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São Mateus 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO MATEUS
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PLANO ESTRATÉGICO DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO (PROPOSTA DA ESCOLA INSTITUINTE “SABERES E RITMOS”)
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EQUIPE EXECUTIVA MUNICIPAL
Francisco Rovélio Nunes PessoaPrefeito
José Maria Teixeira PlácidoVice-Prefeito
Iolanda da Costa SousaSecretária de Educação
ELABORADORES
Equipe da Secretaria Municipal de EducaçãoEquipe de Gestores das Unidades Municipais de Ensino
CONSULTORIA
Professora Maria da Conceição Ferreira de Lima. Dra. em Ciências Pedagógicas
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“O caleidoscópio precisa de todos os pedaços que o compõe. Quando se retira pedaços dele, o desenho se torna menos complexo, menos rico. As crianças se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente rico e variado”. Cheio de Ritmos e múltiplos saberes.
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MantoanSUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................41 INTRODUÇÃO..........................................................................................................62 VISÃO PANORÂMICA DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS: História e Dados Educacionais..............................................................................................................82.1 Estudo Geográfico e Demográfico do Município....................................................8
2.2 Histórico do Município............................................................................................8
2.3 História da Educação da Rede Municipal de Ensino...........................................10
3 IDENTIDADE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO...........................143.1 Missão..................................................................................................................14
3.2 Visão de futuro.....................................................................................................14
3.3 Princípios éticos...................................................................................................14
4 NOVOS CENÁRIOS: proposta instituinte da Escola “Saberes e Ritmos”.......165 ANÁLISE DO AMBIENTE......................................................................................215.1 Ambiente interno..................................................................................................21
5.2 Ambiente externo.................................................................................................22
6 AÇÕES ESTRATÉGICAS QUE POSSAM POTENCIALIZAR OS PONTOS FORTES E NEUTRALIZAR AS AMEAÇAS E SUPERAR OS PONTOS FRACOS. 247 ÁREAS DE ATUAÇÃO E SEUS OBJETIVOS.......................................................277.1 Educação Infantil.................................................................................................27
7.2 Ensino Fundamental............................................................................................27
7.3 Educação Inclusiva..............................................................................................27
7.4 Educação de Jovens e Adultos............................................................................27
7.5 Educação Ambiental............................................................................................27
7.6 Cultura, Esporte e Recreação..............................................................................28
7.7 Mobilização Social e Comunicação.....................................................................28
8 DETALHAMENTO DAS METAS............................................................................299 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................418 REFERÊNCIAS......................................................................................................438 ANEXO...................................................................................................................47
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APRESENTAÇÃO
A escola tem a função especificamente educativa, propriamente pedagógica, ligada à questão do conhecimento; é preciso, pois, resgatar a importância da escola e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o problema do saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade da educação escolar.
(Saviani, 1997, p. 114)
É com satisfação que apresento aos São Mateuenses o Plano Estratégico
da Secretaria de Educação Municipal, o qual se propõe a instituir a Escola “Saberes
e Ritmos”, que norteará as ações do Governo Municipal de São Mateus do
Maranhão com relação à educação. Sua elaboração é decorrente de um processo
de múltiplas ações da Secretaria de Educação, junto às escolas da Rede Municipal,
as quais vão desde a elaboração do Plano de Metas do município – Compromisso
todos pela Educação (ação do Governo Federal em parceria com os Estados e
Municípios da Federação) a todas as ações decorrentes do mesmo, bem como os
dados obtidos durante todos os processos avaliativos externos e internamente, cuja
maior expressão é o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica –
IDEB.
Não podemos esquecer que todo este processo está permeado de
compreensões, sentimentos, valores e sonhos dos que comigo desejam realizar
uma “mudança para melhor” neste município, tendo como alicerce a educação
infantil e básica de qualidade para todos.
Para construirmos uma sociedade com mais justiça social, e nos livrarmos
definitivamente desta herança secular de assistencialismo, exploração e dominação
política, necessitamos de um projeto de governo claro com ações estrategicamente
planejadas para que possamos realizá-las de forma eficaz, efetiva e transparente.
Para tanto, esse esforço coletivo que deu origem ao Plano Estratégico da
Educação para São Mateus do Maranhão nos dá a certeza de que com um
diagnóstico da situação real e com a projeção do futuro desejado, juntos, Governo e
sociedade, trabalhando em parceria, conseguiremos resgatar a dívida que temos
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com a educação, desde a expulsão dos jesuítas do país e a responsabilização do
Estado com a escola pública.
Certamente com a vontade de acertar, com determinação política e com
compromisso que temos com o nosso povo e, conseqüentemente, com o seu
comprometimento tornaremos realidade o sonho de “acesso, permanência,
qualidade e inclusão” escolar de todos os cidadãos deste município.
A intenção com este Plano Estratégico e institucionalização da Escola
“Saberes e Ritmos” é superar a visão althusseriana1 de instituição escolar enquanto
mero aparelho ideológico do Estado, reprodutor dos valores da classe dominante e
refletir em seu interior os interesses contraditórios de uma sociedade de classes, e
que esta proposta possa, também, e, fundamentalmente, assegurar aos sujeitos
educativos as condições de interpretar essa sociedade e exercer sua cidadania na
perspectiva de um país fundado na justiça, na equidade e na solidariedade
Possibilitar o Ensino Infantil, universalizar o Ensino Fundamental,
erradicar o analfabetismo, minimizar a distorção idade-série e realizar a inclusão
social em São Mateus, é o desafio posto. Contamos com você!
Francisco Rovélio Nunes Pessoa
Prefeito Municipal de São Mateus do Maranhão
1 Louis Althusser, filósofo francês, é amplamente conhecido como um teórico das ideologias. Seu ensaio mais conhecido é “Idéologie et appareils idéologiques d’état” (Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado). Diversas posições teóricas suas permaneceram muito influentes na filosofia marxista. Para Althusser, os Aparelhos Ideológicos de Estado funcionam todos predominantemente através da ideologia, que é unificada sob a ideologia da classe dominante. Assim, além de deter o poder do Estado e, conseqüentemente, dispor desse aparelho (repressivo), a classe dominante também se utiliza de outros aparelhos ideológicos de Estado: as igrejas, a família, a escola, o sistema político, dentro outros.
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1 INTRODUÇÃO
A sala de aula, que é um lugar de tantos desencontros e diferenças, que é de onde partem as primeiras suspeitas de anormalidade e dificuldades das crianças; que é o lugar de onde falam os que são (competentes ou não) designados a transmitir os conhecimentos socialmente valorizados é, também o lugar onde se pode proporcionar aos alunos a superação de dificuldades, experiências ainda não vivenciadas e instrumentos para realizar as aprendizagens necessárias ao pleno exercício de sua condição humana.
(PADILHA apud SANTA CATARINA, 1996).
Nosso interesse pela elaboração de um Plano Estratégico e a
institucionalização de uma Proposta da Escola, a qual denominou “Saberes e
Ritmos”, decorre da concepção de que a organização social do trabalho em
educação precisa ser revista, pois interfere diretamente no dia a dia das nossas
salas de aulas e, conseqüentemente, entendida como ações de saberes ritmados
com as demandas e necessidades locais, com o perfil do aluno que temos e do
homem que precisamos ter na construção da sociedade que vivemos e que
queremos. Esta noção de saberes e ritmos, parte da necessidade de reinventarmos
outra concepção de saber, SABER construído por todos os professores e alunos em
um processo RITMADO, ou seja, em movimentos cotidianos, ordenados, planejados,
coordenados, negando este saber pronto e acabado, este planejamento inflexível,
sem movimentos, sem a idéia inicial de um ritmo – ordem no bater das mãos, no
bater dos pés, no balanço do corpo – como expressão maior dos desejos e
sentimentos dos homens e mulheres.
Esta divisão de papeis entre os que planejam e os que executam as
tarefas (herança taylorista – fordista), não nos servem mais, apesar de, ainda
constituir-se uma presença forte nas relações de trabalho nos espaços escolares.
Colocar o educador na posição de mero receptor e transmissor de conhecimentos e
informações é, no mínimo, desumanizante.
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Por entender que fazer uma educação de qualidade para todos,
possibilitando a inclusão social, passa pela valorização do potencial humano,
especialmente dos educadores que há anos a fio produzem um fazer/saber próprio,
construídos cotidianamente nas suas inúmeras relações socioculturais.
Considerando estas reflexões, decidimos iniciar esse processo de
reinvenção da escola convocando desde a sociedade política, a sociedade civil na
educação representada pela SEMED, coordenadores, supervisores, gestores e
educadores para juntos traçarmos a visão de futuro desejado para a nossa
educação e definirmos os caminhos para chegarmos lá.
Num primeiro momento, elaborou-se o Plano de Metas Compromisso
Todos Pela Educação, agora decidimos a partir da experiência supra e das
resistências encontradas e evidenciadas nos processos avaliativos internos e
externos, apresentarmos este plano estratégico e propormos instituir a Escola
“Saberes e Ritmos”, não como modelo pronto e acabado, mas como proposta
ritmada em movimentos ordenados de idas e vindas na produção do saber, o qual
acontece no chão da escola para discussão, avaliação e implantação.
Objetivando tornar a nossa caminhada mais segura, procuramos fazer
uma análise do novo cenário proposto sem negar o que até aqui construímos juntos
e com qualidade. Assim, faz-se necessário vislumbrarmos saídas para as variáveis
que concorrem para a vulnerabilidade do plano anterior, definindo ações
estratégicas para fortalecer pontos fortes e potencialidades, para neutralizar pontos
fracos e ameaças, as quais insistem permanecer no nosso cenário educacional.
A definição das áreas de atuação desta Secretaria, bem como objetivos e
metas, possibilitará visualizarmos os passos que daremos nessa caminhada rumo a
educação desejada para o nosso município, as quais constituirão a Escola Instituinte
“Saberes e Ritmos”.
Porém, o cuidado de ao construir o novo e não perder o respeito ao velho,
nos acompanhou durante toda a trajetória de elaboração desse Plano.
Por fim, quero registrar que concordamos com Gandin (2006) quando
ressalta que: “Um plano é bom quando contém em si a força que o faz entrar em
execução. Ele deve ser tal que seja mais fácil executá-lo do que deixá-lo na gaveta".
Iolanda da Costa SousaSecretária de Educação de São Mateus do Maranhão
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2 VISÃO PARORÂMICA DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS DO MARANHÃO
2.1 Estudo Geográfico e Demográfico do Município
O município de São Mateus do Maranhão foi emancipado em 26 de
dezembro de 1961, o mesmo está localizado na micro região do médio Mearim e na
mesorregião Centro Maranhense, possui uma extensão de 783,224 km2, é uma
região em torno de 34.859 habitantes. Desses, 61% vivem na região urbana.
Apresenta 138 povoados com limites ao Norte: Arari/Matões do Norte, ao Sul:
Bacabal/Alto Alegre do Maranhão, ao Leste: Pirapemas/Coroatá e a Oeste:
Bacabal/Lago Verde. O município é cortado pelos rios Tapuio, Peritoró e Mearim,
integrando a Bacia do Mearim. Além dos rios o município conta com doze Lagoas
consideradas áreas de preservação ecológica, o que nos conduz a um olhar sobre
essa relação entre os homens e as mulheres com o meio ambiente .
2.2 Histórico do Município
Possui atualmente a seguinte estrutura administrativa:
Prefeitura Municipal: Gabinete e Assessoria.
Secretarias: de Ação Social; de Administração, Finanças e Planejamento; de
Agricultura, Produção e Abastecimento; Educação, Cultura, Desporto e Lazer;
de Obras, Urbanismo e Meio Ambiente; de Saúde e Saneamento Básico.
O referido município conta com nove vereadores e com o Conselho
Municipal de Educação.
No ano de 1965, o município sofreu alterações em termos populacionais e
de extensão, em conseqüência de alguns povoados migrarem para o município de
Alto Alegre do Maranhão, devido a sua emancipação.
São múltiplos os problemas sociais identificados, hoje, no nosso
município, resultado do processo de exclusão social vivenciado pela população,
considerando a grande concentração de riquezas evidenciadas na construção
histórica do estado do Maranhão, promovendo a exclusão sócio-educacional
característico desta região.
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As principais atividades produtivas desenvolvidas no Município concentram-se:
Setor Primário – extrativismo, agricultura de subsistência e bovinocultura;
Setor Secundário – usinas de beneficiamento de arroz, olarias e serrarias,
que absorve um pequeno número de trabalhadores locais;
Setor Terciário – número de estabelecimentos comerciais – 240; número de
agências bancárias – 02, absorvendo um pequeno número de trabalhadores.
Jornal no Município: 01 (mensal).
Segurança Pública: 01 delegacia e 14 policiais.
Estrutura Tributária do Município: fontes de receita (FPM, FUNDEB, ISS e
ICMS), do montante arrecadado, 25% é destinado à execução da política
municipal de educação.
Saúde: 01 hospital municipal, 06 postos de saúde e 67 leitos; 10 médicos; 15
farmácias; as verminoses, desnutrição e gripe são as principais enfermidades
que afetem a população.
Saneamento e Habitação: 4700 casas com água encanada; 4 feiras e
mercados; coleta de lixo em dias alternados.
Cultura: 01 Biblioteca (pequeno porte); Festas Populares: Bumba-meu-boi,
Tambor de Crioula, Dança do Coco, Dança da Fita, Quadrilha e Festa de
Santa Maçalina;
Turismo: 05 hotéis/pousadas; 04 restaurantes; áreas de lazer: banhos no rio
Tapuio, Fazenda Recreio e áreas de preservação ecológica.
Organizações da Sociedade Civil: 10 igrejas (a religião predominante é a
católica); 14 organizações comunitárias; 05 sindicatos e 07 Conselhos
(Municipal de Valorização do Magistério, Assistência Social, dos Direitos da
Criança e do Adolescente, de Saúde, da Educação, FUMAC e Conselho
Tutelar).
O desemprego em São Mateus do Maranhão apresenta-se como um dos
mais graves problemas socioeconômicos do município, gerando como
consequências outros graves problemas de ordem social, entre outros a
saber a exclusão dos bens de produção.
Dentre os graves problemas sociais, detemo-nos no desemprego; êxodo rural
(gerado pelo avanço da pecuária bovina, como também pela falta de incentivo
dos setores públicos e pela inexistência de uma política agrícola para o médio
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e pequeno produtor rural); desqualificação profissional; índice elevado de
analfabetos; entre outros.
2.3 História da Educação da Rede Municipal de Ensino
Entendemos que todos estes problemas anteriormente citados,
constituem-se em desafios para o processo educacional, uma vez que, como afirma
Walter Benjamim “isto é uma rua de mão dupla – estes problemas determinam e são
determinados nesta teia social”, desta feita o processo educacional incide no
desenvolvimento do município, bem como, o desenvolvimento do município incide
na permanência ou não dos alunos na sala de aula, na distorção idade-serie , bem
como no analfabetismo.
Entretanto, frente às políticas públicas definidas pelo Governo Federal
para a educação, programas e projetos colocados à disposição dos municípios este
quadro vem sofrendo algumas alterações a exemplo podem citar: Merenda Escolar,
Bolsa Escola, Bolsa Família, Livro Didático, Fundo Escola, Dinheiro Direto na
Escola, Brasil Alfabetizado, Brasil Profissionalizado, Caminho da Escola, Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil, Pro infância, Programa Nacional de Tecnologia
Educacional Urbana e Rural, Pro jovem Integrado, Programa Saúde na Escola,
Formação na Escola, como também Fundo de Valorização do Magistério, os quais
estabeleceram uma nova dinâmica na política educacional no município, com
prioridades direcionadas à qualificação dos professores, melhoria salarial, reforma,
ampliação e aparelhamento das escolas públicas.
Estas alterações têm gerado uma melhor qualidade do ensino oferecendo
à comunidade e a escola como espaço efetivamente público e espaço de efetivo
exercício de participação, colaboração e parcerias, implica dizer que o Governo
Municipal tem estabelecido a escola como foco de suas ações prioritárias e a
Secretaria Municipal de Educação também tem feito do seu foco a aprendizagem com qualidade, no sentido de possibilitar a formação do homem cidadão2.
Apesar de todas essas mudanças, esforços, inovações é ainda elevado o
número de analfabetos, crianças e adolescentes fora da escola, distorção idade-
série e evasão escolar. Merecendo destaque crianças em idade de pré-escola, sem
acesso à mesma, considerando, ainda, o reduzido número de escolas existentes no
2 Homem da cidade e da participação de todo seu processo de construção.
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município.
As metas estabelecidas no Plano Municipal de Educação a partir do ano
de 2007 apresentam propostas objetivando reverter um quadro que evidencia
problemas internos, problemas estruturais e problemas conjunturais, os quais não
dependiam diretamente dos nossos atos e decisões.
Temos insistido com ações prioritárias na expansão do ensino e
permanência do aluno com acompanhamento individual e investimentos na
qualificação e capacitação dos docentes e gestores municipais, o que não tem sido
suficiente, pois o exercício da aprendizagem ele se dá de forma permanente e
continuada, significa dizer que cumprir as metas definidas pelo Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação, demanda recurso para investir na superação
contínua dos limites dos sujeitos do processo educacional, bem como de atos e ações cotidianas comprometidas por parte dos professores, equipe pedagógica e Gestoras das Unidades Municipais de Ensino.
Estabelecemos, também, naquele momento, como prioridades ações
dirigidas à geração de trabalho e renda; combate a pobreza e o resgate à cidadania
constituindo-se em nosso maior desafio. Contudo, temos consciência de que só será
possível atingir a meta de 4.9 em 2021 se houver o comprometimento e a
responsabilidade na parceria entre as diversas esferas governamentais, a
comunidade escolar (em especial os professores) e a sociedade civil organizada.
Ressaltamos que historicamente as políticas públicas voltadas para a
Educação Infantil, Fundamental e Médio têm encontrado em seus diversos parceiros
governamentais, não-governamentais, legislativo e judiciário a colaboração
necessária para um contexto possível neste município, para tanto, basta citar os
números que expressam a educação infantil, prioritariamente, em São Mateus3:
Aspectos Educacionais Número de escolas municipais existentes no município:
- 17 na Zona Urbana;
- 36 na Zona Rural e;
- 06 Pré-Escolas
Número de escolas estaduais no município:
- 03 na Zona Urbana;
Número de escolas particulares existentes no município:
3 Cf. Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação.
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- 01 na Zona Urbana e;
- 01 Pré-Escola.
Não existem creches no município, conseqüentemente um número
significativo de famílias com crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, estão sem
possibilidade de usufruírem de um espaço com condições físicas e materiais para
deixarem os seus filhos no horário de trabalho. O que se constitui mais um
agravante em se tratando na questão do desemprego.
O contexto da Educação Infantil em São Mateus:1 – Índice de Desenvolvimento Infantil:
- Brasil: 0,667
- Nordeste: 0,558
- Maranhão: 0,839
São Mateus: 0,4504
117º lugar entre os 217 Municípios Maranhenses.
4.578 entre os Municípios Brasileiros.
2 – População Total em 2004: 34.857 habitantes:
- População Urbana: 75%
- População Rural: 25%
- População de 0 a 6 anos: 5.895
- População atendida da faixa de 0 a 6 anos: 1576 (27%).
3 – Percentagem de alfabetizados (Censo de 2001):
- 65,4%
- 34,6 % analfabetos
4 – Exclusão Social:
Índice de Exclusão Social: 0,328- Índice de pobreza: 0,224
- Índice de juventude: 0,445
- Índice de emprego formal: 0,025
- Índice de violência: 0,977
- Índice de desigualdade: 0,27
Mapa de Exclusão Social: 62,26% de excluídos- 58,64% privados de água
- 99.6% privados de saneamento
4 Vale ressaltar que este índice em sua última avaliação é de 2007.
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- 56,19% privados de coleta de lixo
- 34,60% privados de educação
- 72,94% privados de renda
- Renda mensal dos chefes de famílias empregados em real: R$ 413,00
5 – Professores da Educação Infantil:
Rede Municipal:- 48 com magistério de nível médio;
- 03 com licenciatura de nível superior;
01 com licenciatura incompleta.
Pré-Escola privada: 03 com magistério nível médio5.
5 Estes dados conferem com os dados fornecidos no Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação.
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3 IDENTIDADE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
3.1 Missão
Garantir o direito de aprender com qualidade, a partir dos valores culturais
e contribuir para a construção da cidadania, num processo permanente de inclusão.
3.2 Visão de Futuro
Todos juntos construindo a cidadania e a educação de qualidade para
TODOS.
3.3 Princípios éticos
Compromisso: Com a construção de um novo mundo, socialmente justo
e ecologicamente equilibrado, e um novo homem em sintonia com o seu tempo
ritmado – solidário, feliz e incluído socialmente.
Confiança: Em si, no outro e na capacidade de todos aprenderem juntos
em sintonia com as necessidades, demandas e expectativas locais, com ritmo e
qualidade.
Descentralização: Escola como centro do Sistema Educacional e a
SEMED como responsável pela funcionalidade da mesma.
Cooperação e Parceria: “Todos pela educação inclusiva e de qualidade”.
Democracia: Princípio universal que se aprende também na escola
através de atitudes e posturas ordenadas pelos atores educacionais.
Prazer: A paixão como sentimento motivador e o ritmo como elemento
ordenador do prazer pleno na inclusão social de homens e mulheres, via processo
educacional.
Valorização da Cultura: O processo de construção do conhecimento
parte sempre do contexto cultural. Interessa-nos saber o que nossa clientela lê, o
que canta, o que conta, o que conversa, o que produz, como brinca, como ama,
como trama, como sente e expressa seus múltiplos ritmos.
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Participação: Estímulo à intervenção da comunidade educativa no
processo de universalização e melhoria da qualidade do ensino para o exercício
pleno da cidadania via inclusão social.
Interação: Interação com a realidade sócio-cultural, ambiental e com o
outro. Compreensão de que o sujeito modifica e de como é modificado
permanentemente pelo ambiente e pelas pessoas, num processo permanente de
movimentos e ritmos.
Transparência: Para aproximar a gestão educacional da comunidade
educativa subsidiando sua efetiva participação nas múltiplas ações educacionais.
Responsabilidade: Consciência do poder transformador ou conservador
da educação, ou seja, definição do tom que os sujeitos educacionais querem dar ao
processo educacional.
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4 NOVOS CENÁRIOS: proposta instituinte da Escola “Saberes e Ritmos”.
É fato que estamos vivendo num mundo absolutamente paradoxal,
dividido entre países de situações opostas de bem estar, segurança, riquezas,
estabilidades e instabilidades (bastar citar as crises financeiras geradas ultimamente
nos países ricos). Essa polarização se tornou evidente e pública, com preocupações
de intervenções políticas, apenas, a partir do relatório do Banco Mundial publicado
em 1992 e todos os dados provenientes dos mesmos. De acordo com Dowbor,
tínhamos, naquele momento, 3 bilhões de pessoas com uma renda média de 350
dólares por ano por pessoa. O cidadão do norte dispunha, em média, 60 vezes mais
recursos do que os pobres do centro e sul da América.
Somos sabedores que a realidade social determina e é determinada, pelo
processo educacional, num movimento permanente e dialético. Tivemos diversos
momentos de discussões e tomadas de decisões internacionais, as quais,
declaradas em informes e relatórios mundiais de Educação denunciam que apesar
de grandes investimentos e aplicações de recursos em ciência e tecnologia voltados
para o desenvolvimento local, regional e geral, a fome, a miséria, a ignorância, a
violência, a pobreza, o analfabetismo e a degradação do meio ambiente se
apresentam como os maiores desafios a serem enfrentados e superados pelos
homens e mulheres, de uma forma geral, e pelo processo educacional, de forma
mais específica.
No Brasil, apesar das taxas de matrículas terem aumentado
significativamente, a partir do final dos anos 90 e, de um modo geral, tenham
apresentado melhoria em termos de promoção, repetência e evasão, eles ainda
estão longe de serem aceitáveis, o que significa que permanecem como desafios a
serem enfrentados e superados.
Em síntese, podemos afirmar que as transformações que estão ocorrendo
no mundo, em ritmo acelerado, trazem consigo novas formas de trabalho, novas
maneiras de viver e de conviver, outros desejos, outras formas organizativas de
sociedade e, conseqüentemente, da escola, o que vem exigindo outros saberes e
ritmos a partir das experiências do local, do singular, do diferente e exigindo
respostas inclusivas, flexíveis, interativas e participativas.
Assim, como preparar a comunidade educativa para responder aos
desafios dessa nova realidade? Como familiarizar os alunos, alunas, professores e
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gestores com o uso de modelos e novas propostas pedagógicas nas tarefas
escolares cotidianas, de acordo com a realidade local, sem perder de vista o global,
com recursos que colaboram para a expansão da cognição humana, para a
produção de conhecimentos a partir dos seus diversos ritmos e formas, criativos,
críticos e inclusivos?
Este momento, afirmamos em conformidade com Célia Linhares, se
constitui em tempo singular ou para reformas ou para reinvenção da escola.
Costumamos reafirmar que é possível reinventar a escola e que o
professor, neste processo, é singular e fundamental, pois efetivá-la sem a
participação, empenho e comprometimento dos mesmos representa uma violência
contra o professor, contra o saber e contra a própria escola.
Assim, sugerimos uma reflexão nas tendências que marcam a
permanência desta escola que temos e a que desejamos e queremos ter, a partir de
um quadro comparativo com traços ritmados, flexíveis, inclusivos e em permanente
reinvenção. Esta é a Escola instituinte que propomos: “Saberes e Ritmos”.
Quadro 1 - QUADRO COMPARATIVO I: Escola de ontem e de hoje - traços em movimento.
Ord. Marcas da escola que herdamos da modernidade
Tendências presentes na escola contemporânea
01 Forte tendência de separar escola da vida;
Maior interpretação e conexão entre a escola e a vida;
02
Prevalência de classificações e hierarquias, organizando saberes, disciplinas, métodos e revelações entre professores;
Avanços científicos, filosóficos, tecnológicos, políticos, éticos e estéticos contrapõem-se aos separatismos e disciplinamentos, propondo ações transdisciplinares e de maior autonomia dos sujeitos escolares;
03
Dominância das seqüências entre ensino-aprendizagem e avaliação, considerados como processos estanques;
Reconhecimento de que as aprendizagens abrem caminhos para o ensino; ao invés de seqüencial a equação para o ensino + aprendizagem = avaliação deve ser ritmada exercida em simultaneidade;
04 Ênfase nos programas preparados de forma apriorística e imposto aos estudantes;
Ênfase no recolhimento das necessidades e desejos dos estudantes e professores como forma de vitalizar as curiosidades, considerando – as portas para
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processos efetivos de aprendizagens;
05Centralidade social e escolar da figura do professor como aquele que detém o saber;
Pluralização das instituições e agentes que difundem saberes e se aproximam dos lugares ocupados pelos antigos mestres. Por exemplo: a televisão, os computadores avançados, internet e congêneres.
06
Grande valorização das instituições às quais professores e estudantes teriam que se submeterem como sujeitos individuais;
Exacerbação das individualidades, impondo reformas às instituições e uma posição de destaque para os ritmos, desejos, culturas, prazeres de diferentes ordens;
07 Predominância de uma visão moral; Urgência de uma permanente elaboração ética;
08
Professor(a) exercendo funções homogeneizadoras, contribuindo para consolidar os Estados Nações, representando uma monocultura que representa as elites;
Professor(a) atendendo a confrontar-se ou escolher as diferenças culturais, raciais, sexuais, etárias, lutando contra as desigualdades econômico-sociais e políticas;
09 Professor(a) interessado(a) em cumprir os seus deveres.
Professor(a) interessado(a) em reinventar o seu lugar – com direitos e deveres – como uma contribuição a uma sociedade mais solidária e includente que precisamos criar.
Uma vez desenhado com traços rápidos uma comparação entre algumas
tendências da escola de ontem e outras emergentes na escola de hoje, com o
objetivo de demarcar as possibilidades instituintes da Escola “Saberes e Ritmos”
podemos dar um passo a mais e tentar compor uma comparação, cujo foco de
atenção é o processo de avaliação escolar.
Quadro 2 - Quadro Comparativo II: Tendências da avaliação escolar6.
Ord. Marcas da escola que herdamos da modernidade
Tendências presentes na escola contemporânea
01 Avaliação reprodutora: lições e provas que reproduzissem a “matéria” ensinada pelo(a) professor(a). A concepção de aprendizagem ainda se enraizava no estudante como uma “tabula rasa”, uma “cera sem forma” onde a escola iria inscrever as normas dominantes da civilização.
Avaliação criadora: a sala de aula como um cotidiano de múltiplas avaliações e aprendizagens. A concepção de aprendizagem se apóia no entendimento de que o estudante sabe muito da vida e que professores(as) temos muito a aprender com eles; que suas experiências, memórias de vida
6 LINHARES, Célia e outros. Escola compartilhada: proposta político pedagógica. SEMED – Coelho Neto/MA. In mineo, 2001.
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Prevalência da memorização mecânica.
representam importante terreno onde temos que buscar concatenações, compartilhando a construção de significados;
02
Avaliação dicotômica, maniqueísta e absolutista: acertos e erros eram considerados mundos separados, sem pontes entre os dois. As avaliações, portanto, definiam as pertenças um ou outro campo;
Avaliação integradora, interacional e plural: o que consideramos erros, não o são de forma absoluta. Eles podem conter uma outra lógica que tem suas razões e não pode ser desprezada, pois contem uma dinâmica de pensar distinta e que deve ser valorizada e discutida. Nem sempre uma única resposta é a correta;
03
Avaliação simplificadora e isolacionista: professores(as) elaboravam as provas, considerando quase exclusivamente a matéria dada. A avaliação era considerada um processo pontual e somatório;
Avaliação complexa: o professor(a) vai processando as avaliações considerando as experiências de seus alunos, seus ritmos e as memórias culturais com que estas estão impregnadas. A avaliação é um processo complexo;
04
Avaliação fechada e autoritária: a avaliação é definida pelo professor(a) e, como tal, fechada a qualquer debate ou discussão;
Avaliação aberta e democrática: os critérios e o próprio processo de avaliação são construídos com a participação dos outros professores e demais profissionais da escola, bem como dos próprios estudantes e seus familiares, ainda que a coordenação do processo seja de responsabilidade do professor;
05
Avaliação punitiva: a avaliação como um exercício de poder, de prestígio do professor, realizando-se como um único controle de adequação a um modelo único;
Avaliação emancipadora: avaliação como um exercício ético e uma responsabilidade pedagógica e política e, portanto, emancipando múltiplas possibilidades de ser e aprender;
06 Avaliação monocultural: a avaliação restrita a uma forma de cultura;
Avaliação multicultural: a que considera diferentes formas de cultura e seus múltiplos ritmos;
07
Avaliação como produto, como tarefa: a avaliação é realizada como uma obrigação final do período letivo;
Avaliação como processo: a avaliação tende a ser entendida e prática não como uma tarefa a ser aplicada, mas como um processo de reinvenção da escola: uma prática que não se desliga nem das teorias e nem das artes;
08 Avaliação competitiva e individualista: a escola promove uma aprendizagem individualista, onde a avaliação dá direito de
Avaliação cooperativa e includente: neste tipo de avaliação o que mais importa são as conquistas compartilhadas dos saberes e o
21
usufruir todo o narcisismo do vitorioso. A competição é um instrumento em que saber, aprender significa ultrapassar colegas.
sentimento de pertencer a uma comunidade de trabalho: a escola.
Assim, os quadros comparativos acima nos mostram a escola que
herdamos como tendência relutante e, ainda, hegemônica no chão das escolas,
como também tendências emergentes de pesquisas, estudos de dados,
experiências singulares de movimentos sociais, os quais vão desenhando outros
saberes e ritmos num processo permanente e perseverante para reinventar a escola
e o próprio mundo.
Certamente que não propomos respostas prontas e nem outros caminhos
a desbravar. O que procuramos, a partir das resistências e inventividades de
grandes mulheres e homens, professoras e professores, estudantes e tantos
anônimos, como diz Thiago de Melo: é “um jeito novo de caminhar”.
Enfim, os conflitos, as resistências, as intolerâncias e os desafios estão
colocados. Certamente, suas soluções não estão “escritas nas estrelas”, nem nas
cartas de tarot, nem em projetos prontos e acabados, mas nas atrações e ritmos de
cada ator e atriz do processo educacional em suas cenas cotidianas.
Afinal, não podemos nos esquecer que a Escola “Saberes e Ritmos” –
proposta instituinte, depende muito mais de cada professor(a), do que desta
secretaria.
Citando mais uma vez Thiago de Melo: “[...] vamos de mãos dadas...
deixemos de ser vanguardas de nós mesmos... é preciso seguir em frente”.
O desafio está lançado...
22
5 ANÁLISE DO AMBIENTE
5.1 Ambiente interno
PONTOS FRACOS PONTOS FORTESInsuficiência de recursos financeiros para uma educação plena de qualidade e inclusiva;
Compromisso e responsabilidade da maioria com o trabalho;
Deficiência na estrutura organizacional e pedagógica das escolas e da Secretaria de Educação;
Vontade coletiva de oferecer, com amor, paixão e prazer, uma educação de qualidade para TODOS;
Carência de material didático e equipamentos nas escolas;
Postura democrática e ousada da Secretária de Educação do município;
Pouca integração no âmbito da Comunidade Educativa;
Grande número de profissionais competentes e qualificados no quadro da educação;
Falta de segurança em algumas escolas; Abertura para parcerias;
Deficiência na comunicação da secretaria com a comunidade educativa;
Descentralização do poder de decisão;
Descompromisso por parte de alguns servidores da educação;
Consciência dos problemas que envolvem a educação no município;
Dificuldade na relação professor x aluno, professor x pais, pais x filhos;
Vontade política do Governo Municipal em priorizar a Educação;
Carência de profissionais habilitados em algumas áreas do conhecimento;
Sinceridade e comprometimento na equipe gerencial;
Carência do comprometimento de alguns profissionais da sala de aula na permanência na escola, no cumprimento de carga horária, na elaboração de projetos de intervenção pedagógica nos momentos do planejamento didático-pedagógico e horário com atividades contra-turno;
Postura acolhedora dos servidores da educação;
Interferência de políticos na contratação de pessoal e na lotação das escolas comprometendo a transparência administrativa;
Gestão democrática com transparência da SEMED;
Pouca agilidade da secretaria em suprir as necessidades materiais das escolas; Liberdade de expressão;
Falta de uma política de incentivos para Acompanhamento do trabalho das
23
alunos-professores-servidores; escolas por parte da secretaria “in loco”;
Ausência de um plano de cargos e carreira do município.
Interesse da Secretaria de Educação e o do Governo Municipal em melhorar os salários dos educadores;Valorização do educando e educador enquanto ser humano e cidadão;Credibilidade da sociedade no Governo “Mudamos para Melhor”;Encontro mensal entre a Secretaria de Educação e coordenadores de todas as escolas públicas do município;Abertura ao novo, com vontade de acertar;Planejamento estratégico participativo.
5.2 Ambiente externo
A reflexão sobre o ambiente externo teve como base e pauta para as
discussões dos participantes e a relação existente entre os acontecimentos mundiais
– Revolução Tecnológica, Globalização e Intercâmbio Cultural, Conferência Mundial
pela Educação de Qualidade para Todos na Tailândia, o envolvimento do UNICEF
com a Educação, criação dos blocos: MERCOSUL, Proposta de Unificação da
Língua Portuguesa –, acontecimentos nacionais (Constituição Cidadã de 1988,
Eleições Diretas, Estatuto da Criança e do Adolescente, Criação dos Conselhos
Municipais e elaboração do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação),
parceria com o Poder Judiciário no sentido de assegurar o direito a escolarização
básica para crianças e jovens, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.
9394/96, os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
transferido direto para as escolas, Fundo de Valorização do Magistério, nomeação
da atual Secretária de Educação do Município, cursos de capacitação dos gestores
municipais, elaboração e discussão dos projetos políticos e pedagógicos das
Escolas, treinamento em serviço, concurso público municipal para a educação e as
diversas parcerias firmadas com os Governos Federal e Estadual e entre as
Secretarias do Governo Municipal.
A partir de todos estes acontecimentos e políticas públicas, bem como
das medidas e ações do Governo Municipal elaboramos ações estratégicas capazes
24
de potencializar as oportunidades que temos e neutralizar as ameaças e desafios a
serem enfrentados cotidianamente nas Escolas Municipais, facilitando a concepção
de que a opção pela mudança na Educação de São Mateus do Maranhão se dará de
dentro para fora, a partir da mudança dos sujeitos educacionais e sociais, no meio
ambiente, na sociedade e, conseqüentemente, na educação.
25
6 AÇÕES ESTRATÉGICAS QUE POSSAM POTENCIALIZAR OS PONTOS FORTES E NEUTRALIZAR AS AMEAÇAS E SUPERAR OS PONTOS FRACOS.
1. Publicar e divulgar este plano estratégico de educação de São Mateus com
vistas a fortalecer parcerias nos projetos para universalização e melhoria da
qualidade do ensino nas escolas públicas, promovendo a inclusão social;
2. Propor a institucionalização da Escola “Saberes e Ritmos” como proposta a
ser discutida, implementada e reinventada nas escolas municipais;
3. Propor emenda à Lei Orgânica do Município estabelecendo aumento do
percentual de recursos financeiros destinados à educação;
4. Estabelecer um orçamento participativo envolvendo pais, alunos,
supervisores, coordenadores e gestores para um atendimento adequado à
realidade da escola.
5. Realizar uma campanha de combate ao desperdício e de respeito ao meio
ambiente, a começar pela preservação do bem público;
6. Implementar a elaboração participativa do plano de cargos e carreiras do
magistério municipal;
7. Constituir um grupo de estudo permanente com a participação do colegiado
da Secretaria de Educação e de um representante de cada Secretaria
Parceira;
8. Estabelecer e cumprir um calendário de reuniões do colegiado da Secretaria
com pautas pré-definidas, coletadas das dificuldades encontradas nas
unidades de ensino;
9. Realizar um trabalho de relações interpessoais com o colegiado da Secretaria
e das escolas públicas, favorecendo o processo educacional;
10.Organizar e divulgar relatórios periódicos das escolas públicas de São
Mateus;
11. Propor a cada escola o horário docente, contemplando carga horária limite,
planejamento e atividades pedagógicas no contra-turno;
12.Fortalecer a comunicação da Secretaria de Educação com toda a sociedade
São Mateuense;
13.Montar e viabilizar a veiculação em rádio de um programa periódico dedicado
à educação;
26
14. Propor um boletim informativo elaborado e divulgado pela SEMED com todas
as ações da mesma e de todas as escolas que contemplam a rede municipal;
15.Propor a criação de um Fórum de dirigentes sob a presidência da SEMED
para discussões e encaminhamentos das ações educativas e políticas da
rede;
16.Realizar mensalmente prestações de contas o mais pormenorizada possível
das ações desenvolvidas e dos recursos utilizados, através de um jornal
mural mensal;
17.Promover seminários nas escolas abertas à participação da comunidade;
18. Incentivar a autonomia escolar apoiando a criação ou o fortalecimento de
Conselhos e Fundos Escolares;
19. Incentivar através das coordenações das escolas a criação de grêmios
estudantis ou outras formas de organização do aluno;
20.Estabelecer um processo participativo de escolha das direções escolares;
21.Oportunizar encontros de convivência com a comunidade educativa para
viabilizar união, confiança e sinceridade;
22.Realizar colóquios para interação entre a educação e os diversos segmentos
sociais organizados do município;
23. Implementar um programa de controle social da qualidade da merenda e do
transporte escolar;
24.Renovar frota de veículos de acordo com as possibilidades financeiras do
fundo de educação;
25.Elaborar projetos visando o aperfeiçoamento permanente dos educadores,
aquisição de material didático e equipamentos, bem como, a melhoria das
condições físicas das escolas;
26. Implementar o projeto político-pedagógico em cada escola;
27.Elaborar em cada escola projetos de intervenção pedagógica para minimizar
a distorção idade/série, evasão escolar, analfabetismo funcional, entre outros;
28.Elaborar feiras culturais com a participação de todas as escolas e
comunidade;
29.Fortalecer e dinamizar o PROEJA para habilitar professores e oportunizar aos
jovens fora de faixa etária o acesso à educação;
27
30.Estruturar um programa de acompanhamento pedagógico regionalizado,
centrado no aperfeiçoamento permanente dos gestores e coordenadores de
escolas e creches;
31.Elaborar e implementar um programa de incentivo ao aluno, às escolas e aos
profissionais de educação;
32.Estruturar e implementar um sistema de avaliação multidirecional e
processual incluindo a avaliação interna e externa das escolas;
33.Editar um livro didático resgatando, de forma acessível a todos, a história do
Município;
34.Difundir a consciência ecológica na sociedade São Mateuense através de
atitudes e ações concretas nas escolas;
35.Realizar encontro anual com toda comunidade educacional, política, ONG’s e
sociedade civil do Município;
36. Implementar um curso pré-vestibular, para oportunizar o ingresso de
professores e alunos nas Universidades Públicas.
28
7 ÁREAS DE ATUAÇÃO E SEUS OBJETIVOS
7.1 Educação Infantil
Garantir o acesso, a permanência e o sucesso da criança no processo de
alfabetização que se inicia na creche e se estende as séries do Ensino Fundamental
para formarmos leitores e escritores críticos e criativos.
7.2 Ensino Fundamental
Garantir o ensino fundamental de qualidade para todas as crianças de 06
a 14 anos, visando desenvolver suas potencialidades, seus valores culturais e sua
integração com o meio ambiente.
7.3 Educação Inclusiva
Possibilitar às crianças portadoras de necessidades especiais
educacionais a integração no ensino regular e sua respectiva interação nas salas
inclusivas, oferecendo um acompanhamento que atenda às demandas específicas.
7.4 Educação de Jovens e Adultos
Oferecer oportunidade de habilitação de professores para o magistério e
de alfabetização, profissionalização e aceleração da escolaridade para jovens e
adultos (PROEJA).
7.5 Educação Ambiental
Reeducar o homem para a utilização e a preservação do meio ambiente,
buscando o necessário equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e conservação
dos recursos vivos e renováveis.
29
7.6 Cultura, Esporte e Recreação
Difundir no âmbito da comunidade escolar conceitos e práticas que
contribuam para o desenvolvimento dos valores culturais, humanos e sociais,
tornando a educação mais prazerosa e atraente, para isto incluir o ritmo e a
musicalidade regional.
7.7 Mobilização Social e Comunicação
Estabelecer uma mobilização permanente da sociedade pela educação
de qualidade para todos centrada na participação da comunidade, no cotidiano da
escola, na realização de eventos e comemorações de datas significativas.
30
8 DETALHAMENTO DAS METASMETAS DE IMPACTO PARA OS 02 ANOS DE GESTÃO DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO MUNICIPIO DE SÃO MATEUS
DO MARANHÃO
Áreas de atuação: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Inclusiva, Educação de Jovens e Adultos, Educação Ambiental, Cultura, Esporte e Recreação, Mobilização Social e Comunicação.
Objetivo: garantir o acesso, a permanência e o sucesso das crianças, jovens, adolescentes e adultos no processo de alfabetização que se inicia na creche e se estende às séries do Ensino Fundamental, bem como alfabetização dos jovens e adultos, minimizando o analfabetismo, a distorção idade-série e a evasão escolar, possibilitando a formação dos alunos e alunas como leitores e escritores críticos e criativos e promovendo a partir do processo educacional a inclusão social.
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
01
Construção de campinhos e parques infantis alternativos em todas as instituições infantis.
Estudo do espaço físico; Elaboração do projeto
para sensibilizar parceiros e captar recursos.
XX
XX
XX
X X Secretarias
Municipais de Obras e de
Ação Social e Comunidade.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
02
Criar grupos de estudos permanentes sobre educação infantil em instituições escolares.
Divulgar a idéia; Sensibilizar os grupos; mobilização dos grupos.
XXX
XXX
XXX
X XX
Secretarias Municipais de Ação Social, Saúde e de
Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
03
Atualizar anualmente o censo educacional comunitário para compatibilizar a oferta e a demanda na área de Educação Infantil.
Coleta de dados; Análise de dados; Providências cabíveis.
XXX
XXX
XXX
X XX
Comunidade Escolare A definir
Humanos, financeiros e
materiais.A definir
30
31
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
04
Curso de aperfeiçoamento para educadores envolvidos no processo de alfabetização, bem como de relações humanas.
Fazer um levantamento, entre os educadores, dos temas relevantes;
Contratar instrutores ou firmar convênio com instituições afins e/ou utilizar professores nomeados.
X
X
X
X
X
X
X
XSecretarias
Municipais de Ação Social, de
Cultura e de Saúde.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
05
Analisar e divulgar a proposta pedagógica para a Educação Infantil no Município.
Distribuição de cópias à comunidade educativa;
Seminários para os profissionais de educação infantil estudar a proposta.
XXX
XXX
XXX
X XX Secretarias
Municipais de Ação Social e
de Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
06
Construir uma brinquedoteca que atenda a todas as instituições infantis do município.
Comprar brinquedos educativos;
Organizar a sala de empréstimos de brinquedos;
Organizar o fichário; Agilizar funcionamento
da oficina de brinquedos.
XXX
XXX
XXX
X XX Secretarias
Municipais de Ação Social e
de Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
07
Encontros regionais dos profissionais da área de Educação Infantil e Educação Inclusiva para repasse de experiências e aprofundamentos teóricos.
Efetivação do consórcio intermunicipal;
Elaborar um calendário de encontros.
X
X
X
X
X
X
X
X
As Prefeituras consorciadas A definir Humanos e
financeiros. A definir
32
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
08
Ampliar o atendimento de creche na zona urbana e rural baseado no censo educacional.
Atualização do censo; Montar diagnóstico real
da situação infantil no município;
Construir e equipar as instituições necessárias para atender às demandas.
XX
X
XX
X
XX
X
X X
X
Secretarias Municipais de
Ação Social, de Obras e de
Saúde.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
09
Garantir o acesso, a permanência e o sucesso, na escola, de todas as crianças de 6 a 14 anos.
Fazer levantamento de todas as crianças fora de sala de aula através de visitas domiciliares;
Sensibilizar os pais a respeito da importância da criança na sala de aula;
Garantir a presença do professor, do espaço e dos recursos didáticos;
Monitoramento da evasão escolar.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Todas as Secretarias Municipais
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
10
Aperfeiçoar o quadro de educadores nas diversas áreas do conhecimento.
Promover cursos de aperfeiçoamento;
X X X X Secretarias Municipais de
Administração e de Cultura e
Saúde.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
11
Ampliar a oferta de salas de aula próprias ao ensino para atender toda a demanda.
Fazer um levantamento do número necessário de novas salas de aula;
Fazer orçamento; Buscar parcerias e
recursos financeiros.
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
Secretarias Municipais de
Educação, Administração, Saúde, Cultura
e Obras.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
12 Prover todas as Previsão do número de X X X X Secretarias A definir Humanos, A definir
33
escolas de recursos didáticos, pedagógicos e materiais para o seu pleno funcionamento, no início de cada ano letivo.
alunos; pré-matrícula nos meses de novembro;
Solicitação de recursos junto às instituições afins;
Distribuição equitativa junto às escolas.
X
X
X
X
X
X
X
X
Municipais de Educação,
Cultura e de Saúde.
financeiros e materiais.
13
Acabar com a evasão escolar, reduzir o índice de reprovação e de distorção idade/série.
Melhorar a qualidade do Ensino;
Tornar a escola atraente e prazerosa;
Elaborar projeto de intervenção pedagógica, via esporte, cultura e lazer;
Acompanhamento e fortalecimento por parte dos coordenadores escolares e equipe da Secretaria de Educação aos planejamentos dos professores;
Garantir eficiência e eficácia do programa de Merenda Escolar.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Comunidade Escolar
Todas as Secretarias Municipais
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
14
Identificar, no âmbito do município, as crianças Portadoras de Necessidades Educacionais Especiais e promover a inclusão.
Sensibilizar e fornecer informações aos gestores;
Elaborar a ficha cadastral e cronograma;
Divulgar e realizar o cadastro;
Triagem dos casos; Formação de uma
equipe multiprofissional.
X
X
X
XX
X
X
X
XX
X
X
X
XX
X
X
X
XX
Secretarias municipais de
Educação, Saúde e de Ação Social
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
15 Realizar experiência piloto
Escolher a escola; Reunião com a
XX
XX
XX
XX
Secretarias municipais de
A definir Humanos, financeiros e
A definir
34
em uma escola municipal para dar início ao atendimento das crianças PNEE
comunidade da escola; Definir e capacitar
profissionais; Equipar a sala; Definir a clientela a ser
atendida; Dar início às aulas; Avaliar o trabalho
mensalmente.
X
XX
XX
X
XX
XX
X
XX
XX
X
XX
XX
Educação, Saúde e de Ação Social
materiais.
16
Fazer um trabalho de fortalecer o engajamento da sociedade com a educação inclusiva.
Realizar palestras com especialistas junto a comunidade educativa e pais;
Estabelecer e divulgar calendário e local das palestras;
Reunião com os encarregados para avaliar os seminários
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretarias municipais de
Educação, Saúde, de Ação
Social, de Cultura,
Conselho Tutelar e Ministério Público.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
17
Possibilitar o ingresso no sistema público de ensino de crianças PNEE.
Avaliar as fichas cadastrais;
Estabelecer o total de crianças a serem atendidas;
Proceder a matrícula; Adequar o transporte e o
local onde serão atendidas;
Receber e acolher as crianças;
Acompanhamento de especialistas às crianças e aos profissionais atuantes;
Avaliar sempre o funcionamento do programa.
X
X
XX
X
X
X
X
X
XX
X
X
X
X
X
XX
X
X
X
X
X
XX
X
X
X
Secretarias municipais de
Saúde, de Ação Social,
Conselho Tutelar e Ministério Público
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
18 Atender as famílias das
Realizar encontros mensais entre
X X X X Secretarias Municipais de
A definir Humanos, financeiros e
A definir
35
crianças PNEE. especialistas e os pais das crianças atendidas.
Educação, Saúde, Ação
Social, Conselho Tutelar e Ministério Público.
materiais.
19
Criar um centro de apoio instrumentalizado com multiprofissionais para atender a demanda do município.
Distinguir as prioridades; Elaborar um projeto; Adequar e
instrumentalizar o local; Fazer concurso para
seleção de profissionais, que irão trabalhar no centro de apoio;
Selecionar os alunos; Iniciar.
XXX
X
XX
XXX
X
XX
XXX
X
XX
XXX
X
XX
Secretarias municipais de Educação, de
Saúde, de Ação Social, de
Administração e de Obras.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
20
Oferecer salas de aula para os jovens e adultos do PROEJA- ensino fundamental no período de 2009 a 2010, de acordo com a demanda.
Fazer um diagnóstico; Sensibilização para que
a clientela procure; Apoio ao funcionamento.
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X Secretarias municipais de
Saúde, de Ação Social e de
Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
21 Oferecer cursos profissionalizante
Realizar sondagem de demanda;
X X X X Secretarias municipais de
A definir Humanos, financeiros e
A definir
36
s no âmbito das comunidades.
Definição e organização dos cursos a serem oferecidos;
Inscrição dos interessados;
Acompanhamento e avaliação.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Educação, de Esporte, de
Ação Social, de Cultura e lazer.
materiais.
22
Reciclar todo lixo limpo das escolas de São Mateus do Maranhão
Conscientização da comunidade escolar através de palestras, cartazes e campanhas.
Seleção do lixo na escola;
Coleta de lixo e reciclagem.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretarias Municipais de
Cultura, de Ação Social, de Turismo, Saúde
e Obras.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
23
Aperfeiçoar todos os educadores para a Ed. Ambiental.
Realização cursos; Elaboração de projeto
participativo.
XX
XX
XX
XX
Secretarias municipais de
Esporte, Cultura,
Turismo e Agricultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
24
Promover a arborização das escolas em parcerias com os pais e alunos.
Preparação da área para o plantio;
Obtenção de mudas; Organização dos
cuidados permanentes e necessários.
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
Secretaria municipal de
Obras, de Agricultura e de
Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
25
Explorar o meio ambiente próximo às escolas para registro de áreas com potencialidades ecológicas e culturais que possibilitem a formação de trilhas.
Conscientização da comunidade escolar;
Registrar trilhas; Interligação de trilhas
através de passeios com as comunidades.
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
Secretarias Municipais de
Educação, Esporte, Ação
Social, de Cultura, de Turismo, de Saúde e de
Obras e Escolas.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
26 Levar às escolas histórias e o
Realizar pesquisas e entrevistas;
X X X X Secretarias de Educação, de
A definir Humanos, financeiros e
A definir
37
folclore de São Mateus
Buscar patrocínios; Elaborar e confeccionar
livro didático e vídeo; Gincana cultural sobre o
livro; Criar grupos teatrais; Realizar excursões aos
locais históricos e a manifestação folclórica;
Criar grupos de danças das mais diversas representações rítmicas.
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X
XX
X
Cultura, Ação Social, de Turismo e
Lazer.
materiais.
27
Formar o coral do município e realizar curso de musicalização para professores.
Elaboração de projetos; Captação de recursos; Implementação do
projeto.
XXX
XXX
XXX
XXX
Secretaria de Cultura, Esporte,
Turismo e Lazer.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
28
Equipar as escolas com materiais e áreas esportivas, de recreação e de lazer comunitário.
Levantamento das prioridades de cada escola;
Buscar convênios e/ou patrocínios para aquisição de material.
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretarias de Ação Social e de Cultura e
Desporto.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
29
Proporcionar o aperfeiçoamento especializado dos profissionais da área de esportes e recreação.
Estabelecer convênios; Definição de calendário; Realização de cursos.
XXX
XXX
XXX
XXX
Secretarias Municipais de
Cultura e Desporto e Ação Social
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
30
Garantir a prática esportiva, de recreação e de lazer constante nas escolas
Criação de um GT de Educação Física;
Aquisição e distribuição às escolas de materiais esportivos
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretarias de Saúde e de Cultura e Desporto
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
38
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
31
Realizar olimpíadas escolares
Levantamento de praças esportivas;
Definição das competições;
Escolha das modalidades;
Inscrições; Premiações.
X
X
X
XX
X
X
X
XX
X
X
X
XX
X
X
X
XX
Secretarias Municipais de Cultura, Ação
Social e Saúde
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
32
Oferecer oportunidade de capacitação para bibliotecários municipais.
Levantamento dos bibliotecários municipais;
Fazer acordo com os gestores das escolas que possibilitem o estágio de capacitação.
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretaria Municipal de Educação, de Cultura e Ação
Social.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
33
Atualizar o acervo cultural das bibliotecas públicas municipais
Levantamento do atual acervo;
Mobilizar a sociedade para doações e patrocínios;
Solicitar doações das diversas editoras existentes no Estado;
Compra de livros de suma importância para atender as pesquisas solicitadas;
Catalogar e selecionar o acervo.
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X
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X
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X
X
X
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X
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Secretaria Municipal de Educação,
Cultura e Ação Social,
Administração e Finanças.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
34
Realizar um colóquio com cada segmento social do município para informar, sensibilizar, mobilizar e estabelecer parcerias.
Definir segmentos que serão mobilizados;
Preparar calendário; Definir conteúdos,
dinâmicas e local; Encaminhar convites; Proceder relatório e
divulgação; Elaborar projetos.
X
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XX
X
X
XX
XX
X
X
XX
XX
X
X
XX
XX
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Todas as Secretarias Municipais e Assessorias.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
39
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
35
Proceder a um diagnóstico socioeconômico das famílias residentes em São Mateus do Maranhão.
Elaborar instrumento de coleta de dados – Ficha Familiar;
Definir premiação para ser sorteada entre os estudantes que colaborem com a pesquisa;
Orientar o preenchimento da Ficha Familiar;
Recolher, tabular e divulgar o diagnóstico realizado.
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
Secretarias Municipais de Cultura, Ação
Social e Saúde
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
36
Realizar um encontro anual de educação destinados a toda sociedade de São Mateus.
Elaborar projetos; Definir tema, conteúdos,
dinâmicas e palestrantes;
Definir data e local Realizar ampla
divulgação (rádio, TV, cartazes, etc.);
Relatório e publicação.
XX
XX
X
XX
XX
X
XX
XX
X
XX
XX
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Todas as Secretarias Municipais
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
37
Realizar levantamento e divulgação do perfil de professor e de escola que o estudante de São Mateus deseja.
Sensibilizar as escolas e, especialmente, estudantes;
Elaborar, produzir e distribuir material necessário;
Recolher e sistematizar (tabular resultados);
Elaborar e divulgar cartazes com a síntese do resultado.
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X
X
X
Assessoria de comunicação A definir
Humanos, financeiros e
materiais.A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROS PARCEIROS RECURSOS RESPONSAVEL
40
INTERNOS EXTERNOS2010 2011
38
Montar e realizar exposição itinerante da situação educacional do município.
Elaborar projetos; Selecionar material para
exposição (fotos, cartazes, relatórios, etc.);
Levantar dados educacionais de interesse de toda comunidade;
Preparar tabelas e gráficos com os indicadores;
Garantir uma assessoria de comunicação para acompanhar todos os eventos da educação;
Definir cronograma e locais para realizar a exposição.
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X
X
XX
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X
X
X
XX
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X
X
XX
X
X
X
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Todas as Secretarias Municipais e Assessorias
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
39
Produzir e veicular um programa de rádio com 1h/semanal.
Elaborar projetos; Assegurar uma
assessoria de comunicação para produção do programa;
Buscar patrocínio de empresas;
Divulgar a idéia às escolas no sentido de que estas inscrevam experiências para serem veiculadas;
Definir, de forma participativa, os conteúdos e os participantes do programa;
Firmar contrato com uma rádio local.
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X
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X
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Assessoria de comunicação e
Secretaria Municipal de
Cultura.
A definirHumanos,
financeiros e materiais.
A definir
ORD. METAS PROCEDIMENTOS CRONOGRAMA PARCEIROSINTERNOS
PARCEIROSEXTERNOS RECURSOS RESPONSAVEL2010 2011
41
40
Elaborar e divulgar calendário de datas comemorativas no Município.
Elaborar projetos; Definição de forma
participativa das principais datas e formas de comemoração.
XX
XX
XX
XX
Assessoria de comunicação. A definir
Humanos, financeiros e
materiais.A definir
41
Elaborar e distribuir mensalmente um Jornal Mural a cada sala de aula e pontos de grande movimento de pessoas.
Elaborar projetos; Articular com a
assessoria de comunicação da PMA ou contratar uma específica para a educação;
Reservar espaço para as próprias salas de aula veicularem suas notícias;
Produzir, orçar, empenhar e autorizar confecção em gráfica;
Distribuir.
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X
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X
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X
X
Assessoria de comunicação. A definir
Humanos, financeiros e
materiais.A definir
OBS: Somos sabedores que para atingir cada meta, se faz necessário para seus procedimentos, prazos, definição de parceiros,
recursos e responsáveis, bem como avaliação das metas, a elaboração de projetos e estes serão de inteira responsabilidade da
SEMED, Gestores, Supervisores, Coordenadores, Professores, Pais e Alunos – Comunidade Educacional, definida a partir de
comissões para elaboração, captação de recursos, execução, acompanhamento e avaliação.
42
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Quando vivemos a autenticidade exigida
pela prática de ensinar-aprender
participamos de uma experiência total,
diretiva, política, ideológica... pedagógica,
estética e ética, em que a boniteza deve
achar-se de mãos dadas com a decência
e com a sinceridade”.
Paulo Freire
Os municípios foram, durante muito tempo, relegados a uma categoria de
menor relevância no conjunto da Federação e não foi considerada a sua importância
estratégica para o desenvolvimento da educação nacional. A autonomia na gestão
dos sistemas de ensino, instituída a partir da Constituição de 1988, ao mesmo tempo
em que fortalece o município como ente federativo, delega maiores
responsabilidades em nível local na provisão dos serviços essenciais, como a
Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Se, por um lado, essa autonomia passa
a desafiar os dirigentes a desenvolverem permanentemente a capacidade
institucional e de gestão dos órgãos de educação municipal, de outro, permitiu o
nascimento e crescimento endógeno de inovações no âmbito local até então pouco
conhecidas e valorizadas pelos demais atores do sistema, principalmente o
Ministério da Educação.
Entre os inúmeros desafios postos à Nação para os próximos anos está o
ato de melhorar substantivamente os resultados dos sistemas de ensino básico no
País. Os objetivos colocados no Plano Nacional de Educação (PNE) destacam
esses desafios, são suprapartidários e assinalam o compromisso da sociedade e do
Estado com o futuro das novas gerações e do próprio desenvolvimento nacional.
Sem educação de qualidade para todos não haverá chance para o desenvolvimento
do País e o futuro das novas gerações será incerto.
Para alcançarmos os objetivos e metas do PNE, até 2011, inovar é
preciso.
Portanto, acreditamos que educar para uma cidadania global é
desenvolver a compreensão de que é impossível querer desacelerar o mundo e,
43
sim, procurar adaptar a forma de educar às mudanças rápidas e aceleradas
presentes em nossas vidas. É ter uma atitude interna de abertura e não de
fechamento, uma atitude de questionamento crítico e, ao mesmo tempo, de
aceitação daquilo que julgar relevante. Envolve a compreensão dos impactos sociais
e políticos decorrentes dos fenômenos demográficos e a aquisição de valores
compatíveis com a vida numa sociedade planetária, onde prevalece a tolerância, o
respeito, a compaixão, a cooperação e a solidariedade. É preparar os indivíduos
para vivenciarem uma nova ética entre os povos, capaz de melhorar a convivência
neste mundo.
44
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45
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46
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47
WEIL, Pierre. Rumo à nova transdisciplinaridade: sistemas abertos de conhecimento. São Pulo: Summus, 2005.
48
ANEXO
49
Anexo: Para refletir...
GAIOLAS OU ASAS7?
Rubem Alves8
O Vôo, signo de liberdade, só pode ser encorajado...
Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de
aforismos. Fico feliz porque sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche
freqüentemente eram também atacados por eles. Digo "atacados" porque eles
surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são
visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou:
"Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas".
Escolas-gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do
vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Seu dono pode levá-las para
onde quiser. Deixaram de ser pássaros, pois a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas-asas não amam pássaros engaiolados. Amam os pássaros em vôo. Ensinar
o vôo não podem, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo só pode ser
encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri conversando com
professoras do ensino médio, em escolas de periferia. Seus relatos são de horror e
medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças... E elas, timidamente,
pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina: dar o
programa, fazer avaliações... Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres
famintos, dentes arreganhados, garras à mostra - e a domadoras com seus chicotes,
fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres... Sentir alegria ao sair de
casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se
de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma
porta que as fecha com os tigres.
7 Revista Educação, ano 12, nº 135, julho/2008 – wwww.revistaeducacao.com.br 8 Escritor e Educador – [email protected]
50
Violento é o pássaro que luta contra os arames da gaiola ou a gaiola que
o prende? Violentos são os adolescentes de periferia ou as escolas? Alguns dirão
que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorar de vida. De
acordo. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu
pergunto: nossas escolas dão uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe que os alunos ganham uma boa
educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a
qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos
novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o
ideal de uma boa educação?
Professoras são obrigadas a ensinar o que os programas mandam,
sabendo que é inútil. Bruno Bettelheim relata sua experiência: "Fui forçado a estudar
o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E aprender à sua
maneira".
O sujeito da educação é o corpo, é nele que está a vida. É o corpo que
quer aprender para poder viver. A inteligência é um instrumento do corpo cuja
função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era "ferramenta" e
"brinquedo" do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender
"ferramentas", aprender "brinquedos". "Ferramentas" são conhecimentos que nos
permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas
coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à
alma. No momento em que escrevo, ouço o coral da nona sinfonia. Não serve pra
nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramentas e
brinquedos, está o resumo da educação.
Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me
permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos
caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está
aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem.