poluição, aerossóis e radiação uv icb, ufmg ecologia energética nome: silvia h. f. de oliveira
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Poluição, Aerossóis e Radiação UV
ICB, UFMG
Ecologia Energética
Nome: Silvia H. F. de Oliveira
Poluição
Lei 6.938 de 31/08/81, (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente):
“Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem
matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos".
Poluição atmosférica
• Emissão de gases tóxicos e de material particulado na atmosfera.
• Aglomerações urbanas e industriais do mundo.
• Influência na qualidade local do ar e efeitos a grandes distâncias e
a longo prazo.
• Principais fontes: indústrias químicas, siderúrgicas, de eletrólise do
alumínio, as fábricas de cimento, de papel, as refinarias de
petróleo, os incineradores de lixo doméstico e industrial.
• Sólido, líquido e gasoso.
• Origem natural ou antropogênica.
Principais poluentes atmosféricos e fontes
poluentes fontes processos efeito
Óxidos de Enxofre(SOx)
Antropogênicas Combustão (refinarias, centrais térmicas, veículos) e processos industriais.
Afeta o sistema respiratórioChuvas ácidasDanos em materiais
Naturais Vulcanismo e processos biológicos
Óxido de Nitrogênio (Nox)
Antropogênicas Combustão (veículos e indústria) Afeta o sistema respiratório Chuvas ácidas
Naturais Emissões da vegetação
Compostos Orgânicos Voláteis (COV)
Antropogênicas RefinariasPetroquímicasVeículosEvaporação de combustíveis e solventes
Poluição fotoquímicaIncluem compostos tóxicos e carcinogênicos
Naturais Emissões da vegetação
Monóxido de Carbono (CO)
Antropogênicas Combustão (veículos) Reduz a capacidade de transporte de oxigênio no sangueNaturais Emissões da vegetação
Dióxido de Carbono (CO2)
Antropogênicas Combustão Efeito estufa
Naturais Fogos florestais
Chumbo(Pb)
Antropogênicas Gasolina com chumboIncineração de resíduos
Tóxico acumulativoAnemia e destruição de tecido cerebral
Partículas Antropogênicas CombustãoProcessos industriaisCondensação de outros poluentesExtração de minerais
Alergias respiratóriasVetor de outros poluentes (metais pesados, compostos orgânicos carcinogênicos).
Naturais Erosão eólicaVulcanismo
CFC’s Antropogênicas AerossóisSistemas de refrigeraçãoEspumas, sistemas de combate a incêndios.
Destruição da camada de ozônioContribuição para o efeito estufa
Aerossóis
• Suspensões relativamente estáveis de partículas sólidas ou gotículas dispersas num gás com dimensões inferiores a 100 µm, mas tamanhos superiores aos das moléculas
• Chamados: aerocolóides, matéria particulada ou simplesmente partículas.
• Incluem: poeiras, fumos, cinzas, nevoeiros, sal, fuligem, metais, compostos óxidos e também contêm compostos semivoláteis - nitratos e muitos outros compostos orgânicos.
• Vetores da poluição e da radioatividade atmosféricas
Formação de nuvens e de precipitação Balanço radiativo da atmosfera Visibilidade Permutas entre o oceano e a troposfera Eventuais modificações na camada de ozônio.
(Alves, C. 2005).
• Tamanho da partícula, concentração e composição química.
• O efeito direto dos aerossóis no clima consiste nos mecanismos que afetam diretamente o fluxo de radiação solar na superfície, podendo levar tanto ao aquecimento quanto ao resfriamento, dependendo das propriedades intrínsecas das partículas de aerossóis e da refletividade da superfície. (Artaxo, 2006)
Espessura óptica Albedo Parâmetro de assimetria Função de base
Variam com a umidade do ar
Aerossóis primários
Aerossóis carbonosos:
• carbono inorgânicos (CI), carbono orgânico (CO) e carbono negro (CN)
• CN e CO: produtos primários de origem antropogénica.
• CI: compostos primários de origem natural, pequena percentagem formada por reações atmosféricas.
• CN: todo o carbono que apresenta cor negra. cadeias de átomos de carbono de estrutura microcristalina responsáveis pelas características de absorção luminosa do CN.
• Capacidade de absorção de poluentes gasosos.
• Fontes: queima de biomassa e de combustíveis fósseis e pela oxidação atmosférica de compostos orgânicos voláteis (COV).
Poeiras do solo
• Principais fontes: África, na Península Arábica e nos desertos asiáticos de Gobi, Taklamakan, deserto australiano.
• Revolvimento dos solos nas atividades agrícolas - 50% das emissões globais,
• Poeiras do Saara: penetração no Atlântico até longas distâncias.
Emissões vulcânicas
• aerossóis com dimensões bastante reduzidas (1 µm), • longos períodos na atmosfera. • compostos sulfurosos. • núcleos de condensação de partículas de gelo na alta troposfera,
interferindo desta outra forma no balanço radiativo terrestre.
Partículas de sal marinho
• rebentamento de bolhas de ar nas cristas espumosas das ondas. • tamanhos variáveis• dispersão da luz e aumento dos núcleos de condensação de
nuvens (NCN)
Partículas de atividades tecnológicas e industriais
• Transportes, combustão de carvão, processamento de cimentos, metalurgia e incineração de resíduos.
• Impacto ambiental mais notável - objeto de regulamentações cada vez mais restritivas.
Partículas biogénicas
• componentes vegetais (ceras cuticulares, fragmentos foliares, etc.), matéria húmica e partículas microbianas (bactérias, fungos, vírus, algas e esporos). Poucas informações de representatividade –
10-30% da distribuição numérica das partículas. • absorção da luz, particularmente na região UV-B, é potenciada com
a presença de substâncias húmicas nos aerossóis. • atuam como núcleos de condensação de nuvens ou de gelo. • Alergias a pólens e patogenicidade de alguns microrganismos
Aerossóis secundários
Aerossóis de sulfato
• oxidação a SO2 e posteriormente a ácido sulfúrico de H2S emitido pelos processos biológicos, por vulcões ou pela atividade
antrópogenica.
Aerossóis de nitrato
• oxidação e neutralização de compostos de NOx e NH3 naturais ou antropogenicos.
Aerossóis orgânicos
• processos de condensação de compostos voláteis emitidos pelos exudatos das plantas, transportes e indústrias.
• compostos terpénicos emitidos pelas plantas quimicamente semelhantes às olefinas libertadas pelos escapes dos automóveis
• mesmo tipo de reação fotoquímica
• formação de (O) a partir de (NO2) e UV. O (O) pode reagir com (O2) e formar (O3). O3 e (O) podem reagir com as olefinas (C = C) e produzir vários produtos orgânicos.
• mecanismos de nucleação e da condensação dos compostos sobre partículas pré-existentes.
• grande influência sobre a qualidade do ar.
• redução da visibilidade e interferência na dispersão da luz.
• fração inalável (dp < 2,5 µm) pode contribuir para o agravamento das doenças pulmonares
Efeito “resfriador” dos aerossois
• Andreae et al. (2005)
• papel importante nas estimativas atuais das mudanças climáticas globais.
• reflexão e espalhamento da radiação solar de volta para o espaço, resfriando-a.
• Partículas de fuligem: absorvedores de radiação e, além de resfriar a superfície, aquecem a troposfera.
• Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), 1990 – papel secundário dos aerossois
• relação entre concentrações de gases de efeito estufa e de aerossóis
• Política de redução de emissões
• curto tempo de vida
• atenuação da radiação solar que chega até a superfície - entre 0 e 4,5 watts por metro quadrado.
Emissões de CO2 e SO2 de 1850 até 2000, e estimativas para até 2100
Estimativa do aumento da temperatura com e sem o efeito
dos aerossois
• microfísica de nuvens - gotas de nuvem menores e em maior número:
Uma maior quantidade de gotas reflete mais radiação solar de volta para o espaço e, com isso, resfria a atmosfera;
Gotas muito pequenas - manutenção da nebulosidade e aumento da reflexão da radiação
Aerossóis na Amazônia
• Artaxo et al (2006)• alterações no uso do solo amazônico - emissões
significativas • Queimadas: áreas de pastagem e floresta nativa. • fonte natural de gases traço, aerossóis, COV e vapor de
água. Atenuação de até 70% a radiação incidente, e até 50%
da radiação fotossinteticamente ativa• radiação difusa • Com muita fumaça, o processo fotossintético para.• NCN atenuação de radiação que chega a superfície
(Fonte: sensor Modis do satélite Terra/Nasa)
Radiação ultravioleta:
• J. W. Ritter. (Silva, 2001). 1801• reações químicas• início do século 20: ação biológica do UV sobre os seres humanos
• 400 nm a 1 nm UV-A: 400-320 nm, também chamada de "luz negra" ou
onda longa UV-B: 320-280 nm, também chamada de onda média UV-C: 280-100 nm, também chamada de UV curta ou
"germicida", contribui para a formação da ionosfera e da camada de ozônio
• UV distante: de 200-10 nm• UV extremo: de 1-31 nm
• Parte do UV-B (λ > 300 nm) e o UV-A chegam à superfície terrestre.
• inibição do crescimento de plantas, desenvolvimento de catarata em animais e humanos, eritema e câncer de pele, além de degeneração de materiais orgânicos e inorgânicos são alguns deles.
• Benefício: vitamina D. UV-B e o UV-A
• O3, SO2, NO2: mais absorvem a radiação UV-B
• Aerossóis: efeito atenuador.
Aerossóis e ultravioleta
• Corrêa et al.(2006) • observações do conteúdo de ozônio e de propriedades
ópticas • variações teóricas do Índice Ultravioleta (IUV) (escala
para os níveis de radiação UV medidos em superfície, ao meio-dia solar, relacionados aos efeitos sobre a pele humana)
• Região Metropolitana de São Paulo. • dados observacionais de satélite (TOMS), para
avaliação do ozônio e de instrumentação de superfície (AERONET -(Aerosol Robotic Network), para os aerossóis.
• tipo continental limpo ou de ambiente não poluído médio ou de ambiente pouco poluído ambiente poluído. • atenuadores da radiação UV. • De acordo com valores de AOD (medidas de
profundidade óptica), os aerossóis do tipo ambiente poluído são mais eficazes em atenuar a R-UV.
características absorvedoras da fuligem mais intensa nos meses que dispõem de maior
quantidade de radiação solar• Em um outro estudo de Corrêa (2006) para a localidade
de Ilhéus/BA, foram observadas atenuações de cerca de 10% da radiação UV devido à presença de aerossóis do tipo marítimo tropical nos horários próximos ao meio-dia. (Corrêa, 2007).
Referências:
• ALVES, C. Aerossóis atmosféricos: perspectiva histórica, fontes, processos químicos de formação e composição orgânica Quim. Nova, Vol. 28, No. 5, 859-870, 2005
• ANDREAE, M.O., JONES, C.D. & COX, P.M. Strong present-day aerosol cooling implies a hot future. Vol 43530 doi:10.1038/nature 03671, Junho 2005
• ARTAXO, P., OLIVEIRA, P. H., LARA, L.L., PAULIQUEVIS, T.M., et al. Efeitos climático de partículas de aerossóis biogênicos e emitidos em queimadas na Amazônia Revista Brasileira de Meteorologia, v.21, n.3, 2006
• CORRÊA, M.P., PLANA-FATTORI, A. Uma análise das variações do índice ultravioleta em relação às observações de conteúdo de ozônio e da espessura óptica dos aerossóis sobre a cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Meteorologia, v.21, n.1, 24-32, 2006
• CORRÊA, M.P., MOTTA, B.G., CORREIA, A. Uso do sensor MODIS para validação de cálculos de radiação ultravioleta sob presença de aerossóis em condições de céu claro. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 3829-3831.
• DAMILANO, D.C.R Estudo da influência da poluição atmosférica e das condições meteorológicas na saúde em São José dos Campos. Relatório final de projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq/INPE). 2006.
• SILVA, A. A. A espessura óptica de aerossóis na banda do UV-B / A.
• São José dos Campos: INPE, 2001. 141p. – (INPE-8754-TDI/797).
• http://www.profcupido.hpg.ig.com.br/poluicao.htm
• http://qaonline.iqsc.usp.br