poesia seomara 1989

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1 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

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As Professoras Elisa Moreira e Júlia Miguel recuperaram o manuscrito original do trabalho, realizado pelos alunos da 1ª turma do Curso Técnico Profissional de Secretariado do ano-lectivo 1988/99. Este manuscrito vai ser distribuído aos antigos alunos no dia da Escola - 10 de Novembro de 2008.

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Page 1: Poesia Seomara 1989

1 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Page 2: Poesia Seomara 1989

2 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Era Outubro.

O ano começava.

Chegámos todos à sala

número sete, espaço que

nos iria abrigar até ao final

de mais uma etapa, cuja

meta seria só, será só em

Junho.

Vindos de vários lados, trazendo experiências diferentes, deixámos para trás

as nossas amizades, que ficaram noutras Escolas… E foi então que o

Técnico-Profissional nos reuniu, os desconhecidos… E dentro desta sala

número sete p3, olhámos, desconfiados, para as paredes nuas e tão

desamparadas como nós - sentimos uma enorme vontade de dizer: Não!

Depois vieram os professores. Um a um, trazendo projectos…

Falavam. Perguntavam. Tentavam uma comunicação bilateral.

Mas nós, nada!

A nossa “conspiração do silêncio” deveria prolongar-se por mais algum tempo.

Íamos esboçando um sorriso pouco seguro, pendurávamos os cabelos sobre o

bloco onde registávamos as aula e …

E eis que, na aula de português nasceu a ideia de se começar a escrever

frases bonitas, sobre não importa o quê… Era um truque para forçar a saída de

emoções.

E a frase nasceu. Nasceu como um riozinho frágil, envergonhado. Pouco a

pouco as frases transformaram-se num caudal poético.

Hoje somos dezasseis amigos. Somos comunicativos. Reencontrámos a nossa

vivacidade e o prazer de conviver.

A nossa sala já não está nua. As suas paredes estão cheias de flores que são

os nossos sonhos.

Descobrimos a beleza da palavra. Descobrimos que só ela expressa a nossa

indiferença, a nossa raiva, o nosso Amor.

Se ser-se poeta é ser-se maior, nós gostaríamos de ter a alma grande, de

conhecer a magia da nossa Língua Portuguesa para com ela vencermos as

barreiras que se levantarão à nossa frente, quando abandonarmos este

espaço…

Page 3: Poesia Seomara 1989

3 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

SÓ PARA TI…COM TODO O AMOR!

O homem não deve chorar

Não se deve prender a ilusões ou aventuras…

Quando a Tristeza encher

Os meus olhos

E a Solidão me correr

As veias do coração…

Estarei sem Amor

A sofrer, a esperar… Por ti!

O nosso Amor há-de chegar

Para juntos percorrermos

De mãos dadas

O mesmo caminho!...

Alexandra Carvalho

Page 4: Poesia Seomara 1989

4 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

FELICIDADE

Felicidade

É água do mar na pele …

O calor do sol nos olhos que não vêem …

É a beleza de uma nova flor …

Felicidade

É pensar, escolher, sentir, amar

Ir abrindo o nosso coração, cada vez com menos

medo

Não necessitando de nos agarrarmos

A seguranças ou defesas

Felicidade

É um amar cheio de calor e luz …

É saber que alguém é feliz com a pessoa

Que ama, que adora …

Porque assim eu sou feliz também!

Alexandra Carvalho

Page 5: Poesia Seomara 1989

5 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMOR

No pequeno jardim

Um colorido rio delicado corria…

Como fiozinhos de luz que se alastravam

Penetrando sobre uma flor que desabrocharia

Momento a momento, em mim se passavam…

As sensações mais belas

E essa flor irradiaria

Um perfume feito de Romance, Surpresa!

Prazeres esses que insinuavam…

A Beleza, a maneira mais Simples e Pura

Que eu descreveria…

Um sentimento tão Belo e Lindo como o Amor!

Alexandra Carvalho

Page 6: Poesia Seomara 1989

6 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A POESIA

A poesia!

Coisa maravilhosa e pura

Feita pelo pensamento

Feita pelo coração

Desperta palavras simples…

Que valem tudo

Tocam profundamente

A poesia!

Momento de esperança…

De amor…

De felicidade…

Por vezes dedicado a alguém,

Com muita paixão.

A poesia!

É o chamar por uma alegria

Que dominará mentes e sonhos…

Cheios de ilusão

É o responder de uma loucura

Que chegará num dia de sofrimento…

Num dia que o sol

Não virá

Ficará escondido

Alexandra Carvalho

Page 7: Poesia Seomara 1989

7 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

PARA QUÊ PROCURAR A FELICIDADE

Para quê procurar a felicidade

Se ela está contida em nós…

Dentro do nosso coração!

A vida é uma flor que nasce!...

Uma criança que sorri

A vida é amar é ser feliz!…

A minha visão favorita, de ti…

É a que trago dentro do meu coração

Tu és como o sol!

Tens brilho próprio!

Todos os dias o sol desaparece

Com a promessa de voltar…

Para mais um dia

Que espera ser agradável!

Alexandra Carvalho

Page 8: Poesia Seomara 1989

8 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

PENSAMENTOS

Por vezes fico longe da vida

Chego até a acreditar que não vivo por cá e

De repente, acordo e tudo recomeça…barulho

Ódio, falsidade de outros, adornos misturados

Fazem com que eu deseje cada vez mais invadir-me

Deste planeta louco chamado Terra!!!

Ah!

Só que eu não iria sem te levar comigo

Que tal irmos juntos descobrir um planeta?

Sonhos, sonhos?

Alexandra Flores

Page 9: Poesia Seomara 1989

9 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMOR

Todo o mundo já sentiu

Milhares ainda o vão sentir

Ver, ainda ninguém o viu

Não há quem lhe possa fugir

Mas o que é? O que será?

É o amor, está bom de ver!!

Só quem está apaixonado

Pode dizer a verdade

Falar de amor é comum

Estar apaixonado é invulgar.

Amor assim tanto amor

Como o nosso nunca vi

Amar assim como nós

Só nos romances eu vi

O amor é sublime

Quando é sentido assim

Meu amor por ti é firme

E o teu amor por mim?

Alexandra Flores

Page 10: Poesia Seomara 1989

10 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

ANO 1989 “MENSAGEM”

Que o Ano de 89 lhe traga satisfação

Que tenha muita saúde e Amor no coração

Pense em construir a Paz no Mundo que o rodeia

Se fosse assim toda a gente

Haveria Paz na aldeia

Muitas aldeias assim fariam o Mundo melhor

E todos diriam por fim

É bom viver em

Amor!!!

NATAL

Natal é Amor

Natal é nascimento

Natal é a ruga teimosa

Nos anos da vida

Natal é a paz

Nesta guerra descabida!!!

Palavra “Amizade”

Passam anos, séculos até!

Gerações e gerações

Mas a Amizade fica, sempre

Em nossos corações.

Amizade é uma palavra linda

Quando dita com verdade

É dos mais nobres sentimentos

Que existe na Humanidade.

Alexandra Flores

Page 11: Poesia Seomara 1989

11 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Na calmaria deste rio, que é Novembro

Navego e permaneço

Na harmonia deste doce Outono

Me encontro

E é em seu leito que adormeço

…Tu…Todo aquele ser por quem estremeço

Por quem choro e reconheço

Tu… Todo aquele ser que toda me alcança

Todo aquele ser por quem lonjuras corro…

Pois “Quem corre por gosto, não cansa”

CHOVE

Chove

Em cada gotícula translúcida

Vai um pouco de mim

Que invade as estradas …

Os tão longos caminhos que têm vida

Choro.

Em cada lágrima vai a minha angústia

Que invade o meu corpo

Em que transporto a minha alma infeliz.

E nestas ruas …

Um imenso mar de lama

Chove …

E cada vez mais

Como se essa água destilada

Quisesse lavar o meu sangue …

Ana Paula Costa

Page 12: Poesia Seomara 1989

12 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

O TOCAR DO TELEFONE

Não quero … Não quero ouvir

O tocar do telefone

Para que o meu coração não retome

O seu ritmo apaixonado

E eu existo e medito

E me fico pela insignificância

De aceitar que te quero

Não quero ouvi-lo

E vibrar e sentir-te

E não resistir a lembrar

Tudo o que foi

E em mim perdura

Mas não desligo o meu telefone

Pois tenho medo, tanto medo

Que passe tempo, muito tempo

Sem que o teu toque se ouça

… E me preencha

Sem que o sinal da tua vida

Me encoraje de viver

…Sem sentir que me procuras

Pois mesmo sem que o atenda

Tu sabes

Jamais deixarás de saber…

Que sempre te espero

Ana Paula Costa

Page 13: Poesia Seomara 1989

13 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Sei…

Sei

Sei que em mim pensas

Nesta noite fria

Sei

Que a minha imagem

Hoje te alumia

E que esta chuva

Te recorda, então,

Todos os momentos

Da nossa paixão

Sei

Sei que alto me chamas

…dantes respondia

Sei

Que sempre soubeste

Que isto assim seria

…Que tal te empobrece

E que te destrói

O que o amor oferece

Ao perder-se, dói

Sei

Sei que nada sabes

Sobre o meu saber

Sei

Que louco me procuras

Em todo o teu ser

E que não encontras

Mais do que razões

Porque destruímos

Os nossos corações

Sei

Que tudo se acaba

Quando mais não há

Sei

Porém temos mundos

Nada acabará

Nós somos um

E um só, imenso

Dentro um do outro

Neste vago extenso

Sei

Sei que talvez sonhe

Não querendo acordar

Sei

Se sempre sonhámos

Por que terminar

Se nesta noite escura

O próprio luar

Se apresenta triste

Por nos ver chorar?

…Mas que tudo sei

Que um belo dia

O sol brilhará

Mais lindo sonho

Nos envolverá

Se o teu orgulho

Mais o meu orgulho

Forem dois peixinhos

Perdidos no mar

Sei… que iremos amar

Ana Paula Costa

Page 14: Poesia Seomara 1989

14 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NAQUELE DIA

Frio….

O frio que sentia

Naquele dia…

E permanecia ao relento

Naquele momento

E via as árvores, o sol, o Inverno

Que viria… naquele dia

E dentro… a paz, o presente, a lentidão…

Condição deste mundo lento

Que o era… naquele momento

Frio…

O frio gelava o vento

Naquele momento…

E o meu intento… o de ficar fria

Naquele dia

E buscar o pensamento, que fugia

Com o vento… naquele dia

E dentro… a divagação, a vadiagem…

Imagem desta vadia

Que o era… naquele dia

Ana Paula Costa

Page 15: Poesia Seomara 1989

15 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NÃO ME PERGUNTES

Não! Não me perguntes por que te quero…não sei!

Mas quero-te de uma tal forma

Que toda esta força me mantém

Não! Jamais me perguntes como… quando…

Eu somente sei

Que te ganho, não perguntando

Os porquês que o amor tem

Da mesma forma que o silêncio o faz

Não me perguntes, se fores capaz

Porque da maneira que, sem saber

Aceitaremos o doce calar

Seremos livres em nosso viver

Logo vai nascer a fórmula para amar

E do mesmo jeito que ambos aprendemos

Não me perguntes, assim sentiremos

Que a dúvida se desvanece

Que a confiança, enfim, floresce

Que vence um amor sincero

Então sente os instantes, sem viver em vão

Não saibas palavras de interrogação…

Não! Não me perguntes por que te quero!

Ana Paula Costa

Page 16: Poesia Seomara 1989

16 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

PROIBIÇÃO SENTIMENTAL

A fúria e a rebeldia

Com que escravizo a minha vontade

E rejeito beber a tua imagem…

A bruta luta

Que em meu desejo travo

Para não sentir

Tão louca miragem

O grito infindo

Que ao sofrer me traz

Faz-me ser capaz

De banhar em ódio toda a frustração

De rasgar, violenta, o meu coração

Que procurou até então… a Paz

Na morte fictícia

Do nosso teatro

Inventei a arma

Planeei o fim

… Como me firo com profundos golpes

Como proíbo os teus olhos em mim!

E me afasto sem falar,

Com expressões mudas de dor

O quão bravo é o mar

Que nasce ao chorar

Por tão grande amor

Uma condenação…

A revolta mortal de te dizer não

De sentir-te perto

E não poder ter

Mais que um deserto

Onde finalmente morrer

… Ou caminhar em vão

Ana Paula Costa

Page 17: Poesia Seomara 1989

17 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A força da vida

Existe no tempo

No tempo embalo

O meu pensamento

Peguei no meu pensamento

E atirei-o para a lua

Agora sou eu pelo ar

A gora sou eu, sou o luar.

A força da vida

Em todo meu ser

É um sentimento de esperança

E no meu pensamento

Um sentimento de mudança

Peguei no meu pensamento

E atirei-o para a lua

Agora sou eu pelo ar

Agora sou eu, sou o luar

Uma folha de papel

Uma gota de tinta

Uma lágrima no rosto

Quando me sentia perdida

Uma folha de papel

Um poema de amor

Uma afeição que carece

De todo o meu calor

No repouso do meu leito

Na escuridão que me envolve

Na angústia da solidão

Penso no teu olhar distante

A minha paixão ardente

O meu pecado e o meu juízo

O meu sentimento sincero

Por alguém desconhecido

Ana Paula Ferra

Page 18: Poesia Seomara 1989

18 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Só mesmo um dia como

Hoje para me sentir assim

A felicidade não está comigo

Um vazio…Choro por ti

Melhores dias virão

Eu sei que sim

Os dias não são iguais

A realidade, a verdade

Sou tua para a eternidade

Uma flor sem pétalas

Uma rosa ou um malmequer?

Um coração partido

Pela seta do Cupido

Eterna saudade

Quero estar contigo

Ana Paula Ferra

Page 19: Poesia Seomara 1989

19 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

VOAR

Sou um pássaro sem asas

Que gosta de voar

Na imensidão da tua alma

Para te poder amar

PENSAMENTO

Esta palavra deforma

Pelo uso da consciência

Estas palavras sem asas

Que voam na nossa inteligência

ESTAÇÃO

As folhas caíram

As aves partiram

O vento mudou

E o Outono chegou

Ana Paula Ferra

Page 20: Poesia Seomara 1989

20 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A poesia

É a furiosa

Tentativa

De pintar a

Cor do vento

Pergunta

Mais que um som

Uma tentativa

Para dar som à vida

Através dela

Obtemos uma resposta

Perdida na imensidão

Da minha casa

Paira o clima de

Todo o meu amor

Através da janela

Um sol radioso

Invade o meu pensamento

Quando penso em ti

Uma flor

Uma cor

Uma história

Contada com amor

Eis a fórmula

Mágica para aqueles

Que mais amamos

Ficarem connosco

Para todo o sempre

Na velhice

Nem sempre

Se perde a juventude

Mas sim se transfere

Do rosto para

O coração

Ana Paula Ferra

Page 21: Poesia Seomara 1989

21 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Não confies no vento

Que ele revela os teus segredos às

Árvores!

As abelhas são a

Doçura das flores

Tu, por quem padeço

Desordem da minha vida

Esta que quer viver

Fazer-se ouvir

Este sentimento doce

Não correspondido

O meu coração desfeito

Verdade que tu não vês

A tua serenidade que me fere

A pazada de cinza que tu deitaste

Sobre o meu amor

Dans ma ville

Tout est beau

Des jardins fleuris

Qui nous donnent la vie

Tu es ma fleur

Tu es ma vie

Je t’aime

Je t’aime

Ana Paula Ferra

Page 22: Poesia Seomara 1989

22 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

Será este um natal

De paz?

Um natal diferente?

Porque não?

Que tal… desistirmos da guerra?

Reflectirmos dentro do coração?

Resposta positiva, tão desejada

Mas ainda não conseguida

Há homens que pelo poder

Preferem perder a vida

Dentro dos nossos olhos

A desgraça, a solidão

Que se pode ver no

Dia a dia, através da televisão

A desgraça, a solidão

É uma lágrima materna

Mais um filho se perdeu

Por uma razão efémera

Tão docinho e tão redondo

Passas, frutas é o que tem

Não há quem não goste

Do famoso bolo rei.

Tão linda e tradicional

Com os seus efeitos a brilhar

Com o seu aroma nos envolve

Numa surpresa matinal

No seu verde o algodão

A brancura faz realçar

Não há sombra de dúvida

É a árvore de natal

Ana Paula

Page 23: Poesia Seomara 1989

23 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A doçura de um raio de sol matinal

É como uma carícia esperada…!

Já é Outono

E hoje o sol não veio!

O Sol !

Por que não viria ele?

Tarde nevoenta e baça

Há salpicos de chuva

E nuvens que se atropelam

Umas às outras!

Carla Maria

Page 24: Poesia Seomara 1989

24 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

IMAGINANDO

Vou dar largas à imaginação

Para aqui versos escrever

Mas sinceramente hoje não

Não me está a apetecer

Será à noite que a inspiração está presente?

Não sei se será verdade...

Hoje para mim ela está ausente

E já é bastante tarde

Vou fazer mais um esforço

Para algo conseguir

Mas já me dói o pescoço

Acho que vou dormir

Carla Maria

Page 25: Poesia Seomara 1989

25 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NÃO TEMAS

Não temas em dar todo o teu amor

A quem dele necessita

E para quem esse amor

É a coisa mais importante

De uma vida de desencontros

Não receies afundar-te no meu amor

E naufragar na minha vida

Se isso acontecer serás feliz

E farás feliz todo o meu ser

Mas se desse destino fugires

Podes contar sempre

Com o meu olhar amigo

Um sentimento que nunca irá morrer

Em mim

Mas que ficará adormecido

Numa triste esperança

Carla Maria

Page 26: Poesia Seomara 1989

26 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

DESTRUIÇÃO

E se o mundo

Acabar

Não existirá

Nem mais amor

Nem liberdade

Nem sequer

A saudade

E nem homens haverá

Para contar a história

Da nossa auto-destruição!

Nunca houve memória

De tão grande conflito

Como o dos nossos dias

Os mísseis e as bombas

E pode ser o fim

Do que levou tantos anos a criar!

Deixem-nos saltar

E lutar

Mas olhem para o Mundo

Que pode acabar

De um momento para o outro

Só com uma bomba nuclear!

Catarina

Page 27: Poesia Seomara 1989

27 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

DESESPERO

Mergulhou num abismo de sofrimento

Numa agonia

Como nunca experimentara

Era inútil tentar detê-lo

Lágrimas como aquelas

Ardentes e amargas

Não podiam guardar-se

Suportara muito, durante muito tempo

E a resistência

Ia quebrar-se finalmente

Sentiu-se fraco

Mas ainda com vida

Para “pegar” na coragem

Para olhar para a mão armada

…Para dizer ADEUS…

Ester Relvas

Page 28: Poesia Seomara 1989

28 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

SONHAVA

Sonhava, decerto

E não tardaria o despertar

Mas sentia-me tão bem assim

Era tão delicioso o seu olhar

Que me deixei ficar muito quieta

Com receio de que a maravilhosa

Miragem se desvanecesse

Tinha medo de acordar…

Então caí em mim

E o sabor que senti

Foi o da realidade

Fixava-me carinhosamente

Com aqueles olhos

Que o desgosto

Me proibira de esquecer

Ester Relvas

Page 29: Poesia Seomara 1989

29 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMAVA-O…

Ele estava perto …

Sentia-o…

Só de pensar que iria vê-lo

Sentia-se desfalecer

O seu corpo tremia

A resistência quebrava-se

Mas à medida que o tempo passava

O desejo da sua presença

Mais ardente se tornava

Vê-lo…

Agora que sabia que o amava

- Sim, Amava-o!

Tinha por ele um amor infindo

Um sentimento vasto

E muito diferente daquele

Que julgava ser a amizade

Amava-o…

Não tinha esperança

Nem vontade de fazer algo

Para se libertar desse sentimento

Amava-o!...

Ester Relvas

Page 30: Poesia Seomara 1989

30 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A FLOR

Continuava indecisa

Entre o murchar e o viver

O ambiente era

Intensamente branco!

As grades

Eram fortemente lisas!

Eles

Eram essencialmente brutos …

…A luz do sol

Estupidamente negra …

O movimento

Era Fantástico!?

Ah! O aquele sentimento asfixiante!…

Continuava indecisa

Entre o murchar e o viver…

Gritou de novo:

- Olhe para as gaivotas, fixamente!

Durante uma estação da vida

E de preferência

Quando pensar nisso!

Helena Cardoso

Page 31: Poesia Seomara 1989

31 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A INVENÇÃO DO TEMPO

Eu queria inventar o tempo

Um tempo diferente

Do hoje - ontem - amanhã

E tu Deus?

Que Deus és tu que desenhas e …

Não pudeste ir mais além

Daquilo que criaste?

Agora imagina … que crueldade

De árvores abatidas!

Aprende-se muito

Com os princípios e os fins …

Continuamos sempre em busca

… Mas há tanto por onde escolher!

A discussão, a infelicidade e as letras

Pensamentos intensos

Índices de anti-cristos

Vivo agora em França

Comprei um castelo

E seis leopardos porque

É tão aventureiro

Viver-se no meio da Natureza!

Aqui não há formigueiros

Nem roupas de Musselina

Livres em plena Natureza !...

O único reduto da serenidade

Imemoriada pelo chão …

Descansamos, enfim,

na luminosidade

E no relevo

Quando quiseres

Sabes onde é o meu castelo!

Helena Cardoso

Page 32: Poesia Seomara 1989

32 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NÃO SEI SÉ É VERDADE

Não sei se é verdade …

Quando me olhas

Não sei o que sinto!

É algo de bom

De novo

É um calor que aquece todo o meu ser

O teu olhar mergulha em mim

Sei que tentas comunicar-me algo

Não sei ler o que é …

Não sei se é verdade

Dizes-me qualquer coisa!

Os meus gestos acumulam-se

Perante o teu olhar! …

Não consigo decifrar … é bom demais!!!

Só sei que te adoro e não sei nada mais!

Perante o teu olhar! ..

Não sei se é verdade …

A luz dos teus olhos

É pura e simplesmente fascinante!

Helena Cardoso

Page 33: Poesia Seomara 1989

33 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

MESMO SE EU ESTIVESSE NO PARAÍSO

Mesmo se eu estivesse no Paraíso

Rodeada pelas flores mais lindas

E pelo perfume mais belo

Seria insuportável viver sem ti!

Helena Cardoso

Page 34: Poesia Seomara 1989

34 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

A viagem a Rio Maior

Decorreu com muita alegria

Só faltou a professora de Português

Com a sua poesia

Não é só de alegria

Que se faz uma excursão

Mas sim da poesia

Que temos no coração

Page 35: Poesia Seomara 1989

35 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NÃO SEI QUE FAZER

Não sei que fazer

Mas estou a tentar

Mesmo que consiga

Não vou conseguir acabar

Tanta coisa para te dizer

Mas não sou capaz de te falar

Apenas me resta viver

Na esperança de te amar

Jacinto António

Page 36: Poesia Seomara 1989

36 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

CONJUGAÇÃO

Sou um tudo do nada que atravesso

Sou um nada do tudo que mereço

Sou um tudo do nada que vejo

Sou um nada do tudo que olho

Sou um tudo do nada que existe

Sou um nada do tudo que persiste

Sou eu sem saber o porquê

Sou tu quando não te encontro

Sou tu quando te olho por aí

Sou eu quando não me sinto aqui

Eu e tu vivendo por aí

Sempre desencontrados por aqui

Sou tu

Sou tudo

Sou eu

Sou nada

Sou o Mundo

Tenho o Mundo

Tenho o nada

Tenho o eu

Tenho o tu

Tenho o nós e a madrugada

Apenas nesta folha imaginada

Júlia Miguel

Page 37: Poesia Seomara 1989

37 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

SE EU FOSSE POETA

Se eu fosse poeta

Oh, se eu fosse poeta

Falaria com as cores do mar

Cantaria com as ondas

Se eu fosse poeta

Oh, se eu fosse poeta

Pintaria no longo muro da vida

Todos os recortes do Oceano

Preencheria a tua ausência

Com as coisas que eu sinto

Com as coisas que eu amo

Se eu fosse poeta

Oh, se eu fosse poeta

Correria pelo Mundo fora

Como louca, à tua procura

Atravessaria desertos e florestas

A noite e o dia

O dia e de novo a noite

Até que os sinos

Dobrassem de alegria

Oh, se eu fosse poeta

Cantaria este domingo de Páscoa

Como só os poetas sabem cantar

Se eu fosse poeta

Oh, se eu fosse poeta

Estenderia os braços

Até tocarem no azul do infinito

E uma voz tímida

Cheia de música e de amor

Docemente te confessaria:

Amo-te Mundo

Se eu fosse poeta

Oh, se eu fosse poeta

Com os olhos postos

Nos céus desconhecidos

Aos Deuses perguntaria:

Quem sou eu?

J.M.

Page 38: Poesia Seomara 1989

38 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

ESTRADA

E veio a estrada

E homens nela correram

Apressados, desarticulados

E veio uma ambulância

E a sirene apitou

A multidão não se afastou

E homens mudos continuaram

E o caminho de infância

Atrás dos homens que se perderam

E o dia nasceu rápido

E o almoço e o jantar

Atravessaram o lugar biológico

E a noite queimou-se só

E a solidão envelheceu

A imaginar uma pista de dança

E a ciência inventou tudo

E a técnica adiou, salvou, matou

A vida sempre a correr

E a cidade encheu-se de gente

E gente desintegrou-se na cidade

A traçar ilusões cósmicas

E crianças nasceram

E crianças endureceram

À espera de um balão

E momentos de verde inocência

E de pureza tornara-se violência

A bomba sufocou a cor da adolescência

E o Mundo esqueceu a relva que renascia

E a flor ardeu no fogo da ignorância

A guerra do desamor alastrou

E a multidão a passar insensível

E a criança aflita chorou

A falta de tempo não teve tempo de a ver

E a estrada continuou sem sentido

E o homem a correr: “não tenho tempo a

perder”

A fila de espera do autocarro fez-se estátua

E o autocarro passou

E a fila em estátua entrou

A senhora carregada de tempo desmaiou

E ninguém teve tempo de adiar o fim

E ninguém teve coragem de o enfrentar

A noite regressou a grande velocidade

Page 39: Poesia Seomara 1989

39 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

E o sonho foi cortado

E o relógio agitou o Mundo

A manhã correu, lavou-se e fugiu

E a chave abriu a porta

E a hora de entrada colou-se à de

saída

A semana devorou-se

E o sábado continuou sem mudança

E o domingo voou, fluídico,

irrealizável

A vida sempre a correr

E não teve um momento para viver

E não viu o Pôr-do-Sol amando

A vida passou ao lado da vida

E as noites falsificaram os dias

E a imagem do sonho a devorar

A noção tempo perdeu-se para lá da

luz

E tudo continuou a correr

E a estrada desviou-se do caminho

A incerteza e o medo fossilizaram o

pensamento

E a confusão reinou na estrada

E a filosofia não serviu para nada

A teoria sempre a correr sem saber

E o homem-electrónico reinou

E a máquina não entendeu a fórmula do amor

A vida sempre a correr

E o amor fez-se contra o tempo

E a morte do amor a lavrar

A estrada a curvar-se, a apertar-se

E a máquina-homem empalidecendo,

sucumbindo

E a ambulância sempre a correr

E a sirene a cortar a cidade com gritos

E a noite a regressar

E ninguém tem tempo de a beijar

A cidade em estátua divaga, surda,

empedrada

E o desamor a corroer o rosto da rua

E a cidade a desconhecer a criança e a lua

A estrada sempre a correr, a apertar

A vida na estrada da ciência crua

A minar o perfume das coisas simples

A morrer, lentamente

E a estrada sempre a

fugir

Sem saber

Sem se ver

Júlia Miguel

Page 40: Poesia Seomara 1989

40 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

O QUE É VIVER, MEU AMOR?

O que é viver, meu amor?

Viver é amar

Viver é sentir a vida

Viver é renascer

O que é vida, meu amor?

A vida é o amor

A vida é o perfume de flor

O que é um perfume, meu amor?

Um perfume és tu

Um perfume é a vida

Não entendo, meu amor

Não entendo o perfume da flor

Não entendo o sentido da vida

Não ouço o som do amor

Faltam-me duas letras na vida

Falta-me o V de vem

Que não é pressentido

Falta-me o A de amor

Que não é ouvida

Se eu sou a flor

Se eu sou a vida

Se eu sou o amor

Se eu sou o viver

Por que não te encontro eu

Dentro deste céu, neste amanhecer?

Júlia Miguel

Page 41: Poesia Seomara 1989

41 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

OS TEUS BRAÇOS ME ABRAÇAM

Os teus braços me abraçam

Numa tentação invulgar

Será isso paixão

Ou ódio de amar?

Não nos parecemos com Camões

Muito menos com Eça

Mas temos tantas ambições

Que nem vos passa pela cabeça

Mário

Page 42: Poesia Seomara 1989

42 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

O

O que

O que é

O que é o

O que é o amor

Perguntei!

Ninguém me respondeu

Uns entreolharam-se

Outros riram...

Verifiquei

Que todos a dizem

Mas poucos a conhecem

Esta palavra AMOR

Pequena e grande

Que vai continuar a ser

Para mim e par vós

Uma incógnita

Paula Cristina

Page 43: Poesia Seomara 1989

43 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

O MUNDO TODOS OS DIAS

O Mundo todos os dias vira e revira

Uns nascem outros morrem...

É a roda da vida

A vida é um sim

É um não

É uma pergunta sem resposta

É uma interrogação

Solidão é...

Um vazio dentro de mim

Uma dor que dói sem doer

É tudo o que não consigo descrever

Paula Cristina

Page 44: Poesia Seomara 1989

44 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

ONDE ESTÁS, SENHOR?

Procurei-Te entre as nuvens, entre todas as estrelas do céu

E entre os raios do Sol numa manhã de verão

Procurei-Te por muitos cantos desta gigantesca casa azul

A que chamam Mundo

Julguei-me não merecedora de Vós, Senhor!

Mas um dia, Senhor, olhando-me ao espelho

Encontrei-Te

Tu eras o brilho e a vida daqueles olhos pequenos

Que eu via através do espelho

E então compreendi

Que Te procurei nas trevas

Tendo a luz tão próxima de mim...

Olhei à minha volta e encontrei o Senhor nos sorrisos

E nas lágrimas dos rostos humildes e sinceros

Das pessoas que me rodeiam

Nas coisas mais simples e Mais preciosas

Page 45: Poesia Seomara 1989

45 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

De uma pequena semente, Senhor, começou a nascer uma árvore

Que cresce lentamente e vai ocupando

Um enorme espaço na minha alma e coração

E agora peço-Te, Senhor

Que me dês força e coragem

Para eu tratar, cuidadosamente desta árvore

Alimentá-la e dar-lhe a Luz necessária

Para ela florir e dar fruto

Depois eu colherei e distribuirei esse fruto por todos

Aqueles que tenham fome da vida e sede de Vós, Senhor!

Paula Umbelina

Page 46: Poesia Seomara 1989

46 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMAR

Amar...

Amar não é ficar acordada

A sonhar

Amar…

É ficar a chorar

É tentar

É ir para a frente

Lutar!

Um dia o amor perguntou ao ódio

- Ódio, por que odeias tanto?

E o ódio respondeu:

- Talvez porque um dia amei demais!

Se um dia pensares

Que não és ninguém neste Mundo

Não desesperes!

Lembra-te que és o Mundo

De alguém e que esse alguém

Sou eu!

Paula Umbelina

Page 47: Poesia Seomara 1989

47 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

QUANDO EU PARTIR

Quando os meus olhos

Prestes a fecharem-se

Te disserem um último adeus

Olha as estrelas, Amor

E recorda o brilho dos olhos meus

Quando eu, já fria

Não aquecer as tuas mãos

Olha o sol, Amor

E nele encontrarás

O calor do meu corpo

Quando a minha boca se fechar

E não puder beijar-te mais

Abre os teus lábios, Amor

E recebe a minha brisa

Ela dar-te-á os meus beijos

Quando te sentares sem força

Para olhares as estrelas, o Sol

E abrires os lábios à brisa

Tenta escutar

O murmúrio do Amor

Amor, ouvir-me-ás a chamar-te

Esperando por ti no Infinito!...

Paula Umbelina

Page 48: Poesia Seomara 1989

48 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMIZADE

A Amizade é como o Sol que brilha

Numa manhã clara

Por vezes o vento e as nuvens destroem

A sua beleza ...

... Mas mesmo que as lágrimas brotem

Nas tuas faces

Não desistas!

A Amizade é o único horizonte

Que os homens

Com armas não podem destruir

Estou feliz e tenho o coração

Cheio de alegria

Por pensar que gostas de mim

Se todos estes sonhos

Fossem realidade

Então a vida seria

Um berço cheio

De lindas flores

Paula Umbelina

Page 49: Poesia Seomara 1989

49 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMOR ERRADO

É como procurar

O que não se encontra

É como querer

O que não se pode ter

É aniquilador

Mas é mesmo assim

Assim é o amor

Crer e não poder ter

É chorar a solidão

Mas não será morrer

Porque se continua a ter

Coração

A timidez

Problema parvalhão

Muitas vezes vagabundo

Intrometendo-se no coração

Outras vezes fica mudo

Não deixando falar

O coitado do coração

Pedro Manuel

Page 50: Poesia Seomara 1989

50 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

TEMPO

Nestes tempos

Não há momentos

Para amar

Nem para falar

Mas há tempo

Para matar

Tempo para guerrear

ENGANAR-ME

Eu amo-te

Mas não sou capaz de to dizer

Será que não sou corajoso o suficiente

Para te falar?

Ou serei tímido demais?...

Se calhar não é amor o que sinto por ti

Mas sim um grande carinho e amizade

Será que eu estou a escrever isto só

Para me enganar a mim mesmo?

É que afinal o que sinto

Até pode ser amor ?...

Só que eu não tenho coragem de o admitir

Sou tímido demais!...

Quim

Page 51: Poesia Seomara 1989

51 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

ANGÚSTIA

Cheguei

E senti qualquer coisa dentro de mim

Um aperto no coração

Como se fosse tristeza… medo

Medo de que algo me acontecesse

Algo que me acontecesse de muito mau

Quando ali cheguei

Senti

TRISTE

Finjo estar alegre

Mas na verdade não o estou

Tenho que estar alegre

Porque a verdade é triste

A verdade que é a minha vida

É um reboliço

Por isso eu finjo sentir

O que não sinto

E desvio a tristeza

Para não me sentir só

Quim

Page 52: Poesia Seomara 1989

52 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

PORQUÊS

Porquê tanta mesquinhice

Porquê tanta parvoíce

Porquê tanta estupidez

Porquê tanto fingimento

Porquê?

Gostava eu de saber

Por que tenho eu tantos porquês!?

ASSIM NÃO

Estou farto

De fazer tudo escondido

Estou farto

De mentir

Estou farto

De falar

Mas o que eu falo ... ninguém ouve

Por que é que estão a gritar

Demasiado para me ouvirem?

Serão malucos?

Não. Eu acho que não!

Por isso me vou escondendo

Até me fartar

E poder dizer

Que: - Assim? Não!

E será que me vão ouvir?

Talvez eu tenha que lhes fazer frente

Porque se calhar

Só então me irão escutar! Quim

Page 53: Poesia Seomara 1989

53 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

FARTO

Apetece-me sair daqui

Porque não aguento mais

Este barulho!

Não aguento os gritos, os berros, os choros

Sinto-me mal aqui!

Apetece-me acabar de vez com isto

Mas falta-me a coragem

Mas quando a tiver

Será o fim!

Quim

Page 54: Poesia Seomara 1989

54 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMOR É ALEGRIA

Amor é alegria

Amor é sofrimento

Amor é beleza

Amor é uma coisa no coração

Que até agora ninguém conseguiu definir

Veja se o consegue fazer!

AMAR

Amar

Amar não sei

Mas queria que me ensinasses

Mas se tu também não sabes...

Então estamos iguais

Mas não fiquemos parados

A olhar um para o outro

Como se não nos conhecêssemos

Vamos mas é aprender

Um dos maravilhosos dons

Que Deus nos pode oferecer

AMAR!

Rosa Baleiza

Page 55: Poesia Seomara 1989

55 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMOR

Amor

É uma sensação que nos toca

Uma sensação deliciosa

Que não se sabe explicar

Amor

É um sorriso nos lábios

Mesmo quando a vida não no-lo favorece

Amor

É um sentimento que nunca se deve apagar

Rosa Baleiza

Page 56: Poesia Seomara 1989

56 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

AMANHÃ

Amanhã

Perguntarei ao tempo

O segredo do Inverno!

Nunca o amanhã chegará

Se não recordarmos o ontem!

O tempo é uma criança

Ora chora ora ri!

Nunca percas tempo

À espera de uma resposta

Porque o tempo prega partidas!

Nunca confies no tempo

Para marcar um encontro!

Mesmo que não tenhas tempo

Na vida

Arranja um minuto para amar!

Rosa Baleiza

Page 57: Poesia Seomara 1989

57 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

NATAL É...

Natal é

Estrelas a brilhar

Piscando à luz do luar

É

Sinos a tocar

Nas torres da igreja

É

Um pinheiro enfeitado

De multicoisas

É

Folhas de azevinho

A dominar o ambiente

É

Embrulhos decorados

Com o maior dos cuidados

NATAL

É

Uma festa farta de tudo o que é bom

De filhós, azevias, rabanadas, aletria

É

Crianças a sorrirem

À volta dos seus familiares

Como um presépio

Que o homem inventou

NATAL É Um dia como os outros Mas... com um pouco menos de egoísmo

Rosa Baleiza

Page 58: Poesia Seomara 1989

58 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

OLHEI-ME AO ESPELHO

Olhei para o espelho

Um reflexo eu vi

Vi a tua imagem

E o teu corpo em mim

Ao darmos as mãos

Junto à praia infinita

Deste-me um beijo

E eu fiquei

Tão aflita

A Cinderela ganhou

O seu Príncipe encantado

O que é que eu tenho que fazer

Para ganhar um namorado

A chuva ao cair na janela

Disse-me assim:

- Não chores minha amiga

Porque eu choro por ti!

Rosa Baleiza

Page 59: Poesia Seomara 1989

59 ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008

ONDE ESTÁS, SOL?

Onde estás, Sol

Que iluminas a minha vida?

Onde te escondeste?

Vem comigo!

Vem, de novo, iluminar-me!

A vida é uma piscina

Uns nela sobrevivem

Outros nela se afogam

A vida é como o Lua

Umas vezes está cheia

Outras vezes está vazia

Para o Mundo

Tu és apenas

Mais uma pessoa

Para mim

Tu és o meu Mundo

Vanessa Monteiro