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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP CÍNTIA BINCOLETO FAZION AS DINÂMICAS INTRAORGANIZACIONAIS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE E EDUCAÇÃO: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO SÃO PAULO 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

CÍNTIA BINCOLETO FAZION

AS DINÂMICAS INTRAORGANIZACIONAIS EM UM SERVIÇO DE

SAÚDE E EDUCAÇÃO: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO

SÃO PAULO

2016

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CINTIA BINCOLETO FAZION

AS DINÂMICAS INTRAORGANIZACIONAIS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE E

EDUCAÇÃO: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Administração, sob a orientação do Prof. Dr. Luciano Antônio Prates Junqueira.

.

SÃO PAULO 2016

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CINTIA BINCOLETO FAZION

AS DINÂMICAS INTRAORGANIZACIONAIS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE E EDUCAÇÃO:

ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutora em Administração, sob a orientação do Prof. Dr. Luciano Antonio Prates Junqueira.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________________________

Prof. Dr. Luciano Antonio Prates Junqueira (Orientador)

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP

______________________________________________________________

Prof. Dr. Nivaldo Carneiro Júnior Santa Casa de São Paulo

______________________________________________________________

Profa. Dra. Teresinha Covas Lisboa

Universidade Paulista UNIP

______________________________________________________________

Profa. Dra. Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby Novaes

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP

______________________________________________________________

Profa. Dra. Regina Maria Giffoni Marsiglia

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP

São Paulo, ___ de ____ de 2016.

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Aos meus pais Vilma e Osmar e à minha irmã Diana.

Meu alicerce e minha inspiração.

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AGRADECIMENTOS

Ao Senhor por me ensinar a sonhar os teus sonhos, porque os teus sonhos se realizam. Por me dar forças e determinação para seguir o caminho que o Senhor desenhou para mim, no Seu tempo e, acima de tudo, moldado por Suas Mãos.

À minha mãe Vilma onde mora meu alicerce, minha tranquilidade e paz.

Obrigada por estar presente em todos os impasses e contratempos vividos durante este curso. Só de saber que você estava presente, me escutando, tudo se tornava melhor. Em muitos momentos você não podia fazer nada, mas em todos os momentos você foi (e ainda é) você, pois sempre dá o que talvez seja o mais difícil da vida, dar o que a gente é, sua melhor parte. Certamente, o meu mais valioso aprendizado, a mais incrível e importante tese de doutorado que uma filha pode ter, você na minha vida.

Obrigada pelo laço de amor tão forte que você alimenta no nosso coração, por ser tão dedicada, por zelar e cuidar da nossa família com tanto carinho, sendo nosso alicerce e nosso maior tesouro. Por exercer com maestria e sabedoria esse Dom: ser nossa Mãe, um presente acompanhado de alegria sem fim.

Ao meu pai Osmar um laço de amor que eu carrego feito um tesouro no meu coração. Laço inquebrável de um amor insuperável. Ternuras profundas de uma amizade real, de mãos que se encontram em toda e qualquer decisão. Um amigo e o mais importante, um pai excepcional.

À Diana, minha irmã, mais fantástica que Deus poderia ter colocado para caminhar ao meu lado. Obrigada por me ajudar nos estudos, nos momentos de desespero, com paciência e muita compreensão. Sou grata pelos seus conselhos e orientações em diversos momentos da minha vida, pois me conhece nos mínimos detalhes. Passarei a vida toda tentando te retribuir por tanto zelo e cuidado para comigo. Te amo e acho incrível ter você como irmã, amiga, e todos os outros papéis que você assume.

Você é o nosso bem mais valioso.

Ao meu marido Guilherme, meu companheiro e grande amigo. Obrigada por estar ao meu lado e ser acolhedor em todos os momentos, por querer dividir o seu caminho e cumprir as suas promessas ao meu lado, tenho certeza que nosso caminho será de aventuras, alegrias e muito amor.

Ao Thalles meu cunhado, obrigada por estar sempre presente ao meu lado, muitas vezes orientando e ajudando com muito amor. Tudo tem sido possível porque somos tão unidos. E assim será sempre.

Ao Maurício Filoso, por iluminar e auxiliar na travessia dos meus caminhos.

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Ao Professor Doutor Luciano Antônio Prates Junqueira, pela orientação, apoio, ensinamentos e incentivo, de maneira valiosa, à construção desta tese. E mais que isso, pelo carinho e amizade selados durante a convivência nesses 4 (quatro) anos, certamente a mais preciosa conquista.

Ao Áureo Magno Gaspar Pinto por ter dedicado seu tempo e auxiliar na análise de redes. Um amigo que a vida me presenteou. O melhor do que o ser humano pode ser, por cuidar, respeitar e reconhecer.

Aos Professores (as) Doutores (as), Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby

Novaes, Regina Maria Giffoni Marsiglia, Nivaldo Carneiro Júnior e Teresinha Covas Lisboa, componentes da banca examinadora, por aceitarem a incumbência e por seu interesse e dedicação em avaliar o conteúdo da tese e oferecer valiosas contribuições.

Às Professoras Beatriz Cavalcanti de A. C. Novaes e Beatriz de Castro Andrade Mendes pelo apoio, dedicação e orientação durante todo o desenrolar das atividades deste trabalho.

Ao Roberto Gomes Corrêa Júnior e à Chaiza Lima de Moraes pelo empenho, compreensão e disponibilidade dispensada em todos os momentos.

Ao Juscelino Ricardo pela atenção e auxílio.

À Fundação São Paulo pela bolsa concedida.

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Que meu coração jamais fique indiferente ao

amor. Que eu nunca perca o poder de

demonstrar um gesto de ternura.

Raquel Lee

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RESUMO

Esta tese propõe analisar as dinâmicas intraorganizacionais de cooperação e trocas

de conhecimento, entre profissionais que integram uma equipe multidisciplinar de

um serviço de saúde e educação, de uma organização privada sem fins lucrativos.

Investigou-se se há um processo de integração em rede e trocas de conhecimento e

colaboração entre eles. A pesquisa, de natureza quantitativa e qualitativa, foi

realizada mediante aplicação de um questionário para identificar a existência de uma

rede na instituição. Caracterizou-se o perfil dos profissionais, suas competências,

seu posicionamento e o tipo de conhecimento que compartilham. Os dados foram

inseridos no Excel e tratados no software para análise de redes, o ORA.NetScenes.

A análise de rede identificou quatro grupos associados aos setores em que os

agentes atuam e apresentou uma estrutura relativamente centralizada e com alguns

poucos especialistas com chances de compartilharem trocas de conhecimentos e

dinâmicas. Verificou-se os mais indicados e as possíveis trocas relacionais

existentes nos grupos. A instituição apresentou uma baixa densidade de vínculos

entre os profissionais e uma restrita reciprocidade nas relações entre os agentes.

Para estimular os indivíduos a atuarem em rede entende-se importante fomentar as

ações que estimulem as trocas interdisciplinares entre os profissionais, resultando

em benefícios para a organização e para o público atendido. Apesar de desenvolver

uma análise de redes, não se explorou todas as possibilidades entre os agentes da

organização.

Palavra-chave: Análise de redes sociais. Agentes. Serviços de saúde e educação.

Relação intraorganizacional.

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ABSTRACT

This thesis proposes to analyze the interorganizational dynamics of cooperation and

knowledge exchange between professionals who are part of a multidisciplinary team

from a health and education service, from a private, non-profit organization. An

investigation was carried out to find out whether there is a process of network

integration and exchanges of knowledge and collaboration between them. The

quantitative and qualitative research was carried out by applying a questionnaire to

identify the existence of a network in the institution. The profile of the professionals,

their competences, their positioning and the type of knowledge they shared were

characterized. The data was entered in Excel and processed in the network analysis

software, ORA.NetScenes. The network analysis identified four groups associated

with the sectors in which the agents operate and presented a relatively centralized

structure and with a few specialists with a chance of sharing knowledge and

dynamics. The most indicated and the possible relational exchanges existing in the

groups were verified . The institution presented a low density of links between the

professionals and a restricted reciprocity in the relations between the agents. In order

to stimulate individuals to act in a network, it is important to foster actions that

stimulate interdisciplinary exchanges among professionals, resulting in benefits for

the organization and the public served. In spite of developing a network analysis, not

all the possibilities among the agents of the organization were explored.

Keyword: Analysis of social networks. Agents. Health and education services.

Interorganizational relationship.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxo do Conhecimento Organizacional.......................................... 25

Figura 2 Dimensões do Conhecimento Coletivo........................................... 27

Figura 3 Rede de Comunicação.................................................................... 30

Figura 4 A Organização Infinitamente Plana................................................. 34

Figura 5 A Organização Invertida................................................................. 35

Figura 6 A Organização “Teia de Aranha”..................................................... 35

Figura 7 A Organização Aglomerada............................................................ 36

Figura 8 A Organização “Raios de Sol”......................................................... 36

Figura 9 Fluxos Formais e Informais do Conhecimento................................ 42

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Estratégias para Aprimoramento de Vínculos entre Atores............ 43

Quadro 2 Resultados de Atendimento por Ano............................................... 80

Quadro 3 Atividades Realizadas pelos Profissionais...................................... 93

Quadro 4 Agentes com Autopercepção por Tema.......................................... 114

Quadro 5 Agentes com Autopercepção por Tema e Interesse de Aperfeiçoamento..............................................................................

115

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Número de Respondentes por Área de Atuação............................. 92

Gráfico 2 Respondentes por Conhecimento................................................... 95

Gráfico 3 Respondentes por Atuação nas Atividades.................................... 97

Gráfico 4 Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas..................................... 100

Gráfico 5 Agentes Indicados por Temas........................................................ 102

Gráfico 6 Agentes Indicados nas Atividades Profissionais............................. 105

Gráfico 7 Agentes Indicados nas Relações Pessoais..................................... 106

Gráfico 8 Relações dos Grupos de Interesse................................................. 108

Gráfico 9 Relações Intergrupos por Setor....................................................... 110

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Número de Respondentes por Área de Atuação............................. 85

Tabela 2 Número de Colaboradores e Respondentes por Gênero................ 86

Tabela 3 Número de Respondentes por Faixa Etária..................................... 86

Tabela 4 Número de Respondentes por Escolaridade................................... 87

Tabela 5 Número de Respondentes por Tempo de Casa............................... 87

Tabela 6 Número de Respondentes por Área de Formação.......................... 88

Tabela 7 Número de Respondentes por Tempo de Formado......................... 88

Tabela 8 Número de Colaboradores e Respondentes por Tipo de Dedicação.........................................................................................

89

Tabela 9 Número de Colaboradores e Respondentes por Cargo................... 90

Tabela 10 Número de Respondentes por Área de Atuação............................. 91

Tabela 11 Respondentes por Conhecimento.................................................... 94

Tabela 12 Respondentes por Atuação nas Atividades..................................... 96

Tabela 13 Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas...................................... 99

Tabela 14 Métricas dos Agentes Indicados por Tema...................................... 102

Tabela 15 Agentes Indicados por Tema........................................................... 103

Tabela 16 Agentes Indicados nas Atividades Profissionais.............................. 104

Tabela 17 Agentes Indicados nas Relações Pessoais..................................... 106

Tabela 18 Métricas dos Agentes Indicados nas Relações Pessoais................ 107

Tabela 19 Comunidade Instituto Educacional São Paulo................................. 111

Tabela 20 Comunidade Clínica de Audição, Voz e Linguagem........................ 112

Tabela 21 Comunidade Administrativo.............................................................. 112

Tabela 22 Comunidade Centro Audição na Criança......................................... 113

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AABR Audiometria Automática de Tronco Encefálico - Automatic Auditory Brainstem Responde

AAIDD Associação Americana de Deficiências Intelectuais e do Desenvolvimento

AAMR American Association of Mental Retardation ADAP Associação de Deficientes Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de

Implante Coclear CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAVL Clínica de Audição, Voz e Linguagem CeAC Centro Audição na Criança CER Centro Especializado de Reabilitação

CIKM Canadian Institute of Knowledge Management CNRTA Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva CNS Conselho Nacional de Saúde CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa dB Decibéis DSM Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Manual

Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais EOA Emissões Otoacústicas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IESP Instituto Educacional de São Paulo IRDA Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LIBRAS Língua Brasileira de Sinais LOS Lei Orgânica da Saúde MAD Metodologia de Administração de Dados MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MS Ministério da Saúde NCHAM National Center for Hearing Assessment and Management OMS Organização Mundial da Saúde ONU Organização das Nações Unidas PcD Pessoas com Deficiência PMSP Prefeitura Municipal de São Paulo PNIPD Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência PNS Pesquisa Nacional de Saúde RN Recém-Nascidos SIGA Sistema Integrado de Gestão de Atendimento SMS Secretaria Municipal de Saúde SUS Sistema Único de Saúde TAN Triagem Auditiva Neonatal TANU Triagem Auditiva Neonatal Universal UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 16

1. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 21

1.1. REDES SOCIAIS............................................................................................... 21

1.1.1. Redes e Organização................................................................................ 21

1.1.2. Análise de Redes Sociais.......................................................................... 28

1.1.3. Os Atores Sociais e as suas Relações..................................................... 39

1.2. POLÍTICAS SOCIAIS DIRECIONADAS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA...................... 46

1.2.1. Deficiência Auditiva................................................................................... 47

1.2.2. Deficiência Intelectual............................................................................... 65

1.3. DIREITOS SOCIAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA........................................... 70

2. METODOLOGIA DA PESQUISA..................................................................... 75

2.1. Caracterização da Unidade de Estudo.......................................................... 75

2.2. Procedimentos Metodológicos...................................................................... 81

2.3. Descrição das Medidas de Redes................................................................. 82

2.4. Sobre o Questionário da Pesquisa................................................................ 83

3. ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................ 85

3.1. Colaboradores e Respondentes..................................................................... 85

3.2. Perfil dos Respondentes................................................................................ 86

3.3. Autoavaliação dos Respondentes.................................................................. 92

3.3.1. Grau de Conhecimento............................................................................. 94

3.3.2. Grau de Atuação por Atividade................................................................. 95

3.3.3. Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas.............................................. 99

3.4. Relações entre os Profissionais..................................................................... 101

3.4.1. Agentes Indicados na Sua Área de Atuação............................................ 101

3.4.2. Agentes Indicados na Realização das Atividades Profissionais............. 104

3.4.3. Agentes Indicados nas Relações Pessoais.............................................. 105

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3.5. Análise de Rede............................................................................................. 108

3.5.1. Relações dos Grupos de Interesse.......................................................... 108

3.5.2. Relações Intergrupos por Setor............................................................... 110

3.6. Autopercepção x Heteropercepção............................................................... 113

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 116

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 119

APÊNDICES.......................................................................................................... 132

ANEXOS............................................................................................................... 141

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INTRODUÇÃO

O percurso do desenvolvimento do indivíduo é moldado pela interação,

cuidados, experiências e pelo ambiente ao qual está inserido durante as etapas

da vida humana: infância, adolescência e adulto, principalmente, em sua fase inicial.

O fato de viver na condição de vulnerabilidade econômica coloca em risco e

aumenta sua exposição a uma variedade de experiências e ambientes adversos,

que podem representar o risco para o desenvolvimento saudável.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) a população no

Brasil foi estimada em 200,6 milhões de pessoas residentes em domicílios

particulares permanentes e deste total 6,2% são portadores de algum tipo de

deficiência, ou seja, física, intelectual, auditiva ou visual.

A população com deficiência auditiva no país está estimada em 1,1% com

características mais acentuadas em pessoas sem instrução ou com pouca instrução

(1,8%) e o maior grupo possui idade acima de 60 anos (5,2%). Dessa população

com deficiência auditiva, 0,2% a tem de nascimento e 0,9% adquiriu por doença ou

acidente. Ressalta-se que, em 2013, 20,6% da população apresentou forte grau de

limitação ao ponto de não conseguir realizar atividades habituais. A mesma

Pesquisa revelou que 8,4% dos portadores de deficiência auditiva frequentavam

algum tipo de reabilitação.

Em São Paulo, do total de 11.253.503 pessoas, 2.759.004 possuem pelo

menos uma das deficiências, mental/intelectual; auditiva; visual e motora.

A população com deficiência intelectual no país está estimada em 0,8%,

sendo a menos frequente dentre as quatro deficiências mencionadas. Desse total

0,5% já possui a deficiência desde o nascimento e 0,3% foi adquirida por acidente

ou doença. São os homens que representam o maior número (0,9%) se comparado

com as mulheres (0,7%). Dentre os que adquiriram por doença estão as pessoas

com idade acima de 60 anos e também sem instrução ou com pouca instrução.

Ressalta-se que, em 2013, 54,8% da população apresentou uma forte limitação a

ponto de não conseguir realizar atividades habituais, como trabalhar, brincar,

frequentar escola, etc. Na mesma Pesquisa observou-se que 8,4% dos portadores

de deficiência auditiva frequentava algum tipo de reabilitação; é esta população a

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que mais frequenta serviço de reabilitação em saúde, com acesso a profissionais

interdisciplinares, num total de 30,4%.

Conhecer as informações e necessidades que se concretizam em uma cidade

faz com que a gestão municipal mobilize esforços para ampliar as políticas sociais

tendo em vista o desenvolvimento sustentável. O número de pessoas identificadas

com algum tipo de deficiência tem crescido e o que demanda providências que

devem ser tomadas em relação aos cuidados relativos à deficiência. A assistência à

saúde e o atendimento às pessoas com deficiência demandam também o seu

treinamento, pois em condições de vulnerabilidade econômica pode representar um

grande desperdício de capital humano uma vez que suas habilidades e expertises

podem ser desenvolvidas e estimuladas de forma sustentável para o

desenvolvimento de seu potencial.

A mobilização para a maximização de soluções requer desafios complexos

seja para integrar a formação educacional, atendimento clínico de excelência para

os indivíduos de baixa renda com deficiência, além de investimentos em pesquisa e

treinamento. Faz-se necessário promover ações integradas e acessíveis por meio de

produtos, serviços ou políticas inovadoras para capacitar e preparar as pessoas com

deficiência para atingir o seu potencial de desenvolvimento e enfrentar os desafios

da sociedade.

São esperadas do Estado Brasileiro providências efetivas e satisfatórias, pois,

se considerado o período de 1988 a 2016 tem-se 28 anos de inefetividade com

providências insatisfatórias (ARAUJO, 2011). Os passos são lentos, mas acredita-se

que há um avanço ocorrendo regularmente em nível de acesso à saúde e à

educação.

Para realizar intervenções integradas focadas no aprendizado,

desenvolvimento e cuidado à pessoa com deficiência deve-se proporcionar

ambientes seguros, com profissionais de excelência. Esta abordagem envolve a

gestão do conhecimento no processo de promoção da qualidade do serviço prestado

e de trocas de conhecimentos entre os profissionais presentes na instituição.

À medida que a noção sobre a importância da cooperação entre indivíduos

situados dentro do mesmo grupo vai se ampliando, na perspectiva das redes de

relacionamento, tendo em vista os objetivos comuns, esse processo fortalece os

laços entre indivíduos situados até mesmo em diferentes espaços.

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A atuação em rede tem um legado histórico na compreensão da importância

das atividades de colaboração intraorganizacional, sendo cada vez mais a chave

para sustentar vantagens dos fluxos das atividades no mundo de hoje, bem como

fortalece a participação no aparentemente incontornável processo de globalização

das instituições.

A necessidade da cooperação no interior das organizações, compartilhando

conhecimentos conduz para um dos principais desafios hoje colocados, para as

organizações que têm como objetivo manter-se na busca pela sustentabilidade. Um

fenômeno que contribui para mudar o comportamento e o modo de ser dos

indivíduos e das organizações.

A troca de conhecimentos entre as pessoas tem favorecido a incorporação de

novas práticas e saberes por parte de todos os membros de um determinado grupo,

que passam a usufruir dos benefícios de se atuar em conjunto, em prol do bem

comum e satisfação das necessidades coletivas.

As redes nascem num espaço informal de relações sociais, mas seus efeitos

são visíveis para além desse espaço através das relações com o Estado, a

sociedade e de outras instituições representativas (ACIOLI, 2007). A estrutura das

redes é base da formação de comunidades, além de promover o crescimento do

papel desempenhado por organizações não governamentais como atores influentes

na sociedade civil (JUNQUEIRA, 2006). Em especial, pesquisas com foco em

organizações sem fins lucrativos podem contribuir para um melhor entendimento de

como complementam o trabalho que deveria ser realizado pelo Estado.

No âmbito desta discussão, a ideia de rede permite o compartilhamento de

práticas e recursos, propiciando uma ação solidária e o fortalecimento dos atores

interligados uns aos outros, que permite circular elementos materiais ou imateriais

entre cada, de acordo com as regras estabelecidas.

De acordo com Acioli (2007) abordar a questão das redes significa trabalhar

com concepções variadas, nas quais parecem misturar-se ideias baseadas no senso

comum, na experiência cotidiana do mundo globalizado ou ainda em determinado

referencial teórico-conceitual.

As organizações em rede privilegiam a interação e atuação conjunta dos

agentes e vêm se consolidando como formato organizacional, com potencial para

promoção de aprendizagem organizacional, uma vez que são capazes de mobilizar

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e proteger o conhecimento tácito, fator determinante do desenvolvimento dessas

relações em rede (TEIXEIRA; BEBER; GRZYBOVSKI, 2008). Dar ênfase ao coletivo,

com objetivo de potencializar o talento individual de cada indivíduo.

Partindo deste pressuposto, compreender as diferentes forças que atuam na

criação de redes e os benefícios gerados em termos de cooperação no interior de

um grupo profissional pode levar a um aumento da ação solidária desenvolvida em

seu âmbito, contribuindo para a sobrevivência da entidade e sua estruturação diante

das dificuldades encontradas no contexto em que esteja inserida.

A instituição analisada contempla 131 profissionais que atuam nos eixos de

saúde e educação, junto a uma clientela economicamente desfavorecida e que

beneficia pessoas de todas as faixas etárias, além de produzir pesquisa com padrão

internacional e de prestar assessoria às organizações afins.

Acredita-se que identificar a rede de relacionamentos dos profissionais

envolvidos neste serviço da saúde e educação possibilitará aumentar a cooperação

entre eles, bem como, identificar oportunidades de treinamento e trocas de saberes.

Isso possibilita lançar estratégias que permitam ampliar os níveis de cooperação na

organização, tendo em vista a melhoria dos serviços prestados e a sustentabilidade

organizacional.

Portanto, a proposta deste estudo é compreender a dinâmica de cooperação

da equipe multidisciplinar, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida das

pessoas atendidas na organização.

Nesse sentido, parte-se do pressuposto de que as relações em rede

contribuem para a eficácia da equipe interdisciplinar em uma organização que

integra o serviço de saúde e educação.

Partindo desse pressuposto tem-se como objetivo geral diagnosticar, por meio

da análise de rede, a cooperação entre os profissionais que integram a equipe

interdisciplinar no serviço de saúde e educação.

Os objetivos específicos desse estudo são:

Caracterizar o perfil dos profissionais, identificando a sua área de

formação, experiência profissional e competências específicas.

Identificar as relações entre esses profissionais que atuam no serviço de

saúde e educação para melhoria da qualidade de vida das pessoas atendidas.

A partir desses objetivos esta tese está estruturada em três capítulos.

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Inicialmente é apresentada esta Introdução com a temática a ser abordada.

No capítulo 1 discute-se o referencial teórico com os seguintes temas: redes

sociais, organização, análise de redes sociais, atores sociais e suas relações,

políticas sociais direcionadas às pessoas com deficiência auditiva e intelectual, bem

como os direitos sociais das pessoas com deficiência.

O capítulo 2 descreve a metodologia de pesquisa, apresenta a

caracterização da organização estudada, a descrição das medidas de rede, bem

como os procedimentos de pesquisa e os instrumentos de pesquisa.

O capítulo 3 apresenta os colaboradores e respondentes, o perfil desses

respondentes, a sua autoavaliação, bem como analisa os resultados da pesquisa

por meio das relações instituída entre eles e na análise de rede.

Finalmente, nas considerações finais é apresentada a conclusão do estudo e

também os limites da pesquisa.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste referencial são discutidas as concepções de Redes Sociais, suas

definições, organização, atores e as relações que estabelecem entre si. Ademais

aborda os cuidados a serem desenvolvidos com as pessoas com deficiência

auditiva, as políticas públicas e a educação que são oferecidas a estas pessoas. E

os direitos sociais das pessoas com deficiência.

1.1. REDES SOCIAIS

Neste item conceitua-se redes sociais bem como a análise de redes, sua

organização, os atores que a compõem e suas relações. Para, em seguida, analisar

as políticas sociais direcionadas às pessoas com deficiência e suas características.

1.1.1. Redes e Organização

O ser “humano” surge como “humano” a partir da relação que constrói com

outros seres humanos, uma situação concreta da nossa humanidade (FREIRE,

1987). Lévy (1998) afirma que o indivíduo não é somente o eu individual, mas

também, o conjunto da sua rede relacional (MATURANA, 2001; MATURANA,

VARELA, 2006) em que as relações do meio ao qual esse indivíduo pertence faz

parte do processo de conhecimento no qual não se dissocia a ação da prática.

O conhecimento, por sua vez, é o processo de formação dos profissionais que

se faz pela convivência social das organizações, ensinando e aprendendo, não

somente no ambiente de trabalho, mas, sobretudo, nas redes informais internas e

externas. Para Katz et al. (2000), trabalhar em rede é um processo que edifica

colaborações entre as pessoas.

A realidade é que os efeitos produzidos pela globalização não podem mais

ser contornados, pois, o contexto contemporâneo exige reflexões, bem como, busca

respostas a esses novos questionamentos. A partir de tal discussão desponta como

elemento-chave para a compreensão deste fenômeno a velocidade na qual as

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coisas ocorrem, quer seja, pela disseminação de ideias ou de forma cooperativa,

não se restringindo ao espaço geográfico em que tenham sido produzidas

(GAMEIRO, 2003).

A globalização associada à incorporação de um aparato tecnológico tem

redimensionado, desde a década de 90, o processo de geração de valor,

especificamente a partir da mutação de uma economia industrial para um processo

econômico pautado na informação. Neste contexto, cada vez mais complexo e

incerto, as mudanças em nível organizacional passam a ser compreendidas como

um dos principais instrumentos para estruturação e exploração de um grande nicho

de negócios (GAMEIRO, 2003).

A contemporaneidade exige da organização a compreensão do contexto sob

o qual está ancorada, ou seja, que esta direcione o seu olhar para uma realidade

cercada por vários sistemas e, por meio de um subsistema, tentar entendê-la em

sua totalidade. As redes que se consolidam dentro das próprias organizações

conduzem a um quadro conceitual, segundo o qual, é possível analisar uma

organização, tomando por base a intensidade de relações que ela desenvolve com o

meio (FIALHO; MORENO, 2015).

A presente conjuntura no campo econômico, impulsionada por

transformações sociais, políticas, tecnológicas, estruturais e ambientais, amplia o

grau de dúvidas, requerendo cuidados extremos para identificar os novos

paradigmas inerentes à ciência da Administração. É preciso construir uma discussão

em face do quadro conceitual e analítico para extrair, analisar e avaliar os aspectos

preponderantes de transformações nas dinâmicas estruturais das organizações,

importante para um modelo de gestão flexível, inovador e com avaliação de

resultados. Nesses novos cenários há uma ampliação das redes de cooperação e

interorganizacionais (TEIXEIRA; BEBER; GRZYBOVSKI, 2008).

Essas mudanças nos cenários têm sido mais acentuadas, a partir dos anos

2000, surgindo novas formas de produção e organização. Na gênese há a

emergência e incorporação de uma nova lógica de produção e organização, estão

compreendidas as restrições sobre os quais estão assentados os paradigmas da

Administração Científica do Trabalho (Frederick Taylor) e da Estrutura

Organizacional (Henri Fayol e Max Weber), que ganham força de expressão ao

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longo da metade do século XX, a partir da busca de mecanismos que assegurassem

níveis mais altos de produção (GAMEIRO, 2003).

Após a década de 90, evidencia-se nova tendência de transformação, em um

contexto no qual a busca por uma maior competitividade ‒ centrada anteriormente

nos custos de produção e num mercado cada vez mais intenso em que praticamente

tudo era consumido ‒ que cedeu espaço à saturação do mercado, associada a um

público mais exigente e seletivo. Tal quadro levou ao estabelecimento de novos

padrões organizacionais, marcados por uma elevada concentração das

organizações nas suas habilidades e foco principal de atuação – core competencies

– e pela consolidação de redes de cooperação com outras entidades, envolvendo

fornecedores e clientes, nas quais as atividades de conjugação de esforços se

tornam fundamentais para o enfrentamento de desafios tão complexos (GAMEIRO,

2003).

A união desses esforços, em torno de um objetivo comum, converge para

uma maior atenção de organismos de cooperação técnica, assim como de órgãos de

financiamento e incentivo ao crescimento social e econômico, que passam a definir

políticas diversificadas para a construção de redes de cooperação ou novas formas

que possam favorecer o incremento da produção em nível local (TEIXEIRA; BEBER;

GRZYBOVSKI, 2008).

Nessa perspectiva é possível salientar que as redes estão presentes em

todas as esferas da vida social, ou seja, onde existe a construção de relações de

organizações em redes. Tais redes tomam forma por meio de redes de indivíduos,

redes de organizações, redes de troca de informações, comunicação e até mesmo

de pactos sociais. Esta lógica de união entre grupos apresenta-se incorporada ao

primado da cooperação que tem sua lógica pautada na interação (FIALHO;

MORENO, 2015).

A cooperação pode ser encontrada na vida do ser humano desde as primeiras

formas de organização social, direcionando de tal modo para a união de esforços

entre as pessoas em torno do bem comum. Cooperar é inerente à essência de cada

ser humano, que passa a cumprir com seu papel na rede de interdependências

indispensáveis à sua própria sobrevivência. Um incremento do nível de união de

esforços em nível organizacional pode gerar melhores resultados e desempenho se

comparado com outros grupos alheios à organização, fazendo com que a mesma

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seja menos susceptível às oscilações inerentes ao ramo em que atua (SANTANITA,

2015).

Assim, as redes de cooperação estabelecidas entre organizações sociais

privilegiam o nível complexo dos conhecimentos produzidos e dinamizam a sua

apropriação para a oferta de bens e serviços que satisfaçam as necessidades da

sociedade (TEIXEIRA; BEBER; GRZYBOVSKI, 2008).

Da cooperação entre os indivíduos surge o valor do conhecimento. As

organizações estão estruturadas e orientadas para atuarem na administração de

ativos físicos e tangíveis. No entanto, o ambiente de negócios é complexo e envolve

muito mais do que fluxos tangíveis. Para conseguir produzir conhecimento hoje nas

organizações é preciso lidar com muitos elementos (cultura, métodos, processos,

talentos, cultura, reputação, imagem, conhecimento) que, na maioria das vezes,

percorre fluxos intangíveis (TERRA, 2000).

Em geral, as organizações ainda não dão muita atenção para aos aspectos

de criação, cooperação, compartilhamento, disseminação e aplicação do

conhecimento, a fim de visar benefícios para a organização, seus profissionais e a

sociedade. No entanto, essa abordagem deveria ser sistêmica e continuada, pois, as

ações isoladas podem trazer benefícios, mas cujo alcance é limitado (TERRA,

2000).

Compreender como esses fluxos dos conhecimentos permeiam a

organização, bem como identificar os conhecimentos de maior impacto no negócio é

a chave para propor estratégias e táticas para aperfeiçoar esses fluxos de ligação

entre os atores, com objetivo de atingir os propósitos da organização (NONAKA;

TAKEUCHI, 1997). Nesse contexto, os autores propõem um fluxo do conhecimento

organizacional, como mostra a Figura 1.

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Figura 1 ‒ Fluxo do Conhecimento Organizacional

Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997)

O fluxo do conhecimento organizacional compreende níveis e dimensões

para a criação do conhecimento. Constata-se que tanto os ambientes de interação

entre os indivíduos quanto às oportunidades de compartilhamento do conhecimento

estão em diversos contextos de aprendizagem, ou seja, tanto na relação interna dos

indivíduos dentro da organização, como no ambiente externo. Os tipos de

conhecimentos abordados pelos autores são: o compartilhamento, a socialização, a

externalização, o diálogo e a reflexão coletiva; sistêmico e a criação da tecnologia;

tendo em vista novas demandas e projetos (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

O pensar em rede traz consigo implicações éticas, científicas e filosóficas que

sugerem uma análise essencial em torno das influências decorrentes da formação

de redes sociais. Essa estrutura se dá através do contato entre as pessoas e

organizações com interesses em comum atrelados à capacidade da organização em

criar e disseminar o conhecimento, incorporando a seus serviços, sistemas e

produtos (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Além disso, o contato entre as pessoas e

as organizações gera oportunidades, compartilhamento de recursos, aprendizagem

de melhores práticas e trocas de conhecimento entre os atores envolvidos.

Para Mercklé (2004), a análise de redes sociais não pode se resumir

puramente a uma descrição das estruturas sociais, procurando delimitar como a

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formação de diferentes agrupamentos consolida o mundo social. Molina (2001)

ressalta que a partir da compreensão da amplitude das redes sociais se permite a

identificação sobre uma determinada situação, a exemplo de um território em

atenção às interfaces macro ou micro. Sendo assim, na visão deste autor, a análise

do fenômeno rede viabiliza ao pesquisador identificar uma organização com novas

estruturas, estratégias e redes de relacionamentos (MERCKLÉ, 2004; MOLINA,

2001).

A compreensão destas estruturas, as inter-relações em rede remetem tanto a

uma dimensão conceitual como a um sentido instrumental. Nesse sentido, figura

como uma proposta de ação que representa um modo de organização social, uma

maneira espontânea de alinhar interesses e objetivos comuns em oposição a uma

dimensão formal e instituída. Assim, a rede, em muitos casos, ao invés de ser um

processo rígido e estereotipado cede lugar a outros que são criativos e inventivos

(SAIDÓN, 1995).

Redes estabelecem acordos de cooperação, de alianças e de reciprocidade

entre as pessoas e as organizações. “Essas novas práticas de cooperação

constituem um meio de encontrar saídas para intervir na realidade social complexa”

(JUNQUEIRA, 2000, p. 40).

Nessa perspectiva, a rede depende da sensibilização dos diversos atores

sociais para um objetivo comum, que passa a ganhar maior viabilidade por meio das

redes de relacionamento. Esse processo de formação de redes por meio da

estimulação das trocas de conhecimento é uma tarefa significativa para a criação de

novos conhecimentos, além de fomentar a construção de relações interpessoais e

interinstitucionais, preservando as diferenças e as especificidades de cada

colaborador.

Probst, Raub e Romhardt (2002) abordam que o conhecimento se

desenvolve entre indivíduos, pois, somente onde existe a interação e comunicação,

transparência, e integração, pode-se fazer o conhecimento individual tornar-se

coletivo. Ou seja, a organização se esforça na construção de novas habilidades,

competências, ideais e produtos a partir do desenvolvimento do conhecimento que,

por sua vez, tem efeito sobre o conhecimento individual. Além disso, o conhecimento

coletivo é mais do que a soma do conhecimento individual, é particularmente

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importante para a sobrevivência das organizações em longo prazo (PROBST;

RAUB, ROMHARDT, 2002).

A Figura 2 revela as dimensões do conhecimento coletivo.

Figura 2 ‒ Dimensões do Conhecimento Coletivo

Fonte: Adaptado de Probst, Raub e Romhardt (2002).

Esse processo de interação e atuação em grupo perfaz a ideia de se unir em

rede. A percepção conjunta de resolver problemas comuns que afetam ou dizem

respeito a uma determinada categoria de indivíduos ou organizações, de onde se

vislumbra por meio da cooperação a possibilidade de resolvê-los, ou mesmo, de

desenvolver novas habilidades, novos produtos, processos mais eficazes e ideias

melhores. Condições que demonstram a existência de um processo de articulação e

integração entre os diferentes atores envolvidos.

O mundo visto pelo olhar das redes aparece a partir de uma variedade de

cenários que emergem das diferentes maneiras com que cada membro se sente

estimulado a participar. Nesse sentido, pensar na perspectiva de rede significa

guardar a identidade de cada membro, fugindo das relações estereotipadas e fixas

entre organizações e pessoas (JUNQUEIRA, 2013, p. 306). A rede é uma

construção coletiva onde organizações, colaboradores, lideranças, voluntários

interagem para otimizar e ampliar o conhecimento e os resultados para o conjunto

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da população. É uma estratégia que habilita o relacionamento e fomenta a formação

de equipes multifuncionais.

Nesse sentido, pensar em rede é uma possibilidade de facilitar as ligações e

integração entre os atores. A rede comporta materiais de diferentes origens, mas

sua dinâmica e potencial criador vai se potencializando no transcorrer de seus

próprios processos de transformação, que na definição ou contextualização pertence

a uma determinada escola de pensamento (SAIDÓN, 1995).

O acirramento da discussão sobre o crescimento da cooperação entre

organizações e a formação de territórios têm gerado uma multiplicidade de

interesses por parte da comunidade acadêmica e gestores de diversos níveis

empresariais e sociais, condição notadamente presente no mundo cada vez mais

globalizado, pautado essencialmente na ampliação em massa do sistema de

produção. De modo peculiar, através de organizações que apresentam as mesmas

características (TEIXEIRA; BEBER; GRZYBOVSKI, 2008).

1.1.2. Análise de Redes Sociais

Atuação em rede e, consequentemente, a formação de redes sociais tem um

legado histórico essencial para a compreensão desta importante ferramenta que tem

mudado o comportamento e o modo de ser de indivíduos e organizações.

Especialistas de áreas como a Sociologia, Antropologia, Psicologia, e

Matemática ofereceram elementos para a compreensão sobre as redes sociais, e,

centraram seu objeto de análise nas relações sociais na sociedade, nas

organizações, grupos e subgrupos em nível inter e intraorganizacional.

Análise de redes tem contribuições de diversos teóricos. Na Psicologia

recebeu de Jacob Moreno (1934) uma atenção especial. Com base no princípio que

desenvolveu chamado de sociometria e com objetivo de analisar as estruturas

sociais como diagramas de rede de pontos e linhas (sociogramas) Moreno aborda,

através de gráficos, as relações interpessoais (MIZRUCHI, 2006).

No ano de 1954, por meio das contribuições do antropólogo britânico John

Barnes chega-se à tomada de consciência sobre elementos básicos que circundam

uma rede social, a partir da ênfase nos laços de amizade, parentesco e vizinhança,

que contribuíam para a construção de relações informais e interpessoais entre os

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pescadores de uma pequena localidade. Segundo Barnes a vida social girava em

face de inúmeros pontos (nós), pautada na capacidade de construção de relações

entre diferentes tipos de indivíduos (MIZRUCHI, 2006; FIALHO, 2014).

Elizabeth Bott (1957) foi uma das antropólogas pioneiras que se serviu do

conceito de rede como forma de compreender como se estabelecem diferentes

relações e os elos que unem seres humanos a partir de diferentes contextos. Um

estudo revelou que a relação entre classe social e o nível de segregação dos papéis

conjugais dos casamentos urbanos estava instituído como uma função da rede

social. Com base nessa abordagem foi inserido o termo conectividade. Observou-se

que quanto maior a interconectividade subjacente nas redes sociais dos cônjuges, a

sua especialização, considerando-se o nível dos papeis familiares, também será

maior e que, quanto menor se apresentam as inter-relações, menor também será a

conduta conjugal. A dinâmica da rede social determinava a conduta (BOTT, 1957).

A abordagem em torno da qual as estruturas sociais, restrições e

oportunidades influenciam mais o comportamento humano do que as normas

culturais e certas condições subjetivas – têm em Karl Max, Durkheim e Simmel, em

particular quanto a este último, seus principais contributos (MIZRUCHI, 2006).

Simmel compartilhava do entendimento segundo o qual determinadas relações

sociais seguem um modelo que apresenta características similares em uma

variedade de contextos, cabendo ressaltar o quanto sua discussão a respeito de

díades e tríades permitiu a compreensão de que o conteúdo das relações sociais é

afetado pela estrutura em torno das quais elas ocorrem (SIMMEL, 1950).

Segundo Paul Baran (1964) há três tipos de rede: rede centralizada, rede

descentralizada e rede distribuída.

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Figura 3 ‒ Rede de Comunicação

Fonte: Adaptado de Baran (1964).

A rede centralizada possui um líder e todos se conectam a esse líder. A rede

descentralizada é mantida por grupos hierárquicos, possui comando e controle, um

conjunto de regras, um caminho e uma cartilha a seguir. A pessoa não se conecta a

todos, apenas aos que têm poder (BARAN, 1964).

Baran criou um sistema de comunicação que não têm uma autoridade central,

o que chamou de rede distribuída. A ênfase é que cada pessoa deve manter a

mesma importância que os outros. O estudo aborda que a destruição de uma parte

não afetaria as outras pessoas, isto é, sem hierarquia, com a mesma autoridade

para enviar, passar e receber mensagens (BARAN, 1964). Esse é o espírito da rede,

não tem líderes, é autônoma, forma clusters de aprendizagens, tem interação

constante, múltiplos caminhos, maiores opções de escolhas e poder distribuído. O

indivíduo se conecta a todos.

Illich (1971) através de suas proposições permitiu compreender que a escolas

figuram como as instituições que mais resistem ao ideário que marca a origem da

sociedade em rede, ao passo em que se encontrava à luz de uma época, na qual a

construção do currículo escolar não contemplava aspectos que a sustentavam,

dentre os quais, o empreendedorismo e a sustentabilidade. Decorre em face de tal

“limitação” a defesa de que as sociedades em que as redes são escolas se

traduzem em sociedades estritamente desescolarizadas (ILLICH, 1971).

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A análise das redes sociais ganha relevância nas contribuições do sociólogo

Mark Granovetter (1973). Em um trabalho que tornaria clássico para o problema da

estruturação das redes sociais, discute o que, até determinado momento, se

denominou de laços fracos (weak ties), de maior preponderância para a

continuidade da rede social, do que os laços fortes (strong ties), alvo de maior

valoração por parte dos sociólogos.

Para o sociólogo, os laços fracos permitem conectar com vários outros

indivíduos com alguma semelhança; são considerados como pontes e utilizados

para fins profissionais com objetivo de conectar os diversos círculos sociais, porém,

são privados de informações localizadas distantes de suas conexões, ao contrário

dos laços fortes que são indivíduos que participam de um mesmo círculo social, ou

seja, possuem uma relação forte fora da instituição.

Observa, ainda, que os laços fracos são relações próximas que tendem a

limitar-se a pequenos e fechados círculos sociais que, por sua vez, fragmentam a

sociedade em grupos pequenos. A integração destes grupos de pessoas na

sociedade depende de laços fracos das pessoas, e não os seus mais fortes, porque

laços fracos sociais se estendem além dos círculos próximos, que estabelecem as

conexões entre os grupos.

Granovetter (1973) demonstrou que o compartilhamento de laços fortes se

dava no âmbito do mesmo espaço social, enquanto o compartilhar de laços fracos

agregava outros grupos sociais. Chega-se, de tal modo ao entendimento de que é

possível ampliar o espectro de rede, por meio de desconhecidos que, por exemplo,

tenham um amigo em comum, decorrendo, neste sentido, a compreensão de que as

redes não são formadas de forma aleatória, havendo algum tipo de ordem que as

coordena. Agregando nas relações desses indivíduos a difusão de ideias, inovação

para as organizações e os sistemas sociais em grande escala. (GRANOVETTER,

1973).

Thompson (1990) atestou que as ideias, tal como as uvas, vão se formando

em cachos, contexto no qual se torna possível sugerir que o ideal de reunião de

esforços se apoia na concepção de que, isoladamente, se torna mais difícil que a

videira se robusteça, passando a saborear os frutos decorrentes do estabelecimento

de uma comunidade intelectual cujos trabalhos ocorrem no plano coletivo

(THOMPSON, 1990).

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Segundo Mercklé (2004, p.93), análise de redes sociais “não é uma técnica

que procura simplesmente proceder a uma descrição das estruturas sociais, uma

espécie de ‘sociografia' do mundo social”. Diferente de Molina (2001) que defende a

análise de redes sociais como sendo, sim, uma técnica que possibilita fazer um

diagnóstico a respeito de uma determinada situação como, por exemplo, um

território, seja este inserido na lógica macro ou micro. A partir disso, Molina expressa

que a análise de redes sociais é também uma ferramenta que possibilita ao

investigador localizar estruturas dentro de redes e construir novas perguntas e

respostas (MERCKLÉ, 2004; MOLINA, 2001).

Castells (2003) descreveu que a rede não é perceptível à visão humana, na

medida em que suas conexões são ocultas, embora haja um tempo e um espaço

das conexões, a partir de fluxos que a regem e contribuem para o universo

hipotético de relações que consolidam toda a sua estrutura.

A partir da perspectiva de Zaheer e Usai (2004) é possível correlacionar o

termo “rede social” ao de uma estrutura que induz a uma forma de interação social,

donde se torna possível atestar que a consolidação do trabalho em rede se dá

através de interações entre indivíduos e organizações, que conjugam seus esforços

em torno de um objetivo comum (ZAHEER; USAI, 2004).

A partir da abordagem de Gameiro (2003) evidencia-se a necessidade de

compreender que nas redes, os elementos não são estáticos, ou seja, interagem

constantemente, evoluindo e incorporando o dinamismo de transformações que

nelas ocorrem. O que há de inovador nas abordagens que enfocam o fenômeno de

consolidação em rede e sua relação com o estudo das redes sociais e das

organizações em rede é a atenção à forma que a estrutura, em torno da qual se

consolida tais agrupamentos, vai se transformando nas dimensões de tempo e

espaço (GAMEIRO, 2003).

Partindo desta concepção, Mizruchi (2006) aborda que o fenômeno

relacionado ao desenvolvimento de redes tem sido estudado por um grande número

de pesquisadores, indicando que as redes sociais tendem a moldar o

comportamento de indivíduos e grupos. Em virtude do conjunto de forças que

movem as redes sociais e a capacidade destas de se consolidarem como canais

para a propagação de inúmeros valores, torna-se inquestionável sua interferência

nas ações e atitudes de indivíduos e grupos, ao passo em que ao passar a fazer

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parte de uma rede, cada sujeito abre mão do seu egocentrismo, para se sujeitar a

um ideário construído com base no coletivo (MIZRUCHI, 2006).

Mizruchi (2006) salienta que para os adeptos da sociologia estrutural as

formas de organizações sociais, restrições e oportunidades preponderam com maior

intensidade sobre o comportamento humano do que o conjunto de normas

decorrentes de uma determinada cultura ou demais condições subjetivas que afetam

o modo de ser e pensar do indivíduo em um determinado contexto (MIZRUCHI,

2006).

Granovetter (2007) enfatiza que uma análise frutífera da ação do homem

sobre o meio demanda a repulsa à redução da subsunção da totalidade ao conjunto

de partes que a compõem, ou seja, socorrer-se de concepções sub e super

socializadas e, como tal, os atores não se portam, nem tomam suas atitudes como

pequenas partes desvinculadas de um contexto social, nem tampouco se

comportam de forma submissa diante de um roteiro predeterminado para eles em

razão dos elementos comuns que regem as categorias sociais das quais venham a

tomar corpo (GRANOVETTER, 2007).

Tais mecanismos levam à compreensão que as diversas formas de

construção de estruturas sociais influem no comportamento do ser humano, que

passa a ser moldado consoante as diretrizes e princípios em face das quais estão

consolidadas. Nota-se, a partir de uma análise objetiva de redes, que o conteúdo

das relações desenvolvidas em seu âmbito é condicionado pela estrutura que as

envolve. A maioria dos especialistas em redes afirma que as pessoas resultam das

combinações de diversos atributos (MIZRUCHI, 2006).

Neste sentido, as pessoas não agem de maneira independente, uma vez que,

suas atitudes estão estreitamente ligadas por sistemas reais e permanentes de

relações sociais, ou seja, é possível haver interferência numa esfera da vida social

privada, pela maneira como se organiza a sociedade (RAUD-MATTEDI, 2005). Isto

porque, na concepção de Granovetter (2003), essa socialização organizada pode se

dar de forma sub ou sobre socializada; a subsocializada que se dá ao agregar à vida

social as ações realizadas pelo indivíduo com vistas ao seu próprio interesse e a

sobressocializada, na qual as ações não visam o próprio interesse e sim são

resultantes de valores e normas ancoradas em cada indivíduo e que determinam

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essas ações. Há instituído um pensamento em que tanto as organizações quanto os

comportamentos são condicionados pelas relações sociais.

Para Thompson (1990) os indivíduos gostam de se unir em agrupamentos na

medida em que sentem que ao se unirem suas ideias tendem a ganhar mais força e

vitalidade, condição diante da qual, a junção em redes representa a consolidação de

uma comunidade intelectual que espelha um conjunto de valores, ideais, opiniões e

até mesmo discussões que se sucedem, na medida em que cada membro passa a

conceber que o seu ideário deixou de ser algo meramente individual, adentrando na

esfera do coletivo, ou seja, compartilhado pelos indivíduos que fazem parte da

mesma rede.

Assim, as relações dos atores estão focadas em compreender, de forma

compartilhada, a realidade social. “Os objetivos, definidos coletivamente, articulam

pessoas e instituições que se comprometem a superar de maneira integrada os

problemas (...) respeitando a autonomia e as diferenças de cada membro”. Nesse

sentido, portanto, a rede é uma transformação para a construção coletiva que se

alinha conforme está sendo desenvolvida (JUNQUEIRA, 2000, p.39).

Quinn, Anderson e Finkelstein (2001), a partir da necessidade das

organizações e atrelado ao modelo de produção baseada no conhecimento e na

inovação responderam com eficiência ao modelo capitalista. Os autores destacam

cinco formas de organização em rede:

Figura 4 ‒ A Organização Infinitamente Plana

Fonte: Adaptado de Mintzberg e Quinn (2001).

A organização infinitamente plana apresenta um intelecto altamente

especializado no ponto central da rede, ou seja, o conhecimento flui do centro para

os nódulos, e cada nódulo pode operar independentemente, sem a necessidade de

comunicar com os pares, sendo o agente centrar responsável por disseminar o

know-how e coordenar as informações aos nódulos (QUINN; ANDERSON;

FINKELSTEIN, 2001).

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Figura 5 ‒ A Organização Invertida Fonte: Adaptado de Mintzberg e Quinn (2001)

A organização invertida possui o intelecto nos profissionais e os intitula de

autossuficientes, ou seja, de forma distributiva. As novidades e os locais de intelecto

encontram-se nos mesmos pontos, assim, quando o know-how se dispersa, o

mesmo é resgatado de nódulo para nódulo, do nódulo para o centro (formalmente)

(QUINN; ANDERSON; FINKELSTEIN, 2001).

Figura 6 ‒ A Organização “Teia de Aranha”

Fonte: Adaptado de Mintzberg e Quinn (2001).

A organização “teia de aranha” atende o verdadeiro sentido da rede. Preserva

a ideia de que não há hierarquia que interfere na comunicação ou um centro

receptor e emissor entre as pessoas. Caso exista um problema, a necessidade de

um conhecimento específico, ou até habilidades especiais é a relação entre os

nódulos que irá possibilitar essa interface e suprir as necessidades, ou seja, o

intelecto é altamente disperso na base dos nódulos. Organizações com esse perfil

são aquelas que possuem colaboradores com um alto nível de intelecto

especializado, e os mesmos interagem entre si de maneira direta e rotineira (QUINN;

ANDERSON; FINKELSTEIN, 2001).

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As redes de Mintzberg e Quinn (2001) denominadas de “teia de aranha”, se

referem àquelas que se apresentam centradas e distribuídas, em que cada indivíduo

interage com os demais de forma autônoma, cuja frequência não se dá ao mesmo

tempo, sendo a Internet o instrumento que, de forma peculiar, mais se amolda a tal

realidade (MINTZBERG; QUINN, 2001).

Figura 7 ‒ A Organização Aglomerada Fonte: Adaptado de Mintzberg e Quinn (2001).

A organização aglomerada possui característica similar à “teia de aranha”

quando se observa que o know-how é levado de nódulo para nódulo. Entretanto, o

intelecto ocorre de maneira diferente, pois o intelecto reside no nódulo que executa a

atividade com competência em assuntos específicos. Dessa maneira, as equipes se

juntam e somam as experiências para resolver determinada demanda (QUINN;

ANDERSON; FINKELSTEIN, 2001).

Figura 8 ‒ A Organização “Raios de Sol” Fonte: Adaptado de Mintzberg e Quinn (2001).

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A organização “raios de sol” possui atributos tecnicamente de uma rede. No

entanto, o intelecto é dividido em duas esferas, a primeira é a competência

intelectual que está no centro, como referência, a segunda são as unidades de

negócios separados; o intelecto é transportado do centro para as extremidades. É

organização com grande potencial de criatividade (QUINN; ANDERSON;

FINKELSTEIN, 2001).

Gameiro (2003) ressalta dentre as várias denominações utilizadas por

Harland, Mintzberg e Quinn, ou Lazarini, que a problemática demanda concluir pela

pertinência de situá-las sob a teorização dos modelos de redes complexas, ou seja,

“grafos aleatórios”, “mundos pequenos” e “redes sem escala” ou sob outro enfoque,

analisá-las à luz dos processos dinâmicos de construção e manutenção dos seus

diferentes elementos (GAMEIRO, 2003).

Cabe destacar, antes de adentrar na análise, a pertinência descrita

anteriormente, as lições provenientes de Scharnhorst (2003) que analisa a

existência de uma correlação entre os modelos de redes sem escala e de mundos

pequenos. Para essa autora, em determinados casos, as duas características

podem ser imputadas às redes, sendo que em outras, a diferença extrema entre as

duas formas é evidente. O modelo de Barábasi e Albert, por exemplo, apresenta um

grau de conectividade pequeno, ao passo em que apenas alguns nós estão

altamente conectados, e a grande parte possui poucos links. Por sua vez, o modelo

de Watts e Strogatz apresenta um grau de conectividade assemelhado com o de um

gráfico aleatório (Erdos e Rényi); todavia, apresenta um elevado grau de conexão

entre os nós (SCHARNHORST, 2003).

Em redes reais elas apresentam como peculiaridade a exibição de grau de

distribuição (conectividade) diversificado, não funcionando estritamente num

determinado modelo. Scharnhorst (2003) ressalta que dependendo da explicação

teórica da qual se compartilha, as propriedades das diferentes tipologias de rede

podem estar presentes nas redes do mundo concreto.

Tem-se, a partir dos preceitos defendidos por Scharnhorst (2003) que a

formação de redes é estabelecida pela vontade de indivíduos que concentram em

suas mãos o poder decisório. Diante do exposto, afasta-se parcialmente a

terminologia dos modelos, passando-se a se concentrar nas redes aleatórias -

embora o fato de essas se rotularem distantes das redes reais - o modelo dos

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“mundos pequenos” de Watts-Strogatz (que se move de um número predeterminado

de vértices, os quais são posteriormente reconectados sem uma ordem específica).

Como exemplo do que ocorre nos grafos aleatórios, num grafo de Watts-Strogatz

cada vértice apresenta mais ou menos a mesma quantidade de ligações

(MACHUCO, 2005) e, por sua vez, é possível dar seguimento à denominação “redes

sem escalas”, para tomar em consideração dois aspectos basicamente comuns: o

dinamismo que marca as relações em rede e a sua fortaleza, para dispersar alguns

vestígios acerca da amplitude e a capacidade de produzir efeitos das variadas

tipologias de redes complexas (MACHUCO, 2005).

Para o referido autor, a relação de proximidade entre os agentes, no intuito de

estabelecer um nível de cooperação que resulte na consolidação de mais valias

competitivas, é determinante para que as organizações apresentem a capacidade de

atender, de forma mais efetiva, as especificidades do mercado no qual se faz

presente, ao contrário do que seria alcançado se tal organização pautasse suas

ações de forma a manter-se isoladas em si mesmas.

Nas redes pautadas na igualdade, as formas de demonstração de poder e

comando de riscos poderão, no futuro, apresentar uma maior abrangência do que

nas denominadas redes sem escala. Cabe destacar que nos processos dinâmicos

que envolvem as redes aleatórias ocorre uma passagem conturbada de fase, isto é,

a taxa de reprodução da informação, sustentáculo do processo comunicativo, irradia-

se, somente a partir de um determinado estágio (Ri=1) (MACHUCO, 2006). Tal

condição apresenta, desde logo, uma consequência: as forças que a fortalecem

trazem dentro de si um valor crítico, a partir da qual a rede se divide em pequenas

partes.

Conforme concepção de Gameiro (2003) chega-se a uma perspectiva

organizacional, em ascensão, que ao que tudo indica procura conferir uma resposta

terminativa à indagação acerca da importância de se estudar as organizações em

rede, assentadas nos modelos de grafos aleatórios e das redes sem escala, e que

corrobora inúmeros aspectos já descritos, peculiarmente no tocante à diversidade da

conectividade das redes.

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1.1.3. Os Atores Sociais e as suas Relações

A abordagem de Bilhim (2006) dá ênfase à organização que, por ser uma

entidade social, é composta por grupos e pessoas que se relacionam entre si. As

redes sociais são redes de interação contínua entre atores – indivíduos ou

organizações, diante das quais ocorre o intercâmbio de diferentes conteúdos

abstratos como informação, sentimentos, conselhos, ou coisas concretas como bens

e serviços. Tal interação pode suceder tanto em espaços físicos como em elos

virtuais, embora em ambos os contextos seja indispensável o envolvimento das

partes para concretização de um objetivo em comum, ou então, os objetivos não

seriam atingidos (SANTANITA, 2015).

O componente vital que marca a estrutura da rede é o ator, apresentando-se,

como uma unidade formada por um sujeito inserido em um agrupamento social. A

terminologia ator tem sido amplamente utilizada para designar cada “nó” em torno do

qual a dinâmica de rede vai se formando e expandindo através das pessoas, grupos

ou unidades, simetricamente ou assimetricamente interligados. Ao conjunto de

atores que estabelecem conexões alinhando interesses em comum dá-se o nome de

redes sociais, cuja característica essencial é a interação entre os membros

pertencentes à mesma rede, podendo evoluir com o tempo, ou se dissipar

(SNIJDERS, 2010).

Os grupos são formados a partir de um conjunto determinado de atores, cujas

relações acerca de um mesmo objeto são chamadas de laços, do ponto de vista de

Granovetter. De tal modo, é possível criar a rede solidariedade, para a projeção de

ações voltadas a intervir em uma dada realidade social, a partir dos diferentes atores

que conhecem e compartilham dos mesmos propósitos como, por exemplo, auxílio a

uma determinada entidade. Esses grupos, por seu turno, podem ser subdivididos em

subgrupos com a presença de atores com características próprias e capacidade de

construir sua própria teia de relacionamentos.

As relações ou laços são fruto dos relacionamentos, elos ou vínculos que vão

se consolidando entre os atores pertencentes a uma mesma rede social; laços que

são definidos levando-se em consideração a importância representada por uma

determinada espécie de relação em termos de dinâmica de rede.

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A interface de laços com critério igualitário de relacionamento é denominada

relação em rede. Os laços podem ser contextualizados com base na sua natureza,

origem, intensidade, duração e importância no alcance de determinados objetivos.

Granovetter (1973) ao definir vínculos, distingue que a eficácia da dinâmica

de rede é definida pelos laços fortes e laços fracos.

Segundo Granovetter (1973), a intensidade de um laço entre os indivíduos é

uma disposição ordenada, ao que tudo indica linearmente construída, que envolve a

dimensão de tempo, o nível de intensidade emocional e a intimidade entre os seus

membros e as atividades de cunho mútuo que regem o elo que as sustentam.

Em determinados casos, atores incomuns, que permeiam comunidades

diferentes, passam a ser protagonistas do influxo de valores que tendem a forçar um

determinado grupo a se adaptar às mudanças do ambiente. Na concepção de

Granovetter (1973), os vínculos interpessoais fortes, como parentesco e amizade

íntima possuem menor grau de relevância que os vínculos fracos, a exemplo dos

conhecimentos e afiliação a determinadas associações secundárias, na medida em

que fomentam a coesão e a construção de um ideário coletivo em uma determinada

comunidade. Há que se atentar para o fato de que os vínculos fracos podem

promover uma maior intensidade de relações em grupos de porte pequeno do que

os vínculos considerados fortes.

Granovetter (1973) aborda que os laços fracos formam uma ponte entre

grupos com laços fortes. De tal modo, para se dinamizar o nível de confiança de um

grupo coeso, o pressuposto básico é a presença de laços fracos. Entretanto, deve-

se atentar para a necessidade de construir uma base forte, para posteriormente se

ampliar os vínculos fracos, para que toda a rede seja eficiente. Diante deste

panorama, para que uma determinada comunidade possa ser dinâmica com um

contingente de capital social significativo é primordial relativizar-se a presença de

laços fracos. Assim sendo, ao mesmo tempo em que muitos laços fortes podem

gerar a preservação da ordem familiar, por outro lado, um enfoque centrado nos

laços fracos tende a provocar a autossuficiência social; condição diante da qual o

equilíbrio entre os laços é primordial.

Engajar-se em uma rede organizacional compreende muito mais do que

simplesmente trocar informações acerca das atividades que desempenha.

Compartilhar do espírito de rede representa estar disposto a realizar ações em nível

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coletivo, compartilhando valores e agindo de modo flexível, rompendo, portanto, com

o estabelecimento de limites geográficos, hierárquicos, sociais ou políticos

(FERNANDES, 2004).

Um dos mecanismos essenciais da rede de organizações é a formação de

pactos de cooperação, de auxílio mútuo e solidariedade. Tais práticas cooperativas

constituem-se como um instrumento de alternativas voltadas a intervir em uma

realidade social. Entretanto, a rede não deve ser entendida como um fim em si

mesmo, mas integrante de um procedimento voltado à ação que tende a preservar,

dinamizar ou encontrar caminhos e soluções que correspondam aos anseios dos

membros de uma determinada organização social (PAKMAN, 1995).

Como aponta Pakman, 1995, quanto maior a diversidade de alternativas,

maior será a possibilidade dos membros de uma organização de se engajarem como

sujeitos participativos e corresponsáveis pela construção e expansão da rede. A

rede, neste contexto, além de fato social, constitui-se em um espaço de

aprofundamento das relações travadas no âmbito de uma determinada sociedade e

o cotidiano que a permeia, funcionando, na realidade, como um locus privilegiado

para a organização da vida dos membros que a integram, embora atrelada à

determinada utopia, que não se projeta no futuro, pelo contrário, se perfaz como

algo presente.

Para Saidón (1995), as redes sociais são um agrupamento de pessoas que

estão dispostas a se unir, compartilhar e agir em torno de objetivos comuns. É uma

prática que induz ao questionamento dos diferentes mecanismos que conduzem à

autogestão, operando a transição do grupo-objeto em grupo-sujeito.

Granovetter (1973) considera o papel das redes sociais instrumento propício

para a configuração de pontes entre diferentes grupos, identificando-se onde cada

indivíduo trabalha, a quem ele se reporta, como ocorre o contato informal entre as

pessoas e quais informações compartilham, dinamizando o acesso a informações e

os contatos disponíveis em outros meios. De tal modo, o relacionamento em rede

incentiva o desenvolvimento de projetos coletivos, o potencial de seus integrantes, a

ampliação da eficiência organizacional e a eficácia social dos grupos.

As diversidades existentes nas relações, seus fluxos e elementos de

interações, os laços que potencializam a dinâmica da organização e como os

indivíduos se integram na rede são pontos destacados através da análise de redes

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sociais; compreender é ir além dos grafos e mapear a complexidade dessas

relações (MARTELETO, 2010).

O modo de representação gráfica, expressa como o conhecimento relevante

flui pelas redes informais internas e externas da organização, conforme apresentado

por Valle (2013) na Figura 9.

Figura 9 ‒ Fluxos Formais e Informais do Conhecimento Fonte: Valle (2013, p.27)

Essa relação construída por Valle (2013) permite apontar quais os nós

encontrados, a densidade, coesão e conexões entre os atores, além de identificar os

elementos que influenciam essa rede de maneira positiva e negativa, visando criar

oportunidades para corrigir e melhorar o ambiente organizacional.

Nessa dimensão, pode-se identificar que a comunicação, o conhecimento, a

cooperação, bem como qualquer outro tipo de interação existente em uma

organização não é limitada às relações formais, sendo importante dar atenção às

relações informais existentes nas organizações.

Desse modo, as relações existentes na organização não se restringem

apenas às relações hierárquicas, mas também nos meios informais. Essa análise

aborda como os vínculos foram constituídos, como se transformam, qual o nível de

interação e se os vínculos foram de maneira intencional ou não (JUNQUEIRA,

2000).

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Marteleto (2010), em termos de comunicação organizacional, enfatiza que, as

interações decorrem de um ou mais agrupamentos de atores e as relações

estabelecidas entre eles, em certo período de tempo, contexto no qual se

evidenciam dois elementos essenciais, quer sejam: atores e laços.

A construção dos vínculos entre os atores com foco na realidade depende

muito das ações estratégicas elucidadas pela organização que, ao longo do tempo,

visam fortalecer as relações de comunicação, amizade, cooperação e confiança,

sendo essa última considerada o fator central nas motivações de cooperação entre

os atores (PUTNAM, 1996; EVANS, 1996; O´TOOLE, 1997; LECHNER, 1997;

ROVERE, 1999).

Um estudo realizado em 2011, pelo Corporate Leadership Council – Human

Resources (CLC) menciona que os processos de colaboração na organização têm

como princípios: facilitar, fomentar e incentivar relações, administrando as interações

colaborativas; filtrar e catalisar encontros, conectando as pessoas certas e com

interesses comuns; focar nas ações de rede, alinhadas com a missão da

organização.

Rovere (1999), no sentido de promover estratégias para o aprimoramento dos

vínculos entre os atores, propõe uma sequência de etapas, apresentadas no Quadro

1.

Quadro 1 ‒ Estratégias para Aprimoramento de Vínculos entre Atores Fonte: Rovere (1999, p. 25).

Etapa Ações Valor

1. ReconhecimentoReconhecer a existência do outro, sua posição

na rede.Aceitação

2. Conhecimento Conhecer o outro, o que faz, suas preferências. Interesse

3. Colaboração Prestar ajuda esporádica. Reciprocidade

4. Cooperação Compartilhar tarefas e recursos. Solidariedade

5. Associação Compartilhar objetos e projetos. Confiança

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Essas estratégias têm por objetivo colher informações relacionadas aos

valores com que os atores classificam as relações estabelecidas na rede. Essas

cinco etapas fazem parte do processo de construção existente em diferentes níveis,

cujo conhecimento ajuda a organizar, para monitorizar o grau de profundidade de

uma rede, onde cada um serve para apoiar/complementar o outro (ROVERE, 1999).

Castells (2007) cita que para promover vínculos entre os atores é necessário

que se tenha confiança entre os pares. A partir disso, é que se desenvolve um elo

de compromisso e cooperação entre os indivíduos, o que irá exigir das organizações

uma capacidade de ação dialógica sobre o contexto, as dificuldades e os resultados

esperados.

Na área da saúde, as organizações que nela atuam possuem particularidades

específicas relacionadas ao cuidado com a vida humana. São características

singulares de atendimento, valores, cuidado, o tipo de recursos, estrutura e modo de

avaliação dos resultados. São organizações que têm no seu quadro, especialistas

das mais diversas áreas, influenciados pela ética e emoção a prestarem serviços

diretamente aos seres humanos. Por esses e muitos outros motivos, as

organizações que prestam serviços na área da saúde são tidas como únicas e

diferentes das outras organizações (SANTANITA, 2015).

Ainda há particularidades acerca da relação de confiança nas organizações

de saúde para cumprir sua missão, curar e fazer o bem, pelos seus atores com os

pacientes e família. Essa relação é diferente da que ocorre em qualquer outro tipo

de organização (REIS, 2007).

A rede é construtiva entre os pares, redimensionada conforme a intensidade e

particularidade das organizações, bem como, das relações. Sua efetivação se dá por

meio da superação dos condicionantes sociais e o estabelecimento de alianças

entre sujeitos individuais e/ou coletivos, impulsionados por objetivos definidos e

ajustados coletivamente, para a projeção de uma nova dinâmica social

(JUNQUEIRA, 1999).

Tendo em vista as especialidades das organizações, Marteleto (2011) aponta

que as redes sociais se mostram como uma forma inovadora de rompimento com os

determinismos institucionais. O que há de diferenciado no trabalho em redes de

conexões é sua projeção como uma forma global de organização, com fulcro na

participação de cada indivíduo independente do seu conhecimento ou do seu

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cotidiano. Sendo assim, ao reconhecer a interdependência dos profissionais, é

possível mapear as relações que as integram para planejar ações de intervenção

(JUNQUEIRA, 2008).

Em uma organização com múltiplas especialidades, como é o caso da saúde,

que se complementam de forma inovadora e dinâmica, é preciso estimular as trocas

de conhecimento entre os profissionais para uma atuação integrada no

enfrentamento dos problemas sociais, respeitando as peculiaridades e a diversidade

de ideias e valores (HUSTAD, 2004).

Para Terra (2000), uma organização que presta serviço de saúde, por ser

uma entidade social e com múltiplas especialidades de atendimento, precisa que os

atores atuem coletivamente em rede para que esse conhecimento produza

vantagens competitivas sustentáveis, capturando os conhecimentos com pessoas e

instituições que assumem compromisso em superar os problemas sociais.

Cabe salientar que as redes devem ser constituídas por indivíduos e

organizações que manifestem o desejo de integrá-las. As redes não podem ser

vistas compreendidas como instrumento de representação, mas sim, como sinônimo

de participação, mediante a interação entre seus membros.

Esse processo de redes realiza-se em setores públicos e privados, para a

gestão de políticas sociais ou de outras políticas. Essas redes incluem pessoas que

voluntariamente se unem seja incluindo seu saber, seu tempo ou sua experiência a

serviço do bem comum, para que os diversos segmentos sociais tenham uma vida

com qualidade.

As organizações privadas, mas sem fins lucrativos, na área da saúde,

assumem papel relevante na prestação dos serviços, constituindo-se um

instrumento de gestão para implementar mudanças na gestão dos serviços de

saúde, para garantir à população seus direitos sociais.

A gestão das políticas sociais mediante as organizações da sociedade civil,

alcançou expressão no campo da saúde, principalmente em hospitais públicos e em

outras unidades responsáveis pela gestão das políticas sociais.

Nesta perspectiva, a rede não é apenas a construção de um novo paradigma

em termos de parcerias e vínculos, mas, também, uma forma de mudar a realidade

social. Portanto, a colaboração entre os diferentes atores que compartilham saberes

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para a solução dos problemas de saúde, viabilizam não apenas novas práticas de

gestão, mas também novas maneiras para o enfrentamento desses problemas.

Com foco nas redes sociais e com vistas à promoção da saúde, a intensão do

próximo item é analisar as políticas sociais oferecidas as pessoas com deficiência

auditiva e intelectual. A educação e a inclusão do deficiente no mercado de trabalho.

1.2. POLÍTICAS SOCIAIS DIRECIONADAS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A principal política social voltada à defesa dos direitos da pessoa com

deficiência, tendo como consequência imediata sua inclusão social, é a Lei nº

7.853/1989, que trata da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora

de Deficiência (PNIPD), cuja regulamentação foi dada pelo Decreto nº 3.298/1999.

A PNIPD “compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam

assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras

de deficiência” (Art. 1º, Decreto 329/1999).

Conforme o Decreto nº. 3.298/1999, por deficiência deve-se entender toda

perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou

anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do

padrão considerado normal para o ser humano.

A legislação traz ao Estado, a obrigação de possuir e manter um Sistema

Integrado de Informações, o qual se encontra no âmbito da Secretaria de Estado de

Direitos Humanos do Ministério da Justiça, cujo nome é Sistema Nacional de

Informações sobre Deficiência. A missão desse sistema é manter uma base de

dados, que reúna e difunda informações sobre a população portadora de deficiência,

com vistas à realização de pesquisas sobre o tema.

Essa legislação estabelece os critérios para identificar se a pessoa tem ou

não perda auditiva. Com base no art. 4º, inciso III, uma pessoa com deficiência

auditiva é aquela que teve perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis

(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz

e 3.000Hz (BRASIL, 1989, 1989a).

A Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei

Orgânica da Saúde (LOS), ao dispor sobre as condições para a promoção, proteção

e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços que a elas

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correspondem, destaca ao longo do seu art. 2º, a saúde como um direito

fundamental do ser humano, cabendo ao Estado prover as condições indispensáveis

ao seu pleno exercício, assegurando, com base no art. 7º, inciso IV, a igualdade na

prestação da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer

espécie (BRASIL, 1990).

Considerando que é o universo de pesquisa não envolve todas as pessoas

com deficiência, mas àquelas portadoras de Deficiência Auditiva e Intelectual, serão

deixados de lado os aspectos que envolvem outros tipos de deficiência existentes.

Assim, nesse item será feita a abordagem da temática que envolve os

deficientes auditivos e intelectuais, tendo por finalidade identificar os cuidados que

dizem respeito a esse público de deficientes, bem como as políticas sociais que são

disponibilizadas a estas pessoas.

1.2.1. Deficiência Auditiva

A Constituição Federal de 1988 destaca, ao longo do seu artigo 23, quais são

as obrigações comuns a todas as esferas de governo, com objetivo de zelar pela

saúde e assistência pública, pela proteção e efetivação dos direitos e pelas

garantias da pessoa com deficiência (BRASIL, 1988). O reconhecimento jurídico

compreende uma dimensão moral resultante dos desdobramentos de lutas sociais,

que convergem em busca da ampliação da universalidade e de sensibilidade à

questão das pessoas com deficiência auditiva. O aumento nas relações de respeito

possibilita levar um maior número de indivíduos com deficiência auditiva a

conquistarem acesso e permanência em escolas e empresas, respeitadas as

particularidades de cada sujeito (BRAGA; SCHUMACHER, 2013).

Segundo dados do Relatório Mundial sobre a Deficiência, lançado pela

Organização Mundial da Saúde (2012) estima-se que mais de um bilhão de pessoas

vivam com alguma forma de deficiência, condição equivalente a 15% da população

mundial, sendo que, deste total aproximadamente 360 milhões sofrem com algum

tipo de perda auditiva (OMS, 2012).

Para caracterizar a deficiência auditiva como um distúrbio que afeta a audição

normal é preciso considerar diferentes situações, uma vez que sua causa pode

derivar de diferentes mecanismos, podendo ser: □ congênita, ou seja, concomitante

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com o nascimento; □ adquirida no momento do nascimento, ao passo em que

diferentes complicações podem ocorrer dentro do parto, bem como a presença de

doenças infectocontagiosas após o nascimento; e □ decorrentes de doenças

adquiridas pela mãe ao longo do período gestacional ou associadas a fármacos que

na gestação atingiram o ouvido do feto (JESUS, 2009).

A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, ao dispor expressamente sobre o

apoio às pessoas com deficiência e sua integração social está alicerçada na

necessidade de ações governamentais que venham colaborar no repúdio a qualquer

forma de discriminação ou preconceito; condição relevante que se configura como

obrigação a ser encarada tanto pelo Poder Público, quanto pela sociedade civil

organizada (BRASIL, 1989). O deficiente auditivo possui diferenças específicas que

não permitem igual tratamento jurídico; nessa perspectiva, o princípio da igualdade

deve ser entendido socorrendo-se à noção de justiça distributiva que demanda o

tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, na medida dessa desigualdade

(BRAGA; SCHUMACHER, 2013).

As pessoas com algum tipo de comprometimento auditivo representam um

contingente populacional significativo, sendo que uma parcela desse contingente

apresenta dificuldades auditivas severas, como aponta a Associação de Deficientes

Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de Implante Coclear (ADAP, 2013).

Entre as privações sensoriais, a deficiência auditiva tende a ser a mais

expressiva, pois impacta diretamente uma das principais habilidades humanas, qual

seja, a comunicação; condição que tende a condicionar o sujeito ao isolamento,

fazendo com que o mesmo deixe de estabelecer relações sociais com seus pares

(SCHEFFER; FIALHO; SCHOLZE, 2009). Embora faça parte da sociedade, há uma

luta contínua em prol do reconhecimento dos direitos e garantias da pessoa com

deficiência auditiva em termos de inclusão social, o que inclui o acesso a

atendimento clínico, educação e processos formativos voltados à inserção no

mercado de trabalho (SOUZA; CARNEIRO, 2007).

Ao poder público cabe, prioritariamente, promover ações que assegurem e

garantam efetivamente os direitos básicos às pessoas com deficiência, em termos

de educação, saúde, trabalho, lazer, integração à Previdência Social e amparo à

infância e a maternidade, dentre outros preceitos que conduzam ao bem-estar

pessoal, social e econômico de todos os grupos sociais existentes (Art. 2º, Lei nº.

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7.853/89). Neste contexto, é importante assegurar a igualdade de oportunidades às

pessoas com deficiência auditiva, garantindo condições e situações reais que

propiciem qualidade de vida a esse segmento da sociedade, condição que vai além

de um enfoque na prevenção de riscos geradores de doenças e morte, ao passo em

que se revela por meio de ações tendentes a superar qualquer entrave de acesso a

bens e serviços fundamentais à qualidade de vida da pessoa com deficiência

(PAIVA et al., 2014).

O ponto elementar da condução das políticas públicas passa a ser a

autonomia da pessoa com deficiência. Disso emerge considerações de ordem moral,

marcadas pelo ideal normativo de igualdade de oportunidades, condição que

pressupõe que todas as pessoas pertençam a uma ordem social pretensamente

justa, que não sofra nenhuma interferência ou venha a ser alvo de distorções por

fontes arbitrariamente impostas (SOUZA; CARNEIRO, 2007). Em termos ideais, uma

sociedade humanamente justa é aquela em que as relações sociais são construídas

para assegurar que todos os seus membros possam desfrutar dos elementos

considerados indispensáveis para uma vida digna. Em outros termos, uma

sociedade cuja integração social se perfaz por intermédio da institucionalização dos

princípios de reconhecimento da dignidade da pessoa humana (BRAGA;

SCHUMACHER, 2013).

Gradativamente, a sociedade tem aprendido a lidar com as diferenças,

reconhecendo a diversidade como um traço que marca a sua própria constituição,

respeitando a pessoa com deficiência auditiva. Trata-se de uma política que

contribui para a efetividade de um processo de inclusão social que favorece o

crescimento pessoal, profissional e rentável do deficiente auditivo. (SOUZA;

CARNEIRO, 2007).

A deficiência é um atributo ou característica que marca a identidade de um

determinado grupo social. Surge com a sociedade moderna a consolidação dos

direitos da cidadania, que marca, de forma peculiar, o exercício dos direitos sociais.

(SOUZA; CARNEIRO, 2007). Cabe salientar que ao longo da história as pessoas

com deficiência passaram por extremas dificuldades para sobreviverem em um

cenário nefasto, tanto para conseguirem uma vida produtiva, como para sua

realização pessoal (HAWKING, 2011).

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No Brasil, a construção de políticas públicas envolvendo a questão da

deficiência é algo recente, representa um avanço significativo no reconhecimento

dos direitos e garantias fundamentais da pessoa com deficiência. Assim sendo, o

percurso transcorrido entre a exclusão e a inclusão do sujeito com deficiência está

relacionado diretamente com os valores econômicos, sociais e culturais de um dado

momento histórico (SILVA, 2009).

No que concerne à inserção da pessoa com deficiência auditiva no mercado

de trabalho, destacam-se, as disposições da Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991,

também conhecida como Lei de Cotas, determinando a obrigatoriedade das

empresas com 100 ou mais funcionários preencherem de dois a cinco por cento dos

seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência

(BRASIL, 1991).

Com vistas à promoção do bem-estar social da pessoa com deficiência, a Lei

nº. 10.048, de 08 de novembro de 2000, estabelece direito de prioridade a inúmeras

categoriais que compõem a sociedade, dentre as quais, as pessoas com deficiência,

tornando tal preceito de ordem obrigatória por parte das repartições e logradouros

públicos e empresas concessionárias de serviços públicos, instituições financeiras,

empresas públicas de transporte e concessionárias de transporte coletivo (BRASIL,

2000).

A Lei nº. 10.098/00 estabelece definições substanciais para a inclusão social

da pessoa com deficiência, definindo por acessibilidade a possibilidade de fruição

com segurança e independência de diferentes espaços, meios de transporte,

informação e comunicação, incluindo o acesso a tecnologias assistidas que

promovem uma maior funcionalidade e a integração a diferentes modos de

comunicação que compreendem dentre outros meios, a Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de

comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a

linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz

digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de

comunicação (BRASIL, 2000a).

Em termos educacionais, o Decreto nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005,

dispõe sobre a inclusão de LIBRAS como disciplina curricular, apontando ao longo

do seu art. 3º que a LIBRAS deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória

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nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível

médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino,

públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2005).

Embora com as transformações operadas por tais políticas, em termos de

inclusão da pessoa com deficiência no meio social e escolar, a trajetória da exclusão

à inclusão tem se mostrado longa, árdua e penosa, em um contexto no qual

inúmeras dificuldades e obstáculos precisam ser rompidos (SILVA, 2009). Mesmo

com os avanços já alcançados, tem-se um caminho longo a percorrer e com sérios

entraves e obstáculos a serem superados, pois as pessoas com deficiência auditiva

são vitimizadas e tratadas com censura em relação à deficiência (PAIVA et al.,

2014).

Com vistas a modificar tal situação, o Decreto Presidencial nº. 7.612, de 17 de

novembro de 2011, instituiu o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com

Deficiência – Plano Viver sem Limite – baseado em diretrizes que buscam garantir:

- a efetividade da educação inclusiva, assegurando à acessibilidade aos equipamentos públicos de educação, inclusive, através do acesso ao meio de transporte condizente com as necessidades da pessoa com deficiência; - ampliação do nível de participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho pela implementação de ações destinadas à capacitação e qualificação profissional; - maior acessibilidade da pessoa com deficiência às políticas assistenciais e de combate à marginalização social; - prevenção das causas que conduzem à deficiência; - dinamização e expansão da rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência, de modo peculiar, assegurando a disponibilidade de serviços de habilitação e reabilitação; - melhoria do nível de acesso à habitação adaptável e demais recursos visando a promoção da acessibilidade; e - promoção do acesso da pessoa com deficiência aos benefícios da tecnologia assistiva.

De tal modo, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência –

Plano Viver sem Limite está alicerçado em quatro eixos essenciais, quer sejam:

ampliação do acesso à educação; atenção à saúde; inclusão social e promoção da

acessibilidade (BRASIL, 2011).

Inserida neste contexto, a Portaria nº. 793, GM/MS, de 24 de abril de 2012,

institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único

de Saúde, pautada nas seguintes diretrizes:

- respeito aos direitos humanos e preservação da autonomia, independência e liberdade das pessoas com deficiência; - promoção da equidade e

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respeito às diferenças e aceitação de pessoas com deficiência, com vistas ao enfrentamento de estigmas e preconceitos; - garantia de acesso e de qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; - atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas com deficiência; - diversificação das estratégias de cuidado; - desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania; - foco em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares; - organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; - promoção de estratégias de educação permanente; - desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular; - e desenvolvimento de pesquisa clínica e inovação tecnológica em reabilitação, articuladas às ações do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

Há que se atentar ainda para as disposições elencadas na Portaria nº. 835

GM/MS, de 25 de abril de 2012, que institui incentivos financeiros de investimento e

de custeio para o Componente Atenção Especializada da Rede de Cuidados à

Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Tais disposições

situam os Serviços Especializados de Reabilitação como pontos de atenção do

componente Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual,

Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências, sendo estratégicos no processo de

reabilitação para pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva,

regressiva ou estável; intermitente ou contínua. O Centro Especializado de

Reabilitação (CER) é um ponto de atenção ambulatorial que realiza diagnóstico,

avaliação, orientação, estimulação precoce e atendimento especializado em

reabilitação, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva,

constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território nacional,

podendo ser organizado da seguinte forma: CER II que compreendendo duas

modalidades de reabilitação; CER III constituído por três modalidades de

reabilitação; e CER IV que é composto por quatro modalidades de reabilitação

(BRASIL, 2013).

Os CERs estão planejados de forma a constituírem agrupamentos que

permitam flexibilidade, em especial para os CER II e III de ampliações futuras. Os

módulos são: Física, Auditiva, Visual e Intelectual, aos quais são acrescentados os

módulos de apoio, sendo que cada módulo possui os ambientes condizentes com as

necessidades específicas (BRASIL, 2013).

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De acordo com o artigo 11 do Decreto nº. 7.612, de 17 de novembro de 2011

o Plano Viver sem Limite será custeado através de recursos provenientes das

seguintes fontes:

- dotações orçamentárias da União consignadas anualmente nos orçamentos dos órgãos e entidades envolvidos na implementação do Plano, observados os limites de movimentação, de empenho e de pagamento fixados anualmente; - recursos oriundos dos órgãos participantes do Plano Viver sem Limite que não estejam consignados no Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União; e - outras fontes de recursos destinadas por Estados, Distrito Federal, Municípios, ou outras entidades públicas e privadas.

Reconhece-se, de tal modo, que a gestão das políticas públicas direcionadas

à pessoa com deficiência auditiva embora seja de substancial importância, ainda

resta assegurar que os direitos e garantias deste segmento populacional sejam

efetivados, pois não basta apenas a elaboração de leis e normas, mas sim que o

panorama social seja modificado. O entendimento sobre a importância de conviver

com a pessoa com deficiência deve ser desmistificado, por que sem entendimento

não há respeito, nem possibilidade de transformação da realidade social existente

(PAIVA et al., 2014).

Dentre as políticas públicas direcionadas à pessoa com deficiência auditiva,

destacam-se:

Identificação Precoce da Deficiência Auditiva

A deficiência auditiva, se detectada precocemente poderia se reduzir pela

metade a incidência de casos de deficiência auditiva no mundo, bem como

reduzidos os impactos sociais que dela decorrem, ao passo em que existem

diversas possibilidades de intervenção disponibilizados para garantir o

desenvolvimento, principalmente em crianças, da audição, fala ou linguagem. (OMS,

2012).

Preconiza-se que às perdas auditivas congênitas, aquelas presentes desde o

nascimento, identificadas no máximo até o primeiro mês de vida, e que tenham a

confirmação deste agravo até o terceiro mês, possibilitaria efeito significativo nos

resultados com intervenções de habilitação oferecidas à criança e suas famílias

(JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING – JCIH, 2007; LEWIS et al., 2010).

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O Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) estima que a prevalência de perdas

auditivas permanentes e congênitas na população de neonatos tem variação entre 1

a 6 por mil nascidos vivos (1-6/1000) e de 1 a 4 em cem nascidos vivos (1-4/1000)

provenientes de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Desta forma, torna-

se importante que estes neonatos, com deficiência auditiva, possam ser

diagnosticados e tratados o mais precocemente possível. (BRASIL, 2012; LEWIS et

al., 2010).

A deficiência auditiva apresenta prevalência significativa se comparada com

doenças passíveis de triagem nos recém-nascidos, como a fenilcetonúria (1:10.000),

o hipotireoidismo (2,5:10.000) e a anemia falciforme (2:10.000), que já integram por

lei o programa de triagem realizado nos neonatos após o nascimento, e que

apresentam uma prevalência inferior à surdez (30:10.000), segundo dados do

National Center for Hearing Assessment and Management (NCHAM, 2012).

As crianças consideradas de maior risco são aquelas que possuíram em suas

histórias os seguintes indicadores: história familiar de deficiência auditiva

neurossensorial desde a infância; infecções congênitas como a rubéola,

citomegalovírus, toxoplasmose, herpes, sífilis e HIV+; crianças que apresentem

malformação de cabeça e pescoço; síndromes cuja uma das características possa

ser a deficiência auditiva; e crianças que tenham permanecido por mais de 48hs na

UTI neonatal.

A Lei nº 12.303, de 2 de agosto de 2010, que apoia a realização da triagem

auditiva neonatal dispõe no seu Artigo 1° que “É obrigatória à realização gratuita do

exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas, em todos os hospitais e

maternidades nas crianças nascidas em suas dependências” procedimento a ser

aplicado a todos os recém-nascidos antes da alta hospitalar (BRASIL, 2010a).

A diretriz que contempla a identificação precoce é a realização da Triagem

Auditiva Neonatal Universal (TANU) em todos os recém-nascidos em território

nacional (BRASIL, 2010a).

O Plano Viver sem Limite prevê a revisão do marco normativo da Política

Nacional de Triagem Neonatal, que passará a integrar o componente sanguíneo da

triagem (Teste do Pezinho), triagem auditiva (Teste da Orelhinha) e a triagem ocular

(Teste do Olhinho). O Teste da Orelhinha consiste na realização de uma avaliação

auditiva em recém-nascidos para o diagnóstico precoce de perda auditiva, que tem

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sua incidência de 1 a 2 por 1.000 nascidos vivos na população geral. O teste é muito

importante para que o tratamento possa ser iniciado o mais brevemente possível.

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por finalidade a identificação, o mais

precocemente possível, da deficiência auditiva nos neonatos e lactentes. Consiste

no teste e reteste, com medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição, com o

intuito de encaminhá-los para diagnóstico dessa deficiência, bem como para

intervenções adequadas à criança e sua família (BRASIL, 2012).

Acredita-se que essa identificação precoce em todos os recém-nascidos,

antes da alta hospitalar, por meio de realização da Triagem Auditiva Neonatal

Universal (TANU), realizada especificamente nos primeiros dias de vida é uma

estratégia que pode contribuir para o desenvolvimento destas crianças, afinal, caso

a identificação confirme o diagnóstico positivo de deficiência realiza-se a intervenção

e os tratamentos adequados.

Entende-se por identificação precoce quando o exame é realizado no máximo

no primeiro mês de vida do indivíduo e concluído o diagnostico até o terceiro mês.

Caso não ocorra essa identificação precoce, a intervenção e os tratamentos

necessários para os neonatos com deficiência auditiva não são realizados, o que

pode afetar o desenvolvimento da criança.

Para cumprir a lei, hospitais e maternidades brasileiros devem realizar a

implantação dos Programas de Triagem Auditiva Neonatal Universal.

De acordo com o Joint Committee on Infant Hearing (2007), as medidas

fisiológicas devem ser aplicadas para identificar perda auditiva em recém-nascido.

Os pontos de recomendação para Emissões Otoacústicas (EOA) e Audiometria

Automática de Tronco Encefálico (AABR – Automatic Auditory Brainstem Responde)

devem ser utilizadas para a triagem auditiva neonatal.

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN), portanto, tem como objetivo e meta de

programa, a identificação precoce de deficiência auditiva e, com o sistema de

verificação simples que possui, pode ser realizada em hospitais públicos ou

privados. Pode ainda ser realizada como procedimento ambulatorial, contanto que a

criança esteja no primeiro mês de vida.

Realizar a triagem auditiva é uma maneira de garantir aos neonatos ou

lactantes, que tenham predisposição genética para a deficiência ou que tenham

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sofrido complicações durante a gestação, desenvolver habilidades de oralidade e

leitura idênticas às crianças sem problema auditivo (OMS, 2005).

Caracterizam-se neonatos identificados com indicadores de risco para

deficiência auditiva (IRDA) os que apresentam em seus históricos, conforme o JCIH

(2007) e Lewis et al. (2010):

□ Preocupação dos pais com o desenvolvimento da criança, da audição, fala ou linguagem.

□ Antecedente familiar de surdez permanente, com início desde a infância, sendo assim considerado como risco de hereditariedade. Os casos de consanguinidade devem ser incluídos neste item.

□ Permanência na UTI por mais de cinco dias, ou a ocorrência de qualquer uma das seguintes condições, independentemente do tempo de permanência na UTI: ventilação extracorpórea; ventilação assistida; exposição a drogas ototóxicas como antibióticos aminoglicosídeos e/ou diuréticos de alça; hiperbilirrubinemia; anóxia perinatal grave; Apgar Neonatal de 0 a 4 no primeiro minuto, ou 0 a 6 no quinto minuto; peso ao nascer inferior a 1.500 gramas.

□ Infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis, HIV).

□ Anomalias craniofaciais envolvendo orelha e osso temporal.

□ Síndromes genéticas que usualmente expressam deficiência auditiva (como Waardenburg, Alport, Pendred, entre outras).

□ Distúrbios neurodegenerativos (ataxia de Friedreich, síndrome de Charcot-Marie-Tooth).

□ Infecções bacterianas ou virais pós-natais como citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite.

□ Traumatismo craniano.

□ Quimioterapia.

A realização da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) caracteriza-se por identificar

a deficiência auditiva nos neonatos e lactantes. Esse procedimento consiste na

aplicação do teste e reteste. O reteste é aplicado em crianças que apresentaram

falha na primeira testagem (geralmente em um prazo de 15-30 dias) e, ainda, caso a

identificação desta falha permaneça após o reteste, é realizado o encaminhamento

para diagnóstico a fim de confirmar a perda auditiva. O tratamento compatível, em

todos os casos de confirmação de perda, deve ter início assim que o diagnóstico for

concluído (GORGA; NEELY, 2003).

Identificar a deficiência auditiva na infância é uma maneira de prevenir efeitos

devastadores que podem acometer a vida do indivíduo diagnosticado,

principalmente, na qualidade da comunicação destas pessoas, além daquelas

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relacionadas aos aspectos de aprendizagem, educação e oportunidades de trabalho.

(DAVIS; DAVIS, 2011).

Burke, Shenton e Taylor (2011) alertam que as crianças com deficiência

auditiva que não são tratadas podem custar para a sociedade aproximadamente

1,1263 milhões de dólares ao longo de sua vida útil.

Assim, detectar essa deficiência precocemente é contribuir para fornecer

intervenção imediata, proporcionando melhores resultados para o desenvolvimento

da fala, da linguagem, da função auditiva, do processo de aprendizagem no geral,

ou seja, melhores resultados quanto à inclusão no mercado de trabalho, melhor

qualidade de vida e igualdade de oportunidades na sociedade. (BURKE; SHENTON;

TAYLOR, 2011).

Essas justificativas servem de base para que recursos financeiros sejam

destinados às ações voltadas à saúde auditiva, entre elas a promoção à saúde,

medidas preventivas, identificação e diagnóstico precoce e, se necessário, a

intervenção precoce para aqueles diagnosticados positivamente com algum tipo e

grau de perda auditiva. Afinal, essa é uma questão de saúde pública, e o estado tem

o dever de garantir a todos os cidadãos o direito de exercer plenamente os papéis

sociais (DAVIS; DAVIS, 2011).

Como se vê, o diagnóstico precoce é essencial, tanto do ponto de vista social,

como em termos de eficácia das políticas públicas, favorecendo a inserção do

sujeito com deficiência auditiva no âmbito escolar e no mercado de trabalho,

ampliando, consequentemente, a acessibilidade e uma gama de bens e serviços.

Em face de tais mecanismos analisa-se, ao longo do próximo item, as

mudanças relacionadas à promoção da educação da pessoa com deficiência

auditiva, marcadas notadamente pela superação do preconceito e discriminação

relacionada à deficiência.

Educação de Surdos

A educação do deficiente auditivo passou por profundas transformações ao

longo da história: da exclusão à defesa em torno de uma educação inclusiva

pautada no ideário de uma educação para todos. As barreiras são muitas, mas o

respeito e a compreensão sobre a deficiência e de que o indivíduo precisa ter

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acesso à educação, saúde e trabalho para ingressar e participar ativamente da vida

em sociedade representa um passo importante que impacta sobre os indivíduos e a

sociedade (BARROS; HORA, 2009). O movimento de inclusão escolar, a educação

escolar do indivíduo com surdez apresenta-se como um desafio, que tem sido

enfrentado pelas instituições escolares que acolhem a inclusão, sem qualquer

condicionamento ou limitação (SILVA, 2009).

Nos países mais desenvolvidos, a educação inclusiva ganhou uma dimensão

ampla a partir dos anos 1990, passando a educação inclusiva a fazer parte do

grande debate que gira em torno da manutenção de condições ideais de acesso e

permanência nas escolas (MANTOAN; PRIETO, 2006).

A educação inclusiva, em qualquer nível de escolaridade, tem por objeto não

somente o atendimento das necessidades da pessoa com deficiência, mas a

qualquer tipo de aluno, favorecendo no cotidiano escolar a incorporação de uma

cultura voltada ao reconhecimento, valorização e concretização de novas atitudes

para com a diversidade existente (MANENTE; RODRIGUES; PALAMIN, 2007).

Sua efetivação é dependente da atitude e perspectiva sobre a qual está

fundamentada a prática pedagógica adotada pelos professores e o modo de

organização e gestão da instituição escolar e das turmas. À atitude, a postura

adotada diante das necessidades especiais é essencial para o desenvolvimento das

pessoas com deficiência. Além da prática pedagógica, a adaptação do currículo e a

oferta de uma pedagogia pautada na cooperação, bem como métodos de ensino

que conduzam a uma aprendizagem cooperativa são primordiais para que todos

venham se beneficiar de um contexto escolar inclusivo (SILVA, 2009).

A escola precisa redimensionar suas práticas para o devido acolhimento da

pessoa com surdez. A educação inclusiva apresenta-se, como um modelo de

educação que consagra o respeito às diferenças e o reconhecimento da diversidade

como traço característico de nossa sociedade (JESUS, 2009).

Na prática o que se vê é que a grande maioria dos deficientes auditivos tem

procurado, de forma autônoma, os recursos adequados para alcançarem o máximo

de rendimento na escola, socorrendo-se do auxílio dos seus colegas, munindo-se da

estratégia de sentar-se nas primeiras carteiras em sala de aula e até mesmo

buscando auxílio familiar para a realização das tarefas, não esperando que a

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instituição escolar venha fazer algo que reverta a realidade a qual estão expostos

(MANENTE; RODRIGUES; PALAMIN, 2007).

Há que se entender que a escola justa e capaz de acolher a todos não está

amparada no fato de os homens serem iguais e nascerem de modo igualitário; pelo

contrário, reconhece as diferenças naturais como um mecanismo que retrata a

diversidade em torno da qual a sociedade está consolidada, contribuindo de forma

eficaz para combater as desigualdades sociais que derivam das relações

socialmente construídas quer sejam, em nível ideológico, político e econômico

(MANTOAN; PRIETO, 2006).

Neste contexto, a análise do processo de escolarização do sujeito com

surdez, induz necessariamente a debater sobre os limites e possibilidades que a

sustentam, ao mesmo tempo em que não se pode ignorar as práticas de

diferenciação, consistentes nas atitudes da sociedade para com a pessoa surda

(SILVA, 2009).

A temática da surdez compreende diferentes dimensões: □ do ponto de vista

médico (envolvendo a etiologia, o diagnóstico e a colocação de um implante coclear;

□ do ponto de vista linguístico (processos estanques de apropriação e

desenvolvimento da linguagem oral e/ou de sinais); □ de natureza educacional (a

oferta de uma educação que atenda às necessidades da pessoa com surdez); □ de

natureza terapêutica (a inclusão de conhecimentos advindos da fonoaudiologia; de

natureza social (prejuízo nas trocas e interações com o mundo ouvinte; □ de

natureza trabalhista (as barreiras na conquista de um emprego e a ampliação da

cota para deficientes) e de natureza política (busca incessante pela efetivação dos

direitos da pessoa com surdez e o reconhecimento da LIBRAS como a língua

materna do indivíduo surdo (SANTANA, 2007).

É inegável, neste contexto, o fato de que o indivíduo com surdez se depara

com inúmeros obstáculos ao longo da sua trajetória escolar, quer seja, em face da

perda da audição, quer seja, em razão da forma pela qual estão organizadas as

propostas educacionais, notadamente voltadas para a grande maioria “ouvinte”

(SILVA, 2009).

Na realidade, a eficácia do processo educacional dirigido ao aluno surdo

acaba sendo comprometida pela ausência de estímulos que conduzam ao

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desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e cultural, gerando prejuízos sensíveis ao

processo de aprendizagem (SILVA, 2009).

Para que a oferta da educação dirigida ao deficiente auditivo seja plenamente

difundida, torna-se, essencial, um planejamento que considere, a priori, o

diagnóstico do grau de comprometimento auditivo, a faixa etária na qual essa

sucedeu, o nível de comprometimento da linguagem, bem como os demais

elementos que norteiam o seu desenvolvimento intelectual, emocional e

sociocultural (BRASIL, 1995).

Evidencia-se, consequentemente, que a escolarização da pessoa com surdez

deve ocorrer desde a Educação Infantil até a Educação Superior, assegurando

desde a tenra idade a disponibilidade de recursos que venham atender suas

necessidades e especificidades, auxiliando-o a superar as dificuldades encontradas

ao longo de tal processo, desfrutando do direito à educação que lhe é assegurado e

se tornando um cidadão consciente e participativo (SILVA, 2009).

É de substancial importância a estimulação precoce do bebê surdo, ao passo

em que viabiliza o uso de capacidades antes que a deficiência imponha maior

gravame à compreensão do mundo que o rodeia, obstaculizando a estruturação

normal da linguagem (BRASIL, 1995).

Sob o ideário da educação inclusiva consagra-se a inserção do aluno com

deficiência na rede regular de ensino, com a disponibilidade de um ambiente,

estrutura, metodologias e práticas pedagógicas que venham atendê-lo em sua

singularidade (JESUS, 2009).

Neste contexto, a abordagem que marca o processo de ensino voltado ao

aluno com deficiência deve considerar a severidade da perda auditiva, a faixa etária

em que tenha ocorrido e, consequentemente, o nível de comprometimento da

linguagem, que certamente induz às barreiras no processo comunicativo (BRASIL,

1995).

Um dos aspectos peculiares do processo de escolarização direcionado à

pessoa com surdez repousa no fato de que diferentes áreas do conhecimento

apresentaram soluções conflitantes para a prática da comunicação do indivíduo

surdo. Há de um lado, um discurso apregoando o oralismo, buscando adaptar o

indivíduo surdo ao mundo da oralidade, por meio de recursos tecnológicos que o

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auxiliem a ouvir. Por outro lado, defende-se o bilinguismo, reconhecendo a Língua

de Sinais como a língua materna do surdo (SANTANA, 2007).

A proposta Bilíngue considera, preliminarmente, que o indivíduo com

deficiência auditiva deve se apropriar da língua de sinais, para posteriormente

aprender a Língua Portuguesa, condição que exige preparação adequada dos

profissionais responsáveis por sua difusão, orientação e supervisão da equipe

pedagógica e orientação aos genitores para que venham participar de todo o

processo (BRASIL, 1995).

A efetivação da inclusão social e educacional se faz através do

compartilhamento de sentimentos e posturas ao próximo considerando-o como um

cidadão. A inclusão escolar está pautada de tal modo no respeito às diferenças

individuais, no reconhecimento da diversidade humana, na prática cooperativa, na

concretização de laços de solidariedade, que façam com que cada sujeito se sinta

membro da sociedade, refutando-se, de tal modo, qualquer mecanismo de exclusão,

e assegurando que todos possam exercer sua cidadania de forma livre e consciente

(JESUS, 2009).

Ao acesso do deficiente auditivo no ensino superior, destacam-se como

elementos essenciais para a efetivação deste processo a trajetória escolar, o apoio

familiar e o incentivo dos profissionais docentes. Isso porque, algumas das

dificuldades relacionadas ao fracasso escolar anterior são: ausência de apoio do

núcleo familiar e escolar (MANENTE; RODRIGUES; PALAMIN, 2007).

Assim como se evidencia que aspectos relacionados ao ambiente escolar

como o nível de desempenho, apoio docente e familiar, bem como acesso à

tecnologia adequada são instrumentos facilitadores do acesso ao nível superior,

embora as instituições não estejam devidamente preparadas para o acolhimento do

universitário com deficiência auditiva (MANENTE; RODRIGUES; PALAMIN, 2007).

Cabe então situar a presença do deficiente auditivo no ensino superior como

um grande avanço, mesmo ainda sendo incipiente o número de pessoas com esta

deficiência nos centros universitários; condição que revela a falta de preparo das

instituições universitárias para o atendimento das especificidades, sobretudo, no que

diz respeito às metodologias e processo de avaliação adotados, que desconsideram

as capacidades e potencialidades da pessoa com deficiência (MANENTE;

RODRIGUES; PALAMIN, 2007).

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Ao lado da importância da promoção da educação inclusiva com vistas à

democratização do espaço escolar e, consequentemente, ampliação dos níveis de

acesso e permanência da pessoa com deficiência na rede regular de ensino,

destaca-se, ao longo do próximo item, a necessidade de inclusão do deficiente

auditivo no mercado de trabalho, com vistas ao favorecimento de sua autonomia e

independência.

Inclusão do Deficiente Auditivo no Mercado de Trabalho

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) embora a

proteção social tenha sido ampliada em nível mundial, as pessoas com deficiência

ainda sofrem com a desigualdade, sendo indispensável assegurar uma vida

saudável para todo ser humano. Neste contexto, um dos principais mecanismos de

inclusão social da pessoa com deficiência está relacionado à sua inserção no

mercado de trabalho, condição que implica não apenas no acesso a um emprego, e

sim, na capacidade de possibilitar a construção de sua autonomia e independência,

além de tornar o indivíduo apto a contribuir com a manutenção do núcleo familiar do

qual faz parte (MOREIRA et al., 2008). No entanto, mesmo que o acesso ao

trabalho seja um dos mecanismos primordiais para assegurar condições dignas e a

qualidade de vida do ser humano, as pessoas com deficiência auditiva têm sofrido

com um mercado de trabalho que deixa à margem aqueles que fogem dos padrões

de normalidade impostos pela própria sociedade (FRANCELIN; MOTTI; MORITA,

2010).

Sabe-se que, historicamente, as pessoas com deficiência eram excluídas do

mercado de trabalho e até mesmo da “vida em sociedade”; eram consideradas

incapazes e, consequentemente, eram privadas do convívio social até mesmo por

parte de seus próprios familiares. Com a finalidade de reverter tal quadro emerge um

aparato legislativo que consagra condições diferenciadas para acessibilidade da

pessoa com deficiência no mercado formal de trabalho (GARCÍA, 2014).

A legislação brasileira tem se firmado como uma das mais promissoras em

termos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, sendo que

desde a Constituição Federal de 1988 até a Convenção Internacional sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo país em 2008 (BRASIL, 2009),

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assegura uma série de direitos e garantias legais indispensáveis para o

enfrentamento da problemática relacionada à inclusão do sujeito com deficiência no

mercado formal.

Todavia, ainda há níveis muito baixos de inclusão da pessoa com deficiência

no mercado formal de trabalho no cenário brasileiro, estando tal presença centrada

na maioria dos casos em atividades informais, marcadas pela precariedade

(GARCÍA, 2014).

Tal processo, não ocorreu de forma tão pacífica, ou seja, da execução

sumária ou marginalização até a atualidade transcorreram séculos, até que

paulatinamente foram sendo consolidadas medidas e ações voltadas ao

atendimento das pessoas com deficiência. Sendo assim, embora o panorama varie

entre os países, nota-se uma tendência marcada pela humanização e mudanças de

atitudes em relação à pessoa com deficiência. Embora ainda se conviva com a

discriminação e o preconceito contra a pessoa com deficiência, o amadurecimento

da sociedade e os avanços de temáticas envolvendo a saúde, cidadania e

reconhecimento dos direitos humanos tem provocado um novo enfoque em relação

à deficiência (GARCÍA, 2014).

O ambiente de trabalho, marcado pelo predomínio da oralidade, acaba

impedindo que o surdo mostre seu potencial, induzindo-o a não compreender as

tarefas que lhe são inerentes, o que revela as dificuldades relacionadas à educação

e ao aprimoramento profissional das pessoas com deficiência auditiva (FRANCELIN;

MOTTI; MORITA, 2010). Contudo, essa tarefa de compreensão não pertence

somente ao deficiente, a grande conquista é educar a sociedade a transmitir o

conhecimento de determinada função ao deficiente da maneira mais adequada para

a sua compreensão, diferente do modo convencional. E essa aplicabilidade é uma

via de mão dupla, onde ambos aprendem e ganham; numa troca de conhecimento.

Sendo assim, a integração do deficiente auditivo no mercado de trabalho além

de figurar como uma necessidade em termos da promoção do reconhecimento dos

direitos da pessoa com deficiência apresenta-se, como um desafio, pois depende do

nível de absorção social e do reconhecimento de que a pessoa com deficiência

possui capacidades e habilidades que podem ser desenvolvidas (SANTOS; VIEIRA;

FARIA, 2013).

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Na grande maioria dos casos, as barreiras, em termos de comunicação e até

mesmo os obstáculos em construir uma teia de relações, tendem a impedir a

inserção do deficiente no mercado de trabalho em uma sociedade na qual a

oralidade é um dos seus traços mais marcantes (MOREIRA et al., 2008). Assim

sendo, para enfrentar o mercado de trabalho, o deficiente auditivo além de se

deparar com os problemas pessoais, defronta-se com a falta de paciência e

compreensão por parte dos empregadores e, até mesmo, desconhecimento sobre a

deficiência auditiva, associando-a à incapacidade (FRANCELIN; MOTTI; MORITA,

2010).

A negação/aceitação do deficiente auditivo no mercado de trabalho está

atrelada à presença de inúmeros mitos e concepções advindas de um contexto

cultural que ao longo da história pautaram-se em razões que desconsideravam o

potencial das pessoas com deficiência, sendo indispensável pensar em mudanças

específicas que possam resultar na integração laboral do deficiente auditivo, ao

passo em que suas limitações não são facilmente perceptíveis tal como ocorre no

tocante à deficiência física e visual, estando centradas no âmbito da linguagem,

exigindo, consequentemente, mudanças radicais no modo pelo qual a sociedade

vem estabelecendo suas relações. É preciso, então, compreender que a

acessibilidade do sujeito com deficiência auditiva ao conjunto de bens e recursos

ofertados pela sociedade e ao mundo do trabalho demanda a necessidade de

compreender que ao invés de barreiras arquitetônicas, há entraves de ordem sonora

que precisam ser levados em consideração (SANTOS; VIEIRA; FARIA, 2013).

Torna-se fundamental neste contexto a disponibilidade de ações e programas

voltados à educação, acompanhamento e aprimoramento profissional da pessoa

com deficiência auditiva, especialmente aos indivíduos com maior nível de

comprometimento auditivo (MORAES et al., 2008).

Se no passado as nuances que regiam a integração da pessoa com

deficiência no mercado de trabalho estavam centradas na sua preparação para a

ocupação de raríssimas vagas, e que geralmente não eram preenchidas em razão

da falta de “aptidão”, o diálogo contemporâneo deve ser voltado à concretização de

uma inclusão que valorize a promoção de condições que favoreçam o exercício

profissional de forma dinâmica e multifuncional (MONTEIRO et al., 2011).

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É essencial superar a precariedade em termos de acessibilidade da pessoa

com deficiência ao mercado de trabalho, tornando os Municípios, as empresas e

organizações públicas e privadas plenamente acessíveis à pessoa com deficiência

(GARCÍA, 2014).

Ao lado da acessibilidade precária, destaca-se a existência de estereótipos e

concepções errôneas sobre a capacidade produtiva das pessoas com deficiência, na

medida em que, por um lado, uma parcela da sociedade reconheça tal capacidade,

por outro lado, ainda se vislumbra condutas que atestam o contrário. É preciso, de

tal modo, superar concepções segundo as quais as pessoas com deficiência são

incapazes ou problemáticas, bem como que atestam que a deficiência requer um

enfoque meramente assistencialista, que acabam por afetar negativamente a

contratação da pessoa com deficiência (GARCÍA, 2014).

1.2.2. Deficiência Intelectual

A deficiência intelectual é definida como um quadro psicopatológico que se

refere de modo peculiar às funções cognitivas. Todavia, tanto os outros aspectos

estruturais quanto os aspectos instrumentais também podem estar alterados. Porém,

o que caracteriza a deficiência mental são defasagens e alterações nas estruturas

mentais para o conhecimento. A delimitação e compreensão dessas dificuldades

podem ser feitas a partir de diferentes olhares, os quais trarão consequências

distintas à prática daqueles que se dedicam ao trabalho com as mesmas (BRASIL,

2005).

Segundo a American Association of Mental Retardation (AAMR) deficiência

mental “é a incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no

funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo expresso em

habilidades conceituais, sociais e práticas” (BRASIL, 2005).

Do século XIX até os primórdios do século XXI, a compreensão da deficiência

intelectual sofreu mudanças profundas. Vista inicialmente como um sinal ou

característica divina, passa posteriormente a ser compreendida como uma ameaça à

evolução humana requerendo isolamento social, ou por outro lado, configurada

como característica de um processo de estagnação intrínseco ao desenvolvimento

de determinados seres humanos, sendo vista, na atualidade como uma condição

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decorrente de uma série de fatores, que incluem desde as condições sócio

ambientais, como as genéticas, que induzem à uma determinada limitação com

reflexos significativos nos domínios cognitivos e apreensão da linguagem oral e

escrita (BRASIL, 2014).

No despontar do século XXI, o conceito de deficiência intelectual ganha corpo

no âmbito científico, por meio da publicação de documentos de associações

internacionais, dentre as quais o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens

Mentais (DSM-IV) e da Associação Americana de Deficiências Intelectuais e do

Desenvolvimento (AAIDD), tendo como marco a Declaração de Montreal sobre

Deficiência Intelectual, em 2004.

O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) define o

indivíduo com deficiência intelectual como aquele que apresenta limitações

significativas em pelo menos duas das seguintes áreas: autocuidado, comunicação,

habilidades sociais/interpessoais para a vida no lar, autodireção, uso de recursos

comunitários, habilidades acadêmicas funcionais, trabalho, lazer, saúde e

segurança, variando a deficiência intelectual em quatro níveis, quer sejam: leve,

moderada, grave e profunda.

A deficiência intelectual se traduz em um desafio à escola comum como

centro produtor do conhecimento, na medida em que o aluno com este tipo de

deficiência apresenta uma maneira peculiar de lidar com o saber que não

corresponde ao ideal da instituição escolar. Na realidade, não corresponder às

projeções ideais pode ocorrer com todo e qualquer tipo de aluno, todavia, quanto

aos alunos com deficiência intelectual tal condição é implícita (BATISTA, 2006).

Dentre as políticas públicas direcionadas à pessoa com deficiência intelectual,

destacam-se:

Inclusão Escolar do Indivíduo com Deficiência Intelectual

O aluno com deficiência intelectual apresenta limitações em comparativo com

outros alunos, no que diz respeito à capacidade de construir conhecimento e

demonstrar seu potencial cognitivo, sobretudo, nas instituições escolares

conservadoras, ancoradas em um modelo de gestão de cunho autoritário e

centralizador. Tais escolas, além de ampliar o estigma gerado pela deficiência,

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acabam por ampliar a inibição, exacerbando os sintomas presentes, condição que

torna ainda mais complexa a realidade experimentada pelo aluno com deficiência

intelectual (BATISTA, 2006).

É essencial compreender a inclusão escolar como um processo em

consolidação, ou seja, num contexto diante do qual são colocadas em ‘xeque’ as

condições de ensino sobre as quais as escolas regulares têm conduzido suas

práticas junto aos alunos com deficiência intelectual, ao passo em que elas, de

modo generalizado, não têm sido capazes de atender as necessidades deste tipo de

educando (FANTACINI; DIAS, 2015).

Sob o viés da educação inclusiva, a adaptação aos conteúdos trabalhados é

efetivada pelo próprio aluno e demonstra a sua emancipação em nível intelectual.

Tal emancipação é decorrência do processo de autorregulação do processo de

aprendizagem diante do qual o discente assimila novos conhecimentos e

informações, em consonância com o repertório que já possui incorporado. E como

tal, compreender o papel emancipatório da adaptação intelectual é indispensável

para a atuação docente, na medida em que o aprendizado apresenta-se como uma

ação humana decorrente da criatividade inata ao ser humano, e heterogeneamente

construída e regulada pelo sujeito ao qual ela se dirige (BATISTA, 2006).

O movimento em prol da inclusão escolar chamou para si, de forma

veemente, o encargo de discutir metodologias e reflexões que venham assegurar a

todo tipo de aluno o direito à educação ofertada dentro das escolas. A partir deste

cenário o aluno com deficiência intelectual não é visto como diferente, mesmo diante

de caracteres e elementos que são característicos deste tipo de deficiência e seus

reflexos, em termos da capacidade do aluno de lidar com todos os conteúdos

curriculares (SANTOS, 2012).

Para a efetividade do processo de inclusão escolar dos educandos com

necessidades especiais, em particular dos alunos com deficiência intelectual, no

âmbito da rede regular de ensino, é fundamental que haja entendimento da

Educação Especial à luz da proposta de uma educação inclusiva, condição que

envolve a assimilação de novos conceitos e investimentos no processo de formação

docente de modo continuado, para que estes, munidos de novos saberes, possam

redimensionar suas práticas, fomentando um tratamento às diferenças e à

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construção de ambientes educacionais efetivamente capazes de promover a

inclusão (FANTACINI; DIAS, 2015).

Cabe atentar para o fato de que a didática utilizada no processo de

aprendizagem do educando com deficiência intelectual demanda uma especificidade

que não diz respeito apenas às particularidades do quadro da deficiência, mas,

também, que seja favorável à individualidade de cada aluno. De tal forma, em que

pese o fato de que a deficiência intelectual não possibilite uma reversão integral das

limitações apresentadas pelo sujeito, até mesmo pelo fato de que envolve um

desenvolvimento neurológico irregular, progressos no campo escolar podem ser

alcançados (SANTOS, 2012).

Ademais, considerando que a assimilação integral do conteúdo trabalhado

pelo aluno com deficiência intelectual possa ser comprometida, não se pode deixar

de buscar meios que conduzam ao aprimoramento de suas habilidades, tal como

preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ao

passo em que está alicerçada na construção de processos formativos, que possam

conduzir ao mercado de trabalho de modo vinculado à prática social que circunda

cada ser humano no contexto em que está inserido (SANTOS, 2012).

Inserção do Deficiente Intelectual e Mercado de Trabalho

Embora iniciativas legislativas, como a Lei de Cotas, tenham contribuído para

a inclusão cada vez mais acentuada da pessoa com deficiência no mercado de

trabalho, pesquisas têm comprovado que pessoas com deficiência intelectual

enfrentam maior dificuldade de inserção no mercado formal de trabalho, em

comparativo com indivíduos que possuem outros tipos de deficiência. A justificativa

apontada para tal condição, segundo tais estudos, está centrada na ausência de

qualificação das pessoas com deficiência intelectual. Frente a tal realidade é que se

vislumbra a importância da alocação destes indivíduos em oficinas

profissionalizantes, ao passo em que esse processo se traduz em uma série de

benefícios, que envolvem desde a descoberta do talento para o exercício de uma

atividade profissional, até questões que contribuem para o desenvolvimento

humano, em dimensões como saúde e educação (COSTA et al., 2011).

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As maiores dificuldades para a inclusão do deficiente intelectual no mercado

de trabalho estão relacionadas à ausência e à informação e ao não conhecimento da

coletividade sobre as especificidades da deficiência intelectual, fazendo com que a

mesma cause atitudes preconceituosas, bem como o distanciamento entre as

exigências das empresas e o nível de formação e escolarização formal do sujeito

com deficiência intelectual (TOLDRÁ; DE MARQUE; BRUNELLO, 2010).

A partir deste cenário é possível correlacionar a dificuldade de acesso ao

mercado de trabalho não tão somente ao fato da pessoa possuir uma deficiência,

mas, também, ao tipo deficiência que ela apresenta. Em outras palavras, o tipo de

deficiência pode favorecer ou limitar as chances de conquistar uma vaga no trabalho

formal (COSTA et al., 2011).

No que diz respeito à deficiência intelectual, Toldrá, De Marque e Brunello

(2010), enfatizam que as contratações estão, de modo quase uniforme, vinculadas

às exigências das legislações, ao passo em que a oferta de vagas nem sempre são

compatíveis com as reais potencialidades dos indivíduos.

As contribuições das instituições especializadas são essenciais na

intermediação de diferentes situações, no que se refere à aquisição de habilidades,

qualificação para o trabalho e na facilitação do processo de inclusão no mercado.

Para tanto, é indispensável romper com o viés assistencialista e filantrópico que

permeia as práticas institucionais direcionadas a essa população, para que ocorra a

efetiva inclusão da pessoa com deficiência intelectual (TOLDRÁ; DE MARQUE;

BRUNELLO, 2010).

É de fundamental importância a promoção de interações que favoreçam o

desenvolvimento de aspectos emocionais, sociais, psicológicos, intelectuais,

motores, bem como das habilidades conceituais e práticas das pessoas com

deficiência intelectual. As interações devem ser estabelecidas tanto dentro do

microssistema, bem como fora dele na sua relação com outros ambientes, como o

familiar, o educacional e o comunitário. Nesse sentido, os processos de orientação e

capacitação profissional podem ser considerados como instrumentos essenciais de

aquisição de habilidades, visando à inclusão efetiva das pessoas com deficiência

intelectual no mercado de trabalho (FURTADO; PEREIRA-SILVA, 2010).

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1.3. DIREITOS SOCIAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Gradativamente, a sociedade tem caminhado para o reconhecimento dos

direitos e garantias da pessoa com deficiência, sendo as políticas públicas até o

momento desenvolvidas, um importante instrumento neste contexto, possibilitando

destacar os inúmeros avanços no tocante à promoção da inclusão social da pessoa

com deficiência auditiva e da pessoa com deficiência intelectual.

Há neste âmbito uma série de leis e normas voltadas ao atendimento das

necessidades e especificidades do deficiente auditivo, destacando-se as disposições

da Constituição Federal, ao definir como obrigação comum a todas as esferas de

governo uma atuação voltada a assegurar a proteção e efetivação dos direitos e

garantias da pessoa com deficiência; a Lei nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989, ao

implantar a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência; a Lei nº.

8.080, de 19 de setembro de 1990, ao dispor sobre as condições para promoção,

proteção e recuperação da saúde, bem como sobre a organização e funcionamento

dos serviços de saúde voltados ao atendimento das pessoas com deficiência; a Lei

nº. 10.048, de 08 de novembro de 2000, que estabelece o direito de prioridade às

pessoas com deficiência; a Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que define

normas gerais e critérios para a promoção da acessibilidade e comunicação das

pessoas com deficiência auditiva e, por fim, a Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991,

que em seu âmbito estabelece a obrigatoriedade das empresas com 100 ou mais

funcionários de reservar um percentual dos cargos a serem preenchidos às pessoas

com deficiência.

Todavia, em que pese tais políticas públicas representarem um avanço em

termos de reconhecimento dos direitos e garantias da pessoa com deficiência por

parte do Poder Público e os reflexos que delas decorrem em relação às atitudes de

toda a sociedade, é preciso salientar que o exercício pleno da cidadania por parte

das pessoas com deficiência auditiva ainda é um ideal a ser concretizado em longo

prazo. Mesmo porque, uma parcela dos deficientes auditivos ainda é alvo de

discriminação, preconceito e estereótipos, por serem reconhecidos como diferentes.

Tais concepções errôneas têm impedido o devido reconhecimento das

habilidades e capacidades das pessoas com deficiência auditiva, levando a

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implicações sociais notadamente negativas, sobretudo, em nível de desigualdade na

distribuição de emprego e renda.

A identificação precoce da deficiência auditiva é primordial na medida em que

favorece a oferta de intervenções de habilitação à criança, possibilitando o

desenvolvimento da audição, fala e da função auditiva, bem como os demais

processos que concorrem para sua aprendizagem.

A educação de surdos passou por profundas transformações ao longo da

história, da exclusão à defesa em torno de uma educação inclusiva, na qual a escola

esteja devidamente preparada para atender as especificidades e necessidades da

pessoa com deficiência auditiva. Atualmente, se vislumbram instituições voltadas ao

atendimento do indivíduo surdo, diversas iniciativas que procuram integrá-lo ao

sistema de ensino ao mercado de trabalho e a convivência em sociedade. Além do

discurso em torno da inclusão e do bilinguismo, reconhece-se a linguagem de sinais

– LIBRAS – como a língua natural do indivíduo surdo.

Neste contexto, a educação inclusiva tem se tornado um processo decisivo

para a inclusão social das pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho,

bem como em outros contextos, visando a formação de uma sociedade que, a partir

das diferenças existentes, venha ofertar a igualdade de oportunidades para todos.

A inclusão do deficiente auditivo no mercado de trabalho supera a visão

meramente assistencialista com que a sociedade estava acostumada a encarar a

pessoa com deficiência, instaurando, em seu lugar, a promoção da autonomia,

independência e reconhecimento da dignidade humana deste contingente

populacional. De tal modo, a inclusão tanto educacional quanto social tende a

produzir impactos em escala no comportamento de toda a sociedade, fazendo com

que esta modifique suas concepções e valores sobre o deficiente auditivo, condição

sem a qual não há que se abordar a efetividade dos direitos e garantias

assegurados à pessoa com deficiência auditiva.

Investir na identificação precoce da deficiência auditiva, na educação e na

inserção dessas pessoas no mercado de trabalho é uma missão em busca da

melhoria na vida de cada uma delas e da sustentabilidade de um mundo melhor,

mais justo e mais digno de amor, paciência e paz.

Partindo deste pressuposto, a inclusão social e escolar da pessoa com

deficiência tende a promover benefícios fundamentais para toda a sociedade; passa

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a ofertar meios mais igualitários de acesso aos bens fundamentais para a dignidade

e bem-estar de todo ser humano, estando enraizada na igualdade de oportunidades

e na construção de uma sociedade democrática, diante das desigualdades naturais

e sociais produzidas historicamente (MANTOAN; PRIETO, 2006).

O que se vê é que o discurso teórico moderno, ancorado na difusão de que

todos são iguais e que todos são livres, acaba sendo condicionado e incoerente com

uma realidade na qual a igualdade formalmente considerada não foi capaz de

produzir efeitos plenos e concretos, devendo ser rompidos os modelos

conservadores que resultam no aumento da segregação das pessoas com

deficiência (MANTOAN; PRIETO, 2006).

Sendo assim, a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade representa

um processo que opera inúmeras transformações na forma de organização da

própria sociedade, que passa a disponibilizar espaços para o acolhimento das

pessoas com necessidades especiais, preparando-as para o exercício consciente da

cidadania (SILVA, 2009).

Para que a inclusão da pessoa com deficiência, no seu sentido amplo,

produza efeito em larga escala, não se deve apenas cumprir o que está legalmente

disciplinado, mas sim respeitar e educar como uma questão de igualdade das

condições que produzem as diferenças (MANTOAN; PRIETO, 2006).

Mantoan e Prieto (2006) consideraram dois mecanismos básicos para a

produção de efeitos concretos e visíveis à superação de alguns entraves sociais,

são eles: 1) zelar para que os direitos assegurados à pessoa com deficiência não se

resumam a um conjunto de meras intenções retratadas em leis; e 2) efetivar

respostas educacionais e sociais que venham de encontro às especificidades da

pessoa com deficiência auditiva.

É indispensável redimensionar o nível de resposta da sociedade frente aos

diferentes aspectos que cercam a inclusão social da pessoa com deficiência

auditiva, ao passo em que a ausência de compreensão sobre seu cotidiano tem

acarretado sérias implicações que envolvem o afastamento do trabalho, demissão a

pedido e pelo empregador, não aceitação, cobrança, ausência de esclarecimentos e,

até mesmo, o não conhecimento por parte dos profissionais de saúde (FRANCELIN;

MOTTI; MORITA, 2010).

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Além das restrições e limitações decorrentes da deficiência auditiva em si, tal

quadro é severamente agravado pela desigualdade de oportunidades e,

consequentemente, distribuição de riquezas, além do que, uma parcela substancial

das pessoas com deficiência não tem acesso às condições essenciais para viverem

com dignidade, nem tampouco tem acesso às ações e serviços de saúde

(FRANCELIN; MOTTI; MORITA, 2010).

No que diz respeito aos impactos em larga escala sobre o comportamento da

sociedade, a inclusão da pessoa com deficiência intelectual, trata de um processo

que tende a repercutir de forma decisiva nos mecanismos de contratação da pessoa

com deficiência, das condições existentes no meio ambiente de trabalho e da própria

cultura social em torno do qual a sociedade está organizada, transferindo o foco de

atenção, que atualmente está centrado nas limitações comuns a esta deficiência,

para as barreiras físicas sociais impostas (ARAÚJO; FERRAZ, 2010).

Destaca-se, neste sentido, os impactos gerados pela mudança de

nomenclatura de deficiência mental para deficiência intelectual, na medida em que

induz a necessidade de toda a sociedade repensar e refletir sobre a forma pela qual

define este contingente populacional, considerando que ao longo da história estava

vinculada ao retardo mental (VELTRONE; MENDES, 2012).

A relação entre pobreza e deficiência expõe, de forma evidente, as

implicações negativas de uma política social excludente, como a praticada no país,

que não se revela capaz de acolher a todos os tipos de seres humanos,

assegurando a universalidade na disponibilidade a bens e serviços indispensáveis à

população. E o pior, neste contexto, a deficiência também gera a pobreza,

colocando em xeque as políticas acionadas pelo Poder Público, que ainda não é

capaz de assegurar a todos os deficientes auditivos as condições para viverem com

dignidade (SOUZA; CARNEIRO, 2007).

Dessa maneira, investir em ações integradas para essa população é desafio

urgente para o desenvolvimento. Trata-se de cuidar e proteger o direito de milhões

de pessoas de ampliar o seu potencial; mais que isso, um desperdício de capital

humano ocioso e sem preparo para enfrentar os desafios que mantém os indivíduos

em sociedade, e que mantém a sociedade. Zelar para que o indivíduo exerça seu

direito de ser um membro útil para a sociedade, uma riqueza produtiva inerente às

suas habilidades cognitivas, competências sociais e capacidade física

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desenvolvidas. Investimentos estratégicos que, ao longo dos anos, mostrará

resultados promissores para a saúde, a economia e a sociedade.

No capítulo que segue apresenta-se a metodologia de pesquisa, a descrição

das medidas de redes quanto ao método, o procedimento de pesquisa, o

questionário de pesquisa e a caracterização da instituição objeto de estudo.

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2. METODOLOGIA DE PESQUISA

Este capítulo apresenta a metodologia da pesquisa e seus procedimentos,

inicialmente é feita a caracterização da unidade de estudo, entidade de natureza

privada sem fins lucrativos situada na cidade de São Paulo. Em seguida são

descritos os procedimentos de pesquisa, a análise de redes sociais, as métricas e os

instrumentos de pesquisa, bem como os critérios da análise dos resultados.

2.1. Caracterização da Unidade de Estudo

A unidade de estudo é uma Instituição, caracterizada como pessoa jurídica de

direito privado, sem fins lucrativos e localizada na cidade de São Paulo, situada

numa região da cidade de São Paulo.

Essa unidade de saúde e educação é vinculada a uma Universidade de

pesquisa e extensão e, administrativamente, mantida por uma Fundação, sem fins

lucrativos. Atua com foco no atendimento clínico a pessoas com alterações de

audição, voz e linguagem, na educação de surdos e a com deficiência intelectual.

Igualmente, atua na assessoria à acessibilidade dos deficientes auditivos, na

empregabilidade de surdos e no desenvolvimento de pesquisas. Por ser uma

instituição sem fins lucrativos, além da população convencional, prioriza famílias

economicamente desfavorecidas e beneficia pessoas de todas as faixas etárias.

O diferencial da Instituição é concentração e consolidação de três eixos de

atuação: atendimento clínico, formação educacional e pesquisa. Dispõe de

profissionais nas áreas de medicina, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia e

linguística que compõem a equipe proporcionando atendimento multidisciplinar.

Os trabalhos realizados pela instituição estão direcionados para as atividades:

Instituto Educacional São Paulo – IESP (Escola Especial de Educação

Básica)

Educação Infantil e Ensino Fundamental, gratuitos para crianças e jovens

surdos.

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Cursos, oficinas, palestras e intérpretes em LIBRAS (Língua Brasileira de

Sinais).

Cursos de Aprendizagem que inserem o jovem surdo no mercado de

trabalho.

Assessoria em acessibilidade de surdos.

Inclusão escolar de crianças surdas.

Clínica de Audição, Voz e Linguagem - CAVL

Prevenção, diagnóstico e tratamento clínico interdisciplinar nas áreas de

audição, voz e linguagem.

Adaptação e concessão de aparelhos auditivos (convênio SUS).

Assessoria e supervisão clínica.

Cursos de aprimoramento.

No âmbito da atividade de adaptação e concessão de aparelhos auditivos, a

Instituição deve garantir, a crianças maiores de 3 (três) anos de idade, adolescentes

e adultos, o desenvolvimento de serviços estabelecidos no convênio, com

credenciamento de alta complexidade, de acordo com Portaria GM/MS nº. 793, de

24 de abril de 2012 (Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 2012).

Cumpre ressaltar também, que desde janeiro de 2014, a Instituição ampliou o

convênio SUS firmado com a Prefeitura Municipal de São Paulo como Centro

Especializado em Reabilitação (CER), composto por duas modalidades de

reabilitação (II), deficiência auditiva e intelectual em atendimento às diretrizes do

Decreto Presidencial nº. 7.612, de 17 de novembro de 2011 (Presidente da

República, 2011), que institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com

Deficiência ‒ Plano Viver sem Limite, e as disposições contidas na Portaria nº. 793,

GM/MS, de 24 de abril de 2012 (Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

Saúde, 2012) que institui os incentivos financeiros de investimentos financeiros de

investimento e de custeio para o Componente Atenção Especializada da Rede de

Cuidado à Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS, Portaria nº. 835, GM/MS, de

25 de abril de 2012 (Ministério da Saúde, Gabinete do Ministro, 2012).

Realiza a prestação de assistência às pessoas com deficiência que

necessitem de cuidados de reabilitação em regime ambulatorial, com deficiências

temporária ou permanente: progressiva, regressiva ou estável, intermitente ou

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contínua. A assistência deve ser prestada a qualquer indivíduo que necessite. A

demanda é submetida à regularização do Complexo Regulador Municipal, por

intermédio do Sistema Integrado de Gestão de Atendimento (SIGA) observada a

sistemática do SUS. O fluxo de pacientes é feito pela Secretaria Municipal de Saúde

(SMS), que encaminha pacientes de todas as idades, das regiões norte, sul e

sudeste do município (Portal de Transparência São Paulo, Pesquisa de Contratos,

Convênios e Parcerias).

O convênio que habilita a Instituição a ser CER II foi possível devido à

personalidade jurídica da Instituição, de direito privado, sem fins lucrativos, bem

como pela característica específica e peculiar de estar vinculada a uma

Universidade, o que gerou a possibilidade de treinar e instruir as outras instituições

habilitadas como CER.

Centro Audição na Criança - CeAC

Atendimento a bebês e crianças de até 3 anos com deficiência auditiva.

Triagem, diagnóstico e reabilitação.

No âmbito dessa atividade, desde 2009, a instituição presta serviço de

Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) para Maternidades Municipais, e sob

gestão municipal, que compõem a Rede Cegonha/Mãe Paulistana da Prefeitura

Municipal de São Paulo. Atualmente a prestação de serviço da Instituição está

vinculada a 4 (quatro) maternidades (Rio Pequeno, Vila Clementino, Mooca e

Cidade Tiradentes). Essa parceria tem como objetivo identificar no período neonatal

a deficiência auditiva dos recém-nascidos (RN), diagnóstico precoce, que tem sua

incidência de 1 a 2 por 1.000 nascidos vivos na população geral atendida. A

previsão da média anual divulgada é de 17.712 nascimentos. Desse total, a meta é

realizar triagem auditiva em, no mínimo, 97% dos nascidos vivos e encaminhar os

casos suspeitos para confirmação diagnóstica e intervenção na rede de assistência

da cidade (PMSP, 2016).

Algumas das atividades que compõem o serviço da TANU são:

Realizar, durante o período de internação dos neonatos, triagem auditiva

em todos os RN das maternidades sob gestão municipal que compõem a Rede

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Cegonha/Mãe Paulistana, com protocolo de testagem diferenciado para crianças

com e sem indicadores de risco para deficiência auditiva.

Realizar retorno do RN na maternidade em até 20 dias, para reteste dos

que falharam na triagem da internação.

Realizar busca ativa dos casos que não comparecem para reteste, por

telefone e por telegrama.

Realizar encaminhamentos dos bebês aos serviços da rede municipal

frente aos achados de falha na triagem e nos de alto risco do desenvolvimento

neuropsicomotor.

Registrar e informar as ações realizadas à SMS.

O teste é um importante processo de identificação e intervenção precoce de

deficiência, fundamental para o planejamento das condutas clínicas, intervenções e

para que os tratamentos de reabilitação possam ser iniciados o mais brevemente

possível (BRASIL, PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM NEONATAL, 2016).

Comitê de Formação e Pesquisa

Assessoria a pesquisadores na área de audição, voz e linguagem,

apoiando a realização de pesquisas institucionais e a sua divulgação.

Organizar eventos científicos institucionais e propor ou oferecer suporte

técnico para a realização cursos de formação (Cursos de Aprimoramento).

O grande diferencial institucional é a gama de atividades desenvolvidas e a

abrangência do atendimento: de bebês a idosos, do diagnóstico à inclusão

profissional. Tratamento clínico interdisciplinar e humanizado com tecnologia de

última geração. Experiência em educação de surdos e na promoção da

acessibilidade em LIBRAS, qualificação profissional e empregabilidade de surdos,

conforme documento complementar relacionando algumas das principais atividades

da instituição realizadas no ano de 2015 (Anexo 2).

Trata-se de instituição pioneira, cuja história de mais de cinquenta anos,

aliada à expertise dos profissionais envolvidos e dispostos a realizar um trabalho

que gere impacto sobre a vida das pessoas atendidas, que a faz diferenciar-se e a

proporcionar um futuro mais promissor para indivíduos, famílias e potencialmente,

para o país.

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79

Essa iniciativa pode ser vista através dos resultados das atividades clínicas e

educacionais desenvolvidas ao longo dos últimos 6 (seis) anos, conforme mostra o

Quadro 2.

Modalidades 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Atendimentos clínicos gratuitos. * 16.794 17.966 18.021 19.794 20.934

Aparelhos concedidos sem nenhum custo para o beneficiário.

2.052 2.052 2.052 2.690 2.677 2.645

Triagem Auditiva Universal (TANU) gratuita em bebês recém-nascidos.

3.643 11.390 13.174 13.513 13.459 12.764

Crianças e jovens em educação regular da Educação Infantil e Ensino Regular.

147 130 111 96 103 96

Colaboradores. 96 95 94 100 106 111

Atendimentos realizados pelo Serviço Social em Grupos de Intervenções aos usuários com perda auditiva, famílias e cuidadores voltado aos indivíduos em situação de vulnerabilidade.

* * * * 50 409

Jovens e adultos surdos nas Oficinas de Leitura e Escrita.

*** 28 70 98

Workshops de Treinamento de Língua Brasileira de Sinais (Libras) à pessoa jurídica.

* * * * * *

Beneficiários em workshops de Treinamento de Língua Brasileira de Sinais (Libras) à pessoa jurídica.

* * * * * *

Alunos em Cursos Livres de Língua Brasileira de Sinais pessoa física.

589 1.007 893 823 693 560

Atendimentos de interpretação para diversas empresas e órgãos públicos

* * * * * *

Alunos dos Programas de Empregabilidade para Surdos. Curso Aprendiz e Colocação Assistida.

*** 103 118 200 54 59

Atendimentos inteiramente gratuitos ao "Grupo de Orientação aos usuários e familiares referente às implicações sociais no uso de aparelhos de amplificação sonora (AASI)".

* * * * 1.236 417

Atendimentos nas áreas de voz e linguagem com processo de diagnóstico e terapia.

* * * * 2.787 2.392

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Alunos no curso de Certificação CISCO "It Essentials".

*** 15** 15** 15**

Alunos ouvintes em cursos de Língua Brasileira de Sinais - Pessoa Física.

580 931 924 411 623 579

Alunos em programas de formação e de aprimoramento nas áreas de audição, voz e linguagem.

16 35 29 16 10 12

Legenda:

* Informação não divulgada

** Capacidade da sala de informática

*** Início no ano subsequente

Quadro 2 ‒ Resultados de Atendimento por Ano

Fonte: Instituição pesquisada.

Essas atividades geram impacto social nos campos da educação,

empregabilidade e acessibilidade de surdos, da saúde auditiva, da voz e da

linguagem de crianças, jovens, adultos e idosos; na formação e especialização de

alunos e profissionais de diversas áreas e na criação e disseminação do

conhecimento científico, mobilização que gera benefício e novos níveis de

desenvolvimento para a sociedade.

Essas atividades são provenientes de receitas constituídas através de auxílios

e fomentos à pesquisa – desenvolvidas com a participação direta desta unidade

suplementar, subvenções, contribuições, financiamentos e doações de entidades

públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, além de doações de pessoas físicas

e recursos provenientes de eventos comunitários e científicos; recursos de

convênios firmados para a execução de serviços no campo de suas especialidades;

resultados de operações financeiras, juros e de outras operações de créditos

efetuadas com outras instituições; recursos provenientes de oficinas e cursos; e

outras receitas patrimoniais.

O horário de atendimento direcionado ao público tem funcionamento de, no

mínimo, 8 horas diárias, de segunda à sexta, sendo que o período pode ser alterado

de acordo com a área atendida.

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2.2. Procedimentos Metodológicos

A pesquisa é de natureza quantitativa e qualitativa e tem como objeto as

relações sociais entre os atores da Instituição Privada Sem Fins Lucrativos, descrita

anteriormente.

A realização da pesquisa permitiu analisar as relações dos profissionais na

prestação de serviços interdisciplinares, a fim de propiciar elementos para o

aumento da cooperação entre os profissionais e identificar oportunidades de

treinamento e trocas de saberes entre os mesmos.

A pesquisa foi realizada mediante a aplicação de um questionário para

verificar a conformação de uma rede existente na instituição. As questões são

demográficas (nome, idade, escolaridade, profissão, cargo na instituição, etc.) e

enfocam as relações que os atores estabelecem entre si no seu cotidiano

profissional, como: quem você conhece, com quem você já atuou, para realizar qual

atividade.

A participação dos respondentes permitiu mapear as relações entre os

profissionais cadastrados na instituição. No início da pesquisa foi informado o tema e

objetivo do estudo, solicitando sua concordância em responder ao questionário

proposto. Ao responder as questões, os respondentes terão acesso a um resumo

da tese com os principais resultados da pesquisa.

Os dados coletados foram tratados como informações confidenciais e

somente foram divulgados consolidados, sem a identificação dos respondentes

individuais, sendo garantido o anonimato. A identificação das respostas foi feita por

código1 (letra, número ou nome fictício), ou seja, sua identidade foi totalmente

protegida.

Buscou-se compreender como se dá as relações dos diferentes atores

sociais, cujo grau de conectividade pode se dar em menor ou maior intensidade e

frequência.

O levantamento de dados foi realizado em duas etapas. A primeira etapa se

deu pela aplicação do questionário eletrônico estruturado para mapeamento de

1 A letra utilizada é A = Agente. A terminologia agente é atribuída aos profissionais da Instituição

analisada.

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redes por meio da ferramenta SurveyMonkey2, apropriada para a aplicação de

questionários online. O instrumento de pesquisa foi enviado aos respondentes

através do e-mail da Instituição (Apêndice 2). Na segunda etapa, aplicou-se o

questionário na modalidade físico, via malote, a fim de viabilizar maior adesão das

respostas.

Foi obtido um total de 92 questionários, respondidos por colaboradores do

quadro da Instituição. O período da coleta foi de junho a outubro de 2016.

Os dados obtidos passaram por um tratamento prévio antes da etapa de

análise, sendo catalogados, sistematizados e tabulados no Excel. Este procedimento

de tratamento dos dados visa eliminar duplicidade e gerar uma base de dados única

para importação no software de análise.

Ao final os dados foram inseridos no software para análise de redes, o

ORA.NetScenes (CARLEY, 2011). Cabe ressaltar que este software possui muitos

recursos analíticos para a geração de gráficos, cálculo de métricas, elaboração de

tabelas e quadros analíticos, o que possibilita privilegiar a amplitude e o poder de

análise em detrimento da usabilidade (CARLEY, 2011).

Só então foi possível a projeção dos dados, por meio de gráficos, cálculo de

métricas, elaboração de tabelas e quadros analíticos que permitirão a análise dos

dados, bem como a indicação de sugestões, identificando os limites da pesquisa.

2.3. Descrição das Medidas de Redes

O mapeamento e a Análise de Redes Sociais se apresentam como uma

subdivisão da Complex Network Analysis (Análise de Redes Complexas),

consistente em uma série de passos que objetivam o entendimento sobre os

diferentes fatores que regem a construção de relacionamentos em rede.

A pesquisa em redes pode atingir um amplo contingente populacional, com

um número elevado de respondentes (HANNEMAN; RIDDLE, 2005). Tal abordagem

é distinta de outras pesquisas amplamente empregadas, que fazem uso de uma

amostragem aleatória. De tal modo, pode-se dispor de certas estratégias, dentre as

quais, formulários simplificados para rápido preenchimento, perguntas do tipo top of

2 Disponível em: https://pt.surveymonkey.com/

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mind (o que vem primeiro à mente do respondente) como instrumento para

identificação de laços fortes e outros cuidados (PINTO, 2008).

Coexiste uma diversidade de variáveis métricas para redes organizacionais,

de conhecimentos e outras, classificadas em medidas globais e medidas para

agentes, sendo todas basicamente pautadas nas relações entre os autores e suas

características (PINTO, 2008).

A maior parcela de tais métricas mede o grau, ou taxa, que rege um

determinado atributo. Em qualquer hipótese, deve-se atentar para o fato de que as

redes não são estáticas, embora em determinados pontos seja possível identificar

certa estabilidade. Em redes, um elemento preponderante na análise dos laços é

concernente à intensidade das relações estabelecidas em seu âmbito. Laços fortes

apontam para relações mais profundas e de menor flexibilidade, como laços de

parentesco e amizades. Quanto aos laços fracos são as relações que ocorrem entre

colegas e conhecidos. As medidas globais oferecem uma oportunidade única de

compreender como se consolida uma rede.

A escolha do ORA deve-se ao fato de ser um programa gratuito desenvolvido

pela Universidade Carnegie Mellon. Possui ferramentas de otimização e análise de

regressão para redes. Utiliza na sua base elementos da psicologia social, na

pesquisa operacional e da teoria da administração, com o objetivo de identificar os

laços que unem pessoas, conhecimentos e tarefas realizadas em rede, além de

analisar a evolução de determinada organização ou comparação de diferentes

organizações - redes (CARLEY; REMINGA, 2004; PINTO, 2008).

2.4. Sobre o Questionário de Pesquisa

O questionário eletrônico, disponível no Apêndice 1, desta Tese, foi

estruturado na plataforma SurveyMonkey especialmente para a pesquisa em

questão.

O conteúdo e a estrutura das perguntas foram validados junto aos

coordenadores responsáveis pelas áreas de atendimento da Instituição analisada e

pela Superintendente responsável pela unidade.

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A nomenclatura adotada no questionário seguiu os termos do Departamento

de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) – Metodologia de

Administração de Dados (MAD), do Ministério da Saúde.

Este projeto foi submetido à avaliação da Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa – MS/CNS/CONEP, e tramitou por intermédio de sistema nacional online

próprio, denominado PLATAFORMA BRASIL (2016) por se enquadrar nos critérios

da Resolução nº 466/12 do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde.

O projeto de pesquisa tem Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

- CAAE de nº 58073916.1.0000.5482 e comprovante de nº 072144/2016. A situação

atualizada no trâmite na Plataforma Brasil é: aprovado, conforme Anexo 1.

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3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1. Colaboradores e Respondentes

Os colaboradores da Instituição foram analisados com base nos critérios

definidos na metodologia de pesquisa. Foram identificados os colaboradores com

maior número de indicações pelos respondentes da pesquisa, o que permitiu traçar

o mapa da relação profissional existente entre estes. Além disso, tornou-se

possível, a apresentação do perfil desses colaboradores, as atividades de atuação, o

nível de conhecimento autoanalisado e o interesse pelas atividades por área

destacadas.

A pesquisa foi aplicada considerando o universo de 131 colaboradores que

compõem o quadro total de funcionários da unidade pesquisada. Destes, 92 (70,2%)

responderam à pesquisa, dos quais 89 profissionais classificam-se como

respondentes qualificados, tendo a pesquisa obtido o indicativo de 24 (vinte e

quatro) relações.

Dentre o total de respostas, 90 (noventa) indivíduos responderam qual as

áreas de atuação estão vinculadas (Tabela 1). Do total, a maioria, 44,9%, pertence

ao Instituto Educacional São Paulo.

Tabela 1 – Número de Respondentes por Área de Atuação

Fonte: Dados da Pesquisa

Desse total, será analisado o perfil dos respondentes e a sua autoavaliação

dos respondentes.

SETOR QUANT %

Administrativo 22 24,7%

Centro Audição na Criança 18 20,2%

Clínica de Audição, Voz e Linguagem 21 23,6%

Instituto Educacional São Paulo 40 44,9%

Total Geral 90

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3.2. Perfil dos Respondentes

A análise do perfil dos respondentes contempla: gênero, faixa etária,

escolaridade, tempo de casa, área de graduação, tempo de formado, dedicação e

cargo.

Quanto ao gênero a segmentação mostra que as mulheres representam

77,1% do quadro de colaboradores da Instituição versus 22,9% dos homens. Esta

proporção amplia na quantidade de respondentes qualificados, para 83,5% de

mulheres.

Tabela 2 – Número de Colaboradores e Respondentes por Gênero

Fonte: Dados da Pesquisa

Considerando a idade dos respondentes, observa-se (Tabela 3) que a faixa

etária dos respondentes é predominantemente de 31 a 40 anos, que corresponde a

27,2% do total.

Tabela 3 – Número de Respondentes por Faixa Etária

Fonte: Dados da Pesquisa

Qnt % Qnt %

FEMININO 101 77,1% 76 83,5%

MASCULINO 30 22,9% 15 16,5%

Total 131 100,0% 91 100,0%

RespondentesGênero

Colaboradores

Faixa Etária Respondentes %

18 a 30 17 18,5%

31 a 40 25 27,2%

41 a 50 16 17,4%

51 a 30 14 15,2%

61 e acima 17 18,5%

ND 3 3,3%

Total 92 100,0%

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Quanto à escolaridade dos respondentes o dominante na Instituição (Tabela

4) é o curso superior completo (45,7%) seguido da pós-graduação (19,6%).

Tabela 4 – Número de Respondentes por Escolaridade

Fonte: Dados da Pesquisa

Quanto ao tempo de casa, a maioria dos respondentes possui de 01 a 10

anos de contrato junto à instituição, o que correspondente a 30,4% do total (Tabela

5).

Tabela 5 – Número de Respondentes por Tempo de Casa

Fonte: Dados da Pesquisa

Com relação à área de graduação, do total de 92 respondentes, houve 81 que

identificaram o grau de formação. A maioria dos colaboradores respondentes

(Tabela 6) possui área de graduação em Fonoaudiologia e Pedagogia e, equivalem

aos percentuais de 30,9% e 22,2%, respectivamente.

Escolaridade Respondentes %

FUNDAMENTAL 1 1,1%

MÉDIO 6 6,5%

SUPERIOR 42 45,7%

SUPERIOR INCOMPLETO 4 4,3%

PÓS-GRADUAÇÃO - LATO SENSU 18 19,6%

MESTRADO - STRICTO SENSU 13 14,1%

DOUTORADO - STRICTO SENSU 5 5,4%

ND 3 3,3%

Total 92 100,0%

Tempo de Casa Respondentes %

MENOS DE 1 ANO 12 13,0%

01 a 10 ANOS 28 30,4%

11 a 20 ANOS 13 14,1%

21 a 30 ANOS 16 17,4%

ACIMA DE 30 ANOS 20 21,7%

ND 3 3,3%

Total 92 100,0%

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Tabela 6 – Número de Respondentes por Área de Formação

Fonte: Dados da Pesquisa

No que diz respeito ao tempo de formação, a maioria dos respondentes está

concentrada na faixa de 11 a 20 anos de tempo de formado, sendo representativo

de 25% do total de colaboradores (Tabela 7).

Tabela 7 – Número de Respondentes por Tempo de Formado

Fonte: Dados da Pesquisa

Qnt %

ADMINISTRAÇÃO 5 6,2%

BIBLIOTECONOMIA 1 1,2%

CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2 2,5%

DESIGN, PUBLICIDADE, MARKETING 1 1,2%

DIREITO 1 1,2%

DISTÚRBIO DA COMUNICAÇÃO 2 2,5%

ECONOMIA 2 2,5%

EDUCAÇÃO 8 9,9%

EDUCAÇÃO FÍSICA 5 6,2%

ENGENHARIA 1 1,2%

FONOAUDIOLOGIA 25 30,9%

FUNDAMENTAL 1 1,2%

GEOGRAFIA 1 1,2%

HISTÓRIA 1 1,2%

INFORMÁTICA 1 1,2%

LETRAS 2 2,5%

MEDICINA 1 1,2%

PEDAGOGIA 18 22,2%

PSICOLOGIA 2 2,5%

SERVIÇO SOCIAL 1 1,2%

Total 81 100,0%

Área de FormaçãoRespondentes

Tempo de Formado Respondentes %

até 10 anos 22 23,9%

11 a 20 anos 23 25,0%

21 a 30 anos 13 14,1%

acima de 30 anos 21 22,8%

ND 13 14,1%

Total 92 100,0%

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No que tange à distribuição dos colaboradores que exercem funções

profissionais na Instituição, foram 86 os respondentes que identificaram suas horas

de trabalho. Identificou-se que a maior carga horária presente nesse grupo de

respondentes é a que varia de 16 a 20 horas semanais de atuação, o equivalente a

26,7% (Tabela 8).

É observável que, o regime de dedicação exclusiva não se apresenta como

predominante na Instituição analisada.

Tabela 8 – Número de Colaboradores e Respondentes por Tipo de Dedicação

Fonte: Dados da Pesquisa

Com relação ao perfil do cargo exercido pelos respondentes, identificou-se a

predominância do cargo de Professor, Fonoaudiólogo e Assistente Administrativo,

que perfazem juntos 61,1% deste cadastro, e 72,4% dos respondentes da pesquisa

(Tabela 9).

Qnt % Qnt %

05 a 10 HRS / SEMANA 23 17,6% 5 5,8%

11 a 15 HRS / SEMANA 13 9,9% 9 10,5%

16 a 20 HRS / SEMANA 35 26,7% 23 26,7%

21 a 25 HRS / SEMANA 21 16,0% 19 22,1%

26 a 30 HRS / SEMANA 15 11,5% 11 12,8%

31 a 35 HRS / SEMANA 3 2,3% 3 3,5%

40 HRS / SEMANA 21 16,0% 16 18,6%

Total 131 100,0% 86 100,0%

DedicaçãoColaboradores Respondentes

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Tabela 9 – Número de Colaboradores e Respondentes por Cargo

Área de Atuação Colaboradores Respondentes

Qnt % Qnt %

ANALISTA ADMINISTRATIVO 1 0,8% 1 1,1%

ANALISTA ADMINISTRATIVO JR 1 0,8% 1 1,1%

ANALISTA ADMINISTRATIVO SR 1 0,8% 0 0,0%

ANALISTA DE BIBLIOTECA PL 1 0,8% 1 1,1%

ANALISTA FINANCEIRO PL 1 0,8% 1 1,1%

ANALISTA PROJETOS SOCIAIS JR 1 0,8% 1 1,1%

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 18 13,7% 13 14,9%

ASSISTENTE COORDENAÇÃO PROGRAMA 1 0,8% 0 0,0%

ASSISTENTE DE RELACIONAMENTO 1 0,8% 1 1,1%

ASSISTENTE DOUTOR 4 3,1% 3 3,4%

ASSISTENTE MESTRE 4 3,1% 1 1,1%

ASSISTENTE SOCIAL 3 2,3% 1 1,1%

ASSOCIADO - QUADRO DE CARREIRA 1 0,8% 0 0,0%

AUXILIAR DE ENSINO 1 0,8% 0 0,0%

AUXILIAR DE MANUTENÇÃO 1 0,8% 0 0,0%

AUXILIAR FINANCEIRO 1 0,8% 1 1,1%

COORDENADOR 4 3,1% 4 4,6%

FONOAUDIÓLOGO 28 21,4% 20 23,0%

INSTRUTOR 10 7,6% 1 1,1%

MÉDICO 2 1,5% 0 0,0%

PEDAGOGO 1 0,8% 1 1,1%

PROFESSOR 34 26,0% 30 34,5%

PSICÓLOGO 4 3,1% 2 2,3%

TITULAR - QUADRO DE CARREIRA 4 3,1% 3 3,4%

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES 1 0,8% 1 1,1%

TERAPEUTA OCUPACIONAL 2 1,5% 0 0,0%

Total 131 100,0% 87 100,0% Fonte: Dados da Pesquisa

Do total de 89 respondentes qualificados, 11 (12,4%) atuam em mais de um

setor, que estão representando na tabela 2, o que representa a existência de 24

relações em rede. Ao atuar em diversos setores, um agente pode atuar como ponte

relacional entre os setores, desde que tenha tempo para nutrir relações em ambos

os setores.

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91

Tabela 10 – Número de Respondentes por Área de Atuação

Fonte: Dados da Pesquisa

Os agentes indicados (Tabela 10) estão em 4 setores: Centro de Audição na

Criança - CeAC (Setor 02 - S02) e na Clínica de Audição, Voz e Linguagem (Setor

03 - S03). Esses setores são os que mais concentram profissionais em comum com

outros serviços (9 agentes cada). Os setores Administrativo (Setor 01 - S01) e

Instituto Educacional São Paulo - IESP (Setor 04 - S04) apresentaram menor

concentração de profissionais. Destacam-se os agentes A058 e A075, ambos atuam

em três diferentes setores, como releva o Gráfico 1. Esse gráfico permite visualizar

como ocorre a atuação desses profissionais em rede.

ÁREA ATUAÇÃO AGENTEAdministrativo

(S01)

Centro Audição

na Criança -

CeAC (S02)

Clínica de

Audição, Voz e

Linguagem -

CAVL (S03)

Instituto

Educacional São

Paulo - IESP

(S04)

Total Geral

Assistência Social A058 1 1 1 3

Fonoaudiologia A075 1 1 1 3

Fonoaudiologia A052 1 1 2

Fonoaudiologia A055 1 1 2

Fonoaudiologia A053 1 1 2

Medicina A057 1 1 2

Administrativa A019 1 1 2

Fonoaudiologia A012 1 1 2

Coordenação / Direção A064 1 1 2

Fonoaudiologia A051 1 1 2

Administrativa A074 1 1 2

Total Geral 4 9 9 2 24

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92

Gráfico 1 – Número de Respondentes por Área de Atuação

Fonte: Dados da Pesquisa

A cor dos nós entre os agentes é em função do grau de proximidade, por área

de atuação, que indica a intensidade e onde existe maior chance de haver vínculo

entre os profissionais.

3.3. Autoavaliação dos Respondentes

Com a finalidade de obter uma autoavaliação por parte dos colaboradores,

usou-se a primeira parte da pesquisa para identificar a percepção própria de cada

um dos respondentes em relação às atividades desempenhadas em suas funções,

por área de atuação, tendo por consequência a geração de indicador que possa ser

utilizado para apontar oportunidades de capacitação ou atividades em conjunto,

dinamizando as atividades em rede.

Para isso, o questionário construído contemplando as competências

específicas para que respondessem de como viam a si mesmos em termos de nível

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de conhecimento, frequência de atuação, expectativa de aperfeiçoamento para as

atividades abaixo listadas. Para cada atividade foram atribuídos uma letra e um

número, como segue representado no gráfico de rede (Quadro 3):

Quadro 3 – Atividades Realizadas pelos Profissionais

TEMAS – ATIVIDADES COD TEMA

Educar e formar surdos T01

Formar ouvintes em LIBRAS T02

Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos T03

Atendimento clínico T04

Atendimento bilíngue T05

Terapia Ocupacional T06

Consulta médica T07

Triagem auditiva neonatal T08

Avaliação audiológica T09

Seleção e adaptação de aparelhos auditivos T10

Terapia fonoaudiológica T11

Terapia psicológica T12

Grupos de pais T13

Oficina terapêutica T14

Estudos socioeconômicos dos usuários T15

Projetos de pesquisa T16

Desenvolvimento institucional T17

Administração T18 Fonte: Dados da Pesquisa

No decorrer do relatório, todos os gráficos seguem representados pelas letras

e números correspondentes, assim como no Quadro 3.

A autoavaliação é própria do sujeito ou a ele relativa, assim varia de acordo

com a sua opinião, seu autoconhecimento e também da sua capacidade de

avaliação crítica. Nesse sentido, o que segue é o grau de conhecimento; o grau de

atuação por atividade; e, o interesse e aperfeiçoamento pelos temas.

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94

3.3.1. Grau de Conhecimento

O grau de conhecimento dos respondentes, sobre cada atividade listada na

sequência foi analisado a partir da sua própria autoavaliação, com as seguintes

alternativas para resposta:

Domina - conhece bem e pode atuar como multiplicador.

Conhece - sabe aplicar e faz uso frequente.

Tem noção - já teve contato, mas não usa atualmente ou faz uso eventual.

Não conhece - já ouviu falar, mas nunca fez uso.

Tabela 11 – Respondentes por Conhecimento

Fonte: Dados da Pesquisa

As atividades identificadas pelos respondentes como domina são avaliação

audiológica e atendimento bilíngue (Tabela 11).

Os respondentes assinalaram estudos socioeconômicos dos usuários e grupo

de pais como sendo atividades que menos conhecem.

Identificados os respondentes por conhecimento, no Gráfico 2, esses

respondentes são distribuídos pelas relações que estabelecem no exercício das

suas atividades.

TEMA Domina Conhece Tem noção Não conhece Total Geral

Educar e formar surdos 39,3% 10,1% 25,8% 24,7% 100,0%

Atendimento clínico 30,3% 10,1% 28,1% 31,5% 100,0%

Atendimento bilingue 25,8% 13,5% 30,3% 30,3% 100,0%

Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 22,5% 13,5% 34,8% 29,2% 100,0%

Grupos de pais 20,2% 18,0% 31,5% 30,3% 100,0%

Administração 16,9% 19,1% 39,3% 24,7% 100,0%

Avaliação audiológica 16,9% 16,9% 33,7% 32,6% 100,0%

Terapia fonoaudiológica 15,7% 13,5% 32,6% 38,2% 100,0%

Projetos de pesquisa 14,6% 21,3% 37,1% 27,0% 100,0%

Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 13,5% 10,1% 34,8% 41,6% 100,0%

Triagem auditiva neonatal 12,4% 13,5% 31,5% 42,7% 100,0%

Formar ouvintes em LIBRAS 9,0% 18,0% 36,0% 37,1% 100,0%

Desenvolvimento institucional 6,7% 13,5% 46,1% 33,7% 100,0%

Oficina terapêutica 5,6% 13,5% 36,0% 44,9% 100,0%

Terapia psicológica 4,5% 13,5% 38,2% 43,8% 100,0%

Estudos socioeconômicos dos usuários 3,4% 7,9% 38,2% 50,6% 100,0%

Consulta médica 2,2% 15,7% 39,3% 42,7% 100,0%

Terapia ocupacional 1,1% 13,5% 33,7% 51,7% 100,0%

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Gráfico 2 – Respondentes por Conhecimento

Fonte: Dados da Pesquisa

Foram identificadas 4 comunidades usando-se o método de Newman

(NEWMAN, 2010) que se caracteriza por calcular a proximidade entre os agentes de

uma comunidade, ou seja, grupos com mais relacionamentos entre si. O maior grupo

de profissionais por conhecimento é representando pela cor verde lima (39 agentes);

seguida da cor azul (29 agentes); da cor verde menta (18 agentes); e da cor

vermelha (15 agentes), totalizando 101 relações entre esses agentes.

3.3.2. Grau de Atuação por Atividade

Apesar da atividade de avaliação audiológica ser a mais indicada por grau de

conhecimento, o mesmo não ocorre quando se considera o grau de atuação por

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atividade, que representa apenas a sétima atividade que eles mais atuam (Tabela

12).

A frequência de atuação dos respondentes, em cada um dos temas citados,

foi respondida pelos colaboradores de acordo com as opções:

Muito - atuação diária ou semanal.

Pouco - pelo menos uma vez por mês.

Não atua - acima de 180 dias sem atuar na área.

Tabela 12 – Respondentes por Atuação nas Atividades

Fonte: Dados da Pesquisa

A atividade elencada como de maior atuação é educar e formar surdos, no

entanto, foi indicada como a sexta atividade que mais os respondentes autoavaliam

conhecer, uma das atividades de maior frequência na Instituição. Aqui está uma

oportunidade de aperfeiçoamento e treinamento dos profissionais que

desempenham ou queiram desempenhar essa função. No entanto, quanto à

TEMA Muito Pouco Não atua

Educar e formar surdos 41,6% 3,4% 55,1%

Atendimento bilingue 33,7% 9,0% 57,3%

Atendimento clínico 31,5% 7,9% 60,7%

Evolução do uso da língua de sinais pelos

surdos 29,2% 13,5% 57,3%

Administração 28,1% 14,6% 57,3%

Grupos de pais 18,0% 14,6% 67,4%

Avaliação audiológica 16,9% 5,6% 77,5%

Terapia fonoaudiológica 15,7% 6,7% 77,5%

Formar ouvintes em LIBRAS 12,4% 3,4% 84,3%Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 11,2% 5,6% 83,1%

Triagem auditiva neonatal 11,2% 3,4% 85,4%

Projetos de pesquisa 9,0% 25,8% 65,2%

Desenvolvimento institucional 7,9% 21,3% 70,8%

Estudos socioeconômicos dos usuários 5,6% 13,5% 80,9%

Oficina terapêutica 5,6% 5,6% 88,8%

Consulta médica 3,4% 4,5% 92,1%

Terapia psicológica 3,4% 5,6% 91,0%

Terapia ocupacional 1,1% 4,5% 94,4%

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segunda atividade mais indicada de atuação atendimento bilíngue, a mesma ocorre

como a segunda atividade que eles alegam mais conhecer.

A atividade terapia ocupacional e terapia psicológica são as atividades que

obtiveram menor indicação de atuação. Essa preferência pode ser atribuída ao fato

de que poucos respondentes atuantes nessa área tenham respondido à pesquisa.

No gráfico 3, os respondentes são distribuídos pelas relações que

estabelecem na realização das suas atividades.

Gráfico 3 – Respondentes por Atuação nas Atividades

Fonte: Dados da Pesquisa

Os quatro grupos identificados (representados pelas cores azul, vermelho,

verde lima e verde menta) envolvem diversos agentes por atuação nas suas

determinadas atividades. Destaca-se o grupo verde lima com 35 agentes atuantes

nas atividades T01 (educar e formar surdos), T02 (formar ouvintes em LIBRAS), T03

(evolução do uso da língua de sinais pelos surdos) e T05 (atendimento bilíngue)

seguido do grupo azul que envolve 30 agentes atuantes nas atividades T16 (projetos

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de pesquisa), T12 (terapia psicológica), T11 (terapia fonoaudiológica), T10 (seleção

e adaptação de aparelhos auditivos), T09 (avaliação audiológica), T08 (triagem

auditiva neonatal), T07 (consulta médica), T06 (terapia ocupacional) e T04

(atendimento clínico).

Apesar do grupo verde lima ter um número maior de agentes, é o grupo azul

que com menor número de agentes intermedia outras relações com os demais

grupos, além de envolver maior número de atividades.

No grupo verde lima, os agentes que se relacionam estão envolvidos com os

temas T01 (educar e formar surdos), T05 (atendimento bilíngue), T03 (evolução da

língua de sinais) e o T02 (formar ouvintes em LIBRAS). Essas relações ocorrem no

âmbito de temas relacionados à formação dos surdos. Portanto, o grupo verde lima

dá conta da maioria das relações de formação de surdos, inclusive com atuação nos

outros grupos.

Quando se observa o grupo azul, há uma relação forte do agente A054 com

os temas ligados à escola, sendo um intermediador com o grupo azul e o grupo

verde lima. Em contrapartida, o T16 (projeto de pesquisa) está presente tanto no

grupo azul como no grupo verde lima e, principalmente, intermediado pelo agente

A054. O T04 (atendimento clínico) intermedia praticamente todos os demais temas

que aparecem no grupo azul. O T08 (triagem auditiva neonatal) é um tema que

intermedia relações isoladas ligando-se aos temas T09 (avaliação audiológica) e

T10 (seleção e adaptação de aparelhos auditivos) que envolvem atividades ligadas

ao S02 - Centro Audição na Criança – CeAC.

O T04 (atendimento clínico) intermedia os temas T11 (terapia

fonoaudiológica), T10 (seleção e adaptação de aparelhos auditivos), e T09

(avaliação audiológica) todas essas atividades estão relacionadas ao S02 - Centro

Audição na Criança – CeAC, além do T08 (triagem auditiva neonatal) que intermedia

os agentes que prestam serviço de triagem auditiva neonatal nas 4 maternidades

ligadas ao convênio com a PMSP.

O grupo vermelho possui temas referentes à avaliação dos usuários, são eles:

T13 (grupos de pais) e T15 (estudos socioeconômicos dos usuários), os quais se

relacionam tanto com o grupo azul quanto com o grupo verde lima. E,

eventualmente, intermediado por um agente (A070) ao grupo verde.

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O grupo verde menta abrange temas ligados à gestão administrativa T18

(administração) e institucional T17 (desenvolvimento institucional). São áreas que

apoiam a gestão das áreas afins da Instituição. O agente (A064) centraliza a gestão

no interior das relações da área técnica.

A análise deste gráfico busca entender as relações entre os temas, dando

conta, ocasionalmente, da centralidade de alguns agentes.

3.3.3. Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas

A questão abordou que os respondentes indicassem os temas que mais

gostam e (ou) vislumbram se aperfeiçoar, assinalando até 3 (três) indicados.

Foram considerados temas de interesse a atividade educar e formar surdo e

evolução do uso da língua de sinais pelos surdos (Tabela 13).

Tabela 13 – Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas

Fonte: Dados da Pesquisa

TEMA Qtt %

Educar e formar surdos 46 51,7%

Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 32 36,0%

Atendimento bilingue 28 31,5%

Projetos de pesquisa 21 23,6%

Administração 18 20,2%

Atendimento clínico 16 18,0%

Desenvolvimento institucional 12 13,5%

Grupos de pais 11 12,4%

Avaliação audiológica 11 12,4%

Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 10 11,2%

Formar ouvintes em LIBRAS 10 11,2%

Triagem auditiva neonatal 9 10,1%

Terapia fonoaudiológica 9 10,1%

Oficina terapêutica 6 6,7%

Estudos socioeconômicos dos usuários 5 5,6%

Terapia psicológica 1 1,1%

Consulta médica 1 1,1%

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100

A atividade que os respondentes elencaram como de maior atuação educar e

formar surdos também aparece como de maior interesse e aperfeiçoamento,

seguida da atividade evolução do uso da língua de sinais pelos surdos.

A atividade consulta médica ficou como última colocada na preferência dos

respondentes.

Um dado interessante, e que chamou a atenção, tem relação com a falta de

identificação com o tema terapia ocupacional por parte dos respondentes. Presume-

se que a não escolha possa ser decorrente de uma falta de compreensão por parte

desses indivíduos, no que diz respeito à finalidade do tema, pois, dentre os temas

escolhidos há alguns que têm correlação com a terapia ocupacional.

No Gráfico 4 é relacionada a distribuição dos respondentes com base nos

temas identificados por prioridade e aperfeiçoamento.

Gráfico 4 – Interesse e Aperfeiçoamento pelos Temas

Fonte: Dados da Pesquisa

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101

A relação apresentou dois grupos com maior número de agentes dedicados

aos temas que gostam e querem se aperfeiçoar, o grupo vermelho apontou 42

agentes interessados nos temas T01 (educar e formar surdos), T03 (evolução da

língua de sinais) e o T05 (atendimento bilíngue), na sequência o grupo azul

demonstrou 23 agentes identificados com desejo de atuação nos temas T04

(atendimento clínico), T07 (consulta médica), T08 (triagem auditiva neonatal), T09

(avaliação audiológica), T10 (seleção e adaptação de aparelhos auditivos), T11

(terapia fonoaudiológica) e T16 (projetos de pesquisa).

A seguir, são apresentadas as principais métricas calculadas para as relações

entre os profissionais da Instituição pesquisada.

3.4. Relações entre os Profissionais

3.4.1. Agentes Indicados na Sua Área de Atuação

Neste item a pergunta solicitou que os respondentes indicassem duas

pessoas, que na Instituição, procura quando tem dúvidas. A recomendação foi que o

respondente informasse os dois primeiros nomes que viessem à sua mente.

O Gráfico 5 ilustra a multiplicidade e a complexidade das pessoas indicadas

como muito procuradas pelas áreas de atuação quando o respondente tem dúvidas.

Os agentes A089 (profissional da área administrativa) e A057 (profissional da área

médica), foram indicados por 64 respondentes das diferentes áreas de atuação da

Instituição, ambos possuem muita ou algum tipo de ligação com os demais.

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Gráfico 5 – Agentes Indicados por Tema

Fonte: Dados da Pesquisa

As métricas (Tabela 14) apontam uma rede com 127 agentes indicados, e

1.283 relações entre estes agentes, com uma baixa densidade de vínculos (8%). A

distância relacional média entre os agentes é baixa (2,7 graus de separação), há

pouca reciprocidade de relações (8,2%). É uma rede relativamente centralizada

(grau de hierarquia de 73,9%), o que indica a concentração em alguns poucos

especialistas. A rede seria muito mais rica e resiliente se as reciprocidades fossem

menos concentradas, com maior reciprocidade de procuras e trocas de

conhecimentos entre os agentes.

Tabela 14 – Métricas dos Agentes Indicados por Tema

Fonte: Dados da Pesquisa

Medida Valor

Número de linhas 127.000

Contagem de colunas 127.000

Contagem de links 1.283.000

Densidade 0.080

Reciprocidade 0.082

Comprimento do caminho característico 2.722

Coefiente de agrupamento 0.243

Hierarquia Krackhardt 0.739

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Na Tabela 15 são identificados os temas pelos quais as cinco pessoas foram

mais procuradas pelos respondentes da Instituição, quando têm dúvidas sobre as

atividades a serem desempenhadas. As pessoas indicadas representam 21,8% das

1.283 indicações atribuídas por todos os respondentes.

Tabela 15 – Agentes Indicados por Tema

Fonte: Dados da Pesquisa

O profissional A089 foi indicado nos temas administração, triagem auditiva

neonatal e desenvolvimento institucional. O profissional A057 foi procurado pelos

temas consulta médica, atendimento clínico e triagem auditiva neonatal. Na

sequência o profissional A075 foi indicado principalmente nos temas atendimento

clínico, seleção e adaptação de aparelhos auditivos e projetos de pesquisa. Esses

profissionais representam 66,7% dos indicados, acredita-se que esses profissionais

possam ser líderes nas suas áreas de atuação, consequentemente, considerados

especialistas nos temas de conhecimento.

AGENTE / TEMA QUANT %

A089 64 71,1%

Administração 60 66,7%

Triagem auditiva neonatal 2 2,2%

Desenvolvimento institucional 2 2,2%

A057 64 71,1%

Consulta médica 59 65,6%

Atendimento clínico 3 3,3%

Triagem auditiva neonatal 2 2,2%

A075 59 65,6%

Atendimento clínico 27 30,0%

Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 21 23,3%

Projetos de pesquisa 11 12,2%

A054 49 54,4%

Atendimento bilingue 25 27,8%

Terapia fonoaudiológica 12 13,3%

Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 12 13,3%

A064 44 48,9%

Administração 17 18,9%

Projetos de pesquisa 16 17,8%

Atendimento clínico 11 12,2%

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104

Essas medidas indicam que esse grupo possui um maior potencial para

compartilhar conhecimentos. Conforme menciona Rovere (1999), a disseminação do

conhecimento é uma das estratégias para aprimoramento de vínculos entre os

atores da rede, além do que a indicação é uma manifestação de reconhecer a

existência do outro, sua importância e posição na rede.

Através dessas indicações pode haver proposições e ações que figuram a

conectividade entre os indivíduos. Os profissionais com pouca ou nenhuma

indicação são aqueles que se supõe que não sejam multiplicadores.

3.4.2. Agentes Indicados na Realização das Atividades Profissionais

A questão em tela buscou indicações das pessoas com os quais os

respondentes mantém maior contato (pessoal, por telefone, e-mail etc.) sobre os

processos de trabalho que desempenha, exceto seu superior imediato.

A maior concentração de indicados se deu aos profissionais A089 e A060, o

primeiro vinculado à escola e o segundo à área administrativa; estes foram os mais

indicados pelos agentes como sendo as pessoas com quem têm maior contato.

Cada um deles se relaciona com 19,1% dos respondentes.

Tabela 16 – Agentes Indicados nas Atividades Profissionais

Fonte: Dados da Pesquisa

A indicação dos profissionais A089 e A060 (Tabela 16) aponta que ambos

desempenham um papel de interlocução entre os diferentes grupos, dinamizando o

acesso a informações e contatos por outros meios (Gráfico 6).

AGENTE QUANT %

A089 17 19,1%

A060 17 19,1%

A075 14 15,7%

A078 13 14,6%

A043 11 12,4%

A040 9 10,1%

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Gráfico 6 – Agentes Indicados nas Atividades Profissionais

Fonte: Dados da Pesquisa

Esse contato entre os profissionais mostra como o compartilhamento do

conhecimento, informações e difusão fluem pela rede interna e externa a

organização. Esses profissionais produzem elementos que podem possibilitar

influenciar a rede positivamente ou negativamente, além de criar oportunidades para

corrigir e melhorar o ambiente organizacional (SANT’ANA, 2011).

3.4.3. Agentes Indicados nas Relações Pessoais

Nesse item apresenta-se as relações pessoas em que cada respondente citou

os colaboradores da Instituição com os quais têm maior vínculo ou que conhece com

alguma profundidade (pessoas com quem já estudou, trocou experiências ou já

conviveu fora dos encontros da organização).

Os agentes A09 e A045 foram indicados por 10,1% dos respondentes que

conhecem com alguma profundidade (Tabela 17).

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Tabela 17 – Agentes Indicados nas Relações Pessoais

Fonte: Dados da Pesquisa

As indicações podem ser visualizadas no Gráfico 7, que sinaliza os agentes

A09, A045 e A040 como sendo os profissionais de maior grau de procura. São

pessoas que se relacionam bem e geram vínculos que podem extrapolam o

ambiente de trabalho, propiciando um maior volume de trocas informais, gerando

relações pessoais fora e dentro da organização.

Gráfico 7 – Agentes Indicados nas Relações Pessoais

Fonte: Dados da Pesquisa

AGENTE QUANT %

A009 9 10,1%

A045 9 10,1%

A040 8 9,0%

A037 7 7,9%

A068 7 7,9%

A011 6 6,7%

A027 6 6,7%

A030 6 6,7%

A022 5 5,6%

A078 5 5,6%

A060 5 5,6%

A049 5 5,6%

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O agente A09 está vinculado à área administrativa (analista administrativo) da

Instituição e possui 42 anos de tempo de casa. O segundo e terceiro agentes mais

indicados, A045 e A040 respectivamente, são professores especializados em

deficiência auditiva; o primeiro trabalha há 26 anos e o segundo há 19 anos.

Esta rede tem uma densidade de 2,0%, com reciprocidade nas relações de

13,9%, um grau de formação de ‘panelinhas’ de 16,7%, e eficiência na comunicação

de 97,2% (Tabela 18). Isto indica que as relações deste tipo são pouco densas,

concentradas em algumas pessoas e grupos e também assimétricas.

As relações tendem a ocorrer mais no âmbito profissional do que no pessoal,

não se estendendo para além do ambiente de trabalho e não havendo indicação de

relação que possuam vínculo com maior proximidade pessoal. Há provavelmente

coleguismo profissional, mas, pouca amizade.

Tabela 18 – Métricas dos Agentes Indicados nas Relações Pessoais

Fonte: Dados da Pesquisa

A etapa seguinte é uma síntese do cruzamento e detalhamento dos dados

apresentados até aqui analisada neste estudo.

Medida Valor

Número de linhas 127.000

Contagem de colunas 127.000

Contagem de links 320.000

Densidade 0.020

Reciprocidade 0.139

Comprimento do caminho característico 4.682

Coefiente de agrupamento 0.167

Eficiência de Krackhardt 0.972

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3.5. Análise de Rede

3.5.1. Relações dos Grupos de Interesse

Gráfico 8 – Relações dos Grupos de Interesse

Fonte: Dados da Pesquisa

Identificadas 4 comunidades por setor e tema de interesse (conhece, atua,

gosta), (Gráfico 8). O trabalho e atuação tendem a criar ‘panelas’ temáticas.

A primeira e maior comunidade, formada por 34 agentes, é ligada

principalmente ao IESP, e têm como foco o estudo, formação e atendimento de

surdos e linguagem de sinais.

GRUPO 01 34

T05 Atendimento bilingue

T03 Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos

T02 Formar ouvintes em LIBRAS

T01 Educar e formar surdos

S04 IESP

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A segunda comunidade, com 28 agentes, é ligada ao CeAC e CAVL, focada

na pesquisa, terapia, avaliação, triagem e atendimento.

O terceiro grupo, com 17 agentes, tem vínculo principal com o Setor de

Administração e foco em temas correlatos (administração e desenvolvimento

institucional).

O quarto grupo, com 10 agentes, mostra preponderância nos temas que

seguem:

GRUPO 02 28

T16 Projetos de pesquisa

T11 Terapia fonoaudiológica

T10 Seleção e adaptação de aparelhos auditivos

T09 Avaliação audiológica

T08 Triagem auditiva neonatal

T07 Consulta médica

T04 Atendimento clínico

S03 Clínica de Audição, Voz e Linguagem

S02 Centro Audição na Criança (CeAC)

GRUPO 03 17

T18 Administração

T17 Desenvolvimento institucional

S01 Administrativo

GRUPO 04 10

T15 Estudos socioeconômicos dos usuários

T14 Oficina terapêutica

T13 Grupos de pais

T12 Terapia psicológica

T06 Terapia ocupacional

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3.5.2. Relações Intergrupos por Setor

Gráfico 9 – Relações Intergrupos por Setor

Fonte: Dados da Pesquisa

Foram identificadas, pelo método de Newman, 4 grupos, claramente

associadas aos setores em que os agentes atuam (Gráfico 9). Isto indica que as

pessoas tendem a se relacionar apenas com outros próximos no mesmo setor,

tendo como extremo a formação de ‘ilhas’ relacionais ou ‘feudos’ departamentais.

Nesses grupos pode-se dispender energia em conflitos ou manutenção de posições,

ao invés de trocas de informações para disseminar conhecimentos.

O primeiro grupo conta com 45 agentes. É interessante notar que os agentes

mais pontuados em expertise (Gráfico 5) não são os mais pontuados em contato

profissional (Gráfico 6) ou relações pessoais (Gráfico 7), exceto os agentes A037 e

A060, que tiveram indicações elevadas nas três dimensões, expertise, contato

profissional e pessoal. Isto aponta que, nesta Instituição, as relações tendem a ser

bastante direcionadas, ou seja, obter informação técnica ou resolver questões

cotidianas e de trabalho.

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Tabela 19 – Comunidade Instituto Educacional São Paulo

Fonte: Dados da Pesquisa

A segunda comunidade está mais associada à Clínica de Audição, Voz e

Linguagem. Neste grupo, a maior pontuação em expertise (Gráfico 5) corresponde

também à maior nota de contato (Gráfico 6), mas, as notas de profundidade (Gráfico

7) são baixas para todos, indicando um grupo que convive pouco fora do ambiente

de trabalho.

Esta comunidade tem agentes (A054, A096, A117) que geram vinculação de

mais de um tipo, sendo que a busca de conhecimento se dá no decorrer da própria

relação cotidiana de trabalho, mas não se estende fora do expediente, o que reitera

as inferências do grupo anterior.

45 AGENTES

S04 Instituto Educacional São Paulo

AGENTE GRUPO 13 14 15

A057 1.0 65 1 2

A081 1.0 62 5 4

A036 1.0 53 6 4

A101 1.0 52 2 2

A037 1.0 47 6 7

A107 1.0 43 3

A100 1.0 39 2 4

A060 1.0 24 17 5

A043 1.0 14 11 4

A040 1.0 10 9 8

A011 1.0 8 3 6

A049 1.0 3 4 5

A045 1.0 2 3 9

A027 1.0 1 3 6

A030 1.0 1 3 6

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Tabela 20 – Comunidade Clínica de Audição, Voz e Linguagem

Fonte: Dados da Pesquisa

A terceira comunidade liga-se principalmente ao Administrativo. É nítida a

separação entre os mais pontuados no Gráfico 5 (A022, A062), Gráfico 6 (A078) e

Gráfico 7 (A009, A068).

Tabela 21 – Comunidade Administrativo

Fonte: Dados da Pesquisa

29 AGENTES

S03 Clínica de Audição, Voz e Linguagem

AGENTE GRUPO 13 14 15

A054 2.0 80 4 2

A096 2.0 50 4 2

A117 2.0 44 4 1

A058 2.0 36 3 3

A116 2.0 36 2

A006 2.0 32 2 1

A052 2.0 31 2 1

A001 2.0 28 1 1

A077 2.0 23 3 3

A094 2.0 25 2

A106 2.0 22 2 1

A104 2.0 20 2 1

A065 2.0 16 1

A056 2.0 14 2 1

A051 2.0 11 2 4

28 AGENTES

S01 Administrativo

AGENTE GRUPO 13 14 15

A022 3.0 48 3 5

A062 3.0 39 3

A078 3.0 7 13 5

A070 3.0 15 3 4

A072 3.0 14 4 1

A009 3.0 2 7 9

A068 3.0 7 7

A087 3.0 6 5 2

A108 3.0 11

A092 3.0 8 1 2

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A quarta comunidade liga-se principalmente ao CeAC, sendo composta por

25 agentes. As pontuações entre os Gráficos 5, 6 e 7 são mais próximas que nos

outros grupos e concentradas nos agentes A075, A064, e A089, o que indica um

grupo mais concentrado e com relacionamento mais próximo que os demais. É uma

comunidade pequena, mas que provavelmente tem vínculos intensos e duradouros,

parcerias e suporte mútuo.

Tabela 22 – Comunidade Centro Audição na Criança

Fonte: Dados da Pesquisa

A análise entre os grupos parece indicar que não há integração em rede entre

os profissionais. Talvez seja importante pensar qual o meio para tornar mais

compartilhado, no âmbito da organização, a interação entre os profissionais para

trocar experiências e conhecimentos. A saída seria criar espaços de diálogos com

temas de interesse em comum.

3.6. Autopercepção x Heteropercepção

Os agentes possuem uma elevada percepção sobre sua atuação por tema

(Gráfico 2, Gráfico 3, Gráfico 4) e como tal são reconhecidos pelo grupo que

pertencem (Gráfico 5).

Estas pessoas tendem a se ver como bons profissionais e também são assim

vistos pelos seus grupos. Consideram-se como formadores de opinião e com

25 AGENTES

S02 Centro Audição na Criança

AGENTE GRUPO 13 14 15

A075 4.0 113 14 4

A064 4.0 91 7 4

A089 4.0 70 17 1

A083 4.0 64 1 2

A053 4.0 48 5 2

A079 4.0 41 7

A023 4.0 16 1

A097 4.0 9 4

A055 4.0 5 5 3

A098 4.0 9 2

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potencial para difundir conhecimentos e melhorar práticas, desde que não estejam

assoberbadas com solicitações e trabalho.

Quadro 4 – Agentes com Autopercepção por Tema

Fonte: Dados da Pesquisa

Agentes que alegaram conhecer ou ter noção de cada tema, e que gostariam

de se aperfeiçoar neste tema.

Estas pessoas provavelmente se engajariam mais e aumentariam sua

contribuição à organização, se tivessem oportunidade de ajudar e atuar como

‘aprendizes’, por algumas horas, nas áreas e temas pelas quais se interessam.

AGENTE TEMA DESCR TEMA Atua Muito Domina Gosta Total Geral IN DEGREE

A036 T01 Educar e formar surdos 1 1 1 3 36

A079 T01 Educar e formar surdos 1 1 1 3 26

A060 T01 Educar e formar surdos 1 1 1 3 10

A081 T03 Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 1 1 1 3 12

A075 T04 Atendimento clínico 1 1 1 3 27

A054 T04 Atendimento clínico 1 1 1 3 10

A054 T05 Atendimento bilingue 1 1 1 3 25

A057 T07 Consulta médica 1 1 1 3 59

A083 T08 Triagem auditiva neonatal 1 1 1 3 35

A052 T09 Avaliação audiológica 1 1 1 3 22

A077 T09 Avaliação audiológica 1 1 1 3 15

A075 T10 Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 1 1 1 3 21

A051 T10 Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 1 1 1 3 11

A013 T10 Seleção e adaptação de aparelhos auditivos 1 1 1 3 10

A058 T15 Estudos sócio econômicos dos usuários 1 1 1 3 31

A062 T17 Desenvolvimento institucional 1 1 1 3 36

A089 T18 Administração 1 1 1 3 60

A070 T18 Administração 1 1 1 3 14

A081 T02 Formar ouvintes em LIBRAS 1 1 2 40

A037 T03 Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 1 1 2 14

A054 T03 Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos 1 1 2 12

A064 T04 Atendimento clínico 1 1 2 11

A006 T05 Atendimento bilingue 1 1 2 15

A001 T11 Terapia fonoaudiológica 1 1 2 17

A054 T11 Terapia fonoaudiológica 1 1 2 12

A064 T16 Projetos de pesquisa 1 1 2 16

A075 T16 Projetos de pesquisa 1 1 2 11

A022 T17 Desenvolvimento institucional 1 1 2 39

A023 T17 Desenvolvimento institucional 1 1 2 16

A064 T18 Administração 1 1 2 17

A072 T18 Administração 1 1 2 14

A037 T16 Projetos de pesquisa 1 1 22

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Quadro 5 – Agentes com Autopercepção por Tema e Interesse de Aperfeiçoamento

Fonte: Dados da Pesquisa

Nesse sentido, é que o discurso de alguns respondentes vem reiterar as

inferências ocorridas nesta pesquisa. De que não há integração no dia a dia dos

profissionais da Instituição. Apontou expectativa quanto à divulgação dos resultados

da pesquisa, para que tragam melhoria na interação entre as pessoas, criando

vínculos entre elas.

AGENTE TEMA DESCR TEMA GRAU CONHECTO

A022 T18 Administração Conhece

A077 T10 Seleção e adaptação de aparelhos auditivos Conhece

A058 T13 Grupos de pais Conhece

A088 T16 Projetos de pesquisa Conhece

A079 T02 Formar ouvintes em LIBRAS Conhece

A058 T14 Oficina terapêutica Conhece

A036 T03 Evolução do uso da língua de sinais pelos surdos Tem noção

A052 T08 Triagem auditiva neonatal Tem noção

A018 T18 Administração Tem noção

A089 T16 Projetos de pesquisa Tem noção

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta tese buscou diagnosticar, por meio da análise de rede, a cooperação

entre os profissionais que integram a equipe interdisciplinar no serviço de saúde e

educação. Ressalta-se que foi possível identificar pontos importantes de melhoria e

potencial para se incrementar nesta rede.

Foi traçado o perfil sociográfico dos participantes desta rede e, desse modo,

se verificou como ocorrem as relações entre esses profissionais, indicando os

possíveis especialistas por tema, os profissionais com maior indicação de atuação,

contato pessoal e de trabalho, pessoas de referência nas áreas de trabalho e na

Instituição como um todo.

A caracterização de uma rede é marcada por apoio espontâneo, cooperação

e conexão entre os indivíduos, atuando como organismo vivo, buscando

compreender e interagir.

A rede analisada apresentou uma estrutura relativamente centralizada, cuja

identificação é a centralização em alguns especialistas que compartilham

conhecimentos. O funcionamento da rede não é criado por alguém, mas é criado por

todos os integrantes e requer que se constituam por si em torno de conceitos,

valores, sentimentos e ideias mobilizadoras.

Na análise da rede constatou-se que para estimular os indivíduos a atuarem

em rede seria importante fomentar as ações para conectar as pessoas da instituição;

promover ações que estimulem as trocas interdisciplinares entre os profissionais,

resultando em benefícios para o público atendido. Para tanto, o fomento a uma nova

forma de cultura organizacional se tornaria um fator determinante para alcançar essa

finalidade.

Compreende-se, a necessidade do fomento a uma cultura na qual o indivíduo

se perceba não apenas como parte da realidade organizacional, mas, também,

como integrante de um todo, de um sistema, no qual tanto as experiências

profissionais como àquelas de cunho pessoais possam ser aglutinadas em prol de

algo maior, podendo servir de base para mudar os vínculos existentes e contribuindo

para a maximização da integração em rede entre os grupos atuantes na

organização.

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Tais circunstâncias poderiam proporcionar maior volume de trocas

interdisciplinares, na medida em que um ambiente, de compartilhamento e troca de

conhecimentos e ideias, estaria mudando a baixa percepção de individualidade em

prol de um ambiente colaborativo.

Todavia, nesse processo de transição é pertinente e essencial que se tenha,

a todo o momento, antes, durante e mesmo depois, a presença de diálogo constante

e a realização de encontros temáticos, que sejam do interesse de todos e que

venham a reforçar os vínculos existentes.

Provavelmente, esse novo cenário a emergir no ambiente organizacional

possibilitará a busca constante por conhecimento, o que subsidiará o fortalecimento

dos laços existentes entre os profissionais da organização.

Uma cultura colaborativa em que todos se sintam agregados e que incentive e

dissemine as trocas de conhecimentos profissionais é a chave para o

aprimoramento das redes existentes na organização, em benefício da sua missão

com reflexos positivos para seus colaboradores.

Conectar pessoas depende das próprias pessoas, dos relacionamentos

formais e informais existentes nas organizações, a predominância de mais relações

presentes na Instituição, de maneira mais distribuída do que centralizada.

A Instituição pesquisada apresentou uma baixa densidade de vínculos e uma

distância média entre os agentes relativamente baixa. Isso resulta na pouca

reciprocidade de relações entre os agentes. Com esse cenário, recomenda-se

estimular a conectividade das pessoas, por meio de ações que influenciem a

interação dos profissionais em rede.

Mesmo que não se consiga conectar todos os indivíduos será mais fácil criar

laços imediatos e duradouros. Ao discutir as redes deve-se ter presente que elas

surgem a partir de um reflexo da interação social existente entre indivíduos na

organização, a partir de objetivos, valores, sentimentos e ideias que compartilham

coletivamente. O incentivo à sua criação surge a partir de um elemento essencial, os

‘tecelões ativos’ ou ‘animadores de rede’, que são os indivíduos que auxiliam na

mobilização e integração dos participantes.

Quanto maior e mais amplo o processo colaborativo na organização, mais

redes serão tecidas. Como consequência, melhores e mais duradouras serão as

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relações, bem como maiores serão suas interatividades e mais sólidas serão as

redes existentes.

Uma das ideias seria maximizar a integração em rede entre os grupos, pois

os profissionais ganhariam se as pessoas tivessem um maior volume de trocas

interdisciplinares. Para a propagação das trocas interdisciplinares e relacionamentos

seria interessante abrir tempo para diálogos e encontros temáticos entre os

profissionais. É relevante que estes encontros despontem a partir de temas de

interesse em comum e sejam mediados, para que o resultado seja pautado na

solidez e na integração, visto como um grande potencial para incrementar as trocas

de saberes e informações entre os profissionais dos setores.

Isso fortaleceria o relacionamento com o público atendido, fundamental para

garantir a satisfação do público usuário do serviço desta organização. Para que haja

a fidelização deste público são necessárias interações entre organização e agentes.

Nesse sentido, com base na análise de redes desta instituição, com

repercussão das relações institucionais, espera-se que esse trabalho possa

contribuir para a melhora de outros serviços da mesma natureza.

Do mesmo modo, espera-se que outros trabalhos possam dar continuidade

aos achados desta tese.

Sugere-se, como próximos passos, novas pesquisas que permitam uma

análise longitudinal, avaliando-se o desenvolvimento desta rede ao longo dos anos.

Estudos futuros podem investir na caracterização de outras instituições, a

partir de estudos de caso mais detalhados, ou mesmo na exploração de variáveis

ligadas ao atendimento voltado para a educação e para a saúde, aprofundando os

temas abordados, entre outras. Esta tese pretendeu apontar algumas direções de

um procedimento metodológico útil, que seja disseminador de orientações e

sugestões complementares para as organizações e que seja passível de futuras

pesquisas.

Esta tese, apesar de ter buscado desenvolver uma análise de redes de uma

Instituição de educação e saúde, tem limites, uma vez que não explorou todas as

possibilidades das relações entre os agentes e os temas existentes na gestão desta

organização. Outras pesquisas poderão aprofundar os dados existentes. No entanto,

este estudo poderá constituir em instrumento para estimular instituições, gestores,

colaboradores e a organizações para analisar suas relações em rede.

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VELTRONE, Aline Aparecida; MENDES, Enicéia Gonçalves. Impacto da mudança de nomenclatura de deficiência mental para deficiência intelectual. Educação em Perspectiva. Viçosa, v. 3, n. 2, p. 448-450, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufv.br/seer/educacaoemperspectiva/index.php/ppgeufv/article/viewFile/235/91>. Acesso em: 10 out. 2016.

VILLASANTE, T. R. Redes e alternativas: estratégias e estilos criativos na complexidade social. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

WAKER, Robert A. Comunicação interna de uma rede intraorganizacional usando análise de redes sociais. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Universidade Paulista. São Paulo: UNIP, 2013.

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WASSERMAN, S.; FAUST, K. Social network analysis: methods and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

WATTS, D. Six Degrees. The Science of a Connected AGE, New York: W. W. Norton & Company, 2003.

WEST, D. B. Introduction to graph theory. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1996

ZAHEER, Akbar; USAI, Alessandro. The social network approach in strategy research: Theoretical challenges and methodological issues. In: KETCHEN Jr. D.J.; BERGH, D. D. (Ed.). Research methodology in strategy and management. v.1. Boston: Elsevier, 2004.

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APÊNDICES APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO

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APÊNDICE 2 ‒ EMAILS DA PESQUISA

E-mail da pesquisa

Objetivo: questionário da pesquisa.

Assunto: QUESTIONÁRIO: Mapa da Gestão do Conhecimento

Destinatários: todos os profissionais da Instituição de respondentes.

Remetente: Instituição

Responsável pelo envio: Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

Data de envio: 30/06/2016.

Prezados,

Você recebeu essa mensagem por fazer parte do cadastro de profissionais que

atuam na Instituição.

Neste momento, nos reportamos a você para informar que lançamos uma pesquisa

que visa mapear, analisar e identificar as trocas de conhecimentos entre os

profissionais que atuam na Instituição no âmbito da tese de doutoramento em

Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo da

aula Cíntia Bincoleto Fazion, e gostaríamos de ouvir a sua opinião.

A pesquisa leva apenas alguns minutos para ser respondida, e pode ser acessada

através do link https://pt.surveymonkey.com/r/

Sua participação é muito importante!

Abraços

Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

E-mail: Lembrete da pesquisa 01

Objetivo: reforçar a importância de responder à pesquisa.

Assunto: LEMBRETE: Questionário - Mapa da Gestão do Conhecimento

Destinatários: fração dos profissionais que não tenha ainda respondido à pesquisa.

Remetente: Instituição

Responsável pelo envio: Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

Data de envio: 05/07/2016.

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Já respondeu ao questionário Gestão do Conhecimento da Instituição?

A sua resposta é muito importante!

Na semana passada, iniciamos uma pesquisa que vai nos ajudar a conhecer melhor

os temas diversos trabalhados na Instituição.

Se você não participou, ainda dá tempo de responder a pesquisa

https://pt.surveymonkey.com/r/

Ela é fácil, rápida e as respostas são confidenciais.

Abraços

Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

E-mail: Lembrete da pesquisa 02

Objetivo: reforçar a importância de responder à pesquisa no prazo.

Assunto: IMPORTANTE: Questionário - Mapa da Gestão do Conhecimento

Destinatários: fração dos profissionais que não tenha ainda respondido à pesquisa.

Remetente: Instituição

Responsável pelo envio: Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

Data de envio: 19/07/2016.

Já respondeu ao questionário Gestão do Conhecimento da Instituição?

A sua resposta é muito importante!

Na semana passada, iniciamos uma pesquisa que vai nos ajudar a conhecer melhor

os temas diversos trabalhados na Instituição.

Se você não participou, ainda dá tempo de responder a pesquisa

https://pt.surveymonkey.com/r/

Ela é fácil, rápida e as respostas são confidenciais.

Abraços

Coordenador Administrativo da Instituição pesquisada

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E-mail: Lembrete da pesquisa 03

Objetivo: reforçar a importância de responder à pesquisa no prazo.

Assunto: LEMBRETE: Questionário - Mapa da Gestão do Conhecimento

Destinatários: fração dos profissionais que não tenha ainda respondido à pesquisa.

Remetente: Instituição

Responsável pelo envio: Secretaria Geral da Instituição pesquisada

Data de envio: 03/08/2016.

Prezado Colaborador

Já respondeu ao questionário Gestão do Conhecimento da Instituição?

Lançamos uma pesquisa que visa mapear e identificar as trocas de conhecimentos

entre os profissionais que atuam na Instituição, no âmbito da tese de doutoramento

em Administração de Empresas pela PUC-SP da aluna Cíntia Bincoleto Fazion.

Se você não participou, ainda dá tempo. A pesquisa leva apenas alguns minutos

para ser respondida, e pode ser acessada através do

link https://pt.surveymonkey.com/r/

Ela é fácil, rápida e as respostas são confidenciais.

Sua participação é muito importante!

Atenciosamente,

Secretaria Geral

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APÊNDICE 3 ‒ AUTOAVALIAÇÃO DE RESPONDENTES POR

INDICAÇÕES/TEMA

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ANEXOS

ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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ANEXO 2 – ALGUMAS DAS ATIVIDADES DA INSTITUIÇÃO ANALISADA ANO 2015

Os trabalhos realizados estão direcionados para as atividades:

Escola Especial de Educação Básica

Educação Infantil e Ensino Fundamental gratuitos para crianças e jovens surdos.

Cursos, oficinas, palestras e intérpretes em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Cursos de Aprendizagem que inserem o jovem surdo no mercado de trabalho.

Assessoria em acessibilidade de surdos.

Inclusão escolar de crianças surdas.

Clínica de Audição, Voz e Linguagem

Prevenção, diagnóstico e tratamento clínico interdisciplinar nas áreas de

audição, voz e linguagem.

Adaptação e concessão de aparelhos auditivos (convênio SUS).

Assessoria e supervisão clínica.

Cursos de aprimoramento.

Centro Audição na Criança (CeAC)

Atendimento a bebês e crianças de até 3 anos com deficiência auditiva.

Triagem, diagnóstico e reabilitação.

Comitê de Formação e Pesquisa

Assessoria a pesquisadores na área de audição, voz e linguagem, apoiando a

realização de pesquisas institucionais e a sua divulgação.

Organizar eventos científicos institucionais e propor ou oferecer suporte técnico

para a realização cursos de formação (Cursos de Aprimoramento).

Visando contemplar o desenvolvimento das ações elencadas acima a Instituição:

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Presta serviços de assistência aos pacientes do Sistema único de Saúde, de acordo

com a legislação vigente;

Oferece Educação Especial Básica e Programas Educacionais Complementares

para crianças, jovens e adultos surdos;

Presta serviços clínicos de diagnóstico e tratamento de pessoas com alterações da

audição, voz e linguagem;

Assegura o desenvolvimento de estágios curriculares para os alunos dos cursos de

Fonoaudiologia, Psicologia, Pedagogia, Serviço Social, entre outros da Universidade

à qual está vinculada e de outras Instituições de Educação Superior – IES;

Colabora com a Faculdade para o desenvolvimento de atividades no âmbito da

educação continuada, em cursos de pós-graduação lato sensu (especialização e

aperfeiçoamento). Coordena cursos de aprimoramento e extensão para a

qualificação de profissionais, através da formação em serviço, de acordo com as

normas acadêmicas;

Desenvolve pesquisas, propostas, coordenadas por professores ou profissionais da

Instituição no campo da audição, voz, motricidade orofacial e linguagem;

Colabora, no contexto de sua atuação e condições técnicas com outras unidades da

Instituição na implementação de suas respectivas políticas, programas e projetos de

ensino, pesquisa e extensão;

Colabora para a educação na área da saúde e da prevenção das alterações da

audição, voz e linguagem através de assessorias e medidas socioeducativas, em

organizações governamentais e não governamentais;

Promove cursos livres de ensino de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS,

destinados a pessoas de distintos graus e distintas áreas de formação, interessados

na aprendizagem da língua usada por surdos, e

Promove cursos de aprendizagem profissional, visando a inclusão social de jovens

surdos a partir dos dezesseis anos, por intermédio da formação técnico-profissional

metódica, profissionalização e inserção no mundo do trabalho.

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Escola de Educação Bilíngue para Surdos e Programas Educacionais

Complementares

1 – CURSO REGULARES

Educação Infantil

O curso proporcionou atividades que permitiram a aquisição da Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS) e o contato com a Língua Portuguesa escrita

As atividades beneficiaram:

15 Crianças surdas de 3 a 5 anos. 2 classes de Educação Infantil – 20 horas semanais.

Ensino Fundamental I– curso matutino

O trabalho realizado teve como foco os conteúdos pedagógicos regulares do Ensino

Fundamental, com ênfase na Língua Brasileira de Sinais e na Língua Portuguesa escrita. As

crianças do 1º ano iniciaram o processo de escrita.

As atividades beneficiaram:

44 crianças surdas de 6 a 12 anos. 1 classes de 1º com 20 horas semanais e 5 classes de 2º a 5º ano - 22 horas semanais.

Ensino Fundamental II– curso matutino

37 adolescentes surdos de 12 a 16 anos. 4 classes de 6º ao 9º ano - 27 horas semanais.

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2. PROGRAMAS EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES

Programa de Acessibilidade (LIBRAS)

Cursos livres de LIBRAS para Pessoas Físicas (PF)

36 TURMAS – 579 alunos matriculados.

WORKSHOP E Cursos de LIBRAS para Pessoas Jurídicas (PJ)

workshops

cursos de 40 e 60 horas

Encontros Desmistificando a surdez

Interpretação

30 atendimento de interpretação para diversas empresas e órgãos

públicos.

Programa de EMPREGABILIDADE

Atividades voltadas a jovens surdos com vistas ao autoconhecimento; à melhora da

autoestima, do conhecimento do mundo do trabalho e de suas relações e à qualificação

profissional.

Cursos de Aprendizagem Metódica para Surdos

Cadastramento, Avaliação e dinâmicas de seleção. 200 cadastrados

150 avaliados

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Cursos em andamento em 2015 = Camargo Correa Mendes Jr., Linx,

Panpharma, Tavex e Tennis Station = 60 aprendizes;

Cursos iniciados em 2015 = não houve

TOTAL DE APRENDIZES CERTIFICADOS ATÉ 2015 = 120 aprendizes

Programa de APOIO À AÇÃO EDUCATIVA

Cursos de CERTIFICAÇÃO CISCO - IT ESSENTIALS

Início em Abril de 2015 no período noturno;

1º semestre – 04 horas semanais e 2º semestre 6 horas semanais;

15 participantes

01 professor surdo e 1 professor ouvinte

Total de surdos certificados pela Cisco até 2015 – 11

participantes

Cursos de Língua Portuguesa para Surdos

Início de 04 turmas no período noturno em 2014;

Total de 79 alunos

Clínica de Audição, Voz e Linguagem

A equipe multidisciplinar da Clínica desenvolveu atividades de atendimento clínico

(prevenção, diagnóstico e tratamento), formação e pesquisa na área das alterações de

audição, voz motricidade orofacial e linguagem.

A Clínica, organizada em setores e serviços voltados a questões específicas das alterações

de audição, voz, motricidade orofacial e linguagem, atendeu crianças, adolescentes, adultos

e idosos. Desde janeiro de 2014, a Instituição ampliou o convênio SUS firmado com a

Prefeitura Municipal de São Paulo como CER II – deficiência auditiva e intelectual. O fluxo

de pacientes é feito pela Secretaria Municipal de Saúde, que encaminha pacientes de todas

as idades, das regiões norte, sul e sudeste do município.

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A troca constante de informações e conhecimento entre profissionais de diversas

especialidades, o atendimento humanizado e equipamentos de ponta são alguns

diferenciais da Clínica.

Setor de Fonoaudiologia

Serviços:

Audiologia Clínica Audiologia Educacional Patologia da Linguagem Surdez Voz e Motricidade Orofacial Terapia Ocupacional

Atendimento (diagnóstico e terapia) a pacientes com:

Deficiência auditiva Alterações de linguagem dificuldades de leitura e escrita alterações de voz motricidade orofacial afasia (atendimento terapêutico e oficinas por meio do Centro de

Atendimento a Afásicos – CAAf)

Setor de Psicologia

Acolhe questões envolvidas na articulação entre diversas alterações da audição, voz e

linguagem e questões psíquicas, oferecendo atendimento clínico (diagnóstico e tratamento)

aos pacientes e/ou seus familiares.

Setor Médico

Atua nas áreas de Otorrinolaringologia, Foniatria, Neurologia e Neuropediatria, realizando

atividades de diagnóstico e acompanhamento dos pacientes atendidos pelos setores de

Fonoaudiologia e Psicologia.

Serviço Social

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Entre outras atividades, realiza atendimento social aos núcleos familiares dos pacientes,

participa de discussões de caso com equipe multidisciplinar, promove reuniões de grupos de

pacientes e participa de atividades do Centro de Afasia.

Alguns números do atendimento clínico

Pacientes 3.377 / ano

Procedimentos (diagnóstico e tratamento) 16.457 / ano

Triagens 133 / ano

Seleção e adaptação de aparelhos auditivos (convênio SUS) 2.452 / ano

Atividades de formação e pesquisa

Atividades voltadas à formação de profissionais:

Estágios extra-curriculares para a graduação da Universidade à qual é ligada

academicamente (fonoaudiologia, psicologia e serv. social). Apoio a estágios curriculares obrigatórios do Curso de Fonoaudiologia e Psicologia

da Universidade à qual é ligada academicamente.

Atividades oferecidas a profissionais formados:

quatro cursos de aprimoramento nas áreas de medicina, psicologia e fonoaudiologia. Formação complementar especializada nas áreas de medicina, fonoaudiologia e

psicologia. Supervisão de profissionais e alunos bolsistas da Universidade à qual é ligada

academicamente nas áreas de fonoaudiologia e psicologia.

Pesquisa:

Projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição.

Especialização, Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, Trabalhos de Conclusão de Curso e outros com orientação de professores dos departamentos da faculdade.

Artigos em revistas especializadas, capítulos de livros, organização de livros e participação em eventos científicos (conferências, palestras e comunicações).

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Centro Audição na Criança (CeAC)

O CeAC atendeu pacientes de zero a três anos ligados ao convênio SUS, realizando

triagem auditiva neonatal, diagnóstico, seleção de aparelhos de amplificação sonora

individual e atendimento terapêutico. Realizou grupo de pais com todas as crianças que

receberam diagnóstico de perda auditiva durante o ano. O CeAC funciona também como

laboratório da linha de pesquisa Audição na Criança do Programa de Estudos Pós-

Graduados em Fonoaudiologia da Universidade à qual é ligada academicamente.

Atendimento a bebês: do nascimento aos três anos.

Ano de 2015:

Pacientes 795 / ano. Procedimentos 3.370 / ano. Seleção e adaptação de aparelhos auditivos (convênio SUS) 364 / ano.

Procedimentos

Triagem auditiva neonatal, diagnóstico de alterações auditivas, seleção e indicação de

aparelhos de amplificação sonora individual, terapia fonoaudiológica e grupo de pais.

A participação do serviço social nas entrevistas individuais e no grupo de pais tem sido

determinante no processo de adesão dos pais ao programa de intervenção.

Todos os procedimentos foram registrados e constituíram material de pesquisa para

dissertações de mestrado e teses de doutorado, visando à construção de conhecimento na

área da Saúde Auditiva na Criança.

A partir do Convênio com o Hospital das Clínicas e com o Programa de Implante Coclear da

USP, houve intercâmbio de pacientes e de profissionais dos dois serviços visando a melhora

do atendimento dos pacientes e a elaboração de projetos de pesquisa em cooperação.

Os profissionais do CeAC participaram do Grupo Técnico de Saúde Auditiva da Prefeitura

Municipal de São Paulo e são representantes do Brasil na Fundação Hear the World e no

Grupo de Apoio Pediátrico Phonak.

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Programa de Triagem Auditiva Neonatal - TANU

Também é de responsabilidade do CeAC a coordenação do Programa de Triagem Auditiva

Neonatal em 4 maternidades do Município de São Paulo.

Projeto Fundação Hear the World

Projeto de orientação à familiares e responsáveis pelas crianças assistidas no Centro de

Audição da Criança (CeAC), com enfoque na adesão ao uso de Aparelho de Amplificação

Sonora Individual (AASI).