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1 Volume III - Jan/Fev/Mar 2014 Boletim Epidemiológico de Cachoeirinha Boletim Epidemiológico de Cachoeirinha EQUIPE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Volume III - Jan/Fev/Mar 2014

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1Volume III - Jan/Fev/Mar 2014

BoletimEpidemiológico

de Cachoeirinha

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de Cachoeirinha

EQUIPE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Volume III - Jan/Fev/Mar 2014

3Volume III - Jan/Fev/Mar 2014

BoletimEpidemiológico

de Cachoeirinha

ApresentaçãoVigilância Epidemiológica

Atualmente, é obrigatória a notifi cação de doenças, agravos e eventos de saúde pública constantes da Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, do Minis-tério da Saúde.

A notifi cação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confi rmados, do rol de agravos relacionados na Portaria, que deve ser feita às autoridades sanitárias por profi ssionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medi-das de controle pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doença ou morte de determinados animais também se tornaram de notifi cação obrigatória.

// Terminologias

I. Doença: signifi ca uma enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano signifi cativo para os seres humanos;

II. Agravo: signifi ca qualquer dano à integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas e lesões auto ou heteroinfl igidas;

III. Evento: signifi ca manifestação de doença ou uma ocorrência que apre-sente potencial para causar doença;

IV. Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN): é um evento que apresenta risco de propagação ou disseminação de doenças para mais de uma Unidade Federada - Estados e Distrito Federal - com priorização das doenças de notifi cação imediata e outros eventos de saúde pública, inde-pendentemente da natureza ou origem, depois de avaliação de risco, e que pos-sa necessitar de resposta nacional imediata;

V. Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII): é evento extraordinário que constitui risco para a saúde pública de outros países por meio da propagação internacional de doenças e que potencialmente reque-rem uma resposta internacional coordenada.

// Observações importantes

1. A notifi cação compulsória é obrigatória a todos os profi ssionais de saúde: médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício da profi ssão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino;

2. As doenças, agravos e eventos constantes do Anexo II da Portaria 104 de-vem ser notifi cados às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde (SES e SMS) em, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas a partir da suspeita inicial;

3. A notifi cação imediata realizada pelos meios de comunicação acima des-critos não isenta o profi ssional ou o serviço de saúde de realizar o registro dessa notifi cação nos instrumentos estabelecidos na Portaria.

Fonte: Ministério da Saúde.

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Vigilância Epidemiológica

O Brasil entrou defi nitivamente na agenda dos eventos de massa mundiais, com a realização da Copa das Confederações Brasil 2013, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 e dos Jogos Olímpicos e Parao-límpicos Rio 2016.

Para o setor saúde, os eventos de massa também representam um desafi o que exige muito planejamento e convergência de esforços do setor público e privado. Diversos são os segmentos essenciais ao sucesso de um grande evento e que devem fazer parte dos planos de preparação dos países. A estruturação de ações voltadas ao controle dos riscos associados à saúde da população, que tendem a aumentar substancialmente em eventos dessa magnitude, é elemento incondicional desse planejamento. (ANVISA,2014)

Por suas características, particularmente a aglomeração de pessoas com di-versos históricos sanitários e o potencial de estressar a capacidade instalada nas cidades envolvidas, os eventos de massa internacionais constituem um risco potencial para a saúde pública.

A Portaria Nº 1.139, de 10 de junho de 2013, defi ne, no âmbito do Sistema único de Saúde (SUS), as responsabilidades das esferas de gestão e estabelece as Diretrizes Nacionais para Planejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa.

Cachoeirinha participa do grupo prioritário para incremento das ações de vigilância em saúde para a copa 2014. As vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e de saúde do trabalhador serão ponto estratégico (ponto focal) e repassará as informações epidemiológicas e sanitárias ao Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul.

O CIOCS é uma unidade operacional de trabalho de caráter extraordinário e temporário, com arquitetura integrada para a gestão das ações do setor saúde, nos âmbitos da vigilância e assistência, que visa o compartilhamento de informa-ções em saúde; para apoiar as decisões durante os eventos de massa e monitorar os incidentes relacionados à saúde.

O Ministério da Saúde defi ne evento de massa como uma atividade coletiva de natureza cultural, esportiva, comercial, religiosa, social ou política, por tempo pré-determinado, com concentração ou fl uxo excepcional de pessoas, de origem nacional ou internacional, e que, segundo a avaliação das ameaças, das vulnera-bilidades e dos riscos à saúde pública exijam a atuação coordenada de órgãos de saúde pública da gestão municipal, estadual e federal e requeiram o forneci-mento de serviços especiais de saúde, públicos ou privados (Sinonímia: grandes eventos, eventos especiais, eventos de grande porte). (MS,2013)

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.

Ações de Vigilância em Saúde em Eventos de Massa

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O lúdico na peça teatral “Todos Contra a Dengue”

conscientizando para combater a doença

Michelle Rocha Fortes / Enfermeira Ueldo Miguel Plentz Rodrigues / Enfermeiro

// Introdução

O número cada vez mais alarmante de casos de dengue em todo o Brasil traz preocupações a todos. Diante da possibilidade de uma nova epidemia da doença, nós, profi ssionais da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha/RS, preocupados em evitar que esta epidemia chegue a nosso município, resolvemos desenvolver um projeto sobre o combate à dengue.

Em um trabalho conjunto com as equipes das Estratégias de Saúde da Família (ESF) Araçá I e II, desenvolvemos uma peça de teatro, como forma de conscientizar, de uma maneira mais lúdica, as crianças e a população do município de Cachoeirinha quanto a esta doença, que atualmente vem sendo problema de saúde pública em muitas municipalidades.

// Objetivos

O projeto pretende, através do uso de teatro de bonecos, conscientizar alunos, pais e socie-dade sobre a importância de combater a proliferação do Aedes Aegypti, ensinando os tópicos da doença, seus vetores, sua transmissão e o que se pode fazer para ajudar nesse combate.

// Metodologia

Este projeto surgiu como resposta a um desafi o e em defesa de nossa população contra a propagação da dengue. Decidimos por sensibilizar, conscientizar e prevenir a dengue através da ludicidade, pois assim a plateia vai assistindo, brincando e aprendendo ao mesmo tempo, sempre de maneira divertida.

Com o título Todos Contra a Dengue, a peça de teatro foi criada para apresentar à plateia o que pode ser feito em suas casas para que esta doença seja evitada. Ensina-se como o mosquito se reproduz e como as larvas se desenvolvem, enfatizando como se pode combater o mosquito e sua reprodução, estimulando a prevenção e a eliminação dos focos do mosquito nas suas casas e em seus arredores. Também é orientada quanto aos sinais e sintomas da doença, quanto ao trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, das Unidades de Saúde e dos Agentes de Endemias em suas residências.

A peça de teatro foi apresentada à comunidade em quatro ocasiões durante o ano de 2013: na festa de Dia das Crianças da ESF Araçá, no III Seminário Municipal Cachoeirinha de Combate à Dengue, na 11ª Mostra Científi ca de Trabalhos Escolares e na Feira do Livro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Assunção. Nela, os bonecos também ensinaram o que fazer para expulsar os mosquitos e as larvas do Aedes Aegypti das residências e de seus arredores, bem como os sinais e sintomas da dengue. Os alunos e demais espectadores foram frequentemente consultados pelos personagens, respondendo às dúvidas sobre formas de preservar os lares contra o vetor. De forma lúdica, a população percebe como é importante manter a higiene em casa e em locais públicos para prevenir a doença.

É possível dizer que o lúdico é uma ferramenta pedagógica utilizada como técnica metodológica na aprendizagem, visto que, através da ludicidade, pode-se aprender de forma mais prazerosa, concre-ta e, consequentemente, mais signifi cativa, culminando em uma educação de qualidade. Atualmente

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sugere-se que sejam utilizadas atividades lúdicas como forma de facilitar a motivação do aprendiz.

O teatro infantil é uma ferramenta que auxilia na tarefa de transmitir educação, em especial às crianças. Quando lemos, apenas usamos o sentido da visão. Ao estudarmos algum texto, temos que criar imagens mentais sobre o assunto que estamos lendo. Quando estudamos um livro com imagens (fotos, gráfi cos e desenhos), este esforço mental de produzir imagens mentais já não é necessário. Quando usamos a arte do teatro para transmitir conhecimento, estamos possibilitando ao aprendiz a despertar outros sentidos para auxiliar na compreensão da mensagem que se quer transmitir.

Aprende-se mais rapidamente quando se pode vivenciar o objeto do aprendizado. Discursos e palestras nem sempre atingem a qualidade necessária para uma boa retenção do que se ensina. O teatro possui o poder de reunir várias as artes em si mesmo. Estão presentes as artes plásticas, as artes cênicas, danças, músicas, dentre outras. O teatro de bonecos envolve o espectador pelos diversos sentidos físicos, especialmente emocionalmente. Todas as funções da mente se voltam para o palco, para os bonecos. Toda a atenção é, então, concentrada na diversão e no aprendizado.

// Conclusão

O trabalho mostrou sua relevância ao constatar o entusiasmo com o que a plateia recebeu-o, bem como com os comentários das pessoas após assisti-lo. Iniciativas como esta merecem ser desenvolvidas, especialmente, em parceria entre os mais diversos setores da prefeitura. Com isso, podemos desenvolver melhor as atividades, atingindo os resultados de maneira mais fácil e signifi cativa no público-alvo. Também conseguimos provocar inquietações nos ouvintes, a fi m de trabalhar, através da conscientização, quanto à prevenção da dengue. Buscamos sensibilizar, assim, as crianças e suas famílias sobre esta doença.

// Agradecimentos

Agradecemos a todos os profi ssionais dos ESF Araçá I e II e aos colaboradores que nos aju-daram no desenvolvimento deste trabalho.

Tabela comparativa dos casos notifi cados e investigados que constam no SINAN- Sistema de In-formação dos Agravos de Notifi cação de Cachoeirinha, diagnosticados de janeiro a março de 2014.

AGRAVOS CASOS NOTIFICADOS CASOS CONFIRMADOS

Atendimento Antirrábico 1 144 144

Dengue 2 04 00

Doença de Chagas 00 00

Gestante HIV 03 03

Hepatites Virais 11 11

Leptospirose 00 00

Meningite Meningocócica / Outras Meningites 01 01

Sífi lis Congênita 02 02

Rubéola 00 00

Sarampo 00 00

Sífi lis em Gestante 00 00

Sífi lis não especifi cada 3 02 02

Varicela 04 04

Violência Doméstica, Sexual e / outras violências 65 64

Tuberculose 21 21

Síndrome Respiratória Aguda Grave 4 01

Infl uenza A /H3 Sazonal: 00Infl uenza A H1N1: 00Infl uenza B: 00VSR/5: 00Não especifi cada: 01

Coqueluche 00 00

1 Atendimento antirrábico : ferimentos causados principalmente causados por cães e gatos e que necessitam de avaliação, acompanhamento do animal e vacina antirrábica.2 Caso confirmado importado3 Ocorrência em homens e mulheres4 Síndrome Respiratória Aguda Grave: Pacientes com Síndrome Gripal com idade maior que seis meses com febre de início súbito, mesmo que referida acompanhada de tosse e/ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia, artralgia, dispneia conjuntivite, mal estar geral e perda do apetite e pacientes menores de 6 meses de idade com febre de inicio súbito, mesmo que referida e sintomas respiratórios. Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou seja, indivíduo em qualquer idade que atenda a defi nição de caso de Síndrome Gripal e dispneia ou saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou sinais de desconforto respiratório e que necessitam de internação hospitalar. Nessa situação os casos são notifi cados e investigados com coleta de secreções das vias aéreas superiores para identifi cação do agente etiológico.5 VSR: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), é um RNA vírus, não segmentado, envelopado, da família Paramyxoviridae. Causa infecção aguda do trato respiratório em indivíduos de todas as idades. A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e, virtualmente, todas as crianças serão expostas a ele até o segundo ano de idade. Reinfecções ocorrem durante toda a vida.

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Expediente

PrefeitoVicente Pires

Secretário Municipal de Saúde João Augusto Tardeti

Diretor GeralGerson Luís Cutruneo

Direção de Vigilância em SaúdeTania Bretschneider Ramos

Coordenação Vigilância EpidemiológicaGisele Cristina Tertuliano

Membros da Equipe de Vigilância Epidemiológica Aura da Costa Viana /Andreia Carvalho dos Santos /Daiane

Barbosa dos Santos/ Elder Franco Nunes / Rafael Feijó/ Lorena de Fátima B. Carpes / Gisele Cristina Tertuliano / Inei

Loblein / Marcieli Magnus / Sandra Luciana Halberstadt / Tânia Bretschneider Ramos/ Tatiana Tavares

TIRAGEM150 exemplares

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