores consequenciando as análises realizadas pelos pesquisadores e

fornecendo modelos e dicas comportamentais podem ser consideradas recursos, pois os

pesquisadores precisaram de um treinamento prévio para modelar o comportamento de

seus participantes.

A designação dos recursos e dos materiais utilizados nas pesquisas tem o objetivo

de tornar claros os procedimentos adotados pelas mesmas e possibilitar a reprodução das

mesmas. Partindo desse ponto de vista, as pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009),

Leite (2010) e Tavares (2009) respeitaram esse item, produzindo um material de fácil

reprodução tanto para a situação de ensino como de pesquisa. As pesquisas de Fonseca

(2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) foram claras quanto à designação

dos recursos, porem, considerando que o procedimento de modelagem do comportamento

verbal adotados pelos pesquisadores não foi descrito, sua reprodução fica comprometida.

- 47 -

Condução dos procedimentos de ensino

Como deve ser lembrado, a identificação de propostas da análise do

comportamento para o ensino partiu da suposição de que planejar contingências de ensino

para o professor implica tomá-lo como aluno e, consequentemente, seguir aquilo que é

preconizado para o trabalho efetivo de ensino com estes sujeitos. A seguir, serão indicadas

as propostas da análise do comportamento para um ensino eficiente, ao mesmo tempo em

que estas serão usadas como referência para a descrição dos procedimentos empregados

pelos pesquisadores cujos produtos são aqui analisados.

Respeito ao ritmo dos alunos

Esse princípio, esta está intimamente relacionado com o principio da adoção de

pequenos passos que o aluno possa realizar sem cometer erros.

Segundo o relato de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli

(2008), as pesquisas seguiram o delineamento conforme planejado. Não houve qualquer

indicação de procedimento específico para se adequar o andamento da pesquisa ao ritmo

dos participantes. Em todos os casos, foi afirmado que era possível interromper o

procedimento a qualquer momento para tirar duvidas dos participantes, mas, efetivamente,

não se constatou planejamento específico para mudança no procedimento em decorrência

do desempenho dos participantes. A grande questão é que a descrição do procedimento

feita por esse grupo de pesquisas não faz jús à complexidade das mesmas. Os autores

durante o procedimento realizaram uma modelagem do comportamento verbal dos

participantes em que provavelmente aproximações sucessivas do repertório-alvo eram

reforçadas; porém, a descrição dos procedimentos não trás relatos sobre isso. Ele se dá pelo

- 48 -

produto final (por exemplo, apresentação de uma análise funcional) e não pelo que foi

efetivamente realizado naquela fase.

Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)

era exigido que as participantes apresentassem a resposta correta para passar para a

próxima etapa. Na fase de treino dessas pesquisas, somente a primeira resposta do

participante era registrada e, em caso de erro, ele recebia feedback e respondia novamente

até acertar a resposta ou recebia a resposta correta; porem, não foram realizados mais

treinos ou até mesmo revisão do material para nenhum dos sujeitos nos pontos em que eles

apresentavam mais dificuldades.

Como já foi afirmado na discussão da proposta referente a “pequenos passos”, a

adequação do tamanho dos passos e conseqüentemente ao ritmo do aluno pode ser aferida

pelo numero de erros e em que procedimento eles ocorreram. Fonseca (2008), Gomes

(2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não aferiram se o tamanho dos passos estava

adequado para o ritmo dos participantes. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e

Tavares (2009) analisaram a quantidade de erros e em qual fase do procedimento e

condição eles ocorreram.

Promoção do responder constante

O responder constante é importante em uma situação de ensino porque é seu

comportamento que produz consequência. Assim, quanto mais um sujeito se comporta,

mais chances ele tem de emitir uma resposta correta e de ser reforçado ou de que a resposta

mais adequada venha a ser selecionada.

- 49 -

Skinner (1972) afirma que o estudante, como qualquer organismo, precisa agir

antes que possa ser reforçado e que contingencias bem planejadas de reforçamento

manterão o aluno ocupado no trabalho, mas livre dos subprodutos do controle aversivo.

A este respeito, cabe um comentário preliminar importante. No caso das pesquisas

da PUC, a resposta esperada não era um operante livre, enquadrando-se mais no que se

denomina de “esquema de tentativas”. Ou seja, a resposta do sujeito dependia da

apresentação do cenário e só frente a ele cabia emiti-la. Desse ponto de vista, a avaliação

de um responder constante deve ser trocada pela avaliação do número de tentativas

oferecidas para o sujeito “treinar” seu responder e ser consequenciado. As pesquisas de

Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) apresentavam um certo

número de cenários (procedimento será melhor analisado no tópico referente à

consequenciação de respostas) e a cada cenário eram apresentados questionários com

perguntas que deveriam ser respondida pelos participantes.

As pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008)

exigiram o responder constante de seus participantes, pois embora passassem algumas

etapas apenas ouvindo as análises do pesquisador, eles respondiam de forma oral a uma

serie de perguntas abertas. O procedimento de modelagem do comportamento verbal

adotado por essas pesquisas (embora não detalhado) pressupõe uma grande interação entre

pesquisador e participante e, conseqüentemente, que ele se mantinha ativo.

Ambos os grupos de pesquisas exigiram um responder constante de seus

participantes: a grande diferença entre eles se dá em relação à possibilidade de uma

reprodução futura e na mensuração dos mesmo. Os procedimentos de Almeida (2009),

Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) permitem mensuração do número de

respostas dos participantes, em quais momentos elas ocorriam e dificuldades apresentadas.

- 50 -

O procedimento adotado por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli

(2008) não permite o mesmo tipo de conclusão, sendo que o responder constante foi

aferido dos relados das pesquisas, embora não tenha sido mensurado.

Atividades de ensino

Como já foi dito anteriormente, é preciso que o aluno se comporte ativamente para

que ele seja reforçado. Quanto mais oportunidades para responder forem planejadas,

maiores são as chances de que o aluno apresente uma resposta adequada e seja reforçado.

Todas as oportunidades planejadas pelo professor para que o aluno se comporte (segundo

os objetivos propostos) são atividades de ensino.

Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) planejaram um

procedimento de retirada gradual de informações em que eram apresentados uma cena e

um roteiro com cinco perguntas sobre as mesmas para que os participantes respondessem.

Almeida (2009) apresentou 14 filmes, Cerqueira (2009) apresentou 64 cenas, Leite (2010)

apresentou 36 cenas e Tavares (2009) apresentou 14 cenas. Além disso, as pesquisas de

Cerqueira (2009) e Almeida (2009) que, como dito anteriormente, realizaram o workshop

com princípios de análise do comportamento, também aplicaram uma avaliação sobre esses

conceitos.

Nas pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008)

foram preparados roteiros de entrevistas sobre os episódios com interações entre as

professoras-participantes e seus alunos, que deveriam ser respondidos oralmente pelos

participantes. Foi-lhes solicitado que, após assistir aos episódios, um por vez e, ao final de

cada um deles, elaborassem uma interpretação funcional, oralmente e com gravação em

- 51 -

áudio, baseada nas avaliações funcionais descritivas previamente fornecidas pelo

pesquisador para cada episódio. Antes de iniciar as atividades, os pesquisadores

informavam às participantes que deveriam relacionar suas estratégias de ensino, os

objetivos de ensino pretendidos e as interações professora-aluno registradas nos episódios.

Ainda que isso não seja explicitado nos relatórios, ao que tudo indica, as perguntas feitas

aos professores-participantes nos questionários tinham o objetivo de colocá-los sob

controle dos princípios da análise do comportamento para a educação sem que fosse

necessário instruí-los a respeito.

Ambos os grupos de pesquisas planejaram atividades de ensino, sendo que Almeida

(2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) permitem mensuração de sua

adequação e de seus resultados, já que as autoras puderam identificar em quais cenários

ocorriam erros. Os materiais utilizados por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010)

e Sparvoli (2008) nem o relato de seus resultados não permitem o mesmo tipo de análise.

Consequenciação constante

Um item que merece especial atenção na análise dos procedimentos planejados nas

pesquisas são as consequências fornecidas para os comportamentos-alvo. As características

das consequências utilizadas, tais como tipo (apetitivo ou aversivo), magnitude, natural ou

arbitrário, proximidade temporal do comportamento que supostamente ele reforça, têm

relação com o seu poder de manter ou não o comportamento ocorrendo. Nesse ponto, as

características mais importantes que devem ser respeitadas é a relação de contingência e a

consistência com que a contingência é aplicada.

- 52 -

Skinner (1972) afirma que para fazer que os reforçadores sejam postos numa

relação contingente com o comportamento desejado de forma que seja possível adquirir

competência em qualquer campo, é preciso que a tarefa seja subdividida em grande

número de pequenos passos e que o reforço dependa da realização de cada passo.

Segundo Zanotto (2000), para que as contingencias educacionais sejam

adequadamente arranjadas “(...) é necessário que o professor identifique dentre os vários

reforçadores existentes na escola, aqueles acessíveis ao seu controle e manipulação e

disponíveis aos seus alunos pelo arranjo de contingencias” (pg. 71).

O relato das pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e

Sparvoli (2008) não permite localizar informação que indique planejamento de qualquer

tipo de consequência especial para o comportamento-alvo. Nas etapas em que os

professores faziam as análises, não houve feedback imediato para os participantes. Os

pesquisadores apenas ouviam as análises realizadas pelas professoras, pedindo maiores

esclarecimentos, quando era o caso. Na etapa seguinte, os pesquisadores apresentavam

suas análises sobre os mesmos episódios exibidos no encontro anterior, fornecendo um

modelo de interpretação funcional descritiva às professoras. Novamente é preciso lembrar

que o procedimento utilizado por esse grupo de pesquisas foi de modelagem do

comportamento verbal, o que leva a conclusão que provavelmente o pesquisador estava o

tempo todo reforçando as respostas dos participantes. Infelizmente, o relato das pesquisas

não descreve detalhadamente o procedimento dos pesquisadores. De qualquer forma, isso

não é claro nos relatos e, na verdade, um deles chega a admitir que tal fato pode ter sido

uma das falhas da pesquisa dele (Oliveira, 2010)

No inicio das pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e

Sparvoli (2008), os pesquisadores pediram que os participantes escolhessem alguns alunos

- 53 -

que apresentassem dificuldades de aprendizagem ou de comportamento. O objetivo

alegado para esse procedimento era servir de incentivo para a participação na pesquisa,

além da função de ter um aluno-alvo para que se pudesse observar o comportamento do

professor em relação a ele. De fato, esse procedimento de escolher um aluno pode ter sido

um motivador, mas não poderia funcionar como um reforçador para a tarefa esperada do

participante - realizar análises funcionas - pois o que mantém o comportamento é a

consequência que a segue, e não um evento futuro muito distante temporalmente.

Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009),

nas fases de pré-teste e de pós-teste, as pesquisadoras não ofereceram feedback para as

respostas dos participantes. Na fase de treino, todas forneceram feedback, diferindo apenas

em casos de erro: Almeida (2009) oferecia modelo da resposta correta presente no gabarito

e solicitava que os participantes corrigissem a resposta; Cerqueira (2009) apresentava um

novo cenário contendo a mesma condição e repetia as perguntas e Leite (2010) e Tavares

(2009) liam o cenário novamente em voz alta e refaziam as perguntas, até que os

participantes acertassem a resposta.

Os relatos de ambos os grupos de pesquisas não descrevem os reforçadores

planejados e utilizados para reforçar os acertos de seus participantes. Fonseca (2008),

Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não relataram como procederam na

consequenciação dos acertos e dos erros. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e

Tavares (2009) descrevem que oferecem feedback e seus procedimentos nos casos de erro.

- 54 -

Oportunidade de revisão

Como foi dito anteriormente, nas pesquisas de Fonseca (2008); Gomes (2010);

Oliveira (2010) e Sparvoli (2008), as etapas em que os participantes realizavam uma

análise funcional eram seguidas por um modelo de análise das mesmas cenas realizadas

pelos pesquisadores, de modo que a correção vinha pronta; o participante não tinha chance

de responder novamente até apresentar a resposta correta.

Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009),

em caso de erro as pesquisadoras forneciam feedback para as respostas dos participantes,

porém, os procedimentos de correção diferiram. Almeida solicitava que os participantes

corrigissem sua resposta, não dando chance para que eles continuassem respondendo até

apresentar a resposta correta. Cerqueira (2009) discutia as respostas erradas com a

participante e apresentava um novo cenário, contendo a mesma condição do anterior e

Tavares (2009) e Leite (2010) forneciam feedback sobre as respostas dadas apontando e

justificando os acertos e erros, liam os cenários novamente em voz alta e refaziam as

perguntas até que os participante acertassem a resposta, sempre tendo feedback.

- 55 -

Discussão

Como dito anteriormente, os trabalhos analisados enfrentaram o desafio de

atender às expectativas de duas comunidades: de um lado, as da comunidade cientifica,

que exige clareza nos métodos e procedimentos, que tem as variáveis muito bem

definidas; de outro lado, a dos prestadores de serviço, a comunidade que realiza as

intervenções. Se, no contexto científico, um resultado inicialmente desfavorável pode

trazer avanços (descartando hipóteses, por exemplo), no ambiente da intervenção pode

gerar um descarte de uma proposta.

Devido à coexistência desses objetivos e expectativas dessas duas comunidades,

as análises dos resultados das pesquisas devem ser avaliadas sob dois prismas: o da

pesquisa e da intervenção.

Ambos os grupos de pesquisa se propuseram a ensinar professores a fazer (parte

de) análises funcionais e realizaram testes de generalização após seus procedimentos.

Nos resultados de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares

(2009), as pesquisadoras afirmam que os procedimentos planejados foram eficazes para

ensinar os professores a realizar parte de análises funcionais, no caso identificar a função

dos comportamentos. Em relação à generalização (com exceção de Almeida, 2009, que não

realizou o procedimento), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) verificaram que

o ensino de realização de análises funcionais foi parcialmente eficaz para auxiliar os

professores participantes a propor intervenções. Afirma-se que foi parcialmente eficaz

porque, embora a maioria das participantes tenha identificado a função do comportamento

de seus alunos, nem todas conseguiram propor uma intervenção para os mesmos.

- 56 -

Na pesquisa de Cerqueira (2009), as três participantes identificaram a função do

comportamento, porém apenas uma participante propôs uma intervenção adequada (dar

extinção a um comportamento mantido pela atenção da professora). Das participantes da

pesquisa de Leite (2010), todas identificaram a função do comportamento, sendo que duas

propuseram intervenções adequadas (dar extinção a um comportamento mantido pela

atenção da professora e bloqueio de esquiva para a fuga de tarefas). Tavares (2009) obteve

resultados semelhantes aos de Cerqueira (2009), em que as três participantes identificaram

a função do comportamento, porém apenas uma participante propôs uma intervenção

adequada.

Em seus resultados, Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli

(2008) identificaram que o procedimento foi parcialmente efetivo para ensinar professores

a realizar análises funcionais.

Fonseca (2008) realizou dois estudos. No primeiro, os participantes não

estabeleceram relação de funcionalidade entre suas práticas de ensino e os comportamento

de seus alunos; no segundo estudo, após algumas alterações no método, os dois

participantes estabeleceram relações em algumas das cenas selecionadas. Dos participantes

do estudo 1, apenas um foi submetido à etapa de generalização, apresentando mudanças

em suas práticas em sala de aula. Os dois participantes do estudo 2 apresentaram algumas

mudanças em suas aulas.

Em Gomes (2010), relata-se que, após o término das intervenções, os participantes

não estabeleceram relações de funcionalidade entre suas práticas de ensino e o

comportamento de seus alunos, porém o autor afirma que ocorreram “mudanças

consistentes” (sic) nos desempenhos dos professores ao ministrarem as aulas. Segundo o

autor, as mudanças observadas se mostraram independentes da aquisição dos repertórios de

- 57 -

realização de análises funcionas, isto é, embora tenham ocorrido mudanças em suas aulas,

nada indica que as mesmas foram consequência das análises funcionais, nem que

ocorreram porque os professores ficaram sob o controle do comportamento de seus alunos.

Oliveira (2010) observou em seus resultados que os relatos verbais da participante

sobre os episódios analisados salientaram não apenas a reincidência de características

registradas nas análises funcionais anteriores ao procedimento, como também na situação

de generalização visto que a participante manteve as mesmas práticas de ensino.

Na pesquisa de Sparvoli (2008), os dois participantes foram hábeis na elaboração

de análises funcionais após a exposição ao procedimento, sendo que uma das participantes

obteve bons resultados na generalização mudando suas práticas (consequeciando o

comportamento dos alunos de forma contingente, ampliando o número de estratégias de

ensino e eliminando comportamentos concorrentes) e outra participante não apresentou

mudanças.

Os resultados apresentados por ambas as linhas de pesquisa devem ser consideradas

com parcimônia e qualquer comparação direta entre elas seria injusta, embora se tenha

realizado aqui um confronto ente elas no que se refere às propostas da análise do

comportamento. No grupo da PUC, os participantes deveriam identificar a função do

comportamento entre duas contingências possíveis: demanda e atenção. No grupo de

Bauru, os participantes deveriam realizar análises funcionais de situações de

ensino/aprendizagem ocorridas em sala de aula. Além disso, os participantes da PUC

respondiam sobre a função do comportamento em uma cena, quer dizer respondiam a

apenas uma pergunta, enquanto os participantes de Bauru analisavam várias cenas de uma

unidade didática. É importante destacar, que ambos os conjuntos de pesquisa divergem

dos estudos de Iwatta (2000), Moore e colaboradores (2002) e Wallace e colaboradores

- 58 -

(2004), pois a variável crítica a ser ensinada foi o momento da liberação das consequências

aos comportamentos-alvo, ou seja, de modo contingente às suas ocorrências.

Numa comparação inicial entre ambas, aparentemente os resultados do grupo da

PUC no “ensino de análise funcional” foram melhores, pois o número de participantes que,

segundo o relato, conseguiram realizar a tarefa com sucesso foi proporcionalmente maior;

já em relação à generalização, os relatos indicam que o grupo de Bauru obteve melhores

resultados.

Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009), propuseram um

delineamento experimental que respeitava as metodologias de um trabalho cientifico,

definindo o comportamento esperado de suas participantes após a exposição ao

procedimento, planejando as situações de treino, delimitando a situação de avaliação e

descrevendo detalhadamente as fases e procedimentos adotados em cada uma delas de

forma a permitir sua reprodução. Esse controle experimental permite afirmar que os

resultados obtidos são decorrentes dos procedimentos planejados pelas mesmas.

Nas pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli

(2008), embora os pesquisadores tenham descrito seu procedimento, essa descrição foi

parcial. Grande parte do que foi executado pelos pesquisadores - no caso, a modelagem do

comportamento verbal - não foi descrita. Embora seja provável que os pesquisadores

soubessem quais comportamentos esperavam de seus participantes e o que deveriam fazer

para atingir seus objetivos, a falta de descrição dificulta a sua reprodução e principalmente

inviabiliza a avaliação dos procedimentos e a identificação dos componentes ativos dos

mesmos.

Em relação às propostas da análise do comportamento para a educação, como

discutido nos resultados, Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)

- 59 -

descreveram objetivos comportamentais, realizaram uma avaliação prévia dos

participantes, planejaram pequenos passos, promoveram o responder constante,

produziram um material de fácil reprodução tanto para a situação de ensino como de

pesquisa, porém, embora elas fornecessem feedback, não descrevem quais exatamente

eram os reforçadores planejados e utilizados para reforçar os acertos de seus participantes.

Em Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008), a falta de

descrição dos procedimentos impossibilitou aferir o segmento de várias propostas como:

objetivos claros, pequenos passos, responder constante, respeito ao ritmo, consequências

previstas e empregadas, oportunidade de revisão. O único princípio descrito de forma

completa e explícita foi a avaliação prévia dos participantes.

Nota-se que as pesquisas seguiram algumas propostas e ignoraram outras, fato que

pode ter impactado nos resultados e na generalização.

Os resultados de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)

no treino da análise funcional podem ser em parte, consequência do cuidadoso controle

experimental proposto pelas pesquisadoras e pela adoção de objetivos comportamentais,

planejamento de pequenos passos, promoção do responder constante e produção do

material de ensino. O fato de poucos participantes terem obtido bons resultados na

generalização pode ser consequência da falta de planejamento da mesma e da limitação das

situações treinadas, que não abarcam toda a complexidade enfrentada pelo professor em

sala de aula.

O não seguimento (ou a não descrição metodológica) dos princípios da análise do

comportamento para a educação podem ter impactado negativamente os resultados das

pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008). A não

definição dos comportamentos esperados dos participantes após os procedimentos é um

- 60 -

complicador para a avaliação dos mesmos. Outro passo que pode ter complicado os

resultados foi a falta de programação das consequências contingentes à apresentação dos

comportamentos esperados. Em relação aos bons resultados obtidos por esse grupo em

relação à generalização, a utilização no treino de cenas gravadas das próprias participantes

pode ter sido um facilitador por dois motivos: primeiro por diminuir o distanciamento entre

as condições planejadas para os experimentos e os contextos naturais em que tais

comportamentos ocorreram, e segundo, nas cenas gravadas em sala de aula havia uma

grande variedade de situações possíveis, de forma a ampliar o número de condições

treinadas.

A grande pergunta em pesquisas que trabalham na interface entre a comunidade

científica e de aplicadores é de quem se beneficia do que. A comunidade científica se

beneficia da comprovação ou refutação de uma proposta (ou questão), a aplicação se

beneficia do desenvolvimento de tecnologias e/ou da capacitação de pessoal.

Para atender às necessidades da comunidade dos prestadores de serviço é

importante ir além dos resultados. No caso das pesquisas aqui analisadas, é preciso discutir

a generalização, pois é ela que vai dizer se os procedimentos foram eficazes para a

capacitação dos participantes.

Durante muito tempo, acreditou-se que a generalização fosse um fenômeno passivo,

como se ela fosse uma consequência natural da realização de um procedimento, situação na

qual, embora ela fosse desejável, sua ausência não seria problemática. Felizmente, a

generalização é uma resposta operante e como tal, pode ser programada e reforçada. Um

planejamento da generalização beneficiaria tanto a pesquisa quanto a aplicação. A

aplicação poderia ver avanços em seus procedimentos e finalmente ter seu comportamento

- 61 -

de acolher a pesquisa em seu ambiente reforçado, a pesquisa teria extensões de suas

propostas para pesquisar, mas o principal e que manteria as portas abertas para voltar.

Segundo Stokes e Baer (1977), a adoção de algumas táticas simples e fáceis de

aplicar seriam facilitadoras da generalização. Os autores listam algumas como: procurar

por respostas existentes no ambiente natural, pois isso aumenta a probabilidade de serem

naturalmente reforçadas; treinar mais de um exemplo, de preferência diversificando entre

eles; diminuir o controle experimental sobre os estímulos e as respostas envolvidas,

treinando exemplos diferentes ao mesmo tempo, variando instruções, reforçadores; usar

estímulos parecidos com os que serão encontrados nos ambientes em que se espera que a

generalização deva ocorrer, e principalmente, reforçar a generalização quando ela ocorrer.

As pesquisadoras da PUC foram cuidadosas em seus delineamentos experimentais,

selecionando a situação de treino de avaliação de forma a poder avaliar quais aspectos

foram responsáveis por seus resultados. As situações de ensino foram cuidadosamente

planejadas, utilizando cenários próximos aos naturais (mas, ainda assim, artificiais),

delimitando as situações de treino (demanda e atenção). Apesar de todo o cuidado

experimental, o procedimento proposto não foi eficaz para promover a generalização.

O treinamento realizado pelas pesquisas do grupo de Bauru utilizou cenas gravadas

dos próprios participantes em sala de aula, de forma, que mesmo que as unidades didáticas

de treino fossem diferentes das de avaliação, elas eram muito próximas da realidade em

sala de aula e englobavam a realidade da mesma. A pluralidade das situações possíveis

dificultou o planejamento do procedimento do ponto de vista experimental, sendo quase

impossível abarcar tudo que o professor enfrenta em sala de aula. Perdeu-se em relação ao

controle experimental, porém ganhou-se em relação produção de melhorias na aplicação, já

que a proximidade com a situação natural aumentou a probabilidade de generalização.

- 62 -

Observa-se que no procedimento planejado pelos autores utilizaram alguns dos passos

propostos por Stokes e Baer (1977) para produzir a generalização tais como utilizar

respostas existentes no ambiente natural, treinar mais de um exemplo e treinar exemplos

diferentes ao mesmo tempo.

Alguns pontos críticos em relação às divergências entre a aplicação e pesquisa

devem ser considerados e repensados.

Um possível ponto de divergência entre pesquisa e aplicação pode ser o tempo

disponível e a convergência do cronograma de ambas. Uma pesquisa, seja ela de iniciação

científica, mestrado ou doutorado, tem um prazo pré-definido de duração, nos quais os

pesquisadores precisam distribuir o tempo disponível entre planejamento, execução e

análise de dados. A aplicação, no caso a escola, tem em seu cronograma que lidar com o

tempo de aula do ano letivo, férias, feriados, reuniões, períodos de avaliação dos alunos

entre outros. O fato é que os pesquisadores precisam adequar o tempo disponível para a

pesquisa ao tempo disponibilizado pelos aplicadores, o que muitas vezes acaba tornando

difícil um acompanhamento da manutenção dos resultados.

Algumas alternativas possíveis para solucionar essa equação seria a continuidade

por parte do pesquisador, isto é, dar continuidade a pesquisa do mestrado no doutorado.

Outra alternativa seria dar continuidade a pesquisa por outros pesquisadores, numa adoção

de um procedimento de gerações, em que ocorra um planejamento para que novos

pesquisadores deem seguimento aos trabalhos anteriores no mesmo local.

A aproximação entre pesquisa e aplicação não é impossível e acredita-se que os

pontos fortes de ambas as linhas de pesquisa podem balizar, fortalecer essa hipótese, e

oferecer pistas sobre o que deve ser feito.

- 63 -

Para atender a demanda da pesquisa faz-se necessário uma cuidadosa descrição

metodológica, que abarque os princípios da análise do comportamento tais como: a

descrição de objetivos e medidas comportamentais, a avaliação prévia dos participantes, o

planejamento de pequenos passos, a promoção do responder constante, a confecção de

material de fácil reprodução, tanto para outros pesquisadores como para aplicadores, a

descrição detalhada dos procedimentos, além da definição dos reforçadores que serão

utilizados. Todos esses procedimentos comuns à pesquisa beneficiam a aplicação por

torná-la replicável e mensurável.

O seguimento dos princípios skinnerianos para a educação e o planejamento

sistemático da generalização, somados aos pontos fortes das linhas de pesquisa, tais como

o planejamento cuidadoso da pesquisa adotado por Almeida (2009), Cerqueira (2009),

Leite (2010) e Tavares (2009), e o contexto de aplicação adotado por Fonseca (2008),

Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008), apontariam uma direção viável para

selar a conciliação entre pesquisa e aplicação. Além disso essa parceria poderia sinalizar

um caminho para a melhoria da educação, não só ajudando professores a interpretar

funcionalmente o que acontece em suas salas de aula, como também produzindo

importantes mudanças em seus comportamentos.

- 64 -

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- 68 -

Anexos

- 69 -

Anexo 1- Almeida, C.P. (2009).

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liza

do

s 1

4 f

ilm

es,

de

9

min

uto

s ca

da,

que

mo

stra

vam

, em

um

a si

tuaç

ão s

imu

lad

a, u

ma

pro

fess

ora

ap

lica

nd

o o

mét

od

o p

ropo

sto

por

Iwat

a et

al.

(19

82

/19

94

) d

iante

de

um

alu

no

que

exib

ia c

om

po

rtam

ento

s ti

do

s co

mo

inad

equad

os.

Set

e fi

lmes

mo

stra

vam

o c

om

po

rtam

ento

do

aluno

man

tid

o p

or

um

a co

nti

ngên

cia

de

refo

rçam

ento

po

siti

vo

(at

ençã

o d

a p

rofe

sso

ra)

e os

outr

os

sete

, p

or

um

a co

nti

ng

ênci

a d

e

refo

rçam

ento

neg

ati

vo

(fu

ga d

e ta

refa

s es

cola

res)

.

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Nas

fase

s d

e p

ré-t

este

e d

e p

ós-

test

e não

ho

uve

feed

bac

k c

om

ap

rese

nta

ção

do

mo

del

o d

e re

spo

sta

corr

eta.

Na

fase

de

trei

no

,

dep

ois

de

resp

ond

er,

os

par

tici

pan

tes

rece

bia

m o

fee

db

ack

da p

esq

uis

ado

ra e

um

mo

del

o d

a re

spo

sta

corr

eta

pre

sente

no

gab

arit

o.

Cas

o a

res

po

sta

das

par

tici

pan

tes

esti

ves

se i

nco

rret

a o

u p

arci

alm

ente

co

rret

a, e

ra f

orn

ecid

o m

od

elo

da

resp

ost

a co

rret

a p

rese

nte

no

gab

arit

o e

so

lici

tava

que

os

part

icip

ante

s co

rrig

isse

m

P

roce

dim

ento

esp

ecif

ico

(cas

o o

tra

bal

ho

co

nte

nha

dif

eren

tes

estu

do

s/et

apas

)

o t

rab

alho

é c

om

po

sto

po

r u

m e

stud

o,

e to

do

s o

s p

arti

cip

ante

s fo

ram

exp

ost

os

ao m

esm

o p

roce

dim

ento

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 3

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

P1

, se

xo

Fem

inin

o,

33

ano

s 1

Infa

nti

l II

P2

, se

xo

Fem

inin

o,

27

ano

s

Mat

ernal

II

P3

, se

xo

Fem

inin

o,

35

ano

s

Infa

nti

l I

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

co

mp

ort

am

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Est

a p

esq

uis

a não

in

ves

tigo

u a

quai

s fa

tore

s as

par

tici

pan

tes

atri

buia

m a

causa

lid

ade

do

s co

mp

ort

am

ento

s al

vo

de

seus

aluno

s

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o p

roce

dim

ento

- 7

1 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

A.F

.

P1

: 3

3 a

cert

os

(den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

na

lin

ha

de

bas

e.

.

P2

: 4

4

acer

tos

(den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

na

lin

ha

de

bas

e.

P3

: 2

3 a

cert

os

(den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

na

lin

ha

de

bas

e.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

P1

: 6

3 a

cert

os

(den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

no

s te

ste.

P2

: 6

4 a

cert

os

(den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

no

s te

ste.

P3

: 5

3 a

cert

os(

den

tre

64

po

ssib

ilid

ades

)

no

s te

ste.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

não

não

não

Pro

ced

imento

ado

tad

o

oco

rreu

ap

enas

o p

ós

test

e

oco

rreu

ap

enas

o p

ós

test

e

oco

rreu

ap

enas

o p

ós

test

e

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

não

fo

i p

lanej

ado

nen

hu

m t

este

de

gen

eral

izaç

ão,

os

resu

ltad

os

ob

serv

ado

s

fora

m r

efer

ente

s ao

s te

ste,

ond

e

ob

serv

ou-s

e u

ma

mel

ho

ra d

o r

eper

tori

o

do

par

tici

pan

te e

m r

elaç

ão a

sua

lin

ha

de

bas

e

não

fo

i p

lanej

ado

nen

hu

m t

este

de

gen

eral

izaç

ão,

os

resu

ltad

os

ob

serv

ado

s

fora

m r

efer

ente

s ao

s te

ste,

ond

e

ob

serv

ou-s

e u

ma

mel

ho

ra d

o r

eper

tori

o d

o

par

tici

pan

te e

m r

elaç

ão a

sua

linha

de

bas

e

não

fo

i p

lanej

ado

nen

hu

m t

este

de

gen

eral

izaç

ão,

os

resu

ltad

os

ob

serv

ado

s

fora

m r

efer

ente

s ao

s te

ste,

ond

e

ob

serv

ou-s

e u

ma

mel

ho

ra d

o r

eper

tori

o d

o

par

tici

pan

te e

m r

elaç

ão a

sua

linha

de

bas

e

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

Alé

m d

o t

rein

o d

e ap

enas

par

te d

o p

roce

sso

de

anal

isar

co

nti

ngênci

as,

o p

rese

nte

est

ud

o a

pre

senta

alg

um

as

outr

as l

imit

açõ

es.

A

pri

meir

a d

elas

diz

res

pei

to à

ausê

nci

a d

e u

ma

aval

iaçã

o d

a gen

eral

izaç

ão d

os

rep

ertó

rio

s tr

einad

os

par

a o

am

bie

nte

nat

ura

l, d

evid

o

às d

ific

uld

ades

enco

ntr

adas

du

rante

a c

ole

ta,

com

o o

gra

nd

e nú

mer

o d

e se

ssõ

es p

erd

idas

e a

s re

stri

ções

de

tem

po

. O

mét

od

o

uti

liza

do

par

a a

cole

ta t

ento

u r

esgat

ar a

lgu

mas

das

co

nd

içõ

es d

e en

sino

usa

das

no

s es

tud

os

de

Iwata

et

al.

(20

00),

Moo

re e

t a

l.

(20

02

) e

Wal

lace

et

al.

(20

04

) p

or

este

mo

tivo

, o

s fi

lmes

res

trin

gia

m-s

e a

mo

stra

r as

co

nd

içõ

es d

e “a

tençã

o”,

“fu

ga

de

dem

and

as”

e “b

rinca

dei

ra”

, se

nd

o a

ssim

, o

utr

os

evento

s am

bie

nta

is q

ue t

am

bém

po

dem

co

ntr

ibuir

par

a a

man

ute

nçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

aluno

não

fo

ram

ab

ord

ado

s no

tre

ino

. U

m o

utr

o a

spec

to a

ser

menci

onad

o r

elac

iona-s

e à

po

ssív

el

elim

inaç

ão d

as c

ond

içõ

es d

e

ensi

no

“aula

so

bre

alg

uns

con

ceit

os

da

anál

ise

do

co

mp

ort

amen

to”

e “a

val

iaçã

o s

ob

re o

s co

nce

ito

s”.

No

vo

s es

tud

os

sem

ess

as

duas

co

nd

içõ

es d

e en

sino

po

der

iam

co

nfi

rmar

a s

usp

eita

de

que

am

bas

tenham

sid

o d

esnece

ssár

ias

(ou p

ouco

efe

tivas)

par

a ger

ar

o a

lto

índ

ice

de

des

emp

enho

das

par

tici

pan

tes

no

res

tante

do

tre

ino

e n

o p

ós-

test

e.

- 72 -

Anexo 2-Cerqueira, D.M.O. (2009).

- 7

3 -

Iden

tifi

caçã

o:

CE

RQ

UE

IRA

, D

.M.O

. (2

00

9).

Aval

iaçã

o d

os

efei

tos

de

um

pro

gra

ma

par

a en

sinar

pro

fess

ore

s a

cond

uzi

r u

ma

etap

a d

e an

ális

e d

e

conti

ngênci

as:

o l

evan

tam

ento

da

pro

váv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

. D

isse

rtaç

ão (

Pro

gra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

Exp

erim

enta

l: A

nál

ise

do

Co

mp

ort

am

ento

) -

Po

nti

fícia

Univ

ersi

dad

e C

ató

lica

de

São

Pau

lo,

São

Pau

lo.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

ensi

nar

pro

fess

ore

s a

cond

uzir

um

a p

arte

da

anál

ise

de

conti

ngênci

as

que

inclu

i o

levan

tam

ento

da

pro

váv

el f

unçã

o d

e u

m

com

po

rtam

ento

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

en

trev

ista

s in

icia

is e

scri

tas

pel

a p

esq

uis

ado

ra e

aud

iogra

vad

as.

Fo

lhas

de

regis

tro

pre

ench

idas

pel

as p

arti

cip

ante

s

fase

s/et

apas

Lin

ha

de

Bas

e: a

pre

senta

ção

de

três

cen

ário

s d

e ca

da

um

a d

as d

uas

co

nd

içõ

es (

"ate

nçã

o"

e "d

eman

da"

), p

or

escr

ito

, co

m a

in

stru

ção

par

a id

enti

fica

r u

ma

pro

váv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

alu

no

.

- T

rein

o 1

(W

ork

sho

p):

entr

ega

mat

eria

l d

idát

ico

co

m

concei

tos

bás

ico

s d

e an

ális

e d

o c

om

po

rtam

ento

e re

aliz

ação

do

wo

rksh

op

co

m

os

mes

mo

s co

nce

ito

s d

a ap

ost

ila

did

átic

a.

Esc

lare

cim

ento

de

dúvid

as.e

av

alia

ção

so

bre

o m

ater

ial

do

wo

rksh

op

, co

m c

rite

rio

de

70

%

de

acer

tos

par

a d

ar s

eguim

ento

ao

tre

inam

ento

. S

e al

gu

ma

par

tici

pan

te n

ão a

tingis

se e

ssa

po

rcen

tagem

, a

exp

erim

enta

do

ra c

om

enta

ria

suas

resp

ost

as,

escl

arec

eria

su

as d

úvid

as,

e o

tes

te s

eria

entã

o n

ovam

ente

ap

lica

do

.

- T

rein

o 2

(R

emo

ção

de

info

rmaç

ões

): F

oi

uti

liza

do

um

pro

ced

imen

to d

e re

mo

ção

de

info

rmaç

ões

, em

que

a ca

da

pas

so u

ma

das

resp

ost

as d

as p

ergu

nta

s er

a re

tira

do

. F

ora

m r

eali

zad

os

7 p

asso

s, s

end

o q

ue

a ca

da

pas

so,

eram

ap

rese

nta

do

s tr

ês c

enár

ios,

po

r es

crit

o,

da

cond

ição

de

"dem

and

a" e

trê

s d

a co

nd

ição

de

"ate

nçã

o s

oci

al",

seg

uid

os

de

5 p

ergunta

s ca

da,

tam

bém

po

r es

crit

o:

1)

"Qual

fo

i o

com

po

rtam

ento

ap

rese

nta

do

pel

o a

luno

?";

2)

"O q

ue

esta

va

aco

nte

cend

o n

a cl

asse

im

edia

tam

ente

ante

s d

e es

se c

om

po

rtam

ento

oco

rrer

?";

3)"

Qual

fo

i a

conse

qüên

cia

do

co

mp

ort

am

ento

do a

luno

, is

to é

, o

que

aco

nte

ceu

im

edia

tam

ente

dep

ois

de

ele

apre

senta

r

esse

co

mp

ort

am

ento

?";

4)"

O q

ue

oco

rreu

po

ster

iorm

ente

co

m a

fre

qüênci

a d

esse

co

mp

ort

am

ento

?";

5)"

Co

nsi

der

and

o s

uas

res

po

stas

às q

ues

tões

ante

rio

res,

qual

vo

cê d

iria

que

é a

funçã

o d

esse

co

mp

ort

am

ento

nes

sa s

ituaç

ão?"

,. E

ssas

ques

tões

fora

m r

esp

ond

idas

po

r

escr

ito

pel

as p

róp

rias

par

tici

pan

tes.

Ao

fin

al d

esse

tre

ino

, fo

i ap

rese

nta

do

a c

ada

par

tici

pan

te u

m p

ós-

test

e, c

om

os

mesm

os

cenár

ios

usa

do

s na

lin

ha

de

bas

e, d

as c

ond

içõ

es d

e "d

emand

a" e

"at

ençã

o s

oci

al',

com

a i

nst

ruçã

o p

ara q

ue

apo

nta

sse

a p

rováv

el f

unçã

o d

o

com

po

rtam

ento

do

alu

no

em

cad

a u

m d

eles

.

- T

este

de

Gen

eral

izaç

ão

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Nas

fase

s d

e p

ré-t

este

e d

e p

ós-

test

e não

ho

uve

feed

bac

k c

om

ap

rese

nta

ção

do

mo

del

o d

e re

spo

sta

corr

eta.

Na

fase

de

trei

no

, d

epo

is d

e

resp

ond

er,

os

par

tici

pan

tes

rece

bia

m o

fee

db

ack d

a p

esq

uis

ad

ora

e u

m m

od

elo

da

resp

ost

a co

rret

a p

rese

nte

no

gab

arit

o,

em c

aso

de

erro

, ap

rese

nta

va

um

no

vo

cen

ário

co

nte

nd

o a

mesm

a co

nd

ição

e r

epet

ia a

s p

ergunta

s

P

roce

dim

ento

esp

ecif

ico

(cas

o o

tra

bal

ho

co

nte

nha

dif

eren

tes

estu

do

s/et

apas

)

a p

esq

uis

a p

oss

uiu

ap

enas

1 e

stud

o

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 3

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

educa

ção

infa

nti

l (p

ré e

sco

la)

educa

ção

infa

nti

l (p

ré e

sco

la)

educa

ção

infa

nti

l (p

ré e

sco

la)

- 7

4 -

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

não

in

form

ado

não

in

form

ado

não

in

form

ado

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

A.F

.

A p

arti

cip

ante

ob

teve

2,5

po

nto

s d

e 6

po

ssiv

eis.

A p

arti

cip

ante

ob

teve

2,5

po

nto

s d

e 6

po

ssiv

eis.

A p

arti

cip

ante

ob

teve

2,5

po

nto

s d

e 6

po

ssiv

eis.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

A p

arti

cip

anat

e o

bte

ve

6 a

cert

os

do

s 6

po

nto

s p

oss

ivei

s.

A p

arti

cip

anat

e o

bte

ve

6 a

cert

os

do

s 6

po

nto

s p

oss

ivei

s.

A p

arti

cip

anat

e o

bte

ve

6 a

cert

os

do

s 6

po

nto

s p

oss

ivei

s.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

Tes

te d

e G

ener

aliz

ação

: fo

i en

treg

ue

a ca

da

par

tici

pan

te u

ma f

olh

a co

nte

nd

o d

uas

quest

ões

par

a q

ue

resp

ond

esse

m:

1)

"Co

nsi

der

and

o

as a

tivid

ades

que

s re

aliz

am

os

e o

co

mp

ort

am

ento

do

seu

alu

no

co

nsi

der

ado

po

r vo

cê c

om

o c

om

po

rtam

ento

inad

equad

o,

qual

vo

dir

ia q

ue

é a

funçã

o d

esse

co

mp

ort

amento

, is

to é

, o

que

po

de

esta

r co

ntr

ibuin

do

par

a q

ue

esse

co

mp

ort

am

ento

oco

rra?

"; e

2)

"Co

mo

vo

cê a

cha

que

po

der

ia r

eso

lver

ess

e p

rob

lem

a?".

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

A p

arti

cip

ante

res

po

nd

eu c

orr

etam

ente

a

ques

tão

so

bre

a p

rováv

el f

unção

do

com

po

rtam

ento

de

seu

s al

uno

s E

ntr

etan

to,

iden

tifi

car

corr

etam

ente

a p

rováv

el f

unçã

o

do

co

mp

ort

am

ento

do

alu

no

co

nsi

der

ado

inad

equad

o,

não

se

mo

stro

u s

ufi

cien

te p

ara

que

a p

arti

cip

ante

fo

sse

cap

az d

e p

rop

or

um

a in

terv

ençã

o a

deq

uad

a p

ara

alte

rar

o

com

po

rtam

ento

do

s al

uno

s.

A p

arti

cip

ante

res

po

nd

eu c

orr

etam

ente

a

ques

tão

so

bre

a p

rováv

el f

unção

do

com

po

rtam

ento

.

Iden

tifi

car

corr

etam

ente

a p

rováv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

aluno

co

nsi

der

ado

inad

equad

o,

emb

ora

um

a co

nd

ição

nec

essá

ria,

não

se

mo

stro

u

sufi

ciente

par

a q

ue

a p

art

icip

ante

fo

sse

cap

azes

de

pro

po

r u

ma

inte

rvençã

o

adeq

uad

a p

ara

alte

rar

o c

om

po

rtam

ento

do

s al

uno

s.

A p

arti

cip

ante

res

po

nd

eu c

orr

etam

ente

a

ques

tão

so

bre

a p

rováv

el f

unção

do

com

po

rtam

ento

de

seu

s al

uno

s q

ue

consi

der

avam

inad

equad

os

em

sal

a d

e au

la,

que,

er

am,

pro

vav

elm

ente

, m

anti

do

s p

ela

aten

ção

da

pro

fess

ora

(re

forç

amen

to

po

siti

vo

). S

end

o a

ssim

, há

alg

um

a

evid

ênci

a d

e q

ue

o t

rein

o f

orn

ecid

o à

s

par

tici

pan

tes

no

pre

sente

est

ud

o f

oi

sufi

ciente

par

a en

siná-l

as a

an

alis

ar q

ual

a

pro

vav

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

aluno

em

sal

a d

e au

la.

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

ver

ific

ou-s

e q

ue

a q

ues

tão

que

par

ece

ter

ger

ado m

aio

r d

ific

uld

ade

entr

e as

par

tici

pan

tes

foi

aquel

a re

lati

va

a co

nd

ição

ante

ced

ente

,

seg

uid

a p

ela

ques

tão

em

que

se s

oli

cita

va

a id

enti

fica

ção

do

co

mp

ort

am

ento

e,

dep

ois

, p

ela

ques

tão

so

bre

a c

onse

quên

cia.

No

pre

sente

est

ud

onão

est

á cl

aro

que

o w

ork

sho

p s

ob

re c

once

ito

s d

e A

nál

ise

do

Co

mp

ort

am

ento

ten

ha

contr

ibuíd

o p

ara

os

resu

lta

do

s

ob

tid

os

- 75 -

Anexo 3- Fonseca, A. P. A. (2008).

- 7

6 -

Iden

tifi

caçã

o:

FO

NS

EC

A,

A.

P.

A.

(20

08).

Rec

urs

os

Inte

rpre

tati

vo

s F

unci

onai

s co

mo

Sub

síd

io M

eto

do

lógic

o n

a F

orm

ação

Co

nti

nuad

a d

e

Pro

fess

ore

s d

e L

íng

ua

Po

rtug

ues

a d

as S

érie

s In

icia

is.

Dis

sert

ação

(P

rogra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

do

Des

envo

lvim

ento

e A

pre

nd

izagem

) -

UN

ES

P,

Fac

uld

ade

de

Ciê

nci

as,

Bau

ru.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

aval

iar

se o

ensi

no

de

rep

ertó

rio

s co

mp

ort

am

enta

is d

e an

ális

e e

aval

iaçã

o f

unci

onal

de

rela

ções

entr

e p

ráti

cas

educa

tivas

do

s

pro

fess

ore

s e

med

idas

de

des

emp

en

ho

de

seus

alu

no

s, p

od

eria

m s

e co

nst

ituir

em

rec

urs

os

ped

agó

gic

os

par

a p

rofe

sso

res

de

Lín

gua

Po

rtugues

a em

esc

ola

s p

ub

lica

s

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

gra

vaç

ão e

m v

ideo

das

un

idad

es d

idat

icas

e a

pre

senta

ção

de

rote

iro

s d

e en

trev

ista

s co

m g

ravaç

ão e

m á

ud

io d

as r

esp

ost

as f

orn

ecid

as

po

r ca

da

pro

fess

or.

Ap

ós

o t

érm

ino

de

cad

a E

tap

a, a

pes

quis

ado

ra a

nal

isav

a o

s d

ado

s fo

rneci

do

s p

elo

s p

rofe

sso

res

(entr

evis

tas

e

ob

serv

açõ

es d

as a

ula

s),

vis

and

o a

id

enti

fica

ção

e d

escr

ição

das

pri

nci

pai

s ca

ract

erís

tica

s d

a in

tera

ção

del

es c

om

seus

alun

os

fase

s/et

apas

Eta

pa

1,

oco

rreu

: a)

reg

istr

o d

e au

las

min

istr

adas

pel

os

pro

fess

ore

s so

bre

duas

unid

ades

did

átic

as;

b)

exp

osi

ção

do

s p

rofe

sso

res

a

entr

evis

tas

sob

re a

s au

las

da

UD

1,

pri

mei

ram

ente

na

ausê

nci

a e

dep

ois

na

pre

sença

do

víd

eo d

as m

esm

as.

A E

tap

a 2

co

nsi

stia

: a)

exp

osi

ção

do

s p

rofe

sso

res

a m

od

elo

s d

e in

terp

reta

ção

funci

onal

ela

bo

rad

os

pel

a p

esq

uis

ado

ra,

com

bas

e no

s re

gis

tro

s d

as a

ula

s d

a

UD

1;

b)

exp

osi

ção

do

s pro

fess

ore

s à

tare

fa d

e el

abo

raçã

o d

e in

terp

reta

ções

fu

nci

onai

s so

bre

reg

istr

os

das

aula

s d

a U

D2

; c)

exp

osi

ção

do

s p

rofe

sso

res

à m

od

elo

s d

e in

terp

reta

ção

funci

onal

do

s re

gis

tro

s d

as a

ula

s d

a U

D2

efe

tuad

os

pel

a p

esq

uis

ado

ra.

Na

Eta

pa

3,

oco

rreu

: a)

reg

istr

o a

ud

iovis

ual

de

no

vas

au

las

de

Lín

gua

Po

rtug

ues

a (U

D3

); b

) ex

po

siçã

o d

os

pro

fess

ore

s à

tare

fa d

e

elab

ora

ção

de

inte

rpre

taçõ

es f

unci

onai

s d

esta

s au

las.

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Não

ho

uve

feed

bac

k i

med

iato

par

a o

s p

arti

cip

ante

s. A

pes

qu

isad

ora

ap

enas

ouvia

as

anál

ises

rea

liza

das

pel

as p

rofe

sso

ras,

ped

ind

o

mai

ore

s es

clar

ecim

ento

s, q

uan

do

era

o c

aso

. N

o e

nco

ntr

o s

eguin

te,

a p

esq

uis

ado

ra a

pre

senta

va

suas

anál

ises

sob

re o

s m

esm

os

epis

ód

ios

exib

ido

s no

enco

ntr

o a

nte

rio

r, f

orn

ecen

do

, m

ais

um

a vez

, u

m m

od

elo

de

inte

rpre

taçã

o f

unci

onal

des

crit

iva

às p

rofe

sso

ras

P

roce

dim

ento

esp

ecif

ico

(cas

o o

tra

bal

ho

co

nte

nha

dif

eren

tes

estu

do

s/et

apas

)

ES

TU

DO

1 e

xib

ição

do

s víd

eos

na

ínte

gra

, in

terc

alad

a co

m e

pis

ód

ios

extr

aíd

os

de

tais

reg

istr

os

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 2

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

P1

fo

rmaç

ão e

m M

agis

téri

o e

em

Ped

ago

gia

sexo

fem

inin

o ,

20

ano

s d

e ex

per

iênci

a p

rofi

ssio

nal

min

ista

va

aula

s d

e li

ng

ua

po

rtuguesa

segu

nd

o c

iclo

do

ensi

no

fu

nd

am

enta

l (a

nti

ga

quart

a

séri

e) d

a re

de

púb

lica

est

adual

.

P2

fo

rmaç

ão e

m M

agis

téri

o e

em

Ped

ago

gia

sexo

mas

culi

no

, 0

6

ano

s d

e ex

per

iênci

a p

rofi

ssio

nal

, m

inis

trav

a aula

s d

e li

ng

ua

po

rtuguesa

no

segu

nd

o c

iclo

do

ensi

no

fu

nd

am

enta

l (a

nti

ga

quar

ta s

érie

) d

a re

de

púb

lica

est

adual

- 7

7 -

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-alv

o

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Afi

rmo

u t

er f

orm

ação

def

icie

nte

par

a a

real

idad

e. E

stav

a

insa

tisf

eita

co

m o

s re

sult

ado

s já

ob

tid

os

com

a s

ua

turm

a, d

isse

que

esta

va

aco

stu

mad

a a

trab

alhar

co

m c

rian

ças

com

mel

ho

res

cond

içõ

es d

e ap

oio

e d

e su

po

rte

soci

al,

fam

ilia

r e

mat

eria

l. A

resp

eito

das

dif

iculd

ades

ap

rese

nta

das

po

r se

us

alu

no

s q

ue

“pra

mim

o p

rob

lem

a tá

mais

na

fam

ília

do

que

nel

es

pró

pri

os”

,

atri

buin

do

o f

raca

sso

das

cri

ança

s a

cara

cter

isti

cas

intr

inse

cas.

Est

ava

sati

sfei

to c

om

os

resu

ltad

os

até

entã

o o

bti

do

s co

m a

sua

turm

a, A

res

pei

to d

os

asp

ecto

s q

ue

faci

lita

riam

o a

pre

nd

izad

o,

não

sab

er d

esig

nar

quai

s se

riam

tai

s asp

ecto

s e

no

s as

pec

tos

que

dif

icu

ltar

iam

est

e en

sino

, m

enci

ono

u a

ind

isci

pli

na,

alg

un

s

asp

ecto

s fí

sico

s d

a es

cola

(su

jeir

a, p

olu

ição

vis

ual

) e,

pri

nci

pal

mente

, o

des

conheci

men

to,

pel

os

aluno

s, d

a im

po

rtân

cia

da

Lín

gua

Po

rtuguesa

par

a a

vid

a d

eles

. at

rib

uiu

as

dif

iculd

ad

es a

pro

ble

mas

de

apre

nd

izad

o

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a au

la p

elo

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

e an

ális

e

funci

onal

o r

elat

o d

a p

rofe

sso

ra o

scil

ou e

ntr

e, d

e u

m l

ado

, in

form

ar s

ob

re

açõ

es q

ue

dev

eria

m s

er e

xec

uta

das

po

r el

a e,

de

outr

o,

des

em

pen

ho

s es

per

ado

s d

os

aluno

s.

os

rela

tos

mo

stra

ram

-se

des

vin

cula

do

s d

as e

stra

tégia

s d

e en

sino

ado

tad

as.

As

med

idas

co

mp

ort

am

enta

is f

ora

m g

enér

icas,

sem

esp

ecif

icar

an

tece

den

tes

e efe

ito

s. A

s re

spo

stas

dem

onst

rara

m

rest

riçã

o d

e re

per

tóri

o d

escr

itiv

o s

ob

re o

s co

mp

ort

am

ento

s d

os

aluno

s q

ue

ates

tari

am

o a

lcan

ce

do

s o

bje

tivo

s d

e en

sino

pre

tend

ido

s

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

....

...

não

est

abel

eceu

rel

açõ

es d

e fu

nci

onal

idad

e

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

__

___

_

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

__

___

_

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te

ao p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a m

esm

a

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

__

___

fez

mais

per

gunta

s ao

s al

uno

s co

mp

arand

o c

om

a f

ase

ante

rio

r.

Ap

rese

nto

u a

lgu

mas

alte

raçõ

es d

e re

per

tori

o,

pro

vav

elm

ente

rela

cio

nad

as a

s su

gest

ões

da

pes

quis

ado

ra

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

o s

uje

ito

ab

and

ono

u a

pes

quis

a

a s

eleç

ão d

e tr

echo

s d

e víd

eo d

as a

ula

s fo

i ex

tensa

e s

em

fo

co

esp

ecíf

ico

de

dis

cuss

ão,

o q

ue

po

de

ter

favo

reci

do

o c

ontr

ole

do

com

po

rtam

ento

do

pro

fess

or

po

r re

laçõ

es i

nd

esej

adas

. A

reco

rrên

cia

de

tais

car

acte

ríst

icas

do

pro

fess

or

pod

eria

m e

star

funci

onal

men

te r

elac

ionad

as à

s ca

ract

erís

tica

s d

os

trec

ho

s d

e

víd

eo d

as a

ula

s na

qual

ele

fo

i ex

po

sto

, q

ue

po

ssib

ilit

aram

o

contr

ole

po

r d

imen

sões

sec

un

dár

ias

às a

nál

ises

que

eram

fo

co d

a

inte

raçã

o

- 7

8 -

Pro

ced

imento

esp

ecif

ico

E

ST

UD

O 2

fora

m e

xib

ido

s so

mente

ep

isó

dio

s se

leci

onad

os

do

s re

gis

tro

s.

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 2

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

P3

fo

rmaç

ão e

m M

agis

téri

o e

em

Ped

ago

gia

sexo

fem

inin

o,

19

ano

s d

e ex

per

iênci

a p

rofi

ssio

nal

, m

inis

trava

aula

s d

e li

ngua

po

rtuguesa

no

segu

nd

o c

iclo

do

ensi

no

fu

nd

am

enta

l (a

nti

ga

quar

ta s

érie

) d

a re

de

púb

lica

est

adual

P4

fo

rmaç

ão e

m M

agis

téri

o,

curs

and

o P

edag

ogia

sex

o f

em

inin

o

, 0

3 a

no

s ex

per

ienci

a, m

inis

trav

a au

las

de

lin

gua

po

rtu

guesa

no

seg

und

o c

iclo

do

ensi

no

fu

nd

am

enta

l (a

nti

ga

quar

ta s

érie

) d

a

red

e p

úb

lica

est

adual

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-alv

o

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Dis

se q

ue

não

sab

e q

ue

atit

ud

e to

mar

co

m o

s al

uno

s q

ue

ela

consi

der

a ap

rese

nta

r b

asta

nte

s d

ific

uld

ades

. Q

uan

to a

os

asp

ect

os

que

dif

icult

am

o e

nsi

no

de

Lín

gua

Po

rtug

uesa

, d

isse

que

é a

dis

traç

ão d

os

aluno

s, q

ue

não

pre

stam

ate

nçã

o à

s aula

s. E

la a

cha

que

se e

les

fala

ssem

um

po

uco

meno

s se

ria

mai

s fá

cil.

Os

asp

ecto

s q

ue

faci

lita

m o

en

sin

o

são

as

ativ

idad

es

div

ersi

fica

das

que

ela

pre

par

a p

ara

os

aluno

s, t

rab

alhan

do

um

mes

mo

tem

a co

m m

ater

iais

dif

eren

tes.

Ela

ach

a q

ue

o q

ue

dif

icu

lta

são

os

alu

no

s q

ue

entr

aram

na

sala

del

a ag

ora

, p

orq

ue

eles

est

ão m

uit

o d

efasa

do

s p

ara

a sé

rie

e já

não

tem

muit

a

vo

nta

de

de

apre

nd

er.

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a au

la p

elo

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

e an

ális

e

funci

onal

des

crev

eu g

rand

e p

arte

das

est

raté

gia

s d

e en

sino

, se

m f

azer

refe

rênci

a a

ante

ced

ente

s o

u c

onse

qüente

s d

e su

as a

ções

.

apre

sento

u r

elat

o d

e ef

eito

s m

uit

o a

mp

los

par

a se

afe

rir

em

um

a

aula

. não

ap

rese

nto

u m

edid

as c

om

po

rtam

enta

is d

os

alu

no

s.

O r

elat

o e

stev

e co

nce

ntr

ado

na

des

criç

ão d

etop

ogra

fias

de

resp

ost

as e

não

na

esp

ecif

icaç

ão d

e co

nd

içõ

es a

nte

ced

ente

s e

sub

seq

üen

tes

a

tais

med

idas

.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

esta

bel

eceu

em

alg

um

as c

enas

, re

laçã

o d

e fu

nci

onal

idad

e en

tre

suas

prá

tica

s e

o d

esem

pen

ho

do

s al

uno

s. I

nd

enti

fico

u q

ue

em

um

a u

nid

ade

resp

ond

eu p

elo

s al

uno

s e

que

em

ou

tra

per

mit

iu

que

eles

res

po

nd

esse

m

esta

bel

eceu

rel

ação

de

funci

on

alid

ade

em a

lgu

mas

cenas,

iden

tifi

cou q

ue

não

dav

a o

po

rtunid

ade

par

a o

s al

uno

s

resp

ond

erem

. A

s an

alis

es m

elho

rara

m a

s a

2 a

nal

ise

funci

onal

do

pes

quis

ado

r, p

oss

ivel

mente

po

r q

ue

com

o a

ud

1 e

ra m

uit

o

dif

eren

te d

a ud

2 e

le n

ão h

avia

gen

eral

izad

o

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

si

m

Pro

ced

imento

ado

tad

o

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te

ao p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a m

esm

a

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te

ao p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a m

esm

a

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

A p

rofe

sso

ra m

ost

rou

-se

sob

co

ntr

ole

de

mud

ança

s d

e

estr

atég

ias

de

ensi

no

, in

dep

end

ente

mente

do

s ef

eito

s

conse

guid

os

com

seu

s al

uno

s.

deu

mai

s o

po

rtunid

ade

par

a o

s al

uno

s re

spo

nd

erem

so

zin

ho

,

dei

xan

do

de

ofe

rece

r re

spo

stas

co

mp

leta

s e

de

dar

dic

as

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

Ain

da

que

ela

pas

sass

e a

inte

rpre

tar

funci

onal

men

te,

ou s

eja,

que

ela

pas

sass

e a

rela

cio

nar

suas

açõ

es à

s aç

ões

de

seus

aluno

s,

exp

lica

nd

o o

s d

esem

penho

s o

bti

do

s co

m o

s al

uno

s co

m b

ase

em

cond

içõ

es d

e en

sino

pro

po

rcio

nad

as,

ela

não

dem

on

stro

u

rep

ertó

rio p

ara

sub

stit

uir

sua

prá

tica

ped

agó

gic

a at

ual

em

bo

ra o

pro

fess

or

ten

ha

esta

bel

ecid

o v

aria

s re

laçõ

es d

e

funci

onal

idad

e, n

a ho

ra d

e ap

lica

-las

teve

dif

iculd

ades

par

a

gen

eral

izar

entr

e u

nid

ades

dif

eren

tes

e d

ific

uld

ade

em

pla

neja

r o

no

vo

rep

erto

rio

- 79 -

Anexo 4-Gomes, P.C. (2010).

- 8

0 -

Iden

tifi

caçã

o:

GO

ME

S,

P.C

. (2

010

). E

nsi

no

e A

pre

nd

izagem

de

Aval

iaçã

o F

unci

onal

Desc

riti

va

na

Atu

açã

o P

rofi

ssio

nal

de

Pro

fess

ore

s d

e C

iênci

as

no

Ensi

no

Fu

nd

am

enta

l. T

ese

(Pro

gra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

do

Des

envo

lvim

ento

e A

pre

nd

izag

em

) -

UN

ES

P,

Fac

uld

ade

de

Ciê

ncia

s, B

auru

.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

invest

igar

co

nd

içõ

es q

ue

po

der

iam

favo

rece

r o

ensi

no

de

rep

ertó

rio

s q

ue

def

inem

a e

xec

ução

de

aval

iaçõ

es f

unci

onais

desc

riti

vas,

par

a

pro

fess

ore

s q

ue

atuam

em

dif

ere

nte

s ci

clo

s d

o E

nsi

no

Fund

am

enta

l d

a re

de

púb

lica

est

adual

e c

om

dif

eren

tes

hab

ilit

açõ

es.

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

gra

vaç

ão e

m v

ideo

das

un

idad

es d

idát

icas

e a

pre

senta

ção

de

rote

iro

s d

e en

trev

ista

s co

m g

ravaç

ão e

m á

ud

io d

as r

esp

ost

as f

orn

ecid

as p

or

cad

a p

rofe

sso

r. A

s o

tér

min

o d

e ca

da

Eta

pa,

o p

esq

uis

ado

r an

alis

ava

os

dad

os

forn

ecid

os

pel

os

pro

fess

ore

s, v

isand

o a

id

enti

fica

ção

e

des

criç

ão d

as p

rinci

pai

s ca

ract

erís

tica

s d

a in

tera

ção

del

es c

om

seus

alu

no

s

fa

ses/

etap

as

ET

AP

A I

/ F

ase

1:

a

pli

caçã

o d

a E

ntr

evis

ta 1

e f

ilm

agem

de

duas

u

nid

ades

did

átic

as.

ET

AP

A I

/Fas

e 2

: ap

lica

ção

do

Ro

teir

o 2

de

entr

evis

ta.

ET

AP

A I

/Fas

e 3

: co

nsi

stiu

na

exib

ição

do

s ep

isó

dio

s em

víd

eo d

as a

ula

s d

a U

D1

em

seg

uid

a fo

i re

aliz

ada

a re

apli

caçã

o d

o

ET

AP

A I

I/F

ase

1:

O p

esq

uis

ad

or

exib

iu u

m m

od

elo

de

anal

ise

funci

onal

. D

ura

nte

ess

a ap

rese

nta

ção

p

rofe

sso

ra t

inha

liv

re a

cess

o a

os

regis

tro

s em

víd

eo p

ara

even

tuai

s co

nsu

ltas.

ET

AP

A I

I/F

ase

2:

apre

senta

ção

do

s ep

isó

dio

s ed

itad

os

das

aula

s m

inis

trad

as n

a U

D2

. E

m

seg

uid

a, f

oi

soli

cita

do

a c

ada

pro

fess

ora

que

elab

ora

sse,

ora

lmente

e/o

u p

or

escr

ito

, an

ális

es d

os

epis

ód

ios

sele

cio

nad

os

das

aula

s d

a

UD

2,

pro

cura

nd

o s

eguir

o m

od

elo

exp

ost

o a

nte

rio

rmente

pelo

pes

quis

ado

r p

ara

os

epis

ód

ios

das

aula

s d

a U

D1

. I

med

iata

men

te a

s a

elab

ora

ção

das

anál

ises

pel

a p

rofe

sso

ra,

foi

apre

senta

do

um

MA

FD

do

s m

esm

os

epis

ód

ios

das

aula

s d

a U

D2

ela

bo

rad

o p

elo

pes

quis

ado

r.

ET

AP

A I

II/F

ase

1:

fil

mag

en

s d

as a

ula

s d

a te

rcei

ra u

nid

ade

did

átic

a, a

UD

3.

ET

AP

A I

II/F

ase

2:

ap

rese

nta

ção

à d

oce

nte

do

s ep

isó

dio

s

de

víd

eos

das

aula

s d

a U

D3

. E

m s

egu

ida

oco

rreu

a e

xp

osi

ção

ao

Ro

teir

o q

ue

ind

agava

sob

re a

spec

tos

do

s ep

isó

dio

s d

as a

ula

s d

a U

D3

pre

via

mente

ap

rese

nta

do

s.

Fin

aliz

and

o

foi

soli

cita

do

a c

ada

pro

fess

ora

que

elab

ora

sse

um

a an

ális

e co

mp

arat

iva

entr

e as

aula

s

min

istr

adas

nas

unid

ades

ante

rio

res

e as

aula

s m

inis

trad

as n

a U

D3

co

nse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Não

ho

uve

feed

bac

k i

med

iato

par

a o

s p

arti

cip

ante

s. O

pes

quis

ado

r na

pri

meir

a fa

se a

pen

as

ouviu

as

análi

ses

real

izad

as p

ela

par

tici

pan

te.

No

enco

ntr

o s

eguin

te,

o p

esq

uis

ado

r ap

rese

nto

u s

uas

anál

ises

sob

re o

s m

esm

os

epis

ód

ios

exib

ido

s no

enco

ntr

o a

nte

rio

r, f

orn

ece

nd

o u

m

mo

del

o d

e in

terp

reta

ção

fu

nci

onal

des

crit

iva.

Na

fase

seg

uin

te s

oli

cito

u-s

e q

ue

a p

arti

cip

ante

rea

liza

sse

um

a A

.F.

e lo

go

ap

ós

o

pes

quis

ado

r ap

rese

nto

u u

ma

A.F

. so

bre

a m

esm

a U

D

Pro

ced

imento

esp

ecif

ico

E

stud

o 1

pro

ced

imen

to j

á d

escr

ito

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 1

Info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

A p

rofe

sso

ra P

3 p

oss

ui

form

açã

o e

m P

egago

gia

, p

oss

und

o d

oze

ano

s d

e ex

per

iênci

a no

mag

isté

rio

. N

o p

erío

do d

a co

leta

, P

3 m

inis

trav

a

aula

s p

ara

um

a tu

rma

de

5.º

ano

(4

.ª s

érie

) e

já p

oss

uía

um

sem

estr

e d

e p

erm

anênci

a naq

uel

a es

cola

.

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-alv

o

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

par

a P

3 o

s as

pec

tos

que

faci

lita

riam

o e

nsi

no

de

Ciê

ncia

s N

atu

rais

, se

riam

uti

liza

r ta

refa

s em

sal

a q

ue

val

ori

zem

um

‘co

nta

to v

isual

’ co

m

a at

ivid

ade,

não

fo

rnec

er c

oncei

tos

pro

nto

s, l

evan

tar

as c

oncep

ções

alt

ernat

ivas

e/o

u c

on

heci

mento

s p

révio

s e

esta

bel

ecer

o d

iálo

go

dura

nte

a a

ula

. Q

uand

o o

s as

pec

tos

que

dif

icult

aria

m o

ensi

no

, P

3 d

escr

eveu

car

acte

ríst

icas

intr

ínse

cas

do

s al

uno

s e,

em

nen

hu

m

mo

mento

rel

acio

no

u t

ais

dif

iculd

ades

co

m a

s ca

ract

erís

tica

s d

e su

a p

ráti

ca e

duca

tiva,

ou m

esm

o d

e p

ráti

cas

às q

uai

s el

es

já t

iver

am

aces

so.

De

outr

o m

od

o,

P3

des

vin

culo

u a

s d

ific

uld

ades

ob

serv

adas

no

s d

esem

pen

ho

s d

os

aluno

s d

as c

arac

terí

stic

as p

rod

uzi

das

na

inte

raçã

o c

om

as

prá

tica

s d

e en

sino

po

r el

a ad

ota

das

.

- 8

1 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a au

la p

elo

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

e an

ális

e

funci

onal

os

rela

tos

de

P3

so

bre

os

efei

tos

evid

enci

aram

exp

ress

ões

des

titu

ídas

da

esp

ecif

icaç

ão d

as m

edid

as c

om

po

rtam

enta

is c

orr

esp

ond

ente

s.

Des

te m

od

o,

P3

ad

mit

e co

mo

efe

ito

ob

tid

o,

que

seus

aluno

s “e

nte

nd

eram

e c

onst

ruír

am

co

nce

ito

s” s

em

, co

ntu

do

, fa

zer

refe

rênci

a à

s

resp

ecti

vas

med

idas

co

mp

ort

amen

tais

esp

erad

as.P

or

sua

vez

, p

ara

alguns

efe

ito

s, P

3 r

elat

ou m

edid

as c

om

po

rtam

enta

is o

bse

rvad

as p

ela

do

cente

, ta

is c

om

o,

“manif

esta

r o

ralm

ente

id

éias

”; “

fala

r so

bre

o a

ssunto

” e

“esc

rever

am

”.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-p

roce

dim

ento

P3

man

teve

as c

arac

terí

stic

as d

e d

escr

ição

de

estr

atég

ias

de

ensi

no

ante

rio

res,

a

sab

er,

um

rel

ato

que

om

ite

des

criç

ões

das

açõ

es

em

itid

as,

incl

usi

ve

das

açõ

es c

onst

atad

as n

a au

la d

a U

D3

de

exp

lora

r o

s fa

tore

s q

ue

torn

avam

po

ssív

eis

as

em

issõ

es d

as r

esp

ost

as d

os

aluno

s. E

m a

crés

cim

o,

rela

ta a

ob

tençã

o d

e obje

tivo

s d

esvin

cula

nd

o a

oco

rrên

cia

das

res

po

stas

pre

vis

tas

das

po

ssív

eis

fo

nte

s d

e

det

erm

inaç

ão o

u r

elaç

ões

de

contr

ole

des

ejad

as.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te a

o p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a m

esm

a

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

Na

aula

de

UD

3,

par

a as

res

po

stas

co

rret

as,

tanto

quan

to p

ara

as i

nco

rret

as,

P3

ind

ago

u o

s al

uno

s so

bre

o q

ue

eles

co

nsi

der

avam

par

a

em

itir

as

resp

ost

as

apre

senta

das

, o

u,

em

outr

os

term

os,

em

que

se b

asea

vam

as

resp

ost

as e

mit

idas

par

a o

s q

ues

tio

nam

ento

s d

a

pro

fess

ora

. P

oré

m,

const

ato

u-s

e q

ue

P3

vo

lto

u a

em

itir

as

resp

ost

as q

ue

os

aluno

s d

ever

iam

exp

ress

ar,

bem

co

mo

a f

orn

ecer

as

dic

as q

ue

torn

avam

as

resp

ost

as p

revis

tas

alta

mente

pro

váv

eis

, se

m q

ue

a em

issã

o d

as m

esm

as f

oss

e o

bse

rvad

a na

ausê

nci

a d

as d

icas

.

P

roce

dim

ento

esp

ecif

ico

(ca

so

o t

rab

alho

co

nte

nha

dif

eren

tes

estu

do

s/et

apas

)

A p

arti

r d

as c

onst

ataç

ões

do

est

ud

o 1

, p

rocu

rou

-se

inves

tig

ar a

exte

nsã

o d

as c

arac

terí

stic

as d

as a

pre

nd

izag

ens

regis

trad

as c

om

P3

, d

esta

feit

a, c

om

pro

fess

ora

s q

ue

atu

am

nas

séri

es f

inai

s d

o E

nsi

no

Fu

nd

am

enta

l (5

ª. a

8ª.

sér

ies)

co

m d

isti

nta

s hab

ilit

açõ

es a

cad

êmic

as,

da

área

de

Ciê

nci

as N

atu

rais

.

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 1

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

P6

, na

oca

sião

da

cole

ta,

leci

onav

a aula

s d

e C

iênci

as

em

um

7.º

ano

(6.ª

sér

ie)

do E

nsi

no

Fund

am

enta

l. i

nic

ialm

ente

P6

lec

ion

ava

excl

usi

vam

ente

co

nte

úd

os

de

Mat

em

átic

a. N

o a

no

da

exec

uçã

o d

a co

leta

, P

6 h

avia

sid

o c

onvo

cad

a a

assu

mir

o c

argo

de

Ciê

nci

as,

no

qual

atu

alm

ente

min

istr

a su

as a

ula

s

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-alv

o

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Par

a P

6,

asp

ecto

s fa

cili

tad

ore

, d

epen

dem

das

esc

olh

as

de

det

erm

inad

os

tem

as d

entr

o d

os

conte

úd

os,

da

dis

cip

lina

da

turm

a, d

e o

s al

uno

s

go

star

em

des

tes

tem

as e

mes

mo

na

em

pat

ia r

ecíp

roca

entr

e pro

fess

ora

e a

luno

s. O

que

dif

icult

a o

ensi

no

de

Ciê

nci

as,

seg

und

o P

6,

é a

ind

isci

pli

na,

po

is m

uit

as

vez

es t

em

que

inte

rro

mp

er a

s au

las

par

a ad

ver

tir

ou r

epre

end

er a

lgu

ns

alu

no

s; f

alta

de

com

pro

mis

so d

os

aluno

s

em

pro

cura

r m

ater

ial

soli

cita

do

pel

a p

rofe

sso

ra;

e a

falt

a d

e te

mp

o d

e p

rep

arar

as

aula

s d

e C

iência

s. E

m r

elaç

ão a

os

asp

ect

os

faci

lita

do

res

ou d

ific

ult

ado

res

no

ensi

no

de

Ciê

ncia

s, P

6 d

escr

eveu

car

acte

ríst

icas

que

se d

ista

ncia

m d

a es

pec

ific

ação

de

pro

pri

edad

es

das

inte

raçõ

es e

ntr

e a

pro

fess

ora

e o

s al

uno

s, i

sto

é,

a d

oce

nte

não

dis

crim

ino

u q

uai

s se

riam

os

asp

ecto

s q

ue

po

der

iam

inte

rfer

ir

dir

etam

ente

em

sua

prá

tica

ed

uca

tiva

dura

nte

o e

nsi

no

de

Ciê

nci

as.

En

tret

anto

, re

laci

ono

u:

que

o p

rofe

sso

r d

ever

ia s

aber

esc

olh

er o

s

conte

úd

os

a se

rem

tra

bal

had

os;

o i

nte

ress

e e

go

sto

do

s al

uno

s p

elo

s as

sunto

s/te

mas

ab

ord

ado

s; a

ques

tão

da

ind

isci

pli

na

do

s a

luno

s;

apat

ia d

os

aluno

s na

busc

a p

or

mat

eria

is;

em

pat

ia d

os

alu

no

s co

m a

pro

fess

ora

e f

alta

de

tem

po

da

do

cente

par

a p

rep

arar

as

aula

s.

- 8

2 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a au

la p

elo

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

e an

ális

e

funci

onal

No

rel

ato

so

bre

as

estr

atég

ias

exp

ress

ões

que

reti

ram

vis

ibil

idad

e o

u a

cess

o à

s aç

ões

que

efet

ivam

ente

fo

ram

exec

uta

das

po

r P

6, o

u

seja

, q

uan

do

ind

agad

a so

bre

as

estr

atég

ias

de

ensi

no

, a

pro

fess

ora

P6

pra

tica

mente

no

meo

u c

onju

nto

s d

e aç

ões

, m

as n

ão a

s d

escr

eveu

.

Alé

m d

isso

, m

enci

ono

u e

xp

ress

ões

des

titu

ídas

de

per

tinênci

a te

mát

ica

com

est

raté

gia

s d

e en

sino

. O

s o

bje

tivo

s m

enci

onad

os

par

a a

s

resp

ecti

vas

est

raté

gia

s o

scil

aram

entr

e, o

ra d

esig

nar

açõ

es d

e P

6, o

ra,

açõ

es d

os

aluno

s. D

e m

od

o a

dic

ional

, o

s d

ado

s in

dic

am

a

des

vin

cula

ção

entr

e as

açõ

es e

spec

ific

adas

no

ob

jeti

vo

e o

s ef

eito

s re

lata

do

s. P

6 e

stim

a q

ue a

pia

do

s al

uno

s se

ria

um

a m

edid

a o

u

efei

to d

a tr

ansm

issã

o d

e in

form

açõ

es c

orr

etas

, as

sim

co

mo

a e

ntr

ega

da

tare

fa p

elo

s al

uno

s se

co

nst

itu

iria

em

med

ida

de

ob

serv

ação

e d

e

pes

quis

a.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-p

roce

dim

ento

Ad

mit

e-s

e q

ue

as

inte

rpre

taçõ

es d

e P

6 q

uan

to à

s in

tera

ções

em

sal

a d

e au

la s

ust

enta

vam

co

nsi

stên

cias

com

os

resp

ecti

vo

s M

od

elo

s d

e

Aval

iaçã

o F

unci

onal

Des

crit

iva.

Em

par

ticula

r, c

om

o j

á m

en

cio

nad

o a

cim

a, m

edia

nte

a o

mis

são

das

res

po

stas

co

rret

as (

pre

vis

tas)

e o

forn

ecim

ento

de

ques

tões

exp

lora

tóri

as,

por

P6

, fo

ram

co

nst

atad

as a

lter

açõ

es n

os

des

em

penho

s d

os

aluno

s. C

ontu

do

, as

anál

ises

com

par

ativ

as d

e P

6,

ao f

inal

da

Eta

pa

3,

acusa

m r

estr

içõ

es n

o a

lcan

ce d

os

efei

tos

do

s p

roce

dim

ento

s ad

ota

do

s na

aquis

ição

de

rep

ertó

rio

s in

terp

reta

tivo

s. P

6 i

nd

ica

mud

ança

s no

s d

esem

penho

s d

os

aluno

s e

apo

nta

alt

eraç

ões

nas

suas

açõ

es,

mas

, ao

mes

mo

tem

po

,

tam

bém

rel

acio

no

u a

s no

vas

apre

nd

izag

ens

ao m

ater

ial

did

átic

o u

tili

zad

o/d

isp

onib

iliz

ado

na

UD

3,

mais

exata

mente

ao

s se

us

atri

buto

s

(po

r ex

emp

lo,

asp

ecto

cham

ativ

o:

do

tít

ulo

, d

o t

exto

, d

as f

igura

s il

ust

rati

vas

do

tex

to,

etc.

) e

ao s

up

erla

tivo

inte

ress

e d

os

aluno

s em

par

tici

par

des

tas

aula

s.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te a

o p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a m

esm

a

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

As

aula

s m

inis

trad

as p

or

P6 n

a U

D3

, ap

onta

m d

ifer

ença

s em

rel

ação

às

cara

cter

ísti

cas

das

aula

s m

inis

trad

as n

as u

nid

ades

ante

rio

res.

Nit

idam

ente

, P

6,

red

uzi

u a

fre

qüên

cia

com

a q

ual

forn

ecia

res

po

stas

dir

etam

ente

par

a o

s al

uno

s, e

xp

loro

u a

id

enti

fica

ção

das

fo

nte

s q

ue

ori

enta

vam

a p

rop

osi

ção

de

resp

ost

as c

orr

etas

e i

nco

rret

as p

elo

s al

uno

s e

esti

mu

lou a

pro

po

siçã

o d

e ex

pli

caçõ

es e

não

apen

as o

rel

ato

das

res

po

stas

pre

vis

tas

po

r d

ifer

ente

s al

uno

s.

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

não

fo

i o

bje

to d

este

est

ud

o:

(a)

alte

rar

inad

ver

tid

am

ente

ou p

reci

pit

adam

ente

as

açõ

es q

ue o

s p

rofe

sso

res

já r

eali

zavam

co

mu

mente

em

sala

de

aula

, is

to é

, al

tera

r o

rep

ertó

rio

co

mp

ort

am

enta

l d

e en

sino

em

ciê

nci

as,

mas

po

r o

utr

o l

ado

, ver

ific

ar q

ual

ser

ia a

fia

bil

idad

e d

o

recu

rso

met

od

oló

gic

o e

das

pró

pri

as a

ções

das

pro

fess

ora

s em

do

is m

om

ento

s. M

últ

iplo

s as

pec

tos

da

pre

sente

pes

quis

a p

od

eria

m s

er

consi

der

ado

s li

mit

açõ

es e

, p

ort

anto

, m

erec

eria

m m

aio

res

dis

cuss

ões

po

ster

iore

s.P

or

que

não

fo

rnec

er c

urs

os,

wo

rk-s

ho

ps

e o

fici

nas

sob

re o

Aval

iaçã

o F

unci

onal

Des

crit

iva

(ist

o é

, re

uniõ

es c

om

os/

as d

oce

nte

s q

ue

leci

onam

ciê

ncia

s uti

liza

riam

téc

nic

as

com

o r

ole

-pla

y,

apre

nd

er e

mes

mo

exer

cita

r a

Aval

iaçã

o F

unci

onal

Des

crit

iva

e m

esm

o a

Anál

ise

Fu

nci

onal,

alé

m d

e ad

quir

ir o

utr

os

rep

ertó

rio

s e

conce

ito

s p

roven

iente

s d

a A

náli

se d

o C

om

po

rtam

ento

) –

com

o p

rop

õem

alg

uns

pes

quis

ado

res.

De

mo

do

mai

s o

bje

tivo

, o

corr

eu u

ma

outr

a li

mit

ação

do

est

ud

o,

que

dev

e se

r re

ssal

tad

a. F

oi

o f

ato

de

o p

esq

uis

ado

r não

ter

aco

mp

an

had

o a

do

cente

lic

enci

ada

em

en

sino

de

ciên

cias

, P

6,

em

outr

as s

alas

de

aula

s e/

ou s

érie

s q

ue

leci

ona.

- 83 -

Anexo 5- Leite, F.V.S. (2010).

- 8

4 -

Iden

tifi

caçã

o:

LE

ITE

, F

.V.S

. (2

01

0).

Tre

inam

ento

de

pro

fess

ore

s: e

nsi

no

da

iden

tifi

caçã

o d

a p

rováv

el f

unçã

o c

om

o p

arte

de

um

a anál

ise

de

conti

ngênci

as.

Dis

sert

ação

(P

rogra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

Exp

erim

enta

l: A

nál

ise

do

Co

mp

ort

am

ento

) -

Po

nti

fíci

a

Univ

ersi

dad

e C

ató

lica

de

São

Pau

lo,

São

Pau

lo.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

ver

ific

ar o

efe

ito

de

um

tre

ino

par

a en

sinar

a p

rofe

sso

res

um

a p

arte

da

anál

ise

de

conti

ngênci

as –

a i

den

tifi

caçã

o d

a p

rováv

el

funçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

. V

eri

fica

r o

efe

ito

da

rem

oçã

o d

ar i

nst

ruçã

o r

elat

iva

aos

conce

ito

s d

e A

nál

ise

do

Co

mp

ort

am

ento

,

Aval

iar

a p

oss

ível

gener

aliz

ação

do

s re

sult

ado

s d

o t

rein

o p

ara

a si

tuaç

ão d

e sa

la d

e au

la,

Aval

iar

se a

in

tera

ção

do

pro

fess

or

com

o

aluno

em

sal

a d

e au

la s

e al

tera

ap

ós

o t

rein

o e

, em

cas

o p

osi

tivo

, em

que

dir

eção

.

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

entr

evis

tas

inic

iais

esc

rita

s p

ela

pes

quis

ado

ra e

aud

iogra

vad

as.

Fo

lhas

de

regis

tro

pre

ench

idas

pel

as p

arti

cip

ante

s

fase

s/et

apas

T

rein

o:

Fo

ram

uti

liza

do

s 3

6 c

enár

ios,

aco

mp

anhad

os

de

cin

co p

ergunta

s so

bre

o c

om

po

rtam

ento

. N

o p

rim

eiro

pas

so d

o

pro

ced

imen

to,

tod

as a

s p

ergun

tas

rela

tivas

aos

cenár

ios

esta

vam

res

po

nd

idas

e

a ca

da

pas

so u

ma

das

res

po

stas

era

ret

irad

a at

é q

ue

final

men

te,

no

sex

to p

asso

, nenh

um

a q

ues

tão

est

ava

resp

ond

ida,

e a

s p

arti

cip

ante

s ti

ver

am

que

resp

ond

er t

od

as e

las.

d

epo

is e

ram

real

izad

os

os

test

es d

e gen

eral

izaç

ão.

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Dura

nte

o t

rein

o h

avia

um

pro

ced

imento

de

feed

bac

k e

co

rreç

ão d

a re

spo

sta;

no

enta

nto

, p

ara

efei

to d

os

resu

ltad

os

apen

as

a

pri

meir

a re

spo

sta

era

regis

trad

a. N

a li

nha

de

bas

e e

no

s te

ste

não

ho

uve

feed

bac

k E

m c

aso

de

erro

, o

cen

ário

era

ld

o n

ovam

ente

em

vo

z al

ta e

as

per

gun

tas

refe

itas

, at

é q

ue

os

par

tici

pan

tes

acer

tass

em

a r

esp

ost

a.

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 3

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

Par

tici

pan

te A

P

arti

cip

ante

B

Par

tici

pan

te c

Res

ult

ado

s A

trib

uiç

ão d

e ca

usa

lid

ade

do

co

mp

ort

am

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Não

info

rmad

o

Não

info

rmad

o

Não

info

rmad

o

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

anál

ise

funci

onal

na

lin

ha

de

bas

e fo

i q

uest

ionad

o a

o p

rofe

sso

r

qual

a f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

, se

nd

o q

ue

a

par

tici

pan

te A

ob

teve

0 d

e 8

ace

rto

s p

oss

ivei

s

na

lin

ha

de

bas

e fo

i q

uest

ionad

o a

o

pro

fess

or

qual

a f

unçã

o d

o

com

po

rtam

ento

, se

nd

o q

ue

a

par

tici

pan

te B

ob

teve

3 d

e 8

ace

rto

s

po

ssiv

eis

na

lin

ha

de

bas

e fo

i q

uest

ionad

o a

o

pro

fess

or

qual

a f

unçã

o d

o

com

po

rtam

ento

, se

nd

o q

ue

a p

arti

cip

ante

C o

bte

ve

1,5

de

8 a

cert

os

po

ssiv

eis

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

resu

ltad

os

do

tre

ino

: 1

00

% d

e ac

erto

. 8

acer

tos

de

8 p

oss

ivei

s

resu

ltad

os

do

tre

ino

: 1

00

% d

e ac

erto

.

8 a

cert

os

de

8 p

oss

ivei

s

resu

ltad

os

do

tre

ino

: 1

00

% d

e ac

erto

. 8

acer

tos

de

8 p

oss

ivei

s

- 8

5 -

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

si

m

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

Tes

te d

e G

ener

aliz

ação

: fo

i so

lici

tad

o à

s p

arti

cip

ante

s q

ue

resp

ond

esse

m q

ual

a f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

. em

caso

de

erro

apli

cava-

se T

este

de

Gen

eral

izaç

ão 2

, ap

ós

a re

aliz

ação

do

Tes

te d

e A

pli

caçã

o 1

.

Tes

te d

e A

pli

caçã

o:

Fo

i so

lici

tad

o,

apó

s a

ind

icaç

ão d

a pro

váv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

alu

no

, q

ue

a p

arti

cip

ante

in

dca

sse

um

a in

terv

ençã

o.

Tes

te d

e G

ener

aliz

ação

2:

Era

entr

egue

um

a fo

lha

com

um

a d

escr

ição

de

um

a se

quênci

a d

e in

tera

ções

da

par

tici

pan

te c

om

o a

luno

ob

serv

ada

em s

ala

de

aula

, em

que

tives

se o

corr

ido

o c

om

po

rtam

ento

do

alu

no

co

nsi

der

ado

inad

equad

o p

ela

par

tici

pan

te.

Em

seg

uid

a, e

ra s

oli

cita

do

que

a par

tici

pan

te l

esse

a s

equênci

a e

resp

ond

esse

a m

esm

a p

erg

unta

ap

rese

nta

da

no

Tes

te d

e G

ener

aliz

ação

1:

Tes

te d

e A

pli

caçã

o 2

: A

s a

par

tici

pan

te t

er r

esp

ond

ido

qual

era

a p

rováv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

alu

no

po

r el

a in

dic

ado

,

era

soli

cita

do

que

ind

cass

e u

ma

inte

rvençã

o.

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

no

Tes

te d

e gen

eral

izaç

ão 1

, não

ap

rese

nto

u

acer

tos.

no

Tes

te d

e gen

eral

izaç

ão 2

,

ob

teve

mei

o

sob

re a

pro

váv

el f

unçã

o d

o

com

po

rtam

ento

de

sua

alu

na

em

sal

a d

e au

la

(gan

ho

de

aten

ção

), n

ão e

spec

ific

ou q

ue

a

aten

ção

era

dad

a p

ela

pro

fess

ora

. A

inte

rvençã

o p

rop

ost

a f

oi

consi

der

ada

inco

rret

a, u

ma

vez

que

pro

vav

elm

ente

aum

enta

ria

a fr

equên

cia

do

co

mp

ort

am

ento

.

ob

teve,

no

Tes

te d

e gen

eral

izaç

ão 1

,

do

is a

cert

os

do

s d

ois

po

ssív

eis,

não

real

izan

do

o T

este

de

gen

eral

izaç

ão 2

.

A p

arti

cip

ante

so

ub

e id

enti

ficar

que

o

com

po

rtam

ento

do

alu

no

po

r el

a

ind

icad

o e

ra,

pro

vav

elm

ente

, m

anti

do

pel

a co

nti

ngên

cia

de

refo

rçam

ento

po

siti

vo

po

r at

ençã

o d

o p

rofe

sso

r, e

com

o e

stra

tégia

de

inte

rvençã

o p

rop

ôs

que

dev

eria

dei

xar

de

dar

ate

nçã

o.

Par

tici

pan

te C

, o

bte

ve

1,6

6 a

cert

os,

sen

do

0,6

6 p

ara

a q

ues

tão

so

bre

a p

rováv

el

funçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

e u

m a

cert

o,

de

um

po

ssív

el,

par

a a

ques

tão

so

bre

a

pro

po

sta

de

inte

rven

ção

.

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

Ao

se

ver

ific

ar o

s ti

po

s d

e er

ros

ob

serv

ou

-se

que

a fo

rmula

ção

de

algun

s ce

nár

ios

po

de

ter

favo

reci

do

que

ho

uves

se e

rro

s na

ques

tão

so

bre

fre

quên

cia

do

co

mp

ort

am

ento

. U

ma

lim

itaç

ão

do

pre

sente

est

ud

o f

oi

que

as

ob

serv

açõ

es r

eali

zad

as n

ão p

erm

itir

am

aval

iar

com

pre

cisã

o s

e a

inte

raçã

o d

as p

arti

cip

ante

s co

m o

s al

uno

s em

sal

a d

e au

la s

e al

tero

u d

ura

nte

e a

s o

tre

ino

, se

nd

o

nec

essá

rias

mais

pes

quis

as n

a ár

ea q

ue

aval

iem

ess

e as

pec

to.

Outr

a li

mit

ação

do

est

ud

o é

que

foi

ensi

nad

a às

par

tici

pan

tes

apen

as

um

a p

arte

da

anál

ise

de

conti

ngên

cias:

o l

evanta

men

to d

a p

rováv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

inad

equad

o d

o a

luno

.

- 86 -

Anexo 6- Oliveira, J. (2010).

- 8

7 -

Iden

tifi

caçã

o:

OL

IVE

IRA

, J.

(2

01

0).

Sub

síd

ios

met

od

oló

gic

os

par

a o

des

envo

lvim

ento

de

rep

ertó

rio

s d

e in

terp

reta

ção

fu

nci

onal

par

a u

ma

pro

fess

ora

das

sér

ies

inic

iais

. D

isse

rtaç

ão (

Pro

gra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

do

Des

envo

lvim

ento

e A

pre

nd

izagem

)

- U

NE

SP

, F

aculd

ade

de

Ciê

ncia

s, B

auru

.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

Ver

ific

ar s

e as

co

nd

içõ

es m

eto

do

lógic

as p

od

eria

m f

avo

rece

r o

ensi

no

de

rep

ertó

rio

s q

ue

def

inem

a e

xec

uçã

o d

e av

alia

ções

funci

onai

s, m

ais

esp

ecif

icam

ente

os

rep

ertó

rio

s q

ue

envo

lvem

in

terp

reta

r as

sit

uaç

ões

de

ensi

no

de

mo

do

a e

stim

ar a

s

po

ssív

eis

rela

ções

de

contr

ole

entr

e o

s d

esem

penho

s d

os

alu

no

s e

as c

ond

içõ

es d

e en

sino

.

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

gra

vaç

ão e

m v

ideo

das

un

idad

es d

idat

icas

e a

pre

senta

ção

de

rote

iro

s d

e en

trev

ista

s co

m g

ravaç

ão e

m á

ud

io d

as r

esp

ost

as

forn

ecid

as p

elo

pro

fess

or.

Ap

ós

o t

érm

ino

de

cad

a E

tap

a, o

s d

ado

s fo

rnec

ido

s p

elo

s p

rofe

sso

res

eram

anal

isad

os

vis

and

o a

iden

tifi

caçã

o e

des

criç

ão d

as p

rinci

pai

s ca

ract

erís

tica

s d

a in

tera

ção

del

es c

om

seus

aluno

s

fase

s/et

apas

Na

Eta

pa

1 f

oi

real

izad

a um

a en

trev

ista

inic

ial.

Em

seg

uid

a fo

ram

gra

vad

os

do

is c

onju

nto

s d

e au

las.

Ao

fin

al d

esta

eta

pa,

P

foi

sub

met

ida

a u

m R

ote

iro

de

Entr

evis

ta q

ue

conti

nha

ques

tões

ace

rca

de

suas

pró

pri

as a

ula

s. O

Ro

teir

o d

e E

ntr

evis

ta f

oi

apli

cad

o n

a au

sência

e n

a p

rese

nça

do

s ep

isó

dio

s se

leci

onad

os

da

UD

1.

Dura

nte

a E

tap

a 2

, P

fo

i ex

po

sta

aos

mo

del

os

de

inte

rpre

taçã

o f

unci

onal

ela

bo

rad

os

pel

o p

esq

uis

ado

r so

bre

os

mesm

os

epis

ód

ios

sele

cio

nad

os

da

UD

1, p

or

conse

guin

te,

a

pro

fess

ora

fo

i so

lici

tad

a a

execu

tar

suas

pró

pri

as t

enta

tivas

de

inte

rpre

taçõ

es f

unci

onai

s p

ara

os

epis

ód

ios

da

UD

2. A

Eta

pa

2

foi

final

izad

a co

m a

exp

osi

ção

par

a P

do

s m

od

elo

s d

e in

terp

reta

ção

fu

nci

onal

ela

bo

rad

os

pel

o p

esq

uis

ado

r p

ara

os

epis

ódio

s

da

UD

2.

Na

Eta

pa

3 o

corr

eu a

gra

vaç

ão d

e u

m n

ovo

co

nju

nto

de

aula

s (U

D3

). P

or

fim

fo

i so

lici

tad

o a

P q

ue

fize

sse

com

par

açõ

es e

ntr

e a

UD

2 e

UD

3.

conse

quênci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Não

ho

uve

feed

bac

k i

med

iato

par

a o

s p

arti

cip

ante

s. O

pes

quis

ado

r na

pri

meir

a fa

se a

pen

as

ouviu

as

análi

ses

real

izad

as p

ela

par

tici

pan

te.

No

enco

ntr

o s

egu

inte

, o

pes

quis

ado

r ap

rese

nto

u s

uas

anál

ises

so

bre

os

ep

isó

dio

s ex

ibid

os

no

enco

ntr

o a

nte

rio

r,

forn

ecen

do

um

mo

del

o d

e in

terp

reta

ção

funci

onal

des

crit

iva.

Na

fase

seg

uin

te s

oli

cito

u-s

e q

ue

a p

arti

cip

ante

rea

liza

sse

um

a

A.F

. e

logo

ap

ós

o p

esq

uis

ado

r ap

rese

nto

u u

ma

A.F

. so

bre

a m

esm

a U

D

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 1

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

A p

arti

cip

ante

(P

) fo

rmo

u-s

e n

o m

agis

téri

o e

est

ava

no

ter

ceir

o a

no

do

curs

o d

e P

edag

ogia

na

épo

ca d

a co

leta

de

dad

os.

Exer

cia

o m

agis

téri

o h

á m

ais

de

dez

ano

s e

na

oca

sião

da

cole

ta m

inis

trav

a au

la p

ara

um

a tu

rma

da

terc

eira

sér

ie d

o e

nsi

no

fund

am

enta

l, m

inis

trav

a au

las

de

Ciê

nci

as p

ara

a 3

ª sé

rie

do

Cic

lo I

do

Ensi

no

Fund

am

enta

l (P

EB

1).

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

co

mp

ort

am

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

P a

firm

ou a

im

po

rtânci

a d

o m

ater

ial

did

átic

o p

ara

o e

nsi

no

- ap

rend

izag

em

, p

ois

um

a aula

co

m m

ater

iais

“fix

a” a

apre

nd

izag

em

do

s al

uno

s, s

e co

mp

arad

a a

um

a au

la “

teó

rica

”.

As

faci

lid

ades

par

a o

ensi

no

se

refe

rem

à d

iver

sid

ade

de

mat

eria

l d

isp

onív

el,

e en

tre

as d

ific

uld

ades

, a

falt

a d

e in

tere

sse

do

s al

uno

s e

a fa

lta

de

par

tici

paç

ão d

os

pai

s na

vid

a es

cola

r d

e

seu

s fi

lho

s. A

fal

ta d

e in

tere

sse

foi

def

inid

a co

mo

“o

mo

men

to q

ue

o a

luno

não

est

á in

tere

ssad

o n

a au

la e

ele

atr

apal

ha

faze

nd

o g

race

jo,

conver

sand

o,

não

res

pei

tand

o a

fal

a d

o p

rofe

sso

r naq

uel

e m

om

ento

, o

u f

az

algo

par

a at

rap

alhar

a a

ula

”.

P

atri

bui

com

o c

ausa

da

falt

a d

e in

tere

sse

a não

co

mp

reen

são

do

s al

uno

da

imp

ort

ânci

a d

os

est

ud

os,

sit

uaç

ão q

ue

julg

a agra

vad

a

par

a as

fam

ília

s q

ue

não

aco

mp

anham

a v

ida

esco

lar

do

s al

uno

s e

que

estã

o p

assa

nd

o p

or

dif

icu

ldad

es f

inan

ceir

as,

po

is e

sses

det

erm

inante

s so

ciai

s s

eria

m v

ivenci

ado

s, p

oré

m

não

co

mp

reen

did

os

pel

os

aluno

s, o

que

os

torn

a “a

git

ado

s”.

- 8

8 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

anál

ise

funci

onal

P d

esig

nav

a o

bje

tos

e d

e m

ateri

ais

com

o p

ráti

cas

ou e

stra

tég

ias

de

ensi

no

. T

al d

esig

naç

ão e

nco

ntr

a-s

e m

escl

ada

com

a

des

criç

ão d

e aç

ões

efe

tuad

as p

or

ela.

Quan

to a

os

obje

tivo

s r

elat

ado

s, o

s m

esm

os

co

nce

ntr

aram

-se

nas

açõ

es d

e P

(m

ost

rar,

exib

ir,

cham

ar

a

ate

nçã

o,

pro

var

). P

o

scil

ou

entr

e af

irm

ar

q

ue,

o

ra as

es

trat

égia

s

per

mit

iam

co

nst

ata

r

que

os

alu

no

s

ap

rese

nta

m

algu

ns

conhec

imento

s

sob

re

os

co

nte

úd

os

ab

ord

ado

s,

ora

q

ue

p

rop

ried

ades

t

op

ográ

fica

s

das

ões

ob

serv

adas

(d

esen

har

, je

ito d

eles

, co

mo

se

com

po

rtav

am

) in

dic

avam

os

efe

ito

s o

bti

do

s. Q

uan

to à

s m

edid

as

com

po

rtam

enta

is d

os

efei

tos,

os

rel

ato

s ac

usa

m

refe

rênci

as

gen

éric

as

às

to

po

gra

fias

d

e

resp

ost

a (p

arti

cip

ar, d

esen

har

).

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

os

rel

ato

s v

erb

ais

de

P s

obre

os

epis

ód

ios

sele

cio

nad

os

das

aula

s d

a U

D3

, sa

lienta

ram

não

ap

enas

a r

einci

dên

cia

de

cara

cter

ísti

cas

regis

trad

as n

as

exp

osi

ções

ante

rio

res

ao R

ote

iro

1,

mas

tam

bém

res

triç

ões

(o

u s

elet

ivid

ade)

no

alc

ance

das

mud

ança

s re

gis

trad

as d

a U

D3

. O

s re

lato

s d

e P

no

s q

uai

s vag

em

, veget

ais

e b

atat

as a

ind

a ad

quir

em

nat

ure

za o

u s

tatu

s d

e

estr

atég

ia d

e en

sino

, d

e m

od

o s

em

elhante

à á

gua,

lo

usa

e g

iz n

as e

tap

as p

rece

den

tes.

O

rel

ato

de

P e

vid

enci

a d

ific

uld

ades

na

des

criç

ão d

as a

tivid

ades

que

ela

exec

uto

u c

onsi

der

and

o a

s aç

ões

exig

idas

do

s al

uno

s e

não

os

mat

eria

is u

tili

zad

os.

Alé

m

dis

so,

efei

tos

e su

as

resp

ecti

vas

m

edid

as

com

po

rtam

enta

is

aind

a f

ora

m

def

inid

os

e

in

feri

do

s

pel

a m

anif

esta

ção

d

as

resp

ost

as p

revis

tas

e

não

p

ela

des

criç

ão d

as r

elaç

ões

d

e c

ontr

ole

de

estí

mulo

s en

vo

lvid

as.

Em

su

ma,

as

rest

riçõ

es n

as

mud

ança

s d

e d

esem

penho

de

P r

egis

trad

as n

a U

D3

, o

u m

esm

o a

s m

ud

ança

s se

leti

vas

e m

ais

conce

ntr

adas

no

s d

esem

penho

s

em

sal

a d

e au

la d

esta

pro

fess

ora

rep

lica

ram

, ai

nd

a q

ue p

arci

alm

ente

, d

ado

s d

a li

tera

tura

quan

to à

s d

ific

uld

ades

no

des

envo

lvim

ento

de

rep

ertó

rios

de

aval

iaçã

o f

unci

onal

. C

ontu

do

est

e tr

abal

ho

evid

enci

ou t

ais

dif

iculd

ades

mesm

o

quan

do

o

des

em

pen

ho

da

pro

fess

ora

fo

i a

lter

ado

na

cond

uçã

o

das

ati

vid

ades

d

idát

icas

em

sa

la d

e

aula

.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te a

o p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

so

bre

a

mes

ma

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

Os

des

em

penho

s d

a p

rofe

sso

ra P

na

cond

uçã

o d

as a

tivid

ades

did

átic

as i

nse

rid

as n

as a

ula

s m

inis

trad

as d

a U

D3

, su

stenta

ram

cara

cter

ísti

cas

dis

tinta

s d

aquel

as r

egis

trad

as n

as a

ula

s m

inis

trad

as c

onse

cuti

vam

ente

na

Eta

pa

1 (

UD

1 e

UD

2).

No

s re

gis

tro

s

da

UD

3 f

ora

m c

onst

atad

as,

de m

od

o r

eco

rren

te,

situ

açõ

es n

as

quai

s P

exp

un

ha

ou d

em

on

stra

va

fenô

meno

s e

pra

tica

mente

de

mo

do

sim

ult

âneo

, fo

rmula

va

ques

tões

que

cum

pri

am

a f

unçã

o d

e se

leci

onar

ou c

ontr

ola

r re

spo

stas

ver

bai

s d

escr

itiv

as

de

pro

pri

edad

es d

os

fenô

men

os

ob

serv

ado

s.

Nas

aula

s d

a U

D3

, P

co

nce

ntr

ou a

s al

tera

ções

em

seu d

esem

penho

so

bre

os

rep

ertó

rio

s d

e fa

zer

per

gunta

s d

e m

od

o a

ap

roxim

ar s

uce

ssiv

am

ente

as

resp

ost

as d

os

alu

no

s às

res

po

stas

esp

erad

as p

or

ela

a

seu

s q

ues

tio

nam

ento

s.

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

As

rest

riçõ

es n

as

mud

ança

s no

des

em

pen

ho

po

dem

est

ar a

sso

ciad

as a

alg

um

as c

arac

terí

stic

as d

os

pro

ced

imen

tos

ado

tad

os,

tal

com

o a

au

sênci

a d

e aç

ões

esp

ecíf

icas

do

pes

quis

ado

r co

nti

ngen

te à

s re

spo

stas

fo

rnec

idas

dia

nte

das

ap

rese

nta

ções

do

ro

teir

o

de

entr

evis

ta.

As

per

gu

nta

s re

aliz

adas

pel

o p

esq

uis

ado

r p

odem

ter

dif

icult

ado

rel

ato

s ver

bai

s q

ue

ates

tass

em

vín

culo

s

funci

onai

s e

ntr

e a

s

prá

tica

s d

e en

sino

u

tili

zad

as

e o

des

emp

en

ho

do

s al

uno

s d

iante

d

e ta

is

prá

tica

s, u

ma

vez

q

ue

tai

s

ques

tões

p

od

em

ter

dir

ecio

nad

o

a d

escr

ição

ver

bal

da

pro

fess

ora

par

a a

s d

imen

sões

d

esta

cad

as

em

seu

s en

uncia

do

s,

e

ter

co

nco

rrid

o

co

m

os

re

per

tóri

os

verb

ais

al

mej

ado

s,

ou

seja

, o

s v

íncu

los

fun

cio

nai

s.

O a

uto

r su

ger

e u

m

levan

tam

ento

sis

tem

átic

o d

a h

istó

ria

pre

gre

ssa

do

par

tici

pan

te d

e m

od

o a

ob

ter

dad

os

que

po

ssib

ilit

em

ao

pes

quis

ado

r

pro

gra

mar

co

nti

ngênci

as d

e en

sino

mai

s a

deq

uad

as à

s ca

ract

erís

tica

s d

e se

us

par

tici

pan

tes.

- 89 -

Anexo 7- Sparvoli, D.A.P. (2008).

- 9

0 -

Id

enti

fica

ção

:

SP

AR

VO

LI,

D.A

.P.

(20

08).

Rec

urs

o I

nte

rpre

tati

vo

Funcio

nal

Co

mo

Sab

er D

oce

nte

no

En

sino

de

Co

nte

úd

os

Curr

icula

res

de

Mat

em

átic

a. D

isse

rtaç

ão (

Pro

gra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

do

Des

envo

lvim

ento

e A

pre

nd

izag

em

) -

UN

ES

P,

Fac

uld

ade

de

Ciê

nci

as,

Bau

ru.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

Aval

iar

se o

co

nta

to d

e p

rofe

sso

ras

com

rec

urs

os

aud

iovis

uais

de

suas

atu

açõ

es p

rofi

ssio

nais

em

sal

a d

e au

la,

bem

co

mo

co

m

inte

raçõ

es p

lanej

adas

co

m m

od

elo

de

Anál

ise

Fu

nci

onal

Des

crit

iva,

po

der

iam

co

ntr

ibuir

co

m a

aq

uis

ição

e o

des

env

olv

imen

to

de

rep

ertó

rio

s p

ara

a re

aliz

ação

de

Anál

ise

Fu

nci

onal

Des

crit

iva

de

rela

ções

entr

e p

ráti

cas

do

cente

s e

des

em

pen

ho

do

s al

uno

s

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

Gra

vaç

ão e

m v

ideo

das

unid

ad

es d

idat

icas

e a

pre

senta

ção

de

rote

iro

s d

e en

trev

ista

s co

m g

ravaç

ão e

m á

ud

io d

as r

esp

ost

as

forn

ecid

as p

or

cad

a p

rofe

sso

r. A

s o

tér

min

o d

e ca

da

Eta

pa,

a p

esq

uis

ado

ra a

nal

isav

a o

s d

ado

s fo

rnec

ido

s p

elo

s p

rofe

sso

res

(entr

evis

tas

e o

bse

rvaç

ões

das

aula

s),

vis

and

o a

id

enti

fica

ção

e d

escr

ição

das

pri

nci

pai

s ca

ract

erís

tica

s d

a in

tera

ção

del

es c

om

seu

s al

uno

s

fase

s/et

apas

Fo

ram

rea

liza

das

3 e

tap

as,

na

Eta

pa

1,

oco

rrer

am:

a) e

ntr

evis

ta i

nic

ial,

b)

regis

tro

s, e

m v

ídeo

, d

e au

las

refe

rente

s a

duas

unid

ades

did

átic

as (

UD

1 e

UD

2),

c)

entr

evis

ta n

a ausê

nci

a d

e ep

isó

dio

s d

as a

ula

s gra

vad

as d

a U

D1

e d

) en

trev

ista

na

pre

sença

de

epis

ód

ios

de

víd

eo d

as a

ula

s d

a U

D1

. N

a E

tap

a 2

, o

corr

eram

: a)

ap

rese

nta

ção

de

um

mo

del

o d

e an

ális

e fu

nci

onal

des

cri

tiva

pel

a p

esq

uis

ado

ra s

ob

re o

s ep

isó

dio

s ex

ibid

os

das

aula

s d

a U

D1

; b

) ex

ibiç

ão d

e ep

isó

dio

s das

aula

s d

a U

D2

; c)

so

lici

taçã

o d

a

elab

ora

ção

de

anál

ise

funci

on

al d

escr

itiv

a p

ela

pro

fess

ora

; e d

) ap

rese

nta

ção

do

mo

del

o d

e an

ális

e fu

nci

onal

da

pes

quis

ad

ora

sob

re e

sses

ep

isó

dio

s. N

a E

tap

a 3

, ho

uve:

a)

regis

tro

, em

víd

eo,

das

aula

s d

a U

D3

; e

dia

nte

do

s ep

isó

dio

s d

as a

ula

s d

a U

D3

, b

)

soli

cita

ção

de

elab

ora

ção d

e an

ális

e fu

nci

onal

des

crit

iva

e ,

c) s

oli

cita

ção

de

elab

ora

ção

de

anál

ises

com

par

ativ

as

entr

e as

inte

rpre

taçõ

es d

as a

ula

s d

as U

Ds

2 e

3.

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Não

ho

uve

feed

ba

ck i

med

iato

par

a o

s p

arti

cip

ante

s. O

pes

quis

ado

r na

pri

meir

a fa

se a

pen

as

ouviu

as

análi

ses

real

izad

as p

ela

par

tici

pan

te.

No

enco

ntr

o s

egu

inte

, o

pes

quis

ado

r ap

rese

nto

u s

uas

anál

ises

so

bre

os

mes

mo

s ep

isó

dio

s ex

ibid

os

no

enco

ntr

o

ante

rio

r, f

orn

ecen

do

um

mo

delo

de

inte

rpre

taçã

o f

unci

onal

des

crit

iva.

Na

fase

seg

uin

te s

oli

cito

u-s

e q

ue

a p

arti

cip

ante

real

izas

se u

ma

A.F

. e

logo

ap

ós

o p

esq

uis

ado

r ap

rese

nto

u u

ma

A.F

. so

bre

a m

esm

a U

D

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 2

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

P1

L

icen

ciat

ura

em

Mat

em

átic

a, a

tua

na

séri

e. A

tua

22

ano

s no

en

sino

púb

lico

est

adu

al

P2

fo

rmad

a no

curs

o d

e m

agis

téri

o e

hab

ilit

ação

em

Ped

ago

gia

e m

inis

tra

aula

s 4

ª sé

rie.

A

tua

23

ano

s no

mag

isté

rio

púb

lico

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

com

po

rtam

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

Ap

rese

nto

u u

m r

eper

tóri

o r

estr

ito

par

a id

enti

fica

ção

e

des

criç

ão d

e as

pec

tos

que

podem

fac

ilit

ar o

ensi

no

. H

á

ausê

nci

a no

rel

ato

de

des

criç

ões

de

conti

ngên

cia

que

dev

eria

m m

ante

r o

co

mp

ort

amen

to d

a p

rofe

sso

ra s

ob

co

ntr

ole

da

apre

nd

izag

em

do

alu

no

. V

incu

lou a

s d

ific

uld

ades

de

aco

mp

anham

ento

a

fato

res

org

ânic

os

e/o

u t

ípic

os

da

pes

soa

do

alu

no

, co

mo

med

o,

hes

itaç

ão o

u f

alta

de

inic

iati

va

em

pro

cura

r aj

ud

a, o

u,

a fa

tore

s que

suger

em

falt

a d

e re

per

tóri

o

acad

êmic

o c

om

pat

ível

co

m n

ível

de

esco

lari

dad

e.

P2

des

crev

eu a

s d

ific

uld

ades

do

s al

uno

s co

m ê

nfa

se e

m

pro

pri

edad

es d

as r

esp

ost

as,

sem

faz

er r

efer

ênci

a a

asp

ecto

s d

o

conte

xto

dia

nte

do

s q

uai

s as

oco

rrên

cias

das

mes

mas

fora

m

ob

serv

adas

. A

s ex

pli

caçõ

es d

a p

rofe

sso

ra t

rouxer

am

conce

pçõ

es i

nte

rnal

izan

tes,

ou

sej

a, o

s al

uno

s ap

rese

nta

m

dif

icu

ldad

es p

or

cara

cter

ísti

cas

intr

ínse

cas

ou p

or

cond

içõ

es

des

favo

rávei

s viv

idas

em

outr

os

am

bie

nte

s. A

pro

fess

ora

não

rela

tou a

s co

nd

içõ

es d

isp

ost

as e

m s

ala

de

aula

que

favo

rece

m

esse

des

em

pen

ho

. A

val

iou q

ue

a nat

ure

za d

e d

eter

min

adas

ativ

idad

es s

eria

fac

ilit

ado

ra d

o e

nsi

no

.

- 9

1 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

anál

ise

funci

onal

A p

rofe

sso

ra a

pre

sento

u d

ific

uld

ades

em

des

crever

med

idas

com

po

rtam

enta

is e

spec

ífic

as d

os

aluno

s in

dic

ado

s. N

o r

elat

o

de

P1 h

á fa

lta

de

evid

ência

s d

e m

edid

as i

nd

ivid

uai

s d

e

des

em

pen

ho

do

s al

uno

s q

ue

dem

on

stra

ssem

co

mp

reensã

o o

u

ente

nd

imento

. N

ão c

ogit

ou a

hip

óte

se d

e o

des

emp

enho

do

s

aluno

s, i

ncl

uin

do

os

insa

tisf

ató

rio

s, s

erem

efe

ito

s d

as

estr

atég

ias

de

ensi

no

uti

liza

das

po

r el

a.

não

vin

culo

u o

s ef

eito

s co

nse

guid

os

com

os

aluno

s co

m a

s

estr

atég

ias

uti

liza

das

, não

ev

iden

cian

do

em

seu

rel

ato

rel

açõ

es

de

funci

onal

idad

e en

tre

pro

pri

edad

es o

u c

arac

terí

stic

as d

o

com

po

rtam

ento

do

s al

uno

s co

m p

rop

ried

ades

e c

arac

terí

stic

as

de

estr

atég

ias

efe

tivam

ente

dis

po

nib

iliz

adas

po

r el

a.

Ao

fal

ar

do

s ef

eito

s co

nse

guid

os

com

a s

ala,

não

esp

ecif

ico

u o

s

com

po

rtam

ento

s esp

erad

os

e não

des

crev

eu p

ontu

alm

ente

os

po

ssív

eis

efei

tos.

Suas

resp

ost

as

não

rel

acio

nav

am

as

med

idas

do

s al

uno

s co

m a

s est

raté

gia

s uti

liza

das

po

r el

a.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

Evid

enci

ou r

elaç

ões

funci

onai

s ao

des

crev

er a

s in

tera

ções

ob

serv

adas

em

sal

a d

e au

la.

O r

elat

o d

e P

1 m

ost

rou

-se

afin

ado

co

m u

ma

inte

rpre

taçã

o f

unci

onal

das

inte

raçõ

es e

m

sala

de

aula

ao

des

crev

er e

stra

tégia

s, d

esem

pen

ho

do

s al

uno

s

e o

bje

tivo

s, i

ncl

usi

ve

par

a su

a p

ráti

ca,

esp

ecif

ican

do

com

po

rtam

ento

s esp

erad

os

dos

alu

no

s. P

oré

m,

avali

ou q

ue

tais

ob

jeti

vo

s não

fo

ram

alc

an

çad

os

po

r in

sufi

ciênci

a d

e su

as

estr

atég

ias

em

id

enti

fica

r fo

nte

s d

e co

ntr

ole

de

estí

mu

lo e

ob

ter

med

idas

de

apre

nd

izag

em

do

s al

uno

s d

ura

nte

as

aula

s.

P2

ela

bo

rou u

ma

anál

ise,

co

nsi

der

and

o r

elaç

ões

de

funci

onal

idad

e en

tre

o d

esem

pen

ho

do

s al

uno

s e

as c

ond

içõ

es

dis

po

nib

iliz

adas

po

r el

a, v

incu

land

o a

s es

trat

égia

s co

m o

s

obje

tivo

s p

rete

nd

ido

s, a

val

iou a

per

tinên

cia

de

se o

bte

r u

ma

med

ida

do

rep

ertó

rio

de

entr

ada

do

s al

uno

s e

a nec

essi

dad

e d

e

ob

serv

ação

de

com

po

rtam

ento

s q

ue

ind

icas

sem

tai

s

rep

ertó

rio

s. A

nal

iso

u q

ue

os

aluno

s p

od

em

ter

se

pre

nd

ido

a

um

a só

car

acte

ríst

ica

do

mat

eria

l ap

rese

nta

do

. H

ouve

a

const

ataç

ão d

e q

ue

o d

esem

pen

ho

insa

tisf

ató

rio

fo

i p

rod

uzi

do

dia

nte

de

cond

içõ

es q

ue

não

fav

ore

cera

m o

utr

as f

orm

as d

e

des

em

pen

ho

.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

si

m

Pro

ced

imento

ado

tad

o

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te a

o p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

sob

re a

mes

ma

gra

vaç

ão d

e u

ma

unid

ade

did

atic

a p

ós

exp

osi

ção

do

par

tici

pan

te a

o p

roce

dim

ento

e e

ntr

evis

ta c

om

o p

arti

cip

ante

sob

re a

mes

ma

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

man

teve

as

mesm

as

estr

ategia

s d

e en

sino

uti

liza

das

nas

unid

ades

ante

rio

res

alte

rou o

pad

rão

de

aula

, m

ost

rand

o-s

e se

nsí

vel

às

resp

ost

as

do

s al

uno

s in

dic

ado

s, c

onse

ecia

nd

o-a

s d

e fo

rma

conti

ngente

, am

pli

and

o o

mer

o d

e es

trat

égia

s d

e en

sino

e

elim

inand

o c

om

po

rtam

ento

s co

nco

rren

tes

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

a A

nál

ise

Fu

nci

onal

par

eceu

não

sub

sid

iar

a im

ple

men

taçã

o

de

estr

atég

ias

de

ensi

no

que

iria

m a

lter

ar s

ua

prá

tica

ped

agó

gic

a. A

pro

fess

ora

id

enti

fico

u e

des

crev

eu a

s

conti

ngênci

as q

ue

par

ecer

am

co

ntr

ola

r as

co

nd

içõ

es d

e en

sino

dis

po

nib

iliz

adas

po

r el

a, p

oré

m i

den

tifi

car

e d

escr

ever

não

gar

anti

u à

pro

fess

ora

um

inst

rum

ento

par

a m

anip

ula

r as

var

iávei

s d

efin

idas

po

r ta

is c

onti

ngênci

as.

conse

guiu

alt

erar

seu

s p

roce

dim

ento

s, p

ore

m s

eu

com

po

rtam

ento

de

rela

tar

foi

exag

erad

a, c

onto

u m

ais

do

qu

e

real

men

te f

ez

- 92 -

Anexo 8- Tavares, M. (2009).

- 9

3 -

Iden

tifi

caçã

o:

TA

VA

RE

S,

M.

(20

09

). T

rein

amen

to d

e p

rofe

sso

res

par

a a

real

izaç

ão d

e u

ma

par

te d

a an

ális

e d

e co

nti

ngên

cia

s: i

den

tifi

caçã

o d

a

pro

váv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

.. D

isse

rtaç

ão (

Pro

gra

ma

de

s-G

rad

uaç

ão e

m P

sico

logia

Exp

erim

enta

l: A

nál

ise

do

Co

mp

ort

am

ento

) -

Po

nti

fíci

a U

niv

ersi

dad

e C

ató

lica

de

São

Pau

lo,

São

Pau

lo.

Ob

jeti

vo

do e

stud

o

o o

bje

tivo

des

te e

stud

o f

oi

exam

inar

a e

feti

vid

ade

de

um

tre

ino

par

a en

sinar

pro

fess

ora

s a

real

izar

par

te d

e um

a anál

ise

de

con

tin

gên

cia

s

que

incl

ui

a et

apa

de

levan

tam

ento

da

pro

váv

el f

unçã

o d

e co

mp

ort

am

ento

s d

o a

luno

co

nsi

der

ado

s in

adeq

uad

os.

Mét

od

o d

o

estu

do

Fo

rma

de

regis

tro

das

info

rmaç

ões

entr

evis

tas

inic

iais

esc

rita

s p

ela

pes

quis

ado

ra e

aud

iogra

vad

as.

Fo

lhas

de

regis

tro

pre

ench

idas

pel

as p

arti

cip

ante

s

fase

s/et

apas

Lin

ha

de

bas

e (L

B)

Fo

ram

ap

rese

nta

do

s, p

or

escr

ito

, 8

cen

ário

s o

nd

e ap

are

ciam

dif

eren

tes

com

po

rtam

ento

s in

adeq

uad

os

do

s al

uno

s

com

as

funçõ

es d

e fu

ga

de

dem

and

a e

gan

ho

de

aten

ção

do

pro

fess

or

Tre

ino

(T

R)

As

par

tici

pan

tes

rece

ber

am o

utr

os

cenár

ios.

a

pes

quis

ado

ra a

nal

iso

u,

do

is c

enár

ios:

um

co

m c

ada

funçã

o.

Fo

i fe

ita

um

a

exp

lica

ção

sim

ple

s so

bre

a c

onti

ngênci

a tr

ípli

ce e

o p

apel

sel

ecio

nad

or

das

co

nse

qüên

cias.

Dep

ois

, d

esta

cou a

açã

o d

a cr

iança

, a

conse

qüênci

a o

bti

da,

a s

ituaç

ão

ante

ced

ente

, o

que

oco

rreu

co

m a

fre

qüênci

a d

aquel

e co

mp

ort

amento

e q

ue

funçã

o e

le p

od

eria

te

r p

ara

aquel

e al

uno

. E

m s

egu

ida,

entr

ego

u à

s p

arti

cip

ante

s u

ma

folh

a d

e re

spo

stas

co

nte

nd

o a

s m

esm

as

per

gu

nta

s fe

itas

na

LB

, p

ara

as q

uai

s

eram

ap

rese

nta

das

as

resp

ost

as,

co

m e

xce

ção

das

res

po

stas

às

ques

tões

so

bre

a f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

. A

cad

a d

ois

cen

ário

s

resp

ond

ido

sa r

esp

ost

a p

ara

um

a d

as p

ergu

nta

s d

eixava

de

ser

dad

a e

era

exig

ida

da

par

tici

pan

te p

or

escr

ito

. A

rem

oçã

o d

as r

esp

ost

as s

e

deu

de

trás

par

a fr

ente

de

aco

rdo

co

m a

ord

em a

pre

senta

da.

No

ult

imo

pas

so e

m q

ue

hav

ia a

pen

as u

ma

per

gu

nta

: "Q

ual

é a

fu

nçã

o d

o

com

po

rtam

ento

?”

que

dev

eria

ser

res

po

nd

ida

de

form

a es

crit

a.

conse

quenci

as p

revis

tas

e

em

pre

gad

as

Na

fase

de

lin

ha

de

bas

e e

no

s te

ste

não

ho

uve

feed

bac

k.

Na

fase

de

trei

no

a e

xp

erim

enta

do

ra f

orn

eceu

fee

db

ack

so

bre

as

resp

ost

as

dad

as l

ogo

ap

ós

o t

érm

ino

de

um

a d

up

la d

e ce

nár

ios,

ap

onta

nd

o a

cert

os

e er

ros

e ju

stif

ican

do

. S

e as

res

po

stas

não

est

ivess

em

co

rret

as,

o

cenár

io e

ra l

ido

no

vam

ente

em

vo

z al

ta p

ela

exp

erim

enta

do

ra e

as

per

gunta

s re

feit

as,

até

que

a p

arti

cip

ante

ace

rtas

se a

res

po

sta,

sem

pre

tend

o f

eed

bac

k d

a ex

per

imenta

do

ra.

Par

tici

pan

tes

mer

o d

e p

arti

cip

ante

s 3

info

rmaç

ões

so

bre

o

Par

tici

pan

te

A p

rofe

sso

ra A

lec

ionav

a p

ara u

ma

class

e

de

terc

eira

sér

ie (

quar

to a

no

) do

Ensi

no

Fu

nd

am

enta

l 1

. E

la a

tuava

há 1

4 a

no

s

A p

rofe

sso

ra B

dav

a au

la p

ara

um

a cl

ass

e

de

quar

ta s

érie

(q

uin

to a

no

),

leci

onav

a há

18

ano

s

A p

rofe

sso

ra C

lec

ionava

par

a u

ma

turm

a

de

pri

mei

ra s

érie

(se

gu

nd

o a

no

). P

oss

uia

32

ano

s d

e ex

per

iênci

a na

pro

fiss

ão

Res

ult

ado

s

Atr

ibu

ição

de

causa

lid

ade

do

co

mp

ort

am

ento

do

alu

no

-

alvo

ante

s d

a ex

po

siçã

o a

o

pro

ced

imen

to d

a p

esq

uis

a.

É f

eita

um

a d

escr

ição

do

co

mp

ort

amento

do

aluno

esc

olh

ido

, m

as n

ão é

in

form

ado

a

quai

s fa

tore

s a

pro

fess

ora

atr

ibui

o

com

po

rtam

ento

inad

equad

o d

o m

esm

o.

É f

eita

um

a d

escr

ição

do

co

mp

ort

amento

do

aluno

esc

olh

ido

, m

as n

ão é

in

form

ado

a

quai

s fa

tore

s a

pro

fess

ora

atr

ibui

o

com

po

rtam

ento

inad

equad

o d

o m

esm

o.

É f

eita

um

a d

escr

ição

do

co

mp

ort

amento

do

alu

no

esc

olh

ido

, m

as n

ão é

info

rmad

o a

quai

s fa

tore

s a

pro

fess

ora

atr

ibui

o

com

po

rtam

ento

inad

equad

o d

o m

esm

o.

- 9

4 -

Ele

men

tos

conti

do

s na

anál

ise

de

um

a aula

pel

o

pro

fess

or

ante

s d

a ex

po

siçã

o

ao p

roce

dim

ento

de

anál

ise

funci

onal

27

de

40

ace

rto

s p

oss

ivei

s, t

ota

liza

nd

o 6

7%

de

acer

tos

na

linha

de

bas

e.

27

de

40

ace

rto

s p

oss

ivei

s, t

ota

liza

nd

o 6

7%

de

acer

tos

na

linha

de

bas

e. O

17

,5 d

e 4

0 a

cert

os

po

ssiv

eis,

to

tali

zand

o

48

,75

% d

e ac

erto

s na

linha

de

bas

e.

E

lem

ento

s co

nti

do

s na

anál

ise

funci

onal

s-

pro

ced

imen

to

acer

tou 3

9 d

e 4

0 q

ues

tões

no

tes

te 1

.

acer

tou 3

7 d

e 4

0 q

ues

tões

no

tes

te 1

.

acer

tou 3

7,5

de

40 q

ues

tões

n

o t

este

1.

Tes

te d

e

gen

eral

izaç

ão

E

xis

tênci

a

sim

Pro

ced

imento

ado

tad

o

Duas

per

gu

nta

s fo

ram

fei

tas:

1.

Co

nsi

der

and

o a

s at

ivid

ades

que

s re

aliz

am

os

e o

s co

mp

ort

am

ento

s d

e se

u a

luno

co

nsi

der

ado

s p

or

vo

cê c

om

o p

rob

lem

as,

qual

vo

cê d

iria

que

é a

funçã

o d

esse

s co

mp

ort

am

ento

s, i

sto

é,

o q

ue

po

de

esta

r co

ntr

ibuin

do

par

a que

esse

s

com

po

rtam

ento

s o

corr

am

?

2.

Co

mo

vo

cê a

cha

que

po

der

ia r

eso

lvê-l

o a

go

ra? A

seg

und

a q

ues

tão

tin

ha

po

r fi

nal

idad

e av

alia

r se

as

pro

fess

ora

s in

dic

aria

m s

olu

ções

cond

izen

tes

com

a f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

do

alu

no

id

enti

fica

da

po

r el

as.

Ap

ós

o t

érm

ino

do

tes

te d

e gen

eral

izaç

ão,

a p

esq

uis

ado

ra

deu

ori

enta

ção

dura

nte

um

mês

par

a as

pro

fess

ora

s so

bre

com

o p

od

eria

m p

roce

der

par

a fa

zer

com

que

os

com

po

rtam

ento

s in

adeq

uad

os

de

seus

aluno

s d

imin

uís

sem

em

fre

qüênci

a e

inte

nsi

dad

e, f

ez

ob

serv

açõ

es n

as s

alas

de

aula

das

par

tici

pan

tes

e lh

es d

eu f

eed

back

so

bre

sua

atuaç

ão e

m r

elaç

ão a

os

aluno

s-al

vo

.

resu

ltad

os

da

gen

eral

izaç

ão

A p

arti

cip

ante

A r

esp

ond

eu q

ue

o

com

po

rtam

ento

de

seu a

luno

era

manti

do

pel

as d

uas

co

nti

ngên

cias

a d

epen

der

da

situ

ação

e a

cres

cento

u q

ue

a ate

nçã

o d

os

cole

gas

tam

bém

era

ref

orç

ado

ra p

ara

os

com

po

rtam

ento

s d

e se

u a

luno

.A

par

tici

pan

te A

não

so

ub

e in

dic

ar

inte

rvençõ

es p

lau

sívei

s b

asea

das

na

funçã

o

do

s co

mp

ort

am

ento

s d

e se

us

alu

no

s.

A

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ost

a d

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cip

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A f

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co

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não

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resp

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que

com

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ento

s d

e se

us

aluno

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se

refe

rind

o d

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e o

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cita

do

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no

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o e

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o,

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mas

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resp

ost

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am

algu

ma

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cia

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roce

dim

ento

s d

este

estu

do

so

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seu

co

mp

ort

am

ento

, co

mo

quan

do

faz

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rmaç

ões

co

mo

“ver

ific

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o a

freq

uên

cia

co

m q

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oco

rre

cad

a u

m d

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e “

ver

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se e

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surg

ind

o e

feit

os

po

siti

vo

s”.

A r

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ost

a so

bre

a f

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o d

o

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po

rtam

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inad

equad

o d

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par

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te C

fo

i co

nsi

der

ada

corr

eta

com

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e no

s re

lato

s d

a p

rofe

sso

ra.

Em

rel

ação

à in

terv

ençã

o p

rop

ost

a, a

par

tici

pan

te C

apo

nto

u a

lgu

mas

açõ

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ara

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ar c

om

o c

om

po

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co

nsi

der

ado

inad

equad

o d

e se

u a

luno

, m

as,

mes

mo

assi

m,

apo

nto

u t

am

bém

açõ

es p

unit

ivas

e

até

algu

mas

que

po

der

iam

ser

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orç

ado

ras

po

siti

vas

par

a o

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mp

ort

am

en

to

inad

equad

o,

e p

or

isso

fo

i co

nsi

der

ado

que

ela

acer

tou a

pen

as m

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de

da

ques

tão

.

Sín

tese

das

dif

iculd

ades

rel

atad

as

Vár

ios

cenár

ios

pro

po

sto

s ti

nh

am

pro

ble

mas

po

r, p

rin

cip

alm

ente

, ap

rese

nta

rem

do

is c

om

po

rtam

ento

s d

o a

luno

e d

uas

co

nse

quênci

as

dad

as p

ela

pro

fess

ora

. E

sses

pro

ble

mas

po

dem

ter

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cara

do

res

ult

ado

s nes

te e

stud

o.

Ess

e es

tud

o t

em

a l

imit

ação

de

só e

nsi

nar

um

a

par

te d

a an

ális

e d

e co

nti

ngên

cia

s, q

ue

é o

lev

anta

mento

da

pro

váv

el f

unçã

o d

o c

om

po

rtam

ento

.