plano de desenvolvimento · outros poderes e ÓrgÃos auxiliares ... seus problemas e suas...

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PLANO DE DESENVOLVIMENTODO ESTADO DE MATO GROSSO

MT+20

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ESTADO DE MATO GROSSO

PODER EXECUTIVO

Blairo Borges Maggi Governador

Iraci Araújo MoreiraVice-Governadora

SECRETÁRIOS DE ESTADO

Yênes Jesus de MagalhãesPlanejamento e Coordenação Geral

Waldir Júlio TeisFazenda

Cloves Felício VettoratoDesenvolvimento Rural

Terezinha de Souza MaggiTrabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social

Augustinho MoroSaúde

João Virgílio do N. SobrinhoProcurador-Geral

Ana Carla MunizEducação

Ilma Grisoste BarbosaCiência Tecnologia

Marchos Henrique MachadoMeio Ambiente

Orestes Teodoro de OliveiraChefe da Casa Militar

João Carlos Vicente FerreiraCultura

Sírio Pinheiro da SilvaAuditor Geral

Célio Wilson de OliveiraJustiça e Segurança Pública

Antônio KatoChefe da Casa Civil

Geraldo Aparecido de Vitto JúniorAdministração

Alexandre Herculano C. de S. FurlanIndústria, Comércio e Minas e Energia

Vilceu Francisco MarchettiInfra-Estrutura

Yêda Marli de Oliveira AssisDesenvolvimento do Turismo

José Carlos DiasComunicação Social

Laércio Vicente de Arruda e SilvaEsportes e Lazer

Louremberg Nunes RochaExtraordinário de Ação Política

OUTROS PODERES E ÓRGÃOS AUXILIARES

Silval BarbosaPresidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso

José Jurandir de LimaPresidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso

Paulo Roberto Jorge do PradoProcurador-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso

José Carlos NovelliPresidente do Tribunal de Contas doEstado de Mato Grosso

Fábio César Guimarães NetoDefensor Público de Estado de Mato Grosso

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APRESENTAÇÃO

O Plano de Desenvolvimento de Mato Grosso (MT+20) desdobra-se em doze planos regionais1 que

orientam a implementação das ações estratégicas para integrar o território mato-grossense e promover

uma desconcentração da economia e dos indicadores sociais do Estado. Este documento apresenta o

Plano de Desenvolvimento da Região de Planejamento V – Sudeste, como parte do MT+20 que explicita

os projetos prioritários para a região e organiza a formulação da sociedade na estrutura estratégica do

Plano. Desta forma, o plano regional é um detalhamento do MT+20 no território, de acordo com as

especificidades locais, seus problemas e suas potencialidades.

O Plano de Desenvolvimento da Região é o referencial para negociação dos seus projetos e o

acompanhamento da implementação do MT+20 no território. Foi elaborado com o envolvimento da so-

ciedade, procurando fazer uma articulação entre a estratégia geral para Mato Grosso e as características

de cada região, suas necessidades e suas contribuições para o desenvolvimento conjunto do Estado. Ao

mesmo tempo em que formula propostas para compor o plano de desenvolvimento de Mato Grosso, a

estratégia do Estado (MT+20) define as bases para as prioridades do Estado.

A Região de Planejamento polarizada por Rondonópolis conta agora com seu plano de desenvol-

vimento de longo prazo que deve orientar as ações nos próximos 20 anos, desenvolver a região e, ao

mesmo tempo, intensificar sua interação com as transformações futuras de Mato Grosso. Nesse sentido

deve, ao mesmo tempo, dar suporte aos propósitos de desenvolvimento do Estado mediante impactos

gerais na região.

1 Refletindo a divisão do território de Mato Grosso, foram realizados planos regionais para as regiões Noroeste 1 (Juína), Norte (Alta Floresta), Nordeste (Vila Rica), Leste (Barra do Garças), Sudeste (Rondonópolis), Sul (Cuiabá/Várzea Grande), Sudoeste (Cáceres), Oeste (Tangará da Serra), Centro-Oeste (Diamantino), Centro (Sorriso), Noroeste 2 (Juara), e Centro-Norte (Sinop).

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO 5

II. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE 8

2.1 Ciclos de expansão e formação do território mato-grossense 9

2.2 Concentração econômica, social e demográfica 10

2.3 Ocupação antrópica nas regiões de planejamento 13

2.4 Tendências de desconcentração regional 14

III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO – a construção do futuro 20

3.1 Panorama da Situação Atual da Região 21

3.2 Perspectivas Futuras para a Região – aonde queremos chegar 24

3.3 O que pode ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento da Região 25

| Vantagens Competitivas/Potencialidades

| Problemas e Estrangulamentos

| Oportunidades do Ambiente Externo

| Ameaças do Ambiente Externo

IV. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 28

| Eixos Estratégicos 30

CONSELHO POLÍTICO DE AVALIAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PLANO 38

EQUIPE TÉCNICA 39

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I. INTRODUÇÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO�

O Plano de desenvolvimento de Mato Grosso (MT+20) tem como um dos seus principais eixos es-

tratégicos a “descentralização e desconcentração territorial e estruturação de uma ampla rede urbana”,

no qual procura expressar a intenção de promover desenvolvimento equilibrado no território mato-

grossense, integrar as regiões, desconcentrar o dinamismo econômico e nivelar os indicadores sociais.

Para explicitar esta idéia o MT+20 foi estruturado em duas partes, a primeira apresenta os

macro-cenários, mundial e nacional, e os cenários de Mato Grosso bem como as Estratégias de

Desenvolvimento do Estado; a segunda parte apresenta a Estratégia de Desenvolvimento das Re-

giões de Planejamento, explicitando os planos de ação (programas e projetos) de cada uma das

regiões, de acordo com suas potencialidades e estrangulamentos e refletindo as escolhas da so-

ciedade regional. Os planos regionais com suas prioridades representam uma regionalização do

MT+20, expressando o que cada região considera necessário e relevante para promover o seu de-

senvolvimento e sua integração no desenvolvimento do Estado; desta forma, os planos regionais

são, em certa medida, uma distribuição territorial dos programas e projetos do Plano Estadual que

promove uma reorganização do território mato-grossense e contribui para a desconcentração

regional da economia, da riqueza e da qualidade de vida.

Para a elaboração dos planos regionais foram realizadas oficinas com representantes da

sociedade organizada de cada Região de Planejamento, procurando confrontar as suas carac-

terísticas internas com as condições externas expressas nos cenários de Mato Grosso2. Esta

análise foi realizada tendo como referência os Eixos Estratégicos preliminarmente definidos

para o Estado, procurando identificar as especificidades de cada território e, a partir delas, as

propostas de ação para o desenvolvimento regional.

O material gerado nas oficinas regionais, entendido como o conjunto de propostas de ações

para promover o desenvolvimento da região, foi organizado, sistematizado e consolidado utilizando-

se a mesma estrutura do MT+20, ou seja, grandes eixos de desenvolvimento que se desdobram em

programas que, por seu turno, organizam e dão sentido de unidade às ações e projetos específicos.

As formulações geradas nas oficinas regionais foram também importantes insumos para

dar maior precisão, ou mesmo complementar, as escolhas definidas (programas e projetos),

preliminarmente, para o Plano do Estado (MT+20), refletindo a contribuição das regiões para

a estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso; e dando, ao mesmo tempo, coerência e

consistência entre o todo e as partes, nas formulações estratégicas.

Para expressar, nas regiões, a estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso, por meio

da formulação de planos de ação diferenciados, foi adotado um recorte territorial que divi-

de o Estado em 12 Regiões de Planejamento com suas características próprias em termos

econômicos, sociais e ambientais, com base nos levantamentos do estudo de Diagnóstico

Socioeconômico Ecológico (mapa 1). Esta regionalização facilita a gestão e a organização das

iniciativas e projetos de desenvolvimento no do território3.

2 As oficinas regionais utilizaram como método de trabalho a Matriz de Planejamento (também utilizada na formulação da estratégia do Estado), que organiza os fatores internos com os processos externos. Trabalhando em painel, os participantes da oficina regional formularam propostas de ações para preparar a região para os desafios do futuro: enfrentar os estrangulamentos e explorar melhor as potencialidades para possibilitar o aproveitamento das oportuni-dades e a defesa das ameaças.

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MAPA 1 REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE MATO GROSSO

Fonte: DSEE de Mato Grosso – SEPLAN/MT, 2002

INTRODUÇÃO

IIIIIIIV

VVIVIIVIII

IXXXIXII 0 65 130 195

kmEscala gráfica

PAAM

RO

GO

MS

I

VII

XI

II

XII

IX

VIII X

VI

V

IV

III

3 As doze regiões de planejamento de Mato Grosso são: Região Noroeste 1, Região Norte, Região Nordeste, Região Leste, Região Sudeste, Região Sul, Região Sudoeste, Região Oeste, Região Centro-Oeste, Região Centro, Região Noroeste 2, e Região Centro-Norte.

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II. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

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11

2.1 CICLOS DE EXPANSÃO E FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

Do Isolamento à Primeira onda de ImigrantesA organização do território de Mato Grosso resulta da forma como se deu a ocupação econômica e

dos movimentos migratórios, definindo diferentes ritmos e papéis para as suas regiões. Este movimento

acompanha os ciclos de formação da economia do Estado e de integração comercial e econômica com

a economia brasileira, e mais diretamente a natureza e ritmo de expansão da malha de transporte.

Até meados do século passado, quando Mato Grosso apresentava vínculos frágeis com os

centros econômicos dinâmicos do Brasil e tinha sua economia voltada para a Bacia do Prata, os

mais importantes centros econômicos e demográficos situavam-se a oeste do Estado, a partir de

Cuiabá e ao longo do Rio Paraguai; a mineração e a pecuária concentravam-se próximas à região

pantaneira com amplos vazios demográficos ao norte e no nordeste do Estado. As regiões de

maior peso na economia e na população do que hoje é Mato Grosso eram: Cuiabá, Cáceres e, em

menor medida, Tangará da Serra. As regiões de Barra do Garças e Rondonópolis, pela proximidade

de Goiás tinham também uma presença importante na economia mato-grossense, mas com limi-

tados vínculos com o resto do Estado.

A parte sul que viria formar, mais tarde, Mato Grosso do Sul, consolidou importantes cidades

ao longo do rio Paraguai e recebeu mais cedo o processo de irradiação da economia paulista,

com integração à economia e formação de novos pólos a leste do Estado, como Dourados e Três

Lagoas. O movimento se intensifica com a dinamização das regiões a leste do atual Mato Grosso

do Sul, com a chamada “Marcha para o Oeste”, lançada no governo Getúlio Vargas. O impacto

da Marcha para o Oeste no território do atual Mato Grosso é, porém, limitado e tardio, de modo

que até o final da década de cinqüenta, o Estado tinha apenas duas diferentes áreas econômicas

articuladas por Cuiabá: uma a oeste, formada por Cuiabá-Cáceres, e outra a leste, formada por

Cuiabá-Rondonópolis-Barra do Garças.

O primeiro ciclo importante de integração e modernização econômica de Mato Grosso coin-

cide com a construção de Brasília e a implantação da rede de rodovias de integração da capital ao

resto do país, inclusive Mato Grosso. A abertura de grandes rodovias federais, principalmente a BR

070, ligando o oeste do Estado ao Sudeste brasileiro, e a BR 163, no sentido Sul-Norte, reforçou o

papel de pólo urbano de Cuiabá. Destas vias de acesso, mesmo precário, originaram os primeiros

fluxos migratórios de peso para Mato Grosso, abrindo uma nova fronteira agrícola no Brasil4.

O território ainda hoje está fortemente concentrado, até porque Cuiabá reforçou seu papel de

pólo econômico estadual, mas começam a surgir novas áreas de expansão econômica nos cer-

rados e em parte da floresta norte. Nas regiões consolidadas a economia diversifica-se com leve

processo de industrialização e crescimento dos serviços; enquanto isso, nas regiões de fronteira

domina a atividade agropecuária e destaca-se também o garimpo como atividade importante no

extremo norte do Estado.

4 Além de promoverem novo dinamismo às regiões de Cuiabá, Cáceres, Tangará da Serra, Rondonópolis e Barra do Garças, estimularam um movimento migratório na direção norte e nordeste, ampliando a base econômica do Estado; as regiões de Diamantino e de Sorriso passam a receber novos contingentes de agricultores migrantes do sul, implantando empresas modernas e comunidades de agro-pecuaristas que dinamizaram suas economias.

ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO12

A Segunda Onda de Imigrantes e o Boom do AgronegócioA partir da década de setenta, com a ampliação da malha viária e pavimentação de importan-

tes rodovias, o movimento de agricultores migrantes em busca de oportunidades avança para o

norte e para o centro do território mato-grossense. Apoiados nos incentivos fiscais e financeiros

da SUDECO e nos projetos do POLONOROESTE, incluídos projetos de colonização privada de áreas

agrícolas, Mato Grosso passa por uma terceira fase de reorganização territorial, com importante

desconcentração da economia e da população.

Combinando a expansão da malha de rodovias com a intensa inovação tecnológica e aumento

da produtividade agropecuária, amplia-se o movimento de penetração de grandes contingentes

demográficos para o extremo norte e noroeste de Mato Grosso, onde são implantados novos cen-

tros produtores de pecuária e grãos, além de madeira. Neste terceiro ciclo da economia, tende

a haver uma consolidação das economias ao sul, e de leste a oeste, com mudança da estrutura

produtiva que acompanha a urbanização, processos incipientes de industrialização e ampliação dos

serviços, formando-se os grandes pólos regionais de serviços, particularmente Cuiabá, Rondonópo-

lis, Cáceres, Barra do Garças e Tangará da Serra. Ao mesmo tempo, as regiões do centro e do norte

do território mostram grande dinamismo econômico, acompanhado de forte expansão demográfi-

ca, crescendo em ritmo superior à média do Estado, fortemente dominados pela agropecuária.

2.2 CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA, SOCIAL E DEMOGRÁFICA5

Mato Grosso apresenta, hoje, uma distribuição muito desigual da população e do dinamismo eco-

nômico, ambos refletem a penetração da moderna agropecuária que se forjou no movimento migra-

tório e na diversidade ambiental do Estado. A Região de Planejamento de Cuiabá/Várzea Grande tem a

maior concentração de população e é a mais rica do Estado, destacando-se como centro comercial e

de serviços da economia estadual e contando com parcela importante da indústria mato-grossense6.

O dinamismo da moderna agropecuária, principalmente de grãos, manifesta-se mais forte-

mente nas regiões polarizadas por Alta Floresta, Rondonópolis, Cáceres, Sorriso, Tangará da Serra,

e Diamantino. Além dos grãos, as regiões registram também presença importante da pecuária,

particularmente Rondonópolis, e de uma emergente agroindústria associada aos grãos, especial-

mente na Região de Sorriso. Destas regiões, Rondonópolis é a que tem maior peso na economia

de Mato Grosso, depois de Cuiabá/Várzea Grande; em terceiro lugar vêm empatadas as regiões de

Cáceres e Sorriso (ambas com 10% do PIB).

A atividade pecuária mais dinâmica concentra nas regiões polarizadas por Juína, Barra do Garças,

Juara, e Vila Rica (que também se destaca pela qualidade e porte do rebanho leiteiro). A região de pla-

nejamento polarizada por Sinop conta por seu turno com uma atividade industrial importante e é um

pólo destacado da indústria madeireira do Estado.

5 A fonte de dados e informações para esta seção foi o relatório Informativo socioeconômico de Mato Grosso, 2005, da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral.6 Responde por 28% do valor adicionado do Estado, embora tenha reduzido sua participação relativa, nos últimos anos.

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35,00 %

30,00 %

25,00 %

20,00 %

15,00%

10,00 %

5,00%

0,00%

PIB (% de MT) Pop (% de MT)-2004

Rond

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olis

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doGarças

Sino

p

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resta

Diam

antin

o

VilaRica

Juína

Juará

Cuiab

á/Várzea

Grande

GRÁFICO 1 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO PIB E DA POPULAÇÃO (EM % TOTAL EM 2004)

A distribuição da economia mato-grossense nas regiões de planejamento, representada pela par-

ticipação no PIB (Gráfico 1, dados de 2004), mostra a concentração econômica na região polarizada

por Cuiabá, com 25,9% do total, seguida da região de Rondonópolis, com 19,54% do PIB; em terceiro

lugar, praticamente empatadas vem as Regiões de Cáceres (10,08%) e Sorriso (9,096%). Apenas estas

quatro regiões respondem por quase 65,48% do PIB estadual e 62,0 % da população; quatro regiões

apresentam participação no PIB estadual inferior a 5,0%, Juína, Vila Rica, Diamantino e Juara.

ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

A taxa de crescimento econômico, expressa pela variação do PIB das regiões, no período 2000-

2004, tem sido relativamente desigual, revelando um possível movimento de redistribuição e, em certa

medida, de desconcentração regional da produção, uma vez que no período, para os quais existem da-

dos regionalizados, três das 12 regiões de planejamento registraram taxa de crescimento inferior à mé-

dia do Estado (20,1% ao ano em termos nominais), a despeito de os respectivos ritmos de crescimento

serem altos. Dentre as regiões, a de Cuiabá/Várzea Grande foi a que apresentou o menor crescimento

(12,3% ao ano contra 20,1% do Estado), seguida de Alta Floresta (18,0%) e Juína (19,4% anuais);

A região de Tangará da Serra, quarto maior PIB, apresentou um crescimento médio anual de 20,5%,

apenas ligeiramente acima da média estadual; dentre as maiores participações no PIB estadual, apenas a

Região de Cuiabá, apresentou queda na participação com redução de 33,9%, em 2000, para 25,9%, em

2004. As duas maiores, logo abaixo de Cuiabá, isto é, Rondonópolis e Cáceres, elevaram a suas participações

de 17,0% para 19,5%, e de 9,7% para 10,1%, respectivamente, de 2000 para 2004. Registra-se que a Região

de Sorriso com a maior taxa de crescimento médio anual (33,6%) elevou sua participação de 6,5%, em 2000,

para 10,0% em 2004, passando de 5º para 3º lugar no ranking estadual (empatando com Cáceres); além de

Sorriso, as taxas de crescimento mais expressivas foram registradas nas Regiões de Juara (27,7%), Diamantino

(25,8%) e Rondonópolis (24,4%). Das regiões com menor PIB do Estado, apenas Juína apresentou uma taxa

de crescimento no período inferior à média estadual (19,4% contra 20,1%), mas mesmo assim bastante alta.

Fonte: Relatório Produto Interno Bruto (e população) dos Municípios (IBGE,2004); estimativas Multivisão.

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO14

35 %

30 %

25 %

20 %

15 %

10 %

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7 %

6 %

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PIB População

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GRÁFICO 2 TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DO PIB E POPULAÇÃO DAS REGIÕES (2000-2004)

Fonte: PIB MUNICIPAIS 2000-2004 – RELATÓRIO IBGE, 2006

A distribuição da população no Estado reflete, aproximadamente, a distribuição regional do PIB

(gráfico 2, com dados de 2004), embora com uma participação maior em algumas regiões como a

polarizada por Cuiabá que congrega 32,97% da população e 25,9% do PIB e Cáceres com 10,65% da

população e 10,1% do PIB. Contrariamente, a região de Rondonópolis, segunda economia do Estado

(19,5% do PIB) reúne cerca de apenas 14,54 % da população; porém, a situação mais singular é a da

região de Sorriso que detém 10,0% do PIB estadual contra uma população de apenas 3,8% do total.

Quando se confronta a distribuição diferenciada do PIB e da população de Mato Grosso, perce-

be-se coerência entre as regiões (exceto Sorriso), na medida em que as de maior base econômica

também tendem a apresentar grande concentração populacional, o que se reflete na distribuição

do PIB per capita. Com efeito, em alguns casos, como a região de Cuiabá, a posição na participação

no PIB estadual não se mantém no PIB per capita, passa ao nono lugar, porque tem um percentual

da população maior do que da economia. O PIB per capita das regiões, em 2004, flutua entre R$

6.247,00 (Juína) e R$ 14.537,00 (Diamantino), excetuando a Região polarizada por Sorriso que se

descola completamente das outras, ao registrar PIB per capita de R$ 27.103,007.

A desigualdade nos indicadores sociais, quando medida pelo Índice de Desenvolvimento Hu-

mano (IDH), tende a ser bem menor que o desequilíbrio registrado na participação regional da

economia mato-grossense8. Ao trabalhar com a média do IDH dos seus municípios9, percebe-se

que nove regiões têm IDH entre 0,700 e 0,800. Apenas uma, Sorriso, apresenta índice levemente

acima do patamar mais alto (0,804) e duas estão abaixo de 0,700, Vila Rica e Alta Floresta.

7 Os dados de PIB e PIB per capita das regiões de planejamento foram atualizados para 2005 com base nos valores do último relatório de Contas Regionais do IBGE, que define o PIB de Mato Grosso em 2004. 8 Cabe notar que o crescimento econômico diferenciado de algumas regiões, como Cuiabá, Sorriso, Juara e Diamantino, entre 2000 e 2004, pode ter alterado a situação relativa das mesmas no ranking do DH no contexto estadual. 9 O Mapa classifica os municípios em cinco níveis de IDH: muito baixo, de 0,654 a 0,702, baixo, de 0,703 e 0,722, médio, de 0,723 e 0,743, alto, entre 0,744 e 0,779, e muito alto, de 0,780 e a 0,824.

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15

30.000,00

25.000,00

20.000,00

15.000,00

10.000,00

5.000,00

0

(R$)

Sorris o

Diam

antino

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Sinop

Barra

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MatoGrosso

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Juará

Cuiab

á/Várze a

Grande

VilaRic a

AltaFlo

resta

Juína

GRÁFICO 3 PIB PER CAPITA DE MATO GROSSO E REGIÕES (2005)

As regiões com municípios de mais alto IDH (entre 0,780 e 0,824) são Sorriso e Sinop, territórios

com baixo peso na economia estadual, mas com atividades dinâmicas e relativamente uniformes.

As duas maiores regiões em termos econômicos, Cuiabá e Rondonópolis apresentam grande dis-

persão de IDH dos seus municípios; as regiões com quantidade maior de municípios com mais baixo

indicador são, precisamente estas duas maiores além de Barra do Garças e Vila Rica, esta última com

menor IDH do Estado. Tangará da Serra apresenta um predomínio de alto IDH, mas registra também

alguns municípios com o baixo índice; Cáceres tem um conjunto de municípios com índice de de-

senvolvimento humano mais equilibrado, com pouca presença de IDH mais alto.

ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

2.3 OCUPAÇÃO ANTRÓPICA NAS REGIÕES DE PLANEJAMENTO10

O crescimento da economia e a natureza das atividades econômicas dominantes em cada região

definem a intensidade e o perfil das pressões antrópicas sobre os seus ecossistemas. As regiões de plane-

jamento mais antropizadas são precisamente as de maior peso no PIB do Estado, em grande parte como

decorrência da expansão da moderna agropecuária, com processos consolidados de ocupação humana.

Nas regiões situadas ao norte, onde predominam floresta e área de transição de savana, com

processo de ocupação mais recente, principalmente Juína e Alta Floresta, a taxa de antropiza-

ção ainda é baixa, com moderada ou pouca alteração do ambiente natural. A região de Vila Rica

também apresenta áreas com alta conservação ou baixa antropização, mas tem predomínio de

ambientes de savana classificados como alterados ou muito alterados, apesar de ser a região com

a segunda menor participação na base econômica mato-grossense.

10 Esta seção foi extraída dos documentos do DSEE de Mato Grosso.

Fonte: MULTIVISÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO16

A região de Barra do Garças, de ocupação mais antiga, é dominada por ambiente savânico e

conta com a forte presença da pecuária extensiva e moderna; na região são identificadas algumas

áreas pouco alteradas, mas predominam moderada a alta alteração no ambiente natural, com pre-

disposição à erosão. Em Rondonópolis, com savana e áreas de transição, a taxa de antropização é

mais alta que em Barra do Garças, registrando-se algumas com alteração muito alta do ambiente

natural, embora tenha também unidades conservadas e pouco alteradas. Vale notar que a região

de Rondonópolis tem o segundo maior PIB de Mato Grosso resultado de uma forte presença da

agricultura moderna e da agroindústria.

Na região com maior base econômica e taxa de urbanização mais elevada, Cuiabá/Várzea

Grande, predominam média taxa de antropização e moderada alteração do ambiente natural. En-

tretanto, no aglomerado urbano de Cuiabá e Várzea Grande constata-se um ambiente savânico

muito alterado com qualidade ambiental baixa, especialmente em relação às águas subterrâneas.

Combinando ambiente savânico e pantaneiro, a região de Cáceres, tem áreas em ótimo esta-

do de conservação, mas tem também, no outro extremo, espaços com alta taxa de antropização e

muito degradadas. Esta região tem o terceiro maior PIB de Mato Grosso, onde predomina a pecu-

ária. Com ambiente de savana e floresta, a região de Tangará da Serra, no oeste, combina pecuária

com agricultura moderna, registrando taxa de alteração ambiental média a alta.

As outras duas regiões situadas no centro do território mato-grossense, Diamantino e Sorriso

têm características similares com agricultura e pecuária modernas e alguma pecuária extensi-

va. No geral, as áreas apresentam moderada alteração do ambiente natural, excetuadas algumas

unidades com ambiente bastante alterado e manchas de alta predisposição à erosão. Embora a

região de Sorriso tenha uma participação maior no PIB do Estado que Diamantino, os processos

de alteração do ambiente natural nesta última região são mais intensos.

A região de Juara, no noroeste do Estado e próxima de Juína e Alta Floresta, é formada por am-

biente de floresta com algumas áreas de transição savânica, sob pressão antrópica mais recente

como conseqüência da penetração da atividade agropecuária e madeireira. De um modo geral, o

ambiente natural da região está pouco alterado, com moderada antropização em Juara; destaca-

se a unidade de Serra dos Caiabis em ótimo estado de conservação e alto potencial biótico. As

condições ambientais de Sinop são semelhantes às de Juara, embora com uma taxa de antropi-

zação mais alta, especialmente na área do município pólo (Sinop), com médio processo antrópico

decorrente da agricultura moderna e moderada alteração do ambiente natural.

2.4 TENDÊNCIAS DE DESCONCENTRAÇÃO REGIONAL

As transformações previstas nas diferentes alternativas (cenários) de futuros de Mato Grosso

tendem a produzir impactos diferenciados na organização do território estadual, consolidar a ten-

dência de concentração ou intensificar o processo em sentido oposto. A distribuição da economia

e da população nas regiões, assim como a diferença de nível e qualidade de vida, dependem do

comportamento futuro de três variáveis centrais da evolução do ambiente mato-grossense que,

por sua vez, está condicionado pelo comportamento dos contextos mundial e nacional:

volume e amplitude dos investimentos em infra-estrutura econômica, principalmente em

transportes, nas diversas modalidades;

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17

abrangência e eficácia da gestão ambiental do território, definindo nas regiões os espaços e

o perfil das atividades econômicas e de ocupação humana;

orientação das políticas públicas com a descentralização dos serviços públicos e com o

equilíbrio regional dos indicadores sociais.

As características dos três Cenários Alternativos de Mato Grosso contemplam de forma

muito diferente essas três variáveis e, portanto, promovem distintas configurações do terri-

tório mato-grossense.

O pior cenário para Mato Grosso11 deve combinar no futuro: baixo crescimento econômico,

uso predatório dos recursos naturais e degradação ambiental, aprofundamento das desigualdades

sociais e condições externas desfavoráveis - inclusive restrições fiscais federais; o resultado será

um quadro de baixo nível de investimento na infra-estrutura de Mato Grosso, levando o siste-

ma viário do Estado ao total estrangulamento, atrasando a desconcentração da economia e o

dinamismo e expansão demográfica das regiões de menor porte. Ao mesmo tempo, a política

ambiental tem baixa eficácia e deixa o Estado carente de regulação na ocupação do território e na

utilização dos recursos naturais. As políticas sociais são compensatórias e limitadas pela própria

restrição de recursos, não permitindo uma desconcentração dos investimentos no território, com

sobrecarga das cidades-pólos. Do ponto de vista da estrutura produtiva este cenário não deve

apresentar avanços na diversificação produtiva, continua o predomínio do agronegócio de baixo

valor agregado na maioria das regiões, com limitado adensamento das cadeias que levariam a um

crescimento da indústria e ampliação dos serviços.

Uma alternativa de futuro ao mencionado cenário, pode vir a ser o resultado da combinação

de condições mundiais favoráveis com postura passiva e dependente de Mato Grosso e da socie-

dade, em meio a um quadro de dificuldades e limitações no ambiente nacional; nessas condições

é plausível supor que ocorra retomada apenas moderada do investimento em infra-estrutura no

Estado, suficiente apenas para melhora parcial e pontual do sistema viário e da oferta de energia.

Este cenário deve contar com política ambiental eficaz no controle e fiscalização, mas reativa e

inibidora, que apenas delimita o que não pode ser feito para aproveitamento do potencial de re-

cursos naturais e cênicos das regiões. No plano econômico mais estrito, a estrutura de produção

apresenta uma moderada diversificação e adensamento das principais cadeias produtivas mais

importantes, sobretudo, nas regiões de maior peso econômico e com alguma base industrial de

partida. As políticas sociais não contêm clara orientação de descentralização e desconcentração

no território, embora contemplem ações estruturantes parciais, não obstante um tanto desarticu-

ladas, para enfrentamento dos grandes problemas sociais do Estado.

A alternativa de cenário que representa, verdadeiramente, um futuro de grandes mudanças e

transformações de Mato Grosso12 , cujo resultado final será a ampliação significativa da qualidade

de vida no Estado, deverá resultar, com certeza, da combinação da implantação de grandes inves-

timentos em infra-estrutura; em especial, na formação de amplo e eficiente sistema multimodal

de transportes, articulando as regiões entre si e reforçando a integração externa de Mato Grosso;

ao mesmo tempo em que o Estado executa competente e pró-ativa gestão ambiental, combinada

ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

11 Para melhor compreensão, sugerimos a leitura do capítulo de cenários do Relatório Técnico do MT+2012 Este cenário foi utilizado como referência para a definição da estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso, o MT+20.

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO1�

com políticas ativas de descentralização administrativa e de desconcentração dos investimentos

e dos serviços públicos no território estadual. Nos próximos 20 anos, Mato Grosso experimenta

adensamento da malha rodoviária, ao mesmo tempo em que amplia a rede de transmissão e dis-

tribuição de energia elétrica nas cidades mais distantes, atendendo às necessidades de produção

e consumo das famílias. A política ambiental assegura os usos alternativos dos ecossistemas, em

base tecnológica adequada e orienta a utilização em bases sustentáveis dos recursos e potencia-

lidades de cada região.

Neste ambiente de grandes realizações, Mato Grosso deve experimentar também intenso pro-

cesso de diversificação da estrutura e adensamento das cadeias produtivas, com o crescimento

da indústria – a montante e a jusante do agronegócio – com diferentes papéis das regiões na

economia estadual. A diversificação tenderá a ampliar o turismo e, principalmente, o ecoturismo, e

o surgimento de novas formas sustentáveis de aproveitamento dos recursos naturais, estimulando

a economia das regiões com maior potencial de recursos naturais e belezas cênicas.

Em todas as regiões deve acontecer, ao menos parcialmente, algum processo de be-

neficiamento industrial da produção agropecuária, de acordo com suas características, e a

emergência de serviços urbanos de suporte à população e às atividades econômicas. A con-

figuração de uma rede urbana integrada e hierarquizada define os papéis das regiões que

constituem pólos de serviços de diferentes escalas e complexidades; além dos grandes cen-

tros urbanos, principalmente Cuiabá/Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Barra do Garças,

e Tangará da Serra, consolidam-se cidades de porte médio como centros de prestação de ser-

viços nas regiões menores, particularmente Sinop, Sorriso, Vila Rica, Diamantino, Alta Floresta,

Juína e Juara. Nessas condições, Mato Grosso deverá ser palco de intensa desconcentração da

economia e da população, levando à convergência do PIB per capita regional e ao equilíbrio

territorial dos indicadores sociais. A forma como esta desconcentração econômica e demo-

gráfica manifesta-se em cada região depende das suas condições próprias em termos de

vantagens locacionais e competitivas futuras e de limitações de ordem ambiental, definidas

pela política ambiental implementada.

As condições de contorno sócio-econômicas, tecnológicas e ambientais estabelecidas neste

cenário devem provocar transformações profundas nas regiões, mediadas em certa medida pe-

los respectivos estágios de desenvolvimento econômico e de competitividade; de todo modo, o

impacto será o de aceleração do crescimento econômico com mudanças significativas no perfil

das respectivas estruturas produtivas, ampliação da base tecnológica, respeito ao meio ambiente,

e melhoria dos indicadores sociais.

Embora todas as regiões tendam a registrar dinamismo econômico muito alto, com taxas

de crescimento médio anual acima de 8,8%, os ritmos serão diferenciados em função dos

impactos do cenário de referência no território (principalmente a ampliação da infra-estrutura

de transporte) e das condições internas de partida de cada região (potencialidades e restri-

ções ambientais). Nas condições de mudança e transformação estabelecidas no cenário de

referência, as regiões que apresentam taxas de crescimento econômico acima da média de

crescimento do Estado (9,21%), devem também atrair contingentes migratórios expressivos,

embora diferenciados pelo perfil das atividades econômicas; de outro lado, algumas regiões

devem crescer forte, mas abaixo da média estadual e reduzir, ao final, a sua participação na

economia do Estado.

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1�ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

Esta dinâmica diferenciada da economia é acompanhada de importantes transformações na estrutu-

ra produtiva das regiões, com diversificação e agregação de valor; de modo que, mesmo as regiões com

menor ritmo de expansão da base produtiva, apresentam ganho de qualidade no perfil da economia, con-

solidam novos segmentos que melhoram a renda e moderam os impactos ambientais. Nessas condições,

a distribuição da economia e do PIB per capita de Mato Grosso nas regiões de planejamento, refletem o

processo de desconcentração econômica, redefine o peso relativo das mesmas no contexto estadual.

QUADRO 2 PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES NA FORMAÇÃO DO PIB DE MT E TAXAS MÉDIAS

ANUAIS DE CRESCIMENTO: 2005 – 2026

Os dinamismos diferenciados das regiões levam à alteração das posições relativas na economia

estadual; algumas regiões melhoram a sua participação enquanto outras reduzem, apesar de apre-

sentarem taxas elevadas de crescimento. Como a população, em grande parte, acompanha o movi-

mento econômico, mediada pelas políticas públicas voltadas para a desconcentração da economia,

o PIB per capita regional tende a gradual convergência, uma vez que tanto as regiões com PIB per

capita acima da média do Estado quanto as posicionadas abaixo reduzem a diferença para a média,

em razão de o crescimento destas ser superior ao daquelas.13

A convergência do PIB per capita das regiões contribui para um maior equilíbrio territorial dos in-

dicadores sociais, particularmente o IDH, na medida em que os investimentos públicos e os projetos

sociais devem se distribuir no território de forma a reduzir as desigualdades na qualidade de vida.

13 A diferença entre a região de maior PIB per capita em 2005, Sorriso, e a de menor PIB per capita, no mesmo ano, Vila Rica, cai de 3,2 vezes para cerca de 2,6 vezes em 20 anos; ainda é uma diferença muito grande mas indica um movimento de desconcentração e convergência regional para a média estadual.

REGIÃO 2005mil R$ % PIB MT 2026

mil R$ % PIB MT CRESCIMENTO2005-2026

JUÍNA 631,98 2,17 4.090,04 2,21 9,30%

ALTA FLORESTA 1.545,85 5,31 11.223,24 6,06 9,90%

VILA RICA 685,08 2,35 4.973,88 2,69 9,90%

BARRA DO GARÇAS 1.884,47 6,47 12.195,90 6,59 9,30%

RONDONÓPOLIS 5.688,87 19,54 36.116,17 19,51 9,20%

CUIABÁ/VÁRZEA GRANDE

7.538,93 25,90 44.741,11 24,17 8,85%

CÁCERES 2.934,67 10,08 17.585,12 9,50 8,90%

TANGARÁ DA SERRA 1.985,67 6,82 11.898,50 6,43 8,90

DIAMANTINO 946,98 3,25 5.674,49 3,06 8,90%

SORRISO 2.899,07 9,96 21.047,98 11,37 9,90%

JUARA 524,19 1,80 3.593,43 1,94 9,60%

SINOP 1.841,12 6,33 13.624,74 7,36 10,00%

MATO GROSSO 291,07 100,00 1.851,43 100,00 9,21%

Fonte: MULTIVISÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO20

QUADRO 1 DINÂMICA FUTURA DAS REGIÕES DE PLANEJAMENTO NO CENÁRIO DE REFERÊNCIA

REGIÃO POTENCIAL ECONÔMICO AMPLIAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA RESTRIÇÕES AMBIENTAIS DINÂMICA ECONÔMICA FUTURA

JUÍNA

pecuária, agroindústria, produ-tos bióticos, silvicultura e madeira, mineração, serviços e biodíesel

acesso às grandes vias de exportação: Porto de Arica, Santa-rém, Porto Velho, BR 163, asfaltamento das BR 170 e Juína-Vilhena, melhoria de acesso às grandes vias de escoamento, infra-estrutura energética: UHE (Dardanellos)

mais da metade de uso controlado e 1/4 de áreas indígenas

crescimento econômico muito alto, com adensamento da agropecuária, diversificação produtiva e exportação competitiva

ALTA FLORESTA

agropecuária, agricultura orgânica, agroindústria, turismo ecológico, silvicultura, produtos bióticos, biodíesel e mineração

asfaltamento da BR 163 e melhoria da MT 320, ampliação do Aeroporto Internacional - setor de cargas, asfaltamento da MT 208 (Alta Floresta X Nova Bandeirantes), asfaltamento da MT 419 com ponte sobre rio Teles Pires (Peixoto de Azevedo) trecho Carlinda-Novo Mundo, pavimentação da Rodovia do Calcário - MT 206 Alta Floresta/Paranaita/Apiacas), construção de pequenas e médias UHEs para substituição das térmica

maior parte do território destinado a usos a reordenaracelerado crescimento econômico com produção e beneficiamento dos produtos da silvicultura e madeira, incluindo reflorestamento, aproveita-mento biótico e turismo ecológico

VILA RICApecuária, agricultura familiar, pesca e turismo

asfaltamento da BR 158 e da MT 431 articulando com a hidro-via do Araguaia e asfaltamento da MT 242 articulando com a BR 163 e ferrovia norte-sul ramal Lucas do Rio Verde-Palmas

aproximadamente 2/3 de usos controladosacelerado crescimento econômico com adensamento da agropecuária e ampliação da agricultura e do turismo (pesca esportiva, praia e eventos de agropecuária)

BARRA DO GARÇAS

pecuária, agricultura, turismo (incluída pesca esportiva) e mineração

acesso multimodal ampliado com a expansão da Ferronorte, integrando com as BR’s 070 e 158 e com a MT 100

aproximadamente 1/3 de uso controlado e várias áreas indígenas. Pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva

alto crescimento com consolidação da pecuária, da agricultura e do turismo

RONDONÓPOLIS

agricultura, indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno, mineração e turismo

confluência das BRs 364 e 163 asfaltada, acesso fácil à BR 070, completa com a Ferronorte com amplo acesso aos grandes mercados

aproximadamente 1/3 de uso controlado e pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva

crescimento econômico alto e qualitativo com consolidação e aden-samento da agropecuária, mineração controlada, formação de parque industrial e parque logístico, e ampliação dos servi;os e do terciário moderno

CUIABÁ/VÁRZEA GRANDE

indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno turismo, fruticultura, aqüicultura e mineração

confluência das BRs 070, 364 e 163 asfaltada e complemen-tação da Ferronorte

apenas 1/3 de uso para recuperação ambiental e restante de uso a consolidar e Unidades de Conservação (UC)

crescimento econômico moderado com consolidação de centro industrial e de serviços avançados e terciário moderno, expansão do turismo, da aqüicultura e da mineração

CÁCERES

mineração, potencial biótico e belezas cênicas (turismo), serviços e terciário moderno, pecuária e fruticultura

BR 070 e MT 343 articulam com centros dinâmicos a leste e para o norte, abrindo acesso para a rota sul-americana, através da hidrovia Paraná/Paraguai (Porto de Arica-Chile)

mais de 1/4 de território de terra indígena ou uso contro-lado, além de 2 UCs. Restante de uso a consolidar ou para ordenação produtiva e fortalecimento da agricultura familiar

crescimento econômico moderado com qualidade, consolidação como centro regional de serviços avançados e logística, industrialização e expansão do turismo

TANGARÁ DA SERRA

agroindústria, mineração, produtos bióticos, turismo (belezas cênicas), refloresta-mentos e fruticultura

ampliação da MT 358 conecta com BR 364 que liga com BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará a Humaitá, MT 398 e 246 interligando Tangará a Barra do Bugres e Lambari do Oeste, asfaltamento da MT 343 ligando Barra do Bugres a Cáceres

aproximadamente 1/4 de terras indígenas, 1/4 de usos a consolidar e restante de uso controlado

crescimento econômico moderado com consolidação da agropecuária e alto adensamento agroindustrial, incluindo indústria de alimentos, biodíesel e álcool, turismo e mineração

DIAMANTINOagropecuária, madeira e turismo

BR 364, MT 160, acesso à MT 170 e à BR 163 propiciaria uma boa integração (a parte norte da região é mais isolada)

quase 2/3 de uso a consolidar e restante para uso controlado

crescimento moderado com adensamento da agropecuária, produção madeireira e algum turismo

SORRISO

agroindústria, indústria de bens de consumo, produtos bióticos, serviços avançados, biodíesel e álcool e turismo

asfaltamento da BR 163, ramal da Ferrovia Norte-Sul (Lucas Rio Verde - Palmas), Aeroporto Internacional de Sorriso, asfal-tamento das Transversais da BR 163

todo o território classificado como uso a consolidaracelerado crescimento econômico com expansão da agroindústria, crescimento dos servi;os, turismo e produção mineral controlada

JUARA

pecuária e agricultura, agroin-dústria, turismo, produtos bióticos, madeira, mineração, geração de energia e serviços

asfaltamento das MT 170 e MT 338 3 MT 325 melhora acesso às grandes vias de escoamento, com destaque para a BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará/Humaitá (ramal integrando o Vale do Arinos)

metade do uso controlado e metade de uso a reordenar para reestruturação produtiva

crescimento alto com adensamento da agropecuária, produtos bióticos e produção madeireira controlada, agroindústria rural, geração fontes renováveis de energia

SINOPagropecuária, indústria e agroindústria, produtos bióti-cos, mineração, e serviços

confluência da BR 163 asfaltada (porto de Santarém-PA), com a extensão da Ferrovia Norte-Sul, ramal Lucas do Rio Verde-Palma, Aeroporto Regional e ampliação do potencial energético

mais da metade de terra indígena, 1/3 de uso controlado e 1/6 de usos a consolidar

acelerado crescimento econômico com diversificação produtiva e con-solidação como centro logístico e de serviços avançados, adensamento do agronegócio, agroindústria, indústria, produção madeireira com reflorestamento e produtos bióticos

Page 21: PLANO DE DESENVOLVIMENTO · OUTROS PODERES E ÓRGÃOS AUXILIARES ... seus problemas e suas potencialidades. O Plano de Desenvolvimento da Região é o ... com a chamada “Marcha

21ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE

REGIÃO POTENCIAL ECONÔMICO AMPLIAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA RESTRIÇÕES AMBIENTAIS DINÂMICA ECONÔMICA FUTURA

JUÍNA

pecuária, agroindústria, produ-tos bióticos, silvicultura e madeira, mineração, serviços e biodíesel

acesso às grandes vias de exportação: Porto de Arica, Santa-rém, Porto Velho, BR 163, asfaltamento das BR 170 e Juína-Vilhena, melhoria de acesso às grandes vias de escoamento, infra-estrutura energética: UHE (Dardanellos)

mais da metade de uso controlado e 1/4 de áreas indígenas

crescimento econômico muito alto, com adensamento da agropecuária, diversificação produtiva e exportação competitiva

ALTA FLORESTA

agropecuária, agricultura orgânica, agroindústria, turismo ecológico, silvicultura, produtos bióticos, biodíesel e mineração

asfaltamento da BR 163 e melhoria da MT 320, ampliação do Aeroporto Internacional - setor de cargas, asfaltamento da MT 208 (Alta Floresta X Nova Bandeirantes), asfaltamento da MT 419 com ponte sobre rio Teles Pires (Peixoto de Azevedo) trecho Carlinda-Novo Mundo, pavimentação da Rodovia do Calcário - MT 206 Alta Floresta/Paranaita/Apiacas), construção de pequenas e médias UHEs para substituição das térmica

maior parte do território destinado a usos a reordenaracelerado crescimento econômico com produção e beneficiamento dos produtos da silvicultura e madeira, incluindo reflorestamento, aproveita-mento biótico e turismo ecológico

VILA RICApecuária, agricultura familiar, pesca e turismo

asfaltamento da BR 158 e da MT 431 articulando com a hidro-via do Araguaia e asfaltamento da MT 242 articulando com a BR 163 e ferrovia norte-sul ramal Lucas do Rio Verde-Palmas

aproximadamente 2/3 de usos controladosacelerado crescimento econômico com adensamento da agropecuária e ampliação da agricultura e do turismo (pesca esportiva, praia e eventos de agropecuária)

BARRA DO GARÇAS

pecuária, agricultura, turismo (incluída pesca esportiva) e mineração

acesso multimodal ampliado com a expansão da Ferronorte, integrando com as BR’s 070 e 158 e com a MT 100

aproximadamente 1/3 de uso controlado e várias áreas indígenas. Pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva

alto crescimento com consolidação da pecuária, da agricultura e do turismo

RONDONÓPOLIS

agricultura, indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno, mineração e turismo

confluência das BRs 364 e 163 asfaltada, acesso fácil à BR 070, completa com a Ferronorte com amplo acesso aos grandes mercados

aproximadamente 1/3 de uso controlado e pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva

crescimento econômico alto e qualitativo com consolidação e aden-samento da agropecuária, mineração controlada, formação de parque industrial e parque logístico, e ampliação dos servi;os e do terciário moderno

CUIABÁ/VÁRZEA GRANDE

indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno turismo, fruticultura, aqüicultura e mineração

confluência das BRs 070, 364 e 163 asfaltada e complemen-tação da Ferronorte

apenas 1/3 de uso para recuperação ambiental e restante de uso a consolidar e Unidades de Conservação (UC)

crescimento econômico moderado com consolidação de centro industrial e de serviços avançados e terciário moderno, expansão do turismo, da aqüicultura e da mineração

CÁCERES

mineração, potencial biótico e belezas cênicas (turismo), serviços e terciário moderno, pecuária e fruticultura

BR 070 e MT 343 articulam com centros dinâmicos a leste e para o norte, abrindo acesso para a rota sul-americana, através da hidrovia Paraná/Paraguai (Porto de Arica-Chile)

mais de 1/4 de território de terra indígena ou uso contro-lado, além de 2 UCs. Restante de uso a consolidar ou para ordenação produtiva e fortalecimento da agricultura familiar

crescimento econômico moderado com qualidade, consolidação como centro regional de serviços avançados e logística, industrialização e expansão do turismo

TANGARÁ DA SERRA

agroindústria, mineração, produtos bióticos, turismo (belezas cênicas), refloresta-mentos e fruticultura

ampliação da MT 358 conecta com BR 364 que liga com BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará a Humaitá, MT 398 e 246 interligando Tangará a Barra do Bugres e Lambari do Oeste, asfaltamento da MT 343 ligando Barra do Bugres a Cáceres

aproximadamente 1/4 de terras indígenas, 1/4 de usos a consolidar e restante de uso controlado

crescimento econômico moderado com consolidação da agropecuária e alto adensamento agroindustrial, incluindo indústria de alimentos, biodíesel e álcool, turismo e mineração

DIAMANTINOagropecuária, madeira e turismo

BR 364, MT 160, acesso à MT 170 e à BR 163 propiciaria uma boa integração (a parte norte da região é mais isolada)

quase 2/3 de uso a consolidar e restante para uso controlado

crescimento moderado com adensamento da agropecuária, produção madeireira e algum turismo

SORRISO

agroindústria, indústria de bens de consumo, produtos bióticos, serviços avançados, biodíesel e álcool e turismo

asfaltamento da BR 163, ramal da Ferrovia Norte-Sul (Lucas Rio Verde - Palmas), Aeroporto Internacional de Sorriso, asfal-tamento das Transversais da BR 163

todo o território classificado como uso a consolidaracelerado crescimento econômico com expansão da agroindústria, crescimento dos servi;os, turismo e produção mineral controlada

JUARA

pecuária e agricultura, agroin-dústria, turismo, produtos bióticos, madeira, mineração, geração de energia e serviços

asfaltamento das MT 170 e MT 338 3 MT 325 melhora acesso às grandes vias de escoamento, com destaque para a BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará/Humaitá (ramal integrando o Vale do Arinos)

metade do uso controlado e metade de uso a reordenar para reestruturação produtiva

crescimento alto com adensamento da agropecuária, produtos bióticos e produção madeireira controlada, agroindústria rural, geração fontes renováveis de energia

SINOPagropecuária, indústria e agroindústria, produtos bióti-cos, mineração, e serviços

confluência da BR 163 asfaltada (porto de Santarém-PA), com a extensão da Ferrovia Norte-Sul, ramal Lucas do Rio Verde-Palma, Aeroporto Regional e ampliação do potencial energético

mais da metade de terra indígena, 1/3 de uso controlado e 1/6 de usos a consolidar

acelerado crescimento econômico com diversificação produtiva e con-solidação como centro logístico e de serviços avançados, adensamento do agronegócio, agroindústria, indústria, produção madeireira com reflorestamento e produtos bióticos

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III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

A Construção do Futuro

Page 23: PLANO DE DESENVOLVIMENTO · OUTROS PODERES E ÓRGÃOS AUXILIARES ... seus problemas e suas potencialidades. O Plano de Desenvolvimento da Região é o ... com a chamada “Marcha

23

1.600.000

1.500.000

1.400.000

1.300.000

1.200.000

1.100.000

1.000.000

900.000

800.000

700.000

600.000

500.000

400.000

300.000

200.000

100.000

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3.1 PANORAMA DA SITUAÇÃO ATUAL DA REGIÃO

A Região de Planejamento Sudeste, polarizada pelo município de Rondonópolis, é a segunda

maior do Estado em termos econômicos e demográficos, tendo também a segunda maior densi-

dade demográfica e o segundo maior número de municípios (19). Os municípios que compõem a

região são Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Campo Verde, Dom Aquino, Gaúcha do Norte, Gui-

ratinga, Itiquira, Jaciara, Juscimeira, Paranatinga, Pedra Preta, Poxoréu, Primavera do Leste, Rondonó-

polis, Santo Antônio do Leste, São José do Povo, São Pedro da Cipa e Tesouro. A região tem uma área

total de 106 mil km2, correspondentes a 11,8% do território do Estado, onde vive uma população

de 400 mil habitantes, cerca de 14,36% da população mato-grossense, resultando numa densidade

demográfica de 3,6 hab/km2 (pouco acima da média estadual estimada em 2,96 hab/km2).

A agropecuária constitui uma base importante da economia regional, responsável por 34,5%

do produto total da Região e contribuindo com 23% da toda produção agropecuária mato-gros-

sense. Pecuária e agricultura moderna de grãos são as principais atividades econômicas da região;

em todo caso, a região é também um pólo industrial e um centro de serviços do Estado, atividades

concentradas no município sede, Rondonópolis. A produção industrial da Região é a segunda do

Estado, ficando atrás apenas da Região Cuiabá/Várzea Grande; por outro lado, a cidade-pólo da re-

gião, Rondonópolis, é um importante centro de logística e distribuição de Mato Grosso que conta

com estradas com boa capacidade de tráfego para escoamento da produção e intercâmbio com

os demais municípios da região e do Estado; sua localização estratégica constitui uma vantagem

competitiva importante.

Fonte: Relatório PIB municipais, IBGE, 2004/SEPLAN/MT

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

GRÁFICO 4 PIB DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO (mil de R$, 2004)

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO24

Com a segunda maior economia de Mato Grosso, a região de Rondonópolis tem um PIB

estimado em R$ 5,7 bilhões (2005), equivalentes a quase 20% do PIB estadual, abaixo apenas

da região de Cuiabá/Várzea Grande (25,9%). A economia regional está fortemente concentrada

no município de Rondonópolis que representa cerca de 27% de toda a produção regional; além

deste município pólo, destaca-se Primavera do Leste, com pouco mais de 13% do PIB regional,

Campo Verde com 11,5%, e Itiquira com pouco mais de 7%. O restante dos municípios da região

tem uma contribuição em torno ou abaixo de 5%,como mostra o gráfico 4.

No período recente (2000/2004) para o qual se tem dados regionais, a economia da Região

Sudeste teve um crescimento de, aproximadamente, 24,4% ao ano, medido pelo PIB a preços cor-

rentes; esta expansão econômica regional foi mais de 4,0 pontos percentuais acima do desempe-

nho médio da economia mato-grossense, que cresceu 20,1% ao ano. Enquanto isso, a população

da região crescia a taxas médias levemente acima do Estado (2,3% contra 2,1%).

A região de Rondonópolis tem o terceiro maior PIB per capita de Mato Grosso com cerca de R$

13.920 (estimativa para 2005 a partir de 2004), equivalente a 134% da média do Estado que tem

pouco mais de dez mil reais. Como a população tende a se concentrar nos municípios com maior

base econômica, Rondonópolis tem o maior PIB (27%), mas também a maior população (40% do

total), o que lhe confere um PIB per capita bem abaixo da média da região (cerca de 9 mil reais);

Primavera do Leste se posiciona em torno da média com pouco mais de R$ 13 mil de PIB per

capita, enquanto os pequenos Santo Antônio do Leste e Alto Taquari se apresentam com PIB per

capita respectivamente iguais a R$ 81 mil (seis vezes a média regional) e R$ 56 mil (quatro vezes

a média regional); na formação do PIB regional vale registrar que Alto Taquari tem o quinto maior

PIB da região e Santo Antônio do Leste é apenas a décima economia regional. Vale notar que ape-

nas quatro municípios (Rondonópolis, Primavera do Leste, Campo Verde e Itiquira) concentram,

simultaneamente, 60% da produção e da população.

O Índice de Desenvolvimento Humano da região é calculado em 0,754 (média dos índices dos

municípios), tendo dois dos seus municípios – Primavera do Leste (0,805) e Alta Taquari (0,804)

– com IDH alto, ligeiramente acima de 0,800. O município de Rondonópolis, com PIB per capita bem

abaixo da média regional, tem um IDH de 0,791, acima da média regional, em quinto lugar na ordem

decrescente, perdendo ainda para Campo Verde, com 0,800, e Alto Garças, com 0,795. Embora haja

uma certa desigualdade no IDH dos municípios da região Sudeste, todos os outros municípios têm

índice igual ou acima de 0,700, não registrando casos de baixo desenvolvimento humano.

O ambiente da Região Sudeste, predominantemente savânico com algumas áreas de transição e

contato com floresta, apresenta média a alta alteração pela penetração da pecuária e da agricultura em-

presarial. Seis das treze USEE-Unidades Sócio-econômicas e Ecológicas14 em que foi dividida a região

contam com alta taxa de antropização e têm ambiente altamente alterados, quase sempre com maior

desempenho na economia regional, como Planalto de Primavera do Leste, Alcantilados de Guiratinga,

Depressão de Rondonópolis, Serra da Estrela, Itaquira/Alto Araguaia, e Depressão do Alto Taquari. Em

todo caso, a região tem unidades com baixa alteração do ambiente, como Gaúcha do Norte, dominada

14 As USEEs da Região Sudeste são Paranatinga-Cerrado, Gaúcha do Norte, Noroeste de Paranatinga, Depressão de Parana-tinga, Província Serrana Leste, Santo Antônio do Leste, Planalto de Primavera do Leste, Alcantilados do Guiratinga, Depressão Rondonópolis, Serra da Estrela, Itiquira/Alto Araguaia, Córrego do Lobo/Morro de Aguadinha, e Depressão do Alto Taquari

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25

MAPA 2 USOS ALTERNATIVOS DAS UNIDADES SOCIOECONÔMICO

ECOLÓGICAS DA REGIÃO

Fonte: DSEE/MT

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

pela pecuária em grandes fazendas e pequenos produtores de alimentos, Noroeste de Paranatinga,

com ambiente de savana pouco alterado, e Província Serra Leste, registrando vazio demográfico.

Mesmo com taxas médias a altas de alteração do meio ambiente, a região de Rondonópolis con-

serva ainda um grande potencial de recursos naturais distribuídos nas USSEs. Além das condições fa-

voráveis para a pecuária e a agricultura moderna, já instaladas na região, Rondonópolis apresenta um

grande potencial biótico e mineral, com domínio de rochas calcárias, além da variedade de fisionomias

savânicas e belezas cênicas para aproveitamento turístico. O aproveitamento econômico das riquezas

naturais da região pode ser ampliado e melhorado seguindo as alternativas de uso diferenciado identifi-

cadas pelo DSEE – Diagnóstico Socioeconômico e Ecológico, segundo apresentado no mapa 2.

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO26

19,55%

19,54%

19,53%

19,52%

19,51%

19,50%

19,49%

19,48%

Participação no PIB de MT

2005 2010 2015 2020 2026

40.000,00

35.000,00

30.000,00

25.000,00

20.000,00

15.000,00

10.000,00

5.000,00

PIB em milhões de R$, 2004

Fonte: Simulação da Multivisão

3.2 PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A REGIÃO – AONDE QUEREMOS CHEGAR

O desempenho futuro da economia regional será definido pelos desdobramentos do cenário de

referência no território mato-grossense, acompanhado de uma desconcentração territorial e redefini-

ção da base econômica das regiões. Segundo a análise anterior do impacto do bom desempenho das

economias externas, em especial a de Mato Grosso, a região Sudeste (Rondonópolis) deve passar por

um período de 20 anos de alto crescimento econômico, acompanhando a média da dinâmica estadual;

neste cenário deve ocorrer uma combinação do processo de consolidação e o adensamento da cadeia

da agropecuária e expansão da mineração controlada, com a diversificação da estrutura produtiva de-

corrente da formação de um parque industrial de agregação de valor à produção primária, mas também

de produção de insumos e de bens de consumo regional; além da ampliação da capacidade logística e

o desenvolvimento dos serviços avançados (terciário moderno), incluindo a presença do turismo.

A dinâmica futura da economia da região Sudeste deve acontecer, principalmente em decorrên-

cia da sua posição estratégica na confluência da BR 364 e da BR 163 que será asfaltada, com acesso

à BR 070, completada pela ampliação da Ferronorte; esta combinação da infra-estrutura torna a re-

gião um espaço de integração territorial, reforçando o papel de centro logístico e de distribuição em

Mato Grosso. Além disso, a gestão ambiental do território não constitui grande impedimento para a

expansão das atividades, tendo pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura

produtiva e aproximadamente 1/3 de uso controlado.

Assim, nas duas décadas, a região deve apresentar uma taxa média de crescimento de 9,2%

ao ano, que lhe permite dobrar o PIB a cada 7 anos, mas com leve redução do seu peso relativo na

economia estadual. Em 2026, o PIB da região de Rondonópolis deve alcançar cerca de R$ 36 bilhões,

bem acima dos atuais R$ 5,7 bilhões, como mostra o gráfico 5.

GRÁFICO 5 EVOLUÇÃO DO PIB DA REGIÃO E DA PARTICIPAÇÃO NO PIB DE MT

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27ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

3.3 O QUE PODE AJUDAR OU ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

Vantagens Competitivas/PotencialidadesO desenvolvimento da região será bastante determinado por sua capacidade de atrair e reter

investimentos, de modo a aproveitar as oportunidades criadas no ambiente externo, sobretudo o

estadual, mediante a mobilização de suas vantagens competitivas15. Portanto, identificar de forma

correta as potencialidades ou vantagens competitivas da região é o primeiro grande passo para a

definição de uma estratégia capaz de produzir o desenvolvimento regional esperado.

Assim, para a região polarizada por Rondonópolis foram identificadas as seguintes vantagens/

potencialidades:

Disponibilidade de recursos naturais – solo rico, fértil e com diversidade de aptidão, re-

cursos hídricos (incluindo água potável), matas exuberantes, para múltiplos usos como

agricultura (incluindo irrigação), pecuária, e turismo.

Clima favorável e existência de grande biodiversidade na região.

Pluralidade cultural (efeito da migração).

Existência de instituições para preparação e capacitação profissional,incluindo faculdades locais.

Agricultura diversificada (soja, milho, algodão, arroz), pecuária de corte e leite consolida-

das, em base a propriedades rurais bem estruturadas e empresas agrícolas pujantes, com

grande participação na economia regional.

Agropecuária regional moderna com elevada produtividade.

Base para ampliação do adensamento das cadeias produtivas da agropecuária.

Forte espírito empreendedor e determinação da população da região.

Agropecuária assentada em base tecnológica de ponta.

Disponibilidade de logística de armazenagem e distribuição de grãos.

Mercado consumidor de porte em base a renda per capita alta.

Boa estrutura de serviços bancários e de intermediação financeira.

Boa presença do terceiro setor em projetos sociais (Projetos de cidadania, Projeto Con-

viver, Pastorais, etc.).

Boa organização e participação social16.

Base para a exploração do turismo ecológico.

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Como a população da região também cresce a taxas elevadas, refletindo a sua posição estra-

tégica de integração logística do Estado, e por conseqüência de atração de população, o PIB per

capita regional eleva-se em ritmo mais moderado que a média de Mato Grosso; nessas condições,

deve passar dos atuais R$ 14 mil para quase R$ 50 mil, mesmo assim, sendo o terceiro maior PIB

per capita do Estado.

15 Estas vantagens ou potencialidades são entendidas como as características internas diferenciadas da região que podem constituir base para o seu desenvolvimento, se devidamente exploradas.16 Compreendendo entidades e clubes de serviço como o Rotary e o Lions, CTG, sindicatos, associações de moradores, den-tre outras, além de grande capacidade associativa, sociedade mobilizada para ações comunitárias e execução de atividades integradas pelas entidades atuantes, com Universidade envolvida com a comunidade

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO2�

Problemas e EstrangulamentosDe outro lado, a capacidade de atrair, ou mesmo reter investimentos, para a região será bas-

tante dificultada pela presença de problemas e estrangulamentos que colocam a região em si-

tuação de desvantagem em relação a outros territórios nacionais, inibindo os investimentos e

atrasando o seu desenvolvimento17.

Foram destacados para a região os seguintes problemas e estrangulamentos.

Degradação do meio ambiente, com desmatamento desordenado queimadas, irrigação

sem controle, erosão do solo, poluição e lixo, resultante da falta de consciência ambiental

e da má utilização dos recursos naturais, e uso indiscriminado da terra.

Limitação nas condições de vida da população, com desigualdade social, concentração

de renda e persistência de fome, discriminação, alto índice de analfabetismo, atendimento

sem dignidade na saúde, e falta de segurança pública.

Existência de desemprego e precariedade do trabalho.

Deficiência de infra-estrutura viária, com falta de rodovias pavimentadas e carência de

energia elétrica.

Existência de grandes espaços vazios, elevada distância dos centros consumidores e dos

pontos estratégicos para escoamento da produção e difícil acesso aos locais naturais.

Frágil base industrial de processamento da produção agropecuária.

Desvalorização dos profissionais e dificuldade de acesso ao ensino superior.

Baixa consciência política da população.

Base produtiva vulnerável às oscilações de preços e de mercado.

Descapitalização dos produtores.

Baixo nível investimento privado e investimentos mal avaliados.

Infra-estrutura de serviços sociais insuficiente frente à demanda (creches, abrigos, etc.).

Baixa escolaridade e mão-de-obra desqualificada (dificuldade de acesso ao sistema de

educação formal e profissionalizante).

Baixa capacidade de investimento dos setores público e privado local.

Pobreza, desigualdade social e desemprego estrutural.

Oportunidades do Ambiente ExternoO desenvolvimento futuro do ambiente externo (estadual, nacional e mundial) nas condições

estabelecidas no cenário de referência (capitulo 2) cria uma série de oportunidades de negócios

que podem ser capitalizadas pela região desde que a mesma tenha capacidade para tal. Estas

condições futuras externas “favoráveis” à Região abrem perspectivas que orientam a definição da

estratégia de desenvolvimento.

Foram identificadas as seguintes oportunidades externas à Região:

Redução de barreiras alfandegárias para produtos agropecuários.

Formação da ALCA com ampliação do mercado para produtos do agronegócio.

Consolidação do Mercosul com ampliação do mercado para produtos do agronegócio.

Ampliação da demanda mundial de alimentos.

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17 Os problemas e estrangulamentos são as condições ou situações internas à região que são indesejadas e atrapalham ou impedem o desenvolvimento da região se não forem devidamente equacionadas e alteradas.

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2�ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

Crescimento da demanda mundial e nacional por produtos orgânicos.

Crescimento da demanda de água e recursos naturais com forte aumento da demanda

de hidroeletricidade no Brasil.

Aumento da demanda de energia renovável, incluindo biomassa e biocombustível com

mudança da matriz energética.

Ampliação de mercado de crédito de carbono.

Crescimento da demanda de produtos da biotecnologia e biodiversidade.

Expansão do fluxo turístico mundial com destaque para o ecoturismo.

Integração da infra-estrutura da América do Sul, incluída a saída para o Pacífico.

Ampliação da poupança e da capacidade de investimento público nacional.

Formação de ambiente microeconômico favorável ao investimento produtivo nacional (lei

de regulamentação do setor de saneamento, por exemplo).

Implementação de mecanismos de indução da desconcentração regional.

Expansão da capacidade de consumo do mercado interno nacional.

Ampliação da poupança e da capacidade de investimento do setor privado.

Ameaças do Ambiente ExternoDe modo similar, o desenvolvimento futuro do ambiente externo (estadual, nacional e mun-

dial) nas condições estabelecidas no cenário de referência traz consigo muitas ameaças que po-

dem prejudicar o desenvolvimento da região, caso ela não tenha capacidade adequada de defesa.

Essas situações externas “desfavoráveis” quando corretamente identificadas fornecem, por seu

turno, uma orientação importante para a definição da estratégia de desenvolvimento.

Assim, foram identificadas as seguintes ameaças externas à região:

Controle monopolístico das tecnologias pelas multinacionais.

Manifestação de mudanças climáticas globais.

Intensificação da concorrência mundial com base em novas tecnológicas.

Recorrência e ampliação de epidemias e endemias em vegetais e animais.

Ampliação de barreiras comerciais não tarifárias, com alta exigência de qualidade e de controle.

Risco de queda das demandas de matérias primas, insumos e alimentos em razão de

eventuais quedas no crescimento econômico.

Instabilidade dos preços internacionais de produtos naturais e alimentícios.

Ampliação da biopirataria com a retirada de amostras da biodiversidade.

Intensificação da concorrência de países do MERCOSUL no agronegócio.

Expansão do narcotráfico nas regiões de fronteira do Brasil.

Instabilidade política em países vizinhos, especialmente Bolívia.

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IV. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

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Nos próximos vinte anos a Região de Rondonópolis deve experimentar um grande dinamismo

econômico e social, refletindo e amplificando as condições muito favoráveis do contexto externo,

em especial o Estadual, palco de maciços investimentos estruturadores nas áreas de transportes,

energia, logística, educação e inovação tecnológica. As próximas duas décadas serão de grandes

transformações estruturais na Região cujos reflexos far-se-ão sentir em termos de geração de opor-

tunidades de emprego e negócios e na melhoria da qualidade de vida. As condições relativamente

vantajosas da infra-estrutura econômica regional serão ampliadas com a construção de um sistema

bem articulado de transportes e logística, com boa integração dos diversos modais, capaz de escoar

a produção da região a custos muito competitivos; os destaques neste esforço de ampliação do atual

sistema viário regional será o reforço da capacidade de escoamento dos principais eixos rodoviários

da Região, BRs 163 e 364, uma vez que estas rodovias integram a Região com os principais portos e

mercados nacionais; de outro lado, com a construção do ramal da Ferronorte ligando Alto Araguaia

a Cuiabá, com passagem por Rondonópolis, deve ampliar as vantagens competitivas da região em

termos de logística e transporte. Além disso, a estrutura de produção deverá passar por mudanças

importantes com a entrada de unidades industriais de processamento da produção agropecuária e

EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

MAPA ILUSTRATIVO DA MUDANÇA NA ESTRUTURA PRODUTIVA DA REGIÃO

(SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA)

%

50

25

%

50

25

2005

Economia um pouco mais diversificada, mas ainda assim concentrada na agropecuária moderna e de alta competitividade (34,5% do PIB regional) com moderado processo de industrialização da produção primária; setor industrial responde por apenas 17,5% do PIB regional; setor de serviços dependente do setor público, moderadamente integrado com os setores produtivos representando 48,0% do PIB. Infra-estrutura relativamente desenvolvida, sobretudo a econômica, mas necessitando de investimentos de ampliação.

2026

Economia mantém a agropecuária como carro chefe, mas diversifica-se para outros produtos, inclusive com reflorestamento para seqüestro de carbono; integrada com o setor industrial presente na maioria dos elos das cadeias produtivas da carne, grãos e madeira, além de contar com arranjos produtivos locais e um setor de serviços com a presença de segmentos modernos como o bancário, educação, saúde e turismo, sobretudo na cidade pólo; infra-estrutura econômica e social livre dos principais gargalos garante o escoamento da produção a preços competitivos.

Fonte: Multivisão

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO32

Eixos Estratégicos

EIXO 1 - Uso sustentável dos recursos naturaisO eixo estratégico de Uso Sustentável dos Recursos Naturais articula o conjunto das ações

que podem reduzir as pressões antrópicas da expansão da economia, contribuindo para a con-

servação do meio ambiente e reorientando o modelo de aproveitamento das riquezas naturais na

região de planejamento de Rondonópolis.

O eixo se desdobra em programas e projetos, como apresentado a seguir:

1. Programa de fortalecimento do sistema de gestão ambiental, que se desdobra nos

seguintes projetos:

Fortalecimento dos órgãos estaduais e municipais de controle ambiental;

Integração institucional de gestão ambiental;

Melhoramento dos instrumentos de fiscalização e controle do meio ambiente e das ativi-

dades econômicas;

Monitoramento da qualidade ambiental e das atividades de grande impacto ambiental;

Divulgação da legislação referente à biopirataria.

2. Programa de criação, implantação e manutenção de unidades de conservação, que se des-

dobra nos seguintes projetos:

Criação, ampliação e implantação das Unidades de Conservação com regras diferenciadas

18 Os eixos e os programas são os mesmos do MT+20, diferenciando-se os projetos específicos para a Região.

fornecimento de insumos à montante das cadeias de grãos, carne e madeira; pequenos produtores

devem se organizar em arranjos produtivos locais ampliando a capacidade competitiva em seg-

mentos como apicultura, piscicultura, madeira, fruticultura e móveis. A região deve também atrair

investimentos para fornecimento de serviços ambientais para reflorestamentos e recuperação de

áreas degradadas e tratamento de lixo urbano, ambos voltados ao comércio de créditos de carbono;

o setor de serviços, por seu turno, deve experimentar uma ampliação e diversificação dos segmentos

de prestação de serviços modernos como saúde, educação e serviços bancários e de intermediação

financeira, sobretudo em Rondonópolis; mas, o destaque será a expansão do ecoturismo, nas moda-

lidades aventura e pesca esportiva, e do turismo de negócios, em base aos investimentos em infra-

estrutura econômica e social ampliando as condições de acesso, de recepção e sanitárias da região.

As mudanças e transformações estruturais serão frutos da implementação da estratégia de

desenvolvimento da Região, formulada a partir de intensas discussões com representantes da

sociedade regional, confrontando as condições internas – potencialidades e estrangulamentos

– com os processos e tendências externas – oportunidades e ameaças. As propostas de ação

definidas nas discussões foram organizadas e sistematizadas em eixos estratégicos, compondo

programas e projetos de importância para a Região. Os projetos destacados estão apresentados a

seguir segundo a mesma estrutura definida para o Plano de Desenvolvimento de Mato Grosso.18

Page 33: PLANO DE DESENVOLVIMENTO · OUTROS PODERES E ÓRGÃOS AUXILIARES ... seus problemas e suas potencialidades. O Plano de Desenvolvimento da Região é o ... com a chamada “Marcha

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para aproveitamento de acordo com a destinação (educação ambiental, turismo, pesquisa

científica, preservação de espécies e amostras da biodiversidade);

Formação e capacitação de pessoal em gestão de Unidade de Conservação;

Preservação de amostras da biodiversidade.

3. Programa de promoção do uso sustentável dos recursos naturais, que se desdobra nos

seguintes projetos:

Fomento ao uso econômico sustentável da biodiversidade;

Difusão de técnicas de manejo sustentável para melhoria do solo;

Implantação de novas tecnologias limpas;

Conscientização da preservação da biodiversidade;

Estruturação de um sistema de educação ambiental na região;

Conscientização da sociedade da valorização e preservação da biodiversidade.

4. Programa de recuperação, preservação e manejo das bacias hidrográficas, que se desdobra

nos seguintes projetos:

Promoção de ações integradas nas bacias hidrográficas;

Recuperação de mananciais degradados;

Recuperação das matas ciliares degradadas.

5. Programa de reflorestamento de áreas degradadas, que se desdobra nos seguintes projetos:

Definição de novas finalidades para áreas improdutivas, através do reflorestamento de espé-

cies nativas e de valor econômico, visando à geração de crédito de carbono;

Formação e capacitação de pessoal na elaboração de projetos de desenvolvimento limpo

e seqüestro de carbono.

EIXO 2 - Conhecimento e inovação tecnológicaEducação e inovação tecnológica são dois fatores centrais do desenvolvimento e da competi-

tividade sistêmica de um território, contribuindo para melhorar a produtividade e a qualidade dos

produtos. A educação, além de ser pré-requisito para a ciência e tecnologia, constitui também um

elemento decisivo para ampliar e democratizar as oportunidades da sociedade, na medida em que

prepara o cidadão para a vida e para o mercado de trabalho, principalmente quando associada

à capacitação profissional. Desta forma, o eixo estratégico de Conhecimento e Inovação é parte

central da estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso e, particularmente de Rondonópolis,

expressando-se através dos programas apresentados a seguir:

1. Programa de ampliação da capacidade de pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológi-

co, que se desdobra nos seguintes projetos:

Pesquisa, identificação e classificação da biodiversidade;

Implantação de sistema de comunicação e informação entre os órgãos de pesquisa, cons-

tituindo redes de pesquisa nas áreas prioritárias;

EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO34

2. Programa de inovação e difusão de tecnologias para as cadeias produtivas, que se desdobra

nos seguintes projetos:

Promoção da pesquisa sobre usos alternativos da biodiversidade, sobre os recursos naturais

e sobre epidemias/endemias;

Dinamização da assistência técnica, especialmente na produção orgânica e nos ser-

viços ambientais;

Difusão de tecnologias limpas e novas tecnologias para a produção de grãos, para a agroin-

dústria e para a indústria regional;

Expansão da infra-estrutura e da capacidade de assistência técnica às cadeias produtivas,

atuando nas seguintes áreas: commodities agrícolas, pecuária diversificada, hortigranjeiros,

fruticultura, produção orgânica e pequenas culturas e pequenas criações.

3. Programa de certificação de produtos e processos e registro de patentes, que se desdobra

nos seguintes projetos:

Divulgação dos órgãos e sistemas de certificação;

Criação de centro de certificação de produtos orgânicos;

Patenteamento das espécies da biodiversidade regional e dos produtos naturais;

Certificação das unidades de produção;

Qualificação dos produtores para o uso de sistema de certificação (qualidade).

4. Programa de melhoria da qualidade do ensino básico, que se desdobra nos seguintes projetos:

Universalização do ensino médio na região;

Incentivo aos projetos de diversidade cultural nas escolas;

Inclusão de conceitos de gestão pública transparente e de associativismo e cooperativismo

na educação.

5. Programa de ampliação da educação profissional e tecnológica, que se desdobra nos

seguintes projetos:

Estruturação de centros de formação técnica na região;

Capacitação e formação profissional em biotecnologia e biodiversidade, usos diferenciados

na produção, agroindústria e técnicas de produção orgânica;

Capacitação tecnológica para empreendedores;

Qualificação de cooperados em gestão de negócios e administração.

6. Programa de consolidação, expansão e democratização do ensino superior, que se desdo-

bra nos seguintes projetos:

Ampliação de cursos universitários de qualidade na região;

Oferta de apoio logístico para as instituições de ensino superior redistribuídas;

Consolidação da Universidade Federal de Rondonópolis;

Ampliação da pós-graduação das universidades de Mato Grosso, com criação de novos

mestrados e doutorados nas áreas prioritárias.

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35

EIXO 3 - Infra-estrutura econômica e logísticaA Região de Planejamento apresenta alguns estrangulamentos na infra-estrutura econômica,

particularmente no transporte para sua integração econômica e para escoamento da produção

estadual para o mercado nacional e mundial. Apesar disso, a economia regional tem apresentado

grande competitividade internacional. No futuro, a região pode ter sua competitividade compro-

metida se não tomar providências para ampliação e recuperação da infra-estrutura econômica

e da logística. O eixo estratégico de desenvolvimento (Eixo 3) procura responder diretamente a

estes estrangulamentos, melhorando o desempenho atual e preparando Mato Grosso e a Região

de Rondonópolis para os desafios do futuro.

1. Programa de recuperação e ampliação do sistema de transporte rodoviário, que se desdo-

bra nos seguintes projetos:

Construção e conclusão da malha de viária de integração dos municípios da Região;

Duplicação dos principais eixos rodoviários de escoamento da produção regional (BRs 163 e 364);

Criação de acessos rodoviários aos locais de turismo da Região.

2. Programa de recuperação e ampliação do sistema multimodal de transporte (ampliação

e integração dos sistemas ferroviário, hidroviário e aeroviário), que se desdobra nos

seguintes projetos:

Ampliação do sistema de portos e aeroportos da Região;

Conclusão da ferrovia Alto Taquari - Rondonópolis.

3. Programa de ampliação da estrutura de logística, que se desdobra nos seguintes projetos:

Ampliação, adensamento, renovação e recuperação da estrutura logística especialmente

para grãos e produtos agropecuários;

Ampliação e melhoria da estrutura de armazenamento, especialmente para os peque-

nos produtores;

Integração da infra-estrutura viária.

4. Programa de expansão do sistema de oferta de energia elétrica (geração, transmissão e

distribuição), que se desdobra nos seguintes projetos:

Expansão do sistema de geração de energia elétrica através de construção PCH;

Expansão do sistema de transmissão de energia elétrica;

Aumento da oferta de energia elétrica com expansão do sistema de distribuição da CEMAT.

5. Programa de diversificação da matriz energética, que se desdobra nos seguintes projetos:

Produção de energia por meio de fontes renováveis, com destaque para o biocombustível;

Aumento da oferta de gás natural.

6. Programa de ampliação do sistema de comunicações, que se desdobra nos seguintes projetos:

Massificação do acesso da população e das instituições à internet.

EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO36

EIXO 4 - Diversificação e adensamento das cadeias produtivasA agropecuária é a base do dinamismo da economia da Região de Planejamento de Rondo-

nópolis, concentrando a produção e as exportações em produtos de baixo valor agregado. Esta

característica da economia regional diminui o impacto econômico e social das exportações e

torna o território, como de resto, o Estado de Mato Grosso, vulnerável a flutuações internacionais

de demanda e preços das commodities. Diante disso, o plano estratégico deve promover a diversi-

ficação da estrutura produtiva e a agregação de valor dos produtos do agronegócio.

1. Programa de fortalecimento e diversificação da agropecuária, extrativismo e silvicultura, que

se desdobra nos seguintes projetos:

Estímulos à produção de produtos naturais e orgânicos;

Qualificação da produção agropecuária e de alimentos;

Promoção e fiscalização da sanidade animal e vegetal, incluindo fiscalização nas fronteiras.

2. Programa de reestruturação fundiária e desenvolvimento da agricultura familiar, que se des-

dobra nos seguintes projetos:

Fortalecimento da agricultura familiar e da pequena agroindústria;

Fortalecimento ao associativismo e cooperativismo rural.

3. Programa de adensamento das cadeias produtivas, que se desdobra nos seguintes projetos:

Fortalecimento ao associativismo e cooperativismo rural;

Implantação de indústrias para processamento dos produtos regionais;

Industrialização dos produtos naturais e da agropecuária (grãos e carnes);

Promoção do aproveitamento do excedente da biomassa;

Implantação de sistema de controle de qualidade nas agroindústrias.

4. Programa de diversificação da estrutura produtiva do estado, que se desdobra nos

seguintes projetos:

Utilização das reservas naturais e dos serviços ambientais como fonte de renda regional;

Divulgação dos produtos manufaturados naturais;

Ampliação da produção de alimentos para o consumo interno;

Criação de indústrias de reciclagem;

Consorciamento de diferentes produtos na mesma área.

5. Programa de desenvolvimento do turismo, que se desdobra nos seguintes projetos:

Capacitação das comunidades e formação técnica de nível médio em turismo;

Inclusão da língua espanhola na formação escolar;

Estruturação do turismo ecológico e cultural na região;

Ampliação da infra-estrutura de turismo e serviço;

Implementação de assistência técnica em ecoturismo;

Conversão de áreas recuperadas em locais de pesquisa e divulgação turística;

Difusão de práticas de turismo agroindustrial;

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Divulgação dos pontos turísticos;

Exploração do turismo científico e tecnológico.

6. Programa de fortalecimento dos arranjos produtivos locais, que se desdobra nos seguintes projetos:

Capacitação e assistência técnica aos APLs, para melhoria da qualidade e aumento

da produtividade;

Criação dos centros de comercialização das APLs.

7. Programa de diversificação da pauta de exportações, que se desdobra nos seguintes projetos:

Ampliação do estoque regulador (MERSOCUL);

Diversificação da produção regional visando a concorrência no Mercosul;

Ampliação da exportação de alimentos.

EIXO 5 - Qualidade de vida, cidadania, cultura e segurançaO desenvolvimento sustentável tem como objetivo central a melhoria da qualidade de vida

da população expressa no acesso aos bens e serviços públicos, na segurança pública e paz

social, na cidadania e no desenvolvimento cultural. Para alcançar este objetivo, o Estado de

Mato Grosso e, particularmente a Região de Planejamento de Rondonópolis, ainda tem que

melhorar muito as condições de vida da população, realizando iniciativas e investimentos nos

diferentes segmentos sociais que se beneficiam também dos resultados alcançados nos outros

eixos estratégicos de desenvolvimento, particularmente no que trata de educação e do cresci-

mento da economia, gerando oportunidades de emprego. De qualquer forma, a estratégia de

desenvolvimento regional implementa um eixo estratégico diretamente nos segmentos sociais

que elevam a qualidade de vida da população.

1. Programa de fomento à geração de emprego e renda, que se desdobra nos seguintes projetos:

Capacitação de micros e pequenos empresários para a comercialização.

2. Programa de cidadania e respeito aos direitos humanos, que se desdobra nos seguintes projetos:

Incentivo a projetos de diversidade cultural nas escolas;

Capacitação e inclusão digital dos jovens;

Erradicação do trabalho escravo e infantil.

3. Programa de promoção da cultura, esportes e lazer, que se desdobra nos seguintes projetos:

Implementação de atividades culturais para os jovens;

Realização de feiras culturais;

Divulgação dos produtos culturais regionais.

4. Programa de saneamento e habitação, que se desdobra nos seguintes projetos:

Implantação de usinas de triagem de lixo;

Ampliação da rede de saneamento para a região;

Ampliação do alcance dos programas habitacionais.

EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO3�

5. Programa de estruturação e implementação de um sistema integrado de redução da crimi-

nalidade, que se desdobra nos seguintes projetos:

Envolvimento das entidades sociais no combate ao narcotráfico;

Regulamentação e divulgação da legislação para o combate à biopirataria;

Intensificação da fiscalização nas barreiras para reduzir o narcotráfico;

Implantação de polícia comunitária;

Qualificação do sistema prisional da região;

Estruturação das estradas para melhor fiscalização (redução do narcotráfico).

6. Programa de saúde, que se desdobra nos seguintes projetos:

Fortalecimento do consórcio regional de saúde;

Melhoria e manutenção do hospital regional;

Implantação de centro e de unidades especializadas de saúde, com destaque para ne-

frologia e endocrinologia;

Ampliação do corpo médico especializado (inclusive em PNE);

Ampliação da distribuição regional de medicamentos, especialmente medicamentos

de uso continuado.

7. Programa de proteção, respeito e apoio às nações indígenas, que se desdobra nos

seguintes projetos:

Promoção da garantia dos direitos sociais básicos dos povos indígenas da região.

EIXO 6 - Governabilidade e gestão públicaA análise das políticas públicas brasileiras – válidas também para Mato Grosso - costuma des-

tacar como um dos seus grandes problemas a baixa eficiência e eficácia das ações e dos inves-

timentos, gerando enorme desperdício de recursos e limitada implementação dos projetos. Por

outro lado, apesar dos avanços recentes e de muito propalada, a participação da sociedade ainda

é muito restrita, o que termina reduzindo o impacto e a efetividade das políticas públicas. O desen-

volvimento sustentável de Mato Grosso e da Região de Planejamento de Rondonópolis depende

da capacidade dos governos (estadual e municipais) representarem as aspirações da sociedade

e da qualidade gerencial que assegure a implementação das ações com os menores custos e a

maior eficácia. O eixo Governabilidade e Gestão Pública articula as ações que procuram enfrentar

os problemas de gestão pública no Estado e na Região, ampliando a eficiência, a eficácia e efetivi-

dade de todos os programas e projetos previstos pelo plano.

1. Programa de aperfeiçoamento da Gestão e das Políticas Públicas, contemplando os

seguintes projetos:

Descentralização da perícia criminal para as sub-regiões;

Desconcentração dos núcleos urbanos.

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2. Programa de democratização, descentralização e transparência da gestão pública, que se

desdobra nos seguintes projetos:

Melhoria da qualidade dos serviços públicos com redução das reclamações e retrabalhos

(revisão de processos);

Ampliação da transparência da gestão pública, através do mecanismo de controle interno.

3. Programa de fortalecimento do sistema estadual de regulação, monitoramento e fiscaliza-

ção do estado, que se desdobra nos seguintes projetos:

Fortalecimento da capacidade institucional de controle e fiscalização dos serviços delegados;

Fortalecimento das agências de regulação estaduais.

EIXO 7 - Descentralização do território e estruturação da rede urbanaA expansão da economia regional tende a gerar algum processo de concentração no terri-

tório, respondendo às condições diferenciadas da competitividade e segundo eficiência econô-

mica do mercado. A estratégia de desenvolvimento regional deve compensar este movimento,

criando condições para uma distribuição equilibrada da riqueza e das condições de vida no ter-

ritório, implementando projetos e tomando iniciativas de descentralização e desconcentração

regional. Por outro lado, a organização do território mato-grossense e regional passa pela for-

mação de uma rede urbana que articula os diferentes territórios, numa hierarquia de múltiplas

funções no espaço. Desta forma, estratégia de desenvolvimento deve incorporar programas e

projetos, articulados nos Eixos de Descentralização territorial e estruturação da rede urbana,

promovendo a reorganização do território estadual.

1. Programa de desenvolvimento regional integrado, que se desdobra nos seguintes projetos:

Distribuição da infra-estrutura social para os municípios da região.

2. Programa de fortalecimento da rede urbana, que se desdobra nos seguintes projetos:

Implantação de Planos Diretores nos municípios da região.

EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

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CONSELHO POLÍTICO DE AVALIAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PLANO

Blairo Borges Maggi Governador do Estado e Coordenador do Conselho

Yênes Jesus de MagalhãesSecretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral

Antônio KatoSecretário da Casa Civil

Cloves Felício VettoratoSecretário de Estado de Desenvolvimento Rural

Waldir Júlio TeisSecretário de Estado de Fazenda

Marcos Henrique MachadoSecretário de Estado do Meio Ambiente

Alexandre Herculano C. de S. FurlanSecretário de Estado de Indústria, Comércio e Minas e Energia

Augustinho MoroSecretário de Estado de Saúde

João Carlos Vicente FerreiraSecretário de Estado de Cultura

Yêda Marli de Oliveira AssisSecretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo

Ana Carla MunizSecretária de Estado de Educação

Célio Wilson de OliveiraSecretário de Estado de Justiça e Segurança Pública

Paulo SpellerMagnífico Reitor da UFMT

Francisco FaiadPresidente da Ordem dos Advogados do Brasil - MT

Dráuzio Antonio MedeirosMagnífico Reitor da UNIVAG Centro Universitário

Dep. Estadual Silval da Cunha BarbosaPresidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso

Paulo Roberto Jorge do PradoProcurador-Geral de Justiça

Conselheiro José Carlos NovelliPresidente do Tribunal de Contas doEstado de Mato Grosso

Desembargador José Jurandir de LimaPresidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso

Nereu PasiniPresidente da Federação da Indústrias - FIEMT

Jandir José MilanPresidente do Conselho do Sebrae

José Aparecido dos SantosPresidente da Associação Mato-grossense dos Municípios - AMM

Homero Alves PereiraPresidente da FAMATO

Pedro Jamil NadafPresidente da Fecomércio

José Carlos LainoPresidente do Sindicato das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Comércio e Serviço de Mato Grosso - SIMPEC/MT

Célio FernandesPresidente da FOREMAT

Onofre Ribeiro Jornalista e Analista Político

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SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

EQUIPE TÉCNICA DE COORDENAÇÃO E APOIOArnaldo Alves de Souza Neto – Coordenação GeralSusan Dignart - Coordenação TécnicaMarilde Brito Lima - InformaçõesTereza Neide N. Vasconcelos - InformaçõesLuceni Grassi – Desenvolvimento RegionalMarco César Neves – Projetos EstratégicosJúlia Satie Y Matsuoka – Políticas PúblicasMarize Bueno de Souza – Políticas PúblicasCristianne Chein - Mobilização e LogísticaGleycinéa F. M. Silva - Mobilização e Logística

EQUIPE DE INTERLOCUÇÃO TÉCNICA

SEPLANÁlvaro LucasDenize AmorimEdmar Augusto VieiraEdson Fontana de OliveiraJuraci Ala FilhoLorenice Serra BitencourtMarilene MarcheseRegiane Berchieli

FIEMT Carlos Vítor Timo

FAMATO/IMEA Rosimeire C. dos Santos

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Abílio FernandesClélia Maria de OliveiraDejanete da S. Torres

TRIBUNAL DE JUSTIÇAWaldir A. Serafim da Silva

SEBRAE Eliane Ribeiro Chaves

SETECS Evalnete M. de Campo

SEFAZ Marisa F. Leão Castilho

SEMA Begair P. Filipaldi

SECITECPaulo Ernesto Kluge

SECRETARIA DE SAÚDE Cristina BottiGiancarla FontesIone M. Bortolotto

SICME Décio Alves

SINFRA/CASA CIVIL Magda F. Xavier da Silva

SEDUC Benedita PinheiroDeusanete Gomes Santana

SEJUSP Clelcimar Santos Rabelo de SouzaZuilton Braz Marcelino

UNIVAGGlauce SouzaLuzia Helena Trovo M. de Souza

REPRESENTANTES DA REGIÃO DE PLANEJAMENTO V - SUDESTEJuarez Orsolin - RondonópolisNicolau Zaiden – Rondonópolis

PARTICIPANTES DA OFICINA REGIONALAbadia Rosa MirandaAdonias FernandesAdriana Soares da SilvaAgmar Rodrigues de OliveiraAílton das NevesAlmir AraújoAntônio Gomes ChavesAntônio MartinsAriadne Nunes F. de MatosBeloni Maria SimioniBenedito Duarte LibanoCamila Costa CarneiroCoracy Maia de LimaEdenício Avelino santosEdinete Maria S. Pereira

EQUIPE TÉCNICA

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Ednílson Almeida Machado Elias Valdir MacedoElias ZaherElisvalde Duarte AguiarFaride Casimiro Abou DehnFátima Regina C. S. MaiaFelipe Iglesias SiqueiraGastão de MatosHélio Francisco da LuzHussein Nabih DaudIvalnete Alves PereiraJoão de SousaJonas Duarte de AraújoJosé Luiz Goncales FerreiraLindomar Lemes dos SantosMarcelo CardinalMárcia Regina CrestaniMaria AméliaMaurício Alves R. PugasNatália MartinsNeílton C. MartinsNeles Valter F. de FariasNicolau Zaidem NetoOlímpio AlvesRoque Pereira NetoRosângela A. S. de MoraesSérgio PradelaValdelice de OliveiraVilmar Sousa Oliveira

EQUIPE TÉCNICA DA MULTIVISÃO

COORDENAÇÃO GERALEnéas Fernandes de Aguiar

COORDENAÇÃO TÉCNICASérgio C. Buarque

COLABORADORESEster de SousaJosé Raymundo F. de AguiarGabriel Tenório KatterDogercy Nunes dos SantosFrancisco Fausto Matto Grosso PereiraEdvaldo Martiniano de LunaRafael MagriVilton Gonzaga

EQUIPE ANAGRAPHIA BR

PROJETO GRÁFICOFernanda Balduino

EDITORAÇÃOSimone Silva

EQUIPE TÉCNICA42

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