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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/PUC-SP Verónica Andrea Peralta Meléndez Molina O uso do vídeo na Sala de Aula Invertida: uma experiência no Colégio Arbos de Santo André. Tecnologias da Inteligência e Design Digital São Paulo 2017

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/PUC-SP

Verónica Andrea Peralta Meléndez Molina

O uso do vídeo na Sala de Aula Invertida: uma experiência no

Colégio Arbos de Santo André.

Tecnologias da Inteligência e Design Digital

São Paulo

2017

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/PUC-SP

Verónica Andrea Peralta Meléndez Molina

O uso do vídeo na Sala de Aula Invertida: uma experiência no

Colégio Arbos de Santo André.

Tecnologias da Inteligência e Design Digital

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, sob a orientação da Profª. Drª. Ana Maria Di Grado Hessel.

São Paulo

2017

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Verónica Andrea Peralta Meléndez Molina

O uso do vídeo na Sala de Aula Invertida: uma experiência no Colégio Arbos

de Santo André.

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, sob a orientação da Profª. Drª. Ana Maria Di Grado Hessel.

Aprovada em: ____ de _______________ de 2017.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

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____________________________________

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Para

A minha saudosa mãe.

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Para

Ao meu marido, Nilson,

por compartilhar dos meus sonhos com carinho e apoio incondicional.

As minhas amigas, Luciana, Margarete, Patricia, Silvia e Valesca

por serem a luz no meu caminho.

A minha família,

por me descortinar o caminho do conhecimento.

E a Deus, pela oportunidade da vida.

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AGRADECIMENTOS

À Profª. Dra Ana Maria Di Grado Hessel e ao Prof. Dr.João Mattar, pelo

acolhimento amigo, pelas oportunidades, pelos incentivos, pela prontidão e presteza

em sempre me atender e pelo aprendizado. Agradeço pela confiança, atenção e

carinho dedicados a mim.

À Profª. Ana Maria Di Grado Hessel, por ter despertado em mim o fascínio

pela área acadêmica, pelo exemplo de docente e pesquisadora. Sua paixão pela

pesquisa é contagiante.

À Edna por todos os auxílios e simpatia com que me atendeu durante meu

mestrado.

Aos amigos da pós-graduação, pelos momentos de alegria.

À Valesca e Silvia, pela parceria, apoio moral e paciência durante o mestrado.

Ao Nilson, sempre presente na condução e realização dos meus sonhos, por

acreditar em mim e tornar a caminhada mais bela.

Ao meu pai, Ricardo, exemplo de cumplicidade.

À minha família por sempre me incentivarem.

À minha saudosa mãe pelo pedido antes de sua morte. Está em todas as

minhas orações

Às minhas amigas, Luciana, Patrícia e Margarete, pelas orientações e por

sempre me incentivarem.

À Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, por fazer parte de minha vida

e nos ofertar o conhecimento.

Vocês são meu alicerce. Nada seria possível sem vocês!

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RESUMO

Este projeto tem como objetivo a utilização dos vídeos educacionais como ferramenta de aprendizagem na Sala de Aula Invertida e abordaremos sobre quais aplicativos e estratégias podem ser usados com esse novo modelo pedagógico para que haja um bom aproveitamento, tanto por parte do aluno, quanto por parte do professor. Na nossa análise, o uso dessa ferramenta metodológica possibilita a construção de uma aprendizagem significativa, dinâmica e autônoma, o que evidencia uma melhora no aproveitamento das atividades e temáticas propostas em sala de aula. Nesta pesquisa, apontamos como o uso do vídeo na Aula Invertida viabiliza aulas com explicações menos extensas, diretas e objetivas; quando gravadas em vídeo, que podem ser acessados pelos alunos por meio de seus dispositivos móveis, computadores de mesa e Ipads. Dessa forma o tempo de sala de aula é liberado para ser aplicado em outras atividades de aprendizagem como, por exemplo, exercícios individuais ou em duplas, discussões, projetos ou trabalhos em grupo, tendo o professor tempo disponível em sala para atuar como mediador. A pesquisa observa o uso dos vídeos na Sala de Aula Invertida no Colégio Arbos, de Santo André, e tenta entender se e como o uso do vídeo na Sala de Aula Invertida auxilia na construção do ensino aprendizagem.

Palavras-chave: Sala de Aula Invertida, Ensino-aprendizagem, Estilos de Aprendizagem, Papel do Professor, Papel do Aluno.

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ABSTRACT

This project reflects about the use of educational videos as a learning tool in Flipped Classroom and discusses what applications and strategies can be used with this new methodology for better use, both the student and the teacher. In our analysis, the use of this methodology allows construction of a significant learning with more dynamism and autonomy, improving the use of the proposed activities and topics in the classroom. In this research, we will also point out how using video in Flipped Classroom makes classes with less extensive explanations possible, direct and objective, when recorded on video that can be accessed by students through mobile devices, desktop computers and Ipads. Class time is released for use in other learning activities such as individual exercises or in pairs, discussion, projects or group work, having the teacher available in the classroom to act as mediator. The research noted the use of the videos in Flipped Classrooms in ‘Colégio Arbos’, in Santo André, and tried to understand if this tool helped in building meaningful learning and how it helped. The research methodology that was used was the case study. The teachers answered a questionnaire and the dice studies were performed through content analysis of Bardin.

Keywords: Flipped Classroom, Teaching-learning, Learning Styles, Teacher's Role, Student's role.

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LISTA DE FIGURAS

Fig.1 - Hangout Líder GEG Santo André...........................................................

Fig.2 - Grupo de Estudos Arbos em Ensino Híbrido e Metodologias Ativas.......

Fig.3 - Foto tirada por Verónica Meléndez no 3º Congresso Europeu Flipped

Classroom - Madrid – Espanha.........................................................................

Fig.4 - Foto tirada por Verónica Meléndez no 3º Congresso Europeu Flipped

Classrom – Madrid - Espanha – Jon Berghmann..............................................

Fig.5 - Camtasia Studio – disponível em 19/06/2017........................................

Fig. 6 - Screencastomatic..................................................................................

Fig. 7 - Jing 4.....................................................................................................

Fig.8 - Capture Cast Chrome Screen Recording...............................................

Fig. 9 - Active Presenter....................................................................................

Fig.10 - Power Point..........................................................................................

Fig. 11 - Kahoot.................................................................................................

Fig.12 - Quizzes................................................................................................

Fig.13 - Linoit....................................................................................................

Fig.14 - LiveShare.............................................................................................

Fig.15 - Flockdraw.............................................................................................

Fig.16 - Storify...................................................................................................

Fig.17 - Docs Story Builder................................................................................

Fig.18 - MindMeister.........................................................................................

Fig. 19 - Realtime Board....................................................................................

Fig. 20 - Team up.............................................................................................

Fig. 21 - All Our Ideas........................................................................................

Fig. 22 - Tricider................................................................................................

Fig.23 - Powtown.............................................................................................

Fig. 24 - Socrative.............................................................................................

Fig.25 - Nearpod...............................................................................................

Fig. 26 - Moovly.................................................................................................

Fig. 27 – Thinglink.............................................................................................

Fig. 28 - Tabela Metodologias Ativas................................................................

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Fig. 29 - Comparação de alguns elementos de ensino baseado no professor

e mediado pelo professor..................................................................................

Fig.30 - Modelo centralizado no professor e no aluno.......................................

Fig. 31 - TAXONOMIA DE BLOOM...................................................................

Fig. 32 - TAXONOMIA DE BLOOM REVISADA................................................

Fig. 33 - TAXONOMIA DE BLOOM REVISADA................................................

Fig. 34 – Mosyle................................................................................................

Fig.35 - Página de entrada de atividades no Mosyle.(SCULE)..........................

Fig.36 - Atitude Filosófica- Sexto Ano...............................................................

Fig.37 - A Segunda Guerra Mundial..................................................................

Fig. 38 - Introdução à Filosofia..........................................................................

Fig. 39 - Conversa sobre história.......................................................................

Fig. 40 - Definições Filosóficas..........................................................................

Fig. 41 – Scule..................................................................................................

Fig. 42 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 43 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 44 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 45 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 46 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 47 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 48 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 49 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 50 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 51 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 52 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 53 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 54 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 55 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

Fig. 56 – Tutorial Scule / Mosyle........................................................................

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................

CAPÍTULO 1: RELATOS SOBRE O USO DA SALA DE AULA INVERTIDA..

CAPÍTULO 2: METODOLOGIAS ATIVAS......................................................

2.1 –Aprendizagem.....................................................................................

2.2 - Aprendizagem significativa..................................................................

2.3 – Estratégia...........................................................................................

2.4 – Método................................................................................................

2.5 - Método (didático ou de ensino)............................................................

2.6 - Modelo (pedagógico)...........................................................................

2.7 – Técnica...............................................................................................

2.7.1 - Sala de aula invertida...................................................................

2.7.2 – História........................................................................................

2.7.3 - O papel do professor em uma aula na Sala de Aula Invertida.......

2.7.4 - As ferramentas para inverter a aula e a aprendizagem.................

CAPÍTULO 3: ONDE TUDO COMEÇOU - PROJETO ARBOS.......................

3.1 - COLEGIO ARBOS: a semente de uma árvore da educação................

CAPÍTULO 4: OS VÍDEOS..............................................................................

4.1 – História................................................................................................

4.2 - Produção de vídeos para a Sala de Aula Invertida...............................

4.3 - Vídeos elaborados para as antecipações das aulas de Filosofia no

segmento Fundamental II no Colégio Arbos de Santo André...........................

4.4 - PLATAFORMA MOSYLE (SCULE).....................................................

CONCLUSÃO..................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................

ANEXOS..........................................................................................................

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INTRODUÇÃO

TRAJETÓRIA PESSOAL

Essa história, assim como toda história,

poderia ser escrita de incontáveis maneiras.

Foram muitos os motivos e os caminhos que me

trouxeram ao mestrado no programa do TIDD:

um deles a necessidade de fazer um mestrado. A

escolha pelo tema foi um feliz acaso após uma

primeira tentativa fracassada com outro que

nada tinha relacionado comigo ou com meu

trabalho.

Em 2007, fui convidada a dar aula no Colégio

Metodista que fica ao lado do Campus Rudge

Ramos da Universidade Metodista. Nessa época

iniciei meus estudos em letras espanhol-português

EAD na Metodista, meu pólo era em Mauá no

Colégio Rio Branco mas muitas vezes fiquei e

participei das aulas no Campus observando e

aprendendo todo o processo da aula. Foi uma

época muito produtiva como aluna, pois conheci

os dois lados: a sala de aula que ficava em outra

cidade e todo o Design Instrucional para que a

aula acontecesse.

Já graduada em Letras português-espanhol

pela Universidade Metodista de São Paulo e

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também em nutrição pela Universidade São Judas

de São Paulo, nascida em Santiago do Chile mas

criada no Brasil, sempre estive atenta ao uso das

tecnologias na educação, tanto que minha pós

graduação na Anhembi Morumbi também foi

feita a distância. Essas experiências

desenvolveram meu gosto por realizar cursos

online. São raros os cursos presenciais que

participo atualmente e o uso das redes sociais

para pesquisa e compartilhamento de novas

experiências me levaram a pesquisar inicialmente

sobre MOOCS e a participar de vários desses

nacionais e internacionais. Tenho um portal

sobre a língua espanhola-Poetal EAD Brasil-

Español1

e outro sobre Aula Invertida: uma

metodologia ativa2

.

Atualmente sou professora de espanhol mas já

lecionava em cursos livres e para executivos de

empresas há 15 anos. Especialista em tecnologia

da educação pela Universidade Anhembi

Morumbi de São Paulo, Máster en enseñanza del

español como lengua extranjera para ES- España-

Fundación Comillas Universidad de Cantábria.

Tenho participado tanto como ouvinte como

palestrante de vários congressos e eventos como:

JOVAED 2014, CIAED2014, CIAED2015, ANPED2012,

1 Disponível em: <https://www.facebook.com/portaleadbrasillinguaespanhola/>. 2 Disponível em: <https://www.facebook.com/groups/1053737267978331/>.

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SENID2013, SENID2014, EAD VI JORNADA

EDUCAÇÃO A DISTANCIA, EAD VII JORNADA

EDUCAÇÃO A DISTANCIA, PROJETO ALICE BRASIL-

MACKENZIE na qual participei com um artigo

sobre MOOC3

nos anais do Congresso Biênio 2013 e

Biênio 2014-2015, BETT EDUCAR pelo Colégio

Arbos.

Em 2012, fui convidada a trabalhar no

Colégio Arbos de Santo André que na época estava

iniciando seu projeto inovador junto com a Apple.

Era o início da implantação do modelo

pedagógico Sala de Aula invertida em que os

alunos obteriam como parte do material escolar

os Ipads da Apple. Começava neste período minha

relação com este modelo pedagógico ainda pouco

conhecido na época. Foram 4 anos de

capacitações, mudanças, compartilhamentos de

experiências, estudos, tanto que conseguimos o

reconhecimento da multinacional Apple,

nomeando-nos Apple Distinguished School4

.

Percebi que a mudança do tradicional para a

inovação requer esforço, manter a mente aberta

sempre a novos conhecimentos.

Atrelado aos meus estudos sobre a

metodologia ativa Sala de Aula Invertida faço

3 Anais_2013%5b1%5d%20(1)-1 (p.87). 4 Disponível em: <http://www.arbos.com.br/Diferenciais/SitePages/AppleDistinguishedSchool. aspx?mobile=0>.

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um curso de extensão no Instituto Singularidades

sobre Metodologias Ativas para uma Inovação

Educadora que tem como proposta a reflexão

sobre como ensinar e como aprender com

metodologias ativas, problemas, projetos num

contexto de educação híbrida com apoio de

tecnologias digitais, combinando e integrando

atividades presenciais e online. A junção desse

curso, minha liderança no Grupo de educadores

Google5

- GEG6

Santo André (fig.1), meu trabalho

no Colégio Arbos7

no uso da aula invertida e de

todos os cursos, congressos e seminários nos quais

participo e apoio do Colégio deu início ao Grupo

de Estudos Arbos em Ensino Híbrido e Metodologias

Ativas8

(fig.2), este grupo foi criado para que

pudéssemos compartilhar nossas experiências nas

diferentes áreas que atuamos já que nosso tempo

devido ao trabalho não favorece para essa troca

de informações no horário de trabalho.

5 Grupo de Educadores Google. 6 Disponível em: <https://plus.google.com/u/0/b/106472575843557253313/+GEGSantoAndr% C3%A92015>. 7 Disponível em: <http://www.arbos.com.br/Diferenciais/SitePages/AppleDistinguishedSchool.aspx? mobile=0>. 8 Disponível em: <https://www.facebook.com/groups/233497727050789/>.

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Fig.1 - Hangout Líder GEG Santo André

Fig.2- Grupo de Estudos Arbos em Ensino Híbrido e Metodologias Ativas

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Em abril deste ano, tive a grata oportunidade

de participar do 3º CONGRESO EUROPEU FLIPPED

CLASSROOM9

(fig.3 e anexos) em Madrid- Espanha

com a presença de Jon Bergmann10

(fig.4). Pude

compartilhar experiências, socializar e entender

o uso da Sala de Aula Invertida desde o

Fundamental I até o Ensino Superior, bem como a

importância do uso dos vídeos como ferramenta,

não só como antecipação de aulas mas também

um apoio contínuo de estudo para os diferentes

perfis de alunos que temos em sala de aula. Um

ponto muito importante percebido por mim

durante o Congresso foi o de perceber que nosso

colégio se encontra muito além do que muitas

escolas europeias na aplicação deste modelo

pedagógico. Foi muito motivador. Outros pontos a

serem considerados foram os estudos teóricos que

ocorreram durante os três dias de Congresso,

consolidei conhecimentos, aprendi muito, e pude

me auto avaliar e ter um referencial do quanto

aprendi nos quatro anos de aprendizado no

Colégio.

9 Fotos do Congreso Europeo Flipped Classroom tiradas por Verónica Andrea Peralta Melendez se encontram em anexo. Disponível em: <www.flipconspain.com>. 10 Disponível em: <http://flippedlearning.org/author/Jon-Bergmann/>.

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Fig.3- Foto tirada por Verónica Meléndez no 3º Congresso Europeu Flipped Classroom - Madrid - Espanha

Fig. 4 - Foto tirada por Verónica Meléndez no 3º Congresso Europeu Flipped Classroom – Madrid - Espanha – Jon Bergmann

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No último dia fui convidada a apresentar o

Colégio Arbos ao Congresso. Isso não estava

previsto11

. Foi emocionante, me senti orgulhosa por

fazer parte desse momento e muito mais após a

apresentação pois senti que estava no lugar certo,

fazendo meu trabalho com amor. Sem comentar a

alegria e surpresa do próprio Colégio quando

soube dessa minha apresentação.

Toda essa narrativa, meu trabalho, a

participação no Congresso, minha certificação

Internacional na Flipped Classroom Nivel I, tudo

isso geraram mais subsídios para o

desenvolvimento desta dissertação que tem como

objetivos o uso do vídeo nas aulas invertidas no

Colégio Arbos no segmento Fundamental II, neste

caso escolhi vídeos mais elaborados da matéria de

Filosofia, pois apesar de ser uma matéria de

estudo na qual os alunos não tem muito interesse

no geral, no nosso Colégio isso não acontece.

Já de volta ao Brasil fiz a Certificação

Internacional em espanhol da Sala de aula

Invertida Nivel I12

A Flipped Learning Global Initiative (FLGI),

uma federação mundial de educadores,

investigadores, tecnólogos, expertos e formadores,

11 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ajbZVi01oYo>. 12 Disponível em: <http://www.theflippedclassroom.es/certificacion-flipped-learning-nivel-i/>.

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desenharam e criaram “La Certificación en

Flipped Learning”.

Se trata de um curso composto por n0ve

módulos, que se realizam a distância, com

liberdade de tempo e espaço, e que contem fóruns

e atividades desenhadas para ampliar os

conhecimentos e orientar o aprendiz ao colocar o

modelo pedagógico em prática. Esta certificação é

ministrada por Jon Bergmann e Raúl Santiago.

Vivemos em um novo cenário educacional, a forma que ensinamos e a

maneira que os estudantes aprendem mudaram consideravelmente, nossos lares e

instituições de ensino podem ter ainda a mesma aparência mas vivemos em um

mundo excepcionalmente novo, caracterizado por um grande aumento da

instabilidade, da incerteza, da complexidade y da ambiguidade, uma mudança que só

não é mais rápida, mas está em constante aceleração, cérebros e mentes que se

estendem e amplificam, graças ao uso das novas tecnologias e redes globais que nos

conectam a todos no planeta , tanto com os recursos disponíveis como com as demais

pessoas. Se trata de um contexto absolutamente novo e diferente para todos nós. As

funções delegadas no âmbito educacional se completam, o trabalho do professor

atualmente é o de se adaptar a esse contexto do mesmo modo que todos os seres

humanos em diferentes situações e épocas se adaptaram as mudanças, ou seja, o

professor detentor da informação passa a mediador, o antigo papel educativo de

transmitir informação tem sido substituído por ensinar aos seus alunos a ensinar a si

mesmos, o aluno, que antes somente recebia a informação passa a protagonista, pois

passa a pesquisar, opinar, debater, participar do desenvolvimento de seu

conhecimento e tem a tecnologia como uma aliada nesse processo.

As ferramentas tecnológicas permitem, por exemplo, que as aulas ministradas

na sala de aula sejam gravadas e assistidas posteriormente. É importante ressaltar

que a estratégia de registrar as aulas em vídeo não é recente, no entanto, percebemos

que ela vem, cada vez mais, se consolidando como uma ferramenta importante no

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processo ensino-aprendizagem. O que nossos alunos precisam de seus professores

é que eles sejam seus treinadores para o futuro.

Entre as primeiras adaptações ao novo contexto educacional é o dos

professores deixarem de ser unicamente transmissores de informação para

transmissores de competências, ou seja, no caso da Sala de Aula Invertida, a

transmissão por competência ocorre quando a informação chega aos alunos por meio

de métodos de armazenamento e transmissão de conhecimento atualizados (vídeos

ao invés de livros), e mostrar aos alunos as habilidades para recuperar a informação

e apropriar-se do conhecimento.

Em muitas instituições, o ensino tradicional está sendo substituído por novas

metodologias, mais ativas, dinâmicas e urgentes. Metodologias que exigem maior

dedicação por parte do aluno na efetivação das tarefas solicitadas e um maior contato

com a tecnologia por parte dos professores para a elaboração de suas aulas. Este

maior contato tem como um dos objetivos da pesquisa o de enriquecer a aula,

desenvolver habilidades, ampliar conhecimentos e, em muitos, servir como um

instrumento de reposição de aulas perdidas pelos alunos ou de revisão do conteúdo

em um momento posterior. O registro das aulas também possibilita a montagem de

uma videoteca online do professor que poderá ser usada em aulas futuras. A

tecnologia atua ainda como um importante instrumento de ajuda para os alunos que

apresentam dificuldade de aprendizagem.

Esta dissertação tem como um modelo pedagógico que está sendo apropriado

nos espaços escolares, do ensino básico ao superior, a Sala de Aula Invertida, um

modelo pedagógico criado em 2007 por dois professores de química norte-

americanos, Jonathan Bergmann e Aaron Sams. A ideia surgiu na tentativa de

minimizar as constantes ausências dos alunos esportistas – que faltavam às aulas por

estarem envolvidos em campeonatos e jogos extracurriculares. "Os alunos passavam

muito tempo no ônibus, locomovendo-se entre eventos em lugares diferentes", relatam

Bergmann e Sams (2016, p.3). Ainda segundo os autores, tudo mudou quando

entraram em contato com um software que gravava apresentações de slides em

Power Point, incluindo voz e anotações. Este software convertia a gravação em

arquivo de vídeo que poderia ser facilmente compartilhado.

A Sala de Aula Invertida transforma a sala de aula em um ambiente

colaborativo e interativo, favorecendo um maior engajamento dos estudantes no

processo de aprendizagem. É, portanto, uma metodologia de interação e colaboração.

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Analisar e avaliar a aplicabilidade do uso de vídeos nessa metodologia em

sala de aula será o objetivo desta dissertação. A minha experiência como

pesquisadora e de meus colegas com o tema teve início há quatro anos, quando o

Colégio Arbos de Santo André, no qual atuo como professora de espanhol, inseriu em

seu projeto pedagógico a metodologia da Sala de Aula Invertida.

O website do YouTube mal havia começado, e o mundo dos vídeos on-line ainda estava na infância. No entanto ao discutirmos o potencial desse software, percebemos que essa poderia ser uma maneira de impedir que os alunos faltosos também perdessem no desempenho de aprendizagem. Assim na primavera de 2007, começamos a gravar nossas aulas ao vivo, usando o software de captura de tela. Postávamos as aulas on-line e os alunos as acessavam (BERGMANN,

SAMS, 2016 p.3) .

A Sala de Aula Invertida é um modelo pedagógico que transfere determinados

processos fora da aula e utiliza o tempo de aula, juntamente com a experiência

docente, para facilitar e potencializar processos de aquisição e prática de

conhecimentos dentro da aula.

O material mais utilizado nesse modelo pedagógico é, sem dúvida, o vídeo. O

método mais fácil de elaborar vídeos é mediante capturadores de tela. Existem vários

capturadores de vídeo gratuitos na internet, como os mais utilizados até o momento:

Camtasia Studio 2 (fig.5), Screencast-o-matic3 (fig.6), Jing4 (fig.7), CaptureCast5

(fig.8), Active Presenter 6 ou Office Mix 7 (fig. 9) e Power Point (fig. 10).

Camtasia Studio

É uma ferramenta de captura e gravação de tela para Windows e Mac. Além

disso possui diversas opções para edição e montagem de vídeos sendo ideal para a

criação de tutoriais em vídeo e apresentações de slides.

Pode ser usado em: Web", "Blog", "CD/DVD", "HD", "iPhone", "iPod",

"Screencast.com" e "YouTube".

Prós

Funciona bem e ainda traz vídeos explicativos.

Oferece zoom para destacar apenas parte do vídeo.

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Para edição e criação de vídeos comuns e vídeo tutoriais.

Contras

Versão demo dura pouco e versão definitiva é cara demais.

Muito pesado para computadores com configuração básica.

Fig.5 - Camtasia Studio – disponível em 19/06/2017

Screencast O”Matic

É um programa que oferece ao usuário uma opção bastante interessante de

captura de tela. Ao invés de simplesmente fazer screenshots, com imagens estáticas,

os usuários que têm o software em seus computadores ou então acessam a versão

web do serviço podem gravar vídeos do que está passando em suas telas. O

funcionamento dele é simples.

Fonte: https://camtasia-studio.softonic.com.br/#app-softonic-review

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Prós

Diversas resoluções de gravação.

Personalização do tamanho da tela a ser capturada.

Simples de usar.

Publicação no YouTube.

Contras

Marca d’água na versão grátis.

Muitos recursos disponíveis só no pagina.

Versão web não funcionou nos testes.

Fig. 6 - Screencastomatic

Fonte: Disponível em: <http://aprilpierson.blogspot.com.br/2015/04/screencast-o-matic-version-20-webcam.html> Acesso em: 19/06/2017

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JING 4

É um aplicativo que permite capturar imagens e vídeos de tudo o que você faz

no computador e compartilhá-los na web. Este recurso é muito útil, mas faltam

funcionalidades adicionais na hora de capturar.

Prós

Fácil de usar.

Ocupa pouca memória do computador e por isso, não diminui o desempenho

dele.

Ferramentas de edição de imagem são muito práticas.

Gratuito.

Contras

Só faz gravação de até 5 minutos.

Necessidade fazer login em um serviço online, pode incomodar muitas

pessoas.

Ícone de ativação “sol” pode ficar atrapalhando outros aplicativos.

Fig. 7 - Jing 4

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Fonte: Disponível em: <http://www.freesoftware4all.co.uk/software/jing disponível em 19/06/2017>

CaptureCast Chrome Screen Recording

Fig.8 – Capture Cast Chrome Screen Recording

Fonte: Disponível em: <https://chrome.google.com/webstore/detail/capturecast-chrome-screen/dmhhfoemgdlphenmfoicajbakonjcgee disponível em 19/06/2017>

Active Presenter

É um aplicativo para quem quer criar uma apresentação de slides muito mais

completa e profissional pois permite a captura da tela em forma de vídeo, criando

tutoriais bem detalhados, também é possível adicionar slides em branco entre os

frames do vídeo para colocar explicações em texto detalhadas.

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Fig. 9 - Active Presenter

Fonte: Disponível em: <https://activepresenter3.en.softonic.com/> Acesso em: 19/06/2017

Power Point

É um programa de criação e edição de apresentações de slides, para

Windows, Android e iOS, que faz parte do pacote Office, também disponibiliza

recursos como edição de vídeos e novos efeitos de imagens sendo de fácil utilização.

Fig.10 - Power Point

Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=g0qBWZpk60g> Acesso em: 19/06/2017>

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Cada aluno pode ver os vídeos ou outros conteúdos multimídias no seu ritmo

antes das aulas, ou seja, o método se adapta ao ritmo dos alunos. Os alunos que

precisam de mais tempo para entender e aprender a teoria podem passar mais tempo

com a visualização dos materiais. Além disso, tem a possibilidade de deter o vídeo e

rebobiná-lo quantas vezes queiram (OLAIZOLA, 2014:1).

Este modelo pedagógico assegura e também requer mais responsabilidade

no processo de aprendizagem por parte dos alunos, fomenta a sua colaboração, e, ao

mesmo tempo, sua movimentação (KANNINEN-LINDGREN, 2015:31).

As formas de trabalho mais frequentes são os realizados em pequenos grupos

e a cooperação por pares, o que melhora o ambiente de trabalho na aula e incrementa

a interação e a participação de todos os membros do grupo.

No período de implementação do projeto no Colégio Arbos, foram

disponibilizados a infraestrutura e formação necessária, aos docentes e discentes,

com recursos e materiais tecnológicos como dispositivos móveis com sistema IOS.

A implantação do projeto Apple – UNO – Sala de Aula Invertida no Grupo dos

Colégios Arbos passou por um período de adaptação à nova realidade docente -

estávamos cruzando a ponte entre a metodologia centrada no professor, na qual o

aluno era mero espectador e aprendia de modo passivo, para uma metodologia em

que o aluno assume o protagonismo da sua aprendizagem, tornando-se crítico,

observador e autônomo. Houve desenvolvimento e crescimento mútuo entre docentes

e discentes, muitos obstáculos foram ultrapassados e o resultado foi sentido por todos.

Cada professor desenvolveu, ao longo do tempo, sua estratégia em sala de aula

dentro da Aula Invertida. Após quatro anos de capacitações, tentativas em sala de

aula, erros e acertos no processo, compartilhamento de experiências com meus

colegas de trabalho, o corpo docente e alunos já trabalham de forma colaborativa. Por

conta disso, surgiu a motivação para desenvolver esta dissertação.

Em tal contexto, emerge o seguinte problema de pesquisa: como o vídeo

educativo tem sido utilizado na Aula Invertida no Colégio Arbos de Santo André? O

objetivo geral é, portanto, descrever o uso do vídeo nas Aulas Invertidas do Colégio

Arbos. O objetivo específico, por sua vez, será o de analisar o uso do vídeo na Flipped

no contexto educacional.

Essa pesquisa é qualitativa e tem o caráter exploratório porque tem como foco

explicar o processo de produção de vídeos para o modelo pedagógico da Sala de Aula

Invertida.

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Ressaltamos que o vídeo não é um meio audiovisual puramente reprodutor

de imagens, mas uma tecnologia a favor da aprendizagem. Ferrés (2001) nos recorda

que o vídeo é um meio de comunicação e um meio de ensino.

A dissertação organiza-se na seguinte estrutura:

No capítulo 1, abordamos o estado da arte descrevendo literaturas de estudos

referentes ao uso de vídeos em aula e da Aula Invertida. Já no capítulo 2, nos

aproximamos de conceitos importantes para o conhecimento e entendimento de

alguns termos utilizados neste estudo, descrevemos brevemente as metodologias

ativas e nos debruçamos mais detidamente sobre a Aula Invertida, seu conceito, o

papel do professor e do aluno, as ferramentas utilizadas e a produção de vídeos.

O capítulo 3, conta os bastidores do colégio, nascimento, sua visão, missão,

valores.

No capítulo 4. descrevemos sobre o outro protagonista desta pesquisa, o

vídeo, contando um pouco de sua história, sua evolução e ingresso na educação.

No capítulo 5, se encontra a conclusão desta dissertação.

A importância deste estudo é o de refletir a importância do uso do vídeo nas

antecipações de aula na Sala de Aula de Invertida no Colégio Arbos.

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CAPÍTULO 1: RELATOS SOBRE O USO DA SALA DE AULA

INVERTIDA

“Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não

conseguia.”

Peter Senguer (2006)

Os professores que adotaram o método da aula invertida tiveram suas

práticas totalmente modificadas, pois não são mais professores que usam o tempo

para explanar sobre determinado assunto, vestindo um personagem, motivando os

alunos. Transformaram-se agora em professores mediadores, mais próximos de seus

alunos, que ouvem, que os conhecem mais profundamente, compartilham dificuldades

e sucessos. Os alunos opinam, desenvolvem criticidade, se tornam cidadãos críticos,

compartilham ideias e opiniões.

Segundo Bergmann e Sans (2016, p.14) o papel do professor na sala de aula

é o de amparar os alunos, não o de transmitir informações.

Lecionar sob o modelo tradicional era exaustivo. Eu me sentia como se tivesse de “representar um papel”, o que exigia energia, entusiasmo e esforços constantes do tipo “ você está em um palco. Lembro-me de uma ocasião, no ano passado, em que dirigia até a escola pensando: “ Cara, como eu gostaria de ser aluno hoje. Seria bom se eu pudesse entrar em aula e deixar que alguém fizesse todo o trabalho - e eu simplesmente focasse no banco de carona pelo menos uma vez. ” Quando experimentei o método de inversão, senti-me livre. Consegui entrar em aula para observar o trabalho dos alunos.”. (JENNIFER DOUGLAS, WESTSIDE HIGHSCHOOL, MACON, GEÓRGIA, EUA, 2016, P.14).

Eric Mazur13 (2015), em seu livro, narra o que o levou a perceber o problema

do ensino tradicional: a apresentação de conteúdo, a aula expositiva, o monólogo.

Descobriu em uma avaliação institucional que os alunos observaram que suas aulas

eram uma cópia de suas notas de aula. Refletindo sobre essa questão, explorou novas

formas de ensinar física, depois de várias tentativas chegou a um método em que

13 Disponível em: <http://ericmazur.com/>.

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ensina os fundamentos conceituais de física conduzindo os estudantes a um melhor

desempenho na resolução de problemas. Para isso, ele sugeria que as leituras, as

aulas em vídeo introdutórias seriam feitas em casa, antes da aula. Em sala os alunos

esclareceriam as dúvidas, aprofundariam o conhecimento e praticariam exercícios.

Fagúndez (2014) relata um estudo realizado pela Escola 14 de Idiomas

Modernos da Universidade Central da Venezuela que fez uma aprendizagem mista

sobre aspectos históricos e culturais entre países que falam inglês e espanhol através

da disciplina de Inglês II da Escola de Idiomas Modernos da Universidade Central da

Venezuela.

Foi analisado de que forma o uso de tecnologias influenciaram dentro e fora

da sala de aula, para isso utilizou-se vídeos no processo de ensino-aprendizagem.

O curso é dividido em 3 trimestres e em 3 módulos, sendo eles: gramática,

livro de texto, laboratório e componente cultural (impacto político, economia, social e

cultura).

A proposta ao longo dos módulos era criar grupos que iriam pesquisar

determinados temas, para ao final do trimestre realizar apresentações.

Ao mesmo tempo interagir com os colegas sobre os demais temas. Além das

aulas presenciais atuariam no ambiente virtual do Moodle com o intuito de realizarem

discussões e trocas de materiais como repositórios.

Posteriormente, o mesmo ambiente seria utilizado para inserir os vídeos que

seriam feitos como fruto das apresentações dos alunos em sala.

Para os estudantes "a gravação dos vídeos em particular foi muito útil, foi

muito além do que se tinha imaginado, pois se sentiram um pouco nervosos cada vez

que estavam diante da câmera”.

Segue, abaixo, questionamentos feitos a eles:

"A: Quão útil você acredita que foi para você e seus colegas ter visto sua gravação? B: Muito útil!. C: Bastante, porque os que não foram nesse dia puderam vê-la depois de gravada! D: Pude ver a mina gravação e a dos outros grupos várias vezes, podia repetir o vídeo se não entendia ou se não me lembrava de algo! A: Que desvantagem tiveram as primeiras gravações?

14 Disponível em: <http://www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S07989784201 4000100004&lang=pt>.

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D: Quando foi a minha vez, fiquei nervoso com a câmera, não sabia se olhava para ela ou não, mas fui me acostumando.

Aproveitaram, dessa maneira, o recurso para se auto avaliarem, observar

oportunidades, identificar aspectos em si e em outros colegas, que fossem válidos

para sua evolução.

As conclusões foram positivas, a partir da percepção dos alunos sobre o uso

deste recurso durante o processo de ensino-aprendizagem.

Rocha (2014) relata um estudo realizado no Ensino superior utilizando a Sala

Invertida e a PBL15, com o objetivo de destacar os prós e os contras apontados pelos

professores do ensino que participaram da experiência.

Implantou-se duas metodologias ativas nos cursos universitários com a

possibilidade de manipulação e utilização de algumas tecnologias (digitais e não

digitais) de suporte na aplicação do método.

A conclusão que se chegou foi a percepção de muita relutância por parte de

muitos professores em antecipar a aula, pois alegavam que muitos alunos não tinham

acesso à internet em casa e falta de tempo, que isso os prejudicaria. Também se

percebeu a falta de capacitação dos professores quanto aos objetivos e práticas e que

os usos da Sala de Aula Invertida podem interferir de forma positiva ou negativa, e

também a falta de apropriação dos conceitos para entender as fases da proposta.

No caso da PBL o aluno aprende sobre um determinado tema por meio de

experiências nas resoluções de problemas, tendo como meta educacional o pensar,

fazer pelo domínio ou apropriação de conhecimento em grupo.

Colombo, Stahl, Duncan, Schröetter (2014) relatam em seu trabalho que o uso

da Sala de Aula Invertida começa também a ser apoiada por ferramentas

computacionais para contribuir na melhoria do aprendizado dos alunos do curso de

Técnico em Informática do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES).

O objetivo é o de tornar as aulas atraentes, objetivas e com foco no aluno,

pois dá ao aluno a oportunidade de ser protagonista de sua própria aprendizagem,

com a Sala de Aula Invertida para a disciplina Técnicas de Programação, turno

noturno para o 2º módulo do curso, pois ela tem o propósito de capacitar o aluno para

o desenvolvimento de software com base no paradigma de programação estruturada,

utilizando a linguagem C e neste contexto existem dificuldades inerentes ao processo

ensino aprendizagem de algoritmos e programação.

15 Problem Based Learning (PBL) ou Aprendizagem Baseada em Problemas.

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Optou-se pelo formato de aula tutorial, por meio de captura de tela, as

gravações de vídeo foram feitas pela ferramenta Wink16 que tem a função de mostrar

tudo o que o usuário executou na tela no período de gravação. A segunda parte é a

de planejar e construir os tutoriais que contemplem a ementa da disciplina, de acordo

com o modelo pedagógico da Sala de Aula Invertida. O trabalho está em andamento

e concluiu-se que com o pouco tempo de uso, os resultados são positivos no uso da

Sala de Aula Invertida nas aulas, os alunos trabalharam, se empenharam, solicitaram

mais tutoriais, percebeu-se nos alunos a aplicação do conhecimento em seus

trabalhos, o uso crítico e criativo dos conteúdos estudados.

Novas propostas de ensino surgem, e novos estudos também. Este, feito pela

disciplina Metodologia do Ensino Superior com Tecnologias da Informação-GT5 visa

discutir as potencialidades das tecnologias digitais na construção de um novo modelo

ensino aprendizagem, em que os alunos passam de indivíduos passivos a ativos e

essa metodologia é a Sala de Aula Invertida, a metodologia utilizada neste estudo é a

pesquisa bibliográfica e tem como premissa discutir a inserção da Sala de Aula

Invertida no âmbito educativo e relatar as atuais do ensino.

Neste estudo citado acima, refletiu-se sobre a inovação que a Sala de Aula

Invertida traria para a educação pois colocaria o aluno como protagonista da sua

aprendizagem e o professor o mediador, o aluno se torna autônomo, mais

responsável, mais crítico, discute-se que as tecnologias podem favorecer o ensino em

escolas e faculdades desde que haja engajamento por parte de todos.

Nos ambientes em que o modelo da Sala de Aula Invertida foi implementado

os resultados foram favoráveis.

Um estudo foi desenvolvido por comunidades de escolas da Europa com o

uso de aplicativos, podcasts, Sala de Aula Invertida e língua estrangeira e teve por

objetivo o de mostrar o desenho e o desenvolvimento de um Projeto – o eTwinning17

baseado no modelo da Sala de Aula Invertida para as aulas de francês. O grupo alvo

foi uma turma de ensino básico. O processo ocorria por meio de gravação e publicação

em um blog de vídeos, os quais continham as explicações, as antecipações das aulas

eram também postadas, os podcasts com as leituras dos textos do manual para treino

de leitura, ou seja, os alunos aprendem o conteúdo em casa com diferentes recursos

16 Software editor e gravador de vídeos que gera um arquivo em formato flash. Disponível em: < www.debugmode.com/wink>. 17 Disponível em: <https://www.etwinning.net/pt/pub/index.htm>.

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e na sala de aula aproveitam para sanar dúvidas, fazer exercícios, atividades em

grupo e concretizar projetos. Durante o processo ocorreu o ceticismo por parte dos

alunos, porém os dados já indicam que começaram a compreender o método e

reconhecer os benefícios para a aprendizagem com vídeos e podcasts, mesmo ainda

com alguns alunos preferindo a forma passiva de aprender.

Atualmente discussões sobre alteração no formato educacional (a sala de

aula) vem ocorrendo pelo mundo todo.

Muitos países já têm feito essas mudanças.

A Finlândia é uma delas, o site da BBC BRASIL relata o projeto realizado pelo

CNPQ e Ministério da Educação denominado projeto Professores do Futuro no qual 5

professores brasileiros escolhidos contam o que viram para a BBC BRASIL, com quais

metodologia e projetos eles trabalham.

São as metodologias chamadas de "problem-based learning" e "project-based learning" (ensino baseado em problemas ou projetos). Neles, problemas – fictícios ou reais da comunidade – são o ponto de partida do aprendizado. Os alunos aprendem na prática e buscam eles mesmos as soluções. "Os projetos são desenvolvidos sem o envolvimento tão direto do professor, em que os alunos aprendem não só o conteúdo, mas a gerir um plano e lidar com erros", diz Bruno Garcês, professor de Química do Instituto Federal do Mato Grosso, que pretende aplicar o método em aulas de experimentos práticos.

O objetivo da dissertação é abordar a definição de aula invertida e apresentar

um suporte tecnológico variado com base nas ferramentas gratuitas da web 2,0, como

o Kahoot18 (fig.11), que permite a criação e distribuição de avaliações, como os

quizzes,19 (fig.12) ou Linoit20 (fig.13) para a elaboração de um documento final ou para

fazer um trabalho coletivo, o Liveshare21 (fig.14), o Flockdraw22 (fig.15) que é uma

ferramenta online gratuita que permite que vários usuários possam efetuar um

trabalho. Podem também recorrer a ferramentas de trabalho e pintura, como o

Storify23 (fig.16) para desenvolver a escrita criativa, o Docs Story Builder24 (fig.17)

18 Disponível em: <https://kahoot.it/#/> Acesso em: 19/06/2017. 19 Disponível em: <http://www.quizzes.com.br/> Acesso em: 19/06/2017. 20 Disponível em: <http://en.linoit.com/> Acesso em: 19/06/2017. 21 Disponível em: <https://liveshare.softonic.com.br/android/download> Acesso em: 19/06/2017. 22 Disponível em: <http://flockdraw.com/> Acesso em: 19/06/2017. 23 Disponível em: <https://storify.com/> Acesso em: 19/06/2017. 24 Disponível em: <https://www.tes.com/lessons/aB4E-gySPNwEqg/google-docs-story-builder> Acesso em: 19/06/2017.

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usado também para a escrita criativa, o MindMeister 25 (fig.18)para criar mapas

mentais, o Realtime Board26 (fig.19), Team Up27 (fig.20) que possibilita a formação de

grupos divididos por competências e interesses, o All Our Ideas28 (fig.21) é um projeto

de investigação para recolha de dados, o Tricider 29 (fig.22) é um estilo de

braimstorming, o Powtoon 30 (fig.23) permite a aprendizagem a traves de

apresentações animadas e divertidas, o Socrative31(fig.24) é uma aplicação de

questões em tempo real, o Nearpod32 (fig.25) é uma ferramenta de apresentação, o

Moovly33 (fig.26) é uma plataforma contendo multimídia, gráficos , clips de vídeo e no

Thinghlink34 (fig.27) as imagens estáticas passam a ser imagens interativas.

Fig. 11- Kahoot

25 Disponível em: <https://www.mindmeister.com/pt/> Acesso em: 19/06/2017. 26 Disponível em: <https://realtimeboard.com/> Acesso em: 19/06/2017. 27 Disponível em: < https://www.lego.com/en-us/marvelsuperheroes/games/team-up-0743443e72 46463d869aabb06998a7b9> Acesso em: 19/06/2017. 28 Disponível em: <www.allourideas.org/> Acesso em: 19/06/2017. 29 Disponível em: <https://www.tricider.com> Acesso em: 19/06/2017. 30 Disponível em: <https://www.powtoon.com/> Acesso em: 19/06/2017. 31 Disponível em: <https://www.socrative.com/> Acesso em: 19/06/2017. 32 Disponível em: <https://nearpod.com> Acesso em: 19/06/2017. 33 Disponível em: <https://www.moovly.com/> Acesso em: 19/06/2017. 34 Disponível em: <https://www.thinglink.com/> Acesso em: 19/06/2017.

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Fig.12 – Quizzes

Fig.13 - Linoit

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Fig.14 – LiveShare

Fig.15 - Flockdraw

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Fig.16 – Storify

Fig.17 - Docs Story Builder

Fig.18 - MindMeister

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Fig. 19 - Realtime Board

Fig. 20 - Team up

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Fig. 21 - All Our Ideas

Fig. 22 - Tricider

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Fig.23 - Powtown

Fig. 24 - Socrative

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Fig.25- Nearpod

Fig. 26- Moovly

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Fig. 27- Thinglink

Percebe-se que a aula invertida é um modelo pedagógico que inverte a forma

de estudar, o aluno se autoconhece, se autoavalía, desenvolve seu pensamento

crítico, o professor tem uma gama de estratégias e mais tempo para interagir com os

alunos em sala de aula, de motivá-los, de aprenderem juntos.

Ensinar é um processo semipresencial com disponibilização antecipada dos

conteúdos, principalmente explicações conceituais, para que hajam estudos

anteriores ao encontro presencial, visando aproveitar melhor o tempo desse encontro

com a aplicação dos conteúdos de forma orientada e grupal. O encontro presencial

implica a exploração dos “conteúdos já estudados, realizando atividades práticas

como resolução de problemas e elaboração de projetos, discussão em grupo,

laboratórios” (VALENTE, 2014, p. 85). Nesse processo, são palavras-chave: mediar,

elucidar caminhos, propor desafios, realizar testagens, pesquisar, colaborar e

planejar.

Aprender é ter vivências ativas, no ambiente presencial e virtual, em grupo,

colaborativas, pesquisando e acessando recursos sugeridos pelo educador e outros

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relacionados, para criar questões e colaborar com a problematização dos conteúdos

explorados em sala de aula.

A relação ensino aprendizagem é dialógica e mediada pelas Tecnologias

Digitais da Informação e Comunicação - TDIC, de forma aberta e híbrida com

intervenções de acordo com a dificuldade e processo de construção de conhecimento

dos participantes. A prática pedagógica deve ser permeada pela pesquisa,

contribuindo para o desenvolvimento de autonomia intelectual.

A avaliação da aprendizagem é contínua, diagnóstica e somativa. Contudo, a

mais importante e utilizada é a diagnóstica com uso das TDIC, tanto antes quando

durante a aula presencial. Sobre este aspecto, verifica-se no método Peer Instruction

(PI), desenvolvido pelo Prof. Eric Mazur, que depois de estudar o conteúdo, antes da

aula presencial, o aluno responde a um conjunto de questões, por meio de um

Learning Management System (LMS). Antes de iniciar o encontro, o professor

identifica questões mais problemáticas para explorá-las. “Durante a aula, as

discussões são intercaladas com Concept Tests [...] respondidos via sistema de

resposta interativo, tipo clicker, de modo que a classe e o professor possam

acompanhar o nível de compreensão sobre os conceitos em discussão” (VALENTE,

2014, p. 87). Se ocorre mais de 30% de respostas incorretas, alunos discutem a

questão em pequenos grupos. Esse processo possibilita que alunos e professor

avaliem o nível de compreensão sobre os conceitos antes de terminar o encontro

presencial. Depois de discutir, respondem à questão conceitual novamente, quando o

professor fornece feedback, explicando a resposta. O ciclo é então repetido com outra

questão, sendo cada ciclo tipicamente de 13-15 minutos. (VALENTE, 2014).

Professor não é mais transmissor de conteúdo e único detentor do

conhecimento, mas provocador, mediador e designer da aprendizagem, idealizador

de percursos. Deve organizar de forma extremamente planejada um processo de

análise, síntese, significação e avaliação do conhecimento. Já o aluno deixa de ser o

receptor de conteúdos no processo de ensino-aprendizagem e tem um papel ativo,

autônomo, de buscar o conhecimento, confrontá-lo, questionar e registrar suas

descobertas, adquirindo papel de protagonista da aprendizagem.

Conteúdos mais indicados: todos os conteúdos de todas as áreas, embora

tenha tido evidência nas experiências nas aulas de Ciências Exatas. Não há um fator

limitante ligado à sua aplicabilidade, mas o perfil do sujeito aprendente pode ser um

complicador, já que o papel dele deve ser ativo e autônomo.

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As bases teóricas que mais se aproximam desta teoria, são as de Levy

Vygostsky que defende a ideia de que a construção do conhecimento ocorre na

interação e a aprendizagem parte da problematização dos conhecimentos prévios;

Jonh Dewey que defende que o processo educativo tem como centro o estudante e

deve ser fator de humanização e transformação social; Carl Rogers que defende que

o foco está no interesse dos alunos, no desenvolvimento da autonomia; Jerome

Bruner (aprendizagem por descoberta), David Ausubel (a aprendizagem deve ser

significativa e relacionar-se ao interesse do aprendente), Eric Mazur (quando sabemos

demais esquecemos as dificuldades conceituais) e Paulo Freire (Os homens educam-

se em comunhão, em um processo dialógico que possibilita a transformação do sujeito

e do seu mundo).

Os objetivos da aprendizagem na sala de aula invertida, são o de propiciar

que alunos desenvolvam autonomia cognitiva e de pesquisa, por meio do contato

prévio com conceitos trabalhados por meio de diferentes Objetos de Aprendizagem -

OA; estimular situações interativas e colaborativas, de forma que os alunos possam

reconstruir conhecimentos; favorecer o desenvolvimento de habilidades de análise e

síntese e promover o uso de tecnologias digitais da informação e comunicação para

a aprendizagem.

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CAPÍTULO 2: METODOLOGIAS ATIVAS

A aula expositiva está entre uma das principais estratégias pedagógicas

mundiais. Mesmo com a chegada de outras metodologias advindas de autores

renomados como Piaget (1976), e o começo do uso de ferramentas de tecnologia

educacional, as aulas expositivas ainda sobrevivem no projeto de muitas escolas.

Atualmente, um método que inverte o processo de ensinar dos professores e o de

aprender dos alunos: é a sala de aula invertida. Entretanto, antes de nos determos

sobre essa metodologia ativa, julgamos importante pontuar os significados de

algumas terminologias muito utilizadas nesta área: aprendizagem, aprendizagem

significativa, estratégia, método, metodologia, modelo e técnica.

2.1 - Aprendizagem

Vygotsky (1991, p.53) destaca que a aprendizagem é uma atividade em que

a colaboração deve existir e deve ter seu espaço. É uma atividade conjunta. Para

Skinner (1936), a palavra chave da teoria de Skinner é comportamento. Para ele, a

aprendizagem ocorre através de estímulos e reforços, de modo que se torna

mecanizada.

2.2 - Aprendizagem significativa

Para David Ausubel (1963) aprendizagem significativa é o ato de unir

conteúdos já conhecidos que correlacionam com os que ele acaba de aprender

consolidando e ampliando seu conhecimento.

2.3 - Estratégia

Para Thietart (1984) estratégia é o conjunto de decisões e ações relativas à

escolha dos meios e à articulação de recursos com vista a atingir um objetivo.

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2.4 - Método

Segundo Trujillo (1974, p.24) “o método é a maneira de proceder ao longo de

um caminho. Na ciência os métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam

de início o pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder

do cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo”.

2.5 - Método (didático ou de ensino)

Segundo Libâneo (1994), um enfoque científico ou “estilo educativo” consiste

para conseguir a maior eficiência possível no processo de aprendizagem dos alunos.

Integra um conjunto de princípios, uma descrição da prática e atividades e

normalmente o sistema de avaliação. A seleção do método ou do método de ensino

que será utilizado depende em grande parte da informação ou habilidade que se está

ensinando e também, se pode ver afetado pelo conteúdo da aprendizagem e o nível

dos estudantes.

2.6 - Modelo (pedagógico)

Segundo Libâneo (1994), E’stá dentro do âmbito das “crenças”, a formação e

a atualização do docente. É uma construção teórico-formal que fundamentada,

científica e ideologicamente interpreta, desenha e ajusta a realidade pedagógica que

responde a uma necessidade concreta, ou seja, um modelo, é uma representação

teórica que em breve levamos para a prática em determinado contexto. Por isso

dizemos, o modelo da Sala de aula invertida. Também poderíamos utilizar o termo

enfoque.

2.7 - Técnica

Segundo Kaplan (1969, p.25) “são métodos suficientemente gerais para se

tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas”.

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Segundo Levy (1993) os avanços relacionados às ferramentas tecnológicas

de comunicação e informação (TICs) permitiram novas formas de interação social,

principalmente nos Estados Unidos, país considerado como o berço da inovação

tecnológica onde nasceram Facebook, Tweeter, Google, etc. E, além desses espaços

de redes sociais, a tecnologia também está presente na transmissão de

conhecimento, principalmente com a utilização em larga escala da internet, o que

permite uma inovação no processo educativo, que relaciona formas diferentes de

categorizar o conhecimento, nas modalidades oral, escrita e digital.

Assim como a revolução surgiu nas redes sociais, a técnica também se mostra

na educação e segundo Gabriel (2013), as revoluções implicam, por sua própria

essência, em transformações sensíveis que reestruturam paradigmas das mais

diversas naturezas e que a evolução humana é formada por revoluções. A história nos

mostra que os indivíduos e organizações que progridem, têm sucesso e evoluem são

aqueles que mais rapidamente se adaptam às mudanças.

O contexto acima me remete à Galáxia de Gutenberg, de como a influência

da técnica revolucionou o nosso modo de ver e tomar consciência, sabemos que a

palavra impressa desempenhou um importante papel na instituição de novos modelos

de cultura e de aprendizagem, escreveu McLuhan (1972).

A técnica hoje, demanda muitos esforços na tentativa de entender como as

TICs atuam modificando a transmissão do conhecimento. Entre os trabalhos

publicados sobre o tema estão aqueles que se debruçam sobre as chamadas

metodologias ativas.

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Abaixo, segue um quadro que ilustra as funções da Metodologia Ativa.

Figura 28 - Tabela Metodologias Ativas.

Fonte: Disponível em: <http://fernandoscpimentel.blogspot.com.br/2010/08/metodologias-ativas.html> Acesso em: 20/05/2017

O uso das metodologias ativas partem de um contexto real que se depara com

uma teoria disponível que abre caminho a uma hipótese que será aplicada em um

contexto real; e /ou partem de uma realidade que sendo observada levanta uma

questão problematizadora, elenca os pontos essenciais que serão observados para

que se desenvolva a hipótese que será aplicada à realidade.

Para se envolver ativamente no processo de aprendizagem, o aluno deve ler,

escrever, perguntar, discutir ou estar ocupado em resolver problemas e desenvolver

projetos, deve também realizar tarefas mentais complexas, como análise, síntese e

avaliação. Assim, as estratégias que promovem aprendizagem ativa podem ser

definidas como sendo atividades que ocupam o aluno em fazer alguma coisa e, ao

mesmo tempo, o leva a pensar sobre coisas que está fazendo (BONWELL;

EISON,1991; SILBERMAN, 1996).

As metodologias ativas podem ser utilizadas por meio de mapas conceituais,

atividades na EAD, estudos simulados, seminários, estudos de caso, aprendizagens

por projetos de intervenção ou pesquisa.

A sala de aula invertida é uma metodologia ativa e também auxilia no ensino

híbrido, segundo Valente (2015, p.15) “no ensino híbrido, o estudante tem contato

com as informações antes de entrar em sala de aula. A concentração nas formas mais

elevadas do trabalho cognitivo, ou seja, aplicação, análise, síntese, significação e

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avaliação desse conhecimento que o aluno construiu ocorrem em sala de aula, onde

ele tem o apoio de seus pares e do professor.”

A personalização pelo ensino híbrido ocorre tanto na sala de aula como no

ensino online, através de 4 modelos: O Modelo Rotacional que se divide em: Rotação

por estações, laboratório rotacional, Sala de Aula Invertida, Rotação Individual.

No próximo capítulo, abordaremos a outra metodologia sistematizada para

promover a aprendizagem ativa: A Sala de Aula Invertida.

2.7.1 - Sala de aula invertida

É a mudança intencional na forma de ensinar qual os alunos são o centro da

aprendizagem em lugar de um produto da escolarização. Segundo Diez, Santiago e

Tourón (2014, p.31) “é a aula que modifica o modelo de ensino tradicional, distribuindo

os conteúdos de aprendizagem online e trazendo as tarefas para a aula.”

É um modelo de ensino onde a apresentação do conteúdo da disciplina é realizada através de vídeos gravados pelo professor e que ficam disponíveis aos alunos, normalmente utilizando-se de ferramentas da Internet para seu armazenamento. Desta forma, as atividades complementares propostas pelo professor, ou seja, as “tarefas”, são realizadas em sala de aula, em equipes, com o suporte deste. Assim, os estudantes têm a oportunidade de solucionar suas dúvidas no momento em que elas ocorrem, com a ajuda de seus pares e do professor, o que promove um ambiente colaborativo de aprendizagem. (TechSmith, 2013).

Esse método tem a vantagem na qual o aluno pode seguir seu próprio ritmo

de aprendizagem, pois pode assistir aos vídeos em casa no horário que puder, com

uma linguagem audiovisual que se entende e que o motiva a estudar, pesquisar uma

lição, uma unidade didática, a ter uma rotina, desenvolver uma habilidade ou

competência concreta. Com o vídeo pode acessá-lo tantas vezes quanto queira até

que o tenha assimilado.

Ao chegar a sala de aula dará alguns minutos para sanar algumas dúvidas e

após esse momento lhe dará uma bateria de exercícios para que pratique, de forma

individual ou em pequenos grupos, mas sempre dentro do tempo da aula. Os que

obtiveram melhor resultado poderão ajudar os amigos potencializando assim a

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aprendizagem colaborativa e também os motivando, transformando o aluno em

protagonista da sua aprendizagem significativa.

2.7.2 - História

Como já mencionamos no capítulo 1, o professor Eric Mazur, após a tentativa

frustrada com seus alunos e a averiguação do porquê do ocorrido mudou sua forma

de dar aula, e em meados dos anos 90 iniciou a Sala de Aula Invertida sem nomeá-la

em suas aulas de física. Nesta época ele não usou vídeos e sim livros e apostilas.

Na aula invertida o espaço físico é reorganizado em função da proposta

didática. Efetivamente 17 anos depois da pesquisa e prática de Eric Mazur, dois

professores americanos, Jonathan Bergman e Aaron Sams da escola Woodland Park

High School no Colorado/EUA Flipped Classroom necessitaram pesquisar estratégias

diferenciadas para atender alunos que precisavam ausentar-se por longo tempo das

aulas regulares para jogos, pois (muitos deles eram atletas). Em suas pesquisas

encontram um software para gravar suas aulas eles passaram a gravá-las e a postá-

las para que, mesmo longe da sala de aula, os alunos pudessem acompanhar a turma

regular.

Assim, depois de assistirem aos vídeos gravados pelos professores, quando

regressassem das viagens estes alunos trariam suas dúvidas e contribuições, para

momentos de discussão e aplicação, em oposição a aulas magnas e teóricas. Essas

aulas foram se difundindo amplamente no âmbito acadêmico, dando início a convites

para conferências por todo o país falando de seu método, neste período outros

professores começaram a utilizar os vídeos online y podcasts para ensinar fora da

sala de aula, reservando assim o tempo em sala de aula para o trabalho colaborativo

e a realização de exercícios chaves das matérias.

Com este método o aluno desenvolve seu conhecimento em casa através de

um vídeo tutorial e em sala utilizamos esse tempo para plenárias, trabalhos em grupo,

atividades por rotação, rotinas de pensamento que permitirão ao aluno consolidar o

aprendido e todas essas atividades mediadas pelo professor, que orienta e vigia todo

o processo.

Outro educador americano, empresário e ex-analista da bolsa de valores que

também viu a importância do uso de vídeos em aulas foi Salman Khan. Em 2004,

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começou primeiramente a ensinar matemática à sua prima via vídeo aulas.

Atualmente é o fundador da Academia Khan, uma plataforma online de educação livre

e organização sem fins lucrativos. Em abril de 2013, a Khan Academy35 canal no

YouTube atraiu 830 mil assinantes e os vídeos Khan Academy foram vistos mais de

250 milhões de vezes.

2.7.3 - O papel do professor em uma aula na Sala de Aula Invertida

No método tradicional, em muitas situações a explicação passada quando o

professor é o que emite a mensagem, ela não chega igualmente a todos por uma série

de fatores como desatenção, conversas, dificuldades em aprender. Já com a Sala de

Aula Invertida o professor passa exercícios aos seus alunos de acordo com seu grau

de dificuldade, de acordo com a sua progressão ou capacidade e pode dedicar seu

tempo a ajudá-los durante a aula, estabelece um referencial que oferece aos

estudantes com mais dificuldade uma educação personalizada, ajustada sob medida

às suas necessidades individuais. A personalização da educação que consiste em

colocar o aluno como o centro da aprendizagem é uma proposta de solução e tem

muitos méritos dentro de uma metodologia ativa, mas na tradicional não, pois para um

único professor, personalizar o ensino de centenas de estudantes é uma tarefa difícil

pois o modelo tradicional de educação reflete a era em que foi concebido: a Revolução

Industrial, ou seja, os alunos são educados em linha de montagem padronizando

assim a educação, deixando os alunos com mais dificuldades para trás, defasados.

Sentam-se em fileiras, não são protagonistas do seu aprendizado, devem ouvir as

aulas e depois são avaliados por um teste, infelizmente com esse padrão muitos

alunos chegam à sala de aula sem preparo para aprender. Já na aula invertida a

personalização é um método replicável, escalável, personalizável e facilmente

ajustável a cada situação. Para Moran (2015, p.15) “a aprendizagem é mais

significativa quando motivamos os alunos em seu íntimo quando eles acham sentido

nas atividades propostas, quando consultamos suas motivações profundas, quando

engajam em projetos criativos e socialmente relevantes”.

35 Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/>.

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O papel do docente adquire uma relevância transcendental e também

revolucionária. Podemos pensar que, com a incorporação das TICs, a função do

docente fica relegada a um segundo plano, mas não é assim totalmente. O docente

utiliza estas ferramentas em prol de sua melhoria como docente, para ensinar desde

a criatividade, o espírito crítico e a resolução de problemas. O docente deixa de ser

um sábio na aula para se transformar em um orientador, em um facilitador de

conhecimento e aprendizagem significativa em uma perspectiva construtivista.

A tecnologia é uma ferramenta, não uma aprendizagem. Essa é a chave para

deixar claro que a tecnologia não se vê como um substitutivo, senão que se trata de

um possível melhor acompanhante com o que o docente pode contar e o aluno para

levar a cabo os processos de ensino-aprendizagem que sejam pertinentes. É

fundamental entender que a tecnologia simplesmente facilita as aprendizagens. A

tecnologia acompanha, não substitui.

Por cima de todo o modelo Invertido o modelo metodológico no que o papel

da escola, do docente e do aluno se transformam para dar entrada a uma nova forma

de conceber a aprendizagem tanto dentro como fora da aula. Não é possível uma

nova aprendizagem sem um novo método.

Outra das grandes vantagens do modelo é o de permitir transformar o espaço

da aula em um lugar para a cooperação entre alunos. O futuro da educação passa

não somente por nos servir da melhor maneira das novas tecnologias, senão aprender

desde a cooperação, desde a ajuda mútua a partir do consenso e da resolução de

problemas. O melhor aliado para essa metodologia é a aprendizagem colaborativa e

todos os elementos que impliquem na aprendizagem.

A melhor utilização do tempo e do espaço na aula tem permitido que o

conhecimento do docente e do aluno tenham mudado para melhor. Essa

transformação tem permitido que o docente tenha um tempo extraordinariamente

valioso para se focar naqueles alunos com dificuldades de aprendizagem. O modelo

parte da importância da autonomia do aluno. Unido a essa importância está o fato de

que são os próprios alunos que aprendem entre si guiados pelo professor.

Outro fator chave na metodologia é o papel que adquirem as famílias nos

processos de ensino-aprendizagem, porque ao implantar a aprendizagem fora da

aula, a intervenção das famílias muda de forma significativa, porque tem a

possibilidade de participar de uma maneira muito mais ativa nesse processo de

aprendizagem. (Diez, Santiago, Tourón, 2014).

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Outro aspecto a ser destacado é a diferença entre deveres e tarefas que

propõe o modelo da Sala de Aula Invertida. No modelo tradicional da escola, o modelo

que se segue é o padrão.

Com esse modelo o que se tenta é ir um passo mais adiante da mecanização

e da repetição dos deveres e substitui-los por tarefas que suponham um objetivo para

os alunos e os faça competentes digitalmente. O modelo da Sala de Aula Invertida

não é somente ver vídeos, tem que haver uma planificação, um controle, para que a

aprendizagem dos alunos fora da aula seja a mais efetiva possível.

MODELO TRADICIONAL X MODELO FLIPPED CLASSROOM INSTRUÇÃO DIRETA CONSTRUÇÃO

ATIVIDADES CENTRADA NO PROFESSOR

DIDÁTICA

CENTRADA NO ALUNO INTERATIVA

ATIVIDADES PROFESSOR

TRANSMISSOR DE FEITOS, DADOS, ETC.

SEMPRE ALERTA

COLABORADOR ALGUMAS VEZES

APRENDIZ

ATIVIDADES ALUNO

OUVINTE SEMPRE APRENDIZ

COLABORADOR ALGUMAS VEZES

EXPERT

ÊNFASE INSTRUCIONAL

FEITOS MEMORIZAÇÃO

RELAÇÕES PERGUNTAS E CRIATIVIDADE

CONCEITO DE CONHECIMENTO

ACUMULAÇÃO DE CONHECIMENTO

TRANSFORMAÇAO DE FEITOS

DEMONSTRAÇÃO DO ÊXITO

QUANTIDADE QUALIDADE DA COMPREENSÃO

AVALIAÇÃO

REFERENCIADA NUMÉRICAMENTE

TESTE

REFERENCIADA A CRITERIOS

PORTFÓLIOS, DEMOSTRAÇÕES

TECNOLOGIA EXERCÍCIOS E PRATICA COMUNICAÇÃO, COLABORAÇÃO,

ACESSO À INFORMAÇÃO, EXPRESSÃO.

Fig. 29 - Comparação de alguns elementos de ensino baseado no professor e

mediado pelo professor. Fonte: The Flipped Classroom, Cómo convertir la escuela em um espacio de aprendizaje- Javier

Tourón, Raúl Santiago, Alicia Diez.

O quadro acima faz uma comparação entre as atividades do modelo

tradicional e do modelo Sala de Aula Invertida.

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No modelo tradicional as atividades de sala de aula, a construção do

conhecimento estão centradas no professor, este segue sua didática de ensino, sendo

o transmissor da informação, estando sempre alerta a tudo enquanto que o aluno é

simplesmente ouvinte, mantem sua postura de aprendiz, memorizando o que aprende,

a tecnologia que utiliza se baseia em exercícios e repetições, acumulando

conhecimento, demonstrando seu êxito de forma quantitativa, a través de provas,

testes, notas, já no modelo da Sala de aula invertida o contexto se inverte, a

construção do conhecimento se centra no aluno, de forma interativa, colaborativa, o

professor sai do papel de detentor da informação e passa a colaborador, mediador e

muitas vezes aprendiz também, o mesmo ocorre com o aluno, passa de mero ouvinte

a colaborador, muitas vezes expert no tema em que estão trabalhando, os alunos

trabalham em grupos, em duplas, individualmente de maneira criativa com

questionamentos, desenvolvendo criticidade, criatividade, autonomia, melhorando

sua habilidade de compreensão, sua avaliação é feita por meio de critérios, portfólios,

apresentações, pois utilizam a tecnologia a seu favor para comunicação, colaboração,

acesso à informação e expressão.

Pode parecer que falar de sociedade do conhecimento é algo moderno ou

novo, mas não é assim, ela substitui somente a expressão sociedade da informação,

certamente menos importante do ponto de vista educativo.

A educação na sociedade do conhecimento exige diversas mudanças de

capital para o sistema educativo.

Em primeiro lugar é necessário uma redefinição da aprendizagem pois

aprender já não consiste em saber sobre coisas, senão em saber em como usar a

informação, saber resolver novos problemas, e como resolvê-los.

Uma redefinição do ensino é outra das exigências da sociedade do

conhecimento. Como mostram Tourón, Altarejos y Renáraz (1991) a tarefa dos

professores nesta sociedade que muda tanto não é precisamente responder ao último

produto da mudança e sim, ensinar aos alunos a como se acomodarem a esse

movimento.

O quadro abaixo mostra diferenças entre o modelo centrado no professor e o

modelo centrado no aluno.

No modelo tradicional, na qual se centra no professor, o conhecimento é

transmitido de forma passiva somente pelo professor ao estudante em uma situação

totalmente fora de contexto, já no modelo centrado no aluno, os estudantes constroem

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o conhecimento mediante a busca e síntese das informações dadas, orientadas e

mediadas pelo professor, neste caso o professor não detêm mais a informação e o

aluno não é somente um ouvinte, ambos trabalham colaborativamente, o aluno utiliza

o que aprende e o aplica efetivamente em um contexto real.

No modelo tradicional, o professor tem seu papel de avaliador e detentor da

informação, ensino e avaliação são separados, neste modelo a avaliação se utiliza

para monitorar a aprendizagem, fixando-se nas respostas corretas e na padronização

das avaliações na qual a aprendizagem é feita de forma indireta, tendo um enfoque

centralizado em uma só disciplina., no modelo centrado no aluno o professor tem o

papel de facilitador, mediador, trabalham colaborativamente, professor e aluno

interagem, ensino e avaliação interagem, neste modelo a avaliação se utiliza para

promover e diagnosticar a aprendizagem, se fixa em gerar melhores perguntas e

aprender a partir dos erros na qual a aprendizagem é feita de forma direta mediante a

utilização de trabalhos, projetos, práticas, portfolios, tendo um enfoque interdisciplinar.

No modelo tradicional a cultura entre os alunos é competitiva e individualista,

somos os alunos aprendem, já no modelo Aula Invertida existe a colaboração entre

os alunos, a troca de informações, a integração entre professor e alunos, ambos

aprendem.

MODELO CENTRADO NO PROFESSOR X MODELO CENTRADO NO ALUNO

MODELO CENTRADO NO PROFESSOR

MODELO CENTRADO NO ALUNO

O conhecimento se transmite do docente aos estudantes.

Os estudantes constroem o conhecimento mediante a busca e síntese das informações integrando-a com as competências de comunicação, indagação, pensamento crítico, a resolução de problemas, etc

Os estudantes recebem a informação de um modo passivo.

Os estudantes estão implicados ativamente na aprendizagem.

A ênfase se firma na aquisição de conhecimento fora de contexto no que será utilizado.

A ênfase se firma em como utilizar e comunicar o conhecimento de modo efetivo dentro de um contexto real.

O conhecimento do professor consiste em ser um provedor da informação e um avaliador

O conhecimento do professor é assessorar e facilitar. O professor e os estudantes avaliam conjuntamente.

Ensino e avaliação se separam. Ensino e avaliação estão entrelaçadas.

A avaliação se utiliza para monitorar a aprendizagem.

A avaliação se utiliza para promover e diagnosticar a aprendizagem.

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A ênfase se fixa nas respostas corretas. A ênfase se fixa em gerar melhores perguntas e aprender a partir dos erros.

A aprendizagem desejada é avaliada indiretamente mediante a utilização de provas padronizadas.

A aprendizagem desejada é avaliada diretamente mediante a utilização de trabalhos, projetos, práticas, portfolios, etc

O enfoque se centraliza em uma só disciplina.

O enfoque é interdisciplinar.

A cultura é competitiva e individualista. A cultura é cooperativa ou colaborativa e de ajuda.

Somente os estudantes são aprendizes. Docentes e alunos aprendem conjuntamente.

Fig.30 - Modelo centralizado no professor e no aluno Fonte: The Flipped Classroom, Cómo convertir la escuela em um espacio de aprendizaje- Javier

Tourón, Raúl Santiago, Alicia Diez (ano)

Tourón, Diez, Santiago (2014, p.39), “mencionam alguns pontos sobre a Sala

de Aula Invertida na qual não se pode dizer é que esse modelo pedagógico é sinônimo

de vídeo online, pois os vídeos são utilizados para aulas, para dar orientações aos

alunos do que fazer em determinada atividade”.

O aluno assistindo ao professor no vídeo ou mesmo só ouvindo a sua voz

interage e as atividades de aprendizagem significativa que tem lugar quando

professores e alunos estão frente a frente ocorrem, outro sinônimo é que é um

procedimento para substituir os professores por vídeo aulas. Esse não é o objetivo da

Sala de Aula Invertida, se trata de facilitar uma relação mais rica entre o professor e o

aluno; também é erroneamente considerado um curso online pois se enquadra nos

modelos dos cursos Blended, mas está longe de ser isso, sendo totalmente o

contrário: trata de fomentar de maneira eficaz a relação professor-aluno, também não

é um modelo onde os alunos trabalham sem caminho e sem direção na qual os alunos

ficam o tempo todo diante de um telão, pois os vídeos são de poucos minutos entre

10-15 no máximo, por isso passam pouco tempo diante das telas e muitas vezes os

vídeos são utilizados para as antecipações de aula, portanto os alunos os assistem

em casa e estes tem duração de 3 a 5 minutos, com esse modelo pedagógico os

alunos não trabalham sozinhos, eles trabalham em grupos.

A mudança de um sistema de aula tradicional para um de ensino invertido

pode ser desgastante, porque não existem modelos nem guias eficazes para fazê-los.

Por isso, podemos nos perguntar: Como deve ser uma aula invertida? Bennet, Kern,

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Gudenrath e McIntosh36 indicam que muitas aulas invertidas compartilham bastante

dessas características pois as discussões são dirigidas pelos estudantes a partir do

conteúdo que tem adquirido fora da aula e durante ela se amplia; essas discussões

costumam alcançar níveis superiores de pensamento crítico; esse trabalho crítico é

fluído, e os alunos podem optar entre diversas discussões simultâneas em função de

suas necessidades e interesses; o conteúdo se desenvolve em um determinado

contexto real; os estudantes se desafiam intelectualmente durante a aula de acordo

com o conteúdo trabalhado; durante esse processo de desafio, são determinados

métodos de aprendizagem dirigidos pelos estudantes em forma de tutoria e de

colaboração espontânea entre eles, assumindo o conteúdo e empregando seus

conhecimentos para se dirigirem uns aos outros sem a mediação do professor,

desenvolvimento da autonomia, a partir daí os estudantes fazem perguntas

exploratórias e tem a liberdade para se aprofundarem nos temas além dos currículos

participando ativamente na resolução de problemas e o pensamento crítico se exercita

em ambientes fora do curso, transformando-se de ouvintes passivos em ouvintes

ativos.

2.7.4 - As ferramentas para inverter a aula e a aprendizagem

Segundo Bergmann and Sams (2012, p11.), “Flipped classroom ou Sala de

Aula Invertida” é o nome que se dá a um “modelo de educação no qual se transfere

toda a prioridade de aprendizagem para o aluno”.

Para Bergmann e Sams, (2012, p.12) não é só o vídeo que faz a diferença,

ele é parte importante numa nova abordagem visto que aos alunos não se pede para

verem o vídeo de forma passiva, mas sim, que façam suas anotações e tenham pelo

menos uma questão para colocar em contexto de sala de aula para que seja discutida

entre todos. Essa solicitação desenvolve o espírito crítico e questionador dos alunos.

Se para Bloom (1956) o ensino deveria começar pelas habilidades de

pensamento de ordem inferior e ir paulatinamente avançando, para Bergman e Sams

(2012) o processo deve ser invertido. O aluno em atividades de auto estudo com base

em livros, materiais em hipertextos e hiperlinks, vídeos e outros recursos midiáticos,

36 Disponível em: <http://goo.gl/qfJg95>.

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dedica-se a aquisição de seu próprio conhecimento, aplicando o tempo necessário à

atividade de acordo com suas características de aprendizagem. Em etapa

subsequente, o professor da disciplina estimula o aluno à pesquisa e à interação com

os colegas com o uso de ferramentas de tecnologia da informação, principalmente, no

ambiente virtual de aprendizagem. Dentro da metodologia proposta, os encontros

presenciais do aluno são dedicados às ações de criar e avaliar, que são habilidades

superiores de pensamento. Essas seriam o foco dos encontros entre professores e

alunos, deixando as habilidades básicas para atividades orientadas de estudo

individuais, a serem realizadas autonomamente pelos alunos. Os vídeos gravados

pelos professores e o material didático de apoio (livros, anotações, sites, etc.) são,

segundo os autores, os auxiliares do aluno neste processo.

Outra característica excepcional do modelo de Sala de Aula Invertida é que,

graças à complexidade do método, abarca todas as fases do ciclo de aprendizagem

estabelecidas por Bloom (Taxonomia de Bloom).

Na fig. 31 abaixo, percebe-se que na Taxonomia de Bloom, aplicando este

método, no processo de aprendizagem aparecem as seguintes fases: o conhecimento

(recordar o que foi aprendido), a compreensão (compreender e ser capaz de

apresentar o que foi aprendido), a aplicação ( ser capaz de aplicar os novos

conhecimentos), a análise ( a análise de um problema e sua solução com a ajuda dos

conhecimentos adquiridos), a síntese ( a criação de produtos originais) e a avaliação

(avaliar algo de acordo com nossas próprias opiniões) (LÓPEZ MORENO, 2016).

Aplicando este método, incrementa-se a criatividade e o pensamento crítico dos

alunos e o professor recebe feedback imediato do processo de aprendizagem a cada

aula.

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FIG. 31- TAXONOMIA DE BLOOM

Fonte: Fotografia tirada por Verónica Meléndez no 3º CONGRESO EUROPEO FLIPPED CLASSROOM 2017

Já na Taxonomia revisada na fig.32, no processo de aprendizagem aparecem

as seguintes fases: inversas à primeira versão da Taxonomia original.

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FIG.32 - TAXONOMIA DE BLOOM REVISADA

Fonte: Fotografia feita no 3º CONGRESO EUROPEO FLIPPED CLASSROOM

Na fig. 33, atualmente se apresenta no processo de aprendizagem um formato

mais atual na qual analisar (a análise de um problema e sua solução com a ajuda dos

conhecimentos adquiridos) e aplicar (ser capaz de aplicar os novos conhecimentos)

são os pontos principais da Taxonomia de Bloom.

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FIG.33 - TAXONOMIA DE BLOOM REVISADA

Fonte: Fotografia feita no 3º CONGRESO EUROPEO FLIPPED CLASSROOM

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CAPÍTULO 3: ONDE TUDO COMEÇOU - PROJETO ARBOS

Tem como início com uma viagem do coordenador pedagógico a África, lá ele

conhece uma cultura e uma palavra que mudaria seu jeito de pensar, agir e viver:

UBUNTU- lê-se UBÙNTU, palavra africana que significa “ Humanidade para os outros”

e/ou "Sou o que sou pelo que nós somos".

Atualmente trabalho no Colégio Arbos em Santo André, entrei substituindo

uma amiga minha que ia viajar, iria dar aulas de preparatório para as provas do DELE,

as famosas provas de proficiência de espanhol.

O Arbos é um colégio renomado na região do ABC tanto pelo preço, como

pelo projeto pedagógico, isso continuou mesmo depois da virada de 360º no projeto

pedagógico e mesmo com 1200 alunos continua com a essência de uma escola

familiar, muitos pais, professores, estudaram lá, o corpo diretor não mudou.

Há cinco anos iniciou-se um projeto inovador que tinha como objetivo

implantar um novo processo metodológico de ensino conhecido, atualmente com

Flipped Classroom ou a Sala de Aula Invertida.

Inicialmente tivemos reuniões onde nos informaram que haveria uma

mudança grande e drástica no colégio no que diz respeito ao projeto pedagógico,

mudança de grade curricular, mudança de postura do professor em suas aulas e

postura do aluno.

Lógico, esperávamos, que toda essa mudança não fosse para já, de uma vez,

como todo professor já pensando no pior e nos esquecemos das palavras de Stephen

Hawking (2011) Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.

Deu-se a grande surpresa da chegada dos Ipads da Apple, no caso, os alunos

compraram e cada professor tem o seu por comodato com o colégio.

Muitos pais não aceitaram a mudança da escola de tradicional para uma

inovadora, modelo pedagógico Flipped Classroom ou aula invertida, indagavam

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alguns, outros não aceitavam a compra do Ipad e deve haver ocorrido muita coisa nos

bastidores que não soubemos, enquanto isso nós estávamos sendo motivados a

conhecedor aplicativos chaves como App Store, Ajustes, Notas, Safari, Busca ( para

alguns professores é muito importante até hoje), IMovie, Keynote, OneDrive,

GoogleDrive e o espelhamento, esse foi o máximo.

Os primeiros seis meses foram assim, capacitações e capacitações com o

Ipad. Um detalhe, não éramos obrigados a dar todas as aulas utilizando tecnologia

mas o quanto mais investigássemos melhor, quanto mais treino melhor. Houve muita

resistência por parte de muitos professores, alguns saíram do colégio no meio do ano

porque realmente não se adaptaram.

Em julho começou a introdução dos estudos da Sala de Aula Invertida,

estávamos abertos a aprender, muitas oficinas foram feitas, coordenadores se

esforçaram ao máximo para que entendêssemos pelo menos o básico, que ficasse

claro a antecipação de aula, o uso do vídeo, a mudança de postura do professor de

protagonista para mediador e o aluno para protagonista.

Ficou claro que durante esses seis meses o maior entrave que teríamos era

o de fazer o aluno entender que agora ele teria que trabalhar, que seria o protagonista

da sua aprendizagem, sem isso não haveria aula invertida. E foi difícil, alunos e pais

reclamando porque o filho estava estudando demais, que tinha que se preparar para

a aula, alguns deles chegaram a reclamar que o professor não queria trabalhar que

estava jogando seu trabalho nas costas dos alunos.

Isso acarretou reuniões com pais, explicaram novamente que não aconteceria

tudo imediatamente mas em pouco tempo, que seria uma mudança para todos, que

ninguém estava escravizando os alunos e sim colocando-os em um patamar

diferenciado e toda mudança requer esforço, requer empenho, requer adaptação e

que todo o colégio está passando por essa mudança por que acreditamos que vai dar

certo.

Continuamos com as experiências até o fim do ano. Claro que houve

novamente uma seleção natural, alguns alunos não se adaptaram e saíram e

professores também.

Já estávamos tendo mais domínio e vem a grande notícia que sairíamos do

modo rústico, ou seja dar a aula invertida da forma básica, com livros, pesquisas,

trabalhos em grupos e iriamos usar uma plataforma genial, que nos auxiliaria na

postagem das aulas, dos vídeos, dos quizzes, das listas de exercícios, dos

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microciclos, e também a partir dela poderíamos controlar o alunos se este viu os

vídeos para a antecipação de aula e quanto tempo ficou, se visualizou recados, listas

de exercícios, ou seja, teríamos uma grande apoio a nosso favor. O nome da

plataforma é Mosyle, atualmente passou a se chamar SCULE.

Fig. 34 - Mosyle

Fonte: Disponível em: <https://mosyle.com/mosyle/#home> Acesso em: 20/05/2017

A figura acima ilustra a página de entrada do site Mosyle.(SCULE).

Fig. 35 - Página de entrada de atividades no Mosyle. (SCULE)

Fonte: Disponível em: <https://mosyle.com/mosyle/> Acesso em: 20/05/2017

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A figura acima ilustra a página onde ocorre parte da Flipped Classroom, neste

caso é nesta página que o professor envia tarefas, vídeos, faz microciclos, quizzes,

fóruns, para os alunos.

Para nós é uma excelente ferramenta de comunicação entre nós e os alunos,

bem como o controle de visitas dos alunos nas tarefas que foram pedidas a eles, como

no caso de vídeos, podemos saber se o aluno entrou ou não para vê-lo, quantas vezes

entrou para ver a tarefa, os textos, quanto tempo ficou online. Excelente ferramenta

para controle de aproveitamento escolar.

3.1 - COLEGIO ARBOS: a semente de uma árvore da educação

Em 1985, os Professores Pedro Cia, Elza Cia, Vera Rondinelli, Rosa Maria e

seu filho Marcelo Alves, com larga experiência em educação, lançaram as sementes

de um projeto educacional inovador. Tomando como paradigma os ideais de seu

patrono Pedro Cia, foi criado o Instituto Arbos, com sede no Bairro Jardim, em Santo

André.

Formou-se, então, no decorrer daquele ano, uma equipe pedagógica para

elaborar a estrutura do curso de Ensino Fundamental, que iniciaria suas atividades no

início de 1986.

Reunido um grupo de educadores com preparo e disposição para levar

adiante as propostas estabelecidas, começa a funcionar o curso de Ensino

Fundamental, naquela época, 1º grau.

Foi iniciada, em 1988, a construção de um prédio especialmente projetado a

partir desse impulso, para abrigar uma escola com toda a infraestrutura necessária

para o desenvolvimento e concretização do projeto educacional, então proposto.

Dando sequência à realização do plano idealizado em 1994 foi criado o Ensino

Médio, objetivando proporcionar aos alunos a oportunidade de completar, na mesma

escola, a primeira fase de sua preparação para enfrentar os desafios futuros.

Respeitando os diferentes níveis de maturidade dos alunos, foram construídos

prédios separados, distribuídos pedagogicamente em três unidades, para atender aos

alunos de 1ª e 2ª séries, de 3ª à 8ª séries do Ensino Fundamental, e aos do Ensino

Médio. Em 2001, estimulados pelo grande número de alunos de São Bernardo do

Campo que frequentavam o Colégio Arbos e incentivados pelo aumento da demanda

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na procura de novas vagas, que eram negadas por não ser possível atendê-las,

começou-se a pensar na possibilidade de estender o Sistema Educacional Arbos de

Ensino até essa localidade.

A oportunidade surgiu, naquele mesmo ano, através de entendimentos com o

Colégio Vivência, que encerrava suas atividades e queria uma instituição confiável

para direcionar seus alunos. Finalmente, após muita busca, surgiu o local adequado,

embora necessitasse de grandes reformas para atender aos padrões do Colégio

Arbos. Assim foi feito e, com muito empenho de todos os envolvidos, no dia 4 de

dezembro de 2001 foi inaugurada a unidade São Bernardo do Colégio Arbos com o

compromisso de manter os mesmos padrões pedagógicos, de estrutura física e

educacional da unidade Santo André. Hoje, para satisfação de todos que apostaram

no projeto, o número inicial de alunos está em constante crescimento, e as conquistas

que vêm sendo alcançadas mostram que valeram a pena todos os esforços.

No final de 2004, foi realizado mais um empreendimento que proporcionou

grande satisfação: a incorporação da já consagrada instituição educacional do vizinho

município de São Caetano do Sul - o Colégio Quarup / Novo Mundo - ao patrimônio

Arbos. A similaridade de propósitos, princípios e prática pedagógica das escolas deu

a certeza de que a soma das virtudes de ambas só poderia aumentar as possibilidades

de um futuro promissor para os alunos. O Projeto Educacional do Colégio Arbos é

sustentado, fundamentalmente, pelo princípio de capacitação dos alunos, através do

amadurecimento intelectual e emocional. Isso implica criar condições para que o aluno

desenvolva sua personalidade de forma ativa e participativa, construindo o

conhecimento a partir da sua vivência no próprio meio em que interage, assimilando-

o e transformando-o.

Para o colégio, aprender, é entendido como um processo pessoal e

intransferível, que necessita da presença do professor, facilitando os meios para que

o aluno elabore o seu significado e compartilhe a aprendizagem com seu grupo social.

O colégio tem por objetivo formar o jovem solidário e criativo que, por meio da

realização plena da sua individualidade, seja capaz de integrar-se na sociedade,

produzir, interferir e buscar soluções adequadas para os problemas, transformando e

melhorando o mundo em que vive.

O Colégio Arbos está empenhado na educação total do ser humano, através

da integração dos conhecimentos, do equilíbrio entre a teoria e a vivência,

estimulando uma visão cósmica dos acontecimentos.

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a) Missão do Colégio

Compromisso de educar e orientar crianças e adolescentes para que saibam

fazer escolhas fundamentadas nos valores do conhecimento, da cidadania e da ética,

que os levem a um futuro de realizações e felicidades.

b) Objetivo do Colégio

Ser valorizado e reconhecido nacionalmente pela excelência e qualidade

educacional.

c) Aluno protagonista, professor mediador, aprendizagem sem limites

Para uma nova geração, uma nova perspectiva de ensino. O colégio entende

o educar como uma formação plena que abrange o intelectual, o emocional e o físico,

o indivíduo e o coletivo. O projeto pedagógico do Colégio oferece os recursos e

ambientes próprios para o desenvolvimento de uma nova perspectiva do ensinar.

Somado aos métodos modernos mais conhecidos, trabalha também o conceito de

Sala 360°, que inverte a estratégia de aprendizagem, em que primeiramente o aluno

busca e toma conhecimento dos conteúdos e depois, junto à mediação do professor,

desenvolve o assunto, exercita o conceito e discute as dúvidas. A soma dessas

metodologias tem como resultado um aluno que abre a janela da mente, descobrindo

o prazer em aprender e construindo um caminho com base em princípios.

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CAPÍTULO 4: OS VÍDEOS

4.1 - História

O termo vídeo, deriva do latim vídeo e significa “vejo”, envolve os conceitos

mais amplos, vídeo como tecnologia e vídeo como linguagem audiovisual.

Partindo do ponto que nesta pesquisa estudaremos: o uso dos vídeos na Sala

de Aula Invertida no Colégio Arbos como tecnologia e vídeo como linguagem

audiovisual e já conhecemos a metodologia que será utilizada, vamos conhecer sobre

sua atuação na antecipação das aulas.

Curiosamente Thomaz Edison em 1888 elaborou uma teoria sobre um aparato

que exibia vária imagens rapidamente, era o cinetoscópio uma máquina que tirava

fotos simultaneamente, depois veio o cinematógrafo pelos irmãos Lumière em 1895

que era um gravador e projetor de filmes. O aparelho utilizava filmes perfurados e

tirava uma sequência de fotografias que mostradas em velocidade rápidas parecia

que se moviam, nasciam aí as bases do cinema.

A primeira tentativa de cinema com cores foi a KinemaColor, em 1909, com o

tempo foi substituído pelo processo Technicolor. O primeiro gravador de videotape

viável da história nasceu em 1951.

Atualmente em uma sociedade na qual o audiovisual é dominante, é evidente

e natural que essa linguagem faça parte do projeto do ensino aprendizagem.

De acordo com Cebrián Herreros (1995, p.53), “o termo audiovisual se refere

a tudo o que pertence ou é relativo ao uso simultâneo e/ou alternativo do visual e

auditivo; também a tudo que tem características próprias para a captação e difusão

mediante imagens e sons”.

Com a utilização do vídeo a linguagem audiovisual se torna importante por

despertar a atenção dos alunos por meio de gestos, dos sons, das imagens dos

efeitos, das cores.

Existem vários tipos de vídeos que podem ser introduzidos no âmbito ensino

aprendizagem.

Em seu artigo Moran (2017) cita:

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Finalmente o vídeo está chegando à sala de aula. E dele se esperam, como em tecnologias anteriores, soluções imediatas para os problemas crônicos do ensino-aprendizagem. O vídeo ajuda a um professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica.

Moran (1995) destaca o vídeo como sensibilizador, ilustrador, simulador,

conteúdo de ensino, produtor, interventor, expressão, avaliador, espelho e suporte,

como a seguir:

Vídeo como sensibilizador: tem a intenção de despertar a curiosidade na

introdução de um tema novo e seu estudo. Ele abre as portas para o desejo da

pesquisa, para aprofundamento do conhecimento.

Vídeo como ilustrador: ilustra o que foi contemplado em aula, como por

exemplo um passeio panorâmico por uma cidade.

Vídeo como simulador: Este permite simular experiências consideradas não

apropriadas para o público estudantil em laboratórios.

Vídeo como conteúdo de ensino: elaborados e gravados pelos próprios

professores usados nas antecipações de aula na Sala de Aula Invertida ou em aulas

tradicionais como complementação.

Vídeo como produção: o professor pode usá-lo como documento na qual pode

ter eventos, material didático, conteúdo, tudo que lhe seja útil para ministrar aulas.

Vídeo como intervenção: é um tipo de vídeo editável, o professor deve estar

apto a editá-lo quando lhe seja conveniente, isso serve tanto para áudio, imagens e

escrita.

Vídeo como expressão: é uma nova forma de comunicação para os jovens

pois explora uma dimensão moderna, como meio contemporâneo novo e lúdico onde

se pode jogar com a realidade.

Vídeo como avaliação: pode avaliar aluno, professores.

Existem também o vídeo temático didático: que apresenta como único objetivo

ser educativo; vídeo temático não didático: são vídeos com documentários, entrevistas

e reportagens que podem ser usados pelos alunos em trabalhos com a finalidade de

pesquisa e o vídeo não temático, não tem objetivo educativo.

Segundo Joan Ferrés (1996, p.46), especialista em comunicação audiovisual

e educação, o vídeo tem várias funções dentro do contexto ensino aprendizagem: a

informativa na qual o principal objetivo é o de descrever uma realidade mais realista

possível. Um exemplo, o vídeo temático não didático; a motivadora que tem como

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objetivo o de motivar, despertar a sementinha da curiosidade, de querer ampliar o

conhecimento por parte do aluno, de querer obter respostas. Como exemplo o vídeo

animação pois valoriza os estímulos emotivos y de evolução do processo didático

concentrando a atenção dos alunos em determinado conteúdo e estimule à reflexão

para a aquisição da aprendizagem significativa. Segundo Ferrés (1996, p.51) a

expressiva relaciona este meio audiovisual ao vídeo arte por recorrer essencialmente

a “uma busca formal, para um trabalho sobre o significado e a materialidade mesma

do discurso visual e sonoro; a avaliadora na qual trabalha com o objetivo de avaliar

ou analisar as atitudes, os valores, os comportamentos, as expressões, com o intuito

de melhorar a autoestima das pessoas, que elas conheçam a si mesmos, tenham

consciência de si mesmos. No sentido pedagógico que o professor tenha consciência

de sua postura, de sua voz, de seus gestos, de seu corpo; a investigativa é um

instrumento muito usado em investigações e em diversas áreas como por exemplo

ciências sociais e humanas; a lúdica que fundamenta o ato da comunicação no jogo,

no entretenimento e no deleite pois estimula a experimentação, o ensaio, se

apresentando ao aluno como um desafio à criatividade a través de uma boa dose de

diversão e introspecção lúdica e a metalinguística que utiliza um código para efetuar

um discurso sobre ele mesmo. Em relação ao vídeo, recorremos a ela quando se usa

a imagem em movimento para realizar um discurso relativo à linguagem audiovisual.

Como menciona Ferrés (1996: p.58),

“o caráter lúdico da tecnologia do vídeo pode otimizar o processo de aprendizagem. A máxima ensinar divertindo é conhecida desde a antiguidade. Hoje a tecnologia favorece sua aplicação em sala de aula”.

Ferrés (1996, p.61) afirma que “esta taxonomia das funções didáticas do vídeo

tem somente um valor operativo.” Isso consiste na interação de várias funções, com

predomínio de algumas em cada contexto. Sendo assim, o vídeo pode ser tratado de

várias formas, podendo o professor aplica-lo em função de cada contexto.

A tecnologia do vídeo só será autenticamente liberadora se for colocada na

mão dos alunos para que estes possam pesquisar, avaliar-se, conhecer e conhecer-

se, descobrir novas possibilidades de expressão, fazer experiências de grupo em um

esforço de criação coletiva, experimentar e experimentar-se.

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Com o texto descrito acima podemos considerar que o vídeo pode ser

aplicado em um contexto a través de várias perspectivas.

Em seu livro Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica, Moran (2007, p. 39)

escreve,

O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata (…). A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.

Como comenta Moran (2007, p.164): as tecnologias são pontes que abrem a

sala de aula para o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do

mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma mais abstrata

ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas,

combinadas, integradas, possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o

desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de

inteligência, habilidades e atitudes.

4.2 - Produção de vídeos para a Sala de Aula Invertida

Bergmann e Sams (2012,p.40) separam algumas regras chamadas por eles

de “Regras cardinais dos vídeos”.

a) Mantenha-os curtos

A geração que está nas salas de aula hoje é familiarizada com o YouTube e

precisa das coisas em porções menores. Colocar muito conteúdo em uma única aula

é comum no módulo presencial, mas em ambientes virtuais, seus vídeos devem ser

objetivos e tratar de assuntos específicos. O mantra proposto por eles é: um tópico é

igual a um vídeo. Faça-os com, no máximo, 10-15 minutos de duração.

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b) Voz

Usar ferramentas como o PowerPoint ou outro aplicativo que chame a atenção

do aluno para passar os conteúdos. Além disso, a única coisa que você tem em mãos

para prender a atenção dos alunos é a sua voz e o seu cursor. Saber usar sua voz

como complementação dos conteúdos pode melhorar ainda mais a qualidade dos

vídeos. Quanto mais familiaridade você tiver com as ferramentas digitais, mais

relaxada e confortável sua voz será.

c) Faça os vídeos com outros professores

Escutar uma única pessoa falar sobre determinada matéria ou ouvir duas

pessoas conversando é sempre mais dinâmico e interessante. Identifique quais são

os assuntos de maior dificuldade para os estudantes e use o diálogo com outro

professor para ajudá-los a entender melhor. É uma maneira de completar as ideias

um do outro assim a aula será ainda mais rica. Além disso, tome cuidado com termos

técnicos ou com o foco da aula, para que ele sempre esteja nos alunos e fuja de

conceitos explicados de forma complexa.

No item a seguir apresentamos os vídeos e o plano de aula de cada vídeo

utilizado nas antecipações de aulas preparados para aulas de Filosofia utilizadas no

Colégio Arbos de Santo André.

4.3 - Vídeos elaborados para as antecipações das aulas de Filosofia no

segmento Fundamental II no Colégio Arbos de Santo André.

O profº Ms. Ruy Rocha Jr, possui um canal no youtube37 onde posta algumas

aulas de história e filosofia, curtas e de linguagem simples. Percebeu-se ao longo do

tempo durante a aplicação do projeto de inserção da aula invertida no Colégio o

aperfeiçoamento de seus vídeos, bem como uma maior aceitação dos alunos pelas

37Disponível em: <https://www.youtube.com/user/fraterruy>.

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aulas de Filosofia chegando ao ponto dos alunos ajudá-los na elaboração de vinhetas

para as aulas.

O profº Ms.Ruy Rocha Jr., é um educador, escritor, licenciado em História,

pós-graduado em Sociologia, Globalização e Cultura na Fundação Escola de

Sociologia e Política de São Paulo. Em 2011, concluiu o programa de Mestrado em

Ciências da Religião da UMESP, obtendo o grau de mestre com o conceito: “Aprovado

com louvor”. No âmbito acadêmico, dedicou atenção especial às questões da

globalização, avaliando suas interfaces na história contemporânea. Em 2004, foi eleito

membro do Conselho do Leitor do jornal Diário do Grande ABC, e ainda hoje contribui

com pequenos artigos em diversos jornais e revistas. Na área da educação leciona

História, Filosofia, Sociologia e outras disciplinas no Ensino Fundamental II, Médio, e

em cursinhos preparatórios para vestibulares. Atualmente leciona Filosofia no Colégio

Arbos de Santo André, e é professor efetivo de História na rede estadual de São Paulo.

Para esta dissertação escolhi 5 vídeos:

a) Vídeo “Introdução a Filosofia”-para o 6º ano

Fig. 36 - Introdução à Filosofia

Fonte: Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=viOXu4DhDhg>

Público Alvo: 6º ano do Ensino Fundamental

Conteúdo: Filosofia

Expectativa de aprendizado: Espera-se que o aluno entenda o que é a

filosofia, compreenda que estudamos a filosofia ocidental, e sua relação com a história

e a geografia.

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Antes da aula é pedido para os alunos que acessem a internet, e assistam o

vídeo: “Introdução a Filosofia – Ruy Jr.” Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=viOXu4DhDhg&feature=youtu.be> 38 E façam

apontamentos em seu caderno.

Durante a aula:

É importante retomar o tema do vídeo através de perguntas, estimulando a

memória dos alunos em relação ao vídeo.

Fazer a abordagem do assunto:

“O que é Filosofia?” Retomar que o espaço em que se encontrava o povo

Grego no período foi propício para o desenvolvimento filosófico, acrescentar dados

históricos sobre a formação do pensamento em Athenas (Sede da filosofia em sua

origem). E concluir a aula respondendo as dúvidas dos alunos.

Estudo de Casa:

Para continuar a refletir sobre o assunto, os alunos deverão ler da página 5 a

7 o livro “ O que é Filosofia” do Professor Caio Prado Jr. E fazer um pequeno texto

explicando com suas palavras o que é a filosofia. Disponível em:

<http://www.memoriasdaresistencia.org.br/cpjr_oqueefilosofia.pdf>

Método Avaliativo: Produção de texto.

38 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=viOXu4DhDhg&feature=youtu.be>.

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b) Vídeo “Atitude Filosófica”-para o 6º ano

Fig.37 - Atitude Filosófica - Sexto Ano

Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lJ18v3DqRr4>

Público Alvo: 6º ano do Ensino Fundamental II

Conteúdo: O que faz um filósofo?

Expectativa de aprendizado:

Espera-se que o aluno compreenda que o processo filosófico deriva de

diversos fatores, mas principalmente de observar o mundo de maneira crítica

(Pensamento Crítico) e fazer sobre essa visão uma reflexão mais aprofundada.

Estudo Antecipado:

Antes da aula o aluno deverá assistir o vídeo: “Atitude Filosófica – Sexto ano”,

disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lJ18v3DqRr4&feature=youtu.

be>39

Durante a aula

Em sala de aula retomar o assunto do vídeo e fazer questões não explicitadas

para que o aluno já fique imerso no tema da aula, questões como: “O que é

pensamento crítico?”, “Como olhar para o mundo com uma perspectiva diferente?”.

39Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lJ18v3DqRr4&feature=youtu.be>.

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Em seguida discutir com eles diferentes visões de um mesmo assunto. No

caso utilizar a questão da gravidade. Perguntar aos alunos “Por que o planeta Terra

não cai no espaço?”. Explicar que no período homérico, se você fizesse essa pergunta

para um Atheniense, ele responderia: “Porque Atlas, o Titã, segura o mundo nas

costas”, alguns anos depois Anaximandro de Mileto (após refletir e pensar de outra

forma), respondeu a pergunta da seguinte maneira: “O mundo não cai porque ele não

tem motivo algum para cair, da mesma forma que ele não anda de lado ou na

diagonal”. Explicar que, da mesma forma como Anaximandro fez a anos atrás, vários

filósofos ao longo dos anos resolveram problemas e questionamento dessa forma.

Encerrar a aula com a pergunta: “Como ver o mundo de uma outra

perspectiva?”

Estudo de Casa:

Pedir para que os alunos assistam o vídeo: “Sociedade dos Poetas Mortos -

Cena Sublime (português)”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=

EEK1HEtQ5jM>40. E faça uma reflexão sobre como o personagem vê o mundo de

outra forma.

Método Avaliativo

Produção de texto.

40 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EEK1HEtQ5jM>.

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c) Vídeo “Conversa sobre História: Apologia da História, Marc Bloch Parte III” – 7º ano

Fig. 38 - Conversa sobre História

Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5UrCXYjpH9w>

Público Alvo: 7º ano do

Ensino Fundamental II

Conteúdo: Tema: “Os caminhos da história “

Expectativa de aprendizado:

Espera-se que o aluno entenda que a história é uma ciência humana, que

estuda a presença do ser humano no tempo corrente e reflete sobre suas atitudes e

modos de vida, bem como sua cultura e ações em comparação com o presente.

Compreender a importância e benefícios deste estudo.

Estudo Antecipado:

Previamente o aluno deve assistir o vídeo: “Conversa sobre História: Apologia

da História, Marc Bloch Parte III = Por Prof. Ruy Jr”. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=5UrCXYjpH9w&feature=youtu.be>41

41 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5UrCXYjpH9w&feature=youtu.be>.

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E fazer apontamentos no caderno.

Pedir que os alunos pesquisem na internet sobre acontecimentos da história

do Brasil.

Durante a aula

No início da aula, perguntar aos alunos: “Para que serve a história?” A partir

dessa pergunta, ir relembrando a explicação dada pelo Professor Ruy Rocha Jr no

vídeo.

Explicar como o homem alterou o espaço e o tempo.

Construir com eles uma pequena linha do tempo na lousa, utilizando a

pesquisa que fizeram para montá-la, encaixando cada um no seu tempo (Completar

com ações que não forem mencionadas se necessário). Mostrar através da linha do

tempo que mesmo possuindo um tempo corrente, a história pode ser cíclica, visto que

passamos por algumas situações mais de uma vez ao longo do tempo, não só o Brasil,

como em todo o mundo).

Explicar a importância de fazer uma reflexão sobre os assuntos históricos e

relacioná-los com o presente.

Encerrar a aula perguntando aos alunos: “Como podemos nos utilizar da

história para melhorar o futuro?”

Estudo de Casa:

Pedir aos alunos que façam uma resenha sobre como a história pode ser

linear e ao mesmo tempo cíclica.

Método Avaliativo

Produção de texto.

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d) Vídeo “ A Segunda Guerra Mundial” – 9º ano

Fig.39 - A Segunda Guerra Mundial

Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AWPi9zsJIaE>

Público Alvo: 9º ano do Ensino Fundamental II

Conteúdo: Tema: “A Segunda Guerra Mundial”

Expectativa de aprendizado:

Espera-se que o aluno compreenda como a segunda guerra mundial teve

início, as razões políticas e ideológicas por traz do regime nazista e razões que

levaram a Alemanha a adotar o regime.

Estudo Antecipado

Previamente o aluno deve assistir o vídeo: “A Segunda Guerra Mundial - Por

Prof Ruy Jr”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AWPi9zsJIaE&

feature=youtu.be>42

E fazer apontamentos no caderno.

Durante a aula

Em sala de aula explicar que o vídeo assistido previamente é um resumo dos

acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, mas que o assunto será tratado parte a

parte por ser complexo e envolver diversos conceitos que devem ser tratados com

mais atenção.

42 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AWPi9zsJIaE&feature=youtu.be>.

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Explicar em sala de aula como era o mundo antes da segunda guerra mundial,

especificamente na Europa, as correntes filosóficas e políticas que circulavam pela

população e como estava a Alemanha após o final da Primeira Guerra Mundial.

Em seguida questionar os alunos sobre o que significa os termos:

“Autoritarismo, fascismo, nazismo, democracia, liberalismo e liberdade”. Diferenciar

os conceitos e explicar a importância dessas palavras hoje e na época.

Estudo de Casa:

Em sala de aula explicar que o vídeo assistido previamente é um resumo dos

acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, mas que o assunto será tratado parte a

parte por ser complexo e envolver diversos conceitos que devem ser tratados com

mais atenção.

Explicar em sala de aula como era o mundo antes da segunda guerra mundial,

especificamente na Europa, as correntes filosóficas e políticas que circulavam pela

população e como estava a Alemanha após o final da Primeira Guerra Mundial.

Em seguida questionar os alunos sobre o que significa os termos:

“Autoritarismo, fascismo, nazismo, democracia, liberalismo e liberdade”. Diferenciar

os conceitos e explicar a importância dessas palavras hoje e na época.

Pedir aos alunos que façam uma resenha sobre como a história pode ser

linear e ao mesmo tempo cíclica.

Estudo de casa

Assistir ao vídeo “Propaganda Nazista”, disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=ZGFvYVDcAFo>

E relacionar ao assunto tratado na aula.(estudo de casa que também antecipa

o assunto da aula seguinte).

Método Avaliativo

Avaliação Bimestral.

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e) Vídeo “Definições Filosóficas de Corpo/ Amor”- 9º ano

Fig. 40 - Definições Filosóficas Fonte: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sH68D6DmMvo>

Público Alvo: 9º ano do Ensino Fundamental II

Conteúdo: Tema: “O corpo e o amor”

Expectativa de aprendizado:

Espera-se que o aluno compreenda a mudança do entendimento e do

simbolismo do corpo ao longo do tempo e da história e sua interação com o mundo.

O entendimento sobre a definição de amor para os gregos (Éros, Ágape e

Philia) e entender que ambos os conceitos foram se transformando até ter o

significado pelo qual os entendemos hoje.

Estudo Antecipado

Previamente o aluno deve assistir o vídeo: “Definições Filosóficas de

Corpo/Amor”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sH68D6Dm

Mvo&feature=youtu.be>.

E fazer apontamentos no caderno.

Durante a aula

No início da aula fazer questões norteadoras para situar os alunos ao tema

da aula. Em seguida perguntar a eles o que eles entendem por “Corpo” e “Amor”.

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Explicar que a forma de ver o corpo foi modificando através do tempo, e assim

como no vídeo dar exemplos dessa transformação. Em seguida, explicar os três tipos

de amor presentes no universo grego antigo (Éros, Ágape e Philia).

Dividir a sala em três grupos. Cada um deles fará um pequeno teatrinho

exemplificando um tipo de amor, sendo que cada grupo ficará responsável por

representar um dos tipos.

Estudo de Casa:

Fazer um relato sobre a experiência vivida em sala de aula sobre os tipos de

amor.

Método Avaliativo

Produção de Texto.

4.4 - PLATAFORMA MOSYLE (SCULE)

Usamos a plataforma Mosyle, atualmente chamado Scule, para enviar os

recados, orientações, as atividades que cada aluno deve desenvolver em casa como,

pesquisas, leituras, fichas de estudo, ver vídeos ou apresentações, participar de

quizzes , em fóruns para que na próxima aula possamos trabalhar com rotação por

estações, plenárias, debates, trabalhos em grupos, trabalhado sempre dentro do

contexto do compartilhamento da mediação, fazendo do aluno protagonista do seu

aprendizado, tornando-se um cidadão crítico e autônomo.

Os vídeos do prof. Ms Ruy são enviados por meio desta plataforma.

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Fig. 41 – Scule

Abaixo, segue um tutorial sobre o uso da plataforma Scule/ Mosyle utilizado

pelo Colégio Arbos.

Fig. 42 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 43 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 44 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 45 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 46 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 47 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 48 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 49 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 50 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 51 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 52 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 53 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 54 – Tutorial Scule / Mosyle

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Fig. 55 – Tutorial Scule / Mosyle

Fig. 56 – Tutorial Scule / Mosyle

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CONCLUSÃO

A prática do modelo pedagógico da Sala de Aula Invertida e o uso dos vídeos

no Colégio, nas aulas do professor Ruy, conclui-se que a escola pode adotar essa

prática porque as suas necessidades de aprendizagem na era digital também

mudaram no decorrer dos anos.

A tecnologia entra com um papel mediador essencial nesse processo, não

pela modernidade e sim porque permite estruturações do conteúdo e aproximações a

diversas informações, além dos livros de texto, das lições tradicionais.

É possível transformar a escola em um espaço de aprendizagem e não só de

ensino, onde o talento de cada aluno pode se desenvolver mais amplamente.

O uso dos vídeos educacionais no modelo pedagógico Sala de Aula Invertida

no Colégio Arbos atingiu seus principais objetivos: ser motivador, informativo,

expressivo, lúdico, avaliador, segundo Joan Ferrés (1996,p.46), devido ao seu grande

papel sensibilizador despertando a curiosidade dos alunos na introdução de novos

temas e seus conteúdos, abrindo portas para o desejo de pesquisa e para o

aprofundamento de conhecimento; de ilustrador, pois ilustrou o que foi contemplado

em aula, como por exemplo, os passeios virtuais; de simulador, aqui os alunos

puderam simular experiências consideradas inapropriadas para o público infantil, por

exemplo, um trabalho em laboratório com ácidos; de conteúdo de ensino, os

professores os elaboraram e gravaram para utilizá-los nas antecipações de aula no

modelo pedagógico Sala de Aula Invertida ou em aulas tradicionais como

complementação de aula; de produção, o professor ao elaborar seus vídeos os

utilizava como documentos a serem utilizados em diferentes situações (eventos,

palestras, aulas, portfolio); de intervenção, por meio de um vídeo editável; de

expressão pois, se comunica com a linguagem dos jovens explorando uma dimensão

moderna, como meio contemporâneo novo e lúdico onde se pode jogar com a

realidade e o de avaliação.

Pedagogía e tecnología ao se combinarem para melhorar a educação,

realizam uma fundamentação conceitual e uma aproximação prática que se espera

que sejam úteis para quem quer resultados diferentes e sabe que não chegará se a

escola não inovar. O uso das metodologias exigem maior dedicação por parte do aluno

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na efetivação das tarefas solicitadas, do professor em ter um maior contato com a

tecnologia para a elaboração de suas aulas. Este maior contato tem como um dos

objetivos da pesquisa o de enriquecer a aula, desenvolver habilidades, ampliar

conhecimentos e, em muitos, servir como um instrumento de reposição de aulas

perdidas pelos alunos ou de revisão do conteúdo em um momento posterior. O registro

das aulas também possibilita a montagem de uma videoteca online do professor que

poderá ser usada em aulas futuras. A tecnologia atua ainda como um importante

instrumento de ajuda para os alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem.

Este provérbio do mestre chinês Confúcio define bem as metodologias ativas.

“O que eu ouço, eu esqueço; o que eu vejo, eu

lembro; o que eu faço, eu compreendo.”

(Confúcio)

O que eu somente ouço, esquecerei, mas o que vejo lembrarei e assim que

praticar compreenderei, mas foi modificado por Silberman (1996) para facilitar o

entendimento de métodos ativos de aprendizagem, resultando no seguinte:

O que eu ouço, eu esqueço;

O que eu ouço e vejo, eu me lembro;

O que eu ouço, vejo e pergunto ou discuto, eu começo a

compreender;

O que eu ouço, vejo, discuto e faço, eu adquiro aprendo,

desenvolvendo conhecimento e habilidade;

O que eu ensino para alguém, eu domino com maestria.

Ou seja, se nossa prática de ensino favorecer no aluno as atividades de ouvir,

ver, perguntar, discutir, fazer e ensinar, estamos no caminho da aprendizagem

significativa.

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ANEXOS

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ANEXO A

Fonte: Foto realizada por terceiro – Jon Bergmann e Veronica Andrea Peralta Meléndez no

Congresso.

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ANEXO B

Fonte: Foto realizada por Veronica Andrea Peralta Meléndez – Jon Bergmann participando das

oficinas do Congresso.

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ANEXO C

Fonte: Foto realizada por Veronica Andrea Peralta Meléndez – Flipando nos 6 continentes.

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ANEXO D

Fonte: Foto realizada por Veronica Andrea Peralta Meléndez – Lançamento do livro em espanhol.

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ANEXO E

Fonte: Foto realizada por Veronica Andrea Peralta Meléndez – Texto de Horace Mann

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ANEXO F

Fonte: Certificado de participação no 3º Congresso Europeu Flipped Classroom 2017