profecuqui.files.wordpress.com€¦  · web viewsistema sesi-sp de ensinoensino...

363
Sistema SESI-SP de Ensino ENSINO FUNDAMENTAL Orientações didáticas do Movimento do aprender LÍNGUA PORTUGUESA

Upload: others

Post on 25-Aug-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Sistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTAL

Orientações didáticas do Movimento do aprender

LÍNGUA PORTUGUESA

7ºano

Page 2: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

7ºano

LÍNGUA PORTUGUESA

Orientações didáticas doMovimento do

aprender

Page 3: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Serviço Social da INDÚSTRIA – SESI Departamento Regional de São Paulo Avenida Paulista, 1313 – Bela VistaCEP 01311-923 – São Paulo – SP – Brasil www.sesisp.org.br

Presidente do Conselho RegionalPaulo Skaf

Diretor Regional do SESI-SPPaulo Skaf

Superintendente do SESI-SPWalter Vicioni Gonçalves

Diretor da Divisão de Educação e Cultura / DECFernando Antônio Carvalho de Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Serviço Social da INDÚSTRIA (SESI-SP)Orientações didáticas do Movimento do aprender:

Língua Portuguesa 7o ano / Serviço Social da INDÚSTRIA (SESI-SP). – 1.ed.-- São Paulo : SESI-SP Editora, 2016.

206 p. : il. ; 31cm. -- (SESI-SP

Educação) ISBN 978-85-8205-

386-7

1. Ensino Fundamental 2. Estudo e Ensino 3. Língua Portuguesa Título. II. Série: SESI-SP Educação.

CDD-372.656907

Índices para catálogo sistemático:

Língua Portuguesa : Ensino Fundamental : Estudo e Ensino Ensino Fundamental : Língua Portuguesa : Estudo e Ensino Estudo e Ensino : Língua Portuguesa : Ensino Fundamental

Bibliotecária responsável: Enisete Malaquias CRB-8 5821

A SESI-SP Editora empenhou-se em identificar e contatar todos os responsáveis pelos direitos autorais das imagens e dos textos reproduzidos neste livro.Se porventura for constatada omissão na identificação de algum material, dispomo-nos a efetuar, futuramente, os possíveis acertos.

Page 4: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

ENSINO FUNDAMENTAL

2a reimpressão São Paulo, 2018

7ºano

LÍNGUA PORTUGUESA

Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 5: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Avenida Paulista, 1.313, 4o andar, 01311-923, São Paulo-SPF. 11 3146-7308

Conselho EditorialPaulo Skaf (Presidente) Walter Vicioni Gonçalves Débora Cypriano Botelho Neusa Mariani

Gerência Executiva de EducaçãoLuciana Campacci

Gerência de Educação BásicaAnaide Trevizan

Elaboração e coordenação do projetoAnaide Trevizan Christiane Moreira Jorge

Elaboração do CONTEÚDO – edição de 2010Ligia Paula Couto Vitor Takashi Sugita

Colaboradores – edição de 2010 Denise Aparecida Ioavasso Lafayette Geane Izabel Bento BotarelliKarina Stefanin Luciana Falciano Oruz

Elaboração do CONTEÚDO desta ediçãoJosé Renato da Silva Rafaella Spiga Real Bernini

Colaboradores desta edição João Henrique Mateos Leonardo Felipe Paes Monteiro

Editor chefeRodrigo de Faria e Silva

Produção editorial e gráficaPaula Loreto

Editora assistenteMonalisa Neves

Assistente editorialElexsandra Morone

Editoração e produção gráficaValquíria Palma Camila Catto

Projeto gráficoA+ Design

DiagramaçãoGlobaltec Editora

PreparaçãoMuiraquitã Editoração Gráfica

RevisãoLilian Garrafa

Administrativo e financeiroValéria Vanessa EduardoFlávia Regina Souza de Oliveira Edilza Alves Leite

ComercialRaimundo Ernando de Melo Junior Márcio da Costa Ventura

© SESI-SP Editora, 2016 Todos os direitos reservados.Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem a permissão expressa do SESI-SP.

SESI-SP Editora

Page 6: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Apresentação

Professor,As demandas e desafios para quem trabalha com a educação fazem

com que as informações pelas quais estamos cercados tenham de ser utilizadas com estra- tégias cada vez mais diferenciadas, em busca de acompanhar as mudanças dos tempos modernos. Entendemos que a educação é um processo ÚNICO, capaz de transformar o potencial das pessoas em competências e habilidades que podem ser ampliadas a partir desse foco de trabalho, possibilitando a conquista de um ensino de qualidade.

Como podemos pensar, sentir, agir, ensinar e aprender frente às incessantes transformações que ocorrem com singular dinamismo, profundidade e abrangência ao longo da história? Essa questão nos mostra as exigências do trabalho docente voltado ao desenvolvimento de competências e habilidades que levem o estudante a se sentir preparado para atuar na sociedade.

Foi pensando nessa realidade que desenvolvemos esta coleção, a qual propor- ciona ferramentas para auxiliá-lo na formação de cidadãos capazes de interpretar o mundo de diversas maneiras. Concretiza-se neste material didático a concepção de ensino e aprendizagem do Sistema SESI-SP de Ensino, pois nele encontram-se formas diversificadas de ensinar e aprender, a partir de propostas educativas que vão além da mera transferência de informações e de CONTEÚDOS conceituais, já que os estudantes são portadores de saberes que devem ser tomados como ponto de partida para o desenvolvimento das práticas educacionais.

É com base na contínua observação dos conhecimentos dos educandos que o professor decide quais unidades e atividades serão objetos de estudo; portanto, este material não foi desenvolvido para ser utilizado de forma linear, mas como um instrumento de complementação didático-pedagógica que auxilie o docente a tomar decisões mais adequadas em cada momento da aprendizagem, com base nas necessidades de sua turma.

As orientações contidas neste livro têm o objetivo de apresentar subsídios para a ampliação e a adaptação das propostas que figuram no Movimento do Apren- der, visando desenvolver as expectativas de ensino e aprendizagem. Apresentamos diferentes formas, possibilidades, recursos e instrumentos que viabilizam atender às necessidades dessa nova era da informação. Além disso, buscamos relacionar as áreas de conhecimento, favorecendo a combinação dos diferentes componentes curriculares, em especial aqueles que integram a área de conhecimento.

Vale ressaltar que o material didático deve ser a base para o desenvolvimen- to da ação docente, pois é no olhar atento e na busca constante de proporcionar ao estudante a aquisição de

Page 7: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Apresentação • Língua Portuguesa

Os autores

saberes que o professor seleciona a ferramenta mais apropriada à sua proposta educacional.

Bom trabalho!

Page 8: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 9: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Sumário

1. Caracterização da área de conhecimento edo componente curricular 8

1.1. Linguagens 8

1.2. Língua Portuguesa 8

2. Estrutura da coleção 11

2.1. Identificação dos livros 11

2.2. Livro-texto – Muitos textos... Tantas palavras 12

2.3. Livro do estudante – Movimento do aprender 12

2.4. Livro do professor – Orientações didáticas do Movimento do aprender 15

3. Expectativas de ensino e aprendizagem 17

4. Gêneros textuais 19

5. Unidades 21

Unidade 1 – A vida em um livro 21

Unidade 2 – Por dentro do que acontece no mundo 45

Unidade 3 – Qualquer canção de bem alguma poesia tem 67

Unidade 4 – Seção dos leitores 83

Unidade 5 – Um caso elementar 105

Unidade 6 – A arte nos palcos 125

Unidade 7 – Entre perguntas e respostas 145

Unidade 8 – As regras do jogo 165

6. Referências bibliográficas 187

7.Encartes 189

Sumário • Língua Portuguesa

Page 10: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

1. Caracterização da área de conhecimento e do componente curricular

1.1. LinguagensEm sua relação com o mundo, o homem interpreta o que está à sua volta, produz sen-

tidos e se manifesta em diferentes linguagens, articulando significados construídos co- letivamente em sistemas de representação. Assim, as linguagens devem ser vistas como produtos de práticas sociais, manifestações particulares e coletivas e formas de interação com o mundo. O conhecimento das línguas, das artes e das práticas corporais faz com que o homem insira-se na sociedade e interaja com o universo das representações simbólicas e culturais, seja por meio de um simples diálogo, de um poema, de uma pintura ou de um jogo coletivo.

Na escola, os componentes curriculares da área de Linguagens pautam-se pelo estudo dos processos de produção de sentido, por meio dos processos de representação, de inter- pretação e de expressão dos conhecimentos linguísticos e das manifestações artísticas e corporais das diferentes culturas.

O objetivo desta área é permitir ao estudante a apropriação e a ampliação das compe- tências discursivas, da sensibilidade estética e da cultura corporal, bem como a estrutura- ção de todo o processo de construção de saberes. Além disso, seus componentes curricu- lares devem contribuir para o aprimoramento das capacidades de o estudante interagir de maneira crítica com as diversas linguagens e criar, quando necessário, novos sistemas simbólicos adequados às exigências da sociedade contemporânea.

1.2. Língua PortuguesaO estudo da Língua Portuguesa no Sistema SESI-SP de Ensino procura contemplar as

discussões teórico-metodológicas contemporâneas sobre o processo de ensino e aprendiza- gem da língua materna, em situação escolar, tomando o texto e os gêneros textuais como objetos de ensino e aprendizagem. O trabalho com os gêneros textuais pressupõe a análise do texto e do discurso do qual ele é produto, além de uma descrição da língua.

Esses pressupostos impõem ao ensino o respeito pela diversidade e a busca por conheci- mentos que possam gerar, por meio do estudo do texto, novas formas cognitivas e comuni- cativas, adequadas às necessidades de interação. Assim, o desenvolvimento da competên- cia linguística do estudante não está pautado na exclusividade do domínio técnico de uso da língua legitimada pela norma, mas, sobretudo, na competência performativa, ou seja, em saber usar a língua em situações subjetivas ou objetivas que exijam graus de distanciamen- to e reflexão sobre os contextos e o estatuto de interlocutores.

Ao ingressar na escola, o estudante já faz uso de sua língua materna em situações coti- dianas de interação, e o estudo dela requer a reflexão como ponto de partida para a com- preensão do seu significado sociocultural.

No contexto escolar, o trabalho com a Língua Portuguesa deve ampliar o domínio co- tidiano que o estudante tem da sua própria língua, considerando os contextos formais e informais de uso. O foco está na ampliação da competência discursiva dos estudantes, ou seja, na capacidade de se produzir textos, orais ou escritos, adequados a situações especí- ficas de comunicação.

Page 11: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

8 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 12: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

O trabalho de reflexão sobre a língua deve considerar o texto como ponto de partida e de chegada do processo, tendo como base a leitura, a análise e a produção de variados gêneros textuais orais e escritos. Sendo assim, as sequências didáticas sobre os gêneros textuais em estudo foram sistematicamente planejadas, contemplando: apresentação da situação, produ- ção inicial, atividades por meio das quais os problemas colocados pelo gênero são trabalhados e produção final (com retomada da produção inicial).

Com base nas sequências didáticas propostas, considerando o uso da e a reflexão sobre a língua materna e o trabalho com os gêneros textuais, buscou-se potencializar o desenvol- vimento das habilidades falar, escutar, ler e escrever – e de muitas outras – compreender, interpretar, analisar, reescrever, recontar, revisar etc.

Para compor o material didático do Sistema SESI-SP de Ensino, foram selecionados alguns gêneros textuais como foco de estudo para as unidades, sendo eles:

6o ano 7o ano 8o ano 9o anoCarta pessoal Biografia e

AutobiografiaPerfil Conto psicológico

Poema Reportagem ANÚNCIO publicitário Artigo de opinião e Editorial

História em quadrinhose Tirinha Canção popular Seminário escolar Dissertação escolar

Receita Carta ao leitor eCarta do leitor Resenha turística Debate

Texto parodiado Conto de enigma Coluna Crônica poética eCrônica humorística

Resumo Peça teatral Crônica jornalística eCrônica esportiva Estatuto

Diário íntimo Entrevista Carta aberta Resenha

Conto popular e Causo Regra de jogo Conto fantástico Artigo de divulgaçãocientífica

Contudo, o trabalho em sala de aula não deve limitar-se apenas aos gêneros textuais apre- sentados, mas dar margem ao estudo de gêneros afins. O contato dos estudantes com o gê- nero textual em foco na unidade deve partir de uma produção inicial, com a qual se avaliará o que os estudantes já sabem sobre o gênero e quais são as dimensões (CONTEÚDO temático, forma composicional e estilo, vinculados à função social) que precisam ser corroboradas. Com essa avaliação, será possível escolher quais aspectos linguístico-discursivos privilegiar no de- correr da unidade e no processo de produção final (reelaboração textual). Para isso, outras atividades, além das que já fazem parte da unidade, deverão ser elaboradas e realizadas com os estudantes. Se necessário, o professor pode repertoriar os estudantes a fim de propor- cionar meios para a primeira produção. Portanto, pesquisas, discussões, debates e reflexões sobre a proposta de produção inicial podem servir como uma atividade prévia significativa.

Assumir os gêneros textuais como objeto de ensino e aprendizagem explicita o compro- misso em situar a língua, o texto e o sujeito nas práticas sociais contemporâneas de leitura e escrita, uma vez que, como afirmou Bronckart, “a apropriação dos gêneros é um mecanis- mo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (apud MARCUSCHI, 2008, p. 154).

O trabalho com os gêneros textuais possibilita a explicitação, aos estudantes, de que, na vida cotidiana, as interações verbais se dão por meio de enunciados que se realizam levando--se em consideração certas restrições de tema, estrutura composicional e estilo – ou seja, em algum gênero.

Segundo Abreu-Tardelli (2003), ensinar um gênero não é apenas ensinar a se comuni- car, mas também, e principalmente, formar sujeitos agentes do mundo e no mundo, que vão transformá-lo e que serão também transformados por ele. Para tanto, mais do que se deter nas características e estruturas próprias de cada gênero textual – o que seria inócuo, visto que são INÚMEROS e surgem a cada dia –, o trabalho deve levar em consideração a dependência dos gêneros textuais com as atividades humanas das quais derivam.

Caracterização da área de conhecimento e do componente curricular • Língua Portuguesa 9

Page 13: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender10

Não esgotando as possibilidades de estudo da e sobre a língua, os gêneros textuais são formas propícias e unificadoras para o trabalho com leitura, produção de textos e análises linguísticas e textuais. É importante salientar que só faz sentido adotar os gêneros textuais como objeto de ensino e aprendizagem entendendo-os como meios para desenvolver as capacidades de linguagem dos estudantes, que poderão transpor o que aprenderam sobre um gênero textual para o entendimento de muitos outros, afastando-se assim da ideia de ensinar o gênero pelo gênero. Isso requer que os gêneros textuais sejam trabalhados de maneira significativa.

Uma vez que os gêneros textuais são inseridos nas aulas de Língua Portuguesa, o foco desse componente curricular está no desenvolvimento das capacidades de linguagem dos estudantes, que são mobilizadas no momento da leitura e da produção de um texto (SCH- NEUWLY e DOLZ, 2004).

Nesse processo, a intermediação e o acompanhamento do professor tornam-se essen- ciais, viabilizando recursos e meios para que o estudante desenvolva suas capacidades lin- guísticas. Nesse sentido, torna-se fundamental orientar o estudante para que ele possa mo- bilizar um conjunto de saberes e aprender a selecionar os elementos e recursos linguísticos, a fim de organizá-los adequadamente para a construção do sentido que deseja no texto (cf. KOCH e ELIAS, 2007).

Page 14: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

11Estrutura da coleção • Língua Portuguesa

2. Estrutura da coleção

2.1. Identificação dos livrosAs capas dos livros do estudante (Movimento do aprender) e do professor (Orientações

didáticas do Movimento do aprender) têm cor e imagens específicas que identificam cada componente curricular.

A capa do livro-texto Muitos textos... Tantas palavras tem uma cor própria, que permane- ce a mesma em todos os anos e o diferencia dos demais.

Page 15: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

2.2. Livro-textoMuitos textos... Tantas palavras

Dirigido aos estudantes, contempla todos os componentes curriculares, contendo uma seleção de textos – cujo critério está ancorado na qualidade, na adequação e na variedade de gêneros textuais – dentre os quais o professor poderá selecionar os que devem ser lidos pelo estudante, conforme as expectativas e os CONTEÚDOS a serem trabalhados. Tais textos podem também ser usados em diferentes momentos e espaços do cotidiano escolar, pois o Muitos textos... Tantas palavras foi organizado com o objetivo de possibilitar que os estu- dantes o consultem, não apenas para obter uma informação, mas também para usufruir de um momento prazeroso e sem cobranças.

Nesse livro as imagens e ilustrações ocupam um espaço significativo em relação ao texto escrito. Isso tem um propósito, pois as imagens podem ser consideradas para a interpreta- ção do texto, já que existe uma relação de complementaridade entre eles.

Observação: Professor, para sistematizar o encaminhamento desse tipo de leitura, po- dem-se propor alguns questionamentos:

• Que impressões a imagem causou?• Que comentários a imagem sugere?• Que tipo de linguagem o artista utilizou?• O que justifica a imagem acompanhar o texto?• Qual a relação entre a imagem e o texto?• Em que contexto histórico a imagem foi criada?O objetivo é incentivar o estudante a fazer a leitura do máximo possível de elementos

que compõem o texto, como, por exemplo, ilustrações, fotos, tamanho e cor das fontes e disposição das palavras na página. É essencial explorar a riqueza desses recursos e enfati- zar que os sentidos do texto serão ampliados se esses elementos forem considerados.

LinkEssa seção apresenta alguns textos, que possibilitam trabalhar com as diferentes áreas

do conhecimento. Nela também são encontrados textos de gêneros diversificados para complementar o assunto. Por exemplo: o texto é uma imagem de autorretrato; haverá um link com a biografia do autor, ou uma MÚSICA, poesia etc.

2.3. Livro do estudanteMovimento do aprender

Elaborado com atividades desafiadoras, encontra-se organizado de forma a provocar o diálogo, a reflexão, o debate e a exposição dos diferentes pontos de vista dos estudantes, sempre com a mediação do professor, sem, no entanto, tirar a autonomia dos educandos.

Roda de conversaTem como objetivo oportunizar que o estudante demonstre seus conhecimentos

pré- vios. Para o professor, é um pressuposto pedagógico por meio do qual pode antecipar o CONTEÚDO a ser trabalhado e usá-lo como referencial para determinar a profundidade de abordagem da unidade. Esse diálogo descontraído e informal permite uma participação ati-

Page 16: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

12 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 17: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Roda de conversa

Descreva as imagens que abrem a unidade.Que relação existe entre o palco, os artistas e o público?Que apresentação artística pode estar ocorrendo ali?Trata-se de uma apresentação de tempos atrás ou que acontece atualmente?Que peças de teatro você conhece?

Você sabia?

O xadrez é um dos jogos mais po- pulares do mundo e é praticado por milhões de pessoas. Trata-se de um jogo de tabuleiro recreativo e competitivo que envolve estra- tégias e táticas, desconsiderando, portanto, o elemento sorte. O jo- gador de xadrez é conhecido como enxadrista.

CARAVAGGIO, Michelangelo. Século XVII. Óleosobre tela. Gallerie dell'Accademia, Veneza.

Poetas e compositores utilizam com frequência alguns recursos da linguagem que relacionam a realidade com a imaginação. Um desses recursos é chamado de metáfora: uma figura de linguagem que altera o significado real de um texto, atribuindo-lhe um sentido imaginário, de forma mais sensível.

13Estrutura da coleção • Língua Portuguesa

va e espontânea do estudante e pode ter como ponto de partida uma imagem, MÚSICA, texto, experimento ou situação-problema.

DesafioNa sequência, o Desafio contém propostas de atividades diversificadas, sendo que a

sele- ção está articulada com a especificidade de cada área de conhecimento. As atividades podem ser trabalhadas de forma associada aos textos (Muitos textos... Tantas palavras) ou indepen- dente deles, mas sempre com o objetivo de desenvolver as expectativas de ensino e aprendi- zagem de cada componente curricular, levando-se em conta o desenvolvimento do estudante.

Propõe atividades de leitura e escrita de conhecimentos atrelados às diversas áreas do currículo, situações-problema contextualizadas e informações mobilizadoras para pesquisa. Pode ser “desdobrado” em diferentes níveis de dificuldade: revisão de texto, estudo de texto, reflexão, debate e pesquisa.

Nessa seção, ainda há os ícones e boxes móveis, que podem aparecer conforme a necessi- dade, ao longo das unidades. São eles:

Você sabia?Apresenta informações complementares relacionadas ao CONTEÚDO da unidade, por exem-

plo: curiosidades, biografias, atualidades.

Atenção!Destaca algum aspecto relevante sobre o objeto de estudo.

Ate

nçã

Brid

gem

an/

Page 18: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há algumas canções interessantes, por exemplo: “Terra”, de Caetano Veloso; “Amado”, de Marcelo Jeneci e Vanessa da Mata; “Eu te amo”, de Tom Jobim e Chico Buarque. Recorra ao livro para lê-las e cantá-las com seus colegas.

Para debater

Discuta oralmente com seus colegas:Que outros meios sociais fazem crítica aos costumes da sociedade?O autor escolhe o estilo de sua escrita e que gênero textual utilizará para produzir sua obra a partir do modo como vê o mundo?O que significa o título desta unidade: A arte nos palcos?Deixe claro o seu ponto de vista. Se perceber que não foi compreendido, reformule o que disse, a fim de resolver as dificuldades.

Saiba maisENTREVISTAS CONTEMPORÂNEASOrganizadores: Erivelto Busto Garcia e Miguel de Almeida Editora: LazuliO livro é um conjunto de entrevistas com alguns dos formadores de opinião mais influentes no Brasil. Os assuntos tratados passam por sociedade, país, cidades, os brasileiros e até mesmo assuntos relacionados ao mundo em geral.

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender14

Possibilita ao estudante revelar o que aprendeu ao longo da unidade por meio da sis- tematização, independente da estratégia utilizada. Apresenta propostas variadas de ati- vidades ou reflexões, que permitem ao professor mapear a aprendizagem dos estudantes.

Conecte-seIndica a possibilidade de relação com assuntos e recursos didáticos do próprio compo-

nente curricular, ou de outros, bem como orientações para acesso a materiais e fontes di- versificados, inclusive ao livro Muitos textos... Tantas palavras.

Para debaterPropõe reflexões, argumentações e debates coletivos sobre temas abordados na unidade.

Saiba maisTraz indicações de fontes de informação que ampliam o repertório do estudante a res-

peito do que foi tratado em cada unidade. As sugestões têm como objetivo estimular o estudante a buscar novos conhecimentos ou aprofundar os temas aprendidos por meio de leituras (livros, artigos científicos, reportagens, documentos históricos), filmes, sites, docu- mentários, visitas virtuais a exposições, museus, laboratórios etc.

O que aprendi sobre...

Lazu

li

Page 19: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

O que aprendi sobre...Em duplas, pensem no que vocês estudaram sobre o gênero textual entrevista e organizem um programa de TV no qual um fará o papel de entrevistado e o outro de entrevistador.

LÍNGUA PORTUGUESAMovimento do aprender – 7o anoLÍNGUA PORTUGUESAMovimento do aprender – 7o ano

Produção inicialVocê acha que sua vida, ou a de alguma outra pessoa, daria um livro? Então, vamos escrever um texto sobre sua própria vida ou a de alguém que escolher.

Unidade 1 • A vida em um livroEncarte 1Unidade 1 • A vida em um livroEncarte 1

Observações/anotações:

Nome: no: Professor (a): Data: / / Gênero textual:

15

traz sugestões para o desenvolvimento das atividades propostas e apresenta-se organizado em seções com as funções descritas a seguir.

Estrutura da coleção • Língua Portuguesa

EncarteO livro de Língua Portuguesa apresenta, no final, uma seção identificada como Encarte,

com páginas destacáveis que trazem uma proposta específica de produção textual e as ins- truções para ela. A finalidade desse registro inicial é mapear o que os estudantes sabem a respeito dos gêneros textuais que serão abordados nas unidades.

2.4. Livro do professorOrientações didáticas do Movimento do aprender

A fim de nortear a ação docente no planejamento de situações diversas de aprendizagem, a partir do Muitos textos... Tantas palavras e do Movimento do aprender, o livro do professor

Page 20: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender16

Expectativas de ensino e aprendizagemNessa seção, o educador encontrará a lista de expectativas de ensino e aprendizagem

contempladas para o ano e distribuídas em cada unidade. As expectativas explicitam a ação do professor e do estudante, estabelecendo um vínculo no processo de ensino e aprendiza- gem e possibilitando a intencionalidade da prática educativa. Nela são destacadas as habili- dades e as competências que poderão ser desenvolvidas a partir das unidades significativas de cada componente curricular.

Gêneros textuaisApresenta os gêneros textuais que serão abordados no material didático ao longo das

unidades. A fim de ajudar o professor a organizar o trabalho com as unidades, os gêneros foram dispostos em quadros contendo algumas de suas características essenciais.

Diálogo com o professorApresentação da unidade contendo referencial teórico articulado à prática pedagógica

do componente curricular e ao encaminhamento didático-metodológico para o desenvolvi- mento dos CONTEÚDOS e atividades. Visa auxiliar o professor no desenvolvimento das ativi- dades propostas no livro do estudante.

AvançarEspaço destinado a sugestões de atividades complementares que possam ir além do

que foi proposto no livro do estudante, norteando a ação do docente no planejamento de situações diversas de aprendizagem.

Aprendendo com a comunidadeEsse item estará presente esporadicamente, toda vez que os CONTEÚDOS trabalhados na

unidade permitirem a participação da comunidade. Propõe sugestões que extrapolam a sala de aula, possibilitando a interação com a comunidade, além de propiciar uma reflexão sobre o contexto sociocultural.

Para saber maisSugestões de livros, artigos, sites, filmes, documentários e vídeos, com o objetivo de

proporcionar ao professor referências que ampliem seus conhecimentos e subsidiem a ação docente.

Observação: alguns dos sites indicados para pesquisa e apoio, presentes no material do professor e no do estudante, podem não estar disponíveis no momento da consulta. Nesse caso, sugere-se uma busca sobre o assunto em outras fontes.

Page 21: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

3. Expectativas de ensino e aprendizagem

7o ano1. Argumentar, a partir de suposições, fatos e conceitos, a respeito de um ponto de

vista oralmente e/ou por escrito.2. Distinguir causa/consequência, fato/opinião e definição/exemplo, na oralidade e na

escrita.3. Relacionar textos verbais e/ou textos não verbais, comparando informações

explíci- tas e implícitas.4. Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de

produção, considerando o grau de formalidade requerido pelo gênero textual e utilizando recur- sos extralinguísticos em favor do discurso (gestos, expressões faciais, postura etc.).

5. Identificar e analisar a flexão das palavras, verificando sua aplicabilidade relacionada ao gênero textual.

6. Identificar, compreender e utilizar paráfrases, citações, discursos direto, indireto e in- direto livre.

7. Identificar e compreender o uso de recursos estilísticos e expressivos intencionalmen- te registrados pelo autor.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros tex- tuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contexto de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do sistema de representação da língua escrita.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhecen- do os sentidos produzidos.

11. Inferir o sentido literal ou figurado das palavras ou expressões a partir de elementos do texto e do contexto de produção.

12. Localizar informações explícitas e inferir informações implícitas no texto, explicando--as.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.14. Opinar com clareza e coerência, oralmente e/ou por escrito, sobre o texto em estudo.15. Pesquisar e comparar informações, obras, autores e temas obtidos em diferentes fon-

tes.16. Posicionar-se oralmente com autonomia, respeito e criticidade, obedecendo aos

tur- nos de fala.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acordo

com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enun- ciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

18. Identificar e compreender a estrutura e o processo de formação das palavras e os seus significados.

19. Compreender e distinguir as marcas das variantes linguísticas orais e escritas (de espaço físico, grupo social, faixa etária, grupos profissionais etc.), comparando-as à variante-padrão da língua portuguesa.

Expectativas de ensino e aprendizagem • Língua Portuguesa 17

Page 22: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender18

20. Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de concordância verbal e nomi- nal apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

22. Socializar experiências/vivências significativas de leitura, por meio da escrita ou oralidade.

23. Formular hipóteses e fazer predições sobre o texto.

Page 23: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Unidade 4 – Seção dos leitoresGêneros textuais: carta ao leitor e carta do leitor.Finalidade: trocar ideias e expressar opiniões a respeito de um assunto publicado em revistas e jornais.Esfera de circulação: imprensa.Tipologias: dissertativa e/ou argumentativa.Estrutura: local e data, saudação, desenvolvimento, despedida e assinatura.

19Gêneros textuais • Língua Portuguesa

Gêneros textuais: biografia e autobiografia.Finalidade: expor ao leitor fatos reais sobre a vida de alguém ou sua própria vida.Esfera de circulação: literária.Tipologias: narrativa e descritiva.Estrutura: os dados biográficos, em geral, são ordenados cronologicamente com menção dos locais. A temporalidade e a veracidade científica são indispensáveis.

Unidade 1 – A vida em um livro

Gênero textual: reportagem.Finalidade: informar e levar fatos ao leitor ou ao telespectador de maneira clara, enfocando--os sob diferentes aspectos e pontos de vista.Esfera de circulação: imprensa.Tipologias: narrativa, descritiva e/ou dissertativa.Estrutura: manchete, lide e corpo, uso comum de complementos (gráficos, quadros, informativos, tabelas, fotografias).

Unidade 2 – Por dentro do que acontece no mundo

Gênero textual: canção popular.Finalidade: fazer da língua instrumento artístico capaz de tocar a sensibilidade e entreter o destinatário.Esfera de circulação: cotidiana/artística.Tipologias: narrativa, descritiva e/ou expositiva.Estrutura: constituída de versos, agrupados em estrofes, caracteriza-se pelo ritmo e sonoridade.

Unidade 3 – Qualquer canção de bem alguma poesia tem

4. Gêneros textuais

Page 24: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender20

Gênero textual: conto de enigma.Finalidade: surpreender o leitor no momento em que se esclarece o mistério, no desfecho do texto.Esfera de circulação: literária.Tipologias: narrativa e descritiva.Estrutura: narrativa curta, com poucas personagens e espaços, apresenta apenas um conflito, detalha a descrição da cena, as reações das personagens e omite algumas informações para adiar revelações e produzir suspense.

Unidade 5 – Um caso elementar

Gênero textual: peça teatral.Finalidade: servir à representação teatral, expressar sentimentos, emocionar, entreter.Esfera de circulação: literária/artística.Tipologia: narrativa.Estrutura: organizada em atos ou cenas, costuma caracterizar o cenário, há identificação das personagens antes de suas falas com rubrica de interpretação e movimento.

Unidade 6 – A arte nos palcos

Gênero textual: entrevista.Finalidade: obter informações, opiniões, experiências pessoais e profissionais do entrevistado.Esferas de circulação: imprensa e midiática.Tipologia: expositiva com trechos descritivos.Estrutura: introdução (temática do texto), corpo da entrevista (alternância de perguntas e respostas) e encerramento. Registro oral ou escrito.

Unidade 7 – Entre perguntas e respostas

Gênero textual: regra de jogo.Finalidade: orientar, instruir sobre como jogar.Esfera de circulação: cotidiana.Tipologias: descritiva e injuntiva.Estrutura: composta de duas partes (componentes do jogo e regras do jogo), presença de título e de subtítulos.

Unidade 8 – As regras do jogo

Page 25: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

21A vida em um livro • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 1 A vida em um livro

2. Distinguir causa/consequência, fato/opinião e definição/exemplo, na oralidade e na escrita.

3. Relacionar textos verbais e/ou textos não verbais, comparando informações explí- citas e implícitas.

5. Identificar e analisar a flexão das palavras, verificando sua aplicabilidade relaciona- da ao gênero textual.

7. Identificar e compreender o uso de recursos estilísticos e expressivos intencional- mente registrados pelo autor.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhe- cendo os sentidos produzidos.

11. Inferir o sentido literal ou figurado das palavras ou expressões a partir de elemen- tos do texto e do contexto de produção.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.

17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acor- do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

18. Identificar e compreender a estrutura e o processo de formação das palavras e os seus significados.

20. Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de concordância verbal e no- minal apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

Page 26: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

Roda de conversa

ros textuais em foco na unidade tomando por base o repertório de

se eles já leram sobre a vida de alguém, onde estavam as infor- mações a respeito dessa pessoa e quais motivos tornam a história da vida de um indivíduo tão im- portante a ponto de ser publicada. Além disso, pergunte por meio de quais gêneros é possível escrever sobre nossa vida e sobre a vida de alguém; se eles publicariam um livro sobre a própria vida ou prefeririam escrever a respeito de outra pessoa. Com base nas ima- gens, leve os estudantes a perce- ber que a trajetória da leitura deve acompanhar as pessoas ao longo de uma vida e que a nossa pró- pria vida pode ser transformada em um livro, eternizando de forma efetiva a nossa existência. Com essa conversa inicial e por meio das perguntas colocadas no livro, ainda que não restrito somente a elas, avalie o conhecimento deles a respeito dos gêneros textuais autobiografia e biografia, que tipo de contato já tiveram com tal na- tureza de produção e quais suas preferências temáticas. Além dis- so, você poderá avaliar também o conhecimento que eles têm a respeito de outros gêneros textu- ais voltados à escrita sobre a vida

UNIDADE

1um livro

8 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Esta unidade trata dos gêneros textuais autobiografia e bio- grafia. A distinção básica entre esses dois gêneros está relacio- nada a quem os escreve. Geralmente, a autobiografia é escrita em primeira pessoa e a biografia em terceira. Entretanto, na bio- grafia pode haver alternância do foco narrativo, ora em terceira pessoa (voz do biógrafo e de outras pessoas), que a torna mais objetiva e indica um afastamento entre o biógrafo e o biografa- do, ora em primeira (voz do biógrafo), ganhando ares subjetivos e criando um sentido de

intimidade entre biógrafo e biografado.

MIXA

Jetta

Pro

duct

ions/D

igita

l

Page 27: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Uma biografia desse tipo cria o efeito de verdade testemunha- da, compartilhada e com emoção.

A unidade inicia-se com trechos das autobiografias dos escritores Clarice Lispector e José Saramago. Depois, faz uma comparação entre autobiografia e autorretrato, passando para o livro Uma vida entre livros: reencontros com

o tempo, de José Mindlin, excelente exemplar para o discurso autobio- gráfico, com uma temática muito válida no contexto escolar, uma vez que o autor objetiva provocar o amor pelos livros. Essa paixão que Mindlin expressa pelos livros e pela constru- ção de sua biblioteca pode ser discutida com os estudantes,

22 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 28: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

(diário íntimo, blog, memórias). É importante conversarem a respei- to das motivações para escrever (e publicar) sobre a própria vida ou de outra pessoa, bem como sobre o que nos leva a ler publicações desse tipo.

Após o estudo da unidade, deve ficar claro que na autobiografia o escritor fala da própria vida, e na biografia, um autor escreve sobre a vida de outrem. A biografia nar- ra a vida de uma pessoa que viveu ou vive em determinada socieda- de e se destacou ou tem se desta- cado por sua trajetória. Também é comum contar curiosidades e mostrar o biografado como uma pessoa especial.

Roda de conversa

• O que você considera ser vida privada e vida PÚBLICA?• Você acha importante compartilhar por escrito a

vivência de uma pessoa com os outros?• Em que circunstâncias uma pessoa, famosa ou não,

deve escrever sobre sua vida para os outros lerem?• Você gostaria de ler sobre a vida de alguém famoso que

conhece e de quem gosta? Por quê?• O escritor que publica algo sobre sua própria vida

garante um papel na história de uma determinada sociedade?

• Que cuidados deve ter uma pessoa ao escrever sobre a vida de outra?

A vida em um livro • Unidade 1 9

para que se avalie a relação que eles estabelecem com o pró- prio ato da leitura.

Além disso, é abordado o gênero biografia romanceada, com o objetivo de ampliar o escopo de conhecimento do estudante e promover outras discussões sobre textos biográficos, como a relação entre ficção e realidade.

Na continuidade, o trabalho com o gênero biografia é feito, principalmente, em torno da biografia de Ayrton Senna e de uma notícia sobre ele, expondo diferentes modos de retratar aspec-

tos biográficos. Há também uma comparação entre a biografia do esportista e a do artista Vik Muniz, além de atividades de interpretação e produção.

Espera-se que o trabalho da unidade seja ampliado, desta- cando verbos (pretérito perfeito, pretérito imperfeito do modo indicativo, presente do modo indicativo); coesão textual (sinoní- mia, hiperonímia); parágrafos (organização cronológica); conec- tivos; sinais de pontuação; classes de palavras; diferença entre fato e opinião etc.

imtm

phot

o/iS

tock

/

imtm

phot

o/iS

tock

/

Page 29: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 1Possibilite a construção do concei- to de biografia e autobiografia por meio da reflexão dos elementos que formam essas palavras (auto+ bio + grafia). É interessante os estudantes observarem que as palavras se formam de maneiras diversas. Todos os elementos aqui têm origem grega. Quando o nome “autobiografia” for concluído, no- vamente problematize a constru- ção do significado dessa palavra, já que autobiografia é uma bio- grafia contada pelo autor sobre sua própria vida.

Peça que definam o conceito dos gêneros, organizando as caracte- rísticas deles, para que percebam a diferença entre escrever sobre si ou sobre outra pessoa. Tam- bém é necessário ficarem atentos e observarem que a autobiografia distingue-se do diário íntimo (es- tudado no 6o ano). Neste momen- to, o mais importante são as ideias que os estudantes trazem sobre os gêneros em questão. Fique atento para desconstruir representações equivocadas.

Você ainda pode aproveitar o en- sejo e solicitar sugestões de pa- lavras que possuam os radicais “bio-” e “auto-”, como biologia, biomédico, biomassa, autoestima, autógrafo, automóvel etc., ana- lisando o processo de formação dessas palavras.

Desafio1 A palavra biografia vem da união de dois radicais gregos: bio, que significa vida,

e grapho, escrita; ou seja, uma biografia é a escrita da vida de alguém. Ao acrescentarmos na frente da palavra biografia o radical auto (que significa mesmo, próprio), que palavra é formada e qual o seu significado?

2 Você acha que sua vida, ou a de algu- ma outra pessoa, daria um livro? En- tão, vamos escrever um texto sobre sua própria vida ou a de alguém que você escolher.

3 Leia o texto autobiográfico da escritora Clarice Lispector, no qual ela, carinhosa- mente, fala sobre sua missão na vida. Em seguida, responda às questões.

Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O “amar os outros” é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. Disponível em:<www.claricelispector.com.br>. Acesso em: 27 ago. 2015.

a. Em que pessoa do discurso o texto está escrito?

b. Nesse texto, a autora apresenta fatos de sua vida de forma objetiva ou de forma emotiva? Retire um trecho do texto que comprove sua opinião.

10 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Atividade 2Proponha a produção inicial, na qual o estudante escreverá sobre sua vida ou sobre a vida de uma pessoa que admire. Solicite que escreva na folha do encarte para entregar essa primeira versão. Quando todos terminarem, recolha os tex- tos produzidos para avaliar o que sabem dos gêneros em questão, assim como os aspectos linguístico-discursivos que necessitam ser aprimorados. Por meio dessa atividade diag- nóstica, planeje as atividades futuras de modo a sanar as DÚVIDAS dos estudantes. Quanto aos estudantes que decidi- rem escrever sobre si mesmos, instigue-os a procurar fatos

mobilizadores com o objetivo de que eles façam uma refle- xão sobre suas vidas, a fim de reconhecerem o repertório que possuem para escrever uma autobiografia. Quanto aos que forem escrever sobre a vida de outra pessoa, peça que escrevam com base em informações já conhecidas. Discuta com a turma: como ampliar as informações sobre o biografa- do? Provavelmente, eles perceberão que, para construir uma biografia, é necessário utilizar outros gêneros textuais, como entrevistas, relatos, fotografias, documentos etc.

Avos

b/iSt

ock/

Encarte 1

Page 30: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

24 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 31: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

4 Agora leia um trecho da autobiografia do escritor português José Saramago e responda às questões.

Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoa- ção situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. [...]

Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago. [...]

Por motivos políticos fiquei desempregado em 1949, mas, graças à boa vontade de um meu antigo professor do tempo da escola técnica, pude encontrar ocupação na empresa metalúrgica de que ele era administrador.

Disponível em: <http://josesaramago.blogs.sapo.pt/95061.html>. Acesso em: 8 jun. 2014.

a. Que momentos de sua vida Saramago relata nesse texto?

b. Os tempos verbais são responsáveis pela organização das ações ocorridas em um texto. Releia as frases: “Nasci numa família de camponeses sem terra” e “Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade”. A respeito dos verbos destacados, assinale apenas uma alternativa:

(A) A primeira frase está no pretérito imperfeito do indicativo, por expressar uma ação ocorrida no tempo passado, sem indicação de data; já a segunda frase está no pretérito perfeito do indicativo, por mostrar um fato ocorrido no presente.

(B) A primeira frase está no pretérito perfeito do indicativo, por indicar um fato ocor- rido em um tempo pontual no passado; a segunda, no pretérito imperfeito do indicativo, por expressar uma ação atemporal no passado, sem data determinada.

(C) A primeira frase está no presente do indicativo, pois expressa um fato ocorrido no momento da escrita do livro, e a segunda, no futuro do indicativo, pois indica um fato com tempo incerto no futuro.

(D) A primeira frase está no pretérito perfeito do indicativo, porque indica um fato ocorrido no momento da escrita do livro; a segunda, no pretérito imperfeito do indicativo, por expressar um tempo indeterminado no passado.

c. Qual a importância, para o objetivo do texto, de as ações relatadas estarem predomi- nantemente no passado?

Atividade 4Pergunte aos estudantes se eles já ouviram falar de José Saramago e proponha também uma pesquisa sobre o escritor português. Como na atividade anterior, indique fon- tes confiáveis e reserve um mo- mento para que socializem as des- cobertas. Cada grupo montará um cartaz, organizando cronologica- mente os acontecimentos da vida de um dos dois escritores pesqui- sados. Divida os autores entre os grupos. Os cartazes deverão ser expostos pela sala, a fim de con- sultar essas biografias em outras atividades e constatar as caracte- rísticas do gênero em estudo.

Com a leitura do trecho e a reali- zação das questões, espera-se que eles entendam a cronologia e a or- ganização das informações.

Sugestões de respostas: a. Seu nascimento, ida à escola (quando criança) e trabalho (já adulto); b. (B); c. A de relatar fatos que fazem parte da memória do autor.

A vida em um livro • Unidade 1 11

Atividade 3Inicie perguntando aos estudantes o que sabem sobre a au- tora Clarice Lispector e proponha uma pesquisa de sua bio- grafia. Realize, previamente, essa pesquisa, indicando aos estudantes algumas fontes de consulta confiáveis. É possí- vel que, com base nela, eles descubram muitas curiosidades a respeito da escritora; por isso, é importante reservar um momento para que socializem as descobertas, o que poderá

ser feito em grupos. Na leitura do trecho, direcione o olhar do estudante para o tom mais pessoal que é permitido em um texto autobiográfico. Sugestões de respostas para os itens:a. Na primeira pessoa do discurso (eu); b. Emotiva: “nin- guém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca”.

Page 32: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Como você observou, a maior parte dos verbos contidos nos textos das atividades anteriores está no passado. Lembre-se de que há três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo e que, além dessa classificação, os verbos possuem tempos verbais, como pretérito, presente e futuro.

A respeito da autobiografia, associe adequadamente a coluna da esquerda com as in- formações apresentadas na coluna da direita.

A imagem ao lado é um autorretrato do pintor holandês Vincent Van Gogh. Obser- ve-a e responda às questões.

GOGH, Vincent van. Autorretrato. 1889. Óleo sobre tela, 65 cm X 54 cm. Museu d'Orsay, França.

12Língua Portuguesa • Movimento do aprender

VEÍCULO DE PUBLICAÇÃOOferecer ao leitor informações que lhe permitam aprofundar-se na história e no tempo em que alguém viveu, ou a conhecer o que tornou alguém uma personalidade.

OBJETIVO

Alguém que deseja obter mais informações sobre uma determinada pessoaou personalidade.

LEITOR

É identificado e individual. Escolhe o que vai escrever sobre si, selecionando os eventos de sua vida que tornará públicos.AUTOR

Livros, sites da internet.

Orientações didáticas

Atenção!Neste momento, será importante retomar alguns conceitos relacio- nados aos modos verbais. Lem- bre-se de que a gramática deve ser trabalhada de forma reflexiva, portanto proponha uma maneira dialógica para levar o estudante ao entendimento dos conceitos. Apresente os três modos verbais: Indicativo, Subjuntivo e Imperati- vo. Utilize, para isso, estratégias como: um jogo da memória, cons- truído pelos estudantes, conten- do as informações conceituais, ou elabore quadros comparativos em slides e, por meio de um texto do Muitos textos... Tantas palavras, peça que eles identifiquem os ver- bos e apontem a que modo verbal pertencem. Durante o processo, leve-os a perceber que os verbos estão em tempos diferentes (pre- térito, presente, futuro) e busque relacionar o tempo pretérito ao gênero contemplado na unidade.

Atividade 5Solicite a realização da atividade individualmente e, em seguida, peça que comparem em duplas, até chegarem a um consenso so- bre a correção. Ao verificar, peça que justifiquem as escolhas feitas.

Esta atividade pressupõe uma ha- bilidade de estabelecer semelhan- ças com base no critério compara- tivo entre um objeto e sua função social. O objetivo é dar ao estu- dante oportunidade de conceituar a partir da análise de indícios.

Atividade 6Para ampliar esta atividade, leve para a sala outros autor- retratos em fotografias, gravuras e telas, para que os estu- dantes os analisem, de forma a fazer uma analogia entre eles e a autobiografia. Assim, poderão estabelecer relações de similaridade e de diferenças entre os dois gêneros. Seria interessante levar uma foto e uma gravura da mesma pes- soa para explicar que o CONTEÚDO artístico não está restrito apenas à intenção do artista, mas também está contido na força de sua obra. Já na fotografia, o olhar não é do artis-

ta fotografado, e sim do fotógrafo, que delimita o ângulo e o recorte que vai aparecer na foto. Na comparação entre autorretrato e autobiografia, vale trazer esses elementos. Para fazer essa distinção, você pode utilizar como exemplo o artista gráfico Maurits Cornelis Escher, que possui autor- retratos das duas formas, fotografias e gravuras, que po- dem ser acessadas em <http://www.mcescher.com/gallery/ most-popular/hand-with-reflecting-sphere/> (acesso em: 3 nov. 2015). Em seguida, peça que analisem o autorretrato

Ate

nçã

Vinc

ent v

an G

ogh.

188

9. Ó

leo so

bre

tela.

Mus

ee

Page 33: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 34: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

a. O que há em comum entre autobiografia e autorretrato?

b. Aponte duas diferenças entre autobiografia e autorretrato.

c. Você considera que essas obras são expressões de arte? Por quê?

7 Observe a foto de José Mindlin e tente adivinhar qual é a grande paixão da vida dele, que o acompanha desde a infância.

José Mindlin.

• Agora que você observou a imagem, escute a leitura que o professor fará de um tre- cho retirado do livro Uma vida entre livros: reencontros com o tempo.

A vida em um livro • Unidade 1 13

de Van Gogh, pergunte o que sabem sobre ele e forneça in- formações adicionais às que eles mencionarem. Peça então que respondam às perguntas.

Sugestões de solução para os itens apresentados: a. As duas obras apresentam a própria pessoa; b. O autor se mostra pela escrita e o pintor por meio da pintura; c. Sim, pois am- bas são formas de expressar suas próprias emoções, história e cultura.

Atividade 7Nesta atividade de pré-leitura, possibilite que os estudantes ten- tem descobrir, por meio da aná- lise da foto de José Mindlin, que a paixão da vida dele é a leitura. Motive-os a observar os detalhes da imagem para levantar as hipó- teses. Peça, também, que comen- tem sobre a relação deles com a leitura e que justifiquem o porquê de gostarem ou não de livros. Fale então o título do livro de onde o texto foi retirado: Uma vida entre livros: reencontros com o tempo. Solicite que tentem descobrir um pouco mais sobre o assunto do texto, tendo por base o título do livro. Problematize com questio- namentos, a fim de que argumen- tem sobre as hipóteses levanta- das. Anote-as na lousa. Ao final da leitura do texto, essas anotações deverão ser retomadas, para re- fletirem sobre suas antecipações. Essas estratégias de leitura visam aguçar o olhar deles para ele- mentos explícitos e implícitos dos textos verbais e não verbais, ou seja, não é um exercício de “adi- vinhação”. É importante que eles tenham clareza desses aspectos, a fim de valorizar a aprendizagem deles e regular aspectos a serem aprimorados. Apenas depois des- sas atividades de pré-leitura você deverá ler o texto no livro Muitos textos... Tantas palavras, sem que eles acompanhem a forma escrita. Isso visa desenvolver, entre outras coisas, a concentração. Para utili- zar essa estratégia, é necessário realizar “paradas” em alguns tre- chos do texto, conforme a suges- tão a seguir:1a parte: (1o parágrafo) “Este livro tem uma história que precisa ser contada, nem que seja para ex- plicar e, se possível, justificar que eu fique tanto tempo falando de mim mesmo. Meio contra a minha vontade, ele vem atender a uma

Gusta

vo S

cate

na/Im

agem

Page 35: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender28

Orientações didáticas

insistência antiga e persistente de vários amigos para que eu escre- vesse sobre [...]”.

Pare e questione: sobre o que será que os amigos insistiam tanto para que ele escrevesse?

Após as respostas dos estudantes, continue a leitura.

2a parte: leia o subtítulo “As ob- sessões de um bibliófilo”.

Pare e questione: o que vocês acham que é um bibliófilo?

Após as respostas, continue a lei- tura.

3a parte: Leia o subtítulo “As pri- meiras garimpagens e a formação da biblioteca”.

Pare e questione: o que podemos entender desse subtítulo?

Após as respostas, continue.

4a parte: siga com a leitura até o PENÚLTIMO parágrafo.

Pare e questione: como ele con- seguiu resolver o problema do di- nheiro para a compra de livros?

Após as respostas dos estudantes, continue a leitura até o final do texto e confirme as hipóteses enu- meradas na lousa.

Atividade 8Diga aos estudantes que retomem o texto que você leu na atividade anterior e, na compreensão tex- tual, localizem as informações pontuais e identifiquem o NÚCLEO temático. Assim que terminarem, solicite que comparem as respos- tas em duplas, para chegarem a um consenso, caso identifiquem

8 A partir do trecho trabalhado na atividade 7, responda às questões.

a. Quem conta a história da vida de José Mindlin? Como você sabe isso?

b. Era vontade do autor da história escrever esse texto? Por que ele decidiu fazê-lo?

c. O autor afirma que seu amor pelos livros pode ter sido influenciado pelo pai. Reflita sobre esse aspecto e responda: você tem algum comportamento influenciado por ou- tra pessoa? Explique sua resposta.

d. O que há em comum nas profissões dos irmãos de José Mindlin? Procure no texto in- dícios que possam justificar sua resposta.

e. Você acha significativo o motivo apresentado pelo autor para escrever sobre sua pró- pria história? Justifique.

14 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

respostas muito díspares. Após esse trabalho em duplas, corrija cada questão. É importante informar-lhes de que pre- cisam avaliar se as respostas deles aproximam-se da discus- são feita; caso a avaliação seja positiva, eles não necessitam reformulá-la. Caso a avaliação seja negativa, eles podem

corrigi-la seguindo as informações, mas precisam compre- ender o porquê de a resposta não estar adequada. Portanto, o momento da correção é decisivo, a fim de que o estudante realmente esclareça a compreensão do texto lido.

Page 36: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

f. No começo Mindlin não tinha dinheiro para colecionar livros. Explique, com suas pala- vras, como ele resolveu esse problema.

g. No trecho “As primeiras garimpagens e a formação da biblioteca”, qual é o fato da vida de José Mindlin que mais se destaca?

Lembre-se de que o pronome é uma palavra que serve para substituir um substantivo, ou seja, um nome.

Pronomes são variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em NÚMERO (singular ou plural) e indicam as pessoas do discurso.

9 Considerando o conceito apresentado no quadro Atenção!, leia o trecho a seguir e circu- le todos os pronomes que se referem ao narrador da história. Em seguida, compare com as escolhas de um colega, refletindo se o uso dos pronomes tem influência na constru- ção desse texto.

Este livro tem uma história que precisa ser contada, nem que seja para explicar e, se possível, justificar que eu fique tanto tempo falando de mim mesmo. Meio contra a minha vontade, ele vem atender a uma insistência antiga e persistente de vários amigos para que eu escrevesse sobre a minha biblioteca, destacando obras de maior interesse e contando alguns episódios de décadas de garimpagem de livros. Insisti- ram também que eu falasse sobre minha relação com o livro, e sobre minhas leituras, daí partindo para as preocupações e atividades culturais, ou outras, que vêm acom- panhando minha vida desde uma remota mocidade.

Vinha resistindo, mas acabei cedendo quando me dei conta de que, através dessa história, poderia talvez estimular em outros o amor ao livro, e, principalmente, o amor à leitura. Inocular esse vírus é, aliás, uma coisa que venho procurando fazer a vida in- teira, ora com sucesso, ora sem resultado. Para alguns eventuais leitores é bem possí- vel que nada do que vou contar seja novidade, mas, se conseguir despertar em outros algum interesse por um tema que me é tão próximo, dar-me-ei por satisfeito. [...]

MINDLIN, José. Uma vida entre livros: reencontros com o tempo. São Paulo: Edusp, 1997. p. 13.

Atenção!Retome o conceito de pronome com os estudantes. Peça que fa- lem alguns pronomes pessoais e possessivos, explicando seus usos por meio de exemplos dados por eles próprios.

É importante que eles enten- dam um pouco mais os conceitos dos pronomes, identificando, por exemplo, quando o pronome é pessoal ou possessivo.

Você pode organizá-los em grupos e pedir que elaborem pequenos diálogos, envolvendo situações do dia a dia. Solicite que um repre- sentante do grupo fique na lousa e preencha colunas com os pro- nomes que os colegas estão utili- zando em suas falas como pessoal, possessivo ou relativo.

O momento é oportuno para refle- tir sobre o uso do mim, na forma padrão, pois frases como “Isto é para mim fazer” e “Isso é entre eu e ele” são comuns no cotidiano.

A vida em um livro • Unidade 1 15

Atividade 9Leve os estudantes a refletir sobre o uso do pronome eu na constituição do texto autobiográfico. Peça que circulem os pronomes que se referem à pessoa tratada no texto e, em seguida, pergunte em qual dos dois parágrafos conseguiram identificar mais pronomes e por que acham que em alguns deles os pronomes são menos utilizados, refletindo sobre o seu uso. Eles devem circular os pronomes eu, me, mim, mi- nha e minhas e perceber o uso no primeiro parágrafo, segui- do da ausência deles no

parágrafo seguinte. Explique que,

Ate

nçã

Page 37: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

como esses pronomes identificam claramente que se trata de um discurso autobiográfico, o autor não necessita repeti-

-los exaustivamente ao longo do texto, porque a concordân- cia correta dos verbos com o pronome eu já marca quem é o sujeito, ou seja, há a elipse desses pronomes por sua dedu- ção com base na flexão verbal. Assim, espera-se que o estu- dante reflita sobre essa estrutura linguística na construção do texto autobiográfico, além de tratar da concordância do sujeito com o verbo.

Page 38: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender30

Orientações didáticas

Atividade 10Antes de iniciar a atividade, per- gunte aos estudantes o que sabem sobre o autor José Lins do Rego, considerado um dos maiores fic- cionistas da Língua Portuguesa, e sobre a obra Menino de engenho. Leia então uma autodescrição do autor e uma pequena biografia dele. Autodescrição: “Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho sauda- des do sol; se faz calor, tenho sau- dades da chuva. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, lite- rato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim continue”. Biografia: “José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fa- zendeiros. Com a morte da mãe, passou a ser criado pelo avô, num engenho de AÇÚCAR. Aos oito anos ingressou no Internato Nossa Se- nhora do Carmo, onde estudou du- rante três anos. Em 1912, passou a estudar em João Pessoa. Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro artigo em jornal. Três anos depois mudou-se para o Recife, onde con- cluiu seus estudos secundários” (trechos disponíveis em: <http:// educacao.uol.com.br/biografias/ jose-lins-do-rego.jhtm>, acesso em: 3 nov. 2015). Leve, então, os

10 Leia agora um trecho de um dos romances mais importantes do escritor paraibano José Lins do Rego, Menino de engenho, publicado em 1932. O livro narra a infância de Carli- nhos em Santa Rosa, engenho de CANA-DE-AÇÚCAR de seu avô.

José Lins do Rego.

Era um menino triste. Gostava de saltar com os meus primos e fazer tudo o que eles faziam. Metia-me com os moleques por toda parte. Mas, no fundo, era um meni- no triste. Às vezes dava para pensar comigo mesmo, e solitário andava por debaixo das árvores da horta, ouvindo sozinho a cantoria dos pássaros.

O meu esporte favorito concorria para esses isolamentos de melancólico. Eu anda- va pegando pássaros no alçapão. E, escondido, passava horas inteiras na expectativa do sucesso. Via o canário chegar, pousar em cima da gaiola, trocar suas carícias com o prisioneiro, lastimar a sorte daquele pobre amigo, e depois subir para o alçapão ar- mado, fitar o milho dentro da armadilha, demorar um bocado, na indecisão de quem vai dar um grande passo na vida, e cair na cadeia. Mas isto demorava horas a fio. Muitos chegavam, examinavam tudo, punham o bico quase que dentro do alçapão, e iam-se embora, bem senhores do que se preparava para eles. Enquanto os canários vinham e voltavam, eu me metia comigo mesmo, nos meus íntimos solilóquios de caçador. Pensava em tanta coisa... E um rastejar de calangro nas folhas secas fazia um ruído de coisa grande bulindo.

16 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

estudantes à biblioteca ou ao laboratório de informática para buscarem informações sobre o livro Menino de enge- nho e discuta sobre as descobertas que fizerem. Como res- posta das questões apresentadas, espera-se que cheguem às seguintes conclusões: a. alçapão: abertura, porta ou pas- sagem por onde se faz comunicação; solilóquio: conversa

com si próprio; calangro: calango, lagarto; bulindo: mexendo, agitando, movendo; b. Resposta pessoal que deve ser socia- lizada com a turma. O estudante deve perceber o impacto que a escolha de determinada palavra causa no texto e a importância de sua recepção pelo leitor.

Arqu

iv

Page 39: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A vida em um livro • Língua Portuguesa 31

Pensava então naquilo que junto de gente eu não podia pensar. Já estava no enge- nho há mais de quatro anos. Mudara muito desde que viera de Recife.

Para o ano – diziam – iria para o colégio.E o que seria esse colégio? Os meus primos contavam tanta

coisa de lá, de um dire- tor medonho, de bancas, de castigos, de recreios, de exercícios militares, que me dei- xavam mesmo com vontade de ir com eles. Mas o engenho tinha tudo para mim. Tia Maria tomava conta de mim como se fosse mãe. E a lembrança de minha mãe enchia os meus retiros de cinza. Por que morrera ela? E de meu pai, por que não me davam notícias? Quando perguntava por ele, afirmavam que estava doente no hospital. E o hospital ia ficando assim um lugar donde não se voltava mais. Via gente do engenho que ia para lá, com carta do meu avô, não retornar nunca. E as negras quando fala- vam do hospital mudavam a voz: “Foi para o hospital”. Queriam dizer que foi morrer.

REGO, José Lins do. Menino de engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. p. 94-5.

a. Procure no dicionário as palavras: alçapão, solilóquios, calangro e bulindo. Escolha, dentre os significados encontrados, aquele que possa ser mais bem utilizado como sinônimo dessas palavras.

b. Em sua opinião, ao substituir as palavras do exercício anterior pelos sinônimos encon- trados no dicionário, as frases teriam o mesmo efeito de sentido? Explique.

11 Alguns críticos consideram a obra Menino de engenho uma biografia romanceada, pois REÚNE momentos da infância, marcados na memória do próprio autor, com sua imaginação criativa. Baseado nessa informação, responda:a. Ao relembrar sua infância, que sentimentos são expressos pelo autor?

A vida em um livro • Unidade 1 17

Atividade 11Tome por base a pesquisa reali- zada pelos estudantes na ativi- dade anterior para explicar o que é uma biografia romanceada e então faça-os pensarem no texto também como um diário íntimo, em que o autor escreveu para si mesmo. Além disso, proporcione uma reflexão a respeito da estilís- tica, entendida como uma carac- terística particular de escolher e utilizar a palavra. Como sugestão de correção das respostas para as perguntas, apresente: a. Tristeza e melancolia; b. Triste, sozinho, soli- tário, escondido, isolamentos, me- lancólico; c. Solidão: parágrafo 1; esporte favorito: parágrafo 2; es- cola e lembrança de seus pais: pa- rágrafo 5; d. Cinza simboliza a tris- teza, a solidão. Esses sentimentos aparecem fortes no narrador ao lembrar-se de sua mãe morta; e. “Eu”. A frase fica mais econômica, pois indica a pessoa do discurso do próprio verbo, sem a necessidade de explicitá-la.

anot

açõ

Page 40: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

32 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

b. Indique algumas palavras do texto que estão associadas a esses sentimentos.

c. O autor narra os fatos de sua vida que considera importantes. Releia o texto. Que fa- tos são esses e em que parágrafos eles estão?

d. Releia a frase: “E a lembrança de minha mãe enchia os meus retiros de cinza”. Por que você acha que o autor usou a palavra “cinza” para ilustrar sua memória?

Atividade 12Não permita que os estudantes iniciem a produção do texto sem um planejamento. Se julgar neces- sário, peça que conversem entre si sobre os itens sugeridos, a fim de trocarem ideias e darem novas sugestões. Garanta uma parte da aula para o desenvolvimento da atividade. Ao trocarem os textos prontos, diga-lhes que anotem no texto do colega os problemas identificados, como aspectos rela- cionados a ortografia, acentuação, pontuação ou escolha de palavras que podem ser melhorados. Eles também podem fazer um comen- tário geral sobre o texto do colega.

e. Ao iniciar o texto, o autor diz: “Era um menino triste”. Que pronome pessoal está ocul- to nessa frase? Que efeito de sentido a omissão desse pronome causa?

12 A partir dos conhecimentos adquiridos até o momento, produza a sua autobiografia. Antes de redigir o texto, siga alguns passos importantes para planejá-lo:

• Anote datas e locais significativos para o que vai relatar.

• Selecione fatos que considera importantes para serem relatados.

• Aponte quantos parágrafos irá utilizar e sobre que assunto cada um tratará.

18 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 41: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

33A vida em um livro • Língua Portuguesa

• Escreva seu texto. Assim que estiver pronto, troque-o com os de seus colegas para que eles possam opinar sobre o que escreveu, utilizando o quadro a seguir para fazer a análise.

Autobiografia Sim NãoCriou um título original e interessante ao leitor?O texto está escrito na primeira pessoa do discurso?Usou coerentemente os verbos no pretérito?O texto apresenta organização clara de ideias?Os parágrafos estão coerentemente organizados de acordo com os fatos narrados?

O modo de escrita do narrador expressa emoção?

13 Leia a seguinte notícia de jornal para comentar com seus colegas as perguntas que a seguem.

Exposição sobre Ayrton Senna traz carro dirigido em primeira vitória

No dia em que o piloto Ayrton Senna completaria 54 anos, esta sexta-feira (21), começa no shopping Villa Lobos a exposição gratuita “Ayrton Senna Sempre – 20 Anos”, em cartaz até o dia 21 de abril.

Na mostra, o público poderá conferir o carro que Ayrton Senna dirigiu na sua pri- meira vitória na Fórmula 1, no Grande Prêmio de Portugal, em 1985.

Capacetes, troféus e macacão originais também estão expostos. Além disso, ví- deos com entrevistas do piloto são exibidos.

No final da exposição, os visitantes podem deixar mensagens em um mural, que, quando completo, formará o rosto de Senna.

Folha de S.Paulo. Caderno Folhinha. 21 mar. 2014. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2014/03/142 8874-exposicao-sobre-ayrton-senna-traz-carro-dirigido-em-primeira-vitoria.shtml>. Acesso em: 27 ago. 2015.

a. Você já tinha ouvido falar do piloto Ayrton Senna? Conte o que sabe sobre ele.

b. Por que é importante fazer uma exposição sobre alguém famoso? Em que condições isso seria um sucesso de PÚBLICO?

Atividade 13Como atividade de pré-leitura da biografia, proponha aos estudan- tes que leiam a notícia de jornal apresentada e respondam às questões oralmente. Por se tratar de uma atividade de oralidade, durante a discussão, oriente-os a manter a organização, respeitan- do os turnos da fala e a atitude esperada de quem ouve. Se julgar necessário, anote na lousa as in- formações mais importantes dos comentários para depois acres- centar as que achar necessárias, confirmando-as ou refutando-as. É importante a contribuição de toda a sala.

A vida em um livro • Unidade 1 19

Page 42: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

34 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 14Ainda na pré-leitura, estimule os estudantes a voltarem um olhar crítico sobre a imagem do piloto. Peça que respondam às questões individualmente e depois as com- parem em duplas. Leve em consi- deração respostas bem elaboradas e corrija as que não estiverem de acordo. Como sugestão: a. Atmos- fera nostálgica, de passado, sau- dade, maior realidade ao remeter o espectador ao herói brasileiro. O brilho leva o piloto à condição de estrela; b. Resposta pessoal. O estudante deve relacionar o carro com o fato de ele ter sido piloto de Fórmula 1.

Atividade 15Primeiramente, solicite aos estu- dantes que leiam o texto e, em seguida, respondam às perguntas. No momento de correção dessas atividades, procure relacionar as situações vividas por Ayrton com o cotidiano deles, para que exempli- fiquem semelhanças e distinções em suas vidas, bem como opinem sobre a situação vivida pelo bio- grafado. Para as questões que re- tomam, de forma geral, aspectos de compreensão textual e de cons-

14 Observe a fotografia de Ayrton Senna ao lado de um carro de Fórmula 1 e responda às questões.

a. Que efeitos os tons opacos de preto e branco em meio à iluminação brilhante atri- buem à fotografia?

b. Qual a sua opinião sobre o que a fotografia representa? Como é possível relacionar os elementos artísticos da imagem à vida de Ayrton Senna?

15 Leia agora um texto sobre o piloto Ayrton Senna. Enquanto o lê, pense nos motivos que levaram o PÚBLICO brasileiro a considerá-lo um herói nacional. Depois, faça o que se pede.

Ayrton – O herói reveladoNos primeiros anos de vida, Ayrton não deu o menor sinal de

que poderia se tornar o prodígio de precisão e concentração que assombraria o mundo do automobilismo.

Dona Neyde e a irmã mais velha, Viviane, eram testemunhas diárias de seu jeito desastrado e de sua média preocupante de tombos, tropeções e batidas de cabeça, algu- mas delas fortes o suficiente para deixar grandes marcas pelo corpo e galos na cabeça.

Ser canhoto, naquela época, no Brasil, era motivo de preocupação até para educa- dores. Dona Neyde chegou a agradecer a oferta curiosa de uma professora de Ayrton:

20 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

CaBo

mbe

Page 43: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A vida em um livro • Língua Portuguesa 35

ela se ofereceu para forçar Senna a trocar a mão esquerda pela direita, na hora de escrever. A preocupação de dona Neyde com o que no futuro se chamaria de hipera- tividade do filho a levou a procurar até um neurologista.

O resultado do exame foi tranquilizador. Ayrton não tinha nada de errado. Na verdade, era desajeitado, soube a mãe, por ser rápido demais em tudo o que fazia. Era voraz na hora de experimentar, veloz na hora de aprender. Faltava apenas desco- brir um pouco mais de precisão na ocupação dos espaços físicos. E era apenas uma questão de tempo para o problema desaparecer, levando com ele o estilo e a fama de desastrado. O neurologista não fez apenas um diagnóstico. Tateou um fenômeno.

Em 1964, Milton da Silva, cada vez mais bem-sucedido nos negócios, levou a fa- mília para a região mais alta e nobre do bairro de Santana, uma área onde, graças ao aclive geográfico, os moradores tinham uma das mais belas vistas da cidade. A nova casa, situada na esquina das ruas Pero Leme e Condessa Siciliano, tinha dois pavi- mentos, jardim e garagem. Era a mais confortável e bonita da rua.

Os pais de Senna eram admirados por serem pessoas simples, apesar da notória e crescente riqueza. Robinson Gaeta, morador da rua e amigo de Ayrton quando os dois tinham entre quatro e sete anos, era um dos que admiravam a família Senna. O pai de Robinson, Martino, não escondia dele, também, a admiração que tinha pela beleza de dona Neyde. E dizia que a avó de Ayrton era chamada na vizinhança de Maria Bonita pelos mesmos motivos.

Dentro de casa, a preocupação de Senna era com a destruição do planeta pelos incas venusianos e, posteriormente, pelos seres abissais, vilões submarinos que emergiam do fundo do mar e provocavam terremotos, sempre no Japão. Todos exem- plarmente derrotados, ao final de 39 episódios, por Nacional Kid, herói da tevê de Senna e dos meninos de sua geração. Alguns anos depois, Ayrton passou a ser um entusiasmado fã do desenho animado Speed Racer, um jovem piloto de competição, sempre disposto a lutar pelos amigos, pela justiça e para ser o melhor corredor do mundo, ao volante do Mach 5. Um carro construído pelo pai.

Na rua, Senna era o menino que tinha sempre os brinquedos mais bonitos e caros, pelo menos na memória de Virgínia Bertinni, vizinha três anos mais velha. Muito tí- mido, Ayrton gostava de emprestar tudo o que levava para a rua: “Ele era uma graça. Tão bonzinho que alguns até se aproveitavam e tentavam fazer ele de bobo. Tudo o que falavam para ele fazer, ele fazia. E pediam tudo emprestado. Ele sempre empres- tava e ficava sentadinho na calçada, olhando”.

Quando o menino entrou no kart pela primeira vez, a ternura que ele despertava deu lugar à incredulidade.

Seria assim por 30 anos.

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton – O herói revelado. São Paulo: Objetiva, 2004. p. 5-7.

A vida em um livro • Unidade 1 21

trução de conceito, espera-se que os estudantes respondam: a. É a vida de alguém narrada por outra pessoa; b. Opções corretas: “I”, “III” e “IV”. Correções: “II” – relevantes; “V” – Não se deve; “VI” – pretérito perfeito; c. Resposta pessoal. O es- tudante deve demonstrar em seu texto uma síntese das etapas re- latadas na biografia; d. O texto de José Lins do Rego está na primeira pessoa do discurso por ser uma autobiografia. O de Ernesto Rodri- gues está na terceira, por se tratar de uma biografia de Ayrton Senna;e. Porque ele tinha comportamen- tos diferentes daqueles dos outros meninos de sua idade: “seu jeito desastrado e de sua média preo- cupante de tombos, tropeções e batidas de cabeça, algumas de- las fortes o suficiente para deixar grandes marcas pelo corpo e galos na cabeça”; “Ser canhoto, naque- la época, no Brasil, era motivo de preocupação até para educado- res”; f. Ele não tinha nada de erra- do, mas era mais rápido ao agir e ao aprender; g. O programa de TV Nacional Kid e o desenho animado Speed Racer; h. Um menino bom, humano e tímido.Em seguida, coloque em destaque os elementos essenciais do gêne- ro, se possível aludindo ao que já foi conversado com a turma até então, desde a Roda de conver- sa. Assim como a autobiografia, o gênero textual biografia é pre-

Page 44: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 45: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender36

Orientações didáticas

dominantemente narrativo, mos- trando as transformações sofridas pela pessoa de quem o texto trata, de cunho pretensamente não fic- cional, e costuma ser organizado cronologicamente. No entanto, a biografia também apresenta- rá elementos opinativos (em que a opinião do enunciador aparece explicitamente) e de descrição (de lugares, de pessoas etc.), assim como elementos expositivos e ar- gumentativos (quando especula sobre o passado do biografado, quando justifica fatos ocorridos etc.). Destina-se, sobretudo, a con- tar as histórias de personalidades famosas, por conta de sua impor- tância política, histórica, cultural etc. O contexto de produção pode variar bastante. Quando o próprio autor é o objeto da biografia, aí sim a chamamos de autobiografia. Há também as famosas biografias não autorizadas, ou seja, escritas sem a permissão e, por vezes, à revelia do autor ou de sua família. Nelas, é possível encontrar aspec- tos negativos e posições diferen- tes da opinião PÚBLICA. Por terem como fim contar a vida de uma pessoa, as biografias costumam ser póstumas ou escritas quando os sujeitos biografados já atingi- ram idade avançada e alcançaram fama expressiva.

a. O texto que você leu é uma biografia. Escolha uma palavra em cada coluna para com- por a frase que responda: O que é uma biografia?

É formas de de a narrada de uma pessoa

Muitas a vida contar alguém vida por outra personalidade

b. Para elaborar uma boa biografia é preciso seguir certos critérios. Com base na leitura do texto Ayrton – O herói revelado, assinale as opções com as principais características desse gênero textual. Em seguida, corrija as que não estiverem de acordo.

Relato em sequência temporal – do mais antigo ao mais atual.

As informações pesquisadas devem refletir somente aspectos irrelevantes.

Os primeiros parágrafos são dedicados à origem, aos estudos e à carreira.

Os demais parágrafos referem-se a fatos relacionados à sua vida, à fama, às con- quistas e às suas obras (este ÚLTIMO, no caso de escritores e artistas em geral).

Deve-se emitir opiniões pessoais ou julgamento a respeito do biografado.

Os verbos aparecem preferencialmente no presente do indicativo.

c. Com a leitura da biografia de Ayrton Senna, pudemos constatar que ele teve uma vida bem interessante. A partir das informações retiradas do texto, explique com suas pa- lavras como foi a vida do nosso herói da Fórmula 1.

d. Com relação à pessoa do discurso, compare o trecho de Menino de engenho, de José Lins do Rego, com Ayrton – O herói revelado, de Ernesto Rodrigues. Que diferença(s) encontra?

22 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 46: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A vida em um livro • Língua Portuguesa 37

e. Por que Ayrton Senna era um pouco diferente das outras crianças? Comprove sua res- posta com frases do texto.

f. Qual foi o diagnóstico que o neurologista deu sobre Senna?

g. Quais eram os interesses de Senna na infância?

h. Com base no que está relatado, como era a personalidade de Ayrton Senna quando criança?

16 Toda biografia apresenta marcadores de tempo, de forma que a ordem das ações da pessoa biografada fique bem organizada. Nas frases a seguir, sublinhe as palavras que indicam o tempo das ações.a. “Ser canhoto, naquela época, no Brasil, era motivo de preocupação até para

educadores.”

b. “Em 1964, Milton da Silva, cada vez mais bem-sucedido nos negócios, levou a família para a região mais alta e nobre do bairro Santana.”

c. “Dentro de casa, a preocupação de Senna era com a destruição do planeta pelos incas venusianos e, posteriormente, pelos seres abissais.”

d. “Alguns anos depois, Ayrton passou a ser entusiasmado fã do desenho animado Speed Racer.”

A vida em um livro • Unidade 1 23

Atividade 16Com esta atividade, direcione o olhar do estudante aos aspectos organizacionais do gênero textual estudado. Evidencie a organiza- ção dos parágrafos e a menção do tempo e dos locais na vida do biografado. A organização dos parágrafos tem a função de nar- rar eventos relevantes na vida do biografado (anos em que acon- teceram fatos marcantes), o que acaba contribuindo para a coesão textual. Em um livro, vários pará- grafos podem ser dedicados ao mesmo evento, com maior rique- za de detalhes, mais personagens, maior contextualização dos even- tos etc. Sobre o tempo das ações, os estudantes deverão perceber como esse elemento é importante na constituição do gênero textual biografia. Nos itens da atividade, eles devem sublinhar: “naquela época”; “Em 1964”; “posterior- mente”; “Alguns anos depois”. Peça que comparem as respostas antes de fazer a correção.

Page 47: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Você sabia?Como o vocábulo “abissais” apa- rece no texto e pode ser desco- nhecido pelo estudante, leia com eles a informação apresentada e pergunte se já viram alguns des- ses seres em revistas, na TV ou na internet. Peça que observem a imagem do peixe para estabelecer relação com o texto. Solicite que voltem ao trecho no qual o termo é mencionado e tentem encontrar o porquê de Senna achar que o planeta poderia ser destruído por seres abissais. Seria interessante fazer uma parceria com o profes- sor de Ciências, para que explique melhor o que são os abissais.

Atividade 17Retome com os estudantes os re- cursos que podem ser utilizados ao se produzir um texto para evi- tar a repetição de palavras. Per- gunte se eles se lembram de como chamamos as palavras diferentes que possuem o mesmo significa- do. Depois de lembrarem que são os sinônimos, fale algumas frases e peça que efetuem substituições por sinonímia. Peça também que retomem a biografia de Ayrton e procurem um trecho em que o au- tor utilizou esse recurso. Espera--se que encontrem: “[...] por ser rápido demais em tudo o que fazia. Era voraz na hora de expe- rimentar, veloz na hora de apren- der [...]”. Em seguida, solicite que leiam a questão e escolham a al-

Você sabia?

Os seres abissais vivem na região mais profunda dos oceanos, onde a luz solar jamais chega. Como a disponibilidade de alimento nesse ambiente é escassa, bocas gigantescas permitem que esses seres se alimentem, muitas vezes, de criaturas maiores que eles mesmos.

17 Você deve lembrar que sinônimos são palavras que possuem a mesma informação que outras, embora sejam diferentes. Dessa forma, releia a frase: “Nos primeiros anos de vida, Ayrton não deu o menor sinal de que poderia se tornar o prodígio de precisão e concentração...”. A palavra destacada pode ser substituída, sem perder o efeito expres- sivo, por:(A) egoísta

(B) fenômeno

(C) bondoso

(D) educado

(E) alterado

18 Um recurso importante para se referir a outras palavras em um texto é o uso de hi- perônimos, palavras de significado mais abrangente. Na frase “Na rua, Senna era o menino que tinha sempre os brinquedos mais bonitos e caros”, há um hiperônimo. Identifique-o e diga a que outras palavras ele se refere.

24 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

ternativa correta. Além disso, diga que busquem outros si-nônimos para a palavra destacada.

Atividade 18Explique o hiperônimo e mostre aos estudantes que é um elemento importante na coesão do texto. Comente também, de modo geral, que não há a repetição do nome completo do biografado em todos os parágrafos, o biógrafo refere-se ou retoma o sujeito nas orações pelo uso de pronomes – seu, ele; de sujeito oculto – verbo na terceira pessoa do singular; de hiperônimo – o filho, o menino etc. Isso será importante

para que percebam que não é necessário repetir em todosos parágrafos o nome completo, que há diversas formas de referir-se ao biografado e que isso garante também a coesão do texto. Sobre a questão, peça que a façam em duplas. Es- pera-se que cheguem a um consenso de que o hiperônimo é a palavra “brinquedos” (por conter o significado mais abran- gente do termo). Verifique se eles conseguiram estabelecer a que palavras o hiperônimo se refere, explicando que elas são os hipônimos, pois estão ligadas à ideia geral da palavra “brinquedos”. No caso, os hipônimos poderiam ser: “carros”, “bonecos” etc., objetos que as crianças usam para brincar.

Val_I

va/iS

tock

/

Page 48: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

38 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 49: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

39A vida em um livro • Língua Portuguesa

19 Você já ouviu falar algo sobre a vida de Vik Muniz? Leia sua biografia.

Biografia de Vik Muniz

Vik Muniz (1961) é um artista plástico brasileiro, conhecido por usar lixo e com- ponentes como açúcar e chocolate em suas obras. É radicado em Nova York.

Nascido em São Paulo com o nome de Vicente José de Oliveira Muniz, chegou a cursar Publicidade e Propaganda. Em 1983, passou a viver em Nova York.

A partir de 1988, começou a desenvolver trabalhos que faziam uso da percepção e representação de imagens a partir de materiais como açúcar, chocolate, catchup e outros, como gel para cabelo e lixo. Naquele mesmo ano, Vik Muniz criou desenhos de fotos que memorizou através da revista americana Life. Muniz fotografou os dese- nhos e, a partir de então, pintou as fotos para conferir um ar de realidade original. A série de desenhos foi chamada The Best of Life.

Vik Muniz fez trabalhos inusitados, como a cópia da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, usando manteiga de amendoim e geleia como matéria-prima. Com calda de chocolate, pintou o retrato do pai da psicanálise, Sigmund Freud. Muniz também recriou muitos trabalhos do pintor francês Monet.

Um livro chamado Reflex – A Vik Muniz Primer foi lançado em 2005, contendo uma coleção de fotos de seus trabalhos expostos.

Uma de suas exposições mais comentadas foi a denominada Vik Muniz: Reflex, no University of South Florida Contemporary Art Museum, também exposta no Seattle Art Museum Contemporary e no Art Museum em Nova York.

Em 2010, foi produzido um documentário intitulado Lixo extraordinário sobre o trabalho de Vik Muniz com catadores de lixo de Duque de Caxias, cidade localizada na área metropolitana do Rio de Janeiro. A filmagem recebeu um prêmio no festival de Berlim na categoria Anistia Internacional e no Festival de Sundance.

O artista também se dedicou a fazer trabalhos de maior porte. Alguns deles foram a série Imagens das nuvens, a partir da fumaça de um avião, e outras feitas na terra, a partir de lixo.

Disponível em: <www.e-biografias.net/vik_muniz>. Acesso em: 27 ago. 2015.

A vida em um livro • Unidade 1 25

Atividade 19Como atividade de pré-leitura, su- gira que os estudantes observem a foto de Vik Muniz e, caso nunca tenham ouvido falar do artista, pergunte-lhes qual é a profissão dele com base na observação da imagem. Proponha uma parceria com o professor de Arte para pes- quisar sobre as obras de Vik e até mesmo elaborar um painel inspi- rado no trabalho desse artista. Em Arte os estudantes confeccionam o painel e em Língua Portuguesa fazem uma pequena biografia de cada um que elaborou a obra para expor na escola.

Após a leitura da biografia de Mu- niz, na qual as hipóteses levanta- das se confirmarão, eles devem preencher o quadro. Ao compa- rar, é necessário identificar as particularidades de duas ou mais ideias, fatos, ocorrências, encon- trando as semelhanças ou as di- ferenças. Peça que justifiquem a comparação tomando por base os exemplos que retiraram dos textos. Lembre-se de promover o contato com outras biografias e tenha mais elementos para que os estudantes possam comparar. Leve também textos que fazem referência a questões biográficas, como entrevistas, notícias e diá- rios íntimos, e estimule-os a refle- tir sobre biografia e autobiografia a partir de gêneros que podem se apresentar muito próximos a elas. Elabore com os estudantes uma síntese das características dos gêneros textuais biografia e auto- biografia, estabelecendo relações entre eles.

ZUMA

Wire

Ser

vice/

Alam

y/Gl

ow Im

ages

Page 50: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Ayrton Senna Vik Muniz

Orientações didáticas

Atividade 20Para praticar a coesão textual com foco nos conectivos utilizados em períodos compostos por coordena- ção, especificamente em orações que expressam a relação causa e efeito, amplie o conhecimento dos estudantes elaborando atividades de pesquisa com textos reais em jornais e revistas. Peça que elabo- rem a atividade em duplas e ve- rifique se chegaram às respostas corretas: a. Vik Muniz é um artista plástico incomum porque produz arte a partir de lixo e material con- sumível. b. Uma série de trabalhos foi feita a partir de fumaça de um avião, por isso se chamou Imagens nas nuvens.

Solicite que os estudantes bus- quem, nos textos, conectivos utili- zados em períodos compostos por coordenação.

Ainda sobre coesão, ao final da dis- cussão você pode trabalhar com os estudantes a apresentação de ou- tros conectivos, como: dessa for- ma, porém, também etc., e como esses conectivos são importantes na construção textual. É impor- tante ampliar e retomar sempre esse assunto com os estudantes, preparando diversas atividades e identificando nos textos situações em que possam perceber que um dos problemas encontrados em produções textuais é a repetição de termos ou palavras.

• Agora, compare a biografia de Ayrton Senna com a de Vik Muniz, retirando exemplos dos textos.

Tem um título?

Os parágrafos estão em ordem cronológica?Descreve fatos reais da vida de uma pessoa famosa?

Descreve o biografado física e psicologicamente?Menciona datas importantes da vida da pessoa?

Menciona locais marcantes?

Explica o porquê de essa pessoa ser famosa?

Usa predominantemente a norma-padrão da língua?

Apresenta sequência narrativa?

Refere-se ao biografado de diversas maneiras?

Utiliza vocabulário da área profissional do biografado?

Utiliza verbos no pretérito?

Utiliza verbos no presente?

26 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Atividade 21Oriente os estudantes a respeito de que a opinião é inerente à subjetividade e de que o fato está baseado na objetividade, ou seja, em um acontecimento ou algo concreto. Discuta esse assunto brevemente com eles, solicitando argumentos no texto que amparem a opinião do autor.

As soluções da questão devem ser: a. Fato. A informação con- tém elementos que atribuem precisão à informação, como as respostas às perguntas: o que, quem, quando, como, onde e por quê. b. Opinião. A expressão “criatividade e beleza das obras” demonstra o olhar do

espectador.

Page 51: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Se possível, exiba o documentário Lixo extraordinário, que pode ser encontrado no link <https://www.youtube.com/ watch?v=61eudaWpWb8> (acesso em: 3 nov. 2015). A partir do que é retratado no vídeo, discuta com os

estudantes a importân- cia de dar o destino correto aos resíduos sólidos em nosso país e questione qual impressão tiveram da vida dos moradores do Jardim Gramacho, antes e depois do projeto de Vik Muniz. Além disso, pode ser feita uma parceria com os professores de Arte, Ciências ou Geografia, para aprofundar a temática e relacionar os diferentes olhares dos componentes curriculares.

40 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 52: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

20 Os fragmentos a seguir estão separados por ponto final. Retire o ponto, juntando as orações e estabelecendo uma relação coerente entre elas. Para isso, utilize os conecti- vos indicados entre parênteses.a. Vik Muniz é um artista plástico incomum. Ele produz arte a partir de lixo e material

consumível. (porque)

b. Uma série de trabalhos foi feita a partir de fumaça de um avião. Ela se chamou Ima- gens nas nuvens. (por isso)

21 Identifique nos trechos a seguir o que é um fato e o que é uma opinião. Depois explique sua resposta.

a. “Em 2010, foi produzido um documentário intitulado Lixo extraordinário, sobre o tra- balho de Vik Muniz com catadores de lixo de Duque de Caxias, cidade localizada na área metropolitana do Rio de Janeiro.”

b. “Além da criatividade e beleza das obras, o documentário [de Vik Muniz] apresenta a realidade de pessoas que vivem em condições críticas de pobreza e saneamento, e também no problema ambiental da disposição de resíduos sólidos.”

A vida em um livro • Unidade 1 27

Atividade 22Proporcione aos estudantes um olhar mais ampliado sobre o por- tador do texto, mostrando-lhes que uma biografia também pode ser publicada em gibis, revistas, sites etc. No caso da imagem apre- sentada, a biografia assume a for- ma do gênero textual história em quadrinhos, estudado no 6o ano. De acordo com o que ocorre nes- se exemplo, Koch e Elias (2006, p.114) afirmam que “a hibridização ou a intertextualidade intergêne- ros é o fenômeno segundo o qual um gênero pode assumir a forma de um outro gênero, tendo em vis- ta o propósito de comunicação”.

Atividade 23Diga aos estudantes que traba- lhem individualmente para escre- ver a biografia e depois em duplas, trocando seus textos e avaliando a produção do colega. Espera-se que não só consigam identificar os problemas na redação de seu parceiro, mas também, por meio desse processo, consigam refletir sobre a sua própria escrita, uma vez que terão a oportunidade de comparar os textos dos colegas com os seus. No final, eles discu- tirão se os textos estão de acordo com o gênero biográfico e o que poderia ser feito para melhorá-los.

Atividade 24Devolva o texto que os estudantes produziram na atividade 2 e peça que retomem as produções com os apontamentos dos colegas para compará-las com esse texto inicial. Se, primeiramente, eles produziram uma autobiografia, deverão tomar por base o texto escrito na ativi- dade 12. Se a produção inicial foi de uma biografia, o modelo será o texto da atividade 23. Caso consi- derem necessário, deverão fazer a reescrita da produção inicial para entregar. Recolha as produções fi- nais e, após correção, devolva-as com os comentários pertinentes.

Page 53: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A vida em um livro • Língua Portuguesa 41

Page 54: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

As situações de revisão são mo- mentos importantes de comuni- cação com os estudantes. Por isso, ao comentar as produções deles, procure evitar o uso de expressões como “trecho confuso”, “não está claro”, “reescrever”, entre outras que não dão indicações claras do que precisa ser resolvido. Se a produção do estudante apresenta muitos problemas, selecione um ou dois trechos e enfoque-os nes- sa revisão, registrando, ao lado, questões e levando-os a repensar a escrita e colocar-se no lugar do leitor (por exemplo: o que você quis dizer com isso? Você afirmou tal coisa logo acima e agora a ne- gou. Qual sua posição, afinal?).

O que aprendi sobre...Avalie se o estudante conseguiu re- produzir os conhecimentos adqui- ridos nesta unidade. Oriente-os a pensar nas seguintes proposições:

1. Que CONTEÚDOS eu compreendi, a fim de poder explicar para um colega?

2. O que, neste capítulo, foi chato ou cansativo?

Dessa maneira, eles também po- dem se autoavaliar.

22 Observe a imagem e responda à questão.

• Além do livro, uma biografia pode ser publicada também em que outro suporte? Nesse caso, a biografia assume a forma de qual gênero textual?

23 Produza agora a biografia de uma pessoa da sua família. Antes de redigir o texto, siga os passos indicados na atividade 12 para planejá-lo. Assim que estiver pronto, troque-o com os de seus colegas para que eles possam opinar sobre o que escreveu, utilizando o quadro a seguir para fazer a análise.

Biografia

Sim Não

Criou um título original e interessante ao leitor?O texto está escrito na terceira pessoa do discurso?

Usou coerentemente os verbos no pretérito?

O texto apresenta organização clara de ideias?Os parágrafos estão coerentemente organizados de acordo com os fatos narrados?

O modo de escrita do narrador expressa emoção?

24 Retome seu texto escrito na atividade 2 e, com base na análise e nos apontamentos dos colegas em suas produções das atividades 12 e 23, decida se é necessário reescrevê-lo.

28 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

•Selecione biografias ou autobiografias de personagens da área esportiva, artística etc., populares entre os estudantes, mas que ofereçam certo desafio, para que a atividade não se torne muito fácil. Organize-os em grupos e distribua trechos do texto. Todos devem tentar descobrir quem é a pessoa e anotar na lousa o nome que o grupo des- tacou. Prepare uma discussão oral, a fim de que todos cheguem ao consenso que se confirmará com a revelação do nome de quem foi descrito. O grupo que acertar marca ponto, como em uma competição.

•Outra proposta é de elaboração de uma biografia ou autobiografia diferente. Oriente os estudantes a reunir fotos próprias (para autobiografia) ou de uma pessoa famosa (para biografia) e a

Avançar

© M

auric

io d

e So

usa

Page 55: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

organizarem-nas, contando, por meio das imagens, a história da vida deles ou da personalidade escolhida. Primeiramente, defina com eles o suporte, o PÚBLICO-ALVO e a esfera de circulação. O resultado do trabalho ficará exposto? Onde?

42 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 56: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Aprendendo com a comunidadeProponha aos estudantes que busquem informações de alguém importante (vivo ou falecido) de sua cidade para escrever uma bio- grafia. Diga-lhes que delimitem as fontes possíveis de consulta para escrever o texto.

Um dos recursos a que o estudan- te pode recorrer para coletar infor- mações sobre uma personagem viva é a entrevista. Pode-se, junta- mente, traçar um roteiro na lousa do que seria importante ressaltar na conversa com o entrevistado.

• Onde nasceu?

• Onde passou a infância, a adoles- cência e a vida adulta?

• Quais fatos marcaram sua vida?

• Casou-se ou não?

• Tem filhos ou não?

• Qual relação estabelece com sua família?

• Que profissão escolheu e por quê?

• Que planos tem para sua vida futura?

Solicite que organizem o texto de acordo com o que foi estudado so- bre o gênero e apresentem o resul- tado para a classe, contando sobre a vida dessa pessoa.

A vida em um livro • Unidade 1 29

Quem vai ler? Após a definição desses aspectos, eles pode- rão organizar as fotos de diversas formas, como:– cronologicamente, colando uma foto com

legenda;– por temas (família, amigos, aniversários, escola

etc.), es- crevendo um pequeno texto em relação a cada tema e trazendo o que ficou de mais significativo;

– em um mosaico, no qual se possa misturar as fotos, dan- do-lhes alguma forma. Por exemplo, a colagem das fo- tos poderá ter a

forma de um rosto. Nesse caso, deve-se pensar em que foto ficaria no olho (representando a vi- são), na boca (representando o que se fala) etc.

Saiba mais

Livro:ALFABETTO: AUTOBIOGRAFIA ESCOLARAutor: Frei Betto Editora: Ática

Nesta autobiografia, Frei Betto, um dos intelectuais mais respei- tados do Brasil, nos conta um pouco de sua aprendizagem esco- lar e de vida, desde o jardim da infância, desvelando a adoles- cência no ginásio, até chegar à Universidade e sua vida adulta.

Filmes:MINHA VIDA DE CACHORROSuécia, 1985, 201 min. Direção: Lasse Hallström

O filme narra a história de Ingemar, um menino que, devido a problemas de SAÚDE de sua mãe, é enviado para viver na casa de parentes no interior da Suécia, nos anos 50. Lá, ele encontra dificuldades de se adaptar à nova vida e superar as saudades da mãe e do irmão. Mas com o tempo, acaba por viver experiências que o marcarão pelo resto da vida.

SENNAFrança, Brasil, EUA, Reino Unido, 2010, 162 min. Direção: Asif Kapadia

Este documentário biográfico conta um pouco da carreira de um dos maiores heróis do esporte de todos os tempos. Junho de 1984, GP de Mônaco de Fórmula 1, seis atuais ou futuros campeões mundiais estavam na pista, mas as atenções ficaram voltadas para um jovem que largara em 13o lugar e estava apenas em sua sexta corrida.

O que aprendi sobre...• Imagine que um colega de classe faltou nas aulas em que houve o estudo da biografia

e da autobiografia. Escreva um parágrafo para seu colega explicando a diferença entre os dois textos. Acrescente à explicação o que você achou de estudar esses gêneros textuais.

Film

e de

Asif

Kap

adia.

Fil

me

de La

sse

Halls

tröm

. Ar

quiv

o da

Page 57: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Você poderá oferecer todas essas opções ou direcionar para uma ÚNICA maneira de organização. Vale destacar a

importân- cia de planejarem antes da execução da tarefa. Também res- salte a importância do título e o uso da criatividade. Motive a criatividade e peça que apresentem o resultado aos colegas.

A vida em um livro • Língua Portuguesa 43

Page 58: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Unidade 1

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender44

Para saber mais...

Livros:

BIOGRAFIA E EDUCAÇÃO: FIGURAS DO INDIVÍDUO-PROJETOAutora: Christine Delory-Momberger Editora: Paulus

Como se encontram o mundo de experiências e de expectativas, que cada um traz consigo, e o mundo de conhecimentos propostos pelas instituições educativas? Neste livro, a autora analisa o biográfico como uma categoria da experiência que permite integrar, estruturar e interpretar as situações e os acontecimentos vividos, mostrando a maneira como os indivíduos biografam o que eles são e o que fazem na família, na escola, na profissão, na formação inicial e continuada, elementos constitutivos do processo de educação.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS EM PORTUGUÊSAutor: Valter Kehdi Editora: Ática

Neste livro, o autor aborda os processos gerais da formação dos vocábulos em língua portuguesa, a sua derivação e a sua composição.

Artigo:

LITERATURA E AUTOBIOGRAFIA: A QUESTÃO DO SUJEITO NA NARRATIVAAutora: Verena Alberti

Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/414.pdf> (acesso em: 3 nov. 2015)

O artigo procura levantar algumas questões sobre a posição do sujeito na produção de narrativas autobiográficas. A relação do escritor com aquilo que foi no passado, a reconstituição da experiência vivida numa construção “para a leitura” e as diferentes posições atualizadas pelo sujeito no ato de escrever são algumas das preocupações deste trabalho.

Divu

lg[S

.I.]/E

dito

ra

Page 59: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

45Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 2Por dentro do que acontece no mundo

1. Argumentar, com base em suposições, fatos e conceitos, a respeito de um ponto de vista oralmente e/ou por escrito.

2. Distinguir causa/consequência, fato/opinião e definição/exemplo, na oralidade e na escrita.

6. Identificar, compreender e utilizar paráfrases, citações, discursos direto, indireto e indireto livre.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do siste- ma de representação da língua escrita.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhe- cendo os sentidos produzidos.

12. Localizar informações explícitas e inferir informações implícitas no texto, expli- cando-as.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.14. Opinar com clareza e coerência, oralmente e/ou por escrito, sobre o texto em estudo.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de

acor- do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

22. Socializar experiências/vivências significativas de leitura, por meio da escrita ou da oralidade.

Page 60: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender46

Orientações didáticas

UNIDADE

2 Por dentro do que acontece no mundo

30 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

O objetivo desta unidade é trabalhar o gênero textual re- portagem. Para tanto, deverão ser escolhidas algumas reporta- gens que apresentem apenas fatos e outras nas quais a opinião do autor seja mais destacada. Dessa forma, pretende-se que o estudante perceba o fato e a opinião em um texto jornalístico. Com base na leitura de diversas reportagens e na discussão da construção textual desse gênero, haverá a escrita de textos pró- prios e, depois, a reescrita para uma apresentação em programa jornalístico televisivo.

Além disso, deve-se estabelecer a diferença entre reporta- gem e notícia, e abordar a reportagem televisiva. É importante ressaltar que, para desenvolver uma reportagem, geralmente é necessário fazer investigações, tecer comentários, levantar questões, discutir, argumentar. Já a notícia “é o gênero básico do jornalismo, em que se relata um fato do cotidiano considerado relevante, mas sem a opinião do autor. É um gênero, genuina- mente, informativo, em que, em princípio, o repórter não se po- siciona, pois o que vale é o fato” (BALTAR, 2004, p.133).

Rawp

ixel

Page 61: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Roda de conversa

• Que acontecimento você acha que a imagem acima retrata?

• Em que veículo de comunicação essa foto pode aparecer?

• Quais os possíveis assuntos tratados na imagem?

• Quem se interessaria em ler/ouvir sobre esses assuntos?

• Que título você daria à foto?

Roda de conversaSolicite aos estudantes que des- crevam a imagem da página da direita. Questione-os sobre as co- res; os possíveis lugares em que a fotografia foi tirada; se já par- ticiparam de algum evento ou co- memoração que envolvesse praia e/ou fogos de artifício etc. Ainda que a Roda de conversa seja so- mente uma atividade introdutória e mobilizadora para as discussões realizadas no decorrer da unidade, é importante garantir que os es- tudantes, ao falarem, apliquem as regras da norma-padrão da orali- dade, evitando gírias, expressões como “tipo assim” etc. Destaque a importância do uso da variante linguística com clareza e coerên- cia, de acordo com o contexto de produção e de recepção.

Além das questões apresentadas no livro, você pode questioná-los se sabem o que é uma reportagem; o suporte utilizado por eles para acessar informações; por quais temas se interessam; se preferem ler, ouvir ou assistir a reportagens.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 31

Leve os estudantes a refletir sobre os tipos de reportagem: de fato (apresentam um relato objetivo dos acontecimentos e, nelas, semelhante à notícia, os fatos são narrados numa ordem sucessiva de informações relevantes), de ação (apresentam as informações relevantes e depois narram os acontecimentos se- quencialmente, apontando a um clímax), documentais (trazem um relato expositivo com a apresentação de um tema polêmi- co ou atual de maneira objetiva, acompanhado de citações que complementam e esclarecem o assunto tratado. Na

abertura do gênero, há o clímax acompanhado dos elementos do lide, depois o desenvolvimento da história, incluindo depoimentos, entrevis-

luom

an/iS

tock

/

Page 62: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

tas, informações complementares e a conclusão). Se possível, monte um painel demonstrando as características de cada uma. Em seguida, construa uma definição para o gênero reportagem tomando por base o conhecimento prévio dos estudantes. Eles devem saber que em uma reportagem é possível identificar a te- mática fazendo uma

análise do que quer dizer o título, os subs- titutos e as palavras-chave.

Amplie o trabalho com a unidade, destacando a utilização da variedade-padrão da Língua Portuguesa, verbos no presente do indicativo, utilização do discurso indireto, sinais de pontuação e classes de palavras.

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 47

Page 63: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender48

Orientações didáticas

Atividade 1Selecione reportagens em jornais e revistas. Leve-as para a sala e distribua-as entre os grupos, com, no máximo, quatro componentes cada um.

Não é necessário explicar o que é reportagem. O objetivo é que esse conceito seja construído aos pou- cos pelos próprios estudantes.

Enquanto eles escolhem as repor- tagens, você deve circular pela sala questionando-os sobre o as- sunto da matéria e por que sele- cionaram tal texto. É importante questioná-los a respeito da função e das características do gênero para perceber se já estão come- çando a compreender. Em seguida, oriente-os sobre a organização, a limpeza e a simetria do cartaz. Por fim, solicite que apresentem o cartaz. O grupo escolhe um re- presentante, que deve ensaiar a exposição e apresentar o trabalho para a turma. Se possível, cole os cartazes no mural da classe. Para concluir, compare as reportagens do ponto de vista temático, ou seja, se os grupos selecionaram temas afins, e qual reportagem a turma ficou mais curiosa para ler.

Atividade 2A dupla poderá compor o texto em conjunto, mas cada estudante deverá entregar seu próprio texto. Ao discutir sobre o tema que vai

Desafio1 Em grupos, façam as atividades a seguir.

• Leiam as matérias que o professor entregará ao seu grupo.

• Selecionem duas que acharem mais interessantes.

• Colem as que escolheram em uma cartolina com as imagens (se houver), deixando espaço para escrever ao lado ou embaixo do texto.

• Escrevam as perguntas: “O quê?”, “Quem?”, “Quando?”, “Onde?”, “Como?” e “Por quê?”.

• Retirem as respostas a essas perguntas dos próprios textos escolhidos e escre- vam-nas em espaço apropriado na cartolina.

2 Em duplas, escolham um tema lido por vocês nas maté- rias da atividade 1 e pesquisem mais sobre o assunto. Em seguida, escrevam um texto organizando as infor- mações encontradas, como se fossem publicá-lo em um jornal ou uma revista.

3 A legenda de uma imagem serve para explicá-la, chamando atenção do leitor a um detalhe importante. Ela, normalmente, aparece abaixo da imagem. Relacione as fotos a seguir com suas respectivas legendas.

32 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

escrever, a dupla deve estabelecer um projeto de texto que leve em consideração a construção textual da reportagem e a organização da pesquisa e da produção em si. Em seguida, os estudantes precisam coletar informações para escrever o texto; assim, é importante levá-los ao laboratório de in- formática ou à biblioteca para que façam pesquisas. Caso a escola não possua esses recursos, oriente-os a fazê-las em

casa. É importante ficar evidente que, para escrever uma re- portagem, é fundamental ter conhecimento sobre o assunto; portanto, essa é a razão de consultarem diferentes fontes, realizarem entrevistas etc. Recolha as produções de cada componente da dupla para diagnosticar o conhecimento acerca do gênero em estudo e planejar futuras intervenções.

Encarte 2

cosm

in400

0/iS

tock

/

Page 64: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Uma notícia é um registro de fatos recentes, relatados com exatidão, sem expressar opiniões.

49Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa

Angel Martinez/Real Madrid via Getty Images

Atividade 3Conduza a atividade de modo que o estudante perceba que uma imagem, principalmente de uma fotorreportagem, pode vir acom- panhada por legenda. Esclareça esses dois conceitos – legenda e fotorreportagem – com outros exemplos em revistas e jornais. As legendas aparecem também em exposições nos museus de arte. As legendas das imagens são, respec- tivamente, as apresentadas nas letras “b”, “a” e “c”.

a. As duas galáxias, NGC 1317 (menor) e NGC 1316; sinais mostram passado turbulento da galáxia maior.

b. Rio Madeira tem elevação recorde e capital é “engolida” pela água.

c. Depois de uma temporada impecável com o Real Madrid e a seleção portuguesa, o atacante Cristiano Ronaldo continua brilhando.

Atenção!Estabeleça a relação entre notícia e reportagem e peça aos estudantes que falem sobre uma notícia que leram, a que assitiram ou que ouvi- ram recentemente. Você pode pedir que levem jornais e revistas para a aula e tentem encontrar notícias e reportagens para perceberem a di- ferença entre os dois gêneros.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 33

anot

açõ

Ate

nçã

Pedr

o Ca

stillo

/Rea

l

Aven

er

E S

Juan

Man

uel

China

FotoP

ress

/

Page 65: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender50

Orientações didáticas

Atividade 4Esta atividade não pressupõe que o estudante escreva uma notícia, uma vez que esse não é o foco da unidade, mas apenas redija em uma ou duas frases os possíveis as- suntos das notícias das fotografias.

Atividade 5Organize os estudantes em trios para que escolham uma frase entre as que eles escreveram na atividade anterior. Sugira acres- centar ou retirar informações so- bre o fato que escolheram. Para a exposição, oriente-os a utilizar a norma-padrão da língua. Anote o que merece ser comentado com os estudantes, mas não interrompa as apresentações, deixe para falar apenas ao final.

Atividade 6Com base no conceito de notícia, dado anteriormente, faça com que os estudantes percebam as carac- terísticas de um texto jornalísti- co. Como esta unidade trabalha a reportagem, é importante que também identifiquem as caracte- rísticas da notícia primeiramente, sem, contudo, estudar seus deta- lhes, mas apenas como base para o trabalho com a reportagem. A opção correta é a da letra (D); an- tes de corrigir, porém, solicite a comparação da resposta com a de um colega.

4 Considerando a definição de notícia presente no quadro Atenção!, escreva uma ou duas frases sobre os possíveis assuntos tratados nas matérias das fotografias apresentadas na atividade 3.

5 Escolha uma das respostas que você deu na atividade 4. Acrescente a ela as informa- ções seguintes e apresente o resultado oralmente para a classe.

• As possíveis causas do fato que foi retratado.

• As possíveis consequências que esse fato pode acarretar.

• O que alguém poderia dizer sobre o assunto, caso fosse entrevistado.

• O que você pensa sobre esse fato.

6 Complete a frase com apenas uma das opções apresentadas: Ao responder às ativida- des 4 e 5, respectivamente, eu...

(A) apurei os detalhes de um fato e os apresentei de forma desorganizada.

(B) informei um fato atemporal e apresentei detalhes sobre ele.

(C) apresentei um fato muito discutido ultimamente e o critiquei.

(D) informei um fato pontual e apresentei detalhes sobre ele.

Conecte-se

A notícia “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Enfim a resposta” faz referência a uma reportagem que fala exatamente sobre essa grande DÚVIDA da humanidade. Leia a notícia no livro Muitos textos... Tantas palavras e descubra se realmente responde a essa questão.

34 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Conecte-seAntes da leitura do texto, pergunte aos estudantes se co- nhecem a questão apresentada no título e o que sabem so- bre ela. Explique que se trata de uma questão filosófica que problematiza, principalmente, a existência da humanidade. Chame a atenção deles à primeira frase: o que um cientista, um filósofo e um avicultor têm em comum nessa questão? Pergunte a eles quais expectativas o título e essa discussão despertam no leitor. Após lerem a notícia, solicite que vol- tem ao título e expliquem o quanto ele se ajusta ao que foi

relatado. Peça que façam isso por meio de uma síntese do texto. Você ainda pode ampliar a discussão, estabelecendo uma parceria com o professor de Inglês, para os estudantes lerem a reportagem que deu origem à notícia (à qual o texto faz referência), publicada no The Times. O título da reporta- gem é “Which came first, the chicken or the egg?” e ela está disponível em <http://www.thetimes.co.uk/tto/opinion/ar- ticle2038895.ece> (acesso em: 3 nov. 2015).

Page 66: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 51

7 Leia a reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, prestando atenção nos aspec- tos elencados a seguir. Depois, responda às questões.• O modo investigativo como o fato é narrado.

• Como as informações relacionadas ao tema são apresentadas para comprovar os fatos relatados.

#Mobilizadores em rede

Atividade 7Como pré-leitura, peça que os es- tudantes analisem primeiramente o título e o significado do símbolo jogo da velha (# hashtag, que, as- sociado a uma palavra, abre uma página de busca dessa palavra). Depois, solicite a análise da função social do parágrafo introdutório: ele apresenta pistas sobre o as- sunto que será abordado no texto? Durante a leitura, peça que identi- fiquem o assunto mais importan- te e a ordem em que os fatos são expostos. Escreva esses objetivos

Equipe do Meu Rio durante reunião.

Alessandra e Miguel: criadores do Meu Rio. de leitura na lousa. Após a leitura,

Alessandra, 24, economista, e Miguel, 26, administrador público, solteiros, criaram uma plataforma que incentiva o cidadão carioca a pressionar as autoridades, além de aprofundar o conhecimento sobre as políticas públicas da cidade; a diretora-executiva e o diretor-presi- dente do Meu Rio, fundado em 2011, gerenciam uma equipe de 15 pessoas e um orçamento de R$ 950 mil (2013)

Tudo começou mesmo na rua, mas não no último junho, com as grandes manifestações que ocorreram pelo país. Foi em 2009.

Ouvindo música durante caminhadas em Buenos Aires, ele teve as primeiras ideias para o Meu Rio. Pensou na colega do ensino médio, que estava no Brasil. Ligou e, em uma hora de conversa pelo Skype, a amiga comprou a ideia, ainda que tenha achado a apresen- tação algo confusa. “No outro dia, ela já estava com quase tudo esquematizado”, lembra Miguel Lago, 25, administrador público. Ela é Alessandra Orofino, 24, economista.

A divisão de tarefas segue essas características de ambos. Miguel é o diretor-presidente e tem como atribuição lidar com as relações externas entre o Meu Rio e outras instituições. Alessandra, a diretora-executiva, lidera a equipe e as relações internas.

“Existe muita sintonia entre eles”, conta Rita Lamy, 32, ex-parceira. De fato. Ao serem questionados, em separado, sobre uma situação curiosa que tenham vivido em comum, lembraram-se da mesma: quando, no Lycée Molière, escola francesa no Rio, lideraram uma greve de alunos contra o corte de aulas optativas, imposto por redução dos repasses.

releia o título e o lide para eles e solicite uma síntese oral sobre o que leram.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 35

anot

açõ

Na

Rena

to S

tock

ler/N

a

Page 67: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

52 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Ao corrigir o item a, chame a atenção deles sobre os diferentes meios de comunicação: impresso, televisivo e virtual, como revistas, jornais televisivos, sites informa- tivos e até blogs (lembrar que todos os jornais, hoje em dia, pos- suem blogs de seus articulistas). Para o item b, explique que o lide, geralmente, responde às seguin- tes perguntas: “o quê”, “quem”, “quando”, “onde”, “como” e “por quê”. Elas serão a base para a res- posta a essa questão. Enquanto o título apenas desperta o interesse do leitor, o lide informa seu assun- to central. No item c, verifique se responderam algo relacionado aos dois amigos de escola que criaram juntos uma plataforma chama- da “Meu Rio”, na qual as pessoas podem interagir com as políticas PÚBLICAS da cidade do Rio de Ja- neiro. Sobre o item d, eles devem perceber que o assunto chama a atenção para a importância de os cidadãos se preocuparem e intera- girem com as questões sociais de sua comunidade. No item e, espe- ra-se que respondam que foi a pri- meira experiência de participação deles em uma ação social.

Eles dizem que todos os alunos do ensino médio aderiram à ocupação do pátio. O dire- tor recuou da decisão.

Adultos, suas ações são mais complexas, e o alcance, mais amplo: evitaram a demolição de uma escola, suspenderam uma sessão na Assembleia Legislativa do Rio em que seria votado um projeto de alteração na legislação ambiental e revogaram decreto que proibia bailes funks, por exemplo.

Entre as plataformas oferecidas no site está a Panela de Pressão, onde o carioca pode criar uma campanha e, com um clique, enviar mensagem para a autoridade que possa resolver o problema ou ligar diretamente para ela.

Esse empoderamento dá resultados. A professora Aline Mora, 34, da Escola Municipal Friedenreich, participou da campanha contra a derrubada do prédio e percebe a diferença. “Nunca tinha ido a manifestações. Entrei nessa briga pela escola e passei a sentir que po- demos lutar pelo que queremos.”

Alessandra pensa bem antes de falar e organiza os post-its da reunião com a equipe. Diz que não tem medo de falhar nem de ouvir “não”. Uma vez, em um voo do Rio para Nova York, apresentou-se a Camila Pitanga e a convenceu a protagonizar um vídeo para a Meu Rio. A atriz participa de ações até hoje.

Miguel é botafoguense e não gosta de fazer coisas por obrigação. Foi assediado por par- tidos para se candidatar e declinou. Diz que as propostas eram boas, mas que “perdemos a efetividade quando estamos dentro da política”.

Com passagens por instituições de ensino de renome internacional, ela, em Columbia (EUA), ele, no Institut d’Études Politiques de Paris, afirmam ter recusado ofertas com óti- mos salários. “Nunca quis trabalhar em empresa privada. Queria testar outras coisas. Tam- bém não queria entrar diretamente na vida acadêmica”, avalia Miguel. “Sempre disse que não trabalharia em algo que não fizesse sentido para mim. Queria que meu talento fosse direcionado para coisas das quais eu pudesse me orgulhar”, revela Alessandra.

Manter o Meu Rio em ação toma tempo – trabalham 16 horas por dia. Entre pessoas próximas, essa é a queixa. Lembrada por Hugo Sassaki, 27, namorado de Alessandra, que afirma que só não ganhou “upgrade” para marido por falta de tempo dela.

Constance Albanel, namorada de Miguel, estava em viagem e não pôde comentar, mas Antonio Engelke, 36, sociólogo, amigo dos empreendedores, faz eco: diz sentir falta dos chopes.

A dupla tenta dar conta de tudo. Alessandra pratica ioga e desliga o telefone após as 23h. Miguel põe o celular para despertar a cada quatro horas, para se lembrar de comer fruta ou chocolate, e gosta de dar um mergulho. Mas consente: “Nunca o tempo passou tão rápido para mim”.

Adaptado de: LAGO, Paula. #Mobilizadores em rede. Folha de S.Paulo, São Paulo. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/finalistas/2013-alessandra-

e-miguel-meu-rio.shtml>.Acesso em: 28 ago. 2015.

36 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 68: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 69: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 53

a. Essa reportagem foi publicada em um jornal. Em que outros veículos de comunicação ela também poderia ser publicada?

b. O lide (do inglês lead) é um parágrafo introdutório em uma notícia ou uma repor- tagem. Ele resume o assunto tratado no texto principal. Identifique o lide no texto que você leu e verifique se o título e o lide informam ao leitor sobre o CONTEÚDO da reportagem.

c. Qual é o assunto dessa reportagem?

d. Por que esse assunto é importante?

e. Que importância teve a greve de alunos no Lycée Molière para os criadores do Meu Rio?

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 37

Page 70: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender54

Orientações didáticas

Atividade 8Solicite aos estudantes que com- parem o quadro com o texto da atividade 7, devendo chegar às conclusões de que Miguel Lago é administrador PÚBLICO e foi cita- do por ser criador do programa; Alessandra Orofino é economista e também criadora do programa; Rita Lamy foi citada por ser ex--parceira; e Aline Mora é a profes- sora que participou da campanha contra a derrubada do prédio. Na pergunta, os estudantes devem responder que é para dar maior credibilidade e proporcionar ao leitor mais conhecimentos sobre o assunto.

Atividade 9Peça que os estudantes organi- zem-se em duplas para realizar a atividade. Faça a correção oral para verificar se copiaram os tre- chos certos: a. Introdução do texto – “Tudo começou mesmo na rua, mas não no ÚLTIMO junho, com as grandes manifestações que ocorreram pelo país. Foi em 2009”. b. Importância do assun- to – “Entre as plataformas ofereci- das no site está a Panela de Pres- são, onde o carioca pode criar uma campanha e, com um clique, enviar mensagem para a autoridade re- solver o problema ou ligar direta- mente para ela”. c. Depoimento de Miguel Lago – “No outro dia, ela já estava com quase tudo es- quematizado”. O texto apresenta

8 Com base nas informações apresentadas na reportagem da atividade 7, preencha o quadro abaixo. Depois, responda à pergunta.

Fontes utilizadas

Profissão Por que são citadas?

Miguel Lago

Alessandra Orofino

Rita Lamy

Aline Mora

• Que importância tem a participação dessas pessoas na reportagem?

9 Copie da reportagem uma frase para cada parte solicitada a seguir.

a. Introdução do assunto.

b. Importância do assunto.

38 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

mais de um trecho do depoimento de Miguel Lago, portanto, considere outras respostas válidas. d. Frase final de efeito – “Nunca o tempo passou tão rápido para mim”.

Page 71: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 55

c. Depoimento de Miguel Lago.

d. Frase final de efeito.

10 Busque na reportagem as palavras: lembra, conta, avalia e afirma. Que sentido elas atribuem ao texto?

11 Releia a frase retirada da reportagem “#Mobilizadores em rede” e responda às questões.

“Nunca o tempo passou tão rápido para mim.”

a. Essa frase está expressa em:

(A) discurso direto, pois está reproduzida exatamente como o entrevistado a falou.

(B) discurso indireto, pois está reproduzida no texto exatamente como o entrevista- do a falou.

(C) discurso direto, pois está reproduzida com as palavras do autor do texto.

(D) discurso indireto, pois está reproduzida com as palavras do autor do texto.

(E) discurso indireto livre, pois é uma mistura dos outros dois tipos de discurso.

b. Se você fosse reproduzir essa fala com suas palavras, como seria o resultado?

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 39

Atividade 10Se julgar necessário, releia com os estudantes os trechos em que os verbos aparecem no texto, depois dos depoimentos. Eles devem per- ceber que esses verbos confirmam ou fortalecem os depoimentos.

Explique aos estudantes que as palavras em questão reforçam as características de um texto jorna- lístico, pois é uma linguagem que situa e retoma o interlocutor sem- pre que necessário.

Atividade 11Retome com os estudantes os usos dos discursos direto e indireto; peça que deem exemplos de fra- ses nas duas modalidades. Após realizarem a atividade do livro, verifique se escolheram a alterna- tiva (A) no item a e se, no item b, passaram a frase para o discurso indireto: “nunca o tempo passou tão rápido para ele”. É importante explicar que discurso é a mensa- gem oral ou escrita proferida por alguém. Explore mais o assunto e principalmente a função na repor- tagem, pois, ao optar pelo discurso direto ou indireto, escolhe-se en- tre reproduzir as palavras do en- trevistado exatamente como elas foram proferidas ou reescrever o CONTEÚDO do discurso citado com suas próprias palavras. Essa es- colha não é aleatória, assim como não é ao acaso que o repórter se- leciona o fragmento do discurso reproduzido na forma direta e em que ponto do texto vai inseri-lo.

anot

açõ

Page 72: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

56 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 12Primeiramente, estabeleça uma comparação oral entre os dois tex- tos. Liste na lousa as semelhanças e as diferenças. No preenchimento do quadro, oriente os estudantes para não apenas confrontarem as informações solicitadas com o texto, mas prestarem atenção na articulação entre essas informa- ções. Antes da correção, peça-lhes que comparem seus quadros pre- enchidos. Além disso, você pode propor uma discussão sobre os temas tratados nos dois textos, estimulando-os a expor seus pon- tos de vista sobre os assuntos das reportagens.

12 Leia agora outra reportagem e, em seguida, preencha o quadro comparando-a com o texto da atividade 7.

Vício em celular: saiba quando esse hábito está passando dos limites

O uso excessivo do celular pelos jovens causa sérios problemas.

Quantas vezes ao dia você dá uma conferida no celular? Pode ser nas mensagens SMS, atualizações das redes sociais, ligações perdidas ou até mesmo para jogar algum daqueles joguinhos que todo mundo adora. Não importa, se você mal sabe quantas vezes olha para a tela do seu aparelho durante o dia, fique atento: você pode ser mais um viciado em celular.

Há algum tempo o aparelho deixou de ser de uso exclusivo para ligações, mas com o aumento do número de smartphones, o tempo que a maioria das pessoas gasta usando o aparelho tem aumentado consideravelmente. O psicólogo Anselmo Quevedo diz que não é difícil perder a noção de quanto se gasta conectado ao celular: “Um dos maiores proble- mas é quando a pessoa acaba fazendo duas coisas ao mesmo tempo, como por exemplo conversar com um amigo e mexer no celular”, afirma o psicólogo, explicando que ao criar esse hábito de fazer outras atividades enquanto olha o celular, a pessoa aumenta demais seu tempo conectada, além de ficar mais desatenta.

Checar o celular antes de dormir ou enquanto faz uma refeição é um dos piores hábitos, segundo o especialista: “É preciso estabelecer alguns limites para que o uso do celular não acabe interferindo na rotina de cada um. Quando alguém passa a fazer coisas diferentes só por causa do celular, é claro que ele está afetando diretamente a vida dessa pessoa”, escla- rece Anselmo. Ou seja, sabe aqueles minutos de sono que você perde checando o celular ou quando você demora um pouco mais em algum lugar porque está usando o wifi do es- tabelecimento? Pois é, essas atitudes já mostram que o aparelho está mudando a sua vida.

Mas para o psicólogo, o maior indício de que alguém pertence ao não pequeno grupo de viciados em celular é quando as relações pessoais são prejudicadas por ele: “Deixar de prestar atenção em uma conversa com os amigos ao vivo porque está toda hora olhando o

40 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

altre

ndo

Page 73: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

57Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa

celular é algo bem grave, além de parecer pouco caso com as outras pessoas”, alerta o psi- cólogo. O problema é que, muitas vezes, a mesma roda de amigos está lado a lado olhando para a tela do aparelho.

OMG! Estou viciado em celular. E agora?Calma, seus pais não vão interná-lo na rehab por isso (embora já existam alguns

grupos chamados Social Rehab, que ajudam pessoas que não conseguem mais viver desconec- tadas). Se você acha que está ou tem grandes chances de ficar viciado em seu celular, o primeiro passo é começar a diminuir a frequência com que o usa.

O psicólogo Anselmo Quevedo orienta que você pode começar deixando o celular des- ligado durante todo o tempo em que estiver na escola. Deixar o aparelho longe quando está fazendo outras atividades também é uma boa: “Tem gente que leva o celular até no banheiro”, diz o especialista. Ainda segundo Anselmo, a própria pessoa sabe como pode melhorar sua relação com o uso do celular: “Ele pode combinar com as amigos de usarem o aparelho num mesmo horário, assim ela não precisará checar as mensagens toda hora, por exemplo”, indica.

Lembre-se: no caso de você até tentar diminuir o tempo que fica no celular, mas não conseguir, converse com os seus pais e procure a ajuda de um psicólogo ou médico que possa dar uma avaliada no seu caso.

Pesquisas recentes indicam que smartphones, cada vez com mais funcionalidades, po- dem causar dependência e outros transtornos em usuários assíduos.

Adaptado de: Papo Sério. Revista Toda teen. 11 fev. 2013.Disponível em:

<http://todateen.uol.com.br/papo-bff/ viciada-em-celular-saiba-quando-esse-habito-esta-passando-dos-limites/>. Acesso em: 28 ago. 2015.

#Mobilizadores em rede

Vício em celular: saiba quando esse

hábito está passando dos limites

Discute um tema polêmico? Justifique.

Apresenta realizações de uma pessoa? Justifique.

(continua)

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 41

Page 74: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

#Mobilizadores em Vício em celular: saiba rede quando esse hábito está

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender58

Orientações didáticas

Atenção!Neste momento, certifique-se de que ficou claro para os estudan- tes qual é a função de cada parte da reportagem escrita. Se julgar necessário, escreva na lousa para que copiem: Título – tem como ob- jetivo resumir o assunto da repor- tagem e chamar a atenção do lei- tor. Lide – resumo mais detalhado que aparece depois do título, a fim de introduzir o leitor no assunto da reportagem, despertando seu interesse. Valoriza a reportagem, tornando-a dinâmica. Corpo do texto – desenvolvimento do as- sunto abordado com linguagem direcionada ao PÚBLICO-ALVO.

Você sabe quais as partes que compõem uma reportagem escrita? Confira a seguir:

TÍTULO

LIDE

CORPO DO TEXTO

42 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Ate

nçã

Exemplos de discurso direto.

Exemplos de discurso indireto.

O que é mais interessante na

reportagem? Por quê?

O texto é adequado quanto ao tamanho,

à linguagem utilizada e às imagens?

Que posicionamento o jornalista tem

comrelação ao que é tratado

na reportagem?

Page 75: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

13 Identifique nos textos das atividades 7 e 12 as partes em que se divide a reportagem escrita.

14 Verifique, nas frases a seguir, retiradas do texto da atividade 12, qual expressa opinião e qual aborda um fato. Justifique sua resposta.a. “O psicólogo Anselmo Quevedo orienta que você pode começar deixando o celular

desligado durante todo o tempo em que estiver na escola. Deixar o aparelho longe quando está fazendo outras atividades também é uma boa: ‘tem gente que leva o celular até no banheiro’, diz o especialista.”

b. “Há algum tempo o aparelho deixou de ser de uso exclusivo para ligações, mas com o aumento do NÚMERO de smartphones, o tempo que a maioria das pessoas gasta usando o aparelho tem aumentado consideravelmente.”

Você sabia?

Os grandes jornais publicam um Manual de Redação, que contém as normas e recomendações que apoiam os jornalistas no momento de produzirem seu material para publicação. Veja como o Ma- nual de Redação: Folha de S.Paulo define o repórter:

Jornalista que capta informações, apura, checa, confronta e redige. Deve mostrar grande ca- pacidade de registrar e analisar fatos e detalhes a que o leitor não tem acesso. Trabalha como uma espécie de intérprete e deve, por isso, escrever com correção e clareza.

Manual de Redação: Folha de S.Paulo. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 119.

Atividade 13Organize os estudantes em duplas, para que possam reconhecer nos textos as partes em que se divide a reportagem escrita. Em seguida, peça que comparem com outra du- pla para verificar se chegaram ao mesmo consenso.

Atividade 14Comente com os estudantes que fatos e opiniões expostas pelos jornalistas são elementos cons- titutivos da reportagem. Divida--os em duplas e solicite que ela- borem uma definição para o que seria fato e opinião, sem utilizar o dicionário. Em seguida, peça que algumas duplas leiam o que conseguiram elaborar; escreva as sugestões na lousa, compare-as e acrescente algum elemento não identificado por eles. Por fim, peça a verificação das definições deles e se é necessário incluir algo. Logo após, solicite que realizem a ativi- dade do livro, na qual a primeira frase expressa um fato, pois apre- senta sua fonte. A segunda, uma opinião, pois se trata de suposição do entrevistado diante de uma hipótese que poderá se confirmar ou não. Para ampliar, você ainda pode pedir a seleção de outros trechos para exemplificar as defi- nições de fato e opinião nas repor-tagens estudadas. É importante a

Você sabia?

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 43 percepção de que o texto jornalís- tico deve buscar a imparcialidade. Ressalte que a composição da re- portagem depende não somente das ideias e das opiniões do jorna-

Comente com os estudantes que o jornalista pode ter MÚL- tiplas funções – editor, redator, diagramador –, que vão ga- nhando novos nomes ou sendo substituídas à medida que a tecnologia avança. O repórter é um jornalista que pesquisa e investiga a informação apresentada em diversos tipos de meios de comunicação, responsável por trazer aos leitores os acontecimentos de forma detalhada.

lista, mas também do veículo de circulação, que influencia de ma- neira determinante o texto. Para concluir, solicite que verifiquem se há predominância de fatos ou opiniões nessas reportagens e por que isso ocorre.

Page 76: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender60

Orientações didáticas

Atividade 15Peça aos estudantes que reali- zem a atividade individualmente e comparem-na em duplas após o término. Corrija oralmente para verificar se completaram o texto de forma adequada com as pala- vras: reportagem – informação– investigativa – detalhada – des- dobramento – desdobramento – causas – sociedade.

Para debaterPor se tratar de uma atividade de oralidade, durante a discussão, oriente os estudantes a manterem a organização, respeitando os tur- nos da fala e a atitude esperada de quem ouve. Se julgar necessário, anote na lousa as informações que considerar mais importantes dos comentários e depois acrescente outras que achar necessárias, con- firmando ou refutando as informa- ções dos estudantes. É importante a contribuição da maioria deles.

15 Construa o conceito de reportagem. Para isso, complete o texto a seguir com as pala- vras do quadro. Observe que nem todas serão utilizadas, pois algumas não se relacio- nam ao contexto.

carta – causas – cinema – desdobramento – detalhada – informação – investigativa – sociedade – suporte – reportagem – repórter

Uma é um gênero textual do tipo expositivo, como a notícia. A diferença entre eles é que a reportagem traz a de forma mais ampliada e . O assunto relatado se apresen- ta de forma . O amplo relato de fatos – que chamamos de

– diferencia a reportagem da notícia.

Em uma reportagem, o vai além, questionando as e os efeitos de um fato, ouve suas diferentes versões, in- terpreta e avalia sua importância na , apresentando até sua visão do tema abordado.

Para debater

Discuta oralmente com seus colegas:

• Com que frequência você lê reportagens para expandir os assuntos escolares?

• Que veículo de comunicação você prefere para lê-las?

• Qual o papel da internet no que diz respeito à publicação de reportagens?

Deixe claro o seu ponto de vista. Se perceber que não foi compreendido, reformule o que disse, a fim de resolver as dificuldades.

16 A partir dos conhecimentos adquiridos até o momento, produza uma reportagem. Siga alguns passos importantes para planejar a elaboração de seu texto.

I. Antes de redigir a reportagem:• anote em seu caderno as possíveis perguntas que precisará responder em sua

reportagem;

44 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Atividade 16Antes de iniciar a escrita das reportagens nesta atividade, os estudantes deverão elaborar um projeto de texto. Essa prá- tica precisa ser ensinada a eles, pois assim aprenderão que, para elaborar um texto escrito, é necessário planejamento, isto é, eles devem pensar antes de iniciar a escrita, fazen-

do escolhas para a sua produção. Esses esquemas de texto ajudam a organizar as ideias, seja pela escrita, seja apenas mentalmente. Quando eles concluírem essa produção, devol- va os textos produzidos na atividade 2, para que possam compará-los.

Page 77: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 61

• escolha as pessoas que irá entrevistar para compor seu texto;

• pesquise sobre o assunto que irá tratar em outras fontes, como dicionários, livros didáticos e internet.

II. Ao elaborar o texto:• escolha um título que seja interessante ao seu leitor;

• crie um lide que resuma em poucas palavras o assunto da sua reportagem;

• organize as informações em parágrafos;

• respeite a conjugação dos verbos e o uso dos pronomes ao reproduzir os depoimen- tos dos entrevistados em discurso direto ou indireto;

• utilize aspas para indicar a fala de outra pessoa em discurso direto;

• se quiser, acrescente fotografia ou crie boxes separados do corpo do texto para expli- car alguma particularidade apresentada no desenvolvimento do assunto.

III. Sugestões de temas:• Alimentação saudável.

• Esporte na escola.

• Animal de estimação.

• Adolescência.

• Tecnologia e educação.

• Irmãos mais velhos (ou mais novos).

17 Assim que seu texto estiver pronto, troque-o com os de seus colegas para que eles pos- sam opinar sobre o que escreveu. Utilize as perguntas a seguir para fazer a análise de reportagens elaboradas por seus colegas.a. O texto apresenta título e lide?

b. O texto está escrito na terceira pessoa do discurso?

c. Usou coerentemente o discurso direto e o discurso indireto?

d. A linguagem é adequada ao PÚBLICO-ALVO?

e. Há imagens, gráficos ou outro recurso visual de apoio?

f. As informações estão organizadas de acordo com a ordem de importância?

g. Apresenta ponto de vista do autor da reportagem?

18 Agora retome o texto que escreveu na atividade 2 e, com base na análise e nos aponta- mentos dos colegas em sua reportagem, decida se é necessário reescrevê-lo e entregue a ÚLTIMA versão ao professor.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 45

Atividade 17Oriente os estudantes para desta- carem a lápis no texto dos colegas os comentários sobre o esquema de análise, assim como outros pro- blemas identificados, por exem- plo: aspectos relacionados a orto- grafia, acentuação, pontuação ou escolha de palavras que possam melhorar o texto. Além disso, eles também podem fazer um comen- tário geral sobre o texto.

Atividade 18Além da reportagem escrita na atividade 16, solicite aos estu- dantes que retomem a produção inicial, realizada na atividade 2, e façam a reescrita dos textos, caso julguem necessário. É importante que você recolha a versão final das reportagens para avaliar o proces- so de aprendizagem e como eles evoluíram da escrita inicial para a final após toda a discussão rea- lizada sobre o gênero textual em foco na unidade.

anot

açõ

Page 78: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

19 Utilizando os conhecimentos construídos sobre o gênero textual reportagem, resolva os desafios a seguir.

Texto 1 Texto 2Um dos portadores que publica reportagens.

Texto 3

Texto 4 Texto 5

Aquele que produz reportagens.

3

5

2

4

1

46Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender62

Orientações didáticas

Atividade 19Circule pela sala para identificar se algum estudante está encontran- do dificuldades para identificar os termos solicitados nas palavras--cruzadas. Caso isso ocorra, dê ou- tra dica, a fim de ajudá-lo a desco- brir a palavra correta. Eles devem completar a cruzadinha com: 1– título; 2 – revista; 3 – aspas; 4– legenda; 5 – repórter. Ressalte a função das aspas nas reportagens.

Frase curta que explica, comenta ou intitula uma foto

ou outras imagens (ilustrações, desenhos, boxes

Recurso utilizado para indicar as falas dos

Parte do texto em que é anunciado o assunto principal

anot

açõ

Page 79: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

20 Agora, escute ou assista a algumas reportagens. Em seguida, discuta com o seu grupo.

a. Há diferença entre a organização do texto da reportagem escrita e o da apresentada em rádio ou televisão? Se sim, quais são as diferenças?

b. Essas reportagens apresentam apenas o fato ou o jornalista também profere opinião? Justifique.

c. Para você, a reportagem fica mais interessante em seu formato escrito ou oral? Justifique.

21 Trabalhem em grupo e escolham uma das reportagens escritas por vocês. Em seguida, adaptem o texto para ser apresentado em um jornal televisivo. Sigam as instruções do professor.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 47

Atividade 20Proponha a comparação das ca- racterísticas da reportagem escri- ta com a oral. Selecione trechos de reportagens de rádio ou televisão e exiba-os para os estudantes. Em seguida, retome com eles as características essenciais que es- colheram para a reportagem es- crita e peça que comparem com a reportagem no contexto oral. Com base nas respostas deles, construa um quadro comparativo na lousa e complemente-o, se não contem- plar todos os pontos esperados. Ao final, discuta qual é a preferên- cia da turma: escutar, assistir ou ler uma reportagem e por que eles acham que isso ocorre.

Atividade 21Nesta proposta de retextualização, os estudantes terão a oportunida- de de transformar a reportagem escrita em oral. Eles terão que ava- liar quais expressões da oralidade podem ser inseridas, como chamar a atenção do PÚBLICO e de que for- ma devem reestruturar o texto para um jornal televisivo. Solicite que reflitam sobre quantas pes- soas estão envolvidas na prepara- ção de cada reportagem, até que ela esteja pronta para ser exibida. Divida a turma em grupos e ajude--os a definir uma função para cada participante: apresentador, reda- tor, repórter, entrevistado, respon- sável pelo cenário, pelas câmeras etc. Eles deverão escolher uma das

reportagens de algum componente do grupo. Proponha que pesquisem as técnicas do jornal televisivo, por exemplo, pro- NÚNCIA adequada e correta das palavras; síntese de ideias e fatos; expressão oral; como é sua organização; como são divulgadas as notícias; atenção à postura; entre outras. Eles organizarão a pauta da reportagem e dividirão as tarefas. A atividade terminará com a apresentação oral das reporta- gens, que poderá ser gravada ou ao vivo, dependendo dos recursos oferecidos. Caso você opte pela gravação, terá um registro para evidenciar o

Page 80: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

processo de trabalho. Para ava- liar a atividade, utilize uma pauta de observação, contendo, principalmente, os critérios de avaliação.

Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa 63

Page 81: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Saiba mais

Livros:MANO DESCOBRE A SOLIDARIEDADEAutores: Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto Editora: Ática

Hermano Santiago estuda em uma escola onde se passam acontecimentos estranhos, como a depredação da quadra. Mano precisa então entender o que está acontecendo e tomar alguma atitude a respeito. Ao tentar desvendar os fatos e se envolver com questões fundamentais da vida, o menino descobre a solidariedade, que o ajudará a desmascarar os malfeitores da escola e colocar as coisas

MESTRES DA REPORTAGEMOrganizadora: Patrícia Paixão Editora: In House

O livro apresenta 30 entrevistas com grandes repórteres que falam da arte da escrita de uma reportagem e de suas trajetórias na profissão.Filme:O PREÇO DE UMA VERDADEDireção: Billy Ray EUA, 2003, 99 min.

O filme mostra a vida de um jornalista que copiou ou inventou mais da metade de seus textos. Será que sua farsa foi

48 Língua Portuguesa • Movimento do

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender64

Orientações didáticas

•Convide um jornalista para explicar o processo de construção da reportagem e a pro- fissão dele. É importante que sejam elaboradas perguntas com os estudantes antes da visita do profissional; motive-os para questionamentos que se refiram à constru- ção textual da reportagem e à relação entre fato e opinião. Se já estudaram o gênero textual entrevista, na unidade 7, reforce as características dele; caso contrário, apenas garanta que os estudantes as estão seguindo, mas sem se aprofundar no assunto.

•Exiba a reportagem História e cultura afro-brasileira e indígena, encontrada em<https://www.youtube.com/watch?v=jjAv4LgZiTM> (acesso em: 3 nov. 2015) e faça

Avançar

Film

e de

Billy

Ray

. O

Edito

ra In

Ar

quiv

o da

Page 82: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

65Por dentro do que acontece no mundo • Língua Portuguesa

O que aprendi sobre...Para que os estudantes consigam reproduzir os conhecimentos ad- quiridos nesta unidade, peça que respondam às questões no cader- no e depois as socializem oralmen- te. Além das perguntas apresenta- das, questione-os sobre o que foi chato ou cansativo na unidade.

Aprendendo com a comunidadeProponha aos estudantes que, in- dividualmente, investiguem uma temática relacionada à comuni- dade deles e escrevam uma re- portagem a respeito. Eles podem tirar fotos para ilustrar o texto e, caso usem o computador para escrever, estruturá-lo em colunas, de modo a se parecer realmente com uma reportagem de jornal ou revista. Quando essas reporta- gens estiverem prontas, deverão ser entregues. Após a correção, devolva os textos comentados aos estudantes e organize-os em grupos para que criem uma edição de revista ou jornal. Essas repor- tagens poderão compor um jornal ou uma revista comunitária a ser publicado no mural da escola. Os estudantes devem ter em mente que seu PÚBLICO-ALVO serão cole- gas, professores e pais.

Por dentro do que acontece no mundo • Unidade 2 49

alguns questionamentos sobre as características da reportagem televisiva, além de ex- plorar com eles o tema abordado. Pergunte sobre o que já estudaram a respeito do assunto tratado na reportagem, exaltando os conhecimentos deles e estimulando-os a pesquisarem mais a respeito da influência indígena e afro-brasileira em nosso país. Por ÚLTIMO, faça a socialização de tudo que levantarem e construa com eles uma reporta- gem coletiva sobre o tema.

O que aprendi sobre...

Faça uma autoavaliação do seu aprendizado, respondendo às questões.

• Que reportagem você mais gostou de ler? Por quê?

• Como foi sua participação nas aulas sobre esse tema? Você fez perguntas ao professor? Participou das discussões com os colegas? Justifique.

• O que você conseguiria explicar a seus colegas sobre o assunto estudado e o que precisaria que fosse revisado?

• Como o texto jornalístico fará parte de sua aprendizagem de agora em diante?

• Você se interessou pela profissão de jornalista? Por quê?

Page 83: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender66

Unidade 2

Para saber mais...

Livro:TÉCNICA DE REPORTAGEM: NOTAS SOBRE A NARRATIVA JORNALÍSTICAAutores: Maria Helena Ferrari e Muniz Sodré Editora: Summus Editorial

A reportagem é um gênero jornalístico privilegiado. Tem suas regras próprias e por meio dela se faz a história. Este livro pretende dar conta de algumas das regras, com uma intenção basicamente descritiva, utilizando textos extraídos de jornais e revistas brasileiros.

Artigo:OS GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA: A REPORTAGEMAutora: Andrezza Santos Dos Santos

Disponível em: <http://www.fals.com.br/revela14/artigo4_revelaXI.pdf> (acesso em: 3 nov. 2015)

Preocupada com a dificuldade de produção e interpretação textual dos estudantes de Ensino Fundamental, a autora, neste trabalho, visa ressaltar a importância do ensino de Língua Portuguesa por meio dos gêneros textuais. Esse ensino tem como objetivo ampliar as possibilidades do uso da linguagem; por isso, se faz necessário o trabalho com textos que são parte do cotidiano dos estudantes. A reportagem, gênero textual escolhido para desenvolver a proposta, pertence ao domínio do discurso jornalístico e possibilita liberdade de produção textual, tornando o trabalho em sala de aula motivador para os estudantes.

[S.I.

]/Edi

tora

Sum

mus

Page 84: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

67Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 3Qualquer canção de bem alguma poesia tem

7. Identificar e compreender o uso de recursos estilísticos e expressivos intencional- mente registrados pelo autor.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o con- texto de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhe- cendo os sentidos produzidos.

11. Inferir o sentido literal ou figurado das palavras ou expressões com base em ele- mentos do texto e do contexto de produção.

15. Pesquisar e comparar informações, obras, autores e temas obtidos em diferentes fontes.

17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acor- do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

18. Identificar e compreender a estrutura e o processo de formação das palavras e os seus significados.

19. Compreender e distinguir as marcas das variantes linguísticas orais e escritas (de espaço físico, grupo social, faixa etária, grupos profissionais etc.), comparando-as à variante-padrão da língua portuguesa.

20. Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de concordância verbal e no- minal apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, consi- derando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coe- são e coerência textual.

23. Formular hipóteses e fazer predições sobre o texto.

Page 85: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

Roda de conversa

-se confiante, cantar um trecho de uma MÚSICA pertencente à Bos-

Jovem Guarda para ver se os es- tudantes a reconhecem. O impor-

nomes e hipóteses sobre a MPB. Os objetivos centrais, com o avançar

to dos principais movimentos mu- sicais brasileiros e a construção de critérios de avaliação, além de um olhar crítico sobre as canções que ouvem. Os artistas que aparecem nas fotos são: DAÚDE, Marisa Mon- te, Gilberto Gil, Rita Lee, Vinicius de Moraes, Carlinhos Brown, Car- tola, Chico Buarque, Caetano Velo- so, Milton Nascimento, Tom Jobim, Cássia Eller, Elis Regina, Toquinho e Gal Costa. Além das questões propostas no livro, você pode per- guntar com qual frequência os es- tudantes costumam ouvir MÚSICAS e de quais eles mais gostam. Diga que quem quiser pode cantar um trecho da canção favorita (em por- tuguês) e pergunte se eles sabem quem são o cantor e o compositor. Peça ainda que escrevam o que se lembram da letra e tentem dizer com suas próprias palavras que imagens e sentimentos a can- ção lhes traz. Observe a relação dos estudantes com o gênero e quais cantores e bandas preferem.

UNIDADE

3 Qualquer canção de bem alguma poesia tem

50 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

O foco desta unidade é o gênero canção popular, trabalhado com base em três diferentes canções e

atividades de interpre- tação e produção. Sobre a organização linguística, é abordada a linguagem

figurada, especialmente a metafórica. É interessante que os estudantes escutem e cantem todas as canções

da unida- de; sendo assim, apresente-as em clipes ou leve apenas o áudio. Destaque, ao longo da unidade,

a natureza intersemiótica das canções, a variação linguística, a interlocução (eu lírico “eu” e “tu”), a

linguagem coloquial e a formal, a linguagem objetiva e

a subjetiva, a comparação, a metalinguagem, os versos, as rimas, a aliteração e a assonância, o refrão, as classes de palavras e os sinais de pontuação. É importante ressaltar que canção é um gênero híbrido (letra e MÚSICA).

É muito importante enfatizar o contexto de produção das canções, mostrando que por meio desse conhecimento é possí- vel entender um texto mais a fundo, além de ressaltar que o lei- tor também está inserido num contexto, que pode ser diferente, no momento da leitura, daquele de quando o texto foi

Arqu

ivo

O Cr

uzei

ro/E

M/D.

A.Pr

ess A

na R

ojas

/Fol

hapr

ess

Rui M

. Lea

l/Get

ty

Marc

os R

amos

/Agê

ncia

Leon

ardo

Ave

rsa/

Agên

cia

Bern

ard

Marti

nez/A

gênc

ia

Page 86: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

escrito.

68 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 87: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A MPB (MÚSICA Popular Brasileira) é um gênero musical brasileiro de raízes populares muito importante para a identidade do nosso país. Apesar de a MÚSICA brasileira existir há muito tempo, foi a partir da década de 1960 que o termo MPB determinou toda a produção musical feita no Brasil. Caetano Ve- loso, Chico Buarque e Tom Jobim estão entre os compositores que renovaram as nossas canções e elevaram sua importância, divulgando-as para o mundo.

Ainda é interessante explorar a re- presentação que eles têm de “ima- gem” e conversar um pouco com a turma sobre isso, pois será impor- tante para o estudo das metáforas proposto posteriormente.

Vale ressaltar que a canção pode ser propagadora de ideologias, na medida em que, mesmo sem per- der a dimensão do divertimento e do prazer, os textos propiciam uma visão crítica da sociedade e das pessoas que a compõem. A fim de criar discussões acerca de como a canção e a poesia funcionam na so- ciedade e como se constituem, ana- lisando a veiculação e a circulação, trabalhe, em especial, com a metá- fora como produtora de sentidos.

Para o trabalho com esse gênero, também é possível estabelecer par- ceria com os professores de Arte e História, na medida em que a can- ção é entendida como manifesta- ção artístico-cultural inscrita num dado contexto histórico-social.

Roda de conversa

• Quem são as pessoas das fotografias?• Quais canções dessas pessoas você conhece?• De quais canções da MPB você mais gosta?• Quais são os veículos de circulação das canções?

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 51

Ao desenvolver as atividades, considere os diálogos que se es- tabelecem entre a linguagem verbal e a linguagem musical, bem como entre o texto e as vozes sociais que constituem uma época. Levante com os estudantes um conjunto de representações sobre as condições de produção dos textos explorados, a saber: a quem foi destinada a canção, como se deu sua forma de produção, se há refrão, qual seu papel em termos de diálogo com ouvinte/leitor, a melodia exibida, podendo-se pensar em várias interpretações, tendo-se em vista as épocas em que foram produzidas.

Esse estudo visa proporcionar ao estudante uma educação dos sentidos e da percepção crítica, oferecendo, ao lado do pra-

zer sensorial e estético, um exercício de leitura multissemiótica. Pesquise um pouco mais esse tema, pois ele poderá enriquecer o trabalho com a unidade.

Espera-se que os estudantes sejam “capazes de perceber os efeitos de sentido do texto, da melodia e da conjunção verbo--melódica; conhecedores do cancioneiro e dos cancionistas de seu país, seus posicionamentos, estilos e discursos” (PAIVA, An- gela et al, 2003, p. 119).

Môni

ca Im

buze

iro/A

gênc

ia O

Glob

o An

a Ca

rolin

a Di

vul

Page 88: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Juvenal Pereira/Jack Vartoogian/Getty Images Folhapress

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa 69

Acer

vo

Guito

Mor

eto/

Agên

cia

Agên

cia O

Page 89: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Olha que coisa mais linda Mais cheia de graçaÉ elaQue vem e que passa Num

Encarte 3

[

Orientações didáticas

Atividade 1Aproveite a oportunidade para despertar no estudante a inspira- ção criativa no que diz respeito à letra e à MÚSICA (apesar de a co- manda solicitar apenas a letra), mas sem a pretensão de formar um letrista ou compositor. Se jul- gar importante, peça aos estu- dantes que criem uma melodia ou então utilizem a de uma MÚSICA já existente para a nova letra. Faça como um jogo de composição, no qual terão de compor com base em palavras e frases-estímulo tra- zidas por você. É seu papel chamar atenção para a forma e o CONTEÚ- do das palavras, lembrando da im- portância da sonoridade em uma canção. Assim, selecione um grupo de palavras (pode utilizar as pa- lavras das canções que serão es- tudadas na unidade), escreva-as em pedaços de papel e coloque-os em um saquinho. No momento da atividade, o estudante, ao sorte- ar a palavra, deverá lê-la em voz alta para a turma; após a leitura, escreva a palavra na lousa e dê alguns minutos para que os pares pensem e discutam como utilizá--la na canção. Ao final do sorteio,deixe que trabalhem para finalizar a canção e peça que entreguem essa primeira versão. No final da unidade eles apresentarão a letra (cantando-a ou lendo-a) para a classe. Nessa apresentação, peça que relatem quais as percepções ou o que sentiram ao ouvir as can- ções dos colegas. Explore a pro- dução inicial para fazer um diag-

Desafio1 Formem duplas. O professor entregará algumas palavras que serão usadas como

mensagem principal para compor a letra de uma canção. Antes de iniciar o proces- so de composição, estabeleçam o PÚBLICO-ALVO: crianças,adolescentes ou adultos. Após, decidam qual mensagem a letra terá: amor, felicidade, protesto ou injustiça social.

2 Complete os trechos das três canções apresentadas a seguir com as palavras do quadro. Escolha aquelas que mais fazem sentido na letra e preencha os espaços. Atenção: nem todas as opções devem ser utilizadas.

ativa – beijos – bonitas – coração – documento – instante – lá – linda – mar – menina – moça – poema – presidentes – repente – tempo – vou

Canção I

52 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

nóstico, tentando identificar quais estudantes relacionam asescolhas entre CONTEÚDO e forma para o estabelecimento de sentido proposto na atividade.

Atividade 2Utilize a atividade para levar os estudantes a levantar hi- póteses sobre as canções. Não há necessidade de mostrar a letra inteira agora, pois em outro momento elas serão

tra- balhadas na íntegra e eles deverão ouvi-las também. Peça que tentem fazer a atividade sozinhos e depois comparem

Rica

rdo

Page 90: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender70

as respostas em duplas. Não realize a correção da atividadeainda, deixe que os próprios estudantes confirmem as hipó- teses deles quando pesquisarem as canções, na atividade 4. De qualquer forma, verifique se eles estão completando com as palavras corretas e, caso não estejam, vá dando

dicas a fim de que cheguem à palavra adequada. Eles devem com- pletar as letras com as seguintes palavras, respectivamente: canção I – menina – mar; canção II – documento – bonitas– vou – presidentes – beijos; canção III – repente – ativa – lá.

Page 91: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Caminhando contra o vento Sem lenço e semNo sol de quase

Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou deOu foi o mundo então que cresceu A gente quer ter

O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhasEm cardinales Eu

Em caras de Em grandes de amor Em dentes, penas, bandeirasBomba e Brigitte

71Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa

Canção II

Canção III

Mas eis que chega a roda-vivaE carrega o destino pra Roda mundo, roda-gigante Rodamoinho, roda pião[...]

3 As letras das canções da atividade 2 são dos composi- tores apresentados a seguir. Observe as fotos e diga o que você sabe sobre eles.

Chico Buarque

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 53

Atividade 3Peça aos estudantes que discu- tam o que conhecem a respeito dos artistas, ressaltando as obras. Liste na lousa o que já sabem so- bre eles. Em seguida, explique que, nesta unidade, trabalharão com esses quatro cantores/composito- res e que é importante terem co- nhecimento deles e do contexto de produção das canções para uma compreensão mais abrangente da constituição do gênero textual e dos significados trabalhados.

anot

açõ

Ana

Bran

co/A

gênc

ia

Page 92: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 4Faça um sorteio de um dos compo- sitores para cada estudante, divi- dindo o total da classe por quatro a fim de que haja a mesma quan- tidade de pesquisa sobre cada au- tor. Oriente os estudantes para que escrevam um texto de apenas um parágrafo. Se já estudaram o gêne- ro textual biografia, na unidade 1, retome as características dele. Se ainda forem vê-lo, comente que o texto que escreverão na pesquisa será biográfico, sem se aprofundar no gênero, que ainda será estuda- do. No momento da socialização da pesquisa, organize a fala por com- positor sorteado e chame voluntá- rios para apresentar as descober- tas, sempre perguntando se outros têm algo a complementar.

É importante reforçar para os es- tudantes que eles devem trazer a letra da canção, apresentada na atividade 2, cujo compositor pesquisaram, pois as próximas atividades dependerão dela. Você também pode utilizar outras es- tratégias para garantir o acesso de todos às letras das canções no de- correr da unidade, como: um cartaz produzido pelos estudantes a par- tir de frases das MÚSICAS cortadas em tiras para juntar e montar as le- tras em um jogo de quem termina primeiro, ou projeção das letras na lousa a cada atividade etc.

Atividade 5Primeiramente, agrupe os estu- dantes de acordo com as letras que trouxeram e coloque o áudio

Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Caetano Veloso

4 Seu professor sorteará um dos compositores da atividade 3 para que você pesquise sobre ele e escreva uma síntese de sua biografia, contendo as seguintes informações: data e lugar de nascimento e de morte (se houver); três composições mais conheci- das; tema dessas composições; e algum fato importante da vida dele. Você também terá de descobrir qual das canções da atividade 2 ele compôs e trazer para a aula a letra da MÚSICA.

5 As canções da atividade 2 são clássicos da MPB, pois fazem parte de três momentos musicais muito importantes para a nossa história: a Bossa Nova, o Tropicalismo e a MÚSICA de protesto. Você lerá sobre eles mais adiante.

Agora, faça como solicitado a seguir.

• REÚNA-SE com os colegas que têm as duas canções diferentes da sua.• Ouçam as MÚSICAS e decidam que imagens se relacionam com elas, explicando o

porquê de sua escolha.• Leiam as letras com bastante atenção e confirmem suas hipóteses.

54 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

ou mostre o clipe das três canções para que as ouçam, orientando-os a lerem as letras apenas na segun- da vez que você tocar as MÚSICAS. Confirme as hipóteses levantadas sobre as imagens, solicitando que expliquem como fizeram a asso- ciação. Em seguida, informe-os sobre o CONTEÚDO das imagens. A

imagem relacionada à canção Ga- rota de Ipanema mostra Vinicius

de Moraes, um de seus compositores, e Helô Pinheiro, a sua musa inspiradora. Já a relação de Roda-viva com as imagens reflete os obscuros anos da ditadura, que representava, para a cultura, o fim da li- berdade de expressão; por isso, um meio muito utilizado na época para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. As imagens associadas a Alegria, Alegria fazem refe- rência à década de 1960, uma época de

Divu

lU.

Page 93: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

grandes transformações políticas e cul- turais no Brasil e no mundo, e também mostram Claudia Cardinale, atriz italiana símbolo de beleza, e

Brigitte Bardot, atriz francesa conhecida como BB, ambas cita- das na letra de Caetano Veloso.

Com base nos três textos, você pode de- senvolver diversas tarefas de interpre- tação, visando identificar os elementos essenciais do gênero canção popular, além de explorar as variedades linguís-

72 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 94: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

a.

b.

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 55

Os gêneros poéticos orais trazem em si recursos que permitem sua transmissão, memorização e re- produção. No caso da canção po- pular, essa é uma das principais funções do refrão. É o que garante que a canção seja difundida, popu- larizada, facilmente reconhecida, assim como facilita a participação do interlocutor no papel de intér- prete da canção. Esse é um dos fatores que, por exemplo, torna- riam a canção popular dotada de poesia “pobre”, se tratada como poema escrito (e não letra a ser musicada). É importante notar o hibridismo entre a canção popular e o poema, seus distanciamentos e aproximações, assim como apro- priações dentre eles. No caso da obra de Chico Buarque, por exem- plo, suas letras apresentam maior autonomia como texto escrito (são mais próximas da poesia). Em termos de registro linguísti- co, a canção popular é marcada pela coloquialidade, pelo uso de socioletos. A isso está atrelado o caráter “jazzístico” da canção po- pular, sobretudo em meio à comu- nidade reconhecida como cantores de MÚSICA popular brasileira. São canções que apresentam pouca ri- gidez em termos de forma poética e melódica.Em canções, as cenas enunciativas predominantes envolvem “eu” e “tu”, mas também fazem remis- são a terceira pessoa, dependendo do tema ou do subtema tratado.

ticas utilizadas pelos compositores. Não se pode esquecer que, como materiali- dade exclusivamente escrita, é apenas letra de canção. A canção é de natureza intersemiótica, a letra e a MÚSICA, e sua constituição prevê a natureza oral e me- lódica do gênero. Vale ainda discorrer so- bre a relação intersemiótica em diversos planos na prática discursiva da canção,

considerando-se as especificidades como gênero discursivo. A canção possui outros

Agên

cia O

Acer

vo

John

Dom

inis/

The

LIFE

Pictu

re

Page 95: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

elementos fundam

entais: predomínio de palavras usadas cotidianamente, além de maior liberdade quanto às regras norma- tivas da sintaxe, permitindo repetições e quebras de frases, palavras, sílabas e sons, sem intencionalidade outra que não a obediência às exigências do curso me- lódico e rítmico; veiculação de diferentes dialetos (periferia, caipira etc.) e gírias; entre outras.

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa 73

Page 96: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

74 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

c.

Atividade 6Ressalte com os estudantes que, quanto à escolha das rimas, as respostas podem ser variadas. A argumentação do estudante deve tratar da importância que as rimas trazem à sonoridade e ao ritmo das canções, provocando no leitor/ ouvinte uma sensação de agrado.

6 Identifique duas rimas em cada letra. Em seguida, explique que importância elas têm para o valor expressivo dessas canções.

56 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Ghisl

ain D

USSA

RT/G

amm

a-Ra

pho v

ia Hu

lton

Arch

ive/G

etty

Keys

tone

-Fra

nce/

Gam

ma-

Keys

tone

via

Ralp

h Ac

kerm

an/G

etty

Page 97: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

mbre-se de que a figura de linguagem chamada de aliteração é utilizada para repetir ns consonantais idênticos ou semelhantes nas palavras, dando sonoridade ao texto.Le so

Você sabia?

As letras das canções que você leu são parte da nossa história política e cultural. Garota de Ipanema é, ainda hoje, a canção mais gravada no mundo e fez parte de um novo estilo musical do final dos anos 1950 chamado de Bossa Nova, que incorporava ao samba brasileiro o jazz americano. Alegria, alegria, a canção de Caetano Veloso, iniciou, em 1967, o Tropicalismo, movimento musical que misturou manifestações da tradição cultural com inovações comportamentais radicais. Roda--viva, por sua vez, também lançada no final de 1960, critica metaforicamente a ditadura militar e a perda da liberdade de expressão.

7 Sobre Garota de Ipanema:

a. A letra relata uma relação entre admirado e admirador. Identifique-os e grife os ver- sos que comprovam sua resposta. Em seguida, transcreva pelo menos dois.

b. Chamamos de eu lírico a "voz" que se expressa em um texto poético. Que sensação a beleza da garota de Ipanema causa no eu lírico da canção?

c. A canção faz uma homenagem a quem?

8 Identifique a aliteração nos seguintes versos: “Ah, se ela soubesse/Que quando ela passa/O mundo inteirinho se enche de graça”.

Você sabia?Você pode pedir aos estudantes que procurem mais informações sobre os movimentos culturais ci- tados, buscando outras obras que pertenceram à época.

Atividade 7Estimule os estudantes a locali- zarem informações no texto, per- cebendo que na letra da canção a menina que passa é a admirada e o admirador é o compositor. Para comprovar, os trechos mais indica- dos são: “É ela menina / Que vem e que passa”, “É a coisa mais linda que eu já vi passar”.

Neste momento, não há necessi- dade de aprofundamento do con- ceito de eu lírico. Apenas introdu- za o termo para que os estudantes consigam aos poucos reconhecê-lo nos textos literários, à medida que for avançando a competência lei- tora. Verifique se perceberam que a beleza da garota transforma a tristeza do compositor em felici- dade para

ele e para o mundo.

A canção se refere à mulher brasi- leira, sua graça e beleza. Se julgar necessário, instigue-os a explicar como é possível perceber isso na letra. É importante propor uma re- flexão para que eles percebam que ocorreu uma idealização e homena- gem à mulher brasileira e também

Atenção!

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 57

Atividade 8

tentar desassociar a imagem de que a mulher brasileira é conhecida apenas pelos seus atributos físicos. Busque conduzir o diálogo para uma ação afirmativa, na tentativade valorização da imagem da mu-

Seria importante, neste momento, reto-mar o conceito de poesia, estudado no ano anterior, e relembrar alguns exem- plos de aliteração em poemas vistos na unidade 2 do 6o ano. Reveja com os estu- dantes que canções, muitas vezes, podem ser também consideradas poemas e que ambos os gêneros são repletos de poesia.

Verifique se os estudantes identificaramcorretamente a figura de linguagem: “Ah, se ela soubesse/ Que quando ela passa/ O mundo inteirinho se enche de graça”. Amplie, pedindo que retomem as três le- tras para buscar nelas outros exemplos de aliteração. Além disso, solicite que ve- rifiquem nas produções da atividade 1 se utilizaram esse recurso.

lher em nossa sociedade.

Ate

nçã

Page 98: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa 75

Page 99: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 9Oriente os estudantes para reto- marem a letra da canção e locali- zarem a informação que se pede. Eles, provavelmente, encontrarão o que se afirma nos trechos: “Cami- nhando contra o vento / Sem lenço e sem documento”, “Ela pensa em casamento / E eu nunca mais fui à escola / Sem lenço e sem documen- to / Eu vou”. No item b, considere qualquer resposta que se aproxime do significado de ir contra o regime ditador e enfrentar seu repressor, mesmo sendo alguém desconheci- do. Contextualize melhor a época em que a canção foi escrita antes de pedir aos estudantes que resol- vam o item c. Em seguida, peça que comparem as respostas em duplas para verificar se escolheram a al- ternativa (A).

Atividade 10Antes de ler com os estudantes a definição de roda-viva, pergunte--lhes o que significa, especialmente baseando-se no contexto da can- ção. Anote algumas hipóteses na lousa, peça que abram os livros e leiam o que significa a expressão e qual das duas definições apresen- tadas se encaixa melhor na canção. No item a, se julgar necessário, abra um pequeno debate, eluci- dando alguns versos escolhidos por você (por exemplo: “Mas eis que chega a roda-viva / E carrega a ro- seira pra lá”) e solicitando que eles os relacionem com a ação da roda--viva na vida da gente. A letra fala

9 Sobre Alegria, alegria:

a. A letra da canção de Caetano Veloso apresenta alguém disposto a romper com certos compor- tamentos considerados padrão na sociedade. Identifique versos que provem essa afirmação.

b. Considerando que a letra foi escrita em um momento de repressão, dentro de um regime governamental totalitário e ditador, explique o real significado dos versos “Caminhando contra o vento/Sem lenço e sem documento”.

c. Assinale a alternativa correta quanto ao tema da canção.

(A) A canção de Caetano Veloso propõe um estilo de vida independente, repudiando o regime governamental daquela época.

(B) O eu lírico da canção expõe sua ANGÚSTIA contra o estilo de vida desorganizado que o governo impõe aos cidadãos.

(C) A canção apresenta a negação ao estilo de vida independente, defendendo a or- dem e o progresso.

(D) A letra relata as dificuldades da vida dentro de um regime autoritário, defendendo o exílio no exterior.

10 Sobre Roda-viva:

Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a expressão “roda-viva” significa:

1. movimento incessante; inquietação;

2. grande atrapalhação; confusão.

HOUAISS, Instituto Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

58 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

dos acontecimentos que mudam em um movimento giratório, e que a roda-viva interrompe sempre nossas ações e nos ar- rebata. No item b espera-se que respondam que se refere ao governo ditador.

Disc

o Ca

etan

o Ve

loso.

Page 100: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

77Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa

a. Releia a letra de Chico Buarque e explique a relação entre o título da letra e o tema da canção.

b. As canções de Caetano Veloso e de Chico Buarque tiveram o mesmo contexto de pro- dução. Ao considerar esse fato, a que se refere, na verdade, a expressão roda-viva na letra da MÚSICA?

11 Como você observou, as canções trabalham com imagens para construir a ideia que estão expressando. Às vezes, tais imagens são formadas não pelo sentido literal (ou seja, o significado que pode ser tomado como o usual da palavra ou expressão), mas sim pelo sentido figurado (ou seja, um significado além do usual). Busque nos textos formulações em que elementos aparecem caracterizados de maneira não usual, com palavras e imagens diferentes das que usaríamos para descrevê-los no dia a dia.

Poetas e compositores utilizam com frequência alguns recursos da linguagem que relacionam a realidade com a imaginação. Um desses recursos é chamado de metáfora: uma figura de linguagem que altera o significado real de um texto, atribuindo-lhe um sentido imaginário, de forma mais sensível.

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 59

Atividade 11Com esta atividade, apresenta-se o uso da linguagem figurada, es- pecialmente a metafórica, para a construção, por meio de imagens, das ideias veiculadas pelas diferen- tes canções. Assim, os estudantes poderão explorar essa figura de lin- guagem nas canções, preparando--se, inclusive, para fazer o mesmo em suas produções textuais.

Atenção!Solicite aos estudantes que leiam, no Muitos textos... Tantas pala- vras, o trecho do romance O cartei- ro e o poeta, no qual, num diálogo, o poeta Pablo Neruda “ensina” o carteiro Mario Jiménez a fazer me- táforas. Proponha que façam uma pesquisa de metáforas utilizadas em canções e organize um mural com todas as selecionadas por eles. Lembre-se de, antes de expor, ve- rificar se citaram a fonte correta- mente e valorize a socialização das pesquisas para ampliar o repertório dos estudantes.

A obra O carteiro e o poeta, de Pa- blo Neruda, deu origem a um filme de mesmo nome. Caso seja possí- vel, passe alguns trechos do filme, principalmente os que estão liga- dos ao fazer poético.

Atividade 12Solicite aos estudantes que verifiquem se, na atividade 11, eles encontraram as metáforas apresentadas nas alternati- vas, referentes à metáfora representada nos títulos das can- ções, não fazendo relações isoladas entre uma palavra e seu significado. O estudante deve descobrir a semelhança entre os elementos título e significado inferido na letra da MÚSICA. Peça que realizem a atividade individualmente e comparem a resposta em duplas, devendo chegar ao consenso de que a alternativa correta é a (B).

Atividade 13Oriente os estudantes a evitarem o senso comum em suas ar- gumentações. Há necessidade de que eles demonstrem um po- sicionamento crítico diante dos textos. Se julgar conveniente, solicite que leiam suas respostas em voz alta e dê condições para uma discussão em que as opiniões expostas possam ser aceitas ou refutadas pelos colegas.

Rica

rdo

Ate

nçã

Page 101: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Com base no conceito apresentado no quadro Atenção!, assinale a alternativa que me- lhor apresenta o significado da metáfora nas letras das três canções estudadas.Garota de Ipanema: solidão; Alegria, alegria: responsabilidade; Roda-viva: ditadura.Garota de Ipanema: felicidade; Alegria, alegria: liberdade; Roda-viva: repressão.Garota de Ipanema: felicidade; Alegria, alegria: repressão; Roda-viva: ditadura.Garota de Ipanema: liberdade; Alegria, alegria: irresponsabilidade; Roda-viva: felicidade.Garota de Ipanema: solidão; Alegria, alegria: repressão; Roda-viva: liberdade.

De qual das canções estudadas na unidade você mais gostou? Explique sua opinião.

Para debater

Discuta oralmente com seus colegas:Em sua opinião, o que é uma boa música?O que pensa sobre as canções de protesto?Qual o papel da música na constituição de uma identidade social?Deixe claro o seu ponto de vista. Se perceber que não foi compreendido, reformule o que disse, a fim de resolver as dificuldades.

14 Quais diferenças você observa ao comparar as canções analisadas? Complete a tabela a seguir, organizando sua comparação.

Quem compôs esta canção?

Quando ela foi escrita?

Para que público?

(continua)

60Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Canção ICanção IICanção III

Orientações didáticas

Para debaterPor se tratar de uma atividade de oralidade, durante a discussão, oriente os estudantes a manterem a organização, respeitando os tur- nos da fala e a atitude esperada de quem ouve. Se julgar necessário, anote na lousa as informações que considerar mais importantes dos comentários e depois acrescente outras que achar necessárias, con- firmando ou refutando as informa- ções dos estudantes. É importante a contribuição da maioria deles.

Atividade 14Organize os estudantes em trios para o preenchimento do quadro. Com ele, pretende-se consolidar a linha de interesse pelo contraste temático, organizando comparati- vamente as informações das três canções trabalhadas e o modo como esses textos foram organi- zados. Diga que eles devem de- limitar as semelhanças e as dife- renças temáticas entre as canções estudadas. Questione ainda se as canções têm o mesmo “valor” so- cialmente, pedindo a justificativa. Será importante abrir espaço para a socialização das respostas, es- pecialmente, explorando a função das três canções. Observe também os argumentos dos estudantes para outras canções, verificando se eles se confirmam. Amplie os conhecimentos deles explican- do que as canções se utilizam de alguns recursos que contribuem para a progressão do texto, por exemplo, a marcação rítmica e a repetição vocabular.

Conecte-seComo a unidade enfocou o compositor Caetano Veloso, seria interessante desenvolver um trabalho tomando-se por base a canção Terra. A sugestão é que você coloque um trecho da MÚSICA, a fim de que os estudantes a escutem e imaginem uma continuação para a letra. Registre na lousa as conti- nuações propostas e coloque a versão completa da MÚSICA para ouvirem enquanto leem a letra. Para ampliar a discus- são, pergunte o que acharam e se a temática de amor pela

Terra é válida no momento histórico em que nos encontra- mos. Peça ainda que comparem essa letra com as outras estudadas na unidade.

Também é interessante ler o LINK da canção no livro Muitos textos... Tantas palavras, que conta um pouco da vida de Ca- etano, inclusive sobre o período em que ficou preso e exilado. Assim, o estudante pode ter referência para analisar a can- ção Terra. Questione-os sobre Caetano Veloso e essa canção,

Page 102: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

78 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 103: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Canção I Canção II Canção IIIA linguagem é

objetiva ou subjetiva?

Que sentimentos são expressos na canção?

Usa predominantemente a

norma-padrãoda língua?

Quais sentimentos esta canção provoca?

Há preocupação com a construção

da rima? Se sim, dê exemplos.

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há algumas canções interessantes, por exemplo: “Terra”, de Caetano Veloso; “Amado”, de Marcelo Jeneci e Vanessa da Mata; “Eu te amo”, de Tom Jobim e Chico Buarque. Recorra ao livro para lê-las e cantá-las com seus colegas.

15 Retome com seu colega a letra da canção que escreveram na atividade 1 e preencha o quadro a seguir.

Canção popular

Comentários Sugestões de melhoria

A canção tem título?

Trata de que tema?

Utiliza rimas e/ou metáforas?

O que pretende comunicar?

Quem é seu público-alvo?

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 61

Atividade 15Solicite que os estudantes reto- mem a produção textual que co- meçaram na atividade 1. A ideia é que, agora, de posse de conhe- cimentos sobre o gênero e as pos- sibilidades temáticas dele, façam uma autoavaliação e reelaborem o que haviam feito aproveitando as ideias iniciais, explorando-as com maior profundidade.

Atividade 16Enfatize com os estudantes as di- cas dadas na atividade para utili- zarem-nas ao reescreverem as can- ções e solicite a entrega da versão reformulada para você analisar. Sugira que consultem as metáfo- ras estudadas ao longo da unidade. Aproveite este momento para am- pliar os recursos expressivos utili- zados por eles. Verifique também a utilização das metáforas.

Atividade 17Tendo em vista a dificuldade desta atividade, indique apenas sua su- gestão como estímulo para os es- tudantes que porventura estejam envolvidos com alguma atividade musical mais específica. Sugira, alternativamente, que esse traba- lho seja desenvolvido com o pro- fessor de MÚSICA da escola, caso o tenham. Na dependência das possibilidades de realização da ati- vidade, o estudante deve ser mini- mamente estimulado a pensar so- bre o tipo de musicalidade que se associa à sua ideia de composição.

perguntando, quanto ao CONTEÚDO: do que trata esse texto? Quanto ao contexto de produção do texto: onde e quando Caetano Veloso produziu essa canção? Quanto à função social: que papel social apresenta a canção Terra? Por que Caetano Veloso a escreveu? Qual a posição de Caetano Veloso em rela- ção ao texto discutido? Quanto ao destinatário: qual é o papel social de quem lê ou ouve o texto Terra? O leitor faz interação do ontem e do hoje? Quanto ao lugar social do texto: onde o texto é veiculado? Onde o texto é desenvolvido? Quanto ao

objetivo social do texto: por que o texto foi produzido? Qual efeito o texto Terra exerce sobre o leitor?

No site <http://tagarelicesoblog.blogspot.com.br/2008/04/ terra-de-caetano-veloso-por-tas-kerche.html> (acesso em: 3 nov. 2015), você encontra uma análise muito interessan- te da canção, que pode contribuir para o trabalho em sala de aula.

Page 104: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 105: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 18Caso tenha sido possível musicar algumas das letras produzidas, os estudantes deverão gravar um ví- deo representado por eles ou por animações que elaborarem. Caso não tenham conseguido uma melo- dia própria para suas letras, deve- rão colocar alguma canção já exis- tente de fundo para o vídeo que será mostrado. Você pode organi- zar um momento de apresentação das produções em vídeo ou ao vivo para outras turmas. Na avaliação desta atividade, é importante ob- servar se os vídeos representaram a interpretação das canções. Para avaliar essa produção, organize, em conjunto com os estudantes, uma lista de critérios como: as ce- nas e a performance estão de acor- do com a letra da canção? Houve sincronia entre o som e a imagem?

O que aprendi sobre...Para a pesquisa proposta, sugira que os estudantes procurem pelos cantores/compositores Cazuza e Renato Russo. Divida a classe em dois grupos para escolherem uma canção de cada um.

Peça que mostrem as escolhas e expliquem os motivos, assim como os elementos que os fizeram iden- tificar o tema. Além disso, solicite que comparem as semelhanças e as diferenças entre as letras estu-

•Exiba aos estudantes um trecho do musical brasileiro A ópera do malandro, de Chico Buarque, baseado na Ópera dos três vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weil. O musical retrata a realidade do Brasil na época do Estado Novo e apresenta várias canções de amor (como as clássicas: O meu amor, Viver de amor e Folhetim), que podem ser tra- balhadas com vistas a indicar a relação entre o sentimento lírico e seu contexto maior, social e político. É interessante que você leia o libreto da obra e informações sobre o contexto retratado.

•Você pode debater com os estudantes a proximidade entre a canção e o poema por meio de atividades desenvolvidas com o texto Monte

Avançar

16 Se achar necessário reescrever sua canção, aqui estão algumas dicas:

• Reformule seu texto com base no que aprendeu, imaginando que sua canção será gra- vada por um cantor famoso.

• Organize uma lista de metáforas que pretende usar para expressar os sentimentos em sua canção.

• Pense também no eu lírico: quem expressa os sentimentos através do texto de sua canção?

• Ao final, entregue a versão revisada a seu professor.

17 Você acha que conseguiria musicar sua canção? Procure alguém da turma que toque um instrumento e possa ajudá-lo. Se não for musicar seu texto, pelo menos imagine qual estilo de MÚSICA seria (balada de rock romântica, sertaneja, pagode etc.) e relate para a classe.

18 Agora que você já é quase um compositor, que tal fazer um videoclipe de sua canção? Você e seus colegas podem cantar e tocar ou elaborar alguma animação para fazer o vídeo.

Saiba mais

Livro:DO CANCIONEIRO DE D. DINISAutor: D. Dinis Editora: FTD

Os primeiros textos literários em Língua Portuguesa datam do século XII. Muitos deles são cantigas de amor. Isso significa que escrever e cantar o amor faz parte da nossa língua desde seus primórdios. Neste livro você encontra uma série dessas cantigas de amor.

Filme:COISA MAIS LINDADireção: Paulo Thiago Brasil, 2005, 120 min.

Filme dirigido por Paulo Thiago, apresenta um interessante painel histórico, musical e informativo sobre a Bossa Nova, que teve início nos anos 1950 e atingiu fama internacional na década de 1960.

62 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Film

e de

Paulo

Thi

ago.

Cois

a [S

.I.]/

Page 106: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Castelo, da banda Legião Urbana, além de trabalhar intertextualidade. Por intertextualidade entende-se, segundo Koch (1998, p. 46), que:

80 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 107: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

dadas, com relação aos diferentes contextos de produção. Você ainda pode ampliar, pedindo que obser- vem a variante linguística utilizada nas canções que escolheram.

Aprendendo com a comunidadeSugira que os estudantes pesqui- sem, junto às famílias e aos co- nhecidos, as canções que emba- laram sua juventude. Eles devem seguir o roteiro abaixo, trazendo os resultados para a classe para discutir com os colegas a ideia ex- pressa nessas canções, suas cons- truções e as emoções relatadas pelos entrevistados com relação a suas escolhas.

• Qual a sua canção preferida?

• Quem escreveu essa canção? Quem a interpretou?

• Em que ano foi composta?

• Que tipo de ideia essa canção retrata?

• Que sensações ela traz a você?

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Unidade 3 63

[...] todo texto é um objeto heterogêneo, que revela uma relação radical de seu interior com seu exterior, e, desse exte- rior, evidentemente, fazem parte outros textos que lhe dão origem, que o predeterminam, com os quais dialoga, que re- toma, a que alude, ou a que se opõe. [...]

Pode-se observar nessa canção “a intertextualidade com o Soneto XI, de Luís Vaz de Camões, com o capítulo 13 do texto bíblico da Carta de São Paulo a Coríntios e com seu título, que faz alusão à batalha de Monte Castelo, ocorrida na Segunda Guerra Mundial. Exiba dois vídeos, um com a MÚSICA de Renato Russo, disponível em

<http://www.youtube.

O que aprendi sobre...Faça uma pesquisa para encontrar canções atuais engajadas que falem de protestos sociais e/ou políticos. Escolha uma letra da qual você goste e encontre nela os seguintes elementos:

• Há DENÚNCIA direta ou ela é feita por meio de recursos linguísticos, como a metáfora? Comprove sua resposta com um trecho da letra da canção.

• Há rimas na letra? De que forma elas contribuem para que a canção seja de qualidade?

• Em que contexto a canção foi produzida?

Page 108: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

com/watch?v=AKqLU7aMU7M>, e outro com o soneto de Camões (sem som), disponível em <http://www.youtube. com/watch?v=VQXI6zqd_m4&feature=related> (acessos em: 3 nov.

2015). Depois, retome o que é intertextualidade e pergunte se ocorre na MÚSICA apresentada. Questione, tam- bém, se podemos dizer que a letra da canção é um poema e por quê. Discuta também se todo poema pode ser musicado.

Qualquer canção de bem alguma poesia tem • Língua Portuguesa 81

Page 109: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Unidade 3

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender82

Para saber mais...

Livro:O SÉCULO DA CANÇÃOAutor: Luiz Tatit Editora: Ateliê Editorial

Este livro apresenta uma leitura do nascimento, da consolidação e do progresso da canção popular ao longo do século XX, elegendo os períodos, os movimentos, as obras e os artistas que, de acordo com os critérios adotados, foram decisivos para configurar nossa singularidade sonora. Ao analisar as várias sonoridades brasileiras nos ÚLTIMOS decênios, o autor conclui que todo estilo de canção pode ser decisivo para a compreensão de uma época musical.

Artigos:GÊNERO CANÇÃO: POSSIBILIDADES DE INTERPRETAÇÃOAutoras: Ahiranie Sales dos Santos Manzoni e Daniela Botti da Rosa

Disponível em: <http://dmd2.webfactional.com/media/anais/CANCAO-E-GENERO-POSSIBILIDADES-DE-INTERPRETACOES.pdf>.

Acesso em: 3 nov. 2015.

No artigo, há uma proposta de análise linguístico-discursiva da canção na sala de aula. Dentro da perspectiva da análise do discurso francesa e dialogando com a linguística textual, traz o gênero canção observando seus aspectos textuais e musicais na tentativa de compreender os sentidos produzidos nessa relação intrínseca (texto e melodia).

GÊNERO TEXTUAL CANÇÃO, EM SALA DE AULA, PROVOCANDO O DESPERTAR DO LEITOR CRÍTICOAutoras: Eloíza Perpétua de Oliveira Cobalchini e Luciana C. F. Dias

Disponível em: <http://www.uems.br/site/nehms/arquivos/53_2014-04-11_11-44-29.pdf>.Acesso em: 3 nov. 2015.

O artigo exibe uma proposta de trabalho com o gênero textual canção para o desenvolvimento das capacidades de leitura, na medida em que ela tem papel social importantíssimo na formação do ser humano.

[S.I.

]/Edi

tora

Ate

liê

Page 110: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

83Seção dos leitores • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 4Seção dos leitores

1. Argumentar, com base em suposições, fatos e conceitos, a respeito de um ponto de vista oralmente e/ou por escrito.

4. Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de produ- ção, considerando o grau de formalidade requerido pelo gênero textual e utili- zando recursos extralinguísticos em favor do discurso (gestos, expressões faciais, postura etc.).

6. Identificar, compreender e utilizar paráfrases, citações, discursos direto, indireto e indireto livre.

7. Identificar e compreender o uso de recursos estilísticos e expressivos intencional- mente registrados pelo autor.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do siste- ma de representação da língua escrita.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhe- cendo os sentidos produzidos.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.14. Opinar com clareza e coerência, oralmente e/ou por escrito, sobre o texto em estudo.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de

acor- do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

19. Compreender e distinguir as marcas das variantes linguísticas orais e escritas (de espaço físico, grupo social, faixa etária, grupos profissionais etc.), comparando-as à variante-padrão da língua portuguesa.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

Page 111: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

UNIDADE

4 Seção dos leitores

VERMEER, Johannes. A lady writing. 1665. Óleo sobre tela, 45 cm x 39,9 cm. National Gallery of Art, Washington, D.C.

64 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Nesta unidade, os gêneros em foco são a carta do leitor e a carta ao leitor, trabalhados com atividades de interpretação e produção textual que levam os estudantes à compreensão das características principais dos gêneros. Além disso, é apresentado um artigo de opinião sobre o qual a carta do leitor se refere, mas o gênero é tratado sem aprofundamentos, pois será específico de uma unidade no 9o ano.

Os tópicos linguísticos da unidade estão centrados na inter- textualidade (citação direta e indireta), na distinção entre fato

Diálogo com o

Johan

nes V

erm

eer.

c. 16

65. Ó

leo so

bre

tela.

Nat

ional

Galle

ry o

f Art,

Page 112: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

e opinião e no uso de adjetivos para a construção da opinião; todos eles explorados dentro do contexto trabalhado nas ativi- dades de interpretação de texto.

A carta do leitor tem por função o estabelecimento de co- municação com a revista ou o jornal lido e apresenta propósitos e condições de produção diferenciados, pois cada

publicação é direcionada a PÚBLICOS distintos. Assim, ao mudar-se o veículo de comunicação e o PÚBLICO-ALVO, mudam-se também os obje- tivos, a linguagem e a maneira de construir o discurso. Desse modo, as cartas do leitor em revistas para adolescentes podem tematizar pedidos de conselho, orientações relacionadas a SAÚ-

84 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 113: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

JANSON, Jonathan. Young girl writing an e-mail. 2007. Óleo sobre tela, 45 cm x 45 cm. Coleção particular.

As imagens de abertura mostram duas meninas escrevendo. Trata-se de uma ideia e duas versões. A tela, intitulada A lady writing, é do pintor holandês Johannes Vermeer e foi produzida em 1665. A outra, Young girl writing an e-mail, é uma versão moderna, de 2008, do artista americano Jonathan Janson. Ao anali- sar as pinturas, podemos concluir que a forma de escrever mudou bastante, mas o ato da escrita continua vivo e necessário em nossa sociedade.

Roda de conversa

• Como são os ambientes em que as meninas estão escrevendo?

• A quem poderiam se destinar as cartas que as duas meninas escrevem?

• Que assuntos poderiam ter essas cartas?• Que diferentes formas de mensagens escritas podemos enviar

às pessoas hoje em dia?• O que nos motiva a escrever cartas?

Roda de conversaComente com os estudantes que, em tradução livre, os títulos das obras são, respectivamente, Uma dama escrevendo e Menina es- crevendo um e-mail. Explore bas- tante os elementos apresentados nas duas imagens, como a ilu- minação, os objetos no entorno, a alusão ao silêncio e à tranqui- lidade que ambos os ambientes oferecem ao espectador. Oriente o olhar dos estudantes para que façam uma comparação entre as duas imagens, de forma que per- cebam as diferentes possibilida- des de comunicação entre o pas- sado e o presente. Promova uma conversa sobre a importância da comunicação entre as pessoas por meio da escrita e os meios utili- zados para isso, como o bilhete, a carta, o e-mail, as redes sociais e as mensagens de celular, em que os textos são breves e sem a preocupação de utilizar a varie- dade-padrão da língua. Retome o gênero carta pessoal, estudado no 6o ano, revisando algumas de suas características.

Seção dos leitores • Unidade 4 65

de, relacionamentos etc., funcionando como uma espécie de consultório sentimental; em revistas infantis, podem tematizar a interação entre leitor e revista, a troca de correspondência entre os leitores, a divulgação de clubes etc.; em revistas di- recionadas a adultos, o tema é voltado a assuntos veiculados anteriormente pela revista, e os leitores escrevem com o obje- tivo de opinar, comentar, parabenizar e completar informações sobre reportagens anteriores.

Considerando que tanto a carta do leitor quanto a carta ao leitor são utilizadas para estabelecer diálogo entre jornal/revis-

ta e leitores, deve-se destacar que a segunda, além de argumen- tar, refutar e tentar convencer, pode ser escrita apenas para in- formar alguma coisa diferente que ocorreu ou vai aparecer sobre ou na própria publicação.

Espera-se que o trabalho da unidade seja ampliado, desta- cando-se linguagem formal e informal, função dos vocativos, verbos especiais para reportar fatos e opiniões, adjetivo como recurso

Youn

g gi

rl wr

iting

an

e-m

ail,

Jona

than

Page 114: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

na construção da opinião, conectivos, sinais de pontua- ção e uso do plural.

Page 115: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

86 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 1Oriente os estudantes sobre o fato de que as cartas de leitores reto- mam o CONTEÚDO das matérias publicadas em edições anteriores. Além disso, uma carta do leitor pode emitir tanto uma opinião po- sitiva quanto negativa sobre o as- sunto tratado. Lembre-os de que uma opinião é algo pessoal e as divergências de opiniões demons- tram os diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto. Mesmo que os estudantes não tenham lido as matérias das cartas cita- das, o assunto implícito é de fácil discussão. Pergunte o que pensam sobre os temas das duas cartas. Sobre as respostas, verifique se estão aproximadas das seguintes ideias: a. Respectivamente, a im- portância da história e da cultura para a construção da identidade e bullying; b. Pessoas desconhe- cidas, mas identificadas no texto pelo nome e lugar onde vivem; c. Por respeito à opinião de seus lei- tores e, ao mesmo tempo, para promover debates sobre os assun- tos publicados. Considere qualquer resposta que se aproxime dessas.

Desafio1 Leia os dois textos e responda às questões.

Dois paísesNão poderia concordar mais com o professor Ives Gandra

da Silva Martins quando ele defende a valorização das tradições lusitanas como elementos for- madores da nossa identidade (“Dia da comunidade luso-brasileira”, Tendên- cias/Debates, 22/4). Essas tradições têm de ser reforçadas, claro. Mas, mesmo como descendente de imigrantes portugueses, não posso aceitar a afirmação de que a história do Brasil só se inicia após a chegada de Portugal ao país. Temos raízes e traços particulares que se originaram bem antes deste fato histórico, e é preciso reconhecer isso.

Manoel Pereira dos Anjos(Presidente Prudente, SP)

Painel do leitor. Notícias Gerais, SP. 24 abr. 2014. P. A3.

É assustador perceber como o bullying se transformou em prática cotidiana entre os estudantes brasileiros (“Brincadeira, não. Violência”, 19 de junho). Es- pecialmente nas escolas públicas, este ato de covardia é adotado por indivíduos que acreditam serem verdadeiramente superiores aos demais. É preciso com- batê-lo, porque não se trata de “brincadeira pesada”, e sim de violência.

Paulo Machado Freire

Painel do leitor. Revista Aqui e agora!, BH. 26 jun. 2013.

a. Quais os assuntos abordados nos dois textos?

b. Quem são as pessoas que escreveram esses textos?

66 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 116: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

87Seção dos leitores • Língua Portuguesa

c. Os textos foram retirados de jornais e revistas que possuem uma seção na qual se publica a opinião dos leitores. Por que esses meios de comunicação publicam essas opiniões?

2 Utilize o artigo apresentado pelo seu professor para escrever sua opinião ao jornal ou revista que o publicou. Antes disso, en- tretanto, responda às perguntas a seguir.

a. Qual a postura sobre o assunto defendido no artigo que você leu?

b. Você já conhecia esse assunto? Se sim, diga quais foram as novas informações que adquiriu ao ler o artigo.

c. Que importância o assunto exposto no artigo tem para você?

d. Qual sua opinião sobre o assunto do texto?

Seção dos leitores • Unidade 4 67

Atividade 2Selecione previamente um artigo e leve-o à aula. Leia-o para os estu- dantes e promova uma discussão sobre o CONTEÚDO com a turma. Em seguida, oriente-os para que, em duplas, escrevam ao periódico expressando suas opiniões. É im- portante que o artigo selecionado traga uma temática atual e de in- teresse dos estudantes. Neste mo- mento, apenas leve em conta os aspectos relacionados ao planeja- mento e à produção textual, uma vez que a análise mais aprofunda- da desse gênero textual será feita no decorrer desta unidade. Antes de as perguntas serem respondi- das, distribua o artigo impresso para as duplas e solicite uma lei- tura atenta e silenciosa do texto, pedindo para debaterem sobre o assunto. Provoque uma reflexão pessoal sobre o problema exposto no artigo. Oriente também seus estudantes a definirem seu ponto de vista, a favor ou contra os fatos apresentados no artigo. Cada inte- grante da dupla deverá entregar um texto.

Encarte 4

Page 117: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender88

Orientações didáticas

Atividade 3Solicite aos estudantes que com- pletem o texto individualmente e em seguida comparem as respos- tas em duplas. Peça que algum voluntário leia seu texto completo e, caso haja algum equívoco, per- gunte a outro estudante qual pa- lavra ele utilizou naquele espaço, até encontrarem a palavra correta. As palavras utilizadas devem ser, respectivamente: opinião – carta – diária – críticas – PÚBLICO.

Atividade 4A ideia é que os estudantes te- nham contato com a carta antes mesmo de ler o artigo a que ela se dirige, assim eles podem praticar a capacidade de inferir e se prepa- rar para posteriores atividades de reconhecimento de intertextua- lidade. Leia a carta em voz alta, evidenciando a existência de tema implícito, retomado nesse texto. Leve-os a refletirem sobre o tom argumentativo do texto. Corrija oralmente, solicitando a argumen- tação deles na hora das respostas. No item a, levante as diferenças entre os gêneros textuais, anotan- do na lousa os aspectos que os es- tudantes conseguirem enumerar neste momento. No item b, a auto- ra é Beatriz Paulino, desconhecida, mas indica sua origem e formação. No item c, o objetivo da autora foi expressar a opinião dela sobre um 68 Língua Portuguesa • Movimento do

O texto que expõe a dos leitores de jornais e revistas é chamado de

do leitor. Todo jornal e revista mantém uma seção

, em espaço de destaque, para editar opiniões, sugestões ou a respeito do que é publicado ou até mesmo ao próprio jornal. Trata-se de uma forma de manter a transpa- rência e o respeito a seu .

4 Leia o texto e responda às questões.

CelebridadesSírio Possenti, autor de Deslizes de

celebridades, abor- dou um assunto interessante que é a forma como as pessoas reagem diante dos erros de grafia alheios. Espanta que o erro de Sasha, uma menina de 11 anos, tenha sido levado tão a sério, quando, para outros erros mais graves, não é dada importância. E muitas pessoas ainda perdem tempo comen-

3 Construa o conceito do gênero textual carta do leitor. Para isso, complete o texto a se- guir com as palavras do quadro. Observe que nem todas serão utilizadas.

carta – críticas – diária – horóscopo – livro – opinião

anot

açõ

Stud

io-An

nika/

iSto

ck/

[S.I.

]/

Page 118: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Seção dos leitores • Língua Portuguesa 89

b. Quem é a autora desse texto?

c. Que objetivo pode ter levado a autora a escrever esse texto?

d. Quem são os prováveis leitores dessa carta?

e. Qual o assunto da carta?

f. O que é preciso para escrever um texto como esse? Explique.

5 Retire do texto Celebridades os verbos que introduzem a opinião da leitora que escre- veu a carta.

6 O texto começa com um elogio: “Sírio Possenti, autor de Deslizes de celebridades, abor- dou um assunto interessante”. Que adjetivo é utilizado para fazer esse elogio e que efeito pode ter sobre o leitor da carta?

7 A carta de Beatriz Paulino faz referência a algum outro texto? Justifique.

Seção dos leitores • Unidade 4 69

assunto lido na revista. A respos- ta do item d deve ser o autor do artigo que originou a carta ou os responsáveis pela publicação des- se artigo na revista. O assunto da carta é uma crítica à importância dada a um erro de grafia de uma menina de 11 anos, fato que não considera importante. Para escre- ver um texto como esse é preciso ter uma opinião formada e consis- tente sobre o assunto lido.

Atividade 5Oriente os estudantes para o fato de que não são somente verbos como “acho” e “penso” que ex- pressam opinião; no caso do texto, o verbo “espanta” também ex- pressa uma opinião da autora.

Atividade 6Leve os estudantes a reconhece- rem que o adjetivo utilizado é “in- teressante”. O uso dele faz com que o leitor esteja mais disposto a aceitar a opinião crítica do autor.

Atividade 7Os estudantes devem perceber a intertextualidade que vai existir em toda carta do leitor, pois ela sempre se refere a algum texto lido em periódicos. No caso da car- ta lida, eles devem justificar que se refere ao artigo de opinião Desli- zes de celebridades, de Sírio Pos- senti, sobre um erro de ortografia de Sasha, filha de Xuxa, em sua página no Twitter.

Page 119: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

90 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 8Escreva na lousa alguns critérios para que seja feita a comparação, como, por exemplo, similaridades e diferenças de tamanho do texto, presença de ponto de vista sobre o assunto, crítica positiva e crítica negativa.

Atividade 9Solicite a leitura silenciosa do tex- to e, com o auxílio dos estudantes, enumere na lousa o máximo de elementos que constituem o arti- go de opinião de Possenti, o qual motivou a escrita da carta. Peça que realizem a proposta de com- preensão. Em seguida, comece a estabelecer com eles o contraste entre carta do leitor e artigo de opinião. É o momento para reco- nhecerem a especificidade do gê- nero em questão, comparando-o com outro gênero publicado no mesmo tipo de veículo, dirigido a um PÚBLICO-ALVO semelhante. Direcione-os de modo que falem algumas semelhanças e diferen- ças perceptíveis, mas não comple- mente, pois essa comparação será direcionada na próxima atividade.

8 A carta do leitor apresentada na atividade 4 se parece com o texto que você e seu cole- ga escreveram? Por quê?

9 Leia o artigo ao qual se refere Beatriz Paulino no texto da atividade 4 e responda às perguntas.

DESLIZES DE CELEBRIDADESEquívoco de Sasha, filha da apresentadora Xuxa, reacende debate sobre fiscais do

idioma e superexposição on-line

Sasha, que escreveu no Twitter “cena” (de cinema) com s em vez de c, virou alvo de crítica: erro de grafia é erro de português?

Começo pelo óbvio, e gostaria que esta posição ficasse clara: erro de grafia é erro. As gramáticas e todos os instrumentos que se destinam a assegurar o cumprimento das regras de grafia – que, no nosso caso, são estabelecidas em lei – explicam quais as regras a seguir: quando se usam maiúsculas, hífens, ss, sc, xc, cx, h, g, j, til, cedilha etc. Portanto, quem escreve “sena”, referindo-se à cena de filme, novela ou peça teatral, cometeu um erro.

Dito isso, é preciso pensar sobre o que significa cometer um erro, em geral considerado evidência de pouca instrução, mas quase nunca analisado criteriosamente, para entender o quanto a relação entre letras e sons é complexa e quais os fatores que os condicionam. E sobre a verdadeira mania(escolar e social) que é a caça aos erros. Mais cruelmente, a caça às pessoas que cometem lapsos previsíveis e são tachadas de ignorantes ou disléxicas.

São numerosas e demoradas as discussões sobre grafia. As comissões de especialistas consomem décadas para produzir uma proposta de sistema de escrita. Por que será que quase analfabetos se sentem autorizados a julgar a capacidade de pessoas que cometem erros ortográficos, sem demonstrar competência para a análise do sistema de escrita, análise que poderia explicar a natureza e a razão do erro, mostrando, muitas vezes, que se trata de problema banal, que uma canetada pode resolver? Consideremos o caso Sasha: a

70 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

[S.I.

]/

Page 120: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

O CASO SASHANo episódio, o grave é que:

a. Xuxa (e Sasha) avise ao mundo sobre o que faz e deixe de fazer;

b. numerosas pessoas (soube que foram 70 mil!) “altamente inteligentes (!)” leiam tais recados;

c. se deem ao trabalho de comentá-los;

d. dado um erro, todos se arvorem em analistas da língua (sem se darem conta de que são o mais claro testemunho de que a coisa vai mal). Ah, havia UM erro de grafia no recado de Sasha! O resto estava certo – e ninguém viu.

91Seção dos leitores • Língua Portuguesa

filha de Xuxa informou, pelo microblog Twitter, que ia filmar uma “sena”. Uma multidão de seguidores saiu a campo desqualificando a inteligência da menina pela troca de c pors. O curioso é que nenhum dos que se manifestaram se preocupou em analisar o grau de sofisticação intelectual que se exige para ser seguidor ou leitor das mensagens de Xuxa!

Observem que não incluí “sena” entre as coisas graves. Porque um erro dessa ordem não é grave na escrita de pessoa dessa idade e experiência. Mas não é erro? É. Mas não grave. A avaliação da gravidade deve considerar um conjunto de critérios: idade e grau de escolaridade do escrevente; complexidade da relação som/letra; frequência da palavra; interferência da pronúncia (localidade, idade etc.). E nem menciono as possibilidades de segmentação alternativas que ocorrem em função de outros fatores (como juntar “ser humano” ou “se acha” em “serumano” e “siacha”, casos explicáveis!).

Um termo como “cena” não oferece dificuldade. Bem menos que “exceto”, “salsicha” ou expressão que antes tinha, agora não tem ou talvez continue tendo hífen. O erro de Sasha não ocorre em segmento com pronúncias variáveis (“menino” pode provocar grafias como “mininu”; “maldade” vira “maudade”). Como está filmando (talvez o erro seja este!), o termo “cena” deveria ser-lhe familiar (mas nunca se sabe!). Ou seja: a palavra é fácil, boa para condenar o escrevente, para divertir-se com seu erro, mesmo se ele for uma criança.

Houve muitos equívocos na avaliação do episódio. Bom exemplo é o de Ruy Castro (Folha de S.Paulo, 5/9/09), que escreveu que Sasha “queria dizer ‘cena’”. Ora, ela não queria dizer, ela queria escrever “cena” (afinal, “cena” e “sena” são ditas do mesmo jeito). O erro de Castro é mais grave que o de Sasha, até porque ele tem mais de 11 anos!

Nossa cultura dá valor excessivo à grafia, elevada a símbolo de domínio da língua. Mas, a rigor, erro de grafia nem é erro de português. É só de escrita, desobediência a uma lei que não é lei da língua, tanto que pode ser alterada pelo governo. É de natureza diferente dos

Seção dos leitores • Unidade 4 71

Page 121: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

92 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Para finalizar, oriente os estudan- tes, como tarefa de casa, a selecio- narem diferentes tipos de periódi- cos que tenham cartas do leitor, e assim entenderem a composição do gênero planejada de acordo com sua função social e seus pro- pósitos comunicativos. E, ainda, que as cartas são provenientes de diferentes veículos de comu- nicação e PÚBLICOS-alvo distintos– PÚBLICO adulto (revistas Veja, Época, Exame e outras) e PÚBLICO infantil (revistas Ciência Hoje das Crianças, Recreio, Mundo Estra- nho etc.). Peça que mantenham a revista ou jornal que trouxerem sempre com eles, pois esses peri- ódicos serão utilizados em outras atividades.

erros de sintaxe ou de semântica. Graves mesmo são textos precários ou sem sentido. Se consultarmos textos de várias épocas veremos que são grafados de maneiras diferentes. Poderíamos tratar os textos grafados de forma “ilegal” da forma como tratamos os de outras épocas: como textos que precisam de revisão. O erro de grafia não é, por si, prova de falta de domínio da escrita. É sintoma, não se pode duvidar. Mas não é a verdadeira doença.

A consulta a livros que analisam escritas populares mostra que a diversidade de escrita não impede o exercício de muitas das funções da linguagem. Em especial na escola, seria necessário clareza sobre as razões que levam a erros de grafia. Há razões linguísticas para eles. Muitas são ligadas à inconsistência do próprio sistema ortográfico (como diversas grafias do fonema /s/). Outras são ligadas à variação linguística (como as que levam a ter problemas para decidir entre “mau” e “mal”). Mas há diversas interpretações de “unidades de fala”, cuja análise está longe de ser óbvia a quem não domina o léxico erudito e referências culturais mais sofisticadas do que as disponíveis na escola e na TV.

Os professores deveriam ser capazes de entender de onde vieram os erros. Assim, seria mais fácil decidir como proceder para evitá-los. Se um aluno escreve “táquissi” ou “séquisso”, não basta rir ou mandar corrigir. Seria bom compreender que se trata de fato relativo à pronúncia de sílabas terminadas (na fala) em oclusivas (sek-so, tak-si), que são acrescidas de vogal (e que explica porque dizemos “futebol” e “esnobe”, não “futbol” e “(e)snob”).

POSSENTI, Sírio. Deslizes de celebridades. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 48, out. 2009. Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/48/artigo248687-1.asp>. Acesso em: 31 ago. 2015.

a. Que gênero textual é esse?

b. Quem é o autor do texto?

c. Onde e quando esse texto foi publicado?

d. Qual é o assunto do texto?

e. Qual o principal argumento do texto, ou seja, qual a principal razão que o autor usa para justificar sua opinião a respeito do assunto em questão?

72 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 122: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 123: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

93Seção dos leitores • Língua Portuguesa

f. Agora que leu o texto de Possenti, ao qual a carta da atividade 4 faz referência, o leitor lhe parece a favor do texto original ou contra ele? Como podemos saber disso?

g. E você, está a favor da discussão realizada pelo professor que escreveu o artigo ou contra ela? Justifique.

h. É possível imaginar que a carta lida na atividade 4 existiria sem o artigo de Possenti? Explique.

10 A partir dos conhecimentos adquiridos até o momento, compare os dois textos lidos, preenchendo o quadro.

Celebridades Deslizes de celebridades

Qual é o gênero textual?

Quem escreveu o texto?

Quando foi escrito?

Onde o texto foi publicado?Qual é a função social do texto?Qual é o público-alvo?

Qual o tema do texto?(continua)

Seção dos leitores • Unidade 4 73

Atividade 10Apesar de parte dessas questões apresentadas no quadro já terem sido respondidas anteriormente, cabe aqui desenvolver no estu- dante a habilidade de comparação com base em critérios. Os estudan- tes devem dar exemplos nos itens sobre o uso da variedade-padrão da língua portuguesa, gírias ou outras variedades da língua, a ex- posição de fatos, o uso de citações e a presença da opinião do autor. Diga que podem comparar o qua- dro com os colegas e depois pro- ceda à correção na lousa. Ao final da análise desses aspectos, solicite a montagem de um painel, desta- cando as expressões que os auto- res utilizam no texto para marcar a sua intencionalidade.

Page 124: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Celebridades Deslizes decelebridades

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender94

Orientações didáticas

Atenção!Retome com os estudantes o uso de citação direta e citação indi- reta, trabalhando a intertextua- lidade. Comente que o uso delas permite que as cartas do leitor “contenham” o artigo de opinião ao qual se referem. É importante esclarecer as diferenças entre os dois tipos de citação e seu papel na atividade de argumentação, de defesa do ponto de vista por parte dos leitores.

Atividade 11Verifique se os estudantes iden- tificaram corretamente a citação indireta: “Sírio Possenti, autor de Deslizes de celebridades, abor- dou um assunto interessante que é a forma como as pessoas rea- gem diante dos erros de grafia alheios”. Para ampliar, peça que busquem nos textos que trouxe- ram, solicitados na atividade 9, al- guns exemplos de citações diretas e indiretas. Tenha alguns textos de periódicos para fornecer, caso alguém não tenha trazido.

Na próxima atividade, os estudan- tes deverão trazer alguns periódi- cos. Caso você tenha disponibilida- de em sua escola, utilize o espaço da biblioteca.

Conecte-seVocê pode solicitar a leitura do texto indicado para que os estu- dantes falem sobre as caracterís- ticas específicas do gênero textual carta do leitor, além de poderem verificar a intertextualidade, o uso de parênteses e também de cita- ções diretas e indiretas. Peça ain- da a opinião deles sobre o assunto tratado na carta.

Há uso predominante da norma-padrão da língua?Há uso de gírias ou outras variedades da língua?O texto apresenta fatos?

O texto faz citações?

Há opinião do autor?

Nas atividades sobre a carta de Beatriz Paulino, você identificou elementos que faziam referência ao texto de Possenti. A esses elementos chamamos de intertextualidade.

Deve-se usar o sinal das aspas ( “ ) quando transcrevemos um texto de outra pessoa palavra por palavra, o que é chamado de citação direta. Uma citação pode também ser indireta, sem aspas. Nesse caso, o autor a faz com suas próprias palavras.

11 Considerando a explicação apresentada no quadro Atenção!, identifique e transcreva o trecho da carta de Beatriz Paulino em que ocorre uma citação e diga se é direta ou indireta.

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há uma carta do leitor, escrita por um motociclista do Rio Grande do Norte. Sobre o que será que ele escreveu? Curioso para confirmar sua hipótese? Então, leia e confira no próprio texto chamado de “Carta do leitor”.

74 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Ate

nçã

Page 125: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

95Seção dos leitores • Língua Portuguesa

12 Selecione alguns periódicos e realize as seguintes atividades:

a. Em grupo, escolham duas cartas do leitor apresentadas nas publicações trazidas por vocês e analisem-nas de acordo com as perguntas a seguir.

b. A seção onde estão as cartas recebe algum nome específico? Qual a denominação utilizada?

c. Essas cartas possuem as mesmas características das estudadas na unidade? Aponte as semelhanças e diferenças.

d. Nas cartas analisadas predomina linguagem formal ou informal? Por quê?

e. Quais foram os assuntos escolhidos pelos leitores que escreveram as cartas?

Seção dos leitores • Unidade 4 75

Atividade 12Organize os estudantes em gru- pos para que leiam as cartas do leitor trazidas por eles e solicite que escolham duas para fazer a análise. É importante evidenciar, nas discussões e nas leituras, que a carta do leitor é produzida em coautoria e, desse modo, tanto o leitor quanto os editores do pe- riódico constroem o discurso de acordo com a apreciação valorati- va feita sobre a revista ou o jornal e o tema. Contudo, ao escolher cartas com referência às matérias já mostradas pelo periódico, o ve- ículo se autorreferencia pela fala do leitor. Ainda, a revista ou jor- nal exige certo NÚMERO de pala- vras ou caracteres para colocar na seção, portanto as cartas não são publicadas integralmente. Explo- re e discuta a percepção quanto à distribuição das cartas na página, como são formatadas, o que está abaixo de cada uma, se há nota da redação e outros itens. Isso é interessante, pois, geralmen- te, estão em partes do periódico voltadas para textos de opinião: artigos de opinião, colunas etc. Além disso, você pode analisar e discutir o fato de que em algu- mas revistas, como Caras, não há carta do leitor, de maneira que os estudantes construam hipóteses sobre isso. A publicação das car- tas segue normas, que variam de acordo com cada revista ou jornal; por exemplo, as que são enviadas à Veja devem trazer assinatura, endereço, NÚMERO da identidade e telefone do autor. A seleção das cartas parte de alguns critérios como clareza, CONTEÚDO, entre ou- tros, dependendo de cada veículo.

[S.I.

]/Ace

rvo

da

Page 126: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

96 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

f. Que opinião eles sustentaram em suas cartas?

Para debaterOrganize os estudantes em dois grupos para trabalhar a situação 1: um com os que são contra e outro com os que são a favor da matéria; faça o mesmo para a situa- ção 2. Oriente-os para manterem a organização, respeitando os tur- nos da fala durante a discussão. Você deverá mediar os debates e estimular os estudantes para que todos contribuam.

Atividade 13Solicite que dois estudantes leiam os textos apresentados; um deve- rá ler a carta do leitor e o outro a carta ao leitor. Em seguida, peça que respondam às questões, aten- tando para as características dos gêneros em estudo. Você pode montar com os estudantes um quadro comparativo dos dois gê- neros. Além disso, retome alguns aspectos que são gerais para todo tipo de carta, como o uso do vo- cativo. Relembre também carac- terísticas próprias do gênero carta pessoal, estudado no 6o ano, com- parando-o a esses dois.

g. Na opinião de vocês, as cartas são editadas antes da publicação? Expliquem.

Para debater

Imagine que você queira escrever uma carta ao diretor de sua escola sobre uma matéria publicada no jornal semanal da escola. Escolha uma das situações para discutir oralmente com seus colegas:

Situação 1: a matéria publicada no jornal da escola é sobre a proibição de festas no ambiente escolar.

Situação 2: a matéria publicada no jornal da escola é sobre a não obrigatoriedade do uso do uniforme no ambiente escolar.

• Você é contra ou a favor?

• O que pensa sobre essas decisões?

• Que argumentos usaria para expor sua opinião sobre o assunto?

Deixe claro o seu ponto de vista. Se perceber que não foi compreendido, reformule o que disse, a fim de resolver as dificuldades.

13 Leia os textos e responda às questões.

Paulina ChizianeAchei maravilhosa a entrevista feita com a moçambicana Paulina

Chiziane (língua 50, dezembro). Não a conhecia, nunca li um livro dela, mas o relato foi tão tocante e interes- sante que vou procurar livros publicados por ela para conhecer melhor a autora.

Regina Mendonça, São Paulo (SP).

Língua Portuguesa. São Paulo, ano 4, n. 52, p. 6, fev. 2010. Seção Carta.

76 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 127: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Seção dos leitores • Língua Portuguesa 97

Caros leitoresWanderley Guilherme dos SantosA entrevista com o professor Wanderley Guilherme dos Santos é uma

aula de democra- cia. Foi uma oportunidade que tivemos de beber da fonte de tamanha lucidez lítica.

Maurício Batalha, estudante de jornalismo da UFES, Serra, ES.

Caros Amigos. São Paulo, n. 116, p. 7, nov. 2006. Seção Caros leitores.

a. A estrutura da carta do leitor é similar à da carta ao leitor? Em que aspectos?

b. Como é chamada a parte da carta em que definimos nossos objetivos e intenções?

c. Qual a função dos vocativos? Eles estão expressos nessas duas cartas? Identifique-os.

d. Como os autores das cartas se referem a si mesmos?

Seção dos leitores • Unidade 4 77

Page 128: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

98 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 14Para reforçar as diferenças entre os dois gêneros textuais apresen- tados, cuja semelhança está na finalidade de estabelecer comu- nicação entre periódico e leitor, nesta atividade os estudantes devem distinguir a carta do leitor da carta ao leitor. Peça ainda que revejam os periódicos trazidos por eles para verificar se todos pos- suem tanto a seção de carta do leitor quanto a de carta ao leitor, comparando-as também. Por fim, motive-os a discutirem se envia- riam uma carta a um jornal ou revista para expressar a opinião a respeito de algum texto lido. Para ampliar, questione-os: quais os prováveis motivos que levaram a autora da carta do leitor a escrever tal texto? De que o artigo a que ela se refere pode tratar? A autora teria a mesma opinião da leitora? Além disso, sobre a carta ao leitor, questione-os se foi escrita para argumentar, refutar, concordar ou apenas informar algo, pedindo que justifiquem. Assim, você pode avaliar se compreenderam as par- ticularidades dos gêneros textuais em estudo.

14 Leia os trechos retirados de cartas e responda às questões.

[...] É lamentável que uma escritora aparentemente tão sensível possa demonstrar ta- manha ignorância quando se trata de reconhecer a importância da luta contra o tratamen- to cruel dispensado aos animais. Os seres humanos realmente acreditam que são a razão de tudo que há na Terra, mas a história da nossa evolução já deu mostras de que não é bem assim. Somos apenas um elemento nessa equação gigante da natureza, mas não sei se ainda resta tempo para que a humanidade se dê conta disso.

Sandra Ribeiro Martins, RJ

VEJA começa 2012 com uma configuração editorial mais adequada aos imensos e múlti- plos desafios envolvidos em entregar a seus leitores semanalmente uma revista que, indo além da súmula dos fatos nacionais e internacionais, aprofunda, analisa e contextualiza os principais eventos e tendências.

[...]

Veja. São Paulo. Ed. 2250, ano 45, n. 1, p. 10, 4 jan. 2012. Seção Carta ao leitor.

a. Você reconhece o gênero textual de cada trecho? Quais são eles?

b. Onde são encontrados textos como esses?

c. Há diferença entre carta do leitor e carta ao leitor? Quais?

d. Em todas as revistas e jornais há painel ou página para carta do leitor e para carta ao leitor?

78 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 129: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

99Seção dos leitores • Língua Portuguesa

e. Você escreveria a um jornal ou revista para expressar opinião sobre algum artigo publicado?

f. Você acha importante que jornais e revistas tenham uma seção para a carta ao leitor? Por quê?

15 Escolha uma palavra de cada coluna para formar a frase que mostrará o conceito do gênero textual carta ao leitor.

A Redação do admirador é um artigo de editor ao cinema leitor

O Carta de homem são uma posição do leitor para editor editor

Um Livro ao leitor será sem mensagem da espectador no público espectador

16 Agora, leia a próxima carta e responda à questão.

Sou um ser humano mais feliz após a leitura da Carta ao Leitor “A vida como ela é” (22 de janeiro). Ao desmontar as teorias de especialistas que tentam analisar os “rolezinhos” dos jovens nos shopping centers como um fenômeno social, e não como o que eles realmen- te são, isto é, baderna pura e simples, o autor da carta elaborou um texto brilhante para o espaço de que dispunha.

Jair Cunha, Campinas, SP

Cassino. 29 jan. 2014.

• Além de transmitir uma mensagem pessoal ao leitor, que outra função social esse tipo de carta desempenha?

Atividade 15Os estudantes já sabem que o gê- nero textual do segundo trecho na atividade 14 é carta ao leitor, mas agora devem sistematizar o con- ceito do gênero, formando a frase: A carta ao leitor é uma mensagem do editor ao PÚBLICO leitor.

Atividade 16Alerte os estudantes para o fato de que a carta ao leitor não é res- trita à mensagem do editor, como um editorial menor; ela também proporciona uma conversa entre os leitores. Eles devem dar uma resposta que se aproxime da fun- ção social de promover um debate entre os próprios leitores da revis- ta ou do jornal.

Seção dos leitores • Unidade 4 79

Page 130: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender100

17 Releia os textos das atividades 13, 14 e 16 e faça uma lista dos verbos especiais usados para reportar fatos e opiniões.

Você sabia?O sinal de pontuação chamado de parênteses ( ) pode ser empregado em textos nos seguintes momentos:para indicar uma fonte bibliográfica;para esclarecer algo ou informar o significado de alguma palavra ou expressão;em substituição à vírgula, para inserir um comentário à parte do que se está escrevendo.

18 Leia os trechos a seguir e explique por que os parênteses são utilizados.

80Língua Portuguesa • Movimento do aprender

E sobre a verdadeira mania (escolar e social) que é a caça aos erros. Mais cruelmente, a caça às pessoas que cometem lapsos previsíveis e são tachadas de ignorantes ou disléxicas.

Orientações didáticas

Atividade 17Leve os estudantes a refletirem sobre a escolha lexical dos verbos feita pelo articulista ao longo da composição de suas argumenta- ções e manipulação dos fatos que os convocam. Solicite que compar- tilhem os verbos que encontraram a fim de verificar quais reportam fatos e quais se referem a opini- ões. Peça que completem a lista, caso seja necessário.

Você sabia?Primeiro, pergunte aos estudantes o que sabem a respeito do uso dos parênteses. Depois, leia a informa- ção para eles e peça que busquem os usos que estão listados nos tex- tos estudados ao longo da unida- de, além de outros que constam nos periódicos trazidos por eles.

Atividade 18Solicite que os estudantes se aten- tem ao uso dos parênteses nos tre- chos apresentados. Espera-se que eles concluam que são utilizados para explicar uma determinada in- formação, de modo que a inserção dessa informação explicativa não acarrete um desarranjo no texto. Portanto, os parênteses auxiliam a construção da organização textu- al. Você ainda pode promover uma pesquisa sobre outros usos dos pa- rênteses e pedir que os estudantes escrevam suas conclusões em car- tazes com exemplos para afixar no mural da classe.

anot

açõ

Page 131: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Em especial na escola, seria necessário clareza sobre as razões que levam a erros de gra- fia. Há razões linguísticas para eles. Muitas são ligadas à inconsistência do próprio sistema ortográfico (como diversas grafias do fonema /s/). Outras são ligadas à variação linguísti- ca (como as que

Conecte-se

Carta do Editor da 1a edição da revista Veja

Prezado leitor:

Onde quer que você esteja, na vastidão do território nacional, estará lendo estas linhas praticamente ao mesmo tempo que todos os demais leitores do País. Pois VEJA quer ser a grande revista semanal de informação de todos os brasileiros. [...]

Veja, Ed. 10, 23/10/1968. Veja, Ed. 609, 7/5/1980. Veja, Ed. 1485, 5/3/1997. Veja, Ed. 2323, 29/5/2013.• Observe a carta completa no site <http://veja.abril.com.br/acervo/home.aspx>. Nesse

endereço, você terá acesso ao acervo da revista Veja desde sua primeira edição, em 11/9/1968, até a ÚLTIMA. É só escolher o ano, o mês e por ÚLTIMO a edição para explorar quantas cartas ao leitor e cartas do leitor você desejar.

Seção dos leitores • Unidade 4 81

Conecte-seVocê pode levar os estudantes ao laboratório de informática para explorarem o site do acervo digital da Veja e termina- rem a leitura da carta. Durante a leitura do texto na íntegra, chame a atenção dos estudantes sobre os diferentes aspec- tos linguísticos da época em que foi escrita, além de levá-los a comentar sobre as características do gênero carta ao leitor. Peça também que verifiquem o uso dos parênteses em ou- tros textos acessados no site da revista.

Atividade 19Os estudantes deverão retomar a produção textual que começa- ram na atividade 2. A ideia é que, agora de posse de conhecimen- tos sobre o gênero e suas possi- bilidades temáticas, façam uma autoavaliação e reescrevam suas opiniões expressas anteriormen- te, adequando-as ao gênero que trabalharam. O preenchimento do quadro deve ser individual.

Retome com eles que, a princípio, costuma-se estar muito preso à elaboração das ideias, e assim, ou- tros aspectos, como a linguagem, acabam sendo desconsiderados. Por isso, é sempre recomendado fazer uma revisão antes de encer- rar qualquer texto, especialmente uma carta que poderá ser publica- da. Para que consigam revisar as produções, será necessário que fa- çam uma leitura atenta, pois assim poderão identificar se realmente organizaram as ideias da melhor forma, se utilizaram adequada- mente a linguagem e se considera- ram a forma composicional e a fun- ção social dos gêneros em estudo, lembrando-se de compará-los.

Atividade 20Após terminar a autoavaliação, o estudante deve se reunir como colega com quem trabalhou na atividade 2 para confrontar os quadros. Caso julguem necessário, deverão reescrever os textos, em duplas novamente. É importante orientá-los para que, ao reescrever a carta, prestem atenção a tudo que aprenderam e praticaram du- rante a unidade. Lembre que é es- sencial que o leitor saiba se quem escreveu a carta é a favor ou con- tra o artigo ao qual se dirige e os motivos que sustentam essa opi- nião. Cada um deverá entregar sua versão, que será utilizada em outro momento, após sua devolutiva.

© R

epro

duçã

o

© R

epro

duçã

o

© R

epro

duçã

o

© R

epro

duçã

o

Houve muitos equívocos na avaliação do episódio. Bom exemplo é o de Ruy Castro (Fo- lha de S.Paulo, 5/9/09), que escreveu que Sasha “queria dizer ‘cena’”. Ora, ela não queria dizer, ela queria escrever “cena” (afinal, “cena” e “sena” são ditas do mesmo jeito). O erro de Castro é

Page 132: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Saiba mais

Livro:NO PAÍS DAS PLACAS MALUCASAutores: José Eduardo Camargo; L. Soares Editora: Panda Books

Você conhece bem a língua portuguesa? Então prepare-se para fazer uma divertida viagem pelo nosso país. A lente do fotógrafo José Eduardo de Camargo registrou as placas mais malucas do Brasil, e o cordéis de L. Soares mostram que a irreverência do povo brasileiro não tem limites! De Norte a Sul, conheça as nossas muitas línguas portuguesas. Neste país, placas malucas comprovam a criatividade e a nossa capacidade de comunicação.Você, leitor, talvez questione o autor: “E os erros de português?”. E ele responde: “Fazem parte da nossa linguagem popular. Não veja isso como sinal de ignorância ou desrespeito ao nosso idioma. Os “erros”, se é que podemos chamar de erros, talvez sejam intencionais. Muitas vezes, é no “erro” que está a graça. Nada de preconceitos”.

Filme:O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTENDireção: Robin Swicord EUA, 2007, 106 min.

Mulheres de todas as idades fazem parte de um clube do livro sobre as obras de Jane Austen, responsável por títulos como Orgulho e preconceito, Razão e sensibilidade e

Avançar

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender102

Orientações didáticas

O que aprendi sobre...Devolva a carta do leitor que as du- plas reescreveram para que os es- tudantes façam a troca dos textos. Para a escrita da carta ao leitor, oriente-os a planejarem antes de elaborar o texto. Retome algumas orientações dadas na atividade 2, mas agora com outro foco:

1. Qual é seu ponto de vista sobre a argumentação da carta do leitor?

2. Quais são as novas informações que pode acrescentar à argu- mentação do leitor?

Sugira que façam a socialização oral das produções, solicitando que a dupla, ao receber a carta ao leitor, se posicione diante do que lhe foi dito no texto.

Aprendendo com a comunidadeSugira que os estudantes pesqui- sem, em jornais, revistas e outras publicações, do bairro ou da cida- de onde moram, procurando por um artigo de opinião que fale de algo relativo à sua realidade. Eles devem ser encorajados a escrever cartas como resposta aos artigos escolhidos. Faça a correção dos textos que escreverem e proponha que enviem a carta ao periódi- co, conferindo, na edição seguin- te, se foi publicada. É necessário

19 Retome o texto que você escreveu na atividade 2. Agora que conhece melhor o gênero textual carta do leitor, faça uma autoavaliação do seu texto, preenchendo o quadro.

A carta apresenta opinião sobre o artigo lido?Há argumentos consistentes para apoiar essa opinião?

Há conclusão?

O texto faz referência ao artigo que o originou?

20 Compare seu quadro com o do colega que escreveu o texto com você. Se julgarem ne- cessário, reescrevam a carta do leitor e entreguem a ÚLTIMA versão ao professor.

82 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Solicite que os estudantes desenvolvam uma atividade coletiva, em classe, na qual te- rão a tarefa de defender seus pontos de vista com relação a um artigo comum a todos. Traga à classe alguns artigos de opinião retirados de jornal ou revista, de temas varia- dos, para que eles possam escolher, por interesse e votação, aquele que terão como tema de seu debate.

Os estudantes devem ler com atenção o artigo e algumas cartas dirigidas a ele na pu- blicação em questão. Devem, então, se separar em grupos que concordam e discor- dam do artigo, seguindo os passos dos leitores que redigiram as cartas publicadas. Os estudantes devem trabalhar colaborativamente para organizar sua posição com rela-

Pand

a Fil

me

de R

obin

Swi

cord

. O

Sim Não

Page 133: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

103Seção dos leitores • Língua Portuguesa

conduzi-los a refletir sobre os re- cursos existentes na língua e sobre os efeitos por eles gerados, tanto nos textos lidos quanto nos produ- zidos. É importante comentar com os estudantes que, em diversas situações sociais, somos levados a nos posicionar diante de temas polêmicos e muitas vezes ques- tionáveis ou duvidosos. Nesses casos, utilizamos a argumentação, que tem como objetivo modificar a opinião das pessoas, fazendo-as pensar como nós. Quando escreve- mos um texto, os argumentos são muito importantes, pois serão as provas que apresentaremos para defender nossa opinião e conven- cer o leitor de que essa é a mais correta. No entanto, para se che- gar a uma argumentação convin- cente, capaz de modificar opiniões e alterar condutas, é necessário conhecimento aprofundado sobre o assunto.

Seção dos leitores • Unidade 4 83

ção ao artigo debatido. Quando minimamente organizados, devem apresentar seu posicionamento para o outro grupo, que terá também seu momento de exposição. Organize os turnos, para que possam replicar as opiniões de cada grupo. A atividade termina com uma organização conjunta na lou- sa, liderada por você, dos fatos e dos recursos linguísticos usados por eles.

O que aprendi sobre...• Após receberem a devolutiva de sua carta do leitor, troquem seus textos com os de outra

dupla.

• Agora, imaginem que vocês trabalham no periódico para o qual seus colegas escreveram a carta do leitor.

• Colocando-se na posição de editor desse jornal ou revista, escrevam uma carta ao leitor para a dupla com quem vocês trocaram os textos, comentando sobre o assunto tratado na

Page 134: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender104

Unidade 4

Para saber mais...

Livro:INTERTEXTUALIDADE: DIÁLOGOS POSSÍVEISAutores: Ingedore G. Villaça Koch, Anna Christina Bentes e Mônica Magalhães Cavalcanti Editora: Cortez

A intertextualidade constitui um dos grandes temas cujo estudo dedica-se tanto à Linguística Textual quanto a uma série de outras disciplinas, particularmente a Teoria Literária, no interior da qual o conceito teve origem. A Linguística Textual incorporou o postulado dialógico de Bakhtin, de que um texto não existe nem pode ser avaliado ou compreendido isoladamente – ele está sempre em diálogo com outros textos. Assim, todo texto revela uma relação radical de seu interior com seu exterior. Este livro tem como principal objetivo analisar, com o auxílio de muitos exemplos, essa necessária presença do outro naquilo que dizemos (escrevemos) ou ouvimos (lemos), procurando dar conta desse fenômeno.

Artigo:AS CARTAS DO LEITOR E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNAAutora: Regina Demeterko Stadykoski

Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1022-4.pdf>.Acesso em: 4 nov. 2015.

O artigo tem como objetivo discutir o ensino de língua materna por meio do gênero carta do leitor. Esse gênero textual propicia a interação dos estudantes com os meios de comunicação e permite a realização de atividades de leitura, interpretação e produção textual com reais funções sociais. Além disso, possibilita a discussão de temas da atualidade e incentiva a adoção de uma postura crítica diante dos fatos. Dessa forma, os estudantes podem se colocar como verdadeiros interlocutores, concretizando práticas de leitura e escrita diversas, uma vez que por meio das cartas podem argumentar, comunicar-se, opinar e elaborar críticas sobre determinados assuntos.

Divu

lg

Page 135: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

105Um caso elementar • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 5Um caso elementar

3. Relacionar textos verbais e/ou textos não verbais, comparando informações explí- citas e implícitas.

4. Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de produção, considerando o grau de formalidade requerido pelo gênero textual e utilizando recur- sos extralinguísticos em favor do discurso (gestos, expressões faciais, postura etc.).

6. Identificar, compreender e utilizar paráfrases, citações, discursos direto, indireto e indireto livre.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do siste- ma de representação da língua escrita.

10. Identificar, interpretar e explicar o assunto e o NÚCLEO temático do texto, reconhe- cendo os sentidos produzidos.

12. Localizar informações explícitas e inferir informações implícitas no texto, explicando-as.15. Pesquisar e comparar informações, obras, autores e temas obtidos em diferentes fontes.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de

acor- do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

23. Formular hipóteses e fazer predições sobre o texto.

Page 136: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

UNIDADE

5 Um caso elementar

84 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Esta unidade trata do conto de enigma: texto do tipo nar- rativo com a presença de suspense e mistério que pretende prender a atenção do leitor. É proposta a leitura do conto A liga dos Cabeças-Vermelhas, de Arthur Conan Doyle, no livro Muitos textos... Tantas palavras, e também a exibição de um filme para comparar a obra cinematográfica com a escrita.

Quanto às produções dos estudantes, não se espera que ela- borem contos longos e complexos, mas sim que se atenham às características elementares do gênero, utilizem a norma-padrão e consigam compor um texto coerente e coeso.

As atividades foram pensadas de forma a privilegiar a di- nâmica de trabalho em duplas e também grupos, para que os estudantes, por meio da troca de experiências, possam construir conhecimento juntos.

Com base nos textos selecionados, destaca-se o estudo dos discursos direto, indireto e indireto livre, além das pessoas do discurso e dos sinais de pontuação. Espera-se que a unidade seja ampliada com o foco voltado para o trabalho com aposto, palavras de mesmo campo semântico (referentes a enigmas), elementos da narrativa (caracterização física e psicológica das

Andy

Page 137: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

106 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

AVNp

hoto

lab/iS

tock

/

Page 138: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

107Um caso elementar • Língua Portuguesa

Roda de conversa

• Descreva as imagens.• Que relação existe entre essas fotos?• O que essas imagens sugerem ao espectador?• Que sensações elas despertam em você?• Que tipo de história você poderia escrever a partir

dessas fotos?

Um caso elementar • Unidade 5 85

Roda de conversaAntes de iniciar a unidade, faça alguns questionamentos aos estu- dantes, por exemplo, se eles gos- tam de ler histórias nas quais há um mistério a ser desvendado e se também assistem a filmes desse tipo. Pergunte ainda se, geralmen- te, conseguem descobrir o mistério antes do final do livro ou filme, se acham mais fácil isso acontecer com histórias lidas ou assistidas e por quê.

Promova uma discussão dentro do clima das características do conto de enigma (suspense e mistério). Convide os estudantes a desen- volverem características desse gênero textual e a sugerirem títu- los para as imagens de abertura, imaginando que elas são capas de livros. Nessa discussão será possí- vel descobrir o que a turma enten- de por enigma.

Oriente os estudantes quanto a dois aspectos importantes para o desenvolvimento do gênero tex- tual conto de enigma: a determi- nação do tempo (horário em que o fato misterioso acontece) e o lugar (geralmente escuro, à noite, quan- do a luminosidade é deficiente). Espera-se que levantem alguns ti- pos de temas para a elaboração da história a partir das fotos, como: detetives, crimes, pistas, vítimas, suspeitos, suspense, busca a te- souros etc.

personagens), narração em primeira pessoa, uso do pretérito perfeito, adjetivos (caracterização das personagens, dos lugares e dos objetos) e paragrafação.

Além dos contos apresentados na unidade, ao final, você pode sugerir que busquem outras histórias de enigma e selecio- nem uma que acharem interessante. Em duplas, eles deverão ler o conto para o colega e também ouvir o que o amigo escolheu. É

importante instruí-los sobre a necessidade de preparação dessa leitura, de modo que ela se torne atrativa para o ouvinte. Du- rante a “contação”, o colega que escuta deve tentar desvendar o mistério antes do final do texto, em um jogo para ver quem acerta. Ao término, poderão comparar as histórias lidas por ele mesmo e pelo colega com as estudadas ao longo da unidade.

Vinc

ent B

esna

ult/G

etty

Page 139: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

108 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 1Como atividade de pré-leitura, soli- cite que os estudantes respondam às questões a fim de formularem hipóteses sobre o texto que lerão. A resposta do item a deve ser so- cializada, para que compartilhem as opiniões, e você pode anotar na lousa alguns dos comentários feitos sobre a expressão “pente--fino”. Leve em consideração que essa expressão sugere investiga- ção ou detalhamento de um fato. No item b, espera-se que respon- dam que não podem faltar crimi- noso, vítima e detetive. Após essa ÚLTIMA questão, diga que eles vão verificar se nos contos a serem li- dos há todas essas personagens.

Atividade 2Peça que os estudantes leiam indi- vidualmente, cada um no seu rit- mo, para entender bem a história. Em seguida, eles deverão reunir-se em duplas para solucionar o mis- tério. Liste todas as possibilidades de resolução na lousa e pergun- te qual eles acreditam ser a mais plausível. Por fim, leia a resposta e discuta quem se aproximou mais da solução.

Desafio1 Em duplas, discutam as questões a seguir e registrem suas respostas:

a. Como a expressão “pente-fino” pode estar relacionada a uma história de sus- pense?

b. Quais as personagens que não podem faltar em uma história enigmática ou de suspense?

2 Em duplas, leiam o texto e tentem resolver o enigma, justificando a solução.

O caso das joias desaparecidas

O inspetor Pente-Fino foi chamado à mansão do milionário Sr. Grana Viva, de onde joias foram roubadas e, lá chegando, encontrou esta cena.

O ladrão, além de não deixar pistas, não forçou nenhuma porta para entrar. Os suspeitos acabaram sendo as únicas pessoas que estavam na casa na-

quele momento.O milionário havia fotografado a sala uma hora antes do

assalto. Veja a seguir esta foto:

86 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 140: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

109Um caso elementar • Língua Portuguesa

Observando essa foto e a cena atual, o inspetor ficou sabendo que, hoje, o quadro que está sobre o cofre foi trocado de lugar, depois de um ano sem mudar.

O mordomo da casa é o único que sabia dessa mudança.Todos na casa sabiam da existência do cofre debaixo do primeiro quadro.O quadro que antes ficava sobre o cofre é o que atualmente estava ao seu lado. Após analisar as cenas, ele então resolveu chamar os suspeitos.Os suspeitos são:

Solução do enigma: O inspetor sabe que a filha do milionário é a culpada. Sendo distraída, ela, ao afastar o móvel com os livros, deixou-os fora da ordem original. E, como estava acostumada com o quadro antigo que cobria o co- fre, não se preocupou em olhar o de hoje, então cobriu o cofre com o de que se lembrava, antes da mudança. O mordomo, dono de boa memória, jamais cometeria tal falha, sem contar que ele já sabia da mudança. Já o motorista, cuja memória é fotográfica, não teria DÚVIDAS na hora de repor o quadro para o lugar certo.

FILHO, Alberto. O acaso das joias desaparecidas. JC Online. Disponí- vel em: <http://sitededicas.ne10. uol.com.br/enigma4_resposta. htm> (acesso em: 11 nov. 2015).

A filha do milionário, que é muito distraída, e, hoje, ainda não entrara naquela sala.O mordomo, que tem uma excelente memória, entrou na sala logo

cedo, e sabia de tudo que acontecera lá.O motorista da família, que tem memória fotográfica, e não entrava

naquela sala há uma semana.Após breve interrogatório, o inspetor concluiu o caso. E você, seria capaz?

FILHO, Alberto. O caso das joias desaparecidas. JC online. Disponível em: <http://sitededicas.uol.com.br/enig4_p1.htm>. Acesso em: 15 jun. 2014.

Um caso elementar • Unidade 5 87

Page 141: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

perseguição crime romance

elemento mágico mistério

detetive batalha relatos de

viagem suspense suspeitos

Orientações didáticas

Atividade 3Solicite, na correção desta ativi- dade, que um estudante de cada grupo coloque na lousa um dos cinco elementos escolhidos, sem repetir os que foram escritos pelos colegas. Se chegar a algum grupo que só tenha palavras repetidas, espere até todos participarem e volte aos outros para verificar se ainda tem algum elemento que o grupo listou, mas não está na lou- sa, pedindo que complementem. Com isso, é possível diagnosticar o conhecimento prévio que eles têm sobre o gênero textual, uma vez que podem demonstrar a compre- ensão a respeito dos elementos que constituem essa narrativa.

Atividade 4Para esta produção escrita inicial, entregue aos estudantes algumas palavras ou expressões relaciona- das a pistas, personagens, espaços etc. Se julgar necessário, sugira te- mas para que eles construam seus textos ou traga algumas imagens de casas antigas, florestas escuras e becos sombrios para que sejam utilizadas como o lugar em que a história vai acontecer. Lembre-os da importância que esses espaços têm em uma história de mistério. Convide-os a fazerem antes todo um planejamento do texto, colo- cando na lousa questões como: quem é a vítima e quem é o culpa- do? Quem será o detetive? Haverá algum benefício para o culpado, para que ele queira praticar o cri-

3 Trabalhem em grupo. Copiem todas as palavras que vocês acham que se referem a uma narrativa de enigma. No final, acrescentem cinco elementos.

4 Em duplas, escrevam um conto de enigma a partir das infor- mações que o professor entregará a vocês.

Conecte-se

Agatha Christie (1890-1976) foi uma das autoras de romance policial e de suspense mais conhecida e lida no mundo. Nasceu na Inglaterra e, durante as várias viagens que fazia ao redor do mundo, escrevia suas histórias. Ela escreveu mais de 80 livros que estão entre os mais traduzidos e vendidos do planeta.

Visite seu site oficial <http://www.agathachristie. com/> (acesso em: 31 ago. 2015) e conheça as INÚMERAS obras e as mais famosas personagens dessa grande escritora.

88 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

me? O detetive contará com a ajuda de alguém? Quais pistas há na história? Existem pistas falsas que confundirão o de- tetive e o leitor?

Com base nesses elementos, os estudantes terão de elaborar um conto de enigma. Seria interessante entregar o mesmo material a todos os grupos para, ao término das produções, comparar como cada grupo criou textos diferentes usando os mesmos elementos. Apresente a eles uma situação co- municativa real, a fim de que os textos sejam lidos após a escrita; por exemplo, a leitura em voz alta para os colegas em um dia agendado.

Conecte-sePergunte aos estudantes se eles já ouviram falar da escritora Agatha Christie e o que sabem sobre ela, se alguém já leu um livro escrito por ela. Leia com eles as informações e sugira que pesquisem mais dados sobre a autora, suas obras e per- sonagens. O site oficial está em inglês, portanto sugira uma parceria com o professor de Inglês para realizar a pesquisa.

Encarte 5

Ullst

ein B

ild/G

etty

Page 142: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

110 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 143: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Um caso elementar • Língua Portuguesa 111

5 E não sobrou nenhum é um dos livros mais famosos de Agatha Christie. Ele conta a his- tória de oito pessoas que são atraídas para uma mansão pelo misterioso proprietário e sua esposa, e lá são acusados de um crime. Leia o poema que aparece no quarto de cada hóspede.

Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;

Um deles se engasgou e então ficaram nove.

Nove negrinhos sem dormir: mas nenhum está afoito!

Um deles cai no sono, e então ficaram oito.

Oito negrinhos vão a Devon de charrete;

Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.

Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis

Que um deles se corta, e então ficaram seis.

Seis negrinhos em uma colmeia trabalham com afinco;

A um deles pica uma abelha, e então ficaram cinco.

Cinco negrinhos no tribunal. Ver e julgar um fato;

Um ali foi julgado, e então ficaram quatro.

Quatro negrinhos no mar; a um tragou de

vez O arenque defumado, e então ficaram

três.

Três negrinhos passeando no zoo. Vendo leões e

bois. O urso abraçou um, e então ficaram dois.

Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;

Um deles se queimou, e então ficou só um.

Um negrinho aqui está a sós, apenas um;

Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum.

CHRISTIE, Agatha. E não sobrou nenhum. Porto Alegre: L&PM, 2012. Disponível em: <http://www.lpm-agathachristie.com.br/sitedefault.asp?

TroncoID=361525&SecaoID=0&SubsecaoID=0>.Acesso em: 31 ago. 2015.

a. Em que pessoa do discurso o poema está escrito?

b. As mortes das personagens são expressas por quais verbos?

Atividade 5Convide os estudantes a levan- tarem hipóteses sobre a relação desse poema com a sinopse da história apresentada nesta ques- tão. Chame a atenção para a tra- dução dos títulos em HÚNGARO, francês e português, que variam por causa das adequações de língua e cultura dentro de uma sociedade. A pergunta com os verbos (engasgar, cair (no sono= dormir), voltar, cortar, picar, jul- gar, tragar, abraçar, queimar e en- forcar) pode servir de sugestão para as ações que os estudantes desenvolverão no momento da produção de seus textos. Após a correção, selecione uma cena do filme adaptado do livro para mos- trar a eles, pois os estudantes não aguentariam vê-lo inteiro. O filme completo com legenda está dis- ponível em <https://www.youtu- be.com/watch?v=kCowduFJca4>. Além disso, mostre também uma HQ em vídeo feita por estudan- tes com base nessa história, dis- ponível em <https://www.youtu be.com/watch?v=iKLBzqHOEMo> (acessos em: 9 nov. 2015), assim eles também podem ter ideias para ajudar na realização da ativida- de 19, de produção final. Ao pas- sar a HQ, será necessário pausar a cada cena para ler os trechos com os estudantes.

Um caso elementar • Unidade 5 89

anot

açõ

©Ra

fael

Nobr

e/ B

abilô

nia C

ultur

a Di

vul

Le Li

vre

de Po

che

Page 144: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Sir Arthur Conan Doyle nasceu na Escócia e foi autor das clássicas histórias com o detetive Sherlock Holmes. Em seu site oficial<http://www.sherlockholmesonline.org/> (acesso em: 31 ago. 2015) você pode encontrar diversas informações sobre esse famoso escritor. Não deixe de conferir.

112 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 6Nesta outra atividade de pré-lei- tura, mobilize a turma com as ima- gens que oferecem pistas sobre o enredo do conto que será lido. Com base na observação delas, os estudantes devem responder às questões em duplas. É impor- tante, no momento da correção, escrever as hipóteses deles na lousa e pedir que registrem todas as possibilidades no caderno para, no final da leitura do conto, com- parar o que realmente ocorreu na narrativa com o que foi previsto. Questione-os sobre como chega- ram às hipóteses.

Conecte-sePergunte aos estudantes quem conhece o escritor e o que sabem sobre ele e sua personagem Sher- lock Holmes. O site oficial do au- tor está em inglês, portanto você pode combinar com o professor de Inglês para que os estudantes realizem a pesquisa solicitada na próxima atividade em uma aula dele. Caso não seja possível, sugi- ra outras fontes de pesquisa.

6 Trabalhem em duplas para responder às perguntas com base nas pistas apresentadas.

a. O que esses elementos sugerem sobre o que acontecerá na história?

b. Haverá algum crime? De que tipo?

c. Como ele será cometido?

Conecte-se

90 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Stev

e Go

rton/

Getty

Bibl

iotec

a do

Com

stoc

k/St

ockb

yte/

Page 145: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Um caso elementar • Língua Portuguesa 113

7 Pesquise mais informações a respeito do autor Sir Arthur Conan Doyle, complete os dados que faltam e responda às questões.

Nome completo:

Data de nascimento e morte:

/ / / /

Nacionalidade:

Principais obras:

Principal personagem criada por ele:

Gênero textual que costumava utilizar para escrever suas histórias:

Temática que geralmente abordava em suas histórias:

Atividade 7Para esta proposta de investiga- ção sobre a vida e obra do escritor Arthur Conan Doyle, caso a pesqui- sa no site oficial não seja feita em uma aula de Inglês, leve os estu- dantes à biblioteca da escola ou ao laboratório de informática para buscarem as informações pedidas. Se não houver esses recursos na escola, peça que a atividade seja realizada em casa. É importan- te discutir, ao final da atividade, se eles acreditam que vão gostar da história escrita por A. C. Doyle, uma vez que seus textos geral- mente são sobre enredos de mis- tério e suspense. Caso os estudan- tes se interessem pelos trabalhos do autor, sugira outras obras dele.

a. Que outra profissão esse importante escritor tinha?

b. Você acha que vai gostar das histórias escritas por ele? Por quê?

Um caso elementar • Unidade 5 91

Page 146: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender114

Orientações didáticas

Você sabia?Aqui, os estudantes lerão mais al- gumas informações sobre o dete- tive das histórias de Doyle. Leve--os a perceberem que Sherlock Holmes é uma personagem fictí- cia, pois muitos pensam, errone- amente, que ele realmente exis- tiu. Pergunte quem já leu alguma história com o detetive Holmes e peça que conte o que se lembra, motivando-os a buscar obras de Arthur para ler.

Atividade 8Inicie a leitura do conto, que se encontra no livro Muitos textos... Tantas palavras. Por se tratar de um texto longo, é importante desenvolver atividades que en- volvam os estudantes na leitu- ra. Uma boa estratégia será ler o texto por trechos – isso também é interessante por causa do próprio gênero (conto de enigma). Dessa forma, para aguçar ainda mais a curiosidade da turma pelo enigma da história, leia o texto até o pon- to em que os estudantes fiquem curiosos para saber como ele será solucionado e consigam responder às questões propostas na ativi- dade. Assim que eles terminarem de respondê-las, solicite-lhes que apresentem suas conclusões; os demais devem dizer se estão de acordo ou não com as hipóteses e por quê.

Você sabia?

Sherlock Holmes é uma personagem de ficção da literatura britânica. Um investigador que apare- ceu pela primeira vez em uma publicação de 1887. O detetive ficou famoso por utilizar, na resolu- ção dos seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva.

Doutor Watson, seu assessor, ficou conhecido especialmente pela frase que se difundiu pelo mun- do todo, dita por Sherlock – “Elementar, meu caro Watson.”. Esse aprendiz de detetive é quem narra boa parte das histórias vivenciadas por seu mestre.

8 Seu professor contará o início da história A liga dos Cabeças-Vermelhas, escrita por Arthur Conan Doyle. Fique atento para responder às perguntas a seguir.

a. Qual o enigma apresentado na história?

b. Quem você acha que é o suspeito? Explique sua escolha.

c. Em sua opinião, que motivos levaram esse suspeito a planejar o crime?

9 Continue a leitura da história no livro Muitos textos... Tantas palavras. Depois, em du- plas, discutam as questões.

a. Quem são as personagens principais dessa história?

b. Qual é a função delas na história?

92 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Atividade 9Peça aos estudantes que continuem a leitura do conto de enigma no Muitos textos... Tantas palavras em silêncio e individualmente. Ao término da leitura, eles deverão se jun- tar em duplas. Assim que terminarem as atividades, faça a correção na lousa com a ajuda dos estudantes. É esperado que reflitam sobre a figura do detetive e do criminoso e se

eles, como leitores, conseguiram desvendar o enigma antes de Sherlock Holmes. Seria interessante listar as pistas que as duplas encontraram no texto e que as ajudaram a desvendar o mistério antes do final, e discutir a sensação que tiveram como leitores.

Page 147: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Um caso elementar • Língua Portuguesa 115

c. Quem desvendou o mistério?

d. Quem era João-de-Barro?

e. De que forma ele estava relacionado ao crime?

f. Você conseguiu desvendar o enigma dessa história antes do detetive? Justifique.

10 Com base no que você já sabe sobre contos de enigma, assinale as opções que definem a palavra destacada.

Adivinha, em que se descobre o significado por palavras ou figuras.

Indivíduo ou objeto cujas atitudes são facilmente decifráveis.

Qualquer coisa de difícil explicação.

Discurso de sentido ambíguo.

O que está obviamente explícito.

Você sabia?

As pistas falsas são dadas em um conto de enigma para enganar não apenas as personagens, mas também o leitor, que deve se surpreender ao atingir o final. Nessas histórias, o detetive é o ÚNICO que não se deixa enganar.

Atividade 10Os estudantes devem realizar a ati- vidade individualmente e, depois, comparar as respostas em duplas. As opções apresentam as caracte- rísticas do gênero textual conto de enigma. Se julgar necessário, soli- cite que os estudantes pesquisem em um dicionário a palavra “enig- ma” após responderem à questão, para então confirmarem sua res- posta, que deve ser: a primeira, a terceira e a quarta opção.

Você sabia?Com a informação apresentada, espera-se que os estudantes per- cebam que pista falsa também é um elemento fundamental em um conto de enigma, assim eles poderão utilizar esse recurso ao fazer suas produções. Pergunte se o detetive, em um conto de enig- ma, realmente nunca se engana ou se em alguns casos ele também se confunde com as pistas, deixando de ser surpreendido apenas após a solução de alguns mistérios. Nas histórias de enigma, é a partir das pistas (muitas vezes imperceptí- veis aos olhos do observador lei- go, mas que o detetive, com sua perspicácia e raciocínio dedutivo, é capaz de notar) que se descobre a charada.

Um caso elementar • Unidade 5 93

anot

açõ

Page 148: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

scurso em um texto pode ser expresso de três formas, de acordo com a intenção comunicativa:Discurso direto: o texto dá voz às personagens. As falas são reproduzidas fielmente e introduzidas pelos verbos: falar, dizer, indagar, perguntar etc. O travessão (–) ou as aspas (“) indicam essas falas.Discurso indireto: a fala das personagens é reproduzida na voz no narrador. Ele reformula o discurso dos outros com as suas próprias palavras.Discurso indireto livre: mistura as duas formas anteriores. Apesar de a história ser contada pelo narrador, as personagens têm fala própria, de acordo com a intenção comunicativa do autor.

O di•

Orientações didáticas

Atividade 11Diga aos estudantes que escolham uma das três palavras apresenta- das, completando as lacunas do texto por escrito. Quando termina- rem, solicite que comparem as res- postas em duplas. Corrija oralmen- te para verificar se completaram o texto de forma adequada, com as palavras: lógica – fatos – lugar – antes – vestígios – análise.

Atenção!Retome com os estudantes os usos dos discursos direto e indire- to, peça exemplos de frases nesses discursos e escreva-as na lousa. Ao explicar o discurso indireto livre, peça que pensem em um caso no qual usariam esse tipo de discurso. Em seguida, utilize alguns trechos de textos, que não precisam ser necessariamente de enigma, para que eles encontrem a utilização dos discursos direto, indireto e in- direto livre.

Atividade 12Verifique se os estudantes com- preenderam que o discurso das personagens é apresentado de modo direto e se os trechos reti- rados para comprovação dessa resposta estão corretos. Espera--se que eles percebam que a uti- lização desse discurso permite ao narrador demonstrar a relação es- tabelecida entre as personagens e as características de cada uma delas. Aliás, Sherlock Holmes, por meio de uma de suas falas, torna--se uma personagem mundial- mente reconhecida: “Elementar, meu caro Watson”.

11 Escolha as palavras que completam o sentido do texto, construindo o conceito do gêne- ro textual conto de enigma.

Um conto de enigma tem como principal característica a (1)

. Ela constitui o conjunto de (2) ocorridos em um determinado(3) e tempo – são esses os elementos que resultaram no crime, sempre acontecido (4) da narrativa. Esse crime deixa(5) que são utilizados para a (6) e posterior solução do enigma ou mistério.(1) desarmonia – inconsistência – lógica

(2) fatos – momentos – sonhos

(3) país – lugar – palco

(4) antes – depois – no decorrer

(5) armamentos – vestígios – testemunhos

(6) resenha – dissecação – análise

12 Transcreva um trecho do texto das atividades 8 e 9 que comprove o discurso em que ele é apresentado. Informe se é direto, indireto ou indireto livre.

94 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Ate

nçã

Page 149: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Característicasfísicas

Característicaspsicológicas

13 Ler uma história requer interação: o leitor participa da construção de sentido da histó- ria à medida que reflete todo tempo sobre o que lê, estabelecendo, assim, uma conver- sa entre ele e o autor. A partir dessa afirmação, explique:

• O papel do leitor do conto de enigma é parecido com o do criminoso, da vítima ou do detetive?

14 Complete o quadro sobre as características das personagens. Em seguida, responda às perguntas.

Sherlock Holmes

Watson

Sr. Wilson

Spaulding

Sr. Ross

Um caso elementar • Unidade 5 95

Atividade 13Diga aos estudantes que se ima- ginem ao ler histórias de enigma, pensando em como eles se por- tam diante do que vai sendo nar- rado. Assim, espera-se que eles concluam que o leitor assume o papel do detetive, já que quem lê sempre tenta solucionar o misté- rio, desvendando-o a cada passo de sua leitura.

Atividade 14Destaque a importância da carac- terização física e psicológica das personagens para a construção do conto de enigma. É relevante que os estudantes percebam a impor- tância da descrição do espaço, das personagens envolvidas, do tempo em que os fatos aconteceram. Pro- ponha que eles socializem suas res- postas a respeito da relação entre as características das personagens e a construção da trama. Essa dis- cussão favorecerá futuras revisões de produções dos estudantes. Para responder sobre o elemento essen- cial ao gênero (clima de suspense), peça que eles exemplifiquem com base no conto A liga dos Cabeças--Vermelhas, no qual há uma sériede elementos caracterizadores da narrativa de enigma. Primeira- mente, tem-se a chegada de uma personagem com um enigma a ser resolvido que, no caso, é o Sr. Wil- son e sua história com a liga dos Cabeças-Vermelhas. Na sequência, o detetive Sherlock Holmes elabora

uma série de questões para o Sr. Wilson, para avaliar o enigma. Conforme o Sr. Wilson conta sua história, o detetive faz outras perguntas e, com base nas pistas que são reveladas, ele elabora sua hipótese a respeito do esclarecimento do mis- tério, mas não diz qual é; é como se esse seu silêncio e a reflexão sobre a solução do enigma contribuíssem para a criação do suspense na narrativa. A partir do momento em que Holmes consegue confabular uma solução para o mistério, ele e as outras personagens começam a percorrer certos lugares para desvendar o que está acontecendo. No entanto, o suspense continua, porque o detetive não revela quais são os seus propósitos. O mistério só é solucionado no final do conto.

Page 150: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

118 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 15Releia o trecho em voz alta para os estudantes, atentando-se ao ritmo e à entonação da narrativa. Discuta com eles sobre a constru- ção do conto. Além das questões apresentadas, complemente que está narrado em primeira pessoa– por Watson; pergunte em que tempo verbal é contado (no preté- rito); comente que a descrição dos espaços e das personagens é fun- damental para a constituição des- se gênero. Muitas vezes, as ações ocorrem no período noturno ou em espaços em que a luminosidade é pouca, há descrição de cores es- curas e frias, ambiente ermo, por- tanto, tudo isso faz parte de uma trama, em que cada um tem papel específico e fundamental. Também é importante observar as escolhas lexicais e os efeitos de sentido na construção dos trechos que des- crevem pessoas, locais. Você pode aprofundar o estudo do gênero, enfatizando a importância dos marcadores temporais na constru- ção do clima de suspense no tex- to de enigma. Sobre as sensações que o uso do discurso direto causa no leitor, verifique se os estudan- tes responderam algo próximo à impressão de que se está partici- pando da história, como uma das personagens. Reforce que o recur- so linguístico-discursivo utilizado para introduzir o discurso direto na escrita é o travessão.

a. De que maneira as características das personagens colaboram para a construção da trama?

b. Qual é o elemento que não pode faltar nesse gênero textual? Explique.

15 Releia um trecho do conto A liga dos Cabeças-Vermelhas para responder às questões.

– Watson, quero apresentá-lo a uma pessoa que tem uma história bem interes- sante... – voltou-se para o ruivo e disse: Sr. Wilson, esse é meu amigo Watson, que tem me ajudado em tantos casos e acredito que também possa ajudá-lo.

Nós nos cumprimentamos e tomei lugar na poltrona. An- tes de o Sr. Wilson abrir a boca, Sherlock falou por ele:

– O Sr. Wilson me contou fatos muito estranhos, Watson. Creio que o seu é um caso absolutamente extraordinário e único, Sr. Wilson.

[...]– É óbvio que o Sr. Wilson já foi operário,

viajou em na- vios, esteve na China e tem escrito muito ultimamente.

– Extraordinário! – exclamou o Sr. Wilson. – Como descobriu tudo isso a meu respeito, Sr. Holmes? De fato, comecei na carreira como carpinteiro a bordo de um navio mercante.

– Suas mãos – respondeu Holmes. – Sua mão direita é bem maior que a esquerda. O senhor deve tê-la usado bastante e por isso os músculos estão mais desenvolvidos.

– E quanto à China? Poderia ter viajado para qualquer parte.– O senhor tem um peixe tatuado logo acima do pulso direito e

esse trabalho só pode ser chinês. Li tudo a respeito de tatuagens e apenas na China existe a delicada tinta cor-de-rosa para colorir esse desenho.

[...]

DOYLE, Arthur Conan. Sherlock Holmes: casos extraordinários. Trad. de Marcia Kupstas. São Paulo: FTD, 2006. p. 43-57.

96 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Sidn

ey E

dwar

d

Page 151: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Um caso elementar • Língua Portuguesa 119

a. Nos contos de enigma há sempre uma história mais antiga à do crime e outra que é a investigação que irá esclarecer o mistério. No conto que você leu, quem conta a histó- ria do crime?

b. Descreva o lugar onde a história se passa.

c. Que sensações o uso do discurso direto desperta no leitor?

d. Qual é a função do travessão nesse texto?

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há mais uma história de enigma, agora do escritor americano de suspense Edgar Allan Poe. Leia o conto “O escaravelho de ouro” e pesquise mais informações sobre esse autor considerado macabro.

Um caso elementar • Unidade 5 97

Conecte-seSugira a leitura do conto proposto e peça aos estudantes que respon- dam: quando o autor escreveu o conto? Por que o escreveu? Qual seu PÚBLICO-ALVO? Há sequência predo- minantemente narrativa, argumen- tativa, descritiva ou dialogal? Jus- tifique. Há existência de pistas que auxiliam a desvendar o mistério? Há conflitos? Quais? Há clímax? Quan- tos e quando ocorrem?

Ao final, solicite que comparem esse conto com A liga dos Cabe- ças-Vermelhas.

DeAg

ostin

i/Get

ty

Page 152: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

120 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 16Para desenvolver a atividade, seria interessante passar o filme O enig- ma da pirâmide (versão de 1985, dirigida por Steven Spielberg), que narra as aventuras iniciais de Sherlock Holmes, quando o jovem detetive conhece John Watson. No filme, eles ainda são adoles- centes e estudam em uma escola PÚBLICA inglesa, sendo nessa épo- ca que Holmes soluciona seu pri- meiro caso. Se não encontrar esse filme, opte por Sherlock Holmes (2009), Sherlock Holmes 2: o jogo de sombras (2011) ou, ainda, ou- tro filme que aborde um enigma e seja adequado à faixa etária dos estudantes. É importante, além das perguntas propostas na ati- vidade, que você trace um roteiro com questionamentos, para que prestem atenção aos detalhes da história. Pode-se parar a exibição do filme a cada 20 minutos para retomar o que foi assistido e fazer previsões sobre a sequência da história. Compare ainda as carac- terísticas da história do filme com as das histórias lidas na unidade.

16 Você vai assistir a um filme que seu professor escolheu. Ao final, em duplas, discutam as perguntas.

a. Qual é o conflito?

b. Qual é o clímax?

c. Qual é o enigma?

d. Você conseguiu desvendar o enigma? Como?

e. Há clima de suspense? Como ele é criado?

f. Você acha que a história de enigma envolve mais quando é retratada em livro ou em filme? Por quê?

98 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 153: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

121Um caso elementar • Língua Portuguesa

17 Retome o conto que você e seu colega escreveram na atividade 4. Faça uma autoavalia- ção do seu texto, preenchendo o quadro.

Atividade 17Leia os itens avaliativos para a classe, orientando os estudantes para seu significado e a impor- tância desses critérios para uma análise consistente. Saliente o que pode ser feito para melhorar os contos que não estiverem adequa- dos ao gênero.

Um caso elementar • Unidade 5 99

Sim Não Como podemos melhorar?

O texto está em discurso direto?

Há motivos e meios para o

criminoso cometer o crime?

As pistas foram bem

apresentadas na hora da conclusão

do enigma?

Há pistas falsas?

O clímax surpreende o leitor ao final?

O texto mantém clima de suspense?

Page 154: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Avançar

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender122

Orientações didáticas

Atividade 18Os aspectos a serem revisados re- tomam a estrutura do texto: foco narrativo, narrador, enredo e des- fecho. É importante que os estu- dantes leiam seus textos após o preenchimento da tabela. Dessa forma, pode-se analisar melhor os problemas de coerência no enredo. Peça também que retomem o títu- lo dado para decidir mantê-lo ou trocá-lo. Caso ainda não o tenham feito, este é o momento para criar um bom título. Solicite que cada integrante da dupla pense em um título diferente e que depois eles digam se gostaram ou não do tí- tulo do colega e por quê. É impor- tante que você recolha essa versão produzida por eles após a autoa- valiação, indique algumas corre- ções e faça sugestões para edição na próxima atividade.

Para ilustrar o conto, proponha aos estudantes que observem livros que contenham contos de enig- ma para repertoriar a criação da ilustração de seus próprios textos. Diga que ela pode ser desenhada por eles ou produzida por meio de colagem. Como os estudantes já trabalharam com o gênero tex- tual história em quadrinhos no 6o

ano, se julgar conveniente, soli- cite que eles façam uma HQ ani- mada do conto que produziram, seguindo o modelo do segundo

Proponha aos estudantes que investiguem escritores brasileiros que escreveram contos de enigma, leiam uma de suas histórias e façam uma sinopse dela para contar para a turma, instigando os colegas a buscar o conto para ler também. É importante, ao contar a sinopse, não deixar clara a solução do mistério, pois assim os colegas não se interes- sarão pela história completa.

18 Compare seu quadro com o do colega que escreveu o texto com você. Se julgarem ne- cessário, reescrevam-no e entreguem a ÚLTIMA versão ao seu professor. Lembrem-se de revisar ortografia, paragrafação, uso de MAIÚSCULAS e pontuação. Pensem também no PÚBLICO-ALVO do seu conto de enigma. Além disso, produzam uma ilustração para com- plementar a história.

Saiba mais

Livros:AS AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMESAutor: Arthur Conan Doyle Editora: Zahar

Publicada em 1892, As aventuras de Sherlock Holmes é uma coletânea de 12 histórias do detetive mais famoso do mundo e seu fiel amigo, Dr. Watson.

ASSASSINATO NO EXPRESSO ORIENTEAutora: Agatha Christie Editora: Saraiva de Bolso

Viajando no luxuoso Expresso do Oriente, o detetive Hercule Poirot, criado por Agatha Christie, é abordado por um americano desesperado que teme pela própria vida. Tempos depois, ele é encontrado morto, e o famoso detetive belga começa a reunir as pistas que o levarão ao assassino. No fim, uma surpresa: Poirot apresenta duas geniais soluções para o crime.

Filme:O ENIGMA DA PIRÂMIDEDireção: Barry Levinson EUA, 1985, 129 min.

O filme narra as aventuras de Sherlock Holmes em seu primeiro caso. Ele conta com a ajuda do colega de escola, Watson, para desvendar as mortes de pessoas que sofrem alucinações após serem atingidas por um dardo. Mesmo ainda jovem, Holmes já demonstra sua famosa perspicácia.

Film

e de

Bar

ry

L&PM

Ed

itora

Page 155: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Um caso elementar • Língua Portuguesa 123

vídeo sugerido na atividade 5. Agende a socialização dos textos, promovendo um dia de “conta- ção” de histórias, seja oralmente, mostrando as ilustrações, seja por meio do vídeo da HQ.

O que aprendi sobre...Organize os estudantes em grupos com, no máximo, seis componen- tes, para discutirem sobre as ques- tões propostas. Certifique-se de que todos contribuam e, ao final das discussões em grupo, solicite que compartilhem sua conclusão com toda a turma.

Um caso elementar • Unidade 5 101

O que aprendi sobre...O gênero textual conto de enigma está muito presente nas séries de TV, com seus detetives inteligentes às voltas com várias pistas para analisar a fim de desvendar um crime.

Converse com um colega sobre seriados de TV que vocês conhecem. Ao fazerem isso, comparem os contos que leram com essas séries de TV. Anotem no caderno as diferenças e semelhanças, considerando os seguintes aspectos:

• Temporalidade: as épocas em que as histórias acontecem.

• Tema: os temas são atuais em nossa sociedade?

• Tecnologia: que meios os detetives têm à sua disposição para ajudá-los a desvendar o crime?

anot

açõ

Page 156: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender124

Unidade 5

Para saber mais...

Livros:TEORIA DO CONTOAutora: Nadia Battella Gotlib Editora: Ática

Este livro apresenta elementos teóricos e exemplos para a compreensão das carac- terísticas comuns das histórias classificadas como contos. A autora destaca o percurso do conto – desde suas origens remotas até sua afirmação como gênero literário – e mostra a maneira como grandes escritores e contistas flagraram a vida cotidiana de sua época.

NARRATIVA DE ENIGMAAutora: Jacqueline Peixoto Barbosa Editora: FTD

Este volume da coleção “Trabalhando com os Gêneros do Discurso” adentra no fascinante mundo dos romances policiais, que tantos leitores têm pelo mundo todo. Por meio de atividades de leitura, escrita e análise linguística, pretende-se que o aluno descubra o prazer com esse tipo de literatura e, ao mesmo tempo, amplie seu universo de produção textual.

[S.I.

]/Edi

tora

[S

.I.]/E

dito

ra

Page 157: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

125A arte nos palcos • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 6A arte nos palcos

1. Argumentar, com base em suposições, fatos e conceitos, a respeito de um ponto de vista oralmente e/ou por escrito.

4. Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de produção, considerando o grau de formalidade requerido pelo gênero textual e utilizando recur- sos extralinguísticos em favor do discurso (gestos, expressões faciais, postura etc.).

7. Identificar e compreender o uso de recursos estilísticos e expressivos intencional- mente registrados pelo autor.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do siste- ma de representação da língua escrita.

12. Localizar informações explícitas e inferir informações implícitas no texto, ex- plicando-as.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.14. Opinar com clareza e coerência, oralmente e/ou por escrito, sobre o texto em estudo.16. Posicionar-se oralmente com autonomia, respeito e criticidade, obedecendo aos

turnos de fala.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acor-

do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

19. Compreender e distinguir as marcas das variantes linguísticas orais e escritas (de espaço físico, grupo social, faixa etária, grupos profissionais etc.), comparando-as à variante-padrão da língua portuguesa.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

Page 158: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

Roda de conversa

lo para lerem a informação sobre as imagens e observá-las, visando

e relações entre o texto imagético e sua interface com o texto verbal. Promova uma discussão e faça-os observar os elementos constituti- vos gerais, como a arquitetura de arena – complemente esse con- ceito com a segunda imagem da Arena. Chame atenção particular- mente para a disposição dos artis- tas e da plateia, os elementos no palco, como iluminação e cenário, atribuindo-lhes a devida impor- tância como um complemento da peça que está sendo encenada. Após perguntar quais peças de teatro os estudantes conhecem, questione-os se preferem ler, as- sistir, contar, encenar ou ouvir uma história e por quê. Para iden- tificar entre eles quais preferem a atuação e quais dão preferência a outras funções na organização do teatro, questione se eles gostam de ser a plateia ou os atores. Na finalização da atividade, pergunte se eles já foram ao teatro, se gos- taram, à qual peça assistiram etc. Ao final, pode-se ainda explorar as habilidades sociais desenvolvidas por meio do teatro, como: apren- der a ouvir, ordenar opiniões, res- peitar a diferença, cooperar etc.; assim como habilidades mentais:

UNIDADE

6 A arte nos palcos

mobilização da imaginação, per- 102 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Esta unidade enfoca o gênero peça teatral, que também pode ser chamado de texto dramático. Um dos gêneros mais antigos da história, a tradição clássica conduziu-o a dois gêne- ros distintos: a tragédia e a comédia. Com o passar do tempo outros gêneros ganharam importância, como é o caso do drama e da tragicomédia (que mistura elementos de ambos) ou outros muito diferentes na forma, como o sainete, os milagres, entre outros. Ressalte para os estudantes que o teatro é uma manifes- tação

artística muito antiga e tem suas origens nas sociedades

Aldo

Pav

an/G

etty

Page 159: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

primitivas, onde tinha função ritualística. Informe que na Grécia antiga, por exemplo, a tragédia e a comédia eram manifestações artísticas encenadas em festivais para celebrar deuses. Comente que no teatro grego todos os papéis eram representados por homens, uma

vez que a mulher não podia participar. Além disso, os escritores das peças eram responsáveis também por todos os estágios da produção.

Após o teatro grego, há o romano, que se baseou primordial- mente em seu antecessor, mas trouxe algumas inovações, entre

Page 160: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A Arena de Verona foi construída na Itália pelos romanos, no ano 30 a.C., e ainda hoje é um dos monumentos mais preservados da história da humanidade. Com capacidade para 20 mil espectadores, lá ainda são feitas apresentações de teatro, ópera, balé e shows musicais. Antes mesmo dos romanos, o teatro já era importante na Grécia antiga, que considerava as artes cê- nicas um meio de aproximação entre a realidade e o imaginário.

cepção, emoção, interação, memó- ria e raciocínio.

Para que os estudantes tenham acesso a diversas obras teatrais, solicite que consultem a biblioteca da escola ou acessem a internet. Seria interessante realizar excur- sões ao teatro para que possam expandir as discussões realizadas na unidade e o conceito a respeito do gênero.

Como o teatro é uma forma ri- quíssima de manifestação artísti- ca, esta é uma oportunidade para criar nos estudantes o apreço por teatro. Se possível, leve-os a uma apresentação teatral que pode ser escolhida em parceria com o professor de Arte. Inclua em sua rotina a socialização de leitura de guias culturais com resenhas de espetáculos teatrais em cartaz e também rodas de conversa a res- peito de espetáculos assistidos.

Roda de conversa

• Descreva as imagens que abrem a unidade.• Que relação existe entre o palco, os artistas e o PÚBLICO?• Que apresentação artística pode estar ocorrendo ali?• Trata-se de uma apresentação de tempos atrás ou que acontece atualmente?• Que peças de teatro você conhece?

A arte nos palcos • Unidade 6 103

elas a utilização de máscaras; assim, um mesmo ator poderia interpretar diversos papéis. Se julgar necessário, sugira uma pesquisa sobre o teatro grego para uma perspectiva histórica da concepção desse gênero.

Uma das obras selecionadas para o estudo do gênero textual é a peça Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado; apesar de ser um título direcionado aos estudantes mais novos, existem análises mais profundas a serem feitas com base em indícios do texto.

Os estudantes também trabalharão com questões estrutu- rais do texto, como a análise dos comentários inseridos para a

organização da peça; a estrutura textual: fatos, personagens e enredo representado; a divisão em atos ou cenas; a caracteri- zação do cenário, que corresponde ao lugar onde ocorre a ação das personagens; a identificação das personagens antes de suas falas, apresentando rubrica de interpretação e de movimento. Pode-se ampliar esse trabalho, ressaltando que a linguagem é utilizada de acordo com as personagens e as variedades linguís- ticas. Destaque marcas linguísticas, como: discurso direto e cita- ção, tipos textuais, uso dos parênteses, tempos verbais e sinais de pontuação.

Mass

imo

Sest

ini\M

onda

dori

Portf

olio

via

Page 161: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender128

Orientações didáticas

Atividade 1Leia o texto em voz alta, mudando a entonação de acordo com a ru- brica do autor e a fala das perso- nagens. Esclareça aos estudantes que rubricas são marcas impor- tantes do gênero, pois, ao mesmo tempo que orientam a leitura do texto, contextualizam o enredo (quais são as personagens – nem sempre precisam ter nome, como é o caso desse exemplo –, o espaço e a época da história).

Você sabia?A peça teatral (texto dramático), segundo o Dicionário de gêneros textuais, é um “texto escrito ou encenado em que os diálogos são os que melhor imitam as situa- ções reais. Nelas, as personagens conversam entre si para dar ao espectador a sensação de estar dentro da cena. Na peça de teatro não existe a figura do narrador, apenas os diálogos e as rubricas, que orientam o leitor ou o diretor sobre a montagem da cena, o figu- rino usado pelos personagens e a entonação da voz, por exemplo. A maneira como as coisas são ditas permite ao leitor fazer inferências sobre as características de cada personagem e compreender os conflitos da trama”.

Atividade 2Antes de dar início à atividade, faça um comentário sobre a ima- gem da peça Andromaque, que, mesmo sendo uma história que se passa no século XVII, continua

Desafio1 Leia a peça de teatro de Douglas Daronco e indique os diálogos e as rubricas.

Mulher arruma mesa para o chá da tarde. A campainha toca. Ela atende, Outra entra. Olham-se em silêncio, se abraçam.

Mulher – Que bom que você veio. Senti tanto sua falta!

Outra – Eu também. Achei que queria ficar sozinha por um tempo, mas a vida conti- nua, não é mesmo?

Mulher – A vida continua...

Separam-se e se olham de mãos dadas.

DARONCO, Douglas. A teia. NÚCLEO de dramaturgia do SESI. Disponível em:

<http://www.sesipr.org.br/nucleodedramaturgia/uploadAddress/TEIA[33499].pdf>.Acesso em: 1o set. 2015.

Você sabia?O texto dramático estrutura uma peça teatral: uma história cujos diálogos são acompanha- dos pelas indicações de como os atores devem se movimentar e interpretar. Essas indicações são chamadas de rubricas.

2 Forme um grupo de acordo com a orientação de seu pro- fessor. Conversem sobre as histórias que já leram até hoje, dentro ou fora da escola, e escolham uma para es- creverem a versão teatral do seu início.

Cena de Andromaque, peça do dramaturgo francês Racine (1639-1699), encenada na Comedie Française, Paris, em 2013.

104 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

a ser encenada. Incentive os estudantes a formarem grupos com no máximo cinco componentes ou, de acordo com o tex- to escolhido, a formarem duplas. A adequação à comanda desta atividade dependerá da escolha do texto. Coloque na lousa alguns critérios a serem considerados no momento de

produção do texto: 1. Rubrica (indicando os movimentos e as emoções); 2. Características das personagens; 3. Que ação do texto será desenvolvida; 4. Linguagem das personagens adequada à situação comunicativa (considerar as variantes linguísticas).

Encarte 6

Chris

toph

e Ra

ynau

d

Page 162: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

129A arte nos palcos • Língua Portuguesa

3 Você lerá um trecho da peça de teatro Quem casa, quer casa, de Martins Pena. Trata-se da visão humorística do autor em apenas um ato sobre o antigo ditado popular que lhe serve de título. A história se desenvolve a partir do casamento do casal de filhos de Dona Fabiana com os de Anselmo. Então, a confusão se arma, pois eles não se enten- dem e não param de brigar. Ao lê-la, pense no sentido desse ditado e nos diferentes significados com que a palavra “casa” é empregada.

Quem casa, quer casa

Provérbio em 1 ato

PERSONAGENS

Nicolau, marido de

Fabiana, mãe de

Olaia e

Sabino

Anselmo, pai de

Eduardo, irmão de

Paulina

Dois meninos e um homem

A cena passa-se no Rio do Janeiro, no ano de 1845.

ATO ÚNICO

Sala com uma porta no fundo, duas à direita e duas à esquerda; uma mesa com o que é necessário para escrever-se, cadeiras etc.

CENA I

Paulina e Fabiana. Paulina junto à porta da esquerda e Fabiana no meio da sala mostram-se enfurecidas.

Paulina (batendo o pé) – Hei de mandar!...

Fabiana (no mesmo) – Não há de mandar!

Paulina (no mesmo) – Hei de e hei de mandar!...

Fabiana – Não há de e não há de mandar!...

Paulina – Eu lhe mostrarei. (Sai.)

Atividade 3Antes de os estudantes lerem o texto, faça um breve comentário sobre Martins Pena e a importân- cia dele para a literatura ao conso- lidar o teatro brasileiro com as co- médias de costumes. Com base no título, pergunte aos estudantes o que eles sugerem e o que eles supõem sobre o desenrolar da his- tória. Solicite que sublinhem as palavras que não conhecem, pres- tem atenção aos aspectos descri- tivos e observem se há narração. Após a leitura, retome o tema a partir do título para verificar se as expectativas levantadas antes da leitura foram satisfeitas ou frus- tradas. Como o texto não vai até o fim, incentive-os a imaginaremo final e contarem-no oralmentepara os colegas. Faça comentários sobre as rubricas, os diálogos ou o comportamento das personagens. À medida que o fizer, anote na lousa esses aspectos. Solicite aos estudantes que façam uma se- gunda leitura do texto, mas agora em voz alta e com atenção à ento- nação de voz.

Incentive os estudantes a pesqui- sarem outros textos de Martins Pena, tais como Juiz de paz na roça, O noviço etc.

A arte nos palcos • Unidade 6105

anot

açõ

Page 163: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

130 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Fabiana – Ai, que estalo! Isto assim não vai longe......Duas senhoras a manda-rem em uma casa.....é o inferno! Duas senhoras? A senhora aqui sou eu; esta casaé de meu marido, e ela deve obedecer-me, porque é minha nora. Quer também dar ordens; isso veremos...

Paulina (aparecendo à porta) – Hei de mandar e hei de mandar, tenho dito! (Sai.)

Fabiana (arrepelando-se de raiva) – Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher para a minha casa. É isto constantemente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa. Já não posso, não posso, não posso! (Batendocom o pé:) Um dia arrebento, e então veremos! (Tocam dentro rabeca.) Ai, que lá está o outro com a maldita rabeca. É o que se vê: casa-se meu filho e traz a mulher paraminha casa. É uma desavergonhada, que se não pode aturar. Casa-se minha filha,e vem seu marido da mesma sorte morar comigo É um preguiçoso, um indolente,que para nada serve. Depois que ouviu no teatro tocar rabeca, deu-lhe a mania para aí, e leva todo o santo dia – vum, vum, vim, vim! Já tenho a alma esfalfada. (Gritando para a direita:) Ó homem, não deixarás essa maldita sanfona? Nada! (Chamando:) Olaia! (Gritando:) Olaia!

CENA II OLAIA e FABIANA

Olaia (entrando pela direita) – Minha mãe?

Fabiana – Não dirás a teu marido que deixe de atormentar-me os ouvidos com essa infernal rabecada?

Olaia – Deixar ele a rabeca? A mamãe bem sabe que é impossível!

Fabiana – Impossível? Muito bem!..

Olaia – Apenas levantou-se hoje da cama, enfiou as calças e pegou na rabeca – nem penteou os cabelos. Pôs uma folha de música diante de si, a que ele chama seu Trêmolo de Bériot, e agora verás – zás, zás! (Fazendo o movimento com os braços.) Com os olhos esbugalhados sobre a música, os cabelos arrepiados, o suor a correr em bagas pela testa e o braço num vaivém que causa vertigens!

Fabiana – Que casa de Orates é esta minha, que casa de Gonçalo!

Olaia – Ainda não almoçou, e creio que também não jantará. Não ouve como toca?

Fabiana – Olaia, minha filha, tua mãe não resiste muito tempo a este modo de viver...

Olaia – Se estivesse em minhas mãos remediá-lo...

106 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 164: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 131

Fabiana – Que podes tu? Teu irmão casou-se, e como não teve posses para botar uma casa, trouxe a mulher para a minha. (Apontando:) Ali está ela para meu tormen- to. O irmão dessa desavergonhada vinha visitá-la frequentemente; tu o viste, namo- ricaste-o, e por fim de contas casaste-te com ele... E caiu tudo em minhas costas! Irra, que arreio com a carga! Faço como os camelos...

Olaia – Minha mãe!

Fabiana – Ela, (apontando) uma atrevida que quer mandar tanto ou mais do que eu; ele, (apontando) um mandrião romano, que só cuida em tocar rabeca, e nada de ganhar a vida; tu, uma pateta, incapaz de dares um conselho à boa joia de teu marido.

Olaia – Ele gritaria comigo...

Fabiana – Pois grita tu mais do que ele, que é o meio das mulheres se fazerem ouvir. Qual histórias! É que tu és uma maricas. Teu irmão, casado com aquele demô- nio, não tem forças para resistir à sua língua e gênio; meu marido, que como dono da casa podia pôr cobro nestas coisas, não cuida senão na carolice: sermões, terços, procissões, festas, e o mais disse, e sua casa que ande ao Deus dará... E eu que pague as favas! Nada, nada, isto assim não vai bem; há de ter um termo... Ah!

CENA IIIEduardo e as ditas. Eduardo, na direita baixa, entra em mangas de camisa,

cabe- los grandes muito embaraçados, chinelas, trazendo a rabeca.

Eduardo (da porta) – Olaia, vem voltar a música.

Fabiana – Psiu, psiu, venha cá!

Eduardo – Estou muito ocupado. Vem voltar a música.

Fabiana (chegando-se para ele e tomando-o pela mão) – Fale primeiro comigo.

Tenho muito que lhe dizer.

Eduardo – Pois depressa, que me não quero esquecer da passagem que tanto me custou a estudar. Que música, que trêmolo! Grande Bériot!

Fabiana – Deixemo-nos agora de Berliós e tremidos, e ouça-me.

Eduardo – Espere, espere; quero que aplauda e goze um momento do que é bom e sublime; assentem-se. (Obriga-as a sentarem-se e toca rabeca, tirando sons extrava- gantes, imitando o Trêmolo.)

Fabiana (levantando-se enquanto ele toca) – E então? Pior, pior! Não deixará esta infernal rabeca? Deixe, homem! Ai, ai!

Olaia (ao mesmo tempo) – Eduardo, Eduardo, deixa-te agora disso.

Portal educacionalPara ampliar o trabalho com o texto teatral, você pode fazer login no endereço <http://www. sesieducacao.com.br/publico/> e acessar o link <http://www. sesieducacao.com.br/planejamento. php?id=24419> (acessos em: 13 nov. 2015), onde há um planeja- mento para levar os estudantes a conhecerem o processo de adapta- ção de um texto em prosa para um texto teatral.

É possível encontrar a proposta também pelo título ADAPTAÇÃO TEATRAL E LEITURA DRAMÁTICA.

A arte nos palcos • Unidade 6107

Page 165: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

132 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 4Peça aos estudantes que respon- dam as questões sobre o texto em duplas. No momento da correção, é importante que se faça a discus- são de cada item para que perce- bam as respostas adequadas. Elas devem se aproximar de: a. infor- mações sobre o NÚMERO de atos que dividem a peça (nesse caso ela não é dividida, mas apresenta- da em apenas um ato), o lugar e o tempo em que a história se passa e as personagens; b. em 1845, no Rio de Janeiro; c. lembre os estu- dantes de que, no trecho lido, nem todas as personagens aparece- ram ainda. Considere a indicação do autor: Nicolau, Fabiana, Olaia, Sabino, Anselmo, Eduardo, Pauli- na, dois meninos e um homem; d. Fabiana: a mãe; pois o conflito que será desenvolvido na história gira em tono dela. Mesmo a peça de te- atro estando em seu início, é pos- sível perceber a força da persona- gem principal, assim como o papel do seu antagonista, Eduardo; e. a mãe e a nora querem mandar na casa; f. a disputa entre duas mu- lheres faz parte do cotidiano. Cha- me a atenção para o fato de que sogra e nora não se darem bem é algo histórico em várias socieda- des do mundo.

Não vês que a mamãe se aflige? Larga o arco. (Pega na mão do arco e forceja para o tirar.)

Fabiana – Larga a rabeca! Larga a rabeca! (Pegando na rabeca e forcejando.)

Eduardo (resistindo e tocando entusiasmado) – Deixem-me, deixem-me acabar, mulheres, que a inspiração me arrebata... Ah... ah... (Dá com o braço do arco nos peitos de Olaia e com o da rabeca nos queixos de Fabiana, isto tocando com furor.)

Olaia – Ai, meu estômago!

Fabiana (ao mesmo tempo) – Ai, meus queixos!

Eduardo (tocando sempre com entusiasmo) – Sublime! Sublime! Bravo! Bravo!

Fabiana (batendo o pé, raivosa) – Irra!

Eduardo (deixando de tocar) – Acabou-se. Agora pode falar.

Fabiana – Pois agora ouvirá, que estou cheia até aqui... Decididamente já não o posso nem quero aturar.

Olaia – Minha mãe!

Eduardo – Não?

Fabiana – Não e não, senhor. Há um ano que o senhor casou-se com minha filha e ainda está às minhas costas. A carga já pesa! Em vez de gastar as horas tocando rabeca, procure um emprego, alugue uma casa e fora daqui com sua mulher! Já não posso com as intrigas e desavenças em que vivo, depois que moramos juntos. É um inferno! Procure casa, procure casa... Procure casa!

[...]

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000146.pdf>. Acesso em: 1o set. 2015.

4 O texto teatral que você leu é uma comédia de costumes. Responda:a. Que informações sobre o texto são dadas ao leitor?

b. Quando e onde se passa a história?

108 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 166: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 133

c. Que personagens estão em cena?

d. Quem é a personagem principal? Por que chegou a essa conclusão?

e. A partir de que fato o enredo começa a se desenrolar?

f. Por que a ação inicial já nos faz perceber que esse texto é uma comédia de costumes?

Cada parte de uma peça teatral é chamada de Ato. Ele contém um ciclo completo de ações e se separa do outro por meio de um intervalo. Ato, por sua vez, é dividido em Quadro – quando o cenário muda – e Cena, com tempo de duração menor que os dois anteriores.

5 A palavra rabeca, repetida no texto mais de uma vez, refere-se a um instrumento mu- sical medieval que foi o precursor do violino.

a. O desconhecimento do significado dessa palavra prejudicou a compreensão do texto? Explique.

b. Que pista o texto nos dá para supormos que esse instrumento é de corda?

Atenção!Comente com os estudantes que as características apresentadas são de um texto dramático e, se julgar conveniente, ilustre os conceitos com a própria peça de Martins Pena ou com um trecho de um filme.

Atividade 5Solicite aos estudantes que reto- mem o trecho do texto no qual a palavra aparece, a fim de respon- derem às questões. Em seguida, diga que comparem as respostas em duplas. No item a, espera-se que respondam negativamente; no item b, eles devem se remeter ao trecho “Larga o arco” no diálo- go e “arco”, de forma repetida, na rubrica. Somente instrumentos de corda utilizam esse elemento para

A arte nos palcos • Unidade 6 109 produzir o som.

Ate

nçã

Page 167: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender134

Orientações didáticas

Atividade 6Verifique se os estudantes com- preendem que os pontilhados indicam que a personagem está pensando no que vai dizer ou he- sitando, pois ainda não sabe ao certo se deve ou não dizê-lo. As in- dicações entre parênteses no meio das falas das personagens orien- tam os atores e o diretor.

Atividade 7Os estudantes devem responder que os fatos são apresentados por meio das rubricas e das falas e que sabemos quem é quem nos diálo- gos porque o nome das persona- gens aparece antes de toda fala.

Atenção!Seria interessante exemplificar “diálogo”, “monólogo” e “apar- te” com trechos de peças tea- trais em vídeo, assim os estu- dantes poderão entender melhor a construção do enredo. Você encontra um exemplo de diálo- go em <https://www.youtube. com/watch?v=GOTNpP3W8H8>, com trecho da peça Eles não usam black tie; de monólogo em <https://www.youtube.com/ watch?v=kJjNNzVRmkM>, com trecho da peça O menino mais rico do mundo; e de aparte em<https://www.youtube.com/ watch?v=UDpP10UoxW4> (aces- sos em: 9 nov. 2015), com trecho da peça O mentiroso, de Goldoni. Apresente os trechos até ficar claro o modo como as persona- gens expressam a fala. Apro- veite para explorar as variantes linguísticas utilizadas por elas, comparando-as à norma-padrão da língua portuguesa.

6 Explique o significado dos pontilhados em: “Ai, que estalo! Isto assim não vai longe... .”e dos parênteses em: “(Fazendo o movimento com os braços.)”.

7 Ao ler o texto, mesmo não havendo narrador, temos a impressão de que a história se passa na nossa frente.a. Como os fatos são apresentados na história?

b. Como sabemos quem são as personagens dos diálogos?

Não há narrador no texto dramático (hoje em dia isso já está mudando, pois há autores que introduzem uma narração em off – quando apenas a voz é ouvida). Dessa forma, o enredo é construído pela fala das personagens, que podem se expressar por meio de um:

• diálogo: conversa entre duas ou mais pessoas;

• monólogo: apenas uma pessoa fala, não há interlocutor no texto;

• aparte: quando a personagem se dirige diretamente ao PÚBLICO.

110 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Ate

nçã

Page 168: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 135

8 Leia o texto sobre Martins Pena e responda à questão.

“Além de fundador da comédia de costumes no Brasil, escreveu outros gêneros como farsas e dramas e contribuiu no Jornal do Commercio como crítico teatral”. (...)

Suas peças brincavam com os costumes na época do rei, com personagens populares, como que tiradas das ruas do Rio de Janeiro e colocadas no papel: malandros, moças com ânsias em casar, juízes, estrangeiros, jovens pomposos, velhas solteiras, funcionários pú- blicos, meirinhos, contrabandistas, etc. O âmbito social e os enredos escolhidos por Mar- tins Pena também refletiam os da época, casamentos, festas na roça, festas da cidade, de- cisão de herança, pagamento de dotes, e assim por diante.”

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/literatura/martins-pena.htm>. Acesso em: 15 jun. 2014.

• Que influência essa afirmação sobre a vida e a obra de Martins Pena tem sobre o leitor no que diz respeito ao entendimento e à apreciação do texto?

9 Leia agora dois textos: uma pequena crítica sobre a peça de teatro infantil Pluft, o fan- tasminha, e o prólogo dela. Durante a leitura, observe a estrutura dos dois textos: que diferenças você consegue perceber?

Atividade 8Chame um voluntário para ler o texto em voz alta e diga aos ou- tros que fiquem atentos. Solicite que respondam à questão, que pretende despertar no estudante o olhar para a importância da con- textualização no momento da re- cepção da obra. Faça a socialização das ideias levantadas pela turma. Espera-se que percebam que todo produtor de texto trabalha com as ideias de seu tempo e da socieda- de em que vive.

A arte nos palcos • Unidade 6111

anot

açõ

Ivan

Edito

ra M

artin

Page 169: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

“Mamãe, gente existe?” – quando Pluft, o fantasminha, fez essa pergunta pela pri- meira vez, em 1955, no palco do Tablado, no Rio de Janeiro, o teatro para crianças no Bra- sil ganhou o seu grande clássico. A peça, que o tempo consagraria como a obra-prima de Maria Clara Machado, alcançou sucesso imediato de PÚBLICO e crítica e recebeu os prêmios de melhor espetáculo amador e de melhor autor, concedidos pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1956.

[...]

1 ATO

PERSONAGENSSebastião Julião JoãoMãe Fantasma Pluft, o fantasminha

Gerúndio, tio do PluftPerna de Pau, marinheiro pirataMaribel, menina

136 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 9Leve os estudantes a perceberem o significado do prólogo de Pluft,o fantasminha e a explicação que se segue no início do ato ÚNICO, bem como a importância das in- formações contidas nele. Reforce com eles que uma peça pode ser dividida em atos que, por sua vez, podem ser divididos em cenas; e, no caso dessa peça, há somente um ato. Solicite que eles compar- tilhem as diferenças percebidas na estrutura dos dois textos.

Pluft, o fantasminha

Texto 1ACPT. Pluft, o fantasminha: um clássico do teatro infantil brasileiro. Associação Centro de

Pesquisa Teatral. Disponível em: <http://www.acpt.com.br/?pg=galeria&id=5>. Acesso em: 30 dez. 2014.

Texto 2

112 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Acer

vo M

emór

ia O

Page 170: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 137

A arte nos palcos • Unidade 6 113

PRÓLOGO

O prólogo se passa à frente da cortina. Pela esquerda surgem os 3 marinheiros ami- gos, meio bêbados, cantando. O da frente é Sebastião, o mais corajoso. Leva um toco de vela aceso ou um lampião. Segue-se Julião, segurando um mapa. Deve-se ouvir a canção antes de avistá-los.

Ainda era uma

criança, Quando

saiu para o mar A

aprender a navegar

O Capitão Bonança!

Depois morreu no

mar, Deixou de

navegar.

Onde está a

herança Do Capitão

Bonança!?

Quando aparecem no palco, devem estar acabando o canto.

Sebastião – Deve ser aqui! Veja o mapa, Julião!

Julião – Veja você, Sebastião. (Troca o mapa pela vela do Sebastião.)

Sebastião – É melhor o João ver; João é o encarregado do mapa. (Troca a garrafa com João e bebe um traguinho. Fazem várias vezes este jogo de trocar.)

João (Com o mapa) – Uma casa perdida na areia branca perto do

mar verde... Deve estar por perto... Pega na luneta, Julião.

Julião (Olhando pelo gargalo da garrafa) – Estou vendo um mar calmo com algu- mas ondinhas brancas.

Sebastião – Então vamos!

João (Desanimado) – Já andamos muito! Pobre Maribel!

Julião – Pobre Maribel!

Sebastião – Pobre Maribel!

(Os três se abraçam e sentam-se no chão.)

Sebastião (Levantando-se) – Precisamos salvar a neta do nosso grande

Page 171: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Todos – Vivaaaa!

Sebastião (Para Julião) – Vamos!

Julião (Para João) – Vamos!

João (Para alguém imaginário que o segue) – Vamos!

(Os três recomeçam a cantar e saem pela direita, descendo o

proscênio.) Fim do prólogo

Ato único

Cenário

Um sótão. À direita, uma janela dando para fora de onde se avista o céu. No meio, encostado à parede do fundo, um baú. Uma cadeira de balanço. Cabides onde se veem, pendurados, velhas roupas e chapéus. Coisas de marinha. Cordas, redes. O retrato vela- do do capitão Bonança. À esquerda, a entrada do sótão.

Ao abrir o pano, a Senhora Fantasma faz tricô, balançando-se na cadeira, que range compassadamente. Pluft, o fantasminha, brinca com um barco. Depois larga o barco e pega uma velha boneca de pano. Observa-a por algum tempo.

[...]

Orientações didáticas

Atividade 10Segundo o dicionário Aurélio, pró- logo é: “[...] 2. Teat. A primeira parte, dialogada, da tragédia, no antigo teatro grego. 3. Teat. Cena introdutória, onde, em geral, se oferecem dados elucidativos do enredo da peça. [...]”. Há um vo- cabulário que pode ser trabalhado com os estudantes no que se re- fere ao teatro. Segue uma lista de palavras para ser usada aos pou- cos e, ao final, pode-se elaborar um glossário.

Ato: parte de uma peça teatral que corresponde a um ciclo de ação completo; separa-se dos demais por um intervalo e é, por sua vez, subdividido em quadros e cenas. Cena: na dramaturgia clássica, a menor divisão de uma peça; toda vez que entra ou sai uma perso- nagem, a cena passa a ser outra. Cenário: conjunto de elementos plásticos que decoram e delimi- tam o espaço cênico. Espaço: em um texto de uma peça teatral, há dois tipos de espaço: o cênico e o dramático. O espaço cênico é constituído por elementos presen- tes no palco durante a encenação, podendo ser bastante simples ou mais elaborado. O espaço dramá- tico é o local onde se passa a his- tória. O autor costuma fornecer informações sobre esses cenários nas rubricas ou mesmo nos diálo- gos. Mutação: transformação total ou parcial do cenário, no desenro- lar de uma cena ou no final de um quadro ou de um ato. Peça: texto escrito para ser encenado; a ence-

MACHADO, Maria Clara. Pluft, o fantasminha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1955. p. 1-34.

10 Assinale a alternativa correta.

Prólogo é:

(A) cena ou monólogo inicial em que se expõe o tema da obra teatral para orientar o espectador.

(B) monólogo feito pela primeira personagem a entrar em cena para agradecer ao PÚBLICO.

(C) cena final, em que se concluem as ações das personagens principal e secundária.

(D) cena ou diálogo que aparecem na rubrica do texto teatral para orientar os atores.

(E) a parte principal do palco; o espaço utilizado para representação.

11 Que importância o texto 1 da atividade 9 tem para o espectador de teatro?

114 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

nação desse texto pode se dividir em atos, quadros e cenas.Quadro: uma das divisões do ato, havendo mudança de qua- dro toda vez que há modificação no cenário. A subdivisão do quadro é a cena. Tempo: o tempo em uma peça teatral também se divide em cênico e dramático. O tempo cênico é a duração da encenação. Um mesmo texto pode ter diferen- tes tempos cênicos, variando de acordo com a montagem, que depende das escolhas do diretor e dos atores. O tempo dramático é o intervalo de tempo no qual se dão os aconte- cimentos da peça. Pode ser um dia, um mês ou mesmo vários

anos. (Adaptado de: CAMPOS, Geir. Glossário de termos téc-nicos do espetáculo. Niterói: EDUFF, 1989. p. 1-159.)

Atividade 11Faça a socialização oral das respostas dos estudantes e veri- fique se eles mencionam que o texto 1 orienta o leitor sobre a importância social da peça, atraindo sua simpatia para o que ele vai assistir. Utilize as respostas mais bem elaboradas pelos estudantes como base para adequar as que não esti- verem de acordo com o contexto.

Page 172: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 173: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

12 Assinale as opções que apresentam dados obtidos apenas com a leitura desse trecho da peça teatral Pluft, o fantasminha.

Os responsáveis pela apresentação desse texto para o PÚBLICO.

O NÚMERO de personagens presentes na história.

As personagens protagonistas.

Como é o cenário.

O conflito principal da peça.

O desfecho do texto.

O epílogo (fim) da história.

13 Agora você lerá o texto completo da peça teatral Pluft, o fantasminha. Depois, respon- da às questões.a. Na peça, a autora Maria Clara Machado aborda um sentimento que apavora a

maioria das crianças sob dois aspectos: o medo de crescer e o medo do outro. Comprove essa afirmação na história.

b. O que torna Pluft diferente dos outros fantasmas?

Você sabia?

Estas máscaras foram criadas na época do teatro clás- sico grego e são utilizadas até hoje como símbolo dos dois primeiros gêneros do texto dramático: a tragédia e a comédia.

Atividade 12Solicite que os estudantes reali- zem a atividade individualmente. Em seguida, organize a turma em duplas e compare as opções es- colhidas por eles. Faça a correção pedindo que justifiquem a escolha dos itens.

Atividade 13Disponibilize aos estudantes o texto integral da peça teatral, en- contrado em <http://www.pilha. vrc.puc-rio.br/pilha6/pdf/pluft. pdf> (acesso em: 9 nov. 2015), ou utilize o laboratório de informáti- ca, a fim de que tenham acesso ao texto. Espera-se que nas questões os estudantes percebam que Pluft seria a personificação dos medos– medo de gente, medo de escola, medo de ler, medo de se expressar etc. Maria Clara Machado trabalha o medo em Pluft não como um ato de covardia que impediria o desenvolvimento do homem, mas com um grande respeito ao medo verdadeiro da criança em seu pro- cesso de crescimento e entendi- mento do mundo, fazendo com que os jovens o encarem como possibilidade de mudança.

A arte nos palcos • Unidade 6 115

Você sabia?Comente com os estudantes que, hoje em dia, o texto dra- mático se organiza nos seguintes estilos: tragédia, em que se representa um fato trágico; comédia, que causa riso; tragico- média, que intercala os dois elementos: o trágico e o cômico; e farsa, que faz uma crítica da sociedade de forma caricatural.

beyh

es/iS

tock

/

Page 174: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender140

Orientações didáticas

Atividade 14Quando as duplas completarem a atividade de localização e compa- ração dos elementos constitutivos do texto teatral, solicite a alguns estudantes que leiam para a clas- se suas conclusões. Verifique se todas as duplas responderam que prevalece o uso do presente do in- dicativo nos textos dramáticos e que esse tempo verbal tem o ob- jetivo de trazer a ação teatral para a realidade atual. Levante outras questões sobre o NÚCLEO temático dos dois textos e leve as duplas a discutirem sobre as perguntas que você propuser. Este momento, em que discutem as percepções do texto, é fundamental para a cons- trução e a ampliação do conheci- mento e para promover a intera- ção entre eles, uma vez que terão que ouvir o outro e se dar conta de como a compreensão de um mes- mo texto pode ser diferente e ao mesmo tempo fazer sentido.

Para debaterPor se tratar de uma atividade de oralidade, durante a discussão, oriente os estudantes a manterem a organização, respeitando os tur- nos da fala e a atitude esperada de quem ouve. Se julgar necessário, anote na lousa as informações que considerar mais importantes dos comentários e depois acrescente outras que achar necessárias, con- firmando ou refutando as informa- ções dos estudantes. É importante a contribuição da maioria deles.

14 Em dupla, responda às perguntas do quadro comparando as duas peças teatrais.

A que gênero textual pertence?

Quem é o autor?

Quais são as personagens?

Onde e quando se passa a história?

Qual é o tema?

Há rubrica para orientação dos atores?

Que tempo verbal é mais utilizado? Qual o seu efeito de sentido?

Para debater

Discuta oralmente com seus colegas:

• Que outros meios sociais fazem crítica aos costumes da sociedade?

• O autor escolhe o estilo de sua escrita e que gênero textual utilizará para produzir sua obra a partir do modo como vê o mundo?

• O que significa o título desta unidade: A arte nos palcos?

Deixe claro o seu ponto de vista. Se perceber que não foi compreendido, reformule o que disse, a fim de resolver as dificuldades.

116 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Quem casa, quer casa Pluft, o

anot

açõ

Page 175: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 141

15 Afinal, o que é uma peça teatral ou texto dramático? Quais características esse texto possui?

16 Dos textos teatrais que leu nesta unidade, de qual mais gostou? Exponha sua opinião.

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há dois clássicos do teatro universal: A mandrágora, de Maquiavel, e Macbeth, de Shakespeare. Leia os textos e pesquise mais informações sobre esses autores tão importantes para a dramaturgia.

Atividade 15Retome com os estudantes as ca- racterísticas de peça teatral ou texto dramático, conforme es- tudado ao longo das atividades. Organize grupos para escreverem com as próprias palavras as infor- mações dadas nos quadros apre- sentados na unidade, construindo assim o conceito do gênero. En- quanto trabalham, caminhe pela sala e, caso seja necessário, ofere- ça orientação. Peça que um estu- dante leia a definição de seu gru- po e escreva-a na lousa; os grupos seguintes terão de complementá--la. É importante ressaltar que atemática do teatro é muito vasta– há comédia, tragédia, histórias de aventura etc. Ao final, todos devem registrar a definição que construíram conjuntamente.

Atividade 16Sugira como tarefa de casa a leitu- ra dos textos indicados no Conec- te-se para que os estudantes for- mulem as opiniões deles a respeito de mais essas leituras. Oriente-os sobre a importância de argumen- tos que comprovem a opinião.

A arte nos palcos • Unidade 6 117

Conecte-seQuestione os estudantes sobre ou- tros autores de teatro que eles co- nhecem e também sobre peças te- atrais que leram, a que assistiram ou de que ouviram falar. Proponha uma pesquisa sobre famosos es- critores de textos dramáticos e suas obras mais difundidas.

LL

Willi

am C

.

Page 176: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Avançar

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender142

Orientações didáticas

Atividade 17Peça que os estudantes façam in- dividualmente a análise da cena inicial produzida na atividade 2. Em seguida, eles devem se reunir com o mesmo grupo que escre- veu o texto para compararem as observações apontadas por eles e discutirem sobre as diferenças na análise.

Atividade 18Após a adequação e o término do texto, de acordo com o que foi estudado sobre o gênero textu- al teatro, os estudantes poderão encenar para a turma a peça que escreveram. Observe se, nas pro- duções, eles utilizaram os recursos textuais estudados nesta unida- de. Caso contrário, proponha que revisem novamente o texto, re- correndo às atividades anteriores. Proponha também um trabalho integrado com o professor de Arte para repertoriá-los a respeito dos recursos utilizados no teatro. Para a encenação, oriente-os a distribu- írem as funções de cada pessoa do grupo, considerando o diretor, os auxiliares e os atores. Além disso, é preciso organizar cenário, figuri- nos, som etc.

•Para que os estudantes expandam o conhecimento adquirido nesta unidade, peça que comparem o teatro grego ao contemporâneo, pesquisando a respeito do tema para produzir um texto que resuma sua investigação. As informações encontradas deverão ser socializadas com a turma.

•Outra sugestão, para desenvolver em parceria com o professor de Arte, é transformar uma história da literatura clássica em uma peça teatral e encená-la para a escola. Nes- se caso, precisarão selecionar a história e escrever o texto dramático, ensaiar (fora do horário de aula) com a supervisão de um professor, compor figurino e cenário, planejar os recursos de áudio etc.

17 Retome o texto que você escreveu com seus colegas na atividade 2. Faça uma autoava- liação do texto com base nos seguintes critérios:

• Apresenta claramente o conflito?

• As personagens possuem características diferentes umas das outras?

• É possível o leitor se identificar com a história ou com as personagens?

• Apresenta rubricas claras e suficientes?

• O texto está em discurso direto?

• O texto está em tempo verbal adequado à situação comunicativa?

18 Agora, REÚNAM-SE para decidir se é necessário reelaborar o início da peça teatral que produziram na atividade 2. Terminem de escrever a história. Com o texto pronto, en- saiem o teatro. Vocês escolhem se irão apresentá-lo em forma de leitura dramática ou fazendo uma encenação da peça.

Saiba mais

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃOAutor: William Shakespeare Editora: L&PM

O livro é uma comédia que aborda a mitologia e o teatro. Oberon e Titânia disputam o poder, por amor. Ninfas, centauros e fadas, num bosque, acompanham outra história de amor, enquanto artesãos encenam a história de Píramo e Tisbe. Ação e movimentação, paixões e casamentos, brigas e reconciliações, equívocos e finais felizes. É um texto de Shakespeare muito divertido e nada trágico, um sonho, originalmente escrito para uma festa de casamento na vida real.

O DOENTE IMAGINÁRIOAutor: Molière Editora: Global

Peça em três atos e ambientada na sociedade francesa do século XVII, O doente imaginário conta a história de um velho hipocondríaco que pensa estar doente e acata toda e qualquer ordem do médico que, por sua vez, se aproveita da situação. Texto bem-humorado que até hoje faz sucesso quando encenado nos teatros mundo afora.

Glob

al [S

.I.]/E

ditor

a

Page 177: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

A arte nos palcos • Língua Portuguesa 143

O que aprendi sobre...Promova a socialização da ativi- dade e, se for possível, leve-os ao teatro: enumere na lousa as atra- ções disponíveis mais próximas da escola e faça uma votação para escolherem à qual assistirão. Veri- fique a classificação indicativa e a possibilidade de horários antes de realizar a votação.

Aprendendo com a comunidadeProponha aos estudantes que in- vestiguem se na cidade e/ou bair- ro onde vivem há alguma escola/ grupo de teatro e como funciona. Sugira que a frequentem um dia e observem como são os ensaios, buscando, assim, despertar nos es- tudantes o gosto pela dramaturgia.

A arte nos palcos • Unidade 6 119

O que aprendi sobre...Pesquise em jornais e revistas as peças teatrais que estão em cartaz na sua ou em outras cidades. Selecione duas peças a que você gostaria de assistir e leia as sinopses ou críticas referentes a elas. Considere os seguintes critérios para sua escolha:

• tema;

• diretor;

• atores;

• teatro em que está sendo apresentada.

Escreva em seu caderno um parágrafo explicando os motivos da sua escolha para cada peça.

anot

açõ

Page 178: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender144

Unidade 6

Para saber mais...

Livros:O ATO DE FAZER TEATROAutores: Marcus Almeida, Vlademir do Carmo e Denise Kluge Editora: Paulinas

Nesta linguagem expressiva, a fantasia faz com que todos os símbolos ganhem vida e, a partir de uma gostosa brincadeira, a espontaneidade e a verdade com a qual a criança brinca tornam o corpo ilimitado. Descobre-se em cada experimento do ato do fazer que não existe o feio nem o bonito, o grande nem o pequeno, o gordo nem o magro. Cada corpo tem sua forma, seu jeito e seus limites de se expressar por meio do ato de fazer teatro.

J. GUINSBURG: DIÁLOGOS SOBRE TEATROAutor: Armando Sérgio da Silva (org.) Editora: Edusp

Esta obra REÚNE importantes contribuições ao estudo da estética, ensino, crítica e história do teatro moderno, ao mesmo tempo em que constitui uma homenagem de seus autores aJ. Guinsburg, que esquematizou e orientou essas pesquisas como professor de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Os 14 ensaios abordam desde o grupo ASDRÚBAL Trouxe o Trombone até a questão da apreciação estética, possibilitando INÚMERAS conexões entre o teatro e as outras áreas de conhecimento.

[S.I.

]/Edi

tora

[S

.I.]/E

dito

ra

Page 179: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

145Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 7Entre perguntas e respostas

1. Argumentar, com base em suposições, fatos e conceitos, a respeito de um ponto de vista oralmente e/ou por escrito.

2. Distinguir causa/consequência, fato/opinião e definição/exemplo, na oralidade e na escrita.

4. Expor conhecimentos por meio da oralidade, observando os contextos de produção, considerando o grau de formalidade requerido pelo gênero textual e utilizando recur- sos extralinguísticos em favor do discurso (gestos, expressões faciais, postura etc.).

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

11. Inferir o sentido literal ou figurado das palavras ou expressões com base em ele- mentos do texto e do contexto de produção.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.16. Posicionar-se oralmente com autonomia, respeito e criticidade, obedecendo aos

turnos de fala.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acor-

do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

19. Compreender e distinguir as marcas das variantes linguísticas orais e escritas (de espaço físico, grupo social, faixa etária, grupos profissionais etc.), comparando-as à variante-padrão da língua portuguesa.

20. Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de concordância verbal e no- minal apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

23. Formular hipóteses e fazer predições sobre o texto.

Page 180: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

Roda de conversa

entrevista é um texto jornalístico com estrutura de diálogo, colóquio,

primeiro apresenta seu entrevista- do em um pequeno texto e coleta

divulgação na imprensa falada ou escrita, televisiva ou pela internet. Outra modalidade de entrevista é a pingue-pongue, em forma de pergunta e resposta apenas. Dei- xe claro que o entrevistador não é necessariamente o ÚNICO na cons- trução da situação comunicativa. Os interlocutores podem construir a enunciação em conjunto. A en- trevista pode ser individual ou coletiva e apresentar característi- cas específicas do discurso oral ou escrito. Promova uma discussão que os faça observar os elementos constitutivos gerais das entrevis- tas retratadas nas imagens, como o espaço em que acontecem, o ce- nário, a iluminação, o clima de des- contração ou de seriedade. Diga que as imagens mostram dois mo- mentos de diferentes programas de entrevista: um com uma pessoa famosa, o ator americano Matt Da- mon e outro com uma pessoa co- mum, mas que tem algo a contar, respectivamente. Aproveite para discutir com os estudantes a or- ganização e as características de uma entrevista, assim como sua

UNIDADE

7 Entre perguntas e respostas

120 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Nesta unidade, será trabalhado o gênero entrevista, tanto em sua forma escrita quanto oral. Vale ressaltar que ambos os textos (oral e escrito) podem sofrer edição, com exceção da en- trevista ao vivo; nem sempre o que é lido foi transcrito exata- mente como dito pelo entrevistado; há casos em que o entrevis- tado discorda da publicação do texto escrito ou se aborrece ao ver a entrevista oral com trechos de sua fala cortados.

Para o gênero entrevista, podem-se destacar alguns ele- mentos essenciais, entre eles: a alternância de perguntas e res-

Pete

r Kra

mer

/NBC

/NBC

New

sWire

via

Page 181: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

postas, o fato de que é assistida ou lida por pessoas que estão interessadas na informação produzida, e a linguagem utilizada, que está relacionada diretamente com a formação científica ou cultural do entrevistado.

Além disso, esse gênero textual apresenta, geralmente, a se- guinte estrutura: introdução,

na qual se estabelece a temática do texto, bem como se oferecem informações sobre quem será entrevistado; corpo da entrevista, com as perguntas e as respos- tas; encerramento da entrevista.

É importante observar que se trata de um gênero predo- minantemente oral e é possível ampliar o trabalho da unidade,

146 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 182: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Roda de conversa

• Que similaridades você encontra entre as duas imagens?

• Que diferenças há entre as entrevistas?• Como um entrevistador coleta as

declarações de seu entrevistado?• Em sua opinião, é necessário utilizar linguagem

formal ou informal em uma entrevista? Por quê?

• Em que outros meios de comunicação as entrevistas dessas duas imagens poderiam ser publicadas?

• Como você acha que uma entrevista deve ser organizada?

função social como formadora de opinião e meio para desenvolver o senso crítico.

Você pode passar um trecho do Jornal Sensacionalista, programa fictício do canal Multishow que satiriza notícias como forma de crítica a jornais desse tipo. Diga que agora não vão assistir a um programa de entrevista, mas sim de “reportagem”, no qual tam- bém há esse tipo de diálogo. Exi- ba a “matéria”, encontrada em<https://www.youtube.com/ watch?v=5vWdOivqb-A> (acesso em: 9 nov. 2015), na qual há en- trevista com um ladrão que aca- bou sendo roubado. Com base no vídeo, discuta com os estudantes por que eles acham que progra- mas sensacionalistas (os reais) fa- zem sucesso e o que têm a contri- buir para a formação das pessoas. Além disso, aproveite para iniciar uma discussão sobre as gírias que o entrevistado usa, como forma de comparar a variante linguística utilizada por ele à variante-padrão da nossa língua. Há outro vídeo do mesmo programa, disponível em<https://www.youtube.com/ watch?v=lVc62-7GlH0> (acesso em: 9 nov. 2015), que pode ser utilizado para ampliar a discus- são sobre notícias sensacionalis- tas e a comparação de variantes linguísticas.

Entre perguntas e respostas • Unidade 7121

destacando linguagem formal; marcas de oralidade; paráfrase; marcadores de causa e consequência; contra-argumentação; expressão temporal e organizacional do discurso; tempos ver- bais; sinais de pontuação; coesão e coerência; concordância ver- bal e nominal.

Antes de iniciar os estudos da unidade, você pode enume- rar, na lousa, os programas de entrevista mais assistidos pelos estudantes. Depois, registre quais elementos eles acreditam ser constituintes desse gênero e qual estrutura prevalece. É impor-

tante orientá-los para que copiem as conclusões elaboradas pela turma.

Comente com os estudantes que o programa televisivo de entrevistas permite uma interação não apenas entre entrevista- dor e entrevistado, mas também entre o entrevistador e o seu PÚBLICO. Por meio da imagem e do som, o espectador recebe, além das declarações feitas pelos interlocutores, suas emoções captadas pela imagem.

TV G

lobo/

Foto

Page 183: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 1Comece a atividade explorando as imagens que a acompanham. Converse com os estudantes, por exemplo, sobre a importância das mídias digitais na veiculação de informações. Selecione duas entrevistas e forneça à turma (o ideal seria que uma fosse escrita e a outra falada: entrevistas de rádio ou TV, filmadas, transcritas, adaptadas etc.). Solicite que leiam e assistam às entrevistas para responderem às perguntas. Faça a correção na lousa, tomando-se por base as conclusões da sala. É importante que os estudantes percebam que a entrevista va- ria de acordo com a temática, o entrevistado, o local onde ocorre e o suporte; dessa forma, terão uma noção geral do gênero para a produção inicial que vão realizar. O importante é que, por meio das respostas a essas perguntas, eles construam uma imagem geral so- bre o gênero textual entrevista, incluindo a argumentação, o pon- to de vista, o respeito à opinião dos outros e ao portador do texto. Pode-se, também, trabalhar em parceria com professores de va- riados componentes curriculares, combinando antecipadamente com eles para que escolham uma entrevista televisiva de acordo com os CONTEÚDOS desenvolvidos em suas aulas recentes. Uma su- gestão seria trabalhar com Geo- grafia, utilizando uma entrevista que trate de imigração, como a en- contrada em <https://www.youtu

Desafio1 Após a leitura das entrevistas indicadas pelo professor, respondam em duplas às

perguntas.

a. Qual é o possível PÚBLICO-ALVO?

b. Em que meio de comunicação a entrevista circulou?

c. Onde a entrevista ocorreu?

d. Transcreva uma declaração do entrevistado que considere interessante e expli- que o porquê de sua escolha.

122 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

be.com/watch?v=eJqHcRheTe0> (acesso em: 9 nov. 2015),que apresenta também um trecho de reportagem, cujas ca- racterísticas podem ser retomadas, caso já tenham estuda- do o gênero.

Tieat

aopo

on/iS

tock

/

Zoon

ar

goric

a/iS

tock

/

Wav

ebre

akm

edia

Page 184: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

e. Qual era o objetivo do entrevistador ao fazer as perguntas que fez?

f. Você considera que o entrevistador fez apenas perguntas que interessavam a ele? Explique sua resposta.

2 Você agora produzirá uma entrevista. Escolha alguém da co- munidade escolar (professor, funcionário, diretor, coordena- dor etc.), de sua família ou um de seus amigos. O objetivo da entrevista é apresentar aos leitores alguém que tenha algode importante a dizer sobre a escola, ou seu trabalho, ou ainda sobre suas expectativas para o futuro. Por isso, escolha com cuidado quem irá entrevistar. Antes de a entrevista acontecer, prepare-a com atenção, seguindo estes passos:

• Informe a quem você convidou como entrevistado o motivo do seu trabalho e de sua escolha.

• Explique-lhe o que espera que ele conte durante a entrevista.

• Combine um horário e um lugar que seja conveniente para ambos.

• Prepare suas perguntas com antecedência.

• Dê prioridade a perguntas cujas respostas evidenciem uma opinião pessoal e a argu- mentação do entrevistado.

• Crie um clima de conversa e descontração, para não cair na formalidade ou na mecani- zação de perguntas lidas e respostas curtas.

• Se achar necessário, grave a entrevista para depois transcrever os trechos que consi- derar mais importantes.

• Com esse roteiro preparado, faça a entrevista.

3 Leia agora a transcrição de um trecho de uma entrevista veiculada no programa Es- pelho, do Canal Brasil, entre o ator e apresentador Lázaro Ramos e o cantor Criolo. Ela reproduz fielmente o diálogo original. Observe principalmente as repetições, as reto- madas e os desvios, marcas próprias da linguagem oral.

Atividade 2Leia para os estudantes cada pas- so para planejar a entrevista, es- clarecendo as DÚVIDAS. É preciso ficar claro que a escolha do en- trevistado e a das perguntas são muito importantes para o sucesso da entrevista. É necessário que se estabeleça uma situação comuni- cativa de entrevista. Explique aos estudantes que o roteiro de per- guntas é essencial, entretanto, não há necessidade de se ater a ele, a improvisação também faz parte da interlocução entre entrevista- dor e entrevistado. Outro fator a ser observado é a maneira como será feito o registro das respos- tas do entrevistado (gravação, fil- magem, registro por escrito etc.). Essa produção inicial fornecerá in- formações sobre os conhecimen- tos prévios dos estudantes acerca do gênero entrevista. Sendo as- sim, é essencial pedir-lhes que, ao término da atividade, façam uma cópia do texto para entregar.

Atividade 3Toda entrevista publicada é o re- sultado de uma retextualização. A fala é transformada em texto es- crito. Na reprodução apresentada no livro, foram mantidos vários aspectos da fala; além disso, os marcadores conversacionais tam- bém estão presentes no texto. Comente com os estudantes que,

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 123

para o leitor ler com maior clareza, a ordem das informações pode ser alterada ou pode haver cortes nos diálogos. Isso tudo a favor do ob- jetivo do entrevistador.

O item a foi pensado para susci- tar um breve debate sobre o tema abordado na entrevista. Seria in- teressante que os estudantes re- alizassem primeiramente a leitura do texto e depois assistissem ao trecho da entrevista, que está dis- ponível em <https://www.youtu

Encarte 7

Page 185: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

be.com/watch?v=eP86LuPwUYk>

Page 186: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

150 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

(acesso em: 9 nov. 2015), a partir de 9min10s.

No item b, pode-se explorar a lin- guagem metafórica presente na entrevista. Trata-se de algo pou- co comum no gênero em questão, mas pelo fato de o entrevistado ser um poeta e compositor, sua fala é cheia de metáforas e expres- sões artísticas.

Na época em que a entrevista foi exibida, a declaração de Criolo sobre a classe C causou grande repercussão na mídia, pois mui- tos não entenderam a mensagem presente em seu discurso e inter- pretaram que ele havia ficado con- fuso com a pergunta. Você pode explorar esse acontecimento e ve- rificar se para os estudantes essa informação ficou clara ou não. Na canção “Cartão de Visitas”, do ál- bum Convoque seu Buda, o rapper responde poeticamente à reper- cussão da comentada entrevista.

No item c, quando os estudantes terminarem de reescrever os tre- chos da entrevista, retirando as marcas de oralidade, você poderá colocar o novo texto coletivamen- te na lousa.

Lázaro: É, mas, você falando aqui, eu tava pensando, todo mundo tem falado muito da ascensão da classe C.. que tem...

Criolo: O que que é a ascensão da classe C? É tipo leite que a gente comprava, leite tipo C, aí tinha um tipo A, da fazenda… A gente já ficou num... numa caixinha de novo, entendeu?

Lázaro: hum, humCriolo: É dinheiro, a Ascensão da classe C é dinheiro? Classe C de

quê? De nota C? Por que você não tirou nem A, nem B? Tem que dar um ou dois passinhos atrás pra… A alma flutua. O corpo precisa de alimento. Se não tem leite, a criança chora. Dependendo do livro... uma arma você compra pelo décimo do preço desse livro e que ascensão é essa? Alguém nos ajude, Lázaro, a entender, por que se não a gente só vai reproduzir o que andam dizendo por aí. Mas a gente vê o rosto do nosso povo e o nosso povo é nota A [pausa] A+.

Lázaro: Ao longo da sua vida, o que é que te guiou pra fazer as suas escolhas?Criolo: Olha, eu amo D. Vilani e seu Cleon, sem eles, né, não haveria

concepção, né? Mas tem um lance também cara, que o que nos salvou, do que a gente viveu, nas ruas, e você sabe do que eu estou falando, foi a nossa completa ignorância e falta de habilidade em se adequar ao que tá posto. O que nos salvou, foi a gente ser um ninguém, durante bom tempo de nossa vida. Ou nós éramos ignorados, ou nós éramos chicoteados, ou nós éra- mos um encosto de porta em alguma pousada, e nisso a gente fez a nossa história, a gente sofreu, a gente vomitou, a gente voltou e aceitou que a gente não consegue fazer nada do que o pessoal fala do que é pra gente fazer, pra gente ficar boneco na foto. Aí me sobrou o quê? A beleza das artes, que pra muitos, a fraqueza da alma, porque a gente não consegue se esconder, aí a gente vai pro palco e mostra a cara.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eP86LuPwUYk>. Acesso em: 1o set. 2015.

a. Você concorda com a opinião do rapper Criolo sobre o tema tratado? Exponha sua opinião aos demais colegas.

124 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 187: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa 151

b. Criolo é considerado um poeta da nova geração. Suas canções aliam poesia a uma mensagem crítica sobre a nossa sociedade. A linguagem poética é metafórica. Identi- fique e transcreva um trecho que exemplifique esse elemento.

c. Ao falar, as pessoas planejam seus textos instantaneamente. Por isso, nem sempre as respostas são completas ou vão diretamente ao assunto, como foi possível perceber. Reescreva alguns trechos da entrevista, de forma que as marcas da linguagem oral desapareçam.

4 Leia agora a seguinte notícia sobre o lançamento do disco “Convoque seu Buda”, dorapper Criolo. Após a leitura, responda às perguntas.

Em busca do equilíbrio, Criolo lança single e se diz feliz por estar vivo Leonardo RodriguesSão Paulo

Aos 39 anos, Criolo é um sujeito que prima pela gratidão. Dá graças ao rap, por ter lhe ensinado tudo na música, aos fãs, que abarrotam e dão ares messiânicos a suas apresenta- ções, à chance de ter virado parceiro de ícones da MPB, como Milton Nascimento, Caetano e Tom Zé, e, principalmente, por estar vivo, em plena atividade.

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 125

Atividade 4Solicite aos estudantes o levanta- mento de algumas hipóteses sobre a notícia que lerão, perguntando quais questionamentos eles fariam ao entrevistado ou quais poderiam ter sido feitos para a escrita da ma- téria, tendo por referência o con- texto apresentado no enunciado. Discuta com eles o fato de que uma entrevista não precisa ser apenas de perguntas e respostas (pingue--pongue), mas pode fazer parte de uma reportagem ou notícia de jor- nal. Uma entrevista também pode conter características narrativas, com apenas as respostas do entre- vistado. Oriente-os também sobre o contexto de produção, por que essa matéria foi produzida e qual é o PÚBLICO leitor. Como resposta do item a, eles podem retirar do tex- to “É essa a mensagem otimista por trás da faixa. Mas experimente dizer isso a Criolo – ‘Isso aí é vo- cês que vão avaliar. A gente nunca sabe. Às vezes uma coisa que eu acredito que seja de um jeito você vai ouvir e enxergar de outro’”. No item b, espera-se que identifiquem a função da introdução no texto, respondendo que as informações importantes são que tratam da juventude e começo da carreira do rapper. No item c, espera-se que percebam a função das aspas nes- se tipo de texto. Você pode pedir que procurem também esse sinal de pontuação, com a mesma fun- ção, nos textos que forneceu para a atividade 1.

Page 188: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

152 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

“Segundo os noticiários do final da década de 1980, início da década de 1990, eu, um jovem que nasci onde nasci, com os pais que tinha, não pas- saria dos 13, por subnutrição, ou dos 17, por violên- cia urbana. Isso para termos um pouco de poesia, para não falarmos de outra forma”, afirma o músi- co, que recebeu a reportagem do UOL no escritório de seu selo, Oloko Records, em uma pacata casa na Vila Ipojuca, bairro da zona oeste de São Paulo.

Voz da renovação do rap, Criolo lança na quar- ta (29) a primeira faixa de seu novo álbum, a in- cisiva “Convoque Seu Buda”. Tal como insinua na música, ele vive uma espécie de momento “zen”, de busca constante pelo equilíbrio e pela comu- nhão de forças positivas. É essa a mensagem oti- mista por trás da faixa. Mas experimente dizer isso a Criolo.

“Isso aí é vocês que vão avaliar. A gente nunca sabe. Às vezes uma coisa que eu acredito que seja de um jeito você vai ouvir e enxergar de outro. Mas a ideia é de que todos nós te- mos uma força interna para gerar coisas boas”, entende o mestre das rinhas de MCs e das relativizações.

Gravado logo após a Copa do Mundo, o terceiro álbum do rapper dará continuidade às ideias do predecessor, “Nó na Orelha” (2011), que expandiu as fronteiras do gênero e fez da antibalada “Não Existe Amor em SP” um hino contemporâneo. Os parceiros Daniel Ganja- man e Marcelo Cabral (“sem eles, o disco não existiria”) estão novamente no comando da mesa de som – e também dos ensinamentos de vida.

A responsabilidade de repetir o êxito do passado é algo que simplesmente não pesa nos ombros do músico. “É natural”, como costuma frisar sobre quase tudo. Com maior partici- pação dos músicos no processo de composição, revela ele, o novo trabalho cederá espaço às rimas, ao reggae, ao samba, ao afrobeat e a tudo mais que caiba em seu intrincado – e por vezes indecifrável – fluxo de consciência.

Estar frente a frente com a esfinge Criolo é um grande desafio cognitivo. Alguém que parece musicar a realidade até na hora de comentar sobre o tempo ou sobre si. “É muito louco. Porque cria-se a expectativa de que eu fale ‘como eu estou bem’ hoje. Mas, de dez anos para cá, o número de pessoas falando que eu sou extremamente estranho, errado, maluco, e tanta coisa que eu jamais imaginei de que eu seria taxado, aumentou. Então deixe que elas digam.”

Disponível em: <http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2014/10/29/ em-busca-do-equilibrio-criolo-lanca-single-e-se-diz-feliz-por-estar-vivo.htm>. Acesso em: 1o set. 2015.

126 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Jack V

arto

ogian

/Get

ty

Page 189: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 190: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa 153

a. Como você pode perceber, nessa matéria jornalística as perguntas do entrevistador não aparecem, mas apenas a narração entremeada com as respostas do entrevistado. Identifique no texto duas passagens que comprovem essa afirmação.

b. Que informações importantes sobre o entrevistado são divulgadas na introdução do texto?

c. Qual é o sinal de pontuação que limita as falas do entrevistado?

5 Após a leitura da próxima entrevista, responda às questões.

“A dualidade é uma constante na arte e na vida.” Esta frase de Gustavo Dourado de- monstra o poeta que transita em um espaço sem limites, onde a certeza está na multipli- cidade de temas que ele aborda e pela carga de experiência trazida para os dias atuais. Baiano de Ibititá, com 48 anos, ele já publicou 11 livros, mas diz que não busca lucro com a literatura. Em entrevista, ele revela fatos importantes sobre sua opção literária preferida: o cordel.

Ana Jacqueline – O senhor é escritor, poeta, cordelista, jornalista, pesquisador, mem- bro da Academia Virtual Brasileira de Letras. Enfim, tem uma vasta carreira e em áreas diferentes. Para quem o senhor escreve? Qual é o seu público?

Gustavo Dourado – Eu não penso num público específico, escrevo à vontade funda- mentado em minhas pesquisas e em meu conhecimento, para que as pessoas conheçam, gostem, critiquem e leiam. Eu diria que escrevo para qualquer pessoa, para quem gos- tar de cordel e de poesia. Tudo está disponível na internet gratuitamente (www.gustavo dourado.com.br) para todo mundo usar, pesquisar e divulgar. Parece, de certa forma, uma

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 127

Atividade 5Inicie lendo a introdução do tex- to aos estudantes e pergunte por que eles acham que as entrevistas geralmente começam assim, para que serve esse tipo de informação apresentada antes da entrevista propriamente dita. Espera-se que percebam que o recurso de con- textualizar inicialmente a vida do entrevistado e a temática aborda- da ao longo da entrevista é fun- damental para a construção desse gênero e da compreensão. Isso possibilitará ao estudante com- preender que a parte introdutória da entrevista contextualiza o leitor em relação ao entrevistado (ou aos fatos que o envolvem), pois pode acontecer de ele não ser conhecido pelos leitores, por exemplo. Após a leitura, que pode ser feita com um estudante representando o entre- vistador e o outro o entrevistado, discuta os seguintes aspectos: contexto de produção, suporte e intencionalidade comunicativa. Questione se há marcas de orali- dade no texto e por quê. Verifique com eles o fato de o entrevistador ter ou não conhecimentos especí- ficos sobre o entrevistado e a im- portância disso. Peça que prestem atenção ao registro da língua, se é mais formal ou não, e os motivos, considerando o gênero textual e o suporte de publicação do texto. Ao final, faça uma avaliação geral sobre a utilidade das informações divulgadas. Para o item a, oriente-

Page 191: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

154 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

-os sobre o fato de o entrevistador mostrar um objetivo ao selecionar as perguntas apresentadas no texto. Estabeleça alguns critérios de comparação: introdução, obje- tivo, perguntas argumentativas, opinião etc. No item c, peça que retirem informações também das primeiras perguntas, nas quais se pode identificar que o entrevista- do atua em várias áreas profissio- nais, é escritor, poeta, cordelista, jornalista e pesquisador. Ele não se preocupa com um PÚBLICO específi- co, mas com todos que o queiram ler. Sobre o item d, verifique se os estudantes compreenderam que os textos de Gustavo não são o re- sultado de um estilo ÚNICO, mas de vários e, principalmente, o popular; procura ter uma linguagem que atinja a todos e considera a litera- tura de cordel um exemplo disso. No item e, solicite aos estudantes que compartilhem os conhecimen- tos deles sobre literatura de cor- del, cuja característica vem do tro- vadorismo, é a poesia produzida e publicada pelo próprio autor e tem linguagem regionalista e informal. Se julgar conveniente, traga para a sala alguns exemplos. O site Mun- do do Cordel traz informações in- teressantes sobre o assunto e está disponível em: <http://mundocor del.com/tag/ablc/> (acesso em: 13 nov. 2015).

contradição ao capitalismo, mas foi a opção que eu tive. Não tenho intenção em ganhar dinheiro com literatura. Meu objetivo é divulgar ao máximo para os jovens estudantes e fomentar a leitura, desenvolvendo a cultura e a arte popular.

AJ – Das várias dimensões artísticas sobre as quais o senhor escreve, qual é a preferida?

GD – Eu bebo em várias fontes experimentais, mas minha grande paixão é a literatura popular, o cordel, que é a linguagem do povo do interior, do sertão, diria até que é uma linguagem universal. Vários escritores, como Guimarães Rosa, Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Ma- nuel Bandeira, Graciliano Ramos, Cora Coralina etc. Muitos dos nossos grandes escritores têm a influência do cordel. Eu aprendi a ler e fazer cordel aos três anos de idade, com o apoio do meu pai, Ulisses Marques Dourado, e da minha mãe, Edelzuíta de Castro Doura- do, lá nos rincões de Recife dos Cardosos de Ibititá, na Chapada Diamantina Setentrional. O cordel tornou-se uma linguagem peculiar para nosso povo. Por muito tempo foi o jornal do povo sertanejo nordestino.

AJ – No lugar onde você nasceu e foi criado, culturas como a de saberes populares (o cordel, por exemplo) sempre foram vistas como uma tradição. Atualmente, na Bahia, esta cultura ainda é vista com bons olhos ou o espaço já foi ocupado pela mídia?

GD – Em geral o Nordeste resiste um pouco. Luta pela sobrevivência da poesia popular. Entretanto, os meios de produção são difíceis, justamente por falta de apoio e de divulga- ção. Hoje o cordelista tem que se adaptar, tem que criar seus próprios meios. Tudo depende da economia e de recursos disponíveis. A grande mídia global praticamente ocupa todos os espaços e dificulta a divulgação das ditas culturas regionais. Há uma imposição cultural do eixo Rio-São Paulo sobre as outras cidades e regiões brasileiras. A resistência ainda existe. A internet é uma realidade.

AJ – Com tanto tempo em Brasília, o modo como o senhor escreve o cordel mudou?

GD – Eu não diria que mudei, dei uma “calangueada”, que é essa coisa do Cerrado, por- que peguei as influências de Brasília, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e de outros estados do país. Não se perde a essência, até porque escrevo sempre em sextilhas tradicionais, a mesma forma praticada pelos cordelistas do Sertão. O que tem a mais é mesmo a questão do conhecimento, da cultura que eu não tinha até aquele momento que eu era menino, aprendiz. Afirmo que “a sua obra é representação do seu aprendizado no dia a dia”, logo, Brasília me trouxe essa coisa da modernidade. Você tem que se adaptar à realidade. Faço uma espécie de cordel “rurbano”. “Cidadeio” a ruralidade poética da literatura de cordel com temas urbanos e atuais.

AJ – Quais são os obstáculos que você encontra para difundir a literatura de cordel tan- to na internet quanto fora dela?

128 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 192: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

155Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa

GD – As condições para se publicar um livro são muito caras e difíceis. Você tem que pagar tudo e não tem distribuição do livro. Brasília é uma cidade que tem muitas gráficas, mas não tem divulgação, não tem editoras, distribuição zero, as livrarias não adquirem os seus livros, as pessoas não compram. Aqui, apesar de ser considerada uma cidade com vasto índice de leitura, as pessoas não valorizam a cultura brasileira, caso do cordel. Então, a internet “salvou a lavoura”. A mídia nos ignora, tudo o que eu fiz foi por conta própria. Não se tem apoio para esse tipo de cultura popular.

AJ – O escritor brasiliense tem tido espaço para a publicação de suas obras?

GD – Eu não digo o escritor brasiliense, porque tem alguns que conseguem, aqueles que falam a linguagem da mídia, que não questionam nada, que não criticam, sempre têm espaço. Agora aqueles que têm uma posição crítica sobre o sistema são sempre jogados pra escanteio. Então o que falta é uma democratização do espaço e da cultura. Eu diria que há um apartheid cultural, tudo está concentrado no Plano Piloto, enquanto que nas cidades--satélites não se tem quase nada. Há carência de cinemas, teatros, livrarias e bibliotecas. Não querem que o povo leia, se informe ou tenha uma educação de qualidade. Promovem uma “midiocridade” que dá dó, fomentam a banalização do indivíduo. É tudo muito repe- titivo, tv, novelas, big brothers e eventos de baixo nível.

Disponível em: <http://www.gustavodourado.com.br/Ana_Jacqueline_entrevista.htm>. Acesso em: 1o set. 2015.

a. Compare as perguntas que você fez na atividade 2 com as dessa entrevista. Que se- melhanças e diferenças encontra?

b. Quem é a entrevistadora e quem é o entrevistado?

c. No início da entrevista, que informações temos sobre o entrevistado?

Entre perguntas e respostas • Unidade 7129

Aprendendo com a comunidadeProponha aos estudantes que realizem uma entrevista com um membro da comunidade onde vivem. A pessoa pode ser escolhida pelo seu destaque no local, por algum feito que tenha realizado ou por sua atuação em prol da comunida- de. Discuta novamente com eles quais aspectos precisam ser considerados no planejamento da entrevista: o que motivou

a escolha do entrevistado? As perguntas elaboradas são gerais ou direcionadas ao entrevistado? Como será feito o registro das respostas? Marcarão um lugar e hora para a en- trevista? A entrevista deve ser transcrita e organizada para ser exposta no mural ou publicada com as outras produções.

Page 193: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

156 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

d. O que Marcelo Dourado quis dizer com a frase: “Eu bebo em várias fontes experimen- tais, mas a minha paixão é a literatura popular, o cordel, que é a linguagem do povo do interior, do sertão, diria até que é uma linguagem universal.”?

e. O que você sabe sobre literatura de cordel?

Você sabia?Leia o quadro para os estudantes, pois ele orientará a resposta da ati- vidade seguinte. Se julgar oportu- no, apresente as características or- ganizacionais do gênero estudado.

Atividade 6Peça que os estudantes divulguem seus títulos para os colegas, que podem votar por um que seja mais adequado. Em seguida, informe-os de que o título original da entre- vista é: “Literatura de cordel ainda é cultivada em Brasília”.

Atenção!Reforce o que é informado no qua- dro com perguntas que estimulem os estudantes a argumentar e apresentar opiniões.

Você sabia?

Chamamos de título uma palavra, expressão ou frase que atraia a atenção do leitor, para que ele se interesse em ler o texto inteiro. O título pode ser até uma fala do próprio entrevistado.

6 Crie um título para a entrevista de Gustavo Dourado. Certifique-se de que ele apresente algum aspecto importante do texto.

Argumentar é apresentar motivos para convencer alguém sobre o que você disse. Opinar é mostrar para alguém o modo como você vê as coisas, que ideias tem sobre o mundo.

130 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Ate

nçã

Page 194: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

157Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa

7 Marcelo Dourado afirma que o Nordeste ainda resiste na tradição popular, apesar da ocupação da mídia. Transcreva os argumentos que ele utiliza para apoiar essa afirmação.

8 No trecho: “Em geral o Nordeste resiste um pouco. Luta pela sobrevivência da poesia popular. Entretanto, os meios de produção são difíceis, justamente por falta de apoio e de divulgação”, o entrevistado faz uma afirmação e, em seguida, apresenta uma ideia que vai na direção contrária. Identifique a palavra que inicia essa ideia contrária.

9 Leia com atenção as frases a seguir, retiradas da entrevista da atividade 5. Copie as palavras em destaque nas colunas adequadas, de acordo com a função que desempe- nham em cada frase.

Introduz argumento

Acresce argumento

Introduz conclusão

Introduz uma ideia

contrária ao que é

afirmado antes

a. “Meu objetivo é divulgar ao máximo para os jovens estudantes e fomentar a leitura.”

b. “Eu bebo em várias fontes experimentais, mas minha grande paixão é a literatura popular.”

c. “Eu não digo o escritor brasiliense, porque tem alguns que conseguem, aqueles que falam a linguagem da mídia, que não questionam nada, que não criticam, sempre têm espaço.”

d. “Agora aqueles que têm uma posição crítica sobre o sistema são sempre jogados pra escanteio. Então o que falta é uma democratização do espaço e da cultura.”

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 131

Atividade 7A parte mais importante da argu- mentação do entrevistado é: “Hoje o cordelista tem que se adaptar, tem que criar seus próprios meios. Tudo depende da economia e dos recursos disponíveis”. Espera-se que os estudantes a reconheçam, mas também pode-se abrir uma discussão detalhada com base na resposta inteira do entrevistado.

Atividade 8A palavra que devem identificar é “entretanto”. Para ampliar, discu- ta com eles que outras palavras ou locuções podem substituir a utili- zada por Gustavo sem prejudicar o sentido da frase, como, por exem- plo: mas, porém, contudo, todavia, não obstante.

Atividade 9Prepare o estudante para perce- ber as relações existentes entre as orações em um enunciado. Não há necessidade, neste momento, de conceituar os conectivos. Leia as frases em voz alta, fazendo as entonações exigidas pelas relações de adição, oposição, explicação e conclusão, criando oralmente ou- tros enunciados a fim de compa- ração. Isso os ajudará a responder com maior atenção à questão. Peça que, ao terminarem, comparem as respostas em duplas e, em seguida, verifique se preencheram o quadro adequadamente, com as palavras: porque – e – então – mas.

Page 195: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender158

Orientações didáticas

Atividade 10Verifique se os estudantes respon- deram que o PÚBLICO-ALVO são pes- soas interessadas pelos assuntos que o entrevistado divulga em seu site, principalmente quem gosta de ler poesia e cordel.

Atividade 11Os estudantes devem compreen- der que o entrevistado critica o mundo editorial pelo fato de serem onerosas e difíceis as condições para a publicação de um livro no Brasil, principalmente em Brasília, que não tem editoras nem divul- gação de seus livros, e que o leitor não valoriza a cultura brasileira.

Atividade 12Com esta atividade, leve o estu- dante a estabelecer relações entre significado e significante, assim como inferir a palavra no sentido metafórico, retomando o conceito dessa figura de linguagem. Peça que respondam individualmente e comparem as respostas com os co- legas, até que todos cheguem ao consenso de que a acepção apre- sentada em “I” é a que está ligada à frase do entrevistado.

Atividade 13Para esta atividade de inferência na construção de palavras e seus significados, caso seja necessário, coloque na lousa a raiz das pala- vras para facilitar o entendimento. Verifique se os estudantes esco- lheram a alternativa (C). Você ain- da pode pedir a eles que tentem inferir os sentidos de outras pa-

10 A entrevista com Marcelo Dourado foi encontrada em um site que leva seu nome. Qual é o PÚBLICO leitor dessa entrevista?

11 Qual é a crítica que o entrevistado faz a respeito do mundo editorial?

12 Leia as acepções da palavra calango, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:

I. Dança popular, próxima do coco nordestino, executada por pares que dão passos, vol- teios e requebros que lembram o samba urbano original.

II. Lagarto da fam. dos teiídeos (Ameiva ameiva), encontrado do Panamá ao Norte da Argentina, com cerca de 18 cm de comprimento e coloração verde.

III. Nome comumente dado a certas espécies de iguanídeos pequenos.

Qual delas está ligada à frase de Gustavo: “Eu não diria que mudei, dei uma ‘calangueada’(...)“?

13 O que Gustavo quis dizer com “Faço uma espécie de cordel ‘rurbano’. ‘Cidadeio’ a rura- lidade poética da literatura de cordel (...)“? Escolha a opção correta:(A) Rurbano e cidadeio são palavras que não existem no vocabulário da língua portu-

guesa e ele quis mostrar que a cultura popular não precisa utilizar uma linguagem formal.

(B) Gustavo mistura intencionalmente as palavras rural e urbano para explicar que não produz seus textos com base nas características de cidade grande.

(C) Ele faz um trocadilho com as palavras urbano e cidade, dizendo que transforma seu poema de tradição popular em um estilo rural-urbano, traz características de cidade para sua poesia.

132 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Atividade 14

lavras e expressões apresentadas no texto, como: “Então, a internet salvou a lavoura”; “Agora aqueles que têm uma posição crítica sobre o sistema são sempre jogados pra escanteio”. Questione-os se há di- ferença entre o uso das palavras e expressões em sentido metafórico e literal.

Solicite aos estudantes que comparti- lhem as explicações que escreveram para formular, coletivamente, uma resposta na lousa. Espera-se que cheguem a algo como: os meios de comunicação são sem expressão, promovem o que não é ori- ginal. É importante orientá-los para que não apaguem a resposta dada, mas que a avaliem de modo a compará-la com a

conclusão da sala, registrada na lousa, e a complementem, caso seja necessário; apagar a resposta somente será necessá- rio se o estudante perceber que realmen- te não conseguiu se aproximar de forma alguma do que está registrado na lousa. Nesse caso, é importante que ele tire as DÚVIDAS e pergunte a você por que sua compreensão não pôde ser contemplada.

Page 196: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Mídia: suporte (meios de comunicação) que difunde informações.Medíocre: sem expressão ou originalidade.

(D) O entrevistado quer afirmar sua raiz brasiliense, e usa essas palavras porque são utilizadas em Brasília pela mídia, que sempre critica a cultura popular produzida em cidades grandes.

14 Considere os significados das palavras:

• Explique a frase de Gustavo: “Não querem que o povo leia, se informe ou tenha uma educação de qualidade. Promovem uma ‘midiocridade’ que dá dó”.

15 Dos escritores que Gustavo menciona em sua entrevista, quais você conhece e o que sabe sobre eles?

• Escolha um desses escritores (de quem você menos sabe a respeito) e pesquise sobre ele.

• Socialize suas descobertas com a classe.

16 Escolha uma das palavras destacadas para completar o texto que traz o conceito do gênero textual entrevista.

Atividade 15Desenvolva a atividade na biblio- teca ou no laboratório de informá- tica, ou, ainda, peça aos estudantes que façam como lição de casa. A socialização pode ser desenvolvida como uma atividade oral. Oriente os estudantes a manter a organi- zação durante a discussão. Combi- ne com eles os turnos da fala e a atitude esperada de quem ouve.

Atividade 16Diga aos estudantes que esco- lham individualmente as palavras que completam o sentido do tex- to. Quando terminarem, solicite que comparem as respostas em duplas. Corrija oralmente para ve- rificar se fizeram as escolhas ade- quadas com as palavras: conversa– pessoas – diálogo – assuntos – entrevistado – entrevista – perfil– oral – escrita – trechos – formal.

Atividade 17Para que os estudantes reflitam sobre os marcadores conversa- cionais na entrevista oral, pas- se um trecho de uma entrevista televisiva e coloque o áudio de uma de rádio, feitas com o pró- prio Gustavo Dourado. A entre- vista televisiva pode ser encon- trada em <https://www.youtube. com/watch?v=8aLqe6EOhS4> e a de rádio em <http://www. gustavodourado. com. br/GD_

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 133

entrevista_Senado_Federal_ Autores_e_Livros.mp3> (acessos em: 9 nov. 2015).

Compare também a apresentação de entrevistas nessas duas mídias, além de reforçar que mesmo no texto oral há uma introdução que contextualiza o entrevistado. Pause os trechos quan- tas vezes forem necessárias para que consigam captar toda a mensagem. Converse com eles sobre a importância de reticências, vírgulas e pontos finais e como percebê-los na linguagem oral para que sejam transcritos. É provável

que, ao ouvir as entrevistas, percebam alguns elementos comuns na oralidade, mas evitados na escrita, como: marca- dores de hesitação – ah, eh, ahn; pausas e alongamentos; marcadores de teste de participação ou busca do apoio – sabe, né, certo; marcadores de atenua- ção da atitude do falante – eu acho que; marcadores de apoio ou monitoramen- to do ouvinte – ahn, ahn, uhn, sei. Após a transcrição de um trecho selecionado

previamente, socialize e elabore um texto coletivo, destacando o uso dos marcadores conversacionais. Na ques- tão seguinte, o objetivo é fazer o estu- dante perceber novamente as marcas de oralidade, que devem desaparecer na edição de um texto. Na retextuali- zação, eles reproduziram as marcas de oralidade da entrevista. Amplie, pedin- do que editem o trecho transcrito, reti- rando as marcas de oralidade.

Uma entrevista é produzida a partir de uma conversa / leitura entre o produtor do texto e uma ou mais pessoas / equipes. O silêncio / diálogo é, portanto, sua característica principal. O entrevistador organiza a conversa, propondo os fatos / assuntos e dá voz ao entrevistado / chefe para que ele exponha os seus pontos de vista, suas experiências e seus pensamentos sobre os temas abordados.

A notícia / entrevista, geralmente, vem acompanhada por um texto introdutó- rio contendo a informação mais importante: o perfil / endereço do entrevistado.

A transcrição da entrevista de linguagem gestual / oral para escrita

Page 197: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Entre perguntas e respostas • Língua Portuguesa 159

Page 198: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender160

Orientações didáticas

Para debaterReveja com os estudantes o con- ceito dado sobre opinião e argu- mentação no quadro Você sabia? e, antes de lerem a resposta do en- trevistado, solicite que respondam à questão feita pela entrevistado- ra. Após a leitura da fala do entre- vistado, eles poderão comparar com suas próprias respostas. Du- rante a discussão proposta, orien- te os estudantes para manterem a organização, respeitando os tur- nos da fala. Se julgar necessário, anote na lousa as informações que considerar mais importantes dos comentários e depois acrescente outras que achar necessárias.

Para que os estudantes co- nheçam mais sobre o trabalho do autor e possam ler alguns de seus cordéis, leve-os ao la- boratório de informática para explorar o site <www.gusta vodourado.com.br/cordel.htm> (acesso em: 9 nov. 2015). Peça que exponham suas opiniões so- bre os cordéis lidos.

Atividade 18Oriente os estudantes para que, como tarefa de casa, busquem textos de opinião em diferentes suportes e gêneros textuais com o intuito de verificar como se dá a construção da relação entre causa e consequência. Eles devem sele- cionar alguns trechos dos textos e identificar as causas e as conse- quências. Peça ainda que selecio-

17 Assista a uma entrevista que o seu professor irá apresentar. Preste atenção nas marcas de oralidade que aparecem nela.a. Após assisti-la, transcreva um trecho.

b. Que diferenças você encontra entre o texto da atividade 3 e este?

Para debater

Leia uma pergunta que foi feita a Gustavo Dourado em outra entrevista:

Entrevista de Gustavo Dourado à jornalista Mayara Traneblut

Mayara Traneblut – O senhor acredita que o artista popular em geral, seja ele ligado à literatura, ao artesanato, à dança ou à MÚSICA, pode sobreviver da arte que desenvolve?

GD – É possível, sim. Entretanto demanda muita luta e sacrifício. Tem que suar bastante e ganhar projeção para ser aceito pela elite e pelos intelectuais. A mídia é muito centrada na cultura de massa: no rock, na novela e nos enlatados. O espaço para a literatura e a arte popular de qualidade é muito pequeno e geralmente é voltado para a INDÚSTRIA cultural e para o marketing editorial. Os editores são muito preconceituosos com a poesia. Eles preferem investir em best-sellers, livros didáticos, de autoajuda e biográficos e em nomes já conhecidos. Dificultam o acesso dos novos à publicação. Quando publicados, não são distribuídos e são excluídos das livrarias. O governo é omisso. Só dá verba para quem não precisa. Só os grandes conseguem. Não tem política para o livro e para a literatura. Nenhum apoio para o cordel. É muito difícil ser escritor no Brasil. Ser poeta é uma luta constante contra o preconceito e as barreiras impostas pelo mercado e pela mídia centrada na publicidade paga pelas grandes editoras e distribuidoras do livro. Ser cordelista então é um verdadeiro pandemônio. Ser cordelista é estar na ponta-de-lança para enfrentar os canhões e os mísseis da globalização e do neoliberalismo. Ser cordelista crítico é resistir contra tudo e contra todos. É subviver e sobreviver na árdua luta de Davi contra Golias. A luta cotidiária de nossa existência. Tem que resistir e sobreviver. Sem perder a força de vontade e o entusiasmo pela vida.

Disponível em: <http://www.gustavodourado.com.br/entrevista.htm>. Acesso em: 1o set. 2015.

134 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

nem trechos que exercem a função de introduzir um argu- mento, uma causa para justificar um ponto de vista, e de estruturar e antecipar um contra-argumento. Todos devem registrar suas descobertas no caderno. Na sala, eles apresen- tarão o que conseguiram elaborar.

Conecte-seUtilize a entrevista apresentada no quadro e outras duas também do Muitos textos... Tantas palavras para que os estudantes as comparem: uma se chama “A mãe natureza é cruel” e a outra, “Como nos tornamos gordos?”. Peça que se reportem às três entrevistas para elaborar um quadro com- parativo, seguindo os critérios: formato narrativo ou per- guntas e respostas; tema; entrevistado; suporte.

Page 199: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

18 Em grupos, procurem em reportagens, artigos e colunas outros trechos nos quais os autores justificam um ponto de vista. Identifiquem causas e consequências nesses tre- chos, analisando como essas relações são estabelecidas.

19 Veja agora a seção “Vintage” da revista mensal Serafina da Folha de S.Paulo, que apre- senta a consultora de moda Costanza Pascolato em dois momentos de sua vida. Com- pare esse modelo de entrevista com a de Gustavo Dourado. Considerando o formato e o assunto das duas entrevistas, que diferenças e similaridades encontra?

Atividade 19Esclareça o título da seção da re- vista: “Vintage”, palavra que re- presenta a recuperação do que é antigo ou passado pela sua im- portância ou qualidade. Depois, informe aos estudantes que a entrevistada é uma consultora de moda com certa idade, que quando jovem herdou uma gran- de confecção, e já escreveu livros. Antes da leitura, pergunte quais questionamentos eles fariam à entrevistada ou quais acham que foram feitos, tendo por referência o contexto apresentado. Ao térmi- no da leitura, compare a previsão dos estudantes sobre a temáti- ca e as perguntas da entrevista com o CONTEÚDO de fato do texto. Após, questione se acham que as perguntas foram planejadas; se houve reelaboração durante a interlocução; como acham que o entrevistador se preparou para entrevistar a mulher; o que é ne- cessário para que uma entrevista atinja os seus objetivos: elaborar os questionamentos previamente ou estar preparado para elaborá--los ao longo dela? É importanteque os estudantes justifiquem suas respostas. Essa discussão sobre a preparação prévia da en- trevista é fundamental para que percebam que se trata de um gê- nero primordialmente oral, elabo- rado na interação entre os inter-

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 135

locutores, e que o preparo prevê um rol de bons questionamentos. Além disso, é preciso conhecer o

entrevistado e ter, com clareza, quais informações se pre- tende obter com a entrevista. Neste momento, você poderá retomar a produção inicial dos estudantes e pedir que veri- fiquem se a entrevista que planejaram é apenas um ques- tionário. Aborde com a turma uma das diferenças entre es- ses gêneros: a entrevista é um gênero oral por excelência e, portanto, precisa da interação entre os interlocutores para acontecer; já o questionário é um texto que pode ser ape- nas escrito e que não necessariamente prevê essa interação. Depois, trabalhe os aspectos comparativos tanto entre os

dois momentos apresentados da consultora de moda (prin- cipalmente a questão da maturidade e a mudança de ponto de vista como consequência) quanto os diferentes formatos desta entrevista e a de Gustavo Dourado. Similaridade: as duas entrevistas são em estilo pingue-pongue. Diferenças: na entrevista de Costanza, o entrevistador não aparece e não há texto introdutório. As respostas não foram editadas, mas apresentadas com sua caligrafia. Aparentemente, essa entrevista não é o resultado de uma conversa, mas de um questionário para

Patri

cia

• A resposta apresenta apenas uma opinião do entrevistado ou bases argumentativas consistentes? Dê exemplos.

• Você concorda com o que Gustavo diz? Explique com base em argumentos.

Page 200: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

ser respondido.

Page 201: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Avançar

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender162

Orientações didáticas

Atividade 20Oriente os estudantes a fazerem apontamentos no texto do cole- ga, atentando-se à pontuação e à ortografia. Acompanhe a análise. Além disso, discuta com eles os conceitos de “pergunta aberta” e “pergunta fechada”. A pergunta aberta permite ao entrevistado decidir o que e como dizer, portan- to, realiza-se com algum marcador do tipo: quem, qual, o que, como etc. Na pergunta fechada, uma sé- rie de possíveis respostas é deter- minada pelo pesquisador, restrin- gindo as alternativas de réplica do entrevistado. Ademais, há outros tipos de perguntas:

• perguntas conducentes: tendem a fazer a pessoa responder de uma certa forma – geralmente sim ou não – e que podem limitar as informações recebidas;

• perguntas ambíguas: são va- gas e confusas, de forma que a pessoa não consegue realmente entender o que está sendo per- guntado;

• perguntas inquisitivas: procuram descobrir mais sobre o que está por trás das respostas iniciais.

A maneira de perguntar depende do propósito da entrevista. Entretanto, geralmente são necessárias pergun- tas abertas e inquisitivas para des- cobrir informações interessantes.

• Solicite aos estudantes que pesquisem os tipos de entrevista e, em seguida, montem um painel na sala de aula. A tipologia pode incluir:

– Entrevista noticiosa: a que procura extrair do entrevistado informações sobre fatos que resultarão em notícias.

– Entrevista de opinião: a que levanta a opinião do entrevistado sobre o assunto pes- quisado; pode fazer parte de uma reportagem.

– Entrevista de ilustração: aquela que levanta aspectos biográficos do entrevistado, que registra suas ideias, gostos, trajes, seu modo de falar, o ambiente em que vive.

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras há outras entrevistas para você ler e se entreter com os pontos de vista das pessoas entrevistadas.

No texto “Legionário da ética”, o cantor e compositor Renato Russo expõe suas opiniões sobre temas referentes ao seu trabalho e à nossa sociedade. Curioso para saber o que pensava um dos maiores ídolos da MÚSICA brasileira? Então, leia a entrevista, que foi retirada do livro Conversações com Renato Russo.

20 Agora troque com seu colega o texto que você produziu na atividade 2. Avalie a entre- vista que ele escreveu com base nos seguintes critérios:

• Há marcas de oralidade?

• O assunto da entrevista está claro no texto?

• A sequência dos assuntos relatados está bem organizada?

• O assunto tratado na entrevista é interessante?

• O texto apresenta o entrevistado e as pessoas citadas com respeito?

• Há trechos chatos ou informações desnecessárias ao tema?

21 Retome seu texto e, de acordo com a análise feita por seu colega, decida se é necessário reescrevê-lo.

Saiba mais

ENTREVISTAS CONTEMPORÂNEASOrganizadores: Erivelto Busto Garcia e Miguel de Almeida Editora: Lazuli

O livro é um conjunto de entrevistas com alguns dos formadores de opinião mais influentes no Brasil. Os assuntos tratados passam por sociedade, país, cidades, os brasileiros e até mesmo assuntos relacionados ao mundo em geral.

136 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Lazu

li

Page 202: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Atividade 21Peça aos estudantes que destro- quem os textos e analisem se será necessário reescrevê-lo para a en- trega da versão final. Por fim, reco- lha o texto para analisar o processo de aprendizagem do gênero, a coe- são e a coerência, e o uso da norma--padrão e as regras de concordância nominal e verbal. Entregue a produ- ção comentada para os estudantes e informe que, caso seja necessário, eles podem fazer outra reelabora- ção, que será colocada no mural ou publicada no jornal da escola ou no blog da classe.

O que aprendi sobre...Nesta atividade, os estudantes prepararão a entrevista oral em duplas, dividindo entre eles os papéis de entrevistado e entrevis- tador. Eles deverão elaborar um roteiro para a entrevista, que pode ser fictícia, ou seja, pode represen- tar personagens inventadas ou da vida real. Escolha com eles a forma de apresentação da entrevista: ao vivo ou gravada. Oriente-os para utilizarem a norma-padrão da lín- gua para realizar o diálogo.

Entre perguntas e respostas • Unidade 7 137

– Entrevista coletiva: aquela em que o entrevistado res- ponde a perguntas de diversos repórteres de diferentes veículos de comunicação. Esse tipo de entrevista pode ser iniciado com um rápido depoimento do entrevistado.

• Outra sugestão é convidar um jornalista para falar sobre sua profissão à turma e, especialmente, sobre o gênero en- trevista e seus tipos, retomando também os gêneros tex- tuais reportagem e notícia.

ENTREVISTAS TELEVISIVAS

Os programas de entrevista são famosos na TV nacional e também na internacional. Entre os brasilei- ros, destacam-se: Programa do Jô, apresentado por Jô Soares; Altas horas, com Serginho Groisman; e Marília Gabriela entrevista.

Esses entrevistadores trabalham com o gênero entrevista há muito tempo e se especializaram em programas televisivos que utilizam esse formato.

O que aprendi sobre...• Em duplas, pensem no que vocês estudaram sobre o gênero textual entrevista e

organizem um programa de TV no qual um fará o papel de entrevistado e o outro de entrevistador.

TV

Márc

ia

Page 203: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender164

Unidade 7

Para saber mais...

Livro:ENTREVISTA: O DIÁLOGO POSSÍVELAutora: Cremilda de ARAÚJO Medina Editora: Ática

A técnica da entrevista pode apenas preencher os requisitos imediatos da notícia ou pode servir como importante meio de comunicação social. No primeiro caso, basta o aprendizado prático. Já no segundo, estudo, pesquisa, exercício permanente. Neste livro, a autora apresenta os postulados da entrevista não autoritária. Defende a interação a serviço do homem não como utopia, mas como imperativo da convivência democrática.

Site:LAEL – LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA LINGUAGEM

Disponível em: <http://www.pucsp.br/pos/lael>.Acesso em: 9 nov. 2015.

Neste site, mantido pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na parte de teses e dissertações, há uma dissertação com o seguinte título: Entrevista escolar: uma possibilidade de construção de metaconhecimento?, de Angélica Miyuki Farias – orientadora Profa. Dra. Maria Cecília Camargo Magalhães. No capítulo 1, item 2.3, você encontra informações sobre o gênero entrevista.

[S.I.

]/Edi

tora

Page 204: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

165As regras do jogo • Língua Portuguesa

Expectativas de ensino e aprendizagem

UNIDADE 8 As regras do jogo

3. Relacionar textos verbais e/ou textos não verbais, comparando informações explí- citas e implícitas.

5. Identificar e analisar a flexão das palavras, verificando sua aplicabilidade relaciona- da ao gênero textual.

8. Identificar, distinguir e relacionar os recursos que estruturam diferentes gêneros textuais, tanto na oralidade quanto na escrita, analisando a organização, o contex- to de produção, o uso e os aspectos linguístico-discursivos dos textos.

9. Identificar, compreender e utilizar nas produções textuais as convenções do siste- ma de representação da língua escrita.

13. Identificar e aplicar as marcas linguísticas que compõem o gênero textual em estudo.15. Pesquisar e comparar informações, obras, autores e temas obtidos em diferentes fontes.17. Produzir textos orais e escritos considerando o gênero textual em estudo, de acor-

do com sua função, organização e aspectos linguístico-discursivos, pressupondo o enunciador, o interlocutor, o suporte e os contextos de produção e circulação.

20. Reconhecer, compreender e aplicar as regras-padrão de concordância verbal e no- minal apropriadas às diversas possibilidades de produção oral e escrita.

21. Reelaborar os próprios textos, adequando-os ao gênero textual solicitado, conside- rando a situação comunicativa e o contexto de produção, atentando-se à coesão e coerência textual.

22. Socializar experiências/vivências significativas de leitura, por meio da escrita ou da oralidade.

Page 205: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Diálogo com o professor

Orientações didáticas

Roda de conversa

leitura que relacionem o texto ima- gético e sua interface com o texto

leiam o texto introdutório e obser- vem as imagens apresentadas. As pinturas feitas por Cândido Porti- nari mostram crianças brincando e jogando, situação bastante co- mum antigamente, mas que vem perdendo espaço para as novas tecnologias. Chame atenção para a característica atemporal da ima- gem, já que Portinari pintava o seu tempo, mas o que ele retratou per- manece, de certa forma, atual. Per- gunte aos estudantes que jogos ou brincadeiras eles conhecem, de tabuleiro, cartas, e onde costu- mam jogar futebol e brincar de es- conde-esconde, por exemplo. Veja também quais deles costumam jogar e se conhecem as regras de algum jogo. Comente com eles que para um jogo constituir-se como tal, as regras são características básicas. Valorize o conhecimento prévio dos estudantes (nível de desenvolvimento real) para, com base nele, construir conhecimen- tos mais elaborados, transforman- do o que era desenvolvimento po- tencial (aquelas capacidades que estão em vias de ser construídas) em conhecimento real.

UNIDADE

8do jogo

PORTINARI, Candido. Futebol. 1935. Óleo sobre tela, 97 cm x 130 cm. Coleção particular, Rio de Janeiro, RJ.

PORTINARI, Candido. Crianças brincando. 1938. Óleo sobre tela, 38 cm x 46 cm.

138 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

O enfoque desta unidade é o gênero textual regra de jogo. Espera-se que o estudante compreenda o conceito desse gêne- ro, sua finalidade e características básicas, e tome conhecimento de algumas indicações práticas que possam ajudá-lo a enten- der sua forma composicional. Os aspectos linguísticos a serem destacados intercalam: utilização de verbos no modo impera- tivo e no modo infinitivo com valor imperativo para indicar o “como jogar”; utilização dos marcadores “primeiro”, “depois”,

entre outros, como sinalização da coesão textual; presença de exemplificação para indicar ações que podem ou não ser realiza-

Dire

ito d

e re

prod

ução

gen

tilm

ente

cedi

do p

or Jo

ão

Dire

ito d

e re

prod

ução

gen

tilm

ente

cedi

do p

or Jo

ão

Page 206: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

das pelos jogadores; utilização de linguagem matemática para indicação da quantidade de componentes, da faixa etária dos jogadores etc.

O gênero regra de jogo apresenta três características princi- pais que o definem: CONTEÚDO temático, estilo e forma composi-

cional. O CONTEÚDO temático gira em torno do tema: o jogo em si, a indução das ações dos participantes, a competição ou o lazer. A forma composicional apresenta-se por meio da presença do nome do jogo, da descrição do que é o jogo, do material utilizado e das regras propriamente ditas. Estas apresentam a maneira

166 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 207: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

167As regras do jogo • Língua Portuguesa

Comente com eles que desenvol- vemos hábitos de convívio social diariamente, respeitando regras e limites estabelecidos nos diver- sos grupos da sociedade em que vivemos. Na escola, em casa, no trabalho, conquistamos direitos e temos deveres, realizamos ta- refas, obedecemos ao que pode/ deve ou não ser feito. O mesmo acontece quando jogamos, seja em atividades profissionais, seja nos momentos de diversão e lazer; o jogo está muito presente na vida das pessoas.

PORTINARI, Candido. Meninos soltando pipas. 1947. Óleo sobre tela, 60 cm x 74 cm.

As imagens, do artista Candido Portinari, um dos principais nomes da pintura brasileira, nos remetem a brincadeiras da infância. Quando crianças, aprendemos a brincar de várias formas e muitas vezes nos apropriamos naturalmente das regras de um jogo, ou criamos nossas próprias regras.

Roda de conversa

• Quem são as pessoas retratadas nas pinturas?• Você se identificou com as imagens? Explique.• Que sensações essas obras despertam em você?• As pinturas retratam algo de um tempo passado ou ainda presente? Por quê?• De que jogos ou brincadeiras você gosta?

As regras do jogo • Unidade 8139

de jogar, o NÚMERO de participantes e as variedades existentes. O estilo está ligado à situação de produção e à autoria do jogo. É importante lembrar que nem sempre é possível uma distinção pontual dessas características, pois elas também podem apre- sentar-se interligadas.

Trabalhar com esse gênero motiva os estudantes a compre- ender melhor os gêneros prescritivos, já que jogar é uma ativi- dade apreciada por pessoas de todas as idades. Além disso, é um texto, cuja finalidade e uso social são reais no dia a dia. Pode

parecer simples, mas a escrita desse tipo de texto exige muita atenção e conhecimento.

É importante que os estudantes aprendam efetivamente carac- terísticas que são próprias de

textos injuntivos/prescritivos, com- parando os gêneros receita culinária, receita médica e regra de jogo. Vale

ressaltar que as regras sempre foram e são imprescin- díveis para a realização de jogos, e registros

documentais com- provam que desde a Antiguidade os homens praticavam lutas e combates, bem como

realizavam jogos dos mais diferentes tipos.

Dire

ito d

e re

prod

ução

gen

tilm

ente

cedi

do p

or Jo

ão

Page 208: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Orientações didáticas

Atividade 1Neste momento, pretende-se en- trar na esfera da função do texto instrucional de forma mais abran- gente. Para tanto, oriente os estu- dantes para a função de manuais de instrução, receitas culinárias, bulas de remédio e regras de jogos. Eles devem fazer uma lista das ati- vidades com regras mais simples de seguir – como tomar um re- médio – até as mais difíceis, como montar um jogo de Lego. Quando os grupos terminarem suas listas, promova a socialização da ativida- de, para que eles, por meio da troca de experiências, possam construir conhecimento juntos. Antes de sis- tematizar análises textuais, é im- portante valorizar a experiência de leitura do estudante.

Atividade 2Em aula anterior, peça aos estu- dantes que tragam um ou dois jogos para a classe e os folhetos que os acompanham, contendo as regras do jogo. Faça um levanta- mento sobre que jogos eles têm em casa, para que não haja muitos iguais. Solicite que escolham uma pessoa do grupo para fazer a lei- tura para os colegas, enquanto os outros vão tomando notas no ca- derno sobre o que é pedido nesta atividade. Pode-se pedir também que eles indiquem que aspectos das regras eles costumam seguir e quais não e por quê, caso o grupo já seja familiarizado com o jogo com que estão trabalhando. Ques- tione-os sobre o que puderam

Desafio1 Forme grupos e converse com os colegas:

• Vocês acham que para desenvolver algumas atividades (jogar, montar um que- bra-cabeça, tomar um remédio etc.) sem cometer equívocos é preciso seguir cer- tas regras ou instruções?

• Após chegarem a uma conclusão, façam uma lista dessas atividades, começando por aquelas que possuem instruções mais simples e seguindo para as mais difí- ceis. Explique a seus colegas o porquê de suas escolhas.

2 Em grupos, escolha um jogo e leia suas regras. À medida que a leitura avança, selecione e comente com seu grupo que aspectos das regras são fáceis de seguir e quais são mais complicados, se houver. Faça anotações sobre as conclusões a que chegarem.

3 A partir das anotações feitas, reescrevam as regras do jogo que foram discutidas por vocês, de forma a deixá-lo mais interessante para jogar. Para isso, considerem es- tes aspectos:

• A organização coerente das etapas do jogo.

• Os cuidados necessários para não haver desentendimentos entre os jogadores.

• O que é proibido ou eliminatório.

• O uso dos verbos sempre indicando uma ordem a ser seguida.

Você sabia?

O xadrez é um dos jogos mais po- pulares do mundo e é praticado por milhões de pessoas. Trata-se de um jogo de tabuleiro recreativo e competitivo que envolve estra- tégias e táticas, desconsiderando, portanto, o elemento sorte. O jo- gador de xadrez é conhecido como enxadrista.

Seguidor de Caravaggio. Século XVII. Óleo sobre tela. Gallerie dell'Accademia, Veneza.

140 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

perceber de comum em todas as regras e o que consideramser importante constar em todos os jogos. Observe se eles ressaltam: NÚMERO de participantes, objetivo e como jogar, por exemplo.

Atividade 3O ponto de partida para a escrita inicial das regras de jogo foi a leitura da atividade anterior, mas agora os estudantes não deverão consultar os folhetos que trouxeram com os jogos. Eles deverão reescrever as regras com base no que

anotaram e discutiram, com as próprias palavras, e atentando-se ao

Encarte 8

Brid

gem

an/

Page 209: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

fato de que devem estimular o interesse pelo jogo com essasnovas regras.

Coloque na lousa um quadro orientador sobre a situação co- municativa em que se insere esta atividade:

a) Gênero textual: regra de jogo.

b) Objetivo: reescrever as regras do jogo selecionado para orientar os leitores a participar de forma justa e prazerosa.

c) Leitores: os estudantes da classe ou da escola (caso quei- ram divulgar o texto produzido publicamente).

d) Produção: em grupo.

168 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Page 210: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

169As regras do jogo • Língua Portuguesa

Para debater

A partir das orientações de seu professor, discuta oralmente as questões:

• Conhece alguém que saiba jogar xadrez?

• Você já jogou xadrez?

• Você conhece corretamente as regras desse jogo?

• O que acha do jogo de xadrez?

4 Leia as regras de xadrez para responder às questões.

As regras do xadrez ou Leis do xadrez são um conjunto de regras que regem a prática do jogo de xadrez em todo o mundo. Enquanto as origens do xadrez não são claras, as regras modernas do xadrez foram modeladas primeiramente na Itália, durante o século XVI. As regras do xadrez foram sendo alteradas lentamente até o início do século XIX, quando obtiveram a forma atual. Elas também podem variar de um lugar para outro. Atualmente, a Federação Internacional de Xadrez (Fide) determina as regras-padrão, com pequenas modificações feitas por algumas federações nacionais para peculiaridades. Existem va- riações das regras para o xadrez, tais como: postal, xadrez rápido, xadrez on-line e varian- tes para o jogo de xadrez. As regras atualmente vigentes foram aprovadas durante o 77o Congresso da Fide realizado na cidade de Dresden, na Alemanha, em novembro de 2008, tendo entrado em vigor no dia 1o de julho de 2009.

O jogo de xadrez é disputado por duas pessoas em um tabuleiro de xadrez, com 32 peças (16 para cada jogador) de seis tipos diferentes. Cada tipo de peça move-se de forma distinta. O objetivo do jogo é dar o xeque-mate ao Rei adversário, isto é, ameaçar o Rei do oponente com a captura inevitável. Os jogos não precisam terminar necessariamente com o xeque-mate, pois os jogadores podem desistir a qualquer momento se acreditarem que perderão a partida. Além disso, existem várias formas de um jogo terminar empatado.

As regras não só gerem o movimento básico das peças como também determinam o equipamento usado, o controle de tempo, a conduta e ética dos jogadores, acomodações para jogadores com necessidades especiais, o registro dos lances usando notação de xa- drez, bem como procedimentos com as penalidades em caso de irregularidades que por- ventura possam ocorrer durante uma partida de xadrez.

Objetivo do xadrez

O objetivo do jogo de xadrez é dar xeque-mate ao Rei adversário, ou seja, colocá-lo sob ameaça de captura (xeque), sem que ele tenha como escapar dele. Para isso, cada jogador dispõe de 16 peças, sendo:

Você sabia?Pergunte aos estudantes o que eles sabem a respeito do jogo de xadrez e diga que podem encon- trar diversas informações sobre ele no site da Confederação Brasi- leira de Xadrez: <http://www.cbx. org.br/Home.aspx> (acesso em: 10 nov. 2015).

Para debaterOrganize a turma em dois grupos: um dos estudantes que conhecem as regras do jogo de xadrez e ou- tro dos que não sabem jogar nem conhecem suas regras. Incentive os mais pessimistas quanto ao jogo sobre a importância de se praticar jogos de estratégia. Du- rante a discussão, é importante que a maioria contribua. Oriente--os para manterem a organização, respeitando os turnos da fala e a atitude esperada de quem ouve.

As regras do jogo • Unidade 8141

anot

açõ

Page 211: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

170 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 4Para haver maior compreensão do texto que será lido, divida-o em quatro ou cinco partes, ou em itens, e peça que os estudantes façam uma pergunta – com suas próprias palavras – cuja respos- ta esteja dentro dos parágrafos indicados, bastando sublinhá-la. Trata-se de uma atividade em que a metodologia vai ao encontro do CONTEÚDO. Além disso, o livro Es- tratégias de leitura (SOLÉ, Isabel.6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998) apresenta estratégias interessan- tes que podem ser muito ÚTEIS tanto para o desenvolvimento das atividades de leitura quanto para a avaliação. A leitura de cada parte das regras precisa ser comentada de modo a assegurar a compreen- são do texto.

• 1 Rei

• 1 Dama

• 2 Bispos

• 2 Cavalos

• 2 Torres

• 8 Peões

Os movimentos são alternados, sendo que o enxadrista que detém as peças brancas sempre faz o primeiro lance. Nunca o enxadrista pode “passar a vez” ou deixar de realizar uma jogada.

O objetivo secundário do jogo é proteger o seu próprio Rei, evitando que ele leve o xe- que-mate. É proibido no xadrez colocar o próprio Rei em xeque, ou, quando em xeque, fazer outra jogada que não seja tirá-lo do xeque.

Movimento e captura das peças

Todas as peças (com exceção do Cavalo), independentemente de quantas casas andem, têm seu raio de ação limitado pelas outras peças, amigas ou inimigas, ou seja, caso uma peça amiga esteja em seu caminho, ela não poderá parar nesta casa, ou em qualquer outra que, para chegar até ela, deva passar pela casa ocupada. No caso de uma peça inimiga, ainda não é permitido chegar a uma casa passando pela casa ocupada, porém, é possível capturar (tomar) a peça adversária, removendo-a do jogo e posicionando a peça captora na casa que a peça inimiga ocupava no tabuleiro.

TorreA torre se movimenta em direções ortogonais, isto é, pelas linhas

(hori- zontais) e colunas (verticais), não podendo se mover pelas diagonais. Ela pode mover quantas casas desejar, se estiverem desocupadas pelas colunas e linhas, porém, apenas em um sentido em cada jogada.

BispoO bispo se movimenta nas direções diagonais, não podendo se mover

pe- las ortogonais, como as torres. Ele pode mover quantas casas quiser pelas diagonais, porém, apenas em um sentido em cada jogada e desde que as mesmas estejam desobstruídas.

Dama (Rainha)

A Dama (também chamada de Rainha) pode movimentar-se quantas ca- sas queira, tanto na diagonal como na vertical ou na horizontal, porém, ape- nas em um sentido em cada jogada.

142 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 212: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

As regras do jogo • Língua Portuguesa 171

ReiPode mover-se em todas as direções, mas limitado somente à sua casa

vizinha. O Rei pode fazer um movimento especial chamado de roque com a torre, desde que:

• nenhuma das duas peças tenha sido ainda movimentada durante a partida;

• não haja nenhuma peça amiga entre o Rei e a Torre;

• nenhuma das casas pelas quais o Rei irá passar ou ficar esteja sob ataque de peça inimiga.

Só sob essas condições pode ser feito o roque, que pode ser o roque pequeno ou o grande.

O Rei pode capturar, também, qualquer peça adversária, com exceção do Rei adver- sário. Um Rei deverá manter distância mínima de duas casas do outro Rei, se não será considerado um lance irregular.

PeãoO Peão é a única peça do xadrez que nunca retrocede no tabuleiro.

Portan- to, quando se encontra na segunda fila [a2-h2 das brancas, a7-h7 das pretas], sempre estará disponível para fazer o seu primeiro movimento. Nesse caso, ele pode “optar” entre “andar” uma ou duas casas sempre na mesma coluna.

Passando da segunda fila, não pode mais se deslocar duas casas, mesmo que não o tenha feito em seu primeiro movimento. Ao contrário das demais peças do xadrez, quando vai capturar uma peça seu movimento é diferente: ele se desloca na diagonal, andando ape- nas uma casa, sempre para frente. O Peão não pode capturar para trás e não captura peças que obstruam o seu caminho. Assim, qualquer peça (inclusive outro Peão) pode parar a marcha de um Peão.

Uma vez que um Peão não anda para trás, caso ele alcance a última fileira do tabuleiro (fileira 8 para as brancas ou 1 para as pretas) o jogador deve promover seu Peão, transfor- mando-o em qualquer outra peça menos o Rei e o Peão (Dama, Torre, Bispo ou Cavalo). O Peão pode se transformar em qualquer das quatro peças, mesmo que haja outras em jogo. É possível, então, possuir duas ou mais damas, três ou mais torres, ou situações semelhantes.

CavaloO movimento do Cavalo corresponde ao movimento em “L”. Ele pode

an- dar em “forma de L”, ou seja, anda duas casas em linha reta e depois uma casa para o lado. Ao colocar uma peça em cada posição disponível do movi- mento do Cavalo, você verá que elas formam um círculo no tabuleiro, círculo

este que corresponde ao movimento octogonal permitido pelo quadriculado do tabuleiro. O Cavalo goza de uma liberdade especial em seu movimento, podendo pular qualquer peça, inclusive as do adversário. Captura as peças adversárias que estejam em sua casa de chega- da, mas não pode ir para uma casa ocupada por uma peça amiga.

As regras do jogo • Unidade 8 143

Page 213: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

172 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

MovimentOS extraorDINÁRIOS

Roque

O roque é um lance do Rei com qualquer das suas duas Torres situada na mesma fileira e é considerado um lance de Rei apenas. O roque coloca o Rei em segurança e permite co- locar a sua Torre em uma posição mais centralizada no tabuleiro. O roque tem suas varian- tes: o roque longo, também chamado de roque do lado da dama, e o roque curto, também chamado de roque do lado do rei. Para se executar ambos, move-se o Rei duas casas para qualquer lado na horizontal e move-se a Torre para a casa imediatamente anterior.

Para que o roque seja executado, é preciso observar certas condições que devem ser seguidas a fim de que o movimento seja válido. São elas:

• nem o Rei nem a Torre usada no roque podem ter sido mexidos alguma vez antes no jogo;

• o Rei não pode estar em xeque antes de o roque ser feito e nem pode ficar em xeque após a realização do mesmo;

• nenhuma casa por que o Rei irá passar para realizar o roque pode estar ameaçada por uma peça adversária;

• o caminho da Torre e o do Rei devem estar totalmente desobstruídos, seja por peças amigas ou adversárias.

Obs.: como o Roque é um lance do Rei, o mesmo deve ser movido primeiro. Caso o jogador toque primeiro em sua Torre, deverá fazer um movimento com a mesma, não po- dendo mais fazer o roque nesse lance e nem mais com essa torre (pois a mesma já terá sido mexida).

Captura en passant

En passant, termo francês que significa “na passagem”, é um movimento especial de captura de um Peão por outro Peão. Este, como descrito, pode andar duas casas na pri- meira vez que se move. Entretanto, os peões adversários podem capturar o Peão que anda duas casas, como se este tivesse andado apenas uma casa, caracterizando uma captura en passant. Neste caso, a captura deve ser feita imediatamente após o emparelhamento dos peões, não podendo ser feita depois. Como todas as outras capturas, a tomada en passant é facultativa.

Tirando o Rei de xeque

Para retirar o Rei de xeque, o jogador deve tentar os três passos:

• movimentar o Rei para uma casa em que ele não esteja em xeque;

• colocar uma peça entre o Rei e a peça que está dando o xeque; ou

• capturar a peça que está dando xeque ao Rei.

144 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 214: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

As regras do jogo • Língua Portuguesa 173

Quando não há possibilidade de se fazer nenhum desses três passos, fica caracterizado o xeque-mate e a partida acaba imediatamente.

Vitória

Existem dois modos de se obter a vitória durante uma partida de xadrez:

• o adversário desistir ou abandonar o jogo;

• dar um xeque-mate ao Rei adversário.

Embora seja costume de muitos jogadores, o aviso do xeque, diferente de como alguns pensam, não é de forma alguma obrigatório, sendo, em algumas partidas blitz (relâmpago) de campeonato, inclusive, desaconselhado.

Empate

Uma partida é considerada empatada quando:

• o jogador que tiver a vez de jogar não puder realizar nenhuma jogada legal. Esse empate é conhecido como pat, pelos franceses, ahogado, em espanhol, ou simples- mente empate por afogamento, rei afogado.

• um dos jogadores propuser e o outro aceitar o empate.

• em campeonatos, a regra é um pouco mais restrita: um jogador deve propor o em- pate enquanto seu tempo estiver correndo, e acionar o relógio. O outro jogador deve anunciar que aceita o empate, recusar, ou simplesmente fazer a sua jogada, sinal que recusou o pedido, e não poderá, mais tarde (se a situação do tabuleiro mudar), “acei- tar” o empate. Após essa recusa, apenas o jogador que recusou o empate pode fazer outra proposta, para evitar que um jogador fique constantemente pedindo empate, incomodando o adversário.

• esse modo de propor o empate é o correto e não o visto no filme Lances inocentes, onde o protagonista estende a mão declarando empate, aguardando o seu oponente apertá-la como sinal de que aceita.

• nenhum dos jogadores contar com material suficiente para dar xeque-mate no ad- versário. É considerado material insuficiente o Rei e um Bispo, o Rei e um Cavalo ou o Rei e dois Cavalos contra um Rei sozinho. Isso não significa, portanto, que não é possível dar um mate apenas com um Cavalo. Mas só é possível se houver outras peças inimigas impedindo o caminho do rei inimigo. O mate com dois Cavalos e Rei contra Rei só ocorre se o oponente errar ao fugir com o Rei, portanto dois Cavalos são considerados como material insuficiente para dar mate.

• por causa da promoção, um Peão sempre é considerado “material” suficiente para mate, embora ele como Peão não possa sozinho (ou com ajuda do rei) dar xeque-mate.

• ocorrer um xeque-perpétuo, em que um jogador pode ficar permanentemente colo- cando o Rei do outro em xeque, não importa o que o outro faça, sem que o jogador manifeste intenção de jogar diferentemente.

Solicite aos estudantes que reali- zem os itens a e b individualmen- te e, em seguida, comparem as respostas em duplas. No momento da correção, coloque a resposta da segunda questão na lousa, a fim de perceberem que as informa- ções trazidas pelos textos são so- bre a história e regulamentação do jogo, as funções das peças, os mo- vimentos permitidos ou não e as formas de vencer. Comente tam- bém que a alternativa (C) da pri- meira questão é a correta e pode fazer referência a todos os textos de tipologia injuntiva.

As regras do jogo • Unidade 8 145

Page 215: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

174 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

• sejam efetuados 50 lances sem captura de peças e sem movimento de peões.• uma dada posição ocorrer três vezes durante uma partida. Note

que se um simples Peão for avançado uma casa, a posição já não é mais a mesma e a contagem recomeça.

Lances irregularesMover uma peça de forma que não siga os movimentos válidos

para a mesma. Por exemplo, um Bispo só pode mover-se na diagonal. Se o Bispo for movido na vertical, será um lance irregular, devendo o mesmo retornar ao seu lugar e o jogador fazer uma jogada legal com o Bispo, caso haja essa possibilidade, senão poderá mover outra peça.

O Rei estando em xeque, o jogador faz um movimento cujo resultado ainda mantenha em xeque o Rei. Nesse caso, o lance deverá voltar e o jogador deverá movimentar a mesma peça para uma posição que tire o Rei do xeque, caso possível, senão poderá fazer qualquer outro lance que tire o Rei do xeque.

Fazer um lance que coloque o seu Rei em xeque. Novamente, o lance deverá ser des- feito e ser feito outro lance com a mesma peça, desde que haja algum lance válido para a mesma.

Leis do xadrez na FideAs Leis do xadrez da Fide regulamentam o jogo no tabuleiro. O texto em

inglês é a ver- são autêntica da Lei do xadrez adotada no 77o Congresso da Fide realizado em Dresden (Alemanha) em novembro de 2008, em vigor a partir de 1o de julho de 2009.

Adaptado de: <http://www.tabuleirodexadrez.com.br/regras-do-xadrez.htm>. Acesso em: 2 set. 2015.

a. A regra de jogo é um texto instrucional. Isso significa que esse texto:

(A) ensina as regras, para que o jogador saiba perder com respeito.

(B) apresenta as regras de forma que o jogador sempre ganhe.

(C) orienta o leitor para a realização de determinadas ações.

(D) instrui o leitor para preparar ações não planejadas.

(E) mostra apenas o que não pode ser feito no jogo.

b. De modo geral, que informações esse texto nos traz?

146 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Page 216: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

5 Onde são encontradas as regras de um jogo?

6 Quem é o PÚBLICO-ALVO do gênero textual regra de jogo?

7 O texto sobre as regras do xadrez é composto de várias partes. Identifique-as, transcre- vendo a primeira frase de cada uma das partes:

a. Introdução

b. Função das peças e movimentos

c. Casos especiais

As regras do jogo • Unidade 8 147

Atividade 5Verifique o que os estudantes afir- maram sobre o suporte do gênero textual regras de jogo e comple- mente, caso seja necessário. Geral- mente, vêm em um folheto dentro da caixa do jogo ou escritas na própria caixa; podem também ser encontradas na internet.

Atividade 6É importante ressaltar que o PÚBLI- co leitor desse gênero é formado por pessoas que se interessam em praticar os jogos, independente- mente de idade ou sexo.

Atividade 7Solicite que os estudantes identi- fiquem a estrutura do texto. Eles deverão realizar a atividade indi- vidualmente e depois se juntarem em trios para comparar se identi- ficaram as partes da mesma ma- neira. Circule pela sala enquanto eles fazem a comparação para ter uma ideia se todos compreende- ram a estrutura do gênero em es- tudo. Depois, verifique oralmente se todos os trios encontraram as partes corretamente: introdução– “As regras do xadrez ou Leis do xadrez são um conjunto de regras que regem a prática do jogo de xadrez em todo o mundo”; função das peças e movimentos – “Todas as peças (com exceção do Cavalo), independente de quantas casas andem, têm seu raio de ação limi- tado pelas outras peças, amigas ou inimigas”; casos especiais – “O roque é um lance do rei com qual- quer das suas duas Torres situada na mesma fileira e é considerado como um lance de Rei apenas”.

Page 217: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

176 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 8Esta atividade pretende reativar o conhecimento de mundo do es- tudante, para que a compreensão leitora seja construída em um nível proficiente. No momento da corre- ção, pergunte aos estudantes se eles conhecem outras formas de uso da palavra e se sabem a orto- grafia nesses casos. Forneça exem- plos de todos os outros sentidos, ressaltando as diferentes grafias.

Atividade 9Com esta atividade, faça o estu- dante perceber a função do modo imperativo do verbo como carac- terística do gênero textual estu- dado. Como eles já têm conheci- mentos prévios sobre esse modo verbal, pois já foi estudado no gê- nero receita, no 6o ano, faça uma breve revisão sobre ele, inclusive salientando quando a “ordem” ex- pressa indica ou não uma sugestão nesses textos. Verifique se todos retiraram os verbos corretamen- te: pegue, posicione, coloque, dis- ponha, preencha, distribua. Para ampliar, passe um vídeo com dicas para o jogo de xadrez, encontrado em <https://www.youtube.com/ watch?v=LKoE9xIMu0s> (acesso em: 10 nov. 2015), no qual tam- bém há o uso do modo imperativo. Além disso, para que comparem uma explicação de regras de jogo dada oralmente de forma direta com a escrita, existe outro vídeo que pode ser utilizado, disponível

8 Considere o trecho retirado do texto da atividade 4:

Para retirar o Rei de xeque, o jogador deve tentar os três passos:• movimentar o Rei para uma casa em que ele não esteja em xeque;• colocar uma peça entre o Rei e a peça que está dando o xeque; ou• capturar a peça que está dando xeque ao Rei.

• Escolha a opção que melhor explica o que significa a palavra destacada dentro do contexto:(A) Acontecimento político que representa ameaça.

(B) Alguém respeitado pela sua idade avançada.

(C) Chefe muçulmano de um território.

(D) Situação perigosa ou arriscada.

(E) Ação realizada para ganhar dinheiro.

9 Leia agora como preparar o tabuleiro de xadrez. Anote os verbos utilizados no texto.

148 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Rica

rdo

Page 218: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

177As regras do jogo • Língua Portuguesa

Para montar as peças no tabuleiro, faça o seguinte:I. Pegue as duas Torres de mesma cor e posicione uma em cada canto

do tabuleiro.II. Coloque os dois Cavalos no tabuleiro, um do lado de uma Torre e o

outro do lado da outra.III. Disponha os dois Bispos de mesma cor ao lado de cada um dos

Cavalos.IV. Preencha as duas casas que sobraram: se a Dama for de cor

branca, ficará na casa branca, e se for de cor preta, ficará na casa da mesma cor.

V. Coloque o Rei na casa dessa fileira que sobrar.VI. Os peões visam à defesa das peças maiores, portanto distribua

cada um na frente de cada peça, completando a segunda fileira do tabuleiro.

Adaptado de: <http://www.tabuleirodexadrez.com.br/aprenda-a-jogar-xadrez.htm>. Acesso em: 2 set. 2015.

10 Assinale a alternativa correta.

• O modo como os verbos estão apresentados na atividade 9 expressa uma:(A) ordem afirmativa ao leitor.

(B) situação de escolha ao leitor.

(C) forma de convencer o leitor a praticar uma ação.

(D) sequência de ações que pode ou não ser seguida.

(E) ação que ocorre enquanto se joga.

Conecte-se

No livro Muitos textos... Tantas palavras você poderá ler “O problema do xadrez”, uma história do escritor Malba Tahan que lhe trará mais conhecimentos sobre essa importante atividade de estratégias mentais.

11 Leia atentamente os textos a seguir para apontar as semelhanças, de acordo com os seguintes critérios:

• Assunto.

• Objetivo.

• PÚBLICO leitor.

em <https://www.youtube.com/ watch?v=t2bcmJ6RH7w> (aces- so em: 10 nov. 2015), no qual se pode observar a gravação que explica as regras do jogo Uno on--line, colocando especial atenção aos verbos utilizados.

Atividade 10Como os estudantes já viram o verbo no modo imperativo, tal- vez não haja a necessidade de entrar nesse assunto, mas é im- portante discutir os distratores desta questão: não se trata de escolha ou convencimento, por- que quem lê regras está disposto a segui-las. O momento também é oportuno para relacionar outros modos verbais e explicar o senti- do dentro do texto em questão. Questione, por exemplo, como fi- caria a regra do jogo se fosse es- crita no modo subjuntivo?

A sequência é de ações que devem ser seguidas, não há possibilidade contrária. Portanto, eles deverão escolher a alternativa (A).

Conecte-seAntes de realizar a leitura do texto indicado, converse com o professor de Matemática, pois ele também vai utilizar ou já utilizou esse conto

As regras do jogo • Unidade 8 149 em suas aulas. Dependendo do mo- mento em que os dois componen- tes estiverem quando da sugestão do texto, estabeleça as melhores estratégias para desenvolver o trabalho com o conto em parceria esse componente curricular.

Page 219: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

178 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 11Esta atividade deve ser realizada em duplas ou grupos com, no má- ximo, quatro componentes. Leve os estudantes a perceberem que os três textos possuem caracterís- ticas comuns, pois pertencem ao agrupamento instruir/prescrever. Comente as diferenças. Retome o gênero receita culinária, estudado no 6o

ano, e fale sobre a importân- cia da receita médica e os perigos da automedicação. Comente tam- bém que a receita médica apre- sentada é um texto fictício.

No momento da correção, é im- portante escrever as respostas na lousa ou fazer a discussão de cada

Texto 1

Bolo de casca de banana

Rendimento: 20 porções Tempo de preparo: 1 h 10 min Valor calórico: 224,68 kcal

item; espera-se que os estudantes percebam a comparação adequada.

Ingredientes

Massa:4 unidades de casca de banana 2 ovos2 xícaras (chá) de leite2colheres (sopa) de margarina 3 xícaras (chá) de açúcar3xícaras (chá) de farinha de rosca1 colher (sopa) de fermento em póCobertura:½ xícara (chá) de açúcar 1½ xícara (chá) de água 4 unidades de banana½ unidade de limão

Modo de preparo

Lave as bananas e descasque-as. Separe as cascas para fazer a massa. Bata as claras em neve e reserve na geladeira. Bata noliquidificador as gemas, o leite, a margarina, o açúcar e as cascas de banana. Despeje essa mistura em uma vasilha e acrescentea farinha de rosca. Mexa bem. Por último, misture delicadamente às claras em neve o fermento. Despeje em uma assadeira untada com margarina e enfarinhada. Leve ao forno médio preaquecido por aproximadamente 40 minutos. Para a cobertura, queime oaçúcar em uma panela e junte a água, fazendo um caramelo. Acrescente as bananas cortadas em rodelas e o suco de limão. Cozinhe. Cubra o bolo ainda quente.Curiosidade: banana é rica em potássio.

Disponível em: <http://www.sesipr.org.br/cozinhabrasil/receita---bolo-de-casca-de-banana-1-23523-209977.shtml>.Acesso em: 2 set. 2015.

150 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Nem

et83

/iSto

ck/

Page 220: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Como jogar o dominóCada jogador recebe 7 pedras quando começa a rodada. Se na partida houver menos de 4 jogadores, as pedras restantes ficam no dorme para serem compradas. O jogo começa pelo jogador que tenha a pedra dobrada mais alta (se jogam4 pessoas, sempre começará quem tem o seis dobre ou carrilhão). Caso nenhum jogador tenha dobradas, começará o que tem a pedra mais alta. A partir desse momento, os jogadores realizam suas jogadas, por turnos e no sentido anti-horário. O jogador que começa a partida leva vantagem. Este é um conceito importante para a estratégia do dominó, pois o jogador ou dupla que começa, normalmente, é o que levará a vantagem durante a partida.Desenvolvimento do jogoCada jogador, no seu turno, deve colocar uma das suas pedras em uma das 2 (duas) extremidades abertas, de forma que os pontos de um dos lados coincida com os pontos da extremidade onde está sendo colocada. As dobradas são colocadas de maneira transversal para facilitar sua localização.

As regras do jogo • Língua Portuguesa 179

Texto 2Portal educacionalComo complemento da ativida- de, você pode fazer seu login em<http://www.sesieducacao.com. br/publico/> e acessar uma pro- posta que apresenta e concei- tua o tipo textual injuntivo, suas características e utilização em produções de texto. Utilize o link<http://www.sesieducacao.com. br/texto.php?id=28463> (acessos em: 13 nov. 2015) ou busque por TEXTO INJUNTIVO.

Texto 3

As regras do jogo • Unidade 8 151

Letíc

ia

Page 221: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

DAINTREY, Adrian. The Domino Players. 1940. Óleo sobre tela, 64 cm x 76 cm.Coleção particular.

Se um jogador não puder jogar, deverá “comprar” do dorme tantas pedras quantas forem necessárias. Se não houver pedras no dorme, passará o turno ao seguinte jogador.

Final de uma rodadaA partida continua com os jogadores colocando suas pedras sobre a mesa até que se apresente alguma das seguintes situações:

DominóQuando um jogador coloca sua última pedra na mesa, essa ação é chamada de bater.Quando se joga sozinho, o jogador que ganhou a partida soma os pontos de todos os seus adversários. Jogando em dupla, somam-se os pontos de todos os jogadores, incluindo os do seu companheiro.

FechaExistem casos em que nenhum dos jogadores pode continuar a partida. Isto ocorre quando o número das extremidades saiu 7 vezes antes. Nesse momento, se diz que a partida está fechada. Os jogadores contarão os pontos das pedras que ficaram;o jogador ou dupla com menos pontos vence e somam-se os pontos da maneira habitual.Pode acontecer de você ter os mesmos pontos que o jogador ou a dupla que contém a vantagem, nesse caso, ganha esse jogador.

Seguinte rodadaNas próximas rodadas, o jogador que começa o jogo é o seguinte da vez. Este pode começar com a pedra que quiser, mesmo se não for uma dobrada.

Fim de jogoO jogo terminará quando um jogador ou dupla conseguir a quantidade de

180 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Disponível em: <http://www.ludijogos.com/multiplayer/domino/regras/>. Acesso em: 2 set. 2015.

152 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Brid

gem

an/

Page 222: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

181As regras do jogo • Língua Portuguesa

12 Compare os três textos da atividade 11 e complete o quadro. Atividade 12No preenchimento do quadro, mo- tive os estudantes a refletirem so- bre os elementos que constituem os três gêneros textuais apresen- tados na atividade anterior. Peça que justifiquem as respostas de- les (as que forem possíveis) com trechos dos textos. É importante destacar todos os elementos es- senciais dos gêneros, aludindo ao que já foi visto. Os estudantes devem comparar os quadros com os dos colegas e depois proceder à correção coletivamente, com vo- luntários que escreverão a respos- ta para os itens na lousa.

Texto 1 Texto 2 Texto 3

Qual é o gênero textual?

Em que suporte podemos

encontrar textos como esse?

Que tipo de linguagem é utilizada?

Que partes compõem o texto?

Faz uso predominante de que tempo

verbal?Por quê?

Somente esse tempo verbal

pode ser usado nesse gênero

textual?Justifique.

Page 223: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

182 Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender

Orientações didáticas

Atividade 13Peça aos estudantes que expo- nham o que sabem sobre o jogo de damas e as regras dele. Faça um texto coletivo, anotando na lou- sa as regras levantadas por eles. Deixe-as no quadro para comparar com o texto, cuja leitura será feita na próxima atividade, quando eles poderão confirmar se as regras lis- tadas estavam corretas e se eles contemplaram as essenciais.

Atividade 14Peça aos estudantes que façam a leitura individual das regras para depois discutir e realizar a ativi- dade em dupla. Durante a cor- reção, você deve se reportar ao texto escrito com os estudantes, comparando as regras apresen- tadas no livro com as que eles levantaram, dando especial aten- ção aos modos verbais utilizados em cada um dos textos. Caso haja algum item de regra que não te- nha sido contemplado por eles, escreva-o na lousa para comple- mentar o texto e solicite que to- dos o registrem no caderno.

Agora que as características do gênero já foram estudadas, se possível, combine com o profes- sor de Educação Física um jogo de dama, xadrez ou dominó em uma aula dele, de forma que apliquem e entendam melhor as regras des- ses jogos.

13 Você conhece o jogo que aparece na imagem? Escreva o que sabe sobre suas regras.

GARANER, Wells. Illustration for characterbox annual. Século XX.

14 As regras a seguir são do jogo de damas. Nelas existem algumas palavras que não fa- zem parte desse jogo. Localize-as para excluí-las.

Coloca-se o tabuleiro de forma que a casa escura do canto do tabuleiro amarelo fique à

esquerda do jogador.

No início da partida, as pedras são colocadas nas casas escuras, nas três primeiras linhas do trem.

154 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

anot

açõ

Brid

gem

an/

Page 224: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

As regras do jogo • Língua Portuguesa 183

O primeiro lance é sempre das plumas brancas.

A pedra anda para frente e em diagonal, uma casa de cada vez.

A dama de vermelho desloca-se em todas as direções.

A pedra “come” para frente ou na diagonal.

Para “comer”, a pedra pode passar o ferro mais de uma vez pela mesma casa vazia.

A pedra que chegar à ÚLTIMA linha do lado oposto do tabuleiro será coroada dama. A coroação é feita colocando-se, sobre a pedra coroada,

outra pedra da mesma cor.

As pedras que são “comidas” pelo adversário serão retiradas da roleta.

Ganha o jogo quem “comer” mais pedras.

15 Em grupos, de acordo com a orientação do professor, façam uma pesquisa mais deta- lhada sobre a história dos seguintes jogos:

• damas;

• dominó;

• xadrez.

Anotem as informações mais importantes que encontrarem e elaborem um pequeno texto, escrito com suas próprias palavras. Apresentem suas descobertas para a classe.

Atividade 15Separe a classe em seis grupos, de modo que os jogos sejam divi- didos entre eles para a pesquisa. Sendo assim, dois grupos pesqui- sarão sobre o mesmo jogo. Orien- te os estudantes a pensarem nas seguintes proposições: 1. Quais são as possíveis origens dos jo- gos? 2. Que aspectos históricos do jogo é importante divulgar? 3. Por que esse jogo é considerado de estratégia ou de tática? 4. O meu texto está em linguagem clara e coerente? Solicite que organizem a pesquisa em um pequeno texto para que seja colocado no mural da classe. Sugira algumas fontes de pesquisa. Há informações so- bre esses jogos em: <http://www. soxadrez. com. br/conteudos/ historia_xadrez/>, <http://www. xadrezamazonense.tripod.com/>,<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-ea-origem- do-domino>, <http://www.jogos. antigos.nom.br/domino.asp>,<http://www.xadrezregional.com. br/damas_hist.html>, <http:// www. jogos. antigos. nom. br/ damas.asp> (acessos em: 10 nov. 2015).

As regras do jogo • Unidade 8 155

Page 225: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Avançar

Orientações didáticas

Conecte-seLeve o estudante a perceber que qualquer tipo de jogo possui re- gras e que elas devem ser segui- das. Os jogos profissionais contêm regras fixas que nunca podem ser alteradas ou burladas nos jogos oficiais, mas podem sofrer adapta- ções quando jogados como lazer. Ainda assim, para que se consiga jogar, certas regras têm sempre de existir. Diga aos estudantes que imaginem o futebol sem regras: como seriam cobradas as faltas, de que distância seria a cobrança de pênaltis, quando teria escanteio, quanto tempo de jogo... quantos jogadores em campo? Comente também que o juiz de um jogo deve ser conhecedor de todas as regras em detalhes; ele não pode colocar suas próprias regras, mas sim, deve seguir à risca as estabe- lecidas para os jogos em que atua.

Atividade 16Como a atividade de produção textual e revisão desta unidade é em grupo, cada componente deve avaliar o texto e depois compa- rar com os outros do grupo. Após análise, peça que o estudante pas- se sua avaliação aos outros com- ponentes para ver se aprovam ou não suas conclusões.

Atividade 17É importante recolher a reescrita e discutir a avaliação com eles. Explore a flexão das palavras no

Conecte-se

O Portal Brasil disponibiliza gratuitamente as regras de jogo do futebol, conforme constam do livro oficial da Fifa distribuído aos juízes brasileiros. Visite o site<http://www.portalbrasil.net/regras_do_futebol.htm> (acesso em: 2 set. 2015) e conheça todas as regras desse esporte que é tão famoso em nosso país.

16 Avalie agora as regras de jogo que seu grupo escreveu na atividade 3, respondendo às seguintes questões:

a. Que partes compõem o texto?

b. As ações estão coerentemente ordenadas?

c. Que modo ou tempo verbal predomina?

d. Qual é a finalidade? Ela foi atingida?

e. Como as regras tornaram o jogo mais atrativo?

17 Com base em sua avaliação, decida se é necessário fazer correções no texto produzido pelo grupo. Cada um entregará sua versão final ao professor. Ao reescrever as regras do jogo, produza também uma ilustração para complementar as orientações. Ela pode ser desenhada por você ou elaborada por meio de colagem.

156 Língua Portuguesa • Movimento do aprender

Converse com o professor de Matemática para estabelecer parceria no trabalho com o site <http://www.mathema.com.br/> (acesso em: 10 nov. 2015). Nele, há regras de alguns jogos para você oferecer como desafio de leitura e compreensão de texto aos estudantes, além de bons jogos matemáticos que o professor do outro componente pode desenvolver em sala de aula.

Page 226: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

As regras do jogo • Unidade 8 157

texto produzido pelos estudantes da seguinte maneira: escreva to- das as sentenças com problemas de flexão na lousa, oriente-os a analisar e corrigir as sentenças e, finalmente, repasse as regras cor- retamente para os casos identifi- cados. Em seguida, para ilustrar as regras de jogo, caso os estudantes não saibam desenhar, incentive-os a fazer uma colagem. Oriente-os na confecção desta atividade, a fim de que possam expor os traba- lhos no mural da escola. Ao final, você pode escolher, com a turma, uma produção de cada jogo dife- rente que surgiu e montar uma revistinha de regras de jogos para publicar e fornecer aos estudantes de outras classes.

O que aprendi sobre...Desenvolva com os estudantes uma atividade do tipo “tempes- tade de ideias”. Anote na lousa as palavras ou frases que os es- tudantes disserem relacionadas ao contexto apresentado. Depois, selecione com eles os itens mais relevantes e escreva, com a ajuda deles, um texto expositivo sobre o assunto. Além da atividade so- licitada, pergunte oralmente: que CONTEÚDOS eu compreendi, a fim de poder explicar para um colega? Com base na resposta deles mon- te, coletivamente, uma definição que deve se aproximar de: a fina- lidade do texto instrucional é ins- truir, orientar sobre algo. Esta é a intenção: ensinar àqueles que não sabem jogar; ensinar àqueles que

não sabem preparar um prato diferente; ensinar às pessoas como tomar remédios adequadamente. Fazem parte desse tipo de gênero: receitas, regras de jogos, manuais de como utilizar aparelhos eletrônicos, bulas de remédio, folhetos ex- plicativos etc.• Os verbos utilizados são geralmente no modo imperativo

(coloque, divida, distribua as cartas) ou no modo infinitivo (embaralhar, colocar, organizar).

• Linguagem clara e objetiva.• Texto separado em blocos, geralmente composto de

título, objetivo, NÚMERO de participantes e como jogar.

Aprendendo com a comunidadeOriente os estudantes a conversarem com uma pessoa de geração diferente da deles e questioná-la sobre os tipos de jogos e brincadeiras presentes na infância dela. Eles deve- rão anotar os dados obtidos, inclusive as regras do jogo ou brincadeira que o entrevistado mencionou. Caso a pessoa com quem falarem não saiba as regras, o estudante deverá buscá-las em outras fontes para apresentar aos colegas em aulas futuras. Se for possível, realize alguns desses jogos ou brincadeiras, para que os estudantes coloquem as re- gras em prática.

Saiba mais

Livros:O HERÓI DOS TABULEIROSAutor: Ricardo Criez Editora: FTD

É a história de um enxadrista brasileiro que disputa um cam- peonato mundial. O texto é ficcional, mas tem ingredientes reais, como citação da política internacional e de persona-gens do mundo do xadrez. José Carlos, Zeca, prepara-se para disputar o título mundial contra o russo Oleg Storvov. Serão 24 partidas, realizadas em três cidades: Moscou, Buenos Aires e Barcelona. Certo dia, Zeca recebe um telefonema: um espião america- no oferece-lhe ajuda para derrotar o russo; em troca, Zeca deveria fazer uma declara- ção de apoio aos Estados Unidos. O clima de tensão aumenta a cada partida. O ven- cedor levará um prêmio de 5 milhões de dólares. O livro tem os principais lances do jogo ilustrados. O jovem leitor não precisa saber jogar para acompanhar a trama; ao contrário, com a leitura, poderá se sentir estimulado a aprender a jogar xadrez.

AS REGRAS DO JOGOAutor: Lannoy Dorin Editora: Editora do Brasil

Esta é a história de Mateus, filho adotivo, pobre, mulato e com irmãos brancos. Ele queria vencer, precisava ser um vitorioso na vida. Depois que chegam a Campinas, vindos de uma pequena cidade chamada TAMBAÚ, o pai morre. Os irmãos se desencaminham. O tio, um agregado à família, só fala na Bíblia. A mãe chora, num sofrimento calado, mas Mateus quer e precisa aprender as regras do jogo da vida... conseguirá? Será alguém honesto e realizado

O que aprendi sobre...• A partir dos conhecimentos adquiridos nesta unidade, diga qual é a importância de seguirmos

regras em nossas vidas, sejam elas de comportamento, de etiqueta ou simplesmente para um jogo. Conte suas conclusões ao professor, para que ele faça um registro coletivo na lousa.

Edito

ra d

o Ed

itor

Page 227: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

As regras do jogo • Língua Portuguesa 185

Page 228: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender186

Unidade 8

Para saber mais...

Livros:

A AVALIAÇÃO, REGRAS DO JOGO: DAS INTENÇÕES AOS INTRUMENTOSAutora: Charles hadji Editora: Porto

A avaliação está na moda e é objeto de um entusiasmo excepcional. Conta-se com ela para permitir que a escola exerça melhor as suas funções, mas também para apreciar a eficácia das políticas sociais, para uma melhor gestão das despesas etc. Devemos saber quais são os fatores em jogo quando pretendemos avaliar. Será possível descortiná-los com clareza na diversidade das práticas e definir algumas regras que permitam dar-lhes credibilidade?

Nesta obra, Charles Hadji propõe uma abordagem original do problema. O autor empenha-se em analisar as práticas para fazer surgir as intenções que as estimulam e para conseguir descobrir jogos coerentes em relação a essas mesmas intenções. Assim, uma teoria que parta da prática permite definir as regras de uma aplicação mais segura e assinalar as principais armadilhas que espreitam o avaliador.

DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM DA ESCRITA – UMA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA VIA JOGOS DE REGRASAutor: Valéria Queiroz Furtado Editora: Vozes

Esta obra tem como objetivo oferecer subsídios teóricos e práticos aos profissionais que trabalham com estudantes que apresentam dificuldades na escrita. Para tanto, ela aborda a importância da expressão corporal e da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, para mobilizar simultaneamente o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade e possibilitar, assim, a construção das estruturas fundamentais do pensamento abstrato.

Divu

lgDi

vulg

Page 229: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

187Referências bibliográficas • Língua Portuguesa

MACHADO, Maria Clara. Pluft, o fantasminha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1955. Disponível em: Acesso em: 8 abr. 2010.

6. Referências bibliográficas

ABREU-TARDELLI, L. S. Elaboração de sequências didáticas: ensino e aprendizagem de gêne- ros em língua inglesa. Material didático de Língua Inglesa: elaboração e avaliação, no II Con- gresso Internacional Todas as Letras: Linguagens, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, realizado de 6 a 9 de outubro de 2003.

BAGNO, Marcos. A norma culta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola, 2003.

. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 51. ed. São Paulo: Loyola, 2009.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: WMF Mar- tins Fontes, 2003.

BALTAR, Marcos. Competência discursiva e gêneros textuais: uma experiência com o jornal de sala de aula. Caxias do Sul: Educs, 2004.

BELINKY, Tatiana. A promessa dos reis magos. São Paulo: Editora Elementar, 2002, v. 5. p. 5-46. (Literatura em minha Casa).

BENDER, Flora Christina; LAURITO, Ilka Brunhilde. Crônica: história, teoria e prática. São Paulo: Scipione, 1993.

BONINI, Adair; MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Desiree. Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1998.

BRONCKART, J. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-dis- cursivo. São Paulo: Educ, 1999.

CAMPOS, Geir. Glossário de termos técnicos do espetáculo. Niterói: EdUFF, 1989.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. p. 164.

DELORY-MOMBERGER, C. Biografia e Educação: figuras do indivíduo-projeto. Natal: EDFRN; São Paulo: Paulus, 2008.

DOYLE, Arthur Conan. Sherlock Holmes: casos extraordinários. Tradução e adaptação: Marcia Kupstas. São Paulo: FTD, 2006.

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 10. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 193-196.

KOCH, I. V.; ELIAS, M. E. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1998.

Page 230: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender188

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

PAIVA, A.; DIONÍSIO, A.; MACHADO, R.; BEZENA, M. C. Gêneros textuais gemino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

POSSENTI, Sírio. Deslizes de celebridades. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 48, out. 2009. Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos>.

SCHNEUWLY, J.; DOLZ, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

. Por que não ensinar gramática na escola. São Paulo: Mercado de Letras, 1996.

RODRIGUES, Nelson. O melhor do romance, contos e crônicas. São Paulo: Companhia das Le- tras, 1993.

VYGOTSKY, L. S. Interação entre aprendizado e desenvolvimento. In: COLE, M. et al (Org.). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1933b.

Page 231: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encartes

Page 232: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 1 • A vida em um

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialVocê acha que sua vida, ou a de alguma outra pessoa, daria um livro? Então, vamos escrever um texto sobre sua própria vida ou a de alguém que escolher.

Movimento do aprender LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender190

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 233: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender LÍNGUA

191Encarte 1 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 1 • A vida em um

Page 234: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 2 • Por dentro do que acontece no

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialEm duplas, escrevam um texto organizando as informações encontradas na pesquisa sobre o assunto da matéria que escolheram, como se fossem publicá-lo em um jornal ou uma revista.

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender192

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 235: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

193Encarte 2 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 2 • Por dentro do que acontece no

Page 236: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encarte 3 Unidade 3 • Qualquer canção de bem alguma

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialFormem duplas. O professor entregará algumas palavras que serão usadas como mensagem principal para compor a letra de uma canção. Antes de iniciar o processo de composição, estabeleçam o público-alvo: crianças, adolescentes ou adultos? Após, decidam qual mensagem a letra terá: amor, felicidade, protesto ou injustiça social.

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender194

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 237: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

195Encarte 3 • Língua Portuguesa

Encarte 3 Unidade 3 • Qualquer canção de bem alguma

Page 238: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 4 • Seção dos

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialUtilize o artigo apresentado pelo seu professor para escrever sua opinião ao jornal ou revista que o publicou.

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender196

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 239: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

197Encarte 4 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 4 • Seção dos

Page 240: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 5 • Um caso

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialEm dupla, escrevam um conto de enigma a partir das informações que o professor entregar a

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender198

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 241: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

199Encarte 5 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 5 • Um caso

Page 242: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 6 • A arte nos

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialConversem sobre as histórias que já leram até hoje, dentro ou fora da escola, e escolham uma para escreverem a versão teatral do seu início.

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender200

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 243: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

201Encarte 6 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 6 • A arte nos

Page 244: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 7 • Entre perguntas e

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialVocê produzirá uma entrevista. Escolha alguém da comunidade escolar (professor, funcionário, diretor, coordenador etc.), de sua família ou um de seus amigos. O objetivo da entrevista será apresentar aos leitores alguém que tenha algo de importante a dizer sobre a escola, ou seu trabalho, ou, ainda, sobre suas expectativas para o futuro.

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender202

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 245: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

203Encarte 7 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 7 • Entre perguntas e

Page 246: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Encart Unidade 8 • As regras do

Nome: no: Professor

(a): Data: / /

Gênero textual:

Produção inicialReescreva as regras do jogo que foram discutidas por seu grupo, de forma a deixá-lo mais interessante

Movimento do aprender – LÍNGUA

Língua Portuguesa • Orientações didáticas do Movimento do aprender204

Orientações didáticas

anot

açõ

Page 247: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

Observações/anotações:

Movimento do aprender – LÍNGUA

205Encarte 8 • Língua Portuguesa

Encart Unidade 8 • As regras do

Page 248: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações
Page 249: profecuqui.files.wordpress.com€¦  · Web viewSistema SESI-SP de EnsinoENSINO FUNDAMENTALOrientações didáticas do Movimento do aprender. LÍNGUA. PORTUGUESA. 7. º. ano. 7ºanoOrientações

9 788582 053867

Orientações didáticas do Movimento do aprender Língua PortuguesaEsta coleção proporciona ferramentas para auxiliar o docente na formação de cidadãos capazes de interpretar o mundo de diversas maneiras. As orientações aqui contidas têm o objetivo de subsidiar o trabalho com as propostas que figuram no Movimento do aprender. Com diferentes formas, possibilidades, recursos e instrumentos, buscamos atender às necessidades da atual era da informação e relacionar as áreas do conhecimento, favorecendo a combinação dos diferentes componentes curriculares.

4 volumesA coleção é composta de 4 volumes, um para cada ano da segunda etapa do Ensino Fundamental.

Muitos textos... Tantas palavras Contém textos que poderão serselecionados conforme as expectativas e os CONTEÚDOS trabalhados.