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  • Crtilo: Revista de Estudos Lingusticos e Literrios (ISSN 1984-0705) Patos de Minas: UNIPAM (2): 59-66, nov. 2009

    _________________________________________________________________________________

    Poesia e memria cultural: uma anlise das principais influncias do

    imaginrio das guas portugus em composies de Dorival Caymmi

    Ivanildo Bispo dos Santos Jnior

    Graduando em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhus, Bahia. e-mail:[email protected]

    Resumo: Neste artigo sero tecidas algumas consideraes acerca das principais caractersti-cas da poesia portuguesa clssica e a sua influncia nas composies Cano da partida, Ca-minhos do mar e O bem do mar, de Dorival Caymmi. Percebe-se que nessas canes o compo-sitor suscita a forte relao melanclica e esperanosa do homem com o mar. Por meio da percepo desses sentimentos nessas letras, ser possvel vislumbrar uma analogia entre a constituio do imaginrio das guas presente na poesia lusa e as suas principais influncias na criao de algumas canes de Dorival Caymmi.

    Palavras-chave: 1. msica popular brasileira. 2. poesia portuguesa. 3. memria cultural. 4. Dorival Caymmi.

    Introduo

    J de conhecimento geral que tanto a cultura portuguesa quanto a brasileira par-

    tilham inmeras semelhanas entre si, as quais determinam certos pontos de convergncia.

    Seja por meio da literatura, dos costumes, da arte, da religio ou das tradies, elas sempre

    iro estabelecer um dilogo estreito a fim de resgatar a memria cultural, o legado histrico

    e muitas outras particularidades que as tornaram to prximas e, ao mesmo tempo, to

    singulares. a partir dessas interseces que se percebem em quais momentos essas cultu-

    ras se inter-relacionam e as razes desses pontos comuns.

    Com o objetivo de evidenciar a aproximao dessas culturas, ser desenvolvida uma

    anlise das principais influncias da poesia medieval lusa em trs canes bastante conhe-

    cidas de Dorival Caymmi: Cano da partida, Caminhos do mar e O bem do mar, respecti-

    vamente. Somente por meio da percepo das semelhanas existentes na literatura e na

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    msica popular brasileira ser possvel observar o modo como o imaginrio das guas

    constitudo tanto na poesia clssica portuguesa quanto nas canes do compositor brasilei-

    ro. Contudo, intenciona-se aqui compreender primeiramente como a poesia medieval influ-

    enciou a moderna. Para isso, teceremos algumas consideraes pertinentes sobre as rela-

    es do homem com o mar por meio do resgate das principais marcas da esttica literria

    da poesia melanclica e ufanista de Os Lusadas, de Luis Vaz de Cames. Posteriormente,

    iremos aplicar essas marcas ao analisar as canes de Dorival Caymmi.

    Dado o exposto, o artigo encontra-se organizado em dois tpicos principais. No

    primeiro, sero suscitadas as principais caractersticas do imaginrio das guas da poesia

    portuguesa. J no seguinte, ser feita uma anlise das peculiaridades dessa esttica literria

    na formao do imaginrio das guas brasileiro, destacando em quais pontos eles conver-

    gem diretamente. Logo aps, apresentaremos as consideraes finais.

    1. O imaginrio das guas portugus: algumas consideraes

    A forte ligao do portugus com o mar surgiu a partir da Idade Mdia, quando

    houve a queda do Imprio Romano e a possibilidade de Portugal se constituir como uma

    nao independente. Foi nesse perodo que os portugueses se lanaram a uma grande ex-

    panso martimo-comercial que visava fortalecer o pas aps sculos de supremacia roma-

    na. Passada essa fase, os portugueses agora visavam descobrir novas rotas comerciais e

    investir em tecnologia naval, o que lhes garantiria futuramente um grande reconhecimento

    nesse mbito. Graas aos investimentos feitos nesse setor, foi possvel iniciar um processo

    grandioso de expanso territorial que culminaria posteriormente na agregao de vrias

    colnias que serviriam incondicionalmente aos interesses da Coroa Portuguesa.

    Em decorrncia dos vrios sucessos obtidos no processo de expanso e colonizao,

    Portugal aos poucos ia se consolidando como uma potncia comercial e, paralelo a isso, ia

    surgindo um grande sentimento de orgulho pelos seus feitos, o to conhecido ufanismo luso

    exacerbado. Nesse mesmo sentimento, compreendia-se tambm uma grande dose de me-

    lancolia que envolvia tanto os desbravadores quanto aqueles que permaneciam em terra.

    Isso perceptvel claramente no poema Mar Portugus, de Fernando Pessoa:

    mar salgado, quanto do teu sal So lgrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mes choraram, Quantos filhos em vo rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, mar!

    Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma no pequena. Quem quer passar alm do Bojador Tem que passar alm da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele que espelhou o cu (PESSOA, p. 144, 2006).

    Ivanildo Bispo dos Santos Jnior | Poesia e memria cultural

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    Neste poema, fica clara a relao intrnseca do homem com o mar, pois s estabele-

    cendo um vnculo interdependente o desbravador portugus poder vencer as adversidades

    futuras ao se lanar ao desconhecido. Fernando Pessoa traz tona tambm a temtica da

    constante busca por um ideal, no caso, a do povo portugus em se lanar s guas bravias

    para a conquista de novos territrios com grande sentimento de melancolia e esperana.

    Estes foram um dos traos marcantes da poesia lusa que tornaram tanto a cultura

    quanto a arte portuguesa reconhecidas internacionalmente. Ao enaltecer os triunfos das

    grandes conquistas perceptvel que, ainda nos dias de hoje, h traos marcantes da estti-

    ca literria clssica na memria cultural portuguesa, o que revela o grande mpeto luso de

    sempre querer manter vivo o seu passado outrora glorioso. Nesse sentido, Bachelard (1997)

    afirma que todas as propriedades do real, uma vez sonhadas, tornam-se qualidades heri-

    cas (p. 156-7).

    O sentimento de obstinao na busca de um ideal uma temtica comum tambm

    na prosa portuguesa contempornea, tal como expresso em O conto da Ilha Desconhecida,

    de Jos Saramago, por exemplo. Neste, o homem portugus estabelece com o mar uma re-

    lao interdependente, caracterstica comum poesia de Pessoa. Entretanto, no conto sa-

    ramaguiano, esta relao serve apenas como um pano de fundo para a percepo do fundo

    moral da estria: buscar no Eu interior as reais vocaes e limitaes para que os homens

    aprendam a se conhecer melhor.

    importante ressaltar que essa obra foi publicada em 1998 e que, mesmo na con-

    temporaneidade, ainda houve a preocupao de resgatar os traos do imaginrio das guas

    presentes na poesia clssica portuguesa. Isso s ratifica o fato de que a nao portuguesa

    ainda guarda em sua memria cultural os tempos ureos de grande prosperidade do passa-

    do. Nesse sentido, faz-se interessante a considerao de Bachelard (op.cit., p. 140), que

    ilustra bem as razes que levam o portugus sempre a valorizar a sua histria e sua cultura.

    Segundo o autor: [...] acreditamos ser necessrio considerar tambm uma valorizao dos

    devaneios inconfessados, dos devaneios do sonhador que foge da sociedade, que pretende

    tomar o mundo como nico companheiro. Dessa forma, torna-se justificvel o incessante

    ufanismo do povo portugus, pois por meio dele que o imaginrio nostlgico vai se perpe-

    tuando ao longo do tempo e tornando as manifestaes artstico-culturais cada vez mais

    peculiares e singulares.

    Sobre esse misto de fantasia e realidade aludido por Bachelard e presente na estti-

    ca literria portuguesa clssica, possvel considerar que esse trao tambm se mostra bem

    evidente em Os Lusadas, de Cames. Logo no incio da narrativa perceptvel uma grande

    necessidade do portugus em satisfazer ao mximo o seu amor incondicional pela ptria

    por meio da exacerbao do sentimento heroico pelas conquistas, o que caracteriza bem a

    constituio do imaginrio fantasioso e ufanista, como visto no excerto abaixo:

    No acabava, quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e vlida,

    Crtilo: Revista de Estudos Lingusticos e Literrios. Patos de Minas: UNIPAM, (2): 59-66, nov. 2009

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    De disforme e grandssima estatura, O rosto carregado, a barba esqulida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e m, e a cor terrena e plida, Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos (CAMES, p. 51, 1962)

    Nessa passagem, so evidentes alguns simbolismos que do um toque de fantasia na

    descrio da passagem da nau portuguesa ao cruzar o Cabo da Boa Esperana. Nesse senti-

    do, a construo do imaginrio das guas ocorre quando o narrador personifica, por meio

    de caractersticas humanas, um fenmeno natural: uma tempestade iminente que se apro-

    ximava da embarcao. Assim, o gigante Adamastor nada mais do que a representao

    fictcia desse fato.

    Cames, ao descrever tal passagem, utiliza-se de artifcios nicos, como a personifi-

    cao, para remeter figura mtica caractersticas humanas e assim conseguir enriquecer a

    narrativa. Sobre a imaginao audaz que culmina na criao desse simbolismo, Bachelard

    (op. cit., p. 157) relata que s exemplos de uma imaginao incessantemente inventiva, [...]

    podem explicar essa aptido para oferecer imagens materiais, imagens que ultrapassam a

    forma e atingem a prpria matria. Dessa forma, fica claro que o povo portugus ainda

    guarda reminiscncias medievais e que, no momento atual, tenta preserv-las ao mximo

    para garantir a sua identidade histrico-cultural.

    Diante de alguns aspectos do ufanismo e da melancolia apresentados, possvel

    constatar que a literatura portuguesa medieval marcada pelo profundo sentimento de

    ligao melanclica do homem com o mar. essa relao indissocivel que torna identific-

    vel ao mundo uma das particularidades histrico-culturais do povo portugus: a preserva-

    o ativa da memria cultural dessa nao ao longo dos sculos.

    2. As influncias da poesia lusa nas letras de Caymmi: um misto de melancolia e esperana

    Assim como a poesia portuguesa clssica, a msica popular brasileira ao longo do

    tempo trouxe, em determinados momentos, as temticas da melancolia e da saudade. Des-

    de o incio da dcada de 30, Dorival Caymmi, um dos grandes expoentes da MPB, j apre-

    sentava em algumas de suas canes mais conhecidas a retratao desses sentimentos. No

    entanto, percebe-se que em suas letras ele resgata a relao do ser humano com mar de

    forma singular, revelando tambm um grau de envolvimento intrnseco do homem com as

    divindades africanas.

    Por ter nascido na Bahia, local onde a cultura afro mais se arraigou, Caymmi explo-

    rou esse envolvimento a fim de ilustrar a inevitvel interdependncia de ambos, a qual reve-

    la tambm as heranas histricas do povo brasileiro. Isso fica bem claro na msica Cami-

    nhos do Mar:

    Ivanildo Bispo dos Santos Jnior | Poesia e memria cultural

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    Quem ouve desde menino Aprende a acreditar Que o vento sopra o destino Pelos caminhos do mar O pescador que conhece as histrias do lugar morre de medo e vontade de encontrar Yemanj Odoi Odoi Rainha do mar Yemanj Odoi Odoi Rainha do mar (CAYMMI, on-line, 2009a)

    A partir desta cano pode-se aludir a uma das caractersticas da poesia portuguesa

    medieval: a necessidade de se manter uma boa relao com as divindades ou seres mitol-

    gicos a fim de que o ser humano obtenha xito em seus intentos.

    Nessa letra, percebe-se o motivo que justifica as saudaes fervorosas (Odoi, Odoi-

    !) e, ao mesmo tempo, o temor a Yemanj: o de tentar garantir a proteo e fartura ao hu-

    milde pescador no momento em que se lana ao mar para buscar o seu sustento. Em seu

    imaginrio, o pescador reconhece a necessidade de venerar constantemente a Rainha do

    Mar para que ela promova a segurana vital para a sua sobrevivncia no oceano. Dessa

    relao mtua de dependncia, no s o homem sai beneficiado, mas tambm a divindade,

    porque se perpetua no imaginrio dos homens.

    Ainda sobre essa relao, nos remetemos novamente passagem de Os Lusadas na

    seo anterior. Nesta, a imaginao do narrador constri uma personificao de uma forte

    tempestade provocada pelo furioso gigante Adamastor, para ilustrar o momento da difcil

    travessia pelo Cabo da Boa Esperana. S por meio de um longo dilogo com o ser mitolgi-

    co, os navegadores puderam ento continuar a sua jornada. Da, percebe-se a importncia

    em sempre respeitar as divindades porque o homem sempre necessitar delas para obter a

    vital proteo nos momentos mais difceis da vida.

    A temtica da esperana na busca de um objetivo perceptvel tambm em muitas

    passagens da obra de Cames, a partir das inmeras passagens que ilustram o ufanismo nas

    aventuras dos desbravadores como, por exemplo, no momento em que chegam a

    Moambique aps cruzarem o Cabo da Boa Esperana, como registrado no canto V:

    Assim que deste porto ns partimos Com maior esperana e mor tristeza, E pela costa abaixo o mar abrimos, Buscando algum sinal de mais firmeza. Na dura Moambique, enfim, surgimos, De cuja falsidade e m vileza J sers sabedor, e dos enganos Dos povos de Mombaa, pouco humanos (CAMES, p. 74, 1962).

    Crtilo: Revista de Estudos Lingusticos e Literrios. Patos de Minas: UNIPAM, (2): 59-66, nov. 2009

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    Neste excerto ficam claras as primeiras impresses que os portugueses tiveram dos

    africanos, a de ser um povo desconfiado e aparentemente hostil. No incio da estrofe, nota-

    se um misto de esperana e decepo pela terra descoberta. Nota-se que principalmente a

    esperana ser o elemento que trar tona o sentimento de supremacia e audcia do

    portugus ao chegar nova terra.

    Dentre outras relaes possveis entre esta obra e as composies de Caymmi, po-

    demos citar a preocupao em retratar as descries das viagens martimas tambm com

    uma pitada de esperana, como na letra de Cano da partida:

    Minha jangada vai sair pro mar Vou trabalhar meu bem querer Se Deus quiser quando eu voltar do mar Um peixe bom eu vou trazer Meus companheiros tambm vo voltar E a Deus do cu vamos agradecer (CAYMMI, on-line, 2009b)

    Assim como no trecho do canto V, nessa letra a audcia e a esperana esto

    presentes como combustveis necessrios conquista de um ideal. Ao descrever uma

    jornada martima em que um pescador apela a Deus para proteg-lo e garantir o seu

    sustento, percebe-se a, em primeiro lugar, a audcia do homem para se lanar ao mar e

    enfrentar todos os infortnios advindos deste. A partir desse gesto do pescador, percebe-se

    tambm que h o sentimento de esperana na crena de que Deus vai gui-lo bem em sua

    jornada.

    J em O bem do mar, possvel notar que, alm do sentimento de constante

    perseverana, h uma forte melancolia ao se retratarem sentimentos de amor diferentes: o

    do mar e o da terra:

    O pescador tem dois amor Um bem na terra, um bem no mar O bem de terra aquela que fica Na beira da praia quando a gente sai O bem da terra aquela que chora Mas faz que no chora quando a gente sai O bem do mar o mar, o mar Que carrega com a gente Pra gente pescar (CAYMMI, on-line, 2009c)

    Ambos so distintos atravs da breve explanao do modo de vida do pescador. Ou

    seja, ele sempre ter dois amores: o primeiro se mostrar a partir da intensa e duradoura

    relao de devoo com o mar seu provedor de sustento, e o segundo ser profundamente

    marcado pela melancolia e a saudade da sua mulher que fica em terra aguardando

    esperanosa o seu retorno.

    Ivanildo Bispo dos Santos Jnior | Poesia e memria cultural

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    Em vrios momentos da literatura portuguesa medieval, percebe-se tambm que a

    mulher sempre se comporta dessa forma em diversos momentos. Isto pode ser explicado

    por meio do forte elo que o homem mantm com o mar uma relao indissocivel de

    interdependncia. Nesse sentido, a mulher v no seu homem o motivo da sua prpria

    existncia, a qual s estar preservada se ele voltar novamente aos seus braos. Dessa

    forma, a estreita relao que a mulher cria com o seu amado apenas serve de inspirao

    para que o homem no se desvirtue dos seus reais objetivos ao desbravar os mares,

    restaurar a sua completude.

    J na cano de Caymmi, em certos momentos, at pode parecer difcil prever a

    qual dos dois amores o pescador preferir, porque a letra retrata ambos os sentimentos de

    forma intrnseca. Mas, de forma geral, compreende-se que o pescador, assim como o

    brasileiro, nunca capaz de amar de uma nica forma e numa mesma intensidade; sempre

    haver espao em seu corao para diferentes amores e sensaes.

    3. Consideraes finais

    A partir das analogias observadas, percebemos que Dorival Caymmi consegue tanto

    aludir s principais caractersticas da poesia medieval portuguesa, quanto ao mesmo tempo

    resgatar a nossa memria cultural atravs da descrio do modo de vida simples, dos

    costumes e crenas daqueles que vivem no litoral brasileiro. Por esse motivo, constatamos

    que a literatura portuguesa clssica influenciou bastante a poesia e a MPB no tocante s

    representaes de algumas de nossas particularidades histrico-culturais. da relao

    comum entre as duas culturas que se estabelece o ponto de interseo na formao do

    imaginrio das guas. Elas se referem ao mar sempre de forma semelhante por meio dos

    sentimentos de melancolia, nostalgia, devoo, ufanismo, etc. Ser por meio da preservao

    dos pontos convergentes entre essas duas culturas que o imaginrio tender a se perpetuar

    ao longo do tempo, tornando assim as suas linguagens e representaes cada vez mais

    singulares ao mundo.

    4. Referncias

    BACHELARD, Gaston. A gua e os sonhos: ensaio sobre a imaginao da matria. So Paulo: Martins Fontes, 1997.

    CAMES, Luis Vaz de. Os Lusadas. 14 ed. So Paulo: Melhoramentos, 1962.

    CANDIDO, Antonio. Formao da literatura brasileira: momentos decisivos. 2 ed. So Pau-lo: Martins, 1969.

    CAYMMI, Dorival. Caminhos do mar. Disponvel em: . Acesso em: 25 mai, 2009a.

    Crtilo: Revista de Estudos Lingusticos e Literrios. Patos de Minas: UNIPAM, (2): 59-66, nov. 2009

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    ______. Cano da partida. Disponvel em: . Acesso em: 25 mai, 2009b.

    ______. O bem do mar. Disponvel em: . Acesso em: 25 mai, 2009.

    SARAMAGO, Jos. O conto da ilha desconhecida. So Paulo: Companhia das Letras, 1998.

    PESSOA, Fernando. Mar portugus. In: Fernando Pessoa: quando fui outro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

    POZENATO, Kenia Maria Menegotto; GIRON, Loraine Slomp. Identidade: cultura e memria, in: Mtis: Histria & Cultura. Caxias do Sul, RS , v.6, n. 12 , p. 137-151, jul./dez, 2007.

    SOUSA, Mari Guimares. Literatura oral e o imaginrio das guas: o caso do Biatat em Pedras - Una/BA. Monografia (Especializao em Estudos Comparados de Literaturas de Lngua Portuguesa) UESC: Ilhus, 2004. 41f.

    Ivanildo Bispo dos Santos Jnior | Poesia e memria cultural

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