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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO INCRA CRT. RO 0011.000/12 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO-PDA 14 DE AGOSTO FASE II NÚCLEO OPERACIONAL DE ARIQUEMES ARIQUEMES RO - 2013

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Page 1: PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO-PDA · o diagnóstico da área de influência do projeto de assentamento, identificando os problemas e potencialidades a partir do autodiagnóstico,

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO

ESTADO DE RONDÔNIA

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO INCRA

CRT. RO 0011.000/12

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO

ASSENTAMENTO-PDA

14 DE AGOSTO FASE II

NÚCLEO OPERACIONAL DE ARIQUEMES

ARIQUEMES – RO - 2013

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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO

ESTADO DE RONDÔNIA

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO INCRA

CRT. RO 0011.000/12

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO

ASSENTAMENTO-PDA

NÚCLEO OPERACIONAL DE ARIQUEMES

ARIQUEMES – RO

2013

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Dilma Vana Roussef

Presidente da República Federativa do Brasil

Gilberto José Spier Vargas

Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário - MDA

Carlos Mário Guedes de Guedes

Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA

Luis Flávio Carvalho Ribeiro

Superintendente Regional do Estado de Rondônia

Cletho Muniz de Brito

Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento

ARIQUEMES – RO

2013

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Luiz Gomes Furtado Secretário Executivo da EMATER-RO

José Tarcísio Batista Mendes

Coordenador Técnico e de Planejamento

Domingos Antônio Prieto

Gerente de Convênios e Contratos

Eduardo Augusto Veras Marti

Coordenador de Contratos

EQUIPE TÉCNICA

Edcarlos Rocha de Souza

Engenheiro Agrônomo

João Francisco dos Santos Filho

Técnico em Agropecuária

Maria Lidiane Gregório

Enfermeira

Sirlene Aparecida da Silva

Técnica em Agropecuária

ARIQUEMES – RO - 2013

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 9

2. METODOLOGIA .......................................................................................................... 10

2.1. Da Elaboração do Plano ............................................................................................. 10

2.2 - A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação do

Plano. 24

3. CARATERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO - PA ............................ 26

3.1. Geral ........................................................................................................................... 26

3.2. Específica ................................................................................................................... 27

4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA ........................... 28

4.1. Localização e Acesso ................................................................................................. 28

4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de

Assentamento ....................................................................................................................... 29

5 - DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO ......................................... 47

5.1 - Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA ......................................................... 47

5.1.1 - Relevo ......................................................................................................................... 47

5.1.2 - Solos .......................................................................................................................... 48

5.1.3 Recursos Hídricos ......................................................................................................... 49 5.1.4 Flora .............................................................................................................................. 49 5.1.5 Fauna ............................................................................................................................. 50

5.1.6 Uso do solo e cobertura vegetal .................................................................................... 50 5.1.7 Reserva Legal e Área de Preservação Permanente ....................................................... 51

5.1.8 Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas .......................................................... 52 5.1.9 Capacidade de Uso do Solo .......................................................................................... 53 5.1.10 Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos Naturais e da Situação

Ambiental do Assentamento ..................................................................................................... 56 5.2 - Organização Espacial Atual..................................................................................... 57

5.3 - Situação do Meio Socioeconômico e Cultural ........................................................ 58

5.3.1 - Histórico do Projeto de Assentamento ....................................................................... 58

5.3.2 - População e Organização Social ................................................................................ 59 5.4 - Infraestrutura Física, Social e Econômica ............................................................... 61

5.5 - Sistema(s) Produtivo(s) ........................................................................................... 62

5.5.1 - Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s) ........................................................... 64 5.6 - Serviços de Apoio à Produção ................................................................................. 64

5.6.1 - Assistência Técnica e Pesquisa .................................................................................. 64 5.6.2 - Crédito ........................................................................................................................ 65 5.6.3 Capacitação Profissional ............................................................................................... 66

5.7 - Serviços Sociais Básicos ......................................................................................... 66

5.7.1 - Educação .................................................................................................................... 66 5.7.2 - Saúde e Saneamento ................................................................................................... 67 5.7.3 – Esporte e Lazer .......................................................................................................... 68 5.7.4 – Cultura e Religião ...................................................................................................... 68

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5.7.5 - Habitação .................................................................................................................... 68

5.8 - Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes .................................... 69

6 PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO

PROJETO DE ASSENTAMENTO ......................................................................................... 70

6.1 - Apresentação ................................................................................................................ 70

6.2 - Objetivos e Diretrizes Gerais ....................................................................................... 71

6.2.1 - Organização Espacial ................................................................................................ 71 6.2.2 - Serviços e Direitos Sociais Básicos ............................................................................ 72 6.2.3 - Sistemas Produtivos ................................................................................................... 73 6.2.4 Meio Ambiente ............................................................................................................. 73

6.2.5 Desenvolvimento Organizacional ................................................................................. 74 6.2.6 A Assistência Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação do

Plano 74 6.3 Programas .................................................................................................................. 75

6.3.1 Programa Organização Espacial ................................................................................... 75 6.3.2 Programa Produtivo ...................................................................................................... 76

6.3.3 Programa de Garantia de Direitos Sociais .................................................................... 77

6.3.4 Programa de Garantia de Direitos Ambientais ............................................................. 78 6.3.5 Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano ......................... 80

6.3.6 Assistência Técnica, Social e Ambiental – ATER ....................................................... 81 6.4 Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa ..... 82

6.5 - Disposições Gerais .................................................................................................. 83

7 - SUGESTÃO DE ESCALA DOS MAPAS RELATIVOS ÀS ÁREAS DOS

PROJETOS DE ASSENTAMENTO ....................................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................84

ANEXOS..................................................................................................................................85

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Dinâmica do olho mágico................................................................................ 12

Figura 02. Dinâmica do mapa do passado, presente e futuro........................................... 13

Figura 03. Dinâmica do Diagrama de Venn..................................................................... 13

Figura 04. Levantamento dos problemas.......................................................................... 14

Figura 05. Apresentação do grupo da área social.............................................................. 14

Figura 06. Vias de acesso ao PA....................................................................................... 28

Figura 07. Localização do município de Ariquemes......................................................... 30

Figura 08. Ilustrativo de localização do município de Ariquemes.................................... 47

Figura 09. Representação da simbologia de classificação de aptidão agrícola................. 56

Figura 10. Esquema de gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento............. 80

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LISTA DE MAPAS

Mapa A1. Mapa da bacia ou sub-bacia de localização do projeto de assentamento

Mapa A2. Mapa de uso atual da terra e cobertura vegetal

Mapa A3. Croqui da Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistemas

Mapa A4. Mapa da Organização Territorial Atual

Mapa B1. Mapa do anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e

Preservação Permanente e Infraestrutura Existente e Projetada

Mapa B2. Mapas/croquis das Parcelas Médias

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01. Níveis de hierarquia dos estabelecimentos de saúde de Ariquemes.............. 41

Quadro 02. Especialidades pelo convênio público........................................................... 42

Quadro 03. Escolas municipais (total de 27 escolas)........................................................ 43

Quadro 04. Escolas estaduais (total de 10 escolas)........................................................... 43

Quadro 05. Escolas particulares (total de 13 escolas)....................................................... 44

Quadro 06. Instituições de ensino superior....................................................................... 44

Quadro 07. Classes de relevo e de declividade existentes no imóvel............................... 48

Quadro 08. Agenda de prioridades, dimensão de infraestrutura....................................... 75

Quadro 09. Agenda de prioridades, dimensão produtiva.................................................. 77

Quadro 10. Agenda de prioridades, dimensão social........................................................ 78

Quadro 11. Agenda de prioridades, dimensão ambiental................................................. 79

Quadro 12. Sugestão de escala dos mapas........................................................................ 83

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Problemas e potencialidades por dimensão....................................................... 14

Tabela 02. Total de votos e resultados da votação em plenária no PA............................... 19

Tabela 03. Agenda de prioridades do PA 14 de Agosto Fase II.......................................... 22

Tabela 04. Estrutura de apoio (Esloc Ariquemes)............................................................... 24

Tabela 05. Rendimento Médio da População Economicamente Ativa............................... 31

Tabela 06. Produção agrícola municipal de Ariquemes (culturas temporárias).................. 32

Tabela 07. Produção agrícola municipal de Ariquemes (culturas permanentes)................ 32

Tabela 08. Produção extrativista do município de Ariquemes............................................ 33

Tabela 09. Dados pecuários do município de Ariquemes................................................... 37

Tabela 10. Sistemas pecuários e número de animais para o município de Ariquemes-RO 37

Tabela 11. Resumo das classes de solos.............................................................................. 48

Tabela 12. Ocupação das áreas do PA................................................................................. 51

Tabela 13. Situação ocupacional do PA 14 de Agosto Fase II............................................ 57

Tabela 14. Faixa etária entre homens e mulheres do PA...................................................., 59

Tabela 15. Faixa de idade dos assentados do PA................................................................. 60

Tabela 16. Estados de origem dos assentados..................................................................... 60

Tabela 17. Infraestrutura física, social, e econômica........................................................... 61

Tabela 18. Classificação social por quantitativo de família................................................ 63

Tabela 19. Grau de escolaridade por faixa etária dos habitantes do PA............................. 66

Tabela 20. Número de escolas do município....................................................................... 67

Tabela 21. Características e instalações básicas das habitações.......................................... 68

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1. APRESENTAÇÃO

O desenvolvimento ordenado e sustentável de Projetos de Assentamento é descrito em

planos na forma de Plano de Desenvolvimento do Assentamento – PDA e Plano de

Recuperação do Assentamento – PRA. O PDA constitui-se de uma modalidade de

intervenção orientada para os Projetos de Assentamento – PA, nas fases iniciais, enquanto que

o PRA é uma segunda oportunidade de promover o assentamento através do estudo e

replanejamento das ações iniciais do PDA e suas adequações.

Neste plano consta um conjunto de ações planejadas voltadas a promover o

desenvolvimento sustentável no PA a um nível desejado, considerando a evolução a curto,

médio e longo prazo, visando melhores condições de vida e cidadania, mediante o

atendimento de itens considerados básicos para esse fim, resultantes da intervenção de

políticas governamentais e de parcerias institucionais e privadas.

Este plano de desenvolvimento do assentamento deve contemplar a busca de

alternativas sustentáveis aos agricultores, juntamente as autoridades locais e regionais, diante

os principais problemas identificados em cada assentamento, conforme a realidade do grupo

de agricultores familiares ali assentados. Considerando o meio ambiente, a qualidade e as

limitações do solo do assentamento, como também da região fisiográfica a qual o

assentamento está inserido e de acordo com município e circunvizinhança.

Este documento foi elaborado a partir de ações conjuntas dentro e fora da comunidade.

Em uma primeira etapa, envolvendo ações participativas desenvolvidas pela comunidade e

equipe de assistência técnica, resultando em um diagnóstico local, envolvendo os aspectos

sociais, ambientais, econômicos e culturais, sendo ainda levantados os seus anseios no

presente e futuro, visando o desenvolvimento sustentável.

Na segunda etapa, foi realizado o levantamento dos dados secundários, envolvendo

toda a área de influência do PA, consequentemente dados municipais relacionados à

economia, educação, saúde, cultura, esporte, lazer, dentre outros.

Desta forma, este documento apresenta a metodologia de elaboração, a caracterização,

o diagnóstico da área de influência do projeto de assentamento, identificando os problemas e

potencialidades a partir do autodiagnóstico, além de apresentar o plano de ação para o

desenvolvimento sustentável do PA, sendo todo este processo construído pelas famílias

assentadas e equipe técnica.

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2. METODOLOGIA

2.1. Da Elaboração do Plano

A elaboração deste Plano de Desenvolvimento do Assentamento, surgiu de uma

demanda expressa em um contrato de prestação de serviço, estando as partes (contratada e

contratante) descritas a seguir.

Entidade responsável pela elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento:

Razão social: Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia

Inscrição no CNPJ: 05.888.813/0001-83

Endereço: Avenida Farquar, nº 3055, Bairro: Pedrinhas.

Telefone: (0xx69) 3217 0706

Fax: (0xx69) 3217 0745

E-mail: [email protected]

Representante responsável pelo programa ATER/INCRA: Domingos Antônio Prieto

Identificação do Contrato ATER/INCRA/EMATER-RO:

Contrato: N0 11.000/12

Processo: PROCESSO/INCRA/SR-17/nº 54300.001677/2011-71

Identificação do empreendedor:

Razão social: Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)

Inscrição no CNPJ: 00.375.972/0001-60

Endereço: Avenida Lauro Sodré, 3050, Parque dos Tanques – Porto Velho – RO

Telefone: (0xx69) 3229 1545

Fax: (0xx69) 3229 3583

E-mail: [email protected]

Representante legal: Luís Flávio Carvalho Ribeiro

CPF: 089.755.900-20

Tel.: (0xx69) 3229 1545 – Ramal: 304

Como base para o desenvolvimento deste documento foi utilizada a metodologia de

Intervenção Participativa dos Atores (INPA), que tem como conceito ser um processo de

intervenção de caráter educativo, estimulando os beneficiários mergulhar numa reflexão

crítica sobre sua realidade e os técnicos sentirem-se os agentes educadores na socialização dos

seus conhecimentos científicos, buscando a transformação dessa realidade, que segue os

seguintes princípios básicos:

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a) A construção do conhecimento;

b) Considerar as múltiplas perspectivas;

c) Insistir na “intervenção participativa”;

d) Delineada a partir de um contexto específico: os Assentamentos Rurais;

e) Facilitar a participação de todos os atores envolvidos: técnicos, lideranças, assentados

e instituições;

f) Ter como objetivo geral a construção e a implementação de ações sustentáveis.

Desta forma, do início ao término da elaboração deste PDA foram realizadas algumas

ações, como visitas e reuniões, em busca de soluções de problemas identificados nas oficinas

realizadas.

O levantamento de dados secundários se deu em instituições públicas e privadas no

município de Ariquemes, buscando dar subsídio à elaboração do PDA.

Assim, com a participação efetiva da comunidade, os trabalhos tiveram início no mês

de fevereiro com a realização de oficina (com a finalidade de sensibilizar, levantar dados,

realizar estudo e organização das informações coletadas), onde foram aplicadas dinâmicas da

metodologia citada acima, buscando instigar os participantes a relatarem sua realidade e,

simultaneamente, sensibilizá-los, levando os mesmos a entenderem seu papel como autores

principais de todo o trabalho de elaboração deste documento. Em oportuno, citam-se os

assentados e seus dependentes que participaram no processo de elaboração do PDA:

Alessandra Aparecida dos Santos, José Pereira da Rocha, Eva Santana da Silva, Geralda

Maria Portilho, Gracilda Maria de Oliveira Portilho, João Batista de Souza Prates, José

Parlailo da Silva, Jovenil Gomes da Silva, Lenir Gomes da Silva, Maria Aparecida dos

Santos, Maria Custódia de Jesus Souza, Revanildo Maia, Valdicéia Souza Prates, Valmira

Santana da Silva, Vilmar Custódio de Souza, Zenir Gomes da Silva, Nivaldo Francisco de

Souza Prates, Dorvalino Ovédeo Pereira, Antônio Madrona Neto, Valdecy Gomes da Silva,

Almiro Portilho, Daiane C. Portilho Maddrona, Rafaela P. Portilho Madrona, Gerson Cruz,

Laércio Barra, Sueli da Silva Cardoso, José Geraldo Portilho, Dalva Felipe Alves, Francisca

Portilho Mdrona.

1º momento:

A oficina de sensibilização foi realizada no dia 08 de fevereiro do ano de 2013,

iniciando assim definitivamente o levantamento de dados no PA 14 de Agosto Fase II,

necessários para elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA).

Participaram desta fase os técnicos João Francisco dos Santos Filho e Maria Lidiane

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Gregório, como moderadores, e os atores principais (beneficiários). A equipe técnica

explanou sobre o objetivo do PDA para o assentamento e a importância da participação de

todos os moradores, agradecendo a presença de todos.

Em um primeiro momento foi formado um círculo, expondo-se a importância da

igualdade, em que não existe primeiro nem último, concluindo com uma oração.

Em seguida, com uma participação ativa das crianças do PA, foi realizada a dinâmica

do “olho mágico” (Figura 01.), cuja finalidade é mostrar para os atores principais (assentados)

a dificuldade que temos em reconhecer o lugar onde moramos e a importância de se conhecer

cada vez mais a realidade que está a nossa volta.

Figura 01. Dinâmica do olho mágico

Seguiu-se com a dinâmica do mapa da propriedade (existe neste PA uma

particularidade: a área é considerada coletiva e assim tratada), pela qual as famílias tiveram a

oportunidade de expor em desenhos (croquis) a área do PA, apresentando em seguida para o

grupo.

Com o objetivo de identificar as conquistas, relembrar as lutas, e estimular a busca de

melhorias, foram formados três grupos, sendo um destes, responsável por relatar suas

dificuldades no início - trajetória de lutas, como a falta de energia, falta de moradia,

dificuldades na alimentação e ameaças contínuas de fazendeiros, montando assim o mapa do

passado. Outro grupo ficou responsável pelo mapa do presente, em que relataram a realidade

atual, as conquistas e dificuldades ainda enfrentadas como: falta de documentação dos lotes,

dificuldade e falta de acesso às políticas públicas, infraestrutura como escola multisseriada,

posto de saúde, casas de alvenaria, energia, área social, etc. O terceiro grupo ficou

responsável pelo mapa do futuro, no qual descreveram seus anseios, projetos e suas

perspectivas quanto ao que se espera no PA, como ampliação da escola com sala de

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informática, quadra para esportes, atendimento medico dentro do PA e implantação de

agroindústria para processamento do leite. Portanto, esta é a dinâmica do “mapa do

assentamento” (passado, presente e futuro), que teve como objetivo conhecer a trajetória dos

agricultores, abordar a realidade e distinguir os anseios futuros.

Figura 02. Dinâmica do Mapa do passado, presente e futuro

As atividades continuaram, sendo desenvolvida a dinâmica do “Diagrama de Venn”,

com o objetivo de se conhecer mais a realidade do assentamento e possibilitar identificar, na

opinião dos assentados, os órgãos e instituições que fazem parte direta ou indiretamente da

realidade do assentamento e o quanto estão próximas ou distantes. Desta forma, cada

instituição levantada anteriormente foi então definida pelos participantes quanto a sua

participação, sendo as mesmas colocadas próximas do centro e ou distanciadas deste

(conforme a opinião dos participantes). Entre esses, foram citados: SUCAM, INCRA, CPT,

SEMED, Sindicato Rural, EMATER-RO, SEAGRI, SEMSAU, INSS, Prefeitura Municipal,

SEDUC, CEPLAC, Fórum, SEMOB E SEMDES. Aberto momento para discussões e

esclarecimentos.

Figura 03. Dinâmica do Diagrama de Venn

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Para a atividade seguinte, os agricultores foram divididos em quatro grupos nas

dimensões: ambiental, social, produtiva e infraestrutura, com intuito de reunir informações

referentes às dificuldades e os pontos positivos existentes no PA, realizando assim,

levantamento de problemas e potencialidades, e apresentando-os para os demais presentes

(Figuras 04 e 05).

Figura 04. Levantamento dos problemas Figura 05. Apresentação do grupo da área social

Os problemas e potencialidades levantados estão sintetizados na tabela 01, distribuídos

por dimensão.

Tabela 01. Problemas e Potencialidades por Dimensão

Potencialidade Problemas

Dimensão produtiva

Leite Preço baixo

Café

Pupunha Falta de espaço para extração de matéria- prima

Frutas Falta de adubação das lavouras

Serviços extras (mão de obra) Falta de manejo como podas, desbrotas, e outros

Má qualidade do rebanho (baixo padrão

genético)

Falta de matéria-prima

Falta de organização da produção (agroindústria)

Falta de produção adequada

Falta de financiamentos para investimentos

adequados

Dimensão Social

CCU (contrato de concessão de uso

Dificuldade de acesso a programas

sociais(INSS, Bolsa família, salário-

maternidade, aposentadoria, pensão por

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acidentes de trabalho).

Escola Falta da área de lazer

Transporte escolar Falta de associação

Grupos familiares Falta de assistência à saúde

Crédito inicial Falta de meios para obter créditos

Crédito habitação Falta de documentação dos lotes

Dimensão ambiental

Nascentes Desmatamento

Matas Queimadas

Animais silvestres Uso de agrotóxicos

Animais domésticos Caça

Reflorestamento Desmatamento de nascentes

Adubos orgânicos Uso de veneno sem preparo adequado

(capacitação)

Represas Lixo jogado na natureza

Criação de peixe Erosão

Degradação pela falta de licencimento

ambiental

Poluição

Continuação Tabela 01.

Dimensão infraestrutura

Estrada Falta de manetenção das Estradas

Escola Baixa potência da energia

Transporte escolar Posto de saúde desativado

Energia Falta tanque de resfriamento de leite

Posto de saúde Falta de transporte de qualidade

Associação Associação desativada

Casas Falta de complementação

Horta Falta de área de lazer

Pasto Falta de máquinas (trator, caminhão)

Curral Falta de agroindústria

Currais de má qualidade

Desta forma, utilizando o resultado da atividade anterior, foi realizada a formulação de

questionário para a pesquisa-ação, cuja etapa é de fundamental importância, pois visa

envolver ainda mais os agricultores com sua realidade, em que o agente pesquisador também

é pesquisado.

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16

A 1pesquisa-ação foi realizada pelos assentados e com a supervisão dos facilitadores

da ATER/INCRA (Extensionistas), tendo o objetivo de entrevistar no mínimo 65% dos

assentados para se possa ter uma amostragem representativa (em virtude da logística local).

As perguntas foram elaboradas pelos próprios agricultores com a supervisão dos

técnicos que atuaram como moderadores. Em consenso entre os agricultores, também foram

definidos quais os colaboradores, em cada dimensão, ficariam responsáveis para realizar as

entrevistas.

QUESTIONÁRIO DA PESQUISA-AÇÃO ELABORADO PELOS ASSENTADOS

INFRAESTRUTURA

1) Você tem energia?

2) Você tem curral?

3) Na sua propriedade tem casa?

4) Na sua propriedade tem cerca?

5) Utiliza ou tem trator?

6) Possui tanque de resfriamento de leite?

7) Na sua propriedade ou no PA tem agroindústria?

SOCIAL

1) Você tem fácil acesso à saúde?

2) Você tem documentação adequada para receber crédito?

3) Você tem fácil acesso a programas sociais?

4) O ensino da escola de seus filhos é de boa qualidade?

5) Existe área de lazer no assentamento?

6) Você faz parte de alguma associação?

7) Como é o transporte escolar de seus filhos?

ÁREA PRODUTIVA

1) Qual a sua linha de produção?

1 Pesquisa-Ação é metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a impulsionar os processos de desenvolvimento e a

mantê-los em andamento, principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua realidade, aprendem

como lidar com seus problemas e tentar resolvê-los, aumentando a própria consciência da realidade concreta mais imediata e

da realidade social mais ampla, o que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como ponto de

partida o cotidiano de vida e a própria linguagem, é aprofundada, permitindo que os participantes expandam seu saber e sua

competência (Furtado; Furtado, 2000).

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2) Você já fez algum financiamento?

3) Qual o principal problema que você enfrenta para vender seu produto?

4) O que você precisa para melhorar sua produção?

5) Você gostaria de ter uma agroindústria aqui na comunidade?

ÁREA AMBIENTAL

1) No seu lote tem mata?

2) No seu lote tem nascente?

3) Você usa veneno?

4) Usa o veneno com roupa adequada?

5) No seu lote tem represa?

6) Você costuma reflorestar?

7) Você preserva as nascentes?

Para finalização da oficina, com a finalidade de promover a união, sensibilização e

confraternização entre os agricultores foram trabalhada a dinâmica do balão, sendo esta

correlacionada com o dia a dia da comunidade, em que o acúmulo de responsabilidade sobre

algumas pessoas pode não ser tolerado por muito tempo (não se dá conta).

2º momento:

A segunda oficina para PDA ocorreu no dia 20/03/2013, onde na execução da

atividade (priorização dos problemas e construção da agenda de prioridades) participaram os

Extensionistas; Edcarlos Rocha de Souza, Maria Lidiane Gregório e Sirlene Aparecida da

Silva e os atores principais (assentados).

A realização do evento seguiu-se com a finalidade de fazer o levantamento de dados,

priorização dos problemas e construção da agenda de prioridades, estudo e organização das

informações do assentamento, com a participação dos atores principais.

Houve a abertura com uma oração, e em seguida foi trabalhada a dinâmica do boneco,

com o objetivo de mostrar a importância da organização e planejamento, envolvendo união e

trabalho em equipe.

A dinâmica consistiu em organizar dois grupos de pessoas e um terceiro criado a partir

da observação. O primeiro grupo de pessoas teve a tarefa de confeccionar, em equipe, um

boneco (completo) de papel contendo: cabeça, tronco, braço direito, braço esquerdo, perna

direita e perna esquerda. O segundo grupo foi orientado, para que cada membro do grupo

construísse uma parte específica do corpo do boneco, na seguinte ordem:

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Primeira pessoa: Cabeça;

Segunda pessoa: Tronco;

Terceira pessoa: Braço direito;

Quarta pessoa: Braço esquerdo;

Quinta pessoa: Perna direita;

Sexta pessoa: Perna esquerda.

No momento da execução, os componentes do segundo grupo foram separados de

modo que um não pudesse visualizar o que o outro estava fazendo. Os grupos trabalharam em

local em que puderam ser observados pelo terceiro grupo, o de observadores.

Após um prazo para execução, os bonecos foram montados em uma parede.

Na reflexão, o grupo de observação falou sobre os defeitos do boneco desenhado pela

equipe que trabalhou de forma separada (individualmente) e do outro grupo que trabalhou

em conjunto, observaram que o referido boneco teve as partes proporcionais.

Após a apresentação dos trabalhos, o moderador expôs a importância do planejamento

e do trabalho em equipe para a construção de projeto de desenvolvimento do assentamento.

Dando continuidade à oficina, seguiu-se com a divisão dos participantes em quatros

grupos para priorização dos problemas das respectivas dimensões ambiental, social, produtiva

e infraestrutura, sendo que cada grupo priorizou os cincos problemas levantados na primeira

oficina de sensibilização.

A ação seguinte foi a votação em plenária dos problemas que foram priorizados pelos

quatros grupos das dimensões ambiental, social, produtiva e infraestrutura. Dos cinco

problemas priorizados em cada dimensão, os três mais votados em cada temática serão os

trabalhados inicialmente na busca de possíveis soluções.

A votação em plenária foi feita pela técnica das carinhas ( Triste Séria

Sorridente) sendo a gravidade de cada problema representada com as expressões Triste -

representa o problema mais grave, Séria - representa o problema médio, e Sorridente - o

problema menos grave.

Esta dinâmica de votação por meio de carinhas de tristeza, sisudez e alegria, facilita o

entendimento do grau dos problemas para a priorização, visto que cada um possui um peso

diferente na vida de cada agricultor. A votação ocorreu de forma ordenada, sendo a

fiscalização (apuração dos votos), realizada por pessoas da comunidade (voluntários) e a

equipe se encarregou da distribuição e recolhimento dos votos. A cada término da priorização

por dimensão, o moderador expunha o resultado de 1º a 3º lugar. Depois de concluída a

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votação dos problemas de cada dimensão, era exposta o resultado final. Após o fechamento da

votação, foi feita a contagem de quais problemas haviam recebido o maior número de

carinhas tristes, as quais representavam o maior nível de gravidade. Os três problemas mais

votados foram priorizados e serão norteadores para o início de um desenvolvimento.

Entretanto, os demais problemas existentes serão trabalhados em outro momento ou conforme

a oportunidade. Explicou-se que a próxima atividade estava condicionada a esse resultado.

A tabela 2 mostra o resultado da plenária e a relação de votos de cada problema em

cada dimensão, resumindo na gravidade dos problemas conforme votação.

Tabela 02. Total de Votos e Resultado da Votação em Plenária no PA DIMENSÃO

Econômica

Falta de adubação e cuidados com a própria

cultura com podas, desbastes

05 04 03

Falta de matéria-prima e organização da

produção

07 05 00

Preço baixo, (qualidade do rebanho, espaço

para extração da matéria-prima)

07 05 00

Falta de financiamento 12 00 00

Pragas e doenças na lavoura 11 01 00

Ambiental

Desmatamento (RL e APP) 06 03 03

Falta de Licença Ambiental 09 02 01 Continuação (tabela 02)

Ambiental

Degradação, poluição 05 05 02

Uso de Agrotóxico 09 02 01

Queimada 02 04 06

Infraestrutura

Falta de agroindústria 09 03 00

Falta de posto de saúde 09 02 01

Falta de energia e baixa qualidade 11 01 00

Falta de estrada e de manutenção das

existentes dentro do PA

03 09 00

Falta de máquinas e implementos agrícolas 08 03 01

Social

Falta de assistência à saúde 12 00 00

Falta de documentação dos lotes 09 03 00

Dificuldade de acesso a programas sociais

(benefícios)

05 06 01

Falta de meios de obter crédito

(documentação)

08 02 02

Falta de associação 07 02 03

Na dimensão produtiva, os três problemas mais votados pela ordem foram: a falta de

financiamento (dito pelos assentados, que é de suma importância para alavancar o

crescimento da produção da propriedade, pois alegam não ter dinheiro para investir na

produção do lote); pragas e doenças na lavoura e a falta de matéria-prima (de acordo com

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os beneficiários, a produção é baixa assim como a genética dos animais e falta espaço para

processamento adequado).

Na dimensão ambiental os três problemas mais votados pela ordem foram: a falta de

licença ambiental - os agricultores alegam que a burocracia é muito grande - e uso de

agrotóxico de forma indiscriminada, pois os participantes demonstram interesse em

trabalhar com práticas agroecológicas, no entanto, necessitam de cursos para aprimorem suas

práticas; Desmatamento (RL e APP) – eles reconhecem a necessidade de preservação dos

mananciais.

Na dimensão de infraestrutura os três problemas foram: a falta de energia e a baixa

qualidade (os participantes alegaram que, em virtude de não ter energia suficiente, muitos

têm utilizado “rabicho”, o que não é suficiente para fazer funcionar aparelhos elétricos e

máquinas, por exemplo); a falta de agroindústria (que leva à dependência de venda do

produto in natura); e falta de posto de saúde (falta de estrutura e funcionamento).

Na dimensão social os três problemas mais votados foram: a falta de assistência à

saúde; a falta de documentação dos lotes (sendo até o momento, um grande entrave para

licenciamento de atividade, até mesmo acesso a políticas como crédito) e a falta de meios de

obter crédito.

Para a construção da agenda de prioridades foi feita a divisão dos participantes em

quatro grupos nas respectivas dimensões ambiental, social, produtiva e infraestrutura. Sendo

aberto um momento após a construção da agenda para exposição, pelos assentados, tanto da

agenda quanto de quem serão os responsáveis (comissões) que irão buscar resolver os

problemas.

O moderador frisou a importância das comissões, pois serão elas que sempre estarão à

frente de tudo, no entanto, não serão somente eles os responsáveis para resolver os problemas

e sim toda a comunidade.

Outro fator abordado é que os demais problemas não serão esquecidos, devendo ser

buscada a solução destes assim como a agenda de prioridades. Como o próprio nome diz

(agenda de prioridades) estes problemas no momento são mais urgentes que os demais,

conforme votação em plenária.

A agenda de prioridades foi montada e sintetizada pela equipe técnica (tabela 03),

sendo definido qual o problema, quem buscará resolvê-lo, como resolvê-lo, quando e onde

fazê-lo.

A dinâmica do palito foi realizada em seguida, cujo objetivo é fazer com que os

assentados percebam a importância da união e do trabalho em equipe, sendo frisado pelo

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moderador da oficina o quanto é importante um grupo se unir em prol de um objetivo, o que

dará mais força às ações.

Nesta dinâmica foi utilizado um pacote de palitos, demonstrou-se que é fácil quebrar

um único palito; aumentando-se o número de palitos e tentou-se quebrar todos juntos,

mostrando o quanto é difícil quebrá-los quando unidos; ficando evidente mais uma vez a

importância da união e do trabalho em grupo.

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Tabela 03. Agenda de Prioridades do PA 14 de Agosto Fase II

Problemas Quem vai fazer? Como fazer? Quando fazer? Onde fazer?

Falta de licença

Ambiental

João Batista de Souza Prates

Francisca Portilho Madrona

ATER/INCRA

Por meio de reuniões, audiências e

reivindicações

Maio de 2013 SEDAM

IBAMA

SEMA

Uso de Agrotóxico João Batista de Souza Prates

Francisca Portilho Madrona

ATER/INCRA

Por meio de palestras e campanhas

de sensibilização, incentivo à

agroecologia e uso de implementos

agrícolas

A partir de março de 2013 Comitê de pessoas

IDARON

Desmatamento (RL e

APP)

João Batista de Souza Prates

Francisca Portilho Madrona

ATER/INCRA

Sensibilização para preservação da

biodiversidade

A partir da aprovação

(concretização) do código

florestal

IBAMA

SEDAM

Falta energia e baixa

qualidade da que tem

Vilmar Custódio de Souza Participação de todos na CERON

(ELETROBRÁS)

Abril a junho de 2013 Agência da CERON

Falta de agroindústria Antônio Madrona Neto Reunião para dar encaminhamentos Até o fim de 2013 Inicialmente no

assentamento

junto à assistência

técnica

Falta de posto de

saúde

Geralda Maria Portilho

Vilmar Custódio de Souza

Mobilização da comissão junto com

os técnicos para audiência

Abril de 2013 Ariquemes

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Continuação (tabela 03)

Falta de

financiamento

José Pereira da Rocha Reunião e visitas junto com a

EMATER-RO

Junho de 2013 INCRA

Pragas e doenças nas

lavouras

Lenir Gomes da Silva Visitas, cursos e palestras. Abril de 2013 Secretaria Municipal

de Agricultura.

Falta de matéria-

prima e organização

da produção

Maria Aparecida

Alessandra Aparecida dos Santos

Cursos, palestras, visitas e reuniões Abril e junho de 2013 Secretaria Municipal

de Agricultura e

EMATER-RO

Falta de assistência à

saúde (agente de

saúde e infraestrutura)

Valdicéia Souza Prates Mobilização da comissão

Audiências

Abril a dezembro de 2013 Secretaria de saúde e

EMATER-RO

Falta de

documentação dos

lotes (memorial

descritivo, planta e

homologação do PA)

Valdecy Gomes da Silva Mobilização da comissão

Audiências

Abril a dezembro de 2013 INCRA e EMATER-

RO

Falta de associação

(organização formal)

Valdecy Gomes da Silva Mobilização da comissão

Audiências

Abril a Dezembro de

2013

INCRA e EMATER-

RO

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2.2 - A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação do

Plano.

De acordo com o contrato firmado entre as partes, no dia 01 de Janeiro de 2013, teve

início o trabalho de assistência técnica e extensão rural pelo Programa de Assistência Técnica

do INCRA – ATER/INCRA, no Projeto de Assentamento 14 de Agosto Fase II.

A equipe técnica destinada a atender o núcleo operacional de Ariquemes, onde o PA

Agosto Fase II está inserido, foi composta por quatro profissionais, sendo estes: Edcarlos

Rocha de Souza (engenheiro Agrônomo); João Francisco dos Santos Filho (Técnico

Agropecuária); Maria Lidiane Gregório (Enfermeira) e Sirlene Aparecida da Silva (Técnica

Agropecuária).

A equipe técnica está alocada no Escritório local da EMATER-RO de Ariquemes –

RO, dispondo de uma sala de alvenaria para a equipe. O escritório está localizado na Avenida

Juscelino Kubitschek, nº 2021, Bairro Institucional. Além da estrutura física, o escritório

conta com equipamentos de informática, eletrodomésticos, móveis e veículos descritos a

seguir:

Tabela 4. Estrutura de Apoio (ESLOC Ariquemes)

ESCRITÓRIO

Utilitário Quantidade

Eletroeletrônicos

Computador 14

Impressora 03

Câmera digital com cartão de memória de 2 GB 01

GPS 04

Condicionador de ar

Aparelho DVD

09

01

Aparelho de TV 01

Projetor 01

Nobreak 07

Aparelho telefônico 01

Eletrodomésticos

Bebedouro 01

Geladeira 01

Continuação (tabela 04)

Fogão 01

Purificador de água 01

Móveis

Mesa 18

Armário 08

Arquivo 07

Cadeira giratória 10

Cadeira tipo universitária 35

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Cadeira fixa/auxiliar 15

Banco com 04 lugares 02

Estante 01

Veículos automotores

Motocicleta 11

Carro 04

Para a prestação de assistência técnica no Projeto de Assentamento, a equipe técnica

tem suas ações programadas de acordo com o Plano de Trabalho Anual (PAT), conforme

edital, consequentemente acordado entre o Instituto de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA) e Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia

(EMATER-RO), levando-se em consideração os anseios e necessidades da comunidade

identificadas e expostas neste plano (PDA).

Para a elaboração do PDA, utilizou-se o método de Intervenção Participativa dos

Atores – INPA, que valoriza a ação dos atores protagonistas na construção de um

instrumento, que norteará o processo de desenvolvimento do próprio grupo, por isso essa

metodologia exige que os elementos constitutivos dos planos, programas, projetos, e demais

ações, sejam oriundos da realidade dos atores, conferindo ao Projeto de Assentamento

maiores chances de alcance do desenvolvimento sustentável.

A execução do plano de desenvolvimento do PA 14 de Agosto Fase II, dar-se-á com a

execução das ações propostas em cada dimensão, sendo estas: ambiental, social, econômica e

infraestrutura. Ações estas planejadas de acordo com a realidade da comunidade, estando

envolvidos em cada ação, os representantes da comunidade indicados por ela.

Estas ações terão o objetivo também de envolver, por meio de mobilização, os agentes

do poder público municipal, estadual, federal e iniciativa privada, mediante visitas e/ou

reuniões com seus representantes de maneira formal.

O acompanhamento do plano será organizado de acordo com a formação das

comissões temáticas, para atender melhor as aspirações dos assentados e estabelecer junto

com eles o processo de adaptação, execução e desenvolvimento antes sonhado por eles,

buscando um processo de desenvolvimento rural sustentável contínuo, de valores culturais,

tecnológicos, econômicos e ambientais.

Nesse processo, será imprescindível a criação de instrumentos de monitoramento e

avaliação. Esses instrumentos deverão ser discutidos e avaliados, envolvendo as partes

interessadas: produtores, associações, equipe de ATER e INCRA.

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Assim, o PDA será um instrumento fundamental para o sucesso do programa, devendo

ser alvo de acompanhamento em todas as fases, destacando-se, principalmente aquelas

decisivas para o êxito do PA, como: a contratação e implantação dos projetos produtivos;

definição das obras de infraestrutura; implantação de políticas públicas, definição do modelo

para recomposição e ou formação de áreas de reserva legal e preservação permanente, bem

como do uso racional da água e articulação para viabilizar os projetos sociais e/ou produtivos.

Os investimentos via acesso a programas de fortalecimento da agricultura, serão

fundamentais e será uma das ações a ser trabalhada envolvendo instituições financeiras e

formalização de projetos pela equipe técnica.

A participação da equipe técnica terá por finalidade ainda informar e orientar sobre as

políticas e ações envolvendo todas as áreas, desde infraestrutura até o acesso a programas

sociais voltados à educação, saúde, meio ambiente, além da organização social dos assentados

(jovens, mulheres) dentre outras.

A equipe técnica terá ainda a função de fomentar as atividades econômicas, levando

orientação e instruções sobre a utilização dos recursos naturais, tecnológicos e humanos, bem

como indicando as melhores formas de desenvolvimento.

3. CARATERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO - PA

3.1. Geral

Denominação do imóvel: Fazenda São Sebastião, também conhecida como Fazenda

Shangrilá.

Denominação do Assentamento: Projeto de Assentamento 14 de Agosto Fase II.

Data do decreto de desapropriação: Não consta um Decreto de desapropriação.

Conforme o SIPRA (RO 0184000) do PA, o tipo de obtenção caracteriza-se como Desm.

(desmembramento), PORTARIA 117 DE 05 DE DEZEMBRO DE 2008. Seguiu-se com a

constituição de equipe para vistoria e avaliação de imóvel rural mediante a Ordem de Serviço

INCRA/SR-17/GAB/Nº 77/2008. E, segundo a Avaliação do Imóvel Rural (INCRA, 2008), a

aquisição deu-se nos termos do Decreto 433/92.

Data de Imissão de Posse: 09 de dezembro de 2008.

Data e n° da Portaria de criação do PA: PORTARIA/INCRA/SR-17/RO/Nº 057 DE

18 DE AGOSTO DE 2009, publicada em 24 de agosto de 2009, seguindo com retificações

publicadas em 11 de julho de 2010 e em 02 de setembro de 2010.

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3.2. Específica

Distância da sede municipal: O PA se localiza a aproximadamente 63 km da sede do

município de Ariquemes e está a aproximadamente 266 km da capital (Porto Velho).

Valor total dos investimentos realizados em benfeitorias e créditos (após imissão

na posse): Valor pago a área total (Fazenda São Sebastião) referente a 14 de Agosto Fase II e

14 de Agosto Fase II Coletivo foi de R$ 1.499.984,07 (Um milhão quatrocentos e noventa e

nove mil novecentos e oitenta e quatro reais e sete centavos). No espelho do imóvel, não

consta valores referenciados aos créditos e benfeitorias.

Área Total: A área total do imóvel, de acordo com projeto de criação é de 523,3227

ha. Todavia, após o georreferenciamento a área medida foi de 510,4499 ha. Sendo que, de

acordo com a Nova Conformação do PA 14 de Agosto Fase II (Laudo Agronômico –

delimitação da área destinada à exploração coletiva do assentamento, 2010) a área passou a

ser 375,1756 ha, da qual 8,28 ha pertencem à área de agrovila.

Registrada: A área de posse adquirida foi 523,3227 ha (Quinhentos e viste e três

hectares, trinta e dois ares, vinte e sete centiares).

Medida: 523,3227 ha (Quinhentos e vinte e três hectares, trinta e dois ares, vinte e

sete centiares).

Área efetiva de Reserva Legal (planejada para destinação do PA): A área inicial

de reserva preservada do imóvel (Fazenda São Sebastião) era de 243,1491 ha, após a Nova

conformação do PA (última retificação da portaria de criação) ficou sendo 178,5429 ha.

Área efetiva de Preservação Permanente (preservada): 4,6033 ha.

Capacidade de assentamento do imóvel em termos de famílias: De acordo com a

Portaria de Criação do INCRA (Nº 057 de 18 de agosto de 2009), publicada em 24 de agosto

de 2009, o número de famílias era de 34, com a retificação dessa portaria em 24 de agosto de

2009, publicada em 11 de junho de 2010, o número passou a ser de 35 famílias, e com a

última retificação em 23 de agosto de 2010 e publicada em 02 de setembro de 2010, ficou em

23 famílias.

Área média das parcelas: A área média das parcelas era de 23,5950.

Número de famílias atual X capacidade de assentamento prevista na portaria de

criação:

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O número de famílias atual é de 21 (vinte e um) beneficiários e (01) um ocupante,

totalizando 22 famílias. E, de acordo com a portaria de criação (retificação 23/08/2010

publicada em 02 de setembro de 2010), de 23 famílias.

Entidade representativa dos assentados: Não há uma entidade representativa dos

assentados com propriedades jurídicas, sendo as decisões e reuniões feitas de maneira

informal entre os assentados.

4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA

4.1. Localização e Acesso

O PA 14 de Agosto Fase II está localizado no município de Ariquemes, distanciado-se

da sede aproximadamente 63 km, e a 266 km da capital Porto Velho.

A BR 364 é a principal via de acesso do PA por meio da linha vicinal C-19. Em

relação à capital, a BR 364 é importante via de acesso, a qual liga o município sede

(Ariquemes) da capital, por aproximadamente 203 km de distância.

Na figura 06 é apresentada a principal via de acesso ao PA, a BR 364 em vermelho, e

em amarelo, a linha C-19.

Figura 06. Via de acesso ao PA Fonte: Imagem do Google Earth, 2013.

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4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de

Assentamento

O município de Ariquemes foi fundado em 21 de novembro de 1977 e tem este nome

em homenagem à tribo indígena Arikeme (tribo extinta), habitantes originais dessa região.

Por volta de 1794 o Vale do Jamari, onde surgiu o núcleo que deu origem ao

município de Ariquemes, era conhecido pela abundância de suas especiarias nativas,

destacando-se o cacau e o látex da seringueira. A região habitada por extrativistas e índios

possuía vários seringais, principalmente o Seringal Papagaios.

A ocupação do Vale do Jamari ocorreu por volta de 1900, principalmente durante o

primeiro ciclo da borracha, mas sua ocupação efetiva começou a partir de 1909, com a

construção da linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira, uma maratona de

muito trabalho e sacrifício, cuja expedição era chefiada pelo Marechal Cândido Mariano da

Silva Rondon, em sua terceira viagem pela Amazônia.

Em 1915, essa região foi delimitada pela Resolução nº 735, de 6 de outubro, e

denominada 3º Distrito do município de Santo Antônio do Rio Madeira. Período de grande

migração nordestina - conhecido como primeiro ciclo da borracha - com os imigrantes

ocupando terras e extraindo as riquezas naturais, especialmente o látex da borracha, de grande

procura internacional (Wikipedia, 2013).

Por meio de Leis ao longo dos anos foram criados municípios circunvizinhos de áreas

do município de Ariquemes, como: Jaru, Machadinho D’Oeste, Itapuã D’ Oeste, Cacaulândia,

Alto Paraíso, Rio Crespo e Monte Negro.

De acordo com IBGE (2013), o número de habitantes do município de Ariquemes é de

90.353 (censo 2010), aproximadamente 5,78% da população de Rondônia. É atualmente o 3º

do Estado em número populacional, sendo esta população distribuída desproporcionalmente

entres as zonas urbanas correspondentes a 71.415 (77,0 %) e rural 21.332 (23,0%).

Resume-se então:

Município: Ariquemes

Mesorregião: Leste Rondoniense

Microrregião III: Ariquemes - >Rio Crespo, Ariquemes, Machadinho D’Oeste, Alto

Paraíso, Cacaulândia, Monte Negro e Vale do Anari.

Municípios Limítrofes: Alto Paraíso, Rio Crespo e Machadinho D'Oeste (N), Theobroma

(L), Buritis (O), Cacaulândia e Monte Negro (S).

Localização: Latitude 09º54'48" Sul, longitude 63º02'27"Oeste e Altitude 142 m.

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Clima: Equatorial quente e úmido

Temperatura: média de 26,3°C, com as máximas de 40°C e mínimas de 16°C.

Pluviometria anual média: 2300 mm (boletim climatológico de Rondônia 2009)

Umidade relativa do ar: média anual 86%.

Área Territorial: 4.426,571 Km²

População geral: 90.353 habitantes

Densidade: 20,41 hab. / Km²

População urbana: 71.415 habitantes

População rural: 21.332 habitantes

População masculina: 45.538 homens

População feminina: 44.816 mulheres

Localização do município de Ariquemes

Figura 07: Localização do município de Ariquemes Fonte: Wikipédia, 2013.

No ano de 1939, a Amazônia via-se envolvida num conflito em função da borracha,

iniciando, o segundo ciclo econômico com reflexos em todos os seringais já existentes. Novos

imigrantes nordestinos surgiram na Amazônia para contribuir com o trabalho na guerra que se

desenrolava na Europa e no Oriente.

Posterior a este período, teve a descoberta da cassiterita em 1958, minério de estanho,

novos contingentes migratórios ocorreram vindos de diversos pontos do país. Os garimpeiros

se estabeleceram em volta do campo de pouso de aeronaves, que escoavam a produção do

minério, centralizaram suas moradias e os estabelecimentos comerciais.

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Um Distrito de forte influência é o Garimpo Bom Futuro, com aproximadamente 2500

habitantes, localizado a 95 km de Ariquemes (Wikipedia, 2013).

ECONOMIA

A economia do município é baseada na agricultura, pecuária e extração vegetal

(madeira). Recentemente, Ariquemes, Vilhena e Porto Velho apareceram na revista Pequenas

Empresas & Grandes Negócios entre as 25 melhores cidades do Brasil para se empreender. A

cidade de Ariquemes foi apontada por ser o primeiro município do interior com a maior

arrecadação estadual, além de ser forte na pecuária, na produção de café, cacau, guaraná e

cereais, sem falar que possui o maior garimpo a céu aberto do planeta. O município reúne

ainda inúmeras indústrias de diversos segmentos, gerando uma economia que é dividida para

uma população que ultrapassa 90 mil habitantes. O comércio de madeira teve grande ênfase

antes da forte fiscalização, diminuindo o fluxo no setor.

A composição econômica de Ariquemes é caracterizada por 64,8% da renda do

município ser originária de serviços, 15,4% da agropecuária, sendo que a indústria responde

por 19,8% da renda.

O município de Ariquemes possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de

0,752; produto interno bruto (PIB) de R$ 1.005.152,23; e uma renda per capita de R$

11.883,90 (IBGE, 2010).

O rendimento médio da população economicamente ativa é de R$ 800,00, estando o

maior número de pessoas na classe de rendimento de 01 até 02 salários mínimos (35,8%),

seguida da classe de até 01 salário (28,5%), entretanto, percebe-se os baixos índices a partir

da que ganha mais de 10 salários mínimos, a exemplo da classe de mais de 30 salários

mínimos com 0,37% da população economicamente ativa (tabela 05). Vale salientar, que o

município possui um índice de 7,4% dessa população sem nenhum rendimento.

Tabela 05: Rendimento Médio da População Economicamente Ativa

Nominal mensal Número de habitantes

Até 01 salário mínimo 12.897

De 01 a 02 salários mínimos 16.166

De 02 a 03 salários mínimos 5.304

De 03 a 05 salários mínimos 3.930

De 05 a 10 salários mínimos 2.581

De 10 a 15 salários mínimos 290

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32

De 15 a 20 salários mínimos 298

De 20 a 30 salários mínimos 186

Mais de 30 salários mínimos 171

Sem rendimento 3.339

TOTAL 45.162

Fonte: IBGE, 2013 (Censo 2010).

PRODUÇÃO AGRÍCOLA

A produção agrícola baseia-se nas culturas relacionadas nas tabelas a seguir, embora

exista divergência quanto a dados referentes a culturas como cajá, açaí, araçá, acerola,

cupuaçu, sendo que segundo dados do IBGE (2012), não atingiram produção em escala para

contabilização. Por outro lado, em nível de município, a Prefeitura Municipal aponta estas

culturas como umas das principais, mesmo sem dados específicos no momento (tabela 06).

Tabela 06. Produção Agrícola Municipal de Ariquemes, Culturas Temporárias

Cultura

Quantidade

produzida (t)

Valor da

produção

(em mil R$)

Área

plantada

(ha)

Área colhida

(ha)

Rendimento médio

(kg por ha)

Abacaxi (frutos) 516 mil frutos 517 30 30 17.200 frutos por ha.

Arroz (casca) 5.600 2.800 2.000 2.000 2.800

Cana-de-açúcar 333 97 6 6 55.500

Feijão (em grãos) 257 346 1.430 1.430 179

Mandioca 12.840 6.420 856 856 15.000

Melancia (frutos) 299 177 20 20 14.950

Milho (em grãos) 2.025 870 1.350 1.350 1.500

Soja (em grãos) 3.645 2.733 1.350 1.350 2.700

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

Tabela 07. Produção Agrícola Municipal de Ariquemes, Culturas Permanentes

Cultura Quantidade

produzida (t)

Valor da

produção (R$)

Produção

plantada

(ha)

Área colhida

(ha)

Rendimento

médio

(kg/ha)

Banana (cacho) 3.100 1.860 310 310 10.000

Borracha (latex

coagulado) 39 83 65 65 600

Cacau (amêndoa) 3.442 17.554 5.138 5.138 669

Café (grão) 3.176 9.258 5.294 5.294 599

Goiaba 8 2 1 1 8.000

Guaraná 1 1 4 4 250

Laranja 12 3 1 1 12.000

Mamão 22 7 1 1 22.000

Maracujá 24 9 2 2 12.000

Urucum (semente) 24 53 20 20 1.200 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

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33

Na tabela 8, alguns dados referentes à produção extrativista do município, destacando

a extração de madeira em tora.

Tabela 08. Produção Extrativista do Município de Ariquemes-RO

Cultura Produção (em ton) Valor (em mil reais)

Açaí (frutos) 1 2

Madeira (em tora) 63.912 m³ 3.452

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

Outro meio de extrativismo no município de Ariquemes é o mineral, a partir da

cassiterita. A maior parte de extração deste mineral aplicado na indústria é extraída do maior

garimpo a céu aberto do mundo (Garimpo de Bom Futuro), que gera muitos empregos e

renda, porém sem valores a serem contabilizados neste momento.

Além disso, conta com 05 (cinco) frigoríficos para abatimento de animais bovinos, 01

para abatimento de suínos e 01 de peixe. Sendo 02 (dois) abatedouros de bovinos legalizados

junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), 02 (dois) com o Serviço de Inspeção Estadual

(SIE) e 01 (um) com Serviço de Inspeção Municipal (SIM), como também o abatedouro para

suíno. O frigorífico de pescados também é legalizado junto ao SIF.

De forma geral, o município de Ariquemes dispõe de 70 agroindústrias registradas, de

acordo com o órgão competente, como por exemplo: a de polpa de frutas no Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e a de produção de rapadura e melado

registrada no SIM. As agroindústrias são das mais diversas áreas da produção agropecuária,

como: produção de rapadura e melado, embutidos, derivados do leite, polpa de frutas, além da

produção de artesanatos.

A comercialização da produção agrícola tem como principal via de consumo, a venda

para atravessadores, os quais determinam os preços dos produtos, comprometendo assim a

renda do produtor. Entretanto, outra opção acessada por alguns beneficiários são os

programas de aquisição de alimento, importantes pela garantia na compra e geração de renda,

sem os riscos da sazonalidade ou perca da produção.

O beneficiamento dos grãos e outros itens produzidos dentro do PA são realizados de

forma parcial no município de Ariquemes, sendo que boa parte ocorre no município de Jaru.

Desta forma, devido à aptidão do estado de Rondônia, muitas das propriedades têm

como principal atividade a pecuária leiteira e de corte, sendo que a de leite é a principal. No

entanto, consta que muitas famílias têm uma atividade paralela à pecuária, como plantio de

café, com fins de alternativa de renda além das demais culturas já citadas.

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34

Café

O sistema de produção do café é baseado em um sistema extrativista. O plantio é

realizado por meio da abertura de covas para plantio das mudas, utilizando-se a mão de obra

familiar e/ou a contratação de mão de obra fora da propriedade.

As variedades mais trabalhadas no estado são o Conilon e o Robusta.

O sistema de produção se baseia no baixo nível tecnológico empregado, na maioria

das áreas cultivadas, com a ausência de práticas como correção e adubação de solo. No geral,

a condução do cafeeiro se caracteriza pela falta de manejo adequado, apresentando excesso de

ramos, que forma ambiente propício para o surgimento de algumas pragas e doenças do

cafeeiro.

Outro fator a se considerar é a idade dos cafezais: geralmente velhos, necessitam de

renovação, com eficiência limitada pela falta de práticas agronômicas, como a correção e

adubação do solo.

A secagem dos grãos é feita em secadores (máquinas) e terreirões de concreto ou de

chão, sendo que o último prejudica a qualidade final dos grãos (em proporções maiores) e

consequente perda do valor final.

Esta produção é vendida diretamente aos atravessadores, que não dão o devido valor à

produção, além do fato de que o produtor às vezes, antes mesmo do cafeeiro vir a produzir,

vende sua futura produção para sanar dívidas.

Mandioca

O cultivo da mandioca (cultura explorada na região, em regime de agricultura

familiar) é feito com ramas do plantio anterior, que podem ser guardadas de um ano para

outro, ou obtidas por troca e até mesmo ganhadas de terceiros. O preparo da terra se resume

em tipo roça de toco e capina, sendo esse cuidado feito apenas após o plantio. O plantio é

manual, consorciado principalmente com a cultura do milho, às vezes realizando-o de forma

solteira. Os principais problemas com a cultura são a falta de trator para preparo da área e

falta de assistência técnica. A maioria da produção obtida fica para subsistência, e quando há

beneficiamento é para a produção de farinha. Porém, a parte aérea da cultura, que é fonte de

proteína, não é utilizada para alimentação animal.

Milho

Para a cultura do milho as sementes utilizadas são na maioria híbridas, sendo

compradas ou remanescentes da safra anterior ou, na maioria das vezes doadas pelo governo

estadual, sendo que neste último caso, logo após a colheita o produtor tem que devolver ao

governo a mesma quantidade adquirida. Essa cultura é explorada desde o regime de

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agricultura familiar até grandes produções, com alta tecnologia empregada e destinada a

diversas formas de uso. Os principais problemas encontrados na agricultura familiar com a

cultura são: falta de máquinas para o preparo do solo, pragas, doenças e a falta de assistência

técnica.

O preparo do solo em pequenas áreas é feito pela maioria com o sistema de roça de

toco. Alguns realizam a gradagem e usam adubação. O plantio de milho é manual, feito de

forma consorciada, principalmente com arroz e mandioca. Uma minoria realiza o plantio de

forma solteira.

Após o plantio, os cuidados com a cultura são a capina e a adubação de cobertura

(uréia e sulfato de amônia). A colheita é feita manual e o produto depois de colhido é

ensacado e guardado em casa, sem nenhuma condição de armazenamento. É usado para o

próprio consumo, comercializado com vizinhos ou em cerealistas.

Nos casos em que a cultura é desenvolvida com emprego da tecnologia, a produção é

imediatamente comercializada ou guardada em armazéns apropriados.

Feijão

O cultivo de feijão em sua maioria é do tipo de arranque; a semente é comprada ou

proveniente do ano anterior e em sua maioria é doada pelo governo estadual, que a recebe de

volta do agricultor após a colheita. O preparo da terra é feito pela maioria com o sistema de

roça de toco, alguns realizam a gradagem e usam adubação. O plantio feito pela maioria é o

solteiro, e a colheita é manual. Após o plantio, o único cuidado com a cultura é a capina. Os

principais problemas com a cultura são: a falta de máquinas para preparar a área, pragas e a

falta de assistência técnica. O produto depois de colhido é ensacado e guardado nas

residências, mas sem nenhuma condição ideal de armazenamento.

A cultura além de usada para subsistência é comercializada atingindo altos preços ao

consumidor final, com valores que alcançam às vezes R$ 7,00 por quilo, como ocorreu no ano

de 2013. Valor este nunca repassado ao produtor, que tem comercializado sua produção, com

quando bem vendida, a R$ 3,50, e isso somente no inicio da safra.

Cacau

O cultivo do cacau é geralmente feito em sistemas agroflorestais, onde inicialmente, a

cultura da bananeira tem fundamental importância no sombreamento.

O plantio é realizado mediante a abertura de covas para plantio das mudas, utilizando-

se a mão de obra familiar e/ou a contratação de mão de obra fora da propriedade.

As variedades mais usadas na região fazem parte de dois grandes grupos genéticos: o

Forasteiro e o Trinitário.

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36

Para incentivo e desenvolvimento desta cultura, existe a Comissão Executiva do Plano

da Lavoura Cacaueira - CEPLAC (órgão do governo federal subordinado ao Ministério da

Agricultura e do Abastecimento), que tem trabalhado na disponibilização de material genético

de produtividade considerável, além da orientação sobre as práticas de manejo. Porém, na

maioria das áreas cultivadas, observa-se a ausência de práticas como correção e adubação de

solo. No geral, a condução do cacaueiro consiste em poda de limpeza (fundamental para

controle de doenças como a vassoura de bruxa) e raleamento da copa buscando maior

luminosidade. Entretanto, o excesso de ramos pela falta de manejo adequado forma um

ambiente propício para o surgimento de algumas pragas e doenças do cacaueiro.

Semelhante à cultura do cafeeiro, a idade das lavouras de cacau são geralmente velhas,

necessitam de renovação, pois estão com eficiência limitada pela falta de práticas

agronômicas como a correção e adubação do solo.

A fermentação é realizada em cochos de madeira entre cinco e seis dias, sendo a

secagem das amêndoas feita comumente na região em barcaças, mas também às vezes no

chão ou em locais improvisados. A secagem artificial é utilizada em grandes centros

produtores de cacau.

A produção é vendida aos atravessadores, que manipulam o preço no comércio,

ficando o produtor sem alternativa, já que não possui estrutura para armazenamento do

produto e venda posterior. A estocagem pode ser feita por até 90 dias, entretanto, se o local

for apropriado.

Banana

Muito utilizada no sombreamento inicial de outras culturas como a do cacau, tem

importância fundamental também na alimentação humana, sendo uma das frutas mais

produzidas no Brasil.

Também é muito cultivada em plantio solteiro, porém a falta de práticas de manejo é

comum na maioria dos cultivos.

A região Norte apresenta excelentes condições de clima e solo para a produção de alto

padrão de qualidade. Em contrapartida, o baixo nível tecnológico, a baixa eficiência na

produção e no manejo pós-colheita afetam a bananicultura na região, resultando em baixa

produtividade e qualidade dos frutos.

O ataque de pragas e doenças na cultura se agrava pela falta de práticas de manejo do

solo, assim como da cultura.

Buscando minimizar os efeitos causados por pragas e doenças, é disponibilizado aos

produtores (por empresas de pesquisa), cultivares resistentes às principais doenças. No

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37

entanto, as cultivares desenvolvidas nem sempre apresentam as mesmas características

desejadas e encontradas em cultivares tradicionais, dificultando sua difusão.

Produção pecuária

O município de Ariquemes é um dos grandes produtores de gado do Estado. A forte

presença do gado de corte e gado leiteiro coloca Ariquemes na 4ª posição do ranking estadual,

dentre os 52 municípios do Estado (IDARON, 2013). Com um rebanho de 442.851 bovinos,

destes 428.263 foram vacinados, apresentando uma taxa de vacinação de 96,71%. Ainda de

acordo com a IDARON (2013), o rebanho bovino de Ariquemes está dividido da seguinte

maneira: bovino de corte com 394.430 cabeças, e bovino de leite com 48.059 cabeças.

O município possui 2.207 propriedades, onde destas 2.129 tem bovídeos e 78

propriedades do total não os possuem (IDARON, 2013).

De forma geral, quanto à pecuária, destacam-se além do rebanho bovino, a criação e

comercialização dos seguintes animais: ovino, caprino, equino, muar, asinino e suíno (Tabela

9), sendo estas as principais fontes de proteínas de origem animal para alimentação,

principalmente local.

Tabela 09. Dados pecuários do município de Ariquemes

Espécie Macho Fêmea No

de propriedades Bovinos* 167.779 275.072 2.129

Ovinos 1.958 4.856 177

Caprinos 151 287 37

Equinos 2.939 2.989 1.404

Muar 929 1.021 394

Asinina 106 42 74

Suínos 2.277 2.716 612

Aves 14.437 65.222 1.287

Fonte: IDARON (2013), antes da campanha de vacinação 2013 da aftosa.

Em relação ao sistema de criação, a tabela 10 traz a quantidade de animais criados no

município, onde se destaca a produção da pecuária bovina e de aves.

Tabela 10. Sistema pecuário e número de animais para o município de Ariquemes-

RO Criações Cabeças

Bovinos 446.471

Equinos 5.733

Bubalinos 351

Asininos 165

Muares 1.826

Suínos 5.780

Caprinos 1.174

Ovinos 6.808

Galos, frangos, frangas e pintos 43.251

Galinhas 35.388

Vacas ordenhadas 11.945

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Leite de vaca (produção quantidade mil litros) 6.673

Leite de vaca (valor da produção mil reais) 3.670

Ovo de galinha (produção quantidade mil dúzias) 159

Ovos de galinha (valor da produção mil reais) 524

Mel de abelha (produção quantidade em Kg) 1.960

Mel de abelha (valor da produção mil reais) 24 Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

Mesmo apresentando extrema relevância no cenário estadual em relação ao rebanho, a

produção leiteira não figura entre as melhores do Estado. Ariquemes tem uma produção diária

média de 43.410 litros e produção média por animal de 4,49 litros, o que coloca o município

na 27ª e 32ª posição no ranking respectivamente.

Dentre os entraves para a produção do leite, destacam-se a falta de capacidade de

suporte (pasto), o ataque de pragas como a cigarrinha das pastagens, e também a degradação

das pastagens, o que diminui o pasto e consequentemente a produção de leite, bem como

interfere no ganho de peso diário para o gado de corte.

Outros detalhes a serem observados são o baixo padrão genético com que ainda é

trabalhado na maioria das propriedades, assim como o tipo de gramínea, sistema de manejo

desta e dos animais e a falta de estrutura nas propriedades também fazem parte de gargalos na

produção.

A comercialização é realizada com a venda para laticínios. A quantidade de

propriedades que comercializa é, em média de 638, sendo que destas, aproximadamente 540

vendem para laticínios. Em média, 427 propriedades comercializam sua produção resfriada,

enquanto que 59 vendem in natura (IDARON, 2013).

Ainda no sistema pecuário, destaca-se a criação de ovinos, suínos e aves, que, na

agricultura familiar, são produzidos em pequena escala para consumo da própria família, bem

como para venda no entorno e raramente no comércio local de Ariquemes.

Piscicultura

É uma atividade que teve nos últimos anos grande expansão no município de

Ariquemes assim como no Estado, sendo comum encontrar os sistemas de criação extensivo,

semi-intensivo e intensivo.

Estes sistemas levam em consideração o controle dos parâmetros físico-químicos da

água, bem como o uso de arraçoamento, taxa de povoamento entre outros, sendo estes

sistemas o extensivo, o semi-intensivo e intensivo.

O sistema extensivo é muito utilizado por pequenos produtores em pequenas áreas de

espelho de água, onde não se utiliza arraçoamento e quando utiliza, a alimentação dos peixes

é à base de subprodutos agrícolas, obtendo-se uma baixa produtividade. Esse sistema também

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é empregado em grandes represas, onde se faz o povoamento com grande quantidade de

alevinos para compensar perdas, sendo a retirada do peixe através da pesca tradicional de

pequena ou grande escala. Nestes casos, não há controle de parâmetros físico-químicos da

água, na qual a produtividade é medida de acordo com capacidade de suporte do corpo

d’água.

O sistema semi-intensivo é o mais utilizado no Brasil, onde é aplicada alguma

tecnologia de criação, como: viveiros-berçários, ração comercial e certo nível de controle da

qualidade da água. Neste sistema a produtividade é maior que o sistema extensivo.

O sistema intensivo, muito empregado na criação principalmente de tilápia, já está se

estendendo para demais espécies. Este sistema tem como característica principal a utilização:

a) em terra - de pequenos tanques com alta densidade de estocagem e alta renovação de água;

b) em lagos, açudes e reservatórios de hidrelétricas – de tanques-rede e gaiolas. Com o

sistema intensivo pode-se obter alta produtividade, com produção às vezes de 30, 60 ou mais

Kg por m3.

O sistema extensivo e semi-intensivo é comum nas áreas de reforma agrária, enquanto

que em áreas maiores, no Município, por exemplo, trabalham-se áreas em sistemas intensivos.

Salienta-se que existem disponíveis linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal

para investimento no setor agropecuário. No entanto, essa linhas são liberadas de acordo com

a elaboração de projetos técnicos, além da apresentação de documentação do proponente,

assim como do imóvel rural. Essa exigência é o principal entrave em diversas áreas do

Município, haja vista que até os dias atuais, este possui diversas áreas em regularização.

Com isso, parte dos assentados do PA alega haver a necessidade de trabalhar fora da

sua propriedade para conseguir complementar sua renda, garantindo melhores condições para

sua família, ou pelo menos, levantar recursos para investir em sua própria parcela.

INFRAESTRUTURA

O município de Ariquemes (sede do Território Vale do Jamari), tem o maior parque

industrial do Território, consequentemente, o comércio da região está concentrado neste

Município, de acordo com o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do

Território Rural Vale do Jamari-RO (2006). Isto ocorre devido a sua localização geográfica

em relação aos outros municípios do Território.

Em Ariquemes, neste ano, existiam 910 empresas comerciais e de serviços, sendo

também o terceiro em concentração de indústrias, totalizando 233, distribuídas da seguinte

forma: indústria de madeiras e artefatos (77), indústria de produtos alimentícios e de bebidas

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(33), indústria de produtos cerâmicos e outros minerais não metálicos (16), indústria de

móveis (15), indústria da construção (23), indústria de confecções (7), indústria gráfica (6),

indústria extrativa de minerais não metálicos (7), indústria de produtos minerais metálicos

(12), indústrias diversas (37).

Dados da FIERO (2011) apontam que o crescimento populacional causado pelas

oportunidades em Ariquemes ampliará a industrialização e o comércio.

Segundo o Cadastro Central de Empresas 2011 (IBGE, 2013), o número de unidades

locais no município é de 2059 (empresas atuantes – 2001), demonstrando crescimento.

Ainda para o município, está em andamento a construção de 3 Pequenas Centrais

Hidrelétricas (PCH), sendo uma no município de Monte Negro (divisa), com capacidade

prevista de 54 megawatts, com projeção de consumo para Ariquemes.

No município, funciona o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, além de

existir o Projeto de Desenvolvimento Sustentável de Ariquemes.

Os órgãos, empresas e instituições existentes no município, e que de alguma forma

colaboram para o desenvolvimento do PA, são:

Órgão Municipal: Câmara Municipal, Prefeitura Municipal, Hospitais municipais,

secretarias municipais, escolas e creches municipais, Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Órgão Estadual: IDARON, EMATER-RO, SEDAM, Ministério Público, Tribunal de

Contas, Defensoria Pública, Fórum, DETRAN, AGEVISA, SEDUC, SESAU, SEFAZ,

SEFIN, DER.

Órgão Federal: CEPLAC, INCRA, INSS, IBAMA, UNIR, ANVISA.

Rede Bancária: Banco da Amazônia (01 agência), Banco do Brasil (02), Caixa Econômica

Federal (01), Banco Itaú (01), Banco Bradesco (01), Banco HSBC (01).

Alternativas de investimento na área agropecuária:

- Políticas Públicas Estaduais (Água produtiva, Terra produtiva, fundo PROLEITE, entre

outros);

- Políticas Públicas Municipais (Patrulha mecanizada, PROVE (Programa Verticalização

da Pequena Produção Agrícola)), entre outros;

- Crédito rural (Banco da Amazônia e Banco do Brasil);

- Banco do Povo

Alternativas de investimento na agroindústria:

- Políticas Públicas Estaduais (PNAE);

- Políticas públicas Municipais (PAA, PROVE (Programa Verticalização da Pequena

Produção Agrícola)), entre outros;

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41

- Crédito rural (Banco da Amazônia e Banco do Brasil);

- Banco do Povo

Iniciativas privadas existentes:

COOPERMAR, Supramax, Amazonutri, COOPARI, Zaltana Pescados, Dallas, COAPRAV.

Fomento à produção agrícola:

EMATER-RO, Secretaria Municipal e Estadual da Agricultura, CEPLAC.

SAÚDE

No Estado de Rondônia, segundo informações contidas no Cadastro Nacional dos

Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), estão cadastrados 1.922 tipos de

estabelecimentos de saúde, dos quais 104 estão inseridos no município de Ariquemes.

Conforme o CNES, o município de Ariquemes apresenta cinco estabelecimentos de

saúde que foram desativados no ano de 2011 e, dentre os 104 estabelecimentos que estão

cadastrados, os atendimentos prestados são no total de 109 tipos: 38,53% (42 tipos) desse são

por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS) e os demais pelo convênio particular,

planos e seguros.

Estão inclusos nos 104 estabelecimentos: Centros de Regulação de Serviços de Saúde,

de Regulação Médica das Urgências, de Apoio à Saúde da Família, de Hemoterapia e ou

Hematologia, de Atenção Psicossocial, de Saúde/Unidade Básica, Clínica/Centro de

Especialidade, Consultório Isolado, Farmácia, Hospital Geral, Policlínica, Secretaria de

Saúde, e as Unidades de Apoio Diagnose e Terapia, de Vigilância em Saúde, Unidade Móvel

de Nível Pré-hospitalar na área de Urgência e Móvel Terrestre. Sendo os estabelecimentos de

esfera administrativa pública (estadual e municipal) e privada, apresentando-se em dois deles

de esfera administrativa estadual, 34 municipal e 68 de administração privada. Em termos de

atendimento, predomina o por demanda espontânea e referenciada. O atendimento no

Município abrange também a população de seu entorno.

Consolidando os níveis de hierarquia dos estabelecimentos do município, podemos

representá-los no quadro a seguir:

Quadro 01. Níveis de hierarquia dos estabelecimentos de saúde de Ariquemes DESCRIMINAÇÃO TOTAL

Baixa-M1 e M2. Estabelecimentos de saúde que realizam além dos procedimentos

previstos nos níveis de hierarquia 01 e 02. Efetua primeiro atendimento hospitalar, em

pediatria e clínica médica, partos e outros procedimentos hospitalares de menor

complexidade em clínica médica, cirurgia, pediatria e ginecologia/obstetrícia.

01

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42

Média-M2 e M3. Estabelecimento nível de saúde ambulatorial que realiza

procedimentos de média complexidade definidos pela Norma Operacional de

Assistência a Saúde (NOAS) como de 2º nível de referência – M2 e/ou de 3º nível de

referência – M3.

73

Média-M3. Estabelecimento de saúde que realiza procedimentos hospitalares de média

complexidade. Realiza procedimentos previstos nos estabelecimentos de níveis de

hierarquia 02 e 03, abrangendo Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT)

ambulatorial de alta complexidade.

01

Alta HOSP/AMB. Estabelecimento de saúde que realiza procedimentos de alta

complexidade no âmbito hospitalar e ou ambulatorial.

07

Média-M2 e M3. Realiza procedimentos previstos nos de níveis de hierarquia 02 e 03,

além de procedimentos hospitalares de média complexidade. Por definição enquadram-

se neste nível hospitais especializados.

02

Alta AMB. Capacitado a realizar procedimentos de alta complexidade definidos pelo

Ministério da Saúde.

05

Média-M1. Realiza procedimentos de meia complexidade definidos pela NOAS como

de 1º nível de referência – M1.

12

Fonte: CNES-DATASUS, 2013.

Apresenta um potencial de 227 tipos de leitos, sendo 62,11% destinado à área

clínico/cirúrgico e mais 39 tipos complementares.

Dentre o atendimento aos serviços de saúde no município de Ariquemes, encontram-se

152 especialidades disponibilizadas pelo setor público (quadro 02), distribuídas da seguinte

forma:

Quadro 02. Especialidades pelo convênio público DISCRIMINAÇÃO TOTAL

-Serviço de diagnóstico por laboratório clínico 21

-Serviço de diagnóstico por imagem 17

-Serviço de atenção ao pré-natal, parto e nascimento 15

-Serviço de diagnóstico por métodos gráficos dinâmicos 11

-Estratégia de saúde da família

-Serviço de fisioterapia

-Serviço de vigilância sanitária

09/cada

-Serviço de atenção à saúde reprodutiva

-Regulação assistencial dos serviços de saúde

06/cada

-Serviço de atendimento móvel de urgências 05

-Serviço de hemoterapia

-Serviço de farmácia

-Serviço de endoscopia

04/cada

-Serviço de diagnóstico por anatomia patológica e ou citopatológica

-Serviço de atenção em saúde bucal

-Serviço de oftalmologia

03/cada

-Serviço de traumatologia e ortopedia

-Serviço de videolaparoscopia

-Serviço de reabilitação

-Serviço de nefrologia/urologia

-Serviço de atenção domiciliar

-Serviço de atenção ao paciente com tuberculose

02/cada

-Estratégia de agentes comunitários de saúde

-Serviço de atenção a DST/HIV/AIDS

-Serviço de atenção psicossocial

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-Serviço de cirurgia reparadora

-Serviço de controle de tabagismo

-Serviço de urgência e de emergência

-Serviço de apoio à saúde da família

-Serviço de atenção integral em hanseníase

-Serviço de cuidados intermediários

-Cirurgia vascular

-Hospital dia

01/cada

Fonte: CNES-DATASUS, 2013.

EDUCAÇÃO

A rede de ensino do município envolve escolas municipais, estaduais e federais,

sendo estas: creches, ensino infantil, fundamental, médio e profissionalizante, além de

instituições de ensino superior, como apresentado nos quadros 03, 04, 05 e 06 a seguir.

Quadro 03: Escolas municipais (total de 27 escolas)

Escola Dependência

administrativa

Localização/

Zona da escola

Centro Municipal de Educação Infantil Arikem Municipal Urbana

Centro Municipal de Educação Infantil Balão Mágico Municipal Urbana

Centro Municipal de Educação Infantil Criança Feliz Municipal Urbana

Centro Municipal de Educação Infantil Madre Tereza de

Calcutá Municipal Urbana

Centro Municipal de Educação Infantil Sonho de Criança Municipal Urbana

E M E I E F Chapeuzinho Vermelho Municipal Urbana

E M E I E F Profª Eva dos Santos de Oliveira Municipal Urbana

EMEF Dr. Dirceu de Almeida Municipal Urbana

EMEF Ireno Antonio Berticelli Municipal Urbana

EMEF Paulina Mafini Municipal Rural

EMEF Profº Venâncio Kottwitz Municipal Urbana

EMEF Ulisses Guimarães Municipal Rural

EMEFM Aldemir Lima Cantanhede Municipal Urbana

EMEFM Magdalena Tagliaferro Municipal Urbana

EMEFM Mário Quintana Municipal Urbana

EMEIEF Arco-Íris Municipal Rural

EMEIEF Henrique Dias Municipal Rural

EMEIEF Jorge Teixeira Municipal Urbana

EMEIEF José de Anchieta Municipal Rural

EMEIEF Mafalda Rodrigues Municipal Rural

EMEIEF Padre Ângelo Spadari Municipal Rural

EMEIEF Pingo de Gente Municipal Urbana

EMEIEF Profº Levi Alves de Freitas Municipal Urbana

EMEIEF Profº Pedro Louback Municipal Urbana

EMEIEF Roberto Turbay Municipal Urbana

EMEIEF Sonho Meu Municipal Urbana

EMEIEF Vinicius de Moraes Municipal Rural Fonte: IBGE, 2012.

Quadro 04: Escolas estaduais (total de 10 escolas)

Escola Dependência

administrativa

Localização/

Zona da escola

CEEJA Ariquemes Estadual Urbana

EEEF Albina Marcio Sordi Estadual Urbana

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EEEFM Anísio Teixeira Estadual Urbana

EEEFM Cora Coralina Estadual Urbana

EEEFM Francisco Alves Mendes Filho Estadual Urbana

EEEFM Heitor Villa Lobos Estadual Urbana

EEEFM Jardim das Pedras Estadual Urbana

EEEFM Professora Carmem Ione de Araujo Estadual Urbana

EEEFM Ricardo Cantanhede Estadual Urbana

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Migrantes Estadual Urbana Fonte: IBGE, 2012.

Quadro 05: Escolas particulares (total de 13 escolas)

Escola Dependência

administrativa

Localização/

Zona da escola

Associação Comunitária da Creche Moranguinho Privada Urbana

Centro Educacional Fênix Privada Urbana

Centro Educacional Monteiro Lobato Privada Urbana

Centro Educacional Sesc Ariquemes Privada Urbana

Colégio Ágape Privada Urbana

Colégio Dinâmico Educação Básica Privada Urbana

Colégio e Escola Técnica Faar Privada Urbana

Colégio Pré Universitário Privada Urbana

Creche Pré Escola Duque de Caxias Privada Urbana

Epei Castorzinho Privada Urbana

Escola Adventista de Ariquemes Privada Urbana

Escola de Educação Infantil Renascer Privada Urbana

Inst. Educ. Isolino Cardoso de Andrade Privada Urbana

Fonte: IBGE, 2012.

Quadro 06: Instituições de Ensino Superior

Instituições Dependência

administrativa

Localização/

Zona da escola

Universidade Federal de Rondônia /UNIR Pública Urbana

Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR) Privada Urbana

Faculdades Associadas de Ariquemes (FAAR) Privada Urbana

Faculdades de Educação e Meio Ambiente (FAEMA) Privada Urbana

Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Rondônia * Pública Urbana

Universidade Norte do Paraná/UNOPAR Privada Urbana

Fonte: IBGE, 2012.

*Ensino Médio (profissionalizante) e Ensino Superior (dependências urbana e rural).

De acordo com o IBGE (2012), a população residente alfabetizada era de 75.423

pessoas, sendo que a residente que frequentava creche ou escola, de 29.045 pessoas. A

matrícula no Ensino Médio no ano de 2012 foi de 4.196 alunos.

As crianças do PA têm acesso a EMEIEF Mafalda Rodrigues, localizada

aproximadamente a 15 km, vinculada a esta, a escola multisseriada Silvio Rodrigues, que está

dentro dos limites do PA 14 de Agosto Fase II.

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A ESTRATIGRAFIA INDICA AS SEGUINTES UNIDADES GEOLÓGICAS

Hidrografia – A rede hidrográfica do Estado de Rondônia é representada pelo Rio Madeira e

seus afluentes, que formam sete sub-bacias significativas para o Estado, são elas: Rio

Madeira, Rio Abunã, Rio Mamoré, Rio Guaporé, Rio Jamari, Rio Machado ou Ji – Paraná e

Rio Roosevelt. (SEDAM, 2001). O Rio Jamari possui 530 km de extensão, largura média de

150 m, cujas águas formam o maior lago artificial de Rondônia em função da Usina

Hidrelétrica de Samuel com 216 Mw de potência instalada.

A malha hídrica do município de Ariquemes é rica em cursos d’água, tendo como

principal o Rio Jamari e seus afluentes: os Rios Massangana, Rio Branco e Canaã (todos

navegáveis para pequenas embarcações e para atividade pesqueira), além de pequenos

igarapés que cortam o município em diversos pontos.

Além da navegação, a importância do Rio Jamari se estende pela construção da

primeira Usina Hidrelétrica do Estado, UHE de Samuel, estando este rio subdividido em

quatro sub-bacias.

No município, além das sub-bacias do Alto e Baixo Jamari, está localizada parte da

Sub-bacia do Rio Machadinho (afluente do Rio Machado).

Dentre as formas de uso dos recursos hídricos, podemos citar o abastecimento público,

geração de energia elétrica, via de acesso, atividades industriais e de mineração, navegação,

turismo, lazer, e na agricultura - a irrigação.

Em qualquer forma de uso é fundamental que haja viabilidade econômica, social e

ambiental, sendo estas características atestadas por projetos específicos, baseados em estudos

multidisciplinares.

Solos

A geologia no município de Ariquemes é composta por terrenos cristalinos e

sedimentares. Os grupos de solos existentes são: Latossolo vermelho amarelo e Latossolo

amarelo e os Podzólicos vermelho-amarelo álico; Litolítico; (reenquadrados como Argissolos,

de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 2006. 2º Ed.).

O município de Ariquemes é representado em 90% da área por solo podzólico

vermelho–amarelo e Latossolo – vermelho-amarelo, solo estes quimicamente pobres,

apresentando acidez elevada, com valores baixo de pH, altos teores trocável, baixo teores de

soma e saturação de bases e valores altos de saturação por alumínio, necessitando de

aplicação de corretivos e adubos organominerais para melhorar as condições químicas destes

e aumentar a produtividade das culturas (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais-

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CPRM). Contudo, há presença de afloramentos rochosos, os quais podem ser utilizados para

atividades diversas na construção civil.

Relevo

O relevo está inserido nas depressões da Amazônia meridional e nos planaltos

residuais da Amazônia. A altimetria é baixa, alcançando os 146 metros no centro da cidade e

um máximo de 530 metros no interior oeste do município.

Vegetação

A vegetação foi classificada com base no projeto RADAMBRASIL (1982). A

Predominância é de Florestal Ombrófila Aberta, dividida em duas subformações: a Floresta

Ombrófila Aberta de Terras Baixas e a Floresta Ombrófila Aberta Submontana.

Fauna

A fauna do Estado está entre as mais ricas e representativas do Brasil. A sua

diversidade decorre, principalmente, de dois fatores: localização geográfica do Estado - no

sudoeste da Amazônia brasileira -, e variedade de ambientes e características físicas dessa

unidade federativa. O fato de Rondônia apresentar uma variedade de solos e de tipologias

vegetais, com florestas densas e abertas, cerrados e campos, além do relevo bastante

diversificado e uma significativa rede de drenagem, em sua quase totalidade perenes,

contribui para a diversidade das espécies encontradas no Estado. E as diversas relações da

fauna com a vegetação, como um todo, possibilita que a mesma exerça várias funções na

conservação dos ecossistemas de Rondônia, entre as quais, as de moderadores de população

(competição ou predação), transportadores de nutrientes e dispersão de sementes e

polinização.

De forma geral, a fauna já sofreu ação antrópica quando foi dizimada ou afugentada

para outros locais de mais fácil sobrevivência. As explorações contribuíram de forma

considerável para afugentação da fauna já referida. Poucos representantes que, de certa forma

se adaptaram aos ruídos, pertencem à classe dos répteis, roedores e pássaros, que,

paulatinamente frequentam as adjacências e áreas remanescentes de reservas.

Desse modo, o uso da terra no meio rural está baseado na pecuária e agricultura, sendo

o setor industrial concentrado no meio urbano.

Zoneamento Sócioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia, (ZSEE-RO)

O ZSEE Estado de Rondônia, (2º aproximação) aprovado pela Lei Complementar nº

233 de 06 de Junho de 2000, alterada pela Lei Complementar nº 312 de 06 de Maio de 2005,

tem por objetivo orientar a implementação de medidas de elevação do padrão socioeconômico

das populações, por meio de ações que levem em conta as potencialidades, as restrições de

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uso e a proteção dos recursos naturais, permitindo que se realize o pleno desenvolvimento das

funções sociais e do bem-estar de todos, de forma sustentável.

Num contexto geral, o estado é dividido em três zonas, que por sua vez são

subdivididas em subzonas. O município de Ariquemes caracteriza-se por situar-se

basicamente na zona 1, mais especificamente nas subzonas 1.1 e 1.2.

A subzona de maior predominância no município é a subzona 1.1 (figura 08), estando

toda a área do PA 14 de Agosto Fase II, incluída nesta subzona.

Figura 08. Ilustrativo de localização do município de Ariquemes

Fonte: SEDAM, 2009.

5 - DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

5.1 - Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA

5.1.1 - Relevo

O relevo do PA se baseia em três classes, de acordo com laudo agronômico de

fiscalização expresso no quadro a seguir:

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Quadro 07. Classes de Relevo e de Declividade Existentes no Imóvel

Classes de Relevo Classes de Declividade (%) Percentagem da Área do Imóvel

Descrição

Plano 0 – 2 70 %

Suave ondulado 2 – 8 30%

Ondulado 8 - 20

Fortemente ondulado 20 – 45 100% Fonte: Avaliação do Imóvel Rural – São Sebastião (INCRA, 2008).

5.1.2 - Solos

De acordo com a avaliação do imóvel rural (INCRA, 2008), baseado no RADAM

BRASIL, os solos do PA (tabela 11) se classificam da seguinte forma:

LVd3 – Associação de LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO textura

argilosa com cascalho, fase floresta equatorial subperenifólia + PODSÓLICO VERMELHO-

AMARELO ÁLICO, latossolo textura média/argilosa, fase floresta equatorial subperenifólia

com babaçu + PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO, latossolo textura

argilosa com cascalho/muito argilosa cascalhenta, fase floresta equatorial subperenifólia com

babaçu, todos com moderado relevo suave ondulado e ondulado.

Tabela 11. Resumo das classes de solos do PA

TIPO %

LVd3 100,0

TOTAL 100,0

Fonte: Avaliação do Imóvel Rural – São Sebastião (INCRA, 2008).

O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) mantém a mesma estrutura geral,

incorpora mudanças, redefinições, correções nas classes de solo. As mudanças relevantes no novo

Sistema de Classificação de Solos, a partir de 1999 envolveram: revisão geral de conceitos, Estrutura

Hierárquica, Novos Atributos e Horizontes Diagnósticos, Nova Estrutura, Níveis Categóricos, Chave

de Classificação e Nova Nomenclatura. Por exemplo, o agrupamento de SOLOS ALUVIAIS +

LITÓLICOS + AREIAS QUARTZOSAS + REGOSSOLOS, reconhecidos no sistema anterior,

passaram a constituir a Ordem NEOSSOLOS no novo sistema. Em outro caso, os antigos

PODZÓLICOS VERMELHO - AMARELOS foram desmembrados em ARGISSOLOS,

ALISSOLOS, NITOSSOLOS e LUVISSOLOS (exemplos de reestruturação).

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5.1.3 Recursos Hídricos

O Projeto de Assentamento 14 de Agosto Fase II está situado na Sub-bacia do Rio

Jamari conforme Mapa A1 (em anexo), com uma malha hídrica (águas superficiais) discreta,

baseada em um único corpo hídrico.

No entanto, de acordo com o levantamento feito pela equipe técnica (cadastro da

unidade familiar, INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013), há dados de outros

igarapés/pequenos rios no local, os quais são permanentes com algumas nascentes

intermitentes. O uso atual destes recursos se baseia na utilização doméstica e dessedentação

de animais.

Observa-se ainda que não apresenta a APP preservada como determina a legislação,

sendo um passivo a ser trabalhado também de acordo com a legislação (recentemente

alterada) no licenciamento da propriedade rural, assim como licenciamento de atividades.

O uso de irrigação na agricultura ainda é restrito a práticas com uso de regador, mas

no geral, o PA tem grande potencial para a agricultura irrigada (aptidão dos solos e

disponibilidade de água) em virtude de fatores como a comercialização garantida por

programas governamentais durante o ano todo (acessado por beneficiários) e o mercado de

Jaru, também como destino no escoamento da produção.

5.1.4 Flora

Sendo a vegetação local constituída por floresta tropical, com árvores de grande porte,

entre as espécies arbóreas de maior interesse comercial que ainda existem no PA, é destacado

o Ipê amarelo (Tabebuia serratifolia), a Castanheira (Bertholletia excelsa), Cedro (Cedrella

odorata), Seringueira (Hevea brasiliensis e H. guianensis).a Cerejeira (Torresia acreana), o

Roxinho (Peltogine paniculata), o Angelim pedra (Diniza excelsa) e a Faveira (Parkia

pendula), além de palmáceas como: o Babaçu (Orbgynia phalerata), Patuá (Jessenia

batauna), algumas plantas de Bacuri (Platonia insignis) em alguns pontos, dentre outras.

A conservação da vegetação natural se limita a pequenas áreas dentro das

propriedades, estas já exploradas (retirada das espécies de maior valor econômico) pelo setor

madeireiro.

Outro fator que contribuiu para a eliminação das matas na região foi à destinação das

áreas para agricultura ou pastagem (derrubada e queima com posterior implantação das

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culturas). No caso da agricultura com baixo nível tecnológico, ao cair a fertilidade natural dos

solos, novas áreas passavam a ser destinadas para o cultivo e assim sucessivamente.

5.1.5 Fauna

Assim como a flora, a fauna está entre as mais ricas do país. Já sofreu ação antrópica

quando foi dizimada ou afugentada para outros locais de fácil sobrevivência. Dentre as causas

estão às explorações pelas madeireiras e o setor da pecuária (diminuição das áreas de matas).

Mesmo assim, alguns representantes que, de certa forma se adaptaram aos ruídos,

pertencem à classe dos répteis, roedores e pássaros, que frequentam as adjacências e matas

remanescentes, além de espécies de peixes comuns aos igarapés do local, sendo no geral os

seguintes animais:

Mamíferos: paca (Cuniculus paca); veado (V. cervídeos.); cateto (V. caititu); macacos

(Cebus sp); queixada (Tayassu sp); tatu (Euphractus sp ); cutia (Dasyprocta sp); capivara

(Hydrochoerus sp), dentre outros.

Aves: periquitos (Melopsittacus sp); papagaios (Pionus sp); arara-vermelha (Ara

chloroptera); arara-amarela (Ara ararauna) e jacu (Neomorphus sp).

Peixes: cará (Oreochromis sp); lambari (Astianax sp); piau (Leporinus sp); mandi (Pimelodus

spp); cascudo (Hypostomus punctatus); traíra (Hoplias malabaricus), etc.

Espécies vetores estão presentes diante do histórico de saúde familiar citado no ato do

cadastramento (INCRA/EMATER-RO, CRT RO. 0011.000/12, 2013), a exemplo de malária,

leishmaniose, doença de chagas, entre outras.

Outros insetos são comuns por todas as áreas como abelhas, vespas e mariposas, com

funções na polinização, no controle de outras populações quando em desequilíbrio, e combate

a insetos pragas, respectivamente.

5.1.6 Uso do solo e cobertura vegetal

O uso do solo se baseia em pastagem praticamente do gênero das braquiárias

(Brachiária brizanta), além do uso na agricultura. Outra ocupação representativa são as

vegetações secundárias (áreas de capoeira) e em menor escala, as matas e APP’s.

No Mapa A2 (em anexo), as áreas antropizadas equivalem a 68,51% da área total do

PA, enquanto que a vegetação nativa ocupa 31,49%. O solo é do tipo PODZÓLICO,

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apresentando aptidão agrícola restrita para lavouras em pelo menos um dos níveis de manejo

A, B ou C.

O modelo de exploração até então utilizado é baseado no extrativismo do solo (sem

correção nem adubação, levando à escassez de nutrientes e consequentes surgimento de

deficiências nutricionais, além do ataque de pragas), o qual tem contribuído para o uso de

agrotóxicos.

De acordo com o cadastramento das unidades familiares (INCRA/EMATER-RO,

CRT. RO 0011.000/12,2013), somente 06 famílias utilizam agrotóxicos, sendo que três dessas

famílias também se utilizam de práticas agroecológicas.

Considerando ainda o cadastramento realizado, as áreas por cultura/atividade

relatadas pelos assentados se distribuem conforme exposto na tabela 12.

Tabela 12. Ocupação das áreas do PA

Ocupação ÁREA (HÁ)

Pastagem 124

Capoeira 20,9

Cacau 6,8

Café 28,5

Milho 11,8

Feijão 6,3

Mandioca 0,3

Pupunha 4,0

Cupuaçu 0,8

Reserva Legal 106,5

Outras 10,76

Total 320,5* Fonte: Cadastro EMATER-RO/INCRA, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

*A área total considera o levantamento em 22 parcelas sem contar a área social e APP’s.

5.1.7 Reserva Legal e Área de Preservação Permanente

O PA 14 de Agosto Fase II não tem reserva em bloco, devendo esta ser individual

dentro das parcelas de acordo com legislação vigente.

A área de mata nativa atual de acordo com as informações dos assentados (cadastro

INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12,2013) é de 106,5 ha, a qual representa

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aproximadamente 34% da área do PA. Valor este pouco superior ao apresentado no Mapa A2

(em anexo), que é de 31,49%.

A ausência de mata ciliar como visto no Mapa A2, ocorre em virtude de uma ocupação

semelhante ao que ocorreu em todo o Estado, onde a retirada destas ocorriam para

implantação de pastagem e lavouras, sem orientação técnica neste período, como também

aliada a uma política de colonização. Entretanto, no que refere às “beiras de rios”, os

beneficiários não apresentam resistência quanto ao isolamento da área.

Todavia, são poucos os assentados que relataram interesse em recuperar essas áreas,

afirmando aguardar definições gerais do novo Código Florestal (LEI N° 12.651, DE 25 DE

MAIO DE 2012), o qual não foi aprovado na íntegra, apresentando alterações referentes à

Reserva Legal e APP’s para a agricultura familiar (até 04 módulos fiscais), considerando o

Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Rondônia.

Desta forma, atualmente a adequação às normas vigentes estão condicionadas à

implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), aliada a uma política de

conscientização, inclusive com incentivos e prazos de adequação à lei, descritos no próprio

Código Florestal.

5.1.8 Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas

No PA, destaca-se a agricultura com cultivos de café, cacau, culturas anuais, além de

Sistemas Agroflorestais como banana, açaí, pupunha e áreas de pastagens.

Como mostrado no Mapa A3 (em anexo), o PA 14 de Agosto Fase II se localiza no

limite do município de Ariquemes, encontrando-se em área de vegetação classificada como

Floresta Ombrófila Aberta (Floresta de transição). Ainda apresenta a hidrografia e percentuais

de área explorada (68,51%) e vegetação nativa (31,49%).

O relevo em praticamente 70 % situa-se entre plano e 30 % suave ondulado e assume

características bastante semelhantes quanto à vegetação e fertilidade do solo.

Como já mencionado, a ausência de mata ciliar em alguns pontos, devido ao uso com

pastagens e ou agricultura, se traduz em um passivo ambiental preocupante.

De acordo com a legislação ambiental, que permite a utilização de áreas antropizadas

(já consolidadas), nota-se a aptidão de algumas áreas para piscicultura, existindo ainda

potencial para utilização na agricultura (irrigação).

A região embora apresente problemas de ataque de pragas e ou baixa produção devido

à acidez do solo (dentre outros problemas), tem aptidão para cultivos de milho, arroz,

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mandioca, abacaxi, coco, açaí, caju, melancia, cana-de-açúcar, urucum, além das principais

cultivadas como, cacau, café e outras atividades como piscicultura, avicultura,

reflorestamento e/ou sistemas agroflorestais, etc.

5.1.9 Capacidade de Uso do Solo

A capacidade de uso de solo é classificada segundo vários sistemas, sendo um deles o

sistema americano de classificação da capacidade de uso, que estabelece várias categorias. A

categoria mais elevada e subdivisão mais genérica compreendem dois grupos: terras

recomendadas para cultivo e terras não recomendadas para cultivo. As categorias mais baixas

são: classe de capacidade, subclasse de capacidade e unidade de capacidade. As classes

variam de I a VIII, de acordo com o grau de limitação. As subclasses indicam o fator limitante

e, consequentemente, os principais problemas de conservação relacionados com o solo (s),

erosão (e), drenagem (d) e clima (c). As unidades de capacidade permitem um agrupamento

específico de solos similares, dentro de cada subclasse de capacidade. Elas se referem

principalmente ao tratamento dado ao solo, de modo a superar as limitações de uso e permitir

uma produção sustentável.

Este sistema é base para vários outros sistemas, inclusive o brasileiro de classificação

da capacidade de uso do solo. De acordo com a avaliação do imóvel (INCRA, 2008), o PA

possui as classes III, IV e VIII, como retrata a figura 09.

QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DAS CLASSES

DISCRIMINAÇÃO % ÁREA ÁREA (ha)

I –Lavoura sem restrições

II – Lavoura com práticas simples

III – Lavoura com práticas intensas 85 444,8242

IV – Lavoura esporádica e pastos 13 68,0319

V – Pastagens sem restrições

VI Pastagens com práticas simples

VII- Pastagens com florestas intensas -

florestas

VIII- Abrigo da vida silvestre 2 10,4666

Total das áreas de aproveitamento Figura 09. Classes de capacidade de uso das terras do PA

Fonte: Avaliação do Imóvel Rural São Sebastião (INCRA, 2008).

Ainda de acordo com avaliação do imóvel (INCRA, 2008), o PA apresenta-se com a

seguinte classificação:

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2 (a) bc – Terras que apresentem classe de aptidão restrita sob o sistema de manejo A

e classe de aptidão regular sob o sistema de B e C.

Observa-se no Mapa A4 (em anexo), a exploração concentrada na parte frontal das

parcelas, correspondente a 68,51% da área do PA (Áreas antropizadas/produtiva/pastagem),

além da distribuição da rede hidrográfica e via de acesso pela Linha vicinal C-19(Rodovia não

pavimentada).

Segundo o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (Ramalho Filho &

Beek, 1995), a classificação é indicada através das letras A, B e C, que podem aparecer

escritas de diferentes formas, na simbologia da classificação, conforme as classes de aptidão

em que se apresentem as terras, em cada um dos níveis adotados. Sendo para este sistema o

seguinte:

Nível de manejo A (Primitivo) - baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível

técnico-cultural. Praticamente não há aplicação de capital para manejo, melhoramento e

conservação das terras e das lavouras. As práticas agrícolas dependem fundamentalmente do

trabalho braçal, podendo ser utilizada alguma tração animal com implementos agrícolas

simples.

Nível de manejo B (Pouco desenvolvido) - caracterizado pela adoção de práticas agrícolas

que refletem um nível tecnológico intermediário. Baseia-se em modesta aplicação de capital e

de resultados de pesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições das terras

e das lavouras. As práticas agrícolas, neste nível de manejo, incluem calagem e adubação com

NPK; tratamentos fitossanitários simples; e mecanização com base na tração animal, ou na

tração motorizada, apenas para desbravamento e preparo inicial do solo.

Nível de manejo C (Desenvolvido) - baseado em práticas agrícolas que refletem um alto

nível tecnológico. Caracteriza-se pela aplicação intensiva de capital e de resultados de

pesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições das terras e das lavouras.

A motomecanização está presente nas diversas fases da operação agrícola.

Nesta classificação, referente à pastagem plantada e à silvicultura, está prevista uma

modesta aplicação de fertilizantes, defensivos e corretivos, que correspondem ao nível de

manejo B. Para a pastagem natural, está implícita uma utilização sem melhoramentos

tecnológicos, condição que caracteriza o nível de manejo A.

Quanto aos grupos de aptidão agrícola, o autor faz referência como sendo “um artifício

cartográfico, que identifica no mapa o tipo de utilização mais intensiva das terras, ou seja, sua

melhor aptidão”.

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Os grupos 1, 2, e 3, além da identificação de lavouras como tipo de utilização,

desempenham a função de representar no subgrupo as melhores classes de aptidão das terras

indicadas para lavouras, conforme os níveis de manejo. Os grupos 4, 5 e 6 apenas identificam

tipos de utilização (pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da

flora e da fauna, respectivamente), independente da classe de aptidão (Embrapa, 1999).

As classes expressam a aptidão agrícola das terras para um determinado tipo de

utilização, com um nível de manejo definido, dentro do subgrupo de aptidão. Refletem o grau

de intensidade com que as limitações afetam as terras. São definidas em termos de graus,

referentes aos fatores limitantes mais significativos. Esses fatores, que podem ser

considerados subclasses, definem as condições agrícolas das terras. Os tipos de utilização em

pauta são: lavouras, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural; e os fatores

limitativos considerados no método de avaliação, conforme Ramalho Filho et al (1983) são:

deficiência de fertilidade, deficiência de água, excesso de água, susceptibilidade à erosão e

impedimentos à mecanização.

Com base no boletim da FAO (1977), as classes foram assim definidas:

Classe Boa - terras sem limitações significativas para a produção sustentável de um

determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo considerado. Há um

mínimo de restrições que não reduzem a produtividade ou os benefícios, expressivamente, e

não aumentam os insumos acima de um nível aceitável.

Classe Regular - terras que apresentam limitações moderadas para a produção sustentável de

um determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo considerado. As

limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, elevando a necessidade de insumos para

garantir as vantagens globais a serem obtidas com o uso. Ainda que atrativas, essas vantagens

são sensivelmente inferiores àquelas auferidas nas terras de classe Boa.

Classe Restrita - terras que apresentam limitações fortes para a produção sustentável de um

determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo considerado. Essas

limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, ou então aumentam os insumos

necessários, de tal maneira que os custos só seriam justificados marginalmente.

Classe Inapta - terras que apresentam condições que parecem excluir a produção sustentável

do tipo de utilização em questão. Ao contrário das demais, esta classe não é representada por

símbolos. Sua interpretação é feita pela ausência das letras no tipo de utilização considerado.

Segundo a Embrapa (1999), resume-se a classificação de aptidão agrícola com

representação simbológica conforme figura 10.

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56

Figura 09. Representação da simbologia de classificação de aptidão agrícola

Fonte: Embrapa, 1999.

5.1.10 Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos Naturais e da

Situação Ambiental do Assentamento

Os recursos naturais no PA, com potencial, referem-se aos hídricos (rios que cortam o

PA), os quais são utilizados na dessendentação dos animais e podem ainda, de acordo com

licenciamentos específicos, serem utilizados na agricultura (via irrigação) ou atividades

piscícolas.

Estes cursos estão com as APP’s degradadas em certos pontos, vindo a ser um fator

limitante, pois estas áreas deveriam estar preservadas (mata ciliar) ou sendo utilizadas

conforme legislação vigente.

A retirada das matas ciliares ocorreu ao longo dos tempos em virtude de um sistema

de produção extrativista, passando as áreas ser destinadas à agricultura ou pecuária.

Atualmente, a utilização da água para uso doméstico é proveniente de poço amazônico

na maioria das unidades familiares, sendo que, das 22 famílias levantadas, 18 possuem poço

amazônico, o restante se utilizam de minas.

Um fator limitante de forma geral no PA trata-se de peças técnicas das parcelas (a ser

disponibilizado pelo INCRA). A ausência destas peças impossibilita, por exemplo, o

licenciamento ambiental rural da propriedade e licenciamento de algumas atividades como:

outorga (no caso de irrigação), licenciamento de piscicultura, além do acesso a linhas de

crédito para investimento nas propriedades, seja na área econômica ou ambiental.

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5.2 - Organização Espacial Atual

O PA 14 de Agosto Fase II confronta com os seguintes imóveis:

Ao norte com a Gleba 02 e 01 da Gleba Cunha do Marechal;

Ao sul com o PA 14 de Agosto Fase II Coletivo;

Ao leste com a Fazenda Shangrilá e Fazenda São João;

Ao oeste com as Glebas 01 e 02 da Gleba Cunha do Marechal.

Desta forma, a situação ocupacional do PA atualmente é demonstrada na tabela 13,

sendo, porém, identificada a existência de uma área dentro do PA pertencente ao PA 14 de

Agosto Fase II Coletivo.

Tabela 13. Situação ocupacional do PA 14 de Agosto Fase II

NOME SITUAÇÃO MORA NA PARCELA

FRANCISCA PORTILHO MADRONA ASSENTADO SIM

FLORENTINA PEREIRA CARDOSO ASSENTADO SIM

JOSÉ PEREIRA DA ROCHA ASSENTADO SIM

DALVA FELIPE ALVES ASSENTADO SIM

ALZIRA BARBOSA ASSENTADO NÃO

JOVENIL GOMES DA SILVA ASSENTADO SIM

VALDICÉIA SOUZA PRATES ASSENTADO SIM

Continuação (tabela 13)

GERALDA MARIA PORTILHO ASSENTADO SIM

OZIAS PEREIRA DA ROCHA OCUPANTE SIM

VERA NILSA DE CARVALHO BALZ ASSENTADO SIM

GRACILDA MARIA DE OLIVEIRA PORTILHO ASSENTADO SIM

JOSÉ PARAILO DA SILVA ASSENTADO SIM

ALESSANDRA APARECIDA DOS SANTOS ASSENTADO SIM

EVA SANTANA DA SILVA ASSENTADO SIM

ZENIR GOMES DA SILVA ASSENTADO SIM

VALMIRA SANTANA DA SILVA ASSENTADO SIM

MARIA CUSTÓDIA DE JESUS SOUZA ASSENTADO SIM

JOÃO BATISTA DE SOUZA PRATES ASSENTADO SIM

ZONÁLIA NERIS DOS SANTOS FERREIRA ASSENTADO NÃO

MARIA APARECIDA DOS SANTOS ASSENTADO SIM

REVANILDO MAIA ASSENTADO NÃO

LENIR GOMES DA SILVA ASSENTADO SIM

Fonte: Cadastro da Unidade Familiar (INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013).

Conforme levantamento realizado nos meses de janeiro a março, pela equipe de

ATER/INCRA (2013), foi identificado que 18 unidades (das unidades levantadas), têm seu

abastecimento de água doméstico por meio poço amazônico.

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Não existe igreja no PA, sendo a mais próxima (Católica), situada na margem deste e

frequentada por 11 famílias das unidades cadastradas.

A rede elétrica passa também na parte central do PA, com o abastecimento feito à

quase 18 das parcelas levantadas, ficando quatro parcelas sem energia.

No PA, existe um barracão antigo (sede da antiga associação) e uma construção

iniciada há vários anos, mas inacabada, que deveria ser a nova sede da associação. Em virtude

da desativação desta, as estruturas estão abandonadas.

O PA é margeado pela linha vicinal LH C-19. Possui uma estrada (carreador) interna

que corta parte do PA no sentido Norte/Sul. Esta estrada em determinados períodos fica

intransitável devido a enchentes, à ausência de mecanismos de drenagem adequados – bueiros

e à falta de manutenção.

As construções voltadas à pecuária, mais especificamente curral, estão presentes em

06 parcelas. A metragem de cerca, segundo dados passados pelos beneficiários, soma

aproximadamente 19.300 metros. Ainda não há tanque resfriador no PA para a granelização

da produção leiteira.

O Mapa B1 (em anexo) retrata a localização do PA, em relação à sede municipal e

municípios vizinhos, como também o parcelamento da área (lotes e área social). Ainda

destaca as áreas exploradas (68,51%) , de vegetação nativa (31,49 %) e APP’s equivalentes a

1,73% da extensão total do PA (situada na área antropizada /produtiva/pastagem), assim como

a infraestrutura relacionada a estradas (rodovia não pavimentada).

5.3 - Situação do Meio Socioeconômico e Cultural

5.3.1 - Histórico do Projeto de Assentamento

A área do Projeto de Assentamento 14 de Agosto Fase II foi adquirida por meio de

ações envolvendo audiência pública, dentre outras etapas.Os conflitos entre os ocupantes e

fazendeiros foram etapas vividas pela comunidade, que inclusive passou por processo de

despejo, via mandato judicial.

O nome 14 de Agosto foi escolhido em consenso entre os até então ocupantes, sendo

registrada em Ata de Audiência Pública, com o objetivo de aquisição do imóvel rural,

denominado Fazenda São Sebastião.

As famílias beneficiárias assentadas vieram de vários estados, sendo a maioria

proveniente de Minas Gerais.

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59

De acordo com as oficinas de sensibilização e cadastramento das famílias (2013), a

ocupação das parcelas foi feita a mais de 20 anos.

Dentre os principais entraves encontrados no início (na vinda destes), foram a

precariedade das estradas, o deslocamento para a cidade e escoamento da produção.

A distância da sede do município (Ariquemes) sempre foi um problema, sendo o

município de Jaru muito utilizado pelos moradores desta região, e em geral servindo como

alternativa mais viável, já que se localiza mais próximo do PA.

A extração de madeira (cerejeira) se deu como importante fonte de renda para a

colonização da área (Laudo de Vistoria de Imóvel Rural, INCRA/2008).

A instalação da rede de energia elétrica constituiu um avanço, pois tem possibilitado

maior conforto às famílias, porém ainda sem distribuição para quatro famílias.

Uma das últimas conquistas do PA foi o acesso ao crédito habitação, que permitiu uma

melhoria da qualidade de vida dos Assentados.

Assim, nota-se que, mesmo com o baixo investimento via programas governamentais,

o PA apresenta certa evolução no tocante à economia, ao se considerar o rebanho bovino

atual de 296 animais adquiridos com recursos próprios pelos beneficiários (cadastro

INCRA/EMATER-RO, CERT. RO 0011.000/12, 2013).

Quanto ao setor agrícola, os dados atualmente apontam 70 hectares cultivados, sendo o

café uma cultura base da economia desde a colonização e que atualmente ainda representa

grande parte da área agrícola cultivada, lembrando, é claro, que os beneficiários são

provenientes, em sua maioria do estado de Minas Gerais, conhecido com sendo de grande

influência histórica neste cultivo. Ainda está presente no PA traços da maneira utilizada para

implantação da cultura do cacau no estado, com o cultivo em aproximadamente 07 hectares.

5.3.2 - População e Organização Social

A população do PA 14 de Agosto Fase II, encontra-se distribuída por faixa etária

conforme a tabela a seguir.

Tabela 14. Faixa etária entre homens e mulheres do PA

Faixa etária Homens Mulheres Total

Até 6 2 4 6

7 a 10 4 1 5

11 a 14 5 7 12

15 a 17 3 5 8

18 a 24 3 1 4

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60

25 a 40 11 9 20

+ de 40 13 12 25

Total 41 39 80

Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

Considerando os valores acima em porcentagem, no que diz respeito aos homens, o

maior índice refere-se à faixa etária acima de 40 anos (32%), seguida da faixa entre 25 a 40

anos (27%).

Para as mulheres, a maior porcentagem encontra-se na faixa acima de 40 anos com

31%, seguida pela faixa de 25 a 40 anos (23%).

Quando se considera apenas os beneficiários (sem os familiares), 66% têm mais de 40

anos, conforme mostra a tabela 15.

Tabela 15. Faixa de idade dos Assentados do PA

Faixa etária Total %

Até 6

0%

7 a 10

0%

11 a 14

0%

15 a 17

0%

18 a 24 1 3%

25 a 40 12 32%

+ de 40 25 66%

Total 38 100%

Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

Dentre as 22 famílias cadastradas, 21 são assentadas. Do total, 19 moram nos lotes,

possuindo filhos que moram em casas separadas em alguns dos lotes (lote do pai).

Vinte e duas famílias têm acesso a benefícios, sendo 12 beneficiadas pelo Programa

Bolsa Família, 01 auxílio-doença, 07 aposentadorias, 01 pensão e 01 caracterizada como

outros.

Referente a portadores de necessidades especiais, existem três casos no PA.

As famílias residentes no assentamento são imigrantes oriundos, de várias regiões

Sudeste, Nordeste, Sul, Centro – Oeste e Norte do Brasil, destacando-se o estado de Minas

Gerais de onde vieram 45% das famílias, seguido do Paraná (24%) , conforme tabela a seguir.

Tabela 16. Estado de origem dos assentados

Estado Quantidade %

Espírito Santo 4 10,5%

Mato Grosso do Sul 2 5,3%

Minas Gerais 17 44,7%

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Paraná 9 23,7%

Rondônia 6 15,8%

Total 38 100%

Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

Atualmente, a organização social das famílias é feita de maneira informal (razão pela

qual não ocorre o acesso a algumas políticas públicas), entretanto, há o interesse em

reorganizar a associação desativada e/ou criar outra. A comunidade conhece bem o valor de

uma organização, visto que já trabalharam coletivamente em outras formas organizativas,

assim como também dentro do PA.

5.4 - Infraestrutura Física, Social e Econômica

A rede elétrica passa no interior do PA, onde apenas quatro famílias cadastradas não

são atendidas.

Os prédios de uso coletivo estão abandonados (sede da antiga associação), sendo a

estrutura utilizada pelos assentados para lazer e como templo de oração.

Nesse PA, os beneficiários (aptos) já acessaram o crédito habitação, porém duas

parcelas não possuem moradia. Salienta-se que 06 casas são de madeira, 12 de alvenaria e 02

mistas, conforme consta na tabela 18.

Referente ao saneamento básico, conforme o cadastramento (INCRA/EMATER-RO,

CRT. RO 0011.000/12, 2013), 41,2% das propriedades destinam os dejetos sanitários para

fossas negras (mictório), 17,6% depositam a céu aberto, e 41,2% em fossa séptica.

O PA não possui estrutura voltada para produção agrícola, assim como as

infraestruturas da pecuária estão em situação precária.

Tabela 17. Infraestrutura Física, Social e Econômica

Descriminação Quantidade

Casas de Alvenaria 12 Un.

Casa de Madeira 06 Un.

Casa Mista 02 Un

Tulha 04 Un.

Represas 06 Un*.

Estrada 3,5 km

Bueiros 04 Un.

Cerca 19,3 km

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Curral 06 Un.

Cocho 07 Un.

Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

*unidades = parcelas

5.5 - Sistema(s) Produtivo(s)

Tendo o município de Ariquemes 15,4% da renda originária da agropecuária, o setor

exerce forte influência no sistema produtivo do PA 14 de Agosto Fase II.

Como os membros desta comunidade são beneficiários do Programa Nacional de

Reforma Agrária (PNRA), a agricultura familiar é uma característica marcante deste local.

O sistema de cultivo empregado ainda é precário, sem investimento em insumos, mas

com grande potencial devido às condições de solo e o clima da região, além da existência de

água na maioria das parcelas.

As lavouras permanentes no PA enfrentam as mesmas precariedades do município,

com falta de práticas de manejo que se traduzem em baixa produtividade destas lavouras.

A cultura cafeeira no PA assume um sistema extrativista com baixo nível tecnológico

(falta de correção e adubação, excesso de ramos, etc.), sendo a área cultivada no PA de 28,5

hectares.

A lavoura cacaueira passa pela mesma situação que enfrenta o café, embora os

produtores sejam de regiões tradicionais na cultura. A idade das lavouras, a falta de renovação

(manejo) e de utilização de práticas agrícolas adequadas contribui para o baixo rendimento da

cultura. Desta forma, a área cultivada atualmente é de aproximadamente 6,8 hectares.

A cultura da bananeira, embora muito atacada por pragas e doenças, tem apresentado

boa produção. Seu cultivo no PA se restringe a plantios em meio a outras culturas

(sombreamento do cacau) ou em sistemas agroflorestais implantados já há algum tempo.

Logicamente a falta de práticas de condução, correção e adubação não permitem a cultura

expressar seu máximo potencial, porém ela tem boa participação na renda das famílias. O

potencial da cultura vai além, sendo atualmente comercializada in natura; possui grande

variedade de subprodutos a ser explorados. Esta falta de variedade no produto final obriga os

produtores a comercializarem com atravessadores, por exemplo, o cacho de banana maçã a R$

7,00 e o cacho do grupo terra a R$ 5,00, enquanto que na feira municipal uma banana é

revendida (pelos atravessadores) ao consumidor a R$ 1,00 a unidade.

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Dentre os produtos gerados no assentamento foi possível identificar a produção de

milho, feijão, café, cacau, mandioca, banana, além de hortícolas, como já descrito no item de

uso e ocupação do solo.

Para comercialização o café e o cacau são os principais produtos, mas em três

unidades familiares foi identificada a comercialização de palmito e hortaliças.

Recentemente, parte da produção de algumas famílias tem sido destinada a programas

como PAA e PNAE, o que tem garantido melhores preços e uma entrega continuada ao longo

dos meses.

As lavouras temporárias são cultivadas em sua maior parte para subsistência, e o

excedente comercializado em Ariquemes e Jaru, sendo alguns destes produtos também

destinados à alimentação escolar pelos programas já citados.

Na pecuária, a criação bovina se destaca como principal, devido à produção de leite

(na maioria para consumo), além da venda para abate, existindo atualmente 296 cabeças

criadas em 11 parcelas.

A criação de suínos se restringe a 06 parcelas com 28 animais no total. A quantidade

de equinos se limita a 09 animais em 06 parcelas, enquanto que a criação de aves é praticada

em 17 das 22 parcelas cadastradas.

A figura do atravessador vem a ser um entrave, sendo este responsável pela queda da

lucratividade dos agricultores familiares com a comercialização desde o início controlada por

este ator.

A renda auferida durante o cadastramento realizado pela equipe de ATER/INCRA

(2013), se mostra relativamente baixa. De acordo com esses dados levantados, a renda anual

do PA é de R$ 274.818,00, deste total, R$ 43.519,00 (17,77%) é proveniente de fora do lote,

e R$ 118.092,00 (48,23%) oriundos de benefícios. Ressalta-se que 20 famílias possuem renda

da produção, sendo um total anual do PA equivalente a R$ 83.206,00 (34% do total).

Considerando a renda da propriedade, a classificação das famílias do PA quanto às

classes de baixa, média e alta renda é mostrada na tabela a seguir.

Tabela 18. Classificação social por quantitativo de família

Classes sociais Baixa

(< R$3.000,00)

Média

(>R$3.001,00 e <R$10.000,00)

Alta

(>R$ 10.000,00)

Nº de famílias 12 09 01

Fonte: Tabulação (cadastro da unidade familiar – INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013).

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5.5.1 - Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s)

Por ser o sistema produtivo até o momento de baixo nível tecnológico, as famílias

trabalham no modelo de agricultura familiar, com a produção geral para consumo e a

comercialização principal de café, cacau e banana (em SAF’s). O baixo nível tecnológico

também se estende à pecuária, sem investimento em genética nem em reforma de pastagem.

Os demais animais são criados para subsistência (aves, suínos).

As estradas oferecem dificuldade no escoamento da produção no período chuvoso do

ano, sem falar da falta de transporte coletivo.

De forma positiva, o relevo e o solo do PA são favoráveis à produção, necessitando de

pequenas adequações e utilização de tecnologias apropriadas.

A disponibilidade de energia elétrica potencializa ainda mais o PA, inclusive pela

grande produção de matéria prima, que poderia ser trabalhada (processada) via implantação

de pequenas agroindústrias, além da intensificação do setor agropecuário em geral, porém

sendo necessário, o aumento da tensão distribuída, permitindo uso de máquinas nas

propriedades destinadas a processamento.

Com a existência de contrato entre INCRA/EMATER-RO (CRT. RO 0011.000/2012),

o PA tem atendimento na área de assistência técnica envolvendo o setor produtivo, ambiental

e social.

A participação em conjunto dos atores principais (assentados), assistência técnica e

parcerias possibilitará grande avanço na economia do PA, contribuindo para a economia

municipal/regional.

5.6 - Serviços de Apoio à Produção

5.6.1 - Assistência Técnica e Pesquisa

Desde janeiro de 2013 o PA 14 de Agosto Fase II é atendido pelos serviços de

ATER/INCRA (Assistência Técnica do INCRA) pelo contrato (CRT. RO 0011.000/2012)

celebrado entre EMATER-RO (contratada para prestação de serviço) e INCRA (contratante).

A equipe prestadora do serviço de assistência técnica é composta por profissionais

multidisciplinares (01 Engenheiro Agrônomo, 02 Técnicos em Agropecuária e 01 Enfermeira)

que atua, principalmente, visando melhorias das técnicas produtivas e na capacitação

profissional junto aos assentados.

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Além dos serviços prestados pela equipe de ATER/INCRA, em concordância com a

Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) e o Programa Nacional

de Assistência Técnica e Extensão Rural (PRONATER), está presente no município: a

Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC); a Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do

Estado de Rondônia (IDARON); o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA); a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM); a

Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI); a

Secretaria Municipal de Agricultura, Indústria e comércio (SEMAGRIC); o Sindicato dos

Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais; a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA); a

Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Ação Social (SEMDES) e o Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO).

5.6.2 - Crédito

O INCRA disponibiliza os créditos Instalação (Apoio Inicial, Fomento,

Aquisição/Material de Construção, Recuperação de Materiais de Construção, Apoio Mulher)

aos assentados, visando assegurar-lhes os meios necessários para desenvolvimento inicial e/ou

recuperação dos PA’s. No entanto, o PA 14 de Agosto Fase II até o momento teve acesso

apenas às modalidades: Apoio Inicial e Aquisição/material de Construção, ficando somente

um beneficiário sem acesso ao Apoio Inicial. Porém, a partir da assistência técnica, pode-se

estar desenvolvendo os projetos de estruturação para as modalidades do Apoio Mulher e

Fomento, já disponibilizados para o PA.

No que se refere ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

(PRONAF), disponibilizado pelo governo Federal por intermédio do Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA), estão disponibilizados para os assentados, as linhas: A, B,

A/C, Mais Alimento, Mulher, Floresta, Jovem e Agroindústria. Sendo o Grupo A, a linha do

PRONAF exclusivo e indicada como inicial para este público, pois os mesmos não acessaram

nenhum outro financiamento desse programa. Todavia, o acesso a esses créditos estão

condicionados à obtenção das peças técnicas do PA (memorial descritivo e coordenadas

geográficas de cada lote).

Quanto ao enquadramento em cada linha disponível, baseia-se na Declaração de

Aptidão ao PRONAF (DAP), de acordo com o Manual de Crédito Rural disponibilizado pelo

Banco Central.

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66

5.6.3 Capacitação Profissional

Além das capacitações oferecidas pela assistência técnica (conforme plano de trabalho

anual estabelecido pelo contrato INCRA/EMATER-RO), o município conta com capacitação

ministrada pelo SENAI e SEBRAE nas áreas urbanas e SENAR na área rural.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC),

também é disponibilizado, sendo ministrado no IFRO-RO Ariquemes, distante do PA

aproximadamente 73 quilômetros.

Treinamentos são de fundamental importância, sendo base para a intensificação das

atividades agropecuárias no PA.

As parcerias com instituições e secretarias para auxílio nestas capacitações serão de

grande valia, sendo constatado um grande interesse por parte dos beneficiários para as

capacitações.

5.7 - Serviços Sociais Básicos

5.7.1 - Educação

No PA 14 de Agosto Fase II existe uma escola multisseriada que atende as crianças do

PA e vizinhança.

As crianças do Ensino Fundamental e Médio estudam na escola EMEIEF Mafalda

Rodrigues na BR 364, aproximadamente 15 km do PA, sendo o transporte realizado por

ônibus e as aulas acontecem no período vespertino.

No cadastro da unidade familiar (INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12,

2013) foi identificada a escolaridade dos habitantes do PA, com distinção por faixa etária,

como exposto na tabela 19.

Tabela 19. Grau de escolaridade por faixa etária dos habitantes do PA

Faixa etária

(idade) Analfabeto

Escolaridade Ensino

médio

Ensino

superior Total Educação

infantil

Ensino

fundamental

Até 6 5

1

6

7 a 10

5

5

11 a 14

12

12

15 a 17

3 5

8

18 a 24

1 3

4

25 a 40

18 2

20

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67

+ de 40 6 18 1 25

Total 11 0 58 11 0 80 Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

De acordo com o IBGE (2012), o município de Ariquemes conta com estrutura

educacional (tabela 20), abrangendo a rede municipal, estadual e federal, além de

estabelecimentos particulares, distribuindo-se entre área urbana e rural.

Tabela 20. Número de escolas do Município

MUNICIPAL ESTADUAL PARTICULAR FACULDADE UNIVERSIDADE

URBANA RURAL URBANA RURAL URBANA (O)

19 08 10 00 13 04 02

Fonte: IBGE, 2012.

5.7.2 - Saúde e Saneamento

O município de Ariquemes se destaca no Estado na área da saúde, sendo o único

município a manter uma estrutura exclusiva para atendimento ao público rural (o PACS

Rural), com atendimento ambulatorial, clínico geral e ginecológico. Possui ainda “equipe

móvel”, que realiza atendimentos (consultas médicas e de enfermagem, exames preventivos)

periodicamente nas comunidades rurais.

Em contrapartida, várias áreas rurais não são atendidas por Agentes Comunitários de

Saúde (ACS). E no caso específico do PA 14 de Agosto Fase II, esse atendimento não é

fornecido, sendo o ACS da comunidade vizinha o único elo para acesso a informações e/ou a

serviços básicos de saúde.

O PA não possui posto de saúde, o ambiente (espaço) que está sendo utilizado para

realização de atendimento médico é a escolinha do PA.

Além dos atendimentos prestados in loco outros exames e especialidades médicas são

realizados no município de Ariquemes, seja em hospitais públicos ou privados, e

transportados por veículos públicos próprios e/ou de terceiros.

As vacinações são realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Ariquemes, e

nos casos de campanhas, as mesmas são realizadas na escola do assentamento pela Secretaria

Municipal de Saúde de Ariquemes.

No PA foi identificado que dentre as enfermidades mais frequentes, as doenças

hipertensivas são os mais comuns, com seis casos.

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Referente a saneamento básico o PA, não tem recebido recursos nem incentivo para o

setor. Com isso, a destinação de dejetos sanitários em 12 unidades é para fossa séptica, já em

09 parcelas, a estrutura existente é fossa negra e em uma são depositados a céu aberto.

O tratamento de água é praticado em 50 % das unidades cadastradas, sendo seis delas

por meio da filtragem e em outras seis com a utilização do hipoclorito de sódio.

5.7.3 – Esporte e Lazer

A prática de esporte, de acordo com o levantamento (cadastramento INCRA/EMATER-RO,

CRT. RO 0011.000/12, 2013), conforme relato, se restringe a futebol, que é praticado por 13

famílias.

A falta de opções para o lazer foi um tema levantado nas oficinas, pois não existe no PA um

espaço próprio para as crianças nem para as mulheres. Nesse aspecto, há apenas comemoração de

aniversário dos moradores.

5.7.4 – Cultura e Religião

Não há praticamente atividades culturais, é apenas comemorada a data de criação do

PA. Quanto à religião, é comum aos moradores freqüentar a igreja. Desta forma, 13 das

famílias declaram participar dessas atividades.

5.7.5 - Habitação

As estruturas das casas do PA são de três tipos: 06 são de madeira, 02 mistas e 12 de

alvenaria, as quais foram provenientes da aplicação do crédito habitação.

Para a construção das casas de madeira, a matéria-prima foi extraída das matas nativas

da propriedade, com o uso de motosserras, sendo que os recursos utilizados são dos próprios

moradores.

As habitações, a exceção de quatro parcelas, possuem sistema de iluminação - energia

elétrica do Programa Luz para Todos, conforme é apresentado na tabela 21.

Tabela 21. Características e instalações básicas das habitações Padrão Casa Instalação sanitária Água encanada Instalação Elétrica

Alvenaria Madeira Mista Fossa

séptica

Fossa

negra

Céu

aberto

Sim Não Sim Não

12 06 02 12 09 01 20 02 18 04 Fonte: Cadastro da Unidade Familiar INCRA/EMATER-RO, CRT. RO 0011.000/12, 2013.

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5.8 - Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes

Na dimensão produtiva, a falta de acesso a financiamento é um fator limitante. Mas,

vale ressaltar que a falta de uma maior e melhor produção se dá em conseqüência de

problemas sérios, como: ataque de pragas, falta de manejo e de adubação do solo, bem como

falta de organização da produção e industrialização, além da necessidade de implantar

capineiras para o melhoramento genético dos animais.

Como potencialidade, a produção de leite, frutas e café foram reconhecidas pela

comunidade.

O desenvolvimento deste setor esbarra sempre no acesso ao crédito (limitado pela falta

de documentação), sendo as conquistas até o momento provenientes de esforços particulares

individuais e coletivos.

Na área social, as limitações levantadas foram a falta de: acesso aos programas sociais,

documentos, área de lazer, associação; problemas estes correlacionados com outras

dimensões e que merecem atenção igualmente.

As potencialidades citadas envolveram a existência de escola no PA, a posse do CCU,

o acesso ao crédito habitação e ao crédito inicial dentre outros.

Desta forma, o trabalho em grupo é uma maneira de minimizar os problemas, sendo

que a comunidade do PA já conhece o valor desta iniciativa para resolução de problemas.

Na dimensão ambiental, as limitações são referentes ao uso de agrotóxicos,

desmatamentos (derrubada e queima) da reserva de mata e área de preservação permanente, o

uso de veneno sem preparo, dentre outras.

Mediante oficinas de sensibilização e priorização, foram levantados os problemas e

potencialidades, divididos pelas temáticas social, econômica, ambiental e infraestrutura. Estes

problemas (limitações) levantados pelos beneficiários têm sido entraves para o acesso,

inclusive de programas voltados à produção, que é à base do PA.

Na dimensão de infraestrutura, as limitações levantadas envolveram a falta de:

manutenção das estradas, máquinas agrícolas, transporte e processamento da produção,

tanques resfriadores, como também problemas na tensão de energia fornecida, dentre outras.

Nas potencialidades, o transporte escolar, o fornecimento da energia elétrica, a

pastagem e estruturas como curral são tidos como fatores que, se aproveitados de forma

adequada, podem proporcionar uma base econômica inicial vindo a beneficar o PA em todas

as dimensões.

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A mudança de alguns hábitos culturais é fundamental, em que a utilização de modelos

tecnológicos sustentáveis (a ser trabalhado no serviço de extensão rural) viabilizará o setor

econômico, ambiental e social, sendo uma alternativa que eliminariam práticas como a

queimada e derrubada, etc.

A falta de manutenção das estradas vem a ser um gargalo no período chuvoso,

impedindo o trânsito. A ausência de agroindústria acarreta dependência de atravessadores,

pela falta de diversificação de produto.

Assim, é evidente que a comunidade tem grande potencial para alavancar o setor

produtivo como também o social e o ambiental, sendo um fator condicionante o acesso desta a

todas as políticas e programas disponíveis.

6 PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO

PROJETO DE ASSENTAMENTO

6.1 - Apresentação

Por ser o PDA um plano de desenvolvimento, cuja elaboração envolve a participação

dos atores principais (os beneficiários), o mesmo conta com diagnóstico da atual situação

destes quanto à vida socioeconômica, envolvendo as categorias de gênero e gerações,

possibilitando a implementação com maior precisão devido à interação dos beneficiários na

fase de elaboração.

Os programas temáticos e subprogramas a ser desenvolvidos buscam à adequação com

a realidade, sendo as ações programadas de acordo com as situações diagnosticadas,

respeitando as exigências legais.

Para a elaboração do plano, além da participação dos assentados, houve a assistência

direta da equipe de ATER/INCRA no levantamento de informações no PA, bem como

pesquisa nos bancos de dados e nas instituições no município.

De acordo com a programação, este plano deverá ser entregue e apresentado aos

órgãos e entidades governamentais e não governamentais, para que os objetivos e diretrizes

possam ser realizados.

O conjunto de ações a serem planejadas dentro dos futuros projetos pelos diversos

segmentos responsáveis pelo desenvolvimento sustentável do assentamento, deverá ser

pautado nos programas e subprogramas contidos neste plano.

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6.2 - Objetivos e Diretrizes Gerais

Um importante objetivo deste plano é o desenvolvimento sustentável e integrado,

contando com ações a curto, médio e longo prazo.

Os objetivos e diretrizes de maneira geral, estão fundamentados nos aspectos

econômicos, sociais, culturais e ambientais, assim como no modelo de vida dos assentados,

considerando sua organização, os sistemas produtivos, a infraestrutura e serviços, sem, no

entanto, desconsiderar o meio ambiente.

Desta forma, as ações planejadas deverão ser voltadas diretamente ao público

beneficiário, por meio do atendimento às necessidades individuais e coletivas destes.

Na busca do desenvolvimento, a intensificação da produção, a inclusão da comunidade

em serviços sociais e no sistema produtivo, inclusive mediante o acesso aos benefícios a que

tem direito, são ações a serem viabilizadas com o apoio da assistência técnica.

Enfim, a busca do desenvolvimento sustentável do PA (comunidade), envolverá a

busca de forma multidisciplinar, da solução dos problemas comuns e específicos, ordenados

de acordo com a necessidade dos assentados.

6.2.1 - Organização Espacial

Localizado a aproximadamente 63 km do Município de Ariquemes, retificado para 23

parcelas com áreas distintas, estas parcelas se mantiveram quase sem alteração, exceto no que

diz respeito à mudança de proprietário de algumas.

Dentro do PA existe uma escola multisseriada para as crianças. Existem ainda no seu

interior igarapés permanentes formando a malha hidrográfica.

A estrada interna fica em condições precárias no período de chuvas (em alguns

momentos de cheias ficam interditadas). Neste caso, estrada lateral C-19, torna-se a principal

via por onde é realizado o escoamento da produção agrícola, acesso à educação, saúde, além

de todos os serviços oferecidos pelos órgãos municipais, estaduais e federais.

Uma associação desativada apresenta ponto negativo em questão de organização do

PA, entretanto, os assentado manifestaram interesse na revitalização desta ou criação de

outra, para que possa representar o PA.

Não há área especificamente destinada à lazer, porém um campo de futebol iluminado

na lateral do PA e seu entorno é usado pela comunidade.

As habitações em sua maioria de alvenaria são abastecidas por energia elétrica, o que

potencializa as propriedades, permitindo instalações de máquinas e ou equipamentos

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agrícolas, o que torna possível a adoção de tecnologias almejadas por alguns, tanto na

pecuária quanto na agricultura.

Dessa forma, buscar melhoria nas estruturas básicas como estradas e lazer é objetivo

primordial, assim como o acesso ao crédito PRONAF (possibilitando novas instalações).

O envolvimento interinstitucional (INCRA, Prefeitura, agências bancárias e secretarias

estaduais e municipais, etc.) será buscado pela equipe técnica juntamente com a comunidade,

para melhoria da qualidade de vida dos beneficiários.

6.2.2 - Serviços e Direitos Sociais Básicos

Na área da saúde há no município ações voltadas ao atendimento na área rural. É

utilizado o Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS) associado ao Programa Saúde

da Família (PSF).

O município possui um Centro de Atendimento ao Produtor Rural (PACs Rural) com

atendimento clínico geral e ginecológico (Papanicolau). As demais especialidades são

atendidas em outras unidades. A medicação é distribuída pela equipe na área rural assim como

no Centro de Atendimento. Os moradores afirmaram que não estão sendo atendidos por

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no PA.

Os dados referentes a esta área foram citados no item 4.2 (contexto da área de

influência do PA), assim como a análise das potencialidades e limitações no item 5.8.4.

A orientação e auxílio na busca destes direitos e/ou serviços, pela equipe de

assistência, se estende ao acompanhamento às famílias.

Foi levantado durante as oficinas que a falta de área de lazer é um problema para a

comunidade, afetando especialmente as crianças, os jovens e os idosos.

A união da comunidade na realização de eventos religiosos e culturais é uma

alternativa já utilizada pela comunidade, sendo de fundamental importância a criação de

espaço para práticas esportivas (foi citada como exemplo a ideia de se fazer uma academia ao

ar livre, comum nas áreas urbanas e por ser de baixo investimento), cultura e lazer.

Quanto à educação, a existência de uma escola multisseriada no PA torna-se de grande

importância, embora o modelo de ensino estadual nos últimos anos tenha unificado a rede de

ensino. Para as séries posteriores há o transporte das crianças para escolas polo, na BR 364.

O trabalho em equipe, com a participação da comunidade e envolvimento dos setores

públicos e privados será uma alternativa que proporcionar à comunidade as condições de

exercer sua cidadania, cumprindo com deveres e usufruindo de seus direitos.

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6.2.3 - Sistemas Produtivos

Os modelos propostos e esperados pelos assentados, de acordo com as oficinas de

planejamento, têm como objetivo intensificar a produção, buscando novas técnicas de cultivo

e criação para diversificar a produção, conforme a aptidão agrícola do solo, associando as

atividades adequadas para os tipos de solos do assentamento e perfil cultural, e a

disponibilidade de força de trabalho dos agricultores.

Porém, um modelo predatório ainda é desenvolvido, necessitando de uma quebra

destes costumes, ou até mesmo de hábitos culturais. A sociedade já cobra esta atitude dos

atores envolvidos no setor produtivo, hoje responsabilizado pela degradação ambiental,

levando a uma série de restrições, principalmente quanto ao crédito e à

comercialização.

Portanto, o modelo de política agrícola adotado no Brasil tem levado a uma

resistência a adoção de novas tecnologias, sendo necessária uma conversão dos

sistemas para uma agricultura sustentável, que concilie os avanços socioeconômicos

e ambientais, sendo esta conversão pretendida pela equipe de assistência técnica, uma

vez que os beneficiários já reconhecem esta necessidade, pois alguns já não utilizam

agrotóxicos em sua produção.

No entanto, o investimento em melhoramento genético, infraestrutura (instalações) e a

adoção das práticas condizentes com os níveis tecnológicos adotados são primordiais e a

busca destes via projetos técnicos e acesso a recursos do PRONAF é uma alternativa a ser

buscada.

Neste contexto, será implementada a diversificação da produção e utilização de novas

tecnologias, de acordo com as normas e legislação vigentes; sistematização da produção (com

auxílio da equipe técnica) e da comercialização com a adoção também de técnicas para

agregação de valor ao produto final; implantação correta dos projetos, conforme

programação; incentivo às práticas agroecológicas; conscientização quanto ao uso dos

recursos naturais, assim como, o de insumos agrícolas que apresentam potencial de

contaminação.

6.2.4 Meio Ambiente

Diante da realidade local, os assentados reconhecem a importância da preservação do

meio ambiente, demonstrando interesse na preservação e recomposição das áreas de

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preservação permanente, de acordo com a legislação ambiental, no entanto, alegam não dispor

de mudas de árvores.

Baseado no Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Rondônia e no Código

Florestal, a assistência técnica promoverá a adoção de práticas adequadas, promovendo o

incremento de produção por meio da intensificação em áreas já estabelecidas, visando à

produtividade agrícola e pecuária e a proteção do meio ambiente.

6.2.5 Desenvolvimento Organizacional

Embora a comunidade conheça a importância da organização na conquista de

interesses coletivos, além de direitos em várias áreas, inclusive na prestação de serviços, a

associação do PA encontra-se com pendências (CNPJ e receita) e sem estrutura

organizacional. Porém, os assentados demonstram interesse na regularização e nova

formulação, tendo em vista que esse modo de organização tem considerável expressão.

A necessidade de treinamento de forma continuada em gestão e/ou administração é

uma realidade em grande parte das associações, assim como no PA 14 de Agosto Fase II.

Desta forma, a equipe de ATER/INCRA promoverá capacitação em cooperativismo e

associativismo ligada à gestão e empreendedorismo, além de estimular a participação de

mulheres e jovens nos processos de decisão, com a distribuição de responsabilidades e efetiva

participação dos atores, buscando assim o fortalecimento da organização.

6.2.6 A Assistência Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à

Implantação do Plano

No PA, a assistência técnica (ATER) é prestada pela equipe da EMATER-RO,

contratada pelo INCRA (ATER/INCRA), com o objetivo de garantir a informação, bem como

o conhecimento ao agricultor, assegurando sua inserção nos programas governamentais e/ou

não-governamentais, com a finalidade de trazer desenvolvimento ao assentamento, buscando

também à consolidação de parcerias para execução do plano, envolvendo a atuação de órgãos

e instituições públicas e privadas como INCRA, EMATER-RO, EMBRAPA, IDARON,

SEDAM, CEPLAC, Prefeitura e Secretarias, agências financeiras, instituições de ensino,

dentre outras.

Dentre as ações diretas da equipe, com auxílio dos parceiros e participação ativa dos

agricultores, estão à elaboração de projetos de crédito rural, capacitações voltadas ao manejo

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de culturas e animais (cursos, palestras, demonstrações de método, etc.); capacitação em

processamento de alimentos; apresentação e implantação de tecnologias de produção em geral

conscientização ambiental; exposição das exigências da legislação e adoção de práticas

voltadas à melhoria na qualidade de vida mediante capacitações; reuniões; mutirões e

elaboração de projetos sustentáveis entre outros.

A área social também contempla capacitações voltadas à saúde, segurança alimentar,

direitos sociais e previdenciários, práticas artesanais e treinamento de dirigentes e sócios de

organizações sociais.

6.3 Programas

6.3.1 Programa Organização Espacial

No PA 14 de Agosto Fase II, o fornecimento das peças técnicas ainda não aconteceu,

embora tenha sido estipulado o tamanho das parcelas de cada beneficiário, de acordo com a

Avaliação do Imóvel Rural (2008) e estas sendo exploradas por eles.

Nos Mapas B1 (em anexo), visualiza-se a localização do PA em relação aos

municípios vizinhos (logística), a organização territorial do PA (distribuição das parcelas), via

de acesso (rodovia), referenciando também a aptidão agrícola e potencial hídrico.

Como já citado, algumas instalações de interesse da comunidade ainda não existem no

PA, compondo os problemas enfrentados pela comunidade, como espaço apropriado para

atendimento médico, sendo almejado por estes um posto de saúde que permita um

atendimento próximo, sem ter que deslocarem-se até a sede do município (63 km).

Assim, o plano de ação envolverá a priorização exposta no Quadro 08.

Quadro 08. Agenda de prioridades dimensão de infraestrutura

Problemas Quem vai fazer? Como fazer? Quando

fazer?

Onde fazer?

Falta energia e

baixa

capacidade

Vilmar Custódio de

Souza

Participação de todos em

visita/ reunião na

ELETROBRÁS;

oficializar por meio de

documento a solicitação.

A partir de

junho de

2013

Agência da

CERON

(ELETROBRÁS)

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76

Falta de

agroindústria

Antônio Madrona

Neto

Reunião para discutir

sobre matéria-prima

existente; meios de

estruturação e legalização.

A partir de

dezembro

de 2013

Iniciar no

assentamento

junto à assistência

técnica

Falta de posto

de saúde

Geralda Maria

Portilho,

Vilmar Custódio de

Souza

Mobilização da comissão

junto com os técnicos;

oficializar solicitação por

meio de documento.

A partir de

abril de

2013

Secretaria

Municipal de

Saúde

Desta forma, a industrialização da produção (local de processamento) pode ser

disponibilizada via programas governamentais, sendo uma opção o Programa de

Verticalização da Pequena Produção Agrícola (PROVE), que favorece a constituição de

agroindústrias.

De acordo com o anseio da comunidade, as instalações elétricas que suportem as

necessidades da comunidade completam a lista de problemas a serem solucionados com maior

urgência, de acordo com as especificações descritas no quadro acima.

6.3.2 Programa Produtivo

O sistema produtivo do PA é caracterizado pelo baixo nível tecnológico, mas com

grande potencial para agricultura e pecuária, tendo atualmente a agricultura como base

econômica, também a criação extensiva de bovinos além da criação de pequenos animais

(predominantemente aves e suínos).

O PA baseado em uma agricultura familiar está inserido em um cenário comum no

Estado, com práticas de ínfimo investimento em tecnologia devido ao baixo poder aquisitivo

dos beneficiários e falta de processamento e agregação de valor do produto final.

Estas características se traduzem em um sistema convencional, necessitando de uma

conversão buscando resultados econômicos, porém com visão de sustentabilidade, como

também a preservação ambiental e o desenvolvimento social das famílias.

Diante dessa realidade, torna-se necessário a intervenção profissional da extensão

rural, em parceria com os demais órgãos da administração pública em todos os seus níveis,

cada qual exercendo as competências preestabelecidas.

Assim, medidas emergenciais são expressas de acordo com a priorização dos

beneficiários, quanto aos problemas de maior relevância no momento, sem, logicamente,

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esquecer os demais problemas levantados e na medida do possível buscar solução também

para estes.

Quadro 09. Agenda de prioridades dimensão produtiva

Problemas Quem vai

fazer?

Como fazer? Quando

fazer?

Onde fazer?

Falta de créditos José Pereira

da Rocha

Reunião e visitas

junto com a

EMATER-RO.

A partir de

junho de

2013

INCRA

Pragas e doenças

nas lavouras

Lenir Gomes

da Silva

Mediante visitas,

cursos,

demonstração de

métodos e palestras

A partir de

abril de

2013

Secretaria de

Agricultura.

Falta de matéria-

prima e organização

(agroindústria de

derivados do leite

e/ou beneficiamento

de frutas)

Alessandra

Aparecida

dos Santos,

Maria

Aparecida

dos Santos

Por meio de cursos,

palestras, visitas,

reuniões e mutirão

para incentivo e

capacitação.

A partir de

junho de

2013

Secretaria de

Agricultura

EMATER-RO

Concentrar-se-á na viabilização de programas para fomentar a produção, estruturação

do setor produtivo (produção, processamento e comercialização) e adoção de técnicas de

manejo, além do controle de pragas e doenças na lavoura. Para isto, é necessária a

regularização das parcelas (documentos dos lotes), buscando-se parcerias e envolvimento da

sociedade.

6.3.3 Programa de Garantia de Direitos Sociais

Pelo fato do atendimento na área de saúde no assentamento apresentar falhas, como

falta de local apropriado para atendimento médico e falta de agente comunitário de saúde, é

grande o anseio da comunidade neste sentido. Embora o município apresente estrutura (na

área urbana) e quadro de profissionais destinado ao atendimento exclusivo de produtores

rurais, em clínica geral e ginecologia, outras complicações são encaminhadas a outros locais

de atendimento.

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O tratamento de água - questão de saúde pública - vai além de investimento estrutural,

depende de mudanças de hábitos e conscientização, dependendo assim da participação de

todos os envolvidos.

A existência de uma organização representativa do PA (associação), é uma alternativa

para concentração de esforços, facilitando quanto ao alcance dos objetivos pela comunidade

em todos as dimensões, inclusive na disponibilização de profissionais na área de saúde

(agente de saúde) e investimentos em infraestrutura para as áreas de educação; viabilizar

espaços para lazer e cultura, pois mesmo não estando entre a lista de prioridades, este fator

poderá influenciar diretamente na implementação do plano proposto.

Quadro 10. Agenda de prioridades dimensão social

Problemas Quem vai

fazer?

Como fazer? Quando fazer? Onde fazer?

Falta de

documentação

adequada para

receber crédito

Valdecy Gomes

da Silva

Mobilização da

comissão e

Audiências.

A partir de

dezembro de 2013

INCRA e

EMATER-RO

Falta de agente

comunitário de

saúde e

infraestrutura

Valdicéia Souza

Prates

Mobilização da

comissão e

Audiências.

A partir de

dezembro de 2013

Secretaria

Municipal de

Saúde e

EMATER-RO

Falta de

declaração,

memorial

descritivo, planta

e homologação

do PA

Valdecy Gomes

da Silva

Mobilização da

comissão e

Audiências.

A partir de

dezembro de 2013

INCRA e

EMATER-RO

6.3.4 Programa de Garantia de Direitos Ambientais

A falta de conscientização e o descumprimento de leis que dizem respeito à

manutenção da reserva legal e área de preservação permanente, contribuiu para a escassez de

muitos recursos minerais, além da fauna e flora, em âmbito nacional.

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Vale salientar que este descumprimento muitas vezes foi influenciado por políticas de

ocupação (colonização da região norte), assim como pela falta de conhecimento e falha nas

orientações repassadas aos beneficiários.

Atualmente, a criação e alterações na legislação, inclusive com diretrizes e planos

voltados à preservação e compensação aos que se adequarem, estão em fase de

implementação.

Apesar de os beneficiários terem demonstrado interesse em atuar utilizando-se de

formas agroecológicas, evidenciando mudanças no perfil das famílias com base na

sustentabilidade e qualidade de vida, a cultura e o método de exploração utilizado até então

são itens a ser trabalhados, buscando mostrar a responsabilidade de cada um.

Quadro 11. Agenda de prioridades dimensão ambiental

Problemas Quem vai

fazer?

Como fazer? Quando

fazer?

Onde

fazer?

Falta licença

Ambiental

João Batista

Prates,

Francisca

Portilho

Madrona,

ATER/INCRA

Por meio e reuniões e

audiências, com reivindicações

pautadas em documento

A partir de

maio de 2013

SEDAM

IBAMA

SEMA.

Uso de

Agrotóxico

Mediante palestras e

campanhas de conscientização,

incentivo à agroecologia, uso

de implementos que viabilizem

as práticas de sistemas

agroecológicos

A partir de

Março

Comitê

de

pessoas,

no PA

Desmatamento Com palestras, reuniões, visitas

para sensibilização à

preservação da biodiversidade

A partir da

aprovação do

código florestal

IBAMA

SEDAM

Buscar os meios legais, visando regularização e disponibilizar meios de capacitação e

conscientização quanto ao uso dos agrotóxicos, são as etapas iniciais referentes à área

ambiental e as medidas iniciais a serem tomadas pela comunidade.

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6.3.5 Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano

Para o desenvolvimento do PDA, o planejamento participativo foi crucial. Neste, a

atribuição de responsabilidades aos envolvidos proporcionou um planejamento e organização

de comissões em dimensões (econômica, social, ambiental e infraestrutura) com objetivos a

serem trabalhados e com envolvimento da equipe técnica, atores principais e parcerias

(articulações municipais, estaduais e federais).

Desta forma, a execução e a implantação das ações previstas nos programas e projetos

do Plano de Ação têm suas atribuições, distribuídas ou associadas da seguinte forma,

conforme figura a seguir:

Figura 10. Esquema de gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento

A representação organizacional (associação) que se pretende reestruturar ou criar

(conforme decisões futuras) pode ser inserida em comissão, sendo proposta a participação de

todas as esferas conforme a figura, no desenvolvimento e gestão do plano.

A assistência técnica terá participação fundamental na gestão, sendo, além de

intermediadora entre a comunidade e parcerias, executora de ações ligadas diretamente a cada

dimensão dentro e fora do PA, inclusive com função de orientar e acompanhar junto às

comissões, a execução das ações.

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6.3.6 Assistência Técnica, Social e Ambiental – ATER

De acordo com contrato firmado entre EMATER-RO/INCRA (CRT.RO. 11.000/2012)

a assistência técnica social e ambiental no PA é realizada por equipe multidisciplinar durante

a vigência do contrato.

O direito à assistência técnica é previsto no Estatuto da Terra, entretanto, de acordo

com o Decreto nº 4.739, de 13 de junho de 2003 foi transferida a competência do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, relativa à assistência técnica e extensão

rural, para a Secretaria de Agricultura familiar – SAF do Ministério do Desenvolvimento

Agrário – MDA, bem como da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural –

PNATER (Lei n° 12.188 de 11 de janeiro de 2010), e do Programa Nacional de Assistência

Técnica e Extensão Rural – PRONATER, que possuem o objetivo comum de estimular,

animar e apoiar iniciativas de desenvolvimento rural sustentável, que envolvam atividades

agrícolas e não agrícolas, tendo como centro o fortalecimento da agricultura familiar, visando

à melhoria da qualidade de vida e adotando os princípios da agroecologia como eixo

orientador das ações.

Vale salientar que a comunidade sempre demonstrou desejo em ter assistência técnica

de forma continuada, valorizando e reconhecendo a importância desta no desenvolvimento do

PA.

A busca de parcerias é uma estratégia a ser implementada pela equipe de ATER e

atores principais em prol do desenvolvimento do PA.

Dentre as atividades (metodologias) a serem desenvolvidas estão visitas, reuniões,

oficinas, demonstrações de métodos, palestras, mutirões, dia de campo, intercâmbio, dia

especial, participação em feiras e eventos dentre outras, seguindo um plano anual de trabalho,

que em oficina no final de cada ano, é avaliado e proposto melhorias (pela equipe e

beneficiários), sendo no início de cada ano, elaborado, apresentado e discutido sempre no mês

de janeiro conforme a realidade do PA.

O plano anual de trabalho deve ter como referência o Plano de Desenvolvimento do

Assentamento e sempre estar em sintonia com a realidade do PA, considerando os avanços e

mudanças que vierem proporcionar melhorias a comunidade.

Desta forma, a equipe de ATER, sempre atuará na orientação e monitoramento da

gestão do plano, na prestação de serviços com orientação nas dimensões econômica, social e

ambiental envolvendo capacitações conforme demanda e realidade do assentamento.

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6.4 Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa

Através da interação e a participação efetiva da comunidade, o PDA, torna-se um

instrumento que expressa as condições locais, focando a realidade do PA, os desejos da

comunidade, as limitações e potencialidades.

Os programas aqui propostos visam atender diretamente as necessidades da

comunidade, e foram desenvolvidos tendo como base o conhecimento técnico e científico de

profissionais multidisciplinares, direitos e deveres (legislação), considerando também o

conhecimento técnico e empírico da população, e sempre levando em conta os programas e

projetos já existentes que pudessem ser inseridos no plano de ação, como também

considerando-se a viabilidade econômica, social e ecológica da região.

Para o sistema produtivo as ações seguem princípios tecnológicos mediante práticas

ecologicamente corretas. Para a área ambiental a legislação vigente está sendo atendida,

focando-se na regularização dos passivos, o que permite a sustentabilidade do sistema. No que

concerne à dimensão social, as propostas estão focalizadas na oferta dos serviços sociais

básicos, visando à melhoria da qualidade de vida dos beneficiários.

Assim, a elaboração do plano leva em conta os princípios socioeconômicos,

ambientais e culturais, de acordo com o diagnóstico do PA.

A disponibilidade de linhas de crédito às famílias, para investimentos de acordo com

projetos técnicos voltados à realidade local, permitindo a potencialização do setor produtivo

do PA, tem condições de promover a fixação dessas famílias no campo, manter os jovens na

área rural, criando alternativas para aproveitamento da mão de obra familiar (crianças e

mulheres), ampliando as fontes de renda da família até mesmo com investimento em

processamento de alimentos, agregando valor à produção final, entre outros.

Todavia, a burocracia em alguns trâmites, torna-se, às vezes, condicionante para

acesso a algumas necessidades da comunidade, o que é preocupante, já que acesso a crédito

como Pronaf entre outros, só é possível com a emissão das peças técnicas pelo órgão

responsável, e no caso do PA 14 de Agosto Fase II, mediante a homologação do PA.

Questões ambientais como o próprio licenciamento ambiental de atividades não são

possíveis, devido à falta de documentação das parcelas (peças técnicas). O uso de novas

técnicas de cultivo e criação de acordo com as premissas já apresentadas em outros tópicos

são fundamentais e necessárias para o desenvolvimento do PA.

A equipe técnica responsável pela elaboração deste plano atesta sua viabilidade,

segundo critérios voltados para garantia da sustentabilidade econômica, social e ambiental do

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projeto, sendo eles elementos suficientes a serem usados como indicativos de sucesso dos

programas contidos neste plano.

6.5 - Disposições Gerais

O PDA foi elaborado com base científica e de acordo com as capacitações

metodológicas realizadas para a equipe de ATER/INCRA. O mesmo será disponibilizado para

as instituições públicas e instituições privadas que interagem com o PA 14 de Agosto Fase II,

como também para as associações e/ou representantes das comissões nas temáticas social,

produtiva e ambiental. O conteúdo do plano deverá ser discutido tecnicamente, junto aos

setores administrativo e jurídico, para que possibilite ações integradas e abrangentes ao

desenvolvimento dos programas contidos no plano.

Nesse contexto, o plano torna-se real por meio de projetos e ações concretas,

considerando os problemas e potencialidades apresentados pelos assentados. Espera-se que

atenda satisfatoriamente os anseios dos agricultores, sendo eles os principais envolvidos,

subsidiando suas necessidades individuais e coletivas, assim, trazendo melhorias para o PA.

As propostas de ações e execução das mesmas serão para total interatividade dos

jovens, mulheres e idosos, incluindo-os num processo metodológico para a participação

sociocultural, política e econômica. E, conforme demanda, fortalecer a inclusão nos debates e

promover a realização de ações educativas continuadas, como também, desenvolver projetos

visando à geração de renda e agregação de valor na renda familiar e ainda incentivar à

formação de grupos.

Acredita-se que a partir desse plano, os assentados e seus familiares possam continuar

o processo de mudança da realidade vivida, e que as ações sugeridas os guiem para a

sustentabilidade.

7 - SUGESTÃO DE ESCALA DOS MAPAS RELATIVOS ÀS ÁREAS DOS

PROJETOS DE ASSENTAMENTO

Quadro 12. Sugestão de escala dos mapas

Tamanho da área do PA (há) Escala Até 2.000 1:20.000

De 2.000 a 20.000 1:50.000

Maior que 20.000 1:100.000

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de classificação de solos. 2. Ed. – Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 2006.

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Rondônia – 2010. Rio de Janeiro, 2013.

IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Rio de Janeiro,

2012. Disponível em: <http//www.ibge.gov.br>. Acesso em Maio de 2013.

INCRA. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Laudo de Vistoria: Laudo

de Vistoria de Imóvel Rural –Lote 250, Gleba Burareiro Licitação, 2007. 40 p.

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Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF: As linhas de crédito do PRONAF.

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RONDÔNIA. Governo do Estado de Rondônia. Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de

Rondônia: Um instrumento de Gestão Ambiental a Serviço do Desenvolvimento

Sustentável de Rondônia. Porto Velho: SEDAM, 2009.

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Ariquemes – RO, 2013.

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Rondônia. SEDAM. Governo de Rondônia. Porto Velho, 2002.

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Rondônia. Governo de Rondônia. Porto Velho, 2008.

VIEIRA, L. S. Manual de morfologia e classificação de solos. 2ª edição. Editora Ceres.

1983. 313p.

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ANEXOS

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Ata da Primeira oficina – SENSIBILIZAÇÃO

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Lista de presença da primeira oficina (página 01)

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Página 02

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Ata segunda oficina – Priorização

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Lista de presença segunda oficina-Priorização

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Página 02.

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Página 03.