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POLÍTICA SALARIAL - CONDSEF 3 Política Hora de conquistar e reconhecer o valor do trabalhador no Serviço Público Salarial Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal CUT FILIADA Á

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Política

Hora de conquistar e reconhecer ovalor do trabalhador no Serviço Público

Salarial

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal

CUTFILIADA Á

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ÍndiceChegou a hora:Uma proposta de política salarial para osservidores públicos federais ............................................ 5

Um pouco de história ........................................................ 7Superávit x Políticas Públicas ................................ 8

Origem e causa dos problemas salariais ........................... 9Vamos entender melhor o assunto?....................... 9

Tem muita distorção na administração pública ......................................... 11Vencimentos Básicos Iniciais ......................................................... 11Vencimentos Básicos Finais .......................................................... 11Distorções na Remuneração Total ................................................. 11Oscilação nas Gratificações .......................................................... 12

Reajuste por inteiro e não pela metade: 0,1% é inaceitável .................... 13Paridade e isonomia: resgatando princípios ............................................. 16

Por inteiro pode até ser a prazo ..................................... 17Como fica mesmo a proposta da CONDSEF? ..................... 20

Tem ainda o Plano de Carreira ........................................ 21As propostas da CONDSEF para as tabelasdos Planos de Carreira ....................................... 21Falam do teto, mas e o piso? .............................. 22

Luta e mobilização: chaves da conquista! ........................ 24Dignidade .......................................................... 25

Referências .................................................................... 27

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CHEGOU A HORA: UMA PROPOSTA DE POLÍTICA

SALARIAL PARA OS SERVIDORESPÚBLICOS FEDERAIS

Cansada de aguardar umaproposta clara e transparentedo governo e embaladapela CampanhaSalarial 2005, aConfederação dosTrabalhadores noServiço PúblicoFederal (CONDSEF),por meio de fóruns edebates comrepresentantes dacategoria decidiu construir uma proposta alternativa dePOLÍTICA SALARIAL que sirva como base para recompor edesprecarizar os salários dos servidores, achatados há maisde uma década.

Em 10 anos de arrocho salarial os servidores acumulam umaperda de 59,15% nos Vencimentos Básicos da categoria, o quedemanda um reajuste de 144,79%, necessários para recuperaras perdas do trabalhador neste período. Em alguns casos, osVencimentos Básicos do servidor são inferiores ao própriosalário mínimo. Um exemplo desta realidade está no NívelAuxiliar (NA) do Plano de Classificação de Cargos (PCC) ondetodos os servidores precisam de complementação para alcançaro salário mínimo. Um servidor NA do PCC inicia sua carreiracom Vencimento Básico de R$79,40 e termina com umVencimento Básico de R$221,89. Todos inferiores ao mínimoque vale hoje R$300,00.

O Vencimento Básico da grande maioria representa, entre7 a 25% das remunerações o que significa dizer que mais dametade do que o servidor público ganha vem de uma série de

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complementos e gratificações que não lhe dão a menorgarantia uma vez que podem ser facilmente retiradas comuma simples decisão do governo.

O fato é que a política salarial dos servidores, desde 1995,se tornou um capítulo secundário do ajuste fiscal. Há muitotempo não se discute sobre as condições de vida; a reposiçãodo poder de compra do servidor; não se discute o salárionecessário para que os profissionais executem serviçosqualificados. Na verdade, durante o governo FHC nada sediscutia pois o ex-presidente não aceitou sequer abrirnegociação com as entidades representativas dostrabalhadores no Serviço Público.

Tudo isso porque o salário dos servidores se tornou umapêndice da política de ajuste fiscal, do superávit primárioe dos compromissos com banqueiros e o FMI. Desde a LeiCamata, sancionada em 1995, o salário do servidor passoua ficar atrelado à lógica de redução de custos na União. Hoje,essa lei, mais conhecida como Lei de ResponsabilidadeFiscal, não se resume apenas a limitar o salário dosservidores, institui também todo o procedimento do Estado,nas esferas federal, estadual e municipal, estipulando aresponsabilidade com o superávit e determinando a lógicaorçamentária.

Apesar das esperanças de mudança no governo de Lula,a única diferença frente a FHC foi a instituição das mesassetoriais e nacional de negociação. Mesas que, diga-se depassagem, não serviram, até agora, para negociar de fato ese restringiram a uma mera formalidade.

No interesse de reverter esse quadro e constituirnegociações para valer a CONDSEF vem apresentar umaproposição de POLÍTICA SALARIAL.

Fazemos isso com a certeza de que será nossa força naorganização, nas ruas e nas greves que possibilitarão quenossas melhores idéias se tornem parte da realidade,compondo um capítulo favorável na história dostrabalhadores.

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UM POUCO DE HISTÓRIA

Os serviços públicos não são os mesmos nesses últimos 10 anos.Não se trata de uma constatação apenas pelas questões subjetivas,da formação, do atendimento, da qualidade, como muito mal exploraa imprensa oficial. Houve alterações significativas nas própriascondições objetivas de trabalho que indicam que hoje temos umserviço público mais pobre, mais fraco, mais fragilizado em todos ossentidos.

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu, em 1995, os civisdo Executivo, que compõem o serviço público brasileiro, contavamcom uma relação de 55,26% de ativos para 44,74% de aposentados epensionistas. Uma relação já imensa para manter um serviço públicoequilibrado.

Hoje, como mostra o gráfico abaixo, este percentual comparativoé ainda mais complicado, uma vez que o número de servidoresaposentados e pensionistas já supera em 8% o número de servidoresativos.

O crescimentototal entre 1995 e2004 que ampliou de1.141.368 servidorescivis do executivo,para 1.170.455, alémde baixíssimo nãorepresenta, em nada,um crescimento real.Houve, nestesentido, umad i m i n u i ç ã oconsiderável doconjunto dostrabalhadores ativosque atuam no serviço

público brasileiro que corresponde ao setor dos civis do Executivo.Não estamos levando em conta também o significativo

crescimento populacional do Brasil e a relação serviço público /população pois, com isso, teríamos uma exigência ainda maior decontratação.

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O fato é que essa não é a única demonstração da quedavertiginosa do serviço público, em todos os seus aspectos. O gastocom os serviços da dívida e a falta de investimentos em políticaspúblicas é um dos indicadores evidentes deste problema crônico.

Superávit x Políticas PúblicasNo primeiro semestre de 2004, por exemplo, havia-se investido

5,92 vezes mais em superávit do que em educação, 210 vezes maisdo que em cultura, 112,68 vezes mais do que em meio ambiente,924 vezes mais do que em direitos humanos e 20 vezes mais do queem esporte.

O problema doso r ç a m e n t o sf i n a n c i s t a sdeterminados pelasregras de Lei deResponsabilidadeFiscal não aparecesomente nos baixosinvestimentos empolíticas públicas.Aparece também nosparcos e distorcidosi n v e s t i m e n t o ssalariais.

Produto de uma política de subordinação ao superávit primário,os últimos 10 anos foram marcados por administrações públicasdesastrosas que acentuaram a destruição dos serviços públicosprestados à população ao mesmo tempo em que procuravam garantiruma maior arrecadação de impostos.

Início de uma política de reajustes diferenciados, esta práticaaprofundou os desníveis salariais e as distorções entre os setores noserviço público. Os números apontam claramente as distorções. Hásetores no serviço público que receberam mais de 1.000% deincremento salarial, enquanto outros não passaram dos 15%. Essadiferença, por sua vez, não livrou quase todos os setores de terem osalário precarizado. Como dissemos, a maioria das remuneraçõespossui Vencimentos Básicos de 20% em média, o restante não passade penduricalhos: bombons envenenados que podem ser facilmenteretirados por qualquer lei fiscal complementar.

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ORIGEM E CAUSA DOSPROBLEMAS SALARIAIS

No capitalismo, o valor dos salários é resultado de uma disputaentre trabalhadores e patrões. Os últimos querendo aumentar cadavez mais o lucro e os primeiros lutando para sustentar a si e a suafamília. Hoje, para manter taxas de lucro, os patrões, controlando osgovernos, avançam sobre o Estado de olho no dinheiro que podemconquistar. Exemplo disso é o pagamento da dívida, o superávitprimário, as terceirizações, as privatizações e outros meios utilizadospara esse fim. Ou seja: a diminuição, manutenção ou ampliação dopoder de compra serão sempre determinados, em última instância,pela luta de classes.

Soma-se a isso a lógica do aumento de preços das chamadastarifas públicas, indexadas pelo IGPM/FGV, que coloca os salários,que são reajustados de forma diferente, sempre em desvantagem aovalor potencial de compra imposto pelo mercado.

Vamos entender melhor o assunto?Um determinado salário poderia comprar 100 bananas por

R$100,00. Após um ano, com os mesmos R$100,00, passaria acomprar apenas 80 bananas. Isso porque cada banana deixou devaler R$1,00 e passou a valer R$1,25. Isso significa dizer que estesalário perdeu 20% de seu poder de compra no período (de 100bananas ele pode comprar apenas 80) e necessitaria de um reajustede 25% para recompor estas perdas (cada R$1,00 deste salário deveriaser acrescido de R$0,25, já que a banana passou a custar R$1,25).

Sendo assim, um reajuste de 25% mudaria o valor nominal dossalários de R$100,00 para R$125,00 e permitiria que o valor realfosse mantido para que os trabalhadores voltassem a comprar as100 bananas que compravam no início do período.

Digamos que em um processo de negociação os trabalhadoresnão consigam 25% de reajuste, mas sim apenas 15%. Isso significaque os salários passariam a valer R$115,00 e passariam a comprar92 bananas. Estas 8 bananas que faltariam para completar 100 (oque o salário comprava no início do período) seriam perdas que semanteriam e que seriam somadas a um período seguinte. Assim,haveria um aumento nominal dos salários, mas, ao mesmo tempo,

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uma diminuição real dos mesmos. Caso isso passe a ocorrer emvários períodos consecutivos haveria uma tendência progressivade aumento das perdas e diminuição dos salários, ainda que o valornominal dos mesmos fique acima do valor nominal inicial.

É isso que ocorre com os trabalhadores de modo geral e que, demaneira acintosa, ocorreu com o salário mínimo e com o salário dosservidores.

Para se ter uma idéia, em julho de 1940, quando o salário mínimopassou a vigorar, ele correspondia a 100% do seu valor de compra.Se levarmos em consideração a variação do ICV/DIEESE, de 1940até 2005, verificamos que o mesmo salário representava, em maiode 2005, apenas 33% do valor de compra que tinha na data de suacriação.

Se atualizássemos, por exemplo, o valor do salário mínimo pagoem janeiro de 1959 para valores de abril de 2005 ele corresponderiaa R$1.300,00, bem distante do valor nominal fixado hoje em R$300,00.

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TEM MUITA DISTORÇÃO NAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

As distorções na Administração Pública Federal não se restringemaos ataques constantes aos direitos trabalhistas. Constituem-se, emúltima instância, em ataques à Administração Pública e ampliamtodas as distorções já existentes. É possível compor um rosário detais distorções: muitos cargos isolados; muitas tabelas salariais; altasamplitudes (que correspondem à diferença entre o maior e o menorsalário); falta de referência para remunerações; carreiras genéricasou específicas; além disso, 91% dos servidores da carreira deseguridade social, 78% da carreira de fiscal agropecuário, 76% dacarreira de previdência, 60% dos técnicos administrativos, 88% nareforma agrária estão no último padrão da última classe, ou seja, nofinal de suas carreiras.

Vencimentos Básicos IniciaisOs Vencimentos Básicos INICIAIS das tabelas salariais das

carreiras oscilam dramaticamente chegando, em alguns casos adiferenças que ultrapassam 5.800%.

É o caso, por exemplo, de setores do Nível Auxiliar onde oVencimento Básico de alguns servidores eqüivale a inacreditáveisR$79,40, ou seja, valor bem inferior ao salário mínimo, que hoje valeR$300,00. Para outros cargos do serviço público este valor chega aR$ 4.694,98.

Vencimentos Básicos FinaisSe compararmos também Vencimentos Básicos FINAIS de

alguns setores chegaremos a amplitudes de mais de 2.639% já quealguns valores dos vencimentos vão de R$ 221,89 a R$ 6.077,95.

Distorções na Remuneração TotalEsse comportamento bastante diferenciado que ocorre no caso

dos Vencimentos Básicos se reflete também na Remuneração Totaldos Servidores Públicos Federais do Executivo. Veja na tabela abaixoo exemplo dos abismos que separam o salário dos servidores públicos.

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Oscilação nas GratificaçõesOutro dado que se observa diz respeito, justamente, aos valores

das Gratificações das Carreiras que também oscilam bastante. Nocaso das informações INICIAIS os números vão de R$ 179,39 a R$7.345,03; o que representa uma diferença nas gratificações de apro-ximadamente 4.000%.

Para aposentados e pensionistas o percentual médio das gratifi-cações é de apenas 30% em relação aos servidores ativos.

REMUNERAÇÃO TOTAL

Nível AuxiliarRemuneração INICIAL Remuneração FINAL

Menor Salário R$704,26 R$891,43Maior Salário R$2.886,87 R$2.886,87Amplitude (%) 310% 224%

Nível IntemediárioRemuneração INICIAL Remuneração FINAL

Menor Salário R$598,03 R$1.409,47Maior Salário R$4.336,29 R$6.243,81Amplitude (%) 625% 343%

Nível SuperiorRemuneração INICIAL Remuneração FINAL

Menor Salário R$1.246,15 R$2.030,44Maior Salário R$7.863,80 R$10.426,42Amplitude (%) 513% 414%

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REAJUSTE POR INTEIROE NÃO PELA METADE:0,1% É INACEITÁVEL

A POLÍTICA SALARIAL proposta pela CONDSEF temjustamente a preocupação de fazer a síntese entre os seguintespontos:

não abrir mão do reajuste necessário dos últimos 10 anos;

levar em consideração a diferenciação existente no impactodos reajustes nas remunerações;

desprecarizar o salário fazendo com que o peso do vencimentobásico possa evoluir para representar 100% da remuneração(por meio da incorporação de todas as gratificações);

garantir a recomposição anual a partir de agora;

garantir a paridade.

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Reajustes necessários de alguns setores representativos da“base” da CONDSEF

Remunerações INICIAIS das tabelas salariaisdos respectivos setores

Período: 1995 a dezembro de 2004

Carreira Classe ReajustePadrão Necessário

(em %)

Seguridade Social e do Trabalho – Nível Superior ................... AI ......... 51,25%Seguridade Social e do Trabalho – Nível Intermediário ............ AI ......... 19,29%Seguridade Social e do Trabalho – Nível Auxiliar ..................... AI ......... 20,05%SUSEP – Analista Técnico - NS ............................................. AI ......... 31,00%SUSEP – Nível Intermediário ................................................ AI ......... 64,29%Plano de Classificação de Cargo - NS .................................... DI ......... 82,35%Plano de Classificação de Cargo – NI ..................................... DI ......... 42,24%Plano de Classificação de Cargo - NA .................................... DI ......... 49,09%Diplomacia – NS .......................................................... Inicial I ......... 43,78%Diplomacia – Assistente de chancelaria - NI ................... Inicial I ....... 120,28%Comissão de Valores Mobiliários– Agente Executivo - NI. ...................................................... DI ......... 64,29%Ciência e Tecnologia – NA – sem certificado ..................... Aux. I ......... 46,12%

Observações:(1) NS – Nível Superior. NI – Nível Intermediário. NA – Nível Auxiliar.(2) Cálculo feito para servidores ativos.

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O fato é que 0,1% é inaceitável. Não passa de uma provocaçãode mal gosto em pleno processo de negociação aberto por meio dasmesas setoriais e nacional.

A CONDSEF quer um reajuste por inteiro e não pela metade, oque nem é o caso, pois, o oferecido foi o ridículo índice citado acima.

Reajustes necessários de alguns setores representativos da“base” da CONDSEF

Remunerações FINAIS das tabelas salariaisdos respectivos setores

Período: 1995 a dezembro de 2004

Carreira Classe ReajustePadrão Necessário

(em %)

Observações:(1) NS – Nível Superior. NI – Nível Intermediário. NA – Nível Auxiliar.(2) Cálculo feito para servidores ativos.

Seguridade Social e do Trabalho– Nível Superior ..................................................... Especial III .......... 55,94%Seguridade Social e do Trabalho– Nível Intermediário .............................................. Especial III .......... 64,67%Seguridade Social e do Trabalho– Nível Auxiliar ....................................................... Especial III .......... 35,45%SUSEP – Analista Técnico - NS ............................... Especial IV .......... 43,88%SUSEP – Nível Intermediário .................................. Especial IV .......... 70,20%Plano de Classificação de Cargo - NS ................................. AIII .......... 76,50%Plano de Classificação de Cargo – NI ................................. AIII .......... 81,11%Plano de Classificação de Cargo - NA ................................. AIII .......... 54,06%Diplomacia – Assistente de chancelaria - NI ............. Especial V ........ 108,43%Comissão de Valores Mobiliários– Inspetor e Analista - NS. .................................... Especial IV .......... 43,88%Comissão de Valores Mobiliários– Agente Executivo - NI. ........................................ Especial IV .......... 70,19%Ciência e Tecnologia – NI – sem certificado ......... Técnico 3 - III .......... 20,73%Ciência e Tecnologia – NA – sem certificado ..................Aux. VI .......... 52,39%

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PARIDADE E ISONOMIA:RESGATANDO PRINCÍPIOS

A proposta de reajuste salarial da CONDSEF é para todos osservidores, sejam eles ativos, aposentados ou pensionistas. Éestratégico garantir, na prática a paridade, independente do vínculoque tenha cada servidor com a Administração Pública.

O servidor, uma vez que passou no concurso público e fez o atode investidura e que não seja desligado, continua servidor quandoaposentado e, inclusive, passa sua matrícula para seus dependentes,quando os têm.

Nesse sentido a paridade deve estar garantida tanto nos saláriosquanto nos direitos, algo que dificilmente encontramos na realidadedestruída do serviço público de hoje. Sem dúvida alguma osaposentados e pensionistas sofreram ainda mais distorções, arrochoe contradições que os trabalhadores da ativa.

Por outro lado, é fundamental também a garantia da isonomiapor meio de uma proposta que leve a desprecarizar progressivamenteos salários garantindo que todas as carreiras, ao final, tenham asperdas dos últimos 10 anos recompostas.

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POR INTEIROPODE ATÉ SER A PRAZO

Em PlenáriaNacional dosServidores PúblicosFederais foramdefinidos osseguintes pontos quenorteiam a PolíticaSalarial pensada pelosrepresentantes dascategorias:

18% de reajusteemergencial a título deantecipação darecomposição dasperdas acumuladas de 1995a 2004;

Recomposição das perdas;

Incorporação das gratificações como processo de valorização dosalário e base da construção das Carreiras e superação dasdistorções intra e entre categorias;

Paridade entre Ativos, Aposentados e Pensionistas.

Em compatibilidade com esta proposta, a CONDSEF pensou emuma POLÍTICA SALARIAL que, além de garantir a recomposiçãodas perdas dos servidores, assegure também o reajuste salarial apartir das inflações anuais. Assim, todas as carreiras teriam pelomenos recuperada a inflação do período (janeiro/1995 a dezembro/2004), com as perdas existentes parceladas entre os anos de 2005 a2007.

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Reajuste 1ª parcela 2ª parcela 3ª parcela TOTALemergencial do reajuste do reajuste do reajusteem 2005 necessário necessário necessário

em 2005 em 2006 em 2007(30% de 49,58%) (30% de 49,58%) (40% de 49,58%)

18,00% 12,84% 12,84% 17,47% 76,50%

Em 2005 ficaria assegurado o percentual de 18%, acrescido de30% do restante do reajuste necessário para recomposição das perdashistóricas sofridas por anos de arrocho salarial.

O mesmo ocorreria nos anos seguintes quando seriam concedidosos 30% e 40% restantes dos reajustes necessários respectivamentepara recomposição dos salários dos servidores.

Vale lembrar ainda que, associado à recomposição das perdashistóricas, a POLÍTICA SALARIAL assegura também os reajustesreferentes às inflações anuais ocorridas a partir de 2005.

Observações:(1) Os cálculos acima são financeiramente cumulativos.(2) O índice de 76,50% representa o reajuste necessário da remuneração no final da tabela doPCC – nível superior – AIII.(3) Ficam asseguradas ainda, em cada ano, as inflações anuais ocorridas.(4) Cálculo feito para servidores ativos.

Exemplificando no caso do PCC – Nível Superior AIIIPercentual de reajuste necessário = 76,50%

18% de reajuste emergencial e parcelamento doreajuste necessário restante

Veja como ficaria o quadro de reajustes parcelados pararecomposições das perdas dos servidores.

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Anos Reajuste Parcelas Inflações Total dos Remuneraçãoemergencial dos reajustes anuais Reajustes após os

necessários reajustes

Observações(1) Os cálculos acima são financeiramente cumulativos.(2) O índice de 76,50% representa o reajuste necessário da remuneração no final da tabela doPCC – nível superior – AIII.(3) Ficam asseguradas ainda, em cada ano, as inflações anuais ocorridas.(4) Data-base considerada: MAIO.(5) Cálculo feito para servidores ativos.* ICV-DIEESE

Veja como esta POLÍTICA SALARIAL ficaria aplicada na prática,tendo como exemplo o caso de servidores do PCC de Nível Superior:

Caso do PCC – Nível Superior AIIIPercentual de reajuste necessário = 76,50%

Remuneração em Dezembro/04 = R$ 2.030,44

Jan/05 a abr/052005 18,00% 12,84% = 2,57%* 36,57% R$ 2.772,97

Mai/05 a abr/062006 - 12,84% = 5,5% 19,05% R$ 3.301,22

(estimativa)Mai/05 a abr/06

2007 - 17,47% = 5,0% 23,34% R$ 4.071,72(estimativa)

2008 - - - - Passa aacompanhar

índiceinflacionário

anual

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COMO FICA MESMOA PROPOSTA DA CONDSEF ?

Para se discutir uma política salarial justa é fundamental que sediscuta também a distância entre o menor e o maior salário.

Não é suficiente um debate restrito apenas a questão dospercentuais. Não são apenas as perdas que devem prevalecer.Precisa-se combinar a retomada do poder de compra com acomposição de tabelas dignas. Fato esse que coloca a necessáriareafirmação de que o menor vencimento de qualquer servidor deveser o salário mínimo do DIEESE.

Esse é o ponto de partida para ir recompondo perdas, novosganhos, ajustando os salários, com uma política comum para todo oserviço público, ainda que existam índices e critérios distintos derecomposição.

Nesse sentido, uma política salarial para os servidores deve levarem conta os seguintes procedimentos:

Constituir como salário mínimo do serviço público o saláriomínimo do DIEESE;

As carreiras impactadas por essa política passarão a contar cominterstícios de 2,95% (que corresponde ao STEP médio maisbaixo observado entre as tabelas originais do PCC), sendo queos pisos de cada nível correspondem a R$ 2.286,58 (no caso doNível Intermediário) e R$ 3.241,18 (em relação ao NívelSuperior).

Incorporar as gratificações aos salários;

Recuperar as perdas de 155,89% para todas as categorias;

Trabalhar os valores que superarem esses percentuais comoganhos reais, compondo um processo paulatino de incorporaçãodos mesmos ao salário;

Estabelecer a recomposição das perdas anuais.

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TEM AINDA OPLANO DE CARREIRA

A proposta de POLÍTICA SALARIAL da CONDSEF foiconstituída com a consciência de que os problemas crônicos serãoresolvidos de fato com a aprovação de planos de carreiras e Diretrizes(DPC). Isso porque para superar a política imposta por FHC e aindaem curso no governo Lula se faz necessário romper definitivamentecom o modelo gerencial de Administração Pública.

Infelizmente o governo atual não apresentou nenhuma normapara a Administração Pública: nem que mantenha nem que rompacom a política anterior.

Como conseqüência dessa política o que temos visto são propostasgovernamentais que mantêm as terceirizações e continuamabraçando as idéias de agências e contratos de gestão em nível geral;continuam com as gratificações produtivistas; atacando a paridadee a isonomia; estratificando os servidores; precarizando os direitostrabalhistas; sucateando os órgãos públicos e, além disso, continuamcom as avaliações de desempenho; os arremedos de planos semmobilidade vertical ou horizontal com a inexistência de políticas deformação e capacitação do servidor. Tudo isso, para citar apenasalguns dos pontos que não mudaram.

A verdade é que nada ainda mudou em relação a essa realidadecriada nos últimos governos. Na prática, portanto, são mantidas asmesmas lógicas anteriores.

O rompimento com essa lógica deve ser constituído por meio deplanos de carreiras que recomponham a paridade entre ativos,aposentados e pensionistas; reforcem a formação do servidor;constituam os serviços públicos com base na qualidade e noprofissionalismo; assegurem a isonomia entre os diversos setores daAdministração Pública; reafirmem a lei 8.112 como o único Regimedos servidores e garantam salários dignos.

As propostas da CONDSEF para as tabelas dosPlanos de CarreiraNa proposta da construção de tabelas para os Planos de Carreira

dos servidores foram levados em conta o tempo mais adequadopossível para o tempo funcional do servidor ativo na Administração

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Pública.Tabelas achatadas em classe e padrão tendem a facilitar a

paralisação do servidor e acabam por se transformar em instrumentosanacrônicos com mais rapidez.

A lógica de construção das classes e dos padrões incorpora apreocupação de superar esse limite, já bem conhecido, e deapresentar uma maior possibilidade de avanço ou promoção semtornar impossível que o servidor, homem ou mulher, atinja o topo doseu trabalho antes da aposentadoria. Isso se dá porque os requisitosde qualificação possuem peso determinante à idade, o que facilita oalcance citado.

Falam do teto, mas e o piso?Os valores propostos foram construídos com base no salário

mínimo do DIEESE (que em maio de 2004 atingiu o valor deR$ 1.522,01) como valor inicial do Nível Auxiliar.

Dessa maneira, para a composição dosdemais vencimentos em todos os níveis,levou-se em consideração oSTEP médio mais baixoobservado nas tabelasoriginais do PCC, que nocaso é a do NívelSuperior, onde ad i f e r e n ç apercentual inter-salarial foi deaproximadamente2,95%, a moda1

do intervalo.Cabe lembrar quepara verificaçãodos respectivosSTEP’s em cadaum dos níveis,levou-se emconsideração os vencimentos básicos da tabela original do PCC,Nível Superior.

1 A MODA é um termo matemático utilizado em estatística para indicar,numa amostra, a observação com freqüência mais alta.

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A partir da definição do STEP, estabeleceu-se a uniformizaçãopara os demais Níveis (Auxiliar e Intermediário), e também para opróprio Nível Superior. Sendo assim, a partir dessa metodologia, ospisos salariais iriam variar de R$ 1.522,01 a R$ 3.435,23 no caso doNível Auxiliar, R$ 2.286,58 a R$ 5.160,89 em relação ao NívelIntermediário e R$ 3.241,46 a R$ 7.322,04 no caso do Nível Superior.

O objetivo, no entanto, não é apenas materializar uma políticasalarial que recupere os salários, mas que também o desprecarize.É necessário fazer com que os salários dos servidores passem a valer100%, sejam esses ativos ou aposentados e pensionistas.

Com já foi dito, hoje, os salários valem, em média, 20% do queganha o servidor público, chegando, em muitas situações a valerapenas 7%. As remunerações, como gostam de chamar, possuemum amplo percentual que pode ser retirado a qualquer momento doservidor. O embasamento para retirar tal parcela está na própriaConstituição e mesmo na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Um dos elementos estratégicos para o conjunto dos servidores éjustamente o rompimento com essa política e a recuperação totaldos salários. Inclusive para que os ganhos individuais (e também osjudiciais) sejam calculados com base no valor total e não com baseem uma pequena parcela remunerativa.

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A proposta de POLÍTICA SALARIAL da CONDSEF, apresentadapor meio desta cartilha, somente se tornará realidade se motivadapela força da luta. Não será agora, depois de anos de tradiçãopatrimonialista, mais de 15 anos de neoliberalismo e 10 anos deintenso arrocho imposto aos servidores que nossas reivindicaçõescairão do céu.

Se a máxima que diz que tempo é dinheiro for aplicada aoservidor público, devemos dizer que, hoje, principalmente paraservidores lotados no Executivo, tempo é perder cada vez mais poderaquisitivo. As gratificações e outros adendos oferecidos pelo Governopara elevar tais salários só fazem mascarar uma situação que hámuito devia ter sido corrigida: a reestruturação do serviço públicono Brasil.

Educação, saúde, transporte, cultura. Se perguntarmos aqualquer administrador de empresa privada ou a grandes estadistasde países de primeiro mundo, ninguém terá dúvidas em dizer queestes são os pilares que sustentam uma nação. O Governo parecenão enxergar isso. Passam-se os mandatos e o descaso continua,aumentando de forma gradativa e cada vez mais grave a relaçãoprecária entre o contribuinte e o serviço público.

A causa de tantos transtornos nasce na desvalorização do serviçopúblico, na desvalorização do servidor. Hoje, muitos servidores nãotêm poder aquisitivo sequer para manter-se em um único emprego.Muitos precisam, inclusive, completar sua renda partindo parajornadas duplas.

Sem remuneração adequada e sobrecarregados (o número deinativos já supera o de servidores na ativa), cansamos de esperar avontade política para alcançar nossos direitos.

Diferentes reajustes ocorridos nas estruturas salariais de váriascarreiras da Administração Pública Federal de junho de 1995 adezembro de 2004 levaram ainda a categoria a situações extremas.A disparidade salarial entre os servidores chega à diferenças de5.813%.

LUTA E MOBILIZAÇÃO:CHAVES DA CONQUISTA!

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DignidadeA POLÍTICA SALARIAL apresentada nesta cartilha e defendida

pela CONDSEF propõe justamente que esse abismo seja corrigido,devolvendo a toda a categoria a dignidade perdida em tantaspolíticas equivocadas.

O Brasil precisa crescer impulsionado pelo trabalho do servidore não pelo arrocho amargado há mais de uma década. Não só oservidor público do Executivo deve pagar para que a balançacomercial permaneça equilibrada.

Temos certeza que o proposto nesta POLÍTICA SALARIAL podeser aplicado se o Governo trabalhar de forma consciente deixandode privilegiar antigos caciques que só fazem usar de prestígio políticopara obter benefícios pessoais.

Ao longo de sua trajetória a CONDSEF sabe que é pelamobilização e luta que é possível chegar a resultados positivos. Épor isso que, inspirados pela Campanha Salarial 2005, convocamosos servidores a seguir reivindicando por um serviço público dequalidade no País que passe a ser prioridade, apagando anos dedescaso.

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Esperamos que esta cartilha oriente a categoria e deixe claroque este é o primeiro passo para corrigir os problemas históricosque acompanham o serviço público.

Devemos nos unir para que não restem dúvidas a respeito daforça de nossa luta. Uma luta que irá valer o resgate de nossadignidade. Luta que valerá a conquista de um serviço público dequalidade.

SÓ PELA UNIÃO CHEGAREMOS À VITÓRIA.

Direção da CONDSEF