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PROJETOS EXECUTIVOS DE ENGENHARIA PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO, CENTRO DE TRIAGEM, ESTAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA, ESTUDOS AMBIENTAIS RELATIVOS AO GRUPO DE MUNICÍPIOS COMPOSTOS POR ALCÂNTARAS, CARIRÉ, COREAÚ, FORQUILHA, FRECHEIRINHA, GRAÇA, GROAÍRAS, MASSAPÊ, MERUOCA, MORAÚJO, MUCAMBO, PACUJÁ, SANTANA DO ACARAÚ, SENADOR SÁ E SOBRAL, NO ESTADO DO CEARÁ PLANO DE MONITORAMENTO (EFLUENTES LÍQUIDOS E GASOSOS, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS) DOS MUNCIPIOS CONSORCIADOS DA ÁREA DE SOBRAL - PRODUTO 9 - CONTRATO Nº 005/CIDADES/2010 SANEBRÁS PROJETOS CONSTRUÇÕES E CONSULTORIA LTDA. FORTALEZA JUNHO/2013 (REVISADO)

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PROJETOS EXECUTIVOS DE ENGENHARIA PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO, CENTRO DE TRIAGEM, ESTAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA, ESTUDOS

AMBIENTAIS RELATIVOS AO GRUPO DE MUNICÍPIOS COMPOSTOS POR ALCÂNTARAS, CARIRÉ, COREAÚ, FORQUILHA, FRECHEIRINHA, GRAÇA, GROAÍRAS,

MASSAPÊ, MERUOCA, MORAÚJO, MUCAMBO, PACUJÁ, SANTANA DO ACARAÚ, SENADOR SÁ E SOBRAL, NO ESTADO DO CEARÁ

PLANO DE MONITORAMENTO (EFLUENTES LÍQUIDOS E GASOSOS, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS) DOS MUNCIPIOS CONSORCIADOS DA ÁREA DE SOBRAL

- PRODUTO 9 -

CONTRATO Nº 005/CIDADES/2010

SANEBRÁS PROJETOS CONSTRUÇÕES E CONSULTORIA LTDA.

FORTALEZA JUNHO/2013 (REVISADO)

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IDENTIFICAÇÃO DA SECRETARIA DAS CIDADES Secretário das Cidades Camilo Sobreira de Santana Secretário Adjunto Mário Fracalossi Júnior Secretário Executivo Magno Silva Coelho Coordenadoria de Saneamento - COSAN Edmundo Olinda Filho (coordenador) Gerenciamento e Fiscalização do Contrato Fernando Sérgio Studart Leitão Endereço Centro Administrativo Governador Virgílio Távora Cambeba – Fortaleza – Ceará CEP: 60.830-120 Fone: (85) 3101.4448 / Fax: (85) 3101.4450 Email: [email protected] IDENTIFICAÇÃO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE Presidente Gilson de Carvalho Queiroz Filho Superintendente Estadual do Ceará Germano Rocha Fonteles Engenheiros/técnicos do Departamento de Engenharia de Saúde Pública – DIESP/FUNASA – CE Soraia Tavares de Souza Gradvohl Joaquim Bastos Gonçalves Neto Márcio Pessoa Botto Igor Ramos Alves Endereço: Avenida Santos Dumont, 1890 - Aldeota CEP: 60150-161 Fortaleza - CE Telefone: (85) 3312-6771

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EQUIPE TÉCNICA

Coordenador Geral Francisco André Martins Pinto Engenheiro Civil, CREA-CE 10 271-D

Engenheiro Sanitarista e Ambiental

André Sarmanho de Lima Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente – CREA PA 9668-D

Especialista em Gestão Ambiental

Francisco José Freire de Araújo Biológo, Mestre em Saneamento Ambiental – CRBio 36.399/5-D

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE

André Sarmanho de Lima Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

APRESENTAÇÃO O presente relatório versa sobre o PLANO DE MONITORAMENTO (EFLUENTES LÍQUIDOS E GASOSOS, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS) dos municípios a serem beneficiados com a implantação do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral, se constituindo no Produto 9 integrante do Projeto Executivo de Engenharia para Implantação do Aterro Sanitário Consorciado, Estação de Transferência e Estudos Ambientais pertinentes aos municípios de Alcântaras, Cariré, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Graça, Groaíras, Massapê, Meruoca, Moraújo, Mucambo, Pacujá, Santana do Acaraú, Senador Sá e Sobral no Estado do Ceará. Foi desenvolvido no âmbito do Contrato nº 005/CIDADES/2010 firmado entre a Secretaria das Cidades do Governo do Estado do Ceará e a empresa SANEBRÁS - Projetos Construções e Consultoria LTDA, tendo sua elaboração obedecido às diretrizes definidas no Termo de Referência do Edital de Tomada de Preços n° 014/CIDADES/2009.

O monitoramento consiste em um sistema de ações de medição de campo e análises de laboratório realizadas periodicamente durante a fase de operação e após o encerramento das atividades do aterro. Esse monitoramento tem como objetivo avaliar a eficiência desta instalação e propor medidas de controle ambiental a fim de mitigar possíveis efeitos negativos decorrentes da implantação do aterro sanitário. Para realizar o monitoramento eficaz, sugere-se a aquisição de alguns equipamentos como: estação de meteorológica, birutas e medidor de gases.

Os demais produtos integrantes deste contrato são:

� Produto 1: Caracterização da área e escolha de alternativas

� Produto 2: Estudos ambientais

� Produto 3: Estudos geotécnicos;

� Produto 4: Serviços topográficos inerentes a elaboração do projeto executivo do aterro sanitário e suas unidades correlatas:

� Produto 5: Diagnóstico do sistema atual de resíduos sólidos;

� Produto 6: Estudo de viabilidade socioeconômica;

� Produto 7: Projeto executivo do aterro sanitário e suas unidades correlatas;

� Produto 8: Planos de operação e manutenção do aterro sanitário e suas unidades correlatas;

� Produto 9: Plano de monitoramento (efluentes líquidos e gasosos, águas subterrâneas);

� Produto 10: Plano de fechamento do aterro sanitário;

� Produto 11: Projeto de encerramento dos lixões existentes;

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� Produto 12: Estudo de viabilidade para avaliar a possibilidade de venda de créditos de carbono

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 3.1 – Localização do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral ................................. 3

FIGURA 5.1 - Apresentação do ângulo de deslocamento ..................................................... 9

FIGURA 5.2 - Esquema da direção estável e instável das condições resultantes ................. 9

FIGURA 5.3 - Placa de recalque ..........................................................................................10

FIGURA 5.4 Equipamento de estação total ..........................................................................10

FIGURA 5.5 – Pluviômetro ...................................................................................................11

FIGURA 6.1 – Croqui esquemático da localização dos pontos de coleta para o monitoramento das águas subterrâneas no aterro sanitário. ........................................14

FIGURA 6.2 – Planejamento dos pontos de amostragem dos recursos hídricos locais. .......17

FIGURA 6.3 - Croqui esquemático da estação de tratamento do percolado: Localização dos pontos de coleta. ..........................................................................................................20

FIGURA 6.4 – Coleta de amostra na estação de tratamento de percolado no Aterro da Muribeca, PE. ...............................................................................................................21

FIGURA 7.1 - Medidor de gases ..........................................................................................24

FIGURA 7.2 – Medidor de vazão de gases. .........................................................................25

FIGURA 7.3 – Estação meteorológica. .................................................................................26

FIGURA 7.4 - Decibelímetro ................................................................................................27

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LISTA DE QUADROS QUADRO 6.1 - Parâmetros de análise de águas subterrâneas realizados no período de

quatro meses ................................................................................................................15

QUADRO 6.2 - Parâmetros de análise de águas subterrâneas realizados no período de doze meses ...........................................................................................................................16

QUADRO 6.3 – Pontos de amostragem ...............................................................................16

QUADRO 6.4- Pontos coletados para monitoramento ..........................................................18

QUADRO 6.5 – Parâmetros de análise ................................................................................18

QUADRO 6.6 - Parâmetros de análise de águas superficiais realizados no período de quatro meses ...........................................................................................................................18

QUADRO 6.7 - Parâmetros de análise de águas superficiais realizados no período de quatro meses ...........................................................................................................................19

QUADRO 6.8 – Frequência dos parâmetros a serem realizados na estação de tratamento de percolados. ...................................................................................................................22

QUADRO 7.1 - Padrões de qualidade do ar .........................................................................23

QUADRO 7.2 – Exposição máxima diária de ruídos .............................................................28

QUADRO 7.3 - Resumo das ações de monitoramento .........................................................29

QUADRO 11.1 – Análise de água e Mão-de-obra do Plano de Monitoramento pós-encerramento do aterro ................................................................................................40

QUADRO 11.2 - Cronograma físico financeiro do plano monitoramento ..............................41

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA ................................................................................. 2

3 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................... 3

4 PLANO DE MONITORAMENTO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS, GASOSOS E

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .................................................................................................... 4

4.1 MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA OPERAÇÃO ................................ 4

4.2 ACOMPANHAMENTO DE RECOMPOSIÇÃO VEGETAL .......................................... 5

5 MONITORAMENTO GEOTÉCNICO ........................................................................... 7

5.1 INSPEÇÕES VISUAIS ............................................................................................... 7

5.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DOS MARCOS SUPERFICIAIS ............................ 8

5.3 ANÁLISES DE ESTABILIDADE DOS MACIÇOS ....................................................... 9

5.3.1 Pluviometria ................................................................................................................. 10

5.4 INTERPRETAÇÃO DOS NÍVEIS PIEZOMÉTRICOS ................................................11

5.5 FATOR DE SEGURANÇA DA ESTABILIDADE DO TALUDE ...................................12

6 MONITORAMENTO DOS LÍQUIDOS ....................................................................... 13

6.1 MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .................................................13

6.2 MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS .....................................................16

6.3 MONITORAMENTO DO PERCOLADO ....................................................................19

6.3.1 Coleta e preservação das amostras .......................................................................... 20

6.3.2 Parâmetros analisados e frequência de amostragem................................................ 21

7 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR, CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS E

RUÍDOS... ............................................................................................................................ 23

7.1 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR .........................................................................23

7.1.1 Medição da vazão de gases...................................................................................... 24

7.2 MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS ......................................25

7.3 CONTROLE DE RUÍDOS .........................................................................................26

7.4 RESUMO DAS AÇÕES DE MONITORAMENTO ......................................................28

8 PROGRAMA DE SAÚDE DO PESSOAL OPERACIONAL E GERENCIAL ............. 30

9 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................................................ 31

10 PLANO DE EMERGÊNCIA ...................................................................................... 33

11 MEMORIAL DESCRITIVO ........................................................................................ 37

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 42

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REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 43

ANEXO – A.R.T. DO RESPONSÁVEL TÉCNICO ............................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

A Política Estadual de Resíduos Sólidos do Ceará foi instituída pela Lei nº 13.103, de 24 de janeiro de 2001, e incorpora várias diretrizes que viriam a ser definidas na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, onde esta tem como principal propósito atribuir aos governos e aos cidadãos o gerenciamento dos resíduos. A implantação do aterro sanitário é uma iniciativa da Secretaria das Cidades do Governo do Estado do Ceará para os Consórcios Municipais de Aterros de Resíduos Sólidos, formado pelos municípios de Alcântaras, Cariré, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Graça, Groaíras, Massapê, Meruoca, Moraújo, Mucambo, Pacujá, Santana do Acaraú, Senador Sá e Sobral, no Estado do Ceará. Tendo como objetivo de oferecer uma solução ambientalmente viável e juridicamente legal para os resíduos sólidos gerados na região. O aterro sanitário caracteriza-se como uma técnica onde os resíduos sólidos são destinados de forma ambientalmente correta. Para atender a essa demanda desenvolveu-se mecanismos referentes tanto a infraestrutura deste local como nos sistemas de tratamento de gases e percolado. Entretanto, a instalação, operação e encerramento das atividades realizadas no aterro sanitário demandam a realização de um conjunto de critérios que devem ser seguidos, objetivando atender não só a legislação ambiental vigente como destinar corretamente os resíduos. Esses critérios referem-se ao plano monitoramento do aterro sanitário consorciado de Sobral. O monitoramento ambiental em aterros refere-se a ações cíclicas de verificação de diferentes parâmetros físicos, químicos e biológicos. Ele fornece dados que indicam a evolução dos estágios de decomposição dos resíduos depositados e, portanto, da eficiência no processo de inertização da massa de lixo. O presente produto visa a elaboração de um plano de monitoramento (efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas) das atividades do aterro, a fim de garantir o seu adequado funcionamento, evitando, assim, uma série de problemas socioambientais decorrentes do mau funcionamento e falta de manutenção.

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2 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

O presente estudo tem como objetivos:

• Identificar os procedimentos que devem ser adotados para o monitoramento dos efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas do aterro sanitário consorciado de Sobral.

• Orientar a implantação dos procedimentos de monitoramento a serem realizados em

no aterro sanitário.

• Avaliar a influência do aterro sobre o meio ambiente

• Acompanhamento o funcionamento do aterro de acordo com seu projeto executivo. O Plano é de fundamental importância, uma vez que, para garantir o perfeito funcionamento do aterro sanitário faz-se necessário o constante monitoramento de efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas, a fim de não causar possíveis danos ao meio ambiente e às populações que vivem nas áreas de influência do aterro.

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3 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A área do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral se encontra localizada na zona rural de Sobral a aproximadamente 8 km de sua zona urbana, o maior centro gerador de resíduos, no ponto de coordenadas UTM 9.589.850 N e 342.200 E. O acesso à futura área do aterro, a partir da sede municipal se dá pela BR 222.

FIGURA 3.1 – Localização do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral

O aterro sanitário pode ser conceituado como uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde e à segurança, minimizando os impactos ambientais, utilizando princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume possível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou intervalos menores se necessário (ABNT 1984).

O empreendimento em pauta é uma iniciativa do Governo do Estado do Ceará enquanto parte da política estadual de gestão integrada de resíduos sólidos. É resultado de um estudo realizado em 2006, intitulado “Estudo de Viabilidade do Programa para o Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos no Estado do Ceará, Brasil”.

O presente produto trata do Plano de Monitoramento de efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral.

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4 PLANO DE MONITORAMENTO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS, GASOSOS E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

O monitoramento consiste em um sistema de ações de medição de campo e análises de laboratório realizadas periodicamente durante a fase de operação e após o encerramento das atividades do aterro. Esse monitoramento tem como objetivo avaliar a eficiência desta instalação e propor medidas de controle ambiental a fim de mitigar possíveis efeitos negativos decorrentes da implantação do aterro sanitário. Para realizar o monitoramento eficaz, sugere-se a aquisição de alguns equipamentos como: estação de meteorológica, birutas e medidor de gases.

4.1 MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA OPERAÇÃO

As etapas de consolidação das obras, com a implantação do canteiro, mobilização de operários, execução e encerramento do aterro pressupõem impactos em diferentes fatores ambientais e com diferentes escalas de abrangência. Esses impactos ocorrem em decorrência de ações inter-relacionadas, que contemplam, entre outros, basicamente limpeza do terreno e remoção localizada de vegetação; trabalhos de escavação e de terraplenagem; abertura de caminhos de serviço; tráfego de veículos e equipamentos, com consequente possibilidade de elevação pontual dos níveis de ruídos, emissão de material particulado, poeira e risco de acidentes; as problemáticas decorrentes das condições de higiene, saneamento e segurança do trabalho. Alguns dos impactos a serem causados pela execução das obras são contemplados em programas específicos; entretanto, um projeto que consolide e monitore, de forma integrada, as medidas diretamente relacionadas às obras poderá propiciar resultados ambientais mais adequados, tendo em vista que medidas, diretrizes e técnicas recomendadas, quando adotadas preventivamente, podem minimizar, ou mesmo neutralizar, os possíveis impactos ambientais decorrentes das obras. Dessa forma, o aspecto fundamental é a definição das diretrizes voltadas aos trabalhos de monitoramento e supervisão ambiental, que servirão para avaliar a eficácia e acompanhar a aplicação das medidas propostas. Para evitar possíveis problemas que poderão ser encontrados eventualmente no aterro sanitário, os mesmos deverão ser identificados e corrigidos imediatamente para evitar o colapso do tratamento do sistema. Para isso, serão realizadas medidas rotineiras preventivas como:

• Elaboração de relatório técnico de operação e utilização de livro para registro das ocorrências;

• Controle de imunização dos funcionários;

• Programa de prevenção de acidentes;

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• Disponibilidade permanente de meios de comunicação direta com responsável técnico do aterro para utilizações em ocorrências emergenciais;

• Disponibilização de equipamentos de primeiros socorros mantidos em local de fácil acesso;

• Controle rigoroso da utilização dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs;

• Higienização diária das instalações de apoio operacional;

• Limpeza do entorno das áreas do aterro para recolhimento de resíduos espalhados pelo vento;

• Capinação periódica e manutenção do paisagismo do aterro;

• Inspeções diárias no sistema de recobrimento dos resíduos;

• Manutenção da cobertura vegetal sobre os taludes no sentido de evitar a erosão;

• Vistorias, manutenção e desobstrução das canaletas e demais dispositivos do sistema de drenagem das águas pluviais;

• Inspeção constante e manutenção periódica do sistema de drenagem do chorume;

• Manter a combustão dos queimadores do gás metano;

• Limpeza diária dos equipamentos e máquinas utilizados na operação do aterro;

• Manutenção das condições adequadas de tráfego nas vias de acesso internas do aterro;

• Controle do acesso e isolamento da área do aterro, evitando a entrada de pessoas não autorizadas e animais.

4.2 ACOMPANHAMENTO DE RECOMPOSIÇÃO VEGETAL

A recomposição vegetal deverá ser feita nas áreas atualmente degradadas e que não serão ocupadas pelas células de lixo, incluindo a mata ciliar, as quais integrarão a área de reserva legal, bem como nos terrenos que poderão vir a ser usados como jazidas e nos locais de bota-fora. Também, compreenderá ações de recomposição paisagística dos taludes e da superfície final do aterro sanitário, após o seu encerramento. O acompanhamento da recomposição vegetal será feito observando as recomendações durante as seguintes atividades:

• Preparação / aquisição de mudas para reflorestamento;

• Plantio de mudas nas áreas a serem recuperadas;

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• Acompanhamento do desenvolvimento das plantas;

• Replantio de mudas que não obtiverem bom desenvolvimento;

• Controle de pragas, se necessário;

• Proteção da área contra as ações degradadoras.

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5 MONITORAMENTO GEOTÉCNICO

O empreendedor, ou responsável pela obra e operação, deverá executar monitoramento geotécnico, conforme descrito a seguir. O conjunto mínimo de medições de campo necessário ao monitoramento geotécnico do aterro sanitário é composto por:

• Deslocamentos superficiais – horizontais e verticais;

• Medições de sobrepressões neutras e gás. Essas informações permitem avaliar a estabilidade mecânica, a drenagem subterrânea e o adensamento dos resíduos confinados.

5.1 INSPEÇÕES VISUAIS

Rotinas de visita a célula do maciço devem ser estabelecidas de modo que possam ser percebidas, visualmente, as primeiras manifestações de problemas geotécnicos. Tais visitas devem ser realizadas por profissionais habilitados que deverão inspecionar bermas, caminhos, elementos de drenagem e instrumentos de leitura, de modo a observar sinais de comportamento anômalos. Constituem o procedimento básico para a execução do monitoramento geotécnico, devendo ser realizado periodicamente, por técnicos treinados, que devem percorrer toda a extensão do maciço do aterro e arredores analisando visualmente a existência de anormalidades, como:

• Trincas, deformações ou outros problemas no solo de cobertura e superfície do maciço do aterro;

• Alterações no caimento, empoçamentos, assoreamentos, transbordamentos ou outros problemas estruturais e funcionais dos dispositivos de drenagem superficial;

• Abaloamentos ou abatimentos (afundamentos) da superfície do aterro;

• Processos erosivos em formação e ou em desenvolvimento;

• Condições de umidade anômalas, surgimento ou vazamento de chorume;

• Ocorrência de erosões na camada de cobertura das células que podem expor o

resíduo;

• Surgência de chorume nos taludes ou no sistema de drenagem superficial. Caso tais constatações sejam observadas, estas deverão ser registradas, fotografadas e devidamente analisadas para que sejam tomadas medidas de intervenção adequadas ou para que sejam instalados instrumentos de medição específicos.

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5.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DOS MARCOS SUPERFICIAIS

O procedimento geral de análise das leituras topográficas dos marcos superficiais consiste basicamente na determinação de:

• Deslocamentos verticais (acumulados, parciais, velocidades);

• Deslocamentos horizontais (acumulados, parciais, velocidades);

• Avaliação da tendência da condição de estabilidade do talude em função da direção resultante dos vetores de deslocamento vertical versus deslocamento horizontal.

O cálculo dos deslocamentos horizontais dos marcos superficiais é feito com base na direção e sentido de deslocamento que evidencie uma possível situação de instabilidade do aterro. A direção e o sentido são caracterizados pelo ângulo formado entre a coordenada Norte, locada em planta, e a perpendicular à reta tangente ao talude no ponto onde se encontra o marco superficial em estudo. A partir desses valores é feito o cálculo, por diferença, do deslocamento parcial. A velocidade de deslocamento horizontal é calculada como sendo a razão entre o deslocamento horizontal parcial e o número de dias transcorridos entre os valores em questão. O cálculo de deslocamento vertical (recalque) é feito tomando-se a diferença entre os valores de leitura do dia em análise e o valor caracterizado na instalação do marco superficial. Os cálculos dos recalques parciais e velocidades verticais seguem o mesmo critério apresentado no cálculo dos deslocamentos horizontais parciais e velocidades de deslocamento horizontal, respectivamente. As mesmas considerações apresentadas para o cálculo de deslocamentos verticais servem para o cálculo dos recalques observados através dos medidores de recalque. O ângulo apresentado na FIGURA 5.1 é indicativo do comportamento do marco em termos de movimentação tridimensional, uma vez que a movimentação horizontal é uma composição das coordenadas Norte e Este e é determinado através do arco tangente da divisão entre o deslocamento horizontal parcial e o deslocamento vertical parcial. Estima-se que se este ângulo de deslocamento for menor que 45º (deslocamento vertical maior que o deslocamento horizontal), a movimentação resultante deste marco tende a deslocamentos aceitáveis em termos de estabilidade do aterro sanitário.

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FIGURA 5.1 - Apresentação do ângulo de deslocamento

FIGURA 5.2 - Esquema da direção estável e instável das condições resultantes

5.3 ANÁLISES DE ESTABILIDADE DOS MACIÇOS

Para avaliar a instabilidade dos maciços serão realizadas análises de estabilidade com base na geometria da área da superfície do aterro definida a partir de levantamentos planialtimétricos. Esse monitoramento será efetivado pelo uso de instrumentos geotécnicos e realizado pela utilização de equipamentos que permitem avaliar as deformações encontradas nos maciços decorrente das pressões exercidas pelos gases e percolados. Os instrumentos básicos utilizados nesse monitoramento são: placa de recalque (FIGURA 5.3), medidores de nível d’água, piezômetros e manômetro de gás. Estes serão apresentados e terão seus locais de instalação definidos no Produto 3 (Projetos Executivos de Engenharia para Implantação do Aterro Sanitário, Centro de Triagem e Estação de Transferência).

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As análises serão feitas tendo como base a leitura destes instrumentos, sendo realizadas periodicamente por meio de levantamentos topográficos de precisão utilizando como equipamento uma estação total da marca CST/Berger ou similar (FIGURA 5.4). Os resultados das leituras e da movimentação em superfícies indicarão a direção, a variação e a intensidade dos deslocamentos ao longo do tempo.

FIGURA 5.3 - Placa de recalque

Fonte: NUCASE, 2008.

FIGURA 5.4 Equipamento de estação total

Fonte: NUCASE, 2008.

5.3.1 Pluviometria O registro pluviométrico local gera dados importantes que auxiliarão na interpretação das informações levantadas pelos estudos geotécnicos. A pluviometria permite determinar as vazões de escoamento superficial, as taxas de infiltração e influenciam diretamente a vazão de percolados gerados no aterro. Quantificar e monitorar a pluviometria do local do aterro é de fundamental importância, pois estes valores serão utilizados para o dimensionamento dos elementos do sistema de drenagem superficial e para estimar a vazão do percolado. O monitoramento realizado pelo pluviômetro deverá ser diário. Para a realização desse monitoramento faz-se necessário à aquisição de equipamentos capazes de fornecer essas informações, a exemplo, o pluviômetro da marca Hidrologia ou similar, que é o instrumento normalmente operado em estações meteorológicas convencionais ou miniestações. O pluviômetro (FIGURA 5.5) consiste de um funil oco com uma área de captação exposta de 20 cm de diâmetro e instalado a uma altura de 1,5 metros acima do solo. Em sua parte

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inferior uma torneira bloqueia a água. Com a ocorrência da chuva a água se aloja em seu interior, e a seguir coletada por uma proveta graduada em milímetros. Essa medida em milímetros indica a altura da lâmina d'água sobre toda extensão do metro quadrado de superfície.

FIGURA 5.5 – Pluviômetro Fonte: UNESP, 2011.

5.4 INTERPRETAÇÃO DOS NÍVEIS PIEZOMÉTRICOS

Os níveis piezométricos (pressão neutra) permitem executar as seguintes avaliações:

• Avaliação da drenagem subterrânea;

• Avaliação do Fator de Segurança.

Os instrumentos de monitoramento locados nas camadas de resíduos fornecem medidas de sobrepressão neutras relevantes tanto ao acompanhamento dos recalques como para avaliação do desempenho do sistema de drenagem de percolados. Possíveis variações nas condições operacionais do sistema de drenagem de percolados, ou aumento da recarga do aterro devido à pluviometria, podem resultar em elevação do nível piezométrico, o que afetaria o adensamento dos resíduos. A diferença de potencial entre as câmaras dos poços multiníveis podem ser plotadas nos mesmos gráficos de pressão neutra dos respectivos poços, visando detectar a formação de bolsões de chorume e gás, subsidiando as devidas medidas mitigadoras.

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5.5 FATOR DE SEGURANÇA DA ESTABILIDADE DO TALUDE

A avaliação do Fator de Segurança visa caracterizar o risco de ruptura instantânea através do conceito de equilíbrio-limite, quando as tensões atuantes igualam a resistência do solo. Esta avaliação é de suma importância, visto que os impactos deste tipo de ruptura são gravíssimos, exigindo medidas corretivas e emergenciais de maiores custos. Por Fator de Segurança (FS) entende-se o valor numérico da relação estabelecida entre a resistência ao cisalhamento, disponível, do solo e a resistência ao cisalhamento mobilizado para garantir o equilíbrio do corpo deslizante, sob o efeito dos esforços atuantes. O Fator de Segurança global aceitável deve ser superior a 1,5. Um dos parâmetros de maior importância na avaliação do Fator de Segurança dos diques é a linha piezométrica, dada a sua natureza extremamente dinâmica, visto que esta se relaciona também ao desempenho do Sistema de Drenagem.

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6 MONITORAMENTO DOS LÍQUIDOS

Para a execução do monitoramento ambiental é de extrema importância à análise qualitativa das águas subterrâneas, águas superficiais e percolados. Estes elementos constituem-se como principais indicadores da eficácia do aterro. O monitoramento desses elementos será realizado por meio da coleta de amostras que serão analisadas de acordo com as normas especificadas e a legislação vigente.

Os resultados das análises e seus relatórios devem ser encaminhados à Superintendência Estadual de Meio Ambiente – SEMACE para apreciação. Os procedimentos adotados para a amostragem das águas atenderão aos parâmetros estabelecidos pela SEMACE e pela ABNT.

6.1 MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

As amostras para análise da água subterrânea serão coletadas por poços de monitoramento. O aterro sanitário consorciado de Sobral contará com sete poços que serão utilizados para verificar a qualidade da água subterrânea durante a operação do aterro e após o encerramento de suas atividades. Os poços serão construídos tendo como base a topografia da área do aterro e está próximo de instalações que possam indicar possíveis contaminações no lençol freático. As possíveis localizações dos pontos estão representadas na FIGURA 6.1.

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FIGURA 6.1 – Croqui esquemático da localização dos pontos de coleta para o monitoramento das águas subterrâneas no aterro

sanitário.

Os resultados obtidos pelas análises dos parâmetros microbiológicos e inorgânicos das amostras de água subterrânea coletadas nos poços de monitoramento serão comparados aos Valores Máximos Permissíveis (VMP) indicados nos padrões de referência de qualidade ambiental para águas subterrâneas. Os poços serão construídos conforme a norma NBR 13.895/1997 e os parâmetros de análises para o monitoramento terão como referência a

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Resolução CONAMA. Para os métodos de preservação e técnicas de amostragem utilizar-se-á a NBR 9898 da ABNT. Os tipos de análises das águas subterrâneas a ser realizadas são:

Elementos analisados Período Parâmetros de análise

Condutividade

A análise será feita a cada quatro meses

Resolução CONAMA 430/2011

Cor Nitrogênio amoniacal

Cloreto DBO DQO

Oxigênio dissolvido Zinco

pH Coliformes fecais Coliformes totais

Sólidos totais dissolvidos QUADRO 6.1 - Parâmetros de análise de águas subterrâneas realizados no período de quatro

meses

Elementos analisados Período Parâmetros de análise

Óleos e graxas

A análise será feita a cada doze meses

Resolução CONAMA 430/2011

Pseudomonas aeruginosa Salmonella SP

Fenóis Nitrato Nitrito

Nitrogênio Kjeldahl Dureza total

Turbidez Alumínio Cádmio Chumbo

Bário Cobre

Potássio Sódio

Cromo total Ferro

Manganês Mercúrio Benzeno

Cloreto de vinila Tolueno/metilbenzeno

Tricloroetileno/tricloroetano

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Continuação: Xilenos

Cloreto de metileno QUADRO 6.2 - Parâmetros de análise de águas subterrâneas realizados no período de doze meses

O município de Sobral apresenta três domínios hidrogeológicos distintos: os depósitos aluvionares, bacia sediementar do Jaibaras e o embasamento cristalino, sendo todos importantes fontes de recursos hídricos.

Em sua maioria, a área é constituída pelo domínio das rochas sedimentares que formam os chamados aquíferos de natureza permoporoso. Que são aquíferos típicos de áreas com predominância de rochas areníticas e conglomeráticas (Formação Pacujá), principalmente, onde a porosidade se deve a natureza litologica. Nesse domínio os pontos de recarga se dão através do escoamento da água por vertentes e maciços, setores de maior humidade, infiltrando assim no meio vadoso. Localmente essa compartimentação hidrogeológica situa-se a leste da área do empreendimento ao sopé da Serra do Jordão.

Todavia, para o setor hidrogeológico de estudo existe uma característica bastante peculiar, a presença de rochas vulcânicas (Formação Parapuí) maciças em grande parte da área de estudo. Essa situação condiciona o sistema hidrogeológico um potencial hidrogeológicos baixo, irregular, mas com relevância nos períodos de estiagem.

O fluxo da água subterrânea está no sentido sudeste, os PONTOS 02 e 03 e representam pontos estratégicos, sendo um a montante (Ponto 01) e outro a jusante (Ponto 03) da área de interesse para a instalação do Aterro Sanitário.

Esses pontos de amostragem permitirão o monitoramento da situação dos recursos hídricos a montante e a jusante do empreendimento, dentro do terreno e após a influência do aterro sanitário (QUADRO 6.3).

PONTO NOME COORDENADAS X Y

2 Poço Logradouro 341.466 9.592.285 3 Poço Jaburuna III 342.518 9.589.863

QUADRO 6.3 – Pontos de amostragem

6.2 MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

O município de Sobral está inserido na bacia hidrográfica do rio Acaraú que conta ainda com o Rio Aracatiaçu que nasce próximo das Serras de Santa Luzia e Tamanduá. Estes constituem os principais recursos hídricos que drenam a região. Também fazem parte da rede de drenagem os riachos Papoco, Santa Luzia, Carioca, Madeira, Riachão e do Mendes. Destaque para o açude Aires de Souza (Jaibaras) localizado na região com capacidade para armazenar até 104,43 hm³. A rede fluvial é densa, mas com fluxo hídrico intermitente sazonal e de baixo potencial de águas subterrâneas, com temperaturas médias elevadas de 27ºC.

Os recursos hídricos da área do terreno apresentam interligação dos rios, riachos e açudes, implicando numa rede de drenagem bastante ramificada, todos de caráter intermitente e de

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pequenas ordens. A drenagem superficial é constituída por cursos d’água dotados de intermitência sazonal.

O recursos hídricos próximos da área do aterro possuem interligação com rios, riachos e açudes, caracterizando numa rede de drenagem bastante ramificada, todas com caráter intermitente e de pequenas ordens. Como o rio Jaibaras que fica a sudeste da área do aterro (FIGURA 6.2).

FIGURA 6.2 – Planejamento dos pontos de amostragem dos recursos hídricos locais. Fonte: Banco de dados matriciais da GeoEye e DigitalGlobe (2009).

Como o fluxo de águas superficiais caminha no sentido sudeste, estabeleceu-se que deve haver o monitoramento da qualidade das águas do açude do Wilson e outro açude mais a sul denominado de Açude Sobral para fins de identificação (QUADRO 6.4). Ambos são receptores das drenagens provenientes do terreno, nos pontos a montante (PONTO 1) e a jusante (PONTO 4 e 5) do empreendimento, permitindo, assim, a identificação de qualquer problema na operação do aterro sanitário. Além desses, outro corpo hídrico a leste representará outro ponto de controle quando este possuir fluxio hidrico, colaborando para antever qualquer acidente.

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PONTO NOME COORDENADAS X Y

1 Açude Wilson 340.945 9.590.988 4 Açude próximo a BR-222 343.698 9.590.624 5 Açude-Sobral 343.623 9.588.887

QUADRO 6.4- Pontos coletados para monitoramento

Considerando que, durante o período de estiagem, alguns corpos hídricos não apresentarão água corrente suficiente para o monitoramento, as análises devem ser realizadas a cada quatro meses seguindo as indicações do QUADRO 6.5:

PERÍODO LOCAIS PROCESSOS ENVOLVIDOS

1ºquadrimestre TODOS Corpo receptor, escoamento superficial e subterrâneo.

2ºquadrimestre TODOS Corpo receptor, escoamento superficial e subterrâneo.

3ºquadrimestre PONTO 3 e PONTO 5 Possível corpo receptor 4ºquadrimestre PONTO 3 e PONTO 5 Possível corpo receptor

QUADRO 6.5 – Parâmetros de análise

Para os métodos de preservação e técnicas de amostragem utilizar-se-á a NBR 9.898 da ABNT. Os parâmetros de análise poderão considerar a Resolução CONAMA ou ainda serem definidos pelo órgão ambiental competente. Estas análises serão realizadas de acordo com o período e parâmetro definido a seguir:

Elementos analisados Período Parâmetros de análise

Condutividade

A análise será feita a cada quatro meses

Resolução CONAMA 357/2005

Cor Nitrogênio amoniacal

Cloreto DBO DQO

Oxigênio dissolvido Zinco

pH Coliformes fecais Coliformes totais

Sólidos totais dissolvidos QUADRO 6.6 - Parâmetros de análise de águas superficiais realizados no período de quatro meses

Elementos analisados Período Parâmetros de análise

Óleos e graxas A análise será feita a cada doze meses

Resolução CONAMA 357/2005 Pseudomonas aeruginosa

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Continuação. Salmonella SP

A análise será feita a cada doze meses

Resolução CONAMA 357/2005

Fenóis Nitrato Nitrito

Nitrogênio Kjeldahl Dureza total

Turbidez Alumínio Cádmio Chumbo

Bário Cobre

Potássio Sódio

Cromo total Ferro

Manganês Mercúrio Benzeno

Cloreto de vinila Tolueno/metilbenzeno

Tricloroetileno/tricloroetano Xilenos

Cloreto de metileno QUADRO 6.7 - Parâmetros de análise de águas superficiais realizados no período de quatro meses

6.3 MONITORAMENTO DO PERCOLADO

O efetivo controle operacional de qualquer sistema de tratamento de esgotos, de forma a possibilitar tanto a verificação dos parâmetros de eficiência quanto otimizar a rotina operacional, somente é alcançado com a implementação de um programa de monitoramento adequado. Ressalta-se que o Termo de Referência do Edital de Tomada de Preço nº 014/Cidades/2009 determina Lagoas de estabilização como a tecnologia a ser utilizada no tratamento dos percolados do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral, entretanto, conforma experimentos empíricos realizados, pela empresa contratada, em percolados similares ao do empreendimento, verificou-se que a configuração de tratamento mais adequado seria composta pela sequência dos seguintes equipamentos: peneira estática, caixa de areia e medidor de vazão (calha Parshall), uma lagoa anaeróbia, um tanque de precipitação química, um sistema de lodos ativados constituído de tanque de aeração, decantador secundário, leito de secagem de lodos, tratamento físico-químico, constituído por tanque de homogeneização de vazão, temperatura e pH, um tanque de mistura rápida, um tanque de mistura lenta, um decantador e um sistema de filtração final composto de filtros rápidos. A condução da estação de tratamento de percolados exige o monitoramento da qualidade e do volume de percolados afluentes à estação. As atividades de monitoramento, na estação

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de tratamento de percolados estão relacionadas com as diferentes etapas do processo de tratamento:

• Controle do volume de percolados afluente ao sistema de tratamento (medições de vazão);

• Controle do funcionamento das unidades que compõem o sistema; • Avaliação da eficiência e estabilidade operacional do sistema; • Avaliação e controle do volume de lodo gerado no sistema de tratamento; • Processamento e disposição final do lodo; • Controle da qualidade físico-química e bacteriológica do efluente final da estação de

tratamento de percolados. O monitoramento consistirá na realização de coletas de amostras na entrada da estação de tratamento (caixa de chegada localizada anterior a peneira estática) e na entrada e saída das unidades de tratamento: lagoa anaeróbica; precipitação química; lodo ativado; tratamento físico-químico e filtração rápida (FIGURA 6.3).

FIGURA 6.3 - Croqui esquemático da estação de tratamento do percolado: Localização dos pontos de coleta.

6.3.1 Coleta e preservação das amostras A coleta das amostras será realizada na estação de tratamento de percolado, e procederá especificamente na caixa de chegada anterior a peneira estática, saída das unidades de tratamento (lagoa anaeróbia, precipitação química e de lodos ativados) e na saída da estação de tratamento de percolados. As amostragens constituíram-se em: cerca de 5 litros de percolados acondicionados em bombonas plásticas de polietileno, previamente higienizadas; As mesmas serão transportadas ao laboratório contrato, preservadas a 4ºC. A exemplo, a FIGURA 6.4 demonstra uma coleta de amostra sendo realizada na lagoa anaeróbica da estação de tratamento de percolado no aterro da Muribeca – PE.

Legenda: - Pontos de coleta

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FIGURA 6.4 – Coleta de amostra na estação de tratamento de percolado no Aterro da Muribeca, PE.

Fonte: Grupo de Resíduos Sólidos da UFPE.

6.3.2 Parâmetros analisados e frequência de amostragem O critério para caracterização do percolado seguirá rigorosamente os métodos do Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). Os parâmetros analíticos a serem realizados no monitoramento são os estabelecidos pelas Portarias da SEMACE nº 154/2002, n° 151/2002 e n° 111/2011, e pelas Resoluções do CONAMA n° 357/2005 e n° 430/2011. A seguir, no QUADRO 6.7, são apresentados os parâmetros e frequências das análises a serem realizadas na estação de tratamento de percolados.

PARÂMETROS FREQUÊNCIA

pH Diária

DBO Mensal

Temperatura Diária

DQO Mensal

DQO Filtrada Mensal

NTK Mensal

SST Mensal

Materiais Flutuantes Diário

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Continuação.

Sólidos Sedimentáveis Diário

Nitrogênio Amoniacal Mensal

Sulfeto Mensal

Ferro Solúvel Mensal

Manganês Solúvel Mensal

Óleos e Graxas Mensal

Sulfato Mensal

Sulfito Mensal

Cromo Hexavalente Semestral

Coliformes Totais Mensal

Coliformes Fecais (E. coli) Mensal

QUADRO 6.8 – Frequência dos parâmetros a serem realizados na estação de tratamento de percolados.

Vale ressaltar que essa frequência poderá ser modificada no decorrer do período de operação do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral (20 anos) ajustada a critério do responsável técnico da estação, porém respeitando o monitoramento mínimo proposto pelas Portarias da SEMACE nº 154/2002, n° 151/2002 e n° 111/2011, e pelas Resoluções do CONAMA n° 357/2005 e n° 430/2011.

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7 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR, CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS E RUÍDOS

7.1 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR

A emissão de gases poluentes em aterros de resíduos sólidos urbanos é uma forma de poluição atmosférica que precisa ser mais bem investigada. O monitoramento ambiental dos gases nestes aterros é a primeira alternativa a ser seguida para quantificar a poluição gerada e entender a complexidade da degradação desses resíduos. Os indicadores da qualidade do ar irão avaliar as condições do nível de gases encontrados no aterro. Esse indicador determinará a eficácia do sistema de coleta e controle de gases além de fornecer informações necessárias sobre a qualidade do ar no aterro. A Resolução CONAMA 03/90, em conformidade com o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - PRONAR fixa os padrões nacionais de qualidade do ar (QUADRO 7.1).

Poluentes Tempo de Amostragem

Padrão Primário

µg/m3

Padrão Secundário

µg/m3

Método de Medição

Partículas Totais em Suspensão

24 horas (1) MGA (2)

240 80

150 60

Amostragem de grandes volumes

Dióxido de Enxofre

24 horas (1) AA(2)

365 80

100 40 Pararosanílina

Monóxido de Carbono

1 hora (1) 8 horas (1)

40.000 (35 ppm)

10.000 (9 ppm)

40.000 (35 ppm)

10.000 (9 ppm)

Infravermelho não dispersivo

Ozônio 1 hora (1) 160 160 Quimiluminescência

Fumaça 24 horas (1) MAA (3)

150 60

100 40 Refletância

Partículas Inaláveis

24 horas (1) MAA (3)

150 50

150 50

Separação Inercial/Filtração

Dióxido de Nitrogênio

1 hora (1) MAA (3)

320 100

190 100 Quimiluminescência

Obs:

(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano; (2) Média geométrica anual; (3) Média aritmética anual.

QUADRO 7.1 - Padrões de qualidade do ar Fonte: Resolução CONAMA 03/90

Para a análise dos parâmetros de qualidade do ar deverá ser considerada esta resolução citada e ainda o limite de explosividade do gás, valor obtido pelo equipamento medidor de gás. O monitoramento ambiental dos gases a ser realizado no aterro sanitário consorciado de Sobral, não apenas facilitará o entendimento do processo de degradação do lixo e geração de gases, mas será de grande valia para a avaliação do comportamento geral do aterro.

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Esta importância está associada às contribuições significativas para análises de aproveitamento energético dos gases gerados, eficiência do sistema de drenagem e cobertura das células, tratamento de resíduos adotado, além de possibilitar a avaliação dos possíveis impactos ambientais e as populações circunvizinhas ao aterro. Para a realização do monitoramento sugere-se a aquisição do equipamento da marca zell ambiental ou similar para o monitoramento dos gases. Os analisadores portáteis, a exemplo apresentado na FIGURA 7.1, atendem às necessidades de medição para controle e operação da geração de biogás do aterro sanitário consorciado. A configuração dos gases e parâmetros medidos pode ser selecionada. Efetuam a medição de CO2, CH4, O2, CO, H2S, H2 e HCN via célula eletroquímica, temperatura e velocidade (anemômetro). Essa medição além de fornecer elementos necessários para a análise da qualidade do ar permite o acompanhamento dos níveis de emissão dos gases no aterro. Sendo estes (metano e dióxido de carbono) altamente poluentes e perigosos pelo risco de explosão. As medições serão realizadas por um técnico do aterro que executará o monitoramento da qualidade do ar. Observa-se que o melhor local definido para a medição dos gases é área a jusante das trincheiras e a montante das lagoas de estabilização. Sendo esta localização baseada principalmente na direção dos ventos incidentes na região.

FIGURA 7.1 - Medidor de gases

Fonte: http:// www.renovaqualidadedoar.com.br

7.1.1 Medição da vazão de gases A medição da vazão de gases poderá ser realizada através de equipamento especifico de medição de vazão de gases (FIGURA 7.2) da marca Elster ou similar. Este medidor volumétrico de diafragma. O princípio de funcionamento consiste em um sistema de canais comunicantes entre as quatro câmaras que, enquanto se enchem, movimentam os

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diafragmas que coordenam a carga e descarga do sistema, acionando a válvula rotativa que movimenta o sistema de integração. O totalizador é do tipo ciclométrico com 8 dígitos, fabricado em termoplástico de engenharia, protegido por tampa de policarbonato.

FIGURA 7.2 – Medidor de vazão de gases. Fonte: http://website.elster.com.br

7.2 MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS

O monitoramento da poluição atmosférica destaca-se como uma das principais etapas para o controle da qualidade ambiental em aterros sanitários, o sistema de drenagem de gases a ser implementado terá por finalidade retirar os gases gerados no processo de degradação garantindo a estabilidade geotécnica dos taludes e, consequentemente, a segurança da obra. Entretanto, estes gases são grandes poluentes da atmosfera, devendo ser acompanhados constantemente tanto no que concerne a sua composição química, a sua queima e/ ou aproveitamento e a quantidade de gases não capturada pelo sistema de aproveitamento.

As condições atmosféricas são elementos importantes para o monitoramento do aterro. Dentre elas têm-se: precipitação pluviométrica (Item 5.3.1, apresentado anteriormente), temperatura, umidade do ar, velocidade e direção do vento e pressão barométrica. Esses elementos são de grande relevância para o dimensionamento de drenagem, captação de chorume e para a segurança do aterro. Para a catalogação e análise desses dados sugere-se o investimento em uma estação meteorológica compacta da marca La Crosse Technology ou similar, com aquisição de biruta. o monitoramento da Estação Metereológica deverá ser diário. A Estação Meteorológica compacta, entretanto completa, com sensores de alta precisão, incluindo um pluviômetro, sensores UV e de Radiação Solar, sensores de Umidade e Pressão Barométrica, entre outros. A FIGURA 7.3 demonstra uma estação meteorológica compacta instalada no Patrimônio Modelo - Piracicaba/SP.

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A Estação Meteorológica através de uma conexão USB, com qualquer computador e um software que permite o acesso a um sistema restrito, permitirá gerar todos os tipos de arquivos, registros, gráficos e informações em tempo real da sua estação meteorológica, através de um site na internet.

FIGURA 7.3 – Estação meteorológica.

Fonte: Estação instalada no Patrimônio Modelo (Piracicaba/SP)

A Estação Meteorológica compacta será composta dos seguintes sensores:

• Sensor de Temperatura Interno; • Sensor de Temperatura Externo; • Sensor de Umidade Relativa do Ar Interno; • Sensor de Umidade Relativa do Ar Externo; • Sensor de direção do Vento; • Sensor de Velocidade do Vento; • Sensor de Pressão Atmosférica; • Sensor de Raios Ultravioletas; • Sensor de Radiação Global; • Pluviômetro de Alta Precisão; • Display de LCD; • Datalogger para armazenamento de dados; • Software para comunicação entre Estação e PC; • Licença para utilização do Software; • Torre para instalação do equipamento.

7.3 CONTROLE DE RUÍDOS

No aterro sanitário, caminhões, escavadeiras e tratores são os principais responsáveis pela emissão de ruídos. Por conta disso, além da manutenção periódica desses equipamentos, deve haver inspeções semanais a fim de gerar medidas para diminuir os ruídos gerados por estes equipamentos. A emissão dos ruídos é medida através de um decibelímetro (FIGURA 7.4) da marca Datalogger ou similar. Os veículos que não atenderem aos padrões

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estabelecidos pela legislação vigente deverão ser adequados, objetivando minimizar a emissão de ruídos.

FIGURA 7.4 - Decibelímetro

O monitoramento deve atender a Resolução CONAMA 001/90 e as normas regulamentadoras NBR10.151 referente à Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade e a NBR10.152, referente aos níveis de ruído para conforto acústico.

Os níveis de ruído devem satisfazer a NR 15 referente às atividades e operações insalubres bem como outras legislações de higiene e segurança do trabalho e deverão ser monitorados na fase de implantação e operação do aterro sanitário. As medições deverão ser realizadas com uma frequência regular por profissionais especializados e equipamentos específicos.

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador;

Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância (QUADRO 7.2).

NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA

PERMISSÍVEL

85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos

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Continuação: 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

QUADRO 7.2 – Exposição máxima diária de ruídos

7.4 RESUMO DAS AÇÕES DE MONITORAMENTO

O quadro abaixo apresenta um resumo das ações que serão realizadas para o monitoramento das atividades no aterro sanitário consorciado de Sobral. Monitoramento Objetivo Justificativa Método Local

Qualidade das águas

subterrâneas

Avaliar a eficiência dos sistemas de

impermeabilização e drenagem e

detectar alterações na qualidade da

água subterrânea

Preservar os mananciais de

águas subterrâneas

Análise em laboratório de

amostras de água coletada em poços

Poços de monitoramento

do aterro

Qualidade das águas

superficiais

Avaliar a qualidade das águas

superficiais e possíveis

contaminações

Garantir a preservação dos

recursos hídricos

Análise em laboratório de

amostras de água coletadas

Recursos hídricos

localizados nas proximidades

do aterro

Qualidade do ar Monitorar a

qualidade do ar no aterro sanitário

Preservar a qualidade do ar

e evitar a emissão de poluentes

Utilização de equipamentos de

avaliação da qualidade do ar

Áreas do aterro

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Continuação:

Controle de ruídos

Monitorar os níveis de ruídos gerados no aterro sanitário

Controlar os níveis de ruídos para evitar seus

efeitos negativos

Devem ser consideradas as

normas: NBR 10152 (ABNT, 1987) e a

Resolução CONAMA 01/90

Em todo o aterro sanitário e imediações

Líquidos percolados

Monitorar a qualidade e

quantidade de percolados

gerados no aterro sanitário

Avaliar a eficiência do sistema de tratamento

Análise em laboratório de

amostras coletadas

Entrada e saída do sistema de

lagoas

Gases

Monitorar a qualidade e a

emissão de gases gerados no aterro

Avaliar as taxas de emissão de gases no aterro

Utilização de equipamento para medição dos gases

Áreas do aterro

Recalques superficiais

Monitorar os deslocamentos

verticais e horizontais dos

maciços do aterro

Permitir uma avaliação

contínua da estabilidade dos

do aterro

Utilização de equipamentos topográficos, medidores de

recalque e marcos superficiais

Nas superfícies dos taludes,

bermas e platôs do aterro

QUADRO 7.3 - Resumo das ações de monitoramento

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8 PROGRAMA DE SAÚDE DO PESSOAL OPERACIONAL E GERENCIAL

A exposição do trabalhador de aterros sanitários ao risco ocupacional na disposição final dos resíduos sólidos inicia-se quando o coletor desse resíduo, ao transportá-lo juntamente com o motorista, estão em contato com os gases emanados, como metano, gás carbônico, monóxidos, dos sacos plásticos contendo substâncias orgânicas em decomposição, além das misturas com componentes químicos geradores de gases tóxicos. Além disso, o contato direto com líquidos provenientes de sacos plásticos mal fechados e mal dispostos nos abrigos internos nos locais de geração dos resíduos. No aterro sanitário, o contato com o solo contaminado pode ocorrer principalmente na ausência ou na condução inadequada e incompleta dos equipamentos de proteção individual - EPI, como botas de solado de aço, luvas, máscaras e óculos de proteção. Assim, com intuito de realizar um acompanhamento da saúde dos funcionários, se faz necessário efetivar o Programa de Saúde do Pessoal Operacional e Gerencial do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral, em que semestralmente os trabalhadores operacionais, assim como o pessoal técnico e administrativo incumbido da gestão das unidades do aterro sanitário, devem ser submetidos a exames e acompanhamento médico, programas de imunização contra a hepatite B, exames parasitológicos e microbiológicos. A administração do Aterro Sanitário Consorciado de Sobral deverá organizar em arquivo, todas as informações sobre seus servidores que trabalham direta e indiretamente no aterro sanitário, a fim de acompanhar o histórico individual do servidor e em geral do Programa de Saúde do Pessoal Operacional e Gerencial.

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9 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Constituição Federal estabelece a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública e reafirma os princípios fundamentais das Recomendações da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental, patrocinada pela UNESCO e PNUMA em 1977. Dentro desse contexto o Programa de Educação Ambiental deverá priorizar atender a população da área de influência direta do empreendimento, deste modo, ressalta-se as ações voltadas ao fomento da participação da população afetada durante o processo de implantação do empreendimento, espera-se que este programa seja capaz de instrumentá-la quanto à concepção do empreendimento e possibilitar a construção de estratégias de ação coletiva naquilo que afeta a qualidade do meio ambiente, a fim de prevenir, minimizar, mitigar e compensar os impactos ambientais decorrentes das diferentes fases desse processo. Deve ser desenvolvido o programa de educação ambiental capaz de despertar na comunidade o interesse no conhecimento dos múltiplos aspectos envolvendo a gestão dos resíduos sólidos municipais. Tal programa deve abordar questões que esclareçam a importância do aterro sanitário, a necessidade do confinamento seguro dos resíduos, a sua operação e funcionalidade (recebimento, transporte, tratamento, confinamento) e os sistemas de proteção e controle do meio físico, biótico. O programa deve promover a divulgação, destacando a importância do aterro sanitário municipal, contar com recursos humanos e estrutura física capaz de bem receber e atender aos visitantes. O programa de educação ambiental deverá:

• Realizar campanhas educativas de conscientização quanto às questões ambientais locais e o novo Empreendimento;

• Promover visitas para a comunidade, principalmente escolas, universidades;

• Promover oficinas pedagógicas ambientais;

• Ministrar palestras nas escolas com técnicos especializados e contratados pelo Empreendedor, voltado para a saúde e os benefícios do empreendimento para a sadia qualidade de vida;

• Envolver a comunidade escolar nas campanhas educativas;

• Sensibilizar a comunidade para as mudanças de atitudes e práticas predadoras;

• Produzir vídeos e cartilhas sobre educação ambiental, saúde e poluição;

• Realizar seminários e reuniões.

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O programa deverá prever e estar preparado para receber e responder a expectativa dos mais diferentes públicos, por exemplo, estudantes de ensino fundamental, do ensino médio, universitários, público em geral, etc. A divulgação é também um programa específico de educação ambiental. O corpo técnico do aterro sanitário deve participar de eventos locais na área de saneamento ambiental, ministrar palestras, etc. Importante ressaltar que tal programa deve ser elaborado por profissional da área de educação ambiental com a indispensável participação do técnico da área de saneamento ambiental.

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10 PLANO DE EMERGÊNCIA

O aterro constitui-se em uma estrutura formadas por vários elementos que instalados e operados incorretamente podem gerar situações de risco, tanto para os funcionários como para o meio ambiente. Para agir de forma rápida e eficaz em situações de risco desenvolvem-se os planos emergenciais. Esses planos devem conter que ações serão tomadas em caso de emergências e quais equipamentos devem ser utilizados. Para aplicação desses planos é necessário que se tenha um coordenador de emergência por turno (diurno ou noturno). Esse cargo deve ser ocupado, preferencialmente, pelo engenheiro responsável ou encarregado geral do aterro. O coordenador deve ser treinado para poder executar corretamente as medidas que serão tomadas de acordo com a situação de emergência. As informações do coordenador, corpo de bombeiro, defesa civil e hospitais da região (telefone de contato e endereço) deverão estar em locais de fácil acesso para serem prontamente utilizadas. As situações de emergências que podem ocorrer no aterro sanitário são:

• Incêndios;

• Explosões;

• Vazamentos de percolados;

• Vazamentos de gases;

• Ruptura ou rompimento de taludes;

• Tombamento e colisão de veículos ou equipamentos.

Cada situação demanda um procedimento específico a ser tomado a fim de minimizar os efeitos negativos dessas circunstâncias. Por isso, além de um coordenador de emergências é necessário que sejam desenvolvidas, periodicamente, palestras e treinamentos sobre como agir em situações de emergência. Para manter o controle das ações realizadas no aterro deve-se utilizar um documento para o registro de acidentes e situações emergências. Esta medida terá o intuito de identificar quais são as ocorrências mais comuns para que se possam realizar ações preventivas e corretivas baseadas nessas estatísticas.

Visando a garantir a proteção ao trabalhador e a segurança do ambiente de trabalho deverão ser adotadas as normas regulamentadoras conforme a Lei N° 6.514, de 22 de dezembro de 1977, referentes à segurança e a saúde do trabalho destacando-se:

NR 5: Comissão interna de prevenção de acidentes;

NR 6: Equipamentos de Proteção Individual – EPI;

NR 7: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

NR 12: Segurança do Trabalho em Máquinas e Equipamentos;

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NR 21: Trabalho a Céu Aberto;

NR 23: Proteção Contra Incêndios;

NR 26: Sinalização de Segurança.

Para que as normas sejam executadas de forma correta é necessário haja um treinamento específico para a equipe de emergência e uma orientação geral a todos os funcionários. Devendo haver também uma manutenção e verificação periódica dos equipamentos de segurança.

A brigada de emergência deverá ser formada por funcionários responsáveis pelo funcionamento do aterro sanitário e treinados para atuar em todos os cenários de emergências previstos.

• Caso seja possível, possibilitar a criação de medidas preventivas visando detectar os possíveis riscos de acidentes gerados no aterro sanitário;

• As informações do coordenador, corpo de bombeiros, defesa civil e hospitais da região (telefone de contato e endereço) deverão estar em locais de fácil acesso para serem prontamente utilizadas;

• Os funcionários deverão participar dos exercícios de evacuação e de treinamentos gerais para possíveis situações reais;

• Implementar, colocar e manter em bom estado a sinalizações necessárias para as situações de emergência;

• Deverá haver um sistema de alarme de incêndio ou emergência localizado em pontos estratégicos;

• Dar o sinal de evacuação das instalações, conforme as instruções do responsável.

• Certificar-se constantemente que as rotas de evacuação estejam livres de obstáculos e sinalizadas de forma clara e objetiva;

• Verificar periodicamente se os equipamentos e ferramentas contra incêndio estão em condições de operação;

• Manter atualizada, vigente e em bom estado as caixas de primeiros socorros e seus medicamentos, talas, faixas, colete cervical etc;

• Caso não seja possível à equipe de brigada de incêndio atender a emergência devido sua dimensão deverá ser acionado imediatamente os órgãos externos responsáveis;

• Depois de controlada a emergência, caso haja necessidade, realizar o inventário dos equipamentos que requereram manutenção.

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Deverão ser realizados registros de emergências ambientais e de segurança do trabalho com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas a fim de evitar a repetição da ocorrência. O relatório deve possuir:

• Descrição do ocorrido devendo constar data, hora, unidade, envolvidos, setor (es) e descrição da ocorrência;

• Áreas afetadas;

• Ações que deverão ser tomadas de imediato;

• Análise técnica do ocorrido;

• Análise do Meio ambiente e o próprio Plano de Emergência;

• Conclusão

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11 MEMORIAL DESCRITIVO

Com o objetivo de promover o adequado monitoramento do aterro sanitário consorciado de Sobral é apresentado o presente memorial descritivo.

Para a concretização do plano de monitoramento do aterro sanitário faz-se necessária aquisição de equipamentos e a contratação de mão-de-obra para realização das atividades de monitoramento a fim de garantir o adequado monitoramento do aterro sanitário, diminuindo, assim, os riscos de contaminação das águas superficiais e subterrâneas no entorno do aterro. Salienta-se que o intervalo de tempo para a distribuição do orçamento no cronograma físico-financeiro do plano de monitoramento é de 5 anos, uma vez que este plano terá uma duração de aproximadamente 20 anos. A seguir é apresentado o memorial descritivo e respectivo orçamento do plano de monitoramento.

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PLANO DE MONITORAMENTO

MONITORAMENTO DE ÁGUA(¹)

ANÁLISES DE ÁGUA UNID. QUANT.(²) P. UNID. R$ P. UNID. POR ANO R$ P. TOTAL R$

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA, COR, NITROGÊNIO AMONIACAL, CLORETO, DBO, DQO, OXIGÊNIO DISSOLVIDO, ZINCO, PH, COLIFORMES FECAIS, COLIFORMES TOTAIS SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS, PSEUDOMONAS, AERUGINOSA, SALMONELLA sp., FENÓIS, NITRATO, NITRITO, NITROGÊNIO KJELDAHL, DUREZA TOTAL, TURBIDEZ, ALUMÍNIO, CÁDMIO, CHUMBO, BÁRIO, COBRE, POTÁSSIO, SÓDIO CROMO TOTAL, FERRO, MANGANÊS, MERCÚRIO, BENZENO, CLORETO DE VINILA TOLUENO/METILBENZENO, TRICLOROETILENO/TRICLOROETANO, XILENOS E CLORETO DE METILENO

SEMESTRAL 2

3.481,86 6.963,72

SUB - TOTAL 139.274,40

MONITORAMENTO DO PERCOLADO

PARÂMETROS UNID. QUANT. P. UNID. R$ P. UNID. POR ANO

R$ P. TOTAL R$

DBO MENSAL 1 51,63 619,56

DQO MENSAL 1 51,63 619,56

DQO Filtrada MENSAL 1 51,63 619,56

NTK BIMESTRAL 1 68,84 413,04

SST BIMESTRAL 1 34,42 206,52

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NITROGÊNIO AMONIACAL BIMESTRAL 1 34,42 206,52

SULFETO BIMESTRAL 1 43,02 258,12

FERRO SOLÚVEL QUADRIMESTRAL 1 51,63 154,89

MANGANÊS SOLÚVEL QUADRIMESTRAL 1 70,08 210,24

ÓLEOS E GRAXAS BIMESTRAL 1 106,30 637,80

SULFATO BIMESTRAL 1 51,63 309,78

SULFITO BIMESTRAL 1 29,31 175,86

CROMO HEXAVALENTE QUADRIMESTRAL 1 23,99 71,97

COLIFORMES TOTAIS MENSAL 1 97,30 1.167,60

COLIFORMES FECAIS (E. COLI) MENSAL 1 97,30 1.167,60

Sub-Total - 6.838,62 136.772,40

EQUIPEMENTOS DE MONITORAMENTO(³)

DISCRIMINAÇÃO / ESPECÍFICAÇÕES TÉCNICAS MARCA/MODELO LOJA P.UNIT. R$ P. TOTAL R$

PLUVIÔMETRO DIGITAL Incoterm Loja tudo 249,00 249,00

EQUIPAMENTO DE ESTAÇÃO TOTAL SET Servey equipament 7.500,00 7.500,00

MEDIDOR DE VASÃO DE GASES Mod Rv G160 Optimus Stores 1.130,00 1.130,00

ESTAÇÃO METEREOLÓGICA DRIA 0111 Clima Ambiente 6.175,00 6.175,00

MEDIDOR DE GASES Pac 3500 co Drager 1.182,94 1.182,94

Sub-Total 16.236,94

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE

André Sarmanho de Lima Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

MÃO-DE-OBRA

PROFISSIONAIS UNID. QUANT. P.UNIT. R$ P. UNID. POR ANO R$ P. TOTAL R$

TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO DE EDIFICAÇÕES OU AMBIENTAL 1 1 2.448,00 29.376,00 587.520,00

PORTEIRO 1 1 678,00 8.136,00 162.720,00

3.126,00 37.512,00 R$ 750.240,00

TOTAL R$ 1.026.286,80 QUADRO 11.1 – Análise de água e Mão-de-obra do Plano de Monitoramento pós-encerramento do aterro

(¹) As análises de água e percolado tiveram o orçamento calculado por pacote, pois o custo se torna menor. (²) A quantidade de amostras a serem analisadas leva em conta as coletas de água superficiais e subterrâneas.

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE André Sarmanho de Lima

Engenheiro Sanitarista e Ambiental Doutor em Ciências da Terra e do Meio

Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

QUADRO 11.2 - Cronograma físico financeiro do plano monitoramento

CRONOGRAMA FÍSICO FINANCEIRO DO PLANO MONITORAMENTO

ITEM DESCRIÇÃO PREVISTO 5 ANOS 5 ANOS 5 ANOS 5 ANOS TOTAL

1 PLANO DE MONITORAMENTO PÓS-ENCERRAMENTO 100% 25% 25% 25% 25% 100%

TOTAL 1.026.286,80 256.571,70 256.571,70 256.571,70 256.571,70 1.026.286,80

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE André Sarmanho de Lima

Engenheiro Sanitarista e Ambiental Doutor em Ciências da Terra e do Meio

Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS O aterro sanitário consorciado de Sobral funcionará por 20 anos, durante esse tempo deverá possuir uma rotina de ordenação dos trabalhos e uma consequente eficiência em seu monitoramento, a fim de proporcionar seu adequado funcionamento e encerramento. Após a conclusão das obras de implantação e obtida à licença de operação, pode-se dar início efetivo as atividades de destinação dos resíduos sólidos devendo, a partir deste momento, atender aos parâmetros estabelecidos pelos planos de monitoramento dos efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas. O adequado monitoramento dos efluentes líquidos, gasosos e águas subterrâneas visa garantir o adequado funcionamento do aterro sanitário e a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos do entorno do aterro, bem como a perfeita qualidade dos demais recursos naturais e a qualidade de vida da população do entorno do aterro, bem como de seus trabalhadores. Desse modo é indispensável analisar com atenção o conteúdo desse plano, bem como seguir suas recomendações para o adequado monitoramento das atividades do aterro sanitário, promovendo a otimização do serviço e a qualidade ambiental da área do aterro e seu entorno.

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE

André Sarmanho de Lima Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 9898: preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores: Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 13895: construção de poços de monitoramento e amostragem: Rio de Janeiro, 1997. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 8 de março de 1990. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0190.html> Acesso em: 07 fev. 2012. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 003, de 28 de junho de 1990. Disponível em: <http:// http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html> Acesso em: 07 fev. 2012. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 20, de 18 de junho de 1986. Disponível em: <http:// http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res2086.html> Acesso em: 07 fev. 2012. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf> Acesso em: 07 fev. 2012.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646> Acesso em: 07 jan. 2011.

CASTILHOS Jr., A.B.; Medeiros, P.A.; Firta, I.N.; Lupatini, G.; Silva, J.D. 2003. Principais processos de degradação de resíduos sólidos urbanos. In: Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. Castilhos Jr., A.B. (Coordenador). Rio de Janeiro: ABES, Rima 2003, 280p.

CEARÁ. Superintendência Estadual do Meio Ambiente, SEMACE. Portaria n° 154, de 22 de julho de 2002. Disponível em: < http://antigo.semace.ce.gov.br/integracao/biblioteca/legislacao/conteudo_legislacao.asp?cd=95> Acesso em: 13 mar. 2012.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL – CETESB. Procedimento para Implantação de Aterro Sanitário em Valas. São Paulo, 2005. Disponível em : <http://www.ambiente.sp.gov.br/uploads/arquivos/aterroemvalas/proc_implant.pdf >. Acesso em: 07 fev. 2012.

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Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto

Engenheiro Civil CREA 10271-D CE

André Sarmanho de Lima Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente CREA 9668-D PA

Biólogo Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental

Biólogo CRBio 36.399-05

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná. Guia de Elaboração de Projetos de Aterro Sanitário para Resíduos Sólidos Urbanos. Volume II. CREA – PR. Paraná, 2009. Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – CONDER. Manual de operação de aterros sanitários. Bahia, 2010. Disponível em: < http://www.conder.ba.gov.br/manual_aterro.pdf>. Acesso em 07 fev. 2012. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Esgotamento sanitário: operação e manutenção de estações elevatórias de esgotos: guia do profissional em treinamento: nível 1. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org.). – Brasília: Ministério das Cidades, 2008. INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM. O Cenário dos Resíduos Sólidos no Brasil. [s/d]. Disponível em: <http://www.ibam.org.br/publique/media/boletim1a.pdf >. Acesso em: 09 fev. 2013. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT; COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM – CEMPRE. Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT / CEMPRE, 2000. 370p. LANCE. Plano de Recuperação de Áreas Degradadas dos lixões municipais. Aquiraz: Lance Construções e Projetos, 2011.

LANGE, L.C.; et al. 2006. Processos Construtivos de Aterros Sanitários: Ênfase no Estudo de Camadas de Cobertura como Mecanismo de Controle da Geração de Lixiviados. In: Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos com ênfase na proteção de corpos d’água: prevenção, geração e tratamento de lixiviados de aterros sanitários. Castilhos Jr., A.B. (Coordenador). Rio de Janeiro: ABES, Projeto PROSAB, 2006.

MONTEIRO, José Henrique Penido et al. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. Disponível em: <http://www.ibam.org.br/publique/media/manualRS.pdf >. Acesso em: 09 fev. 2012. Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - NUCASE. Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários. Secretaria Nacional de Saneamento (org.). – Belo Horizonte: ReCESA, 2008. PAIVA, F. V. Resíduos Sólidos: seu potencial ambiental e comercial. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2011. SOUZA, Romildo José de; QUEIROZ, Marcos Savigny Maia Costa de. Gerenciamento da operação de aterro sanitário para cidade de pequeno porte. II Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica João Pessoa – PB / 2007.

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EQUIPE TÉCNICA O presente Plano de Monitoramento (Efluentes Líquidos e Gasosos, Águas Subterrâneas) dos munícipios consorciados de Sobral, localizado no município de Sobral, Estado do Ceará, foi elaborado pela Sanebrás – Projetos, Construções e Consultoria LTDA, para fins de garantir o perfeito funcionamento do aterro sanitário, sob a e coordenação do engenheiro Francisco André Martins Pinto e colaboração dos seguintes profissionais: Francisco André Martins Pinto Coordenador do Projeto Engenheiro Civil CREA CE 10271-D _______________________________________ André Sarmanho de Lima Engenheiro Sanitarista e Ambiental CREA PA 9668 – D Doutor em Ciências da Terra e do Meio Ambiente _______________________________________ Francisco José Freire de Araújo Especialista em Gestão Ambiental Biológo, Mestre em Saneamento Ambiental – CRBio 36.399/5-D _______________________________________

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ANEXO – A.R.T. DO RESPONSÁVEL TÉCNICO