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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO ALVORADA DO NORTE/GO PRODUTO D - RELATÓRIO DA PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NOVEMBRO/2018

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

ALVORADA DO NORTE/GO

PRODUTO D - RELATÓRIO DA PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO  

NOVEMBRO/2018

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

APRESENTAÇÃO

O presente documento compreende o Produto D - Relatório de Prospectiva e

Planejamento Estratégico do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) relativo ao

Convênio n° 032/2011- celebrado entre a Prefeitura Municipal de Alvorada do Norte e a

Fundação Nacional da Saúde (FUNASA).

Este PMSB contempla os Produtos descritos a seguir, como forma de integrar o

Estado e o município, na promoção do saneamento nas áreas urbana, rural e entorno do

município:

Produto A: Decreto Municipal;

Produto B: Plano de Mobilização Social;

Produto C: Relatório de Diagnostico Técnico Participativo;

Produto D: Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico;

Produto E: Relatório dos Programas, Projetos e Ações;

Produto F: Plano de Execução;

Produto G: Minuta de Projeto de Lei do PMSB;

Produto H: Relatório sobre os indicadores de desempenho do PMSB;

Produto I: Sistema de Informação;

Produto J: Relatório Simplificado das Atividades Desenvolvidas;

Produto K: Relatório final do PMSB.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de Matriz S.W.O.T. ................................................................................... 10

Figura 2 - Croqui do sistema de captação de águas pluviais. ............................................... 83

Figura 3 – Esquema do sistema de tratamento da fossa séptica. ......................................... 91

Figura 4 - Folder de instrução sobre a fossa séptica sustentável. ........................................ 93

Figura 5 - Foto de fossa ecológica instalada. ........................................................................ 94

Figura 6 - Exemplo de dissipador de energia. ....................................................................... 99

Figura 7 - Exemplo de bacia de retenção. ............................................................................. 99

Figura 8 - Exemplo de vala de infiltração. ........................................................................... 100

Figura 9 - Exemplos de bocas de lobo. ............................................................................... 106

Figura 10 - exemplos de medidas para controle de escoamento na fonte. ......................... 108

Figura 11 - Tipos de identificação de embalagens de resíduos perigosos, conforme NBR

7500. .................................................................................................................................... 129

Figura 12 - Ecoponto em Caxias do Sul - RS. ..................................................................... 132

Figura 13 - Locais de entrega voluntária no município de Cubatão - SP ............................ 134

Figura 14 - Croqui de ATT - Área de Triagem e Transbordo. .............................................. 135

Figura 15 - Modelo de Central de Triagem, Compostagem e Transbordo. ......................... 136

Figura 16. Logística reversa e responsabilidade compartilhada. ........................................ 138

Figura 17 - Mapa de possíveis áreas de localização do aterro para o consórcio. ............... 144

Figura 18 - Caminhão coletor compactador adaptado para coleta de resíduos recicláveis. 148

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Abastecimento de Água. ..................................... 11

Tabela 2 - Forças do sistema de abastecimento de água. .................................................... 11

Tabela 3 - Fraquezas do sistema de abastecimento de água. .............................................. 12

Tabela 4 - Oportunidades do sistema de abastecimento de água. ....................................... 13

Tabela 5 - Ameaças do sistema de abastecimento de água. ................................................ 14

Tabela 6 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Esgotamento Sanitário. ....................................... 15

Tabela 7 - Forças do sistema de esgotamento sanitário. ...................................................... 15

Tabela 8 - Fraquezas do sistema de esgotamento sanitário. ................................................ 16

Tabela 9 - Oportunidades do sistema de esgotamento sanitário. ......................................... 16

Tabela 10 - Ameaças do sistema de esgotamento sanitário. ................................................ 17

Tabela 11 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.

............................................................................................................................................... 18

Tabela 12 - Forças do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. .............. 18

Tabela 13 - Fraquezas do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. ........ 19

Tabela 14 - Oportunidades do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. .. 20

Tabela 15 - Ameaças do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. .......... 21

Tabela 16 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.

............................................................................................................................................... 22

Tabela 17 - Forças do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. ............... 22

Tabela 18 - Fraquezas do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. ......... 23

Tabela 19 - Oportunidades do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. .. 24

Tabela 20 - Ameaças do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. ........... 25

Tabela 21 - Matriz S.W.O.T da Gestão dos Serviços de Saneamento. ................................ 26

Tabela 22 - Forças da gestão dos serviços de saneamento. ................................................ 26

Tabela 23 - Fraquezas da gestão dos serviços de saneamento. .......................................... 27

Tabela 24 - Oportunidades da gestão dos serviços de saneamento. ................................... 27

Tabela 25 - Ameaças da gestão dos serviços de saneamento. ............................................ 28

Tabela 26 – Objetivos e metas para o sistema de abastecimento de água de Alvorada do

Norte. ..................................................................................................................................... 31

Tabela 27 - Objetivos e metas para o sistema de esgotamento sanitário. ............................ 42

Tabela 28 - Objetivos e metas para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas

pluviais. .................................................................................................................................. 47

Tabela 29 - Objetivos e metas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos.................................................................................................................................... 55

Tabela 30 - Objetivos e metas para a gestão dos serviços de saneamento. ........................ 65

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

Tabela 31 - Razão de crescimento populacional observada em alvorada do norte. ............. 70

Tabela 32 - Projeção populacional ao longo de 20 anos ....................................................... 71

Tabela 33 - Projeção da demanda anual de água para toda a área de planejamento ao longo

dos 20 anos. .......................................................................................................................... 78

Tabela 34 - Estruturação dos usos da água nos sistemas de abastecimento de água. ....... 79

Tabela 35 - Tipos de vazamentos e ações de combate a perdas reais (físicas). .................. 81

Tabela 36 - Tipos de perdas aparentes (comerciais) e ações de combate. .......................... 82

Tabela 37 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de falta de água

generalizada. ......................................................................................................................... 85

Tabela 38 – Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de falta de água

parcial ou localizada. ............................................................................................................. 85

Tabela 39 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de contaminação

da água. ................................................................................................................................. 85

Tabela 40 - Projeção da geração anual de esgoto para a zona urbana ao longo do horizonte

de projeto de 20 anos. ........................................................................................................... 87

Tabela 41 - Estimativa de carga de DBO gerada ao ano. ..................................................... 89

Tabela 42 - Grau de eficiência de remoção de DBO conforme projeto da ETE. ................... 90

Tabela 43 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de contaminação

de solo, curso hídrico ou lençol freático. ............................................................................... 96

Tabela 44 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de

extravasamento de esgoto em ETE por paralisação do funcionamento desta unidade de

tratamento. ............................................................................................................................. 96

Tabela 45 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de

extravasamento de esgoto em estações elevatórias. ............................................................ 97

Tabela 46 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de rompimento

de coletores, interceptadores e emissários. .......................................................................... 97

Tabela 47 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de retorno de

esgoto nos imóveis. ............................................................................................................... 97

Tabela 48 - Ações para emergências e contingências referentes à drenagem urbana e

manejo de águas pluviais. ................................................................................................... 111

Tabela 49 - Estimativas de geração per capita de resíduos sólidos urbanos conforme a faixa

populacional de Alvorada do Norte. ..................................................................................... 113

Tabela 50 - Dados para cálculo de estimativa de resíduos sólidos gerados. ...................... 114

Tabela 51 - Planilha com estimativas anuais dos volumes de produção de resíduos sólidos

urbanos e percentuais de atendimento pelo sistema de limpeza urbana. ........................... 116

Tabela 52 - Percentuais de atendimento pelo sistema de manejo de resíduos sólidos. ..... 117

Tabela 53 - Estimativa de geração de RSS. ........................................................................ 117

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

Tabela 54 - Estimativa de geração de RCD. ....................................................................... 117

Tabela 55 - Método para cálculo das taxas de manejo de resíduos sólidos. ...................... 119

Tabela 56 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos dos

serviços públicos de saneamento básico. ........................................................................... 122

Tabela 57 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos dos

serviços de saúde. ............................................................................................................... 123

Tabela 58 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos

industriais. ............................................................................................................................ 124

Tabela 59 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos de

construção civil. ................................................................................................................... 125

Tabela 60 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos

agrossilvopastoris. ............................................................................................................... 126

Tabela 61 - Responsabilidade de Implementação e Operacionalização dos Planos de

Resíduos. ............................................................................................................................. 127

Tabela 62 - Tipos de Acondicionamento para Transporte Terrestre de Resíduos .............. 128

Tabela 63 - Padrão de cores para identificação de recipientes para descarte seletivo de

resíduos. .............................................................................................................................. 134

Tabela 64 - Etapas do gerenciamento e responsabilidades - Coleta Seletiva e Logística

Reversa. .............................................................................................................................. 139

Tabela 65- Ações para emergências e contingências referentes ao manejo de resíduos

sólidos.................................................................................................................................. 153

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 8

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 8

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 8

3 ESTRUTURAÇÃO DA PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..... 9

3.1 Análise S.W.O.T. do Saneamento Básico Municipal ................................................... 9

3.1.1 Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................ 10

3.1.2 Sistema de Esgotamento Sanitário .............................................................................. 14

3.1.3 Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais........................................ 17

3.1.4 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ...................................... 21

3.1.5 Gestão dos Serviços de Saneamento .......................................................................... 25

3.2 Cenários, Objetivos e Metas ........................................................................................ 28

3.2.1 Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................ 29

3.2.2 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Abastecimento de Água ................ 33

3.2.3 Sistema de Esgotamento Sanitário .............................................................................. 40

3.2.4 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Esgotamento Sanitário .................. 43

3.2.5 Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais........................................ 45

3.2.6 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de

Águas Pluviais ....................................................................................................................... 49

3.2.7 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ...................................... 53

3.2.8 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de

Resíduos Sólidos ................................................................................................................... 57

3.2.9 Gestão dos Serviços de Saneamento .......................................................................... 63

3.3 Projeção de Demandas e Prospectivas Técnicas ..................................................... 69

3.3.1 Projeção populacional .................................................................................................. 69

3.3.2 Análise das alternativas de gestão e prestação dos serviços ...................................... 71

3.3.3 Prospectivas para o Sistema de Abastecimento de Água............................................ 75

3.3.4 Prospectivas para o Sistema de Esgotamento Sanitário ............................................. 86

3.3.5 Prospectiva para o Sistema Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais .............. 98

3.3.6 Prospectiva para o Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ..... 113

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 156

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 157

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 7

1 INTRODUÇÃO

A Lei Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007) instituiu em seu Art. 9º

que o titular dos serviços formulará a respectiva Política Municipal de Saneamento Básico e

o Plano Municipal de Saneamento Básico.

A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico é indispensável para

formular ideias e ações a serem executadas para a melhoria da qualidade de vida dos

cidadãos, visando em conjunto com os gestores municipais, alcançar o máximo de

desenvolvimento e organização de um município.

Neste entendimento, o PMSB é um instrumento fundamental de gestão para que os

gestores públicos possam contratar ou conceder os serviços de abastecimento de água,

esgotamento sanitário, drenagem urbanas e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e

manejo dos resíduos sólidos.

Assim, este Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico, parte integrante do

Plano Municipal de Saneamento Básico, trata-se de um documento básico do planejamento,

contemplando uma análise estratégica do diagnóstico do saneamento básico municipal,

identificação de cenários futuros possíveis e desejáveis e propostas de objetivos e metas

para o alcance dos anseios da população de Alvorada do Norte.

Ainda, neste Relatório, são propostos objetivos, metas e as respectivas tecnologias

considerando os princípios previstos na Lei Federal de Saneamento Básico:

Universalização do acesso com integralidade das ações, segurança,

qualidade e regularidade na prestação dos serviços;

Promoção da saúde pública, segurança da vida e do patrimônio, proteção do

meio ambiente;

Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, saúde, proteção

ambiental e interesse social;

Adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais;

Uso de soluções graduais e progressivas e integração com a gestão e ciente

de recursos hídricos;

Gestão com transparência baseada em sistemas de informações, processos

decisórios institucionalizados e controle social;

Promoção da eficiência e sustentabilidade econômica, considerando à

capacidade de pagamento dos usuários.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 8

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Elaborar as estratégias de atuação para melhoria das condições dos serviços de

saneamento básico na cidade de Alvorada do Norte.

2.2 Objetivos Específicos

Analisar a realidade dos serviços de saneamento em Alvorada do Norte, de

forma a classifica-los como forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ao

município;

Projetar as demandas e identificar soluções técnicas sobre saneamento

básico, para os próximos 20 anos, levando em consideração aspectos

ambientais, sociais e econômicos;

Estabelecer metodologias para a manutenção da qualidade e quantidade

adequada de água para abastecimento público para a atual e futuras

gerações conforme preconiza a Política Nacional de Recursos Hídricos;

Desenvolver mecanismos para a universalização de práticas adequadas de

tratamento de esgoto sanitário, como forma de prevenção de impactos ao

meio ambiente e, consequentemente, à saúde humana;

Buscar ações para incentivo da universalização e efetividade dos serviços de

drenagem de águas pluviais, buscando sempre a sustentabilidade;

Propor métodos para a gestão e o gerenciamento sustentável dos resíduos

sólidos desde a sua geração até o seu descarte final ambientalmente correto,

com ampla participação social;

Identificar as necessidades, respeitando as suas características particulares,

de cada uma das vertentes do saneamento, incluindo sua gestão, como

forma de estabelecer medidas emergenciais e contingenciais para o controle

dos serviços e ações estabelecidas;

Reforçar a comunicação com a sociedade para fortalecer o controle social da

execução do PMSB ao longo dos 20 anos;

Identificar e delinear as metas do PMSB para as quatro vertentes do

saneamento, de acordo com a sua prioridade (baixa, média e alta) e o seu

prazo de execução (emergencial, curto, médio e longo), estimulando o

fortalecimento institucional através de parcerias para implantação e execução

dos programas e ações, com buscas à eficiência na execução e

monitoramento do plano.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 9

3 ESTRUTURAÇÃO DA PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Os dados obtidos na fase de Diagnóstico foram avaliados e transformados em

informações analíticas das atuais condições do saneamento básico do município de

Alvorada do Norte, permitindo desenvolver estudos de Prognósticos das necessidades do

saneamento básico municipal e, ainda, realizar estudo de alternativas de intervenções

estruturais e estruturantes (não estruturais).

Nos subcapítulos que se seguem estão descritos os métodos utilizados para

estruturação da Prospectiva e Planejamento Estratégico e ainda estão consolidadas as

informações avaliadas do Diagnóstico Técnico Participativo, a determinação do Cenário

para o saneamento básico de Alvorada do Norte em um horizonte de 20 anos assim como

as alternativas técnicas para o alcance dos objetivos e metas propostas para o Plano

Municipal de Saneamento Básico de Alvorada do Norte.

3.1 Análise S.W.O.T. do Saneamento Básico Municipal

A análise S.W.O.T. é um procedimento (método) de gestão usada na estruturação do

planejamento estratégico mediante o recolhimento e análise de dados dos ambientes

internos e externos de uma empresa, organização ou poder público. A sigla é originada das

palavras strengths (forças), weaknesses (fragilidades), opportunities (oportunidades) e

threats (ameaças).

As forças e fraquezas representam o ambiente interno do setor (gestão pública

municipal), enquanto as oportunidades e ameaças são influências e situações externas dos

serviços de saneamento que não compete o controle da gestão pública municipal, conforme

detalhado nos itens a seguir:

Forças e Fraquezas (Ambiente Interno): integração e padronização dos

processos, eliminação de redundância, e foco nas atividades principais.

Determinadas pela posição atual do município em relação ao setor de

saneamento.

Oportunidades e Ameaças (Ambiente Externo): fiabilidade e confiança nos

dados, informação imediata de apoio à gestão e decisão estratégica e

redução de erros. São antecipações do futuro.

Esse procedimento de análise facilita a tomada de decisões na definição de

estratégias do PMSB, além de facilitar o planejamento ao apresentar de forma fácil e

também detalhada uma percepção geral de pontos e fatores que podem contribuir ou

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 10

atrapalhar a execução de ações estabelecidas como metas na etapa de planeamento

estratégico.

No contexto do Plano Municipal de Saneamento Básico a tecnologia SWOT de

gestão considera os conteúdos indicativos presentes no plano determinantes para a

formulação dos objetivos a partir das análises das ameaças e oportunidades, e das forças e

fragilidades.

A Figura 1 ilustra graficamente a organização da Matriz SWOT, listando os quatro

fatores que se correlacionam em sua criação:

Figura 1 - Modelo de Matriz S.W.O.T.

Dessa forma, essa Matriz é um método para realizar a análise de fatores (externo e

interno) da administração pública municipal como base para o desenvolvimento do

planejamento estratégico e a gestão mais adequada dos serviços de saneamento.

3.1.1 Sistema de Abastecimento de Água

O Sistema de Abastecimento de Água da zona urbana é o eixo mais desenvolvido no

município de Alvorada do Norte, sendo que todo o SAA da zona urbana é administrado pela

SANEAGO.

Mesmo estruturado, o sistema de abastecimento de água também apresenta suas

deficiências, as quais foram apontadas na fase diagnóstica do PMSB.

A seguir estão listados os itens de reflexão utilizados na construção da análise

S.W.O.T., bem como a classificação e a descrição de como isso afeta o sistema de

abastecimento de água (urbano e rural).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 11

Tabela 1 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Abastecimento de Água.

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS F

AT

OR

ES

INT

ER

NO

S

- Sistema automatizado de elevatórias; - Conjunto de estações elevatórias em bom estado de conservação; - Os conjuntos elevatórios estão associados por operações isoladas; - Boa preservação do sistema de adução; - Monitoramento satisfatório da água bruta e tratada; - Reservatórios com manutenções recentes; - Cobertura total da rede de abastecimento;- Reduzida população e extensão da zona urbana.

- Escassez de novas reformas no prédio da ETA;- Alto índice de perdas no SAA Urbano; - Ausência de informações dos SAA das Comunidades Rurais; - Necessidade de reforma da Balsa de Captação;- Baixa quantidade das águas do Rio Corrente, aumentando os custos de tratamento; - Excesso de cloro na água tratada e distribuída; - Destino inadequado do lodo gerado na ETA; - Inadimplência dos usuários; - Ausência de manutenções nos SAA das comunidades rurais; - Fossas próximas às cisternas e poços possibilitando contaminação (zona rural); - Água obtida de 01 poço no PA Alvorada I possivelmente contaminada; - A água captada pelos poços que atendem as comunidades rurais possui gosto salobro.

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

- Programas de apoio; - Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB); - Emendas parlamentares; - Recursos federais; - Lei específica de proteção aos mananciais.

- Dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades; - Insustentabilidade econômica do setor.

3.1.1.1 Forças do Sistema de Abastecimento de Água

As principais forças relativas ao sistema de saneamento básico se referem a

dimensão do município e a pequena população residente. Esses aspectos facilitam a

universalização/melhorias do serviço visto os investimentos não serem tão expressivos, pois

a população a ser atendida é baixa.

Tabela 2 - Forças do sistema de abastecimento de água. FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição

Sistema automatizado de elevatórias

Apesar do custo alto de automatização das estações elevatórias, o resultado técnico-econômico representa ganhos superiores ao custo investido.

Conjunto de estações elevatórias em bom

estado de conservação

O bom funcionamento dos componentes hidráulicos, mecânicos e elétricos das elevatórias, como a bomba, o motor elétrico, as tubulações de sucção e recalque permitem a realização da transposição e elevação da água para pontos mais distantes.

Os conjuntos elevatórios estão associados por

operações isoladas

Cada estação elevatória possui um sistema único, ou seja, o trabalho de uma estação não interfere no desempenho da outra elevatória.

Boa preservação do sistema de adução

Graças à qualidade do conjunto de canalizações e dos equipamentos eletromecânicos dos sistemas de abastecimento de água destinados a conduzir este recurso entre as diversas unidades do sistema não são visíveis vazamentos e tão pouco aspectos corrosivos.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 12

FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição

Monitoramento satisfatório da água

bruta e tratada

Presença de laboratório no prédio da Estação de tratamento de água (ETA) para controle dos padrões característicos da água bruta e água tratada.

Reservatórios com manutenções recentes

Através de reformas e impermeabilizações recentes para evitar perdas o sistema de reservação tem capacidade para preservar quantidade de água suficiente para a demanda da população urbana.

Cobertura total da rede de abastecimento

O abastecimento público de água atende 100% da população urbana, e o manancial de captação consegue, também, atender satisfatoriamente o volume de água para abastecimento.

Reduzida população e extensão da zona

urbana

A extensão da zona urbana e da rede de abastecimento de Alvorada do Norte é pequena, assim como a quantidade de população residente. Isso facilita a implantação de programas e projetos, visto que em uma rede/área menor os gastos são menores, e uma população reduzida consome menos água e minimiza investimentos a serem aplicados na expansão do sistema.

3.1.1.2 Fraquezas do Sistema de Abastecimento de Água

A principal fraqueza na zona urbana de Alvorada do Norte é o alto índice de perda na

distribuição de água tratada, enquanto na zona rural as principais fraquezas se relacionam à

falta de tratamento da água distribuída e a ausência de manutenções preventivas nos

sistemas de abastecimento de água.

Tabela 3 - Fraquezas do sistema de abastecimento de água. FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição Escassez de novas

reformas no prédio da ETA

Necessidade de realização de reformas no prédio da ETA para preservar o desempenho do sistema de abastecimento de água.

Alto índice de perdas no SAA Urbano

Índice de perdas na distribuição de 73,18% (perda de Alvorada do Norte (38,44%) e Simolândia (34,74%), já que compartilham do mesmo Sistema de Abastecimento de Água), sendo a maioria dessa perda nos pontos mais baixos da rede de distribuição.

Ausência de informações dos SAA

das Comunidades Rurais

Os sistemas de abastecimento de água das comunidades rurais não possuem dados relativos ao fornecimento de água, tais como vazão de captação, outorga de uso de água, extensão de rede de distribuição, qualidade da água bruta, etc.

Necessidade de reforma da Balsa de

Captação

A balsa flutuante de captação operante precisa de reforma devido as suas condições estruturais.

Baixa quantidade das águas do Rio Corrente

Servidores da SANEAGO afirmaram que o rio está com pouca água.

Excesso de cloro na água tratada e

distribuída

A população durante os eventos sociais declarou excesso de cloro na água que chega em suas casas por meio da rede pública de abastecimento.

Destino inadequado do lodo gerado na

ETA

O lodo gerado pela ETA está sendo lançado em uma grota próximo à ETA, que desemboca no rio, prejudicando o corpo hídrico.

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FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição

Inadimplência dos usuários

O índice de perdas em faturamento do SAA foi 66,71% em 2014. Houve um grande aumento desse índice entre 2010 e 2014, saltando de 32,93 para 66,71%. Para o cálculo desse parâmetro, a SANEAGO utiliza-se dos débitos pendentes de pagamento acima de 60 dias, dividido pelo total faturado.

Ausência de manutenções nos SAA

das comunidades rurais

Os sistemas de abastecimento de água das comunidades não possuem um sistema de manutenções preventivas, nem mesmo funcionários responsáveis por esses sistemas.

Fossas próximas às cisternas e poços

possibilitando contaminação (zona

rural)

As principais deficiências na zona rural estão relacionadas à falta de tratamento da água utilizada para consumo, sendo comum a perfuração de “fossas negras” próximas às cisternas, essa prática possibilita a contaminação da água utilizada pelas famílias.

Água obtida de 01 poço no PA Alvorada I

possivelmente contaminada

No PA Alvorada I há um poço instalado a qual não vem sendo utilizado para abastecimento da comunidade devido a água possuir gosto de enxofre.

A água captada pelos poços que atendem as

comunidades rurais possui gosto salobro

A população que reside nas comunidades rurais relata que a água captada dos poços instalados é caracterizada como salobra.

3.1.1.3 Oportunidades do Sistema de Abastecimento de Água

As oportunidades são principalmente os recursos federais, alguns programas de

apoio sejam do governo ou de organizações do terceiro setor, as emendas parlamentares

destinadas especificamente as obras de saneamento.

A Política Nacional de Saneamento oferece algumas oportunidades aos municípios,

principalmente os de pequeno porte, como é o caso de Alvorada do Norte.

Tabela 4 - Oportunidades do sistema de abastecimento de água. OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição

Programas de apoio São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento.

Política Nacional de Saneamento Básico

(PNSB)

A política nacional de saneamento básico é uma oportunidade, visto que estabelece diversos deveres dos municípios, mas também lista os direitos.

Emendas parlamentares

Liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, que podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministérios das Cidades, entre outros.

Lei específica de proteção aos mananciais

As leis específicas são responsáveis por determinar os limites de cada Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM), definir diretrizes e normas ambientais e urbanísticas de interesse regional, estabelecer as Áreas de Intervenção para a proteção e recuperação dos mananciais.

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3.1.1.4 Ameaças do Sistema de Abastecimento de Água

As ameaças à vertente do sistema de abastecimento de água se relacionam à

dificuldade que o município atualmente possui com o acesso e obtenção dos recursos

financeiros disponibilizados por entidades estaduais e federais, a ausência de normas legais

sobre universalização, e a própria insustentabilidade econômica do setor.

Tabela 5 - Ameaças do sistema de abastecimento de água. AMEAÇAS

Aspecto Negativo Descrição Dificuldade no acesso

aos recursos financeiros

disponibilizados pelas entidades

A dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades deve ser levada em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

Insustentabilidade econômica do setor

O tratamento de água é um processo caro, que visa um montante muito superior do que o município e/ou população poderia arcar. Isso faz com que a SANEAGO seja responsável pelos déficits causados por este sistema.

3.1.2 Sistema de Esgotamento Sanitário

O Sistema de Esgotamento Sanitário de Alvorada do Norte começou a ser instalado

em 2010 e, atualmente, as obras da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) já foram

finalizadas e 80% da rede já foram construídas, de acordo com informações da SANEAGO e

da prefeitura, restando somente a instalação final das redes coletoras.

A seguir são listados os itens de reflexão utilizados na construção da análise

S.W.O.T., bem como a classificação e a descrição de como isso afeta a infraestrutura de

esgotamento sanitário.

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Tabela 6 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Esgotamento Sanitário.

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS F

AT

OR

ES

INT

ER

NO

S - Execução de 80% do SES na zona

urbana; - Terreno plano favorável à ampliação da ETE; - População predominantemente urbana; - Pequena população e extensão da zona urbana; - Mapeamento das redes coletoras instaladas.

- 20% da zona urbana ainda sem rede coletora; - Uso de fossas inadequadas naquelas residências que ainda não possuem rede coletora na zona urbana; - Não há sistemas de tratamento adequados para as famílias da zona rural; - Ausência de programas e/ou ações de educação sanitária; - Ausência de fiscalização quanto ao lançamento de água cinza1 nas vias públicas.

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

- Programas de apoio; - Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB); - Emendas parlamentares; - Conscientização da população para a temática do esgoto; - Recursos federais.

- Dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades; - Insustentabilidade econômica do setor.

3.1.2.1 Forças do Sistema de Esgotamento Sanitário

As principais forças relativas ao sistema de esgotamento sanitário se referem ao

andamento das obras de instalação da ETE, dimensão e altimetria do município, e a

pequena população residente predominantemente urbana. Esses aspectos facilitam a

universalização/melhorias e ampliações de estruturas e serviços.

Tabela 7 - Forças do sistema de esgotamento sanitário. FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição

Execução de 80% do SES na zona urbana

O município de Alvorada do Norte já conta com toda a ETE construída e em funcionamento, restando somente 20% da rede coletora para ser implantada na zona urbana.

Terreno Plano favorável à ampliação

da ETE

O município de Alvorada do Norte possui um terreno plano, favorável para ampliação das lagoas de tratamento de esgoto, quando necessário.

População predominante urbana

A maior parte da população do município mora na zona urbana, este aspecto favorece a implantação do SES devido à facilidade do acesso, controle e manutenção do sistema quando este estiver concluído.

Pequena população e extensão da zona

urbana

Considerando a população reduzida do município de Alvorada do Norte, mesmo não sendo regra, presume-se que o consumo dos munícipes gerará uma carga de efluentes que movimentará gastos compatíveis com um sistema de tratamento de esgoto segundo o tamanho populacional da cidade. Ainda, a pequena extensão da zona urbana de Alvorada do Norte facilitará a ampliação de programas e estruturas do SES.

Mapeamento das redes coletoras

instaladas

A prefeitura possui mapeamento dos 80% de redes coletoras de esgoto instaladas na cidade.

1 A água cinza é qualquer água não-industrial, que foi usada em processos domésticos, como o banho ou lavar a louça e a roupa. Esse tipo corresponde entre 50% e 80% do esgoto residencial, recebendo esse nome pela sua aparência turva.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 16

3.1.2.2 Fraquezas do Sistema de Esgotamento Sanitário

As principais fraquezas se remetem à ausência de universalização do SES na zona

urbana e ao uso de sumidouros na zona rural.

Tabela 8 - Fraquezas do sistema de esgotamento sanitário. FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição 20% da zona urbana

ainda sem rede coletora

Apesar da ETE já estar executada e em funcionamento, ainda falta a instalação de redes coletoras em 20% da zona urbana.

Uso de fossas inadequadas naquelas residências que ainda

não possuem rede coletora na zona

urbana

Os sistemas individuais de esgotamento sanitário são as soluções comumente encontradas nos domicílios de Alvorada do Norte, que ainda não tiveram suas ligações domiciliares ligadas à rede coletora do SES. Estes sistemas individuais não foram construídos conforme as normativas técnicas estabelecidas na NBR 7229:1993.

Não há sistemas de tratamento adequados

para as famílias da zona rural

Em Alvorada do Norte, a população rural se utiliza de sumidouros (fossas negras) que podem contaminar o solo e o lençol freático, em vez de se utilizar de um sistema de tratamento preliminar, como a fossa séptica, prevenindo a contaminação do meio ambiente.

Ausência de programas e/ou ações de educação sanitária

Além da utilização de sistema individuais de tratamento inadequados não há programas e/ou ações voltados para educação sanitária para a população, principalmente para as comunidades rurais.

Ausência de fiscalização quanto ao lançamento de água

cinza nas vias públicas

Devido a ausência de ações de educação sanitária e fiscalização parte da população de Alvorada do Norte possui a cultura de lançamento de água cinza nas vias públicas, este lançamento indevido pode contaminar o solo e os mananciais.

3.1.2.3 Oportunidades do Sistema de Esgotamento Sanitário

Assim, como no sistema de abastecimento de água as oportunidades no sistema de

esgotamento sanitário são principalmente os recursos federais, alguns programas de apoio

sejam do governo ou de organizações do terceiro setor, as emendas parlamentares

destinadas especificamente as obras de saneamento. A Política Nacional de Saneamento

oferece algumas oportunidades aos municípios, principalmente os de pequeno porte, como

é o caso de Alvorada do Norte.

Tabela 9 - Oportunidades do sistema de esgotamento sanitário. OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição

Programas de apoio

São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento, um dos mais proficientes é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que está em sua segunda etapa, tendo como principal intermediador a Caixa Econômica Federal (CEF).

Política Nacional de Saneamento Básico

(PNSB)

A política nacional de saneamento básico é uma oportunidade, visto que estabelece diversos deveres dos municípios, mas também lista seus direitos.

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OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição

Emendas parlamentares

Existe ainda a possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Conscientização da população para a

temática do esgoto

Através dos programas de mobilização, conjuntamente às reuniões e audiências públicas haverá mais conscientização da população para a temática do esgoto.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, que podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministérios das Cidades, entre outros.

3.1.2.4 Ameaças do Sistema de Esgotamento Sanitário

As ameaças se relacionam à dificuldade que o município atualmente possui com o

acesso e obtenção dos recursos financeiros disponibilizados por entidades estaduais e

federais, e a própria insustentabilidade econômica do setor.

Tabela 10 - Ameaças do sistema de esgotamento sanitário. AMEAÇAS

Aspecto Negativo Descrição Dificuldade no acesso

aos recursos financeiros

disponibilizados pelas entidades

A dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades deve ser levado em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

Insustentabilidade econômica do setor

A coleta e o tratamento de esgoto é um processo caro, que visa um montante muito superior do que o município e/ou população poderia arcar. Isso faz com que o SANEAGO seja responsável pelos déficits causados por este sistema.

3.1.3 Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

O sistema de manejo de águas pluviais de Alvorada do Norte também é praticamente

inexistente, não há qualquer estruturação do sistema. Notam-se algumas iniciativas no que

tange a instalação e estruturação de sistemas drenagem urbana, sendo essas iniciativas

concentradas no núcleo urbano do município.

A seguir são listados os itens de reflexão utilizados na construção da análise

S.W.O.T., bem como a classificação e a descrição de como isso afeta a infraestrutura de

águas pluviais.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 18

Tabela 11 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS F

AT

OR

ES

INT

ER

NO

S -Exigências legais próprias do

município; -Baixo índice de impermeabilização do solo na cidade; -Dimensão do município; -Início da ampliação das estruturas de drenagem; -Ações de controle e orientação do poder público através do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde.

-Estruturas de drenagem insuficientes; -Ausência de macrodrenagem convencional; -Privação de manutenções e limpezas nos dispositivos de drenagem e falta de controle de pontos de estrangulamento; -Disposição de resíduos domésticos nas bocas coletoras; - Ausência de mão de obra capacitada e de equipe de fiscalização dos serviços de drenagem; -Não existência de multas e legislação municipal específica do setor de drenagem para novos loteamentos; -Falta de bacia de contenção em bairro próximo ao corpo hídrico; -Inexistência de fiscalização das normativas para o uso do solo; -Carência de planejamento e investimentos para o setor de drenagem; -Ausência de um banco de dados com informações sobre o serviço de drenagem; -Formação de grotas, sendo uma em Alvoradinha e outra no Setor Ipiranga.

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

-Programas de apoio; -Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB); -Emendas parlamentares; -Recursos federais; -Lei específica de proteção aos mananciais.

-Dependência de recursos externos para ampliação da drenagem; -Dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades.

3.1.3.1 Forças do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

As principais forças relativas as infraestruturas de drenagem pluvial se referem a

existência de normativas legais municipais e as iniciativas de ampliação do sistema,

incluindo ações de controle e orientação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

Tabela 12 - Forças do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição

Exigências legais próprias do município

A lei orgânica e o código de postura do município retratam normas de loteamento e arruamento, porém não adentram o assunto das águas pluviais com profundidade. Porém o Plano Diretor do município está em elaboração e promete apresentar melhor enquadramento sobre estes aspectos.

Baixo índice de impermeabilização do

solo na cidade

A cidade de Alvorada do Norte é de pequeno porte e, a maioria das residências possuem quintais permeáveis. Dessa forma, a ampliação do sistema de drenagem através de pavimentação, construção de sarjetas, bocas de lobo não afetará a capacidade de absorção de água pelo solo.

Dimensão do Município

A extensão da zona urbana de Alvorada do Norte é pequena, favorecendo a implantação de um projeto de drenagem. Devido à extensão de suas vias serem pequenas os gastos com a implantação de um sistema de macro e microdrenagem serão menores.

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FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição Início da ampliação das estruturas de

drenagem

Construção de uma bacia de contenção para controle das águas que escoam da serra e de novos dispositivos de drenagem.

Ações de controle e orientação do poder público através do

trabalho dos Agentes Comunitários de

Saúde

O trabalho dos agentes de saúde da prefeitura de Alvorado do Norte contribui para despertar os cuidados com a higiene pessoal e ambiental inibindo o surgimento de doenças.

3.1.3.2 Fraquezas do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

As fraquezas desta vertente em Alvorada do Norte são muitas e, dentre elas

podemos citar como principais, a insuficiência das poucas estruturas de drenagem

existentes que, consequentemente, estão formando as duas grotas, e a ausência de mão-

de-obra qualificada para manutenção, ampliação e fiscalização do sistema.

Tabela 13 - Fraquezas do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição

Estruturas de drenagem

insuficientes

Em Alvorada do Norte as estruturas de drenagem existentes não conseguem atender todo o município. A quantidade reduzida de canais de drenagem na cidade contribui efetivamente para o represamento de águas de chuvas torrenciais com possíveis alagamentos em pontos isolados do município.

Ausência de macrodrenagem

convencional

A ausência de um sistema completo é um fator prejudicial para o escoamento das águas pluviais porque a falta de canalizações que controlam a velocidade de escoamento dessas águas ao corpo receptor pode provocar assoreamentos na região.

Privação de manutenções e limpezas nos

dispositivos de drenagem e falta de

controle de pontos de estrangulamento

Em Alvorada do Norte dificilmente é feita a limpeza nas estruturas de drenagem e as reformas periódicas nas mesmas não acontecem. Há pontos de estrangulamentos que podem ser observados nos bairros Novo Ipiranga, Central e Alvoradinha que estão com várias deficiências no sistema de drenagem.

Disposição de resíduos domésticos nas bocas coletoras

No município de Alvorada do Norte inapropriadamente é dispensado pelos munícipes resíduos domésticos nas bocas coletores, obstruindo tais vias para o escoamento de águas pluviais e influenciando a incidência de doenças.

Ausência de mão de obra capacitada e de equipe de fiscalização

dos serviços de drenagem

Ausência de profissionais capacitados para o eixo temático e a observação de redes de drenagem danificadas ou inoperantes

Não existência de multas e legislação municipal específica

do setor de drenagem para novos loteamentos

Em Alvorada do Norte não acontece punições em relação ao mau uso dos canais de drenagem e, também não há obrigatoriedade legal para a implantação de estruturas de drenagem em novos loteamentos.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 20

FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição Falta de bacia de

contenção em bairro próximo ao curso

hídrico

Apesar de não ser constante, a Rua Bahia, paralela ao manancial, é afetada quando há transbordamento do Rio Corrente que margeia todo o município de Alvorada do Norte.

Inexistência de fiscalização das

normativas para o uso do solo

Mesmo com um Código de Obras e Edificações, o município de Alvorada do Norte vem deixando em segundo plano a fiscalização sobre a aplicabilidade desta normativa, que rege sobre a conservação de espaço permeável e lugar apropriado para as edificações de Alvorada do Norte.

Carência de planejamento e

investimentos para o setor de drenagem

O município de Alvorada do Norte não tem um planejamento de captação de recursos direcionados a aplicação no setor de drenagem.

Ausência de um banco de dados com

informações sobre o serviço de drenagem

O município não dispõe de uma base de dados com informações sobre os serviços de drenagem.

Formação de grotas, sendo uma em

Alvoradinha e outra no Setor Novo Ipiranga

Devido à ausência/insuficiência de dispositivos de drenagem que controle o escoamento e a velocidade das águas pluviais estão se formando duas grotas (depressões côncavas) na cidade, que podem ser revertidas com a ampliação de um sistema de drenagem efetivo.

3.1.3.3 Oportunidades do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

Assim como os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, as

oportunidades no sistema de drenagem pluvial são principalmente os recursos federais,

alguns programas de apoio sejam do governo ou de organizações do terceiro setor, as

emendas parlamentares destinadas especificamente as obras de saneamento. A Política

Nacional de Saneamento também oferece algumas oportunidades aos municípios,

principalmente os de pequeno porte, como é o caso de Alvorada do Norte.

Tabela 14 - Oportunidades do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição

Programas de apoio

São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento, um dos mais proficientes é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que está em sua segunda etapa, tendo como principal intermediador a Caixa Econômica Federal (CEF).

Política Nacional de Saneamento Básico

(PNSB)

A política nacional de saneamento básico é uma oportunidade, visto que estabelece diversos deveres dos municípios, mas também lista os direitos.

Emendas parlamentares

Existe ainda a possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, que podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como CEF, Ministérios das Cidades, entre outros.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 21

OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição

Lei específica de proteção aos mananciais

As leis específicas são responsáveis por determinar os limites de cada Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM), definir diretrizes e normas ambientais e urbanísticas de interesse regional, estabelecer as Áreas de Intervenção para a proteção e recuperação dos mananciais.

3.1.3.4 Ameaças do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

As ameaças se relacionam à dependência de recursos financeiros externos, e à

dificuldade que o município atualmente possui com o acesso e obtenção desses recursos

disponibilizados por entidades estaduais e federais.

Tabela 15 - Ameaças do sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais. AMEAÇAS

Aspecto Negativo Descrição Dependência de

recursos externos para ampliação da

drenagem

A falta de recursos do município para o setor prejudica a construção e instalação de novas estruturas para a promoção da drenagem pluvial. Esta falta de recursos faz com que o município seja dependente de fundos externos.

Dificuldade no acesso aos recursos financeiros

disponibilizados pelas entidades

A dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades deve ser levado em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

3.1.4 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

A infraestrutura de gerenciamento de resíduos sólidos do município de Alvorada do

Norte é precária, visto os recursos técnicos e financeiros existentes. A principal carência a

ser resolvida é quanto o local de disposição de resíduos sólidos.

Na análise realizada a fim de avaliar as fraquezas, oportunidades, forças e ameaças

notou-se pontos que convergem para a atual situação dos resíduos sólidos no município, e

que não difere da realidade dos demais municípios de pequeno porte.

A seguir são listados os itens de reflexão utilizados na construção da analise

S.W.O.T., bem como a classificação e a descrição de como isso afeta o sistema de limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos.

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Tabela 16 - Matriz S.W.O.T do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS F

AT

OR

ES

INT

ER

NO

S

- Pequena população; - Coleta diária de resíduos domésticos na área urbana; - Adesão de um Consórcio intermunicipal; - Possui PMGIRS; - Coleta semanal dos resíduos dos serviços de saúde (RSS).

- Equipamentos insuficientes para o manejo dos resíduos sólidos; - Manejo inadequado do lixo doméstico na zona rural; - Falta de programa de coleta seletiva; - Ciclo final irregular dos resíduos sólidos gerados no município; - Redução do volume de lixo pela queima; - Falha na guarda do lixão; - Disposição irregular dos RCC; - Carência de programas de mobilização para catadores de material reciclável; - Ausência de uma Área de transbordo e triagem (ATT); - Falta de um programa de Logística reversa - Ausência de EPI’s; - Coleta diária onerosa ao poder público - Mão de obra desqualificada; - Carência de recursos financeiros por parte da prefeitura; - Não há banco de dados sobre as atividades do setor de resíduos; - Inexistência de técnicas de manejo para os resíduos orgânicos; - Ausência de renovação de licença do aterro e uso indevido da área como lixão; - Geração de passivo ambiental.

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

- Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB); - Emendas parlamentares; - Recursos federais; - Lei federal nº 11445/07;

- Forte dependência de fundos externos; - Ausência de planejamento dos gestores municipais e/ou falta de adequação dos projetos as normas técnicas vigentes.

3.1.4.1 Forças do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

As principais forças relativas ao sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos se referem a existência de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos (PMGIRS) que já norteia algumas ações como a coleta dos resíduos de serviços de

saúde (RSS) e dos resíduos domésticos.

A pequena população também facilita a gestão e gerenciamento dos resíduos no que

tange à coleta, quantidade de resíduos gerados e, consequentemente, a vida útil do aterro a

ser “revitalizado”.

Tabela 17 - Forças do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. FORÇAS

Aspecto positivo Descrição

Pequena população A população reduzida do município de Alvorada do Norte é um aspecto positivo também na vertente de resíduos sólidos, observadas as perspectivas de expansão do consumo.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 23

FORÇAS

Aspecto positivo Descrição Coleta diária de

resíduos domésticos na área

urbana

Existe coleta de resíduos domésticos todos os dias nos bairros de Alvorada do Norte

Adesão de um Consórcio

intermunicipal

Para gerir com eficiência a disposição dos resíduos de forma mais adequada em Aterro sanitário está sendo criado o Consórcio entre 12 municípios próximos.

Possui PMGIRS O município de Alvorada do Norte possui o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, que cria diretrizes para capacitar o desenvolvimento da infraestrutura de limpeza urbana no município.

Coleta semanal dos resíduos do serviço

de saúde

Os resíduos sólidos gerados pelo sistema público de saúde são coletados semanalmente pela empresa Centro Oeste Ambiental, tal empresa coleta estes materiais e os incineram.

3.1.4.2 Fraquezas do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

As fraquezas desta vertente em Alvorada do Norte são muitas e, dentre elas

podemos citar como principais, o uso da área atual do aterro como lixão, ausência de

triagem e programas de logística reversa, reciclagem e compostagem.

Tabela 18 - Fraquezas do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. FRAQUEZAS

Pontos fracos Descrição Equipamentos

insuficientes para o manejo dos RS

Os Equipamentos para realizar os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estão inadequados para desempenhar o serviço.

Manejo inadequado do lixo doméstico na zona

rural

Diferentemente da área urbana de Alvorada do Norte que possui um sistema de coleta convencional, na área rural este serviço não é disponível.

Falta de coleta seletiva No município de Alvorada do Norte não existe iniciativas de coleta seletiva.

Ciclo final irregular dos resíduos sólidos

gerados no município

Todos os tipos de resíduos sólidos urbanos são dispostos na área do lixão sem qualquer separação.

Redução do volume de lixo pela queima

A técnica de queima de lixo para reduzir o volume dos resíduos e capacitar a área para receber mais não é a melhor alternativa.

Falha na guarda do lixão

O portão de acesso do lixão fica sempre aberto, podendo promover a entrada de animais neste local e estes se transformarem em vetores de doenças.

Disposição irregular dos RCC

O descarte impróprio em lotes baldios dos RCC precisa ser combatido, pois além de gerarem grande quantidade de lixo, esses entulhos podem servir de abrigos para animais peçonhentos como cobras, certas aranhas e escorpiões.

Carência de programas de mobilização para

catadores de material reciclável

Em Alvorada do Norte realmente não foi identificado mobilizações de grupos catadores de materiais recicláveis.

Ausência de uma Área de transbordo e triagem

(ATT)

Inexistência de programas de incentivo ao aproveitamento dos resíduos, principalmente os resíduos de construção civil, através de uma ATT.

Falta de um programa de Logística reversa

Ausência de acordos setoriais entre a prefeitura e os fabricantes para promover o retorno dos produtos já utilizados ao mercado.

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FRAQUEZAS

Pontos fracos Descrição

Ausência de EPI’S Falta de equipamentos necessários para a segurança do servidor. Coleta diária onerosa ao

poder público Não há necessidade de realizar coleta diária na zona urbana de Alvorada do Norte.

Mão de obra desqualificada

Não existe corpo técnico capacitado para o trabalho de manejo de resíduos sólidos.

Carência de recursos financeiros e falta de

cobrança de taxas sobre os serviços

A prefeitura de Alvorada do Norte não tem reserva financeira para investimentos no setor de resíduos, assim como não há tarifação sobre os serviços de limpeza urbana do município de Alvorada do Norte.

Não há banco de dados sobre as atividades do

setor de resíduos

Não existe banco de dados para consulta sobre o desempenho dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Inexistência de técnicas de manejo para os resíduos orgânicos

Em Alvorada do Norte não existem centros de compostagem para aproveitamento sustentável dos resíduos orgânicos gerados pelo município.

Ausência de renovação de licença do aterro e uso indevido da área

como lixão

A obra do aterro municipal foi concluída e recebida pela Funasa através de uma licença ambiental de tempo determinado. Porém sem a renovação da licença, devido a restrições ambientais, o aterro foi impedido de ser utilizado. Com isso, e o passar do tempo, o mesmo foi se degradando ao ser utilizado como lixão, recebendo resíduos sólidos de forma inadequada sobre o solo, sem qualquer impermeabilização.

Geração de passivo ambiental

A disposição de resíduos sólidos de forma inadequada pode causar passivos ambientais de difícil remediação ao longo do tempo.

3.1.4.3 Oportunidades do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Assim como os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e

drenagem pluvial, as oportunidades no sistema de resíduos sólidos são principalmente os

recursos federais, além da PNSB e da Lei de Saneamento Básico (Lei Federal Nº

11.445/2007).

Tabela 19 - Oportunidades do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. OPORTUNIDADES

Programas Descrição Política Nacional de Saneamento Básico

(PNSB)

A política nacional de saneamento básico é uma oportunidade, visto que estabelece diversos deveres dos municípios, mas também lista os direitos.

Emendas parlamentares

Existe ainda a possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, que podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministérios das Cidades, entre outros.

Lei Federal nº. 11445/07

Estabelece diretrizes nacionais para o setor de saneamento no Brasil, abrangendo o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

3.1.4.4 Ameaças do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

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As ameaças se relacionam à forte dependência de recursos financeiros externos, e

ao forte passivo ambiental ocasionado pelo lixão.

Tabela 20 - Ameaças do sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. AMEAÇAS

Problemas Descrição

Forte dependência de fundos externos

A falta de recursos, tanto técnicos como financeiros ameaçam os projetos e programas definidos no PMSB de Alvorada do Norte, visto que estes itens são essenciais para a concretização de tais iniciativas.

Ausência de planejamento dos

gestores municipais e/ou falta de

adequação dos projetos as normas técnicas vigentes

A falta de planejamento dos gestores municipais ocasiona a procrastinação na obtenção de recursos, assim como a elaboração de projetos e planos inadequados à realidade do município ou que não estão dentro das normativas técnicas.

3.1.5 Gestão dos Serviços de Saneamento

Todas as vertentes do saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento

sanitário, drenagem urbana e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos) devem ser geridos de forma eficaz e eficiente, em esfera local, de modo a

oferecer serviços de qualidade à toda a população.

A gestão dos serviços de água e esgoto é de responsabilidade da SANEAGO, atual

concessionária e prestadora de serviços de coleta, tratamento e distribuição de água, e

coleta, tratamento e disposição final de esgoto sanitário. Enquanto que os serviços

relacionados à drenagem urbana e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras e Serviços

Públicos que, não possui pessoal suficiente e qualificado para atuar, única e

exclusivamente, nestas duas vertentes.

Esta gestão carece de recursos financeiros, institucionais e pessoais, conforme

fraquezas expostas na análise S.W.O.T., porém também possui forças e oportunidades que

podem auxiliar a vencer todas as fraquezas e ameaças existentes, durante o período de

execução do PMSB.

A seguir são listados os itens de reflexão utilizados na construção da analise

S.W.O.T., bem como a classificação e a descrição de como isso afeta a infraestrutura de

gerenciamento de resíduos sólidos.

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Tabela 21 - Matriz S.W.O.T da Gestão dos Serviços de Saneamento.

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS F

AT

OR

ES

INT

ER

NO

S

-SAA e SES administrados eficientemente via concessão;

-A prefeitura busca estabelecimento de convênios e parcerias para financiamento; -Ordenamento territorial controlado.

-Ausência de controle e mobilização sociais efetivos;

-Gestão ineficiente da drenagem pluvial e resíduos sólidos;

-Inexistência de programas de educação ambiental;

-Ausência de articulação do PMSB com outros serviços públicos;

Inexistência de sistematização dos procedimentos operacionais e administrativos; -Orçamento municipal insuficiente.

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

-Recursos financeiros externos disponíveis;

-Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB);

-Emendas parlamentares.

-Dependência de fundos externos; -Dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades.

3.1.5.1 Forças da Gestão dos Serviços de Saneamento

As principais forças relativas à gestão dos serviços de saneamento se baseiam na

administração do SAA e SES, e a busca continua pela prefeitura por parcerias e convênios

externos para a melhoria da qualidade de vida da população.

Tabela 22 - Forças da gestão dos serviços de saneamento. FORÇAS

Aspecto Positivo Descrição SAA e SES

administrados eficientemente via

concessão

O SAA e o SES de Alvorada do Norte são administrados via concessão pela SANEAGO, o que acaba por oferecer um arcabouço organizacional mais eficiente.

A prefeitura busca estabelecimento de

convênios e parcerias para financiamento

A gestão municipal está sempre em busca de parcerias e convênios com entidades financiadoras para instalação, ampliação e execução de obras e programas no que tange o saneamento básico.

Ordenamento territorial controlado

A zona urbana é dividida em Alvorada do Norte e Alvoradinha, enquanto que a zona rural é adequadamente dividida em povoados, de forma a viabilizar o planejamento e a aplicabilidade das ações que envolvem o gerenciamento adequado do saneamento básico no município.

3.1.5.2 Fraquezas da Gestão dos Serviços de Saneamento

Quanto às fraquezas deste sistema de gestão em Alvorada do Norte se destacam a

ausência de controle social e mobilização efetiva através de programas de educação, e a

ausência de fiscalização e articulação dos sistemas de saneamento básico com outros

serviços públicos.

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Tabela 23 - Fraquezas da gestão dos serviços de saneamento. FRAQUEZAS

Aspecto Negativo Descrição Ausência de controle e

mobilização sociais efetivos

A prefeitura não tem oferecido e mobilizado de forma eficiente a população para participar de audiências públicas e pesquisas de percepção sobre a qualidade dos serviços de saneamento oferecidos.

Gestão ineficiente da drenagem pluvial e

resíduos sólidos

Os serviços de drenagem pluvial, coleta e gerenciamento de resíduos sólidos são administrados pela prefeitura, com atribuições diluídas nas diversas competências da administração pública municipal, o que acaba por competir uma organização menos eficiente, sem processos e atribuições específicas.

Inexistência de programas de educação

ambiental e sanitária

A prefeitura de Alvorada do Norte não desenvolveu, até o momento, nenhuma prática de educação ambiental e sanitária perante as quatro vertentes do saneamento.

Ausência de articulação do PMSB com outros

serviços públicos

Os serviços enquadrados nas quatro vertentes do saneamento básico não apresentam instrumentos ou mecanismos que propiciem uma efetiva articulação com outros serviços públicos.

Inexistência de sistematização dos

procedimentos operacionais e administrativos

Nenhum dos procedimentos operacionais e administrativos realizados no âmbito do saneamento básico são sistematizados, ou seja, não há controle sobre dados e desenvolvimento percentual de processos, programas e/ou obras.

Orçamento municipal insuficiente

O poder público municipal não detém de recursos suficientes para atender as demandas do PMSB.

3.1.5.3 Oportunidades da Gestão dos Serviços de Saneamento

Assim como todas as vertentes do saneamento básico, as oportunidades para a

gestão destes serviços são pautadas sobre as possibilidades de aquisição de recursos

financeiros externos, e apoio da PNSB e emendas parlamentares.

Tabela 24 - Oportunidades da gestão dos serviços de saneamento. OPORTUNIDADES

Aspecto Positivo Descrição Recursos

financeiros externos disponíveis

O governo federal através da Funasa e do Ministério das Cidades tem oferecido recursos federais para auxiliar na implantação e ampliação do saneamento básico dos municípios.

Política Nacional de Saneamento Básico

A política nacional de saneamento básico é uma oportunidade, visto que estabelece diversos deveres dos municípios, mas também lista os direitos.

Emendas parlamentares

Existe ainda a possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

3.1.5.4 Ameaças da Gestão dos Serviços de Saneamento

As ameaças também se relacionam com a forte dependência de recursos financeiros

externos, e a dificuldade no acesso a estes recursos disponibilizados.

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Tabela 25 - Ameaças da gestão dos serviços de saneamento. AMEAÇAS

Aspecto Negativo Descrição

Dependência de recursos externos

A falta de recursos do município para o setor prejudica a construção/instalação/ampliação de estruturas relacionadas ao saneamento básico municipal. Esta falta de recursos internos faz com que o município seja dependente de fundos externos.

Dificuldade no acesso aos

recursos financeiros disponibilizados pelas entidades

A dificuldade no acesso aos recursos financeiros disponibilizados pelas entidades deve ser levado em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

3.2 Cenários, Objetivos e Metas

Conforme estabelecido pelo Termo de Referência da Funasa (2012) para a

elaboração dos Cenários, Objetivos e Metas foram consideradas as informações técnicas e

participativas, consolidadas na etapa do Diagnóstico, como referência de cenário atual e

direcionadora dos avanços necessários para a prospectiva de cenário futuro.

Este cenário futuro é um cenário realista, incluindo todas as melhorias necessárias

e essenciais para o avanço do município no que tange o saneamento básico, adicionando

possíveis dificuldades financeiras e morosidades que podem ocorrer na execução de uma

ação ou um programa.

A construção de um cenário realista objetiva planeja estratégias capazes de

monitorar, intervir e responder melhor às possíveis surpresas e crises no horizonte de

execução do Plano, permitindo que o PMSB seja baseado em uma realidade futura possível

de acontecer. Mesmo que não elimine incertezas, a construção de cenários ajuda a evitar

elementos surpresa, evitando possíveis riscos.

O cenário realista é hipotético e construído por três fases descritas a seguir:

Construção da base: definição de problemas, identificação de melhorias no

saneamento, incluindo suas variáveis, atores responsáveis e suas

estratégias;

Identificação e definição de possibilidades: redução de incertezas,

apresentando possibilidades futuras para continuidade dos serviços de

saneamento;

Desenvolvimento do cenário: concepções iniciais sobre metas e prioridades a

serem alcançadas em comparativo à realidade atual, apresentando o trajeto a

ser seguido para se alcançar o cenário realista.

Os objetivos e metas desenvolvidos para o cenário realista foram discutidos em

eventos dos setores de mobilização social e seus resultados foram oriundos da pactuação

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de consensos mínimos sobre o futuro do setor de saneamento no município de Alvorada do

Norte, procurando atender desejos, potencialidades e oportunidades estratégicas.

Nestes eventos setoriais foram definidos os objetivos estratégicos e abrangentes que

nortearão a elaboração das propostas de Programas, Projetos e Ações e do Plano de

Execução das próximas fases do PMSB.

Os horizontes temporais determinados para cumprimento dos objetivos e metas

estabelecidas foram prazos emergenciais (até 3 anos), curtos (entre 4 a 8 anos), médios

(entre 9 a 12 anos) e longos (entre 13 a 20 anos). Para facilitar a aplicação do Plano

Municipal de Saneamento Básico de Alvorada do Norte por parte dos gestores e a

compreensão pela sociedade foi definida a classificação das prioridades para o início da

execução dos Objetivos e Metas, sendo elas:

Alta – ser realizada no primeiro ano do prazo;

Média – ser realizada entre o segundo e penúltimo ano do prazo;

Baixa – ser realizada no último ano do prazo.

A definição dos critérios de priorização, acima apresentados, são reflexos das

expectativas sociais, além dos critérios técnicos discutidos e validados com os membros dos

Comitês e com a população em eventos setoriais.

Ainda, neste contexto, buscando um melhor entendimento para o cumprimento dos

Objetivos e Metas, estes foram divididos em modalidades: Estruturantes e Estruturais.

a) Modalidade Estruturante

Medidas que irão fornecer suporte político e gerencial para a sustentabilidade da

prestação dos serviços de saneamento. Encontram-se tanto na esfera do aperfeiçoamento

da gestão quanto na da melhoria rotineira das infraestruturas físicas.

b) Modalidade Estrutural

Medidas que correspondem aos tradicionais investimentos em obras necessárias

para suprir os déficits de cobertura pelos serviços de saneamento básico em Alvorada do

Norte, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.

3.2.1 Sistema de Abastecimento de Água

As ações a serem empregadas no Sistema de Abastecimento de Água (SAA) se

relacionam à ampliação e prestação dos serviços de água e visa à universalização do

atendimento destes serviços, com qualidade e controle social.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 30

Essas propostas de ações para o SAA orientam-se nas seguintes diretrizes:

A. Para a concessionária de água:

Recuperação e ampliação das estruturas físicas e trocas de tubulações

obsoletas;

Modernização do modelo de gestão;

Reavaliação do Plano Tarifário;

Capacitação de servidores e profissionais para a gestão técnica dos sistemas

de abastecimento de água.

B. Para o gestor público:

Reforço da capacidade fiscalizadora da vigilância sanitária;

Busca de mecanismos de financiamento para garantir o abastecimento de

água no município.

C. Para a concessionária e o gestor público:

Preservação das áreas em torno do manancial de abastecimento público do

município (que pode ser feito em cooperação com os órgãos ambientais);

Lançamento de uma campanha de sensibilização da população para as

questões da qualidade, da racionalização do uso da água e da adimplência

do pagamento.

Os Objetivos e Metas propostos para o setor de abastecimento de água de Alvorada

do Norte são apresentados na Tabela 26.

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Tabela 26 – Objetivos e metas para o sistema de abastecimento de água de Alvorada do Norte.

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade Necessidade de realização de reformas no prédio da ETA para preservar o desempenho do sistema de abastecimento de água.

1. Melhorar a infraestrutura física da ETA; Médio Média Estrutural

Índice de perdas na distribuição de 73,18% (perda de Alvorada do Norte (38,44%) e Simolândia (34,74%), já que compartilham do mesmo Sistema de Abastecimento de Água), sendo a maioria dessa perda nos pontos mais baixos da rede de distribuição.

2. Elaborar Plano de Redução dos Índices de Perdas;

Curto Alta Estruturante

O índice de perdas em faturamento do SAA foi 66,71% em 2014. Houve um grande aumento desse índice entre 2010 e 2014, saltando de 32,93 para 66,71%. Para o cálculo desse parâmetro, a SANEAGO utiliza-se dos débitos pendentes de pagamento acima de 60 dias, dividido pelo total faturado.

3. Instalação de micro e macromedidores; Médio Média Estrutural

A balsa flutuante de captação operante precisa de reforma devido as suas condições estruturais.

4. Promover reforma e manutenção periódica da balsa flutuante de captação, bem como de todos os equipamentos do sistema;

Curto Alta Estrutural

Servidores da SANEAGO afirmaram que o rio está com pouca água.

5. Promoção de campanhas para a conscientização da população quanto ao uso consciente da água e preservação das APPs e nascentes;

Emergencial Alta Estruturante

A população durante os eventos sociais declarou excesso de cloro na água que chega em suas casas por meio da rede pública de abastecimento.

6. Realização de análises da água após a saída da ETA para controlar a quantidade de cloro lançado durante o tratamento;

Emergencial Média Estruturante

O lodo gerado pela ETA está sendo lançado em uma grota próximo à ETA, que desemboca no rio, prejudicando o corpo hídrico.

7. Gestão adequada do lodo da ETA através da instalação de leito de secagem, com reuso e reciclagem do lodo gerado;

Curto Alta Estruturante

Os sistemas de abastecimento de água das comunidades rurais não possuem um programa de manutenções preventivas, nem mesmo funcionários responsáveis por esses sistemas.

8. Executar manutenções preventivas nos SAA das comunidades rurais;

Emergencial Média Estruturante

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 32

Tabela 26 - Objetivos e metas para o sistema de abastecimento de água de alvorada do norte (continuação).

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade Os sistemas de abastecimento de água das comunidades rurais não possuem dados relativos ao fornecimento de água, tais como vazão de captação, outorga de uso de água, extensão de rede de distribuição, qualidade da água bruta, etc.

9. Realizar o levantamento de informações referente aos SAA das comunidades rurais, criar banco de dados e regularizar os poços existentes junto ao órgão ambiental competente;

Emergencial Alta Estruturante

No PA Alvorada I há um poço instalado a qual não vem sendo utilizado para abastecimento da comunidade devido a água possuir gosto de enxofre. A população que reside nas comunidades rurais relata, ainda, que a água captada dos poços instalados é caracterizada como salobra.

10. Realizar análise físico/química de todos os poços utilizados para abastecimento das famílias das comunidades rurais;

Emergencial Alta Estruturante

As principais deficiências na zona rural estão relacionadas à falta de tratamento da água utilizada para consumo, sendo comum a perfuração de “fossas negras” próximas às cisternas, essa prática possibilita a contaminação da água utilizada pelas famílias.

11. Desativar todas as fossas próximas aos poços de captação de água nas comunidades rurais;

Emergencial Alta Estrutural

Automatização e boa qualidade do conjunto de elevatórias.

12. Elaborar planejamento para manter automatizado e em bom funcionamento todos os componentes das elevatórias;

Emergencial Alta Estruturante

Preservação do sistema de adução e bom rendimento do sistema de reservação.

13. Criar Plano de Manutenções Preventivas para todo o SAA urbano;

Emergencial Alta Estruturante

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 33

3.2.2 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Abastecimento de Água

A seguir são descritos cada um dos objetivos previstos em um cenário realista futuro.

Essas descrições apresentam a importância de cada um dos objetivos estabelecendo suas

metas e prioridades.

3.2.2.1 Melhorar a infraestrutura física da ETA

Segundo o diagnóstico técnico-participativo desse PMSB, o prédio da ETA ainda não

sofreu nenhum tipo de reforma e, este prédio necessita de ser pintado nas paredes e nas

estruturas metálicas para impedir problemas da parte estrutural do prédio, como infiltração

de água e ocorrência de mofo pela inadequação dos níveis de umidade excessiva detectada

no ambiente, podendo com o tempo comprometer o espaço físico do Laboratório e as

atividades de monitoramento e controle dos padrões característicos da água bruta e água

tratada desempenhadas em sua bancada de testes.

Outras necessidades a serem solucionadas dentro do prédio da ETA dizem respeito

a problemas operacionais pela falta de macromedidores na água bruta, tratada e na

lavagem dos filtros.

A reforma geral da pintura nas paredes e estruturas metálicas do prédio da ETA e os

problemas operacionais acerca da falta de macromedidores na água bruta, tratada e na

lavagem dos filtros não indica um defeito que leve a uma paralização dos serviços de

abastecimento de água e, portanto, pode ser colocada em segundo plano, a médio prazo,

para que correções mais emergenciais sejam resolvidas e não comprometa a distribuição de

água para a população de Alvorada do Norte.

3.2.2.2 Elaborar Plano de Redução dos Índices de Perdas

O entendimento básico do conceito considera perdas no sistema de abastecimento

como a “diferença entre o volume de água tratada colocado à disposição da distribuição e o

volume medido nos hidrômetros dos consumidores finais, em um determinado período de

tempo”. As perdas podem ocorrer em suas diversas fases, tais como na captação e adução

de água bruta, no tratamento, na adução e reservação de água tratada e na distribuição.

Conforme dados do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos (SNIS, 2016), o

índice de perdas (produção/consumo) no SAA urbano de Alvorada do Norte no ano de 2016

correspondeu a 38,44%, incluindo a cidade de Simolândia este índice chegou a 73,18%.

Isso indica a existência de problemas pontuais no sistema, como vazamentos e

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extravasamentos em reservatórios, vazamentos em adutoras, erros dos medidores de vazão

e gestão comercial.

A fim de alcançar a redução do índice de perdas, propõe-se a elaboração de um

Plano de Redução dos índices de Perdas objetivando o controle da pressão por meio de

válvulas, controle ativo de vazamentos, manutenção nos equipamentos, agilidade e

qualidade dos reparos de vazamentos e gerenciamento da infraestrutura.

3.2.2.3 Instalação de micro e macromedidores

A macromedição é responsável por definir o volume disponibilizado a uma

determinada área objeto de controle e medição. Esse valor, por diferença com o volume

micromedido, por exemplo, conduz ao valor das perdas a serem controladas. A

macromedição de vazão é uma etapa indispensável para o combate às perdas de água para

o município.

É proposto que sejam instalados equipamentos que proporcionem a micro e

macromedição e que a partir daí se identifique problemas pontuais de perda e se tome

medidas tanto preventivas quanto corretivas, objetivando sanar os transtornos causados ao

sistema recorrentes das práticas atuais. Assim como no cenário anterior não serão

realizadas ligações desprovidas de hidrômetros (equipamento para micromedição).

Os trâmites burocráticos envolvidos na aquisição de recursos para equipamentos,

mão de obra e infraestrutura, são fatores decisivos para a concretização do cenário

proposto, devendo assim, ser computada parcela de tempo adicional estabelecida uma meta

em médio prazo.

3.2.2.4 Promover reforma e manutenção periódica da balsa flutuante de captação, bem

como de todos os equipamentos do sistema

A estrutura de captação de Alvorada do Norte precisa de reformas estruturais de

forma a manter a continuidade dos serviços de abastecimento de água de forma eficaz e

satisfatória para toda a população urbana de Alvorada do Norte.

Dessa forma, além de reforma com ajustes, pintura, e trocas de peças deverá ser

realizada uma revisão com manutenção periódica, para que o sistema consiga funcionar

sempre de forma preventiva a possíveis danos/problemas ocasionados pelo uso dos

equipamentos.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 35

Ressalta-se ainda que, a captação não é a única parte do sistema que necessita de

revisão e ações de prevenção. Para o bom andamento de todo o sistema, oferecendo

serviços e água em quantidade e qualidade satisfatórias à toda a população, todos os

componentes do SAA devem passar por manutenções periódicas também.

Esta é uma prioridade alta, pois afeta diretamente a qualidade dos serviços

oferecidos pela concessionária de água e, portanto, deve ser executada a curto prazo, de

forma a dar continuidade aos serviços de qualidade já prestados.

3.2.2.5 Promoção campanhas para a conscientização da população quanto ao uso

consciente da água e preservação das APPs e nascentes

Servidores da SANEAGO retrataram que a água do rio Corrente, atual manancial

utilizado para abastecimento público está com vazão reduzida. Dessa forma, qualquer ação

que possa afetar negativamente, mesmo que de forma mínima, a qualidade e a quantidade

de água disponível no manancial deverão ser evitadas.

Isso inclui qualquer lançamento clandestino de esgoto não tratado, seja de

residências ou da ETE na zona urbana ou da zona rural, lançamento de resíduos sólidos,

desmatamento das margens, ou presença de atividades agrossilvopastoris nas

proximidades do rio.

A redução ou paralização destas atividades que podem degradar de forma direta ou

indireta o rio deve ocorrer de forma imediata, pois possui alta prioridade uma vez que afeta

diretamente o abastecimento público de água municipal. Além de que deverão ainda, ser

realizadas campanhas de conscientização para o uso consciente da água e para a

preservação das APPs e nascentes. Visto isso, esse objetivo deverá ser executado de forma

Emergencial.

3.2.2.6 Realização de análises da água após a saída da ETA para controlar a quantidade

de cloro lançado durante o tratamento

Durante as reuniões públicas realizadas no município a população declarou excesso

de cloro na água que chega em suas casas por meio da rede pública de abastecimento de

água. Isso geralmente ocorre devido à falta de monitoramento da quantidade de cloro

adicionada na ETA para desinfecção da água no processo de tratamento.

Dessa forma, esse objetivo visa o controle, de forma emergencial, da quantidade de

cloro adicionada na ETA através da realização de análises de água periódicas na saída da

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estação de tratamento de água, para contabilização da quantidade de cloro na água a ser

distribuída para a população através da rede pública.

Nos casos em que a vigilância sanitária (agentes fiscalizadores) verificar quantidade

de cloro maior que a permitida, a quantidade deste composto a ser adicionada deve ser

reduzida imediatamente. E, caso a concessionária continue não conseguindo se adequar

quanto a este quesito, ela deverá buscar novas metodologias para desinfecção que não

causem problemas ou insatisfação à população atendida pelo abastecimento público de

água.

3.2.2.7 Gestão adequada do lodo da ETA através da instalação de leito de secagem, com

reuso e reciclagem do lodo gerado

O tratamento da água do rio Corrente gera um resíduo conhecido como lodo de ETA,

este lodo atualmente é lançado no próprio manancial de abastecimento a jusante do ponto

de coleta, uma vez que esse lodo é formado por partículas de solo e outros materiais já

existentes na água captada do rio.

Porém, dependendo da forma e quantidade como esse lodo de ETA é lançado no

manancial, este resíduo pode afetar a cor aparente e a turbidez do rio, prejudicando a

entrada de luz solar na água e, consequentemente, reduzindo taxas de fotossíntese de

plantas aquáticas, e as trocas gasosas entre a água e o ar devido a quantidade de

sedimentos depositados naquele local.

Para evitar estes problemas, é estabelecido neste planejamento estratégico que seja

estudado um novo destino adequado deste lodo gerado, por parte da concessionária. De

acordo com o Portal de Tratamento de Água (2017), o lodo de ETA pode ser utilizado na

fabricação de cimento, na disposição do solo para adubação, na fabricação de tijolos, na

compostagem, dentro outros fins.

Caberá à concessionária, a curto prazo, instalar um leito de secagem para este lodo

de forma que se possa reaproveitá-lo através de um processo de reuso e/ou reciclagem

deste resíduo.

3.2.2.8 Executar manutenções preventivas nos SAA das comunidades rurais

Um dos problemas relatados pelos residentes das comunidades rurais foi a ausência

de manutenções nas redes de distribuição de água, nos reservatórios e poços artesianos.

Durante as visitas técnicas nas comunidades rurais percebeu-se a necessidade de

manutenções nas bombas de captação, principalmente na alimentação elétrica. Verificou-se

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também que os reservatórios necessitam de manutenções, todos apresentam vazamentos e

pintura desgastada.

Assim, entendendo que as manutenções nos SAA das comunidades rurais melhorará

a qualidade no abastecimento de água, devem-se executar de forma emergencial estas

manutenções.

3.2.2.9 Realizar o levantamento de informações referente aos SAA das comunidades

rurais, criar banco de dados e regularizar os poços existentes junto ao órgão

ambiental competente

A ausência de informações sobre os sistemas de abastecimento de água das

comunidades rurais dificulta a realização de manutenções e melhorias nestes sistemas.

Informações como extensões de redes, capacidade de reservação, vazões de consumo,

vazões de captação e qualidade da água captada e distribuída são importantes e devem

estar em um banco de dados.

A regularização de recursos hídricos no país é realizada através de outorgas. Essas

outorgas asseguram que o outorgante tenha direito de perfurar e utilizar as águas

subterrâneas disponíveis naquela bacia hidrográfica, cujo poço está inserido, em uma vazão

específica.

Para tanto, é necessário que poços já perfurados na comunidades rurais sejam

regularizados perante o órgão ambiental estadual (Secima) e à Agência Nacional das Águas

(ANA). Aqueles que, ainda serão perfurados, devido a necessidade de abastecimento na

zona rural, deverão, primeiramente, obter sua licença de perfuração e uso da água, através

de um estudo de viabilidade de implantação com parecer técnico da vazão e qualidade de

água na região, e da outorga de direito de uso.

Os poços perfurados por pessoas físicas deverão ser regularizados nos órgãos

competentes por seus próprios proprietários, enquanto que os poços perfurados com

recursos municipal, estadual ou federal, deverão ser regularizados pela prefeitura.

Esse é um objetivo de alta prioridade, pois impacta diretamente no abastecimento de

água da zona rural, devendo ser executado de forma emergencial.

3.2.2.10 Realizar análise físico/química de todos os poços utilizados para abastecimento das

famílias das comunidades rurais

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 38

Durante as visitas técnicas e reuniões públicas realizadas no município, a população

residente no Projeto de Assentamento Alvorada I queixou-se do sabor e odor da água obtida

através de poço artesiano existente no local.

Estes residentes retrataram que, a água captada de um dos poços localizados no

Assentamento possui gosto de enxofre. Através dessa queixa é necessário estabelecer

nesse planejamento estratégico que a qualidade desta água captada seja analisada e

regularizada.

Para a sua regularização, juntamente com a regularização da água dos demais

poços de captação das comunidades rurais, deve ser feito primeiramente uma análise da

água, de forma, a saber, a quantidade de íons de enxofre presentes, juntamente com outros

possíveis elementos químicos que podem estar disponíveis nessa água. Dessa forma,

deverá ser realizados estudos in loco como tentativa de descobrir a causa da presença

destes íons neste local e como neutralizá-los através de processos de filtração por carvão

ativado, zeólitas, resinas de troca iônica, dosagens de cloro e outros métodos de oxidação,

que dependerão, única e exclusivamente, dos resultados das análises.

A população que reside nas comunidades rurais de Alvorada do Norte relatou,

durante as reuniões, que a água captada e distribuída possui um gosto salobro. Através das

análises que deverão ser realizadas nos poços deve-se propor a melhor forma de

tratamento desta água captada nos poços.

Essas são medidas que devem ser tomadas pela prefeitura, uma vez que ela é a

atual gestora do SAA na zona rural.

Caso as medidas de adequação da água captada destes poços não sejam

satisfatórias, os poços deverão ser desativados e, portanto, deverá ser realizados estudo e

análise de outra localidade para perfuração de poço que consiga extrair água em quantidade

e qualidade de água de forma satisfatória para a população residente nas comunidades

rurais. O procedimento de perfuração deverá respeitar o objetivo proposto.

Essa ação deverá ser executada de forma emergencial por se tratar da qualidade da

água consumida pelas famílias das comunidades rurais e pelo fato desta água está fora dos

padrões de consumo e potabilidade estabelecidos pela Portaria MS nº 2.914/2011.2

3.2.2.11 Desativar todas as fossas próximas aos poços de captação de água nas

comunidades rurais

2 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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Durante as visitas técnicas nas comunidades rurais notou-se que algumas famílias

constroem fossas negras próximas aos poços de captação de água. A construção de fossas

negras já não é a forma adequada, conforme a NBR 7229:93 - Projeto, construção e

operação de sistemas de tanques sépticos.

Os poços deverão estar a uma distância mínima de 15 metros das fossas sépticas,

assim, deve-se realizar a desativação de todas as fossas inadequadas e realizar a análise

da água dos poços próximos as fossas para verificar se houve contaminação.

Essa ação deverá ser executada de forma emergencial por se tratar da qualidade da

água consumida pelas famílias das comunidades rurais.

3.2.2.12 Elaborar planejamento para manter automatizado e em bom funcionamento todos

os componentes das elevatórias

O próprio diagnóstico deste Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) traz

informações a respeito da importância das Estações Elevatórias, descrevendo que são

destinadas a transportar e elevar a água de um ponto a outro, sendo este último mais

distante e elevado. O Manual de Saneamento da Funasa (2004) ainda esclarece que, num

SAA as estações elevatórias podem ser utilizadas na captação, para recalque de água de

mananciais de superfície ou poços rasos e profundos; na adução para o transporte dessa

água; e em várias etapas do tratamento e na distribuição, para aumento da pressão nas

redes.

Os equipamentos (poço de sucção, motor, bomba, quadro elétrico, etc.) do sistema

de elevatórias de Alvorada do Norte se encontram em bom estado de conservação, além do

que, esse conjunto de elevatórias são totalmente automatizados. Isso quer dizer que, cada

estação elevatória possui um sistema único, ou seja, o trabalho de uma estação não

interfere no desempenho da outra e mesmo estando ligados, as bombas e a automação são

realizadas de forma individual minimizando os riscos com pane geral das estações

elevatórias.

Essa vantagem é identificada através da redução em consumo de água e energia,

otimização dos processos, aumento da segurança na operação do sistema e diminuição nos

custos de pessoal. Neste sentido, para manter o bom funcionamento de todos os

componentes das elevatórias, torna-se viável estabelecer uma fiscalização periódica para a

preservação da sua capacidade de operação.

O alcance desse objetivo “Manter automatizado e em bom funcionamento todos os

componentes das elevatórias” poderá encontrar dificuldades pela falta de assiduidade na

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manutenção dos equipamentos ocasionada pelo atraso de verba para os serviços de

manutenção do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) e pela falta de técnicos

capacitados para desenvolver o serviço de reparação. Porém, para este objetivo, as ações

voltadas ao estado de conservação dos componentes das elevatórias são importantes e

devem ser mantidas como prioridade alta, e serem realizadas de forma emergencial.

3.2.2.13 Criar Plano de Manutenções Preventivas para todo o SAA urbano

A falta de eficiência no gerenciamento do sistema de abastecimento pela

concessionaria de água conduz a resultados que não alcançam os objetivos almejados

pelos projetos de controle de perdas. Dessa forma é necessário realizar manutenções no

sistema, para que sua eficiência e eficácia não sejam mais comprometidas.

A manutenção preventiva é aquela realizada antes que apareçam defeitos nos

equipamentos, a fim de evitar que eles tenham que ficar parados e, com isso, que a

produção seja interrompida. Já a manutenção corretiva ocorre somente depois que o

equipamento falha ou quebra e, por fim, a manutenção preditiva que é a manutenção

preventiva agregada ao monitoramento contínuo.

Atualmente no município de Alvorada do Norte é realizada apenas manutenção

corretiva no sistema. É necessária a manutenção preventiva da rede que é aquela realizada

com a intenção de reduzir ou evitar custos da manutenção, custos com registros e redução

das perdas no sistema.

Independente de manutenção corretiva, semestralmente deve ser realizada

manutenção preventiva no sistema, a fim de reduzir e evitar a quebra de partes dos

equipamentos, prevenindo possível paralização do SAA e, consequentemente, diminuindo o

custo da manutenção, custos com registros e redução das perdas. Propõe-se que essas

manutenções preventivas sejam executadas de forma emergencial por se tratar da melhoria

dos serviços prestados.

3.2.3 Sistema de Esgotamento Sanitário

No contexto dos Objetivos e Metas visando aprimorar o sistema de esgotamento

sanitário na zona urbana e rural do município de Alvorada do Norte e a prestação dos

serviços desse sistema com qualidade, delinearam-se propostas de ações para o Sistema

de Esgotamento Sanitário (SES) que orientam nas seguintes diretrizes:

A. Na zona urbana, por responsabilidade da Concessionária:

Universalizar o SES da zona urbana

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Necessidade da avaliação do Plano Tarifário para a cobrança dos serviços de

esgotamento sanitário;

Desenvolver programa de aproveitamento dos efluentes tratados e/ou lodos

secos oriundos das unidades da ETE na sede municipal;

Prever implantação em etapas adequadas à demanda social e às condições

técnicas e financeiras;

Realizar campanhas de sensibilização da população para as questões da

saúde, vetores, poluição dos corpos hídricos e de ligações de esgoto sanitário

em redes de drenagem.

B. Na zona rural, por responsabilidade da Prefeitura:

Adoção de tecnologias com capacidade de atender ao padrão de lançamento

de efluentes preconizado pelas normas e legislações vigentes;

Constituir mecanismos específicos de financiamento visando garantir a

implantação de soluções de esgotamento sanitário em aglomerados rurais ou

no meio disperso;

Criação de um programa de formação profissional de servidores municipais

para orientação técnica sobre os sistemas individuais de tratamento de

esgoto na zona rural;

Realizar campanhas de sensibilização da população para as questões da

saúde, vetores e poluição dos corpos hídricos.

Os Objetivos e Metas propostas para a área do esgotamento sanitário de Alvorada

do Norte são apresentadas na Tabela 27.

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Tabela 27 - Objetivos e metas para o sistema de esgotamento sanitário.

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade

Ainda há 20% da população urbana sem ligação à rede coletora de esgoto sanitário, e que ainda fazem uso de dispositivos individuais de esgoto (sumidouros).

1. Finalizar o SES de acordo com o projeto executivo, uma vez que o recurso financeiro está disponível;

Emergencial Alta Estrutural

2. A Concessionária deve executar ligações domiciliares nas redes coletoras e providenciar o cadastro de todos os usuários;

Emergencial Alta Estruturante

Ausência de fiscalização quanto ao lançamento de água cinzas nas vias públicas. 3. Realizar campanhas de educação sanitária e

ambiental; Emergencial Alta Estruturante

Ausência de programas e/ou ações de educação sanitária.

Não há sistemas de tratamento adequados para as famílias da zona rural.

4. A Prefeitura deve conscientizar a população rural sobre os danos causados pelo uso de fossas inadequadas;

Emergencial Alta Estruturante

5. A Prefeitura deve fazer levantamento na zona rural das localidades com necessidade de construção de fossas sépticas (Melhorias Sanitárias Domiciliares – MSD);

Emergencial Alta Estruturante

6. A Prefeitura deverá buscar recursos financeiros para executar as obras de melhorias sanitárias domiciliares.

Curto Alta Estruturante

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 43

3.2.4 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Esgotamento Sanitário

3.2.4.1 Finalizar o SES de acordo com o projeto executivo

Em Alvorada do Norte ainda não há a universalização deste sistema, visto que a

implantação da rede de coleta de esgotos não foi finalizada (ainda restam 20%), e ainda

falta a construção das estações elevatórias de esgoto restantes previstas em projeto, pois

até o momento somente duas (que atendem 15% da rede) foram construídas e estão em

funcionamento.

Dessa forma estabelece aqui que as obras de implantação do SES devem ser

finalizadas de acordo com o projeto executivo, para atender a cidade de forma

universalizada, em prazo emergencial visto que o recurso financeiro já foi disponibilizado e

resta somente a finalização do PMSB, para renovação da concessão de serviços da

SANEAGO e, consequentemente, finalização das obras.

A finalização das obras é uma das soluções para promover a conservação dos

recursos naturais, eliminação de focos de poluição e contaminação e redução das doenças

causadas por águas contaminadas por dejetos.

3.2.4.2 A Concessionária deve executar ligações domiciliares nas redes coletoras e

providenciar cadastro de todos os usuários

Para restringir os impactos negativos da ausência de universalização da rede

coletora de esgoto é importante que este objetivo seja executado de forma emergencial, no

que tange a instalação das estações elevatórias de esgoto (EEE) restantes e implantação

dos 20% de rede coletora restante.

Com a instalação das EEE e rede coletoras restantes, os 20% das ligações

domiciliares poderão ser ligadas à rede pública coletora de esgoto, universalizando assim o

SES da cidade de Alvorada do Norte. Com a evolução dessa universalização, a SANEAGO

irá cadastrar esses usuários como forma de viabilizar o controle técnico, operacional e

financeiro deste sistema.

3.2.4.3 Realizar campanhas de educação sanitária e ambiental

A realização de campanhas de educação sanitária e ambiental deverá ocorrer com a

parceria da SANEAGO e Prefeitura com o objetivo de conscientizar a população para o não

lançamento de esgotos nas vias públicas e mananciais, demonstrando que esta ação

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 44

inadequada gera prejuízos não só para a natureza como para a saúde da população, sendo

ainda passível de multa para quem lançar.

Através das campanhas a Concessionária deverá deixar claro que o lançamento

indevido de óleo usado, sobras de comida e demais resíduos pode causar o entupimento

das redes de coleta de esgoto e ainda danificar o sistema de tratamento.

Outra temática a ser tratada nas campanhas é sobre a obrigatoriedade da população

de realizar a ligação de esgoto sanitário na rede coletora nos casos que houver atendimento

pelo SES, conforme exposto na Lei nº 11.445 em seu Artigo 45:

As edificações permanentes urbanas serão conectadas às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeitas ao pagamento de taxas, tarifas e outros preços públicos decorrentes da disponibilização e da manutenção da infraestrutura e do uso desses serviços.

Estas campanhas deverão ser realizadas de forma emergencial.

3.2.4.4 A Prefeitura deve conscientizar a população rural sobre os danos causados pelo

uso de fossas inadequadas

A conscientização da população rural deverá se dar de forma emergencial através da

implantação de programas ambientais de conscientização quanto aos danos causados pelo

uso de sumidouros. O uso destes dispositivos contamina o solo e, consequentemente, pode

afetar mananciais subterrâneos e superficiais próximos e, assim afetar também a saúde

humana.

O uso de sumidouros se caracteriza como a principal fraqueza do eixo de

esgotamento sanitário na zona rural, e esta ação encontra como uma das maiores

dificuldades de sua realização, a falta de recursos humanos capacitados para ministrarem

os programas com essa temática.

Para a população da zona rural adquirir novos hábitos, a prefeitura de Alvorada do

Norte necessitará desenvolver campanhas que motive a tomada de novas decisões e com

isso novas práticas que apoiem o uso dos tanques sépticos.

3.2.4.5 A Prefeitura deve fazer levantamento na zona rural das localidades com

necessidade de construção de fossas sépticas (Melhorias Sanitárias Domiciliares –

MSD)

A substituição dos dispositivos rudimentares e contaminantes de esgoto na zona

rural, conhecidos como sumidouros, por fossas sépticas dependerá de apoio técnico da

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prefeitura, uma vez que a população rural não dispõe de conhecimento sobre normas

técnicas mínimas de construção destes dispositivos. Dessa forma, a prefeitura deverá

viabilizar corpo técnico capacitado para auxiliar a população na construção/instalação

destas estruturas.

As mudanças propriamente concernentes ao manejo das águas residuárias dos

domicílios rurais precisam da intervenção do poder público com recursos humanos capazes

de ministrar treinamento aos moradores da região rural para o descarte adequado dos

efluentes sanitários. A locação apropriada dos novos tanques sépticos só é efetivamente

executável com a conscientização dos residentes dessa área sobre os efeitos nocivos para

a saúde humana e ambiental do lançamento de esgoto rural diretamente no solo ou em

cursos hídricos vizinhos as propriedades do entorno.

Para a realização de melhorias sanitárias domiciliares, também denominadas de

MSD, na zona rural é necessário que a prefeitura realize um levantamento nessas

localidades verificando quais regiões e residências necessitam da construção de fossas

sépticas, ou outros instrumentos alternativos de tratamento de esgotos domiciliares que

atendam a realidade local.

Após esse levantamento, a prefeitura deverá auxiliar de forma técnica essa

população rural na construção desses dispositivos. Este objetivo é de máxima importância e,

dessa forma, deverá ser realizado de forma emergencial.

3.2.4.6 A Prefeitura deverá buscar recursos financeiros para executar as obras de

melhorias sanitárias domiciliares

A substituição dos dispositivos rudimentares e contaminantes de esgoto na zona

rural, conhecidos como sumidouros, por fossas sépticas dependerá de apoio financeiro, uma

vez que a população carente rural não dispõe de renda suficiente para arcar sozinha com a

instalação destes sistemas de esgotamento sanitário. Dessa forma, a prefeitura deverá

prover planos plurianuais que contenham essa ação, ou busque apoio através de emendas

parlamentares ou agentes financiadores, como a Fundação Nacional de Saúde.

3.2.5 Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

Os Objetivos e Metas propostos para a área de drenagem urbana e manejo de águas

pluviais de Alvorada do Norte (Tabela 28) são baseados nas informações técnicas e

participativas consolidadas na etapa de diagnóstico. Essas informações servem como

referência de cenário atual e como diretrizes de melhorias necessárias para a prospectiva

de cenário futuro.

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Neste contexto, visando aprimorar o sistema de drenagem urbana e manejo de

águas pluviais de Alvorada do Norte e a prestação dos serviços desse sistema com

qualidade, delinearam-se propostas de ações que orientam nas seguintes diretrizes:

A. Na zona urbana:

Universalizar o sistema de drenagem e manejo de águas pluviais na zona

urbana;

Prever universalização do sistema em etapas adequadas às condições

técnicas e financeiras;

Revisão e atualização de normativas legais pertinentes quanto à ocupação e

uso do solo;

Realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental da população

para as questões da saúde, vetores, poluição dos corpos hídricos e

preservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs).

B. Na zona rural:

Realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental da população

para as questões da saúde, vetores, poluição dos corpos hídricos e

preservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e vegetação de

topos de morro e encostas.

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Tabela 28 - Objetivos e metas para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade Em Alvorada do Norte as estruturas de drenagem existentes não conseguem atender todo o município. A quantidade reduzida de canais de drenagem na cidade contribui efetivamente para o represamento de águas de chuvas torrenciais com possíveis alagamentos em pontos isolados. 1. Ampliação dos sistemas de drenagem; Curto Alta Estrutural Devido à ausência/insuficiência de dispositivos de drenagem que controle o escoamento e a velocidade das águas pluviais estão se formando duas grotas (depressões côncavas) na cidade, que podem ser revertidas com a ampliação de um sistema de drenagem efetivo. Em Alvorada do Norte dificilmente é feita a limpeza nas estruturas de drenagem e as reformas periódicas nas mesmas não acontecem. Há pontos de estrangulamentos que podem ser observados nos bairros Novo Ipiranga, Central e Alvoradinha que estão com várias deficiências no sistema de drenagem.

2. Elaborar Plano de Manutenção Preventiva;

Emergencial Alta Estruturante

No município de Alvorada do Norte inapropriadamente é dispensado pelos munícipes resíduos domésticos nas bocas coletoras, obstruindo tais vias para o escoamento de águas pluviais e influenciando a incidência de doenças. Há inexistência de programas com práticas sanitárias e ambientais.

3. Instaurar projetos de educação ambiental; Emergencial Média Estruturante

Em Alvorada do Norte não acontece punições em relação à ligações clandestinas de drenagem pluvial na rede do SES.

4. Criação de um setor/seção com corpo funcional para atender o setor de drenagem, inclusive com ações fiscalizatórias;

Emergencial Média Estruturante

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 48

Tabela 28 - Objetivos e metas para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais (Continuação).

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade No Código de Obras, não há obrigatoriedade legal para a implantação de estruturas de drenagem em novas construções, além de que é necessária a atualização deste código no que diz respeito à conservação dos espaços permeáveis e locais apropriados para as edificações na zona urbana.

5. Revisão e atualização do Código de Obras para implementação da obrigatoriedade de implantação de estruturas de drenagem em novas construções e loteamentos, e conservação dos espaços permeáveis;

Emergencial Alta Estruturante

Apesar de não ser constante, as vias paralela ao Rio Corrente, são afetadas quando há transbordamento nos períodos de cheia.

6. Evitar a construção de moradias e vias urbanas às margens do Rio Corrente respeitando o limite da APP e a zona de cheia do manancial;

Curto Alta Estruturante

Os setores próximos a Serra Geral sofrem com as fortes enxurradas que escoam em direção a zona urbana.

7. Elaborar projeto e executar obras de construção de reservatórios de retenção a montante dos setores afetados.

Curto Média Estruturante/

Estrutural

É realizado trabalho de conscientização pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

8. Trabalho dos ACS como mais uma alternativa para a conscientização da população quanto às práticas sanitárias de saúde.

Emergencial Média Estruturante

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3.2.6 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo

de Águas Pluviais

3.2.6.1 Ampliação dos dispositivos de drenagem

Conforme levantado durante o Diagnóstico Técnico e Participativo, há em período

chuvoso problemas com alagamentos e enxurradas fortes na Rua Marechal Rondon, no

Setor Central.

Para a mitigação destas problemáticas pontuais é proposto a elaboração de projetos

e execução de obras de implantação de sistemas de microdrenagem para atendimento

prioritários das regiões mais afetadas pela falta de sistema de drenagem. As demais áreas

que não possuem um sistema de drenagem adequado terão seus projetos executados a

medida que as regiões prioritárias forem atendidas. Deve-se dar prioridade para

pavimentação asfáltica do tipo permeável.

A partir dos estudos hidrológicos e hidráulicos das bacias hidrográficas urbanas de

interesse, ou seja, bacias que apresentaram problemas relacionados à microdrenagem

urbana considerou-se um período de dois anos para a conclusão das medidas necessárias,

sendo elas: a captação de recursos e elaboração de estudos e projeto básico.

O início do prazo da elaboração dos projetos executivos e execução das obras

deverão começar conforme sua hierarquização, aquelas como prioritárias terão seu início

em 2022 (curto prazo).

3.2.6.2 Elaborar Plano de Manutenção Preventiva

A drenagem faz parte da infraestrutura urbana de um município e, portanto, o

desempenho desses dispositivos precisa atender satisfatoriamente toda a cidade. E, o que

possibilita a eficiência dessas estruturas é o estado de conservação de seus componentes.

Desse modo, a manutenção preventiva de preferência trimestral, que fará os reparos

necessários e limpará os resíduos depositados em suas estruturas é primordial para não

obstruir a tubulação do sistema de microdrenagem do município e para impedir possíveis

alagamentos, poços de água estagnada e deterioração asfáltica. Isso só confirma a

necessidade de incluir no escopo de gestão de drenagem as atividades de manutenções

preventivas e monitoramento de pontos de estrangulamentos de Alvorada do Norte.

Apesar do resultado positivo que provoca a manutenção e limpeza dos dispositivos

de drenagem e o acompanhamento dos pontos de estrangulamento para avaliar a eficiência

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das estruturas localizadas próximas àqueles pontos, toda essa assistência fica sujeita a

dependência financeira, de recursos humanos e de ampliação do sistema de drenagem.

Assim, em uma conjuntura realista, a manutenção das estruturas de drenagem e o

controle das regiões alagadas não são suficientes se não houver em conjunto a construção

de novos dispositivos de drenagem.

O pequeno número de funcionários da prefeitura que cuida dos serviços de

drenagem e, o atraso ou falta da verba para investir nas benfeitorias necessárias para o

sistema de microdrenagem da cidade, também, dificultam a execução imediata do programa

de manutenção preventiva e de controle dos pontos de estrangulamentos para o setor de

drenagem. Porém, devido a sua importância e necessidade, esse programa terá sua

intervenção e contribuição para o setor de drenagem em prazo emergencial.

3.2.6.3 Instaurar projetos de educação ambiental

Um sistema de drenagem continuará sendo ineficiente se a gestão pública implantar

as estruturas necessárias para o escoamento das águas pluviais, mas a população

continuar lançando resíduos domésticos nas bocas coletoras, obstruindo essas vias e

impedindo o escoamento dessas águas e promovendo na incidência de várias doenças.

Dessa forma, será necessário a implantação de projetos de educação ambiental para

conscientizar a população sobre os malefícios ocasionados à saúde pública devido à

disposição indevida de resíduos sólidos nas estruturas de drenagem. Essa ação deverá ser

realizada a prazo emergencial.

3.2.6.4 Criação de um setor/seção com corpo funcional para atender o setor de drenagem,

inclusive com ações fiscalizatórias

O desempenho na operacionalização dos serviços de drenagem será garantido com

a criação de um setor/seção na prefeitura, com corpo funcional específico para atender o

setor de drenagem, incluindo medidas estruturais, como construção e limpeza de estruturas,

e medidas estruturantes, como a fiscalização contínua e aplicação de punições para casos

de lançamento indevido de resíduos sólidos nas bocas coletoras e de ligações clandestinas

de drenagem pluvial na rede do SES. A criação de um setor/seção com corpo funcional

deverá ocorrer a prazo emergencial, enquanto que as ações fiscalizatórias deverão ser

desenvolvidas de forma contínua.

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3.2.6.5 Revisão e atualização do Código de Obras para implementação da obrigatoriedade

de implantação de estruturas de drenagem em novas construções e loteamentos, e

conservação dos espaços permeáveis

O Código de Obras de Alvorada do Norte deve ser atualizado, de forma a dar

obrigatoriedade na implantação de estruturas de drenagem em novas construções

(responsabilidade do morador) e em novos loteamentos (responsabilidade do

loteador/empreendedor). Dessa forma, a gestão pública terá um aparato legal para

cobranças e aplicação de punições no caso de não atendimento dessas exigências por

parte do morador ou do empreendedor.

Ainda, com a revisão e atualização deste Código de Obras, serão revistas as

necessidades e a obrigatoriedade da conservação dos espaços permeáveis existentes no

município, incluindo os parques/praças e o interior dos lotes residenciais.

Em um cenário realista, no que diz respeito à cobrança de multas que acompanharão

o uso inadequado dos componentes de drenagem pelos usuários do sistema, esta medida

só será empregada depois que a prefeitura já tiver executado programas de conscientização

da população local quanto às práticas sanitárias de saneamento e do uso apropriado dos

dispositivos de drenagem. Dessa forma esse objetivo será executado de forma emergencial.

3.2.6.6 Evitar a construção de moradias e vias urbanas às margens do Rio Corrente

respeitando o limite da APP e a zona de cheia do manancial

Nos períodos de cheia do Rio Corrente a o transbordamento natural do manancial,

que dependendo da declividade do terreno próximo ao manancial este transbordamento

pode afetar as vias urbanas e até mesmo casas que estão dentro das zonas de cheia.

Assim, é necessário realizar um levantamento ao longo do Rio Corrente, faixa

urbana, para verificar se há ocupações irregulares e se essas estão sendo afetadas nos

períodos de cheia.

Quanto a via urbana, Rua Bahia que está dentro da zona de cheia do Rio Corrente,

deve-se realizar estudo de engenharia para se verificar se esta via está sofrendo danos

devido o transbordamento do Rio.

A Lei Federal nº 12.6513, de 2012, dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Ela

estabelece a criação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em terrenos cobertos ou

3 Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771,

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não por vegetação nativa, para preservar os recursos hídricos, paisagem, biodiversidade,

proteger o solo e estabilidade geológica. Desde a criação da Lei, as regiões próximas a

cursos d’água passaram a ser consideradas APPs. Entre elas estão a mata ciliar ao longo

de todo o percurso hídrico. No caso do Rio Corrente, faixa que margeia a zona urbana, a Lei

exige que se conserve uma faixa de pelo menos 30m de largura em cada margem.

Com isso, esse objetivo, em um cenário realista será executado a curto prazo, após

a revisão e atualização do Código de Obras, e a criação de um setor/seção com corpo

funcional para atender o setor de drenagem, e o início da realização das ações de

fiscalização.

3.2.6.7 Elaborar projeto e executar obras de construção de reservatórios de retenção a

montante dos setores afetados

Durante o período chuvoso as águas pluviais que escoam da Serra Geral geram

fortes enxurradas na direção da zona urbana. Estas fortes enxurradas e a ausência de um

sistema de drenagem adequado estão ocasionando transtornos, tais como: carreamento de

solo para as vias urbanas e erosões na pavimentação asfáltica.

A construção de reservatórios de retenção em pontos específicos localizados a

montante dos Setores Novo Ypiranga e Nova Vila irão mitigar os problemas causados pelas

fortes enxurradas que escoam da Serra Geral. Estes reservatórios deverão estar

conectados ao sistema de drenagem urbano.

A função principal do reservatório é atenuar o pico de vazão das enxurradas a um

valor inferior ao de entrada e lançar nas tubulações de drenagem uma vazão não prejudicial

ao sistema de drenagem. Desta forma as obras de construção dos reservatórios deverão ser

projetadas com base na topografia, solo e geologia do local.

Devido a necessidade de projetos específicos e de apoio financeiro para construção

destas obras, esta objetivo deverá ser executado em curto prazo.

3.2.6.8 Trabalho dos ACS como mais uma alternativa para a conscientização da população

quanto às práticas sanitárias de saúde

Manter o mesmo desempenho no trabalho diário dos Agentes Comunitários de

Saúde (ACS) não é algo que só dependa do agente, porque a sobrecarga do enfermeiro

de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

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responsável pela equipe, a ausência de soluções imediatas para alguns problemas de

saúde e a rejeição dos usuários ao atendimento são fatores que limitam esse trabalho. A

contribuição dos ACS em todos os eixos de saneamento básico já é considerada eficiente,

mesmo que suas palestras nem sempre possam ser ministradas durante as campanhas de

uso correto dos eixos de saneamento.

Os princípios de saúde do SUS se comunicam com as orientações de saneamento

básico para a qualidade de vida e, portanto, mesmo que a atuação dos ACS possa sofrer

dificuldades e apresentar intermitências na sua realização diária, esse trabalho próximo aos

eixos de saneamento precisa ser mantido.

Dessa maneira, neste cenário realista a parceria entre os ACS com o setor de

drenagem do município de Alvorada do Norte deve ser mantida desde o início até o final da

execução do plano (prazo emergencial) para o sucesso operacional deste eixo.

3.2.7 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Os Objetivos e Metas propostas para a área de manejo de resíduos sólidos de

Alvorada do Norte são apresentadas na Tabela 29.

No contexto dos Objetivos e Metas visando aprimorar o sistema de limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos em Alvorada do Norte e a prestação dos serviços desse sistema

com qualidade, delinearam-se propostas de ações:

A. Na zona urbana:

Recuperação da área utilizada como “lixão” e readequação da área para

disposição ambientalmente adequada de rejeitos;

Aquisição de equipamentos, veículos e EPIs para o manejo de resíduos

sólidos;

Manejo adequado de resíduos de construção civil, resíduos volumosos

(podas) e resíduos passíveis de logística reversa;

Campanhas de conscientização para redução do consumo e manejo

adequado dos resíduos a serem encaminhados para a coleta;

Otimização da coleta convencional;

Conscientização da população urbana sobre o correto gerenciamento dos

resíduos passíveis de logística reversa.

B. Na zona rural:

Realizar coleta convencional efetiva de resíduos recicláveis em pontos

estratégicos da zona rural;

Implantar Pontos de Entrega Voluntária (PEVs);

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Conscientizar a população rural sobre a importância da redução do consumo,

o manejo adequado dos resíduos orgânicos para compostagem e/ou

alimentação de animais e a necessidade da separação e envio correto dos

resíduos recicláveis para os PEVS;

Conscientização da população rural sobre o correto gerenciamento dos

resíduos passíveis de logística reversa.

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Tabela 29 - Objetivos e metas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade

Inadequação dos equipamentos de manejo dos RSU 1. Adquirir equipamentos e veículos novos para o setor de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

Emergencial Alta Estruturante

Coleta convencional de resíduos sólidos na zona urbana tem gastos desnecessários

2. Otimizar a coleta de resíduos sólidos urbanos;

Emergencial Alta Estruturante

Ausência de programas de coleta seletiva 3. Implantação do programa de coleta seletiva Curto Alta Estruturante Uso indevido da área do aterro como lixão com descarte irregular dos resíduos e emissão de particulados no lixão (queima de resíduos)

4. Desativação do vazadouro a céu aberto e construção do aterro sanitário;

Emergencial Alta Estrutural O portão de acesso do lixão fica sempre aberto, podendo promover a entrada de animais neste local e estes se transformarem em vetores de doença, além não haver guarita e guarda no local Disposição inadequada dos resíduos de construção civil (RCC) 5. Instalação da Área de Transbordo e Triagem

(ATT) e de um Disk-Coleta; Médio Média Estrutural

Inexistência de programas de reaproveitamento dos RCC Não há programa para a redução dos resíduos passíveis de logística reversa e sua restituição como bem de mercado

6. Implementação de programa de apoio à logística reversa;

Curto Média Estruturante

O uso de EPI’s não é incorporado à atividade diária dos funcionários da coleta e manejo de resíduos sólidos

7. Adotar procedimentos de segurança no trabalho;

Emergencial Alta Estruturante

Carência de funcionários qualificados para o setor de manejo de resíduos

8. Preparar corpo funcional para as atividades de manejo de resíduos;

Curto Alta Estruturante

Escassez de capital financeiro e falta de cobrança de taxas para as melhorias a serem realizadas nos serviços de resíduos

9. Garantir a sustentabilidade econômica dos serviços de manejo de resíduos sólidos;

Médio Alta Estruturante

Não se realiza em Alvorada do Norte técnicas de aproveitamento de resíduos orgânicos

10. Estruturar unidades de compostagem em Alvorada do Norte para grandes geradores: feiras livres, poda e capina domiciliar;

Médio Média Estrutural

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 56

Tabela 29 - Objetivos e metas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (continuação).

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade Modalidade

Coleta convencional na zona rural é inoperante

11. Instituir coleta convencional estratégica na zona rural utilizando-se das estradas vicinais principais (eixão), com instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) de resíduos não orgânicos;

Curto Alta Estrutural

Ausência de conscientização da população rural sobre o tratamento adequado dos resíduos sólidos

12. Conscientizar a população rural para realizar a compostagem de seus resíduos orgânicos e encaminhar os resíduos não orgânicos para os PEVs.

Emergencial Média Estruturante

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3.2.8 Considerações sobre os objetivos do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo

de Resíduos Sólidos

3.2.8.1 Adquirir equipamentos e veículos novos para o setor de limpeza urbana e manejo

de resíduos sólidos

No cenário realista a compra de equipamento e de veículos necessários para a

realização dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos de Alvorada do

Norte são fundamentais para a adequada realização dos serviços, sendo um objetivo a ser

executado de forma emergencial.

Os veículos coletores são os veículos adequados para coletar e transportar

exclusivamente os resíduos sólidos urbanos, domiciliares ou comerciais, ofertados pela

população rural ou urbana, ou seja, não estão inclusos veículos inadequados ou de pequeno

porte (carros de passeio, pick-up ou caminhonetes). Abaixo estão descritos os veículos

necessários para atendimento da população de Alvorada do Norte:

Caminhão compactador com dispositivo para basculamento de recipiente

estacionário (contêineres ou caçambas) – Para coleta de Rejeitos;

Caminhão com carroceria em grade – Para coleta de Resíduos Secos

(Recicláveis);

Caminhão basculante utilizado no transporte de resíduos verdes, volumosos

e de construção e demolição.

Os veículos e equipamentos deverão permanecer em perfeitas condições de

funcionamento, com os dispositivos de segurança e proteção exigidos na legislação, efetuar

a lavagem diária da caixa compactadora com solução detergente e desodorizante e

conservar a pintura em perfeito estado.

3.2.8.2 Otimizar a coleta de resíduos sólidos urbanos

Coletar os resíduos sólidos urbanos (RSU) significa recolher o RSU acondicionado

por quem o produz para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível

estação de transferência, a um eventual tratamento e à disposição final.

Para se otimizar o serviço de coleta e consequentemente reduzir gastos

desnecessários devido a falta de planejamento na coleta é preciso definir etapas:

Estimar a quantidade de RSU a ser coletado.

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Planejar a frequência da coleta dos RSU, indicando o tempo entre uma coleta

e outra no mesmo local.

Definição de horários de coleta domiciliar, buscando os melhores horários

que não prejudiquem o trânsito urbano; que facilite o acompanhamento pelas

equipes de fiscalização e que não prejudique a saúde do trabalhador devido

desgaste em períodos quentes.

Realizar a divisão da zona urbana em setores de coleta.

Determinação da quantidade de veículos coletores necessários aos serviços

de coleta e do número de funcionários.

Definir o percurso que o veículo faz dentro de um mesmo setor, em um

espaço de tempo - Realizar um itinerário.

A partir desses dados e de um planejamento adequado é possível realizar um

serviço de coleta com maior eficiência e eficácia.

Dessa forma, será necessário, a um prazo emergencial, esquematizar essas

informações, criar um banco de dados e elaborar um planejamento de coleta aumentando a

eficiência do serviço e, consequentemente, reduzindo custos. Isso fará com que a coleta

seja sempre regular e otimizada para que atenda de forma satisfatória toda a zona urbana.

3.2.8.3 Implantação do programa de coleta seletiva

Em uma circunstância realista a estruturação do Programa de Coleta Seletiva no

município de Alvorada do Norte continua como uma técnica indispensável para a

conscientização ambiental da população, redução dos resíduos destinados ao futuro aterro

sanitário e ao reaproveitamento dos resíduos.

O Programa de Coleta Seletiva estará melhor organizado, assim que os mecanismos

de subsidiar a coleta seletiva estejam em grande parte instalados pelo município, como a

construção, tanto na zona urbana quanto na zona rural, dos locais de entrega voluntária

(LEVs).

Outra ação que corroborará para a robustez da coleta seletiva será a

conscientização da separação ainda dentro das residências (na fonte) dos resíduos sólidos

secos dos molhados. Por esse processo se caracterizar como uma mudança de hábitos

entende-se que essa dinâmica demanda tempo.

A própria formação das alianças entre a Prefeitura de Alvorada do Norte e parceiros

externos pode ser moroso, bem como a formação das cooperativas de catadores de

materiais recicláveis.

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Devido a necessidade da conscientização prévia da população, da instalação de

LEVs e da formação de parcerias, fica evidente que a união dessas táticas para o

desenvolvimento do programa de coleta seletiva de Alvorada do Norte ocorrerá neste

cenário realista em curto prazo.

3.2.8.4 Desativação do vazadouro a céu aberto e construção do aterro sanitário

O município de Alvorada do Norte celebrou convênio com a Funasa em 2005 para

execução de aterro sanitário. Em 2012, o órgão competente emitiu licença ambiental com

pendências, que não foram sanadas pela Administração Municipal. Com isso, o município

passou a despejar o lixo coletado na mesma área do aterro construído, no entanto, não

utilizou as valas escavadas dentro do convênio celebrado com a FUNASA.

Em uma conjuntura realista, a readequação do aterro sanitário e a desativação e

recuperação da área degradada (lixão) na mesma localidade do aterro sanitário são

procedimentos primordiais para desenvolver corretos padrões de saneamento básico para o

município de Alvorada do Norte.

Porém, atualmente, o local do aterro sanitário é inapropriado devido sua proximidade

com aeródromo municipal, estando a área do aterro em desacordo com a Instrução

Normativa nº 11/2013 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e

da Lei Federal nº 12.725/2012, que dispõe sobre o controle de fauna nas imediações de

aeródromos.

Desta forma a necessidade da recuperação da atual área de disposição de resíduos

sólidos urbanos e a construção de um Aterro Sanitário de Rejeitos que atenda as normativas

e legislações vigentes. O Aterro deverá atender a demanda do município por um período

mínimo de 20 anos, sendo projetado para receber apenas rejeitos, os demais resíduos

deverão ser reciclados e/ou reaproveitados.

Com a construção e execução do Aterro Sanitário de Rejeitos deve ser elaborado um

estudo de investigação de passivo ambiental na atual área de disposição de resíduos,

elaborado por profissionais capacitados e deverá atender as normativas e legislações

vigentes, contemplando laudos e análises que quantifiquem e qualifiquem a contaminação

da atual área de disposição de resíduos de Alvorada do Norte. Neste estudo preconiza-se:

Investigação detalhada de impacto ambiental;

Avaliação de risco à saúde humana;

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Proposição e implementação de medidas de intervenção na área,

complementares ou não às ações de intervenção que serão estabelecidas no

Plano de Recuperação de Área Degrada (PRAD).

Em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos e devido à emergência que

esse caso traz, dar-se-ão em um prazo emergencial.

3.2.8.5 Instalação da Área de Transbordo e Triagem (ATT) e de um disk-coleta

A instalação de uma ATT e de um disk-coleta no município de Alvorada do Norte

representam um avanço nas soluções para a redução e aproveitamento dos resíduos de

construção civil (RCC) e resíduos volumosos, como móveis, eletrodomésticos entre outros

que não servem mais para o uso recomendado pelo fabricante.

O destaque para essa tecnologia se deve também pela minimização do foco de

organismos patogênicos e dos locais de abrigo para animais peçonhentos (cobras,

escorpiões, aranhas e outros) que tanto servem esses entulhos lançados em locais

impróprios como lotes baldios, logradouros e canais de drenagem de Alvorada do Norte.

É inegável a importância de uma ATT e de um canal exclusivo para o disk-coleta, no

entanto, em uma programação realista a construção de um espaço para a ATT será

realizada em médio prazo pela falta de estruturação do transporte dos RCC e os resíduos

volumosos até a área determinada, ou mesmo pela dificuldade da prefeitura em viabilizar

ativos financeiros destinados para este fim.

Para minimizar os volumes desses tipos de resíduos no município de Alvorada do

Norte a prefeitura deverá implantar operações de cata-entulho até que seja factível a

construção da ATT e do disk-coleta de entulhos.

3.2.8.6 Implementação de programa de apoio à logística reversa

A logística reversa consiste no retorno de produtos após seu uso, por parte do

consumidor, aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Conforme artigo

33 da Lei 12.305/2010 está estabelecida a obrigação de implementação de sistemas de

logística reversa para os seguintes resíduos: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;

pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas

fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus

componentes; e conforme a NBR 16457:2016 os medicamentos de uso humano vencido

e/ou em desuso deverão possui logística reversa.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 61

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é um importante

instrumento na solução de um dos maiores desafios que a sociedade encara atualmente em

relação a geração excessiva de resíduos. Tal como a consequente escassez de áreas aptas

para a construção de aterros sanitários, capazes de evitar danos ou riscos à saúde pública e

ao meio ambiente, minimizando os impactos ambientais.

Em uma visão realista, no município de Alvorada do Norte manter o programa de

logística reversa garantido por Lei elevará efeitos ambientais positivos a toda sociedade e

ao meio ambiente, tendo em vista a capacidade de reutilização ou reaproveitamento dos

resíduos pelos próprios fabricantes dos produtos.

Neste cenário o que pode, eventualmente, adiar ou por certo período até regredir a

aplicabilidade do sistema legal de logística reversa são os conflitos gerados pelos acordos

setoriais nacionais, e entre a cadeia produtiva dos suprimentos. Tendo resolvido as

contendas entre as entidades participantes e responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos e

observado a importância ambiental que esta atividade acarreta, a implementação do

programa de logística reversa em Alvorada do Norte ocorrerá a curto prazo.

3.2.8.7 Adotar procedimentos de segurança no trabalho

O uso de EPIs entre os trabalhadores de limpeza urbana e manejo dos resíduos

sólidos de Alvorada do Norte só será eficaz depois que os funcionários deste setor

estiverem conscientes que a qualidade do seu ambiente de trabalho e do sucesso de sua

ocupação se deve a relevância dada à proteção individual que o uso de EPIs oferece. Além

de que a gestão pública e seus funcionários devem seguir todas as normativas

preconizadas com as normas regulamentadoras da Consolidação das Leis Trabalhistas

(CLT).

Para tanto programas e treinamentos ocupacionais educativos, além de informar aos

trabalhadores quanto ao correto desempenho da função para sua própria proteção, garante

a regularidade da atividade profissional.

Considerando essa análise, o uso de EPIs e o atendimento preconizado às normas e

leis trabalhistas, em circunstâncias reais no município de Alvorada do Norte, será estimulado

por fiscalizações frequentes e efetivado de forma emergencial.

3.2.8.8 Preparar um corpo funcional para a realização de atividades de manejo de resíduos

O treinamento para capacitar pessoas para atividades de limpeza urbana e manejo

dos resíduos gerados pelo município de Alvorada do Norte em uma situação realista,

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 62

facilmente se percebe a falta de qualificação dos colaboradores que já desempenham esses

serviços e a necessidade de ampliação desse corpo funcional.

A preparação dos servidores já lotados no setor de resíduos e daqueles que

ingressarão nessas atividades poderá ser efetivada através de cursos de capacitação

profissional oferecidos diretamente pela prefeitura, ou por intermédios de parcerias externas,

como os cursos de coleta e manejo de resíduos sólidos disponibilizados pelo SENAI.

Como a mão de obra qualificada otimizará o serviço do setor de resíduos de

Alvorada do Norte, é conhecido que essa qualificação demanda um certo tempo e, por isso,

a preparação de um corpo técnico para o setor de resíduos da região ocorrerá em curto

prazo.

3.2.8.9 Garantir a sustentabilidade econômica dos serviços de manejo de resíduos sólidos

Os Poderes Executivo e Legislativo de Alvorada do Norte deverão formular o Código

Tributário Municipal e adotar a cobrança, através de taxa, pelo manejo dos resíduos sólidos

no município, o qual deverá ser implantado como forma de sustentabilidade econômica do

serviço, visto que há altos gastos e investimentos na área de manejo de resíduos sólidos.

Neste cenário realista, as medidas para a criação de reserva financeira, através de

cobrança de taxas pelos serviços de manejo de resíduos sólidos prestados pela prefeitura

de Alvorada do Norte conseguirá ser organizada em médio prazo, visto a necessidade de

adequação do sistema de manejo de resíduos sólidos e da conscientização da população

para a importância desta garantia da sustentabilidade econômica do setor.

3.2.8.10 Estruturar unidades de compostagem em Alvorada do Norte para grandes

geradores: feiras livres, poda e capina domiciliar

A técnica da compostagem é uma metodologia que promove ganhos econômicos

tanto para o meio ambiente quanto para o desenvolvedor da atividade ou dono de um centro

de compostagem.

Em uma projeção realista, a falta de incentivo da prefeitura, através de campanhas

de educação ambiental em que um dos seus objetivos seja o manejo dos resíduos

orgânicos e, a falta de oficina de capacitação para a aplicação da técnica de compostagem

confere mais complexidade ao desenvolvimento de métodos de aproveitamento de resíduos

orgânicos provindos de grandes geradores na zona urbana de Alvorada do Norte.

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Devido a essas intercorrências o atraso na implantação dos centros de

compostagem para resíduos oriundos de grandes geradores, tais como feiras livres,

atividades de capina e poda, é compreensível, sendo assim essa técnica será disseminada

neste cenário em médio prazo.

3.2.8.11 Instituir coleta convencional estratégica na zona rural

Na zona rural de Alvorada do Norte, será instituída a curto prazo, uma coleta

convencional estratégica utilizando-se das estradas vicinais principais, denominadas como

“eixão” pelos moradores da região, com a instalação de Pontos de Entrega Voluntária

(PEVs) de resíduos não orgânicos, pela prefeitura.

A população rural deverá encaminhar seus resíduos sólidos secos para PEVs

situados em pontos estratégicos das estradas vicinais principais, que serão coletados pela

prefeitura duas vezes por semana e encaminhados para o aterro sanitário.

3.2.8.12 Conscientizar a população rural para o manejo adequado de seus resíduos

No que diz respeito à zona rural, para este mesmo cenário, propõe-se a organização

de programas e oficinas educativas que incentivem a prática sustentável de manejo de

resíduos, como a coleta seletiva e encaminhamento dos resíduos secos para os PEVs,

garantindo que o sistema de coleta por pontos seja satisfatória e atenda a zona rural do

município, e a compostagem de resíduos orgânicos.

Os resíduos úmidos (resíduos orgânicos) deverão ser compostados e transformados

em adubo orgânico para hortas, fruticultura e floricultura no quintal das residências rurais, ou

deverão ser utilizados como fonte de alimentos para outros animais domésticos, como

galinhas e porcos, reduzindo assim a quantidade de resíduos a serem encaminhados para

os PEVs, e a prevenção de mau cheiro nesses PEVs devido a decomposição de matéria

orgânica.

Essa conscientização deverá iniciar de forma emergencial para que a população das

comunidades rurais possam utilizar os PEVs de forma correta.

3.2.9 Gestão dos Serviços de Saneamento

Os Objetivos e Metas propostas para a Gestão dos Serviços de Saneamento de

Alvorada do Norte são apresentadas na Tabela abaixo. Esses objetivos contemplam metas

estruturantes a serem desenvolvidas na gestão municipal através de

secretarias/departamentos, como forma de controlar dados, processos, serviços, programas,

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obras, recursos financeiros e recursos humanos voltados ao desenvolvimento do

saneamento básico municipal.

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Tabela 30 - Objetivos e metas para a gestão dos serviços de saneamento.

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos/Metas Prazos Prioridade A prefeitura não tem oferecido e mobilizado de forma eficiente a população à participar de audiências públicas e pesquisas de percepção sobre a qualidade dos serviços de saneamento oferecidos

1. A prefeitura deverá desenvolver medidas de mobilização e pesquisa sobre satisfação da execução dos serviços de saneamento;

Emergencial Alta

Os serviços de drenagem pluvial, coleta e gerenciamento de resíduos sólidos são administrados pela prefeitura, com atribuições diluídas nas diversas competências da administração pública municipal, o que acaba por competir uma organização menos eficiente, sem processos e atribuições específicas.

2. Criar secretaria/departamento com organização específica, processos e atribuições específicas para atuarem no saneamento básico, principalmente no que tange a drenagem pluvial e os resíduos sólidos;

Emergencial Alta

A prefeitura não desenvolveu, até o momento, nenhuma prática de educação ambiental e sanitária perante as quatro vertentes do saneamento.

3. Desenvolver práticas de educação ambiental e sanitária no município;

Emergencial Alta

Os serviços de saneamento básico (água e esgoto) no município são fiscalizados e regulados de forma contínua e eficiente.

4. Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário continuarão sendo regulados pela AGR e fiscalizados de forma eficiente pela AGR e vigilância sanitária;

Emergencial Alta

Em Alvorada do Norte não há cronograma e pessoal capacitado para regulação e fiscalização da gestão e qualidade dos serviços de drenagem pluvial e gerenciamento de resíduos sólidos, oferecidos à população.

5. Criar a Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento na forma de consórcio público;

Curto Alta

Nenhum dos procedimentos operacionais e administrativos realizados no âmbito do saneamento básico são sistematizados, ou seja, não há controle sobre dados e desenvolvimento percentual de processos, programas e/ou obras.

6. Os departamentos/secretarias e concessionária dos serviços de saneamento básico deverão fornecer informações para preenchimento do SMISB e seus indicadores;

Emergencial Média

O poder público municipal não detém de recursos suficientes para atender as demandas do PMSB

7. Buscar recursos externos para atender as demandas e exigências do PMSB.

Emergencial Alta

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3.2.9.1 A prefeitura deverá desenvolver medidas de mobilização e pesquisa sobre

satisfação da execução dos serviços de saneamento

Não adianta executar os serviços de saneamento conforme especificações da

Agência Goiana de Regulação (AGR), da concessionária de água e esgoto (SANEAGO) e

orientações do PMSB, sem atender os anseios e necessidades da população.

O PMSB é construído com a participação social e, assim como a sua construção, a

execução deve continuar da mesma forma, com participação efetiva da população.

Para isso, é necessário que a prefeitura desenvolva, em prazo emergencial, medidas

eficazes e eficientes de mobilização social, se atentando sempre para a satisfação dos

munícipes (zona urbana e rural) quanto à execução dos serviços de saneamento.

3.2.9.2 Criar secretaria/departamento com organização específica para atuarem no

saneamento básico

Atualmente os processos e atribuições relacionados ao sistema de abastecimento de

água e tratamento de esgoto sanitário na zona urbana são controlados pela concessionária,

enquanto que, os poços de captação d’água nos aglomerados rurais (assentamentos e

povoado) possuem processos e atribuições controlados pela prefeitura, e o sistema de

esgotamento sanitário rural (fossas negras) não são controlados por nenhum órgão de

gestão.

Os serviços de gestão dos resíduos sólidos e drenagem pluvial não possuem um

órgão específico de gestão. E, com isso, esses serviços se unem a outros serviços públicos

durante planejamentos e execução e, muitas vezes, reduzindo a eficácia e a eficiência da

gestão desses serviços.

Dessa forma, este item prevê, a um prazo emergencial, a criação de secretaria ou

departamento com organização e corpo funcional específico para atuarem com eficiência

nas quatro vertentes do saneamento básico.

3.2.9.3 Desenvolver práticas de educação ambiental e sanitária no município

Em Alvorada do Norte não são realizadas práticas de educação ambiental e sanitária

que incentivem à população a participar efetivamente do controle e gestão dos serviços do

saneamento básico. Visto isso, neste PMSB estabelece-que que sejam instituídas, de forma

emergencial, práticas de educação ambiental e sanitária nas escolas municipais, além de

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 67

desenvolver oficinas, palestras e outras mobilizações sociais de orientação da população

visando a melhoria contínua do saneamento básico em todo o município (zona urbana e

rural).

3.2.9.4 Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário continuarão sendo

regulados pela AGR e fiscalizados de forma eficiente pela AGR e vigilância

sanitária

É de competência da AGR, por meio da Gerência de Saneamento (GSAN)

acompanhar as atividades da SANEAGO ou de qualquer outro prestador de serviços, por

meio de convênio firmado com o município. Dessa forma, a AGR atua no atendimento às

solicitações e reclamações; no controle da qualidade da água; universalização do

abastecimento; manutenção e preservação das instalações; investimentos; racionalização

dos custos; fixação de tarifas; e outros aspectos da prestação de serviços de água e esgoto.

A vigilância sanitária tem o dever de promover e proteger a saúde da população,

através da eliminação, diminuição e prevenção de riscos à saúde por meio de criação de

normas e regulamentos, fiscalização e suporte à todas as áreas do saneamento que

envolvam riscos diretos e indiretos à saúde humana.

A continuidade dos serviços prestados pela AGR e pela vigilância sanitária deverão

ser mantidos ao longo da execução do PMSB.

3.2.9.5 Criar a Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento na forma de consórcio

público

Pela Política Nacional de Saneamento Básico, os municípios respondem pelo

planejamento, regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico, sendo que

estas são atividades distintas e devem ser exercidas de forma autônoma, por quem não

acumula a função de prestador desses serviços, sendo necessária, a criação de órgão

distinto, no âmbito da administração direta ou indireta.

Uma alternativa seria constituir um ente municipal, porém o seu custo operacional é

alto. Outra alternativa seria delegar as atividades de regulação e fiscalização dos serviços

públicos de saneamento básico, ao ente estatal existente, neste caso à Agência Goiana de

Regulação (AGR).

Porém a AGR, atualmente, não exerce regulação e fiscalização para os serviços

públicos de drenagem urbana e manejo de águas pluviais, limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 68

Assim, uma alternativa é a solicitação de apoio ao Consórcio Intermunicipal de

Saneamento Básico do Norte Goiano para viabilizar a criação de um ente regional para

regular e fiscalizar os serviços públicos de saneamento básico dos municípios participantes,

em atendimento às exigências da Lei Federal nº 11.445/2007.

A criação de uma Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento na forma de

consórcio público terá viabilidade e sustentabilidade econômica, com custo operacional

reduzido, com independência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e

financeira, tendo como área de atuação os municípios consorciados.

Dessa forma, este item prevê, em curto prazo, a criação da Agência Reguladora dos

Serviços de Saneamento que deverá atender todos os municípios consorciados.

3.2.9.6 Os departamentos/secretarias e concessionária dos serviços de saneamento

básico deverão fornecer informações para preenchimento do SMISB e seus

indicadores

A prefeitura, na forma de suas secretarias/departamentos deverá fornecer os dados

e informações sobre drenagem pluvial e gestão de resíduos sólidos necessárias para

preenchimento do Sistema Municipal de Informações sobre Saneamento (SMISB),

juntamente com a concessionária de água e esgoto que deverá fornecer os dados e

informações sobre o SAA e o SES, também necessárias para preenchimento do Sistema

Municipal de Informações sobre Saneamento (SMISB).

O fornecimento desses dados é uma forma de aplicar procedimentos operacionais e

administrativos para controlar a execução de serviços, programas e obras voltados para o

saneamento básico. Esse objetivo deverá se iniciar de forma emergencial.

3.2.9.7 Buscar recursos externos para atender as demandas e exigências do PMSB

A prefeitura de Alvorada do Norte não detém de recursos financeiros suficientes para

a manutenção adequada de todos os serviços relacionados ao saneamento básico

municipal. Dessa forma, faz-se necessário a captação de recursos financeiros externos,

através de parcerias, financiamentos, ou outros meios, junto aos governos federal e/ou

estadual. Essa busca de recursos deverá se iniciar de forma emergencial como forma de

garantir a execução do PMSB.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 69

3.3 Projeção de Demandas e Prospectivas Técnicas

Todas as atividades propostas no PMSB devem ser realizadas dentro de 20 anos,

conforme determina o prazo estabelecido na Política Nacional de Saneamento Básico (Lei

Federal nº 11.445/2007). Isso pressupõe que a demanda do serviços de saneamento básico

atenda satisfatoriamente toda a estimativa populacional presumida durante os 20 anos que

se seguirão após a implantação deste PMSB.

A elaboração do planejamento de políticas públicas requer uma detalhada análise

histórica que possibilite quantificar e compreender a lógica de diversos processos que se

integram com os elementos do saneamento básico.

O detalhamento dos requisitos de demanda e a definição de alternativas técnicas de

engenharia serão primordiais para o prosseguimento das atividades do PMSB. Neste

processo foram utilizadas as informações do Diagnóstico articuladas às atuais políticas,

programas e projetos de saneamento básico e de setores correlacionados a saúde,

habitação, meio ambiente, recursos hídricos, educação e outros.

3.3.1 Projeção populacional

As projeções das demandas a serem deliberadas para otimizar os serviços de

saneamento básico de Alvorada do Norte, foram estimadas para o horizonte de 20 anos,

considerando a definição dos Objetivos e Metas a serem cumpridas. Tais projeções

contemplam a população da zona urbana e rural, incluindo aglomerados, conforme descrito

no Produto C e contido no banco de dados do Sistema de Recuperação Automática (SIDRA)

do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para uma melhor idealização das prospectivas técnicas é necessário o conhecimento

da projeção populacional e/ou população de projeto para toda a área de planejamento ao

longo do horizonte de projeto de 20 anos.

Guimarães, Carvalho e Silva (2007) denomina população de projeto, à população

total a que os sistemas deverão atender considerando-se o fim do período de projeto. A

determinação da população futura é essencial, pois não se deve projetar, por exemplo, um

sistema de abastecimento de água ou de coleta de esgotos para beneficiar apenas a

população atual de uma cidade com tendência de crescimento contínuo. Esse

procedimento, muito provavelmente, inviabilizaria o sistema logo após sua implantação por

problemas de subdimensionamento.

As informações do banco de dados históricos e populacionais do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística foram o facilitador utilizado para analisar o comportamento da

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 70

evolução do crescimento populacional de Alvorada do Norte nos últimos anos e, com isso,

estabelecer a tendência de crescimento do município para o horizonte de 20 anos.

A escolha do método de projeção geométrica adotado neste estudo foi baseada nas

fórmulas utilizadas comumente pelo IBGE. A seguir estão as fórmulas utilizadas:

Fórmula 1 - Taxa média de crescimento geométrico

n - tempo transcorrido entre as duas datas de referência dos censos (10 anos);

P¹ - população no fim do período;

P - população no início do período;

i - taxa média geométrica de crescimento.

A partir da taxa média geométrica de crescimento (i = 0,99%) calculou-se através da

fórmula abaixo a estimativa da população para os anos de horizonte do PMSB.

Fórmula 2 - Projeção geométrica de crescimento populacional

Pt Pinicial* 1 i n

Pt - População em um tempo ( t );

Pinicial - População de referência (último censo - 2010);

()n - tempo transcorrido entre as duas datas de referência.

Na Tabela 31 estão os dados censitários do IBGE, na qual se usou como Pinicial a

população do ano de 2010.

Tabela 31 - Razão de crescimento populacional observada em alvorada do norte.

Ano (Censo/IBGE)

População (habitantes) Taxa de Crescimento Anual (%)

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

1991 7.391 5.707 1.684 - - -

2000 7.560 6.787 773 0,25 1,94 -8,29

2010 8.084 6.873 1.211 0,67 0,13 4,59

Na Tabela 31 observa-se o baixo crescimento populacional geométrico, calculado

através da projeção geométrica desenvolvida através da razão de crescimento populacional

desenvolvida pelo último censo do IBGE, o qual se observou:

Taxa de crescimento populacional da zona urbana, entre 2000 e 2010: 0,13%

Taxa de crescimento populacional da zona rural, entre 2000 e 2010: 4,59%

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 71

Na Tabela 32 está a projeção populacional para todo o horizonte de planejamento do

PMSB de Alvorada do Norte com base nos cálculos realizados através dos dados

censitários do IBGE.

Tabela 32 - Projeção populacional ao longo de 20 anos

Horizonte de Planejamento Ano População

Total População

Urbana População

Rural

Emergencial

1º 2019 8.587 6.951 1.635

2º 2020 8.644 6.960 1.684

3º 2021 8.702 6.969 1.734

Curto

4º 2022 8.761 6.978 1.783

5º 2023 8.820 6.986 1.833

6º 2024 8.879 6.995 1.884

7º 2025 8.939 7.004 1.935

8º 2026 8.999 7.013 1.986

Médio

9º 2027 9.059 7.022 2.038

10º 2028 9.120 7.031 2.090

11º 2029 9.182 7.039 2.142

12º 2030 9.243 7.048 2.195

Longo

13º 2031 9.306 7.057 2.248

14º 2032 9.368 7.066 2.302

15º 2033 9.431 7.075 2.356

16º 2034 9.495 7.084 2.411

17º 2035 9.558 7.093 2.466

18º 2036 9.623 7.102 2.521

19º 2037 9.687 7.111 2.577

20º 2038 9.753 7.120 2.633

Os dados da tabela acima apontam um aumento do contingente populacional, na

zona urbana e principalmente na zona rural de Alvorada do Norte, isso com base nas taxas

de crescimento populacionais calculadas a partir dos últimos censos demográficos do IBGE.

3.3.2 Análise das alternativas de gestão e prestação dos serviços

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) define em seu

artigo 175 que:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. (CRFB/88).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 72

Assim, fica claro que as atividades caracterizadas como serviços públicos são

obrigações essenciais do Poder Público e, portanto, os serviços de saneamento básico,

independentemente de ser prestado diretamente pelo Poder Público ou mediante delegação

a particulares deverá, sempre, ser prestados de forma contínua e com qualidade para o

maior número de usuários possível e com remuneração tão moderada quanto possível.

A Lei Federal nº 11.445/07 no capítulo II regulamenta sobre o exercício da

titularidade e prevê que o titular, o Município, deverá elaborar a política pública de

saneamento básico, devendo para tanto, desempenhar um rol de condições, previstas no

art. 9º, como:

I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei; II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação; III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água; IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários; V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3o desta Lei; VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento; VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais.

3.3.2.1 Formas de prestação de serviço público admitidas pela Constituição Federal

O município de Alvorada do Norte como titular do serviço público de saneamento no

âmbito de seu território, conforme a CRFB/88, poderá atuar das seguintes formas:

Prestação direta centralizada;

Prestação direta descentralizada - é o caso de delegação, sem fins lucrativos

= outorga;

Desta forma, fica entendido que o Município pode operar através de prestação direta

centralizada, via administração central, ou descentralizada por meio de autarquia, sociedade

de economia mista ou empresa pública, sem fins lucrativos.

Prestação indireta, mediante delegação por meio de concessão, permissão

ou autorização, formalizada por meio de edital de licitação;

Assim, delegar a prestação a terceiros por meio de licitação pública e contrato de

concessão (empresa estatal ou privada), caracteriza a prestação indireta. Os contratos de

concessão com empresa estatal ou privada devem atender, além da legislação e regulação

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 73

do titular, às normas gerais da Lei Federal nº 8.987/1995, que dispõem sobre o regime de

concessão e permissão da prestação de serviços públicos, sempre precedida de licitação

pública.4

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; (BRASIL, 1995).

A delegação para entidades da própria administração indireta decorre da Lei, já a

concessão dos serviços de saneamento opera-se por contrato, mediante prévio e obrigatório

processo de licitação, sendo o prestador entidade privada ou da administração indireta dos

entes da federação com fins lucrativos.5

Prestação via gestão associada ou regionalizada.

Segundo o Decreto Federal nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei Federal nº

11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos) define gestão associada em seu art. 2º como:

IX - gestão associada de serviços públicos: exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não da prestação de serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos; (BRASIL, 2007).

A gestão associada, conforme estabelece o Decreto Federal nº 6.017/2007, é uma

associação voluntária de entes da federação, e sua formalização ocorre por meio de

convênio de cooperação ou de consórcio público.

O referido Decreto ainda define:

I - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos; VIII - convênio de cooperação entre entes federados: pacto firmado exclusivamente por entes da Federação, com o objetivo de autorizar a gestão associada de serviços públicos, desde que ratificado ou previamente disciplinado por lei editada por cada um deles; (BRASIL, 2007).

Uma vez que a gestão associada é realizada entre entes da federação, a delegação

da prestação dos serviços pode ser feita com dispensa de licitação, após formalização de

4 Trecho extraído do “Manual Saneando Qualidade”, Ministério Público do Estado de Goiás, 2015. 5 Trecho extraído do “Guia do Saneamento Básico – Perguntas e Respostas”, Col. Suporte Jurídico do Ministério Público de Santa Catarina, 2008.

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contrato de programa, assim definido no art. 24 no inciso XXVI da Lei Federal nº 8.666/1993

(Lei de Licitação):

Art. 24. É dispensável a licitação: XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (BRASIL, 1993).

O Decreto Federal nº 7.217/2010, que regulamenta a Lei Federal nº 11.445/2007,

também define em seu art. 41: “A contratação de prestação regionalizada de serviços de

saneamento básico dar-se-á nos termos de contratos compatíveis, ou por meio de consórcio

público que represente todos os titulares contratantes.”.

Ainda, conforme Decreto citado, em seu art. 43: “O serviço regionalizado de

saneamento básico poderá obedecer a plano de saneamento básico elaborado pelo

conjunto de Municípios atendidos.”.

Definidas as formas de prestação de serviços, o Município de Alvorada do Norte

pode optar por uma gestão pública ou privada dos serviços de saneamento básico.

No Brasil é mais comum os municípios delegarem os serviços de água e esgoto às

companhias estaduais, porém ainda há a prestação de serviços diretamente por meio de

autarquias, empresas e departamentos de secretarias municipais.

Outros terceirizam atividades específicas dos serviços de saneamento básico por

meio da contratação de empresas privadas (Ex.: limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos) e ainda existem as gestões associadas ou consórcios públicos, criados por vários

municípios.

A gestão e prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário

atualmente no município são de domínio da concessionária Saneamento de Goiás S/A

(SANEAGO), através do Contrato de Concessão para Serviços de Água e Esgotos

Sanitários de número: 538/1996, na qual o município outorga à SANEAGO, com

exclusividade e pelo prazo de 20 (vinte) anos, contados a partir do dia 27 de dezembro de

1996, a concessão para exploração dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, conforme a clausula primeira do referido contrato.

Atualmente a Concessionária vem operando no município de Alvorada do Norte com

o Contrato de Concessão vencido, pois é uma exigência da Concessionária que o município

tenha concluído o PMSB para que haja renovação do contrato.

A SANEAGO é uma sociedade de economia mista, entidade dotada de

personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividades

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 75

econômicas sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertencem

em sua maioria à união ou à entidade da Administração Indireta, no caso ao Estado de

Goiás.

Caso a Prefeitura de Alvorada do Norte durante a execução do plano, por algum

motivo decidir não fornecer mais a concessão da prestação destes serviços à SANEAGO, a

Prefeitura poderá optar por gerenciar estes serviços através de uma autarquia municipal.

Porém desta forma, a Prefeitura deverá contratar servidores capacitados para gerenciar o

sistema, além de que deverá controlar de forma eficaz e eficiente todos os equipamentos,

materiais e estruturas viáveis ao bom funcionamento dos sistemas de abastecimento de

água e de esgoto. A autarquia operará seu próprio sistema de saneamento através de

recursos oriundos da cobrança de tarifas.

Para a zona rural, os serviços relacionados ao abastecimento de água e

esgotamento sanitário deverão ser prestados pela Prefeitura Municipal, através de

secretaria ou departamento específico, com quadro funcional exclusivo e capacitado, com

equipamentos e materiais adequados para a boa gestão dos serviços. Poderá ainda ter

parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para o desenvolvimento de práticas de

educação sanitária e controle das ações relacionadas ao saneamento básico.

Para as vertentes de gestão das águas pluviais e dos resíduos sólidos, a melhor

alternativa de gestão e prestação de serviços é a criação de um departamento ou secretaria

específica com corpo funcional adequado e capacitado, com equipamentos e materiais para

o manejo adequado destes sistemas. Estas secretarias deverão ter fundo de investimento

próprio para a gestão eficiente das ações, obras e projetos relacionados à execução de seus

serviços.

Cabe salientar que a gestão dos serviços de saneamento básico deve sempre

buscar a melhoria continua da qualidade dos serviços prestados, o atendimento

universalizado e a sustentabilidade econômica, assim como cumprir com os objetivos e

metas propostos neste Plano Municipal de Saneamento Básico.

3.3.3 Prospectivas para o Sistema de Abastecimento de Água

3.3.3.1 Projeção da demanda anual de água para toda a área de planejamento ao longo

dos 20 anos

A elaboração de um projeto de abastecimento de água exige o conhecimento das

vazões de dimensionamento das diversas partes constituintes do sistema. Por sua vez, a

determinação dessas vazões implica no conhecimento da demanda de água na localidade,

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 76

que é em função do número de habitantes a serem atendidos pela multiplicação do

consumo per capita.

A SANEAGO disponibilizou dados operacionais e informativos através dos elementos

contidos no Diagnóstico dos Serviços de Água referente ao ano de 2016, disponíveis no

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Esses dados refletem a particularidade do consumo do município, e apresenta o

consumo de 132,12 litros/habitante/dia e um índice de perdas na distribuição de 38,44%.

Porém, para o cálculo de projeção de demanda anual de água foi adotado um

consumo per capita 150,00 L/habitante/dia, valor atribuído pela Concessionária para

elaboração de projetos de abastecimento de água.

Ainda, foi considerada uma redução gradual no índice de perdas na distribuição

(Tabela 33) a qual em Curto Prazo deve-se chegar a 25% de perdas, uma redução de

13,44% com relação ao índice de 2016. A partir do ano de 2022 este índice deverá ser

reduzido 1% ao ano chegando a um índice de perdas de 8% no ano de 2038.

Atingir este índice de perdas (8%) em longo prazo é possível, visto que municípios

brasileiros como Palmas (TO) e Limeira (SP) chegaram a índices de perdas na distribuição

de 13,05% e 15,57%, respectivamente, no ano de 2016, conforme dados do SNIS. Ainda,

segundo o SNIS, no ano de 2015 o município de Palmas (TO) possuía um índice de perdas

na distribuição de 42,59%, ou seja, houve uma redução de 29,54% no índice.

A água distribuída para uma cidade não tem uma vazão constante, mesmo

considerada invariável à população consumidora, assim serão consideradas outras

variáveis:

a) Variações diárias:

K1

= maior consumo diário do ano/vazão média diária do ano = varia entre 1,2 a 2,0.

Utilizado na determinação da vazão de dimensionamento para: captação, adução, estações

de tratamento e elevatórias (desde a captação ao reservatório).

b) Variações horárias:

K2

= vazão da hora de maior consumo/vazão média horária no dia = varia entre 1,5 a

3,0. Utilizado para o dimensionamento da rede de distribuição (desde o reservatório até a

rede).

Para a realização da projeção de demanda de água foi utilizado o coeficiente do dia

de maior consumo K1 e o coeficiente da hora de maior consumo K2, respectivamente 1,2 e

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 77

1,5. Esperando uma redução bem razoável no índice de perdas, usaram-se reduções

graduais para demonstrar a economia de água ao longo do planejamento.

A equação abaixo permite estimar a vazão de abastecimento considerando o

consumo médio per capta com suas respectivas variações:

Vazão média anual

em que:

Q – Vazão média anual em L/s; P – População da área abastecida; e

q – Consumo médio diário per capita em L/hab.dia.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 78

Tabela 33 - Projeção da demanda anual de água para toda a área de planejamento ao longo dos 20 anos.

Ano Pop.

Urbana Perdas

Consumo + Perdas

(L/hab./dia)

Vazões considerando as perdas no sistema (L/s)

Volume Médio

Produzido (m³/ano)

Vazões desconsiderando as perdas no sistema (L/s) e com Consumo de 150

(L/hab./dia)

Volume Médio

Produzido (m³/ano) Média

Máxima Diária

Máxima Horária

Média Máxima Diária

Máxima Horária

2018 6.943 38,00% 207,00 16,63 19,96 29,93 524.546,93 12,05 14,46 21,69 380.106,47

2019 6.951 37,00% 205,50 16,53 19,84 29,75 521.401,98 12,07 14,48 21,73 380.585,39

2020 6.960 36,00% 204,00 16,43 19,72 29,57 518.248,28 12,08 14,50 21,74 381.064,91

2021 6.969 30,00% 195,00 15,73 18,88 28,31 496.008,55 12,10 14,52 21,78 381.545,04

2022 6.978 25,00% 187,50 15,14 18,17 27,25 477.532,21 12,11 14,53 21,80 382.025,77

2023 6.986 24,00% 186,00 15,04 18,05 27,07 474.308,81 12,13 14,56 21,83 382.507,11

2024 6.995 23,00% 184,50 14,94 17,93 26,89 471.076,53 12,14 14,57 21,85 382.989,05

2025 7.004 22,00% 183,00 14,83 17,80 26,69 467.835,36 12,16 14,59 21,89 383.471,60

2026 7.013 20,00% 180,00 14,61 17,53 26,30 460.745,72 12,18 14,62 21,92 383.954,76

2027 7.022 19,00% 178,50 14,51 17,41 26,12 457.481,85 12,19 14,63 21,94 384.438,53

2028 7.031 18,00% 177,00 14,40 17,28 25,92 454.209,03 12,21 14,65 21,98 384.922,91

2029 7.039 17,00% 175,50 14,30 17,16 25,74 450.927,24 12,22 14,66 22,00 385.407,90

2030 7.048 16,00% 174,00 14,19 17,03 25,54 447.636,45 12,24 14,69 22,03 385.893,49

2031 7.057 15,00% 172,50 14,09 16,91 25,36 444.336,66 12,25 14,70 22,05 386.379,70

2032 7.066 14,00% 171,00 13,98 16,78 25,16 441.027,84 12,27 14,72 22,09 386.866,53

2033 7.075 13,00% 169,50 13,88 16,66 24,98 437.709,98 12,28 14,74 22,10 387.353,96

2034 7.084 12,00% 168,00 13,77 16,52 24,79 434.383,06 12,30 14,76 22,14 387.842,02

2035 7.093 11,00% 166,50 13,67 16,40 24,61 431.047,06 12,31 14,77 22,16 388.330,68

2036 7.102 10,00% 165,00 13,56 16,27 24,41 427.701,96 12,33 14,80 22,19 388.819,96

2037 7.111 9,00% 163,50 13,46 16,15 24,23 424.347,75 12,34 14,81 22,21 389.309,86

2038 7.120 8,00% 162,00 13,35 16,02 24,03 420.984,41 12,36 14,83 22,25 389.800,38

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 79

Os valores apresentados na Tabela acima evidenciam a diferença em relação à

demanda de água quando se é considerado o índice de perdas.

Segundo a IWA (Associação Internacional da Água), definem-se perdas como “toda

perda real ou aparente de água ou todo o consumo não autorizado que determina aumento

do custo de funcionamento ou que impeça a realização plena da receita operacional”.

Analisando a Tabela 34 é possível observar a estruturação do problema das perdas

nos sistemas de abastecimento de água.

Tabela 34 - Estruturação dos usos da água nos sistemas de abastecimento de água. Volume Produzido ou Disponibilizado

CONSUMOS AUTORIZADOS

Consumos Autorizados -

Faturados

Consumos medidos faturados (inclui água exportada); Consumos não medidos faturados (estimados);

ÁGUAS FATURADAS

Consumos Autorizados -

Não Faturados

Consumos medidos não faturados (usos próprios, caminhões-pipa);

ÁGUAS NÃO FATURADAS

Consumos não medidos não faturados (combate a incêndios, suprimento de água em áreas irregulares);

PERDAS

Perdas Reais (Físicas)

Vazamentos nas adutoras e redes de distribuição; Vazamentos nos ramais prediais;

Vazamentos e extravasamentos nos reservatórios setoriais e aquedutos;

Perdas Aparentes

(Comerciais)

Consumos não autorizados (fraudes);

Falhas do sistema comercial;

Submedição dos hidrômetros. Fonte: Adaptado de ABES, 2018.

Reduzir o índice de perdas requer manutenções preventivas na rede, substituição

dos equipamentos desgastados e com vazamentos, fiscalização para detectar as fraudes e

medições não faturadas, substituição dos hidrômetros, entre outros, porém para realizar

essas medidas o custo é elevado e requer recursos externos.

A união desses fatores se tratados diminuem a demanda de água captada,

economizam no valor gasto e nos coagulantes para fazer o tratamento da água e

consequentemente aumentam a disponibilidade hídrica do manancial, retirando apenas o

que é necessário.

A Estação de Tratamento de Água (ETA) existente em Alvorada do Norte tem

capacidade de projeto para tratar 74,00 l/s de água, ou seja, uma capacidade que consegue

atender o SAA (que abastece Alvorada do Norte e Simolândia) em todo o período de

execução do PMSB.

Para a zona rural, as alternativas de captação e tratamento de água são

individualizadas ou coletivas que atendem um pequeno aglomerado de pessoas situados

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 80

nos projetos de assentamento e povoado, o que torna a projeção de vazão para

planejamento não usual.

3.3.3.2 Descrição dos principais mananciais (superficiais e/ou subterrâneos) passíveis de

utilização para o abastecimento de água na área de planejamento e definição das

alternativas de manancial para atender a área de planejamento

Conforme informa no diagnóstico a bacia do Tocantins, que ocupa 102.120,6 km², é

a segunda em abrangência territorial, está localizada na porção norte-oriental de Goiás,

abrigando 71 municípios goianos, entre eles, Formosa, Alvorada do Norte, Planaltina,

Goianésia e Niquelândia.

Ainda, no Relatório Diagnóstico Técnico Participativo deste PMSB, consta ainda que

esta bacia contempla os corpos hídricos existentes em Alvorada do Norte, dentre eles

podemos citar o Rio Corrente, o córrego Lagamar e o Rio Santa Maria. O rio Corrente é o

divisor físico ao norte do município, enquanto que o rio Santa Maria é o divisor ao sul. O

Córrego Lagamar está situado ao centro do município.

O rio Corrente nasce na Serra Geral próximo a Sítio D’Abadia, e percorre os

municípios de Alvorada do Norte, Simolândia, Iaciara e Flores de Goiás. Possui uma

extensão aproximada de 21.681 m e, suas águas além de banhar diversas propriedades

rurais banha também a zona urbana de Alvorada do Norte e Simolândia.

Este manancial é utilizado para captação da água a ser tratada para abastecimento

público de Alvorada do Norte e Simolândia, assim como recebe os efluentes sanitários de

Alvorada do Norte. E, devido à sua vazão, o rio Corrente será capaz de atender a população

de forma eficaz e eficiente durante todo o prazo de execução do PMSB.

Devido ao pouco interesse e à grande distância do Rio Santa Maria e do córrego

Lagamar da zona urbana do município, inexistem estudos de caracterização destes corpos

hídricos. Porém, caso haja algum sério problema com o rio Corrente, o rio Santa Maria

poderá ser utilizado como abastecimento público, pois possui vazão suficiente para atender

toda a população. Porém haverão gastos extremos para instalação de redes.

Outra opção seria a perfuração de poços artesianos, conforme é feito nos

aglomerados rurais, porém deve-se realizar estudos para verificar sobre a qualidade da

água no local, principalmente no que se refere aos sais minerais disponíveis que podem

deixar a água salobra. Quanto à vazão, os poços já existentes e o próprio lençol freático

possuem capacidade suficiente para atender a população urbana e os aglomerados rurais.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 81

3.3.3.3 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da demanda

calculada

Para que se atenda a demanda calculada, suprindo as necessidades da população

de Alvorada do Norte é necessário o desenvolvimento de estratégias para redução de

perdas físicas de água (atualmente ultrapassa 38%), redução de perdas comerciais, a

redução do consumo per capita e a melhoria dos sistemas de abastecimento de água

(urbano e rural).

3.3.3.3.1 Alternativas para redução de perdas de água no sistema

As perdas podem ser aparentes ou reais, as aparentes ocorrem por consumos não

autorizados (fraudes e falhas no cadastro) ou por imprecisão dos medidores (hidrômetros),

já as perdas reais ocorrem por vazamentos nas adutoras e/ou redes de distribuição,

vazamentos nos ramais prediais até o hidrômetro e vazamentos nos aquedutos e

reservatórios de distribuição.

Assim, a SANEAGO deverá dispor de equipes de operação para atuarem em

diversas frentes para minimizar essas perdas de água, como, por exemplo, realizar estudos

para identificar onde há a necessidade de instalar válvulas para minimizar a pressão na

rede.

Tabela 35 - Tipos de vazamentos e ações de combate a perdas reais (físicas). TIPOS DE VAZAMENTOS E AÇÕES DE COMBATE A PERDAS REAIS

Vazamentos inerentes Redução de pressão; Qualidade dos materiais e da execução da obra; Redução do número de juntas;

Vazamentos não visíveis Redução de pressão; Pesquisa de vazamentos não visíveis;

Vazamentos visíveis Redução de pressão; Redução de tempo de reparo.

Outra ação a ser tomada é a fiscalização dos hidrômetros das unidades

consumidoras, realizando a micromedição corretamente, assim como realizar a manutenção

e substituição dos hidrômetros com vida útil acima de 05 anos, estes serviços evitam erros

de leitura, vazamentos e quebras do equipamento de medição.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 82

Tabela 36 - Tipos de perdas aparentes (comerciais) e ações de combate. TIPOS DE PERDAS APARENTES E AÇÕES DE COMBATE

Macromedição Instalação adequada de macromedidores; Calibração dos medidores de vazão;

Micromedição Instalação de hidrômetros adequados à faixa de consumo; Troca periódica de hidrômetros; Desinclinação de hidrômetros;

Gestão comercial

Sistema de gestão comercial adequado; Combate às fraudes; Controle de ligações inativas e clandestinas; Qualidade da mão de obra.

3.3.3.3.2 Alternativas para redução do consumo de água potável

Para auxiliar na redução do consumo per capita de água tratada é proposta para o

município de Alvorada do Norte a implantação de sistemas individuais de captação de águas

pluviais e ações que envolvam a reeducação populacional para o uso e consumo de água.

O sistema de captação e aproveitamento de água da chuva tem como base a norma

ABNT NBR 15.527/2007 "Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas

para fins não potáveis".

Neste sistema de captação a água que cai no telhado escoa pelas calhas, e destas,

aos condutores verticais e, finalmente, ao reservatório (cisterna).

Os tipos de cisternas variam conforme o material e técnicas de construção utilizadas,

podendo ser de placas pré-fabricadas em concreto, argamassa armada (ferrocimento), de

polietileno, entre outras, não sendo recomendado o uso de reservatórios que contenham

amianto.

Considerando uma residência com área da projeção horizontal do telhado igual a

40m2 e precipitação pluviométrica anual igual a 135 mm, poderemos captar a seguinte

quantidade de água:

40m² x 0,135m (135 mm) = 5,4m³ ou 5.400 litros/ano

Este valor obtido é referente ao quantitativo de água que uma família teria disponível

por ano para consumo não potável (lavagem de veículos, de residências, irrigação de jardins

e hortas, entre outros usos).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 83

Figura 2 - Croqui do sistema de captação de águas pluviais.

Fonte: Site sempresustentavel.com.br, 2018.

Alguns cuidados são importantes para manter o sistema funcionando

adequadamente. Para qualquer tipo de cisterna recomenda-se:

Utilizar sistema que descarta os primeiros cinco minutos de chuva, período em que

a água lava o telhado, carreando poeira, folhas e pequenos insetos;

Manter o reservatório sempre fechado, protegido contra a luz solar e insetos;

Manter as calhas limpas e sem folhas;

Realizar a limpeza do reservatório periodicamente; e

Utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% para a desinfecção da água se for para consumo

humano, adicionando dentro do filtro ou em vasilhas a quantidade de 2 ml de

hipoclorito de sódio para cada 20 litros de água.

3.3.3.3.3 Alternativas técnicas para atendimento das comunidades rurais

Com relação aos abastecimentos dos aglomerados rurais como já diagnosticado,

todos são abastecidos por meio de captação subterrânea, tendo como apoio os pequenos

cursos d’água próximos. Os assentamentos e os povoados deverão contar com

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 84

reservatórios do tipo elevado e metálico e poços para captação de água subterrânea para

abastecimento público construído conforme a norma técnica NBR 12212:19926.

A automatização das bombas de captação é outro ponto a ser implantado, assim

como a presença de bombas reservas, sistemas de tratamento da água distribuída e

dessalinizadores quando for o caso de utilização. Além disso, deverão ser fomentados para

a população rural reservatórios individuais para armazenamento da água antes do seu

consumo.

A água captada deverá atender aos padrões de potabilidade estabelecidos pela

Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, devendo a Vigilância Sanitária, responsável

municipal, fazer o monitoramento e controle sanitário da água periodicamente.

3.3.3.4 Eventos de emergência e contingência

As ações de contingência e emergência têm como objetivo difundir medidas

elementares que recuperam a funcionalidade dos processos operacionais que possam estar

ameaçados por possíveis ocorrências negativas no setor de abastecimento de água de

Alvorada do Norte.

O sistema de abastecimento de água de Alvorada do Norte está em boas condições,

porém alguns problemas podem surgir, como a falta de água generalizada, parcial e pela

contaminação. Para conter tais adversidades é imprescindível escolher soluções

emergenciais que reprimam situações críticas na distribuição de água para a população.

Para tanto são descritos os prováveis acontecimentos negativos e as ações emergenciais e

contingenciais capazes de corrigir tais falhas.

A seguir são apresentados alguns casos e as ações de emergência e contingência

que devem ser adotadas em Alvorada do Norte.

As tabelas a seguir foram elaboradas com base no Plano Municipal de Saneamento

Básico de Ouro Preto (Produto 5 – Ações para Emergência e Contingência do PMSB/OP) e

no Plano de Saneamento Básico de Juiz de Fora – MG (Produto 5 – Ações para

Emergências e Contingências).

6 Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração de projeto de poço para captação de água subterrânea para abastecimento público.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 85

Ocorrência de falta de água generalizada:

Tabela 37 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de falta de água generalizada.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E

CONTIGÊNCIA

Inundação das captações de água com danificação de equipamentos eletromecânicos/estruturas; Deslizamento de encostas/movimentação do solo/solapamento de apoios de estruturas com arrebentamento da adução de água bruta; Interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água; Vazamento de cloro nas instalações de tratamento de água; Qualidade inadequada da água dos mananciais;

Verificação e adequação de plano de ação (intervenções propostas) às características da ocorrência; Comunicação à população / instituições / autoridades / Defesa Civil; Comunicação à Polícia; Comunicação à Operadora em exercício de energia elétrica; Deslocamento de caminhões tanque; Controle de água disponível em reservatórios; Reparo das instalações danificadas; Implementação de rodízio de abastecimento.

Ocorrência de falta de água parcial ou localizada:

Tabela 38 – Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de falta de água parcial ou localizada.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E

CONTIGÊNCIA Deficiências de água nos mananciais em períodos de estiagem; Verificação e adequação de plano de ação

(intervenções propostas) às características da ocorrência; Comunicação à população/instituições/autoridades; Comunicação à Polícia; Comunicação à Operadora em exercício de energia elétrica; Deslocamento de caminhões tanque; Reparo das instalações danificadas;

Transferência de água entre setores de abastecimento.

Interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água; Interrupção no fornecimento de energia elétrica em setores de distribuição; Danificação de equipamentos de estações elevatórias de água tratada; Danificação de estruturas de reservatórios e elevatórias de água tratada; Rompimento de redes e adutoras de água tratada;

Ações de vandalismo.

Ocorrência de contaminação da água:

Tabela 39 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de contaminação da água. ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Contaminações acidentais; Contaminações intencionais; Contágio da água encanada pela água existente no lençol freático, quando a tubulação não está totalmente estanque.

Em caso de surto é circunscrito a um pequeno foco, é necessário considerar que a contaminação da água tenha ocorrido em cisternas e caixas d’água. As cisternas e caixas d’água devem ser muito bem vedadas, para funcionarem como reservatórios estanques devem ser inspecionados a intervalos regulares e, quando se tornar necessário devem ser muito bem limpadas e desinfetadas. Em caso de surto epidêmico de doenças veiculadas pela água, a investigação epidemiológica minuciosa permite definir as principais causas do problema, assim como os reservatórios de agentes infecciosos, os hospedeiros, as fontes de infecção e os mecanismos de transmissão. Colocar a rede novamente em condições de uso, no mais curto prazo possível:

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 86

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA -Mapeando os sistemas de abastecimento de água, soluções alternativas coletivas e individuais quanto a sua vulnerabilidade;-Avaliando a situação de mananciais e bacias hidrográficas afetadas e que possam ser usadas alternativamente para atender a população afetada;-Realizando diagnóstico da qualidade da água para consumo humano, o qual, devido ao caráter emergencial, deverá priorizar as análises de cloro residual e E. coli ou coliformes termo tolerantes; -Avaliando a necessidade de aumentar a concentração de cloro residual e elevar a pressão do sistema de abastecimento de água; -Indicando a utilização de soluções alternativas de abastecimento, no caso dos mananciais normalmente utilizados terem sido contaminados por substâncias perigosas; Se necessário, utilizar equipamentos portáteis, em caráter provisório, enquanto se providencia a recuperação dos sistemas de abastecimento; Monitorar em conjunto com os órgãos/instituições de meio ambiente o processo de limpeza e recuperação de áreas afetadas por produtos químicos, utilizando sempre equipamentos de proteção individual, para evitar acidentes toxicológicos; Na existência de áreas caracterizadas por contaminação química restringir o acesso por parte da população na área afetada;

Vale ressaltar que em todas as situações deve-se disponibilizar água tratada em

caminhões tanque.

3.3.4 Prospectivas para o Sistema de Esgotamento Sanitário

As práticas individuais utilizadas zona urbana e na zona rural para o tratamento e

disposição dos efluentes domésticos, são compostas basicamente por fossas sépticas

construídas pelos moradores. Tais estruturas nem sempre respeitam as exigências de um

projeto de dimensionamento, se configurando apenas como sumidouro, ou “fossa negra”

como é comumente conhecida.

3.3.4.1 Projeção da vazão anual de esgotos ao longo dos 20 anos para toda a área de

planejamento

Para a realização de projeção da vazão anual de esgotos, levou-se em consideração

o coeficiente de retorno em função do consumo de água.

Em Estudos de Concepção, a Norma Técnica ABNT NBR 9.649/1986 recomenda

adotar-se 0,8 para o coeficiente de retorno na ausência de dados da operação do sistema,

como no caso de Alvorada do Norte.

Valores de coeficientes e grandezas, inexistindo dados locais comprovados oriundos

de pesquisas, podem ser adotados os seguintes:

Contaminações acidentais; Contaminações intencionais; Contágio da água encanada pela água existente no lençol freático, quando a tubulação não estátotalmente estanque.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 87

C - Coeficiente de retorno = 0,8;

K1 - Coeficiente de máxima vazão diária = 1,2;

K2 - Coeficiente de máxima vazão horária = 1,5.

A fórmula para o cálculo do volume médio per capita de esgoto é a seguinte:

qesg. qáguaxC L/hab.dia

onde:

qesg. - Produção média diária per capita de esgoto em L/hab.dia;

qágua - Consumo de água efetivo per capita em L/hab.dia; e

C - Coeficiente de retorno = 0,80.

Portanto: qesg. = 150 L/hab.dia de água x 0,80 = 120 L/hab.dia.

Em que 0,80 é o coeficiente de retorno, uma vez que uma parcela da água utilizada

não retorna sob a forma de esgotos. Os demais parâmetros são idênticos aos utilizados na

projeção da produção de água.

Tabela 40 - Projeção da geração anual de esgoto para a zona urbana ao longo do horizonte de projeto de 20 anos.

Ano

Vazões de esgoto (L/s) - Considerando um consumo per capita de água de 150 L/hab./dia

Média Máxima diária Máx. horária Volume Médio

Produzido (m³/ano) 2018 9,64 11,57 17,35 304.085,18 2019 9,66 11,58 17,38 304.468,31 2020 9,66 11,60 17,39 304.851,93 2021 9,68 11,62 17,42 305.236,03 2022 9,69 11,62 17,44 305.620,62 2023 9,70 11,65 17,46 306.005,69 2024 9,71 11,66 17,48 306.391,24 2025 9,73 11,67 17,51 306.777,28 2026 9,74 11,70 17,54 307.163,81 2027 9,75 11,70 17,55 307.550,82 2028 9,77 11,72 17,58 307.938,33 2029 9,78 11,73 17,60 308.326,32 2030 9,79 11,75 17,62 308.714,80 2031 9,80 11,76 17,64 309.103,76 2032 9,82 11,78 17,67 309.493,22 2033 9,82 11,79 17,68 309.883,17 2034 9,84 11,81 17,71 310.273,61 2035 9,85 11,82 17,73 310.664,54 2036 9,86 11,84 17,75 311.055,97 2037 9,87 11,85 17,77 311.447,89 2038 9,89 11,86 17,80 311.840,30

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 88

Para a zona urbana, a atual estação de tratamento de esgoto de Alvorada do Norte,

até o ano de 2019, deve tratar um volume de até 304.468,31 m³ e. Está previsto para o ano

de 2019 a conclusão da etapa final do SES de Alvorada do Norte, o qual atenderá 100% da

população urbana.

3.3.4.2 Previsão de estimativas de carga e concentração de DBO e coliformes fecais

(termotolerantes) ao longo dos anos, decorrentes dos esgotos sanitários gerados,

segundo as alternativas (a) sem tratamento e (b) com tratamento dos esgotos

(assumir eficiências típicas de remoção)

A Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA

dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.

No qual, os padrões de qualidade das águas determinados nesta resolução estabelecem

limites individuais para cada substância em cada classe.

O enquadramento dos corpos d’água deverá ser definido pelo Conselho Nacional de

Recursos Hídricos e Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos. No artigo 42, da resolução

supracitada, infere-se que enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos as

águas doces serão consideradas Classe 2, as salinas e salobras Classe 1, exceto se as

condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe

mais rigorosa correspondente.

Portanto, para lançar o efluente tratado em ETE, a classificação mínima que deve ser

considerada do corpo hídrico é Classe 2, portanto deve seguir os padrões de lançamento

desta Classe.

A Resolução CONAMA 430/2011 complementa e altera a Resolução 357 dispondo

sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. O artigo 21, inciso I, alínea d,

estabelece que a Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO 5 dias, 20ºC deverá apresentar

uma concentração máxima de 120 mg/L, sendo que este limite só poderá ser ultrapassado

no caso de efluente de sistema de tratamento com eficiência de remoção de 60% de DBO,

ou mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento as

metas do enquadramento do corpo receptor.

A DBO de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria

orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável, sendo

esta DBO considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado

período de tempo, numa temperatura de incubação específica.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 89

Um dos pontos mais importantes a serem observados é a vazão do corpo hídrico,

que está diretamente ligado a sua capacidade de autodepuração, pois quanto maior for a

vazão, maior será a diluição do efluente alterando menos as características originais do

curso hídrico.

Ressaltando-se que qualquer corpo hídrico escolhido para receber o efluente tratado

não deverá ter sua classificação alterada e atenderá os parâmetros estipulados pela

legislação vigente, incluindo as concentrações de DBO.

Para a realização dos cálculos foi considerado uma carga de DBO per capita de 54 g

de DBO/hab.dia7 e geração per capita de 120 L/hab.dia, assim:

A carga de DBO gerada ao ano foi obtida através da seguinte fórmula:

Carga de DBO gerada ao ano = ((54g/hab.dia × Pop. atendida)/1000)*365

A Tabela 41 apresenta as estimativas de carga de DBO dos efluentes que serão

gerados em Alvorada do Norte.

Tabela 41 - Estimativa de carga de DBO gerada ao ano.

Ano Pop. Atendida Carga de DBO ao

Ano Ano Pop. Atendida Carga de DBO ao

Ano

Kg/ano Kg/ano

2019 6.951 137.010,74 2030 7.048 138.921,66

2020 6.960 137.183,37 2031 7.057 139.096,69

2021 6.969 137.356,21 2032 7.066 139.271,95

2022 6.978 137.529,28 2033 7.075 139.447,43

2023 6.986 137.702,56 2034 7.084 139.623,13

2024 6.995 137.876,06 2035 7.093 139.799,05

2025 7.004 138.049,78 2036 7.102 139.975,19

2026 7.013 138.223,71 2037 7.111 140.151,55

2027 7.022 138.397,87 2038 7.120 140.328,14

2028 7.031 138.572,25

2029 7.039 138.746,84

Para o cálculo da concentração de DBO foi utilizada a fórmula:

.

Onde:

= Quantidade total de DBO da população em Kg/ano

=Vazão em m³/ano

7 Segundo von Sperling (1996), a carga per capita, que representa a contribuição de cada indivíduo por unidade de tempo é de 54 g/hab.dia de DBO.

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=Concentração em mg/L

Concentração de DBO = 450 mg/L

Assumindo o grau de eficiência de remoção de DBO calculado para a Estação de

Tratamento de Efluentes (ETE) de Alvorada do Norte, conforme projeto executado foi

possível obter a estimativa de concentração máxima de DBO a ser lançada no corpo

receptor.

Tabela 42 - Grau de eficiência de remoção de DBO conforme projeto da ETE.

O GRAU DE EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DBO

Máxima Média Mínima

85% 80% 75%

Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005.

Abaixo estão os cálculos de remoção de DBO para cada grau de eficiência da ETE,

percebe-se que as concentrações de DBO estão dentro dos parâmetros exigidos pela

CONAMA 430/2011.

Concentração de DBO = 450 mg/L × (1-85÷100) = 67,5 mg/L;

Concentração de DBO = 450 mg /L × (1-80÷100) = 90 mg/L.;

Concentração de DBO = 450 mg g/L × (1-75÷100) = 112,5 mg/L.

Em relação aos Coliformes Termotolerantes, a resolução CONAMA 357/2005

estabelece para as águas de Classe 2 o limite máximo de 1.000 coliformes termotolerantes

por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de

1 ano, com frequência bimestral.

A mensuração dos coliformes é dada por uma estimativa estatística da sua

concentração, conhecida como o Número Mais Provável-NMP (NPM/ml ou NPM/100mL),

determinada por técnicas próprias de laboratório. O esgoto bruto contém cerca de 108 a 1011

NMP/100mL.

Segundo von Sperling (2013) as lagoas facultativas, modelo adotado no projeto do

SES de Alvorada do Norte, tem capacidade de remoção de 90 a 99% dos coliformes, além

da lagoa de maturação, tratamento final do SES de Alvorada do Norte, tem elevada

eficiência na remoção de patógenos.

3.3.4.3 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da demanda

calculada

O atual SES de Alvorada do Norte além de contar com 80% da rede coletora de

esgoto, já possui 02 estações elevatórias construídas e em funcionamento, e uma ETE

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cujas lagoas de tratamento já estão sendo utilizadas para tratamento do esgoto que,

posteriormente desagua no emissário existente no rio Corrente, através da passagem por

diversos poços de visita. Para tanto, o único item necessário para universalização do SES

na zona urbana é a instalação dos 20% da rede restante.

Na zona rural, a alternativa mais indicada é a adoção de fossas sépticas seguidas de

sumidouros, fossas sépticas sustentáveis que reaproveitam pneus, ou fossas ecológicas

com sistemas de biodigestores para regiões com lençol freático insurgente.

Conforme o Manual de Significados, fornecido pelo Ministério da Saúde, a fossa

séptica consta de três recintos interligados. O esgoto chega ao primeiro, de onde se decanta

e deposita no fundo em forma de lodo, formando a matéria mais leve, uma espuma à

superfície e passando o esgoto preliminarmente tratado para o segundo recinto através de

uns orifícios a meia-altura.

Nesse recinto produz-se a decantação dos sólidos arrastados e o efluente passa

para o terceiro recinto, onde permanece até alcançar o nível necessário para a sua

descarga sobre filtros de areia ou poços filtrantes (sumidouros).

Figura 3 – Esquema do sistema de tratamento da fossa séptica.

Fonte: STEBio: https://www.stebio.com.br/servicos.

Vale ressaltar que para construção de fossa séptica e unidades de disposição final

de efluentes líquidos no solo devem ser respeitados alguns critérios de dimensionamento e

operação conforme normas NBR 7229:1993 e NBR 13969:1997.

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De acordo com a NBR 7229:1993 (Projeto, construção e operação de sistemas de

tanques sépticos), esse método deve ser projetado de forma completa, englobando

disposição final de efluentes e lodos, como também tratamento complementar, seguindo a

NBR 13969, quando necessário. As condições específicas que devem ser seguidas para um

correto dimensionamento de um sistema de tanque séptico são: distâncias mínimas,

materiais, contribuição de despejos, período de detenção dos despejos, contribuição de lodo

fresco, taxa de acumulação total de lodo, o dimensionamento em si, geometria dos tanques,

medidas internas mínimas, número de câmaras, proporção entre as câmaras,

intercomunicação entre as câmaras, dispositivos de entrada e saída, aberturas de inspeção,

procedimentos construtivos e identificação dos tanques.

Segundo a NBR 13969:1997 (Tanques sépticos – Unidades de tratamento

complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação),

para o tratamento complementar dos efluentes de tanque séptico tem-se algumas

alternativas: Filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente; Filtro aeróbio submerso;

Valas de filtração e filtros de areia; Lodo ativado por batelada (LAB); Lagoa com plantas

aquáticas e Cloração. Já para disposição final dos efluentes de tanque séptico, a norma se

refere às seguintes: Vala de infiltração, Canteiro de infiltração e de evapotranspiração;

Sumidouro; Galeria de águas pluviais; Águas superficiais e reuso local.

Porém é importante colocar como prioridade a busca por sistemas de tratamento de

esgotos mais sustentáveis. A base de um sistema sustentável seria a separação em dois

ciclos: ciclo das águas e ciclo de nutrientes e energia, onde água cinza e água da chuva

pertencem ao primeiro ciclo, e urina e fezes ao segundo. Dessa maneira, é considerado um

sistema de ciclo fechado, em que os excrementos, depois de desinfetados, passam a ser

usados como fertilizantes para a produção de alimentos, além de reutilização das águas.

Existem vários sistemas sustentáveis para tratamento dos efluentes, que deve ser

escolhido de acordo com o custo e a realidade local. Alguns tratamentos para águas negras

são: tanque séptico e círculo de bananeiras, tanque séptico e vala de infiltração, banheiro

seco (termofílico). Já para tratamento de águas cinzas temos como exemplo: sistema

modular com separação das águas e sistema “circuito fechado” (caixa de gordura e filtro de

areia) (BRASIL, 2014).

A fossa séptica sustentável foi desenvolvida primeiramente pelo Departamento

Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Uberlândia – MG. Esse modelo de tratamento de

esgoto é feito em dois módulos construídos com pneus de caminhão, conforme mostra o

folder da página seguinte, obtido no site da prefeitura de Uberlândia.

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Figura 4 - Folder de instrução sobre a fossa séptica sustentável.

Fonte: Prefeitura de Uberlândia (2017).

Este modelo poderá ser utilizado na zona rural de Alvorada do Norte, pois necessita

de pouca manutenção, além de que não é necessário mão-de-obra qualificada para

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 94

execução, possui baixo custo e ainda poderá reutilizar pneus inservíveis descartados no

município.

A fossa ecológica com sistema de biodigestor utiliza-se de plantas e de uma câmara

anóxica (sem presença de oxigênio) para o tratamento do esgoto. Existe uma câmara

fechada onde o esgoto passa por um processo de fermentação anaeróbica, ou seja,

fermentação sem a presença de oxigênio. Esta câmara é conhecida como biodigestor.

Assim, o esgoto se divide em três partes: uma liquida, uma sólida (lodo de esgoto) e a outra

parte é o gás metano.

Esse tipo de câmara biodigestora pode ser construída com tijolos maciços ou

também pode ser feita com argamassa. É uma técnica simples e muito eficaz, que se divide

em três caixas d’água que são conectadas entre si, e na seguinte sequência:

Caixa de entrada: local onde se faz o carregamento dos esgotos que serão

homogeneizados (parte líquida com parte sólida).

Biodigestor: Primeiramente ocorre a fermentação aeróbica do esgoto,

posteriormente ocorre a fermentação anaeróbica, para tratamento do esgoto;

Caixa de saída: onde o esgoto sai tratado após os processos de fermentação

e são absorvidos pelo solo e pelas plantas plantadas no local para absorção

desse esgoto tratado (fossa ecológica).

Figura 5 - Foto de fossa ecológica instalada.

Fonte: EMBRAPA instrumentação (2001).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 95

A fossa ecológica com biodigestor, além de proteger os solos e o meio ambiente, é

de baixo custo, simples, e não precisa ser profundo, podendo ser instalado em locais cujo

lençol freático é raso.

3.3.4.4 Comparação das alternativas de tratamento local dos esgotos (na bacia), ou

centralizado (fora da bacia, utilizando alguma estação de tratamento de esgotos em

conjunto com outra área), justificando a abordagem selecionada

Atualmente a literatura descreve dois modelos de tratamento de esgoto, um

centralizado e ou outro descentralizado. De acordo com Kawa (2015) podemos dizer que o

modelo descentralizado retrata um sistema por residência ou pequeno conjunto de

residências, ou seja, o tratamento de esgoto de um morador é feito por ele mesmo, ou em

conjunto com um pequeno grupo de moradores.

Dessa forma essa é a alternativa mais sustentável para pequenas vilas isoladas ou

assentamento rurais com baixa densidade populacional em virtude de sua simplicidade e

efetividade de custos.

Os sistemas descentralizados mesmo mais simples podem ser associados a outras

tecnologias mais simples de tratamento de esgoto, tais como: filtração, sedimentação,

flotação e oxidação ou fermentação biológica (IFBA, 2014).

Enquanto que o modelo centralizado retrata o sistema convencional geralmente

utilizado nas cidades brasileiras, com maior densidade populacional e urbanizadas. Este

sistema é mais complexo e constituído por estruturas/equipamentos subdivididos em

unidades com a função de coletar, transportar, reunir, tratar e dispor no ambiente, efluentes

residenciais, comerciais e industriais (NUVOLARI, 2003). Neste sistema essas unidades se

unem em um sistema mais complexo, denominado genericamente de Sistema de

Esgotamento Sanitário Coletivo.

Na cidade, que utiliza o modelo centralizado, existem diversas formas de tratar

efluentes de origem doméstica, como os sistemas baseados em Lagoas de Estabilização,

Reatores UASB e Lodos Ativados. Cada um desses tipos de tratamento apresenta

vantagens e desvantagens, devendo ser analisado principalmente os custos de implantação,

o nível de eficiência requerido e os gastos com manutenção.

Visto que o núcleo urbano de Alvorada do Norte é pequeno, ou seja, tem pequena

extensão, e ainda apresenta relativa densidade populacional, a instalação de uma única

estação de tratamento de efluentes atende todo o núcleo urbano, conforme projeto já

realizado e executado no município. Projeto este que consta de dois sistemas em paralelo,

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cada sistema é contemplado com uma lagoa anaeróbia, uma facultativa e uma de

maturação.

A alternativa atual foi selecionada em função de análises econômicas, ambientais e

técnicas realizadas no estudo de concepção.

3.3.4.5 Previsão de eventos de emergência e contingência

A seguir são apresentados alguns casos e as ações de emergência e contingência

que devem ser adotadas em Alvorada do Norte:

Ocorrência de vazamentos e contaminação de solo, curso hídrico ou lençol

freático por fossas, sendo esse o sistema de disposição dos dejetos mais

utilizado em Alvorada do Norte:

Tabela 43 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de contaminação de solo, curso hídrico ou lençol freático.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Rompimento, extravasamento, vazamento e/ou infiltração de esgoto por ineficiência

de fossas

Promover o isolamento da área e contenção do resíduo com objetivo de reduzir a contaminação

Conter vazamento e promover a limpeza da área com caminhão limpa fossa, encaminhando o resíduo para a estação de tratamento de esgoto

Exigir a substituição das fossas negras por fossas sépticas e sumidouros ou ligação do esgoto residencial à rede pública (quando for implantado)

Construção de fossas inadequadas e ineficientes

Implantar programa de orientação quanto a necessidade de adoção de fossas sépticas em substituição às fossas negras e fiscalizar se a substituição está acontecendo nos prazos exigidos

Inexistência ou ineficiência do monitoramento

Ampliar o monitoramento e fiscalização destes equipamentos na área urbana e na zona rural, principalmente nas fossas localizadas próximas ais cursos hídricos e pontos de captação subterrânea de água para consumo humano

Ocorrência de extravasamento de esgoto em ETE por paralisação do

funcionamento desta unidade de tratamento:

Tabela 44 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de extravasamento de esgoto em ETE por paralisação do funcionamento desta unidade de tratamento.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações de bombeamento

Comunicar à Concessionária de Energia Elétrica a interrupção de energia

Acionar gerador alternativo de energia

Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água

Ocorrência de extravasamento de esgoto em estações elevatórias:

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Tabela 45 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de extravasamento de esgoto em estações elevatórias.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estruturais

Comunicar aos órgãos de controle ambiental osproblemas com os equipamentos e a possibilidadede ineficiência e paralisação das unidades detratamento

Instalar equipamento reserva

Ações de vandalismo Comunicar o ato de vandalismo à Polícia local Executar reparo das instalações danificadas com

urgência

Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações de bombeamento

Comunicar à Concessionária de Energia Elétrica ainterrupção de energia

Acionar gerador alternativo de energia Instalar tanque de acumulação do esgoto

extravasado com o objetivo de evitar contaminaçãodo solo e água

Ocorrência de rompimento de coletores, interceptadores e emissários:

Tabela 46 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de rompimento de coletores, interceptadores e emissários.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Desmoronamento de taludes ou paredes de canais

Executar reparo da área danificada com urgência

Sinalizar e isolar a área como meio de evitaracidentes

Erosões de fundo de vale

Sinalizar e isolar a área como meio de evitaracidentes

Executar reparo da área danificada com urgência

Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobreo rompimento em alguma parte do sistema decoleta de esgoto

Rompimento de pontos para travessia de veículos

Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobreo rompimento em alguma parte do sistema decoleta de esgoto

Comunicar as autoridades de trânsito sobre orompimento da travessia

Sinalizar e isolar a área como meio de evitaracidentes

Executar reparo da área danificada com urgência

Ocorrência de retorno de esgoto nos imóveis:

Tabela 47 - Origem e ações de emergência e contingência para ocorrência de retorno de esgoto nos imóveis.

ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Obstrução em coletores de esgoto

Isolar o trecho danificado do restante da rede comobjetivo de manter o atendimento das áreas nãoafetadas pelo rompimento

Executar reparo das instalações danificadas comurgência

Lançamento indevido de águas pluviais na rede coletora de esgoto

Executar trabalhos de limpeza e desobstrução

Executar reparo das instalações danificadas

Comunicar à Vigilância Sanitária

Ampliar a fiscalização e o monitoramento das redesde esgoto e de captação de águas pluviais com o

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ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA objetivo de identificar ligações clandestinas, regularizar a situação e implantar sistema de cobrança de multa e punição para reincidentes.

3.3.5 Prospectiva para o Sistema Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

3.3.5.1 Proposta de medidas mitigadoras para os principais impactos identificados

3.3.5.1.1 Medidas de controle para reduzir o assoreamento de cursos de água e de bacias

de detenção

O assoreamento costuma ocorrer em regiões rebaixadas como fundos de vales, rios

ou outros locais em que o nível da base de drenagem permita um processo deposicional. O

assoreamento causa o processo erosivo gerado, na maioria dos casos, pelas ações do

homem se dá através das atividades decorrentes da ocupação do espaço geográfico, tais

como: desmatamento, pecuária, agricultura, mineração e urbanismo. Devido isto, medidas

de controle devem ser propostas, conforme apresentado a seguir.

Medidas de controle para a zona urbana

A parte da topografia de Alvorada do Norte com áreas mais baixas e planas

apresentam risco de inundações e assoreamentos devido à declividade do terreno

acompanhar a marca entre 0-2%. Por outro lado, as áreas do território com encostas

íngremes, assumindo declividade com valor superior a 20% e sem um sistema de drenagem

efetivo torna suscetível a ocorrência de desmoronamentos.

O aumento da vazão hídrica em períodos de chuva na área urbana colabora para os

processos de assoreamento, prejudicando a segurança dos munícipes pelo risco de

acidentes durante os deslocamentos realizados no meio urbano, além de levar a avarias os

bens dos moradores.

Para o controle da vazão, prevenir impactos negativos e reduzir a magnitude do

assoreamento em cursos d’água podem ser utilizadas medidas estruturais e não estruturais,

como: viabilizar o combate técnico à erosão provocada por obras pontuais ou de

terraplanagem, reduzindo o grau de assoreamento do sistema de drenagem, implantar

dissipadores de energia, bacias de retenção, valas de infiltração, recuperação e preservação

de áreas de preservação permanente (APP).

Os dissipadores de energia são estruturas construídas para reduzir a velocidade do

fluxo da água sobre um terreno, reduzindo assim a formação de assoreamentos e erosões,

como mostra a Figura 6.

Lançamento indevido de águas pluviais na rede coletora de esgoto

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Figura 6 - Exemplo de dissipador de energia.

Fonte: Prefeitura de Araras - SP (http://araras.sp.gov.br/noticias/10702).

As bacias de retenção por sua vez são estruturas que buscam reduzir a

concentração de contaminantes nas águas escoadas superficialmente em centros urbanos,

contudo também podem reduzir o pico de vazão do escoamento, controlar erosões, atuar no

paisagismo e recarregar aquíferos. Essas podem ter ou não um volume permanente de

água, as que são permanentes permitem uma maior deposição de contaminantes e um

tratamento biológico entre os eventos de precipitação, devido ao maior tempo de detenção,

entretanto essas podem armazenar um volume menor. (Lima et al., 2006).

Figura 7 - Exemplo de bacia de retenção.

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Boneyard_Detention_Basin_2006.jpg

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As valas, valetas e poços de infiltração são constituídos de depressões escavadas

no solo, as quais objetivam recolher as águas pluviais as armazenando de forma temporária

e, se possível, realizando sua infiltração. Estas são empregadas principalmente ao lado de

sistemas viários de zonas rurais, jardins, terrenos esportivos e áreas verdes (Baptista et al.,

2005).

Figura 8 - Exemplo de vala de infiltração.

Fonte: https://www.ice.org.uk/news-and-insight/the-civil-engineer/march-2018/surface-drainage-

forgotten-public-utility.

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) englobam matas em topos de morro e

matas ciliares, que são aquelas que margeiam os corpos hídricos, protegendo-os do

processo de assoreamento, erosão, enchentes, além de favorecer a manutenção das

nascentes (qualidade e quantidade de água) e da biodiversidade local, através de sua

função de habitat, e de controle pela filtração de partículas químicas danosas ao meio

ambiente, como agrotóxicos e fertilizantes. Essas áreas devem ser sempre preservadas e

recuperadas conforme Código Florestal Brasileiro para a preservação do ambiente e,

consequentemente, da saúde humana.

Essas medidas exigem mudanças de foco nas esferas de planejamento urbano

especialmente das esferas ligadas à engenharia urbanística. Algumas medidas podem ser

citadas para o controle ao assoreamento de rios e córregos a ser adotadas no município,

especialmente na área urbana.

Do ponto de vista preventivo é necessário que a arquitetura e a engenharia procurem

adequar seus projetos às características geológicas e topográficas do terreno, na medida do

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 101

possível, ao invés de adequar o terreno aos projetos, utilizando-se de técnicas de

terraplanagem.

Constatada como indispensável a terraplenagem deve-se levar em conta que os

solos superficiais (até 2 m de profundidade, em média), caracteristicamente são mais

argilosos e mais resistentes à erosão do que os solos inferiores. O ideal, portanto, é não

retirar essa camada superficial de solo.

No caso em que a terraplenagem necessária imponha essa retirada, estocar esse

solo superficial para o futuro uso no recobrimento das áreas terraplenadas que ficarão mais

expostas à ação dos processos erosivos. Além de mais resistentes à erosão, os solos

superficiais têm melhores características geotécnicas e são mais férteis.

Não se deve lançar o solo resultante de escavações e terraplenagens em encostas.

O correto é retirá-lo da área e levá-lo para um bota-fora regularizado sugerido pela

Prefeitura Municipal ou de empresas atuantes no ramo que também tenham áreas

regularizadas.

Planejar os serviços de terraplanagem, de modo que apenas as áreas necessárias

às obras sejam terraplanadas, conforme o cronograma de execução da obra. Esta medida

evita que áreas já terraplanadas fiquem aguardando o início da obra e estejam sujeitas à

erosão.

Adotar proteções aos taludes, permanentes ou provisórias, a medida do

aprofundamento da terraplanagem, ou seja, assim que produzido o primeiro degrau de

terraplanagem, este será imediatamente protegido contra erosão.

Programar os eventuais serviços de terraplenagem para os meses menos chuvosos,

de forma que na época das chuvas as superfícies de solo porventura expostas já estejam

devidamente protegidas.

Os técnicos atuais ou futuros ligados a arquitetura, engenharia, técnicos municipais e

outros agentes sociais que lidam com o uso do solo urbano estejam cientes sobre os

processos erosivos, como e porque evitá-los no município, salientando as peculiaridades da

região em que estão inseridos.

No ambiente urbanizado do município, procurar não implantar loteamentos em

terrenos com declividade superior a 35%. Acima de essa declividade incentivar a criação de

áreas verdes reflorestadas permanentes, se possível através de legislações específicas.

Logo de imediato à abertura, promover a pavimentação das ruas e a instalação do

sistema de drenagem das águas pluviais. Só liberar os loteamentos para a construção de

habitações após a infraestrutura básica implantada e/ou garantir em legislação específica e

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com fiscalização adequada que os loteadores devem garantir essas infraestruturas antes do

loteamento ser aprovado junto a Prefeitura Municipal.

Além da execução destas medidas de controle é necessário que as mesmas estejam

sempre em pleno funcionamento. Dessa forma, deve ser instituída equipe de fiscalização e

manutenção, por parte de secretaria específica de drenagem pluvial a ser criada, que

mantenha as estruturas de drenagem pluvial em pleno funcionamento, regulem o uso do

solo, e estabeleçam programas de educação ambiental quanto aos corpos hídricos e suas

APPs.

Em casos de irregularidades esta equipe de fiscalização deverá aplicar multas em

casos de desmatamento de APPs, e lançamento clandestino de esgotos e resíduos sólidos

nas galerias pluviais. Nos casos de desmatamento, além da multa deverá também ser

promovida a recuperação da área através do plantio de espécies nativas.

Em Alvorada do Norte em épocas de chuva e com as poucas estruturas de

drenagem existentes na cidade, começa-se a notar o represamento de volumes d’água

próximos aos meios fios, além de que foi observado na cidade a formação de duas grotas,

que são depressões côncavas no terreno ocasionadas pela água pluvial. Essas grotas em

formação estão localizadas uma em Alvoradinha e outra no Setor Novo Ipiranga. Para isso

as medidas de controle devem ser estudadas e aplicadas.

Para controlar esse represamento nas proximidades dos meios-fios é necessário o

ajuste na declividade das sarjetas, para que estas estruturas consigam conduzir as águas

pluviais para as bocas de lobo, de forma eficaz e eficiente.

Na cidade de Alvorada do Norte será necessário a construção de dissipadores de

energia nas proximidades das grotas em formação, respeitando a declividade do solo, de

forma a reduzir a velocidade de escoamento das águas pluviais. Nestes locais ainda é

recomendado que as grotas se tornem bacias de retenção e infiltração devido a altimetria

local.

Ainda, deverão ser construídos dissipadores de energia, na saída final da rede de

drenagem que deságua no rio Corrente, de forma a preservar este manancial. Na base do

morro que circunda a cidade também é necessário que seja a feita terraplenagem para

redução da velocidade da água pluvial que adentra a zona urbana. Além disso é crucial, a

recuperação, preservação e fiscalização das APPs existentes.

Medidas de controle para a zona rural

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As principais causas do assoreamento de rios, ribeirões, córregos e nascentes estão

relacionadas aos desmatamentos, tanto das matas ciliares quanto das demais coberturas

vegetais nas bacias hidrográficas que, naturalmente, protegem os solos.

A exposição do solo para as práticas agrícolas e para as ocupações urbanas, ligada

ao movimento de terra e impermeabilização do solo nas cidades, abre caminho para os

processos erosivos e para o transporte de materiais orgânicos e inorgânicos, que são

drenados até o depósito final nos leitos dos cursos d’água.

O assoreamento de rios e lagos faz parte de um processo natural, no entanto, o

assoreamento acelerado que afeta os corpos d’água se dá pelo depósito sem controle de

sedimentos no leito das margens dos rios e pela ação antrópica.

Na zona rural o desmatamento e o manejo inadequado do solo modificam o regime

hídrico regional, que acabam por atuar na dinâmica dos processos erosivos. Por isso, é

inevitável o acompanhamento técnico e uma fiscalização assídua para adequar as

atividades agrícolas e pecuaristas de acordo com as diretrizes das legislações federais e

estaduais referentes à manutenção das faixas ciliares em córregos, rios e nascentes.

Como a Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que retrata sobre as áreas de

preservação permanente em seu Capítulo II, conforme transcrito abaixo:

Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

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VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

Já, no estado de Goiás a normativa que retrata sobre a proteção da vegetação nativa

das APPs é a Lei Estadual nº 18.104, de 18 de julho de 2013, que apresenta em seu

Capitulo II as metragens de conservação destas áreas, conforme exposto a seguir:

Art. 9º Consideram-se Áreas de Preservação Permanente – APP, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, perenes e intermitentes excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de até 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água com largura superior a 10 (dez) metros e até 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água com largura superior a 50 (cinquenta) e até 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água com largura superior a 200 (duzentos) e até 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água com largura superior a 600 (seiscentos) metros; II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água natural com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento, observado o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo; IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45° (quarenta e cinco graus), equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; VI – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25° (vinte e cinco graus), as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal

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determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. § 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento no curso d’água natural.

Como já é de conhecimento comum que as atividades de agricultura e pecuária sem

uma gestão ecologicamente correta e por estarem vizinhas aos cursos hídricos, se configura

como o primeiro evento a causar prejuízo às matas ciliares.

O monitoramento dessa cobertura vegetal do curso hídrico de Alvorada do Norte é

fundamental para a proteção da água e do solo desse ambiente para reduzir o

assoreamento e a força das águas que chegam ao rio, contribuindo ainda para a

manutenção da qualidade de suas águas e evitando a poluição do meio aquático.

Para tanto, devem ser realizadas medidas preventivas de forma a evitar possíveis

assoreamentos nos corpos d’água, tais como a implantação de um sistema rústico de

drenagem que utilizam terraços nos limites das curvas de nível para diminuir a velocidade

de escoamento das águas pluviais, com ajuste constante da orientação do escoamento

sobre qualquer solo exposto que devem ser protegidos através de recomposição florística.

3.3.5.1.2 Medidas de controle para reduzir o lançamento de resíduos sólidos nos corpos

d’água

A principal interferência dos resíduos sólidos em corpos d’água se dá pela conduta

habitual inadequada dos munícipes locais e da má gestão da limpeza urbana na cidade no

descarte de lixo gerado no município.

Como o processo de saneamento está começando a ser compilado para cidade de

Alvorada do Norte, a falta do Plano Diretor para os Resíduos implica em uma insuficiência

do serviço de manejo de resíduos sólidos. E isso, se verifica facilmente através das poucas

quantidades de lixeiras do município, contribuindo negativamente para o carreamento de lixo

dispostos fora de lixeiras em períodos chuvosos.

Outro problema encontrado com a deposição de lixo afetando diretamente as redes

de drenagem e em sequência os corpos hídricos é o entulho de resíduos de poda que ficam

acumulados durante dias próximos aos canais de drenagem da cidade.

Toda essa problemática deve ser enfrentada com a estimulação de práticas

educativas de manejo dos resíduos sólidos de toda população local, da estruturação do eixo

de resíduos sólidos, da ampliação dos componentes de drenagem e da instalação de grades

ou outros dispositivos de barramento/proteção das bocas de lobo, conforme Figura 9.

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Figura 9 - Exemplos de bocas de lobo.

Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/8/2-bocas-de-lobo-como-planejar-o-

posicionamento-das-239376-1.aspx.

Outra medida é a prevenção, identificação e remoção de ligações ilegais na rede de

drenagem, que são responsáveis pelo lançamento de efluentes poluidores.

3.3.5.2 Diretrizes para o controle de escoamento na fonte

O controle de escoamento na fonte se refere aos dispositivos que controlam o

escoamento superficial no local de origem deste (drenagem no interior de lotes, por

exemplo), onde, a partir deste controle, não haja consequências à jusante.

O dimensionamento da drenagem nas edificações individualizadas como residências,

condomínios e parques colaboram para o aumento da capacidade de escoamento nas redes

de micro e macrodrenagem, evitando os efeitos negativos para o meio ambiente e para a

população da região que não conta com um sistema de drenagem eficiente.

Para tanto, o controle do escoamento das águas pluviais pode ser realizado dentro

do lote onde se encontra o empreendimento.

As principais medidas para a redução do volume dessas águas pluviais na fonte

estão descritas a seguir.

Aumentar as áreas de infiltração e percolação;

Adaptação dos dispositivos de armazenamento, como os telhados;

Utilização de bacias de contenção em locais propícios a enchentes.

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A urbanização e sua consequente impermeabilização do solo aumentam a vazão de

águas pluviais e como acontece em Alvorada do Norte, os dispositivos existentes são

insuficientes para o escoamento dessas águas.

Em razão disso, para melhorar a eficácia de escoamento desses dispositivos e

diminuir os custos operacionais do serviço, medidas dentro do próprio estabelecimento

podem aumentar a capacidade de infiltração e armazenamento das águas pluviais.

Essas medidas fazem parte dos sistemas alternativos de drenagem que englobam

controle local das águas de chuva através dos dispositivos de infiltração e dos dispositivos

de retenção.

A seguir são apresentadas as estruturas capazes de promover a infiltração e a

percolação das águas das chuvas, evitando a sobrecarga nos outros dispositivos do sistema

de drenagem de Alvorada do Norte:

Pavimentos/Pisos porosos: Esgotamento por infiltração no solo ou para um

exutório;

Vala de infiltração: Depressões lineares em terreno permeável, geralmente

utilizada paralelamente às ruas. Esta estrutura funciona como um reservatório

de detenção, à medida que a drenagem que escoa para a vala é superior à

capacidade de infiltração;

Poço de infiltração: Reservatório vertical e pontual escavado no solo;

Planos de infiltração: são áreas gramadas que recebem águas pluviais

oriundas de áreas impermeáveis, como pátios ou telhados;

Trincheiras de infiltração: Reservatório linear escavado no solo preenchido

com material poroso.

As valas de infiltração e as áreas gramadas são uma escolha favorável para

Alvorada do Norte já que 85% do município está pavimentado, tendo apenas algumas ruas

com chão batido.

Analisando outras soluções para reduzir os efeitos negativos do aumento da vazão

das águas pluviais, recomenda-se o uso de dispositivos de retenção.

Algumas formas de armazenamento que podem ser adotadas em Alvorada do Norte

são:

Telhado reservatório: Telhado com função reservatório vazio ou preenchido

com material poroso;

Bacias de detenção: Reservatório sobre leito natural ou escavado. Com leito

em solo permeável ou impermeável, ou com leito revestido;

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Bacia de retenção: Reservatório com leito permeável (freático aflorante) ou

com leito impermeável;

Bacia subterrânea: Reservatório coberto, abaixo do nível do solo;

Condutores de armazenamento: Condutos e dispositivos com função de

armazenamento;

Micro reservatórios ou cisternas: Reservatório de pequenas dimensões tipo

'caixa d'água' residencial vazio ou preenchido com material poroso. Com

fundo em solo ou vedado, tipo cisterna.

Outro dispositivo mais acessível para o uso, até pelo baixo orçamento de instalação,

é a cisterna e os condutores de armazenamento, como o reservatório de detenção (figura

13f), que se assemelha à caixa d’água, porém reserva água pluvial em vez de água potável

e tratada. Neste caso, a água pluvial que cai sobre o telhado é coletada através de calhas,

que encaminham esta água para ser armazenada no reservatório e que, posteriormente,

poderá ser utilizada para fins menos servis, como lavagem de ambientes externos e

veículos e regar plantas.

A seguir são apresentadas imagens demonstrativas dessas estruturas de controle de

escoamento na fonte.

Figura 10 - exemplos de medidas para controle de escoamento na fonte.

Fonte: TASSI, et al. (2016).

Além de medidas estruturais citadas acima, têm-se as medidas estruturantes

definidas de acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) como

medidas focadas no aperfeiçoamento da gestão e na melhoria cotidiana da infraestrutura

física. Tais medidas são centralizadas na elaboração de legislação para regularizar e

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gerenciar obras, uso e ocupação do solo e zoneamento urbano e ambiental, plano diretores

de drenagem, como também a fiscalização do cumprimento de tais leis.

3.3.5.3 Diretrizes para o Tratamento de Fundos de Vale

Intimamente relacionada ao descarte incorreto de resíduos está a contaminação dos

fundos de vale. Sendo os fundos de vale um tipo de drenagem natural, a poluição observada

nele prejudica a circulação de água, o controle térmico da região, podendo contribuir para a

ocorrência de enchentes pela dificuldade de escoamento das águas pluviais.

Mais um fator que leva a depreciação funcional dos fundos de vale é a urbanização.

As calhas formadas pelos fundos de vale para o escoamento das águas das chuvas

começam a ficar inoperantes pelo urbanismo cada vez mais rápido acontecendo na cidade.

Com isso, as vazões de escoamento são comprometidas e os alagamentos ficam mais

propícios.

Para gerir os fundos de vale em Alvorada do Norte é necessário, inicialmente, adotar

algumas diretrizes, tais como: aumentar a quantidade de áreas verdes públicas na área

urbana, manter e proteger a vegetação existente nos fundos de vale, preservar as áreas

permeáveis, implementar manutenção preventiva do atual sistema, orientar a expansão

urbana e difundir a educação ambiental. Existem diversas medidas para tratamento dos

fundos de vale, sendo que as intervenções são, em sua maioria, estruturais, tais como:

Identificação de áreas de restrição de ocupação em fundos de vale, visando

proteção do local e redução dos riscos causados por inundações;

Remoção e reassentamento de famílias que moram, de forma irregular, em

áreas ribeirinhas e, desapropriação de áreas e imóveis particulares em áreas

sujeitas à inundação;

Limpeza dos cursos d’água e fundos de vale;

Recuperação e revitalização de áreas e matas ciliares ao longo dos

mananciais naturais;

Na impossibilidade da recuperação das matas ciliares, adotar materiais de

revestimento e estabilização de leito e margens, reduzindo os processos

erosivos de modo a influenciar o mínimo possível no regime hidráulico e

hidrológico original;

Construção de bacias de detenção integradas ao projeto urbanístico, por

meio da criação de áreas de lazer e uso social, tais como praças e parques

lineares, recuperando o valor social, natural e econômico;

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Desenvolvimento de instrumentos legais para regulamentação de soluções

em drenagem pluvial, com foco na elaboração de medidas estruturantes,

como a formulação de leis urbanas do uso e ocupação do solo, planos

diretores de drenagem e também a própria fiscalização do cumprimento de

tais leis.

Dentre as medidas citadas anteriormente podemos indicar que o município de

Alvorada do Norte precisa definir as áreas próximas aos fundos de vale e, assim, restringir

sua ocupação, pois vemos que o núcleo urbano já está próximo a algumas delas.

A recuperação e revitalização das áreas de fundo de vale é outro item fundamental,

algumas delas já apresentam processos erosivos e de mudança acentuada da paisagem

devido às intervenções realizadas no entorno. Deve-se também tomar cuidado especial com

os sistemas de microdrenagem a serem instalados no núcleo urbano, pois as estruturas de

descarte, como os dissipadores hidráulicos devem ser dimensionados de forma criteriosa a

fim de evitar impactos a jusante do lançamento nos fundos de vale.

3.3.5.4 Previsão de eventos de emergência e contingência

No que tange ao circuito de saneamento para o sistema de drenagem de Alvorada

do Norte, as ações de emergência e contingência propicia à entidade responsável pelo

serviço a escolha de tecnologias favoráveis para poder aperfeiçoar o desenvolvimento do

eixo em estudo e, sobretudo assegurar a operacionalização do seu atendimento à

população.

Nas tabelas a seguir são apresentadas as ações para emergências e contingências

referentes à drenagem urbana e ao manejo de águas pluviais do município de Alvorada do

Norte.

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Tabela 48 - Ações para emergências e contingências referentes à drenagem urbana e manejo de águas pluviais. OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Transbordamentos

Precipitação de intensidade acima da capacidade de escoamento do sistema (talvegue, curso d’água ou dispositivos de drenagem);

Comunicar à população, hospitais, UBS, quartéis, entre outros, instituições, autoridades e Defesa Civil, através dos serviços de comunicação disponíveis; Reparar as estruturas de micro e macrodrenagem que porventura estejam danificadas como medida emergencial; Informar às autoridades de tráfego a respeito do problema de forma a que ela tome providencias quanto ao desvio do trânsito no local afetado; Implantar sistema de alerta e monitoramento de inundações que deve identificar a intensidade da enchente e acionar alerta.

Mau funcionamento do sistema por assoreamento, presença de resíduos e entulho, comprometendo a capacidade de escoamento por diminuição da área útil do curso d’água; Obstrução das calhas do rio ocasionada pelo colapso de estruturas e obras de arte (pontes, viadutos); Efeitos de remanso provocados pela interação de cursos d’água em área de várzea e, consequentemente, formação de pontos de alagamento.

Deslizamentos

Saturação do solo em épocas de chuvas intensas, aliada à declividade excessiva de encostas e da geologia local; Ocupação inadequada das encostas ou interferência indevida de construções ou infraestruturas diversas.

Alagamentos localizados

Boca de lobo e ramal assoreado/entupido ou subdimensionamento da rede existente

Comunicar à Defesa Civil/Corpo de Bombeiros sobre alagamento das áreas afetadas, acionar o socorro e desobstruir redes. Comunicar o alagamento à Secretaria Municipal de Obras e urbanismo, responsável pela desobstrução das redes e ramais. Sensibilizar e mobilizar a comunidade, através de iniciativas de educação ambiental, como meio de evitar o lançamento de resíduos nas vias públicas e nos sistemas de drenagem.

Deficiência no engolimento das bocas de lobo Promover estudo e verificação do sistema de drenagem existente para identificar e resolver problemas na rede e ramais de drenagem urbana (entupimento, estrangulamento, ligações clandestinas de esgoto, etc.).

Deficiência ou inexistência de emissário Promover reestruturação/reforma/adaptação ou construção de emissários e dissipadores adequados nos pontos finais dos sistemas de drenagem urbana.

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Tabela 47 - Ações para emergências e contingências referentes à drenagem urbana e manejo de águas pluviais. (Continuação) OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Processos erosivos

Inexistência ou ineficiência de rede de drenagem urbana Elaborar e implantar projetos de drenagem urbana, iniciando pelas áreas, bairros e loteamentos mais afetados por processos erosivos (Sec. Mun. de Obras e Urbanismo).

Inexistência ou ineficiência de emissários e dissipadores de energia

Recuperar e readequar os emissários e dissipadores de energia existentes (Sec. Mun. de Obras e Urbanismo) Construir emissários e dissipadores de energia nos pontos mais críticos (Sec. Mun. de Obras e Urbanismo).

Inexistência de APPs/áreas desprotegidas

Recompor APPs dos principais cursos hídricos, principalmente dos que recebem águas do sistema de drenagem urbana. Ampliar a fiscalização e o monitoramento das áreas de recomposição de APPs. Executar obras de contenção de taludes e aterros.

Mau cheiro exalado pelas

bocas de lobo do sistema de drenagem

Interligação clandestina de esgoto nas galerias pluviais

Comunicar à Secretaria Mun. de Obras ou à companhia gestora do serviço de saneamento do município sobre a possibilidade da existência de ligações clandestinas de esgoto na rede de drenagem urbana p/ posterior detecção do ponto de lançamento, regularização da ocorrência e aplicação de penalidades.

Resíduos lançados nas bocas de lobo Sensibilizar e mobilizar a comunidade, através de iniciativas de educação ambiental, como meio de evitar o lançamento de resíduos nas vias públicas e nos sistemas de drenagem.

Ineficiência da limpeza das bocas de lobo Ampliar a frequência de limpeza e manutenção das bocas de lobo, ramais e redes de drenagem urbana (Sec. Mun. de Obras e Urbanismo).

Falta de abrigo p/ população afetada por inundações ou

deslizamentos

Eventos climáticos extremos Cadastro das famílias atingidas, transporte, manutenção e organização de abrigos e provisão de alimentos e serviços básicos de saúde.

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3.3.6 Prospectiva para o Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos

Sólidos

3.3.6.1 Planilha com estimativas anuais dos volumes de produção de resíduos sólidos e

percentuais de atendimento pelo sistema de limpeza urbana

Os volumes de produção de resíduos sólidos foram classificados em:

I. Total – Estimativa da quantidade total de resíduos gerados pela população de

Alvorada do Norte;

II. Reciclado – Estimativa da quantidade total de resíduos passíveis de

reciclagem gerados pela população de Alvorada do Norte;

III. Compostado – Estimativa da quantidade total de resíduos passíveis de

compostagem gerados pela população de Alvorada do Norte; e

IV. Aterrado – Estimativa da quantidade total de resíduos que ainda não

possuem formas de reaproveitamento (rejeitos) e devem receber o tratamento

adequado.

Como informado no Diagnóstico Técnico Participativo, a geração per capita de

resíduos sólidos urbanos (RSU8) no município de Alvorada do Norte está em torno de 0,80

quilogramas por habitante ao dia (Kg/hab.dia), esta geração mostra-se acima do valor

definido no Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) que estima que municípios com

faixa populacional de 5.001 a 10.000 habitantes geram entre 0,46 a 0,52 Kg/hab.dia.

Os valores estimados no PERS mostram-se próximos dos obtidos nos estudos

desenvolvidos pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM, 2001) e do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) como pode ser mais bem

observado na Tabela 49.

Tabela 49 - Estimativas de geração per capita de resíduos sólidos urbanos conforme a faixa populacional de Alvorada do Norte. GERAÇÃO PER CAPITA DE RSU

Fontes População Urbana (habitantes) Geração per capita de

RSU (Kg/hab.dia) PERS (2014) 5.001 a 10.000 0,460 a 0,520

IBAM (2001) 0 a 30.000 0,500

IBGE (2000) Até 9.999 0,660 Fonte: Adaptado de PERS (2014), IBAM (2001) e IBGE (2000).

8 A Lei 12.305 em seu artigo 13 item I, subitem i, define Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) como: os originários de atividades domésticas em residências urbanas (resíduos domiciliares) e os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana (resíduos de limpeza urbana).

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Assim, observado os estudos desenvolvidos e o estudo gravimétrico realizado na

fase do Diagnóstico do PMSB de Alvorada do Norte foi adotado para os cálculos da

estimativa anual de produção de RSU o valor de 0,520 Kg/hab.dia.

A Tabela 50 demonstra uma estimativa de resíduos gerados que são passíveis de

reciclagem e compostagem, assim como o quantitativo de resíduos que devem ser

aterrados, pois ainda não possuem possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem,

assim devem ser encaminhados ao aterro sanitário como destinação final.

Utilizando-se dos dados do Guia para Elaboração dos Planos de Gestão Integrada

de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente a qual traz uma estimativa da

composição gravimétrica apresentada nos seguintes percentuais em relação ao total de

resíduos gerados ao ano:

31,9% de resíduos secos;

51,4% de resíduos úmidos; e

16,7% de rejeitos.

Tabela 50 - Dados para cálculo de estimativa de resíduos sólidos gerados. PRODUÇÃO ANUAL EM TONELADAS

ANO RECICLÁVEL

(Resíduos secos) COMPOSTÁVEL

(Resíduos úmidos) ATERRADO

(Rejeitos) 2019 519,885 837,683 272,165

2020 523,381 843,316 273,996

2021 526,900 848,986 275,838

2022 530,443 854,695 277,693

2023 534,010 860,442 279,560

2024 537,600 866,227 281,440

2025 541,215 872,052 283,332

2026 544,854 877,916 285,237

2027 548,518 883,819 287,155

2028 552,206 889,762 289,086

2029 555,919 895,745 291,030

2030 559,657 901,768 292,987

2031 563,421 907,831 294,957

2032 567,209 913,936 296,940

2033 571,023 920,081 298,937

2034 574,863 926,268 300,947

2035 578,728 932,496 302,970

2036 582,619 938,766 305,008

2037 586,537 945,078 307,059

2038 590,481 951,433 309,123 Fonte: Terra Consultoria, Estudos e Projetos Ambientais, 2018.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 115

Assim, a Tabela 50 objetivou demonstrar uma estimativa da produção anual das

frações dos materiais que compõem os RSU (secos, úmidos e rejeitos) de Alvorada do

Norte.

A Tabela 51 traz, além da estimativa de geração anual de resíduos, o percentual de

atendimento pelo sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em relação à

população total de Alvorada do Norte. Ressaltando que o percentual de atendimento da

população urbana é de 100% e os percentuais apresentados na Tabela 51 demonstram os

índices de coleta que deverão ser alcançados nos prazos determinados para a população

total (urbano e rural).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 116

Tabela 51 - Planilha com estimativas anuais dos volumes de produção de resíduos sólidos urbanos e percentuais de atendimento pelo sistema de limpeza urbana.

Ano População Total População

Urbana População

Rural

Índice de coleta (%) - Pop. Total

Geração diária de resíduos

sólidos (ton./dia) - Pop. Total

Geração diária de resíduos

sólidos (ton./dia) - Pop. Urbana

Geração diária de resíduos

sólidos (ton./dia) - Pop. Rural

Geração anual de resíduos sólidos

(ton./ano)

2019 8.587 6.951 1.635 82,00 4,465 3,615 0,850 1.629,733

2020 8.644 6.960 1.684 85,00 4,495 3,619 0,876 1.640,692

2021 8.702 6.969 1.734 90,00 4,525 3,624 0,901 1.651,724

2022 8.761 6.978 1.783 100,00 4,556 3,628 0,927 1.662,830

2023 8.820 6.986 1.833 100,00 4,586 3,633 0,953 1.674,011

2024 8.879 6.995 1.884 100,00 4,617 3,638 0,980 1.685,267

2025 8.939 7.004 1.935 100,00 4,648 3,642 1,006 1.696,599

2026 8.999 7.013 1.986 100,00 4,679 3,647 1,033 1.708,007

2027 9.059 7.022 2.038 100,00 4,711 3,651 1,060 1.719,492

2028 9.120 7.031 2.090 100,00 4,743 3,656 1,087 1.731,054

2029 9.182 7.039 2.142 100,00 4,775 3,660 1,114 1.742,694

2030 9.243 7.048 2.195 100,00 4,807 3,665 1,142 1.754,412

2031 9.306 7.057 2.248 100,00 4,839 3,670 1,169 1.766,209

2032 9.368 7.066 2.302 100,00 4,871 3,674 1,197 1.778,085

2033 9.431 7.075 2.356 100,00 4,904 3,679 1,225 1.790,041

2034 9.495 7.084 2.411 100,00 4,937 3,684 1,254 1.802,077

2035 9.558 7.093 2.466 100,00 4,970 3,688 1,282 1.814,194

2036 9.623 7.102 2.521 100,00 5,004 3,693 1,311 1.826,393

2037 9.687 7.111 2.577 100,00 5,037 3,698 1,340 1.838,674

2038 9.753 7.120 2.633 100,00 5,071 3,702 1,369 1.851,037 Fonte: Terra Consultoria, Estudos e Projetos Ambientais, 2018.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 117

Observada as estimativas anuais de produção de RSU é proposto que o atendimento

à população de Alvorada do Norte, população urbana e rural, pelos serviços de manejo de

resíduos sólidos atinja a universalização e se mantenham ao longo do planejamento,

conforme Tabela 52:

Tabela 52 - Percentuais de atendimento pelo sistema de manejo de resíduos sólidos.

Prazos Emergencial Curto Médio Longo

Percentuais 90% 100% 100% 100%

Fonte: Terra Consultoria, Estudos e Projetos Ambientais, 2018.

Para a determinação da estimativa de geração de Resíduos de Serviços de Saúde

(RSS) foram utilizados dados obtidos do Plano Estadual de Resíduos Sólidos o qual

considerou uma geração de 3,37 Kg/leito.dia e o número de leitos totais existentes por

região. Ainda segundo o PERS, Apêndice B, o município de Alvorada do Norte possui a

seguinte estimativa de geração de RSS:

Tabela 53 - Estimativa de geração de RSS. RSS hospitalar Grupos A, D

e E (Ton./dia) RSS hospitalar Grupos A, D

e E (Ton./mês) 0,11 3,235

Fonte: Adaptado de PERS (2017).

Com relação aos Resíduos de Construção Civil (RCC) o PERS utilizou diferentes

estudos relacionados à geração destes resíduos para determinar uma mediana, onde foi

encontrado o valor 1,45 Kg/hab.dia de geração de RCC.

O PERS, Apêndice C, estimou que o município de Alvorada do Norte gerasse o

seguinte quantitativo de RCC no ano de 2010:

Tabela 54 - Estimativa de geração de RCD. População Urbana (IBGE,

2010) Estimativa de Geração de

RCC (Ton./dia) 6.873 9,97

Fonte: Adaptado de PERS (2017).

3.3.6.2 Metodologia para o cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança

desses serviços

Para assegurar a preservação do meio ambiente, da saúde pública e a gestão e

gerenciamento dos resíduos sólidos domésticos e comerciais de Alvorada do Norte a ação

colaborativa e viável para subsidiar o atendimento da infraestrutura de coleta e manejo do

lixo da cidade se revela pela cobrança de possíveis taxas sobre os serviços prestados,

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 118

conforme é aplicado hoje em muitos municípios através do Imposto Predial Territorial

Urbano (IPTU).

Vale ressaltar que, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os serviços de

conservação e limpeza de logradouros e bens públicos deverão ser subsidiados por outras

receitas do município. Ao passo que são constitucionais as taxas referentes aos serviços

públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de resíduos sólidos oriundos de

imóveis.

Lembrando que, segundo o MMA (2010), o pagamento dos serviços de gestão e

gerenciamento de resíduos sólidos não se dá de forma direta e exclusiva através de taxas,

devido a legislação fiscal brasileira vigente. Assim como a prefeitura não pode cobrar

serviços de varrição por ser um serviço indivisível. Dessa forma, é necessário que a gestão

pública garanta, por meios políticos e fiscais, dotações orçamentárias que sustentem

adequadamente o custeio e os investimentos no sistema de resíduos sólidos, seja por meio

de aplicação integrada de impostos ou não.

O Decreto nº 7.217/2010, que institui a Lei Federal de Saneamento Básico (Lei Nº

11.445/2007) em seu art. 14, dispõe sobre as considerações relevantes para a prestação

regionalizada dos serviços públicos de saneamento básico, conforme exposto a seguir:

Art. 14. A remuneração pela prestação de serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos deverá levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados, bem como poderá considerar: I – nível de renda da população da área atendida; II – características dos lotes urbanos e áreas neles edificadas; III – peso ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio; ou IV – mecanismos econômicos de incentivo à minimização da geração de resíduos e à recuperação dos resíduos gerados.

Várias cidades brasileiras possuem dificuldades em calcular a taxa de resíduos

sólidos para cidades com até 20.000 habitantes. Pensando nisso, a Gerência de Resíduos

Sólidos do Departamento de Ambiente Urbano (DAU) da Secretaria de Recursos Hídricos e

Ambiente Urbano (SRHU) do Ministério do Meio Ambiente apresenta em seu documento

intitulado Orientações para elaboração do Plano Simplificado de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos para municípios com população inferior a 20.000 habitantes, como esse

cálculo deve ser feito.

A Tabela 55 detalha o método para o cálculo da previsão da taxa de resíduos sólidos

urbanos para a cidade de Alvorada do Norte, utilizando o método do Ministério do Meio

Ambiente para cidades com população até 20.000 habitantes. Este método leva em

consideração dados do município relacionados com o manejo dos resíduos sólidos, o valor

necessário para investimentos necessários dentro do horizonte de projeto, os custos

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 119

operacionais mensais que consideram a contratação direta ou indireta e dados para

financiamento.

Tabela 55 - Método para cálculo das taxas de manejo de resíduos sólidos.

METODOLOGIA PARA COBRANÇA POR SERVIÇOS DE MANEJO DE RSU

A População (hab.): Equação adotada

B Economias: -

C Geração de resíduos domésticos (kg/hab.dia)

-

D Geração da cidade (ton./mês) (A x C / 1000) x 30

E Investimento em Coleta Convencional (R$):

Caminhões, unidades de transbordo, caçambas etc.

F Investimentos em Coleta Seletiva e Tratamento (R$):

LEVs, PEVs, veículos coletores para catadores etc.

G Investimentos em Disposição Final (R$):

Aterro sanitário

H Repasse não oneroso da União ou Estado para Resíduos Sólidos (R$)

Convênios ou contratos de repasse

I Valor total dos investimentos (R$): E + F + G – H

J Operação da Coleta Convencional (R$/mês):

Combustível, mão de obra, EPI, manutenção etc.

K Operação da Coleta Seletiva e Tratamento (R$/mês):

Água, luz, EPI, manutenção, combustível, mão de obra etc.

L Operação da Disposição Final (R$/mês):

Água, luz, EPI, manutenção, combustível, mão de obra etc.

M Resíduos da Coleta Convencional (%) A soma tem que ser 100%

N Resíduos da Coleta Seletiva (%)

O Operação da Coleta Convencional (R$/ton.):

J \ (D x M)

P Operação da Coleta Seletiva e Tratamento (R$/ton.):

K \ (D x N)

Q Operação da Disposição Final (R$/ton.):

L \ (D x M)

R Custo operacional total (R$/mês) J + K + L

S Prazo de pagamento (anos)

Deve ser menor do que a vida útil do sistema

T Taxa de financiamento do investimento (mensal - %)

Juros + inflação

U Pagamento do financiamento - investimentos (R$/mês)

I x T / {1 - [1 / (1 + T) ^ (12 x S)]} Método de prestações fixas

V Valor da taxa (R$/economia. mês) (R + U) / B Cobrança mensal de cada

economia

X Faturamento (R$ /mês) V x B

Fonte: MMA - Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano. Adaptado pelo autor, 2018.

Dados de entrada

Cálculo

A sugestão para que a população consiga mensurar sua responsabilidade sobre o

resíduo que produz é a discriminação bem visível da taxa pelo serviço de coleta e manejo

de resíduos sólidos de Alvorada do Norte.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 120

3.3.6.2.1 A prestação dos serviços públicos pela prefeitura

Informações sobre custos são medidas monetárias para atingir objetivos e, no caso

do PMSB, para a universalização da prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo

dos resíduos sólidos. O fornecimento de serviços efetivos, eficientes e eficazes mediante

custos adequados, qualidade e aumento da oferta são itens importantes para a cobrança

dos serviços e um dos objetivos da PNRS expressa em seu Art. 7.

Cabe à prefeitura a coleta dos resíduos sólidos domiciliares, de prestadores de

serviços públicos de saneamento e atividades de pequenos comércios. Os serviços públicos

relacionados aos resíduos sólidos englobam coleta, transporte, tratamento e disposição final

de resíduos sólidos, e limpeza de vias e logradouros públicos.

Os resíduos perigosos, industriais e os de serviços de saúde não devem ser

coletados pelo serviço convencional de coleta de resíduos sólidos domiciliares, mas devem

ser objetos de estudo e planejamento nos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,

conforme preconiza a PNRS.

Os programas definidos neste PMSB indicarão os valores dos investimentos e os

custos de operação e manutenção para uma adequada prestação dos serviços de gestão e

gerenciamento dos resíduos sólidos no horizonte de planejamento, inclusive identificando

fontes de financiamento.

3.3.6.2.2 Cobrança da prestação dos serviços públicos

Os serviços públicos de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos

sólidos, de acordo com o Supremo Tribunal Federal – STF, possui uma cobrança específica

e divisível, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros

serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral e de forma

indivisível, tais como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças,

calçadas, vias, ruas e bueiros).

As taxas cobradas pela coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos

sólidos provenientes de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a

cobrança de valores tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de

logradouros e bens públicos.

De forma resumida, os serviços de limpeza urbana, tais como varrição, capina, poda,

desobstrução de estruturas de microdrenagem, deverão ser custeados com outras receitas

do município como: transferências do governo federal (Fundo de Participação do Município,

por exemplo), repasse do governo estadual (ICMS, por exemplo), ou recursos municipais

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 121

arrecadados por meio de impostos (IPTU, por exemplo). A cobrança da taxa de resíduos

sólidos pode estar anexa a boletos, como por exemplo, o IPTU.

Este PMSB não aborda metodologia de cobrança para grandes geradores, ou

geradores que produzam resíduos não enquadrados nas categorias residencial e comercial

de pequeno porte, pois nesse caso é necessário um estudo específico a ser contemplado

em um PGRS.

A cobrança dos serviços realizados pelo gerenciamento do setor de resíduos se

caracteriza como uma solução estratégica para otimizar a disposição e separação correta

dos resíduos para a coleta, uma vez que a população efetivamente muda de atitude quando

começa a “sentir no bolso”, conforme afirma o especialista em sustentabilidade, professor da

Fundação Getúlio Vargas, Luiz Bueno (RAC, 2015).

Quando nos referimos à taxa, submetemos ao cumprimento de uma obrigação paga

ao Estado, podendo ser em razão tanto da limitação de direitos e liberdades (taxa de

polícia), quanto da prestação de serviço público específico (taxa de serviço público), onde o

Estado não pode obter lucro sobre esse tributo.

Já tarifa diz respeito aos preços de uma atividade pública, prestada por particulares

(empresas públicas, sociedades de economia mista ou empresas particulares), por meio de

contrato de concessão ou permissão, onde há possibilidade de obtenção de lucro.

As cobranças devem incluir despesas operacionais e os investimentos. As despesas

operacionais se remetem a todos os custos considerados para a coleta convencional ou

coletiva, para transporte, destinação (reciclagem ou compostagem) ou disposição final em

aterro sanitário. As despesas operacionais podem ter custos variáveis de acordo com

mudanças no trajeto de coleta, preço do combustível, manutenção de veículos; e ter custos

fixos com as despesas administrativas e de pessoal.

Os investimentos incluem todas as atividades previstas para a melhoria do sistema,

tais como preconizados nos programas e ações a serem executados, por exemplo, a

implantação de LEVs e o desenvolvimento de oficinas de educação ambiental.

3.3.6.3 Regras para o Transporte e outras etapas do Gerenciamento de Resíduos Sólidos

de que trata o Art. 20 da Lei 12.305/2010

Neste item estão formuladas regras para o transporte e outras etapas do

gerenciamento (acondicionamento, coleta, transbordo, tratamento e disposição final) dos

resíduos do Artigo 20 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

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O artigo 20 da Lei 12.305/2010 estabelece as entidades que estão sujeitas à

elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos. São elas:

geradores de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, de

resíduos industriais, de resíduos de serviços de saúde e de resíduos de

mineração;

estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos

perigosos e resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, não

sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal;

empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;

responsáveis pelos terminais e outras instalações que gerem resíduos de

serviços de transportes (os originários de portos, aeroportos, terminais

alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira); e,

responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão

competente do Sisnama.

3.3.6.3.1 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico

Serão consideradas regras para os resíduos sólidos gerados nas limpezas de

galerias pluviais e os oriundos das estações de tratamento de água e esgotos.

Tabela 56 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Armazenamento/ Acondicionamento

Lodo (Classe I): Armazenamento em contêineres,caçambas, tambores ou a granel;

Resíduos de galerias pluviais (Classe II):armazenamento em sacos juntamente comresíduos de varrição ou coletores à vácuo;

Sistema de isolamento que impeça o acesso depessoas estranhas, contendo sinalização desegurança e área coberta para impedircarreamento de lixiviados;

Utilização de EPI.

Decreto Federal 96044/88

Coleta e Transporte

Veículo deverá estar com identificação do resíduotransportado;

Resíduos perigosos: ficha de emergência emanifesto de transporte de resíduos.

ABNT NBR 7503, 13221 e 15481

Tratamento

Lodo de ETE: passa por processo de compostagemtermofílica em estufa (biossólidos);

Lodo de ETA: comumente desidratação porcentrifugação, leito de secagem, ou lagoas de lodocom remoção frequente dos sólidos sobrenadantes;

Demais resíduos são destinados ao aterro semprévio-tratamento.

ABNT NBR 7503, 13221 e 15481

Disposição Final Resíduos Classe I: devem ser dispostos em aterro

sanitário de resíduos perigosos, devidamenteABNT NBR 7503,

13221 e 15481

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 123

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃOlicenciado no órgão ambiental;

Resíduos Classe II: são dispostos em aterrosanitário de resíduos não-perigosos, devidamente licenciado no órgão ambiental ou, no caso dos lodos, passam por compostagem e retornam ao ciclo de vida de produtos como fertilizantes orgânicos.

Fonte: IBAM (2001) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.3.6.3.2 Resíduos dos Serviços de Saúde - RSS

A Resolução RDC 306, de 7 de dezembro de 2004, da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), dispõe sobre o Regulamento técnico para o Gerenciamento

de Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS), com vistas a preservar a saúde pública e a

qualidade do meio ambiente, considerando os princípios da biossegurança de empregar

medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes.

Sob o prisma desta Resolução e das normas da ABNT observam-se as regras

prioritárias no manejo deste resíduo:

Tabela 57 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde.

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Armazenamento

Armazenamento que atenda as condições básicasde segurança atinentes às Classes de A a E;

Sistema de Isolamento que impeça o acesso depessoas estranhas, contendo sinalização desegurança;

Utilização de EPI.

NBR 12.235

Acondicionamento Resíduos segregados deverão ser embalados em

sacos ou recipientes que sejam resistentes àsações de punctura e ruptura.

NBR 13.853, NBR 9.191, NBR 12.235

e Resolução CONAMA 275/2001

Coleta e Transporte

Coleta realizada no mínimo 2 vezes/semana; Veículo coletor deve atender as exigências da NBR

12.810 (Alíneas “a” a “j” do item 5.2.3.1); Titular do serviço deve possuir serviço de apoio que

providencie: higienização e manutenção dosveículos, lavagem e desinfecção dos EPIs ehigienização corporal;

Em caso de acidente de pequenas proporções, aprópria guarnição deve retirar os resíduos do local,efetuando-se a limpeza e desinfecção simultânea,mediante o uso dos equipamentos auxiliaresmencionados na NBR 12.810 (item 5.2.3);

Em caso de acidente de grandes proporções osórgãos municipais e estaduais de controleambiental e saúde pública deverão ser informadosimediatamente.

NBR 12.807, 12.809, 12.810, 12.980 e 13.221

Tratamento

Resíduos Classe A: devem receber tratamentoprévio de esterilização e/ou desinfecção;

Resíduos Classe B: devem passar por tratamentotérmico;

Resolução CONAMA

358/05 e NBR 12.808

Disposição Final ABNT NBR 7503,

13221 e 15481

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 124

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO Resíduos Classe E: devem passar por processos

físicos (autoclave ou micro-ondas) ou outrosprocessos viáveis para eliminação das cargasmicrobianas.

Disposição Final

Resíduos Classe A: devem ser dispostos em aterrosanitário de resíduos não-perigosos (Classe II-A),devidamente licenciado no órgão ambiental;

Resíduos Classe B: devem ser dispostos em aterrosanitário de resíduos perigosos (Classe I),devidamente licenciado no órgão ambiental;

Resíduos Classe D: devem passar por processosde triagem e reciclagem, e os resíduos dispostosem aterro sanitário de resíduos não-perigosos(Classe II-A), devidamente licenciado no órgãoambiental.

Resolução CONAMA 358/05,

NBR 13.896 e NBR 10.157

Fonte: IBAM (2001) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Importante ressaltar a importância da elaboração do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que é instrumento da Gestão dos Resíduos de

Serviços de Saúde para os estabelecimentos geradores de RSS, públicos ou particulares,

novos ou em funcionamento, que gerem resíduos do Grupo A (Subgrupo A1, A2 e A4), e/ou

Grupo B, e/ou Grupo E em quantidade total igual ou inferior a 80 quilogramas por mês.

3.3.6.3.3 Resíduos Sólidos Industriais - RSI

Os resíduos industriais são aqueles gerados nos processos produtivos e instalações

industriais, podendo ser classificados como Perigosos (Classe I) e não Perigosos (Classe II).

Em Alvorada do Norte não há indústrias, porém, resíduos de Classe I são encontrados junto

a resíduos de Classe II descartados pelas residências e pequenos comércios.

Há de se implantar no município um sistema de logística reversa para tais resíduos,

como: embalagens de agrotóxicos; lâmpadas; óleos lubrificantes e equipamentos

eletroeletrônicos, evitando a contaminação do meio ambiente.

Tabela 58 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos industriais.

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Armazenamento

Não devem ser armazenados juntamente comresíduos classe I;

Área de armazenamento deve possuir isolamento,sinalização, vias de acesso, medidas de controle depoluição ambiental, treinamento no âmbito deoperação e segurança da unidade.

NBR 11.174

Acondicionamento Contêineres ou caçambas com volume compatível

e suficiente para a geração do local.NBR 11.174

Coleta e Transporte

Equiparada a coleta do RSD caso não sejadenominado como grande gerador. Do contrário,uma coleta terceirizada deverá ser contratada, comseus respectivos maquinários compatíveis com oresíduo gerado.

NBR 12.980

Tratamento

Resolução CONAMA

358/05 e NBR 12.808

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ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Disposição Final A disposição final dos resíduos em questão deve

ser realizada em aterro sanitário (Classe II A), devidamente licenciado no órgão ambiental.

NBR 15113

Resíduos Perigosos (Classe

I)

Adotar as seguintes normas: NBR 7500 - Símbolos de risco e manuseio para o transporte e

armazenamento de material – Simbologia; NBR 7501 - Transporte de cargas perigosas – Terminologia; NBR 7503 - Ficha de emergência para o transporte de carga perigosa -

Características e dimensões – Padronização; NBR 7504 - Envelope para o transporte de carga perigosa - Dimensões e

utilização – Padronização; NBR 8285 - Preenchimento de ficha de emergência para o transporte de

cargas perigosas – Procedimento; NBR 9734 - Conjunto de equipamento de proteção individual para

avaliação de emergência e fuga no transporte rodoviário de produtos perigosos - Procedimentos

NBR 10004 - Resíduos sólidos – Classificação; NBR 12235 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos -

Procedimento. Fonte: IBAM (2001) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.3.6.3.4 Resíduos Comerciais e de Terminais Rodoviários

Os resíduos comerciais e do único terminal rodoviário existente em Alvorada do

Norte possuem características residenciais e, dessa forma, são coletados normalmente pela

coleta pública convencional da prefeitura.

3.3.6.3.5 Resíduos de Construção Civil - RCC

Resíduos oriundos de reformas e construções não são produzidos com tanta

frequência quanto os resíduos sólidos domiciliares, porém ele deve ter um cuidado especial

por possuir grande volume e massa específica, e estes fatores podem reduzir

consideravelmente a vida útil de um aterro de for lançado em valas comuns junto aos

resíduos sólidos domiciliares.

O gerenciamento dos resíduos da construção civil (RCC) deve ser tratado com rigor

pelo poder público municipal, devendo eliminar as áreas de bota-fora.

Tabela 59 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos de construção civil.

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Armazenamento

Área deve possuir isolamento, sinalização, vias de acesso, medidas de controle de poluição ambiental, treinamento e segurança da unidade;

Não devem ser armazenados juntamente com resíduos Classe I.

NBR 11.174

Acondicionamento Caçambas estacionárias, contêineres, tambores,

tanques ou a granel. NBR 11.174

Coleta Caçambas estacionárias de 4m3 de volume. NBR 12.980

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ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃOTransbordo e

Triagem Área que respeite os parâmetros estabelecidos em

Norma. NBR 15.112

Disposição Final

Beneficiamento por processos de triagem e reciclagem que atendam os parâmetros estabelecidos em Norma;

Disposição final dos rejeitos em aterro sanitário (Classe II-B), devidamente licenciado no órgão ambiental.

Resolução CONAMA 307/2002,

448/2012, NBR 15.113 e NBR

15.114

Fonte: IBAM (2001) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.3.6.3.6 Resíduos agrossilvopastoris

Consideram-se prioritariamente nessas regras, os resíduos de embalagens de

agrotóxicos, fertilizantes, os insumos orgânicos e inorgânicos da agricultura, pecuária e

silvicultura, além dos resíduos domiciliares gerados nas zonas rurais.

Tabela 60 - Regras para transporte e outras etapas do gerenciamento dos resíduos agrossilvopastoris.

ETAPA REGRAS NO GERENCIAMENTO FUNDAMENTAÇÃO

Armazenamento

Área de contenção temporária para os resíduos, sob autorização do órgão ambiental, que atenda as condições básicas de segurança e comprovado o tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.

NBR 12.235

Acondicionamento Contêineres, tambores, tanques e/ou a granel. NBR 12.235

Coleta

Os veículos coletores deverão portar rótulos de risco, painéis de segurança específicos e conjunto de equipamentos para situações de emergência;

Limpeza e descontaminação.

Decreto 96.044, NBR 14.619, NBR 13.221, NBR 7.500

e NBR 8.286

Lavagem de Embalagens

As embalagens deverão ser lavadas por processos de tríplice lavagem ou lavagem sobre pressão, conforme os seguintes procedimentos:

Tríplice lavagem: lavagem interna da embalagem por 03 vezes consecutivas, vertendo o líquido gerado no tanque do pulverizador, ou;

Lavagem sob pressão: lavagem interna das embalagens com equipamento especial de admissão de água sob pressão, no interior da embalagem, sendo o líquido gerado coletado no tanque do pulverizador.

NBR 13.968

Disposição Final

Na impossibilidade de se implementar processos de reutilização ou reciclagem, os resíduos deverão ser dispostos em aterro sanitário (Classe I), devidamente licenciado pelo órgão ambiental.

NBR 10.157

Fonte: IBAM (2001) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.3.6.3.7 Outras etapas para o Gerenciamento de Resíduos

Na Tabela 61 a seguir foram destacados os agentes com responsabilidade pelos

serviços públicos (limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos) a ser prestado no

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município, responsabilidade pública enquanto gerador público e responsabilidades privadas

nos níveis de geração, transporte e recepção de resíduos.

Foram destacados também as responsabilidades por processos de logística reversa

e as responsabilidades pela elaboração e implementação de Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos conforme definidos na Lei 12.305/2010.

Tabela 61 - Responsabilidade de Implementação e Operacionalização dos Planos de Resíduos.

Tipos de resíduos e responsabilidades

estabelecidas

Responsabilidades Públicas

Responsabilidades Privadas

Principal Complementar Gerador Transportador Receptor Domiciliares RSD - coleta convencional

x x

Domiciliares RSD - secos x x

Domiciliares RSD - úmidos x x

Limpeza pública x x Construção civil - RCC

x x x x

Volumosos x x

Verdes x x

Serviços de saúde x x x x x Equipamentos eletroeletrônicos

x x x x

Pilhas e baterias x x x x

Lâmpadas x x x x

Pneus x x x x Óleos lubrificantes e embalagens

x x x x

Agrotóxicos x x x x Serviços públicos de saneamento básico

x x x x

Óleos comestíveis x x x x

Industriais x x x

Serviços de transportes x x x x

Agrossilvopastoris x x x

Mineração x x x

O transporte de resíduos deverá seguir normas estabelecidas na NBR 13221 de

fevereiro de 2003 (ABNT, 2003) que especifica os requisitos para o transporte terrestre de

resíduos, de modo a evitar danos ao meio ambiente e a proteger a saúde pública. Esta

Norma se aplica ao transporte terrestre de resíduos, conforme classificados na Portaria nº

204 do Ministério dos Transportes, inclusive aqueles materiais que possam ser

reaproveitados, reciclados e/ou reprocessados. Aplica-se também aos resíduos perigosos

segundo a definição da Convenção da Basiléia (adotada pelo Brasil em 30/12/1992).

Para o transporte deverão ter informações sobre os resíduos no que tange sobre seu

estado físico (sólido, pó, líquido, gasoso, lodo ou pastoso), sua classificação conforme

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 128

Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes, a quantidade, seu tipo de acondicionamento

(tambor, granel, caçamba, tanque, sacos plásticos ou outras formas), seu número de risco e

grupo de embalagem. O transporte deverá ter também informações sobre o gerador, o

receptor e o transportador no que envolve a atividade, razão social, endereço, telefone e e-

mail de contato para emergências.

Os resíduos e suas embalagens devem obedecer ao disposto na Portaria nº 204 no

Ministério dos Transportes, com identificação de rótulos de segurança e de risco, conforme

previsto na NBR 7500. O Transporte dos resíduos deverá ser feito por meio de equipamento

adequado, obedecendo às regulações pertinentes. O estado de conservação do

equipamento de transporte deve ser tal que, durante o transporte, não permita vazamento

ou derramamento do resíduo.

O resíduo, durante o transporte, deve estar protegido de intempéries, assim como

deve estar devidamente acondicionado para evitar o seu espalhamento na via pública.

Assim como, os resíduos não podem ser transportados juntamente com alimentos,

medicamentos ou produtos destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou com

embalagens destinadas a estes fins.

O transporte de resíduos deve atender à legislação ambiental específica (federal,

estadual ou municipal), quando existente, bem como deve ser acompanhado de documento

de controle ambiental previsto pelo órgão competente, devendo informar o tipo de

acondicionamento, conforme a Tabela 62.

Tabela 62 - Tipos de Acondicionamento para Transporte Terrestre de Resíduos TIPO DE ACONDICIONAMENTO CÓDIGO

Tambor de 200 L E 01

A granel E 02

Caçamba (contêiner) E 03

Tanque E 04

Tambores de outros tamanhos e bombonas E 05

Fardos E 06

Sacos plásticos E 07

Outras formas E 08 Fonte: Adaptado de NBR 7500/2004.

Caso seja usado o Código E08 (Outras Formas), deve ser especificada a forma

utilizada de acondicionamento de acordo com seu tipo de manuseio e tipo de resíduo. A

identificação das embalagens de resíduos deve atender ao disposto na NBR 7500, conforme

imagens a seguir.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 129

Figura 11 - Tipos de identificação de embalagens de resíduos perigosos, conforme NBR 7500.

Fonte: Adaptado de NBR 7500/2004.

A descontaminação dos equipamentos de transporte deve ser de responsabilidade

do gerador e deve ser realizada em local e sistema previamente autorizados pelo órgão de

controle ambiental competente.

Todo o transporte por meio terrestre de resíduos perigosos deve obedecer ao

Decreto nº 96044 (BRASIL, 1988), à Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes e às NBR

7500, NBR 7501, NBR 7503 e NBR 9735. A classificação do resíduo deve atender à Portaria

nº 204 do Ministério dos Transportes, de acordo com as exigências prescritas para a classe

ou subclasse apropriada, considerando os respectivos riscos e critérios, devendo enquadrá-

los nas designações genéricas. Porém, se o resíduo não se enquadrar em nenhum dos

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 130

critérios estabelecidos, mas apresentar algum tipo de risco abrangido pela Convenção da

Basiléia, deve ser transportado como pertencente à classe 9.

Os resíduos perigosos devem ser transportados obedecendo aos critérios de

compatibilidade, conforme a NBR 14619 (ABNT, 2003).

No Estado de Goiás a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos-

SEMARH regulamenta o transporte de resíduos através da Instrução Normativa nº 004/2010

que “Dispõe sobre a autorização para o transporte de Resíduos Especiais e a emissão do

Certificado de Destinação de Resíduos Especiais no território do Estado de Goiás.”.

3.3.6.4 Critérios para pontos de apoio ao sistema de limpeza nos diversos setores da área

de planejamento

Nos tópicos a seguir são apresentados alguns critérios para estabelecer pontos de

apoio ao sistema de limpeza. Para o município de Alvorada do Norte é recomendado a

implantação de pontos de entrega voluntária (PEVs) e locais de entrega voluntária (LEVs),

além de Área de Transbordo e Triagem (ATT) e usina de compostagem (UC) para grandes

volumes de resíduos orgânicos.

3.3.6.4.1 Pontos de apoio às guarnições e frentes de trabalho

Primeiramente, define-se como guarnição a equipe composta pelo motorista do

veículo coletor e garis, conforme a NBR 12807/1993.

A NR 24 aborda sobre as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho

em diversos tipos de atividades. Essa normativa apresenta o tema de uma forma geral,

porém elas podem ser adaptadas e adequadas aos serviços de limpeza.

Os varredores de vias públicas e funcionários das frentes de trabalho em aterros

sanitários e de centrais de triagem podem ser enquadrados na “atividade com exposição a

substâncias tóxicas, irritantes, poeiras ou substâncias que provoquem sujidade”.

Segundo a NR 24 locais de trabalho devem possuir adequadas instalações

sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas, além das condições de higiene e conforto por

ocasião das refeições.

Os sanitários devem ser separados por sexo e ter no mínimo 1 metro quadrado para

cada 20 funcionários em atividade. Além de ser obrigatório a existência de no mínimo 1

lavatório e 1 chuveiro para cada 10 operários, provido de material para limpeza, enxugo ou

secagem das mãos (sem compartilhamento de toalhas).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 131

Os requisitos mínimos para os locais são:

Devem ser sempre mantidos em estado de conservação, asseio e higiene;

Instalados em local adequado dispondo de água quente (a critério da

autoridade competente de segurança e medicina do trabalho);

Portas de acesso que permitam privacidade;

Pisos e paredes revestidos com material resistente, liso, impermeável e

lavável.

Deve ser previsto o uso de 60 litros diários de água por trabalhador.

Em casos que os funcionários necessitam deslocarem-se longas distâncias, os

pontos de apoio devem ser descentralizados e dispostos em áreas estratégicas que

permitam o fácil e rápido acesso por parte dos funcionários ao longo de sua jornada de

trabalho.

3.3.6.4.2 Centros de coleta voluntária

Em relação aos centros de coleta voluntária, esses espaços devem ser licenciados

para transbordo e triagem de pequeno porte, destinados ao recebimento de pequenas

quantidades de resíduos volumosos, resíduos da construção civil, podas e ainda materiais

recicláveis.

Conforme a NBR 15.112/20049, alguns critérios e aspectos técnicos devem ser

analisados na implantação de ecopontos, tais como:

Isolamento da área através de cercamento do perímetro da área de operação,

de maneira a controlar a entrada de pessoas e animais;

Identificação visível e descritiva das atividades desenvolvidas;

Equipamentos de proteção individual (EPI's), proteção contra descargas

atmosféricas e de combate a incêndio;

Sistemas de proteção ambiental, como forma de controlar a poeira, ruídos;

Sistemas de drenagem superficial e revestimento primário do piso das áreas de

acesso, operação e estocagem, utilizável em qualquer condição climática.

A. Pontos de Entrega Voluntária – PEVs

Os PEVs (Figura 12) são estabelecimentos com a finalidade de armazenar e fazer

triagem de pequenas quantidades de resíduos volumosos, resíduos da construção civil,

9 Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 132

podas e ainda materiais recicláveis. Essas locais são de pequeno porte e devem ser

devidamente licenciados.

Figura 12 - Ecoponto em Caxias do Sul - RS.

Fonte: http://www.codeca.com.br/ecoponto.php (2018).

O prévio planejamento físico do local é uma etapa fundamental na implantação de

ecopontos, pois uma rede bem dimensionada e implantada de ecopontos auxilia diretamente

os programas de coleta seletiva, e consequentemente há uma redução dos custos de coleta

e favorece a logística do processo. Para ter um bom planejamento físico do local é

necessário que se faça a setorização das áreas de intervenção e a quantificação e

caracterização dos resíduos gerados nestas áreas.

Os locais escolhidos para instalação de ecoponto geralmente são áreas públicas já

degradadas por descarte irregular de resíduos sólidos, em virtude de fazer parte do hábito

da população residente ao redor. É fundamental que os locais escolhidos não atrapalhem o

fluxo viário e de pedestres e sejam situados estrategicamente próximos de um conjunto de

residências ou instituições para entrega dos resíduos segregados e posterior coleta pelo

poder público.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 133

A NBR 15.112 (ABNT, 2004) determina alguns critérios e aspectos técnicos que

devem ser observados na implantação de Ecopontos, tais como:

Isolamento da área através de cercamento do perímetro da área de

operação, de maneira a controlar a entrada de pessoas e animais;

Identificação visível e descritiva das atividades desenvolvidas;

Equipamentos de proteção individual, proteção contra descargas

atmosféricas e de combate a incêndio;

Sistemas de proteção ambiental, como forma de controlar a poeira, ruídos;

Sistemas de drenagem superficial e revestimento primário do piso das áreas

de acesso, operação e estocagem, utilizável em qualquer condição climática.

Além disso, NBR 15.112 (ABNT, 2004) ressalta que: a quantificação mensal e

acumulada de cada tipo de resíduo recebido e a quantidade e destinação dos resíduos

triados são importantes condicionantes para operação e funcionamento apresentadas para

um.

Na NBR 15.112 (ABNT, 2004) é destacado as seguintes diretrizes de operação:

Restrição de recebimento de cargas de resíduos da construção civil

constituídas predominantemente por resíduos de classe D;

Triagem, classificação e acondicionamento em locais diferenciados de todo o

resíduo recebido; destinação adequada dos rejeitos;

Evitar o acúmulo de material não triado;

Resíduos volumosos devem ter como destino a reutilização, reciclagem,

armazenamento ou disposição final.

B. Locais de Entrega Voluntária – LEVs

Os Locais de Entrega Voluntária (LEVs) são unidade de descarte de resíduos

sólidos, como por exemplo: caçambas, contêineres ou conjunto de recipientes, que devem

ser devidamente identificados para que haja o descarte seletivo.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 134

Figura 13 - Locais de entrega voluntária no município de Cubatão - SP

Fonte: Prefeitura de Cubatão - SP (2015).

A Tabela 63 apresenta os padrões, definidos na Resolução CONAMA nº 275, de 25

de abril de 2001 (BRASIL, 2001), para identificação de cada recipiente que compõe os

LEVs.

Tabela 63 - Padrão de cores para identificação de recipientes para descarte seletivo de resíduos. TIPO DE RESÍDUOS COR

Papel e papelão Azul

Plástico Vermelho

Vidro Verde

Metal Amarelo

Madeira Preto Fonte: Adaptado de CONAMA 275/2001.

Os locais escolhidos para implantação dessas unidades devem ser em pontos

estratégicos do município, geralmente locais com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso

para carga ou descarga.

O bom dimensionamento físico dos LEVs depende basicamente de dois fatores:

determinar quais os principais tipos de resíduos gerados na área de abrangência; e

determinar a disponibilidade e frequência com que se realizará a coleta.

Além disso, é recomendado que a unidade seja protegida da chuva.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 135

Outro aspecto técnico a ser observado é referente ao público alvo da localidade

instalada, ou seja, as pessoas que vão utilizar os LEVs, por exemplo, em situações onde o

público alvo é predominantemente infantil (em escolas), as aberturas para deposição dos

resíduos devem estar a uma altura reduzida. Uma vantagem dos LEVs é a facilidade de

manutenção e conservação da unidade.

C. Implantação de Área de Transbordo e Triagem

Uma Área de Transbordo e Triagem (ATT) é destinada ao recebimento de resíduos

da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos

materiais segregados, eventual transformação (como brita/cascalho para asfaltamento de

vias) e posterior remoção para destinação adequada, de forma a minimizar impactos

ambientais diversos.

Os resíduos de madeira e poda deverão ser encaminhados ao pátio de

compostagem para serem agregados ao processo de compostagem diretamente,

preferencialmente, após trituração.

Alvorada do Norte ainda não dispõe de uma ATT (Figura 14), e dessa forma, é

previsto neste PMSB a implantação de uma. A disponibilização de áreas de transbordo e

triagem, e seu licenciamento é de responsabilidade do município, conforme preconiza a

resolução CONAMA 307/2002.

Figura 14 - Croqui de ATT - Área de Triagem e Transbordo.

Fonte: Elementos para a organização da coleta seletiva e projeto dos galpões de triagem (2008).

D. Usina de Compostagem - UC

A Usina de Compostagem deverá ser instalada ao lado da Área de Triagem e

Transbordo, este local poderá ser chamado de Central de Triagem, Compostagem e

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 136

Transbordo, em que primeiramente os resíduos passam por triagem, após isto passariam

para a compostagem e o transbordo ficaria apenas com o rejeito destes processos, o qual

será encaminhado ao Aterro Sanitário de Rejeitos.

A localização da Usina de Compostagem, próxima de Central de Triagem e

Transbordo, diminuiria os custos de transporte e facilitaria a logística dos processos

operacionais.

Figura 15 - Modelo de Central de Triagem, Compostagem e Transbordo.

Fonte: http://www.ambienteduran.eng.br (2018).

A UC deverá receber matéria orgânica (resíduo orgânico/úmido) tais como sobras de

frutas, legumes e cultivos, restos de alimentos, folhas de poda de árvores, gramas, madeira.

Como a usina de compostagem é licenciada para coleta e tratamento do lixo domiciliar e

comercial, os resíduos orgânicos agroindustriais, orgânicos industriais e lodos orgânicos

devem ser analisados antes do seu recebimento, tendo em vista a sua potencial

caracterização como perigosos (Classe I).

O local onde se executa o processo de compostagem é denominado pátio de

compostagem, e deve ter o piso pavimentado (concreto ou massa asfáltica),

preferencialmente impermeabilizado, possuir sistema de drenagem pluvial e permitir a

incidência solar em toda a área.

3.3.6.4.3 Iniciativas de Educação e Conscientização Ambiental

É substancial que, com o PMSB, fique legítimo e inadiável a implantação de

programas ambientais e de saúde com o objetivo de minimizar e corrigir os efeitos da

antropização dos mananciais existentes no município, lançamento de efluentes sem

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 137

tratamento no solo, entupimento dos canais de drenagem com o lançamento de resíduos

domésticos e a problemática do passivo ambiental (lixão) prejudicial à saúde humana e dos

animais que residem nas áreas próximas.

Os programas de educação ambiental devem ser inseridos nas escolas, nos centros

comunitários, nas comunidades dos assentamentos rurais, na associação dos moradores

rurais e nos estabelecimentos públicos e privados. As ações de cunho ambiental que revela

uma prática sanitária adequada para a saúde humana e a preservação do meio ambiente

são várias e, por isso, mesmo se bem elaboradas conseguirão atingir todos os níveis da

sociedade. Algumas atuações de educação ambiental serão descritas a seguir:

Oficinas de materiais reciclados;

Palestras sobre as consequências da conduta do homem no descarte do seu

lixo gerado para o planeta;

Comitês de fiscalização do descarte correto de lixo nos bairros;

Criação de uma Associação de produtores de artefatos decorativos

decorrente da reutilização de lixo;

Instalação de LEV’s.

3.3.6.5 Descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta

seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33 da Lei 12.305/2010,

e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos

produtos

A Lei 12.305/2010, em seu artigo 3º, define a responsabilidade compartilhada pelo

ciclo de vida dos produtos como:

XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;

São objetivos da responsabilidade compartilhada: redução da geração de resíduos

sólidos, redução do desperdício de materiais, redução da poluição, redução dos danos

ambientais e estímulo ao desenvolvimento de mercados, produção e consumo de produtos

derivados de materiais reciclados e recicláveis.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 138

Figura 16. Logística reversa e responsabilidade compartilhada.

Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, 2014.

Conforme o fluxograma apresentado na Figura 16, a responsabilidade compartilhada

vai desde o fornecedor até o consumidor final, de forma que todos eles se tornam

responsáveis pelo resíduo gerado, sendo que a logística reversa exerce papel de garantir

que os produtos passíveis de logística reversa voltem ao seu fabricante restituindo os

resíduos ao setor produtivo para reaproveitamento em seu ciclo, em outros ciclos produtivos

ou ainda em destinação final ambientalmente adequada.

O mesmo Art. 3º da Política Nacional de Resíduos Sólidos define coleta seletiva

como:

V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição;

A coleta seletiva no município de Alvorada do Norte deverá acontecer para garantir

que os resíduos gerados sejam corretamente segregados, os resíduos passíveis de

reciclagem possam ser reciclados, os resíduos orgânicos possam ser encaminhados para a

compostagem, os perigosos para um aterro de resíduos perigosos e os rejeitos

encaminhados ao aterro sanitário ambientalmente adequado.

A responsabilidade da implantação da coleta seletiva é do município e a

responsabilidade da logística reversa é compartilhada entre os consumidores e setor

empresarial.

De acordo com o Artigo 33 da Lei 12.305/2010 os fabricantes são obrigados a

estruturar e implementar sistema de logística reversa mediante retorno dos produtos após o

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uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de

manejo de resíduos sólidos, os fabricantes, distribuidores e comerciantes de:

agrotóxicos (resíduos e embalagens);

pilhas e baterias;

pneus;

óleos lubrificantes (seus resíduos e suas embalagens);

lâmpadas fluorescentes (de vapor de sódio e de luz mista); e

produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Ainda conforme a Lei supracitada, em seu Artigo 31, os fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes têm responsabilidade que abrange:

II - divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos; III - recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do art. 33; IV - compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o Município, participar das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.

Assim, por intermédio de um acordo setorial entre os fabricantes e a Administração

Municipal de Alvorada do Norte, o município pode auxiliar na logística reversa, como por

exemplo: implantando pontos de coleta desses resíduos, disponibilizando uma área para

armazenamento temporário (Ponto de Entrega Voluntária - PEV ou Locais de Entrega

Voluntária - LEV), incentivando a população por intermédio de campanhas educativas para a

disseminação da importância da devolução dos resíduos passíveis de logística reversa entre

outros.

Portanto os acordos setoriais servem para promover o trabalho conjunto entre

município e fornecedor para a conscientização da população sobre a destinação adequada

dos resíduos e rejeitos gerados. Garantindo que os resíduos de logística reversa possam

retornar ao fabricante.

Tabela 64 - Etapas do gerenciamento e responsabilidades - Coleta Seletiva e Logística Reversa. ETAPA RESPONSABILIDADE

Coleta Prefeitura - sistema de coleta seletiva; Responsabilidade do Fabricante - produtos objeto de sistema de logística reversa.

Armazenamento Pontos de devolução (PEV, LEV, etc.); Estabelecimentos comerciais que comercializam o produto; Redes de assistência técnica autorizadas.

Transporte Prefeitura - sistema de coleta seletiva; Responsabilidade do Fabricante - produtos objeto de sistema de logística reversa.

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ETAPA RESPONSABILIDADE

Destinação Final

Responsabilidade do Fabricante - produtos objeto de sistema de logística reversa; Prefeitura - sistema de coleta seletiva (reciclagem e reaproveitamento).

Fonte: Terra Consultoria, Estudos e Projetos Ambientais, 2018.

3.3.6.6 Critérios de escolha da área para localização do bota-fora dos resíduos inertes

gerados

Na engenharia o termo “bota-fora” é designado para áreas de descarte de resíduos

não inertes, geralmente são terra ou entulhos provenientes de obras de terraplanagem,

escavação, remoção de terra, demolições, reformas e etc. Esses tipos de resíduos são

classificados na construção civil como resíduos de Classe A. As áreas de bota–fora não

devem existir, conforme o Art. 4º §1º da Resolução CONAMA 307/2002 (BRASIL, 2002) e

suas atualizações:

“Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. ”

Ainda conforme a Resolução CONAMA 307/2002 (BRASIL, 2002) e suas

atualizações a forma adequada de disposição dos resíduos de Classe A são os chamados

Aterros de Classe A que tem a seguinte finalidade:

“Aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente;”

Segundo a NBR 15113/2004 (ABNT, 2004) (que trata sobre resíduos sólidos da

construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e

operação), o local utilizado para a implantação de aterros de resíduos da construção civil

classe A e resíduos inertes deve ser tal que:

O impacto ambiental a ser causado pela instalação do aterro seja minimizado;

A aceitação da instalação pela população seja maximizada;

Esteja de acordo com a legislação de uso do solo e com a legislação

ambiental.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 141

Ainda conforme a NBR 15113/2004 (ABNT, 2004), para a avaliação da

adequabilidade de um local aos critérios apresentados, os seguintes aspectos devem ser

observados: geologia e tipos de solos existentes; hidrologia; passivo ambiental; vegetação;

vias de acesso; área e volume disponíveis e vida útil; distância de núcleos populacionais.

3.3.6.7 Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada

de rejeitos, identificando as áreas com risco de poluição e/ou contaminação,

observado o Plano Diretor de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal e

o zoneamento ambiental, se houver

Atualmente, em Alvorada do Norte, a disposição final dos resíduos sólidos é feita em

lixão a céu aberto. Existem basicamente três formas de disposição final de resíduos, são

elas: o Aterro Sanitário, Aterro Controlado e Lixão a céu aberto. No Brasil a única forma

permitida por Lei é o Aterro Sanitário. Ainda, no Brasil, em se tratando de gerenciamento de

resíduos sólidos, existem algumas resoluções importantes do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), a serem apresentadas:

Resolução CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de 1986 (BRASIL, 1986):

determina a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo

Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) para o licenciamento de

aterros sanitários, enquanto atividades modificadoras do meio ambiente;

Resoluções CONAMA nº 05, de 15 de junho de 1988 (BRASIL, 1988) e nº

237, de 19 de dezembro de 1997 (BRASIL, 1997): aborda sobre a

necessidade de licenciamento ambiental para as unidades de transferência,

tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos;

Resolução CONAMA nº 308, de 21 de março de 2002 (BRASIL, 2002): dispõe

sobre a dispensa do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de

Impacto no Meio Ambiente (RIMA), pelo órgão ambiental competente, para

municípios de pequeno porte, ou seja, de até trinta mil habitantes e geração

diária de resíduos sólidos urbanos de até trinta toneladas, se for constatado a

partir de estudos técnicos que o empreendimento não causará significativa

degradação ao meio ambiente.

Além das resoluções do CONAMA, o governo federal, em 2001, disponibilizou um

manual de gerenciamento integrado de resíduos sólidos que contem orientações para os

governos municipais elaborarem o Plano Local de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos.

Segundo a Superintendência de Licenciamento e Qualidade Ambiental (SLA), para a

seleção da área de implantação de aterro sanitário em Goiás, devem ser observados alguns

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 142

critérios. Em relação ao horizonte de projeto, devem ser adotados no mínimo 15 (quinze)

anos. O terreno deverá ter declividade máxima de 20%. A área selecionada não deve ser

locada em Reserva Legal e, preferencialmente, em local que não precise ser desmatado. No

que se diz à distâncias mínimas:

A área selecionada deve ter uma distância mínima de 3.000m do perímetro

urbano. Distâncias entre a área selecionada e os perímetros urbanos

menores que 3.000m e maiores do que 1.500m são justificados pela

existência de barreiras físicas que limita o crescimento da cidade naquela

direção, como por exemplo, morro, curso d’água, floresta nativa ou plantada,

com no mínimo 200m de largura e por toda extensão da área selecionada;

A partir do perímetro da área selecionada deve ser respeitada uma distância

mínima de 500m até domicílios rurais;

Com relação a corpos hídricos, nascentes temporárias ou perenes, a

distância mínima deve ser de 300m contados a partir do perímetro da área a

ser utilizada. Quando a área definida estiver à montante da captação de

abastecimento público deverá manter uma distância mínima de 2.500m desse

ponto e afastamento de 500m do Corpo Hídrico.

Deve-se respeitar o disposto na resolução CONAMA n° 428, de 17 de dezembro de

2010 (BRASIL, 2010), portanto quando a área estiver localizada na zona de amortecimento

de Unidade de Conservação é necessário obter anuência do órgão gestor da referida

unidade. Conforme Lei nº 12.725, de 16 de outubro de 2012 (BRASIL, 2012) para área

localizada no raio da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), é necessário obter anuência

do seu órgão gestor.

Para garantir a proteção do lençol freático é necessário que a cota inferior da base

do aterro sanitário e as unidades de tratamento e disposição final do percolado estejam a

uma distância mínima de 5,0 metros da cota máxima do lençol freático. Caso seja

necessário, a distância poderá ser menor se for comprovada o atendimento das diretrizes

dispostas com relação à impermeabilização inferior e superior do aterro e embasado em

soluções de engenharia que garanta a proteção do lençol freático.

Ao final deste tópico apresentamos, através de mapa plotado sobre shape do

GoogleEarth, três possibilidades de áreas para implantação do aterro sanitário municipal,

sendo uma delas localizada ao lado da área onde hoje está alocado o lixão municipal, uma

vez que as áreas disponíveis na região são escassas devido a presença de serras, corpos

hídricos e lençol freático aflorante em várias áreas.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 143

O município de Alvorada do Norte também aderiu a um Consórcio Intermunicipal

para gerir com eficiência e de forma sustentável a questão do lixo, contando com apoio

técnico e jurídico da Secretaria Estadual das Cidades e da Associação Goiana dos

Municípios (AGM). Este Consórcio é formado por 14 municípios da região sendo eles

Mambaí, Guarani, Sítio da Abadia, Iaciara, Buritinópolis, Nova Roma, Simolândia,

Divinópolis, Posse, Damianópolis, Campos Belos, Monte Alegre, São Domingos e a própria

Alvorada do Norte, tendo como finalidade primordial a gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos

e a sua disposição adequada em 01 (um) Aterro Sanitário que irá receber esses resíduos

dos municípios que compõem este Consórcio Intermunicipal. Além disso, serão

desenvolvidos programas de triagem, compostagem e reciclagem do lixo.

Este Consórcio também estabeleceu áreas possíveis para implantação de um aterro

consorciado, e o mapa elaborado pelo consórcio é apresentado a seguir.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 144

Figura 17 - Mapa de possíveis áreas de localização do aterro para o consórcio.

Fonte: PGIRS (2014).

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 145

3.3.6.8 Procedimentos Operacionais e Especificações Mínimas a serem adotados nos

Serviços Públicos de Limpeza Urbana e de Manejo de Resíduos Sólidos, incluída a

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos

O município de Alvorada do Norte, igualmente a outros do mesmo porte e que ainda

não é contemplado com a evolução dos serviços de manejo de resíduos, justamente porque

agora é que está sendo pronunciada a concepção do PMSB para o município, não conta

ainda com um sistema informatizado indicando o desempenho de todas as ações

associadas à limpeza urbana e manejos dos resíduos sólidos.

Contudo até que se possa implantar um sistema com informações sobre as

indicações operacionais sobre o setor de resíduos servindo futuramente para o próprio

aperfeiçoamento mais célere desse eixo de resíduos, as adequações mínimas na prática

podem ter, mesmo de forma mais lenta, efeitos positivos no atendimento sobre os serviços

do setor de resíduos.

A gestão e o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos de Alvorada do Norte

devem, necessariamente, seguir procedimentos operacionais e especificações mínimas que

contemplem: coletas (resíduos domésticos, recicláveis, do serviço de saúde, industriais, com

logística reversa obrigatória, da construção civil), serviços de poda e varrição, tratamento de

resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada.

3.3.6.8.1 Serviços públicos de limpeza urbana

Para execução do serviço de varrição a prefeitura de Alvorada do Norte deve

fornecer materiais suficientes e de qualidade, como vassouras, sacos de lixo, carrinhos para

o transporte de lixo e pá.

A varrição deverá ser realizada diariamente, de segunda a sexta e todos os resíduos

gerados deverão ser recolhidos. Em caso de urgência, o serviço deverá ser realizado em

qualquer hora ou dia.

Para o serviço de poda de grama e roçagem em terrenos baldios a prefeitura de

Alvorada do Norte também deve fornecer materiais suficientes e de qualidade, como

enxadas, maquinário e trator para roçagem.

Os empregados deverão estar devidamente uniformizados e com equipamentos de

segurança individuais e coletivos.

A destinação final dos resíduos orgânicos advindos dos serviços de poda e roçagem,

se possível e preferencialmente, deverão ser beneficiados por meio do processo de

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 146

compostagem. Em caso da inexistência do processo de compostagem, a disposição final

dos resíduos deverá ser realizada em aterro sanitário de resíduos não perigosos (Classe II

A), devidamente licenciado junto aos órgãos ambientais competentes.

3.3.6.8.2 Manejo de Resíduos Sólidos

De acordo com o Art. 3º da Lei Federal 11.445/2007 o manejo de resíduos sólidos

contempla o conjunto de atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta,

transporte, transbordo, tratamento e destino final dos resíduos sólidos. A seguir está descrito

o manejo relacionado aos resíduos domiciliares, resíduos do serviço de saúde, resíduos de

construção civil e agrossilvopastoris.

Em Alvorada do Norte não há indústrias além das cerâmicas, cujos resíduos são

enquadrados junto aos resíduos domésticos, dessa forma não houve descrição sucinta do

manejo de resíduos industriais.

A. Resíduos domiciliares

A coleta convencional consiste na coleta dos resíduos sólidos gerados nas

residências, estabelecimentos comerciais, públicos e de prestação de serviços, cujos

volumes não ultrapassem 100kg/dia ou 200l/dia, e que possuam características de resíduos

domiciliares.

O acondicionamento desses resíduos deve ser feito em recipientes reutilizáveis e

que impossibilite o seu vazamento. O que preconiza a acomodação dos resíduos são

práticas de separação nas próprias residências entre os resíduos passíveis de reciclagem

dos orgânicos que não participam desse processo.

Depois de estabelecida a coleta seletiva no município, esta deverá seguir

procedimento diferenciado de acondicionamento para conservar as possibilidades de

reciclagem do material. Os PEVs ou os LEVs que fazem parte do programa de coleta

seletiva também corroboram como coletores públicos de resíduos reutilizáveis.

Não menos significativo é a adequação profissional dos catadores de material

reciclável.

Em relação aos coletores públicos o caminhão compactador aperfeiçoa a coleta,

tendo em vista a sua capacidade de transportar muito mais lixo do que aqueles de

carrocerias. Deve também, e obedecer aos dispositivos de segurança e padrões exigidos

para tal.

Para o descarte dos resíduos sólidos domiciliares, os primeiros processos a serem

adotados são: a triagem, a gravimetria, a reciclagem e a compostagem (considerar o

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 147

processo de compostagem apenas para os resíduos orgânicos). Depois de aproveitados

estes recursos, a disposição final dos resíduos deverá ser em aterro sanitário de resíduos

não perigosos devidamente licenciado pelos órgãos ambientais competentes.

a. Cronograma de coleta

Em Alvorada do Norte, não há necessidade de se realizar a coleta durante os cinco

dias úteis da semana, sendo o mais razoável a criação imediata de um cronograma de

coleta nos bairros, somente três vezes por semana.

O que pode ser ampliado são os PEVs de resíduos potencialmente retornáveis. O

posto de saúde, as escolas, a igreja e as praças do município podem implantar os pontos de

entrega voluntária. Uma cartilha com os postos de coleta também deve ser criada e o

mesmo deve ser feito para a coleta seletiva constando os seus horários e dias da semana.

No que se refere aos horários de coletas estes precisam ser orientados de acordo

com o período de leve incidência dos raios solares que se dá no período da manhã ou no

final do dia para proteção dos colaboradores contra a exposição excessiva ao sol.

b. Guarnições de coleta

Em Alvorada do Norte é notório a falta de equipamentos de proteção individual

(EPI’s) para os funcionários de limpeza urbana. Situação insalubre e em desacordo com as

leis trabalhistas.

O indicado para o município é viabilizar recursos financeiros para equipar o setor de

guarnição deste eixo. O que comumente adota-se para a proteção do trabalhador é:

Luvas de raspa de couro;

Calçado com solado antiderrapante;

Colete refletor para coleta noturna;

Camisa de cor amarela, laranja ou vermelha de manga longa;

Calça comprida de brim;

Boné de brim para coleta diurna;

Capa de chuva do tipo morcego.

Para o motorista recomenda-se que o mesmo utilize calçado com solado de borracha

antiderrapante, camisa e calça comprida de brim.

c. Veículos para a coleta de Resíduos Sólidos

Como em outros municípios brasileiros, o município de Alvorada do Norte atualmente

utiliza o caminhão compactador e o caminhão caçamba para a coleta dos resíduos sólidos

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domésticos. Para os resíduos de poda e capina são utilizados o trator de rodas com

caretinha.

Considerando que a população de Alvorada do Norte é caracterizada como de

pequeno porte e que mais de 80% da população está localizada em zona urbana os

veículos dotados de equipamentos de compactação são mais indicados.

Neste caso, um caminhão compactador com capacidade de 15m³ dotado de grupo

de trabalho (guarnição) de 04 trabalhadores, onde 03 serão responsáveis pela coleta e 01

motorista.

Esse veículo também conseguirá atender os PEVs na zona rural, já que a coleta

urbana será realizada três vezes na semana, e na zona rural somente duas vezes.

É importante ressaltar que um único veículo coletor pode ser utilizado para coleta

seletiva de duas frações separadamente, utilizando-se uma carroceria adaptada de forma a

transportar os resíduos recicláveis, de acordo com o exemplo a seguir (Figura 18). Este

modelo já foi testado e é utilizado em diversos municípios do Estado do Paraná.

Figura 18 - Caminhão coletor compactador adaptado para coleta de resíduos recicláveis.

Fonte: Apostila para a gestão municipal de resíduos sólidos urbanos 2 ª Edição.

Importante destacar que a inclusão da carroceria atrás do caminhão é uma

alternativa de baixo custo de implantação e possibilita uma coleta seletiva mais eficiente,

pois não necessita de novas rotas de coleta, da contratação de coletores e motoristas, nem

mesmo de um outro caminhão específico para a coleta dos materiais recicláveis.

Os uniformes das guarnições serão fornecidos pela Administração Municipal e se

terceirizado será fornecido pela empresa contatada. Recomenda se que se mantenha a

uniformização da equipe. Lembrando que o uso dos EPI’s é obrigatório.

d. Destinação/Disposição Final

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Almejando uma redução na destinação final dos resíduos sólidos urbanos para o

aterro sanitário, deverão ser observadas atividades que potencializem a redução, a

reciclagem e o tratamento.

Neste caso se buscará seguir os preceitos de tratamento dos resíduos orgânicos

através da compostagem, o aumento na recuperação de materiais para reciclagem, sendo

promovida uma coleta seletiva eficiente, e a disposição final em aterro sanitário

tecnicamente e ambientalmente correto e viável dos rejeitos.

A Lei 12.305/2010 art. 3° Inciso VIII define disposição final ambientalmente adequada

como:

VIII - distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

Ainda segundo a Lei, a Disposição Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos deve

ser feita somente para os resíduos que comprovadamente não são mais passíveis de

alguma forma de tratamento, seja qual for a forma, ou seja, somente para os rejeitos.

O espaço destinado à disposição final de rejeitos é o aterro sanitário. A estrutura

física do aterro sanitário deve garantir que a integridade à saúde pública e a proteção ao

meio ambiente não sejam ameaçadas pela disposição inadequada dos rejeitos, devendo

seguir normas técnicas de construção e operação.

Conforme a NBR 8419:199610 o aterro obrigatoriamente devem possuir sistemas de

impermeabilização do solo, captação e tratamento do chorume e gestão adequada dos

gases emitidos durante o processo de decomposição da matéria orgânica.

B. Resíduos de serviços de saúde

Os resíduos deverão ser armazenados em área autorizada pelo órgão de controle

ambiental, à espera do tratamento ou disposição final adequada, desde que atenda às

condições básicas de segurança. Os empregados deverão utilizar todos os equipamentos

de proteção individual necessários para realização do serviço.

a. Acondicionamento

Os resíduos deverão ser embalados em sacos ou recipientes que evitem

vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de

acondicionamento deve ser resistente de acordo com as especificações de cada tipo de

resíduo.

10 ABNT – NBR 8419:1992 Versão Corrigida: 1996 – “Esta Norma fixa as condições mínimas exigíveis para a apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos.”.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 150

b. Coleta e Transporte

A coleta deverá ser realizada no mínimo duas vezes por semana. A empresa

responsável pela coleta externa dos resíduos de serviços de saúde em Alvorada do Norte

deverá possuir um serviço de apoio que proporcione aos seus funcionários as seguintes

condições: higienização e manutenção dos veículos, lavagem e desinfecção dos EPI e

higienização corporal.

c. Tratamento

Os resíduos do grupo E (perfurocortantes): Deverão ser realizados processos, físico

(autoclavagem ou micro-ondas) ou outros processos que vierem a ser validados para a

obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana.

Já os resíduos do grupo B (sólidos - com características de periculosidade): Se

possível e preferencialmente, os resíduos químicos no estado sólido que apresentam risco à

saúde ou ao meio ambiente devem ser tratados (tratamento térmico) ou atender aos

parâmetros estabelecidos no tópico "Destinação final". Por fim, os resíduos do grupo A1, A2

e A5 (biológicos): Devem receber tratamento prévio de esterilização e desinfecção.

d. Destinação/Disposição Final

A destinação final varia de acordo com a classificação de cada tipo de resíduo de

saúde:

Resíduos do grupo B (sólidos): Em caso da não reutilização ou reciclagem, os

resíduos em questão devem ser dispostos em aterro sanitário de resíduos

perigosos (Classe I), devidamente licenciado pelos órgãos competentes,

porém quando tratados devem ser encaminhados à disposição final

específica;

Resíduos do grupo A3: Devem ser atendidas as requisições descritas no Art.

18 da Resolução CONAMA n° 358/05;

Resíduos do grupo D: Se possível e preferencialmente, devem ser

beneficiados pelos processos de reutilização e reciclagem, porém em caso da

inutilização dos processos descritos anteriormente, deverão ser

encaminhados ao aterro sanitário (Classe II A), devidamente licenciado pelos

órgãos competentes;

Resíduos do grupo A1, A2, A4 e A5 (biológicos): Devem ser dispostos em

aterro sanitário de resíduos não perigosos (Classe II A), devidamente

licenciado pelos órgãos ambientais competentes.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 151

C. Resíduos da construção civil

a. Armazenamento

O local para armazenamento dos resíduos em questão deve ser de maneira que o

risco de contaminação ambiental seja minimizado e também, deve ser aprovado pelo Órgão

Estadual de Controle Ambiental, atendendo a legislação específica. Não devem ser

armazenados juntamente com resíduos classe I.

b. Acondicionamento e Coleta

O acondicionamento deve ser realizado em contêineres e/ou tambores, em tanques

e a granel. A coleta deve ser realizada em contêineres ou caçambas estacionárias, com

volume superior à 100 L.

c. Transbordo e Triagem

Em caso de necessidade de utilização de área para a realização de transbordo e

triagem, a mesma deve respeitar os parâmetros estabelecidos na respectiva NBR.

d. Destinação Final

Se possível e preferencialmente os resíduos em questão deverão ser beneficiados

por meio do processo de reciclagem, onde, a área de execução deverá atender aos

parâmetros estabelecidos na respectiva NBR. Em caso da inutilização do processo de

reciclagem, os resíduos deverão ser encaminhados para aterro sanitário, devidamente

licenciado pelos órgãos ambientais competentes.

D. Resíduos agrossilvopastoris

a. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Os geradores desse tipo de resíduos deverão conter o plano de gerenciamento de

resíduos sólidos.

b. Logística reversa

Os resíduos em questão deverão estar inseridos no sistema de logística reversa.

c. Área para Recebimento e Coleta dos Resíduos (Ecoponto)

Deverá ser estabelecida área para recebimento e coleta do resíduo em questão,

sendo a mesma parte integrante do sistema de logística reversa.

d. Armazenamento

A contenção temporária (armazenamento) de resíduos deverá ser realizada em área

autorizada pelo órgão de controle ambiental à espera do tratamento ou disposição final

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adequada, desde que atenda às condições básicas de segurança. O acondicionamento

deverá ser realizado em contêineres, tambores, tanques e/ou a granel.

e. Coleta (Gerador)

Os veículos coletores deverão portar rótulos de risco, painéis de segurança

específicos e conjunto de equipamentos para situações de emergência indicado por Norma

Brasileira ou pela recomendação do fabricante do produto. Após as operações de limpeza e

completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os rótulos de risco e painéis de

segurança deverão ser retirados.

f. Destinação Final

Se possível e preferencialmente os resíduos deverão ser beneficiados por meio dos

processos de triagem, reutilização ou reciclagem. Em caso da não existência dos processos

de reutilização e reciclagem, os resíduos devem ser dispostos em aterro sanitário (Classe I),

devidamente licenciados pelos órgãos ambientais competentes.

E. Resíduos industriais

No que diz respeito a este tipo de resíduos, neste presente trabalho não será traçado

considerações, tendo em vista de que em Alvorada do Norte se tem apenas as indústrias de

cerâmicas com estrutura simples, as quais só geram resíduos caracteristicamente

domésticos oriundos dos seus sanitários e da copa.

3.3.6.9 Previsão de eventos de emergência e contingência

A seguir, estão descritas algumas situações consideradas possíveis de ocorrer e de

desestabilizar a operacionalização do setor de resíduos, bem como, as medidas a serem

tomadas para o enfrentamento e readequação necessária para prever ou voltar a estabilizar

os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos de Alvorada do Norte.

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Tabela 65- Ações para emergências e contingências referentes ao manejo de resíduos sólidos. OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Acidentes e imprevistos na coleta e limpeza

Paralisação dos serviços do pessoal responsável pelo serviço;

Comunicar à população, hospitais, UBS, quartéis, entre outros, instituições, autoridades e Defesa Civil, através dos serviços de comunicação disponíveis;

Avaria/falha mecânica nos veículos coletores; Reordenar as equipes responsáveis pelo atendimento a outras áreas do município e desloca-las para a limpeza e coleta dos locais classificados como críticos;

Rompimento ou escorregamento em célula de disposição final;

Contratar empresa especializada em caráter de emergência para disponibilização de pessoal, ou veículos e equipamentos;

Ações de vandalismo e/ou sinistros. Agilizar o reparo/substituição de veículos avariados;

Acidentes e imprevistos na destinação final

Inundação ou processo erosivo da área; Deslocar os resíduos para instalação similar em município vizinho, caso o problema esteja ocorrendo na disposição final;

Avaria/falha mecânica nos equipamentos; Comunicar aos órgãos de controle ambiental; Interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica às instalações;

Reparar as instalações danificadas;

Operação na área de destinação final sem critérios e normas e falha humana.

Comunicar à polícia no caso de vandalismo.

Paralisação dos serviços de varrição

Greve dos funcionários da empresa contratada para os serviços de varrição ou outro fato administrativo (rescisão ou rompimento de

contrato, processo licitatório, etc.)

Acionar funcionários da Secretaria Municipal de Obras (responsável pelo manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana de Alvorada do Norte) para efetuarem a limpeza dos locais críticos, bem como do entorno de escolas, hospitais, pontos de ônibus, etc; Acionar os caminhões da Secretaria Municipal de Obras para execução dos serviços de coleta de resíduos provenientes da varrição; Realizar campanha de comunicação, visando mobilizar a sociedade para manter a cidade limpa, no caso de paralisação da varrição pública; Contratar empresa especializada em caráter de emergência para varrição e coleta destes resíduos.

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Tabela 64 - Ações para emergências e contingências referentes ao manejo de resíduos sólidos (continuação). OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Paralisação dos serviços de coleta de resíduos

domiciliares

Greve dos funcionários da empresa contratada para os serviços de coleta de resíduos domiciliares e da Prefeitura Municipal ou outro fato administrativo.

Acionar funcionários e veículos da Secretaria Municipal de Obras para efetuarem a coleta de resíduos em locais críticos, bem como do entorno de escolas, hospitais, terminais urbanos de ônibus, lixeiras públicas, etc; Realizar campanha de comunicação, visando mobilizar a sociedade para manter a cidade limpa, no caso de paralisação da coleta de resíduos; Contratar empresas especializadas em caráter de emergência para coleta de resíduos

Paralisação dos serviços de coleta seletiva (quando

for implantado)

Greve ou problemas operacionais das associações/ONGs/Cooperativas responsáveis pela coleta e triagem dos resíduos recicláveis.

Acionar funcionários da Secretaria para efetuarem estes serviços temporariamente; Acionar os caminhões da Sec. Mun. de Obras para execução de coleta seletiva; Realizar campanha de comunicação, visando mobilizar a sociedade para manter a cidade limpa, no caso de paralisação da coleta seletiva; Realizar venda dos resíduos recicláveis no sistema de caminhão fechado; Celebrar contratação emergencial de empresa especializada para a coleta e comercialização dos resíduos recicláveis.

Paralisação dos serviços de coleta e destinação

dos resíduos de saúde/hospitalares

Greve ou problemas operacionais da empresa responsável pela coleta e destinação dos resíduos de saúde/hospitalares.

Acionar funcionários da Secretaria Municipal de Obras para efetuarem temporariamente estes serviços; Acionar os caminhões da Secretaria Municipal de Obras para execução dos serviços de coleta dos resíduos de saúde/hospitalares, bem como o transporte dos resíduos até o local de tratamento e destinação final.

Paralisação total dos serviços realizados no

aterro (quando for implantado)

Greve ou problemas operacionais do órgão ou setor responsável pelo manejo do aterro e/ou área encerrada de disposição dos resíduos.

Encaminhar RSS para aterro alternativo (aterro particular ou de cidade vizinha); Acionar os caminhões da Secretaria Municipal de Obras para execução dos serviços de transporte dos resíduos até o local alternativo;

Explosão, incêndio, vazamentos tóxicos no aterro.

Evacuar a área do aterro sanitário cumprindo os procedimentos internos de segurança, acionar o órgão ou setor responsável pela administração do equipamento (Secretaria Municipal de Obras), bem como os bombeiros;

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Tabela 64 - Ações para emergências e contingências referentes ao manejo de resíduos sólidos (continuação). OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA

Paralisação parcial dos serviços realizados no

aterro Ruptura de taludes/células.

Reparar rapidamente as células, através de maquinário que poderá ser mobilizado junto a Secretaria Municipal de Obras;

Vazamento de chorume Excesso de chuvas, vazamento de chorume ou problemas operacionais.

Promover a contenção e remoção dos resíduos, através de caminhão limpa fossa e encaminhamento destes às estações de tratamento de esgoto;

Destinação inadequada de RCC e resíduos de grandes volumes em locais inapropriados

(terrenos baldios, fundos de vale, leito de rios, etc.)

Falta de pontos de depósito ou entrega voluntária (ecopontos) para o manejo adequado dos resíduos acumulados

Definir novas áreas (pontos de depósito ou entrega voluntária oficiais - ecopontos) para recebimento destes resíduos e divulga, através de panfletos, cartilhas e imprensa local (Secretaria Municipal do Meio Ambiente).

Interrupção do transporte, alto custo e falta de empresas que realizem o transporte destes resíduos.

Mobilizar uma equipe de plantão para realizar a coleta, transporte e destinação final adequada dos resíduos.

Destinação inadequada em locais clandestinos por inoperância da gestão e falta de fiscalização.

Implementar medidas para desinterditar o local e ampliar a fiscalização dos pontos onde ocorre a deposição clandestina com mais frequência, destinar os resíduos retirados da área para local correto e ampliar o número de pontos de depósito ou entrega voluntária (ecopontos) dentro do município; Criar e implementar programa de recuperação e monitoramento das áreas degradadas utilizadas para depósito clandestino de resíduos.

Risco ambiental à saúde pública com deposição de material contaminante ou contaminado (produtos tóxicos, produtos químicos, animais mortos).

Promover a remoção e envio do material contaminante ou contaminado para local apropriado.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados obtidos em campo através das visitas técnicas e das reuniões públicas,

assim como as informações fornecidas pela SANEAGO foram imprescindíveis para a

execução do Diagnóstico Técnico Participativo e das Prospectivas e Planejamento

Estratégico. Com base nestes dados e nos anseios da população (urbana e rural), foi

possível determinar objetivos e metas para a otimização dos serviços de saneamento básico

no município de Alvorada do Norte.

Verifica-se que a questão do saneamento básico rural é mais preocupante, e por isto

buscou-se propor mais objetivos para a melhoria do saneamento nas comunidades rurais de

Alvorada do Norte. Já na zona urbana os eixos do saneamento que preocupam e buscaram-

se objetivos específicos foram: drenagem urbana e manejo de águas pluviais e limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos.

Assim, os Programas, Projetos e Ações e o Plano de Execução estão sendo

elaborados buscando atender aos objetivos e metas propostos neste Relatório com foco na

melhoria do saneamento básico municipal.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 157

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que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e

rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda

comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e

embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de

agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências: promulgada em de 4

de Janeiro de 2002.

____. Decreto nº 7.217 (2010). Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007,

que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras

providências: promulgada em 21 de Junho de 2010.

____. Decreto nº 96.044 (1988). Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de

Produtos Perigosos e dá outras providências: promulgada em 18 de maio de 1988.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 158

____. Lei nº 11.445 (2007). Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico;

altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990,

8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528,

de 11 de maio de 1978; e dá outras providências: promulgada em 5 de Janeiro de 2007.

____. Lei nº 12.305 (2010). Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei

no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências: promulgada em 2 de

agosto de 2010.

____. Lei nº 12.725 (2012). Dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de

aeródromos: promulgada em 16 de outubro de 2012.

____. Lei nº 9.974 (2000). Altera a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe

sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o

transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a

utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o

registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências: promulgada em de 6 de Junho de 2000.

____. Portaria MS nº 518 (2004). Estabelece os procedimentos e responsabilidades

relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu

padrão de potabilidade, e dá outras providências: promulgada em 25 de março de 2004.

____. Portaria nº 204 (2016). Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de

doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e

privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências:

promulgada em 17 de Fevereiro de 2016.

____. Resolução CONAMA n° 428 (2010). Dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental

sobre a autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de

Conservação (UC), de que trata o § 3º do artigo 36 da Lei nº 9.985 de 18 de julho de

2000, bem como sobre a ciência do órgão responsável pela administração da UC no

caso de licenciamento ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA-RIMA e dá

outras providências: promulgada em 17 de dezembro de 2010.

____. Resolução CONAMA nº 258 (1999). Determina que as empresas fabricantes e as

importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final

ambientalmente adequadas aos pneus inservíveis: promulgada em 26 de agosto de

1999.

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 159

____. Resolução CONAMA nº 263 (1999). Altera a Resolução no 257/99 (acrescenta um

inciso no art. 6º): promulgada em 12 de Novembro de 1999.

____. Resolução CONAMA nº 301 (2002). Altera dispositivos da Resolução n o 258, de

26 de agosto de 1999, que dispõe sobre Pneumáticos: promulgada em de 21 de Março

de 2002.

____. Resolução CONAMA nº 362 (2005). Dispõe sobre o recolhimento, coleta e

destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado: promulgada em 23 de junho

de 2005.

____. Resolução CONAMA nº 5 (1988). Dispõe sobre o licenciamento ambiental de

obras de saneamento: promulgada em 15 de junho de 1988

____. Resolução CONOMA nº 001 (1986). Determina a elaboração de Estudo de Impacto

Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) para o

licenciamento de aterros sanitários, enquanto atividades modificadoras do meio

ambiente: promulgada em 23 de janeiro de 1986.

____. Resolução nº 237 (1997). Aborda sobre a necessidade de licenciamento

ambiental para as unidades de transferência, tratamento e disposição final de

resíduos sólidos urbanos: promulgada em 19 de dezembro de 1997.

____. Resolução Nº 257 (1999). Revogada pela Resolução nº 401/08; Alterada pela

Resolução n° 263/99 (acrescentado inciso IV no art. 6o): promulgada em 30 de junho de

1999.

____. Resolução nº 275 (2001). Estabelece o código de cores para os diferentes tipos

de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como

nas campanhas informativas para a coleta seletiva: promulgada em 25 de abril de 2001.

____. Resolução nº 307 (2002). Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil: promulgada em 5 de Julho de 2002.

____. Resolução nº 308 (2002). Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição

final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte:

promulgada em 21 de março de 2002.

____. Resolução Nº 401 (2008). Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e

mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e

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Produto D - Relatório da Prospectiva e Planejamento Estratégico Página 160

padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras

providências: promulgada 4 de novembro de 2008.

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