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PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios 1 Plano Municipal da Defesa da Floresta contra Incêndios Plano de Ação - Caderno II Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios Guimarães 2015

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PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

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Plano Municipal da Defesa da Floresta contra Incêndios

Plano de Ação - Caderno II Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios Guimarães 2015

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

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ÍNDICE

PLANO DE ACÇÃO PARA O CONCELHO DE GUIMARÃES 6

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS 6

1.1 ENQUADRAMENTO DO PMDFCI NO SISTEMA DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS 6 1.2 ENQUADRAMENTO DO PMDFCI NO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL 7

2. ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO 9

2.1 MODELOS DE COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS 9 2.2 CARTOGRAFIA DE RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL 12 2.2.1 PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL 15 2.2.2 RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL 20 2.3 PRIORIDADES DE DEFESA 23

3. OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI PARA O CONCELHO DE GUIMARÃES 25

3.1 IDENTIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA DO CONCELHO 25 3.2 OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI 26

4. EIXOS ESTRATÉGICOS 30

4.1 - 1º EIXO ESTRATÉGICO - AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS 30 4.1.1 LEVANTAMENTO DA REDE DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (RDFCI) 31 4.1.1.1 REDE DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL (FGC) E MOSAICO DE PARCELAS DE GESTÃO DE

COMBUSTÍVEL (MPGC) 31 4.1.1.2 REDE VIÁRIA FLORESTAL (RVF) 38 4.1.1.3 REDE DE PONTOS DE ÁGUA (RPA) 41 4.1.2.1 METAS E INDICADORES 43 4.1.2.2 ORÇAMENTOS E RESPONSÁVEIS 44 4.2 - 2º EIXO ESTRATÉGICO - REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DOS INCÊNDIOS 46 4.2.1 AVALIAÇÃO 47 4.2.1.1 IDENTIFICAÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE RISCO ASSOCIADOS AOS PONTOS DE INÍCIO E DOS

GRUPOS ALVO QUE LHE ESTÃO NA ORIGEM 47 4.2.1.2 IDENTIFICAÇÃO DAS SITUAÇÕES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO PASSÍVEIS DE FISCALIZAÇÃO NA

ÁREA DA DFCI 48 4.2.2 PLANEAMENTO DAS AÇÕES REFERENTES AO 2º EIXO ESTRATÉGICO 50 4.2.2.1 SENSIBILIZAÇÃO 50 4.2.2.2 FISCALIZAÇÃO 52 4.3- 3º EIXO ESTRATÉGICO - MELHORIA DA EFICÁCIA DO ATAQUE E DA GESTÃO DOS INCÊNDIOS 54 4.3.1 AVALIAÇÃO 55

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

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4.3.1.1 VIGILÂNCIA E DETEÇÃO NAS DIFERENTES FASES DE PERIGO - ALFA, BRAVO, CHARLIE, DELTA, ECHO 55 4.3.1.2 TEMPO DE CHEGADA DA 1ª INTERVENÇÃO NAS DIFERENTES FASES DE PERIGO - ALFA, BRAVO, CHARLIE, DELTA, ECHO 58 4.4- 4º EIXO ESTRATÉGICO - RECUPERAR E REABILITAR OS ECOSSISTEMAS 63 4.4.1 AVALIAÇÃO 64 4.4.1.1 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS COM NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA, PARA EVITAR

A DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS E DAS INFRAESTRUTURAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS 64 4.4.1.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS COM NECESSIDADE DE REABILITAÇÃO DE POVOAMENTOS E HABITATS

FLORESTAIS E ÁREAS SEM CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO, PROMOVENDO O RESTABELECIMENTO DO

POTENCIAL PRODUTIVO E ECOLÓGICO 66 4.4.2 PLANEAMENTO DAS AÇÕES REFERENTES AO 4º EIXO ESTRATÉGICO 67 4.4.2.1 PROPOSTAS E AÇÕES A REALIZAR 67 4.4- 5º EIXO ESTRATÉGICO - ADAPTAÇÃO DE UMA ESTRUTURA ORGÂNICA FUNCIONAL E EFICAZ 68 4.5.1 AVALIAÇÃO 69 4.5.1.1 NECESSIDADE DE FORMAÇÃO DOS AGENTES LOCAIS DO SDFCI 69 4.5.2 PLANEAMENTO DAS AÇÕES REFERENTES AO 5º EIXO ESTRATÉGICO 69 4.5.2.1 COMPETÊNCIAS DAS ENTIDADES INTERVENIENTES NO SDFCI 69 4.5.2.2 PROGRAMA DE FORMAÇÃO 71 4.5.2.3 ATIVIDADE DA CMDF 74

5. ESTIMATIVA DE ORÇAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PMDFCI 74

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 75

7. BIBLIOGRAFIA 77

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ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1: MAPA DA CARGA DE COMBUSTÍVEL. .................................................................................. 11 FIGURA 2: COMPONENTES DO MODELO DE RISCO. ............................................................................ 13 FIGURA 3: DEFINIÇÃO DE BACHMANN E ALLGÖWER (1999) CONFORME O MODELO DE RISCO ADOPTADO.

.............................................................................................................................................. 14 FIGURA 4: MAPA DE PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL. ........................................................... 19 FIGURA 5: MAPA DE RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL. ....................................................................... 22 FIGURA 6: MAPA DE PRIORIDADES DE DEFESA. ................................................................................ 24 FIGURA 7: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES. ................. 32 FIGURA 8: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES, EM 2013. .. 33 FIGURA 9: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES, EM 2014. .. 34 FIGURA 10: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES, EM 2015. 35 FIGURA 11: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES, EM 2016. 36 FIGURA 12: MAPA DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL NO CONCELHO DE GUIMARÃES, EM 2017. 37 FIGURA 13: MAPA DA REDE VIÁRIA FLORESTAL DO CONCELHO DE GUIMARÃES. .................................. 40 FIGURA 14: MAPA DA REDE DE PONTOS DE ÁGUA DO CONCELHO DE GUIMARÃES. .............................. 42 FIGURA 15: MAPA DAS INDENTIFICAÇÃO DAS ZONAS PRIORITÁRIAS DE DISSUASÃO E FISCALIZAÇÃO. ..... 52 FIGURA 16: MAPA DA REDE DE POSTOS DE VIGIA E BACIAS DE VISIBILIDADE DO CONCELHO DE

GUIMARÃES. ........................................................................................................................... 55 FIGURA 17: MAPA DE 1.ª INTERVENÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE GUIMARÃES (B. V. G.), NO

CONCELHO DE GUIMARÃES. ..................................................................................................... 58 FIGURA 18: MAPA DE 1.ª INTERVENÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DAS TAIPAS (B. V. T.), NO

CONCELHO DE GUIMARÃES. ..................................................................................................... 59 FIGURA 19: IDENTIFICAÇÃO DO NÚMERO DE REACENDIMENTOS, POR ANO DE 2001 A 2011 .................. 61 FIGURA 20: REPRESENTAÇÃO DAS ÁREAS COM NECESSIDADE DE ESTABILIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA. ..... 65 FIGURA 21: REPRESENTAÇÃO DAS ÁREAS COM NECESSIDADE DE REABILITAÇÃO DE POVOAMENTOS E

HABITATS FLORESTAIS.. ........................................................................................................... 66

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ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1: CONDICIONANTES PARA A DETERMINAÇÃO DO MAPA DE PRIORIDADES. ............................ 23 QUADRO 2: AVALIAÇÃO/DIAGNÓSTICO DOS OBJETIVOS E METAS ATÉ 2012. ....................................... 26 QUADRO 3: OBJECTIVOS E METAS DO PMDFCI ATÉ 2018 ................................................................. 29 QUADRO 4: METAS E INDICADORES – AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS. ........................................................................................................................... 43 QUADRO 5: ORÇAMENTO E RESPONSÁVEIS – AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS ............................................................................................................................ 44 QUADRO 6: COMPORTAMENTOS DE RISCO. ...................................................................................... 47 QUADRO 7: FISCALIZAÇÃO. ............................................................................................................. 48 QUADRO 8: INVENTARIAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO. ................................................................................ 49 QUADRO 9: SENSIBILIZAÇÃO – METAS, INDICADORES, ORÇAMENTO E RESPONSÁVEIS. ........................ 50 QUADRO 10: FISCALIZAÇÃO – METAS, INDICADORES, ORÇAMENTO E RESPONSÁVEIS. ......................... 53 QUADRO 11: ÍNDICE ENTRE O NÚMERO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS E O NÚMERO TOTAL DE EQUIPAS DE

VIGILÂNCIA E DETEÇÃO NAS FASES ALFA, BRAVO, CHARLIE, DELTA E ECHO. ............................... 56 QUADRO 12: CARACTERÍSTICAS DOS POSTOS DE VIGIA COM BACIA DE VISÃO SOBRE O CONCELHO DE

GUIMARÃES ............................................................................................................................ 56 QUADRO 13: ÍNDICE ENTRE O NÚMERO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS E O NÚMERO TOTAL DE EQUIPAS DE

1.ª INTERVENÇÃO NAS FASES ALFA, BRAVO, CHARLIE, DELTA E ECHO. ....................................... 61 QUADRO 14: METAS, INDICADORES, RESPONSÁVEIS E ORÇAMENTO PARA VIGILÂNCIA E DETEÇÃO, 1.ª

INTERVENÇÃO, COMBATE, RESCALDO E VIGILÂNCIA PÓS-INCÊNDIO. ............................................ 62 QUADRO 15: IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE FORMAÇÃO DE CADA ENTIDADE. ........................ 69 QUADRO 16: DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DAS ENTIDADES INTERVENIENTES NO SDFCI. ................. 69 QUADRO 17: AÇÕES E METAS DA FORMAÇÃO. .................................................................................. 72 QUADRO 18: ESTABELECIMENTO DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO. ..................................................... 73 QUADRO 19: CRONOGRAMA DE REUNIÕES DA CMDFCI. .................................................................. 74 QUADRO 20: ESTIMATIVA DE ORÇAMENTO, POR EIXO ESTRATÉGICO EM CADA ANO DO PERÍODO DE

VIGÊNCIA DO PMDFCI. ........................................................................................................... 74

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PLANO DE ACÇÃO PARA O CONCELHO DE GUIMARÃES

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS

1.1 Enquadramento do PMDFCI no sistema de defesa da floresta

contra incêndios

O concelho de Guimarães possui uma área de 245,42 Km2, distribuido por 69 freguesias, com

cerca de 159 576 habitantes, de acordo com o XV recenseamento geral da população de 2001.

Confrota com os concelhos de Braga, Póvoa de Lanhoso, Fafe, Felgueiras, Vila Nova de

Famalicão, Santo Tirso e Vizela, pertecendo à Sub-região do Ave (NUT III).

Este território é caraterizado por um conjunto de serras viradas a Noroeste (Outeiro, Penedice,

Sameiro e Falperra), a Norte (S.ª dos Montes) e a Sueste (Serra de Catarina ou Serra da Penha).

A sul localiza-se o vale do Rio Vizela e nas vertentes de Nordeste para Sudoeste o vale do Rio

Ave. Esta região encontra-se inserida na bacia hidrográfica do rio Ave, que nasce na serra da

Cabreira, concelho de Vieira do Minho e apresenta uma área de 1390 Km2. O Rio Ave é um eixo

de convergência de uma densa malha de linhas de água, com regime permanente, ou seja, que

tem caudal durante todo o ano, o que se traduz numa grande disponibilidade de recursos hídricos

superficiais.

Nesta paisagem os declives predominantes são superios a 7%. No total do território municipal

26,47% dos declives encontram-se entre 7-15%, declives entre 15-25% surgem em 25,71% e

declives superiores a 25% representam 26,42%. No entanto, os declives com menor expressão

(0-7%) correspondem a 14,38% do município e as áreas planas a 7,01%. No que concerne às

exposições deste concelho, 23,71% do território encontram-se expostos a Norte (N), 26,5% a Sul

(S), 27,26% a Oeste (O) e 22,19% a Este (E).

Neste contexto as freguesias que tem sido mais fustigadas pelos fogos florestai são as que têm os

maiores declives, exposições com maior incidência nos quadrantes Sul e Este e que são áreas

limítrofes do Municipio de Guimarães. Já a Norte do concelho há uma representatividade

significativa de fogos florestais, oriundos de uma grande carga de combustível (matos), pela

cessação de atividades antrópicas como a obteção de matos para a cama dos animais e corte de

lenha. Salientamos que o Norte do concelho de Guimarães, existe uma densa malha de linhas de

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água não permanentes que na época estival se convertem em complexas áreas de vegetação

subarbustiva e arbustiva, permitindo uma continuidade vertical e horizontal de um fogo,

contribuindo também para aumentar o efeito de chaminé dos mesmos.

Assim, este plano de ação deverá interveir de modo a converter a composição florestal do

concelho de Guimarães fomentando a introdução ou reintrodução de espécies autóctones como o

carvalho alvarinho (Quercus robur), o castanheiro (Castanea sativa), cerejeira brava (Prunus

avium), azereiro (Prunus lusitânica), entre outras. Ainda, quanto às espécies alóctones dever-se-á

optar pela plantação do carvalho americano (Quercus rubra) porque tem um rápido crescimento e

melhorará o aspeto cénico da paisagem. Deste ponto de vista, para além de se melhorar o

ordenamento espacial e temporal da floresta no território, as espécies autóctones poderão permitir

que se extingam fogos florestais naturalmente. Estas deverão surgir na paisagem em forma de

mosaico, aumentando o seu efeito fractal e contribuindo para uma melhoria qualitativa e

quantitativa da biodiversidade nos ecossistemas florestais. A reconversão florestal do território

aumentará a resistência/resiliência da floresta e em simultâneo contribuir-se-á para sequestrar as

emissões de carbono na atmosfera a que somos obrigados pelos protocolos celebrados

na Conferência de Quioto, em 1997, visando a diminuição do efeito de estufa. Também a

recuperação das áreas ardidas terão intervenções como as referidas anteriormente, priveligiando-

se a recuperação dos povoamentos autóctones, aproveitando-se regeneração natural.

Os “núcleos críticos” do concelho de Guimarães são constituídos por monoculturas ou

povoamentos mistos de pinheiros bravos e eucaliptos que, do ponto de vista da prevenção de

incêndios florestais, merecem particular atenção.

1.2 Enquadramento do PMDFCI no sistema de gestão territorial

A elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios Florestais (PMDFCI)

deve ser sustentada nas características específicas do território a que o plano respeita,

nomeadamente as decorrentes da sua natureza urbana, periurbana ou rural e das funções

dominantes desempenhadas pelos espaços florestais. É com este espírito que, a nível municipal,

é operacionalizada e implementada a estratégia de Defesa da Floresta Contra Incêndios. As

ações que sustentam o PMDFCI deverão procurar satisfazer os objetivos e as metas

preconizadas nos cinco eixos estratégicos definidos (PNDFCI), devendo ser organizadas e

hierarquizadas em função do seu impacto esperado na resolução dos problemas identificados em

cada concelho.

Tendo por base o conhecimento das causas dos incêndios, as suas motivações e localização

geográfica (com base no historial da freguesia), a estratégia concelhia deverá ser delineada para:

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Planos Regionais de Ordenamento

do Território

Planos Sectoriais da Rede Natura

2000

Planos de Ordenamento de

Albufeiras

SISTEMA DE PLANEAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL

SISTEMA DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DAS ÁREAS PROTEGIDAS: - Regulamentos; - Planeamento florestal a nível nacional e regional.

Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios - PNDFCI

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho – Conselho Nacional de Reflorestação

PDM Guimarães

PMDFCI

Orientações estratégicas para a recuperação das áreas ardidas em 2003 e 2004

Reduzir o número de incêndios causados por negligência, designadamente através de

sensibilização, sinalização, informação, divulgação do risco, e ações de queima

tecnicamente assistida de resíduos e de pastagens;

Reduzir o número de incêndios com causa intencional, designadamente através da

deteção e da resolução local de conflitos entre vizinhos, da estabilização dos usos e

ocupações do solo (caça, construção, outros), do controlo dos danos provocados por

animais bravios, e do aumento das tarefas de dissuasão;

Reduzir o tempo de intervenção, melhorando os circuitos de vigilância, a rede de

comunicação, a organização do dispositivo local e o pré-posicionamento dos recursos de

combate;

Reduzir a carga combustível nas áreas prioritárias, de acordo com as orientações

estratégicas do Conselho Nacional de Reflorestação;

Reduzir a vulnerabilidade dos espaços florestais, nomeadamente através da definição das

funções de uso do solo, da adoção de modelos de silvicultura adequados, do ordenamento

do território e da promoção da gestão florestal ativa.

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2. ANÁLISE DO RISCO, DA VULNERABILIDADE AOS INCÊNDIOS E DA ZONAGEM DO TERRITÓRIO

2.1 Modelos de combustíveis florestais

As formações vegetais que constituem um potencial combustível florestal na avaliação do risco de

incêndio, estão diretamente relacionadas com as espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas

presentes no território concelhio Este modelo, tem particular interesse para que, se perceba a

dinâmica dos fogos florestais no concelho de Guimarães, permitndo agir ao nível da gestão de

combustível. Na realização do mapa de carga de combustível, os modelos utilizados foram criados

tendo como base a dimensão do material de manta morta existente e a conjugação independente

ou em simultâneo da vegetação herbácea, subarbustiva, arbustiva e árborea, bem como, a

consociação de espécies arbóreas de folhosas e resinosas.

Na interpretação dos dados e em função do ecossistema florestal do concelho de Guimarães

foram selecionados os seguintes modelos:

No modelo 6 que define o grupo arbustivo, encontra-se matos mais velhos com alturas

compreendidas entre os 0,5 e 3 metros de altura, neste o vento tem uma grande influência

na propagação dos fogos.

No modelo 9 que define o grupo da manta morta, surge folhada em bosque denso de

coníferas e/ou folhosas compactadas.

No modelo 11 define-se o grupo dos resíduos lenhosos:

o Neste modelo surgem os resíduos ligeiros e recentes, com diâmetros inferiores a

7,5 cm e que devido à sua proveniência encontram-se bastante compactados, com

uma altura de cerca de 30 cm;

As áreas onde se verificam níveis de carga de combustíveis mais elevados são as freguesias que

se localizam no limite do concelho, destacando-se as freguesias de Gondomar, Rendufe, Arosa,

Castelões, Balazar, Barco, Selho S. Jorge, Donim, Selho S. Cristóvão e Costa. Essas zonas

situam-se na maior parte das vezes, em áreas com declives mais acentuados e onde a vegetação

existente é predominantemente o o eucalipto, pinheiro e a mata.

A carga de combustível do grupo dos resíduos lenhosos (modelo 11) surge marcadamente no

território onde há um predomínio dos povoamentos florestais que se localizam em grande parte na

“cintura” periférica florestal deste concelho e que em algumas situação atravessam os seus limites

administrativos.Já o modelo que se refere ao grupo da manta morta (modelo 9) aparece

precisamente nos povoamentos florestais em que existe um predomínio de povoamentos

florestais formados predominantemente por folhosas da família das fagáceas (Fagaceae), tais

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como, Quercus robur, Quercus rubra e Castanea sativa, consociadas com eucaliptal (Eucalyptus

globulus). Quanto ao grupo arbustivo (modelo 6) localizam-se sobretudo nas zonas de declives

menos acentuados, onde predominam os usos de solo agrícola convertidos em agroflorestais,

conforme se pode verificar no mapa dos combustíveis florestais.

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Figura 1: Mapa da carga de combustível.

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2.2 Cartografia de risco de incêndio florestal

O fogo sempre esteve presente nos países com climas mediterrânicos, pelo que não será possível

erradicá-lo. No entanto poderá atuar-se ao nível social e territorial de modo a minimizar ou evitar a

sua presença, com o respetivo ordenamento florestal, prevenção, sensibilização e uma equilibrada

rede de infraestrutras (rede viária, pontos de água, meios de vigilância e combate).

O concelho de Guimarães é caraterizado pelo clima atlântico, mas com uma forte presença de

áreas florestais com microclima mediterrânico. É um fenómeno natural que faz parte da estratégia

de desenvolvimento de algumas espécies e da renovação da paisagem que modelou as florestas

e que é anterior às tentativas do Homem para lhe fazer frente na sua conquista de territórios.

Neste contexto, Portugal continental tem um problema que não é o fogo em si mesmo, mas antes

a forma como este se relaciona com a utilização que os cidadãos fazem do território. Embora não

se trate de uma fatalidade (por quanto a nossa floresta dificilmente tem combustões espontâneas)

em Portugal continental sofre ano após ano prejuízos elevados resultantes da destruição de

edificado e de vastas áreas de povoamentos florestais dos quais as populações retiram

rendimentos, a que acrescem os avultados investimentos realizados todos os anos em meios de

supressão.

As ações de prevenção que se mostram necessárias, integradas numa efetiva gestão de risco

para redução dos prejuízos e otimização dos investimentos na própria prevenção e posterior

supressão, devem partir de um claro conhecimento das condições de perigosidade existentes no

país. Adicionalmente, não se protege adequadamente aquilo cujo valor se desconhece e não se

pode valorar o que não se conhece.

A Figura 2 apresenta o modelo de risco que orienta este estudo. No âmbito deste trabalho, avaliar-

se-á apenas a perigosidade. Apresentado o modelo de forma esquemática, apresentam-se os

conceitos que suportam cada componente.

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Figura 2: Componentes do modelo de risco.

Fonte: Autoridade Florestal Nacional, 2012.

Probabilidade

A probabilidade traduz a verosimilhança de ocorrência de um fenómeno num determinado local

em determinadas condições. A probabilidade far-se-á traduzir pela verosimilhança de ocorrência

anual de um incendio em determinado local, neste caso, um pixel de espaço florestal, onde se

trabalhou com o histórico das áreas ardidas entre 1990-2013.

Suscetibilidade

A suscetibilidade de um território – ou de um pixel – expressa as condições que esse território

apresenta para a ocorrência e potencial de um fenómeno danoso. Variáveis lentas como as que

derivam da topografia, e ocupação do solo, entre outras, definem se um território e mais ou menos

suscetível ao fenómeno, contribuindo melhor ou pior para que este se verifique e, eventualmente,

adquira um potencial destrutivo significativo, onde se correlacionaram as variáveis dos declives

com a ocupação do solo.

Perigosidade

A perigosidade e o produto da probabilidade e da suscetibilidade. A perigosidade e “a

probabilidade de ocorrência, num determinado intervalo de tempo e dentro de uma determinada

área, de um fenómeno potencialmente danoso” (Varnes, 1984). Por fim, neste momento

cruzaram-se os mapas da probabilidade com o da suscetibilidade.

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Vulnerabilidade

A vulnerabilidade expressa o grau de perda a que um determinado elemento em risco está sujeito.

Elemento em risco e uma designação genérica para populações, bens, atividades económicas

expostos a perigosidade e, deste modo, em risco. A vulnerabilidade desses elementos designa a

sua capacidade de resistência ao fenómeno e de recuperação após o mesmo. Aqui, trabalhou-se

com a ocupação do solo para determinação das benfeitorias existentes.

Valor Económico

O valor de mercado dos elementos em risco. Permite quantificar o investimento necessário para

recuperar um elemento, em função da sua vulnerabilidade, apos destruição ou perda de

performance por exposição a um fenómeno danoso, utilizando-se para este resultado a ocupação

do solo com os valores económicos associados a cada uma das ocupações.

Dano Potencial

O dano potencial de um elemento e o produto do seu valor económico pela vulnerabilidade que

lhe e intrínseca. Um elemento que tenha elevado valor económico mas seja totalmente

invulnerável, terá um dano potencial nulo por quanto não será afetado pelo fenómeno.

Inversamente, o dano potencial será tanto maior quanto a vulnerabilidade seja próxima de 1 e o

seu valor económico elevado, utilizando-se os mapas de vulnerabilidade e de valor económico.

Risco

O risco e o produto da perigosidade pelo dano potencial, ou, de forma mais desagregada, o

produto da probabilidade x suscetibilidade x vulnerabilidade x valor, utilizando-se os Mapas de

Dano Potencial e Perigosidade

Em suma:

Figura 3: Definição de Bachmann e Allgöwer (1999) conforme o modelo de risco adoptado.

Fonte: Bachmann, A., Allgöwer, B.,1999.

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2.2.1 Perigosidade de incêndio florestal

A metodologia utilizada para o cálculo da perigosidade foi a definida no Guia Técnico (GT) do

PMDFCI (versão 2012), da ex-AFN, agora Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas

(ICNF), recorrendo ao software da ESRI – ArcGIS.

A perigosidade conjuga a probabilidade e a suscetibilidade. A probabilidade traduz a

verosimilhança de ocorrência de um fenómeno num determinado local em determinadas

condições. A suscetibilidade expressa as condições que o território apresenta para a ocorrência e

potencial de um fenómeno danoso. Assim, a perigosidade é “a probabilidade de ocorrência, num

determinado intervalo de tempo e dentro de uma determinada área, de um fenómeno

potencialmente danoso” (Varnes, 1984).

No cálculo da probabilidade foram utilizados os dados cartográficos de áreas ardidas oficiais

(ICNF) disponíveis na altura de elaboração da cartografia (1990-20131).

No cálculo dos declives recorreu-se a dados altimétricos com equidistância das curvas de nível de

5 metros, com utilização de pontos cotados.

A informação relativa à ocupação do solo foi baseada na carta da COS 2007 do ex-IGP (Instituto

Geográfico Português, agora Direção Geral do Território (DGT), atualizada com base em

ortoimagens referentes ao ano de 2012, conhecimento do território concelhio e outras fontes

cartográficas da base de dados geográfica do município de Guimarães.

O produto final da perigosidade, após o cálculo de acordo com o GT, resultou de um tratamento

automático que engloba em classes adjacentes mais representativas, pixeis isolados circundados

por outras classes, com dimensão inferior a 5000m2. Considerou-se para contabilização de pixeis

vizinhos todos os que estão na diagonal, horizontal e vertical.

Procedimentos de agregação de pixéis realizados em Arcmap

1. Utilização da função “Region Group” - Spatial Analyst Tools, Generalazation

2. Number of neighbors to use: 8 (vizinhança horizontal, vertical e diagonal)

3. Zone grouping method: within

4. Criar um campo novo (AREA) na tabela do raster que foi criado na etapa anterior e igualar à coluna

“COUNT”

5. Como o raster é de 5x5m=25m2 e admitindo a agregação de áreas inferiores a 5000m2, em termos

de pixéis traduz-se em: 5000m2/25m2= 200 pixéis.

6. Eliminou-se do raster todos os grupos de pixéis inferiores a 199 através da reclassificação do

raster.

7. Preenchimento das áreas que foram excluídas na etapa anterior (“NoData”), utilizando-se a função

Nibble do Spatial Analyst Tools, Generalazation.

1 Não existem dados cartográficos de áreas ardidas oficiais para o ano de 1994 para o concelho de Guimarães.

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Como se referiu anteriormente, o fogo é um fenómeno natural que faz parte da estratégia de

desenvolvimento de algumas espécies e da renovação da paisagem, que modela as florestas e

que é anterior às tentativas do Homem para lhe fazer frente.

No concelho de Guimarães, ressalta o facto de se verificar uma assimetria Norte/Sul em termos

de área florestal. É no Norte do concelho onde se encontram as freguesias com maior área

florestal, destacando-se em temos de maior área florestal, as freguesias de Gonça (499,43 ha),

Longos (498,55 ha), Rendufe (457,67 ha), S. Torcato (419,17 ha), Atães (365,62 ha), Leitões

(359,61 ha) e Briteiros St. Estêvão (292,42 ha). Contudo, podemos encontrar também a Sul

importantes manchas florestais dado o seu valor ecológico, destacando-se as freguesias de

Infantas (466,46 ha), Costa (373,51 ha) e Abação (342,45 ha), onde se situa o Monte de Sta.

Catarina (Penha). Assim, conclui-se que as maiores manchas contínuas de floresta localizam-se

basicamente nas freguesias limites do concelho, a Nordeste do concelho (Gonça e S. Torcato), a

Norte e Oeste (Donim, Briteiros S. Salvador, Briteiros Sta. Leocádia, Longos, Leitões e Oleiros).

A relação que o fogo tem com a ocupação do solo e o declive permite conhecer os locais onde a

susceptibilidade é superior, a que se junta o histórico de incêndios para a melhor definição de

padrões e diferenciação de locais, onde a recorrência surge como um problema.

No que concerne aos resultados obtidos na carta de perigosidade de incêndio florestal no

concelho de Guimarães (Figura 4), verifica-se que as zonas que estão mais susceptíveis à

ocorrência de incêndios florestais são as freguesias limítrofes, ou seja, são aquelas que

apresentam valores mais elevados de altitudes e declives, exposições das vertentes

predominantemente voltadas a Este e Sul. Destacam-se as freguesias de Airão Sta. Maria, Airão

S. João Batista, Vermil, Figueireido, Donim, Briteiros S. Salvador, Sande Vila Nova, Briteiros Sta.

Leocádia, Longos, Sande S. Martinho, Sande S. Clemente, Leitões, Brito, Balasar, Gondomar,

Castelãoes, Souto Sta Maria, Gonça, S. Torcato, Rendufe, Selho de S. Cristovão, Gominhães,

Atães, Aldão, Mesão Frio, Costa, Fermentões, Silvares, Abação S. Tomé, Calvos, Nespereira,

Conde, Moreira de Cónegos e Infantas. A proximidade à rede viária, o tipo de vegetação

dominante e o tipo de ocupação do solo também são fatores preponderantes na suscetibilidade à

ocorrência de incêndios.

As áreas que não apresentam risco de incêndio correspondem a territórios de edificação

consolidada, a infraestruras rodoviárias e a cursos de água.

Os índices de perigo de incêndio permitem ao ICNF e ao município planear as estruturas

logísticas de deteção, prevenção e combate a fogos florestais. O planeamento destas estruturas

relaciona-se com os recursos humanos (seu treino e especialização), quantidade e qualidade do

equipamento, o dimensionamento e estrutura das organizações de deteção, a prevenção, o

combate, a distribuição e a localização pelo território, bem como com a coordenação das suas

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17

atividades, com os meios de comunicação. A utilização e cálculo dos índices de perigo de

incêndio constituem um meio que permite realçar os múltiplos fatores e aspetos do

comportamento dos fogos florestais.

O conhecimento do índice de perigo, das condições meteorológicas prevalecentes e das

previsões meteorológicas para uma dada área é um auxiliar precioso na luta contra fogos.

O valor atual e a previsão da evolução do índice de perigo permitem avaliar a rapidez e a

intensidade de ataque necessárias, visto que o índice combinado com a topografia e o tipo de

combustível possibilita uma estimativa da intensidade e velocidade de propagação de um fogo.

Estas informações, conjuntamente com a disponibilidade em recursos humanos e equipamento e

uma avaliação do tempo necessário para atingir a área incendiada, permitem ao chefe da

organização de luta decidir que pessoal e equipamento será necessário mobilizar para o ataque,

MADRP (2006a).

Os índices de perigo fornecem ainda informação sobre as condições de segurança existentes no

local de fogo, ajudando à colocação do pessoal na área de combate, embora essa informação se

refira especialmente aos fogos superficiais e não a fenómenos associados aos grandes fogos, tais

como os turbilhões de fogo, queda de faúlhas, fogos de copa e outras características dos fogos

explosivos, cujo comportamento é, em grande parte, controlado pelas condições atmosféricas

muito acima da superfície. Os maiores perigos para o pessoal provêm de comportamentos

erráticos dos grandes fogos, que não se podem prever através do conhecimento de um simples

índice de incêndio (Lourenço & Gonçalves, 1998).

O índice de perigo de incêndio reflete as condições ambientais relativas à vegetação existente em

dado local devendo, o ordenamento florestal, atender a essas mesmas condições, constituindo

assim aquele índice uma preciosa indicação que poderá ajudar a decidir sobre a melhor

localização dos povoamentos, sua estrutura florística, instalação de redes divisionais e vias de

acesso, entre outras, tais como, aspetos que integram o ordenamento florestal e cuja ponderação

permitirá salvaguardar os futuros maciços florestais das nefastas depredações provocadas pelos

incêndios (Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho, 2003).

De acordo com (Macedo & Sardinha, 1993), os índices de perigo de incêndio são um meio que

permite melhor gerir e planear a utilização dos recursos em pessoal e equipamento nas

organizações de luta contra incêndios.

Quanto às atividades de deteção de fogos florestais, a evolução do índice de perigo permite

planear a frequência e a intensidade dessas atividades, e estabelecer em que estações, períodos,

dias e locais devem operar os meios disponíveis de vigilância, aéreos ou terrestres, visto que

estes meios são extremamente dispendiosos e, portanto, atuam com base em previsões de perigo

devidamente fundamentados.

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18

Os efetivos de pessoal necessário podem ser determinados com base nos índices de perigo de

incêndio, de modo a manter apenas em serviço ativo o número estritamente necessário, o mesmo

sucedendo com o material e equipamento a mobilizar.

O dimensionamento e natureza dos efetivos e equipamentos das organizações de combate, bem

como as suas localizações, devam basear-se na periculosidade de esforço exigido para proteção

das áreas onde essas organizações atuam e pelas quais são responsáveis.

A gestão das equipas especializadas no combate e de outro pessoal auxiliar pode tornar-se mais

eficaz se for utilizada informação sobre a evolução do perigo de incêndio, que possibilite decidir

sobre os seguintes aspetos:

Disponibilidade e mobilização das equipas de combate e sua atuação;

Envio de equipas de combate para os locais onde se prevê agravamento de perigo;

Desmobilização e emprego de pessoal em outras tarefas, sem afetar a eficácia da

organização;

Grau de prontidão do pessoal e estabelecimento de meios de alerta (rádio, telefone, …;

Necessidade de mobilização de pessoal auxiliar.

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19

Figura 4: Mapa de perigosidade de incêndio florestal.

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20

2.2.2 Risco de incêndio florestal

Genericamente o risco de incêndio, resulta da existência de causas humanas ou naturais que

provoquem o fenómeno de ignição. Contudo, no âmbito da elaboração de cartografia de risco de

incêndio florestal, utiliza-se o conceito de risco de incêndio de forma mais abrangente, tendo em

vista a integração dos diversos fatores, variáveis ou constantes, que podem afetar a ignição e a

combustão consequente (CNIG, 1995). Assim, este conceito implica a introdução de um risco

específico obtido através do fator vulnerabilidade, acrescido do valor económico, associado a

diferentes ocupações de solo.

A metodologia utilizada baseou-se no GT para a elaboração do PMDFCI e consiste no

cruzamento do fator vulnerabilidade e valor com a carta de perigosidade de incêndio florestal. A

carta de risco combina as componentes da perigosidade com as do dano potencial para indicar o

potencial de perda em caso de ocorrência de um incêdio florestal.

Os valores de referência ao fator vulnerabilidade e valor encontram-se defindos na seguinte

tabela:

Para a determinação da vulnerabilidade e do valor económico recorreu-se aos valores de

referência do GT e ao conhecimento técnico de uma equipa multidisciplinar do município.

Relativamente à carta de risco de incêndios florestais no concelho de Guimarães verifica-se que

os valores entre o elevado e o muito elevado correspondem a áreas associadas à presença

humana (à exceção das áreas urbanas), uma vez que este parâmetro é o que apresenta maior

valor económico.

Ocupação do solo Vulnerabilidade Valor

Tecido urbano contínuo (Áreas edificadas consolidadas) 0,75 6151200 Tecido urbano descontínuo

Redes viárias, ferroviárias e espaços associados 0,25 200000

Áreas de extração de inertes 0,75 26

Culturas temporárias de regadio

0,5

350 Vinhas

Pomares

Sistemas agro-florestais (SAF) 52

Florestas de folhosas 1507

Florestas mistas 0,75 115

Matos 0,4 52

Vegetação esclerófita

Florestas abertas, cortes e novas plantações 0,6 60

Rocha nua 0,4 52

Cursos de água 0 0

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21

No concelho de Guimarães o risco de incêndio varia entre as classes de muito baixo e muito alto.

Classe de Risco de Incêndio Área de Ocupação (ha) Muito Baixo 3901,75

Baixo 4694,52

Médio 5016,01

Alto 2527,65

Muito Alto 2469,07

A classe mais representativa é a do risco de incêndio florestal médio, seguindo-se a do risco

baixo. O risco muito alto e médio associa-se a aglomerados populacionais não consolidados. O

risco de incêndio alto e muito alto localiza-se em área de povoamentos florestias, matos e áreas

ardidas recentemente.

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22

Figura 5: Mapa de Risco de Incêndio Florestal.

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23

2.3 Prioridades de defesa

A carta de prioridades de defesa identifica as áreas onde existe uma maior ou menor necessidade

de complementar os procedimentos de DFCI.

Assim, e com o objetivo de apoiar a vigilância e combate aos incêndios florestais, torna-se

importante definir quais são as prioridades a ter em consideração aquando dessas ações. Para

tal, procedeu-se à definição destas áreas de acordo com os diferentes níveis de prioridade de

defesa.

Quadro 1: Condicionantes para a determinação do Mapa de Prioridades.

Fatores

Proteção de bens e pessoas 20

Áreas de valor ecológico (vegetação e religioso) 20

Áreas com classes de risco de incêndio mais elevadas 15

Valor paisagístico 10

Fonte: Salas e Chuvieco, 1992.

A cartografia de prioridades de defesa constitui-se pela oposição aos polígonos de risco de

incêndio florestal elevado e muito elevado, de outros elementos não considerados no modelo de

risco com reconhecido valor ou interesse social, cultural, ecológico e outros

A carta de prioridades de defesa que se apresenta teve em conta os seguintes critérios:

Proteção de instalações humanas – casas de habitação, núcleos populacionais, áreas

recreativas, indústrias, instalações agropecuárias, entre outros;

Valor ecológico – espécies protegidas, ecossistemas singulares, interesse da mancha na

alimentação ou em suporte de habitat para espécies faunísticas, etc.;

Valor paisagístico – singularidade da paisagem, qualidade estética das formações

arbóreas ou arbustivas, vistas panorâmicas, formações geomorfológicas, variedade

cromática, etc.

Áreas com classes de risco de incêndio mais elevadas (elevado, muito elevado e máximo).

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24

Figura 6: Mapa de Prioridades de Defesa.

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25

Assim, e mediante a análise à Carta de Prioridades de Defesa efetuada (Figura 6) verifica-se que,

de um modo geral, as zonas que apresentam de prioridades de defesa são as que estão

associadas ao seu valor económico e à necessidade de proteção das áreas urbanas, casas

isoladas em floresta, postos de combustível e arvoredo de interesse público. Na zona norte, a

prioridade de defesa resulta sobretudo dos valores ecológico e paisagístico, sem ignorar a

proteção de instalações humanas. De referir ainda que, todas as zonas onde predominam as

classes de risco alto e muito alto são áreas onde há a necessidade de serem tomadas medidas

excecionais no âmbito da DFCI.

3. OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI PARA O CONCELHO DE GUIMARÃES

3.1 Identificação da tipologia do concelho

Numa apreciação mais pormenorizada, podemos caracterizar a floresta do concelho de

Guimarães como não heterogénea do ponto de vista da composição, com uma estrutura dotada

de um elevado grau de combustibilidade, em que as áreas florestais são do tipo estrutura

minifundiária de propriedade, que bloqueia as intervenções nos povoamentos e desincentivam o

investimento. Contudo, a diminuição do sector primário no concelho favoreceu o desinteresse de

certas atividades como o progressivo abandono do corte de lenha para consumo doméstico,

assim como a diminuição do pastoreio. Em resultado disto, assistiu-se à acumulação de

combustíveis vegetais que, consequentemente, facilitariam a formação e propagação do fogo.

A diminuição de povoamentos florestais puros está relacionada com incêndios florestais ou com o

abate de árvores. No entanto, o aumento de povoamentos de pinheiro bravo e de eucalipto pode

dever-se à rápida regeneração natural (que é característica nestas espécies) ou à plantação com

a finalidade de produção.

Ao nível das implicações que a distribuição de povoamentos florestais pode ter na DFCI, destaca-

se o facto de, no concelho de Guimarães, as “propriedades existentes terem na sua maioria

dimensões reduzidas, o que aliado ao facto do elevado número de proprietários, os quais muitas

das vezes são desconhecidos e à ausência de cadastro, trás repercussões ao nível da gestão de

combustíveis, da sensibilização, da acessibilidade e da própria recuperação” (Estudo Técnico I -

Diagnóstico, Visão e Objetivos Estratégicos – aprovado pela APIF em 07/03/05). Ou seja, a falta

de intervenção nas áreas florestais por parte dos proprietários leva ao aumento da carga de

combustível, potenciando assim a propagação de incêndios.

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26

De acordo com o definido no PNDFCI, a tipologia do concelho de Guimarães é do tipo T4,

caracterizado como um concelho com muitas ocorrência e muita área ardida.

Ao nível das implicações que a distribuição de povoamentos florestais pode ter na DFCI, destaca-

se o facto de, no concelho de Guimarães, as propriedades existentes terem na sua maioria

dimensões reduzidas, o que aliado ao facto do elevado número de proprietários, os quais muitas

das vezes são desconhecidos e à ausência de cadastro, trás repercussões ao nível da gestão de

combustíveis, da sensibilização, da acessibilidade e da própria recuperação. Ou seja, a falta de

intervenção nas áreas florestais por parte dos proprietários leva ao aumento da carga de

combustível, potenciando assim a propagação de incêndios.

O que poderá também contribuir para que no concelho de Guimarães haja muita área ardida

reside no facto das infraestruturas existente (caminhos florestais) serem pertença de proprietários

privados, não estando em condições de serem usados pelos meios de combate terreste, pelo que

se deverá atuar sobre estes com a sua requalificação.

Nos últimos anos, o aumento de povoamentos monoespecificos de eucaliptos tem vindo a

contribuir para que aumente significativamente a área ardida, pelo que se deve fragmentar esta

paisagem:

Criar faixas que permitam a compartimentação da paisagem;

Criar faixas de contenção natural de incêndios;

Criar faixas de combate aos incêndios;

Não permitir a existência de povoamentos de uma só espécie.

3.2 Objetivos e metas do PMDFCI

De acordo com as análises estatísticas das ocorrências e áreas ardidas registadas ate ao final de

2011, é possível fazer uma avaliação de algumas metas operacionais previstas no âmbito do

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI).

Quadro 2: Avaliação/Diagnóstico dos objetivos e metas até 2012.

Objetivos e metas 2006 2007 2008 2009 2010 Média do

quinquénio 2011

Nº de incêndios com área superior a 1 ha

26 27 18 55 51 35 64

7 % 8 % 12 % 13 % 17 % 11% 15 %

Nº de incêndios com tempo de 1ª intervenção superior a 20 min.

30 38 20 27 18 27 27

8 % 11 % 12 % 6 % 6 % 8 % 6 %

Nº de incêndios com tempo 2 0 1 1 4 2 1

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27

de 1ª intervenção superior a 60 min.

0,5 % 0 % 0,6 % 0,2 % 1,3 % 0,5 % 0,2 %

Nº de incêndios ativos com duração superior a 24 h

0 0 0 1 0 0 1

Nº de reacendimentos 1 4 1 5 6 3 10

0,3% 1,2 % 0,6 % 1,1 % 2,0 % 1 % 2,3 %

Fonte: Autoridade Florestal Nacional (AFN), 2012.

De acordo com o diagnóstico efetuado no Quadro 2 e tendo como base o definido no PNDFCI, os

resultados da avaliação de algumas metas operacionais são os seguintes:

Diminuição significativa do número de incêndios com áreas superiores a 1 ha - Entre os

anos 2006 a 2010 registaram-se 177 incêndios florestais (área ≥ 1 ha) correspondendo a 11 %

do total de ocorrências registadas (1601), o que se traduz numa redução de 12% face à média

decenal (23 %) cumprindo-se a meta de diminuição do número de incêndios florestais. No ano

de 2011 este parâmetro é superior em 4 %, em relação à média do quinquénio. Como se pode

verificar no Caderno I o ano de 2011, foi um ano atípico, quer em termos de condições

meteorológicas, quer em relação ao período crítico.

1.ª intervenção em menos de 20 minutos em 90% das ocorrências - Registaram-se no

quinquénio 133 ocorrências com tempos de 1ª intervenção superiores a 20 min, pelo que esta

meta foi alcançada. Os incêndios inseridos nesta categoria correspondem a aproximadamente

8 % do total de ocorrências. Assim, a 1ª intervenção em menos de 20 minutos atingiu o valor

de 92 % das ocorrências.

Eliminação de tempos de intervenção superiores a 60 minutos - No que respeita a este

objetivos e conforme se pode verificar no quadro 2, a meta não foi cumprida. Os incêndios

referentes a esta categoria totalizaram 8 ocorrências, o que se traduz em 0,5 % das

ocorrências. No entanto, estes dados são duvidoso porque existem na base de dados fornecida

pela AFN, registos de horas de extinção que se sobrepõem às horas de 1ª intervenção.

Redução para menos de 150, do número de incêndios ativos com duração superior a 24

horas - Registou-se apenas uma única ocorrência no quinquénio, pelo que a meta foi atingida.

Redução do número de reacendimentos para menos de 1% das ocorrências totais -

Foram registados 17 reacendimentos, que representam aproximadamente 1% do total das

ocorrências, pelo que esta meta foi atingida. Relativamente ao ano 2011, não atingimos a meta

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28

de 1 %, julga-se que os fatores referidos anteriormente contribuíram para o incumprimento

deste objetivo.

A área total de povoamentos no concelho de Guimarães é de 8.072,7ha, pelo que para se

alcançarem em 2018 uma área ardida anual inferior a 0,8 % da superfície florestal constituída por

povoamentos, só poderão arder um máximo de 77 ha, correspondendo a 0,7 % (Quadro 3).

Pretende-se que até ao ano de 2018, os valores de incêndios ativos com duração superior a 24

horas se mantenham com o valor nulo. Na redução de números de reacendimentos a meta

previsional a atingir será de 0,4%, ou seja, pretende-se uma redução de 0,1 % ao longo dos anos.

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29

Quadro 3: Objectivos e metas do PMDFCI até 2018

Resultados dos objectivos e metas 2006 - 2011 Objetivos e metas até 2018

2006 2007 2008 2009 2010 Média do

quinquénio 2011 2012 2013 2014 2015

Média do quinquénio

2016 2017 2018

Área ardida anual inferior a 0,8 % da superfície florestal constituída por povoamentos

220,0 ha 91,96 ha 36,72 ha 410,57 ha 147,14 ha 181,2 ha 287,62 ha 233 ha*

131 ha 120 ha 109 ha 120 ha 109 ha 109 ha 109 ha

2,0 % 0,8 % 0,3 % 3,8 % 1,3 % 1,6 % 2,6 % 2.1 %*

1,2 % 1,1 % 1,0 % 1,1 % 1,1 % 1,0 % 1,0 %

Nº de incêndios com área superior a 1 ha

26 27 18 55 51 35 64

10 % 10% 9 % 8% 10 % 10 % 10 % 9 % 7 % 8 % 12 % 13 % 17 % 11% 15 %

Nº de incêndios com tempo de 1ª intervenção superior a 20 min.

30 38 20 27 18 27 27

5 % 4 % 4 % 3% 4 % 3 % 3 % 3 % 8 % 11 % 12 % 6 % 6 % 8 % 6 %

Nº de incêndios com tempo de 1ª intervenção superior a 60 min.

2 0 1 1 4 2 1

0,4 % 0,3 % 0,3 % 0,2% 0,3 % 0,2 % 0,1 % 0 % 0,5 % 0 % 0,6 % 0,2 % 1,3 % 0,5 % 0,2 %

Nº de incêndios ativos com duração superior a 24 h

0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Nº de reacendimentos

1 4 1 5 6 3 10 0,9 % 0,8 % 0,7 % 0,6 % 0,7 % 0,5 % 0,4 % 0,3 %

0,3% 1,2 % 0,6 % 1,1 % 2,0 % 1 % 2,3 %

Fonte: Autoridade Florestal Nacional (AFN), 2012.

* - Valores validados pelo GTF de Guimarães, 2012.

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30

4. EIXOS ESTRATÉGICOS

Os Eixos estratégicos visam delinear objetivos com vista a aumentar o nível de segurança das

pessoas e bens, para além de tornar os espaços florestais mais resistentes à ação do fogo.

Assim, pretende-se que através da gestão funcional dos espaços se possa diminuir a intensidade

e a área percorrida por grandes incêndios e facilitar as ações de pré-supressão e supressão.

Os eixos estratégicos estão interligados com o ordenamento do território e o planeamento

florestal, fomentando a estabilização do uso do solo e garantindo que essa mesma ocupação vise

potenciar a sua utilidade social.

4.1 - 1º EIXO ESTRATÉGICO - Aumento da resiliência do território aos

incêndios florestais

Objetivo Estratégico:

- Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas.

Objetivos operacionais:

- Proteger as zonas de interface urbano/florestal;

- Implementar programa de redução de combustíveis.

Ações:

- Criação e manutenção de redes de faixas de gestão de combustível, intervindo prioritariamente

nas zonas com maior vulnerabilidade aos incêndios;

- Implementação de mosaicos de parcelas gestão de combustível;

- Promoção de ações de silvicultura no âmbito da DFCI;

- Promoção de ações de gestão de pastagens;

- Criação e manutenção de redes de infraestruturas (RVF e RPA);

- Divulgação de técnicas de ajardinamento com maior capacidade de resiliência aos incêndios

florestais.

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31

4.1.1 Levantamento da rede de defesa da floresta contra incêndios (RDFCI)

4.1.1.1 Rede de faixas de gestão de combustível (FGC) e mosaico de parcelas de gestão de

combustível (MPGC)

A gestão de combustíveis consiste no conjunto de intervenções planeadas no âmbito da

manipulação e/ou redução de materiais vegetais, vivos ou mortos, nos espaços florestais, com o

objetivo de modificar o comportamento do fogo e dificultar a sua propagação e intensidade. A

propagação do fogo é decisivamente influenciada pelas características da vegetação existente

nos espaços florestais. Diferentes espécies de árvores, arbustos e herbáceas oferecem

resistências diversas à propagação, não só consideradas isoladamente, mas também enquanto

elementos integrantes e condicionantes do arranjo espacial e estrutural da vegetação.

Na rede de faixa de gestão combustível focou-se todo o planeamento e trabalhos previsionais

sobre as infraestruturas rodoviária e de linhas de condução de energia, entre as quais de média

tensão e alta tensão. Para as infraestruturas rodoviárias realizou-se um buffer de 30m,

considerando que a plataforma de circulação e bermas terão aproximadamente 10m de largura.

Já nas linhas de alta tensão foram realizados buffers de 20m, nas linhas de média tensão foram

realizados buffers de 14m. Após, uma análise pormenorizda da infraestrutura rodoviária do

concelho decidiu-se realizar a faixa de gestão de combustícel (FGC) nas estradas com maiores

fluxos de trânsito, inserido em floresta, acabando por se priorizar aquelas que se enquadram com

áreas florestais, conforme se pode verificar no respetivo mapa.

Neste PMDFCI 2013-2017, a FGC das redes elétricas incidiram sobre as linhas de condução de

energia elétrica de alta e média tensão, uma vez que, de acordo com a lei vigente, a REN tem a

obrigatoriedade de fazer a FGC das linhas de muito alta tensão.

De seguida, elencam-se os mapas de faixa de gestão de combustível pelos diferentes anos, até

ao final do período de vigência do PMDFCI 2013 – 2017.

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Figura 7: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães.

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Figura 8: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães, em 2013.

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Figura 9: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães, em 2014.

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Figura 10: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães, em 2015.

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Figura 11: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães, em 2016.

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Figura 12: Mapa de Faixas de Gestão de Combustível no concelho de Guimarães, em 2017.

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38

Novas edificações no espaço florestal ou rural

1. As novas edificações no espaço florestal (floresta, matos e pastagens espontâneas) ou

com ele confinante, têm que salvaguardar, na sua implantação no terreno, a garantia de

distância à extrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca inferior a 50 metros

(medida a partir da alvenaria exterior da edificação) e a adopção de medidas especiais

relativas à resistência do edifício à passagem do fogo e à contenção de possíveis fontes

de ignição de incêndios no edifício e respectivos acessos. (Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28

de junho, com redação dada pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de janeiro).

2. As novas edificações nas áreas do espaço rural não florestal fora das áreas edificadas

consolidadas têm que salvaguardar na sua implantação no terreno a garantia de distância

à extrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca inferior a 15m, medida a partir

da alvenaria exterior da edificação, desde que assegurada uma faixa de proteção de 50m

quando confinante com espaço florestal, e a adopção de medidas especiais relativas à

resistência do edifício à passagem do fogo e à contenção de possíveis fontes de ignição

de incêndios no edifício e respectivos acessos.

4.1.1.2 Rede Viária Florestal (RVF)

A rede viária florestal (RVF) cumpre um leque de funções variado, que inclui a circulação para o

aproveitamento dos recursos naturais, para a constituição, condução e exploração dos

povoamentos florestais e das pastagens e, ainda, para o passeio e fruição da paisagem. A RVF

assume também, por vezes, uma importância fundamental para o acesso a habitações,

aglomerados urbanos e equipamentos sociais integrados ou limítrofes aos espaços florestais.

Deste modo, o planeamento e ordenamento florestais, deverão ter em conta à partida a existência

de uma rede viária a qual, para além da sua utilidade como via de apoio às operações de

condução e de exploração a realizar, serve igualmente de acesso para o combate a incêndios

(circulação de patrulhas móveis, acesso rápido ao local do sinistro, acesso a pontos de água, etc).

Ou seja, simultaneamente, a “RVF é um dos elementos básicos da estratégia de defesa da

floresta contra incêndios, constituindo com frequência o referencial para a implantação e eficiência

dos restantes componentes da Rede de Defesa da Floresta (RDF). Do ponto de vista das

operações de exploração florestal, as vias de acesso são classificadas normalmente em:

caminhos florestais, estradões e trilhos de extração.

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39

Especificamente, o concelho de Guimarães é servido por uma elevada densidade de estradas

regionais (E.R. 205, 206, 207, 310), nacionais (E.N. 101, 105, 106, 206) e municipais quase

sempre com traçados sinuosos e apresentando muitas vezes alguma degradação de piso, fruto da

intensidade de utilização e das condições climatéricas (elevada precipitação e humidade e

ocorrência de geadas). Este facto aumenta consideravelmente os tempos de deslocação no

acesso a áreas florestais.

São notáveis as deficiências de acessos de algumas zonas do concelho. Estas zonas, de uma

maneira geral, situam-se na periferia norte e nordeste, mais concretamente nas freguesias de

Gondomar, Gonça e Rendufe. No interior do concelho também se verificam algumas manchas

com pouca densidade de caminhos, mas no seu conjunto apresentam pouca importância. Esta

distribuição das manchas com deficiência de caminhos justifica-se pela presença de relevos

acidentados, a Serra da Penha, a Sra. Dos Montes e Sta. Cristina de Longos, cujos declives

acentuados dificultam a construção de vias de comunicação.

É de realçar o facto de Guimarães possuir uma grande densidade de rede viária florestal,

contabilizando-se cerca de 900 Km de caminhos florestais.

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40

Figura 13: Mapa da rede viária florestal do concelho de Guimarães.

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41

4.1.1.3 Rede de Pontos de Água (RPA)

Os pontos de água são estruturas de armazenamento de água, de planos de água acessíveis e de

pontos de tomada de água, construídos ou colocados no interior das manchas florestais, com o

objetivo de melhorar as condições de combate a incêndios. Podem ser pequenas barragens de

terra batida, tanques de alvenaria ou betão, reservatórios metálicos e charcas escavadas com ou

sem revestimento. As estruturas de armazenamento de água (cisternas) podem ser fixas (tanques

de alvenaria ou betão e reservatórios metálicos [enterrados ou não], piscinas, poços, etc.) ou

móveis (cisternas em metal ou tecido impermeável). Os planos de água são naturais (lagos, rios e

outros cursos de água, estuários, oceano) ou artificiais (albufeiras, açudes, canais de rega,

charcas escavadas).

Quanto à rede de pontos de água do concelho de Guimarães, o município realizará um conjunto

de trabalhos de manutenção e requalificação ao do espaço envolvente aos pontos de água

pertencentes ao município, bem como ao nível da limpeza do godo das lonas e da respetiva água,

de modo a melhorar o acesso dos meios de combate terreste e áreos, durante o período de

vigência deste PMDFCI.

Os pontos de água em causa são mistos (aéreos e terrestres), sendo os seguintes:

Ponto de àgua da Penha (Costa);

Ponto de água da S.ª da Saúde (Sande S. Clemente);

Ponto de água da Falperra (Longos);

Ponto de água de Souto S.ª Maria.

Ao longo dos anos verificou-se que as freguesias de S. Torcato, Rendufe, Gominhães, Atães,

Mesão Frio, Arosa e Castelões, têm um número de ocorrências e de área ardida significativa. Por

isso, neste PMDFCI, fez-se um plano previsional da construção de dois novos pontos de água que

se localizarão nas freguesias de Calvos (Lapinha) e S. Torcato, o que será uma mais valia para o

concelho, pois dotará estas freguesias de infraestruturas que permitirão um combate de incêndios

florestias mais célere.

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42

Figura 14: Mapa da rede de pontos de água do concelho de Guimarães.

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43

4.1.2.1 Metas e indicadores

Quadro 4: Metas e indicadores – aumento da resiliência do território aos incêndios florestais.

Ação Metas Unidades Indicadores

2013 2014 2015 2016 2017

Proteger zonas de interface

urbano/floresta

Implementar programa de

gestão de combustíveis

Criar e manter faixas pela rede viária

ha 114 71 114 71 114

Criar e manter faixas pelas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em muito alta e alta tensão

ha 90 39 90 39 90

Criar e manter faixas pelas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em média tensão

ha 220 220 220 220 220

Definir as prioridades de planeamento e execução das infraestruturas de DFCI face ao risco

Manutenção dos pontos de água m3 11.200 11.200 11.200 11.200 11.200

Construção de pontos de água m3 5600 5600 2800 ---------- ----------

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44

4.1.2.2 Orçamentos e responsáveis

Quadro 5: Orçamento e responsáveis – aumento da resiliência do território aos incêndios florestais

Ação Metas 2013 2014 2015 2016 2017

Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis

Adotar o modelo ZIF como Referência para a introdução de princípios e estratégias de DFCI

Promover a gestão florestal e intervir previamente em áreas estratégicas

Por determinar

Entidade gestora (por determinar)

Por determinar

Entidade gestora (por determinar)

Por determinar

Entidade gestora (por determinar)

Por determinar

Entidade gestora (por determinar)

Por determinar

Entidade gestora (por determinar)

Subtotal - - - - -

Proteger zonas de interface urbano/floresta Implementar programa de gestão de combustíveis

Criar e manter faixas exteriores de proteção, nos aglomerados populacionais, intervindo prioritariamente nas zonas com maior vulnerabilidade aos incêndios

13324,23 €

Compete aos proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos inseridos na faixa referida

4692,06€

Compete aos proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos inseridos na faixa referida

7495,4€

Compete aos proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos inseridos na faixa referida

2666,55€

Compete aos proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos inseridos na faixa referida

4751,91€

Compete aos proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos inseridos na faixa referida

Criar e manter faixas exteriores de proteção, nos parques de campismo, nas infraestruturas e equipamentos florestais de recreio, nos parques e polígonos industriais, nas plataformas de logística e nos aterros sanitários inseridos ou confinantes com espaços florestais

11802,93€

Entidade gestora ou, na sua inexistência ou não cumprimento da sua obrigação a câmara municipal

-

Entidade gestora ou, na sua inexistência ou não cumprimento da sua obrigação a câmara municipal

4059,65€

Entidade gestora ou, na sua inexistência ou não cumprimento da sua obrigação a câmara municipal

8965,45€

Entidade gestora ou, na sua inexistência ou não cumprimento da sua obrigação a câmara municipal

6837,27€

Entidade gestora ou, na sua inexistência ou não cumprimento da sua obrigação a câmara municipal

Criar e manter faixas 8509,58€ PNR-EP e 14293,53€ PNR-EP e 4936,81€ PNR-EP e 8863,74€ PNR-EP e 3783,34e PNR-EP e

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45

Ação Metas 2013 2014 2015 2016 2017

Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis

pela rede viária AENOR REM- Câmara Municipal

AENOR REM- Câmara Municipal

AENOR REM- Câmara Municipal

AENOR REM- Câmara Municipal

AENOR REM- Câmara Municipal

Criar e manter faixas pela rede ferroviária

REFER 344,58€

REFER 114,87€

REFER 114,87€

REFER 313,49€ REFER

Criar e manter faixas pelas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em muito alta e alta tensão

REN e EDP 2306,87€

REN e EDP 12,28€ REN e EDP 5,80€ REN e EDP 2706,51€

REN e EDP

Criar e manter faixas pelas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em média tensão

1402,31€ EDP 1402,31€ EDP 739,44€ EDP 1567,43€ EDP 361,35€ EDP

Promover a gestão de combustível através da silvicultura preventiva pela rede viária florestal

23.399,11 €

Câmara Municipal

17.594,12 €

Câmara Municipal

12.146,09 €

Câmara Municipal

6.043,25 €

Câmara Municipal

13.940,05 €

Câmara Municipal

Subtotal 58.438,16 € 40.633,47 € 29.504,54 € 28.227,09 € 28.910,58 € 58.438,16 €

Definir as prioridades de planeamento e execução das infraestruturas de DFCI face ao risco

Beneficiação da rede viária

174617,9€

Câmara Municipal

166110,4€

Câmara Municipal

150373,6e

Câmara Municipal

102.664,89 €

Câmara Municipal

479.148,58 €

Câmara Municipal

Beneficiação dos pontos de água

17.136,00 €

Câmara Municipal

17.136,00 €

Câmara Municipal

17.136,00 €

Câmara Municipal

17.136,00 €

Câmara Municipal

17.136,00 €

Câmara Municipal

Construção de pontos de água

65.289,40€

Câmara Municipal

32.644,70€

Câmara Municipal

32.644,70€

Câmara Municipal

32.644,70€

Câmara Municipal

65.289,40€

Câmara Municipal

Subtotal 257.043,30 € 215.891,10 € 49780,7 152.445,59 € 561.573,98 €

TOTAL 315.481,46 € 256.524,57 € 79.285,24 € 180.672,68 € 590.484,56 €

METAS QUANTITATIVAS

- Diminuir a intensidade e a área percorrida por grandes incêndios em 10% para o 1.º ano e assim consecutivamente.

- Beneficiar pelo menos 50 Km de caminhos florestais por ano

- Construir pelo menos 2 pontos de água nos cinco anos.

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46

4.2 - 2º EIXO ESTRATÉGICO - Redução da incidência dos incêndios

Objetivo Estratégico:

- Sensibilização e educação das populações;

- Melhoria do conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações.

Objetivo Operacionais:

- Sensibilização da população;

- Sensibilização e educação escolar;

- Fiscalização.

Ações:

- Desenvolvimento de programas de sensibilização ao nível local, dirigidos a grupos alvo em

função dos comportamentos de risco identificados na fase de avaliação;

- Desenvolvimento de programas de sensibilização e educação escolar;

- Realização de sessões de sensibilização com pastores incidindo nas zonas onde o fogo é

recorrente;

- Definição de áreas prioritárias de fiscalização, tendo em consideração a identificação dos

principais componentes de risco, o valor dos espaços florestais e a susceptibilidade à ignição.

A necessidade de encontrar soluções, que permitirão a resolução do problema dos incêndios

florestais, passa pelo reforço da fiscalização e dissuasão de comportamentos de risco, associados

a políticas de educação, sensibilização e informação da população para a correta utilização do

fogo. Neste sentido a responsabilização das populações, é uma ferramenta essencial para a

obtenção de resultados ao nível local.

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47

4.2.1 Avaliação

4.2.1.1 Identificação de comportamentos de risco associados aos pontos de início e dos

grupos alvo que lhe estão na origem

Quadro 6: Comportamentos de risco.

Diagnóstico - Resumo

Grupo-alvo O quê? Como? Onde (freguesia/local)?

Quando (mês e dia da semana)?

População geral Comportamentos de risco em espaços florestais

Negligência; Lançamento de fogo; Inexistência de faixa geral de combustível; Conflitos; Incendiários.

Todas Todo o ano

Automobilista Comportamentos de risco em espaços florestais

Negligência; Acidentes;

Incendiários.

Todas Todo o ano

Caçador Comportamentos de risco em espaços florestais

Negligência; Acidentes; Queimas; Conflitos; Queimadas; Incendiários.

Todas Agosto a Fevereiro de cada ano

Empresas Pirotécnicas Comportamentos de risco em espaços florestais

Lançamento de fogo; Negligência; Conflitos; Acidentes.

Todas Todo o ano

Os comportamentos de risco registaram-se com maior incidência nas freguesias de Briteiros

Santa Leocádia, Brito, Calvos, Gonça, Lordelo, Rendufe, Sande São Clemente e São Torcato. A

freguesia de Gonça foi das mais afetadas porque existem um conjunto de pedreiras às quais

poderão estar associados factor de risco relacionados com a sua laboração, bem como conflitos e

causalidades que contribuem para a ocorrência de fogos florestais. Em Calvos e Sande S.

Clemente, os comportamentos de risco estão associados aos meses estivais, devido às enormes

concentrações de pessoas e ao material pirotécnico associado às festas de culto.

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48

4.2.1.2 Identificação das situações previstas na legislação passíveis de fiscalização na área

da DFCI

Quadro 7: Fiscalização.

Áreas de atuação

Grupo-Alvo Períodos

de atuação

Entidade responsável

Meios envolvidos Atividade

desenvolvida Recursos humanos

Recursos materiais

Todo o concelho

Proprietários de terrenos confinantes com habitações em espaço florestal

Novembro a Abril

Câmara Municipal

Fiscais do município

Polícia Municipal

Do município Levantamento dos terrenos que carecem de limpeza e que confinam com habitações

Todo o concelho

Todos Janeiro a Dezembro

Câmara Municipal

Fiscais do município

Polícia Municipal

Do município Fiscalização de eventuais atividades que possam provocar a propagação de um incêndio

Todo o concelho

Todos Janeiro a Dezembro

Guarda Nacional Republicana

2 elementos do SEPNA e os restantes agentes do destacamento

Do destacamento

Fiscalização de todas as atividades que possam levar à propagação de um incêndio

Todo o concelho

Todos Janeiro a Dezembro

Polícia de Segurança Pública

Agentes do destacamento

Do destacamento

Fiscalização de lançamento de fogo-de-artifício

Todo o concelho

Todos Janeiro a Dezembro

Autoridade Florestal Nacional

Guarda Florestal

Dos serviços Fiscalização de todas as atividades que possam levar à propagação de um incêndio

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49

Em suma, e após a análise do caderno I, a fiscalização deverá ocorrer em todo o concelho, mas

com maior incidência nas freguesias de Rendufe (12 ocorrências), Sande São Clemente (9

ocorrências), Calvos (8 ocorrências), Longos (2 ocorrências) e São Torcato (2 ocorrências). Neste

contexto também deverão ser fiscalizadas as freguesias de Vermil, Silvares, Lordelo, Abação São

Tomé, Infantas, Lordelo, Fermentões, Airão Santa Maria, Briteiros Santo Estevão e Souto São

Salvador, uma vez que no ano de 2011 se registaram mais ocorrências que o normal nessas

freguesias.

Quadro 8: Inventariação da Fiscalização.

Ano N.º notificações N.º casos resolvidos N.º processos para contraordenações

2010 236 132 61

2011 185 197* 56

* Em 2011 o nº de casos resolvidos superou o nº de notificações, porque se arquivaram processos do ano

2010.

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50

4.2.2 Planeamento das ações referentes ao 2º eixo estratégico

4.2.2.1 Sensibilização

Quadro 9: Sensibilização – Metas, indicadores, orçamento e responsáveis.

Ação Metas

2013 2014 2015 2016 2017

Orçamento

Responsáveis

Orçamento

Responsáveis

Orçamento

Responsáveis

Orçamento

Responsáveis

Orçamento Responsáveis

Realização de palestras temáticas, ações de formação, comemorações de dias festivos. Educar e

sensibilizar as populações Melhorar o conhecimento das causas dos incêndios e das suas motivações

20000,00 €

CMDFCI 20000,00 €

CMDFCI 20000,00 €

CMDFCI 20000,00 €

CMDFCI 20000,00 € CMDFCI

Distribuição de infomails por todas as habitações do concelho.

Distribuição de panfletos e cartazes pelo público-alvo.

Colocação de lonas em locais estratégicos.

Colocação de faixas nos autocarros.

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51

O município de Guimarães durante o plano de vigência do PMDFCI, vai adotar como estratégia a

sensibilação da população escolar por meio de palestras, acções de formação e atividades lúdicas

(plantações de árvores), de modo a melhorar a consciencialização do grupo escolar que, passará

essa mensagem à família e consequentemente ao grupo alvo.

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52

4.2.2.2 Fiscalização

Figura 15: Mapa das indentificação das zonas prioritárias de dissuasão e fiscalização.

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53

As zonas prioritárias de fiscalização definidas em função dos pontos prováveis de início e comportamentos de risco obtiveram-se pela conjugação

dos pontos de início, suscetibilidade, áreas ardidas, declives (maior ou igual a 25%) e exposições (quadrantes Sul e Este) em relação ao território

concelhio. Assim, as zonas de fiscalização prioritária correspondente às freguesias limítrofes e que confrontam com os municípios de Braga, Póvoa

de Lanhoso e Fafe, bem como as áreas que remanescem no espaço periurbano e urbano.

Quadro 10: Fiscalização – Metas, indicadores, orçamento e responsáveis.

Ação Metas 2013 2014 2015 2016 2017

Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis Orçamento Responsáveis

Definir áreas críticas e prioritárias de fiscalização, tendo em consideração a identificação das principais causas e motivações de incêndio, o valor dos espaços florestais, o risco de ignição, as freguesias de risco, os dias da semana e os períodos do dia de maior risco

Melhorar o conhecimento

das causas dos incêndios e das

suas motivações

---* Autoridade Florestal Nacional

---* Autoridade Florestal Nacional

---* Autoridade Florestal Nacional

---* Autoridade Florestal Nacional

---* Autoridade Florestal Nacional

---* Município de Guimarães

---* Município de Guimarães

---* Município de Guimarães

---* Município

de Guimarães

---* Município

de Guimarães

---* Guarda Nacional

Republicana ---*

Guarda Nacional

Republicana ---*

Guarda Nacional

Republicana ---*

Guarda Nacional

Republicana ---*

Guarda Nacional

Republicana

---* Polícia de Segurança

Pública ---*

Polícia de Segurança

Pública ---*

Polícia de Segurança

Pública ---*

Polícia de Segurança

Pública ---*

Polícia de Segurança

Pública

*As despesas enquadram-se no normal funcionamento das entidades responsáveis.

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54

4.3 - 3º EIXO ESTRATÉGICO - Melhoria da eficácia do ataque e da

gestão dos incêndios

Objetivo Estratégico:

- Articulação dos sistemas de vigilância e deteção com os meios de 1.ª intervenção;

- Adequação da capacidade de 1.ª intervenção;

- Melhoria da eficácia do rescaldo e vigilância pós incêndio.

Objetivo Operacionais:

- Estruturação e gestão da vigilância e da deteção como um sistema integrado;

- Estruturação do nível municipal de 1.ª intervenção;

- Garantia da correta e eficaz execução do rescaldo e da vigilância pós-incêndio;

- Integração e melhoria dos meios de planeamento, previsão e apoio à decisão.

Ações:

- Execução da inventariação dos meios e recursos existentes;

- Definição de sectores territoriais DFCI e locais estratégicos de estacionamento (LEE) para as

ações de vigilância e deteção, 1.ª intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós - incêndio;

- Identificação e/ou definição dos sistemas de vigilância e deteção;

- Identificação dos elementos do território relevantes para apoio à decisão.

A organização de um dispositivo que preveja a mobilização preventiva de meios deve ter em conta

a disponibilidade dos recursos, por forma a garantir a deteção e extinção rápidas dos incêndios,

antes que eles assumam grandes proporções, sobretudo tendo em conta que este desafio poderá

ser agravado pelos ciclos climáticos.

A definição prévia de canais de comunicação, formas de atuação, levantamento das

responsabilidades e competências das várias forças e entidades presentes, irá contribuir para

uma melhor e mais eficaz resposta de todos à questão dos incêndios florestais. Guia

Metodológico para a elaboração do PMDFCI – Caderno I – Plano de Ação, Direção Geral dos

Recursos Florestais, Lisboa, 2006).

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55

4.3.1 Avaliação

4.3.1.1 Vigilância e deteção nas diferentes fases de perigo - Alfa, Bravo, Charlie, Delta, Echo

Figura 16: Mapa da Rede de Postos de Vigia e Bacias de Visibilidade do concelho de Guimarães.

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56

Os postos de vigia desempenham uma função indispensável no que concerne à otimização da vigilância das florestas, potenciando a eficácia da

deteção dos fogos florestais.

No Município de Guimarães não se regista a existência deste tipo de infraestruturas, contudo existem cinco postos de vigia situados nos municípios

adjacentes, os quais constituem a estrutura fixa de vigilância e deteção de incêndios no Concelho. São eles, o de Sta. Marta (Braga), Sta. Marinha

(Fafe), S. Mamede (Póvoa do Lanhoso), Sta. Águeda (Lousada) e S. Gens (Sto. Tirso) (figura 16). Na tabela abaixo apresentada são indicados os

Postos de Vigia considerados, assim como as principais características de cada um.

Quadro 11: Índice entre o número de incêndios florestais e o número total de equipas de vigilância e deteção nas fases Alfa, Bravo, Charlie, Delta e Echo.

Nº de incêndios 2011

Nº equipas Nº elementos

Índice Nº de incêndios / Nº

equipas

Nº de incêndios / Nº

elementos

Fase Alfa 76 5 360 15,2 0,21

Fase Bravo 53 5 360 10,6 0,15

Fase Charlie 146 5 360 29,2 0,41

Fase Delta 159 5 360 31,8 0,44

Fase Echo 0 5 360 0 0

Fonte: Autoridade Florestal Nacional (AFN), 2012.

Quadro 12: Características dos Postos de Vigia com bacia de visão sobre o concelho de Guimarães

IDENTIFICAÇÃO

Designação Indicativo Concelho Freguesia Toponímia

Sta. Marta 29-04 Braga Morreira Falperra

Sta. Marinha 26-03 Fafe Freitas Sta. Marinha

S. Mamede 29-02 Póvoa do Lanhoso Frades S. Mamede

Sta. Águeda 21-06 Lousada Lustosa Sta. Águeda

S. Gens 29-05 Santo Tirso Guidões S. Gens

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57

LOCALIZAÇÃO

Carta Militar Código INE x (Gauss Militar) y (Gauss Militar) Latitude Longitude

70 30328 178162 505052 41º30'46'' 8º23'36''

71 30713 192354 503758 41º30'5'' 8º13'24''

57 31111 190559 517632 41º37'34'' 8º14'42''

99 130524 186343 482287 41º18'29'' 8º17'41''

97 131421 161376 483500 41º19'5'' 8º35'35''

DESCRIÇÃO

Região Agrária CPD Região PROF CCO NUT III Proprietário

Entre-Douro e Minho 29- Braga / Viatodos Braga Braga 1102 - CÁVADO DRAEDM

Entre-Douro e Minho 29- Braga / Viatodos Vieira do Minho Fafe 1103 - AVE DRAEDM

Entre-Douro e Minho 29- Braga / Viatodos Vieira do Minho Braga 1103 - AVE DRAEDM

Entre-Douro e Minho 21- Maia Penafiel Penafiel 1105 - TÂMEGA DRAEDM

Entre-Douro e Minho 29- Braga / Viatodos Vieira do Minho Maia 1103 - AVE DRAEDM

Fonte: http://scrif.igeo.pt.

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58

4.3.1.2 Tempo de chegada da 1ª intervenção nas diferentes fases de perigo - Alfa, Bravo, Charlie, Delta, Echo

Figura 17: Mapa de 1.ª intervenção dos Bombeiros Voluntários de Guimarães (B. V. G.), no concelho de Guimarães.

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59

Figura 18: Mapa de 1.ª intervenção dos Bombeiros Voluntários das Taipas (B. V. T.), no concelho de Guimarães.

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60

Os factores de sucesso intrínsecos à 1ª Intervenção são, essencialmente, a mobilidade e a

rapidez de intervenção de meios devidamente dimensionados ao risco e guarnecidos por

elementos com a formação adequada. As acções de 1ª Intervenção, deverão, assim ser

desenvolvidas, prioritariamente pelos agentes posicionados no terreno. A colaboração nas acções

de 1ª Intervenção deverá actuar e estar o mais próximo do início das ignições, nomeadamente os

Bombeiros (EIP), Equipas da Protecção Civil Municipal e outros elementos presentes no terreno.

A primeira intervenção tem uma importância fundamental, na medida em que pode evitar que um

pequeno incêndio assuma dimensões catastróficas e que acabe por atingir a fase de Gestão do

Risco. Esta pode fazer-se quer por meios improvisados, quer por meios apropriados,

nomeadamente as viaturas de primeira intervenção. A primeira intervenção devidamente planeada

poderá ser a chave do sucesso dada a eficácia que pode alcançar.

As equipas terrestres que atuam na 1.ª intervenção funcionam na fase BRAVO, CHARLIE e

DELTA com horário estabelecido pela ANPC, sendo que salvo indicações contrárias estão em

actividade do nascer ao pôr-do-sol. O Heli está apenas operacional na Fase CHARLIE. As

Equipas terrestres estão no activo 24 horas por dia durante todo o ano.

Neste contexto, a representação potencial do tempo de chegada para 1.ª Intervenção é fulcral na

extinção das ocorrências onde o risco está presente devido às condições climatéricas e de carga

de combustível, bem como antrópicas e que poderão passar a perigo de incêndio e por fim

concluir em situação de catástrofe em Gestão de Risco. O tempo entre o primeiro alerta e a

chegada da primeira viatura ao teatro de operações é fundamental para que, o combate ao

pequeno incêndio o extinga rapidamente. Só é possível, realizar um correto planeamento e gestão

dos meios e recursos humanos presentes na primeira intervenção, quando se tem um mapa

representativo da distância em minutos entre a sede do respetivo aquartelamento (Bombeiros

Voluntários de Guimarães e Bombeiros Voluntários das Taipas) e os limites administrativos do

concelho. Estes mapas, realizaram-se em função da velocidade média que os Veículos de

Combate Terrestre poderiam atingir de acordo com os tempos de intervenção definidos no Guia

Técnico (estrada nacional/municipal e circular). À medida que a velocidade é mais baixa,o tempo

para alcançar os possíveis locias de occorências ou os pequenos fogos florestais é maior.

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61

Quadro 13: Índice entre o número de incêndios florestais e o número total de equipas de 1.ª intervenção

nas fases Alfa, Bravo, Charlie, Delta e Echo.

Nº de incêndios 2011

Nº equipas Nº elementos Índice Nº de incêndios / Nº equipas

Nº de incêndios / Nº elementos

Fase Alfa 76 3 335 25,3 0,23

Fase Bravo 53 3 335 17,7 0,16

Fase Charlie 146 3 335 48,7 0,44

Fase Delta 159 3 335 53,0 0,47

Fase Echo 0 3 335 0 0

Fonte: Autoridade Florestal Nacional (AFN), 2012.

Figura 19: Identificação do número de reacendimentos, por ano de 2001 a 2011

Fonte: Autoridade Florestal Nacional (AFN), 2012.

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62

Quadro 14: Metas, indicadores, responsáveis e orçamento para vigilância e deteção, 1.ª intervenção,

combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio.

Ação Metas Responsáveis Orçamento (€)

2013 2014 2015 2016 2017

Diminuição da ocorrência de incêndios de área ardida, de tempo de 1ªintervensão e reacendimentos

Aumento das ações de prevenção e vigilância

Entidades responsáveis

pela implementação

do 3º Eixo estratégico

300000 325000 350000 375000 400000

Redução da área ardida

Redução do n.º de incêndios

Redução do n.º de reacendimentos

Maior rapidez nas ações de

primeira intervenção

Diminuição de grandes incêndios

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63

4.4- 4º EIXO ESTRATÉGICO - Recuperar e reabilitar os ecossistemas

Objetivo Estratégico:

- Recuperar e reabilitar os ecossistemas.

Objetivo Operacionais:

- Avaliação e mitigação dos impactos causados pelos incêndios e implementação de estratégias

de reabilitação a curto e médio prazo.

Ações:

- Identificação das necessidades potenciais de ações de emergência e de reabilitação para evitar

a degradação de recursos e infraestruturas a curto e médio prazo;

- Definição de tipologias de reabilitação a aplicar nas áreas identificadas na fase de avaliação,

promovendo o controlo da erosão, proteção da rede hidrográfica, defesa das infraestruturas e das

estações e habitas mais sensíveis.

As áreas ardidas são áreas susceptíveis, com fortes problemas de erosão e bastante expostas à

invasão de espécies exóticas. A recuperação destas áreas é fundamental na criação de um novo

paradigma florestal no Município.

Desta forma e de forma a recuperar e reabilitar os ecossistemas é necessário que se proceda à

avaliação e mitigação dos impactos causados pelos incêndios e implementar estratégias de

reabilitação a longo prazo. Assim e de forma a levar a cabo este objetivo deve-se cumprir um

programa específico de áreas ardidas, aplicando as orientações estratégicas do Conselho

Nacional de Reflorestação, dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal e as recomendações

técnicas do centro PHOENIX do Instituto Florestal Europeu. Como meta a atingir destaca-se a

garantia de que pelo menos 10% da área ardida superior a 500 ha seja replantada com Carvalho

nacional e Castanheiro de forma a atingir a utilização dos modelos silvícolas propostos no

PROBM.

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

64

4.4.1 Avaliação

4.4.1.1 Identificação das áreas com necessidade de intervenção de emergência, para evitar

a degradação dos recursos e das infraestruturas de incêndios florestais

A recuperação de áreas ardidas é o primeiro passo para tornar os ecossistemas mais resilientes

aos incêndios florestais. A recuperação e reabilitação dos espaços rurais pressupõem dois níveis

de actuação:

- Intervenções de curto prazo, designadas por estabilização de emergência, cujo objectivo é

evitarem a degradação dos recursos (água e solo) e das infraestruturas (rede viária florestal

e passagens hidráulicas);

- Intervenções de médio prazo, denominadas por reabilitação de povoamentos e habitats

florestais, que têm por objectivo o restabelecimento do potencial produtivo e ecológico dos

espaços florestais afectados por incêndios ou por agentes bióticos na sequência dos

mesmos.

Nas intervenções de estabilização de emergência há sobretudo que estabelecer prioridades e

tipos de intervenção, especialmente vocacionadas para o controlo de erosão, em função dos

elementos fisiográficos mais relevantes (declives e extensão das encostas) e da cobertura do

solo. Nestas situações deve ser avaliada a necessidade, ou não, de intervenção sobre os três

elementos mais importantes: encostas, linhas de água e rede viária florestal.

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

65

Figura 20: Representação das áreas com necessidade de estabilização de emergência.

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

66

4.1.2 Identificação das áreas com necessidade de reabilitação de povoamentos e habitats florestais e áreas sem capacidade de

recuperação, promovendo o restabelecimento do potencial produtivo e ecológico

Figura 21: Representação das áreas com necessidade de reabilitação de povoamentos e habitats florestais..

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

67

As acções de reabilitação de povoamentos e habitats florestais, devem aproveitar a janela de

oportunidade que os incêndios, apesar de tudo, criam para alterações estruturais no território,

infraestruturando e requalificando os espaços florestais de acordo com princípios de DFCI e boa

gestão florestal. Particular relevo deve ser dado à remoção do material lenhoso ardido, ao

aproveitamento da regeneração natural, à beneficiação do arvoredo existente e à construção e

manutenção/beneficiação de rede viária florestal e elementos de descontinuidade.

O planeamento municipal de defesa da floresta contra incêndios deve avaliar e identificar, a

vulnerabilidade dos ecossistemas face aos incêndios florestais, com base na capacidade potencial

de regeneração da vegetação após o fogo, no potencial de degradação do solo, declives,

exposições e áreas ardidas.

4.4.2 Planeamento das ações referentes ao 4º eixo estratégico

4.4.2.1 Propostas e ações a realizar

No concelho de Guimarães, existem algumas manchas florestais, linhas de água e várias

espécies animais e vegetais que importam conservar, tornando-se necessário realizar:

- Beneficiação e execução de acessos/infraestruturas DFCI;

- Arborização e rearborização, condução e exploração dos espaços florestais, considerando

ações de recuperação de áreas ardidas, reconversão de povoamentos e compartimentação

das manchas contínuas de resinosas e de matos com folhosas autóctones e parcelas

agrícolas, conservação dos habitats prioritários, gestão estratégica e

aproveitamento/valorização de combustíveis florestais; (integração nos sistemas de

incentivos

PORegional/QREN, PRODER/FFP);

- Gestão/ valorização dos sistemas agrosilvopastoris, objetivando a: autossustentabilidade

das práticas e modelos de gestão, valorização dos produtos e subprodutos das explorações,

diversificação das atividades em espaço rural e redução de riscos (manutenção de áreas

agrícolas e pastagens na envolvente das aldeias).

A recuperação de áreas ardidas é o primeiro passo para tornar os ecossistemas florestais mais

resilientes aos incêndios. Na recuperação e reabilitação de ecossistemas, deverão ser sempre

realizadas intervenções a curto prazo, de forma a evitar a degradação dos recursos (água e solo)

e das infraestruturas (rede viária florestal e passagens hidráulicas). Deverão também ser

realizadas intervenções a médio prazo com o objetivo de restabelecer o potencial produtivo e

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

68

ecológico dos espaços florestais afetados por incêndios ou por agentes bióticos na sequência dos

mesmos.

Na condução de programas específicos dirigidos à recuperação de áreas ardidas, serão aplicadas

as orientações estratégicas do Conselho Nacional de Reflorestação, dos Planos Regionais de

Ordenamento Florestal e as recomendações técnicas da Agência Portuguesa do Ambiente, de

forma a evitar a degradação de recursos e infraestruturas.

4.4 - 5º EIXO ESTRATÉGICO - Adaptação de uma estrutura orgânica

funcional e eficaz

Objetivo Estratégico:

- Operacionalização a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Objetivo Operacionais:

- Fomento das operações de DFCI e garantia de apoio técnico e logístico.

Ações:

- Identificação das entidades intervenientes no SDFCI, explicitando as suas competências na

implementação das diferentes ações;

- Planificação da formação das entidades intervenientes no SDFCI;

- Promoção da articulação entre as entidades intervenientes no SDFCI, visando a melhoria

qualitativa da informação contida no POM;

- Promoção da harmonização dos conteúdos do PMDFCI/POM nas regiões de fronteira entre

concelhos;

- Elaboração do cronograma de reuniões da CMDF;

- Estabelecimento da data de aprovação do POM;

- Explicitação do período de vigência.

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69

4.5.1 Avaliação

4.5.1.1 Necessidade de formação dos agentes locais do SDFCI

Quadro 15: Identificação das necessidades de formação de cada entidade.

2013 2014 2015 2016 2017

Formação Nº de elementos destacados pela entidade

1ª intervenção, rescaldo, vigilância, pós-incêndio e Juntas de Freguesias

170 170 170 170 170

Bombeiros voluntários de Guimarães

149 149 149 149 149

Bombeiros voluntários das Taipas

138 138 138 138 138

Gabinete técnico florestal 1 1 1 1 1

4.5.2 Planeamento das ações referentes ao 5º eixo estratégico

4.5.2.1 Competências das entidades intervenientes no SDFCI

Quadro 16: Definição de competências das entidades intervenientes no SDFCI.

Entidade Ações

CMDFCI

- Avaliar a capacidade dos meios de deteção, primeira intervenção, combate e rescaldo;

- Diagnosticar as ações prioritárias no âmbito das faixas de gestão de combustível;

- Coordenar os trabalhos de gestão florestal na área do município;

- Manter atualizada a informação relativa aos meios humanos e materiais disponíveis;

- Propor projetos de investimento de prevenção e proteção da floresta contra incêndios e promover a sua realização;

- Promover a criação de grupos de autodefesa dos aglomerados populacionais inseridos ou confinantes com áreas florestais, sensibilizando a sociedade civil, dotá-los de meios de intervenção, formação e condições de segurança para a sua atuação;

- Elaborar cartografia delimitando as áreas de risco de incêndio e de abandono;

- Proceder à sinalização das infraestruturas florestais de prevenção e proteção da floresta contra incêndios, tendo em vista a sua utilização mais rápida e eficaz por parte dos meios de combate; Identificar e propor áreas florestais com vista ao condicionamento de acessos, circulação e permanência;

- Desenvolver ações de sensibilização, educação e informação da

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70

Entidade Ações

população;

- Colaborar na divulgação de avisos às populações no âmbito do sistema nacional de divulgação pública do índice de risco de incêndio e informação meteorológica;

- Aprovar planos de fogo controlado;

- Organizar e atualizar base de dados relativa a número de ocorrências, áreas ardidas, causas e locais da ignição;

- Procurar modelos de dinamização e rentabilização do sector florestal;

- Fomentar o calendário para as atividades florestais;

- Em situação de acidente grave, catástrofe ou calamidade, assegurar o

apoio técnico ao centro municipal de operações de emergência e proteção

civil.

CMG

- Promover o planeamento e ordenamento do território, estabilizando o uso do solo em espaço florestal, fomentando as edificações em espaço urbano ou urbanizável, contrariando as edificações isoladas em espaço rural;

- Proceder à incorporação das linhas de orientação estratégica do presente plano de defesa da floresta para os Planos Municipais de Ordenamento do Território, tendo em vista a correta gestão do risco de incêndio;

- Mobilizar as populações mais desfavorecidas, nomeadamente as desempregadas e beneficiárias de programas sociais, para ações de gestão de combustíveis e equipas de rescaldo;

- Fomentar a discussão pública sobre as questões dos direitos e deveres dos usufrutuários da terra, como forma de combate ao absentismo e abandono das mesmas;

- Promover o desenvolvimento de atividades alternativas e rentáveis para o sector florestal, como forma de garantir o aumento da rentabilidade da gestão florestal;

- Promover o cumprimento do estabelecido no Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de Junho, na sua atual redação dada pelo Decreto-Lei n.º 17/2009 de 14 de Janeiro, relativamente às suas competências;

- Controlar a qualidade e supervisionar as obras municipais e subcontratadas no âmbito da defesa da floresta contra incêndios;

- Implementar e gerir um Sistema de Informação Geográfica de defesa da floresta contra incêndios;

- Emitir propostas e pareceres no âmbito das medidas e ações de defesa da floresta contra incêndios;

- Garantir e disponibilizar informação relativa à gestão do risco de incêndio, como uma função de utilidade pública para o processo de tomada de decisão;

- Estabelecer protocolos tendo em vista a reinserção social, promovendo oportunidades de desenvolvimento social e profissional de indivíduos com perfil desviante ou desenquadrados da sociedade em que vivem.

BVG/BVT

- Efetuar as ações de primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância de incêndios florestais;

- Prestar socorro às populações;

- Emitir pareceres técnicos, nos termos da lei, em matéria de prevenção e segurança contra riscos de incêndio;

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71

Entidade Ações

- Exercer atividades de formação cívica, com especial incidência nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio.

GNR

- Exercer funções de vigilância nas áreas florestais a seu cargo;

- Participar na prevenção e deteção de incêndios florestais e colaborar no seu combate;

- Investigar as causas dos fogos florestais;

- Fiscalizar o cumprimento da legislação florestal, da caça, da pesca e do regime silvo-pastoril;

- Orientar e apoiar os trabalhos de campo relativos à exploração florestal e acompanhar o processo de comercialização dos respectivos produtos, bem como realizar outras tarefas no mesmo âmbito, nomeadamente as inerentes à caça, pesca e apicultura;

- Apoiar as ações de extensão florestal no domínio da propriedade privada;

- Colaborar em ações de sensibilização e de formação das populações.

APF

- Garantir uma gestão profissional da floresta;

- Implementar projetos de arborização, rearborização e beneficiação de áreas florestais;

- Dinamizar e motivar os proprietários para o aproveitamento económico da floresta e seus subprodutos;

- Promover ações e campanhas de sensibilização, educação e informação.

SF

- Prevenção dos incêndios florestais através de ações de silvicultura preventiva, nomeadamente roça de matos e limpeza de povoamentos, realização de fogos controlados, manutenção e beneficiação da rede divisional, linhas de quebra-fogo e outras infraestruturas;

- Vigilância das áreas da sua jurisdição;

- Ações de deteção, primeira intervenção, apoiam ao combate, operações de rescaldo e vigilância pós-incêndio;

- Sensibilização do público para as normas de conduta em matéria de ações de prevenção, uso do fogo e limpeza da floresta, nomeadamente através do método demonstrativo.

4.5.2.2 Programa de formação

O carácter dinâmico desta área, associado à rotatividade dos elementos que compõe os

diferentes agentes de DFCI e o ressurgimento de novas técnicas de prevenção, deteção, combate

e rescaldo motiva a grande necessidade de formação na área da DFCI.

Todos os anos, após a elaboração do POM, os elementos das Brigadas de Vigilância e de ECIN’s

terão uma breve ação de formação ministrada pela CMDFCI no sentido de operacionalizar e

melhorar a performance destas durante as atividades de vigilância, 1.ª Intervenção e rescaldo.

PLANO MUNICIPAL Defesa da Floresta Contra Incêndios

72

O surgimento de novas técnicas e tecnologias de prevenção, vigilância, 1.ª intervenção, combate

e rescaldo obrigam ao profissionalismo de técnicos e órgãos de comando.

Para cumprir este objetivo, o técnico do GTF deve participar, anualmente, numa ação de formação

relacionada com estratégias de atuação no TO e técnicas de combate. Esta formação deve ser

enquadrada em ações de formação amplas a promover por entidades de reconhecido valor na

área da DFCI. De forma a reforçar a ligação existente entre os elementos da DFCI do município, e

para iniciar uma estratégia de DFCI sólida e transversal aos diferentes agentes, o técnico do GTF

juntamente com um elemento do CB de Guimarães e Taipas devem participar em ações de

formação anuais de fogo técnico.

Quadro 17: Ações e metas da formação.

Ação Metas

Melhorar a performance das ECIN e das Brigadas

Móveis de Vigilância

Ministrar formação aos elementos das ECIN e das

Brigadas Móveis de Vigilância de forma a

enquadrá-los no sistema municipal de prevenção

e 1.ª Intervenção.

Dar continuidade aos projetos comuns de

proteção coletiva, desenvolvidos no âmbito do

sistema de vigilância e deteção.

Formar as populações através de ações de

sensibilização e dotar as juntas de freguesia dos

meios necessários para a autoproteção das

populações.

Potenciar os recursos (humanos e materiais) para

uma proteção coletiva, desenvolvidos no âmbito

do sistema de vigilância e deteção.

Participação anual por parte do técnico do GTF

numa ação de formação relacionada com

estratégias de atuação no TO e técnicas de

combate.

Descentralizar a formação no âmbito regional,

apoiando-se nos centros de formação já

existentes, implementar modelos de formação

contínua nos Corpos de Bombeiros com vista a

incentivar o uso de novos métodos e técnicas de

combate em incêndios florestais, de que se

destacam as técnicas fogo técnico.

Participar juntamente com um elemento do Corpo

de Bombeiros de Guimarães e Taipas em ações

de formação de fogo técnico.

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73

Quadro 18: Estabelecimento de programas de formação.

2013 2014 2015 2016 2017

Formação Orçamento (€)

1ª intervenção, rescaldo, 2000 2250 2500 2750 3000

Vigilância, pós-incêndio e

Juntas de Freguesias - - - - -

Bombeiros voluntários de

Guimarães 1000 1250 1500 1750 2000

Bombeiros voluntários

das Taipas 1000 1250 1500 1750 2000

Gabinete técnico florestal 1000 1000 1000 1000 1000

Total 5000 5750 6500 7250 8000

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74

4.5.2.3 Atividade da CMDF

Quadro 19: Cronograma de Reuniões da CMDFCI.

Data prevista da Reunião Assuntos previstos

19 de Março Semana Florestal

14 de Abril Aprovação do POM

1 de Junho Preparação do Período Crítico

16 de Outubro Balanço do Período Crítico

30 de Dezembro Monitorização do PMDFCI

O POM será aprovado anualmente pela CMDFCI, tendo como data prevista para aprovação 14 de

Abril. O período de vigência do PMDFCI é de 5 anos, correspondendo ao período 2013 - 2017.

5. ESTIMATIVA DE ORÇAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PMDFCI

Quadro 20: Estimativa de orçamento, por eixo estratégico em cada ano do período de vigência do PMDFCI.

Eixos Estratégicos

Estimativa de orçamentos total (€)

2013 2014 2015 2016 2017 Total/Eixo

1º Eixo Estratégico 315481,46 256524,57 79285,24 180672,68 590484,56 1458448,51

2º Eixo Estratégico 20000,00 20000,00 20000,00 20000,00 20000,00 100000,00

3º Eixo Estratégico 300000,00 325000,00 350000,00 375000,00 400000,00 1390000,00

4º Eixo Estratégico ---* ---* ---* ---* ---* ---*

5º Eixo Estratégico 5000,00 5750,00 6500,00 7250,00 8000,00 31500,00

Total/Ano 640481,46 607274,57 455785,24 582922,68 1018484,56 2979948,51

Total PMDFCI 2979948,51

* As despesas de recuperação e reabilitação dos ecossistemas, que foram alvo de um incêndio florestal,

serão enquadradas no POM anual.

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75

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O concelho de Guimarães apresenta condições climatéricas que favorecem a propagação de

fogos florestais principalmente entre os meses de julho e outubro, pois são nesses meses que

encontramos valores como o da temperatura, humidade e vento acima dos 30 (regra do trinta).

As exposições do concelho em cerca de 50% encontram-se nos quadrantes mais sensíveis no

que confere à dinâmica dos fogos florestais, sendo estas as vertentes voltadas a Este e Sul.

É interessante relevar que através desta análise espacial percebe-se que as linhas de água não

permanentes se tornam na época estival pontos críticos do território na dinâmica dos incêndios

florestais uma vez que são áreas com uma elevada e complexa densidade de vegetação, que

acumulam uma alta carga de combustível associada a elevadas concentrações de oxigénio e que

em caso de ocorrência de um incêndio florestal aumenta o efeito de chaminé.

Verifica-se uma tendência para a ocorrência de incêndios florestais acontecerem nas freguesias

limítrofes do Norte do concelho de Guimarães, onde o território se confronta com concelhos

vizinhos e onde as características morfológicas do terreno e da vegetação aí existente promovem

este fenómeno. No concelho, de uma forma geral, existe uma elevada pressão no que concerne a

fatores de risco humano e, muitas vezes, os incêndios florestais estão associados ao lançamento

de fogo nas festas e romarias.

Neste contexto, a paisagem do concelho de Guimarães é bastante fragmentada (minifúndio). onde

os sucessivos anos de abandono das atividades fundiárias têm contribuído para uma diminuição

do efeito fractal. Pois, os campos agrícolas atualmente estão convertidos em terrenos incultos.

Este facto tem contribuido para uma continuidade vertical, horizontal e espacial da vegetação no

território, ao longo do tempo.

Desta forma, reúnem-se as condições para que se desencadeie de forma intensa a ocorrência de

incêndios florestais no concelho devido às alterações antropogénicas e alterações climáticas que,

conjugados com o perigo elevado das ocorrências existentes, proporcionam a ocorrência de

grandes incêndios florestais (> 100ha). Nestes casos, a gestão de crise obriga a mobilizar toda a

estrutura de apoio e combate aos incêndios florestais, tais como, os Bombeiros, as forças policiais

(Polícia de Segurança Pública - PSP, Polícia Municipal - PM e Guarda nacional Republicana -

GNR), proteção civil e Gabinete Técnico Florestal - GTF.

Este plano tático serve para orientar, num período de 5 anos (2007 a 2011), as direções dos

vários agentes de DFCI do município de Guimarães. Todas as ações previstas carecem de um

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76

Plano Operacional Municipal que permita a sua aplicabilidade no terreno. Mais do que um fim,

este plano é um meio que permite apoiar os diferentes agentes a tomar decisões no âmbito da

DFCI no município de Guimarães.

Este plano foi aprovado por todos os intervenientes da CMDFCI de Guimarães, logo é

representativo da conceção geral que os seus membros possuem da DFCI em Guimarães.

A continuidade dos apoios que o Estado tem vindo a prestar nesta área é fundamental para o

desenrolar deste plano. Porém a previsão orçamental para a DFCI nos próximos 5 anos em

Guimarães não é ambiciosa, mas sim uma solução de compromisso entre o ótimo e o possível.

A comunicação permanente dos vários agentes de DFCI em sede de CMDFCI, surge no plano

como pedra basilar para o bom desenvolvimento das várias tarefas que se pretendem encetar. O

GTF, orientado pelo gestor do plano, é o elemento de ligação entre os vários agentes que

intervêm na sua implementação.

Este plano será atualizado sempre que a CMDFCI o decida.

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77

7. BIBLIOGRAFIA

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