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1 INSTITUTO TERZIUS FACULDADE REDENTOR Pós-Graduação Lato Sensu em Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO EM RECÉMNASCIDO: CASO CLÍNICO Monique Zaghetto Victorio Seabra

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INSTITUTO TERZIUS

FACULDADE REDENTOR

Pós-Graduação Lato Sensu em Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal

PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO EM

RECÉMNASCIDO: CASO CLÍNICO

Monique Zaghetto Victorio Seabra

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CAMPINAS-SP

2012

Monique Zaghetto Victorio Seabra

PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEOEM RECÉMNASCIDO:

CASO CLÍNICO

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de pós-graduação em Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal, sob orientação da profª. Drª Ingrid Cohen

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CAMPINAS-SP

2012

RESUMO

O pneumomediastino espontâneo em recém-nascido é uma doença rara, definida como a presença de ar no mediastino sem relação com um fator desencadeante como ventilação mecânica ou trauma, que surge em pacientes sem doença pulmonar concomitante. A incidência da doença é baixa, porem deve entrar no diagnostico diferencial de taquipneia e desconforto respiratóriono recém-nato. A evolução costuma ser benigna e geralmente o tratamento é conservador.Neste trabalho apresenta-se um caso clínico de pneumomediastino espontâneoem recém-nascido a termo, com idade gestacional de 39 semanas, por parto cirúrgico cesareana. Além da apresentação e discussão do caso, este trabalho tem por objetivo uma revisão bibliográfica do tema.Como a doença pode ser oligossintomática ou assintomática a incidência pode estar subestimada,sendo necessário a realização de estudos epidemiológicos mais abrangentes, visando definir a melhor condução clinica para a doença.

Palavras-chave:pneumomediastino, pneumomediastino espontâneo, pneumomediastino espontâneo recém-nascido.

4

ABSTRACT

The spontaneous pneumomediastinum in the newborn is a rare disease, defined as the presence of air in the mediastinum without regard to a trigger such as mechanical ventilation or trauma that arises in patients without underlying lung disease. The incidence of disease is low, but should enter the differential diagnosis of tachypnea and respiratory distress in the newborn. The evolution is usually benign and treatment is usually conservative. This paper presents a case of spontaneous pneumomediastinum in infants born at term with gestational age 39 weeks, cesarean surgical delivery. In addition to the presentation and discussion of the case, this paper aims to review literature on the subject. Because the disease can be asymptomatic or oligosymptomatic the incidence may be underestimated, being necessary to conduct more comprehensive epidemiological studies in order to define the best for conducting clinicaldisease.

Keywords: pneumomediastinum, spontaneous pneumomediastinum, spontaneous pneumomediastinum newborn.

5

LISTA DE FIGURAS

Figura1 - Modelo demonstrando as divisões do mediastino propostas no

método Zylak – pag. 7

Figura2 - Representação esquemática da patogênese do

pneumomediastino – pag. 8

Figura 3 – Fotografia do pulmão de um gato após insuflação de ar com

pressão de 100 cmH2O – pag. 9

Figura 4 - RX de tórax com infiltrado pulmonar intersticial difuso, retificação

de arcos costais – pag.13

Figura 5 - RX tórax com imagem de hipertransparência

(pneumomediastino) em regiões paracardíaca e retroesternal esquerdas –

pag. 14

Figuras 6 e 7 - Tomografia computadorizada de tórax – pag. 14

Figuras 8 e 9 - Tomografia computadorizada de tórax – pag. 15

Figura 10 - RX tórax dentro da normalidade, com reabsorção completa do

pneumomediastino – pag.15

6

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 7

2. ANATOMIA MEDIASTINAL.........................................................................7

3. PATOGÊNESE DO PNEUMOMEDIASTINO...............................................8

4. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO........................................................ 10

5. PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO NO RECÉM-NASCIDO...............11

6. CASO CLÍNICO...........................................................................................12

7. DISCUSSÃO................................................................................................ 17

8. REFERÊNCIAS........................................................................................... 18

7

1. INTRODUÇÃO

Pneumomediastino ou enfisema mediastinal é definido como a presença de ar no

mediastino, sendo mais frequentesem pacientes com patologias

pulmonaresconcomitantes ou que apresentam obstrução nas vias aéreas superiores

(espasmo glótico, tumor)sendo também mais comum em pacientesque foram

submetidos a fatores desencadeantes invasivos ou traumaticos, comoventilação

com pressão positiva, cirurgia cardíaca, ressuscitação cardiopulmonar ou trauma

torácico fechado ou aberto3,5,6,21.

2. ANATOMIA MEDIASTINAL

O mediastino é definido como a massa de tecidos e órgãos que separam os dois

sacos pleurais, localizado entre o esterno anteriormente e a coluna vertebral

posteriormente e acima do diafragma22. O mediastino é tradicionalmente dividido

porções superior e inferior, sendo esta subdividida em segmentos anterior, médio e

posterior. Pelo método Zylak, o mediastino e dividido em 3 compartimentos

longitudinais estendendo-se de forma ininterrupta do tórax ao diafragma. O

compartimento anterior (espaço pré-vascular) inclui o conteúdo do tórax anterior ao

pericárdio. O compartimento médio inclui o pericárdio o seu conteúdo e os grandes

vasos e o compartimento posterior (espaço pós-vascular) contem a traqueia,

esôfago, aorta descendente e a veia azigos.

Figura 1 – Modelo demonstrando as divisões do mediastino propostas no método

Zylak: anterior (A), médio (M) e posterior (P).

8

3. PATOGÊNESE DO PNEUMOMEDIASTINO

A patogênese do pneumomediastino foi descrito por Macklin. O aumento da

pressão intra-alveolar promove sua ruptura, causando a liberação de ar livre para o

espaço broncovascular levando a uma dissecção ao longo da sua cobertura em

direção ao hilo pulmonar através do qual atinge o mediastino13,20. O

pneumomediastino apresenta um caráter benigno na maioria dos casos,

apresentando resolução espontânea sem necessidade de intervenção cirúrgica12.

Entretanto a doença pode elevar a pressão mediastinal resultando em diminuição do

debito cardíaco devido redução do retorno venoso e compressão miocárdica levando

a choque do tipo restritivo. Nesses casos há a necessidade da intervenção invasiva

para resolução do caso.

Figura 2 – Representação esquemática da patogênese do pneumomediastino.

Figura 3 – Fotografia do pulmão de um gato após insuflação de ar com pressão de

100 cmH2O. Demonstra enfisema intersticial que se manifesta como ar em torno da

bainha da artéria e veia pulmonar. a = artéria, v = veia, b = brônquio.

9

4. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

10

Os sintomas mais frequentes são dor torácica e dispneia sendo uma patologia mais

comum em adultos jovens do sexo masculino e mais rara em crianças e recém

nascidos. O exame físico pode demonstrar enfisema subcutâneo, taquipnéia, queda

da saturação.Um dos sinais característicos que eventualmente pode estar presente

consiste na presença de crepitações sincronizadas com os batimentos cardíacos

associado ao abafamento das bulhas. Este sinal, denominado sinal de Hamman, é

patognomônico do quadro de pneumomediastino, apesar de presente em menos da

metade dos casos1,2. O pneumotórax pode estar associado ao pneumomediastino

levando a alterações na asculta pulmonar15.

O diagnóstico do pneumomediastino pode ser feito através de radiografia de tórax,

que apresentará ar no espaço mediastinal, caracterizado por hipertransparência na

margem cardíaca. A tomografia computadorizada de tórax pode ser utilizada em

casos em que a radiografia de tórax for duvidosa ou normal, já que 10% dos

pacientes com esta doença apresentam radiografia de tórax normal. A tomografia

também pode ser utilizada para diagnosticar doenças concomitantes como doenças

pulmonares ou rupturas esofageanas7,8,9,14.

5. PNEUMOMEDIASTINO ESPONTÂNEO NO RECÉM-NASCIDO

11

O pneumomediastino pode surgir em pacientessem doença pulmonar concomitante

e que não foram expostos a fatores desencadeantes invasivos ou tramaticos, sendo

entãodenominado pneumomediastinoespontâneo17,18. Algumas condições podem

facilitar o aparecimento do pneumomediastino espontâneo como tosse, vômitos

vigorosos, manobra de valsalvae taquipneia19.

O pneumomediastino no periodo neonatal ocorre em cerca de 2,5 casos por

1.000 recém-nascidos4.Quando ocorre isoladamente é geralmente assintomático,

devendo ser considerado quando o recém-nascido apresenta dispneia ou taquipneia

súbita sem doença pulmonar aparente10. Assim como em outras faixas etárias o

pneumomediastino no recém-nascido pode ser espontâneo, porem na maioria dos

casos está associado a patologias pulmonares concomitantes como a síndrome de

aspiração meconial, pneumonia e a doença da membrana hialina e também a

fatores desencadeantes como ventilação mecânica, ventilação com ambu e

traumatismos associados ao parto.

Nos recém-nascidos o pneumomediastino pode ser loculado e multisseptado,

ao contrario do ocorre em adultos e crianças mais velhas. Isto ocorre devido a

limitação pela fascia que envolve o timo e que se continua com a fascia fibrosa do

pericárdio, com a pleura parietal e com a persistência do ligamento

esternopericárdico11. Em adultos e crianças mais velhas em que o timo e a fascia

tímica encontram-se atróficos e o ligamento esternopericardico já não existe, o ar

que se encontra no mediastino estende-se ao tecido subcutâneo do pescoço,

traduzindo-se clinicamente por enfisema subcutâneo, que ocorre mais raramente no

recém-nascido16.

O desconforto respiratório que o recém-nascido apresenta difere da síndrome

do desconforto respiratório, cujos fatores de risco incluem mãe diabética e paciente

do sexo masculino, com diagnóstico clínico de taquipneia, gemidos expiratórios,

batimento da asa do nariz (BAN), retrações da caixa torácica e cianose (RIBEIRO,

2005).

3. CASO CLÍNICO

12

Recém-nascido de termo, adequado para a idade gestacional, com 39

semanas de gestação, por parto cesárea devidodistócia funcional e risco infeccioso-

fisiometria.

Em relação aos antecedentes obstétricos, mãe 20 anos, primigesta, sem

história de aborto anterior, tabagista (20 cigarros por dia), nega doenças anteriores.

Realizou pré-natal adequado, apresentou infecção urinária no último trimestre,

tratada com antibioticoterapia adequada.

A ruptura da bolsa amniótica decorreu no período peri-operatório e o líquido

amniótico era claro, com grumos, mas com odor fétido.

O RN, de sexo masculino, não necessitou de reanimação neonatal; Apgar8 e

9 ao 1º e 5º minutos de vida, respectivamente. Antropometria adequada à idade

gestacional: peso de 3.520 g (P50), comprimento de 49 cm (P50) e perímetro

cefálico de 35,5 cm (P15-75).

Ao nascimento o exame físico não apresentou alterações, ausculta cardíaca e

pulmonar normais, ausência de malformações, palato íntegro, ânus pérvio, Ortolani

negativo.

Com 2 horas de vida apresentou gemência associada à taquipneia (FR:

86/rpm), tiragem sub e intercostal moderada, com piora progressiva do desconforto

respiratório, necessitando de oxigênio suplementar. RN foi transferido do berçário

para a unidade de cuidados intensivos neonatal (UTI neonatal).

À admissão, RN encontrava-se em regular estado geral, taquipneico

(FR=86/rpm), gemente, palidez cutânea, cianose de extremidades, taquicardíaco

(FC=180/bpm), tempo de enchimento capilar 3 segundos.

Colocado em halo com FiO2=60%, mantendo saturação de O2 96%. Foi

realizada triagem infecciosa: hemograma, proteína C reativa, hemocultura,

radiografia tórax. O RN ficou em jejum com controle de glicemia capilar, aporte

hídrico com oferta hídrica 100 ml/kg, velocidade de infusão de glicose 5 g/kg/min

(VIG=5).

Como resultado obteve hemograma sem alterações, marcador inflamatório

(PCR 73,5-faixa de normalidade até 6). Devido ao risco infeccioso, exames alterados

13

e suspeita de sepse neonatal precoce, foi introduzido antibioticoterapia com

ampicilina e gentamicina.

A radiografia de tórax com 2 horas de vida era compatível com taquipneia

transitória do recém-nascido, conforme se observa na Figura 1.Manteve-se sempre

em ventilação espontânea, no entanto com taquipneia (FR=75/rpm), saturação de

O2:99%. Sem esforço respiratório. Foi reduzido O2 suplementar, com diminuição

importante da frequênciarespiratória, mantendo halo com Fi02: 40%.

Figura 4 - RX de tórax com infiltrado pulmonar intersticial difuso, retificação de arcos costais.

Realizada nova radiografia de tórax, com 6 horas de vida, que evidenciou

imagem de hipertransparência de limites bem definidos em regiões paracardíaca e

retroesternal esquerdas, determinando o sinal da “vela” com hipotransparência

parcial do pulmão esquerdo, como é possível observar na Figura 2.

14

Figura 5 - RX tórax com imagem de hipertransparência (pneumomediastino) em regiões paracardíaca e retroesternal esquerdas

Para melhor caracterização da imagem radiológica foi solicitada tomografia

axial computadorizada torácica no segundo dia de vida do RN, que revelou presença

de ar em mediastino anterior superior. Não há sinais de comprometimento do

parênquima pulmonar, compatível com pneumomediastino, como se observa nas

Figuras 3 a 6:

Figuras6 e 7 - Tomografia computadorizada de tórax.

Figura 6 Figura 7

LEGENDA: Corte transversal evidenciou presença de ar em mediastino anterossuperior (imagem delimitada com hipertransparência pulmonar).

15

Figuras 8 e 9 - Tomografia computadorizada de tórax

Figura 8 Figura 9

LEGENDA: Tomografia computadorizada de tórax evidenciando pneumomediastino

Manteve-se em oxigenoterapia na tentativa de mais rápida resolução do

pneumomediastino até D9 (nono dia de internação). No 4º dia de vida do RN, ao

exame físico, notou-se presença de sopro sistólico de moderada intensidade em

foco mitral com irradiação para mesocárdio. Foi realizado ecocardiograma que

evidenciou duas comunicações interatriais do tipo fossa oval sem repercussão

hemodinâmica, estenose pulmonardiscreta, estenose discreta das artérias

pulmonares.

Em D9 foi realizada radiografia de tórax que mostrou total reabsorção do

pneumomediastino, com imagens cardíaca e pulmonar dentro da normalidade.

Figura 10 - RX tórax dentro da normalidade, com reabsorção completa do pneumomediastino

16

A evolução clínica foi favorável, o recém-nascido manteve-se em bom estado

geral, sugando em seio materno, sem sinais de desconforto

respiratório,hemodinamicamente estável, com bom ganho ponderal.

Recebeu alta hospitalar no 10º dia de vida, com seguimento ambulatorial nos

serviços de pneumologia e cardiologia pediátricos.

17

4. DISCUSSÃO

De acordo com o que se observa na literatura, opneumomediastino

espontâneo em recém-nascido é uma doença, que apesar de rara, deve entrar no

diagnostico diferencialde pacientes com quadro de desconforto respiratório agudo

conforme relatado no caso apresentado. A presença de fatores facilitadores como

trauma durante o parto ou vômitos deve aumentar a suspeita diagnóstica. O caso

em questão apresenta quadro clinico e diagnóstico semelhante aos casos relatados

em literatura que surgiram em pacientes que não apresentavampatologias

pulmonares concomitantes e que não foram submetidos à ventilação mecânica. A

evolução do paciente relatado foi benigna, tendo sido conservadora a conduta

estabelecida com oxigenioterapia e observação.

A revisão bibliográfica sobre o tema demonstra uma quantidade limitada de

artigos sobre o assunto na faixa etária neonatal. Como a doença pode ser

oligossintomática e geralmente apresenta evolução benigna a incidência pode estar

subestimada, sendo portanto necessário a realização de estudos mais amplos sobre

o tema.

18

5. REFERÊNCIAS

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