8 - conservação da biodiversidade em fragmentos

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  • 7/31/2019 8 - Conservao da biodiversidade em fragmentos

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    SRIE TCNICA IPEF

    v. 12, n. 32, p. 25-42, dez. 1998

    Conservao da biodiversidade

    em fragmentos florestais

    Virglio M. Viana

    Leandro A. F. V. Pinheiro

    ESALQ/USP

    RESUMO: O desafio de conservar a biodiversidade regional em paisagens intensamentecultivadas tem como principal limitante o processo de degradao de fragmentos florestais.Tamanho, forma, grau de isolamento, tipo de vizinhana e histrico de perturbaes apre-sentam relaes com fenmenos biolgicos e, conseqentemente, afetam a dinmica dosfragmentos florestais. Isto se reflete no mosaico de eco-unidades que diferem entre si quan-to diversidade, mortalidade e natalidade de espcies arbreas. A anlise destes fatores e daestrutura e dinmica de eco-unidades fundamental para identificar estratgias conser-vacionistas e prioridades para a pesquisa. Os resultados indicam a necessidade de se manejarestes fragmentos e as paisagens em que esto inseridos, bem como desenvolver atividades deeducao ambiental com a populao local com relao importncia da cobertura flores-tal para o desenvolvimento sustentvel. A eficcia do manejo depende da identificao dosfatores de degradao e de alternativas para minimizar o processo de degradao e recupe-rar a estrutura dos fragmentos florestais conservando assim a sua biodiversidade. A recupe-rao qualitativa de paisagens visando a conservao da biodiversidade e a melhoria daqualidade de vida tem como elemento chave a utilizao dos fragmentos florestais comoilhas de biodiversidade e a interligao destes atravs de corredores e vizinhanas de alta

    porosidade.

    INTRODUO

    A conservao da biodiversidade representa um dos maiores desafios deste final de sculo,em funo do elevado nvel de perturbaes antrpicas dos ecossistemas naturais (tabela 1).Uma das principais conseqncias dessas perturbaes a fragmentao de ecossistemas natu-rais. Na Mata Atlntica, por exemplo, a maior parte dos remanescentes florestais, especialmen-te em paisagens intensamente cultivadas, encontra-se na forma de pequenos fragmentos, alta-mente perturbados, isolados, pouco conhecidos e pouco protegidos (Viana, 1995). A maior

    parte dos remanescentes florestais se encontra na forma de fragmentos florestais.

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    26 n Conservao da biodiversidade

    O interesse no estudo das conseqncias da fragmentao florestal sobre a conservao dabiodiversidade tem aumentado significativamente nos ltimos anos (Harris, 1984; Forman eGodron,1986; Lovejoy et al., 1986; Viana, 1990; Shafer, 1990; Gradwohl e Greenberg, 1991;Viana et al., 1992; Schellas e Greenberg, 1997; Laurance e Bierregard, 1997). A justificativa

    para este crescente interesse a constatao de que a maior parte da biodiversidade se encon-tra hoje localizada em pequenos fragmentos florestais, pouco estudados e historicamente mar-ginalizados pelas iniciativas conservacionistas. Se atendidas as previses mais otimistas, os par-ques e reservas podero responder pela manuteno de apenas 10% da cobertura natural dosecossistemas tropicais (Gradwohl e Greenberg, 1991).

    A fragmentao introduz uma srie de novos fatores na histria evolutiva de populaes

    naturais de plantas e animais. Essas mudanas afetam de forma diferenciada os parmetrosdemogrficos de mortalidade e natalidade de diferentes espcies e, portanto, a estrutura edinmica de ecossistemas. No caso de espcies arbreas, a alterao na abundncia de poli-nizadores, dispersores, predadores e patgenos alteram as taxas de recrutamento de plntulas;e os incndios e mudanas microclimticas, que atingem de forma mais intensa as bordas dosfragmentos, alteram as taxas de mortalidade de rvores. As evidncias cientficas sobre esses

    processos tm se avolumado nos ltimos anos (Schel las e Greenberg, 1997; Laurance eBierregard, 1997).

    Se por um lado os resultados das pesquisas tericas tm proporcionado uma clareza cres-cente quanto dinmica de ecossistemas fragmentados, existe ainda uma grande lacuna quan-to ao uso desses resultados na formulao de estratgias para a conservao da biodiversidadeem ecossistemas altamente fragmentados. Este trabalho tem como objetivo contribuir para o

    preenchimento dessa lacuna.Quais so as alternativas para promover a manuteno da biodi-versidade em ecossistemas perturbados e fragmentados pela ao antrpica?

    Este artigo aborda esta questo, com especial nfase para ecossistemas de florestas tropi-cais. So analisadas alternativas para a atenuao de problemas relativos conservao dabiodiversidade a partir de resultados de pesquisas sobre a ecologia de fragmentos florestais doLaboratrio de Silvicultura Tropical. Trata-se de um exerccio preliminar, que tem uma dupla

    Ano Cobertura Florestal Desmatamento/ano (%)

    1500 81.2 -1854 79.7 0.0011886 70.5 0.291907 58.0 0.601920 44.8 1.021935 26.2 1.161952 18.2 0.471962 13.7 0.451973 8.3 0.491985 7.4 0.07

    1990 7.2 0.04

    Tabela 1

    Processo histrico do desmatamento no Estado de So Paulo. (S.O.S. Mata Atlntica e INPE, 1993).

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    finalidade: primeiro, orientar profissionais de ONGs, instituies governamentais, proprietri-os e empresas privadas que esto tomando decises voltadas para a conservao da biodiversi-dade em fragmentos florestais. Segundo, identificar problemas e hipteses para pesquisadores

    que trabalham com esse tema.

    FATORES QUE AFETAM A CONSERVAO DA BIODIVERSIDADE EM FRAGMENTOSFLORESTAIS

    Os principais fatores que afetam a dinmica de fragmentos florestais so: tamanho, forma,grau de isolamento, tipo de vizinhana e histrico de perturbaes (Viana et al., 1992). Essesfatores apresentam relaes com fenmenos biolgicos que afetam a natalidade e a mortalida-de de plantas como, por exemplo, o efeito de borda, a deriva gentica e as interaes entre

    plantas e animais. A anlise desses fatores fundamental para identificar estratgias conservacio-nistas e prioridades para a pesquisa. Portanto, esse artigo analisa individualmente esses fatores.

    Tamanho de fragmentos

    A relao entre a rea dos fragmentos e seus atributos ecolgicos, especialmente a diversi-dade de espcies, um elemento central da teoria de biogeografia de ilhas (MacArthur eWilson, 1967). A distribuio das classes de tamanho dos fragmentos na paisagem um ele-

    Figura 1

    Distribuio dos fragmentos florestais na regio de Piracicaba, So Paulo (DEPRN, 1989).

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    28 n Conservao da biodiversidade

    mento importante para o desenvolvimento de estratgias para a conservao da biodiversida-de (Viana et al., 1992).

    Foi feita uma anlise dos dados obtidos a partir de imagens de satlite LANDSAT TM de

    1989, em uma rea de 71.335 ha (47

    30W/47

    45W; 22

    30S/22

    45S), na regio de Piracicaba,SP (figura 1).O tamanho mnimo mapeado de 4 ha. A maior parte (65 %) dos fragmentos florestais

    tem rea inferior a 10 ha. Os pequenos (40 ha) fragmentos constituem26,4% e 24.3%da rea total remanescente da cobertura florestal, respectivamente (figura 2).

    Figura 2

    Comparao entre a freqncia relativa e a rea proporcional dos fragmentos florestais por classes de tamanhoda regio de Piracicaba, So Paulo.

    A definio de fragmentos prioritrios para a conservao deve combinar uma anlise deoutros parmetros que afetam a sustentabilidade dos fragmentos, alm da distribuio das

    classes de tamanho. Isso inclui grau de isolamento, forma, nvel de degradao e risco deperturbao (que sero discutidos adiante). No caso em estudo, deveriam ser priorizados porum lado, os grandes fragmentos, com menor grau de isolamento, menor nvel de degradao,menor risco de perturbao e contexto scio-cultural favorvel. Por outro lado, deveriam ser

    priorizados fragmentos pequenos que sejam raros na paisagem, devido sua localizao. Den-tre esses destacam-se os fragmentos situados em topografias planas e suaves, em solos frteis ebem drenados e prximos das vias de transporte. Esses fragmentos so raros e, em muitoscasos, apresentam pequenas populaes de espcies ameaadas de extino.

    A anlise da distribuio de classes de tamanho de fragmentos til para a definio deestratgias para a conservao da biodiversidade em reas protegidas (tabela 2).

    Mais da metade das unidades de conservao possuem menos de 500 ha, o que insuficien-

    te para muitas espcies de plantas e animais. Alm disso, parte significativa dessas unidades deconservao encontra-se degradada por um histrico de perturbaes diversificado (incndios,caa, extrativismo vegetal predatrio etc.) e pelo efeito de borda, agravado por formas inade-quadas. A definio de estratgias para a conservao da biodiversidade nessas reas deve ultra-

    passar os limites das unidades de conservao e considerar as caractersticas e potencial de con-servao nos fragmentos vizinhos. A identificao de reas prioritrias para a criao de novasunidades de conservao deveria tambm considerar as caractersticas e potencial de conserva-

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    o nos fragmentos vizinhos. Esse enfoque holstico a nvel de paisagem fundamental para o aumentoda eficcia dessas reas para a conservao da biodiversidade.

    Estudos realizados em 5 fragmentos de tamanhos distintos entre 0.7 e 220 ha nesta mesmaregio entre 1990 e 1995 indicaram que a correlao entre a rea dos fragmentos e o nmerode espcies no trivial, e mais complexa do que a postulada na teoria de biogeografia deilhas. Fragmentos de reas semelhantes (9 ha), situados em solos, clima e topografia semelhan-tes e com intensidade amostral semelhantes, apresentaram riqueza de espcies arbreas extre-mamente diferentes (tabela 3).

    Um desses fragmentos, com 86 ha, apresentou um nmero de espcies maior (128) do queum fragmento com 220 ha (119), tambm em situaes ecolgicas e amostrais semelhantes.

    Esse resultado revela um dado intrigante, que deve ser melhor analisado quanto s suas impli-caes para a conservao da biodiversidade. Uma anlise preliminar indica que o histricode perturbaes um fator crtico na determinao da riqueza de espcies.

    rea (ha) Nmero

    < 100 5

    100 500 10

    500 1000 5

    1000-5000 7

    5000-10.000 0

    > 10.000 2

    Total 29

    Tabela 2Nmero de unidades de conservao no Estado de So Paulo por classe de tamanho (baseado em DEPRN, 1991)

    $F

    $I) =

    Fragmento rea (ha) rea amostral (ha) AB(m2/ha) No.Espcies

    Modelo 0,7 0,1045 12,50 38Mata do Pomar 9 0,7000 8,41 51

    Sta. Rita 9,5 0,7670 12,53 102Capuava 86 1,3894 15,62 128

    Rio Claro 220 1,2000 15,12 119

    Tabela3

    rea basal (m2/ha e, nmero de espcies de 5 fragmentos de Floresta Mesfila Semidecdua com reas diferentes.(baseado em Tabanez, 1995).

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    FORMA DE FRAGMENTOS E EFEITO DE BORDA

    O fator de forma a relao entre rea de um fragmento florestal e o seu permetro (ondeF= fator

    de forma;Af= rea do fragmento florestal; eAc= rea de uma circunferncia com mesma rea). umparmetro til para a anlise da vulnerabilidade dos fragmentos a perturbaes, especialmente atravsdo efeito de borda.

    Este parmetro foi calculado para a regio de Piracicaba baseado nos dados de mapeamento apartir de imagens de satlite realizado pelo Projeto Olho Verde do DEPRN em 1989 (figura 1). Osresultados demonstraram que existe uma grande diferena entre os fragmentos quanto forma. Cercade 13.1% podem ser considerados arredondados (fator de forma >0.8), menos sujeitos ao efeito deborda (figura 3).

    Cerca de 51,9% podem ser considerados alongados (0.8>fator de forma>0.6). Cerca de 35%podem ser considerados muito alongados (fator de forma

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    Figura 4

    Comportamento da varivel fator de forma em relao proporo entre os lados de um fragmento florestal.

    Qualquer anlise acerca da importncia conservacionista de um determinado fragmento (exemplo:anlise de impacto ambiental de desmatamentos). Quanto maior o fator de forma, maior o valorambiental de um fragmento. Do ponto de vista prtico, pode-se utilizar a proporo entre a maior e amenor dimenso de um fragmento como um parmetro para a anlise do fator de forma. Nesse caso,vale notar que o fator de forma muito pouco sensvel para a proporo entre as dimenses dofragmento (figura 4).

    O reflorestamento de matas ciliares deve levar em conta o fato das futuras florestas apresentaremum baixo fator de forma. Por exemplo, uma mata ciliar de 30 x 1000 m apresenta um fator de formade 0,3, o que extremamente baixo. O planejamento de projetos de recuperao de matas ciliaresraramente leva em considerao o futuro efeito de borda sobre essas reas. Recomenda-se o plantiodiferenciado nas bordas das matas ciliares.

    Grau de isolamento e heterogeneidade da paisagem

    O grau de isolamento afeta o fluxo gnico entre fragmentos florestais e, portanto, a sustentabilida-de de populaes naturais.Foi feita uma anlise dos dados do mapeamento feito pelo IGC com base emfotos areas de 1980 (4630W/4800W; 2200/2300), na macrorregio de Piracicaba, SP (IGC,1980).

    A paisagem analisada no homognea quanto aos seus atributos espaciais. O grau de isolamentovaria de forma significativa na paisagem. A conectividade entre os fragmentos florestais tende a diminuirem paisagens mais intensamente cultivadas. Podem ser identificadas trs regies com diferentes caracte-rsticas de fragmentao (taxa de cobertura florestal, distribuio de classes de tamanho, grau de isola-mento): Nova Odessa, Piracicaba, Itirapina (figura 5).

    Essa heterogeneidade intra-paisagem aponta para a necessidade de utilizar escalas apropriadas parao estudo da paisagem, em funo das caractersticas da fragmentao. Os limites geogrficos para a

    1,0

    0,9

    fatordeform

    a

    0,8

    0,7

    0,5

    0,6

    0,4

    0,2

    0,3

    0,1

    0

    proporo entre os lados de um fragmento florestal

    1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,1 0,01

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    definio de estratgias conservacionistas devem considerar unidades da paisagem homogneas quan-to s caractersticas de fragmentao dos ecossistemas naturais.

    Podem ser identificadas diversas estratgias para o aumento da conectividade entre os fragmentos,destacando-se o estabelecimento de corredores em matas ciliares e encostas e o aumento da porosidadeda matriz. A escolha da estratgia mais apropriada para um determinado fragmento depende de umaanlise de custo-benefcio caso a caso. De maneira geral, recomenda-se o estmulo ao estabelecimento

    de corredores em matas ciliares e encostas, uma vez que isso j previsto por lei. Recomenda-se aidentificao de oportunidade de estabelecimento de corredores a partir da regenerao natural deespcies arbreas. Quanto mais largos os corredores, maior ser o grupo de taxa beneficiado. Oaumento da porosidade da matriz deve aumentar a diversidade de unidades de manejo e a diversidadedentro das unidades de manejo. Nesse caso, a disseminao de sistemas agroflorestais representa umefeito favorvel para diminuir o isolamento de fragmentos florestais.

    Vizinhana dos fragmentos

    Comparou-se a rea basal, altura mdia e nmero de indivduos arbreos a diferentes distncias daborda de um fragmento florestal na Regio de Arapoti, PR (1996) circundado em parte por pastagem

    e em parte por talhes dePinus, a fim de determinar o efeito da vizinhana na intensificao do efeitode borda de fragmentos florestais. Concluiu-se que as reas vizinhas a pastagem estavam sujeitas a umefeito de borda mais intenso, dado que a rea basal mdia apresentou um aumento significativo a partirda borda e a altura mdia e nmero de espcies se manteve sempre inferior s reas cuja vizinhana eraoPinus (figura 6).

    Figura 5

    Distribuio dos fragmentos florestais na macro-regio de Piracicaba, SP (IGC, 1980).

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    As atividades de reflorestamento atenuam o efeito de borda em fragmentos florestais. Alm disso,diminuem o risco de incndios florestais, uma vez que os proprietrios passam a adotar prticas de

    preveno e combate, normalmente ausentes na maior parte das propriedades agropecurias que no

    possuem reflorestamentos. O reflorestamento, portanto, pode representar um grande benefcio para aconservao de fragmentos florestais.

    A qualidade da vizinhana pode ser melhorada atravs de plantios de bordadura, fora dos fragmen-tos. Esses plantios devem incluir sistemas de produo com elevada densidade de espcies arbreas,

    preferencialmente espcies de ciclo longo, altas, pereniflias, com flores e frutos utilizados pela faunanativa e elevada taxa de retorno econmico. O uso de sistemas agroflorestais apresenta um efeitofavorvel para o efeito de borda.

    Estrutura e dinmica de eco-unidades

    Uma das principais caractersticas das florestas tropicais o fato de constiturem-se num mosaico

    de eco-unidades (Aubreville, 1938; Richards, 1952; Oldeman, 1983). Essas eco-unidades representamtrechos da floresta com caractersticas sucessionais semelhantes e foram definidas e descritas deforma diferenciada pelos vrios autores. No caso de fragmentos de florestas tropicais semi-decduasem paisagens intensamente fragmentadas, essas eco-unidades podem ser definidas a partir da (i) estru-tura de tamanho do dossel, (ii)dominncia foliar de cips, (iii) diversidade de espcies (Viana et al .,1997)(tabela 4).

    Figura 6

    Comparao da rea basal (a), altura mdia (b) e nmero de indivduos (c) a diferentes distncias de umfragmento florestal na Regio de Arapoti, PR circundado em parte por pastagem e em parte por talhes dePinus. Viana et al., 1996.

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    As eco-unidades diferem entre si quanto diversidade, mortalidade e natalidade de espcies arbreas.A anlise da estrutura e dinmica de eco-unidades fundamental para identificar estratgiasconservacionistas e prioridades para a pesquisa. Portanto, esse artigo aborda individualmente essetema.

    A partir da interpretao de fotografias areas em grande escala datadas de 1969 e 1993 foi realiza-do um estudo visando analisar dinmica de eco-unidades num fragmento de floresta estacionalsemidecidual da regio de Piracicaba, de 9 ha, situada no Campus da ESALQ. Os resultados indicamque este fragmento est se degradando: a proporo de eco-unidades de baixa diversidade est aumen-tando (figura 7).

    A figura 8 apresenta a origem do mosaico das eco-unidades em 1993 em funo de 1969.Praticamente todas as reas de capoeira baixa identificadas em 1969 se mantiveram como talnestes 24 anos, no evoluindo para eco-unidades de maior diversidade. A degradao de eco-unidades de capoeira alta para capoeira baixa e de mata madura para capoeira alta foi de 23% e 45.5%respectivamente.

    O processo de degradao demonstra a necessidade de manejo para a recuperao do fragmento.Assumindo uma seqncia linear de perturbaes nos prximos 48 anos, sem intervenes com intuitode recuper-lo, a tendncia de extino da rea de mata madura e a predominncia de reas comcapoeira baixa (Figura 9).

    Figura 7Proporo de eco-unidades no fragmento florestal Pomar localizado em Piracicaba, SP em 1969 e 1993.

    Eco-unidades AB (m2/ha) Ind . /ha Diversidade

    Capoeira Baixa 9.05 445.00 1.17Capoeira Alta 12.61 985.46 2.02Mata Madura 18.49 926.32 1.89

    Tabela 4

    rea basal (m2/ha), nmero de indivduos por hectare e diversidade de espcies arbreas (Shannon-Weiner)nas diferenteseco-unidades de um fragmento florestal na regio de Piracicaba. (Viana e Tabanez, 1996).

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    O processo de degradao descrito acima refora a robustez da hiptese de que os pequenos

    fragmentos no so auto-sustentveis sem o manejo florestal (Viana, 1990). A teoria ecolgica deveincorporar o processo de degradao espontnea de fragmentos de florestas tropicais (figura 10).

    Mesmo sem a reduo da rea, as evidncias apontam para uma perda de espcies. Isso ocor-re em funo dos fatores que afetam a demografia de populaes isoladas como endogamia, pro-blemas na polinizao e disperso e predao de sementes. Esses fatores somam-se s perturbaes deorigem antrpica, especialmente a caa, o extrativismo predatrio e incndios florestais.

    Figura 8Origem da composio de eco-unidades no fragmento florestal Pomar localizado em Piracicaba, SP em 1993

    a partir de composio de 1969.

    Figura 9Tendncia de evoluo das eco-unidades no fragmento florestal Pomar localizado em Piracicaba, SP.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    1969 1993 2017 2041

    Anos

    proporo

    deecounidades(%)

    CB

    CA

    MM

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    36 n Conservao da biodiversidade

    Relaes com a populao local

    Os fragmentos florestais no existem num vazio humano. Pelo contrrio, os fragmentos apresen-tam uma profunda relao com a sociedade envolvente. Um dos fatores que melhor explica a estruturae a dinmica de fragmentos florestais o histrico de perturbaes. Esse histrico de perturbaes

    complexo e longo. Inicia-se com as populaes amerndias e suas prticas de manejo e incluem todasas atividades de extrao vegetal e animal e o processo de reduo da rea dos remanescentes florestaisno perodo ps-colombiano (Viana, 1995).

    No caso da macro-regio de Piracicaba, a relao da populao com os fragmentos flores-tais varia de forma significativa entre as diferentes regies (figura 5). Na regio de Itirapina,

    por exemplo, existem reas de topografia mais acidentada, onde a atividade predominante apecuria e os moradores da zona rural so em boa parte dos casos originrios da prpr ia

    Figura 10

    Processo de fragmentao florestal em paisagens intensivamente cultivadas (A) e estratgias alternativas paralidar com problemas associados coma fragmentao (B). O ponto chave deste sistema o proprietrio ruralque realiza decises de uso da terra baseado nas suas percepes acerca do ambiente, economia, tecnologia econtexto social, institucional e cultural(modificado a partir de Viana, 1995).

    Recuperao

    para

    produo

    Abandono e

    perdas

    continuadas

    Restaurao

    para

    proteo

    ambiental

    Biodiversidade

    remanescente

    em

    fragementos

    florestais

    Fragmentao

    e distrbios

    florestais

    Prticas

    florestais e

    agrcolas

    Tecnologia

    disponvel

    Contexto

    social, cultural

    e institucional

    Economia

    de uso de

    recursos

    naturais

    Ambiente

    fsico e

    biolgico

    Percepo

    dos proprietriosrurais e

    trabalhadores

    (A)

    (B)

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    Viana & Pinheiro n 37

    regio. Na regio de Piracicaba, existem reas de topografia mais suave, onde a atividade predominante a o cultivo da cana-de-acar,e os trabalhadores da zona rural so em boa parte dos casos originriosde outros estados. Faltam estudos detalhados que estabeleam as relaes entre essas caractersticas

    scio-econmicas e a relao da populao com os fragmentos. Uma avaliao preliminar indica que aspopulaes locais possuem um conhecimento mais rico sobre a flora e fauna local. Alm disso, existemdiversos grupos religiosos que usam os fragmentos florestais para suas cerimnias. As caractersticasdas relaes da populao local com os fragmentos florestais cria riscos e oportunidades para ativida-des voltadas para a conservao da biodiversidade.

    O processo de fragmentao florestal pode ser descrito como o resultado de um processo de tomadade deciso dos proprietrios e trabalhadores rurais, com base nas suas percepes do ambiente fsico ebiolgico, suas oportunidades e limites para uso econmico; do contexto social, cultural e institucional e datecnologia disponvel para o manejo florestal e agrcola (figura 11).

    De maneira geral, esse processo de tomada de decises resulta na crescente substituio da cober-tura florestal por atividades agropecurias (Viana, 1995). Existe uma grande lacuna quanto ao entendi-mento do processo de tomada de deciso de proprietrios e trabalhadores rurais. Trata-se de umelemento fundamental para a definio de uma estratgia para a conservao da biodiversidade.

    ESTRATGIAS PARA A CONSERVAO DA BIODIVERSIDADE EM PAISAGENS MUITOFRAGMENTADAS

    Um dos problemas srios para a restaurao da biodiversidade em reas degradadas pela aoantrpica o emprego de um pequeno nmero de espcies nos projetos de recuperao ambiental.Arestaurao da biodiversidade especialmente importante em reas destinadas prioritariamente (i)

    Figura 11Representao terica da perda de diversidade de um fragmento florestal. Na condio A, este fragmento temuma determinada rea e diversidade. Com a diminuio da rea, o fragmento passa a condio B, com umamenor diversidade e rea. Com o passar do tempo, o fragmento experimenta uma reduo da diversidade,mesmo sem ter a sua rea reduzida.(modificado a partir de Viana et al., 1992).

    B

    C

    A

    Nmerodeespcies

    rea

    D a

    D b

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    38 n Conservao da biodiversidade

    proteo ambiental onde se deseja restaurar a forma do ecossistema ou (ii) ao manejo integrado depragas em reas de reflorestamento, agricultura ou pecuria. Nestas situaes, deseja-se restaurar amxima biodiversidade ao menor custo possvel. Como resolver esta equao? Uma das alternativas

    para o aumento da eficincia dos trabalhos de restaurao ambiental o uso de fragmentos florestaiscomo ilhas de biodiversidade.Normalmente, utiliza-se apenas uma frao das espcies vegetais (rvores) que, por sua vez, repre-

    senta apenas uma pequena parte da biodiversidade dos ecossistemas naturais (tabela 5).A importncia relativa das rvores deve ser menor do que o estimado atualmente, uma vez que um

    grande nmero de espcies de insetos, bactrias e fungos est ainda por ser identificado (Wilson,1992;Ricleffs e Schluter, 1993). No caso das florestas tropicais, existe uma grande quantidade de plantasque no so rvores: epfitas, cips, arbustos, ervas etc. (tabela 6).

    Se forem usadas, por exemplo, 50 espcies arbreas em um projeto de reflorestamento, isso podecorresponder a menos de 1% da biodiversidade natural de um ecossistema de uma floresta tropicalmida.

    Grupo Taxonmico n. espcies Proporo

    Insetos 751.000 53Outros animais 281.000 20Plantas superiores 248.400 17.5Fungos 69.000 5

    Protozorios 30.800 2Algas 26.900 2Vrus e Bactrias 5800 0.5Total 1.412.900 100

    Tabela 5

    Nmero de espcies vivas e descri tas nos diferentes grupos taxonmicos, em todo o mundo (baseado emWilson, 1992).

    Forma de Vida n. espcies Proporo

    Herbceas 386 27Epfitas 380 26rvores 323 22Arbustos 262 18Cips 107 7Total 1458 100

    Tabela 6

    Nmero de espcies vegetais nativas na floresta tropical mida de La Selva na Costa Rica (baseado em Hartshorne Hammel, 1993).

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    Viana & Pinheiro n 39

    Os trabalhos de recuperao ambiental normalmente utilizam algumas dezenas de espcies arbreasem cada stio, normalmente aquelas mais abundantes e de fcil obteno de sementes. A razo para esta

    prtica simples: ao aumentar o nmero de espcies envolvidas nos trabalhos de recuperao ambiental,

    o custo do empreendimento aumenta de forma exponencial. Boa parte dos reflorestamentos de prote-o ambiental privilegia a recuperao da funo ao invs da restaurao da forma do ecossistema(Viana, 1991). Isto especialmente verdadeiro quando consideramos o caso de insetos e epfitas, osgrupos de maior diversidade e que quase nunca so considerados nos trabalhos de recuperao ambiental.

    Os fragmentos florestais geralmente possuem uma biodiversidade muito maior do que a utilizadanos trabalhos de recuperao ambiental, envolvendo a grande maioria das diferentes formas de vida edos vrios grupos taxonmicos de plantas e animais. Freqentemente, estes fragmentos florestaisfazem parte da paisagem na qual se deseja recuperar reas degradadas pela ao antrpica. A alternativa

    Tabela 7

    Caractersticas relevantes para a identificao de fragmentos prioritrios a recuperao, parmetros utilizadose possveis atividades de recuperao.

    &DUDFWHUtVWLFDV 3DUkPHWURVDWLYLGDGHV 8QLGDGHV

    Cobertura remanescente

    do ecossistema% da cobertura remanescente

    Raridade

    Condio edafoclimatica% da cobertura remanescente

    em relao ao solo, relevo,clima

    rea Ha, km2

    Forma Relao rea/perimetro

    Isolamento

    Distancia entre fragmentos

    Classes de porosidade dapaisagem

    Efeito de borda Uso do solo nas vizinhana

    Atitude da populao Tipos de relao com osfragmentos

    Proximidade de estradasProximidade de ncleos

    urbanos

    Potencialde

    sustentabilidade

    Risco de perturbaoUso do solo nas vizinhana

    Aumento da reaAlterao da forma

    CorredoresPlantio de bordadura

    R$/ha

    Educao ambiental

    )UDJPHQWRV

    IORUHVWDLV3ULRULWiULRV

    jUHFXSHUDomR

    Custosda

    Recuperao

    VigilnciaR$

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    40 n Conservao da biodiversidade

    que se coloca simples: recuperar os fragmentos e interlig-los com corredores e sistemas agroflorestaisde alto fluxo de biodiversidade. Ao recuperarmos os fragmentos (freqentemente degradados pela aoantrpica), aumenta-se o potencial destes como ilhas de biodiversidade. Ao interligarmos os frag-

    mentos atravs de corredores de biodiversidade, aumenta-se o fluxo de animais e sementes e, por-tanto, a colonizao das reas degradadas pelas espcies de plantas e animais presentes nos fragmentosflorestais. Estes corredores devem atrair os dispersores da biodiversidade, notadamente animais (espe-cialmente pssaros, mamferos, insetos e anfbios). Ao aumentarmos a porosidade das paisagens atra-vs da adoo de sistemas agroflorestais de alta diversidade e mosaicos de uso da terra diversificados,

    podemos obter resultados semelhantes e complementares aos corredores. O desenvolvimento detecnologias de recuperao de fragmentos degradados, estabelecimento de corredores florestais e

    paisagens de maior porosidade, constitui-se num dos maiores desafios para as atividades de restaura-o da biodiversidade em paisagens fragmentadas.

    As atividades de recuperao devem identificar fragmentos prioritrios para a conservao a partirda anlise da raridade do fragmento, o potencial de sustentabilidade do fragmento e os custos derecuperao (tabela 7).

    A raridade dos fragmentos permite (i) a identificao dos ecossistemas naturais (florestas de planalto,vrzea, cerrado etc.) mais ameaados e (ii) a identificao de fragmentos raros desses ecossistemas paraas diferentes condies edafo-climticas. O potencial de sustentabilidade fun-o da rea, forma, isolamento, vizinhana, relao da populao local com o fragmento.Os custosda recuperao variam de acordo com as prticas utilizadas: aumento da rea do fragmento, al-terao na forma, estabelecimento de corredores atravs de plantios ou regenerao natural, plan-tio de sistemas agroflorestais ou reflorestamento na bordadura, desenvolvimento de programasde educao ambiental e vigilncia. A combinao de todos esses fatores resulta numa matriz com-

    plexa, porm, com as principais informaes necessrias para a tomada de decises estratgicas.

    CONCLUSES

    As pesquisas vm reforar a hiptese de que os fragmentos florestais no so auto-sustent-veis. A degradao destes resultado da complexa interao entre fatores inerentes ao processode fragmentao, como reduo da rea, maior exposio ao efeito de borda e isolamento, e aconstante presso antrpica. Estes fatores se manifestam e se combinam de diversas formas,gerando diferentes formas de degradao. Como conseqncia cria-se um mosaico de eco-unida-des nico para cada fragmento florestal. Entretanto os resultados apontam para a necessidade dese manejar estes fragmentos e as paisagens em que esto inseridos, tanto quanto para sensibilizara populao local: os trabalhadores rurais e os proprietrios para a importncia da coberturaflorestal. A eficcia desta interveno depende da identificao dos fatores de degradao e de

    alternativas sustentveis para minimizar o processo de degradao e recuperar a estrutura dosfragmentos florestais conservando assim a sua biodiversidade. A importncia relativa dos frag-mentos florestais na composio da cobertura florestal das paisagens intensamente cultivadas e abiodiversidade residente nestes permite defini-los como elementos chave para a recuperaoqualitativa destas paisagens visando a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida.

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    Viana & Pinheiro n 41

    AGRADECIMENTOS

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