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Julho/Agosto 2004 Vol. X N.º 4 269 ARTIGO ORIGINAL/ORIGINAL ARTICLE MANUEL MACEDO 1 , JOSÉ PRECIOSO 2 Recebido para publicação/Received for publication: 04.05.06 Aceite para publicação/Accepted for publication: 04.05.20 REV PORT PNEUMOL X (4): 269-285 RESUMO Não obstante os seus efeitos demolidores na saúde, na sociedade, na economia e no ambiente, fumar é um comportamento muito difundido a nível nacional e mundial. Os dados do Inquérito Nacional de Saúde realizado em 1999 sobre prevalência de fumadores na população ABSTRACT In spite of its negative impacts on health, in the society, in the economy and in the environment, smo- king is a behaviour spread national and internatio- nally. The data collected in 1999 by the Health National Inquire about smoking prevalence in people from 15 Plano global de prevenção do tabagismo do Município de Braga Global smoking prevention programme of Braga 1 Médico de pneumologista (chefe de Serviço) no Hospital de S. Marcos; 4700 - Braga, Portugal. E-mail: [email protected] 2 Professor auxiliar no Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho. Campus de Gualtar, 4710-057 - Braga, Portugal. E-mail: [email protected]

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Page 1: Plano global de prevenção do tabagismo do …Plano global de prevenção do tabagismo do Município de Braga Global smoking prevention programme of Braga 1 Médico de pneumologista

Julho/Agosto 2004 Vol. X N.º 4 269

PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DO TABAGISMODO MUNICÍPIO DE BRAGA/MANUEL MACEDO, JOSÉ PRECIOSO

ARTIGO ORIGINAL/ORIGINAL ARTICLE

MANUEL MACEDO1, JOSÉ PRECIOSO2

Recebido para publicação/Received for publication: 04.05.06Aceite para publicação/Accepted for publication: 04.05.20

REV PORT PNEUMOL X (4): 269-285

RESUMO

Não obstante os seus efeitos demolidores nasaúde, na sociedade, na economia e no ambiente,fumar é um comportamento muito difundido a nívelnacional e mundial.

Os dados do Inquérito Nacional de Saúde realizadoem 1999 sobre prevalência de fumadores na população

ABSTRACT

In spite of its negative impacts on health, in thesociety, in the economy and in the environment, smo-king is a behaviour spread national and internatio-nally.

The data collected in 1999 by the Health NationalInquire about smoking prevalence in people from 15

Plano global de prevenção do tabagismodo Município de Braga

Global smoking prevention programme of Braga

1 Médico de pneumologista (chefe de Serviço) no Hospital de S. Marcos; 4700 - Braga, Portugal.E-mail: [email protected]

2 Professor auxiliar no Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho.Campus de Gualtar, 4710-057 - Braga, Portugal.E-mail: [email protected]

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and over, in Portugal mainland, show that 29,3% ofmen and around 7,9% of women were daily smokers,which means a total of 1,626.597 smokers (1,248.212men and 378,385 women).

If we analyse the data from other sources (HealthNational Inquires and Eurobarometer) we can seethat the tobacco epidemy is growing among both gen-der but in a particulary alarming way in the femalegroup.

It is necessary and urgent to take some primaryprevention measures especially addressed to youngpeople and women and at the same time give all thesmokers the chance of treatment.

Bearing in mind the idea of the Ecologist Move-ment «thinking globally, acting locally» we defendthe implementation of global but local actions as thebest approach to control smoking.

In this article we describe the state and the trendsof smoking in Portugal as well as The Global Pre-vention Programme of Tobacco Consumption inBraga (North of Portugal).

This action plan is intended to solve in a decisiveway the tobacco consumption in Braga and at the sametime to be taken as an example for the elaboration ofa National Plan for Prevention the Tobacco Consump-tion.

REV PORT PNEUMOL 2004; X (4): 269-285

Key-words: smoking, prevention, treatment, healtheducation.

com mais de 15 anos de idade de Portugal Continen-tal revelam que 29,3% dos homens e cerca de 7,9%das mulheres com mais de 15 anos fumavamdiariamente, o que corresponde a um total de1 626 597 fumadores (1 248 212 homens e 378 385mulheres).

Uma análise dos dados provenientes de váriasfontes (inquéritos nacionais de Saúde e Euroba-rómetro) mostra que a epidemia tabágica está emcrescimento em ambos os sexos mas de uma formaparticularmente alarmante no sexo feminino. Urgepor isso tomar medidas de prevenção primáriadirigidas especialmente aos jovens e às mulheres eoferecer a possibilidade de tratamento a todos osfumadores. Baseando-nos na máxima do movimentoecologista «pensar globalmente e agir localmente»,defendemos a implementação de abordagens globaismas locais (a nível de municípios) para o controlo daepidemia. Neste artigo descreve-se o estado actual ea tendência evolutiva da epidemia tabágica em Portu-gal e o Programa Global de Prevenção do Tabagismodo Município de Braga. Este plano pretende contribuirde forma decisiva para a resolução do problema dotabagismo em Braga e servir como «balão de ensaio»para a elaboração de um plano nacional de prevençãodo tabagismo.

REV PORT PNEUMOL 2004; X (4): 269-285

Palavras-chave: tabagismo, prevenção, tratamento,educação para a Saúde.

INTRODUÇÃO

Fumar é um grave problema de saúde pública(e não só) à escala mundial, nacional e local. AOrganização Mundial de Saúde continua aconsiderar o consumo de tabaco como a principalcausa evitável de doença e morte prematura,sobretudo nos países desenvolvidos.

Nenhum outro produto de consumo é tãoperigoso ou provoca tantas mortes como o tabaco.De acordo com as estimativas efectuadas porMackay e Eriksen (2002) 1 o tabaco mata muitomais pessoas do que a SIDA, as drogas ilegais, osacidentes de tráfego, os assassínios e os suicídiosem conjunto.

Estes autores calcularam que no ano de 2000 o

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tabaco tenha sido responsável pela morte de 4,2milhões de pessoas em todo o mundo (3,4 milhõesde homens e 0,8 milhões de mulheres).

A ex-directora-geral da Organização Mundial deSaúde (OMS), Dr.ª Gro Harlem Brundtland, afirmouque no ano de 2000 a epidemia tabágica terá sidoresponsável pela morte de cerca de 4 900 000pessoas em todo o mundo e que provavelmente estenúmero duplicará dentro de 20 anos se nada for feito 2.

O consumo de tabaco fumado terá causado em1990, só na União Europeia, cerca de 511 700mortes (423 000 homens e 88 700 mulheres), oequivalente à queda de quatro aviões jumbo emcada dia, sem sobreviventes 3.

Em Portugal, e segundo estimativas efectuadaspor Peto, Lopez et al. (2003) citadas por Shafey,O., Dolwick, S. e Guindon, G. (2003) 4 o tabacoterá sido responsável em 1995 pela morte de cercade 8300 fumadores (7800 homens e 500 mulheres)conforme se pode ver no Quadro I, ou seja, aproxi-madamente 23 pessoas por dia.

Não obstante os seus efeitos demolidores, fumaré um comportamento muito difundido em todo omundo.

Mackay e Eriksen (2002)1 estimaram que em2000 cerca de 1 bilião de homens (35 % nos paísesdesenvolvidos e 50 % nos países em desenvol-

vimento) e cerca de 250 milhões de mulheres (cercade 22 % nos países desenvolvidos e 9 % nos paísesem desenvolvimento) eram fumadores diários.

Segundo o Eurobarómetro, a prevalência defumadores nos 15 países da União Europeia situava--se nos 29 % (34 % nos homens e 25% nas mu-lheres) no ano de 19955, tendo-se registado em2000 um aumento da prevalência total de fumadorespara os 33 %6.

Dada a gravidade deste comportamento,pensamos ser importante saber com rigor aprevalência do consumo a nível nacional e asrespectivas tendências, para assim se poder ter umaideia mais precisa da gravidade do problema, a fimde se poderem tomar medidas de controlo daepidemia e monitorizar a sua eficácia.

Neste artigo descreve-se o estado actual e atendência evolutiva da epidemia tabágica em Por-tugal e o Programa Global de Prevenção doTabagismo do Município de Braga.

CONSUMO DE TABACO EM PORTUGAL

Os dados do Inquérito Nacional de Saúderealizado em 1999 sobre prevalência de fumadoresna população com mais de 15 anos, de Portugal

Homens35-69 +70 Total

Mulheres35-69 +70 Total

Total

Cancro de pulmãoTodos os cancrosVascularesRespiratóriasOutrasTodas as causas

1100 900 20001900 1500 3400 800 900 1700 400 1000 1400 900 500 14004000 3800 7800

100 000 100100 100 200100 100 200000 100 100100 000 100200 300 500

210036001900150015008300

Fonte: Peto, Lopez, et. al., 1992, 1994 (update, 2003) in Shafey, O., Dolwick, S. e Guindon, G. (2003) Tobacco controlcountry profiles. Atlanta: American Cancer Society.

QUADRO IEstimativa do número de mortes por várias causas atribuídas ao tabaco em Portugal

e por faixa etária (1995)

Homens Mulheres Total

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Continental, revelam que 29,3 % dos homens ecerca de 7,9 % das mulheres com 15 ou mais anosfumavam diariamente7, o que corresponde a umtotal de 1.626.597 fumadores (1 248 212 homense 378 385 mulheres, conforme se pode ver noQuadro II). Convém apenas salientar que oEurobarómetro fornece valores de prevalência defumadores superiores aos fornecidos pelo INS de1999 e que são os seguintes para o ano 2000: 28% de fumadores na população em geral (44% noshomens e 14% nas mulheres) 6.

Apesar de, em termos médios, estes dadosrevelarem uma prevalência menor do que a registadana grande maioria dos países europeus, uma análisepor faixa etária revela dados muito mais preo-cupantes. Pela análise do Quadro II verifica-se queem 1999, nas idades de 15-24, 25-34 e 35-44anos, as percentagens de indivíduos do sexo mas-culino fumadores são de, respectivamente, 26, 47e 44 %, sendo nestes dois grupos etários percen-tagens alarmantes e que não auguram nada de bompara o futuro, dada a dificuldade que os fumadoressentem em parar de fumar. Para as mulheres e paraas mesmas faixas etárias, as percentagens variamentre os 11,19 e os 15 %, o que são, em ambos os

sexos, percentagens muito acima da média nacional.Verifica-se que a prevalência de fumadores é maiorno sexo masculino em todas as faixas etárias.

Sublinha-se o aumento da prevalência quer noshomens, quer nas mulheres, em função da idade,atingindo na faixa etária dos 25-34 anos valoresbastante elevados (aproximadamente 47 % noshomens e 19 % nas mulheres). A partir desta faixaetária a prevalência volta a descer. Estes dadosmostram que a epidemia está francamente disse-minada e em expansão.

Para dar uma ideia do consumo de tabaco nosjovens portugueses escolarizados, recorremos aosdados do Health Behaviour in School – Aged Chil-dren (HBSC) (11-15 anos), efectuado pela OMS,em 1997-1998, pelo facto de ser um dos maisactuais, o único de carácter internacional e quefornece dados comparáveis entre os vários países 8.

Pelos dados obtidos por este estudo verificou--se que aos 11 anos fumavam em Portugal diaria-mente 1% das raparigas e 1% dos rapazes, aos 13anos 2 % das raparigas e 3 % dos rapazes e aos15 anos a percentagem de fumadores diários tinhasubido para os 10 % nas raparigas e para os 13 %nos rapazes.

Faixas etárias Homens% f

Mulheres% f

Total % f

15 - 24 25,9 (197600) 10,6 (78705) 18,6 (276305)

25 - 34 47,1 (370157) 19,7 (154665) 33,4 (524821)

35 - 44 44,5 (303368) 15 (107057) 29,1 (410424)

45 – 54 31,6 (190358) 4,1 (26688) 17,2 (217046)

55 – 64 21,2 (104415) 1,1 (6235) 10,4 (110650)

65 - 74 15,5 (62339) 0,6 (3146) 7,4 (65486)

>75 9 (19975) 0,5 (1890) 3,9 (21865)

Total 29 (1248212) 7,9 (378385) 1 626 597

QUADRO IIPrevalência e número de fumadores diários em função do sexo e da idade,

em Portugal (1999)

Nota: Quadro construído com base nos dados demográficos do INE e do INS.

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PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DO TABAGISMODO MUNICÍPIO DE BRAGA/MANUEL MACEDO, JOSÉ PRECIOSO

Outro estudo que, embora não tenha sidodesenhado especificamente para medir o consumode tabaco, pode dar uma ideia sobre os hábitostabágicos dos adolescentes no nosso país, foirealizado por Machado, Vicente e Barros (1995)9

em várias escolas secundárias. Na opinião dos seusautores, os resultados obtidos constituem umindicador importante da situação do tabagismo en-tre a população adolescente de Portugal e forneceminformações úteis para delinear estratégias deprevenção, pois permitem identificar tendências deconsumo em função da idade e da região.

Os autores do estudo verificaram que ao longoda idade e, consequentemente, dos graus deescolaridade, a prevalência do tabagismo sofre umfranco aumento, em ambos os sexos, o que os levoua concluir que a escolarização não está a ter oesperado papel de prevenção do consumo detabaco. Segundo Machado, Vicente e Barros(1995)9, verificou-se também que, de uma formageral, a prevalência de fumadores no sexo masculinoera significativamente superior à do sexo feminino,mas esta diferença deixou de ser significativa a partirdos 17 anos. Assim, a partir desta idade, os dadosmostram uma aproximação entre os hábitos tabá-gicos de ambos os sexos.

Do conjunto de dados sobre prevalência doconsumo de tabaco em adolescentes escolarizadospodemos retirar as seguintes conclusões:1) Existe um marcado aumento do consumo de

tabaco com a idade na população adoles-cente.

2) Verifica-se a tendência para as raparigasfumarem mais do que os rapazes, sobretudo nasfaixas etárias mais elevadas.

3) Embora todas as taxas de fumadores sejam dasmais baixas da Europa, não deixa de ser preo-cupante que segundo os dados mais recentesfumem diariamente 10 % das raparigas e 13 %dos rapazes, aos 15 anos.

4) É muito preocupante a prevalência de fumadoresnas faixas etárias do ensino secundário e nasidades em que se prevê que os alunos deixem a

escola (aproximadamente 1/3 dos alunos com18 anos fumam diariamente).

5) A escola não está a ser eficaz (ou nem sequerestá a esforçar-se para o ser) na prevenção dotabagismo.

6) As prevalências presentes e as tendênciasfuturas mostram que em Portugal continua a sernecessário investir na prevenção primária dotabagismo, pois estes adolescentes fumadorestenderão a ser adultos fumadores.

EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE TABACOEM PORTUGAL

Uma análise comparativa dos hábitos tabágicosresultante dos dados dos inquéritos nacionais deSaúde realizados em Portugal Continental em 1987,1996 e 1999, efectuada por Dias, Martins e Graça(2001)10, revela uma ligeira diminuição da per-centagem de fumadores nos homens, tendo passadode 33,3 % em 1987 para 29,3 % em 1999.Relativamente às mulheres, verifica-se um ligeiroaumento de 1987, em que a prevalência era de 5,0 %,até 1999, em que a prevalência foi de 7,9 %. Estesdados estão contudo em desacordo com os quesão apresentados pelo Eurobarómetro, segundoos quais se regista uma subida nos homens de 37%em 1995 para 44 % em 2000. Nas mulheresverifica-se uma prevalência de 14% em 2000,percentagem superior à referida pelo INS de19995, 6.

Uma análise por faixa etária efectuada pelosmesmos autores e expressa nas figuras 1 e 2 mostraum ligeiro declínio nos homens em todas as faixasetárias, verificando-se contudo na faixa etária do35-44 anos um aumento de fumadores de cercade 4 %, entre 1996 e 1999. Não obstante a ligeiradescida no consumo, podemos verificar, através daanálise da Fig. 1 que a percentagem de fumadoresnas faixas etárias dos 25 aos 45 é muito elevada(entre os 48 e os 45 %).

A Fig. 2 mostra a evolução da prevalência do

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hábito de fumar nas mulheres em função da faixaetária. Os dados revelam que, nas mulheres, aspercentagem de fumadoras tem subido em todasas faixas etárias, com particular ênfase na dos 35--45 anos, em que se regista um aumento de cercade 10 pontos percentuais, entre os anos de 1987para 1999, o que revela que as mulheres começama fumar cada vez em maior número (tendênciasalientada por Joossens, 1999), podendo mesmoregistar-se futuramente uma inversão destefenómeno entre os dois sexos, tal como acontecenoutros países. Os dados mostram que a epidemiatabágica ainda está em expansão, particularmenteno sexo feminino, com os consequentes efeitosperversos na saúde que daí advirão. O consumode tabaco nas mulheres é preocupante pelosproblemas pré e pós-natais daí decorrentes. Vemosportanto com muita preocupação o aumento daepidemia nas mulheres, pelas vítimas indefesas queirão sofrer com isso e que são as crianças.

Do conjunto de dados sobre prevalência doconsumo de tabaco na população adulta apre-sentados podemos retirar as seguintes conclusões:

1) A epidemia tabágica ainda está a crescer nonosso país.

2) O crescimento é particularmente visível napopulação feminina.

3) Os problemas de saúde na mulher serão deenorme gravidade num futuro próximo se nãoforem tomadas medidas imediatas.

4) Os problemas pré e pós-natais relacionados como tabagismo feminino tenderão a agravar-se.

5) As medidas adoptadas na prevenção primáriae secundária têm de ser largamente reforçadas

CAUSAS DE EPIDEMIA TABÁGICA EVULNERABILIDADE DA MESMA

Para Mendoza (1999)11 as causas desta epide-mia são complexas, mas estão fundamentalmenterelacionadas com a pressão da indústria tabaqueira,com a falta de empenhamento do poder político,com a falta de sensibilidade do sistema de Saúdepara as questões da prevenção em geral e do taba-gismo em particular e com a pouca implantação daeducação para a Saúde no sistema de ensino.

Apesar da dimensão atingida actualmente pelaepidemia tabágica, Mendoza considera o tabagismoum problema vulnerável, como o foram outros

Fonte: Dias, Martins e Graça (2001) Observatório Nacional de Saúde

Fig. 1 — População masculina com 15 e mais anos de idadeque declarou fumar diariamente.

Fonte: Dias, Martins e Graça (2001) Observatório Nacional de Saúde

Fig. 2 — População feminina com 15 e mais anos de idade quedeclarou fumar diariamente.

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problemas de saúde no passado. Os países queadoptaram estratégias globais e que mantiveramesses esforços ao longo do tempo conseguiramfazer curvar a epidemia, tanto nos jovens como nosadultos, como foi o caso da Finlândia, do Canadáe dos EUA. Existem outros factores de risco paraa saúde, como por exemplo a hipertensão e a hiper-colesterolemia, que têm merecido o empenhamentodos médicos no seu diagnóstico e controlo e quemuito bons resultados tem dado na prevenção dasdoenças cardiovasculares.

O diagnóstico e tratamento do tabagismo devemerecer dos profissionais de Saúde o mesmoenvolvimento que estes têm em relação a outrosfactores de risco 12-14.

VIAS PARA CONTROLAR A EPIDEMIATABÁGICA

Para Pierce et al., (1990)15, a redução daprevalência de fumadores depende da diminuiçãodas taxas de pessoas que começam a fumar e doaumento das taxas das que abandonam o consumode tabaco, o que significa que para reduzir aprevalência de fumadores duas vias têm que serencaradas: a cessação e a prevenção, embora asintervenções feitas num e noutro âmbito possamser complementares e ter efeito sinérgico.

As estratégias de prevenção primária pretendemevitar que os grupos mais vulneráveis, como osjovens e as mulheres, comecem a fumar. Asestratégias de prevenção secundária visam fazercom que os fumadores abandonem o hábito defumar. A OMS defende a adopção de abordagensglobais para controlar a epidemia tabágica e queestão bem descritas numa publicação do Centersfor Disease Control (1999) Best Practice forComprehensive Tobacco Control Programs 16.

Um relatório do Departamento de Saúde eServiços Humanos dos EUA sobre estratégias aadoptar para controlar o consumo de tabaco nestepaís conclui que a combinação de diversas

intervenções com eficácia e eficiência demons-tradas, como o conselho médico sistemático, odesenvolvimento e cumprimento de legislaçõesrestritivas do uso do tabaco e de defesa dos nãofumadores, a potenciação da acessibilidades aprogramas formais para deixar de fumar, autilização dos meios de comunicação de massas emeios próprios (folhetos informativos e guias parao abandono), a aplicação de programas preven-tivos eficazes na escola e o controlo do consumode tabaco nos lugares de trabalho garantiram aeficácia no controlo e prevenção do tabagismo nascomunidades.

Também a Convenção da Organização Mundialde Saúde para o Controlo do Tabagismo, efectuadaem 2003, faz luz sobre as estratégias a adoptar naluta contra o tabagismo 17.

Imbuídos das directivas gerais da OMS ebaseados na máxima do movimento ecologista«Pensar globalmente e agir localmente», decidimoselaborar o Programa Global de Controlo doTabagismo do Município de Braga, com a finalidadede reduzir a taxa de novos fumadores, aumentar ataxa de abandono e proteger os não fumadores dosmalefícios do fumo passivo e cujos objectivos,estratégias e protagonistas apresentamos a seguir.

É bom lembrar que o sucesso do mesmo estárelacionado com o grau de empenhamento daspessoas e instituições envolvidas e não com o queestá escrito.

LINHAS ORIENTADORAS DO PLANOGLOBAL DE PREVENÇÃO DETABAGISMO DE BRAGA

Reduzir a prevalência nos jovensescolarizados

Após uma vasta revisão bibliográfica sobrepolíticas de controlo do tabagismo e com base naspublicações do Centers for Disease Control andPrevention (CDC) Guidelines for School Health

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Programs to Preventing Tobacco Use and Ad-diction18 e Best Practices for Comprehensive To-bacco Control Programas16, na excelenteapresentação de Cheryl L. Perry e Jean L. Forster(2002) Youth Smoking: Can it Be Prevented orReduced; utilizando como referência a vastadocumentação produzida pelo Professor ElisardoBecoña, da Universidade de Santiago deCompostela, sobre este assunto20, 21, baseados noprograma galego contra o tabagismo22 pensamosque as vias mais eficazes para prevenir o consumode tabaco pelos jovens incluem uma combinaçãodos seguintes tipos de programas (destinados aosjovens):

Programas de prevenção na escola; modificaçõesno ambiente da escola; envolvimento dos pais;programas de abandono para adolescentes;estratégias de controlo do acesso social e comercialao tabaco; campanhas nos media; proibição dapromoção e publicidade do tabaco e aumento dospreços.

De uma forma mais aprofundada pensamos queas acções preventivas para evitar que os jovenscomecem a fumar deverão ser implementadas naescola (dirigidas directa ou indirectamente aosalunos) e também na comunidade (envolvendo afamília e toda a sociedade). Por analogia com omodelo de Saúde pública, não basta actuar sobreo indivíduo («vacinando-o» contra as influênciassociais), é necessário actuar sobre o ambiente nosentido de eliminar o agente causador da patologia(neste caso os factores ambientais que podem levaro aluno a começar e/ou a continuar fumar). Outraanalogia médica que poderá ajudar a compreendera importância das abordagens globais poderá sera do tratamento de qualquer patologia; para tal,não é suficiente administrar um fármaco ao doente,é preciso criar condições sociais e ambientais quereforcem o tratamento e que não o comprometam.

Entre as iniciativas e actividades preventivas doconsumo de tabaco implementadas em meioescolar dirigidas directamente aos alunos, sugerem--se: a generalização de programas específicos de

prevenção do consumo de tabaco (em Portugalexiste o programa PATO para o primeiro ciclo e osprogramas «Não fumar é o que está a dar» 23

«Aprende a cuidar de ti»24; «Querer é poder I» e«Querer é poder II», para o 2.º e 3.º ciclos doensino básico) 25-26; a sua manutenção pela escola;acções extracurriculares, como por exemplo acriação de turmas sem fumadores; o desenvol-vimento e aplicação de programas de desabituaçãopara jovens; a continuidade da intervenção anti-tabágica ao longo do percurso escolar; a promoçãode estilos de vida saudáveis, através do desen-volvimento de um currículo transversal de educaçãopara a Saúde ou mesmo da criação de umadisciplina de educação para a Saúde. Algumasdestas iniciativas necessitam de uma importantecomponente de formação inicial e contínua deprofessores.

Entre as iniciativas e actividades preventivas aimplementar em meio escolar que podem atingirindirectamente os alunos sugere-se o desenvolvi-mento de uma política de controlo do consumo detabaco na escola que proíba o consumo de tabacoa docentes, discentes e funcionários, com excepçãode uma sala destinada a fumadores. A instalaçãode um dispositivo de compras por cartão na escolatambém é uma modificação ambiental importante,pois permite aos pais controlar o dinheiro dos filhose estes só o poderem gastar em artigos e produtosvendidos ou em serviços fornecidos pela escola.Convém lembrar que a disponibilidade de dinheironos adolescentes é um factor de risco relacionadocom o consumo 11, 27. A existência de actividadesde lazer na escola é também um factor ambientalprotector.

Entre as iniciativas e actividades preventivasimplementadas na comunidade que podem atingirindirectamente os alunos sugerem-se: o envolvi-mento dos pais dos alunos; as restrições à vendade cigarros a menores (proibição da venda emlocais próximos das escolas, em vendas de máquinasautomáticas, venda avulso, etc.), a monitorizaçãoe o reforço do investimento na prevenção primária.

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PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DO TABAGISMODO MUNICÍPIO DE BRAGA/MANUEL MACEDO, JOSÉ PRECIOSO

As campanhas nos media poderão ter também umimpacto importante na prevenção do consumo. Amensagem a enviar aos pais é a de que não devemfumar, pelo menos na presença dos filhos, jamais odevem fazer em casa, pelos prejuízos que causamaos conviventes e às crianças em particular e, paraalém disso, devem ter uma atitude negativa emrelação ao possível consumo pelos filhos. É impor-tante também que os acompanhem nas suasactividades e que controlem o dinheiro que lhesdão. Esta mensagem pode ser passada pelospróprios alunos ou pelo jornal escolar. O envio decartas ou panfletos pode ser também uma viaeficiente de envolver os pais nos esforços preven-tivos.

O esquema da Fig. 3 pretende resumir oconjunto de acções a desenvolver na escola e nacomunidade para prevenir o consumo de tabacopelos jovens.

Tratamento do tabagismo na populaçãofumadora

No que se refere ao controlo da procura decigarros pelos adultos, pensamos que a genera-lização e acessibilidade das consultas de tratamentoé um dever do sistema de Saúde 28. O diagnóstico etratamento do tabagismo deve merecer dos profis-sionais de Saúde o mesmo envolvimento que estestêm em relação a outros factores de risco12- 14, atéporque neste momento existem várias abordagensdemonstradamente eficazes no que respeita à cessa-ção do tabagismo. Recomenda-se aos médicos quecumpram as orientações da OMS para promovera desabituação tabágica, e que são: Abordar siste-maticamente todos os utilizadores de tabaco emcada consulta; Aconselhar com convicção todosos utilizadores de tabaco a abandonar; Avaliar seo doente deseja fazer uma tentativa de abandono;Ajudar o doente na sua tentativa de abandono;Agendar consultas de seguimento. Pensamos quese seguirem as Normas de Orientação Clínicas

apresentadas na publicação do Ministério da Sáude(2002) Tratamento do Uso e da Dependênciado Tabaco: Normas de actuação clínica,14

contribuirão para controlar esta epidemia e ajudara evitar muitos problemas de saúde relacionadoscom o consumo de tabaco. (Este livro pode serpedido para o Instituto de Qualidade em Saúde ouretirado na internet, bastando procurar no Googlepor «Tratamento do Uso e da Dependência doTabaco». Uma visita ao site da Sociedade Portu-guesa de Pneumologia poderá também esclareceralgumas normas de actuação sobretudo para osclínicos gerais. Segundo cálculos efectuados porPrecioso (2003), baseados nos dados do InquéritoNacional de Saúde de 1999, fumam 1 626 597portugueses.

Partindo do princípio de que a abordagemmínima consegue abandonos de 5-10 % dosfumadores19 e de que a maioria dos fumadores vaiao médico podemos estimar que se os profissionaisde Saúde se envolverem podem fazer com que81 329 a 162 659 portugueses abandonem o hábitode fumar.

Quantas mortes se poderiam evitar se os profis-sionais de saúde se envolvessem mais no controlode mais este factor de risco evitável!

Os programas de tratamento dirigidos a criançase adolescentes são também imprescindíveis, já quemuitos deles fumam e querem deixar os cigarros.Isto teria também uma forte componente preventiva,pois estes jovens deixariam de ser um mau modelopara os seus pares.

As campanhas nos media são também iniciativascom elevado poder preventivo e podem encorajarmuitos fumadores a abandonarem o hábito defumar. Pensamos no entanto que estas campanhasnão devem ter carácter pontual e esporádico (comoaté agora tem acontecido) mas devem ser veiculadaspor vários meios de comunicação e terem conti-nuidade no espaço e no tempo.

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REVISTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA/ARTIGO ORIGINAL

Protecção da população não fumadora do fumopassivo

Para proteger os não fumadores é decisivoreforçar, mas sobretudo implementar, as leis de

restrição a fumar em espaços fechados e no localde trabalho. Estas restrições teriam certamente umimpacto muito grande na população, encorajan-do-a a abandonar o consumo, e ao mesmo tempo,a proteger os não fumadores dos malefícios do

Fig. 3

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PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DO TABAGISMODO MUNICÍPIO DE BRAGA/MANUEL MACEDO, JOSÉ PRECIOSO

fumo ambiental do tabaco 30. Particularmenteimportante será motivar os pais para que nãofumem, para não constituírem um mau exemplo paraos filhos. Absolutamente decisivo é encorajá-los anão fumarem em casa pelas consequências negativasque fumar no domicílio pode representar para asaúde dos filhos.

Redução da oferta

Impedir a venda de cigarros a menores, impedira venda de cigarros próxima dos estabelecimentosescolares, impedir a colocação de máquinas devenda automática perto dos estabelecimentos deensino seria também um conjunto de medidas deelevado poder preventivo.

Becoña (1995)21 acredita que estas e outrasmedidas, levadas a cabo coordenadamente, produ-ziriam no espaço de poucos anos efeitos imediatos(tal como já se verificou em alguns países, comonos EUA e na Grã-Bretanha) e poder-se-ia reduzirpara 20 % a percentagem de fumadores na Europa,tal como se preconiza num dos objectivos da OMS«Saúde para Todos no Ano 2000».

Para concretizar esta meta, deveria ser criadauma organização nacional, com uma dotação doorçamento de estado correspondente a 1 % dosimpostos do tabaco, que fornecesse apoio logístico

e financeiro à preparação e implementação de umarede de planos de prevenção municipais de pre-venção do tabagismo. Essa estrutura nacionaldeveria ter várias delegações a nível de municípios,devidamente apetrechadas com recursos humanose materiais para poderem implementar os pro-gramas municipais.

Com esta organização e esforço financeiro, aepidemia por certo sofreria um severo declínio.

No presente pensamos que a descentralizaçãodo Conselho de Prevenção do Tabagismo e acriação de uma rede de planos municipais globaisde prevenção do tabagismo (com meios humanose financeiros) poderiam conduzir a um movimentoorganizado e que seria verdadeiramente eficaz naluta contra a epidemia tabágica.

No anexo A apresenta-se com algum pormenoro Programa Global de Prevenção do Tabagismodo Município de Braga. Este plano pretendecontribuir de forma decisiva para resolver oproblema do tabagismo em Braga e servir como«balão de ensaio» para a elaboração de um planonacional de prevenção do tabagismo.

Para que possa ser implementado é necessárioque haja a mobilização de recursos humanos efinanceiros, pois este problema não pode sertratado com o amadorismo com que tem sido nopassado recente.

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REVISTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA/ARTIGO ORIGINAL

PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DOCONSUMO DE TABACO DO MUNICÍPIODE BRAGA

1. Objectivos do programa global de prevençãoe tratamento do tabagismo de Braga

• Diminuir a mortalidade e morbilidade causadapelas patologias associadas ao consumo detabaco

• Reduzir a prevalência nos jovens escola-rizados

• Retardar a idade de início do consumo• Reduzir a prevalência nos jovens adultos• Reduzir a prevalência nas mulheres

2. Recursos humanos

Associação para a Prevenção e Tratamento doTabagismo de Braga; Sub-Região de Saúde deBraga; Centro da Área Educativa de Braga; Institutoda Droga e da Toxicodependência; AssociaçãoIndustrial do Minho; Sporting Club de Braga;Câmara Municipal de Braga; Governo Civil deBraga, Associação de Sindicatos de Braga.

3. Cronograma

3.1 Acções de prevenção do consumo

Educação para a saúde

Na escola

ANEXO A

Data Acção Destinatários Promotores

Janeiro 2004

Janeiro 2005

17 Novembroe 31 Maio

Sem data

Acção de formação para professoresImplementação do programa «Nãofumar é o que está a dar»

Implementação do programa«Aprende a cuidar de ti»Concurso de turmas sem fumadores

Comemorações do dia Nacional doNão fumador e do Dia MundialContra o Tabaco

Acção de formação paraconfederação de associações de paisInclusão da temática do tabagismonos jornais escolares

Directores de turmaAlunos do 7º ano

Alunos do 8º ano

População em geral

Pais dos alunos

Alunos e pais

APTTBCAE

CMB

Directores dosjornais escolares

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PLANO GLOBAL DE PREVENÇÃO DO TABAGISMODO MUNICÍPIO DE BRAGA/MANUEL MACEDO, JOSÉ PRECIOSO

Unidades de cuidados de Saúde (hospitais, centros de Saúde, médicos em geral, …)

Nos centros de Saúde

Nos media

Na Internet

Data Acção Destinatários Promotores

Sem data

Maio2004

Sem data

Acção de formação paramédicos

Produção e distribuição defolhetos de sensibilização

Produção e distribuição deguias de auto-ajuda

Médicos

Doentes

Sub-Região deSaúde de Braga

Data Acção Destinatários Promotores

Maio2004

Aconselhamento médicogeneralizado e persistente

Encaminhamento dosnicotinodependentes

Utentes dos centrosde Saúde

Médicos

Data Acção Destinatários Promotores

Sem data

Semprequeoportuno

Acção de formação parajornalistas (jornais,rádio e televisão)

Artigos nos jornaissobre tabaco e saúde

Campanhas nos jornaise rádios locaisJornais escolares

Jornalistas

Público em geral

Alunos, pais e professores

APTTB

APTTB

Data Acção Destinatários Promotores

Maio2004

Elaboração da página daAPTTBProdução de um vídeoProdução de uma animaçãoProdução de materiaismultimedia

Público em geral APTTBIPJU. Minho

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Nas empresas

Nas farmácias

Nos clubes desportivos

3.2 Criação de ambientes de apoio

Na escola

Data Acção Destinatários Promotores

Sem data Acção de formação paramédicos de trabalho

Acção de prevençãopara trabalhadores

Médicos

Trabalhadores

AIM

Sindicatos

Data Acção Destinatários Promotores

Semdata

Acção de formação parafarmacêuticosDistribuição de panfletos

Farmacêuticos

Utentes

Data Acção Destinatários Promotores

17 Novembroe 31 Maio

Envolvimento do SCB edo ABC em campanhasde sensibilização.

Público em geral

Data Acção Destinatários Promotores

2003-2006 Estabelecimento de políticasde proibição de fumar

Colocação da sinaléticaImplementação de umsistema de cartõeselectrónicos

Professores, alunos,visitantes,

APTTB

CAEConselhos directivos

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Estabelecimentos de cuidados de Saúde

Nas empresas

Nas organizações frequentadas por jovens

4. Tratamento

Estabelecimentos de cuidados de Saúde

Data Acção Destinatários Promotores

2004 Estabelecimento de políticas de

proibição de fumar

Colocação da sinalética

Administração APTTB

Data Acção Destinatários Promotores

2005 Estabelecimento de políticasde proibição de fumarColocação da sinalética

Administração APTTB

Data Acção Destinatários Promotores

2005 Estabelecimento depolíticas de proibição defumar em organizaçõesColocação da sinalética

Responsáveis, Jovens APTTBIPJ

Data Acção Destinatários Promotores

2004 Acção de formação paramédicosProdução de materiais

Médicos APTTB

Sub-Região deSaúde de Braga

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Nas empresas

5. Controlo da oferta de tabaco

6. Investigação

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Data Acção Destinatários Promotores

2005 Consultas parafumadores efectuadaspelos médicos daempresa

Trabalhadores Sub-Região de Saúde.AIM

Data Acção Destinatários Promotores

2005 Proibição da colocação demáquinas de vendaautomática perto das escolaColocação de cartazes comproibição de venda de tabacoa menores

Donos de postos devenda de tabaco

AssociaçãoComercial de Braga

Data Acção Destinatários Promotores

Novembro2003

2004

Monitorização doconsumo na escolas doconcelho de BragaMonitorização napopulação adulta doConcelho de Braga

Alunos

População em geral

APTTB

APTTB

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