pólo de confecções do agreste - pca

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Universidade de Pernambuco - UPE Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP Iniciação Científica Caio Anderson de Arruda Siqueira Degles Henrique Gonçalves de Siqueira O marketing dos pequenos empreendimentos: Um estudo com dez empresas da indústria de confecção de Caruaru. Recife 2008

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Universidade de Pernambuco - UPE

Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP

Iniciação Científica

Caio Anderson de Arruda Siqueira

Degles Henrique Gonçalves de Siqueira

O marketing dos pequenos empreendimentos:

Um estudo com dez empresas da indústria de

confecção de Caruaru.

Recife

2008

2

Caio Anderson de Arruda Siqueira

Degles Henrique Gonçalves de Siqueira

O marketing dos pequenos empreendimentos:

Um estudo com dez empresas da indústria de

confecção de Caruaru.

Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP/UPE) como requisito para conclusão do programa de Iniciação Científica.

Orientador Professor Mestre Edmauro Assunção.

Recife

2008

3

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a DEUS por ter nos dado todos os recursos

necessários e a inspiração para a realização deste projeto. Agradecemos as

empresas participantes pela recepção e colaboração na pesquisa.

E também a Gil da Maria Arruda por ter ajudado muito, principalmente na hora

de marcar as entrevistas com as empresas selecionadas.

5

RESUMO

O Pólo de Confecção do Agreste Pernambucano (PCA) vem se destacando nos últimos anos como um Arranjo Produtivo Local (APL) de grande participação na economia do estado de Pernambuco, gerando em torno de setenta e sete mil empregos (28,7% da população do arranjo que compreende os municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe), produção em torno de 700 milhões de peças anuais que representa uma participação no PIB do Estado de 5,25% (R$ 2,1 bilhões/ano). Um dos instrumentos que contribuem para o crescimento do APL é a investigação científica das práticas empresariais do local, desta forma, a análise das práticas de marketing dos empreendimentos no PCA objetivou explorar quais as ferramentas que as pequenas empresas utilizam-se para definir suas estratégias de produto, as práticas de preço e a as atividades de comunicação e venda dos produtos. Foram elaborados dez questionários aplicados entre os empresários alocados no município de Caruaru. Cada questionário contendo 32 questões possibilitando conhecer as ações relacionadas ao produto quanto às estratégias de identificação, qualidade, serviços de apoio e desenvolvimento de produtos; quanto à política de preço e quanto à comunicação e vendas. Os resultados foram analisados comparando o cotidiano das empresas com as respostas dadas; o embasamento foi feito nas teorias acadêmicas do marketing para as grandes e pequenas empresas.

Palavras-chave: Marketing dos vestuários; marketing da indústria de confecção; práticas de marketing; marketing de pequenas empresas.

6

ABSTRACT

The Polar region of Confections of the Wasteland (PCW) it comes if highlighting in the last years as an Arrangement Productive Place (APL) of great participation in the economy of the state of Pernambuco generating around seventy and seven a thousand jobs (28.7% of the population of the arrangement), contributing with 5,25% of the state GIP (R$ 2.1 billion/year) and, producing almost 700 annual million part. One of the instruments that contribute to the growth of APL is the scientific investigation of the business practices of the place, this way, the analysis of the practices of marketing of the enterprises in PCA aimed at to explore which the tools that the small companies are used to define their product strategies, the price practices and to the communication activities and sale of the products. Ten applied questionnaires were elaborated among the entrepreneurs allocated in the municipal district of Caruaru. Each questionnaire containing 32 subjects making possible to know the actions related to the product as for the identification strategies, quality, support services and development of products; as for the price politics and as for the communication and sales. The results were analyzed comparing the daily of the companies with the given answers; the basing was made in the academic theories of the marketing for the big and small companies.

Keywords: Marketing of the clothing; marketing of the Confections Industry; marketing practices; marketing of small companies.

7

SUMÁRIO

SUMÁRIO------------------------------------------------------------------------------------------------------------7

ÍNDICES DE GRÁFICOS E TABELAS-----------------------------------------------------------------------8

APRESENTAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------------11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------------------------64

1. INTRODUÇÃO

1.1 Descrição do ambiente: Caruaru-------------------------------------------------------------------12

1.2. Relação de Caruaru com a confecção e a formação do Arranjo Produtivo Local, Pólo de Confecção do Agreste – PCA------------------------------------------------------------------------13

1.3. Investimentos realizados e previstos que beneficiará o PCA------------------------------14

1.4. Metodologia aplicada---------------------------------------------------------------------------------17

1.5. Fundamentos de Marketing para as pequenas empresas----------------------------------19

2. ANÁLISE DOS DADOS

2.1. Quanto às práticas de produto--------------------------------------------------------------------24

2.2. Quanto às práticas de preço----------------------------------------------------------------------40

2.3. Quanto às práticas de comunicação e vendas-----------------------------------------------46

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------------------61

4. APÊNDICES

A. Carta de apresentação--------------------------------------------------------------------------------69

B. Questionário: instrumento de coleta de dados -------------------------------------------------70

8

ÍNCIDE DE GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico 1

Estratégia de preço das empresas----------------------------------------------------------------------41

Gráfico 2

A empresa dispõe de um sistema de custo estruturado? --------------------------------------42

Gráfico 3

Quanto à apuração dos custos---------------------------------------------------------------------------43

Gráfico 4

Quanto à contabilização dos custos--------------------------------------------------------------------43

Gráfico 5

Método que a empresa utiliza para determinar o montante de investimento em propaganda-------------------------------------------------------------------------------------------------------52

Gráfico 6

Método que a empresa utiliza para avaliar o resultado da propaganda-------------------52

Tabela 1

Identificação da empresa/produto e estratégia de marca---------------------------------------24

Tabela 2

Qual a estratégia demarca usada pela empresa---------------------------------------------------27

Tabela 3

Freqüência com que as empresas controlam a qualidade do produto---------------------29

Tabela 4

Freqüência com que as empresas utilizam as embalagens como instrumento de marketing---------------------------------------------------------------------------------------------------------31.

Tabela 5

Freqüência com que a empresa oferece serviços de apoio ao produto-----------------34

Tabela 6

Freqüência com que a empresa realiza atividades de desenvolvimento de produtos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------36

Tabela 7

9

Fontes de sugestão e obtenção de idéias para as empresas e a freqüência de uso-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------37

Tabela 8

Diversificação dos produtos fabricados----------------------------------------------------------------38

Tabela 9

Freqüência em que a empresa avalia o desempenho dos produtos ou linhas de produtos-----------------------------------------------------------------------------------------------------------39

Tabela 10

Objetivo norteador da política de preço para os produtos--------------------------------------41

Tabela 11

Método utilizado para elaborar o cálculo do preço de venda----------------------------------41

Tabela 12

Freqüência com que a empresa considera os fatores abaixo para estabelecer o preço de venda-------------------------------------------------------------------------------------------------42

Tabela 13

Freqüência com que a empresa tem problemas para realizar as atividades de crédito, cadastro e cobrança-------------------------------------------------------------------------------45

Tabela 14

Freqüência com que a empresa se utiliza de propaganda para divulgar e promover o produto/empresa-----------------------------------------------------------------------------------------------51

Tabela 15

Freqüência com que a empresa realiza promoção de venda para incrementar as vendas no curto prazo---------------------------------------------------------------------------------------53.

Tabela 16

Freqüência com que a empresa utiliza-se de merchandising no PDV---------------------54

Tabela 17

Freqüência com que a empresa realiza as atividades de administração de vendas abaixo--------------------------------------------------------------------------------------------------------------55

Tabela 18

Freqüência com que a empresa tem problemas com relação às atividades de administração de venda abaixo---------------------------------------------------------------------------56

Tabela 19

Sistemática utilizada pela empresa para remuneração da equipe de vendas----------56

10

Tabela 20

Freqüência com que a empresa acompanha e controla o desempenho das vendas----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------57

Tabela 21

Freqüência com que a empresa se utiliza do marketing direto para se comunicar com os clientes, sem o envio de intermediários-----------------------------------------------------------57

Tabela 22

Destinatário das ações de marketing-------------------------------------------------------------------58

Tabela 23

Existência de banco de dados com registro de informações sobre os clientes que dê suporte ao marketing direto--------------------------------------------------------------------------------58

Tabela 24

Existência de plano mercadológico---------------------------------------------------------------------59

Tabela 25

Razões pela qual a empresa não dispõe de um plano mercadológico--------------------59

Tabela 26

A empresa está satisfeita com o seu desempenho na área mercadológica ou comercial? -------------------------------------------------------------------------------------------------------60

11

APRESENTAÇÃO

De início, pensara-se em uma abordagem sobre o Pólo de Confecções do

Agreste -PCA- numa perspectiva de estudo da marca, isto é, entender se existia algo

que pudesse ser categorizado como “marca Pólo de Confecção do Agreste”, caso

presente, como essa marca é percebida pelos consumidores médios em Recife;

contudo, estudos preliminares indicaram que não ocorre interesse por parte dos

empresários manterem qualquer associação de seus produtos com o local de

fabricação. Isso por diversos motivos: primeiro, as confecções produzidas em

Caruaru, antes, eram peças de baixa qualidade técnica e artística. Sem nenhuma

preocupação com a pesquisa, os produtores copiavam sem critério a moda

produzida no sul do Brasil. Ainda hoje podemos encontrar empresas trabalhando

como copiadoras, pirateando as grandes empresas de confecção, porém um grande

número delas garante diferenciação de seus produtos e crescimento de seus

negócios pela pesquisa de novos produtos e criação de peças únicas, através do

estudo das tendências de moda e modelagem.

Pretende-se discutir sobre as práticas de marketing de dez empresas que se

destacam em Caruaru, seja por volume de venda, faturamento ou boas práticas de

modelagem na confecção. São elas, representadas por suas respectivas marcas,

Maria Arruda, Orangotango, Malibu Confecções, Kikorum, Saka Praia, Brenny’s,

Benné, Molek’s, Rosa Rio e Fera Surf.

O contraste entre as cidades que compõe o PCA -Caruaru, Toritama e Santa

Cruz do Capibaribe- não nos deixou tratar esse Arranjo Produtivo Local -APL- de

forma genérica o que nos impulsionou a focar em Caruaru, a maior concentradora de

unidades produtivas dentro do Arranjo e nas empresas aqui citadas.

12

1. INTRODUÇÃO

1.1 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE: CARUARU

Caruaru está localizada a 134 km da capital de Pernambuco (ver mapa 1),

Recife, e é considerada a principal Metrópole do Agreste Pernambucano. O

município faz limite com Toritama, Vertentes, Frei Miguelinho, Altinho, Agrestina,

Brejo da Madre de Deus, São Caetano, Bezerros e Riachos das Almas. Possui clima

semi-árido quente com chuvas em março e abril; temperatura média de 26oC;

economia baseada na agricultura, artesanato, comércio, indústria e turismo. O

Município de Caruaru tem uma população de 289.086 habitando em uma área

territorial de 921 km² (IBGE, 2007) com, aproximadamente, 50 mil unidades

residenciais, com taxa de urbanização em torno de 85% (IBGE, 2000).

Mapa 1: Via de acesso a Caruaru. Fonte: http://www.caruaru.pe.gov.br/mapas.asp.

13

1.2 RELAÇÃO DE CARUARU COM A CONFECÇÃO E A FORMAÇÃO DO

ARRANJO PRODUTIVO LOCAL, PÓLO DE CONFECÇÃO DO AGRESTE – PCA

A sulanca começou no final dos anos 40, quando Santa Cruz ainda era vila,

com o trabalho pioneiro de três comerciantes, Pedro Diniz, Manoel Caboclo e Dedé

Moraes, todos falecidos. Vendia retalhos (subprodutos de fábricas de tecidos), o que

permitiu a confecção de cobertas (tiras emendadas). Daí se partiu para o fabrico de

roupas com retalhos maiores, tudo a preços populares. Em seguida, outros se

juntaram à atividade que, 50 anos depois, chegou ao nível atual. É provável que o su

de sulanca tenha vindo de sucata assim como o lanca, de helanca. Nessa versão, a

sulanca, pois, originariamente, estaria para a confecção usual assim como a sucata

está para o equipamento normal. A tradicional Feira da Sulanca começa a meia noite

do domingo e alcança seu ponto alto na segunda-feira acabando ao meio-dia. O

evento é como se fosse um imenso shopping popular ao ar livre, que se monta e se

desmonta a cada semana. É marcante na feira a informalidade e os produtos a

preço baixo, abastecendo os camelôs de vestuário da capital Recife e de várias

cidades do Brasil.

As empresas fornecedoras dos produtos para a feira e outras empresas

intermediárias, constituem, de certo modo, um Arranjo Produtivo Local (APL) no

Agreste. APL pode ser entendido como o compartilhamento de informações entre

atores locais, os quais criam condições para a inovação, entendida,

fundamentalmente, não só como resultado de um processo de aprendizado

organizacional, mas também inter-organizacional, local e nacional.

Grande número de arranjos produtivos locais surgiu a partir de iniciativas

decorrentes da proximidade física ou geográfica em torno do desenvolvimento de

produtos semelhantes e de ações do governo ou de outros interessados, como

pequenas confecções, que se desenvolvendo de maneira pujante incentivou a

criação de outras empresas no local. Hoje ao analisar algumas aglomerações que

conseguiram projeção sócio-econômica, vê-se um conjunto de agentes econômicos,

sociais e políticos que pensam e atuam com objetivo concentrado e fortes vínculos

de interesses. Todas as ações se auto-reforçam, pois integram e fortalecem a

aglomeração: os fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, os

produtores, os comerciantes, as associações comerciais ou empresariais, os

14

clientes, consultorias e prestadoras de serviço de apoio. Complementam-nas ou

sustentam-nas instituições públicas e privadas dedicadas à formação de recursos

humanos, como escolas técnicas e universidades, pesquisa, promoção e

financiamento. Independente do tamanho ou visibilidade do arranjo, estas

características aparecem como sendo comuns.

O Pólo de confecções do Agreste pode ser caracterizado como um Arranjo

Produtivo Local, mas ficaria mais bem enquadrado no conceito de Mytelka e Farinelli

sobre arranjos produtivos informais, que é um subgrupo de APL:

Arranjos produtivos informais são compostos, geralmente, por

Pequenas e Médias Empresas - PMEs-, cujo nível tecnológico

é baixo em relação à fronteira da indústria e cuja capacidade

de gestão é precária. Além disso, a força de trabalho possui

baixo nível de qualificação sem sistema contínuo de

aprendizado (Crocco apud Mytelka e Farinelli, 2003:8).

1.3 INVESTIMENTOS REALIZADOS E PREVISTOS QUE BENEFICIARÁ O PCA

1.3.1 Duplicação da BR-232

A duplicação da BR-232 que liga a capital pernambucana a Caruaru sem

sombra de dúvidas foi a mais importante obra já construída. Isso porque uma viagem

que era feita em aproximadamente duas horas, hoje pode ser realizada em uma

hora e vinte minutos, proporcionando uma maior movimentação de cargas e

pessoas.

Com a duplicação, Caruaru surge, também, como importante centro de

distribuição e logística do interior do estado. E com sua posição estratégica

privilegiada os investimentos privados não demoraram a ver a potencialidade do

município.

1.3.2 Aeroporto Oscar Laranjeiras

O Aeroporto Oscar Laranjeiras tem capacidade para operar com aeronaves

tipo Boeing 737 em sua pista de 1.800 metros por 30 de largura. O pátio de

estacionamento tem capacidade para acomodar oito aeronaves do tipo

Bandeirantes. A plataforma do aeroporto tem 100 metros de largura e é balizada

para receber aeronaves à noite. Mas, infelizmente, o aeroporto não está recebendo

15

vôos comerciais até a conclusão da pesquisa.

1.3.3 Presença das Universidades Federais e Estaduais na cidade e

Centros técnicos e tecnológicos

Outro importante fator que promete dinamizar a economia local foi à

instalação da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE-, com cinco cursos

sendo um deles Design voltado para a área de moda, e a Universidade de

Pernambuco - UPE-, com dois cursos sendo um deles administração com ênfase na

moda.

Somado as faculdades privadas e centros de ensino técnicos já existentes na

região, Caruaru, espera suprir a demanda crescente por profissionais qualificados,

principalmente nas áreas de administração, economia, contabilidade, moda e

estilismo.

A instalação do SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, com

cursos técnicos vai fornecer profissionalização à mão-de-obra absorvida pelo PCA,

como os estilistas, modelistas, como também, possibilitar a fluência em línguas

estrangeiras e treinamento em tecnologias da informação.

O CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica vai dinamizar mais

ainda a região com cursos nas áreas técnicas como manutenção de máquinas,

eletrônica, eletricidade, técnica em lavanderia, dentre muitos outros.

1.3.4 Construção da ferrovia Transnordestina

A ferrovia Transnordestina começou a ser construída em 1990 e parou em

1992 por falta de recursos. No governo do então presidente Luis Inácio Lula da Silva

a obra voltou a ser construída com um investimento estimado em 4,5 bilhões e um

tempo de construção de três a quatro anos.

A Transnordestina beneficiará os vários pólos de desenvolvimento do estado

de Pernambuco e não só o PCA. Ligará Missão Velha, no Piauí, até o Porto de

Suape. Um canal transversal ao longo da ferrovia ligará o município de Salgueiro ao

porto de Pecém, no Ceará.

16

1.3.5 Pólo Têxtil do Nordeste

O pólo têxtil do nordeste se localizará no porto de Suape, que fica a 40 km de

Recife, e irá complementar a cadeia produtiva do setor, uma vez que o PET1 é usado

para obtenção de fibras utilizadas na fabricação de tecidos.

Com a criação do pólo têxtil o PCA, poderá agora conseguir matéria-prima

mais barata, pelo menos em relação aos tecidos sintéticos, aumentando a variedade

de produtos e, conseqüentemente, o mercado.

1.3.6 Adutora de Jucazinho

É maior obra hídrica realizada pelo Ministério da Integração Nacional no

estado de Pernambuco, levando água para quase oitocentas mil pessoas no interior

do estado. Com a construção desta adutora foi solucionado, pelo menos por

enquanto, o problema de abastecimento de água da cidade de Caruaru, que durante

dezenas de anos enfrentou constantes racionamentos, afugentando muitas

empresas que queriam se instalar na cidade.

1 Polietileno Tereftalato

17

1.4 METODOLOGIA APLICADA

Algumas questões que figuram em um trabalho científico são em torno de sua

metodologia e como foi conduzido pelo pesquisador. Essa pesquisa utiliza-se do

método indutivo. LUCENA apud GIL (2004:28) diz,

O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do

particular e coloca a generalização como um produto posterior

do trabalho de coleta de dados particulares. De acordo com o

raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada

aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de

casos concretos suficientemente.

A metodologia de pesquisa constou de cinco etapas: revisão bibliográfica e

caracterização econômica do Pólo de Confecção do Agreste Pernambucano

utilizando o relatório final da publicação de mesmo título apresentado ao SEBRAE-

PE em 2003; definição de como iria ser alcançado o público-alvo da pesquisa;

elaboração de um questionário para entrevistas; contato com os gestores para

agendamento da entrevista, contando com a ajuda de uma empresária local;

tabulação dos dados e análise final.

As empresas participantes foram definidas pelo critério de conveniência ao

acesso e a disponibilidade de resposta aos questionários. Escolhemos nomes

aleatórios dentro de uma lista fornecida pela FIEPE-Caruaru. A partir desses

critérios, selecionamos dez empresas.

Sobre os procedimentos metodológicos, basta afirmar que, a amostragem

caracteriza-se como não-probabilística,

A amostragem não probabilística intencional é a que escolhe

cuidadosamente os casos a serem incluídos na amostra, e

produz amostras satisfatórias em relação a suas necessidades

(LUCENA apud SILVA, 2004: 29).

Buscou-se adotar uma ampla variedade de autores que refletem sobre o

marketing de forma geral ou de forma mais específica, para o ramo da indústria de

confecção. Nesse processo se encontrou uma obra muito interessante, de SARQUIS

(2003), que foi usada na adaptação dos questionários para os objetivos da pesquisa

em questão.

O questionário constou de 32 questões agrupadas em quatro pontos focais

18

para a obtenção do levantamento das práticas de marketing das empresas: quanto

às práticas de produto, com 9 questões; quanto às práticas de preço, contendo 7

questionamentos; quanto às práticas de comunicação e vendas, com 13 proposições

e sobre a prática de planejamento de marketing, contendo 2 questionamentos.

Finalizava-se o questionário com uma parte para considerações finais, onde se

perguntava sobre a satisfação do desempenho na área mercadológica da empresa,

com 1 questão, e um espaço para comentários gerais para uso do pesquisador. As

questões foram fechadas e muitas com múltipla escolha. As entrevistas duraram em

média 45 minutos onde os gestores eram indagados sobre as questões e os

pesquisadores anotavam as respostas no instrumento de coleta. Alguma dúvida

surgida era esclarecida pelo pesquisador. Quase sempre à conclusão da entrevista

os pesquisadores eram convidados para conhecer a linha de produção e mais um

pouco da empresa, o que prolongava o contato com o empreendimento por certa de

2 horas a mais possibilitando algumas anotações que a posteriori serviriam na

interpretação dos dados. Essas anotações eram feitas imediatamente após a saída

da empresa.

Depois de toda a coleta dos dados, partiu-se para o passo de tabulação

utilizando-se do software Microsoft Excel 2007 para a criação de tabelas dinâmicas e

gráficas, como também para o auxílio da análise do volume de dados.

19

1.5 FUNDAMENTOS DE MARKETING PARA AS PEQUENAS EMPRESAS

O marketing não é privilégio das grandes empresas, diversos autores

recomendam uma prática orientada pelo marketing também para as pequenas

empresas, ao contrário do que muitos empresários pensam. As pequenas devem

sim utilizar-lo dentro de suas potencialidades estratégicas. O gestor-empreendedor

deve ter a criatividade no suo de pequenas ações devido à carência de recursos

para grandes. Também deve ser repensado se as grandes ações de marketing são

necessárias para seu empreendimento, se não teria mais e melhor resultados

atividades com maior segmentação e personalização, que estão ao alcance do

gestor que acompanha seu negócio de perto e não possui grandes níveis

hierárquicos que venham dificultar a tomada de decisões. Os autores recomendam

práticas mais próximas do cliente e vêem nas pequenas empresas a oportunidade

de realizar, por exemplo, o “one to one2” (1to1) com maior rapidez de resultados. É

verdadeiro afirmar que a micro e pequena empresa possui maior possibilidade de

realizar Customer Relationship Management3 (CRM) mais eficazmente apoiando seu

1to1 já que trabalham com uma base de clientes limitada. O que falta nas empresas

pesquisadas é lidar com seu banco de dados, em especial os atacadistas, de forma

estratégica e consciente.

Para Kotler (1995) o marketing é característico das empresas vencedoras. As

empresas bem-sucedidas definem seu mercado-alvo e trabalham para responder às

necessidades desse mercado da forma possível, estão decididamente orientadas

para os clientes.

Peter Drucker (1973) considera o marketing como algo básico na constituição

de uma empresa que não pode ser tratado como uma função separada vê-lo como o

negócio total do ponto de vista de seu resultado final, e o resultado da empresa é

determinado não pelo produto e sim pelo consumidor. Desta forma Drucker enfatiza

o uso do marketing como forma de administrar a empresa interativamente, todos os

processos interagindo uns com os outros, trabalhando para o cliente, isto é,

direcionar as atividades para o consumidor final. Marketing aqui é uma forma de se

fazer administração. Nas empresas pesquisadas podemos ver algumas em níveis 2 Segundo Eduardo Madeira Correia, o marketing “One-to-One”, é fundamentalmente, conhecer bem o consumidor para

satisfazer as suas necessidades. A melhor maneira de conhecê-lo é poder falar com um de cada vez - isso é o que um cabeleireiro faz, muitas vezes, quando pergunta como quer o cabelo, se mais comprido ou curto. Isto é marketing 1to1.

3 Gestão de Relacionamento com o Cliente.

20

bem desenvolvidos, principalmente em termos comerciais e parcerias de venda, por

outro lado, elas orientam-se bastante pela produção e produto. “A orientação de

produto sustenta que os consumidores dão preferência a produtos que ofereçam

qualidade e desempenho superiores ou que tenham características inovadoras

(KOTLER, 2000)”. Carregam consigo a idéia de que o consumidor está mais

interessado no produto por seu preço ou por si só em vez das características e

benefícios do mesmo. No ramo de confecção e moda as características do produto e

sua subjetividade agregam muito valor na diferenciação. Os consumidores buscam

experiências com as marcas, relações individuais e expressão de sua personalidade.

Diante de um mercado competitivo e globalizado, onde, as mesmas peças

produzidas em Caruaru são expostas ao lado de marcas nacionais e internacionais -

Triton, Ellus, Colcci, Evidence, Morena Rosa, Carmim, Levis, Diesel, Ecko Unlimited-

as pequenas empresas locais precisam buscar novas orientações que colabore com

seu amadurecimento organizacional e de suas marcas.

Michael Hammer (2001) sustenta que as empresas tradicionais estão voltadas

para dentro de si mesmas, são introvertidas quando procuram viver em função de

seus produtos e serviços, assim como em termos de missão de transformá-los em

lucro. Essa atitude só sinaliza que o cliente é um acessório no negócio, “não passam

de um efeito colateral, talvez um mal necessário” (op. cit.).

Por outro lado, uma orientação estritamente para o produto acredita que a

elevação técnica e seu desempenho garantirão a venda. Elimina desta forma a ação

subjetiva do consumidor. Substituir o julgamento do consumidor é perigoso quando

ele está em um mercado globalizado.

Hammer (op. cit.) ainda afirma que alimentar uma visão egocêntrica talvez

fosse apropriado quando a empresa moderna ainda era um fenômeno recente, onde

os clientes estavam desesperados por novos produtos, contudo, isso já é coisa do

passado, “os clientes não mais estão sempre disponíveis para comprar produtos e

serviços; ao contrário, os produtos e serviços existem para resolver os problemas

dos clientes”.

Outros autores definem suas teorias mais para as pequenas empresas, como

Gracioso (1995), “o marketing constitui fator decisivo para o êxito do pequeno

empresário [...] Tudo nasce do mercado e tudo se dirige para ele”. Quando se fala

em concorrência entre pequenas empresas, fala-se de um marketing mais agressivo:

Com a grande quantidade de pequenas e médias empresas

21

que surgem em todas as categorias de produtos e serviços,

somente os empresários com um marketing agressivo

sobrevivem (SARQUIS apud CONRAD, 2003:22).

Em sua grande maioria, os estudiosos das pequenas e médias empresas

entendem a importância do marketing para o desenvolvimento empresarial. Ferreira

(1995) afirma que antes do negócio existir, se produzir ou vender um produto, o

marketing deve estar presente, ele dita o fracasso ou sucesso da empresa. El-Check

(1991) faz uma ponderação, diz o autor que a empresa pode viver sem o marketing,

mas aquelas que se moldam através de uma estratégia bem definida de mercado

têm mais chance para suportar crises que venham surgir em sua área.

As opiniões dos autores são a favor do uso do marketing, contudo, no que

tange a real aplicação das ferramentas nas pequenas empresas podemos verificar

que poucas usam e se usam fazem de forma muito tímida e pouco relevante. O

mesmo foi observado no contato com as empresas do PCA que será discutido em

detalhes mais a frente.

Esse dado concorda com os estudos de Rosa (1992), Gomes & Nasar (1993)

e Ikeda (1993). Rosa (op. cit.) observa que “as práticas mostram que realmente são

poucas as empresas que utilizam o marketing de forma efetiva”. Está muito em

moda cativar o cliente, ter “carinho” pelo consumidor, contudo, são poucas as

empresas que têm por praxe essa decisão e se compararmos as pequenas

empresas com os grandes competidores “a média dos proprietários das pequenas

empresas de fabricação é fraca em organização de marketing” (IKEDA, op. cit.).

Uma série de pontos, coletados de vários autores, pode justificar o porquê

das pequenas empresas reservarem ao marketing o segundo plano em suas

organizações. Agruparam-se os fatores em quatro eixos principais aqui resumidos

(SARQUIS, op. cit.):

O empresário. As experiências gerenciais dos empresários os levam a

entender as teorias administrativas como um “papo acadêmico” ou algo rebuscado

sem aplicação no mundo real dos negócios.

A sensibilização. A maioria dos empresários não tem certeza da validade do

marketing gerando insegurança quanto à aceitação total de suas ferramentas.

Muitos são incompatíveis com a opinião de que o marketing seja adaptado à

pequena empresa. Outros se decepcionaram pelo uso de práticas pseudocientífico

22

vendidas em alguns livros de auto-ajuda administrativo.

O conhecimento. Em geral, os empresários falam do marketing como algo

inatingível as suas empresas associando-o primordialmente à comunicação no

sentido de encará-lo como a contratação de uma agência de propaganda ou à

utilização de mala-direta, ou ainda, a uma bonita página na internet.

Os recursos. O capital de giro e recursos financeiros são limitados e

comprometidos no ciclo produtivo. Também faltam recursos humanos que gerencie

o marketing já que muitos dos empresários estão envolvidos com os afazeres do dia-

a-dia da empresa não dispondo de tempo para executar atividades, definir

estratégias e utilizar os instrumentos do marketing.

A pesar do cenário que se desenha sobre o uso do marketing não ser muito

confortador os autores acreditam que a pequena empresa possui grandes vantagens

competitivas, aqui resumidas (idem): facilidade de aproximação ao consumidor final;

maior rapidez na tomada de decisões; maior flexibilidade e versatilidade nas

movimentações estratégicas de mercado; maior identificação e aproveitamento das

oportunidades de mercado; atendimento aos critérios de segmentação,

diferenciação, personalização; criatividade empresarial sempre sendo atiçada;

possibilidade de lançar produtos inovadores; prestação de atendimento veloz e

personalizado e encantamento do cliente pela qualidade nos serviços de apoio ao

produto. Justamente por esses elementos trazidos por Sarquis (op. cit.), às mega-

empresas e conglomerados está sendo ensinado o “pensar como pequenas

empresas”.

Outro elemento a ser levado em consideração, quando se fala de marketing

para pequenos empreendimentos, são considerar as particularidades das empresas

como características diferenciadoras. Resumidamente apresentam-se as idéias de

alguns autores, Ikeda (op. cit.), Megido (1995), El-Check (op. cit.), Gracioso (op. cit.),

Resnik (1990) e Roe (1975):

• As práticas de planejamento, análise, implementação e controle de

ações de marketing nas pequenas empresas são diferentes das realizadas nas

grandes empresas. Levem-se em consideração os limites de recurso e o tamanho

inerente da pequena empresa;

• A aplicação de marketing nas pequenas empresas não supõe

mudanças radicais ou violentas na estrutura de pessoal, requer, contudo, uma maior

objetividade seja do empresário, seja dos funcionários;

23

• Na pequena empresa, o marketing requer agilidade, flexibilidade e

dinamismo. A administração de marketing deve optar pela simplicidade, estar

direcionado no que é importante, essencial e tirar o máximo proveito do mínimo que

se tem;

• A pequena empresa não só deve utilizar as ferramentas de marketing

disponíveis como adotar o marketing como filosofia para sua administração

orientando-se para o mercado, “produzindo o que se vende” em vez “vender o que

se produz”;

• O primeiro responsável pelo marketing das pequenas empresas deve

ser o empresário ou gestor. Para isso, ele deverá delegar algumas atividades do seu

dia-a-dia para assumir as atividades de um homem de marketing;

• A criatividade deve ser uma busca constante nas ações de marketing.

Encontrar novas soluções dentro do orçamento limitado.

Essas características próprias da pequena empresa, de modo geral, estão

ligadas à proximidade do empreendedor do seu cliente e a possibilidade de serem

realizadas leituras seguras do comportamento de seus consumidores para

implementação de ações de marketing. A qualidade é fundamental e a pequena

empresa tem grande capacidade de realizar um trabalho de encanto ao seu

consumidor pela qualidade, rápida adaptação às suas necessidades e atendimento

rápido.

24

2 ANÁLISE DOS DADOS

2.1 QUANTO ÀS PRÁTICAS DE PRODUTO

Em relação ao mix de produtos, as empresas foram questionadas sobre os

seguintes pontos: como é utilizada a identificação da empresa e do produto; sobre a

estratégia de marca utilizada pela empresa; a freqüência com que a empresa

controla a qualidade dos seus produtos; qual a freqüência com que as empresas

utilizam embalagens como instrumento de marketing; com que freqüência a empresa

oferece serviços de apoio aos produtos; se a empresa realiza atividade de

desenvolvimento de produtos e com que freqüência às realiza; o que fazem para

terem idéias ou sugestões de desenvolvimento de suas coleções/produtos; como

estão diversificando as mercadorias; se as empresas analisam o desempenho dos

produtos e com que freqüência elas fazem isso.

Observa-se, na tabela 1, que 100% das empresas têm logotipo e marca

registrada e apenas 20% tem slogans ou utilizam marcas de terceiros como

mecanismo de identificação da empresa/produto.

Tabela 1. Identificação da Empresa/Produto e Estratégias de

marca.

Marca própria, não registrada 0%

Marca própria, registrada 100%

Marca de terceiros 20%

Logotipo 100%

Slogan 20%

As empresas, em geral, seguem as orientações quando utilizam logotipos,

marcas ou logomarcas para identificar seus produtos. Esses elementos de

comunicação possibilitam a fidelização e diferenciação no mercado, geram

intimidade com o cliente e refletem o benefício que o produto pretende trazer. Eles

contribuem com a segurança que os clientes necessitam na hora da compra.

Os aspectos visuais são valorizados de forma especial pela sociedade

moderna. Elementos gráficos funcionam como símbolos perpetuadores das

experiências com o produto levando o cliente a ativar essa experiência ao encontrar

a marca ao longo do seu dia-a-dia. A marca individualiza o produto, ajuda na

25

segmentação e penetração em nichos e propicia a aproximação do consumidor com

o objeto ou serviço oferecido. Um produto sem marca poderá ser considerado um

commodity pelos consumidores, algo genérico. Nesse caso o preço é que fará a

diferença (KOTLER, 2001).

Considere, também, que as marcas são patrimônios imateriais das empresas

são mecanismos da própria modernidade que rompendo com valores radicalmente

vinculados ao passado pré-moderno criaram novos valores (GIDDENS apud OZAÍ

DA SILVA, 2005). Desta forma, elas funcionam como fichas simbólicas

representativas de sistemas peritos que exemplificam as estruturas de desencaixe

da sociedade moderna. A idéia de comunidade, na modernidade, é passada à idéia

de sociedades divididas em classes, que vêem em suas marcas preferidas unidades

de aproximação a uma comunidade, proporcionando o “sentido de segurança

oferecido em ambientes mais tradicionais” (op. cit.).

As fichas simbólicas,

Possibilitam que as relações entre os indivíduos sejam mais

impessoais, o que facilita a troca, sobretudo econômica, ao criar um

denominador comum. (...) facilitando o contato entre indivíduos

diferentes, de lugares diferentes, possibilitando relações

desencaixadas (NASCIMENTO, 2007:página).

Os modos de vida produzidos pela modernidade levaram ao surgimento das

marcas como resposta simbólica aos desequilíbrios e tensões da atual ordem social

(ECHEVERRIA, 2006).

Os Sistemas peritos,

São sistemas de excelência técnica ou competência profissional que

organizam grades áreas dos ambientes, material e social em que

vivemos hoje (ECHEVERRIA apud GIDDENS, 2006:36).

As marcas enquanto fichas simbólicas representantes de sistemas peritos são

responsáveis pelo uso confiante pelos leigos dos automóveis e outros produtos

modernos. Ainda mais, elas têm a capacidade de se transformarem em signos de lei

(legissigno) “onde se depositam conceitos e informações capazes de transformá-las

em fichas simbólicas” (Echeverria, op. cit.).

26

O legissigno é algo geral que é determinado por lei ou convenção, isto é, as

marcas podem ser planejadas previamente, podem ser construídas no mercado para

tornarem-se signos de lei, legissignos.

Desta forma, o consumidor diante de uma poderá reduzir sua insegurança e

efetivar a compra. Echeverria acrescenta que,

O legissigno ou ficha simbólica, que é a marca, vai permitir que

o consumidor, ao defrontar-se com a necessidade de escolher

um leite em pó diante de uma gôndola de supermercado, sinta-

se mais “confortável” para fazer sua escolha (2006:39).

No que se refere ao uso de slogans as empresas perdem em explorá-los. Os

slogans são ferramentas de comunicação que proporcionam a generalização e

memorização. Contribuem na construção da marca e na fixação dos valores e

benefícios do produto no mercado, expondo sua identidade e imagem.

A importância do slogan também está no seu potencial artístico, quase

hipnótico, de geração de imagens e encantamento no consumidor. Ele tem como

algo essencial seu efeito na memória do público:

Por ser significante, o ritmo não se entende, mas se sente, e é

exatamente essa sensibilização – inconsciente, irracional – que serve

como verdadeira infra-estrutura (alicerce) à lembrança, que é a

tomada de consciência (OLIVEIRA, 2005:47).

Os Slogans dão capacidade de reconhecimento à marca mesmo se ela não

aparecer visualmente. Alguns podem ajudar na compreensão da importância desse

recurso da propaganda, quase sempre bastas escutar a frase e já reconhecemos a

marca proprietária:

QUADRO 1. ALGUNS SLOGANS CONHECIDOS NO MERCADO NACIONAL

“Na nossa frente, só você”. Slogan do SBT.

“Não tem comparação”, da Brastemp.

“Nem parece Banco”, do Unibanco.

“Quer moleza? Vai no Balaio”, do antigo Balaio.

“Orgulho de ser Nordestino”, do grupo JCPM.

27

“Não saia de casa sem ele”, ou “Você reconhecido”, American Express Card.

“Pense Diferente!”, da Apple.

“Você imagina, clic, a Arno faz”. Arno.

“O fenômeno que não pára de crescer”, espojas de aço Assolan.

“O tempo todo com você”, Banco do Brasil.

“Abuse e Use C&A”. Lojas C&A.

“Vem pra Caixa você também”, Caixa Econômica Federal.

“Ou seja: cerveja!”, Nova Schin no ano 2007.

“Sorriso saudável. Sorriso Colgate”, da marca Colgate.

“O canal do conhecimento”, slogan da TV Futura.

“Abra a boooooooooooca é Royal”, gelatina Royal.

“A verdadeira Maionese”, das maioneses Hellmann’s.

“Parceiro dos brasileiros”, do SEBRAE.

“A cerveja de desce redondo”, da cerveja Skol.

Fonte: http://www.mundodasmarcas.blogspot.com/2006/09/slogans-brasileiros.html. Acesso em: 28 de novembro de 2008.

Quando perguntados sobre qual a estratégia de marca utilizada, os

empresários responderam, em sua maioria, que suas ações são focadas na marca

do produto, tabela 2, deixando de lado as marca da família ou linha de produtos. São

4 as empresas que trabalham com uma marca para representarem-se como

instituição distinta da marca de seus produtos (marca institucional e de produto).

Tabela 2. Qual a estratégia de marca utilizada pela empresa.

Marca da empresa 40%

Marca do produto 70%

Marca da família ou linha de produtos 0%

Sabe-se que a utilização de marca individual, de produto, como mencionada

pela maioria das empresas eleva o custo de comunicação e não é usual quando

comparamos com outras pequenas empresas de confecção no Brasil. No entanto,

justifica-se, visto que, a marca individual, entre os pesquisados, se confunde com a

28

marca institucional. Isto é, utilizar marca de produto é a mesma coisa, neste caso,

que trabalhar a marca institucional.

Em relação à marca da família ou linha de produtos, as empresas estudadas

possuem um conjunto pequeno de confecções que não se enquadram em uma

hierarquia bem definida. Elas trabalham com um número limitado de itens de produto

em variados tipos. Não chegam a diversificar dentro de suas coleções

desdobramentos significativos que possam enquadrá-los em uma grande hierarquia

(ver quadro 2). Elas se confundem quando consideram seus produtos dentro de uma

família de produtos (ver tabela 8). Contudo, essa discussão semântica ainda não

gerou impactos no crescimento da empresa. No entanto, trabalhar orientado para o

marketing requer conhecer bem também sua hierarquia de produtos para um melhor

planejamento.

Conclui-se que as empresas da pesquisa, nesse momento empresarial,

preferem uma posição que confunde a marca de seus produtos com a da empresa.

QUADRO 2– MODELO DE HIERARQUIA DE PRODUTOS

Hierarquia Definição Exemplificação

Composto de produtos É o conjunto de linhas e de itens de produtos

que um vendedor específico coloca à venda

para os compradores.

Total de linhas e produtos

ofertados por uma dada empresa.

Família de produtos Um conjunto de produtos que, por possuir certa

coerência funcional, satisfaz a uma

necessidade básica com razoável eficácia.

Artigos confeccionados para

vestuário.

Linha de produto Um grupo de produtos, dentro de uma família

de produtos, que se relaciona por quaisquer

dos seguimentos motivos: por funcionar de

maneira similar, por ser vendido ao mesmo

grupo de consumidor, por ser comercializado

pelo mesmo tipo de estabelecimento, ou por

estar em determinada faixa de preço.

Linha infantil “primeiros passos”.

Tipo de produto São produtos, dentro da linha de produto, que

possuem uma característica básica com um

e/ou compartilham uma ou diversas formas

possíveis de produto.

Camisetas de meia malha e estilo

regata.

Item de produto Trata-se de uma unidade (peça básica) distinta

dentro de uma linha de produtos, identificada

por tamanho, preço, aparência ou algum outro

atributo.

Camiseta regata de meia malha,

com laço cetim, na cor azul e

tamanho 2.

Fonte: SARQUIS, 2003:47.

29

No tocante a qualidade dos produtos, os empresários foram questionados

sobre a freqüência com que a empresa controla a qualidade de suas peças ao longo

da produção, ver tabela 3. Os empresários entendem a importância desse item para

o desenvolvimento de sua atividade empresarial, todos controlam sempre a

qualidade da matéria-prima antes da fabricação e durante o processo de fabricação.

A maioria faz testes após a confecção e todas sempre analisam os produtos antes

de enviá-los para as lojas e butiques.

Tabela 3. Freqüência com que as empresas controlam a qualidade dos

produtos.

Formas de Controle Nunca Às Vezes Sempre

Controla a qualidade da

matéria-prima, antes da fabricação

0% 0% 100%

Controla a qualidade durante o

processo de fabricação

0% 0% 100%

Faz testes de controle de

qualidade (p.ex.: teste de gramatura,

encolhimento, estiramento, fixação de

tingimento)

0% 10% 90%

Realiza inspeção final antes da

distribuição

0% 0% 100%

Entrando na discussão teórica sobre o que poderia ser a qualidade para os

empresários, eles se referiram a esse tema, que não estava incluído nos

questionários, mas foi motivada intuitivamente pelos pesquisadores, que o quesito

qualidade é “aquilo que atende às expectativas do cliente”. A busca pela qualidade

nos processos sinaliza uma mudança considerável para a indústria de confecção de

Caruaru. O mantra nas cabeças dos empresários hoje é buscar ao máximo entregar

bons produtos, com ótima qualidade e reduzir os defeitos à zero.

Como se pode observar no quadro 3, a qualidade comercial dos produtos

implica a articulação entre o planejamento da qualidade que deseja a empresa ter e

a qualidade de serviços prestados e é apoiada pela qualidade técnica na qual o

desenvolvimento tecnológico dos produtos (ver Fig. 1) desempenha um papel

fundamental.

30

QUADRO 3 - QUALIDADE COMERCIAL

Planejamento da qualidade

• Estudo de mercado

• Design

• Seleção de materiais

• Ficha de especializações

• Formas e medidas

Qualidade de serviço

• Entregas

• Formação profissional dos envolvidos no corte e costura

• Tratamento de peças devolvidas

• Instruções de manutenção

• Promoção de vendas

• Contato com os clientes

• Número de coleção

Qualidade técnica

• Tecnologia de produção

• Técnica de produção

• Pessoal

• Formação profissional

• Controle de materiais

Fonte: ARAÚJO, Mário de. Tecnologia do Vestuário. Fundação Calouste Gulbernkian, Lisboa, 1996:67 [adaptação livre].

31

FIGURA 1 – DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DOS PRODUTOS

Fonte: ARAÚJO, Mário de. Tecnologia do Vestuário. Fundação Calouste Gulbernkian, Lisboa, 1996:68 [adaptação livre].

Nas decisões sobre embalagem e seu uso como instrumento de marketing,

indagamos sobre a assiduidade. Quando o empresário informa nunca, indica que

não utiliza embalagens no seu produto para exposição no ponto-de-venda (PDV). Às

vezes, fez uso mais de uma vez ou utiliza esporadicamente. Sempre, as que usam

há muito tempo e estão satisfeitos com a prática (tabela 4).

Tabela 4. Freqüência que as empresas utilizam embalagem como instrumento de marketing.

Funções Nunca Às Vezes Sempre

Tornar o produto atraente 50% 30% 20%

Proteger ou conservar o produto 10% 0% 90%

Facilitar o manuseio do produto 20% 10% 70%

Transmitir informação sobre o

produto/empresa

50% 10% 40%

32

Diferenciar e tornar o produto de fácil

reconhecimento

70% 10% 20%

Fazer propaganda ou promoção de vendas 70% 10% 20%

Acrescentou-se a pergunta sobre a embalagem porque é um mecanismo

razoavelmente barato para comunicar a marca no PDV se compararmos com outras

formas. A embalagem tem muitas vantagens, como destaca Felippe (1994) e

Sarquis (apud Cides, 2003): torna o produto atraente; facilitar o manuseio do

produto; proteger e conservar; transmiti informações; diferencia e tornar o produto de

fácil reconhecimento; faz propaganda e promoção de venda (SARQUIS, 2003).

Desses, quer-se destacar para uma boa prática de merchandising a função das

embalagens em transmitir informações, diferenciar e tornar o produtor reconhecido

no PDV e fazer promoção de venda. Esses indicadores merecem atenção por parte

dos empresários. Uma política definida de promoção no PDV não pode

desconsiderar o uso da embalagem de forma criativa. E, do ponto de vista logístico,

a embalagem se adapta à distribuição e comercialização.

Nota-se que as funções mais utilizadas são proteger ou conservar o produto,

90% sempre fazem. Facilitar o manuseio, 70%. Assim, vê-se o foco logístico das

embalagens. A indústria de confecção do PCA está preocupada na adequação da

distribuição e comercialização das peças, olvidando-se das demais funções da

embalagem. 70% nunca usaram as embalagens como diferenciador ou facilitador do

reconhecimento de seus produtos. Novamente, 70%, nunca fizeram promoção de

venda pela embalagem. Não se explora as funções de comunicação que os

invólucros podem proporcionar.

No entanto, os empresários do PCA justificam que a embalagem, no ramo de

confecção não agrega valor ao produto, não é importante ou determinante no

momento da decisão de compra e que os lojistas têm por hábito retirar o produto da

embalagem ao expor nas prateleiras e araras. E também que, normalizações do

INMETRO exigem que a composição do produto esteja presente nas embalagens

tornando inviável a fabricação delas devido a elevação do custo de produção com a

encomenda de variados tipo de embalagens para os produtos.

A embalagem é diferencial, também, no ramo de confecção. Concorda-se

com Dutra (apud SARQUIS, 2003): as empresas de confecção podem e devem,

usando criatividade, melhorar a embalagem e torná-la um instrumento efetivo de

33

auxílio às vendas. Dar novas finalidades às embalagens tornando-as reaproveitáveis

e mais bem elaboradas: pequenas caixas de papelão, frascos de plástico com

transparência, que destacam o produto e, ainda, são utilizadas no dia-a-dia do

consumidor.

No tocante ao oferecimento de serviços de apoio aos produtos foram

pesquisados entre o atendimento ao consumidor final, o atendimento intermediário,

a entrega de mercadorias, a troca e devolução de produtos com problemas, o

acompanhamento pós-venda e a informação de mercado ao intermediário, quais os

tipos as empresas deixavam a disposição de seus clientes.

Os serviços que se prestam são “proeminentemente o elemento humano, o

contato pessoal nos negócios” (IKEDA, 1993). Acredita-se que a gestor das

pequenas empresas possui continuamente um diferencial estratégico quando levado

em consideração esse ponto, pois, está em contato direto com os clientes e seus

fornecedores sem intermediários e quando existem os níveis hierárquicos são

menores para a circulação das informações..

Os serviços de apoio, ou extensão de produto, têm a finalidade de tornar mais

fácil a relação com o consumidor. Situa-se no campo da redução da preocupação e

insegurança sobre o produto. As principais são (SARQUIS, 2003):

• Atendimento ao consumidor final ou intermediário que pode ser feito por SAC

- Serviço de Atendimento ao Consumidor. Feito por telefone dentro da

empresa, sites, e-mails; ou empresas especializadas, Call Centers. Informar

com esse serviço sobre: andamento de pedidos, cobranças, eventuais

atrasos, dentre outros.

• Entrega de mercadorias. O respeito dos prazos e a entrega do pedido

solicitado. A utilização de empresas que possam auxiliar nesse serviço ao

cliente, buscando terceirizar a entrega, sempre buscando profissionalizar

mais a empresa e cortar despesas que poderiam ser investidas no objetivo

do empreendimento.

• Troca e devolução de produtos com problemas. Estabelecer procedimentos

claros para clientes finais e intermediários. Evitar a burocratização do

processo deixando os clientes irritados e arranhando a imagem da empresa e

34

da marca. Treinar todos os envolvidos com a troca e ser rigoroso com o

atendimento das trocas e devoluções, respeitando o cliente como alguém que

está buscando seus direitos e não como um aproveitador ou mentiroso.

• Acompanhar a pós-venda. Os clientes devem ser contatados com certa

freqüência após as vendas. Cada empresa deve especializar-se nesse

serviço de acordo com suas possibilidades. Devemos agradecer as comprar.

A gentileza é a norma.

• Informar sobre o mercado ao intermediário. O empresário da indústria de

confecção tem informações privilegiadas sobre o mercado e seus

concorrentes no que diz respeito às tendências globais; aos materiais de

confecção que estarão no mercado; cores da estação muito antes dos

clientes intermediários; modelagens e ambientações; o movimento de

profissionais entre empresas; atualidades de merchandising e promoção em

PDV, como também, testes e pesquisas de produtos. Dados que são de

interesse para seus intermediários.

Os serviços de apoio prestados pelas empresas pesquisadas no PCA são

mostrados na tabela 5. Nela observa-se que, 40% das empresas sempre aceitam

trocas ou devolução de produto e 50% oferecem entrega de mercadorias. Essa

entrega é realizada por terceiros, contudo, nem todas utilizam transportadora para as

entregas.

Tabela 5. Freqüência que a empresa oferece serviços de apoio aos produtos.

Serviços Nunca Às Vezes Sempre

Atendimento ao consumidor final 20% 20% 60%

Atendimento ao intermediário 30% 20% 50%

Entrega de mercadorias 20% 30% 50%

Troca e devolução de produtos com

problemas

10% 50% 40%

Acompanhamento pós-venda 50% 30% 20%

Informação de mercado ao intermediário 10% 50% 40%

Metade das empresas, 50%, realiza troca ou devolução às vezes. Em relação

a isso devemos separar esse dado do anterior que fala do controle da qualidade dos

produtos (ver tabela 3). Poderíamos inferir que as trocas são pouco realizadas

35

porque os produtos são de excelente qualidade. Contudo, a aferição feita pelo

indicador, troca e devolução, é sobre os produtos que já foram ao mercado e, por

ventura, o cliente precisou acionar o serviço de troca.

Eles atendem quando acionados pelo cliente final (60% sempre), mas foi

verificado que eles não possuem uma estrutura, dentro das empresas, para esse

atendimento e tudo pode ficar mais difícil quando o assunto é troca ou devolução. O

que nos leva a concluir que é baixíssima a prestação de serviço de troca e

devolução ao cliente. Ou o cliente não aciona o serviço ou o canal está com falha,

ou até mesmo, com obstruções de acesso. Não foi aprofundado esse ponto na

devido ao caráter exploratório que foi a pesquisa.

Eles também têm a prática de atendimento direto ao intermediário, 50%

fazem sempre, 20% às vezes fazem o contato com o cliente intermediário e 30%

nunca prestam esse serviço aos intermediários. Nesses atendimentos, 40%

fornecem informações sobre o mercado sempre que entram em contato com o

intermediário e 50% às vezes. No geral, a informação sobre o mercado no PCA é

bem distribuída devido à característica de serem empresas familiares.

Recomendado pela literatura específica como facilitador da fidelização, o pós-

venda é renunciado pela maioria das empresas. Somente, 20% das empresas

realizam sempre follow-up, o agradecimento pela compra; 50% das empresas nunca

abriram esse canal com o consumidor. Não existe estrutura para atendimento aos

clientes finais.

No que se refere ao desenvolvimento e lançamento de novos produtos (ver

tabela 6), pôde-se verificar que pode acontece influenciado por fatores exógenos, a

força do mercado; ou endógenos, o planejamento. Contudo, são muito mais fortes

as forças do mercado nesse desenvolvimento de produtos que o uso de

planejamento a criação de produtos.

Tabela 6. Freqüência com que a empresa realiza atividades de desenvolvimento de

produtos.

Atividades Nunca Às Vezes Sempre

Criação de produtos realmente inéditos 10% 0% 90%

Desenvolvimento de produto/modelo novo para a

empresa

10% 0% 90%

36

Desenvolvimento de produto novo para o

mercado

40% 40% 20%

Modificação em produto existente na empresa 10% 10% 80%

Desenvolvimento de produtos em parceria com

clientes

20% 0% 80%

Insucesso no lançamento de produtos 10% 60% 30%

Teste do produto (testar o produto) 10% 0% 90%

A indústria da confecção tem especial contato com o desenvolvimento de

novos produtos demandados pelas tendências das estações, lançamento de novos

tecidos e outros fatores da cultura e do comportamento do consumidor da marca. O

que não necessariamente venha dizer que esses produtos serão inéditos. Por essa

razão, é necessário estabelecer com antecedência os objetivos para o

desenvolvimento da coleção (ARAÚJO, 1996), como por exemplo, objetivos

estratégicos (o tipo de segmento do mercado); objetivos sazonais detalhados

(número de modelos, volume de vendas, etc.).

Em resposta ao indicador, criação de produtos realmente inéditos, 90% das

empresas pesquisadas dizem sempre desenvolverem produtos inéditos para o

mercado e sempre testarem esses produtos (90%) antes do lançamento. Também,

sempre desenvolvem produtos para a própria empresa (90%).

Percebe-se uma confusão em termo de desenvolvimento de produtos. Pode-

se verificar que os produtos chamados inéditos são na verdade novos produtos que

lançam ao mercado a cada semestre. São peças que acompanham as tendências

do sul do Brasil e dos países que ditam a moda no exterior. Muitas vezes, esses

produtos, são “cópias” adaptadas de modelos de estilistas do sul e fora do país pela

observação de vitrines e revistas.

É pouco freqüente, entre as pesquisadas, o lançamento de um produto inédito

como elas afirmaram nos questionários. Aqui, entende-se por produto inédito, os

desenvolvidos dentro dos centros de criação das empresas a partir da observação

não só de tendências de mercado e estilo, mas diversos fatores, como, elementos

de cultura local, originalidade da peça em relação às similares no mercado. Ou seja,

peças que são desenhadas por uma estrutura técnica de estilistas da própria

empresa. E não, peças que são adaptadas das que já se encontram em vitrines no

37

Brasil e no mundo. Esses últimos são novos produtos para o mercado e não

inéditos.

Os indicadores com menor resultado foram desenvolvimentos de produto

novo para o mercado, 20% sempre, 40% às vezes e 40% nunca. Como dito acima,

esse dado referente a desenvolvimento de produto novo e deve ser reinterpretado

pelo leitor a luz da observação dos pesquisadores que tiveram contato com as

empresas. Quando se fala em produto inédito, na verdade se quer afirmar produto

novo para o mercado, ou inédito para o empresário.

O insucesso com o lançamento de novos produtos (30% sempre e 60% às

vezes) faz referência a peças que faziam parte de determinada coleção e que não

foi aceita pelos consumidores como previsto pelos testes de pré-lançamento.

Atrelado ao lançamento de produtos, indagou-se sobre as fontes de

informação e obtenção de idéias e sugestões para a elaboração de uma nova

coleção (ver tabela 7). 80% das empresas pesquisadas dizem que sempre escutam

seus consumidores na elaboração de uma coleção, mas preferem, 100% delas,

trocar informações sobre comportamento do mercado com os clientes intermediários

que estão diretamente com os consumidores finais.

Tabela 7. Fontes de sugestão e obtenção de idéias para as empresas e a freqüência de

uso.

Fontes Nunca Às Vezes Sempre

Consumidores 20% 0% 80%

Clientes intermediários 0% 0% 100%

Fornecedores 0% 20% 80%

Concorrentes 30% 40% 30%

Equipe de vendas 0% 10% 90%

Funcionários 10% 30% 60%

Amigos e familiares 10% 30% 60%

Intuição e idéias/sugestões próprias 0% 40% 60%

As equipes de vendas, ou representantes das marcas, são consultados

permanentemente, 90% sempre, são eles que retiram as empresas de suas

atividades internas, uma vez que, a maior parte do seu dia está em visita aos

clientes intermediários, não só fechando vendas, também coletando as informações

38

importantes sobre o consumidor final. É nesse ponto que os consumidores obtêm

um canal de acesso mais efetivo com as empresas. As demais fontes são:

fornecedores, 80% sempre, funcionários internos, 60% sempre, amigos e familiares,

em momentos informais, 60% sempre, intuição e/ou idéias próprias, 60% sempre.

Não é comum a obtenção de idéias diretamente com os concorrentes, 40% às vezes

e 30% nunca usaram o concorrente como obtenção de idéia direta e nem pensam

em usá-los.

Por outro lado, muitas outras fontes foram consideradas pelos empresários

que não foram consideradas no questionário. Uma empresária do ramo considera

que “todas as fontes de conhecimentos são validas”.

No quesito sobre a diversificação da fabricação dos produtos (tabela 8), 10%

trabalham com uma linha de item de produtos e 90% com uma família de produtos.

Todavia, acima se comentou (comentários à tabela 2) sobre a problemática

semântica de compreensão de item de produto e família de produto pelos

empresários. Somado com a análise pessoa dos pesquisadores verifica-se que as

respostas não condizem com a prática. Compreende-se por família de produto, “um

conjunto de produtos que, por possuir certa coerência funcional, satisfaz a uma

necessidade básica com razoável eficácia”, por exemplo, “artigos confeccionados

para vestuário”; por outro lado, item de produto, “trata-se de uma unidade (peça

básica) distinta dentro de uma linha de produtos, identificada por tamanho, preço,

aparência ou algum outro atributo”, por exemplo, bermuda esportiva com motivos do

time Sport Clube do Recife, no tamanho M (SARQUIS, 2003:47).

Tabela 8. Diversificação dos produtos fabricados.

Um único item de produto 0%

Uma única linha de produtos 10%

Uma família de produtos 90%

A tabela 9 apresenta os dados sobre a freqüência que as empresas avaliam o

desempenho de seus produtos e/ou linha de produtos. Os itens mais utilizados pelos

empresários são taxa de crescimento das vendas (80%) e participação percentual no

faturamento da empresa (60%). Às vezes, utilizam a rentabilidade sobre o

faturamento (90%) e o ciclo de vida do produto (60%). Na prática diária foi verificada

a escassez de mapas ou relatórios que possam documentar tais movimentos.

39

Normalmente tudo é feito de forma muito visual, pouco sustentada por anotações

formais, sistemáticas que podem acarretar em erros no planejamento em longo

prazo das empresas.

Tabela 9. Freqüência em que a empresa avalia o desempenho dos produtos ou linhas

de produtos.

Itens Nunca Às Vezes Sempre

Participação (%) no faturamento da empresa 0% 40% 60%

Rentabilidade sobre o faturamento 10% 90% 0%

Taxa de crescimento das vendas 0% 20% 80%

Perspectiva de competitividade 30% 50% 20%

Ciclo de vida de produto 40% 60% 0%

40

2.2 QUANTO ÀS PRÁTICAS DE PREÇO

A política de definição de preços deve ser capaz de determinar a participação

de mercado e a rentabilidade da empresa e possibilitar reduzir as incertezas sobre a

aceitação de um dado preço sobre determinado cliente. O trabalho sistêmico de

fixação de preço é uma prática comum entre as empresas focadas no mercado, que

consideram o valor percebido de seus produtos na elaboração do preço.

Sendo valor o que

Representa mais ou menos uma avaliação global, feita pelo

comprador, da utilidade de um produto ou serviço tendo-se

como base as percepções dos benefícios líquidos recebidos e

aquilo de que se deve abrir mão (SARQUIS apud MORRIS E

MORRIS, 2003:60).

Uma política de preço conforme SARQUIS (20023) é apoiada em um

programa de determinação de preços (observe o quadro 4) que proporcione uma

declaração monetária para a aquisição de um valor. Desta forma, a fixação de preço

deve ser baseada na declaração de valor e refletir o valor percebido pelo mercado e

não pela declaração de custo do produto. Agindo dessa forma, a empresa se alinha

a uma perspectiva sistêmica para o longo prazo.

QUADRO 4 - PROGRAMA DE DETERMINAÇÃO DE PREÇO

Definição Exemplificação

Objetivo Os níveis de desempenho que a empresa

deseja atingir com o programa.

Maximizar o lucro; obter

crescimento das vendas; liderar

em preço.

Estratégia Como o preço deve se comportar para

atingir os objetivos.

Preço de penetração; preço baixo;

paridade; preço premium; preço

skimming.

Estrutura Como os preços variarão para diferentes

clientes e produtos/serviços, o tempo e as

condições de pagamento.

Deve-se cobrar o mesmo preço

básico para todos os clientes?

Como a sazonalidade deve afetar

o preço cobrado ao cliente?

Níveis de preço Preço real cobrado para cada produto ou

linha, bem como quantidade de qualquer

tipo de desconto oferecido.

Qual o nível de preço aceitável

que transmite a percepção de

valor desejado? É oportuno cobrar

preço psicológico? Como as

considerações tributárias devem

refletir no preço final?

Fonte: SARQUIS, 2003:61-63. Criação livre.

41

Como característica de empresas focadas na produção, percebe-se que a

10% das empresas da pesquisa norteia a sua política de preço na participação do

mercado; e 50% defini o preço para maximizar o lucro em longo (tabela 10).

Tabela 10. Objetivo norteador da política de preço para os

produtos.

Maximizar o lucro no curto prazo 30%

Maximizar o lucro em longo prazo 50%

Participação de mercado 10%

Obter crescimento das vendas 0%

Ser líder em preços baixos 0%

Criar interesse e entusiasmo pelo produto 20%

Manter lealdade e apoio aos intermediários 30%

Os métodos mais utilizados (tabela 11) para a elaboração do cálculo do preço

são margem de contribuição (80%), fixação do retorno em investimento (10%) e

valor da concorrência (10%).

Tabela 11. Método utilizado para elaborar o cálculo do preço

de venda.

Valor da concorrência 10%

Fixação do retorno em investimento (ROI) 10%

Margem de contribuição 80%

Fixação de Markup 0%

Valor percebido pelo mercado 0%

O preço ele se torna um diferencial no mercado atual, não somente ele sendo

o menor, mas por ser a união harmoniosa entre o custo total do produto e o valor da

percepção do cliente sobre o produto, ou a marca. Na tabela 12, é observado que o

preço é influenciado, em 80% das empresas, pelo custo, em contrapartida 70% das

empresas entrevistadas não leva nunca em consideração o valor percebido pelo

mercado, com isso se mostra que a equação mencionada logo acima não está

sendo respeitada, pois não há um trabalho em cima de uma das variáveis, valor

percebido pelo mercado.

Continuando na tabela 12, nota-se que o objetivo e imagem desejada pela

empresa, também, não é levado em consideração pela maioria dos entrevistados,

42

40%, o que fragiliza e, de certa forma, impede que a marca venha a ser reconhecida

fora do mercado local, pelo menos no curto prazo uma vez que ela só será

reconhecida se os produtos agradarem o público-alvo.

Tabela 12. Freqüência com que a empresa considera os fatores abaixo para estabelecer

o preço de venda.

Fatores Nunca Às Vezes Sempre

Objetivos e imagem desejada pela

empresa

0% 60% 40%

Custos 0% 20% 80%

Concorrentes 70% 20% 10%

Governo e legislação 100% 0% 0%

Condições ambientais (políticas,

economia)

100% 0% 0%

Perfil dos consumidores 70% 20% 10%

Ralação “preço X volume X custo X lucro” 90% 10% 0%

A sensibilidade do produto ao preço 50% 10% 40%

Valor percebido pelo mercado 70% 20% 10%

Ainda na tabela 12, 70% dos entrevistados afirmaram não levar em

consideração os preços dos concorrentes, pois esse fator não os influenciaria, mas

questionados sobre a estratégia de preço adotada, gráfico 1, vê-se que 60% das

empresas têm sua estratégia de preço igual ao preço médio do mercado.

Gráfico 1 Estratégia de preço das empresas

(poderia ser respondida mais de uma opção)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

100,00%

Abaixo do preço médio domercado

Igual ao preço médio domercado

Acima do preço médio domercado

43

No que se refere às empresas disporem de um sistema de custo estruturado

e devidamente organizado, gráfico 2, pode-se observar que a totalidade das

empresas afirma ter um sistema de custo estruturado e organizado, o que não foi

percebido na realidade. Na entrevista, sentiu-se falta de conceitos básicos de

administração financeira em alguns entrevistados, como: capital de giro, qual método

utilizado para custeio da produção, diferenciar mão de obra direta de indireta, dentre

outros.

Gráfico 2A empresa dispõe de um sitema de custo estruturado?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Não

Questionado sobre a estrutura do sistema de custo, gráficos 3 e 4, a apuração

dos custos, pela maioria das empresas, é feita pelos custos do processo (80%) e a

contabilização do custo fixo, pelo custeio direto ou variável (80%).

O custeio direto, consiste em imputar ao produto final ou à produção apenas

os custos variáveis e diretos (matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta,

energia etc.), levando os custos fixos e indiretos, (depreciação, seguros, gastos

gerais de fabricação, despesas de administração), à conta de apuração do resultado

do exercício.

Custeio por absorção consiste em imputar ao produto final ou à produção

todos os seus custos variáveis diretos mais os custos indiretos e fixos. É o método

oficial adotado no Brasil e segue a Lei Federal nº 6.404/76, aplicada às Sociedades

44

Anônimas e demais pessoas jurídicas de direito privado (op. cit.).

Gráfico 3Quanto à apuração dos custos

20%

80%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Custo por encomenda (ou ordem de produção) Custo por processo

É perceptível, pelo gráfico 3, que a maioria das empresas utiliza-se do custo

por processo que consiste, basicamente, através de uma previsão de venda,

estipular uma quantidade para se fazer em um determinado período, antes mesmo

de receber os pedidos. E o de encomenda ou ordem de produção as peças de

roupas só são levadas para a linha de produção quando a empresa recebe o pedido

de uma outra empresa ou do consumidor final.

Gráfico 4Quanto à contabilização do custo fixo

80%

20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Custeio direto (ou variável) Custeio por absorção

45

A tabela 13 reflete a preocupação das empresas entrevistadas em ter o

máximo de certeza possível sobre a credibilidade de seu cliente intermediário, 100%

das empresas possuem um cadastro de seus clientes atualizado, sempre analisam a

situação creditícia dos clientes (100%), consultam as entidades de proteção de

crédito (100%) e executam cobrança das contas a receber (100%).

Tabela 13. Freqüência com que a empresa tem problemas para realizar as atividades de

crédito, cadastro e cobrança.

Atividades Nunca Às Vezes Sempre

Dispor de cadastro atualizado dos clientes 0% 0% 100%

Analisar a situação creditícia do cliente, antes da

emissão da nota de fatura

0% 0% 100%

Consultar entidades de proteção ao crédito sobre

cadastro e crédito dos clientes

0% 0% 100%

Executar cobrança de contas a receber 0% 0% 100%

46

2.3 QUANTO ÀS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO E VENDA

De nada valeriam a qualidade dos produtos se não existisse uma

comunicação de marketing eficaz com o mercado para mostrar toda essa

qualificação e atrair a clientela. Em outras palavras, “Não chega fazer um bom

produto – há que o ‘dar a conhecer’ e ‘valorizar’” (LENDREVIE, 1996).

Por comunicação, entende-se,

O conjunto de sinais emitidos pela empresa em direcção aos

seus clientes, aos distribuidores, aos líderes de opinião, aos

prescritores4 e a todos os alvos (LENDREVIE, e.o., 1996:291).

Esses sinais são as mensagens que a empresa passa para seus

consumidores e por onde passam essas mensagens. Tanto a mensagem como os

canais devem ser administrados pelo gestor dentro de um plano de comunicação

empresarial.

Os instrumentos de comunicação de venda para a empresa/produto/serviço

são a publicidade, a relação pública, a força de venda (venda pessoal e

administração de venda), a embalagem dos produtos, a promoção de venda, o

marketing direto, o merchandising, dentre outros.

Agir eficazmente através da comunicação pressupõe (...) a

resposta a três perguntas que, sendo interdependentes, devem

seguir um só caminho cronológico: a) comunicar para quê? b)

comunicar o quê? c) comunicar como? (SERUYA apud

LEDREVIE, e. o. 1996:292).

Em um sistema de comunicação (ver figura 2) vale atentar para quatro

elementos que organizam o processo de comunicar o produto e objetivar respostas

adequadas às perguntas proposta por Seruya: uma fonte ou emissor; uma

mensagem; um destinatário ou receptor e um suporte da mensagem que permite

que essa chegue ao destinatário, o receptor. Codificamos o significado em

significantes, que, conhecido por convenção, são decodificados (interpretados) pelo

que recebe a mensagem.

A comunicação que vai do emissor ao receptor diz-se de

sentido único. Para que a fonte possa ter a certeza de que a

mensagem foi bem compreendida e possa, se for necessário,

modificá-la, na forma ou no conteúdo, é preciso que o receptor

4 Especialistas em alguma área com poder influenciar as opiniões..

47

responda à comunicação. O feed back fecha o sistema,

tornando-o dinâmico (idem: 293).

FIGURA 2 – O SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

Fonte: LENDREVIE, e.o. Novo Mercator: Teoria e prática do marketing. Publicações Dom Quixote, 6ª Ed., Lisboa, 1996:293 [livre adaptação].

Os questionamentos de Seruya (1996) foram interpretados por Lasswell

(1996) em cinco perguntas simples que ajudam ao empresário entender o processo

de comunicação e onde se localiza o seu produto no sistema. São elas: a) quem

comunica? b) a quem comunica? c) o que comunica? d) como? e) com que

resultado? (LASSWELL apud LEDREVIE, E.o. 1996).

a) Quem comunica?

A resposta a esta questão levará o empresário encontrar a melhor fonte de

sustentação da mensagem. Quais são as fontes que dominam a relação

com o consumidor do produto que desejo oferecer? Qual grupo social?

b) A quem?

Definição de público-alvo; conhecimento do cliente e do nicho.

Conhecimento do centro do alvo, o consumidor não se pode deixar de

tocar? Privilegiá-los, pois, serão amplificadores da mensagem.

c) O quê?

Nesse ponto está a definição da mensagem que se quer passar.

d) Como?

Definição dos canais de passagem da mensagem. Os canais escolhidos

chegam até o alvo determinado? Existem ruídos? Dificuldades na

passagem da mensagem que impossibilitam a compreensão desejada?

e) Com que resultado?

Alcançamos os objetivos de comunicação? Existiram desvios? Como

poderemos explicá-los para não ocorrer na próxima vez? O que se faz

necessário modificar?

48

As perguntas são bem simples, no entanto, a complexidade das respostas

solicita uma estrutura dentro da empresa que possa se dedicar com exclusividade

em como respondê-las de modo adequado. A idéia de que, para ser líder basta

vender a um preço razoável, deixou, a muito tempo, de ser uma verdade entre as

empresas. A competitividade no ramo de moda é extrema como afirmado diversas

vezes. Se as empresas no PCA desejarem concorrer com as grandes empresas em

outros arranjos mais desenvolvidos pelo Brasil e com representações de produtos

internacionais, devem, e logo, entenderem a importância de uma comunicação

organizada. Algumas razões foram selecionadas:

• Em relação ao comportamento dos consumidores, a compra ou não de uma

marca de vestuário está abundantemente relacionada com a imagem que o

consumidor tem dela. Isso se constrói através da comunicação do produto.

• Em relação a possíveis períodos de crise de crise: em algumas vezes a

construção de uma imagem se mantém intacta mesmo com uma empresa em

período de crise. Por exemplo, a marca de água Perrier, na França, gozava de

uma sólida imagem e simpatia o que ajudou à empresa a superar um processo

judicial referente ao vestígio de benzina nas garrafas exportadas para os

Estados Unidos. Contudo, nos Estados Unidos, a marca estava menos

solidificada causando danos à imagem da Perrier.

• Outro fator importante, é que, tendo ou não uma política definida, a

comunicação dos produtos vai acontecer, e mal. A empresa sempre está

comunicando com suas ações, logo, se ela não administra isso está cedendo a

outro o que é de sua função.

Em empresas onde a marca de seu produto se confunde com a instituição,

como na da pesquisa, toda a comunicação da marca tem efeito sobre a empresa e

se, porventura, surgir uma comunicação específica para a empresa (institucional ou

corporate), pode ter efeito no produto.

Segue alguns princípios essenciais para a boa comunicação de marketing

(LEDREVIE, e.o. 1996):

• Não querer dizer de mais em uma mensagem, isto é, simplificar o comunicar,

trabalhar com poucas idéias ou argumentos sobre o produto;

• Repetir e ser redundante: a mensagem deve ser repetida. O consumidor deve

saboreá-la também de diversas formas. A mesma mensagem deve ser usada

49

em vários formatos. A redundância é pedagógica e comunicativa.

• Comunicar é um ato contínuo e deve ser pensado em longo prazo. Supõe-se

que os investimentos deverão ser regulares, o posicionamento também, como,

a promessa e o estilo.

• Assegurar a unidade e a coerência da comunicação da empresa/produto.

• Está com os pés fincados na verdade: “uma promessa deve ser forte; a sua

forma pode ser exagerada, mas não pode ser completamente falsa”. Respeitar

a verdade do produto (o que ele pode fazer realmente), a verdade da empresa

(identidade, cultura) e a verdade dos consumidores (expectativas

fundamentais).

Referindo-se agora aos meios para a comunicação, constata-se que são

numerosos. Trabalha-se com uma classificação para ajudar no entendimento, ver

quadro 5.

QUADRO 5 - OS PRINCIPAIS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

1. Meios de comunicação em sentido estrito

• Propaganda

o Propaganda pelos meios de massa

o Propaganda nos locais de venda (PDV)

• Comunicação que não utiliza a propagada diretamente

o Relações públicas: relações com a imprensa; publicações internas e sponsoring (“padrinho” que cria

oportunidades para o desenvolvimento da comunicação em variados momentos)

2. Outros meios de ação de marketing com forte conteúdo de comunicação

• Ferramenta de venda

o Força de venda

o Merchandising

o Marketing direto

• O produto

o Nome da marca e símbolo da marca

o Design-produto

o Packaging (embalagem)

3. Empresa e o pessoal

• Aparência exterior da empresa

• Pessoal em contato com o público

• Dirigentes da empresa

4. As fontes exteriores à empresa

• Distribuidores

• Imprensa

• Especialistas reconhecidos

• Os boatos (buzz marketing ou marketing viral)

Fonte: LEDREVIE, e.o. 1996:302 [adaptação livre]

No tocante às vendas, pode-se afirmar, com grande segurança, que a melhor

estratégia de marketing concebida pelo maior intelectual, arrisca-se a falência se não

50

for apoiada por uma força de venda de alto nível e bem treinada. Hoje, a oferta de

produtos vestuários excede a procura e do ponto de vista da qualidade, muitas

empresas a têm. O diferencial, também, se encontra na equipe de venda formada.

O vendedor não só facilita a compra do produto/serviço estabelecendo

relação de confiança, alimentando a necessidade do cliente, apresentando o produto

levando a venda. Mas, projeta para outros horizontes a empresa por causa de suas

funções específicas:

• O vendedor vende, isto é, faz apresentações orais sobre o produto.

• Prospecta novos clientes. Ele deve ser capaz de identificar potenciais clientes

e efetuar um esforço de venda.

• A comunicação do vendedor com os clientes, geralmente é mais poderosa

que pelos meios de comunicação de massa, por ser interativo, adaptar-se à

realidade que se desenvolve à sua frente.

• Ele deve ser capaz de preparar uma resposta específica ao cliente adaptando

bem o produto à necessidade que se apresenta.

• O vendedor, quando visita os clientes intermediários, deve contribuir com o

processo de venda para os clientes finais, atuar como um “consultor” do

produto que vende.

• Realizar o pós-venda tão esquecido pelas empresas pesquisadas.

• Ele é o canal efetivo da informação sobre o produto no PDV, deve, portanto,

repassar informação fiel para a empresa.

• Recolher a informação sobre capacidade de pagamentos dos novos clientes

e, porventura, interferir no processo de cobrança através do conhecimento da

vida financeira dos clientes intermediários (LEDREVIE, e.o. 1996).

Entre as empresas pesquisadas no PCA podemos encontrar elementos do

que foi exposto acima sobre comunicação e venda. Foram perguntadas as empresas

a freqüência com que era utilizado de propaganda para divulgarem e promoverem o

produto/empresa. Conforme se pode ver na tabela 14, 70% das empresas fazem uso

sempre da comunicação boca a boca.

Significa, nas entrelinhas, a falta de uma estrutura que pense a comunicação

externa da empresa; é produzir e contar com a sorte na hora de vender seus

produtos. 50% às vezes utilizam de embalagens ou sacos plásticos que possam

divulgar suas marcas. 50% às vezes utilizam de displays ou cartazes no PDV para

51

influenciar a compra de suas marcas. As opções menos consideradas foram quadros

de avisos, homens-sanduíches, toalhas ou guardanapos, 100% das empresas nunca

utilizaram esses meios.

O que chama a atenção é que 40% das empresas nunca utilizaram painéis,

faixas ou outdoors na geração de estímulo de estilo para divulgar seus produtos;

40% usam às vezes e, somente, 20% das empresas sempre fazem uso desse meio.

A utilização do boca a boca (buzzmarketing) também chama a atenção por ser um

meio que vem sendo estudado recentemente, em especial, como controlar o envio

de mensagens por ele.

Tabela 14. Freqüência com que a empresa se utiliza de propaganda para divulgar e

promover o produto/empresa.

Mídias Nunca Às Vezes Sempre

Jornal ou revista 60% 30% 10%

Tevê, rádio ou cinema 50% 30% 20%

Embalagens ou sacos plásticos 30% 50% 20%

Panfletos ou prospectos 40% 30% 30%

Adesivos, brindes ou buttons 30% 30% 40%

Páginas amarelas 60% 20% 20%

Gravações de espera 80% 0% 20%

Som volante 70% 30% 0%

Homens-sanduíches 100% 0% 0%

Displays ou cartazes 50% 50% 0%

Painéis, faixas ou outdoors 40% 40% 20%

Veículos ou pontos de ônibus 70% 30% 0%

Toalhas ou guardanapos de mesa 100% 0% 0%

Quadros de avisos 100% 0% 0%

Comunicação boca a boca 0% 30% 70%

A falta de um plano de comunicação é bem percebida na resposta à questão

“qual o método que a empresa utiliza para determinar o montante de investimento

em propaganda” (gráfico 5), 50% das empresas afirmam investir em propaganda da

marca quando existe recurso disponível; 20% consideram a porcentagem sobre a

venda como critério para definir o investimento em propaganda e 30% usa do

método objetivo-tarefa. Contudo, todos os demais métodos sinalizados pelas

empresas estão atrelados, de uma forma ou de outra, a disponibilização de recursos

52

para o investimento em comunicação, quando esses se tornam disponíveis; Em

nenhum momento os empresários falaram em um planejamento para a divulgação

de seus produtos.

Gráfico 5 Método que a empresa utiliza para determinar o montante de

investimento em propaganda

50%

0%

20%

30%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Método dadisponibilidade de

recursos

Método da paridadecompetitiva

Método daporcentagem sobre as

vendas

Método do objetivo-tarefa

Em relação à avaliação do resultado da propaganda, foi solicitado aos

empresários que, a partir de quatro métodos, índice de procura por informação sobre

o produto, teste de lembrança/reconhecimento do anúncio, taxa de conversão de

novos clientes, teste de dilatação da pupila e cálculo do impacto sobre o volume de

venda (gráfico 6), indicasse o comumente adotado.

Gráfico 6 Método que a empresa utiliza para avaliar os resultados da

propaganda

20%

0%

20%

0%

60%

0%10%20%30%40%50%60%70%

Índice de procura porinformações

Taxa de conversão denovos clientes

Cálculo do impacto sobre ovolume de vendas

53

O método do cálculo do impacto sobre o volume de venda é o adotado com

maior freqüência (60%) quando os empresários decidem anunciar seus produtos.

Em segundo lugar fica (20%), o índice de procura por informação sobre o produto e

taxa de conversão de novos clientes.

Ainda foi observada a freqüência da realização de promoções de venda para

incrementar as vendas no curto prazo (tabela 15). A promoção constitui um

instrumento de apoio à venda com grande impacto, já que está intimamente ligado

ao ato de compra, despertando o interesse e a atenção nesse momento, assim

como a prática do merchandising.

Tabela 15. Freqüência com que a empresa realiza promoção de venda para

incrementar as vendas no curto prazo.

Instrumentos Nunca Às Vezes Sempre

Amostra grátis 100% 0% 0%

Cupons com descontos 50% 40% 10%

Concursos, loterias e jogos 100% 0% 0%

Recompensa por preferência 80% 20% 0%

Prêmios (brindes) de incentivo à compra 30% 30% 40%

Pacotes de preços promocionais 30% 30% 40%

Descontos 50% 40% 10%

Demonstrações 80% 20% 0%

Feiras e exposições 40% 10% 50%

Promoção cruzada e/ou vinculada (entre

marcas ou empresas)

60% 30% 10%

Displays no ponto-de-venda 90% 0% 10%

Os indicadores com maior uso, sempre, foram feiras e exposições, 50%

relacionando ao baixo custo de execução. Prêmios de incentivo à compra, 40%,

geralmente, cartões de fidelidade das dez peças, dando direito a uma décima

primeira totalmente de graça. Outro brinde também muito usado é o chaveiro e o

adesivo. E, os pacotes de preços promocionais, 40%, caracterizando-se por

oferecimento de descontos atraentes na compra de uma determinada quantidade ou

de outros incentivos como frete grátis, para o lojista.

As práticas nunca realizadas pelos empresários foram distribuições de

amostra grátis e concurso e loterias; display no ponto de venda (90%); recompensa

54

por preferência (80%); demonstrações (80%) e promoção cruzada e/ou vinculada

entre marcas ou empresas (60%).

Quando indagados sobre a prática do merchandising no PDV, 90% das

empresas foram unânimes em afirmar que nunca se utilizaram desse componente

do marketing próxima ao ato da compra (ver tabela 16). É sabido que por causa

dessa característica do merchandising as alterações no nível das vendas são

rapidamente sentidas, como na rotatividade da peça nas revendedoras, eliminando

os estoques das fábricas.

Tabela 16. Freqüência com que a empresa utiliza-se de merchandising no PDV.

Itens Nunca Às Vezes Sempre

Seleciona o melhor local para o produto 90% 10% 0%

Faz limpeza, arrumação e exposição

adequada do produto

90% 10% 0%

Usa material de venda para destacar o

produto

90% 20% 0%

Usa material de venda para destacar o

produto

90% 10% 05

Faz exposição promocional 90% 10% 0%

Por merchandising adota-se o conceito do Instituto Francês de

Merchandising, considerando-o mais completo:

Conjunto dos estudos e das técnicas de aplicação utilizados,

separada ou conjuntamente, pelos distribuidores e pelos

produtores com vista a aumentar a rentabilidade do local de

venda e o escoamento dos produtos, através de uma

adaptação permanente dos aprovisionamentos às

necessidades do mercado e da apresentação apropriada das

mercadorias (LEDREVIE, e.o. 1996:382).

O que nos leva a inferir que essas técnicas possibilitam informar sobre um

produto, destacá-lo na loja e possibilitar a efetivação da venda. Também, identificar,

personificar e decorar o ambiente da loja com os benefícios do produto (BLESSA,

2003) O merchandising ajuda a gerar um ambiente de compra para o produto

alimentando os sentidos com as informações necessárias para a compra, como, a

55

eliminação dos bloqueios ao processo de consumo do produto (op. cit.). Enfim, a

visibilidade do produto no PDV cria vendas.

No campo da administração de vendas (tabela 17), perguntou-se sobre a

freqüência que as empresas praticam ações motivacionais para as equipes de

venda; o treinamento e integração dessas equipes; se são feitas previsões de

vendas; se objetivo e metas de vendas são definidos pela empresa; se o

proprietário-gerente é o vendedor número 1 da empresa. A administração de vendas

para as pequenas empresas deve ter como objetivos: o planejamento da venda; a

organização da força de venda; o desenvolvimento da força de venda;

direcionamento da força de venda e o controle de performance dessa força.

Tabela 17. Freqüência com que a empresa realiza as atividades de administração de

vendas abaixo.

Atividades Nunca Às Vezes Sempre

Motiva e incentiva a equipe de vendas 10% 50% 40%

Faz treinamento e integração da equipe de

vendas

50% 50% 0%

Faz previsão de vendas 30% 50% 20%

Define objetivo e metas (cotas) de vendas 40% 20% 40%

O proprietário-gerente age como “vendedor nº.

1” da empresa

30% 40% 30%

Pacotes de preços promocionais 30% 30% 40%

Desta forma foi obtido o seguinte resultado, em relação à motivação e

incentivo à equipe de venda, 40% das empresas sempre fazem esse trabalho; 40%

realizam a definição dos objetivos e metas de venda que deverão ser alcançadas e

oferecem pacotes de preços promocionais aos vendedores. 30% dos empresários

pesquisados se sentem sempre o vendedor número 1 da empresa, 40% se sentem

às vezes com o espírito de primeiro vendedor e 30% nunca sentem essa motivação.

Na tabela 18 é percebido que as empresas não possuem muitos problemas

com a administração de vendas principalmente no indicador zoneamento/território de

vendas onde 70% das empresas nunca tiveram problemas. Outros indicadores de

destaque na análise são sistemas de recrutamento e seleção de vendedores, 60%

nunca tiveram problemas e funções e responsabilidade da equipe de vendas (50%).

56

Isso se dá, de certo modo, porque os representantes comerciais, a maioria das

empresas utiliza deles, são experientes na prática de vendas e trabalham com

muitas outras marcas.

Tabela 18. Freqüência com que a empresa tem problemas com relação às atividades de

administração de venda abaixo.

Atividades Nunca Às Vezes Sempre

Zoneamento/território de vendas 70% 30% 0%

Sistemática de recrutamento e seleção de

vendedores

60% 30% 10%

Funções e responsabilidades da equipe de

vendas

50% 30% 20%

Métodos e técnicas de vendas utilizadas

pelos vendedores

40% 40% 20%

As atividades que mostraram o maior descontentamento foram às funções e

responsabilidades da equipe de vendas e métodos e técnicas de vendas utilizadas

pelos vendedores com 20% cada. Coincidentemente, são os pontos com menor

acompanhamento pelas empresas. Que pode ser melhorado com treinamento e

integração das equipes de vendas; no caso dos representantes, motiva-los a

trabalhar com suas marcas como se fossem vendedores exclusivos.

A remuneração da equipe de venda (tabela 19) é fator importante e deve

estar relacionado, sempre que possível, a uma participação no volume das vendas

realizadas. 80% das empresas adotam o método de remuneração por

comissionamento. Freqüentemente, os representantes das marcas obtêm uma fatia

de 10% sobre o volume das vendas realizadas individualmente. O sistema misto,

20%, se baseia no pagamento de um salário fixo somado com o comissionamento

por vendas realizadas, definido pela administração de vendas.

Tabela 19. Sistemática utilizada pela empresa para

remuneração da equipe de vendas.

Salário fixo 0%

Por comissão 80%

Sistema misto 20%

57

A tabela 20 mostra que o acompanhamento do desenvolvimento de vendas é

feito levando-se em consideração principalmente o índice de vendas globais da

empresa: 90% das empresas acompanham mensalmente as vendas através desse

método. Dão pouca importância a atividades como: funções e responsabilidades da

equipe de vendas: 20% das empresas utilizam esse método mensalmente, contra

70% das empresas que assinalaram utilizar esse método semestralmente.

Tabela 20. Freqüência com que a empresa acompanha e controla o desempenho das

vendas.

Itens Semestral Mensal Não Avalia

Vendas globais da empresa 10% 90% 0%

Sistemática de recrutamento e seleção de

vendedores

40% 40% 20%

Funções e responsabilidades da equipe de

vendas

70% 20% 10%

Métodos e técnicas de vendas utilizadas

pelos vendedores

50% 30% 20%

As empresas da pesquisa pouco exploram as possibilidades da mídia

eletrônica como o e-mail e sites, que são muito mais baratas que o telefone, 50%

das empresas sempre utilizam do telefone para se comunicar com o cliente sem

intermediários. Contudo, seu uso não equivale a um serviço de telemarketing.

O catálogo que é uma importante meio de se comunicar com os clientes não

é sempre usado pela alegação das empresas de ter um alto custo e retorno incerto

(40% das empresas sempre usam catálogos). Outras mídias também são pouco

utilizadas por fatores como alto custo, desconhecimento do proprietário, pouca

relevância para os públicos-alvos, são os casos de: cartas pessoais ou comerciais

(10% das empresas sempre usam); shopping eletrônico (20% das empresas sempre

usam) e mídia especializada, segmentada (10% das empresas sempre usam).

Tabela 21. Freqüência com que a empresa se utiliza do marketing direto para se

comunicar com os clientes, sem o envio de intermediários.

Ferramentas Nunca Às Vezes Sempre

Por telefone (telemarketing) 20% 30% 50%

Por mala-direta 20% 40% 40%

58

Por catálogo 40% 60% 0%

Por cartas pessoais ou comerciais 70% 20% 10%

Por computador (shopping eletrônico) 50% 30% 20%

Por mídia especializada (segmentada) 60% 30% 10%

Os destinatários das ações de marketing das empresas pesquisadas são,

prioritariamente, os varejistas (90%) e em seguida os consumidores finais (80%).

Neste quesito percebe a paridade das empresas que atendem tanto os varejistas

através dos representantes terceirizados, e ao consumidor final que geralmente é

atendido no showroom de fábrica.

Tabela 22. Destinatário das ações de marketing.

Varejistas 90%

Consumidor final 80%

Relativo à existência de banco de dados (tabela 22) que dê suporte ao

marketing direto para a empresa, 100% das empresas mantém um banco de dados

com as seguintes informações: nome, endereço, CPF, CNPJ, estado civil, entre

outros, desprezando o registro de informações como renda, ciclo de compras. E

todas essas informações são relativas aos clientes intermediários e não aos finais.

Tabela 23. Existência de banco de dados com registro

de informações sobre os clientes que dê suporte ao marketing

direto.

Sim 100%

Não 0%

As empresas sempre se identificaram voltadas ao mercado, portanto, quando

questionadas sobre a existência de um plano mercadológico, 70% das empresas

afirmam não terem um plano, contra 30% que possuem um planejamento

mercadológico.

59

As que disseram ter um plano foram as que causaram as melhores

impressões aos entrevistadores, com um sistema de produção e administrativo bem

formado, inclusive com administradores profissionais formados em faculdades locais.

Tabela 24. Existência de plano mercadológico.

Sim 30%

Não 70%

Não bastava confirmar a inexistência de planos mercadológicos pela maioria

das empresas, mas por que esses planos não existem. Questionados sobre isso,

tabela 24, 50% das empresas não encontram tempo entre a produção e venda para

planejamento mercadológico. Vale considerar que são empresas familiares, com um

perfil de centralização da gestão muito acentuado em seu regime. 30% das

empresas consideram que faltam a elas dados e informações para elaborar planos.

40% consideram-se sem habilidade em planejamento ou sem o conhecimento

aplicado para isso.

Nenhuma das empresas demonstrou receio em compartilhar as informações

com os pesquisadores. Acredita-se em uma carência de assessoria para o

planejamento de marketing nessas empresas, já que, todas as empresas da

pesquisa consideram que o planejamento mercadológico é um elemento de suma

importância para seus negócios.

Tabela 25. Razões pela qual a empresa não dispõe de um

plano mercadológico.

Falta de tempo 50%

Falta de dados e informações 30%

Ceticismo no planejamento 0%

Falta de conhecimento ou habilidade em

planejamento

40%

Receio em compartilhar as informações de

que dispõe

0%

Um dos pontos relevante sobre o grau de motivação da gestão das empresas

foi respondido na questão sobre a satisfação do desempenho das mesmas no

60

mercado, 70% (tabela 25) afirmam estarem satisfeitas com o desempenho nas áreas

comerciais ou mercadológicas, contra uma parcela de 30% que consideram que não

estão explorando devidamente seus potenciais desejados um melhor

posicionamento e maior solidez no mercado. Essas sentem que a queda na venda

seja ocasionada pela falta de um trabalho de construção da imagem no mercado de

confecção.

Tabela 26. A empresa está satisfeita com o seu

desempenho na área mercadológica ou comercial?

Sim 70%

Não 30%

61

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo apresentado em torno das práticas de marketing, de dez empresas

de Caruaru da indústria de confecção, objetivava realizar um levantamento das

práticas comuns de marketing adotadas por essas empresas e como os conceitos

acadêmicos e a prática moderna eram levados em consideração.

O empreendedor dessa região nasce dentro de um contexto extremamente

delicado, mesmo assim, o município de Caruaru vem se mostrando com grande

potencial para o surgimento de empreendimentos de sucesso no segmento de

confecção em geral.

Vale salientar a colaboração de entidades como o SEBRAE-PE, o SENAC e

SENAI, como as universidades instaladas na região proporcionando o corpo técnico

necessário para o crescimento das empresas.

Embora, no ponto de vista dos gestores, o marketing seja importante para o

desenvolvimento sistêmico dos produtos e da própria empresa, as estruturas

presentes não conferem status de empresas que se preocupam com o marketing

sistêmico, nem com os consumidores. Desta forma, tornam-se, no mercado

nacional, empresas pouco relevantes, basicamente, voltadas para a atuação

regional e local e para a venda do que produzem.

As empresas apresentaram uma grande dificuldade na área de administração

de marketing que vai se avolumando quando é percebido que não existe

investimento necessário para se estruturar unidades que racionalizem as ações de

marketing, devido à centralidade da gestão adotadas por elas e o volume de

responsabilidade que os gestores acumulam.

No que se refere às práticas de produto das empresas, suas marcas

registradas não são trabalhadas devidamente no mercado, por falta de investimento

articulado.

Com isso, temos um impacto na formulação das políticas de preço das

empresas, que não consideram o valor da percepção do produto pelos

consumidores, forçando seus produtos a serem considerados “commodities” da

62

confecção, sem agregação de valor de imagem ou de exclusividade de um produto

inédito, desenvolvido pela empresa.

E os aspectos gerais de comunicação das empresas e dos produtos também

são carentes, as empresas não possuem quem possa se dedicar às práticas de

marketing, elas querem produzir e vender.

O contato com o consumidor final, na prática, é falho. As empresas sempre

consideram que atendem aos consumidores finais, contudo, isso não é verificável

em seu dia-a-dia. Muito mais por falta de formulação de canais. O simples uso de e-

mail já resolveria a inexistência de canais de comunicação direta com o consumidor

final.

As empresas comunicam seus produtos basicamente pelos representantes-

vendedores, que não são exclusivos da empresa. Essa prática de representação

comercial é bastante utilizada pelas empresas devido a redução do custo com

equipes de vendas.

A terceirização da administração e serviços de marketing através de

assessorias ou agência especializadas que trabalhem em parcerias com os gestores

podem ser considerados na hora de se arquitetar os departamentos de marketing

das empresas, mantendo dentro da empresa, o mínimo necessário, o que não se

pode terceirizar, o direcionamento básico que o gestor pretende dar a sua empresa.

O mercado para a moda e confecção em Pernambuco é amplo, contudo,

muito específico, necessitando do conhecimento técnico que o marketing pode

proporcionar. Mas o tempo para as empresas se adequarem às necessidades dos

seus consumidores ainda não acabou. Não se tratou de um destino determinado e

ponto final. Tratou-se de abordagens fundamentais para as empresas: os seus

objetivos enquanto empreendimento, suas rotas, seus compromissos.

Adotarem uma postura mais efetiva sobre o marketing, não só considerando-

o importante e sim usando de suas ferramentas para a construção de rotas

determinante de futuros é mobilizar os recursos necessários e a energia das

empresas para a construção de negócios com competitividade sistêmica; empresas

capazes de atuar em uma economia e sociedade do conhecimento e inovadora;

também, que a transformação produtiva se assente na reestruturação, ampliação e

63

modernização dos seus processos colaborando com a transformação social: as

comunidades envolvidas com as empresas. Por fim, a inserção, pela

competitividade, na dinâmica de mercado global e por maior integração entre as

regiões do Brasil.

64

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68

4. APÊNDICES

69

Apêndice A – Carta de Apresentação

Recife, __ de _______ de 2007.

Prezado Empresário (a),

Somos alunos do curso de graduação em Administração da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP, Universidade de Pernambuco – UPE, precisamos de sua colaboração para conduzir nossa pesquisa. Meu orientador é o Professor Mestre Edmauro Assunção.

É nosso compromisso tratar como estritamente confidenciais todas as informações prestadas que servirão de base para o Estudo da Prática de Marketing das empresas selecionadas que estão acomodadas em Caruaru e participam do Arranjo Produtivo Local, Pólo de Confecção do Agreste. Portanto, solicitamos que as respostas sejam as mais exatas possíveis para que possamos cumprir nosso objetivo.

Garantimos que as respostas somente serão apresentadas de forma agregada e os dados obtidos de cada empresa não serão destacados individualmente. Estes resultados estarão disponíveis para as empresas ao final da pesquisa na biblioteca da FCAP – UPE e por meio digital que comunicaremos até o término do estudo, através do Relatório Final para a conclusão do Programa de Iniciação Científica da faculdade supracitada.

Cordialmente,

______________________________

Caio Anderson de Arruda Siqueira

Aluno FCAP – UPE, bolsista da Iniciação Científica.

______________________________

Degles Henrique Gonçalves de Siqueira

Aluno FCAP – UPE, voluntário da Iniciação Científica.

70

Apêndice B – Questionário: Instrumento de Coleta de Dados

Universidade de Pernambuco - UPE

Programa de iniciação Científica da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco - FCAP

Instrumento de coleta de dados para levantamento da prática de

marketing na pequena e média empresa no Pólo de Confecção do

Agreste: ramo de confecção

71

Questionário nº _____. Data: ___/___/___. Hora: _____

Quanto às práticas de produto

1. O que é utilizado para identificação da empresa/produtos? (Assinale quantas desejar)

( ) Marca própria, não registrada

( ) Marca própria, registrada

( ) Marca de terceiros

( ) Logotipo

( ) Slogan

( ) Outros. Quais?

2. Qual a estratégia de marca utilizada pela empresa? (Assinale quantas desejar)

( ) Marca da empresa

( ) Marca do produto

( ) Marca da família ou linha de produtos

( ) Outros. Quais?

3. Com que freqüência a empresa controla a qualidade dos produtos?

Formas de controle Nunca Às vezes Sempre

Controla a qualidade da

matéria-prima, antes da

fabricação

( ) ( ) ( )

Controla a qualidade

durante o processo de

( ) ( ) ( )

72

fabricação

Faz testes de controle de

qualidade (p.ex.: teste de

gramatura,

encolhimento,

estiramento, fixação de

tingimento)

( ) ( ) ( )

Realiza inspeção final

antes da distribuição

( ) ( ) ( )

4. Com que freqüência a empresa utiliza embalagem com instrumento de marketing?

Funções Nunca Às vezes Sempre

Tornar o produto atraente ( ) ( ) ( )

Proteger ou conservar o

produto

( ) ( ) ( )

Facilitar o manuseio do

produto

( ) ( ) ( )

Transmitir informação

sobre o produto/empresa

( ) ( ) ( )

Diferenciar e tornar o

produto de fácil

reconhecimento

( ) ( ) ( )

Fazer propaganda ou

promoção de vendas

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

5. Com que freqüência a empresa oferece serviços de apoio as produto?

Serviços Nunca Às vezes Sempre

Atendimento ao

consumidor final

( ) ( ) ( )

Atendimento ao ( ) ( ) ( )

73

intermediário

Entrega de mercadorias ( ) ( ) ( )

Troca e devolução de

produtos com problemas

( ) ( ) ( )

Acompanhamento pós-

venda

( ) ( ) ( )

Informação de mercado ao

intermediário

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

6. Com que freqüência a empresa realiza atividades de desenvolvimento de produtos?

Atividades Nunca Às vezes Sempre

Criação de produtos

realmente inéditos

( ) ( ) ( )

Desenvolvimento de

produto/modelo novo

para a empresa

( ) ( ) ( )

Desenvolvimento de

produto novo para o

mercado

( ) ( ) ( )

Modificação em produto

existente na empresa

( ) ( ) ( )

Desenvolvimento de

produtos em parceria com

clientes

( ) ( ) ( )

Insucesso no lançamento

de produtos

( ) ( ) ( )

Teste do produto (testar o

produto)

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

74

7. Com que freqüência a empresa se utiliza das fontes abaixo para obter idéias e sugestões para o desenvolvimento de produtos?

Fontes Nunca Às vezes Sempre

Consumidores ( ) ( ) ( )

Clientes intermediários ( ) ( ) ( )

Fornecedores ( ) ( ) ( )

Concorrentes ( ) ( ) ( )

Equipe de vendas ( ) ( ) ( )

Funcionários ( ) ( ) ( )

Amigos e familiares ( ) ( ) ( )

Intuição e

idéias/sugestões próprias

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

8. Qual o grau de diversificação dos produtos fabricados pela empresa?

( ) Um único item de produto

( ) Um único tipo de produto

(Quantos itens? ________)

( ) Uma única linha de produtos (Quantos itens?

________)

( ) Uma família de produtos

(Quantos itens? ______)

( ) Outros. Quais?

75

9. Com que freqüência a empresa analisa e avalia o desempenho dos produtos ou linhas de produtos?

Itens Nunca Às vezes Sempre

Participação (%) no

faturamento da empresa

( ) ( ) ( )

Rentabilidade sobre o

faturamento

( ) ( ) ( )

Taxa de crescimento das

vendas

( ) ( ) ( )

Perspectiva de

competitividade

( ) ( ) ( )

Ciclo de vida de produto ( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

76

Quanto às práticas de preço

10. Qual o atual objetivo da empresa que norteia/orienta sua política de preços? (Assinale quantas desejar)

( ) Maximizar o lucro no curto prazo

( ) Maximizar o lucro em longo prazo

( ) Participação de mercado

( ) Obter crescimento das vendas

( ) Ser líder em preços baixos

( ) Criar interesse e entusiasmo pelo produto

( ) Manter lealdade e apoio aos intermediários

( ) Outros. Quais?

11. Qual o método que a empresa utiliza para elaborar o cálculo do preço de venda?

( ) Valor da concorrência

( ) Fixação do retorno sem investimento (ROI)

( ) Margem de contribuição

( ) Fixação de Markup

( ) Valor percebido pelo mercado

( ) Outros. Quais?

12. Com que freqüência a empresa considera (analisa) os fatores abaixo para estabelecer o preço de venda?

77

Fatores Nunca Às vezes Sempre

Objetivos e imagem

desejada pela empresa

( ) ( ) ( )

Custos ( ) ( ) ( )

Concorrentes ( ) ( ) ( )

Governo e legislação ( ) ( ) ( )

Condições ambientais

(políticas, economia)

( ) ( ) ( )

Perfil dos consumidores ( ) ( ) ( )

Ralação “preço X volume

X custo X lucro”

( ) ( ) ( )

A sensibilidade do

produto ao preço

( ) ( ) ( )

Valor percebido pelo

mercado

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

13. Qual a estratégia de preço da empresa?

( ) Abaixo de preço médio do mercado

( ) Igual ao preço médio do mercado

( ) Acima do preço médio do mercado

( ) Outros. Quais?

14. A empresa dispõe de um sistema de custos estruturado e devidamente organizado?

( ) Sim

78

( ) Não

( ) Outros. Quais?

15. Como está estruturado o sistema de custos da empresa? (Assinale quantas desejar)

Quanto à apuração dos custos

( ) Custo por encomenda (ou ordem de produção)

( ) Custo por processo

Quanto à contabilização do custo fixo

( ) Custeio direto (ou variável)

( ) Custeio por absorção

16. Com que freqüência a empresa tem problemas para realizar as atividades de crédito, cadastro e cobrança?

Atividades Nunca Às vezes Sempre

Dispor de cadastro

atualizado dos clientes

( ) ( ) ( )

Analisar a situação

creditícia do cliente,

antes da emissão da nota

de fatura

( ) ( ) ( )

Consultar entidades de

proteção ao crédito

sobre cadastro e crédito

dos clientes

( ) ( ) ( )

Executar cobrança de

contas a receber

( ) ( ) ( )

Quanto às práticas de comunicação e vendas

79

17. Com que freqüência a empresa se utiliza de propaganda para divulgar e promover os produtos/empresa?

Mídias Nunca Às vezes Sempre

Jornal ou revista ( ) ( ) ( )

Tevê, rádio ou cinema ( ) ( ) ( )

Embalagens ou sacos

plásticos

( ) ( ) ( )

Panfletos ou prospectos ( ) ( ) ( )

Adesivos, brindes ou

buttons

( ) ( ) ( )

Páginas amarelas ( ) ( ) ( )

Gravações de espera ( ) ( ) ( )

Som volante ( ) ( ) ( )

Homens-sanduíches ( ) ( ) ( )

Displays ou cartazes ( ) ( ) ( )

Painéis, faixas ou

outdoors

( ) ( ) ( )

Veículos ou pontos de

ônibus

( ) ( ) ( )

Toalhas ou guardanapos

de mesa

( ) ( ) ( )

Quadros de avisos ( ) ( ) ( )

Comunicação boca a

boca

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

18. Qual o método que a empresa utiliza para determinar o montante de investimento em propaganda?

( ) Método da disponibilidade de recursos

80

( ) Método da paridade competitiva

( ) Método da porcentagem sobre as vendas. Qual a

porcentagem?

( ) Método do objetivo-tarefa

( ) Outros. Quais?

19. Qual o método que a empresa utiliza para avaliar os resultados da propaganda?

( ) Índice de procura por informações

( ) Teste de lembrança/reconhecimento do anúncio

( ) Taxa de conversão de novos clientes

( ) Teste de dilatação da pupila

( ) Cálculo do impacto sobre o volume de vendas

( ) Outros. Quais?

20. Com que freqüência são realizadas atividades de relações públicas, visando trabalhar a imagem da empresa perante os clientes, funcionários, fornecedores, órgãos públicos, imprensa, instituições e comunidade em geral?

Atividades Nunca Às vezes Sempre

Faz doações e obras de

caridade

( ) ( ) ( )

Patrocina atividades da

comunidade (jogos,

shows)

( ) ( ) ( )

Envia notícias ou artigos à ( ) ( ) ( )

81

imprensa

Participa de entrevistas

na imprensa

( ) ( ) ( )

Publica um informativo

próprio

( ) ( ) ( )

Faz apresentações em

palestras ou seminários

( ) ( ) ( )

Envia cartões de

cumprimento

( ) ( ) ( )

Promove eventos ( ) ( ) ( )

Desenvolve relações

sociais com a comunidade

(responsabilidade social

empresarial)

( ) ( ) ( )

Utiliza a mídia de

identidade corporativa

( ) ( ) ( )

Desenvolve ações de

comunicação e incentivo

com os funcionários

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

21. Com que freqüência a empresa realiza promoção de vendas para incrementar as vendas no curto prazo?

Instrumentos Nunca Às vezes Sempre

Amostra grátis ( ) ( ) ( )

Cupons com descontos ( ) ( ) ( )

Concursos, loterias e

jogos

( ) ( ) ( )

Recompensa por

preferência

( ) ( ) ( )

Prêmios (brindes) de

incentivo à compra

( ) ( ) ( )

82

Pacotes de preços

promocionais

( ) ( ) ( )

Descontos ( ) ( ) ( )

Demonstrações ( ) ( ) ( )

Feiras e exposições ( ) ( ) ( )

Promoção cruzada e/ou

vinculada (entre marcas

ou empresas)

( ) ( ) ( )

Displays no ponto-de-

venda

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

22. Com que freqüência a empresa utiliza de merchandising (apresentação do produto no ponto-de-venda)?

Itens Nunca Às vezes Sempre

Seleciona o melhor local

para o produto

( ) ( ) ( )

Faz limpeza, arrumação e

exposição adequada do

produto

( ) ( ) ( )

Usa material de venda

para destacar o produto

( ) ( ) ( )

Usa material de venda

para destacar o produto

( ) ( ) ( )

Faz exposição

promocional

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

23. Com que freqüência a empresa realiza as atividades de administração de vendas abaixo?

Atividades Nunca Às vezes Sempre

83

Motiva e incentiva a

equipe de vendas

( ) ( ) ( )

Faz treinamento e

integração da equipe de

vendas

( ) ( ) ( )

Faz previsão de vendas ( ) ( ) ( )

Define objetivos e metas

(cotas) de vendas

( ) ( ) ( )

O proprietário-gerente

age como “vendedor nº.

1” da empresa

( ) ( ) ( )

Pacotes de preços

promocionais

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

24. Com que freqüência a empresa tem problemas, com relação às atividades de administração de vendas abaixo?

Atividades Nunca Às vezes Sempre

Zoneamento/território de vendas ( ) ( ) ( )

Sistemática de recrutamento e

seleção de vendedores

( ) ( ) ( )

Funções e responsabilidades da

equipe de vendas

( ) ( ) ( )

Métodos e técnicas de vendas

utilizados pelos vendedores

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

25. Qual a sistemática utilizada pela empresa para remuneração da equipe de vendas?

84

( ) Salário fixo

( ) Por comissão

( ) Sistema misto

( ) Outros. Quais?

26. Com que freqüência a empresa acompanha e controla o desempenho das vendas?

Itens Semestral Mensal Não avalia

Vendas globais da empresa ( ) ( ) ( )

Sistemática de recrutamento e

seleção de vendedores

( ) ( ) ( )

Funções e responsabilidades da

equipe de vendas

( ) ( ) ( )

Métodos e técnicas de vendas

utilizados pelos vendedores

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

27. Com que freqüência a empresa se utiliza do marketing direto para se comunicar com os clientes, sem o envio de intermediários?

Ferramentas Nunca Às vezes Sempre

Por telefone (telemarketing) ( ) ( ) ( )

Por mala-direta ( ) ( ) ( )

Por catálogo ( ) ( ) ( )

Por cartas pessoais ou comerciais ( ) ( ) ( )

85

Por computador (shopping

eletrônico)

( ) ( ) ( )

Por mídia especializada

(segmentada)

( ) ( ) ( )

Outros. Quais?

28. Qual o público destinatário das ações de marketing direto? (Assinale quantas desejar)

( ) Varejistas

( ) Consumidor final

( ) Outros. Quais?

29. A empresa dispõe de algum banco de dados com registro/informações sobre os clientes, que dê suporte às ações de marketing direto?

( ) Sim

( ) Não

( ) Outros. Quais?

Sobre a prática de planejamento de marketing

30. A empresa dispõe de algum plano mercadológico/comercial, com objetivos, plano de ação, cronograma orçamento definidos?

86

( ) Sim

( ) Não

( ) Outros. Quais?

31. Em caso negativo, quais as razões pelas quais a empresa não dispõe de um plano mercadológico/comercial? (Assinale quantas desejar)

( ) Falta de tempo

( ) Falta de dados e informações

( ) Ceticismo no planejamento

( ) Falta de conhecimento ou habilidade em

planejamento

( ) Receio em compartilhar as informações de que

dispõe

( ) Outros. Quais?

Considerações finais

32. A empresa está satisfeita com o seu desempenho na área mercadológica ou comercial?

( ) Sim

( ) Não

( ) Outros. Quais?

87

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