planejamento de pesquisa (luna)

Upload: anderson-alves

Post on 27-Feb-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    1/25

    PUC-SP

    Reitor:

    Maura

    Pardini

    Bicudo

    Vras

    Yice-Reitora

    Acadmica: Bader

    Burihan

    Sawaia

    EDUC

    -

    Editora

    PUC-SP

    Conselho

    Editorial:

    Ana Maria

    Rapassi, Bader

    Burihan

    Sawaia

    (Presidente),

    Bernardete

    A. Gatti,

    Cibele Isaac

    Saad

    Rodrigues,

    Dino

    Preti,

    Marcelo Figueiredo,

    Maria

    do

    Carmo Guedes,

    Maria Eliza

    Mazzilli

    Pereir4

    Maura

    Pardini Bicudo

    Vras,

    Onsimo

    de

    Oliveira

    Cardoso,

    ScipioneDi

    PierroNetto

    (rn

    memoriam),Yladmir

    O. Silveira.

    &tuld(M

    i\

    .E DEL

    Hr

    H

    EtrtrEQyfl

    Sergio

    Vasconcelos

    de

    Luna

    PLANEJAMENTO

    DE

    PESQU

    ISA

    UMA

    INTRODUO

    Elementos

    para uma

    Anlise

    Metodolgica

    EEP,F

    2007

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    2/25

    Luna,

    Sergio

    Vasconcelos

    de

    .

    Planejamento

    de

    pesquisa:

    uma

    introduo

    /

    Sergio

    Vasconce_

    los

    de Luna.

    -

    So

    Paulo:

    EDUC,

    1996.

    108 p.

    ;

    l8

    cm.

    -

    (Srie

    Trilhas)

    Bibliografia

    rsBN

    85-283-0103-6

    l.

    Pesquisa

    -

    Metodologia.

    I.

    Ttulo.

    II.

    Srie.

    cDD

    001.42

    CaLtlogao

    na Fonte

    -

    Biblioteca

    Reitora

    Nadir

    Gouva

    Kfouri/pUC_Sp

    Reimpresses:

    Srie

    Trilhas.

    Dirigida

    por

    Maria

    Eliza

    Mcuzilli

    Pereira

    Direo

    Migtel

    ll/ady

    Chaia

    Produo

    Maria

    Eliza

    Mazzilli

    pereira

    Reviso

    Sonia Montone

    Editorao

    Eletrnica

    Elaine

    Cristine

    Fernandes

    da

    Silva

    Capa

    Projeto:

    ngela

    Mendes

    Realizao:

    Patrcia

    Russo

    e

    pedro

    Martins

    Rua

    Monte

    Alegre,

    971

    -

    Sala

    3gCA

    05014-001 -

    So Paulo

    -

    Sp

    Telefax:

    (l

    l)

    3670-8085

    E-mail:

    [email protected]

    Site: www.pucsp.br/educ

    l"edio:1996

    r

    998

    (2),

    1999,

    2000,

    2002,

    2003,2005,2006,2007

    SUMARIO

    ...,,.,,

    7

    DE

    PESQUISA

    TO{ADA

    DE DECISES

    ffiaodotermopesquisa

    ......13

    OFqtudepesquisa.

    ......26

    O;ilemadepesquisa. ....27

    t-d-itaaodasfontes

    deinformao

    ...... 48

    "ildcfu

    dos

    procedimentos

    de coleta

    de informao . .

    58

    hpausaparareconsiderao.. ....60

    .d[fiasformao clas

    informaes

    e

    tratamento cle

    dados

    63

    /fgwralidadedoconhecimento...

    .........

    68

    $

    IE1IISO DE LITERATURA

    If,MPARTE

    INTEGRANTE DO

    PROCESSO

    mFoRMULAO DO

    PROBLEMA

    .

    .. .. .. .

    80

    AQrms objetivos

    da reviso

    cle

    literatura. . . . . .

    82

    Lmlizao

    e identificao de

    material

    lmcialmenterelevante

    ....88

    Alondeetroceclernotempo?

    ......93

    Gomoiniciarolevantamentobibliogrfico

    ....94

    Aorganizaodotexto

    .....95

    Adequao

    do tipo e

    da

    quantidade

    cle

    intbrmao:

    Esumo

    uenrusclescrioverslts

    crtica

    . ......

    97

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    3/25

    Fontes

    primirias

    yerirrrs

    fbntes

    secundrias.

    .

    .

    .

    Citaes

    diretas

    REFERNCIAS

    BIBLIOGRFICAS

    .

    NOTA

    SOBRE

    O

    AUTOR

    t02

    103

    106

    108

    PREFCIO

    Ao

    l,ongo

    do

    muitos anos como

    professor

    de

    Cienfi ca,

    beneiciei-me

    de

    inmeros

    o assunto

    que,

    de

    uma

    forma

    ou de

    outra,

    razo

    ou

    por

    outra, serviram

    para

    subsidiar

    sobre

    a

    pesquisa

    cientica

    em diferentes

    do

    curso.

    Com

    certeza,

    jamais

    encontrei

    tErf,o"

    quepreenchesse

    os

    requisitos do curso

    que

    1rcendia

    lecionar, mas

    pouco provvel

    que

    tE

    professor,

    minimamente

    inquieto,

    o

    tenha

    b.

    Alis,

    esta deve

    ser a

    razo

    pela qual

    muitos

    ssores

    acabam

    escrevendo

    seus

    prprios

    livros

    ryitus.

    Fosse

    como

    forma

    de ir

    "compondo"

    uma

    bi-

    hgraia

    mais

    prxima

    dos

    meus

    objetivos,

    fosse

    denecessidade de

    azer

    os alunos

    coniontarem-se

    ut

    diferentes

    autores

    -

    e,

    conseqentgmente,

    com

    ftrcntes

    idias

    sobre os assuntos em discusso

    -,

    rrbei aderindo

    idia

    de

    ir busca,

    para

    cada

    tpico

    eser

    discudo, os

    autores

    que

    melhor

    exprimissem

    r

    questes

    centrais

    sobre

    ele e o debate

    que

    se

    tirvava

    em torno

    dele. Mas, se

    essa

    deciso

    satisfazia

    e minha inteno no

    que

    se

    referia

    a programa

    de

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    4/25

    curso,

    era

    certo

    que

    o

    recurso

    era

    insuiciente,

    tanto

    em

    relao

    minha

    contribuio

    como prof.essor,

    quanto

    no

    que

    dizia

    respeito

    s ligacs

    que

    o

    aluno

    podia

    estabelecer

    a

    partir

    daquilo

    que

    poderia

    pare_

    cer

    a

    ele

    "urla

    colcha

    de

    retalhos,,.

    A

    alternativa

    era

    ansbrmar-me

    em

    autor,

    ainda que

    moJestarncntc,

    redigindo

    notas

    de

    aula.

    Pualelamente

    s minhas

    a.ividacles

    como

    pro_

    'essor (a

    rnaior

    parte

    do

    tempo

    iunto

    a

    programas

    clc

    Ps-Graduao),

    somava-se

    uma

    atividacle

    de

    orien-

    tador

    de

    teses

    e

    dissertaes

    e de

    membro

    cle

    bancas

    de

    exame

    de

    qualilicao

    e rle

    de'esa.

    Nessas

    ativi_

    dades

    inter'eria

    uma

    conclio

    possivclmente

    cli.e_

    renciada

    em relao

    a outros

    pro'essores

    de

    ps_gra_

    duao:

    provavelmente

    ent

    virtude

    do

    tempo quc

    dediquei

    ao

    ensino

    da

    Metodologia

    Cientlica

    e/ou

    por

    causa

    do

    meu

    declarado

    interesse

    pelas

    questcs

    metodolgicas,

    havia quase

    sempre

    unta

    expectativn

    de

    que

    minha parcipao

    em bancas

    cobrisse

    parti_

    cularmente

    o

    aspecto

    metodolgico,

    a

    par

    le

    outras

    questes

    que

    eu

    tivesse para

    analisar.

    Essa

    circuns_

    tncia,

    aliada

    ao

    meu

    hbito

    de

    redigir

    argies,

    levou-me

    a

    focalizar

    minha

    ateno

    em

    problemas

    metodolgicos

    recorentes

    e

    a

    sistematiz_los.

    Finahnente

    -

    e

    como

    as

    coisas

    nunca

    ocorrenl

    por

    acaso

    -

    tive

    oportunidade

    de

    participar

    de

    vrios

    eventos

    em

    que

    o

    tema

    central

    era

    a

    ntetodologia

    ou

    a atividade

    de

    pesquisa

    na

    Universidade.

    por

    hbito

    ocrncia,

    minha tendncia

    foi sempre

    a de

    ses

    eventos

    o exerccio

    derelexo

    sobre

    que

    encontrava

    em

    lneus

    cursos,

    nas

    cm

    que

    argra

    e,

    obviamente,

    na

    prpria

    que

    estudava.

    l$b

    demorou

    para que

    esses

    exerccios

    de

    re-

    -transfomados

    em

    textos

    -

    virassem

    publi-

    oa

    paa

    servirem

    a

    ins didticos

    em

    meus

    [fis

    cursos,

    ora

    por

    bra da

    (boa)

    tradio

    de

    se

    Lcrem

    textos

    apresentados

    em

    eventos.

    No

    en-

    ffi,adespeito

    da

    qualidade dos veculos

    em

    que

    rtgos

    foram

    publicados,

    uma

    srie

    de

    razes

    ffi

    fazendo

    com

    que

    sua

    circulao

    licasse

    res-

    r

    rendo uma

    das

    publicaes se esgotado

    muito

    naamente

    e

    nunca

    mais sendo

    reeditada.

    Apesar

    &,

    com

    freqncia

    eu era

    solicitado

    a

    emprestar

    orlrrt

    desses

    textos

    e

    fiquei

    mesmo

    sabendo

    que

    qas

    em

    xerox deles

    eram

    recorrentenente

    usadas

    c

    ctnros

    em

    di'erentes instituies.

    Em vista disto,

    comecei

    a

    cogitar

    a

    idia

    dc

    rrnir

    todos

    os artigos

    em

    uma

    publicao

    nica.

    Ha

    prpria

    exposio

    feita at

    aqui,

    j

    deve

    estar

    droque

    minha

    inteno

    no

    a depublicarum

    livro

    tMetodologia

    da

    Pesquisa

    ou

    Cientica:

    os

    assun-

    h Eatados

    e

    a

    sua

    abrangncia

    nem

    permitiriam

    mgit-lo.

    A

    deciso

    de faz-lo teve trs

    intenes

    ilsicas:

    condensar

    experincias

    tanto

    como

    orienta-

    dor

    de alunos

    (principalmente,

    mestrado

    e

    doutora-

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    5/25

    do), quanto

    como

    membro

    de

    bancas

    de

    exames

    cle

    qualificao

    e

    de

    de'esa;

    sistematizar

    anotaes

    de

    aulas

    em

    cursos

    de

    metodologia

    que

    venho

    minis_

    trando

    h

    alguns

    anos;

    e

    integrar

    a esse

    coniunto

    os

    textos que

    redigi

    para exposio

    em

    eventos.

    Ao

    mesmo

    tempo,

    o

    relanamento

    deles

    visa,

    tambm,

    dar-lhes

    uma

    direo

    mais

    detinida

    em

    termos

    de

    sua

    divulgao.

    Dada

    a

    minha

    explcita

    inteno

    de

    que

    o

    con_

    tedo

    desse

    texto

    tenha

    inalidade

    didtica

    em rela_

    o

    reflexo

    sobre

    alguns

    aspectos

    da

    ativicladc

    de

    pesquisar,

    julgo

    procedente,

    de

    incio,

    fazer

    duas

    declaraes

    de

    princpio.

    A

    primeira

    diz

    respeito

    ao

    valor

    relativo

    quc

    atribuo

    aos

    cursos

    de

    metodologia.

    euanto

    mais

    me

    envolvo

    com

    eles,

    mais

    me

    conveno

    de

    sua

    insuli_

    cincia

    para

    a brniao

    de

    pesquisadores,

    sotrretudo

    quando

    eles

    so

    usados

    como

    substitutos

    d

    ativicla_

    de

    de

    pesqsa.

    A

    metodologia

    um

    instrumento

    poderoso

    jus_

    tamente

    porque

    representa

    e

    apresenta

    os

    para

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    6/25

    certamente

    no

    corria

    o

    risco

    de

    levar

    os

    alunos

    a

    substituirem

    o.fazer

    pelo

    falar

    sobre.

    Voltando

    ao

    ponto

    inicial,

    gostaria

    de

    nos

    ver

    a

    todos

    discutindo

    metoclologia

    em

    meio

    atividadc

    de pesquisa,

    ent

    vez de nos ocupIrmos

    com

    quantt

    metodologia

    conseguimos

    colocar

    em

    1 ou

    2

    semes_

    tres.

    Mas,

    enquanto

    nossos

    currculos

    no

    substitu_

    rcnt

    crrlitos

    em

    cursos

    por

    oividades

    de

    pe.rquiso,

    no

    faz

    sentido

    discutir

    a

    ellcincia/sul,icincia

    rlos

    cursos

    de

    metodologia:

    eles

    continuuo

    sendo

    um

    mal

    necessrio.

    Todavia,

    permanece

    verdacle

    que

    seu

    contedo

    servir

    apenas

    como

    possvel

    roteiro

    para

    trtividades

    de

    pesErisa.

    se

    estas

    ocorrerem.

    A

    segunda

    declarao

    que

    fao

    decorrncia

    da primeira.

    A

    realiclade

    a ser

    pesquisada

    infinita_

    mente

    maior,

    mais

    complexa

    e

    rnais

    diversilicada

    do

    que

    qualquer

    brmalizao

    didtica

    cla

    atividade

    do

    pesquisador

    (e

    a

    metodologia

    no passa

    disto).

    As_

    sim,

    o

    valor

    das

    consideraes

    f.eitas

    aqui

    restrin_

    ge-se

    oportunidade

    de

    se

    reletir

    sobre

    questes

    metodolgicas;

    o risco

    que

    se

    corre

    o

    de

    elas

    virem

    a ser

    transbrmadas

    em

    modelos

    e

    padres

    a serem

    seguidos.

    ]II\TEJAMENTO

    DE PES

    QUISA

    OOMO

    TOMADA

    DE DECISOES

    do

    termo

    pesquisa

    Se

    foi

    possvel,

    em

    unt

    certo

    perodo

    d

    a

    hi stri a

    fua,

    estabelecer

    parmetros e

    limites

    para

    o

    que

    era

    pesquisa, de

    h

    muito

    pode-se

    que

    ningum

    sair

    ileso

    de

    tal

    empreitada,

    e

    o

    tenho

    iluso

    de constituir

    exceo

    a

    essil

    tgla".

    As razes

    que

    justiicam

    essa afirmao

    ffi

    alm

    das

    possibilidades

    deste

    livro,

    seja

    em

    *qo,

    seja

    mesmo

    em

    necessidade,

    j

    que

    outos

    ffes

    cuidaram

    disto.

    No

    entanto,

    importante

    mpera

    alguns

    dos

    argumentos

    que

    do

    sustenta-

    o

    a

    ela, na medida em que ajudam a

    entender

    a

    rcituao

    de

    pesquisa

    que

    proponho

    e

    que

    adoto

    mlongo

    do texto.

    O

    sentido

    da

    palavra metodologia

    tem

    variado

    o

    longo dos

    anos.

    Mais

    irnportante,

    tem

    variado

    o

    Mtus atribudo

    a ela

    no contexto

    da

    pesquisa.

    Em

    Jguns

    mbitos

    profissionais,

    metodologia

    associa-

    daaEstastica,

    e

    Demo

    (1981)

    sugere

    que,

    na

    Am-

    rica

    Latina,

    metodologia

    se

    aproxima mais

    do

    que

    se

    @eria

    chamar

    cle

    Filosofia

    ou

    Sociologia

    da

    Cin-

    l3

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    7/25

    cla,

    enquanto

    a

    disciplina

    instruntental

    ref.erida

    como

    Mtodos

    e

    Tcnicas.

    Mts

    importnte,

    porm,

    que

    s

    conotaes

    que

    possam

    ser

    atribudas

    ao

    termo,

    bram

    as

    ftansbrmaes

    que

    solreu

    o

    seu

    staus

    dentro

    do

    cenrio

    da

    cincia.

    be

    ato, reconhe_

    ce-se,

    hoje,

    que

    a

    metoclelogia

    no

    tent

    stutus

    pr_

    pr o, precisandleilIinida

    Cni

    urn

    cor,_

    lgqtl

    qq

    :ry

    qlqqgto

    gl

    co.

    Efi

    ou

    tras

    ai

    ati.{,

    arran

    J_

    dessas

    consideraes,

    a atividade

    pode

    ser

    razoavelmente

    conceituada

    e

    Na

    medida

    em

    que

    meu

    conceito

    de

    embasa

    o

    restante

    do texto,

    julgo

    proce-

    t-lo.

    rslevante

    terica

    e

    socialmentc

    A discusso

    do

    critrio

    Por

    trs

    do

    *novo"

    ser feita

    mais

    amplamente

    quando

    da distino

    entre

    o

    pesquisar

    e

    o

    prestar

    um

    pouco

    adiante.

    Por

    enquanto,

    sufi-

    esclarecer

    que

    ele

    subentende

    um

    conheci-

    Wepfsicinolgicos.'

    econnecimento

    do podr

    rclativo

    d

    lnctdologia

    tem

    por

    trs

    outra

    decorrncia

    cla

    evoluo

    do pcn_

    samento

    epistemolgico:

    a substiLuio

    a

    trusca

    r/n

    :,r_: r:,1,

    l"ta

    enlativa

    delnrenrar

    po.tr

    c*ptica_

    uvo

    das

    teorias.

    Neste

    contexto,

    o

    papcl

    tlo

    psqui_

    -gdg{_P-lsa

    .1

    ser

    -o_d9

    unt

    intipier

    oa

    reatioarte

    pesquisada,

    segnOo

    oi

    instrumentos

    conridos

    pela

    sua

    postura

    teOric_piiteinlgica.

    Na,

    ,.

    .r-

    pera,

    hoje,

    que

    ele

    estabele

    or"rridodrdas

    suas

    constataes.

    Espera-se,

    sim,

    qlg.gLe_

    seja-capaz

    dc

    :-_p__y.:

    '

    vuu(r

    lrdr.lVtA,

    aOAnOO_

    1oy.-s9-(.oyJetsejbandonando)

    a itJia

    dc

    q.uc

    raa

    S:atquclsenrid

    Oisrir

    a

    nGlortblogia

    t.ort

    rtc

    uin

    9m9sar

    -

    seeundo

    cliteripUiiA

    ;firirl

    I

    Defenclo

    o

    compronrisso

    social

    clo

    pesquisaclor

    em

    sua

    tividade

    cientica,

    mas

    a

    histria

    cta

    cincia

    ;;;

    il;;;;a

    ingnuo

    cobrar

    de

    todas

    as

    pesquisas,

    o

    tempo todo, uma

    aplicao social

    imecliata-

    decimento.

    O

    julgamento

    ltimo

    da

    novidade

    e

    r

    importncia

    do

    conhecimento

    Produzido

    feito

    ;de

    comunidade

    frciente

    para

    deixar

    claro

    que

    no

    me

    reiro

    a

    alquer

    tipo

    particular

    de

    pesquisa,

    nem

    a

    uma

    ebordagem

    particular,

    mas

    a

    exemplificao

    de al-

    guns

    objetivos

    a

    serem

    atingidos

    por

    uma

    pesquisa

    pode

    esclarecer

    melhor

    essa

    afirmao:

    Jt

    -

    demonstrao

    da

    existncia

    (ou

    da

    ausncia)

    de

    relaes

    entre

    diferentes

    l'enntenos;

    a

    rea

    de c,o-nh9im9[ Q,

    O

    carter deliberadamente despojado

    do

    con-

    cito

    de

    pesquisa

    apresentado

    acima

    deveria

    ser

    su-

    t4

    l5

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    8/25

    $-

    -

    estabelecimento

    dtr

    consistncia

    interna

    entre

    cohceitos

    dentro

    de

    uma

    dada

    teoria;

    .L

    -

    desenvolvime:rtq

    de

    novas

    tecnologias

    ou

    111o11raeao

    dE{rovas

    aplicaes

    de

    recnologias

    coecidas;

    ;-

    -

    aumento

    da

    generalidade

    do

    conhecimento;

    ^

    i

    -

    descrio

    das

    condies

    sob

    as

    quais

    um

    fenmeno

    ocorre.

    Os

    elementos

    brisicos

    da pesquisa

    Qualquer que

    se.ja

    o

    rel.erencial

    terico ou

    a

    metodologia

    empregada,

    uma

    pesquisa

    implica

    o

    preenchimento

    dos

    seguintes

    requisitos:

    .l':

    t)

    a

    formulao

    de

    um

    probl.nro

    de

    pesquisa,

    isto

    ,

    de

    um

    conjunto

    de

    perguntas

    que

    se

    pretende

    responder,

    e

    cujas

    respostas

    mostrem_se

    novas

    e

    relevantes

    terica

    e/ou

    socialmente;

    F

    2)

    a

    determinao

    das

    inbrmaes

    necessrias

    para

    encaminhar

    as

    respostas

    s

    perguntas

    .eitas;

    }

    3)

    a

    seleo

    das

    melhores

    bntes

    dessas

    infor_

    raes;

    i-

    ,

    4)

    a

    deinio

    de

    um

    conjunto

    de

    aes

    que

    produzam

    essas

    i

    n

    fonnacs

    ;

    ;-

    5)

    a

    seleo

    de

    um

    sistema

    para

    tratmento

    dessas

    infonnaes;

    J,

    6)

    o

    uso

    de

    um

    sistema

    terico

    para

    interpreta_

    o

    delas;

    7) a

    produo

    de

    respostas

    s

    perguntas

    formu-

    pelo problema;

    #

    *l a indicao do

    grau

    de coniabilidade

    das

    obtidas

    (ou

    seja,

    por

    que

    aquelas respostas,

    condies da

    pesquisa.

    so as

    melhores

    respos-

    possveis?);

    {

    9)

    finalmente,

    a

    indicao da

    generalidade

    dos

    tados,

    isto

    , a

    extenso dos

    resultados obtidos;

    nmedida em

    que

    a

    pesquisa

    foi

    realizada sob deter-

    nadas

    coldies,

    a

    generalidade

    procura

    indicar

    ftuanto

    possvel)

    at

    que

    ponto,

    sendo alteradas as

    oondies,

    podem-se

    esperr

    resultados

    semelhantes.

    Esta

    seqncia est

    ilustrada

    no

    esquema

    ntgina 78 e

    ser retomada ao

    longo

    do

    livro.

    Antes

    de

    prosseguir, paro

    neste

    ponto

    para

    mgerir

    ao

    leitor

    que

    relita

    sobre

    uma

    questo:

    exa-

    tamente,

    que

    tendncia

    metodolgica

    particular

    caracterizada

    por

    esses

    requisitos? Ou,

    de

    outra

    br-

    ma, que

    corrente metodolgica poderia

    dispensar

    qualquer

    um

    deles?

    Neste ltimo caso, o

    que

    permi-

    ria continuar

    falando em

    pesquisa?

    Mia resposta

    a

    ambas

    as

    perguntas

    acima

    "nenhuma",

    e

    passo

    a

    justific-la

    usando cada

    um dos

    requisitos

    acima

    mencionados.

    Os e'eitos da

    inexistncia

    de um

    problema

    de

    pesquisa (ou

    de

    uma pergunta

    que

    se

    queira

    respon-

    der)

    parecem

    claros

    e

    no

    dependem

    de

    muita

    l6

    t7

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    9/25

    discusso.

    Ele

    precisa

    existir,

    mesmo

    que

    sob

    a

    forma

    de

    uma

    mera

    curiosidade,

    para

    dirigir

    o

    trabalho

    de

    colcta

    deinformaes

    e,

    posteriormente,

    para

    orga_

    niz-las.

    Oifcit

    argumentar

    contra

    a

    l.ormulao

    de

    problemas

    de

    pesquisa

    e

    desconheo

    a

    existncia

    de

    uma

    corrente

    metodolgica

    que

    o aa

    seriamente.

    Vez

    por

    outra

    surgem

    alegaes

    de

    que

    a

    l.or_

    mulao

    de

    problemas

    de

    pesquisa

    uma

    imposio

    de

    metodologias

    tradicionais.

    No

    entanto,

    a

    meu

    ver,

    a maioria

    dos

    argumentos

    o.erecidos

    neste

    sentido

    tem

    uma

    concepo

    equivocada

    de

    ,,problema

    cle

    pesqui

    sa". Por exempl

    o,

    de'ensores

    d

    a

    chamacl

    a

    pes_

    quisa-ao

    sustentam

    no

    serpossvel

    a

    formulao

    prvia

    de

    problernas

    em

    virtude

    de

    isto

    ser

    parte

    do

    prprio

    processo

    de

    pesquisa,

    devendo,

    portanto,

    brotar

    dele.

    No

    tenho

    objees

    a

    essa

    maneira

    de

    encarar

    o

    problema

    de

    pesquisa.

    Entretanto,

    se

    cabe

    ao

    pesqui_

    sador

    um

    papel

    de

    desencadeador

    desse

    processo

    ou,

    ainda,

    se

    cabe a

    ele qualquer papel

    di'erencial

    que

    o

    qualifique

    como

    pesquisador,

    ento

    necessrio

    que

    ele

    nos

    devolva

    uma

    anlise que

    indique

    qual

    cra

    o

    problema

    original

    (que

    poderia

    per'eitamente

    ter sido

    "como

    levar

    este

    grupo

    a descrever

    e

    identilicar

    suas

    diiculdades?"

    ou

    algo

    no

    gnero)

    e

    que

    resposta

    obte_

    ve.

    Note-seque

    estou

    azendo

    uma

    clara

    disno

    entre

    a

    resposta

    s

    questes

    sociais

    que

    poderiam

    ter

    gerado

    a sua

    ao

    no

    grupo

    ou

    comunidade,

    e

    a

    resposta

    ffieae

    enquanto

    pesquisador

    comunidade

    [Lr

    sumo,

    toda

    pesquisa

    tem um

    problema,

    variar

    quanto

    na-

    sua

    formulao

    possa

    ur

    molaridade.

    Osrequisitos

    seguintes

    (2,3

    e4) dizem

    respeito

    de

    um

    conjunto

    de

    passos

    que

    gerem

    relevante,

    isto

    ,

    o

    procedimento.

    No

    GIno

    uma

    pesquisa

    possa

    dispensar

    procedi-

    e

    a

    razo

    para

    isto

    simples. Se

    o

    problema

    a

    pesquisa

    no

    pode

    ser respondido direta-

    (caso

    contrrio

    no

    teramos um

    problema ),

    fica

    que

    a

    realidade

    no

    pode

    ser apreendida

    Srmente,

    mas

    depende

    de

    um

    recorte dela

    que

    ,tpsentido.

    Esse

    recorte

    garantido pelo

    procedi-

    Eto

    que

    seleciona

    as

    inbrmaesnecessrias

    para

    -

    leitura

    pelo pesquisador.

    Diferentes tendncias

    ffirecortes

    dif'erentes,

    mas no

    podero

    prescindir

    pocedimentos

    de

    coleta

    de

    informaes.

    Os

    critrios

    5 e

    6

    justificam-se

    pela noo

    de

    'Lwrte"

    da

    realidade,

    mencionada

    acima.

    Res-

    ctas

    aum

    questionrio,

    transcries

    de enlrevistas,

    qrmentos,

    registros de observao

    representam

    rpenas

    "informaes"

    espera de um

    tratamento

    rye

    lhes

    d

    um

    sentido

    e

    que

    permita que

    a

    partir

    ddas

    se

    produza

    um

    conhecimento

    at ento

    no

    dEsponvel.

    E,

    aqui,

    fecha-se

    o crculo

    da

    teoria

    em

    relao

    pesquisa

    (ver

    esquema),

    j

    que

    o

    sistema

    18

    t9

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    10/25

    de

    tratamento

    das

    informaes

    depende

    do refer_

    encial

    adotado

    e

    que,

    por

    sua

    vez, gerou

    o

    problem4

    as

    perguntas

    a serem

    respondidas

    e

    o

    procedimento

    para

    a

    coleta

    de

    inbrmaes.

    A

    questo

    da

    confiabilidade

    da

    resposta

    o-ere_

    cida

    pela

    pesquisa

    pode,

    resumidamente,

    ser

    coloca-

    da

    da seguinte

    'orma:

    se a

    resposta (ou

    respostas)

    produzida

    pela

    pesquisa

    depende

    da

    interpretao

    das

    informaes

    geradas

    pelo

    procedimento,

    o

    pes_

    quisador

    deve

    oferecer garantias

    quanto

    sua

    ade_

    quao

    (a

    alternativa

    colocar

    o

    interlocutor

    na

    posio

    de

    acreditar

    ou

    no

    no

    resultado

    oferecido,

    em

    vez

    de

    torn-lo

    um re-intrprete

    dos

    resultados ).

    Freqentemente

    (e

    cada

    vez

    mais),

    as

    inbrmaes

    geradas

    pelos

    procedimentos

    de

    pesquisa

    consistem

    em

    massas

    de relatos

    verbais,

    verdadeiros

    discursos

    (como

    se

    diz

    hoje) que

    em

    geral

    no

    so

    colocados

    disposio

    do

    leitor,

    ou

    pelo

    seu

    volume

    ou

    mesmo

    pela necessidade

    de

    manuteno

    do

    sigilo.

    Contudo,

    ainda

    nestes

    casos,

    o

    pesquisador

    no pode

    se

    'urtar

    dvida

    de

    expor

    os

    meios

    de

    transbrmao

    da

    informao

    em

    dado

    e

    de

    argumentar

    a avor

    da

    sua

    adequao.

    A

    ausncia

    desse

    compromisso

    tem

    transformado

    muito

    do

    que

    comeou

    como

    pesquisa

    em mani'esto

    ou em

    romance.

    Embutida

    na questo

    da

    ficledignidade,

    existe

    outra

    questo.

    Uma

    vez

    tratadas

    e

    analisadas

    as

    informaes,

    o

    pesquisador

    chega

    resposta

    (ou

    ao

    seu

    problema.

    Consideradas

    as

    cir-

    em

    que

    foi

    realizada

    a

    pesquisa,

    por que

    oferecida

    a

    melhor

    resposta

    possvel?

    respostas

    alternativas puderam

    ser

    descarta-

    Apenas como

    exemplo

    da

    importncia

    dessa

    lembro a

    ieqncia com

    que

    termino

    a

    de

    uma

    "pesquisa"

    com a

    sensao

    de

    que

    a

    estava

    pronta

    antes

    de a

    pesquisa ser

    reali-

    e teri

    sido oferecida

    independentemente

    das

    coletadas

    e

    das anlises

    'eitas.

    '

    O

    ltimo

    itern

    da seqncia

    ser

    mais detida-

    Erte

    analisado enr

    um tpico

    parte,

    no

    final

    do

    fuo,

    dedicado

    generalidade

    dos

    resultados.

    Por

    b,

    basta,

    no momento, uma

    breve

    meno

    a

    ele

    gra

    completar

    o

    quadro

    dos

    requisitos da

    pesqsa

    k

    mais

    abrangente

    que

    possa

    ser,

    uma

    pesquisa

    ma

    sempre utn

    "pedao",

    uma

    amostra

    de um

    Enmeno

    para

    estudo;

    at

    demonstrao

    em contr-

    do,

    os

    resultados

    a

    que

    a

    pesquisa

    chega

    -

    se terica

    c metodologicamente

    corretos

    -

    tm

    sua

    validade

    restrita

    s

    condies

    sob

    as

    quais

    foi

    realizada.

    Cabe

    a

    pesquisador

    indicar o

    grau

    de

    generalidade

    que

    se

    lnssa

    vir a

    aibuir

    a

    eles, ou

    seja, em

    que

    medida

    eles

    podem

    ser

    estendidos

    a

    situaes

    no

    contem-

    pladas

    pela

    pesquisa.

    Logo no incio

    deste

    tpico

    eu

    afirmei

    que

    c

    requisitos

    propostos

    para

    uma

    pesquisa

    independiam

    da

    natureza da

    pesquisa

    e do

    re'erencial

    adotado.

    20

    2t

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    11/25

    Feitas

    as

    consideraes

    acima, pergunto:

    sob

    que

    condies

    uma

    corente

    metodolgica

    qualquer

    po_

    deria

    eximir-se

    de oferecer

    respostas

    a

    essas

    questes?

    E,

    se

    puder,

    por

    que

    razo

    as

    respostas

    oferecidas

    por

    uma

    pesquisarealizada

    sob

    essa

    orientao deveriam

    merecer

    algum

    crdito?

    O

    pesquisar

    e

    o

    prestor

    servios

    A

    evoluo

    das

    matrizes

    epistemolgicas

    quc

    presidem

    pesquisa em educao

    e as

    preocupaes

    com

    os

    determinantes

    sociais

    do fenmeno

    educa_

    cional

    produziram

    uma

    alterao

    sensvel

    no

    padro

    de

    pesqsa

    nos

    ltimos

    anos.

    Ocorreu

    uma

    imerso

    mais

    profunda

    do

    pesquisador

    na

    situao

    natural,

    aumentando,

    em

    muito,

    a relevncia

    dos

    conheci-

    mentos

    produzidos.

    Ao

    mesmo

    tempo,

    aumentou

    o

    compromisso

    do

    pesquisador

    com a

    transformao

    da

    realidade

    pesquisada,

    seja

    pela

    interveno direta,

    seja pela

    explicitao

    das

    implicaes

    sociais

    do

    conhecimento

    produzido.

    O

    problema

    todo

    que,

    se

    imerso

    na realidade

    e

    compromisso

    com

    ela

    so

    sempre

    produtivos

    em

    termos

    de

    ao

    relevante,

    isto

    no

    suficiente para

    caracterizar

    a

    pesquisa.

    Entra

    aqui

    uma

    distino

    ente

    uma

    prestao

    de

    servios

    e uma

    pesquisa.

    Antes

    de

    faz-lo,

    porm, julgo

    'undamental

    prestar

    esclarecimentos

    no intuito de

    prevenir

    mal-

    -No

    h,

    na

    distino, tentativa

    de

    estabelecer

    de valor

    sobre

    qualquer

    uma das avidades.

    O

    critrio

    para julg-las

    ainda

    o da

    qualidade,

    do

    ponto

    de

    vista do conhecimento

    produzido,

    m

    que

    diz

    respeito

    ao

    servio

    prestado.

    -Formalmente

    falando,

    no

    h nada

    que

    impe-

    um

    profissional

    pesqse

    uma

    realidade e, o

    mo

    tempo,

    preste

    servios aos

    envolvidos

    nela.

    'lhmr

    ponto

    de

    vista,

    este

    seria

    o

    profissional

    ideal.

    -Poroutro

    lado, mesmo

    quetodos

    os

    profissio-

    ris

    soubessem/quisessem/pudessem

    faz-lo,

    essa

    &ino

    ainda

    faria

    sentido,

    na

    medida em

    que

    Sas as atividades

    -

    pesquisa

    e

    prestao

    de

    servi-

    16-

    lssumem caractersticas

    diferentes,

    no

    mnimo

    qpento

    ao seu

    ponto

    de

    partida

    e

    de

    chegada,

    confor-

    reindico a seguir.

    A

    distino

    pode

    ser

    melhor

    caracterizada

    re-

    Smando-se um

    dos

    critrios

    para

    definir

    a

    pesqui-

    se

    proouo

    de conhecimenio

    novd Ao

    se

    realizar

    uma

    pesquisa.

    espera-se

    que

    o

    ponto

    de

    partida

    cuia

    resnosta

    no

    I oontre explicitamente

    na literatura;

    conseqente-

    mente,

    a

    resposta

    obtida

    ao final

    da

    pesquisa

    -

    mnstatada

    a

    coneo metodolgica

    -

    deve

    ser relevan-

    te

    para

    a

    comunidade

    cientfica,

    no

    apenas

    por

    se

    tratar

    de uma

    resposta, mas,

    principalmente, por

    se

    tra-

    22

    23

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    12/25

    tar

    de

    uma

    resposta

    importante

    de

    ser

    obticla.

    Destr

    forma,

    pesqu$ador

    e

    a

    go.tn .UljlSlgSlggfrtga,

    rnzo

    pels

    (

    Nos projetos

    de interveno,

    o

    proissional

    (e

    \

    naO

    necessafiamgntg

    O Desouisador\ q

    ,r

    cenrinn da

    i

    _

    r_".15_r,suvrr,

    volq

    s

    owr

    Yrvu

    tt;

    ,

    I

    u*

    rntertocutor

    (indivduo,

    grupo

    ou

    comunidade)

    /

    _-__,

    D-El/v

    vs

    vvr.rurrrusuv,

    /

    que

    apresenta

    um

    problerna

    que,

    para

    maior

    Iacili_

    ,

    dade

    de

    comunicao,

    identiictrei

    aqui

    como

    ,,quei-

    xa".

    Cabe

    ao

    profissional

    identijc_la

    ou

    levar

    seu

    interlocutor

    a

    identiic-la

    e

    colocar

    sua

    habilitao

    a

    servio

    do

    encaminhamento

    cle

    solues.

    Desta

    brma,

    um

    projeto

    de interveno

    parte

    d

    ,,queixa,,

    (ou

    da

    necessidade

    de

    identijc-la)

    e

    tem

    como

    ponto

    de

    chegada

    a

    sua

    soluo.

    Se

    isto

    ocorrer,

    ter-se-

    caracterizado

    uma

    adequada

    prestao

    de

    servios.

    Se

    essas

    consideraes

    soam

    bvias,

    sua

    obvi-

    edade

    parece

    diminuir

    quando

    o

    projeto

    de

    interven_

    o

    envolve

    pesquisa,

    ou

    seja,

    quando

    seu

    autor

    (ou

    autores)

    qualiica-o

    e

    apresenta-o

    como

    umapesqui_

    sa.

    Nestas

    circunstncias,

    tenho

    observado,

    no

    relato

    dele,

    a ocorrncia

    de

    certas

    combinaes

    que

    mere_

    cem

    considerao.

    Combinao

    /.

    O relato

    sugere

    um

    projeto

    relevante

    pelos

    seus

    efeitos,

    mas no

    indica

    os

    procedimentos

    empregados,

    nem

    que

    avaliao

    dos

    pesquisador)

    est

    a servio

    de

    foi

    feita em

    relao a

    eles;

    em

    outras

    torna-se

    difcil caracterizar

    mesmo

    uma

    ional,

    seia

    de

    pesquisa, seia de

    interven-

    Na

    maior

    parte

    das

    vezes, o

    sucesso

    avaliado

    rm

    critrio

    de

    "validao social",

    isto

    ,

    o

    "cli-

    mostra-se

    satisfeito

    com

    os resultados.

    Combinao

    2. O

    relato

    d

    conta da

    queixa

    e

    soluo; contudo,

    nem

    queixa,

    nem

    soluo

    par

    a

    comunidade

    cientfica,

    na

    medida

    r

    que

    no

    constitui

    in'orrnao

    nova

    para

    ela.

    hora

    pais possam

    ficar

    aliviados

    por

    saberem

    que

    lcufermidade

    de

    seu

    filho bi

    identificada

    e

    curada,

    fficilmente

    um

    mdico

    iria a um

    congresso

    para

    mrnunicar

    seu

    procedimento

    para

    identiicar um

    ndriado

    e

    tratar

    dele.

    Em outras

    palavras,

    o

    relato

    1*

    ter

    o

    "aspecto fonnal"

    de uma

    pesquisa,

    mas o

    mnhecimento

    a

    que

    se chega

    no

    novo

    pra

    a

    omunidade

    de

    pares

    do

    pesquisador.

    Combinao

    3.

    Essa combinao,

    como

    a an-

    Eior,

    decorre

    de

    uma

    confuso quanto

    ao

    interlocu-

    lor

    prprio

    para

    cada

    atividade,

    embora

    em sentido

    inverso.

    Pesquisadores

    adotando

    a

    metodologia

    da

    pesquisa-ao/pesquisa-participante

    sempre

    assu-

    miram

    a

    tarefa

    de

    devolver

    aos

    participantes

    os

    re-

    sultados

    de sua

    ao.

    No

    entanto,

    com

    alguma

    fteqncia, constataram

    o

    desinteresse

    destes

    quanto

    aos

    resultados.

    Com

    algumas

    possveis

    excees,

    certamente tratava-se

    de

    devolver

    aos

    participantes

    24

    25

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    13/25

    de

    que

    cada

    uma

    se reveste,

    pesquisa

    e

    prestao

    de

    servio

    no

    se

    conundem,

    nem

    mesmo

    quando

    am_

    bas

    so

    desenvolvidas

    conjuntamente.

    por

    mais

    ver_

    dadeiro que

    se.ia

    o ato

    de

    que

    teoria

    e

    prtica

    precisam

    interagir

    continuamente

    e

    por

    mais

    indis_

    cutvel que

    se.ja

    a

    necessidade

    do

    compromisso

    dopesquisador

    com

    a

    realidade,

    permanece

    o fato

    de

    que

    ambas

    -_preslao

    de

    servios

    e

    pesquisa

    _

    tm

    O

    projeto

    de

    pesquisa

    Uma

    das

    principais

    diiculdacles

    com

    que

    se

    defronta quem

    quer

    que

    se

    disponha

    a discorrer

    sobre

    o

    processo

    envolvido

    no

    planejamento

    da

    pesquisa

    diz

    respeito

    inevitvel

    peculiaridade

    de

    cada pro-

    jeto,

    decorrente

    da

    necessidade,

    por

    exemplo,

    de

    ajust-lo

    ao

    problema

    formulado

    e

    de respeitar

    as

    condies

    sob

    as

    quais

    a

    pesquisa

    ser

    realizada.

    De

    fato,

    a

    partir

    das

    primeiras

    decises

    tomadas,

    abre_se

    leque

    de

    caminhos alternativos

    a

    tomar,

    deveestarpreparado

    para,

    ao

    mesmo

    ser

    sensvel s

    alteraes

    que

    se

    lhe

    impem

    @a

    lgica do

    planejamento,

    seia

    pelos

    resul-

    Wecomea

    a

    obter)

    e manter

    o

    equilbrio meto-

    sob risco de terminar

    com uma

    massa de

    que

    no

    produzem

    dados

    consistentes.

    Essa fluidez

    do

    processo

    de

    pesquisa

    (que

    no

    r'justificar

    ausncia de

    critrios)

    torna

    impratic-

    'ffi

    e

    indesejvel

    normatiz-lo.

    Apesar

    disto, a expe-

    ffnciaindica

    caminhos

    (atrilharou

    a evitar)

    erecursos

    ppodem

    auxiliar

    na

    reflexo

    que

    preside

    o

    plane-

    Fento.

    isto

    que

    se

    pretende

    transmitir

    a seguir.

    O

    protrlema

    de

    pesquisa

    A

    posio

    assumida

    e

    enfatizada

    neste

    livro

    ade

    que

    clareza

    em

    relao

    ao

    problema

    da

    pesquisa

    onstui

    um

    passo

    f'undamental

    dentro

    do

    processo

    E=mi?ioes

    a

    serem tomadas

    pelo

    pesquisador

    dependero

    da

    formulao

    do

    problema

    e,

    portanto,

    sero

    tanto

    mais

    adequadas

    quanto

    maior

    for

    a

    cla-

    reza

    em

    relao

    a

    ele.

    No raramente,

    um

    pesquisador iniciar

    (um)a

    pesquisa,

    far

    intervenes

    na

    realidade a

    ser

    pesqui-

    sada

    e

    colher

    inf'ormaes com

    o

    propsito

    explci-

    to

    de

    localizar

    um(o)

    problema

    de

    pesquisa

    ou

    de

    26

    27

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    14/25

    detalhar

    o

    problema

    inicialmente

    formulado.

    Essas

    circunstncias,

    no

    entanto,

    apens

    alam

    a

    avor

    da

    importncia

    do

    detalhamento

    do

    problema

    de

    pesquisa

    como guia

    para

    o

    desenvolvimento

    lfuro

    desta.

    Entretanto, com alguma ieqnci

    a

    estabelece_

    se

    uma

    confuso

    entre

    elementos

    relativos

    a

    um

    problema

    de

    pesquisa

    e o

    prprio

    problema,

    danclo_

    se

    andamento

    ao

    trabalho

    le

    pesquisa

    sem

    uma

    clareza

    suficiente

    quanto

    ao

    que

    se

    pretende

    pesqui-

    sar.

    Os itens

    a seguir

    fbram

    introduzidos

    com

    o

    intuito

    de

    esclarecer

    alguns

    desses

    elementos

    e

    as

    relaes

    que

    eles

    costumam

    manter

    com

    o

    problema

    de

    pesquisa.

    rea

    / tema

    /

    nilo

    /

    sujeito

    /

    insilruito

    versus

    problema

    de

    pesquisa

    O

    ponto

    de

    partida

    de

    uma pesquisa

    pode

    cons-

    tituir-se

    de

    uma

    inteno

    ainda

    imprecisa.

    O

    pesqui-

    sador

    pode

    ter decidido

    trabalhar

    com

    dejcientes

    mentais

    ou

    estudar

    a

    escola

    de

    primeiro

    grau.

    possvel

    que

    tenha

    se

    associado

    a um grupo

    que

    vem

    estudando

    a

    psicologia

    das

    organizaes

    ou,

    rnais

    especiicamente,

    as relaes

    sociais

    dentro

    de

    em-

    press.

    Nenhuma

    dessas

    especificaes

    delimita

    um

    problema

    de

    pesquisa,

    embora

    o

    pesquisador

    esteja

    um

    ou

    mais

    passos

    adiante

    de

    quem

    no

    tenha

    aind

    idia do

    que

    pretende estudar.

    Defato,

    "deflcientes

    mentis"

    delimita

    um

    tipo

    (embora

    a

    deficincia

    mental

    seja

    melhor

    como

    um tema).

    A escola

    de

    Primeiro

    (ou

    qualquer

    outra)

    circunscreve

    uma

    institui-

    deno

    da

    qual

    se

    pretende trabalhar.

    A

    psicolo-

    social

    ou

    das

    organizaes

    configura

    uma

    rea

    pesqsa

    e

    a

    especificao

    de

    que

    se

    pretende

    EE

    das

    relaes

    sociais

    dentro

    das

    empresas

    j

    Qlic

    a seleo de

    um

    tema dentro

    de

    uma

    rea,

    re

    no

    ainda

    um

    problema

    de

    pesquisa.

    Da mesma

    brma,

    por

    mais

    infbrmativo

    que

    reja o tulo

    de

    um

    trabalho

    (e

    ele

    deveria

    s-lo),

    amente

    ele

    se

    constitui

    em

    uma

    boa

    brmulao

    de

    problema

    de

    pesqsa

    (at

    porque tulos

    no

    deveriam

    ser

    longos).

    "Estado,

    Sociedade

    e

    Margi-

    ralidade"

    pode

    serum

    timo

    tulo

    paraum

    trabalho,

    mas certamente

    no constitui

    uma

    boa

    formulao

    p

    um

    problema. Em

    qualquer

    das

    situaes

    cima,

    o

    pesquisador

    estar

    apenas

    em uma

    ase

    preliminar

    do

    processo de pesquisar, que

    pode

    ser

    uma

    etapa

    inevitvel do

    pesqsar,

    especialmente

    se o

    pesqui-

    sador

    estiver

    enffando

    em

    uma

    rea

    nova

    para

    ele

    (alis,

    condio

    comum

    entre

    os

    pesquisadores

    ini-

    ciantes).

    O risco

    dela

    est

    no ato de uma

    formulao

    to

    inicial

    ser

    tomada

    como

    o

    problema

    de

    pesquisa,

    gerando

    o desencadeamento

    das

    demais

    decises

    (escolha

    de

    procedimentos,

    das caractersticas

    dos

    participantes

    da

    pesquisa,

    etc.).

    J

    foi

    dito

    aqui

    que

    28

    29

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    15/25

    Um

    dos

    recursos

    teis

    no

    detalhamento

    do

    ryq@a;;il*fi"-

    ,inigial,

    buscand@;pAOi

    quanto

    mais

    claramente

    um

    problema

    estiver

    formu_

    lado,

    mais

    fcil

    e

    adequado

    ser

    o

    processo

    de

    toma

    da

    das

    decises

    posteriores,

    mas

    deve

    jcar

    claro,

    porm,

    que

    essa

    clarezano

    signiica

    que

    o

    pesqui_

    sador no

    decida/prefira/precise

    rebrmular

    o

    pro_

    blema

    posteriormente.

    O

    processo

    de pesquisa

    essencialmente

    dinmico.

    O

    problema

    de pesquisa

    como

    pergtmta

    ott

    conjunto

    de

    perguntos

    "11{gleostaria

    de

    obrer

    ou,

    pl,oeni,'inoia.

    e

    -duur

    tsuslala

    oe

    oDter

    ou,

    pelo

    menos,

    indicar

    que

    aspectos

    do

    fenmeno

    a

    estuOariluig

    nesario

    cercar.

    Considerem-se

    as fbrmulaes

    abaixo:

    -

    Que

    trans'ormaes

    ocorreram

    no

    conceito

    de

    deficincia mental

    desde que

    ele

    foi

    cunhado

    e

    quais

    as

    possveis

    implicaes

    delas para

    as

    prticas

    de

    cuidado

    com

    o

    deficiente

    mental?

    -

    Quais

    os

    efeitos

    de

    diferentes

    procedimentos

    de

    preenchimento

    de

    cargos

    de

    cheia

    sobre

    a

    produ_

    tividade

    da

    empresa?

    -

    H

    diferenas

    entre

    o

    relato

    de

    um

    professor

    sobre

    as

    dificuldades

    de

    um

    aluno

    e

    as

    dificuldades

    constatadas

    a

    partir

    do

    desempenho

    efetivo

    clo

    auno?

    30

    -H

    coerncia

    interna

    entre

    os conceitos

    X,

    Y

    embasam

    a

    teoria

    T?

    Dois aspectos

    marcam

    claramente

    a diferena

    asproposies

    iniciais

    que

    acabanros

    de

    discu-

    formulaes

    acima.

    Em

    primeiro

    lugar,

    quan-

    perguntas formuladas

    acima,

    representam

    uma

    mais

    clara

    na

    inteno do

    pesqsador,

    qosio

    a temas

    e

    reas

    genricos

    abrangentes.

    segundo

    lugar,

    por

    causa

    dessa

    maior clteza,

    meam

    a

    servir

    de

    guia

    par

    a

    tomada

    de

    decises

    fuortantes

    na

    conduo

    da

    pesquisa;

    de

    fato,

    em

    dauma

    delas

    j

    h claras

    indicaes

    do

    caminho

    a

    s

    Eilhado

    na

    pesquisa

    (um

    dos

    efeitos

    mais

    sim-

    fles,

    mas certamente

    importante,

    permitir

    ao

    pes-

    quisador

    selecionar

    que

    tipo

    de

    literatura

    poder

    vir

    e

    interess-lo

    no embasamento

    da

    pesquisa

    e

    na

    discusso

    dos

    resultados).

    A

    discusso

    desses

    dois

    aspectos

    enseia

    a

    con-

    siderao

    de

    outro

    elemento

    importante

    do

    processo

    de

    pesquisar, embora

    seja

    difcil fazlo

    sem

    tomar

    um

    espao considervel

    e,

    mais

    importante,

    sem

    correr

    o

    risco

    de supersimplificao.

    Em todo

    caso,

    arrisco

    pelo

    menos

    um comentrio:

    trata-se

    do

    realce

    da

    funo da

    teoria.

    Considere-se,

    por

    exemplo,

    a

    formulao

    do

    segundo

    dos

    quatro

    problemas

    acima.

    Um

    pesquisador

    pode

    percorer

    inmeras

    empresas,

    descrever em detalhes

    tudo

    que

    lhe

    parecerpertinen-

    te

    em

    termos

    de

    "sistema

    de

    preenchimento

    de

    car-

    31

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    16/25

    a)

    Obtidas

    as

    informaes

    sobre

    preenchimen

    to

    de

    cargos

    e

    produtividade,

    a

    intno

    a

    de

    associar

    os

    dois

    conjuntos,

    para

    cada

    empresa,

    na

    expecttiva

    de

    extrair

    possveis

    relaes

    entre

    eles

    Se

    essa

    relao

    existir

    na

    direo

    p."rirto

    na

    fbrmu_

    lao

    do

    problema,

    o

    pesquisador

    dever

    ser

    capaz

    de

    explic{a

    em

    funo

    de

    algum

    processo

    que

    v

    alrn

    das peculiaridades

    encontradas

    em

    cada

    situa_

    o.Tm

    g_u-tryq

    pltvgs,*que

    critrio

    dever

    ser

    -eryplegagg

    _pqa

    d-istilguir

    entr

    o

    qe

    ioiossincra_

    sia

    de

    uma

    empresa

    no procedimnto

    de

    preenhil

    .

    I119lt-o=49,qm

    _cargo

    daquilo

    qy-g*Uoderia

    vir

    a

    sei

    gos"

    e

    anotar

    tudo

    o

    que,

    eventualmente,

    possa

    respeito

    a

    "produtividade".

    pelos

    meno,uo.

    tes

    centrais

    podem

    ser

    destacadas

    daqui.

    ongem

    em

    uma

    formulao

    ,,no_terica,,(uma

    pes_

    quisa

    encomendada

    por

    um

    empresa,

    por

    exemplo,

    ou

    o interesse

    particular

    de

    um pesquisador).

    Ainda

    assim,

    o

    pesquisador

    defrontar-se-

    com

    as

    questes

    mencionadas acima. Uma

    .,soluo,,

    (?)

    adoiada

    por

    iniciar

    a coleta

    de dados

    e

    esperar

    que

    as

    de anlise

    suriam

    das

    leituras

    do

    material

    qrco

    referencial terico

    seja escolhido

    aps

    a

    do

    material. Ambas

    as alternativas

    esto dis-

    e

    tm sido

    usadas.

    No

    entanto, alm

    de

    que

    a

    primeira

    delas exige

    um

    pesquisador

    e

    criativo,

    -continuo,

    acreditando

    que

    a

    qq

    qeg-o*s 1q

    l

    $lgq1ryq

    p

    _ gun-ta.

    E

    se

    tas,

    algum tipo

    de teorizaoj

    est

    envol-

    Resta saber se

    boa... O

    mesmo

    raciocnio

    a

    quaisquer

    dos demais

    exemplos.

    ffipteses

    e

    objetivos

    de

    pesquisa

    No sentido

    mais

    leigo do terqg,

    hiptese

    signi-_

    fi

    caumasu-p_o_s-49:*Ury1lc-gnjeglUlSr.gglgqgp :

    cada

    ll

    p_gs

    qu

    is

    a,

    i mplicl g^onj

    e-clqq

    gUg{rtg--Aq

    posyqilresultados

    a

    serem

    obtidos.

    Desteponto

    de

    vista,

    hipteses

    so

    quase

    inevitveis, sobretudo

    para

    em

    estudioso da

    rea que

    pesquisa

    e,

    com

    base

    em

    anlises

    do

    conhecimento

    disponvel,

    acaba

    *apostandol'

    naquilo

    que pode

    surgir

    como

    produto

    Iinal

    do

    estudo.2

    2

    bern verdade

    que

    muito

    j

    se falou

    (Cf.

    Bachrach,

    1969)

    contra

    os perigos

    que qualquer

    tipo

    de hiptese

    possa

    representar,

    no

    senlido de tomar

    o

    pesquisador

    "mope"

    em

    relao

    a resultados

    no esperados,

    mas este

    apenas

    um s,

    dentre outros,

    a

    lentar

    o

    pesquisador.

    32

    33

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    17/25

    Mas,

    hiptese

    sempre

    teve

    um

    signilicado

    e

    uma

    Iuno

    benr

    mais

    precisos,

    cspccialmcnte

    no

    quc

    se

    refere

    pesquisa

    quantitativa

    conduzitJa

    se_

    gundo

    delineanrentos

    estalsticos.

    De

    Ja(o,

    u

    cstal.s_

    tica

    infrencial3 responde

    a

    perguntas

    espcclicas

    qoblg

    relaes

    entre

    conjuntos

    dc

    dados.

    Durante

    muitos

    anos,

    a

    prirnazia

    quase

    absolu_

    ta

    da

    pesquisa

    quantitativa

    tornou

    impensvel

    que

    se

    dispensasse

    o

    uso

    de

    testes

    estatsticos

    para

    encami_

    nhar

    os

    resultados

    da

    pcsquisa.

    Neste

    contexto,

    hi_

    pteses

    eram

    derivaclas

    do problenta

    formulado

    e

    faziam

    parte indispensvel

    do

    projeto

    e

    clo

    relatrio

    de

    pesquisa.

    Particularmente

    nas

    cincias

    humanas,

    quando

    comearam

    a

    ser

    introduzidos

    novos

    moclelos

    cle

    pesquisa,

    a

    estastica

    inferencial

    teve

    seu

    uso

    dras_

    ticamentereduzido

    e,

    em

    decorrncia,

    eviclenciou_se

    a

    existncia

    de

    uma

    conluso

    estabelecida

    entre

    pro-

    blema

    e hiptese.

    por

    uni

    laclo,

    alar

    em

    problema

    cle

    pesquisa

    parece

    evocar,

    para

    muitas

    pessoas,

    ecos

    de

    pesquisa

    quantitativa

    segundo

    modelos

    estatsti_

    cos;

    ou

    seja, problema

    de

    pesquisa

    confunde_se

    com

    hiptese

    estastica.

    Como

    um

    outro

    laclo

    clessa

    mes_

    3

    A

    estatstica

    inferencial

    pennite

    que

    se

    lirem

    concluses

    sobre

    populaes

    a partir

    da

    anlise

    dos

    pametros

    de

    anrostra.s

    clelm;

    ope-se,

    neste

    sentido,

    estatstica

    descritiva,

    cujo

    escopo

    a

    organizao

    e

    a

    distribuio

    de

    dados

    de

    unra

    coleticlacle

    cluatquer.

    nmed,a"

    parece

    persistir

    a

    idia

    de

    que,

    se

    no se

    @Oer

    empregar

    estatstica

    in'erencial,

    desne-

    imia

    a

    preocupao com

    a

    preciso

    da

    formula-

    ryfue

    problema

    de

    Pesqsa.

    '

    Hiptese,

    n-$ g_ e do,

    no

    pqde-e-

    nem dgve

    md.urmdir-se

    com

    problema depesquisa,

    Em

    primg-

    @

    hsar+rqu

    a

    'ormulao

    de

    hipteses

    de

    pcs-

    rygundc,

    porque,

    ao

    contrrio

    do

    que

    ocorre

    com

    as

    Guaiforntulaes

    de

    problema

    tomadas

    como

    crtmplo,

    a

    Nptese

    representa

    unla

    tbrmatizao

    do

    pronfma

    e,

    como

    tal,

    muito

    mais

    especfic

    do

    quc

    cre.

    De

    fato,

    uma

    hiptese bcm

    estruturada

    dependc

    Eum

    problema

    claro

    e

    sem

    ambigidades.

    Problemas

    de

    pesquisa so,

    tambm,

    ieqente-

    mente

    tomados

    por

    objetivos

    de

    pesquisa. No

    raro,

    mr

    questionado

    por alunos

    sobre as

    diferenas

    entre

    ombos

    ou sobre

    o

    lugar

    adequado

    para

    apresent-los,

    uo

    projeto

    ou

    no relato.

    A

    discusso

    dos

    obietivos

    nkntro

    do

    planejamento do

    projeto

    apresenta

    uma

    diiculdade

    decorrente

    do fato

    de,

    tradicionalmente,

    sua

    incluso

    no

    ser

    obrigatria

    nos

    modelos

    habitu-

    ais de

    planejamento de

    projetos

    e de

    relatrios

    de

    Jresquisa

    e,

    conseqentemente,

    haver

    pouca

    explici-

    tao

    quanto

    a eles.a

    A confuso

    enre

    problema

    de

    J Tenho

    uma

    forte

    suspeita

    de

    que

    essa

    expresso

    tenha

    sido

    introduzida

    no

    planejamento

    das

    pesquisas

    pelos formulrios

    de

    agncias

    de fomento,

    como

    modo

    de forar

    a explicao

    da

    relevncia

    de um

    projeto de

    pesquisa.

    34

    35

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    18/25

    pesquisa

    e objetivos

    da

    pesquisaexiste,

    mas

    par@

    me

    que

    o

    bom-senso

    seja

    suliciente

    para

    dirimir

    dvidas:

    de

    q q,

    o_u

    os gbjetivos

    coindem

    com

    o

    prgqlryg,(e,

    nste

    c.aso,ieo

    h

    poi@riar

    u.-

    *

    r

    rw'r'u

    r

    sr

    druir,_u

    u.o

    rn

    .

    o-qJ

    e- r*ygs..

    preten

    d

    e_se

    cha_

    -Tar-

    a ateno

    para

    a

    relevncia

    dC

    nesoulia-

    narr-

    ltem

    no

    relato),

    ou

    com

    .,ob

    bje-fiyos"

    *

    1qlF@q

    i-ade

    os

    resu

    tyao

    oslq

    e,'

    rS.,

    rp

    ..

    Ip.,LU.U

    ilem

    esperado

    dnrro

    i

    nOuao

    e/ou'

    ao

    1 na-l

    do

    relato,

    na

    discusso

    dos

    resultads).

    Neste

    ltimo

    caso.

    ,

    _o_

    impg{anle

    risar que

    a

    explicitao

    do

    que

    se

    espera

    vir

    a nsegrir.o*

    Em

    sntese,

    objetivos

    e

    hipteses

    de

    pesquisa

    no

    se

    confundem

    com

    o

    problema

    de

    pesquisa,

    mas

    dependem

    da

    prvia

    brmulao

    dele.

    Fatores

    relevanes

    naformLtlao

    tle

    um

    problema

    H

    considervel

    consenso

    sobre

    relevncia

    e

    originalidade

    como

    critrios

    importantes

    para

    a

    lbr_

    mulao

    de

    um problema

    de

    pesquisa.

    No

    entanto,

    por

    alguma

    azo,

    esses

    critrios

    assumem

    propor_

    es

    gigantescas

    paa

    pesquisadores

    iniciantes.

    O

    medo

    de

    que

    suas pesquisas

    venham

    a ser

    taxadas

    de

    futilidade,

    de que no venham a

    constituir

    ..efetiva

    pesquisa,

    para

    a

    no campo"

    leva-os

    freqentemente

    problemas de

    muitos

    modos

    inviveis.

    da

    relevncia

    II

    pelo

    menos

    doit

    tipo.

    d.

    t.l.un.

    :

    a terica

    e

    a

    social.

    Inmeros

    textos

    tm

    ffi

    #u

    ito,

    em

    particular,

    o

    de

    hCI

    (1981)

    no

    qual

    a

    qualidade

    do

    contedo

    se

    mia

    a um

    raro

    bom-senso

    em

    discusses

    sobre

    o

    rymto.

    Ainda

    assim,

    vale

    apontar alguns

    aspectos

    c

    geral

    no

    considerados

    nas discusses

    sobre a

    rpcsto.

    Uma

    coisa

    no

    saber

    responder

    pela

    relevn-

    de

    de

    uma

    pesquisa;

    outra

    esperar

    que

    seus

    resul-

    Hos

    sejam

    definitivos

    em

    relao

    a

    problemas

    sionais

    seculares.

    Uma

    coisa

    repisar

    o

    que

    mui-

    h

    j

    disseram;

    outra

    imobilizar-se

    procura

    do

    solutamente

    original.

    Qualquer

    desses

    extremos

    pte

    do

    d

    esconheci

    mento

    bsico

    0u grgryg-enqt13n:

    l uma

    atividade

    social,

    de

    carter

    coletivo,

    se

    no

    em cada

    ao,

    pelo

    menos

    no

    propsito'

    A

    soluo

    grantqqLlg-qgn:Isggi3l9"rytas9o n-o,ltal

    humanas

    -

    se

    d

    como

    trabalho

    de

    criao

    coletiva,

    em-qllesp-asq

    -qe

    fempo

    qye

    ulrqpassa

    em

    mu g.

    aqu.e g.de,

    upr

    proietq

    ind .yidu.al gq

    pq-s"qUjsa.

    36

    37

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    19/25

    Projeto

    de

    pesquisa

    versus

    programa

    de

    pesquisa

    Grande

    parte

    dos projetos

    mirabolantes

    e

    grar.

    diloqentes

    constifuiria,

    para

    pesquisadores

    ex1rc_

    rientes,

    ump

    rograma

    depesquisa, no qual

    cada

    tema

    importante

    analisado,

    decomposto

    lgica

    e

    teorica_

    mente,

    encadeado

    em

    relao

    ao

    conhecimento

    que

    deve

    ir

    senlo

    produzido.

    Esse

    procedimento,

    mais

    do

    que

    revelar

    esperteza

    por

    parte

    do

    pesquisaclor,

    revela

    profissionalismo:

    cada

    etapa

    concluda

    divulgada,

    submetida

    crtica,

    reformularla

    e alap

    tada

    em

    relao

    ao

    conhecimento

    j

    avanado

    pelo

    prprio

    pesquisador

    e

    pelos

    demais.

    No

    faz

    sentido,

    portanto,

    que justamente

    pesquisadores

    ini

    ci

    antes

    se

    aventurem

    em

    uma

    pesquisa

    singular (que

    mais pro_

    priamente

    deveria

    constituir

    um

    programa

    de

    pes-

    quisa)

    em

    busca

    de

    sentido

    e

    relevncia

    para

    seus

    resultados.

    Parafraseando

    a

    prof

    Maria

    Amlia

    Aze_

    vedo,

    se

    voc pretende

    continuar

    pesquisando

    o

    assunto, no

    precisa

    se

    envolver em

    um

    projeto

    nico

    to

    ambicioso;

    por

    outro

    lado,

    se

    no pretende,

    a

    que

    no

    faz

    mesmo

    sentido

    l.ormul_lo

    desta

    maneira.

    "Pesquisas

    que

    no

    trn

    passado

    dificilmente

    tero

    futuro..."

    Em

    Jlglsiquals:eutaue-ndpna"".ai.a-explie-lqqq

    de

    um

    problemq_ile

    no contexto

    maior

    de

    um

    (do

    prprio

    isador

    ou

    do

    con

    SE

    am

    a

    estudar

    o

    relevncia

    de

    pesquisa

    versus

    o

    que

    necessrio

    lEesrld-lo

    Uma

    das

    armadilhas

    espreita

    do

    pesquisador

    ffiante

    a

    chamatla

    "necessidade

    de

    contextualizar

    lpoblema".

    Mui

    tas

    vezes, como

    p

    arte

    d esse

    proces-

    n"

    o

    projeto

    acaba

    se

    desdobrando

    e

    perdendo

    a

    sua

    riilidade;

    se,

    de

    to,

    a

    contextualizao

    de

    um

    pobtema

    exige

    uma

    pesquisa

    histrica,

    retrospecti-

    va(como

    parece

    ser

    sempre

    o caso),

    ento,

    iloo

    algum

    j

    deve

    t-la

    realizado

    (e

    se

    isto

    ocY-neu

    valeria

    a

    pena,

    antes,

    rever

    a

    necessidade

    a);

    U).ou

    mesmo

    necessrio

    que ela

    seja

    'eita;

    uas,

    este

    caso,

    Por

    que

    diar

    o

    segundo?

    no realizar

    esse

    Projeto

    e

    Em

    qualquer

    projeto

    de

    pesquisa,

    o

    pesquisa-

    dor

    defront-se

    com

    lacunas

    importantes

    na

    rea'

    Parte

    dessas

    lacunas

    dever

    ser

    preenchida

    (por

    exemplo,

    com

    literatura

    pertinente),

    mas uma

    poro

    considervel

    delas

    ar

    parte

    de

    um

    conjunto

    de

    pressupostos assumidos

    pelo pesquisador'

    Suas

    con-

    38

    39

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    20/25

    cluses

    permanecero

    provveis

    se

    e enqltonto

    aqrr,-

    les pressupostos

    puderem

    ser

    sustentads.

    Pressupostost

    sempre

    estaro

    por

    trs

    de

    pe*.

    quisas.

    O

    risco

    maior

    no

    est

    na

    sua presena,

    mag

    no

    desconhecimento

    dela.

    Levar

    em conta

    os

    pres$ts

    postos

    na

    anlise

    dos

    resultados

    unta

    das

    maneiras

    de

    contornar

    seus

    efeitos.

    O

    detalhamento

    do problema

    de

    pesquisa

    J

    foi

    dito

    aqui que quanto

    maior

    a

    clareza

    na

    formulao

    de

    um

    problema

    mais

    adequadas

    pode_

    ro

    vir

    a

    ser

    as

    decises

    subseqentes

    em

    relao

    ao

    projeto.

    Por

    outro

    lado,

    o

    detalhamento

    de

    um

    pro_

    blema

    depesquisa

    um processo

    relativamente

    atrer_

    to e,

    com

    alguma

    freqncia,

    o

    pesquisaclor

    ver_se_

    tentado

    ou

    mesmo

    instado

    a

    alterar

    a sua

    bnnulao

    em

    meio

    coleta

    de

    dados.

    portanto,

    a insistncia

    quanto

    clareza

    da

    brmulao

    do

    problema

    e

    da sua

    delimitao

    visa

    a

    obteno

    de

    parrnetros

    claros

    para

    as

    decises

    metodolgicas,

    mas

    no pode

    e

    no

    deve

    funcionar

    como

    uma

    camisa

    de

    bra que

    torne

    o

    pesquisador

    insensvel

    realidade

    com

    que

    ele

    sc

    defronta.

    5

    Demo,

    1981,

    faz

    uma

    anlise

    interessanre

    deles

    e

    mostra

    que

    eles

    vo da

    ideologia

    ao senso_comum.

    40

    "o

    nnai

    do

    trabalho,

    o

    passo

    seguinte

    Gto

    depende

    de

    muitos

    fatores,

    comeando

    1

    estilo

    do

    pesquisaclor

    e

    chegando

    natureza

    lpesquisa

    e

    do

    problema'

    Apesar

    disto'

    apresento

    ftuns

    exemplos

    que

    no

    pretendem

    constituir

    ro-

    iu,

    aPenas

    apontr caminhos'

    H

    dois

    conjuntos

    diferentes

    de

    informaes

    a

    mem

    obtidos

    a

    partir

    das

    perguntas

    contidas

    em

    um

    trmblema

    e

    eles

    sero

    ilustrados

    com

    um

    exemplo

    dativamente

    simples:

    a

    compreenso

    de

    leitura

    pderd

    ser

    facilitatla

    se

    o texto

    a

    ser

    lido/estudado

    pr

    acompanhado

    de

    questes

    de

    estuclo?

    A

    partir

    desse

    problema, precisaramos'

    apa-

    rentements,

    apenas

    de

    um

    grupo de

    alunos/pessoas

    dos

    quais

    pudssemos

    obter

    informaes

    -

    as

    quais

    chamaremos,

    na

    falta

    de

    expresso

    melhor'

    de

    inbr-

    maes

    diretas

    sobre

    o

    problema

    -

    sobre:

    a)

    a

    compreenso

    de

    leitura

    sem

    questes

    dc

    estudo;

    b) a

    compreenso

    de

    leitura

    com

    questes

    de

    estudo.

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    21/25

    Entretanto,

    uma

    anlise

    mais

    cuidadosa

    laria

    a necessidade

    de

    infbrmaes

    (ou,

    pelo

    m

    de

    cuidados)

    adicionais.

    Suponhamo*

    qu.

    preteil-

    dssemos

    conduzir

    a

    pesquisa

    segundo

    o

    esquema

    &

    comparao entre

    grupos:

    durante

    um certo

    tempq

    avaliaramos

    a

    compreenso

    de

    leifura

    dos

    indivduc

    de

    um grupo

    sem

    questes

    de

    estudo

    e

    a

    dos

    elemen_

    tos

    do

    outro

    grupo

    que

    contasse

    com

    elas;

    ao

    final

    dessetempo,

    compararamos

    o

    desempenho

    dos

    lois

    grupos.

    A

    execuo

    da

    pesquisa

    comearia,

    en[o,

    a

    exigir

    um

    outro

    conjunto

    de

    informaOls

    nao

    direta_

    mente

    relacionadas

    ao problema,

    a

    saber:

    -

    qual

    o nvel

    de

    compreenso

    de

    leitura

    dos

    alunos

    antes

    deseiniciar

    a

    pesquisa?

    (sem

    essa

    informao

    no

    teranos

    como

    comparar

    as

    diferenas

    ao

    inal

    dela);

    -

    qual

    o grau

    de

    diiculdade

    relativa

    de

    cada

    texto?

    (sem

    essa

    informao,

    correramos

    o

    risco

    de

    misturar

    eitos

    diferentes:

    o

    das ques_

    tes

    e

    o da

    complexidade do

    texto);

    -

    situao

    idntica

    anterior

    ocore

    com

    o

    fator

    motivacional,

    j

    que

    a

    diliculdade

    maior

    ou

    menor

    de

    um

    texto

    sofre

    a influncia

    do

    inte-

    resse

    que

    o

    indivduo

    tem

    pelo

    assunto

    e

    do

    conhecimento

    prvio

    dele

    sobre

    o

    contedo.

    Deve

    ser

    salientado

    que

    a

    natureza

    e funo

    das

    informaes

    consideradas

    necessrias,

    em

    uma

    de-

    terminada

    pesquisa,

    so

    vari

    vei

    s.justamente

    porque

    I[parar

    o

    pesqsador

    para

    a tarefa

    futura

    de

    fmmento

    das

    respostas

    formuladas

    a

    partir

    mais

    geral.

    Ao

    conclr

    sobre

    a

    melho-

    no)

    do

    desempenho

    dos

    alunos

    no

    estudo'

    ao

    pesqsa,

    o

    pesqsador deveria

    estar

    prepa-

    responder

    pela

    possvel

    interao

    de

    fato-

    que

    no

    as

    questes

    de

    estudo,

    sob

    risco

    suas

    concluses

    (abalando

    a

    fide-

    do

    estudo).

    ::

    Esse

    problema

    particularmente

    importante

    rdo

    a

    pesquisa

    envolve

    intermedirios

    entre

    o

    ,it

    iCoo

    que

    se

    estuda

    e

    o

    pesquisador'

    A avaliao

    tprogramas

    de

    ensino,

    por

    exemplo'

    no

    pode

    ser

    tvrda

    a

    cabo

    sem

    que

    se

    considerem

    aspectos

    do

    seu

    Gmvolvimento:

    quem

    os

    aplicou,

    com

    que

    compe-

    trcia

    etc.

    Por

    outro

    lado,

    o

    reconhecimento

    da

    necessr-

    de

    de

    informaes

    adicionais

    para

    esclarecer

    an-

    l[*s

    que o

    pesquisador

    possa

    vir

    a

    ter

    de

    fazer

    no

    poOe

    servii de

    razio

    para

    uma

    ao desorientada'

    'paa

    quat

    o

    pesquisador

    pssa

    a

    "cecar"

    quase

    tudo

    quelhe

    ocolre

    em

    matria

    de

    in'ormao'

    A

    conse-

    qncia

    disto

    ser,

    quase invariavehnente'

    informa-

    o

    no

    utilizada.

    Note-se

    que, em

    muitos

    casos'

    a

    implicao

    do

    fato

    no

    se

    refere

    penas

    ao

    tempo

    perdido

    do

    pesqsador:

    provvel

    que um

    certo

    ori*"ro

    de

    pessoas

    deva

    ter

    perdido

    tempo

    conside-

    rvel

    fornecendo

    informao

    (respondendo

    a

    questio-

    42

    43

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    22/25

    nrios

    ou

    concedendo

    entrevistas)

    que,

    afinal,

    era

    (to)

    importante.

    A

    este

    respeito,

    cabe

    um

    alerta.

    Ao

    concfti

    sobre

    a

    irnportncia

    de

    um

    determinado

    conjunto

    &

    informaes, vale

    a

    pena

    azer

    uma

    ltima

    pergrrna

    como

    eles

    sero

    transformados

    paa

    que

    se

    obtenhe

    a resposta

    esperada?

    Inclicadores

    sociais

    e

    econmi_

    cos

    costumam

    ser

    complexos

    e

    dependern

    de

    mode_

    los

    adequados,

    nem

    sempe

    disponveis.

    No

    ram

    que

    questionrios

    contenham

    uma

    longa

    srie

    de

    questes

    supostamente

    necessrias

    para

    etermina_

    o

    de

    indicadores

    scio_econ.i.o.

    que,

    ainal,

    no

    podero

    ser aproveitadas

    pelo

    siniples

    fato

    de

    no

    se

    dispor

    de

    maneiras

    adequadas

    de

    trat_las.

    Eu

    iniciei

    esse

    r

    .-*+*-.__=--.--

    _.d,sederornecer,"r*ffi

    ffi

    ffi

    #fl#**' ._

    por

    estarazo

    que

    nenhuma

    pesquisa

    pode

    prescindir

    oe

    um

    completo

    lrabalho

    dc

    reviso

    da

    literatura

    pertinente

    ao problema.

    Obviamente, quanto

    maisextenso

    e

    complexo

    for

    o

    probleru,

    *uio.

    e

    mais

    pelo

    menos

    um guiainfalvei

    oari eia

    complexa

    ser

    a literatura

    a

    ser

    pesqsada.

    Viabilidade

    de

    um

    projeto

    de

    pesquisa

    Inmeros

    fatores

    podem

    comprometer

    a

    viabi_

    lidade

    da

    consecuo

    de

    um pro;eio

    de pesquisa,

    a

    partir

    da

    fonnulao do problema.

    tecnttogia

    dis_

    tempo,

    recursos

    inanceiros

    tm

    sido

    os

    mumente

    citados

    e

    exatamente

    por

    isto

    eu

    Fctendo

    retom-los

    diretamente'

    Julgo

    mais

    destrinchar

    algumas

    condies

    ieqente-

    ptesentes em

    projetos

    e

    que

    acabam

    se

    con-

    em

    fontede

    inviabilidade.

    Lembro

    queEco

    discute

    algumas

    dessas

    questes

    de

    brma

    furcret,

    chegando

    mesmo

    a assumirum

    tom

    ir-

    fredivertido.

    para

    ela:

    a literatura.

    -A

    primeira,

    e

    mais

    importante,

    exatamente

    rcrlenso

    que

    se

    confere

    ao

    problema

    em

    sua

    for-

    dao

    ou,

    dito

    de

    outra

    'orma,

    que

    se

    permite

    que

    rgoblema

    assuma

    por

    no

    se

    imporem

    limites

    ao

    furrul-lo.

    Lembro-me

    de

    um

    projeto

    que' tendo

    lrtido

    de

    uma

    situao

    razoavelmente

    delimitada

    @

    problema

    educacional

    local),

    acabou

    incorpo-

    rendo

    uma

    anlise

    histrica

    que

    parlia

    da

    situao

    dre

    mes

    que

    se

    viram

    obrigadas

    a

    trabalhar'

    na

    Europa,

    no

    perodo

    da

    Revoluo

    Industrial'

    No

    disculo

    a

    propriedade das relaes

    estabelecidas;

    mas

    afirmo

    que

    o

    projeto

    desnecessariamente

    com-

    plexo

    e

    provavelmente

    invivel

    para

    um

    mesffando

    iniciante

    na

    atividade

    de

    pesquisa'

    -

    Formular

    um

    problema

    sob

    a

    forma

    de

    per-

    guntas

    ajuda

    a

    encaminhar

    o

    projeto,

    mas

    hpergun-

    iu,

    "

    p"tguntas.

    Por

    exemplo

    "como

    a

    criana

    aprende?"

    uma

    brmulao

    que

    est

    muito

    longe

    de

    permitir

    o

    detalhamento

    de

    um projeto'

    asseme-

    44

    45

  • 7/25/2019 Planejamento de Pesquisa (Luna)

    23/25

    lhando-se

    mais

    a um

    tema

    geral,.i

    que

    no

    permib

    entrever,

    de

    imediato,

    procedimentos

    que

    gerem

    in

    brmaes

    passveis

    de produzi..,

    ."rpo*ro

    "Como"

    refere-se

    a

    um

    procedimento?

    A

    um proces_

    so?

    De

    que

    criana

    se

    ala?

    Aprendendo

    o qu?

    Etc.

    -

    Muitas

    vezes,

    a

    funo

    da pergunta

    alha

    pr

    alta

    de

    compreenso

    do

    nvel

    cor"at

    do proble

    ma

    brmulado.

    freqente

    encontrar

    alunos

    que

    pretendem

    conduzir

    pesquisas

    empricas

    para

    inves_

    tigar

    "como

    se

    d

    o processo

    de

    socialiiao./,,ou

    "como

    se

    brmam

    os

    valores

    morais

    de

    crianas?,,.

    Fenmenos

    como

    estes

    constituem

    processos

    lon_

    gos, complexos,

    dependendo,

    para

    seu

    estudo,

    mais

    de

    categorias

    de

    anlise

    (compostas

    pela

    interpreta-

    o

    de

    muitas

    informaes)

    clo

    que

    d

    registro.

    Seria

    ingnuo

    imaginar

    que

    qualquer

    uma

    dessas

    pergun_

    tas pudesse

    ser

    respondida

    por

    uma pesquisa

    parti_

    cular

    e

    individual.

    -

    Muito

    da

    inviabilidacle

    de

    um problema

    po_

    deria

    ser

    contornada

    com

    a anlise

    de

    uma

    simples

    pergunta:

    quem

    sou

    eu

    para

    realizar

    esta

    pesquisa?

    A questo,

    aqui,

    no

    se

    remete

    compeincia

    do

    pesquisador

    (sem

    dvida,

    uma

    pergunta

    relevante),

    ms

    ao

    seu

    s/alrs

    junto

    s

    pessoas

    estudadas.

    Abrir

    as

    portas

    de

    delegacias

    de

    ensino,

    ter

    acesso

    a

    depar_

    tamentos

    de

    grandes

    empresas

    ou

    convencer

    amr

    i

    as

    a

    compartilharem

    sua

    intimidade

    com

    um pesquisa-

    dor

    uma tarea bem mais

    dicil

    do

    quepoeparecer

    Mesmo

    que

    esse

    acesso

    seia

    franqueado

    ,

    importante

    se

    Perguntar,

    em

    rela-

    r certas

    questes,

    por

    que

    pessoa

    seria

    total-

    franca

    e

    honest

    com

    o

    pesquisador'

    Sob

    que

    as

    um professor

    diria

    ao

    pesquisador que

    Dtrte

    incompetente

    para

    ensinar

    determinado

    as-

    rbou

    matria?

    Por

    querazoum

    t'uncionrio

    diria

    nm

    pesquisador

    que sua

    produtividade

    baixa

    por

    flededireo

    porparte

    da

    chefia?

    Essaquesto

    tem

    I

    otttro

    n

    gulo

    curioso

    e

    paradoxal:

    certos

    assuntos

    &rnandam

    grande

    conhecimento

    relativ