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Elaborado por: Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios Maio de 2009 Plano Operacional Municipal de Grândola

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Elaborado por:

Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

Maio de 2009

Plano Operacional Municipal de Grândola

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

FICHA TÉCNICA DO POM GRÂNDOLA

Coordenação: Paulo do Carmo (Vereador do Pelouro da Protecção Civil da CMG)

Elaboração: Tânia Costa (Gabinete Técnico Florestal Grândola/Alcácer do Sal)

Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios de Grândola

Colaboração: António Rocha (AAG), Emídio Jesus Sobral (proprietário), Isabel Lorena (RNES), João Pedro

Pereira (AFN), José Luís Dias (SMPC), Margarida Tereso (CMG), Ricardo Campaniço (CMG)

Ricardo Espírito Santo (ICNB), Rosário Amaral (AFN), Rui Grilo (AHBVG).

Data: Maio/2009

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

ABREVIATURAS

AAG – Associação de Agricultores de Grândola

ADT – Área de Desenvolvimento Turístico

AFOCELCA – Agrupamento Complementar de Empresas, constituído pelo Grupo Portucel Soporcel, Celbi e

Celulose do Caima para a prevenção e combate dos incêndios florestais

ANPC – Autoridade Nacional de Protecção Civil

ANSUB – Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado

BVG – Bombeiros Voluntários de Grândola

CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro

CODIS – Comandante Operacional Distrital

CMG – Câmara Municipal de Grândola

CMDFCI – Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

CNOS – Comando Nacional de Operações de Socorro

CPE – Coordenador de Prevenção Estrutural

DFCI – Defesa da Floresta Contra Incêndios

DGRF – Direcção-Geral dos Recursos Florestais

EPF – Equipa de Protecção Florestal

EPNA – Equipa de Protecção da Natureza

FGC – Faixas de gestão de combustível

GNR – Guarda Nacional Republicana

GTF – Gabinete Técnico Florestal

ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade

LEE – Local Estratégico de Estacionamento

OPF – Organizações de Produtores Florestais

PMDFCI – Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

POM – Plano Operacional Municipal

PROFAL – Plano Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Litoral

RFCN – Rede Fundamental de Conservação de Natureza

RNES – Reserva Natural do Estuário do Sado

SEPNA – Serviço Especial de Conservação da Natureza

SMPC – Serviço Municipal de Protecção Civil

VFCI – Veículo florestal de combate a incêndios

VLCI – Veículo ligeiro de combate a incêndios

VRCI – Veículo rural de combate a incêndios

VTGC – Veículo transportador de grande capacidade

VTTU – Veículo Tanque Transportador Urbano

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1

2. ENQUADRAMENTO DO CONCELHO .............................................................................................. 3

3. INCÊNDIOS FLORESTAIS ............................................................................................................. 6

4. ANÁLISE DO RISCO DE INCÊNDIO ............................................................................................... 8

Mapa de perigosidade ............................................................................................................. 8

Mapa de risco de incêndio ....................................................................................................... 9

Mapa de prioridades de defesa .............................................................................................. 10

5. ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 E REGIME FLORESTAL ............................................... 12

6. ORGANIZAÇÃO DO DISPOSITIVO DFCI ...................................................................................... 14

6.1. Meios e recursos .............................................................................................................. 14

6.2. Dispositivo operacional de DFCI ........................................................................................ 17

6.3. Vigilância e detecção ........................................................................................................ 20

Sectores Territoriais e Locais Estratégicos de Estacionamento ................................................. 22

6.4. 1ª intervenção ................................................................................................................. 23

6.5. Combate, rescaldo e vigilância após incêndio ..................................................................... 24

6.6. Apoio ao combate ............................................................................................................ 26

7. ANEXOS ................................................................................................................................... 29

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Enquadramento geográfico do Concelho de Grândola (ANEXO I).

Figura 2: Áreas ardidas por ano (1990-2008).

Figura 3: Mapa de perigosidade do concelho de Grândola.

Figura 4: Mapa do risco de incêndio do concelho de Grândola.

Figura 5: Prioridades de defesa (ANEXO V).

Figura 6: Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e regime florestal.

Figura 7: Esquema de comunicação dos Alertas Amarelo, Laranja e Vermelho (1ªIntervenção).

Figura 8: Rede de Postos de Vigia e das bacias de visibilidade.

Figura 9: Vigilância – Sectores Territoriais e LEE.

Figura 10: 1ª Intervenção – Sectores Territoriais e LEE.

Figura 11: Combate – Sectores Territoriais e LEE.

Figura 12: Rescaldo e vigilância pós-incêndio.

Figura 13: Mapa I de Apoio ao Combate.

Figura 14: Mapa II de Apoio ao Combate.

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Freguesias do Concelho de Grândola.

Quadro 2: Distribuição da área ardida por ano para o período 1990 – 2008.

Quadro 3: Entidades envolvidas em cada acção e inventário de viaturas e equipamentos.

Quadro 4: Dispositivo Operacional de DFCI.

Quadro 5: Procedimentos de actuação nos alertas Amarelo, Laranja e Vermelho.

Quadro 6: Lista geral de contactos.

Quadro 7: Postos de Vigia adjacentes ao município de Grândola.

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1. INTRODUÇÃO

Enquanto recurso natural de extrema importância, a floresta promove o equilíbrio ecológico e permite um

aproveitamento económico da sua exploração. A sua valência na protecção dos solos, no balanço hídrico,

na criação de habitat para fauna e flora, na renovação dos gases atmosféricos, entre outros, concedem-

lhe uma grandeza inigualável.

O aumento da ocorrência de incêndios que se tem verificado nas florestas portuguesas tem provocado,

na sociedade em geral, uma crescente preocupação pela preservação dos recursos naturais. No Concelho

de Grândola os valores de área ardida nos últimos 18 anos foram de cerca de 6.090 ha. Ainda que este

valor seja “aceitável” quando comparado com as médias nacionais, é nosso propósito diminui-lo. Ao nível

político, tem-se assistido a uma reestruturação do sistema subjacente ao sector florestal e a um aumento

da disponibilização de verbas para esse efeito.

Tal como descrito na Resolução do Conselho de Ministros N.º 65/2006 (de 26 de Maio), é a CMDFCI o elo

de ligação das várias entidades e o SMPC deverá assentar a sua actividade de vigilância, detecção,

fiscalização, 1.ª intervenção e combate, em planos expeditos de carácter operacional municipal (POM)

mobilizando e tirando o partido de todos os agentes na área de influência municipal.

Criadas as condições de base a nível político e social, é necessário desenvolver meios que permitam

combater eficazmente, a curto, médio e longo prazo os incêndios florestais do Concelho e da região.

O principal objectivo deste trabalho é elaborar um plano operacional de DFCI concertado entre todas as

entidades intervenientes neste processo no concelho de Grândola. Para isso vai-se avaliar a perigosidade

de incêndio do Município, vão-se avaliar os meios de prevenção, detecção e primeira intervenção

disponíveis no concelho, vão-se descrever brevemente os procedimentos que cada entidade adopta nas

operações referidas e vão-se propor áreas de actuação para as brigadas. Como resultados pretende-se

que este plano dê uma perspectiva da Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI) no Município e ao

mesmo tempo sirva para estruturar os planos de vigilância intercalares a desenvolver pela Comissão

Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI).

Com a elaboração deste documento pretende-se ir de encontro aos objectivos estratégicos do Plano

Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios e do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios deste concelho, para os quais foram estabelecidas metas num horizonte temporal de 2009 a

2013.

O objectivo geral deste Plano Operacional Municipal é aumentar a informação de apoio ao planeamento

das acções de prevenção e combate a incêndios florestais e estabelecer procedimentos operacionais para

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articulação dos sistemas de coordenação e dos dispositivos de vigilância, detecção e combate a incêndios

florestais, de modo a:

Garantir a segurança da população e dos elementos do dispositivo de Defesa da Floresta Contra

Incêndios (DFCI);

Proteger infra-estruturas prioritárias e redes de comunicações, distribuição de água e energia;

Proteger as áreas florestais;

Reduzir a área ardida, em termos de superfície florestal;

Reduzir, de forma significativa, o número de incêndios com áreas superiores a 1 ha;

Reduzir o número de reacendimentos;

Reduzir/Eliminar os grandes incêndios;

Reduzir o tempo de ataque inicial para menos de 20 minutos;

Eliminação de tempos de ataque inicial superiores a 60 minutos;

Reduzir o número de incêndios activos com duração superior a 24 horas.

Este plano foi elaborado de acordo com o anexo A, da Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006,

de 26 de Maio, e com o normativo para a elaboração do POM emanado pela DGRF, tornado público à

data de 29 de Março de 2007.

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2. ENQUADRAMENTO DO CONCELHO

O concelho de Grândola situa-se na região Sul do País, distrito de Setúbal e ocupa uma área

aproximadamente de 80.768 ha. Faz fronteira com os concelhos de Alcácer do Sal (a norte), Ferreira do

Alentejo (a este), Santiago do Cacém (a sul), a oeste apresenta uma longa faixa costeira e, a noroeste, o

Estuário do Sado separa-o do município de Setúbal.

Relativamente à Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos, enquadra-se no Alentejo

(NUT II), Alentejo Litoral (NUT II). Pertence à área de abrangência da Circunscrição Florestal do Sul da

Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) e insere-se no Núcleo Florestal do Alentejo Litoral.

Figura 1: Enquadramento geográfico do Concelho de Grândola (ANEXO I).

Grândola insere-se na bacia hidrográfica do Rio Sado e tem como principais afluentes as Ribeiras de

Grândola e Melides. Apresenta na sua maioria declives pouco acentuados, exceptuando-se em alguns

locais como a Serra de Grândola (325 m) que pode chegar aos 40% de inclinação.

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Está organizado administrativamente em 5 freguesias (Quadro 1) que se apresentam na Figura 1.

Quadro 1: Freguesias do Concelho de Grândola.

Freguesia Área (ha)

Carvalhal 6.383,22 Grândola 36.387,54

Melides 15.514,97 Azinheira de Barros e São Mamede do Sádão 17.247,33 Santa Margarida da Serra 5.235,38

TOTAL 80.768,44

Segundo o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Litoral (PROF AL), o território do

município divide-se em 4 sub-regiões homogéneas – Pinhais do Alentejo Litoral, Serras de Grândola e do

Cercal, Terras do Alto Sado e Estuário e Vale do Baixo Sado – que correspondem a unidades territoriais

homogeneizadas pelas funções dos espaços florestais e suas características. São aplicadas normas de

intervenção generalizada a cada sub-região e normas de intervenção específica a zonas determinadas

pela sua especificidade. Definem-se ainda as espécies florestais e correspondentes modelos de

silvicultura a incentivar e privilegiar para cada sub-região do território.

Nos Pinhais do Alentejo Litoral, encontramos manchas contínuas de pinhal manso que se estendem até

ao concelho de Alcácer do Sal, e de pinhal bravo, ao longo da faixa litoral e norte do concelho. A sub-

região “Serras de Grândola e do Cercal”, é ocupada sobretudo por um extenso sobreiral com alguns

problemas ao nível do abandono florestal que se vai traduzindo no aumento de combustível vegetal, e ao

nível da ausência de caminhos florestais operacionais, tornando-a numa área crítica a defender. Na sub-

região “Terras do Alto Sado”, encontram-se algumas manchas de eucalipto, pertencentes à AFOCELCA,

mas maioritariamente de azinheira e sobreiro, em povoamentos puros ou mistos. Por último, na sub-

região “Estuário e Vale do Baixo Sado”, encontramos a Reserva Botânica das Dunas de Tróia, cuja flora

arbustiva tem um papel importante na fixação das areias, e povoamentos de pinheiro bravo e manso.

Com grandes áreas completamente despovoadas, o concelho tem vindo a desenvolver-se junto de

Melides e Carvalhal devido à crescente procura turística pelas praias de Tróia, Comporta, Carvalhal, Galé,

Aberta Nova e Melides que compõem 45 km de areal.

Estabeleceram-se 4 Áreas de Desenvolvimento Turístico (ADT) ao longo da faixa litoral do concelho de

Grândola alterando, nalguns casos, a rede viária florestal existente. Contudo, a sua sucedânea, aliada a

uma nova rede de pontos de água (lagos artificiais, entre outros), serão passíveis de circulação e

abastecimento em defesa da floresta contra incêndios.

É ainda importante salientar a relevância dos problemas inerentes à invasão do Nemátodo da Madeira do

Pinheiro pela península de Setúbal em 1999. No último ano tem-se verificado cortes drásticos nos pinhais

do litoral como prevenção de perdas de investimentos, causando, por seu lado, acumulações perigosas

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

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de sobrantes, elevando a perigosidade de incêndio nessas zonas. Este problema será referido no Plano

Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios e nele, propostas soluções minimizadores deste

impacte.

O Plano Operacional Municipal vem reforçar o papel fundamental que a floresta tem no município de

Grândola ao nível social, económico, cultural, turístico e ambiental. A implementação do POM visa

melhorar a operacionalidade das acções de vigilância, detecção, primeira intervenção, combate, rescaldo

e vigilância pós rescaldo, bem como a articulação entre os diversos intervenientes. A principal finalidade

do dispositivo é a prevenção e detecção precoce de qualquer foco de incêndio, de forma a possibilitar um

combate eficaz à nascença que impeça que haja incêndios de grandes proporções, mais difíceis de

controlar.

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3. INCÊNDIOS FLORESTAIS

Na Figura 2 são apresentadas as áreas ardidas por ano e por freguesias, de 1990 a 2007.

Através da análise destes dados pode comprovar-se que o município de Grândola não é grandemente

afectado pelos incêndios florestais como são muitos dos concelhos do nosso país, quer a nível de área

ardida quer a nível do número de ocorrências.

No entanto, constata-se também que o ano de 2003 foi um marco histórico em área ardida e nº de

ocorrências e que se tem vindo a verificar um aumento do nº de ocorrências para o município de

Grândola, apesar da área ardida não ter tido a mesma evolução.

Figura 2: Áreas ardidas por ano (1990-2008).

Apesar de ter sido considerado, segundo o Instituto de Meteorologia, um ano "extremamente seco" com

um Verão muito chuvoso e temperaturas médias do ar abaixo do normal, no ano de 2007 registou-se um

incêndio com cerca de 30,15 ha na zona das Fontainhas.

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O Quadro 2 permite verificar que os anos em que se registaram valores mais elevados da percentagem

de área ardida relativamente ao total são 1995, 2003 e 2004, respectivamente com 17,8%, 51,8% e

11,0%.

Quadro 2: Distribuição da área ardida por ano para o período 1990 – 2008.

Ano Área ardida (ha) Nº de ocorrências % de área ardida relativamente ao total

1990 0 0 0

1991 0 0 0

1992 5 8 0,10

1993 14 9 0,28

1994 26 34 0,51

1995 901 43 17,78

1996 33 21 0,65

1997 53 22 1,05

1998 22 14 0,43

1999 18 11 0,36

2000 33 12 0,65

2001 485 20 9,57

2002 39 14 0,77

2003 2.628 13 51,85

2004 558 24 11,01

2005 145 37 2,86

2006 43 45 0,85

2007 31,5 1 0,62

2008* 34,2 65 0,67

Total 5.068,7 393 100

Fonte: ex-DGRF – 1990 a 2007. * CDOS Setúbal

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4. ANÁLISE DO RISCO DE INCÊNDIO

Para a elaboração da cartografia do risco de incêndio foi seguido o modelo de risco adoptado pela

Autoridade Florestal Nacional (2006), e por conseguinte os seus valores de referência e fontes de

informação. Neste Capítulo são apresentadas as cartas de risco de incêndio e a de prioridades de defesa

da floresta contra incêndios do Município de Grândola, expondo-se resumidamente as metodologias

utilizadas para as obter.

MAPA DE PERIGOSIDADE

O mapa da perigosidade (Figura 3) retrata “a probabilidade de ocorrência, num determinado intervalo de

tempo e dentro de uma determinada área, de um fenómeno potencialmente danoso” (Varnes, 1984).

Combinando a probabilidade e a susceptibilidade, este mapa apresenta o potencial de um território para

a ocorrência do fenómeno, permitindo responder “onde tenho maior potencial para que o fenómeno

ocorra e adquira maior magnitude?”.

Figura 3: Mapa de perigosidade do concelho de Grândola.

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Na Figura 3 pode consultar-se a perigosidade de incêndio florestal do concelho de Grândola. A partir da

sua análise constata-se que a maioria dos espaços do concelho apresenta classes de perigosidade baixa

(50% da área total do concelho), a muito baixa (25% da área total do concelho), e que apenas cerca

14% da área total do concelho apresenta perigosidade muito alta, não tendo grande expressão a área de

perigosidades média e alta (8% para cada uma delas).

MAPA DE RISCO DE INCÊNDIO

O mapa de risco de incêndio retrata a “a probabilidade de que um incêndio florestal ocorra num local

específico, sob determinadas circunstâncias, e as suas consequências esperadas, caracterizadas pelos

impactes nos objectos afectados” (Bachmann & Allgöwer, 1998). Combinando as componentes do mapa

de perigosidade com as componentes do dano potencial (vulnerabilidade e valor) permite indicar qual o

potencial de perda em face do fenómeno, respondendo à questão “onde tenho condições para perder

mais?”.

Figura 4: Mapa do risco de incêndio do concelho de Grândola.

Na Figura 4 apresenta-se o rico de incêndio florestal para o concelho de Grândola, podendo concluir-se

que a maioria do concelho apresenta um risco médio 45% da área total do concelho, existindo apenas

15% e 10% da área total do concelho com probabilidade muito alta e alta, respectivamente.

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Na área respeitante à Rede Natura 2000 e RNES, o risco de incêndio elevado foi observado nos

povoamentos de pinheiro e eucalipto, em oposição a zonas dunares com vegetação muito esparsa,

vegetação hidrofítica palustre e de salgados, verificando-se essencialmente na área da Reserva, na zona

central da Península de Tróia. A todas as zonas húmidas, incluindo águas estuarinas, vasas, vegetação

hidrofítica, palustre, aquática e parte da vegetação de salgados foi atribuído risco baixo, apesar do seu

elevado valor conservacionista.

MAPA DE PRIORIDADES DE DEFESA

O mapa de prioridades de defesa (Figura 5) retrata os principais elementos em risco, considerados

prioritários, onde se incluíram elementos que, pelas suas características, foram difíceis de valorar (e.g.

maior valor ecológico).

Foram também identificadas manchas prioritárias de defesa correspondendo a zonas onde existem

deficiências que impedem um correcto e mais eficaz combate. Correspondem à ausência de caminhos

operacionais (tipo de piso ou inexistência), falhas na comunicação e presença de manchas florestais

contínuas e não geridas, com elevada susceptibilidade ou valor económico.

Na prática o Mapa de Prioridades de Defesa apresenta as manchas de risco de incêndio Alto e Muito Alto

sobre as quais estão projectados os elementos de maior valor. Este mapa identifica claramente as

localizações e limites dos elementos que se constituem como prioritários em termos de defesa.

No concelho de Grândola consideraram-se como prioritários, além dos aglomerados populacionais a

seguir listados, alguns pontos designados de notáveis pelas características de ocupação e usufruto pela

população. As áreas notáveis correspondem a manchas florestais com deficiências ao nível da rede viária

florestal, tipo de solo, comunicações, valor associado, etc. Incluem-se nestas a Herdade da Nogueira

pertencente ao MADRP, e a RNES e Rede Natura 2000 pelo seu elevado valor ecológico.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

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Figura 5: Prioridades de defesa

Aglomerados Populacionais Pontos Notáveis

1. Água Derramada 27. Parque de Campismo da Galé

2. Aldeia da Justa 28. Parque de Campismo de Melides

3. Aldeia do Futuro 29. Instalações Navais de Tróia

4. Aldeia do Pico 30. Pinheiro da Cruz – serviços prisionais

5. Amoreiras / Liberdade 31. Equipamentos para desporto e lazer

6. Azinheira de Barros 32. Penha

7. Bairro da Linha

8. Bairro Novo dos Cadoços

9. Brejinho de Água

10. Cadoços Áreas Notáveis

11. Canal Caveira 33. Santa Margarida da Serra

12. Carvalhal 34. Melides

13. Caveira 35. Carvalhal

14. Galé 36. Brejo da Amada

15. Grândola 37. Herdade da Nogueira

16. Lagoa Formosa 38. RNES – sapal e Mata Botânica

17. Lousal 39. Povoamentos do Lousal

18. Muda

19. Paragem Nova

20. Pinheiro da Cruz

21. Praia de Melides

22. Santa Margarida da Serra

23. Silha do Pascoal

24. Tirana / Isaías

25. Vale de Figueira

26. Valinho da Estrada

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5. ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 E REGIME

FLORESTAL

No município de Grândola encontram-se as seguintes figuras pertencentes à Rede Fundamental de

Conservação de Natureza (RFCN), de acordo com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, de

11 de Outubro (Figura 6):

uma Área Protegida de âmbito nacional a Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) com

cerca de 695 ha (criada ao abrigo do Decreto-Lei n.º 430/80, de 1 de Outubro);

três figuras pertencentes à Rede Natura 2000:

dois sítios da lista nacional de sítios, o Sítio Estuário do Sado com cerca 1 184 ha, e

Comporta/Galé com 5 713 ha (criados ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros

n.º 142/97 de 28 de Agosto);

uma Zona de Protecção Especial Estuário do Sado com 325 ha (constituída ao abrigo do

Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 de Setembro).

Figura 6: Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e regime florestal.

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Como se pode observar pela Figura 6, o território da RNES no concelho de Grândola está incluído no Sítio

Estuário do Sado. Nos 695 ha que a compõem, integra manchas de Eucalipto, Pinheiro bravo e Folhosas

limitadas por arrozais, sapais e vegetações arbustivas dunares com estatuto de conservação. Por seu

lado, no Sítio Comporta/Galé encontramos uma faixa costeira constituída por um sistema dunar bem

desenvolvido e estabilizado, com destaque para as dunas com matagais de Juniperus turbinata subsp.

turbinata e Juniperus navicularis ou com pinhal bravo com sub-coberto arbustivo espontâneo.

A Serra de Grândola, apesar de não estar enquadrada em nenhum instrumento da RFCN, forma um

ecossistema cuja prioridade será a sua preservação, pelas grandes manchas de vegetação arbustiva

aliado ao maior sobreiral existente no país. A predominância de matos, nesta área, representa, mais uma

vez, uma preocupação, pela elevada carga de combustível que comporta e a grande inflamabilidade das

espécies presentes.

A Herdade da Nogueira, apresentada na Figura 5, encontra-se sob gestão directa da AFN, mas não

pertence ao Regime Florestal pelo que não será incluída na cartografia.

A Figura 6 identifica estas áreas consideradas prioritárias ao nível da DFCI, devido às suas características,

sendo que qualquer intervenção a preconizar deverá ser articulada com as entidades responsáveis pelas

mesmas.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

14

6. ORGANIZAÇÃO DO DISPOSITIVO DFCI

6.1. MEIOS E RECURSOS

Neste ponto apresentam-se as entidades e respectivos meios e recursos disponíveis de vigilância e

detecção, primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio.

No Quadro 3 identificam-se as entidades envolvidas em cada acção, equipa, o número de elementos por

equipa, período e a área de actuação, e no Quadro 4 o Dispositivo Operacional de DFCI.

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Quadro 3: Entidades envolvidas em cada acção e inventário de viaturas e equipamentos.

*O EPNA integra ainda 2 motas para a vigilância, sendo todas as viaturas conduzidas pelos mesmos recursos humanos

** Grupo de reforço: 4vfci, 1vttu, 1vcot (equipamento de supressão hidráulica depende de onde eles vêm)

Acção Entidade Identificação

da equipa

Recursos humanos

(nº)

Área de actuação

Período de actuação

Tipo de viatura

Equipamento de supressão hidráulico

Ferramenta de sapador

4x4 4x2

Capaci

dade d

e

água (

L)

Potê

nci

a (

Hp)

Com

prim

ento

tota

l de

mangueiras

Foiç

ão

Anci

nho

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aud

Pola

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y

Enxada

Abafa

dor

Bom

ba d

ors

al

Vigilância Investigação

GNR

Posto territorial 2 Grândola Período crítico X

Posto territorial 2 Comporta Período crítico X

Posto territorial 2 Tróia Período crítico X

SEPN

A

EPNA 2 Concelho Período crítico X

EPF 2 Concelho Período crítico X

Vigilância 1ª Intervenção

Combate Rescaldo

Vigilância pós-incêndio

BVG

VFCI 01 5 Concelho Todo o ano X 2.200 250 X X X

VFCI 02 5 Concelho Todo o ano X 3.000 300 X X X

VRCI 01 5 Concelho Todo o ano X 3.300 250 X X X

VRCI 02 5 Concelho Todo o ano X 1.000 250 X X X

VLCI 01 2 Concelho Todo o ano X 500 100 X X X

VLCI 02 2 Concelho Todo o ano X 500 100 X X X

VLCI 03 2 Concelho Todo o ano X 700 100 X X X

VLCI 04 2 Concelho Todo o ano X 800 100 X X X

VTTU 01 2 Concelho Todo o ano X 10.000 60

VTTU 02 2 Concelho Todo o ano X 8.000 60

VTGC 01 2 Concelho Todo o ano X 30.000 60

Força Especial

Bombeiros Canarinhos 4 Concelho Período crítico X 600 100 X X X X X X X

RNES ICNB 3001 3 RNES 1Jul – 30Set 3x/semana 9h – 18h

X 500 100 X X X X X X X

ANSUB SF -03-181 3 Concelho

1Jun – 30Set 11h30 – 19h30 Fds/feriados:

12h – 18h

X 500 100 X X X X X X

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Quadro 4: Dispositivo Operacional de DFCI.

Áreas e vertentes DLn.º 124/2006

RCM n.º 65/2006 Entidades

Prevenção estrutural Prevenção Combate

Planeamento DFCI

Organização do território,

silvicultura e infraestruturas

Sensibilização e divulgação

Vigilância e patrulham.

Detecção Fiscalização Investigação de causas

1.ª intervenção

Combate Rescaldo Vigilância

pós-incêndio

AFN DUDEF nac/dist/mun nac/mun/loc

Unidades de Gestão Florestal reg/loc

ICNB

Departamentos/gestão florestal*

Loc reg/loc

Vigilantes da natureza reg/loc

Indústrias florestais

AFOCELCA (meios aéreos e equipa de 1.ª intervenção)

Municípios CMDFCI/GTF Mun mun/loc

SMPC Mun mun/loc

Juntas de Freguesia Loc Loc

Exército

Sapadores especiais do Exército

Engenharia militar

Outras unidades

Equipas de sapadores florestais

Polícia Marítima

ANPC

CNOS/meios aéreos nac Nac nac nac nac nac

CDOS Dist dist dist dist dist

Equipas de Combate a incêndios “Canarinhos”

Corpos de bombeiros mun/loc

Munícipes, proprietários florestais e visitantes

Entidades gestoras de zonas de caça

Governo Civil Dist Dist

GNR SEPNA loc

Brigadas territoriais

Legenda das siglas: Legenda das cores:

Nac nível nacional Sem intervenção significativa

- actualizar Reg nível regional Com competências significativas

Dist nível distrital Com competências de Coordenação

Mun nível municipal Deveres de cívicos

Loc nível local

(Fonte: DGRF)

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

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Centro Distrital Operações de Socorro

CDOS - Setúbal

Serviço Municipal de Protecção Civil de Grândola -

Eng.º José Luís Dias

GTF: Eng.ª Tânia Costa OPF: Eng.º Pedro Silveira

Comandante Operacional

Municipal (a definir)

Alerta Amarelo

CPE Eng.º Carlos

Borges

6.2. DISPOSITIVO OPERACIONAL DE DFCI

O sistema de alertas é uma forma de intensificar as acções preparatórias para tarefas de supressão ou minoração dos sinistros, colocando meios humanos e

materiais de prevenção, em relação ao período de tempo e a área geográfica em que se preveja especial incidência de condições de risco ou emergência.

O sistema de alertas tem início no nível Azul e progride de forma crescente, para os níveis Amarelo, Laranja e Vermelho, conforme a gravidade da situação e o

grau de prontidão que esta exige (Figura 7).

Figura 7: Esquema de comunicação dos Alertas Amarelo, Laranja e Vermelho

(1ªIntervenção).

Alerta Laranja

Vermelho

Mobilização de Equipas por

Sectores Territoriais e Locais Estratégicos de

Estacionamento

Todo o Concelho

AFOCELCA Unidade 504

ANSUB SF - 03 -181

Corpo de Bombeiros

RNES

Canarinhos

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Quadro 5: Procedimentos de actuação nos alertas Amarelo, Laranja e Vermelho.

PROCEDIMENTO DE

ACTUAÇÃO ENTIDADES

ALERTA AMARELO ALERTA LARANJA E VERMELHO

Actividades Horário Nº

mínimo de elementos

Locais estratégicos de estacionamento

(LEE)

Actividades Horário Nº mínimo

de elementos

Locais estratégicos de estacionamento

(LEE)

Corporação de Bombeiros

Vigilância 1ª Intervenção

Combate Rescaldo

Vigilância pós-incêndio

24h 7* QUARTEL L150501

Vigilância 1ª Intervenção

Combate Rescaldo Vigilância pós-

incêndio

24h 60** QUARTEL L150501

Equipas de Sapadores Florestais ANSUB

Vigilância 1ª Intervenção

Rescaldo Vigilância pós-incêndio

11h30 – 19h30 4 Penha

L150503

Vigilância 1ª Intervenção

Rescaldo Vigilância pós

incêndio

11h30 – 19h30 4 Penha

L150503

GNR

SEPNA Vigilância

Investigação 24h 2 -

Vigilância Investigação

24h 2 -

Postos Territoriais

Vigilância 24h 2 -

Vigilância

Socorro Investigação

24H 2 -

ICNB Vigilância

1ª Intervenção 9h – 18h 3 RNES

Vigilância 1ªIntervenção

9h – 18h 3 RNES

* 2 grupos combate (ECIN e ELAC) ** Mobilização total do corpo bombeiros, dependendo da disponibilidade dos bombeiros

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

19

Quadro 6: Lista geral de contactos.

ENTIDADES SERVIÇO CARGO NOME DO

RESPONSÁVEL TELEMÓVEL TELEFONE FAX E-MAIL

MA

RA

MU

NIC

IPA

L

CMDFCI

Presidente da CMDFCI

Carlos Beato 965 862 245 269 450 033 269 451 498 gap.presidente@cm-

grandola.pt

Vice-Presidente

Aníbal Cordeiro 912 530 054 269 450 078 269 457 313 aníbal.cordeiro@cm-

grandola.pt

Vereador Protecção Civil

Paulo do Carmo 919 231 649 269 450 052 269 442 508 paulodocarmo@cm-

grandola.pt

SMPC Assessor José Luís Dias 912 238 076 269 450 052 269 442 508 [email protected]

GTF Técnico Tânia Costa 912 238 071 269 450 000 -- taniacosta@cm-

grandola.pt

CO

RP

O D

E

BO

MB

EIR

OS

CMDFCI Comandante Rui Grilo 967 122 565 269 498 450 269 498 116 comando.bvgrandola

@sapo.pt

CMDFCI Adjunto

Comando Henrique Gonçalves

963 965 920 269 498 450 269 498 116

GN

R

CMDFCI Comandante

Destacamento Nuno Gonçalves 961 192 085 269 442 007 269 441 311 [email protected]

SEPNA Chefe de equipa

Fernando Carreira

968 689 313 969 442 007 269 441 311 [email protected]

Postos de Vigia

Vigias --

JU

NT

A D

E F

RE

GU

ES

IA CMDFCI Representante

Custódio Bacalhau

968 714 816 269 498 102 269 498 108 geral@freguesia-

grandola.org

JF Grândola Presidente Custódio Bacalhau

968 714 816 269 498 102 269 498 108 geral@freguesia-

grandola.org

JF Melides Presidente Nuno Oliveira 966 503 310 269 907 116 269 907 560 [email protected]

om

JF Carvalhal Presidente Ricardo Costa 966 540 933 265 497 112 265 490 780 [email protected]

JF Stª Margarida

Presidente Filipe dos Santos 963 325 114 269 449 160 269 449 160 -

JF Az. Barros

Presidente José Carlos Leandro

963 264 208 269 594 133 269 508 649 -

AFN

Unidade de Gestão

Florestal

Gestor Florestal

Rosário Amaral 962 032 676 265 610 338 265 610 345 [email protected]

n-agricultura.pt

DUDEF CPE Carlos Borges 961 620 298 265 238 260 265 238 304 [email protected]

n-agricultura.pt

ICN

B

RNES

Coordenador DFCI

Ricardo Espírito Santo

932 735 752 212 348 021 212 341 654 [email protected]

Interlocutor da Área Protegida

Fernando Carqueijeiro

962 735 788 265 541 140 265 541 155 [email protected]

CD

OS

CDOS CODIS Alcino Marques 969 081 991 212 351 120 212 338 282 cdos.setubal@prociv.

pt

OP

F

ANSUB Coordenador Sapadores

Pedro Silveira 913 636 309 265 612 684 265 610 363 [email protected]

AFLOPS Técnico Florestal

Diogo D’Ajuda 913 285 472 -- -- Diogo.ajuda@aflops.

pt

AFOCELCA Chefe de Central

João Bandeirinha

968 582 783 233 955 610 233 955 825 [email protected]

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

6.3. VIGILÂNCIA E DETECÇÃO

A vigilância do concelho de Grândola é da responsabilidade da Guarda Nacional Republicana,

representada pelos Postos Territoriais e pelo Serviço Especial de Protecção da Natureza do Destacamento

de Grândola, onde está incluída a Equipa de Protecção da Natureza e a Equipa de Protecção Florestal.

A vigilância fixa é assegurada pelos postos de vigilância da Rede Nacional de Postos de Vigia.

O concelho de Grândola está dotado no seu território por três postos: o Posto de Vigia do Pinheiro da

Cruz (70-03), o Posto de Vigia da Atalaia (70-02) e o Posto de Vigia do Canal Caveira (70-04). Como se

pode observar na Figura 5, Grândola está numa localização que permite a sua visibilidade a partir de

outros postos de vigilância (Quadro 7). Estes postos asseguram o regime de permanência de 2 turnos, a

partir de 1 de Julho a 30 de Setembro, embora possa ser antecipado em função das condições

climatéricas. O posto da Atalaia, por ser um posto de vigia estratégico é activado entre 15 Maio e 1 de

Junho funcionando apenas de dia durante a fase inicial. No caso específico do posto 70-03, segundo

informações recentes, encontra-se em funcionamento a partir de 7 de Maio das 8h às 20h.

Quadro 7: Postos de Vigia adjacentes ao município de Grândola.

Distância (Km) Coordenadas

Concelho Nome Código Limite do

Concelho Xx Yy Altitude

Palmela São Luís 57-01 +6 -49628 -187067 389

Viana do

Alentejo

Sr.ª da

Esperança 66-02 +27 -5370 -140357 280

Alcácer

do Sal Maceira 70-01 +9 -28796 -148146 132

Fonte: SCRIF – http://scrif.igeoe.pt/

Da observação do mapa apresentado na Figura 8, verifica-se que grande parte do concelho é abrangido

pelas bacias de visibilidade dos três postos de vigia identificados no concelho, representando as zonas a

branco zonas de sombra dos mesmos. Existirão ainda outros postos de vigia fora do concelho que foram

retirados desta lista por não terem visibilidade suficiente ou por haver outro posto que o suplantaria na

visibilidade.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Figura 8: Rede de Postos de Vigia e das bacias de visibilidade.

De referir ainda que a reactivação do Posto de Vigia 70-04 para a presente época de incêndios ainda não

está confirmada, devido à falta de orçamento para este ano por parte da AFOCELCA (empresa

proprietária do posto). Após se ter observado que este posto cobre zonas de sombra das bacias de

visibilidade dos outros postos de vigia, confirmou-se a sua importância na vigilância da Serra de

Grândola, assente atrás como área crítica no combate a incêndios.

As equipas de vigilância móvel devem direccionar esforços para, e sempre que possível, realizar

vigilância em zonas de sombra e em zonas prioritárias, de acordo com a carta de prioridades de defesa

do concelho.

Nas equipas de vigilância móvel estão integrados as duas equipas da Força Especial de Bombeiros, os

“Canarinhos”, meios distritais de Setúbal. Estas duas viaturas equipadas com kit de 1ª intervenção darão

apoio terrestre ao helicóptero sediado em Alcácer do Sal. Uma destas viaturas percorre todo o território

do Município de Alcácer, e a outra viatura será mobilizada de acordo com orientações do CDOS.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

SECTORES TERRITORIAIS E LOCAIS ESTRATÉGICOS DE ESTACIONAMENTO

Na Figura 9 encontram-se os sectores territoriais de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE)

do concelho. Os sectores e LEE foram definidos em função dos meios e recursos existentes no território

de Grândola, da rede viária, da altimetria e tempos de intervenção.

Demarcou-se assim o sector S150501 assegurado pelos Bombeiros Voluntários de Grândola. Está ainda

por confirmar a existência de uma viatura para a vigilância móvel e 1ª intervenção (VFCI) a circular na

totalidade do sector.

Os cortes orçamentais a que a AFOCELCA esteve sujeita impediu a inclusão da viatura de prevenção

“Unidade 503”, comprometendo o sector territorial centrado no PV da Caveira. Contudo, a equipa

“Unidade 504”, sediada em Alcácer do Sal na Herdade Vale de Reis, poderá ser desmobilizada para outro

incêndio fora do concelho, através da Central de Operações da AFOCELCA e caso esta entenda por

necessidade.

Figura 9: Vigilância – Sectores Territoriais e LEE.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

O mapa aponta ainda as quatro áreas de vigilância da ANSUB que abrangem a totalidade do concelho,

não constituindo no entanto sectores territoriais de Vigilância e/ou 1ª Intervenção. Face ao exposto, a

equipa de sapadores florestais da ANSUB torna-se a única equipa envolvida exclusivamente nas acções

de vigilância e 1ª intervenção durante o período crítico.

De notar que a equipa de vigilantes da RNES faz vigilância e 1ª Intervenção na totalidade do território da

Área Protegida, pelo que poderão não estar disponíveis para, em 20 minutos, se encontrarem junto do

foco de incêndio. Por falta de recursos, esta equipa apenas funcionará 3 dias por semana, entre as 9h e

as 18h. Em dias de alerta amarelo, laranja ou vermelho, circulam nos 5 dias por semana na sua área de

abrangência.

Pelos mesmos motivos a marcação dos LEE procurou, por um lado reduzir o tempo da 1ª intervenção,

marcando LEE em zonas onde o raio de intervenção é de 20 min (estas zonas têm valores a proteger,

como seja a Serra de Grândola) e por outro lado, colmatar zonas de sombra das bacias de visibilidades

dos postos de vigia. Marcaram-se assim, três LEE, dos quais dois deles estarão associados à equipa de

sapadores florestais da ANSUB, uma zona de sombra da vigilância fixa na Serra de Grândola, e uma outra

zona de sombra do posto da Atalaia. Estes últimos foram indicados pela ANSUB para complementar a

vigilância e melhorar a 1ª intervenção.

6.4. 1ª INTERVENÇÃO

A 1ª intervenção é da inteira responsabilidade dos Bombeiros Voluntários de Grândola (Figura 10). No

entanto, as equipas de sapadores florestais da ANSUB e de Vigilantes da Natureza da RNES, encontram-

se correctamente equipadas para realizarem esta acção de 1ª Intervenção.

A Junta de Freguesia de Grândola e a Junta de freguesia de Melides, possuem uma viatura equipada com

kit de incêndios, devidamente inspeccionadas pelo CDOS para viabilizar as acções de vigilância e

1ª Intervenção.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Figura 10: 1ª Intervenção – Sectores Territoriais e LEE.

Dispersos um pouco por todo o território de Grândola, os proprietários privados asseguram uma

1ª Intervenção bastante eficaz, por possuírem meios complementares de apoio ao combate, minimizando

assim o tempo de intervenção (Figura 14).

6.5. COMBATE, RESCALDO E VIGILÂNCIA APÓS INCÊNDIO

Quanto às acções de combate, rescaldo e vigilância após um incêndio, estas são, igualmente, da inteira

responsabilidade dos Bombeiros Voluntários do Município, abrangendo os dois sectores DFCI (Figura 11).

Quando a dimensão do incêndio assim o exigir serão accionadas pelos CODIS outras corporações de

bombeiros e meios aéreos.

De salientar que as equipas de sapadores da ANSUB e RNES, podem ser chamadas a intervir pelo

comandante operacional e pela CMDFCI e efectuar também um papel relevante nestas 3 acções.

No que respeita aos meios aéreos da AFOCELCA, a sua mobilização e coordenação são única e

exclusivamente da responsabilidade da CENTRAL AFOCELCA.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Figura 11: Combate – Sectores Territoriais e LEE.

Estas equipas, no caso do rescaldo, só abandonam o local depois de assegurar que se eliminou toda a

combustão viva na área ardida, ou que o material ainda em combustão lenta se encontra devidamente

isolado e circunscrito utilizando prioritariamente ferramentas manuais, tractores agrícolas e/ou máquinas

de rasto. No caso da vigilância pós-incêndio, permanecem no local até se certificarem que não existem

sinais de actividade de combustão (Figura 12).

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Figura 12: Rescaldo e vigilância pós-incêndio.

6.6. APOIO AO COMBATE

Relativamente à elaboração do Mapa I de Apoio ao Combate (Figura 13), foi integrada apenas a FGC

associada ao IC33 por não se encontrarem ainda listadas outras FGC, assim como os Outros Pontos de

DFCI, por não se terem assinalado outros que não Pontos Críticos.

No caso da Rede Viária Florestal, indicaram-se apenas as estradas e caminhos florestais operacionais,

validadas em gabinete. Denota-se ainda uma clara evidência de falta de caminhos operacionais em zonas

de solos arenosos, tais como a faixa litoral e a zona norte da freguesia de Azinheira de Barros e São

Mamede do Sádão, contrastando com os da Serra de Grândola cujos solos derivam de Barros.

As áreas ardidas entre 2006 e 2008 mostram-nos zonas com índice de perigosidade mais elevado pela

carga de combustível arbustivo que comportam. Da análise desta figura, ressalta-se a ausência de

registos cartográficos para 2006, e para 2007 os registos serão provisórios.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Os Locais de Posto de Comando Operacional foram definidos para a totalidade do território e permitem

acomodar unidades de comando, de transmissões e veículos de reabastecimento, no âmbito de eventuais

operações de protecção e socorro.

Figura 13: Mapa I de Apoio ao Combate.

Relativamente ao Mapa II de Apoio ao Combate (Figura 14), o Gabinete Técnico Florestal pediu a

colaboração aos BVG na validação da Rede de Pontos de Água no terreno. Contudo, e por lhes ser

impossível suportar despesas acrescidas em combustível, o SMPC e a AAG acrescentaram novos pontos

de água à RPA e validaram os pontos referidos no POM de 2008.

É ainda de acrescentar um marco de incêndio que irá estabelecer a ligação entre dois depósitos

existentes na freguesia de Melides, perto do Parque de Campismo, com cerca de 750.000L cada. Da

responsabilidade da CMG, estes dois depósitos estão já integrados no PMDFCI, devendo estar

correctamente ligados até ao início da fase Charlie.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

Figura 14: Mapa II de Apoio ao Combate.

Quanto aos meios complementares de apoio é de salientar a existência de meios passíveis de serem

utilizados em caso de ocorrência de incêndios, tanto ao nível dos proprietários privados como o do

próprio município.

Relativamente a outros pontos de DFCI, identificaram-se bombas de combustível e sucatas, entre outros.

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Plano Operacional Municipal de Grândola 2009

7. ANEXOS

Anexo I: Mapa de enquadramento geográfico do concelho de Grândola

Anexo II: Mapa da Áreas ardidas por ano (1990-2007)

Anexo III: Mapa da perigosidade de incêndio florestal

Anexo IV: Mapa do risco de incêndio florestal

Anexo V: Mapa das prioridades de defesa

Anexo VI: Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e regime florestal

Anexo VII: Mapa da rede de postos de vigia e bacias de visibilidade

Anexo VIII: Mapa de vigilância – Sectores Territoriais e LEE

Anexo IX: Mapa de 1ª intervenção – Sectores Territoriais e LEE

Anexo X: Mapa de combate – Sectores Territoriais e LEE

Anexo XI: Mapa de rescaldo e vigilância pós-incêndio

Anexo XII: Mapa I de Apoio ao Combate

Anexo XIII: Mapa II de Apoio ao Combate

Anexo XIV: Meios Complementares de Apoio ao Combate