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    Planos Individuais de

    Transio

    Apoiar a Transio da Escolapara o Emprego

    European Agency for Development in Special Needs Education

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    O presente relatrio e o CD interactivo que o acompanha foram produzidos epublicados pela European Agency for Development in Special Needs Education.So permitidos extractos deste documento desde que claramente referenciada afonte.Para facilitar o acesso informao este relatrio est disponvel em formatos

    electrnicos em: www.european-agency.org.Pode aqui ser encontrada uma informao mais vasta sobre a situao nosdiferentes pases, bem como os contactos dos especialistas e dos RepresentantesNacionais da Agncia.

    Este relatrio foi preparado pela Agncia com base nos contributos dosEspecialistas Nacionais nomeados para integrar o grupo na rea da transio dosjovens da escola para o emprego. Os nossos sinceros agradecimentos a: TeresaAidukiene, Patrice Blougorn, Rogrio Cao, Danielle Choukart, Maria Paz DePando Asensi, Eyglo Eyjlfsdttir, Stefania Fouska, Saskia Gelderblom, RegineGratzl, Hrafnhildur Ragnarsdottir, Andreas Jesse, Helena Kasurinen, BarbroLindgren, Emil Lischer, Marianne Middendorf, Stavroula Polychronopoulou, JorgeRato, Preben Siersbaek Larsen, Joaquin Sobrino, Jan Souek, Danielle Thielen,Inta Vadone, Harrie van den Brand, Ene-Mall Vernik-Tuubel, Ludo Vlaminckx peloseu contributo e a Viktorija Proskurovska pelo seu apoio.

    Editado por: Victoria Soriano, European Agency for Development in Special NeedsEducation

    Pintura da capa: Mr. Paulius Adomnas, 17 anos, Centro de Criatividade deCrianas e Jovens Dails kalba, Escola Secundria Vilnius Gerosios Vilties,

    Litunia.

    ISBN: (Electrnico)87-91811-14-7 ISBN: (Impresso) 87-91811-13-9EAN: (Electrnico) 9878791811142 EAN:(Impresso) 9878791811135

    2006

    A edio deste documento foi financiada pela DG de Educao, Formao,Cultura e Multilinguismo da Comisso Europeia:http://europa.eu.int/comm/dgs/education_culture/index_en.htm

    European Agency for Development in Special Needs Education

    SecretariatTeglgaardsparken 102DK-5500 Middelfart DenmarkTel: +45 64 41 00 [email protected]

    Brussels Office3 Avenue PalmerstonBE-1000 Brussels BelgiumTel: +32 2 280 33 [email protected]

    www.european-agency.org

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    NDICE

    INTRODUO 4PARTE 1: TRANSIO DA ESCOLA PARA O EMPREGO:RESUMO 7PARTE 2: PLANEAMENTO INDIVIDUAL DA TRANSIO DAESCOLA PARA O EMPREGO 19

    Seco 1. Plano Individual de Transio (PIT) Orientaes 19

    1.1. As Vozes dos Jovens, das Famlias e dos

    Empregadores 191.2. Definio de um PIT 231.3. Plano Individual de Transio versus Programa

    Educativo Individual 24Seco2. Orientao Prtica 27

    2.1. Princpios Bsicos de Orientao 272.2. Caractersticas de um Plano Individual de

    Transio: Contedo e Validao 312.3. Recomendaes Prticas 332.4. Recomendaes Finais 41

    REFERNCIAS 42

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    INTRODUO

    A transio da escola para o emprego uma questo importantepara todos os jovens e ainda mais para os que apresentam

    necessidades educativas especiais.

    Na primeira parte deste documento apresenta-se um resumo doestudo sobre Transio da Escola para o Emprego produzido pelaEuropean Agency for Development in Special Needs Education (aAgncia) em 2002. O objectivo da publicao foi reflectir sobre asdificuldades e as formas de facilitar o acesso ao emprego dos jovenscom necessidades especiais. O relatrio completo encontra-se nowebsite da Agncia em: http://www.european-agency.org/transit/. O

    relatrio listou um conjunto de factores limitadores e um conjuntodos factores facilitadores da transio. A implementao de umPlano Individual de Transio (PIT) foi considerada uma dos maisimportantes factores facilitadores desse processo de transio. Naprimeira parte deste documento apresentado um enquadramentoterico visando uma melhor compreenso sobre o que um PIT equal a sua funo na facilitao do processo de transio daescola para o emprego.

    Os princpios orientadores e as orientaes prticas para odesenvolvimento de um PIT so apresentados na segunda parte dodocumento. Especialistas de 19 pases tiveram em conta osresultados do estudo feito anteriormente pela Agncia. O objectivoera chegar a um acordo sobre o porqu e o como implementar umPIT ou um documento semelhante para apoiar a transio daescola para o emprego dos jovens com necessidades educativasespeciais. O termo emprego utilizado, neste documento, em

    sentido lato, significando tanto o emprego livre1

    como qualquer tipode emprego apoiado2.

    1 Considera-se emprego livre quando se trata de trabalho aberto a qualquer potencialempregado (com ou sem necessidades especiais) que apresente as necessriascompetncias, conhecimentos e qualificaes exigidas pelo empregador e sempre que oemprego est sujeito aos requisitos, condies e obrigaes usuais.

    2 O objectivo dos programas de Emprego Apoiado disponibilizar o apoio necessrio deforma a que as pessoas com deficincia que se confrontam com barreiras significativas

    no emprego, resultantes da sua deficincia, possam trabalhar na profisso queescolheram e, sempre que possvel, transitar para o emprego livre (UK Association forSupported Employment, 1999) medida que se reduz a necessidade de apoio.

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    Os especialistas envolvidos neste trabalho colocaram umsignificativo enfoque sobre os materiais utilizados pelos profissionaisno seu trabalho de cooperao com os jovens e suas famlias.

    Foram realizadas quatro reunies de trabalho. As primeiras trsvisaram clarificar e obter consenso sobre os conceitos e montar uminstrumento prtico com orientaes a utilizar pelos profissionais.Constituram temas da discusso:

    Definies: PIT versus Programa Educativo Individual (PEI); Objectivos: principal objectivo da elaborao de um PIT; Contedo: o que deve incluir um PIT e como deve ser

    implementado.

    Para a ltima reunio foram convidados profissionais dos sectoresda educao e do emprego, e famlias, para que pudessem dar asua opinio e fazer os seus comentrios aos resultadosencontrados. Eles enfatizaram o potencial benefcio decomplementar este relatrio com um instrumento orientadordestinado a profissionais principiantes, jovens e suas famlias. Oobjectivo do instrumento, eventualmente elaborado no decorrer doprojecto mostrar, de forma muito simples e prtica, a necessidade,

    o interesse e o benefcio de um PIT para os seus utilizadores finais.O CD interactivo integrado neste relatrio resulta de umacolaborao estreita dos profissionais e dos jovens com osespecialistas nacionais designados.

    A seco 2.1 apresenta os princpios orientadores que norteiam aelaborao de um PIT: o que esse documento, porque deve serelaborado e quem o elabora. tambm realada a diferena entre oPIT e o programa educativo individual.

    A seco 2.2 abrange os contedos de um PIT, os elementos aincluir e os passos necessrios para assegurar a sua efectivaimplementao e acompanhamento.

    Este documento , essencialmente, dirigido aos profissionais quetrabalham nesta rea. Os resultados finais nunca teriam sidopossveis sem os conhecimentos, a experincia e o compromisso detodos os envolvidos. Os nossos mais sinceros agradecimentos pelos

    seus contributos.

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    Os interessados em informaes especficas sobre a situaoindividual de cada um dos pases e/ou em itens especficosrelacionados com este processo podem consultar: Transitiondatabase no website da Agncia:

    http://www.european-agency.org/transit/

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    PARTE 1: TRANSIO DA ESCOLA PARA O EMPREGO:RESUMO

    No final de 1999, a Agncia procedeu reviso e anlise de toda a

    informao existente aos nveis nacional e internacional sobre otema transio da escola, para o emprego dos jovens comnecessidades educativas especiais. Esta reviso constituiu a base eo enquadramento para a anlise da informao nacional, recolhidapor profissionais na rea da transio, dos 16 pases envolvidos noprojecto. A informao nacional recolhida abrangia as polticasexistentes, a implementao do processo de transio, problemas eresultados. Mais especificamente:

    Acesso a oportunidades educativas para jovens comnecessidades educativas especiais aps a escolaridadeobrigatria;

    A existncia de programas de transio; A situao do emprego/desemprego para pessoas com

    necessidades educativas especiais; A existncia de legislao e de medidas polticas relativas

    transio ou a aces incentivadoras do emprego; Aspectos sensveis e elementos positivos evidentes nas

    situaes nacionais.

    O principal objectivo da anlise foi examinar estratgias e processosaparentemente eficazes, fazer uma anlise global das caractersticasrelevantes e das barreiras mais frequentemente mencionadas,identificar factores significativos do processo de transio. Paraaperfeioar o processo de transio, foram tambm formuladasrecomendaes dirigidas aos decisores polticos e aos profissionais.

    O conceito de transio da escola para o emprego ou para a vidaactiva referido em muitos documentos internacionais, comdefinies levemente diferentes.

    O Enquadramento de Salamanca para a Aco (UNESCO, 1994)estabelece que: os jovens com necessidades educativas especiais precisam deser apoiados para fazerem uma transio eficaz da escola para avida activa, quando adultos. As escolas devem ajud-los a tornarem-se activos economicamente e proporcionar-lhes as competncias

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    necessrias vida diria, oferecendo-lhes uma formao nas reasque correspondem s expectativas e s exigncias sociais e decomunicao e s expectativas da vida adulta (pag. 34).

    A transio descrita em outros documentos, por exemplo HELIOSII (1996b), como: um processo continuo de adaptao, envolvendo diferentesvariveis ou factores. um processo que acontecepermanentemente ao longo da vida de um indivduo em momentoscrticos como a entrada no jardim de infncia, o fim da escolaridadeobrigatria ou a mudana de ciclo de ensino (pag. 4).

    O International Labour Office (1998) define transio como:

    um processo de orientao social que implica mudanas deestatuto e de papel (ex. de estudante para formando, de formandopara trabalhador e da dependncia para a independncia) e que central para a integrao na sociedade A transio requer umamudana no relacionamento, nas rotinas e na auto-imagem. Paragarantir uma transio mais suave da escola para o trabalho, osjovens com necessidades educativas especiais necessitam de definirmetas e de identificar o papel que querem desempenhar nasociedade (pag. 5 e 6).

    A OCDE (2000) sugere que a transio para a vida activa , apenas,uma das transies por que o jovem tem de passar ao longo do seupercurso para a vida adulta. Num contexto de aprendizagem aolongo da vida, a transio da educao inicial, seja ela educaosecundria ou terciria, vista, simplesmente, como a primeira demuitas transies entre o trabalho e a aprendizagem, que os jovensexperienciam ao longo das suas vidas.

    A Labour Force Survey (EC, 2000) advoga que a transio da escolapara o trabalho no linear; que a sada da escola no ,necessariamente, seguida do incio do trabalho. Ela gradual e osjovens experienciam perodos intercalares de estudo e de trabalho.

    No enquadramento do trabalho desenvolvido pela Agncia Europeiasobre este tema, a transio para o emprego surge como parte deum longo e complexo processo, que cobre todas as fases da vida de

    uma pessoa e que necessita de ser orientada da forma maisapropriada. Uma vida boa para todos bem como um bom trabalho

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    para todos so os fins ltimos de um processo de transio bemsucedido. Os tipos de recursos ou a organizao da escola nodevem interferir com ou impedir que se realize tal processo. Atransio da escola para o emprego deve implicar uma contnua

    participao do aluno, o envolvimento das famlias, a coordenaoentre todos os servios envolvidos e uma estreita colaborao com osector do emprego (European Agency for Development in SpecialNeeds Education, 2002).

    As principais questes e dificuldades identificadas durante areviso da literatura sobre transio foram agrupadas nos seguintesoito tpicos.

    DadosOs dados neste domnio so muito limitados, pelo que difcilqualquer comparao entre pases. No obstante as diferenas e ostermos usados pelos pases alunos com deficincia ounecessidades educativas especiais a taxa de populao queapresenta necessidades educativas especiais situa-se entre os 3 eos 20% dos jovens com idade inferior a 20 anos (European Agencyfor Development in Special Needs Education, 1999; Eurybase,1999).

    Estatsticas complementaresEm 1995 a percentagem de jovens entre os 20 e 29 anos de idadeque no atingira uma qualificao a nvel do ensino secundrio erade cerca de 30% (Eurostat). Esta percentagem ainda mais elevadapara os alunos com necessidades educativas especiais. difcilcalcular o nmero de alunos que abandona a educao logo aseguir fase obrigatria, mas possvel afirmar que muitos no

    prosseguem estudos para alm dessa fase. Os dados, embora nosejam muito precisos, revelam que um grande nmero de alunoscom necessidades educativas especiais inicia o ensino secundrio,mas um grande nmero no o termina (OCDE, 1997). Em algunspases quase 80% dos adultos com deficincia, ou no progredirampara alm do ensino primrio, ou podem ser consideradosanalfabetos funcionais (HELIOS II, 1996a).

    Acesso educao e formao

    Em teoria, os alunos com necessidades educativas especiaisbeneficiam das mesmas escolhas educativas que os seus colegas

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    mas, na prtica, apenas lhes so oferecidos programas orientadospara a segurana social ou para trabalhos de baixo salrio (OCDE,1997). Eles no esto, necessariamente, interessados nas escolhasque lhes so propostas e os programas educativos e de formao

    nem sempre correspondem aos seus interesses e necessidades.Isto coloca-os numa situao de desvantagem face ao mercadonormal de trabalho (ILO, 1998). Tornar os programas educativosmais relevantes e adaptados aos alunos poder ser uma soluopara vrios problemas incluindo aqueles com que se confrontam nafase de transio (European Agency for Development in SpecialNeeds Education, 1999).

    Preparao vocacional

    A preparao vocacional no est, muitas vezes, relacionada comprticas reais de emprego; muitas vezes tem lugar em espaossegregados e nem sempre orientada para profisses complexas.As pessoas com deficincias no recebem as qualificaes exigidaspara o emprego; a formao deve ser mais ajustada s actuaisexigncias do mercado de trabalho (ILO, 1998).

    Taxas de desempregoA taxa de desemprego entre as pessoas com deficincias duas outrs vezes superior s das no deficientes (ILO, 1998). Os dadosnacionais dos pases apenas incluem pessoas registadas comodesempregadas, mas uma alta percentagem de pessoas comnecessidades especiais no est registada elas nem to poucotm a oportunidade de conseguir o primeiro emprego (HELIOS II,1996). Os encargos com o desemprego das pessoas com deficinciatornaram o terceiro item mais alto da despesa da proteco social,depois das penses por reforma e das despesas com a sade (EC,

    1998). O aumento do emprego necessita de uma estratgiaofensiva, uma poltica activa que promova um aumento da oferta,mais do que uma estratgia defensiva ou poltica passiva. Istorequer investimentos na capacidade fsica produtiva, nosconhecimentos e nas competncias. Neste sentido, as pessoas comdeficincia devem ter um papel proactivo no planeamento do seuprprio futuro (EC, 1998).

    Expectativas e atitudes

    Todos os documentos esto de acordo sobre esta questo:professores, pais, empregadores e pblico em geral subestimam as

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    capacidades das pessoas com deficincia. A cooperao muitoimportante para desenvolver uma viso realista das competnciasdos alunos em todos os sectores da educao (European Agency forDevelopment in Special Needs Education, 1999), incluindo a

    transio para o trabalho.

    Acessibilidade ao local de trabalhoExistem ainda problemas relacionados com a acessibilidade fsicaaos locais de trabalho e com o acesso a um apoio pessoal e tcnico.A informao e o apoio acessvel aos empregadores so tambmuma questo essencial referida em muitos documentos.

    Implementao da legislao existente

    Os enquadramentos legais sobre a transio para o emprego emalguns pases ou so inexistentes ou conduzem a um sistemainflexvel. As cotas de emprego enquanto medida de apoio a favordo emprego das pessoas com deficincia parece ter falhas na suaaplicao. Muitos pases aplicam uma combinao de medidas queparecem ser eficazes a diferentes nveis. No h exemplos em que osistema de cotas atinja os grupos alvo. Contudo, os apoiantes destesistema realam que os recursos gerados pelos impostos ou pelasmultas permitem outras medidas de desenvolvimento do emprego. Alegislao anti-discriminatria tambm apresenta problemas. Porvezes h a impresso de que tal legislao mais sobre mensagensde comunicao para pessoas com deficincia e empregadores doque sobre solues eficazes para os indivduos (ECOTEC, 2000).

    A anlise da Agncia publicada em 2002 sublinha trs reas quepodem ser sumariadas da seguinte forma:

    1. Os principais problemas enfrentados pelos alunos comnecessidades especiais, suas famlias e profissionais na transioda escola para o emprego. Esta questo foi abordada atravs deuma anlise da documentao existente aos nveis Europeu eInternacional. Os problemas levantados pelos sectores da educaoe do emprego so bastante consistentes e inter-relacionados. Asprincipais questes-problema identificadas pelos dois sectoresrecaem sobre:

    Como reduzir ou evitar o elevado nmero de jovens que

    abandona a escola e os que esto desempregados;

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    Como incrementar o acesso a uma educao e formao dequalidade;

    Como proporcionar qualificaes adequadas quecorrespondam s capacidades dos jovens e lhes permitam

    enfrentar adequadamente a vida de adulto e de trabalho; Como estimular o contacto e o entendimento mtuo entre os

    sectores da educao e do emprego.

    2. Os aspectos chave que devem ser considerados na transiotendo em ateno os problemas existentes. Esta rea foi investigadaatravs dos debates e da anlise da documentao cedida pelosdiferentes profissionais dos 16 pases envolvidos no projecto. Daemergiram seis aspectos chave relacionados com o conceito detransio:

    A Transio um processo que deve ser apoiado pelaexistncia e implementao de legislao e por medidas depolticas;

    A transio deve garantir a participao do aluno e respeitaras suas escolhas pessoais. O aluno, a sua famlia e osprofissionais devem trabalhar em conjunto na formalizao deum plano individual;

    A transio necessita da implementao de um planoeducativo individual focalizado no progresso do aluno e emquaisquer mudanas a introduzir na situao escolar;

    A Transio deve ser baseada no envolvimento e nacooperao de todas as partes envolvidas;

    A Transio requer uma estreita colaborao entre escolas emercado de trabalho, para que o aluno experiencie asefectivas condies de trabalho;

    A Transio faz parte de um longo e complexo processo de

    preparao do aluno para a entrada na vida econmica e navida de adulto.

    3. Os principais factores que parecem facilitar ou impedir aimplementao, a nvel prtico, de um processo de transio bemsucedido. Estes factores foram identificados a partir de prticaslocais seleccionadas pelos diferentes profissionais. As situaesgenunas de transio deixam sobressair um conjunto de factores

    que possibilitem uma descrio mais detalhada dos seis aspectosacima referidos. Estes factores parecem actuar tanto como barreiras

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    como factores facilitadores de um processo de transio bemsucedido. A descrio dos factores mostra que poucos delescorrespondem a situaes factuais e simples que possam serentendidas como factores simples, em que apenas um factor, em si

    mesmo, constitui uma barreira ou um facilitador. A maioriacorresponde a situaes complexas e inter-relacionadas, ou afactores complexos, onde vrios factores funcionam como barreirasou como facilitadores da transio.

    A anlise das trs reas acima listadas levou identificao derecomendaes para o futuro da transio. Estas so apresentadasseguidamente e so dirigidas aos legisladores e profissionais e,tendo por objectivo facultar orientao sobre como melhorar o

    desenvolvimento e a implementao do processo de transio.

    A transio um processo que deve ser apoiado atravs daexistncia e da implementao de legislao e de medidaspolticasA nvel das polticas, os decisores polticos deveriam:

    Promover e/ou melhorar as polticas de coordenao efectivaentre os diferentes servios, evitando a criao de novalegislao que esteja em contradio com a legislaoexistente ou que seja uma sobreposio da mesma;

    Assegurar medidas concretas para a implementao efectivada legislao existente, de forma a evitar diferenas e/oudiscriminao como resultado da desigualdade de recursoshumanos e tcnicos;

    Consultar sistematicamente, ter em considerao e respeitaras opinies expressas pelas organizaes voluntrias quetrabalham com e para as pessoas com deficincias;

    Procurar e promover polticas activas, de forma a reforar oemprego e a autonomia pessoal; Assegurar um controlo e uma avaliao mais focalizados em

    todas as medidas facilitadoras a favor das pessoas comdeficincia, como o sistema de cotas, os benefcios fiscais,etc. e assegurar um eficaz funcionamento dos servios aosnveis nacional, regional e local;

    Assegurar a disponibilizao da informao sobre medidaslegais e polticas dirigidas a empregadores;

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    Assegurar a criao de redes locais, que envolvam todos osparceiros, de forma a implementar a poltica nacional.

    A nvel de prtica os profissionais deveriam: Obter toda a informao, estratgias e competncias

    necessrias, de forma a implementarem a legislao existentee a assegurarem-se de que existe uma metodologiaadequada para a pr em prtica;

    Avaliar regularmente os projectos inovadores locais e divulgaros seus resultados, de forma a que atinjam o efeito defacilitadores;

    Criar uma rede local na qual todos os parceiros (servios deemprego, sociais, educativos e famlias) estejamrepresentados, de forma a discutirem, planearem eimplementarem a poltica nacional;

    Possuir mtodos adequados para comunicar as suasnecessidades aos administradores, sempre que novasmedidas estejam a ser implementadas.

    A transio necessita de assegurar a participao do jovem ede respeitar a sua escolha pessoal

    A nvel das polticas, os decisores polticos deveriam: Facultar os recursos necessrios (tempo e oramento) s

    escolas, de forma a implementarem um trabalho com o alunoe a sua famlia;

    Assegurar que os recursos foram utilizados eficazmente, deforma a garantir o sucesso desta tarefa de colaborao.

    A nvel da prtica, os profissionais deveriam: Ter e despender o tempo necessrio com o aluno e suas

    famlias, de forma a compreender melhor os seus desejos enecessidades;

    Redigir, o mais cedo possvel, um plano de transio, abertoao aluno, sua famlia e aos profissionais envolvidos nasfases ulteriores do processo de transio, dentro e fora daescola;

    Modificar e adaptar o plano de transio em cooperao como aluno, sempre que seja necessrio;

    Encorajar, o mais possvel, o aluno, a descobrir as suasprprias capacidades e competncias;

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    Dotar o aluno e sua famlia de toda a informao de quepossam necessitar, ou encaminh-los para os servioscompetentes;

    Assegurar que o programa educativo individual e o plano de

    transio tenham um formato acessvel ao aluno queapresente, por exemplo, capacidades de leitura limitadas.

    O desenvolvimento de um programa educativo individualfocalizado no progresso do jovem e em qualquer mudana a serintroduzida na situao escolar, deve fazer parte do processode transioA nvel das polticas, os decisores polticos deveriam:

    Dotar as escolas com os recursos necessrios que garantamo desenvolvimento dos programas educativos individuais. Emparticular, os professores deveriam ter o tempo necessrio ereceber orientao para as suas tarefas;

    Assegurar que um plano de transio esteja includo noprograma educativo individual;

    Estabelecer parmetros de qualidade para os programaseducativos individuais;

    Assegurar que as qualificaes atingidas pelos alunos

    estejam reflectidas nos certificados que eles obtm e quesejam evitadas situaes discriminatrias.

    A nvel da prtica, os profissionais deveriam: Assegurar que o jovem seja o centro do processo de

    desenvolvimento do programa educativo individual e do planode transio;

    Receber a ajuda necessria de forma a desenvolverem umprograma educativo individual baseado em trabalho de

    equipa; Assegurar que o programa educativo individual seja

    regularmente avaliado pelo aluno, pela famlia e tambmpelos profissionais das escolas e de fora, usando umformulrio escrito;

    Desenvolver, desde o incio, um portfolio ou instrumentoequivalente, que contenha o programa educativo individual eo registo de todas as alteraes introduzidas;

    O portfolio deve incluir uma avaliao das atitudes,conhecimentos, experincias e principais competncias do

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    aluno (acadmicas, prticas, da vida diria, do lazer, auto-determinao e comunicao).

    A transio deve basear-se no envolvimento directo e na

    cooperao de todas as partes envolvidasA nvel das polticas, os decisores polticos deveriam: Assegurar medidas prticas de cooperao entre os servios,

    bem como assegurar um acompanhamento destacooperao;

    Estabelecer de forma clara as responsabilidades de cadaservio e da relao entre os servios, de forma a asseguraruma efectiva coordenao;

    Assegurar a avaliao da coordenao e da distribuio dasresponsabilidades permitindo que sejam feitas as mudanasnecessrias;

    Assegurar que todos os servios cumprem as suasobrigaes e participam na tarefa de coordenao;

    Motivar os empregadores e os sindicatos atravs de medidasespecficas, de forma a que se envolvam directamente noprocesso;

    Encorajar a cooperao e a coordenao entre todos os

    departamentos envolvidos a nvel nacional.

    A nvel da prtica, os profissionais deveriam: Ter uma rede de apoio eficaz qual os profissionais possam

    dirigir os seus pedidos de apoio e de informao; Ter reconhecimento a nvel oficial (em termos de oramento

    ou pelo menos em termos de tempo) das tarefas decoordenao requeridas por outros servios;

    Receber formao posterior, de forma a poderem definir

    melhor as tarefas de coordenao e a aprenderem a partilharresponsabilidades.

    A transio requer uma estreita cooperao entre a escola e omercado de trabalhoA nvel das polticas, os decisores polticos deveriam:

    Assegurar que todos os jovens experienciem condies reaisde trabalho;

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    Garantir o acesso de todos os jovens a qualquer tipo deformao prtica, respeitando as suas diferentesnecessidades;

    Organizar medidas de formao flexveis, por exemplo,

    criando perodos de preparao antes da formao noemprego;

    Promover incentivos formais e informais para as empresas(ex. redues fiscais, reconhecimento social, etc.)encorajando-as a proporcionar lugares de estgio parajovens;

    Enfatizar e demonstrar os benefcios mtuos resultantes daavaliao de exemplos de boas prticas de transio;

    Envolver os empregadores neste tipo de iniciativas, emcooperao com os servios de emprego, atravs decampanhas de informao, de redes de empregadores e dossindicatos;

    Reconhecer a necessidade de uma cooperao formal entreos servios de educao e de emprego;

    Disponibilizar recursos para a formao profissional econtnua dos professores.

    A nvel da prtica, os profissionais deveriam: Estar abertos e bem informados acerca das possibilidades do

    mercado de trabalho; Ter tempo para visitar empresas, para organizar reunies com

    elas e com outros servios do sector empregador, facultarmeios para a organizao de perodos de formao deprofessores nas empresas de forma a mant-los em contactocom a prtica diria;

    Aproveitar as capacidades da escola para estabelecercontactos e programas de aco com empresas;

    Convidar profissionais do sector do emprego para contextoseducativos, de forma a contactarem com os alunos e com aequipa de profissionais;

    Assegurar o acompanhamento dos alunos depois deabandonarem a escola.

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    A transio para o emprego parte de um longo e complexoprocessoA nvel das polticas, os decisores polticos deveriam:

    Estabelecer todas as medidas necessrias de forma a

    assegurar um processo de transio com sucesso,identificando e superando as barreiras e dificuldades nesteprocesso;

    Evitar procedimentos educativos rgidos (relativamente avaliao);

    Facilitar a cooperao entre e dentro dos servios ereconhecer o tempo gasto pelos profissionais em tarefas decooperao e de coordenao;

    Assegurar o desenvolvimento precoce de planos de transiona vida escolar do aluno e, no somente, no final daescolaridade obrigatria;

    Reconhecer a necessidade de um profissional especfico parafuncionar como um advogadoou uma pessoa de refernciapara o aluno apoiando-o no seu processo de transio.

    A nvel das prticas, os profissionais deveriam: Usar meios eficazes, de forma a facilitar este processo (p.e.

    orientao adequada, apoio flexvel, boa coordenao, etc.); otempo gasto nestas obrigaes deve ser oficialmenteformalizado e reconhecido.

    Os profissionais, os legisladores e os representantes dosempregadores e dos sindicatos envolvidos neste projecto concluramque a implementao das recomendaes sugeridas poderomelhorar, indubitavelmente, o processo de transio e minimizar osproblemas que os alunos enfrentam hoje em dia quando deixam a

    escola e so confrontados com questes relacionadas com aobteno de emprego.

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    PARTE 2: PLANEAMENTO INDIVIDUAL DA TRANSIO DAESCOLA PARA O EMPREGO

    Seco 1. Plano Individual de Transio (PIT) Orientaes

    Esta parte do documento a continuao da anlise sumariada naseco anterior. No se esperava que os especialistas envolvidos noprojecto fornecessem informao acerca do pas, mas que sefocalizassem na necessidade e no benefcio do desenvolvimento deum PIT. Todas as necessidades, desejos e expectativas dosparceiros foram totalmente tidos em considerao e foram includosnos resultados e nas propostas apresentadas no documento. Pediu-se aos profissionais e aos jovens que partilhassem as suas

    experincias e que reflectissem sobre o significado desta ferramentasob a forma de desenho. Alguns desses desenhos foram usadosneste documento, e muitos deles esto integrados no CD interactivo.

    1.1. As Vozes dos Jovens, das Famlias e dos Empregadores

    Jovens. Em Novembro de 2003, teve lugar uma Audio noParlamento Europeu, em Bruxelas, com cerca de 80 jovens, 22pases e diferentes tipos de necessidades especiais, com idadescompreendidas entre os 14 e os 20 anos. Os jovens expressaram de forma aberta mas firme as suas preocupaes, desejos eesperanas sobre a educao, a formao e o emprego.Expressaram da melhor forma possvel o que foi atingido e o queainda precisa de ser feito. Estes so alguns dos seus comentrios,usando as suas prprias palavras:

    Toda a gente quer ter uma boa profisso e deseja encontrar um

    trabalho satisfatrio.

    Queremos ter uma profisso, conseguir um emprego, ter umafamlia, uma casa, ser membros activos da sociedade e ser felizescomo toda a gente.

    Precisamos de ser capazes de escolher a nossa educao combase nos nossos interesses e motivao, tal como qualquer outra pessoa. Queremos participar na sociedade como qualquer outra

    pessoa e no queremos ser discriminados pelos empregadoresdevido a uma deficincia.

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    Alguns de ns sonham com um emprego no sector da economia privada. Mas para muitos de ns este objectivo parece inatingveldevido nossa deficincia e s condies da sociedade.Frequentemente, apenas possvel uma ocupao num lugar

    protegido. Tambm os certificados passados pelas instituies deeducao especial no so, muitas vezes, aceites no sectoreconmico privado.

    Notamos que o nvel da formao especfica [especial] que nos ministrada demasiado baixo para nos preparar para a continuaode estudos. Lamentamos no poder escolher os cursos quequeremos seguir.

    Temos a impresso de que o mercado de emprego ainda no estaberto a pessoas com deficincia, esperemos que isso mude nofuturo.

    Uma muito importante para as pessoas com deficincia em todo omundo ser e viver como a maioria das pessoas normais vive.Para que isto seja possvel temos de trabalhar sobre as atitudes das pessoas e fazer alguma coisa para que as pessoas que no sodeficientes tenham a hiptese de conhecer mais sobre as pessoascom deficincia.

    Pais. Em Setembro de 2004, no mbito do projecto PIT conduzidopela Agncia, foi organizada uma reunio final, a qual envolveu osespecialistas participantes na anlise, juntamente com outrosprofissionais, famlias e empregadores. Apresentam-se,seguidamente, as opinies de uma me:

    Em minha opinio, nas escolas, deve prestar-se ateno no s aoensino de contedos acadmicos, mas tambm s competnciassociais e, obviamente, s competncias vocacionais.

    Durante os anos de escola dos alunos, o corpo docente da escola,em conjunto com as famlias, devem explicar-lhes que, no futuro,supe-se que venham a trabalhar em diferentes lugares, a completartarefas e a assumir responsabilidades que correspondam s suascompetncias.

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    Os professores e as famlias tm de reforar a auto-estima dosestudantes para melhorarem a sua qualidade de vida atravs doemprego e do trabalho, em vez de procurarem a caridade.

    Acredito, verdadeiramente, que um PIT muito necessrio e deveser elaborado dois ou trs anos antes de o estudante terminar a suaescolaridade numa escola regular ou especial.

    Estou feliz por, finalmente, ser prestada ateno necessidade daelaborao do PIT por parte dos especialistas. Contudo, sequeremos que ele seja utilizado, essa exigncia deve ser aprovada anvel poltico por todos os pases envolvidos. Caso contrrio, tenhodvidas que o PIT seja amplamente utilizado.

    Em particular, os professores das escolas regulares com estudantescom NEE (obviamente, em colaborao com as famlias) tm queajudar os estudantes a tomar conscincia das suas reaiscapacidades e futuras possibilidades. Na minha opinio, a equiparesponsvel pela elaborao de um PIT deve envolver no s osespecialistas (um professor de educao especial, um professor, umpsiclogo), mas tambm representantes dos sectores da sade, dosservios sociais, da educao, do emprego, etc ...

    Empregadores. Uma perspectiva do sector empregador foiexpressa por um empresrio com uma longa tradio na contrataode pessoas com necessidades especiais. Apresentou algumasquestes fulcrais:

    (a) O estado tem de apoiar as empresas motivando-as paraempregarem jovens com necessidades especiais atravs de

    incentivos formais e informais, tais como: apoio financeiro,reduo de impostos, rotulagem positiva, identificao daempresa, etc.

    (b) Os jovens precisam de ser preparados no apenas a nvelprofissional. Para as empresas, as competncias sociais somais importantes do que as competncias acadmicas. Asempresas tm mais capacidade para os formar no local. Umimportante passo para todos os jovens seria o terem prtica

    obrigatria ou experincia em empresa, e no em contextosartificiais.

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    (c) Por vezes necessrio um orientador ou outro tipo depessoa, dependendo das necessidades e das competnciasdo jovem. Pode ser necessrio a presena de uma outrapessoa para apoiar a sua integrao num local de trabalho.

    Ao mesmo tempo, importante evitar a super proteco, oque acontece, muitas vezes, no sistema educativo.

    (d) As competncias dos jovens esto inversamenterelacionadas com as exigncias de apoio a disponibilizarpelos empregadores, como se mostra na figura abaixo. Asempresas podem comear com jovens que necessitem de umapoio limitado. Com o tempo, a experincia positiva e os bonsresultados encorajaro as empresas a contratar jovens que

    necessitem de diferentes tipos de apoio, proporcionando,consequentemente, um movimento descendente no tringuloda esquerda.

    Figura 1. Nvel de apoio disponibilizado pelo empregador deacordo com o nvel de competncias do jovem

    (e) importante procurar empresas que precisem de

    empregados e, eventualmente, de algum apoio financeiro.Forar as empresas a contratar pessoas com deficincia podeser um desastre. As pequenas e mdias empresas parecemestar mais abertas a empregar pessoas com necessidadesespeciais do que as grandes.

    Estes so alguns exemplos de opinies, desejos e conselhos dosjovens, famlias e empregadores. Estes pontos de vistas devem sertomados em considerao na elaborao de um PIT.

    Competncias do JovemApoio

    disponibilizado pelas

    empresas

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    1.2. Definio de um PIT

    Nem todos os pases Europeus utilizam o termo PIT existe umadiversidade de termos. O termo PIT utilizado em alguns pases,

    enquanto que em outros usado o Programa Educativo Individualou Projecto de Integrao Individual, Plano Educativo, Plano deInterveno Individualizada, Plano de Carreira Individual, etc.. Asdiferentes terminologias realam ligeiras diferenas nos conceitos.Apesar destas diferenas, existe um claro consenso entre os pasesrelativamente necessidade e ao benefcio da elaborao desteinstrumento de trabalho, percepcionado como um retrato individual,no qual so registados os desejos e os progressos na educao ena formao do jovem.

    Um Plano Individual de Transio um instrumento, umaferramenta, sob a forma de documento, no qual registado opassado, o presente e o futuro desejado dos jovens. Ele deve incluirinformao sobre o universo da vida do jovem: condies familiares,histria mdica, tempos livres, valores e backgroundcultural, e aindainformao sobre a sua educao e formao. Isso contribuir paraatingir os seguintes resultados:

    Aumentar as hipteses de o jovem conseguir um trabalhosustentvel;

    Aferir interesses, desejos, motivaes, competncias, atitudese capacidades do jovem com as exigncias da profisso, dotrabalho, do contexto de trabalho, da empresa;

    Melhorar a autonomia, a motivao, a auto-estima e a auto-confiana do jovem;

    Criar uma situao de sucesso para o jovem e para osempregadores.

    O plano de transio est estreitamente relacionado com o planoeducativo e deve ser preparado o mais cedo possvel, antes do final,da escolaridade obrigatria. Tem por objectivo acabar com o fossoexistente entre a escola e o emprego. Um PIT proporciona umenquadramento que tem por fim assegurar uma melhor entrada noemprego. Reflecte um processo dinmico que envolve:

    As caractersticas dos jovens (competncias, capacidades eexpectativas)

    As exigncias do sector empregador e

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    A reviso permanente de um plano de aco.

    1.3. Plano Individual de Transio versus Programa EducativoIndividual

    preciso fazer uma distino entre um Programa EducativoIndividual (PEI) e um Plano Individual de Transio (PIT) ou umequivalente. Importa referir que, tal como no caso do PIT, os pasesusam diferentes termos para definir o desenvolvimento de umdocumento educativo individual que corresponde em termos gerais seguinte definio: Um PEI estabelece o currculo que uma crianacom necessidades educativas especiais segue e criado paradefinir as estratgias a utilizar para responder s necessidades da

    identificadas da criana o PEI deve registar apenas o que adicional ao currculo ou diferente do plano curricular diferenciadoprevisto para todas as crianas(UK Department for Education andEmployment, 1995).

    Um programa educativo individual pode ser sumariado daseguinte forma:- Um vasto documento que cobre todos os aspectos relacionadoscom a educao do aluno (estratgias, recursos, resultados), comenfoque especfico na educao. Os aspectos pessoais e sociaisparecem nem sempre desempenhar um papel importante, masdevem ser tomados em considerao;- O professor o profissional-chave responsvel pela elaborao doPEI, em estreita cooperao com o aluno, a sua famlia e com todosos outros profissionais envolvidos.

    Um plano individual de transio um instrumento diferente e

    pode ser sumariado da seguinte forma:- Um PIT est estreitamente relacionado com um PEI;- Precisa de ser preparado dois ou trs anos antes do fim daescolaridade obrigatria;- Pode ser considerado como uma espcie de retrato individual dasituao, motivao, desejos e capacidades de um jovem;- Tem de ser includo num portfolio (como o PEI), sendo primeiro oaluno e, mais tarde, o estudante e dono de um tal documentoindividual, garantindo, deste modo, a confidencialidade da

    informao nele existente;

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    administrativas dos profissionais. Pelo contrrio, ambos osdocumentos devem ser usados para registare para manter:

    Reflexes acerca da situao do aluno/estudante; Acordos conseguidos sobre os objectivos a atingir; Estratgias vocacionais estabelecidas; Uma perspectiva do progresso do aluno/estudante a qualquer

    momento, mesmo quando acontecem alteraes quereducativos (ex. transitar para outra escola) quer geogrficas(ex. a famlia mudar-se para outro local).

    A figura seguinte, baseada nas discusses dos especialistas doprojecto PIT, ilustra a relao entre estes dois instrumentos detrabalho. As principais caractersticas de um PIT so descritas eilustradas mais detalhadamente nas seces seguintes destedocumento.

    A figura, em particular, e a espiral, realam o facto de que atransio um processo dinmico, construdo no tempo em que ojovem apoiado pelo desenvolvimento dos dois documentos, PEI ePIT.

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    Figure 2. Relao entre um PEI e um PIT

    Desenho deMr. Laurent Grassi,

    Education Department,Disability Centre,

    Frana

    Seco2. Orientao Prtica

    2.1. Princpios Bsicos de Orientao

    Um planeamento eficaz da transio segue os princpios que estode acordo com os objectivos da transio, respeitando as diferenasrelacionadas com as caractersticas e valores das famlias. Atransio um processo que pode tomar mais ou menos tempodependendo das necessidades e das possibilidades do indivduo.So os seguintes os princpios orientadores bsicos do planeamentode um PIT:

    ESCOLA

    preciso ter emconsiderao asnecessidades domercado e docontexto social

    Informao,orientao,aconselhamento eapoio decrescero

    gradualmente

    Envolvimento de:Alunos/estudantes

    Famlias

    Professores

    OutrosProfissionais

    PIT

    TRABALHO/VIDAADULTA

    PEI

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    A pessoa com necessidades especiais deve participaractivamente no planeamento do seu PIT;

    As famlias devem ser envolvidas; O planeamento deve envolver a cooperao e a colaborao

    entre os intervenientes; O planeamento deve ser flexvel para responder s mudanas

    de valores e de experincias.

    Os jovens com necessidades especiais devem ter todas asnecessrias oportunidades e apoios para poderem participar noplaneamento do seu prprio PIT, uma vez que so os principaisinteressados. Um PIT tem de garantir ao jovem o aconselhamento eo apoio de que necessita antes, durante e depois do perodo detransio. Tambm as famlias precisam de ser parceiros activoscomo advogados e como apoiantes pelo que a situao familiar(valores culturais e recursos) deve ser tida em conta pelosprofissionais.

    O quadro que se segue sumaria as aces a incorporar no processodo PIT e a ser realizadas pelas partes envolvidas. Estas acespodem ser divididas em trs fases:

    Fase 1: Informao, Observao e OrientaoUma fase preparatria a ter lugar enquanto o PEI est a serpreparado. O objectivo ajudar o jovem a escolher um trabalho e aencontrar um lugar de formao adequado.

    Fase 2: Formao e QualificaesEsta fase focaliza, essencialmente, as aces a desenvolver duranteo processo de formao. Relativamente ao jovem, o objectivo

    obter qualificaes, competncias e a correspondente certificao.

    Fase 3: Apropriao, Emprego e AcompanhamentoEsta fase coloca o enfoque nos resultados pretendidos.Relativamente ao jovem, o objectivo conseguir e manter umtrabalho, beneficiar de uma vida de qualidade e garantir e manter aintegrao no emprego.

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    Quadro 1. Papis e tarefas a realizar pelas partes envolvidas nodesenvolvimento das vrias fases do PIT

    1.Informao,

    Observao eOrientao

    2.Formao e

    Qualificaes

    3.Apropriao

    Emprego eAcompanhamento

    Jov

    em

    Receber informao

    Identificar pontosfortes, fracos eexpressar desejos

    Adquirir experincia detrabalho para fazer a

    escolha final

    Participar napreparao e naassinatura do contrato

    Passar pelo processode aprendizagem e deformao de umaforma abrangente ecom durao flexvel.

    Avaliar o seuprogresso na escola e

    no local de trabalhoatravs de umfeedback

    Garantir um contratode trabalho e umsalrio

    Ser bem sucedidodurante o perodo deadaptao aotrabalho.

    Sentir-se aceite epertencendo/fazendoparte de um grupode colegas detrabalho

    Ter sucesso com aincluso

    Estar totalmenteenvolvida

    Expressarexpectativas

    Estar envolvidaactivamente econtribuir para umambiente encorajante

    Apoiar o seufilho/filha respeitandoa sua autonomia[Continua na pgina seguinte...]

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    P

    rofissionaisdaEscola3

    Coordenar o processo

    Conhecer e avaliaras possibilidades dojovem

    Motivar, apoiar,orientar e preparar afamlia e o jovem

    Preparar um planode formao

    Nomear umapessoa de contacto

    Participar napreparao e naassinatura docontrato

    Coordenar o processo

    Criar um programade formaoApoiar e tomar a

    cargo todas asaces necessriasrelativamente aomercado detrabalho, tais comoa criao decontratos/relaescom o mercado detrabalho

    Nomear umapessoa de contacto(e substitui-la, senecessrio)

    Avaliar esta fase

    Coordenar oprocesso

    Assegurar aintroduo no local

    de trabalho emanter ocompromisso doempregador

    Garantir aorientaovocacional(emprego,servios sociais,

    etc.)Nomear umapessoa decontacto (esubstitui-la, senecessrio)

    Profissionais

    dosserviosda

    comunidade

    4

    Informar sobre asnecessidades domercado de

    trabalho(possibilidades detrabalho)

    Apoiar o jovem e aescola na procurade oportunidades de

    formao

    Procurar trabalho(papel demediao)

    Em

    pregadores

    5

    Receber e darinformao

    Permitir e apoiarcurtos perodos deprtica

    Participar napreparao e naassinatura do contrato.

    Ofereceroportunidades deformao

    Participar na validaode competncias

    Oferecer um trabalho

    Cooperar naavaliao

    3 Professores, psiclogos, pedagogos, conselheiros de orientao vocacional,tutores/formadores, administradores.

    4 Tcnicos de servio social, profissionais de sade, representantes do mercadode trabalho e especialistas de diferentes agncias. Os servios sociaisdesempenham um importante papel e devem ser totalmente envolvidos.

    5 Empregadores e especialistas dos servios de emprego e outros servios queajudam a encontrar empregos.

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    2.2. Caractersticas de um Plano Individual de Transio:Contedo e Validao

    De acordo com o Quadro 1, devem ser tidos em considerao os

    seguintes aspectos:

    Competncias a adquirir implica fazer uma anlise clara daspossibilidades do jovem, avaliando as suas capacidades actuais,identificando os seus desejos e as suas expectativas, planeando epreparando com ele e com a sua famlia um consequente plano decarreira. Os jovens e as suas famlias devem estar informados sobreo contedo dos programas de formao vocacional.

    Qualificaes a obter devem reflectir os resultados atingidos pelo jovem, os quais devem ser considerados mesmo no caso decertificados no formais passados por centros educativos ou porcentros de emprego.

    Envolvimento de diferentes profissionais o processo do PIT requero envolvimento de todos os profissionais, das famlias e dos jovens(European Agency for Development in Special Needs Education,2002). As responsabilidades e os papis devem ser clarificados,estabelecidos e aceites por todas as partes envolvidas. Durante oprocesso de desenvolvimento, de implementao e de avaliao doPIT, um profissional (por exemplo um conselheiro vocacional, umprofessor, etc.) deve actuar como pessoa de contacto.

    Possibilidades e experincias de trabalho implica preparar um jovem para uma situao real de trabalho e acompanh-lo no localde trabalho, pelo menos, durante um determinado perodo de tempo.

    O jovem, a sua famlia e a pessoa de contacto devem estarconscientes das exigncias do mercado de trabalho.

    Validao do processo todas as partes envolvidas (profissionais, jovens, famlias) devem participar na avaliao contnua doprogresso e do desenvolvimento do jovem, o que assegurar eajudar a monitorizar a qualidade do processo. A avaliao deve serconduzida com carcter regular, como parte de um contratoentre ojovem e a pessoa de contacto. Devem ser considerados trs nveis

    de validao, eles fazem parte das trs fazes acima descritas que aseguir se descrevem:

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    - Avaliao inicial especialmente relacionada com as capacidadese expectativas do jovem. De acordo com Lerner (1998), avaliaosignifica a recolha de informao para tomar uma deciso criteriosasobre uma criana [o jovem] de forma a identificar os servios

    especiais necessrios para planear o ensino e para medir osprogressos.- Validao de objectivos e de aces devem ser validadas todasas propostas de aco at que seja atingido o objectivo final e serencontrado e garantido um emprego satisfatrio, como se representana figura abaixo.

    Figura 3. Validao de Objectivos e Aces

    - Avaliao dos resultados atingidos deve ser feita por todas aspartes envolvidas ao longo de todo o processo. Devem ser tidos emateno dois elementos:

    1) O tempo necessrio para que o jovem adquira informaoe experincia em diferentes locais de trabalho e capacidadeseducativas para poder tomar decises correctas;2) O apoio ao plano de transio deve continuar, pelo menos,

    at que o primeiro emprego esteja garantido; porqueencontrar um emprego um parmetro demasiado limitadopara ser capaz de assegurar um acompanhamento adequadodos resultados. O acompanhamento implica que algum(normalmente a pessoa de contacto) seja responsvel peloapoio ao jovem, durante o tempo necessrio, aps a suatransio para o trabalho.

    A implementao prtica dos aspectos e caractersticas acima

    descritos constituiu o enfoque das recomendaes que se seguem.

    Avaliao de competncias,possibilidades, desejose expectativas

    Plano deAco 1-Proposta-Validao

    Plano deAco 2

    -Proposta-Validao

    Plano deAco N

    -Proposta-Validao

    ObjectivoFinal

    Atingido

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    2.3. Recomendaes Prticas

    As recomendaes que se seguem devem ser entendidas tendo emconta o fim a que se destinam: isto um instrumento orientador,

    para referncia e reflexo de todos os envolvidos nodesenvolvimento de um PIT, tendo em ateno os diferentescontextos educativos e sociais. As recomendaes podem serutilizadas como um modelo para o processo de implementao doPIT.

    As recomendaes constituem um conjunto de questesapresentadas de forma sequencial. Para efeitos destasrecomendaes assume-se que um PEI (ou documento similar) foi

    preparado pela escola para responder s necessidades dos alunoscom necessidades educativas especiais durante a escolaridadeobrigatria.

    Quando Comear

    impossvel fixar um momento preciso para todos os jovens emtodos os pases. Devem ser respeitadas as necessidades individuais

    dos jovens e os sistemas educativos. Contudo, os especialistasesto de acordo em que, o momento ideal para preparar taldocumento seria dois ou trs anos antes da transio para otrabalho. Isto pode ajudar os jovens a evitar situaes impossveis,como por exemplo, decidir o que fazer no ltimo ano deescolaridade, ou ver recusada a entrada na rea de formao emque possa estar interessado ou confrontar-se com a falta dainformao necessria para fazer uma escolha correcta. Deve serevitada a situao na qual o jovem segue, simplesmente, o que os

    adultos pensam que melhor para ele.

    PropostaFlexibilidade: Encontrar o tempo certo para comear de uma formaflexvel, com o acordo e a participao de todas as partesparticipantes, para que seja possvel, mais tarde, decidir quem(pessoas e servios) responsvel pela proposta, que serviosdevem ser encontrados e que coordenao pode ser garantida.

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    Desenho de: Ms. Greta Gudbjorg Zimsen, 20 anos, Fjobrautaskolinn inGardabaer, Islndia

    Como Prosseguir

    Durante a escolaridade obrigatria e antes do ltimo ano, oprofessor, o jovem e sua famlia, o conselheiro e outros profissionaisdevem reunir-se, reflectir e planear o futuro do jovem. Estaclarificao conjunta da situao deve ser, cuidadosamentepreparada, tendo em ateno diferentes passos-chave.

    PropostasOrganizao de uma reunio em mesa redonda: incluindo todas aspartes envolvidas no planeamento e no desenvolvimento do PIT do

    jovem com a finalidade de constituir uma equipa de orientao.

    Organizao de uma equipa de orientao: a equipa deve reunir-se,pelo menos, uma ou duas vezes por ano, dependendo da idade do jovem, o impacto das suas necessidades, os problemas queenfrenta, ou quaisquer outras circunstncias.

    Composio da equipa de orientao: o jovem e sua famlia so

    membros permanentes desta equipa, juntamente com o tutor dojovem e, entre outros profissionais, a pessoa de contacto nomeada.

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    Os membros da equipa de orientao devem atribuirresponsabilidades de forma clara (por exemplo quem responsvelpelo qu, durante que perodo de tempo, de acordo com a legislaoexistente e/ou com as regras da escola, etc.).

    Nomeao de uma pessoa de contacto: a pessoa nomeada deve,preferencialmente, manter-se ao longo de todo o processo, para quepossa estar bem informada e acompanhar adequadamente oprocesso. A nomeao da pessoa de contacto deve ter em atenoo seu perfil pessoal e profissional. A nvel pessoal deve manter bomcontacto e boas relaes com todas as partes. A nvel profissional,espera-se que a pessoa de contacto:- Detenha conhecimentos consistentes nos domnios da educao e

    da formao;- Trabalhe no sentido de construir redes de trabalho entreempregadores, famlias, tcnicos de servio social, etc.;- Procure empregos ou coopere com a pessoa da equiparesponsvel pela procura de locais de trabalho;- Motive o jovem durante a fase de transio.

    Papel da pessoa de contacto: o seu papel consiste em actuar comoa pessoa de referncia da equipa, contactar e envolver, sempre quenecessrio, profissionais externos e agir como moderador durante asreunies da equipa. Deve, igualmente, manter contactos com apessoa responsvel da organizao empregadora, antes e durante acolocao do jovem, e assegurar o acompanhamento no local detrabalho.

    Garantir os recursos e os procedimentos financeiros necessrios: essencial clarificar e acordar sobre a estimativa de custos e de

    responsabilidades financeiras (quanto ir custar e quem ir pagar).

    Como Organizar a Primeira Reunio

    preciso diferenciar a primeira reunio daquelas que se seguiro. Afigura abaixo descreve o papel de cada uma das partes envolvidasna primeira reunio em mesa redonda.

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    Figura 4: Papel de cada uma das partes envolvidas na primeirareunio em Mesa Redonda.

    PropostasO retrato do jovem: fornece informao pormenorizada sobre opassado do jovem e sobre as suas presentes capacidades. Esteretrato, preparado por profissionais, deve ser discutido e analisado luz da auto-percepo do jovem (e auto-avaliao) e tambm dasexpectativas da sua famlia. irrealista uma total convergncia entreos pontos de vista de todos: contudo, a presena de muitasdivergncias constituir uma fonte de conflito.

    Famlia

    Outros Profissionais

    Pessoa de contacto

    Jovem

    PIT doJovem

    Modera a reunio, assegurando que todos expressamos seus pensamentos e sentimentos

    Procura a informao necessria e anota as tarefasacordadas a discutir e a avaliar na prxima reunio

    Descreve os

    seus desejos,competncias,interesses e

    necessidades,enquanto auto-percepo e

    auto-avaliao

    Expressa as

    suasexpectativas/percepessobre o futuro

    do seufilho/filha

    O professor do aluno apresenta a histria pessoal eeducativa do jovem, o retrato do jovem

    O conselheiro e os outros profissionais (opcional, deacordo com a situao do jovem) explicaro as

    competncias requeridas pelo mercado de trabalho,relacionadas com os desejos do jovem

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    Desenho de: Mr. Thomas ines, 17 anos, Holmen skole, Noruega

    Competncias: devem ser descritas em detalhe trs reas principaisde igual importncia:

    Competncias Acadmicas: o currculo que o jovem segue naescola;

    Competncias Vocacionais: aquisio dos conhecimentos e

    competncias necessrias realizao de uma tarefavocacional. Estas competncias podem ser muito diferentesdependendo do emprego escolhido e relacionam-sedirectamente com a experincia de trabalho;

    Competncias Pessoais: as realizaes individuais do jovemaos nveis pessoal e social. Estas competncias so muitoimportantes, na medida em que servem de suporte autonomia e aquisio de competncias por parte do jovem.Nelas se incluem competncias emocionais e sociais (ser

    independente, seguir regras, ser pontual, etc.); competnciaspessoais (saber interagir com os outros, fazer apresentaes,ser capaz de antecipar e de planear, etc.); competnciasfsicas (relacionadas com competncias motoras oupsicomotoras).

    Quais soos meus

    interesses?

    Eu gostava deser padeiromas odeio

    levantar cedo

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    Desenho de: Mr. Laurent Grassi, Frana

    Acordos: Aoconseguir um acordo, o objectivo da primeira reunio atingido e deve ser definido um plano de aco, com uma lista detarefas a discutir e a avaliar numa segunda reunio. Em caso dedesacordo torna-se necessria mais informao, reflexo ediscusso. A pessoa de contacto deve encarregar-se de organizaruma segunda reunio, fornecendo a informao ou contactosnecessrios de forma a preparar o plano de aco correspondente.

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    Reunies seguintes

    A organizao das reunies subsequentes deve ser cuidadosamentepreparada, tal como com a primeira. O objectivo deve ser claramenteentendido por todas as partes. Tambm o tempo um factorimportante: no deve haver mais reunies do que as necessrias eelas no se devem prolongar para alm do tempo necessrio.

    PropostasTarefas acordadas (um plano de aco): devem ser registadas pela pessoa de contacto. Devem ser includas no PIT e completadas,modificadas e constantemente avaliadas ao longo de todo o

    processo. O jovem deve ter um formulrio simples para auto-avaliaro seu progresso. O Quadro 2 apresenta as principais reas defocalizao e as respectivas recomendaes a planear e a avaliar.

    Quadro 2. reas de um PIT e respectivas recomendaes

    reas Recomendaes

    Informa

    o

    - Deve ser recolhida toda a informao necessria ou em faltasobre a histria do jovem.

    - Deve ser recolhida informao relativa disponibilidade eaos contedos dos programas de formao.

    - Deve ser prestada ao jovem e sua famlia toda a informaosobre as possibilidades e requisitos do mercado de trabalho.

    - Deve ser fornecida informao sobre outras soluesalternativas, se necessrio (por exemplo formao futura).

    Orienta

    o

    - Tem lugar de forma sistemtica sob a forma de contratoentre o jovem e a pessoa de contacto.

    - Devem ser discutidas as expectativas apresentadas pelo jovem e pela famlia, para definir futuras aces (emcoordenao com os profissionais envolvidos).

    - Termina quando o jovem consegue um trabalho satisfatrioe capaz de o assegurar de uma forma autnoma.

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    reas Recomendaes

    Competncias

    - Os profissionais envolvidos devem apoiar o jovem a adquirire desenvolver as necessrias competncias, fornecendo-lheo apoio e os materiais de ensino necessrios.

    - Fazem parte de um plano de carreira incluindo trsprincipais reas de competncias: acadmicas, vocacionaise pessoais.

    Experinciad

    eTrabalho

    - Torna possvel a prtica no mercado normal de trabalho.- A pessoa de contacto deve visitar diferentes instituies e

    firmas para combinar a colocao mais adequada para ojovem.

    - Uma pessoa responsvel pela firma deve ser envolvidaantes de o jovem iniciar a experincia de trabalho.

    - Os locais devem ser avaliadas pelos profissionais emconjunto com o jovem, de forma a fazer-se a planificaofutura.

    - A pessoa de contacto deve informar-se sobre osfinanciamentos quando contacta com as diferentes firmas.

    - A pessoa de contacto, mais tarde, deve fazer contactos paradescobrir potenciais vagas.

    Acreditao

    - Deve fornecer uma descrio do nvel de educao seguida

    e atingida pelo jovem bem como um certificado oficial comuma descrio das competncias de trabalho adquiridas. Acertificao resulta da cooperao entre a escola e oempregador.

    Avaliao

    - Est includa em todas as reas. Faz parte integrante detodo o processo, como reflexo contnua. Cada passo deveser avaliado antes de passar ao seguinte.

    - A auto-avaliao do jovem uma parte importante daavaliao. Ela pode ser realizada fornecendo-lhe diferentesinstrumentos como o dilogo, a observao, a reflexosobre a prtica, validar competncias materiais paraverificao de competncias, etc..

    - Acompanhamento do processo at ao final a nica formade descobrir se o ltimo objectivo foi atingido.

    Todas as recomendaes listadas devem ser usadas comoorientao para a implementao prtica e para a reflexo sobre a

    prpria prtica dos profissionais. Estas recomendaes no podemresponder a todas as questes prticas, pelo que os profissionais

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    devem us-las de forma flexvel, adaptando-as s suas situaes detrabalho.

    2.4. Recomendaes Finais

    Para que seja assegurada uma eficiente implementao destasorientaes, as duas recomendaes que se seguem soendereadas aos decisores polticos. Estas baseiam-se e completamas recomendaes j enunciadas na primeira parte destedocumento, sobre os aspectos-chave da estreita relao entre aescola e o mercado de trabalho.

    Os decisores polticos devem estar conscientes e devem

    desenvolver um enquadramento legal que: Garanta que a cooperao entre os servios da educao e

    do emprego esteja planeado num documento, por exemplo,num PIT ou equivalente;

    Contribua para definir claramente responsabilidades erecursos financeiros a ser atribudos aos diferentes serviosenvolvidos no desenvolvimento de um PIT.

    Desenho de: Mr. Laurent Grassi, Frana

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    REFERNCIAS

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    UNESCO (1994) The Salamanca Statement and Framework for Action on Special Needs Education. Adopted by the: WorldConference on Special Needs Education: Access and Quality.Salamanca: UNESCO

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