políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

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VIII ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA ECOLÓGICA 5 a 7 de agosto de 2009 Cuiabá - Mato Grosso - Brasil POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS AMBIENTAIS DISPONIBILIZADOS POR ECOSSISTEMAS COSTEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: REDIMENSIONANDO PRIORIDADES ANA LUCIA CAMPHORA - [email protected] Consultora Independente JOLNNYE R. ABRAHÃO (INEA/RJ) - [email protected] M.Sc. Biólogo, Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas

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VIII ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA ECOLÓGICA5 a 7 de agosto de 2009Cuiabá - Mato Grosso - Brasil

POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS AMBIENTAISDISPONIBILIZADOS POR ECOSSISTEMAS COSTEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:REDIMENSIONANDO PRIORIDADES

ANA LUCIA CAMPHORA - [email protected] Independente

JOLNNYE R. ABRAHÃO (INEA/RJ) - [email protected]. Biólogo, Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral da Diretoria de Biodiversidade e ÁreasProtegidas

Page 2: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS

AMBIENTAIS DISPONIBILIZADOS POR ECOSSISTEMAS

COSTEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

REDIMENSIONANDO PRIORIDADES

SAT-D. Políticas públicas e instrumentos de gestão para o desenvolvimento sustentável

1. Introdução

Este estudo aborda alguns dos atuais desafios experimentados para a conservação da

diversidade biológica costeira do Estado do Rio de Janeiro. Com 850 km de costa, e inúmeras

áreas de interesse para a conservação, como baías, lagunas, restingas, brejos, mangues e

costões rochosos, seus ecossistemas estabelecem interações relevantes e dinâmicas entre

comunidades bióticas da Mata Atlântica e o ambiente marinho.

A importância dos serviços ambientais disponibilizados por ecossistemas costeiros

encontra-se bastante consolidada na literatura, embora pouco tenha sido feito para assegurar a

perpetuidade desses serviços, através da integração entre estratégias de conservação da

diversidade biológica e gestão das zonas costeira e marinha. O baixo percentual das áreas

protegidas nesses biomas, que têm por propósito assegurar a conservação e restauração desses

benefícios, evidencia o caráter periférico das decisões orientadas para sua conservação, apesar

dos altos custos ambientais derivados dos impactos negativos que incidem sobre essas áreas.

Na esfera estadual, o caráter incipiente das políticas de conservação desses ecossistemas, vem

somar-se às preocupantes lacunas de representatividade dos biomas costeiros e marinhos, nos

sistemas regionais, nacionais e mundiais de áreas protegidas.

Este artigo ressalta o papel das unidades de conservação para assegurar a conservação

e restauração dos ativos ambientais. São amplamente reconhecidos os desafios e conflitos

associados à gestão dessas áreas, dada a diversidade dos interesses e valores associados ao

manejo, zoneamento e monitoramento em zonas costeiras. Promover a gestão da diversidade

biológica costeira e marinha implica incorporar estratégias de conservação de médio e longo

prazo, minimizar conflitos entre conservação dos estoques e produção pesqueira, entre

conservação ambiental e especulação imobiliária, entre normas de controle ambiental,

interesses de pescadores artesanais, esportivos e industriais, e impactos decorrentes da

produção de hidrocarbonetos offshore.

Page 3: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

Como contrapartida à sobre-explotação dos recursos pesqueiros e ao aumento dos

custos ambientais derivados de outras pressões antrópicas, políticas de conservação

pressupõem a distribuição eqüitativa dos benefícios ambientais disponibilizados por

ecossistemas protegidos às atuais e futuras gerações. Sob essa lógica, cabe calibrar esforços

para maior articulação intersetorial e entre os distintos níveis governamentais, representações

não governamentais e privadas. O lidar com tais questões não é trivial; políticas de

conservação desses recursos geram conflitos de interesse que podem assumir proporções

críticas. Longe de tratar de iniciativas institucionais isoladas, a gestão dessas políticas requer

aprofundamento da percepção sobre as múltiplas interferências socioeconômicas, e seus

efeitos decisivos sobre os ecossistemas, nos distintos setores do Estado.

Com base nessas considerações, buscou-se demarcar revisão preliminar da dinâmica

socioambiental dos quatro setores estaduais, definidos pelo Plano Estadual de Gerenciamento

Costeiro do Rio de Janeiro, de modo a dimensionar alguns aspectos relevantes para a adoção

de estratégias de conservação, a curto prazo. O setor I, denominado de Costa Verde, abrange

os municípios de Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba e Itaguaí. O setor II, da Baía de

Guanabara, abrange os municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, S.

Gonçalo, Itaboraí, Niterói e Maricá. O setor III, da Costa do Sol ou região dos Lagos, abrange

os municípios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, S. Pedro d'Aldeia, Arraial do Cabo,

Cabo Frio, Búzios, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras. O setor IV, do Norte Fluminense,

compreende os municípios de Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos, São João da Barra e

São Francisco do Itabapoana.

Espera-se que estas reflexões venham contribuir com o aprimoramento das políticas de

conservação dessas áreas e, em especial, com a ampliação e criação de novas unidades de

conservação representativas desses ecossistemas. Essa temática estratégica foi incorporada

como um dos objetivos da parceria firmada entre o Instituto Estadual do Ambiente do Estado

do Rio de Janeiro (INEA) e a Iniciativa Mata Atlântica Para Áreas Protegidas (TNC Brasil,

Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica), que teve o apoio do Projeto de

Proteção à Mata Atlântica - PPMA-RJ, executor da Cooperação Financeira Brasil-Alemanha

com o Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW).

2. Ativos ambientais costeiros: alguns cenários

Os ambientes costeiros e marinhos abrigam a maior parte da biodiversidade disponível

do planeta. Por sua alta concentração de nutrientes, gradientes térmicos e salinidade variável,

esses ecossistemas fornecem excepcionais condições de abrigo e suporte à reprodução e à

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Page 4: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

alimentação inicial da maioria das espécies que habitam os oceanos. Sobre grande parte

desses ecossistemas incidem diversos tipos de pressão antrópica, diversificadas e continuadas,

tais como a sobre-explotação de inúmeras espécies de peixes comerciais, ocupação

desordenada do solo, destinação de resíduos domésticos e industriais, exploração turística

desordenada e riscos associados à atividade petroquímica.

A Zona Costeira brasileira é uma unidade territorial presente em 17 estados, mais de

400 municípios, abarcando mais de 8.500 km, considerando seus recortes litorâneos, em 395

municípios com mais de 40 milhões de habitantes. Essas áreas guardam valores econômicos,

culturais, científicos e recreativos que estão submetidos a intensas e contínuas perdas

derivadas dos impactos das atividades humanas. Cerca de 70% da população brasileira vive

nos municípios costeiros ou próximos deles.

O IBGE1 define a Zona Costeira como área especial da “faixa terrestre identificada

preliminarmente por uma distância de 20 km sobre uma perpendicular, contados a partir da

Linha da Costa, e por uma faixa marítima de 6 milhas (11,1 km) com mesma origem,

agregando as informações já existentes (código geográfico e nome do município) com as

produzidas na identificação e/ou classificação do município dentro da zona, tais como: ilha,

litoral, baía, estuário, lagoa e interior”.

O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, instituído pela Lei n° 7.661/1988,

define a Zona Costeira como o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra,

incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre.

Seus limites correspondem à soma dos territórios dos municípios litorâneos e adjacentes,

acrescida de uma faixa marinha de 12 milhas náuticas.

Enquanto grande parte dos valores associados aos serviços ambientais são pouco

visíveis, por não refletirem valor de mercado, a maioria dos benefícios ambientais derivados

dos ecossistemas costeiros e marinhos conservados são diretamente percebidos por seus

usuários diretos.

Em julho de 2008, a revista Proceedings of the National Academyc of Sciences –

PNAS publicou pesquisa de Octavio Aburto-Oropeza, do Instituto Scripps de Oceanografia

(Califórnia, EUA), que associa os resultados das capturas pesqueiras no oceano Pacífico, na

região do golfo da Califórnia, como diretamente proporcional à quantidade de manguezais

intactos. O estudo conclui que os manguezais do mundo podem valer muito mais para o bolso

e para a biodiversidade do que os preços irrisórios pelos quais essas áreas são vendidas para

1 Disponível no endereço eletrônico http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/costeira.shtm?c=4 , acessado em 02/12/08.

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Page 5: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

os especuladores imobiliários. Cada hectare de manguezal traz dividendos de pesca

equivalentes a US$ 40 mil por ano, cerca de 600 vezes mais do que o valor dado a essa terra

pelo governo mexicano.

O conceito de ‘ativo ambiental’, que define as “coleções de recursos naturais

prestadores de serviços ambientais economicamente valoráveis” (MMA, 1998:11), aplica-se

aos serviços associados ao fornecimento de recursos naturais, suporte para atividades sociais e

deposição de efluentes. Esses importantes e valiosos benefícios ambientais proporcionados

pelos ecossistemas costeiros preservados englobam a prevenção de inundações, da intrusão

salina e da erosão costeira; a proteção contra tempestades; a reciclagem de nutrientes e de

substâncias poluidoras; e a provisão de habitats e recursos para uma variedade de espécies de

uso comercial direto.

A partir de 22 áreas selecionadas em diferentes regiões, a Zona Costeira brasileira foi

caracterizada quanto aos ativos ambientais, com base em aspectos relacionados à extensão

geográfica dos serviços ambientais, perfil socioeconômico local, tipologia das atividades

econômicas e intensidade dos impactos ambientais, capacidade e potencial de gestão

ambiental, e identificação de estratégias de intervenção (Ibid.). As principais características

dos ecossistemas costeiros foram dimensionadas, em termos de componentes (bióticos e

abióticos), funções (ciclos de nutrientes e intercâmbios entre os níveis superficiais e

subaquáticos) e atributos (diversidade biológica e cultural). Além dos produtos de uso direto,

como pescados, essas áreas desempenham funções que tem peso econômico direto sobre as

atividades humanas e que podem ser caracterizadas em termos de funções reguladoras

(capacidade de funcionamento e de trocas energéticas dos ecossistemas), funções locacionais

(localização espacial de atividades econômicas e infra-estruturas), funções produtivas

(fornecimento de recursos naturais) e informacionais.

Na Tabela I, foram sumarizados os ativos ambientais (funções, produtos e atributos)

dimensionados nos três setores do Estado do Rio de Janeiro avaliados neste estudo: Costa

Verde (Setor I), Costa do Sol (Setor III) e Norte Fluminense (Setor IV).

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Tabela I. Ativos Ambientais Costeiros do Estado do Rio de Janeiro (MMA/PNMA, 1998)

SETOR COSTEIRO

FUNÇÕES DOS ECOSSISTEMAS PRODUTOS DOS ECOSSISTEMAS

ATRIBUTOS DOS ECOSSISTEMAS

Setores I, III e IV

Águas abrigadas (pouco relevante para o Setor 4 e de extrema relevância no Setor 1); Águas subterrâneas, em áreas interiores; Exportação de biomassa, em estuários acumuladores; Fonte de nutrientes, estuários que enriquecem águas vizinhas; Fonte de sedimentos para a costa, especialmente em Atafona, foz do Rio Paraíba do Sul; Prevenção de erosão, por manguezais e vegetação de restinga; Prevenção de inundação, pelas planícies intermarés e fluviais; Proteção de tempestades, pelas praias, manguezais e cordões arenosos; Retenção de nutrientes e de sedimentos pelos sistemas estuarinos, lagoas e banhados; Via de transporte.

Aqüicultura, em expansão; Diversidade biológica; Recreação e turismo; Recursos pesqueiros; Recursos minerais; Recursos florestais;

Diversidade biológica; Diversidade e patrimônio cultural; Morfologia e paisagens;

3. Conservação da diversidade biológica em ecossistemas costeiros: premissas e desafios

A Zona Costeira é extremamente importante para assegurar a biodiversidade dos

ecossistemas marinhos. Apesar de apresentar apenas uma pequena área da superfície do

Planeta Terra (8%), incluindo as plataformas continentais e planícies costeiras, a Zona

Costeira detém 43% da média anual dos valores dos serviços que os ecossistemas produzem

algo como US$ 14,19 trilhões, mais de 50% do PIB Mundial (CONSTANZA et al., 1997).

As lagoas costeiras e os estuários são sistemas férteis, abrigo e região de criadouro

para numerosas espécies. Os manguezais apresentam elevada diversidade estrutural e

funcional, juntamente com os estuários, funcionando como exportadores de biomassa para os

sistemas adjacentes. Os recifes de corais abrigam grande variedade de espécies podendo ser

comparados às florestas tropicais úmidas. O alto endemismo desses ecossistemas reforça a

prioridade de sua conservação, considerando que a maioria dos sistemas recifais do Brasil são

costeiros e, portanto, sujeitos a todos os impactos advindos do crescimento populacional na

costa, além da pesca.

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Page 7: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

As principais ameaças aos peixes marinhos ocorrem, principalmente, na zona costeira,

onde se concentra a maior diversidade de espécies. A degradação de ambientes costeiros,

como os recifes de coral, bancos de vegetação subaquática e manguezais, além de outros

fatores como o turismo desordenado nas regiões costeiras, particularmente em ambientes

recifais, constituem forte ameaças sobre os peixes (ROSA & LIMA, 2005). A poluição

marinha por plásticos e materiais de pesca, a poluição química por metais pesados, afetam

uma grande variedade de peixes, levando à ocorrência de más-formações em elasmobrânquios

(SAZIMA et al., 2002; MONTEALEGRE-QUIJANO et al., 2004; ROSA et al., 2004, Apud

ROSA & LIMA, 2008).

Em suas várias modalidades, os modelos de pesca artesanal e comercial geram

impactos no tamanho e na estrutura populacional de várias espécies de peixes. Práticas de

arrastos costeiros geram elevadas capturas incidentais de peixes, principalmente de indivíduos

jovens e sem valor comercial (ROSA & LIMA, 2008). Por trás das espécies de valor

comercial existe um intrincado sistema de organismos do qual participam aves, mamíferos

marinhos, e pequenos organismos marinhos que revelam preocupantes sinais de degradação

em áreas acessadas por diferentes níveis de explotação comercial. O papel dos peixes no

funcionamento e estruturação dos ecossistemas marinhos interfere nas populações e na

distribuição de algas, zooplâncton e invertebrados. Em conseqüência, ecossistemas em

desequilíbrio determinam a dominância de espécies de menor valor comercial, ocupando os

nichos liberados pelas espécies sobreexplotadas, o que representa uma série ameaça ao

desenvolvimento sustentável.

Segundo Peres et al. (2007), em nível mundial, questiona-se a sustentabilidade da

pesca, já que 75% dos recursos pesqueiros estão plenamente explotados, sobrexplotados ou

colapsados. Segundo Zecchin (2008), 60% do pescado consumido no Brasil resultam da

atividade de cerca de 600 mil pescadores artesanais. No âmbito mundial, esse setor

corresponde a mais de 95% dos pescadores ativos que, em sua maioria, vivem nos países em

desenvolvimento.

No Brasil, o projeto "Uso e Apropriação de Recursos Costeiros - RECOS", um dos

Institutos do Milênio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq/MCT), coordenado pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande, apresentou

um diagnóstico da pesca no Brasil, para definir protocolos de monitoramento e manejo mais

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racional das situações de conflito2. O diagnóstico revela que, apesar do potencial do Brasil

para a pesca, o país vem perdendo volume de produção pesqueira marinha. De cerca de 700

mil toneladas na década de 80, o Brasil produziu na última década 500 mil toneladas, com

cerca de 313 mil pescadores diretamente envolvidos na pesca de pequena escala e

aproximadamente 35 mil na pesca industrial, segundo o IBGE. As causas apontadas pelo

RECOS estão associadas à degradação dos habitats costeiros, maior quantidade de

embarcações e avanços tecnológicos que se refletem tanto na pesca de pequena como de

grande escala, e políticas equivocadas de desenvolvimento insustentável.

O estabelecimento de áreas protegidas, com a intenção de conservar a biodiversidade e

manter os habitats, constitui um meio de manejar a pesca, quando formas convencionais de

manejo não surtem efeito. A necessidade de áreas de exclusão de pesca como mecanismos de

recuperação e conservação de estoques pesqueiros é consenso entre diversos autores.Reservas

marinhas contribuem com a recuperação de estoques ameaçados, porque essas áreas

funcionam como autênticos ‘berçários’ e fonte de exportação de indivíduos maduros para as

áreas adjacentes.

O relatório Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da

Zona Marinha e Costeira (MMA, 2002), identificou 164 áreas prioritárias para a conservação,

segundo critérios de riqueza de espécies; diversidade filética; endemismos de espécies e

táxons superiores; riqueza de espécies raras e ameaçadas; hotspots; fenômenos biológicos

excepcionais (migrações, comunidades especiais); importância ecológica/funcional do

ecossistema; e espécies de interesse econômico e sociocultural. Com respeito aos setores

costeiros do Rio de Janeiro, a Tabela II indica quais as áreas prioritárias para conservação

(MMA, 2004).

2 Institutos do Milênio, programa do Ministério de Ciência e Tecnologia, realiza pesquisas em áreas estratégicas para o desenvolvimento do País. O programa integra grupos de pesquisa em redes, potencializa a base nacional instalada de laboratórios, incrementando a integração com centros internacionais de pesquisa e a desconcentração do conhecimento, em benefício das regiões brasileiras menos avançadas nos setores científico e tecnológico. O Projeto RECOS: Uso e Apropriação de Recursos Costeiros, realizado entre 2003 e 2006, resultou do consórcio entre 17 instituições de Ciências do Mar. As áreas temáticas contemplam tópicos prioritários para a região costeira brasileira: Modelo Gerencial da Pesca; Maricultura Sustentável; Monitoramento, Modelagem, Erosão e Ocupação Costeira; e Qualidade Ambiental e Biodiversidade.

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Tabela II. Áreas Prioritárias para Conservação nos Setores Costeiros do Rio de Janeiro

SETOR COSTEIRO

ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO (MMA, 2004)

Setor I

MC-813 (Angra dos Reis, Parati) Extremamente alta: Manejo; Inventário; Criação de UC MC-212 – Baía de Sepetiba (Itaguaí, Mangaratiba) Extremamente alta (Manejo; Recuperação)

Setor II

MC-811 – Baía de Guanabara e áreas adjacentes (Duque de Caxias, Rio de Janeiro) Muito alta (Manejo; Recuperação)

Setor III

MC-807 - Macaé - Lagoa Imboassica (Rio das Ostras) Extremamente alta (criação de UC) MC-808 - Rio Una/Guarguá (Búzios/Cabo Frio) Extremamente alta (criação de UC) MC-809 – Lagoa de Araruama (Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema) MC-810 - Sistema lagunar de Maricá e Saquarema (Marica, Saquarema) Extremamente alta (Manejo; Inventário; Criação de UC)

Setor IV

MC-803 - Foz do Itabapoana (São Francisco de Itabapoana) Muito alta (Manejo; Recuperação; Inventário; Criação de UC) MC-804 - Foz do Rio Paraíba do Sul (São Francisco de Itabapoana) Muito alta (Inventário; Criação de UC) MC-805 - Gruçaí até a Lagoa Feia (Campos dos Goytacazes, Quissamã, São João da Barra) Muito alta (Inventário; Criação de UC) MC-806 – Restinga de Jurubatiba (Caperebus) Extremamente alta (Manejo; Recuperação; Inventário)

Cabe ressaltar que, no Brasil, o estudo do ambiente marinho é recente, sendo comum

na literatura a menção do pouco conhecimento acumulado sobre a fauna marinha do Atlântico

Sul Ocidental. O número de espécies de invertebrados marinhos registradas para a costa do

Brasil está bastante aquém do conhecido para o mundo. Na maioria dos táxons, encontra-se

abaixo dos 10% das espécies descritas em âmbito mundial. Segundo Castri et al.(1992), a

investigação da biodiversidade marinha apresenta considerável desafio científico, devido ao

tamanho e dificuldades de acesso ao ambiente marinho. Amaral & Jablonski (2005)

estimaram os valores atuais conhecidos para os filos de invertebrados marinhos e algumas de

suas principais subdivisões. As grandes lacunas de informações advêm da falta de listagens e

catálogos publicados das espécies registradas no Brasil.

A atual Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção aponta

627 táxons, distribuídos entre os grupos de invertebrados – terrestres e aquáticos, e

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vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, conforme as Instruções Normativas

nº 03/2003, 05/2004 3 e 52/2005. Entre os 79 invertebrados aquáticos oficialmente

reconhecidos como ameaçados de extinção pelo Governo do Brasil (Instrução Normativa nº

05, de 12 de maio de 2004 - MMA), 34 espécies eram marinhas. As principais ameaças que

incidem sobre as espécies de invertebrados são a poluição marinha e a captura excessiva ou de

forma indiscriminada.

Ecossistemas costeiros demandam estratégias de conservação distintas daquelas

implementadas nos ecossistemas terrestres. São sistemas abertos, vastos e dinâmicos, onde

muitos processos ecológicos ocorrem num ritmo veloz, com intensa conectividade entre

habitats, através do fluxo de transferência de materiais e energia. Esse modelo de gestão

diferenciado, em geral, não ocorre na prática das unidades de conservação que possuem

interface costeira (MARCHAND, 2004). Entretanto, são muitas as estratégias formuladas para

assegurar a efetividade das políticas de conservação da diversidade biológica costeira.

No V Plano Setorial para os Recursos do Mar (período de 1999 a 2003), elaborado

pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, a relevância das unidades de

conservação foi dimensionada nas seguintes estratégias (PRATES et al., 2007): análise da

representatividade ecológica do conjunto das unidades de conservação em relação aos

ecossistemas e aos macroprocessos existentes na zona costeira e marinha; utilização das UC’s

como pontos privilegiados para o desenvolvimento de uma rede de monitoramento ambiental

e de experimentos que demandem uma proteção em relação às ações antrópicas diretas;

utilização das categorias de uso sustentável, principalmente APA’s e RESEX’s para

experiências piloto de ordenamento pesqueiro; e exploração mais ousada das UC’s como

pontos núcleo de disseminação de conceitos de conservação, uso sustentável de recursos

naturais, educação e conscientização ambiental e “mentalidade marítima”.

O Relatório Áreas Aquáticas Protegidas como Instrumento de Gestão Pesqueira (MMA,

2007) aponta como diretrizes para o enfoque dessas áreas protegidas: as áreas costeiras e

marinhas protegidas devem ser criadas e geridas visando não só a conservação da

biodiversidade, mas também a recuperação dos estoques pesqueiros; o sistema deve ser

representativo; o percentual final de cada ecossistema costeiro e marinho a ser protegido

deverá ser definido após a realização de estudos de representatividade; o desenho das redes 3 De acordo com essa IN, em seu Anexo I, estavam listadas para o Estado do Rio de Janeiro, cinco espécies de cnidários, duas espécies de poliquetas, duas espécies de gastrópodes e 17 espécies de equinodermas. Porém, a IN nº 52, de 8 de novembro de 2005, que dispõe sobre recomendações de alteração da IN nº 05/2004, em seu art. 2º, excluiu a coluna “Unidade da Federação” do Anexo I da IN nº 05, de 2004, de forma a reduzir a possibilidade de interpretações equivocadas sobre a distribuição das espécies e/ou abrangência nacional do referido ato normativo.

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Page 11: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

deve observar um gradiente das pressões, ameaças e conflitos no sentido da costa até a Zona

Econômica Exclusiva, com um mapeamento de prioridades.

Como Sistema Representativo, entende-se uma rede de áreas protegidas seguindo os

seguintes componentes: rede primária representativa de áreas altamente protegidas, onde

o uso extrativo é excluído e outras pressões humanas significantes removidas ou minimizadas,

a fim de manter a integridade, estrutura e funcionamento dos ecossistemas a serem

preservados ou recuperados (unidades de conservação de proteção integral ou áreas de

exclusão de pesca); rede de unidades de conservação de uso sustentável que forneçam

suporte aos objetivos da rede primária e onde as ameaças sejam controladas com o objetivo de

proteger a biodiversidade e o uso sustentável (atividades extrativas são permitidas) e sistema

de práticas de manejo sustentáveis na zona costeira e marinha integrado a projetos de

recuperação de bacias hidrográficas.

Procedimentos para a criação, implementação e gestão de unidades de conservação de

uso sustentável ou de proteção integral, pressupõem o reconhecimento e legitimação de

sistemas de gerenciamento efetivos nas esferas locais (SILVA, 2007). Nas zonas costeiras e

marinhas, são mais freqüentes as unidades de conservação de uso sustentável, devido à

intensa e permanente demanda por articulação entre conservação e gestão sustentável dos

recursos naturais. Diferente das unidades de conservação terrestres, em sua maioria,

constituídas por áreas privadas, unidades de conservação costeiras abrangem áreas

consideradas como “bens de uso comum”. Nessas circunstâncias, a implantação e gestão de

Áreas de Proteção Ambiental (APAs), por exemplo, tende a facilitar a pactuação quanto a

conflitos associados aos diversos tipos de uso (PRATES et al.,op.cit.).

A complexidade dos interesses incidentes nessas áreas tende a ‘inibir’ iniciativas mais

robustas para a conservação da diversidade biológica. O município do Rio de Janeiro

registrou exemplo recente de rejeição social a unidades de proteção integral. Na Consulta

Pública para a criação do Monumento Natural das Ilhas Cagarras, realizada em maio de 2007,

com a participação de 314 pessoas, a votação da proposta do IBAMA teve apenas vinte e

cinco votos a favor da proposta e, por aclamação, a plenária foi contrária à criação do

Monumento Natural das Ilhas Cagarras (IBAMA, 2007).

Entre as considerações registradas, cabe destaque às seguintes: os estudos não

confirmam que a queda dos recursos pesqueiros decorre da pesca artesanal nem amadora, mas

sim da pesca industrial; o conselho gestor de um Monumento Natural não é deliberativo; a

criação da UC vai gerar desemprego de pescadores, principalmente daqueles que

desenvolvem atividades alternativas e de respeito ao meio ambiente, como a pesca artesanal;

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não apresentação, pelo Ibama, de dados estatísticos dos impactos de cada atividade sobre o

projeto de criação. Os participantes consideraram que a área deveria ser uma Área de Proteção

Ambiental - APA, em que houvesse uma área especifica de exclusão para a pesca; incluir a

atividade de pesca subaquática nas ilhas; o problema está na ausência de fiscalização e não

mudaria por causa da criação do Monumento Natural; deve haver um forte trabalho de

Educação Ambiental com todos os setores sociais que utilizam as ilhas. Foi observado que os

pescadores possuem uma gestão dos recursos, ainda que rudimentar, e utilizam arrastão de

mutirão como atividade tradicional, e já existe uma utilização de UCs pelos pescadores, de

forma sustentável, sem que haja plano de manejo em nenhuma delas. No mais, foi criticada a

falta de competência administrativa para uma atuação conjunta do IBAMA e Marinha na

fiscalização da pesca e de outras atividades danosas ao meio ambiente.

Um dos principais conflitos associados a estratégias de conservação deriva da criação

de áreas de exclusão de pesca como mecanismos de recuperação e conservação de estoques

pesqueiros. Mas conflitos entre os diferentes usuários dos serviços ambientais costeiros e

marinhos não se restringem às políticas de conservação ambiental. No litoral norte do Estado

do Rio Grande do Sul, conflitos de uso envolvem pescadores (amadores e artesanais) e

surfistas. Dezenas de mortes por afogamentos de surfistas presos em redes, cabos e bóias de

pesca geraram forte pressão social no sentido de limitar a atividade pesqueira na região,

criando áreas de exclusão para assegurar a prática do surfe e, indiretamente, proteger a

biodiversidade (PERES et al., op.cit.).

O planejamento de ações visando à ampliação e/ou integração territorial das UCs

representativas desses ecossistemas envolve estratégias de ampliação, interlocução e

monitoramento das atividades pesqueiras (industrial, artesanal e esportiva). Na medida em

que são os próprios pescadores os primeiros indicadores de ameaças à diversidade biológica,

ao perceberem o declínio da produção no trabalho diário, Silva (op.cit.) ressalta a eficácia do

modelo de ‘conservação produtiva’, que depende da participação a longo prazo dos usuários

desses recursos.

A necessidade de considerar parâmetros de gestão pesqueira como aporte na gestão

das unidades de conservação constitui um dos muitos desafios para acessar novo paradigma a

ser gradualmente inserido como estratégia de conservação no Estado do Rio de Janeiro. Com

156 locais de desembarques da pesca artesanal, o setor pesqueiro tem peso relevante para a

economia fluminense. Os principais municípios para a pesca artesanal são: Rio de Janeiro

(baía da Guanabara), Angra dos Reis, Cabo Frio, Macaé, Niterói, São Gonçalo e São

Francisco de Itabapoana. De modo geral, os municípios do sul do Estado contam com maior

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Page 13: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

uma infraestrutura de serviços. No norte, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra

encontram-se razoavelmente estruturados.

A extrema diversidade social, econômica, ambiental e tecnológica do setor requer

soluções criativas, que deverão imprimir reflexos sobre as políticas de conservação, nas

próximas décadas4 . A Instrução Normativa IBAMA 102/2006, que define regras para o

turismo embarcado de avistagem de baleias na APA – Área de Proteção Ambiental da Baleia

Franca constitui exemplo emblemático de articulação entre distintas institucionalidades. A

proposta, apresentada pela Coalizão Internacional para a Vida Silvestre/Projeto Baleia Franca,

foi discutida por técnicos do IBAMA (APA da Baleia Franca, CMA, CEPSUL, CGEUC,

REBIO Arvoredo e APA de Anhatomirim), Capitania dos Portos de Santa Catarina,

representantes dos pescadores artesanais e de ONGs ambientalistas da região. Entre os meses

de junho a novembro, ficam restritas as atividades náuticas de embarcações motorizadas

destinadas ao transporte de passageiros com finalidade turística, a prática e apoio a qualquer

forma de esporte náutico e atividades recreativas.

A escolha de área para a criação de uma nova unidade de conservação não é trivial, e

os critérios adotados para definir local e extensão não constituem norma universal. Variam

com o passar do tempo, com a disponibilidade de tecnologia e de informação científica e com

as condições socioambientais locais, que podem corroborar a relevância da iniciativa, ou

acirrar conflitos políticos, a partir de determinada opção. Ao longo do século XX, a atribuição

do poder público de criar uma unidade de conservação privilegiava valores cênicos e

disponibilidade territorial. Com a evolução e difusão da informação científica relacionada à

diversidade biológica, diversos outros atributos tornaram-se relevantes para justificar a

implantação de uma nova área protegida.

4. Contextualização socioambiental da zona costeira do Estado do Rio de Janeiro

Com mais de 800 km de extensão, o Estado do Rio de Janeiro possui a terceira maior

costa do País e o segundo conjunto de baías, estuários, lagoas costeiras e manguezais. Suas

centenas de ilhas, com perímetro de cerca de 650 km, totalizam 19.000 km2 de área costeira.

A Constituição do Estado do Rio de Janeiro estabelece, em seu Artigo 258°, inciso

XXI, que cabe ao Poder Público “fiscalizar e controlar, na forma da lei, a utilização de áreas

4 No âmbito nacional, a gestão pesqueira tornou-se ainda mais complexa pela divisão de responsabilidades entre duas instituições distintas – a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP) e o IBAMA. A primeira, responsável pelo fomento da atividade de aqüicultura e pesca e pelos recursos considerados subexplotados, e a segunda, pelos estoques sobreexplotados.

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Page 14: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

biologicamente ricas de manguezais, estuários e outros espaços de reprodução e crescimento

de espécies aquáticas, em todas as atividades humanas capazes de comprometer esses

ecossistemas”.

Em seu Artigo 265°, são identificadas como áreas de preservação permanente a baía

de Guanabara, assim como manguezais, áreas estuarinas, praias, vegetações de restinga

fixadoras de dunas e costões rochosos. E no Artigo 266°, são designadas como áreas de

relevante interesse ecológico a Zona Costeira, a Ilha Grande, a baía de Guanabara e a baía de

Sepetiba.

Conforme exposto na Tabela III, os territórios de 40 unidades de conservação - sendo

25 estaduais (15 de Proteção Integral e 10 de Uso Sustentável) e 15 federais (8 de Proteção

Integral e 7 de Uso Sustentável), encontram-se inseridos, parcial ou integralmente, nos 34

municípios costeiros que constituem quatro setores estaduais, definidos pelo Plano Estadual

de Gerenciamento Costeiro5. Nesses limites, foram mapeados alguns aspectos biofísicos e

socioeconômicos relacionados aos ativos ambientais, com destaque para a sustentabilidade

turística, pesca artesanal e condicionantes para gestão e conservação da diversidade biológica.

Sabe-se que um elenco de fatores antrópicos afetam diretamente a biodiversidade

marinha e costeira, com degradação e/ou destruição de habitats, sobre-explotação para

consumo, poluição por pesticidas, esgotos domésticos e industriais, alterações causadas pelo

turismo desordenado, além da introdução de espécies exóticas.

O avanço da urbanização, com formas irregulares de ocupação do solo e falta de

saneamento básico, é considerado como grande ameaça aos ecossistemas costeiros. Além da

poluição de origem doméstica, com grande quantidade de matéria orgânica despejada sem

tratamento prévio, também aquela originada pelas atividades industriais, portuárias, agrícolas

e de mineração são mencionadas como focos de contaminação. A poluição por óleo também é

salientada como impacto significativo para o ambiente aquático.

O turismo pode ser considerado como um importante ativo para as regiões costeiras e,

com respeito à sustentabilidade do modelo de destino ‘sol e mar’, identifica-se a necessidade

de investir no planejamento do litoral fluminense. Segundo Seabra (2005), tal planejamento

envolve condicionantes associados à infraestrutura turística, morfologia do litoral e suas

fragilidades e potencialidades, riscos ambientais e unidades de conservação. Atividade

turística desordenada impactam habitats naturais litorâneos.

5 Disponível no endereço eletrônico http.//www.inea.rj.gov.br .

13

Page 15: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

Tabela III. Unidades de Conservação localizadas nas zonas costeira e marinha do Estado do Rio de Janeiro

Unidades de Conservação Estaduais Unidades de Conservação Federais

Parques (9) Área (ha)

Parques (4) Área (ha)

Parque Estadual Cunhambebe a

Parque Estadual de Desengano a

Parque Estadual da Ilha Grande Parque Estadual da Pedra Branca Parque Estadual da Serra da Tiririca Parque Estadual dos Três Picos a

Parque Estadual da Chacrinha b

Parque Estadual do Grajaú b

Parque Estadual Marinho do Aventureiro

38.053 22.400 12.052 12.500 2.264

46.350 3,70 55

1.300

Parque Nacional da Serra dos Órgãos a

Parque Nacional da Tijuca Parque Nacional da Serra da Bocaina c

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

11.460 3.360

110.000 d

14.000

Reservas Biológicas (2) Reservas Biológicas (2) Reserva Biológica da Praia do Sul Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba

3.600 3.600

Reserva Biológica de Tinguá a

Reserva Biológica União 26.136 3.126

Estações Ecológicas (1) Estações Ecológicas (2) Estação Ecológica de Guaxindiba 3.260 Estação Ecológica de Tamoios

Estação Ecológica da Guanabara 8.640 1.935

Reserva Ecológica (3) Reserva Ecológica (0) Reserva Ecológica de Jacarepiá Reserva Ecológica de Massambaba Reserva Ecológica da Juatinga

1.267 1.680 8.000

Área de Relevante Interesse Ecológico (0)

Área de Relevante Interesse Ecológico (1)

ARIE Arquipélago das Cagarras 50 Área de Proteção Ambiental (10) Área de Proteção Ambiental (4)

APA Mangaratiba APA Tamoios APA Gericinó/Mendanha APA Maricá APA Massambaba APA Sapiatiba APA Pau Brasil APA Rio Macacu a

APA Rio Guandu a

APA Nova Sepetiba II

22.936 26.200 10.500 466,00 11.100 6.000 9.940

19.508 74.000

193

APA Cairuçu APA Guapimirim APA Bacia do Rio São João/ Mico-leão-dourado a

APA Petrópolis a

28.340 14.340

150.700

59.872

Reserva Extrativista (0) Reserva Extrativista (1) Reserva Extrativista de Arraial do

Cabo 21.502

Floresta (0) Floresta (1) Floresta Nacional Mário Xavier 493

a Com parte da área em município costeiro b Administrados pela Prefeitura do Município do Rio de Janeiro

c UC com superfície em outros Estados d Cerca de 61.500 ha no Estado do Rio de Janeiro (Parati e Angra dos Reis)

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Page 16: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

A introdução de espécies exóticas não somente ocasiona sérios problemas a alguns

animais nativos, como pode chegar ao extremo de ameaçar ecossistemas inteiros, com

alterações de suas estruturas e funções. Os principais vetores, no ambiente marinho, são a

água de lastro de navios, as incrustações e a importação de espécies exóticas para cultivo e

aquariofilia (AMARAL & JABLONSLI, 2005).

5. Setores costeiros do Estado do Rio de Janeiro: um cenário preliminar

Nesta exposição sintética dos cenários socioambientais costeiros do Estado do Rio de

Janeiro, são apontados fatores relevantes para a inserção das políticas de conservação da

diversidade biológica como incremento da sustentabilidade local e regional. Devido às

especificidades dessas áreas, foram levantados aspectos básicos, para uma leitura preliminar

do perfil do Estado e de suas prioridades.

No Setor I, na região da baía da Ilha Grande, estuários e costões rochosos abrigam

comunidades de extrema relevância biológica, funcionando como criadouro para o camarão

rosa e outras espécies demersais, e abrigando concentrações significativas de sardinhas e

outros pequenos pelágicos. Ao sul da Ilha Grande, processos de ressurgência de águas frias

profundas enriquecem a coluna d’água, devido ao aporte de nutrientes, contribuindo para a

concentração de cardumes de sardinha verdadeira. Esta condição parece ter sido determinante

para explicar a manutenção de captura da espécie, ao contrário das demais regiões do Estado,

onde a atividade pesqueira refletiu mais diretamente o declínio do estoque da sardinha. No

município de Angra dos Reis, ocorrem 85 a 90% das capturas de sardinha-verdadeira.

Diversas unidades de conservação federais e estaduais, de distintas categorias,

localizam-se na Baia da Ilha Grande, considerada de prioridade para conservação. Essa região

conta com significativos subsídios para pesquisa e planejamento em estratégias de capacitação

técnica e institucional para gestão e conservação, com possíveis desdobramentos para os

outros setores do Estado. O Programa de Gestão Para o Desenvolvimento Sustentável da

Bacia Contribuinte à baía da Ilha Grande, elaborado pela Secretaria de Estado de Meio

Ambiente em convênio com o Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA/MMA, 1997) e

financiado pelo Banco Mundial, definiu políticas e estratégias para o desenvolvimento

sustentável da região.

O relatório Biodiversidade Marinha da baía da Ilha Grande (CREED et al., 2007),

identifica efeitos dos impactos gerados por empreendimentos de grande porte (porto

comercial, terminal de petróleo, terminal de minérios, duas usinas nucleares e um estaleiro),

na destruição gradativa desses ecossistemas e consequente declínio da produção pesqueira.

15

Page 17: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

Outras ameaças decorrem da pesca de arrasto, turismo desordenado, a pesca subaquática, com

alta seletividade que afeta espécies de topo da cadeia trófica; ocupação imobiliária com a

construção de aterros, maricultura com espécies exóticas. Na baía de Sepetiba, os costões

rochosos na extremidade da restinga da Marambaia, no litoral e ilhas encontram-se sob os

impactos da ampliação do Porto de Sepetiba, dragagem do canal de acesso e pressão urbano-

industrial.

No Setor II, a Baía de Guanabara, apesar de intensamente antropizada, possui

significativa área de manguezal, em comparação com os outros setores costeiros, onde esta

cobertura vegetal praticamente desapareceu. A Área de Proteção Ambiental (APA) de

Guapimirim foi a primeira unidade de conservação específica para conservação de

manguezais, com cerca de 14.000 ha, nos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São

Gonçalo. Os municípios do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói, possuem boa infraestrutura

pesqueira: empresas de pesca, estaleiros, fábricas de gelo e mercado para comercialização de

peixe. Em Niterói, o Parque Estadual da Serra da Tiririca abrange uma parte marinha, que vai

da ponta de Itaipuaçu e avança 1.700 metros sobre o mar, até alcançar o ponto de encontro da

Praia de Itacoatiara com o costão rochoso da Pedra de Itacoatiara.

No Setor III, o Corredor de Cabo Frio, entre Araruama e Macaé, é considerado área

prioritária para conservação da biodiversidade, com alta produtividade primária, e sob intensa

pressão por pesca. Unidade de conservação estadual de proteção integral, a ser criada na área

da APA de Massambaba, abrigará 27 ecossistemas situados entre Saquarema e Cabo Frio, de

modo a minimizar impactos decorrentes da especulação imobiliária associada ao turismo, uma

das principais ameaçadas aos ecossistemas costeiros. A pesca artesanal é realizada no

complexo lagunar de Araruama e na área oceânica. Cabo Frio é responsável por cerca de 15

% da produção do Estado. Com área de 220 km2 e profundidade média de 3 metros, a Lagoa

de Araruama tem extrema importância biológica, com estuários e restingas, sendo essas

últimas consideradas como as mais diversificadas da costa brasileira, com presença de

quelônios, mamíferos marinhos, elasmobrânquios e aves. Esse ecossistema encontra-se

fortemente impactado pelos efeitos da especulação imobiliária, dragagens, canalizações de

lagoas costeiras, e ausência de saneamento básico. Na Reserva Extrativista Arraial do Cabo,

as comunidades de pescadores cooperam com o levantamento das condições ambientais e

históricas da pesca, para diagnóstico de áreas prioritárias para a conservação da

biodiversidade marinha. Trata-se de importante referência para a gestão social dos ativos

ambientais pesqueiros, com aporte de pesquisadores e relevante acervo referente aos desafios

e potencialidades implicados à gestão comunitária.

16

Page 18: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

No Setor IV, no Norte Fluminense, na praia de Farol de São Thomé, no município de

Campos dos Goytacazes, situa-se a Base do Projeto Tamar, que monitora cerca de 100 km de

extensão da costa e protege cerca de 900 desovas por ano. A região também é pouso e

alimentação de aves marinhas. Em Gruçaí, até a Lagoa Feia, com grandes áreas de banhados

para a proteção de aves aquáticas, as principais ameaças estão relacionadas à invasão e

privatização ilegal das margens das lagoas e cultivo de peixes exóticos. Na Restinga de

Jurubatiba, o Parque Nacional de Jurubatiba, criado em 1998 como o primeiro parque

nacional em área de restinga, com 44 km de costa inseridos em seu território, abriga 18 lagoas

costeiras, espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção.

6. Comentários conclusivos e recomendações

Esse mapeamento preliminar dos ativos ambientais costeiros do Estado do Rio de

Janeiro buscou traçar uma interface entre conservação da diversidade biológica costeira e

marinha e sustentabilidade regional, assim como advertir quanto ao fracasso de estratégias

isoladas de política. Trata-se de tema prioritário, mas com pouco rebatimento no

planejamento de políticas ambientais do Estado do Rio de Janeiro. A composição de

estratégias continuadas de conservação pressupõem incremento na articulação de

competências, cooperação e interlocução, institucionais e técnicas, de modo a ultrapassar

resistências políticas e suprir as muitas lacunas existentes no setor.

Ainda que o investimento público na gestão das áreas protegidas seja muito inferior às

atuais demandas dos sistemas federal e estaduais de unidades de conservação, evidências

crescentes apontam para os benefícios ambientais disponibilizados por ecossistemas

protegidos, que podem ser traduzidos em termos econômicos. Quando a natureza deixa de

fornecer tais serviços, a sociedade passa a arcar com os custos associados à degradação

ambiental que, em geral, recaem sobre as populações mais carentes, que dependem

diretamente dos recursos naturais. A avaliação adequada de valores atribuídos a esses

serviços, assim como de seus componentes distributivos, demanda informações acerca da área

geográfica de ocorrência desses benefícios, perfil socioeconômico local, tipologia das

atividades econômicas, intensidade dos impactos ambientais, capacidade e potencial de gestão

ambiental, e identificação de estratégias de intervenção.

Nesse sentido, unidades de conservação de todas as esferas governamentais constituem

importante ferramenta de gestão a ser direcionada para a identificação dos principais

beneficiários diretos dos serviços ambientais proporcionados por esses ecossistemas. No

âmbito estadual, recomenda-se que sua gestão busque incorporar estratégias voltadas para

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Page 19: políticas de conservação da biodiversidade e serviços ambientais

maior articulação de parcerias entre setores públicos e privados, investimento na capacitação

de administradores, conselhos consultivos, comunidades locais, pescadores artesanais e em

programas de educação ambiental direcionados à conservação do setores costeiros do Estado.

Temáticas relevantes dessa agenda englobam a avaliação da representatividade

ecológica e adequação dos zoneamentos ecológico-econômicos e planos de manejo existentes

e em elaboração; definição de áreas prioritárias para a criação de novas unidades de

conservação, ampliação das existentes e/ou alteração de categoria; identificação de lacunas de

informações sobre espécies e ecossistemas, para definir prioridades em pesquisa;

intensificação dos programas de educação ambiental para os ecossistemas costeiros e

oceânicos, principalmente nas ilhas com maior vocação turística; promoção da interação entre

órgãos públicos e privados, visando à cooperação para elaboração e consecução de propostas

para a diagnose, o monitoramento e a preservação da zona costeira; acompanhamento e

participação nas ações previstas pelo Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro,

ordenamento da orla marítima, através do Projeto Orla, e Agenda Ambiental Portuária.

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