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1 PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL MUNICÍPIO DE JUMIRIM

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO

RURAL SUSTENTÁVEL

MUNICÍPIO DE

JUMIRIM

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Prefeitura Municipal de Jumirim

Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural

Casa da Agricultura de Jumirim

Escritório de Desenvolvimento Rural Piracicaba Período de vigência: 2010 a 2013

Apresentação O Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável foi elaborado com a participação do

Conselho de Desenvolvimento Rural de Jumirim e com a participação de alguns

produtores rurais do município. Este plano tem o objetivo de avaliar qual é o melhor

caminho para a agricultura. Assim como ajudar a gestão atual tanto na parte de

recursos humanos como financeiros, através de parceiras com outras entidades,

fortalecendo desta forma o sistema municipal de assistência técnica, extensão rural e

a melhoria da infra-estrutura de apoio aos produtores rurais, visando promover o

desenvolvimento rural sustentável, através de melhores condições de produção e

geração de renda na propriedade rural.

1. Identificação e Caracterização do Município 1.1 Histórico:

Juru-mirin, que significa cachoeira pequena em tupi-guarani, surgiu como

uma pequena vila com a chegada dos trilhos da antiga Estrada de ferro Sorocabana.

Em 1886, o fazendeiro Manoel Novaes, doou uma área de terra para a construção da

nova estação de trem. Inicialmente o traçado da ferrovia previa a passagem dos trilhos

pela fazenda Juru-Mirin (nome dado em função da cachoeira existente no rio

Sorocaba, que cortava a fazenda). O local foi mudado, mas o nome permaneceu e a

vila cresceu. Como já existia, na época, outra cidade chamada Jurumirim, em decisão

da comunidade, mudou-se a grafia apenas para Jumirim. Com a chegada dos

imigrantes italianos, Jumirim prosperou. Em 1945, a vila foi elevada à categoria de

Distrito, ficando ligada à cidade de Tietê. Os anos passaram, e a população sonhava

com a emancipação política. Em 27 de dezembro de 1995, o então Governador Mário

Covas sanciona a Lei, promovendo Jumirim à Município, sendo realizada a eleição

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para Prefeito e demais cargos em 03/10/1996. Inicialmente, a economia baseava-se

na cultura do café, posteriormente substituída por outras atividades que permitiram o

desenvolvimento do Município.

1.2 Dados Geográficos:

Jumirim está localizado na região central do Estado

Latitude: 23,08667° Longitude:47,78417° Altitude: 562.0 m Área total do município: 5697,0 hectares (IBGE) Área rural: 5156,7 hectares (LUPA) Área urbana: 540,3 hectares (IBGE) População: População total População urbana População rural Densidade

demográfica

2205 1105 1100 38,90hab./km2

(IBGE) Clima: A região é considerada como transição entre o clima tropical com inverno seco

e chuvas no verão, controlado por massas equatoriais e tropicais e o clima subtropical

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úmido sem estação seco, controlado por massas tropicais e polares. Jumirim tem

clima mesotérmico (tropical de altitude), com inverno seco,verão rigoroso, onde a

temperatura mínima é de 14°C no mês mais frio, e a do mês mais quente não

ultrapassa 26°C, a média anual de temperatura varia entre 19°C e 27°C, a

precipitação é de 1257 mm e a umidade relativa é de 74%. A estação seca ocorre

entre os meses de abril e setembro sendo julho o mês mais seco. O mês mais

chuvoso oscila entre janeiro e fevereiro e o total de chuvas do mês mais seco não

ultrapassa 30,0 mm

Relevo: Apresenta uma topografia ondulada Tipos de solos: A maior parte do solo do Município, esta classificada como Podzólico

Vermelho Amarelo distrófico (PVA 17); textura arenosa média e argilosa média.

Pluviometria: Anuais superiores a 1000 mm Temperatura:

Máxima Mínima Média 28º 10º 20º

Hidrografia: Encontra-se na bacia hidrográfica do Sorocaba Médio-Tiete. Bacia hidrográfica (UGRHI): a bacia hidrográfica é muito extensa, com muitos

córregos, dos quais se destacam: o córrego vereda, o córrego distrital e o córrego

taquaral, que delimitam o município ao sul e leste. Também banhado pelos rios

Sorocaba e Tiête, que delimitam o município ao sudeste e norte respectivamente.

Malha viária municipal: O município conta com uma malha viária de 60 km de

estrada rural, que ligam os bairros rurais ao município, em bom estado, graças a

constante manutenção, atendendo a população rural bem como sua produção.

Malha Viária: Denominação Extensão Pavimentada

ou terra Estado de conservação

Pontos críticos

Serventia

Estrada vicinal Jumirim-Cerquilho 10 km 10 km de asfalto Bom

Próximo a Ferro ligas

Liga a cidade aos bairros

Jumirim velho, Maria do céu.

Melhor caminho do Faulim 5 km Terra Bom Não tem

Liga os bairros roseiras ao

bairro Jumirim velho

Melhor Caminho Entre rios

5 km Terra Bom Não tem

Liga Marechal Rondon ao bairro Entre

Rios Estrada da 10 km Terra Bom Próximo a Liga a vicinal ao

5

Colônia entrada do Condomínio

Gregue

bairro Jumirim velho

Estrada Municipal Luiza Benta 10 km Terra Bom Não tem

Liga entre os bairros Luiza

benta e água de pedra

Estrada municipal Bairro Dordetti 5 km Terra Bom

Próximo a passagem da

estrada de ferro

Liga a cidade ao bairro Dordetti

Estrada Municipal Jatobá 1,5 km Terra Bom Não tem

Liga a Condomínio

Morado do Sol ao Bairro Jatobá

Estrada Municipal Bairro Ipiranga 3,0 km Terra Bom Não tem

Liga a Rodovia Marechal

Rondon a Santa Tereza

Estrada Municipal do Bairro Paineiras

4,0 km Terra Bom Não tem Liga o Bairro Paineiras ao

Bairro Dordetti Estrada Municipal do Bairro Roseiras

1,5 km

Terra Bom Não tem Liga o bairro a cidade

Estrada Municipal do Bairro Jusfão 2,5 km

1,5 de terra 1,0 de asfalto Bom Não tem

Liga o Bairro a cidade

Estrada Municipal Água de Pedra 3,0 km

1,5 de asfalto 1,5 terra Bom Não tem

Liga o Bairro a Rodovia Marechal Rondon

Estrada de Servidão da

fazenda Boava 1,5 km Terra Bom Não tem

Liga a Fazenda Boava a Rondon

Figura 1 . Levantamento realizado em 2010. As estradas rurais de Jumirim apresentam bom/ótimo estado de conservação. 1.3 Dados Socioculturais População rural: 1103 hab. (IBGE) Acesso da População Rural a Serviços Básicos:

Assistência técnica e extensão rural: a assistência técnica e extensão rural

são prestadas pela casa da agricultura, sendo que as empresas que

comercializam insumos prestam serviços de assistência técnica.

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Crédito rural e microcrédito: o Credito Rural é disponibilizado pelo Banco do

Brasil de Jumirim, Laranjal Paulista e Tiete, sendo de fácil acesso aos

produtores que se enquadram como produtores familiares.

Educação: o acesso ao ensino infantil e fundamental é garantido pela

Prefeitura Municipal, e médio pela Escola Estadual, sendo que os alunos são

transportados pela prefeitura municipal, não existem escolas rurais.

Saúde: acesso ao serviço público de saúde, nutrição infantil (Viva leite), é

garantida pela Prefeitura Municipal.

Segurança: o município possui policia militar que faz o patrulhamento diário da

parte urbana e rural.

Transporte: o transporte rodoviário é o que mais se destaca em relação ao

escoamento da produção, tendo em vista a proximidade da cidade à Rodovia

Marechal Rondon, que corta a mesma.

Saneamento: é realizada pela própria prefeitura a coleta de lixo orgânico duas

vezes por semana, coleta de lixo seletiva realizada por empresa terceirizada

especializada semanal.

Abastecimento de água: poço semi-artesiano e da rede de abastecimento de água pública. Energia elétrica: noventa por cento das propriedades contam com energia elétrica. Meios de Comunicação: possui todos os meios de comunicação (telefone fixo

e móvel, televisão, rádio, internet, etc.)

Cultura: Biblioteca, festas tradicionais Lazer: conta com o centro esportivo

Organização Rural O Município de Jumirim não possui cooperativa e sindicato (os produtores integram

sindicatos e cooperativas de cidades vizinhas), contando apenas com uma associação

de bairro de moradores da área rural.

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1.4 Caracterizações ambientais Áreas de proteção: O Município faz parte da Área de Proteção Ambiental (decreto

estadual nº 20.959 de 8 de junho de 1983)

Impactos ambientais: O município possui aterro sanitário que foi desativado no

começo de 2009, possui coleta seletiva que é realizado por uma empresa terceirizada,

possui o programa de coleta seletiva de óleo realizado pelas escolas.

Esgoto coletado no município esta em torno de 98%.

1.5 Dados agropecuários Área total das UPAs: 5156,7 hectares

Número de UPAs: 273

Módulo Rural: 26 hectares

a. Estrutura Fundiária

Estrato (ha)

UPAs Área total

Nº % Ha %

0 – 10 122 44,70 665,20 13,0 10 – 20 68 25,0 994,0 10,0 20 – 50 70 26,0 2172,1 42,15 50 – 100 9 3,29 598,1 12,0

100 – 200 2 0,73 293,3 5,68 200 – 500 2 0,73 433,1 8,40 500 – 1000 - - - -

1000 – 2000 - - - - 2000 - 5000 - - - -

> 5000 - - - - Fonte: LUPA – CATI/SAA (2008) b. Ocupação do Solo

Descrição de uso do solo N° de UPAs Área (ha) % Cultura Perene 11 69,3 1,35 Reflorestamento 37 38,9 0,75 Vegetação Natural 84 312,9 6,06 Área Complementar 196 290,6 5,62 Cultura Temporária 92 902,5 17,50 Pastagens 229 3.449,2 66,90 Área em descanso 11 82,4 1,59 Vegetação de brejo e várzea 6 10,9 0,21 Fonte: LUPA – CATI/SAA (2008)

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c. Principais atividades agropecuárias Principais Explorações Agrícolas Área (ha) N° UPAs

braquiária 2922,1 203 Cana-de-açúcar 500,5 57 gramas 490,6 36 milho 367,8 41 café 64,5 10 eucalipto 37,9 35 Capim napier 18,0 9 feijão 17,6 3 Fonte: LUPA – CATI/SAA (2008) Principais Explorações Pecuárias Nº Unidade N° UPAs

Bovinocultura mista 3.393,0 cabeças 147 Bovinocultura corte 1.320,0 cabeças 35 Bovinocultura leite 241,1 cabeças 26 Avicultura de corte 3.420.001 cabeças 36 suinocultura 3.447,0 cabeças 15 eqüinocultura 247,0 cabeças 79 ovinocultura 82,0 cabeças 5 Fonte: LUPA – CATI/SAA (2008) d. Participação da Agropecuária na Economia Municipal A contribuição da agropecuária para o PIB municipal é de aproximadamente 2,5%. e. Valor Bruto da Produção Anual da Agropecuária

Exploração Produção Anual Unidade Valor da produção Cana de açúcar 8000 Ton. 336000,00 Avicultura de corte 3420001 cab 684000,20 Bovino de corte 1320,0 Cab. 105600,00 Bovino de leite 241,0 Cab. 19280,00 Suinocultura 3477,0 Cab. 121695,00 Milho 180,0 Sc 119167,20

Fonte: Lupa – Cati/SAA (2008).

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f. Identificação e descrição das principais cadeias produtivas

Produto Fornecedores de insumos

Prestadores de serviço

Mão-de-obra

Canais de comercialização

Cana-de-açúcar

Cooperativa dos plantadores de cana de Piracicaba. Cooperativa de Cana de Cerquilho. Agropecuária Silveira.

Produtores rurais (corte) Carregamento e transporte

Trabalhadores rurais vindos da região nordeste

Usina de cana de açúcar e Coopersucar. Usinas de Cana de Cerquilho.

Avicultura de corte

Integradoras Integradoras Produtor rural Integradoras

Pecuária de corte

Agropecuária Silveira. Cooperativa de Cana de Cerquilho

Caminhoneiros autônomos

Produtor rural Frigoríficos, açougues e supermercados

Milho

Agropecuária Silveira Cooperativa de Cana de Cerquilho.

Caminhoneiros autônomos

Produtor rural Céu Azul Roseira Ninho verde.

Gado de Leite Agropecuária local Nenhum Familiar Cooperativa Colasso

Olericultura e ovos

Agropecuária local Nenhum familiar município

g. Infraestrutura da Produção nas Propriedades

Máquinas e Equipamentos Qtde. Nº UPAs Arado comum 47 46 Arado escarificador 2 2 Arado subsolador 4 4 Bateria de cereais 1 1 Colhedeira acoplada 4 4 Desintegrador de palha 1 1 Desintegrador, picador, triturador 29 29 Distribuidor de calcário 2 2 Ensiladeira 16 16 Grade aradora (tipo ROM) 42 42 Grade niveladora 20 19 Pulverizador tratorizado 8 7 Semeadora/ adubadora convencional 10 10 Semeadora /plantadeira plantio direto 7 7 Trator esteira 1 1 Trator de pneus 98 77 Fonte: LUPA – SAA/CATI (2008)

Benfeitorias de Produção Qtde. Nº UPAs Açude ou represa 75 50,0 alambique 1,0 1,0 Balança para bovinos 1,0 1,0 Barracão granja/aves 51,0 35,0 Barracão/galpão/garagem 107,0 77,0

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Casa de moradia habitada 236,0 122,0 Curral/mangueira 166,0 156,0 Depósito/tulha 118,0 99,0 Engenho 1,0 1,0 Estábulo 2,0 2,0 Fábrica de ração 2,0 2,0 Instalação p/ eqüinos 19,0 3,0 Olaria 5,0 5,0 Pocilga 19,0 19,0 Poço semi-artesiano 3,0 3,0 Fonte: LUPA – SAA/CATI (2008) h. Infraestrutura e Serviços Públicos de Apoio à Produção / Processamento / Comercialização Armazéns: não possui Patrulha agrícola: possui um trator, com uma grade, um pulverizador e uma plantadeira. Entrepostos: não possui Viveiros: a prefeitura municipal possui um viveiro de mudas com capacidade para 8000 mudas de espécie nativa, para atender a população urbana e rural. Cozinha industrial: não possui Feira do produtor: não possui Energia elétrica: a zona rural é servida pela Elektro Abastecimento de água: a zona rural é abastecida por poços semi-artesianos e rede pública. Serviço de inspeção municipal: na zona rural são raros os serviços prestados. 2. Diagnóstico do Município (análise participativa com a comunidade) O município de Jumirim é composto em sua maior parte por pequenos produtores

rurais, os quais detêm pequenas extensões de área, dedicando-se principalmente ao

cultivo de milho, cana, além da criação de gado, suíno e aves. Boa parte exerce outras

atividades paralelas como comércio, pequenas indústrias ou no setor público.

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2.1 Análises das cadeias produtivas Cadeia Produtiva: A. Aspectos econômicos, infraestrutura, sociais e ambientais

Cadeia Produtiva

Pontos Positivos Pontos Negativos Forças Oportunidades Fraquezas Ameaças

Cana de açúcar

Estabilidade do setor Muito organizado. Carro flex: tecnologia nacional e crescimento nas vendas.

Mudança na tecnologia de produção. Formação de agroindústrias para a produção de melaço, cachaça e açúcar mascavo buscando aumentar o rendimento do produtor.

Monocultura e queima da palhada e cana. Degradação do solo. Baixa organização entre produtores. Aspecto humano da colheita manual. Renda baixa. Falta de equipamento de proteção individual.

Dificuldade na adequação a legislação ambiental. Preços instáveis. Preços altos dos fertilizantes. Mudanças climáticas trazendo redução das áreas disponíveis.

Milho

Emprego de mão de obra familiar. Oferta de credito subsidiado. Topografia levemente ondulada, facilitando a mecanização. Proximidade do centro consumidor. Utilização de terras próprias e arrendamento. Aplicação para diversificar a produção.

Aumento das exportações devido ao mercado interno. Formação de agroindústrias para o processamento de milho verde. Com a alta do petróleo a busca por a alternativa como fontes de energia. Verticalização da produção.

Falta de observância das corretas técnicas de aplicação do defensivo. Cultura de forte impacto para o meio ambiente. Falta de organização rural.

Alto estoque de milho nos galpões. Alto grau de endividamento.

Avicultura de corte

Melhor aproveitamento da mão de obra familiar. Garantia de escoamento do produto. Produção interrupta. Facilidade de acesso ao crédito e incorporação mais rápida de inovações de tecnologia.

Melhoria do mercado consumidor interno. Possibilidade de melhoria nos aspectos técnicos, organizacionais e mercadológicos.

Produto com baixa remuneração. Problemas climáticos (variações bruscas de temperatura)

Adequação a Legislação sanitária. Investimentos indispensáveis até 2010.

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Pecuária de corte

Alto consumo do produto com boa aceitação. Aproveitamento de áreas não utilizadas pela agricultura. Fácil comercialização. Elevada escala de produção. Baixo custo dos fatores de produção terra mão de obra. Padronização: genética bovina. Integração lavoura-pecuária.

Aumento da produtividade. Aumentar e regularizar a oferta de produtos. Agregação de valor com sistemas que garantam o bem estar dos animais ou através de produtos processados.

Falta de cooperação entre os produtores. Maioria de pastos degradados. Baixa tecnologia de produção. Descapitalização do produtor. Falta de planejamento estratégico. Falta de rastreabilidade. Irregularidade sanitária para processados de carne.

Riscos sanitários. Abate clandestino. Falta de política econômica. Concorrência desleal. Monopólio da genética.

Gado de Leite

Apropriado para pequenos produtores. Absorção de mão de obra familiar. Existência de uma cooperativa (Colasso) no Município de Conchas

Processamento do leite para produção de queijo e derivados.

Produtores não possuem licenciamento ambiental.

Baixa rentabilidade.

Olericultura e ovos

Para pequenos produtores.

A demanda no município é maior que a oferta. Processamento dos produtos.

Há apenas 1 produtor de olerícolas e 1 de ovos caipiras.

Adequação ambiental.

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2.2 – Diagnóstico geral do município

O Município de Jumirim, embora possua pequena dimensão territorial, é o

menos urbanizado dentre aqueles que integram a Regional de Piracicaba (fonte:

SEADE). Formado majoritariamente por pequenos produtores rurais tem como base o

trabalho familiar. Entretanto boa parte dos produtores desempenha outras atividades

não agrícolas para complementar a renda.

A principal atividade agrícola é o cultivo de milho, cana de açúcar, avicultura de

corte e bovinocultura de corte. Existem disparidades tecnológicas entre os produtores.

Dentre os pequenos produtores, poucos são aqueles que procuram a casa de

agricultura atrás de orientação técnica, predominando a procura por crédito rural. Além

da falta de um Engenheiro Agrônomo da CATI permanente em Jumirim para a

realização da parte de extensão rural da Secretaria da Agricultura, existe uma

necessidade de uma mudança de comportamento por parte dos pequenos produtores,

que continuam relutantes para participar de reuniões e compor associações para um

trabalho conjunto.

Figura 2 . A criação de gado muitas vezes é realizada como atividade secundária, sendo possível encontrar grandes diferenças no manejo entre uma propriedade e outra.

Os produtores rurais que identificam a oportunidade de mercado e a utilizam de

forma racional conseguem aumentar ou complementar sua renda. Aqueles que

utilizam a pecuária como atividade secundária, sem a tecnologia adequada, se

queixam da baixa produtividade e generalizam a atividade agropecuária como

decadente.

A comercialização dos produtos agrícolas apresenta grande potencial devido à

proximidade com grandes centros consumidores e estradas em boas condições. O

município não possui cooperativa, apenas uma associação de bairro que está em

processo de formalização.

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A assistência técnica e extensão rural são serviços prestados pela Casa da

Agricultura, pela Eng. Carla Pessato (Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de

Jumirim) e, quando requisitado, pelo Eng. Agr. Denis Herisson da Silva

(Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) sediado no Escritório de

Desenvolvimento Rural de Piracicaba.

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2.3 Avaliação das dificuldades das principais cadeias produtivas

Cadeia Produtiva Dificuldades Causas Efeitos Ações propostas

Cana de açúcar

Formação de associações. Gerenciamento e rentabilidade da propriedade. Dificuldade em se adequar em relação a legislação ambiental.

Pouco conhecimento e recursos para adequação a legislação ambiental. Pequenos produtores não estão organizados para mudança na forma de colheita. Característica cultural.

Baixa rentabilidade. Irregularidade ambiental no setor.

Incentivar formação de associações e cooperativas para pequenos fornecedores de cana. Promover palestras e debates sobre legislação ambiental e mudança do processo de colheita.

Avicultura de corte

Produto com baixa remuneração. Problemas climáticos (variações bruscas de temperatura) Adequação a Legislação sanitária. Investimentos indispensáveis até 2010.

Mudança na legislação sanitária. Aquecimento global. Preço baixo pago pelas integradoras. Falta de organização dos produtores.

Baixa remuneração do produto Produtores endividados Granjas sem manutenção

Formação de grupos organizados de produtores para reivindicação de melhores acordos com a integradora e encontrar medidas apropriadas para adequação dos produtores a legislação sanitária.

Milho

Uso incorreto e alto de agroquímicos. Organização de produtores de milho. Preços baixos e custos altos.

Falta de associação e cooperativa dos pequenos produtores. Falta de consciência sobre aplicação correta de agroquímicos. Tecnologia cara e oferta grande de milho no mercado.

Baixa rentabilidade. Desestimulo de produção. Degradação ambiental.

Formação de associação de produtores para redução dos custos de produção (como, por exemplo, testes de outros cultivares) e facilitação da comercialização. Cursos sobre aplicação correta de defensivos e utilização de tecnologia mais barata. Financiamento de máquinas condizentes aos produtores.

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Maioria de pastos degradados

Pecuária de corte

Preços baixos para o gado confinado. Falta de cooperação e organização entre os produtores. Baixa tecnologia de produção principalmente em relação a alimentação de inverno. Falta de planejamento estratégico. Falta de rastreabilidade. Irregularidade sanitária para processados de carne. Dificuldade para o licenciamento ambiental e autorização de novas obras como a instalação de bebedouros. Riscos sanitários

Falta de fiscalização do Inmetro nas balanças dos frigoríficos. Ausência de associações ou cooperativas dos pequenos produtores. Falta de recursos financeiros para investimento. Falta de sistema de inspeção Municipal (SIM). Desconhecimento e falta de recursos para fazer o licenciamento ambiental das propriedades. Falta de assistência técnica Maioria de pastos degradados

Baixa rentabilidade. Degradação ambiental. Fortalecimento dos grandes frigoríficos em detrimento dos pequenos produtores.

Organizar produtores em grupos para aumentar seu poder de negociação e fiscalização dos frigoríficos. Capacitação em relação a melhoria da produtividade (melhoria nas pastagens) e sobre licenciamento ambiental. Instalação de um sistema de Inspeção Municipal.

Gado de Leite Baixa rentabilidade. Produtores não possuem licenciamento ambiental.

Produtividade baixa. Falta de conhecimento sobre legislação e licenciamento ambiental.

Desestímulo e baixa rentabilidade.

Promover o Cati Leite para melhoria da produtividade e rentabilidade. Instalar o serviço de Inspeção Municipal (SIM).

Olericultura e ovos Há apenas 1 produtor de olerícolas e 1 de ovos caipiras. Adequação ambiental.

O município é abastecido por grandes centros varejistas (Ceasa) de município vizinhos. Não há mercado ou varejão para produtores locais.

Desestímulo ao setor.

Instalar um varejão municipal com benefícios para produtores locais. Dar assistência técnica para novos produtores interessados.

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2.4 Avaliações das oportunidades/potencialidades das principais cadeias produtivas

Cadeia Produtiva Oportunidades/ Potencialidades

Por que não Explora Efeitos da Exploração Ações propostas

Cana de açúcar

Mudança na tecnologia de produção e colheita. Formação de agroindústrias para a produção de melaço, cachaça e açúcar mascavo buscando agregar valor e aumentar o rendimento do produtor.

Falta de conhecimento, motivação e organização.

Aumento da renda, aumento de empregos maior poder de negociação.

Capacitar produtores na produção de produtos alternativos, e na formação de associação.

Avicultura de corte

Melhoria do mercado consumidor interno. Possibilidade de melhoria nos aspectos técnicos, organizacionais e mercadológicos.

Falta de conhecimento, motivação e organização.

Aumento da rentabilidade para produtores. Organização do setor.

Formação de associações para melhoria dos aspectos técnico, mercadológicos e organizacionais.

Milho

Aumento das exportações devido ao mercado interno. Formação de agroindústrias para o processamento de milho verde. Com a alta do petróleo a busca por a alternativa como fontes de energia.

Desinteresse do mercado externo. Falta de conhecimento. Custo alto para ser utilizado como fonte de energia.

Aumento da rentabilidade.

Promover cursos para grupos de mulheres para processamento artesanal do milho verde. Implantação de um Sistema Municipal de Vigilância Sanitária (SIM).

Pecuária de corte

Aumento da produtividade. Agregação de valor com sistemas que garantam o bem estar dos animais ou através de produtos processados.

Falta de incentivo e conhecimento de novas tecnologias.

Aumento da produtividade e qualidade do produto e diversificação. Aumento da rentabilidade para pequenos produtores.

Promover programas de incentivo a melhoramento de pastagens e rebanho. Capacitação dos produtores em relação a processamento da carne e formas de aumentar o valor agregado.

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Gado de Leite Processamento do leite para produção de queijo e derivados.

Desconhecimento, descapitalização e falta de Serviço de Inspeção Municipal e local para comercialização dos produtos.

Estimulo a diversificação de produção. Aumento da renda de produtores.

Intensificação do projeto Cati Leite. Instalação do Serviço de Inspeção Municipal.

3. Diretrizes para o desenvolvimento municipal

Ordem Diretrizes Indicadores Estratégias Instituições envolvidas

1ª Desenvolvimento do setor rural de forma sustentável

Formação de associação de produtores, cursos de qualificação, técnicas para gerenciamento da propriedade.

Incentivo ao uso de tecnologias de conservação de solo do solo e da água, restauração de matas ciliares e proteção de nascentes, integração lavoura pecuária.

CATI –SAA Prefeitura Municipal

2ª Introdução de novas tecnologias agrícolas Adoção de tecnologias novas para aumento de rentabilidade

Fornecer suporte tecnológico com intuito de tornar os agricultores mais competitivos.

CATI- SAA

3ª Aumentar a área de cobertura verde Plantio e manejo de espécies nas propriedades rurais e urbanas

Promover plantios de espécies nativas em ares de preservação permanente e dentro da cidade.

CATI-SAA Secretaria da Educação. Casa da Agricultura.

4ª Promover a conscientização dos produtores com os cuidados no uso e aplicação dos agrotóxicos e destino final das embalagens

Agricultores capacitados

Promover a conscientização através de palestras e cursos, orientação do uso correto de agrotóxicos

CATI-SAA Prefeitura Municipal.

5ª Promover a capacitação dos produtores para a diversificação de culturas Palestras, cursos e excursões. Promover a capacitação dos

produtores. CATI-SAA Prefeitura Municipal.

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4. Planejamento da Execução 4.1 Iniciativas para o desenvolvimento rural em andamento Prioridade Nome Instituições Metas Prazos Recursos Beneficiários

Desenvolvimento Rural Sustentado – Microbacias Hidrográficas

Cati – SAA Prefeitura municipal Sindicato Rural

Formação de 01 associação de produtores rurais

2009 Cati - SAA 30 agricultores

2ª Controle no uso de agrotóxico

CATI-SAA Prefeitura Municipal

Capacitação de 20 produtores rurais. 2008-2009 Prefeitura municipal 20 produtores

3ª Patrulha Agrícola

Cati –SAA Prefeitura Municipal e Secretaria da Agricultura

80 Produtores atendidos/180 horas. Aquisição de 1 linha para plantadeira, 1 grade niveladora, distribuidor de calcário.

2002-2009 Prefeitura Municipal e Secretaria da Agricultura

80 produtores atendidos/ ano 180 horas

Recomposição da biodiversidade biológica e educação ambiental

Cati – SAA Secretaria Municipal de Educação

Recomposição de 1,0 há/ano. Implantação de hortas escolares Plantio de mudas com escolares

2010 - 2013 Cati - SAA Prefeitura Municipal

05 produtores atendidos/ano 50 alunos

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4.2 Novas iniciativas necessárias para atendimento das diretrizes do plano Prioridade Nome Instituições Metas Prazos Recursos Beneficiários

1ª Microbacias II Cati - SAA Sindicato rural Prefeitura municipal

Promover as ações propostas para cada cadeia produtiva em associações.

2010 - 2013 Cati - SAA Sindicato rural (Senar)

37 produtores rurais

Apoio ao associativismo, cooperativismo e comercialização

Cati - SAA Sindicato rural

01 curso/ano 01 reunião /ano 2010 - 2013

Cati - SAA Sindicato rural ( Senar)

30 produtores rurais

3ª Introdução de novas tecnologias e produção agrícola

Cati - SAA Sindicato Rural Prefeitura

02 reuniões /ano para divulgação de novas tecnologias. 03 demonstrações/ano de modernização da produção.

2010 - 2013

Cati - SAA Sindicato rural ( Senar) Prefeitura

50 produtores

4ª Conservação de estradas rurais

Cati - SAA Prefeitura municipal

4,0 km/ano de estradas melhoradas 2010 - 2013

Cati - SAA Sindicato rural (Senar) Prefeitura

Produtores rurais

5ª Orientação sobre legislação e manejo ambiental

CATI-SAA Prefeitura municipal 1 curso/ano 2010-2013 CATI-SAA 100 produtores rurais

6ª Continuidade dos serviços de patrulha agrícola

CATI-SAA Prefeitura municipal

Atender todas as demandas Aquisição de distribuidor de calcário

2010-2013 Prefeitura 50 produtores rurais

7º Segurança Rural CATI-SAA Prefeitura Municipal

Promover sinalização de propriedades e melhorar comunicação entre produtor e a polícia

2010-2013

CMDR / CRDR (iniciativa) Prefeitura (divulgação)

Produtores e Polícia

8º SIM Prefeitura Municipal Implantar um Sistema de Inspeção Municipal 2010-2013 Prefeitura e CATI

Produtores de produtos agrícolas processados.

21

5. Instituições envolvidas

• Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

• Prefeitura Municipal de Jumirim – Engenheira Agrônoma – Carla Pessato

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Jumirim – Presidente - Pedro Zauri Silvestrin

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A Prefeitura Municipal e o Conselho Municipal de Desenvolvimento rural aprovam este plano.

Jumirim, __ de ____________de 20__.

_________________________________ Benedito Tadeu Fávero

Prefeito Municipal

__________________________________________ Zauri Silvestrin

Presidente do CMDR