plano de manejo rppn suspiro - icmbio.gov.brfazer acontecer. então, o plano de manejo, construído...

123
Associação Patrimônio Natural - APN

Upload: others

Post on 20-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

A s s o c i a ç ã o P a t r i m ô n i o N a t u r a l - A P N

Page 2: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

PLANO DE MANEJO

RPPN FAZENDA SUSPIRO1

Proprietário/gestor: Antônio Nelson Coelho Pinheiro

Carlos Alberto Ribeiro Silva

EXECUÇÃO

1 Este documento atende as especificações do roteiro metodológico para elaboração deplanos de manejo de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do IBAMA (hojeé o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBIO que gerencia essetema em nível governamental federal).

2

Page 3: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Recursos financeiros doados pelo Programa de Incentivo às RPPN da MataAtlântica

Equipe Técnica de Elaboração do Plano de Manejo

Diretora Executiva APN | Deise Moreira Paulo

Coordenação Geral do Projeto | Eng. Florestal, MSc. Adriano Lopes de Melo

Consolidação Fase Diagnóstico | HADAZ Consultoria

Estudos em Geoprocessamento | Geógrafo Felipe Gomes

Estudos da Flora | Vitor Farjalla

Apoio de campo | Sr. Sérgio Cardoso

NOVEMBRO DE 2012

3

Page 4: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Apresentação

É com grande satisfação que é apresentado um primeiro e grande passo rumoà prosperidade da RPPN Fazenda Suspiro: a fase diagnóstico do plano demanejo. Foram meses até a sua elaboração, período em que muitasconversas, vivências e estudos foram praticados, já que compreender osobjetivos pelos quais foi criada a RPPN e, melhor, qual o “ritmo” que oproprietário/gestor quer imprimir ao mesmo daqui para frente, diante dosdesafios e oportunidades presentes, era inegavelmente essencial para queessa propriedade, de baixa utilização, tenha “cara, jeito e gestão” de umaunidade de conservação.

Trata-se de um momento muito rico, que transcende a própria elaboração doplano em si, pois a presença dos técnicos, em campo e disponível durante todoo processo, gera uma relação de aprendizado mútuo e potencializa amotivação em fazer as coisas acontecerem, e na medida com que se podefazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo derelação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a magnitude exata dasaspirações de manejo do gestor da reserva.

A RPPN Fazenda Suspiro seria uma relíquia por si só – as fotos não negam –mas como está no entorno imediato do Parque Estadual dos Três Picos,portanto, agregando valor aos esforços de conservação regionais, esse statusse eleva decisivamente.

Sob contexto urbano, portanto, com grande valor para o provimento de serviçosambientais, o futuro desta unidade de conservação aponta para a ampliação econsolidação de iniciativas de interpretação ambiental no âmbito do turismopedagógico e incentivo à pesquisa científica.

De mais de 1200 RPPN no Brasil, não mais que 50 possuem plano de manejo.A RPPN Fazenda Suspiro, após envidar esforços para captar recursos, tendo aAPN-RJ como grande parceira institucional, mostra que pretendeprofissionalizar o processo de gestão de sua proteção e solidificar suasrelações no âmbito do Mosaico Central Fluminense de Unidades deConservação.

Page 5: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

SUMÁRIO

PARTE A – INFORMAÇÕES GERAIS....................................................................................71. INFORMAÇÕES GERAIS................................................................................................................8

1.1.Localização da RPPN Fazenda Suspiro.......................................................................................81.2.Acessos a RPPN Fazenda Suspiro.................................................................................................91.3.Histórico de criação da RPPN Fazenda Suspiro...................................................................111.4.Ficha Resumo da RPPN Fazenda Suspiro...............................................................................15

PARTE B - DIAGNÓSTICO....................................................................................................162. DIAGNÓSTICO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO....................................................................173. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO...............................50

1.5.Entorno imediato.............................................................................................................................501.6.Levantamento socioeconômico do município de Teresópolis.......................................52

4. POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE..................................................................................565. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA DA RPPN FAZENDA SUSPIRO...............................57

PARTE C – PLANEJAMENTO...............................................................................................586. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO.......................597. ZONEAMENTO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO....................................................................60

1.7.Zona Silvestre....................................................................................................................................601.8.Zona de Proteção..............................................................................................................................601.9.Zona de Transição............................................................................................................................611.10.Zona de Visitação...........................................................................................................................611.11.Zona de uso conflitante...............................................................................................................61Zona Silvestre............................................................................................................................................62

8. PROGRAMAS DE MANEJO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO..............................................641.12.PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO..........................................................................................651.13.PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO...................................................................731.14.PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO.............................................................781.15.PROGRAMA DE VISITAÇÃO PARA ESTUDOS E INTERCÂMBIO..................................811.16.PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA........................................................931.17.PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO ............................................................951.18.Programa de Reintrodução de Animais Silvestres na RPPN Fazenda Suspiro...100

9. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA A RPPN FAZENDA SUSPIRO......................10210. Referencias Bibliográficas ................................................................................................10311. ANEXOS.....................................................................................................................................107

1.19.Anexo 1 – Flora............................................................................................................................1071.20.Anexo 2 – Fauna..........................................................................................................................1121.21.Anexo 3 - Mapas...........................................................................................................................115

A RPPN da Quadra 11 remembramento dos lotes 81 a 116 é descrita da mesma forma que se escreve o perímetro de sua área total..............................118

A RPPN da Quadra 12 remembramento dos lotes 5 a 18 e 49 a 60 é descrita da mesma forma que se escreve o perímetro de sua área total........................120

12. Responsável Técnico............................................................................................................123

Page 6: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

INDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Classes de altitude da RPPN Faz. Suspiro................................................20

Tabela 2 - Declividade da área da RPPN Faz. Suspiro..............................................21

Tabela 3 - Orientação das encostas da RPPN Faz. Suspiro.....................................21

Tabela 4 - Mamíferos sob ameaça ocorrentes na RPPN Faz. Suspiro................41

Tabela 5 - População de Teresópolis.............................................................................53

INDICE DE QUADROS

Quadro 1: Distância Rodoviária de Teresópolis às principais cidades...............9

Quadro 2 - População dos municípios da bacia do Rio Piabanha.......................23

Quadro 3 - Espécies exóticas registradas na RPPN Fazenda Suspiro................33

Quadro 4 - Espécies ameaçadas registradas na RPPN Fazenda Suspiro...........33

Quadro 5. Calendário ambiental.....................................................................................91

Page 7: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

PARTE A – INFORMAÇÕES GERAIS

Page 8: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1. Localização da RPPN Fazenda Suspiro

A RPPN Fazenda Suspiro - FS, está localizada no Município de Teresópolis,região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, conforme Figura 01, maisprecisamente na localidade de “Jardim Suspiro” pertencente ao bairroAlburquerque, 1º Distrito (Mapa 1, em anexo).

Figura 1 - Localização do Município de Teresópolis (onde se insere a RPPNFaz. Suspiro) no contexto regional do estado. Fonte: CIDE, 1991.

A sede de Teresópolis está a 91 km de distância da cidade do Rio de Janeiro,localizada à altitude de 902 metros, nas coordenadas geográficas de 22º 26’12” de latitude sul e 42º 58’ 42” de longitude W.Gr.

Page 9: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Com o intuito de visualizar o acesso ao Município de Teresópolis, listamosabaixo (Quadro 01) as distâncias em quilometragem dos municípios da regiãoe principais cidades do país, onde há ligações rodoviárias.

Quadro 1: Distância Rodoviária de Teresópolis às principais cidades.

Cidades Distâncias (KM)

Cachoeiras do Macacu 66

Carmo 96

Guapimirim 35

Magé 45

Niterói 93

Nova Friburgo 77

Nova Iguaçu 108

Petrópolis 55

Rio das Ostras 190

Rio de Janeiro 91

São José do Vale do RioPreto

65

Sapucaia 70

Sumidouro 68

Além Paraíba 94

Belo Horizonte 480

Juiz de Fora 150

São Paulo 550

Salvador 1.742

Fonte: PMT (2011).

1.2. Acessos a RPPN Fazenda Suspiro

A BR-116 é a principal rodovia de acesso a Teresópolis, conhecidanacionalmente como Rio – Bahia, rodovia federal que liga Fortaleza (CE) aPorto Alegre (RS), cruzando os Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais,Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Neste sentido, oMunicípio é acessado pelo ramo norte do trecho fluminense da BR-116,caracterizado como rodovia Rio - Teresópolis - Além Paraíba (MG).

Partindo da capital Fluminense, o melhor caminho de acesso à RPPN FazendaSuspiro é através da Linha Vermelha, conforme demonstra a Figura 02, tendocomo ponto de partida a Cidade do Rio de Janeiro.

9

Page 10: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 2 - Croqui informativo de acesso à RPPN Faz. Suspiro. Fonte: Adaptadode Hotel Le Canton.

O acesso ao bairro Albuquerque é realizado pela RJ-130, conhecida comoestrada Teresópolis – Nova Friburgo (Terê-Fri) tendo 65 km de extensão, apartir da BR 116. A entrada é pelo bairro de bairro Albuquerque no KM 07 daRJ-130, tendo como referência o Supermercado e Posto de Gasolina Max Mix(Figura 03).

Figura 3 - Ponto de referência para entrada de Albuquerque, supermercadoMax Mix, a caminho da RPPN Faz. Suspiro. Foto: Acervo APN/RJ.

10

Page 11: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Como opção de transporte aéreo, tem-se o Aeroporto Internacional AntônioCarlos Jobim e o Aeroporto Santos Dumont, ambos localizados na cidade doRio de Janeiro - Capital, a aproximadamente duas horas da RPPN. Nãoexistem aeroportos operando no município onde se insere a RPPN, mas estaproximidade com o Rio de Janeiro favorece o transporte e locomoção. Poroutro lado, existem áreas no município que oferecem condições adequadaspara pouso de helicóptero.

A respeito de linhas de ônibus, existem carros de hora em hora da Empresa“Viação Teresópolis”, partindo da capital (Rodoviária Novo Rio) paraTeresópolis e vice-versa.

O bairro Albuquerque também é atendido por uma linha de ônibus da ViaçãoDedo de Deus– Albuquerque x 40 Casas com saídas diárias de hora em hora.Em alguns destes horários o ônibus passa em frente à RPPN com carros deduas em duas horas de segunda a sexta, sendo o último carro às 22:30hs. Enos finais de semana (sábado e domingo) com seis horários diários, sendo oúltimo carro até as 21:30hs.

Por questões de atualizações de horários e itinerários, informamos o contato daViação Teresópolis Ltda., telefone (21) 2742-0606.

1.3. Histórico de criação da RPPN Fazenda Suspiro

A atual área da RPPN pertenceu à antiga Fazenda Suspiro. Em 1959 essaFazenda foi negociada e transformada no Loteamento Jardim Suspiro, com 980lotes, devidamente aprovado pela Prefeitura Municipal de Teresópolis em 1960.

Inicialmente a Imobiliária Suspiro Ltda., proprietária do Loteamento, “urbanizou”70% da área abrindo as ruas e demarcando os lotes para venda. Essa áreaurbanizada se transformou ao longo do tempo em um núcleo urbano comasfaltamento de parte das ruas, serviços de energia elétrica e de ônibusurbano. A área não urbanizada ficou relativamente protegida apesar dasincursões frequentes de caçadores e da retirada de palmito e madeira.

Em 1997, o proprietário do Loteamento veio a falecer e os herdeirosdemonstraram total desinteresse em manter a área urbanizada eprincipalmente a área protegida. Fora do Loteamento Jardim Suspiro, mas emuma área fronteiriça ao Loteamento, existe uma comunidade formada deaproximadamente 700 casas que, ao pressentir o desinteresse dos herdeirosdo Loteamento em manter área protegida, começaram a fazer incursões com ointuito de desmatar a área para construção de casas residenciais e paraextração de madeira para venda como lenha.

É neste contexto que os gestores da RPPN Fazenda Suspiro, moradores noLoteamento, resolveram fazer uma proposta para compra da área protegida jácom o intuito de transformá-la em uma reserva ambiental, tendo o negócio sidoconcretizado em 1998.

11

Page 12: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Em seguida à aquisição da área iniciou-se o processo para criação da RPPNjunto ao IBAMA. A área adquirida de 222 lotes foi integralmente oferecida paraa constituição da Reserva. O trabalho para averbá-la junto ao RGI deTeresópolis foi lento e muito trabalhoso além de bastante oneroso,considerando-se entre outras coisas, a necessidade de remembrar todos oslotes adquiridos para transformá-los em uma única gleba junto a PrefeituraMunicipal de Teresópolis. Só assim pôde-se finalizar o processo com aaverbação da área em caráter perpétuo de preservação, tendo sido a RPPNcriada em 02 de fevereiro de 1999 pela Portaria IBAMA n°03.

1.3.1. Aspectos Legais

1.3.1.1. Sobreposição da RPPN Fazenda Suspiro com Unidade de ConservaçãoPública

Há 75% de sobreposição entre o Parque Estadual dos Três Picos (PETP) (Dec.Est. n°31.343-05/06/02; e Dec. Est. n° 41.990-12/08/09) e a RPPN FazendaSuspiro (Portaria IBAMA n°03-02/02/1999).

Vale ressaltar que o reconhecimento da RPPN ocorreu anteriormente à criaçãoe ampliação do Parque, evidenciando assim o direito do proprietário/gestor daReserva de solicitar ao Instituto Estadual do Ambiente – INEA, órgão gestor doPETP, o pedido de avaliação da sobreposição e de redefinição dos limites doParque visando à exclusão do território sobreposto.

Certamente, o não reconhecimento dessa RPPN em detrimento da criação deuma UC pública, será (seria) um enorme desincentivo ao movimento deconservação em terras privadas, que tanto fez e tanto faz pelas florestas doBrasil.

1.3.1.2. Uso Direto de Recurso Hídrico na RPPN Fazenda Suspiro

Dentro dos limites da RPPN existem duas pequenas barragens no RioAlbuquerque, construída pela antiga proprietária, ou seja, anteriormente àcriação da unidade de conservação. Tais estruturas são rústicas ecomplementadas por canos que conduzem a água diretamente para 700 casasou aproximadamente 2800 moradores do bairro Jardim Suspiro, que nãocontam com abastecimento de água por parte da concessionária que atua nomunicípio de Teresópolis.

O volume de água disponibilizado à comunidade fica abaixo do necessário,principalmente no período da estiagem, e gera tensão social. Além disso, aágua fornecida não está em conformidade com a Portaria nº 2914/11 doMinistério da Saúde.

Tal captação de água, embora não admitida em unidades de conservação deproteção integral (Art. 21 da Lei Federal n° 9.985/2000), é autorizada peloproprietário da RPPN, que informa não ter força de autoridade pública para

12

Page 13: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

resolução do conflito, por se tratar de uma necessidade da comunidade local.Nesse sentido, faz-se necessário a presença do Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversidade, órgão responsável pela criação da Reserva,no sentido de orientar e apoiar o proprietário na resolução pacífica desteconflito.

13

Page 14: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 4: Barragem para captação de água no interior da RPPN Faz. Suspiro.

Figura 5: Bairro Jardim Suspiro, nas imediações da RPPN Faz. Suspiro, cujosmoradores se beneficiam da captação de água realizada na Reserva.

Page 15: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.4. Ficha Resumo da RPPN Fazenda Suspiro

Identificação técnica

Nome da RPPN: Fazenda SuspiroEndereço da RPPN: Estrada do Lago, s/n°, Jardim Suspiro-Albuquerque – Teresópolis / RJ Cep 25977-000

Município abrangido: TeresópolisEndereço de contato: Rua Domingos Ferreira, 63, apto 706, Copacabana. CEP:22050-011.

Proprietário: Antônio Nelson Coelho Pinheiro

Contatos: (21) 9399-2670; [email protected]

Municípios de acesso: Petrópolis, Sumidouro, Cachoeira de Macacu, Nova Friburgo, São Jose do Vale do Rio Preto eSapucaia

Coordenadas UTM: (ponto 01-RPPN) 714558 / 7522210

Área da propriedade: 18,48 hectares Área da RPPN: 18,48 hectares

Ato legal de criação: Portaria IBAMA 03/99-N

Bioma e Ecossistemas: Mata Atlântica - Floresta Atlântica Ombrófila Densa Montana

Meio principal de chegada à RPPN: Rodoviário: BR – 116 e RJ – 130 no km 12

Atividades ocorrentes: proteção ambientale recreação familiar

Confrontantes: Toda a Reserva é confrontada por ruas do bairro Jardim Suspiro

Distância do centro urbano mais próximo:Aproximadamente 7 Km do centro de Teresópolis

Page 16: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

PARTE B - DIAGNÓSTICO

Page 17: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

2. DIAGNÓSTICO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

Este diagnóstico tem como objetivo subsidiar a definição do zoneamento e dosprogramas de gestão da RPPN Fazenda Suspiro. Para tanto, buscou-secaracterizar a RPPN propriamente dita e sua área do entorno que incluiTeresópolis, bairro de Albuquerque, e a localidade de Jardim Suspiro.

A caracterização foi feita com base em levantamentos primários e secundários,incluindo visitas a campo e consultas bibliográficas. Além disso, foram incluídasvaliosas informações e relatos oriundos do proprietário/gestor da Reserva e dehospitaleiros moradores locais (Sr. Sergio e Prof. Estanislau) que muitocontribuíram para a caracterização da área.

2.1. Clima

Com cerca de 40 mil quilômetros quadrados, o estado do Rio de Janeiroapresenta diferentes padrões climáticos. A disposição das serras do Mar e daMantiqueira apresentam-se quase perpendicular ao escoamento médio dabaixa troposfera, que associado às perturbações extratropicais, provoca umaumento considerável da precipitação a barlavento das montanhas, quandocomparado com as mesmas situações atmosféricas nas regiões do Vale doParaíba e da baixada litorânea (RBM, 2008).

O regime climático da Região Serrana é influenciado, sobretudo, pelo relevo,sendo este um fator determinante para as diferenças de temperatura e deregime pluviométrico. A zona climática desta região possui um equilíbriodinâmico entre o sistema de altas tropicais e altas polares, donde o efeitoorográfico (Figura 04) é um determinador de variedades climáticas (Plano deManejo do PETP/INEA, 2009).

Figura 6 - Esquema e foto evidenciando a influência da Serra do Mar sobre oclima da região. Fonte: BARBOZA (2004).

Segundo Köppen (1948), esta região é influenciada pelo clima do tipo Cwb -tropical de altitude, com uma curta estação seca. A temperatura média anual éde 13º a 23º C (atingindo valores de 38ºC a 5ºC negativos nas partes mais

Page 18: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

altas) e variação pluviométrica de 1.700 a 3.600 mm, com concentração dechuvas no verão (dezembro a março) e período de seca no inverno (junho aagosto).

A estação meteorológica mais próxima da RPPN Fazenda Suspiro é a doInstituto Nacional de Meteorologia, INMET, localizada em Teresópolis (22° 25´S/ 44° 58’ W.Gr, 874 m de altitude). Os valores de máxima e mínima detemperatura e pluviosidade, registrado do período de 1977 a 1988, podem serchecados na figura abaixo:

Figura 7 – Município de Teresópolis (RJ): Valores de temperatura máxima emínima (0C) obtidos com base nos dados de 1977 a 1988 (A). Precipitação(mm/mês) e número médio de dias com ocorrência de chuvas para os mesesde fevereiro a dezembro no período de 1977 a 1988 (B). Fonte: INMT, 1988.

2. 2. Relevo, Geologia, Geomorfologia e Solos

Para os padrões brasileiros, o relevo do Estado do Rio de Janeiro é bastanteacidentado, constituído por três unidades básicas: as terras altas, tambémconhecidas de Planalto ou Serra Fluminense, correspondendo a áreas acimade 200 metros de altitude; as terras baixas ou Baixada Fluminense,correspondendo a áreas abaixo de 200 metros; e os maciços litorâneos,constituídos pelas formações rochosas ao longo da costa. O ponto mais alto doestado é o Pico das Agulhas Negras, com 2.791 metros de altitude.

Grande parte do território fluminense é ocupado pelo planalto, e seu rebordo éformado pela Serra do Mar, que atravessa o estado do Rio de Janeiroacompanhando o seu litoral (Figura 06). A Serra do Mar inicia-se ao norte doestado de Santa Catarina e se estende por mais de 1.000km, até o norte doestado do Rio de Janeiro. O planalto decai suavemente para o interior até ovale do rio Paraíba do Sul. Para além desse vale e seguindo aproximadamentea divisa com Minas Gerais, encontra-se a Serra da Mantiqueira, que apresentaas maiores altitudes do estado.

Segundo CPRM (2001), a RPPN Fazenda Suspiro está inserida na UnidadeMorfoescultural Escarpas Serranas/Unidade Geomorfológica das Serras doCouto e dos Órgãos. Esta unidade consiste em um relevo de transição entre os

A B

18

Page 19: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

terrenos planos e elevações isoladas do recôncavo da baixada da Baía deGuanabara e a zona montanhosa do planalto reverso da Região Serrana.

Figura 8 - Localização aproximada da RPPN Faz. Suspiro (seta branca nocírculo vermelho) no contexto da Serra dos órgãos na porção central do estadodo Rio de Janeiro. Fonte: CPRM, 2011.

19

Page 20: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

A linha de cumeada do topo da escarpa da Serra dos Órgãos sustenta altitudesentre 1.100 e 1.300m, a oeste, para 1.400 a 2.000m, a leste (CPRM, 2001). ARPPN Fazenda Suspiro está inserida em área de encosta totalmente declivosa,coberta por floresta de Mata Atlântica (Figura 07).

Figura 9 - Linha reta evidenciando a declividade do terreno onde se insere aRPPN Faz. Suspiro. Foto: Acervo APN/RJ.

As características geológicas da área de estudo são marcadas pela presençade Granitóide, correspondendo a 100 % da área.

A geomorfologia é caracterizada pela predominância de formações “Serrasisoladas e locais”, cobrindo 100% da área de estudo (Mapa em anexo).

Em relação á altitude, a área de estudo apresenta gradiente que varia entre900m podendo chegar até 1200m na parte mais alta. A maior parte da área(87%) está na inserida na classe altimétrica que varia de 1000m a 1100m(Mapa, em anexo). Em seguida está à classe entre 900m a 1000m, que cobre7% da Reserva, seguida da classe de 1100m a 1200m, ocupando a menorparte da área (6%), conforme demonstra a Tabela 01.

Tabela 1 - Classes de altitude da RPPN Faz. Suspiro.

Altitude (m) Percentual (%) daRPPN

900 - 1000 07 %

1000 - 1100 87 %

1100 - 1200 06 %

Page 21: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Quanto à declividade, predominam as encostas com declividades médias, entre0-25º, que ocupam 72,5% de toda a área da RPPN, seguida das encostasíngremes com declividade entre 25°-45°, ocupando cerca de 27% da área(Mapa em anexo).

Tabela 2 - Declividade da área da RPPN Faz. Suspiro.

No aspecto orientação das encostas, a área de estudo apresentou umaproporção heterogênea, com aproximadamente 40% de encostas voltadas paraa orientação oeste; 45% voltadas para orientação Norte, e aproximadamente15% das encostas, voltadas para a orientação norte (Tabela 04; Mapa emanexo).

Tabela 3 - Orientação das encostas da RPPN Faz. Suspiro.

Em relação às APPs, conforme demonstra o Mapa 6, a área de estudoapresenta somente APP molhadas, ou seja, áreas que abrangem 30 metrospara cada lado das margens de rios e córregos inseridos na RPPN,correspondendo 23,80% do total da área (4,32 ha).

Classe deDeclividade (°)

Percentual (%) daRPPN

0 - 25 72,5 %

25 – 45 27,5 %

45 - 90 0 %

Orientação Percentual(%)

Norte 15 %

Leste 45 %

Oeste 40 %

21

Page 22: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

As APPs cobertas por floresta nativa realizam importantes serviços ambientais,pois além de proteger o solo de impactos diretos das gotas de chuva atravésdas copas e da serrapilheira, a floresta também tem a função de promover aestruturação do solo, através de suas raízes, permitindo assim, uma melhorinfiltração da água da chuva (presença de macroporos) e retenção de água(presença de microporos).

O solo da área de estudo é constituído por Cambissolo Háplico, representando100% da área mapeada.

2. 3. Hidrografia

A Região Sudeste abrange partes de diversas bacias hidrográficas, como porexemplo, das bacias do rio São Francisco, do rio Paraná e as inúmeras baciashidrográficas que drenam para o litoral do Leste brasileiro. Para os objetivosdeste plano de manejo, será abordada a região meridional da bacia do Lestebrasileiro (Figura 8).

Figura 10 - Bacia do Leste. Fonte: Ministério dos Transportes (2011).

No âmbito do estado do Rio de Janeiro, a Resolução nº 18 do ConselhoEstadual de Recursos Hídricos, de 8 de novembro de 2006, definiu dez (10)regiões hidrográficas (Figura 09), constituídas por diversas bacias, e estas pordiversas sub-bacias, estando a RPPN Fazenda Suspiro, inserida na regiãohidrográfica denominada RH IV – Piabanha, na bacia do rio Piabanha, quepertence a uma das mais importantes bacias hidrográficas secundárias do país,a Bacia do rio Paraíba do Sul (ANA, AGEVAP, 2007). A RPPN está inseridanas cabeceiras do Rio Alburquerque, protegendo uma dezena de nascentes,onde 4,32 hectares (23,80%) são constituídos por APPs molhadas.

22

Page 23: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 11 - Regiões Hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. Fonte: INEA(2011).

2. 3.1. Bacia Hidrográfica do Rio Piabanha

A Bacia do Rio Piabanha cobre uma área de 4.484 km2, onde vivem cerca de695 mil habitantes, abrangendo 10 municípios do estado do Rio de Janeiro(Quadro 02).

Quadro 2 - População dos municípios da bacia do Rio Piabanha.

Município População

Areal 11.147

Carmo 15.866

Petrópolis 310.216

São Jose do Vale do RioPreto

21.375

Sapucaia 18.434

Sumidouro 15.062

Teresópolis 150.921

Patu do Alferes 27.766

Paraíba do Sul 39.988

Três Rios 76.422

Fonte: IBGE (2006).

O rio Piabanha possui 80 km de extensão, sendo o rio Preto seu principalafluente (54 km de curso), que, por sua vez, tem como principal afluente o rio

23

Page 24: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Paquequer com 37 km de curso, banhando Teresópolis no seu trecho inicial(Figura 10).

Figura 12 - Localização geográfica da bacia do Rio Piabanha no estado do Riode Janeiro. Fonte: Caderno das Ações da BHP (2011).

Em relação à cobertura florestal, a bacia do Rio Piabanha faz parte do grupodas grandes sub-bacias formadora do rio Paraíba do Sul que apresenta maioríndice, estimado em mais de 20% de seu território. Destaca-se também a sub-bacia do rio Paquequer, que apresenta o maior porcentual de coberturaflorestal (46%) entre todas as sub-bacias individualizadas do Paraíba do Sul(ANA/AGEVAP 2002).

24

Page 25: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 13 - Recorte ampliado da RH IV – Piabanha, contextualizando alocalização da RPPN Faz. Suspiro (estrela preta) na sub-bacia do rioPaquequer (elipse preto). Notam-se também os principais rios de Teresópolis.Fonte: INEA, 2010.

2. 3.3. Contexto hidrológico da RPPN Fazenda Suspiro

Conforme a Figura 11, a RPPN está inserida na microbacia do RioAlbuquerque, um dos principais afluentes do Rio Paquequer. A dinâmica decirculação das águas na área desta micro-bacia ocorre da seguinte forma:

• Fluxos pluviais, superficiais e principalmente subsuperficiais, emencostas vegetadas de declive acentuado. Este tipo de sistema decirculação é responsável pela manutenção da carga dos canaispermanentes existentes;

• Fluxos pluviais temporários em áreas de canais de primeira ordem; emgeral estes fluxos se mantem durante um período após o encerramentodos eventos de chuvas;

25

Page 26: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Fluxos em canais permanentes; a perenidade dos canais é mantida peloarmazenamento das águas em áreas florestadas. Estes canaisapresentam um hidrograma de vazão x chuva com dois picos,evidenciando a contribuição dos fluxos pluviais superficiais e dos fluxospluviais subsuperficiais.

Contudo, estes três subsistemas estão totalmente integrados com as águaspassando das encostas para canais de primeira ordem, temporários oupermanentes, e daí para os canais permanentes. É fundamental nesteprocesso o armazenamento da água, função da espessura do solo e dacobertura vegetal. A degradação da cobertura vegetal promove uma mudançano balanço destes subsistemas com consequências severas para a dinâmica ajusante.

Neste contexto, as características de relevo e encostas florestadas da RPPNFazenda Suspiro contribuem diretamente para proteção de recursos hídricosdesta microbacia.

2. 4. Vegetação

Estimativas apontam que a área florestada do estado do Rio de Janeiro no anode 1500 era de 4.294 km², o equivalente a 97% do estado, e que, após sofreruma redução contínua de sua cobertura florestal encontra-se bastantefragmentada e com apenas 19,61% do seu tamanho (SOSMA/INPE, 2010).

Os blocos de florestas remanescentes de Mata Atlântica do estado podem serdivididos em cinco grandes blocos: da Região Norte Fluminense, da RegiãoSerrana Central (inserção da RPPN), da Região Metropolitana do Rio deJaneiro, da Região Sul Fluminense e da Serra da Mantiqueira (ROCHA et al.,2003).

O Município de Teresópolis possui 32% do seu território composto porremanescentes florestais de Mata Atlântica (SOSMA/INPE, 2010), onde aRPPN Fazenda Suspiro é abrangida pelo domínio fitoecológico (Mapa 10, emanexo) Floresta Ombrófila Densa Montana (Figura 12) (IBGE, 2004), quepreserva um importante remanescente da Floresta Ombrófila Densa Montana(Velloso et al., 1991), do Bioma Mata Atlântica.

26

Page 27: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 14 - Fisionomias vegetais do estado do Rio de Janeiro, contextualizandoa área de estudo (seta branca). Fonte: Fundação SOS MA e INPE, 2011.

No estado do Rio essa fisionomia é também preservada em unidades deconservação como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, APA doJacarandá, APA de Petrópolis, Parque Estadual do Desengano e pelo ParqueEstadual dos Três Picos.

2. 4.1. Caracterização da Vegetação nas diferentes áreas da RPPN FazendaSuspiro2

a) Entorno da cachoeira

Local com árvores altas e sombreado, os indivíduos mais representativos são oPau-jacaré Piptadenia gonoacantha, o Bico-de-pato Machaerium nyctitans, aFigueira Ficus enormis, o Ingá-feijão Inga marginata e o Capixingui Crotonfloribundus.

O exótico lírio-do-brejo Hedychium coronarium domina o estrato herbáceo, noentorno do lado da cachoeira, formando grandes aglomerados.

2 Para análise da composição florística das diferentes áreas foram realizados estudos de campo no

período de fevereiro a março de 2012, efetuando-se o levantamento, registro fotográfico e a coleta dematerial botânico das espécies férteis ou mais representativas das seguintes áreas: Trilha principal –Pinheiro Pai e suas bifurcações, onde procurou-se registrar todos indivíduos que ocorrem em suasbordas; Trilha da Antena, registrados apenas os indivíduos mais representativos ou férteis; Mata em cimada cachoeira, percorrida até o encontro com a trilha principal; Mata do lado esquerdo do rio, registradosapenas os indivíduos mais representativos ou férteis; Borda da mata com a rua; e Região de entorno aRPPN.

27

Page 28: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 15 - Visão da borda da mata com a mata de entorno. Foto: VictorFarjalla.

Figura 16 - Córrego acima da “cachoeira da rua”. Foto: Victor Farjalla.

b) Trilha principal

Logo no começo da trilha, há grandes Araucárias do lado esquerdo, e à medidaque se vai adentrando na trilha, começam a aparecer o Xaxim-espinhentoCyathea phalerata, além de aglomerados do Palmito-juçara Euterpe edulis.

Indo mais para o alto, pode se notar grandes árvores fechando o dossel dafloresta, sendo as mais representativas: o Camboatá Cupania oblongifolia, aTapia Alchornea triplinervia, o Embiruçu Pseudobombax grandiflorum, o Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha com seu tronco descascante, as Canelas(Lauraceae) e alguns indivíduos do Jequitibá Cariniana estrellensis nos limitesda Reserva.

28

Page 29: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 17 - Visão da trilha, subindo. Foto: Victor Farjalla.

Figura 18 - Visão da trilha, descendo. Foto: Victor Farjalla.

Figura 19 - Visão da mata densa, à esquerda da trilha (subindo). Foto: VictorFarjalla.

29

Page 30: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 20 - Árvores altas fecham o dossel da mata. Foto: Victor Farjalla.

No estrato herbáceo, na beira do Rio, encontram-se grandes populações deHelicônia (Heliconia sp.), e Jaborandis (Piper sp.) são frequentes na borda datrilha.

Figura 21 - População de Heliconia sp. Foto: Victor Farjalla.

Figura 22 - Jaborandi (Piper aduncum). Foto: Victor Farjalla.

Algumas bromélias epífitas, na maioria Vriesia sp., colorem a mata em tons devermelho.

30

Page 31: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 23 - Bromélia Vriesia sp. Foto: Victor Farjalla.

Figura 24 - Bromélia Billbergia pyramidalis. Foto: Victor Farjalla.

2.4.2. Espécies exóticas e ameaçadas na RPPN Fazenda Suspiro

Espécies exóticas

Foram registradas quatro espécies exóticas dentro ou no entorno da Reserva.Dessas, uma – a Araucária (Araucaria angustifólia) - tem ocorrência natural noestado do Rio de Janeiro, porém em outra formação florestal, e é espécieameaçada segundo IBAMA (1992). Apesar de não ser invasora, é preciso teratenção com essa espécie, já que em seu ambiente natural ela é dominante, ena Reserva já se nota uma regeneração espontânea da espécie ocorrendodentro da mata (Figura 25). Caso haja algum problema no futuro será difícilobter autorização de corte, já que se trata de uma espécie legalmenteprotegida.

31

Page 32: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

No limite da Reserva com a Estrada do Lago, ocorrem alguns indivíduos daUva-do-japão Hovenia dulcis. Há bibliografias que relatam a agressividadedessa espécie como exótica invasora (Rodolfo et. al., 2008; Noernberg, 2009).

O lírio-do-brejo Hedychium coronarium, que domina o extrato herbáceo na áreada cachoeira (Figura 10), já é encontrado dentro da mata na Reserva. Essaespécie já foi registrada em 32 unidades de conservação. BRASIL (2005) eMaciel (2011) citam diversos casos de invasão e problemas por ela gerados.

O Bambu Bambusa tudoides é encontrado somente em um local dentro daReserva, sendo uma espécie entouceirante que não apresenta risco deinvasão. Porém caso surja uma clareira na área onde ocorre a touceira, épossível o seu alastramento.

Figura 4 - Muda de Araucária, crescendo naturalmente dentro da mata. Foto:Victor Farjalla.

Figura 5 - Lírio-do-brejo, preferência por locais úmidos. Foto: Victor Farjalla.

32

Page 33: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Quadro 3 - Espécies exóticas registradas na RPPN Fazenda Suspiro.

Nome-vulgar EspéciePotencial deinvasora

Araucária Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. -

Bambu Bambusa tuldoides Munro. -

Lírio-do-brejo Hedychium coronarium Koenig *

Uva-do-japão Hovenia dulcis Thunb. *

Espécies ameaçadas

Somente 2 espécies ameaçadas foram registradas na Reserva: a Folha-serraSorocea bonplandii com alguns indivíduos, e o Palmito-juçara Euterpe edulis,bastante representativo em toda a área.

Quadro 4 - Espécies ameaçadas registradas na RPPN Fazenda Suspiro.

Nome-vulgar Espécie AutorCategoria

IUCN/IBAMA

Palmito-juçara Euterpe edulis Mart. IBAMA, 1992 Em Perigo

Folha-serraSorocea bonplandii (Baill.)

W.C.Burger et al.Carauta, 1996 Vulnerável

Figura 6 - Indivíduos da palmeira ameaçada do palmito-juçara Euterpe edulis,bastante frequente na Reserva. Foto: Victor Farjalla.

33

Page 34: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

2.4.3. Espécies vegetais registradas na RPPN Fazenda Suspiro

Foram registradas 106 espécies ocorrendo na RPPN Fazenda Suspiro,distribuídas em 46 famílias (Anexo 1A). As principais famílias em número deespécies são Leguminosae (13), Orchidaceae (8), Bromeliaceae (6),Melastomataceae (5), Anonnaceae, Arecaceae, Lauracaeae, Moraceae,Piperaceae, Rubiaceae e Urticaceae (4 cada) (Figura 28). Essas 11 famíliaspossuem juntas 60 espécies, representando 58% do total de espéciesregistradas na Reserva. (Figura 29). Outras 4 famílias foram registradas comtrês espécies cada uma, três famílias com duas espécies, e as 28 demaisfamílias foram registradas com apenas uma espécie cada (Figura 28).

34

Page 35: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 7 - Distribuição do número de espécies dentre as principais famíliasregistradas na RPPN Fazenda Suspiro. Legenda: Leg = Leguminosae; Orch =Orchidaceae; Brom = Bromeliaceae; Melas = Melastomataceae; Anno =Annonaceae; Arec = Arecaceae; Laur = Lauraceae; Mora = Moraceae; Pipe =Piperaceae; Rubi = Rubiaceae; Urti = Urticaceae.

Das 106 espécies registradas, 63 são de porte arbóreo (60%), 30 herbáceas(28%), 10 arbustivas (9%) e 3 são lianas (3%) (Figura 30).

Leg

11%

Rubi

4%

Urti

4%

Outras

42%

Arec

4%Laur

4%Mora

4%

Pipe

4%

Anno

4%

Orch

8%

Brom

6%

Mela

5%

Figura 8 - Distribuição porcentual de espécies, dentre as principais famíliasregistradas na RPPN Fazenda Suspiro. Legenda: Leg = Leguminosae; Orch =Orchidaceae; Brom = Bromeliaceae; Melas = Melastomataceae; Anno =Annonaceae; Arec = Arecaceae; Laur = Lauraceae Mora = Moraceae; Pipe =Piperaceae; Rubi = Rubiaceae; Urti = Urticaceae.

Page 36: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 30 - Distribuição porcentual do porte das espécies registradas na RPPNFazenda Suspiro.

2.4.4. Árvores notáveis ocorrentes nas trilhas da RPPN Fazenda Suspiro

Ao longo da trilha principal, foram marcadas e identificadas as árvores maisrepresentativas ou com alguma característica notável, para que os visitantespossam reconhecer as espécies no âmbito das atividades de interpretaçãoambiental (Anexo 1B).

Figura 31 - Frutos de angico-branco no chão da trilha. Foto: Vitor Farjalla.

36

Page 37: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 32 - Pétalas de Pau-cigarra no chão da trilha. Foto: Vitor Farjalla.

Figura 33 - Plaqueta usada na marcação (indeterminada) e látex vermelho-sanguíneo da Virola.

2.5. Fauna na RPPN Fazenda Suspiro

Os estudos sobre a fauna ocorrente na RPPN basearam-se em coletasprimárias de campo (registros fotográficos e vestígios), numa breve listacomentada sobre a fauna da Reserva e adjacências, elaborada pelo Prof°.Estanislau (zoólogo) e demais moradores no entorno da Reserva (amigos doproprietário), e em relatos do Sr. Sergio, nascido e criado no bairroAlburquerque.

Todas as informações reunidas foram sintetizadas em planilhas divididas porgrupos zoológicos e seus respectivos táxons, considerando os aspectosbiogeográficos e ecológicos que se mostraram relevantes no processo deavaliação ambiental, permitindo identificar as espécies de ocorrência esperadapara a área avaliada.

37

Page 38: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Na avaliação da fauna utilizou-se a análise de bioindicação, considerando-sepossíveis espécies cinegéticas além dos principais vertebrados como elementocaracterizador do potencial biológico da área, privilegiando-se para tal, oregistro de táxons ameaçados, raros, endêmicos, espécies guarda-chuva3 efauna exótica.

Figura 34 - Membro da equipe de elaboração do presente Plano de Manejo ematividade de campo. Foto: Acervo APN/RJ.

Figura 35 - Coleta de informações com Sr. Sergio. Foto: Acervo APN/RJ.

3 Espécies guarda-chuva são aquelas que requerem uma área muito extensa. Estasespécies podem ser usadas como espécies indicadoras no planejamento e monitoramentoda conservação de áreas naturais.

38

Page 39: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

2.5.1. Mamíferos

A partir dos relatos dos moradores e da lista do Prof°. Estanislau (op. cit.),registrou-se um total de 23 mamíferos para a RPPN Fazenda Suspiro,conforme o Anexo 2A.

Figura 36 - Uma possível toca de tatu na RPPN Faz. Suspiro. Foto: AcervoAPN/RJ.

De acordo com os dados as entrevistas, as espécies com maior ocorrênciaincluem: o mão-pelada Procyon cancrivorus; os tatus Dasypus novemcinctus,Euphractus sexcinctus e Cabassous unicinctus (Figura 35); a paca Cuniculuspaca; a cutia Dasyprocta leporina; o ouriços-cacheiro (Coendu sp.); ratossilvestres; o gambá Didelphis aurita; e a cuícas Philander opossum, conformerepresentado no Anexo 2A.

Figura 37 - Tatu registrado na RPPN Fazenda Suspiro. Foto: Luiz Penna.

O único primata confirmado em campo foi o mico-estrela Callithrix jacchus,espécie exótica, originária do nordeste brasileiro. Ocorreram também relatos daexistência de Bugios (Alouatta guariba), embora tal espécie não tenha sidoconfirmada durante as incursões em campo.

Page 40: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Da ordem Xenarthra, foi indicada a ocorrência de: Tamandua tetradactyla(tamanduá-de-colete) e Bradypus sp. (preguiça comum e preguiça de colete),segundo a lista do zoólogo Estanislau. Foram relatadas ainda a presença dequatro felinos na RPPN e adjacências: Herpailurus yaguarondi (jaguarundi) -informação que coincide com dados disponíveis para fragmentos próximos doParque Estadual dos Três Picos; além de Puma concolor, Leopardus tigrinus(gato do mato) e L. pardalis (jaguatirica).

Considerando a forma e hábitos de vida variados dos felídeos que ocupamuma variada gama de nichos e representam o papel de predadores de topo dasteias alimentares, bem como sua dependência de uma larga escala territorialcomo “nicho livre ideal”, pode-se considerar a RPPN Fazenda Suspiro comoárea estratégica para a conservação deste grupamento faunístico, atuandocomo corredor de biodiversidade da região em que se insere.

Dentre as espécies ameaçadas de extinção, na lista do professor Estanislauforam relatadas a ocorrência de espécies guarda-chuvas como cachorros-do-mato (Cerdocyon thous), classificado pela União Internacional paraConservação da Natureza (sigla em inglês – IUCN) como espécie de poucapreocupação, mas que se encontra nas listas nacional e estadual comoespécie vulnerável.

Em relação aos felídeos citados como ocorrentes para a área de estudo estãosob status de ameaça as espécies P. concolor, L. tigrinus e L. pardalis,classificadas segundo a Lista Nacional (MMA, 2009) como espéciesvulneráveis; e apenas L. tigrinus enquadra-se no mesmo status de ameaça(VU) segundo a lista da IUCN. Segundo IUCN (2011), P. concolor e L. pardalissão consideradas atualmente espécies de pequena preocupação (LC) (Tabela5).

B

40

Page 41: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Tabela 4 - Mamíferos sob ameaça ocorrentes na RPPN Faz. Suspiro.

Táxons Nome Vulgar Status

Cerdocyon thous Cachorro- do-mato LC*/ VU**/ Ap. II

Puma concolor Suçuarana LC*/ VU**/ Ap. I

Leopardus pardalis Jaguatirica LC*/ VU**/ Ap. I

Leopardus tigrinus Gato-do-Mato VU*/ VU**/ Ap. I

Bradypus torquatus Preguiça VU*/EN**/Ap. II

Pecari tajacu Cateto LC*/ VU**/ Ap. I

Tayassu pecari Queixada NP*/ EP**

Cuniculus paca Paca LC*/ VU**/ Ap. I

* IUCN: VU – Vulnerável; LC - Menor preocupação; NP – Próximo de ameaçado. ** ListaNacional & Lista do Estado do Rio de Janeiro: EP – Em perigo; VU – Vulnerável. Ap. I e II:CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna emPerigo de Extinção.

2.5.2. Avifauna

De acordo com as entrevistas e a lista do Prof° Estanislau para a avifaunaforam registradas um total de 42 espécies para a RPPN, conforme o Anexo 2B.

Dentre as espécies registradas estão: coleirinhos (Sporophila sp.), canários-da-terra (Sicalis flaveola), corujas buraqueiras (Speotyto cunicularia) e carcarás(Caracara plancus), Anus-brancos (Guira guira), anus-pretos (Crotophaga ani),sanhaços (Thraupis sp) e bem-te-vis (Pitangus sulphuratus).

De acordo com os relatos, são destaques na RPPN: os juritis (Leptotilaverreauxi e Leptotila rufaxilla), tiés-sangue (Ramphocelus bresilius), tiés-preto(Tachyphonus coronatus), azulões (Cyanocompsa brissonii); sanhaços(Thraupis sp), sabiás-poca (Turdus amaurochalinus), sabiás laranjeira (Turdusrufiventris), saíras (Tangara sp.), conforme o Anexo 2B.

Em relação das espécies ameaçadas de extinção registrou-se a arapongaProcnias nudicollis, considerada pela IUCN como espécie vulnerável (Figura38).

Page 42: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 38 - Araponga (Procnias nudicollis) registrada na RPPN FazendaSuspiro, espécie considerada vulnerável a extinção. Foto: Luiz Penna.

2.5.3. Herpetofauna

Em relação aos répteis, há 11 espécies (Anexo 2C) com ocorrência potencialpara área, sendo oito espécies de serpentes e uma espécie de lagarto.

Merecem destaque os relatos da ocorrência de teiús (Tupinambis meridionae),Calangos (Tropidurus torquatus) e jararaca (Bothrops jararaca) (Figura 51).Estes são citados no Estudo de Herpetofauna do Plano de Manejo do ParqueEstadual dos Três Picos (PETP) como espécies ocorrentes para asadjacências da RPPN.

2.5.4. Espécies exóticas

Durante as atividades de campo foi possível registrar animais como cachorrosdomésticos (Canis familiaris) na área da Reserva, provenientes dos imóveis daredondeza. Com instinto de caça, esses animais representam ameaça para afauna silvestre.

As únicas espécies silvestres exóticas de vertebrados verificadas durante asatividades de campo foram o Callithrix jacchus (mico-estrela) (informaçãoobtida a partir de contribuições de entrevistas semi-estruturadas), o Passerdomesticus (pardal), registrado por visualização direta, e o Estrilda astrild (bico-de-lacre).

2.5.5. Pressões à fauna e à flora da RPPN Fazenda Suspiro

Em relação à pressão sobre a fauna da RPPN, houve registros de fortesindícios de ação de caçadores na área, conforme demonstra a figura abaixo.

42

Page 43: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 39 - Indícios de presença de caçadores no fragmento da RPPN Faz.Suspiro, tais como panelas para preparo de comida e uma lona plástica paraacampamento. Foto: Acervo APN/RJ.

Considerando que na área da RPPN ocorre o Palmito Jussara Eutherpe edulis,vale o alerta de ações contra possíveis atividades de extração ilegal, uma vezque a cultura local está relacionada a esta prática.

2.5.6. Conclusão

Os resultados obtidos para a fauna da RPPN permitem concluir que a áreaapresenta grande potencial biológico com expressiva riqueza de espécies.Estas considerações fazem-se verdadeiras devido à presença confirmada deespécimes da fauna indicadores de habitat em bom estado de conservação einterdependentes da continuidade florestal. Nesse sentido, a Reserva figuracomo área prioritária para a conservação da diversidade biológica, exercendofunção imprescindível à conectividade da fauna (corredor de biodiversidade) nocontexto do Mosaico Central Fluminense.

43

Page 44: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

2. 6. Aspectos Históricos e Culturais da RPPN Fazenda Suspiro

O povoamento do município de Teresópolis teve início com a doação de umasesmaria à José Rodrigues Gomes em 29/12/1724, mas a primeira descriçãooficial de Teresópolis foi feita em 1788 pelo Dr. Baltazar da Silva Lisboa, queem seu relato descrevia a serra e também a Cascata do Imbuí.

No entanto, a região só se tornou conhecida a partir de 1821, quando GeorgeMarch adquiriu uma grande gleba e a transformou em uma fazenda modelar,com sede localizada onde atualmente se encontra o bairro do Alto. A fazendadenominava-se Santo Antônio ou Sant' Ana do Paquequer e acabou por geraro primeiro povoado de maior importância ao longo do caminho que ligava aCorte à província das Gerais, desenvolvendo de maneira considerável aagricultura, pecuária e o veraneio da região.

Lentamente, o povoado foi se desenvolvendo e passando à categoria defreguesia de Santo Antônio de Paquequer, em 1855. Somente em 6 de julho de1891, através do Decreto de nº 280 do então Governador Francisco Portela, afreguesia foi alçada à condição de município, desmembrando-se o seu territóriodo município de Magé, passando a denominar-se Teresópolis.

A denominação Teresópolis vem de "Cidade de Teresa", uma homenagem àTeresa Cristina, esposa de D. Pedro II, que, no final do século XIX, encantou-se profundamente com as belezas naturais e clima da região serrana, onde emfrequentes visitas e períodos de férias na região, descansava com a família.

Ao contrário do que muitos pensam, todo o crescimento e posteriordesenvolvimento deste pequeno núcleo se verificaram no sentido do norte parao sul, isto é, os comerciantes que vinham das Minas Gerais em direção aoporto da Estrela, nos fundos da Baía de Guanabara, buscavam esta regiãocomo ponto estratégico de repouso. Só mais tarde, bem mais tarde, é que ofluxo foi alternado no sentido do sul para o norte, com o advento da ligaçãorodoviária do Rio a Teresópolis, em 1959.

A ferrovia chegou à região em 1908, estimulando a partir de então o fluxoturístico ao município. Teresópolis, pela proximidade da capital, clima ameno eboa qualidade de vida, vem desde então, cada vez mais, sendo procuradocomo município para veraneio familiar, de residentes, principalmente, no Rio deJaneiro e Niterói.

2. 7. Visitação na RPPN Fazenda Suspiro

Embora na RPPN Fazenda Suspiro não existam atividades sistemáticasligadas à visitação (com finalidade educacional) por parte das escolas euniversidade, a atividade é realizada frequentemente pelos moradoresresidentes no entorno da RPPN que vão em busca de uma pequena quedad’água logo na sua entrada principal. Além desse atrativo, a Reserva conta

Page 45: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

com uma trilha que acompanha todo o córrego Albuquerque, facilmente guiada(Figura 38 e 39).

Como o proprietário, Sr. Antônio Nelson, não possui residência na RPPN, amesma é constantemente visitada pela população da localidade de JardimSuspiro sem qualquer tipo de controle, facilitando a invasão de pessoas malintencionadas.

Há 4 anos, o proprietário tentou controlar a entrada de pessoas na área comapoio do PETP, quando foi disponibilizado moirões e arames para implantaçãode cercas, no perímetro da RPPN. Porém a cerca sofreu vandalismo, tendotodo o arame de aço sido cortado em curtas distâncias para não possibilitar oreaproveitamento do material.

Embora seja do seu interesse, até o momento o proprietário não tem condiçõesmateriais, técnicas e financeiras para permitir qualquer tipo de visitação públicana RPPN, atividade liberada somente para os seus familiares. Porém, oproprietário promove, anualmente, no Dia da Mata Atlântica (27/05), eventosreunindo escolas e palestrantes para divulgar a importância da preservaçãoambiental. Foram realizados, nos anos 2009, 2010 e 2011, eventos na RPPNFazenda Suspiro com a participação das escolas municipais e colaboração doParque Nacional da Serra dos Órgãos – PARNASO, Parque Estadual dos TrêsPicos e Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Teresópolis. Pretende oproprietário, no futuro, na medida em que forem sendo criadas as condiçõesidentificadas no Plano de Manejo como necessárias à implantação da visitação,implementar a visitação, a pesquisa científica e a educação ambiental voltadaa pequenos grupos escolares pré agendados.

Figura 40 – Cachoeira localizada dentro da RPPN. Foto: Adriano Melo.

45

Page 46: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 41 - Trilha principal da RPPN. Foto: Adriano Melo.

2. 8. Pesquisa e Monitoramento na RPPN Fazenda Suspiro

O proprietário tem intenção de disponibilizar a RPPN para o desenvolvimentode pesquisas científicas, através de parcerias com universidades eorganizações ambientais, inclusive na viabilização de infraestrutura básica paraalojar estudantes e pesquisadores, bem como um espaço destinado aadministração da RPPN.

Atualmente as únicas pesquisas realizadas referem-se aos estudos para aelaboração do presente Plano de Manejo.

2. 9. Ocorrência de Fogo na RPPN Fazenda Suspiro

Segundo o proprietário, há quatro anos a RPPN sofreu um grande incêndioadvindo da área de pasto no limite a Reserva. Naquele momento, ogrupamento do Corpo de Bombeiros foi um ótimo aliado. O proprietárioinformou que devido à extensa área de pasto limítrofe com a Reserva, ficamuito custoso a construção de aceiro em todo o percurso.

2. 10. Atividades desenvolvidas na RPPN Fazenda Suspiro

Atualmente são realizadas com a comunidade e escolas adjacentes palestras eexposições de trabalhos na área ambiental.

Como produtora de água (já que protege as nascentes que alimentam o RioAlbuquerque) e mantenedora da biodiversidade local, é importante que aReserva seja amplamente divulgada e objeto de um contínuo processo deconscientização da comunidade no entorno a respeito da sua importância.Nesse sentido já vem sendo promovidos, ainda que de forma incipiente, e emparceria com entidades ambientais (Parque Nacional da Serra dos Órgãos,

46

Page 47: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Parque Estadual dos Três Picos, Mosaico Central Fluminense, SecretariaMunicipal do Meio Ambiente e Defesa Civil e o Batalhão da Polícia Florestal),palestras e exposições voltadas para a preservação ambiental. Tais atividadesprecisam ser intensificadas e estruturadas de modo a promover asensibilização dos moradores locais no sentido de que os mesmos abandonemsua postura de ausência de percepção e desconhecimento em relação àReserva para uma postura de engajamento na preservação da mesma.

As únicas atividades realizadas pelo proprietário na área da reserva resumem-se em lazer pessoal e manutenção de cercas.

Figura 42 - Caminhadas com amigos na RPPN Faz. Suspiro. Foto: Adriano Melo.

Figura 43 - Manutenção de cercas e placas na RPPN Faz. Suspiro. Foto:Adriano Melo.

2. 11. Sistema de Gestão e Pessoal na RPPN Fazenda Suspiro

A RPPN é administrada pelo proprietário, que por sua vez tem um funcionárioem caráter temporário para realização de serviços de manutenção de cercas.

Não há parcerias para essa finalidade e, tampouco, Conselho Consultivo. Acaptação de recursos para a execução do presente Plano de Manejo foi obtidaatravés da APNRJ (Associação Patrimônio Natural do Estado do Rio deJaneiro) que tem ainda fornecido apoio com informações técnicas para agestão área.

47

Page 48: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

2. 12. Infraestrutura da RPPN Fazenda Suspiro

Com exceção das trilhas, cercas e placas de sinalização, na área da RPPN nãoexiste nenhuma outra infraestrutura.

2. 13. Equipamentos e Serviços da RPPN Fazenda Suspiro

A RPPN não conta ainda com nenhum tipo de equipamento ou serviços parasua gestão.

2. 14. Recursos Financeiros da RPPN Fazenda Suspiro

Até o momento a RPPN não possui receitas externas para custear as suasatividades básicas de gestão, de maneira que o desembolso é arcado pelo seuproprietário para manutenção de cercas, trilhas, placas de sinalização elimpeza das barragens de água.

Existem, hoje, recursos provenientes da Lei do ICMS Ecológico no estado doRio de Janeiro (Lei Estadual 5.100/07), em reconhecimentos aos municípiosque preservam áreas ambientais. Entretanto no caso do município deTeresópolis (no qual está inserida a RPPN Fazenda Suspiro) estes recursosnão são repassados às áreas ambientais a quem é de direito. Para que istopossa acontecer é necessário que haja uma lei municipal que defina que estesrecursos sejam aplicados em atividades ambientais. Já existem municípios noestado do Rio de Janeiro como o de “Varre e Sai”, p.ex., que define adestinação destes recursos para a área ambiental.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente já definiu os critérios de distribuiçãodestes recursos para a área ambiental faltando apenas a criação da leimunicipal que defina a transferência destes recursos.

Existe ainda outra possibilidade de obtenção de recursos, relacionada aopagamento de serviços ambientais. Tal mecanismo, já existente em outrosestados (como p.ex. o Espírito Santo) está ainda em fase de definição eimplementação no Rio de Janeiro. A RPPN Fazenda Suspiro estáperfeitamente enquadrada, enquanto produtora de água que atendeaproximadamente 700 casas com cerca de 2800 moradores.

2. 15. Formas de Cooperação no âmbito da RPPN Fazenda Suspiro

A RPPN Fazenda Suspiro tem buscado apoio de pessoas e instituições parafortalecer o objetivo principal para qual foi criada, ou seja, a conservação dabiodiversidade em terras privadas. A Reserva está incluída na “Campanha deApoio a Conservação e Recuperação da Mata Atlântica em Terras Privadas –

48

Page 49: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Adote uma RPPN - projeto de autoria da APN/RJ (Associação PatrimônioNatural do Estado do Rio de Janeiro), grande parceira da RPPN”.

A RPPN Fazenda Suspiro preocupada em alinhar-se com as entidades de meioambiente participa como Conselheira do Parque Estadual dos Três Picos, doMosaico Central Fluminense, do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e doConselho Municipal de Meio Ambiente (CONDEMA) do município deTeresópolis.

49

Page 50: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

3. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

A RPPN Fazenda Suspiro está inserida no Loteamento Jardim Suspiro, Bairrode Albuquerque, 1° Distrito do Município de Teresópolis, Rio de Janeiro. Oentorno imediato é ocupado per uma comunidade constituída poraproximadamente 700 casas.

O Loteamento Jardim Suspiro foi aprovado pela Prefeitura em 1960, sendoconstituído de 1000 lotes. A Reserva foi constituída a partir do remembramentode 201 lotes que ainda não haviam sido urbanizados.

Para o levantamento de informações primárias foram feitas entrevistas com oproprietário e o funcionário Sergio, além de incursões diretas no campo paraconhecer melhor a localidade de Jardim Suspiro. As entrevistas foramrealizadas de forma semi-estruturada com um roteiro pré-definido e realizou-sesob forma de bate-papo, utilizando o questionário adaptado de MELO et al.(2004).

Com a intenção de saber o que pensam os moradores do bairro em relação àexistência da RPPN, foram entrevistados 50 moradores de diferentes faixasetárias. Destes, 30 pessoas (30 à 60 anos) responderam que sabiam daexistência de uma Reserva Ambiental na área e declararam que esta temcaráter muito importante por fornecer água potável para as casas do bairro.Os outros 20 entrevistados (17 à 20 anos), disseram que a área era pública,que qualquer um pode entrar para tomar banho de cachoeira e andar pelafloresta, desconhecendo desse modo seu caráter privado de preservaçãoambiental.

1.5. Entorno imediato

A borda do fragmento florestal da RPPN está às margens das ruas doloteamento Jardim Suspiro, e ainda localizada aproximadamente 700 metros daRJ 130, caracterizando-se como uma Reserva urbana (Figura 45).

Page 51: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 44 - Seta vermelha ilustrando a proximidade da RPPN Faz. Suspiro coma rua. Foto: Acervo APN/RJ.

3.1.1. Ameaças ao remanescente florestal da RPPN Fazenda Suspiro

O entorno imediato da RPPN vem, desde o ano passado, experimentandosignificativo crescimento no que diz respeito à construção de casas em virtudedo desastre ecológico de 2011/ 2012 em Teresópolis, que foi assolada porchuvas intensas, o que gerou muitos deslizamentos de terras e perda de vidas.Pelo fato de não ser área de risco, a procura por terrenos no entorno daReserva se acentuou.

Figura 45 - Vista do morra da torre da AMPLA. Seta amarela indicando alocalização do fragmento florestal da RPPN Faz. Suspiro e seta vermelhaindicando construção de casa em áreas de encosta. Foto: Acervo APN/RJ.

51

Page 52: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Outro fator de ameaça a reserva, além da especulação imobiliária, são asáreas de pasto, que são manejas com fogo, razão pela qual a RPPN já foi alvode dois incêndios (Figura 66).

Figura 46 - Área de pasto no entorno imediato da RPPN Faz. Suspiro. Foto:Acervo APN/RJ.

1.6. Levantamento socioeconômico do município de Teresópolis

a) Distribuição Urbana/Rural

Atualmente, o município de Teresópolis tem uma população de 163.805habitantes (Tabela 7), correspondente a 20,32% do total da Região Serrana doEstado do Rio de Janeiro (IBGE, 2010).

Observa-se na Tabela 7 que a população é predominantemente urbana e apopulação feminina é superior à masculina em uma proporção de 91,5 homenspara cada 100 mulheres.

52

Page 53: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Tabela 5 - População de Teresópolis.

GrandesRegiões eUnidades

daFederaçã

o

Total

Seminstrução efundamentalincompleto

Fundamentalcompleto emédio

incompleto

Médiocompleto esuperior

incompleto

Superiorcompleto Indet.

Brasil 161.981.29

9 81.386.577 28.178.794 37.980.515

13.463.757

971.655

% 50,24 17,40 23,45 8,31 0,60

EstadoRio deJaneiro 13.908.173 5.775.120 2.636.316 3.908.693

1.516.460

71.583

% 41,52 18,96 28,10 10,90 0,51

Teresópolis 14.118 7.277 2.605 2.927 1.265 44

% 51,54 18,45 20,73 8,96 0,31

Teresópolis(urbano) 12.650 6.207 2.344 2.813 1.245 40

Descrição Valor Unidade

Total da população 163.805 Pessoas

Total de homens 78.249 Pessoas

Total de mulheres 85.556 Pessoas

Total da populaçãourbana

145.473 Pessoas

Total da população rural 18.332 Pessoas

Fonte: IBGE, 2010

Page 54: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

% 49,07 18,53 22,24 9,84 0,32

Fonte: IBGE, 2010.

b) Estabelecimentos de saúde

O Programa de Saúde da Família (PSF) cobre 32,35% do município (CGMS,2010) com definição de metas superior a 40%. O município conta com 13postos de saúde e 14 equipes médicas, porém, não tem hospitais públicos,havendo apenas uma parceria com três hospitais privados.

c) Educação

Teresópolis possui um total de 187 estabelecimentos de ensino, divididos em104 unidades de ensino fundamental, 15 pré-escolares e 3 de ensino médio(IBGE, 2007). Analisando os dados, observa-se que cerca de 55% dosestabelecimentos são do ensino fundamental. Para fins de comparação opercentual de escolas de nível fundamental na cidade do Rio de Janeiro é48,9%.

d) Habitação, abastecimento de água e saneamento

A população residente em favelas, de acordo com dados do Atlas deDesenvolvimento Humano – PNUD / IPEA / FJP, está entre os grandesproblemas que a cidade de Teresópolis enfrenta em seu processo decrescimento.

Em números a situação é ainda pior. Teresópolis apresenta o preocupanteíndice de 26% de habitantes em favelas, maior inclusive que o índice de 19%da capital Rio de Janeiro.

Segundo dados da Agenda 21 de Teresópolis, o município conta com umsistema de abastecimento de água constituído por dez mananciais paracaptação, com 300 km de rede de distribuição e 18.573 ligações totais, sendo15.564 (83,8%) com hidrômetro. Também fazem parte do sistema duasEstações de Tratamento de Água (ETA) e 34 reservatórios, com capacidadetotal de 12.996 m3 e 32 elevatórias.

O serviço de abastecimento de água é de responsabilidade da CompanhiaEstadual de Águas e Esgotos – CEDAE. Segundo dados do SNIS, a CEDAEatendia, em 2006, 95,55% da população urbana.

Segundo dados da Agenda 21 de Teresópolis (2011), aproximadamente 65%dos domicílios das áreas rurais da Bacia do Rio Paquequer destinam o esgotopara sumidouro; 18,75% direto para o corpo receptor mais próximo; 12,50%para fossa séptica; e apenas 3,12% para valas.

54

Page 55: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

A porcentagem de moradias em Teresópolis sem água, luz, coleta de lixo ouinstalações sanitárias adequadas é de 37%, à frente apenas do município deRio das Ostras, com 42% (Agenda 21 COMPERJ, 2011).

No quesito resíduo sólido, desde 2009, o município conta com um aterrosanitário intermunicipal (PMT, 2010), com capacidade de receber 83 toneladasde lixo por dia. Vale informar que o aterro atende outros três municípios daregião: Carmo, São Jose do Vale do Rio Preto e Sumidouro.

e) Economia

Com relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, no estado doRio de Janeiro, Teresópolis é o 17° dentre os 92 Municípios. Atualmente, omunicípio tem um PIB de R$ 1.596.477 mil, e um PIB per capita de R$10.717,00.

Segundo os dados da Fundação CIDE, em 2003, o PIB municipal concentrava-se na área do comércio e serviços, seguindo-se a da indústria e daagropecuária. O município participa com 0,51% do PIB estadual e com 18,62%do PIB da Região Serrana. No setor primário, a horticultura (couve-flor, tomate,repolho, salsa, entre outros) é responsável por 90% da produção agrícola domunicípio. O município é o principal produtor dessa cultura no estado.

No setor secundário sobressaem as indústrias de bebidas (19% da indústria detransformação do município), seguida de indústrias diversas (18%), da indústriade mobiliário (16%), da indústria de artigos de plásticos (13%) e a indústriatêxtil e do vestuário (7,0%). No setor terciário destacam-se as seguintesatividades, por ordem de importância na economia do município: o aluguel, aprestação de serviços (inclusive os serviços de alojamento e alimentação), ocomércio varejista e a administração pública.

Deve-se ressaltar que grande parte da receita do setor vem da atividade doturismo, para qual o município ainda dispõe de um grande potencial. Sob esteaspecto, as feiras de artesanato e outros produtos estão se ornando cada vezmais populares. Dentre os exemplos, destacam-se a FePro, Tecnohort, Festado Produtor Rural, eventos que fazem parte da economia teresopolitana. Alémde clubes esportivos como o Comary, Golf, Várzea Futebol Clube, SESC,Teresópolis Country Club e outros para a diversão e o sossego dos turistas.

55

Page 56: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

4. POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE

A RPPN Fazenda Suspiro esta inserida no contexto do Mosaico de Unidadesde Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense (Figura 48), fazendolimite diretamente com o Parque Estadual dos Três Picos de 64 mil hectares(INEA/RJ, 2011).

Figura 47 - Localização da RPPN Fazenda Suspiro em relação ao MosaicoCentral Fluminense e a RPPN Sítio Serra Negra. Fonte: MCF e INEA.

Somado a isto, a RPPN Fazenda Suspiro está há nove quilômetros dedistância da RPPN Sítio Serra Negra, e próxima a outras duas Unidades deConservação - a Área de Proteção Ambiental Floresta do Jacarandá e APABacia do Frade.

Estes fatos possuem grande relevância nos estudos de manejo da paisagem,pois possibilita a conexão florestal, influenciando positivamente na dinâmica dofluxo gênico de espécies de fauna e flora desta região (Mapa 11-Unidades deConservação, em anexo).

RPPN S.S. NegraRPPN F. Suspiro

Page 57: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

As reservas particulares são importantes ferramentas para conservação daMata Atlântica, uma vez que 80% do Bioma estão inseridos em terras privadasem forma de fragmentos.

Neste sentido, a Mata Atlântica é classificada como um hotspot debiodiversidade, denominação dada as 25 áreas espalhadas pelo mundo. Estaclassificação pode ser definida, como áreas que possuem índices demegadiversidade, porém ao mesmo tempo estão sob grande pressão de uso eocupação (Figura 70) - MITTERMEIER et al. (s/d).

Figura 48 - Áreas do mundo consideradas Hotspot. A Mata Atlântica, diante dobalanço biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a quinta colocação nasprioridades mundiais de conservação. MITTERMEIER, et al. (s/d).

A RPPN Fazenda Suspiro está inserida no domínio de área Núcleo da Reservada Biosfera da Mata Atlântica. As Reservas da Biosfera são áreasreconhecidas pelo Programa Man and Biosphere (MaB) da Organização dasNações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como deimportância mundial para conservação da biodiversidade e a promoção dodesenvolvimento sustentável.

No Brasil, a RPPN faz parte de uma região que recebeu o título de “prioridadeextremamente alta” para conservação no Mapa de Áreas Prioritárias paraConservação, utilização Sustentável e Repartição de Benefícios daBiodiversidade Brasileira (MMA, 2002; MMA, 2007), denominado polígonoPROBIO (Mapa 12, em anexo).

Na RPPN Fazenda Suspiro, apesar do seu pequeno tamanho, ocorremespécies vegetais consideradas ameaçadas de extinção - a Folha-serraSorocea bonplandii e o Palmito-juçara Euterpe edulis; além dessas, sãotambém ameaçadas o cachorro-do-mato Cerdocyon thous e a arapongaProcnias nudicollis, ambas com registro de ocorrência na RPPN.

Todos os aspectos acima mencionados reforçam a importância da RPPNFazenda Suspiro para a preservação do Bioma Mata Atlântica, seja em funçãoda biodiversidade por ela protegida ou do potencial para catalizar ações deeducação ambiental em âmbito local.

57

Page 58: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

PARTE C – PLANEJAMENTO

Page 59: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

Os objetivos de manejo traçados para a RPPN consideram basicamente osseguintes determinantes:

i) A localização da RPPN situada na zona de amortecimento do ParqueEstadual dos Três Picos-PETP, limitando-se diretamente com a área doPETP em cota elevada (acima de 1.300m), em região de fragilidade doecossistema que se caracteriza por transição de floresta para campo dealtitude.

ii) A função ecológica desempenhada pelas terras da propriedade e aRPPN como produtora de água.

iii) O desejo dos proprietários em contribuir para a disseminação deconhecimentos entre a população do município de Teresópolis e regiãoserrana sobre a Mata Atlântica e a necessidade de preservação damesma.

Dessa forma, constituem os Objetivos Específicos de Manejo da RPPNFazenda Suspiro:

• Proteger as áreas naturais remanescentes da Mata Atlântica;

• Integrar o corredor ecológico que faz ligação com Parque Estadual dosTrês Picos – PETP;

• Proporcionar pesquisa científica e geração de conhecimento sobre oBioma Mata Atlântica;

• Servir como área de reintrodução de fauna de espécies nativas deacordo com a capacidade de suporte local;

• Proporcionar a visitação com fins de Educação Ambiental;

• Promover a interação sócio-educacional com a comunidade.

Page 60: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

7. ZONEAMENTO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada para atingirmelhores resultados no manejo da unidade de conservação, pois estabeleceusos diferenciados para cada espaço, segundo os objetivos, potencialidades ecaracterísticas encontradas no local (Ferreira, 2004).

Identificando e agrupando áreas com as qualificações citadas, elas vãoconstituir zonas específicas, que terão normas próprias. Dessa forma, ozoneamento torna-se uma ferramenta que vai contribuir para uma maiorefetividade na gestão da unidade de conservação (Ferreira, 2004).

Conforme seus objetivos e usos permitidos, para a RPPN Fazenda Suspiroforam determinadas quatro zonas de manejo, quais sejam: Zona Silvestre,Zona de Proteção, Zona de Transição e Zona de Visitação, conforme o Mapaem anexo.

1.7. Zona Silvestre

A Zona Silvestre é aquela que contém áreas inalteradas e, portanto, com maiorgrau de integridade, que se destinam à conservação da biodiversidade,funcionando como reserva de recursos genéticos silvestres. Nela podemocorrer pesquisas, estudos, monitoramento, proteção e fiscalização; e podemser implantadas as infraestruturas destinadas à proteção e à fiscalização daReserva (Ferreira, 2004).

A Zona Silvestre da RPPN Fazenda Suspiro abrange 6,5 hectares (35% daRPPN) e tem seus domínios localizados, sobretudo, nas áreas a nordeste esudeste da RPPN, conforme Mapa em anexo.

1.8. Zona de Proteção

A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que tenhamrecebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa,estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e formas de visitação de baixoimpacto. Esta zona poderá conter infraestrutura voltada às atividades deproteção (controle e fiscalização), tais como: postos e guaritas de fiscalização,aceiros, portão de entrada, estradas de acesso, trilhas de fiscalização e torresde observação, dentre outros (Ferreira, 2004).

A Zona de Proteção da RPPN Fazenda Suspiro abrange 8,7 hectares (47% daReserva) e tem seus domínios localizados nas áreas a noroeste e sudoeste daUC (Mapa em anexo).

Page 61: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.9. Zona de Transição

A Zona de Transição é uma faixa ao longo do perímetro da RPPN, no seuinterior. Serve como filtro ou faixa de proteção, absorvendo os impactosprovenientes da área externa. Nesta Zona poderão ser instalados todo tipo deinfraestrutura necessária à gestão da Reserva (Ferreira, 2004).

A Zona de Transição da RPPN Fazenda Suspiro possui cinco metros delargura desde o limite para o interior da RPPN, ou seja, está delimitada em todaa faixa que faz divisa com a propriedade na qual a Reserva de insere,abrangendo 2,35 hectares ou 12% da RPPN (Mapa em anexo).

1.10. Zona de Visitação

É aquela constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de alteraçãohumana. Destina-se à conservação e às atividades de visitação. Deve conterpotencialidades, atrativos e outros atributos que justifiquem a visitação. Asatividades abrangem interpretação ambiental, conscientização ambiental,turismo científico, ecoturismo, recreação, interpretação, lazer e outros. Estazona permite a instalação de infraestrutura, equipamentos e facilidades, comoCentro de Interpretação Ambiental, trilhas, painéis, mirantes, pousadas, torres,trilhas suspensas, lanchonete, alojamentos e hotel, para os quais deve-sebuscar adotar alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental (Ferreira,2004).

A Zona de Visitação da RPPN Fazenda Suspiro localiza-se nas áreas onde jáexistem trilhas, e com buffer de 2 metros de cada lado das trilhas (Mapa emanexo), além de uma área a sudoeste da Reserva onde se pretende implantaro Centro de Visitantes. Abrange 0,5 hectares ou 2,7% da RPPN.

1.11. Zona de uso conflitante

Trata-se de uma área, ao norte da RPPN, onde existem duas barragens paracaptação e distribuição de água para aproximadamente 700 famílias quemoradoras do entorno da RPPN, no bairro Jardim Suspiro. Tal captação deágua, embora não admitida em unidades de conservação de proteção integral(Art. 21 da Lei Federal n° 9.985/2000), é autorizada pelo proprietário da RPPN,que informa não ter força de autoridade pública para resolução do conflito, porse tratar de uma necessidade da comunidade local. Nesse sentido, faz-senecessário a presença do Instituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade, órgão responsável pela criação da Reserva, no sentido deorientar e apoiar o proprietário na resolução pacífica deste conflito.

Após sua solução definitiva da questão e eliminação do conflito, a área deveráser incorporada a uma das demais Zonas já existentes (de Proteção,Recuperação ou Visitação), dependendo dos usos futuros almejados para olocal.

61

Page 62: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Diretrizes normativas para o ZoneamentoZona Diretrizes

Zona Silvestre

•Remoção de espécies exóticas, reintrodução de espécies nativas;•Pesquisa científica de baixo impacto; •Monitoramento da biodiversidade;•Patrulhamento e fiscalização;•Combate à incêndios florestais;

•Coleta de espécimes da flora e fauna de modo muito restrito,exclusivamente para pesquisa dos processos de regeneração dosecossistemas ou para produção de mudas visando recuperar áreasdegradadas na própria UC;

• Instalação de sinalização indicativa e de pequenas bases permanentesou provisórias de apoio à fiscalização e pesquisa cientifica,

•Filmagem e fotografias; •Atividades de uso público de baixo impacto, em espacial de

interpretação; •Usos proibidos: caça, extração mineral e vegetal, fogo, apanha e captura

de animais silvestres e outros previstos na legislação ambiental.

Zona de

Proteção

• Dar ênfase aos trabalhos de recuperação da flora nativa em regiõesespecíficas, usando para isso técnicas consagradas de restauraçãoflorestal;

• Promover a formação de corredores da vida silvestre que possam conectaráreas remanescentes de vegetação permitindo o fluxo genético daspopulações;

• Promover campanhas para a manutenção da integridade física da RPPN,com destaque para o esclarecimento sobre as consequências sobre o usoirracional e/ou criminoso do fogo e boas práticas de uso do solo;

• Alocar instalação de infraestrutura somente para fins de apoio ao visitante,proteção e administração da UC;

• Impedir o corte das matas existentes, diante do que reza o CódigoFlorestal e a Lei da Mata Atlântica;

• Promover a pesquisa cientifica e o monitoramento da biodiversidade;•Usos proibidos: caça, extração mineral e vegetal, fogo, apanha e captura

de animais silvestres e outros previstos na legislação ambiental.

Zona de

Visitação

• Presença rotativa e contínua de monitor ambiental, identificado ecapacitado para receber e orientar os visitantes;

• Estas áreas deverão fazer parte de um programa de monitoramento dosimpactos causados pela visitação, que não se restrinja somente aoestudo da capacidade de carga;

• Esta zona deve ser sistematicamente patrulhada em função dasegurança do usuário e dos recursos protegidos;

• Manutenção dos acessos e trilhas, de maneira que essas ofereçam boatrafegabilidade e segurança aos usuários;

• Implantação de infraestrutura necessária ao desenvolvimento dasatividades de uso público, interpretação, proteção e monitoramento, deacordo com projeto executivo detalhado, que deverá prezar por técnicasde construções sustentáveis (madeira plástica, aproveitamento de ventoe luz solar, uso de vidros, arejamento, reaproveitamento de água, entreoutras).

• Abertura de novas trilhas e/ou picadas, com o mínimo impacto ao meionatural, com finalidades interpretativas de uso público;

• Paisagismo com espécies vegetais nativas.•Usos proibidos: caça, extração mineral e vegetal, fogo, apanha e captura

62

Page 63: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

de animais silvestres, acampamento, som, visitação não autorizada,outros previstos na legislação ambiental.

Zona de Transição • Abertura e manutenção periódica de aceiros (proibido o uso de fogo);• Prevenção e combate à incêndios;

• Monitoramento do fluxo de animais silvestres (métodos sem captura);Zona de UsoConflitante

• Gestionar junto aos órgãos de governo competentes para resolução do(s)conflito(s), bem como instituições não governamentais;

63

Page 64: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

8. PROGRAMAS DE MANEJO DA RPPN FAZENDA SUSPIRO

Os Programas de Manejo têm como objetivos gerar diretrizes e agruparatividades para uma adequada implementação da RPPN. A estrutura do Planode Manejo em Programas permite que as atividades sejam descritas em grupostemáticos, facilitando a gestão e manejo da RPPN.

Os Programas estabelecidos para a RPPN Fazenda Suspiro incluem: (a)Objetivos e Resultados Esperados: são as situações positivas desejadas; e (b)Atividades e Normas: são as ações a serem desenvolvidas e que vemacompanhadas de normas específicas.

Nesse sentido, foram estabelecidos para a RPPN Fazenda Suspiro seteProgramas de Manejo, quais sejam:

Administração;

Proteção e Fiscalização;

Pesquisa e Monitoramento;

Visitação;

Sustentabilidade Econômica;

Comunicação e Integração com a Área de Influência; e

Reintrodução de Fauna Nativa.

Page 65: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.12. PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO

Objetivo

O programa de administração tem como objetivo gerar diretrizes que garantamo adequado funcionamento da RPPN. Suas atividades e normas relacionam-seaos procedimentos administrativos, à organização, ao controle, à manutençãoe, ainda, àquelas relacionadas à sua monitoria. Portanto, as atividadesenvolvem recursos humanos, capacitação do gestor e de funcionários, bemcomo o estabelecimento de atividades de implantação, aquisição emanutenção de infraestrutura e equipamentos.

Resultados Esperados

Pessoas que trabalham na RPPN devidamente capacitadas;

Rotinas de serviço estabelecidas;

Sistema de acompanhamento das atividades implantado;

Boas práticas disseminadas;

Manutenção regular da infraestrutura e equipamentos;

Orçamentos anuais elaborados e executados;

Paisagismo e sinalização implantados.

Normas gerais de Administração

A execução de ações na RPPN deverá, necessariamente, respeitar asdiretrizes (Programas e Projetos específicos) apontadas neste Plano deManejo, exceto para os casos de não haver previsão para umdeterminado assunto. Nesse caso, o Gestor da RPPN deverá ponderartal necessidade com os princípios da conservação e legalidade.

Atividades e Normas

8.1.1. Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN

• O proprietário poderá ser o gestor da RPPN ou delegar esta função aoutra pessoa, desde que capacitada e munida de conhecimentossuficientes sobre a área e os procedimentos legais de gestão.

8.1.2. Designar responsável(is) pela execução das atividades relacionadas àproteção, fiscalização, ao manejo de recursos, à visitação, à pesquisa e àcomunicação da RPPN

Page 66: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Este(s) responsável(is) deverá(ão) desempenhar as atividades listadasnos respectivos Programas de Manejo, além de suprir de mão-de-obratodas as demandas cotidianas da RPPN, utilizando preferencialmente amão de obra local;

• As atividades poderão ser executadas pelos proprietários ou, em casode aumento de demanda e disponibilidade de recursos, por funcionárioscontratados para desempenhá-las;

• Os funcionários, durante a prática das atividades profissionais,sobretudo as de campo, deverão estar devidamente uniformizados eidentificados;

• Não deverá ser permitido o porte de arma pelas pessoas que trabalhamna RPPN;

• Em caso de contratações, estas deverão ser realizadas conforme alegislação trabalhista.

8.1.3. Capacitar as pessoas que trabalham na RPPN no desenvolvimento dassuas atividades

• Todas as pessoas que trabalham na RPPN deverão estar familiarizadascom os procedimentos administrativos a serem adotados na RPPN;

• A articulação com os demais proprietários de RPPNs da região para arealização dos cursos de capacitação de forma conjunta poderáconstituir uma boa estratégia, reduzindo os custos e possibilitando ocompartilhamento das experiências adquiridas.

8.1.4. Estabelecer rotinas e escalas de serviço

• Proteção e fiscalização – para o estabelecimento de rotinas e escalas deserviço relacionadas a proteção e fiscalização da RPPN, deverão serconsideradas as demandas de serviço em diferentes épocas sujeitas a:a) riscos de incêndios, b) períodos mais propícios para apanha deanimais e caça, c) período de maior demanda por visitação, d) rondas esegurança intensificadas, e) acompanhamento de técnicos epesquisadores no desenvolvimento de pesquisas, dentre outros;

• Visitação - quando da implementação da visitação na RPPN deverá serconsiderada a sazonalidade típica de atividades de visitação, tais comodias de semana, finais de semana, férias escolares, feriados, festastradicionais e datas especiais;

• Para o funcionamento do sistema de proteção, fiscalização, manejo derecursos e uso público deverão ser adquiridos equipamentos e materiaisespecíficos. A relação de equipamentos é indicada no Subprograma deInfraestrutura e Equipamentos.

66

Page 67: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

8.1.5. Desenvolver e implantar um sistema de acompanhamento das atividadesdas pessoas que trabalham na RPPN, visando á evolução qualitativa nodesempenho das atividades

• É recomendável que seja desenvolvido um programa de incentivo aosfuncionários, tais como folgas, cursos de capacitação, intercâmbio comoutras RPPNs etc.

8.1.6. Instalar e disseminar aos funcionários da RPPN, às pessoas dacomunidade e aos visitantes exemplos de boas práticas associadas ao uso dosrecursos naturais e ao descarte de resíduos gerados nas atividades da RPPN

• Deverão ser adotadas estratégias de redução de consumo de água eenergia, evitando o desperdício;

• Incentivar os visitantes a separarem o lixo por eles produzido no interiorda Reserva, disponibilizando lixeiras para lixo seco e orgânico, em coresdiferentes;

o Todas as lixeiras deverão ser bem tampadas e o materialorgânico não deverá pernoitar nos recipientes externos, para nãoatrair animais.

8.1.7. Elaborar o orçamento anual prevendo todas as despesas para atender àsestruturas e às demandas da RPPN e buscar fontes alternativas que consigamsuprir a demanda por recursos estabelecida

• Os recursos poderão ser obtidos de diferentes fontes, incluindo aparticipação em editais lançados por ONGs ou instituiçõesgovernamentais, doações, parcerias etc.

SUBPROGRAMA DE INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS

Objetivo

O Subprograma de Infraestrutura e Equipamentos visa garantir a instalaçãoe/ou reforma da infraestrutura, bem como a aquisição de equipamentos para oatendimento das atividades previstas nos demais programas.

Normas gerais para implantação de infraestrutura

A implantação de infraestruturas deverá considerar a obrigatóriaproteção das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), à luz do quedispõe o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei Federal 12.651/12) eResoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA;

67

Page 68: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

A construção ou ampliação de edificações e a instalação deinfraestrutura no interior da UC deverá respeitar os objetivos e normasfixadas para as diferentes Zonas de Manejo da Unidade;

A infraestrutura a ser instalada na Unidade limitar-se-á àquelanecessária para o seu adequado funcionamento e manejo, estandocondicionada à elaboração de projetos específicos, no âmbito dosProgramas de Manejo constantes deste Plano ou conformenecessidades futuras;

A infraestrutura a ser instalada na RPPN, caso gere modificação nomeio ambiente, deverá consultar, por força do art. 28 do SNUC, osórgãos de governo de licenciamento, com destaque para o INEA, queadministra o Parque Estadual dos Três Picos, UC esta que envolve, emsua zona de amortecimento, a RPPN em epígrafe;

Os projetos deverão prever a mitigação de todos os impactos possíveis,principalmente erosões e contaminação das águas subterrâneas esuperficiais;

As instalações de infraestrutura deverão ser implementadasprivilegiando-se o sombreamento natural, as curvas de nível e, depreferência, utilizando materiais e a mão-de-obra local;

Deverá ser priorizado, sempre que possível, o uso de tecnologias debaixo impacto (tais como energia solar, fossa ecológica, bioconstruçãoetc.) e a redução do custo na aquisição dos materiais, instalação,funcionamento e manutenção das estruturas;

Todo o conjunto deverá seguir um padrão estético homogêneo e estarem harmonia com o ambiente circundante, considerando ascaracterísticas histórico-culturais da região;

Deverá ser prevista a disposição adequada de restos de construção,tubulações e outros resíduos;

Deverá ser promovida a manutenção regular de toda a infraestrutura eequipamentos.

Normas gerais para aquisição, utilização e manutenção de equipamentos emateriais permanentes

Na ocasião de compra dos equipamentos deverá ser dada preferênciaaos produtos mais resistentes e, no caso de eletro-eletrônicos, aos queconsumam menor quantidade de energia;

Recomenda-se que os materiais de segurança, apoio à visitação ecombate a incêndios sejam de boa qualidade e armazenados emdepósito específico fora da área da Reserva, na área da propriedadeque a engloba;

68

Page 69: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

É necessário organizar e manter um inventário atualizado de todo opatrimônio da RPPN, bem como uma rotina de manutenção;

Todos os produtos que vierem acompanhados de manual deverão tersuas indicações de uso adotados à risca pelos usuários, visando suaotimização e durabilidade.

Normas gerais para implantação e/ou manutenção dos acessos

As normas abaixo se referem à implantação de novos acessos na RPPN, casohaja necessidade.

Deverão ser consideradas as Áreas de Preservação Permanentes(APPs), respeitando os limites estabelecidos na legislação ambientalpara a implementação de trilhas. Além disso, serão necessárias medidasmitigadoras de possíveis impactos;

A abertura de trilhas deverá ocorrer em locais estáveis. Quandoalagados, recomenda-se a construção de pontes rústicas, passarelassuspensas ou similares;

É indicada a análise de aproveitamento dos percursos pré-existentes naimplantação das trilhas e estradas;

Recomenda-se a confecção de um mapa ou croqui de todo o percursocomo recurso para implementação;

Sugere-se que sejam identificados pontos estratégicos de intervenção,visando minimizar os impactos, diminuir o esforço dos visitantes egarantir sua segurança, tais como: escadas, cordas de apoio, corrimões,pequenas pontes, calhas de drenagem;

Recomenda-se o uso de curvas de nível e trilhas em zig-zag para áreasde maior declividade, evitando a erosão e facilitando o processo dedrenagem e de uso;

Um bom nivelamento exige um maior trabalho (ver modelos em anexo),porém assegura uma trilha mais estável exigindo menor manutenção;

Deverão ser adotadas ações de redução da velocidade de águaspluviais a fim de diminuir sua capacidade de carrear o solo. O manejo detroncos e galhos caídos constitui ótima barreira tanto para diminuir avelocidade da água, como para fechar atalhos e caminhos paralelos;

O material orgânico do solo não deve ser retirado totalmente, pois formacamada natural de proteção ao impacto mecânico da chuva, prevenindoerosões;

69

Page 70: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

A drenagem da trilha deverá ser feita por meio de canais laterais, emsentido perpendicular ou diagonal a trilha (tanto em nível, quantosubterrâneo);

Valas e barreiras oblíquas à superfície da trilha deverão ser adotadasfacilitando o escoamento e diminuindo a velocidade da água;

O corredor da trilha inclui as áreas acima e nas laterais do caminho.Este é o espaço limite para fazer o desbaste da vegetação, sendo que aroçagem, a capina e a poda são corriqueiras formas de manejo;

A largura das trilhas deve ser planejada conforme solo e declividade.Quanto menor a largura, menor a área pisoteada, consequentemente,menor o impacto ambiental;

Todas as trilhas deverão receber constante manutenção quanto àsmedidas de contenção de erosões, invasão de plantas de rápidocrescimento e presença de animais que possam causar acidentes, comoabelhas e marimbondos.

Atividades e Normas

a. Implantar um portal de entrada na RPPN

• O portal estabelecerá o local de entrada dos visitantes com acesso àRPPN. Junto a esse portal deverá haver uma placa (modelo ICMBIO)indicando a entrada na Reserva, com o nome da RPPN e do seuproprietário, portaria de criação e a logomarca da RPPN e dos seusparceiros;

b. Construir alojamento e centro de pesquisa

• A casa do pesquisador deverá ter pelo menos um cômodo, um banheiroe uma cozinha. A sugestão ideal é de dois beliches no quarto, comcolchão. Itens adicionais como roupa de cama, cobertores, e outrosficam por conta do pesquisador. Na cozinha é preciso ter as louçasbásicas para preparo de refeições, como café da manhã e jantar;

• Os equipamentos são específicos para cada pesquisa, e cadapesquisador devera ser seus próprios equipamentos. Caso hajacondições, é interessante que o patrimônio da Reserva inclua algunsequipamentos, que podem auxiliar os pesquisadores e a própria rotinada UC, tais como: podão (com vara de 6m), tesoura de poda, pequenaestufa de madeira, 2 rádios comunicadores e 1 armadilha fotográfica;

• As infraestruturas de apoio à pesquisa deverão ser implantadaspreferencialmente na área próxima à entrada da RPPN (de modo afacilitar o acesso e a interlocução com o gestor e os funcionários da

70

Page 71: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Reserva), que está fora dos domínios da mesma, mas em lote doproprietário da Reserva.

c. Implementar o Centro de Convivência e Interpretação Ambiental

• Construir um espaço coberto na RPPN (no local conhecido como“clareira” ou na área próxima à entrada da RPPN, que está fora dosdomínios da mesma, mas em lote do proprietário da Reserva) e queinclua banheiro, a ser destinado exclusivamente para recepção devisitantes e da comunidade, onde possam ser expostas informaçõessobre os aspectos ambientais e histórico-culturais da RPPN e seuentorno, bem como da região como um todo (na forma de fotos,banners, mapas, maquete da região e da RPPN, dentre outros) e ondepossam ser realizadas palestras e cursos sobre temas de interesse.Esse “ponto de parada” pode vir a ser implementado em parceria com oParque Estadual dos Três Picos-PETP.

d. Implementar a sinalização na área de visitação e acessos à RPPN

• A sinalização deve instalada nos limites da RPPN (apontando asrestrições pertinentes) e nos locais de acesso aos atrativos, nos pontosmais propícios para se apresentar informações interpretativas (mirantes,beira de rio, ponte, árvore caída, toca de animais, ruínas etc.);

• A sinalização deverá ser de dois tipos: indicativa e informativa, e nosidiomas português e inglês. A indicativa deverá direcionar o visitante, pormeio de setas ou com o nome do atrativo. A informativa tem a função deilustrar (mapas e fotos) e informar/interpretar, por meio de painéis, porexemplo, os aspectos mais relevantes e relacionados à flora, fauna eaos aspectos histórico/culturais da RPPN e região;

• Deverão ser priorizados, quando da instalação da sinalização, materiaisrústicos e harmônicos ao meio ambiente, não devendo ocorrer poluiçãovisual;

• Ao longo das trilhas a sinalização deverá ser instalada preferencialmenteem trechos sombreados.

e. Adquirir equipamentos e materiais permanentes de apoio às atividades devisitação, resgate, primeiros socorros, proteção e fiscalização, tais como:

• Uniformes e materiais para os responsáveis pela proteção e fiscalização,como calças, camisas e jaquetas resistentes (com identificação de quetrabalham na RPPN), botas, chapéus, luvas de couro, cantis, lanternas,canivetes, facões, radiocomunicadores e kit de primeiros socorros;

• Se necessário, e apenas quando da abertura da RPPN à visitação,uniformes e materiais da equipe de visitação, com calças resistentes ecamisas (com identificação de que trabalham na RPPN), calçadosapropriados para caminhadas, chapéus, cantis, lanternas, rádiocomunicadores e kit primeiros socorros; Kit básico de combate a

71

Page 72: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

incêndios, incluindo equipamentos de proteção individuais (EPIs),abafadores, enxadas, facões, bombas costais, dentre outros;

• Equipamentos e materiais de apoio às atividades a serem desenvolvidasna RPPN como binóculos, GPS, bússola, máquina fotográfica, dentreoutros.

72

Page 73: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.13. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Objetivo

O Programa visa garantir a dinâmica dos ecossistemas, a manutenção dabiodiversidade e a proteção do patrimônio histórico-cultural, além de garantir asegurança do patrimônio imobiliário e dos equipamentos pertencentes à RPPN.

Resultados Esperados

Rotinas de rondas estabelecidas e em operação;

Responsáveis devidamente equipados e capacitados;

Placas em pontos limítrofes estratégicos da RPPN instaladas;

Trilhas, acessos e cercas em constante manutenção.

Normas Gerais sobre Proteção

Toda pessoa que ingressar na Unidade nada poderá dela retirar, a nãoser que tenha autorização para tal;

São proibidos o ingresso e a permanência na RPPN e propriedade, depessoas portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte,caça ou quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna, flora ourecursos naturais;

A fiscalização da UC deverá ser permanente e sistemática, baseada emplanos que deverão contribuir para a fixação de rotinas e procedimentos;

São proibidas a caça, a pesca, a coleta e a apanha de espécimes dafauna e da flora, em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelasque objetivem o manejo de espécies exóticas, após avaliação, e aquelascom finalidades científicas devidamente autorizadas;

Quaisquer atividades que coloquem em risco a integridade da UCdeverão ser imediatamente suspensas, independente de possuíremautorização;

São proibidas na UC quaisquer atividades ou modalidades de utilizaçãode recursos em desacordo com os objetivos da categoria, deste Planode Manejo e de seus regulamentos;

Page 74: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Não é permitida a entrada e permanência de animais domésticos ouexóticos (cães, gatos etc.), exceto nos casos previstos na Lei FederalNº. 11.126, de 27 de junho de 2005 e suas atualizações (cães-guia), epara as ações de manejo ou pesquisa, devidamente justificadas eautorizadas pela administração da UC;

É proibido introduzir (soltar ou plantar) qualquer espécie de animal ouvegetal na RPPN, exceto se como parte de projeto de pesquisadevidamente autorizado;

Espécies exóticas e animais domésticos dentro da área da Unidadepoderão ser erradicados, após estudos específicos.

Atividades e Normas

1.13.1. Estabelecer rotinas e realizar rondas de fiscalização

• As rondas deverão ser realizadas com ênfase nos limites da RPPN, nasmargens do rio e nas trilhas, sobretudo naquelas que levam até osconfrontantes da Fazenda, com atenção especial ao grande pasto amontante e contíguo a RPPN, já que o mesmo se confirma como umgrande permanente vetor de pressão (fogo);

• As escalas e periodicidade das rondas deverão ser estipuladas deacordo com o nível de ocorrências de irregularidades nas áreasapontadas.

1.13.2. Equipar e preparar as pessoas para as atividades de proteção efiscalização

• Os responsáveis deverão receber treinamento específico, conformecitado no Programa de Administração, para o desempenho adequadodas suas funções;

• É recomendável a adoção de uniformes e equipamentos de segurançapara cada atividade (sobretudo, incêndios florestais), conforme descritono Subprograma de Infraestrutura e Equipamentos. Além disso, sugere-se que o fiscal tenha permanentemente uma câmera fotográfica, umGPS e uma planilha para registro de observações em geral, tais como,animais, sinais de caça etc.

1.13.3. Implementar um sistema básico de prevenção e combate a incêndiosflorestais, que inclua:

a. A abertura de manutenção de aceiros nos limites da RPPN

• Especial atenção deve ser dada a área de pasto contígua ao trechosuperior da RPPN, que anualmente sofre com as queimadas e ameaçaa integridade da UC;

74

Page 75: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Os aceiros deverão ter, no mínimo, três metros de largura, abertospreferencialmente com roçadeira e ferramentas manuais, levando emconta os devidos cuidados para evitar erosões;

• Os aceiros deverão receber manutenção anual, antes do período deseca.

b. O registro das ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para opermanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactoscausados

• As ocorrências de incêndios na RPPN e seu entorno deverão serregistradas em relatórios, sobretudo, com dados georreferenciados (pelomenos ponto), que poderão ser espacializados em mapa, de modo queem determinado período, seis meses, por exemplo, ter-se-á um cenáriocom os locais críticos;

• É importante comunicar ao INEA, através da administração do ParqueEstadual dos Três Picos, as ocorrências de incêndios, descrevendo deonde surgiram, as possíveis causas e as áreas atingidas.

c. A efetivação de parcerias com instituições ambientais locais

• O INEA possui um Plano Estadual de Prevenção e Combate aosIncêndios Florestais, de forma que poderá orientar a confecção dosaceiros, bem como apoiar na capacitação de brigadistas voluntários;

• As queimadas não autorizadas deverão ser denunciadas;

• Estratégias conjuntas com a Prefeitura Municipal, Associação de Guias,outros proprietários, comunidade do entorno e outros parceiros poderãootimizar as ações de prevenção de combate aos incêndios florestais;

• Solicitar ao INEA que notifique as propriedades no entorno quanto aoperíodo de seca e as boas práticas a serem utilizadas para evitarincêndios florestais.

75

Page 76: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 49. Pasto contíguo a RPPN: vetor de pressão por conta do fogo. Dado ohistórico de fogo no local, o INEA pode notificar o proprietário como iniciativaeducativa de prevenção a incêndios, haja vista que se trata, também, doParque Estadual dos Três Picos.

1.13.4. Implementar ações de prevenção e controle de erosões

• Realizar a drenagem das estradas de chão, através da construção decanaletas que devem cortar a estrada em tantos em tantos metros,jogando a água da chuva de preferência para dentro da floresta, onde iráinfiltrar;

• Evitar cortes de talude, mas, quando necessário, respeitar a declividadeideal, nunca em 90 graus;

• Manter a vegetação ciliar e as localizadas em declividades acentuadas;

• Manter a cobertura morta sobre o solo nas áreas de reflorestamento;

• Realizar o reflorestamento das áreas suscetíveis da RPPN, alémdaquelas onde não há mais intenção de realizar qualquer outro tipo deuso e ocupação do solo;

o Sugere-se a captação de assistência em reflorestamento (cursode capacitação de funcionários), no caso de o proprietário e/oufuncionários não possuírem conhecimento suficiente para aexecução das atividades necessárias;

76

Page 77: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

o Nos plantios deverão ser utilizadas as plantas nativas eproduzidas em viveiros da propriedade ou do município;

o Seria interessante o desenvolvimento de um projeto de coleta desementes e produção de mudas integrado à iniciativa que começaa ser desenvolvida no âmbito do Mosaico Central Fluminense,utilizando, principalmente, a mão-de-obra feminina que mora noentorno da RPPN.

1.13.5. Encaminhar denúncias de ilícitos ambientais aos órgãos governamentaiscompetentes

• As ocorrências registradas deverão ser encaminhadas ao INEA e aSecretaria de Meio Ambiente de Teresópolis.

1.13.6. Realizar a instalação e manutenção das cercas

• As áreas utilizadas como pastos no entorno da RPPN deverão sercercadas, impedindo a dispersão dos animais e evitando o pisoteio, adisseminação de espécies de capim exótico e de parasitas.

77

Page 78: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.14. PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO

Objetivos

Incentivo a realização de pesquisas sobre a RPPN e seu entorno, com intuitode gerar informações aplicáveis ao monitoramento ambiental da Reserva.

Resultados Esperados

Pesquisas e estudos sobre fatores abióticos e bióticos apoiados;

Vocação para reintrodução de espécies entendida;

Qualidade das águas e ambientes aquáticos monitorados;

Indicadores ambientais de qualidade do ambiente identificados, de modoa servirem como referencial para o monitoramento da qualidade daproteção da RPPN.

Normas gerais para as atividades de Pesquisa e Monitoramento

As pesquisas científicas realizadas na Unidade de Conservação nãopoderão colocar em risco as populações dos ecossistemas protegidos eos procedimentos deverão levar em conta o mínimo impacto aoambiente e a sua dinâmica, respeitando sempre as restriçõesestabelecidas pelo zoneamento da RPPN;

A coleta ou apanha de espécimes vegetais ou animais só será permitidapara fins científicos, conforme previsão metodológica de projeto depesquisa científica analisado e autorizado pelo ICMBio, por meio doSistema de Autorização e Informação da Biodiversidade - SISBIO,seguindo as determinações da legislação e atos normativos vigentes;

As pesquisas a serem realizadas na Unidade de Conservação deverãoser autorizadas pelo proprietário da RPPN e pelo Instituto Chico Mendesde Conservação da Biodiversidade, seguindo as determinações dalegislação vigente;

O trabalho de campo de pesquisadores estrangeiros deverá seracompanhado pela contraparte brasileira, salvo em casos excepcionaispreviamente autorizados pela chefia da UC;

Pesquisas com potencial de bioprospecção somente serão autorizadascomo pesquisa básica, e terão coleta de exemplares limitada a

Page 79: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

quantidades que comprovadamente não impactem as populações locais,de acordo com características de cada espécie, observadas as normas edemais dispositivos federais específicos de acesso ao patrimôniogenético;

o Novas coletas das mesmas espécies para aprofundamento deestudos ficam condicionadas à apresentação de estudospopulacionais e de distribuição geográfica;

Excepcionalmente poderão ser autorizados projetos que envolvamcoleta de sementes para produção de mudas ex-situ, desde que nãocomprometam a estabilidade da população amostrada, e sendo a coletaefetuada em zonas indicadas pelos técnicos da unidade;

É permitida a instalação de viveiros temporários de mudas na RPPN,prioritariamente destinado à recuperação de áreas alteradas na UC;

o O viveiro será mantido enquanto durarem as atividades derecuperação da área-alvo;

A área de amostragem e os tipos/especificações de qualquer marcaçãode espécimes em campo deverão ser informados no projeto e, apósavaliação técnica, poderá ser determinada a sua substituição;

Toda e qualquer marcação ou armadilha e demais materiais nãobiodegradáveis, utilizados para pesquisa dentro da Unidade, deverão serretirados e o local reconstituído após a finalização dos estudos;

O pesquisador deverá sempre evitar que sua metodologia de coletainterfira em outras pesquisas em andamento ou na sobrevivência deorganismos que não sejam alvo de sua pesquisa;

Os dados resultantes da utilização de imagens de satélite deverão serdisponibilizados para a RPPN que poderá utilizar os mesmos no SIG ouna divulgação da UC, com a devida identificação da fonte;

Pesquisas que necessitem de cães farejadores devem prever oconfinamento desses animais fora da RPPN e todos devem ter atestadode sanidade veterinária e o comprovante de vacinação;

O uso de iscas vivas em armadilhas deve ser avaliado e autorizado pelaadministração da RPPN. Os animais deverão ter atestado de sanidadeveterinária e quando não estiverem em uso deverão ser mantidosconfinados em locais seguros;

O pesquisador deverá limitar-se a coletar somente a quantidade e tipode material biológico ou de substrato especificado no projeto depesquisa e autorizado pela administração da RPPN;

O pesquisador responsável pela pesquisa não deverá admitir na equipepessoas não autorizadas em sua licença de pesquisa e nem realizaratividades em áreas não autorizadas;

79

Page 80: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

O pesquisador deverá prestar esclarecimentos sobre suas atividades,quando interpelado por visitantes;

Quaisquer publicações oriundas de pesquisas realizadas na RPPNdeverão mencionar o número da licença e o nome da unidade.

O pesquisador deverá respeitar as normas gerais vigentes para a RPPN;

O proprietário poderá fornecer aos pesquisadores dados de pesquisas jádisponíveis sobre a área, otimizando as oportunidades deaprofundamento das informações geradas anteriormente;

O pesquisador deverá enviar à RPPN cópia de qualquer materialproduzido como resultado da pesquisa para compor o acervo dabiblioteca e do banco de dados da UC;

Atividades e Normas

8.3.1 Elaborar um conjunto de normas (regimento interno) para a utilizaçãodos alojamentos de pesquisa no interior da RPPN, quando construídos,devendo o mesmo ser respeitado pelos seus usuários;

8.3.2 Buscar pesquisadores interessados nos assuntos identificados durantesos estudos para o diagnóstico da Reserva, que constituem potenciaistemas para as pesquisas a serem realizadas na RPPN:

Aspectos hidrológicos quali-quantitativos do rio que corta a RPPN eabastece as 700 famílias da comunidade localizada no entorno;

Efeito de borda sobre a Reserva das pastagens e trilhas existentes;

Capacidade de suporte do ecossistema para reintroduções de fauna;

Fenologia (época de floração, frutificação e perda de folhas) deespécies arbóreas potenciais para reflorestamento;

Aprofundamento dos estudos faunísticos realizados para o presentePlano de Manejo;

Viabilidade de mercado para projetos ecoturísticos/educacionais naRPPN;

Monitoramento da recuperação florestal da área de pasto do entornoimediato;

Monitoramento de espécies indicadoras da capacidade de suporte damancha florestal formada pelo PETP e área de entorno – formação eampliação de corredores verdes.

80

Page 81: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.15.PROGRAMA DE VISITAÇÃO PARA ESTUDOS E INTERCÂMBIO

Objetivos

Estabelecer, orientar, direcionar e ordenar as atividades de visitação com finseducacionais na RPPN, de modo a enriquecer as experiências de caráterambiental e histórico/cultural dos visitantes, em um processo aliado ou não àgeração de renda para a RPPN.

Resultados Esperados

Conhecimentos ambientais sobre a Mata Atlântica sendo disseminados;

Estruturas mínimas de apoio aos visitantes implantadas;

Atrativos com infraestrutura básica para visitação devidamenteimplantada;

Atividades de interpretação ambiental apoiadas;

Controle de visitação implantado;

Preços de ingressos e serviços definidos;

Escolas do entorno, públicas e particulares, estaduais e municipais, bemcomo universidades públicas e particulares e comunidades com acessoconstante a RPPN;

Contribuição ao alcance da sustentabilidade econômica da RPPN.

Normas Gerais para as atividades de Visitação na RPPN Faz. Suspiro

A RPPN será aberta para visitação das 8h às 17h, exceto em casosespeciais, como a prática de observação de fauna e observaçãoastronômica;

Não haverá disponibilidade para pernoites no local;

Os visitantes que realizarão atividades diferenciadas necessitando dehorários distintos de visitação deverão ser autorizados previamente pelaadministração;

Todos os visitantes deverão necessariamente passar pelo Ponto deInterpretação Ambiental e receber instruções sobre os atrativos e sobreconduta consciente em ambientes naturais;

Page 82: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Os visitantes deverão ser advertidos de que poderão desfrutar somentedas áreas especificamente destinadas ao uso público, evitando assimcomprometer a integridade e recuperação das áreas naturais e suaprópria segurança;

A capacidade de suporte estipulada para as trilhas da RPPN é de até 15pessoas por vez e 90 pessoas por dia, além dos funcionários econdutores de visitantes, podendo cada grupo sair intercalado a cada 20minutos;

As trilhas deverão ser guiadas por guia próprio do grupo organizado ouserviço de condução oferecido pela RPPN;

Os gestores deverão orientar os visitantes na definição dos pontos devisitação, auxiliando a escolha dos roteiros, evitando aglomerações numúnico atrativo;

Deverá ser conservada a paisagem natural nos locais onde seráimplantada a visitação, buscando-se a harmonia de quaisquer estruturasintroduzidas com a paisagem ao redor;

O desenvolvimento de atividades didáticas na Unidade de Conservaçãodepende de prévia autorização da administração da Unidade;

o O coordenador do grupo visitante é responsável por orientar efazer cumprir as regras de conduta consciente em ambientesnaturais do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as regras deuso da UC.

É proibido fazer marcações ou pichações em pedras, árvores ouqualquer outra estrutura da RPPN, exceto quando necessário pararealização de pesquisa (com autorização prévia da administração daunidade) ou no interesse da administração;

É proibido andar fora das trilhas, abrir e utilizar atalhos;

Não é permitido alimentar os animais silvestres;

Não é permitido usar aparelhos de som no interior da RPPN ou produzirsons e estampidos que incomodem os outros visitantes e alterem oshábitos dos animais silvestres;

Não é permitido o uso de produtos de higiene (sabonete, xampu,detergente etc.), bronzeadores ou o consumo de comidas e bebidasdentro dos cursos d’água no interior da RPPN;

Todo o lixo produzido deve ser colocado nas latas de lixo disponíveis naárea de uso público ou recolhido em sacos plásticos e trazido de voltadas trilhas;

É proibido ingressar e permanecer na UC portando armas, facões,petrechos de pesca ou caça, tinta spray, aparelho de som (excetoaqueles para uso individual, com fone de ouvido) ou outros objetosincompatíveis com a conduta consciente em unidades de conservaçãoou que ponham em risco a integridade da RPPN, salvo quando

82

Page 83: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

autorizados previamente pela administração da unidade em atividade depesquisa ou manejo. Os fiscais e vigilantes poderão solicitar a inspeçãode pertences e veículos para impedir a entrada de tais objetos. Caso apessoa se recuse a atender à solicitação, não poderá entrar oupermanecer na UC.

Atividades e Normas

1.15.1. Implementar o Centro de Convivência e Interpretação Ambiental

• O Centro de Convivência e Interpretação Ambiental tem como objetivoprincipal atender e informar os visitantes e a comunidade sobre osprincipais aspectos e atividades que caracterizam a RPPN, bem comosobre sua importância para a conservação do Bioma Mata Atlântica;

• Poderá abrigar, ainda, atividades de interpretação ambiental,treinamento e capacitação;

• O Centro de Convivência e Interpretação Ambiental deverá ser instaladono local conhecido como “clareira” ou na entrada da RPPN;

• O Centro de Convivência e Interpretação Ambiental deverá ser equipadopara facilitar a compreensão e conforto do visitante, conforme descritono Subprograma de Infraestrutura do Programa de Administração;

• Painéis (banners) com ilustrações deverão ser instalados cominformações sobre a região, atrativos, atividades de gestãodesenvolvidas e informações relacionadas aos aspectos ambientais(fauna, flora e aspectos físicos) e histórico-culturais característicos daRPPN.

1.15.2.Manter as trilhas da RPPN em bom estado de conservação

• As trilhas da RPPN estão bem manejadas, todavia, precisarão continuarsob esse status permanentemente, sobretudo, quando da abertura paravisitação escolar, de modo a garantir segurança ao usuário e prevençãode impactos ambientais.

1.15.3. Implementar o seguinte trajeto para fins de visitação e interpretaçãoambiental:

• Trilha principal: Inicia-se na Estrada do Lago Jardim Suspiro, passa porum lote que não é RPPN, percorre área contígua ao córrego (sem nome)que corta a RPPN, passa por uma captação de água e tem comodestino um local denominado “clareira, onde se sugere implantar umCentro de Vivência e interpretação ambiental, já que está em área semi-plana e envolto a mata. Tal trilha possibilita a observação dascaracterísticas gerais de uma área úmida, sob pujante floresta atlântica,com árvores de 15 à 20 metros de altura, sub-bosque estratificado, mata

83

Page 84: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

ciliar e epífitas no dossel. O processo de interpretação ambiental podeexplorar fortemente a relação floresta x água ao longo de toda a trilha.

Figura 50. Trilha principal da RPPN.

84

Page 85: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Os trechos mais sensíveis da trilha precisarão de intervenções do tipoponte rústica de madeira. Abaixo são apresentados alguns modelos deintervenções com boa relação custo-benefício:

Ponte rústica: feita com eucalipto tratado.

Figura 51. Modelos de pontes rústicas.

Pontos de Descanso: para proporcionar mais conforto aos visitantes, épossível instalar bancos rústicos ao longo da trilha.

Figura 52. Modelo de banco.

Drenagem das trilhas: construir canaletas de drenagem, através desulcos diagonais à trilha, dispostos de tantos em tantos metros,escorados por madeiras para não se fecharem, de modo que a água nãopermaneça na trilha e, assim, evite erosão e propensão a acidentes;

Page 86: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 53. Canaleta de drenagem.

Figura 54. Modelos de drenagem adequados em trilhas.

Melhoria do piso da trilha: em certos locais, a trilha apresenta sinais deerosão e precário dimensionamento da largura de seu piso, gerandocondições pouco adequadas para visitação. É preciso manter a bordacrítica bem manejada.

86

Page 87: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 55. Exemplo de manejo de borda crítica mal manejada.

Figura 56. Manejo de acessos sob condição íngreme.

Figura 57. Exemplos de manejo de trilhas em situações de inundação. Épossível usar geotêxtil (para levantar o piso da trilha e drenar a mesma ououtros materiais rústicos disponíveis na propriedade.

Page 88: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 58. Uma opção para o caso de não haver a necessidade de construçãode ponte.

1.15.4. Implementar a sinalização na área de visitação e acessos

• Ao longo de todas essas trilhas, bem como nos acessos às mesmas, épreciso alocar placas informativas e/ou indicativas. As placasinformativas podem abordar aspectos variados da RPPN, e região comoum todo, gerando oportunidades de interpretação e contemplação danatureza. Já as indicativas, apontam o local dos atrativos, por ondeseguir. Essas placas devem preferencialmente ser confeccionadas emmaterial rústico (madeira – ver modelo abaixo do P.E. do Ibitipoca, MG)ou com layout gravado silcado e adesivado em placa galvanizada. Éinteressante adotar a identidade visual internacional para o conjunto deplacas, conforme modelo abaixo (cor de fundo e letras e texto bilíngue),usado para o Parque Estadual da Ilha Grande, Rio de Janeiro (modelosabaixo).

88

Page 89: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 59. Modelos de identidade visual.

Page 90: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.15.5. Organizar, apoiar e estimular a visitação de grupos de interessesespecíficos

• Sugere-se que seja feito um programa direcionado à visitação deprofessores e alunos das escolas de Teresópolis com temasrelacionados à grade curricular. Se possível, isso pode ser extrapoladopara Friburgo, Petrópolis e outros municípios da região serrana emetropolitana do Rio de Janeiro;

• É possível captar e agenciar visitantes de escolas e universidades(turismo de estudos e intercâmbio, com foco no “estudo do meio”), ouentão fechar uma parceria com alguma empresa para isso. A RPPN e omunicípio de Teresópolis possuem atrativos naturais e histórico-culturaisque favorecem essa captação de visitantes. Naturalmente, é precisoempreendedorismo por parte do proprietário e/ou competência doparceiro para que esse tipo de visitação realmente chegue à RPPN e, defato, resulte numa boa relação custo/benefício. Uma agência na cidadedo Rio de Janeiro pode ser o receptivo para esse tipo de turismo, quepoderia inclusive ser parte de um roteiro maior rumo à Região Serrana;

• Outros grupos podem ser também foco das ações de agenciamento taiscomo: terceira idade, portadores de necessidades especiais, escoteiros,observadores de aves e astrônomos. Esses Grupos específicos devemser priorizados, pois têm organização própria e poderão subsidiar novasatividades de visitação;

• Para receber e guiar os visitantes é interessante contratar mão de obralocal com conhecimento da região, tais como jovens que seriamcapacitados para serem monitores ambientais. Deve haver um processocriterioso para isso.

1.15.6. Organizar eventos em datas comemorativas

• Trabalhar, sobretudo, na divulgação e celebração de datas especiaisligadas ao meio ambiente e a cultura, aproveitando as datas que já sãocomemoradas na região ou sugerindo novas (ver tabela abaixo).

Page 91: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Quadro 5. Calendário ambiental

janeiro agosto

1° - dia mundial da paz 05- dia nacional da saúde

11- dia do controle mundial poragrotóxicos

março setembro

1° - dia do turismo ecológico 03- dia do biólogo

20- início do outono 09- dia do veterinário

21- dia florestal mundial 21- dia da árvore

20- dia mundial da água 22- dia de defesa da fauna

abril 23- início da primavera

07- dia mundial da saúde

15- dia nacional da conservação do solo outubro

19- dia do índio04- dia mundial de proteção aosanimais

22- dia mundial da Terra 04- dia da natureza

maio 05- dia mundial do habitat

22- dia do apicultor 15- dia do professor

27- dia da Mata Atlântica 15- dia do educador ambiental

junho novembro

05- dia mundial do meio ambiente 05- dia da cultura

21- início do inverno 30- dia do Estatuto da Terra

23- dia do lavrador dezembro

29-dia do pescador 07- dia do pau-brasil

julho 21- início do verão

12- dia do engenheiro florestal29- dia internacional dabiodiversidade

16- dia de proteção as florestas

Page 92: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.15.7. Definir o valor da taxa de ingresso e dos serviços oferecidos eimplementar o controle de visitação

• Ao entrar na RPPN, o visitante deverá ser direcionado ao Centro deInterpretação Ambiental para ser informado sobre as opções deatividades e serviços oferecidos e os preços das mesmas;

• Deve ser sugerido ao visitante, de forma voluntária, o preenchimento dapesquisa de perfil, que é um questionário elaborado especificamentepara isso;

• A definição dos valores das atividades e serviços oferecidos dependeráde vários fatores, tais como: o conjunto de atividades a serem realizadase a forma de realização (isoladamente, em circuitos etc.); presença ounão de grupos organizados de visitantes; presença de crianças, gruposescolares, idosos etc.;

• Os valores deverão ser constantemente atualizados mediante suanecessidade detectada em análise do fluxo de caixa;

• Os valores deverão ser compatíveis à realidade regional;

• Pacotes promocionais podem ser oferecidos, conforme o perfil e osobjetivos do visitante;

• É importante que o visitante tome conhecimento que parte dos recursosserão destinados à conservação da RPPN.

1.15.8. Organizar e apoiar atividades de interpretação ambiental

• A interpretação ambiental deverá estar presente em todas as atividades;

• As estruturas podem ser aproveitadas para a realização de oficinas edinâmicas de sensibilização;

• O Centro de Convivência e Interpretação Ambiental pode ser utilizadopara realização de cursos específicos de interpretação ambiental paramultiplicadores;

• Os gestores podem incentivar programas de interpretação ambiental,estabelecendo parcerias, destacando temas como: caça, recursoshídricos, reflorestamento e a importância da RPPN.

Page 93: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.16.PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

Objetivo

Garantir a sustentabilidade financeira da RPPN Fazenda Suspiro.

Resultados esperados:

Viabilizar parcerias com empresas, ONGs e universidades no que tangeao fortalecimento institucional da RPPN e diminuição dos custos degestão da Reserva;

Equiparar, pelo menos, as despesas e receitas da RPPN;

Demonstrar que é possível aliar objetivos conservacionistas aoseconômicos.

Atividades e Normas

1.16.1. Implementar as atividades de visitação educacional como um dosmecanismos de geração de renda para a RPPN, com foco da cobrança deingressos e venda de produtos e serviços aos visitantes, conformeprevisto no Programa de Visitação

1.16.2. Buscar a captação de recursos junto a ONGs, empresas e fundações comatuação na área ambiental, por meio de:

• Participação em editais, ora tendo a RPPN como proponente, nocaso dos editais que assim permitem, ora sendo uma ONG,universidade ou até empresa a proponente;

o Alguns exemplos de instituições que frequentemente lançameditais visando à transferência de recursos para as RPPNsincluem: a Aliança para a Mata Atlântica, o Fundo Nacional deMeio Ambiente - FNMA, o Fundo Nacional para aConservação da Biodiversidade – FUNBIO e a FundaçãoGrupo Boticário;

o De um modo geral, os editais exigem projetos bem delineadose justificados, de modo que a RPPN poderá buscar o apoio deparceiros locais para o delineamento de tais projetos a seremsubmetidos aos editais;

Page 94: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Projetos com empresas do tipo “Adote um pedaço da Mata Atlântica”ou “Amigo da Mata Atlântica”, tendo como contrapartida a veiculaçãoda imagem da empresa às iniciativas de conservação ambientaldesenvolvidas na RPPN.

1.16.3. Buscar a efetivação de parcerias com instituições de ensino e pesquisa(universidades, faculdades, Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientifico e Tecnológico - CNPq, Coordenação de Pessoal de NívelSuperior - CAPES, Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio deJaneiro - FAPERJ), visando o apoio para as atividades de pesquisa emonitoramento a serem desenvolvidas na Reserva

1.16.4. Quando devidamente implementado por meio de lei municipal queregulamente a matéria e viabilize o repasse de recursos do estado aomunicípio de Teresópolis, buscar a acessar os recursos provenientes doICMS Ecológico do estado do Rio de Janeiro (Lei Estadual 5.100/07)

1.16.5. Buscar a captação de recursos oriundos do Mecanismo de Conservaçãoda Biodiversidade do Estado do Rio de Janeiro – FMA/RJ, visando àimplementação do presente plano de manejo, com foco na implantaçãodo Centro de Convivência e Interpretação Ambiental, da Casa doPesquisador, dos projetos de interpretação ambiental, das pesquisascientíficas e da participação em circuitos turísticos locais e regionais

• O FMA é um instrumento para gestão de recursos de CompensaçãoAmbiental com foco no fortalecimento do sistema de unidades deconservação do Rio de Janeiro, fruto de uma parceria entre o Funbioe a Secretaria de Estado de Ambiente do Rio de Janeiro (SEA-RJ). OFMA/RJ conta com recursos provenientes de fontes diversas, taiscomo medidas compensatórias de grandes empreendimentosindustriais, um fundo financeiro de caráter permanente e doaçõesnacionais e internacionais. A ideia é estimular, sobretudo, a captaçãojunto ao setor privado.

94

Page 95: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.17.PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO

Objetivo

O Programa de Comunicação e Integração com a Área de Influência (área deentorno da Reserva) visa abordar as necessidades e formas de lidar com opúblico externo, institucional ou não, e com a comunidade local. Inclui questõescomo a divulgação dos atrativos e a interação entre a Reserva e seu ambientede entorno imediato, clientes e possíveis parceiros.

Resultados Esperados

Identidade visual da RPPN estabelecida;

RPPN devidamente divulgada para o público interessado;

Parcerias estabelecidas visando à efetiva implementação da Reserva;

Atividades e Normas

1.17.1. Trabalhar a identidade visual da RPPN

• Elaborar logomarca para a RPPN, de acordo com os seus atributos(sobretudo, elementos símbolos e/ou paisagem “cartão postal”), demodo a expressar o carisma da atitude voluntária de existência da UC;

• Padronizar as placas – cores, abordagem etc.;

• Adotar um uniforme padrão para os funcionários da Reserva;

Page 96: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

Figura 60. Exemplo de logomarca de Unidade de Conservação, emconsonância com a sua paisagem “cartão postal”.

1.17.2.Utilizar com frequência a logomarca da RPPN visando à consolidação dasua identidade visual

• A logomarca da RPPN deverá ser utilizada em todo material produzidopara a RPPN, incluindo o uniforme da equipe, materiais de divulgação(folders, cartazes, jornais, calendários, imãs de geladeira etc.).

1.17.3. Desenvolver um sítio na web para divulgação da RPPN

• O uso da internet possibilitará uma ampla divulgação da RPPN (redessociais, sobretudo), tendo em vista a facilidade e custos de utilização;

Figura 61. Exemplo de identidade visual de outras RPPN.

Page 97: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

• Deverá ser registrado um domínio de preferência com o nome da RPPN(www.rppnfazendasuspiro.com) e ser providenciada a adesão a umserviço de provedor para hospedagem do site;

• O site deverá ter informações sobre os aspectos gerais relacionados àRPPN, incluindo: geografia, flora, fauna, característicashistórico/culturais, produtos e serviços oferecidos, dentre outros;

• É imprescindível uma boa programação visual, com uma galeria defotografias exibindo as opções de atividades a serem oferecidas pelaReserva e formas de contatos com a equipe gestora (e-mail e telefones).

1.17.4. Confeccionar e distribuir materiais didático-ilustrativos que auxiliem nasatividades de educação e interpretação ambiental; e materiais dedivulgação das características ambientais e histórico-culturais maisrelevantes, dos atrativos e serviços oferecidos, das atividades de gestãodesenvolvidas na Reserva e das atividades possíveis de serem realizadasna RPPN pelo publico em geral

• Os materiais de divulgação devem incluir, além das características,atrativos e atividades e serviços oferecidos pela Reserva, sualocalização e meios de contato com a equipe gestora (e-mail, telefoneetc.);

• Tanto os tipos como o conteúdo dos materiais de divulgação, bem comoas formas de distribuição dos mesmos, devem considerar o público aque se destina, visando a melhor relação custo-benefício nas etapas deprodução e distribuição do material a ser produzido;

• Além dos materiais de divulgação comumente utilizados (folhetos,livretos etc.), sugere-se que sejam confeccionados outros tipos demateriais tais como: camisetas, bonés, chaveiros etc.;

• Quando impressos em papel, os materiais deverão ser produzidospreferencialmente em papel reciclável.

1.17.5.Manter o público constantemente informado sobre as atividadespossíveis de serem realizadas na RPPN, bem como sobre as atividades degestão desenvolvidas na Reserva

• Recomenda-se que seja feito um sistema de mala direta ou envio demensagens eletrônicas (newsletter e redes sociais) aos visitantesdivulgando os serviços, novidades, eventos, dentre outros.

1.17.6. Estabelecer parcerias para a efetiva implementação da Reserva

• O estabelecimento de parcerias é importante porque fortalece a RPPN,divide as responsabilidades, e além do apoio técnico e da troca deexperiências também poderá reduzir os custos de implementação daReserva. Nesse sentido, as parcerias poderão ser estabelecidas emdiferentes níveis e com diversos parceiros, com destaque para:

97

Page 98: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

o Vizinhança - O envolvimento da vizinhança poderá se dar devárias maneiras: (a) formação de brigadas de incêndios florestais;(b) mutirões de limpeza e recuperação de áreas degradadas, (c)participação nos eventos educativos nas escolas locais; (d)proteção de fauna e flora através de boa conduta e denúncias; (e)adesão do público às melhores práticas ambientais, entre outros;

o Outras Unidades de Conservação da região - A RPPN FazendaSuspiro poderá estreitar relações com os demais proprietários deRPPNs de Teresópolis, bem como a Associação de Proprietáriosde RPPN do Rio de Janeiro (www.apnrj.org.br) e ConfederaçãoNacional de RPPNs (www.rppnbrasil.org.br), através doassociativismo, participação no grupo de discussões([email protected]) e até mesmo reuniões periódicas. ARPPN Fazenda Suspiro já integra o Mosaico Central Fluminensede Unidades de Conservação, participando de seu ConselhoConsultivo. A integração com o Mosaico é um canal importantepara a realização de parcerias estratégicas e de participação emprojetos integrados na região. O mesmo vale para oestabelecimento de relações com o Parque Estadual dos TrêsPicos, do qual a RPPN faz parte do Conselho Consultivo.

o Prefeitura municipal de Teresópolis

As Secretarias de Educação, de Turismo e Meio Ambientedo município de Teresópolis são parceiros potenciais quepoderão colaborar na realização de atividades lúdicas desensibilização e conscientização quanto à questãoambiental e no envolvimento das escolas;

É importante que os funcionários dos Centros deAtendimento ao Turista de Teresópolis e municípiospróximos, estejam bem informados sobre as atividades daRPPN. Materiais impressos expostos nesses locaiscontribuem à promoção da RPPN;

Sugere-se que o gestor da RPPN articule-se paraparticipar de conselhos e outras instâncias coletivasestratégicas, na medida do possível.

o Instituições governamentais ambientalistas

O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade) e o INEA deverão ser informados sobretodas as ameaças à RPPN e deverá ser solicitado sempreque necessário a fim de promover ações de fiscalização;

A RPPN poderá integrar-se aos programas de governodesenvolvidos na região.

98

Page 99: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

o Instituições de pesquisa - Alunos de graduação e pós-graduaçãopoderão realizar suas pesquisas na RPPN. As universidadespodem ser parceiras, colaborando com a geração de informaçõescientíficas sobre a Reserva.

o Sociedade civil - A RPPN poderá ser incluída nos roteirosecoturísticos da região, desenvolvidos por associações de guiaslocais e regionais, com foco no turismo pedagógico.

1.17.7. Buscar a implementação de um Programa de Estágio Voluntário naRPPN

Considera-se serviço voluntário a atividade não remunerada, prestada porpessoa física. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nemobrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim e é regido pela Lei n°9.608/1998.

• O Programa de Estágio Voluntário, além de suprir a carga horária dedisciplinas de estágio obrigatório de diversos cursos de graduação,mediante instruções e parcerias com as instituições de ensino, poderátambém proporcionar a familiarização e aquisição de experiência ematividades específicas aos jovens locais que pretendam futuramente seinserir em mercados de trabalho similares;

• Este programa poderá suprir de mão-de-obra as atividades da RPPN epropriedade em épocas de pico de visitação, que coincidem comperíodos de férias escolares;

• O gestor deve, preferencialmente, apoiar nas despesas de alimentação,transporte e hospedagem, se for o caso, referentes às horas de trabalhoe deslocamentos realizados pelos jovens em função do estágio;

• Para o desempenho de atividades mais técnicas, deverão ser envolvidosestudantes de ensino superior, orientados, ainda que à distância, porsupervisores de estágio das respectivas instituições de ensino;

• O serviço prestado deverá ser avaliado e certificado pelo gestor daRPPN em documento constando a carga horária e as atividadesdesenvolvidas.

99

Page 100: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

1.18.PROGRAMA DE REINTRODUÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES NA RPPNFAZENDA SUSPIRO

Objetivo

Enriquecer a biodiversidade da RPPN.

Resultados Esperados

Biodiversidade da RPPN enriquecida;

RPPN cadastrada como local adequado para reintrodução e solturas deanimas silvestres;

Parcerias estabelecidas visando à efetiva implementação dessePrograma.

Normas gerais para a reintrodução de fauna na RPPN Fazenda Suspiro

A reintrodução de espécies da fauna deverá atender não só os trâmiteslegais, mas também a viabilidade ecológica apontada por profissionalcompetente, a partir de estudo próprio para isso.

Passeriformes apreendidos por órgãos ambientais e encaminhados àpropriedade, quando não forem indivíduos recém capturados, devem,antes de ser libertados na natureza, ter passado por quarentena e tersua condição de saúde devidamente atestada por profissionalcompetente. Com o objetivo de reduzir chances de contaminarpopulações silvestres deve-se também, priorizar a soltura de espécimescapturados na região.

Realizar um intenso levantamento de fauna, através do maior número detécnicas possíveis. Visando cobrir os hábitos e horários de espécies compotencial para reintrodução, para que não haja desperdício de recursos.

Realizar um levantamento quali-quantitativo da disponibilidade derecursos utilizados, para espécies com potencial para reintrodução, como objetivo de definir quais possuem mais chance de se restabelecer naárea da RPPN.

Definidas as espécies a ter suas populações restabelecidas, produzir umPlano de Ação para as mesmas. Cada Plano de Ação deve serespecífico e conter informações sobre a distribuição histórica daespécie, necessidades ecológicas (tamanho de área, disponibilidade de

Page 101: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

alimentos, interação com outras espécies, etc.), acompanhamentoveterinário, etc. Embora ainda se necessite de estudos específicos,existe a possibilidade de reintrodução da preguiça (Bradypusvariegatus), do bugio (Allouata guariba) e do cateto (Pecari tajacu).Entretanto, estes Planos devem ser elaborados após um intenso esforçoamostral e com a devida autorização do ICMBio e INEA.

Atividades e Normas

8.7.1 Realizar parceria com o Projeto Fauna Viva do Parque Nacional da Serrados Órgãos

• Todos os procedimentos para a reintrodução de fauna da RPPN deverãoestar de acordo com os aspectos legais aplicáveis à questão,considerando, dentre outros, o SISBIO (Sistema de Pesquisa deBiodiversidade do ICMBio – ver www.icmbio.gov.br) e o SISFAUNA.

101

Page 102: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

9. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA A RPPN FAZENDA SUSPIRO

O Plano de Manejo da RPPN Fazenda Suspiro está previsto para serexecutado em cinco anos, já respeitando as prioridades de manejo, comodemonstrado no quadro abaixo:

Ano 1

• Adequação da qualidade da água ou substituição das fontes de abastecimento;• Construção do Aceiro• Banco de Sementes

• Estruturação e identificação visual das trilhas;

• Definição do local e projeto para construção do Centro de Convivência eInterpretação Ambiental e Casa do Pesquisador

• Instalação provisória do posto de vigilância • Instalação provisória da sede administrativa da RPPN• Inicio projeto de reflorestamento da área

Ano 2

• Construção do Centro de Convivência – início• Banco de Sementes• Manutenção do Aceiro

Ano 3

• Construção do Centro de Convivência - Fim • Banco de Sementes• Manutenção do Aceiro• Manutenção das Trilhas• Soltura de animais

Ano 4

• Elaboração e Aplicação de Cursos para Interpretação Ambiental e Cidadania• Banco de Sementes• Manutenção Aceiro• Manutenção Trilhas• Pesquisa Cientifica/Monitoramento• Instalação definitiva do Posto de Vigilância• Soltura de animais

Ano 5

• Elaboração e Aplicação de Cursos para Interpretação Ambiental e Cidadania• Banco de Sementes/Produção Mudas• Manutenção Aceiro• Manutenção Trilhas• Pesquisa Cientifica/Monitoramento

Page 103: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENDA 21 do COMPERJ, Ministério do Meio Ambiente – MMA, Secretaria doEstado do Ambiente – SEA e BR – Petrobras, Rio de Janeiro, 2011.

AGUILLAR, M.F.M. MELO, F.M. Plano de Manejo Integrado das RPPNPoranga, Angaba e Porangaba, Itaguaí, 2011.

ANA/AGEVAP. Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraiba do Sul.Caderno de Ações, Área de Atuação do Comitê Piabanha. Resende, 2002.

ANA/AGEVAP. Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraiba do Sul.Resumo. Resende, 2007.

ANDRÉ, R. G. B.; MARQUES, V.S.; PINHEIRO, F.M.A.; FERRAUDO, A.S.2008. Identificação de Regiões Pluviometricamente homogêneas no estado doRio de Janeiro, utilizando-se valores mensais. Revista Brasileira deMeteorologia. v.23, n.4, p. 501 – 509.

ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Rio de Janeiro,PNUD, IPEA, Fundação João Pinheiro, 2003. Acesso em: Estatísticas daSaúde; Mortalidade 1992. Porto Alegre: Secretaria da Saúde, 1995; Rio Grandedo Sul.

BARBOZA, R. S. Interceptação Vertical na serra do Mar do Rio de Janeiro,Nova Friburgo-RJ. 2004. 47f. Monografia (Especialização em CiênciasAmbientais) – Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio deJaneiro, Seropédica, RJ.

BRASIL. Portaria IBAMA n.° 887, de 01 de outubro de 1990. [Dispõe sobre aproteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional,e dá outras providências.] In: IBAMA/CECAV. Legislação Espeleológica.Disponível em: <http://www.ibama. gov.br/cecav/index.php?id_menu=159>.Acesso em: 26 out. 2007.

CARAUTA, J.P.P.; 1996. Moráceas do Estado do Rio de Janeiro. Albertoa, Riode Janeiro, 4(13):146-194, figs. 1-16.

CIDE. Fundação Centro de Informação do Estado do Rio de Janeiro, AnuárioEstatístico 2003.

CPRM. Estudo Geológico do Brasil. Diagnóstico Geoambiental do Estado doRio de Janeiro. Ministério de Minas e Energia & Secretaria de Minas eMetalurgia/ RJ. 2001.

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. (2001). Atlas dos remanescentesflorestais da Mata Atlântica no período de 2008-2010. São Paulo, FundaçãoSOS Mata Atlântica/INPE.

Page 104: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

FERREIRA et al. Estudo ambiental como subsídio à metodologia para oordenamento territorial através de análise de caso: Município de Teresópolis,RJ. Rio de Janeiro. 1998. v.1, 2 e 3.

IBGE 2004. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. www.ibge.gov.br –Mapa da vegetação do Brasil (acesso em agosto de 2011).

IBGE 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. www.ibge.gov.br –Censo Brasil 2010. (acesso em agosto de 2011).

IBAMA; 1992. Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada deExtinção. Portaria Nº 37-N, 3 de abril de 1992.

INEA/RJ. Plano de Manejo do Parque Estadual dos Três Picos. Rio de Janeiro,2009. Nova Terra LTDA.

INEA/RJ. Estado do Ambiente: Indicadores ambientais do Estado do Rio deJaneiro, Secretaria de Estado do Ambiente – SEA, Rio de Janeiro, 2010.

INEARJ. Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria deEstado do Ambiente – SEA, Rio de Janeiro, 2011.

INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: www.inmet.gov.br.Acessado em novembro de 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. ClassificaçãoNacional de Atividades Econômicas – CNAE. 2.0. Disponível emhttp://www.cnae.ibge.gov.br/ . Acesso em 20 jul. 2011.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. Índice deDesenvolvimento Humano – IDH. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em:www.ipeadata.gov.br. Acesso em: 21 jul. 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOSNATURAIS RENOVAVEIS. (2001). Plano de Manejo do Parque Nacional daSerra da Bocaina.

KOPPEN, W. Das Geographische system der klimate. Handbuch deKlimatologie, Bortraeger, Berlim, 1948.

LORENZI, H.; 1992. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo deplantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Editora Plantarium. 352p.

LORENZI, H.; 1998. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo deplantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 2. São Paulo: Editora Plantarum. p.368.

LORENZI, H.; 2009. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo deplantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 3. São Paulo: Editora Plantarum. 368p.

MELO, A. L. Reservas Particulares do Patrimônio Natural, em Silva Jadim, Riode Janeiro: Perfil e características de manejo. 2004. 105f. Monografia.

104

Page 105: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

(Especialização em Ciencias Ambientais) – Instituto de Florestas, UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica.

MET/FAT.RAIS. Ministério do Trabalho e Emprego. Relatório Anual deInformações Sociais – RAIS. Brasília, 2007. Disponível em:http://www.mte.gov.br/ . Acesso em: 19 mar. 2009.

MITTERMEIER, C.G., LAMOREUX, J. & FONSECA, G.A.B. 2005. HotspotsRevisited: Earth's Biologically Richest and Most Endangered TerrestrialEcoregions. Conservation International. 392 p. 38

MT/Secretaria executiva do Ministério dos Transportes. Mapa dos Transportedo Brasil. Brasilia, 2006. Disponível em: http://www.mt.gov.br/ . Acesso em: 25mar. 2010.

MMA/IBAMA. 2004. Roteiro metodológico para elaboração de planos demanejo de Reservas Particulares do Patrimônio Natural. IBAMA, 2004.

MMA, 2003/2007. Áreas Prioritárias para a Conservação, UtilizaçãoSustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira"

MS/SUS. 2007. Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares doSUS. www.ms.gov.br. Acessado em 27 de maio de 2012.

NOERNBERG, S. 2009. Avaliação e Quantificação da Regeneração deHovenia dulcis Thunb. em um Remanescente de Floresta Ombrófila Mista.Canoinhas: Universidade do Contestado.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESÓPOLIS - PMT. Aterro Sanitário deTeresópolis, Consórcio intermunicipal. Disponível em http://www.pmt.rj.gov.br.Acessado em 23 de dezembro de 2011.

PROBIO. 2003. Projeto de Conservação e Utilização Sustentável daDiversidade Biológica Brasileira. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria deBiodiversidade e Florestas.

RIZZINI, C.T.1963. Nota prévia sobre a divisão fitogeográfica (florístico-sociológica) do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. 24: 1-64.

Revista Brasileira de Meteorologia, v.23, n.4, 501 - 509, 2008 – Identificação deRegiões Pluviometricamente homogêneas no estado do Rio de Janeiro,utilizando-se valores mensais. Romisio Geraldo B. A.; Valdo da Silva M.;Francisca M.Alves P.; Antonio Sergio F.

RODOLFO, A.M.; CÂNDIDO JUNIOR, J.F., TEMPONI, L.G.; GREGORINI, M.Z. 2008. Citrus aurantium L. (laranja - apepu) e Hovenia dulcis Thunb. (uva-do-japão): espécies exóticas invasoras da trilha do Poco Preto no Parque Nacionaldo Iguacu, Parana, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 6, p. 16 -18.

ROCHA, C.F.D.; BERGALLO, H.G.; ALVES, M.A.S. & SLUYS, M.V. 2003. Abiodiversidade nos grandes remanescentes florestais do estado do Rio deJaneiro e nas restingas da Mata Atlântica. São Carlos : RiMa, 160p.

105

Page 106: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

TARGET Marketing. IPC Target 2011. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:http://www.targetmark.com.br/ . Acesso em: 09 jul 2011.

TAYLOR, N. P. & Zappi, D. C. 1997. Cactaceae Consensus Initiatives 3: 8.

VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R. & LIMA, J. C. A. 1991. Classificaçãoda vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamentode Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro. 123p.

VIEIRA, C. M., A. M. S. F. VAZ & H. C. LIMA.1997. Espécies de interesseconservacionista da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. Pp.297-306. In:H.C. de Lima & R. R. Guedes-Bruni. (Org.). Serra de Macaé de Cima:Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica. Rio de Janeiro.

106

Page 107: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

11. ANEXOS

1.19. Anexo 1 – Flora

Anexo 1A - Lista de famílias e espécies registradas na RPPN Fazenda Suspiro.

Família/Espécie Nome comum Porte

ANACARDIACEAE

Tapirira guianensis Aubl Peito-de-pomba Arbóreo

ANNONACEAE

Annona sylvatica A.St.-Hil. Araticum-do-mato Arbóreo

Annona sp. Condesa Arbóreo

Guatteria cf candolleana Schltdl. - Arbustivo

Xylopia brasiliensis Spreng. Pindaíba Arbóreo

ARACEAE

Anthurium sp. - Herbáceo

Xanthosoma sp. Falsa-taioba Herbáceo

ARAUCARIACEAE

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucária Arbóreo

ARECACEA

Euterpe edulis Mart. Palmito-juçara Arbóreo

Attalea dubia (Mart.) Burret Indaiá Arbóreo

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret Brejaúva Arbóreo

Geonoma schottiana Mart. Palmeirinha Arbustivo

ASTERACEAE

Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará Arbóreo

Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. Vassourão-branco Arbóreo

BIGNONIACEAE

Jacaranda micrantha Cham. Carobinha Arbóreo

BROMELIACEAE

Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl. Bromélia Herbáceo

Nidularium sp. Bromélia Herbáceo

Vriesea sp. Bromélia Herbáceo

Vriesea sp. II Bromélia Herbáceo

Tillandsia tricholepis Baker Bromélia Herbáceo

Tillandsia sp. - Herbáceo

CAMPANULACEAE

Centropogon cornutus (L.) Druce Crista-de-peru Herbáceo

CANNABACEAE

Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Esporão-de-galo Arbustivo

Page 108: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Família/Espécie Nome comum Porte

CLETHRACEAE

Clethra scabra Pers. Pau-cetim Arbóreo

CLUSIACEAE

Tovomitopsis sp. - Arbóreo

CONVOLVULACEAE

Ipomoea purpurea (L.) Roth Glória-da-manhã Liana

CUNONIACEAE

Lamanonia ternata Vell. Guaperê Arbóreo

CYATHEACEAE

Cyathea phalerata Mart. Xaxim-espinhento Arbóreo

EUPHORBIACEAE

Croton floribundus Spreng. Capixingui Arbóreo

Alchornea triplinervia (Spreng.) Mull. Arg Tapiá Arbóreo

Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Leiteiro Arbóreo

HELICONIACEAE

Heliconia sp. Helicônia Herbáceo

LEGUMINOSAE

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var.colubrina

Angico-branco Arbóreo

Copaifera trapezifolia Pau-óleo Arbóreo

Bauhinia sp. - Liana

Inga marginata Willd. Ingá-feijão Arbóreo

Inga cf. sessilis (Vell.) Mart. Inga Arbóreo

Inga cf. vera subsp. affinis (DC.) T.D.Penn. Inga Arbóreo

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Bico-de-pato Arbóreo

Machaerium sp. Jacarandá-de-espinho Arbóreo

Piptadenia gonoacantha (Mart) Macbr Pau-jacaré Arbóreo

Piptadenia paniculata Benth Angico Arbóreo

Senna macranthera (DC. ex Collad.)

H.S.Irwin & Barneby

Pau-cigarra Arbóreo

Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby Pau-cigarra Arbóreo

Senna occidentalis (L.) Link Fedegoso Herbáceo

LAMIACEAE

Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke Tamanqueira Arbóreo

LAURACEAE

Nectandra sp. Canela-ferrugem Arbóreo

Ocotea sp. Canela-parda Arbóreo

Ocotea sp. II Canela-preta Arbóreo

108

Page 109: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Família/Espécie Nome comum Porte

Lauraceae sp. Canela-branca Arbóreo

LECYTHIDACEAE

Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Jequitibá Arbóreo

MALVACEAE

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Embiruçu Arbóreo

MARANTACEAE

Stromanthe thalia (Vell.) J.M.A.Braga Maranta-sangue Herbáceo

MELASTOMATACEAE

Leandra melastomoides Raddi - Herbáceo

Leandra sp. - Herbáceo

Miconia doriana Cogn. Pixirica Arbóreo

Miconia pusilliflora (DC.) Naud. Pixirica-serra Arbóreo

Tibouchina estrellensis (Raddi) Cogn Quaresma Arbóreo

MELIACEAE

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana Arbóreo

Cedrela odorata L. Cedro Arbóreo

Guarea macrophylla ssp. Tuberculata (Vell.)T.D. Penn.

Carrapeta Arbóreo

MONIMIACEAE

Molinedia sp. - Arbustivo

MORACEAE

Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. Folha-serra Arbustivo

Ficus enormis Mart. Ex Miq. Figueira-branca Arbóreo

Ficus sp. Figueira Arbóreo

Dorstenia arifolia Lam. Carapiá Herbáceo

MYRISTICACEAE

Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. Bicuíba Arbóreo

MYRTACEAE

Eugenia sp. Pitanguinha Arbustivo

Campomanesia sp. Guabiroba Arbóreo

Myrcia spectabilis DC. Guamirim Arbóreo

NYCTAGINACEAE

Guapira opposita (Vell.) Reitz João-mole Arbóreo

ORCHIDEACEAE

Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe Mini-Orquídea Herbáceo

Catasetum sp. Orquídea Herbáceo

Epdendrum sp. Orquídea Herbáceo

109

Page 110: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Família/Espécie Nome comum Porte

Eurystyles sp. Mini-Orquídea Herbáceo

Dichaea cogniauxiana Schltr. Mini-Orquídea Herbáceo

Gomesa sp. Orquídea Herbáceo

Govenia utriculata (Sw.) Lindl. Orquídea-de-chão Herbáceo

Grobya sp. Orquídea Herbáceo

PIPERACEAE

Piper aduncum L. Jaborandi Herbáceo

Piper anisum (Spreng.) Angely - Herbáceo

Piper sp. Jaborandi Arbustivo

Peperonia sp. - Herbáceo

PHYLLANTHACEAE

Hieronyma alchorneoides Allemão Iricurana Arbóreo

PHYTOLACACEAE

Seguieria langsdorffii Moq. Limão-d-mato Arbóreo

PROTEACEAE

Roupala sp. Carne-de-vaca Arbóreo

ROSACEAE

Rubus rosifolius Sm. var. rosifolius Morango-do-mato Herbáceo

RUBIACEAE

Bathysa australis (A.St.Hil.) Hook.f. Orelha-de-burro Arbóreo

Psychotria cf. vellosiana Benth. Café-do-mato Arbóreo

Psychotria sp. Cafezinho Arbustivo

Rudgea sp. - Arbustivo

RUTACEAE

Zanthoxylum rhoifolium (A.St.-Hil. & Tul.)Engl. In Mart.

Mamica-de-porca Arbóreo

SALICACEAE

Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga Arbóreo

SAPINDACEAE

Allophylus edulis Niederl. Chau-chau Arbóreo

Cupania oblongifolia Mart. Camboatá Arbóreo

Cupania cf. vernalis Camb. Camboatá-vermelho Arbóreo

SIMAROUBACEAE

Picramnia glazioviana Engl. Café-brabo Arbusto

SMILACACEAE

Smilax sp. - Liana

SIPARUNACEAE

Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC. Erva-de-limão Arbóreo

110

Page 111: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Família/Espécie Nome comum Porte

SOLANACEAE

Acnistus arborescens (L.) Schltdl. Marianeira Arbóreo

Solanum castaneum Carvalho - Herbáceo

URTICACEAE

Boehmeria caudata Sw. Urtiga-mansa Arbóreo

Cecropia glaziovi Snethl. Embauba-vermelha Arbóreo

Cecropia hololeuca Miq. Embauba-branca Arbóreo

Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. Urtiga Herbáceo

VERBENACEAE

Stachytarpheta sp. Gervão Herbáceo

Legenda: Arbóreo: Vegetal lenhoso, DAP > 5cm; Arbustivo: Vegetal lenhoso, DAP < 5cm;Herbáceo: Não apresenta caule lenhoso; Liana: Cipó trepador.

Anexo 1B - Lista de árvores marcadas na RPPN Fazenda Suspiro.

Número Nomevulgar

Nome cientifico Motivo da marcação Localização*

01 Tapiá Alchornea triplinervia (Spreng.) Mull. Arg

Árvore grande, espéciebastante representativa.

Início da trilhalado esq.

02 Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart) Macbr

Casca característica,espécie bastanterepresentativa.

Início da trilhalado esq.

03 Camboatá Cupania oblongifolia Mart. Espécie bastanterepresentativa.

Primeirabarragem, lado

dir.

04 Capixingui Croton floribundus Spreng. Espécie bastanterepresentativa.

Trilha, a esq.

05 Allophylus Allophylus edulis Niederl. Tronco retilíneo, atração depássaros.

Trilha, a esq.

06 Embiruçu Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns

Tronco característico. Trilha, a esq.

07 Angico-branco

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. colubrina

Árvore grande, deixa o chãoda trilha repleto de frutos

característicos (Figura 17).

Trilha, a esq.

08 Virola Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb.

Látex vermelho-sanguíneo(Figura 19).

Trilha, a esq.

09 Guabiroba Campomanesia sp. Casca característica,espécie bastanterepresentativa.

Trilha, a esq.

10 Figueira Ficus sp. Crescendo sobre umindivíduo de Guabiroba.

Trilha, a esq.

111

Page 112: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Número Nomevulgar

Nome cientifico Motivo da marcação Localização*

11 Jequitibá Cariniana estrellensis (Raddi)Kuntze

Árvore grande, espéciecaracterística da Mata

Atlântica.

Trilha, a esq., umpouco para

dentro do mato.

12 Pau-cigarra Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby

Quando em floração, deixao chão repleto de pétalas

amarelas (Figura 18).

Trilha para obambuzal, a

esq., um poucopara dentro do

mato.

13 Guabiroba Campomanesia sp. Casca característica. Cachoeira, atrasda placa da

RPPN.

14 Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart) Macbr

Casca característica,espécie bastanterepresentativa.

Cachoeira, atrasda placa da

RPPN.

15 Bico-de-pato

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth.

Indivíduo na entrada dareserva.

Cachoeira, bordada Mata com a

Rua.

Legenda: Localização*= Do ponto de vista de quem está subindo a trilha.

1.20. Anexo 2 – Fauna

Anexo 2A - Lista geral de mamíferos com ocorrência na RPPN e entorno.

Taxons Nome vulgar

Canidae

Cerdocyon thous Cachorro- do-mato

Felidae

Puma concolor Suçuarana

Leopardus pardalis Jaguatirica

Leopardus tigrinus Gato-do-Mato

Procyonidae

Procyon cancrivorus Mão-Pelada

Nasua nasua Quati

Didelphidae

Didelphis aurita Gambá

Marmosops sp Cuíca

Caviidae

Cavia sp. Preá

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla Tamanduá Mirim

112

Page 113: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Taxons Nome vulgar

Bradypodidae

Bradypus sp. Preguiça

Dasypodidae

Cabassous tatouay Tatu–rabo-mole-grande

Cabassous unicinctus Tatu–rabo-mole-pequeno

Dasyproctidae

Dasyprocta aguti Cotia

Hydrochaeridae

H. hydrochaeris Capivara

Tayassuiade

Tayassu tajacu Cateto

Tayassu pecari Queixada

Erethizontidae

Coendu sp Ouriço-cacheiro

Agoutidae

Agouti paca Paca

Cricetidae

Oryzomis sp. Rato-do-mato

Callitrichidae

Callithrix jacchus mico estrela

Alouatta sp Bugio

Phyllostomidae

Artibeus lituratus Morcego

Anexo 2B - Aves listadas com base na lista do Prof° Estanislau e relatos do Sr.Sérgio para RPPN Fazenda Suspiro.

N° Animais Freq. Relatos

1 Jacu Baixo

2 saracura barriga amarela Baixo

3 Tucano bico verde Baixo

4 tucano de bico preto Baixo

5 Araçari Médio

6 Gavião preto Médio

7 Gavião belo Baixo

8 colibri besourinho Medio

9 colibri de idalia Alto

113

Page 114: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

N° Animais Freq. Relatos

10 Urubu frade Medio

11 Pombo Alto

12 Carcará Alto

13 Trinca ferro Alto

14 Sabiá Preta Alto

15 gavião pega macaco Medio

16 Sabiá Laranjeira Alto

17 Tico-tico Alto

18 Sairinha Alto

19 Tié sangue Alto

20 Anu Médio

21 Saíra 7 cores Alto

22 Maritaca Médio

23 Frango d’água Médio

24 Viuvinha Alto

25 Coleiro Alto

26 Macuco baixo

27 Sanhaço Alto

28 Pica-pau-amarelo Alto

29 Tisorinha Médio

30 Andorinha Médio

31 Pardal Alto

32 Pica-pau Médio

34 Canário da terra Alto

35 Pomba verdadeira Alto

36 Coruja Alto

37 Coleiro Alto

38 Tiririca Alto

39 Tizil Alto

40 Urutau Médio

41 Curió Baixo

42 inhambu Baixo

Legenda: Alta: ≥ 80% dos entrevistados; Média: ≥ 50% ≤ 80%; Baixa: ≥ 50%.

Anexo 2C - Espécies de répteis ocorrentes na RPPN.

Taxons Nome Vulgar

Colubridae

114

Page 115: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Taxons Nome Vulgar

Chironius sp. Cobra-cipó

Erythrolamprusaa.venustissimu Falsa-coral

Liophis miliaris Cobra-d’água

Spilotes pullatus Caninana

Philodryas patagoniensis Limpa-campo

Elapidae

Micrurus corallinus Coral- verdadeira

Viperidae

Bothrops jararaca Jararaca

Anguidae

Ophiodes aff. Striatus cobra-de-vidro

Mabuya sp. Lagarto

Gekkonidae

Hemidactylus mabouia Lagartixa-de- parede

Tropiduridae

Tropidurus torquatus. Calango

1.21. Anexo 3 - Mapas

Mapa - Localização da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Geomorfologia da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Hipsométrico da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Declividade da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Áreas de preservação permanente – APP da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Orientação das encostas da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Uso do solo da RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Contexto de Unidades de conservação

Mapa – Áreas prioritárias MMA para RPPN Fazenda Suspiro

Mapa – Atrativos x Uso do solo

Mapa – Zoneamento

115

Page 116: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil.

MEMORIAL DESCRITIVO

Fazenda Suspiro

Imóvel: Jardim Suspiro – Estrada do Lago s/nº – Albuquerque

Proprietário: Imobiliária Suspiro LTDA.

Município: Teresópolis. U.F.: RJ

RGI: Matricula Nº 23961, 23962, 23963, 23964 23965 / 1º oficio.

Área Total das Quadras 11,12 e 14: 18,2138 hectares.

Sistema de Coordenadas: UTM.

Datum: Sirgas 2000.

Descrição do Perímetro da Quadra 11 lotes

Remembrados de 64 a 80 e 117 a 131

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto P01 (N 7.521.949,521 / E714.318,456) situado na divisa do lote 63 com a Rua I segue em direção aoponto P02 confrontando com o lote 63 com distância de 50,00 m e azimute de129°53'08", segue do ponto P02 (N 7.521.917,458 / E 714.356,822) em direçãoao ponto P03 confrontando com o lote 133 com distância de 15,99 m e azimutede 218°22'33", segue do ponto P03 (N 7.521.904,922 / E 714.346,895) emdireção ao ponto P04 confrontando com o lote 132 com distância de 16,02 m eazimute de 221°50'09", segue do ponto P04 (N 7.521.892,987 / E 714.336,211)em direção ao ponto P05 confrontando com o lote 132 com distância de 62,00m e azimute de 129°38'40", segue do ponto P05 (N 7.521.853,429 / E714.383,953) em direção ao ponto P20 confrontando a Rua J em váriossegmentos com distância de 236,96 m, os pontos e coordenadas da Rua são:{P06 (N 7.521.841,587 / E 714.373,184), P07 (N 7.521.829,396 / E714.362,830), P08 (N 7.521.817,409 / E 714.352,256), P09 (N 7.521.805,793 /E 714.341,275), P10 (N 7.521.794,319 / E 714.330,118), P11 (N 7.521.782,545/ E 714.319,287), P12 (N 7.521.771,148 / E 714.308,060), P13 (N7.521.759,446 / E 714.297,157), P14 (N 7.521.748,301 / E 714.285,709), P15(N 7.521.737,439 / E 714.273,951), P16 (N 7.521.725,998 / E 714.262,751),P17 (N 7.521.714,744 / E 714.251,397), P18 (N 7.521.704,514 / E714.240,429), P19 (N 7.521.693,673 / E 714.229,997)}, segue do ponto P20 (N7.521.682,828 / E 714.219,674) em direção ao ponto P21 confrontando com aservidão de passagem de com distância de 53,42 m e azimute de 310°07'29",segue do ponto P21 (N 7.521.717,254 / E 714.178,827) em direção ao pontoP22 confrontando com a servidão de passagem com distância de 47,55 m eazimute de 310°07'29", segue do ponto P22 (N 7.521.747,896 / E 714.142,471)

Page 117: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

em direção ao ponto inicial confrontando a Rua I em vários segmentos comdistância de 268,12 m, os pontos e coordenadas da Rua são: {P23 (N7.521.755,988 / E 714.152,298), P24 (N 7.521.767,067 / E 714.165,594), P25(N 7.521.778,014 / E 714.175,915), P26 (N 7.521.789,458 / E 714.185,604),P27 (N 7.521.802,040 / E 714.195,537), P28 (N 7.521.814,208 / E714.205,910), P29 (N 7.521.826,385 / E 714.216,287), P30 (N 7.521.838,532 /E 714.226,710), P31 (N 7.521.850,893 / E 714.236,875), P32 (N 7.521.863,183/ E 714.247,116), P33 (N 7.521.875,461 / E 714.257,373), P34 (N7.521.887,703 / E 714.267,672), P35 (N 7.521.899,923 / E 714.278,006), P36(N 7.521.912,288 / E 714.288,168), P37 (N 7.521.924,661 / E 714.298,302),P38 (N 7.521.936,796 / E 714.308,729)}.

A propriedade acima descrita abrange uma área de 26.325,00 m² ou ainda 2,63hectares.

Descrição do Perímetro da RPPN da Quadra 11 lotes

Remembrados de 64 a 80 e 117 a 131

A RPPN da Quadra 11 remembramento dos lotes 64 a 80 e 117 a 131 édescrita da mesma forma que se escreve o perímetro de sua área total.

Descrição do Perímetro da Quadra 11 lotes

Remembrados de 81 a 116

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto P01 (N 7.521.745,763 / E714.140,103) situado na divisa do lote 81 com a Servidão de passagem segueem direção ao ponto P02 confrontando com a servidão de passagem comdistância de 47,32 m e azimute de 130°13'45", segue do ponto P02 (N7.521.715,204 / E 714.176,227), em direção ao ponto P03 confrontando com aservidão de passagem distância de 53,78 m e azimute de 129°53'37", segue doponto P03 (N 7.521.680,711 / E 714.217,490) em direção ao ponto inicialconfrontando com a Rua I e J em vários segmentos com distância de 766,34 m,os pontos e coordenadas da Rua são: {P04 (N 7.521.669,071 / E 714.203,778),P05 (N 7.521.659,155 / E 714.191,374), P06 (N 7.521.651,304 / E714.176,494), P07 (N 7.521.646,309 / E 714.159,352), P08 (N 7.521.641,624 /E 714.130,704), P09 (N 7.521.632,404 / E 714.105,172), P10 (N 7.521.621,540/ E 714.084,763), P11 (N 7.521.609,972 / E 714.068,350), P12 (N7.521.600,066 / E 714.055,789), P13 (N 7.521.590,509 / E 714.041,804), P14(N 7.521.581,931 / E 714.027,188), P15 (N 7.521.574,094 / E 714.012,161),P16 (N 7.521.567,257 / E 713.996,662), P17 (N 7.521.561,848 / E713.981,662), P18 (N 7.521.556,664 / E 713.964,491), P19 (N 7.521.553,226 /E 713.947,880), P20 (N 7.521.549,444 / E 713.930,278), P21 (N 7.521.545,663

117

Page 118: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

/ E 713.912,676), P22 (N 7.521.541,709 / E 713.895,127), P23 (N7.521.539,641 / E 713.884,270), P24 (N 7.521.538,823 / E 713.877,515), P25(N 7.521.539,823 / E 713.873,023), P26 (N 7.521.541,214 / E 713.869,115),P27 (N 7.521.543,258 / E 713.865,737), P28 (N 7.521.548,734 / E713.861,509), P29 (N 7.521.555,023 / E 713.858,302), P30 (N 7.521.566,784 /E 713.858,360), P31 (N 7.521.574,992 / E 713.862,324), P32 (N 7.521.586,132/ E 713.873,017), P33 (N 7.521.596,520 / E 713.885,141), P34 (N7.521.607,192 / E 713.897,079), P35 (N 7.521.617,952 / E 713.908,918), P36(N 7.521.628,542 / E 713.920,907), P37 (N 7.521.639,231 / E 713.932,830),P38 (N 7.521.649,468 / E 713.943,791), P39 (N 7.521.660,098 / E713.955,729), P40 (N 7.521.670,626 / E 713.967,796), P41 (N 7.521.681,646 /E 713.979,411), P42 (N 7.521.692,446 / E 713.991,196), P43 (N 7.521.702,377/ E 714.002,419), P44 (N 7.521.709,878 / E 714.011,119), P45 (N7.521.713,801 / E 714.016,456), P46 (N 7.521.715,432 / E 714.020,340), P47(N 7.521.716,224 / E 714.023,873), P48 (N 7.521.716,633 / E 714.026,754),P49 (N 7.521.716,236 / E 714.029,967), P50 (N 7.521.715,141 / E714.033,768), P51 (N 7.521.713,085 / E 714.037,367), P52 (N 7.521.711,386 /E 714.039,560), P53 (N 7.521.709,802 / E 714.041,746), P54 (N 7.521.708,144/ E 714.045,357), P55 (N 7.521.707,192 / E 714.049,247), P56 (N7.521.705,868 / E 714.053,206), P57 (N 7.521.705,482 / E 714.056,065), P58(N 7.521.705,827 / E 714.060,449), P59 (N 7.521.706,841 / E 714.065,550),P60 (N 7.521.708,632 / E 714.071,873), P61 (N 7.521.710,190 / E714.075,624), P62 (N 7.521.713,157 / E 714.082,813), P63 (N 7.521.719,466 /E 714.098,548), P64 (N 7.521.727,163 / E 714.114,004), P65 (N 7.521.736,662/ E 714.128,115)}.

A propriedade acima descrita abrange uma área de 31.640,00 m² ou ainda 3,16hectares.

Descrição do Perímetro da RPPN da Quadra 11 lotes

Remembrados de 81 a 116

A RPPN da Quadra 11 remembramento dos lotes 81 a 116 é descrita damesma forma que se escreve o perímetro de sua área total.

Descrição do Perímetro da Quadra 12 lotes

Remembrados de 5 a 18 e 49 a 60

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto P01 (N 7.521.731,031 / E714.283,640) situado na divisa do lote 48 com a Rua J e K segue em direçãoao ponto P02 confrontando com o lote 48 com distância de 37,86 m e azimutede 132°53'41", segue do ponto P02 (N 7.521.705,263 / E 714.311,375) em

118

Page 119: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

direção ao ponto P03 confrontando com o lote 48 com distância de 43,55 m eazimute de 132°53'41", segue do ponto P03 (N 7.521.675,620 / E 714.343,280)em direção ao ponto P04 confrontando com o lote 19 com distância de 42,59 me azimute de 132°53'41", segue do ponto P04 (N 7.521.646,630 / E714.374,483) em direção ao ponto P05 confrontando com o lote 19 comdistância de 60,00 m e azimute de 122°01'25", segue do ponto P05 (N7.521.614,814 / E 714.425,353) em direção ao ponto P19 confrontando com aRua J em vários segmentos com distância de 226,39 m, os pontos ecoordenadas da Rua são: {P06 (N 7.521.599,839 / E 714.419,654), P07 (N7.521.585,311 / E 714.412,928), P08 (N 7.521.570,791 / E 714.406,205), P09(N 7.521.556,272 / E 714.399,483), P10 (N 7.521.541,753 / E 714.392,761),P11 (N 7.521.527,234 / E 714.386,037), P12 (N 7.521.512,716 / E714.379,313), P13 (N 7.521.498,200 / E 714.372,580), P14 (N 7.521.483,696 /E 714.365,817), P15 (N 7.521.469,241 / E 714.358,924), P16 (N 7.521.454,973/ E 714.351,519), P17 (N 7.521.442,415 / E 714.341,393), P18 (N7.521.432,182 / E 714.328,971)}, segue do ponto P19 (N 7.521.422,489 / E714.313,757) em direção ao ponto P20 confrontando com a servidão depassagem com distância de 64,00 m e azimute de 295°43'42", segue do pontoP20 (N 7.521.450,272 / E 714.256,101) em direção ao ponto P21 confrontandocom a servidão de passagem com distância de 35,06 m e azimute de326°48'54", segue do ponto P21 (N 7.521.479,615 / E 714.236,911) emdireção ao ponto inicial confrontando com a Rua K em vários segmentos comdistância de 280,00 m, os pontos e coordenadas da Rua são: {P22 (N7.521.482,816 / E 714.243,176), P23 (N 7.521.484,627 / E 714.246,222), P24(N 7.521.486,318 / E 714.248,728), P25 (N 7.521.487,871 / E 714.251,014),P26 (N 7.521.489,443 / E 714.252,804), P27 (N 7.521.492,398 / E714.255,202), P28 (N 7.521.495,153 / E 714.257,362), P29 (N 7.521.497,136 /E 714.258,683), P30 (N 7.521.500,953 / E 714.260,620), P31 (N 7.521.502,807/ E 714.261,741), P32 (N 7.521.504,650 / E 714.262,257), P33 (N7.521.506,506 / E 714.262,883), P34 (N 7.521.510,285 / E 714.263,942), P35(N 7.521.511,860 / E 714.264,236), P36 (N 7.521.529,714 / E 714.263,020),P37 (N 7.521.547,536 / E 714.260,591), P38 (N 7.521.566,474 / E714.258,521), P39 (N 7.521.582,536 / E 714.258,838), P40 (N 7.521.599,530 /E 714.260,406), P41 (N 7.521.615,224 / E 714.263,957), P42 (N 7.521.632,062/ E 714.270,549), P43 (N 7.521.642,213 / E 714.275,770), P44 (N7.521.648,385 / E 714.279,307), P45 (N 7.521.653,512 / E 714.281,436), P46(N 7.521.661,266 / E 714.282,601), P47 (N 7.521.665,595 / E 714.282,501),P48 (N 7.521.669,404 / E 714.281,868), P49 (N 7.521.674,847 / E714.280,707), P50 (N 7.521.682,817 / E 714.275,214), P51 (N 7.521.693,548 /E 714.267,870), P52 (N 7.521.699,878 / E 714.265,296), P53 (N 7.521.711,352/ E 714.266,260), P54 (N 7.521.715,248 / E 714.267,624), P55 (N7.521.720,338 / E 714.271,208), P56 (N 7.521.724,717 / E 714.275,678)}.

A propriedade acima descrita abrange uma área de 31.604,00 m² ou ainda 3,16hectares.

119

Page 120: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

Descrição do Perímetro da RPPN da Quadra 12 lotes

Remembrados de 5 a 18 e 49 a 60

A RPPN da Quadra 12 remembramento dos lotes 5 a 18 e 49 a 60 é descritada mesma forma que se escreve o perímetro de sua área total.

Descrição do Perímetro da Quadra 12 lotes

Remembrados de 1 a 4 e 61 a 69

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto P01 (N 7.521.479,459 / E714.233,906) situado na divisa da Rua K com a servidão de passagem segueem direção ao ponto P02 confrontando com a servidão de passagem comdistância de 38,00 m e azimute de 147°20'42", segue do ponto P02 (N7.521.447,466 / E 714.254,410) em direção ao ponto P03 confrontando com aservidão de passagem com distância de 64,00 m e azimute de 115°29'00",segue do ponto P03 (N 7.521.419,930 / E 714.312,183) em direção ao pontoP20 confrontando com a Rua J em vários segmentos com distância de 80,96m, os pontos e coordenadas da Rua são: {P04 (N 7.521.414,938 / E714.294,411), P05 (N 7.521.413,350 / E 714.269,545), P06 (N 7.521.412,873 /E 714.266,254), P07 (N 7.521.411,859 / E 714.263,293), P08 (N 7.521.409,419/ E 714.259,684), P09 (N 7.521.407,049 / E 714.257,180), P10 (N7.521.404,366 / E 714.254,706), P11 (N 7.521.402,080 / E 714.253,310), P12(N 7.521.400,397 / E 714.252,317), P13 (N 7.521.399,193 / E 714.251,827),P14 (N 7.521.397,357 / E 714.251,744), P15 (N 7.521.395,829 / E714.251,794), P16 (N 7.521.393,450 / E 714.251,928), P17 (N 7.521.391,553 /E 714.252,315), P18 (N 7.521.389,365 / E 714.252,873), P19 (N 7.521.386,836/ E 714.253,215)}, segue do ponto P20 (N 7.521.385,641 / E 714.252,861) emdireção ao ponto P21 confrontando com o lote 178 da Quadra 11 com distânciade 116,00 m e azimute de 232°20'53", segue do ponto P21 (N 7.521.314,781 /E 714.161,020) em direção ao ponto P22 confrontando com a propriedade áquem de direito com distância de 100,00 m e azimute de 293°23'36", segue doponto P22 (N 7.521.354,485 / E 714.069,240) em direção ao ponto P23confrontando com o lote 1 da Quadra 13 com distância de 58,00 m e azimutede 43°43'05", segue do ponto P23 (N 7.521.396,404 / E 714.109,324) emdireção ao ponto inicial confrontando com a Rua K em vários segmentos comdistância de 166,58 m, os pontos e coordenadas da Rua são: {P24 (N7.521.394,650 / E 714.112,828), P25 (N 7.521.392,324 / E 714.116,672), P26(N 7.521.390,966 / E 714.121,726), P27 (N 7.521.390,529 / E 714.124,959),P28 (N 7.521.391,476 / E 714.128,637), P29 (N 7.521.392,283 / E714.131,300), P30 (N 7.521.395,535 / E 714.135,577), P31 (N 7.521.397,626 /E 714.137,593), P32 (N 7.521.399,786 / E 714.139,012), P33 (N 7.521.401,840/ E 714.140,288), P34 (N 7.521.404,743 / E 714.142,060), P35 (N7.521.407,597 / E 714.142,908), P36 (N 7.521.410,029 / E 714.143,490), P37(N 7.521.412,296 / E 714.143,447), P38 (N 7.521.415,040 / E 714.143,113),P39 (N 7.521.417,780 / E 714.142,906), P40 (N 7.521.419,666 / E714.143,618), P41 (N 7.521.425,322 / E 714.147,672), P42 (N 7.521.429,134 /

120

Page 121: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

E 714.150,697), P43 (N 7.521.441,406 / E 714.161,207), P44 (N 7.521.451,317/ E 714.172,113), P45 (N 7.521.455,144 / E 714.176,873), P46 (N7.521.461,833 / E 714.187,578), P47 (N 7.521.467,335 / E 714.198,542), P48(N 7.521.470,460 / E 714.205,582), P49 (N 7.521.474,554 / E 714.218,717)}.

A propriedade acima descrita abrange uma área de 17.072,00 m² ou ainda 1,71hectares.

Descrição do Perímetro da RPPN da Quadra 12 lotes

Remembrados de 1 a 4 e 61 a 69

A RPPN da Quadra 12 remembramento dos lotes 1 a 4 e 61 a 69 é descrita damesma forma que se escreve o perímetro de sua área total.

Descrição do Perímetro da Quadra 14 lotes

Remembrados de 1 a 70

Inicia-se a descrição deste perímetro no ponto P01 (N 7.522.263,614 / E714.408,428) situado na divisa da Reserva Florestal com o lote 90 da quadra13 segue em direção ao ponto P02 confrontando com a Reserva Florestal comdistância de 73,00 m e azimute 149°31'31", segue do ponto P02 (N7.522.200,698 / E 714.445,451) em direção ao ponto P03 confrontando com aReserva Florestal com distância de 51,00 m e azimute de 83°55'19", segue doponto P03 (N 7.522.206,099 / E 714.496,164) em direção ao ponto P04confrontando com a Reserva Florestal com distância de 49,00 m e azimute de83°55'50", segue do ponto P04 (N 7.522.211,279 / E 714.544,890) em direçãoao ponto P05 confrontando com o lote 102 com distância de 36,00 m e azimutede 84°15'44", segue do ponto P05 (N 7.522.214,879 / E 714.580,709) emdireção ao ponto P06 confrontando com os lotes 98, 99, 100 e 101 comdistância de 64,00 m e azimute de 177°26'59", segue do ponto P06 (N7.522.150,943 / E 714.583,557) em direção ao ponto P07 confrontando com oslotes 96 e 97 com distância de 36,00 m e azimute de 151°34'29", segue doponto P07 (N 7.522.119,283 / E 714.600,694) em direção ao ponto P08confrontando com o lote 95 com distância de 18,00 m e azimute de 154°13'15",segue do ponto P08 (N 7.522.103,074 / E 714.608,522) em direção ao pontoP09 confrontando com o lote 71 com distância de 42,00 m e azimute de231°10'49", segue do ponto P09 (N 7.522.076,746 / E 714.575,799) em direçãoao ponto P54 confrontando com a Rua I com distância de 705,99 m, os pontose coordenadas da Rua são: {P10 (N 7.522.091,371 / E 714.569,310), P11 (N7.522.103,129 / E 714.558,463), P12 (N 7.522.112,561 / E 714.543,131), P13(N 7.522.117,791 / E 714.528,010), P14 (N 7.522.118,182 / E 714.510,014),P15 (N 7.522.110,661 / E 714.488,770), P16 (N 7.522.100,945 / E

121

Page 122: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

714.476,058), P17 (N 7.522.091,283 / E 714.463,305), P18 (N 7.522.081,505 /E 714.450,619), P19 (N 7.522.071,841 / E 714.437,888), P20 (N 7.522.062,157/ E 714.425,152), P21 (N 7.522.052,156 / E 714.412,662), P22 (N7.522.042,636 / E 714.399,802), P23 (N 7.522.032,246 / E 714.387,635), P24(N 7.522.022,816 / E 714.374,709), P25 (N 7.522.011,501 / E 714.363,396),P26 (N 7.521.999,985 / E 714.352,288), P27 (N 7.521.988,195 / E714.341,473), P28 (N 7.521.976,315 / E 714.330,746), P29 (N 7.521.964,698 /E 714.319,765), P30 (N 7.521.952,561 / E 714.309,359), P31 (N 7.521.940,381/ E 714.298,986), P32 (N 7.521.928,183 / E 714.288,634), P33 (N7.521.915,932 / E 714.278,345), P34 (N 7.521.903,753 / E 714.267,984), P35(N 7.521.891,050 / E 714.258,277), P36 (N 7.521.878,836 / E 714.247,906),P37 (N 7.521.866,532 / E 714.237,658), P38 (N 7.521.854,547 / E714.227,064), P39 (N 7.521.842,425 / E 714.216,623), P40 (N 7.521.830,428 /E 714.206,064), P41 (N 7.521.817,671 / E 714.196,438), P42 (N 7.521.805,469/ E 714.186,041), P43 (N 7.521.793,295 / E 714.175,604), P44 (N7.521.781,900 / E 714.164,377), P45 (N 7.521.769,607 / E 714.152,600), P46(N 7.521.758,655 / E 714.140,870), P47 (N 7.521.747,703 / E 714.126,585),P48 (N 7.521.738,231 / E 714.111,219), P49 (N 7.521.729,008 / E714.094,491), P50 (N 7.521.725,737 / E 714.077,881), P51 (N 7.521.722,864 /E 714.063,376), P52 (N 7.521.721,822 / E 714.056,780), P53 (N 7.521.723,718/ E 714.051,495)}, segue do ponto P54 (N 7.521.725,079 / E 714.048,580) emdireção ao ponto P106 confrontando com a Rua J em vários segmentos comdistância de 561,76 m, os pontos e coordenadas da Rua são: { P55 (N7.521.726,872 / E 714.047,143), P56 (N 7.521.730,042 / E 714.045,715), P57(N 7.521.733,050 / E 714.045,111), P58 (N 7.521.736,153 / E 714.045,314),P59 (N 7.521.740,822 / E 714.045,442), P60 (N 7.521.746,482 / E714.046,484), P61 (N 7.521.752,751 / E 714.048,648), P62 (N 7.521.765,193 /E 714.058,849), P63 (N 7.521.777,574 / E 714.068,981), P64 (N 7.521.789,991/ E 714.079,084), P65 (N 7.521.802,227 / E 714.089,381), P66 (N7.521.814,770 / E 714.099,270), P67 (N 7.521.828,018 / E 714.108,192), P68(N 7.521.841,608 / E 714.116,592), P69 (N 7.521.855,525 / E 714.124,441),P70 (N 7.521.869,821 / E 714.131,599), P71 (N 7.521.884,127 / E714.138,764), P72 (N 7.521.898,433 / E 714.145,930), P73 (N 7.521.912,739 /E 714.153,095), P74 (N 7.521.927,045 / E 714.160,260), P75 (N 7.521.941,351/ E 714.167,426), P76 (N 7.521.955,648 / E 714.174,587), P77 (N7.521.970,195 / E 714.181,229), P78 (N 7.521.984,749 / E 714.187,874), P79(N 7.521.999,030 / E 714.195,128), P80 (N 7.522.013,385 / E 714.202,187),P81 (N 7.522.027,744 / E 714.209,249), P82 (N 7.522.042,076 / E714.216,363), P83 (N 7.522.056,393 / E 714.223,468), P84 (N 7.522.071,220 /E 714.229,638), P85 (N 7.522.083,649 / E 714.240,011), P86 (N 7.522.084,932/ E 714.242,820), P87 (N 7.522.088,770 / E 714.255,273), P88 (N7.522.090,280 / E 714.260,805), P89 (N 7.522.090,434 / E 714.261,555), P90(N 7.522.093,491 / E 714.276,431), P91 (N 7.522.100,582 / E 714.290,703),P92 (N 7.522.102,713 / E 714.295,016), P93 (N 7.522.107,396 / E714.304,492), P94 (N 7.522.110,345 / E 714.310,458), P95 (N 7.522.114,404 /E 714.322,478), P96 (N 7.522.117,061 / E 714.331,584), P97 (N 7.522.118,330/ E 714.342,558), P98 (N 7.522.119,221 / E 714.348,403), P99 (N7.522.122,565 / E 714.351,432), P100 (N 7.522.125,644 / E 714.353,612),P101 (N 7.522.130,018 / E 714.354,995), P102 (N 7.522.133,450 / E

122

Page 123: PLANO DE MANEJO RPPN SUSPIRO - icmbio.gov.brfazer acontecer. Então, o plano de manejo, construído a partir desse tipo de relação, torna-se mais exequível, pois traz consigo a

Plano de Manejo RPPN Fazenda Suspiro, Teresópolis, Rio de Janeiro

714.355,096), P103 (N 7.522.137,719 / E 714.354,581), P104 (N7.522.143,653 / E 714.352,256), P105 (N 7.522.146,981 / E 714.349,423)},Segue do ponto P106 (N 7.522.148,610 / E 714.347,823) em direção ao pontoinicial confrontando com o lote 90 da Quadra 13 com distância de 130,00 m eazimute de 27°47'20".

A propriedade acima descrita abrange uma área de 75.497,00 m² ou ainda 7,55hectares.

Descrição do Perímetro da RPPN da Quadra 14 lotes

Remembrados de 1 a 70

A RPPN da Quadra 12 remembramento dos lotes 1 a 70 é descrita da mesmaforma que se escreve o perímetro de sua área total.

12. Responsável Técnico

Washington Luiz R. de Aguiar

CREA-RJ: 2001101408

123