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Portuguese entrepreneurs

3 de março de 2016Criado por: Rui Garcia

Plano Juncker – 315 mil milhões em 3 anos

Um Plano de Investimento para a UE

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PLANO JUNCKER – 315 MIL MILHÕES EM 3 ANOS

Um Plano de Investimento para a UE

Porquê este plano?A crise económica e financeira levou a uma queda do investimento o que teve como consequência o atraso da recuperação económica na U.E.. Tal como foi referido pelo BEI para acompanhar o ritmo de investimento nos Estados Unidos, a U.E. deveria ter investido mais de 500 mil milhões de euros do que efetuou.

A primeira explicação para o fraco nível de investimento esteve no baixo nível de confiança dos investidores do que resultou na incapacidade de assumir riscos na conjuntura de crise. Este plano pretende quebrar o ciclo vicioso de falta de confiança e de subinvestimento.

O atual executivo comunitário propôs no início do mandato, um Plano de Investimento de 315 mil milhões de euros, também conhecido por “Plano Juncker”. “A minha primeira prioridade como presidente da Comissão será reforçar a competitividade da Europa e estimular o investimento para a criação de emprego”, afirmou o presidente Jean-Claude Juncker ao apresentar as suas orientações políticas no Parlamento Europeu, em julho de 2014.

Objetivos do Plano JunckerO Plano de Investimento assenta em três eixos:

mobilizar financiamento;

melhorar o ambiente para o investimento; e

fazer com que esse dinheiro chegue à economia real com o objetivo principal de estimular o

crescimento económico e a criação de emprego na UE.

Inverter a queda do investimento e dar uma resposta às necessidades da economia europeia, ao promover a competitividade em setores estratégicos, ao reforçar o capital humano e a capacidade produtiva, ao modernizar as infraestruturas e as interconexões (energéticas) vitais para o mercado único comunitário.

Segundo as previsões do executivo comunitário, o Plano de Investimento terá potencial para acrescentar entre 330 e 410 mil milhões de euros ao PIB da União Europeia, e criar de 1 a 1,3 milhões de novos postos de trabalho até 2017.

O Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) foi gerado pelo regulamento que define as regras e prevê as dotações orçamentais para as duas partes do Plano de investimento para a Europa:

o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos

a Plataforma Europeia de Aconselhamento ao Investimento, que inclui também a criação do Portal

Europeu de Projetos de Investimento

As regras são implementadas pela Comissão Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento.

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De onde vem o dinheiro?O “Plano Juncker” pretende mobilizar pelo menos 315 mil milhões de euros no período de 2015-2017. Uma mobilização a partir de fontes de financiamento público e privado, em que cada euro de dinheiro público, será utilizado para gerar investimento privado complementar, sem aumentar a dívida.

O que se pretende é colocar a circular o dinheiro que está parado nas contas bancárias das empresas e dos cidadãos e canalizá-lo para os investimentos produtivos. A base para alcançar este objetivo é o novo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), criado em conjunto com o BEI, com a finalidade de apoiar os investimentos de médio/longo prazo e proporcionar acesso das PME e empresas de média capitalização ao financiamento de risco.

O FEIE funcionará com uma garantia de 16 mil milhões de euros do orçamento da UE, aos quais se somam 5 mil milhões de euros do BEI. No total, 21 mil milhões que funcionarão como compensador de riscos, de garantia que absorverá o risco mais elevado em investimentos estratégicos.

A Comissão e o BEI acreditam que o Fundo terá um efeito multiplicador até 15 vezes (daí o total de 315 mil milhões), na sua previsão mais otimista. Ou seja, cada euro mobilizado através do Fundo, dinheiros públicos, vai trazer 15 euros de investimento privado. As duas instituições consideram que este investimento será igualmente potenciador, pelo efeito de alavanca dos fundos estruturais.

Como vai funcionar?O Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos (FEIE) deverá ter gestão e sede no Banco Europeu de Investimentos. É cofinanciado pelo BEI (5 mil milhões de euros) e pelo orçamento da UE (16 mil milhões).

O FEIE é uma garantia, uma proteção parcial face aos riscos. O objetivo é atrair projetos de risco mais elevado, mas de significativo valor estratégico para a U.E., e que dificilmente encontrariam financiamento.

A Comissão abriu o capital do fundo a eventuais interessados, como os Estados-membros ou fundos de investimento internacionais, como fundos soberanos ou 'hedge funds'.

Esta “rede” contra riscos permitirá ao BEI oferecer produtos que cobrem mais riscos do que os seus produtos habituais. Assim, deverá ser possível investir em projetos de elevado valor acrescentado, mas que dado o seu elevado risco não conseguiam financiamento.

O efeito multiplicador é o quociente entre o volume financeiro total dos projetos gerados em resultado da intervenção do Fundo e o capital público inicial mobilizado para lançar o Fundo. A lógica subjacente ao efeito multiplicador do FEIE é que uma pequena proporção de capital público utilizado como capacidade de tomada de riscos, permitirá atingir uma quota muito maior de capital privado para investir nos projetos.

O FEIE vai financiar projetos estratégicos e de longo prazo em toda a UE e uma parte servirá para apoiar investimentos das PME e das empresas de média capitalização. Este financiamento não é a fundo perdido, obviamente.

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Que projetos serão escolhidos?“Estes investimentos suplementares devem centrar-se nas infraestruturas, nomeadamente nas redes de banda larga e redes de energia, bem como nas infraestruturas de transporte; na educação, na investigação e na inovação; nas energias renováveis e na eficiência energética. É conveniente afetar recursos significativos a projetos suscetíveis de ajudar os jovens a voltarem a encontrar empregos”, anunciou Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, em julho de 2014.

A Comissão Europeia propôs que o novo Fundo apoie os investimentos em infraestruturas estratégicas (investimentos no digital e na energia, e de acordo com as políticas da U.E.), nas infraestruturas de transportes, educação, investigação e inovação, que sejam investimentos criadores de emprego, designadamente através do financiamento de PME e de medidas a favor do emprego dos jovens e nos projetos sustentáveis e “amigos” do ambiente.

Para ser selecionado cada projeto deve obedecer a vários critérios:

ter valor acrescentado europeu;

serem economicamente viáveis, de acordo com uma análise de custo/benefício com base nas normas

da U.E., tendo em conta o seu possível apoio e cofinanciamento por parceiros públicos e privados;

sejam tecnicamente viáveis;

sejam compatíveis com as políticas da U.E., nomeadamente com os objetivos de crescimento

inteligente, sustentável e inclusivo, de criação de emprego de qualidade e de coesão económica, social

e territorial;

maximizem, se possível, a mobilização de capitais do setor privado;

e tenham início, o mais tardar, nos três anos a seguir ao lançamento, ou seja, que represente uma

expectativa razoável de investimento no período de 2015-17.

Será constituída uma reserva de projetos europeia. Esta lista fornecerá informações aos investidores sobre os projetos existentes e os futuros. Os investidores podem assim tomar decisões com base em informação fiável e transparente.

Uma task force conjunta entre a Comissão e os BEI já identificou cerca de 2.000 projetos potenciais apresentados pelos Estados-membros, num montante de 1,3 biliões de euros. Em Portugal, por exemplo, o aumento das interconexões elétricas com Espanha (e França) é um dos projetos que encaixa nos critérios de seleção.

O facto de um projeto ser inscrito na reserva não significa necessariamente que vai ser financiado pelo Fundo.

Os projetos poderão ser executados em qualquer parte da UE e em qualquer dos setores elegíveis: não existem quotas geográficas nem setoriais. Assegurar-se-á que o BEI não assuma uma exposição excessiva num dado setor ou local.

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Orientações de investimentoAs orientações de investimento, constantes do anexo do regulamento FEIE, estabelecem critérios mais detalhados para a seleção de projetos.

As orientações são utilizadas pelo comité de investimento para tomar decisões sobre a utilização da garantia da UE em projetos.

As orientações podem ser alteradas por atos delegados.

Quem seleciona os projetos?O FEIE terá dois órgãos de governance. O Conselho de Direção (CD) determina a orientação geral e em matéria de investimento, o perfil de risco, as políticas estratégicas e a repartição dos ativos do Fundo, em conformidade com as orientações políticas da CE.

O Comité de Investimento é responsável perante o CD, examinará os projetos específicos e selecionará aqueles que vão beneficiar de apoio (não haverá quotas geográficas ou setoriais). Este órgão é composto por um grupo de peritos independentes e um diretor executivo que assumirá a gestão corrente do Fundo.

Conselho diretivo

O conselho diretivo tem quatro membros: três nomeados pela Comissão e um pelo BEI. O conselho diretivo do FEIE decide:

a estratégia global do FEIE

o perfil de risco do FEIE

as políticas e procedimentos operacionais do FEIE

as regras aplicáveis às plataformas de investimento e aos bancos de fomento nacionais

O conselho delibera por consenso.

Comité de investimento

O comité de investimento examina os projetos e determina quais os que podem utilizar a garantia da UE. Presta contas ao conselho diretivo.

O comité é composto por oito peritos do mercado independentes e por um diretor executivo. Os peritos são nomeados pelo conselho diretivo, através de um processo de seleção aberto e transparente, por um período máximo de três anos, que pode ser renovado uma vez.

O FEIE está organizado de modo a garantir a independência operacional do comité de investimento.

O comité tomará decisões por maioria simples.

Por outro lado, será aberto uma espécie de balcão único à escala da UE, uma plataforma europeia de aconselhamento ao investimento para assessorar, identificar e elaborar projetos, e facultar assistência técnica para os tornar mais atrativos para os investidores.

Há o risco de os contribuintes europeus perderem dinheiro?

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Segundo a Comissão e o BEI, a garantia do orçamento da UE permite ao BEI oferecer produtos com maior valor acrescentado, mas também intrinsecamente com maior risco. Mas os riscos deverão ser atenuados por uma gestão que beneficia da experiência e das competências do BEI.

Por outro lado, o comité de investimento que junta peritos independentes vai supervisionar as atividades do FEIE. Haverá uma remuneração adequada do risco, que será mantida no Fundo para compensar perdas e é criado um Fundo de Garantia da UE que assegurará uma reserva de liquidez para o orçamento da U.E. em relação a eventuais perdas incorridas pelo FEIE no quadro do apoio prestado aos projetos.

É também garantida uma monitorização profissional do risco e a possibilidade de reajustar as orientações relativas aos riscos na eventualidade de uma evolução adversa no início da carteira.

Que os países contribuem?Os vinte e oito Estados-membros da EU foram convidados a contribuir para o Fundo, diretamente ou através dos bancos de fomento nacionais ou de organismos públicos que sejam propriedade dos Estado ou por eles controlados.

Estas contribuições nacionais não são tidas em conta para o cálculo do défice. Numa comunicação relativa ao recurso à flexibilidade prevista pelas regras atuais do Pacto de Estabilidade e de Crescimento, o executivo comunitário traçou em janeiro as suas orientações sobre esta matéria. Por forma a estimular os Estados-membros a abrirem os cordões à bolsa, as contribuições nacionais para o FEIE não são tidas em consideração no quadro da avaliação do ajustamento orçamental.

Contribuições dos Estados-Membros da UE

Vários Estados-Membros da UE anunciaram a intenção de contribuir para apoiar projetos que beneficiarão de financiamento do FEIE:

A Bulgária anunciou uma contribuição de 100 milhões de EUR através do Banco de Desenvolvimento Búlgaro

A França prometeu 8 mil milhões de EUR através da Caisse des Dépôts e do Bpifrance A Alemanha tenciona contribuir com 8 mil milhões de EUR através do banco de desenvolvimento

KfW A Itália contribuirá com 8 mil milhões de EUR através da Cassa Depositi e Prestiti O Luxemburgo contribuirá com 80 milhões de EUR através da Société Nationale de Crédit et

d'Investissement A Polónia contribuirá com 8 mil milhões de EUR através do Bank Gospodarstwa Krajowego A Eslováquia anunciou uma contribuição de 400 milhões de EUR através dos bancos de fomento

nacionais Slovenský Investičný Holding e Slovenská Záručná a Rozvojová Banka A Espanha contribuirá com 1,5 mil milhões de EUR através do Instituto de Crédito Oficial O Reino Unido anunciou que contribuiria com 6 mil milhões de libras (cerca de 8,5 mil milhões

de EUR)

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GarantiaDe acordo com o regulamento FEIE, a UE presta uma garantia de 16 mil milhões de EUR para apoiar operações de financiamento e investimento do BEI. Com esse objetivo, será criado um fundo de garantia de 8 mil milhões de EUR para proteger o orçamento comunitário de potenciais perdas que possam ser incorridas pelas atividades do FEIE.

O fundo de garantia será constituído gradualmente a partir do orçamento geral da UE até ao nível-objetivo de 8 mil milhões de EUR. Este valor representará 50% da garantia total a prestar pela UE ao abrigo do regulamento FEIE.

A garantia é financiada através da reafetação dos seguintes fundos:

2,8 mil milhões de EUR do Mecanismo Interligar a Europa

2,2 mil milhões de EUR do Horizonte 2020

3 mil milhões de EUR da margem não utilizada do orçamento

Orçamentos retificativos da EU para 2015

Apoio técnico às entidades públicas e às empresasO regulamento prevê a criação de uma plataforma de aconselhamento destinada a prestar apoio técnico para ajudar as entidades públicas e privadas a estruturarem projetos e plataformas de investimento. Será também criado um portal para dar visibilidade aos projetos que os promotores pretendam executar.

O apoio técnico para as entidades públicas será gratuito. Para as pequenas e médias empresas, o apoio representará um terço do valor cobrado às outras entidades.

Envolvimento do Parlamento EuropeuA obrigatoriedade de prestação de contas foi um dos pontos mais focados pelos eurodeputados. O Parlamento Europeu terá uma palavra a dizer sobre a nomeação do Diretor Executivo e do Diretor Executivo Adjunto, que serão responsáveis pela gestão corrente do FEIE. O Diretor Executivo poderá também ser chamado a participar em audições no Parlamento Europeu.

O Comité de Investimento, que tomará as decisões sobre a utilização da garantia da UE para projetos potenciais e para as operações com os bancos de fomento nacionais ou plataformas de investimento, será composto por oito peritos independentes e pelo Diretor Executivo. Estes peritos serão nomeados pelo Conselho de Direção "através de um processo de seleção aberto e transparente", estipula o regulamento. O mandato dos peritos será de três anos, sendo renovável, mas não podendo ir além de seis anos, no total.

O Parlamento Europeu terá de ser regularmente informado sobre o funcionamento do Fundo.

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Portugal vai beneficiar do Plano de Investimento da UE?Os vinte e oito Estados-membros da UE apresentaram cerca de 2.000 potenciais projetos, num total de 1,3 biliões de euros. Destes, mais de 500 mil milhões de euros em projetos que podem ser realizados nos próximos 3 anos, segundo dados da Comissão e o BEI.

Mas o fato de os projetos se encontrarem nesta lista preliminar não significa que vão ser financiados pelo “Plano Juncker“. Só uma parte será escolhida. A constituição da lista é um primeiro passo. O objetivo é criar uma reserva de projetos transparentes, viáveis e com forte impacto económico, que restabeleça a confiança dos investidores e permita desbloquear o financiamento do setor privado.

Portugal apresentou alguns projetos, com mais impacto na área dos transportes e da energia, apostando no reforço das ligações entre Portugal e Espanha. A construção de uma ligação ferroviária para transporte de mercadorias entre os portos de Lisboa e Sines e Madrid, o reforço da linha ferroviária entre Portugal e Vigo ou novas ligações rodoviárias entre os dois países. Na área da energia, os projetos inserem-se no espírito da futura União Energética que pretende atingir 10% nas interconexões entre os Estados-membros. Estas interligações deverão permitir a Portugal e Espanha exportar energia elétrica para o resto do espaço comunitário.

A escolha dos projetos enviados pelos Estados-membros não obedece a quotas geográficas nem setoriais. Certo é que nem todos os projetos que Portugal e restantes países apresentaram serão escolhidos. As propostas nacionais devem passar pela seleção de um comité de peritos independentes e obedecer a um conjunto de critérios.

Plano Juncker já distribuiu 16% das verbas, quase nada para PortugalNa corrida aos fundos, Portugal está manifestamente atrasado. Não tem nenhum plano de investimento em inovação e infraestruturas aprovado e a linha de financiamento às PME também foi parcamente utilizada.

No final de 2015, e com apenas três meses de execução efetiva no terreno, o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), conhecido como Plano Juncker, já tinha 16% do seu objetivo de mobilização de 315 mil milhões de euros em investimentos atingido. E a fatia que Portugal conseguiu até agora garantir é praticamente inexistente: reduz-se a três linhas de financiamento bancário de 42 milhões de euros, para alavancar investimentos em projetos de 588 milhões apresentados por 590 empresas.

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Em termos de investimentos em infraestruturas e inovação, onde já estão aprovados 42 projetos europeus que vão possibilitar o investimento de 25 mil milhões de euros, Portugal não tem nenhuma candidatura aprovada.

Segmentado em dois grandes blocos de apoio, o objetivo deste plano é viabilizar projetos de investimento de 75 mil milhões de euros para financiamento de pequenas e médias empresas (PME) até três mil trabalhadores, e projetos de investimento em infraestruturas e inovação de 240 mil milhões de euros. Bem diferente dos apoios discutidos e negociados no âmbito dos fundos estruturais, e nos quais Portugal garantiu um envelope de 25 mil milhões de euros, no Plano Juncker os procedimentos são baseados em concurso e não há apoios a fundo perdido.

“Atualmente já estão mobilizados 50 mil milhões de euros, metade para cada uma das janelas de investimento: 25 mil milhões para o financiamento às PME e outros 25 mil milhões para grandes investimentos em inovação e infraestruturas.

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“Governo está lento” Portugal com o secretário de Estado Sérgio Monteiro, chegou a pré-inscrever ideias definidas pelo GTIEVA – Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado, incluindo projetos na área dos transportes, das infraestruturas sociais, dos recursos naturais e ambiente, no valor de 31,5 mil milhões de euros, mas não tem nenhum apoio contratualizado.

O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, Reis Campos refere algumas críticas à situação atual. “Olhamos para os projetos de países como o Reino Unido, a Espanha, a França ou a Alemanha, e não diríamos que eles têm mais urgência em construir infraestruturas, hospitais ou vias férreas do que nós. Mas eles têm projetos aprovados e nós não. Portugal está muito lento nestas matérias.

Se pensarmos no Plano Juncker como uma corrida aos financiamentos, há que admitir que Portugal está atrasado. O regulamento impede que haja uma concentração temática ou geográfica a estes apoios. O objetivo é ajudar as economias e fomentar a coesão territorial.

A vantagem mais significativa do Plano Juncker, é permitir uma complementaridade entre este fundo de investimento e os instrumentos financeiros comunitários, como aqueles que Portugal conseguiu no âmbito do Portugal 2020. “O FEIE é adicional, já que apoia projetos viáveis que outros fundos, os programas atuais, ou os mercados financeiros não financiam”, remata José Manuel Fernandes, deputado comunitário português.

Quais os riscos para a política económica associados?Este EFSI, como é conhecido pela sigla em inglês pode traduzir-se em PPP’s e outros investimentos privados, nos quais o sector público, incluindo os Governos, a Comissão Europeia e o BEI vão assumir parte significativa dos riscos. Riscos públicos, benefícios privados?. E o Estado a pagar rendas exorbitantes. Será melhor evitar estes "financiamentos" a todo o custo, particularmente sabendo que não há um cêntimo de transferências efetivas?