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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
EDILANE DOS REIS CARRARO
RAFAELA CALUZA DA SILVEIRA
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS EM EMPRESAS DO
SETOR DE ENERGIA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE EMPRESAS
QUE PRATICAM OU NÃO GERENCIAMENTO DE RISCOS
Volta Redonda/RJ
2016
EDILANE DOS REIS CARRARO
RAFAELA CALUZA DA SILVEIRA
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS EM EMPRESAS DO
SETOR DE ENERGIA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE EMPRESAS
QUE PRATICAM OU NÃO GERENCIAMENTO DE RISCOS
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Curso de
Graduação em Administração do Instituto de Ciências
Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel
em Administração.
Orientador: Prof. Dr.UÁLISON RÉBULA DE OLIVEIRA
Volta Redonda/RJ
2016
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Dr. Ualison Rébula de Oliveira por sua dedicação e disponibilidade no
decorrer desta pesquisa e por compartilhar conosco seus conhecimentos.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as
roupas usadas, que já têm a forma do nosso
corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos
levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo
da travessia, e se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado para sempre, à margem de nós
mesmos.”
Fernando Pessoa
LISTA DAS FIGURAS .
FIGURA 1: FLUXOGRAMA DA PESQUISA DOCUMENTAL .......................................................... 15
FIGURA 2: MÉTODO PARA ANÁLISE DOS ÍNDICES ................................................................... 16 FIGURA 3: TAXONOMIA DOS RISCOS. ...................................................................................... 17
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: MODELOS UTILIZADOS NO GERENCIAMENTO DE RISCO. .................................... 19 QUADRO 2: COMPARAÇÃO ENTRE OS ÍNDICES E O ÍNDICE-PADRÃO. ..................................... 28
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE. .................................................................... 22 TABELA 2: REFERÊNCIA AO GERENCIAMENTO DE RISCO. .................................................... 23 TABELA 3: ÍNDICE-PADRÃO..................................................................................................... 24
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: GESTÃO DE RISCO. .............................................................................................. 22 GRÁFICO 2: ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE. ........................................................................ 24 GRÁFICO 3: ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL. ................................................................... 25
GRÁFICO 4: ÍNDICE DO GIRO DO ATIVO OPERACIONAL. ......................................................... 26 GRÁFICO 5: ÍNDICE DA MARGEM OPERACIONAL. ................................................................... 26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAE - Análise de Árvore de Eventos
AAF - Análise de Árvore de Falhas
AEI – Análise Estrutural e Interpretativa
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
BC – Banco Central
BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros
CNAE – Classificação Nacional das Atividades Econômicas
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
EG- Índice de Endividamento Geral
ERM – Enterprise Risk Management (Gerenciamento do Risco Corporativo)
ETA – EventTreeAnalysis (Análise de Árvore de Eventos)
EUA – Estados Unidos da América
FAA –Federal AviationAdministration (Administração Federal da Aviação)
FEMA – Federal Emergency Management Agency (Agência Federal de Gestão de
Emergências)
FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças
FTA – FaultTreeAnalysis (Análise de Árvore de Falhas)
GAO -Giro do Ativo Operacional
IEC –InternationalElectrotechnicalCommission (Comissão Eletrotécnica Internacional)
ISM – Interpretative andStructuralAnalysis (Análise Estrutural e Interpretativa)
ISO –InternationalOrganization for Standardization (Organização Internacional para
Padronização)
ISO.IEC 31000:2009 - International Organization for Standardization
(ISO) and International ElectrotechnicalCommission(IEC) de 2009
LC – Índice de Liquidez Corrente
MOP - Margem de Lucro Operacional
MRP – Manufacturing Resource Planning (Planejamento dos Recursos de Manufatura)
NBR –norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
PCLD – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
PDF – PortableDocumentFormat (Formato de Arquivo)
SC – Supply Chain (Cadeia de Suprimentos)
SCE – Supply Chain Execution (Execução na Cadeia de Suprimentos)
SCM – Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos)
SCP – Supply Chain Planning (Planejamento da Cadeia de Suprimentos)
SCRM – Supply Chain RiskManagement (Gerenciamento de Risco na Cadeia de
Suprimentos)
SIC – Standard Industrial Classification
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats(Forças, Oportunidades, Fraquezas,
Ameaças)
TI – Tecnologia da Informação
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 12
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................................. 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................... 16
3.1. Risco .......................................................................................................................................... 17
3.1.1 Gerenciamento de Risco ........................................................................................................ 18
3.1.2 Riscos do Negócio ................................................................................................................. 19
3.2 Índices Financeiros .................................................................................................................... 20
3.2.1 Índices-Padrão ....................................................................................................................... 21
4. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS .................................................................................................. 21
4.1 Resultados ................................................................................................................................. 23
4.2 Análise da pesquisa ................................................................................................................... 27
5. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 28
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 29
ANÁLISE DE INDICADORES FINANCEIROS EM EMPRESAS DO
SETOR DE ENERGIA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE EMPRESAS
QUE PRATICAM OU NÃO GERENCIAMENTO DE RISCOS
Edilane dos Reis Carraro e Rafaela Caluza da Silveira
[email protected], UFF, Brasil
[email protected], UFF, Brasil
RESUMO
Em um ambiente empresarial competitivo e dinâmico, com clientes cada vez mais exigentes,
as empresas encontram-se sob constante pressão para melhorar a sua estratégia gerencial. As
atividades das empresas estão suscetíveis a eventos imprevistos, que fazem do seu
gerenciamento uma tarefa um tanto desafiadora. Este estudo apresenta uma revisão teórica
sobre Gerenciamento de Riscos e Índices Financeiros, buscando entender o impacto do
gerenciamento de risco no desempenho das empresas. Fez-se uma comparação nos
indicadores financeiros das empresas do setor de energia, que praticam ou não o
gerenciamento de risco e negociam ações na BM&FBOVESPA. O trabalho, compreende uma
análise dos estudos publicados sobre o assunto e uma pesquisa documental, englobando o
cálculo dos índices padrão em empresas do setor de energia que negociam ações na
BM&FBOVESPA. Os resultados obtidos indicam que as empresas que possuem
gerenciamento de riscos apresentam um melhor desempenho em relação as outras.
Palavras-chave: Gerenciamento de Riscos. Índices financeiros. Empresas do setor de
energia.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, vários fatores como desastres naturais, crises econômicas, greves dos
trabalhadores e ataques terroristas têm causado interrupções nas atividades das empresas de
maneira constante. As interrupções no fornecimento, por exemplo, podem ter um impacto
significativo no desempenho de curto prazo de uma empresa, além dos efeitos negativos a
longo prazo sobre o desempenho financeiro, o que faz o assunto ser cada vez mais valorizado
pelas organizações (HENDRICKS et al., 2009).
13
Segundo Finch (2004) os riscos que exigem atenção da gestão, com tomada de decisões,
planejamento, retenção e aquisição de habilidades, devem ser revisados através de
procedimentos e políticas organizacionais. As empresas muitas vezes não gerenciam riscos de
modo integrado. As tentativas de avaliar com precisão o risco através de limites
organizacionais são prejudicadas pela ausência de um conjunto consistente das medidas de
risco, isso torna difícil para as empresas compreender a exposição ao risco, e como medi-lo,
gerenciar ou controlá-lo (SHI, 2004).
A competitividade do mercado, fez com que se torne essencial para as empresas
anteciparem-se as falhas. Os índices financeiros são muito importantes ao modelar e detectar
aspectos que podem causar falhas nos negócios. Assim, além de abordagens tradicionais de
gerenciamento destaca-se o uso de índices financeiros, reforçada com outros métodos na
antecipação de falhas (BAL et al., 2013).
De acordo com Hendricks et al. (2009) um estudo da Accenture 151 mostrou que 73% dos
executivos indicam que suas empresas experimentaram interrupções de fornecimento nos
últimos 5 anos e48% preveem que o risco de interrupções aumentará nos próximos 3 anos.
Uma pesquisa realizada pela FM Global com mais de 600 executivos financeiros considera
que 25% dos executivos consideram a fonte de riscos como tendo maior potencial para
perturbar a rentabilidade e o crescimento da receita.
Na pesquisa foram analisadas as informações das empresas, fazendo uma inspeção dos
índices das empresas comparando-os com o índice-padrão do setor, buscando estabelecer
relação entre o processo de gerenciamento de risco e os resultados das empresas. O objeto
principal foi analisar os indicadores financeiros das empresas do setor de energia, através de
uma comparação entre empresas que praticam ou não o gerenciamento de risco. Diante desse
contexto, chegou-se a questão problema da pesquisa: o gerenciamento de riscos impacta ou
não no desempenho das empresas?
De acordo com Kern et al. (2012) “um aspecto único de qualquer risco fatal, seja uma
catástrofe natural, conflitos laborais, as novas restrições à importação ou simplesmente o
apagão de um sistema de TI, pode causar um colapso em toda a rede”. O estudo busca
contribuir com geração de conhecimento através das pesquisas realizadas dada a importância
do tema.
A pesquisa foi realizada com o objetivo de comparar empresas que praticam ou não o
gerenciamento de risco através de uma análise nos indicadores financeiros das empresas do
setor de energia, com ações na BM&FBOVESPA. Para isto foi necessário conceituar riscos,
gerenciamento de riscos e os principais índices financeiros.
14
O artigo está estruturado da seguinte maneira: a seção 2 apresenta os procedimentos
metodológicos; as seções 3 e 4 abordam o referencial teórico, no qual a seção 3 conceitua
Risco, Gerenciamento de Risco e Riscos do negócio, e a seção 4 está segmentada em índices
financeiros (índices de liquidez corrente, endividamento geral, giro ativo operacional e
margem de lucro operacional) e índice-padrão; a seção 5 apresenta a maneira com que os
dados foram coletados e organizados; na seção 6 encontram-se os resultados alcançados; a
seção 7 engloba a análise da pesquisa; e por fim, a seção 8 apresenta a conclusão.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Uma pesquisa tem como finalidade descobrir respostas para a verdade que está escondida
e que não tenha sido descoberta ainda, respondendo perguntas através da aplicação de
procedimentos com conhecimento científico. As técnicas de pesquisa referem-se aos
instrumentos que usamos na realização de operações de pesquisa, como fazer observações, a
gravação de dados, técnicas de processamento de dados e similares (KOTHARI, 2004). Esta
pesquisa usou a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental como técnica.
A pesquisa bibliográfica pode ser realizada através da análise secundária da literatura
publicada, com objetivo de ser abrangente, mas não exaustiva, explorando apenas um
segmento (FINCH, 2004). A revisão de literatura é fundamental para qualquer campo de
pesquisa (GHADGE et al.,2012). A revisão da literatura, desta pesquisa, teve como base as
ideias de alguns pesquisadores buscadas em revistas acadêmicas, em consultas a artigos
publicados em periódicos internacionais, com informações fornecidas por vários autores,
estabelecendo conexões que confrontadas permitiram a escrita do referencial teórico.
A pesquisa documental, enfatizou a análise dos indicadores financeiros das empresas do
setor de energia comparando as que utilizam ou não o gerenciamento de risco. Realizou-se
uma coleta de informações sobre o gerenciamento de risco nos sites institucionais das
empresas e das demonstrações financeiras nos relatórios de sustentabilidade, em seguida fez-
se a análise dos índices e comparação com o índice-padrão do setor.
A pesquisa documental foi estruturada em duas etapas, conforme apresentado na Figura 1.
15
Figura 1: Fluxograma da pesquisa documental
FL
UX
OG
RA
MA
DA
PE
SQ
UIS
A
Etapa 1 Etapa 2
Comparar os índices apresentados
pelas empresas com o índice padrão
Organizar informações
Fazer análise das informações
Coletar dados nos demonstrativos
contábeis das empresas do setor de
energia
Calcular o índice-padrão
Elaborar gráficos, quadros e tabelas
Tabular as respostas
Escrever as conclusões
Fim
Elaborar tabelas, gráficos e quadros
Verificar as empresas que publicam
relatório de sustentabilidade,
referenciam gestão de risco
Tabular dados
Escrever a análise dos dados das
tabelas e gráficos
Verificar se a empresa publica
Relatório de Sustentabilidade
Obter lista das empresas com ações
na BM&FBOVESPA
Visitar o site da BM&FBOVESPA
Início Selecionar as empresas que serão
estudadas na Etapa 2
Fonte: Elaboração própria (2016)
Através da análise das demonstrações contábeis foi possível identificar os riscos do
negócio. E a comparação com o índice-padrão, permite identificar a posição da empresa em
seu setor de negócio, mostrando a melhor perspectiva a ser adotada (um plano de ação ou
possibilidade de investimento). Para a realização dessa análise utilizou-se o método descrito
na Figura 2.
16
Figura 2: Método para análise dos índices
1º) Escolha do período
Foram pesquisados os demonstrativos
financeiros encerrados em 31 de dezembro
dos anos de 2013, 2014 e 2015, para
analisar o comportamento dos indicadores
ao longo de um mesmo período.
4º) Seleção do grupo de contas
Escolha de contas que dessem uma visão
clara dos riscos do negócio de acordo com
o setor em estudo: Vendas Líquidas, Ativo
Total, Ativo Circulante, Passivo
Circulante, Passivo Não Circulante, Lucro
Operacional e Lucro Líquido.
2º) Coleta de dados
Foi realizado nos demonstrativos
financeiros das 59 empresas do setor de
energia elétrica que possuem ações no
BMF&BOVESPA em 10/09/2015.
3º) Seleção dos índices
Foram selecionados o índice de liquidez
corrente, giro do ativo operacional,
margem operacional e endividamento
geral, por fornecerem uma visão sobre a
situação financeira da empresa.
5º) Cálculo dos índices
Foram calculados no Excel quatro índices
distintos para cada uma das 59 empresas
do setor de energia.
6º) Cálculo do índice-padrão
Calculado pelo método da mediana, ele
funciona como um referencial na
comparação dos índices observados com
os do setor. Calculou-se no excel o índice-
padrão para os quatro índices selecionados.
9º) Análise dos índices
Analisou-se a situação das empresas de
acordo com a situação em que o setor se
encontra estabelecendo sua relação com o
gerenciamento de riscos.
7º) Tabulação dos dados
Organizou-se os dados, através de tabelas,
separando os índices das empresas
selecionadas em seus respectivos grupos.
8º) Comparação dos índices selecionados
com o índice-padrão
Confrontou-se os índices das empresas e
do grupo com o índice-padrão.
Fonte: Elaboração própria
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Esta seção apresenta os itens que integram o referencial teórico: risco, gerenciamento de
riscos, risco do negócio e índice financeiro.
17
3.1. Risco
A incerteza pode ser considerada um fator-chave de risco, pois os gerentes são capazes de
medir e alterar a exposição ao risco através do desenvolvimento de estratégias de prevenção,
mitigação e recuperação. No entanto estes não eliminam a incerteza completamente. Em
1654, o matemático francês Blaise Pascal foi desafiado a decifrar um enigma proposto por
Luca Pacioli em 1494.A pergunta era como dividir as apostas de um jogo de azar entre dois
jogadores, que foi interrompido quando um deles estava vencendo. Pascal pediu ajuda a
Fermat, que era matemático. O resultado da colaboração entre eles levou à descoberta da
teoria das probabilidades, ou seja, o núcleo matemático do conceito de risco. A solução do
enigma trouxe um grande avanço intelectual na compreensão do risco (KHAN & BURNES,
2007).
Administrar riscos no ambiente moderno tem se tornando cada vez mais uma questão
desafiadora devido as incertezas na oferta e demanda, bem como a terceirização global e os
ciclos de vida curtos. O risco neste contexto pode ser definido como o potencial para
consequências negativas indesejáveis ocorrerem em um evento ou em uma atividade
(GHADGE et al., 2012).
Existem diferentes estudos sobre como os riscos podem ser divididos, com origem em
diversas fontes. Os riscos da empresa dividem-se em riscos principais e riscos não essenciais.
A taxonomia dos riscos empresariais de acordo com Shi (2004) está ilustrada na Figura 3.
Figura 3: Taxonomia dos riscos.
18
Qualidade
Quantidade
Risco Principal do
Negócio
Risco da Cadeia de
Valor
Risco Operacional
Serviço
Temporal
Sistemas
Preço
Complexidade
Procedimentos
Processos
Políticas
Pessoas
Evento de Risco
Legal
Político
Regulamentação
Perigo
Econômico
Natural
Reputação
Risco de crédito
Risco de mercado
Risco de liquidez
Venda de
financiamento
Risco de débito
Negligência
Contas a receber
Contas a pagar
Risco Fiscal
Taxa de juros
Preço da
commodities
Preço das ações
Moeda
estrangeira
Risco Recorrente
Risco não Essenciais
do Negócio
Risco
Organizacional
Fonte: Shi (2004)
3.1.1 Gerenciamento de Risco
Para Ritchie& Brindley (2007) a gestão de riscos está emergindo como um importante
contribuinte para a maioria dos campos de decisão de gestão e controle. A natureza e
evolução da gestão de risco é avaliada pelo autor que sugere que a concorrência global, a
mudança tecnológica e a contínua busca de vantagem competitiva são os motivos primários
para que as organizações se voltem para abordagens de gestão de risco.
Gestão de riscos são as atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no
que se refere a riscos. A expressão “Gestão de Riscos” se refere à arquitetura (princípios,
estrutura e processo) para gerenciar riscos eficazmente enquanto que “Gerenciar Riscos”
refere-se à aplicação dessa arquitetura para riscos específicos (ISO 31000:2009).
Khan & Burnes (2007) definem o gerenciamento de risco como “a identificação, análise e
controle desses riscos que podem ameaçar o patrimônio ou a capacidade de ganho de uma
empresa”. Jansson (2004) completa dizendo que o processo de gerenciamento de risco neste
sentido está focado em compreender os riscos e minimizar o seu impacto, portanto este
19
processo se caracteriza pelas decisões relacionadas a como agir frente ao risco optando por
evitar, reduzir, transferir, dividir ou assumir o risco.
O processo de gestão de riscos é focado em entender os riscos e minimizar sua
probabilidade ou impacto. Os modelos de gerenciamento de riscos encontrados na literatura,
que servem como diretrizes para a prática da gestão, são apresentados no Quadro 1.
Quadro 1: Modelos utilizados no gerenciamento de risco.
Hallikas
et al.
(2004)
Kleindorfer
& Saad
(2005)
Manuj &
Mentzer
(2008)
Tummala &
Schoenherr
(2011)
White
(1995)
Jansson
(2004)
Shi
(2004)
ISO
31000:
2009
Comunicação e
consulta x
Estabelecimento
do contexto x x x
Identificação de
riscos x x x x x
Caracterização do
risco x x
Formulação da
estratégia x
Implementação da
estratégia x
Análise de riscos x
Avaliação de
riscos x x x x x x
Tratamento de
riscos x x x x x
Acompanhamento
do risco x x x x
Monitoramento e
revisão x x x x
Fonte: Elaboração própria
3.1.2 Riscos do Negócio
Existem muitos tipos de riscos que devem ser observados no processo de gestão de uma
empresa. Um dos riscos corporativos que merece atenção é o risco do negócio. As empresas
são confrontadas com incertezas todos os dias, abrindo-as para um mundo de risco potencial
que as expõe à perda e interrupção dos negócios. O risco financeiro concentra o risco do
negócio sobre o capital e pode ser dividido em três principais parâmetros de risco: o risco de
estrutura de capital; o risco de liquidez; e os riscos de insolvência. Entre os métodos de
avaliação de risco de negócio está a análise financeira, que pode ser usado tanto na fase de
20
análise de risco, como no monitoramento de riscos. Dados financeiros podem ser usados para
identificar os tipos de risco e seus fatores, a reconhecer as razões e consequências do risco
corporativo, para analisar os resultados de risco e de prever o nível de risco no futuro
(BLACH, 2010).
A solvência está ligada ao crédito e demonstra a capacidade da empresa em liquidar suas
obrigações no caso de falência (GITMAN, 2010).
3.2 Índices Financeiros
Os índices financeiros são comumente usados com a finalidade de avaliar o desempenho
financeiro de uma empresa. Uma vez que alguns índices financeiros têm padrões muito
semelhantes, seria ineficiente considerar todos para avaliação (WANG & LEE, 2008).
Segundo Bal et al. (2013) “resultados de estudos mostraram que análise das
demonstrações financeiras tem um poder de discriminação em relação a empresas vulneráveis
a falhas ou não”. Dominguez et al. (2014) destacam que os índices podem ser calculados e
utilizados de acordo com o objetivo e foco da análise. Então com a finalidade de analisar os
indicadores financeiros das empresas do setor de energia, calculou-se os índices de liquidez
corrente, endividamento geral, giro ativo operacional e margem de lucro operacional.
A liquidez corrente mede a capacidade de uma empresa de cumprir as suas obrigações
financeiras a curto prazo quando e como eles são devidos (GALLIZO et al., 2008). Conforme
Gitman (2010) e Ross et al. (2011), o índice de liquidez corrente é calculado dividindo-se o
ativo total circulante pelo passivo total circulante.
De acordo com Gitman (2010), o índice de endividamento geral é calculado dividindo o
passivo total pelo ativo total, ou seja, quanto maior for o valor do passivo total, maior será a
quantia de capital de terceiros utilizada para a geração de lucros. Este índice indica a
dependência dos negócios em relação aos recursos de terceiros. Uma participação muito
próxima de 1 demonstra extrema dependência de capital de terceiros.
Gitman (2010) salienta que o giro do ativo operacional visa mostrar a eficiência com que a
empresa vem utilizando seus ativos operacionais. Portanto quanto maior é o giro do ativo
operacional, melhor é a eficiência dos ativos utilizados. Esse índice é calculado dividindo-se
as receitas operacionais totais pelo ativo total. Esse conceito é bastante importante para a
administração, uma vez que aponta se sua operação foi eficiente financeiramente.
21
Conforme Gitman (2010) a margem operacional estima a porcentagem de cada real da
receita de vendas remanescente após dedução de todos os custos e despesas (com exceção dos
juros, imposto de renda e dividendos preferenciais). Consiste no “lucro puro” adquirido por
cada unidade monetária da receita de vendas. Estes são “puros” porque não consideram juros,
imposto de renda e dividendos preferenciais. Quanto maior é a margem operacional, maior é o
lucro da empresa. O índice da margem operacional é obtido através da razão do lucro
operacional sobre a receita de vendas.
3.2.1 Índices-Padrão
De acordo com Gallizo et al. (2008) a análise de índices financeiros tradicionalmente tem
sido usada para medir a situação financeira de uma empresa através da comparação de suas
relações com os de outras empresas que operam no mesmo setor. Usando essas informações é
possível analisar a situação da empresa no mercado e tomar decisões sobre o que deve ser
feito.
Uma maneira de estabelecer um padrão de comparação é identificar empresas similares no
sentido de que competem no mesmo mercado, possuem ativos semelhantes e operam de
maneira parecida, ou seja encontrar um grupo comparável. Depois calcula-se uma série de
índices apenas a partir desse conjunto, o número que aparece no meio é a mediana, o que
significa que metade das empresas tem índices inferiores e metade índices superiores (ROSS
et al., 2002). E Levine et al. (2000) completa que “a mediana não é afetada por valores
extremos”.
4. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
No site da BM&FBovespa selecionou-se um segmento de empresas como mesmo padrão,
no caso o setor de energia, pois a maioria das empresas que o compõem aborda o
gerenciamento de risco. Em seguida coletou-se informações nos balanços financeiros das
empresas (Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado), buscando identificar uma
relação entre as empresas que praticam e as que não praticam o gerenciamento de riscos,
através de uma análise dos índices financeiros.
22
Na etapa 1, obteve-se uma lista com 436 empresas (vale ressaltar, que, às vezes a mesma
empresa possui mais de um ramo de atuação, disponibilizando assim, as ações separadamente
por ramo, formando “empresas” em separado). Iniciou-se então uma investigação para coleta
de dados com ênfase em aspectos, tais como:
o A empresa publica Relatório de Sustentabilidade?
o As empresas que publicam Relatório de Sustentabilidade mencionam o gerenciamento de
risco?
Após coleta das informações das empresas, quantificação e tabulação, separou-se as
empresas em dois grupos: “empresas que publicam relatório de sustentabilidade” e “que não
publicam”, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1: Relatório de Sustentabilidade.
Publicam Relatório de Sustentabilidade Não publicam Relatório de Sustentabilidade Total
162 274 436
37% 63% 100%
Fonte: Elaboração própria
Em resposta ao segundo aspecto investigado “verificar se mencionam o Gerenciamento de
Risco”, encontra-se o resultado apresentado no Gráfico 1.
Gráfico 1: Gestão de Risco.
Fonte: Elaboração própria
Não
21%
Sim
79%
FAZ REFERÊNCIA A GESTÃO DE RISCO?
23
No Relatório de Sustentabilidade das 162 empresas que publicam o relatório,
observou-se que a maioria, 128 delas, ou seja, 79% das empresas pesquisadas fazem
referência ao Gerenciamento de Risco, mostrando que, em geral, as empresas que publicam
relatório referenciam o tema.
A maior representatividade encontrada deu-se no setor de energia, portanto este foi o setor
selecionado para continuar a pesquisa. Então pesquisando o relatório de sustentabilidade das
empresas, observou-se (na Tabela 2) que 52 delas farão parte da continuidade da pesquisa.
Tabela 2: Referência ao Gerenciamento de Risco.
GRUPO QUANTIDADE
Não publica Relatório de sustentabilidade 7
Publica relatório e não referencia o gerenciamento de risco 6
Publica relatório e referencia risco 39
Total 52
Fonte: Elaboração própria
Para formar grupos homogêneos em termos de quantidade e características, tomou-se
como base o grupo que apresentou a menor quantidade, já que uma característica já havia sido
definida anteriormente (empresas do mesmo setor). E outro fator escolhido foi o faturamento
médio. Então pesquisados os respectivos faturamentos, fez-se uma média dos últimos cinco
exercícios e foi-se excluindo os extremos, até chegar a formação dos grupos que serão
analisados a seguir, sendo grupo I, as “empresas que não publicam relatório de
sustentabilidade”; grupo II, as “empresas que publicam relatório de sustentabilidade, mas não
abordam o gerenciamento de riscos” e grupo III, as “empresas que publicam o relatório de
sustentabilidade e abordam o gerenciamento de riscos” com 6 empresas em cada. Serão
analisados os índices financeiros, comparando-os ao índice-padrão do setor.
4.1 Resultados
A etapa 2 representa os resultados e análise da pesquisa, onde os dados de cada índice
foram ordenados e encontrou-se a mediana dos referidos índices para determinar o índice-
padrão do setor (método da mediana), nos valores mostrados na Tabela 3.
24
Tabela 3: Índice-Padrão.
Liquidez corrente Giro do Ativo
operacional
Margem operacional Endividamento geral
Índice-padrão 1,176 0,913 9,432 0,659
Fonte: Elaboração própria
Sabendo-se que a indústria de energia não possui estoque da sua produção, o índice de
liquidez corrente é o indicador de liquidez mais apropriado para o presente estudo. Ao
analisar o grupo selecionado encontrou-se o resultado demonstrado no Gráfico 2.
Gráfico 2: Índice de liquidez corrente.
0
1
2
3
4
5
6
0 1 2 3 4 5 6 7
Não publicam Relatório de Sustentabilidade
Publicam Relatório de Sutentabilidade mas não abordam gerenciamento de risco
Publicam relatório e abordam gerenciamento de risco
Índice-padrão
Fonte: Elaboração própria
As empresas 1 e 2do grupo I mostram que possuem recursos para liquidar o seu passivo a
curto prazo, não oferecendo risco de negócios, embora a empresa 2 mostre um excesso de
liquidez, o que pode prejudicar sua rentabilidade. As empresas 3, 4, 5 e 6 mostram grande
dependência do capital de terceiros, pois o índice de liquidez fica abaixo de 1 e abaixo do
índice-padrão, isto oferece risco de insolvência no curto prazo.
A empresa 1 do grupo II apresenta índice abaixo do índice-padrão e também incapacidade
de honrar seus compromissos no curto prazo, oferece risco de insolvência do negócio. As
demais empresas (2, 3, 4, 5, 6) mostram capacidade de cumprir com seus compromissos de
curto prazo com folga e maior solvência, oferecendo menor risco.
No grupo III as empresas 2 e 4 estão abaixo do índice-padrão e apresentam incapacidade
de cumprir com seus compromissos e dependência do capital de terceiros, portanto são
empresas que merecem atenção quanto ao risco de insolvência no curto prazo. As empresas 1,
5 e 6 apresentam índices próximos ao índice-padrão e capacidade de honrar seus
25
compromissos. A empresa 3 apresenta um excesso de liquidez o que pode prejudicar sua
rentabilidade.
Quanto ao índice de endividamento geral, uma participação muito próxima de 1 denota
insolvência, e valores muito próximos a 0 indicam que a organização não está conseguindo
atrair capital de terceiros para investir em suas operações. Os índices calculados neste
indicador encontram-se no Gráfico 3.
Gráfico 3: Índice de endividamento geral.
Fonte: Elaboração própria
As empresas 1, 2 e 5 do grupo I estão abaixo do índice-padrão, com baixo índice de
endividamento, mas não se pode afirmar que tal seja favorável, pois pode ser que as referidas
empresas não estejam conseguindo financiamento de terceiros. As empresas 4 e 6 possuem o
mesmo grau de endividamento que o setor, não demonstrando assim riscos ao negócio. A
empresa 3 encontra-se com índice superior ao índice-padrão e dependência dos recursos de
terceiros, que oferece riscos de insolvência.
Todas as empresas do grupo II apresentam índices próximo ao índice-padrão e também
capacidade de honrar seus compromissos no curto prazo. O mesmo acontece com as empresas
do grupo III.
O Gráfico 4apresenta os resultados encontrados na tabulação do índice do giro do ativo
operacional. Esse indicador visa mostrar a eficiência com que a empresa vem utilizando seus
ativos operacionais.
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 1 2 3 4 5 6 7
Não publicam Relatório de Sustentabilidade
Publicam Relatório de Sutentabilidade mas não abordam gerenciamento de risco
Publicam relatório e abordam gerenciamento de risco
Índice padrão
26
Gráfico 4: Índice do giro do ativo operacional.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
0 1 2 3 4 5 6 7
Não publicam Relatório de Sustentabil idade
Publicam Relatório de Sutentabilidade mas não abordam gerenciamento de risco
Publicam relatório e abordam gerenciamento de risco
Índice padrão
Fonte: Elaboração própria
Neste índice o ideal é obter um valor superior ao índice-padrão. Das empresas do grupo I
apenas a 3 está acima do índice-padrão, todas as outras estão com índices abaixo do padrão,
mostrando ineficiência na utilização de seus ativos operacionais. As empresas do grupo II
apresentam índices abaixo do índice-padrão e apenas as empresas 2, 3 e 6 mostram a
eficiência na utilização dos ativos operacionais. Apenas a empresa 6 do grupo III está abaixo
do índice-padrão. Todas as outras apresentaram um bom desempenho.
O investidor deve estar sempre atento ao índice da margem operacional ao longo do
tempo. O Gráfico 5 demonstra o resultado do cálculo dos índices.
Gráfico 5: Índice da margem operacional.
27
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
0 1 2 3 4 5 6 7
Não publicam Relatório de
Sustentabilidade
Publicam Relatório de Sutentabilidade
mas não abordam gerenciamento de
risco
Publicam relatório e abordam
gerenciamento de risco
Índice-padrão
Fonte: Elaboração própria
Das empresas do grupo I apenas a empresa 2 está acima do índice-padrão. As empresas 1,
3 e 4 estão com índice próximos do zero e as empresas 5 e 6 estão com margem operacional
negativa, significando que provavelmente os acionistas vão arcar com prejuízo e que
oferecem risco no investimento. Mas pode ser que estas empresas estejam incrementando as
operações com pesquisa ou desenvolvimento de produtos e que a margem esteja
temporariamente baixa.
Das empresas do grupo II apenas a 1 está acima do índice-padrão, a 2 e a 6 estão próximas
e a s empresas 3, 4 e 5 estão abaixo do nível do setor e com margem zerada ou negativa. Nas
empresas do grupo III apenas a empresa 1 está com margem zerada, todas as outras estão bem
próximas do índice-padrão (sendo que a 2 e 6 estão abaixo).
4.2 Análise da pesquisa
Comparando os índices calculados (LC – Índice de Liquidez Corrente; EG – Índice de
Endividamento Geral; GAO – Índice do Giro do Ativo Operacional e MO – Margem
Operacional) com os índices-padrão, encontrou-se o resultado resumido no Quadro 2.
28
Quadro 2: Comparação entre os índices e o índice-padrão.
Índices
Empresas
LC EG GAO MO
↑ = ↓ ↑ = ↓ ↑ = ↓ ↑ = ↓ Índice-padrão Índice-padrão Índice-padrão Índice-padrão
I. Empresas que não publicam
Relatório de Sustentabilidade 2 0 4 1 2 3 1 0 5 1 0 5
II. Empresas que publicam
relatório de sustentabilidade mas
não aborda o gerenciamento de
risco
5 0 1 2 2 2 3 0 3 2 1 3
III. Empresas que publicam o
relatório de Sustentabilidade e
abordam gerenciamento de risco 1 3 2 2 2 2 5 0 1 1 2 3
Fonte: Elaboração própria
Legenda:
↑ quantidade de empresas com índice maior que o índice-padrão
= quantidade de empresas com índice igual ao índice-padrão
↓ quantidade de empresas com índice menor que o índice-padrão
Nos índices que medem o risco (liquidez e endividamento) observou-se que nas empresas
dos grupos II e III a quantidade de empresas que apresentam índices iguais ou superiores ao
índice-padrão é superior ao número de empresas que apresentam índices abaixo do índice-
padrão. O mesmo se observa nos índices de rentabilidade (Giro do Ativo Operacional e
Margem Operacional) que medem o retorno do investimento. Embora o índice de
rentabilidade não forneça informação quanto ao risco do negócio é informação importante
para os acionistas ou outras pessoas que tenham interesse na rentabilidade da empresa, uma
vez que também medem a capacidade de pagamentos de dívidas assumidas.
Nas empresas do grupo I, a quantidade de empresas que apresentam índices abaixo do
índice-padrão é maior em todos os índices calculados.
Não se pode afirmar que o gerenciamento de risco é o fator determinante para o resultado
encontrado, mas observou-se que as empresas que publicam Relatório de Sustentabilidade
apresentaram índices satisfatórios e que o risco de insolvência nestas empresas é menor.
5. CONCLUSÃO
De acordo com Tang (2009) a área do estudo em questão, uma área embora pouco
explorada, mostra sua importância devido às tendências do mercado atual com a globalização.
29
Comparando empresas que praticam ou não o gerenciamento de risco através da análise nos
indicadores financeiros das empresas do setor de energia, com ações na BM&FBOVESPA,
observou-se que embora não se possa afirmar que o gerenciamento de risco seja o responsável
pelo resultado positivo das empresas, este pode ser estratégico para as organizações no
ambiente atual.
Os conceitos de riscos, gerenciamento de riscos, riscos de negócios e dos índices
financeiros utilizados nesta pesquisa, agregaram conhecimentos que tornaram possível
comparar os índices das empresas com o índice-padrão do setor.
Os efeitos do gerenciamento de risco sobre o desempenho das empresas continuam a ser
pouco exploradas. Wieland &Wallenburg (2012) supõe que um adequado gerenciamento de
riscos pode ajudar as empresas a lidar com vulnerabilidades, de maneira a evitar ou ao menos
suavizar as consequências de distúrbios nesta. Embora estudos sobre o assunto venham
recebendo mais atenção, ainda há falta de estudos práticos na área, em pesquisas sobre como e
em que medida uma abordagem estruturada do gerenciamento de risco, envolvendo a
identificação, avaliação, controle e monitoramento de possíveis riscos é desenvolvida. O fato
de muitas empresas não o realizarem de forma adequada ressalta a importância de realizar
mais estudos na área de modo a contribuir com novos conhecimentos, despertando os gestores
para os novos desafios relacionados ao assunto.
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