polÍticas pÚblicas culturais no brasil: um estudo de … · após os governos da ditadura militar...

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Grupo Temático 2: MUSA, C. A.; PASSADOR, C. S.; Governança e Cooperação no Setor Público PASCHOALOTTO, M., A., C. 357 POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS NO BRASIL: um estudo de caso do consórcio intermunicipal Culturando Clara Augusto Musa 1 Cláudia Souza Passador 1 Marco Antonio Catussi Paschoalotto 1 RESUMO O objetivo deste trabalho foi estudar de que forma o Consórcio Intermunicipal Culturando contribui para a gestão cultural de seus municípios consorciados na região de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo com base nas exigências do Sistema Nacional de Cultura. Realizou-se uma análise histórica das políticas públicas culturais no Brasil desde a Era Vargas, em 1930, até o governo interino de Michel Temer, em 2016. Além disso, trouxe a temática de consórcios públicos municipais a partir do estudo de caso do Consórcio Intermunicipal Culturando, o primeiro do país com foco em cultura. A pesquisa utilizou de artigos recentes a respeito de políticas públicas culturais, consórcios públicos e cultura no Brasil. Além disso, usou de questionário envolvendo os municípios ligados ao consórcio para verificar até que ponto o consórcio ajudou na gestão cultural dos mesmos e os pontos a serem melhorados. Listou-se falta de interesse político, eficiência na gestão dos recursos destinados à cultura, não entendimento do processo de implantação e falta de pessoal qualificado como principais dificuldades de adesão ao Sistema Nacional de Cultura. De maneira geral, a relação custo x benefício de ser um aderido; a transparência quanto à utilização de recursos; a participação das prefeituras nas tomadas de decisão e; a ampliação do poder de diálogo entre essas pequenas cidades e os governos Estadual e Federal são boas ações do Consórcio. Sendo assim, o trabalho serve para motivar e colaborar com a criação de novos consórcios na área de cultura. Palavras-chave: Políticas públicas culturais. Consórcios públicos. Culturando. Sistema Nacional de Cultura. 1 Universidade de São Paulo (USP).

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POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS NO BRASIL:

um estudo de caso do consórcio intermunicipal Culturando

Clara Augusto Musa1 Cláudia Souza Passador1

Marco Antonio Catussi Paschoalotto1

RESUMO O objetivo deste trabalho foi estudar de que forma o Consórcio Intermunicipal Culturando contribui para a gestão cultural de seus municípios consorciados na região de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo com base nas exigências do Sistema Nacional de Cultura. Realizou-se uma análise histórica das políticas públicas culturais no Brasil desde a Era Vargas, em 1930, até o governo interino de Michel Temer, em 2016. Além disso, trouxe a temática de consórcios públicos municipais a partir do estudo de caso do Consórcio Intermunicipal Culturando, o primeiro do país com foco em cultura. A pesquisa utilizou de artigos recentes a respeito de políticas públicas culturais, consórcios públicos e cultura no Brasil. Além disso, usou de questionário envolvendo os municípios ligados ao consórcio para verificar até que ponto o consórcio ajudou na gestão cultural dos mesmos e os pontos a serem melhorados. Listou-se falta de interesse político, eficiência na gestão dos recursos destinados à cultura, não entendimento do processo de implantação e falta de pessoal qualificado como principais dificuldades de adesão ao Sistema Nacional de Cultura. De maneira geral, a relação custo x benefício de ser um aderido; a transparência quanto à utilização de recursos; a participação das prefeituras nas tomadas de decisão e; a ampliação do poder de diálogo entre essas pequenas cidades e os governos Estadual e Federal são boas ações do Consórcio. Sendo assim, o trabalho serve para motivar e colaborar com a criação de novos consórcios na área de cultura. Palavras-chave: Políticas públicas culturais. Consórcios públicos. Culturando. Sistema Nacional de Cultura.

1 Universidade de São Paulo (USP).

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o Brasil tem buscado desenvolver novas formas de gestão

pública. Entre elas, os consórcios públicos, que aumentam em quantidade com o

passar dos anos, adotando um modelo de redes colaborativas e descentralização da

gestão. Conforme Caldas (2007, p. 55), “Consórcios Intermunicipais são

organizações resultantes da disposição e cooperação dos atores políticos relevantes

de diversos municípios (prefeitos) que decidem cooperar entre si para resolver

problemas relativos a um tema ou a um setor específico”.

Esse modelo de gestão sofreu várias alterações ao longo do tempo, obtendo

em 6 de abril de 2005 uma Lei Federal, nº 11.107, que dispõe sobre contratação dos

consórcios públicos e demais informações. Através dessa lei, Consórcios Públicos

ficam definidos como associação pública ou pessoa jurídica de direito privado; com

objetivos determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados

os limites constitucionais; sendo constituído por contrato cuja celebração dependerá

da prévia subscrição de protocolo de intenções.

É nesse contexto que nasceu, em 2010, o Consórcio Intermunicipal

Culturando (CIC), com o objetivo de descentralização e de melhorar o investimento

na área cultural da região através de uma gestão compartilhada entre pequenos

municípios que não teriam a força necessária para atrair atenção e recursos do

governo federal.

Desta forma, o problema deste trabalho foi identificar como o Consórcio

Intermunicipal Culturando contribui para a gestão cultural de seus municípios

consorciados, utilizando como foco principal as exigências do Sistema Nacional de

Cultura?

Para responder a essa questão, o objetivo geral é realizar um estudo de caso

do Consórcio Intermunicipal Culturando a partir das exigências do Sistema Nacional

de Cultura e entender como o seu surgimento afetou a gestão cultural dos

municípios consorciados. Já os objetivos específicos são:

Construir um panorama da trajetória histórica das políticas públicas

culturais no Brasil.

Identificar as principais dificuldades dos municípios consorciados em

aderirem ao Sistema Nacional de Cultura.

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Avaliar as razões que levaram os municípios consorciados a aderirem ao

Sistema Nacional de Cultura.

Estudar os efeitos que o CIC teve na gestão cultural de pequenos

municípios do interior de São Paulo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Políticas públicas culturais no Brasil

Era Vargas

As políticas culturais no Brasil têm início com a chegada da corte portuguesa,

no século XIX, com a ativação da vida intelectual e artística a partir da criação das

primeiras instituições culturais, tais como o Museu Histórico Nacional, a Biblioteca

Nacional, entre outros. Porém, é somente a partir de 1930, com o chamado estado

Novo da Era Vargas que as intervenções do Estado no que diz respeito à cultura

começaram a existir. Nesse momento histórico nos deparamos com um Brasil que

enfrenta dois significados centrais da palavra “cultura”, socialmente distribuídos – a

cultura como um corpo de obras artísticas e intelectuais, domínio da elite, e a cultura

no seu sentido mais antropológico, pertencente às pessoas comuns (MIRANDA,

ROCHA, EGLER, 2014 ).

A ideia central de Getúlio Vargas era de estabelecer a identidade da nação e

de um novo cenário político. Foi na década de 30 que as instituições nacionais de

cultura e de incentivo à produção cultural foram estruturadas.

Ditadura militar e o início da redemocratização

Nesse período sombrio da política no Brasil, os desenvolvimentos e políticas

públicas culturais foram inibidos quase que completamente. A repressão foi o marco

desse período que teve inúmeros artistas militantes obrigados a pedirem asilo

político, visto que sua efervescência cultural era impedida para que não tomasse voz

e mobilizasse as pessoas da época. Esses artistas sofreram de enorme perseguição

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e violência do estado que anteparava o avanço cultural com apoio dos Estados

Unidos, seu “way of life” e sua expansão imperialista (MEDEIROS, 2015).

Ao final desse período, segundo a constituição federal de 1988, cabe ao

Estado financiar atividades culturais garantindo manifestações culturais em sua

totalidade e diversidade, gerindo os fundos destinados à Cultura, e à seleção dos

projetos que receberão o investimento, tendo a participação da comunidade como

um todo (BRASIL, 1988).

De 1990 a 2002

Os anos 90 foram marcados pela forte parceria com as empresas privadas

realizada a partir de leis de incentivo fiscal à cultura. Coube ao estado apenas a

função de facilitar, estimulando o financiamento das atividades culturais pelo capital

privado, garantindo variedades e manifestações. Com isso, o Estado tinha um

compromisso crescente de encontrar empresas privadas garantindo a receita

necessária para viabilizar a realização de eventos e movimentos culturais

(MIRANDA, ROCHA, ELGER, 2014).

Nesse contexto estabelecido no país, temos as eleições de 2002, nas quais

chega à presidência, em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeando como Ministro

da Cultura o tropicalista Gilberto Gil, que ocupa o cargo de 2003 até 2008.

Governo Lula

Após os governos da ditadura militar e da redemocratização dos governos

neoliberais, Lula assume em 2003, com a proposta de colocar como protagonista da

história do país o próprio povo, com sua cultura e diversidade. Com isso, a cultura

passa a ocupar lugar de destaque para a formação de uma sociedade mais

democrática, inclusiva, autônoma, produtora e protagonista das práticas

econômicas, sociais e culturais mais justas. Lula veio para mostrar o papel

fundamental que a cultura possui em um país, garantindo preservação da cidadania,

da identidade e superando a exclusão social (CABRAL FILHO, CHAGAS, 2015).

O grande avanço no governo lula em políticas públicas para cultura se deu

com o SNC (Sistema Nacional de Cultura). A ideia era de colocar as políticas

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culturais em foco e tirá-la da situação ruim que se encontrava, tendo estrutura

administrativa precária, baixos orçamentos e pequena participação nas decisões de

governo. A ideia surgiu como uma adaptação de outros modelos de políticas

públicas no país, como o Sistema Único de Saúde (SUS), o qual provou a divisão de

responsabilidades e um esquema de repasse de recursos como uma maneira

eficiente de implantação (BRASIL, 2011). A figura 1 retrata a organização do SNC:

Figura 1 - Organização do Sistema Nacional de Cultura

Fonte: Guia de Orientações para Municípios. Sistema Nacional de Cultura - Perguntas e Respostas (BRASIL, 2012).

Do governo Dilma a Temer

Em 2010, Lula elege sua sucessora Dilma Rousseff que se torna a primeira

mulher a ocupar o cargo mais alto da República e o país segue comandado por

ideais mais socialistas. Dilma assume em 2011 um país com economia estável e em

fase de forte expansão. Porém, logo percebeu-se uma perda simbólica e efetiva de

poder da cultura. Dilma demora em escolher a responsável pela pasta e nota-se

certa falta de projetos para a área. Quando Ana de Hollanda é nomeada como

ministra, as pessoas relacionadas ao segmento demonstram certa insatisfação

(BARBALHO, 2014).

O Quadro 1 – Evolução histórica das políticas públicas culturais no Brasil,

exibe um resumo das políticas descritas neste capítulo, descrevendo as principais

características de cada um dos períodos e as principais ações tomadas.

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Quadro 1 - Evolução histórica das políticas públicas culturais no Brasil

Período Característica Principais Ações

Era Vargas Início das intervenções do Estado na cultura do país

- Valorização do patrimônio histórico e artístico. - Foco na democratização da cultura (Constituição de 1934) - Criação do CNC

Ditadura Militar e início da

redemocratização

Repressão, censura, autoritarismo e investimentos

- AI-5 - Investimento em infraestrutura em telecomunicações - Criação do CFC, de instituições culturais e do primeiro PNC - Criação do MinC - Constituição de 1988

1990 a 2002 Modelo neoliberal

- Extinção do MinC e de outras instituições públicas de cultura - Lei Rouanet e PRONAC - Parceria com empresas privadas - Desigualdade de distribuição de recursos

Governo Lula Gestão compartilhada e participativa

- Reestruturação do MinC - Reformulação das leis de incentivo fiscal - Criação do Programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura - Conferência Nacional de Cultura I e II - Criação do SNC

Governo Dilma, impeachment e o

presidente interino Michel Temer

SNC como objetivo principal

- SNC introduzido na Constituição Federal - aprovação da distribuição de recursos do FNC aos entes aderidos ao SNC - Vale-Cultura - III Conferência Nacional de Cultura - Extinção do MinC por um curto período de tempo

Fonte: Elaborado pelos autores.

2.2. Consórcio público

Na constituição de 1988, os entes federados ganharam a liberdade de serem

autônomos e independentes, existindo a possibilidade de cooperarem entre si

quando enxergarem a necessidade de realização de um serviço público de interesse

comum com qualidade e eficiência para o cidadão e a sociedade que os cercam

(CAMATTA; SOUSA FILHO, 2014).

O objetivo seria juntar as capacidades e habilidades de cada um dos entes

envolvidos resultando em um melhor desenvolvimento para a região em questão.

Seria como uma junção de empenhos, que separadamente não teriam a força

necessária. Nesse enfoque, segundo Ribeiro e Dotto (2015), a relevância dos

consórcios públicos, acrescentados na legislação brasileira, para a gestão pública se

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faz presente, e assim, eles são apropriados para instituir um ambiente de

cooperação.

Segundo Oliveira e Campos (2014), os consórcios públicos de direito privado

seriam pessoas jurídicas formadas por entes federativos para realização de

interesses comuns, podendo ser no formato de fundação ou de associação. Já os

consórcios públicos de direito público são associações públicas no formato de

autarquia, porém com o mesmo objetivo de realizar interesses comuns ou tornar

possível a cooperação de um ente com outro ente da Federação formando uma

administração indireta de todos os participantes. A formação de um consórcio ocorre

por meio de um contrato que conste todas as intenções dos entes consorciados.

A partir disso, um consórcio público intermunicipal seria um acordo entre

governos municipais como uma maneira de superar a falta de capacidades técnicas

e escassez de recursos financeiros. Pode-se citar como vantagens dessa forma de

associação os ganhos crescentes de escala; a maior facilidade na captação de

recursos; e a ampliação de receitas.

Assim, pode-se concluir que os consórcios públicos são uma forma de gestão

associada que ajuda na criação de vínculos entre os entes com o objetivo de

promover o desenvolvimento local, regional ou nacional e a junção de esforços que

atendam a população que não poderia ser atendida caso os entes agissem

separadamente devido a escassez de recursos cada vez maior.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi qualitativa que é caracterizada, segundo Malhotra

(2012, p. 36), por não ser estruturada, baseada em pequenas amostras para

possibilitar o surgimento de ideias e entendimentos do ambiente do problema tratado

e ser de caráter exploratório.

O presente estudo utilizou-se de duas metodologias. Primeiramente, foi feito

um levantamento de dados secundários a partir de uma revisão sistemática da

literatura com o intuito de reunir os artigos mais recentes a respeito dos temas

estudados nesse trabalho. Esse novo método é utilizado para temas emergentes e

tornou-se popular no final do século passado graças ao aumento da quantidade de

artigos científicos disponíveis para a realização de estudos primários o que podia

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acarretar em uma dificuldade para o acesso a todos os estudos (WEBSTER e

WATSON, 2002).

Foram realizadas, no dia 7 de abril de 2016, três pesquisas na base de dados

Google Acadêmico, todas as expressões na forma exata, contidas no título e em um

intervalo de 2013 a 2016, primeiramente com a expressão “políticas públicas

culturais” a qual obteve dezessete (17) artigos, depois com “consórcio público”

resultando em doze (12) artigos e por fim “cultura no Brasil” com um total de vinte e

três (23) artigos.

A segunda metodologia a ser utilizada na elaboração desse projeto foi um

estudo de caso. Esse método pode ser usado em vários estudos, sendo um deles o

campo da administração pública.

Yin (2001, p.32) traz uma definição de estudo de caso como sendo “uma

investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu

contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o

contexto não estão claramente definidos”.

Mesmo ciente dos preconceitos que existem a respeito do método, como a

falta de rigor da pesquisa, pouca base para fazer uma generalização científica e que

demora muito tempo para ser realizado (YIN, 2001, p. 29), entendeu-se que foi

possível fazer uma análise do tema e sua aplicação na realidade do país a partir de

estudos realizados na área.

Yin (2001, p. 62-63) também mostra que a opção por um estudo de caso

único se dá quando se tem um caso crítico no teste de uma teoria; um caso extremo

ou peculiar; ou um caso revelador, que é a situação do Consórcio Intermunicipal

Culturando.

Para que seja possível a realização de uma análise, é necessário que se crie

categorias de análises a serem consideradas no estudo de caso. Essas categorias

foram escolhidas com base na revisão de políticas públicas de gestão e nos

objetivos que se buscaram alcançar com a criação do consórcio.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Análise dos respondentes e os níveis do SNC

Para início, foi analisada a tabela na qual os respondentes deveriam marcar o

atual status de implantação dos níveis do SNC em seus municípios, utilizando-se a

legenda mostrada no gráfico abaixo.

Gráfico 1 - Status dos níveis do Sistema Nacional de Cultura nos municípios

Fonte: Resultados da pesquisa.

Pode-se observar que a maioria dos níveis ainda não estão instalados nos

municípios, sendo a opção A (não possui) a mais assinalada pelos respondentes,

com exceção do órgão gestor de cultura, o que mostra que existe essa preocupação

de se ter uma secretaria para cultura separa das demais pautas, podendo-se focar

mais nessa gestão sem a divisão de recursos.

Outra análise seria quanto ao nível de sistema de financiamento à cultura ser

o mais ausente nas cidades, inferindo-se que seja o de mais difícil implantação.

Porém, esse gráfico levou a olhar as respostas de maneira separada para um

melhor entendimento (Tabela 1), e a partir disso foi possível inferir questões

negativas em relação à gestão cultural dos municípios, como será visto a seguir.

0123456789

10

(A) Não Possui

(B) Não possui, masestá em elaboração

(C) Possui, masnecessita de ajustes

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Tabela 1 - Resumo parcial das respostas do questionário

Município Respondentes

Ano

que o

munic

ípio

entro

u para

o

consó

rcio

Órgão

gestor

de

cultur

a

Consel

ho de

política

cultural

Conferênci

a de

cultura

Plano

de

cultura

Sistema de

financiamen

to à cultura

Araçatuba

Respondente 1 2014 D D D D D

Respondente 2 2012 D C B C C

Respondente 3 2014 D D D D D

Barretos Respondente 1 2010 A A A A A

Respondente 2 2012 C C C A A

Jaboticab

al Respondente 1 2012 D D D

D B

Matão Respondente 1 2012 A A A A A

Respondente 2 2013 C C A A A

Monte

Alto Respondente 1 2011 A A A

A A

Monte

Azul

Paulista

Respondente 1 2012 C A A A A

Ribeirão

Corrente Respondente 1 2013 C D D B A

Rincão Respondente 1 2015 A A A A A

Sertãozin

ho Respondente 1 2011 D C D

B D

Taquaritin

ga Respondente 1 2013 C A A

A A

Fonte: elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa. Legenda: (A) não possui; (B) não possui, mas está em elaboração; (C) possui, mas necessita de ajustes; (D) possui e está condizente com o exigido.

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4.2. Motivos dos municípios não possuírem os níveis conforme o exigido

Neste item, buscou-se identificar os motivos que levam os municípios a não

possuírem algum ou todos os níveis do SNC conforme o exigido, ou seja, mostrar as

principais dificuldades para se tornarem aderidos. Ele devia ser respondido apenas

por aqueles que assinalaram os status A (não possui), B (não possui, mas está em

elaboração) ou C (possui, mas necessita de ajustes) para no mínimo um dos níveis

do SNC.

Dentre os motivos elencados, aqueles que mais se destacaram foram: Falta

de interesse político (33% concordam totalmente e 33% concordam parcialmente);

Não entendimento do processo de implantação (42% concordam totalmente e 25%

concordam parcialmente) e Falta de pessoal qualificado (50% concordam totalmente

e 17% concordam parcialmente).

4.3. Motivos dos níveis estarem conforme o exigido

Neste item, buscou-se identificar os motivos que levam os municípios a

possuírem algum ou todos os níveis do SNC conforme o exigido, ou seja, mostrar se

determinados fatores ajudaram para eles se tornarem aderidos. Ele devia ser

respondido apenas por aqueles que assinalaram o status D (possui e está

condizente com o exigido) para no mínimo um dos níveis do SNC.

Dentre os motivos elencados, aqueles que mais se destacaram foram: Apoio

do consórcio (40% concordam totalmente e 40% concordam parcialmente) e

Interesse político (40% concordam totalmente e 20% concordam parcialmente).

4.4. Análise geral do consórcio

Neste item, buscou-se realizar uma análise geral do CIC e os efeitos que ele

tem sobre os municípios. As afirmações foram elaboradas a partir da análise

histórica de políticas públicas culturais no Brasil, feita no referencial teórico, e dos

principais objetivos listados pelo próprio consórcio em seu site ou então em seu

estatuto.

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Era um item obrigatório para todos os respondentes, por isso teve quatorze

(14) respostas. Na questão, foram feitas dez afirmações e os respondentes deviam

assinalar seu nível de concordância com cada uma delas, a partir de uma escala de

1 a 5, sendo: 1 (discordo totalmente); 2 (discordo parcialmente); 3 (não concordo

nem discordo); 4 (concordo parcialmente) e 5 (concordo totalmente). Cada uma

dessas afirmações foi analisada a seguir.

Tabela 2 - Respostas do questionário separadas por município

Município Respondentes I II III IV V VI VII VIII IX X SOMA

CONSORCIADOS NA DATA DO ESTUDO

Araçatuba

Respondente 1 4 3 3 3 4 3 3 3 4 3 33

Respondente 2 5 4 4 4 2 3 4 4 3 4 37

Respondente 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 50

Barretos Respondente 1 5 5 4 5 3 4 5 5 5 5 46

Respondente 2 2 5 4 3 2 2 3 3 2 3 29

Jaboticabal Respondente 1 1 1 5 1 1 1 1 1 1 5 18

Matão Respondente 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 12

Respondente 2 2 4 4 4 4 4 4 5 4 5 40

Monte Azul

Paulista Respondente 1 2 5 3 5 4 3 4 4 4 5 39

Ribeirão

Corrente Respondente 1 5 5 5 5 4 4 3 3 3 4 41

Rincão Respondente 1 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 49

NÃO MAIS CONSORCIADOS NA DATA DO ESTUDO

Monte Alto Respondente 1 5 5 5 4 4 4 4 4 3 5 43

Sertãozinho Respondente 1 2 3 5 4 1 2 2 2 3 5 29

Taquariting

a Respondente 1 2 2 2 1 1 3 1 2 2 1

17

Fonte: elaborada pela autora a partir de resultados da pesquisa Legenda: I - Desde que seu município virou um consorciado do Consórcio Intermunicipal Culturando, a gestão de cultura melhorou; II - Os benefícios de ser um consorciado superam os custos de aderir ao Consórcio; III - O Consórcio é transparente quanto à utilização de seus recursos; IV - As prefeituras participam das tomadas de decisões do Consórcio;

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V - Os responsáveis pelos pontos de cultura do município participam das tomadas de decisões do Consórcio; VI - Existe uma gestão compartilhada entre a administração pública do município e o Consórcio, em relação à Cultura; VII - Depois de tornar-se um consorciado, os recursos para cultura no município aumentaram; VIII - Depois de tornar-se um consorciado, os recursos para cultura foram distribuídos de forma mais democrática no município. IX - O Consórcio cumpre com seu objetivo de resolver o acesso à cultura para todos os cidadãos do município; X - O Consórcio cumpre com seu objetivo de ampliar o poder de diálogo das prefeituras com o governo Estadual e Federal.

Dentre as análises realizadas, pode-se destacar que: I – Há uma divisão nas

respostas sobre a melhora após a implantação do CIC; II – Grande parte dos

associados concorda com a relação custo x benefício; III - Grande parte dos

associados concorda na transparência na utilização de recursos; IV - Grande parte

dos associados concorda na participação das prefeituras nas tomadas de decisão; V

- Há uma divisão nas respostas sobre participação dos pontos de cultura nas

tomadas de decisão; VI – Não há opinião sobre gestão compartilhada entre

administração pública do município e consórcio; VII - Há uma divisão nas respostas

sobre aumento dos recursos; VIII - Grande parte dos associados concorda sobre

distribuição democrática dos recursos; IX - Há uma divisão nas respostas sobre

acesso à cultura para todos; X - Grande parte dos associados concorda sobre

ampliação do poder de diálogo com governos Estadual e Federal.

5 CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como a

criação de um consórcio afetou a gestão cultural de seus municípios consorciados.

Além disso, também permitiu uma pesquisa de campo para obter informações sobre

a adesão desses municípios ao Sistema Nacional de Cultura, com o objetivo de

levantar dificuldades e questões facilitadoras no processo de implantação dos cinco

níveis obrigatórios exigidos por essa política pública.

De um modo geral, as dificuldades apontadas pelos participantes da pesquisa

no momento de implantação dos níveis do SNC são a falta de interesse político, a

eficiência na gestão dos recursos destinados à cultura, o não entendimento do

processo de implantação, ou seja, trâmites e falta de conhecimento dos níveis, seus

significados e suas funcionalidades. Além disso, a falta de pessoal qualificado

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também foi concordada, mostrando essa grande falha na administração pública do

país, a qual possui pessoas despreparadas para gerirem uma cidade e para

implantarem políticas públicas eficazes.

Em contrapartida, as questões facilitadoras para essa implantação são, de

acordo com a concordância dos respondentes, o forte interesse político, a boa

administração dos recursos públicos e o apoio do consórcio, que tem como um de

seus objetivos, facilitar as questões burocráticas para essas pequenas cidades. Com

os níveis instalados conforme exigido, os municípios, em teoria, terão uma política

pública completa para cultura com o objetivo de levar cultura para todos de forma

igualitária segundo é direito garantido pela Constituição de 88 e de extrema

importância para o desenvolvimento de indivíduos e sociedade.

Ao se tratar especificamente do consórcio e sua gestão como um todo, os

participantes analisaram dez afirmações que mostraram os elogios e as críticas

desse instrumento jurídico que tem como função, conforme apresentado em

referencial teórico, ser uma rede compartilhada de gestão unindo pequenos

municípios para que estes ganhem visibilidade e força política tendo, então,

estrutura para realizar convênios com o ministério e assim atrair uma maior

quantidade de recursos.

Dentre os pontos positivos do consórcio, estão principalmente: a relação

custo x benefício de ser um aderido; a transparência quanto à utilização de recursos;

a participação das prefeituras nas tomadas de decisão e; a ampliação do poder de

diálogo entre essas pequenas cidades e os governos Estadual e Federal. Quanto

aos pontos a melhorar, pode-se apontar: a participação dos pontos de cultura nas

decisões; a gestão compartilhada com as prefeituras e; a distribuição de recursos de

forma mais democrática possibilitando então um acesso à cultura mais abrangente.

Apresentando esses motivos e análises do consórcio, mostra-se que os

objetivos propostos, de se fazer um estudo de caso do consórcio a partir das

exigências do SNC, identificando as principais dificuldades de adesão e avaliando as

razões que facilitam o processo, além de estudar os efeitos que o CIC teve na

gestão cultural de pequenos municípios no interior do Estado de São Paulo, foram

realmente alcançados. O Consórcio de modo geral foi bastante elogiado pelos

respondentes, mostrando que sua criação é mais positiva do que negativa. Porém,

deve-se levar em conta os pontos a melhorar listados anteriormente.

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