poemas com sol e sons -...

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1 PROJETO PEDAGÓGICO POEMAS COM SOL E SONS Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP CEP 05051-000 DIVULGAÇÃO ESCOLAR (11) 3874-0884 [email protected] www.editoramelhoramentos.com.br www.facebook.com/melhoramentos Poesia latino-americana para meninas e meninos Poesia latino-americana para meninas e meninos

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projeto pedagógico

poemas com sol e sons

rua tito, 479 – lapa – são paulo – sp

cep 05051-000

divulgação escolar

(11) 3874-0884

[email protected]

www.editoramelhoramentos.com.brwww.facebook.com/melhoramentos

Poesia latino-americana para meninas e meninos

Aique Grupo Editor S.A. Argentina Editora Melhoramentos Brasil Grupo Editorial Norma S.A. Colômbia

Farben Grupo Editorial Norma Costa Rica CIDCLI México Anamá Ediciones Nicarágua

Promoción Editorial Inca S.A. PEISA Peru Ediciones Huracán Porto Rico Editora Taller República Dominicana

Ediciones Ekaré Venezuela, Chile

, sim

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Palavras de poetas

da América Latina

para ler

para cantar

para dizer.

Poemas, sim…

que sim

que são.

Po

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Poemas com Sol e Sons - Capa CP 02ed06_Lomb 6mm.indd 1 12/08/13 14:26

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Poemas com Sol e SonsPR

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icO Vários Autores

Título: Poemas com Sol e Sons

Ilustradora: Vicky Ramos

Formato: 21 x 21 cm

N.º de páginas: 72

Elaboração: Sonia Maria Soares dos Reis

Ficha

Tema principal: poesia

Tema transversal: pluralidade cultural

Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Artes, Ciências, Geografia

Quadro sinóptico

Poemas com Sol e Sons abarca uma diversidade de textos poéticos e não se limita a oferecer uma reunião de poemas; abre caminho para que os alunos conheçam produções culturais de outros povos, favorecendo a amplia‑ção de horizontes e de percepção do mundo.

Trata ‑se de uma antologia poética que evoca as singularidades de países do continente latino ‑americano, repleto de potencialidades, mas também de contradições e desigualdades sociais. Uma antologia que nos dá conta do imponderável, da essência e da leveza ou dureza das palavras. Uma antologia que permite nos reconhecermos e per‑cebermos a grandeza poética de nosso continente. Uma antologia que fala aos olhos, aos ouvidos e, principalmente,

ResenhaO livro reúne diversos poetas latino‑

‑americanos, alguns já consagrados, como Cecília Pisos, da Argentina, Ângela Lago, do Brasil, Gabriela Mis‑tral, do Chile, e Humberto Ak’abal, da Guatemala. Eles dedicam (ou dedica‑ram) sua vida não apenas à arte lite‑rária, mas também à ilustração, como Ricardo Azevedo e Ângela‑Lago, ou à música, como Alberto Blanco, e a maio‑ria se destaca pela beleza e graça de suas obras infantojuvenis.

Para saber mais sobre eles, siga a trilha das notas musicais das páginas desta antologia poética.

Os autores

A literatura, principalmente a poesia, tem a força de criar uma ligação com o sentimento humano, que propicia a expansão da vida afe‑tiva pelo mágico poder de realizar a fusão da alma humana com a alma do mundo.

(Cida Ivas e Márcia Feldman) (Carvalho e Mendonça [org.], 2006)

8anos

IndIcação:

Leitor em processo:

a partir de

ensinofundamental

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ao coração. Uma antologia que nos mostra como é possível trabalhar com a língua, em situações vivas de linguagem, de forma criativa e lúdica. Poemas com Sol e Sons traz 78 textos de poetas de lugares diferentes, revelando o tanto que temos em comum e o tanto que nos une, acima das diversidades.

No livro, a poesia tem o poder de fundir a alma humana com a alma do mundo:

Uma sonecaNuma soneca de verãoo passarinho ali cantou.E o canto ficou penduradona rama do pé de limão.

Laura Devetach, Argentina (p. 6)

Tem pena, SenhorTem pena, SenhorTem carinho especialcom as pessoas muito lógicas,muito práticas,muito realistas,que se irritamcom quem crêno cavalinho azul.

Dom Hélder Câmara (Abramovich, 1989)

Conversa com o professor

É surpreendente constatar que a vida cotidiana nem sempre esbanja suavidade, fantasia e sonho, caro(a) professor(a). O mundo moderno é essencialmente téc‑nico e utilitário e, nesse contexto, não sobra espaço para a poesia.

Dom Hélder, na oração poética, dia‑loga com Deus e invoca a compaixão àqueles que sempre buscam, em tudo, utilidade. Pede clemência pelas pessoas que só valorizam conhecimentos práti‑cos e não creem no “cavalinho azul”. O texto revela a crença de muitos: ler poe ‑ sia não serve para nada, não é um ato importante! O autor aponta, assim, para uma perda da capacidade de fruição estética e, consequentemente, da sensi‑bilidade estética.

A você, professor(a), cabe muitas vezes a tarefa de recuperar o “valor da leitura poética”, e sua trajetória profissio‑nal, tecida com saberes e experiências, vai determinar o lugar da leitura e da litera‑tura na vida de seus alunos.

Promover a leitura depende de coe‑rência e sensibilidade. Por isso, não basta circular diversos tipos de texto na escola; é necessário aparelhar os alunos para sua recepção, oferecendo ‑lhes a opor‑tunidade de conviver com os bens cul‑turais (cinema, música, teatro, pintura, literatura) e, dessa forma, assegurando ‑ ‑lhes um repertório de experiências esté‑ticas, pois o estar no mundo “como indi‑víduos que somos é mediado por uma rede intricada e plural de linguagens”, conforme salienta Santaella (1998).

O que mais importa é que os alunos possam perceber as infinitas experiências de vida na prosa, no jornal, na publici‑dade, no teatro, na melodia, nos poemas com Sol e sons…

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Monarquia

Os reisestão por cima.Do trono não descemnem a golpe de malho.Por issoeu só gostodos reisdo baralho.

José Luis Díaz Granados, Colômbia (p. 24)

Ao reunir textos de poetas de diferen‑tes países, o livro Poemas com Sol e Sons comprova que a poesia é uma criação artís‑tica por excelência e deve ser apreciada, preferencialmente, por seu valor literário e, também, aponta que o mundo poético, como quer Vygotsky, é tecido pela matéria verbal, pela linguagem. As palavras, dessa maneira, além de representar realidades, revelam ‑se como realidade visual (plástica) e sonora na imaginação dos leitores.

Lição de Gramática

Eu estou, você está,e ela está, e ele também;e todos os que estavam estiverame estão muito bem.

Estamos, estaremosnós; ela e eleestarão lado a lado, e eu, que estive,estarei.

E, se acaso estivessealguém que não tenha estado naquela vez,bem ‑vindo!, porque estar é o que importa– e que todos estejam.

David Chericián, Cuba (p. 33)

Poemas com Sol e Sons é um agrada‑bilíssimo convite para que todos estejam antenados à palavra poética, “porque estar é o que importa”.

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O momento da sensibilização:

– Selecione CDs de canções infanto‑‑juvenis que dialoguem com os textos de Poemas com Sol e Sons. Procure chamar a atenção para os títulos das músicas – os títulos muitas vezes po‑dem despertar o interesse dos alunos, levando ‑os à leitura.

– Sugerimos os CDs Canções de Brincar e Canções Curiosas, produzidos por Sandra Peres e Paulo Tatit. A dupla também gravou o álbum em espanhol Canciones Curiosas. Comente com os alunos que esse CD foi produzido entre São Paulo (Brasil) e Buenos Ai‑res (Argentina) e todos os intérpretes infantis são argentinos ou colombia‑nos. (Para saber mais, acesse: www.palavracantada.com.br/final/quemso‑mos.aspx.)

– Mostre a capa dos CDs e leia o nome das canções. Convide ‑os, primeiro, a ouvir “Ora bolas”, do álbum Canções de Brincar, e, em seguida, a cantá ‑la.

Preparando a leitura

Ora bolas (Palavra Cantada)Oi, oi, oi… olha aquela bola, A bola pula bem no pé, no pé do menino Quem é esse menino? Esse menino é meu vizinho Onde ele mora? Mora lá naquela casa Onde está a casa? A casa tá na rua Onde está a rua? Tá dentro da cidade Onde está a cidade? Tá do lado da floresta Onde está a floresta? A floresta é no Brasil Onde está o Brasil? Tá na América do Sul, no continente americano, cercado de oceano e das terras mais distantes de todo o planeta E como é o planeta?O planeta é uma bola que rebola lá no céu

Álbum Canções de Brincar

– Promova a interlocução entre os alunos e a canção “Ora bolas”. Pre‑serve o ludismo no contato dos leito‑res com a música. Deixe ‑os perceber a sonoridade das palavras. Chame a atenção deles para o jogo de pergun‑tas (Quem? Onde? Como?) e respos‑tas, para a estrutura paralelística do texto (mesma frase se repete várias vezes) e para o tom de informalidade do diálogo que os compositores esta‑belecem com os ouvintes.Veja que os artistas  – Edith Der‑dyk e Paulo Tatit  – apoiam ‑se na ideia da articulação entre obje‑tos, seres, lugares, estabelecendo inter ‑relações entre esses elemen‑tos (do mais específico para o mais abrangente), por meio de encadea ‑ mentos: bola, menino, vizinho, casa, rua, cidade, floresta, Brasil, continente americano, planeta. Nesse sentido, o leitor ‑ouvinte é conduzido do espaço mais imediato, mais concreto, ao espa‑ço geográfico, mais abstrato – o plane‑ta –, e pode, dessa maneira, construir referenciais de localização.O texto musical permite que o aluno encontre seu lugar, seja capaz de to‑mar posse de sua história, porque a arte lê a existência, lê o real e a fan‑tasia. No texto, ele se reconhece. Isso é o mais importante!

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Intertextualidade:

– Traga o globo terrestre para a sala. Identifique a imagem poética “o pla‑neta é uma bola” e converse com os alunos sobre isso.

– Localize o continente americano no globo. Veja com os alunos quais paí‑‑ses fazem parte desse continente e anote os nomes na lousa.

– Mostre ‑lhes “onde” se localiza o Bra‑sil dentro do continente. Que países são seus vizinhos? O que o Brasil tem em comum com esses países? O que os torna irmãos? O que os torna di‑ferentes?

Na trilha da canção: bem à von‑tade, num exercício de “memória puxa memória”, incentive os alunos a se lem‑brar de poemas, acalantos, canções de roda ouvidos em casa, na casa dos avós, tios… Faça uma sessão de textos de raízes populares.

– Volte à música. Peça aos alunos que se coloquem no lugar de meninos de outras nacionalidades (cubanos, argentinos, chilenos etc.) e refaçam a letra substituindo o nome do país e, às vezes, da América (do Norte ou Central, em vez de do Sul), de acordo com a lista dos nomes na lousa. Ex.:

“…Onde está a floresta? A floresta é no México / Onde está o México? / Tá na América Central, no continente americano…”.

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LATrabalhando a leitura

•Visuais (imagens plásticas, translúcidas, colo‑ridas e outras): “Um gomo de laranja / é uma lua encantada; um gomo de laranja / é uma diminuta gargalhada” (p. 41); “…O chão negro, / opala, opala, / é rubro ‑negro, / olhar, olhar” (p. 20). Táteis (textura, aspereza, maciez etc.): “A lua / roça a água. / Rói / com suaves dentes / as flores de loto / das serpentes” (p. 8); “As folhinhas frescas / da hortelã / com lua e estrelas. / Eram as amigas / do regador, / dos vaga ‑lumes / e das borboletas. / Conheciam as mãos secas da vovó; / conheciam as horas / de sombra serena / e eram muito felizes / com a lua nova. / As folhinhas frescas / da hortelã,/ com lua e estrelas…” (p. 30).

•Auditivas (música, sonoridade etc.): “Uma palavra / palavriteira / se despalavrava / pela escada velha. / Pobre palavra! / Se apalavrou / palabrincando / cada degrau. / Caiu sentada / a palazangada e / se despalabrochou / flor de pancada. / Despalavra / pala botão / ontem palavra / hoje palavrão” (p. 7).

•Olfativas (cheiros, perfumes): “Sempre sonhando rumo ao mar, / como uma can‑ção de prata, / vai cantando em seus cristais / desde a noite até a alvorada; / vem carregado de pássaros, / vem cheirando à montanha, / sempre sonhando rumo ao mar, / caminho que nunca acaba!” (p. 56).

•Gustativas (sabor, paladar): “Lua de açúcar, / Lua encantada. Que alegria vê ‑la / detrás da minha janela, / vestida de noiva, / de noiva e tão bela!…” (p. 52); “ …vai deixando nos céus / uma longa cauda de chuva / que derrama / serpentinas coloridas / e luzes de fruta / sobre o teto acaramelado / da Terra” (p. 54).

E tantas outras sensações. Incentive os alunos a ler os textos e, em seguida, converse sobre as sensações e/ou impressões que eles tiveram.

– O poema “Festa”, de Excilia Saldaña (p. 34), faz referências a diversos estilos de dança, ritmos e instrumentos musicais. Traga para a sala de aula CDs com esses estilos e faça uma sessão musical.

A hora e a vez do livro– Apresente o livro “Poemas com Sol

e Sons aos alunos. Mostre ‑o aberto. Fale sobre a capa, o miolo, a dis‑posição dos poemas nas páginas, salientando que tudo foi idealizado por artistas gráficos para tornar o livro um objeto estético, agradável de ser lido. Comente sobre a impor‑tância das ilustrações e mostre que essa obra integra, em sua tessitura, múltiplas linguagens. As ilustrações agregam ritmo, contraste, dinâmi‑ca, direção à obra e são compatí‑veis com os temas dos poemas – ora subjetivas (p. 49, 59), ora simbólicas (p. 23), ora poéticas (p. 31, 55), ora fantasiosas (p. 11)  –, ou seja, são ilustrações pertinentes ao conteúdo.

– Leia alguns poemas em voz alta com ritmo, entonação! Chame a atenção para o jogo poético, que estimula um sem ‑número de sensações:

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O livro nos leva a três grandes artis‑tas da literatura brasileira: Ângela Lago, Marina Colasanti e Ricardo Azevedo.– Leia para os alunos os poemas “Li‑

ção de biologia” (p. 12), de Ricardo Azevedo, “O gato” (p. 15), de Marina Colasanti, e “ABC doido” (p. 16), de Ângela Lago. Deixe ‑os sorver as poe‑sias devagarzinho…

– Incentive ‑os a trocar experiências pes‑soais: qual dos textos é o preferido de cada um? Por quê? Com qual eles mais se identificaram? Permita que comentem livremente.

– Confeccione um grande painel com o título “A poesia nos leva para muito depois dos ares…”. Divida ‑o em qua‑tro seções:

Algumas palavras:

A poesia nos leva ao Chile, a Gabriela Mistral, poetisa que obteve o Prêmio Nobel de Literatura em 1954.

– É hora da poesia ‑canto! Leia com os alunos “A rata” (p. 21), da Gabriela Mistral, e, à maneira da Palavra Can‑tada, peça ‑lhes que criem um arranjo musical para o poema, acompanha‑dos de voz e instrumento musical.

Atenção: oriente ‑os a pesquisar sobre instrumentos musicais típicos do Chile para adequar o arranjo à cultura chilena e/ou fazer instrumentos musicais popu‑lares de origem indígena e africana que muito influenciaram os ritmos latino ‑ ‑americanos.

Só se tece a poesia quando o coração vem morar na ponta dos nossos dedos. A mão segura a caneta e pela sua ponta fina e frágil ela deixa vazar o essencial. Por ser assim, a poesia é breve como asas e penas, mas nos leva para muito depois dos ares…

(Bartolomeu Campos de Queirós)

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– Mostre aos alunos que o poema re‑úne danças populares de vários paí‑ses (rumba, mambo, sapateado, gua-racha etc.). Algumas desapareceram, mas a maioria modificou ‑se ao longo do tempo.Por exemplo, a guaracha (termo que

significa “bailador” em dialeto guanche, das Ilhas Canárias), no que se refere ao aspecto musical, era divulgada por trova‑dores cubanos nas ruas e praças públicas. Eles expressavam uma crítica mordaz à situação política vigente, acompanhados de um coro. Por seu espírito burlesco, a guaracha passou das praças públicas e ruas para o teatro e espetáculos circen‑ses. Sua principal característica é a apre‑sentação de um diálogo entre o vocalista e o coro, o qual vai evoluindo até a seção rítmica de “rumba”.

– Agora é a vez de “ir a festas e dan‑çar”. Elabore uma coreografia à moda latino ‑americana. Crie o “figurino” apropriado para interpretar o mesmo poema e dançar ao ritmo escolhido.

Explorando a leitura

1. “Brincando com as palavras”, à seme‑lhança de “ABC doido” e de “Lição de biologia”.

2. “Perfil dos poetas”, com a biografia e fotografia dos três artistas brasileiros.

3. “O melhor de Poemas com Sol e Sons”, com a seleção de poemas do livro de acordo com a preferência dos alunos.

4. “Mais uma leitura”, dedicada à arte visual, com ilustrações dos alunos as‑sociadas ao conteúdo dos textos da terceira seção.

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– Leia para os alunos o poema “Magia de primavera”, de Heriberto Tejo (p. 51), com pausas, sublinhando o im‑portante, para que eles possam curtir cada passagem, cada estrofe, cada mudança.

Magia de primavera– Bom dia, Joaninha.– Bom dia, Caracol.

– Passou o amor pela tua casa?– Pela minha casa? Não senhor!

– Eu vivo sozinha num cogumelo.– Eu, sozinho embaixo duma flor.

– Que lindo! Que lindo dia!– Que lindo com tanto sol!

– Primavera está chegando!– Primavera? Já chegou!

– Adeus, Joaninha querida.– Adeus, Caracol, col, col

Heriberto Tejo, Espanha (p. 51)

PROCURA ‑SE!

Nome popular: joão ‑de ‑barba ‑grisalha.Nome científico: Synallaxis kollari.Tamanho: 15,5 cm.Local onde é encontrado: no Estado de Roraima, extremo norte da Amazônia.Hábitat: matas de galeria, ao longo dos rios Uraricoera e Tacutu, dentro de savanas ama‑zônicas.Motivo da busca: animal ameaçado de extinção.(Ciência Hoje das Crianças, SBPC, ano 21, n.

191, p. 13 ‑16, jun. 2008.)

– Mostre aos alunos vários exemplos dessa seção (ou afixe modelos em cartaz) nas revistas existentes na esco‑la. Posteriormente, sugira que criem uma “Galeria de bichos ameaçados” ou “Galeria de insetos ameaçados”, à maneira da seção da Ciência Hoje das Crianças.

– Converse com os alunos sobre:•suas vivências com animais, insetos, aves;•suas relações diretas com elementos da

natureza: o vento, a chuva, o ar, o sol, a flor (elementos de sentido metaforica‑mente poético).

– A partir da conversa sobre o tema, proponha a elaboração de um álbum com recorte e colagem de gravuras (fotos) de animais e insetos mais co‑muns no Brasil.

Novas trilhas: as atividades propostas a seguir devem ser adaptadas de acordo com o horizonte de experiências (conhe‑cimentos prévios) dos alunos.

As escolas públicas do Brasil recebem do MEC/FNDE acervos de livros do PNBE para a promoção da leitura e, também, outros materiais, como a revista Ciência Hoje das Crianças; em geral, as particu‑lares possuem essa publicação na biblio‑teca. Destinada a jovens leitores, ela traz diversos assuntos de interesse pedagó‑gico. Toda edição dedica uma seção aos animais em extinção, intitulada “Galeria de bichos ameaçados”, por exemplo:

Outras palavras

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– Outra atividade interessante: traga para a sala de aula o vídeo Vida de Inseto e proponha uma sessão aos alunos. Depois de assistirem ao fil‑me, converse com os alunos:

•O que mais chamou a atenção deles? Do que mais gostaram?

•Como vivem os personagens de Vida de Inseto?

•A que família pertencem?•Alimentam ‑se de quê?•Quais são seus predadores? Como se

protegem?

Vida de Inseto

Nome popular: joaninhaNome científico/família:Habitat (onde vive?):Coloração:Cadeia alimentar (alimenta ‑se de quê?):Função no ecossistema (que papel cumpre no meio ambiente/controle biológico?):

Prepare ‑se para entrar na vida dos insetos mais divertidos e coloridos que o cinema já viu.No Filme Vida de Inseto, da Disney / Pixar, Flik é uma pequena formiga com grandes ideias!Desta vez sua missão é proteger a colheita da Ilha das Formigas contra o ataque dos cruéis gafanhotos. E, para defender sua colônia, o nosso herói contará com a ajuda de certos guerreiros. Estes, porém, são na verdade um grupo de insetos circenses meio arruinados… Será que Flik e seus amigos vão conseguir se livrar dos seus terríveis inimigos?

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– Divida a turma em dois grupos e peça que confeccionem carta‑zes sobre a vida da joaninha e do caracol, inseto e molusco respecti‑vamente, personagens do poema “Magia de primavera”, de acordo com o modelo:

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CONo Dicionário Michaelis, a palavra lei‑

tura (do latim medievo lectura) significa ação ou efeito de ler, mas também ato de olhar e tomar conhecimento da indicação de um instrumento de medição ou de quaisquer sinais que indiquem medidas ou aos quais se atribui alguma significa‑ção. O verbete “leitura“ da Enciclopédia Einaudi assinala que o termo leitura não remete a um conceito e sim a um con‑junto de práticas que regem as formas de utilização que a sociedade, particular‑mente através da instituição escolar, faz dele. Leitura é, pois, conforme acentuam Barthes e Compagnon nessa enciclopé‑dia, uma palavra de significado vago, deslizante, que é preciso ocupar “por meio de sondagens sucessivas e diver‑sas”, segundo os muitos fios que tecem sua trama.

Apesar do questionamento ao conceito fechado de leitura, vale refletir um pouco sobre a etimologia da palavra ler, do latim legere, que pode nos ajudar a compre‑ender um pouco melhor essa prática. Numa primeira instância ler significava contar, enumerar letras; numa segunda, significava colher, e, por último, roubar. Observe ‑se que em sua raiz a palavra já traduz pelo menos três maneiras, não excludentes, de se fazer leitura. Na pri‑meira, soletramos, repetimos fonemas, agrupando ‑os em sílabas, palavras e fra‑

ses. É o primeiro ato da leitura, o pri‑meiro estágio, correspondente à alfabeti‑zação. Já no segundo momento, o verbo colher implica a ideia de algo pronto, correspondendo a uma tradicional inter‑pretação de texto, em que se busca um sentido predeterminado. Ao leitor cabe‑ria apenas descobrir que sentido o autor quis dar a seu texto. Ele colheria o sentido como se colhe uma laranja no pé. Nesse tipo de leitura é que se busca sobretudo a mensagem do texto, seu tema. Aparen‑temente, o leitor não teria poder algum, a não ser o de traduzir o sentido que esta‑ria pronto no texto. Entretanto, o texto não se apresenta ao leitor senão como uma proposta de produção de sentido, que pode ou não ser aceita. Trata ‑se de um pacto de leitura que constitui o que denominamos interação leitor/texto.

Há ainda uma terceira instância, corres‑pondente ao verbo roubar, que traz uma ideia de subversão, de clandestinidade. Não se rouba algo com conhecimento e autorização do proprietário, logo essa leitura do texto vai se construir à revelia do autor, ou melhor, vai acrescentar ao texto outros sentidos, a partir de sinais que nele estão presentes, mesmo que o autor não tivesse consciência disso. Nesse tipo de leitura, o leitor tem mais poder e vai, como diz Umberto Eco, construir suas próprias trilhas no texto/bosque. Consi‑

derando a ideia de leitura como trans‑gressão, De Certeau também compara o leitor a um viajante:

Como se vê, embora não tenha um sentido fixo, a palavra carrega significa‑ções que nos levam a encarar “sonda‑gens sucessivas e diversas”.

(Paulino, Graça e outros. Tipos de Textos, Modos de Leitura. Belo Horizonte: Formato,

2001, p. 11 ‑13.)

Bem longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho – mas, sobre o solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casa –, os leitores são viajantes; eles circulam sobre terras de outrem, caçam, furtivamente, como nômades através de campos que não escreveram, arreba‑tam os bens do Egito para com eles se regalar.

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abramovich, Fanny. Literatura Infan-til – Gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989.

carvalho, Maria Angélica Freire de; mendonça, Rosa Helena (Orgs.). Práticas de Leitura e Escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.

Fundação nacional do livro inFantil e Juvenil; instituto C&A. Nos Caminhos da Literatura. São Paulo: Peirópolis, 2008.

santaella, Lúcia; Noth, Winfried. Ima-gem – Cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998.

tatit, Paulo; Peres, Sandra. Canções Curiosas. Coleção Palavra Cantada. São Paulo, 1998.

Referências