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PLANO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DA DENGUE 1. Introdução A doença dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 100 países de 4 continentes, exceção ao europeu, 80 milhões de pessoas se infectem anualmente. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue. É uma doença febril aguda, conhecida há mais de 200 anos, causada por um vírus do gênero flavivírus da família Flaviviridae, do qual existem quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, é considerado uma espécie autóctone do continente africano e acredita-se que a Etiópia tenha sido o centro da dispersão. Sua estreita associação com o homem torna-o um mosquito essencialmente urbano, apresentando preferência pelas habitações humanas sendo seus criadouros mais importantes aqueles resultantes da ação do homem; estima-se que cerca de 95% de seus criadouros são recipientes artificiais. O mundo moderno apresenta as condições favoráveis para sua rápida expansão, pela urbanização acelerada que criou cidades com deficiências de abastecimento de água e de limpeza urbana; pela intensa utilização de materiais não biodegradáveis, como recipientes descartáveis, de borracha, plástico e vidro, além de mudanças climáticas. Com essas condições, o Aedes aegypti se espalhou por uma área onde vivem cerca de 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo. Nas Américas, está presente desde os Estados Unidos até o Uruguai, com exceção apenas do Canadá e do Chile, por razões climáticas e de altitude.

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PLANO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DA DENGUE

1. Introdução

A doença dengue é um dos principais problemas de saúde pública no

mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 100 países de

4 continentes, exceção ao europeu, 80 milhões de pessoas se infectem

anualmente.

Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem

em conseqüência da dengue.

É uma doença febril aguda, conhecida há mais de 200 anos, causada

por um vírus do gênero flavivírus da família Flaviviridae, do qual existem quatro

sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, é considerado uma

espécie autóctone do continente africano e acredita-se que a Etiópia tenha sido

o centro da dispersão. Sua estreita associação com o homem torna-o um

mosquito essencialmente urbano, apresentando preferência pelas habitações

humanas sendo seus criadouros mais importantes aqueles resultantes da ação

do homem; estima-se que cerca de 95% de seus criadouros são recipientes

artificiais. O mundo moderno apresenta as condições favoráveis para sua

rápida expansão, pela urbanização acelerada que criou cidades com

deficiências de abastecimento de água e de limpeza urbana; pela intensa

utilização de materiais não biodegradáveis, como recipientes descartáveis, de

borracha, plástico e vidro, além de mudanças climáticas. Com essas

condições, o Aedes aegypti se espalhou por uma área onde vivem cerca de 3,5

bilhões de pessoas em todo o mundo. Nas Américas, está presente desde os

Estados Unidos até o Uruguai, com exceção apenas do Canadá e do Chile, por

razões climáticas e de altitude.

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A campanha continental de erradicação do Aedes aegypti, oficialmente

iniciada em 1947, teve relativo sucesso no decorrer da década de 50,

alcançando a eliminação desse vetor em 21 países continentais, inclusive no

Brasil e em várias pequenas ilhas do Caribe. Porém, a partir de 1962,

ocorreram reinfestações e rapidamente observou-se a presença da espécie em

todos esses países. O primeiro registro da presença do Aedes aegypti no

Brasil, após sua erradicação em 1958, data de 1967, no Pará. Em 1976, esse

vetor foi detectado em Salvador e, no ano seguinte, no Rio de Janeiro,

dispersando-se, a partir dessas áreas para o restante do país. Atualmente, está

presente em praticamente todas as unidades federativas.

No Brasil, as condições sócio-ambientais favoráveis à expansão do

Aedes aegypti possibilitaram uma dispersão desse vetor, desde sua

reintrodução em 1976, que não foi controlada com os métodos tradicionalmente

empregados no combate às doenças transmitidas por vetores no continente.

Programas essencialmente centrados no combate químico, com baixíssima ou

nenhuma participação da comunidade, sem integração intersetorial e com

pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de

conter um vetor com alta capacidade de adaptação ao novo ambiente criado

pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

Em 1980 foram detectados focos de Aedes aegypti no Estado de São

Paulo, no porto de Santos. Naquele momento, as medidas de controle

empregadas foram suficientes para eliminar o mosquito, recém-introduzida.

Nos anos seguintes, foram detectados, com relativa freqüência, focos do vetor,

principalmente, na Baixada Santista e na Grande São Paulo, onde a antiga

Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), do Ministério da

Saúde, realizava, de forma sistemática e regular, atividades de vigilância e de

controle entomológico. Em 1985, a Superintendência de Controle de Endemias

(SUCEN) realizou um levantamento entomológico, abrangendo todas as

cidades paulistas, detectando focos de Aedes aegypti em 30 municípios,

localizados principalmente no Oeste paulista. Após o desenvolvimento das

medidas de controle, nove desses municípios constataram a presença do vetor

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e foram considerados municípios que apresentavam, em 1985, infestação

domiciliar pela referida espécie. Desde então, o Aedes aegypti tem se

dispersado no sentido oeste-leste, infestando a cada ano mais municípios

paulistas, sendo atualmente 486 municípios infestados.

No ano de implantação do programa no Estado de São Paulo (1985)

foram registradas ocorrências do Aedes aegypti em borracharias, na zona leste

da cidade de São Paulo, Distrito Administrativo da Penha. Nas atividades de

controle não foram constatadas infestações domiciliares, situação que se

repetiu nos anos subseqüentes. Em 1993 foi detectada a infestação domiciliar

na região de Pirituba e, posteriormente Ipiranga e Brasilândia.

Em 1996, com a elaboração do Plano de Erradicação do Aedes aegypti

pelo Ministério da Saúde, o município de São Paulo contratou, no ano de 1998,

empresa terceirizada para a realização das atividades de controle e vigilância

do mosquito. Nesse período, o município apresentava infestação em 27

distritos administrativos. Em 1999 ocorreram os 2 primeiros casos autóctones,

havendo 33 distritos infestados, dentre os 96.

Em 2001 o controle do Aedes aegypti passou a ser Projeto Prioritário do

Governo Municipal. Num primeiro momento, as atividades estavam

regionalizadas em 10 Coordenações, com proposta de distritalização:

Contamos no momento, com 770 funcionários efetivos e 613 contratados

que realizam a pesquisa nos 2.135 Pontos de Risco ou Estratégicos (PE)

cadastrados; e nas 708 armadilhas instaladas nas áreas de estrato 4; bem

como nas atividades de casa a casa, bloqueios e outra atividades totalizando,

em 2 anos, aproximadamente 7 milhões de imóveis foram visitados e ainda,

mais de 80 mil denúncias que foram atendidas.

Em 2002, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou as atividades de

nebulização na zona norte da capital. Hoje esta atividade está estruturada nas

31 Subprefeituras.

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Pelo Disque Dengue, através do serviço telefônico 0800, até o mês de

novembro de 2002 foram atendidas, aproximadamente, 15 mil chamadas.

Desde então se ampliou o serviço para 24 horas/dia, 7 dias/semana, integrado

ao telefone 156 disponibilizado pela Prefeitura.

Formaram-se 31 Comitês Regionais de Combate à Dengue, sediados

nas Subprefeituras com envolvimento do governo local realizando encontros

regionais, ações conjuntas com os gerentes distritais do projeto e participação

nos dias D

O controle à dengue na cidade de São Paulo centra esforços na ação

integrada entre as três áreas de sustentação: controle entomológico, controle

epidemiológico e o eixo nucleador e disseminador das estratégias de controle e

eliminação do Aedes aegypti, que é a Educação em Saúde Pública e

Comunicação Social.

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

Reduzir a incidência de dengue clássico e evitar a ocorrência de dengue

hemorrágico.

2.2. Objetivos Específicos

- Reduzir os níveis de densidade do Aedes aegypti ;

- Manter a vigilância entomológica em áreas não infestadas,

- com controle imediato dos focos detectados;

- Detectar precocemente a ocorrência de casos;

- Interromper rapidamente a transmissão.

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2.3. Estratégia

Garantir o funcionamento permanente dos 31 Comitês Regionais de

Controle da Dengue nas Subprefeituras do MSP, conforme Portaria 68 de

07/03/02, para o desenvolvimento de atividades intersetoriais e de mobilização

social para o controle da infestação do Aedes aegypti.

Organizar Comitês Locais de Controle da Dengue, considerando a

importância da mobilização na área de abrangência das UBS/USF.

Este Comitê deverá ter a seguinte composição:

- Gerente da UBS/USF;

- Grupos internos dos próprios municipais da área de

abrangência;(Portaria 69 de 7/3/2002)

- Representantes das Comissões de Quarteirão; (Lei nº 13454 de

22/11/2002)

- Representantes de Conselho da UBS/USF;

- Representante de outras instituições públicas da região de

abrangência;

- Outros representantes da Sociedade Civil.

Este Comitê deverá ter como atribuição:

- Mobilização da estrutura municipal na área de abrangência;

- Mobilização da Sociedade Civil na área de abrangência;

- Envolver os meios de comunicação locais para divulgação de dados

da doença na área de abrangência;

- Encaminhar proposta de ação para os Comitês Regionais.

Este Comitê deverá reunir-se semanalmente.

2.4. Metas

- Consolidar a descentralização das atividades de controle

entomológico nas 31 Unidades de Vigilância em Saúde, com a

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garantia de instalações físicas e posse de equipamentos adequados

para as atividades descentralizadas nas 31 UVIS.

- Integração da equipe do Programa Saúde da Família com o

Programa de vigilância e controle da Dengue;

- Realizar investigação epidemiológica e entomológica em 100% dos

casos notificados;

- Aumentar a agilidade na notificação de casos suspeitos e/ou

confirmados e garantir a qualidade da notificação;

- Realizar o fechamento dos casos em período preconizado em 60

dias.

- Realizar atividades de acompanhamento sistemático dos pontos de

risco (PE - pontos estratégicos) com pesquisa larvária quinzenal em

100% dos cadastrados .

- Pesquisa larvária semanal em 100% das armadilhas instaladas em

DA estrato 4

- Realizar avaliação da densidade larvária trimestralmente nos DA

estrato 2 e 3

- Realizar atividade de visita casa a casa para identificação e

eliminação de focos e/ou criadouros do Aedes aegypti,com redução

de pendências a menos de 10% .

- Descentralizar as ações de Bloqueio, nebulização e busca ativa de

casos secundários nas 31 Unidades de Vigilância em

Saúde/Unidades Básicas de Saúde do Município de São Paulo, com

realização oportuna para interromper a transmissão e reduzir a

incidência.

- Mapeamento e monitoramento de córregos, terrenos baldios e

outros, em áreas de concentração populacional, através de visitas

periódicas, evitando assim o acúmulo de vegetação e inservíveis.

- Cadastrar e capacitar todos os servidores nomeados para os grupos

internos dos próprios municipais para controle de Aedes aegypti e

acompanhar suas vistorias diárias, conforme Portaria 69 de 07/03/02.

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- Cadastrar nas Unidades de Vigilância em Saúde 100% dos imóveis

especiais (escolas, creches, hospitais, etc.), com vigilância adequada

conforme a complexidade e condição de risco.

3. Atividade Educativa

O controle da progressão de enfermidades como a dengue, provocadas

por um vetor que se desenvolve a partir de hábitos e costumes sociais das

populações humanas, que facilitam a reprodução e infestação do Aedes

aegypti, pressupõe um forte componente de educação popular utilizando-se

de estratégias que incluam comunicação de massa, para que a população

altere seus comportamentos e mantenha seus domicílios preservados da

infestação do mosquito transmissor.

As estratégias de educação e mobilização popular devem se inserir, em

consonância com as informações oriundas das análises epidemiológicas e

entomológicas, que deverão subsidiar as pautas básicas a seguir e que

serão desenvolvidas em âmbito central e regional, local, a saber:

- As situações relativas à análise da constância da tipologia de

criadouros e os comportamentos de risco recorrentes sejam dos

agrupamentos populacionais ou dos prestadores de serviço de

saúde.

- Fortalecimento dos Comitês Regionais de Combate à Dengue,

através de estratégias de educação e mobilização social,

promovendo a gestão local e incrementando as relações

intersetoriais;

- Criação de estratégias de mobilização popular e educação em apoio

aos Comitês Regionais, agentes comunitários, agentes de zoonoses,

grupos internos de controle da dengue e outras estruturas;

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- Apoio central às estratégias locais de mobilização popular;

- Subsídio instrucional para a multiplicação das estratégias de

educação.

- Criação de estratégias de massa que gerem impacto e apoio dos

recursos, por parte da mídia disponível;

- Construção de parcerias com entidades de classe, Organizações

Não Governamentais, empresas e outros;

- Organização em conjunto com as Subprefeituras e outras

Secretarias, do Dia Nacional de Combate à Dengue;

- Estimular, subsidiando sempre que possível, a organização de

eventos locais para constante estímulo populacional no Combate à

Dengue;

- Fortalecer as relações com a Secretaria Municipal da Educação e

definir conjuntamente estratégias para as ações educativas contra a

Dengue no âmbito do ensino básico e fundamental;

- Estabelecer em consonância com as diferentes instâncias de atuação

para o controle e eliminação do vetor, as estratégias educativas de

apoio às ações técnicas a serem adotadas nos imóveis especiais

(hospitais, indústrias, etc);

- Criar e produzir materiais educativos para instrumentalizar as ações

propostas.

Ações de comunicação social devem estar em pauta permanente, seja

de forma descentralizada, através das Subprefeituras como com a atuação da

Secretaria Municipal da Saúde e o envolvimento de outras Secretarias

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Municipais, com vistas ao Projeto Prioritário de Combate à Dengue no

Município de São Paulo.

As campanhas publicitárias veiculadas pelas mídias de massa serão

discutidas tecnicamente com a Coordenação de Combate à Dengue de SMS,

porém sua realização é atribuição do Gabinete da Prefeita.

No entanto, caberá às instâncias centrais e regionais designadas pelo

Secretário Municipal da Saúde adotar mecanismos permanentes de divulgação

de dados atualizados à população através da Imprensa, por meio de

entrevistas coletivas e/ou boletins constantes e atualizados.

Salientamos que em 2002 vários decretos e portarias foram criados no

intuito de fomentar a sustentação político-administrativa para a mobilização

social no Combate à Dengue no Município de São Paulo.

A principal iniciativa da criação dos Comitês de Combate à Dengue

atendeu a meta de descentralização da cidade e na divisão da cidade em

Subprefeituras.

A adoção desta estratégia que, como a Subprefeitura, aspira a

implementação da participação popular nas políticas públicas, conduzidas

através da gestão política do Subprefeito, devendo ser reforçada e, onde

necessário, reorganizada para aumentar a participação dos setores públicos

representativos na região, criando estratégias de atração e fortalecendo a

sociedade civil.

Observamos também a significância que a Portaria 69, de 07 de março

de 2002 designando dois servidores por unidade municipal, pode ter em

algumas regiões da cidade fazendo com que tenhamos maior número de

pessoas comprometidas na constante vigília contra a dengue. Sendo assim,

em acordo e com o apoio dos Comitês Regionais, poderemos ter novas e

eficientes estratégias de controle.

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Aos Comitês Regionais de Combate à Dengue, bem como à Secretaria

Municipal de Saúde, cabe dinamizar e divulgar estas e outras medidas.

A proposta de atividades que se segue, baliza as ações e mobilizações

populares sugeridas para o Combate à Dengue no âmbito do Município de São

Paulo, cabendo às ações regionais adaptá-las às suas realidades e criar outras

formas de atuação que julgarem eficientes no seu território, nunca se

esquecendo de cotejar as ações educativas à análise epidemiológica da

dengue na região.

4- VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Desde 2001 ocorrem epidemias de dengue no município de São Paulo.

A incidência tem variado de 2,9 a 7,1 casos por 100.000 habitantes,

correspondendo a 76,9% dos Distritos Administrativos com infestação

domiciliar por Aedes aegypti. No ano de 2002 as incidências, segundo Distrito

Administrativo, variaram de 0,70 a 67,8, por 100.000 habitantes, e no ano de

2003, de 0,92 a 202,0, por 100.000 habitantes; as maiores incidências foram,

respectivamente, nos Distritos Administrativos Limão e Vila Leopoldina.

Distribuição de casos de dengue e Distritos Administrativos com transmissão

no Município de São Paulo, no período de 1998 a julho de 2003

Ano Nº de

Casos

Incidência/

100.000

Habitantes

Nº de Distritos

Administrativos com

Transmissão

Nº de Distritos

Administrativos

Infestados

1998 0 0 0 27

1999 2 0,02 1 33

2000 0 0 0 33

2001 308 2,9 16 40

2002 429 4,0 40 52

2003 751 7,1 53 69

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Até o momento, foram isolados, em circulação os sorotipos: DEN-1,

DEN-2 e DEN-3, porém, nenhum caso de dengue hemorrágico autóctone foi

detectado no município. A doença apresenta nítida variação sazonal, com

maiores incidências nos meses de março no ano de 2003 e abril no ano de 2002.

Apesar do aumento da incidência no ano 2003, quando comparamos os

dados com os de 2002, observamos uma melhoria na utilização da definição de

caso suspeito, diminuição do percentual de amostras de sangue

inadequadamente coletadas e maior agilidade na realização da busca ativa de

casos secundários.

Um dos objetivos da vigilância epidemiológica para a dengue é ser

sensível, específico e ágil de forma a identificar precocemente os indivíduos

que contraem a doença baseado em critérios clínicos, entomológicos e

laboratoriais, a fim de permitir ações imediatas de prevenção e controle da

doença. Para tanto implementaremos as atividades descritas à seguir:

4.1 - Intensificar a Vigilância Epidemiológica da Dengue conforme Norma

Técnica, por meio das seguintes medidas:

>>�� suspeitar de caso de dengue; >>�� investigar o caso com visitas para determinar o local provável de

infecção (LPI); >>�� proceder a coleta de sangue, a partir do 6º dia de doença, para a

realização de exame sorológico. >>��Garantir a qualidade da notificação com o preenchimento das seguintes

informações: data dos primeiros sintomas, data da coleta da sorologia,

local provável de infecção (endereço completo, com referências e

telefone de contato);

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4.2 - Realizar Isolamento Viral para Diagnóstico do Sorotipo Circulante:

O isolamento viral será realizado nos Distritos Administrativos com

transmissão confirmada através do exame sorológico. Deverá ser coleta

amostra de sangue de casos suspeitos de Dengue, até o 3º dia da doença.

Estas amostras deverão ser encaminhadas acompanhadas das

papeletas corretamente preenchidas e transportadas de acordo com as normas

preconizadas. A UVIS deverá coletar 3 (três) amostras de sangue de casos

suspeitos dos Das com transmissão. As amostras deverão ser encaminhadas

ao laboratório do CCZ para posterior envio ao Instituto Adolfo Lutz.

Caso não ocorra isolamento do vírus aguardar orientações da Gerência

de Vigilância de Saúde Ambiental.

4.3 - Realizar a Notificação de Suspeito de Dengue Hemorrágico:

O paciente sob suspeita de Dengue Hemorrágico deve ser notificado

imediatamente, por via telefônica. Deverá ser coletado sangue para realização

de hemograma, com contagem de plaquetas, e exames específicos de dengue

como sorologia e isolamento viral, independente do dia de doença.

4.4 - Agilizar a Informação:

Para que o sistema seja ágil, é fundamental que sejam rapidamente

digitadas no SINAN informações como:

. identificação do paciente,

. local provável de infecção,

. data de início dos primeiros sintomas e

. data da coleta da sorologia dos casos suspeitos.

FLUXO DE INFORMAÇÃO: será mantido o fluxo utilizado em 2003;

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4.4.1 Notificação de casos suspeitos por Unidade de Saúde Pública para a

UVIS:

As unidades notificarão, pela via mais rápida disponível, os casos

suspeitos à UVIS. Importante garantir que a notificação seja feita no mesmo

dia, para caso suspeitado até as 15h00.

A descentralização das equipes de controle do Aedes aegyti para as

UVIS permitirá maior a agilidade no fluxo de informações entre as equipes de

vigilância e controle.

4.4.2 Notificação de casos suspeitos em Unidades de Saúde particulares

para a UVIS:

A UVIS deverá contatar as principais unidades privadas do seu território,

acertando o fluxo de notificação.

4.4.3 Notificação de casos pelos laboratórios públicos:

A Gerência de Informação da Coordenação para a Vigilância em Saúde,

de posse do banco de dados das sorologias de dengue processadas no CCZ e

no IAL, identificará casos sem número do SINAN ou que não constem no

banco do SINAN, notificando à UVIS do local de coleta para inclusão do caso

eventualmente não notificado. A UVIS promoverá a investigação no serviço de

saúde onde se deu a coleta de sangue, e, de posse do endereço e LPI do

caso, fará a notificação e as ações indicadas.

4.4.4 Notificação de casos pelos laboratórios privados:

A Gerência de Informação da Coordenação da Vigilância Ambiental de posse

do banco de dados das sorologias de dengue processadas nos laboratórios

privados notificará a UVIS do local de residência do cliente. A UVIS

providenciará a investigação do caso e fará as notificações e as ações devidas.

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4.4.5 Notificação das UVIS do local de atendimento para as UVIS de

residência, do local provável de infecção:

4.4.5.1 A UVIS do local de atendimento deverá notificar imediatamente

a UVIS de residência e UVIS do local provável de infecção através de

“Notificação Eletrônica”.

4.4.5.2 Para os primeiros casos notificados, a UVIS de atendimento

deverá, através de contato telefônico, confirmar o recebimento da notificação.

4.4.5.3 As UVIS que ainda não têm acesso à internet deverão

utilizar outro meio de comunicação, telefone, fax ou outro meio disponível.

4.4.5.4 As UVIS destinatárias das notificações que não têm acesso

internet deverá utilizar outros meios para fazê-lo, e não aparecerão na lista de

Notificação Eletrônica.

4.4.6 Recebimento das “Notificações Eletrônicas”:

4.4.6.1 Tão logo a UVIS tenha acesso à internet, estará habilitada a

receber a “Notificação Eletrônica”. Deverá se responsabilizar por checar várias

vezes ao dia sua caixa postal eletrônica para verificar a existência de

notificações de casos. Será injustificável o não desencadeamento das ações

por “esquecimento” de checar a caixa postal.

4.4.6.2 Ocorrendo problemas para o acesso à internet, a UVIS

deverá imediatamente comunicar-se com a área de informação para ser

retirada da lista de destinatários da “Notificação Eletrônica”.

4.4.6.3 As UVIS que ainda não tem acesso à internet deverão

disponibilizar o número de fax ou telefone para recebimento das notificações.

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4.4.7 Notificação da UVIS para a Gerência de Informação:

4.4.7.1 Deverão fazê-la através da transferência diária, por meio

do e-mail (http://[email protected]), do arquivo do SINAN com

os casos do dia digitados.

4.4.7.2 Os primeiros casos notificados ou os primeiros casos

suspeitos de autoctonia deverão ser notificados por telefone à

Gerência de Vigilância Ambiental, além de serem digitados e

transferidos no SINAN.

4.4.8 Retorno dos resultados da sorologia para as UVIS

Os resultados recebidos do CCZ serão enviados diariamente, através

de e-mail, para todas as UVIS.

Em caso suspeito de autoctonia, a Busca Ativa de casos secundários

será realizada pelos agentes de zoonoses, através da ficha de NOTIFICAÇÃO

SECUNDÁRIA. Essa notificação secundária (NS) será entregue ao

Coordenador das Ações de Campo que, a entregará no mesmo dia à UVIS

responsável pela investigação.

A UVIS notificará a Unidade Básica de residência para proceder a visita

domiciliar e preencher a ficha de investigação epidemiológica.

Na confirmação de casos importados, a busca ativa de casos

secundários deverá ser realizada 15 dias após a data do início dos sintomas,

nos locais freqüentados pelo paciente durante o período de viremia.

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5 - LABORATÓRIO DE DIAGNÓSTICO DO CENTRO DE CONTROLE DE

ZOONOSES

Desde 1998, o Laboratório de Diagnóstico do Centro de Controle de

Zoonoses (LDZ) manifesta a intenção de implantar o diagnóstico para dengue

no município de São Paulo. Em 2002, após o treinamento e credenciamento

pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), órgão de referência, o LDZ passou a processar

as amostras das zonas norte e leste do município, sendo processadas 2.823

amostras. Em 2003, através da portaria 4.989/02 D.O.M., o LDZ submeteu-se

a Coordenação do Diagnóstico Laboratorial de Dengue do Município de São

Paulo, responsabilizando-se por garantir a execução dos exames solicitados e

facilitar o acesso das UVIS / Distritos de Saúde aos resultados de exames.

Foram processadas, até o momento, 3.782 amostras, correspondendo a

aproximadamente 71% das amostras do Município de São Paulo.

Com o aprimoramento da organização do fluxo de amostras resultados,

têm a meta de processar 100% das amostras em 2004.

6 - VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA E CONTROLE DO VETOR

6.1 - GRUPO de SUPERVISÃO / APOIO TÉCNICO

O Grupo de Apoio Técnico em Supervisão e Ações de Controle Químico,

sediado no Centro de Controle de Zoonoses, prestará apoio às UVIS na

supervisão das equipes de campo e nas atividades ligadas ao controle químico

do vetor, de forma direta e/ou indireta, fornecendo subsídios para

aprimoramento das ações de campo. No período de transmissão de dengue,

esta equipe, composta de agentes e técnicos, priorizará o apoio na

organização e execução da atividade de nebulização.

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6.2 ATIVIDADES EXECUTADAS NOS DISTRITOS ADMINISTRATIVOS

INFESTADOS PELO VETOR:

As principais atividades de vigilância entomológica nestes DAs são:

6.2.1 – Avaliação da densidade larvária – ADL

Tem como objetivo avaliar a densidade larvária nos Distritos

Administrativos infestados, para verificar o impacto do conjunto de ações

desenvolvidas na problemática específica de cada área e propiciar informações

para o planejamento das ações.

Essa avaliação é realizada numa amostra dos imóveis do Distrito

Administrativo, por exemplo: áreas com até 4800 imóveis :� WDPDQKR� GD�amostra = 300 imóveis; áreas com mais de 4800 imóveis :� WDPDQKR� GD�amostra = 400 imóveis, sendo excluídos da avaliação os imóveis cadastrados

como pontos estratégicos - PE, terrenos baldios, murados ou não,

apartamentos ou outros tipos de imóveis localizados acima do 1º andar.

Salientamos que toda a área coletiva de prédios residenciais ou comerciais,

que por definição corresponde a um único imóvel, deverá ser vistoriada,

integralmente, incluindo-se na avaliação o subsolo e a cobertura.

As amostras larvárias deverão ser encaminhadas com os respectivos

boletins de campo ao laboratório entomológico para identificação da espécie,

após o retorno dos boletins, estes serão encaminhados à PRODAM para

digitação.

6.2.2 - Casa-a-Casa.

Atividade de visita a todos os imóveis de determinada área geográfica,

para desenvolver ações de controle de criadouros. Seu objetivo é intensificar o

uso de medidas de controle mecânico e/ou uso de métodos alternativos, na

dependência do recipiente encontrado. Esta visita tem periodicidade trimestral.

O uso de larvicida deve ser restrito a situações especiais, encontradas em

determinados imóveis e a situações de emergência. Essa atividade poderá ser

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suspensa durante o período de epidemia em função da demanda das

atividades de bloqueio.

Quando o número de imóveis fechados for superior a 10%, em áreas de

estrato 2, e/ou com mais de 25%, em áreas de estrato 3, o cronograma de

trabalho necessitará sofrer alteração, devendo ser realizada no período de

terça-feira a sábado, objetivando reduzir este número.

Na atividade casa-casa não está preconizada a coleta larvária.

Nesta atividade recomenda-se conduta individualizada, de acordo com

o tipo de imóvel, como exemplo: imóveis especiais, edificações não

residenciais de grande porte (escolas, creches, hospitais, hotéis, quartéis,

supermercados, entre outros) que apresentam condições de risco potencial

para proliferação do vetor e transmissão da doença. Esses imóveis devem ser

cadastrados e sua vigilância deve obedecer um cronograma de visitas

específico, conforme a complexidade e o risco.

6.2.3 - Pesquisa e Tratamento de Pontos de Risco - Pr (Pontos

Estratégicos – PE).

Para adequada classificação e cadastramento dos Pontos de Risco (PEs

ou PRs) de Distritos Administrativos infestados, propõe-se a utilização de ficha

específica, “Ficha Cadastro e Avaliação de Pontos Estratégicos dos Municípios

Infestados por Aedes Aegypti” que consta das “Normas e Recomendações

Técnicas para Vigilância e Controle do Aedes aegypti no Estado de São

Paulo”.

A conduta para pesquisa larvária e medidas de controle em Pontos

Estratégicos, será quinzenal, obedecendo a norma técnica estadual.

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O cronograma desta atividade poderá ser readequado conforme a

classificação do grau de risco de cada ponto estratégico durante o período de

epidemia, em função da demanda das atividades de bloqueio.

Constatando-se presença de larvas de mosquitos, colher amostra,

eliminar o criadouro, registrar em ficha, orientar o proprietário. Nos casos de

difícil solução, promover tratamento químico (focal/perifocal) com inseticida e

larvicida conforme preconizado.

Utilizar os procedimentos pertinentes, conforme legislação vigente, para

reverter o quadro, isto é, proceder “Auto de Intimação/Notificação”, e em casos

de não atendimento das recomendações no prazo legal de 10 dias, efetuar

“Auto de Multa”.

6.2.4 - Atividades de Controle do Vetor em Situações com Risco de

Transmissão e Transmissão Desencadeada.

Será realizado Bloqueio – Controle de Criadouros e Bloqueio –

Nebulização sempre que ocorrer caso suspeito e/ou confirmado de dengue. O

Bloqueio tem o objetivo de interromper a transmissão de dengue ou reduzir sua

incidência, consistindo na realização de ação concomitante de controle de

criadouros (controle mecânico e tratamento focal) e controle de alados por

meio de nebulização com equipamento portátil.

6.2.4.1 - Casos importados suspeitos ou confirmados.

Serão trabalhados os locais de permanência no município de São Paulo

durante o período de transmissibilidade; efetuar o Bloqueio para cada local,

residência, estudo e trabalho, nos imóveis do quarteirão e nos 8 quarteirões

em torno, ou seja, num raio de 200m.

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6.2.4.2 - Casos suspeitos autóctones para casos isolados:

Realizar controle de criadouros e busca ativa de casos no local provável

de infecção (local de residência permanente/temporário, trabalho e estudo). Se

for confirmado o caso ou se forem detectados outros casos suspeitos, efetuar o

Bloqueio completo, repetindo o controle de criadouros.

Em situações de transmissão já desencadeada, a área de bloqueio

(controle mecânico, tratamento focal e controle de alados) deverá ser ampliada

para evitar trechos sem tratamento e agilizar a cobertura de trechos com

presença de casos suspeitos que aguardam exame laboratorial.

Um raio de 500 metros deverá ser traçado em torno do imóvel onde

provavelmente ocorreu a infecção. Recomenda-se delimitar uma única área

para dois ou mais casos confirmados, sempre que a distância dos locais de

infecção dos mesmos for igual ou inferior a 800 metros.

Nestes casos deve-se notificar ao Distrito de Saúde de trabalho ou

estudo do paciente para realização de pesquisa larvária (área não infestada)

e/ou bloqueio de criadouros (área infestada).

Na nebulização, a utilização de EPI pelos funcionários que executam a

aplicação de inseticida é obrigatória, assim como seguir todos os

procedimentos para evitar o contato da população com o inseticida, conforme

Norma Técnica.

Durante o período de transmissão serão priorizadas as seguintes

atividades: Bloqueio de Criadouros, Bloqueio de Nebulização e Pontos

Estratégicos.

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6.2.5 - Situações que não serão realizados Bloqueio – Nebulização

6.2.5.1 - Quando a pendência no Controle de Criadouros for superior a 25%,

apesar dos esforços para redução destes valores.

6.2.5.2 - Em Distritos Administrativos que não interromperam a transmissão de

dengue, preenchendo esses critérios:

a. apresentam transmissão de dengue repetidamente nos últimos

anos;

b. apresentam casos autóctones de dengue por período maior de 4

meses;

c. apresentam incidência acumulada maior que 600 casos por 100.000

habitantes, nos últimos 2 anos.

6.2.5.3 - Durante o período de junho a setembro, quando da ocorrência de

casos autóctones isolados, a saber, ocorrência 1 caso num raio de 200 metros,

num período de 30 dias. Nesta situação realizar Bloqueio – Controle de

Criadouros num raio de 500 metros e não realizar Bloqueio – Nebulização.

6.3 - ATIVIDADES EXECUTADAS NOS DISTRITOS ADMINISTRATIVOS

NÃO INFESTADOS PELO VETOR:

As principais atividades de vigilância entomológica são:

6.3.1 - Pesquisa Larvária de Armadilhas

Pesquisa larvária de armadilha com larvitrampas distribuídas seguindo

malha pré-definida de 400 metros entre os pontos.

As amostras larvárias deverão ser encaminhadas com os respectivos

boletins de campo ao laboratório entomológico para identificação, quando do

retorno dos boletins, serão encaminhados à PRODAM para digitação.

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6.3.2 - Pesquisa e Tratamento de Pontos de Risco (Pontos Estratégicos –

PE).

Vide item 6.2.3.

Propõe-se a utilização de ficha específica “ Ficha Cadastro e Avaliação

de Pontos Estratégicos Municípios não Infestados por Aedes Aegypti” que

consta das “Normas e Recomendações Técnicas para Vigilância e Controle do

Aedes aegypti no Estado de São Paulo”.

6.3.3 - Pesquisa Entomológica Decorrente de Casos Suspeitos de Dengue

Realizar a pesquisa larvária e controle de criadouros no quarteirão do

paciente e nos quarteirões em torno, ou seja, num raio de 200m do local de

residência/trabalho/estudo do caso suspeito/confirmado, quando o mesmo

permaneceu no município durante o período de viremia. Se detectada a

presença de larvas de Aedes aegypti, realizar bloqueio de nebulização.

As amostras larvárias deverão ser encaminhadas com os respectivos

boletins de campo ao laboratório entomológico para identificação; quando do

retorno dos boletins, serão encaminhados à PRODAM para digitação.

Durante o período de transmissão deve-se priorizar as seguintes

atividades: Bloqueio de Nebulização, Pesquisa Entomológica e Pontos de

Risco (Pontos Estratégicos). Neste período, deve-se avaliar a possibilidade de

desativar as armadilhas em caso de infestação domiciliar das áreas estrato 4 e

sobrecarga de bloqueios e pesquisas entomológicas.

6.4 - Coleta de Amostras Larvárias

A coleta de amostras larvárias deverá ser realizada nas seguintes

atividades:

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A - Avaliação de Densidade Larvária

B – Pesquisa de Pontos Estratégicos

C – Bloqueio de Transmissão E – Atendimento de denúncia

F – Pesquisa de Armadilha

Serão coletadas larvas de 3º e 4º estádio, que serão acondicionadas em

frasco contendo álcool 70%, totalizando 20 larvas em cada frasco. Todas as

amostras deverão ser encaminhadas ao laboratório de entomologia do CCZ

para identificação, acompanhadas de seus respectivos boletins preenchidos e

conferidos, posteriormente esses boletins serão encaminhados à PRODAM

para digitação.

6.5 - Aplicação de Multas

Quando determinado imóvel for identificado como persistente local

propício à proliferação do Aedes aegypti, com presença de criadouros, deverá

ser efetuada a notificação para correção da situação. Não havendo eliminação

dos criadouros ou focos, deverá ser aplicada multa, que será reiterada tantas

vezes quantas forem identificadas a persistência de criadouros ou focos.

Em caso de Pontos de Risco, após a 2º inspeção com necessidade de

aplicação de larvicidas ou inseticidas, sempre haverá aplicação de multa, que

será correspondente à gravidade da infração, conforme previsto em lei.

7 - PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

A integração das equipes do programa saúde da família ao programa de

controle de vetores permite maior aproveitamento das visitas realizadas pelos

agentes, evitando ainda a duplicidade das ações.

Nas visitas dos ACS será realizado trabalho educativo e de vistoria do

imóvel, acompanhando e orientando os moradores na eliminação e remoção

dos criadouros.

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As visitas aos domicílios da área de atuação do PACS-PSF serão

mensais. Porém, o preenchimento da planilha será bimensal/trimestral

conforme preconizado pelo Programa de Controle do Aedes aegypti.

8 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Vigilância Epidemiológica , Controle do Vetor e Comunicação e Educação

- reunião quinzenal com os responsáveis pelo programa de controle do Aedes

aegypti da região, para atualização e redefinição das ações com base nos

dados entomológico e epidemiológicos.

- reunião mensal com os coordenadores regionais do Projeto Prioritário Dengue

das Subprefeituras.

- Desenvolver em conjunto com a SME atividades educativas para proteção ao

meio ambiente, enfocando a dengue em particular.

- Desenvolver e proporcionar apoio para realização de estratégias regionais de

comunicação e educação em saúde pública ( jornais, igrejas, escolas, rádios

comunitárias).

- Realizar atividades de controle entomológico nas áreas de divisa

intermunicipal, em conjunto com prefeituras vizinhas.

OUTUBRO

- Realização da “II Jornada Municipal do Controle de Dengue

- Treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde para desenvolvimento

da atividade Casa-Casa com utilização do vídeo de treinamento (em fase de

preparação).

- A Secretaria Municipal da Saúde em conjunto com a Coordenação de

Publicidade do Gabinete da Prefeita está desenvolvendo uma “cartilha” que

contém, além das leis e portarias que apóiam o combate à Dengue, sugestões

de atividades para mobilização social, endereços e telefones do Comitê, para

serem desenvolvidas nos Comitês de Combate à Dengue e nas Organizações

Não Governamentais (Civis).

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NOVEMBRO

- treinamento dos novos integrantes de formação universitária no “Programa

de Controle e Vigilância do Aedes aegypti.” Afim de garantir multiplicação do

treinamento para as equipes operacionais.

- treinamento de um médico por UVIS em “Diagnóstico e Tratamento de

Dengue Hemorrágico” nas áreas com transmissão de dengue no mês de

novembro.

- treinamento básico em vigilância epidemiológica de dengue para os

profissionais de saúde das UVIS de áreas de estrato 3 e estrato 4 no mês do

novembro.

- treinamento dos responsáveis técnicos na área de controle químico do Aedes

aegypti no período de novembro.

- Solicitação e publicação dos representantes relativos à Portaria 69 de 07 de

setembro de 2002

- Treinamento dos representantes dos equipamentos públicos Municipais.

- Elaboração e publicação de portaria para responsáveis de grandes

condomínios.

- Treinamento dos representantes dos condomínios

- Dia D Nacional - 29.11.2003

o Semana de 24 a 29 de novembro, atividades de controle do Aedes

aegypti organizadas pelo Comitê de Combate à Dengue para

mobilização popular (teatros, mutirões,treinamentos, cata-bagulho,

etc), apoio com cobertura jornalística e criação de pautas positivas.

o Dia 29.11- distribuir 500 faixas para as 31 subprefeituras com textos

da Campanha para serem abertas por grupos organizados nos faróis

ou cruzamentos de maior tráfego, solicitar e incentivar Escolas

privadas, empresas e outras instituições que façam o mesmo

movimento (ceder a arte da Faixa).

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Dezembro/ Janeiro

- As subprefeituras que tiverem em suas regionais, rodoviárias intermunicipais

deverão neste mês intensificar as ações de divulgação das ações de combate

à dengue, bem como as medidas para diagnóstico precoce da dengue.

- Estratégias de intensificação do grupo interno dos próprios municipais e dos

representantes dos grandes condomínios.

Fevereiro

- Desenvolver atividades carnavalescas ligadas à Dengue e aproveitar todas as

possibilidades festivas nas regiões para divulgar as medidas de controle da

Dengue.

OBS: A SMS está desenvolvendo junto à gerência do Carnaval do Anhembi

proposta para introdução de estratégia educativa “Carnaval com Saúde” no

Sambódromo.

Março/Abril

- Desenvolvimento de estratégia curricular a ser desenvolvida nas Escolas

Municipais em conjunto com a Secretaria Municipal da Educação para

atividades de proteção do meio ambiente focando principalmente o controle do

Aedes aegypti.

9-Bibliográfica consultada

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - Ministério da Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue – Brasília DF - 2002. SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS – SES. Normas, Orientações e Recomendações Técnicas para Vigilância e Controle de Aedes aegypti no Estado de São Paulo – 2002 SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE – GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO . Plano de intensificação das Ações de Controle de Dengue no Estado de São Paulo. São Paulo. Mimeo. 15 p - 2001