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Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

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Page 1: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Política de Saúde no BrasilAlgumas considerações

Page 2: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Problemas e desafios dos sistemas de saúde do mundo

“Todos os sistemas de saúde do mundo têm

problemas. Não há nenhum perfeito”

(Paim, 2009).

PERGUNTAS:

› Os sistemas de saúde devem ser um “bem” ou devem ser comprados no mercado?

› Em sendo via mercado, o que fazer com as pessoas que não podem pagar?

› Teríamos um sistema para os que podem pagar e outro para os que não podem?

Page 3: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Tipo de sistemas de saúdeTipo Características Exemplo

Seguridade social

Políticas públicas são universais .Fundamentado no padrão social-democrata do Welfare State. O bem-estar social é parte constitutiva da sociedade. Direitos sociais são legalmente garantidos. Direito à saúde vinculado à cidadania. Financiado solidariamente por toda a população, via contribuições e impostos.

Inglaterra, Canadá, Noruega, Suécia e Cuba

Gastam 8 a 10% do PIB

Seguro Social

Meritocrático. Vincula a ação protetora do Estado ao desempenho dos grupos protegidos. Benefícios diferenciados, conforme o trabalho, status ocupacional, capacidade de pressão. Políticas públicas dirigidas a grupos que têm capacidade contributiva. Serviços garantidos para os que contribuem para a previdência social. Os que podem pagar procuram o atendimento particular.

Alemanha, Áustria, Itália , França e Suíça

Gastam 8 a 10% do PIB

Assistência Social

Residual. Restrição da atuação do Estado na atenção à saúde. Eleição do mercado como lócus próprio da distribuição. Prevalência do setor privado no atendimento das demandas de previdência social e saúde. Políticas públicas dirigidas a segmentos sociais com incapacidade de acesso. Atendimento apenas para aqueles que comprovem a sua condição de pobreza. Quem não pode pagar do próprio bolso ou não tem plano de saúde, a maioria, fica descoberto.

EUA, Austrália, Suíça

Gastam 18 %do PIB (EUA)

(Paim, 2009) e outros.

Page 4: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

O Sistema dos EUA› O Estado evita regular o mercado o que exclui parcelas

significativas da população.

› O Estado atende aos idosos (programa instituído por Kennedy-Johnson na década de 60). Os demais recebem seguro do empregador ou compram o plano de saúde.

› São excluídos dos seguros 33% dos hispânicos, 19% dos afro-estadunidenses e 10% dos brancos.

› 50 milhões de excluídos e 25 milhões com cobertura precária.

› Altos custos para as empresas e indivíduos.

› Estima-se que em 2019 o gasto chegue a 21% do PIB e 54 milhões de americanos não irão ter acesso aos serviços(Paim, 2009).

Page 5: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

› “Alguns estudiosos de política pública de saúde ressaltam que é muito difícil garantir o direito universal à saúde e organizar um sistema em função das necessidades da população, quando grandes interesses econômicos invadem o setor, conformando um complexo-médico-hospitalar orientado para a competição e o lucro” (Paim, 2009, p. 22)

Page 6: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

TRAJETÓRIA DA POLÍTICA DE SAÚDE NO PAÍS

SANITARISMO CAMPANHISTA

MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA

REFORMA SANITÁRIASUDS

SUS

INICÍO DO SÉCULO XX até 1960INICÍO DO SÉCULO XX até 1960

1960 a 19801960 a 1980

19881988

1990 a atualidade1990 a atualidade

Política de saúde no Brasil

Page 7: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

FASE COLONIAL

CONTEXTOSÓCIO-ECONÔMICO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

DOENÇAS PESTILENCIAIS

EPIDEMIAS

INDEPENDÊNCIA – 1822

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA – 1888

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA - 1889

POLÍTICA DESAÚDE

INICIATIVA FILANTRÓPICAouMédicos cirurgiões, barbeiros, sangradores etc.

Política de Saúde no Brasil – Fase colonialPolítica de Saúde no Brasil – Fase colonial

Page 8: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

› Não dispunha de nenhum modelo de

atenção à saúde.

› Boticários.

› Curandeiros.

› Medicina liberal.

Organização da saúde

Política de Saúde no Brasil – Fase colonialPolítica de Saúde no Brasil – Fase colonial

Page 9: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

PRIMEIRA REPÚBLICAINÍCIO DO SÉCULO XX até 1920

CONTEXTOSÓCIO-ECONÔMICO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

VARÍOLACÓLERAFEBRE AMARELATUBERCULOSEEPIDEMIAS

POLÍTICADE

SAÚDE

Nascimento da Saúde PúblicaOswaldo CruzModelo Sanitarista CampanhistaEstilo RepressivoAssistência Individual: curitativa

ECONÔMICA BASEADO NA AGRICULTURA

Page 10: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

– Instalação do capitalismo no Brasil excedente econômico primeiras indústrias investimento estrangeiro.

- Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária.

Cenário Político e Econômico

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 11: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Acesso da população: medicina liberal e hospitais filantrópicos.

IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.

Organização do Setor Saúde

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 12: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Epidemias ameaçam os interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR intervenção do Estado organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias.

Os serviços definidos pela necessidade econômica.

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 13: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Lei Eloy Chaves (1923)

Organização das CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões)

1923 – CAP dos Ferroviários1926 – Portuários e Marítimos

› Marco inicial da Previdência Social no Brasil.

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 14: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Características das CAP’s› Por instituição ou empresa.

› Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador.

› Aposentadoria, pensão e assistência médica.

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 15: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Dicotomia da saúde no Brasil

› Saúde Pública: prevenção e controle das doenças - coletiva;

› Previdência Social: medicina individual (assistência) - exclusiva.

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Política de Saúde no Brasil – início do século XX-1920

Page 16: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade.

Início da transição demográfica: envelhecimento da população.

Perfil Epidemiológico

Page 17: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Medicina liberal.

Hospital beneficente ou filantrópico.

Hospital lucrativo (empresas médicas).

Fracionamento da assistência

Page 18: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE).Financiamento: 3 entes (Estado, empregado e empregadores).Gerência: indicado pelo Estado. Aposentadoria, pensão e assistência médica.

Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Política de Saúde no Brasil – A Era Vargas (1930 – 1964)

Page 19: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)

Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc.

Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP (dupla carga de doenças).

Perfil Epidemiológico

Page 20: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Regime autoritário (21 anos).Governo autoritário e centralizador.Urbanização e industrialização crescentes.Milagre Brasileiro (1968-73): Crescimento econômico sem desenvolvimento socialPromoveu a unificação dos IAP’s em 1966 criando o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social)

Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)

Page 21: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

1972 = previdência para autônomos e empregadas domésticas.

1973 = previdência para trabalhadores rurais FUNRURAL.

1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).

Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)

Page 22: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

1974=Plano de Pronta Ação (PPA) Ampliação do atendimento de emergência/urgência a toda a população nas clínicas e hospitais da previdência.

1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social)

Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)

Page 23: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Fortalecimento da relação Estado e segmento privado Privatização das ações curativas pagamento por quantidade de atos médicos;

Quase inexistia controle ou regulação “cheque em branco”.

O FAS (Fundo de Assistência social - Caixa Econômica Federal) - Financiou a ampliação da rede privada juros mínimos e prazo a perder de vista.

Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)Política de Saúde no Brasil – Autoritarismo (1964- 1984)

Page 24: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA

• Atendimento ao doente• Demanda espontânea• Assistência ambulatorial e hospitalar• Rede contratada e conveniada ao SUS• Atenção comprometida pela

efetividade, equidade, e necessidades de saúde

MODELO SANITARISTA

• Voltado para problemas de saúde selecionados.

• Atende necessidades específicas de grupos.

• Ação de caráter coletivo.• Campanhas sanitárias, programas

especiais, ações de Vig. Epidemiológica e Sanitária.

• Limitações na atenção integral, com qualidade, efetividade equidade.

Modelos de Atenção à saúde no Brasil

Política de Saúde no BrasilPolítica de Saúde no Brasil

Page 25: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Programa nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE)

› iniciativa de reorganização do Sistema de Saúde (maior integração dos dois ministérios e secretarias estaduais e municipais de saúde);

› diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde;› participação da comunidade;› regionalização e hierarquização dos serviços;› referência e contra-referência;› integração de ações curativas e preventivas.

Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)

Page 26: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”: interesse do setor privado, políticos e boicote dos dirigentes do INAMPS.

POLÍTICOS

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

“tecnocratas”

EMPRESÁRIOS

Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)

Page 27: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

AIS (Ações Integradas de Saúde) - 1982

– Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde visando a expansão da rede de saúde.– Tentativa incipiente de descentralização do poder.– Gestão ainda no nível federal.– Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a população não contribuinte.

Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)Política de Saúde no Brasil (Figueiredo - 1979 - 1985)

Page 28: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Manutenção das tensões sociais reivindicando melhoria das

condições de saúde.

Movimento social urbano se organiza contra a ditadura e por

políticas públicas

Page 29: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Organização da classe operária do ABC

Movimento Sanitário

Sociedade organizada

Mobilização pelas “DIRETAS JÁ” (1984)

MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA

Page 30: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Perfil Epidemiológico Queda da mortalidade infantil e doenças

imunopreviníveis.

Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas).

Crescimento da AIDS.

Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 31: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Interrupção da recessão econômica do início da déc. 80 e a conquista da democracia

resgate da “dívida social” acumulada no período autoritário

colocaram a saúde na agenda política

Page 32: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Conceito ampliado de saúde.Reconhecimento da saúde como direito de todos e

dever do Estado.Criação do Sistema Único de Saúde (SUS).Participação popular (controle social).Constituição e ampliação do orçamento social.

Difusão da proposta da Reforma Sanitária

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 33: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

8ª Conferência Nacional da

Saúde - 1986

- pré-constituinte -

Page 34: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

AIS SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987

“Estratégia ponte” para instalação do SUS.

Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado.

Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI).

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 35: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

SUDS - 1987

Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde.

Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados.

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 36: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

SUDS - 1987› Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à

Secretaria Estadual de Saúde;

› Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado:

- 1980: público absorvia apenas 28,7%;

- 1987: público absorveu 54,1%.

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 37: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) – “Constituição cidadã”:

Saúde como direito de todos e dever do Estado.

Ampliação do conceito de saúde.

Cria o SUS.

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 38: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações
Page 39: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

O QUE É O SUS

› Novo Sistema de Saúde.

› “SISTEMA”.

› “ÚNICO”.

› Envolve todas as atividades da atenção à saúde.

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 40: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Melhorar a qualidade de atenção à saúde;

Romper com o passado de descompromisso e irracionalidade técnico-administrativa;

Servir de norte ao trabalho do Min. da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

OBJETIVOS DO SUS

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Política de Saúde no Brasil (Nova República – 1985-1988)

Page 41: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

• Constituição da República 1988

• Lei Orgânica da Saúde – Lei n. 8080/90

• Lei Complementar da Saúde – Lei n. 8142/90

• Normas Operacionais Básicas – NOB

• Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS

• Portaria n. 399 – Pacto pela Saúde 2006

Arcabouço Jurídico do SUS

Page 42: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Constituição Federal de 1988

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS SOCIAIS

› Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 

CAPÍTULO IIDA SEGURIDADE SOCIAL

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

› Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Page 43: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Seção IIDA SAÚDE

› Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

› Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Constituição Federal de 1988

Page 44: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

› Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

› I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

› II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

› III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

› IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

› V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

› VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

› VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

› VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Page 45: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Lei Orgânica da Saúde – Lei n. 8080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

 

Lei Complementar da Saúde – Lei n. 8142/90

Page 46: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Lei Orgânica da Saúde – Lei n. 8080/90

› Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.

› Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.

Page 47: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

› Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

› Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.

› § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.

Lei Orgânica da Saúde – Lei n. 8080/90

Page 48: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Normas Operacionais Básicas

(91, 92, 93 e 96)

Avança nas estratégias de implementação do SUS (MUNICIPALIZAÇÃO)

Page 49: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Princípios doutrinários do SUS

›Universalidade

›Equidade

› Integralidade

Page 50: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Universalidade

›É a garantia de atenção à saúde a todo e qualquer cidadão.

›Saúde é direito de cidadania.

›“Para se ter acesso, basta apenas precisar”.

Page 51: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Equidade

›É assegurar ações e serviços de todos os níveis, de acordo com a complexidade do caso.

›Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades.

›Igualdade com justiça.

Page 52: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Integralidade

› Cada pessoa é um todo indivisível.

› Ações de promoção, proteção e recuperação também é um todo indivisível.

› As unidades de saúde, com diversos níveis de complexidade, também é indivisível.

› O homem é um ser integral, biopsicossocial e será atendido em uma visão holística por um sistema também integral.

Page 53: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Diretrizes do SUS

› Regionalização e hierarquização

› Resolutividade

› Descentralização

› Participação dos cidadãos

› Setor privado complementar

Page 54: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Regionalização e hierarquização

Serviços organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, disposto numa área geográfica delimitada e com uma população definida.

O serviço de saúde deve apresentar resolutividade até o nível de sua competência.

Resolutividade

Page 55: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Participação dos cidadãos

• Conselhos de Saúde (permanentes, deliberativos e paritários).

• Conferências de Saúde (provisórios, consultivo e paritários).

Page 56: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

CONSELHOS E CONFERÊNCIAS

TRABALHADORES DE SAÚDE

GESTORES E

PRESTADORES

USUÁRIOS

Page 57: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

Setor privado complementar

• Quando por insuficiência do setor público.• Contrato de direito público.• Posição definida na rede de saúde.• Obedecerão os princípios e diretrizes do SUS.• Preferências por instituições não lucrativas e

filantrópricas.

Page 58: Política de Saúde no Brasil Algumas considerações

O SUS-BRASIL

ANTES DO SUS

› Centralização dos recursos e do poder na esfera federal.

› Ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa.

› Serviços exclusivos para contribuintes.

› Não participação da comunidade.

HOJE COM O SUS

›Sistema Único de Saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios).

› Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde.› Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL).›Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde.› Processo de MUNICIPALIZAÇÃO.› Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).