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Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Redondo Município de Redondo

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Plano de Desenvolvimento Social do concelho de

Redondo

Município de Redondo

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

2

Entidades pertencentes ao CLASRedondo (Conselho Local de Acção Social)

Município de Redondo

Agrupamento Vertical de Redondo

Alfabeta – Associação de Cultura

Aliende, adl

Associação Cultural e Desportiva das Vinhas

Associação Cultural, Desportiva e Recreativa Monte de Virgem

Associação de Bombeiros Voluntários de Redondo

Associação Desportiva e Recreativa de Santa Suzana

Centro Clínico de Redondo

Centro de Reformados de Redondo

Centro de Saúde de Redondo

Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social – Serviço Local de Redondo

Cooperativa Agrícola de Montoito

Cooperativa de Consumo Rainha da Salvação Popular de Redondo, CRL

Guarda Nacional Republicana

Instituto de Emprego e Formação Profissional de Évora

Instituto Português da Juventude – Delegação Regional de Évora

Junta de Freguesia de Montoito

Junta de Freguesia de Redondo

Núcleo de Andebol de Redondo

Cruz Vermelha de Redondo – Núcleo de Redondo

Obra de São José Operário

Núcleo Distrital de Évora da REAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza Nacional / Portugal

Santa Casa da Misericórdia de Redondo

Sociedade Recreativa 1º de Dezembro

Sociedade União Montoitense

Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Projecto de Intervenção Precoce de Redondo

UNIVA – Unidade de Inserção na Vida Activa

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

3

Entidades pertencentes ao Núcleo Executivo

Entidade/Representante

Município de Redondo - Dr. Paulo Casinha / Dr. Alexandre Varela

Agrupamento Vertical de Redondo - D. Lourdes C. Padilha das Neves

Aliende, adl - Dr. Jorge Coelho/Dra. Esmeralda Fama

Centro de Saúde de Redondo - Enf.ª Isabel Marques

Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Évora - Dr.ª Cristina F. Carmo Junta de Freguesia de Montoito - Sr. Francisco Claré

Junta de Freguesia de Redondo - Sr. António Carriço

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

4

Indice

1 Delimitação Conceptual -------------------------------------------------- 6 a) O que se entende por Desenvolvimento Social? ----------------------------------- 6

Princípios e objectivos enquadradores da acção para o Desenvolvimento

Social --------------------------------------------------------------------------------------

8 b) Qual a utilidade do Plano de Desenvolvimento Social? -------------------------- 9

2 Orientações de planificação: enquadramento em instrumentos de

Planeanento Nacional /Regional ---------------------------------------

14 a) Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA) --------------------------- 15 b) Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) -------------------------------- 20 c) Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social

(POEFDS) -------------------------------------------------------------------------------

22

3 O Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo -- 26

Breve nota metedológica -------------------------------------------------------------- 26

Do DS (Diagnóstico Social) ao PDS (Plano de Desenvolvimento Social) –

Dos Problemas às Soluções -----------------------------------------------------------

27

Acção 1 – Combate ao abandono escolar / promoção da educação/

alargamento do Pré-escolar ------------------------------------------------------------

28

Acção 2 – Equipamentos e Serviços de Apoio à População Idosa Portadora

de Deficiência e Isolada ----------------------------------------------------------------

34

Acção 3 – Combate ao Desemprego / Formação profissional / Aquisição

de competências para a vida activa/ Valorização pessoal ------------------------

36

Acção 4 – Acção em rede / Coordenação conjunta das iniciativas ------------ 39

Acção 1 – Combate ao abandono escolar / promoção da educação/

alargamento do Pré-escolar ------------------------------------------------------------

43

Acção 2 – Equipamentos e Serviços de Apoio à População Idosa Portadora

de Deficiência e Isolada ----------------------------------------------------------------

45

Acção 3 – Combate ao Desemprego / Formação profissional / Aquisição

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

5

de competências para a vida activa/ Valorização pessoal ------------------------ 47

Acção 4 – Acção em rede / Coordenação conjunta das iniciativas ------------ 49

4 Condições de exequibilidade do Plano de Desenvolvimento

Social -------------------------------------------------------------------------

50 a) Sistema de Informação Local --------------------------------------------------------- 50 b) Avaliação contínua de resultados, prioridades e expectativas -------------------- 52

Bibliografia ------------------------------------------------------------------------------- 53

1 - Delimitação conceptual

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

6

a) O que se entende por Desenvolvimento Social?

Terminado o Diagnóstico Social de Redondo, encontramo-nos na posse de um estudo que

nos permite apontar possíveis linhas de actuação futura em prol do desenvolvimento social

do concelho, linhas essas que surgirão consubstanciadas através de um documento a que

chamamos Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Redondo. Mas, e antes de

mais, o que se entende por desenvolvimento social?

A noção de Desenvolvimento Social surgiu a partir de criticas a modelos assentes no

crescimento económico, cuja planificação se fazia “de cima para baixo”, baseando-se “numa

visão funcionalista do desenvolvimento do território”i. Segundo esta corrente (funcionalismo), o

facto de uma determinada região alcançar um nível de crescimento, bem-estar e

prosperidade satisfatórios, originaria a que as regiões adjacentes fossem forçosamente

arrastadas para o mesmo nível.

Trata-se de uma definição que vale apenas por isso mesmo, uma vez que, e olhando para a

realidade portuguesa em concreto, vemos que tal não é necessariamente verdade:

desequilíbrios regionais acentuados, por sua vez, originadores de fenómenos de

desertificação humana e êxodos populacionais, envelhecimento demográfico e

empobrecimento generalizado das regiões do interior e, no oposto, problemas de

ordenamento do território, a par com problemas de natureza ambiental. Com esta corrente

de pensamento, assistiu-se ao primado do desenvolvimento económico sobre todas as

outras vertentes: humana, social, comunitária e local.

Aquando da realização da Cimeira Mundial de Desenvolvimento Humano, levada a cabo

pela ONU em 1995, estabeleceram-se três eixos essenciais para a promoção do

Desenvolvimento Social:

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

7

Erradicação da pobreza (actuando com especial urgência ao nível

das situações de pobreza extrema), através da promoção dos direitos

económicos, sociais, culturais e civis;

Promoção do emprego, consagrando o principio do direito ao

trabalho em troca de uma remuneração justa e, paralelamente,

criando mecanismos de redução do desemprego, ou seja, assegurar o

acesso ao emprego e rendimento e emprego;

Promoção da integração social, na perspectiva de uma sociedade

justa (reforçando a coesão social através do reconhecimento da

importância que constituem a Família e a Comunidade) e baseada no

respeito e defesa dos Direitos Humanos em todas as suas vertentes;

Para tal, foram estabelecidas as seguintes premissas estruturantes de actuação:

Por um lado, a necessidade de desenvolver o máximo de esforços

para implementar um processo de Desenvolvimento que se quer

Sustentável, ou seja, que articule todas as suas valências –

económicas, sociais e ambientais;

Por outro lado, a necessidade de promover um esforço para

eliminação/diminuição de processos burocráticos que caracterizam o

relacionamento entre as diversas entidades públicas e privadas, no

sentido de se favorecer o incremento de parcerias representativas da

sociedade (não esquecendo, acima de tudo as pessoas que,

sistematicamente, são excluídas da participação social);

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

8

Fonte: Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Social, 1996

Princípios e objectivos enquadradores da acção para o Desenvolvimento Social

1. Colocar o ser humano no centro do desenvolvimento; 2. Assegurar a equidade entre as gerações presentes e futuras; 3. Integrar as políticas económicas, culturais e sociais; 4. Interdependência entre as esferas de actividade públicas e privadas; 5. Promover a democracia, a dignidade humana, a justiça social e a

solidariedade; 6. Defender a tolerância, a não-violência, o pluralismo e a não

discriminação; 7. Promover a distribuição equitativa dos rendimentos; 8. Reconhecer a família como unidade básica da sociedade; 9. Assegurar a inclusão no desenvolvimento social das pessoas e grupos

desfavorecidos e vulneráveis; 10. Promover o respeito, a observância e a protecção de todos os

direitos humanos, incluindo o direito ao desenvolvimento; 11. Promover o exercício efectivo dos direitos e o cumprimento das

responsabilidades; 12. Promover a igualdade e equidade entre o homem e a mulher; 13. Proteger os direitos das crianças e dos homens; 14. Promover o fortalecimento da sociedade civil; 15. Cada membro deve poder satisfazer as suas necessidades básicas,

alcançar a dignidade pessoal, a segurança e a criatividade; 16. Defender uma gestão e administração transparentes e responsáveis; 17. Dar mais poder às mulheres, nomeadamente através da participação 18. Possibilitar às pessoas idosas o acesso a uma vida melhor; 19. Atender às virtualidades das novas tecnologias da informação,

incluindo os benefícios da utilização e acesso por pessoas em situação de pobreza;

20. Fortalecer a participação da mulher em todas as esferas da vida política, económica, social e cultural.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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1 - Delimitação conceptual

b) Qual a utilidade do Plano de Desenvolvimento Social?

O Plano de Desenvolvimento Social é um documento estratégico que resulta da definição

conjunta (depois de previamente acordados) dos objectivos prioritários de intervenção

tendo em vista a promoção do Desenvolvimento Social.

O Plano de Desenvolvimento Social deve servir de enquadramento a todas as acções

desencadeadas tendo em vista o desenvolvimento social do concelho (visando atingir uma

situação desejável – realista - em função da qual são definidos objectivos a atingir, bem

como as estratégias e etapas para a alcançar).

Pode ser desenvolvido no âmbito do Conselho Local de Acção Social ou não (pelo que é

extremamente importante conseguir o compromisso efectivo de todos os agentes com

responsabilidades a esse nível).

A elaboração do Plano de Desenvolvimento Social traduz em algumas vantagens para o

processo de planeamento, a destacar:

Adequação ao contexto local das medidas definidas ao nível da

Administração Central (nacional ou europeia), Regional ou Local;

Potencialização de iniciativas em curso, através da racionalização de

recursos existentes, numa dada comunidade;

Aproveitamento da mais valia que podem constituir os

conhecimentos de proximidade dos técnicos e entidades em acção

no terreno para a correcta identificação de necessidades e

potencialidades, bem como para a definição e implementação de

estratégias de acção;

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Modificação de práticas institucionais, no sentido de que permite a

introdução de metodologias de planeamento e avaliação de

actividades em parceria;

O Plano de Desenvolvimento Social não deve direccionar a sua actuação para “a construção

de novos equipamentos, mas sobretudo a criação de novas modalidades de resposta, aproveitando sempre que

possível estruturas e dinâmicas já existentes”ii, pelo que é muito importante, e nunca será demais

repetir, ter em consideração as potencialidades do concelho (património arquitectónico e

cultural), comunidade e pessoas (capacidade associativa, saberes e competências especificas,

equacionando todas as opções possíveis, por forma a que a definição de cenários de

transformação da realidade social permita a resolução/minimização dos

efeitos/consequências dos problemas e necessidades diagnosticados.

Por outro lado, e tendo em conta o facto de estarmos perante fenómenos transversais e

multidisciplinares, pelo que as possíveis soluções não se esgotam apenas numa área de

actuação, e por forma a garantir que todo o Plano de Desenvolvimento Social não resulta

apenas em mais um conjunto desarticulado de medidas avulsas um pouco por toda a

parceria existe uma outra linha de acção que é necessário implementar: é importante

garantir que as medidas preconizadas no Plano de Desenvolvimento Social tenham a

participação efectiva das entidades a montante e a jusante dos problemas/necessidades a

que se destinam.

Considerando que a promoção do Desenvolvimento Social implica não só a redução dos

fenómenos de pobreza e exclusão social, mas também a introdução de medidas preventivas

de recorrência desses mesmos fenómenos (sendo importante actuar não apenas sobre as

manifestações dos fenómenos, mas também sobre as suas causas), horizonte de acção do

Plano de Desenvolvimento Social deve centrar-se na procura de soluções efectivas para os

problemas concretos das pessoas e comunidades, proporcionando respostas não só às suas

manifestações mas também às suas causas, sob pena de, não o fazendo, correr o risco

comprometer a sua resolução definitiva.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Por outro lado, é extremamente importante estruturar o processo de parceria, na medida

em que nesta fase, para além dos membros habituais do CLAS, devem estar presentes:

Os responsáveis pela implementação dos planos e actividades

(representantes, técnicos e voluntários, etc.);

Os potenciais beneficiários dos planos e actividades definidas;

Os informantes-chave, que pela validade e especificidade do

conhecimento que possuem acerca da realidade a intervir, podem ter

um contributo de relevo para a parceria;

O Plano de Desenvolvimento Social de Redondo tem por objectivo dar continuidade ao

Diagnóstico Social, que permitiu um conhecimento um pouco mais profundo sobre a

realidade social do concelho de Redondo (nomeadamente os problemas e necessidades

sentidos em diversas áreas).

Trata-se de um documento elaborado tendo como horizonte temporal de actuação o

período de três anos compreendido entre 2006 e 2008 (estando a sua operacionalização

assegurada através de Planos de Acção Anuais), tendo em vista a concretização dos

seguintes objectivos gerais:

Contribuir para fomentar a apresentação de projectos e candidaturas

a medidas de âmbito regional e nacional (POEFDS, FSE, etc.);

Consolidar a intervenção em rede, desenvolvendo mecanismo de

actuação interinstitucional;

Apostar em acções possíveis de garantir a sua auto-sustentabilidade;

Potenciar os recursos endógenos;

A definição das estratégias de actuação foi realizada visando a sua possível integração numa

lógica de enquadramento regional/nacional, segundo em directrizes definidas em

documentos como o Programa Operacional da Região Alentejo (PORA), o Plano Nacional

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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de Acção para a Inclusão (PNAI), o Programa Operacional para a Educação, Formação e

Desenvolvimento Social (POEFDS). Conjuntamente, estes documentos constituem-se

como instrumentos potenciadores de minimização da exclusão social e promoção de

processos de integração social.iii

Importa salientar que, ainda no que se refere à definição de estratégias de intervenção,

houve a preocupação de o fazer tendo em conta a necessidade de garantir a

concepção/implementação de um instrumento de acção realista, quer em termos de

definição de objectivos (considerando a sua exequibilidade, quer em termos de alcance

temporal (em termos de obtenção de resultados concretos), por forma a não colocar em

causa a sua credibilidade (junto da população-alvo e da parceria de trabalho).

Por outro lado, é importante reter igualmente a ideia de que o Plano de Desenvolvimento

Social de Redondo resulta da consciencialização (quer ao nível do Núcleo Executivo, quer

ao nível do Conselho Local de Acção Social – CLAS) acerca da necessidade e urgência de

intervenção ao nível dos problemas identificados.

Considerando o que acima foi dito, estabeleceu-se como um dos pilares base de actuação a

mobilização conjunta dos recursos existentes/disponíveis, por forma a implementar

efectivamente uma cultura de parceria entre as entidades com responsabilidades – directas

ou indirectas – ao nível da intervenção social, por um lado e, por outro, o seu público-alvo

(numa perspectiva de co-responsabilização).

Deste modo, procuramos fomentar o estabelecimento de novas formas de exercício de

cidadania (privilegiando a participação dos destinatários, através de um processo tão básico

como a auscultação das suas expectativas e opiniões). No fundo, procuramos, como disse

Boaventura Sousa Santos (Guerra, 2000)iv, “criar condições para a passagem de uma democracia

representativa para uma democracia participativa, de forma a implementar a cidadania relacional, na qual

o individuo passa de mero beneficiário de serviços a analista -interventor”.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Não poderíamos terminar esta secção sem antes referir um aspecto que nos parece ser de

destacar em todo este processo de instalação da Rede Social do Concelho de Redondo: a

Rede Social tem o mérito de ser dos primeiros projectos assentes numa cultura de parceria

entre entidades que vincula, de forma efectiva, sustentada e numa perspectiva de

conjugação das diferentes politicas sociais (educação, saúde, habitação, emprego e outras

mais), as iniciativas de todas as entidades cuja actuação tem repercussões ao nível do

desenvolvimento social.

Para além das considerações referidas anteriormente, parece-nos importante reter os

seguintes factos:

1. O Plano de Desenvolvimento Social apenas pode ser compreendido na sua

totalidade tendo presentes as conclusões apresentadas no Pré-Diagnóstico e

no Diagnóstico Social de Redondo;

2. O Plano de Desenvolvimento Social não deve ser entendido como um

documento estratégico estanque e inalterável. Pelo contrário, trata-se de um

instrumento passível de sofrer tantos ajustamentos quanto se justifiquem

para que os seus objectivos sejam atingidos na sua máxima plenitude. Isto

inclui, naturalmente, a inclusão de novas actividades, novas metodologias,

bem como de novas parcerias.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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2 - Orientações de planificação: enquadramento em instrumentos de

planeamento nacional/regional

Para além do Diagnóstico Social, o Plano de Desenvolvimento Social de Redondo

estruturou as suas linhas estratégicas de acção tendo por base documentos de planeamento

estratégico que têm sido elaborados ao longo dos últimos anos no contexto regional e

nacional. São eles:

Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA) – âmbito regional

Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) – âmbito nacional

Programa Operacional Educação, Formação e Desenvolvimento Social

(POEFDS) – âmbito nacional

Antes de prosseguirmos, importa referir que o Plano Director Municipal (PDM) de

Redondo se encontra em fase de inicio dos trabalhos de revisão, pelo que, se por um lado

não poderemos referir neste Plano quaisqueres “pistas” acerca dos seus possiveis eixos

orientadores, por outro lado (e considerando a data da sua elaboração) consideramos que o

actual já não reflecte suficientemente a realidade concreta do concelho para que possamos

utilizá-lo aqui.

De seguida iremos procurar focar apenas os principais objectivos e prioridades de

intervenção que em cada um dos documentos serviram de base à definição de linhas

estratégicas de intervenção para o Plano de Desenvolvimento Social de Redondo, uma vez

que, como fácilmente se compreende, não cabe neste espaço a apresentação

pormenorizada de cada um deles.

a) Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA)

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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O Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA) tem como objectivo geral, através

da “integração das componentes de intervenção sectorial (…) e assente numa larga base de consenso

regional, pode constituir-se como o possível plano integrado de desenvolvimento onde, o apoio emergência de

uma nova base económica regional se traduza na capacidade de gerar mais e mais qualificado emprego na

região que, a par da garantia da sustentabilidade ambiental, cultural e paisagística permita dar passos

significativos na direcção da desejada igualdade de oportunidades a mulheres e a homens”. (PORA;

2004)v

Por outro lado, pretende-se criar condições para alcançar uma “melhoria significativa das

condições de vida das suas gentes e, assim poder contribuir para um Portugal mais próspero e moderno e

para uma Europa mais coesa nas suas vertentes política, económica e social”, (PORA, 2004)vi

privilegiando-se a integração dos diferentes níveis da Administração Central, Regional e

Local, bem como de intervenientes públicos e privados representativos da matriz

económica, social e cultural.

Destaca-se ainda a necessidade de “valorização de algum dinamismo evidenciado a nível

local/regional, resultante da iniciativa da “sociedade civil” potenciando a criação de “redes de cooperação” e

“redes sociais” com fortes raízes na tradição de solidariedade social e na extensa malha de Instituições

Particular de Solidariedade Social e de uma multiplicidade de organizações (ao nível social, económico,

cultural) deverá também ser incentivada e apoiada como vertente importante para o desenvolvimento da

região, designadamente no que respeita ao emprego, à concretização de serviços de proximidade, à

preservação e valorização de saber-fazeres tradicionais, à melhoria das condições de vida e à revitalização de

vilas e aldeias rurais, num quadro privilegiador da coesão económico-social regional”.(PORA; 2004)vii.

A necessidade de simultaneamente “ganhar dimensão” através da integração em “redes”

nos mais diversos domínios e de suportar de forma cooperante o seu desenvolvimento e

sustentação, implicará uma atitude cada vez mais proactiva, de concertação estratégica e

valorização das acções em parceria e cooperação, em detrimento das acções

“individualizadas”, “sectoralizadas” ou pontuais e de curto prazo, dificilmente sustentáveis

num quadro de integração da região no país na Europa.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

16

De entre as prioridades estratégicas previstas no PORA para a prossecução do objectivo

geral acima descrito, destacamos as seguintes como pertinentes para a implementação do

Plano de Desenvolvimento Social de Redondo:

Promover a Integração do Território no Âmbito da Posição Geoeconomia do

País, de onde destacamos como objectivo específico:

1. Potenciar regionalmente os eixos transnacionais, na medida em que os grandes

eixos rodo e ferroviários que atravessam a região devem constituir-se como

elementos estruturantes do desenvolvimento, criando emprego,

qualificando recursos, atraindo investimentos e diversificando a sua base

económica.

Desenvolver e Afirmar o Potencial Económico Regional, de onde destacamos

como objectivo específico:

1. Atrair Investimento e Capacidade Empresarial e Dinamizar a Internacionalização da

Economia Regional, através da promoção, não só dos produtos tradicionais,

como também das potencialidades de se constituir como um destino

turístico, assente quer nos tradicionais recursos sol/mar/praia, privilegiando

a qualidade e salvaguarda dos valores ambientais e culturais no quadro de

um ordenamento dinâmico do território, quer em produtos turísticos

relacionados com o ambiente e o património paisagístico e histórico

propiciando circuitos e produtos diversificados.

Melhorar a Organização, a Funcionalidade e a Coesão Intra-regional, de

onde destacamos como objectivos específicos:

1. Consolidar e Qualificar o Sistema Urbano Regional e a sua Articulação com o Meio

Rural, considerando que a aposta estratégica passa pelo reforço do sistema

urbano do Alentejo, o qual deve ser assumido como um dos mais fortes

instrumentos de coesão territorial e de dinamização económica e social,

reforço este que deve ser estendido em particular às sedes de concelho (sem

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

17

esquecer os aglomerados rurais), através do aumento da oferta e da

qualidade habitacional – para além da existência ou proximidade de

equipamentos de lazer, cultura e recreio, espaços comerciais, zonas verdes,

rede de transportes públicos e outros – domínios que podem constituir-se

também como factor de atractividade para determinados segmentos da

população activa. Paralelamente, como forma de assegurar que esta nova

realidade não se traduza num acentuar dos fenómenos de desertificação

física e humana do mundo rural há também que valorizar as suas

potencialidades, num quadro de sustentabilidade, assegurando rendimentos

e condições de vida às populações, através da afirmação das especificidades

locais e da identidade regional (retirando partido da enorme riqueza das

tradições e da cultura, por exemplo).

2. Promover a Mobilidade Regional, nomeadamente no que se refere ao

reforço e complementaridade da rede de transportes públicos no sentido de

serem criadas as condições de mobilidade que possibilitem à população um

melhor acesso aos bens, serviços e equipamentos de lazer, recreio e cultura,

independentemente do local onde habitem (isto para além dos benefícios

em termos de desenvolvimento económico e social).

Melhorar as Condições de Vida e Ambiente, no sentido de melhorar e aprofundar

os níveis de cobertura e aumentar os parâmetros de qualidade de serviços sociais e

colectivos (nomeadamente junto de população a residir em locais isolados),

nomeadamente em termos dos sistemas de transporte e acessibilidades, sem esquecer

a descentralização dos equipamentos de apoio.

Por outro lado, é importante não descurar a existência de valiosos recursos, capazes

de constituir importantes vectores de uma estratégia de desenvolvimento regional,

como é o caso do rico património natural e cultural existente na região que, resultante

da interacção do Homem, traduzido, através da passagem das gerações, em sistemas

de exploração perfeitamente adaptadas (do ponto de vista da sustentabilidade sócio-

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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económica e ambiental) às características edafo-climáticas da região. Estes recursos

podem, desde que aliados a elevados parâmetros de qualidade ambiental, contribuir

para afirmar a região como espaço privilegiado para o desenvolvimento de

actividades de turismo e lazer, assegurando a possibilidade de permanência das

populações que a mantêm com qualidade de vida.

Criar Emprego e Qualificar os Recursos Humanos, de onde poderemos destacar

como objectivos específicos:

1. Qualificação dos Recursos Humanos, privilegiando e fomentando uma

política de formação profissional estruturada de acordo com a potencial

população-alvo, as especificidades do território e as necessidades do tecido

económico (favorecendo a generalização dos estágios e formação técnica),

principalmente no contexto do ensino secundário, profissional e

especializado. Há que considerar igualmente a formação permanente

(destinada a activos empregados) e a formação ao longo da vida, de forma a

fazer face à evolução tecnológica e científica.

2. Promoção do Emprego, através de implementação de um sistema de

incentivos à criação de emprego, à formação de empresas, e à promoção do

auto-emprego, bem como na informação e no apoio às iniciativas locais e

ao espírito empresarial, com especial incidência em grupos populacionais

com dificuldades de inserção no mercado de trabalho, nomeadamente os

jovens, as mulheres e os desempregados de longa duração.

Reforçar a Identidade Regional num Contexto de Mudança, destacando-se os

seguintes objectivos específicos:

1. Acelerar a Adaptação à Mudança e à Inovação, aproveitando os

factores que constituem a identidade regional (condições particulares da

base económica, do ambiente, da qualidade de vida, do turismo e das gentes

do Alentejo) como forma de ganhar competitividade no mercado interno e

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

19

externo, por um lado e, por outro, promovendo o acesso ao conhecimento

e à economia digital (estabelecendo para o efeito um sistema de incentivos à

modernização empresarial). Um potencial regional que importa não

descurar é a existência na região de infra-estruturas tecnológicas (ligadas às

instituições de ensino superior e à estrutura produtiva), que é necessário

estimular (em termos de diversificação dos serviços oferecidos e,

simultaneamente, enquanto potenciais agentes indutores de inovação).

2. Promover a Sociedade de Informação, incentivando a utilização das

novas TIC (Tecnologias de Informação e Conhecimento) como uma

componente estratégica do desenvolvimento regional, atraindo

investimentos produtivos externos à região e, por outro lado, como

contributo decisivo para reduzir a debilidade económica da região.

b) Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI)

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O Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) resulta do entendimento que,

assumindo a pobreza e a exclusão social formas complexas e multidimensionais –

característica que conduz à necessidade de adoptar uma abordagem marcadamente

multidisciplinar de acção em vários domínios e diferentes níveis – é imprescindível a

existência de um instrumento de coordenação estratégica e operacional das políticas de

inclusão social, assente na capacidade colectiva da sociedade portuguesa em contribuir para

um Portugal mais justo, mais solidário e mais moderno. Só com a participação alargada e

envolvimento de todos será possível o desenvolvimento coeso e sustentável do país.

De seguida, listamos os objectivos gerais e específicos do Plano Nacional de Acção para a

Inclusão (PNAI).

1. Promover a participação no emprego e o acesso de todos aos recursos, aos

direitos, aos bens e serviços

a. Promover a participação no emprego;

b. Promover o acesso de todos aos recursos, aos direitos, aos bens e aos

serviços;

2. Prevenir os riscos de exclusão

a. Explorar plenamente o potencial da sociedade do conhecimento e das

novas tecnologias de informação e da comunicação e assegurar que

ninguém seja delas excluído, dando, nomeadamente, uma atenção especial

às necessidades das pessoas com deficiência;

b. Criar politicas destinadas a evitar rupturas de existência susceptíveis de

conduzir a situações de exclusão, nomeadamente no que se refere aos casos

de sobreendividamento, à exclusão escolar ou à perda de habitação;

c. Desenvolver acções destinadas a preservar a solidariedade familiar sob

todas as suas formas;

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3. Actuar em favor dos mais vulneráveis

a. Favorecer a integração social das mulheres e dos homens que, devido

nomeadamente à sua deficiência ou à sua pertença a um grupo social com

dificuldades de inserção especiais, sejam susceptíveis de se confrontarem

com situações de pobreza persistente e ou exclusão social;

b. Tender para a eliminação das situações de exclusão social que atingem as

crianças e dar-lhes todas as oportunidades de uma boa inserção social;

c. Desenvolver acções globais a favor dos territórios confrontados com a

exclusão;

4. Mobilizar o conjunto dos intervenientes

a. Promover, de acordo com as práticas nacionais, a participação e a expressão

das pessoas em situação de exclusão, nomeadamente sobre a sua situação e

sobre as políticas e acções desenvolvidas em sua intenção;

b. Assegurar a integração da luta contra as exclusões no conjunto das políticas

c. Promover o diálogo e a parceria entre todos os intervenientes públicos e

privados

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c) Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento

Social (POEFDS)

Considerando que “Portugal apresenta (…) uma debilidade estrutural do seu perfil de

habilitações e qualificações, especialmente entre os trabalhadores adultos e níveis elevados

de assimetria social e pobreza”viii, verificou-se a necessidade de estabelecer uma estratégia

de actuação que assegurasse, não só um combate eficaz, mas também “uma contribuição

decisiva de domínios estruturais diversos, desde aqueles que estão associados ao

investimento produtivo de modernização, até àqueles que se prendem com a promoção das

condições infraestruturais de desenvolvimento do país e da sua região”ix, pelo que o

POEFDS se apresenta estruturado em torno de três linhas estratégicas de actuação:

Actuação preventiva dos fenómenos de desemprego e promoção da

empregabilidade;

Actuação precoce de resposta aos problemas de desemprego;

Actuação facilitadora da inserção social dos sectores expostos ao

desemprego de longa duração;

Estes três grandes objectivos da intervenção na Área do Emprego, Formação e

Desenvolvimento Social desenvolvem-se nos seis Eixos Prioritários que estruturam o

POEFDS (os quais, por sua vez, se traduzem em objectivos específicos de maior clareza

operacional), bem como nas medidas desta mesma área desconcentradas regionalmente,

conforme se apresenta seguidamente.

Assim, temos:

EIXO 1 – Promoção da formação qualificante e da transição para a vida

activa – orientado para a actuação promotora das condições de empregabilidade da

população portuguesa mais jovem, estando centrado numa lógica de acção

preventiva., por forma a reduzir o risco de desemprego.

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Objectivo específico de actuação: Construir ofertas formativas de

transição dos jovens para a vida activa, fortemente associadas aos

contextos de trabalho e adaptadas às mutações em curso.

EIXO 2 – Formação ao longo da vida e adaptabilidade – orientado para o

reforço da empregabilidade e da adaptabilidade da população activa portuguesa

(igualmente centrado numa lógica de acção preventiva). Visa a elevação da

qualificação e da sustentabilidade dos empregos e o aumento da competitividade

das empresas.

Objectivo(s) específico(s) de actuação:

Elevar o nível de qualificação dos activos, através da actuação

combinada junto dos empregados e das empresas, com destaque para o

universo das PME e para a sua gestão;

Produzir respostas de acréscimo da empregabilidade dos

desempregados, adequadas às exigências das respostas precoces da

Estratégia Europeia para o Emprego;

Promover o emprego ao nível local através de iniciativas empresariais

ricas em emprego e facilitadoras do desenvolvimento das comunidades;

Reforçar as condições de eficácia das redes regionais de agentes

públicos e privados envolvidos na promoção da qualificação e do

emprego, no quadro da concretização da estratégia territorial do Plano

Nacional de Emprego;

EIXO 3 – Qualificar para modernizar a Administração Pública – orientado

para a necessidade de desburocratização e de simplificação dos procedimentos

administrativos e de aposta na valorização da qualificação dos recursos humanos,

numa perspectiva de promoção da qualidade nos serviços públicos e da

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consequente melhoria no relacionamento com os cidadãos e os agentes

económicos.

Objectivo(s) específico(s) de actuação:

Promover o nível de qualificação dos funcionários da Administração

Pública Central;

Promover a formação profissional especialmente orientada para a

introdução das novas tecnologias da informação e da comunicação

que contribuam para uma Administração Pública integrada e aberta.

EIXO 4 – Promover a eficácia e a equidade das políticas de emprego e

formação – orientado para uma actuação a montante das políticas de emprego e

formação, visando o aumento dos seus níveis de eficácia e equidade,

nomeadamente ao nível da rede de equipamentos e serviços de apoio ao emprego e

à formação, qualificação dos agentes e promoção da igualdade de oportunidades

entre homens e mulheres.

Objectivo(s) específico(s) de actuação:

Reforçar quantitativa e qualitativamente a rede de equipamentos e

serviços de apoio ao emprego e à formação;

Qualificar os agentes dessas mesmas políticas;

Agir positivamente junto de agentes e dimensões estratégicas para a

promoção da igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

EIXO 5 – Promoção do desenvolvimento social – orientado para a actuação

junto dos factores que se situam a montante dos factores de afastamento do

mercado de trabalho, tendo em vista a inserção sócio-profissional de grupos

desfavorecidos.

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Objectivo(s) específico(s) de actuação:

Promoção do desenvolvimento social integrado de comunidades e

grupos sujeitos a fenómenos agravados de exclusão;

Promoção da empregabilidade dos grupos particularmente

desfavorecidos numa óptica de mercado de trabalho aberto para todos;

Enriquecimento da rede de equipamentos e serviços sociais que

assegurem o reforço da coesão social e da inserção sócio-profissional

dos cidadãos mais desfavorecidos.

EIXO 6 – Promoção do Emprego e Protecção Social – orientado para a

prevenção do fenómeno de desemprego e a actuação precoce junto dos sectores

expostos ao desemprego de longa duração.

Pese embora Portugal continue a apresentar uma situação relativamente favorável

em termos de taxas de emprego e de desemprego, no quadro europeu, o aumento

do desemprego tornou-se um importante problema a resolver, exigindo, face à

actual conjuntura económica e aos desafios postos pelas deslocalizações e

reestruturações, uma intensificação da consonância das políticas e da respectiva

eficácia.

Objectivo(s) específico(s) de actuação:

O combate à actual subida do desemprego,

O estímulo à mobilidade geográfica e profissional

O reforço das medidas de integração no mercado de trabalho

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3 - O Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

Breve nota metodológica

Tendo em vista sistematizar a informação analisada e produzida, e para além de uma

dimensão descritiva dos problemas diagnosticados, iremos procurar realizar uma

planificação das acções em que se materializará cada área, planificação essa que será feita

tendo em conta a finalidade (razão de ser do projectox), quais os objectivos gerais (grandes

orientaçõesxi) e específicos (exprimem resultados que se pretendem atingirxii, funcionando como

operacionalizadores dos objectivos gerais) que se procuram atingir) qual(is) a(s)

estratégia(s) (orientações metodológicas de intervenção (…) consideradas em termos de relação entre

recursos e objectivosxiii) a utilizar, bem como as acções concretas que será necessário

desenvolver.

De forma a facilitar a visualização/análise, iremos recorrer à sua apresentação através de

grelhas/matrizes de análise de acções.

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Do DS (Diagnóstico Social) ao PDS (Plano de Desenvolvimento Social)

– Dos Problemas às Soluções

A realização do Diagnóstico Social permitiu-nos definir uma estratégia de acção futura para

implementação de um processo de desenvolvimento social, tal como consagrado na

convenção da ONU em 1995 (Copenhaga) assente fundamentalmente em seis grandes

áreas/linhas de acção:

Promoção do acesso à Educação/Combate ao Abandono e Absentismo

Escolar;

Equipamentos e Serviços de Incremento de Qualidade de Vida ;

Fomentar Atitudes de Participação Activa em Cidadania;

Estimulo do Tecido Económico;

Integração Social de estratos populacionais desfavorecidos;

Implementação de uma cultura de parceria institucional;

Seguidamente iremos proceder a uma descrição sucinta da situação detectada aquando da

realização do Diagnóstico Social de Redondo e simultaneamente propor a possível

estratégia para a minimização/solução dos problemas detectados.

Antes de mais, uma pequena chamada de atenção para o facto de que por vezes (ou muito

raramente) a solução para os problemas detectados em cada uma das áreas/linhas de acção

acima referenciadas se encontra estanque. Muito pelo contrário, a estratégia de acção passa

por uma actuação transversal.

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Acção 1 - Combate ao abandono escolar/promoção da educação/alargamento do pré-escolar

Nesta área consideramos como pertinente, acima de tudo, uma aposta consistente na

promoção da relação/enquadramento entre a escola, a comunidade e a família (ver

Decreto-Lei nº 115-A/98, de 04 de Maio), bem como de comportamentos e atitudes

direccionados para o exercício de uma cidadania activa e plena, na perspectiva de que

os jovens devem interiorizar comportamentos e atitudes mobilizadoras em relação às

dinâmicas sociais em que se encontram inseridos.

Para uma melhor compreensão do que acima foi dito, recordemos um pouco o que

constatamos através da realização do Diagnóstico Social de Redondo.

O ensino recorrente regista no concelho de Redondo grandes condicionantes à adesão

maciça, uma vez que a motivação da população para isso é muito diminuta, a que pode ser

associado, por um lado, a inexistência de uma rede de transportes públicos (principalmente

ao nível intra -concelhio) eficaz, e, por outro lado, a crescente desvalorização do saber e da

aquisição de conhecimentos como potencial de acesso ao mercado de emprego (o que se

deve essencialmente ao facto de existirem muitos desempregados detentores de

habilitações literárias ao nível do ensino secundário/superior).

Para além disso, verifica-se a ausência de respostas alternativas ao percurso escolar

“normal”, respostas essas que, a existirem, poderiam passar pela definição de currículos

alternativos dotados de uma componente eminentemente prática (de que podem constituir

exemplo a aprendizagem ao longo da vida, em que se considera como parte integrante do

processo educativo a experiência de vida dos indivíduos).

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Isto é tanto mais importante se ponderarmos o facto de o processo educativo (e não só)

dos indivíduos evolver necessariamente um conjunto de agentes de socialização que

poderão produzir estratégias educacionais e factores sociais condicionantes do seu

percurso e/ou expectativas pessoais ou sociais.

A existência deste tipo de currículos como forma de combater o abandono e absentismo

escolar é tanto mais importante quando se sabe que uma das possíveis causas destes

fenómenos é a falta de motivação e gosto pelos estudos, derivada (por sua vez) da

dificuldade sentida por parte dos alunos em identificarem-se com os conteúdos escolares.

É importante destacar que a resolução/minimização dos efeitos do abandono e absentismo

escolares revela uma tripla incidência: prevenção de riscos futuros de exclusão social (em

resultado da crescente economia do conhecimento e da sociedade de informação),

promoção de educação para a cidadania e participação cívica. Por último, mas não em grau

de importância, surge a oportunidade para promover a reinserção (social, profissional,

etc.) de grupos tendencialmente desfavorecidos.

Para além disso, e numa sociedade com graves problemas sociais e económicos, muitos são

os jovens que se vêem “empurrados” para a vida activa (tendo que terminar a sua carreira

escolar, mesmo antes de concluída a escolaridade mínima obrigatória), como tentativa de

melhorar as condições de vida ou porque existem à volta vários exemplos em que a

aquisição de novos conhecimentos não contribuiu para a melhoria do nível de vida.

Paralelamente, e considerando que estes fenómenos podem ser encarados segundo três

vertentes (económica, social e educativa), é extremamente importante que, sejam quais

forem as medidas tomadas para a sua resolução/minimização, os seus efeitos se façam

sentir igualmente (e simultaneamente) nessas mesmas vertentes.

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Em termos um pouco mais práticos, há que criar condições para promover a diminuição

do abandono e absentismo escolar, por um lado, e conseguir trazer de volta ao sistema de

ensino aqueles que, não tendo completado a escolaridade obrigatória ou não tenham

atingido a idade mínima para inserção no mercado de trabalho, abandonaram a escola. Isto

poderá ser conseguido através do reforço de acções de ensino recorrente,

criação/implementação de PIEF’s (Programas Integrados de Educação/Formação), e

organização de percursos escolares alternativos/adaptação de currículos/equipamentos e

dispositivos especiais de compensação (currículos, condições especiais de matricula e

frequência, etc.), sem prejuízo de outro tipo de soluções.

Chegados a este ponto, somos forçosamente colocados perante a seguinte questão: “Será

que a escola possui capacidade de dar resposta ao nível das situações individuais potencialmente geradoras de

abandono/absentismo escolar?”

A razão da questão anterior prende-se com a necessidade assegurar acompanhamento a

montante e a jusante do processo educativo (ou seja, garantir que o combate a estes

fenómenos não cessa “para lá do perímetro do estabelecimento de ensino”), uma vez que as suas

causas e consequências não se esgotam no espaço escolar. Pensamos que actualmente a

escola não tem efectivamente condições/estruturas que permitam uma resposta adequada

de combate ao fenómeno.

Assim sendo, seria importante a criação do Gabinete de Animação Sócio-Cultural e Apoio

ao Aluno e Família (denominação que poderá ser alterada posteriormente), que teria como

objectivo-base de actuação a promoção da relação/enquadramento entre a escola, a

comunidade e a família, a sinalização/acompanhamento/encaminhamento de situações

potencialmente geradoras de abandono/absentismo escolar e exclusão sócio-educativa,

bem como casos sinalizados de alunos que abandonaram o sistema de ensino sem terem

cumprido a escolaridade obrigatória ou atingido a idade mínima de inserção no mercado de

trabalho) e suas famílias.

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Para além disso, e na medida em que (caso não sejam tomadas medidas e assegurado o

acompanhamento adequado) podem originar a exclusão daqueles que são por elas

afectados), o Gabinete teria igualmente competências ao nível do acompanhamento de

situações diagnosticadas de necessidades educativas especiais.

Este espaço poderá inclusive abranger uma outra valência, a definição de

percursos/currículos escolares alternativos, tendo em vista evitar que casos sinalizados

como estando em situação de risco de abandono/retenção escolar não se afastem do

sistema de ensino antes da conclusão da escolaridade obrigatória.

Através desta estrutura seria certamente mais fácil agir junto da população na realização de

actividades e iniciativas visando também:

Promoção de atitudes positivas em relação à aprendizagem ao longo da vida;

Consciencialização crescente das famílias para a importância da aquisição de

conhecimentos essenciais para a promoção da qualidade de vida;

Promoção de atitudes de participação e cidadania – para que os indivíduos (com

particular incidência nos jovens, mas não só) ganhem uma consciencialização

acrescida acerca do importante papel que podem desempenhar enquanto

potenciais agentes de mudança;

Etc;

Esta estrutura funcionaria apoiada numa equipa multidisciplinar a definir oportunamente

(composta por profissionais como psicólogos, animadores sociais, educadores sociais,

especialistas em educação especial, profissionais e técnicos de saúde, etc.).

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Por outro lado, e por forma a estabelecer um processo de continuidade no trabalho

desenvolvido dentro do espaço escolar para fora dele, poder-se-ia fomentar a criação de

ATL’s (Ateliers de Tempos Livres) em parceria com o movimento associativo. Estamos em

crer que desta forma estaria a ser dado um grande passo no sentido de consolidação da

relação escola/família/comunidade.

Considera-se que o movimento associativo pode desempenhar um papel muito importante,

essencialmente por duas vias:

Envolvimento em acções e processos de educação para a cidadania,

através da realização de acções de formação/animação sócio-

cultural (visando a integração/reintegração sócio-profissional dos

indivíduos);

Promoção da consciencialização colectiva acerca dos problemas

existentes na comunidade e, simultaneamente, participar na

definição de estratégias para a sua resolução/minimização;

Pensamos que desta forma será possível implementar uma estratégia de motivação que leve

os jovens a prosseguir/não abandonar o sistema de ensino e, simultaneamente, contribuir

para a aquisição de competências pessoais e sociais, facilitadoras do processo de integração

social.

Sintetizando o que acima foi dito, há que criar condições para aumentar a capacidade de

orientação/acompanhamento de situações potenciadoras do risco de abandono escolar,

bem como de necessidades educativas especiais (que, caso não sejam salvaguardadas,

podem também contribuir para esse fenómeno).

Um outro aspecto que é imperativo resolver tem a ver com a insuficiência/inexistência de

respostas diagnosticada ao nível de equipamentos/serviços de apoio à “primeira infância”,

mais concretamente ao nível de creches/amas para crianças com idade inferior aos três

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anos (apenas existindo, ainda que em número insuficiente, nas sedes de freguesia) pelo que

é imperativo assegurar a ampliação da taxa de cobertura do ensino pré-escolar. É opinião

consensual de que a solução poderá passar por:

Alargamento de capacidade de resposta instituída/instalação de novos

equipamentos;

Realização de acções de formação para amas, como aposta na certificação

profissional;

De referir que se trata de uma área tanto mais importante se considerarmos a sua influência

na taxa de desemprego – e, consequentemente, no processo de integração social (previsto,

por exemplo, ao nível do RSI) – no concelho, dados que existem casos referenciados de

mulheres que não podem ser integradas em acções de formação/emprego devido ao facto

de terem a seu cargo crianças menores de três anos de idade. Isto sem esquecer a influência

que a frequência deste nível de ensino tem ao nível do desenvolvimento das crianças.

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Acção 2 – Equipamentos e Serviços de Apoio à População Idosa,

Portadora de Deficiência e Isolada

Neste âmbito a definição de actividades/iniciativas a implementar é feita de acordo com a

ideia de que, registando-se o aumento da esperança de vida e, paralelamente, a ampliação

do exercício da actividade profissional ao sexo feminino, a sociedade necessita de criar

estruturas e serviços que respondam com eficácia à necessidade de promover a manutenção

de qualidade de vida da sua população idosa e/ou portadora de deficiência, sempre visando

conseguir condições máximas de autonomia e independência.

A resposta a este problema pode passar essencialmente por duas vias: expandir a

capacidade de resposta dos equipamentos e serviços existentes/criação de novos

equipamentos e serviços e/ou apostar na implementação de serviços de proximidade e

assistência, com o objectivo de possibilitar a permanência dos indivíduos nas suas

habitações ou em ambiente familiar o máximo de tempo possível.

Constitui exemplo do que acabámos de referir a criação da valência de centro de noite, que,

conjuntamente com o centro de dia e apoio domiciliário, se constitui como integrante de

uma estratégia global para garantir a manutenção dos idosos na sua residência (e junto dos

seus familiares) durante o máximo de tempo possível.

Nesta perspectiva considera-se pertinente o alargamento/reestruturação do serviço de

apoio domiciliário prestado pelas duas IPSS existentes no concelho (Santa Casa da

Misericórdia de Redondo e Obra de S. José Operário), para possibilitar uma resposta

conveniente às necessidades diagnosticadas nestes estratos populacionais e seus familiares.

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Por outro lado, e com o mesmo objectivo, considera-se como igualmente importante

estruturar a implementação de um parque de equipamento/serviços moveis (valências de

saúde, higiene e limpeza, apoio pessoal, etc.).

Naturalmente que estas duas vias têm de ser acompanhadas de uma forte aposta na

formação profissional.

Por outro lado, não devemos esquecer que, para que se possa considerar uma determinada

população como detentora de um bom nível de qualidade de vida, há que assegurar a essa

mesma população o acesso aos serviços públicos e privados (sejam eles de carácter lúdico

ou “obrigatório”) em condições máximas de autonomia.

Deste modo, e para que tal se possa ser aplicável relativamente à população residente no

concelho de Redondo, considera -se de extrema importância garantir a melhoria das

acessibilidades (através da remoção/diminuição das barreiras físicas e arquitectónicas que

possam comprometer a acessibilidades aos diferentes espaços sociais públicos e/ou

privados), por um lado, e a implementação de programas de ocupação de tempos livres

especialmente destinados a estes estratos populacionais, por outro lado.

Para além disso, há que apostar na manutenção de qualidade de vida da população

residente no concelho (sem esquecer a população isolada/idosa/residente fora da sede de

concelho/deficiente), em termos de actividades lúdicas/acesso à cultura/desporto.

Importa destacar que a promoção de uma politica de melhoria de condições de

acessibilidade deve constituir um objectivo prioritário de acção de qualquer entidade

pública ou privada com responsabilidades ao nível da intervenção social, visando, não só a

população com mobilidade condicionada, mas toda a população, uma vez que se trata de

um contributo objectivo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

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Acção 3 – Combate ao Desemprego/Formação Profissional/Aquisição

de Competências para a Vida Activa/Valorização pessoal

A realização do Diagnóstico Social permitiu-nos constatar que existe uma taxa de

desemprego com alguma expressividade no concelho de Redondo, sendo as principais

razões apontadas o baixo nível de habilitações literárias da população e a inexistência de

formação profissional adequada, quer às necessidades do tecido económico, quer às

expectativas dos potenciais formandos.

Por outro lado, constatou-se igualmente que os baixos níveis de escolarização originam

uma maior vulnerabilidade de exposição dos indivíduos a empregos precários e,

consequentemente, uma maior tendência para que a taxa de desemprego assuma

frequentemente valores ligeiramente superiores à média regional/nacional.

É importante não esquecer que é através de um emprego que o indivíduo tem acesso a um

rendimento e a um estatuto social específico – aquilo a que alguém se referiu como

“(auto)rotulação social positiva”). Por vezes, a existência de desemprego origina a

“(auto)rotulação negativa”, que surge associada à destruição da auto-estima, diminuição das

competências e das relações sócio-profissionais.

A este nível entram em cena as políticas sociais, que (caso não sejam devidamente avaliadas

e acompanhadas ao nível da implementação) podem originar um sentimento de

acomodação por parte dos seus beneficiários, dando origem à dependência da assistência

social, por outras palavras, aquilo a que alguém já se referiu como a “subsidio

dependência”.

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Deste modo, pretende-se implementar um plano de intervenção que possibilite a aquisição

de novas competências profissionais (por forma a promover a adaptação ao mercado de

trabalho – quer na óptica dos trabalhadores por conta de outrem e empresas, quer na

óptica do individuo (que pretende apostar na criação do próprio emprego e, por outro lado,

a sua promoção pessoal).

Não se podendo dizer que exista um deficit de formação profissional, podemos constatar

que são realizadas muitas acções de formação sem haver a preocupação de assegurar uma

resposta adequada após a sua conclusão.

Há então que estruturar um plano de formação profissional de acordo, e na medida do

possível, com as expectativas do seu potencial público-alvo e, cumulativamente com as

respostas existentes/possíveis do tecido económico.

Na medida em que o plano de formação profissional a implementar poderá contemplar a

aquisição/desenvolvimento de competências específicas para a promoção do auto-

-emprego, há que ponderar a possibilidade de haver situações em que os formandos

queiram apostar numa actividade diferente/inexistente na região.

Assim sendo, a estruturação da possível oferta de formação profissional deve ser concebida

tendo em conta a necessidade de:

por um lado, assegurar saídas profissionais para os formandos, após o término das

acções;

por outro lado, possibilitar a existência de uma população em idade activa detentora

de bons níveis de qualificação, em que se poderia implementar um plano de

formação na área das novas tecnologias de informação. De salientar que esta

poderá ser uma medida destinada a captar novos investimentos para o concelho;

Consideramos essencial a realização de acções de sensibilização junto do tecido económico

no sentido de serem realizadas acções de sensibilização acerca da importância da formação

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contínua de activos, bem como acerca da importância de aquisição de novas competências

(procurando-se criar a oferta de vagas para estagiários/finalistas que concluam com sucesso

as acções de formação).

Em paralelo com estas medidas, deve ser implementada uma estratégia de divulgação de

boas práticas empresariais (que se revelou bastante positiva noutros locais do país como

uma estratégia de marketing positivo acerca das potencialidades evidenciadas pela região).

Em jeito de exemplo do acima exposto, e podendo inclusive servir para colmatar algumas

das necessidades diagnosticadas, considera-se pertinente a implementação de um plano de

formação profissional especialmente estruturado para o desenvolvimento do trabalho das

IPSS existentes no concelho (quer para os seus funcionários, quer para os desempregados),

quer na área da infância, quer na área dos Idosos.

Por outro lado, considera -se importante desenvolver um plano de formação que possa

contribuir para colmatar as dificuldades de inserção/manutenção no mercado de trabalho

por parte de estratos populacionais tendencialmente desfavorecidos (portadores de

deficiência e indivíduos alvo de exclusão social, por exemplo). Consideramos ainda que,

também aqui, a oferta de formação profissional deverá ser estruturada de forma a conseguir

resolver os dois níveis do problema: aquisição de competências profissionais, por um lado,

e pessoais, por outro lado, na medida em que são situações que necessitam de uma

abordagem multidimensional. Paralelamente, deverão realizar-se acções de sensibilização

junto do tecido empresarial do concelho acerca do papel a desempenhar em termos de

integração sócio-económica e consequente valorização pessoal de grupos desfavorecidos.

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Acção 4 – Acção em rede/coordenação conjunta de iniciativas

Paralelamente a todo o trabalho que temos vindo a desenvolver, e embora não se encontre

especificamente mencionado no Diagnóstico Social de Redondo, consideramos de alguma

pertinência a realização de acções conducentes à implementação/consolidação da cultura

de parceria, de espírito de trabalho em rede.

A realização do Diagnóstico Social permitiu verificar em concreto a existência de uma

situação sobre a qual até à data apenas existiam “suposições”: existe algum deficit de cultura

de trabalho em parceria ao nível das instituições, em que cada qual, apesar de por vezes

tratarem a mesma situação, desenvolve incitativas sem ter em conta o trabalho das

restantes. Trata-se de um aspecto extremamente importante, que urge colmatar

essencialmente por dois motivos principais:

se as iniciativas forem desenvolvidas em parceria existem uma série de

recursos (materiais, humanos, logísticos, etc.) que podem ser partilhados

e colocados ao dispor da parceria;

por sua vez, isto possibilita uma maior desburocratização dos

procedimentos e, consequentemente, maior celeridade na resolução das

situações;

Concretamente, existe necessidade de intervir de forma planeada e estruturada (em rede)

tem a ver com a realização de acções de acompanhamento e valorização pessoal de certas

situações “atípicas” que são detectadas no decorrer do trabalho desenvolvido por algumas

entidades pertencentes ao CLASRedondo, situações essas que, pela sua complexidade

especifica, apenas se conseguem abordar e resolver de forma eficaz se forem tratadas de

forma integrada.

Deste modo, considera-se como desejável a criação de uma nova organização de recursos e

serviços existentes, eventualmente reforçados com alguma(s) valência(s) que se venha(m) a

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revelar como imprescindíveis ao desenvolvimento das funções, a par com um plano de

formação especificamente estruturado.

Muito resumidamente, tudo aquilo que acima foi dito pode ser esquematizado da forma

que apresentamos a seguir.

Combate ao abandono escolar/promoção da educação

Combate aos fenómenos de abandono/retenção escolar e baixos níveis

de habilitações literárias;

Aumento da capacidade de resposta à 1ª infância;

Contributo para o desenvolvimento de atitudes de participação social,

política e cultural, tendo em vista o fortalecimento da relação Escola-

Familia-Comunidade;

Equipamentos e Serviços de apoio à Terceira Idade e População com deficiência

Aumento da capacidade de resposta à 3ª Idade;

Combate ao isolamento;

Garantia de acesso a equipamentos e serviços essenciais de manutenção

da qualidade de vida;

Garantia de manutenção de condições de mobilidade;

Participação e Cidadania

Dinamização do movimento associativo

Implementação de trabalho em rede no movimento associativo

Aproveitamento de infra-estruturas associativas

Estimulo do Tecido Económico

Melhoria dos níveis de qualificação/formação profissional da população

activa (sentido lato);

Promoção dos níveis de empregabilidade junto do tecido produtivo

Acção Social

Combate à exclusão social e seus factores de génese:

o Desemprego

o Deficiência/Necessidades Especiais

o Habitações degradadas/sem infra-estruturas de saneamento

Reforço de Cultura de Acção em Rede

Reforço da articulação institucional em parceria

Constituição de Base de Recursos Disponíveis

Aproveitamento de infra-estruturas associativas

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Toda a informação acima delineada pode ser visualizada nos esquemas de abordagem que

inserimos a seguir, os quais possibilitam uma visualização, de forma concisa, quais as

grandes linhas de intervenção no âmbito da Rede Social de Redondo no período

compreendido entre 2006 e 2008xiv.

Os esquemas encontram-se estruturados da seguinte forma:

1. Finalidades – indicam a razão de ser das acções a desenvolver, quais as

principais motivações e o sentido geral da intervenção e referem-se aos

grandes domínios de intervenção;

2. Objectivos Gerais – indicam linhas de trabalho que concorrem para as

finalidades definidas. Contribuem para especificar as grandes intenções

expressas através das finalidades.

3. Objectivos Específicos - referem-se já a resultados a obter e não só,

como nas etapas anteriores, a meras orientações. Pretendendo-se a

operacionalização os objectivos gerais, é um nível mais descritivo,

qualificando o que se pretende atingir. Há que procurar a definição de

objectivos realistas (quer no que se refere aos prazos para a sua

realização, quer no que se refere aos recursos disponíveis). Com base

nas especificações introduzidas pelos objectivos específicos, pode saber-

se se foram ou não atingidos, na medida em que se dispõe de

enunciados com base nos quais se podem construir indicadores de

avaliação. Devem por isso, ser precisos e claros, quantificados ou no

caso de não ser possível, devem ser formulados de modo a apurar se os

objectivos foram ou não atingidos.

4. Estratégias - em seguida é necessário definir as estratégias de

intervenção. Estas são formas de atingir objectivos e resultam da

articulação entre os objectivos definidos e os recursos identificados. As

estratégias são a síntese entre problemas, opções de mudança e recursos

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e são escolhidas normalmente, pelos seus efeitos multiplicadores. Será

este o momento de reflectir sobre as possíveis fontes de financiamento,

os recursos dos parceiros e os outros instrumentos existentes (p.e.

Programas Nacionais) que devam ser articulados com o Plano. As

estratégias devem ser racionais, mobilizadoras e inovadoras,

respondendo preferencialmente a mais que um problema.

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Acção 1 – Combate ao abandono escolar/promoção da educação/ alargamento do Pré-escolar Problemas/necessidades diagnosticados que procura combater – Insuficiência de creche/abandono escolar/desemprego/ baixo nível socio-cultural/ formação profissional desadequada das aspirações da população e das potencialidades da região/Défice de participação cívica no exercício de actos de cidadania;

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias de Acção

PORA PNAI POEFDS

Fortalecimento da relação escola/comunidade/família

Realização de reuniões de sensibilização para o problema com Conselho Executivo, professores, associações de pais e encarregados de educação e alunos Sinalização e acompanhamento especifico para situações de risco Aumentar a capacidade de orientação e acompanhamento das escolas a situações em risco de abandono escolar e necessidades educativas especiais

Aumento do nível de escolaridade e qualificação da população residente no concelho

Diminuição do abandono e absentismo escolares

Promover a consciencialização, por parte dos jovens, acerca do seu papel enquanto potenciais agentes de mudança

Concepção de projectos que consolidem a relação escola/ comunidade/família Promoção de actividades extra-curriculares dentro do espaço de ensino a serem dinamizadas pela associação de estudantes (com a participação dos alunos)

Prioridade 3

Medida 1

Medida 2

Medida 3

Medida 4

Eixo 1 Eixo 5

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Acção 1 – Combate ao abandono escolar/promoção da educação/ alargamento do Pré-escolar Problemas/necessidades diagnosticados que procura combater – Insuficiência de creche/abandono escolar/desemprego/ baixo nível socio-cultural/ formação profissional desadequada das aspirações da população e das potencialidades da região/Défice de participação cívica no exercício de actos de cidadania

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS

Medida 1

Medida 2

Medida 3

Medida 4

Aumento do nível de escolaridade e qualificação da população residente no concelho (continuação)

Melhorar as competências e habilitações da população

Reintegração dos jovens que abandonaram o sistema de ensino Promover a consciencialização por parte da população acerca da importância de aquisição de novas competências como garantia da sua autonomia social, económica e financeira

Conjugação de intervenção com a valência do emprego e formação profissional Organizar percursos alternativos para alunos com historial de insucesso/abandono escolar Garantir a adaptação de equipamentos e dispositivos legais de compensação (materiais, currículos, condições especiais de matricula e frequência, etc)

Prioridade 3 Eixo 1 Eixo 5

Expansão de equipamentos e serviços de apoio à infância

Ampliação da taxa de cobertura do ensino pré-escolar

Alargamento da capacidade de resposta de apoio às crianças e famílias no grupo etário dos 0-3 anos.

Estimular a instalação de novos equipamentos e serviços e/ou alargamento da capacidade de resposta instituída Promoção de acções de formação destinadas a fomentar a criação de um rede de amas

N.A.

Medida 2

Medida 3

Eixo 5

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Acção 2 – Equipamentos e Serviços de Apoio à População Idosa Portadora de Deficiência e Isolada Problemas/necessidades que procura combater – Necessidade de melhorar as condições de vida dos idosos/falta de acompanhamento de alguns idosos/ inexistência de programas/projectos direccionados para esta faixa etária/desmotivação por parte dos idosos /Crescimento do número de beneficiários do RSI/peso da população feminina beneficiária de RSI/carência de habitação social e saneamento básico/exclusão social/ Sub-aproveitamento dos equipamentos associativos existentes/Inexistência de uma estrutura com capacidade para a promoção de actividades culturais em rede

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS

Criação/expansão de serviços e equipamentos sociais de apoio à população idosa e a família Combate à exclusão social

Conhecer as necessidades da população idosa Requalificação estrutural e funcional de serviços e equipamentos sociais de apoio à população Garantir a promoção da ocupação saudável da população Garantir o acesso a serviços essenciais à manutenção da qualidade de vida.

Alargamento da capacidade de resposta das instituições de apoio à terceira idade a todas as localidades do concelho Implementação de programas sociais direccionados para a população idosa e portadora de deficiência e necessidades especiais Promoção de acesso a cuidados de saúde por parte de idosos e população isolada ou com dificuldades de acesso aos centros de saúde

N.A.

Medida 2 Medida 3 N.A.

Melhorar as condições de vida da população

Melhoria da qualidade de vida da população idosa Melhoria da qualidade de vida da população deficiente

Diminuição dos entraves ao exercício de direitos e deveres de cidadania por parte da população idosa e/ou deficiente

Remoção/minimização de barreiras arquitectónicas/físicas existentes à mobilidade que dificultem a integração social do cidadão idoso e/ou deficiente Articulação com programas/projectos desenvolvidos por entidades do concelho

N. A. Medida 3 Eixo 5

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Acção 2 – Equipamentos e Serviços de Apoio à População Idosa Portadora de Deficiência e Isolada Problemas/necessidades que procura combater – Necessidade de melhorar as condições de vida dos idosos/falta de acompanhamento de alguns idosos/ inexistência de programas/projectos direccionados para esta faixa etária/desmotivação por parte dos idosos /Crescimento do número de beneficiários do RSI/peso da população feminina beneficiária de RSI/carência de habitação social e saneamento básico/exclusão social/ Sub-aproveitamento dos equipamentos associativos existentes/Inexistência de uma estrutura com capacidade para a promoção de actividades culturais em rede

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS

Melhorar as condições de vida da população (continuação)

Garantia de que todos os cidadãos tenham acesso a uma habitação condigna

Promover a recuperação/adaptação de habitações

Realização de protocolos para recuperação/reabilitação de habitações N. A.

Medida 1 Medida 2 Medida 3

Eixo 5

Dinamizar o movimento associativo

Funcionamento em rede do movimento associativo

Aproveitamento de infra-estruturas existentes para diversificação a oferta de ocupação de tempos livres junto da população residente fora das sedes de freguesia Estimular a criação de parcerias a nível local, na perspectiva do desenvolvimento social Promoção da consciencialização colectiva acerca dos problemas existentes na comunidade

Envolvimento dos agentes sociais no trabalho em rede, tendo em vista o desenvolvimento do sentimento de integração na comunidade e, consequentemente, da educação para a cidadania Consciencialização dos dirigentes para a necessidade de planificação de actividades a desenvolver Sensibilização do movimento associativo para o papel a desempenhar em termos de educação para a cidadania

N. A. Medida 2 N. A.

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Acção 3 – Combate ao Desemprego/ Formação Profissional/Aquisição de Competências para a Vida Act iva/Valorização Pessoal Problemas/necessidades que procura combater – Taxa de desemprego/oferta de formação profissional desadequada/baixas expectativas em relação ao mercado de trabalho/exclusão social de estratos desfavorecidos

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS

Melhorar os níveis de qualificação/formação profissional pessoal da população activa (sentido lato)

Promover a formação profissional dos recursos humanos do concelho Promoção da aquisição de competências ao nível dos indivíduos e famílias que permitam o aumento da sua autonomia social e económica Combate ao desemprego Combate à desertificação e êxodo populacional

Disponibilização de acções de formação profissional destinadas a activos e desempregados Promoção da igualdade de oportunidades no acesso ao emprego por parte da população afectada pela exclusão social, recorrendo à sua inserção em processos de formação/educação social e/ou profissional

Promover a empregabilidade

Combate ao desemprego Implementação de competências ao nível da empregabilidade e procura activa de emprego

Promover a informação e orientação profissional da população e jovens à procura do 1º emprego ou desempregados de longa duração Desenvolver/diversificar o tecido produtivo

Promoção junto do tecido económico do concelho de um programa de estágios profissionais Articulação com programas/projectos desenvolvidos por entidades do concelho, procurando o envolvimento activo do próprio individuo no processo Realização de acções de sensibilização junto do tecido produtivo local acerca da importância da formação contínua dos activos Promoção de acções de sensibilização para a importância de aquisição de novas competências (quer direccionadas para os efectivos, quer direccionadas para a oferta de vagas para estagiários dos cursos de formação)

Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3

Medida 1 Medida 2 Medida 3

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 4 Eixo 5

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Acção 3 – Combate ao Desemprego/ Formação Profissional/Aquisição de Competências para a Vida Activa/Valorização Pessoal Problemas/necessidades que procura combater – Taxa de desemprego/oferta de formação profissional desadequada/baixas expectativas em relação ao mercado de trabalho/exclusão social de estratos desfavorecidos

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS Promover a empregabilidade (continuação)

Criação de respostas alternativas ao emprego por conta de outrem

Promoção do auto-emprego Promoção de atitudes empreendedoras Sensibilização de públicos específicos para a capacidade de promoção de bem-estar social através da adesão a boas práticas de empregabilidade

Organização de sessões de divulgação colectiva da oferta formativa e medidas de apoio disponibilizadas pelo IEFP Promoção do “emprego protegido” e outras medidas similares Instituição de “Prémio de Mérito Empresarial”

Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3

Medida 1 Medida 2 Medida 3

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 4 Eixo 5

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Acção 4 – Acção em rede/coordenação conjunta de iniciativas Problemas/necessidades que procura combater – Implementação de trabalho em parceria/constituição de base de recursos disponíveis

Objectivos Integração em Instrumentos de

Planeamento Finalidades

Gerais Específicos

Estratégias

PORA PNAI POEFDS

Promoção de acções de formação nas áreas, de planeamento estratégico, animação sócio-cultural direccionada para técnicos e dirigentes das instituições Criação de um Guia/Base de Dados de Recursos Disponíveis

Legislação Programas Projectos Instituições Competências

Definição de uma estratégia de comunicação no âmbito da Rede Social

N. A. Medida 4

Eixo 3 Eixo 4 Eixo 5 Eixo 6

Reforçar a articulação institucional em rede,

Reforçar a cultura de acção em Rede para o Desenvolvimento Social

Melhoria da articulação institucional em prol do trabalho em parceria Reforço da implicação institucional em matéria de trabalho em parceria

Dotar a parceria de mais e melhores meios de acesso às novas TIC

Prioridade 3 Medida 1 Medida 2 Medida 4

Eixo 3

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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4 – Condições de exequibilidade do Plano de Desenvolvimento Social

a) Sistema de Informação Local

Através da elaboração do Plano de Desenvolvimento Social, pretende-se proceder à

definiição de um conjunto de objectivos considerados essenciais à promoção do

desenvolvimento social. No entanto, é importante salvaguardar o facto de que esses

mesmos objectivos, para além de essenciais, devem ter a garantia de exequibilidade.

E como é que se consegue essa garantia? Através da realização de Planos de Acção Anuais,

nos quais são concretamente definidas as actividades a desenvolver, os recursos

afectar/disponbilizar, os responsáveis pela execução das actividades, bem como a

calendarização/cronograma de execução.

Apesar de os Planos de Acção serem concebidos anualmente, as actividades neles definidas

devem, sempre que tal se verifique essencial, ser alvo de uma avaliação extemporânea em

termos de adequabilidade, restabelecimento de prioridades e orientações de execução (por

forma a garantir que os objectivos definidos a priori no Plano de Desenvolvimento Social

sejam alcançados).

Deste modo, e paralelamente a todo o processo decrito anteriormente, será importante a

criação e implementação de um Sistema de Informação Local (o qual poderá ser

disponibilizado através da web page da Câmara Municipal de Redondo), com a finalidade

de proceder à recolha e actualização de informações relativas à situação social do concelho.

Deste modo, será certamente mais fácil adequar as prioridades à situação concreta da

realidade concelhia.

Para além disso, parece-nos um instrumento importante para estimular a parceria e dar a

conhecer à comunidade todo o trabalho desenvolvido no âmbito da Rede Social (projectos

e actividades), bem como a divulgação de possiveis medidas de apoio.

Podemos inclusivé dizer que se trata de um instrumento de educação para a cidadania, na

medida em que procura estimular a participação da comunidade no processo de

desenvolvimento social do concelho.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Por outro lado, e na sequência do parágrafo anterior, o Sistema de Informação Local pode

constribuir para uma reanovação constante do trabalho a desenvolver no âmbito da Rede

Social.

Em definitivo, pretende-se criar uma base de dados que possibilite visualizar a qualquer

momento a realidade social, bem como a sua dinâmica evolutiva, no concelho de Redondo,

recorrendo-se à definição de um conjunto de áreas temáticas/painel de indicadores

(escolhidos de entre os que se considere espelharem a realidade sócio-económica),

definição que será feita a partir do conjunto sugerido pelo Núcleo da Rede Social.

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4 – Condições de exequibilidade do Plano de Desenvolvimento Social

b) Avaliação continua de resultados, prioridades e expectativas

Uma vez colocado o Plano de Desenvolvimento Social em execução, e por forma a

garantir/verificar tanto possível a exequibilidade dos objectivos inicialmente estabelecidos

e, simultaneamente, a validade das estratégias adoptadas para a sua prossecução, é

imperativo que se estabeleça um “plano de avaliação”xv.

O objectivo não é “encontrar culpados”, mas sim desenvolver um processo de análise

reflexiva por parte dos diversos actores sociais intervenientes, podendo inclusive constituir-

se como um instrumento de aprendizagem no processo de parceria.

Consideramos tratar-se de um “esforço” se pode revelar bastante proveitoso quando for

chegado o momento de elaborar os Planos de Acção Anuais, uma vez que possibilitará a

realização de ajustes/redefinição de objectivos, acções e prioridades estabelecidos no Plano

de Desenvolvimento Social, bem como dos recursos que lhes tenham sido afectados (é

bom não esquecer que estamos perante um instrumento concebido para um triénio,

período durante o qual é possível verificarem-se alterações de alguns dos pressupostos que

serviram de base à sua elaboração).

Dito de outro modo, o processo de avaliação pode constituir como um precioso auxiliar

para a construção de planos de acção anuais, intensificando/modificando projectos e

actividades, afectando/re-afectando/desafectando recursos. Pode inclusive acontecer que o

processo de avaliação “coloque a nu” novos problemas gerados pelas intervenções

anteriores.

O processo de avaliação será levado a efeito pela parceria de trabalho interna (núcleo

executivo e CLASRedondo), podendo ser solicitada opiniões pontuais junto da

comunidade visada pelas actividades/projectos desenvolvidos.

Os critérios/indicadores de avaliação serão estabelecidos em definidos posteriormente,

podendo constituir um princípio de trabalho a grelha sugerida na publicação pelo Núcleo

da Rede Social.

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Plano de Desenvolvimento Social do Concelho de Redondo

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Bibliografia

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(2004) Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA), Évora

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Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), aprovado pela Resolução do

Conselho de Ministros n.º 185/2003.

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Emprego Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), Lisboa.

ISSS (2003) Plano de Desenvolvimento Social. - Programa Rede Social, Lisboa.

Guerra, Isabel (2000) Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção. O

planeamento em ciências sociais, Cascais, Principia.

iPlano de Desenvolvimento Social, ISSS, 2003 iiPrograma Rede Social, Plano de Desenvolvimento Social, ISSS iiiCapitulo Orientações de planificação: enquadramento em instrumentos de planeamento nacional/regional

ivCarvalho Guerra, Isabel “Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção, Principia, 2000

vPrograma Operacional Regional do Alentejo, CCDRA, 2004 viIdem viiIdem viiiPOEFDS ixIdem xCarvalho Guerra, Isabel op.cit. xiIdem xiiIdem xiiiIdem xivPrograma Rede Social, Plano de Desenvolvimento Social, ISSS xvGuerra, Isabel, op.cit.