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PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE 2018 - 2021

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PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI Rodrigo Neves Barreto

SECRETARIA DE SAÚDE

Secretário Maria Célia Valladares Vasconcellos

SUBSECRETARIAS

Edília Salvatierra Telles Marcelo Ribeiro A. de Faria

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE

PRESIDÊNCIA Maria Célia Valladares Vasconcellos

VICE-PRESIDÊNCIA DE ATENÇÃO COLETIVA,

AMBULATORIAL E DE FAMÍLIA Juliana Santos Costa

VICE-PRESIDÊNCIA DE ATENÇÃO HOSPITALAR

E DE EMERGÊNCIA Leila Rocha de Freitas

SUPERINTENDÊNCIA DE AÇÕES JURÍDICAS

Andrea Carla Cintra Araujo G. Barbosa

SUPERINTENDÊNCIA DE FINANÇAS Fernando Antonio Schneider

SUPERINTENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

Anderson Peixoto de Faria

COORDENADORIA DO OBSERVATÓRIO DE SAÚDE Maria Clara Ferraz Gomes

COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS

Eduardo Santos Knust

DEPARTAMENTO DE CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA Omar Luis Rocha da Silva

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Fernanda Cantarino O’Dwyer

ASSESSORIA TÉCNICA Denise Xerfan

ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO

Analice Silva Martins

GERÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Ramatis Fonseca Viana

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE Maria Célia Valladares Vasconcellos

PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE 2018-2021

Aprovado pelo CMS em reunião realizada no dia e publicado na Resolução nº

ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO Cândida Leite Pinto Medina

Francisco Alberto Diniz do Nascimento Sônia Oliveira França

COLABORADORES

CMS NÍVEL CENTRAL

VIPACAF VIPAHE

REVISÃO

Analice Silva Martins

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ASCOM – Assessoria de Comunicação

ASPLAN - Assessoria de Planejamento

ASTEC – Assessoria Técnica

ESF - Estratégia Saúde da Família

CAN – Coordenação de Alimentação e Nutrição

CAPS-AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas

CCZ – Centro de Controle de Zoonoses

CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CIB – Comissão Intergestora Bipartite

CIT – Comissão Intergestora Tripartite

COAP – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

COFAR – Coordenação de Farmácia

COOBS - Coordenação de Observatório de Saúde

COVIG - Coordenação de Vigilância em Saúde

CORHU - Coordenação de Recursos Humanos

CMS – Conselho Municipal de Saúde

CPL – Comissão Permanente de Licitação

CREG – Central de Regulação Municipal

DASS – Departamento de Atenção à Saúde do Servidor

DECAU –Departamento de Controle e Avaliação

DEVIC – Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses

DESUM – Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica

FGA – Fundação Gabinete

FMS - Fundação Municipal de Saúde

FN – Ficha de Notificação

GT – Grupo de Trabalho

GTIC – Gerência de Tecnologia da Informação e Comunicação

HGVF – Hospital Getúlio Vargas Filho

HMCT- Hospital Municipal Carlos Tortelly

HOF- Hospital Orêncio de Freitas

HPJ- Hospital Psiquiátrico de Jurujuba

HUAP – Hospital Universitário Antônio Pedro

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IGD – Índice de Gestão Descentralizada

LMV – Laboratório Miguelote Viana

LOA – Lei Orçamentária Anual

MIF – Mulher em Idade Fértil

MMARVF – Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira

MS - Ministério da Saúde

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NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NEPP – Núcleo de Educação do Permanente e Pesquisa

OMS – Organização Mundial de Saúde

OPM – Órteses, Próteses e Materiais

PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PAISCA – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente

PAISM – Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher

PALMAD – Policlínica Almir Madeira

PAVS – Programação das Ações de Vigilância em Saúde

PBF – Programa Bolsa Família

PCASP – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público

PCT - Programa de Controle da Tuberculose

PICs – Práticas Integrativas e Complementares

PMAQ – AB - Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da

Atenção Básica

PMAT - Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos

Setores Sociais Básicos

PCT - Programa de Controle da Tuberculose

PNAISH - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem

PMS - Plano Municipal de Saúde

POA – Plano Operativo Anual

PSE – Programa Saúde na Escola

PSF – Programa Saúde da Família

PVHA – Pessoas Vivendo com HIV/AIDS

RAS - Redes de Atenção em Saúde

RCPD – Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência

REMUME - Relação Municipal de Medicamentos

RESNIT - Regulação em Saúde de Niterói

SAE – Serviço de Atendimento Especializado

SAJ – Superintendência de Ações Jurídicas

SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SAPRA - Seção de Protocolo e Arquivo

SASA – Serviço de Atendimento à Saúde Auditiva

SASDH - Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos

SES – Secretaria de Estado de Saúde

SIA – Sistema de Informação Ambulatorial

SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica

SIGFIS - Sistema Integrado de Gestão Fiscal

SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade

SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos

SINAN - Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação

SISCOLO - Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero

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SPA – Serviço de Pronto Atendimento

SUAD – Superintendência Administrativa

SUFIN – Superintendência Financeira

UBS - Unidade Básica de Saúde

UCI – Unidade de Cuidados Intermediários

UMAM – Unidade Municipal de Urgência Mário Monteiro

USF - Unidade de Saúde da Família

UPA – Unidade de Pronto Atendimento

VIPACAF – Vice Presidência de Atenção Coletiva Ambulatorial e da Família

VIPAHE – Vice Presidência de Atenção Hospitalar e Emergência

VISA – Vigilância Sanitária

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 8

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10

1- IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO................................... 16 Aspectos ambientais e demográficos ............................................................................ 16 Aspectos demográficos .................................................................................................... 16

2- ANÁLISE SITUACIONAL ............................................................................................ 19

2.1- Condições de saúde da população ............................................................... 19 2.1.1. Dados Demográficos .................................................................................. 19 Mortalidade ........................................................................................................................ 23

Natalidade .......................................................................................................................... 24

Peso ao Nascer: ................................................................................................................ 25

Idade da Mãe: .................................................................................................................... 26

Proporção de partos cesáreos: ...................................................................................... 27

2.1.2. Dados Socioeconômicos ............................................................................ 29 2.1.3. Dados Epidemiológicos .............................................................................. 31 Morbidade .......................................................................................................................... 31

Mortalidade ........................................................................................................................ 32 Mortalidade proporcional por causas mal definidas: ................................................... 33

Óbitos infantis: ................................................................................................................... 33 Óbitos maternos: ............................................................................................................... 37

Óbitos em mulheres em idade fértil: .............................................................................. 38

2.2. Atenção Básica ............................................................................................. 39

2.3 Atenção Especializada de Média e Alta Complexidade e Redes de Atenção à Saúde ................................................................................................................... 52 Transporte Sanitário Eletivo ................................................................................. 54 2.3.1 Programas Específicos e Ações Estratégicas ............................................. 54 - Programa Saúde na Escola .......................................................................................... 54 - Programa de Doenças Crônicas não Transmissíveis .............................................. 57

- Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher .................................................. 59 - Programa de Atenção Integral a Saúde do Homem ................................................. 68

- Programa de Saúde do Idoso ...................................................................................... 72

- Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança, Adolescente e Aleitamento Materno (PAISCA) ...................................................................................... 74

- Programa de Alimentação e Nutrição ......................................................................... 78 - Programa de Saúde Bucal ............................................................................................ 82

- Programa Municipal de Controle do Tabagismo ....................................................... 86

- Práticas Integrativas e Complementares em Saúde ................................................ 91

2.3.2 Atenção Ambulatorial Especializada ........................................................... 95 - Atenção Fisioterapêutica ............................................................................................... 95

- Atenção Fonoaudiológica .............................................................................................. 98 - Atenção Terapêutica Ocupacional .............................................................................. 99

Saúde da População Negra .......................................................................................... 101 AMBULATÓRIO DE DIVERSIDADE SEXUAL (POPULAÇÃO TRANS) ............... 104

2.3.3 Atenção Pré-Hospitalar, Hospitalar, Urgência e Emergência .................... 107 Internações......................................................................................................... 109 Atenção Pré-Hospitalar, Urgência e Emergência ............................................... 116

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O SAMU DA REGIÃO METROPOLITANA II/RJ – Município pólo Niterói. ......... 124 2.3.4 Redes de Atenção à Saúde ................................................................................ 128

Rede de Atenção Psicossocial ..................................................................................... 129 Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência ........................................................... 132

Rede de Atenção em Oftalmologia .............................................................................. 135

Rede Cegonha ................................................................................................................ 139

Rede de Alta Complexidade Cardiovascular .............................................................. 141 Rede de Atenção em Oncologia .................................................................................. 144

2.4. Vigilância em Saúde .................................................................................... 145

Imunização ......................................................................................................... 145 Encerramento Oportuno dos Agravos de Notificação Compulsória ................... 147 Hanseníase ........................................................................................................ 148 IST/Aids e Hepatites Virais ................................................................................. 152 Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita ..................................... 154

HIV/ AIDS ........................................................................................................... 158 Hepatites Virais .................................................................................................. 162

Tuberculose ........................................................................................................ 169 Meningites .......................................................................................................... 180 ARBOVIROSES ................................................................................................. 196 Dengue ............................................................................................................... 196

Chikungunya ...................................................................................................... 198 Zika .................................................................................................................... 199

Febre Amarela .................................................................................................... 205 Leptospirose ....................................................................................................... 207 Malária ............................................................................................................... 208

Esquistossomose ............................................................................................... 209 Esporotricose ..................................................................................................... 210

Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ) .................................................................... 212 Vigilância do Óbito Materno, Mulher em Idade Fértil (MIF), Infantil e Fetal ........ 213

Violência Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências ......................................... 215 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador ............................................... 228 Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses. ..................................................... 228

2.5. Assistência Farmacêutica ............................................................................ 232

2.6. Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico ............................................... 233 2.7. Controle e Avaliação, Auditoria e Regulação .............................................. 234 2.8. Gestão em Saúde ....................................................................................... 245 3. FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS ............................. 260

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 276

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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Saúde (PMS) é uma importante ferramenta de gestão

que torna possível o enfrentamento dos desafios impostos à Saúde municipal. O

Plano Municipal norteia o Planejamento em Saúde do município, a partir das

Diretrizes, Objetivos e Metas.

É importante destacar que a construção do PMS é orientada a partir das

características epidemiológicas e da organização de serviços de saúde; da

análise situacional do município; das especificidades locais a partir dos

condicionantes e determinantes da saúde da população. O PMS deve também ser

norteado pelas propostas da Conferência Municipal de Saúde, considerando as

prioridades nacionais, pelas propostas do plano de governo e deve estar em

consonância com os instrumentos de planejamento de governo, entre eles, o

Plano Plurianual; a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual.

Para o período de 2018 - 2021 a construção do PMS foi um processo

participativo, ascendente, possibilitando a adesão e a responsabilização dos

atores envolvidos no projeto de gestão em saúde do município, permitindo a

escuta dos atores que vivenciam o cotidiano do SUS no município, num processo

de discussão e construção de consensos sobre os problemas de saúde e a

melhor maneira de enfrentá-los.

Desta forma, no dia 20 de junho de 2017 foi realizado um seminário de

planejamento no auditório do hospital municipal Carlos Tortelly, onde foi

convidada toda a Rede de atenção em saúde do município, assim como o

Conselho Municipal de Saúde. Este seminário teve como desdobramento a

realização de oficinas no período de 3 a 7 de julho de 2017, com o objetivo de

auxiliar na construção do PMS 2018 - 2021. Estas oficinas foram realizadas de

acordo com os seguintes eixos temáticos: Atenção Básica, Vigilância em Saúde,

Gestão e Atenção Hospitalar.

O Plano Municipal de Saúde, assim como os demais instrumentos de

planejamento no SUS, é submetido à apreciação e aprovação no Conselho

Municipal de Saúde.

Conforme orienta a legislação do Planejamento no SUS, através da

portaria nº 2135/2013, o PMS 2018 - 2021, será operacionalizado através das

Programações Anuais em Saúde (PAS), que contemplam através das ações, os

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meios para o alcance das metas propostas. Cabe ainda ressaltar a Lei n° 8.080,

de 1990, que estabelece a vedação da transferência de recursos para o

financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações

emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.

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INTRODUÇÃO

Em Niterói desde a instituição da secretaria de saúde e da implantação do

Sistema Único de Saúde (SUS) tem se buscado o desenvolvimento de um modelo

de atenção que equilibre as ações de promoção, prevenção e as ações de

diagnóstico e tratamento. Tem se desenvolvido ao longo do tempo propostas que

operacionalizem os princípios do SUS de Universalização, Equidade e

Integralidade e os princípios organizativos de Regionalização e Hierarquização e

Participação Popular buscando se contrapor a um modelo de caráter curativo,

centrado no cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde

dimensionados a partir da oferta, modelo este que o torna insuficiente para dar

conta dos desafios sanitários atuais e, insustentável para os enfrentamentos

futuros.

Desta forma, aponta-se para a necessidade de uma organização de ações

e serviços que construa a intersetorialidade para a promoção da saúde,

contemple a integralidade dos saberes com o fortalecimento do apoio matricial,

considere as vulnerabilidades de grupos ou populações e suas necessidades, e

tenha por base o processo de territorialização e incorporação processual da

regionalização como diretriz do SUS que tem por função a organização das

Redes de Atenção nas regiões de Saúde em cada Estado, superando a visão

municipalista.

Para assegurar universalidade, acessibilidade e equidade implantou-se em

1992 o Programa Médico de Família na perspectiva de expandir as ações de

saúde as áreas de maior vulnerabilidade sanitária, econômica e epidemiológica

da cidade. Vigente até o momento, neste quadriênio deverá passar por

modificações no que tange a gestão do programa, mas, com um retorno a

organização inicial no que tange ao desenvolvimento das ações.

Com este modelo de atenção, Niterói ratifica o papel da atenção primária

em saúde (APS) como indutora do processo de organização da atenção a saúde.

Reconhecendo que este é o primeiro nível da atenção, mas, não o exclusivo.

Sendo necessário avançar na organização dos demais níveis de atenção

especializada e também hospitalar e de urgência. Para esta organização a opção

do quadriênio será a implantação/implementação gradual das Redes de Atenção

em Saúde (RAS).

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A organização da RAS tendo a atenção primária em saúde (APS) como

coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, se apresenta como um

mecanismo de superação da fragmentação sistêmica; sendo estas mais eficazes,

tanto em termos de organização interna (alocação de recursos, coordenação

clínica, etc.), quanto em sua capacidade de fazer face aos atuais desafios do

cenário socioeconômico, demográfico, epidemiológico e sanitário.

Para as diretrizes de hierarquização e regionalização a organização das

ações e serviços da cidade evoluiu dos distritos sanitários para as regionais de

saúde organizadas a partir das policlínicas regionais. Reconhecidas como

unidade de maior complexidade pela oferta de ações de especialidade além de

variada gama de categorias profissionais, as policlínicas assumem também o

papel de responsabilidade sanitária do território. O papel e organização das

policlínicas deverão ser revistos em razão das necessidades de saúde da

população, da organização das RAS e da própria estrutura do sistema local de

saúde.

A transição para o ideário da RAS e a sua concretização passa pelo

fortalecimento do processo de regionalização numa perspectiva de superação da

visão municipalista que ocorre através de um processo contínuo e perpassa o uso

de estratégias de integração que permitam desenvolver sistematicamente o

conjunto de atributos que caracteriza um sistema de saúde organizado em rede.

Cabe ressaltar que a ―regionalização busca a equidade, investindo numa atenção

à saúde mais efetiva, organizada em rede, com serviços que se complementem e

conduzidas por uma gestão solidária e colaborativa por parte dos municípios e

estado‖ (SES-RJ, 2012).

Este processo contínuo deve refletir coerência e convergência entre o

Pacto pela Saúde como diretriz institucional tripartite, as políticas vigentes (PNAB,

Políticas específicas voltadas a grupos populacionais que vivem em situação de

vulnerabilidade social, Política de Vigilância e Promoção a Saúde, Política de

Urgência e Emergência, e outras) e a necessidade de responder de maneira

eficaz aos atuais desafios sanitários.

Pode se afirmar, no bojo deste plano municipal, que esta será a situação

vivenciada pela FMS/SMS - Niterói, de um período de transição. Sem abrir mão

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do desenvolvimento de ações, objetiva-se estabelecer as bases teóricas, a

organização físico-financeira e jurídica para que se implantem na cidade as redes

de atenção a saúde em conformidade com a legislação e os princípios teóricos

que regem este modelo de atenção desde sua proposição inicial por Dawson em

1920 e que tem assegurado a qualidade do sistema inglês de saúde. Modelo

inspirativo do SUS.

A portaria 4279/2010 ratifica a estruturação da Rede de Atenção à Saúde

(RAS) como uma estratégia capaz de superar a fragmentação da atenção e da

gestão nas Regiões de Saúde e aperfeiçoar o funcionamento político-institucional

do Sistema Único de Saúde (SUS,) com vistas a assegurar ao usuário o conjunto

de ações e serviços que necessita com efetividade e eficiência. Com base nisso,

propõe-se diretrizes orientadoras e respectivas estratégias para o processo de

implementação da RAS. Selecionamos abaixo algumas diretrizes que deverão

nortear o trabalho da FMS/SMS Niterói no período de 2018 a 2021:

I. Fortalecer a APS para realizar a coordenação do cuidado e ordenar a

organização da rede de atenção estratégicas.

Na gestão atual o desenvolvimento da atenção primária a saúde terá como ênfase

o processo de consolidação e integração das ações desenvolvidas pelo PMF à

rede de serviços estruturadas em cada uma das seis regionais de cidade. As

ações deverão ser estruturadas a partir da organização de linhas de cuidado e

das redes de atenção.

Considerando o tempo de execução de vigência deste plano aponta-se a

necessidade de implantação/implementação das Redes temáticas de atenção à

Saúde: Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Cuidados a

Pessoa com Deficiência, Rede de Urgência e Emergência, a Rede de Doenças

Crônicas com especial ênfase a hipertensão e diabetes, assim como as Redes de

Média e Alta Complexidade como a Rede de Atenção em Oncologia, com ênfase

cânceres femininos (colo de útero e mama) e masculino (próstata), Rede de

Atenção em Cardiologia, Rede de Atenção em Oftalmologia e Terapia Renal

Substitutiva (TRS).

Cabe ressaltar que as Rede de Urgência e Emergência e Rede Cegonha já

tem sido incorporadas no planejamento das áreas técnicas e assistenciais

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correspondentes a cada rede. A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e a

Rede de Atenção em Oftalmologia tem sido incorporadas no planejamento das

áreas técnicas e assistenciais de forma mais intensa face a implantação da

Regulação das respectivas Redes pelo Município de Niterói.

II. Fortalecer a integração das ações de âmbito coletivo da vigilância em saúde

com as da assistência (âmbito individual e clínico), gerenciando o conhecimento

necessário à implantação e acompanhamento da RAS e o gerenciamento de risco

e de agravos à saúde

III. Fortalecer a política de gestão do trabalho e da educação na saúde na RAS

IV. Financiamento do Sistema na perspectiva da RAS

Para assegurar seu compromisso com a melhora de saúde da população,

integração e articulação na lógica do funcionamento da RAS, com qualidade e

eficiência para os serviços e para o Sistema, faz-se necessária a criação de

mecanismos formais de regulação, controle e avaliação além da contratualização

entre os entes reguladores/financiadores e os prestadores de serviço.

Quando estas ações abrangem todos os pontos de atenção da rede o

Sistema passa a operar em modo de aprendizagem, ou seja, a busca contínua

por uma gestão eficaz, eficiente e qualificada, de forma a proporcionar a

democratização e a transparência ao SUS. A proposta de operacionalização

destes mecanismos no quadriênio será por meio da implementação, ampliação e

qualificação do Sistema de Regulação de Saúde de Niterói – RESNIT.

As ações de controle e avaliação terão como ação orientadora e condutora

o monitoramento da Programação Pactuada Integrada (PPI). A PPI vincula-se

diretamente as RAS e ao próprio sistema de regulação. Complementa o controle

e a avaliação o monitoramento da produção e faturamento ambulatorial e

hospitalar.

A contratualização (contratos de gestão) pode ser definida como o modo de

pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na definição clara de

responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluindo tanto os sanitários,

quanto os econômicos, resultando dessa negociação um compromisso explícito

entre ambas as partes. Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios

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e instrumentos de acompanhamento e avaliação de resultados, metas e

indicadores definidos. Para o quadriênio tem se como diretriz que não haja

nenhum prestador conveniado/contratado prestando serviço a FMS/SMS - Niterói

sem ser contratualizado.

A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que implica

na definição dos seus limites geográficos e sua população e no estabelecimento

do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta região de saúde. As

competências e responsabilidades dos pontos de atenção no cuidado integral

estão correlacionadas com abrangência de base populacional, acessibilidade e

escala para conformação de serviços. A definição adequada da abrangência

dessas regiões é essencial para fundamentar as estratégias de organização da

RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o estado e o município para o

processo de regionalização e parâmetros de escala e acesso

A Rede Assistencial é organizada segundo níveis de complexidade em

Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, compostos por diversos pontos de

Atenção. A conformação das Redes Temáticas e a Regulação em Saúde

perpassam todos estes níveis de Atenção. A Regulação em Saúde é desdobrada

em 3 eixos, a saber: Assistencial, Atenção à Saúde e Sistemas de Saúde. O

acesso aos diferentes níveis de complexidade é realizado pela Regulação

Assistencial (figura1).

Neste sentido, além de adequação/confirmação das regiões de saúde

internas do município de Niterói deverá se avançar nos limites intermunicipais na

consolidação das RAS em conformidade com o plano regional de saúde da região

Metropolitana II.

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Figura 1

-

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1- IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Aspectos ambientais e demográficos

Niterói faz parte da Região Metropolitana II, composta pelos municípios de

Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Silva Jardim, São Gonçalo e Tanguá. O município

tem uma área total de 133,9 quilômetros quadrados, correspondentes a 4,93% da

área da Região Metropolitana II. Em relação a sua posição geográfica, tem como

dados de referência, altitude de 2,5 m; latitude sul de 22º53'37''; longitude W. Gr.

de 43º07'15''. Limita-se ao norte, com o município de São Gonçalo; a leste, com o

de Maricá; ao sul e a oeste, com o Oceano Atlântico. (TCE, 2016)

Aspectos demográficos

Em 2010, Niterói tinha uma população de 487.562 habitantes com uma

proporção de 86,3 homens para cada 100 mulheres. Já em 2016 a população de

Niterói passou a ser de 497.883, segundo estimativa do IBGE enviada para o

Tribunal de Contas da União (TCU). Niterói é o quinto em população do Estado e

o segundo da região Metropolitana II, representando 24,57% da região (TCU). A

densidade demográfica era de 3.640,8 habitantes por km². A taxa de urbanização

correspondia a 100% da população. Em comparação com a década anterior, a

população do município aumentou 6,1%, o 61º maior crescimento no estado.

Na Tabela 1 podemos observar que as maiores concentrações

populacionais encontram-se nas Regiões Praias da Baía e Norte com 48,7% e

24,20% respectivamente. Na Região Praias da Baía o bairro com a maior

concentração populacional é Icaraí, pertencente à área 15 e na Região Norte é o

bairro Fonseca (Área 17).

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TABELA 1 - CONCENTRAÇÃO POPULACIONAL POR ÁREAS E REGIÕES

CONCENTRAÇÃO POPULACIONAL

REGIÃO / ÁREA

48,70% REGIÃO PRAIAS DA BAÍA

4,20% Área 5 | Charitas, Jurujuba, São Francisco

8,60% Área 10 | Santa Rosa, Vital Brazil, Cachoeira, Viradouro

4,00% Área 11 | Cubango, Pé Pequeno, Fátima

4,80% Área 12 | Centro, Morro do Estado

4,90% Área 13 |São Domingos, Ingá, Gragoatá, Boa Viagem

6,20% Área 14 | Ponta D'Areia, Santana, Ilha da Conceição, São

Lourenço

16,00% Área 15 | Icaraí

24,20% REGIÃO NORTE

5,10% Área 7 |Engenhoca, Tenente Jardim

4,60% Área 8 |Baldeador, Santa Barbara, Caramujo, Viçoso Jardim

3,70% Área 16 |Barreto

10,80% Área 17 |Fonseca

9,20% REGIÃO PENDOTIBA

4,70% Área 6 |Badu, Sapê, Matapaca, Cantagalo

4,50% Área 9 | Maceió, Largo da Batalha, Ititioca

3,50% REGIÃO LESTE

3,50% Área 4 |Muriqui, Rio do Ouro, V. Progresso, Várzea das

Moças, Maria Paula

14,10% REGIÃO OCEÂNICA

3,60% Área 1 |Itaipu, Itacoatiara, Maravista

3,00% Área 2 | Camboinhas, Cafubá, Santo Antônio, Jacaré

4,00% Área 3 |Engenho do Mato, Serra Grande

3,50% Área 18 |Piratininga, Jardim Imbuí

Fonte: IBGE

A cidade de Niterói é composta por cinquenta e dois bairros e dividida em

cinco regiões administrativas (Tabela 2 e Mapa 1).

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TABELA 2 - BAIRROS POR REGIÃO ADMINISTRATIVA DE NITERÓI

REGIÃO BAIRROS

PRAIAS DA BAÍA

Charitas, Jurujuba, São Francisco, Santa Rosa, Vital Brasil, Cachoeira, Viradouro, Cubango, Pé Pequeno, Fátima, Centro, Morro Do Estado, São Domingos, Ingá, Gragoatá, Boa Viagem, Ponta D´Areia, Santana, Ilha da Conceição, São Lourenço, Icaraí

NORTE Engenhoca, Tenente Jardim, Baldeador, Santa Barbara, Caramujo, Viçoso Jardim, Barreto, Fonseca

PENDOTIBA Badu, Sapê, Matapaca, Cantagalo, Maceió, Largo Da Batalha, Ititioca

LESTE Muriqui, Rio Do Ouro, Vila Progresso, Várzea Das Moças, Maria Paula

OCEÂNICA Itaipu, Itacoatiara, Maravista, Camboinhas, Cafubá, Santo Antônio, Jacaré, Engenho Do Mato, Serra Grande, Piratininga, Jardim Imbuí

Fonte: Prefeitura de Niterói

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MAPA 1– Bairros de Niterói segundo Região de Planejamento.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas. Leitura Técnica da Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Niterói: Caderno de Mapas, 2015.

2- ANÁLISE SITUACIONAL

2.1- Condições de saúde da população

2.1.1. Dados Demográficos

As características da população de Niterói são semelhantes às da região

sudeste. Alguns aspectos merecem destaque como o fato de 100% da população

residir em área urbana. Para o Brasil, este índice é de 85% e para o sudeste é de

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93% (Censo-2010). Em Niterói, a razão de sexos (número de homens para cada

100 mulheres) era, no ano 2000, de 87,2. Em 2015 este índice aumentou para

88,9. No Brasil e na região Sudeste essas razões em 2015 foram de 97,6 e 97,0

respectivamente. Essas projeções foram realizadas com base no comportamento

demográfico da década 2000-2010.

Conforme demonstra o gráfico abaixo, não há uma diferença significativa

das proporções entre os sexos até a faixa etária de 30 a 39 anos. A partir desta

faixa observamos um aumento crescente na população feminina.

Gráfico 1

Fonte: DATASUS/MS

A série histórica dos censos mostra que a população de Niterói vem

experimentando aumentos sucessivos, quase dobrando num período de cinco

décadas (1960-2010), mas com variação na intensidade do ritmo de crescimento:

2,80% (década de 60); 2,05% (década de 70); 0,86% (década de 80), 0,64%

(década de 90) e 0,43% (2000 a 2010). Nos últimos cinco anos, o aumento

populacional foi de 1,87%, passando de 487.562 em 2010 para 496.695 em 2015

(estimativa populacional do DATASUS/MS). A esperança de vida ao nascer

passou de 72,26 (ano 2000) para 76,23 em 2010 (Atlas do Desenvolvimento

Humano no Brasil).

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Segundo o DATASUS/MS, a população de Niterói estimada para o ano de

2015, é de 496.695 habitantes, com predominância do grupo feminino (262.914

habitantes) sobre o masculino (233.781 habitantes).

No Censo-2010, 64,03% das pessoas residentes em Niterói se

autodeclaram brancas, sendo o segundo grupo o de pardos (25,97%), seguido

pelas raças preta (9,31%), amarela (0,55%) e uma minoria indígena (0,13%),

conforme ilustra o gráfico 2.

Gráfico 2 População do Município de Niterói por Raça/Cor - 2010

Fonte: IBGE – Censo 2010

Em Niterói, a população acima de 60 anos representa 17% (COOBS/IBGE-

2010), enquanto para o Brasil este valor é de 11,3% (IBGE/2010), o que evidencia

que o perfil de envelhecimento da cidade é considerado bastante elevado dentro

do contexto nacional (Gráfico 3). Para 2015, estimativas apontam para uma

proporção de 19,5% de pessoas com 60 anos ou mais.

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Gráfico 3

Fonte: COOBS/FMS Niterói

A pirâmide populacional de Niterói é compatível com a de cidades com

elevado índice de envelhecimento (Gráfico 4). A base da pirâmide (crianças de 0

a 4 anos) é estreita. A distribuição por faixa etária, segundo estimativa para 2015,

apresenta a seguinte composição: 0 a 9 anos, 10,31%; de 10 a 19 anos, 12,36%;

de 20 a 39 anos, 30, 55%; de 40 a 59 anos, 27,28%; de 60 anos e mais, 19,49%.

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Gráfico 4

População de Niterói por sexo e faixa etária, 2010

0 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60 a 64

65 a 69

70 a 74

75 a 79

80 e +

Feminino

Masculino

Fonte: COOBS/FMS Niterói

O perfil etário da cidade não se diferencia da tendência observada para o

Brasil como um todo. A população vem se tornando mais velha, com significativa

redução de crianças e adolescentes até 14 anos, havendo maior concentração

populacional nas faixas de 20 a 59 anos e aumento progressivo da população

acima de 60 anos. Este novo perfil caracterizado pelo aumento de mulheres, de

população em idade economicamente ativa e idosos demanda políticas públicas

especificas, exigindo da gestão municipal adaptações, seja no que diz respeito à

modalidade de ações a serem oferecidas, seja na própria organização dos

serviços. Isto tudo sem esquecer da necessidade de adequação da força de

trabalho atuante na rede municipal de saúde.

Mortalidade

Taxa bruta de mortalidade:

A taxa bruta de mortalidade é um bom indicador para comparar séries

históricas em uma mesma população, ou como parâmetro para compreender e

comparar a dinâmica de mortalidade entre populações diferentes. Ela expressa a

intensidade com a qual a mortalidade atua sobre uma determinada população. A

taxa bruta de mortalidade é influenciada pela estrutura da população quanto à

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idade e ao sexo. Taxas elevadas podem estar associadas a baixas condições

socioeconômicas ou refletir elevada proporção de pessoas idosas na população

total, como no caso de Niterói. Entre 2000 e 2015, essa taxa sofreu pouca

alteração no município, variando entre 8,43 em 2000 e 8,98 em 2015, tendo um

discreto aumento em 2010 (Tabela 3).

Tabela 3 - Taxa bruta de mortalidade (p/1.000hab.) Niterói - 2000 a 2015

Ano População Óbitos* TBM

2000 459.451 3874 8,43

2001 461.203 3838 8,32

2002 464.354 3980 8,57

2003 466.630 3934 8,43

2004 468.897 3906 8,33

2005 474.048 3819 8,06

2006 476.671 4139 8,68

2007 479.270 4075 8,50

2008 477.912 3951 8,27

2009 479.386 4147 8,65

2010 487.562 4596 9,43

2011 489.720 4270 8,72

2012 491.807 4294 8,73

2013 494200 4447 8,99

2014 495470 4415 8,91

2015 496696 4462 8,98

Fonte: FMS Niterói/COOBS

* fetais e não fetais Dados sujeitos a revisão – 19/04/2017

Natalidade

Para análise da natalidade selecionamos quatro variáveis: taxa de

fecundidade, peso ao nascer, idade da mãe e tipo de parto.

Taxa de Fecundidade:

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A taxa de fecundidade revela o número médio de filhos nascidos vivos,

tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo, na população residente

em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Nas últimas duas

décadas, Niterói apresentou um decréscimo gradual nas taxas de fecundidade,

atingindo, em 2010, 1.41 (tabela 4). Valores inferiores a 2.1 são sugestivos de

fecundidade insuficiente para assegurar a reposição populacional (DATASUS).

Tabela 4 - Taxa de fecundidade no Brasil e em Niterói nos anos de 1991,

2000 e 2010.

1991 2000 2010

Brasil 2.88 2.37 1.89

Niterói 1.76 1.61 1.41

Fonte: Atlas Brasil 2013

Peso ao Nascer:

Entre os anos de 2010 e 2015, a proporção de baixo peso ao nascer em

residentes de Niterói oscilou entre 9,10 % em 2011 e 8,80 % em 2015 (Gráfico 5).

O baixo peso ao nascer é o fator de risco isolado mais importante para a

mortalidade infantil. Esta condição está relacionada tanto a fatores da mãe

(condição sócio econômica, escolaridade, idade e doenças), bem como a

condições relacionadas ao atendimento do pré-natal (orientações,

acompanhamento e infraestrutura).

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Gráfico 5

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão em 24/04/2017

Idade da Mãe:

A faixa etária materna de 20 a 34 anos tem sido a predominante no

município de Niterói. No entanto, desde o ano 2000, constata-se um aumento

gradual no número de nascidos vivos de mães na faixa etária de 35 anos ou mais

(gráfico 6).

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Gráfico 6

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão em 24/04/2017

Proporção de partos cesáreos:

O município de Niterói tem elevada proporção de partos cesáreos. No

gráfico 7 observamos que no período de 2006 a 2015 esse índice, para

residentes, variou de 64,7% a 68,8%. A Organização Mundial da Saúde preconiza

taxa máxima de 15%. Alguns fatores podem explicar esta taxa: padrão

socioeconômico da cidade, grande número de beneficiárias de planos privados,

acompanhamento pré-natal inadequado ou indicações equivocadas do parto

cirúrgico em detrimento do parto normal. A redução desta taxa, ainda que difícil,

deve ser uma das metas do município. Neste contexto, uma unidade que se

diferencia é a maternidade municipal Alzira Reis Vieira, que apresenta a menor

proporção de partos cesários (29,1% no ano de 2015).

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Gráfico 7

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão em 10/04/2017

Nos estabelecimentos privados é expressivo o número de partos cesáreos.

Nos Hospitais Estadual Azevedo Lima e Universitário Antônio Pedro o número de

partos cesáreos pode refletir o perfil assistencial dos mesmos, que, no setor

público, são referências para gestações de alto risco. (Gráfico 8)

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Gráfico 8

Fonte: FMS NITERÓI/COOBS. Dados sujeitos a revisão - em 10/04/2017

2.1.2. Dados Socioeconômicos

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o progresso de uma

nação a partir de três dimensões: renda, saúde e educação. O índice varia de 0 a

1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. O IDH em 2010

da Região Metropolitana II era de 0,771, do Estado do Rio de Janeiro de 0,761 e

do Brasil de 0,724, foi aumentando ano a ano até 2014 (0,754) e manteve-se o

mesmo índice no ano de 2015. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

(IDHM) de Niterói era de 0,837 em 2010. O município está situado na faixa de

desenvolvimento humano muito alto. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais

cresceu em termos absolutos foi a educação (aumento de 0,089), seguida pela

saúde (longevidade) e pela renda. (Fonte: TCE 2015)

Niterói ocupa a 7ª posição em relação aos 5.565 municípios do Brasil, ou

seja, 6 (0,11%) municípios estão em situação melhor e 5.559 (99,89%) municípios

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estão em situação igual ou pior. Em relação aos 91 outros municípios do Rio de

Janeiro, Niterói ocupa a 1ª posição.

Em 2010, o IDHM - Educação da cidade, era de 0,773, o que mostra que

há um elevado índice de escolaridade, enquanto a média brasileira é de 0,637.

Tabela 5 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Niterói – 1991 – 2000 - 2010

Data Renda Longevidade Educação IDHM

1991 0,79 0,717 0,557 0,681

2000 0,851 0,788 0,684 0,771

2010 0,887 0,854 0,773 0,837

Fonte: PNUD, IPEA e FJP

Em relação ao rendimento, Niterói também se destaca já que seu IDHM-

Renda é de 0,887 e no Brasil é de 0,740. A discrepância com relação ao nível

nacional é ainda maior no que diz respeito à renda per capita; enquanto no

município a média é de R$ 2.000,29, no Brasil é de R$ 793,87. Na população

ativa com 18 anos ou mais, o rendimento médio é de R$ 2.724,79 e no país é de

R$ 1.296,19.

Já em 2016 o valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios

particulares permanentes com rendimento domiciliar no município de Niterói foi de

R$ 5.783,73, o maior entre os 92 municípios do Estado (Fonte: IBGE – 2016).

A razão de renda em 2010 era de 32,85. O percentual de pessoas

extremamente pobres é de 0,80 e no Brasil é de 6,62.

No que se refere a serviços essenciais – água, energia elétrica e coleta de

lixo - o cenário municipal é bastante favorável comparando com o Brasil,

conforme mostra o gráfico 9 a seguir:

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Gráfico 9

Fonte: Atlas do IDH Brasil 2013

2.1.3. Dados Epidemiológicos

Morbidade

O perfil da Morbidade Hospitalar por grupos de causas em 2016, segundo

o Capítulo da CID 10, mantém o mesmo comportamento do ano anterior, em que

foi apresentado como primeira causa de internação o Capítulo XV Gravidez, parto

e puerpério (2972 internações), em segundo lugar Capítulo XIX Lesões,

envenenamento e algumas outras consequências de causas (2.005 internações),

seguidas pelas doenças do aparelho digestivo (1737 internações), em quarto as

doenças do aparelho circulatório (1.384 internações) e em quinto as neoplasias

(1.216 internações). Considerando estes cinco grupos de morbidade hospitalar

verificamos que estas cinco causas respondem por 58,47% das internações.

Ainda analisando estes grupos quando comparada a 2015 encontramos quedas

no grupo Gravidez, parto e puerpério (264 internações) e no grupo Neoplasias

(51). O Grupo Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de

causas também conhecido como Causas externas, continua em segundo lugar e

inclui os acidentes de trânsito e a violência.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 32

Mortalidade

O padrão de mortalidade do Município de Niterói, nos últimos anos, segue

a tendência registrada em locais com bom IDH e população envelhecida. O

primeiro grupo de causa de óbito é representado pelas doenças do aparelho

circulatório, seguindo-se as doenças neoplásicas e as do aparelho respiratório

(gráfico 10), diferentemente do padrão nacional cuja terceira causa de mortes

são as causas externas. Excepcionalmente, em 2010, os óbitos por causas

externas sofreram aumento devido às mortes provocadas por desabamentos

ocorridos em algumas comunidades do município (em especial, no Morro do

Bumba), provocados pelas chuvas torrenciais que aconteceram no mês de abril

do referido ano.

Gráfico 10

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão em 19/04/2017

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fmsniteróiplanomunicipal2017 33

Mortalidade proporcional por causas mal definidas:

É um indicador capaz de contribuir para a compreensão das condições de

assistência da população no momento do óbito. No município de Niterói é o

capítulo responsável pela quinta posição entre as causa de óbito. A proporção de

causas mal definidas, pactuada para o ano de 2017 com a Secretaria de Estado

de Saúde, foi de menos de 5%. Conforme gráfico 11 a meta foi alcançada nos

anos de 2013 a 2015.

Gráfico 11

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão - em 19/04/2017

Óbitos infantis:

Quando relacionados à população de nascidos vivos, os óbitos de menores

de 1 ano compõem a taxa de mortalidade infantil. Estima o risco de morte dos

nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida. Reflete, de maneira geral, as

condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem

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como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde

materna e da população infantil. Este indicador permite comparar a situação do

município com outras realidades.

Ao longo das últimas décadas, a taxa de mortalidade infantil no Brasil e em

Niterói tem sofrido queda gradual. Comparando a TMI municipal com a nacional, o

município apresenta um cenário favorável neste aspecto, por estar dentre aqueles

que têm as menores taxas no país, sendo considerada de valor baixo (menor que

20), segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (Gráfico 12).

Gráfico 12

Fonte: Atlas (PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - 2013).

O gráfico 13 apresenta as taxas de mortalidade infantil e seus

componentes para residentes em Niterói no período de 2008 a 2015. A

mortalidade infantil manteve se estável no período exceto para os anos de 2009 e

2010 onde se evidenciou aumentos. Mantém-se o predomínio do componente

neonatal. Para uma melhor compreensão da mortalidade infantil é necessária a

incorporação de dados qualitativos às informações disponíveis, como acesso a

serviços de saúde, padrão de cuidados ofertados à mãe e à criança. Neste

sentido, ressalta-se a importância da investigação dos óbitos infantis e a

necessidade da implementação do Comitê de Prevenção e Controle da

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Mortalidade Infantil com recursos necessários a sua atuação apropriada e

oportuna.

Gráfico 13

Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão - em 19/04/2017

Considerando o critério de evitabilidade dos óbitos de menores de 1 ano

adotando a lista brasileira de causas de morte por intervenções do SUS,

observamos que no período de 2010 a 2015 a proporção de óbitos evitáveis

oscilou entre 60% e 73% (Gráfico 14).

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Gráfico 14

*Critério de Evitabilidade: Lista brasileira de causas de mortes evitáveis por intervenções do SUS em menores de 5 anos. *Dados sujeitos à revisão – 19/04/2017 Fonte: COOBS/FMS

No período de 2010 a 2015 ocorreram 403 óbitos de menores de um ano

residentes em Niterói, 54,6% dos quais pertencem ao grupo de óbitos evitáveis

por adequada atenção a gestação, ao parto e ao RN. Isto indica a necessidade de

ampliar a cobertura de pré-natal no município e melhorar a qualidade do

atendimento à gestante e ao recém-nato. No período ocorreu um óbito evitável

por vacinação (Coqueluche), mostrando a importância de se manter altas

coberturas vacinais em Niterói.

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Tabela 6 - Óbitos de menores de um ano de residentes em Niterói segundo evitabilidade no período de 2010 a 2015

EVITAVEL MOD Total %

1.1 Por ações de imunoprevenção 1 0,2%

1.2 Por adequada atenção gestação, parto e ao RN 220 54,6%

1.3 Por ações adequadas de diag. e tratamento 32 7,9%

1.4 Por ações adequadas de promoção 20 5,0%

2 Causas mal definidas 9 2,2%

Todas as outras (não claramente evitáveis) 121 30,0%

Total 403 100,0% *Critério de Evitabilidade: Lista brasileira de causas de mortes evitáveis por intervenções do SUS em menores de 5 anos. *Dados sujeitos à revisão – 19/04/2017 Fonte: COOBS/FMS

Óbitos maternos:

“O óbito materno, tal como o óbito infantil, é tido como evento grave na medida em que pode ser evitado. Define-se como óbito materno óbitos de mulheres durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, porém não devidas a causas acidentais” (OMS, 1980).

A Razão de Mortalidade Materna (RMM) é um indicador que estima a

freqüência desses óbitos em relação aos nascidos vivos. O número de nascidos

vivos é adotado como uma aproximação do total de mulheres grávidas e reflete a

qualidade da atenção à saúde da mulher. Razões elevadas de mortalidade

materna estão associadas à inadequada prestação de serviços de saúde a esse

grupo, desde o planejamento familiar e assistência pré-natal, até a assistência ao

parto e ao puerpério. A tabela 7 mostra razão de mortalidade materna para o

município no período 2000 a 2015. Após uma estabilização nos anos de 2010 a

2012, observamos um aumento expressivo em 2013, com uma RMM muito alta.

Segundo o parâmetro da OMS para a razão de Mortalidade Materna, Niterói

encontrava-se na categoria Média (de 20 a 49 óbitos por 100.000 nascidos vivos),

nos anos de 2010 a 2012.

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Tabela 7 - Razão de Mortalidade Materna (p/100.000 nascidos vivos)

Niterói - 2000 a 2015

Ano Nascidos vivos Óbitos RMM

2000 7185 4 55,7

2001 6560 5 76,2

2002 6337 9* 142,0

2003 6147 2 32,5

2004 6380 3 47,0

2005 5973 3 50,2

2006 5801 6 103,4

2007 6025 3 49,8

2008 5976 2 33,5

2009 6085 4 65,7

2010 5950 2 33,6

2011 6129 2 32,6

2012 5899 2 33,9

2013 6103 8 131,1

2014 6467 3 46,4

2015 6457 1 15,5

Fonte: FMS Niterói/COOBS

* 2 por Dengue hemorrágico. Dados sujeitos a revisão - em 19/04/2017.

Óbitos em mulheres em idade fértil:

No ano de 2015 registraram-se 137 óbitos de mulheres em idade fértil

residentes em Niterói, 108 dos quais ocorreram no próprio município. Destes 108

eventos, 96 (88,9%) foram investigados. Na tabela 8 apresentamos os locais e

estabelecimento de ocorrência segundo investigação. Neste sentido, há que se

pensar em ações que sensibilizem os profissionais de saúde sobre a importância

da investigação destes óbitos. De igual forma, há necessidade de melhor

estruturação da coordenação do Programa de Atenção Integral a Saúde da

Mulher, seja para o desempenho de funções como monitoramento das

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informações, supervisão, capacitação; seja para condução das ações do Comitê

de Mortalidade Materna.

Tabela 8 - Óbitos de mulheres em idade fértil residentes e ocorridos em Niterói segundo local, estabelecimento de saúde e investigação - 2015

Estabelecimento de Saúde Investigado %

Investigado Não

Investigado Total

HOSPITAL MUNICIPAL CARLOS TORTELLY 23 95,8% 1 24

HOSPITAL ESTADUAL AZEVEDO LIMA 22 91,7% 2 24

HOSPITAL UNIVERSITARIO ANTONIO PEDRO 12 100,0% 0 12

HOSPITAL DAS CLINICAS DE NITEROI 6 100,0% 0 6

P. COMUNITARIA DO LARGO DA BATALHA 4 100,0% 0 4

HOSPITAL DE CLINICAS ALAMEDA 4 100,0% 0 4

C. SAUDE E MATERNIDADE SANTA MARTHA 4 100,0% 0 4

UPA FONSECA 4 100,0% 0 4

HOSPITAL ICARAI 1 50,0% 1 2

U. M. DE URGENCIA DR MARIO MONTEIRO 2 100,0% 0 2

INFANT SERV MEDICOS 1 100,0% 0 1

HOSPITAL ORENCIO DE FREITAS 1 100,0% 0 1

HOSPITAL PSIQUIATRICO DE JURUJUBA 1 100,0% 0 1

SAO SEBASTIAO HOSPITAL DE CLINICAS 1 100,0% 0 1

Via Pública 5 100,0% 0 5

Outros 2 100,0% 0 2

Domicílio 3 27,3% 8 11

Total 96 88,9% 12 108 Fonte: FMS Niterói/COOBS. Dados sujeitos a revisão – 19/04/2017

2.2. Atenção Básica

A Atenção Básica consiste em um conjunto de ações de saúde, no âmbito

individual e coletivo, que abrangem promoção e proteção da saúde, a prevenção

de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde

com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de

saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde

das coletividades (BRASIL, 2012).

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Além disso, a Atenção Básica se caracteriza como a porta de entrada dos

usuários no Sistema Único de Saúde, buscando garantir o acesso universal e

contínuo aos serviços de saúde de qualidade e resolutivos. Ela atua como

coordenadora do cuidado e estimula a participação do usuário de forma a

proporcionar a sua autonomia e participação no processo do cuidado à sua

saúde. Desta forma, a Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da

Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica

(BRASIL, 2012).

A Rede de Atenção Básica à Saúde de Niterói está organizada de forma

regionalizada e hierarquizada, sendo constituída por: Unidades de Saúde da

Família, Unidades Básicas de Saúde, Policlínicas Regionais e as Policlínicas de

Especialidades. A saber:

07 policlínicas regionais;

02 policlínicas de especialidades;

05 unidades básicas de saúde;

40 unidades de Saúde da Família;

01 equipe móvel de Consultório na Rua

O território da cidade encontra-se dividido em sete regionais conforme

tabela 9. As Policlínicas Regionais são as ordenadoras do território, sendo

responsáveis pelo atendimento dos pacientes das Unidades Básicas e módulos

da Saúde da Família nas especialidades que possui.

A distribuição da população por Regional revela que a Região de

Planejamento com maior proporção de habitantes é a de Praias da Baía II (33%)

seguida por Norte I (15,6%), Leste Oceânica (15,4%).

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Tabela 9 – Constituição da Rede Básica de Saúde do Município de Niterói

Regionais de Planejamento

Regiões de Planejamento, bairros de abrangência, população Policlínica

Regional

Policlínicas de Especialidades, e Unidades

Básicas de Saúde

Unidades de Saúde da Família, CAPS

I - Praias da Baía I

Policlínica Regional Carlos Antônio da Silva Bairro de Fátima, Boa Viagem, Centro, Gragoatá, São Domingos, Morro do Estado, São Lourenço, Santana, Ponta D’Areia, Santa Bárbara e Ilha da Conceição. População: 71.893 hab. (14,7%)

UBS Centro, UBS Morro do Estado, UBS Santa Bárbara,

USF da Ilha da Conceição USF Ponta da Areia, CAPS Monteiro Lobato

II - Praias da Baía II

Policlínica Regional Sérgio Arouca Jurujuba, Charitas, São Francisco, Ingá, Icaraí, Vital Brazil, Santa Rosa, Viradouro e Pé Pequeno. População: 159.239 hab. (32,7%)

USF Cavalão, USF M. do Palácio/ Gragoatá, USF Viradouro, USF Vital Brasil, USF Souza Soares, USF Jurujuba, USF Preventório I, USF Preventório II, USF Alarico, USF Martins Torres, CAPS Hebert de Souza

III - Norte I

Policlínica Regional do Fonseca – Guilherme Taylor March Fonseca, Cubango, Viçoso Jardim e Caramujo. População: 76.068 hab. (15,6%)

USF Bernardino, USF Caramujo/Lagoinha, USF Morro do Céu, USF Viçoso Jardim, USF Jonatas Botelho, USF Teixeira de Freitas, USF Vila Ipiranga, CAPS AD Alameda,

IV - Norte II

Policlínica Regional da Engenhoca População: 20.958 (4,3%)

UBS Engenhoca, USF Nova Brasília, USF Zilda Arns

V - Norte III

Policlínica Regional do Barreto – João Vizella Barreto, Baldeador, Engenhoca, e Tenente Jardim. População: 24.933 (5,1%)

USF Maruí Grande, USF Marítimos, USF Leopoldina

VI – Pendotiba

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Policlínica Regional do Largo da Batalha Largo da Batalha, Ititioca, Badu, Cantagalo, Cachoeira, Matapaca, Vila Progresso, Muriqui, Maria Paula, Maceió e Sapê. População: 59.499 hab. (12,2%)

USF Cantagalo, USF Grota I, USF Grota II (Cachoeiras), USF Ititioca, USF Atalaia, USF Matapaca, USF Maceio, USF Sape, USF Badu, CAPS Casa do Largo

VII – Leste/ Oceânica

Policlínica Regional de Itaipu Várzea das Moças, Rio do Ouro, Jacaré, Jardim Imbuí, Cafubá, Piratininga, Maravista Santo Antonio, Engenho do Mato, Serra Grande, Itaipú, Itacoatiara e Camboinhas. População: 74.972 hab. (15,4%)

UBS de Várzea das Moças, UBS de Piratininga

USF Eng.º do Mato, USF Maravista, USF Cafubá I, USF Cafubá II, USF Cafubá III, USF Colônia dos Pescadores, USF Várzea das Moças, UAI (Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil)

Mapa 2

Fonte: Programa Médico de Família

Em 1992, a Fundação Municipal de Saúde de Niterói, concebeu sua

proposta de saúde da família como uma estratégia de equidade, implantando o

Programa Médico de Família (PMF) nas áreas de maior risco social e ambiental

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do município. O PMF foi fruto de um convênio de colaboração técnica-científica

entre o Ministério de Saúde de Cuba e Niterói que designou um técnico para

assessorar permanentemente a equipe multiprofissional responsável por elaborar

uma proposta adaptada de Saúde da Família no município.

Hoje, já consolidada, a ESF/PMF proporciona assistência primária e

integral à população que vive em áreas de risco ambiental e social numa

cobertura de 198.957 pessoas cadastradas, o que corresponde a cerca de 40%

da população. Atualmente a população estimada é de 497.883 habitantes

(IBGE/2016). São 41 unidades, 101 equipes de saúde da família, 17 equipes de

saúde bucal. Há necessidade de expansão para 21 equipes de saúde bucal.

Desde a implantação do Programa o município adotou a concepção de

Grupo Básico de Trabalho (GBT) composto por um coordenador e uma equipe de

supervisão responsáveis por um território definido onde estão instalados os

módulos (unidades de saúde da família) que, atendendo ao princípio de

regionalização estão vinculados a uma Policlínica Regional de Especialidades de

referência.

Estes módulos (unidades de saúde do PMF), são divididos em áreas

(setores). Cada setor se compõe de 2000 pessoas. Um módulo pode ter tantos

setores quantos forem necessários para cobrir toda a população da sua área de

abrangência. Definidos os setores e as micro-áreas todos os indivíduos e famílias

são cadastrados (Cadastro Familiar e individual).

Os módulos do Programa Médico de Família, USF, UBS se constituem na

principal porta de entrada do sistema de saúde do Município, ordenadora das

ações de saúde no sentido da assistência integral, conforme os princípios e

diretrizes preconizados pelo SUS.

Faz parte das equipes de Saúde da Família, intimamente ligado à Atenção

Básica, o Consultório na Rua, implantado em Niterói em Janeiro de 2014 como

estratégia de atendimento à população vivendo em situação de rua, o que se

constitui em mais uma ferramenta do cuidado em saúde no Programa Médico de

Família de Niterói.

O Consultório na Rua é um dos componentes da atenção básica na rede

de atenção psicossocial. Os Consultórios na Rua são equipes multiprofissionais e

itinerantes que oferecem atenção integral a saúde para a população em situação

de rua. Além do cuidado direto, também atuam como articuladores da rede local,

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por compartilhar o cuidado de casos extremamente complexos, implicando assim

os atores locais neste cuidado. (NOTA TÉCNICA - DAB - MS 2018)

O Consultório na Rua do Município de Niterói foi Cadastrado como

categoria 3 no Ministério da Saúde. A equipe é composta por um médico, um

psicólogo, uma enfermeira, um técnico de enfermagem, um assistente social, três

redutoras de danos e um agente social.

Os atendimentos são realizados de forma itinerante em um consultório

móvel nos locais mais frequentados por esses usuários e num consultório fixo

localizado na Policlínica do Centro.

Considerando que o público que se encontra em situação de rua é

andarilho esta equipe atua desde seu início em horários estendidos ou seja

também no período noturno. Atendendo a exigência do Ministério bem como

viabilizando a eficiência do trabalho, contamos com um carro adaptado como

consultório móvel.

As áreas de abrangências desta equipe são: Centro, Caminho Niemayer,

São Domingos, Santa Rosa, Icaraí e São Francisco. Estes locais foram

construídos a partir de informações da Secretaria de Assistência Social e Direitos

Humanos do município priorizando áreas de maior concentração desta população.

Inicialmente a expectativa de usuários para acompanhamento seria de até

250 pessoas. No entanto, atualmente temos em nosso cadastro cerca de 630

pessoas. Diante deste número crescente se faz necessário a ampliação desta

equipe bem como a ampliação de seu território de ação. No intuito de

potencializar o trabalho a definição desta nova área de atuação ocorrerá de forma

intersetorial através dos dados da SASDH, uma vez que esta secretaria possui

equipamentos direcionados para abordagem e acolhimento do mesmo público

alvo.

O PMF vem sofrendo transformações ao longo do tempo buscando

adequação às normas do Ministério da Saúde e atendendo às necessidades

atuais de ampliação da cobertura do serviço à população de Niterói.

Antes funcionando com equipes mínimas compostas por médicos e

técnicos de enfermagem, mais recentemente, o PMF incorporou às equipes, os

enfermeiros e os agentes comunitários de saúde. Estes, moradores da área, são

os principais atores responsáveis pela aproximação do usuário ao serviço, pelo

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cadastramento destes usuários, pelas visitas domiciliares de rotina e pelas ações

de promoção à saúde, estas últimas, funções de toda a equipe.

As equipes da Estratégia da Saúde da Família/Programa Médico de

Família desenvolvem no consultório, no campo e na rede de referência de saúde

do município ações de programas prioritários de acordo com o perfil da

população. As metas são definidas no GBT, pactuadas no PMAQ AB (Programa

Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) que avalia

regularmente os profissionais e as equipes através de autoavaliação, avaliação de

indicadores de saúde firmados no momento da entrada no PMAQ e avaliação dos

padrões de qualidade através de avaliadores externos que visitam as Unidades

de Saúde.

Estes programas prioritários se constituem em:

Atenção à Saúde da Criança (captação, consulta, acompanhamento,

incentivo ao aleitamento materno até 2 anos, imunização);

Atenção à Saúde da Mulher (Pré-natal, Prevenção do Câncer de mama e

uterino, atendimento às queixas ginecológicas, Planejamento Familiar);

Atenção à Saúde do Adulto com ênfase no controle das doenças crônico-

degenerativas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus

e doenças infecto-contagiosas como ISTs, Tuberculose, Hanseníase;

Imunização; Vigilância e atendimento às doenças infecto-contagiosas

preveníveis pela vacinação e às emergentes como Dengue, Zika,

Chicungunya e Febre Amarela.

Dentre as atividades de prevenção, destacamos a imunização, a

distribuição de preservativos, a escovação dentária. As atividades de assistência

incluem consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, coleta de material

para exames, prescrição, dispensação de medicamentos, visita domiciliar aos

acamados e de controle, curativos, reabilitação, dentre outras. A promoção da

saúde se dá através de grupos e salas de espera e orientação individual no

consultório e no campo nas visitas domiciliares de rotina. As necessidades

individuais e familiares de melhoria das condições de vida também são discutidas

entre a equipe básica e a supervisão de serviço social que orienta o

encaminhamento de cada caso.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 46

As Equipes de Saúde da Família participam ativamente do PSE (Programa

de Saúde na Escola,) uma parceria entre os setores de Educação e Saúde para

desenvolver atividades de educação e promoção no âmbito das escolas

escolhidas pelo Município. Participam das Ações de Cidadania organizadas pela

Secretaria de Assistência Social.

O trabalho desenvolvido pelas equipes é compartilhado e discutido nas

reuniões de setor, reuniões entre a equipe e os moradores, que debatem o

funcionamento do serviço e as principais questões dos moradores e do território

que influenciam no processo saúde-doença.

As atividades desenvolvidas são registradas diariamente nos formulários

do E-SUS AB, digitadas no NGI (Núcleo de Informação) e enviadas ao Ministério

da Saúde.

Nas reuniões do Grupo Básico de Trabalho (Coordenação, Supervisão e

Equipes), que devem ocorrer 3 a 4 vezes no ano, são avaliados os indicadores

alcançados, reforçada a metodologia do funcionamento do Programa e abordados

outros assuntos pertinentes àquela área de atuação.

A equipe de supervisão atualmente composta por médicos internista,

ginecologista, pediatra, sanitarista, assistente social, profissional de saúde mental

e enfermeira comparece regularmente às unidades de saúde para interconsultas,

discussão de casos, segunda opinião, avaliação das necessidades de

referenciamento aos níveis de maior complexidade do sistema e educação

continuada das equipes no ambiente de trabalho e junto com o NEPP (Núcleo de

Educação Permanente e Pesquisa) de acordo com as necessidades sentidas pela

supervisão, as demandadas pelos profissionais, por outros serviços e setores da

municipalidade e por ações programáticas do Ministério da Saúde.

O NEPP é responsável pela organização de atividades de educação

continuada para a rede de saúde, pela distribuição dos estágios nas unidades de

saúde da família, pela avaliação, orientação e acompanhamento dos projetos de

pesquisa, pela organização, seleção de treinandos, formação das turmas,

suporte, registro, controle e avaliação de todas as reuniões e atividades de

capacitação que são executadas no setor.

No ano de 2017 o Núcleo executou/participou de 168 encontros com

profissionais do saúde da família e sediou 34 outras atividades de capacitação da

rede de saúde organizadas por outros setores de dentro e fora da municipalidade;

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fmsniteróiplanomunicipal2017 47

sediou 220 reuniões de trabalho, das quais em 74, sua equipe participou

diretamente. Outros cursos, seminários e simpósios realizados no âmbito do

NEPP perfizeram um total de 19 eventos.

O NEPP avalia, orienta acompanha e controla os projetos de pesquisa em

saúde implementados no Município.

No ano de 2017 deram entrada no setor 32 processos e 21 estão em

acompanhamento.

Para o ano de 2018 o NEPP planeja continuar organizando treinamentos e

atualizações para as equipes de saúde da família como: Treinamento Introdutório

para novos profissionais; atualizações para todas as categorias; Edpop,

treinamentos específicos segundo demandas (Imunização, Tuberculose,

Dermatologia, Hanseníase, doenças emergentes, reuniões de Grupos Básicos,

entre outras.)

As Unidades de Saúde da Família de Niterói são campos de estágio para

diversas categorias de estudantes universitários desde os primeiros anos da

graduação, numa parceria entre o Programa Médico de Família e as

Universidades. São campos de atuação da residência em Medicina de Família,

da residência em Saúde mental e de residência em enfermagem.

O Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade

(PRMFC) da Policlínica Sergio Arouca teve seu pedido de credenciamento em

2005, mesmo ano em que ocorreu o primeiro processo seletivo. Desde o

credenciamento, segue atuando dentro dos territórios de adscrição do Programa

Médico de Família e se utilizando das especialidades afins à prática da Medicina

de Família e Comunidade (MFC) nos espaços oferecidos pela própria rede da

Fundação Municipal de Saúde de Niterói, desvinculada à instituições formadoras,

uma vez que o município de Niterói possui na estrutura da FMS equipamentos

que se enquadram nas condicionalidades para receber e ofertar serviços de

qualidade para a formação de recursos humanos.

Niterói, reconhecendo a importância do incentivo à formação de

especialistas em MFC, desponta como município pioneiro oferecendo aos

residentes uma bolsa complementação no valor de R$ 8.523,85 a fim de

equiparar seus provimentos aos dos médicos de família inseridos da rede. Essa

prática atualmente é realizada por outros municípios, como o Rio de Janeiro, e

incentivada pelo Ministério da Saúde, no eixo conhecido como Pro Residência.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 48

Tal medida valoriza o profissional que está em formação e evita a ociosidade de

vagas no PRMFC.

Ao longo dos anos, a experiência exitosa do PRMFC da FMS contribuiu

fortemente para a qualificação, melhoria dos indicadores e a otimização na

utilização da rede de serviços, além de aumentar a quantidade de médicos

especialistas em MFC atuando no território, devido à fixação dos profissionais

após o término da residência médica.

1. Cenário Atual:

a. Recursos Humanos:

i. 04 vagas para R1 / 04 vagas para R2

ii. 01 preceptor médico 20h

b. Atuação do Residente:

i. 32h/sem em atendimento no PMF

ii. 04h/sem em canal teórico

iii. 04h/sem em rodízios nos ambulatórios de especialidades

1. Dermatologia

2. Epidemiologia

3. Vigilância

4. Saúde Mental

5. Infectologia

6. Saúde da Mulher

7. Consultório na Rua

iv. 12h/semanais durante 02 semestres em plantões de

emergência clínica e pediátrica e maternidade

c. Lotação dos Residentes em 2017:

i. 01 residente R2 no PMF Cafubá III

ii. 01 residente R2 no PMF Maceió

iii. 02 residentes R1 no PMF Maceió

iv. 02 residentes R1 no PMF Palácio

2. Avaliação:

a. Pontos Positivos:

i. Fortalecimento da FMS, como instituição formadora de

médicos especialistas em MFC

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ii. Qualificação dos recursos humanos do PMF, ampliando o

número de especialistas em MFC

iii. Formação do residente de acordo com o perfil e padrão

desejado para exercer a função de médico de família no

município de Niterói, com os residentes inseridos na rotina do

PMF durante 32h/sem sob supervisão do preceptor e

utilizando os recursos disponíveis, como as ações de

educação permanente e continuada feitos pelo NEPP e pela

supervisão técnica em serviço.

iv. Fixação do médico após o fim da residência

v. Fortalecimento do fluxo de redes com os residentes

articulando continuamente com a rede durante os dois anos

de especialização

vi. Fortalecimento da PRSA como pólo da RMFC no município

b. Desafios:

i. Ampliar o número de preceptores de campo, para garantir a

preceptoria em tempo integral

ii. Institucionalizar os campos de prática dos residentes

iii. Criação de um Centro de Estudos na PRSA

O Programa Médico de Família atravessa um momento de reformulação da

forma de contratação dos profissionais, antes feita através das Associações de

Moradores (cogestão).

A FMS desde setembro de 2017 vem dando curso a um processo seletivo

simplificado com duração por um ano e prorrogável por mais um ano para

admissão dos profissionais das equipes da Estratégia de Saúde da Família no

regime jurídico da Prefeitura Municipal de Niterói, até a conclusão da criação de

uma Fundação estatal.

Ainda, neste momento, estão sendo instituídas 5 unidades de NASF

(Núcleo de Atenção à Saúde da Família) na classificação NASF 1 incorporando a

atual supervisão do PMF e alguns profissionais como fisioterapeutas,

fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

O Ministério da Saúde criou Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família

(NASF) mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em

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4 de março de 2008. O principal objetivo foi o de apoiar a inserção da Estratégia

de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o

escopo das ações da Atenção Básica, e aumentar a resolutividade dela,

reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde. O NASF

constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias

de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção

Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área

da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e

pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de

Atenção Básica (eAB).

Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços com

unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para

atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser

regulados pelas equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das

demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes, atuar de forma

integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além

de outros equipamentos sociais público-privado, redes sociais e

comunitárias.Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde

da Família e Atenção Básica (NASF- AB):

a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na

Atenção Básica à que estão vinculadas;

b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS

principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da

capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de

saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e

c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado,

interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação

permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de

todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de

prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes

dentre outros, no território.

O município de Niterói fez adesão ao Programa Mais Médicos para o Brasil

junto ao Ministério da Saúde no ano de 2013, recebendo seu primeiro profissional

em outubro do mesmo ano, no 2º ciclo de entrada de profissionais.

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Atualmente, o município tem 19 médicos atuantes nas unidades do

Programa Médicos de Família em todas as regionais de saúde, sendo

responsáveis pelo cuidado de cerca de 38.000 usuários. Nosso corpo de

profissionais, compreende 09 médicos cubanos, 07 médicos brasileiros e 03

médicos argentinos.

De acordo com o art. 11 da Portaria Interministerial n° 1369, que dispõe

sobre a implementação do Programa, cabe ao gestor municipal, oferecer moradia

para o médico participante e garantir alimentação adequada e fornecimento de

água potável.

A Portaria MS n° 30, de 12 de fevereiro de 2014, dispõe sobre o

cumprimento das obrigações de oferta de moradia, deslocamento, alimentação e

água potável. De acordo com o Art. 3º, uma das modalidades de fornecimento de

moradia é por recurso pecuniário, forma escolhida pelo nosso município desde a

chegada dos primeiros profissionais. Esse mesmo artigo, em seu 3º parágrafo

orienta que "o ente federativo pode adotar como referência para o recurso

pecuniário para locação de imóvel, em padrão suficiente para acomodar o médico

e seus familiares, os valores mínimo e máximo de R$ 500,00 (quinhentos reais) a

R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), podendo o gestor distrital e/ou

municipal adotar valores superiores, conforme a realidade do mercado imobiliário

local, mediante comprovação do valor mediante 3 (três) cotações de custo no

mercado imobiliário do município ou Distrito Federal." O Art. 9°, oferece a

possibilidade do gestor assegurar o fornecimento de alimentação também via

recurso pecuniário, adotando como parâmetros mínimo e máximo os valores de

R$ 500,00 (quinhentos reais) e R$ 700,00 (setecentos reais). A Portaria nº 300,

publicada em 5 de outubro de 2017, reajustou valores do fornecimento de

moradia e alimentação e dá outras providências. O reajuste de valores para

locação de imóvel passa para os valores mínimo e máximo de R$ 550,00

(quinhentos e cinquenta reais) a R$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta

reais) e o reajuste de valores para alimentação vai para mínimo e máximo os

valores de RS 550,00 (quinhentos e cinquenta reais) a 770,00 (setecentos e

setenta reais). Atualmente, o município paga o teto máximo reajustado por esta

portaria a todos os médicos, num valor total de R$ 3.520,00 a cada médico.

Para Niterói, no âmbito do Programa Médico de Família, o maior benefício

adquirido com a entrada desses médicos, foi a redução expressiva de vagas

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ociosas, mesmo nas localidades de maior vulnerabilidade social e exposição à

violência armada, o que segue com uma das principais diretrizes do PMMB, que é

levar médicos às localidades onde há escassez de profissionais, garantindo a

melhoria na assistência dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além

disso, houve um incremento na qualificação do corpo técnico de médicos

especialistas em Medicina de Família e Comunidade, garantindo maior adesão

metodológica contribuindo com o modelo e com o cuidado com os usuários.

2.3 Atenção Especializada de Média e Alta Complexidade e Redes de

Atenção à Saúde

A organização da Atenção de Média e Alta Complexidade tem por base os

princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde como

Integralidade, Equidade, Regionalização e Hierarquização.

Nos primórdios da implantação do Sistema Único de Saúde, na década de

90, a expansão da Atenção Primária à Saúde ocupou espaço considerável na

agenda Pública face à desassistência existente à época.

Esta preocupação se estende por várias décadas chegando aos dias atuais

de forma consensual, tanto na academia como nos serviços, que a Atenção

Primária à Saúde se constitui num espaço de coordenação do Cuidado, sendo a

porta preferencial de acesso da população às ações e serviços de saúde, além de

evidenciar a sua capacidade resolutiva dos problemas complexos, de baixa

densidade tecnológica, em torno de 80%.

Contudo, este aspecto da Política Pública de Saúde não foi suficiente para

garantir a integralidade da Atenção, tendo em vista a crescente demanda por

serviços de Média e Alta Complexidade, se constituindo num grande desafio na

atualidade, tanto na academia, como nos serviços.

O fato da Média e Alta Complexidade requerer alta densidade tecnológica e

alto custo veio a exigir novas formas de organização da Atenção visando à

otimização dos serviços com economia de escala e garantia de acesso o que se

traduziu na organização da Atenção por meio das Redes de Atenção à Saúde,

sejam as redes prioritárias e /ou rede de atenção de média e alta complexidade,

com pactuação programada e integrada-PPI e com acesso regulado.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 53

Neste contexto, a organização da Atenção de Média e Alta Complexidade

inclui serviços próprios e/ou contratualizados, em âmbito municipal e/ou estadual,

ofertados pelos próprios municípios e ou pelos demais entes federativos

organizados regionalmente.

No município de Niterói, a Atenção Ambulatorial Especializada é ofertada

pelas Policlínicas Regionais, Policlínicas de Especialidades, Unidades de Atenção

Pré-Hospitalar móvel e Fixa, Hospitalar incluindo Urgência e Emergência.

A assistência ambulatorial especializada própria é também ofertada pelos

Ambulatórios especializados de Saúde Mental, Centro de especialidades

Odontológicas, Policlínica de Especialidades Dr. Sylvio Picanço (PESP) e

Policlínica de Especialidades em Atenção à Saúde da Mulher Malu Sampaio

(PEMS).

A PESP oferece as seguintes especialidades e serviços: ecocardiograma,

eletroencefalograma, mamografia, cardiologia, Serviço de Atendimento Auditivo

(SASA), fonoaudiologia, otorrinolaringologia, farmácia, psicologia, serviço social,

neurologia, pneumologia, endocrinologia, angiologia, gastroenterologia,

fisioterapia, dermatologia, proctologia, hematologia, oftalmologia, acupuntura.

Já a PEMS dispõe de: ultrassonografia de mama, obstétrica, patologia

cervical e mamária, serviço para tratamento de infertilidade conjugal, obstetrícia

de alto risco, cirurgia ambulatorial de patologia cervical, fisioterapia de apoio a

pacientes mastectomizadas, laboratório de colpocitopatologia, assim como

oferece no Núcleo de Atenção Especial a Criança e ao Adolescente, atendimento

com psicólogo e assistente social às vítimas de violência.

A demonstração da existência dos serviços deve ser analisada a partir de

parâmetros assistenciais e de produtividade o que possibilitará o efetivo

dimensionamento de metas e monitoramento e avaliação de resultados.

Neste sentido há necessidade de incorporar no planejamento das Ações e

Serviços de Saúde, a referência da portaria nº 1631 de 01 de outubro de 2015,

dos protocolos específicos dos Programas e Redes de Atenção à Saúde

baseadas em evidências em Saúde.

A organização necessária para produção de informações qualificadas para

subsidiar o planejamento passa pela necessidade de implantar um núcleo de

Gestão de Políticas de Saúde Baseadas em Evidências que poderá no seu

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escopo, produzir diagnóstico e informações para planejamento e tomada de

decisão.

Transporte Sanitário Eletivo

Entre os desafios a serem enfrentados pelos Gestores municipais está a

necessidade de organizar a oferta de Transporte Sanitário tendo em vista a

garantia do acesso dos munícipes aos serviços eletivos distantes do local de

residência no contexto das Redes de Atenção à Saúde.

Neste sentido, a Comissão Intergestores Tripartite, por meio da

RESOLUÇÃO No - 13, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017, estabeleceu as

diretrizes para o Transporte Sanitário Eletivo destinado ao deslocamento de

usuários para realizar procedimentos de caráter eletivo no âmbito SUS.

Desta forma, Niterói foi contemplado com uma Emenda Parlamentar com

destinação de recursos para implantação do Projeto de Transporte Sanitário

Eletivo, pactuado na CIB-RJ com posterior envio do Projeto ao Ministério da

Saúde.

2.3.1 Programas Específicos e Ações Estratégicas

- Programa Saúde na Escola

O Programa Saúde na Escola (PSE), uma articulação do Ministério da

Saúde e Ministério da Educação, foi instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial

nº 6.286 com o objetivo de construir políticas intersetoriais para a melhoria da

qualidade de vida dos educandos. Visa realizar ações intersetoriais na

perspectiva do desenvolvimento integral da criança e do adolescente,

proporcionando à comunidade escolar a participação em ações e projetos que

articulem saúde e educação para o enfrentamento das vulnerabilidades.

Em 2008 o município de Niterói aderiu ao programa, realizando a

elaboração do projeto em 2009, aprovação no Conselho Municipal em 2010 e

realização da primeira pactuação em 2011. Até 2016, anualmente era realizada

uma nova pactuação entre MS, MEC e município. Já foram realizadas as

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seguintes pactuações: 2011-2012 8 escolas pactuadas, 2013-2014 16 escolas

pactuadas, 2014-2015 20 escolas pactuadas. Em 2015-2016 não foi aberta

pactuação pelo MEC e MS. Em 25 de abril de 2017 foi publicada a nova Portaria

Interministerial nº 1.055, a qual redefiniu as regras e critérios para adesão ao

programa, instituído ainda que pactuação teria a duração de 2 anos. Portanto, foi

feita a nova pactuação do Programa Saúde na Escola (PSE) no município de

Niterói em junho de 2017 com ampliação do número de escolas de 20 para 32.

Das 32 escolas pactuadas, 25 são municipais e 07 são estaduais, com um total

de aproximadamente 9.857 alunos, na faixa etária de 6 meses a 17 anos.

Tabela 10 – Quantitativo de Escolas por Regional de Saúde

REGIONAL SAÚDE

Nº DE ESCOLAS

ESCOLAS

Norte 1 5

E M Sebastiana Gonçalves Pinho

E M José de Anchieta

E M Antineia Silveira Miranda

UMEI Vice-Prefeito Eduardo Travassos

EM Ernani Moreira Franco

Norte 2 6

UMEI Marilza da Conceição Rocha Medina

E M Infante Dom Henrique

E M Jacinta Medela

UMEI Jacy Pacheco

EM João Brasil

EM Roberto Silveira

Pendotiba 6

E M Honorina de Carvalho

E M Sítio do Ipê

UMEI Almir Garcia

CE Leopoldo Froes

CE Duque de Caxias

UMEI Margareth Flores

Praias da Bahia 1 2 CE Zuleika Raposo Valladares

EM Maestro Heitor Villa Lobos

Praias da Bahia 2 7

UMEI Maria Luiza da Cunha Sampaio

CE Guilherme Briggs

UMEI Senador Vasconcelos Torres

Creche Comunitária Jurujuba

CE Maria Pereira das Neves

UMEI Denise Mendes Cardia

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EE São Domingos Sávio

Leste Oceânica 6

NAEI Angela Fernandes

UMEI Olga Benário Prestes

CIEP Brizolão 448 Ruy Frazão Soares

UMEI Lizete Fernandes Maciel

UMEI Professora Odete Rosa da Mota

EM Heloneida Studart

Total 32

As escolas a serem trabalhadas são escolhidas de forma compartilhada,

considerando sua proximidade a uma unidade de estratégia saúde da família e

que desejam trabalhar as questões de saúde, de forma que seja parceira e

atuante no PSE. Além disso, é preciso considerar as escolas definidas pelo MS e

MEC como prioritárias, são elas: creches públicas, escolas que tenham dentre os

educandos matriculados, pelo menos 50% deles pertencentes a famílias

beneficiárias do Programa Bolsa Família.

A coordenação do PSE é compartilhada, existe um apoio técnico ao PSE

na área da Saúde e na área da Educação. A proposta de coordenação do PSE

desenha-se por meio da criação de um Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal

(GTI-m), numa construção em que tanto o planejamento quanto a execução das

ações são coletivas, de forma a atender às necessidades e demandas locais. As

reuniões do GTI-m geralmente acontecem bimensalmente.

Na saúde há representação da Coordenação do PMF e profissionais de

alguns módulos; representantes das diversas coordenações de programas saúde

do município, como: Coordenação Saúde da Criança e Adolescente;

Coordenação de Fonoaudiologia; Coordenação de Alimentação e Nutrição;

Coordenação de Prevenção à Violência; Coordenação do Programa DST/AIDS e

Hepatites virais; Setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC),

Centro de controle de Zoonoses, além de outros representantes.

Já na educação, contamos com as representações do Núcleo de Ações

Integradas da Educação Municipal, Coordenação de Alimentação Escolar do

município, Coordenação de Educação Física, Coordenação de Assuntos Violência

na escola / Assessoria Especial de Articulação Pedagógica, Coordenação de

Fonoaudiologia da educação, e representante das escolas estaduais.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 57

O PSE prevê a articulação de diversas ações em saúde na escola divididas

em 12 principais eixos temáticos desenvolvidas pelas equipes de PMF e Escolas

pactuada. Há ações de avaliação da saúde dos educandos e ações de prevenção

e promoção da saúde.

As ações desenvolvidas por esta coordenação são:

Atuação do GTI-M para planejamento das ações gerais do PSE;

Desenvolvimento da Estratégia de fortificação da alimentação infantil com

micronutrientes – NutriSUS;

Instituição de um trabalho intersetorial para o NutriSUS;

Reunião com os responsáveis e diretores das creches participantes do

NutriSUS;

Supervisão e acompanhamento das atividades;

Visitas nas policlínicas, UBS e nas escolas pactuadas;

Construção de fluxos: ex. fluxo de avaliação antropométrica;

Participação nas Semanas de Saúde na Escola sugeridas pelo MS;

Realização de capacitações: ex: capacitação do Fluxo de Avaliação

Antropométrica e Ações de Saúde e Prevenção nas Escolas;

Inserção da solicitação do cartão SUS e Calendário Vacinal na renovação

e matrícula dos alunos;

Divulgação do PSE em outros espaços, ex. na Universidade Federal

Fluminense;

Propor o planejamento e o agendamento articulado entre escola e equipe

de saúde, para elaboração de um calendário anual de ações;

Contextualizar as ações desenvolvidas de forma interdisciplinar;

Fomentar a inserção das ações na agenda politico-pedagógica das escolas

e na agenda da unidade de saúde.

- Programa de Doenças Crônicas não Transmissíveis

A coordenação do Programa de Hipertensão e Diabetes tem como principal

missão integrar os diversos eixos de atuação da rede municipal relacionados à

prevenção, acompanhamento e monitoramento, abordando os quatros principais

grupos de DCNT (cardiovasculares, respiratórias, oncológicas e diabetes melito) e

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os fatores de riscos modificáveis e comuns para DCNT (tabagismo, álcool,

inatividade física, alimentação não saudável, obesidade), seus fatores de risco e

complicações. Suas ações relacionam-se aos seguintes eixos:

(1) Vigilância: cadastro e acompanhamento dos portadores de Hipertensão e

Diabetes vinculados à rede, no momento, através do SIASUS, cujas

informações são mensalmente atualizadas e passadas ao

ESUS/Ministério da Saúde; monitoramento dos indicadores de saúde

relacionados, incluindo as taxas de internações por AVC e por

complicações do diabetes (gráfico 15).

Gráfico 15 - Taxa de internação por Diabetes, Hipertensão Arterial e AVC na faixa

etária de 30 a 59 anos – Niterói, 2013 a 2016.

Fonte: DATASUS

*Para o indicador AVC, foram considerados os CIDs Infarto Cerebral e Acidente Vascular Cerebral.

(2) Vale ressaltar, que com a descontinuação do SISHIPERDIA em 2014,

estão sendo implantados fluxos para controle dessa realidade a fim de criarmos

base concreta para subsidiar a real demanda do nosso município e atingir as

metas pactuadas.

(3) Promoção da Saúde: supervisão e estímulo às ações de promoção da

saúde nas unidades da rede, especialmente através dos grupos regionais

multiprofissionais de hipertensão e diabetes, que complementam o atendimento

individual com atividades coletivas de educação em saúde; coordenação de

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campanhas especiais, tais como o dia mundial do diabetes, da hipertensão e do

AVC, bem como divulgação destas doenças e das ações da FMS relacionadas ao

seu controle no município;

(4) Criar e publicar normas técnicas para o rastreamento organizado na

Atenção Básica, em pessoas de 18 anos ou mais, para hipertensão arterial,

diabetes melito, dislipidemia, obesidade e uso do tabaco.

(5) Manter e garantir a distribuição de medicamentos de uso contínuo na

farmácia básica;

(6) Assistência: supervisão da rede de atenção a estas doenças crônicas,

especificamente na rede ambulatorial, através de visitas às unidades de saúde e

contato permanente com os profissionais envolvidos em seu atendimento.

O indicador deste Programa é o seguinte: População cadastrada no

SISHIPERDIA de Niterói: 78.261 pessoas (2016).

A hipertensão e o diabetes estão inseridos no conceito de Doenças Crônicas

Não transmissíveis (DCNT), que inclui também outras doenças cardiovasculares,

câncer e doenças respiratórias crônicas, segundo definição do Ministério da

Saúde (MS). A coordenação vem trabalhando para que a FMS aproxime seus

diversos setores envolvidos na atenção às DCNT, da atenção primária à atenção

especializada, perpassando a Vigilância em Saúde, numa perspectiva de Rede de

Atenção à Saúde Integrada, superando o modelo atual de atenção fragmentada

ao portador de doença crônica.

- Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher

As mulheres constituem a maioria da população brasileira e são as

principais usuárias do Sistema Único de Saúde. Conforma, portanto, um

segmento social fundamental para as políticas de saúde, especialmente porque

as históricas desigualdades de poder entre mulheres e homens implicam em forte

impacto nas condições de saúde das mulheres. Associadas às questões

referentes às relações sociais de gênero, outras variáveis como raça, etnia,

situação de pobreza, orientação sexual, idade, aprofundam ainda mais as

desigualdades vividas pelas mulheres, exigindo do SUS cada vez mais o olhar

para este segmento da população.

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O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, vinculado ao

Departamento de Supervisão Técnico e Metodológico/ Vice Presidência de

Atenção Coletiva, Ambulatorial e de Família (DESUM/VIPACAF), no município de

Niterói, é responsável pela Coordenação Municipal das atividades voltadas para a

atenção à saúde da mulher e pela implementação de ações em conformidade

com as diretrizes ministeriais.

Constitui-se de um conjunto de ações educativas, preventivas, de

diagnósticos, terapêuticas ou ainda de recuperação, aplicadas permanentemente

na Rede de Atenção à Saúde municipal, objetivando a melhoria dos níveis de

saúde da população feminina. Cabe ao Programa organizar e elaborar fluxos,

normas, instrumentos e orientar práticas educacionais que alcancem a

resolutividade e melhorem a eficácia do atendimento à mulher.

Suas principais linhas de ação baseiam-se nos eixos da Política Nacional

de Atenção Integral à Saúde da Mulher- PAISM, a partir do reconhecimento do

perfil demográfico e epidemiológico das mulheres: planejamento sexual e

reprodutivo, pré-natal (risco habitual e alto risco), puerpério, prevenção e controle

da mortalidade materna, prevenção do câncer do colo do útero, prevenção do

câncer de mama, prevenção e controle da violência à mulher, climatério e

assistência ginecológica, saúde das mulheres lésbicas e bissexuais e saúde das

mulheres negras, considerando as condições de vulnerabilidade e as dimensões

presentes na diversidade cultural, sexual, étnica e religiosa, reconhecendo que há

um potencial patogênico das discriminações sobre o processo bem-estar/saúde e

doença/mal-estar.

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Figura 2 - EIXOS ESTRUTURANTES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER

Indicadores de Pactuação ligadas ao PAISM:

1 - Razão de exames citopatológicos do colo de útero em mulheres de 25 a

64 anos na população residente no município de Niterói e a população na mesma

faixa etária.

Embora a razão de exames citopatológicos do colo de útero em mulheres

de 25 a 64 anos em 2016 tenha mostrado uma melhoria em relação ao ano

anterior (0,24), a análise dos resultados dos últimos anos mostra a ocorrência de

possíveis dificuldades na consolidação na ação de prevenção do câncer cérvico-

uterino no município, a serem mais bem esclarecidas e enfrentadas. Estas podem

ser justificadas por problemas desde o suporte básico para a realização da coleta

(material, pessoal capacitado, registro adequado da produção do serviço no

SIA/SUS, etc.), suporte laboratorial adequado e digitação e impressão de

resultados, condições essenciais para a efetivação da ação. Isso implica na

necessidade de adequação de investimentos à demanda. Vale destacar ainda a

importância de maior atenção a procedimentos terapêuticos ambulatoriais por

meio da Cirurgia de Alta Frequência (CAF) entre as possibilidades de tratamento.

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

DA MULHER

Atenção ginecológica, climatério, câncer de

colo de útero e mama

Atenção em situação de violências (sexual e

doméstica)

Populações específicas e vulneráveis

(negras, lésbicas, bissexuais,

População de Rua, etc)

Atenção obstétrica

Saúde sexual e saúde

reprodutiva

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A meta a ser alcançada no período de 2018 a 2021 é de 0,35.

Tabela 11 - Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos e a população da mesma faixa etária, 2008-2015

Município 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Estado do Rio de Janeiro

0,35 0,32 0,33 0,32 0,31 0,20 0,19 0,18

Metro II 0,3 0,23 0,24 0,23 0,25 0,16 0,2 0,18

Niterói 0,3 0,21 0,24 0,26 0,27 0,23 0,27 0,21

2 - Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em

mulheres de 50 a 69 anos na população residente de Niterói e a população na

mesma faixa etária.

Os resultados deste indicador revelam a persistência nas dificuldades para

a realização de mamografias no município ao longo dos anos. A despeito de se

evidenciar um aumento no indicador ao longo dos anos, houve uma estagnação,

a partir do ano de 2012, em 0,12, índice também alcançado em 2016. Problemas

no acesso aos exames podem ser justificar a descontinuidade em sua oferta, seja

por problemas com o equipamento, seja na falta de insumos, entre outros.

A meta a ser alcançada no período de 2018 a 2021 é de 0,30.

Tabela 12 - Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em

mulheres de 50 a 69 anos e população da mesma faixa etária, 2008-2015

Município 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Estado do Rio de Janeiro

0,12 0,12 0,13 0,14 0,18 0,18 0,20 0,19

Metro II 0,13 0,17 0,12 0,13 0,14 0,08 0,13 0,15

Niterói 0,04 0,05 0,04 0,1 0,1 0,12 0,12 0,12

3 - Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-

natal.

A série histórica abaixo revela que a proporção de nascidos vivos de mães

com 7 ou mais consultas pré-natais no município é superior à realizada no estado

e na região Metropolitana II. Evidencia-se também uma tendência de aumento ao

longo dos anos. Vale ressaltar que, em 2016, 82,35% de gestantes no município

atingiram essa meta. Nesse sentido, é oportuna a meta para 83,0% para o ano

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de 2017, com tendência de aumento para o período de 2018 a 2021, visando o

alcance da meta de 87,0% em 2021.

Tabela 13 - Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal, 2008-2015

Município 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Estado do Rio de Janeiro

62,44 62,58 63,95 63,53 63,41 64,32 65,93 68,03

Metro II 69,15 71,83 74,4 73,85 68,71 68,57 70,44 71,11

Niterói 80,16 80,06 82 83,42 79,67 79,82 81,31 82,34

4 - Proporção de parto normal no SUS e na saúde suplementar.

A cesariana é um procedimento cirúrgico criado com o objetivo de reduzir a

morbimortalidade perinatal, a ser utilizado segundo indicações como feto não

reativo, gestante HIV positivo, entre outras. Entretanto, sua aplicação tem sido

feita de forma ampla, mesmo em situações que não se inserem nas condições de

risco, em especial nas maternidades privadas/saúde suplementar. Vale destacar

que a OMS recomenda que o percentual de cesarianas não ultrapasse 15%. No

município de Niterói, no ano de 2015, observou-se que a proporção de cesarianas

nas maternidades públicas foi de 41,5%, ao passo que, nas maternidades

privadas/saúde suplementar, o índice foi de 91,3%.

Estudos revelam que atualmente, os riscos de morte materna são três

vezes maiores em mulheres que fizeram cesariana. Existem maiores riscos de

parada cardíaca (OR 5,1), hematoma de parede (OR 5,1), histerectomia (OR 5,1),

maior infecção puerperal (OR 3,0), complicações anestésicas (OR 2,3),

tromboembolismo venoso (OR 2,2) e hemorragia que requer histerectomia (OR

2,1).1

Com a implantação da Rede Cegonha no município, verifica-se, a partir de

2012, uma tendência de recuperação na proporção de parto normal. No ano de

2016, atingiu-se o valor de 32,35%.

1 Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-

natal de baixo risco (Cadernos de Atenção Básica nº 32). Brasília, 2013.

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Tabela 14 - Proporção de parto normal, 2008- 2015.

Município 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Estado do Rio de Janeiro

42,99 41,54 39,28 38,70 37,87 37,74 37,92 39,32

Metro II 33,29 32,14 29,52 27,76 28,18 27,51 26,95 28,86

Niterói 33 32,2 29,28 26,98 28,9 28,98 28,73 31,2

O indicador utilizado no pacto interfederativo alterado a partir de 2016, traz

em sua redação a necessidade de fomentar a redução na proporção de

cesarianas também nas maternidades que atendem à saúde suplementar,

fomentanto o diálogo com essas instituições. Vale ressaltar que a busca pelo

parto normal tem sido motivo de busca pelas maternidades públicas por parte das

usuárias dos planos privados.

Por meio da Resolução nº 368, de 6 de janeiro de 2015, a ANS dispõe

sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais

de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de

saúde e por médico e sobre a utilização do partograma, do cartão da gestante e

da carta de informação à gestante no âmbito da saúde suplementar.

Tabela 15 - Nascimentos p/ residência mãe por Estabelecimentos de Saúde e Tipo de parto Município de residência e ocorrência: Niterói, 2015

Estabelecimentos de Saúde Vaginal Cesário Total

Nº % Nº % Nº % dos partos

MATERNIDADE MUNICIPAL DRA ALZIRA REIS VIEIRA

849 70,9 348 29,1 1.197 21,3

HOSPITAL UNIVERSITARIO ANTONIO PEDRO

73 26,5 202 73,5 275 4,9

HOSPITAL ESTADUAL AZEVEDO LIMA 664 53,5 578 46,5 1242 22,1

POLICLINICA COMUM. LARGO DA BATALHA 1 100,0 0 0,0 1 0,0

Subtotal setor público 1.587 58,5 1.128 41,5 2.715 48,3

CASA DE SAUDE E MATERNIDADE SANTA MARTHA

42 8,7 439 91,3 481 8,6

HOSPITAL DAS CLINICAS DE NITEROI 65 13,7 410 86,3 475 8,5

HOSPITAL ICARAI 39 8,2 435 91,8 474 8,4

MATERNIDADE SAO FRANCISCO 105 7,3 1.337 92,7 1442 25,7

Subtotal setor privado/saúde suplementar 251 8,7 2.621 91,3 2872 51,1

FORA DE ESTABELECIMENTO OU NAO INFORMADO

31 100,0 0 0,0 31 0,6

Total 1.869 33,3 3.749 66,7 5.618 100,0

Fonte: TABNET - SES RJ

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fmsniteróiplanomunicipal2017 65

Como meta a ser estabelecida no Plano Municipal de Saúde 2018 – 2021,

estimamos o aumento paulatino na proporção de parto normal até 37,0%, em

2021.

5 - Proporção de gravidez na adolescência entre as faixas etárias de 10 a

19 anos.

A gravidez na adolescência é uma preocupação para o setor saúde, uma

vez que pode ter repercussão individual e social. Em 2011, no Brasil, do total de

nascimentos, 18% ocorreram no grupo de 15 a 19 anos e 0,9% entre 10 a 14

anos. Apesar de os números indicarem uma diminuição de nascidos vivos nessa

faixa etária nos últimos 10 anos, as percentagens ainda são extremamente

preocupantes, com particular atenção para menores de 15 anos.

A análise da série histórica da proporção de gestantes adolescentes em

Niterói revela valores inferiores aos verificados na região Metropolitana II e no

conjunto do Estado do Rio de Janeiro. No ano de 2016, essa proporção foi de

12,82%.

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Tabela 16 - Nascimento por residência da mãe por Região de Saúde/Município e Ano do nascimento

Idade da mãe: 10 a 19 anos Período: 2010-2014

Região de Saúde/Município Estado do Rio Metro II Niterói

2010

Total nasc. vivos 215.246 23.255 5.966

Filhos de adolescentes. 38.254 4.064 816

% 17,77 17,48 13,68

2011

Total nasc. vivos 220.569 24.074 6.131

Filhos de adolescentes 39671 4259 869

% 17,99 17,69 14,17

2012

Total nasc. vivos 222.837 24.211 5.906

Filhos de adolescentes. 40.877 4.312 827

% 18,34 17,81 14

2013

Total nasc. vivos 224.008 24.063 6.103

Filhos de adolescentes 41.276 4363 855

% 18,43 18,13 14,01

2014

Total nasc. vivos 233.569 25.936 6468

Filhos de adolescentes 41.793 4.524 893

% 17,89 17,44 13,81

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

A análise detalhada do período entre 2014 a 2016 dos subgrupos de 10 a

14 anos e de 15 a 19 anos, evidencia uma redução em ambos, mais evidente

entre adolescentes de 15 a 19 anos.

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Tabela 17 - Nascidos Vivos de mães adolescentes residentes em Niterói segundo faixa etária da mãe 10 a 14 anos e 15 a 19 anos) - 2014 a 2016.

Ano do Nascimento

10-14 anos 15-19 anos < 19 anos

Nº % Nº % Nº %

2014 42 0,65% 851 13,16% 893 13,81

2015 47 0,73% 804 12,45% 851 13,18

2016 29 0,49% 707 11,98% 736 12,47

Fonte: COOBS/FMS- Niterói. Dados sujeitos à revisão.

É importante observar a distribuição da ocorrência da gestação na

adolescência no território do município, a fim de identificar as áreas do município

em que o evento acontece com maior frequência, a fim de discuti-lo em suas

particularidades locais, na perspectiva da Saúde Sexual e Reprodutiva, em

parceria com o Programa de Saúde do Adolescente, do Programa Saúde na

Escola e do Programa Saúde e Prevenção na Escola (ligado à

DST/AIDS/COVIG/VIPACAF).

A meta a ser estabelecida de redução de 2 % no período entre 2018 a

2021, em uma média de 0,5% ao ano.

6 - Número de óbitos maternos em determinado período e local de

residência.

Tabela 18 - Número de óbitos maternos em determinado período e local de residência, 2008-2015

Município 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Estado do Rio de Janeiro

150 203 180 161 180 180 165 139

Metro II 12 21 17 15 17 25 19 13

Niterói 2 4 2 2 2 8 3 1

A Tabela acima revela o panorama da mortalidade materna no estado, na

região e no município. Houve 1 (um) óbito materno no ano de 2016, no município

de Niterói. O Comitê Municipal de Controle e Combate da Mortalidade Materna,

instituído por portaria municipal, realiza mensalmente reuniões de discussão dos

óbitos e sistematiza, para cada caso, possíveis causas do evento, analisando sua

evitabilidade e indicando ações corretivas.

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- Programa de Atenção Integral a Saúde do Homem

No dia 13/11/2012, a Superintendência de Atenção Básica do Estado do

Rio de Janeiro convocou os municípios para uma Oficina de Saúde do Homem,

com foco na implantação, implementação, fortalecimento e/ou aperfeiçoamento

de iniciativas prioritárias da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do

Homem (PNAISH). Os temas discutidos foram: prevenção e tratamento das

principais doenças da população masculina e experiências exitosas nos

municípios que desenvolvem ações de saúde do homem. Por meio desta oficina

foram disponibilizados materiais educativos de sensibilização da PNAISH para os

serviços de saúde dos municípios do RJ.

Em fevereiro de 2013 foi implantada a Coordenação do Programa de

Saúde do Homem no DESUM, com o intuito de elaborar um projeto de

implantação da PNAISH no município de Niterói – RJ.

O Programa de Saúde do Homem no município de Niterói é definido a

partir de diretrizes pautadas na PNAISH. Possui como diretriz principal promover

ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da

realidade singular masculina nos seus diversos contextos sócio-culturais e

político-econômicos. Como objetivo geral de promover a melhoria das condições

de saúde da população masculina adulta de 20 a 59 anos. É desenvolvida a partir

de 05 (cinco) eixos temáticos:

1) Acesso e Acolhimento:

Objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta

inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como

espaços masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como

sujeitos que necessitam de cuidados.

2) Saúde Sexual e Reprodutiva:

Busca sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde e a população em

geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e

reprodutivos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando

estratégias para aproximá-los desta temática.

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3) Paternidade e Cuidado:

Objetiva sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em

geral sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens em todas as fases

da gestação e nas ações de cuidado com seus filhos, destacando como esta

participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis

entre crianças, homens e suas parceiras.

4) Doenças prevalentes na população masculina:

Busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens,

facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao

enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.

Câncer de Próstata

Dentre os problemas relacionados ao aparelho geniturinário masculino,

destaca-se o câncer de próstata, atingindo principalmente homens com 50 ou

mais anos de idade. Neste tipo de câncer há um debate quanto à necessidade do

rastreamento (toque retal + PSA) a nível populacional. O Ministério da Saúde não

recomenda a organização de programas de rastreamento do câncer de próstata.

Tendo como base a Nota Técnica Conjunta MS/INCA Nº 001/2015 de 26 de junho

de 2015, recomenda-se a capacitação técnica dos profissionais da atenção básica

na abordagem da sintomatologia do câncer de próstata.

Com isso, e também nos baseando nos parâmetros da Nota Técnica

Conjunta MS/INCA Nº 001/2015, no município de Niterói os profissionais da

atenção básica são capacitados para a detecção precoce dos sinais e sintomas

do câncer de próstata. Em caso suspeito, o homem é encaminhado para a

Policlínica de Referência. Nesta Unidade de Saúde, há maior disponibilidade de

métodos diagnósticos e o rastreamento do câncer de próstata é realizado pelo

urologista e por exames como o PSA e toque retal. Em caso confirmado, o

paciente é encaminhado para a Comissão de Oncologia do município, na maioria

dos casos o atendimento é realizado pelo HUAP.

Vale ressaltar que a coordenação do Programa de Saúde do Homem em

parceria com os demais serviços da Fundação Municipal de Saúde de Niterói e da

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fmsniteróiplanomunicipal2017 70

Universidade Federal Fluminense, promovem ações de promoção à saúde e prevenção

de doenças, especialmente no mês de novembro, mais conhecido como Novembro

Azul, respectivo a prevenção do câncer de próstata e sobretudo, a melhoria da

qualidade de vida da população masculina de Niterói.

5) Prevenção de Violências e Acidentes:

Visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a grave e

contundente relação entre a população masculina e as violências (em especial a

violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral e os

profissionais de saúde sobre o tema.

A Coordenação de Saúde do Homem do município incentiva as unidades

básicas de saúde a realizarem suas atividades de acordo com os cinco eixos

temáticos preconizados pelo Ministério da Saúde.

Na Unidade Básica de Saúde:

Realizar ações que promovam os cincos eixos temáticos da Política

Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: acesso e

acolhimento; saúde sexual e reprodutiva; paternidade e cuidado;

doenças prevalentes na população masculina; prevenção de

violências e acidentes.

Realizar o planejamento reprodutivo seguindo fluxos estabelecidos.

Realizar campanhas de educação em saúde com foco na prevenção

e promoção da saúde masculina.

Realizar ações educativas no mês do Homem (Novembro Azul).

Manter cadastro atualizado da população masculina no território.

Realizar busca ativa de homens pela equipe de saúde para

realização de ao menos uma consulta por ano.

Ampliar a participação paterna no pré-natal, parto, puerpério e no

crescimento e desenvolvimento da criança.

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Realizar ações educativas para a prevenção de violências e

acidentes, e uso de álcool e outras drogas voltadas para a

população masculina.

Sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o auto cuidado

e hábitos saudáveis, através de ações de informação, educação e

comunicação.

No nível central:

Estabelecer/monitorar fluxos e protocolos para os profissionais da

atenção básica.

Supervisionar ações dos profissionais para a saúde masculina ao

nível de prevenção, recuperação e promoção da saúde.

Realizar capacitação/treinamento sobre ações específicas para a

saúde masculina.

Realizar campanhas de educação em saúde com foco na prevenção

e promoção da saúde masculina.

Realizar ações educativas no mês do Homem (Novembro Azul).

Incentivar as unidades a fortalecer o vínculo do usuário com a

unidade de saúde.

Elaborar estratégias que visem aumentar a demanda dos homens

aos serviços de saúde.

Histórico de Encaminhamento para Realização de Vasectomia no Hospital

Orêncio de Freitas

As ações de Saúde do Homem estão implantadas no foco da

vasectomia nas 6 Policlínicas Regionais e nas Unidades Básicas de Referência,

porém o Programa de Saúde do Homem busca a atenção integral ao sexo

masculino e não somente na temática reprodutiva. A coordenação busca junto às

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fmsniteróiplanomunicipal2017 72

Unidades o fortalecimento da Política de Saúde do Homem em sua integralidade.

As ações para esta população estão sendo implantadas gradativamente. Espera-

se implantar brevemente o pré-natal masculino.

Gráfico 16

Fonte: Coordenação do Programa de Saúde do Homem, 2017.

- Programa de Saúde do Idoso

O Programa de Saúde do Idoso se caracteriza por um conjunto de ações

definidas através de normas e diretrizes na Política Nacional de Saúde do Idoso

(PNSI) instituída pela Portaria 2528/GM de 19/10/2006 que orienta a assistência à

saúde do idoso na rede de atenção básica. Esta Portaria é um instrumento que o

setor de saúde dispõe para a estruturação dos serviços essenciais de atenção à

saúde da pessoa idosa que tem por propósito trabalhar em dois grandes eixos: os

independentes e a parcela frágil desta população. A principal missão deste

programa é também estruturar a gestão dos serviços de atenção básica para

identificação e abordagem das necessidades de saúde que leve em conta as

especificidades do processo de envelhecimento, definindo diretrizes e linhas de

cuidado para a pessoa idosa. A assistência a esta população se desenvolve

através de ações de prevenção da saúde, reabilitação, suporte social e avaliação

da funcionalidade. Onde consideramos a avaliação funcional a expressa

capacidade de viver independente no seu meio apesar de suas limitações.

As ações programadas visam também à prevenção de perdas funcionais

em dois níveis:

29

33

26

2

VASECTOMIAS AGENDADAS

2015

2016

2017 jan-jun

Desistências

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fmsniteróiplanomunicipal2017 73

1) detecção precoce (danos sensoriais, risco de quedas, perdas cognitivas,

déficits nutricionais, avaliação de capacidades, habilidades funcionais, isolamento

social, e etc.);

2) prevenção de agravos à saúde (imunização contra o tétano, pneumonia,

gripe

As ações são realizadas de forma geral nos vários ambulatórios da rede

municipal aos quais foram selecionados como indicadores para avaliação de

saúde a internação por pneumonias e fraturas de fêmur. Estas duas condições

apontam para a qualidade da atenção básica, bem como das condições de

internação.

A partir do ano de 2015 , como determina as diretrizes das ações de saúde

na Port. Nº 2.528/06 – MS, foi realizada a integração das ações de saúde com

outras coordenações para fomentar a amplitude dos serviços ofertados, e a

criação de projetos de intervenção e espaços de acolhimento/ atividades com

ações permanentes de investimento em idosos saudáveis e os com fragilidade.

Com relação aos idosos fragilizados intensificamos as ações de

sensibilização quanto à vigilância e notificação dos casos de violência e maus

tratos em parceria com a Coordenação de Prevenção à Violência, Conselho do

Idoso, Secretaria do Idoso e Ministério Público.

Objetivando atender os idosos e seus familiares que por algum motivo não

conseguem se locomover a uma unidade de saúde para a realização do

tratamento, é intenção da Coordenação da Saúde do Idoso implantar/implementar

o PAD – Programa de Atendimento Domiciliar no município no período de 2018 a

2021. Este programa é composto por equipes multiprofissionais que ofertarão o

suporte domiciliar que este idoso necessite e apoio aos seus familiares.

Para orientar os profissionais da rede de saúde a quanto ao atendimento a

pessoa idosa, a Coordenação do programa elaborou o protocolo, sugerindo ações

a serem desenvolvidas com relação aos diversos aspectos de saúde apresentado

pelo idoso, com o registro dessas informações na Caderneta do Idoso.

Esse documento além dos registros tem o objetivo de integrar a equipe

multiprofissional que atende esse idoso e é também um instrumento para o

planejamento e organização de ações de promoção, recuperação e manutenção

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fmsniteróiplanomunicipal2017 74

da capacidade funcional do idoso, além de estimular o dialogo entre esses

profissionais para que as intervenções de cuidado sejam elaboradas em conjunto.

Todas essas práticas são orientadas e supervisionadas pela Coordenação

de Saúde do Idoso e co-participação das demais Coordenações do DESUM -

Departamento de Supervisão Técnico e Metodológica através de reuniões,

cursos, encontros, roda de diálogos, seminários e demais meios de troca de

informações e experiências com o propósito multiplicador.

- Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança, Adolescente e Aleitamento Materno (PAISCA)

A criança e o adolescente são prioridades absolutas na legislação

brasileira. Desde a sua promulgação, o Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA) é reconhecido como uma das legislações mais avançadas do mundo em

relação à proteção da infância e adolescência. Com 20 anos de existência, o ECA

é visto também como um pacto nacional que evoca a responsabilidade da

sociedade, do Estado e da família em defesa das crianças e adolescentes.

O eixo central e integrador de todas as ações de saúde da criança e do

adolescente é acompanhar o crescimento e o desenvolvimento: atendimento

oportuno das necessidades de nutrientes biológicos, afetivos e socioculturais que

têm por características sua elevada eficácia na prevenção de problemas, na

vigilância à saúde e na promoção de hábitos saudáveis de vida, com impacto

surpreendente na morbimortalidade. Nesse sentido o Ministério da Saúde (2004)

propõe para a atenção básica linhas de cuidado que privilegiam acompanhamento

do crescimento e desenvolvimento, incentivo ao aleitamento materno e

alimentação saudável, prevenção de distúrbios nutricionais, imunização e atenção

às doenças prevalentes, saúde bucal, saúde mental, prevenção de acidentes e

maus-tratos, além de ações específicas dirigidas à mulher e ao recém-nascido.

O Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente

(PAISCA) do município de Niterói tem como meta promover, prevenir e proteger a

saúde da criança e do adolescente, entendendo os mesmos como sujeitos de

direitos resguardados por lei e pela Constituição Federal de 1988.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 75

As ações desenvolvidas pelo programa visam não somente o controle dos

indicadores de mortalidade infantil e fetal do município, mas o respeito à criança e

ao adolescente entendendo a infância como uma etapa primordial para o

desenvolvimento de futuros cidadãos e os adolescentes como protagonistas na

conquista de sua autonomia, necessitando de acolhimento e orientação.

As metas do PAISCA/Niterói, no que se refere à Saúde da Criança, estão

pautadas na Lei nº 13.257, de 08 de março de 2016, Marco Legal da Primeira

Infância, que estabelece como prioridade absoluta assegurar os direitos da

criança, do adolescente e do jovem. E na portaria nº 1.130, de 05 de agosto de

2015 que institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança

(PNAISC), com o objetivo de englobar ações de promoção e proteção à saúde da

criança e aleitamento materno. E os parâmetros sobre a Saúde do adolescente

estão baseados no Marco Legal do Adolescente (2005), que tem como objetivo

orientar profissionais de saúde, gestores estaduais e municipais, e órgãos e

instituições que atuam na área de saúde do adolescente, fornecendo elementos

para o processo de tomada de decisões e para a elaboração de políticas públicas.

O programa utiliza as seguintes definições por faixas etárias:

Criança: pessoa na faixa etária de 0 (zero) a 11 (onze) anos.

Adolescente: pessoa na faixa etária de 12 (doze) a 18 (dezoito)

anos.

Primeira infância: pessoa na faixa etária de 0 a 5 anos.

Destacamos que para determinar as ações referentes à Atenção Básica e

Atenção Especializada são utilizados como referência a Portaria nº1631 (2015),

que trata dos Critérios e Parâmetros para o Planejamento e Programação de

ações e Serviços de Saúde no âmbito do SUS, assim como os parâmetros

apontados pela Política Nacional de Humanização (2004). O mesmo se refere aos

Eixos realizados pelo município de Niterói e as Ações de cuidado

correspondentes a cada meta proposta pelo PAISCA, nossa intenção é alcançar

um modelo assistencial que se comprometa com a atenção integral à saúde da

criança e do adolescente onde a organização dos serviços esteja incorporada à

organização do processo de trabalho integrado entre os vários profissionais das

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fmsniteróiplanomunicipal2017 76

unidades de saúde, assim como da atenção hospitalar, além das ações

intersetoriais que envolvem a criança, o adolescente e a família.

O Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança e Adolescente

(PAISCA), em Niterói, está vinculado ao Departamento de Supervisão Técnico-

Metodológico (DESUM), tendo como programas e ações:

Primeiros Passos: Acolhimento e Triagem Neonatal;

Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Mortalidade Fetal e

Infantil;

Rede Cegonha: Incentivo ao Aleitamento Materno e Monitoramento

da Primeira Semana Mãe-Bebê.

Atenção aos Adolescentes, incluindo a implementação da Caderneta

de Saúde do Adolescente (CSA).

Os Primeiros passos se constituem de acolhimento e triagem neonatal. O

programa inclui a distribuição da Caderneta de Saúde da Criança nas

Maternidades Públicas e Privadas do município de Niterói, por meio de parceria

com a Secretaria Estadual de Saúde/RJ e Ministério da Saúde; acolhimento e/ou

busca ativa de usuários na 1ª semana de vida na atenção básica para realizar

imunização, consulta de puericultura para acompanhamento de crescimento e

desenvolvimento; realização de exames de Triagem Neonatal que inclui o Teste

do coraçãozinho, Teste da linguinha, Teste do olhinho, Teste da orelhinha, Teste

do pezinho, nos primeiros dias de vida, com distribuição dos Kits para realização

do Teste do Pezinho, acompanhamento do fluxo, capacitação, atualização dos

profissionais, distribuição dos resultados e busca ativa de usuários quando

necessário. Importante, para o PAISCA, manter o fluxo da triagem neonatal e

fortalecer a captação do usuário nos primeiros dias de vida.

O Comitê Municipal de Prevenção e Controle de Mortalidade Fetal e Infantil

(CMPCMFI) de Niterói foi instituído pela Portaria 03/2000, publicado pelo Jornal O

Fluminense em 11 de agosto de 2000. A primeira composição foi publicada pela

portaria SMS/SGA 007/2007, na data de 14 de agosto de 2007, sob a

coordenação técnica do Programa de Atenção Integral a Saúde da Criança e

Adolescente (PAISCA). O Regimento Interno foi publicado na data de 14 de

agosto de 2007 sob a portaria SMS/SGA 08/2007, no O Fluminense. O comitê

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fmsniteróiplanomunicipal2017 77

tem como objetivo geral avaliar as circunstâncias de ocorrência dos óbitos infantis

e fetais e propor medidas para sua redução e melhoria da qualidade da

assistência à saúde. Possui as seguintes instituições participantes com membros

titulares e suplentes: VIPACAF (DESUM/PAISCA, COVIG, COOBS), VIPAHE

(HGVF e MMAR), HUAP, HEAL, SOPERJ, CHN, Maternidade São Francisco,

EEAAC e Hospital Icaraí.

Importante e imprescindível à realização de reunião mensal com seus

membros para discussão dos casos de óbitos por causas evitáveis elegíveis e

sugestão de ações a serem implementadas nas unidades, visando redução do

número de mortes e melhora na assistência.

A Rede Cegonha possui como estratégias o Incentivo ao Aleitamento

Materno, Monitoramento da Primeira Semana Mãe-Bebê, Acompanhamento do

Crescimento e Desenvolvimento de Crianças menores de 2 anos. Anualmente é

oferecida a capacitação das equipes de saúde, do curso Iniciativa Unidade Básica

Amiga Amamentação (IUBAAM) e Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).

Assim como a distribuição de materiais relacionados ao aleitamento materno e

alimentação complementar; incentivo e apoio à ações relacionadas ao

aleitamento materno; promoção de atividades na semana mundial de aleitamento

materno e acompanhamento dos atendimentos de nas unidades de saúde a

menores de 2 anos.

Um dos destaques do Programa de Atenção aos Adolescentes é a adesão

à implantação da Caderneta de Saúde do Adolescente (CSA) no município de

Niterói, que ocorreu em meados de 2015, sendo a estratégia iniciada nas

unidades de saúde, e policlínicas do município. Após reuniões com os técnicos do

PAISCA da Secretaria de Estado, a coordenação do adolescente do DESUM

elaborou um projeto a fim de unir profissionais de saúde e professores das

escolas municipais e estaduais em prol da assistência aos adolescentes. Assim

como entender a finalidade e utilização da CSA. Após a realização de 17 Rodas

de Conversa com a participação dos profissionais anteriormente mencionados, a

caderneta do adolescente pode ser implantada, sempre destacando para os

mesmos sua importância como documento, e meio para disponibilizar anotações

sobre os atendimentos efetuados.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 78

Em 2016, foram entregues 5.800 CSA nas unidades de saúde do

município, sendo esse número dividido entre cadernetas para meninos e meninas.

As unidades de saúde são reabastecidas conforme a necessidade.

A partir de 2017 os módulos do PMF estarão abastecidos com as

cadernetas, tendo ocorrido, no final de 2016, as rodas de conversa com os

profissionais que desempenham atividades nos módulos.

Ainda em 2016 foi realizado o I Encontro de Atenção ao Adolescente, para

profissionais de saúde e educação do município. O II Encontro está sendo escrito

nos mesmos moldes do anterior, ou seja, convidados das diversas instituições

para discorrer sobre temas pertinentes ao evento, assim como estarão os

profissionais das unidades apresentando suas experiências de trabalhos com

adolescentes.

- Programa de Alimentação e Nutrição

A Coordenação de Alimentação e Nutrição-CAN está ligada ao

Departamento de Supervisão Técnica e Metodológica- DESUM.

A missão da CAN em Niterói é implementar, conceber, avaliar e

acompanhar a Política Nacional de Alimentação e Nutrição-PNAN no município.

A CAN, de acordo com as diretrizes da PNAN, organiza a atenção

nutricional, da seguinte forma:

Propondo, implementando e avaliando, em parceria com outras

coordenações, as ações de promoção de saúde, da alimentação

saudável, com vistas à formação de hábitos alimentares saudáveis e

melhoria da qualidade de vida no Município.

Realizando e apoiando ações de Vigilância Alimentar e Nutricional e

demais programas ministeriais como: Programa Nacional de

Suplementação de Vitamina A, Programa Bolsa Família, Sistema de

Vigilância Alimentar e Nutricional –SISVAN e Ambulatório de Alergias

Alimentares – AmAA.

Participando de ações de alimentação e nutrição desenvolvidas no

Programa de Saúde na Escola.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 79

Realizando atividades de educação continuada dirigidas a

profissionais envolvidos em ações de alimentação e nutrição.

Coordenando, supervisionando e avaliando unidades básicas de

saúde e policlínicas do município.

Monitorando o perfil nutricional das crianças, adolescentes, gestantes

e adultos do município e orientando ações preventivas ou de

intervenção.

Realizando preceptoria de estágio da Universidade Federal

Fluminense.

Participação na Câmara intersetorial de Segurança Alimentar.

As principais ações e programas desenvolvidos pela Coordenação são:

1- SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

O SISVAN foi regulamentado como atribuição do Sistema Único de Saúde

(SUS), através da portaria 080-P (16/10/90) do Ministério da Saúde e da Lei

Orgânica do SUS.

O Sistema informatizado da Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN Web)

registra o estado nutricional e o consumo alimentar, predizendo de maneira

contínua tendências das condições de nutrição e alimentação e seus fatores

determinantes com fins de planejamento e avaliação das políticas e programas. O

SISVAN Web é destinado para todos os indivíduos de todas as fases do ciclo de

vida (criança, adolescente, adulto, idoso e gestante), que frequentam as unidades

básicas do SUS.

O Sistema em Niterói

O SISVAN-Web está implantado em toda rede básica acompanhando crianças de

0 a 7 anos e, em algumas unidades, acompanha também gestantes.

A Coordenação de Alimentação e Nutrição monitora, analisa e interpreta os dados

do SISVAN, implementando as Políticas de Alimentação e Nutrição no município

de Niterói.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 80

Figura 3 - FLUXO DO CADASTRAMENTO DO SISVAN

2- PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A

O Programa foi instituído por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de

2005 do Ministério da Saúde, cujo objetivo é reduzir e controlar a deficiência

nutricional de vitamina A. Ele consiste na suplementação medicamentosa dessa

vitamina para crianças de 6 a 59 meses de idade.

O Programa prevê a administração, por via oral, de cápsulas em duas

dosagens: de 100.000 UI para as crianças de 6 a 11 meses e de 200.000 UI para

crianças de 12 a 59 meses.

Na tabela abaixo, pode-se observar um aumento na cobertura de doses

administradas de vitamina A em crianças de ambas as faixas etárias. Tal fato

ocorreu pela sensibilização de novos profissionais da rede básica de saúde e pela

intensificação da administração das vitaminas durante as campanhas de

vacinação infantil.

Todas as crianças menores de 7 anos e gestantes

que forem a UBS/ POL para qualquer

Atendimento deverão ser acompanhadas no SISVAN

Crianças menores de 1 ano de idade

. Preencher:

• Cadastro do SISVAN

Crianças de 1 até 7 anos e gestantes

Preencher: Cadastro do SISVAN e Formulário

de marcadores de consumo alimentar

DIGITAR O CADASTRO E FORMULÁRIOS NO SISVAN

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fmsniteróiplanomunicipal2017 81

Tabela 19- Quantitativo de Vitamina A distribuída em crianças de 6 a 59 meses, de

acordo com a dose, administrada no ano de 2015 e 2016.

Crianças de 6 a 11 meses

Crianças de 12 a 59 meses 1ª dose

Crianças de 12 a 59

meses 2ª dose

Ano Meta

Doses

Adminis

tradas

Cober-

tura

%

Meta

Doses

Adminis

tradas

Cober-

tura

%

Meta

Doses

Adminis

tradas

Cober-

tura

%

2015 2674 132 4,94 9013 323 3,58 5408 79 1,46

2016 2970 276 9,29 9467 1202 12,70 5680 209 3,68

Fonte: Ministério da Saúde- Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A- março-2017

3- Programa Bolsa Família – PBF

O Programa Bolsa Família é um programa federal destinado às famílias em

situação de pobreza e extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 154

mensais, que associa à transferência do benefício financeiro do acesso aos

direitos sociais básicos - saúde, alimentação, educação e assistência social. Foi

criado sob a lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. No setor saúde possui como

indicador a cobertura de acompanhamento das condicionalidades de saúde, que

se calcula considerando o percentual das famílias totalmente acompanhadas na

saúde.

Este indicador também é utilizado como parâmetro de avaliação da qualidade do

Programa, um percentual que, junto com os percentuais das outras secretarias

envolvidas (assistência Social e Educação) determinam a verba (IGD de Gestão

Descentralizada), que o Município recebe para a implementação do PBF.

Vale ressaltar que na vigência de 2015 o município superou a meta

pactuada, em consequência de uma grande ação desenvolvida apenas neste ano

pela Secretaria de Assistência Social.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 82

Tabela 20 - Série histórica da cobertura do PBF no município

Niterói, 2013- 2016

Ano de Vigência 2013 2014 2015 2016

Meta pactuada (%) 50 48 48 50

Meta atingida (% famílias totalmente acompanhadas)

46,80 44,24 58,00 45,93

Fonte: Ministério da Saúde – Programa Bolsa Família (http://bolsafamilia.datasus.gov.br)

- Programa de Saúde Bucal

O município de Niterói tem investido na redução das desigualdades, entre

elas o acesso aos serviços de Saúde Bucal, traduzido por aumento nos últimos

anos das equipes de Saúde Bucal, com oferta de serviços públicos de qualidade,

que envolvem a promoção, prevenção, tratamento e recuperação.

Niterói dispõe de uma rede de Atenção à Saúde Bucal que oferta ações e

serviços de diferentes densidades tecnológicas, buscando garantir a integralidade

do cuidado, a partir de seus serviços odontológicos.

A Coordenação de Saúde Bucal tem a missão de desenvolver ações que

promovam o cuidado integral em saúde bucal junto à população do município de

Niterói. O trabalho é feito com base em um conceito ampliado de saúde e uma

visão sistêmica da saúde bucal, sempre considerando indicadores de saúde e o

território onde tais ações serão implementadas, garantindo assim ações de

promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal para população, em

concordância com a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) e a Política

Nacional da Atenção Básica (PNAB).

Na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil 2010 - Levantamento

Epidemiológico da População Brasileira o Brasil passa a ser considerado país de

baixa prevalência de cárie.

O Ministério da Saúde, com a participação de todas as Secretarias

Estaduais de Saúde e de algumas Secretarias Municipais, dentre elas a

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fmsniteróiplanomunicipal2017 83

Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, concluiu em 2011 a Pesquisa Nacional

de Saúde Bucal – SB Brasil 2010 – Levantamento Epidemiológico das Condições

de Saúde Bucal da População Brasileira. O objetivo geral da pesquisa foi

conhecer a situação de saúde bucal da população brasileira em 2010 e com

esses dados permite subsidiar o planejamento e a avaliação das ações e dos

serviços perante o Sistema Único de Saúde.

O indicador utilizado internacionalmente para comparação entre os países

é o CPO-D (Cariado, Perdido e Obturado – unidade Dente), para a população de

12 anos de idade. Segundo a classificação adotada pela Organização Mundial de

Saúde, o Brasil saiu de uma condição de média prevalência de cárie em 2003 –

CPO 2,78 para uma condição de baixa prevalência em 2010, com um CPO de

2,1.

Tabela 21

A Coordenação de Saúde Bucal tem sob a sua responsabilidade uma rede

de serviços de odontologia organizados de maneira regionalizada e hierarquizada,

oferecidos em suas Unidades Básicas de Saúde, Módulos do Programa Médico

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fmsniteróiplanomunicipal2017 84

de Família, Policlínicas Comunitárias, Policlínicas Regionais, Unidades de Média

e Alta complexidade e de urgência/emergência.

As equipes são formadas por profissionais especializados, contam com

cirurgiões dentistas, técnicos em saúde bucal (TSB) e auxiliares em saúde bucal

(ASB).

O Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) oferece atendimento nas

áreas de Endodontia, Periodontia Especializada, Cirurgia Oral Menor,

Estomatologia e Atendimento ao Paciente Portador de Necessidades Especiais.

Para chegar ao atendimento especializado, o usuário deve procurar a unidade de

atenção primária de referência em seu território, que realizará a avaliação inicial,

o tratamento básico necessário (educativo, de promoção de saúde, preventivo,

restaurador e cirúrgico), além de avaliar a necessidade individual de tratamento

especializado.

Serviços

Odontologia clínica e cirúrgica na Atenção Básica:

Atividade educativa/orientação em grupo na atenção básica

Instrução de higiene oral

Evidenciação/revelação de placa bacteriana

Escovação dental supervisionada

Visita domiciliar

Ações do PSE do MS

Atendimento clínico ambulatorial

Restauração de dentes anteriores e posteriores decíduos e

permanentes

Radiografia periapical

Exodontias/extrações de dentes permanentes e decíduos

Atendimento de urgência no Hospital Municipal Carlos Tortelly

Exame clínico para identificação de lesões suspeitas de

malignidade

Encaminhamento para os CEOs para a realização de

procedimentos de média complexidade (tratamento de canal,

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fmsniteróiplanomunicipal2017 85

periodontal severo, cirurgias periodontais, extrações complexas,

entre outros)

Atendimento no Centro de Especialidades Odontológicas:

Especialidade de Endodontia

Especialidade de Estomatologia (Diagnóstico Oral), através do

Hospital Universitário Antônio Pedro

Especialidade de Cirurgia Oral Menor

Especialidade de Periodontia

Atendimento a pacientes portadores de necessidades especiais

Rede de odontologia do Município de Niterói apresenta-se assim

distribuída:

Tabela 22 – Quantitativo de Cirurgião Dentista, Técnico de Saúde Bucal e

Equipamento por Unidade de Saúde

Unidade CD Técnico SB

Equipamento

PR Carlos Antônio da Silva 4 2 2 equipos

CEO 9 5 4 equipos - 2 apar. RX

UBS Centro 2 2 1 equipo

UBS Morro do Estado 3 2 1 equipo

UBS Santa Bárbara 2 2 1 equipo

PR Sérgio Arouca 5 2 2 equipos

PR Largo da Batalha 4 2 1 equipo

PR G T March 3 2 1 equipo

PR Engenhoca 1 1 1 equipo

UBS Engenhoca 4 2 2 equipos - 1 apar. RX

UBS João Vizela 1 1 1 equipo

PR Itaipu 4 2 1 equipo

UBS Piratininga 2 1 1 equipo

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fmsniteróiplanomunicipal2017 86

Tabela 23 – Quantitativo de Cirurgião Dentista, Técnico de Saúde Bucal e

Equipamento por Unidade de Saúde da Família

USF CD ASB Equipamento

PMF Ititioca 1 1 1 equipo

PMF Atalaia 1 1 1 equipo

PMF Juntas Botelho 1 1 1 equipo

PMF Caramujo (Lagoinha) 2 2 2 equipos

PMF Vila Ipiranga 1 1 1 equipo

PMF Ilha da Conceição 1 1 1 equipo

PMF Grota I 1 1 1 equipo

PMF Badu 1 1 1 equipo

PMF Várzea 1 1 1 equipo

PMF Matapaca 1 1 1 equipo

PMF Preventório I 1 1 1 equipo

PMF Teixeira 2 2 2 equipos

PMF Maravista 1 1 1 equipo

PMF Viçoso 1 1 1 equipo

PMF Marui Grande 1 1 1 equipo

PMF Souza Soares 1 1 1 equipo

PMF Nova Brasília 1 1 1 equipo

PMF Jurujuba 4 2 1 equipo - 1 apar. RX

PMF Baldeador 1 1 1 equipo

PMF Engenho do Mato 1 1 1 equipo

PMF Cantagalo 1 1 1 equipo

PMF Maceió 1 1 1 equipo

PMF Ponta da Areia 1 1 1 equipo

PMF Cafubá III 1 1 1 equipo

PMF Alarico 1 1 1 equipo

Tabela 24 – Quantitativo de Cirurgião Dentista, Técnico de Saúde Bucal e

Equipamento por Unidade Hospitalar

Unidade CD Técnico SB

Equipamento

Hospital Municipal Carlos Tortelly

7 2 2 equipos

Hospital Getúlio Vargas Filho 1 1 1 equipo

- Programa Municipal de Controle do Tabagismo

Atualmente o Tabagismo ―está classificado internacionalmente no grupo de

transtornos mentais e de comportamento, decorrente do uso de substâncias

psicoativas‖ (BRASIL, 2001). Classificada pelo CID F. 17, trata-se de uma doença

crônica.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 87

Desde o final da década de 80, o Ministério da Saúde (MS), por meio do

Instituto Nacional do Câncer (INCA) vem implementando o Programa Nacional de

Controle do Tabagismo (PNCT). E, em parceria com Secretarias Estaduais e

Municipais de Saúde, vem investindo esforços em uma de suas principais metas:

a implementação do Programa Nacional de Controle do Tabagismo nas Unidades

de Saúde em todo o país.

O município de Niterói, através da Fundação Municipal de Saúde (FMS),

estabeleceu uma parceria com MS/ Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil

(SESDEC) e já implementou o programa, tendo como objetivos: prevenir a

iniciação do consumo de derivados do tabaco entre crianças e adolescentes;

estimular o abandono do fumo entre os já dependentes do tabaco; capacitar

profissionais de saúde para abordar o fumante e tratar o tabagismo na rede.

Para atender esse objetivo, o tabagismo no município é trabalhado da

seguinte forma:

Treinamento de profissionais de saúde da rede para tratamento

do tabagismo;

Atendimento aos usuários fumantes das unidades de saúde do

município para a cessação do fumar;

Reuniões de supervisão para a atualização dos profissionais da

rede já em atendimento aos usuários.

O treinamento dos profissionais visa à capacitação da equipe municipal de

saúde, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas e assistentes

sociais. Estes devem ser capazes de motivar e auxiliar os fumantes no processo

de cessação do tabagismo. O atendimento pode ser individual ou em grupo e os

profissionais autorizados devem saber utilizar adequadamente o tratamento

farmacológico disponível no SUS.

A capacitação ocorre de acordo com a demanda municipal. É composta de

um módulo teórico de 08 horas seguindo a metodologia do MS/INCA, e um

módulo prático de 16 horas, uma iniciativa da coordenação de Niterói para ampliar

o conhecimento dos profissionais, orientando a forma de se abordar o tratamento

em grupo, já com usuários em atendimento. Eventualmente ocorrem reciclagens

oferecidas em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde.

As medicações recebidas do MS são: adesivos transdérmicos de nicotina

de 7, 14 e 21mg; gomas de nicotina de 2mg e cloridrato de bupropiona de 150mg.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 88

A definição se o atendimento será realizado em grupo ou individual, é feita

de acordo com a avaliação do profissional capacitado respeitando as

particularidades e necessidades de cada usuário.

O ano de 2012 apresentou intenso crescimento no número de unidades de

saúde cadastradas para atendimentos, somando 19 unidades realizando

abordagem ao paciente fumante, além da parceria estabelecida com o Hospital

Universitário Antônio Pedro, que também participa do programa municipal,

totalizando 20 unidades de saúde inseridas no programa em Niterói.

Esse número foi conseguido após realização de capacitações teórica e

prática no 2º semestre de 2011, havendo um aumento de 67% no número de

unidades de saúde realizando atendimento, ao compararmos 1º semestre de

2011 e o 1º semestre de 2012, com consequente aumento de 164% no número

de pacientes que iniciaram atendimento no município. Foram iniciadas atividades

em 1 policlínica regional, 1 policlínica comunitária e 4 unidades básicas. Ocorreu

a suspensão do tratamento em 3 módulos de Programa Médico de Família (PMF),

contudo novos 5 módulos iniciaram atividades.

Em 2013, o programa municipal possui apenas 9 unidades da rede de

saúde capacitadas e realizando tratamento. A diminuição do número de unidades

em atendimento se deve ao intenso rodízio de profissionais e a dificuldade para

realização de capacitações municipais.

Atualmente o programa municipal possui cobertura nas 7 regionais de

saúde, 1 policlínica comunitária, 2 unidades básicas, no Hospital Universitário

Antônio Pedro, Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ari Parreiras e

aumentando a cobertura nos módulos do Programa Médico de Família (PMF) com

6 unidades.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 89

Tabela 25- UNIDADES DE SAÚDE EM ATENDIMENTO

EM 2012 HU Antônio Pedro

PR Dr. Sérgio Arouca

PR de Itaipu

PC de Jurujuba

PR do Largo da Batalha

UBS do Centro

UBS da Engenhoca

UBS de Várzea

UBS de Piratininga

UBS do Barreto

PMF Grota II

PMF Matapaca

PMF Preventório I

PMF Cafubá II

PMF Ititioca

PMF Ilha da Conceição

PMF Viradouro

PMF Vila Ipiranga

PMF Palácio

Tabela 26 - UNIDADES DE SAÚDE EM ATENDIMENTO

EM 2013

HU Antônio Pedro

PR Dr. Sérgio Arouca

PR de Itaipu

PR do Largo da Batalha

UBS do Centro

UBS da Engenhoca

UBS de Várzea

UBS do Barreto

PMF Lagoinha / Caramujo

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fmsniteróiplanomunicipal2017 90

O tratamento dispensado aos usuários fumantes inclui uma consulta inicial

individual, a abordagem cognitivo-comportamental e o tratamento farmacológico

de apoio. A abordagem é feita em 4 a 6 sessões estruturadas de 90 minutos com

intervalo semanal, seguidas de 2 sessões com intervalo quinzenal. Os ex-

fumantes são acompanhados em controles mensais, até completarem 1 ano de

abstinência.

Durante o tratamento muitos pacientes abandonam antes de completarem

a 4ª sessão como percebemos na tabela a seguir:

Tabela 28 – Percentual de pacientes que abandonam o tratamento antes de

completarem a 4ª sessão

Ano 2014 2015 2016

4ª sessão pac.

(%) 66% 63% 58%

Tabela 27 - UNIDADES DE SAÚDE EM

ATENDIMENTO EM 2016 HU Antônio Pedro

PR Dr. Sérgio Arouca

PR de Itaipu

PC de Jurujuba

PR do Largo da Batalha

PR Engenhoca

PR Fonseca

PR Carlos Antônio da Silva

PR Barreto

UBS da Engenhoca

UBS de Várzea

PMF Morro do Céu

PMF Engenho do Mato

PMF Ilha da Conceição

PMF Jurujuba

PMF Viradouro

PMF Marui

IETAP

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fmsniteróiplanomunicipal2017 91

- Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

A utilização das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS),

antes denominadas terapias alternativas, começou a ser incentivada pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) desde a década de 70, mas somente a

partir de 2006 O Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

em Saúde (PNPICS) vem sendo construído com efetividade no cenário nacional,

pelas Portarias/MS nº 971/06 e nº 886/2010, passando a ofertar 06

modalidades/práticas. Segundo o Ministério da Saúde, as pesquisas

demonstram que em junho de 2017, 1.708 municípios ofereciam PICS. A

distribuição dos serviços estava concentrada em 78% na atenção primária, 18%

na atenção especializada e 4% na atenção hospitalar, resultando em 7.700

estabelecimentos de saúde ofertando alguma prática integrativa e complementar,

o que representa cerca de 28% das Unidades Básicas de Saúde (UBS),

presentes em quase 30% dos municípios brasileiros, distribuídos pelos 27

estados e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras, contabilizando: 2 milhões

de atendimentos das PICS nas UBS; sendo 926 mil atendimentos de outras

práticas integrativas que ainda não possuíam código próprio para registro.

A partir da publicação da Portaria nº145/2017, foram incluídas mais 13

PICS, passando a formar um elenco de 19 práticas: Fitoterapia; Acupuntura;

Auriculoterapia; Homeopatia; Medicina Antroposófica; Termalismo; Arteterapia;

Meditação; Musicoterapia; Tratamento Naturopático; Tratamento Osteopático;

Tratamento Quiroprático; Reiki; Terapia Comunitária; Danças

Circulares/Biodança; Yoga; Ayurveda; Reflexologia dos pés; Automassagem;

Shiatsu, Tuiná, Do-in, Shantala, entre outras; e o Projeto Farmácia Viva (que

compreende plantio, manejo, colheita e beneficiamento/manipulação de plantas

medicinais).

Em Niterói, já na década de 80, alguns postos de saúde do

município incluíam o atendimento com homeopatia e/ou acupuntura. A cidade foi

pioneira em diversas iniciativas dessas práticas em nossa Rede de Saúde. Na

ocasião foi criada a primeira Farmácia Homeopática Municipal na Unidade Básica

de Saúde Dr. Renato Silva (Policlínica Regional da Engenhoca) acompanhada do

desenvolvimento de proposta que criou o projeto ―Homeopatia para Todos‖,

possibilitando a ampliação do acesso aos medicamentos, além de diversas

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fmsniteróiplanomunicipal2017 92

iniciativas que vinham sendo praticadas de formas isoladas em algumas de

nossas Unidades de Saúde.

Na década de 90 foi criada a primeira coordenação PICS no município, e

em 2015, na UFF, surgiu o Núcleo de Estudos e Práticas – NEPIC, visando reunir

iniciativas em PICS na Universidade e no Município. Após alguns anos de

inatividade, a Coordenação das PICS em Niterói se renova ancorada no

Departamento de Supervisão Técnico Metodológica (DESUM)/Vice-presidência

de Atenção Coletiva, Ambulatorial e de Família (VIPACAF), com seus objetivos

reconstruídos a partir das proposições finais pautadas pela 7ª Conferência

Municipal de Saúde/2015, sob a perspectiva de formar uma Rede colaborativa,

intersetorial e interdisciplinar, norteada pelos conceitos de sustentabilidade,

intersetorialidade e multidisciplinaridade, mobilizando atores, valorizando

iniciativas, projetos e parcerias. Entre suas propostas estão: fortalecimento das

PICS junto ao CMS, início da parceria com o Programa Saúde na Escola, projeto

para regulamentação de trabalho voluntário, parceria com a Associação Brasileira

de Massoterapia, e reorganização dos atores PICs/Niterói no formato

RedesPICS/RJ/Nacional, criando a 1ª RedePICS Municipal do país em

novembro/2017. A coordenação iniciou suas atividades mobilizando as diretorias

das Unidades da Rede Municipal de Saúde sobre a importância do preenchimento

de um questionário, cujas informações serviram de base para um diagnóstico

inicial do que já vinha sendo ofertado em PICS, na Rede, de forma a subsidiar o

projeto no município de Niterói, possibilitando o mapeamento para organização do

acesso. Foi observado que, embora ofertados, muitos serviços não eram

lançados com os novos códigos, o que dificultou o estabelecimento de

indicadores para a elaboração do Plano Municipal de Saúde – 2018-2021,

orientando o planejamento a partir de proposta de ampliação da cobertura das

PICS para o ano de 2018.

As ações foram elaboradas com o objetivo de colaborar para a reabertura

da Farmácia de Homeopatia atualmente sediada na Policlínica Regional do

Barreto – Dr. João da Silva Vizella, ampliando o número de Unidades de Saúde

que oferecem atendimento homeopático, as quais seguem na tabela abaixo:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 93

Tabela 29 - Unidades com oferta de Práticas Integrativas e Complementares

UNIDADE ENDEREÇO PICS oferecidas

Policlínica Regional Dr.

Sérgio Arouca

Pça. Vital Brasil, s/nº - Vital

Brasil

Auriculoterapia,

acupuntura,

massoterapia,

homeopatia (Clínica

Médica e odontologia)

Policlínica de Especialidades

Sylvio Picanço

Avenida Amaral Peixoto, nº

169- Centro

Auriculoterapia,

acupuntura, imposição

de mãos e homeopatia

PC Carlos Antônio da Silva

Av. Jansen de Melo, s/nº -

Niterói

Homeopatia

Policlínica Dr João Vizella Rua Luiz Palmier, 726 –

Barreto

Farmácia de

Homeopatia (Guilherme

Taylor March),

Homeopatia (Clínica

Médica), Tai-chi-chuan,

fitoterapia aplicada a

nutrição, auriculoterapia

Policlínica Guilherme Taylor

March

Rua Desembargador Lima

Castro, 238 – Fonseca

Shantala (massagem

para bebês),

homeopatia e

acupuntura

Policlínica Regional De

Itaipu Assistente Social

Maria Aparecida Da Costa

Est.Engenho do Mato s/nº -

Itaipu

Acupuntura,

auriculoterapia e

homeopatia (clínica

médica)

UBS Centro Dr. Eduardo

Imbassay

Rua Visconde de Uruguai, 531

- Centro Homeopatia

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fmsniteróiplanomunicipal2017 94

Principais objetivos da coordenação de PICS :

Desenvolver, aprimorar e aperfeiçoar os serviços constituídos a partir das

Unidades de Saúde que já oferecem PICS;

Agregar à coordenação o trabalho das Doulas, desenvolvendo estratégia

para inclusão desta categoria profissional da assistência ao ciclo gravídico-

puerperal em parceria com o PAISM, PAISCA e Maternidade Municipal

Alzira Reis;

Desenvolver parceria com o PSE – Programa Saúde na Escola, com as

escolas pactuadas existentes nas áreas onde são ofertadas PICS;

Realizar análise situacional e mapeamento para diagnóstico sobre as PICS

ofertadas;

Organizar o acesso;

Capacitar os digitadores e os administrativos para um preenchimento

correto dos códigos referentes às PICS, propiciando o correto registro da

produção da assistência de cada Unidade de Saúde que oferece tais

serviços;

Incrementar a RedePICS/Niterói - a 1ª Rede Municipal criada em nível

nacional, integrando profissionais da saúde da rede pública e privada, das

universidades e associações de classe;

Participar ativamente da RedePICS/RJ e à RedePICS/Nacional;

Efetivar propostas para sustentabilidade e fortalecimento junto aos

membros da RedePICS/Niterói, incentivando-os a apresentação de

trabalhos e participação no 1º Congresso Internacional de Práticas

Integrativas e Complementares em Saúde Pública (INTERCONGREPICS)

e em outros congressos;

Planejar, produzir e promover eventos voltados para profissionais e

usuários;

Estabelecer parceria com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

MASSOTERAPIA CLÍNICA – ABRAMC, abrindo campos de estágios e de

cursos;

Estabelecer parcerias para educação continuada em PICS

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fmsniteróiplanomunicipal2017 95

2.3.2 Atenção Ambulatorial Especializada

Reabilitação

Conceitos e objetivos

Reabilitação pode ser definida como a restauração do máximo potencial

funcional no decorrer de uma doença, ferimento ou da ocorrência de um dano

(Shaw,2004). Segundo a OMS, a reabilitação é uma intervenção específica,

realizada tanto para o desenvolvimento de habilidades quanto para a recuperação

de perdas funcionais adquiridas visando uma interação com seu ambiente (OMS,

2011). Pode ser definida também como uma estratégia para equalização de

oportunidades e integração social de todas as pessoas com deficiência (WHO).

Esta intervenção comporta um elenco especialidades incluindo Fisioterapia,

Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, musicoterapia, Serviço Social, Pedagogia,

Psicologia entre outras que se fizerem necessárias para o desenvolvimento de

projetos terapêuticos individuais e /ou interdisciplinares levando em consideração

o nível de complexidade (baixa, média e alta) e o Projeto Terapêutico Singular-

PTS.

A reabilitação visa a melhoria da funcionalidade individual e intervenção em

seu ambiente; acontece geralmente durante um período determinado de tempo;

pode envolver intervenções simples ou múltiplas; ser realizada por uma pessoa

ou por uma equipe multiprofissional e ser necessária desde a fase aguda ou

inicial até a fase de manutenção (OMS,2011). O objetivo de um serviço de

reabilitação é disponibilizar em momento oportuno e de forma continua a

intervenção desde o ambiente hospitalar até as ações na comunidade para

melhorar os resultados de saúde, reduzir custos, reduzir a deficiência e melhorar

a qualidade de vida.

Áreas estratégicas envolvidas

- Atenção Fisioterapêutica

I - Descrição:

A atenção fisioterapêutica prestada no município de Niterói, no âmbito da

Vice Presidência de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família, está distribuída

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fmsniteróiplanomunicipal2017 96

nas 06 (seis) regiões político-administrativas ―de saúde‖. Há 32 fisioterapeutas,

distribuídos conforme a tabela abaixo.

Tabela 30 – Quantitativo de Fisioterapeutas por Região, Policlínica e Bairro

Região Policlínica BAIRRO FISIOTERAPEUTAS

Leste Oceânica PRI ITAIPU 5*

Pendotiba PRLB LARGO DA BATALHA 4

Norte I PRGTM FONSECA 4

Praias Baía II PRSA SANTA ROSA 4

Praias Baía I PRCAS CENTRO 2

PCIC * ILHA DA CONCEIÇÃO 1

PEMS CENTRO 1

PESP CENTRO 4

Norte II PRE ENGENHOCA 3

PRBARRETO BARRETO 1

COORDENAÇÃO ---------- ---------- 1

REGULAÇÃO ---------- ---------- 1

II - Fluxos e rotinas na rede própria

As Policlínicas (Regionais ou Especializadas) recebem os pacientes que

necessitam do atendimento fisioterapêutico tanto de modo originário, quanto

mediante encaminhamento por fichas de referência e contra-referência. Tais

fichas podem ser emitidas por unidades hospitalares do SUS, por equipes do

Programa Médico de Família, por Unidades Básicas de Saúde ou ainda pelas

próprias Policlínicas entre si.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 97

Figura 4

As rotinas estabelecidas iniciam-se pela recepção e acolhimento do

paciente nos setores de fisioterapia e desenvolvem-se a partir da conclusão do

processo avaliativo e diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico

Cinesiológico Funcional). São então prescritas as condutas fisioterapêuticas,

ordenadas e induzidas no paciente, e são levados a cabo o acompanhamento da

evolução do quadro clínico funcional e das condições para alta do serviço.

III - Reabilitação Física e Motora:

As ações em fisioterapia, no âmbito multiprofissional, destinadas à

reabilitação (Física) seguem o fluxo implantado para a regulação da Rede de

Cuidados à Pessoa com Deficiência / Sistema de Regulação - RESNIT.

Os munícipes com deficiência permanente ou temporária que necessitem

deste nível de assistência da alta complexidade são regulados para usufruírem

dos processos de reabilitação funcional e prescrição, fornecimento e adequação

de Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 98

IV - Propostas para melhoria das condições de atendimento aos usuários

nos serviços de fisioterapia das Policlínicas

A ampliação das ações de fisioterapia nas Policlínicas Regionais de

Saúde requer, em primeiro plano e concomitantemente, a readequação dos

espaços dos Serviços de Fisioterapia, a admissão de pessoal

qualificado/fisioterapeutas e, por fim, a aquisição de recursos

tecnológicos/equipamentos pertinentes à atuação profissional.

- Atenção Fonoaudiológica

A assistência integral à saúde da população é considerada a partir de

uma concepção de saúde para além da conotação biomédica, com base nos

determinantes sociais, além de apontar a importância da sociedade em todos os

níveis de gestão.

Desta forma, vários profissionais da saúde foram incorporados à rede de

assistência para atender a esses princípios. O fonoaudiólogo é um desses

profissionais e sua contribuição ocorre desde o nascimento do bebê até a velhice,

pois seu campo de atuação envolve o processo de amamentação, respiração,

deglutição, voz, audição e linguagem oral e escrita.

A elevada ocorrência de diversas patologias relacionadas à comunicação

na população faz com que a inserção do fonoaudiólogo junto às equipes seja

fundamental para promover, prevenir, reabilitar e aperfeiçoar a comunicação

humana.

A Fonoaudiologia, tem como missão integrar os diversos eixos de atuação

da rede municipal contribuindo na consolidação das políticas públicas de saúde e

se inserindo nos diferentes níveis de atenção à saúde, para melhoria dos

indicadores de saúde.

A Fonoaudiologia atua em diversos campos na saúde pública, desde a

Atenção Básica, incluindo NASF e PSE; Atenção Especializada incluindo SAD,

CAPS; Ambulatórios de Reabilitação; Centros Especializados de Reabilitação;

Hospitais e Maternidades e Saúde do Trabalhador.

A Coordenação de fonoaudiologia tem o objetivo de supervisionar,

coordenar, promover, aprimorar, capacitar, prevenir, educar, intervir e construir

estratégias de planejamento e gestão em saúde.

Na FMS-NITERÓI, a Coordenação de Fonoaudiologia se propõe a:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 99

Supervisionar as condutas fonoaudiológicas nos ambulatórios com

o objetivo de padronizar os fluxos e os protocolos usados para o

atendimento dos usuários.

Promover a inserção de fonoaudiologia nos programas do

Ministério da Saúde:

Programa do Idoso.

Programa da Criança e do Adolescente (PAISCA).

Programa da Mulher (PAISM).

Programa do Tabagismo

Programa de Hipertensão e Diabetes (HIPERDIA),

Programa de Saúde Bucal,

PSE.

Serviço de Atenção à Saúde Auditiva. (SASA)

Capacitar os fonoaudiólogos da rede para qualificar os

atendimentos.

Garantir o cumprimento dos projetos de lei nº 12.303 de

02/08/2010 (teste da orelhinha), lei nº13.002/2014 (teste da

linguinha).

Para garantir saúde de qualidade para todos é necessário que haja

integralidade de assistência Fonoaudiológica.

Os munícipes com deficiência permanente ou temporária que necessitem

deste nível de assistência da alta complexidade são regulados para usufruírem

dos processos de reabilitação

- Atenção Terapêutica Ocupacional

A Terapia ocupacional é um corpo de conhecimentos estruturado para

atuar no campo da saúde e educação e tem como eixo fundamental a

compreensão da ação humana consciente e significativa, constituinte do sujeito.

O trabalho terapêutico é de caráter preventivo e/ ou remediativo. O objeto de

estudo dessa profissão é a atividade humana. Entende-se por atividade humana

qualquer ato que exija o processamento mental de dados, manipulação física de

objetos ou movimento dirigido favorecendo o desenvolvimento de habilidades

cognitivas, perceptivas, psicossociais e de movimento.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 100

A Terapia Ocupacional, através do estudo da atividade humana, avalia

planeja e prescreve condutas terapêuticas, promovendo, desenvolvendo e

prevenindo, com a finalidade de ampliar o desempenho e a participação social,

com independência e autonomia, fomentando as condições de saúde do ser

humano para uma melhor qualidade de vida.

A reabilitação é compreendida como um processo global e dinâmico que

tem como foco a adaptação das pessoas com deficiência às novas condições de

vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde a reabilitação tem por objetivo

restituir as capacidades da pessoa com deficiência para que ela tenha uma vida

autônoma e mais independente possível.

Nesse contexto o terapeuta ocupacional possui papel relevante na equipe

de reabilitação desenvolvendo diversas ações que ofereçam o retorno à

independência do paciente em suas atividades cotidianas, trabalho e lazer.

Considerando que por sua formação acadêmica profissional e

conhecimento desta ciência, pode o Terapeuta Ocupacional atuar juntamente com

outros profissionais nos diversos níveis de assistência a saúde, na área

educacional e no desenvolvimento de pesquisas (CREFITO-2, 1997, p.81).

Com embasamento nos conhecimentos de Cinesiologia, o terapeuta

ocupacional pode desenvolver um programa de reabilitação individualizado

utilizando métodos e técnicas específicas como adequação postural, indicação de

cadeira de rodas, tecnologia assistiva e prescrição de órteses.

A Terapia Ocupacional faz parte das profissões que atuam na rede pública

de saúde de Niterói oferecendo atendimentos individuais, em grupo ou

participando de programas de atenção.

Visto que as Policlínicas atuam como o primeiro nível da atenção à saúde

empregando tecnologia de baixa densidade as patologias que demandam alta

complexidade são encaminhadas para as Unidades conveniadas com a Rede

Municipal de Saúde que desenvolvem programas de reabilitação orientados a

satisfazer suas necessidades individuais.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 101

Gestão da Reabilitação

Em face das necessidades da pessoa portadora de deficiência, a

constituição de uma rede de cuidados que atenda a pessoa em suas diversas

necessidades de saúde é um processo dinâmico, que requer o envolvimento,

compromisso e integração continua de trabalhadores dos diversos pontos de

atenção, assim como de gestores, usuários e das próprias famílias. Visando esse

cuidado, entendemos a necessidade de implantarmos a coordenação de

reabilitação, agregando a coordenação de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia

ocupacional que já existem na rede ambulatorial de saúde de Niterói,e atuam

individualmente com os profissionais e usuários, buscando integração desde a

atenção básica até o acompanhamento em serviço especializado.

Aproveitando a reorganização da Rede de Saúde do município de Niterói

que ocorre desde a rede de atenção básica e implantação do NASF, envolvendo

a média e alta complexidade e a regulação dos serviços de saúde incluindo a

REGULAÇÃO DA REABILITAÇÃO (RESNIT), visualizamos a necessidade da

coordenação de reabilitação ser pensada e construída formando a integração das

diversas especialidades que compõem o serviço de reabilitação construindo um

fluxo da atenção básica até a rede especializada.

É oportuno ressaltar a necessidade de elaboração do Plano Municipal da

Rede de Pessoa com Deficiência, a implantação do Grupo de Trabalho Municipal

da RCPD em conformidade com o Plano Regional da RCPD.

Saúde da População Negra

Com vistas à promoção da equidade em saúde e orientado pelos princípios

e diretrizes da integralidade, equidade, universalidade e participação social, em

consonância com a Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no

SUS (Participa SUS), o Ministério da Saúde instituiu, em 2009, a Política Nacional

de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), por meio da Portaria GM/MS nº

992, de 13 de maio de 2009 e da LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 que

instituiu o Estatuto da Igualdade Racial.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 102

A partir da publicação dessa Política, o Ministério da Saúde reconhece e

assume a necessidade da instituição de mecanismos de promoção da saúde

integral da população negra e do enfrentamento ao racismo institucional no SUS,

com vistas à superação das barreiras estruturais e cotidianas que incide

negativamente nos indicadores de saúde dessa população – precocidade dos

óbitos, altas taxas de mortalidade materna e infantil, maior prevalência de

doenças crônicas e infecciosas e altos índices de violência.

A Política também reafirma as responsabilidades de cada esfera de gestão

do SUS – governo federal, estadual e municipal – na efetivação das ações e na

articulação com outros setores do governo e da sociedade civil, para garantir o

acesso da população negra a ações e serviços de saúde, de forma oportuna e

humanizada, contribuindo para a melhoria das condições de saúde desta

população e para redução das iniquidades de raça/cor, gênero, identidade de

gênero, orientação sexual, geracionais e de classe.

DOENÇAS GENÉTICAS OU HEREDITÁRIAS MAIS COMUNS DA POPULAÇÃO

NEGRA

• Anemia falciforme — Doença hereditária, decorrente de uma mutação

genética ocorrida há milhares de anos, no continente africano. A doença, que

chegou ao Brasil pelo tráfico de escravos, é causada por um gene recessivo, que

pode ser encontrado em frequências que variam de 2% a 6% na população

brasileira em geral, e de 6% a 10% na população negra.

• Diabetes mellitus (tipo II) — Esse tipo de diabetes se desenvolve na fase

adulta e evolui causando danos em todo o organismo. É a quarta causa de morte

e a principal causa de cegueira adquirida no Brasil. Essa doença atinge com mais

frequência os homens negros (9% a mais que os homens brancos) e as mulheres

negras (em torno de 50% a mais do que as mulheres brancas).

• Hipertensão arterial — A doença, que atinge 10% a 20% dos adultos, é a

causa direta ou indireta de 12% a 14% de todos os óbitos no Brasil. Em geral, a

hipertensão é mais alta entre os homens e tende ser mais complicada em negros,

de ambos os sexos.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 103

• Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase — Afeta mais de 200 milhões

de pessoas no mundo. Apresenta frequência relativamente alta em negros

americanos (13%) e populações do Mediterrâneo, como na Itália e no Oriente

Médio (5% a 40%). A falta dessa enzima resulta na destruição dos glóbulos

vermelhos, levando à anemia hemolítica e, por ser um distúrbio genético ligado ao

cromossomo X, é mais frequente nos meninos.

Implementação desta Política em âmbito municipal

Definição e gestão dos recursos orçamentários e financeiros para a

implementação desta Política, pactuadas na Comissão Intergestores

Bipartite – CIB;

Coordenação, monitoramento e avaliação da implementação desta Política.

Garantia da inclusão desta Política no Plano Municipal de Saúde e no PPA

setorial, em consonância com as realidades e necessidades locais;

Identificação das necessidades de saúde da população negra no âmbito

municipal, considerando as oportunidades e recursos;

Implantação e implementação de instância municipal de promoção da

equidade em saúde da população negra;

Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gestão e indicadores para

monitoramento e avaliação do impacto da implementação desta Política;

Garantia da inserção dos objetivos desta Política nos processos de

formação profissional e educação permanente de trabalhadores da saúde,

em articulação com a Política Nacional de Educação Permanente em

Saúde, instituída pela Portaria GM/MS N° 1.996, de 20 de agosto de 2007

(BRASIL, 2007);

Articulação intersetorial, incluindo parcerias com instituições

governamentais e não governamentais, com vistas a contribuir no processo

de implementação desta Política;

Fortalecimento da gestão participativa, com incentivo à participação

popular e ao controle social;

Elaboração de materiais de divulgação visando à socialização da

informação e das ações de promoção da saúde integral da população

negra;

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fmsniteróiplanomunicipal2017 104

Apoio aos processos de educação popular em saúde pertinentes às ações

de promoção da saúde integral da população negra;

Instituição de mecanismos de fomento à produção de conhecimentos sobre

racismo e saúde da população negra.

a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange

à coleta, ao processamento e à análise dos dados desagregados por cor,

etnia e gênero;

Figura 5

FLUXO DE ACOMPANHAMENTO DE ANEMIA FALCIFORME

AMBULATÓRIO DE DIVERSIDADE SEXUAL (POPULAÇÃO TRANS)

Com o objetivo de implantar na Policlínica Dr. Sylvio Picanço o Ambulatório

de Diversidade Sexual visando promover a saúde integral de lésbicas, gays,

bissexuais, travestis e transexuais, eliminando a discriminação e o preconceito

DIAGNÓSTICO: NO RN TESTE DE TRIAGEM

NEO NATAL BIOLÓGICO PARA

HEMOGLOBINIPOATIAS

HEMORIO: DURANTE

O PRIMEIRO ANO DE

VIDA

HGVF SERVIÇO

DE ANEMIA FALCIFORME: APÓS O PRIMEIRO ANO DE

VIDA COM ENC. DO

HEMORIO

HGVF ABSORÇÃO IMEDIATA

PELO PROGRAMA

ADULTOS COM DIAGNÓSTICO DE ANEMIA

FALCIFORME

HEMATOLOGISTA

PESP

HGVF AMB. ANEMIA

FALCIFORME ATÉ 18 ANOS

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fmsniteróiplanomunicipal2017 105

institucional, bem como contribuindo para a redução das desigualdades e a

consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo fazendo com

que acolhimento e tratamento de todos estes aspectos sejam ofertados a esta

população de acordo com as portarias Nº 1.707 e Nº 457 de agosto de 2008

sendo redefinido e ampliado pela portaria Nº 2.803 de 19 de novembro de 2013 e

as orientações do Ministério da Saúde, a saber:

Instituir mecanismos de gestão para atingir maior equidade no SUS,

com especial atenção às demandas e necessidades em saúde da população

LGBT, incluídas as especificidades de raça, cor, etnia, territorial e outras

congêneres;

Ampliar o acesso da população LGBT aos serviços de saúde do

SUS, garantindo às pessoas o respeito e a prestação de serviços de saúde com

qualidade e resolução de suas demandas e necessidades;

Qualificar a rede de serviços do SUS para a atenção e o cuidado

integral à saúde da população LGBT;

Qualificar a informação em saúde no que tange à coleta, ao

processamento e à análise dos dados específicos sobre a saúde da população

LGBT, incluindo os recortes étnico-racial e territorial;

Monitorar, avaliar e difundir os indicadores de saúde e de serviços

para a população LGBT, incluindo os recortes étnico-racial e territorial;

Garantir acesso ao processo transexualizador na rede do SUS, nos

moldes regulamentados;

Promover iniciativas voltadas à redução de riscos e oferecer atenção

aos problemas decorrentes do uso prolongado de hormônios femininos e

masculinos para travestis e transexuais;

Reduzir danos à saúde da população LGBT no que diz respeito ao

uso excessivo de medicamentos, drogas e fármacos, especialmente para travestis

e transexuais;

Definir estratégias setoriais e intersetoriais que visem reduzir a

morbidade e a mortalidade de travestis;

Oferecer atenção e cuidado à saúde de adolescentes e idosos que

façam parte da população LGBT;

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fmsniteróiplanomunicipal2017 106

Oferecer atenção integral na rede de serviços do SUS para a

população LGBT nas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs),

especialmente com relação ao HIV, à AIDS e às hepatites virais;

Prevenir novos casos de cânceres ginecológicos (cérvico uterino e

de mamas) entre lésbicas e mulheres bissexuais e ampliar o acesso ao

tratamento qualificado;

Prevenir novos casos de câncer de próstata entre gays, homens

bissexuais, travestis e transexuais e ampliar acesso ao tratamento;

Garantir os direitos sexuais e reprodutivos da população LGBT no

âmbito do SUS; XV - buscar no âmbito da saúde suplementar a garantia da

extensão da cobertura dos planos e seguros privados de saúde ao cônjuge

dependente para casais de lésbicas, gays e bissexuais;

Atuar na eliminação do preconceito e da discriminação da população

LGBT nos serviços de saúde;

Garantir o uso do nome social de travestis e transexuais, de acordo

com a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde;

Fortalecer a participação de representações da população LGBT nos

Conselhos e Conferências de Saúde;

Promover o respeito à população LGBT em todos os serviços do

SUS;

Reduzir os problemas relacionados à saúde mental, drogadição,

alcoolismo, depressão e suicídio entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e

transexuais, atuando na prevenção, promoção e recuperação da saúde;

Incluir ações educativas nas rotinas dos serviços de saúde voltadas

à promoção da autoestima entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e

transexuais e à eliminação do preconceito por orientação sexual, identidade de

gênero, raça, cor e território, para a sociedade em geral;

Incluir o tema do enfrentamento às discriminações de gênero,

orientação sexual, raça, cor e território nos processos de educação permanente

dos gestores, trabalhadores da saúde e integrantes dos Conselhos de Saúde;

Promover o aperfeiçoamento das tecnologias usadas no processo

transexualizador, para mulheres e homens;

Realizar estudos e pesquisas relacionados ao desenvolvimento de

serviços e tecnologias voltados às necessidades de saúde da população LGBT.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 107

Compete ao Município:

Implementar a Política Nacional de Saúde Integral LGBT no

Município, incluindo metas de acordo com seus objetivos;

Identificar as necessidades de saúde da população LGBT no

Município;

Promover a inclusão desta Política Nacional de Saúde Integral LGBT

no Plano Municipal de Saúde e no PPA setorial, em consonância com as

realidades, demandas e necessidades locais;

Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação de gestão e

do impacto da implementação desta Política Nacional de Saúde Integral LGBT;

Alexandre Rocha Santos Padilha Ministro da Saúde 26.

Articular com outros setores de políticas sociais, incluindo

instituições governamentais e não governamentais, com vistas a contribuir no

processo de melhoria das condições de vida da população LGBT, em

conformidade com esta Política Nacional de Saúde Integral LGBT;

Incluir conteúdos relacionados à saúde da população LGBT, com

recortes étnico-racial e territorial, no material didático usado nos processos de

educação permanente para trabalhadores de saúde;

Implantar práticas educativas na rede de serviço do SUS para

melhorar a visibilidade e o respeito a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e

transexuais; e

Apoiar a participação social de movimentos sociais organizados da

população LGBT nos Conselhos Municipais de Saúde, nas Conferências de

Saúde e em todos os processos participativos. Art. 7º Ao Distrito Federal compete

os direitos e obrigações reservadas aos Estados e Municípios.

2.3.3 Atenção Pré-Hospitalar, Hospitalar, Urgência e Emergência

A rede pública hospitalar do município de Niterói é composta por uma

maternidade - Alzira Reis Vieira Ferreira (MMARVF); um hospital geral para

atendimento cirúrgico - Orêncio de Freitas (HOF); um hospital geral para

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fmsniteróiplanomunicipal2017 108

atendimento clínico - Carlos Tortelly (HMCT); um hospital pediátrico - Getúlio

Vargas Filho (HGVF) e um hospital psiquiátrico – Jurujuba (HPJ).

O município sedia, ainda, um hospital especializado em atender pacientes

com Tuberculose e AIDS – Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras

(IETAP), um hospital estadual geral – Azevedo Lima (HEAL) e uma unidade

estadual de pronto atendimento – UPA Fonseca; além de um hospital universitário

federal – Antônio Pedro (HUAP) com plano de pactuação de metas de

atendimento com o município e com a região Metropolitana II.

A Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira presta atendimento obstétrico

para partos de baixo risco do município, integrando o sistema Rede Cegonha. O

funcionamento se dá nas 24hs.

O Hospital Orêncio de Freitas atende à demanda em cirurgia geral,

realizando, anualmente, cerca de 2000 cirurgias. Destacamos a realização, em

2017, de 245 cirurgias ginecológicas; 187 urológicas; 947 abdominais,154

vasculares .

Também são executadas no hospital cirurgias para reconstrução do

trânsito intestinal, assim como são tratadas as complicações no pós – cirúrgico.

Dispõe de 6 leitos de UTI.

Essa unidade abriga, ainda, um polo de atenção a ostomizados, referência

na região Metropolitana II; onde há distribuição de bolsas de colostomia e

urostomia, bem como ações de educação em saúde.

Possui ainda serviço credenciado para residência médica na área de

cirurgia geral.

O Hospital Municipal Carlos Tortelly possui emergência 24 horas, além de

oferecer um serviço especializado, para o tratamento de pacientes com HIV/AIDS,

com ambulatório especializado e 14 leitos de internação. Destes leitos, 2 são de

isolamento e 2 funcionam como leitos de cuidados semi intensivos. É referência

municipal para os casos clínicos de média complexidade, com 24 leitos de

retaguarda, integrado a Rede de Atenção às Urgências (RUE). Conta ainda com 7

leitos de UTI. Possui importância estratégica no atendimento das epidemias.

O Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho possui emergência 24 horas em

clínica pediátrica. Conta com 8 leitos de UTI pediátrica e 2 de UTI neonatal.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 109

Possui Centro Cirúrgico com 3 salas e 6 leitos pós-cirúrgicos, onde são realizadas

cirurgias pediátricas de pequeno porte, de forma eletiva. Também possui

ambulatório de especialidades para acompanhamento de pacientes do município

e, eventualmente, de municípios da região Metropolitana II.

O hospital é administrado por uma Organização Social, desde 2013, com

acompanhamento por comissão própria e supervisões periódicas por equipe do

Departamento de Supervisão Técnica da VIPAHE (DESUT).

O Hospital Psiquiátrico Jurujuba faz parte da rede de atenção psicossocial

do município, com atendimento à demanda psiquiátrica de emergência, avaliação

e estabilização dos casos agudos. Possui Programa de Estágio Multiprofissional

em Saúde Mental em Nível de Residência.

Tabela 31 - Caracterização e localização das unidades hospitalares

Unidade Especialidade Localização

Hospital Universitário Antônio Pedro

Hospital Quaternário

Rua Marquês do Paraná, 303 – Centro

Hospital Estadual Azevedo Lima Hospital Geral Rua Teixeira de Freitas, 301 – Fonseca

Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras

Hospital Especializado

Rua Luiz Palmier, nº 762 –Barreto

Hospital Carlos Tortelly Hospital Geral Rua Athayde Parreiras 266 - Centro

Hospital Getúlio Vargas Filho Hospital Pediátrico

Rua Teixeira de Freitas, s/nº - Fonseca

Hospital Orêncio de Freitas Hospital Cirúrgico Av.Machado s/nº - Barreto

Hospital Psiquiátrico de Jurujuba

Dispositivo de atendimento de casos agudos em saúde mental

Av.Quintino Bocaiúva, s/nº - Charitas

Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira

Maternidade para casos de baixo risco

Rua Carlos Ermelindo Marins s/nº - Jurujuba

Internações

Na Tabela 32, descrevemos o quantitativo de internações, distribuídos

pelas unidades hospitalares municipais/FMS e origem dos pacientes. No ano de

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2017, foram realizadas mais de 9 mil internações, na rede hospitalar de Niterói

sendo 80% de residentes de Niterói.

Chama a atenção que no Hospital Pediátrico Getúlio Vargas Filho do total

de internações 39% são de crianças e adolescentes de outros municípios. Um

dos fatores que podem explicar esse fato é a localização do hospital, junto à

rodovia que liga Niterói aos municípios do Rio, São Gonçalo e Maricá.

Tabela 32 - Internações nas unidades pela origem dos pacientes

ORIGEM DOS PACIENTES - 2017

Municípios

INTERNAÇÃO

HMCT % HGVF % MMAR % HOF % HPJ % TOTAL

Niterói 1.891 87% 1.428 61% 1.364 86% 1.847 80% 962 91% 7.492 79,10%

São Gonçalo 234 11% 655 28% 168 11% 337 15% 30 3% 1.424 15,00%

Maricá 12 1% 110 5% 48 3% 33 1% 5 0% 208 2,20%

Itaboraí 15 1% 97 4% 10 1% 35 2% 0 0% 157 1,70%

Rio Bonito 0 0% 3 0% 0 0% 0 0% 0 0% 3 0,00%

Tanguá 1 0% 13 1% 1 0% 2 0% 0 0% 17 0,20%

Silva Jardim 2 0% 6 0% 0 0% 2 0% 0 0% 10 0,10%

Outros 11 1% 35 1% 3 0% 56 2% 56 5% 161 1,70%

Total 2.166 100% 2.347 100% 1.594 100% 2.312 100% 1.053 100% 9.472

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

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fmsniteróiplanomunicipal2017 111

Gráfico 17 – Origem dos pacientes internados no Hospital Municipal Carlos

Tortelly - 2017

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

Gráfico 18 – Origem dos pacientes internados no Hospital Getúlio Vargas Filho – 2017

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

86%

11%

1%1% 0%

0%0%

1%

61%

28%

5% 4%

0%1%

0%

1%

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fmsniteróiplanomunicipal2017 112

Gráfico 19 – Origem dos pacientes internados na Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira – 2017

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

Gráfico 20 – Origem dos pacientes internados no Hospital Orêncio de Freitas – 2017

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

86%

10%

3%

1%

0%

0%

0% 0%

80%

15%

1%

2%

0% 0%0%

2%

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fmsniteróiplanomunicipal2017 113

Gráfico 21 – Origem dos pacientes internados no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba – 2017

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

A região Metropolitana, ao longo dos anos, como em todo o país, tem visto

a diminuição da disponibilidade de leitos. A crise financeira dos últimos anos está

entre os fatores que propiciaram o rebaixamento de investimentos na criação de

leitos, tanto públicos como privados. A população de Niterói apresenta-se com

uma boa cobertura de saúde suplementar, sendo beneficiários cerca de 57% da

população 2.

Abaixo, na Tabela 33, descrevemos o quantitativo atual de ―leitos de

internação‖ das unidades hospitalares (SUS) da rede municipal.

2 fonte ANS: o termo ―beneficiário‖ refere-se a vínculos aos planos de saúde, podendo incluir

vários vínculos para um indivíduo

91%

3%

1%0%

0%0% 0%5%

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fmsniteróiplanomunicipal2017 114

Tabela 33. Leitos de internação

REDE MUNICIPAL - QUANTITATIVO DE LEITOS – 2017

Unidades

Leitos comuns internação

Total de leitos

comuns

Leitos complementares

(UTI) Total de

leitos complem.

Total por unidade

Clín

ico

Ped

iátr

ico

Cir

úrg

ico

Psi

qu

iátr

ico

Ob

stét

rico

Neo

nat

al

Ad

ult

o

Ped

iátr

ico

Neo

nat

al

HOF 48 48 6 6 54

HGVFº 25 6 31 8 2 10 41

HMCT 86* 86 7 7 93

HPJ 94 94 0 94

MMAR 18 4 22 0 22

TOTAL 86 25 54 94 18 4 281 13 8 2 23 304 Fonte: CNES/DATASUS (jan/2018) OBS.: * Do total de 86 leitos clínicos, 24 são de leitos de retaguarda e 14 são de SIDA.

No campo da saúde pública, salientamos que o número de leitos

necessários a uma boa atenção à saúde não pode ser calculado ou medido

através de um ―parâmetro‖ que se aplique igualmente a todo o país ou a todos os

países. O estudo de necessidade de leitos encontra-se em fase preliminar

levando-se em conta fatores sociais; indicadores de saúde; organização da rede

municipal; disponibilidade e qualificação dos recursos humanos; tecnologia

disponível; relação entre a oferta existente e a demanda aparente e acessibilidade

aos serviços.

Encontram-se, em andamento, iniciativas para readequações e reformas

junto às unidades, a fim de promover abertura de novos leitos de internação e

UTI. Na tabela 34, podemos visualizar o quantitativo de leitos instalados após as

readequações e reformas propostas, com aumento de 49 leitos em relação ao

quantitativo existente em 2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 115

Tabela 34

REDE MUNICIPAL - QUANTITATIVO DE LEITOS PÓS-ADEQUAÇÕES

Unidades

Leitos comuns internação Total

de leitos

comuns

Leitos complementares (UTI)

Total de leitos

complem.

Total por

unidade C

línic

o

Ped

iátr

ico

Cir

úrg

ico

Psi

qu

iátr

ico

Ob

stét

rico

Neo

nat

al

Ad

ult

o

Ped

iátr

ico

Neo

nat

al

HOF 48 48 10 10 58

HGVFº 25 6 31 8 2 10 41

HMCT 88 14 102 20 20 122

HPJ 94 94 0 94

MMAR 32 6 38 0 38

TOTAL 88 25 54 108 32 6 313 30 8 2 40 353

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

Em relação às causas de internação, identificamos que no HMCT, no ano

de 2017, cerca de 37% das internações se deram por causas sensíveis à atenção

básica. Ou seja, tais internações poderiam ter sido evitadas por ações mais

qualificadas de cuidado desenvolvidas naquele nível da atenção à saúde. Desta

forma, o presente plano, propõe ações de fortalecimento da Atenção Básica, a fim

de sanar essa demanda.

No HMCT , no ano de 2017, a taxa média de ocupação esteve em torno de

90%. No HGVFº, a taxa de ocupação não se apresenta tão alta como no HMCT,

contudo, sabe-se que a ocupação dos leitos de emergência destes dois hospitais,

bem como os leitos de emergência da UMAM – UPA III ultrapassa os 100%, em

vários meses do ano.

De posse destas informações, os principais problemas identificados na

assistência hospitalar e de urgência municipal são a necessidade de adequações

em algumas unidades hospitalares com estrutura física muito antiga, leitos de

emergência com ocupação aumentada devido a atendimento de pacientes de

municípios do entorno, dificuldades de realização em tempo ideal de exames

complementares de maior complexidade, problemas na regulação para

transferência de pacientes com necessidade de atenção de alta complexidade,

por conta da crise estadual e federal que atinge os grandes hospitais de

referência para tais procedimentos, necessidade de adequação da estrutura física

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fmsniteróiplanomunicipal2017 116

do hospital psiquiátrico em dispositivo terapêutico preconizado pela reforma

psiquiátrica.

Esses problemas revelam que ainda existe deficiência na Linha de Cuidado

em nível terciário, isto é, não há um procedimento sistemático e regular de oferta

dos exames de média e alta complexidade necessários ao diagnóstico na própria

Rede de Saúde, assim como a priorização na implantação de uma rede de

sistemas de informações mais eficientes e integrados.

Com relação a oferta de exames de média e alta complexidade, com a

implantação do Centro de Imagem em nosso território pretende-se ampliar a

oferta dos exames de imagem e desta forma obter inclusive redução do tempo

médio de permanência em nossas Unidades hospitalares, melhorando a

resolutividade dos níveis de atenção.

Para tanto são necessários esforços para que a população tenha acesso a

todos os serviços, que se trabalhe para a promoção da saúde com um ―modelo de

atenção integral à saúde‖, implementando efetivamente linhas de cuidado com

intersetorialidade, maior integração entre a rede básica e hospitalar, pessoal

capacitado, rede de informações integradas e recursos necessários à produção

de ações de saúde, possibilitando acesso da população usuária do SUS à

assistência integral.

Atenção Pré-Hospitalar, Urgência e Emergência

Compõem a Rede de Urgência e Emergência do município hospitais e

serviços de pronto atendimento. No município existem sete unidades, sendo cinco

próprias, a saber: Unidade de Pronto Atendimento Dr. Mário Monteiro (UPA III),

SPA 1 - Serviço de Pronto Atendimento do Largo da Batalha e SPA 2 - Serviço de

Pronto Atendimento da Engenhoca, Hospital Getúlio Vargas Filho e Hospital

Municipal Carlos Tortelly e duas unidades estaduais: UPA Fonseca - Unidade

Niterói (UPA III) e Hospital Estadual Azevedo Lima, atendendo urgência e

emergência 24horas.

A Unidade Mário Monteiro – UPA III. Possui emergência 24horas e é

referência de pronto atendimento na região oceânica. Realiza exames

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fmsniteróiplanomunicipal2017 117

laboratoriais, radiológicos e eletrocardiograma de forma emergencial e tem

atendimento nas especialidades de ortopedia, pediatria, clínica médica e

pequenas cirurgias.

O Serviço de Pronto Atendimento do Largo da Batalha (SPA 1) atende

pacientes dos bairros da região oceânica de Niterói e, eventualmente, recebe

demanda de pacientes de outros municípios. Funciona 24horas e presta

assistência aos casos emergenciais de pediatria e clínica médica.

O Serviço de Pronto Atendimento da Engenhoca (SPA 2) atende pacientes

dos bairros de Engenhoca, Barreto, Tenente Jardim e adjacências e,

eventualmente, recebe demanda de pacientes de outros municípios. Funciona

24horas e presta assistência aos casos emergenciais de pediatria e clínica

médica.

O Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho possui emergência 24horas em

clínica pediátrica. Atende crianças e adolescentes por demanda espontânea ou

oriundos de outras unidades de pronto atendimento e hospitalares da região.

O Hospital Municipal Carlos Tortelly possui emergência 24horas, sendo

referência para as emergências e urgências em clínica médica, tanto por

demanda espontânea, como para pacientes encaminhados pela serviços de

pronto atendimento de outras unidades, bem como aqueles encaminhados pelo,

SAMU, Bombeiros e Resgates de rodovias.

O Hospital Estadual Azevedo Lima tem o perfil de atendimento para os

casos de traumas e acidentados em geral, bem como é referência para os partos

de alto risco do município e entorno. Possui ainda serviço de tomografia

computadorizada que presta atendimento à rede hospitalar municipal nos casos

de urgência.

A UPA do Fonseca atende pacientes do bairro Fonseca e adjacências e,

eventualmente, recebe demanda de pacientes de Maricá e São Gonçalo.

Provavelmente, pela proximidade com a principal rodovia que liga Niterói a estes

municípios. Funciona 24h e presta assistência aos casos emergenciais de

pediatria, clínica médica e odontologia.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 118

Tabela 35 - Rede municipal de urgência

Unidade Especialidade Localização Atendimento

Hospital Estadual Azevedo Lima

Hospital Geral Rua Teixeira de Freitas, 301 – Fonseca

Casos de traumas em geral, adulto e pediátrico; casos clínicos e traumáticos referenciados de média e alta complexidade. Realiza tomografias de emergência da rede municipal.

Hospital Carlos Tortelly

Hospital Geral Rua Athayde Parreiras 266 - Centro

Emergência clínica de adultos e emergência odontológica

Hospital Getúlio Vargas Filho

Hospital Pediátrico

Rua Teixeira de Freitas, s/nº - Fonseca

Emergência clínica pediátrica

Unidade de Pronto Atendimento Dr. Mário Monteiro

UPA III Estrada Francisco da Cruz Nunes s/nº - Cafubá

Emergência ortopédica, clínica de adultos, clínica pediátrica e pequenos procedimentos cirúrgicos.

SPA 1 – Largo da Batalha SPA

Rua Ver.Armando Ferreira, 30 – Largo da Batalha

Emergência clínica de adultos

SPA 2 - Engenhoca

SPA

Avenida João Brasil, s/nº - Engenhoca Tel.: 2628-8047 – 3603-8874

Emergência clínica de adultos, clínica pediátrica

Unidade de Pronto Atendimento Fonseca

UPA III Rua Sá Barreto nº 107 - Fonseca.

Emergência clínica de adultos, clínica pediátrica e emergência odontológica

SAMU – 192 – Metropolitana II

Central de Regulação Médica de Urgência

Rua Athayde Parreiras 266 – Centro.

Atendimento pré-hospitalar no local da ocorrência à vítima de agravo súbito à saúde de origem clínica ou traumática, dentro dos limites da Metropolitana II

SAMU – BASE

Base descentralizada Niterói – atendimento pré-hospitalar móvel

Alameda São Boaventura, 144, Fonseca.

Atendimento pré-hospitalar no local da ocorrência à vítima de agravo súbito à saúde de origem clínica ou traumática, dentro do município de Niterói

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fmsniteróiplanomunicipal2017 119

Tabela 36 – Leitos e salas de emergência das unidades da rede de urgência

e emergência - Niterói

UNIDADE LEITOS - EMERGÊNCIA - SALAS

VERMELHA VERM-PED AMARELA AMAR-PED VERDE TOTAL

HMCT 3 _ 4 _ 20 27

HGVFº _ 2 _ 10 0 12

UPA - UMAM 4 _ 13 4 0 21

SPA - Largo 1 _ 5 _ _ 6

SPA - Engenhoca _ _ 4 _ _ 4

UPA- Fonseca 4 _ 14 4 _ 22

HEAL 7 _ 9 5 20 41

TOTAL 19 2 49 23 40 133

Fonte: CNES/DATASUS e administração das unidades

Além das unidades que participam da Rede de Urgência e Emergência

Municipal, cada unidade hospitalar possui um setor de emergência, a fim de

prestar o primeiro atendimento, estabilizar pacientes agudos e atender

intercorrências pós-alta dentro da especialidade de cada hospital. Na tabela 37,

descrevemos o tipo de atendimento destes setores.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 120

Tabela 37

Abaixo, nas Tabelas 38 e 39, apresentamos a totalização de atendimentos

emergenciais dessas unidades, no ano de 2017, distribuídos pelos municípios da

Metropolitana II, e pelas especialidades.

Unidades Caracterização dos atendimentos do setor de emergência

HOF Emergência em cirurgia abdominal, bem como pacientes com intercorrências pós-alta cirúrgica

HGVFº Emergência clínica pediátrica

HMCT Emergência clínica de adultos e emergência odontológica

HPJ Emergência psiquiátrica

MMARVF Emergência obstétrica

UMAM – UPA III

Emergência ortopédica, clínica de adultos, clínica pediátrica e pequenos procedimentos cirúrgicos.

SPA 1 Emergência clínica de adultos

SPA 2 Emergência clínica de adultos

UPA Fonseca

Emergência clínica de adultos, clínica pediátrica e emergência odontológica

HUAP Casos referenciados de alta complexidade

HEAL Casos de traumas em geral, adulto e pediátrico; casos clínicos e traumáticos referenciados de média e alta complexidade. Realiza tomografias de emergência da rede municipal.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 121

Tabela 38. Distribuição de atendimentos pela origem dos pacientes

ORIGEM DOS PACIENTES – 2017

Municípios

EMERGÊNCIA

HMCT % HGVF % UMAM % MMAR % HOF % HPJ % TOTAL

Niterói 39.363 80 44.289 63 98.153 92 4.453 83 2.181 70 6.051 92 194.490 81%

São Gonçalo 8.148 17 21.986 31 4.349 4 679 13 770 25 287 4 36.219 15%

Maricá 280 1 1.901 3 2.794 3 160 3 64 2 59 1 5.258 2%

Itaboraí 597 1 1.829 3 275 0 36 1 68 2 0 0 2.805 1%

Rio Bonito 15 0 4 0 5 0 0 0 1 0 0 0 25 0%

Tanguá 23 0 22 0 10 0 1 0 1 0 0 0 57 0%

Silva Jardim 5 0 8 0 0 0 0 0 2 0 0 0 15 0%

Outros 838 2 266 0 1.475 1 12 0 39 1 160 2 2.790 1%

Total 49.269 100 70.305 100 107.061 100 5.341 100 3.126 100 6.557 100 241.659

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

Tabela 39

EMERGÊNCIA SPA’s - ORIGEM DOS PACIENTES – 2017

ORIGEM SPA Largo da

Batalha % SPA Engenhoca % TOTAL

Niterói 60.801 79,6% 65.634 93,3% 126.435 86%

Outros municípios 15.582 20,4% 4.671 6,7% 20.253 14%

Total 76.383 100% 70.305 100% 146.688

Fonte: GIL - SPA Largo da batalha e SPA Engenhoca

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fmsniteróiplanomunicipal2017 122

Tabela 40- Distribuição dos atendimentos pelas especialidades

EMERGÊNCIA – CONSULTAS POR ESPECIALIDADES – 2017

ESPECIALIDADES HMCT HGVF HOF UMAM MMAR HPJ TOTAL

Clínica médica 47.262 60.403 107.665

Pediatria 70.305 23.802 94.107

Ortopedia 191 19.434 19625

Psiquiatria 6.557 6.557

Obstetrícia e neonatologia (intercorrências pós-alta)

5.341 5.341

Cirurgia (suturas, etc) 3.422 3.422

Emergência em cirurgia 3.126 3.126

Odontologia 1.816 1.816

TOTAL 49.269 70.305 3.126 107.061 5.341 6.557 241.659

Fonte: Setor de análise de dados do DESUT/VIPAHE

Tabela 41

EMERGÊNCIA SPA’s – CONSULTAS POR ESPECIALIDADES – 2017

ESPECIALIDADES SPA-Largo da

Batalha SPA-Enge

nhoca TOTAL

Clínica médica 76.383 35.576 111.959

Pediatria _ 9.004 9.004

TOTAL 49.269 70.305 3.126

Fonte: GIL - SPA Largo da Batalha e SPA Engenhoca

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fmsniteróiplanomunicipal2017 123

A partir das tabelas, podemos constatar que, em 2017, as unidades

municipais atenderam, na emergência, cerca de 20% de indivíduos de outros

municípios. Contudo, há diferenças entre as unidades, variando de 8% na UMAM

e no HPJ e de até 30% no HOF. A maior parte de atendimentos foi na

especialidade de clínica médica, seguida da pediatria e da ortopedia.

O que se pode explanar, é que os casos que chegam aos setores de

urgência dos hospitais municipais são, em sua maioria, pertencentes ao universo

descrito abaixo:

1) Síndromes Infecciosas agudas (síndromes virais, infecções de

vias aéreas, infecções de trato urinário, infecções gastrointestinais)

2) Distúrbios alérgicos (asma, bronquite, alergias sistêmicas, por

alimentos e outros agentes)

3) Sintomas e sinais decorrentes de doenças crônicas

agudizadas (cardiovasculares, endócrinas, osteoarticulares, neurológicos e

psicomentais)

4) Pequenos traumas e abcessos por diversas causas; lesões

por quedas ou agressões.

5) Outros motivos que não os de doença (atestados, receitas,

exames de rotina, etc.)

Outrossim, também apresentamos dados fornecidos pelos programas

INTUS/KLINIKOS, com informações registradas nos boletins de atendimento das

unidades HMCT, UMAM-UPA III e HGVFº. A relação (Tabela 42) expressa em

porcentagem decrescente o registro médico das queixas/diagnósticos agrupados

pelas categorias do Código Internacional de Doenças – CID 10.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 124

Tabela 42 - Registro de atendimentos nas unidades UMAM, HMCT e HGVFº

Capítulos do Código Internacional de Doenças - CID 10 %

Capítulo XVIII - Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte

20%

Capítulo X - Doenças do aparelho respiratório 19%

Capítulo I - Algumas doenças infecciosas e parasitárias 17%

Capítulo XIII - Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo 8%

Capítulo XI - Doenças do aparelho digestivo 7%

Capítulo XXI - Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde*

6%

Capítulo XIV - Doenças do aparelho geniturinário 4%

Capítulo XII - Doenças da pele e do tecido subcutâneo 4%

Capítulo VIII - Doenças do ouvido e da apófise mastóide 4%

Capítulo IX - Doenças do aparelho circulatório 3%

Capítulo XIX - Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas

2%

Capítulo XX - Causas externas de morbidade e de mortalidade 2%

Capítulo VI - Doenças do sistema nervoso 1%

Capítulo V - Transtornos mentais e comportamentais 1%

*Capítulo usado para as ocasiões em que outras circunstâncias que não uma doença, um traumatismo ou uma causa externa classificáveis nas demais categorias, são registradas como “diagnósticos” ou “problemas”. Isto pode acontecer de dois modos principais: (a) quando uma pessoa que não está doente consulta os serviços de saúde para algum propósito específico, tais como receber assistência ou serviço limitado para uma afecção atual, doar órgão ou tecido, receber imunização profilática ou discutir um problema que não é em si uma doença ou um traumatismo; (b) quando alguma circunstância ou problema está presente e que influencia o estado de saúde da pessoa mas que não é em si uma doença ou traumatismo atual.

O SAMU DA REGIÃO METROPOLITANA II/RJ – Município pólo Niterói.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192) é um programa

que tem como finalidade prestar o socorro à população em casos de emergência.

A Política Nacional de Atenção às Urgências, criada em 2003, tem como

finalidade proteger a vida das pessoas e garantir a qualidade no atendimento no

SUS.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 125

Inaugurado em 04 de setembro de 2004, primeiro SAMU Regional do

Brasil, este componente da Rede de Atenção às Urgências foi idealizado e

construído pelo conjunto de secretários de saúde dos municípios da Região

Metropolitana II (Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Silva

Jardim).

É operacionalizado através da Central de Regulação Médica das

Urgências (CRMU) localizada em Niterói, que concentra todas as chamadas

telefônicas do número 192 da região metropolitana II.

O SAMU - 192 para realizar o atendimento pré-hospitalar no local da

ocorrência à vítima de agravo súbito à saúde, de origem clínica ou

traumática, se utiliza da frota de 25 viaturas devidamente equipadas e com

profissionais capacitados, possibilitando maiores chances de sobrevida,

diminuição das sequelas e transporte seguro até o Serviço de Saúde mais

adequado para continuidade do tratamento.

Categorias Profissionais que compõe as equipes da Central de

Regulação Médica das Urgências:

Técnico auxiliar de regulação médica (telefonista);

Radio Operador (operador de frota);

Médico regulador;

A Unidade Gestora é a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói –

(VIPAHE) responsável pela Equipe da Coordenação Regional, e sua Central de

Regulação Médica de Urgências – CRMU, que gerencia tecnicamente todas as

Bases SAMU da região Metropolitana II. Para esta missão o serviço conta com

uma estrutura de gestão composta por Coordenador Geral, Coordenação Adjunto,

Coordenação de Educação Permanente e Vigilância da Urgências, Direção

Regional Médica, Direção Regional Administrativa , Direção Regional de

Enfermagem, Chefia Regional da Frota e Supervisão da Central e Regulação

O SAMU é o principal componente da Política Nacional de Atenção às

Urgências que tem como foco cinco grandes ações:

organizar o atendimento de urgência nos pronto-atendimentos, unidades

básicas de saúde e nas equipes do Programa Saúde da Família;

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fmsniteróiplanomunicipal2017 126

estruturar o atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU 192);

reorganizar as grandes urgências e os pronto-socorros em hospitais;

criar a retaguarda hospitalar para os atendidos nas urgências; e

estruturar o atendimento pós-hospitalar.

Fluxo de Atendimento

Quando o usuário entra em contato com o SAMU, o médico regulador

avalia qual o melhor procedimento para o paciente e conforme a gravidade do

caso, poderá:

a) orientar o solicitante ou paciente;

b) encaminhar à rede básica de saúde;

c) enviar uma ambulância de suporte básico de vida - USB, com técnico de

enfermagem e condutor socorrista para o atendimento no local;

d) enviar uma ambulância de suporte avançado de vida – USA (UTI móvel),

composta de médico, enfermeiro e condutor socorrista.

e) acionar outros meios de socorro (CISP, Corpo de Bombeiros, Concessionárias,

Polícia Militar, Guarda Municipal, Defesa Civil, etc.)

Caso julgue necessário, o médico regulador determina a condução do

paciente à uma emergência fixa, de acordo com grade de referência pactuada.

O SAMU no município de Niterói

O município de Niterói dispõe de duas Bases Descentralizadas que

funcionam como postos avançados para ambulâncias e equipes assistenciais,

garantindo os atendimentos com tempo-resposta adequado e respeitando a

ordenação dos fluxos garantindo o atendimento das urgências, através da grade

de serviços regionalizada e hierarquizada. Todas as bases seguem a estrutura

física padronizada pelo Ministério da Saúde

A Base ―mãe‖ está localizada no bairro do Fonseca, na Alameda São

Boaventura, ponto estratégico da cidade. Já na Unidade Municipal de Urgência

Mário Monteiro, existe uma segunda base a qual atende a região oceânica da

cidade.

O atendimento pré-hospitalar realizado pelo SAMU tem por objetivo reduzir

o número de óbitos, tempo de internação e sequelas decorrentes da falta de

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fmsniteróiplanomunicipal2017 127

atendimento em tempo oportuno. Este atendimento é caracterizado por

condições: clínicas, traumáticas, gineco-obstétricas, pediátricas, cirúrgicas,

psiquiátricas, desastres e acidentes com múltiplas vítimas.

Atualmente o SAMU tem disponível 02 Unidades de Suporte Avançado de

Vida (1 situada na Base Alameda e 1 na Base UMAMM); 4 Unidades de Suporte

Básico de Vida (3 na Base Alameda e 1 na Base UMAMM) e 2 Motolâncias (1 na

Base Alameda e 1 na Base UMAM).

A equipe de intervenção é composta na Unidade de Suporte Avançado

(USA) pelo médico, enfermeiro e condutor e na Unidade de Suporte Básico (USB)

pelo técnico em enfermagem e pelo condutor. As motolâncias são conduzidas

pelo enfermeiro ou técnico em enfermagem e pode ser enviada para os primeiros

socorros, ajudando a estabilizar o paciente até que a ambulância chegue ao local.

Além disso, existe uma equipe de gerência administrativa composta pela

coordenação da Base, chefe de Frota, líder de Enfermagem, coordenação da

Educação e secretaria.

O monitoramento do desempenho do Serviço é realizado através de

indicadores trimestrais, como: indicadores de tempo-resposta (tempo médio de

resposta entre a chamada telefônica e a chegada da equipe); indicadores de

assistência (taxa de mortalidade no local da ocorrência; no transporte e hospitalar

nas primeiras 48 horas).

No ano de 2017, foram realizados 5.977 atendimentos, dos quais 51%

foram do sexo feminino e 49% do sexo masculino. Do total de atendimentos, 47%

se situavam na faixa etária de 20 a 60 anos, 25% na faixa etária acima de 60

anos, 22% de 0 a 13 anos e 6% de 14 a 19 anos.

Com relação ao motivo de atendimento, 57,5% foram por causas clínicas e

em adultos (IAM, Edema Agudo, ICC dor lombar, casos psicológicos), 11,6%

causas traumáticas (violência, quedas e acidentes) ; 0,5% Clínico Pediátrico;

0,9% Obstétrico; 10,7% Psiquiátrico e 18,8% por demais causas.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 128

O SAMU – Niterói realiza parcerias com a Polícia Rodoviária Federal; Corpo

de Bombeiros; Ministério da Defesa (Marinha, Exército e Aeronáutica);

Concessionárias de Rodovias; Defesa Civil.

2.3.4 Redes de Atenção à Saúde

A organização da Atenção à Saúde por meio de Rede (RAS) vem

crescendo gradativamente, ocupando lugar estratégico na agenda do Gestor.

Contudo há que ser considerado a necessidade de instituir mecanismos de

gestão para articulação, monitoramento e avaliação das redes instituídas, como a

rede de Atenção Oncológica, Rede de Urgência e Emergência-RUE, Terapia

Renal Substitutiva-TRS, entre outras, no que diz respeito aos seus elementos

constitutivos: população, estrutura operacional (centro de comunicação, a APS,

pontos de atenção secundários e terciários, sistemas de apoio logístico e o

sistema de governança) e os modelos de Atenção à Saúde (CONASS Debate,

2016).

Cabe destacar que as redes que já estão instituídas devem ser avaliadas a

partir dos respectivos Planos Regionais com seus elementos constitutivos, com as

diretrizes, objetivos e metas. Neste sentido a RUE deve ser avaliada a partir de

seus componentes: SAMU, UPA 24h, Atenção Hospitalar, Atenção Domiciliar,

inclusive a grade de referência, sendo suas diretrizes incorporadas pela Atenção

Pré-hospitalar, Hospitalar, Urgência e Emergência. Já a TRS, esta mais vinculada

ao Controle e Avaliação e a Regulação Assistencial necessitando aprofundar a

articulação com a rede de serviços.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 129

Rede de Atenção Psicossocial

Os serviços da Rede de Saúde Mental de Niterói estão organizados de

forma regionalizada e a assistência é estabelecida por nível de complexidade

seguindo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e atende as diretrizes

da Reforma à Assistência Psiquiátrica, que tem nas unidades pré-hospitalares o

eixo orientador das ações. Como preconiza a Legislação em Saúde Mental, os

tratamentos ocorrem preferencialmente nos dispositivos da rede extra-hospitalar

que procuram atuar de forma integrada à comunidade, com um enfoque na

reabilitação psicossocial. Isto significa dizer que o tratamento se dá com o

paciente e na interseção das relações familiares, sociais, culturais e laborativas e,

preferencialmente, em articulação com os demais eixos da atenção básica.

A coordenação e seus serviços estão subordinados a Vice-Presidência de

Atenção Ambulatorial, Comunitária e da Família (VIPACAF), e o Hospital

Psiquiátrico de Jurujuba está subordinado a Vice-Presidência de Atenção

Hospitalar (VIPAHE).

A Coordenação de Saúde Mental tem como atribuições principais:

1) Formular políticas públicas e estratégias de ação em consonância com as

diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental e Rede de Atenção Psicossocial

do Ministério da Saúde .

2) Fomentar a reorientação e reestruturação da Saúde Mental no âmbito do

Sistema Único de Saúde do Município de Niterói;

3) Elaborar e subsidiar o processo de implantação de protocolos de atenção e

projetos da rede de atenção psicossocial;

4) Promover as discussões sobre organização do processo de trabalho e

planejamento da rede de atenção psicossocial;

5) Integrar as ações da Saúde Mental com os vários setores da Secretaria de

Saúde e outras Secretarias;

A Coordenação de Saúde Mental de Niterói divide-se em 05 eixos (Atenção

Psicosocial; Infanto-Juvenil; Álcool e outras Drogas; Desinstitucionalização e

Reinserção Social), nos quais se dividem os respectivos dispositivos:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 130

06 Ambulatórios de Saúde Mental localizados em Policlínicas Regionais

(Atendimentos de neuróticos e psicóticos);

02 CAPS II (Atendimento de pacientes psicóticos mais graves);

01 CAPS AD (Atendimento para usuário de Álcool e outras Drogas);

01 CAPSI (Atendimento para a população infanto-juvenil)

01 Programa de Redução de Danos

01 ERIJAD (Equipe de referência infanto-juvenil para ações de atenção ao

uso de álcool e outras drogas);

01 UAI (Unidade de acolhimento transitória para população infanto-juvenil

usuário de álcool e outras drogas);

08 módulos de Residência Terapêutica.

Os CAPS são serviços de saúde municipais abertos e comunitários que

oferecem atendimento diário. Seu objetivo é oferecer atendimento à população,

realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso

ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares

e comunitários.

A assistência hospitalar é assegurada por uma unidade hospitalar pública.

Para lá são encaminhados os casos de atenção às urgências e emergência que

também oferece leitos de internação tanto para curta como para longa

permanência.

Além de ações assistenciais, Niterói também desenvolve ações de ensino e

pesquisa por meio do centro de estudos localizado no hospital municipal. Além de

atividades de educação permanente e informação ao público em geral, o centro

de estudos também coordena e acompanha a residência em saúde mental

regulamentada pelo MEC/MS.

Na tabela 43, constam todas as unidades de saúde do município que

prestam atendimento aos pacientes portadores de doença mental, bem como

suas localidades.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 131

Tabela 43

UNIDADES COM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL

UNIDADE ENDEREÇO TELEFONE

CAPS AD Alameda Alameda São Boaventura, 129 –

Fonseca CEP: 24.130-005

2718-5803

CAPS Casa do Largo Av. Presidente Roosevelt, 465 -

São Francisco CEP: 24.360-066

2616-5612 2718-0229

CAPS Herbert de Souza Rua Marques de Olinda, 104 –

Centro CEP: 24.030-170

2622-1533 2722-4147

CAPSi Monteiro Lobato Av. Ary Parreiras, 649 - Sta.

Rosa - CEP: 24.230-321 2621-6598

ERIJAD Av. Ary Parreiras, 649 - Sta.

Rosa 2621-6598

Ambulatório de Saúde Mental - Policlínica Sérgio

Arouca

Pça. Vital Brasil, s/nº - Vital Brasil CEP 24.230-265

2711-2366 R 31 2610-8975 R 31 2710-9176 R 31

Ambulatório de Saúde Mental - Policlínica Sérgio

Arouca

Rua Presidente Craveiro Lopes, 726 – Barreto

CEP: 24.110-340 2719-0141

PC Carlos Antônio da Silva (Ambulatório)

Av. Jansen de Melo, s/nº - Niterói CEP: 24.030-220

2719-0050 R. 4 2717-1426

2721-0059 Farmácia 9118-7505

Ambulatório de Saúde Mental -

Policlínica do Largo da Batalha

Rua Ver. Armando Ferreira, 30 -– Largo da Batalha (Prédio

Anexo) 2616-1456

Ambulatório HPJ Av. Quintino Bocaiuva, s/nº -

Charitas CEP:24.370-001

2714-8856 R 223 2710-0663 R 223

Centro de Convivência Oficinas Integradas

Av. Presidente Roosevelt, 465 - São Francisco

CEP: 24.360-066 3611-1196

SRT Pendotiba Estrada Caetano Monteiro, 253 -Vila Progresso CEP: 24.320-570

2616-8722

Ambulatório da Região Oceânica

Rua Manoel Pacheco de Carvalho 107 – Piratininga

Tel.: 2709-4374 - 99264-7800

SRT PAC Preventório Av. Silvio Picanço, 40- Bl. C/ apto 102 - Charitas - Niterói

SRT PAC Preventório Av. Silvio Picanço, 40- Bl. B/ apto

208 - Charitas - Niterói

SRT PAC Preventório Trav. Dr. João Leitão, 30 -

Bl.A/apto 104 - Charitas - Niterói

SRT PAC Preventório Trav. Dr. João Leitão, 30 - Bl. A/apto 103 - Charitas - Niterói

SRT PAC Preventório Trav. Dr. João Leitão, 30 - Bl. D/apto 205 - Charitas - Niterói

SRT Ingá - Rua Tiradentes, 18- Ingá

CEP: 24.210-510

SRT Centro Rua Euzébio de Queiroz, 33 -

Térreo - Centro - Niterói - CEP: 24.030-190

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fmsniteróiplanomunicipal2017 132

Programa Redução de Danos

Alameda São Boaventura, 129 – Fonseca

CEP: 24.130-005

Programa Desins Felício - 98190-7294

UAI Av. Ary Parreiras, 649 - Sta.

Rosa CEP: 24.230-321 2609-8969

Hospital Psiquiátrico de Jurujuba

Av. Quintino Bocaiuva, s/nº - Charitas - Niterói

2714-8856 2711-3166

Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência

A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema

Único de Saúde foi instituída pela Portaria Ministerial nº 793, de 24 de abril de

2012, e pela portaria Ministerial nº 835 de 25 de abril de 2012, que estabeleceu

incentivos financeiros de investimentos e de custeio.

A Regionalização da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência -RCPD

no estado do Rio de Janeiro foi iniciada na Região Metropolitana II, a partir das

deliberações CIB-RJ nº 2.459 de 12 de setembro de 2013 e a de nº 2.703 de 30

de dezembro de 2013 que deliberou sobre a ampliação da Rede.

Em dezembro de 2013, o Ministério da Saúde publicou a através da

Portaria SAS/MS nº 1356 de 2013, o Ministério da Saúde habilitou quatro

Centros Especializados em Reabilitação do tipo II – CER II sendo um no

município de São Gonçalo na modalidade Auditiva e Intelectual, com serviço de

dispensação de órteses e próteses auditivas (ABRAE - Associação Brasileira de

Assistência ao Excepcional) e três no município de Niterói: dois nas modalidades

Intelectual e Física com Oficina ortopédica fixa (ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DE

REABILITAÇÃO – AFR E ASSOCIAÇÃO PESTALOZZI DE NITERÓI – APN), e

um na modalidade Visual e Intelectual com serviço de dispensação de órteses e

próteses oftalmológicas (ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DE AMPARO AOS

CEGOS – AFAC).

Além das instituições habilitadas como CER tipo II a região conta também

com uma unidade habilitada em Alta Complexidade – SASA no Município de

Niterói (Policlínica de Especialidades Silvio Picanço - FMS), Portaria SAS/MS nº

1462 de 30 de dezembro de 2013. Porém a mesma não esta habilitada conforme

a Portaria Ministerial 793/2012, no qual a unidade deverá atender a mais de uma

modalidade de reabilitação (Plano Regional da RCPD, 2016).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 133

Em 2016, o Plano da RCPD foi finalizado pela Equipe Técnica do DECAU

com aceite do GT Regional da RCPD, pactuado na CIR Metro II, na CIB e

encaminhado ao Ministério da Saúde.

Em 2017 o DECAU desenvolveu um sistema operacional informatizado -

Regulação em Saúde de Niterói – RESNIT e implantou a Regulação da Rede

com aceite da CIR Metro II com objetivo de garantir o acesso aos serviços

especializados. A implantação da referida regulação foi planejada incluindo ações

estruturantes (desenvolvimento do sistema, treinamento e habilitação online no

sistema para os municípios pactuados, a operacionalização propriamente dita e o

monitoramento.

A regulação da referida rede integra 91 municípios pactuados para

Reabilitação Visual e OPMs oftalmológicas (prótese ocular, lente escleral pintada,

bengalas, óculos para visão subnormal, lupas e telescópios); 56 municípios

pactuados para Reabilitação Física e 47 municípios pactuados para Órtese e

Prótese.

Ao final de 2017, as Ações estruturantes estavam implantadas, e já

constava no sistema 2.293 solicitações. (Fonte RESNIT-jan-Nov)

Durante a implementação da regulação foram evidenciados os seguintes

problemas com as respectivas ações desencadeadas:

Suporte deficitário na AB - Reativação da implantação de 5

NASFs,

Entraves na abertura de vagas - Ações de Auditoria (fila

invisível, 40% fora do perfil),

Fluxo inadequado - Reorganização do Processo de Trabalho

das equipes multiprofissionais da rede municipal – Niterói (reordenamento

do fluxo, estratégias de avaliação nas unidades, apontamentos para

melhorias na Rede)

A implantação da Regulação da RCPD teve impacto positivo na gestão

criando as bases para que Niterói seja de fato o município gestor, garantindo o

acesso qualificado e regulado, promovendo o reordenamento da Rede

Assistencial nos municípios, a gestão dos recursos públicos e promovendo as

condições necessárias para expansão da Regulação em Saúde a partir do

Sistema RESNIT no âmbito municipal, regional e Estadual. No período de janeiro

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fmsniteróiplanomunicipal2017 134

a dezembro de 2017 pode-se observar o seguinte resultado referente a

implantação por modalidade:

Gráfico 22

Fonte: FMS/DECAU-RESNIT 2018

Com relação ao desempenho por Região de Saúde é possível observar

que a Região Noroeste apresenta baixo desempenho enquanto que a Região

Serrana apresentou melhor desempenho como pode-se observar abaixo:

1

11

21

31

41

51

61

71

81

91

PPI Reabilitação Física PPI Reabilitação Visual PPI Órtese e Prótese

Análise Implantação

Total Implantado Pendente

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fmsniteróiplanomunicipal2017 135

Gráfico 23

Fonte: FMS/DECAU-RESNIT 2018

Desta forma, o Sistema RESNIT foi indicado pela Gestora da Saúde da

FMS Niterói como Sistema Oficial de Regulação do Município de Niterói. O projeto

de Implantação da RCPD foi apresentado no Congresso do CONASEMS em

julho de 2017 sendo premiado na modalidade Regulação no SUS.

As iniciativas citadas evidenciaram avanços significativos na implentação

da RCPD mas ainda são vários os desafios a serem enfrentados e entre eles

cabe destaque para: definição de parâmetros assistenciais e de produtividade,

pactuação da modalidade Intelectual e revisão das demais modalidades,

estruturação da Linha de Cuidados da RCPD, implantação do GT municipal e

desenvolvimento de um programa de educação permanente.

Rede de Atenção em Oftalmologia

A Política Nacional de Atenção em Oftalmologia a ser implantada em todas

as unidades federadas, respeitando as competências das três esferas de gestão

mediante a publicação da Portaria nº 957,de 15 de maio de 2008 que prevê o

0 2 4 6 8 10 12 14 16

BAÍA DA ILHA GRANDE

BAIXADA LITORÂNEA

CENTRO SUL

MÉDIO PARAÍBA

METROPOLITANA I

METROPOLITANA II

NOROESTE

NORTE

SERRANA

BAÍA DA ILHA

GRANDE

BAIXADA LITORÂNE

A

CENTRO SUL

MÉDIO PARAÍBA

METROPOLITANA I

METROPOLITANA

II

NOROESTE

NORTE SERRANA

Pendente 0 1 5 4 6 0 13 4 1

Implantado 3 8 6 8 6 7 1 4 15

IMPLANTAÇÃO POR REGIÃO SAÚDE

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fmsniteróiplanomunicipal2017 136

acesso regulado e a Portaria nº, 288, de 19 de maio de 2008 que define as Rede

Estaduais e Regionais de Atenção de Atenção em Oftalmologia.

Entre os componentes fundamentais previstos na Portaria nº 957,de 15 de

maio de 2008 a serem considerados pelos Estados e municípios, destaca-se:

Atenção Básica. Atenção Especializada, Organização das Redes de Atenção em

Oftalmologia, a regulação, a fiscalização, o controle e a avaliação de ações de

atenção ao portador de doença oftalmológica serão de competência das três

esferas de governo, protocolos de conduta em todos os níveis de atenção que

permitam o aprimoramento da atenção, regulação, controle e avaliação,

capacitação e educação permanente das equipes de saúde de todos os âmbitos

da atenção, a partir de um enfoque estratégico promocional, envolvendo os

profissionais de nível superior e os de nível técnico, em acordo com as diretrizes

do SUS e alicerçada nos pólos de educação permanente em saúde, etc.

No que diz respeito a estruturação das redes, a Portaria nº, 288, de 19 de

maio de 2008 preconiza:

Art. 1º Definir que as Redes Estaduais e Regionais de Atenção em Oftalmologia sejam compostas por: I - Unidades de Atenção Especializada em Oftalmologia; e II - Centros de Referência em Oftalmologia § 1º Entende-se por Unidade de Atenção Especializada em Oftalmologia aquela unidade ambulatorial ou hospitalar que possua condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de atenção especializada a portadores de doenças oftalmológicas que necessitem ser submetidos a procedimentos clínicos, intervencionistas e cirúrgicos especializados.

As referidas portarias orientaram o processo de estruturação das redes

regionais, assim como fazem referência a importância de apoio o processo de

regulação, controle e avaliação.

No Estado do Rio de Janeiro, a Rede de Atenção em Oftalmologia foi

aprovada pela Deliberação CIB-RJ N° 957 DE 16 DE JUNHO DE 2010. Em 07 de

outubro de 2010, DELIBERAÇÃO CIB-RJ N° 1078 aprova as diretrizes para

regulação das ações de oftalmologia na rede de atenção em oftalmologia do

estado do rio de janeiro normatizando o processo regulatório conforme citado

abaixo:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 137

Art. 2º - Estabelecer o início da Regulação das Ações de Oftalmologia através do Sistema Estadual de Regulação – SER, com possibilidade de migração para as Regulações Regionais e/ou Municipais a medida que forem se organizando e capacitando para essas funções.

A partir desta deliberação o Estado passou a operar o processo regulatório

de forma regionalizada. Somente em 2017, face aos problemas que vieram se

acumulando ao longo do tempo incluindo uma crescente fila de espera para

consulta de primeira vez, dificuldades em desenvolver o Sistema de Regulação,

necessidade de reestruturação da Rede de Atenção em Oftalmologia, iniciaram-

se os debates, no âmbito da CIR Metro II, sobre a ―higienização da fila‖

culminando com o indicativo de descentralizar a regulação para os municípios

executores: Niterói, Rio Bonito e São Gonçalo.

Entre os principais problemas que contribuiram para instalar o processo de

descentralização da regulação podemos citar (Projeto Aplicativo – Niterói - Curso

Sirío Libanês/2017):

Número elevado de pacientes em fila no SER Estadual para

consulta de primeira vez. Sendo, 14.267 pacientes de 1ª vez

(SES/RJ, NOV/2017);

Alto número de pacientes agendados para consulta clínica

oftalmológica versus baixo número de pacientes em fila cirúrgica.

Sendo, Consulta Clínica: 84,40% / Outros Procedimento incluindo os

cirúrgicos15,60% (SES/RJ, 2017);

Alto percentual de gastos com a Rede de Oftalmologia além do teto

da PPI pelo Município Executor. Sendo o custo de R$ 221.595,82,

que representa 32,01% do custo excedido (FMS/DECAU, 2017).

A tabela abaixo exemplifica de forma detalhada a distribuição dos 14.267

pacientes de 1ª vez:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 138

Tabela 44 – Munícipes de Niterói em fila no Sistema Estadual de Regulação SER Natureza da Solicitação Quantidade de

Procedimentos Sub total por natureza de solicitação

%

Consultas em Oftalmologia Clínica 11.819

12.042 84,40 Consultas em Oftalmologia Clínica incluindo outros procedimentos

223

Cirurgia de Catarata 219 229

15,60

Cirurgia de Catarata incluindo outros procedimentos

10

Cirurgia de Retina 15 15

Cirurgia de Glaucoma 154

155 Cirurgia de Glaucoma incluindo outros procedimentos

1

Cirurgia de Estrabismo 18 19

Cirurgia de Estrabismo incluindo outros procedimentos

1

Outras cirurgias 195

200 Outras cirurgias incluindo outros procedimentos

5

Avaliação de retorno (HOSB) 1.079 1.079

Tratamento Clínico do Glaucoma 238 238

Tratamento da Degeneração Macular 2 2

Diagnose oftalmologia 185 185

Cegueira, reabilitação visual 35 35

Oculos 67 67 Terapêutica Oftalmologia 1 1

TOTAL 14.267 14.267 100,00

Fonte: SES-RJ/SER-CREG Metro II – out/2017

O número apresentado acima se torna muito maior ao acrescentar o

número de pacientes em fila para consulta de 1ª vez dos 29 municípios com

pactuação em Niterói.

Além do exposto acima, cabe ressaltar, com base nas informações que

subsidiaram a elaboração do Projeto de Implantação da Regulação da Rede de

Atenção em Oftalmologia desenvolvido pelos Especializandos do Curso de

Gestão em Políticas de Saúde informadas por Evidências, o Município de Niterói

já conta com uma ferramenta informatizada desenvolvida pelo DECAU para

regular a rede da RCPD com impacto positivo na gestão e na qualificação do

acesso à Reabilitação, denominada Sistema de Regulação em Niterói-RESNIT

passível de aplicação na Rede de Atenção em Oftalmologia.

Conta ainda com uma Rede de Atenção em Oftalmologia contratualizada

totalizando 03 prestadores: Hospital de Olhos Santa Beatriz, CLINOP e Hospital

Universitáro Antonio Pedro e 01 Ambulatório de Oftalmologia da Rede Própria que

esta sendo reestruturado e 01 Central de Regulação Municipal. Os prestadores

contratualizados atendem. No momento aos 29 municípios pactuados mas já se

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fmsniteróiplanomunicipal2017 139

tem previsão de mudanças face a reestruturação da Rede de Atenção em

Oftalmologia.

A Gestora da FMS-Niterói instituiu mediante Portaria um Grupo de

Trabalho com a responsabilidade de elaborar e implementar as estratégias para

viabilizar a Implantação da Regulação no município de Niterói em consonância

com as diretrizes estabelelcidas pelas áreas Técnicas da SES, CIR Metro II e

CIB-RJ.

O debate sobre a descentralizaçãoda Regulação da referida Rede tem sido

tema recorrente no âmbito da CIR Metro II, CIB-RJ, Superintendência de

Regulação e Superintêndência de Atenção Especializada, Controle e

Avaliação/SES-RJ com definição de estratégias em comjunto para viabilizar o

processo de regulação da Rede de Atenção em Oftalmologia.

Rede Cegonha

A Rede Cegonha é uma estratégia que visa implementar uma rede de cuidados

para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção

humanizada à gravidez, ao parto,ao puerpério e às crianças o direito ao

nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

Tem como objetivos:

· Fomentar a implementação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e

à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento

e ao desenvolvimento da criança de zero aos 24 meses;

· Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil que garanta acesso,

acolhimento e resolutividade e;

· Reduzir a mortalidade materna e infantil.

Suas diretrizes são:

I – Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e

vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 140

II – Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte

seguro;

III – Garantia de boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento;

IV - Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses

com qualidade e resolutividade;

V - Garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo.

A Rede Cegonha (RC) deve ser organizada tendo em vista possibilitar o

provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a

população de determinado território, mediante a articulação dos distintos pontos

de atenção à saúde, do sistema de apoio, do sistema logístico e da governança

da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Deve, portanto, promover a integração

sistêmica de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua,

integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o

desempenho do Sistema em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e

sanitária e eficiência econômica.

A atualização do Plano Regional da Rede Cegonha da Metropolitana II foi

Pactuado em 2017 na CIB-RJ e deverá servir de base para a elaboração dos

Planos Municipais que compõem a Região Metropolitana II. O Plano Municipal da

Rede Cegonha está em processo de construção pelo Grupo Condutor,

considerando o diagnóstico de saúde materna e infantil, os recursos disponíveis e

a articulação entre os pontos de atenção e sistemas de apoio e logístico.

Os Planos Municipal e Regional da RC precisam ser articulados.

Problemas de saúde não se limitam a territórios, como, por exemplo, a sífilis

congênita. Além disso, por diversos motivos, os usuários utilizam-se de serviços

em municípios distintos ao de sua residência, valendo destacar a existência de

equipamentos de saúde que são comuns à região, como os do Hospital Estadual

Azevedo Lima e o Hospital Universitário Antônio Pedro.

No Plano Regional da RC, foi destacada a proposta de investimento na

Maternidade Municipal Alzira Reis Vieira Ferreira: reforma de ambiência e

aquisição de equipamentos, assim como a construção de Centro de Parto Normal.

Foram ressaltados os recentes acordos entre o estado e o município de

Niterói na regularização do prédio onde está situada a MMARVF, solicita-se a

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fmsniteróiplanomunicipal2017 141

inclusão de proposta de adequação de ambiência. Na recente VI Conferencia

Municipal de Niterói foram aprovados projetos para inserção de laboratório próprio

e UTI Neonatal nesta Maternidade. Além disso, no planejamento municipal da

Área Técnica de Atenção à Mulher e Atenção à Criança estão contemplados os

objetivos e metas estabelecidos na Política e no Plano da Rede Cegonha.

Ter uma Maternidade Pública de qualidade constitui meta de Governo o

que em muito contribuirá para o fortalecimento das proposições da Rede

Cegonha. Neste sentido, o Governo Municipal não medirá esforços para superar

os entraves que possam dificultar as referidas proposições.

Rede de Alta Complexidade Cardiovascular

As doenças cardiovasculares constituem atualmente um grave problema

mundial de saúde, sendo a principal causa de óbito no mundo, entre elas as

Doenças Isquêmicas Coronarianas- DIC representam 7,4 milhões de óbitos

anuais, correspondendo a 13,2% das mortes no mundo.

No Brasil, este grupo de doenças do aparelho circulatório é a primeira

causa de óbito, contribuindo com um terço do total das mortes, tendo alta

prevalência nas internações. Estima-se a ocorrência de 300 mil a 400 mil casos

anuais de Infarto Agudo do Miocárdio - IAM, e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um

óbito.

Na Região Metropolitana II, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) foi causa

da maior proporção de óbitos, em ambos os sexos, superando o Estado do Rio de

Janeiro. Em Niterói foi a 1ª causa de óbitos na população masculina e a 2ª causa

na população feminina conforme demonstram as tabelas abaixo:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 142

Tabela 45 - Mortalidade proporcional masculina por grupos de causas, segundo municípios de residência da Região Metropolitana II, 2015.

Grupos de causas Itaboraí

Maricá

Niterói

Rio Bonito

São Gonçalo

Silva Jardim

Tanguá

Metro II

Estado

Infarto agudo do miocárdio

7,09 11,93 10,43 8,30 12,12 9,38 5,26 10,83 8,54

Mal definidas 11,64 6,14 5,12 10,37 6,79 9,38 9,65 7,05 5,81

Pneumonias 5,08 4,39 8,10 3,32 6,32 2,08 12,28 6,46 6,49

D. cerebrovasculares

6,46 5,44 4,93 10,37 6,89 6,25 5,26 6,3 6,35

Homicidios 6,88 6,49 3,72 2,49 7,37 4,17 1,75 6,02 6,29

Diabetes mellitus 4,23 3,33 3,07 2,49 4,18 3,13 2,63 3,75 3,88

Acid de transito transporte

4,23 6,14 2,33 5,39 2,54 7,29 6,14 3,12 2,44

D. hipertensivas 2,75 4,21 2,47 4,15 3,31 1,04 1,75 3,06 3,23

Outros acidentes 3,49 2,46 3,21 5,39 2,66 5,21 3,51 3,01 2,97

Bronquite, enfisema, asma

1,90 2,11 2,56 2,49 3,16 4,17 0,88 2,74 2,81

Septicemia 2,96 1,40 2,56 2,49 2,04 4,17 3,51 2,3 2,52

Neoplasia pulmao 1,48 3,16 3,31 1,66 1,84 1,04 0,88 2,25 2,2

Tuberculose 0,42 0,88 0,65 0,41 0,65 0,00 3,51

Alcoolismo 0,21 0,53 0,37 0,00 0,25 4,17 0,00

Total das principais causas

58,84 58,60 52,84 59,34 60,11 61,46 57,02

Fonte: SIM, 2015.Sujeita a alteração.

Tabela 46 - Mortalidade proporcional feminina por grupos de causas, segundo municípios de residência da Região Metropolitana II, 2015.

Grupos de causas Itaboraí

Maricá

Niterói

Rio Bonito

São Gonçalo

Silva Jardim

Tanguá

Metro II

Estado

Infarto agudo do miocardio

6,82 9,17 9,28 6,01 12,02 4,94 6,31 10,17 7,49

Pneumonias 5,85 7,25 10,04 7,10 7,07 9,88 1,80 7,83 8,8

D. cerebrovasculares

8,36 8,74 5,82 12,02 7,81 8,64 11,71 7,49 7,59

Mal definidas 14,07 5,12 4,62 10,93 6,28 4,94 13,51 6,67 5,48

Diabetes mellitus 7,80 8,32 4,00 3,83 5,85 11,11 5,41 5,63 5,44

D. hipertensivas 3,62 3,41 3,64 4,37 5,00 4,94 6,31 4,35 4,75

Neoplasia mama 3,20 4,05 3,64 3,83 3,72 2,47 0,90 3,61 3,2

Septicemia 3,48 3,84 3,78 2,19 2,78 2,47 4,50 3,23 3,43

Insuficiencia cardiaca

2,09 1,28 2,00 3,83 2,05 1,23 3,60 2,05 2,19

Outros acidentes 1,67 1,07 2,13 1,09 2,02 4,94 0,90 1,95 1,83

Total das principais causas

56,96 52,24 48,96 55,19 54,60 55,56 54,95 52,98 50,2

Fonte: SIM, 2015. Sujeita a alteração.

Essa realidade pode ser explicada tanto pela mudança da estrutura etária

da população, quanto pelo aumento da prevalência de exposição aos fatores de

risco reconhecidamente associados às doenças do aparelho circulatório, tais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 143

como o sedentarismo, redução do consumo de frutas e verduras, consumo de

bebidas alcoólicas, tabagismo e aumento da prevalência de obesidade, além das

desigualdades socioeconômicas e de acesso aos serviços de saúde.

Também é preocupante no Estado do Rio de Janeiro o total de internações

hospitalares por doenças do aparelho circulatório. A insuficiência cardíaca, a

hipertensão, o acidente vascular cerebral, a angina pectoris e o infarto agudo do

miocárdio correspondem, juntos, a 13,27% do total de internações hospitalares de

residentes em todo o estado e uma taxa maior ainda (16,19%) para aqueles

residentes na Região Metropolitana II no ano de 2014, segundo o Sistema de

Informações Hospitalares do SUS – SIH/SUS.

Entre dezembro de 2016 e novembro de 2017, foram realizadas 660

internações para tratamento de munícipes de Niterói, com doenças do coração e

do aparelho circulatório.

O município vem acompanhando a realidade do Estado do Rio de Janeiro,

apresentando uma população em franco processo de envelhecimento, o que

tende a aumentar proporcionalmente o número de doenças do aparelho

circulatório e respiratório. Desta forma, constata-se que existe hoje alta demanda

por cirurgias cardíacas, bem como por leitos de terapia intensiva de adulto e de

retaguarda para os usuários do SUS.

Mesmo quando não fatais, as doenças cardiovasculares levam, com

frequência, à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões

para sua vida, de sua família e para a sociedade. Isso mostra que o investimento

neste setor é decisivo não só para garantir qualidade de vida, mas também evitar

gastos desnecessários com hospitalização, que a cada dia se torna mais cara em

razão do alto grau de sofisticação tecnológica em saúde.

Considerando que as orientações normativas para a organização das

ações e serviços de atenção em alta complexidade cardiovascular estão descritas

nas Portarias nos 1169/GM e 210/SAS de 15 de junho de 2004, publicadas pelo

Ministério da Saúde. Esses atos normativos instituem a Política Nacional de

Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade, por meio da organização e

implantação de Redes Estaduais e/ou Regionais de Atenção em Alta

Complexidade Cardiovascular, com validade para todo o território nacional.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 144

No Estado do Rio de Janeiro, a Rede de Atenção em Alta Complexidade

Cardiovascular foi instituída em 26 de junho de 2014 e em 25 de agosto de 2014

foi aprovada a sua recomposição por meio da Deliberação CIB nº 3.129, sendo o

Hospital Universitário Antonio Pedro e o Procordis habilitados na qualidade de

Unidade Assistencial para realizar cirurgia Cardiovascular e Cardiologia

Intervencionista.

No momento, o acesso dos munícipes de Niterói e demais municípios da

Região Metro II, com pactuação, encontra-se prejudicado face a redução da oferta

devido a desabilitação do Procordis, diminuição da produção do Hospital

Universitário Antonio Pedro, acarretando a realocação de recurso destinado ao

Antônio Pedro para outra Unidade Assistencial no Estado.

Face a esta situação, a gestão esta tomando providências para contratação

de serviço de forma a ampliar a capacidade de oferta para atendimento das

necessidades de saúde da população.

Além disso, há a necessidade de reestruturar a linha de cuidado do Infarto

Agudo do Miocárdio incluindo a utilização de trombolítico de acordo com as

diretrizes Clínicas e terapêuticas, ampliação da oferta e acesso regulado a média

e alta complexidade e promover ações de educação permanente da Atenção

Básica a Alta Complexidade.

Rede de Atenção em Oncologia No panorama epidemiológico, o câncer esta entre as primeiras causas de

mortalidade requerendo ações efetivas de promoção, prevenção, diagnóstico,

tratamento, reabilitação e cuidados paliativos tanto para a população masculina

quanto feminina. A estimativa de casos novos esperados prevista pelo

INCA/Ministério da Saúde identificou a maior incidência dos casos de câncer de

pele do tipo melanoma, tumores de próstata , tumores de mama, colo e reto,

pulmão, estômago e colo do útero.

Entre os objetivos da política de Atenção oncológica destaca-se a

―constituição de redes estaduais ou regionais, hierarquizadas e organizadas,

garantindo o acesso e a atendimento integral.

O Município de Niterói integra a Rede de Atenção Oncológica e os

prestadores com habilitação em Atenção Oncológica inclui: O HUAP, Clínica de

Radioterapia e Hospital Orêncio de Freitas com programação para atendimento

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fmsniteróiplanomunicipal2017 145

aos munícipes de Niterói e dos municípios com pactuação. A referida rede vem

sendo reavaliada incluindo a revisão de recursos aportados no município para

implementação da rede. Um dos grandes desafios a serem enfrentados pelos

Gestores municipais esta relacionado com a capacidade de realizar diagnósticos

para que o munícipe acesse os serviços de média e alta complexidade para

realização do tratamento adequado e em tempo hábil de forma a reduzir o

agravamento da doença e até mesmo as altas taxas de mortalidade.

2.4. Vigilância em Saúde

Imunização

COBERTURA VACINAL

Tabela 47 - Cobertura vacinal por ano, segundo imunobiológico, em menores de 1

ano Niterói, 2014-2017

ANO POPULA

ÇÃO BCG MENINGO C

PENTAV

ALENTE

PNEUMO

CÓCICA POLIO

ROTAV

ÍRUS

2014 5906 119,30 95,97 88,79 81,00 98,97 84,81

2015 6103 121,92 97,74 90,45 85,65 94,81 91,18

2016 6467 101,08 91,53 90,26 90,03 81,17 88,88

2017 6467 77,47 56.35 54,72 58,96 52,45 56,89

Fonte: COVIG/ VIPACAF/APIWEB http://pni.datasus.gov.br/CoberturaMenorUmAno.php Dados retirados do sistema em 30/01/18. Os dados de 2017 referem-se ao período de janeiro a dezembro. Sujeitos à alteração.

Este indicador corresponde ao percentual de menores de 1 ano vacinados

e potencialmente protegidos contra doenças imunopreveníveis (com esquema

completo de vacinação). Para avaliar a cobertura vacinal, deve-se considerar o

número de doses aplicadas de determinado imunobiológico dividido pela

população alvo, multiplicado por 100 em uma área e tempo determinados.

Em todos os anos, a cobertura vacinal da BCG foi superior às outras e um

dos fatores que pode explicar esse acontecimento é o fato desta vacina garantir

proteção em dose única, não havendo necessidade de agendamento de retorno

da criança à unidade de saúde para concluir o esquema de vacinação. Desta

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fmsniteróiplanomunicipal2017 146

forma, o abandono do esquema vacinal que ocorre com outros imunobiológicos

não ocorre com a BCG.

No período analisado, observa-se cobertura vacinal para todos os

imunobiológicos superior a 80%, com exceção do ano de 2017, em que constam

apenas dados parciais. A meta pactuada no SISPACTO da cobertura vacinal a

ser alcançada é de, no mínimo, 95% da população menor de 1 ano. A cobertura

vacinal da BCG superou a meta estabelecida em todo o período analisado, as

outras vacinas que têm esquema de duas ou mais doses, podem ter problemas

relacionados à dificuldade das famílias em acessarem as unidades mensalmente

para vacinarem suas crianças. Observamos um aumento da cobertura da vacina

anti-pneumocócica no ano de 2016, que pode estar relacionado à mudança no

calendário, facilitando a conclusão do esquema aos quatro meses. A redução na

cobertura da anti-Poliomielite pode ter relação tanto com extinção da Campanha

anual da ―Gotinha‖ (VOP) - no ano de 2016 foi realizada apenas a Campanha de

Multivacinação onde foram atualizados os cartões vacinais das crianças – quanto

com a inclusão de mais uma dose de VIP no calendário. A vacina do Rotavírus

tem intervalo de aplicação muito reduzido, o que pode interferir na aplicação da

segunda dose, reduzindo a sua cobertura.

O Ministério da Saúde (MS) é a instância responsável pela aquisição e

distribuição de todos os imunobiológicos oferecidos nas salas de imunização do

SUS. A partir de 2014 ocorreu uma série de desabastecimentos parciais ou totais

de diversos imunobiológicos dos calendários vacinais estabelecidos pelo MS,

incluindo o da criança (Hepatite B, Pentavalente, BCG, Meningocócica C,

Rotavírus). A situação de instabilidade ainda perdura até os dias de hoje. Essas

ocorrências podem ter interferido direta ou indiretamente na redução da cobertura

vacinal em menores de 1 ano.

Desde 2014 as doses de vacinas administradas nas clínicas particulares

são computadas no sistema de informação. No entanto, nem todas as clínicas do

município informam sua produção. Além disso, no sistema de informação SI-API,

disponibilizado pelo MS para consulta da cobertura vacinal nos municípios, não é

possível identificar se as doses informadas por essas unidades estão

efetivamente sendo consideradas para o cálculo da cobertura municipal.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 147

Encerramento Oportuno dos Agravos de Notificação Compulsória

O Indicador para Encerramento Oportuno das Doenças de Notificação

Compulsória (DNC) começou a ser monitorado a partir do ano de 2008 e a meta

inicial era de 70%, conforme pactuação SISPACTO. Os valores alcançados para

2007 e 2008 mostravam valores de acordo com o parâmetro estabelecido pelo

Ministério da Saúde.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, este indicador deve ser

avaliado separadamente para agravos agudos e crônicos: para os agudos o prazo

de encerramento é de 60 dias, ou seja, para cada quadrimestre, a avaliação é

realizada 60 dias após término deste. Para os crônicos este prazo é de 180 dias.

A partir de 2014 o indicador sofreu alteração na lista de agravos, sendo

elencadas 15 doenças de maior magnitude para serem avaliadas. São elas:

botulismo, cólera, dengue (óbitos), febre amarela, febre de Chikungunya, febre do

Nilo Ocidental, febre maculosa, influenza por novo subtipo viral, paralisia flácida

aguda, peste, raiva, rubéola, sarampo, síndrome da rubéola congênita, síndrome

respiratória aguda grave associada ao coronavírus. (Portaria MS/GM n° 1.271, de

06 de junho de 2014). A meta para o encerramento oportuno das investigações

desses agravos, conforme sinalizado no parágrafo anterior passou a ser de 80%,

tendo em vista que os valores registrados em anos anteriores já haviam

alcançado esse patamar.

Observando a série histórica abaixo (gráfico 24), constata-se que o

indicador mostra tendência de crescimento. Em 2015 houve uma importante

queda, ficando o percentual bem abaixo da meta. Nesse ano ocorreu a introdução

da febre da Chikungunya no Estado de Rio de Janeiro. Este que agravo passou a

ser monitorado em relação ao encerramento oportuno, tendo a vigilância

obrigatoriedade de encerramento de todos os casos notificados. Ocorreram

problemas no acesso aos resultados dos exames dos primeiros casos notificados

junto ao LACEN/RJ, dificultando a caracterização da circulação do vírus no

território municipal; isso retardou o encerramento oportuno dos casos de

Chikungunya, pois impediu a seleção do critério clínico epidemiológico. Esses

problemas foram solucionados com a implantação do GAL – Sistema Gerenciador

do Ambiente Laboratorial.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 148

Além das notificações do SINAN NET, versões online do SINAN (SINAN

INFLUENZA e SINAN ONLINE), foram agregadas ao sistema de informação de

agravos. O primeiro para notificações da Síndrome Respiratória Aguda Grave

(SRAG), o segundo para Dengue e Chikungunya.

Ressaltamos que para o alcance da meta do encerramento oportuno das

investigações, é necessário que seja garantida a manutenção dos computadores

utilizados pela vigilância, assim como conectividade suficiente para as versões

online do SINAN.

Gráfico 24 - Série histórica do encerramento oportuno das Doenças de Notificação

Compulsória em residentes de Niterói, no período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de

dezembro de 2016.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói Dados sujeitos a revisão, atualizados em 17/03/2017

Hanseníase

Nos últimos anos, observamos que o coeficiente de detecção de casos

novos em munícipes de Niterói vem diminuindo. No ano de 2006, o coeficiente foi

de 11,11/100.000 hab., considerado alto segundo a classificação do Ministério da

Saúde (10,00 a 19,99/100.000 habitantes). Após 10 anos, observou-se a

diminuição do coeficiente (2,26/100.000 hab.), sendo classificado como médio

(2,00 a 9,99/100.000habitantes). A redução do coeficiente de detecção vem

contribuindo para manter a meta estabelecida no Plano Nacional de Eliminação

da Hanseníase, que preconiza prevalência de Hanseníase em menos de um caso

73,72

80,54

81,3586,12

74,74

87,7986,05

97,03

47,1

94,78

0

20

40

60

80

100

120

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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fmsniteróiplanomunicipal2017 149

para cada grupo de 10 mil habitantes. No ano de 2006 a prevalência da doença

em Niterói foi de 0,8/10.000 habitantes. Em 2016, a prevalência baixou para

0,3/10.000 habitantes. Entretanto, esta queda poderia estar relacionada ao

subdiagnóstico ou à subnotificação dos casos. Isso requer novas estratégias

voltadas para a realização do diagnóstico, tratamento e vigilância da Hanseníase.

Em 2015, foi reforçada a estratégia de aproximação da equipe do Programa de

Hanseníase com as unidades de saúde, incluindo parceria com os apoiadores e

supervisores dos módulos do Programa Médico da Família, visita técnica às

unidades (inclusive as policlínicas), capacitação clínica para os profissionais e

ainda, mobilização para realizar campanhas de combate à Hanseníase.

Observou-se em 2014 uma queda na proporção de casos curados no ano

com grau de incapacidade física avaliado. Contudo no ano de 2016, esta

proporção aumentou, chegando a 75%, classificando este indicador como regular.

Podemos considerar que as visitas técnicas e as capacitações realizadas em

2015 e 2016, contribuíram para a melhora do indicador.

Sobre o coeficiente de detecção em menores de 15 anos, até o mês de

setembro de 2013, não foi detectado nenhum caso novo em residentes de Niterói.

Este indicador é prioridade da política atual de controle da hanseníase no país,

por indicar focos de infecção ativos e transmissão recente. Como não temos

100% dos contatos registrados examinados, é possível que este dado esteja

subestimado. Além das atividades já existentes, há uma proposta de intensificar

ações de busca ativa nas escolas de nosso município. O intuito é planejar estas

ações juntamente com o Programa Saúde na Escola (PSE).

Nos dois últimos anos, a proporção entre casos com grau 2 de

incapacidade física no momento do diagnóstico e casos novos apresentou um

aumento. É um dado preocupante, pois reflete o diagnóstico tardio da doença.

Para que esta situação seja revertida, os profissionais vêm sendo treinados pelo

coordenador da Dermatologia Sanitária do município. Essas capacitações são

direcionadas para médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, favorecendo

a detecção precoce dos casos de hanseníase.

No ano de 2015, apesar dos esforços da equipe para a adesão ao

tratamento até a cura, 1 paciente abandonou o tratamento da doença, o que

representa 7% da proporção de abandono do tratamento entre casos novos.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 150

Em relação à proporção de cura entre casos novos diagnosticados nos

anos das coortes, observa-se que em 2013 houve 74% de cura, classificando este

indicador como precário. Porém, vale ressaltar que ocorreram 3 óbitos de

pacientes em tratamento e 1 transferência para outro município, o que impediu o

alcance da meta (85%).

Diante dessas informações, o Programa de Hanseníase de Niterói, vem

buscando ao longo dos anos, divulgar para a população informações sobre a

doença, minimizando o estigma existente sobre esta enfermidade; melhorar o

acolhimento aos pacientes, visando sempre aumentar o vínculo entre

profissionais e usuários da rede, favorecendo a adesão ao tratamento e ainda,

capacitar os profissionais de saúde, garantindo o diagnóstico precoce e o correto

tratamento da doença.

Os indicadores relatados acima se encontram na tabela 48, com dados do

período de 2006 até 2016.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 151

Tabela 48 - Série Histórica de Indicadores de Avaliação de Hanseníase Niterói, 2006

a 2016.

Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Número de

casos novos 53 43 43 41 27 33 20 12 14 19 11

Coeficiente

de detecção

de casos

novos

11,1 8,9 8,9 8,5 5,5 6,7 4,1 2,2 2,9 3,6 2,2

Número de

casos novos

0 - 14 anos

5 1 2 1 1 3 2 0 0 0 0

Coeficiente

de detecção

de casos

novos 0 - 14

anos

5,0 11,0 2,2 1,1 1,2 3,7 2,4 0,0 0,0 0,0 0,0

Proporção de

casos novos

diagnosticad

os com grau

de

incapacidade

física

avaliado (%)

90,6 95,3 88,4 95,1 96,3 96,9 100,0 100,0 86,0 94,0 90,9

Proporção de

casos com

grau 2 de

incapacidade

física no

momento do

diagnóstico

entre os

casos novos

(%)

4,1 14,6 5,3 7,7 7,7 3,1 5,0 0,0 8,0 17,6 18,2

Proporção de 94,0 91,0 92,0 89,0 95,0 100,0 90,0 74,0 100,0 93,0 92,3

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fmsniteróiplanomunicipal2017 152

cura entre os

casos novos

(%)

Proporção de

curados com

grau de

incapacidade

física

avaliado

entre os

casos novos

(%)

71,0 82,0 68,0 82,0 74,0 91,0 80,0 88,5 60,0 42,8 75,0

Proporção de

abandono de

tratamento

entre casos

novos (%)

5,3 5,3 2,4 6,8 2,5 0,0 3,4 10,0 0,0 7,0 0,0

Proporção de

examinados

entre os

contatos

intradomicilia

res

registrados

de casos

novos (%)

67,0 67,0 72,0 77,6 89,0 90,7 92,0 96,0 92,0 89,0 92,9

Fonte: SINAN/COVIG/FMS Niterói dados informados em 17/07/2017.

IST/Aids e Hepatites Virais

A Assessoria Municipal de IST/Aids e Hepatites Virais vem definindo, por

meio de uma construção coletiva local e observando a política e recomendações

do Departamento Nacional de IST/Aids e Hepatites Virais, as metas e ações para

o controle de tais agravos, visando impactar os indicadores pactuados pelo

município.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 153

Entre os objetivos da Assessoria, se encontra o controle da transmissão

vertical do HIV, da sífilis e da hepatite B, com ações que vão desde o pré-natal,

passando pelo parto até o acompanhamento materno-infantil no pós-parto.

Os principais alvos das metas e ações programadas são a ampliação do

acesso aos insumos de prevenção, o acesso ao diagnóstico precoce e ao

tratamento, a ênfase na prevenção da transmissão vertical do HIV e da sífilis e o

enfrentamento da coinfecção tuberculose/HIV. Há a necessidade de um olhar

ampliado também às outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), focando

nas ações de prevenção e numa assistência de qualidade.

Alinhadas às políticas ministeriais, as ações municipais também passam a

considerar a Prevenção Combinada do HIV, estratégia de prevenção ao HIV/Aids

que faz uso conjunto de abordagens biomédicas, comportamentais e sócio-

estruturais, levando em consideração as necessidades e especificidades dos

indivíduos, e as variadas formas de transmissão do vírus.

A implantação dos testes rápidos (TR) de HIV, sífilis e hepatites B e C se

apresenta como estratégia prioritária para várias das metas propostas, como

ampliação do acesso ao diagnóstico, enfrentamento da transmissão vertical e

enfrentamento da coinfecção TB/HIV. De 2008 até setembro de 2014, eram 103

profissionais capacitados em TR no município, e apenas 35% os realizava.

Planejou-se um processo de capacitação dos profissionais objetivando 100% da

rede básica de saúde realizando os TR. Os profissionais capacitados pelo

município, por ano, em 2013, 2014, 2015 e 2016, foram respectivamente, 26, 49,

63 e 108. É necessário acompanhar regularmente a implementação dos TR na

rede, de modo a se garantir a descentralização do mesmo em toda a rede básica.

Pode-se destacar como desafios municipais: definir fluxo para a assistência

às IST no município, pensando a linha de cuidado em todos os níveis de

complexidade, para dar conta da integralidade da atenção; ampliar o atendimento

especializado ao HIV/Aids para todas as policlínicas regionais do município, para

que futuramente atuem no matriciamento do cuidado às pessoas vivendo com

HIV/Aids compartilhado com a atenção básica, conforme recomendação do

Departamento Nacional de IST/Aids e Hepatites Virais; tornar a ter mais um

serviço de referência no atendimento às hepatites; e implantar o CTA no Centro

da cidade, para atender ao novo perfil, que dê conta das populações-chave.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 154

Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita

A sífilis congênita é doença de notificação compulsória nacional desde o

ano de 1986; a sífilis em gestante, desde 2005; e a sífilis adquirida, desde 2010.

No Brasil, desde 2014 enfrenta-se o desabastecimento de penicilina

benzatina, devido à falta mundial de matéria-prima para a sua produção. O

município de Niterói começou a sofrer com desabastecimento da penicilina

benzatina desde o segundo semestre de 2013.

Em outubro de 2016, o Ministério da Saúde (MS) comprovou que os casos

de sífilis subiram em número significativo. E que estaria tratando o problema

como epidemia para que resultados de redução fossem os mais expressivos

possíveis. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016 do MS, entre os

anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em

gestantes de 20,9% e a congênita, de 19%.

Em Niterói, de acordo com a tabela abaixo, os números de sífilis adquirida

deram um salto em 2015 e 2016, o que pode estar relacionado a maior oferta

diagnóstica através dos testes rápidos, do aprimoramento da vigilância

epidemiológica e do desabastecimento da penicilina benzatina. O número

absoluto se mostrou maior no sexo feminino, pois mulheres que são

diagnosticadas com sífilis no momento do parto são notificadas como sífilis

adquirida e não como sífilis em gestantes.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 155

Tabela 49 - Casos de Sífilis Adquirida Notificados em Residentes de Niterói

segundo Faixa Etária e Sexo- Período 2013 a 2016.

Fx Etária 2013 2014 2015 2016 TOTAL

Masc Fem Masc Fem Masc Fem Masc Fem Masc Fem

Menor 1 ano 0 0 0 0 2 0 0 2 2 2

1 a 4 anos 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0

5 a 9 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 a 14 anos 0 0 0 0 0 2 0 4 0 6

15 a 19 anos 0 0 4 11 10 60 27 55 41 126

20 a 29 anos 0 0 7 10 49 81 73 97 129 188

30 a 39 anos 2 0 3 2 48 30 49 31 102 63

40 a 49 anos 0 0 4 1 41 23 27 25 72 49

50 a 59 anos 1 0 3 2 19 14 15 16 38 32

60 a 69 anos 0 0 2 0 11 7 11 1 24 8

70 a 79 anos 0 0 0 0 1 1 4 2 5 3

80 anos e mais 0 0 0 0 1 0 1 1 2 1

Total 3 0 23 26 182 218 208 234 416 478

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos à revisão, atualizados em 12/05/2017.

Em relação à sífilis em gestantes, os dados obtidos por meio de pesquisas

em parturientes (2010) mostram uma redução da prevalência de sífilis ao longo

dos últimos anos no país, passando de 1,6% em 2004 para 0,89% em 2010/2011.

Considerando o número de nascidos vivos em Niterói no ano de 2014

(6.451 hab.) e utilizando os percentuais encontrados nos estudos acima, teríamos

uma estimativa entre 103 (considerando 1,6%) e 57 (considerando 0,89%) casos

de sífilis em gestante esperados. A tabela 48 mostra que em 2012, tivemos 50

casos notificados de sífilis em gestantes, o que indicava uma subnotificação, o

que levou a assessoria municipal a buscar várias estratégias para que os casos

fossem identificados e notificados.

Nos anos seguintes, o número de gestantes notificadas com sífilis foi 76

(2013 e 2014) e chegou a 108 em 2015. Este número de 2015 apresenta-se como

reflexo das ações para que a rede básica pudesse identificar a notificar os casos,

como o aprimoramento da vigilância epidemiológica e a ampliação do uso de TR,

bem como um aumento do número de casos pela falta de penicilina benzatina

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fmsniteróiplanomunicipal2017 156

para o tratamento de homens e mulheres com sífilis, favorecendo que mulheres

fossem identificadas com sífilis no momento da gestação.

Tabela 50 - Distribuição de Casos de Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita de

Residentes em Niterói Notificados à COVIG no Período de 2007 a 2016

ANO DE

DIAGNÓSTICO

Nº DE CASOS DE SÍFILIS EM

GESTANTE

Nº DE CASOS DE SÍFILIS

CONGÊNITA

2007 36 37

2008 33 45

2009 37 60

2010 37 48

2011 35 50

2012 50 62

2013 76 75

2014 76 71

2015 108 150

2016 42 81

2007-2016 530 679

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS/NTERÓI, 03/10/2016. Dados sujeitos à revisão.

A incidência anual de sífilis congênita em Niterói vem se apresentando

elevada, principalmente em 2012, quando foram registrados 10,7 casos/1.000

nascidos vivos (tabela 51). Em 2015 a taxa chegou a 23,2 casos/1.000

nascidos vivos enquanto a meta de eliminação é de 0,5 caso para cada 1000

nascidos vivos, de acordo o Ministério da Saúde.

O aumento na incidência da sífilis congênita (tabela acima) pode ser

justificado pelos seguintes fatores: a notificação pelas maternidades vem sendo

incentivada e cobrada, e todos os casos que preenchem os critérios de definição

entram no SINAN (incluindo o não tratamento do parceiro ou o inadequado

tratamento materno); dificuldades de realização de tratamento do parceiro;

captação tardia (após o primeiro trimestre de gestação) de algumas gestantes no

pré-natal; tempo/fluxo de entrega dos resultados de VDRL, o que necessita de

novas rotinas e fluxos.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 157

Várias têm sido as estratégias desenvolvidas pela assessoria municipal

com o intuito de reduzir os casos de sífilis congênita, como educação permanente

e continuada com a rede básica e as maternidades; implantação de formulários

específicos para o seguimento das gestantes com sífilis e crianças com sífilis

congênita; repasse dos resultados de VDRL em gestante notificados pelos

laboratórios às unidades onde está sendo realizado o pré-natal; investigação dos

casos de sífilis congênita notificados; implantação do comitê de investigação da

transmissão vertical; e ampliação do uso dos TR para diagnóstico no pré-natal.

A medida mais efetiva de controle da sífilis na gestante e da sífilis

congênita consiste no cumprimento do Protocolo de Assistência ao Pré-Natal da

Atenção Básica, abrangendo os momentos antes da gravidez, durante a gravidez

e no momento da internação para o parto ou curetagem por abortamento. O MS

também está revendo e em breve atualizará novamente os critérios de definição

de sífilis congênita, para a qualificação da vigilância epidemiológica, que poderá

identificar casos de sífilis congênita de fato, e não considerar todos os casos de

crianças expostas à sífilis materna como sendo sífilis congênita.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 158

Tabela 51 - Distribuição de Casos de Sífilis Congênita Notificados à COVIG por Ano

de Diagnóstico e Incidência Anual em Niterói no Período de 2000 a 2016

ANO DE

DIAGNÓSTI

CO

Nº DE

CASOS

NOTIFIC

ADOS

Nº DE CASOS

EM RESIDENTES

DE NITEROI

Nº DE NASCIDOS

VIVOS EM

NITEROI POR

ANO

INCIDENCIA

ANUAL POR 1.000

NASCIDOS VIVOS

2000 60 36 7185 5,0

2001 75 42 6560 6,4

2002 72 38 6337 6,0

2003 61 20 6147 3,2

2004 73 31 6380 4,8

2005 107 51 5973 8,5

2006 56 23 5800 3,9

2007 75 37 6024 6,1

2008 74 45 5973 7,5

2009 93 60 6069 9,9

2010 104 48 5981 8,0

2011 104 50 6117 8,2

2012 139 63 5886 10,7

2013 162 75 6085 12,3

2014 108 58 6451 9,0

2015 260 150 6451 23,2

2016 127 81 6451 12,6

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS/NITERÓI, 03/10/2016. Dados sujeitos à revisão. *2015 e 2016 – Utilizada mesma população de nascidos vivos de 2014

HIV/ AIDS

Muitos ainda são os desafios e as estratégias necessárias para o controle

do HIV/Aids no Brasil. O Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais

vem apostando no maior acesso ao diagnóstico, com a ampliação da testagem

rápida para o HIV em todo o país, e buscando que mais pacientes sejam

atendidos e acompanhados, que mais pessoas tenham acesso ao tratamento

para o HIV/Aids.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 159

Nesse contexto, um desafio importante é garantir que as pessoas que

fizerem o teste e tiverem o diagnóstico positivo, possam se vincular a um serviço

e consigam uma boa adesão ao tratamento, para chegarem à carga viral

indetectável.

Em Niterói, na perspectiva de ampliação do acesso à testagem rápida para

o HIV, já estamos com quase todas as unidades da rede básica de saúde

oferecendo o teste regularmente, e com isso, mais pessoas têm sido notificadas

com HIV, e não com Aids. Em 2015, foram notificadas 85 pessoas com Aids e 129

com HIV.

Todas as pessoas com o diagnóstico positivo para o HIV são

encaminhadas para um dos serviços de atenção especializada em Niterói:

Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Hospital Estadual Azevedo Lima

(HEAL), Hospital Municipal Carlos Tortelly (HMCT), Policlínica Regional Largo da

Batalha (PRLB), Policlínica Regional Carlos Antonio da Silva (PRCAS), Policlínica

Regional Sergio Arouca (PRSA), Policlínica Regional do Barreto (PRB), e a

Policlínica de Especialidades da Saúde da Mulher Malu Sampaio (PEMS) para as

gestantes HIV positivas.

Outro desafio, conforme apontou a diretora do UNAIDS (Programa

Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) no Brasil em reunião com o

Departamento Nacional de IST, Aids e Hepatites Virais em junho de 2016, é

eliminar o vírus em crianças e adolescentes. Para isso, é importante que sejam

realizadas todas as ações do protocolo para prevenção da transmissão do HIV da

mãe para o bebê. E também, que tenhamos mais estratégias de prevenção junto

aos jovens. Como também foi dito nesta reunião, é importante que se tenham

espaços para diálogo, em que se fale com liberdade sobre HIV/Aids, como por

exemplo, em escolas.

A prevenção também se coloca como um desafio, sendo necessário pensar

a política de prevenção de forma ampla para se discutirem novos caminhos

possíveis. Uma pesquisa do Ministério da Saúde constatou que quase metade

dos (as) brasileiros (as) sexualmente ativos (as) não usam camisinha nas

relações casuais, embora reconheçam que é a melhor forma de se evitar as

infecções sexualmente transmissíveis.

Então, é importante discutir os limites e possibilidades de prevenção de

cada um, considerando novas tecnologias de prevenção, como a Profilaxia Pós-

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fmsniteróiplanomunicipal2017 160

exposição ao HIV, sem desconsiderar as ações de informação, educação e

comunicação e o uso da camisinha.

Em Niterói, o total de casos de Aids notificados entre residentes do ano de

1983 a 2015 foi 4.876. Em 2015 foram notificados 85 casos de Aids e 129 casos

de HIV. Conforme a tabela 52, de 2013 a 2015 o número de casos de Aids

notificados foram diminuindo, sendo 125, 101, 85 e 71 respectivamente. No

entanto, a partir de 2014, os casos de HIV (sem fechar critério para caso Aids;

apenas a infecção pelo vírus) passam a ser oficialmente notificados no SINAN. E

assim, aumenta o número de casos HIV notificados, tendo sido de 2014 a 2016,

99, 129 e 123 respectivamente.

Tabela 52 - Frequência por Ano Diagnóstico segundo critério de confirmação.

CRITÉRIO DE CONFIRMAÇÃO 2013 2014 2015 2016 Total

CDC 90 69 39 39 237

RJ/CARACAS 28 32 43 31 134

ÓBITO 7 0 3 1 11

CASOS AIDS 125 101 85 71 382

DESCARTADO 1 0 0 1 2

HIV+ 0 99 129 123 351

Total 126 200 214 195 735

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão, atualizados em 14/03/2017.

No momento, há 4.529 pacientes com cadastro ativo no sistema de

medicamentos para HIV/Aids do município, sendo alguns residentes em outros

municípios. O Ministério da Saúde espera que o número de pessoas vivendo com

HIV/Aids em tratamento aumente, à medida que conhecendo a sua sorologia

positiva, a pessoa possa iniciar precocemente o tratamento.

Um dos indicadores que vínhamos trabalhando é a proporção de pacientes

com HIV+ com primeiro CD4 inferior a 200 cel/mm3, visto que o objetivo é o

diagnóstico precoce, quando a pessoa ainda não tem uma imunodeficiência

importante. Os dados dos últimos anos até 2016 foram: 2013: 20,45; 2014: 23,95;

2015: 14,29; 2016: 16,66.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 161

Os percentuais alcançados pelo município em 2015 e 2016 foram positivos,

pois o objetivo deste indicador é ir sendo reduzido. Cada vez menos pessoas

HIV+ realizando o primeiro CD4 quando ele é <200 cel/mm3.

Outro desafio, com indicador a ser acompanhado é a eliminação da

transmissão vertical (TV) do HIV. O protocolo para a prevenção da TV do HIV é

acessível no município a todas as gestantes que já conheçam a sua sorologia

reagente antes da gestação e para as que fazem o diagnóstico durante o pré-

natal. A tabela 53 apresenta as gestantes HIV+ residentes em Niterói notificadas

de 2010 a 2016.

Tabela 53 - Frequência de Gestantes HIV+ por Ano Diagnóstico segundo evidência

laboratorial.

Evidência laboratorial 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Ign/Branco 2 0 0 0 0 0 0 2

Antes do pré-natal 10 7 7 9 2 5 12 52

Durante o pré-natal 17 14 17 9 9 17 15 98

Durante o parto 8 4 3 2 4 2 3 26

Após o parto 0 0 0 0 1 1 0 2

Total 37 25 27 20 16 25 30 180

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão, atualizados em 03/04/2017.

Com a realização de todas as intervenções preconizadas no protocolo de

prevenção da TV do HIV, o risco da transmissão é bastante reduzido. A taxa de

transmissão é inferior a 1% em gestantes em uso de antirretrovirais que mantêm

níveis de carga viral abaixo de 1.000 cópias/ml, sendo, portanto, muito baixa

quando a carga viral estiver indetectável.

O indicador que expressa o controle da transmissão vertical do HIV é o

número de casos de Aids em menores de 5 anos, e tem sido pactuado em zero

casos. Quando um caso de Aids em menor de 5 anos é notificado, procedemos à

investigação para identificar os fatores que ocasionaram tal evento. Percebem-se

situações em que a vulnerabilidade social é fator preponderante para a TV do

HIV. A tabela 54 apresenta os números de casos de Aids em menores de 5 anos

de 1989 a 2014. De 2008 para frente, tem-se um controle maior do número de

casos. Nos anos de 2015 e 2016, foi notificado 01 caso em cada ano.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 162

Tabela 54 – Frequência dos casos de Aids em menores de 5 anos residentes em

Niterói segundo ano diagnóstico – 1989 a 2016.

8

9

9

1

9

3

9

4

9

5

9

6

9

7

9

8

9

9

0

0

0

1

0

2

0

3

0

5

0

6

0

8

0

9

1

1

1

2

1

3

1

4

1

5

1

6

TOTA

L

1 4 2 6 9 1 3 5 6 4 4 4 1 2 3 1 1 1 2 0 0 1 1 62

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão, atualizados em 14/03/2017.

A mortalidade por AIDS é alta em Niterói, embora tenha ocorrido uma

importante diminuição de óbitos por esta causa a partir de 2009 no município

(gráfico 25). Este cenário aponta para o diagnóstico tardio dentre outras causas.

Para reverter esta realidade, temos o desafio de ampliar o acesso precoce ao

diagnóstico e desenvolver estratégias manter a adesão do paciente ao

tratamento.

Gráfico 25

Fonte: TABWIN-DATASUS

Hepatites Virais

Em um cenário mundial de ocorrência de aproximadamente 03 casos de

hepatite C a cada 100 habitantes (OMS), pode–se dizer que a incidência de

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2008 2009 2010 2011 2012

50

27

21 22

27

Óbitos por AIDS em residentes de Niterói, 2008 a 2012.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 163

hepatite C em Niterói se mostra baixíssima, cerca de 0,02 caso por 100

habitantes em 2016, segundo dados do SINAN municipal.

Essa situação revela uma elevada subnotificação dos casos de hepatite B

e C no SINAN, que podem explicar a baixa incidência do agravo na cidade nos

últimos anos, demandando, pois, ações imediatas na correção dos dados, a fim

de proporcionar um conhecimento mais fidedigno do comportamento desse

agravo em Niterói. O município conta com apenas 1 hepatologista o que dificulta o

diagnóstico precoce e tratamento de novos casos.

As estratégias que estão sendo utilizadas para redução da subnotificação

de casos de hepatites B e C incluem:

busca ativa no banco de dados de sorologias do Laboratório Miguelote

Viana (LMV);

busca ativa nos prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de

hepatologia da Policlínica Regional Carlos Antônio da Silva e Hospital

Universitário Antonio Pedro (HUAP) para incorporação no SINAN daqueles

não notificados no Sistema;

busca ativa no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) dos casos

positivos para hepatites B e C;

investigação de casos de hepatites B e C do SIM, pois, muitos deles não

estão sendo incorporados no SINAN como casos de hepatites virais por

ausência de registro de marcadores sorológicos para hepatites virais nos

prontuários das unidades de saúde onde o óbito ocorreu, pois, para o

SINAN, apenas é considerado caso da doença aquele individuo que

apresenta marcadores positivos;

realização de Seminário de Vigilância em DST/AIDS, hepatites virais e

acidente com material biológico para os profissionais da rede que atuam na

vigilância epidemiológica.

No período de 2013 a 2016, foram notificados à COVIG 333 casos que

tiveram contato com o vírus da hepatite B (apresentaram anti-HBc total

reagente) e 325 casos de portadores de hepatite B. No mesmo período, foram

notificados 757 casos que tiveram contato com o vírus da hepatite C

(apresentaram anti-HCV reagente) e 717 casos de portadores de hepatite C

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fmsniteróiplanomunicipal2017 164

(tabelas 55 e 56), segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN).

Tabela 55 - Casos notificados com anti-HBc total reagente ou anti-HCV reagente, segundo ano de notificação – Niterói, 2013 a 2016.

Marcador reagente 2013 2014 2015 2016 TOTAL

anti-HBc total * 68 42 137 86 333

anti-HCV ** 96 106 284 271 757

Total 164 148 421 357 1.090

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN. *Marcador sorológico de contato com o vírus da Hepatite B; **Marcador sorológico de contato com o vírus da Hepatite C; Dados atualizados em 07 de julho de 2017 e sujeitos à revisão.

Tabela 56 - Casos confirmados de Hepatites Virais B e C, segundo ano de

notificação - Niterói, 2013 a 2016.

Caso confirmado 2013 2014 2015 2016 TOTAL

Hepatite B * 79 87 80 79 325

Hepatite C ** 93 105 284 235 717

Total 172 192 364 314 1.042

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN.

*Foram considerados casos confirmados de hepatite B aqueles que apresentaram ao menos um dos

seguintes marcadores: HBsAg ou anti-HBcIgM ou HBeAg;

** Foram considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentaram anti-HCV reagente e

HCV-RNA detectável.

Dados atualizados em 07 de julho de 2017 e sujeitos à revisão.

Em 2015, conforme mostra a tabela acima, percebe-se um aumento no

número de portadores de hepatite C no município, cerca de 2 vezes maior que

no ano anterior. Este fato decorre da busca ativa de casos da doença na

unidade de referência terciária da cidade (Hospital Universitário Antônio Pedro -

HUAP).

No período analisado, dentre os casos confirmados de hepatite B, 42,5%

(138) ocorreram em mulheres e 57,3% (187) em homens. Na análise por ano,

apenas em 2015, registraram-se mais casos de hepatite B em mulheres que

em homens (gráfico 26).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 165

Gráfico 26 – Casos confirmados de Hepatite B segundo sexo e ano de notificação – Niterói, 2013 a 2016.

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN. Dados sujeitos à revisão em 07/07/2017.

Entre os casos confirmados de hepatite C, 44,1% (316) dos casos

ocorreram em homens e 55,9% (401) em mulheres no período analisado. No

entanto, registraram-se mais casos de hepatite C em homens em 2013, como

mostra o gráfico 27.

Gráfico 27 – Casos confirmados de Hepatite C segundo sexo e ano de

notificação – Niterói, 2013 a 2016.

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN Dados sujeitos à revisão em 07/07/2017.

Quanto à provável fonte de infecção, no período analisado, a

transmissão da hepatite B ocorreu, na maior parte dos casos, pela via sexual.

0

10

20

30

40

50

60

70

2013 2014 2015 2016

46

61

29

51

33

26

51

28 Masculino

Feminino

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

2013 2014 2015 2016

52 52

11399

4153

171

136

Masculino

Feminino

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fmsniteróiplanomunicipal2017 166

Já para a Hepatite C, a via transfusional foi o provável mecanismo de infecção

(tabela 57 e 58). Considerando o elevado percentual de fontes de infecção

ignoradas, cabe ressaltar que a descoberta tardia das hepatites B e C é um

desafio para que o usuário e/ou profissional de saúde consiga precisar a forma

de transmissão da doença.

Tabela 57 - Percentual de casos confirmados de Hepatites B em Niterói segundo

provável fonte/mecanismo de infecção no período de 2013 a 2016.

Fonte/Mecanismo de Infecção Freqüência %

Sexual 96 29,5

Transfusional 6 1,8

Uso de Drogas 9 2,8

Vertical 1 0,3

Acidente de Trabalho 1 0,3

Hemodiálise 3 0,9

Domiciliar 3 0,9

Tratamento Cirúrgico 14 4,3

Tratamento Dentário 23 7,1

Pessoa/pessoa 5 1,5

Alimento/Água 0 0,0

Outros 19 5,8

Ign/Branco 145 44,6

Total 325 100,0

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN. Foram considerados casos confirmados de hepatite B aqueles que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores: HBsAg ou anti-HBcIgM ou HBeAg; Dados sujeitos à revisão em 07/07/2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 167

Tabela 58 - Percentual de casos confirmados de Hepatites B em Niterói segundo

provável fonte/mecanismo de infecção no período de 2013 a 2016.

Fonte/Mecanismo de Infecção Freqüência %

Sexual 30 4,2

Transfusional 211 29,4

Uso de Drogas 61 8,5

Vertical 1 0,1

Acidente de Trabalho 2 0,3

Hemodiálise 15 2,1

Domiciliar 0 0,0

Tratamento Cirúrgico 76 10,6

Tratamento Dentário 55 7,7

Pessoa/pessoa 2 0,3

Alimento/Água 0 0,0

Outros 30 4,2

Ign/Branco 234 32,6

Total 717 100

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN. Foram considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentaram anti-HCVreagente e HCV-RNA detectável.Dados sujeitos à revisão em 07/07/2017.

A coinfecção do vírus da hepatite B ou do vírus da hepatite C com o

HIV/AIDS é uma informação importante, pois tal associação pode piorar o

prognóstico das hepatites virais, propiciando formas mais graves dessas

doenças.

Do total de casos de hepatite B no período de 2013 a 2016, 9,8%

apresentaram coinfecção pelo HIV/AIDS e, do total de casos de hepatite C,

7,2% apresentaram essa coinfecção (gráfico 28). Entretanto, o elevado

percentual de dados ignorados compromete a qualidade dessa informação,

sendo necessário aprimorá-la para melhor descrever a prevalência das

coinfecções HIV-HCV e HIV-HBV em munícipes de Niterói.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 168

Gráfico 28 – Percentual de casos confirmados de Hepatite B e C em Niterói

segundo coinfecção pelo HIV, 2013 a 2016.

Fonte: FMS Niterói/VIPACAF/COVIG/SINAN.

Foram considerados casos confirmados de Hepatite B aqueles que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores: HBsAg ou anti-HBcIgM ou HBeAg. Foram considerados casos confirmados de Hepatite C aqueles que apresentaram anti-HCV reagente e HCV-RNA detectável. Dados sujeitos à revisão em 07/07/2017.

As principais ações de prevenção das Hepatites Virais no município são:

Vacinação contra hepatite B para profissionais do sexo com parceria com

CAPS-AD, Centro de Referência de População em Situação de Rua e

Policlínica Comunitária da Família da Ilha da Conceição;

Atividade para manicures e afins sobre formas de prevenção e transmissão

das hepatites virais B e C;

Testagem rápida para hepatite B e C nas unidades de saúde da rede

municipal;

Capacitação de profissionais da rede para realização de testes rápidos de

hepatite B e C;

Atividades educativas de prevenção nas escolas pactuadas pelo Programa

Saúde na Escola;

Comemoração em função do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites.

Ainda há muito que se avançar em relação à prevenção, principalmente

no tocante à ampliação da cobertura da vacina contra hepatite B, além de se

ampliar o acesso às sorologias para as hepatites B e C.

29,6

36

9,87,2

60,656,8

0

10

20

30

40

50

60

70

Ign/Branco Sim Não

Hepatite B

Hepatite C

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fmsniteróiplanomunicipal2017 169

Tuberculose

A Tuberculose é um grave problema de saúde pública e milhares de

pessoas adoecem e morrem devido á doença e suas complicações.

Em 2014 durante a Assembleia Mundial da Saúde da Organização Mundial

de Saúde (OMS) foi aprovada a nova estratégia Global para enfrentamento da

doença, com a visão de um mundo livre da Tuberculose até 2035.

Tabela 59 – Indicadores de tuberculose.

Indicadores epidemiológicos – Morbidade

Coeficiente de incidência de tuberculose

por 100 mil hab.

Percentual de coinfecção TB-HIV

Indicador epidemiológico – Mortalidade Coeficiente de mortalidade por tuberculose

por 100 mil hab.

Indicadores operacionais

Percentual de realização de cultura de

escarro nos casos de retratamento de

tuberculose

Percentual de testagem para o HIV entre

os casos novos de tuberculose

Percentual de cura entre os casos novos

de tuberculose pulmonar

Percentual de abandono de tratamento

entre os casos novos de tuberculose

pulmonar

Segundo a organização Mundial de Saúde:

Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada pelo bacilo

koch As regiões da África e da Ásia são as que apresentam maior risco para o

adoecimento.

Seis países foram responsáveis por 60% dos novos casos de tuberculose no

mundo em 2015: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Paquistão e África do Sul.

O enfrentamento da doença depende de avanços na prevenção e no

cuidado ao paciente em todos os países de alta carga de tuberculose, entre eles o

Brasil.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 170

No mundo, o percentual de redução da incidência foi de 1,5% entre 2014 e

2015. Para alcançar um dos objetivos da estratégia é necessário uma redução

média anual de 4% a 5% até 2020.

No Brasil o coeficiente de incidência da TB reduziu de 42.7 em 2001 para

34.2 em 2015, com Estados como RJ e Amazonas com as maiores taxas.

Mapa 3

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fmsniteróiplanomunicipal2017 171

Gráfico 29 – Incidência de Tuberculose no Brasil, Estado do Rio de Janeiro e

Niterói no período de 2005 a 2015.

Fonte: FMS-Niterói/COVIG/SINAN Dados atualizados em março de 2017, sujeitos a revisão.

Observando a série histórica abaixo, vemos que a incidência de tuberculose

no município de Niterói vem declinando progressivamente (58,06/100.000 hab.

em 2008 para 43,8/100.000 hab. em 2016).

Gráfico 30 - Taxa de Incidência da Tuberculose em Niterói, 2008 a 2016.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão, retirados em março de 2017

58,061,3

52,346,1 43,3 45,5 47,0

40,943,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Inci

nci

a p

or

10

0.0

00

hab

Ano Diagnóstico

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fmsniteróiplanomunicipal2017 172

O aumento da cura e a redução do abandono têm relação direta com a

diminuição da incidência da tuberculose. Verificamos em Niterói uma flutuação no

período analisado do percentual de abandono de tratamento em torno de 6%. Em

relação ao percentual de cura, pode ser observado um declínio a partir do ano de

2012 e uma leve ascensão no ano de 2015, alcançando o valor de 75% (gráfico

31).

Gráfico 31 - Percentual de cura e abandono dos casos novos de TB Bacilífero -

Niterói- 2008- 2015*

Fonte: MS/SVS/DASIS. *Dados preliminares sujeitos a revisão.

No ano de 2013 foi suspenso o fornecimento do cartão alimentação aos

pacientes que tivessem adesão ao tratamento supervisionado - TDO. Embora a

área técnica do Programa de Tuberculose avalie que esta estratégia pode ter

contribuído para o aumento da cura e diminuição do abandono até o ano de 2012,

a mesma ainda não foi reintroduzida nas unidades da Rede Básica.

Entre os casos de Tuberculose diagnosticados em nosso município 63 %

eram do sexo masculino e 37% do sexo feminino. A maioria dos casos está

concentrada na faixa etária de 20-59 anos de idade (77%) mantendo o padrão de

acometimento de casos de tuberculose no Brasil.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 173

A Escolaridade indica, 0,2% casos analfabetos, 30% ensino fundamental

incompleto, 15% ensino médio incompleto 25% ensino médio, 24% nível superior

incompleto e 5% nível superior completo.

Na variável Raça, Preta (negra) 25%; Parda 29% e Branca 46%.

Gráfico 32 - Percentual de cura de casos novos de tuberculose em residentes de

Niterói, 2008 a 2015.

Fonte: SINAN/COVIG/FMS Niterói. Dados sujeitos à revisão, retirados em março de 2017

Co-infecção Tuberculose/HIV

Em Niterói no período de 2008 a 2015, o quadro de co-infecção

tuberculose/HIV entre os casos novos variou de 9,39 a 11,33% (gráfico 33). No

Brasil, em 2015, este percentual foi de 9,9%, no Estado do Rio de Janeiro de

11,1% (Fonte: MS/SVS/SINAN e SESDEC/RJ/SINAN). Niterói está um pouco

acima das médias nacional e estadual, embora tenha apresentado uma queda em

relação ao maior valor da série em análise.

A testagem para o HIV em Niterói vem mantendo percentual maior que o

Estado do Rio de janeiro, que em 2015 foi de 48% e do Brasil que foi de 68%.

A Coinfecção pelo HIV representa um estado avançado da doença (AIDS)

deixando a pessoa em maior situação de vulnerabilidade e risco aumentado para

82,5477,54 79,39 78,51 80,18 77,97

74,83 75,21

5,56

11,59 13,74 12,407,21

16,9513,99

5,790,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Pe

rce

ntu

al d

e c

aso

s

Cura

Abandono

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fmsniteróiplanomunicipal2017 174

morte. A testagem para o HIV das pessoas com Tuberculose representa a

possibilidade de iniciar o tratamento TARV e melhor resultado para a cura da TB.

A Tuberculose é a segunda causa de óbito entre pessoas soropositivas para

o HIV.

O risco de adoecimento por Tuberculose na população portadora do HIV é

26 vezes maior que a população em geral.

Gráfico 33 - Percentual de co-infecção de tuberculose/HIV entre casos novos de

tuberculose - Niterói, 2008 a 2015.

Fonte: SINAN/COVIG/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão, atualizados em março de 2017

Gráfico 34 - Percentual de realização de anti-HIV em casos novos de tuberculose Niterói, 2008 a 2015.

9,3910,88

9,0210,18

13,6212,89

8,58

11,33

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Pe

rce

ntu

al d

e c

o-i

nfe

cção

de

tu

be

rcu

lose

/HIV

Ano Diagnóstico

70,0 72,1 71,0

80,5 80,876,0

70,072,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Pe

rce

ntu

al d

e C

aso

s d

e T

ub

erc

ulo

se c

om

e

xam

e a

nti

-HIV

re

aliz

ado

Ano Diagnóstico

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fmsniteróiplanomunicipal2017 175

Fonte: SINAN/COVIG/FMS Niterói. Dados sujeitos à revisão, atualizados em março de 2017

As diversas ações propostas no Plano de Ação de Controle da Tuberculose

Municipal vêm repercutindo nos resultados alcançados: diagnóstico oportuno,

sustentabilidade na disponibilidade dos medicamentos; avaliação dos contatos,

Vigilância Hospitalar, reordenação das rotinas em cada unidade com PCT

implantado, treinamento/capacitação continuada das equipes, disponibilidade de

exames TRM-TB, BAAR, Cultura e Broncoscopia em toda a rede e monitoramento

dos casos até a cura.

No Brasil o coeficiente de incidência da TB reduziu de 42,7 em 2001 para

34,2 em 2015, com Estados como RJ e Amazonas apresentando as maiores

taxas no período.

O Coeficiente de Mortalidade no Brasil era de 3,14/100.000 hab. (2001) para

2,14 /100.000 hab. (2015), e estados como RJ, PE e AM apresentaram as

maiores taxas no período.

Mapa 4

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fmsniteróiplanomunicipal2017 176

Enfim o país possui elevada variabilidade entre os estados quanto a esses

indicadores, e nos estados entre seus municípios.

Niterói ainda possui elevada taxa de mortalidade (4.4/100.000 hab.). Faz-se

necessário investigar os óbitos por Tuberculose e apontar ações para reverter

esse quadro.

Gráfico 35 – Taxa de mortalidade por tuberculose no período de 2005 a 2015.

Fonte: : FMS-Niterói / COOBS / SIMDados atualizados março de 2017, sujeitos a revisão

2015Brasil=2,2Estado RJ = 5,0

Resolução SESRJ nº1058 DE 06/11/2014

Fluxo do Paciente na rede de Saúde

Todas as Unidades de Saúde estão capacitadas para buscar Sintomáticos

Respiratórios (indivíduos com tosse há três semanas ou mais). A baciloscopia de

escarro é oferecida e é agendada a consulta médica. Se o exame de escarro é

positivo o doente é orientado, e se ele concordar será acompanhado na unidade

mais próxima de sua residência com PCT implantado. Se a baciloscopia de

escarro for negativa ou houver comorbidades graves, e a suspeita clínica for de

tuberculose ele é referenciado para a unidade de referência secundária para

confirmação do diagnóstico e é feito acompanhamento compartilhado.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 177

Unidades de Saúde com Programa de Controle da Tuberculose (PCT) implantado

Policlínica Regional Dr. Sergio Arouca (PRSA), Policlínica Regional Dr.

Guilherme Taylor March (PRGTM - Fonseca), Policlínica Regional de Itaipu

(PRI), Policlínica Regional do Largo da Batalha (PRLB), Policlínica

Regional da Engenhoca (PRE), Unidade Básica do Barreto João Vizella

(UBB), Unidade Básica do Caramujo (UBC), Policlínica Regional Carlos

Antonio da Silva (PRCAS), PMF Programa Médico de Família – 33

módulos.

Dispensário Escola Mazzini Bueno (CAIT-UFF) é o ambulatório de

Tuberculose da Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi inaugurado

em Abril de 2012.

Ambulatório HIV/AIDS do Hospital Municipal Carlos Tortelly (HMCT).

Ambulatório para pacientes co-infectados de toda a metropolitana II

Unidade de Referência Secundária

Policlínica Regional Dr. Sergio Arouca (PRSA): A PRSA é referência

secundária para toda a rede básica, recebendo pacientes com formas

extra-pulmonares, pulmonares negativos, portadores de co-morbidades

graves ou que não respondem ao tratamento com esquema básico.

Unidade de Referência Terciária

Ambulatório Dra. Margareth Dalcomo – Instituto Estadual de Doenças do

Tórax Ary Parreiras - IEDTAP: Referência para os pacientes com

resistência aos tuberculostáticos e monitoramento dos casos com

esquemas especiais de tratamento.

Emergências

Hospital Getúlio Vargas Filho (HGVFº), Unidade Municipal de Urgência Dr.

Mario Monteiro, Hospital Municipal Carlos Tortelly, Hospital Estadual

Azevedo Lima, UPA 24 HS. FONSECA, SPA da Policlínica Regional da

Engenhoca e SPA da Policlínica Regional do Largo da Batalha.

Unidades de referência para internação dos pacientes com Tuberculose

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fmsniteróiplanomunicipal2017 178

Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras - Niterói (adultos),

Hospital Santa Maria – Taquara - RJ (adultos), Hospital Getulio Vargas

Filho (crianças).

Outras Unidades que recebem pacientes com Tuberculose em Niterói para

internação

Hospital Municipal Carlos Tortelly (adultos), Hospital Estadual Azevedo

Lima (adultos), Hospital Universitário Antônio Pedro (crianças e adultos)

Rede Privada

A rede privada de saúde em Niterói também realiza o primeiro atendimento

em suas emergências e ambulatórios. Em casos de necessidade de internação,

pode ser utilizado o leito privado ou público, sendo o medicamento indicado

fornecido pelo PCT municipal. Os casos com indicação de acompanhamento

ambulatorial são encaminhados para as unidades básicas com PCT, com a

possibilidade de acompanhamento compartilhado. Por fim existe uma boa

integração entre a rede privada e a rede publica através da coordenação do PCT

municipal.

Exames de Laboratório (Baciloscopia, cultura e Teste de Sensibilidade)

Baciloscopia:

É realizada pelo Laboratório de Saúde Publica Miguelotte Viana,

Laboratório João Vizella, Laboratório do Hospital Municipal Carlos Tortelly

(HMCT), do Hospital Municipal Orêncio de Freitas (HOF), Hospital

Universitário Antônio Pedro (HUAP), Instituto Estadual de Tórax Ary

Parreiras (IEDTAP), Hospital Estadual Getúlio Vargas Filho (HGVF) e do

Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL).

Cultura:

É realizada pelos Laboratórios: de Saúde Pública Miguelotte Viana,

Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), Hospital Universitário Antônio

Pedro (HUAP) e Instituto Estadual de Tórax Ary Parreiras (IEDTAP).

Teste de sensibilidade:

Encaminhado ao LACEN/SES-RJ pelo Lab. Miguelote Viana.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 179

TRM-TB – teste rápido de biologia Molecular, realizado no Laboratório de

Saúde Pública Miguelote Viana.

Outros exames complementares

Radiografia de Tórax:

PC Largo da Batalha, Hospital Municipal Carlos Tortelly, PESP – Policlínica

de Especialidades Silvio Picanço.

Broncoscopia:

Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IEDTAP), Hospital

Universitário Antônio Pedro.

Tomografia: Unidades contratadas com as vagas reguladas pela CREG

municipal.

Toracocentese e biópsia pleural: Agendada no Instituto Estadual de

Doenças do Tórax Ary Parreiras (IEDTAP).

EIXOS PARA MANTER O CAMINHO DE CONTROLE DA TUBERCULOSE

O controle da Tuberculose deve ser prioridade de governo.

Fortalecer a rede de diagnostico laboratorial e de imagem.

Melhoria do diagnostico construir a Sala de Escarro Induzido

Continuar as ações de Prevenção e assistência na Atenção Básica,

mantendo Unidade de Referencia Secundária.

Manter a descentralização e qualificação da atenção às ações do controle

da Tuberculose.

Reforçar as unidades Vigilância Hospitalar com as ações Controle da

Tuberculose.

Manutenção das ações intersetoriais.

Manutenção do Monitoramento e avaliação e aprimorar análise de

indicadores.

Incentivo com cartão alimentação para melhor adesão ao tratamento.

Produzir material Educativo.

Produzir Boletim Informativo.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 180

Manutenção de capacitações para profissionais de saúde, cidadania e

assistência social e educação.

Meningites

A vigilância das meningites inclui a detecção de surtos de doença

meningocócica e meningite viral, monitoramento dos sorogrupos e sorotipos da

Neisseria meningitidis, dos sorotipos de Haemophilus influenzae e Streptococcus

pneumoniae circulantes no país, e monitoramento do perfil da resistência

bacteriana das cepas de Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e

Streptococcus pneumoniae.

Todos os casos suspeitos devem ser notificados em 24 horas, com vistas a

possibilitar investigação clínico-laboratorial, assim como o desfecho do caso e

pronto estabelecimento de medidas de prevenção de casos secundários junto à

comunidade.

Em 2014, foram recebidas 157 notificações de casos de meningites.

Destes casos, 104 eram residentes em Niterói (66,2%) e 53 eram residentes em

outros municípios (33,8%), conforme a Tabela 60

Em 2015, foram recebidas 134 notificações de casos de meningites.

Destes casos, 73 eram residentes em Niterói (54,5%) e 61 eram residentes em

outros municípios (45,5%), conforme a Tabela 56.

Em 2016, foram recebidas 102 notificações de casos de meningites.

Destes casos, 66 eram residentes em Niterói (64,7%) e 36 eram residentes em

outros municípios (35,3%), conforme a Tabela 60.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 181

Tabela 60- Série histórica da distribuição de casos de meningites notificados por

município de residência segundo ano de início de sintomas ano 2007 – 2016.

Município de

Residência – RJ 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

201

4

201

5

201

6 Total

Angra dos Reis 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

Araruama 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2

Arraial do Cabo 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Belford Roxo 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 3

Cabo Frio 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 5

Casimiro de Abreu 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 3

Conceição de

Macabu 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Duque de Caxias 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2

Guapimirim 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 2

Itaboraí 6 3 2 11 1 6 3 5 6 2 45

Itaguaí 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2

Itaperuna 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Japeri 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Macaé 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 3

Mangaratiba 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1

Maricá 2 7 3 4 7 4 8 10 9 4 58

Miracema 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Nilópolis 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1

Niterói 38 37 44 45 66 101 55 104 73 66 629

Nova Friburgo 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Nova Iguaçu 1 0 1 0 0 0 1 0 0 1 4

Paracambi 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Queimados 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Rio Bonito 0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 4

Rio de Janeiro 2 5 3 2 6 5 2 4 3 2 34

São Gonçalo 45 24 16 22 18 37 29 30 37 23 281

Saquarema 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

Silva Jardim 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 3

Tanguá 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 3

Total 103 79 75 86 102 157 99 157 134 102 1.095

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 23/03/2017. Dados sujeitos à revisão.

Em 2014, dos 104 casos de residentes no município de Niterói, 61 foram

confirmados, o que corresponde a 58,7% do total (Tabela 61). Vale ressaltar que

neste ano o percentual de casos descartados foi elevado (41,4%).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 182

Em 2015, dos 71 casos de residentes no município de Niterói, 35 foram

confirmados, o que corresponde a 49,29% do total (Tabela 61). Vale ressaltar que

neste ano o número de casos descartados superou o de confirmados.

Em 2016, dos 70 casos de residentes no município de Niterói, 41 foram

confirmados, o que corresponde a 60,00% do total (Tabela 61). Vale ressaltar que

neste ano o percentual de casos descartados foi bem menor, em comparação a

2015 (40,00%).

O elevado percentual de casos descartados pode revelar a sensibilidade do

sistema de vigilância, pois garante a investigação de todos os casos suspeitos,

permitindo o conhecimento dos principais agentes etiológicos em circulação no

município. O planejamento das ações de controle das meningites, prevenção e

assistência dos casos, são aperfeiçoadas de acordo com as informações geradas

pelo sistema de vigilância.

Tabela 61 - Classificação Final dos casos notificados de residentes no município de

Niterói no período de 2007 a 2016.

Classif.

Final 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Ign/Branco 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 3

Confirmado 34 29 31 32 42 68 39 61 35 41 412

Descartado 3 7 12 15 22 35 17 43 36 28 218

Total 38 37 43 47 64 103 56 104 71 70 633

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 183

Gráfico 36 - Classificação Final dos casos notificados de residentes no município

de Niterói no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Nos anos de 2014, 2015 e 2016, com relação à etiologia dos casos

confirmados, observa-se que a maior incidência foi de meningite viral (40,90%),

(37,84%) e (26,32) respectivamente; seguido de meningites por outras bactérias

(19,70%), (27,03%) e (23,38) respectivamente.

Doença Meningocócica

O percentual de Doença Meningocócica em relação total de casos de

meningites registrados nos anos de 2014, 2015 e 2016 foi de 19,7%, 5,40% e

13,16% respectivamente. Com a introdução da vacina anti-meningocócica C no

calendário da criança no de 2010 seria esperada uma diminuição gradual do

percentual de casos por N.meningitidis.

A tabela 62 e o Gráfico 37 demonstram nos anos de 2015 e 2016 que nas

faixas etárias de menores de 10 anos houve uma significativa redução do número

de casos. O monitoramento dos registros futuros servirão de base para análise do

impacto dessa vacina na prevenção da Doença Meningocócica.

0

10

20

30

40

50

60

70

3429 31 32

42

68

39

61

3541

37

1215

22

35

17

43

3628 Ign/Branco

Confirmado

Descartado

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fmsniteróiplanomunicipal2017 184

Tabela 62 - Frequência de casos de doença meningocócica segundo faixa etária em

residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Menor 1 ano 2 0 0 2 0 2 1 0 0 1 8

1 a 4 anos 2 2 1 1 6 5 2 2 0 0 21

5 a 9 anos 1 1 3 1 8 2 3 2 0 0 21

10 a 19 anos 0 2 2 1 3 3 0 2 0 1 14

20 a 59 anos 1 4 0 1 4 4 2 6 2 2 26

60 e mais 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 4

Total 6 9 6 6 22 17 9 12 2 5 94

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 37 - Frequência de casos de doença meningocócica segundo faixa etária

em residentes no período de 2007 a 2016

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Meningite pneumocócica

O percentual de Meningite Pneumocócica em relação total de casos de

meningites registrados nos anos de 2014, 2015 e 2016 foi de 3,27%, 10,81 e

18,42% respectivamente. Com a introdução da vacina anti-pneumocócica no

calendário da criança no de 2010 seria esperada uma diminuição gradual do

percentual de casos por S. Pneumoniae.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Menor 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 185

Observando a 61 e o Gráfico 38 vemos que os casos de Meningite

Pneumocócica predominam nas faixas etárias de maiores de 20 anos. O

monitoramento dos registros futuros servirão de base para análise do impacto

dessa vacina na prevenção de casos de Meningite Pneumocócica.

Tabela 63 - Frequência de casos de meningite pneumocócica segundo faixa etária

em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 2 2 1 2 0 0 0 0 0 1 8

1 a 4 anos 2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 3

5 a 9 anos 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 3

10 a 19

anos 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 2

20 a 59

anos 0 2 0 1 0 1 2 1 1 5 13

60 e mais 2 1 0 2 0 0 0 0 3 1 9

Total 7 5 2 7 1 1 2 2 4 7 38

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 38 - Frequência de casos de meningite pneumocócica segundo faixa etária em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 186

Meningite por haemophilus

Durante o período de 2014 a 2016, não houve registro de meningite por

haemophilus em residente de Niterói.

Meningite Tuberculosa

Nos anos de 2014, 2015 e 2016 ao analisarmos a faixa etária onde ocorreu

o maior número de casos de meningite tuberculosa, observamos que foi na faixa

de 20 a 59 anos (foram registrados 2 casos a cada ano, conforme vemos na

tabela 64). Levando-se em conta que a cobertura vacinal de BCG vem se

mantendo acima de 95% ao longo dos anos no município e que não foram

registrados casos meningite tuberculosa nas faixas etárias até 4 anos de idade e

que houve registro de 3 casos na faixa de 5 a 19 anos, vemos que pode haver

uma relação positiva de proteção da vacina.

Tabela 64 - Frequência de casos de meningite tuberculosa segundo faixa etária em

residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 a 4 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

5 a 9 anos 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

10 a 19

anos 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 2

20 a 59

anos 0 0 3 2 0 1 2 2 2 0 12

60 e mais 0 0 0 1 0 1 0 0 0 2 4

Total 1 1 3 4 0 2 2 2 3 2 19

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 187

Gráfico 39 - Frequência de casos de meningite tuberculosa segundo faixa etária em

residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Meningite por outras bactérias

Tabela 65 - Frequência de casos de meningite por outras bactérias segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Menor 1 ano 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 7

1 a 4 anos 0 2 0 2 1 5 2 3 1 1 17

5 a 9 anos 0 0 1 0 1 5 1 3 0 1 12

10 a 19 anos 0 1 0 1 0 2 1 1 0 0 6

20 a 59 anos 1 0 2 4 3 2 6 4 7 3 32

60 e mais 1 0 0 0 2 3 0 0 1 4 11

Total 2 4 4 7 8 18 10 12 10 10 85

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 188

Gráfico 40 - Frequência de casos de meningite por outras bactérias segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Meningite viral

Observamos que a Meningite viral é a mais prevalente na série de 2014 a

2016. Levando-se em consideração que os vírus podem potencialmente causar

surtos de meningite viral e que, entre as os quadros de arboviroses conhecidas,

podem cursar com meningoencefalite e/ou meningite, torna-se muito importante o

monitoramento desse tipo de meningite.

Tabela 66 - Frequência de casos de meningite viral segundo faixa etária em

residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Menor 1 ano 0 0 0 1 0 1 0 6 0 1 9

1 a 4 anos 2 0 1 1 2 6 4 10 2 3 31

5 a 9 anos 3 1 0 0 2 5 1 4 6 1 23

10 a 19 anos 0 0 1 0 0 2 1 2 3 0 9

20 a 59 anos 2 0 3 2 1 8 2 4 3 4 29

60 e mais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Total 7 1 5 4 5 22 8 26 14 10 102

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 189

Gráfico 41 - Frequência de casos de meningite viral segundo faixa etária em

residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Meningites por outras etiologias

Eventos raros, a maior parte desse tipo de meningite são causadas por

fungos. As faixas etárias atingidas são aquelas maiores de 20 anos.

Tabela 67 - Frequência de casos de meningite por outras etiologias segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Menor 1 ano 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 a 4 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

5 a 9 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 a 19 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 a 59 anos 2 1 1 1 1 1 3 1 2 4 17

60 e mais 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2

Total 2 1 3 1 1 1 3 1 2 4 19

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 190

Gráfico 42 - Frequência de casos de meningite por outras etiologias segundo faixa etária em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Óbitos por meningite

Tabela 68 – Óbitos por meningite segundo faixa etária no período de 2007 a 2016.

Fx Etária SINAN 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

<1 Ano 0 1 1 2 0 0 0 0 0 0 4

1-4 2 2 0 0 0 0 0 1 0 0 5

5-9 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 2

10-14 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2

15-19 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2

20-34 0 1 1 2 2 3 1 1 1 3 15

35-49 1 2 1 1 1 0 3 0 1 2 12

50-64 1 1 2 0 1 2 1 0 3 2 13

65-79 1 1 0 1 0 1 0 0 2 2 8

80 e+ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3

Total 5 9 6 7 5 7 5 2 8 12 66

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

A letalidade por Meningite nos anos de 2014, 2015 e 2016 foi 3,28%,

22,86% e 29,27%, respectivamente. Estimamos que devido ao número reduzido

de casos e óbitos por ano, existe grande flutuação na letalidade das meningites.

Observamos que os maiores coeficientes de letalidade se referem a meningite

tuberculosa, meningite pneumocócica e meningite por outras etiologias. Esta

análise deverá ser mais aprofundada, levando em conta fatores que podem

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 191

interferir na assistência, virulência dos agentes etiológicos e outros, o que vai

exigir elaboração de estudo específico de letalidade.

Óbito por Doença Meningocócica

A letalidade por Doença Meningocócica nos anos de 2014, 2015 e 2016 foi

0, 50% e 40%, respectivamente.

Tabela 69 - Frequência de casos de óbito por doença meningocócica segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

1 a 4 anos 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

5 a 9 anos 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1

10 a 19

anos 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 3

20 a 59

anos 0 2 0 1 0 2 1 0 1 1 8

60 e mais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Total 0 4 0 3 1 3 1 0 1 2 15

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão. Gráfico 43 - Frequência de óbitos por doença meningocócica segundo faixa etária

em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

0

0,5

1

1,5

2

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 192

Óbitos por meningite tuberculosa

Letalidade= 50%, 33,3% e 50% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

Tabela 70 - Frequência de casos de óbito por meningite tuberculosa segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 a 4 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

5 a 9 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 a 19

anos 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1

20 a 59

anos 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 3

60 e mais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Total 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 5

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 44 - Frequência de óbitos por meningite tuberculosa segundo faixa etária

em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

1

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 193

Óbitos por meningite por outras bactérias

Letalidade= 0, 20% e 30% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

Tabela 71 - Frequência de casos de óbito por meningite por outras bactérias

segundo faixa etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 a 4 anos 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

5 a 9 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 a 19

anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 a 59

anos 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 5

60 e mais 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3 6

Total 0 1 1 0 2 2 1 0 2 3 12

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 45 - Frequência de óbito por meningite por outras bacterias segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Óbitos por meningite por outras etiologias

Letalidade= 0, 100% e 25% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 194

Tabela 72 - Frequência de casos de óbito por meningite por outras etiologias segundo faixa etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 a 4 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

5 a 9 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

10 a 19 anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 a 59

anos 0 1 0 1 1 1 2 0 2 1 9

60 e mais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 0 1 0 1 1 1 2 0 2 1 9

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 46 - Frequência de óbito por meningite por outras etiologias segundo faixa

etária em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Óbito por meningite pneumocócica

Letalidade= 0, 50% e 42,9% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

0

0,5

1

1,5

2

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 195

Tabela 73 - Frequência de casos de óbito por meningite pneumocócica segundo

faixa etária em residentes no período de 2007 a 2016.

Faixa Etária 200

7

200

8

200

9

201

0

201

1

201

2

201

3

201

4

201

5

201

6

Tota

l

Menor 1 ano 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2

1 a 4 anos 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

5 a 9 anos 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

10 a 19

anos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

20 a 59

anos 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 3

60 e mais 2 1 0 1 0 0 0 0 2 1 7

Total 4 2 2 1 0 0 1 0 2 3 15

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

Gráfico 47 - Frequência de óbito por meningite pneumocócica segundo faixa etária

em residentes no período de 2007 a 2016.

FONTE: SINAN/MS/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI – em 21/07/2017. Dados sujeitos à revisão.

No período analisado, não ocorreu óbito por meningite viral ou por haemophilus.

Planejamento para o período de 2018 2021:

• Intensificar a Vigilância Epidemiológica com especial atenção aos

casos ocorridos nas proximidades das divisas com outros

municípios.

• Produzir e distribuir material educativo com orientações de conduta

frente aos casos suspeitos de meningite.

0

0,5

1

1,5

2

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 59 anos

60 e mais

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fmsniteróiplanomunicipal2017 196

• Realizar treinamento para os profissionais de saúde da assistência e

para as equipes de vigilância epidemiológica.

Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores

A vigilância das zoonoses e Doenças transmitidas por vetores abrange as

ações e os serviços de saúde voltados para vigilância, prevenção e controle de

zoonoses e de doenças transmitidas por vetores de relevância para a saúde

pública. Tem como funções monitorar, assessorar tecnicamente e avaliar o perfil

epidemiológico dos agravos para o desenvolvimento de ações de prevenção e

controle, executando outras atividades afins.

Os principais agravos de vigilância da Assessoria são:

ARBOVIROSES

Arbovírus são vírus os quais têm parte de seu ciclo de replicação nos

insetos, podendo ser transmitidos aos seres humanos e outros animais pela

picada de artrópodes hematófagos. Fazem parte deste grupo a dengue,

chikungunya, zika e febre amarela.

Dengue

A partir do ano de 1986, com a reintrodução do vírus da dengue em Niterói,

esta se tornou uma doença endêmica (como em outros locais do Brasil), ou seja,

observamos notificações de casos em todos os meses do ano, com períodos

epidêmicos em intervalos que variam de 3 a 5 anos (ocorridos nos anos de

1986/1987, 1990/1991, 1998, 2001/2002, 2007/2008 e 2011/2012/2013). É

importante ressaltar que ao longo desses anos já foi detectada no município a

circulação dos vírus DEN-1, DEN-2 e DEN-3 e DEN-4.

Em 2014 foram notificados 397 casos e o número de registros mensais não

ultrapassou o limite máximo esperado. Neste mesmo ano, apesar dos esforços

para identificação do vírus em circulação, não foram identificadas amostras

positivas para vírus da dengue.

No ano de 2015 foram registrados 785 casos de dengue em residentes de

Niterói. O número de casos, ao longo do ano, se manteve abaixo do limite

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fmsniteróiplanomunicipal2017 197

máximo esperado e, de forma semelhante ao ano de 2014, não houve

identificação do sorotipo que circulou no município. A partir do mês de novembro

do ano de 2015 foi observado um aumento gradual do número de casos

notificados de dengue, que permaneceu em elevação nos primeiros meses de

2016, com nova queda a partir de maio do mesmo ano. Estimamos que o

aumento das notificações se justifica pelo aparecimento de casos de zika e

chikungunya, já que durante a fase aguda destas três arboviroses os

sinais/sintomas são semelhantes e cada caso de síndrome febril pode ter

originado a notificação dos três agravos. O fato de haver registro de apenas 25

casos confirmados e somente um caso de dengue com sinais de alarme e um

caso de dengue grave nesse ano, reforça a hipótese a maior parte dos casos

notificados não era dengue. No final de 2016 foi identificado o vírus DEN-1.

De 1º de janeiro até o dia 04 de julho de 2017 foram notificados 619 casos

de dengue; entre estes 12 foram confirmados, o que corresponde a apenas 2%

dos casos. Foi registrado 1 caso grave. Segue abaixo a série histórica de casos

notificados de Dengue em residentes de Niterói no período de 1 de janeiro de

2007 a 19 de junho de 2017.

Gráfico 48 – Frequência de casos notificados de Dengue em residentes de Niterói,

no período de 01 de janeiro de 2007 a 19 de junho de 2017.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 19/06/2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 198

Chikungunya

No mês de novembro de 2015 foi confirmado o primeiro caso de febre da

chikungunya em residente de Niterói. A partir daquele mês até 04 de julho de

2017, foram notificados 665 casos em residentes no município. Desse total, 136

casos foram confirmados por critério laboratorial.

Tabela 74 – Distribuição de casos de Chikungunya segundo ano de início dos

sintomas no período de novembro de 2015 a 21 julho de 2017.

Ano Nº casos notificados Nº casos confirmados

2015 79 3

2016 265 68

2017* 321 65

Total 665 136

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – *retirados do SINAN em 21/07/2017.

Gráfico 49 – Casos notificados de Chikungunya em residentes de Niterói por mês

de início dos sintomas – novembro 2015 a julho 2017.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 07/07/2017.

A vigilância das arboviroses atua com objetivo de identificar precocemente

os casos, para que medidas de assistência à todos os casos sejam adotadas, e

assim, evitar possíveis óbitos por esses agravos.

Além disso, semanalmente, os casos notificados no SINAN são repassados

ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Niterói, para subsidiar as ações de

prevenção.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 199

A situação epidemiológica se torna mais complexa com a identificação do

surto de febre amarela silvestre registrado no país a partir do final do ano de

2016, atingindo principalmente a região sudeste. Por ser uma doença

imunoprevenível, as informações e análises se encontram junto às demais

doenças desse grupo.

Zika

Em 29/04/2015 o Portal da Saúde/Ministério da Saúde anuncia a detecção

de casos de doença exantemática em Pernambuco e outros estados do Nordeste.

Em 14/05/2015, no mesmo Portal, o MS comunica a confirmação da ocorrência

de casos de Zika vírus no país.

Em 17 de fevereiro de 2016 o Ministério da Saúde publica a Portaria

GM/MS nº 204, que inclui a ―Doença aguda pelo vírus Zika‖, a ―Doença aguda

pelo vírus Zika em gestante‖ e o ―Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika‖

na lista nacional de doenças de notificação compulsória. Além da inclusão da

vigilância universal destes agravos, a citada Portaria determina que os casos de

―Síndrome neurológica pós infecção febril exantemática‖ devem ser notificados.

Em Niterói, foi estabelecida a notificação de casos de suspeitos de zika

vírus no mês de novembro de 2015. No período novembro de 2015 até o dia 21

de julho de 2017 foram notificados 8.181 casos de zika vírus em residentes de

Niterói, sendo 604 foram em gestantes. Foram confirmados laboratorialmente,

240 casos nos anos de 2015 e 2016. De 01 de janeiro de 2017 até o dia 21 de

julho 2017 não foram confirmados casos de zika por laboratório em residentes de

Niterói, embora tenham sido analisadas 75 amostras de gestantes com quadro

suspeito da doença.

Observamos que os casos de Zika vírus se concentram no período de novembro

de 2015 a maio de 2016. O número de notificações a partir de junho de 2016 até

a presente data é bastante reduzido. O exame de laboratório disponível até o

momento para conformação dos casos suspeitos de zika é o Polimerase Chain

Reaction (PCR), tecnologia de biologia molecular, que detecta material genético

do vírus no soro e na urina do paciente na fase aguda da doença. Essa

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fmsniteróiplanomunicipal2017 200

característica limita a investigação somente aos primeiros dias de doença. No ano

de 2017 não houve exame de PCR para zika detectável.

Gráfico 50 – Casos notificados de Zika em residentes de Niterói por mês de início

dos sintomas – 2015 a 2017.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

jan

/15

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ago Se

t

Ou

t

No

v

De

z

jan

/16

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ago Se

t

Ou

t

No

v

De

z

jan

/17

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ago Se

t

Ou

t

No

v

De

z

Casos Zika notificados

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 07/07/2017

Em 22 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde de

Pernambuco (SES/PE), na região Nordeste, comunicou à SVS/MS a observação,

a partir de agosto de 2015, do aumento no número de casos de microcefalia.

Essa situação despertou a atenção das autoridades de saúde do Estado e de

especialistas, dando início a uma corrida para levantamento e verificação de

dados e análise de causas possíveis. Foram consolidadas evidências que

corroboraram o reconhecimento da relação entre a presença do vírus Zika e o

aumento da ocorrência de casos de microcefalia no país. Em 11 de novembro de

2015, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 1.813 que declara

Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), por alteração do

padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil. Assim, no mês de novembro de

2015, a SES/RJ por meio da Resolução SES/RJ 1296 de 18/11/2015, estabeleceu

a notificação de casos de Síndrome Exantemática em gestantes. O INFORME

TÉCNICO 004/2015, da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e

Zoonoses - SÍNDROME EXANTEMÁTICA EM GESTANTES, de 25 de novembro

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de 2015, preconiza a coleta de amostras biológicas para pesquisa do vírus Zika

no Lacen RJ. A tabela e o Gráfico abaixo mostram a distribuição dos 691 casos

notificados de exantema em gestantes no período de julho de 2015 a 21 de julho

de 2017 em residentes de Niterói.

Tabela 75 - Casos notificados de exantema em gestante residentes de Niterói por

mês de início dos sintomas - 2015 a 2017.

Mês sintoma 2015 2016 2017 Total

Janeiro 0 140 5 145

Fevereiro 2 148 6 156

Marco 0 50 4 54

Abril 0 48 8 56

Maio 0 18 8 26

Junho 0 8 10 18

Julho 1 5 1 7

Agosto 0 4 0 4

Setembro 0 7 0 7

Outubro 4 3 0 7

Novembro 44 6 0 50

Dezembro 155 6 0 161

Total 206 443 42 691

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 07/07/2017

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fmsniteróiplanomunicipal2017 202

Gráfico 51 – Casos notificados de exantema em gestantes residentes de Niterói por

mês de início dos sintomas – 2015 a 2017.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão, atualizados em 21/07/2017.

O Município de Niterói, por iniciativa do Departamento de Supervisão

Técnico-Metodológica (DESUM), promoveu dois seminários (o primeiro em

31/03/2016 e o segundo em 20/07/2016), acerca do protocolo municipal de

assistência à gestante e recém-nascido com microcefalia, com o objetivo de

compartilhar informações e discutir as boas práticas na atenção e no

acompanhamento das crianças com microcefalia e de suas famílias.

A partir do primeiro seminário, surgiu o Grupo de Trabalho (GT) de

Microcefalia, integrado pela Coordenação de Vigilância em Saúde (COVIG),

Departamento de Supervisão Técnico Metodológica (DESUM) e a Universidade

Federal Fluminense (UFF), que visa discutir os casos notificados e orientar a rede

quanto à notificação/investigação dos casos de microcefalia e o acompanhamento

das crianças filhas de mulheres que apresentaram exantema durante a gestação,

considerando as orientações do MS publicadas em 10/03/2016 (Protocolo de

Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema

Nervoso Central (SNC) – Versão 2) e no primeiro semestre de 2017 (Orientações

integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde

Pública de Importância Nacional: procedimentos para o monitoramento das

alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação até a primeira

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infância, relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas

dentro da capacidade operacional do SUS), ambos disponíveis on line.

Segue abaixo as informações sobre os casos de microcefalia notificados no

município de Niterói.

Gráfico 52 - Casos notificados de Microcefalia no período de 22/12/2015 a

11/05/2017.

(n=83)

Fonte: COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói e RESP/MS. Dados retirados em 02/08/2017

54%

46%Não residentes

Residentes

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fmsniteróiplanomunicipal2017 204

Gráfico 53 – Situação de classificação dos casos notificados de Microcefalia

residentes em Niterói.

(n=38)

Fonte: COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói e RESP/MS. Dados retirados em 02/08/2017

Tabela 76 - Classificação dos casos notificados de Microcefalia de residentes em

Niterói segundo o protocolo SVS/MS de 2016*

Classificação dos casos Número de Casos

Descartada Microcefalia 12

Confirmada Microcefalia 14

Total 26

Fonte: COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói e RESP/MS.

Dados retirados em 02/08/2017

*Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central

(SNC) – Versão 2, março de 2016.

32%

68%

Em investigação

Classificados

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fmsniteróiplanomunicipal2017 205

Tabela 77 - Classificação dos casos notificados de Microcefalia de residentes em

Niterói segundo o protocolo SVS/MS de 2017**

Classificação dos casos Número de Casos

Caso descartado de infecção congênita por STORCH + Zika 5

Caso provável de infecção congênita sem identificação etiológica 13

Caso confirmado de infecção congênita por Zika vírus 6

Caso confirmado de infecção congênita por STORCH 2

Total 26

Fonte: COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói e RESP/MS.

Dados retirados em 02/08/2017

**Orientações integradas de vigilância e atenção à saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância

Nacional: procedimentos para o monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação até

a primeira infância, relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas dentro da capacidade

operacional do SUS.

STORCH = Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes

O citado GT de Microcefalia estabeleceu a vigilância (notificação e

monitoramento até 3 anos de idade) de todas as crianças filhas de mulheres que

tiveram exantema na gestação, por conta de estudos que evidenciaram

alterações pós-natais de Sistema Nervoso Central em crianças que nasceram

sem microcefalia.

O Hospital Universitário Antonio Pedro/UFF desenvolve um Projeto de

Pesquisa que oferece consultas médicas com equipe multidisciplinar às crianças

da Região Metropolitana 2 que nasceram com microcefalia e outras alterações

relacionadas à zika. O projeto prevê acompanhamento até os 5 anos de idade. As

crianças que necessitam estimulação precoce são encaminhadas à Associação

Pestalozzi de Niterói, Associação Fluminense de Reabilitação (AFR) e Associação

Fluminense de Amparo aos Cegos (AFAC).

Febre Amarela

A importância epidemiológica da febre amarela se dá por sua gravidade

clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas

por Aedes aegypti. Desde 1942, não ha registro no Brasil da forma urbana de

transmissão pelo Aedes aegypti (ciclo urbano) da febre amarela. Os casos

confirmados apos 1942 são resultado de transmissão silvestre.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 206

No período de 2014 até 2017, foram notificados 16 casos de febre amarela

em humanos residentes de Niterói, sendo 3 em 2015 e 1 em 2016: todos esses

casos foram descartados. No ano de 2017, foram notificados 12 casos: 01

confirmado para Febre Amarela Silvestre, com local provável de infecção no

município de Maricá, 09 casos foram descartados e 02 casos permanecem em

investigação. Todos os casos foram notificados ao CCZ para imediata adoção das

medidas de controle.

A vigilância da febre amarela atua de forma articulada com o CCZ, pois

também é necessário manter a vigilância de epizootias dos casos de primatas

não-humanos encontrados mortos ou doentes, pois a epizootia serve como alerta

para a ocorrência de casos em humanos.

No ano de 2017 foram notificados 63 casos de epizootias em primatas não-

humanos e encaminhadas 45 amostras para análise no Instituto Jorge Vaitsman.

O IJV é o laboratório de referência para análise de amostras de animais para

investigação laboratorial de raiva e febre amarela. Até o presente momento, 13

casos foram descartados para febre amarela. Os casos restantes permanecem

em investigação. Não foram registrados casos confirmados em primatas não

humanos recolhidos em Niterói.

As ações da vigilância visam reduzir a incidência da febre amarela

silvestre, impedir a transmissão urbana e também detectar oportunamente a

circulação viral para orientar as medidas de controle. Por ser uma doença

imunoprevenível, a principal medida de controle é a vacinação de toda a

população suscetível de 9 meses a 59 anos. O MS e a SES-RJ estabeleceram a

meta de vacinação de toda a população (de 9 meses a 59 anos) do Estado do Rio

de Janeiro até o final de 2017. Considerando as doses já aplicadas no período de

2007 a julho de 2017, foram aplicadas 251.752 doses de vacina contra a Febre

Amarela em Niterói, o que corresponde a 63,54% da população alvo. Foram

priorizadas para vacinação as pessoas que vivem em áreas de mata, nas regiões

de Várzea das Moças, Engenho do Mato, Piratininga, Maravista, Cafubá, Muriqui,

Vila Progresso, Badu, Matapaca, Sapê, Maceió, Cantagalo e Caramujo.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 207

Leptospirose

A Leptospirose é uma doença de notificação compulsória de grande

relevância para a Saúde Pública. No Brasil, a Leptospirose apresenta-se de forma

endêmica. Enquanto nos países desenvolvidos a Leptospirose é considerada uma

patologia reemergente e ocupacional a mesma constitui um problema de saúde

pública nos países em desenvolvimento. A ineficácia ou inexistência de rede de

esgoto e drenagem de águas pluviais e a coleta de lixo inadequada são condições

favoráveis a alta endemicidade e ocorrência de epidemias.

No período de 2014 até o dia 14 de julho de 2017, foram notificados um

total de 65 casos suspeitos de leptospirose em residentes de Niterói.

Gráfico 54 – Frequência de casos notificados e confirmados de Leptospirose em

residentes de Niterói por ano de início dos sintomas.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 14/07/2017.

Do total de 24 casos confirmados, 4 pacientes evoluíram a óbito.

Os meses de março e abril registram maior número de casos notificados,

o que pode se relacionar ao aumento do volume de chuvas nesse período,

expondo as pessoas a situações de contato com o agente causador da doença.

Os casos suspeitos notificados são acompanhados e amostras de soro de

pacientes são enviadas para análise em laboratório de referência. Os casos

confirmados de leptospirose são repassados ao CCZ de Niterói, para que

medidas de controle sejam realizadas.

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Malária

A malária representa grave problema de saúde publica no mundo. A

Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 219.000.000 de novos casos e

660.000 mortes por ano, principalmente em crianças menores de 5 anos e

mulheres grávidas.

A área endêmica do Brasil compreende a região amazônica brasileira,

incluindo os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima,

Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Esta região e responsável por 99% dos

casos autóctones do país.

Fora da região amazônica, mais de 80% dos casos registrados são

importados dos estados pertencentes à área endêmica brasileira, de outros

países amazônicos, do continente africano, ou do Paraguai. Entretanto, existe

transmissão residual de malária no Piauí, no Paraná e em áreas de Mata Atlântica

nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

No período de 2014 a 2017, foram notificados 29 casos suspeitos de

malária em residentes de Niterói.

Gráfico 55 – Frequência de casos notificados, confirmados e descartados de

Malária em residentes de Niterói por ano de início dos sintomas.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 14/07/2017.

Todos os casos confirmados eram importados e foram notificados pelo

Instituto Nacional de Infectologia (INI)/Fiocruz. Desse total, 5 casos foram por

Plasmodium Vívax e 2 casos por Plasmodium Falciparum. Os locais prováveis de

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fmsniteróiplanomunicipal2017 209

infecção foram: Congo (1 caso); Amazônia Peruana (1 caso); República Centro

Africana (1 caso); Petrópolis (2 casos); e Friburgo (2 casos).

Em 2015, o município de Niterói tornou-se pólo para armazenamento e

distribuição de medicamentos para o tratamento da malária, sendo referência

para a região metropolitana II do estado do Rio de Janeiro. Os medicamentos

estão armazenados na farmácia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP),

e podem ser retirados com a prescrição médica e a cópia da notificação.

Os casos suspeitos são acompanhados pela vigilância e as amostras são

enviadas para análise no DIP do HUAP ou no Lacen-RJ.

As ações realizadas visam detectar precocemente os casos, garantir o

tratamento oportuno e adequado, identificar o local provável de infecção e adoção

de medidas necessárias para prevenir ou reduzir a ocorrência da doença.

Esquistossomose

A Esquistossomose no Brasil é uma endemia que atinge 19 Unidades

Federadas. Cerca de 99% dos casos estão concentrados nas regiões Nordeste e

Sudeste. Está presente, de forma endêmica, do Maranhão até Minas Gerais, com

focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás,

Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Possui baixa letalidade e as principais causas de óbito estão relacionadas

às formas clínicas graves. Entre 2002 e 2011, registraram-se, em média, cerca de

500 óbitos anuais pela doença no país.

No período de 2014 a 14 de julho de 2017 foram notificados 16 casos de

esquistossomose em residentes de Niterói.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 210

Gráfico 56 – Frequência de casos notificados de Esquistossomose em residentes

de Niterói por ano do início dos sintomas.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 14/07/2017.

Observa-se que no ano de 2016 ocorreu um aumento de mais de 50% no

número de notificações quando comparado ao ano anterior. É possível que o

aumento de casos esteja relacionado à migração de indivíduos provenientes de

áreas endêmicas para Niterói. Estudos elaborados especificamente para

investigar o aumento do número de casos e local de infecção dos casos devem

ser implementados.

A medicação para o tratamento da esquistossomose, praziquantel, é

disponibilizado pela Gestão de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro, após a

notificação do caso.

Existe uma dificuldade em realizar o exame de verificação de cura, quatro

meses após o tratamento. Por vezes o paciente muda de endereço e a Unidade

não consegue mais localizá-lo, impedindo o correto encerramento do caso.

As ações realizadas visam manter uma vigilância ativa para evitar a

instalação de focos urbanos e a ocorrência de formas graves e óbitos e adoção

de medidas de controle em tempo oportuno.

Esporotricose

A Esporotricose é uma micose causada por fungos do complexo Sporothrix

schenkii que vivem no solo e se multiplicam em matéria orgânica em

decomposição. Nos últimos anos, a esporotricose no Estado do Rio de Janeiro

(RJ) tem sido relacionada com a doença em gatos. A infecção é usualmente

adquirida pela inoculação traumática do fungo através da pele, que pode ocorrer

pelo contato com matéria orgânica vegetal onde o fungo sobrevive, ou pelo

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fmsniteróiplanomunicipal2017 211

contato com animais doentes ou portadores sadios (zoonose). Milhares de casos

humanos e felinos foram diagnosticados no RJ nas duas últimas décadas.

A esporotricose é atualmente um agravo de interesse estadual, com sua

inserção, a partir de 2013, na lista de agravos de notificação do Estado do Rio de

Janeiro (Resolução SES-RJ Nº 674 de 12/07/2013).

No município de Niterói, a notificação da esporotricose foi regulamentada

com a Portaria Nº 96 de 10 de maio de 2014, que redefine as doenças de

notificação compulsória no município.

Desde então, foram notificados 67 casos de esporotricose em humanos, e

106 casos de esporotricose animal.

A principal unidade notificadora de esporotricose humana no município é o

Ambulatório de Dermatologia Rene Garrido, localizado na Policlínica de

Especialidades Silvio Picanço (PESP). E a principal unidade notificadora de

esporotricose animal é o Ambulatório de Esporotricose Animal, localizado no horto

do Barreto.

Gráfico 57 – Frequência de casos notificados de Esporotricose humana em

residentes de Niterói por ano do início dos sintomas.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 14/07/2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 212

Gráfico 58 - Frequência de casos notificados de Esporotricose animal em

residentes de Niterói por ano do início dos sintomas.

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS Niterói Dados sujeitos à revisão – retirados do SINAN em 14/07/2017.

Observa-se que com a publicação da portaria municipal, houve um

aumento no número de notificações, no entanto, em 2016 houve uma redução

desse quantitativo. O mesmo padrão manteve-se para esporotricose animal. É

necessário reforçar a vigilância destes agravos junto às unidades notificadoras.

Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ)

A Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ) é causada por um agente infeccioso

de natureza proteica, denominado príon. Trata-se de uma doença degenerativa

do Sistema Nervoso Central, rara, fatal e que apresenta longo período

assintomático (2 a 40 anos - média de 10 a 15 anos) e, uma vez desencadeados

os sintomas, a evolução geralmente é rápida (3 a 23 meses).

É classificada em DCJ clássica que inclui as formas esporádica, familiar e

iatrogênica e em variante DCJ (vDCJ). A doença acontece em 85% dos casos

esporadicamente, sem associação de transmissibilidade. Cerca de 10 a 15%

surge devido a uma mutação hereditária familiar no príon. Casos iatrogênicos que

ocorrem mais raramente são oriundos de procedimentos neurocirúrgicos,

enxertos de dura-máter e uso de hormônios de crescimento. A forma clássica

acomete mais a faixa etária acima de 60 anos.

0

10

20

30

40

50

2014 2015 2016 2017

15

49

39

3

Frequência de casos notificados de Esporotricose animal em residentes de Niterói por ano de sintomas

Notificados

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fmsniteróiplanomunicipal2017 213

A vDCJ corresponde a poucos casos ocorridos no mundo e sendo estes

associados em sua maioria ao evento ocorrido no Reino Unido na década de 90.

Está relacionada à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença conhecida

como Mal da Vaca Louca. A forma variante acomete indivíduos jovens, entre 20 e

30 anos, derivada da ingestão de carne bovina contaminada.

No período de 01 de janeiro de 2007 a 11 de agosto de 2017 foram

notificados 10 casos suspeitos da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) à COVIG.

Conforme série histórica apresentada abaixo se observa um aumento do número

de notificações no ano de 2016 e início do ano de 2017, fato este que pode ser

justificado pelo aumento da sensibilidade dos profissionais na suspeita da doença.

Tabela 78 – Série histórica dos casos suspeitos de Doença de Creutzfeld-Jakob

(DCJ) em residentes de Niterói.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total

0 0 0 0 2 0 1 1 1 3 2 10

FONTE: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-NITERÓI. Dados atualizados em 11/08/2017 e sujeitos à revisão

Em 2016 foram notificados 3 casos, sendo 1 descartado após a

investigação por não se enquadrar na definição de caso suspeito; 1 caso foi à

óbito sem que houvesse tempo hábil para realização de necropsia (única forma

de confirmação da doença) e 1 caso encontra-se em acompanhamento. No ano

de 2017, foram notificados à COVIG 2 casos suspeitos de DCJ, sendo 1 caso

descartado e 1 caso permanece em acompanhamento. Pelas características dos

casos notificados em Niterói, não há indícios para a classificação como vDCJ.

Para o diagnóstico definitivo, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de

Janeiro (SES/RJ) definiu o laboratório de anatomia patológica da UFRJ como

referência. Existe dificuldade local para retirada da peça a ser analisada no

laboratório de referência.

Vigilância do Óbito Materno, Mulher em Idade Fértil (MIF), Infantil e Fetal

Os Comitês de Mortalidade materna, fetal e infantil têm a tarefa de analisar

todos os óbitos e apontar medidas de intervenção para a sua redução na região

de abrangência, sendo um importante instrumento de acompanhamento e

avaliação permanente das políticas de atenção à saúde da mulher e da criança.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 214

A investigação dos óbitos materno-infantis visa levantar fatores

determinantes, possíveis causas, assim como subsidiar a análise e formulação de

recomendações por parte do Comitê de Mortalidade materna, fetal e infantil de

Niterói.

Estudos nacionais apontam o sub-registro óbito materno, portanto, as

equipes de vigilância devem investigar todos os óbitos na faixa etária de 10 a 49

anos (Mulheres em Idade Fértil – MIF), visando identificar os possíveis óbitos

maternos.

O SIMWEB - módulo do Sistema de Informação de Mortalidade na WEB - é

o sistema informatizado onde são inseridas todas as informações colhidas na

investigação dos óbitos maternos, MIF, infantis e fetais. Os relatórios emitidos

pelo SIMWEB ajudam a avaliar a vigilância destes óbitos. As tabelas 79 e 80

mostram o quantitativo de óbitos investigados por ano e se os óbitos foram

investigados nos prazos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Tabela 79 - Distribuição do Percentual de Óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF)

e Óbitos Maternos Declarados (OMD) com ficha-síntese digitada, ocorridos no

Município de Niterói, por ano de ocorrência, no período de 01/01/2010 a 10/08/2017

ANO DE OCORRÊNCIA

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Total de Óbitos de mulheres em

idade fértil notificados 320 242 237 225 211 209 235 112

Total de óbitos maternos

declarados notificados 2 3 3 13 11 6 4 0

Total de Óbitos com ficha-síntese

digitada (MIF+OMD) 254 167 130 216 191 193 215 78

% de óbitos com ficha-síntese

digitada (MIF+OMD) 78,88 68,16 54,17 90,76 86,04 89,77 89,96 69,64

FONTE: SIM/WEB, extraídos no dia 10/08/2017. Dados sujeitos a revisão.

Vemos na Tabela acima que a partir do ano de 2013 o percentual de óbitos

de MIF investigados vem se mantendo acima de 80% (os dados de 2017 são

parciais).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 215

Tabela 80 - Distribuição do Percentual de Óbitos Infantis e Fetais com ficha-síntese

digitada, ocorridos no Município de Niterói, por ano de ocorrência, no período de

01/01/2014 a 10/08/2017.

ANO DE OCORRÊNCIA

2014 2015 2016 2017

Total de Óbitos infantis e fetais notificados 289 310 295 192

Total de Óbitos com ficha-síntese digitada (Infantis +

fetais) 121 124 82 5

% de óbitos com ficha-síntese digitada (Infantis +

fetais) 41,87 40 27,8 2,6

FONTE: SIM/WEB, extraídos no dia 10/08/2017. Dados sujeitos a revisão

Conforme vemos na tabela acima o baixo percentual de óbitos infantis e

fetais investigados oportunamente no período analisado indica que essa vigilância

requer investimentos quanto à sustentabilidade das equipes responsáveis pelas

investigações, capacitação de pessoal da rede pública e privada e revisão dos

fluxos de informação.

Violência Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como: ―O uso

intencional da força ou do poder físico, de fato ou como ameaça, contra si

mesmo, outra pessoa, ou um grupo ou comunidade, que cause ou tenha muitas

probabilidades de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos do

desenvolvimento ou privações (OMS, 2002)‖. Nesse sentido, a violência

intrafamiliar contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos, repercute de forma

significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas. Trata-se de um

problema de saúde pública relevante para o Sistema Único de Saúde.

A Área Técnica do Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica

(DESUM) e da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVIG) trabalham de

forma integrada, tendo como objetivo principal a implantação/implementação das

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fmsniteróiplanomunicipal2017 216

Políticas Nacional e Estadual da Morbimortalidade por Acidentes e Violências,

definindo componentes prioritários no Município.

A vigilância às violências objetiva: identificar e monitorar os casos de

violência notificados; caracterizar e monitorar o perfil das violências segundo

características da vítima, da ocorrência e do (a) provável autor (a) da agressão;

identificar fatores de risco e de proteção associados à ocorrência da violência;

identificar áreas de maior vulnerabilidade para ocorrência de violência; monitorar

os encaminhamentos para a rede de atenção e proteção integral; intervir nos

casos, a fim de prevenir as consequências das violências e encaminhar para a

rede de atenção e proteção; formular políticas públicas e ações estratégicas de

prevenção, de atenção integral às pessoas em situações de violência, de

promoção da saúde e da cultura de paz (BRASIL, 2014).

Em Niterói, a Ficha de Notificação/Investigação Individual de Violência

Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências foi implementada no final de 2009. Esta

ficha foi modificada em 2015 pelo Ministério da Saúde, passando a denominar-se

Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada.

Durante 2010 a 2016, registraram-se 2.693 casos de violência. Desses,

2.650 (98%) foram notificados por unidades localizadas no município de Niterói

(Tabela 81).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 217

1 1 1 1 2 63 1 3 57 1

1983

2 1 1 2 30 1537

3 1 2

Gráfico 52 - CASOS DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA , SEGUNDO MUNICÍPIO DE

RESIDÊNCIA, NO PERÍODO DE 2010 A 2016.

MUNICIPIO de Residência - RJ 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL %

Itaboraí 0 0 0 0 1 0 0 1 0

Niterói 320 300 267 302 305 622 534 2650 98

Rio Bonito 0 0 0 0 1 0 0 1 0

Rio de Janeiro 0 0 1 9 15 6 9 40 1

São Gonçalo 0 0 0 0 0 0 1 1 0

Total 320 300 268 311 322 628 544 2693 100

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói

Dados sujeitos a revisão, atualizados em 21/02/2017.

FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA, SEGUNDO MUNICÍPIO DE

NOTIFICAÇÃO, NO PERÍODO DE 2010 A 2016.

Tabela 81

Nesse período, do total de casos registrados, 1.983 (73,6%) eram

residentes de Niterói e 711 (26,4%) usuários vítimas de violência que residem em

outros municípios foram atendidos por unidades localizadas em Niterói, a citar,

residentes de: São Gonçalo (537 casos); Itaboraí (63 casos) e Maricá (57 casos).

(gráfico 59)

Gráfico 59

Fonte de informações: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em

21/02/2017

Conforme dados do SINAN, o bairro Fonseca concentra o maior número de

residentes de Niterói em situação de violência. Essa informação é importante para

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fmsniteróiplanomunicipal2017 218

o estabelecimento de ações estratégicas de atendimentos/acompanhamentos

realizados pela rede de atenção às vítimas de violência (Gráfico 60).

Gráfico 60

Fonte de informações: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em 21/02/2017.

A quantidade de casos de violência física aumentou em residentes de

Niterói no decorrer do período, havendo uma queda no ano de 2016.

De 2010 a 2016, observa-se um aumento de notificações de violência psicológica,

sugerindo uma melhora na capacidade de identificação dessa tipologia por parte

dos profissionais de saúde. Além disso, a autoprovocada também aumentou ao

longo do período, indicando a necessidade de implantação de novas medidas

preventivas ao suicídio. Durante 2010 a 2014, as negligências decresceram,

havendo um aumento em 2015 e 2016. A violência sexual manteve um padrão

estável durante o período de 2010 a 2015, havendo um aumento moderado em

2016 (gráfico 61). Cabe ressaltar que, comumente, as situações de violência

envolvem mais de um tipo de abuso. Assim, a soma das frequências por tipo de

abuso é maior que o total de notificações.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 219

Criança (0 a 9 anos) 527 26,58

Adolescentes (10 a 19 anos) 765 38,58

Adulto (20 a 59 anos) 600 30,26

Idoso (60 anos ou mais) 91 4,59

Total 1983 100

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói

Dados sujeitos a revisão, atualizados em 21/02/2017.

FREQUÊNCIA DEVIOLÊNCIA

INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA DE RESIDENTES EM

NITERÓI, SEGUNDO O CICLO DE VIDADA VÍTIMA, NO

PERÍODO DE 2010 A 2016.

SEXO N %

Gráfico 61

Episódios de violência por ciclo de vida:

Tabela 82

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fmsniteróiplanomunicipal2017 220

Gráfico 62 - FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA DE RESIDENTES EM NITERÓI, SEGUNDO O CICLO DE VIDA E SEXO DA VÍTIMA, NO

PERÍODO DE 2010 A 2016.

Fonte de informações: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em 21/02/2017.

Gráfico 63 - FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA DE RESIDENTES EM NITERÓI, SEGUNDO TIPO DE VIOLÊNCIA E CICLO DE VIDA, NO

PERÍODO DE 2010 A 2016

Fonte de informações: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em 21/02/2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 221

N % N % N % N % N %

PAI 150 24,39 135 16,75 3 0,50 0 0,00 288 13,64

MÃE 309 50,24 221 27,42 4 0,67 0 0,00 534 25,28

PADRASTO 21 3,41 24 2,98 0 0,00 0 0,00 45 2,13

MADRASTA 4 0,65 3 0,37 1 0,17 0 0,00 8 0,38

CÔNJUGE 1 0,16 13 1,61 120 20,00 4 4,40 138 6,53

EX-CÔNJUGE 0 0,00 6 0,74 26 4,33 0 0,00 32 1,52

NAMORADO 0 0,00 2 0,25 20 3,33 0 0,00 22 1,04

EX-NAMORADO 0 0,00 12 1,49 9 1,50 0 0,00 21 0,99

FILHO 0 0,00 0 0,00 7 1,17 14 15,38 21 0,99

IRMÃO (A) 17 2,76 14 1,74 11 1,83 2 2,20 44 2,08

AMIGO/CONHECIDO 24 3,90 68 8,44 33 5,50 7 7,69 132 6,25

DESCONHECIDO 11 1,79 137 17,00 84 14,00 8 8,79 240 11,36

CUIDADOR 6 0,98 2 0,25 0 0,00 1 1,10 9 0,43

CHEFE 0 0,00 1 0,12 0 0,00 0 0,00 1 0,05

PESSOA COM RELAÇÃO INSTITUCIONAL 7 1,14 3 0,37 3 0,50 0 0,00 13 0,62

POLICIAL/ AG. DA LEI 0 0,00 23 2,85 1 0,17 0 0,00 24 1,14

PRÓPRIA PESSOA 0 0,00 56 6,95 91 15,17 12 13,19 159 7,53

OUTROS VÍNCULOS 65 10,57 63 7,82 23 3,83 13 14,29 164 7,77

IGNORADO 0 0,00 23 2,85 164 27,33 30 32,97 217 10,27

TOTAL 615 100 806 100 600 100 91 100 2112 100

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói

Dados sujeitos a revisão, atualizados em 21/02/2017.

FREQUÊNCIA DEVIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA DE RESIDENTES EM NITERÓI, SEGUNDO O AUTOR, NO PERÍODO DE 2010 A 2016.

CICLO DE VIDA DA VÍTIMA

AUTOR DA VIOLÊNCIACriança (0 a 9 anos) Adolescente (10 a Adulto (20 a 59) Idoso (60 anos ou Total

Tabela 83

Gráfico 64 - FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA DE RESIDENTES EM NITERÓI, SEGUNDO LOCAL DE OCORRÊNCIA E CICLO DE VIDA,

NO PERÍODO DE 2010 A 2016

Fonte de informações: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em 21/02/2017.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 222

Violência contra crianças (0 a 9 anos):

Com relação ao ciclo de vida das pessoas em situação de violência

residentes em Niterói, 527 (26,58%) episódios foram contra crianças. Destas,

51,99% são do sexo feminino, 47,44% do sexo masculino. Ressalta-se que 0,57%

apresentaram sexo ignorado na ficha de notificação. Quanto ao tipo da violência,

predomina-se a negligência (55,74%), seguida pela violência física (17,97%) e

sexual (16,57%). Cabe apontar, quanto à violência sexual, que o maior número

de casos dessa tipologia é contra a criança. Referente aos autores das

agressões, as mães (50,24%) e os pais (24,39%) foram os principais

responsáveis, sendo a residência o principal local de ocorrência dos episódios

(48,96%), seguida de outros locais (27,51%), a saber: veículos; residência de

outras pessoas; hospitais; maternidades; motel; praia; entre outros.

Violência contra adolescentes (10 a 19 anos):

A violência contra adolescentes representa 38,58% (765 casos) do total de

casos de violência em residentes, sendo a faixa etária mais prevalente. Nesse

ciclo de vida há o predomínio no sexo masculino (51,76%), comparado ao sexo

feminino (48,24%). No que se refere à tipologia, chama a atenção os 439

episódios (41,49%) de violência física e os 276 episódios (26,09%) de

negligências no grupo etário. No que concerne à autoria, as mães (27,42%), os

desconhecidos (17%) e os pais (16,75%) são os principais perpetradores das

violências. Considerando o local de ocorrência, 306 casos (40%) ocorreram em

via pública e 198 casos (25,23%) na residência. As atividades de vigilância e

acompanhamento de casos tem indicado o aumento do número de acidentes de

moto e violências por armas de fogo e branca nesta faixa de idade.

Violência contra adultos (20 a 59 anos):

No período de 2010 a 2016 foram notificadas 600 situações (30,26%) de

violência contra adultos residentes no município, havendo prevalência em

pessoas do sexo feminino (78%). Tal predominância pode se dar devido à

indicação pelo Ministério da Saúde quanto à realização de notificação de violência

extrafamiliar/comunitária cometida contra crianças, adolescentes, mulheres e

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fmsniteróiplanomunicipal2017 223

pessoas idosas. Também se recomenda a notificação em ambos dos sexos

quando a pessoa for pertencente aos grupos vulneráveis (pessoas com

deficiência, indígenas e população LGBT) ou quando tratar-se de tipologias

indicadas (doméstica, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho

escravo e intervenção legal).

Em referência ao tipo de violência, observa-se que mais da metade dos

casos foram violência física (54,94%), seguindo de violência psicológica (23,61%),

tendo como principais autores: autor ignorado (27,33%), cônjuge (20%) e

desconhecido (14%). Observa-se que 40,33% dos casos ocorreram na residência,

34,67% correspondem a ignorados e 16,17% em via pública.

A violência psicológica geralmente acompanha a violência física. Com

relação aos autores e locais de ocorrência, percebe-se um grande número de

―ignorados‖ no preenchimento, o que sugere a necessidade de melhorias quanto

à qualidade de preenchimento da ficha de notificação de violência.

Entretanto, o grande quantitativo de preenchimento com classificação

―ignorado‖ e ―desconhecido‖ referente à autoria da violência também pode estar

relacionado ao medo da vítima de revelar o autor da agressão, visto que,

ocorreram predominantemente no ambiente doméstico ou local ignorado.

Além disso, nota-se a predominância do cônjuge como perpetrador da

agressão, ocorrendo principalmente na residência. Possivelmente, trata-se de

violência baseada nas relações de gênero, o que pode traduzir o poder e a

história de desigualdades culturais entre homens e mulheres na sociedade,

legitimando ou exacerbando, assim, os comportamentos violentos de gênero.

Violência contra idosos (60 anos ou mais):

No tocante a violência contra a pessoa idosa residente no município, foram

notificados 91 episódios de violência, correspondendo a 4,59% do total de

registros em todos os ciclos de vida. (Tabela 83)

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fmsniteróiplanomunicipal2017 224

O baixo número de casos de violência contra idosos notificados indica a

necessidade de conscientizar a sociedade a cerca dos direitos da pessoa idosa,

assim como, a capacitação dos profissionais de saúde para diagnóstico e

notificação das situações de violência no grupo etário.

Nos casos de violência contra o idoso, predomina o sexo feminino

(59,34%), tendo como principais tipologias: violência física (42,65%), psicológica

(24,26%) e negligência (21,32%); e autores: ignorado (32,97%), filhos (15,38%) e

outros vínculos (14,29%). No que diz respeito ao local de ocorrência, destacam-

se: residência (57,14%), ignorado (27,47%) e via pública (13,19%).

Percebe-se que mesmo tendo um grande quantitativo de casos com

autores ignorados, mais de 50% dos episódios ocorreram em domicílios. Isso

traduz o receio de revelação da autoria da violência por parte dos idosos, pois,

grande parte dos agressores são familiares das vítimas.

Ainda nota-se o percentual de violência ocasionada pelos filhos e demais

agressores geralmente pertencentes às famílias das vítimas (cunhado, genro,

nora, irmão, entre outros). Cabe citar que os indivíduos idosos demandam

cuidados por parte dos familiares, que muitas vezes encontram-se

sobrecarregados com essa função.

Unidades Notificadoras de 2010 a 2016:

Com relação à unidade de notificação, nesse período, das 2.650

notificações realizadas por Niterói 2.343 (88,42%) notificações de violência foram

provenientes de unidades hospitalares com emergência (Tabela 84). Esse fato

mostra que, em Niterói, dentre os serviços de saúde, as emergências constituem

a principal fonte de notificações e identificação das situações de violência

doméstica.

Ressalta-se que no ano de 2016 toda a Rede Municipal de Educação foi

capacitada pelo programa para a utilização da ficha de notificação. Entretanto,

apenas 3 (0,11%) casos de violência foram notificados pela mesma, o que sugere

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fmsniteróiplanomunicipal2017 225

0,88

0,110,00

VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA , NOTIFICADOS POR NITERÓI, SEGUNDO TIPO DE UNIDADE NOTIFICADORA, NO PERÍODO DE 2010 A 2016.

HOSPITAIS/EMERGÊNCIAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ESCOLAS

TOTAL %

N % N % N % N % N % N % N % N %

HOSPITAIS/EMERGÊNCIAS 283 88,44 268 89,33 226 89,33 281 93,05 265 86,89 569 91,48 451 84,46 2343 88,42

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE 37 11,56 32 10,67 41 10,67 21 6,95 40 13,11 53 8,52 80 14,98 304 11,47

ESCOLAS 0 0,00 0 0,00 0 0 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3 0,56 3 0,11

TOTAL 320 100 300 100 267 100 302 100 305 100 622 100 534 100 2650 100

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói

Dados sujeitos a revisão, atualizados em 21/02/2017.

2015 2016

FREQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA , NOTIFICADOS POR NITERÓI, SEGUNDO TIPO DE UNIDADE NOTIFICADORA, NO

PERÍODO DE 2010 A 2016.

TIPO DE UNIDADE2010 2011 2012 2013 2014

a necessidade de realização de capacitação permanente dos profissionais de

toda a rede intersetorial para a notificação da violência, incluindo saúde,

educação e assistência social.

Convém esclarecer que a notificação permite dar visibilidade ao problema

da violência; proporciona informações para a formulação de políticas públicas;

permite o conhecimento dos casos e acompanhamento dos mesmos pela rede

intra e intersetorial; além de contribuir, a partir das informações dos perfis

epidemiológicos, para a organização dos serviços e rede de atenção e proteção.

Tabela 84

Gráfico 65

Fonte: SINAN/COVIG/VIPACAF/FMS-Niterói. Dados sujeitos a revisão em 21/02/2017

A violência é um problema de saúde pública que necessita de vigilância

contínua, e os profissionais de saúde, especialmente da atenção básica, tem um

papel fundamental no atendimento a essas pessoas. A abordagem das situações

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fmsniteróiplanomunicipal2017 226

de violência doméstica/intrafamiliar demanda o acompanhamento por parte dos

profissionais de saúde, inviável no contexto das unidades de

urgência/emergência. A atenção básica propicia o estabelecimento de um vínculo

de confiança entre profissionais e usuários, com base na escuta e no diálogo,

facilitando a abordagem das situações de violência junto às famílias, no sentido

de prevenir as agressões e as lesões que convergem para as emergências.

Após a última análise de dados provenientes do SINAN, correspondentes

aos anos de 2010 a 2013, contatou-se que mais de 80% das notificações

recebidas pela Coordenação de Vigilância em Saúde de Niterói advinham das

Unidades de Urgência e Emergência do município. Desse modo, não havia uma

continuidade nos cuidados às vítimas de violência residentes no município, ou

seja, dados eram inseridos no sistema sem o fluxo de retorno às unidades de

atenção primária responsáveis pelos acompanhamentos das vítimas de violência.

Tal fato resultava na: 1) descontinuidade de ações de cuidado e atenção integral

às vítimas de violência; 2) fragilidade de ações de vigilância; e 3) falta de

interação entre os equipamentos da rede intersetorial na atenção integral às

pessoas em situação de violência.

Portanto, a Área Técnica de Violência do Departamento de Supervisão

Técnico-Metodológica – DESUM em conjunto à Coordenação de Vigilância e

Saúde de Niterói – COVIG, criaram o ―Projeto de Vigilância às Violências nas

Regionais de Saúde de Niterói‖ como estratégia de enfrentamento às violências

no município. Esse trabalho consiste-se em: 1) Identificar os casos de violência

notificados à COVIG; 2) Na COVIG, ocorre a análise das fichas e identificação da

regional correspondente a partir do local de moradia da vítima; 3) Envio das

informações dos casos de violência para as unidades de atenção básica

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fmsniteróiplanomunicipal2017 227

responsáveis pelos atendimentos dos respectivos usuários, a partir da

identificação do local de residência; 4) As unidades de Atenção Primária buscam

e acompanham os casos; 5) Realização de reuniões com um representante de

cada unidade para discussão de casos; 6) Alimentação das planilhas de controle

quanto aos acompanhamentos.

A proposta de realização das reuniões objetiva criar um momento em que

são postas em pauta as possíveis dificuldades de abordagem, bem como as

possibilidades de ação, cuidado e atenção dos casos de violência dos residentes

de Niterói.

Pretendia-se que o Projeto de Vigilância fosse realizado de forma conjunta

pela: Coordenação de Vigilância em Saúde – COVIG; Área Técnica de Violência

do Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica – DESUM; Núcleo de

Atenção Especial à Crianças, Adolescentes e Adultos – NAECAA; Saúde Mental;

Policlínicas; Unidades de Atenção Básica; Unidades de Saúde da Família e

representantes da rede intersetorial (CRAS; CREAS; Conselho Tutelar; Escolas,

entre outros).

Inicialmente, como projeto piloto, implantou-se na Regional Norte II do

município de Niterói em setembro de 2014. Atualmente esse trabalho foi

expandido para todas as regionais: Norte I; Norte II; Praias da Baía I; Praias da

Baía II; Pendotiba; e Leste-oceânica. O Projeto se dá de forma peculiar em cada

Regional de Saúde.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 228

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) é uma

unidade regional especializada do Sistema Único de Saúde (SUS), que visa

atender a questões relativas à saúde dos trabalhadores. Em Niterói, é um órgão

ligado à área hospitalar, embora desenvolva ações ligadas também à área

ambulatorial, abrangência esperada a uma unidade de atenção a saúde do

trabalhador. O Programa atende aos municípios de Niterói e São Gonçalo e seu

quadro profissional é composto por 09 funcionários, sendo: 4 médicos, 1

assistente social, 2 enfermeiro, 1 agente administrativo e um auxiliar de

enfermagem; que têm como responsabilidade diagnosticar o estado de saúde do

usuário.

A função deste Centro de referência é prestar atendimento especializado

aos trabalhadores acometidos por doenças e/ou agravos relacionados ao

trabalho. Realiza promoção e proteção dos trabalhadores, investiga as condições

do ambiente laboral, utilizando dados epidemiológicos obtidos através dos

atendimentos clínicos e das notificações e comunicações de acidente do trabalho

(NAT e CAT), bem como informações provenientes das visitas aos locais de

trabalho, em conjunto com as Vigilâncias: Epidemiológica, Sanitária e Ambiental

(Vigilância em Saúde do Trabalhador).

As atividades do CEREST devem, necessariamente, estar articuladas

com os demais serviços da rede do SUS e outros setores de governo (intra e

interinstitucional), que devem orientar e fornecer retaguarda, a fim de que os

agravos à saúde relacionados ao trabalho possam ser atendidos em todos os

níveis de atenção, de forma integral e hierarquizada.

Este suporte deve se traduzir pela função de inteligência,

acompanhamento e práticas conjuntas de intervenção especializada, incluindo

ações de vigilância e formação de recursos humanos.

Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses.

A Vigilância Sanitária pode ser definida como um campo de conhecimento

técnico e científico que compreende ações com bases legais, capazes de

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fmsniteróiplanomunicipal2017 229

diminuir, eliminar ou prevenir riscos e intervir sobre os problemas sanitários

decorrentes da produção e circulação de mercadorias, da prestação de serviços e

das intervenções sobre o meio ambiente, inclusive o de trabalho, objetivando a

proteção da saúde da população em geral.

Com o processo de municipalização das ações de VISA, o município de

Niterói assumiu o papel de executor das ações de baixa e média complexidade

através do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses -

DEVIC. Neste contexto, o serviço de Vigilância Sanitária municipal busca

alterações no comportamento institucional, no sentido de mudar a prática

tradicional de ação verticalizada compartimentada e quase sempre ineficaz. A

VISA, investida do poder de polícia, exerce responsabilidade intransferível do

setor público e buscará por princípio, enfatizar o desenvolvimento das atividades

educativas e de orientação aos usuários. A imprensa e a população

redescobriram os serviços da Vigilância Sanitária. Agora, todos têm a percepção

de que contam com um órgão para a proteção da saúde e que dele virão ações

firmes e decisórias de prevenção, promoção e/ou intervenção de que tanto

necessitam, uma vez que são ―consumidores‖ destes serviços.

O DEVIC faz parte da estrutura administrativa da VIPACAF / FMS e conta

com duas frentes de trabalho, a Fiscalização Sanitária propriamente dita que

contempla os macrossetores de VISA (medicamentos, alimentos, saúde e

interesse à saúde) com equipe multiprofissional dotada de Médicos, Enfermeiro,

Farmacêuticos, Médicos Veterinários, Biólogos, Odontólogos, Engenheiro

Químico, Engenheiro Civil e Sanitaristas atuando de maneira a atingir as metas

de pactuações da VISA e ainda, o setor de Vigilância Ambiental em Saúde, hoje

na figura do Centro de Controle de Zoonoses.

Desde 1998, através da Resolução SES/RJ nº 1262/98 as ações de

Vigilância Sanitária (VISA) vêm sendo municipalizadas, isto é, a competência para

a realização de atividades de VISA como licenciamento, fiscalização, interdição e

outros, em estabelecimentos, atividades, produtos e serviços de interesse

sanitário, vêm sendo delegadas da Secretaria Estadual de Saúde, para a

Fundação Municipal de Saúde de Niterói, sendo o DEVIC, o responsável por sua

realização através de seu corpo fiscal.

Até aquele momento, as atribuições da VISA municipal (DEVIC) se

restringiam aos setores de alimentos e de engenharia sanitária. Esta primeira

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tentativa de municipalização que repassava as ações de baixa e média

complexidade, não se concretizou na prática totalmente pois houve baixa adesão

da maior parte dos municípios do Estado do Rio de Janeiro; sendo que muitos,

sequer tinham equipe mínima formada para qualquer atividade de VISA. Houve,

após este primeiro movimento, a publicação de outras resoluções estaduais

(Resoluções SES/RJ nº. 562/90, 1262/98, 2655/05, 2964/06 e 1411/10) com

conteúdo e objetivos semelhantes, mas só a partir da Resolução nº

1411/SESDEC/2010, e através de pactuação na CIB é que houve grande avanço

devido a uma maior participação dos gestores, defendendo os interesses de seus

municípios.

Hoje se encontra em vigor a Resolução SESRJ nº1058 DE 06/11/2014, que

―Define competências de ações de vigilância sanitária no âmbito do Estado do Rio

de Janeiro e dá outras providências‖. Assim, na forma do artigo 1º, é de

competência da FMS a execução das ações de VISA, pelo DEVIC.

Assim, o processo de modernização do processo de trabalho do DEVIC terá

como eixo norteador uma nova política de atuação no sentido de fortalecer e

dinamizar o desempenho técnico e articulação político-institucional caracterizando

novos paradigmas de atuação na área de VISA.

Esta nova política terá como metas principais:

Definir prioridades de atuação levando em consideração as necessidades

locais e peculiaridades dos estabelecimentos por atividade, sempre com a

participação/interlocução do setor regulado, da população, e do setor civil

organizado;

Desenvolver sistemas de informações adequado à elaboração e

acompanhamento dos programas de atuação, transformando a informação em

efetiva ferramenta gerencial, através de informatização;

Investir de forma planejada e sistemática na capacitação de seu corpo

técnico;

Desburocratizar e otimizar a qualidade dos serviços de VISA prestados aos

usuários;

A partir da construção dos paradigmas enumerados iniciará uma

transformação institucional que terá que contar com a participação e adesão de

todo o corpo funcional, e dos gestores municipais movidos fundamentalmente por

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fmsniteróiplanomunicipal2017 231

princípios éticos e ideológicos, para a efetiva intervenção do setor saúde em

processos muitas vezes considerados perversos nas relações de produção e

consumo.

Uma nova instalação para o Centro de Controle de Zoonoses - CCZ, muito

mais do que um anseio dos servidores, é uma necessidade e um direito da

população da nossa cidade. Desde 2009, portanto há nove anos, as atividades

inerentes a todas as atribuições do CCZ, algumas vezes não estão sendo

desenvolvidas e outras vezes estão de forma precária, visto que até hoje o CCZ

continua instalado de forma provisória no 5º andar da PESP.

Essa nova instalação será projetada para alojar os seguintes serviços:

1 – Serviço de Controle de Vetores e Roedores. Abrigará a gerência desse

serviço, além do armazenamento de materiais, insumos e equipamentos.

Composto por 350 agentes em atividade, esses serviços serão gerenciados na

nova sede, abrigando cerca de 10 funcionários administrativos diariamente. Um

almoxarifado terá uma área útil de armazenamento de no mínimo 120 m², além de

uma pequena sala para 2 funcionários.

2 – Serviço de Controle de População Animal e Fiscalização Sanitária.

Prestará os seguintes serviços, demandando sala/ambientes específicos:

Canil (um) e Gatil (um) individuais de observação.

Necropsia

Guarda de carcaças

Consultório de triagem de zoonoses

Guarda de equipamentos e materiais de apreensão e contenção

animal

Guarda e estoque de vacinas e medicamentos veterinários

Administração do Serviço contemplando arquivamento de processos

administrativos, computadores, local de reunião dos fiscais,

armários, etc. Nesse local trabalharão cerca de 6 a 12 pessoas

diariamente.

3 – Laboratório de Zoonoses e Entomologia. Com cerca de 10 servidores

trabalhando diariamente, realizará exames entomológicos, sorológicos e físico-

químicos de atribuição e competência municipal. Contará com equipamento e

material específico.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 232

4 – Informação, Educação e Comunicação em Saúde – IECS.

5 – Setor Administrativo do CCZ. Contando com 8 funcionários diariamente,

será o local responsável pelo atendimento à população, aonde ocorrerá a

tramitação de expedientes administrativos e documentais relativos ao CCZ.

6 – Local para refeitório, banheiros em quantidade suficiente, vestiário,

guarda de material de limpeza e lixeira seletiva.

2.5. Assistência Farmacêutica

A assistência farmacêutica tem como finalidade assegurar o acesso aos

medicamentos a partir da promoção do seu uso racional, garantindo a

manutenção e recuperação da saúde da população.

Niterói tem em sua rede assistencial à saúde, unidades de distribuição de

medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica e

Medicamentos da Assistência Farmacêutica Hospitalar. O financiamento do

Componente Básico é de responsabilidade do Ministério da Saúde, Estado e

Município conforme determinado na Portaria nº 1555 de 30 Julho de 2013 do MS.

Já a Assistência Farmacêutica Hospitalar é de responsabilidade do município.

A Comissão de Farmácia e Terapêutica com amplo trabalho de coleta de

dados das diferentes especialidades médicas no Município, elaborou a REMUME

(Relação Municipal de Medicamentos), publicada em 04 de Dezembro de 2012 na

Portaria nº 290/2012 tendo como referência a RENAME (Relação Nacional de

Medicamentos) e estudo epidemiológico do município, conforme orientação do

Ministério da Saúde.

A REMUME é anualmente avaliada para a inclusão de novos

medicamentos aprovadas no SUS e exclusão de outros, a partir de amplo estudo

baseado em evidências e de farmacoeconomia.

Para o abastecimento de medicamentos são abertos processos com a

relação necessária de medicamentos da REMUME e seus quantitativos de

consumo médio mensal, informações estas solicitadas às Unidades de Saúde

pela coordenação de Farmácia. A aquisição de medicamentos é realizada pela

Superintendência Administrativa cujos procedimentos são estabelecidos em Lei

Federal, nº 8.666/93.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 233

Os medicamentos adquiridos são armazenados no almoxarifado de

medicamentos, de acordo com procedimentos técnicos e administrativos que

envolvem atividades de recepção, recebimento, estocagem e guarda. São

aplicadas as normas e RDC's da ANVISA.

A distribuição às unidades de saúde é realizada mensalmente pelo Sistema

de Gerenciamento de Estoque obedecendo ao cronograma estabelecido entre a

Coordenação de Farmácia e as Unidades de Saúde.

2.6. Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico

A Fundação Municipal de Saúde de Niterói conta hoje, em seu

organograma, com 6 (seis) Laboratórios Públicos, próprios, tendo perfis

diferenciados de acordo com suas localizações, incluindo um Laboratório Central

de Saúde Pública, onde são centralizados todos os exames de média e alta

complexidade do Município.

Este descritivo oportuniza uma avaliação desses serviços ofertados,

tentando estabelecer uma correlação entre as metas pactuadas e as alcançadas

e o acompanhamento da aplicação dos recursos à programação aprovada, tendo

como pano de fundo o diagnóstico laboratorial 100% público e de acesso irrestrito

à população.

Trata-se de uma extensa rede de serviços de exames de análises clínica

no contexto de uma cidade com cerca de 497.883 habitantes. Prestamos serviços

em vários níveis de complexidade tanto para os munícipes quanto para

moradores de outros municípios, tendo em vista que o LMV é Laboratório

referência para exames de alta complexidade para HIV de toda a região da

baixada litorânea (Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Saquarema, Araruama,

Iguaba, São Pedro da Aldeia) e de toda região Metropolitana II (São Gonçalo,

Maricá, Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí, Silva Jardim).

Muitas das atividades desenvolvidas pelos Serviços de Vigilância

Epidemiológica em Saúde e Vigilância Sanitária têm como base as informações

concedidas em relatórios de agravos relacionados à saúde pública, como HIV,

Tuberculose, Hepatites Virais, Sífilis, Leptospirose, Dengue, que são enviados

mensalmente e nas análises de água de interesse fiscal.

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Todos os demais Laboratórios de nossa rede pública têm suas

programações feitas a partir das demandas da atenção básica (PRVZ e PRLB),

emergência (HMCT, PRLB e UMAM) e hospitais (HMCT e HOF), e prestam

serviços para estas finalidades. O perfil de atendimento voltado para pacientes

internados, com suporte de exames de CTI, de emergência e também com

compromissos junto às Comissões de Controle de Infecção Hospitalar, traz um

nível de complexidade a os Laboratórios Hospitalares diferente dos Laboratórios

ambulatoriais.

2.7. Controle e Avaliação, Auditoria e Regulação

O desenvolvimento das ações de Controle avaliação e Auditoria estão sob

a responsabilidade do Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria (DECAU)

integra a Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMSN) desde sua fundação

no ano de 19903. Com relação a Regulação, as ações mais afeitas ao DECAU

consiste na Regulação de Sistema assim como da Atenção à Saúde com

interface com a Centra de Regulação vinculada ao Gabinete da Secretária)

responsável pela regulação do acesso, Inicialmente como uma estrutura dentro

da Superintendência de Ações Integradas de Saúde (SUAIS - Decreto nº

6546/1992). Somente a partir de 1999 com o Decreto nº 8019/1999 é que se torna

uma estrutura autônoma de assessoramento ao gabinete da presidência como um

órgão responsável pelo desenvolvimento das funções do controle, regulação e

avaliação que devem ser coerentes com os processos de ―planejamento,

programação e alocação de recursos em saúde, tendo em vista sua importância

para a revisão de prioridades e diretrizes, contribuindo para o alcance de

melhores resultados em termos de impacto na saúde da população‖ (NOAS

01/2002 Capítulo II.3).

3Lei nº 718 de 01/011/1988 (DO de 30/08/1990) alterada pela lei nº 831 de

90/07/1990 (DO e13/07/1990) cujo texto em vigor foi alterado em 27/12/1995.

https://leismunicipais.com.br/a/rj/n/niteroi/lei-ordinaria/1988/71/718/lei-ordinaria-n-

718-1988-cria-a-fundacao-municipal-de-saude-de-niteroi.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 235

Segundo a NOAS 01/2002 ―o fortalecimento das funções de controle,

regulação e avaliação dos gestores do SUS deve se dar principalmente atuando

na relação com os prestadores de serviços; na qualidade da assistência, na

aferição do grau de satisfação dos usuários e ainda na capacidade de obter

resultados que traduzam de forma clara e precisa, o impacto sobre a saúde da

população‖.

Pode se afirmar que as primeiras ações desenvolvidas pelo DECAU assim

como pelos recém criados órgãos de controle de um modo em geral, tiveram

como principal objetivo e foco o controle das atividades dos prestadores privados

em saúde por meio da fiscalização do faturamento. Outras ações voltadas para

este tipo de prestador incluíam a regulação da relação destes com o SUS por

meio do estabelecimento de instrumentos de contratualização, a vistoria das

condições estruturais dos estabelecimentos e a fiscalização dos procedimentos

médicos. A descentralização das funções aliadas à normatização da estruturação

das instancias infra-nacionais de gestão em saúde levou a formalização de

legislação especifica, definição e ampliação de atribuições para cada um das

funções objeto de departamento de controle, avaliação e auditoria.

Em razão disto o DECAU vem ampliando seu corpo técnico,

estruturando/reestruturando suas ações de forma cumprir o determinado na NOA

01/2002 e em outras portarias como o Decreto nº 7.508 de 28 de junho de 2011, a

Portaria Nº 1.559 de 1º de agosto de 2008, Manual de Auditoria do SUS, 2011

no que tange as suas responsabilidades quanto ao:

1. Controle e avaliação: ―conhecimento global dos estabelecimentos de

saúde localizados em seu território, o cadastramento de serviços, a

condução de processos de compra e contratualização de serviços de

acordo com as necessidades identificadas e legislação específica, o

acompanhamento do faturamento, quantidade e qualidade dos serviços

prestados entre outras atribuições‖ (NOAS 01/2002)

2. Regulação é entendida na NOAS 01/2002 como ―a disponibilização da

alternativa assistencial mais adequada às necessidades do cidadão, de

forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada.‖

Segundo a Política Nacional de Regulação (Portaria nº 1.559 de 2008) as

ações de regulação possuem três dimensões distintas:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 236

Regulação de Sistemas de Saúde: tem como objeto os sistemas

municipais, seu respectivo gestor público, definindo, macrodiretrizes para a

Regulação da Atenção à Saúde e executando ações de monitoramento,

controle, avaliação, auditoria e vigilância desses sistemas;

Regulação da Atenção à Saúde: tem como objetivo garantir a adequada

prestação de serviços à população e seu objeto é a produção das ações

diretas e finais de atenção à saúde, estando, portanto, dirigida aos

prestadores públicos e privados, e como sujeitos seus respectivos gestores

públicos, definindo estratégias e macrodiretrizes para a Regulação do

Acesso à Assistência e Controle da Atenção à Saúde,

Regulação do Acesso à Assistência: tem como objetos a organização, o

controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos

assistenciais no âmbito do SUS, e como sujeitos seus respectivos gestores

públicos, sendo estabelecida pelo complexo regulador e suas unidades

operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica, exercendo

autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos,

classificação de risco e demais critérios de priorização.

3. Avaliação dos resultados das ‖ações e serviços de saúde prestados

deve ser sistematicamente realizada contribuindo para a melhoria

contínua da qualidade dos serviços prestados. As ações atribuídas à

avaliação compreendem: Avaliação da relação entre

programação/produção/faturamento; Avaliação de qualidade e

satisfação dos usuários do sistema; Avaliação de resultados e impacto

das ações e serviços no perfil epidemiológico da população‖ (NOAS

01/2002).

4. No que tange a auditoria a definição estabelecida pela Portaria nº

1.069, de 19 de agosto de 1999 atribuía a auditoria a função de

―observar o exame analítico e pericial da legalidade dos atos da

administração orçamentária, financeira e patrimonial, bem como da

regularidade dos atos técnicos profissionais praticados no âmbito do

SUS por pessoas físicas e jurídicas integrantes ou participantes do

Sistema. Esta definição foi ampliada e diversificada passando-se a

reconhecer a auditoria como um instrumento de gestão para fortalecer o

Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para a alocação e

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fmsniteróiplanomunicipal2017 237

utilização adequada dos recursos, a garantia do acesso e a qualidade

da atenção à saúde oferecida aos cidadãos‖ (Auditoria do SUS:

orientações básicas, 2011). Esta concepção altera a lógica da

produção/faturamento para a da atenção aos usuários e em defesa da

vida, incorporando a preocupação com o acompanhamento das ações e

análise dos resultados.

Regulação, Controle e Avaliação:

O SUS possui diversos sistemas de informação com diferentes objetivos.

No que tange ao controle, avaliação e regulação podemos citar os sistemas

relacionados à produção ambulatorial (SIA) e a produção hospitalar (SIH).

Historicamente o uso destes sistemas sempre esteve associado apenas à função

de faturamento. No entanto, não se pode dissociar a contribuição que tem para o

aprimoramento das áreas de Controle, Avaliação, Regulação e Auditoria. O SIA

possibilita a captação das informações do atendimento ambulatorial e também

possibilita o processo de programação geral das ações e serviços de saúde

consolidada na FPO (ficha de programação orçamentária). O Sistema SIHSUS

tem por finalidade ―registrar todos os atendimentos provenientes de internações

hospitalares que foram financiadas pelo SUS, e a partir deste processamento,

gerar relatórios para que os gestores possam fazer os pagamentos dos

estabelecimentos de saúde‖ (DATASUS, 2017)

Outra ação desenvolvida pelo departamento e que possibilita o

desenvolvimento das funções de regulação, controle e avaliação é o

monitoramento CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Este

cadastro propicia aos gestores conhecimento efetivo da rede assistencial

existente incluindo a capacidade instalada e o perfil de cada estabelecimento de

saúde. Isto possibilitará que o departamento monitore o gerenciamento efetivo

das ações e serviços de saúde de forma a possibilitar que se desenvolvam ações

que assegurem o atendimento das necessidades de saúde. Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde, tem como objetivo cadastrar todos os tipos de

estabelecimento da área, sejam eles públicos, privados ou conveniados, pessoa

jurídica ou física, desde que, por meio deles, sejam realizados serviços de

atenção à saúde no Brasil. Em razão disso o CNES configura –se como um

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fmsniteróiplanomunicipal2017 238

instrumento de planejamento, controle e avaliação do SUS, que serve de base

para: Sistema de Informações Ambulatorial; Sistema de Informações Hospitalar;

Cartão Nacional de Saúde; Sistema Informatizado de Regulação do Acesso

Assistencial; Sistema de Informações da Programação Pactuada e Integrada;

Sistema de Informações da Atenção Básica; Sistema de Informações da ANVISA;

Sistema de Informações da ANS.

O acompanhamento do faturamento, da atualização do CNES e da FPO

das unidades próprias, contratadas e conveniadas compõe o quadro de ações

regulares desenvolvidas por técnicos do DECAU.

A fim de assegurar e otimizar a continuidade do monitoramento regular dos

prestadores da rede suplementar e qualificar a implementação do monitoramento

das unidades próprias ambulatorial e hospitalar será necessário no curso deste

quadriênio a incorporação de outros profissionais em razão da aposentadoria de

alguns dos técnicos e também do aumento das ações de monitoramento. Para o

período de 2018 a 2021 o departamento tem como meta fazer com que 100% dos

gestores das unidades próprias atualizem e mantenham atualizado a FPO e o

CNES dos serviços próprios. Para os serviços da rede suplementar o

departamento manterá o monitoramento da FPO e CNES de 100% dos serviços

contratualizados.

No Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)4 em Niterói

são descritos 114 estabelecimentos sob gestão pública municipal ou estadual,

dos quais 105 são de gestão municipal considerando assistência básica,

especializada e hospitalar, além das unidades de apoio, diagnose e terapia.

Quanto à natureza administrativa, 87 são unidades públicas e 1.419 privadas, das

quais os consultórios isolados correspondem a 71,6%,as clínicas especializadas a

10,1% e as de apoio diagnose e terapia a 9,4% (tabela 85).

4Consultado em 12/06/2017.

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Tabela 85

Tipo de prestador

Tipo de Estabelecimento Público Filantrópico Privado Sindicato Total

Central de Regulação Médica das Urgências

1 - - - 1

Centro de Atenção Psicossocial 5 - - - 5

Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde

14 - 2 - 16

Central de Regulação de Serviços de Saúde

1 - - - 1

Clínica Especializada/Ambulatório Especializado

2 5 144 1 152

Consultório - - 1.077 1 1.078

Hospital Especializado 6 - 13 - 19

Hospital Geral 5 - 15 - 20

Hospital Dia - - 2 - 2

Policlínica 11 1 10 - 22

Posto de Saúde 30 - - - 30

Pronto Atendimento 1 - - - 1

Pronto Socorro Geral 1 - - - 1

Serviço de Atenção Domiciliar Isolado (Home Care)

- - 7 - 7

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia

1 - 140 - 141

Unidade de Vigilância em Saúde 1 - - - 1

Unidade Móvel de Nível Pré-Hospitalar. (Urgência/Emergência)

8 - - - 8

Unidade Móvel Terrestre - - 1 - 1

Total 87 6 1.411 2 1.506

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES

As ações da Central de Regulação do município apresentam interface com

as ações de controle, avaliação e regulação tanto para o conjunto de unidades

próprias, contratualizadas e conveniadas no que tange a produção e regulação da

oferta. Neste sentido para o período de 2018-2021 a meta é a ampliação de

procedimentos inseridos no sistema Regulação em Saúde de Niterói (RESNIT).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 240

Dentre o quadro de ações otimizadas e/ou iniciadas pelo departamento na

última gestão e que deverão ser objeto de ampliação neste quadriênio listamos as

que seguem:

As ações de contratualização de prestadores contratados e/ou conveniados

- Todos os estabelecimentos de saúde que prestam serviços ao SUS devem ser

contratados, em observância aos princípios e diretrizes do SUS (a regionalização,

a pactuação, a programação, os parâmetros de cobertura assistencial e a

universalidade do acesso). Contratualizar é o processo/conjunto de atos que

resultam na contratação de serviços de saúde. Envolve desde a detecção da

necessidade de complementar a rede até o ato de contratar. A necessidade de

complementação dos serviços como estabelecido na regulamentação deve

constar deste Plano de Saúde. A participação complementar ao SUS deve ser

formalizada por convênio e/ou contrato administrativo. No momento da

elaboração do PMS 2018-2021, o serviço complementar da Rede de Saúde de

Niterói contava com 18 prestadores, dos quais 08 são filantrópicos e 10 são

privados, conforme mostra a tabela abaixo:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 241

Tabela 86

NOME / RAZAO SOCIAL TIPO DE

PRESTADOR SERVIÇO CONTRATADO

Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Audição – APADA

Sem fins lucrativos

com CEBAS

Oferece atendimento a pessoas com deficiência auditiva, Curso de Libras, Serviço de Interpretes/professores de Libra e audiometria.

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Niterói – APAE

Sem fins lucrativos

com CEBAS

Oferece odontologia e escolaridade integrada ao serviço para pessoas com deficiências atendidas pela Instituição.

Associação Fluminense de Amparo aos Cegos – AFAC

Sem fins lucrativos

com CEBAS

Unidade de reabilitação visual

Associação Fluminense de Reabilitação – AFR -

Sem fins lucrativos

com CEBAS

Centro de referência de reabilitação em medicina física

Associação Pestalozzi de Niterói – APN

Sem fins lucrativos

com CEBAS

Centro de referência de reabilitação em medicina física

Instituição Frederico Leomil Sem fins lucrativos

Saúde Mental – internação psiquiátrica

Casa de Saúde Alfredo Neves

Sem fins lucrativos

Saúde Mental – internação psiquiátrica

CDR - Clínica de Doenças Renais S.A

Privado Hemodiálise

Clínica Nefrológica Privado Hemodiálise

CRI - Clínica de Radioterapia Ingá

Privado Radioterapia

DERT -Depuração Extra Renal E Trans.

Privado Hemodiálise

Gabinete de Radiologia Dr. F. A. Cazes

Privado Mamografia e radiografia

Hospital de Olhos Santa Beatriz – HOSB

Privado Oftalmologia –média e alta complexidade

Inst. Bras. de Assistência Pesquisa

Sem fins lucrativos

Oftalmologia – média complexidade

Laboratório Dom Bosco Privado Análises clínicas e anatomia patológica

UROCENTRO Privado Litotripsia

Fresenius Privado Hemodiálise

Instituto de Medicina de Reabilitação

Privado Rede de suporte a RCPD

Do total de prestadores acima listados, atualmente existem 12 serviços

contratualizados. Para o período de 2018 - 2021 a meta é de ampliação do

processo de contratualização dos casos elegíveis para tal.

No presente momento apenas encontram-se inseridos no RESNIT – o

procedimento de Ressonância Magnética cujo prestador é o HUAP e os

procedimentos relacionados a Reabilitação. No que tange ao sistema RESNIT a

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perspectiva é de ampliação dos procedimentos regulados tomando por base a

atual oferta do referido sistema.

Auditoria – na última gestão as ações de auditoria foram melhor

estruturadas pela elaboração e implementação de um instrumento próprio

utilizado nas visitas técnicas que passaram a ser realizadas mensalmente pelo

conjunto de 05 auditores aos prestadores contratados e conveniados.

Para o período de 2018 a 2021 a meta do departamento é estruturar as

ações de auditoria conforme o modelo proposto pelo Sistema Nacional de

Auditoria (SNA) do M.S. realizando pelo menos 02 auditorias ao ano em todas as

suas fases analítica, em loco e de relatório.

Regulação do Acesso no âmbito Municipal

A Regulação do acesso à Assistência é de responsabilidade da Central de

Regulação de Niterói (CREG-Niterói), implantada em 2014, e tem no seu escopo

as seguintes ações: regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar as

urgências em parceria direta com a central de regulação do SAMU; pelo controle

dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos

especializados; pela padronização das solicitações de procedimentos por meio

dos protocolos assistenciais; e pelo estabelecimento de referências entre

unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local,

intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados.

A constituição da Central de Regulação Municipal permite absorver o fluxo

da assistência na atenção básica, na média e alta complexidade.

Algumas ações necessárias para implantar e/ou implementar a Central de

Regulação Municipal, garantindo a sua efetividade:

1. O Plano Diretor de Regionalização (PDR).

2. A Programação Pactuada e Integrada (PPI).

3. O conhecimento dos recursos assistenciais disponíveis em sua área de

abrangência.

4. A definição do fluxo de informações (estabelecimentos solicitantes,

estabelecimentos executantes).

5. A definição das rotinas operacionais (horário de funcionamento, dias da

semana, perfil dos profissionais, etc.).

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fmsniteróiplanomunicipal2017 243

6. A capacitação permanente dos recursos humanos envolvidos no

processo regulatório.

7. O referenciamento das demandas às esferas superiores quando os

recursos pactuados no território abrangido pela central forem insuficientes.

8. O exercício da autoridade sanitária no ordenamento da disponibilidade

dos recursos assistenciais existentes.

9. A identificação de pontos de estrangulamento existentes na rede de

atenção à saúde.

10. A identificação da alternativa assistencial mais adequada à

necessidade do usuário, fundamentada nos protocolos.

11. A disponibilização de informações para o acompanhamento da PPI.

Central de Regulação de Internações: é responsável pela regulação dos leitos

hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, próprios,

contratados ou conveniados. O escopo da central de internações hospitalares

deve ser configurado com os leitos das diversas clínicas, de UTI e de retaguarda

aos prontos-socorros.

Central de Regulação Ambulatorial: é responsável pela regulação do acesso dos

pacientes às consultas, aos exames especializados e aos Serviços Auxiliares de

Diagnóstico e Terapia (SADT).

É possível implantar, conforme necessidade, centrais de regulação

específicas que atuem em um universo menor de procedimentos como, por

exemplo: terapia renal substitutiva, oncologia, transplantes e outros.

A Ação Regulatória da Central de regulação

A ação regulatória é o elemento ordenador e orientador dos fluxos

assistenciais, sendo responsável pelo mecanismo de relação entre a gestão e os

vários serviços de saúde, assim como da relação entre esses serviços, deve ser

iniciada na Atenção Primária que exerce função de coordenadora do cuidado e

ordenadora da rede de atenção à saúde.

Na prática, a ação regulatória é definida como o processo de

operacionalização, monitoramento e avaliação da solicitação de procedimentos,

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fmsniteróiplanomunicipal2017 244

realizada por um profissional de saúde, levando em conta a classificação de risco,

o cumprimento de protocolos de regulação estabelecidos para disponibilizar a

alternativa assistencial mais adequada.

A ação regulatória corresponde a quatro processos de trabalho:

• O levantamento e distribuição de cotas de procedimentos realizados

pelos estabelecimentos executantes para os estabelecimentos solicitantes.

• A busca e disponibilização de leitos hospitalares.

• O processo de autorização prévio à execução da ação ou serviço de

saúde, por exemplo, as Autorizações de Procedimentos de Alta

Complexidade/Custo (APAC) ou a Autorização de Internação Hospitalar

(AIH).

• A execução da ação regulatória é feita por profissional competente,

capaz de análise crítica e discernimento que o conduz a decisões

baseadas em protocolos de regulação.

A ação regulatória deve estar fundamentada em Protocolos de Regulação

que compreendem:

Os protocolos de fluxos de encaminhamento, que são instrumentos

ordenadores e que qualificam o acesso viabilizando a assistência integral ao

usuário, entre os diversos níveis de complexidade da atenção, e os protocolos

clínicos, que tratam da forma de intervenção por patologia, para subsidiar as

decisões terapêuticas, que atendam às necessidades do usuário.

A Autorização de Procedimentos

O processo de autorização de procedimentos realizados por meio da ação

regulatória, é prévio e baseado nos protocolos de regulação pré-estabelecidos.

Nos casos de urgência, a autorização dar-se-á no menor espaço de tempo

após a solicitação do mesmo.

A Central de Regulação autoriza, previamente, os procedimentos,

concomitantes aos agendamentos solicitados, utilizando o mecanismo de

cotização da oferta dos serviços de saúde disponibilizada para as unidades

solicitantes e executantes da central.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 245

A autorização é realizada por equipe, orientada pelos protocolos. Essa

ação visa garantir o acesso ordenado, respeitando critérios clínicos de

necessidade dos usuários e de disponibilidade da oferta.

2.8. Gestão em Saúde

Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

Compete a Coordenadoria de Recursos Humanos (CORHU), a execução

de um conjunto de ações voltadas ao planejamento, apoio à gestão e

monitoramento das questões relacionadas à gestão do trabalho na FMS, entre

elas: dimensionamento, composição, distribuição, mobilidade e lotação do quadro

de trabalhadores, para o seu adequado funcionamento de modo a atender aos

objetivos da Instituição.

No que se refere à gestão do capital humano, os profissionais da FMS

estão vinculados sob regime estatutário, por meio de processo seletivo concurso

público, no entanto, nos últimos anos, em razão do distanciamento da realização

do último concurso público, percebe-se um desequilíbrio no quadro funcional

decorrente também, das aposentadorias e exonerações, dos afastamentos e

falecimentos.

Por este motivo, a adequação quantitativa e qualitativa dos recursos

humanos é ação prioritária desta Coordenadoria. Desta forma, foram constituídas

algumas frentes de trabalho, como por exemplo, as comissões responsáveis pela

elaboração dos Processos Seletivos Públicos Simplificados e do V Concurso

Público para atendimento às necessidades de pessoal da rede pública municipal

de as,úde.

Informação, Informática e Comunicação

Uma vez que as Unidades Básicas de Saúde constituem porta de entrada

do cidadão no SUS, se faz necessária a informatização da rede de atenção a

saúde, em especial da Atenção Básica. Desta forma para o quadriênio 2018 -

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fmsniteróiplanomunicipal2017 246

2021 pretende-se implantar o Prontuário Eletrônico do Cidadão nas unidades de

Atenção Básica do município.

O Programa de Informatização das Unidades Básicas de Saúde - PIUBS,

no âmbito da Política Nacional de Atenção Básica e da Política Nacional de

Informação e Informática em Saúde preconiza o fornecimento de infraestrutura

tecnológica, além de serviços de Tecnologia da Informação, que possibilite a

implantação e a manutenção de prontuário eletrônico nas Unidades Básicas de

Saúde do Município.

De acordo com a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde

(PNIIS) a ampliação do uso da informação no cotidiano do processo decisório da

saúde favorece o controle social, a gestão e os processos de trabalho em saúde,

sendo necessária uma responsabilização institucional em cada esfera. Desta

forma, cabe a gestão municipal:

Implementar as ações de informação e informática em saúde em

consonância com a PNIIS, conforme previsto no sistema de

planejamento regional;

Apoiar a implementação da PNIIS por meio do processo de

planejamento regional em saúde;

Articular e estabelecer parcerias com órgãos governamentais e não

governamentais, nacionais e internacionais, intra e intersetoriais,

bem como com a sociedade civil organizada para o fortalecimento

das ações de informação e informática em saúde;

Implantar soluções de informática, segundo suas necessidades

regionais, para atender a demandas informacionais no âmbito de

seu território, garantida a interoperabilidade com os sistemas

nacionais;

Desenvolver ações de educação permanente, com foco nas

especificidades de informação e informática em saúde, destinadas

aos trabalhadores de saúde;

Estabelecer metodologias de monitoramento e avaliação das ações

de informação e informática desta Política no âmbito local; e

Coordenar ações que promovam o desenvolvimento das instâncias

públicas de informação e tecnologia da informação em saúde.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 247

Planejamento em Saúde

O planejamento em Saúde é de responsabilidade de cada esfera da

federação, de modo que cada município deve desenvolver as suas respectivas

atividades, em consonância com as políticas públicas e estratégias de

planejamento em âmbito Estadual e Nacional. (Ministério da Saúde, 2016)

O Ministério da Saúde, o CONASS e o CONASEMS, em consonância com

o Conselho Nacional de Saúde, definem as diretrizes gerais de elaboração do

planejamento para todas as esferas de gestão, estabelecem as prioridades e os

objetivos nacionais. Os Municípios, a partir das necessidades locais, das

diretrizes e propostas estabelecidas pela Conferência Municipal de Saúde, das

prioridades estaduais e nacionais, elaboram, implementam e avaliam o ciclo do

planejamento municipal. (Ministério da Saúde, 2016)

O planejamento no SUS deve ter como base territorial as regiões de saúde,

uma vez que essas são os espaços geográficos fundamentais de garantia da

integralidade das ações e serviços de saúde para a população no SUS. A Região

de Saúde representa a unidade de referência para a análise da dinâmica

socioeconômica e da situação de saúde da população, o dimensionamento da

capacidade instalada de produção de serviços, o levantamento dos recursos

fiscais, dos profissionais e equipamentos disponíveis e para a projeção de uma

imagem-objetivo da rede de atenção à saúde. (Ministério da Saúde, 2016)

Desta forma, o planejamento no SUS busca articular as diferentes esferas

com suas atribuições específicas de modo a produzir um planejamento que

norteie as estratégias de regionalização. Desta forma, a União, a partir de

construção tripartite, estabelece diretrizes, objetivos e metas nacionais e o

calendário nacional de elaboração para que os Estados possam definir as

estratégias de coordenação do processo de planejamento em seu território e os

Municípios iniciem, com seus pares, suas atividades nas respectivas regiões de

saúde. (Ministério da Saúde, 2016)

O Plano Municipal de Saúde deverá nortear a elaboração do planejamento

e orçamento do governo no tocante a saúde. Ele é peça fundamental do

planejamento, pois define todas as iniciativas no âmbito da Saúde municipal para

o período de quatro anos, além de explicitar os compromissos do governo para o

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fmsniteróiplanomunicipal2017 248

setor saúde reflete, a partir da análise situacional, as necessidades de saúde da

população e as peculiaridades próprias do município.

O planejamento no âmbito do SUS tem como base os seguintes

pressupostos:

I - planejamento como responsabilidade individual de cada um dos três

entes federados, a ser desenvolvido de forma contínua, articulada e integrada.

II - respeito aos resultados das pactuações entre os gestores nas

Comissões Intergestores Regionais (CIR), Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).

III - monitoramento, a avaliação e integração da gestão do SUS.

IV - planejamento ascendente e integrado, do nível local até o federal,

orientado por problemas e necessidades de saúde para a construção das

diretrizes, objetivos e metas.

V - compatibilização entre os instrumentos de planejamento da saúde

(Plano de Saúde e respectivas Programações Anuais, Relatório de Gestão) e os

instrumentos de planejamento e orçamento de governo, quais sejam o Plano

Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária

Anual (LOA), em cada esfera de gestão;

VI - transparência e visibilidade da gestão da saúde, mediante incentivo à

participação da comunidade;

VII - concepção do planejamento a partir das necessidades de saúde da

população em cada região de saúde, para elaboração de forma integrada.

A elaboração do Plano de Saúde deve ser orientada pelas necessidades

de saúde da população, considerando a análise situacional, orientada pelos

seguintes temas: a) estrutura do sistema de saúde; b) redes de atenção à saúde;

c) condições sociossanitárias; d) fluxos de acesso; e) recursos financeiros; f)

gestão do trabalho e da educação na saúde; g) ciência, tecnologia, produção e

inovação em saúde e gestão Além disso, deverão constar no PMS a definição

das diretrizes, objetivos, metas e indicadores; e o processo de monitoramento e

avaliação.

A Programação Anual de Saúde (PAS) é o instrumento que operacionaliza

o Plano Municipal de Saúde e tem por objetivo anualizar as metas do Plano de

Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários a serem executados.

A PAS municipal deverá conter:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 249

I - a definição das ações que, no ano especifico, garantirão o alcance dos

objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde.

II - a identificação dos indicadores que serão utilizados para o

monitoramento da PAS; e

III - a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao

cumprimento da PAS;

O Relatório Anual de Gestão (RAG) é o instrumento de gestão com

elaboração anual que permite ao gestor apresentar os resultados alcançados com

a execução da PAS e orientar eventuais readequações que se fizerem

necessários no Plano de Saúde. Ele contempla os seguintes itens: diretrizes,

objetivos e indicadores do Plano de Saúde; as metas da PAS previstas e

executadas; a análise da execução orçamentária; e as recomendações

necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do Plano de Saúde.

Já o Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior é um instrumento de

monitoramento e acompanhamento da execução da PAS e deve ser apresentado

pelo gestor do SUS até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, em

audiência pública na Casa Legislativa do respectivo ente da Federação.

A Constituição Federal de 1988 define a integração entre o planejamento

estatal e o orçamento como sendo o fundamento do modelo orçamentário

brasileiro, definido pela necessidade do estabelecimento de uma conexão

coerente entre os respectivos instrumentos adotados. Desta forma, os

instrumentos de planejamento da saúde — o Plano de Saúde e suas respectivas

Programações Anuais e o Relatório de Gestão — devem orientar, no que se

refere à política de saúde, a elaboração dos instrumentos de planejamento de

governo — Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei

Orçamentária Anual (LOA), definidos a partir do art. 165 da CF.

O PPA compreende o planejamento governamental para o período de

quatro anos. Deve definir diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública

relativas às despesas de capital e aos gastos correntes delas derivados, ou seja,

o PPA sintetiza as estratégias de médio prazo e as operacionaliza por meio dos

programas. O PPA se estrutura em duas partes fundamentais que são a base

estratégica e os programas. A base estratégica deve contemplar a análise da

situação econômica e social, as diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pelo

chefe do Poder Executivo, a previsão dos recursos orçamentários e sua

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fmsniteróiplanomunicipal2017 250

distribuição entre os setores ou entre os programas e diretrizes, objetivos e metas

dos demais órgãos de acordo com a orientação estratégica do chefe do Poder

Executivo.

A LOA contém o detalhamento anual desse planejamento na forma das

ações que deverão ser implementadas e dos recursos orçamentários que estarão

disponíveis para o financiamento das políticas. Desta forma a LOA consiste no

planejamento governamental anual, onde são previstos com maior detalhamento

o volume de recursos arrecadados e como esses serão alocados ao longo do

conjunto de programas e projetos a serem executados no exercício fiscal

correspondente.

A LDO integra o PPA e a LOA. Ela estabelece para cada exercício fiscal,

as metas e as prioridades da Administração Pública e os parâmetros de

elaboração da LOA, além de expressar uma série de questões essenciais que

para o planejamento de médio prazo, contido no PPA, possa ser

operacionalizado.

Neste sentido, a Lei n° 141, de 2012, em seu art. 36, § 2°, estabelece que a

União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão encaminhar para

aprovação do respectivo conselho de saúde a Programação Anual de Saúde,

antes da data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente ao

Legislativo, de forma a garantir que o setor saúde esteja contemplado nas regras

dispostas na LDO aplicáveis ao ano subsequente.

Vale ressaltar que cada ente da Federação deve, obrigatoriamente, realizar

a elaboração dos instrumentos de planejamento estabelecidos pela legislação que

são, inclusive, obrigações condicionantes para o recebimento das transferências

intergovernamentais.

Financiamento em Saúde

Os recursos da FMS Niterói são provenientes de cinco fontes, conforme

mostrado em sequência. O Orçamento para 2018 realizou-se pela Lei

Orçamentária Anual/LOA no valor de R$ 454.566.863,91.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 251

Tabela 87 - DISTRIBUIÇÃO DE DESPESAS - 2015 a 2018 – FMS.

RECURSO

FONTE

DO

RECURSO

2015 2016 2017 2018 (valor

estimado)

Tesouro

Municipal 100 229.400.588,53 234.053.787,77 269.696.466,80 252.573.863,91

Recurso

Royalties 108 - 11.140.398,40 26.969.187,00 15.000.000,00

Convênios 202 - 68.961,71 736.844,55 900.000,00

DASS 203 6.088.428,32 8.540.841,20 5.714.070,94 8.631.000,00

Vigilância

Sanitária 203 - - - 2.000.000,00

Cemitério 2.755,70 - 2.323,00 -

SUS 207 169.281.696,05 164.023.816,69 107.137.071,15 175.462.000,00

TOTAL 404.773.468,60 417.827.805,77 410.255.963,44 454.566.863,91

FONTES: Núcleo de Orçamento – ASPLAN – QDD 2018 e Superintendência de Finanças

- SUAFI

A fonte 2075 (Fonte SUS) até o final de 2017 era regida pela portaria

204/2007 que dividia os repasses em seis blocos de financiamento, são eles:

Bloco de Atenção Básica; Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar;

Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica; Gestão do SUS; Investimentos

na Rede de Serviços de Saúde com recursos previstos para o período de 2014 a

2017, conforme tabela 88.

5 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. O Financiamento da Saúde. Para

Entender a Gestão do SUS – Brasília: CONASS, 2011.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 252

Tabela 88 - RECEITA POR BLOCOS DE FINANCIAMENTO - fonte 207

RECEITA POR BLOCOS DE FINANCIAMENTO -

fonte 207

RECEITA RECEBIDA (UNIDADE DE MEDIDA R$)

2014 2015 2016 2017

ASSIST. FARMACÊUTICA 2.497.572,00 2.289.441,00 2.705.703,00 2.591.110,40

MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE - MAC

146.167.990,11 136.724.094,44 123.542.415,86 144.411.173,55

ATENÇÃO BÁSICA 22.425.731,02 25.986.944,70 29.411.315,84 24.952.251,04

VIGILÂNCIA EM SAÚDE 4.519.061,28 4.171.617,89 5.077.937,36 4.386.766,59

GESTÃO SUS 40.000,00 34.000,00 40.000,00 40.000,00

INVESTIMENTO 4.676.090,60 1.205.171,00 565.875,00 321.793,00

TRANSF. DO ESTADO 3.520.180,05 2.717.612,50 150.000,00 0,00

RECEITA TOTAL RECEBIDA

183.846.625,06 173.128.881,53 161.493.247,06 176.703.094,58

Fonte: http://portalfns.saude.gov.br/

A partir de 2018, foi editada em 28 de setembro de 2017, Portaria de

Consolidação nº 6, e modificada pela Portaria nº 3.992 de 28 de dezembro de

2017, passando a considerar dois Blocos de financiamento para os recursos

provenientes do Fundo Nacional de Saúde (MS), revogando assim a Portaria

204/2007 e ficando assim estabelecido os Blocos de Financiamento:

I - Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde; e

II - Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde.

A principal mudança é a forma de transferência dos recursos financeiros

para custeio e investimento, uma vez que os recursos para custeio serão

transferidos para uma só conta corrente no bloco de custeio e os recursos para

investimentos ainda não contemplados com repasse serão transferidos para uma

só conta corrente no bloco de investimento.

A junção dos antigos blocos de financiamento de custeio em um único

bloco, mantendo-se grupos de ações dentro do Bloco de Custeio. Esses grupos

de ações deverão refletir a vinculação, ao final de cada exercício, do que foi

definido em cada programa de trabalho do Orçamento Geral da União e que deu

origem ao repasse do recurso, bem como o estabelecido no Plano Municipal de

Saúde e na Programação Anual de Saúde dos entes subnacionais.

Os blocos de financiamento passarão a ser constituídos de Grupos dentro

de cada Bloco como forma de controle da prestação de contas.

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fmsniteróiplanomunicipal2017 253

Para fins de transparência, registro de série histórica e monitoramento, o

FNS/SE/MS divulgará, em seu sítio eletrônico, as informações sobre as

transferências de recursos federais transferidos para o custeio e investimento de

ações e serviços públicos de saúde, organizando-as e identificando-as por grupos

relacionados ao nível de atenção ou à área de atuação, tais como:

I- Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde:

a) Atenção Básica;

b) Atenção de MAC Ambulatorial e Hospitalar;

c) Assistência Farmacêutica;

d) Vigilância em Saúde;

e) Gestão do SUS; e

II - Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde:

a) Atenção Básica

b) Atenção Especializada

c) Vigilância em Saúde;

d) Gestão e desenvolvimento de tecnologias em Saúde no SUS;

e) Gestão do SUS.

É vedado conforme determina a Portaria 3.992/2018 o uso dos recursos

referentes ao Bloco de Custeio, para pagamento de:

- servidores inativos;

- servidores ativos, exceto se forem contratados para desempenharem

funções relativas ao respectivo Plano de Saúde;

- gratificação de função de cargos comissionados, exceto aqueles ligados

diretamente ao respectivo Plano de Saúde;

- pagamento de assessorias e consultorias prestadas por servidor público

pertencente ao quadro do próprio município ou estado;

- obras, exceto reformas e adequações.

Também é vedado conforme portaria acima, no Bloco de Investimento:

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fmsniteróiplanomunicipal2017 254

É vedada a utilização de recursos financeiros em órgãos e unidades voltados,

exclusivamente, à realização de atividades administrativas.

Atividades de custeio

As despesas referentes ao recurso federal transferido devem obedecer às

exigências legais requeridas a quaisquer outras despesas públicas (formas de

contratação, empenho, liquidação e pagamento), incluindo a respectiva

documentação administrativa e fiscal exigida.

Portanto, sem prejuízo de outras formas de controle realizadas pelo

Ministério da Saúde, a comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo

Fundo Nacional de Saúde aos fundos de Saúde dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios far-se-á, por meio do Relatório de Gestão, que deve ser

elaborado anualmente e submetido ao respectivo Conselho de Saúde.

Ouvidoria

Pautada em todos os princípios que regem o Sistema Único de Saúde, em

maio de 2017 foi criada, implantada e implementada a Ouvidoria da Fundação

Municipal de Saúde de Niterói, com a proposta de acompanhar e avaliar a opinião

pública, acerca dos serviços prestados pelas unidades de saúde e pelos

profissionais, visando também a melhoria da qualidade do atendimento.

A Ouvidoria é um dos principais instrumentos de diálogo e articulação entre

o controle social e a gestão pública, com o objetivo de melhoria da qualidade das

ações e serviços prestados por toda a rede do Sistema Único de Saúde.

É notória a adesão dos profissionais e dos usuários pelos serviços

prestados pela Ouvidoria, porém ainda possuímos dificuldades de logística, pois

os meios de locomoção, ainda são um sério problema para os trabalhadores do

SUS e por outro lado, ainda precisamos garantir toda a estrutura necessária, para

prestarmos um melhor atendimento.

Outro grande problema reside em obter um retorno das demandas em

tempo hábil para respostas aos usuários, (lembrando que temos um prazo legal

de retorno em no máximo 20 dias), pois alguns profissionais da nossa rede, ainda

não estão familiarizados com esta dinâmica de ação.

Desta maneira e a partir dos resultados apresentados, pode-se observar

uma ampliação da utilização dos serviços, bem como o exercício do controle

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fmsniteróiplanomunicipal2017 255

social. Assim, esta experiência permite que a gestão avalie de forma concreta a

satisfação dos usuários, bem como a valorização dos trabalhadores da Saúde e

dos serviços como um todo. Esperamos neste próximo triênio, garantir que em

cada unidade de nossa rede de saúde, exista um profissional que possa se

responsabilizar em atender os usuários e responder as nossas demandas. Com

isso certamente iremos garantir uma maior eficácia e eficiência em nossas ações

e o retorno ao nosso maior patrimônio; a população de nossa cidade.

Conforme fluxo abaixo, o usuário pode entrar em contato com a ouvidoria

por meio: presencial, call-center, ouvidoria geral do Ministério da Saúde (telefone

136) por meio de abertura de processo administrativo, ofício, prefeitura móvel,

facebook, carta ou e-mail (Entrada). Após o contato é realizado um cadastro das

manifestações. Em seguida, as manifestações serão analisadas, tipificadas e

encaminhadas à área técnica. A área técnica irá emitir uma resposta a qual será

tratada e esta poderá ser reencaminhada a área técnica (Tratamento) ou

encaminhada como resposta final ao manifestante (Fechamento).

Figura 6 - Fluxo de Atendimento

No período de junho a dezembro de 2017 foram realizados 1.799

atendimentos pela ouvidoria. O número de atendimentos segundo mês de

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fmsniteróiplanomunicipal2017 256

ocorrência oscilou entre 100 atendimentos no mês de dezembro e 507

atendimentos no mês de agosto. Com relação ao meio de contato utilizado, o

maior volume de manisfestações foram realizadas através das ouvidorias

existentes nas Unidades Hospitalares (VIPAHE), computando um total de 772

registros, seguido do call-center (611 atendimentos) e presencial (316

atendimentos)

TABELA 89

Fonte: Ouvidoria Municipal de Saúde

Controle Social

O Conselho Municipal de Saúde de Niteroi foi formado em julho de 1992.

Atualmente, o CMS é formado por 32 conselheiros titulares e suplentes sendo 16

representantes do segmento de usuários, 08 do segmento de profissionais de

saúde e 08 gestores. O Conselho é presidido pelo presidente da Fundação

Municipal de Saúde. As reuniões ordinárias do conselho acontecem mensalmente

no prédio da Policlinica Sylvio Picanço – Auditório do NEPP. A FMS tem buscado

assegurar condições de funcionamento do conselho provendo espaço físico,

infraestrutura e recursos humanos próprios para o conselho. Compete ao

conselho municipal discutir, elaborar, planejar e deliberar quanto à política

municipal de saúde, inclusive quanto à aplicação financeira.

O funcionamento é determinado pelo seu Regimento Interno (Decreto

6815/94 de 06/01/94). De caráter permanente, deliberativo e fiscalizador dos

Conselhos de Saúde conferidas pela Lei Municipal nº1085, Lei Federal 8.142/90,

Lei Federal 8.080/90, Resolução Nº453/2012 Ministério da Saúde, Lei Federal

141 /2010.

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As reuniões são mensais. O CMS/Niterói possui as seguintes Comissões:

1. Comissão de Legislação, Planejamento, Financiamento e Recursos

Humanos.

2. Comissão Executiva

3. Comissão de Acompanhamento da Gestão SUS.

4. Comissão de Monitoramento da Vigilância em Saúde.

5. Comissão de Saúde do Trabalhador.

6. Comissão de Educação Permanente - Portaria MS 1996 de 20/08/2007.

7. Comissão de Atenção aos Ciclos de vida a Situação Especial de Saúde

(Mulher, LGBT, Idoso, Criança e Adolescente)

―A participação da sociedade organizada, garantida na Legislação, torna os

Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão,

acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da

Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A

Legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários, em relação ao

conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde é

composto por representantes de Usuários, de Trabalhadores de Saúde, do

Governo e de Prestadores de Serviços de Saúde, sendo o seu Presidente eleito

entre os membros do Conselho, em Reunião Plenária.‖ (Conselho Nacional de

Saúde - Resolução nº 333, de 04 de novembro de 2003).

Nesse sentido ressalta-se a importância de desenvolver processos

educação permanente, tendo em vista a qualificação dos conselheiros nas

decisões e deliberações da Política de Saúde.

Regionalização

O Sistema de governança no âmbito do Sistema Único de Saúde é

constituído por instâncias Gestoras de negociação e pactuação tendo na sua

configuração institucional a Comissão Intergestores Tripartite - CIT, a Comissão

intergestores Bipartite – CIB e as Comissões Intergestores Regionais – CIR.

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CIB-Comissões Intergestores Bipartite

Segundo consta no portal da CIB-RJ, as Comissões Intergestores

Bipartites (CIB) foram instituídas gradativamente nos estados brasileiros durante

os anos de 1993 e 1994, a partir de determinação da Portaria do Ministério da

Saúde nº 545 de 20 maio de 1993, que estabeleceu a Norma Operacional Básica

SUS (NOB SUS).

A CIB-RJ foi formalmente instituída pela Resolução Nº 855/SES-RJ.

Formada paritariamente por dirigentes da Secretaria Estadual de Saúde e do

órgão de representação estadual dos Secretários Municipais de Saúde

(COSEMS), sendo composta por 12 representantes titulares e 12 suplentes da

SES e 12 membros efetivos do COSEMS-RJ, constituindo em espaço de

negociação, decisão e deliberação sobre a Política de Saúde do Estado do Rio de

Janeiro.

A CIB-RJ conta com uma Câmara Técnica formada por 12 representantes

da SES-RJ e 12 Representantes do COSEMS-RJ e uma Secretaria Executiva

com 5 membros. Possui Regimento Interno publicado pela deliberação CIB nº

1.481/2011, D. O. de 21/12/2012

CIR´s- Comissões Intergestores Regionais

Cada uma das 09 Região de Saúde possui uma CIR que conta com

Câmara Técnica, Secretaria Executiva e Grupos de Trabalho - GT (GT de

planejamento, GT de Urgência e Emergência, GT de Vigilância em Saúde, GT da

Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, entre outros). É vinculada à

Secretaria Estadual de Saúde - SES, com realização de reuniões ordinárias

mensais, com participação dos Gestores, na qualidade de membros efetivos e

Técnicos na qualidade de suplentes, dos municípios que compõem a região.

Os temas de interesse da Região de Saúde são debatidos na Câmara

Técnica e apresentados na reunião ordinária da CIR para pactuação ou para

informe. As pactuações são encaminhadas para área técnica da SES para

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análise. Se necessário retornam a CIR e se aprovadas são remetidas para o

Grupo Condutor Estadual e posteriormente para CIB passando pela Câmara

Técnica e reunião ordinária para pactuação ou informe.

Conselhos de Saúde

Os Conselhos de Saúde são instâncias deliberativas, com competência

para aprovar as propostas encaminhadas pela CIB, assim como fiscalizar suas

ações. Os Conselhos de Saúde acompanham a organização federativa,

municipal, estadual e nacional. As regiões de Saúde não possuem conselhos por

não serem instâncias federativas.

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3. FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS

EIXO TEMÁTICO 1 : Direito à Saúde, Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade

Diretriz: Ampliar a oferta de serviços e ações de modo a atender as necessidades de saúde, respeitando os princípios da integralidade, humanização e justiça social e as diversidades ambientais, sociais e sanitárias das regiões, buscando reduzir as mortes evitáveis e melhorando as condições de vida das pessoas.

Objetivo: Ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde, em tempo adequado, com ênfase na humanização, equidade e no atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e especializada, ambulatorial e hospitalar

META INDICADOR

Garantir a cobertura de 75% da Atenção Básica

Percentual de Cobertura da Atenção Básica

Alcançar a cobertura de 100% do Programa Médico de Família nas áreas de maior vulnerabilidade

Percentual de cobertura do PMF nas áreas de maior vulnerabilidade alcançado

Implantar 5 NASFs Número de NASFs implantados

Fortalecer a estratégia de implementação de 2 Consultórios na Rua para atendimento à População em Situação de Rua

Consultório na Rua para atendimento à População em Situação de Rua implementado

Readequar a estrutura física e equipamentos de 58 Unidades de Saúde

Número de Unidades de Saúde readequadas

Executar 01 Projeto Escola da família: Promovendo Práticas Parentais com Afeto, Sem Violência

Projeto executado

Ampliar a oferta de consultas de especialidade em 4%

Percentual de consultas de especialidade ampliada

Implantar uma Coordenação de Atenção Especializada e Rede de Atenção à Saúde

Coordenação de Atenção Especializada e Rede de Atenção à Saúde implantada

Implantar um projeto de atenção à saúde da população LGBT com foco na transexualização

Projeto de atenção à saúde da população LGBT implantado

Ampliar a cobertura de Saúde Bucal em 21 unidades no Programa Médico de Família.

Serviço implantado e funcionando.

Implantar 01serviço de prótese dentaria. Serviço implantado.

Implantar 01 serviço central de RX odontológico.

Serviço implantado.

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Aumentar a média de ação coletiva de escovação dental supervisionada para 1%.

Média de ação coletiva de escovação dental supervisionada.

Reduzir o percentual de exodontias em relação aos procedimentos preventivos e curativos para 5,5%.

Proporção de exodontia em relação aos procedimentos preventivos e curativos.

Garantir o atendimento especializado em 01Centro de Especialidades Odontológicas do tipo II (4 cadeiras), com um consultório para rede de cuidados de pessoa com deficiência (RCPD).

Serviço funcionando.

Implantar 01Centro de Especialidades Odontológicas do tipo I (3 cadeiras).

Serviço implantado.

Garantir o atendimento odontológico hospitalar em 02 consultórios e em 01 centro cirúrgico, no Hospital Carlos Tortelly.

Número de Serviços funcionando.

Implantar Práticas Integrativas e Complementares (PICS) em 10 Unidades de Saúde do Município de Niterói

Nº de Unidades de Saúde com PICs Implantada

Implementar 19 modalidades de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) em 10 Unidades de Saúde do Município de Niterói

Nº de Unidades de Saúde com PICs Implementada

Diretriz: Ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde de qualidade, em tempo adequado, com ênfase na humanização, equidade e no atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica, especializada, ambulatorial e hospitalar, e garantindo o acesso a medicamentos no âmbito do SUS

Objetivo: Ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde, em tempo adequado, com ênfase na humanização, equidade e no atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e especializada, ambulatorial e hospitalar

META INDICADOR

Implantar o Programa de Tabagismo em 3 novas unidades/ano

Número de unidades da rede de saúde com o programa implantado e funcionando

Aumentar em até 70% dos usuários que concluem o Programa de Tabagismo

Proporção de usuários cadastrados que concluem as 4 sessões nos grupos de tabagismo

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Implantar ações educativas contra o tabaco nos programas municipais de Saúde do Idoso, Hiperdia e Programa Saúde na Escola

Número de programas municipais com ações educativas contra o tabaco implantado

Manter em funcionamento 1 pólo de atendimento a pacientes ostomizados em local de fácil acesso

Pólo de ostomizados em funcionamento

Reestruturar o fluxo de atendimento de anemia falciforme

Fluxo de atendimento de anemia falciforme reestruturado

Qualificar a Central de Regulação Municipal já existente, transformando-a em 24 horas.

Central de regulação municipal qualificada funcionando 24 horas

Assegurar 100% de Cobertura do serviço de atendimento Móvel de urgência (SAMU 192)

Cobertura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Atender 100% das solicitações recebidas pela Central de Regulação do SAMU da Metropolitana II

Proporções das solicitações atendidas pela Central de Regulação do SAMU

Assegurar que as 6 unidades hospitalares UMAM (UPAIII), MMARVF, HPJ, HOF, HMCT, HGVF prestem assistência hospitalar de forma adequada e conforme perfil assistencial

nº de unidades prestando assistência de forma adequada e conforme perfil assistencial

Realizar obras para readequação do Hospital Psiquiátrico Jurujuba como dispositivo integrado aos princípios normativos da rede de atenção psicossocial

Obras de readequação realizadas

Realizar obras de adequação na Maternidade Alzira Reis

Obras de readequação realizadas

Implantar 13 leitos de UTI,14 leitos psiquiátricos e 2 leitos clínicos no Hospital Municipal Carlos Tortelly

Leitos implantados e operativos

Implantar de 4 novos leitos na UTI no Hospital Orêncio de Freitas

Leitos implantados e operativos

Implantar de16 novos leitos na Maternidade Alzira Reis (sendo 2 de UCI neonatal) e 14 obstétricos.

Leitos implantados e operativos

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Manter funcionando o HGVF HGVF funcionando

Rever o Plano Operativo Assistencial entre a Fundação Municipal de Saúde e Hospital Universitário Antonio Pedro de forma a contemplar a assistência de maior complexidade junto à população da região Metropolitana II.

Plano operativo em curso e avaliado sistematicamente por comissão própria

Implantar um Centro de Exames de Imagem. Centro implantado e em funcionamento

Realizar adequação do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) 1 Largo da Batalha para UPA II - Região Pendotiba

UPA II em funcionamento

Manter o Funcionamento de 100% dos serviços de apoio diagnóstico e de emergência

Percentual dos Serviços de apoio diagnóstico e de emergência em funcionamento

Concluir 100% da obra de reforma do Laboratório Miguelote Viana

Proporção da obra concluída

Reformar o laboratório do HMCT Laboratório do HMCT reformado

Readequar 30 salas de coleta de sangue e recepção de outras amostras de origem biológica em Unidades de Saúde para se adequar à legislação.

Número de salas readequadas

Objetivo: Ampliar o acesso da população a medicamentos, promover o uso racional e qualificar a assistência farmacêutica no âmbito do SUS

META INDICADOR

Implantar o Programa Mais Saúde – Remédio em Casa

Programa Mais Saúde – Remédio em Casa implantado

Garantir o abastecimento em no mínimo 80% dos medicamentos da REMUME

Proporção da REMUME atendida

Qualificar 100% da Assistência Farmacêutica no Município

Proporção da Assistência Farmacêutica qualificada

Diretriz: Ampliar a oferta de serviços e ações de modo a atender as necessidades de saúde, respeitando os princípios da integralidade, humanização e justiça social e as diversidades ambientais, sociais e sanitárias das regiões, buscando reduzir as mortes evitáveis e melhorando as condições de vida das pessoas.

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Objetivo: Reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população, considerando os determinantes sociais, por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com foco na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências, no controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento saudável.

META INDICADOR

Alcançar, no mínimo, 75% das coberturas vacinais adequadas do calendário básico de vacinação da criança

Proporção de vacinas selecionadas do calendário nacional de vacinação para crianças menores de dois anos de idade com coberturas vacinais preconizadas

Aumentar a proporção da cura de casos novos de Tuberculose pulmonar bacilífera para 85%

Proporção de cura de casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera.

Aumentar a proporção de realização de exames anti-HIV entre os casos novos de tuberculose para 80%

Proporção de exame anti-HIV realizados entre os casos novos de tuberculose

Aumentar a proporção de contatos intradomiciliares de casos novos de Hanseníase examinados para 95 %

Proporção de contatos intradomiciliares de casos novos de Hanseníase examinados

Aumentar para 96% a proporção de cura nas coortes de casos novos de Hanseníase.

Proporção de cura dos casos novos de Hanseníase diagnosticados nos anos das coortes

Encerrar 85% dos casos de notificação compulsória imediata (Doenças de Notificação Compulsória Imediata - DNCI) em até 60 dias após a notificação

Proporção de casos de doenças de notificação compulsória imediata (DNCI) encerradas em até 60 dias após a notificação

Manter o número de óbitos por Dengue igual a zero

Número absoluto de óbito por Dengue

Investigar, no mínimo, 75% dos óbitos infantis e fetais

Proporção de óbitos infantis e fetais investigados

Investigar 75% dos óbitos de mulheres em idade fértil (MIF)

Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil (MIF) investigados

Investigar 100% dos Óbitos Maternos Proporção de óbitos maternos investigados

Obter no mínimo 95% do registro de óbitos com causa básica definida

Proporção de registro de óbitos com causa básica definida

Implementar em 100% das unidades de saúde da rede ações de prevenção das IST/Aids/Hepatites virais para população geral e segmentos em maior vulnerabilidade

Percentual das unidades de saúde da rede realizando ações de prevenção das IST/Aids/Hepatite virais para população geral e segmentos em maior vulnerabilidade

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Aumentar em, no mínimo, 10% o número de testes sorológicos anti-HCV realizados no ano

Número de testes sorológicos anti-HCV realizados em relação ao ano anterior

Encerrar 90% dos casos (confirmados ou descartados) através do marcador HCV-RNA dos casos notificados de Hepatite C com Anti-HCV reagente

Proporção de casos com encerramento oportuno (confirmados ou descartados) através do marcador HCV-RNA dos casos notificados de Hepatite C com Anti-HCV reagente

Reduzir a zero transmissão vertical do HIV Número absoluto de casos novos de Aids em menores de 05 anos de idade

Reduzir em 20% o número de casos de Sífilis Congênita

Número de casos novos de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade em relação ao número de casos do ano anterior multiplicado por 100

Implementar a oferta de assistência aos casos de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) de maior complexidade em 100% das Policlínicas Regionais.

Proporção de Policlínicas Regionais que oferecem assistência aos casos de IST de maior complexidade

Implementar a Abordagem Sindrômica às IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) em 100% das Unidades de Atenção Básica de Saúde do município.

Percentual das Unidades de Atenção Básica de Saúde do município que utilizam a Abordagem Sindrômica às IST.

Aumentar a proporção de PVHA (Pessoas Vivendo com HIV/AIDS) com carga viral de HIV indetectável em 20% a cada período de 12 meses

Número de PVHA com carga viral de HIV indetectável no ano atual/ número total de PVHA com carga viral de HIV indetectável no ano anterior multiplicado por 100

Implementar em 100% dos serviços de assistência especializada (SAEs), ações para fortalecimento da adesão ao tratamento HIV/AIDS

Percentual de serviços de referência com ações de adesão ao tratamento HIV/AIDS

Garantir que 100% dos exames solicitados para Sífilis, HIV e Hepatite B sejam realizados (excluindo os testes rápidos)

Proporção de exames realizados para Sífilis, HIV e Hepatite B em relação aos exames solicitados (excluindo os testes rápidos)

Aumentar o número de Serviços Municipais de Atenção Especializada em HIV/AIDS de 8 para 11 Unidades

Números de Serviços Municipais de Atenção Especializada em HIV/AIDS implementadas ao final do período

Investigar 100% das gestantes com exantema notificadas

Proporção de gestantes notificadas para zika com investigação laboratorial realizada

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Coletar, codificar, digitar e transferir 90% dos bancos SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) e SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos) nos prazos estabelecidos

Proporção de DO's e DNV's codificadas, digitadas e transferidas pelo número de DO's e DNV's recebidas nos prazos estabelecidos

Aumentar para 25% a proporção de unidades de saúde que atendem o SUS e realizam notificação de violência interpessoal/autoprovocada

Proporção de unidades de saúde do SUS que realizam notificação de violência interpessoal/autoprovocada

Implantar em 10% do total de escolas da rede pública municipal de educação a notificação de violência interpessoal/autoprovocada

Proporção de escolas da rede pública municipal de educação que notificam casos de violência interpessoal/autoprovocada

Aumentar para 20% a proporção de Unidades de Atenção Básica que notificam casos de violência

Proporção entre Unidades Básicas que realizam notificação de violência interpessoal/autoprovocada e o total de Unidades notificadoras

Aumentar em 40% a proporção de casos notificados de violência acompanhados pela Rede de Atenção Básica

Porcentagem de casos notificados de violência acompanhados pela Rede de Atenção Básica

Objetivo: Aprimorar o marco regulatório e as ações de vigilância sanitária, para assegurar a proteção à saúde e o desenvolvimento sustentável do setor

META INDICADOR

Realizar seis grupos de ações de vigilância sanitária consideradas necessárias de acordo com a Pactuação Interfederativa 2017-2021 aprovada pela resolução da CIT nº 8 de 24/11/2016

Número de grupos de ações de vigilância sanitária realizados

Readequar a ambiência do DEVIC DEVIC com ambiência readequada

Criar e implantar 01 Unidade Arrecadadora Informatizada no DEVIC/FMS

Unidade Arrecadadora Informatizada no DEVIC/FMS criada e implantada

Propor 01 Projeto de Lei Municipal, adequando o organograma do DEVIC frente às mudanças impostas pela legislação sanitária vigente, incluindo alterações e atribuições funcionais do servidor.

Projeto de lei proposto, adequando o organograma, conforme o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

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Propor 01 Projeto de Lei Municipal adequando 100% da legislação sanitária municipal para acompanhar e recepcionar às novas legislações estaduais e federais.

Projeto de lei proposto adequando Legislação sanitária municipal conforme o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

Alcançar 80% de visita domiciliares realizadas para controle de vetores nos imóveis do município, em cada ciclo de trabalho.

Proporção de visitas domiciliares realizadas para controle vetorial da dengue, em cada ciclo de trabalho

Realizar 100% da análise da água de consumo de acordo com VIGIAGUA.

Proporção de análises realizadas em amostras de água para consumo humano quanto aos parâmetros coliformes totais, cloro residual livre e turbidez

80 % de cães vacinados na campanha de vacinação antirrábica por ano

Proporção de cães vacinados na campanha de vacinação antirrábica canina .

Realizar o controle de ratos em 80% das áreas públicas do Município.

Percentual de áreas públicas com controle de ratos

Implantar uma Unidade Móvel de Zoonose Unidade Móvel de Zoonose implantada

Realizar 4000 cirurgias de castração para o controle das populações de cães e gatos.

Número de cirurgias de castração realizadas

Construir/Adequar espaço, para abrigar a nova sede do CCZ

Nova sede do CCZ adequada

Diretriz : Aprimorar as redes de atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários ciclos de vida (criança, adolescente, jovem, adulto e idoso), considerando as questões de gênero e das populações em situação de vulnerabilidade social, na atenção básica, nas redes temáticas e nas redes de atenção nas regiões de saúde

Objetivo: Promover o cuidado integral às pessoas nos ciclos de vida (criança, adolescente, jovem, adulto e idoso), considerando as questões de gênero, orientação sexual, raça/etnia, situações de vulnerabilidade, as especificidades e a diversidade na atenção básica, nas redes temáticas e nas redes de atenção à saúde

META INDICADOR

Aumentar a Prevalência de Aleitamento Materno em 5% ao ano nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família

Percentual de aleitamento materno em lactentes até 6º mês de vida

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Realizar a Triagem Neonatal em 100% das unidades de saúde da atenção básica e policlínicas ( número de unidades básicas de saúde e policlínicas = 50)

Número de unidades de saúde da atenção básica e policlínicas com o teste implantado.

Assegurar atendimento ao adolescente em 80% das Unidades de Saúde que possuem Equipe Multiprofissional de Saúde em atividade

Percentual de Unidades de Saúde do Município que prestam atendimento multidisciplinar ao adolescente

Vacinar 80% de adolescentes do sexo feminino para HPV

Nº de meninas de 11 a 13 anos vacinadas/total de meninas de 11 a 13 anos no município X 100

Implantar a Caderneta de Saúde do Adolescente (CSA)em 100% das Unidades de Saúde

Proporção de Unidades de Saúde com a Caderneta de Saúde do Adolescente (CSA) implantadas.

Implantar a Ficha de Marcadores de Consumo Alimentar em 50% das Unidades de Saúde

Percentual de Unidades de Saúde com a Ficha de Marcadores implantada

Reduzir em 2 % a ocorrência de gravidez na adolescência entre as faixas etárias de 10 a 19 anos no período (média de 0,5% ao ano)

Proporção de gravidez na adolescência entre as faixas etárias de 10 a 19 anos

Alcançar a razão de 0,30 exames citopatológicos do colo de útero em mulheres de 25 a 64 anos

Razão de exames citopatológicos do colo de útero em mulheres de 25 a 64 anos na população residente no município de Niterói e a população na mesma faixa etária.

Alcançar a razão de 0,35 exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos

Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos na população residente de Niterói e a população na mesma faixa etária.

Implementar 01 Projeto Escola da família: Promovendo Práticas Parentais com Afeto, Sem Violência

Projeto Implementado

Implantar em 32 escolas pactuadas com o PSE ações preventivas à saúde masculina.

Nº de escolas pactuadas com ações preventivas à saúde masculina implantadas

Implantar e implementar em 54 unidades de Atenção Básica ações de atenção integral a saúde do homem na faixa etária de 20 a 59 anos.

Nº de unidades de atenção básica com ações de atenção integral à saúde do homem na faixa etária de 20 a 59 anos implantadas.

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Criar o Projeto intergeracional Bem Vividos para a terceira idade

Projeto Intergeracional criado

Reduzir em 2% a taxa de internação por fratura de fêmur na população maior de 60 anos.

Taxa de internação por fratura de fêmur na população maior de 60 anos.

Reduzir em 2% a taxa de internação por pneumonia na população maior de 60 anos.

Taxa de internação por pneumonia na população maior de 60 anos.

Reduzir em 2% a taxa de mortalidade nos maiores de 70 anos pelo conjunto das 4 principais DCNT´s (Doenças Crônicas não transmissíveis)

Taxa de mortalidade nos maiores de 70 anos pelo conjunto das 4 principais DCNT´s (Doenças Crônicas não transmissíveis)

Expandir o Programa Saúde na Escola de 32 para 38 unidades escolares até 2021.

Nº de escolas pactuadas no PSE

Manter o Programa Saúde na Escola em 32 unidades escolares

número de unidades escolares com o Programa Saúde na Escola funcionando

Diminuir em 1% a prevalência de obesidade em crianças de 0 a 5 anos

Percentual de prevalência de obesidade de crianças de 0 a 5 anos avaliadas pelo SISVAN Web.

Diminuir em 1% a prevalência de obesidade em crianças de 5 a 7 anos

Percentual de prevalência de obesidade de crianças de 5 a 7 anos avaliadas pelo SISVAN Web.

Diminuir em 1% a prevalência de sobrepeso em crianças de 0 a 5 anos

Percentual de prevalência de sobrepeso de crianças de 0 a 5 anos avaliadas pelo SISVAN Web.

Diminuir em 1% a prevalência de sobrepeso em crianças de 5 a 7 anos

Percentual de prevalência de sobrepeso de crianças de 5 a 7 anos avaliadas pelo SISVAN Web.

Aumentar em 2% ao ano a cobertura de doses de vitamina A administradas em crianças de 6 a 11 meses

Cobertura de doses de vitamina A administradas em crianças de 6 a 11 meses no ano.

Aumentar em 2% ao ano a cobertura de doses de vitamina A administradas em crianças de 12 a 59 meses

Cobertura de doses de vitamina A administradas em crianças de 12 a 59 meses no ano.

Aumentar em 20% a produção da fonoaudiologia

Número de atendimentos realizados na rede/ número de atendimentos realizados no ano anterior * 100

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Atingir a meta de 58% da cobertura das famílias acompanhadas pelo Programa Bolsa Família

Cobertura de acompanhamento das condicionalidades de Saúde do Programa Bolsa Família (PBF).

Objetivo: Aprimorar e implantar as Redes de Atenção à Saúde nas regiões de saúde, com ênfase na articulação da Rede de Urgência e Emergência, Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, e da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

META INDICADOR

Implantar Plano de enfrentamento à Síndrome Congênita da ZIKA

Plano de enfrentamento à Síndrome Congênita da ZIKA implantado.

Reduzir a taxa de mortalidade infantil para 9,5

Número de óbitos em menores de 1 ano de idade em 1000 nascidos vivos

Implantar 01 Serviço de Follow- up de recém nascido de risco, e de crianças em vulnerabilidade social em unidade terciária própria do município.

Serviço de Follow -up de recém nascido de risco e de crianças em vulnerabilidade social implantado

Alcançar 87 % de gestantes com 7 ou mais consultas de pré-natal

Proporção de gestantes com 7 ou mais consultas de pré-natal

Aumento na proporção de parto normal até 37,0%.

Proporção de parto normal na rede pública e na saúde suplementar

Alcançar zero óbito materno Número de óbitos maternos

Alcançar 100% de óbitos maternos investigados

Proporção de óbitos maternos investigados

Reduzir em 30% a mortalidade prematura por doenças crônicas com especial atenção a doenças do aparelho circulatório e diabetes mellitus

Número de óbitos ocorridos em residentes por doenças do

aparelho circulatório e diabetes melittus

Aumentar a produtividade dos Serviços de Fisioterapia em até 20%

Produção do ano atual/Produção do ano anterior x 100

Implantar atendimento fisioterápico de avaliação de riscos e prevenção de incapacidades em Diabetes Mellitus nas 10 (dez) Policlínicas da Rede Própria Municipal

Número de Policlínicas da Rede Própria Municipal com

atendimento fisioterápico de avaliação de riscos e prevenção de incapacidades em Diabetes

Mellitus implantado e funcionando

Implantar Projeto de avaliação e intervenção fisioterapêutica em Saúde do Idoso

Projeto de avaliação e intervenção fisioterapêutica em Saúde do

Idoso implantado

Implantar uma coordenação de Reabilitação Coordenação de reabilitação implantada

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Implantar e implementar o projeto "refletindo nossas práticas"

Projeto "refletindo nossas práticas" implantado e implementado

Realizar 100% das ações pactuadas vigentes pelo DESUM

percentual de ações pactuadas realizadas

Implantar em pelo menos duas Regionais duas equipes do programa "Melhor em Casa"

Número de Regionais com o programa "Melhor em Casa"

implantado

Qualificar 100% das ações necessárias para o DESUM

Proporção das ações realizadas

Alcançar no mínimo 1 de cobertura de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Cobertura dos Centros de Atenção Psicossocial

Manter 1 Unidade de Acolhimento Infantil, 8 Residências Terapêuticas, 6 Ambulatórios de Saúde Mental, 1 Centro de Convivência e equipe de Desinstitucionalização

Número de equipamentos de Saúde Mental em funcionamento

Realizar 120 ações de Matriciamento sistemático realizados por CAPS com Equipes de Atenção Básica

Número de ações de matriciamento realizadas

Qualificar 21 equipamentos da Rede de Saúde Mental

Número de equipamentos da Rede de Saúde Mental qualificados

Fechar 92 leitos psiquiátricos. Número de leitos psiquiátricos fechados

Prevenir o Uso Abusivo de Crack, Álcool e outras Drogas

Ações de Prevenção ao Uso Abusivo de Crack, Álcool e outras Drogas executadas

EIXO TEMÁTICO 2: Valorização do Trabalho e da Educação em Saúde

Diretriz: Fortalecer o papel do Estado na regulação do trabalho em saúde e ordenar, para as necessidades do SUS, a formação, a educação permanente, a qualificação, a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, combatendo a precarização e favorecendo a democratização das relações de trabalho.

Objetivo: Promover, para as necessidades do SUS, a formação, a educação permanente, a qualificação, a valorização dos trabalhadores, a desprecarização e a democratização das relações de trabalho.

META INDICADOR

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fmsniteróiplanomunicipal2017 272

Implementar a rede sentinela de Vigilância em Saúde do Trabalhador em 100% das unidades de saúde de emergência públicas e privadas do município de Niterói.

Percentual das unidades de saúde de emergência publicas e privadas com a rede sentinela implementada

Aumentar em 56% as notificações de acidentes de trabalho tendo como base 2016

Percentual de aumento da notificações de acidente de trabalho

Realizar matriciamento de prevenção de acidentes de trabalho em 24 unidades públicas de saúde do município de Niterói

Número de unidades de saúde capacitadas

Auxiliar na elaboração dos programas de controle de saúde e segurança nos locais de trabalho em 14 unidades de saúde pública do município de Niterói

Número de unidades de saúde com programas de controle de saúde e segurança elaborado

Aumentar em 20% as notificações de acidentes de trabalho no município de São Gonçalo, tendo como base o ano de 2016.

Percentual de aumento da notificações de acidente de trabalho

Acompanhar e apoiar programas de Residência Médica existentes na FMS

Proporção de programas de Residência Médica acompanhados e apoiados existentes na FMS

Acompanhar e apoiar 100% dos programas de estágio nas áreas de saúde de nível superior

Proporção de programas de estágio nas áreas de saúde de nível superior acompanhados e apoiados

Garantir dotação orçamentária para manutenção da força de trabalho da FMS

Dotação orçamentária garantida

Implantar uma Fundação Estatal Fundação Estatal implantada

Realizar processo seletivo para reposição da força de trabalho

Processo seletivo realizado

Reestruturar o setor de Educação em Saúde incorporando o NEPP ao DIDES

Setor de Educação em Saúde reestruturado

Realizar 144 atividades de capacitação para 50 profissionais de saúde por atividade.

número de atividades de capacitação para 50 profissionais de saúde realizadas

Realizar 8 ações por ano de Qualificação continuada das equipes de saúde, assistencia social e educação sobre programas sociais, intersetoriais .

número de ações por ano de Qualificação continuada das equipes de saúde, assistencia social e educação sobre programas sociais, intersetoriais realizadas

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fmsniteróiplanomunicipal2017 273

Facilitar e orientar 100% o processo de inserção de pesquisa no município

Percentual de processos de inserção de pesquisa no município facilitados e orientados

Executar 100 % da capacitação da rede cegonha

Percentual de capacitação da rede cegonha executado

Desenvolver projetos proposto pela programação da CIES da METRO II

Projeto desenvolvido

Eixo Temático 3: Participação e Controle Social

Diretriz: Fortalecer as instâncias de controle social e garantir o caráter deliberativo dos conselhos de saúde, ampliando os canais de interação com o usuário, com garantia de transparência e participação cidadã.

Objetivo: Fortalecer as instâncias do controle social e os canais de interação com o usuário, com garantia de transparência e participação cidadã

META INDICADOR

Executar 100% das ações previstas para o funcionamento do Conselho Municipal de Saúde

Percentual das ações previstas para o funcionamento do Conselho Municipal de Saúde executadas

Eixo Temático 4: Gestão do SUS e Modelos de Atenção à Saúde

Diretriz: Aprimorar a gestão de saúde com a revisão dos instrumentos de gestão, considerando as especificidades locais e regionais, visando oferecer ao cidadão o cuidado integral.

Objetivo: Ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde, em tempo adequado, com ênfase na humanização, equidade e no atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e especializada, ambulatorial e hospitalar

META INDICADOR

Operacionalizar 01 sistema de regulação em saúde de Niterói (RESNIT)

sistema de regulação em saúde de Niterói (RESNIT) operacionalizado

Implantar 01 sistema de Auditoria SUS na FMS-Niterói

Sistema de Auditoria SUS na FMS-Niterói implantado

Implementar 01 serviço de controle e avaliação das unidades próprias, contratadas e conveniadas)

serviço de controle e avaliação das unidades próprias, contratadas e conveniadas implementado

Descentralizar e informatizar 100% do processo de renovação da Licença Sanitária

Processo de renovação de licença sanitária descentralizado e informatizado

Informatizar e integrar 100% das unidades de saúde

Proporção de unidades de saúde e administrativas, informatizadas e integradas

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Implantar a TV Saúde de Niterói, em parceria com a Uniteve (canal universitário da UFF), com extensão para a Rádio Comunitária.

Tv Saúde de Niterói implantada

Reativar a assinatura de Jornais diários para produção do clipping

Assinatura de jornais diários reativada

Reedição do Guia da Saúde de Niterói Guia da Saúde de Niterói reeditado

Realizar divulgação de 100% dos eventos de saúde realizados pelo município durante o ano.

Percentual de eventos divulgados

Implementar e monitorar 100% dos instrumentos de Planejamento do SUS

Número de instrumentos de planejamento implementados e monitorados/total de instrumentos utilizados pela ASPLAN

Implantar Núcleo de Apoio à Gestão de Políticas de Saúde Informadas por Evidências

Núcleo de Apoio à Gestão de Políticas de Saúde Informadas por Evidências implantado

Assessorar a Gestão no processo de tomada de decisão em 100% das instâncias gestoras e grupos estratégicos

% de instâncias gestoras e grupos estratégicos assessorados

Apoiar a implementação de projetos estratégicos para gestão em parceria com os diversos setores da FMS

01 Projeto Implementado

Implantar Pregão Eletrônico Pregão Eletrônico Implantado

Garantir o funcionamento adequado da Superintendência jurídica (SAJ)

Superintendência Jurídica funcionando adequadamente

Implantar um núcleo de assistência técnica multidisciplinar na SAJ

Núcleo de assistência técnica multidisciplinar implantado

Fiscalizar e auditar 100% dos processos internos

Percentual de processos internos auditados e fiscalizados

Garantir 100% da infraestrutura do Nível Central

Percentual da infraestrutura do Nível Central funcionando

Implantar o Projeto de Transporte Sanitário Eletivo

Projeto de Transporte Sanitário Eletivo implantado

Aumentar em 10% a captação de recursos Percentual dos recursos captados

Acompanhar 100% dos convênios e afins Percentual de convênios e afins acompanhados

Viabilizar 100% da estrutura necessária para o funcionamento adequado do DEAD (Departamento Administrativo)

Percentual da estrutura do DEAD funcionando adequadamente

Capacitar na área de gestão pública 70% dos servidores envolvidos em ações gerenciais

Percentual de funcionários capacitados

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Otimizar 100% dos processos de trabalho do DEAD

Percentual de novos fluxos construídos

Fiscalizar 100% dos Contratos da FMS Percentual dos Contratos fiscalizados

Manter 100% dos Contratos em vigor Percentual de Contratos em vigor

Reduzir em 10% os custos com as concessionárias

Percentual dos gastos com concessionárias

Readequar 100% da estrutura física do Nível Central aprimorando layout, rede de dados e telefonia e uma nova estruturação da rede elétrica e hidráulica

Percentual de espaço readequado

Controlar 100% dos bens patrimoniais Percentual de bens patrimonializados

Manter 80% da frota de transporte em funcionamento

Percentual da frota de transporte em funcionamento

Estruturar as instalações do SATRA Instalações do SATRA estruturadas

Qualificar 100% do processo de compra para abastecimento da Rede de Saúde

Percentual do processo de compra qualificado

Adequar e ampliar 100% do Almoxarifado Central

Percentual do almoxarifado adequado e ampliado

Regularizar 100% dos processos de aquisições relacionadas ao Almoxarifado Central

Percentual de processos de aquisição regularizados

Regularizar a realização de exames pendentes e aquisição de medicamentos provenientes de mandados judiciais

Realização de exames pendentes e aquisição de medicamentos provenientes de mandados judiciais regularizados

Regularizar a contratação de serviços de apoio ao funcionamento das unidades da FMS

Contratação de serviços de apoio ao funcionamento das unidades da FMS regularizados

Estruturar as instalações do SAPRA e do Arquivo Geral

Instalações do SAPRA e do Arquivo Geral estruturadas

Capacitar 100% dos funcionários envolvidos na gestão financeira do Fundo.

Percentual dos funcionários envolvidos na gestão financeira do Fundo capacitados

Implementar 100% de melhorias físicas/operacionais.da SUFIN

Percentual de melhorias físico-operacionais implementadas

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______.______. DATASUS. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-

aplicativos/hospitalares/sihsus>. Acesso em: 15 jun. 2017. ______.______. Manual de planejamento no SUS / Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. – 1. ed., rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 138 p

______.______. Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre a NOAS-SUS

01/2002 – Norma Operacional de Assistência à Saúde. Diário Oficial da União, 27 fev. 2002.

______.______. Portaria nº 1555 de 30 Julho de 2013.

______.______. Portaria Nº 1.559, de 1º de agosto de 2008.

______.______. Portaria nº 1.069, de 19 de agosto de 1999.

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______.______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política

Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 110 p

______.______. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Sistema Nacional de

Auditoria. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Auditoria do SUS : orientações básicas / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Sistema Nacional de Auditoria. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Leitura Técnica da Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Niterói: Caderno de Mapas, 2015 NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE / SUS - NOAS-SUS 01/02 OMS. Manual da Classificação Estatística Internacional de Doenças, Lesões e Causas de Óbito; 9

a Revisão. São Paulo, Centro da OMS Para Classificação de Doenças em Português, 1980

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Fundação João Pinheiro. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/consulta/>. Acesso em: 15 jun. 2017. TCE. Estudos Socioeconômicos dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. 2016.