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Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica dos rios Vouga, Mondego e Lis Integradas na Região Hidrográfica 4 Parte Complementar B - Participação Pública Acções de Comunicação e Divulgação Revisão: 00 Outubro de 2011

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Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica dos rios Vouga, Mondego e Lis

Integradas na Região Hidrográfica 4 Parte Complementar B - Participação Pública

Acções de Comunicação e Divulgação

Revisão: 00

Outubro de 2011

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │2

ÍNDICE

1. Breve enquadramento genérico dos trabalhos realizados no âmbito do

processo de elaboração do PGBH, e considerações sobre a estratégia de comunicação e divulgação adoptada ……...…………………………………............ 7

1.1. Sobre a complementaridade entre acções de promoção da participação pública no decurso da elaboração do PGBH …….……………………………………….........…….……... 8

1.2. Sobre a estratégia de comunicação e divulgação adoptada ….…..…………….………….…...... 8

2. Considerações gerais sobre o desenvolvimento conceptual e criativo das peças de comunicação difundidas ………………..…………...………. 11

3. Apresentação das peças de comunicação criadas no âmbito da presente intervenção …………………………………………………….......………… 16

3.1. Caracterização Geral e Diagnóstico da Região Hidrográfica (Fase I) …………….…………..... 16

3.2. Cenários Prospectivos (Fase II) ……………………..………………………………..…………...... 22

3.3. Objectivos Ambientais e Programa de Medidas (Fase III) ……..…………................................ 24

3.4. Consulta Pública da Versão Preliminar do PGBH (Fase IV) ….............................................… 26

4. Resultados da monitorização da recepção e visualização das peças de comunicação difundidas e da evolução do volume de respostas recebidas ao inquérito efectuado e sua classificação ……………………..………… 28

4.1. Resultados de monitorização das peças difundidas por via electrónica ………………………... 28

4.2. Resultados de monitorização da evolução do volume de respostas ao questionário enviado às partes interessadas e sua classificação…………………….……... 29

5. Metodologia adoptada na análise do conteúdo temático das respostas e apresentação dos resultados da sua categorização ……………………………..… 33

5.1. Resultados relativos à questão: Que factores associados directa ou indirectamente com os recursos hídricos da região hidrográfica, ou com a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, considera mais relevantes ou pertinentes?....……….… 33

5.2. Resultados relativos à questão: Que ideias, acções ou estratégias concretas gostaria de sugerir para melhorar o potencial dos aspectos que referiu?………………….…................ 39

5.3. Resultados relativos à questão: Que ideias, acções ou estratégias concretas gostaria de sugerir para resolver os problemas que referiu?……………………………….…….……....... 44

5.4. Resultados relativos à questão: Que visão desejaria ver concretizada no futuro para a região hidrográfica, ou para a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, no que respeita aos recursos hídricos?….….………………………….. ... 49

6. Agradecimentos ……………………………………………………………………….…….. 53

Bibliografia e Referências

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │3

QUADROS

Quadro 1.1.1 – Horizonte temporal de implementação das acções destinadas à

promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH ……………… 11

Quadro 1.2.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: envio, recepção e visualização de peças de comunicação disseminadas por e-mail ….…28

Quadro 1.3.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH : taxas de resposta …..…… 30

Quadro 1.4.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: empresas inquiridas por sector de actividade ………………………………………………………………… 31

Quadro 1.5.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: organismos públicos / entidades inquiridos por tipologia ……………………………………………………… 31

Quadro 1.6.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: inquiridos por distrito de origem …………………………………………………………………………………. 32

Quadro 1.7.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: unidade geográfica a que respeitam as respostas dadas ………………………………………………..…… 32

Quadro 1.8.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: aspectos positivos na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos organismos públicos / entidades, segundo a perspectiva ………………………………..……...... 35

Quadro 1.9.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos particulares ………….…… 36

Quadro 1.10.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelas empresas ………………… 37

Quadro 1.11.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos organismos públicos / entidades ….. 38

GRÁFICOS

Gráfico 1.1.1 – Evolução na recepção de respostas ao questionário

dirigido às partes interessadas ….......……………………………………...…………. 29

Gráfico 1.1.2 – Meio de resposta usado pelas partes interessadas para envio do questionário …. 30

FIGURAS

Figura 1.1.1 – Assinatura de Campanha/Marca usada nas peças de comunicação destinadas

à promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH ..................... 14

Figura 1.2.1 – Racional estratégico no desenvolvimento conceptual e criativo das peças destinadas à promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH ....16

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │4

Figura 1.3.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase I) …………………………………………….....………… 17

Figura 1.3.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing (Fase I) ……………………………….………………………………… 18

Figura 1.3.3 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Envelope DM ……………………………...……………………… 19

Figura 1.3.4 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Folheto Tríptico com 6 laudas (laudas lado frente) …..…….... 19

Figura 1.3.5 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Folheto Tríptico com 6 laudas (laudas lado interior) ….……… 20

Figura 1.3.6 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Envelope RSF ………………………………………………...….. 20

Figura 1.3.7 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Questionário aplicado a stakeholders ……………….………… 21

Figura 1.4.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing (Fase II) ………………………………………………………………... 22

Figura 1.4.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II) – Envelope DM ………………………..…………………………… 23

Figura 1.4.3 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II) – Folheto Quadríptico com 8 laudas (laudas lado frente) …...... 23

Figura 1.4.4 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II) – Folheto Quadríptico com 8 laudas (laudas lado interior) ….... 24

Figura 1.5.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase III) ………………………………………………….…….. 25

Figura 1.5.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing (Fase III) ……………………………………………………………….. 26

Figura 1.6.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase IV) …………………………………………….…………. 27

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │5

FICHA TÉCNICA

Cliente

ARH do Centro, I.P. – Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P.

Referência do Projecto

Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica dos Rios Vouga, Mondego e Lis

Descrição do Documento

Relatório integrado no processo de Participação Pública, desenvolvido no âmbito da elaboração do Plano de

Gestão de Bacia Hidrográfica dos rios Vouga, Mondego e Lis – Parte Complementar B – Participação Pública:

Acções de Comunicação e Divulgação.

Referência do Ficheiro

Relatório Final (Parte complementar B - Participação Pública)

Nº de Páginas

53

Autores

Dr. Nuno Garcia

Outras Contribuições

Dra. Niura Helena Severo

Director de Projecto

Dr. Nuno Garcia

Data da 1ª versão

31 de Outubro de 2011

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │6

REGISTO DE ALTERAÇÕES

Revisão / Verificação

Data Responsável Descrição

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │7

1. Breve enquadramento genérico dos trabalhos realizados no âmbito do processo de elaboração do PGBH, e considerações sobre a estratégia de comunicação e divulgação adoptada

Nos termos do artigo 84.º da Lei Nº 58/2005 de 29 de Dezembro (que doravante designaremos

por “Lei da Água”), que consagra o Princípio da Participação, compete ao estado, através da autoridade nacional da água e das ARH, promover a participação activa das pessoas singulares e colectivas na execução da referida Lei da Água, especialmente na elaboração, revisão e actualização dos Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. Com efeito, conforme disposto no artigo 85.º da mesma lei, a informação sobre as águas compreende, entre outros, os elementos relativos aos planos, programas e estudos em que se apoiam as decisões das autoridades competentes, com incidência nas massas de água. Ainda no âmbito da Lei da Água e, em concreto, no número 2 do referido artigo 85.º, a informação a publicar e a facultar ao público, incluindo os utilizadores [de recursos hídricos], para efeitos de consulta e envio de comentários escritos, compreende, entre outros, o próprio projecto do Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica, até um ano antes do período a que o mesmo se refere. Depois de um processo de participação pública inicial assente nas Questões Significativas da Água, que decorreu entre Fevereiro e Julho de 2009 sob coordenação do Instituto da Água, I.P., foi intenção da Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P., não obstante o respeito pelo disposto na legislação atrás referida, procurar ir além do espírito da própria lei, ao promover medidas que visaram fomentar a participação das partes interessadas no decurso do próprio processo de elaboração dos planos de gestão das bacias sob sua jurisdição directa, posto que estava ciente de que um modelo de gestão sustentável de massas de água pressupõe, entre outros, uma participação pública na gestão dos recursos hídricos, desde logo no momento da elaboração dos próprios instrumentos de planeamento daqueles recursos naturais e, não só, durante o período legalmente consagrado à sua consulta pública.

Foi neste contexto que especificamente, se enquadrou a intervenção contratualizada entre a ARH do Centro, I.P. e a Mobilizar - Comunicação e Marketing Ambiental e Social, Lda., posto que a mesma respeitou a medidas de informação do público postas em prática durante a fase de elaboração do Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica dos Rios Vouga, Mondego e Lis (PGBH), conforme o espírito do anexo a que se refere o artigo 2.º da Portaria nº 1284/2009 de 19 de Outubro, diploma que estabelece o conteúdo dos referidos planos de gestão de bacia hidrográfica, os quais enquanto instrumentos de planeamento visam constituir-se como a base de suporte à gestão, à protecção e à valorização ambiental, social e económica dos recursos hídricos de cada respectiva região hidrográfica.

O relatório preliminar entregue em 29 de Novembro de 2010 dispôs de forma exaustiva sobre a definição metodológica das formas e meios de envolvimento das partes interessadas e, bem assim, sobre a articulação entre a entidade adjudicante (ARH do Centro, I.P.) e a Mobilizar, Lda., no respeitante aos serviços contratualizados entre ambas no âmbito da elaboração do Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica dos Rios Vouga, Mondego e Lis (PGBH). Como tal, esse relatório veio assim a constituir-se como um dos documentos genéricos de referência para a consecução estratégica e operacional da intervenção de promoção da participação pública levada a cabo pela Mobilizar, Lda. no decurso do processo de elaboração do PGBH. O presente relatório, que por indicação recebida da ARH do Centro, I.P. em 10 de Outubro de 2011 agrupa os relatórios de execução que a Mobilizar, Lda. está obrigada a elaborar nos termos da alínea a) da Cláusula 5ª, do contrato celebrado entre as partes, vem agora, de um modo geral e conclusivamente, apresentar o trabalho realizado pela Mobilizar, Lda. no decurso da intervenção de promoção da participação pública a que se aludiu no parágrafo anterior e, por outro lado, uma análise da participação pública obtida com a mesma, tendo por base a informação que, com os meios disponíveis, foi possível reunir e tratar no sentido de monitorizar e avaliar o envolvimento gerado entre as partes interessadas. Importa ressalvar, porém, que os indicadores de avaliação desse envolvimento apresentados no presente relatório não se traduzem numa avaliação global do grau de envolvimento gerado entre as partes interessadas, porquanto respeitam somente às acções efectivamente levadas a cabo pela Mobilizar, Lda.. Uma avaliação global exaustiva terá de necessariamente levar em conta a complementaridade entre as referidas acções e outras que, oportunamente, a ARH do Centro, I.P. veio a desenvolver em paralelo, as quais visaram potenciar a

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │8

exploração de outras dimensões em que se pode basear a participação pública, designadamente no tocante à consulta, diálogo e parceria com as partes interessadas.

1.1. Sobre a complementaridade entre acções de promoção da

participação pública no decurso da elaboração do PGBH Com efeito, o envolvimento das partes interessadas decorrente das acções levadas a cabo

pela Mobilizar, Lda. enquadrou-se no estabelecimento de relações essencialmente baseadas na dimensão comunicação, ou seja, na veiculação e partilha de informação com o propósito de informar e mesmo de educar stakeholders (partes interessadas) externos sobre assuntos, cuja natureza é complexa, decorrentes da elaboração do PGBH. De entre as acções desenvolvidas pela Mobilizar, Lda., apenas uma das acções de Direct-Mail e, bem assim, indirectamente, as acções de E-Mail Marketing – porque remeteram para o sítio da Internet da ARH do Centro, I.P., onde outras funcionalidades estiveram e estão disponíveis – permitiram a exploração da dimensão consulta.

Contudo, no âmbito da complementaridade entre as acções realizadas pela Mobilizar, Lda. e as acções da responsabilidade da ARH do Centro, I.P. a que aludimos anteriormente, outras dimensões de envolvimento, mais promotoras da colaboração e do compromisso das partes interessadas, puderam ser objecto de exploração. Referimo-nos especificamente a um envolvimento mais assente na dimensão diálogo, que terá sido potenciado por desenvolvimentos que a ARH do Centro, I.P. introduziu no seu sítio da Internet, como sejam, funcionalidades simples que permitiram a recepção de feed-back e a resposta a questões, pedidos de esclarecimento, ou solicitações colocadas por via electrónica, através dos quais se puderam confrontar diferentes perspectivas sobre temas em debate e, bem assim, à informação que em geral veio a ser disponibilizada no referido web-site, permitindo o acompanhamento dos trabalhos em curso e a maximização da visibilidade das próprias acções de comunicação efectuadas. A este propósito, sublinhe-se que para o referido sítio da Internet da ARH do Centro, I.P remeteram, através de referências no conteúdo e de hiper-ligações (links,), todas as peças de comunicação que a Mobilizar, Lda. criou e difundiu, no pressuposto de que nesse web-site haveria, como se constatou, maior possibilidade de disponibilizar informação complementar mais abrangente sobre as temáticas relativas ao PGBH. De referir são também, pelo seu papel na estimulação do diálogo e de uma maior interacção entre as partes interessadas e todo o processo que envolveu a elaboração do PGBH, as sessões ou workshops de debate temático dirigidas em simultâneo a diferentes tipologias de partes interessadas, eminentemente de carácter secundário (conceito que explicitaremos adiante no ponto seguinte), levadas a cabo pela ARH do Centro, I.P. ao longo dos últimos meses.

1.2. Sobre a estratégia de comunicação e divulgação adoptada

As partes interessadas podem ser consideradas como qualquer grupo ou indivíduo que possa afectar ou ser afectado por uma organização e suas actividades. Quanto ao seu interesse numa organização, as partes interessadas podem ser classificadas em primárias, se têm interesse directo na organização em questão e no seu bom desempenho e sucesso - por exemplo os clientes ou as comunidades locais -, e secundárias, se podem ter muito poder de influência, especialmente em matéria de reputação para a organização, mas o seu interesse é mais representativo que directo - por exemplo, as ONG, os órgãos de comunicação social ou as associações sectoriais e industriais. Não existe uma lista genérica de partes interessadas que sirva todas as organizações, ou mesmo uma organização em particular: as partes interessadas que se podem identificar dependerão do sector de actividade, da organização em si, do alcance geográfico dos impactos das decisões e, ou, operações da organização, e, bem assim, dos assuntos em questão (KRICK, T. et al (2005).

O número e espectro de partes interessadas que uma dada organização pode identificar pode então, por conseguinte, revestir-se de uma magnitude e complexidade consideráveis, tarefa essa que resulta ainda mais árdua se consideradas as inter-relações que diferentes partes interessadas podem estabelecer entre si (PARTRIDGE, K. et al , 2005).

As acções a levar a cabo pela Mobilizar, Lda. incidiram especificamente sobre as partes interessadas que foram assumidas pela ARH do Centro, I.P. para abordagem no contexto da fase de elaboração do PGBH e que constam da proposta de prestação de serviços oportunamente

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apresentada pela Mobilizar, Lda.: utilizadores de recursos hídricos da área de jurisdição geográfica da ARH do Centro, I.P., em particular utilizadores que se enquadram em diversos sectores de actividade. Trata-se, portanto, de partes interessadas de natureza essencialmente primária.

As partes interessadas que foram objecto de intervenção constaram de uma base de dados maioritariamente referente a entidades utilizadoras de recursos hídricos [i.e. contribuintes que pagam a taxa de recursos hídricos (TRH)] recenseadas pela ARH do Centro, I.P. na sua área de jurisdição (distritos de Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria e Guarda), a qual foi oportunamente fornecida à Mobilizar, Lda. servindo de base às acções realizadas. Da base de dados em questão constavam inicialmente (ou seja, antes de posterior actualização decorrente de devoluções de correspondência) 1541 registos, repartidos do seguinte modo por três categorias:

���� 584 Empresas

���� 469 Organismos Públicos / Entidades

���� 488 Particulares

No relatório preliminar entregue pela Mobilizar, Lda. em Novembro de 2010 – relativo à

definição metodológica das formas e meios de envolvimento das partes interessadas –, foi amplamente justificada a opção pela tipologia de instrumentos/meios propostos para utilização no âmbito da presente intervenção de promoção da participação pública.

No essencial, e conforme exposto no referido relatório, considerando que o objecto principal da presente intervenção de participação pública consistiria em aproximar as partes interessadas ao tema(s) que decorrem da fase de elaboração do PGBH, por forma a estimular o interesse daquelas pelo referido Plano e a promover o seu envolvimento no processo de elaboração do mesmo, e, ainda, que a informação está na base do conhecimento, sendo por conseguinte um dos principais ‘motores’ do envolvimento, entendeu-se como importante valorizar a dimensão pesquisa/procura de informação na tomada de opção relativa aos instrumentos/meios para promover o envolvimento das partes interessadas. Por conseguinte, dada a natureza e complexidade dos assuntos /temas a abordar e, bem assim, considerando que na fase de elaboração do PGBH o envolvimento e a participação das partes interessadas se pautaria essencialmente pela procura de informação e tomando também em consideração os atributos/benefícios reconhecidos pelos consumidores de conteúdos e informação a diferentes tipologias de meios de comunicação – de acordo com resultados alguns estudos sobre a matéria –, entendeu-se plenamente justificado o recurso à imprensa e à internet como instrumentos a privilegiar no âmbito da presente intervenção.

Por seu turno, o recurso a meios/instrumentos que permitem dirigir especificamente a comunicação a elementos de grupos alvo integrados no universo da participação pública considerado no âmbito da presente intervenção, designadamente Acções de Direct Mail e Acções de E-Mail Marketing (em concreto, folhetos e mensagens de correio electrónico a desenvolver e a difundir), encontrou justificação primeiramente no facto ser possível por parte da ARH do Centro, I.P., a referenciação e construção da base de dados mencionada anteriormente, relativa a entidades utilizadoras de recursos hídricos recenseadas na área geográfica afecta à jurisdição da ARH do Centro, I.P.. Com efeito, a existência dessa base de dados permitia o endereçamento de informação e a abertura de canais de contacto entre a ARH do Centro, I.P. e partes interessadas de natureza primária, pois que os utilizadores pagadores da TRH terão objectivamente interesse directo na organização. Por fim, outra justificação para o recurso a esse tipo de instrumentos residiu na sua aceitação por parte dos consumidores de informação e utilizadores de Internet, como se pôde atestar a partir dos resultados de estudos sobre marketing relacional realizados com o objectivo avaliar a receptividade e percepção dos consumidores portugueses a campanhas de comunicação dirigida.

Em suma, e conclusivamente, entendeu-se que as campanhas que apliquem técnicas de marketing relacional, com comunicação dirigida, segmentada e relevante tenderão a ser potencialmente mais eficazes, quando complementadas pelo recurso simultâneo a meios/instrumentos mais propícios a mensagens de cariz mais massificado (caso das Acções de Publicidade Informativa). Justificou-se assim, no caso da presente intervenção, quer a adopção de uma comunicação dirigida, para a qual existe muito potencial e dimensões a explorar, quer de uma

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │10

estratégia integrada multicanal, utilizando de forma integrada diferentes canais (Directmail, E-mail Marketing e Publicidade Informativa) para o mesmo fim comunicacional.

No geral, as acções levadas a cabo pela Mobilizar, Lda., visaram dar a conhecer o âmbito, contornos e relevância gerais do PGBH, promovendo o envolvimento público ao procurar informar sobre o mesmo, embora também, em certa medida, tenham potenciado a obtenção de informação adicional destinada a apoiar e enriquecer o processo de elaboração do referido Plano: a qualidade e sustentabilidade do plano de gestão para a região hidrográfica do centro será também função do envolvimento e participação das várias partes interessadas na sua fase de elaboração. O âmbito concreto da intervenção contratualizada entre a ARH do Centro, I.P. e a Mobilizar, Lda. desenvolveu-se desde o início dos trabalhos de elaboração do PGBH, a partir da fase de Caracterização e Diagnóstico da Região Hidrográfica, e prolongou-se numa sequência cronológica através de uma sucessão de peças de comunicação bem determinadas, em género e em número. Tais peças de comunicação agruparam-se em três categorias:

���� Acções de Publicidade Informativa (em concreto, anúncios que vieram a ser difundidos apenas via correio electrónico a entidades englobadas em base de dados elaborada e fornecida pela ARH Centro, I.P., por decisão desta última comunicada à Mobilizar, Lda. em 15 de Abril de 2011 [Ofício Nº OF5670_ 2011/DPIC]);

���� Acções de Direct Mail (em concreto, folhetos dirigidos a entidades englobadas na base de dados referida anteriormente, através de correio tradicional);

���� Acções de E-Mail Marketing (em concreto, mensagens de correio electrónico, dirigidos a entidades englobadas na base de dados referida anteriormente)

A criação e difusão das referidas peças de comunicação acompanhou diversas fases de elaboração do PGBH, momentos esses nos quais se entendeu como mais plausível a participação pública. Esses momentos ou fases foram entendidos e acordados para efeitos operacionais entre a ARH do Centro I.P. e a Mobilizar, Lda. como sendo os seguintes:

���� Caracterização Geral e Diagnóstico da Região Hidrográfica (Fase I);

���� Cenários Prospectivos (Fase II);

���� Objectivos Ambientais e Programa de Medidas (Fase III)

���� Consulta Pública da Versão Preliminar do PGBH (Fase IV)

O quadro seguinte ilustra o horizonte temporal de implementação das acções levadas a cabo pela Mobilizar, Lda. e o enquadramento cronológico das mesmas nos momentos de elaboração do PGBH a que se aludiu anteriormente, sendo indicadas as respectivas datas de difusão das peças de comunicação elaboradas:

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │11

Quadro 1.1.1 – Horizonte temporal de implementação das acções destinadas à promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH

O desenvolvimento das acções em referência assentou na disponibilização de informação de base e de orientação por parte da ARH do Centro, I.P à Mobilizar, Lda., designadamente no tocante à indicação de temas e conteúdos considerados relevantes para veiculação em cada fase/momento da elaboração do PGBH e disponibilização da respectiva documentação para consulta, bem como, em especial num momento prévio ao início do desenvolvimento do trabalho de desenvolvimento conceptual e criativo, no respeitante a indicações relativas ao tom e linha de comunicação que se perspectivava como sendo desejável adoptar, as quais se configuraram numa reunião de briefing havida em 20 de Abril de 2011. Ao longo dos meses, e à medida que se foram desenvolvendo as diversas peças de comunicação, a articulação entre a ARH do Centro, I.P e a Mobilizar, Lda. assentou ainda na validação prévia, por parte da primeira, dos modelos editoriais e gráficos e, bem assim, dos conteúdos propostos para todas as peças a difundir, sendo que a difusão das mesmas foi ainda precedida pela aprovação prévia das respectivas artes finais, bem como da programação informática no caso específico das peças a difundir por via electrónica.

2. Considerações gerais sobre o desenvolvimento conceptual e criativo

das peças de comunicação difundidas A construção da estratégia criativa assentou num processo de reunião, sistematização e assimilação de um conjunto de informações ou premissas de base, de acordo com uma metodologia orientadora do pensamento estratégico (racional estratégico), o qual, por seu turno, esteve subjacente ao desenvolvimento conceptual e criativo propriamente dito. Entre essas premissas afigura-se importante referir as seguintes:

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a) Identificação dos factores chave;

b) Identificação das guidelines;

c) Determinação do objectivo de comunicação;

d) Determinação do desafio da comunicação;

e) Desenvolvimento de um target insight,

Na presente secção daremos a conhecer em maior detalhe as premissas de base atrás referidas, culminando com a apresentação do racional estratégico subjacente ao desenvolvimento conceptual e criativo.

No que toca aos factores chave que justificam a intenção de desenvolver a acção de comunicação, foram identificados os seguintes:

���� O PGBH é um instrumento de apoio ao planeamento e gestão dos recursos hídricos da Região Hidrográfica 4 (RH 4), tendo por objectivo a protecção e valorização ambiental, social e económica das águas das bacias dos rios Vouga, Mondego e Lis, das águas de transição e costeiras àquelas associadas, e das ribeiras da costa compreendidas entre as referidas bacias;

���� Assumindo a natureza de plano sectorial, o PGBH da RH 4 visa assegurar a gestão sustentável das águas na área, de jurisdição da ARH do Centro, I.P., em harmonia com outras políticas de cariz regional, sectorial, direitos individuais e interesses locais, e salvaguardar a definição e o cumprimento de padrões de qualidade ambiental e critérios respeitantes ao estado das águas;

���� O processo de construção do programa de medidas que integrará o PGBH terá em conta o contributo adequado dos diversos sectores de actividade económica de acordo com o princípio do utilizador-pagador;

���� Antes da sua publicação em Diário da República, a versão preliminar do Plano será objecto de um procedimento de consulta pública por um período mínimo de seis meses, no sentido de promover a participação e o envolvimento de pessoas singulares ou colectivas no PGBH. (A participação na elaboração, avaliação e revisão do PGBH é garantida nos termos dos artigos 26º e 84º a 88º da Lei da Água.);

���� A ARH do Centro, I.P. assume como objectivo estratégico prioritário a promoção do envolvimento activo dos cidadãos, empresas e instituições e, em geral, de todos os interessados, na elaboração, avaliação e revisão do PGBH;

���� Ao longo dos próximos meses serão divulgadas regularmente informações sobre o progresso na elaboração do Plano e promovidas diversas acções com vista a obter informação adicional que apoie a elaboração e o enriquecimento do PGBH enquanto instrumento de suporte à gestão, protecção e valorização das águas.

No que respeita às guidelines, ou seja, aos factores transversais a todo o processo criativo foram identificadas as seguintes:

���� As peças de comunicação a criar deverão, em termos gerais, chamar à atenção para o âmbito e importância do Plano e de cada fase da sua elaboração, fornecendo informação de enquadramento e principais conclusões relativas a cada fase;

���� O aprofundamento temático será desenvolvido no site da ARH do Centro, I.P., mediante a disponibilização de mais informação e de algumas funcionalidades que facilitam a participação e o envolvimento das partes interessadas, pelo que importará motivar o

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interesse pela consulta ao site para aprofundamento de conhecimentos e possibilidades de participação;

���� No plano conceptual e visual, a solução criativa e encontrar deverá ter em conta a complementaridade actual e futura entre as diferentes peças de comunicação a divulgar em cada fase e entre as diferentes fases de elaboração do PGBH: lógica de campanha e estratégia de comunicação integrada multi-canal.

A determinação do objectivo de comunicação, consistiu na percepção clara da resposta que se queria obter do alvo da comunicação a efectuar. Este exercício implicou encontrar respostas para duas questões fundamentais:

- Porquê e como envolver na fase inicial (caracterização e diagnóstico) e no Plano em geral?

- Envolver sobre que temas na fase de caracterização e diagnóstico e no Plano?

A resposta encontrada para a primeira daquelas questões apontou para a necessidade de motivar a validação do diagnóstico da região hidrográfica junto das partes interessadas e aferir em que medida as mesmas se revêem naquele, procurando:

���� Averiguar se existirão eventualmente questões que não se encontrem vertidas quer na caracterização efectuada, quer no diagnóstico, ou seja, enriquecendo o trabalho efectuado nesta fase, quer pela via da complementaridade, quer pela eventual correcção de algo que esteja deficientemente enunciado;

���� Aferir quais os problemas afectos à gestão dos recursos hídricos que os stakeholders de cada bacia consideram mais prementes ou relevantes; quais as potencialidades associadas àqueles recursos que mais enaltecem; quais as ideias, acções ou estratégias que preconizam para os resolver / melhorar e, ainda, que visão desejariam fosse concretizada para a sua bacia/região no futuro e no que respeita aos recursos hídricos (vide adiante na próxima secção o questionário aplicado junto das partes interessadas, que integrou a acção de direct-mail da fase de caracterização e diagnóstico, o qual visou obter respostas para estas questões);

���� Promover a veiculação de informação e a recepção de contributos além da fase inicial de elaboração do PGBH, enquadrando tais informações e contributos naquilo que serão os outputs formais do Plano ao longo das suas diversas fases, de modo a potenciar que os mesmos possam apoiar as fases subsequentes de elaboração do Plano (lógica de campanha).

Em resposta à segunda daquelas questões (Envolver sobre que temas na fase de caracterização e diagnóstico e no Plano?), afigurou-se evidente a necessidade assegurar a existência de secções temáticas constantes e comuns a todas as peças a criar, bem como de secções afectas a cada fase de elaboração do PGBH em particular, sendo que para além delas as peças de comunicação a criar ao longo da elaboração do Plano deveriam explorar as sete áreas temáticas estratégicas em que se estruturou o diagnóstico efectuado à região hidrográfica, porquanto aquelas são um denominador comum a diferentes fases de elaboração do PGBH. As sete áreas em questão foram:

���� Qualidade da Água

���� Quantidade de Água

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���� Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico

���� Quadro Institucional e Normativo

���� Quadro Económico e Financeiro

���� Monitorização, Investigação e Conhecimento

���� Comunicação e Governança

No que respeita à determinação do desafio da comunicação, ou seja, a definição daquilo que a comunicação deve ‘mostrar’ ao alvo, foi considerado o seguinte:

���� Pretende-se que o tom e a linha da comunicação se reflicta numa abordagem de tipo “wishfull thinking” (“pensamento positivo”), que ajude a construir uma visão de cumplicidade na gestão dos recursos hídricos, devendo tal abordagem vir a ser, idealmente e de um modo geral, interiorizada pelo público-alvo das acções do seguinte modo: “…e se pudéssemos contribuir para melhorar a gestão da água!”;

���� Para tal, e em termos gerais, a comunicação deve veicular uma promessa genérica (que se consubstancia num argumento persuasivo a utilizar), a qual deverá reflectir a missão e alcance do PGBH e a importância dos recursos hídricos enquanto recursos centrais na vida da região e das pessoas que nela habitam/trabalham. Essa promessa deve ser idealmente veiculada através de uma assinatura de campanha / marca (ou seja, através de um slogan, designação pela qual este recurso é também vulgarmente conhecido), que se constitua numa declaração facilmente memorável acerca do objecto da comunicação (que neste caso é o PGBH) e que cumpra a função de o ajudar a manter vivo na memória do público-alvo. Transversal a todas as fases da elaboração do Plano e às suas respectivas peças de comunicação, a assinatura de campanha / marca a criar consubstanciará a referida promessa, devendo o PGBH ser entendido para o efeito como a marca a promover. Como tal, a assinatura a criar deverá idealmente acompanhar o elemento principal da identidade da marca PGBH, ou seja o logótipo desenvolvido pela ARH do Centro, I.P para aquele Plano. Para melhor compreensão, apresenta-se na figura seguinte a assinatura de campanha/marca desenvolvida para o PGBH: A água do centro no centro da sua vida.:

Figura 1.1.1 – Assinatura de Campanha/Marca usada nas peças de comunicação destinadas à promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH

���� A comunicação a desenvolver deverá tomar em consideração a existência de coadjuvantes/apoios (i.e: razões válidas e, ou de peso, que podemos fornecer ao alvo para que acredite no emissor e na mensagem a veicular). Entre esses apoios, e no caso concreto do PGBH, poderemos salientar os objectivos ambientais traçados pela U.E relativamente aos recursos hídricos e todo o conhecimento adquirido que advém do trabalho técnico-científico a desenvolver pelos peritos (cientistas e técnicos) para o PGBH;

���� A caracterização e diagnóstico serão o ponto de partida do PGBH, uma vez que o conhecimento (a obter) é que vai gerar boas decisões. Como tal essa fase da elaboração do Plano, deverá ser entendida também como um alicerce inicial em que se fundará todo o desenvolvimento comunicacional a ocorrer nas fases subsequentes. Este facto terá

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necessariamente reflexos ao nível do tom e linha de comunicação a ocorrer nas fases subsequentes;

���� Deverão levar-se em conta também os oponentes à comunicação, que a mesma deverá procurar mitigar. Neste âmbito, e desde logo, o sentimento latente de descrença na acção dos políticos/Estado e na própria importância do contributo individual (impotência). A comunicação deverá, por conseguinte, evidenciar a seriedade e importância do trabalho realizado com o PGBH e estimular a participação individual, enaltecendo o valor da mesma. O uso de um claim (i.e.: argumento/afirmação que reforça aspectos positivos ou benefícios a retirar de algo que é comunicado) específico a cada uma das fases do PGBH que foram objecto de promoção visou este objectivo. O claim traduziu a promessa num argumento persuasivo de cariz implicativo, que procurou justificar/motivar o envolvimento do alvo em cada fase concreta de elaboração do PGBH (caracterização e diagnóstico; cenários prospectivos; objectivos ambientais e programa de medidas; consulta pública da versão preliminar), e articulou-se com o uso de um teaser (i.e.: frase criada com o objectivo de ‘atiçar’ a curiosidade sobre algo que é ou vai ser comunicado) específico a cada uma daquelas fases. Os teasers criados figuraram no campo assunto/subject das peças destinadas a difusão por via electrónica e bem assim nos envelopes que capearam as peças para difusão via correio tradicional, despertando a atenção para a mensagem propriamente dita, tanto mais que foram concebidos do ponto de vista conceptual em estreita ligação com os respectivos claims. Para melhor compreensão, e a título de exemplo, no caso das peças de comunicação divulgadas na fase I (caracterização e diagnóstico), o claim proposto visou expressar a ideia de que uma abrangente e consistente caracterização e diagnóstico relativa aos recursos hídricos da região, resultará, sem dúvida, do trabalho aturado dos peritos, sendo também função do precioso contributo que aqueles venham a receber de todos quantos, quotidianamente, necessitam e utilizam os recursos hídricos daquela região. Assim, para as mensagens relativas àquela fase, o claim desenvolvido foi o seguinte: “Valorizar a água que temos é trabalho de um perito: você.”, e os teasers usados nessa mesma fase foram “Agora o perito é você!” (no caso da peça de Publicidade Informativa e ainda no envelope da acção de Direct Mail) e “Leva a água ao seu moinho…” no caso da peça de E-Mail Marketing;

Por fim, no tocante ao desenvolvimento prospectivo de um target insight relativo à comunicação a efectuar (i.e.: procurando identificar o nervo sensível que queremos tocar no alvo de modo a causar o impacto pretendido), foi levado a cabo um exercício de projecção daquilo que se desejava viesse a ser a reacção psicológica provável do alvo à comunicação, reacção essa que se desejou viesse a expressar-se, de um modo geral, no encadeamento das seguintes linhas de pensamento de um elemento fictício (particulares, empresas, instituições, associações, etc.) representativo do público alvo (Nota: por isso são enunciadas na voz activa):

���� A ARH do Centro está atenta às questões da água e empenhada em as resolver.

���� Por isso está a desenvolver um trabalho muito completo, com a ajuda de especialistas, para conhecer a realidade a fundo e poder planificar e implementar uma gestão sustentada dos recursos hídricos.

���� Isto diz-me respeito, …a água é uma questão importante. Estou contente por estarem finalmente a encarar a água com seriedade, para planear um futuro melhor para a minha região.

���� Posso/Podemos assumir também um papel activo e contribuir para esse trabalho, apoiando os peritos. A minha/nossa participação é tida em conta e eles até a facilitam (enviam-me informação e tenho vários meios aos meu dispor). Vale a pena dar o meu contributo!

Sistematizadas e assimiladas as premissas, que acabamos de referir, a equipa criativa pode

então estruturar o pensamento estratégico num racional de base, o qual esteve sempre subjacente

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ao desenvolvimento das diversas peças de comunicação elaboradas. Esse racional, orientador do enfoque criativo, é apresentado na figura seguinte:

Figura 1.2.1 – Racional estratégico no desenvolvimento conceptual e criativo das peças destinadas à promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH

3. Apresentação das peças de comunicação criadas no âmbito da presente intervenção

Todas as peças de comunicação difundidas no âmbito da presente intervenção de promoção

da participação pública, que apresentamos na presente secção, estão disponíveis no sítio de internet da ARH do Centro, I.P., na secção “Informação Geral” acessível através do seguinte endereço:

Participação pública do Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis

3.1. Caracterização Geral e Diagnóstico da Região Hidrográfica (Fase I)

A 22 de Junho de 2011 teve lugar a difusão de uma peça de Publicidade Informativa que se constituiu, assim, na peça de abertura dos trabalhos de promoção da participação pública desenvolvidos no âmbito da presente intervenção. A difusão ocorreu junto de 728 registos possuidores de endereço de correio electrónico, constantes da base de dados (a que aludimos anteriormente no ponto 1.2.) referente a entidades utilizadoras de recursos hídricos disponibilizada pela ARH do Centro, I.P. à Mobilizar, Lda.. Este primeiro anúncio de Publicidade Informativa reportou-se ao início dos trabalhos de elaboração do PBGH e coincidiu com a conclusão da Caracterização Geral e Diagnóstico da Região Hidrográfica (Fase I). Este primeiro anúncio é reproduzido na figura seguinte:

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Figura 1.3.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase I)

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Em 28 de Junho teve lugar a difusão de uma peça de E-mail Marketing que visou dar a conhecer em profundidade os trabalhos desenvolvidos na fase de elaboração do PGBH em referência (Fase I). Esta primeira Acção de E-mail Marketing realizada no âmbito da presente intervenção de promoção da participação pública é reproduzida na figura seguinte:

Figura 1.3.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing

(Fase I) – Vista parcial

Esta peça foi ainda disponibilizada numa versão integral passível de ser descarregada através do site da ARH do Centro, I.P., no seguinte endereço:

http://www.arhcentro.pt/website/LinkClick.aspx?fileticket=HARBUAH%2fi0E%3d&tabid=582&mid=1029 A culminar a divulgação relativa a esta fase de elaboração do PGBH, foi desenvolvida em 6 de

Julho a primeira Acção de Direct-Mail, que consistiu na difusão, através de correio tradicional, de um mailling junto do total de 1541 registos constantes da base de dados (a que temos vindo a fazer referência), já que todos eram possuidores de endereço postal. Esta acção conteve um folheto desdobrável, um questionário e um envelope destinado a resposta sem franquia (RSF), para facilitar o envio do questionário depois de preenchido pelas partes interessadas à ARH do Centro, I.P.

Com esta acção, potenciou-se a obtenção de informação adicional destinada a apoiar e enriquecer o processo de elaboração do PGBH, ao aferir quais os problemas afectos à gestão dos recursos hídricos que os stakeholders de cada bacia consideram mais prementes ou relevantes; quais as potencialidades associadas àqueles recursos que mais enaltecem; quais as ideias, acções ou estratégias que preconizam para os resolver / melhorar e, ainda, que visão desejariam fosse concretizada para a sua bacia/região no futuro e no que respeita aos recursos hídricos. Os

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resultados obtidos com a resposta ao questionário atrás referido serão adiante apresentados na secção 5 do presente relatório. As peças de comunicação que integraram a acção de Direct-Mail em referência são reproduzidas de seguida:

Figura 1.3.3 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I)

– Envelope DM

Figura 1.3.4 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I)

– Folheto Tríptico com 6 laudas (laudas lado frente)

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Figura 1.3.5 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Folheto Tríptico com 6 laudas (laudas lado interior)

Figura 1.3.6 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I)

– Envelope RSF

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Figura 1.3.7 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase I) – Questionário aplicado a stakeholders

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3.2. Cenários Prospectivos (Fase II) A promoção da informação e participação das partes interessadas no âmbito da fase de construção dos Cenários Prospectivos (Fase II) ocorreu no início do mês de Agosto de 2011. A corporizar a iniciativa nesse domínio esteve a difusão de duas peças de comunicação que alimentaram as acções de E-Mail Marketing e de Direct-Mail previstas para aquela fase da elaboração do PGBH. Desse modo, foi difundida no dia 3 de Agosto uma mensagem de correio electrónico e, cerca de uma semana depois, a 8 de Agosto, teve também lugar a divulgação de um folheto desdobrável via correio tradicional, desta feita junto de 1508 registos referentes a partes interessadas constantes da base de dados facultada pela ARH do Centro, I.P.. As peças de comunicação que integraram as acções levadas a cabo nesta fase são reproduzidas de seguida:

Figura 1.4.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing (Fase II) – Vista parcial

Esta peça está integralmente disponível no site da ARH do Centro, I.P., no seguinte endereço: http://www.arhcentro.pt/website/LinkClick.aspx?fileticket=suMZK4ih%2bgo%3d&tabid=552&mid=1029

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Figura 1.4.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II) – Envelope DM

Figura 1.4.3 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II)

– Folheto Quadríptico com 8 laudas (laudas lado frente)

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Figura 1.4.4 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de Direct-Mail (Fase II) – Folheto Quadríptico com 8 laudas (laudas lado interior)

3.3. Objectivos Ambientais e Programa de Medidas (Fase III) Na continuidade do esforço de comunicação levado a cabo junto dos stakeholders, prosseguiu-se para a divulgação do Programa de Medidas, instrumento que permitirá a assegurar o cumprimento dos Objectivos Estratégicos e Ambientais estabelecidos pela legislação para a protecção e valorização dos recursos hídricos (Fase IV). As acções encetadas para esse efeito ocorreram em meados do mês de Outubro de 2011, primeiramente através da difusão de uma peça de Publicidade Informativa no dia 13, a que se seguiu o aprofundar da temática em apreço mediante recurso ao desenvolvimento e difusão de uma acção de E-Mail Marketing no dia 18 daquele mês. Ambas as peças são apresentadas seguidamente:

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Figura 1.5.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase III)

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Figura 1.5.2 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Acção de E-mail Marketing (Fase III) – Vista parcial

Esta peça está integralmente disponível no site da ARH do Centro, I.P., no seguinte endereço:

http://www.arhcentro.pt/website/LinkClick.aspx?fileticket=s5a5p3TEzWA%3d&tabid=552&mid=1029

3.4. Consulta Pública da Versão Preliminar do PGBH (Fase IV) Como corolário da intervenção levada a cabo pela Mobilizar, Lda. para a promoção da participação pública relativa ao processo de elaboração do Plano de Gestão de Bacias dos Rios Vouga, Mondego e Lis (PGBH), foi desenvolvida uma última peça de Publicidade Informativa em momento coincidente com a abertura do período legalmente definido para Consulta Pública da Versão Preliminar do PGBH (Fase IV). Essa peça de comunicação, difundida em 24 de Outubro de 2011, fechou por assim dizer um ciclo de divulgação e informação iniciado meses antes junto das partes interessadas, embora no essencial tenha deixado de forma expressa e clara o desejo e o convite da ARH do Centro, I.P. no sentido de uma continuidade no envolvimento e participação dos stakeholders durante o período destinado à Consulta Pública. Fechamos esta secção com a apresentação dessa peça final:

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Figura 1.6.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: Anúncio de Publicidade Informativa (Fase IV)

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4. Resultados da monitorização da recepção e visualização das peças de comunicação difundidas e da evolução do volume de respostas recebidas ao inquérito efectuado e sua classificação

A difusão peças de comunicação que foram elaboradas e disseminadas por via electrónica (Acções de Publicidade Informativa e Acções de E-Mail Marketing) no decurso da intervenção de promoção da participação pública a que alude o presente relatório foi objecto de um processo de monitorização levado a cabo pela Mobilizar, Lda..

A recepção de respostas ao questionário integrado na primeira acção de Direct-Mail realizada e enviado às partes interessadas no início do mês de Julho foi, por seu turno, assegurada pelo Departamento de Planeamento Informação e Comunicação da ARH do Centro, I.P., bem como a monitorização da evolução do volume de respostas ao mesmo ao longo do período determinado para o efeito.

No ponto seguinte da presente secção apresentam-se os resultados de monitorização apurados para as peças difundidas na fase de elaboração do PGBH por via electrónica, ficando o ponto 4.2. destinado à apresentação dos resultados de monitorização da evolução do volume de respostas recebidas ao questionário enviado às partes interessadas no mês de Julho de 2011 e sua classificação.

4.1. Resultados de monitorização das peças difundidas por via electrónica

A monitorização da recepção e visualização das peças difundidas por e-mail (Acções de

Publicidade Informativa e Acções de E-Mail Marketing) foi efectuada mediante recurso a uma aplicação informática de tracking (monitorização) de mensagens de correio electrónico denominada Direct Mail, desenvolvida pela empresa norte americana e3 Software, LLC (e3SOFTWARE, LLC., 2011). Os dados recolhidos através do referido programa foram sistematizados no quadro seguinte:

Quadro 1.2.1 – Promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: envio, recepção e visualização de

peças de comunicação disseminadas por e-mail

FONTE: e3 SOFTWARE, LLC (2011), dados da aplicação informática Direct-Mail

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De um modo global, ou seja, consideradas as peças de comunicação difundidas como um todo que reveste a forma de uma campanha, os dados em apreço evidenciam que a audiência da ‘campanha’ (no que toca apenas às peças veiculadas por via electrónica) se terá situado em termos médios nos 19%, considerando-se para este fim o peso percentual do Total Médio Global de Utilizadores Únicos (i.e. o total médio global de utilizadores que abriram as mensagens de e-mail e visualizaram as peças) sobre o universo de endereços de e-mail que receberam as peças. Quanto à frequência média de contacto desses utilizadores ou visualizadores únicos para com a ‘campanha’ (i.e. para com o conjunto de peças de comunicação difundidas por via electrónica), os dados mostram que, cada um deles terá tido em média 3,1 oportunidades de visualização (OTS – Opportunity To See) ou de contacto com a mesma, considerando-se para esse fim o quociente entre o Total Médio Global de Visualizações Realizadas e Total Médio Global de Utilizadores Únicos.

A leitura do quadro anterior não visa comparações entre os resultados obtidos com a divulgação das diferentes peças de comunicação, tanto mais que, quer a tipologia das peças, quer o lapso de tempo consagrado à sua monitorização, não foram idênticos entre si – sendo este último facto mais evidente no caso das últimas três peças difundidas. Não obstante, e salvaguardando um potencial efeito nos resultados decorrente das diferenças existentes no lapso de tempo consagrado à monitorização das diversas peças, poder-se-á ainda concluir a partir dos dados em referência que o comportamento das diferentes peças de comunicação, quer em matéria de audiência (i.e. Utilizadores Únicos em Percentagem do Total), quer no tocante a Visualizações por Utilizador Único, se pautou por uma relativa regularidade ao longo de toda a ‘campanha’.

4.2. Resultados de monitorização da evolução do volume de respostas ao

questionário enviado às partes interessadas e sua classificação

A Acção de Direct-Mail realizada no dia 6 de Julho de 2011 integrou, como referido anteriormente no ponto 3.1., um questionário dirigido aos stakeholders que visou a obtenção de informação adicional junto dos mesmos destinada a apoiar e enriquecer o processo de elaboração do PGBH. Nesse sentido, o questionário em questão constituiu-se no instrumento de recolha de informação de um inquérito de opinião que procurou aferir: quais os problemas afectos à gestão dos recursos hídricos que as partes interessadas em cada bacia consideram mais prementes ou relevantes; quais as potencialidades associadas àqueles recursos que mais enaltecem; quais as ideias, acções ou estratégias que preconizam para os resolver / melhorar e, ainda, que visão desejariam fosse concretizada para a sua bacia/região no futuro e no que respeita aos recursos hídricos.

A partir do dia 11 de Julho, data em que se verificou a recepção das primeiras respostas ao questionário pelo Departamento de Planeamento Informação e Comunicação da ARH do Centro, I.P., encetou-se então um processo de monitorização da evolução do volume de respostas recebidas, o qual se prolongou até ao dia 29 de Agosto. No total foram recebidos 160 questionários devidamente preenchidos pelas partes interessadas (ARH do CENTRO, I.P., 2011). A evolução registada na recepção de respostas ao longo daquele período é ilustrada no gráfico seguinte:

Gráfico 1.1.1 – Evolução na recepção de respostas ao questionário dirigido às partes interessadas

FONTE: ARH do CENTRO, I.P. (2011), Ficheiro de dados de monitorização das respostas ao inquérito de opinião

realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGB; DPIC.

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Apesar de facultada às partes interessadas a possibilidade de resposta sem franquia (RSF) através de envelope destinado para o efeito também integrado na Acção de Direct- Mail a que aludimos, as respostas ao questionário foram enviadas também por outros meios de entre os vários colocados ao dispor dos stakeholders. Atente-se no gráfico seguinte para uma compreensão da hierarquia dos meios usados pelas partes interessadas no envio das respostas ao questionário.

Gráfico 1.1.2 – Meio de resposta usado pelas partes interessadas para envio do questionário

(em nº de respostas recebidas)

FONTE: ARH do CENTRO, I.P. (2011), Ficheiro de dados de monitorização das respostas ao inquérito de opinião

realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH; DPIC.

Os questionários recebidos foram então disponibilizados à Mobilizar, Lda., para efeitos de

validação, classificação, leitura integral e registo de dados, análise do conteúdo temático das respostas e sua categorização.

Na sequência do processo de validação, um dos questionários veio a ser invalidado, dado não se considerar ter respondido em absoluto ao solicitado. Como tal, quer a classificação que apresentaremos de seguida, quer os procedimentos subsequentes, assentaram num conjunto final de 159 questionários válidos, cuja distribuição pelas três categorias de registos consideradas na base de dados referente a utilizadores de recursos hídricos disponibilizada pela ARH do Centro, I.P. foi a seguinte:

���� 33 Empresas

���� 97 Organismos Públicos / Entidades

���� 29 Particulares

Foi assim possível determinar as taxas de resposta total e por categoria de respondente,

considerando o universo total e o de cada categoria dos registos constantes na base de dados que serviu de base ao envio dos questionários. As taxas de resposta obtidas são indicadas no quadro seguinte:

Quadro 1.3.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de

elaboração do PGBH : taxas de resposta (em %)

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No caso das categorias empresas e organismos públicos / entidades, a repartição dos inquiridos respondentes, respectivamente, por sector de actividade económica e por tipologia foi a seguinte:

Quadro 1.4.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de

elaboração do PGBH: empresas inquiridas por sector de actividade (em valor absoluto e %)

Quadro 1.5.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: organismos públicos / entidades inquiridos por tipologia (em valor absoluto e %)

Se no caso das empresas inquiridas a predominância das respostas recebidas vai claramente

para o sector industrial (com 42%), já no que se refere aos organismos públicos / entidades o domínio é esmagador por parte das respostas provenientes de organizações de matriz autárquica: autarquias / municípios (com 52%) e Juntas de Freguesia (com 25%).

Quanto ao distrito de origem, a repartição dos inquiridos respondentes foi a que se apresenta no quadro seguinte:

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Quadro 1.6.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: inquiridos por distrito de origem (em valor absoluto e %)

No final do questionário, foi colocada aos inquiridos uma questão, destinada a permitir identificar a unidade geográfica a que respeitaram as respostas dadas: Q.5 – De um modo geral, considera que as suas respostas às perguntas anteriores dizem essencialmente respeito ou se aplicam (assinalar a unidade geográfica respectiva). Os resultados da resposta a esta questão são apresentados no quadro seguinte:

Quadro 1.7.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de

elaboração do PGBH: unidade geográfica a que respeitam as respostas dadas (em valor absoluto e %)

Uma leitura do quadro acima permite constatar que, de um modo geral, o peso relativo de cada

unidade geográfica indicada como sendo aquela a que respeitam as respostas dadas é, grosso modo, aproximado ao peso relativo da origem geográfica dos inquiridos respondentes, conforme se pode avaliar a partir da leitura do quadro 1.6.1. (inquiridos por distrito de origem). Tal facto reflecte, em nosso entender, uma natural maior facilidade manifestada pelos inquiridos em se pronunciarem sobre os territórios que lhes são mais próximos ou familiares no quotidiano.

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5. Metodologia adoptada na análise do conteúdo temático das respostas e apresentação dos resultados da sua categorização

Terminada a fase de classificação dos questionários a que aludimos na parte final da secção

anterior, procedeu-se à leitura integral dos mesmos e ao registo de dados, primeiramente de forma global. A partir desta reunião geral das informações fornecidas pelas partes interessadas, realizou-se de seguida uma análise do conteúdo temático das respostas e a sua categorização, de forma a encontrar as grandes linhas de preocupação / sugestão dos stakeholders inquiridos.

O exercício de categorização efectuado procurou organizar e descrever a informação prestada pelas partes interessadas inquiridas, de modo a que a mesma pudesse ser mais facilmente utilizável para o fim previsto: ou seja, ajudar a apoiar e enriquecer o processo de elaboração do PGBH.

Nesse sentido, no caso da questão 1a), (vide questionário reproduzido na página 21 do presente relatório) as respostas recebidas foram analisadas de modo a identificar os grandes conjuntos temáticos, ou perspectivas, em que se poderão enquadrar os aspectos mais positivos referidos pelas partes interessadas como mais relevantes e associados com os recursos hídricos da região hidrográfica, ou com a bacia do rio que lhes é mais próximo.

No que se refere à questão 1b) as respostas recebidas foram maioritariamente enquadradas ou categorizadas nas duas grandes ordens de questões mais significativas identificadas pela ARH do Centro, I.P. no âmbito do procedimento de participação pública relativo às Questões Significativas da Gestão da Água na Região Hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste (RH 4), que abreviadamente designaremos por QSiGA. Promovido pelo Instituto da Água, I.P. (INAG) e pela Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P. durante um período de 6 meses, entre Fevereiro e Julho de 2009, esse procedimento é parte integrante do PGBH, ainda que levado a cabo numa fase preparatória do mesmo (INSTITUTO DA ÁGUA, I.P / ARH do CENTRO, I.P., 2009).

No caso das questões 2 e 3 as respostas recebidas foram por seu turno enquadradas ou categorizadas a partir das sete áreas temáticas estratégicas em que se estruturou o diagnóstico efectuado à região hidrográfica no âmbito da elaboração do PGBH.

Para a questão 4 identificaram-se as grandes dimensões de sentido em que poderá enquadrar a visão que os stakeholders indicaram como desejando fosse concretizada no futuro para a região hidrográfica, ou para a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, no que respeita aos recursos hídricos, em qualquer dimensão directa ou indirectamente relacionada com aqueles recursos naturais.

Os resultados da categorização, que se apresentam nos pontos seguintes da presente secção, apenas traduzem o resultado do trabalho de análise de conteúdo temático aplicado pela Mobilizar, Lda. à informação prestada pelas partes interessadas inquiridas. Por conseguinte, é recomendável a sua ulterior interpretação por parte da ARH do Centro, I.P., de modo a assegurar uma integração de facto desse contributo das partes interessadas na elaboração do PGBH.

5.1. Resultados relativos à questão: Que factores associados directa ou indirectamente com os recursos hídricos da região hidrográfica, ou com a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, considera mais relevantes ou pertinentes?

Esta questão subdividiu-se em duas alíneas ou questões, a saber:

a) Que aspectos pensa serem mais apelativos ou positivos nessa região hidrográfica ou bacia hidrográfica?

b) Que problemas pensa deverem ser resolvidos ou, pelo menos, minorados nessa região hidrográfica ou bacia hidrográfica?

De um modo geral, a partir da análise de conteúdo das respostas dadas por particulares e,

bem assim como veremos, das dadas pelas empresas, à primeira daquelas questões, as categorias encontradas podem enquadrar-se em três grandes conjuntos temáticos:

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���� Perspectiva ecológica

���� Perspectiva utilitária dos recursos hídricos / naturais

���� Perspectiva turística

Vejamos de seguida os resultados para as diferentes tipologias de partes interessadas

(particulares, empresas, organismos públicos / entidades) na resposta a esta questão:

PARTICULARES Das 32 referências encontradas, 50% referem-se à perspectiva ecológica. A tónica das

respostas remete para a importância da qualidade ambiental como um todo, não só nos seus aspectos paisagísticos e estéticos como também de sustentabilidade dos habitats. São disso representativas as contribuições que apontam para a importância “da preservação da fauna e flora” e da “qualidade ambiental e paisagística das bacias”.

As restantes duas perspectivas encontradas – utilitária e turística – foram descritas separadamente em virtude do peso que a utilização lúdica e/ou turística dos recursos hídricos e naturais assume nas respostas dadas. Na verdade, ambas as categorias recolhem 25% das referências. Ainda que a valorização do potencial turístico caiba dentro de uma perspectiva utilitária, na verdade, há uma clara tendência para esta utilização dos recursos ser a mais valorizadas pelas populações.

EMPRESAS

Esta tipologia de partes interessadas também privilegiou a perspectiva ecológica enquanto principal aspecto considerado positivo na respectiva bacia hidrográfica. Com 33% das contribuições, neste caso a principal tónica foi para a própria riqueza paisagística e ambiental das zonas de água – ria, rios, ribeiras; canais; costa, lagos.

A seguir surge com 23% das contribuições a perspectiva turística, principalmente ligada às actividades desportivas náuticas.

No caso do conjunto de respostas oriundas de empresas, o peso das contribuições de ordem económica e energética justificou o seu tratamento em separado das restantes perspectivas, embora tais contribuições, ou respostas dadas, encerrem em si um carácter utilitário. Na verdade, as contribuições de ordem económica e energética perfazem exactamente 23% de todos os aspectos referidos. A existência e respectiva importância de um porto de mar na região assim como a riqueza associada às barragens da região foram os aspectos mais valorizados.

Finalmente, a perspectiva utilitária reuniu 21% das contribuições. Faz-se notar, entretanto, que qualquer das três perspectivas citadas nos dois parágrafos anteriores – turística, económica e energética – traduzem naturalmente uma valorização antropocêntrica do recurso água e, por conseguinte, são por assim dizer também contribuições de cariz utilitário. No entanto, optámos por separar dessas as contribuições que considerámos puramente utilitárias, em virtude de estas últimas se centrarem principalmente na importância do abastecimento de água de qualidade às populações e na sua disponibilidade para a agricultura. ORGANISMOS PÚBLICOS / ENTIDADES

Sendo este conjunto de contributos o mais vasto, tornou-se relevante alargar as perspectivas ou unidades de sentido a considerar. Nas respostas analisadas, surgem assim um conjunto de referências que remetem para uma dimensão Afectiva / Emocional, manifestada na descrição de vivências associadas locais específicos e imagens associadas ao recurso água em geral: “…o facto do rio atravessar a freguesia; … a beleza natural da bacia do Vouga”. Por outro lado, a enumeração de uma série de intervenções quer de gestão quer de conservação ambiental valoriza a acção dos serviços públicos do sector. O quadro seguinte ilustra principais aspectos considerados positivos na respectiva bacia hidrográfica por parte dos inquiridos desta tipologia:

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Quadro 1.8.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: aspectos positivos na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos organismos públicos / entidades, segundo a perspectiva (em valor absoluto e %)

No que respeita à questão 1b) Que problemas pensa deverem ser resolvidos ou, pelo menos, minorados nessa região hidrográfica ou bacia hidrográfica?, e conforme referido anteriormente no início desta secção, a categorização levada a cabo para o tratamento das respostas levou em consideração os resultados do procedimento de participação pública relativo às QSiGA, no que diz respeito às Questões relativas a Pressões e Impactos (QPI) e às Questões de Ordem Normativa, Organizacional e Económica (QNOE). Com efeito, as respostas analisadas foram maioritariamente enquadradas ou categorizadas naquelas duas grandes ordens de questões mais significativas identificadas pela ARH do Centro, I.P. no âmbito do referido procedimento.

Nos termos do documento Questões Significativas Da Gestão Da Água Região Hidrográfica Do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras Do Oeste: Participação Pública), entendem-se por QSiGA “as pressões decorrentes de acções antropogénicas sobre as massas de água, os impactos resultantes dessas acções e os aspectos de ordem normativa, organizacional, socioeconómica, ou outros, que dificultem o cumprimento dos objectivos da Lei da Água” (INSTITUTO DA ÁGUA, I.P / ARH do CENTRO, I.P., 2009). Ou seja, por outras palavras, as QSiGA são problemas ou questões que, em cada região hidrográfica, são identificadas e consideradas significativas em termos de gestão da água.

No entanto, no decurso da análise das respostas a esta questão, a natureza dos dados analisados determinou, por um lado, a consideração de mais questões / temas dentro do quadro das QNOE e, por outro, a proposta de um novo conjunto aglutinador de sentido, ou ordem de questões, o qual designámos por Questões sobre Imagem Pública e Notoriedade do Território (QIPNT). Listam-se abaixo as ordens de questões e respectivas questões a elas associadas, que se encontraram como resultado da análise e tratamento das respostas à questão 1b):

QUESTÕES RELATIVAS A PRESSÕES E IMPACTOS (QPI)

���� Alteração da dinâmica sedimentar (erosão & assoreamento)

���� Alteração da fauna & flora

���� Escassez de água

���� Eutrofização

���� Inundações

���� Poluição

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QUESTÕES DE ORDEM NORMATIVA, ORGANIZACIONAL E ECONÓMICA (QNOE) ���� Abastecimento público e à agricultura

���� Alterações do tecido produtivo

���� Controlo ineficiente ou insuficiente das captações de água e descargas de águas residuais

���� Fiscalização insuficiente ou ineficiente

���� Legislação inexistente, insuficiente ou ineficiente

���� Prestação do serviço público

QUESTÕES SOBRE IMAGEM PÚBLICA E NOTORIEDADE DO TERRITÓRIO (QIPNT)

���� Cuidado ineficiente ou insuficiente do território

���� Relação população – serviço público

Vejamos agora os resultados para as diferentes tipologias de partes interessadas (particulares,

empresas, organismos públicos / entidades) encontrados na resposta à questão 1b).

PARTICULARES Quadro 1.9.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de

elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos particulares (em valor absoluto e %)

Dos três grandes conjuntos de preocupações manifestadas por esta tipologia de partes

interessadas destaca-se o relativo às Pressões e Impactos com 65% das referências apontadas pelos respondentes. Os aspectos que mais preocupam os particulares parecem ser os associados à alteração da dinâmica sedimentar (erosão & assoreamento) que reuniu 54% das contribuições relativas a este conjunto temático. “Desassorear a ria; Impedir o avanço das águas sobre as margens” são exemplos das questões apontadas.

20% das preocupações apresentadas referem-se a aspectos que remetem para uma certa indignação relativamente ao aparente abandono do património natural. Conforme explicado anteriormente, optámos por agrupar tais questões sob a égide das questões relativas à Imagem Pública e Notoriedade Territorial. Na verdade, o cuidado ineficiente, inexistente ou insuficiente dos leitos e margens das linhas de água reúnem 53% das referências, indo os restantes 43% para os problemas na relação entre os serviços públicos e a população: “desprezo total das autoridades pelo Lis; pouco trabalho de sensibilização”.

As Questões de Ordem Normativa, Organizacional e Económica são as que parecem preocupar menos este grupo de inquiridos, já que somente 15% das contribuições se referem a esses temas.

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Parte Complementar B – Participação Pública: Acções de Comunicação e Divulgação │ ARH do Centro, IP │37

EMPRESAS

Quadro 1.10.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelas empresas (em valor absoluto e %)

Os resultados apresentados no quadro anterior revelam as três principais preocupações do público empresarial que respondeu ao questionário, no que toca a problemas a resolver na respectiva região ou bacia hidrográfica. A “poluição das linhas de água”, associada principalmente às “descargas ilegais ou incorrectas”, são factores reveladores da “falta de cuidado para com a dimensão ambiental do território” no entender deste grupo de inquiridos. ORGANISMOS PÚBLICOS / ENTIDADES

No quadro seguinte pode verificar-se que questões / temas são manifestados pelos organismos

públicos e entidades respondentes, quando instados a indicar que problemas pensam deverem ser resolvidos ou minorados na respectiva bacia ou região hidrográfica.

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Quadro 1.11.1 – Inquérito de opinião realizado no âmbito das acções de promoção da participação pública na fase de elaboração do PGBH: problemas na respectiva bacia ou região hidrográfica referidos pelos organismos públicos / entidades (em valor absoluto e %)

Uma leitura do quadro acima revela grosso modo a mesma tendência de resposta por parte

deste tipo de público inquirido relativamente aos anteriores (particulares e empresas). Os Organismos Públicos / Entidades inquiridas apontam a poluição, o controlo ineficaz das descargas e a falta de cuidado com o território como as principais questões a resolver.

Conclusivamente, a fechar a apresentação de resultados da análise do conteúdo às respostas

dadas pelos inquiridos no que toca aos problemas que indicam como devendo ser resolvidos ou minorados na respectiva bacia ou região hidrográfica, pode dizer-se que globalmente as principais preocupações dos três tipos de partes interessadas remetem primeiramente para questões relacionadas com pressões e impactos sobre os recursos hídricos. Curioso será notar contudo que as questões relativas à imagem pública e notoriedade do território parecem ser mais relevantes para os particulares, ao passo que as questões de ordem normativa organizacional e económica aparentam ser mais importantes para os públicos de tipo empresarial e institucional (organismos públicos / entidades).

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5.2. Resultados relativos à questão: Que ideias, acções ou estratégias concretas gostaria de sugerir para melhorar o potencial dos aspectos que referiu?

A categorização das respostas recebidas às questões números 2 e 3 foi enquadrada, como

referido anteriormente, a partir das sete áreas temáticas estratégicas em que se estruturou o diagnóstico efectuado à região hidrográfica no âmbito da elaboração do PGBH, a saber:

���� Qualidade da Água

���� Quantidade de Água

���� Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico

���� Quadro Institucional e Normativo

���� Quadro Económico e Financeiro

���� Monitorização, Investigação e Conhecimento

���� Comunicação e Governança

A razão para esta opção metodológica prende-se, na verdade, com o facto de as sugestões

(ideias, acções ou estratégias) propostas pelos três tipos de públicos inquiridos, quer no que toca à melhoria dos aspectos previamente apontados como positivos, quer na resolução dos problemas encontrados, remeter em boa medida para aquelas que serão as grandes linhas de acção das entidades com competências e atribuições a nível da gestão dos recursos hídricos, no presente e futuro próximo.

No que toca à apresentação dos resultados da resposta a esta questão, e apenas no caso concreto dos particulares e das empresas inquiridas, não são apresentadas frequências estatísticas das várias categorias de sugestão indicadas nas respostas dadas, em virtude de se querer fornecer uma descrição tão exaustiva e abrangente quanto possível das sugestões apresentadas, de forma a não se perder, no espartilho da descrição estatística, a riqueza da sua diversidade. Todavia, a ordem pela qual as categorias de sugestão são apresentadas reflecte, de forma decrescente, a sua relevância para essas partes interessadas inquiridas (particulares e empresas).

Vejamos então os resultados para as diferentes tipologias de partes interessadas (particulares, empresas, organismos públicos / entidades) encontrados na análise das respostas à questão número 2 – Que ideias, acções ou estratégias concretas gostaria de sugerir para melhorar o potencial dos aspectos que referiu em a) na pergunta 1?:

PARTICULARES

As medidas propostas pelos Particulares para melhoria do potencial na respectiva bacia ou região hidrográfica a que se referiram, revelam mais as suas preocupações para com os problemas actuais do que o real desenvolvimento dos aspectos já considerados positivos. Vejamos de seguida como se enquadram essas sugestões de melhoria nas sete áreas estratégicas em que se estruturou o diagnóstico efectuado à região hidrográfica no âmbito da elaboração do PGBH: Qualidade da Água

A maior parte das respostas defendeu a necessária resolução das questões ligadas à poluição, ainda que de um modo vago e geral: “despoluição das linhas de água; mais e melhor controlo das águas; diminuir a utilização de químicos na agricultura”. Dois inquiridos sugeriram contudo medidas específicas, a saber:

���� Drenagem dos canais da ria de Aveiro;

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���� Saneamento e ETAR’s para “todos”.

Quadro Institucional e Normativo

Foram referidas questões ligadas à melhoria da prestação de serviços no sector, designadamente:

���� Apoio e celeridade nos pedidos de licenciamento, necessidade de descargas, etc.;

���� Controlo e fiscalização sistemática dos potenciais agentes poluidores.

Referindo-se à bacia do Baixo Mondego, um cidadão defendeu a necessidade de se implementar uma gestão integrada da utilização e conservação do canal de rega que serve essa zona.

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico

���� Maior protecção da costa;

���� Criação de um pontão a sul da Praia de Vieira para reter o areal;

���� Construção de “muros” para evitar que a agua chegue às habitações. Monitorização, Investigação e Conhecimento

���� Elaborar mais trajectos pedestres ou para bicicletas para observar a fauna e a flora;

���� Criar visitas com guias de natureza. Comunicação e Governança

A sensibilização ambiental generalizada e regular foi, neste âmbito, a sugestão apresentada.

EMPRESAS

Entre os inquiridos do público empresarial verifica-se uma alteração do peso de cada linha de acção proposta, passando a Comunicação e Governança a reunir maior relevância. Paralelamente, surgem propostas já mais associadas à natureza e realidade deste tipo de respondentes, designadamente as que se podem enquadrar no âmbito do Quadro Económico e Financeiro. Comunicação e Governança

No âmbito desta linha de acção mais significativa para as empresas, as principais sugestões prendem-se com a dimensão de intervenção relativa à sensibilização ambiental, em concreto sob a forma de acções destinadas a:

���� Sensibilizar para a importância da água;

���� Promover comportamentos de poupança e reutilização da água;

���� Ensinar como não poluir;

���� Divulgar alargadamente acções / informações relativas ao sector.

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Próxima dessa dimensão, mas contudo com um carácter mais técnico, refira-se a proposta relativa a um investimento sério na investigação / implementação de soluções de reutilização de águas rejeitadas.

Qualidade da Água

Neste segundo domínio de intervenção mais significativo para as empresas, as sugestões voltam a centrar-se, tal como para os particulares, no tema poluição. Todas as sugestões referem a necessidade de despoluir as linhas de água, por exemplo, através de uma parceria pensada entre particulares, autarquias e entidades competentes.

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico

���� Preservação da costa;

���� Prevenção e controlo de cheias. Quadro Institucional e Normativo

���� Plano claro e do conhecimento geral destinado ao controlo e fiscalização de agentes poluidores;

���� Forte vigilância às descargas;

���� Estratégia de redução da emissão de efluentes. Quadro Económico e Financeiro

���� Apostar no Turismo – desportos náuticos; criação de percursos pedestres e ciclovias;

���� Promover indústrias ligadas ao sector – ex: aquicultura;

���� Incentivos às actividades geradoras de emprego, como o turismo;

���� Criação de centros de apoio às actividades ligadas à água;

���� Mais barragens para diminuir a factura energética. Monitorização, Investigação e Conhecimento

���� Elaboração de estudos que identifiquem o potencial do “aquífero 010” e as principais pressões a que está a ser sujeito e que permita vir a conciliar todas as actividades e múltiplos interesses que recaem sobre ele;

���� Postos de observação de aves migratórias;

���� Melhoramento das salinas e piscicultura para fins educativos.

ORGANISMOS PÙBLICOS / ENTIDADES

Entre os inquiridos de cariz institucional inquiridos, foram privilegiadas as propostas ligadas ao desenvolvimento turístico da região enquanto forma de potenciar as características da respectiva bacia ou região hidrográfica. Dada a sua maior expressão relativamente às restantes categorias de sugestões referidas, optou-se por apresentar as propostas relativas ao desenvolvimento turístico de forma desagregada da nomenclatura das áreas estratégicas do diagnóstico do PGBH e sob o

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epíteto Turismo & Lazer. Apresentam-se em seguida alguns exemplos das contribuições mais significativas em cada categoria prestadas por organismos públicos / entidades. Neste caso, a ordem de apresentação das categorias de sugestão é também decrescente quanto à relevância daquelas para este tipo de parte interessada, sendo desta feita apresentadas as frequências estatísticas de cada categoria de sugestão, dado o elevado volume de respostas a esta questão apresentado por parte de organismos / entidades e, por conseguinte a sua expressão estatística.

Turismo & Lazer – 22% das sugestões

���� Com a futura albufeira criada pela barragem seria importante criar praias e percursos de pesca, e elaborar um projecto paisagístico no percurso que está definido para a pista de pesca. Criar plataformas amovíveis ou não para os pescadores. Integrar no roteiro turístico a pista de pesca;

���� Criação de equipamentos de lazer, circuito de manutenção ao longo da Ilha da Morraceira;

���� Continuidade dos programas em curso - Biovia na zona de Salreu-Estarreja;

���� Submersão de navios ao largo para mergulho;

���� Reabilitação do património cultural ribeirinho, criação de percursos pedestres;

���� Criação de caminhos pedonais, ciclovias com zonas de lazer que motivem os utilizadores;

���� Parque de campismo “natural”;

���� Parques de merendas nos locais onde estão instalados os contentores;

���� Turismo de recreio concentrado nas albufeiras das barragens. Quadro Institucional e Normativo – 19% das sugestões

���� Protocolos para que o património construído seja mantido;

���� Aumento do período de licenças do Domínio Público Hídrico;

���� Agilização e facilitação dos processos de licenciamento assim como encurtamento dos prazos para obtenção das licenças;

���� Mais celeridade na avaliação dos pedidos para intervenção;

���� Diminuição drástica da burocracia administrativa associada às acções fiscalizadoras, que tem efeitos redutores, senão mesmo paralisantes da própria fiscalização;

���� Mais fiscalização e dureza na condução dos processos de contra-ordenação;

���� Polis da ria;

���� Parcerias com instituições, empresas e autarquias para desenvolverem conjuntamente estudos e projectos com os fins em vista;

���� Elaboração dos planos de estuário com a participação activa de todas as partes interessadas;

���� Diversificação e ordenamento das actividades económicas, em respeito pelos valores ecológicos.

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico – 18% das sugestões

���� Protecção do ecossistema lagunar costeiro (Ervedeira);

���� Reparação dos açudes e regadios;

���� Construção de diques e reconstrução de motas;

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���� Grande prioridade deverá ser dada aos acessos e desmatação dos terrenos anexos que deveriam ser capinados;

���� Utilização dos métodos possíveis e imaginários que permitam a limpeza adequada e continuada do leito e respectivas margens;

���� Limpeza periódica do leito dos rios Antuã, Jardim e do Esteiro.

Comunicação e Governança – 13% das sugestões

���� Uma maior sensibilização da comunidade na partilha da conservação destes meios, por exemplo através do agendamento de um ou dois sábados por ano de trabalho comunitário;

���� Sessões de esclarecimento junto das populações;

���� Divulgação de campanhas informativas de modo a envolver a população;

���� Necessidade de promover o associativismo dos exploradores de recursos naturais de forma a identificar e valorizar o potencial dos estuários, sobretudo da ria de Aveiro.

Quadro Económico e Financeiro – 9% das sugestões

���� As praias fluviais do rio Alva carecem de verbas para a sua manutenção. Essas verbas deveriam ser canalizadas pela ARH do Centro, I.P.;

���� Retomar os investimentos que deixaram de existir desde 2000;

���� Instalação de uma maternidade de bivalves e de peixes; viveiros naturais (recife artificial); Manter/instalar espécies piscícolas;

���� Projecto agrícola do Baixo-Vouga;

���� Construção das barragens de Ribeiradio; aceleração da construção de novas barragens; Monitorização, Investigação e Conhecimento – 8% das sugestões

���� Acções ligadas ao conhecimento do território / recursos / hídricos do concelho sustentadas por apoio financeiro, aproveitamento turístico;

���� Criação de circuitos pedonais interpretativos das margens dos rios. Qualidade da Água – 7% das sugestões

���� Melhorar a qualidade das praias fluviais e respectiva água;

���� Resolver problema do saneamento;

���� Implementar a directiva dos nitratos, dado estarmos numa região agrícola;

Quantidade de Água – 4% das sugestões

���� Estabelecimento de açudes automatizados, capazes de poder acumular água para rega por gravidade;

���� Criação de açudes para criar espelhos de água todo o ano;

���� Aumento da capacidade existente.

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5.3. Resultados relativos à questão: Que ideias, acções ou estratégias concretas gostaria de sugerir para resolver os problemas que referiu?

A categorização das respostas recebidas à questão número 3 – Que ideias, acções ou

estratégias concretas gostaria de sugerir para resolver os problemas que referiu em b) na pergunta 1?, foi também enquadrada a partir das sete áreas temáticas estratégicas em que se estruturou o diagnóstico efectuado à região hidrográfica. Vejamos então os resultados para as diferentes tipologias de partes interessadas (particulares, empresas, organismos públicos / entidades) encontrados na análise das respostas a esta questão:

PARTICULARES

Das várias sugestões recolhidas a partir das respostas dadas por particulares no que toca à resolução dos problemas que anteriormente referiram destacam-se as seguintes, agrupadas por eixo de acção ou área estratégica do diagnóstico do PGBH:

Quadro Institucional e Normativo – 40% das sugestões

A maior parte das respostas defendeu a necessária resolução das questões ligadas à poluição, ainda que de um modo vago e geral: “despoluição das linhas de água; mais e melhor controlo das águas; diminuir a utilização de químicos na agricultura”. Dois inquiridos sugeriram contudo medidas específicas, a saber:

���� Acção mais eficaz e coordenada por parte das entidades responsáveis pela implementação do Plano de Bacia Hidrográfica, assim como a definição de responsabilidades, prioridades e modos de fiscalização;

���� Politica menos demagógica e mais firme sobre agentes poluidores: menos “marketing verde” e mais “acção verde”;

���� Garantir a protecção civil;

���� Sensibilizar os donos das terras abandonadas, obrigando-os a limpar as suas terras dando as autarquias o exemplo;

���� Fiscalização mais firme, eficiente, regular e com mais meios e coimas mais inibidoras de acções ambientalmente irresponsáveis;

���� Dotação de mais meios humanos e equipamento de protecção ambiental para os bombeiros (ex: para resolver problemas de contaminação por hidrocarbonetos ou outros produtos químicos);

���� Criar uma equipa de fiscalização que visitasse as empresas instaladas junto às linhas de água e verificasse a correcta gestão das águas residuais e dos resíduos por aquelas gerados;

���� Menos burocracia: “não nos é permitido nem fazer a limpeza nos terrenos que fazem parte das nossas propriedades”.

Qualidade da Água – 19% das sugestões

���� Construção de ETAR's;

���� A exploração da captação de água e a rejeição de águas residuais deveriam ser avaliadas em articulação com todos os interessados;

���� Limpeza da Ria de Aveiro;

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���� Resolver o problema das descargas das pecuárias na Ribeira dos Milagres. Comunicação e Governança – 19% das sugestões

���� Alargar a sensibilização a vários públicos diferentes: “crianças; população da bacia respectiva; turistas; pequenos agricultores e empresários; municípios”.

Quantidade de Água – 16% das sugestões

���� Acções de desassoreamento dos vários canais.

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico – 3% das sugestões

���� Colocar torreão nos muros e proteger estes com estacaria ou outro material que impedisse a sua destruição (Canal de Sama; Aveiro).

Quadro Económico e Financeiro – 3% das sugestões

���� Aumento da capacidade de produção hidroeléctrica.

EMPRESAS

Entre os inquiridos do público empresarial verifica-se a seguinte hierarquia no que se refere às sugestões indicadas para resolução dos problemas que anteriormente referiram, agrupadas por eixo de acção ou área estratégica do diagnóstico do PGBH:

Quadro Institucional e Normativo – 28% das sugestões

���� Clara atribuição de responsabilidades de gestão com conveniente dotação de recursos

financeiros do canal de rega do Baixo Mondego;

���� Afectar técnicos aos processos de pedidos de licença com disponibilidade para acompanhar os mesmos em tempo útil (capacidade de resposta);

���� Criar a figura do Guarda Fluvial em parceria com o poder local;

���� Não autorizar o estabelecimento de actividades económicas com impacte ambiental significativo na envolvente próxima de linhas de água;

���� A quando de uma denúncia de descarga ilegal, a fiscalização deverá ser forte, identificando logo o problema: “As autoridades já nem se deslocam aos locais…”;

���� Maior fiscalização; aumento das inspecções; intensificação das acções de fiscalização. Qualidade da Água – 17% das sugestões

���� Construção de nova ETAR municipal;

���� Instalação de uma rede de ETAR's;

���� Limpeza regular dos cursos de água;

���� A zona industrial deveria ter uma ETAR para que as descargas fossem controladas.

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Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico – 15% das sugestões

���� Construção do pontão com urgência;

���� Reforçar controlo e manutenção e conservação;

���� Dragagem aos canais e estaleiros e reparação de muros;

���� Afectação de parte da verba da TRH paga pelos utilizadores do sistema de rega para efectuar as obras de reparação e manutenção do canal (Ria Aveiro);

���� Implementação de soluções para evitar o avanço da maré garantindo a não salinização dos terrenos do Baixo Vouga, e disponibilização de um espelho de água multiuso no troço final do Vouga que sirva as várias actividades económicas existentes;

���� Aumento de esporões fundeados paralelamente à praia; reposição de inertes.

Comunicação e Governança – 15% das sugestões

���� Sensibilização da população para as riquezas naturais;

���� Maior divulgação dos resultados analíticos das águas;

���� Reporte electrónico (via website) dos consumos mensais e das características dos efluentes com periodicidade trimestral;

���� O envolvimento da população na limpeza e manutenção da sua envolvente;

���� Promoção da utilização racional da água. Monitorização, Investigação e Conhecimento – 9% das sugestões

���� Monitorização da qualidade ambiental da bacia.

Quantidade de Água – 9% das sugestões

���� Aumento do número de reservatórios e estações elevatórias;

���� Criação de albufeiras;

���� Plano de desassoreamento;

���� A montante da Ponte dos Arcos o canal do rio deveria ser dragado; Nos "5 Irmãos" o canal deveria ser completamente aberto para existir corrente de água suficiente para fazer face a matérias orgânicas.

Quadro Económico e Financeiro – 7% das sugestões

���� Construção de pequenas barragens;

���� Aproveitamento das margens para áreas de lazer;

���� Construção de cais de amarração para pequenas embarcações. ORGANISMOS PÙBLICOS / ENTIDADES

Entre os inquiridos de cariz institucional inquiridos, as temáticas privilegiadas concentram-se à volta das questões relacionadas com o Quadro Institucional e Normativo, seguidas das ligadas à Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico e, finalmente, das relativas à Qualidade da

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Água disponível. Com efeito, as sugestões enquadráveis naquelas três áreas estratégicas do diagnóstico do PGBH atrás referidas correspondem, em conjunto, a cerca de três quartos (73%) do total de sugestões propostas por este grupo de inquiridos no âmbito da resposta a esta questão. As restantes áreas estratégicas de intervenção evidenciam muito menor peso no tocante às sugestões ou propostas apresentadas.

Quadro Institucional e Normativo – 30% das sugestões ���� Elaborar planos de prioridades para efectuar cortes de árvores no leito dos rios,

destacando-se as zonas onde existem povoações. Propõe-se apostar na oferta do respectivo material lenhoso obtido à população, através da marcação de lotes com contrapartida na obrigação de limpeza total desses espaços;

���� Previsão de áreas localizadas junto a linhas de água nos Planos de Ordenamento para a instalação de novas unidades económicas e/ou ampliação das existentes;

���� Isenção do pagamento da Componente U da Taxa de Recursos Hídricos para os estabelecimentos aquícolas;

���� Empreender programa nacional de convergência entre as diferentes entidades responsáveis;

���� Dar celeridade aos projectos de ampliação da rede de saneamento da Murtosa, da qual a AdRA é promotora;

���� Passar a agir com mais rigor;

���� Conhecer as situações in loco, conhecer o cidadão e o proprietário. Só um tratamento de proximidade pode resolver o problema gravíssimo do desbaste arbustivo e arbóreo;

���� Potenciar o equilíbrio hidrográfico através da articulação entre todos;

���� Que a ARH do Centro, I.P. resolva o problema com a SIMRIA;

���� Não permitir nos cais e ancoradouros a colocação, sem critério, para a amarração de embarcações: estabelecer regras;

���� Aplicação efectiva de coimas aos proprietários que não limpem as suas próprias propriedades;

���� Mais fiscalização e dureza na condução dos processos de contra-ordenação;

���� Voltar a ter guardas dos rios para manutenção desses espaços.

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico – 23% das sugestões

As propostas recolhidas nesta categoria referem-se na sua quase totalidade à necessidade de se cuidar melhor o domínio hídrico, quer através da limpeza dos leitos e margens, quer através da recuperação de açudes, taludes, motas, moinhos, etc.. Uma outra vertente prende-se com a noção clara de que se corre cada vez mais risco de cheias e inundações, apelando à sua prevenção. Finalmente, no decurso da análise às respostas encontrou-se uma referência à necessidade de resolução do problema do avanço da água salgada para o interior dos rios e ribeiras. Qualidade da Água – 20% das sugestões

A grande maioria das propostas neste eixo de acção apontam para um maior cuidado na

despoluição das linhas de água, quer através de limpeza regular e concertada, quer através da melhoria das infra-estruturas como por exemplo as ETAR’s. Foram igualmente encontradas referências ao problema da eutrofização das massas de água, com propostas de um maior controlo da qualidade da água usada na agricultura. A questão da poluição causada pelas suiniculturas é

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outra das grandes preocupações deste público, propondo-se o tratamento em separado das águas residuais geradas por essa actividade. Quadro Económico e Financeiro – 8% das sugestões

���� Identificação do valor económico dos serviços do ecossistema. O projecto “LTER-ria” de Aveiro pretende caminhar para uma avaliação económica dos serviços do ecossistema;

���� Revitalização dos regadios;

���� Uma maior e mais concisa aposta na aquacultura off-shore;

���� Criação de um cais de visita na barra e de um ponto de abastecimento de combustível;

���� Construção de barragens e mini hídricas;

���� Aumento da capacidade de armazenagem de água, para reduzir muito os custos energéticos com a bombagem.

Comunicação e Governança – 6% das sugestões

���� Sensibilização itinerante no país profundo com pessoas conhecedoras das causas e consequências dos problemas. A internet não chega ao interior e às “consciências”;

���� Mais informação junto das populações;

���� Sensibilização dos proprietários confinantes com linhas de água e candidatura ao PRODER;

���� Melhor divulgação das acções de sensibilização.

Monitorização, Investigação e Conhecimento – 5% das sugestões

���� Levantamento exaustivo das mais e menos valias dos recursos hídricos;

���� Identificação rigorosa de todos os recursos hídricos e sua jurisdição;

���� Estudos hidráulicos e fluviais das linhas de aguas, identificando os problemas.

Quantidade de Água – 4% das sugestões

���� Manutenção da linha de água;

���� Regularização dos canais a montante;

���� Regularização do caudal ecológico do Rio Dão;

���� Estudo dos locais e caudais de drenagem periférica com o objectivo de fazer entrar graviticamente estes caudais no Rio Lis;

���� Conclusão das obras de regularização dos rios “Arunca” e Pranto. Turismo & Lazer – 4% das sugestões

���� Criar percursos pedestres;

���� Acesso ao leito de cheias do Mondego para realização de actividades lúdicas; criação de condições de apoio à náutica;

���� Criação de praias fluviais em locais estratégicos e que sirvam mais do que uma população;

���� Criação de zonas de lazer.

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5.4. Resultados relativos à questão: Que visão desejaria ver concretizada no futuro para a região hidrográfica, ou para a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, no que respeita aos recursos hídricos?

A categorização das respostas recebidas à questão número 4 – Que visão desejaria ver

concretizada no futuro para a região hidrográfica, ou para a bacia do rio mais próximo do seu local de residência / trabalho, no que respeita aos recursos hídricos (águas superficiais, subterrâneas ou costeiras), em qualquer dimensão que entenda directa ou indirectamente relacionada com aqueles recursos naturais?, revelou a existência de seis grandes dimensões de sentido no ideário dos inquiridos quanto a uma visão de futuro para a respectiva bacia ou região hidrográfica, a saber:

���� Dimensão Ecológica

���� Dimensão Sustentável

���� Dimensão Utilitária

���� Dimensão Económica

���� Dimensão Turística

���� Dimensão Energética

Vejamos de seguida uma descrição do âmbito e essência de cada uma daquelas dimensões,

elaborada com base na análise interpretativa do conteúdo das respostas dadas que lhes estão subjacentes. Dimensão Ecológica

Reúnem-se aqui as contribuições cujo principal interesse seja a recuperação, preservação, conservação do meio ambiente entendido como um todo. Há aqui um entendimento do bem ambiental como um valor a proteger. Foram aqui incluídas as contribuições relativas à gestão de riscos e preservação dos recursos hídricos e à sensibilização das populações, assim como as visões mais “ansiogénicas” que defendem uma acção fiscalizadora e punitiva mais pesada com vista à garantia da qualidade do ambiente e dos recursos naturais.

Dimensão Sustentável

Visão holística que preconiza a integração das três dimensões teóricas da sustentabilidade (económica, ambiental e social) na gestão dos recursos hídricos, salvaguardando os interesses humanos e ambientais, quer no presente quer para o futuro. Dimensão Utilitária

Nesta visão, os recursos servem apenas para atingir determinados fins, de acordo com as necessidades do Homem, e como tal defende-se um acesso e uso total dos mesmos. Caem aqui todas as contribuições relativas à promoção de um abastecimento de água em quantidade e qualidade às populações para fomento e garantia de todas as suas actividades. Dimensão Económica

Esta visão encara os recursos hídricos como factor produtivo, ou seja: a gestão dos mesmos deve ser orientada ao desenvolvimento económico da respectiva bacia ou região hidrográfica.

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Dimensão Turística

Ainda que integrada na dimensão anterior, uma vez mais, o peso do volume das contribuições das partes interessadas relativas ao potencial papel central do turismo na conservação e usufruto dos recursos hídricos determinou a sua consideração e apresentação separadamente. Dimensão Energética

Esta dimensão inclui uma perspectiva económica e utilitária dos recursos hídricos. No entanto, dada a importância da questão energética – quer do ponto de vista económico, quer ambiental – optou-se por a considerar e apresentar individualizadamente.

Vejamos então os resultados para as diferentes tipologias de partes interessadas (particulares,

empresas, organismos públicos / entidades) encontrados na análise das respostas a esta questão. A ordem de apresentação das dimensões de sentido encontradas é também decrescente quanto à relevância daquelas para as diferentes partes interessadas:

PARTICULARES Dimensão Turística – 31% das contribuições

���� Mais desportos náuticos; criação de complexos balneares com piscinas naturais no rio;

actividades de lazer e desportos radicais em águas fluviais;

���� Gostava de ver desenvolvida uma visão turística, no que respeita à sua conjugação com a natureza;

���� Criar zonas pedonais;

���� Proporcionar às populações melhores condições para aproveitar estes espaços. Dimensão Ecológica – 25% das contribuições

���� Gostaria que a população portuguesa respeitasse as suas bacias hidrográficas e compreendesse a importância e a necessidade de colaborar na sua preservação;

���� Gostaria de poder voltar a ter uma região onde os recursos naturais deixassem de ser vistos como recursos económicos e passassem a ser vistos como recursos naturais;

���� Os rios e as bacias hidrográficas são Vida;

���� Gostaria de ver as águas do Lis limpas como há 50 anos. Dimensão Utilitária – 25% das contribuições

���� Mais canais de rega;

���� Um açude a 1km da foz para manter a profundidade do rio;

���� Águas mais profundas;

���� Melhor acesso às mesmas [águas];

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Dimensão Sustentável – 13% das contribuições

���� Mudança de mentalidade política e social; continuar a ouvir as populações;

���� Desenvolver parcerias (autarquias; associações; proprietários; população) para subsidiar a limpeza das margens já que os proprietários sozinhos não têm posses para isso.

Dimensão Energética – 6% das contribuições

���� Aumento do potencial hidroeléctrico.

EMPRESAS Dimensão Ecológica – 25% das contribuições

���� A água e os rios passarem a ser adorados como a um Deus;

���� Proteger os recursos naturais;

���� Devem ser promovidas e incentivadas acções com orientação pedagógica junto dos pontos críticos da região;

���� Promover soluções de redução de consumo;

���� É necessário monitorizar mais de perto os recursos disponíveis;

���� Protecção efectiva da costa e com resultados na retenção de areias. Dimensão Turística – 22% das contribuições

���� Reabilitação paisagística Vs. promoção de actividades de recreio; criação de praias fluviais e parques de merenda;

���� Gostava que os rios como o Lis estivessem mais limpos e menos poluídos porque isso prejudica a praia da Vieira. Dá má imagem à própria cidade;

���� Que fossem transformadas em locais de lazer e não de descarga de porcarias que nem sequer servem para dar emprego à população;

���� Melhoria da circulação de embarcações e pessoas a circular no rio e nas suas margens;

���� Cursos de água limpos de modo a se poder usufruir deles de modo lúdico e profissional;

���� Gostaria de ver a barrinha da Praia de Mira e a lagoa com níveis de qualidade de água que permitissem a sua utilização sem receios para os banhistas.

Dimensão Económica – 22% das contribuições

���� Uma boa integração das actividades económicas com os recursos hídricos;

���� Disponibilizar a água a preço acessível;

���� Tornar o rio Vouga e seus afluentes mais limpo, permitindo o seu melhor aproveitamento nas várias vertentes - agricultura; silvicultura, pesca, terciário, etc.;

���� Construção de pequenos diques e barragens.

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Dimensão Sustentável – 19% das contribuições

���� Entendimento e cooperação intermunicipal do eixo Coimbra – Montemor -– Figueira para uma gestão integrada regional e não individual, dadas as reduzidas dimensões e recursos interdependentes;

���� Integrar os recursos hídricos com um desenvolvimento sustentável das bacias em causa;

���� A gestão dos recursos hídricos deveria visar a sustentabilidade do meio hídrico, garantindo o desenvolvimento económico e social da região.

Dimensão Utilitária – 12% das contribuições

���� Melhoramento da qualidade da água;

���� Gostaria de não ter condutas de águas mal reparadas a verter dia após dia;

���� Águas de boa qualidade. ORGANISMOS PÙBLICOS / ENTIDADES Dimensão Ecológica – 39% das contribuições

O principal desejo deste grupo é ver as águas da bacia ou região hidrográfica despoluídas de modo a voltar a ter um meio ambiente saudável. Em seguida surgem as questões relacionadas à erosão e assoreamento muito associadas ao problema da salinização dos terrenos para o interior. Com peso relativamente igual aparecem as preocupações com uma maior sensibilização ambiental por parte de diversos públicos relacionados com a água, além da população em geral. Finalmente, há quem sublinhe a necessidade de uma acção fiscalizadora mais sistematizada e eficaz no controlo das fontes poluentes.

Dimensão Sustentável – 21% das contribuições

A defesa de um novo paradigma de relação Homem Vs. recursos hídricos está muito presente na maioria destas contribuições. Defende-se a integração das partes e um novo modo de acção que seja de maior proximidade, diálogo e interacção entre todos os agentes. Surgem também, embora com menor peso, algumas referências à necessidade de um ordenamento do território mais adequado à realidade e válido para todos. Dimensão Utilitária – 17% das contribuições

As perspectivas aqui reunidas privilegiam como prioritárias as questões relacionadas com a quantidade e qualidade da água disponível, quer para o abastecimento público, quer para uso agrícola. As referências a um maior cuidado com o saneamento urbano e eficácia das ETAR’s existentes são igualmente referidas como importantes.

Dimensão Turística – 14% das contribuições

Interessa a este tipo de parte interessada poder usufruir dos seus recursos hídricos para efeitos essencialmente lúdicos e recreativos. Para Organismos Públicos / Entidades é então importante que as massas de água proporcionem inúmeras actividades de lazer, e que seja possível aceder às mesmas através de caminhos de acesso arranjados e seguros. É de notar que esta

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perspectiva surge associada a uma atitude de defesa da actividade turística desenvolvida de acordo com os ditames da preservação ambiental. Dimensão Económica – 7% das contribuições

Nesta dimensão, foi essencialmente privilegiada a importância da preservação dos recursos hídricos enquanto bem essencial para o sector primário, em particular no que toca à agricultura, silvicultura e pescas. Dimensão Energética – 2% das contribuições

No essencial, as visões expressas pelas partes interessadas de cariz institucional que se podem categorizar nesta dimensão de sentido, defendem uma maior utilização dos recursos hídricos enquanto factor determinante na diminuição da factura energética. 6. Agradecimentos

Ciente da importância do Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica dos Rios Vouga Mondego e Lis para o desenvolvimento sustentável da região centro do País, a Mobilizar, Lda. deseja deixar publicamente expresso o seu agradecimento à ARH do Centro, I.P. pela oportunidade que lhe foi concedida no sentido de contribuir activamente para a construção daquele importante instrumento de planeamento e de suporte à gestão, protecção e valorização ambiental, social e económica dos recursos hídricos da região hidrográfica nº 4 (RH 4).

Tendo presente que o resultado final decorrente do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses muito se ficará a dever ao cultivo de um verdadeiro espírito colaborativo, a Mobilizar, Lda. deseja ainda dirigir uma particular palavra de apreço pelo empenhamento e incondicional disponibilidade demonstrados pelo Departamento de Planeamento Informação e Comunicação da ARH do Centro, I.P., certos de que tal motivação e abnegação são um esplêndido exemplo de entrega à causa pública.

Bibliografia e Referências

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INSTITUTO DA ÁGUA, I.P / ARH do CENTRO, I.P. (2009), Questões Significativas Da Gestão Da Água Região Hidrográfica Do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras Do Oeste: Participação Pública; 2009.

KRICK, T. et al (2005), The Stakeholder Engagement Manual, Volume 2: The Practitioner's Handbook on Stakeholder Engagement; AccountAbility, the United Nations Environment Programme, and Stakeholder Research Associates.

PARTRIDGE, K. et al (2005), From Words to Action. The Stakeholder Engagement Manual, Vol. 1: The Guide to Practitioners’ Perspectives on Stakeholder Engagement; Cobourg, Ontario: Stakeholder Research Associates Canada Inc., the United Nations Environment Programme, and AccountAbility.