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G.G.T. - GABINETE DE PLANEAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO, LDA. ______________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ RELATÓRIO AMBIENTAL DO PLANO DE PORMENOR DA HERDADE DA PALHETA RESUMO NÃO TÉCNICO CÂMARA MUNICIPAL DE REDONDO - SETEMBRO, 2008 CÂMARA MUNICIPAL DE REDONDO PLANO DE PORMENOR DA HERDADE DA PALHETA RELATÓRIO AMBIENTAL RESUMO NÃO TÉCNICO Setembro 2008 GGT – Gabinete de Planeamento e Gestão do Território, Lda.

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CÂMARA MUNICIPAL DE REDONDO - SETEMBRO, 2008

CÂMARA MUNICIPAL DE REDONDO

PLANO DE PORMENOR DA HERDADE DA PALHETA

RELATÓRIO AMBIENTAL

RESUMO NÃO TÉCNICO

Setembro 2008

GGT – Gabinete de Planeamento e Gestão do Território, Lda.

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ÍNDICE DE TEXTO

I – O que é o Resumo Não Técnico?....................................................................................... 2

II – O que é o PPHP e quem é que propõe e aprova?................................................................ 2

III – Onde se localiza PPHP?................................................................................................. 2

IV – Quais são os instrumentos de ordenamento e as condicionantes legais na área do PPHP?........ 2

V – Existem Planos e Programas de Especial Relevância para o PPHP?............................................ 2

VI – Quais são os elementos constituintes do PPHP?.................................................................. 3

VII – Quais são os Factores Críticos e como são afectados pelo PPHP?......................................... 3

VIII – O que se propõe para a sua minimização dos impactes negativos?..................................... 13

IX – Como será realizado o acompanhamento ambiental da obra?........................................... 16

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I – O QUE É O RESUMO NÃO TÉCNICO?

O Resumo Não Técnico (RNT) faz parte do Relatório

Ambiental do Plano de Pormenor da Herdade da

Palheta (PPHP), tal como consta do artigo 6º, n.º 1,

alínea i) do Decreto-Lei n.º 232/2007.

No caso de se pretender obter informações mais

aprofundadas sobre o enquadramento do PPHP nos

planos e programas de especial relevância para o PPHP

e os efeitos que este plano terá sobre o ambiente,

património e sócio-economia, deverá consultar o

Volume I do presente Relatório Ambiental (Relatório

Síntese), que se encontra disponível, entre outros

locais, na Câmara Municipal de Redondo.

II – O QUE É O PPHP E QUEM É QUE PROPÕE E APROVA?

O PPHP é um Plano Municipal de Ordenamento do

Território, que definirá a utilização dos solos que, por

sua vez, constituirá o enquadramento para a futura

aprovação de projectos mencionados no anexo II do

Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, tendo sido

objecto de deliberação pela Câmara Municipal de

Redondo em 27 de Setembro de 2006.

O procedimento de avaliação ambiental segue o

regime previsto no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de

Setembro, com as alterações que lhe foram

introduzidas, em especial pelo Decreto-Lei n.º

316/2007, de 19 de Setembro e, subsidiariamente, as

normas previstas no referido Decreto-Lei n.º 232/2007.

Em termos processuais e em cumprimento do

estipulado pelo artigo 5º do Decreto-Lei n.º 232/2007,

a Câmara Municipal de Redondo, como entidade

responsável pela elaboração do PPHP, determinou o

âmbito da avaliação ambiental a realizar, bem como o

alcance e nível de pormenorização da informação a

incluir no relatório ambiental, tendo para o efeito

solicitado parecer sobre estas matérias às entidades às

quais, em virtude das suas responsabilidades

ambientais específicas, poderiam interessar os efeitos

ambientais resultantes da aplicação do PPHP. Neste

sentido, as entidades cujo parecer foi solicitado foram a

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

do Alentejo, Instituto de Conservação da Natureza e

Biodiversidade, Direcção-Geral dos Recursos Florestais

e Instituto da Água.

Os conteúdos solicitados pelas entidades consultadas

neste âmbito pela Câmara Municipal de Redondo,

constam do presente Relatório Ambiental.

III – ONDE SE LOCALIZA PPHP?

A Herdade da Palheta, com aproximadamente 300

ha, situa-se na Freguesia e Concelho de Redondo e

Distrito de Évora (IMAGEM em ANEXO), junto ao limite

noroeste desta Freguesia. Com um comprimento médio

de 2,4 km e uma largura média de 1,5 km

aproximadamente, a Herdade dista cerca de 15 km da

sede do Concelho, 3 km do Freixo e 21 km de Évora.

IV – QUAIS SÃO OS INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO E

AS CONDICIONANTES LEGAIS NA ÁREA DO PPHP?

Na área da Herdade da Palheta estão presentes dois

planos de Ordenamento de âmbito nacional, que

surgem como documentos orientadores e um Plano de

Ordenamento Municipal com influência na área de

intervenção, de acordo com os quais foi elaborado o

presente Plano de Pormenor: dois de âmbito nacional

(Plano de Ordenamento da Albufeira da Vigia -

classificado como plano especial ; Plano da Bacia

Hidrográfica do Guadiana - classificado como plano

sectorial) e um plano municipal (Plano Director

Municipal do Concelho de Redondo).

Em termos de condicionantes legais, foi confirmada a

presença de áreas afectas à Reserva Ecológica Nacional

(REN), à Reserva Agrícola Nacional (RAN), ao Domínio

Público Hídrico, à Protecção ao Sobreiro e Azinheira,

bem como a presença de infra-estuturas com igual

valor legal.

V – EXISTEM PLANOS E PROGRAMAS DE ESPECIAL

RELEVÂNCIA PARA O PPHP?

Sim. Para além dos planos referidos anteriormente,

sem prejuízo de outros, há que considerar uma série

de documentos estruturantes, de especial relevância

para o PPHP, nomeadamente:

- Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra

Incêndios;

- Plano Regional de Ordenamento Florestal do

Alentejo Central;

- Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios (Município de Redondo);

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- Plano Estratégico de Abastecimento de Água e

Saneamento de Águas Residuais;

- Plano Nacional da Água;

- Estratégia Nacional de Desenvolvimento Susten-

tado;

- Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e

Biodiversidade;

- Programa Nacional da Política de Ordenamento do

Território (PNPOT);

- Programa Operacional Regional do Alentejo (2000 –

2006);

- Estruturação e Dinâmicas do Território e Turismo e

Lazer (EDTTL);

- Programa Operacional Regional do Alentejo

(PORA);

- Quadro de Referência Estratégico Nacio-

nal (QREN);

- Programa Operacional de Acessibilidades e

Transportes (POAT);

- Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT).

VI – QUAIS SÃO OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DO

PPHP?

O projecto a desenvolver para a Herdade da Palheta

pretende assumir um papel preponderante na

dinamização da base económica dos espaços não

urbanos, tendo em vista aproveitar as potencialidades

de criação de emprego e fortalecer a competitividade

do tecido produtivo local, promovendo o apoio e

incremento do qualitativo do micro iniciativa

empresarial local desempenha um papel instrumental

decisivo nomeadamente na criação de micro empresas

do sector turístico.

Concomitantemente, apostar-se-á na promoção do

Concelho no contexto regional através da sua

afirmação nos circuitos turísticos regionais, bem como

tanto na promoção e desenvolvimento cultural

preservando a memória social e os valores históricos

com a recuperação e reconversão das estruturas

desactivadas, como na Promoção e divulgação os

produtos regionais de qualidade através da sua

comercialização.

O PPHP pretende viabilizar a criação de um

empreendimento turístico que responda a várias

frentes de oferta, com uma filosofia de complemen-

taridade e alojamento diferenciado e que viabilize

economicamente o empreendimento turístico com

base:

� Na criação de um Hotel, resultado da operação de

Remodelação do edificado existente e consequente

reutilização das estruturas de apoio à actividade

agrícola;

� Na criação de unidades de alojamento

diferenciadas, dando resposta a várias pos-

sibilidades de mercado;

� Na definição de áreas para estacionamento

correctamente dimensionado recorrendo a pavi-

mentos adequados e devidamente localizados em

função dos novos espaços e usos propostos;

� Na criação de um Campo de Golfe de 18 buracos;

� Na definição de áreas destinadas à actividade

recreativa e de lazer;

� Na salvaguarda e valorização da estrutura

ecológica principal;

� Na criação de uma barragem a desenvolver na

ribeira da Palheta de forma a rentabilizar o recurso

água;

� Na definição de zonas de produção agrícola

(montado, olival, vinha);

� Na definição do traçado global das infraestruturas

viárias e urbanas a propor, desenvolvidas em

função das características da área de intervenção;

� Na divulgação e venda dos produtos locais.

Por outro lado, a filosofia pró-ambiental subjacente à

implementação do projecto, é sustentada por compro-

missos e materializada pela promoção de planos e

programas bem definidos e ajustados à realidade local.

Entre outras iniciativas, sublinha-se a intenção por

parte do promotor no desenvolvimento de um Plano

Estratégico para a Biodiversidade, da Certificação

CarbonoZero, da Certificação Ambiental (planeamento

e estratégia) e do Programa de Responsabilidade Social

e Ambiental.

VII – QUAIS SÃO OS FACTORES CRÍTICOS E COMO SÃO

AFECTADOS PELO PPHP?

Em termos climáticos, a área de estudo integra-se

numa unidade territorial regional com uniformidade

climática: Alentejo interior, onde é característica uma

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temperatura média anual que pode ser considerada

medianamente baixa no contexto nacional (15,6 ºC),

com amplitudes térmicas significativas e níveis

escassos de precipitação (600 mm/ano), concentrados

sobretudo no período de Outubro/Março. Trata-se

portanto de um bioclima mediterrâneo (mesome-

diterrâneo inferior, sub-húmido inferior, semi-

hiperoceânico), com um défice hídrico de quatro meses

(Junho a Setembro) com valores mais elevados em

Julho e Agosto; uma época de reserva hídrica em oito

meses (Outubro a Maio), com especial destaque para

os primeiros meses do ano; e um excedente pouco

significativo em quatro meses do ano (Dezembro a

Março).

Neste descritor não são esperados impactes

significativos, directos ou indirectos, decorrentes da

implementação dos projectos, embora se possam

prever ligeiras alterações, muito localizadas, em certas

variáveis topoclimáticas na fase de construção. Porém,

como resultado quer da criação de um espelho de

água, como da irrigação das zonas arrelvadas, ocorrerá

o aumento da evapotranspiração junto a essas zonas.

Uma maior quantidade de água evapotranspirada

traduz-se, ao nível local, num aumento da humidade

atmosférica, bem como numa ligeira descida de

temperatura devido, entre outros factores, ao efeito de

dissipação do calor envolvido no processo de

evaporação. Desta forma, verificar-se-á muito

localmente uma pequena tendência para a amenização

climática, sobretudo estival, tipicamente marcada por

ar quente e seco.

Ao nível da geomorfologia, a Herdade da Palheta

insere-se na vasta Unidade Geomorfológica da

Peneplanície do Alentejo. Nas áreas correspondentes às

manchas de granodioritos e quartzodioritos gnáissicos

(tonalitos), a superfície encontra-se muito bem

conservada, mas mais baixa do que nas rochas com

maior dureza constituídas por paragnaisses, micaxistos,

metagrauvaques e xistos. Os tonalitos meteorizam-se

com mais facilidade, libertando assim elementos mine-

ralógicos finos, fáceis de evacuar e rebaixando topogra-

ficamente a superfície por igual desta rocha. A

densidade de linhas de água é muito reduzida,

apresentando-se em vales largos com vertentes quasi

planas.

Geologicamente, a zona de estudo integra o Maciço

Hespérico e tem idade Paleozóica. Dentro deste maciço

localiza-se no terreno tectono-estratigráfico designado

por Zona de Ossa-Morena. Esta área foi sujeita

fundamentalmente aos efeitos da orogenia hercínica.

Assim, os principais litótipos aflorantes correspondem a

rochas ígneas e metamórficas (tonalitos, paragnaisses,

metagrauvaques e pegmatóides). Do ponto de vista

sísmico, a área em apreço insere-se na Isossista 10

(intensidades máximas até 1996). A intensidade

máxima registada, segundo a escala internacional, foi a

intensidade VII, enquanto em termos de

enquadramento nas isossistas, a área está na 8. De

acordo com o zonamento da sismicidade do território

Português (REGULAMENTO DE SEGURANÇA E ACÇÕES PARA

ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS E PONTES, 1983), a área do

projecto da Herdade da Palheta desenvolve-se entre

numa zona sísmica do tipo B.

Em termos de impactes, a implantação do projecto

poderá acarretar alguns (sobretudo na fase de

construção), principalmente, derivados da instalação

dos estaleiros de apoio à obra e das desmatações

prévias para a implantação destes, o que promoverá a

erosão dos terrenos. Por outro lado, a circulação de

maquinaria para as frentes de obra ou entre estaleiros

produz efeitos de compactação no terreno que

posteriormente podem ser mitigados, sendo que se

podem considerar como impactes pouco significativos.

Com a abertura das fundações da grande maioria das

estruturas perspectivadas, há destruição de modo

irreversível do substrato litológico. Neste caso os

impactes já podem apresentar alguma magnitude (de

âmbito local), nomeadamente, na componente da

barragem, dado que esta necessitará de maior

profundidade para a colocação das fundações bem

como o descarregador. Contudo, atendendo ao facto de

que as litologias presentes (granitóides, gnaisses e

micaxistos) serem bastante frequentes na zona, e não

se constituírem como bens ou património geológico,

entende-se que se reserva a classificação de impactes

pouco significativos. No final da fase de construção

devem ser realizadas escarificações nas zonas

ulteriormente ocupadas pelos estaleiros ou caminhos

provisórios, de modo a restabelecer as condições de

estruturas e compacidade dos terrenos.

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Em temos edáficos, a zona em estudo é

caracterizada por alguma homogeneidade onde,

repartidos pelos diferentes espaços ecológicos, surgem

quatro famílias de solos e nestas quinze grupos e/ou

combinações, derivados de granodioritos e

quartzodioritos gnáissicos. Os Solos Mediterrâneos,

Pardos, de Materiais Não Calcários, Normais, de

gnaisses ou rochas afins (Pgn) e de quartzodioritos

(Pmg) em complexo com os Solos Litólicos Não

Húmicos, Pouco Insaturados, Normais, de granitos em

transição para quartzodioritos (Pgm) são os mais

abundantes, ocupando cerca de 13% e 39% da

propriedade, respectivamente. Em estreita consonân-

cia com o tipo de solos, em termos de capacidade de

uso do solo, verifica-se a presença na área de estudo

de quatro classes de capacidade de uso do solo: as

classes B, C, D e E ; e, nestas, as subclasses e, h e s.

Os principais efeitos negativos ligados ao solo na fase

de construção do empreendimento prendem-se com a

destruição do coberto vegetal, com as alterações da

morfologia do terreno, a movimentação de terras, a

abertura de acessos provisórios à obra, a ocorrência de

derrames acidentais de óleos e outras substância e à

gestão dos solos e dos relvados, que deverá ser

cuidadosamente realizada de forma a evitar a adição

em excesso de adubos e pesticidas, facto que a ocorrer

poderia conduzir à contaminação das águas subter-

râneas locais.

Já na fase de exploração, é esperado um aumento

significativo da circulação de veículos e de pessoas por

parte da zona de intervenção. No entanto, este espaço

será dotado das infra-estruturas necessárias à fruição

dos habitantes/visitantes do local de forma concen-

trada, principalmente das fontes de perturbação mais

impactantes. Outros impactes negativos prendem-se

com o aumento de áreas impermeabilizadas e com os

verificados na faixa marginal da albufeira. No que

concerne a estes últimos, esta zona será sujeita a um

aumento dos fenómenos erosivos reforçados pela

ondulação provocada pelo vento no plano de água. Em

termos de impactes positivos, sublinha-se o desen-

volvimento de um conjunto iniciativas de gestão e

conservação da natureza, nomeadamente, a criação de

bosques e matos autóctones, promoverá com toda a

certeza a melhoria qualitativa e quantitativa do recurso

solo nesses locais e contribuirá decisivamente para o

combate à erosão e consequente perda de valências

ambientais.

No contexto dos recursos hídricos superficiais, a

Herdade da Palheta desenvolve-se na Bacia Hidro-

gráfica do Guadiana. Por outro lado, a rede hidrográfica

inserida nos limites da área em estudo é constituída

pelas linhas de água tributárias da ribeira da Palheta,

situada no limite Oeste da Herdade, constituindo esta

ribeira o curso de água mais importante localizado na

área de estudo. A rede hidrográfica tem uma

orientação Este-Oeste, confluindo para a ribeira da

Palheta, tendo esta última uma orientação

predominante Norte-Sul. A ribeira da Palheta é afluente

da ribeira da Pardiela, sendo esta afluente do rio

Degebe.

No que respeita à classificação do sistema de

drenagem, os cursos de água, quanto à constância do

escoamento, classificam-se como intermitentes, uma

vez que o escoamento superficial é temporário e

irregular, de tipo torrencial durante certos períodos do

Inverno e muito reduzido durante a maior parte do

ano, o que mostra a sua forte dependência da

distribuição irregular da pluviosidade ao longo do ano.

O tipo de drenagem classifica-se como sendo

exorreico, com um padrão dendrítico, inicialmente

paralelo, uma vez que o escoamento superficial faz-se

por rochas de resistência uniforme e depressões

topográficas.

A Bacia Hidrográfica da ribeira da Palheta, apresenta

uma forma alongada e uma orientação dominante

Norte-Sul com uma área de 42,4 Km2 e 47,7 km de

perímetro. Apresenta um coeficiente de Compacidade,

kc, de 2,06 e possui um factor de forma, kf, de 0,24.

Sendo estes valores indicadores de que a bacia

hidrográfica da Ribeira da Palheta manifesta pouca

tendência para a ocorrência de cheias.

Neste descritor são expectáveis impactes negativos

na fase de construção associados à ocupação

territorial, devidos à implementação dos diversos

elementos do projecto, sendo de referir a implantação

de estaleiros e de instalações para o pessoal a afectar

à obra, a circulação de maquinaria pesada e veículos

afectos à obra e especificamente para a albufeira a

submersão dos terrenos, a possibilidade de degradação

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da qualidade da água devido a derrames acidentais de

combustíveis e lubrificante, deficiente manuseamento

de pesticidas e herbicidas e produção de águas

residuais equivalentes a águas residuais domésticas e a

alteração do regime hídrico devido a intervenções

efectuadas nos leitos das linhas de água, destruição do

coberto vegetal existente e compactação dos terrenos

onde os fenómenos de transporte prevalecerão sobre

os de infiltração. A construção da barragem será

programada para a fase de estiagem o que não

provocará impactes em termos de desvios do caudal

natural da ribeira da Palheta uma vez que. Em súmula,

todos estes impactes poderão ser devidamente

minimizados através da adopção de medidas

adequadas, tornando-os pouco significativos.

Durante a fase de exploração, há que considerar

isoladamente as diferentes áreas de ocupação, infra-

estruturas associadas e finalidades pois cada uma delas

dita uma série de impactes distintos.

Assim, para as moradias turísticas, hotel e espaços

de recreio e lazer, há que considerar a impermea-

bilização dos solos e a alteração da rede de drenagem

a implantar na área, o que implica uma redução nos

tempos de resposta das bacias hidrográficas

interceptadas pelo empreendimento. No entanto

atendendo que a área a impermeabilizar corresponde

apenas a uma pequena parte da área total, será este

impacte de relevância reduzida. Ainda nesta fase, há

que considerar a ampliação dos caudais de ponta de

cheia como consequência da redução das perdas de

escoamento por infiltração, derivadas da imperem-

abilização do solo. Estas perdas ir-se-ão traduzir numa

ampliação dos caudais de ponta de cheia nas linhas de

água, mesmo as temporárias. Complementarmente,

considera-se importante o impacte gerado pela

impermeabilização promovida pelas vias de acesso ao

empreendimento e o resultado da exploração das vias.

Relativamente ao campo de golfe, este será sujeito a

um plano de rega rigoroso. No entanto uma má gestão

da rega, que não identifique devidamente as

necessidades de cada zona do campo poderá resultar

em consumos bastante mais elevados. Ainda

relativamente à rega dos campos de golfe, há a referir

o impacte positivo associado à reutilização das águas

residuais tratadas, produzidas no empreendimento,

bem como a aquisição de águas residuais proveni-

entes da ETAR de Redondo. Residindo o maior

benefício, da utilização de águas residuais tratadas na

rega, na recuperação de um recurso de capital

importância. Sublinha-se também que o relvado

estabilizado do campo de golfe actua como “filtro”,

conferindo vantagens ao sistema solo-água, dado que

protege o solo da erosão conservando-o e contribuindo

para a minimização das cargas sólidas transportadas

pelas linhas de água.

Por fim, para a barragem e respectiva albufeira,

durante a fase de exploração, os principais impactes ao

nível dos recursos hídricos superficiais estarão

essencialmente relacionados com a alteração do

regime de escoamento como consequência da presença

da barragem e ao efeito de barreira induzido por esta e

da captação de água na albufeira que influenciarão as

condições naturais de escoamento a jusante da

barragem e a alteração do regime de transporte sólido.

As novas condições de exploração da albufeira

implicam, em determinados períodos do ano, a

diminuição do escoamento no troço do curso de água a

jusante da barragem e, noutros períodos, o aumento

do caudal relativamente à situação actual, passando a

possuir um caudal manipulado consoante as

necessidades. É, portanto, de prever um impacte

negativo ao nível da qualidade da água, provocado pela

estagnação das águas que o represamento implica,

originando um potencial crescimento excessivo de

algas (eutrofização).

No que concerne aos recursos hídricos subterrâneos,

a Herdade da Palheta situa-se na sua totalidade no

designado maciço Antigo mais propriamente no

Sistema Pouco Produtivo das Rochas Ígneas e

Metamórficas da Zona de Ossa-Morena

(SAPPRIMZOM). O SAPPRIMZOM corresponde a um

sistema cristalino e cristalofílico fracturado, constituído

por aquíferos do tipo livre em que o suporte geológico

corresponde a tonalitos, metagrauvaques e

paragnaisses. Dentro do SAPPRIMZOM a área de

estudo ocupa terrenos designados por Sector de

Estremoz-Barrancos e Rochas Ígneas. Os recursos

renováveis anuais estimados para a área do projecto

têm valores da ordem dos 0,95 hm3/ano. Na zona de

estudo foram identificadas 13 captações subterrâneas

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(7 poços, 3 furos e 3 charcas). A produtividade média

nestas litologias é da ordem do 0,6 L.s-1, contudo

dentro na área de estudo esses valores são inferiores a

0,5 L.s-1. Os escoamentos dão-se preferencialmente de

NW para SW. Relativamente à qualidade trata-se de

águas mais ou menos neutras, muito mineralizadas e

duras, sobressaturadas em calcite, ou seja, com

tendência encrostante.

No que respeita aos impactes ambientais esperados,

estes ocorrem principalmente na fase exploração.

Assim, verifica-se um impacte positivo nos aspectos

quantitativos, resultado da construção da barragem,

que se refere à recarga artificial induzida pelo

armazenamento de água superficial. Por outro lado,

ocorre uma determinada área que, ainda que pequena,

se constitui como zona impermeabilizada (zona urbana,

que contribui de modo negativo para a recarga

aquífera). No que se concerne aos aspectos

qualitativos, os impactes, ainda que negativos, podem

ser entre pouco significativos a significativos, dado que

o golfe se pode constituir num ponto de contaminação

difusa, caso não de desenvolva uma boa gestão de rega

e não sejam praticadas as boas práticas agrícolas no

que respeita à aplicação de fertilizantes e pesticidas. As

águas sobrantes, quer da rega (embora se admita que

isso não ocorra dado que a rega será optimizada), quer

dos efluentes domésticos e até mesmo pluviais, podem

ser reencaminhadas para posterior utilização e caso

necessitem, efectivar tratamento adequado. Tais

acções são benéficas para a componente qualitativa e

diminuem o risco de contaminação.

Ao nível florístico, os trabalhos de campo permitiram

identificar 242 plantas diferentes, correspondendo a

189 géneros e 45 famílias florísticas, não tendo sido

anotada a presença de qualquer taxon que integre a

Directiva 92/43/CEE.

Em termos de vegetação, a análise da vegetação foi

efectuada repartindo a vegetação climatófila da edafo-

higrófila. Assim, do ponto de vista climatófilo, ocorrem

neste território duas séries de vegetação: série

climatófila luso-extremadurense mesomediterrânea

seco-subhúmida silicícola de Quercus rotundifolia (Pyro

bourgaeanae-Querceto rotundifoliae S.) e a série

climatófila luso-extremadurense mesomediterrânea

sub-húmida a húmida, silicícola de Quercus suber

(Sanguisorbo hybridae-Querceto suberis S.). Ao nível

edafo-higrófilo, foram identificadas as séries Ficario

ranunculoidis-Fraxineto angustifoliae S. (freixiais),

Polygono equisetiformis-Tamariceto africanae S.

(tamargais) e Saliceto atrocinereo-australis (salguei-

rais) No primeiro tipo de vegetação, as etapas seriais

mais próximas do clímax e para-clímax estão

praticamente ausentes, uma vez que pontificam os

montados (em diferentes estados de conservação) e

áreas agrícolas, marcadas pela vinha. Restam,

portanto, alguns núcleos residuais de formações

arbustivas junto a zonas pétreas pontuais e bastante

localizadas. Em termos edafo-higrófilos, o cenário é

bastante idêntico: degradação nas linhas de água que

sulcam a propriedade e ribeira da Palheta. Porém,

neste último caso, a cartografia actual da vegetação

permitiu ainda identificar algumas formações boscosas

ripárias, onde a galeria ripícola, apesar de degradada,

se apresenta estruturada e com densidades pontual-

mente interessantes. Porém, e ainda neste caso, as

plantações de eucalipto desvirtuam por completo o

biótopo ripícola que, conjuntamente com a pressão

ganadeira, conferem um carácter geral de degradação

a esta linha de água de carácter torrencial.

Quanto aos habitats naturais e semi-naturais

integrantes da Directiva 92/43/CEE, foram identifica-

dos nove, com estados de conservação díspares,

variando entre o muito “degradado” e o “conservado”.

Em virtude desta análise realizou-se uma avaliação ao

nível da relevância fitocenótica que colocou em

evidência as áreas de montado, de mato esclerófilo

conservado e as formações ripícolas conservadas.

Como principais impactes na fase de construção ao

nível da flora, vegetação e habitats, salientam-se a

destruição localizada do coberto vegetal, a destruição

de habitats com relevância para a conservação e o

necessário abate de azinheiras. Assim, a destruição do

coberto vegetal verifica-se essencialmente durante a

preparação do terreno para a obra. Nesta fase ocorrem

as acções de desmatação, não só no local onde serão

edificadas as infra-estruturas, mas também nas áreas

onde serão construídos os estaleiros, armazéns ou vias

provisórias de acesso, bem como movimentações de

terra igualmente associadas ao processo de construção.

O respeito praticamente integral dos projectos

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imobiliário, golfe e da barragem/albufeira pela definição

de áreas com elementos biológicos com relevância para

a conservação, atenua este impacte. Apenas não é

completo, porque serão afectados de forma irreversível

alguns núcleos arbóreos para a construção da barragem

e implementação da albufeira. Já o corte de azinheiras

para a construção do empreendimento e da

barragem/albufeira foi minimizado pela equipa

projectista mas, embora reduzido, poderá ser uma

realidade. O corte e arranque desta quercínea

encontra-se regulado em legislação específica, sendo

necessário obter uma autorização para proceder a estas

operações de corte e arranque. Nestes casos a

legislação em vigor prevê igualmente o recurso a

medidas compensatórias, estabelecendo os termos das

plantações de compensação.

Já na fase de exploração, o principal impacte prende-

se com o inevitável abandono de práticas culturais com

relação directa com a biodiversidade. Assim, o

abandono da exploração agro-silvo-pastoríl, especi-

almente no biótopo “montado”, terá implicações na

biodiversidade. Porém, o desenvolvimento de um plano

concertado de gestão e conservação do património

natural, apontará, certamente, para outros caminhos

igualmente interessantes, nomeadamente ao nível da

vegetação arbórea e arbustiva e faunístico terrestre.

Tal mudança, será relevante ao nível regional, já que

afrontará o domínio de campos agrícolas (extensivos) e

montados.

Actualmente a Herdade da Palheta apresenta menor

valor para a fauna do que a sua localização e a sua

ocupação de solos permitiria. Isto deve-se sobretudo

ao elevado grau de intervenção do montado presente,

sujeito a grande pressão de pastoreio ou de corte de

vegetação, e das linhas de água, também praticamente

destituídas de vegetação de suporte na margem.

O facto de pela propriedade estarem presentes

diversos exemplares de árvores antigas, tanto

azinheiras, como oliveiras, apresentando cavidades nos

seus troncos, favorece o refúgio e a presença de

diversas espécies de répteis, aves e mamíferos.

Destacam-se como sendo actualmente as áreas mais

relevantes para a fauna:

• a área de declive mais acentuado presente no

limite Sul da propriedade, que proporciona maior

cobertura arbórea e consequentemente, melhores

condições de refúgio, para a ocorrência de

espécies de maior porte;

• a área de olival antigo junto à ribeira da Palheta,

que devido à presença de exemplares antigos

disponibiliza importantes locais de abrigo, para

espécies variadas, bem como alimento na forma

de invertebrados, sementes e frutos (consequen-

tes de uma maior diversidade específica em

termos florísticos), conduzindo a uma boa progres-

são na cadeia ecológica;

• a ribeira da Palheta que define o limite Oeste da

propriedade apesar de se encontrar fora da área

delimitada pela vedação, que ainda apresenta

algumas espécies características de galeria

ripícola, apesar de relativamente degradada, pois

esta área pode ser usada, sobretudo como

corredor de passagem pelos diferentes grupos

(com maior incidência nos anfíbios e mamíferos),

ou como habitat para algumas espécies de

avifauna aquática, contribuindo para o aumento da

diversidade presente;

• as restantes linhas de água que atravessam a

propriedade, pois mediante o desenvolvimento de

vegetação de margem poderiam funcionar como

estruturas lineares de fixação e passagem de

fauna;

• as charcas, apesar de actualmente serem

praticamente destituídas de valor para a fauna,

por apresentarem margens íngremes e sem

vegetação, no entanto, poderiam ser importantes

pontos se fossem naturalizados.

Durante a fase de construção, os principais impactes

negativos a ter em conta serão a destruição de habitats

e a perturbação de espécies, classificadas como

significativas, embora temporárias e a mortalidade

directa, sobretudo acidental, decorrente de movimen-

tação de terras, considerada pouco significativa. No

caso da destruição de habitats os grupos mais

relevantes a serem afectados serão os anfíbios, répteis

e micromamíferos, pois com as primeiras desmatações

e movimentações de terras perderão importantes zonas

de refúgio. No que respeita à perturbação de espécies,

todos os grupos presentes serão igualmente afectados,

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de forma significativa, pelas movimentações de terras,

desmatações e circulação de máquinas. Uma das zonas

em que estes impactes terão significado corresponde ao

antigo olival, a ficar submerso pela construção da

barragem, mas cujas oliveiras antigas, com diversas

reentrâncias e orifícios nos troncos permite o refúgio de

diversos espécimes. De um modo geral, considera-se

que a herdade da Palheta apresenta potencial para a

compatibilização das comunidades faunísticas presentes

e do projecto, de acordo com uma baixa capacidade de

utilização do espaço e da aplicação de medidas de

gestão direccionadas, destacando-se como principais a

recuperação de habitats ripícolas e de sub-bosque nas

zonas de montado mais densas (zonas destacadas a sul

e a este da propriedade), para que estas áreas possam

funcionar como corredores efectivos para a passagem

ou refúgio de fauna.

Os impactes a ter em conta durante a fase de

exploração para este descritor fauna dividem-se em

negativos e positivos. Os impactes negativos mais

significativos nesta fase, prendem-se com o

desaparecimento de alguns habitats, decorrentes do

enchimento da albufeira e das movimentações de

terras para construção do golfe podem afectar alguns

grupos, sobretudo os peixes, anfíbios e répteis. Estes

impactes serão pouco significativos e permanentes. Por

outro lado a albufeira, ao constituir um novo habitat,

terá também um impacte positivo permanente para

algumas aves aquáticas e para alguns mamíferos, no

entanto de menor significância. Mediante a adopção de

medidas específicas para recuperação de habitat

ripícola na sua envolvente, e dado a sua dimensão

relativamente reduzida com margens de inclinação

suave, poderá representar maior potencial positivo,

podendo funcionar como corredor de deslocação para a

maioria dos grupos faunísticos. O outro impacte

negativo a ter em conta nesta fase é a perturbação

decorrente da presença humana e iluminação artificial

que se pode considerar como pouco significativo,

embora permanente. A reduzida ocupação urbanística

prevista no projecto permite, à partida, compatibilizar o

interesse da área para a fauna com as actividades de

lazer previstas e a sua concentração em zonas

localizadas e classificadas com menor sensibilidade,

favorece índices de perturbação reduzidos no resto da

área. Como principal impacte positivo destaca-se a

redução da presença de gado, que era responsável por

uma significativa incapacidade de recuperação de sub-

coberto arbustivo, e consequentemente de disponibi-

lidade de refúgio para fauna. Também a recuperação e

incremento activo dos habitats presentes, actualmente

degradados, como sejam a vegetação ripícola e o sub-

coberto de azinhal, pode corresponder a um impacte

positivo significativo.

Ao nível da identificação das principais fontes de

poluição atmosférica, na área de estudo não se

identificaram fontes pontuais que possam contribuir

para a deterioração da qualidade do ar, sendo

principalmente ocupada por sistemas semi-naturais,

maioritariamente ocupadas ou por vegetação higrófila

ou por pastagens de sequeiro. Em relação às fontes

lineares existentes, estas possuem um carácter

predominantemente difuso, estando relacionadas com

a baixa/moderada actividade agrícola (principalmente,

o parco trânsito de viaturas de apoio à actividade

dentro da propriedade) e com o tráfego rodoviário na

EN 254 (Évora-Redondo).

Os impactes sobre a qualidade do ar associados ao

projecto na fase de construção, estarão relacionados,

na sua totalidade, com a fase de construção dos

mesmos. Previsivelmente, as acções que terão lugar

nesta fase podem, genericamente, ser divididas em

dois grupos: as acções de preparação do solo (remoção

e decapagem do coberto vegetal e movimentação de

terras) e as associadas à edificação das infra-estruturas

(instalação dos estaleiros, construção da barragem e

do campo de golfe, circulação de veículos pesados e

maquinaria afecta à obra e transporte e depósito de

materiais).

Na fase de exploração, são esperados alguns

impactes negativos com reduzida significância,

nomeadamente, a queima de combustíveis gasosos nos

diferentes tipos de unidades de alojamento (fogões e

caldeiras) e a circulação automóvel de veículos

motorizados dos funcionários, fornecedores, serviços

de manutenção e dos utilizadores das unidades de

alojamento e das várias infra-estruturas previstas.

Face a estes impactes inevitáveis, a aposta deverá ser

na redução de consumos através de sensibilização a

todos os intervenientes, no respeito pela rede viária (e,

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especialmente, na sua tipologia) e na inspecção de

todo o equipamento, máquinas e veículos afectos ao

empreendimento com motor de combustão, tentando

desta forma a manutenção destas estruturas em boas

condições e, assim, evitar má carburação com a

consequente emissão indesejável de poluentes

atmosféricos. Por fim, aconselha-se a aspersão de água

nos caminhos com materiais mais finos e desagregados

(principalmente aqueles com maior utilização) nos

meses com menores taxas de precipitação.

Por outro lado, a análise dos Mapas de Ruído

produzidos a partir do modelo mostra que a zona em

estudo, apresenta áreas com níveis de ruído reduzidos,

com excepção da imediata envolvência da E.N. 254.

Tendo em consideração o disposto no Decreto-Lei n.º

292/2000, de 14 de Novembro, (que estabelece metas

visando a redução dos níveis de ruído ambiente,

dispondo, designadamente, que as zonas sensíveis não

podem ficar expostas a um nível sonoro contínuo

equivalente superior a 55 dB(A) no período diurno e 45

dB(A) no período nocturno), com excepção de uma

faixa de aproximadamente 20 metros a partir do eixo

da E.N.254 os níveis sonoros actualmente existentes

são compatíveis com a ocupação sensível.

No que concerne ao ambiente sonoro, durante esta

fase, os impactes mais significativos estão directa-

mente relacionados com o ruído gerado pelas máquinas

e equipamentos (fontes sonoras) que vierem a ser

utilizados na execução das obras, nos trabalhos de

desmatação, preparação do terreno e realização de

terraplanagens, movimentação de terras e transporte

de materiais necessários às obras. Assim, A utilização

de máquinas e equipamentos associadas quer à

barragem, quer ao campo de golfe, que incluem zonas

de estaleiros de apoio às diversas acções executadas e

acessos, provocarão um aumento pontual e temporário

dos níveis de ruído nessas mesmas áreas. Os níveis de

ruído gerados durante a fase de obra são, normal-

mente, temporários e descontínuos e, em função de

diversos factores (e.g. tipo de equipamento e opera-

ções realizadas, período de utilização do material e o

seu estado de conservação), poderão oscilar numa

gama alargada de valores (60-85 dB(A)). Em termos

gerais, o carácter intermitente e descontínuo do ruído

gerado durante esta fase poderá dar origem a impactes

negativos significativos, quer ao nível humano, quer

animal. Porém, concretamente para a ocupação

humana, considera-se, normalmente, que para distân-

cias superiores a 100 m (relativamente às fontes

sonoras), os níveis de ruído estão sujeitos aos já referi-

dos fenómenos de atenuação que reduzem o seu efeito

perturbador nos receptores existentes na envolvente.

Na fase de exploração, as actividades de manuten-

ção, designadamente as operações de corte de relva,

podem gerar níveis sonoros passíveis de criar situações

de incomodidade para os que habitem ou permaneçam

na proximidade do relvado. Esta tarefa, motivará níveis

sonoros que para distâncias entre os 10 – 30 m,

variam entre 60 a 75 dB (A), conforme o tipo de

maquinaria utilizado. Outras fontes de ruído a registar

resultarão do aumento de tráfego rodoviário esperado

pela componente imobiliária do Projecto, do tráfego de

jogadores para o campo de golfe e do tráfego de

funcionários do empreendimento.

Em relação ao uso do solo, em toda a área de estudo

foram identificadas sete classes principais de uso de

solo e dezoito subclasses: Formações Arbóreas e

Arbustivas Autóctones (3,93%), Formações Herbáceas

Autóctones (0,76%), Montados (26,50%), Zonas

Agrícolas (67,85%), Zonas Florestais (0,16%), Zonas

Sociais (0,75) e Meio Hídrico (0,05%). Em termos de

subclasses é a referente ás “Pastagens de sequeiro +

Azinheiras dispersas” a mais representada, já que

congrega as amplas pastagens permanentes e

temporárias com arvoredo disperso que, pela

densidade deste, não se pode considerar montado,

reflectindo a actividade pastoril na Herdade.

Quanto aos principais impactes na fase de

construção, estes estão relacionados com a mudança

de uso do solo principalmente ao nível da componente

imobiliária e infra-estruturas associadas, campo de

golfe e barragem/albufeira. Na maioria dos casos

haverá necessidade de se proceder à destruição parcial

do coberto vegetal existente, alterando, de forma

permanente, o uso do solo nessas áreas.

Já na fase de exploração, poder-se-ão apontar os

seguintes impactes nesta fase: aumento de áreas

impermeabilizadas; ocupação do solo com novo

coberto vegetal (ou espaços verdes associados à

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componente imobiliária, ou áreas alvo de recuperação

ambiental).

Paisagisticamente, a Herdade da Palheta localiza-se a

Oeste no concelho de Redondo encontrando-se, assim,

plenamente integrada na Unidade de Paisagem

correspondente ao “Alentejo Central”. O grupo de

unidades de paisagem referentes ao Alento Central

insere-se no maciço antigo e, em termos morfológicos,

corresponde à peneplanície conservada do Alto

Alentejo, onde se destacam relevos como os das já

referidas Serras de Ossa, Portel ou Monfurado, o

maciço calcário de Estremoz, os terraços fluviais ao

longo do Guadiana e afluentes e a peneplanície

degradada da zona de Montemor-o-Novo e Arraiolos.

A um nível local a Herdade representa um território

de contrastes, onde a Sul - coincidente com a zona

onde se encontra o edificado principal da herdade - um

relevo medianamente pronunciado contrasta com as

zonas mais aplanadas do centro e Norte da

propriedade. Os cerca de 300 hectares da Herdade da

Palheta correspondem a um relevo medianamente

aplanado, apresentando uma variação superior a 50 m

entre as cotas mais elevadas (cerca de 265 m na zona

sul da propriedade na zona do edificado principal) e as

cotas mais baixas pertencentes à classe hipsométrica

situada entre os 215 m e os 220 m, nas zonas baixas

das linhas de água a Oeste.

No que diz respeito aos potenciais impactes neste

descritor na fase de construção, a inserção de novos

elementos na paisagem irá sempre provocar um

impacte negativo muito significativo na paisagem, no

entanto, este impacte será tanto maior quanto menor

for a capacidade de absorção da paisagem receptora.

No entanto, estes impactes de cariz visual situam-se na

esfera do subjectivo não havendo uma metodologia que

permita aferir directamente a sua mensurabilidade. Os

impactes previstos para esta fase assentarão,

essencialmente, na alteração pontual sobre a

morfologia do terreno, no local de implantação da

componente imobiliária e turística da Herdade da

Palheta; pela implantação do PPHP e dos seus novos

acessos, correspondendo estes a um incremento da

circulação de pessoas nesta área, efectuando uma

maior carga/pressão humana sobre o espaço. As

alterações resultantes da implantação do PPHP são,

assim, directas e permanentes (não reversíveis) na

matriz da paisagem de referência.

Na fase de exploração, a inserção de novos

elementos na paisagem irá sempre provocar um

impacte negativo muito significativo na paisagem, no

entanto, este impacte será tanto maior quanto menor

for a capacidade de absorção da paisagem receptora.

No entanto, estes impactes de cariz visual situam-se

na esfera do subjectivo não havendo uma metodologia

que permita aferir directamente a sua mensura-

bilidade.

No capítulo dos resíduos, na Herdade da Palheta,

actualmente, desenvolvem-se várias actividades que

inevitavelmente originam a diversos resíduos: pecuária

(criação de gado bovino), agricultura (de sequeiro e

vinha) e oficinas de manutenção e reparação de

máquinas agrícolas. Cada uma destas actividades

origina resíduos não perigosos mas, também, resíduos

perigosos, cujos possuem legislação específica para a

sua gestão.

Ao nível dos impactes futuros na fase de construção,

sublinham-se aqueles que estão associados às

seguintes operações: encerramento da actividade

agrícola e pecuária, implantação do estaleiro de obra,

abertura/construção de acessos e arruamentos,

instalação das infra-estruturas de saneamento,

construção de edificações, construção do campo de

golfe e, desmontagem do estaleiro de obra. Apesar de

negativos, a significância dos impactes é sempre redu-

zida.

Por fim, ao nível dos resíduos, durante a fase de

exploração os impactes ambientais negativos

esperados estão associados às seguintes operações:

ocupação humana (moradias, apartamentos, hotel e

área comercial); manutenção das edificações; manu-

tenção campos de golfe e áreas verdes; manutenção e

reparação das viaturas do golfe e exploração agrícola

de vinha.

No que concerne ao Património Cultural e

Arqueológico, a pesquisa documental, bibliográfica e

cartográfica realizada, numa primeira fase, revelou-nos

três locais a atentar, um deles pelo seu interesse

patrimonial (o Monte da Palheta - património clas-

sificado de interesse municipal) e os dois outros pelo

seu valor arqueológico. As prospecções revelaram

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algumas estruturas de carácter recente de apoio à

actividade agro-pecuária (poços, tanques e bebedouros

para o gado) de valor patrimonial reduzido, bem como

estruturas habitacionais e de apoio, em avançado

estado de degradação, com potencial interesse a nível

etnográfico (como é o caso do Monte dos Frades, um

monte típico alentejano, abandonado em data que não

nos foi possível determinar).

No que concerne ao património cultural e

arqueológico, como principais impactes na fase de

construção, salienta-se a destruição e submersão do

sítio de Palheta 11, no âmbito da albufeira; as

intervenções no subsolo para construção de

infraestruturas habitacionais e de lazer, podendo

afectar os sítios de Palheta 3 e Palheta 13; a

desmatação e sementeira dos campos de golfe, lagos,

sistemas de rega e drenagem; as operações de

escavação e aterro, alterando as características

geológicas e estruturais da área em causa; a

construção de estruturas de saneamento, caminhos e

outras infraestruturas de apoio ao empreendimento; e

o estabelecimento de estaleiros.

Tomando em atenção os dados obtidos para situação

de referência e a avaliação de impactes, entende-se ser

importante a implementação de medidas de carácter

geral por forma a colocar em acção uma boa gestão de

estaleiros e das frentes de obra, especialmente nas que

se referem à localização de estaleiros, às movimen-

tações de terras, à projecção de escavações e aterros,

à desmatação e decapagens, entre outras. As medidas

de minimização de impactes negativos propostos para

o presente descritor, contemplam um conjunto de

acções que incluem a identificação de valores

patrimoniais, sinalização de ocorrências, registo de

informação, recolha de bens, prospecção arqueológica,

sondagens de diagnóstico e escavação arqueológica.

Assim, são propostas como principais medidas de

minimização a realização de sondagens de diagnóstico,

a fim de aferir o tipo de ocupação e extensão dos sítios

de Palheta, Palheta 3, Palheta 13 e Monte Sobral; o

acompanhamento sistemático por um arqueólogo

residente de todos os trabalhos que impliquem

intervenções no subsolo (escavações, terraplanagens,

aberturas de caminhos de acesso, construção de

estaleiros, empréstimo e depósito de solos); e o

acompanhamento e registo exaustivo de desmonte de

estruturas existentes, sempre que necessário.

De acordo com os dados obtidos por via das

sondagens de diagnóstico, bem como pelos trabalhos

de acompanhamento, na fase de implementação do

projecto, poderão ser necessárias medidas de

minimização mais específicas, não contempladas face

aos dados de que dispomos actualmente.

Na fase de exploração, consideramos que locais

como o sitio da Palheta e de Monte Sobral poderão

sofrer afectação pela utilização se não forem

implementadas algumas medidas de minimização,

nomeadamente, a protecção dos locais com relevante

interesse arqueológico, a alteração de qualquer uso do

solo não previsto no presente Plano de Pormenor e, por

fim, o desrespeito por parte dos visitantes nas

indicações de caminhos.

No que concerne aos factores sócio-economicos,

analisaram-se as características julgadas pertinentes

que incidem actualmente nas populações directa ou

indirectamente abrangidas pelo presente Plano de

Pormenor, bem como as dinâmicas de desenvolvimento

nucleares e essenciais para a persecução efectiva dos

objectivos e propósitos do mesmo.

Sublinha-se que na região o turismo terá que ter

uma perspectiva de sustentabilidade ambiental,

económica e social, no quadro de um novo modelo de

desenvolvimento do turismo que privilegie a qualidade,

seja a qualidade ambiental do destino turístico, seja a

qualidade dos empreendimentos e serviços turísticos.

O projecto a desenvolver para a Herdade da Palheta

pretende assumir um papel preponderante na

dinamização da base económica dos espaços não

urbanos, tendo em vista aproveitar as potencialidades

de criação de emprego e fortalecer a competitividade

do tecido produtivo local, promovendo o apoio e

incremento do qualitativo do micro iniciativa

empresarial local desempenha um papel instrumental

decisivo nomeadamente na criação de micro empresas

do sector turístico.

Concomitantemente, apostar-se-á na promoção do

Concelho no contexto regional através da sua

afirmação nos circuitos turísticos regionais, bem como

tanto na promoção e desenvolvimento cultural

preservando a memória social e os valores históricos

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com a recuperação e reconversão das estruturas

desactivadas, como na Promoção e divulgação os

produtos regionais de qualidade através da sua

comercialização.

Em súmula, na ausência de medidas de minimização,

a implementação do PPHP acarretará, na globalidade

dos factores críticos, impactes negativos pouco

significativos na fase de construção e praticamente

nulos na fase de exploração. Sublinha-se ainda que se

prevê que os maiores impactes se verifiquem na

componente biológica e na paisagem e os mais

positivos serão ao nível da criação de emprego e

qualificação humana.

Por seu turno, com a aplicação da generalidade das

medidas de minimização proposta, o cenário mantém-

se na fase de construção e é significativamente

melhorado na fase de exploração. Para esta última

tendência contribuem, activamente, a implementação

de medidas de carácter ambiental (e.g. biodiversidade

e gestão de resíduos).

VIII – O QUE SE PROPÕE PARA A MINIMIZAÇÃO DOS

IMPACTES NEGATIVOS?

Ao nível dos solos, como principais medidas de

minimização na fase de construção surgem: existência

no Caderno de Encargos da localização do depósito

provisório do excedente de terras, sendo que este

deverá estar devidamente licenciado para o efeito nos

termos da legislação aplicável, bem como o local do

estaleiro e as principais vias de acesso provisório

necessárias às obras; o local do estaleiro será

seleccionado num local de menor sensibilidade

ecológica e cénica; os trajectos de circulação dentro da

zona de obra devem ser preferencialmente

perpendiculares ao trajecto das linhas de água, em

detrimento de acessos paralelos às mesmas; os locais

de circulação provisória e de estaleiro, assim que

desactivados, deverão ser limpos e sujeitos a trabalhos

de recuperação paisagística, o que implica a

descompactação do solo e a recuperação da vegetação;

o solo proveniente desta acção deverá ser armazenado,

preferencialmente na área destinada ao estaleiro, em

pargas de secção trapezoidal; o solo proveniente de

decapagens poderá vir a integrar a composição da terra

que posteriormente será necessária nas zonas de

plantação; no caso de ser necessário recorrer a solos

provenientes de outras zonas, nomeadamente para

melhoramento da capacidade dos solos actuais, dever-

se-á dar preferência a áreas de extracção já em

funcionamento; nas áreas intervencionadas deverão

promover-se sistemas de drenagem e recolha de

resíduos sólidos e líquidos, de modo a evitar possíveis

contaminações dos solos; no caso específico de

manuseamento e/ou armazenagem de hidrocarbonetos

ou outras substâncias perigosas ou tóxicas, deverão

ser construídas bacias de retenção adequadas, de

forma a evitar contaminações acidentais do solo; todos

os solos contaminados acidentalmente, principalmente

por hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas

ou tóxicas (caso de derrames acidentais a partir de

máquinas utilizadas na obra), deverão ser removidos

de imediato para local apropriado (aterro de resíduos

perigosos); deverão sinalizar-se todas as áreas

sensíveis, nomeadamente as áreas com Relevância

Fitocenótica Alta, que estarão interditas ao pisoteio

e/ou circulação de maquinaria e veículos; a

desmatação deverá pautar-se por regras definidas

consoante a sensibilidade ecológica/paisagística de

cada local, nomeadamente respeitando os períodos

temporais propostos; durante a fase de construção

deverá existir uma fiscalização constante da obra, de

forma a garantir a aplicação de todas as medidas de

minimização previstas.

Já na fase de exploração, dever-se-á proceder à

manutenção de todos os Espaços Verdes e zonas de

protecção definidas ao nível do Plano de Pormenor e

dever-se-á garantir a boa qualidade da água de rega,

de modo a evitar acumulação excessiva de substâncias

químicas, que poderiam conduzir à salinização dos

solos.

Ao nível dos recursos hídricos superficiais, na fase de

construção, como principais medidas de minimização

propõe-se o estabelecimento de locais de

armazenagem de combustíveis, lubrificantes, herbi-

cidas e pesticidas, em recipientes apropriados, com

impermeabilização adequada à remoção de eventuais

derrames acidentais; que a localização de locais

destinados à substituição de lubrificantes e de

reabastecimento de combustíveis seja efectuado em

áreas devidamente impermeabilizadas; a instalação de

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latrinas amovíveis; que as intervenções das linhas de

água nos períodos de estiagem, com reposição

imediata das condições de drenagem natural; que a

circulação de maquinaria e demais veículos se efectue

sobre caminhos previamente estabelecidos; a implan-

tação de locais de lavagem de viaturas, maquinaria e

betoneiras em locais apropriados com a criação de

caixas de recepção dos resíduos resultantes destas

lavagens e, por fim, que a área de estaleiro da

barragem e albufeira se localize dentro da área a

submergir por esta última.

Na fase de exploração, como principais medidas de

minimização propõem-se a elaboração de um plano de

drenagem e controlo do escoamento das águas pluviais

que permita o seu tratamento e posterior reutilização;

uma gestão das necessidades hídricas dos relvados de

forma rigorosa e eficiente; a caracterização correcta da

composição química dos fertilizantes e pesticidas a

aplicar de forma a poder maximizar e orientar a

eficiência de tratamento da ETAR (caso exista),

potenciando este impacte positivo e a manutenção de

um caudal ecológico, a definir em sede de EIA, a

jusante da barragem.

Já nos recursos hídricos subterrâneos, será

imprescindível uma boa gestão de obra e estaleiros e

recolha de todos os contaminantes potenciais (águas

residuais das WC dos estaleiros, armazenamento e

acondicionamento de produtos combustíveis e/ou

tóxicos, entre outros).

Na fase de exploração, recomenda-se que as águas

sobrantes, quer da rega (embora se admita que isso

não ocorra dado que a rega será optimizada), quer dos

efluentes domésticos e até mesmo pluviais, podem ser

reencaminhadas para posterior utilização e caso

necessitem, efectivar tratamento adequado. Tais

acções são benéficas para a componente qualitativa e

diminuem o risco de contaminação.

No que concerne à flora, vegetação e habitats, em

termos de medidas de minimização na fase de

construção, recomenda-se a demarcação da totalidade

das zonas com Relevância Fitocenótica Alta por forma a

evitar a sua perturbação (em qualquer caso e por

qualquer justificação que não seja o desenvolvimento

das medidas de gestão natural; evitar o corte de

vegetação autóctone para além do estritamente

necessário; a criação de viveiro para a reprodução de

espécies autóctones a utilizar nas operações de gestão

da natureza e, potencialmente, rentabilizados como

oferta turística e de educação ambiental; a utilização

de apenas plantas autóctones em toda a área do

Projecto (com excepção da zona envolvente à

componente habitacional); valorizar e fomentar as

descontinuidades na paisagem, não só por serem uma

mais valia em termos cénicos, como também

descompartimentam a paisagem, o que contribui

activamente para a diminuição de potenciais episódios

de incêndio; evitar o derramamento sobre os solos de

óleos lubrificantes, combustíveis e outras substâncias

potencialmente tóxicas, passíveis de degradar o solo e,

consequentemente, os ciclos biológicos; e recomenda-

se o período de Setembro a Março para as operações

de limpeza da vegetação.

Na fase de exploração, sublinha-se a importância da

implementação de um plano ambiental (e.g. PLANO

ESTRATÉGICO PARA A BIODIVERSIDADE), incluindo um

rigoroso método de monitorização, temporalmente

amplo (nunca inferior a 10 anos); a limitação da

perturbação apenas aos locais em que tal é

estritamente necessário; e o evitar a circulação fora da

rede de caminhos existente, bem como o

derramamento sobre os solos de óleos lubrificantes,

combustíveis e outras substâncias potencialmente

tóxicas, passíveis de degradar o solo e, consequen-

temente, os ciclos biológicos.

Quanto à fauna, deveria ser equacionada a

possibilidade de transplante dos exemplares arbóreos

antigos de oliveiras, uma vez que os troncos ocos,

mesmo de árvores mortas, constituem importantes

abrigos para fauna. No projecto urbanístico se possível

deveriam ser preservados e integrados muros de pedra

sobreposta tradicionais, à semelhança dos já

existentes, uma vez que estes disponibilizam também

abrigo e corredor de dispersão para espécies de

pequeno porte (desde que não estejam cimentados no

seu interior). Salienta-se ainda que o projecto de

iluminação deve ter em consideração o efeito de

artificialização que este introduz na área, contribuindo

para o afugentamento de muitas espécies. Desta forma

a iluminação não deve ser permanente, nem muito

forte, fora da área residencial. Durante a fase de obra

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os trabalhos devem concentrar-se no tempo e no

espaço, para diminuir o nível de perturbação causada

às espécies envolventes. As alterações de nivelamento

de solos, desmatação ou obras que impliquem maior

perturbação próximo das áreas consideradas de maior

sensibilidade, devem evitar o período reprodutor da

maior parte das espécies, que ocorre entre Março e

Junho.

Quanto à qualidade do ar, na fase de construção

recomenda-se que os acessos aos locais de obra e às

zonas de estaleiros devem ser mantidos limpos através

de lavagens regulares dos rodados das máquinas e dos

veículos afectos à obra; que se proceda à cobertura de

materiais susceptíveis de serem arrastados pelo vento,

quer em depósitos estacionários, quer durante o

movimento de cargas de camiões e que as vias não

pavimentadas e todas as áreas de solo que fiquem a

descoberto sejam humedecidas, especialmente em dias

secos e ventosos.

Por seu turno, na fase de exploração a aposta deverá

ser na redução de consumos através de sensibilização a

todos os intervenientes, no respeito pela rede viária (e,

especialmente, na sua tipologia) e na inspecção de

todo o equipamento, máquinas e veículos afectos ao

empreendimento com motor de combustão, tentando

desta forma a manutenção destas estruturas em boas

condições e, assim, evitar má carburação com a

consequente emissão indesejável de poluentes

atmosféricos. Por fim, aconselha-se a aspersão de água

nos caminhos com materiais mais finos e desagregados

(principalmente aqueles com maior utilização) nos

meses com menores taxas de precipitação.

Quanto ao ambiente sonoro, as medidas de

minimização são no geral idênticas nas duas fases,

propondo-se que todo o equipamento, máquinas e

veículos com motor afectos ao empreendimento,

devam ser inspeccionados, de modo a cumprir as

especificações legais e que os equipamentos utilizados

nas acções de manutenção, devam obedecer aos

valores limites de potência sonora estipulados no art.

12º do Decreto-Lei n.º 76/2002, de 26 de Março.

No que ao uso do solo diz respeito, sublinha-se a

importância da definição de uma rede de trajectos de

circulação dentro da zona de obra, devendo estes ser

preferencialmente perpendiculares ao trajecto das

linhas de água, em detrimento de acessos paralelos às

mesmas, por forma a se evitarem destruições

desnecessárias de coberto arbóreo/arbustivo e

compactações de solo; e a desmatação deverá pautar-

se por regras definidas consoante a sensibilidade

ecológica/paisagística de cada local.

Já na fase de exploração, como principais medidas

minimizadoras, sublinha-se a manutenção de todos os

Espaços Verdes e zonas de protecção definidas em

sede de especialidade, bem como a interdição de

qualquer mudança de uso que não esteja prevista no

presente Plano de Pormenor.

Quanto às principais medidas de minimização para o

descritor Paisagem, salientam-se os seguintes: a

escolha do local de estaleiro deverá ser efectuada de

modo a garantir a não afectação de áreas que ainda

não se encontrem intervencionadas, sendo garantida a

recuperação do próprio local de instalação deste; as

operações de desmatação e de movimentações de

terras deverão ser restringidas ao estritamente

necessário, em termos de espaço e tempo,

minimizando-se, assim, a afectação de áreas adicionais

de solo e vegetação; deverão ser preservados os

exemplares arbóreos de relevo através de sinalização

adequada, salvaguardando-os de possíveis “toques”

com origem em maquinaria pesada, uma vez que a

longo prazo poderão danificar ou mesmo matar o

exemplar vegetal atingido; as espécies vegetais a

introduzir no terreno deverão respeitar o disposto no

Decreto-Lei n.º 565/99 de 21-12-1999 devendo

sempre optar-se por espécies de cariz autóctone de

maior valor ecológico e de maior adaptabilidade ao

local; o material resultante das escavações não deverá

ser colocado num local que venha a ser interven-

cionado, devendo, antes, ser colocado na área afecta à

construção. Posteriormente, e por acordo com a

Câmara Municipal de Redondo, o material excedente

resultante de escavações, deverá ser removido para

local adequado; durante a fase de construção deverá

vedar-se visualmente, com recurso a painéis, as áreas

de estaleiro e apoio à obra. Estes painéis deverão ter,

pelo menos, dois metros de altura, sendo conveniente

que sejam pintados com cores esbatidas, como o

branco, o cinzento ou o azul claro; após o término da

obra, deverá ser assegurada a reposição, integração e

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recuperação paisagística dos principais elementos

afectados, através da implementação de um projecto

de requalificação e valorização paisagística.

No que concerne aos resíduos, como principais

medidas de minimização para este descritor na fase de

construção, salientam-se: a utilização de materiais de

construção “amigos do ambiente”; implementação de

Sistema de Gestão de Resíduos que permita a recolha

selectiva de resíduos e/ou a sua triagem; a construção

de um Parque de Resíduos devidamente coberto e que

permita o correcto armazenamento dos resíduos; o

acondicionamento dos resíduos em reservatórios

adequados; o aproveitamento do solo vegetal a

movimentar; potenciar a reutilização de resíduos; a

promoção de acções de formação/sensibilização na

área do ambiente e gestão de resíduos aos

trabalhadores; o encaminhamento dos resíduos a

operadores devidamente credenciados para a sua

valorização, tratamento e/ou eliminação e, por fim, a

aplicação de um programa de monitorização mensal.

Já na fase de exploração, pontificam a imple-

mentação de Sistema de Gestão de Resíduos que

permita a recolha selectiva de resíduos e/ou a sua

triagem; o encaminhamento dos resíduos a operadores

devidamente credenciados para a sua valorização,

tratamento e/ou eliminação; a construção de vários

Ecopontos para resíduos urbanos e equiparados em

toda a área de implantação do projecto; a promoção da

compostagem dos resíduos orgânicos e biodegradáveis,

produzindo fertilizante orgânico a aplicar nos campos

de golfe, vinhas e zonas verdes; a construção de um

Parque de Resíduos devidamente coberto e que permita

o correcto armazenamento dos resíduos; o

acondicionamento dos resíduos em reservatórios

adequados; a promoção da reutilização de resíduos e a

aplicação de um programa de monitorização trimestral.

Ao nível do património cultural e arqueológico,

principalmente na fase de construção, aconselha-se o

acompanhamento de um técnico especia-lizado.

IX – COMO SERÁ REALIZADO O ACOMPANHAMENTO

AMBIENTAL DA OBRA?

A implementação de um Plano de Monitorização

reveste-se de grande importância, para que se efectue

um controlo dos efeitos que o empreendimento

proposto e as actividades daí decorrentes poderão

provocar no ambiente.

Assim, a observação periódica do meio após a

implantação do projecto permitirá, também, a

obtenção de dados não disponíveis ou inexistentes na

fase prévia de projecto e validar ou alterar

pressupostos de avaliação anteriormente assumidos.

Entende-se assim que a avaliação ambiental e a

minimização de impactes são processos dinâmicos no

tempo, devendo ser novamente equacionados sempre

que novos elementos ou resultados não expectáveis

assim o determinem, sendo a monitorização o

parâmetro chave neste processo. O Plano de

Monitorização é, desta forma, o documento que

consubstancia os procedimentos necessário à

prossecução desses objectivos.

Considera-se que o plano de monitorização dos

vários elementos do projecto deverá ter um

enquadramento mais vasto em termos da estratégia

ambiental do empreendimento, onde se inclui, entre

outros, o Plano Estratégico para a Biodiversidade,

tendo como principais objectivos:

- Assegurar o cumprimento da legislação e outros

requisitos legais aplicáveis neste domínio, em vigor

ou outros que venham a ter força de lei;

- Desenvolver os esforços necessário para uma

melhoria contínua do desempenho ambiental do

empreendimento, tendo em consideração as

inovações e melhorias tecnológicas que venham a

ser efectivadas no decorrer na vida útil do

empreendimento;

- Desenvolver as melhores práticas que permitem a

utilização racional dos recursos naturais;

- Prever e implementar as melhores técnicas de

prevenção e redução de poluição na fonte.

A prossecução destes objectivos gerais passa,

necessariamente, pela criação de uma competência na

área do ambiente, a integrar o organigrama de gestão

do empreendimento, que deverá ter com funções

assegurar o acompanhamento e fiscalização das fases

de pré-construção, construção e de exploração, no que

à vertente ambiental se refere, promover a

implementação do Plano de Monitorização, sua

avaliação e proposta das medidas que se revelem

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necessárias à correcção de eventuais desvios ao quadro

pré-definido e, por último, a interlocução com as

instituições ambientais relevantes.

Na actualidade, os parâmetros ambientais a

monitorizar são bastante abrangentes, não se ficando

apenas pelos descritores ambientais habituais. De

facto, a sustentabilidade ambiental de um

empreendimento congrega a gestão de diversos

parâmetros. No âmbito do presente Plano de Pormenor

salientam-se a energia, resíduos, uso de recursos

locais, componente biológica, herança cultural e

patrimonial, água de consumo e qualidade da água.