plano municipal genero e raÇa - prefeitura de embu...

62
2 n nga &

Upload: dangdang

Post on 09-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

2 n nga &

Page 2: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBU Secretaria de Cidadania e Assistência Social

Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça Fone/Fax.: 4704-0238/Fone:4785-3600

[email protected]

PLANO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE

DE GÊNERO E RAÇA

Copyright 2008. Prefeitura da Estância Turística de Embu

Loja de artesanato - Embu

Page 3: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBUESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Leite da CruzPrefeito da Estância Turística de Embu

Helenir Celme Fernandez de MirandaSecretária de Cidadania e Assistência Social

Rosimary Mendes de MatosSecretária de Educação

Maria Inês Araújo AlvarengaSecretária de Cultura, Esporte e Lazer

Dr. Jorge HaradaSecretário de Saúde

Embu - 2008

Page 4: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBUESTADO DE SÃO PAULO

Comissão Gestora do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Representantes do Poder Público:

Marisa Araújo Silva Representante da Secretaria de Cidadania e Assistência Social

Coord. da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Ana Araújo Costa Representante das Secretarias de Educação e Cultura, Esporte e Lazer

Maria das Graças B. F. EvangelistaRepresentante da Secretaria de Saúde

Clóvis Carvalho dos SantosRepresentante da Câmara Municipal de Vereadores

Representantes da Sociedade Civil:

Ana Rita Dias da EncarnaçãoSegmento religioso

Jussara MachadoSegmento de mulheres

Isael da Silva AlvesSegmento da juventude

Embu - 2008

Page 5: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Prefeito da Estância Turística de EmbuGeraldo Leite da Cruz

Secretária de Cidadania e Assistência SocialHelenir Celme Fernandez de Miranda

Secretária de EducaçãoRosimary Mendes de Matos

Secretária de Cultura, Esporte e LazerMaria Inês Araújo Alvarenga

Secretário de SaúdeJorge Harada

Comissão Gestora do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Representantes do Poder Público:

Marisa Araújo Silva Representante da Secretaria de Cidadania e Assistência Social

Coord. da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Ana Araújo Costa Representante das Secretarias de Educação e Cultura, Esporte e Lazer

Maria das Graças B. F. EvangelistaRepresentante da Secretaria de Saúde

Clóvis Carvalho dos SantosRepresentante da Câmara Municipal de Vereadores

Representantes da Sociedade Civil:

Ana Rita Dias da EncarnaçãoSegmento religioso

Jussara MachadoSegmento de mulheres

Isael da Silva AlvesSegmento da juventude

Loja de artesanato - Embu

Page 6: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

GRUPO DE TRABALHO

Comissão Gestora do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Representantes do Poder Público:

Marisa Araújo Silva Representante da Secretaria de Cidadania e Assistência Social

Coord. Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

Ana Araújo Costa Representante das Secretarias de Educação e Cultura, Esporte e Lazer

Maria das Graças B. F. EvangelistaRepresentante da Secretaria de Saúde

Clóvis Carvalho dos SantosRepresentante da Câmara Municipal de Vereadores

Representantes da Sociedade Civil:

Ana Rita Dias da EncarnaçãoSegmento religioso

Jussara MachadoSegmento de mulheres

Isael da Silva AlvesSegmento da juventude

Revisão de texto:

Ana Araújo Costa e Maria das Graças B. F. Evangelista

Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas

Page 7: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PLANO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA

Feira de artes - EmbuLoja de artesanato - Embu

Page 8: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

SUMÁRIO

1. Apresentação Prefeito Geraldo Leite da Cruz Secretária de Cidadania e Assistência Social Comissão Gestora de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça 2. Introdução 3. A História das Ações Afirmativas

4. Diagnóstico do Município da Estância Turística de Embu

4.1 - Aspectos Históricos

4.2 - Caracterização 5. Caminhada até a consolidação do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

6. Propostas de Ações das áreas temáticas:

6.1 - Educação 6.2 - Saúde 6.3 - Esporte, Cultura e Lazer 6.4 - Geração de Trabalho e Renda 6.5 - Religiosidade

7. Glossário 8. Bibliografia

9. Videografia

10. Acervo de livros 11. Anexos

100 anos de Solano Trindade, o poeta do povo

Page 9: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

O Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, com ênfase na população negra, consolida o compromisso da Prefeitura da Estância Turística de Embu de incorporar, em todas as áreas de atuação, a perspectiva de valorização da diversidade étnico-racial e de gênero no planejamento, na formulação e na implementação de políticas públicas. Ele expressa o reconhecimento do papel do poder público de combater as disparidades sócio-econômicas existentes entre homens e mulheres, entre negros, brancos, indígenas e outras etnias e de assegurar a igualdade de oportunidade e de tratamento, historicamente, negada às mulheres e aos negros brasileiros.

O presente documento é resultado de um amplo diálogo entre a Prefeitura, as organizações que representam o movimento negro e a sociedade civil de Embu, por ocasião das plenárias realizadas nos meses de outubro e novembro de 2006.

O desafio da implementação e da concretização desse Plano requer a participação e o comprometimento do conjunto do poder público e dos vários atores da sociedade embuense . Esse compromisso é de todas e todos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.

Geraldo Leite da Cruz

Prefeito da Estância Turística de Embu

Page 10: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Museu de arte sacra - antiga Capela Nossa Senhora do Rosário - Embu

Museu de arte sacra - antiga Capela Nossa Senhora do Rosário - Embu

Page 11: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

1. APRESENTAÇÃO

O plano Municipal de Igualdade de Gênero e Raça é de suma importância para que, efetivamente, possa consolidar

o que preconiza a Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica de Assistência e a Lei Orgânica Municipal, propondo

políticas públicas para o referido segmento.

Busco mostrar que o movimento de ruptura com o tradicionalismo da assistência social em Embu vai além de propor um

Plano Municipal de Igualdade de Gênero e Raça mas, objetiva uma política de seguridade social que deixa de ser

tratada de forma fragmentada ou secundária, quer no conjunto das ações municipais, no orçamento, na própria gestão

do órgão, no entendimento dos agentes institucionais e da sociedade. Nesta perspectiva, a existência de um plano junto

às Secretaria de Cidadania e Assistência Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e demais Secretarias na

gestão da cidade como locus específico, redirecionado para seu novo papel histórico, é fundamental.

Omitir-se ao disposto legal é compactuar com uma posição retrógrada em relação aos direitos sociais ainda fragilizados.

Não se pode mais cometer equívocos, deslizes, postergações. Bastam os mais de 500 anos de negação de meios para

expandir o alcance da cidadania dentre os que vivem no Brasil e no Embu.

Entendo que o Comissão Gestora na elaboração deste plano, possa ser descentralizada e articulada em Comissões

Regionais sendo um dos instrumentos que reúne condições para redirecionar e consolidar sob a égide da participação,

democracia e controle social a reproposição do funcionamento do Plano.

Há um imenso desafio que exige forte compromisso e efetivo trabalho de todos nós, com a responsabilidade em

universalizar a cidadania na cidade de Embu e responder a questão: Qual é a melhor proposta de gestão do plano

municipal?

Ressalto: precisamos fazer nascer, e com força, nesta cidade, uma utopia da política de assistência social, pautada no

compromisso com a extensão da inclusão e enfrentamento da exclusão.

se

Helenir Celme Fernandez de MirandaSecretária de Cidadania e Assistência Social

Page 12: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Desenvolver políticas de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça é o principal objetivo do governo municipal ao criar a Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça no âmbito da Secretaria de Cidadania e Assistência Social.Elaborar um Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça através de um processo coletivo, com participação do poder público e sociedade civil, que direciona as ações que deverão ser desenvolvidas, tornou-se um marco para a história de Embu das Artes.O Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça está composto por cinco temáticas: educação; cultura/ esporte/lazer; saúde; religiosidade e geração de trabalho e renda, que foram consideradas como as mais importantes e de extrema urgência para garantia de direitos que, historicamente, foram violados. Com o desenvolvimento desse plano e várias outras políticas que estão sendo realizadas em nível de Brasil, apostamos num futuro livre de preconceitos e discriminação, no qual as políticas de ações afirmativa especificas para grupos étnicos/raciais e de gênero, excluídos à margem da sociedade não sejam mais necessárias. Da visão do poder público, não mediremos esforços para implantar e efetivar políticas públicas que realmente possam corrigir as injustiças que há séculos se perpetuam, vislumbrando assim, uma sociedade justa e igualitária, onde todas e todos possam gozar, plenamente, de seus direitos de cidadania.

Marisa Araújo SilvaCoordenadora Assessoria de

Promoção da Igualdade de Gênero e Raça

A administração de Embu das Artes, na gestão 2001-2008, tem por política de trabalho a inclusão social e o combate à miséria. A Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, articulada a esta política, tem por princípios norteadores a democracia do acesso e as condições para a permanência do aluno na escola, a democracia da gestão, a qualidade do ensino e a valorização do profissional da Educação. Sendo assim, a discussão e a elaboração do presente Plano representaram imensurável avanço para as escolas municipais e a comunidade ao qual estão inseridas. Se somos profissionais do direito, não dá mais para tratar como minoria esta grande parcela da população.

Ana Araújo CostaSupervisora de Ensino

Secretaria de Educação

Page 13: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

A sociedade por sua vez, é preconceituosa e racista a tudo que se refere a questão do negro. No Brasil, a história nos mostra quanto o negro sofreu, e sofre, para quebrar as barreiras do preconceito. Todavia, no Município de Embu não é diferente em relação ao restante do Brasil. Um Município extremamente racista, machista e preconceituoso, mas com a implantação do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça , acredito que conseguiremos mudar esta realidade, desde que haja sinceridade e empenho por parte do executivo e do legislativo em promover, realmente, as políticas de ações afirmativas propostas nas plenárias do Plano Municipal, e por outro lado a sociedade civil cumpre o seu papel que é cobrar e fiscalizar a implantação do plano.O Município de Embu deu um imenso passo para combater o racismo no que diz respeito a reparação mas, não será fácil convencer uma sociedade que, há décadas, vê o negro como um objeto. Ao implantarmos as ações voltadas, especificamente, para a comunidade negra, teremos grandes desafios, como: cotas no serviço público e especificidades da religião de matriz africana.Governo e sociedade civil, tem uma tremenda responsabilidade em divulgar e implantar este plano que vem ao encontro dos anseios da comunidade negra, colocando esta minoria, tão discriminada, em pé de igualdade.

Clóvis Carvalho Poder Legislativo

O avanço inegável da Instituição da Saúde como direito de todos(as) e dever do Estado (art.196 da Constituição Federal Brasileira) garante o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, mas não tem assegurado a todos a mesma qualidade de atenção ou perfil de saúde, seja do ponto de vista regional e/ou étnico-racial. Mulheres e homens, populações indígenas, negros e brancos ocupam lugares desiguais nas redes sociais que são demonstradas pelos indicadores de saúde que retratam de forma expressiva as desigualdades raciais em saúde, quer se trate do modo como se lidam com doenças associadas a determinantes raciais/étnicos da discriminação assistencial ou do perfil epidemiológico marcado pela precocidade dos óbitos. O combate e a erradicação das desigualdades tornam-se um grande desafio no campo das políticas públicas, especialmente, quando essas desigualdades vêm em decorrência da discriminação. Portanto, esse Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça norteará o poder público a implementar políticas públicas de saúde, trazendo, desta forma, melhoria da qualidade de vida a grupos que foram, por motivos raciais discriminados, passando pela efetividade racial, fortalecendo o princípio da universalidade e equidade, conforme instituído pelo Sistema Único de Saúde.

Maria das Graças B. F. EvangelistaSecretaria de Saúde

Page 14: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

A implantação do Plano Municipal da Igualdade de Gênero e Raça é importante, pois sai da esfera da discussão para a ação, dando assim um passo importante na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Acredito que, só assim poderemos construir um país real que respeita e conserva suas raízes multi-culturais presentes em seus territórios, tornando-se assim um exemplo para as demais nações que convivem com as diferenças étnico-raciais.E, dessa forma mostrando que ações entre sociedade civil e poder público são eficazes contra o preconceito e a intolerância.

Isael da Silva AlvesSegmento de Juventude

Este Plano vem nos estimular e fortalecer na luta pela igualdade de gênero e raça, porque um governo consciente compreende que a pobreza e a violência são mais acentuadas nas mulheres e crianças, principalmente nas negras. Somos as mais pobres entre as pobres, somos as que a sociedade considera inferior e que a própria sociedade preconceituosa e segregadora mantém numa situação de desigualdade e exclusão.

Jussara MachadoSegmento de Mulheres

A proposta deste Plano é corrigir e reparar as injustiças que o Estado sempre cometeu contra as religiões de matriz africana, indígena e todas as outras que tratam a natureza com respeito. O processo de resistência desse povo só se deu porque ainda existe a natureza viva operando no ser. Assim, só os vivenciadores destas religiões que conservam a natureza poderão operar as transformações sociais, culturais, políticas, econômicas e religiosas no seio da sociedade brasileira. GBO GBO ASE (Força e energia a todas e todos)

Ana Rita da EncarnaçãoSegmento Religioso

Page 15: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

2. INTRODUÇÃO

O Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça é necessário uma vez que as políticas

universalistas não foram capazes de corrigir as perversidades cometidas contra a população negra, indígena, outras etnias e contra as mulheres. É fruto de antiga reivindicação do movimento negro, dos movimentos sociais e

das organizações não-governamentais na luta contra a diferenciação de acesso e gozo de bens, serviços e

oportunidades, na esfera pública e privada.

É importante destacar a ousadia do poder público municipal que, na figura do prefeito Geraldo Leite da Cruz, contrariando forças seculares, assume a tarefa de reparar as distorções sócio-econômicas de caráter racial e de

gênero, reinantes no Brasil, conseqüentemente, nesta cidade, assegurando a igualdade de oportunidades e de

tratamento para edificar, num futuro próximo, a tão sonhada democracia racial. Isso significa mudar as estruturas institucionais da Prefeitura para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades raciais e de gênero.

A política afirmativa expressa no Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça foi construída em

plenárias temáticas, realizadas no ano letivo de 2006, com a participação de, aproximadamente, 700 pessoas,

dentre estas, membros de escolas públicas e privadas de Embu das Artes, sociedade civil, representantes do governo e representantes de municípios vizinhos.

Este documento adotou, como diretriz político-jurídica, a ação afirmativa e a inclusão das vítimas da desigualdade

e a valorização da diversidade cultural e de gênero. Nessa perspectiva, valoriza a diversidade étnico-racial e as questões de gênero através de cinco pilares eleitos como prioritários: Educação; Saúde; Cultura, Esporte e Lazer;

Geração de Trabalho e Renda; Religiosidade.

Lembramos a relevância do papel da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e da Comissão Gestora, compostos por representantes da sociedade civil e do governo municipal, na gestão de todo o processo

de elaboração, acompanhamento e finalização do presente Plano.

Page 16: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Loja de artesanato - Embu Loja de artesanato - Embu

Page 17: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

3. A HISTÓRIA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS

No Brasil, a ação afirmativa é ainda desconhecida da maioria da população. Entre aqueles mais familiarizados, a discussão se desenvolve principalmente em termos de políticas de cotas e tem como referência prática a experiência das cotas partidárias para mulheres, iniciada pelo Partido dos Trabalhadores, em 1991, referentes aos cargos de direção do partido, e expandida para todos os partidos, com relação ao número de candidatos a serem incluídos nas listas partidárias, em nível nacional, a partir de 1995; a experiência de cotas nas direções partidárias da CUT, em 1992, e as reivindicações do Movimento Negro, difundidas em alguns meios universitários do país. Associados à ação afirmativa no Brasil, podemos identificar também outros termos como ação ou política compensatória, discriminação positiva, política de reparação, 'antidiscriminação, anti-racista, ou ainda, dentro de uma referência mais geral, uma política de promoção da igualdade, da diversidade ou do multiculturalismo. Diante dessa grande variedade de termos, o que se entende por ação afirmativa?Daí entendermos ações afirmativas como ações particularistas ou compensatórias de discriminações, como instrumento de superação das desigualdades, particularmente perversas com relação às populações historicamente vulneráveis.

As críticas e objeções levantadas a respeito envolvem posições diversas. A experiência envolvendo a ação afirmativa norte-americana, também pouco conhecida além daquilo que foi noticiado na mídia, aparece como uma das principais referências para a discussão brasileira.

A ação afirmativa assumiu formas como programas de ações e políticas, governamentais ou privados, leis ou orientação de decisões jurídicas levou à constituição de agências de fomento e regulação, como a Comissão para a Igualdade de Oportunidade no Emprego, tendo a Lei de Direitos Civis como seu principal fundamento legal. O sociólogo americano Bergmann a define, de maneira ampla:

Ação afirmativa é planejar e atuar no sentido de promover a representação de certos tipos de pessoas - aquelas pertencentes a grupos que têm sido subordinados ou excluídos - em determinados empregos ou escolas. É uma companhia de seguros tomando decisões para romper com sua tradição de promover a posições executivas unicamente homens brancos. E a comissão de admissão da Universidade da Califórnia em Berkeley buscando elevar o número de negros nas classes iniciais (...). Ações Afirmativas podem ser um programa formal e escrito, um plano envolvendo múltiplas partes e com funcionários encarregados, ou pode ser a atividade de um empresário que consultou sua consciência e decidiu fazer as coisas de uma maneira diferente. (BERGMANN, 1996, p. 7)

Dessa forma, observa-se que a ação afirmativa desenvolveu-se em diferentes áreas como o mercado de trabalho, seu foco inicial, e envolveu a preferência na contratação e promoção dos negros, bem como em contratos públicos para empresários negros e no sistema educacional, principalmente no nível superior.A ação afirmativa estaria, ainda, associada a sociedades democráticas que tenham seus principais valores no mérito individual e na igualdade de oportunidades. Assim, ela surge "como aprimoramento jurídico de uma sociedade cujas normas e valores pautam pelo princípio da igualdade de oportunidades na competição entre indivíduos livres, justificando-se a desigualdade de

Page 18: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

tratamento no acesso aos bens e aos meios apenas como forma de restituir essa igualdade, devendo, por isso, tal ação ter caráter temporário dentro de um âmbito e escopo restrito.

Santos (1997), ao incorporar essa discussão sobre o aprimoramento do preceito da igualdade, como fundamento de uma sociedade efetivamente democrática a partir da garantia da igualdade de oportunidades, também associa à

ação afirmativa as políticas compensatórias, especificamente as "destinadas a equipar pessoas ou grupos, historicamente, prejudicados em virtude de discriminação sofrida". Acrescenta Santos (1997) que "o próprio conceito de ação afirmativa exige a certeza de que tenha ocorrido discriminação passada e presente, para que sejam elaborados caminhos que levem a uma compensação efetiva da perda ocorrida". Dessa forma, ele introduz a idéia de ação afirmativa como política compensatória, vinculada a indivíduos ou grupos definidos: pela discriminação por eles sofrida.

A mobilização coletiva dos negros brasileiros começou com a Liga Humanitária dos Homens de Cor, criada em 1914, em Campinas, sendo uma das primeiras organizações negras do século passado que buscou apoiar e defender os direitos dos trabalhadores negros.

Em 1929, José Correia Leite e outros jornalistas fundam o primeiro jornal negro, "O Clarim". Nesse período, nasceram também diversas entidades que lutavam pela valorização do negro. Dois anos após a fundação do "Clarim", nascia a Frente Negra Brasileira, reunindo 600 mil filiados, a qual foi, sem dúvida, uma das maiores experiências políticas do Movimento Negro.

Em 1937, quando tencionava tornar-se um partido político, a Frente Negra, ao lado do Partido Comunista Brasileiro, foi colocada na ilegalidade com o golpe de Estado Novo (Getúlio Vargas). Em 1951, a Lei Afonso Arinos veda a discriminação por motivos de raça, cor ou religião. Em 1971, universitários do Rio Grande do Sul propõem o dia 20 de novembro como Dia do Negro, que, em 1979, passa a se chamar Dia Nacional da Consciência Negra. Em 1974, é criado o primeiro bloco afro em Salvador, o Ilê Ayê e em 1976, o governo da Bahia suprime a exigência de registro policial para os templos de ritos afro-brasileiros.

A discriminação racial sofrida por quatro garotos negros nas dependências do Clube Regatas Tietê e o assassinato por torturas de Robson Silveira da Luz, numa delegacia de polícia, também em São Paulo, reúnem todos os grupos negros no Centro de Cultura e Arte Negra - CECAN. Desde os muçulmanos negros, passando por presidentes de escolas de samba até os "black soul", todos protestam indignados. Em sete de julho de 1978, essa indignação transformou-se num ato público, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, com cerca de 7000 pessoas, nascendo, a partir deste momento, o Movimento Negro Unificado, (SANTOS, 2005).

Page 19: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

O item cor é incluído no recenseamento de 1980 do IBGE devido ao manifesto assinado por cientistas sociais, pesquisadores

e entidades negras. Em 1981, é realizado em Maceió um seminário sobre o Parque Histórico de Zumbi, na Serra da Barriga, em

União dos Palmares, quando é feito o assentamento da pedra fundamental do sítio histórico no mesmo suposto local em que Zumbi foi assassinado e, no próprio dia 20 de novembro, é celebrada a Missa dos Quilombos pelos bispos Dom Helder

Câmara e Pedro Casaldáliga.

No século XXI, a expressão dessa luta se faz presente no cotidiano brasileiro por meio de questões que vão desde a

aprovação do Estatuto da Igualdade Racial até a prática de ações afirmativas por parte dos governos e da sociedade civil, como também a discussão atual em pauta, praticamente todos os dias, nos noticiários: a sociedade brasileira é a favor ou

contra as cotas para negros e índios, no acesso ao ensino superior nas universidades públicas?

Page 20: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Loja de artesanato - Embu

Loja de artesanato - Embu

Page 21: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

4. DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBU

4.1. Aspectos históricos

As terras que deram origem ao município foram doadas por Fernão Dias e Catarina Camacho aos jesuítas – padres

da Companhia de Jesus, em 1624, com a condição de que ali construíssem uma igreja para a padroeira Nossa

Senhora do Rosário, e que realizassem uma festa em homenagem à Santa Cruz, tradição esta que permanece até os dias de hoje.

O então aldeamento indígena M’Boy passa a ser ocupado pelos jesuítas a partir de 1651 e somente em 1690 o

padre Belchior Pontes inicia a construção da Igreja. A residência dos jesuítas, construída em anexo, foi concluída por volta de 1740 pelo padre Domingos Machado. M’Boy, segundo alguns intérpretes, significa “cobra brava, cobra

grande” - referência que os indígenas faziam ao riacho com muitas cobras, ou “coisa montanhosa, penhascos,

agrupamento de montes” - em função do aspecto físico da região. Contam que os índios tupi-guarani catequizados

nesta aldeia se dedicavam a agricultura, destacando-se a produção de arroz, milho, feijão, mandioca e algodão (plantio, fiação e tecelagem), a música e ao artesanato, ajudando inclusive os padres a esculpir as imagens da

igreja.

Entre o século passado e início deste, o vilarejo permaneceu com atividade agrícola (reforçada agora pela instalação da colônia japonesa) e destacou-se pela produção de carvão, pelo grande número de portos de areia e

olarias e pela comercialização da água da Fonte dos Jesuítas. Em 18/02/1959 Embu se emancipa.

Com a vinda de renomados artistas plásticos para residir no município como Cássio M’Boy, Claudionor Assis (Assis de Embu), Solano Trindade, Sakai, entre outros, festas e exposições de arte passam a ser tão freqüentes que em 1969

institui-se a Feira de Artes e Artesanato. Inicialmente, concentrada em frente ao Conjunto Jesuítico Nossa Senhora do

Rosário, tombado como Monumento Nacional e sede do Museu de Arte Sacra, a Feira expande-se, consolida-se e

dá fama ao município que passa a ser conhecido como Embu das Artes.

Devido a este movimento artístico cultural, que trazia, a cada vez, maior número de turistas nos finais de semana. Em

1979, o município ganhou o título de Estância Turística. (Inventário Turístico de Embu).

Page 22: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

4. 2. Caracterização O município da Estância Turística de Embu localiza-se na sub-região Oeste da Região metropolitana de São Paulo, tem 76 km² de extensão territorial e é recortado pela Rodovia Regis Bittencourt (BR 116) que liga São Paulo à Curitiba (PR), principal via de acesso ao sul do País, distando 27 Km da Praça da Sé, limitando-se com São Paulo, Taboão da Serra, Cotia e Itapecerica da Serra. Recentemente, foi entrecortada pelo Rodoanel. Esta grande obra viária, por um lado, induz a procura de áreas no município por empresas de logística e armazéns, por outro, atrai também ocupação de novos moradores que estão aumentando ainda mais o ritmo de crescimento urbano e populacional do município, dando também um incremento a novas ocupações de áreas irregulares, acentuando o crescimento desordenado.

Cinqüenta e nove por cento do território do Município encontra-se em Área de Proteção aos Mananciais, sendo o rio Embu-Mirim um dos principais contribuintes da Represa Guarapiranga, que abastece cerca de 3 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo. Com a aprovação da legislação de mananciais do Estado de São Paulo, o comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê dividiu-a em 5 sub-regiões, estando o Município de Embu situado na sub-região Cotia-Guarapiranga. Estas sub-regiões terão lei específica que regulamentará projetos emergenciais de recuperação das áreas degradadas em decorrência de ocupações predatórias, bem como ações indutoras de usos e atividades compatíveis com a preservação dos mananciais.

O Município de Embu tem todo o seu território determinado como área urbana, conforme Lei nº 726/78, de 20 de junho de 1978.

Segundo o Censo Demográfico de 1991, para ilustrar a situação do grau de urbanização neste Município a região mais densamente povoada vai dos limites com Taboão da Serra e São Paulo, transbordando para a zona de proteção aos mananciais, representando 61% do total da população do Município.

O clima é subtropical com chuvas abundantes no verão. Os ventos dominantes são de Sul e Sudeste. A altitude média, juntamente com ilhas de vegetação de Mata Atlântica são fatores que amenizam a temperatura, dando ao clima uma característica subtropical de altitude. A temperatura média anual é de 17,5° C. A população atual, segundo IBGE 2005 é de 236.165 habitantes, tendo uma concentração de cerca de 60 % nas áreas limítrofes com os municípios de Taboão da Serra, São Paulo e Itapecerica da Serra, numa área territorial de cerca de 20% do município.

Page 23: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Plenária de discussão do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça - 2º semestre de 2006

Page 24: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

5. CAMINHADA ATÉ A CONSOLIDAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA Processo de construção para consolidação da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e elaboração do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. 2001 - Criação do Núcleo de Políticas Estratégicas. Com a eleição do Prefeito Geraldo Leite da Cruz, nasce dentro da Secretaria de Cidadania e Assistência Social o núcleo de políticas estratégicas, entre outras, a Assessoria da Mulher, com o objetivo de articular e fomentar, junto aos outros órgãos e segmentos, a implantação de políticas para as mulheres, visando à garantia de direitos. - Implantação do Centro de Referência da Mulher Inês Israel dos Santos sob a coordenação da Assessoria da Mulher. É um espaço de acolhimento e tem por objetivo prestar apoio e oferecer subsídios para que a mulher possa lutar por seus direitos, buscando auto-afirmação e fortalecimento de sua identidade. Oferece serviços integrados de apoio social, psicológicos e jurídicos. 2003 - Criação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) no âmbito do Governo Federal do Presidente Lula. Criadas com o objetivo de formular e articular políticas que contribuam para construir, no Brasil, uma sociedade em que as desigualdades raciais e de gênero deixem de ser uma marca do país. 2004 - Ano Nacional da Mulher no Brasil. Realização da 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. O Município de Embu participou das 03 etapas da Conferência de Políticas para as Mulheres. Foi realizada a conferência regional sudeste da grande São Paulo, etapa estadual e nacional. - O Município passa a integrar o Fórum de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres, através da Assessoria da Mulher. O objetivo geral do Fórum é implementação de estratégicas para a incorporação e aplicação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). - O Prefeito Geraldo Leite da Cruz assina o Termo de Adesão ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial (FIPPIR) e o Acordo de Cooperação Técnica. O Fórum é mais um espaço de consolidação de políticas públicas efetivas e ampliação da política nacional de promoção da igualdade racial. É fruto da necessidade de articulação, capacitação, planejamento, execução e monitoramento das ações para implementação das políticas de promoção da igualdade racial no âmbito dos Estados e Municípios. O Fórum constitui-se num espaço de articulação dos organismos públicos, onde a efetiva participação das (os) gestoras (os) é fundamental para sua estruturação.

Page 25: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

- Realização do 1º Seminário Técnico abordando a Implementação da Lei 10.639/03. O objetivo desse seminário

realizado pela SEPPIR no Município de Embu, com apoio da Assessoria da Mulher e Secretaria de Educação, foi contribuir para a formulação de políticas e programas de inclusão da população afro-descendente na educação brasileira e desenvolver ações de formação continuada das professoras (os) e de capacitação de gestores públicos em educação e

relação étnico-racial, bem como publicação e distribuição de material didático sobre a temática étnico-racial.

2005 - Ano Nacional da Igualdade Racial no Brasil - Processo Preparatório para a 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. O Município de Embu, por meio da Secretaria de Cidadania e Assistência Social, realizou o I Encontro

Preparatório para as etapas da Conferência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Esse encontro teve como

objetivo: 1. Apresentar a proposta inicial do projeto de Lei municipal que institui a Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e

Raça; 2. Eleger delegados(as) que representantes do município nas 03 etapas (regional, estadual e nacional) da Conferência;

3. Criar o grupo de trabalho para elaboração do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. Esse grupo foi formado pelos (as) delegados (as) eleitos (as) da sociedade civil e os (as) indicados (as) do poder público. Esse grupo de

trabalho, após a conferência nacional, teve um papel muito importante pois, foi a partir desse marco na história do país que as discussões para construção e consolidação das políticas para a questão racial e de gênero tornaram-se mais intensas no

âmbito do município.

- Criação da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça Lei 2198 de 22/12/05. O governo Geraldo Cruz, comprometido com a pauta de políticas de ações afirmativas e de gênero, ao longo do seu mandato, vem instituindo e implementando medidas que tem o papel de corrigir injustiças e eliminar as discriminações tanto étnico-racial como de

gênero. Para tanto, criou, através de Lei Municipal, a Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, que tem

como principal objetivo a formulação, coordenação e implantação do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. E, sabendo que as políticas públicas precisam ser transversais no âmbito das ações governamentais, criou também, através da mesma lei, uma comissão gestora que terá por função acompanhar e monitorar a implantação do

Plano municipal.

Page 26: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

2006 - Eleição da Comissão Gestora do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. A Prefeitura de Embu, Secretaria de Cidadania e Assistência Social através da Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e

Raça, realizou em Março de 2006, a Assembléia de Constituição da Comissão Gestora. Nessa Assembléia foram eleitas (os) as (os) representantes da sociedade civil e apresentados os membros do Poder Executivo e Poder Legislativo, somando o total de 08 titulares e seus respectivos suplentes, sendo assim constituída: a) 03 membros governamentais indicados pelo Poder Executivo representados pela: - Assessoria de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça (Secretaria de Cidadania e Assistência Social); - Secretaria de Saúde; - Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer. b) 01 Representante do Poder Legislativo; c) 04 Representantes não-governamentais, indicados pelas entidades e movimento organizado. - Realização das Plenárias Temáticas para formulação do Plano Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero

e Raça e a I Conferência Municipal de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça (20/11/2006). A partir dos indicadores sociais, da realidade e das necessidades do município, foram elencadas 5 (cinco) áreas temáticas, consideradas como as mais importantes e urgentes na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. As áreas temáticas elencadas foram tema das Plenárias de discussão: 1- Educação; 2- Cultura, Esporte e Lazer; 3- Saúde; 4- Geração de Trabalho e Renda e 5- Religiosidade. Participaram desse processo de discussão, aproximadamente, 700 (setecentas) protagonistas de vários segmentos e diferentes áreas de atuação. A dinâmica das Plenárias compreendeu em exposição do tema (palestra) aos participantes. Em seguida, divisão em 5 grupos (vermelho, amarelo, verde, azul e branco) para discussão e levantamento de propostas de ação. Em cada grupo foi eleito um membro redator para registrar as propostas elencadas e outro membro, como relator das propostas

em Plenária.

Page 27: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

As plenárias temáticas realizadas foram: 10/10/06 - Educação: Identidade Étnico-Racial e de Gênero, Auto-Estima e Formação Pedagógica. Palestrante: Profª Alda Maria Rebelo Sampaio – Assistente Social e Historiadora - Especialista em Educação de Jovens e Adultos - Educadora Social do Núcleo de Trabalho Comunitário NTC/PUC–SP. 16/10/06 - Saúde: Como garantir, na prática, os fundamentos do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade. Palestrantes: Marisa Dandara - Bióloga, Auxiliar de Enfermagem e Militante do Movimento Negro; Maria das Graças Bezerra Ferreira Evangelista – Drª em Parasitologia - Técnica de Vigilância em Saúde de Embu; Dr. Jorge Harada - Secretário de Saúde de Embu. 17/10/06 - Cultura, Esporte e Lazer: Valorização da Cultura como Política de Ações Afirmativas. Palestrante: Profª Alda Rebelo -– Assistente Social e Historiadora - Especialista em Educação de Jovens e Adultos- Educadora Social do Núcleo de Trabalho Comunitário NTC/PUC- SP. 31/10/06 - Geração de Trabalho e Renda: Ações Afirmativas, Inclusão no Mercado de Trabalho e Políticas de Cidadania. Palestrante: Mabel Assis – Ms. em Antropologia Social - Coordenadoria da Mulher e Igualdade Racial da Prefeitura de Guarulhos. 10/11/06 - Religiosidade: Respeito às Diferenças, Liberdade de Consciência e Crença. Palestrante: Prof. Acácio Sidnei Almeida Santos - Dr. em Sociologia – Prof. PUC-SP - presidente da Casa das Áfricas.

Page 28: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6 - PROPOSTAS DE AÇÕES

DAS ÁREAS TEMÁTICAS

Page 29: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

EDUCAÇÃO

Curso: Nossa História Afro-brasileira - 1º semestre de 2007

Page 30: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Educação para todos

Em qualquer sociedade, o sistema educacional pode se constituir em poderoso agente de inclusão social e de promoção da igualdade.Para atender aos princípios norteadores da educação, principalmente no que concerne ao acesso e permanência do estudante na escola, é preciso considerar como a diversidade cultural, étnico-racial e de gênero, têm sido encaminhadas no processo educacional.Não se faz uma educação com qualidade social sem colocar na roda todos os estudantes, a equipe escolar e a comunidade em geral. Para isso, pensamos na escola como espaço de conhecimento, convivência e sensibilidade: conhecimento amplo e para todos; convivência seguindo o que determina a Declaração Universal dos Direitos Humanos e sensibilidade para que o ser humano possa viver numa sociedade igualitária, sem sobreposição de raça, gênero, cultura, crença ou qualquer que seja o determinante.Tanta cultura é negada quando não se dá o devido valor às diversas contribuições que as artes, os brinquedos, brincadeiras, comidas, história dos povos e suas manifestações no cotidiano da escola.Assim, para construirmos uma educação efetivamente igualitária, emancipatória, temos de construir um currículo de uma escola para todos, que compreenda o acesso e permanência e que configure a acessibilidade irrestrita, levando a que, da mesma forma, se organize, uma sociedade participativa, com acesso de todos e para todos à educação, cultura, esporte, trabalho etc.

(Texto de Lídia Balsi - coordenadora da equipe pedagógica de Embu)

Page 31: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6.1 Educação

• Distribuição das Leis 10639/03 – 11.645/08 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações

Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, nas escolas;

• Pesquisar e estudar material que desmistifiquem a miscigenação brasileira, iniciando pelas matrizes raciais que originaram a população brasileira;

• Inclusão da temática de Igualdade de Gênero e Raça no Projeto Político Pedagógico das escolas municipais;

• Garantir no currículo escolar a discussão de gênero, valores, auto-estima, raça, cidadania, justiça social, estudo sobre

as relações de poder e sua reprodução, respeito, valorização das diferenças, diversidades étnica e cultural e

orientação sexual;

• Fóruns periódicos de discussão nas escolas, envolvendo toda a comunidade escolar e local;

• Ampliar os recursos materiais existentes na escola (bibliografias e mídias) que contemplem a temática da Igualdade de Gênero e Raça;

• Fomentar e priorizar os momentos de troca sobre a temática étnico-racial e de gênero, dando visibilidade as

experiências bem sucedidas das escolas da rede municipal;

• Dar continuidade à avaliação dos livros didáticos e paradidáticos da rede pública de ensino, garantindo o cumprimento adequado dos critérios referentes a não-discriminação de gênero, raça, etnia e orientação sexual;

• Estimular a realização de vídeos, documentários e filmes que abordem a presença das mulheres, em especial, negras e indígenas na história e na cultura;

• Elaborar painéis temáticos dando particular atenção à representação fenotípica de toda a população brasileira;

• Acompanhar e fornecer subsídios para a implementação das Leis 10.639/03 – 11.645/08 nas escolas públicas e privadas do município;

• Favorecer a elaboração de material didático-pedagógico sobre as questões raciais e de gênero;

• Promover cursos (formação contínua) para professores e educadores sobre a temática étnico-racial e de gênero.

Page 32: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

SAÚDE

Afrobras - 2004

Page 33: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Invisibilidade na Saúde

Um levantamento sobre a saúde da População Negra, realizado pelo programa do Governo Federal de Combate ao Racismo Institucional, evidencia que a desigualdade nos serviços de saúde não decorre somente da situação sócio-econômica dos negros, que formam grande parte da população de baixa renda brasileira, mas também do racismo. A invisibilidade do negro continua sendo também um obstáculo cultural intocável, que preside tanto o quadro de doenças quanto o conjunto das ações de saúde. Segundo a médica “Maria do Carmo Monteiro” o racismo é tão eficiente no Brasil que o próprio negro fica invisível e nem vê a si próprio porque lhe falta, entre muitas oportunidades, o acesso a informação. Ele não conhece sequer as doenças genéticas de sua etnia como: anemia falciforme, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, diabetes melito tipo II, hipertensão arterial e miomas uterinos.

Um dos dados mais significativo refere-se à mortalidade infantil, enquanto a taxa para a população brasileira como um todo caiu 51% nas últimas três décadas, e a queda para as crianças brancas foi de 43%, a redução na mortalidade infantil, das crianças negras foi apenas 25%.

Antes mesmo de nascer, os negros já estão em desvantagem. As mulheres negras têm 20% menos chance de passar por consultas ginecológicas completas e dificilmente realizam o primeiro exame pré-natal antes do quarto mês de gravidez. Além disso, recebem menos, informações sobre o período de gestação, alimentação adequada e aleitamento materno. No Brasil a esperança de vida ao nascer, em 2000 era de 70,4 anos. Ao serem considerados os grupos de raça/cor, tal esperança foi maior para os amarelos (75,75 anos), seguida daquela apresentada para brancos (73,99 anos). Foi estimada uma expectativa de vida para os pardos (67,87 anos); para os pretos (67,64) e para os indígenas (66,57anos). Quando comparados aos brancos, os pretos apresentaram uma expectativa inferior de 6,35 anos e os pardos de 5,96 anos onde no seu conjunto, a expectativa de vida dos negros foi 6,12 anos menor que a dos brancos. Os resultados de

Dados epidemiológicos indicam que os negros brasileiros, homens ou mulheres, adoecem mais e morrem mais cedo que os brancos, em todas as idades, de males provocados pelas condições precárias de moradia e de vida: desnutrição, mortes violentas, abortos sépticos, altos índices de AIDS, doenças de trabalho, transtornos mentais resultantes da exposição ao racismo e derivados do abuso de substâncias psicoativas, como álcool e drogas.

Pesquisa realizada por Oliveira (1995) com mulheres negras e brancas, na cidade de São Paulo, detalhou 41,6% de prevalência de miomas entre mulheres negras e 22,9% entre brancas, e 21,9% de reincidência entre negras contra 6% entre brancas.

diversas pesquisas em saúde, a tese de inúmeros artigos mostrando as diferenças epidemiológicas entre negros e brancos, foram os argumentos que levaram os delegados da 12ª Conferência Nacional de Saúde em 2004 a aprovar propostas que reforçam estratégias específicas de atenção à saúde da População Negra. Uma política que vem sendo construída pelos movimentos sociais e também dentro do governo, com base na redução da desigualdade social e no combate à discriminação racial. Hoje, o Ministério da Saúde e a Seppir buscam a formulação de uma Política Nacional de Saúde da População Negra que dê conta das peculiaridades desse grupo, com base no Programa Saúde da Família, com a participação de pesquisadores e ativistas no campo da saúde e da população negra, tendo como objetivo eliminar as desigualdades raciais em saúde, principalmente em torno das mortalidades precoces, que caracterizam o perfil de saúde da população negra. Entre muitas ações, o quesito cor precisa estar presente em todos os documentos do SUS, do cartão aos prontuários médicos, mostrando um quadro preciso da população brasileira e, a partir daí, produzir análises que vão fundamentar políticas públicas.

Page 34: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6.2 SAÚDE

• Promover ampla discussão sobre a temática étnico racial e de gênero da população de maneira a assegurar os

princípios básicos do SUS, no que se refere a Universalidade, Equidade e Integralidade, nos fórum existentes; • Criar na Secretaria de Saúde, órgãos e equipes técnicas com a participação da sociedade civil, objetivando mobilizar

os profissionais e serviços para a questão da saúde da população com recorte étnico-racial e de gênero;

• Implementar o quesito cor em todos os documentos do SUS (prontuários médicos, fichas de investigação epidemiológica, fichas de notificação de doenças, inquéritos epidemiológicos, estudos multicêntricos, pesquisas básicas, aplicadas e operacionais, levantamentos nacionais de prevalência de doenças...), em todos os programas, projetos, ações e atividades de atenção à saúde;

• Priorizar em todos os níveis do SUS, ações de combate à mortalidade precoce e evitável, na população com recorte

racial e de gênero, especialmente no que se refere à mortalidade infantil e materna;

• Estimular a participação e contribuição dos diversos saberes populares de modo a permitir que os espaços tradicionais de matriz africana sejam valorizados como pólos de difusão dos saberes e práticas de promoção da saúde da população negra;

• Implementar, no município, o Programa de prevenção e Assistência às pessoas portadoras de traço Falciforme ou

Anemia Falciforme segundo a Lei municipal 2186 de 14 de dezembro de 2005;

• Realizar seminários regionais e locais para sensibilizar gestores, profissionais e usuários de saúde sobre a questão étnico-racial e de gênero, utilizando metodologias participativas e com os movimentos sociais afins, dando destaque ao impacto do racismo na produção e manutenção das desigualdades, mortalidade e morbidade;

• Capacitar e sensibilizar os profissionais de saúde, quanto às doenças prevalentes na população com recorte étnico-

racial e sobre o racismo institucional;

• Capacitar os profissionais de saúde no Programa de Anemia Falciforme, com ênfase no programa de Saúde da Família e no Programa de Agentes Comunitários;

• Incluir as Organizações do Movimento Negro nas capacitações dos profissionais de saúde.

Page 35: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• Garantir formação que permitam a diferenciação das causas de mortalidade entre negros e não negros;

• Produzir e distribuir amplamente: manuais, cartilhas, folhetos e informações técnicas sobre a etiologia das doenças étnico-raciais e de gênero;

• Propor ao Conselho Municipal de Saúde a criação da Comissão de Saúde étnico-racial e que garanta a

representação do Movimento Negro;

• Estabelecer parcerias com rede de religiões Afro- brasileiras, na promoção da saúde, nos terreiros de candomblé,

Umbanda e outras religiões de matriz africana;

• Estabelecer parcerias com objetivo de garantir a participação direta do Movimento Negro na sensibilização e

capacitação para o combate do racismo;

• Estimular a participação e a contribuição dos diversos saberes populares, nas ações que envolvam informação,

formação e constituição de pesquisa;

• Promover pesquisas com recorte étnico-racial e de gênero no campo da saúde, utilizando seus resultados para melhoria da qualidade de atendimentos;

• Promover, em parceria com entidades não-governamentais, elaboração de estudos, mapeamento, diagnóstico e monitoramento das doenças prevalentes na população negra;

• Produzir estatísticas vitais e análises epidemiológicas da morbimortalidade por doenças geneticamente

determinadas ou agravadas pelas condições da vida dos afro-brasileiros;

• Desenvolver junto ao poder público executivo programas de educação e saúde, com promoção de campanhas

públicas de esclarecimento sobre saúde da população negra.

Page 36: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

ESPORTE

CULTURA

LAZER

Final Futsal Feminino - Embu/ 2007

Maracatu - Teatro Solano Trindade - Embu

Capoeira

Page 37: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

A influência da cultura africana no Brasil

A cultura africana chegou através dos povos escravizados trazidos para o Brasil em um longo período que durou de 1550 a 1850. A diversidade cultural da África refletiu na diversidade trazida pelos escravos, sendo eles pertencentes à diversas etnias, falando idiomas diferentes e de tradições distintas. Assim como a indígena, a cultura africana fora subjugada pelos colonizadores, sendo os escravos batizados antes de chegarem ao Brasil. Os negros legaram para a cultura brasileira uma enormidade de elementos: é evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o , uma palmeira africana da qual se extrai o Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o , o e o

Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o , terminaram dando origem à base rítmica do

e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o e o que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os

passos da

A Dança Afro-Contemporânea, propriamente dita, e as Danças Afro-brasileiras da cultura popular também se encontram em vários lugares do país, como Jongo, Tambor de Crioula, Maracatu, Samba de Roda, Moçambique, Congadas, entre outras do cotidiano de diversas regiões brasileiras.

dendezeiro azeite-de-dendê.vatapá caruru acarajé.

lundu maxixe, samba, choro, bossa-nova berimbau, o afoxé agogô,

capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial.

Page 38: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6.3 ESPORTE, CULTURA E LAZER

• Garantir formação aos profissionais das várias áreas, bem como equipamentos públicos destinados a cultura e ao esporte;

• Destaque e estudo de celebrações como capoeira, hip hop, congadas, moçambiques, maracatus, tambores de

criola, cacumbizas, rodas de samba, entre outras do cotidiano das diversas regiões brasileiras; • Incluir nos espaços culturais (bibliotecas, brinquedotecas e videotecas), os livros, artigos e objetos que valorizem a

igualdade de gênero e raça;

• Desenvolver programas que assegurem igualdade de oportunidade e de tratamento na político-cultural, bem como a proteção das manifestações culturais afro-brasileiras;

• Produzir e exibir documentário e vídeo sobre as ações de personagens negros e indígenas, homens e mulheres de

destaque na história brasileira, assim como sobre a história, os costumes e as práticas atuais e passadas;

• Valorização da cultura local, bem como a produção de documentários que contemplem os artistas municipais, com recorte étnico-racial e de gênero;

• Promover festividades e eventos de forma a manter vivas as tradições culturais, como música, dança e culinária.

• Oportunizar espaços de discussão e apresentar a diversidade cultural;

• Implementar uma cultura de solidariedade e respeito às diferenças;

• Implementar um calendário anual da cultura afro-brasileira, com atividades em diferentes áreas e setores;

• Desenvolver atividades de lazer e cultura relacionados ao viver afro-brasileiro;

• Criar e manter o museu da cultura e do viver afro-brasileiro.

Page 39: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA

Page 40: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Emprego e renda

Em 1999, o índice de rendimento médio na ocupação principal dos negros correspondeu a 48% do índice observado para a população branca 16,28%. Num estudo de 2004, Martins (3 ) , ao analisar os dados sobre a renda média da ocupação principal (padronizada para quarenta horas semanais), afirma que, todavia haja pequenas variações regionais em torno da média nacional, as disparidades de renda entre negros e brancos está presente em todas as regiões do país, independentemente, do nível de desenvolvimento, das condições específicas do mercado de trabalho (ainda que seja atribuído aos dois grupos o mesmo perfil educacional e sejam mantidos os diferenciais de remuneração observados para cada faixa de escolaridade). Conquanto a educação formal catalise a mobilidade social, as possibilidades de ascensão dos brancos, obtidas com o aumento do nível de escolaridade, são potencializadas com auxílio de sua rede social; para os negros, no entanto, o leque de oportunidades apresenta-se mais restrito, uma vez que as novas gerações (geralmente, mais escolarizadas) ainda não estabeleceram uma rede social que lhes ofereça o suporte necessário para mudança de status.Segundo Soares, se não houvesse discriminação racial e de gênero, as mulheres negras ganhariam, em média, cerca de 60,0% mais; as brancas receberiam em torno de 40,0% e os homens negros, entre 10% e 25% mais (dependendo do lugar ocupado na distribuição de renda). As disparidades de renda observadas entre os grupos de raça, cor e sexo não derivam da heterogeneidade da distribuição racial da população ou ainda da heterogeneidade dos níveis de educação formal no território brasileiro, mas sim do próprio mercado de trabalho, que gera segmentação ocupacional e discriminação salarial baseadas em raça, cor e sexo.

Page 41: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6.4 GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA

• Promover ou apoiar a realização de curso de capacitação técnica e gerencial para as mulheres e jovens, em

parceria com outros setores do governo, setor privado e organizações da sociedade civil;

• Promover a sustentabilidade administrativa e produtiva nos empreendimentos das mulheres, enfatizando, nesse

processo, sua capacitação para gerenciar, além do apoio público para comercialização;

• Incluir nos programas sociais, uma formação permanente, para que as mulheres possam enfrentar as desigualdades das relações de gênero e étnico-racial;

• Garantir o desenvolvimento de políticas de combate a feminilização da pobreza com base na proteção do trabalho da mulher, mediante incentivos específicos que contemplem as mulheres negras através de programa de

acesso, capacitação e treinamento para o mercado de trabalho;

• Apoiar técnica e financeiramente projetos de geração de trabalho e renda inseridos na lógica da economia solidária ou cooperativismo com foco nas famílias chefiadas por mulheres em especial mulheres negras;

• Promover a inclusão das organizações de mulheres nas articulações institucionais no território;

• Capacitar os(as) operadores (as) de crédito quanto a especificidades de gênero, raça e etnia;

• Divulgar, por meio de campanhas, informações sobre as linhas de crédito existentes e as formas de acesso para mulheres e grupos cultural e social discriminado;

• Realizar feiras e outras formas de comercialização dos produtos confeccionados pelas mulheres oriundas de

cooperativa e associações;

• Atender jovens mulheres de forma prioritária na linha de financiamento jovem empreendedor do programa de

geração de emprego e renda;

• Garantir o desenvolvimento de políticas de combate a feminilização da pobreza com base na proteção do

trabalho da mulher, mediante incentivos específicos que contemplem as mulheres negras através de programa de

acesso, capacitação e treinamento para o mercado de trabalho;

Page 42: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• Formar mulheres jovens e negras para atuação no setor de serviço;

• Criar escolas técnicas profissionalizantes com parceria entre governo municipal, estadual e federal através de convênios;

• Criar um centro de convivência para as crianças de mães que participam de curso a fim de garantir a

formação e possibilidade de ingresso no mercado de trabalho;

• Realizar campanha para valorização do trabalho doméstico;

• Realizar campanha para divulgação da legislação que garante os direitos das trabalhadoras domésticas;

• Apoiar programas de urbanização de favelas com especial atenção as mulheres chefes de família;

• Promover a autonomia econômica e financeira das mulheres e por meio de apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo e comércio;

• Apoiar técnica e financeiramente projetos de geração de trabalho e renda inseridos na lógica da economia solidária ou cooperativismo com foco nas famílias chefiadas por mulheres em especial mulheres negras;

• Criar e divulgar linha de crédito para jovens empreendedoras;

• Elaborar plano de desenvolvimento territorial segundo as dimensões de gênero e raça;

• Incentivo a criação de cooperativas para juventude com recorte de gênero e étnico-racial;

• Implantar, em parceria com entidades da sociedade civil e empresariado, centros de formação profissional para adolescentes e jovens.

Page 43: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

RELIGIOSIDADE

Exposição de artigos da religião de matriz africana - Embu/2007

Page 44: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

A Liberdade Religiosa

O estado é laico, ele não deve ter religião e sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Constituição Federal de 1988, afirma que todas as crenças e religiões são iguais perante a lei e todos devem ser tratados com igual respeito e consideração. Não esquecendo que as religiões de matriz-africana ficaram à margem da sociedade, sendo discriminadas, estigmatizadas e estereotipadas, levando os vivenciadores e simpatizantes dessas religiões ao empreendimento de uma luta de seus direitos de cidadania plena, evidenciando os valores civilizatórios e específicos que caracterizam essas religiões humana e ambiental, africanas e afro-brasileira. .

Page 45: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

6.5 RELIGIOSIDADE

• Incluir no acervo público (bibliotecas, espaços de leitura e pesquisa) produção, artigos e materiais adequados,

aos costumes e as práticas fundadas na religião afro-brasileira;

• Apoiar a divulgação de publicações relacionadas com o exercício e a difusão da religião de matriz africana;

• Incentivar e apoiar as iniciativas da sociedade civil organizada nas questões relacionadas às religiões de matriz africana;

• Reconhecer que as casas de religiões de matriz africana seja um espaço político de resistência étnico-racial;

• Reconhecer, garantir e proteger o direito de crença e o livre exercício dos cultos religiosos afro-brasileiros;

• Reconhecer os espaços de religião de matriz africana como quilombo urbano;

• Reconhecer o entorno das casas de religiões de matriz africana como área de cultura e preservação do meio-ambiente;

• Mapear no município as casas de religião de matriz africana;

• Planejar e promover a realização de estudo e debates temáticos sobre as religiões, a fim de promover a igualdade racial, objetivando eliminar todas as formas de discriminação étnico-racial;

• Isentar, de taxas tributárias, as casas de religião de matriz africana, reconhecendo a mesma como religião e espaço sagrado.

Page 46: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Ações afirmativas: Políticas públicas compensatórias, voltadas para reverter as tendências históricas que conferiram a grupos sociais uma posição de desvantagem, particularmente nas áreas de educação e do trabalho. Afro-brasileiro: Adjetivo usado para referir-se à parcela significativa da população brasileira com ascendência parcial ou totalmente africana. Discriminação racial: Segregação, separação e apartação racial. Atitudes que visam separar as raças, baseadas em idéias preconceituosas.

Eqüidade: Disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um; justiça.

Etnia: População ou grupo social que apresenta relativa homogeneidade cultural e lingüísticas, compartilhando história e origem comuns. Vem sendo usada em substituição a termos como nação, povo e raça. Etnocentrismo: Visão de mundo que considera o grupo a que o indivíduo pertence o centro de tudo. Elegendo-o como o mais correto e como padrão cultural a ser seguido por todos, considera os outros, de alguma forma

diferentes, como inferiores.

Gênero: Antrop. A forma como se manifesta, social e culturalmente, a identidade sexual dos indivíduos. Preconceito: Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. Quilombo urbano: É um conceito que reconhece também a história de resistência cultural e de afirmação da identidade afro-brasileira em grandes centros urbanos. Raça: Conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade, embora variem de indivíduo para indivíduo. Racismo: Crença na superioridade biológica, cultural e moral de uma raça sobre a outra.

7. Glossário

Page 47: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

8. BIBLIOGRAFIA

ADORNO, E; COUTO, FD; MOURA NETO, JP. Triagem neonatal: estudo de hemoglobinopatias em um grupo de recém-nascidos da cidade do Salvador-BA. NewsLab; 2002, 50.

ALVARES F°, F; NAOUM, PC; MOREIRA, HW; Distribuición geográfica etária y racial de Ia hemoglobina en Brasil. Sangre; 1995, 40(2): 97-102.

AMORIM, T; PRATES, S; PURIFICAÇÃO, AC. Incidência de hemoglobinopatias na cidade de Salvador-Bahia: um estudo de base populacional. Serviço de Referência em Triagem Neonatal, APAE-Salvador, 2004.

BORGES, R. Fórum para Igualdade Racial entre Estados e Municípios São Paulo: Fundação Friedrich Ebert, 2005.

CARVALHO, M.; MACHADO, K. Saúde da População Negra - Invisibilidade a maior das dores. Radis Comunicação em Saúde; 2004, 20.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: CNE, 2004.

COUTO, FD; MOURA NETO, JP; ALBUQUERQUE, A . Talassemia- 2, deleção 3.7 Kb e heterozigose para hemoglobina C na gestação - uma análise hematológica e molecular. NewsLab; 2001,48.

COUTO, J. A construção do Brasil: ameríndios, portugueses e africanos do início do povoamento a finais de quinhentos. 2.ed. Lisboa: Cosmos, 1997.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - ONU, 1948.

DIEESE. Convênio DIEESE/SEAD, MTE/FAT e convênios regionais. PED - Pesquisa de emprego e Desemprego. 2004. http//: www.dieese.gov.br.

EDUCAÇÃO AFRICANIDADES - BRASIL. MEC/ SECAD, 2006.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) - Lei Federal 8069/90.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP/FDE, 1994.

GONÇALVES, MS; BOMFIM, GC; MACIEL, E ecol. s-haplotypes in sickle cell anemia patlents from Salvador, Bahia, Northeastern Brazil. Brazilian journal of Medical and Biológica! Research; 2003, 36(10).

Page 48: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

GORDILHO, A. Limites do Habitat: segregação em exclusão na configuração urbana contemporânea de Salvador e perspectivas para o final do século 20. Salvador- EDUFBA, 2000.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo; Ed. 34, 1999. 240 p.

HÉLIO, S. DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL. www2.mre.gov.br/ipri/Rodrigo/RACISMO/SAOPAULO%5CPapers%5C1-Helio%20Santos.rtf -

IBGE, Instituto brasileiro de geografia e estatística. Indicadores Sociais Mínimos. Censo 2000.www.ibge.gov.br/ibge/estastística/população/condiçãodevida/indicadoresminimos

____. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de índices de Preços. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. IBGE, 2004.

____. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

LEÃO, LSCS; ARAÚJO, LMB; MORAES, LTLP; Prevalência de obesidade em escolares de Salvador, Bahia. Arq. Brás. Endocrinol. Metab; 2003, 47(2): 151-7.

LODY, R. Candomblé. Religião e resistência cultural. São Paulo, Ática, 1987.

LOPES, Ana Lúcia. Caminhos e descaminhos da inclusão: o aluno negro no sistema educacional. Tese de Doutoramento em Antropologia Social. USP. São Paulo, 2006.

LOPES, F. Saúde da População negra no Brasil: Contribuições para o programa da equidade. [Relatório Final Convênio UNESCO Projeto 914BRA3002]. Brasília: FUNASA/MS, 2004.

_____. Para além das barreiras dos números: desigualdades raciais e saúde. Boletim Epidemiológico Paulista; 2006, 3(6): 13-21. MARTINS, RB. Desigualdades Raciais no Brasil. http:/www.ipea.gov.br/desigualdades raciais

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Gestão da Saúde Pública. Indicadores Municipais de Saúde. http://portal.saude.gov.br/saude.

_____. Saúde da População Negra: construindo políticas universais e equânimes no Brasil. Brasília: Ministério da saúde, 2001. http:// dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/populacao_negra.pdf

Page 49: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Textos Básicos Seminário Nacional de Saúde da População Negra; Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

OLIVEIRA, F. Por uma bioética não sexista, anti-racista e libertária. In: Estudo Feministas, 3(2), 1995.

OLIVEIRA, F. Saúde da População Negra. Brasil, ano 2001. Organização Pan-americana da Saúde/OMS. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília, 2002.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Política Nacional de Saúde da População Negra. Uma questão de equidade, 2002.

PAIXÃO, M. Desenvolvimento Humano e Desigualdades Étnicas no Brasil: um retrato de final de século. Proposta, Rio de Janeiro, Fase; 2000, 98:30-52.

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBU - http:// www.embu.sp.gov.br

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DESENVOLVIMENTO HUMANO. Atlas de desenvolvimento humano no Brasil. Http://:www.pnud.org.br/atlas.

PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS ESCOLARES, cad. 1 a 5. Brasília, 2006.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR, Fórum Comunitário de Combate à Violência. Relatório do Observatório da Violência, 2005.

http:// dtr2002.saude.gov.br/saudenegra/

Page 50: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• A cor púrpura: trata dos conflitos entre brancos e negros escravizados no período de colonização dos Estados Unidos.

• A Lista de Schindler: com algumas cenas reais, relata o racismo contra os judeus durante o período nazista de Hitler. Direção de Steven Spielberg.

• Amistad: a história ocorre em um navio negreiro (1997). Direção de Steven Spielberg.

• Ao mestre com carinho I: professor negro chega para trabalhar com alunos indisciplinados e consegue fazer um excelente trabalho.

• Código de Honra: mostra o preconceito contra os judeus dentro de uma escola, onde as pessoas se revelam entre

injustiça e situação de desrespeito.

• Duelo de Titãs: dois homens superam suas diferenças raciais e transformam um grupo de jovens hostis após negros em

um time campeão.

• O Guarani: relata o caso de amor proibido entre Peri e Ceci, causado pelo preconceito entre índios e brancos (Brasil).

• Hotel Ruanda: O filme é uma co-produção da Itália, Reino Unido e África do Sul, e relata a história real de Paul

Rusesabagina, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994.

• Gandhi: relata a vida deste pacifista indiano e sua estratégia de luta por justiça para libertar a Índia da Inglaterra e

chegar à luz.

• Homens de Honra: História inspirada na determinação de um homem negro e pobre que queria ser mergulhador de elite da Marinha Norte-Americana, enfrentando a oposição do chefe branco.

• Kiriku e a feiticeira/ Kiriku e os animais selvagens: desenho no qual o menino (Kiriku), com dons especiais, deve salvar a aldeia de uma cruel feiticeira (Karabá). Baseado em uma lenda da África Ocidental.

9. VIDEOGRAFIA

Page 51: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• O poder de um jovem: Mostra que uma só pessoa pode fazer diferença em mudar uma situação (África do Sul).

• O preço do desafio: baseado em fatos reais, um professor vai lecionar e encontra gangues de drogados e muito preconceito contra os hispânicos. Ele desafia os alunos a mudarem suas vidas.

• Os donos da Rua: Sobre gangues dos EUA.

• Os últimos rebeldes: Mostra a Alemanha de Hitler.

• Quilombo: Resgata a história do movimento de resistência negra em Quilombo de Palmares.

• Raízes: Retrata o período de colonização norte-americana e os conflitos advindos da escravização dos negros.

• Um grito de Liberdade: Historia real, passada na África do Sul, sobre o líder negro Steve Biko.

• Quase dois irmãos: Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas, para negociar um projeto social na favela. De origens diferentes, eles se tornaram

amigosdécada de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.

• Adivinhe quem vem para jantar: Um casal de classe média americana precisa reavaliar seus princípios quando

descobre que sua filha está namorando um rapaz negro inteligente e de promissora carreira.

• Ao mestre com carinho II: Em vias de se aposentar, depois de dar aulas por 30 anos numa escola de um bairro da

classe operário de Londres, o professor Mark Thackeray (Sidney Poitier) aceita o convite para lecionar nos Estados

Unidos, numa escola da região sul de Chicago. Mas seu verdadeiro objetivo em Chicago e voltar a encontrar seu

primeiro amor, uma mulher que conheceu ha mais de 30 anos na Guiana. Quando reencontra sua antiga amante, Mark se vê em grandes dificuldades tendo de lidar com alunos muito indisciplinados em sua nova cidade.

• Questão de pele: sinopse não encontrada

• Sarafina: Sarafina é uma aluna negra, que relata a história sobre a forma de uma carta dirigida a Nelson Mandela e que, como tantos outros adolescentes, se sente revoltada face às injustiças do sistema. Um sistema que as incentiva a

estudar para terem uma hipótese de vida mas que nunca lhes explica declaradamente que nunca terão uma hipótese de igualdade social.

Page 52: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• Tempo de Matar: Em Canton, no Mississipi, dois brancos espancam e estupram uma menina negra de dez anos. Eles

são presos, mas quando estão sendo levados ao tribunal para terem o valor da sua fiança decretada o pai da garota (Samuel L. Jackson) decide fazer justiça com as próprias mãos e mata os dois na frente de diversas testemunhas, além de acidentalmente ferir seriamente um policial.

• Uma história América: Derek (Edward Norton) busca vazão para suas agruras tornando-se líder de uma gangue de

racistas. A violência o leva a um assassinato, e ele é preso pelo crime. Três anos mais tarde, ele sai da prisão, e tem que convencer seu irmão (Edward Furlong), que está prestes a assumir a liderança do grupo, a não trilhar o mesmo caminho.

• Filhas do vento: Aborda a trajetória de duas gerações de uma família negra no interior de Minas Gerais.

• Vista minha pele: Baseia-se em uma história invertida: os negros compõem a classe dominante enquanto os brancos

como escravos. Oferece material útil para reflexão sobre racismo e preconceito em sala de aula.

• A procura da felicidade: Um homem torna-se estagiário, sem remuneração, na esperança de ser futuramente contratado. Porém ele enfrenta vários problemas financeiros, que fazem com que ele e seu filho de 5 anos sejam despejados. Dirigido por Gabriele Muccino (O Último Beijo) e com Will Smith e Thandie Newton no elenco. Recebeu uma indicação ao Oscar.

• Bopha: Quer dizer prisão, detenção na língua Zulu. A história de um policial que tem problemas com o filho que se

une aos rebeldes que lutam a favor da liberdade.

• Conrack: Um homem branco chega a uma ilha, quase inteiramente habitada por negros, com o objetivo de dar aulas na escola local. Lá ele enfrenta resistências para poder dar uma educação melhor aos seus alunos. Dirigido por Martin Ritt (Stanley & Iris) e com Jon Voight e Hume Cronyn no elenco.

• Duro Aprendizado: Malik (Omar Epps) é um estudante negro tentando conseguir uma bolsa de estudos. O problema

é que ele não é muito chegado nos estudos e acha que suas qualidades atléticas serão suficientes para conseguir o benefício na universidade.

• Faça a coisa certa: Em um bairro onde a maioria da população é predominantemente negra, Buggin' Out

(Giancarlo Espósito), um ativista, exige que Sal (Danny Aiello), um dono de uma pizzaria, troque as fotos de seus ídolos brancos do local por fotos de ídolos negros. Quando tem seu pedido negado, o ativista passa a organizar um boicote contra a pizzaria de Sal.

Page 53: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

• Febre da Selva: Mais uma vez, Spike Lee leva ao cinema um conflito racial típico da sociedade norte-americana.

Aqui, Flipper é um homem negro, casado e bem sucedido (Wesley Snipes), que passa a ter um caso extra-conjugal com Angie (Annabella Sciorra), uma colega de trabalho branca.

• Mentes Perigosas: Dangerous Minds, EUA, 1995)Michelle Pfeiffer é escalada para viver as memórias da professora do

Ensino Médio LouAnne Jonhson, uma ex-fuzileira naval que demonstra o verdadeiro valor da educação para um grupo de delinqüentes

• A negação do Brasil: Um documentário sobre tabus, preconceitos e estereótipos raciais. Uma história das lutas dos

atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela.

• A exceção e a regra: O filme investiga como as vitimas de racismo no mercado de trabalho que procuram pela justiça brasileira são acolhidos, e que desencadeamento e desfecho tem as suas denúncias.

• Malcom X: (três fitas): relata a vida deste líder negro norte-americano.

• Maré vermelha: Dois lideres, um negro e o outro branco, vivem em competição.

• Mississipi em chamas: atuação brutal do membros da Ku Klux Klan, nos EUA.

Page 54: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

10- ACERVO DE LIVROS (mais recentes) das Escolas Municipais e Biblioteca da Secretaria de Educação

- ALMEIDA, Gergilda de. BRUNA E A GALINHA D'ANGOLA. Editora Pallas.

- BARBOSA, Rogério Andrade. UMA IDÉIA LUMINOSA. Rio de Janeiro: Pallas, 2007.

- ________. HISTÓRIAS AFRICANAS PARA CONTAR E RECONTAR. Editora do Brasil.

- BRAZ, Júlio Emílio. SIKULUME E OUTROS CONTOS AFRICANOS. Rio de janeiro: Pallas, 2005.

- BUENO, Mariângela e col. DO ANCESTRAL DO HOMEM AO HOMEM. Callis.

- CASCUDO, Luis da Câmara. A PRINCESA DE BAMBULUÁ. Editora Global.

- COLEÇÃO: Contos do mundo da literatura e diversidade. Edições SM, 4 vol.

- COLEÇÃO: Pequenas histórias dos homens refletindo sobre a história da humanidade. Edições SM, 3 vol.

- GASPAR, Eneida D. FALANDO BANTO. Rio de Janeiro: Pallas, 2007.

- LODY, Paul. SEIS PEQUENOS CONTOS AFRICANOS. Editora Pallas. - MACHADO, Ana Maria. MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA. Editora Ática.

- MEU DIREITO EU NÃO LARGO - Conversando sobre direito. Editora Escala.

- NEM TODO MUNDO BRINCA ASSIM - Conversando sobre identidade cultural. Editora Escala.

- NÚCLEO DE ESTUDOS NEGROS. As idéias racistas, os negros e a educação. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

- ________. Educação Popular afro-brasileira. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

-________. Multiculturalismo e a Pedagogia Multirracial e Popular. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

Page 55: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

_______. Negros e Currículo. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

- _______. Negros, Territórios e Educação. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2000.

-_______. Os negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

- _______. Os negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural II. Série pensamento negro em educação. Santa Catarina: Atilènde, 2002.

- PANTOJA, Selma & ROCHA, Maria José. ROMPENDO SILÊNCIOS: História da África nos currículos da Educação Básica. Brasília: DP Comunicações, 2004.

- PRANDI, Reginaldo. Ifá, o advinho.

- ROCHA, Rosa Maria de Carvalho. ALMANAQUE PEDAGÓGICO AFROBRASILEIRO: Uma proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. Editora Nzinga.

- ROSA, Sônia. A LENDA DO TIMBÓ. Rio de Janeiro: Pallas, 2007.

_______. COLEÇÃO LEMBRANÇAS AFRICANAS. Editora Pallas.

- ______. O MENINO NITO. Editora Pallas.

- VETILLO, Walter. COLEÇÃO SAGA DE HERÓIS (ZUMBI...), Editora Escala, 4 vol.

Page 56: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

11. ANEXOS

Art. 1º Fica criado, no Município de Embu, o Programa de Prevenção e Assistência às Pessoas Portadoras do Traço Falciforme ou Anemia Falciforme. Art. 2º O Poder Executivo garantirá a participação de técnicos e representantes de portadores de Anemia Falciforme no grupo de trabalho, a ser constituído para a implantação do Programa. Art. 3º Fica assegurado o exame diagnóstico de hemoglobinopatias à todas as crianças recém-nascidas, que deverá ser realizado na Maternidade Municipal e nas Unidades Básicas de Saúde. Parágrafo único. O exame diagnóstico tratado no "caput" deverá ser assegurado a todos os cidadãos sob indicação médica da rede pública municipal. Art. 4º A Prefeitura deverá garantir: I - o programa completo de vacinas, definido por especialistas, à todas as pessoas com Anemia Falciforme, inclusive àquelas que não constem da programação oficial de vacinação, visando a prevenção de agravos; II - o fornecimento de toda medicação necessária ao tratamento, que faça parte da grade de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde. Art. 5º Aos parceiros e parceiras com maior probabilidade de risco, deverá ser assegurado aconselhamento médico e acesso a todas as informações técnicas. Parágrafo único. Fica assegurado o acesso a atividades de planejamento familiar e a métodos contraceptivos para os casais em situação de risco.

GERALDO LEITE DA CRUZ, Prefeito,

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL APROVOU E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:

LEI MUNICIPAL Nº 2.186, DE 14/12/2005 Institui o Programa de Prevenção e Assistência às Pessoas Portadoras de Traço Falciforme ou Anemia

Falciforme e dá outras providências

Page 57: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

(CONTINUAÇÃO)

Art. 6º Deverá constar, de toda programação de pré-natal, o exame e a orientação sobre os riscos e agravos que podem ser ocasionados através da Anemia Falciforme.

Art. 7º A gestante com Anemia Falciforme deverá ter acompanhamento especializado durante a especialização do pré-

natal e garantida a assistência ao parto em nível local ou regional. Parágrafo único. Fica assegurado o tratamento integral às gestantes que venham a sofrer aborto incompleto, durante a

gestação, em decorrência desta doença.

Art. 8º A Secretaria Municipal de Saúde deverá desenvolver sistema de informação e acompanhamento das pessoas que

apresentarem Traço Falciforme ou Anemia Falciforme, organizando um cadastro específico.

Parágrafo único. A comunicação dos casos positivos deverá ser feita à Secretaria Municipal de Saúde, pela Maternidade

Municipal e Unidades Básicas de Saúde, assim, que diagnosticados através de exames.

Art. 9º A Secretaria Municipal de Saúde organizará seminários, cursos e treinamentos, com objetivo de capacitar os

profissionais de saúde, em especial Pediatras, Obstetras, Clínicos Gerais, Ginecologistas e Hematologistas.

Art. 10. O Programa de Prevenção e Assistência às Pessoas Portadoras de Traço Falciforme ou Anemia Falciforme, deverá

apresentar ações educativas, de caráter eventual e permanente, com ou sem a parceria da iniciativa privada, em que

deverão constar: I - campanhas educativas de massa;

II - elaboração de cadernos técnicos para profissionais da rede pública de saúde e educação;

III - elaboração de cartilhas e folhetos explicativos para a população e

IV - campanhas específicas para adolescentes da rede escolar do Município.

Art. 11. Às pessoas portadoras de Anemia Falciforme, fica assegurada a atenção básica integral pela Prefeitura, garantindo

atendimento ambulatorial de referência para o Município, com recursos tecnológicos e profissionais especializados.

Art. 12. A Secretaria Municipal de Saúde deverá disponibilizar ambulância para atendimentos emergenciais, no intuito de

atender e conduzir os pacientes para hospitais, sob indicação médica.

Page 58: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

(CONTINUAÇÃO)

Art. 13. A Prefeitura do Município de Embu, deverá divulgar através dos meios de comunicação, o Programa de

Prevenção e Assistência aos Portadores do Traço Falciforme ou Anemia Falciforme, garantindo o acesso as

informações a toda população.

Art. 14. O Poder Executivo fica autorizado a estabelecer convênios e parcerias com órgãos públicos e privados,

com a finalidade de assegurar a implantação e o desenvolvimento do referido Programa.

Art. 15. O Programa de Prevenção e Assistência às Pessoas Portadoras de Traço Falciforme ou Anemia Falciforme

será implantado em 90 dias a partir da publicação desta Lei.

Art. 16. O Poder Executivo deverá editar Decreto regulamentar para implantação do referido Programa.

Art. 17. As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Page 59: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.

“Art. 26-A. N

oAltera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de o1996, modificada pela Lei n 10.639, de 9 de

janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura A f r o - B r a s i l e i r a e I n d í g e n a ” .

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

o oArt. 1 O art. 26-A da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

os estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

o§ 1 O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

o§ 2 Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)

oArt. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.o oBrasília, 10 de março de 2008; 187 da Independência e 120 da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAFernando Haddad

Page 60: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 10.639, DE 09 DE JANEIRO DE 2003..

oAltera a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá o u t r a s p r o v i d ê n c i a s .

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:o oArt. 1 A Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

o§ 1 O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

o§ 2 Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

o§ 3 (VETADO)”

"Art. 79-A. (VETADO)”

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”oArt. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

o oBrasília, 9 de janeiro de 2003; 182 da Independência e 115 da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Page 61: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBUESTADO DE SÃO PAULO

LEI MUNICIPAL Nº 2078, 01/12/2003

Dispõe sobre indicação ao executivo para instituir como feriado municipal o dia da consciência negra (20 de novembro) e dá providências correlatas.

GERALDO LEITE DA CRUZ, Prefeito:

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL APROVOU E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º Fica instituído feriado municipal o dia 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra.

Art. 2º (Este artigo foi revogado pelo art. 2º da Lei Municipal nº 2.285, de 09.11.2007).

Art. 3º Caberá à Secretaria Municipal de Educação, em conjunto com toda a rede de ensino instalada no Município da Estância Turística de Embu, promover na semana que compreender essa data, com o corpo docente e servidores das escolas, debates, palestras ou qualquer outra forma de manifestação cultural ou artística, visando a discussão do racismo no Brasil.

Parágrafo único. Tais atividades visam regulamentar o estabelecido na Lei nº 1.392 de 02 de dezembro de 1991.

Art. 4º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de Dotações Orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Embu, 1º de dezembro de 2003GERALDO LEITE DA CRUZ

Prefeito

Page 62: PLANO MUNICIPAL GENERO E RAÇA - Prefeitura de Embu …embudasartes.sp.gov.br/e-gov/public/arquivos/2008/PLANO_MUNICIPAL... · Ossain - protetor da natureza/ patrono das folhas. PLANO

PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE EMBUESTADO DE SÃO PAULO

LEI MUNICIPAL Nº 2285, 09/11/2007

Dispõe sobre alterações à Lei 2078, de1º dezembro de 2003 e dá outras providências correlatas

GERALDO LEITE DA CRUZ, Prefeito:

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL APROVOU E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º Fica alterado o artigo 1º da Lei nº 2.078 de 1º de dezembro de 2003, que passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º Fica instituído feriado municipal o dia 20 de Novembro - Dia da Consciência Negra.”

Art. 2º Fica revogado em todos os seus termos o artigo 2º da Lei nº 2.078 de 1º de dezembro de 2003.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Embu, 09 de novembro de 2007.GERALDO LEITE DA CRUZ

Prefeito