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PLANO DE MANEJO Elaboração: Apoio: PREFEITURA DE CAJAMAR DIRETORIA DE MEIO AMBIENTE

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PLANO DE MANEJO

Elaboração: Apoio:

Prefeitura de Cajamar diretoria de meio ambiente

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CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS

1 - INSTITUTO DE PROJETOS E PESQUISAS SÓCIO AMBIENTAIS – IPESA

Coordenação GeralPaola rodrigues Samora - iPeSaCoordenação Executivaalexandre rodrigues dias – Programa unidades de Conservação iPeSa

RESPONSávEIS TéCNICOS TEMáTICOSCartografia e Geoprocessamentoaugusto jackie do nascimento Lopes VieiraMeio AntrópicoCristina Soutelo noseda marília araujo roggeroMeio Físicoalexandre rodrigues diasMeio Biótico – Faunajuarez de Castro CabralMeio Biótico – Floraeuro S. Lopes filhorafael e. umus Editoração

Camila duarte e daniela moreira – dupla ideia design

2 – MATA NATIvA

Mobilização Socialmariluce Varalda Cláudio dall’Ólio Revisão Jurídicaatílio Viviani neto

3 – NATURA COSMéTICOS S.A.

Financiamento e apoio Acompanhamento

Luara maranhão – analista de relacionamento com Comunidades de entornoisabel ferreira – Coordenação de Projetos Sociaisjanice Casara - Gerentes de Sustentabilidade.renata Puchala - Gerentes de Sustentabilidade.

4 – PREFEITURA MUNICIPAL DE CAJAMAR

Prefeito Municipaldaniel ferreira da fonsecavice-prefeitafátima LimaDiretor Municipal de Governo e Gestãomessias Cândido da SilvaDiretor Municipal de Meio Ambientejosé renato ferreira

Chefe do Departamento de Educação Ambiental / Presidente do Conselho Consultivo do Parque Natural Municipal de CajamarPaula espindola mielke domingues

MEMBROS DO CONSELhO CONSULTIvO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMARDiretoria de Educaçãojosé Carlos teles dos Santos

Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbanorogério mendes de Souza SplendoreDiretoria de SaúdeValdemir do Carmo batistaFundação Florestalmarcos Hiroshi okawaClaudia avanziMoradora do entornoevelyn assisAssociação dos proprietários de lotes do Capital villeSilvio franzimIBEMAmárcio roberto biscaiaeraldo martins ACEViviane dall’olio ramiresedgar Crepaldi de brito

EQUIPE DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMAR

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PARTICIPANTES DAS OFICINAS

adriana Celestino Souzaagatha dos Santos Siqueiraaldeon da Silva Souzaalexandre rodrigues diasaline oliveira ribeiroana maria Gonçalezanderson batista ferreiraandré Siqueira Souzaantonio jeffersonaran de oliveiraariane m de Souzaatílio Viviani netobianca alves de Góesbianca GóesCarlos a.S. SouzaCarlos GomesCélia Silva de PauloCelso P. da Silva netoClaudio dall’oliodaniela dall’olio ramiresdenise Cristina dos Santos escadadirce Polidomenico tremarolie. assisflavia LopesGabriel de Queiroz magalhãesGian Paulo martins da SilvaGilmar GanoseGustavo S. SantanaGustavo Santos SantanaHelen Carine nascimentoHeliany mariano e. borgesicaro fernando Pupoisabel m. ferreira

jamil d.t.d.jose Carlos teles julia adriani dos Santosjulia andriani dos Santosjuliana aguiar Souza Silvajulieta m. de oliveiraKarina ferreira misatugoLeticia moraes SallesLuara maranhãoLucimari martins manuelmarcio oliveiramarcio r. marcos H. okawamarília roggieromariluce Varaldamarley beline m.Paola rodrigues SamoraPatricia P. da r. VerditePatricia VerdillePaula espíndola mielke dominguesPaulo Henrique GoulartPrisicla rodrigues diovanettirafael Z. dinizricardo Pereira de Souzarodrigo f. Shimizurogério mendes de Souza Splendorerosana ferrariSilvio P.Suzana trolditaynã CavalcanteValdemir do Carmo batistaValéria r. Salla oliveiraViviane aparecida SiqueiraViviane dall’olio ramires

PREFÁCIOS

A diretoria municipal de meio am-biente, neste seu curto tempo de

existência (oito anos) alcançou diversos marcos legais e físicos, tendo como foco a busca por uma cidade sustentável. Seja através das atividades no Parque natural municipal, na área de gestão ambiental e licenciamento, nos projetos relacionados às áreas verdes e aos recursos hídricos, nos programas e projetos da educação ambiental, como o Programa de jovens, ou outros projetos que possam surgir, es-peramos contribuir com a consolidação de uma cidade sustentável, em parceria com instituições, empresas, escolas e a população.

Sentimo-nos honrados da parceria com um grupo composto pela iniciativa privada (natura) e a sociedade civil organizada (oSCiP mata nativa e instituto de Proje-tos e Pesquisas Socioambientais – iPeSa) na elaboração do Plano de manejo do Parque natural municipal de Cajamar. Parabenizamos a participação de todos que contribuíram nesse trabalho.

Quero cumprimentar a Sra. Paula mie-

lke, Presidente do Conselho do Parque natural municipal de Cajamar e chefe do departamento de educação ambiental da diretoria de meio ambiente, e os mem-bros do Conselho do Parque, josé Carlos dos Santos, rogério Splendore, Valdemir batista, marcos okawa, Claudia avanzi, evelyn assis, Silvio franzim, márcio bis-caia, Lauro joão, Viviane ramires e edgar brito. e todos aqueles que contribuíram di-reta ou indiretamente na elaboração desse importante instrumento de gestão, como o Conselho de defesa do meio ambiente – Comdema.

não poderia deixar de fazer um agrade-cimento especial ao Prefeito de Cajamar, daniel fonseca, e ao ex-prefeito e atual diretor municipal de Gestão e Governo da Prefeitura, messias Cândido da Silva, pelo apoio fundamental para a criação do Parque natural municipal de Cajamar e o Conselho do Parque.

josé renato ferreiradiretoria municipal de meio ambiente

Prefeitura de Cajamar

DIRETORIA DE MEIO AMBIENTE DE CAJAMAR

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Um grupo de moradores do bairro rural de Ponunduva, preocupados

com o avanço de algumas “lógicas ur-banas” desinteressadas em harmonizar desenvolvimento da cidade com a con-servação de seus patrimônios ambientais, resolveram se organizar com o intuito de questionar essas idéias. nascia assim em 2001 a ong mata nativa, motivados principalmente em participar da constru-ção das políticas socioambientais no mu-nicípio e proteger seu patrimônio natural.

o bairro de Ponunduva detém a maior parte das nascentes de água e os maiores remanescentes de mata atlântica, com paisagem de morros cobertos por densa vegetação, inspiração para a primeira ban-deira de luta da mata nativa: a regulamen-tação da aPa Cajamar em 2002.

Como suas vizinhas aPas (jundiaí e Cabreuva) já estavam regulamentadas, uma das primeiras ações da ong mata nativa, foi organizar grupos de discussões sobre a aPa Cajamar, mobilizando lide-ranças e setores públicos e privados. a proposta era elaborar a regulamentação e Plano de manejo, e a proposta da mata era criar essa política para a conservação do patrimônio ambiental da cidade, de forma participativa. muitos foram os mo-vimentos que nasceram desta proposta como: agenda 21, transformando a reali-dade, Semanas do meio ambiente, elabo-ração participativa do Plano diretor que corroboraram para a criação do Parque natural municipal de Cajamar.

a criação do Parque natural inspira a equipe da mata nativa que elabora uma proposta para contribuir com as diretrizes das políticas sócioambientais previstas no

Plano diretor, nascendo o que chamamos de programa ekobé que propõe a gestão participativa do Parque, trabalhando na constituição de seu Conselho Gestor e na sequência a elaboração do Plano de manejo, para cumprir o estabelecido no SnuC, tendo sempre como eixo a parti-cipação popular.

nesses 15 anos de atuação da entidade, o amadurecimento e a reinvenção foram companheiros, difíceis por vezes. Porem a crença no fortalecimento da participa-ção política da sociedade nos processos decisórios e o desenvolvimento da cultura cidadã, acreditamos ser uma condição co-adjuvante importante para contribuir nas correções das distorções estatais e para a cobrança por maiores limites e responsa-bilizações dos setores produtivos em rela-ção aos impactos socioambientais .

destaca-se aqui em uma visão mais ampla, o papel importante que tiveram e têm os membros sociais dos colegiados no brasil, sobretudo os representantes das onGs ambientalistas, dos povos in-dígenas, comunidades tradicionais e dos representantes acadêmicos. esses mem-bros participam ativamente na defesa dos biomas brasileiros ameaçados, no ques-tionamento das políticas de governos em áreas importantes do ponto de vista da biodiversidade, na preocupação em en-volver as comunidades nos projetos e no questionamento de projetos de lei que be-neficiam interesse de poucos (por exem-plo, a reforma do código florestal).

os movimentos socioambientais en-fatizam a importância dos debates para o aumento da intensidade democrática e da responsabilidade de todos os atores

(governos, iniciativa privada e movimentos sociais), defendem que é por meio da par-ticipação social no maior número possível de arenas que essa demanda pode ser atendida, e a mata nativa sempre esteve em sintonia com esse princípio. nessas arenas é que se realiza a convivência entre

diversas culturas e orientações, possibili-tando dessa forma novos olhares para se enfrentar a questão provavelmente mais aflitiva desse século: a socioambiental.

mariluce Varaldadiretora Presidente mata nativa

MATA NATIvA

Ao longo de sua história de relaciona-mento com o município de Cajamar,

iniciada em 1998, a natura tem buscado apoiar iniciativas e estabelecer parcerias que contribuam para a construção de uma sociedade democrática, solidária e partici-pativa.

nessa perspectiva, entendemos que o Plano de manejo do Parque natural mu-nicipal de Cajamar é fruto de uma série de iniciativas das quais tivemos a oportu-nidade de participar como a agenda 21, a construção participativa do Plano diretor e a implementação da gestão participativa do Parque natural municipal. todos esses processos foram bastante complexos e permitiram que aprendêssemos de uma forma muito viva a respeito da realidade de Cajamar.

a natura sente-se muito honrada em contribuir para a realização deste Plano, pois acredita que iniciativas como esta é

que podem fazer a diferença na valoriza-ção e conservação do patrimônio ambien-tal do município. desta forma, o Parque natural municipal de Cajamar desem-penha um papel inspirador e provocador de práticas responsáveis tão urgentes na aPa Cajamar.

Parabenizamos a diretoria municipal de meio ambiente, o Conselho Consulti-vo do Parque natural municipal de Caja-mar, a mata nativa, o instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais (iPeSa) e a todos os participantes deste processo, es-perando revê-los em outras iniciativas que contribuam para o desenvolvimento de uma consciência ética sobre todas as for-mas de vida com as quais compartilhamos este planeta.

Luara maranhãoanalista de relacionamento com

Comunidades de entorno

NATURA

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O Parque natural municipal de Caja-mar é a primeira unidade de conser-

vação municipal tendo o importante papel de incentivar a proteção e a valorização da mata atlântica tão rica e presente no município.

nesse sentido, para o instituto de Proje-tos e Pesquisas Sócio ambientais condu-zir a elaboração do Plano de manejo do Parque natural municipal de Cajamar foi uma experiência muito gratificante. Prin-cipalmente, por acompanhar e auxiliar ao longo de um ano a evolução do processo participativo e da tomada de decisões para a consolidação deste importante espaço público municipal e por poder incentivar o reconhecimento e a valorização desta uni-dade de conservação junto aos munícipes.

nesta construção pudemos aprender com muitos atores locais de Cajamar e a eles somos muito gratos!!!

em especial, à mariluce Varalda e Clau-dio dall’olio da oSCiP mata nativa, pelo empenho em tornar o sonho do Parque em realidade e auxiliar na mobilização dos munícipes de Cajamar para fortalecer a gestão participativa desta unidade de con-servação; à Prefeitura municipal de Caja-mar, representada pelo dr. josé renato

diretor de meio ambiente e a Paula mie-lke e rogério Splendore, pelo apoio cons-tante em fornecer materiais e pela leitura criteriosa do trabalho. agradecer à natu-ra Cosméticos por financiar a elaboração deste documento e incentivar o fortaleci-mento das instituições, aqui representadas por Luara maranhão e isabel ferreira.

agradecer aos representantes do Comdema, que sempre estiveram dis-postos a participar e contribuir para a con-cretização deste Plano de manejo e ao Conselho Consultivo do Parque, que além de participar ativamente da elaboração do Plano possui agora a importante missão de colocar em prática a efetivação deste documento.

e por fim, agradecer à equipe do iPeSa que foi fundamental para a concretização do Plano, em especial a alexandre rodri-gues dias, augusto Vieira, Camila duarte, Cristina noseda, marília roggero e jua-rez Cabral.

Paola rodrigues SamoraCoordenadora do Plano de manejo do

PnmCiPeSa - instituto de Projetos e

Pesquisas Socioambientais

AgRADECIMENTOS - IPESA

SUMÁRIO

1. O PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMAR 131.1. o PnmC e a Sua interfaCe Com a Serra do jaPi 16

2. METODOLOGIA 173. LEGISLAçãO INCIDENTE 234. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL 26

4.1. meio antrÓPiCo 27aspectos socioeconômicos do município de Cajamar 27uso e ocupação do solo 27

4.2. meio fÍSiCo 28Geomorfologia 28Geologia 31Pedologia 32aspectos Climáticos 33recursos Hídricos 34

4.3. meio biÓtiCo 35fauna 35Vegetação 41

4.4. PreSSÕeS antrÓPiCaS 475. PLANEJAMENTO 49

5.1. Zoneamento 51normas gerais do Parque natural municipal de Cajamar 53Zona de uso extensivo (Zue) 54Zona de uso intensivo (Zui) 56Zona de recuperação (Zr) 58Zona de uso especial (Ze) 60Zona de uso Conflitante (ZuC) 62Zona de amortecimento 63

5.2. ProGramaS de GeStÃo 70Programa de Gestão organizacional 72Programa de Proteção 72Programa de Pesquisa e manejo do Patrimônio natural e Cultural 72Programa de educação ambiental 73Programa de Comunicação 73

CONSIDERAçÕES FINAIS 74BIBLIOGRAFIA 76

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INTRODUÇÃO

O Parque natural municipal de Ca-jamar - PnmC é uma unidade de

Conservação - uC de Proteção inte-gral, conforme estabelecido no Sistema nacional de unidades de Conservação – SnuC, Lei nº 9.985/00. a criação desta uC teve como objetivo principal a proteção e conservação dos ecossistemas naturais, tendo em vista o desenvolvimento de atividades voltadas à pesquisa e à edu-cação ambiental, bem como o ecoturismo, visitação orientada, de modo a proporcio-nar contato com a natureza para a popula-ção do entorno.

a criação do PnmC se deu em um contexto de resposta à reivindicação da sociedade civil, que através de debates para a elaboração da agenda 21, do pro-jeto transformando a realidade, das dis-cussões realizadas nas Semanas do meio ambiente, nas reuniões da aPa Cajamar e na construção das diretrizes do Plano diretor solicitava à Prefeitura que o muni-cípio de Cajamar protegesse os recursos naturais da região.

Sendo assim, o Parque natural municipal de Cajamar foi concebido como uma uni-dade de Conservação de Proteção integral pelo – decreto municipal 3.792 de 31-12-2007. em 23 de agosto de 2012 é assi-nado o decreto municipal 4.682 que cria o Conselho Consultivo do Parque natural municipal de Cajamar, e em 03 de abril de 2013 é realizada a posse dos Conselheiros.

Para garantir a gestão participativa do Par-que, a organização da Sociedade Civil de interesse Público – oSCiP mata nativa e a Prefeitura assinaram um termo de coopera-ção para a gestão do Parque.

originalmente, a área que hoje compre-ende o Parque, foi adquirida pelo municí-pio por meio de dação em pagamento fir-mada com a empresa nova bandeirantes Ltda. Com uma área de 5,5 ha o PnmC localiza-se à noroeste do município de Ca-jamar, no distrito de Ponunduva, no bairro de Serra dos Lagos.

o PnmC está inserido nas Áreas de Proteção ambiental de Cabreúva, Caja-mar e jundiaí – aPas CCj, (Lei estadual nº. 4.023/84 e Lei estadual nº. 12.289/06; Lei estadual nº. 4.055/84; Lei estadual nº. 4.095/84 e Lei estadual nº. 12.290/06) que abrigam o maciço montanhoso de-nominado Serra do japi, o qual apresenta expressivo remanescente de mata atlântica no interior do estado e possui diversificado número de espécies de fauna e flora, sen-do muitas delas endêmicas. além da Serra do japi, existem outras serras importantes como, Guaxinduva e jaguacoara, mas que não serão alvos da descrição regional, devi-do à escala de trabalho.

Considerando a Lei federal 9.985/ 2000 que cria o Sistema nacional de unidades de Conservação – SnuC, toda uC deve dispor de Plano de mane-jo até 5 anos após a sua criação. este é um

documento técnico por meio do qual se estabelece seu zoneamento e normas que devem fornecer diretrizes para o futuro uso da área, o manejo dos recursos, bem como a implantação de estruturas necessárias para a gestão da unidade de conservação, além de prever para unidades de proteção integral o estabelecimento de uma Zona de amortecimento no entorno da uC.

este documento é o primeiro Plano de manejo do PnmC, elaborado pelo ins-tituto de Projetos e Pesquisas Socioam-bientais - iPeSa, em parceria com a mata nativa, o Conselho Consultivo do Parque, a Prefeitura municipal de Cajamar e com a empresa natura Cosméticos S. a. nesta impressão encontra-se a versão resumida do PnmC, com o objetivo de possibilitar a impressão e distribuição para o maior número de pessoas envolvidas. a versão na íntegra do plano encontra-se disponível para download no endereço eletrônica da Prefeitura municipal de Cajamar (www.cajamar.sp.gov.br), página da diretoria de meio ambiente.

apoiado no roteiro metodológico de Planejamento: Parque nacional, estação ecológica e reserva biológica (ibama,

2002) e de acordo com os objetivos de criação da presente unidade de Conser-vação, o plano consiste no seu primeiro capítulo de uma apresentação da área do PnmC frente ao contexto das unidades de conservação, o histórico de sua criação e a sua localização.

no capítulo 2 é apresentada de forma sucinte a metodologia de trabalho utiliza-da. já no capítulo 3 foram levantadas a leis que incidem no território do PnmC e de seu entorno de influência, destancando-se as de maior relevância neste cenário.

o capítulo 4 apresenta partes do diag-nóstico socioambiental produzido, com as principais características físicas e biológi-cas, olhando exclusivamente para o terri-tório do PnmC de modo a apontar e ca-racterizar a dinâmica da área do Parque.

o planejamento específico para a área do Parque e de seu entorno delimitado na Zona de amortecimento, está exposto no capítulo 5, dividido em seus subitens: zoneamento e programas de gestão. em seguida, são apresentadas as considera-ções finais.

a seguir encontra-se a ficha técnica da unidade de conservação:

Tabela 1 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação.

NOME DA UC PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMAR

Endereço da Sedeestrada francisco missé, distrito de jordanésia, bairro Serra dos Lagos – matrícula n¬º 6.171 do 2º cartório de registro de imóveis de jundiaí

Órgão Gestor Conselho Consultivo

Endereço do órgão rua rubens barbosa, 151 – jordanésia – Cajamar

Telefone 4407-1035

Site www.cajamar.sp.gov.br

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Número do decreto e data de criação

Lei nº 3.792 de 31/12/2007

Município Cajamar

Estado que abrange SP

Coordenadas UTM 305.857e 7.421.250n

área da UC 55.056,87 m²

Perímetro da UC 1398,66 m

área da ZA 1.291,6 ha

Perímetro da ZA 21.570 m

Marcos geodésicos referenciais dos limites

305722,43/7421257,49305806,84/7421280,11305783,11/7421308,84305912,48/7421344,91305933,93/7421162,88305864,59/7421099,62305820,13/7420963,12305654,31/7421198,67

Altitude 750 a 780 m

BIOMAS E ECOSSISTEMAS

vegetaçãomata atlântica, floresta ombrófila densa com presença de exóticas Pinus sp e eucalyptus grandis.

Fauna

70 espécies observadas em campo, 67 de aves e 3 espécies de mamíferos, segundo registros da literatura para espécies de fauna regional, potencialmente ocorrentes no PnmC são: 262 espécies animais, sendo 188 aves, 32 mamíferos, 19 répteis e 23 anfíbios.

ATIvIDADES PRESENTES

Educação Ambiental não há

Fiscalização não há

visitação não há

Pesquisa não há

Conflitos existentes

Presença da estrada joão félix domingues e estrada municipal francisco missé, passagem de servidão de Linha de transmissão - Lt Cabreúva – franco da rocha – mairiporã – CteeP.

Infraestrutura não há

veículos não há

Atividades Desenvolvidas não há

Participação em Fóruns e Grupos de Trabalho Locais e Regionais

Conselho Gestor da aPa CCj

Relações Institucionais mais importantes

Prefeitura municipal de Cajamardiretoria de meio ambiente de Cajamardiretoria de PlanejamentoConselho Consultivo PnmCComdemanatura Cosméticos S.a.oSCiP mata nativaConselho Gestor da aPa CCjConselho Gestor da Serra do japi

Potencialidades

desenvolvimento de atividades de educação ambiental, pesquisa, visitação monitorada, instalação de viveiro de espécies nativas para reflorestamento regional, instalação de estações ambientais voltadas à instrução, contemplação, sensibilização e proteção dos recursos naturais.

O PmnC é localizado no estado de São Paulo, município de Cajamar

que faz parte da região metropolitana de São Paulo.

o estado de São Paulo é dividido da seguinte maneira: 42 regiões de governo, 14 regiões administrativas e três regiões metropolitanas e 645 municípios.

São Paulo é o estado mais populoso do brasil e, é considerado também, em termos de economia, o motor do país. a região metropolitana do estado mais populosa é a que leva o mesmo nome do estado: São Paulo. a rmSP concentra 47,6% (Seade, 2012) da população

e participa com 56% no Pib do estado.devido a rmSP apresentar grande

densidade demográfica e taxa 98,8% de grau de urbanização, torna-se cada vez mais importante a proteção de áreas flo-restais no entorno dessa região, de modo a garantir a qualidade de vida de sua po-pulação. nesse sentido, o estado de São Paulo possui atualmente 17% de sua área protegidos por unidades de conservação. São 335 unidades de conservação entre as federais, estaduais e municipais distri-buídas em aproximadamente 4.300 ha (Plano de manejo da reserva biológica municipal da Serra do japi, 2008).

1. O PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMAR

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Imagem 1 - O PNMC é o ponto em vermelho dentro do círculo amarelo. Notar a localização dele entre a RMSP e a Região Metropolitana de Campinas. As setas indicam a proximidade com outras Unidades de Conservação na região (Reserva Biológica da Serra do Japi, Parque Estadual do Jaraguá, Parque Anhanguera, Parque Estadual da Cantareira, Reserva Florestal do Morro Grande, Parque Estadual da Serra do Mar).

o PnmC está localizado no encontro da estrada francisco missé com a estrada municipal joão félix domingues. ele é composto por duas áreas: Gleba 1 (tam-bém denominada no estudo de mata1) com área total de 29.540,45m2 e Gleba 2 (mata 2) com área total de 22.549,41m2, somada às glebas também é considerada

como área do PnmC, o trecho da estrada municipal joão félix domingues com área de 3.213,79 m2, que separa as duas Gle-bas, totalizando 55.303,65m2 de área do PnmC. entre as áreas do Parque na sua porção noroeste da Gleba 2, encontra-se uma propriedade particular.

Imagem 2 – Em vermelho, área do PNMC delimitada. Separando as duas Glebas, Estrada Municipal João Félix Domingues, encontrando com estrada Francisco Missé, o ponto branco localiza a propriedade particular de álvaro Mahfuz.

na Gleba 1 do Parque natural municipal de Cajamar existe uma faixa de servidão, decorrente da Linha de transmissão Lt – Cabreúva - franco da rocha – mairiporã, que corta parte de sua área. desde 1995, com a reestruturação decorrente do pro-grama de privatização a empresa respon-sável pela manutenção da faixa de servi-dão desta Lt é a CteeP – Companhia de transmissão de energia elétrica Paulista.

o Parque possui um curso d’água na Gleba 1 e entre o curso d’água e a estrada joão félix domingues encontra-se a me-nor altitude do Parque 750m e na Gleba 2

o ponto mais alto, atingindo os 785m. Seu relevo é constituído por uma várzea e um morro alongado. Sua vegetação original é de ombrófila densa, hoje em algumas áreas em regeneração com espécies exó-ticas entremeadas.

o Parque não possui nenhuma estru-tura e não está aberto para visitação, po-rém a área já foi usada para atividades do Programa jovem – Pj coordenados pela diretoria de meio ambiente, e também, recebeu plantios em sua Gleba 1, oriundos de termos de ajustes de Conduta – taC provenientes de ações à particulares.

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1.1. O PNMC E A SUA INTERFACE COM A SERRA DO JAPI

a Serra do japi compõe na paisagem paulista uma importante feição geológica e geomorfológica que faz a interface entre o domínio do planalto atlântico, represen-tado pelas rochas cristalinas e metamór-ficas e as áreas interiores do estado, em que o embasamento sedimentar, ocupa a paisagem do oeste paulista.

essa diferenciação geológica também será representada na paisagem com a for-mação de relevos singulares, dominando os morros altos e alongados entremeados por serras no domínio do Planalto atlânti-co, e as colinas e superfícies aplainadas ao longo da depressão Periférica e Planalto ocidental Paulista.

esta situação de interface entre os dois domínios geológicos e geomorfológicos promove também uma diferenciação no domínio biótico, fazendo a transição das florestas úmidas perenifólias e semidecí-duas, localizadas na porção voltada para o Planalto atlântico, e as áreas já de do-mínio de um quase extinto cerrado e de florestas ciliares, na face do japi, voltada para as áreas interiores do estado.

outro aspecto importante é a sua dinâ-mica climática, com características meso-térmicas, umidade distribuída ao longo do ano, sem estação seca definida, com preci-pitação média anual em torno de 2.000mm e verão quente (média de 22ºC).

nota-se, portanto, que o japi é um im-portante ecótono na paisagem paulista, permitindo uma alta diversidade biológica e um intenso fluxo gênico, criando assim as condições para que as comunidades de espécies animais e vegetais mante-

nham os seus crescimentos populacionais.esta riqueza natural não se atém apenas

à questão biológica, ou da exuberância de suas formas de relevo, mas também se associa a uma importante riqueza hídrica proporcionada pelas precipitações locais, formando seus cursos d’água e conse-quentemente suas acumulações em re-servatórios subterrâneos, constituindo os sistemas de aquíferos.

Suas águas cristalinas formam, portanto, importantes cursos d’água que se orien-tarão para as grandes bacias hidrográfi-cas do tietê, sistema alto tietê já em sua passagem para o médio tietê, e o sistema Piracicaba, Cabreúva e jundiaí.

Parte destas águas que abastecem os cursos d’água são provenientes da circu-lação hídrica subterrânea, que percorre os sistemas de fraturamento das rochas cris-talinas e metamórficas do japi e zona de entorno. ou seja, parte da água infiltrada faz a recarga dos cursos d’água da região, mantendo-os com uma vazão que permite o abastecimento humano, industrial e agrí-cola para as populações desta parte do interior paulista.

outro montante desta água se acumula nas rochas, formando grandes reservató-rios subterrâneos denominados de aquífe-ros cristalinos, que constituem uma valiosa e importante reserva de água.

É fundamental então, entender a grande paisagem do japi e sua zona de entorno como uma importante caixa d’água, res-ponsável pela existência e manutenção dos corpos hídricos da região.

desta forma, é essencial pensar a prote-

ção da paisagem local do japi e de sua zona de entorno, por conta não apenas de seu potencial paisagístico, ecológico e biológi-co, mas também, devido a sua importância hídrica. É neste cenário que se enquadra

o Parque natural municipal de Cajamar e sua Zona de amortecimento, como mais um elemento que contribuirá para a manu-tenção desta rica biodiversidade.

O desenvolvimento do Plano de mane-jo exige uma equipe multidisciplinar

e para isso, o iPeSa buscou procedimen-tos condizentes com a demanda do tra-balho. a seguir encontram-se listados as etapas de trabalho e/ou procedimentos:• Montagem da equipe multidisciplinar: geógrafo para a especialidade de car-tografia e geoprocessamento, geógrafo para a especialidade de geomorfologia e pedologia, geógrafo especialista em socioeconomia, biólogo especialista em fauna, biólogo especialista em flora, gestor ambiental, historiador e designer gráfico.• Levantamento e compilação de dados e estudos da região: bibliotecas públicas, fundação florestal, instituto nacional de Pesquisas espaciais - inPe, instituto bra-

sileiro do meio ambiente e dos recursos naturais renováveis - ibama, depar-tamento nacional de Produção mineral -dnPm, Prefeituras de Cajamar e , jun-diaí, Companhia ambiental do estado de São Paulo - CeteSb, empresa metropo-litana de Planejamento S.a. – emPLaSa, instituto Geográfico e Cartográfico – iGC, entre outras.• Levantamentos de campo para fauna, flora, geomorfologia, pedologia e sócio economia;• Relatório fotográfico com fotos georrefe-renciadas (levantamento com GPS).• Visitas técnicas e entrevistas;• Realização de oficinas participativas com a presença da comunidade, terceiro setor, órgãos públicos e iniciativa privada.

2. METODOLOgIA

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Tabela 2 - Listagem das oficinas participativas de elaboração do Plano de Manejo do PNMC.

NúMERO OFICINA LOCAL E DATATOTAL DE PARTICI-PANTES

1apresentação das unidades de Conservação e do Plano de manejo

emeb – demétrio rodrigues Pontes dia 27/05/2013

11

2 Criação do logo do Parque Casa Vicentina dia 19/06/2013 17

3Visão da Comunidade sobre a uC

boiódromo10/09/2013

14

4Visita técnica ao Parque e Zoneamento

Parque e emeb – demétrio rodrigues Pontes21/09/2013

32

5Propostas e Projetos para o Parque

escola da Água09/10/2013

14

6Propostas e Projetos para o Parque - Comdema

escola da Água06/11/2013

22

7 Zona de amortecimentoescola da Água04/12/2013

34

Foto 1 - Exposição das sugestões de logos elaborados.

Foto 2 - Construção de opções de logo.

Foto 3 - Propostas de logos realizadas durante oficina.

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2120

Foto 6 - Início da atividade com explicação ao grupo sobre o ambiente e as regras para o dia.

Foto 7 - Trilha e explicação sobre a Mata Atlântica.

Foto 9 - Sala dividida em grupos.

Foto 12 - Apresentação dos grupos.

Fotos 10 e 11 - À esquerda, Grupos planejando zonas e projetos para o Parque ; à direita, apresentação dos grupos.

Imagem 3 - Opções de logos para votação.

Foto 8 - Momentos de reflexão sobre o dia e a paisagem no mirante próximo ao Parque.

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2322

Foto 13 - Oficina de projetos e programas gerenciais.

Foto 14 – Paula Mielke, presidente do Conselho Consultivo do Parque e Presidente do CONDEMA.

Foto 16 - Presidente do CONDEMA expondo.

Foto 15 - Sala cheia durante oficina sobre ZA.

Foto 17 - Marcos, gestor das APA CCJ, da Fundação Florestal apresentando sobre o zoneamento da APA Cajamar.

Toda unidade de Conservação está su-jeita as leis no âmbito federal, estadual e

municipal quando existentes. Para entendi-mento dos dispositivos legais em um terri-tório, a lei mais restritiva prevalece sobre as demais. abaixo são detalhados os principais dispositivos legais que incidem sobre o ter-ritório do PnmC e seu entorno, os demais encontram-se em uma tabela.

Código Florestal – Lei 12.561 de 25 de maio de 2012

o código florestal revisado recentemen-te, Lei 12.651/2012, é o principal documento que rege sobre o uso de proteção da vege-tação nativa. essa lei estabelece normas ge-rais sobre a proteção de vegetação, áreas de preservação permanente e áreas de reserva legal. também estabelece normas para o uso sustentável de florestas e o suprimen-to de matérias primas proveniente delas, o controle dos produtos florestais, controle e prevenção de incêndios florestais e prevê instrumentos econômicos e financeiros para atingir esses objetivos.

Conforme descrito no artigo 41° § 6° da Lei 12651/2012 os proprietários localizados na zona de amortecimento de unidades de Conservação de Proteção integral, são ele-gíveis para receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no art. 36 da Lei nº 9985/2000 com a finalidade de recu-peração e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – LEI nº 9.985 de 18 de julho de 2000

essa lei institui o Sistema nacional de uni-dades de Conservação – SnuC. o SnuC prevê a criação de diversas categorias de áreas protegidas, no caso de uC’s, sendo elas divididas em dois grupos: as de uso Sus-tentável e as de Proteção integral. o objeti-vo fundamental das unidades de Proteção integral é a preservação dos recursos natu-rais, sendo admitido apenas o uso indireto dos destes recursos, com exceção dos casos previstos nesta lei.

no SnuC conforme disposto no seu Ca-pítulo i, art. 2°, inciso XVii, define o conceito de Plano de manejo – Pm, como: “docu-mento técnico mediante o qual, com funda-mento nos objetivos gerais de uma unidade de Conservação, se estabelece o seu zonea-mento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gesta da unidade”. Considera também em seu inciso XViii que: “Zona de amortecimento é o entorno de uma unida-de de conservação, onde as atividades hu-manas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.”, e no inciso XiX define os Corredores ecológicos como: “porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de Conser-vação, que possibilitem entre elas o fluxo de

3. LEgISLAÇÃO INCIDENTE

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genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua so-brevivência, áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.”

no art. 27° as unidades de Conserva-ção devem possuir um Plano de manejo que segundo o § 1° deve abranger a área da unidade de Conservação, sua Zona de amortecimento, os corredores ecológicos e promover medidas de integração com as comunidades vizinhas. Cabe ainda segundo o §3° a elaboração deste Plano de manejo em um prazo de até 5 anos após a data de sua criação.

Lei da Mata Atlântica – Lei n° 11.428/06

essa lei criada em 2006, dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa e do bioma mata atlântica. em seu art. 7° dispõe que: “a proteção e a utilização do bioma mata far-se-ão dentro de condições que assegure: i – a manutenção e a recupe-ração da biodiversidade, vegetação, fauna e regime hídrico do bioma mata atlântica para as presentes e futuras gerações; ii – o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da vegetação e à for-mação de uma consciência pública sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas; iii - o fomento de ativida-des públicas e privadas compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico; iV - o disciplinamento da ocupação rural e urba-na, de forma a harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico.”

áreas de Preservação Ambiental – Cabreúva, Cajamar e Jundiaí – APAs CCJ

as aPas Cabreúva, Cajamar e jundiaí

foram criadas em 1984 pelos decretos nº 4.023 (posteriormente ampliada pelo de-creto n°12.289), n°4.055 e n° 4.095(pos-teriormente ampliada pelo decreto n°12.290), respectivamente. elas abrangem tanto as áreas urbanas, quanto as rurais.

as aPas CCj possuem um único Conselho Gestor, o atual conselho foi re-novado em 2013 e sua gestão irá até 2015. estabelecidas pelo decreto n° 48.149 de 2003, entre as atribuições deste conselho estão as de ser participativo e de que promo-va a integração entre as aPas, bem como, a implementação de políticas e diretrizes na-cionais, estaduais e municipais de proteção ao meio ambiente.

as aPas Cabreúva e jundiaí já possuem Plano de manejo, que encontra-se em fase de revisão, já para a aPa Cajamar o primei-ro Plano de manejo ainda não foi finalizado e está em fase de retomada das atividades de elaboração.

as aPas CCj têm por objetivo:• A conservação de seu patrimônio am-

biental, representado pelos remanescentes de mata atlântica e pelo número significati-vo de espécies da biota da região;

• A proteção dos mananciais para abaste-cimento público, incluindo as cabeceiras dos cursos d’água;

• Proporcionar condições para pesquisa;• Desenvolver o turismo sustentável ex-

plorando o valor cênico da paisagem, etc. Decreto nº 3.792 de 31 de dezembro de 2007 que dispõe sobre a criação do PNMC

em seu artigo 1° coloca:“fica criado no município de Cajamar, o

Parque natural municipal, unidade de con-servação e proteção integral, com área total de 55.056,87 m2 (cinquenta e cinco mil, cinquenta e seis metros e oitenta e sete cen-tímetros quadrados), localizada na estrada

francisco missé, bairro do Ponunduva, par-te da área maior objeto da matrícula n° 6.171 do 2° Cartório de registros de imóveis de jundiaí, adquirida pela municipalidade atra-vés de dação em Pagamento firmada com a empresa nova bandeirantes Construtora Ltda.”

e em seu 2° artigo coloca os objetivos para o Parque:

“i – conservar, proteger, ampliar e recupe-rar a área verde do Parque;

ii – preservar, conservar e proteger os es-pécimes de remanescentes do ecossistema natural;

iii – valorizar a paisagem local;iV – assegurar condições de bem estar

público;V – desenvolver atividades sócio-ambien-

tal e técnico científico, visando aprofundar o

conhecimento e a conscientização em rela-ção ao meio ambiente;

Vi – estimular e promover o turismo e o lazer de forma compatível com os demais objetivos do Parque;

Vii – outras atividades compatíveis com seus objetivos.” Decreto nº 4.682 que dispõe sobre a criação do conselho consultivo do Parque Natural Municipal de Caja-mar

o Conselho possui poder deliberativo e consultivo e é como instância superior para o planejamento e gestão estratégica, visan-do garantir a gestão democrática colegiada e participativa e garantir o meio ecologica-mente equilibrado da presente unidade de conservação.

Tabela 3 - Principais dispositivos legais incidentes

FEDERAIS

Política nacional do meio ambiente – Lei 6.938/81

Código florestal – Lei 12.561 de 25 de maio de 2012

Lei de Crimes ambientais – Lei 9.605/98

Sistema nacional de unidades de Conservação – SnuC – Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000

Lei da mata atlântica – Lei n° 11.428/06

ESTADUAIS

decreto nº 4.023 de 1984 cria a aPa Cabreúva e o decreto n°12.289 de 2006 que amplia sua área.

decreto n°4.055 de 1984 que cria a aPa Cajamar.

decreto n° 4.095 de 1984 que cria a aPa jundiaí e o decreto n°12.290 de 2.006 que amplia sua área.

decreto n° 48.149 de 2003, que estabelece o Conselho Gestor conjunto das aPas CCj .

resolução de tombamento do CondePHaat – 08 de março de 1983

Lei n° 7.663/91 – Política estadual de recursos Hídricos

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MUNICIPAIS

decreto nº 3.792 de 31 de dezembro de 2007 que dispõe sobre a criação do PnmC.

decreto nº 4.682 que dispõe sobre a criação do conselho consultivo do Parque natural municipal de Cajamar.

Plano diretor do município de Cajamar - Lei Complementar nº 095/2007 com alterações da Lei Complementar nº 133/2011.

termo de compromisso de gestão compartilhada

Lei nº 6.672/1991 Cria a reserva biológica municipal da Serra do japi (município de jundiaí).

decreto n° 13.196/1992 - regulamenta a reserva biológica municipal da Serra do japi (município de jundiaí).

Lei Complementar n° 417/2004 - Cria o Sistema de Proteção das Áreas da Serra do japi (município de jundiaí).

E ste capítulo, em sua versão original, aborda sobre todas as questões socio-

ambientais que envolvem a elaboração de um diagnóstico, analisando tanto o territó-rio do PnmC, como a região onde ele está localizado, dividido em: Meio Antrópico, Meio Físico e Meio Biótico.

Porém, nesta versão resumida para im-pressão, foram descritas principalemente as características que compõem o meio físico e biótico. optou-se por esse des-taque por já existirem em outros materiais impressos e mais acessíveis as informa-ções analisadas no meio antrópico, como a formação do município de Cajamar e os temas importantes relacionados à histó-

ria do município e os principais aspectos socioeconômicos que podem influen-ciar na dinâmica do território do PnmC.

entende-se que com relação aos as-pectos ambientais o Parque possui muitas semelhanças com os atributos físicos e bio-lógicos da Serra do japi e região, no que diz respeito a flora, a fauna e suas caracte-rísticas físicas. desse modo, o diagnóstico ambiental usou como recorte regional de estudo a área de influência da Serra do japi. já para os levantamentos específicos do PnmC, foram realizadas amostragens em campo.

o meio físico apresenta os principais aspectos geomorfológicos, geológicos,

pedológico, hidrográficos e climáticos. no meio biótico estão expostos as principais

características sobre a vida silvestre e a vegetação do PnmC.

4. DIAgNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

Aspectos socioeconômicos do muni-cípio de Cajamar

o distrito de Água fria, pertencente à Santana de Parnaíba teve seu nome alte-rado para Cajamar em 1944, e foi eman-cipado em 1959. atualmente o município é composto por três distritos: Sede, jor-danésia e Polvilho, compondo um total de 40 bairros . a área total do município é de 131,33 Km2 e sua densidade demográfica é de 507,6 habitantes por Km2, bem abai-xo da região metropolitana de São Paulo que é 2.513, 34 habitantes por Km2. (vide mapa de densidade demográfica)

o município de Cajamar possui popu-lação de cerca de 64.000 habitantes, segundo o último censo demográfico do ibGe, 2010. este subitem do plano de manejo está dividido em: condições de vida, educação, economia, trabalho e ren-dimento, uso e ocupação do solo, coleta de lixo, ocorrência de incêndios, Conse-lhos municipais e associações e entidades representativas.

Uso e Ocupação do soloo Plano diretor municipal de Cajamar

encontra-se em processo de revisão e ainda possui mapas publicados em versão preliminar, como é o caso do mapa de uso e ocupação solo. esse mapa foi elaborado

com base nas informações do atlas de uso do solo da rmSP, elaborado pela em-PLaSa em 2003.

Por meio de visitas ao município e análi-se do mapa de uso e ocupação do solo do município de Cajamar é possível perceber que o município apresenta sua área urba-na fragmentada pelos distritos: jordanésia, Sede e Polvilho. essa fragmentação dificul-ta, por exemplo, a mobilidade no município e, portanto, a integração do seu território.

Chama a atenção no mapa de uso e ocupação do solo é o tamanho das áreas de reflorestamento (eucaliptos e pinus), que segundo dados do plano diretor essa cultura ocupa mais de 51% da área do mu-nicípio. outros números expressivos tra-tam da vegetação, mais de 33% de Caja-mar é coberta por capoieira, campo, mata e vegetação de várzea (somados), muito superior à área urbanizada, que perfaz 4,4% da área municipal. Com esse quadro podemos classificar Cajamar como um município verde.

o bairro do Ponunduva era o antigo bairro de localização do PnmC, porém com a Lei Complementar, o parque agora se localiza no bairro da Serra dos Lagos considerado como zona urbana, fazendo divisa com o bairro reserva de Ponunduva considerado como zona rural.

4.1. MEIO ANTRÓPICO

¹ no momento da escrita deste Plano, o Pd - Plano diretor do município está em fase de revisão, o que pode alterar o seu zoneamento.

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Mapa 1 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo na área da ZA.

as características do meio físico foram divididas em geomorfologia, geologia, pe-dologia, climatologia e recursos hídricos. as informações contidas no presente Pla-no de manejo foram levantadas por meio de pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo, quando necessários.

Geomorfologiao contexto geomorfológico em que

está inserido o Parque natural municipal de Cajamar enquadra-se no que foi defi-nido por almeida (1964) como Província Planalto atlântico. a área do PnmC está localizada na zona Serrania de São roque e que se caracteriza por ser uma região montanhosa intercalada por morros alon-gados e paralelos, com inclinação de suas

vertentes superiores 15%, sendo frequen-te na região do entorno da unidade de Conservação a inclinação das vertentes acima dos 30% favorecendo fortemente os fluxos superficiais de água.

as altitudes da região estão compreen-didas no intervalo de 1200 – 1250 metros na cimeira da Serra do japi e os assoalhos dos vales situam-se, em geral, em altitudes compreendidas entre 700 – 800 metros.

os aspectos morfogenéticos que con-dicionam a evolução do relevo local estão representados pelos níveis de soleira, gra-níticas e quartizíticas, que limitam o entalhe dos canais fluviais e aprofundamento da dissecação do relevo. a policonvexização geral do relevo está condicionada pela ação da água em litotipos de variada resis-

tência, sendo característico o sub nivela-mento dos cimos dos morros constituídos de rochas suscetíveis à maior fragilidade à erosão e também aos condicionantes estruturais como as linhas de falhas, fra-turas e xistosidade das rochas que levam ao condicionamento do encaixe da hidro-grafia na paisagem, que passa a se utilizar destas estruturas tectônicas para constituir a sua rede de drenagem.

na área do PnmC é possível identificar um vale em “v” ao qual se encontra encai-xado um curso d’água que no território do PnmC apresenta uma pequena planície alveolar, permitindo a formação de um ambiente brejoso com dimensões de 30 a 40 metros de largura por 60 metros de comprimento. o curso de água que corta o território do PnmC apresenta-se como uma bacia hidrográfica de 3ª ordem (Sthraler,1952) e com orientação pre-dominante de seu canal principal e seus afluentes na direção nW-Se.

no território do PnmC este canal en-contra-se já em seu baixo curso e adian-te uns 80 metros lança suas águas no ribeirão da Cachoeira, canal fluvial com orientação predominante de ene-WSW e limite com o município de jundiaí. esta característica vem corroborar com o fato das estruturas tectônicas condicionarem o encaixe da drenagem.

a leste deste vale e ainda no território do PnmC encontra-se um morro alonga-do na direção n-S, com características de espigão secundário e com forte inclinação de suas vertentes.

a vertente orientada para o oeste apre-senta elevada inclinação de sua superfície, atingindo valores de até 60° de inclinação em determinados segmentos da vertente (medidos em campo) favorecendo, por-

tanto, os movimentos superficiais de água e materiais. aliado à fragilidade do litotipo do PnmC e sua susceptibilidade à erosão, é um setor em que ações de refloresta-mento e proteção da cobertura pedológi-ca devem ser prioridade.

já a vertente orientada para leste apre-senta setores com inclinações diferencia-das, variando de moderada a forte (incli-nações medidas em campo de 15° a 30°, tornando-se mais inclinada em direção ao topo). as águas pluviais que correm ao longo desta vertente, diferentemente da vertente oposta, lançam suas águas em um vale seco, em que não há a constituição de canais fluviais. este vale apresenta-se com a forma de fundo chato e nele predomina a infiltração da água de chuva e a recar-ga do lençol freático, sem formar fluxos superficiais. Possivelmente este fundo de vale trata-se de material coluvional que recobriu sua antiga superfície, dando ca-racterísticas de vale enterrado.

ao longo de ambas as vertentes é pos-sível identificar que nos locais em que não há cobertura vegetal recobrindo a mesma, há processos erosivos desencadeados por conta da exposição dos solos e da própria rocha que na área foi identificada como filito e que também consta no mapa geo-lógico da emPLaSa na escala 1:25.000.

esta rocha, filito, caracteriza-se por ser de origem metasedimentar, friável, com orientações verticais e altamente suscetí-vel à erosão. dada estas características de fragilidade torna-se fundamental a prote-ção da superfície com cobertura vegetal, para limitar a ação dos processos erosivos, sejam eles o fluxo superficial de água, ou a exposição ao Sol que por contração e dila-tação pode romper a rocha exposta.

os levantamentos de campo permiti-

4.2. MEIO FÍSICO

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ram constatar que o embasamento local encontra-se recoberto por fragmentos de quartzito de tamanhos variados (de 2cm a 40cm) que ocupam uma posição de recobrimento e estão misturados aos processos pedogenéticos. este quartzito é encontrado, segundo bibliografia consul-tada, nos níveis de cimeiras mais elevadas da Serra do japi e, também, da morraria de altitudes mais elevadas ao sul da área do PnmC. trata-se, portanto, de material transportado e depositado, constituindo material coluvional dispostos ao longo dos morros de níveis de cimeiras mais baixas.

o morro apresenta seu topo convexo, sendo que ao longo do seu espigão é pos-sível observar maior pedogênese em seu terço inferior e nas áreas mais a montan-te e na área de topo o mesmo não ocor-

re, havendo maior exposição aos fatores erosivos de forma que o filito encontra-se exposto, predominando fragmentos do mesmo, em variados tamanhos, recobrin-do a superfície de cimeira do espigão.

neste sentido, é possível afirmar que a área do PnmC, na sua Gleba 2, está em constante transformação morfogê-nica, com materiais sendo transportados da área de topos de morros em direção à sua base. Sendo assim, a característica principal desta vertente é de fragilidade em relação aos processos erosivos, uma vez que os processos de movimento de massa prevalecem sobre os processos pedogenéticos, constituindo-se portanto, de um corpo coluvional recobrindo a ver-tente e sua cobertura pedológica pouco desenvolvida.

Foto 18 - Diferentes níveis de superfície decorrentes de movimentos de massa.

GeologiaConforme descrito no Plano de manejo

do japi, o embasamento cristalino desta parte do Planalto atlântico é uma zona de estrutura complexa, envolvendo uma geo-logia representada por rochas de idades variando desde o pré-Cambriano até o Cenozóico (granitos, migmatitos, gnaisses com intercalações de micaxistos e quart-zitos, xistos, quartzitos) (São Paulo, 1972).

esta área em que está o PnmC é per-tencente ao Grupo São roque, sendo que este é delimitado ao norte pela falha de itu e pela Zona de Cisalhamento jundiu-vira e ao sul pela Zona de Cisalhamento taxaquara; a oeste está encoberto pelas rochas sedimentares da bacia do Paraná e se estende a leste-nordeste pela cunha

formada no encontro da falha de mon-teiro Lobato com a de jundiuvira (neves, 2005 e almeida et al.,1981).

esta situação de lineamentos tectônicos e movimentação de blocos associados e ainda a lineação mineral e xistosidade pre-sente nas rochas condiciona a evolução do relevo, tornando-o suscetível à instala-ção de feições erosivas e determinando a orientação da drenagem.

a área da Serra do japi apresenta ex-tensa bibliografia relatando os litotipos encontrados em seu território e em zona do entorno, inclusive demonstrando os processos orogenéticos e epirogenéticos responsáveis pela evolução regional dos litotipos e suas formas de relevo. desta forma muitos dos estudos realizados para

Fotos 19 e 20 - Detalhe da rocha, filito, apresentando orientação subvertical e fragmentos soltos. Notar na posição superior o recobrimento do filito por blocos de quartzito que podem ser caracterizados como material coluvional, ou seja, material alótone recobrindo a superfície original.

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Pedologiade forma geral e para efeitos de identi-

ficação da cobertura pedológica presente no PnmC foram utilizadas a classifica-ção da embraPa (2006) e oLiVeira (2008). na região do PnmC é identifi-cada a dominância de Cambissolos, que se caracterizam por serem solos constituídos por material mineral, com horizonte b inci-piente. foi encontrado em campo, além de Cambissolos a presença de argissolo no perfil realizado na aPP fluvial da Gleba 1.

os Cambissolos são solos que não so-freram alterações física ou química muito avançadas com pequena diferença de ar-gilas ao longo do perfil. São solos não muito profundos e com teores elevados de mine-rais primários facilmente intemperizáveis, atividade da fração argila de média a alta e solum com discreta variação de textura. não apresenta acréscimo importante de argila no horizonte b. ocorrem em classes de relevo de plano a montanhoso.

têm sequência de horizontes a ou hís-tico, bi, C com ou sem r. É um solo que pode se originar de diferentes materiais de origem e formas de relevo, compor-tando classes de solos bem drenados e imperfeitamente drenados, de rasos a profundos, de cor bruno ou bruno ama-relado até vermelho escuro, e de alta a

baixa saturação por bases e atividade química da fração argila.

Pelas características da área do PnmC levantadas em campo, e conforme, des-crito nas referências bibliográficas pode--se supor que trata-se de um Cambisso-lo Háplico. o terceiro nível categórico corresponde às classes. de acordo com as características locais, embasamento e literatura há a possibilidade de ser alítico ou alumínico, mas é necessário proceder com operações laboratoriais para deter-minação deste nível categórico.

em ambos os casos a presença do alumínio no solo promove um impedi-mento químico para o desenvolvimen-to das plantas, principalmente em seu sistema radicular, portanto as ações de reflorestamento da área devem prever a neutralização do alumínio no solo, o que demandará ações de correção da acidez, com elevação do ph, definição de etapas de reflorestamento, utilização de técni-cas de recuperação de solo através de adubação verde e definição de espécies arbóreas específicas para cada etapa do plantio, utilizando-se das mais resistentes e heliófitas no início e conforme as con-dições edáficas forem se tornando mais apropriadas a introdução de espécies secundárias e climácicas.

Fotos 21 e 22 - Acima da faca encontram-se os horizontes O, A e Bi, que se ca-racterizam por serem bastante friáveis. No detalhe, a demonstração dos tipos de materiais ao longo do perfil.

Aspectos ClimáticosSegundo a classificação climática de

Köppen, baseada em dados mensais plu-viométricos e termométricos, o município de Cajamar é classificado como Cfa, clima subtropical úmido, onde a letra C é defini-da por clima mesotérmico, sendo as tem-peraturas médias do ar dos 3 meses mais frios, compreendidas entre -3°C e 18°C e com estações de verão e inverno bem de-finidas; a letra f mostra que há ocorrência de precipitação em todos os meses do ano e inexistência de estação seca definida, e a letra a indica que possui verão quente com temperaturas média do ar no mês mais quente superior a 22°C.

o regime pluviométrico tem predomi-nância de chuva nos meses de dezembro--janeiro, quando atingem sempre mais que

250 mm ao mês, e estiagem no inverno, quando os níveis são inferiores a 41 mm em jundiaí e a 72 mm em Cajamar. Sendo definido como um clima estacional. dados dos balanços hídricos climáticos mostram que ocorre uma mudança do tipo climáti-co, passando de superumido-mesotérmi-co para úmido-mesotérmico a medida que se vai no sentido norte-sul.

neste caso, isso ocorre devido ao gra-diente de chuvas existentes, já que a perda de água por evapotranspiração é bastante semelhante nos três casos, sendo provável que esta diferenciação local no total de precipitação, seja pela influência da Serra do japi que, ao barrar massas de ar úmidas vindas do atlântico, promove a precipita-ção orográfica.

em nenhum dos locais verifica-se de-

caracterização do japi podem ser extra-polados para descrever a evolução dos li-totipos e do modelado na região do entor-no do japi, na qual se enquadra o PnmC.

neste contexto de evolução tectôni-ca está inserido o PnmC, que possui em

seu território a presença predominante de filitos, havendo também intercalações de micaxistos, conforme observações de campo e o descrito nos mapas geológicos emPLaSa e iPt (2006).

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ficiência hídrica durante o ano, enquanto que os excedentes chegam a atingir mais de 1.000 mm em Cajamar, o que bene-ficia o acúmulo de água subterrânea e a formação de nascentes na região. Pode-se verificar que em Cajamar a quantidade de chuvas anuais atinge a média de aproxima-damente 2.000 mm ano.

nos dados históricos do período de 1971 a 2002, do posto pluviométrico e3-233 localizado em Cajamar no bairro do Ponunduva, os meses de menor incidência de chuvas são os de julho e agosto com médias de 70 mm sem, no entanto, existi-rem períodos de estiagem. durante os me-ses de novembro a março encontram-se os períodos mais chuvosos, destacando-se o mês de janeiro com médias mensais su-periores a 250/300mm.

Recursos hídricosno estado de São Paulo atualmente a

unidade físico territorial fundamental para o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos é a bacia hidrográfica. o município de Cajamar encontra-se inseri-do nas uGrHi – 5 PCj (Piraciba/Capiva-ri/jundiaí), e na uGrHi – 6 do alto tietê. o Parque natural municipal de Cajamar está localizado na uGrHi 6 alto tietê, na divisa com a uGrHi 5.

desta forma, a uC e sua Zona de amortecimento, caracterizam-se por ser um território extremamente importante para a proteção e conservação das águas por estar em uma zona limítrofe entre unidades de gerenciamento dos recursos hídricos.

a maior parte dos recursos hídricos na uGrHi – 6 encontra-se com a sua quali-

dade comprometida por lançamento de efluentes domésticos e industriais. esta unidade de gerenciamento concentra quase metade da população do estado de São Paulo, aproximadamente 20 milhões de habitantes.

a avaliação da qualidade ambiental das águas da uGrHi – 6 demonstrada em relatório da CeteSb 2004, pelos índi-ces da qualidade das águas brutas para o abastecimento público (iaP) e dos índices da qualidade das águas para a proteção da vida aquática e de comunidades aquáticas (iVa) demonstra uma necessária preocu-pação em reverter o quadro de contami-nação existente no alto tietê.

Sobre o iVa 17% dos pontos de mo-nitoramento demonstraram qualidade péssima, 45% qualidade ruim e 38% qualidade regular. Sobre o iaP 39% das águas apresentaram qualidade péssima, 11% ruim, 13% regular, 32% boa e 5% óti-ma. deve-se levar em consideração que o iaP é menos exigente, pois está água sofrerá tratamento para posterior distri-buição pela rede de abastecimento. já o iVa, considera a qualidade da água para a manutenção da diversidade da vida aquática, o que impõem a necessidade de um recurso hídrico de melhor qualidade físico químico.

já as águas que constituem a microbacia hidrográfica do PnmC e deságuam no ri-beirão da Cachoeira encontram-se livres de lançamento de efluentes de qualquer natureza, o que constitui uma importante bacia hidrográfica pela sua qualidade am-biental e por drenar um território relativa-mente extenso compondo o norte do mu-nicípio de Cajamar e o sul da Serra do japi.

Caracterização da hidrografia do PNMC

na área do PnmC, na Gleba 1, é pos-sível identificar um vale em “v” ao qual encontra-se encaixado um curso d’água e uma pequena planície alveolar, permitindo a formação de um ambiente brejoso com dimensões de 30 a 40 metros de largura por 60 metros de comprimento. o curso de água que corta o território do PnmC apresenta-se como uma bacia hidrográfica de 3ª ordem (Sthraler, 1952) e com orien-tação predominante de seu canal principal e seus afluentes na direção nW-Se.

no território do PnmC este canal en-contra-se já em seu baixo curso e adiante uns 80 metros lança suas águas no ri-beirão da Cachoeira, canal fluvial com orientação predominante de ene-WSW, possivelmente acompanhando uma linha de falha de origem tectônica. este ribei-rão caracteriza-se por ser uma hidrogra-fia com padrão de drenagem dendrítico,

ocorrência típica de terrenos cristalinos e metamórficos, com bacia de 5ª ordem (Sthraler, 1952). Seus afluentes possuem orientação nW-Se e ne-SW, acompa-nhando as linhas de fratura ortogonais à zona de cisalhamento (falhas).

as áreas de preservação permanente – aPP, do ribeirão da Cachoeira estão em sua maior parte florestadas o que impac-ta positivamente a qualidade das águas. deve-se esta situação aos seguintes fatos: o bairro reserva do Ponunduva, local onde a maior parte da drenagem está localiza-da, constituir-se principalmente de sítios e chácaras; parte do bairro Serra dos Lagos e parte do bairro empresarial do bosque possuírem como atividade de uso do solo a silvicultura. importante ressaltar que nos pe-ríodos de corte dos eucaliptos e dos pinus, ocorre grande exposição das vertentes aos processos atmosféricos contribuindo para a instalação de feições erosivas nas encostas e assoreamento dos cursos d’água.

Faunaa mata atlântica abriga uma das maio-

res biodiversidades do planeta, sendo con-siderada um hotspot devido ao alto grau de endemismos neste bioma (mitter-meier et al., 2004). em um dos estudos mais recentes sobre a perda de áreas de mata atlântica e o padrão de distribui-ção de seus remanescentes, ribeiro et al. (2009) demonstra uma situação grave, onde restam apenas 11,7% da vegetação original (15.719.337 ha) e 80% dos rema-nescentes são compostos por fragmentos menores que 50 ha. isto se deve às in-

tensas ações antrópicas que ocorreram e ainda ocorrem ao longo da história da ocupação humana na faixa territorial que constitui esse bioma. Segundo dados do ibGe, cerca de 70% da população brasi-leira concentra-se nos domínios da mata atlântica, fazendo deste o mais ameaçado dentre os biomas brasileiros.

a região onde se localiza o Parque na-tural municipal de Cajamar encontra-se numa transição entre floresta ombrófila densa e floresta estacional Semidecidu-al ou, conforme Silva & Casteleti (2003), localiza-se numa área de transição entre a

4.3. MEIO BIÓTICO

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sub-região da serra do mar e interior. Silva (1992) relata que a área da Serra do japi é considerada uma zona de contato entre as avifaunas da mata atlântica, da mata de altitude da serra da mantiqueira e das matas semidecíduas do Planalto ocidental Paulista.

o PnmC possui uma área de apro-ximadamente 5,5 ha, constituindo-se de dois fragmentos separados pela estrada Cajamar – Guapiara. o fragmento maior a oeste -sudoeste da estrada na Gleba 1 (de-nominado mata1 para o estudo) é entre-

cortado por um riacho, constituindo gran-de parte da gleba em aPP fluvial (foto 14 e 15). já o fragmento a leste – nordeste da estrada Gleba 2 (mata 2) possui área mais alta e mais seca. estes fragmentos estão conectados com outros fragmentos do en-torno, e devem servir como corredores ou “step stone” para muitas espécies da fauna silvestre da região. também é encontrado grande quantidade de Pinheiros e euca-liptos exóticos fazendo parte da estrutura florestal da área do Parque.

Fotos 23 e 24 - área de APP que atravessa a Gleba 1. À esquerda, a área está mais florestada; e à direita, a área está mais aberta.

Resultados e Discussãodurante os dias 09, 10, 12, 15 e 21 de

agosto de 2013 foram realizados um total de 24 horas e 20 minutos de registros de espécimes da fauna por busca ativa, onde foram registrados 70 espécies da fauna silvestre considerando a área do PnmC e entorno justo adjacente, sendo 67 aves e três espécies de mamíferos. não foi re-gistrada nenhuma espécie de réptil ou an-fíbio. no entanto, se considerarmos regis-

tros através da literatura para as espécies da fauna regional, como potencialmente ocorrentes no PnmC, temos um total de 262 espécies animais sendo 188 aves, 32 mamíferos, 19 répteis e 23 anfíbios.

a região onde se localiza o PnmC é uma transição entre as fisionomias de flo-resta ombrófila densa e floresta estacio-nal Semidecidual, o que caracteriza um grande ecótono, no qual a Serra do japi também faz parte. em regiões de ecótono

são comumente encontradas espécies ca-racterísticas das duas sub-regiões ou fisio-nomias, assim, espera-se maior riqueza de espécies com elevada intensidade de com-petição entre elas e uma rede intrincada e sensível de funções e processos ecológicos.

nesse sentido, as atividades de manejo do parque devem sempre investir esfor-ços no entendimento do funcionamento dessa rede, o que inclui começar por um monitoramento constante de forma a au-mentar a lista de espécies registradas na área do Parque.

Com base no esforço amostral por bus-ca ativa deste estudo, a mata 2 apresentou maior riqueza de aves registradas (39 es-pécies) quando comparada à mata1, (36 espécies). mas esta diferença pode não ser significativa, uma vez que, com maior esforço amostral, a riqueza das duas áreas ainda pode aumentar.

das espécies de aves registradas no local, uma espécie, o arapaçu-rajado (Xi-

phorhynchus fuscus), é considerada de alta sensibilidade à distúrbios ambientais, 21 espécies são de média sensibilidade e 43 de baixa sensibilidade. Proporção semelhante pode ser encontrada quando consideramos o conjunto de espécies da região, com 10 espécies de alta sensibili-dade, 94 espécies de média sensibilida-de e 137 espécies de baixa sensibilidade (Gráfico 3).

Considerando a abundância relativa das espécies com base em dados da lite-ratura, no local do empreendimento foram registradas 22 espécies consideradas como muito frequentes, 39 espécies co-muns, 4 espécies incomuns e nenhuma espécie rara. Proporção semelhante entre as abundâncias relativas do conjunto de espécies regionais também foi registrado, sendo 98 espécies muito frequentes, 114 espécies comuns, 31 espécies incomuns e uma espécie espécies rara, Pavó (Pyrode-rus scutatus) (Gráfico 4).

Gráfico 1 - À esquerda, gráfico demonstrando as proporções de espécies classi-ficadas segundo a sensibilidade a alterações do habitat. A classificação foi rea-lizada para espécies observadas em campo neste estudo e espécies registradas para a região levantadas pela literatura. À direita, gráfico demonstrando as proporções das espécies em nível local e regional segundo suas abundâncias relativas classificadas por Stotz et al. (1992).

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Fotos 25, 26, 27 e 28 - Algumas espécies de aves registradas in loco pelo presente estudo. A) pica-pau-anão-de-coleira (Picumnus temminckii); B) Fêmea de saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata); C) Barbudo-rajado (Malacoptila striata); D) Sanhaçu-de-fogo (Piranga flava).

A

D

B

E

Tabela 3 - Lista das cinco espécies mais abundantes para a Mata 1, Mata 2 e área total do Parque, segundo seu índice pontual de abundância (IPA).

Conforme podemos observar na ta-bela 4, o Pitiguari (Cyclarhis gujanensis), o pula-pula (basileuterus culicivorus) e o bico-chato-de-orelha-preta (tolmomyias sulphurescens) estão entre as cinco es-pécies mais abundantes, tanto na mata 1, como na mata 2.

o pitiguari (C. gujanensis) é uma es-pécie solitária e sua elevada abundância pode indicar baixa qualidade ambiental, uma vez que essa é uma espécie pouco exigente em relação aos recursos am-bientais, possuindo uma dieta onívora e habitando desde bordas de matas, onde normalmente é mais comum, até interior de matas mais preservadas, onde sua ocorrência se torna mais escassa.

já o pula-pula (b. culicivorus) é uma espécie naturalmente abundante e muito conspícua devido à sua alta atividade de forrageio, o que facilita seu registro. além disso, assim como o pitiguari, também é pouco exigente com relação à qualidade do hábitat, podendo ocorrer em florestas secundárias e florestas mais preservadas, porém nunca em campos abertos ou árvo-res isoladas na paisagem.

o bico-chato-de-orelha-preta (t. sul-phurescens) é uma espécie insetívora, também pouco sensível aos distúrbios ambientais, no entanto, exige uma estrutu-ra mínima florestal (sub-bosque e dossel). Vale destacar também, que o joão-porca (Lochmias nematura), presente entre as cinco espécies mais abundantes da mata 1, é uma ave de média sensibilidade estreita-mente ligada a riachos florestados; pode ser abundante ou não dependendo da região, mas somente sua presença indica se tratar de um riacho razoavelmente bem floresta-do, podendo ser usado também como um indicador para as Áreas de Preservação Permanente (aPPs) de cursos d’água.

outra espécie que vale destacar, que está entre as cinco mais abundantes da mata 2, é o inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus), espécie muito ligada a am-bientes florestais primários e secundários. Sempre que esta espécie foi registrada neste estudo, estava na direção leste e nordeste da mata 2, área que está conec-tada à uma mata mais densa e preservada no entorno justo adjacente, fora dos limi-tes do parque.

Fotos 29 e 30 - Ninhos encontrados in loco no presente estudo na Mata 2.

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Fotos 31 e 32 - Pomba-asa-branca (Patagioenas picazuro) e beija-flor (trochilideo) não identificado.

das 262 espécies de animais registradas como ocorrentes e potencialmente ocor-rentes, quatro espécies constam na lista brasileira da fauna ameaçadas de extinção, são elas: Sauá (Callicebus personatus), jaguatirica (Leopardus pardalis), onça--parda (Puma concolor) e veado-mateiro (mazama americana), todos na categoria “vulnerável”. Seis espécies são considera-das ameaçadas de extinção conforme lista da fauna ameaçada de extinção do estado de São Paulo, são elas: urubu-rei (Sarco-ramphus papa) na categoria “em perigo”, gavião-pega-macaco (Spizaetus tyran-nus), pavó (Pyroderus scutatus), araponga (Procnias nudicolis), jaguatirica (L. parda-lis) e onça-parda (P. concolor) na catego-ria “vulnerável”. o sauá (C. personatus) é

considerado como “quase ameaçado” no estado de São Paulo. entretanto, nenhuma espécie ameaçada de extinção foi regis-trada in loco por este estudo.

entre os mamíferos, vale destacar o registro de fezes de veado (mazama sp.) possivelmente pertencente a espécie m. guazoubira, entretanto, como não foi re-gistrado pegada, a identificação é incerta. de qualquer forma, é importante o regis-tro de um cervídeo estar utilizando a área do Parque. este registro se deu próximo ao portão da Gleba 2 (mata2), na parte mais baixa. É possível que este espécime esteja atravessando a estrada francisco missé, e utilizando o Parque como corre-dor para acessar a área mais conservada a leste da propriedade vizinha adjacente.

Fotos 33 e 34 – fezes de veado (Mazama cf. guazoubira) encontrada na Mata 2. À direita, buraco de tatu, registrado em diversos lugares da Mata 1 e Mata 2.

Imagem 4 - Localização do perímetro da área do PNMC (em vermelho) sobre simulação de relevo. Notar topografia da região e a Região Metropolitana de São Paulo ao fundo, e contexto ecológico da área.

vegetação

Foto 35 - A área de estudo e seu entorno. Seus limites compreendem as áreas mais baixas, a partir da monocultura de eucaliptos da extrema esquerda, incluindo a mata nativa em regeneração ao longo do curso d’água e vegetação nativa sub-bosque de eucaliptos e estágios iniciais de regeneração, nos setores mais baixos da extrema direita. Notar fios da linha de transmissão. Entorno composto de extensas plantações de eucalipto, com manchas de vegetação nativa terrestre e de várzea em estágios variados de regeneração.

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de acordo com o atlas de uso e ocu-pação do Solo do município de Cajamar, disponível www.emplasa.sp.gov.br/em-plasa/cartografia/atlas/pdf\s\do5(a)tlas/atlas\s\do5(C)ajamar.pdf, a região em que está inserido o PnmC foi classificada como de reflorestamento. no entorno da propriedade há glebas de terra com reflo-restamento de eucaliptus sp., como tam-bém no topo de morro da propriedade.

as adjacências da propriedade são compostas por um mosaico de planta-ções de eucalipto, pastagens, sítios e pe-quenos fragmentos florestais nativos em diversos estágios sucessionais. ao norte da propriedade, do outro lado da estra-da francisco missé, há um fragmento de aproximadamente 4 hectares de solo ex-posto, oriundo provavelmente do desbaste.

Fitofisionomias vegetais observadasfoi constatada a ocorrência de diferen-

tes fitofisionomias vegetacionais (a loca-lização destas respectivas fitofisionomias podem ser observadas no mapa 4 de fitofi-sionomias), a saber:

a) Vegetação nativa em estágio inicial de regeneração florestal, com espécimes arbóreos remanescentes de estágios mé-dios;

b) Vegetação nativa em estágio pioneiro

de regeneração, com presença de espé-cimes remanescentes de estágios iniciais, caracterizando uma fitofisionomia savâni-ca, de origem antrópica;

c) bosque de eucaliptos com sub-bos-que composto por estrato de gramíneas em estágio pioneiro;

d) bosque de eucaliptos com sub-bos-que composto por estrato arbustivo-arbó-reo em estágio inicial de regeneração;

e) Área de replantio com espécies ar-bóreas nativas.

Observou-se a ocorrência das seguintes espécies, entre outras:

aroeira-vermelha (Schinus terebintifolia) quaresmeira (tibouchina sp.) samambaias (Gleichenia spp, Pteridium sp). fumo-bravo (Solanum sp.), amoreira (morus nigra), grandiúva (trema micrantha), embaúbas (Cecropia) spp., jaboticaba (Plinia trunciflora);guapuruvu (Schizolobium parahyba), candeia (Piptocarpha rotundifolia), manacá-da-serra (tibouchina mutabilis), jerivá (Syagrus romanzzofiana) samambaiaçu-imperial (dicksonia selloviana).

Mapa 2 - Fitofisionomias vegetacionais e corredores ecológicos estabelecidos no PNMC.

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Espécies Ameaçadasde acordo com os resultados obtidos e

a legislação vigente as seguintes espécies ocorrentes encontram-se listadas como ameaçadas de extinção: paineira (Ceiba

speciosa), samambaiaçu-imperial (Dick-sonia selloviana). os exemplares das espé-cies supracitadas encontram-se dentro de áreas em estágio inicial de regeneração.

Foto 36 - vista do terreno a partir do portão de acesso no setor leste/nordeste. Notar vegetação em estágio inicial de regeneração, com espécimes remanescentes de estágios médios.

Foto 37 - Detalhe da vegetação na entrada do setor leste/nordeste. Notar espécime de Cabralea canjerana (Canjarana), em primeiro plano, na porção direita da imagem.

Foto 38 - vegetação nativa em estágio inicial de regeneração no setor leste/nordeste da propriedade. Notar pequena amplitude diamétrica e baixa riqueza de espécies, serrapilheira incipiente, e hábito epifítico restrito a musgos e liquens.

Foto 39 - Detalhe da mancha de fitofisionomia savânica antrópica. Notar estrato herbáceo graminoso contínuo e relativa diversidade e riqueza de espécies.

Imagem 5 - Perímetro da área (em vermelho). Notar a pequena mancha de fitofisionomia savânica de origem antrópica na Gleba2 leste/nordeste (Mata 2). A imagem é apresentada para fins ilustrativos apenas, dado que é datada de 2009. Importante ressaltar que esta área foi queimada no verão de 2014.

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Avaliação integrativa das condições ecológicas da área

a área é caracterizada por um mosaico composto por uma diversidade de fitofisio-nomias e ecossistemas que são resultado de um histórico de ocupação e uso antró-pico. aparentemente, os usos mais inten-sivos da propriedade foram interrompidos há cerca de uma década, permitindo a re-generação de vegetação natural.

o principal vetor de pressão atual são as vias de circulação (estradas), que repre-sentam risco de deposição de resíduos, liberação de animais domésticos e utiliza-ção de produtos madeireiros.

dada a composição específica ob-servada na área e das características do entorno conclui-se que os proces-sos sucessórios encontram-se pre-judicados pela ausência da chegada

de propágulos de espécies arbóreas de estágios secundários e climácicos.

as áreas onde se observa a regeneração mais antiga já sofrem estruturalmente com a morte das árvores pioneiras que se estabe-leceram, uma vez que a sucessão ecológica está prejudicada pela falta de biodiversida-de. nota-se um prejuízo estrutural, carac-terizado por descontinuidades de dossel, resultando na entrada de luz e perda de umidade que pode ocasionar o desenvol-vimento de cipós, liana e gramíneas, o que representa um risco para as funções ecoló-gicas da área. esta é uma das ameaças im-portantes à que a área está sujeita.

não obstante, a área ocupa papel im-portantíssimo na conectividade biológica entre os fragmentos florestais do entorno e na prestação de serviços ecossistêmi-cos relacionados aos recursos hídricos.

importante ressaltar que se faz necessária a ampliação da área do PnmC, incorpo-rando a propriedade particular que está na esquina da estrada francisco missé com a estrada joão félix domingues, e as áreas mais florestadas que atualmente são usa-das pelos animais silvestres, demonstradas no mapa com os eixos de conectividade.

Medidas de recuperação e conservação

dado o contexto exposto recomenda--se as seguintes medidas:

- enriquecimento das regenerações iniciais com espécies secundárias e cli-mácicas, através do plantio destas espé-cies utilizando técnicas adequadas. estas devem ser as espécies prioritárias em re-plantios, recomendando-se o uso de alta diversidade específica.

- sinalização ao logo das vias adjacen-tes e educação ambiental no entorno, em caso de isolamento da área utilização de cercas que permitam o fluxo de fauna.

- assegurar conectividade com as pro-priedades adjacentes. os principais pon-tos de fluxo de biodiversidade estão repre-sentados na figura abaixo.

Potenciais de uso público e conservação biológica regional

dada a diversidade de fitofisionomias e a presença de espécies arbóreas bastante

emblemáticas, a área apresenta alto po-tencial para atividades de educação am-biental no ambiente natural.

os caminhos já existentes apresentam potencial para uso público, sendo que através da propriedade é possível aces-sar mirante na propriedade adjacente, de onde se observa todo o contexto ecológi-co da área em situação de notável beleza cênica. a pequena mancha de vegetação savânica de origem antrópica é também um ponto de interesse, bem como as ou-tras áreas vegetadas.

temas que podem ser explorados com-preendem a diversidade biológica, a rege-neração ecossistêmicas, a história ecológica da área e seus impactos, recursos hídricos e bacias hidrográficas, espécies de interes-se cosmético (copaíba, p.e.), sensibilização para o ambiente natural, espécies exóticas x espécies nativas, entre muitos outros.

em termos regionais e à médio pra-zo, atividades de enriquecimento da biodiversidade vegetal arbórea podem fazer da área uma fonte de propágulos importante para elevar a biodiversidade dos fragmentos adjacentes. atividades de produção de mudas podem ser inte-ressantes nesse sentido. a produção de material informativo, como por exemplo, um guia para as espécies vegetais e ani-mais, é um instrumento importante para a interpretação ecológica na área.

Foto 40 - Aspecto da vegetação próxima ao curso d’água, na Gleba 1 porção oeste/sudoeste da área. Notar espécime de samambaiçu e lírio do brejo (exótica ornamental de habitats paludosos).

a presença das estradas joão félix do-mingues e francisco missé, certamente contribuem para o isolamento do PnmC e o risco de atropelamento de animais

silvestres, principalmente mamíferos, anfí-bios e répteis. durante o período de visita a campo, foi observado intensa atividade de motociclistas praticando motocross

4.4. PRESSÕES ANTRÓPICAS

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pela estrada francisco missé. outro mo-mento observado foi durante o período de romaria, onde muitos grupos utilizam das estradas sem qualquer cuidado ou aten-ção quanto à circulação de fauna.

foi constatada a disposição de alimen-tos na mata 2 (Gleba 2) como resultado de atividade religiosa na área do PnmC (imagem 41). a disposição de alimentos parece não impactar negativamente a fau-

na silvestre, no entanto, deve ser pensado sobre limites para o acesso humano ao parque, uma vez que a intensa atividade humana pode inibir o uso da área como corredor florestal pela fauna, como por exemplo, o veado (mazama sp.). também foi observado indício de atividades de caça no local (imagem 42), o que constitui cri-me conforme a Lei 9.605 de 1998 e deve ser coibido.

Fotos 41 e 42 - À esquerda, artefatos de cerimônias religiosas encontrados em dois pontos da Mata 2. À direita, armadilha para captura de pássaros encontrada na Mata 1.

Ocorrências de incêndios locaisdurante o período de 2000 a 2014

foram registrados pelo instituto nacional de Pesquisas espaciais – inPe, 331 focos de incêndio distribuídos pelo município, sendo que nos dois últimos anos de 1° de janeiro de 2012 a 24 de fevereiro de 2014 ocorreram 108 focos de incêndio, 1/3 do valor total em somente 2 anos.

apesar de não existirem dados oficiais sobre o índice de queimadas na região do

PnmC, ao longo da escrita do Plano de manejo foram presenciados vestígios de incêndio, principalmente, nas áreas de re-florestamento. esta é uma prática comum, geralmente no período anterior ao corte das madeiras, como forma de “limpar” o terreno para o trabalho. também durante atividades de campo para a área do Par-que natural municipal de Cajamar, foram verificados, na Gleba 2, vestígios de incên-dio na mata.

Fotos 43 e 44 - À esquerda, ao fundo, área de reflorestamento que foi queima-da, localizada no entorno do PNMC. À direita, área dentro do PNMC que foi queimada.

5. PLANEJAMENTO

O Planejamento de uma uC é a parte principal dentro de um Plano de ma-

nejo. Para compor este planejamento foram realizadas diversas oficinas participativas com o intuito de levantar ao máximo as ex-pectativas da comunidade e dos parceiros envolvidos em relação ao uso e ao território do Parque. estes encontros foram extrema-mente importantes para avaliar os anseios dos futuros frequentadores do PnmC.

em outra oficina de planejamento os participantes puderam espacializar as

suas ideias em relação ao Parque e ao futuro zoneamento. É importante ressal-tar que o PnmC, por ser um Parque que ainda não está aberto para a visitação e que também não possui nenhum tipo de infraestrutura. Portanto, as contribuições dadas levam mais em consideração as ex-pectativas que a população tem em torno de um Parque municipal, sem no entanto, estarem de acordo em muitos casos, com os possíveis usos que podem existir em um Parque natural.

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Foto 45 - Momentos de reflexão sobre o dia e a paisagem na entrada do Parque.

Foto 46 – Grupos de trabalho planejando o zoneamento do PNMC durante oficina.

Foto 47 – Apresentação das propostas de zoneamento do PNMC durante oficina.

a definição das Zonas para as diferen-tes categorias de manejo dentro da unida-de de Conservação se caracteriza como a parte mais importante apresentada dentro de um Plano de manejo. Para a delimita-ção do zoneamento das áreas internas do Parque natural municipal de Cajamar fo-ram analisadas as principais características de: vegetação, localização e circulação de fauna, fragilidade de solos, declividade, os acessos, além das localidades mais sujeitas às interferências e pressões externas.

outro fator considerado determinante para o zoneamento são os motivos pelos quais a uC foi criada. no caso do PnmC ele é uma unidade de Conservação de Proteção integral, e que tem como objeti-vo principal a conservação dos ecossiste-

mas, o desenvolvimento de atividades vol-tadas à pesquisa e à educação ambiental, bem como o ecoturismo, visitação orienta-da, de modo a proporcionar contato com a natureza para o visitante.

além das características apresentadas acima, os critérios de análise (tabela 16), as nomenclaturas, objetivos e normas gerais, são os indicados no roteiro metodológico do ibama (ibama, 2002) e foram fun-damentais para a análise da área. assim como, para a região da unidade de Con-servação, foi observado o estabelecido pelo SnuC para a definição de sua de Zona de amortecimento.

a seguir, quadro com as zonas definidas para o PnmC com as suas áreas.

5.1. ZONEAMENTO

Tabela 4 - Zonas do PNMC e suas áreas. 2

ZONAS áREA (m2) PORCENTAGEM (%)

uso extensivo (Zue) 18.885,9 36,3

uso intensivo (Zui) 8.310,4 16,0

recuperação (Zr) 17.229,0 33,1

uso especial (Ze) 1.496,6 2,9

uso Conflitante (ZuC) 6.166,9 11,8

totaL 52.208,8 100

2 no total da área do PnmC (55.056,87) foi descontado o valor que corresponde à área da estrada municipal joão félix domingues (2.848,07), por isso a diferença de valores totais.

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Mapa 3 - Zoneamento do Parque Natural Municipal Cajamar.

Normas gerais do Parque Natural Municipal de Cajamar

NORMAS GERAIS DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE CAJAMAR

• À exceção dos funcionários, o horário de circulação na uC é entre 9:00 e 17:00, salvo em situações excepcionais autorizadas pela gestão;• a coleta ou retirada de espécimes nativas de fauna, flora e de produtos minerais, só poderá ser realizada mediante aprovação de projetos científicos desenvolvidos por pesquisadores autorizados pelo gestor da uC; • a fiscalização da unidade deverá ser permanente e constante;• São proibidos o ingresso e a permanência no Parque de pessoas portando armas, ma-teriais ou instrumentos destinados ao corte, caça, pesca ou a quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna ou à flora;• É proibida a venda de bebida alcoólica;• É proibido acampar no interior do PnmC;• É proibida a alimentação de animais silvestres;• É proibido fazer fogueiras ou atear fogo em qualquer área do Parque;• todas as obras a serem implantadas devem dispor de projetos previamente aprovados pelo gestor, Conselho Consultivo e demais órgãos com competência legal;• não serão permitidas alterações da biota, do relevo, do solo e dos cursos d’água sem pro-jeto justificado autorizando;• a introdução de espécies exóticas e/ou translocadas no território do PnmC é proibida, sendo que as espécies existentes deverão ser gradativamente substituídas por espécies na-tivas;• É proibido o lançamento ou depósito de lixo, ferro velho e qualquer outro tipo de resíduos sólidos ou líquidos na uC; • todos os resíduos gerados no Parque devem ser separados e alocados na Zona de uso especial. os resíduos orgânicos (podas, etc) devem ser compostados e os recicláveis desti-nados à coleta seletiva. os rejeitos e resíduos sujos devem ser encaminhados aproveitando da coleta regular existente;• todos os efluentes gerados devem contar com tratamento em acordo com a legislação, priorizando modelos sustentáveis;• a infraestrutura a ser instalada na unidade limitar-se-á àquela necessária para o seu manejo;• É vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que não sejam de interesse da unidade, tais como: oleodutos, linhas de transmissão, antenas, entre outras;• as pesquisas a serem realizadas dentro do Parque deverão ser autorizadas e cadastradas pelo gestor e todo o conteúdo produzido deverá ser entregue e apresentado ao Conselho Consultivo após o encerramento do estudo;• São proibidas a caça, a pesca, a coleta e apanha de espécimes da fauna e da flora, em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelas com finalidades científicas, desde que autorizadas pelo Conselho Consultivo;• não será permitida a criação de animais domésticos;• É proibida as manifestações religiosas como a colocação de artefatos e oferendas no in-terior da unidade.

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Zona de Uso Extensivo (ZUE)

OBJETIvO

manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso ao público para fins educativos.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

alto potencial de interpretação ambiental, englobando área de floresta;esta zona é caracterizada pela presença de floresta ombrófila densa em estágio inicial de regeneração, com alguns exemplares de estágio secundário. É uma área que necessita de enriquecimento florestal para garantir a própria manutenção da floresta.nesta zona foi verificado o deslocamento de animais terrestres (Gleba 2), o que indica um importante corredor ecológico. outra característica relevante é a presença de uma espessa camada de serrapilheira sobre o solo local, o que favorecerá a dinâmica florestal. É a parte do PnmC que constitui os solos com maior pedogênese.a área de aPP fluvial também está localizada na Zue, na porção da Gleba 1, nela foram constatadas a presença de aves de média a alta sensibilidade à distúrbios ambientais. a presença delas caracteriza positivamente este fragmento florestal.

NORMAS

uSo Permitido

• O manejo com vistas à recuperação da fauna, da flora e da paisagem;• Atividades de uso público de baixo impacto ao meio físico e biótico e que respeitem a segurança do visitante;• Instalação de estruturas simples para a comunicação, interpretação ambiental, recreação, de segurança e apoio à visitação, tais como corrimãos, passarelas, passagens, bancos, sinalizações interpretativas, desde que se preserve a harmonia com a paisagem e em condições de mínimo impacto, privilegiando estruturas ecológicas;• Realização de atividades de educação ambiental, pesquisa do meio físico e biótico, monitoramento ambiental e fiscalização;• Coleta de sementes para o viveiro da UC, com autorização do órgão gestor;• Projetos de enriquecimento da zona através da introdução de espécies nativas secundárias e clímax, mediante a aprovação do órgão gestor e Conselho Consultivo;• Visitação no período das 9:00 – 16:00h, para não interferir na rotina da fauna;• Organização de grupos de até 15 pessoas para cada visita monitorada, com intervalo de pelo menos 30 minutos para cada grupo.

uSo Proibido

• Trânsito de veículos;• Instalação de sanitários;• Disposição de qualquer resíduo ou restos de materiais de qualquer;• A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos bem como a manutenção e alimentação destes no interior e nos limites do PnmC; • Circulação de indivíduos ou grupos não autorizados ou que portem qualquer tipo de armas de fogo e exemplares (ou parte) de fauna, flora ou rocha;• Retirada ou alteração de parte ou totalidade de qualquer produto florestal, mineral, à exceção da limpeza e manutenção de acessos e trilhas existentes ou a serem construídas;• A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos bem como a manutenção e alimentação destes no interior e nos limites do PnmC.

RECOMENDAçÕES

• As atividades oferecidas ao público deverão estar alicerçadas em estudos de viabilidade ambiental e de segurança, sempre com baixo impacto e aprovadas pelo órgão gestor e Conselho Consultivo.• As atividades de interpretação, educação e recreação terão como objetivos sempre facilitar a compreensão do visitante sobre o ambiente natural;• Para as ações de manejo da fauna silvestre, é importante serem integradas com as áreas adjacentes.• Monitoramento das populações de vertebrados: É prioritário que as flutuações populacionais das espécies no PnmC sejam conhecidas e monitoradas como um indicador de saúde das populações da fauna regional. Para as aves deve ser contemplado a utilização de amostragens por pontos de escuta e redes de neblina, uma vez que estas duas técnicas se complementam na estimativa de abundância de espécies. Para mamíferos não voadores, anfíbios e répteis, pode ser utilizado o método de “pitfalls trap” complementado por busca ativa de registros visuais, rastros e vocalizações. Para morcegos, a utilização de redes de neblina em períodos noturnos. recomenda-se que o monitoramento da abundância de vertebrados seja realizado bimestralmente de modo a ter no mínimo 3 valores de abundâncias para cada estação (chuvosa e seca) e 6 valores de abundâncias para caracterizar minimamente a flutuação anual.• Implantação de Estações Ambientais para a conservação dos recursos naturais.

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Zona de Uso Intensivo (ZUI)

OBJETIvO

facilitar a educação ambiental e recreação em harmonia com o meio.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

Corresponde a área limítrofe e mais alterada do PnmC, sem vegetação nativa arbórea, apresentando relevo plano/horizontal, mais favorável à ocupação de edificações e estruturas para o recebimento de grupos.

NORMAS

uSo Permitido

• Implantação de infraestrutura necessária ao desenvolvimento das atividades de educação ambiental e pesquisa, proteção, controle, monitoramento e uso público;• Instalação de mesas para piqueniques, abrigos, lixeiras, sanitários e trilhas;• Abertura de trilhas de baixo impacto e a sua manutenção para que ofereçam boa condição de tráfego e segurança aos usuários;

• Realização de eventos artísticos, culturais, educacionais mediante autorização do órgão gestor e CC;• Construção de um centro de visitantes, museu e outros serviços oferecidos ao público, como lanchonetes e instalações para serviços de guias e monitores;• Construção de viveiro de mudas nativas para a utilização nos projetos de recuperação e enriquecimento das áreas do Parque e entorno;• As instalações deverão utilizar de tecnologias que incorporem os princípios da sustentabilidade e deverão fazer o aproveitamento da água de chuva e o reaproveitamento da água de reuso;• Instalação de sinalização educativa, interpretativa e indicativa;• Todas as construções e reformas deverão estar harmonicamente integradas com o meio ambiente;• A utilização das infraestruturas desta zona estão subordinadas à capacidade de suporte estabelecidas para elas;• Tecnologias alternativas de baixo impacto para o tratamento de efluentes;• Os resíduos sólidos deverão ser separados, recolhidos e encaminhados para local destinado na zona de uso especial.

uSo Proibido

• Os materiais para a construção ou a reforma de qualquer infraestrutura não poderão ser retirados dos recursos naturais nativos;• É proibido o trânsito de veículos;• A construção de qualquer tipo de obra ou infraestrutura que não tenha sido aprovado pelo órgão gestor e CC;• O plantio de espécies exóticas;• Atividades individuais ou coletivas (eventos, cerimônias de qualquer natureza, rituais ou semelhantes) que potencialmente provoquem impactos à biota e ou desconforto a outros usuários, seja pelo barulho, pela aglomeração ou produção de resíduos;• Retirada ou alteração de parte ou totalidade de qualquer produto florestal, mineral, à exceção da limpeza e manutenção de acessos e trilhas existentes ou a serem construídas;• A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos bem como a manutenção e alimentação destes no interior e nos limites do PnmC.• Circulação de indivíduos ou grupos não autorizados ou que portem qualquer tipo de armas de fogo e exemplares (ou parte) de fauna, flora ou rocha;• Lançamento de efluentes domésticos sem tratamento adequado;

RECOMENDAçÕES

• As atividades previstas deverão levar o visitante a entender a filosofia e as práticas de conservação da natureza;• A fiscalização deverá ser intensiva nesta zona;• Os efluentes deverão receber tratamento suficiente para não contaminar o solo e os recursos hídricos, sendo recomendado tratamento com tecnologias alternativas como os biossistemas integrados;• Os principais serviços oferecidos ao público deverão estar concentrados nesta zona;• Sempre que possível, as edificações e seus acessórios externos e internos deverão fazer uso de tecnologias que incorporem os princípios da sustentabilidade, como sistemas de iluminação inteligentes, lâmpadas econômicas, torneiras e descargas com fechamento automático, iluminação natural, entre outros. fazer o uso dessas estruturas como material informativo e educativo;• Incentivar projetos com o uso de paineis solares para todas as instalações e pesquisas de novas tecnologias de construção que incorporem o conceito de “bioconstrução” nas instalações e infraestruturas da zona.

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Zona de Recuperação (ZR)

OBJETIvO

deter a degradação dos recursos e recuperar a área com vegetação nativa.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

É uma área que apresenta fragilidade de relevo, quanto aos processos erosivos quando há exposição do solo, devido: à inclinação desta superfície, baixa coesão das partículas constituintes dos primeiros horizontes do solo, estrutura do solo friável e de fraca consistência. a vertente orientada para o oeste apresenta elevada inclinação de sua superfície, atingindo valores de até 60° de inclinação em determinados seguimentos da vertente (medidos em campo) favorecendo, portanto, os movimentos superficiais de água e materiais. aliado à fragilidade do litotipo do PnmC e sua susceptibilidade à erosão, é um setor em que ações de reflorestamento e proteção da cobertura pedológica devem ser prioridade.Há também presença de área savânica antrópica, caracterizando uma formação aberta, com elevada incidência de luz e que passou por queimada recente.nesta zona encontra-se um antigo caminho de extração de madeira que está concentrando o fluxo da água da chuva, causando processos erosivos.

NORMAS

uSo Permitido

• Pesquisas relacionadas ao enriquecimento da biodiversidade e ao desenvolvimento da área;• O manejo com vistas à recuperação da fauna, da flora e da paisagem;• Caso estritamente necessário, será permitida a manutenção e melhoria de acessos ou abertura de novas trilhas e/ou picadas, com mínimo impacto ao meio natural, com finalidades de fiscalização e pesquisa;• Interdição de áreas para execução de atividades de recuperação e pesquisa;• A recuperação induzida/ direcionada somente poderá ocorrer desde que indicada e apoiada por estudos científicos, com o aval do órgão gestor e Conselho Consultivo;• Somente poderão ser usadas espécies nativas na recuperação induzida, devendo ser eliminadas as espécies exóticas por ventura existentes;• Os trabalhos de recuperação induzida poderão ser demonstrados para o público no centro de visitantes ou vivência e poderão ser visitados in loco, desde que acompanhados por monitores;• As pesquisas sobre os processos de regeneração natural e recuperação induzida deverão ser incentivadas;• Instalação de placas interpretativas dos projetos de recuperação existentes, contendo o período de início das atividades e projeções futuras;• Instalação de infraestruturas necessárias (bases de apoio) ao trabalho de recuperação induzida;• Tais instalações serão provisórias, preferencialmente construídas em madeira; • O acesso a esta zona será restrito aos pesquisadores e pessoal técnico;• Coleta de sementes para o viveiro da UC, com autorização do órgão gestor.

uSo Proibido

• A disposição de qualquer resíduo gerado; • Qualquer tipo de circulação de pessoas que não estejam relacionadas aos Programas de Gestão do Parque natural municipal de Cajamar;• A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos, bem como a manutenção e alimentação destes;• Retirada ou alteração de parte ou totalidade de qualquer produto florestal, mineral, à exceção da limpeza e manutenção de acessos e trilhas existentes ou a serem construídas;• Circulação de indivíduos ou grupos não autorizados ou que portem qualquer tipo de armas de fogo e exemplares (ou parte) de fauna, flora ou rocha;

RECOMENDAçÕES

• Retirar plantas exóticas: A diversificação de habitats é fundamental para sustentar maior riqueza de espécies. apesar dos eucaliptos, pinheiros e gramíneas exóticas existentes na área do parque e nesta zona abrigarem algumas espécies da fauna, é sempre melhor a diversificação da vegetação por espécies nativas, que certamente oferecerá recursos para um número maior de espécies. a derrubada de pinheiros e eucaliptos pode danificar de modo significativo a vegetação da área, que já é relativamente pequena, e consequentemente, afetar de modo negativo o habitat da fauna local. Portanto, é sugerido que a área seja subdividida em áreas menores e a cada intervalo de tempo mínimo (consultar profissional habilitado em restauração) seja retirado os espécimes exóticos de forma lenta e com muito cuidado para não afetar outras árvores já bem estabelecidas na área. Quanto às gramíneas, é importante, que sua retirada seja acompanhada por técnico ambiental habilitado, de modo a assegurar a segurança de outras espécies arbustivas nativas.• Estimular pesquisas científicas sobre o processo de regeneração natural e recuperação induzida;

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Zona de Uso Especial (ZE)

OBJETIvO

Área destinada para a instalação de sede administrativa, recepção de visitantes e estacionamento.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

Área mais adequada à construção de sede administrativa, recepção dos visitantes e estacionamento de veículos de passeio, de turismo e bicicletário, por se localizar às margens da estrada francisco missé e que já sofreu modificação da paisagem, com corte e aterro. Possui topografia mais adequada à instalação de infraestruturas.

NORMAS

uSo Permitido

• Instalação da sede administrativa, sendo esta localizada na periferia da UC;• As instalações deverão utilizar de tecnologias que incorporem os princípios da sustentabilidade e deverão fazer o aproveitamento da água de chuva e o reaproveitamento da água de reuso;• Tecnologias alternativas de baixo impacto para o tratamento de efluentes;• Construção de estacionamento de automóveis, ônibus e bicicletários para funcionários, prestadores de serviços e visitantes; • Instalação de sinalização educativa, interpretativa e indicativa;• Todas as construções e reformas deverão estar harmonicamente integradas com o meio ambiente;• Construção de locais adequados para a guarda e o depósito de todo o resíduo sólido gerado na uC, para a coleta pública oficial municipal;• Construção de estação de compostagem do resíduo orgânico gerado na UC;• Fiscalização permanente;• Os veículos deverão transitar nos locais indicados;• Construção de pequenas hortas para subsistência da cozinha e refeitório dos funcionários;

uSo Proibido

• O uso de buzinas;• A construção de qualquer tipo de obra ou infraestrutura que não tenha sido aprovado pelo órgão gestor e Conselho Consultivo;• O plantio de espécies exóticas; • Os materiais para a construção ou a reforma de qualquer infraestrutura não poderão ser retirados dos recursos naturais nativos;• A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos bem como a manutenção e alimentação destes;• Circulação de indivíduos ou grupos não autorizados ou que portem qualquer tipo de armas de fogo e exemplares (ou parte) de fauna, flora ou rocha;• Lançamento de efluentes domésticos sem tratamento adequado;

RECOMENDAçÕES

• A fiscalização deverá ser intensiva nesta zona;• Os efluentes deverão receber tratamento suficiente para não contaminar o solo e os recursos hídricos, sendo recomendado tratamento com tecnologias alternativas como os biossistemas integrados;• Os principais serviços de administração e manutenção deverão estar concentrados nesta zona;• Sempre que possível, as edificações e seus acessórios externos e internos deverão fazer uso de tecnologias que incorporem os princípios da sustentabilidade, como sistemas de iluminação inteligentes, lâmpadas econômicas, torneiras e descargas com fechamento automático, iluminação natural, entre outros.• Incentivar projetos com o uso de paineis solares para todas as instalações;• Incentivar pesquisas para a identificação de novas tecnologias de construção que incorporem o conceito de “bioconstrução” nas instalações e infraestruturas da zona;• Que as construções e infraestruturas construídas sejam acompanhadas de placas informativas e interpretativas.

• Fazer o enriquecimento, preferencialmente na primavera, de forma a garantir umidade e calor suficiente para a pega das mudas;• Fazer a recuperação da estrada de forma a inibir os processos erosivos instalados;• Instalação de trilhas suspensas nas áreas que há declividade, de forma a impedir a instalação de processos erosivos;• Não expor o solo nas superfícies mais inclinadas;• Fazer o direcionamento das águas de chuva;• Utilizar técnicas de adubação verde e adubação orgânica no processo de recuperação florestal.

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Zona de Uso Conflitante (ZUC)

OBJETIvO

Contemporizar os conflitos existentes e minimizar os impactos sobre o Parque.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

São áreas localizadas no Parque cujos usos e finalidades conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. nesta zona localiza-se passagem de servidão da linha de transmissão – Lt Cabreúva – franco da rocha – mairiporã – da Companhia de transmissão de energia elétrica Paulista – CteeP. outra área caracterizada como de uso conflitante nesta zona é a estrada municipal joão félix domingues (Guapiara/Ponunduva).as estradas que margeiam o Parque influenciam negativamente a atividade dentro da unidade, como por exemplo, a poeira que adentra ao parque aproximadamente 80 metros, nas margens da estrada francisco missé.

NORMAS

• atividades de manutenção de equipamentos e serviços relacionados a estas estruturas dentro de acordos estabelecidos com o gestor da uC e que deverão ser objeto de acompanhamento técnico por especialista de comprovada competência, providenciado pela empresa; • É obrigação das concessionárias remover o lixo resultante de obras de manutenção.

RECOMENDAçÕES

• Considerar a regulamentação abnt nbr 5422 - Projeto de Linhas aéreas de transmissão de energia elétrica que trata dos procedimentos necessários à manutenção da Lt.• incentivar condições para que as empresas ou órgãos que operam estas estruturas contribuam com os objetivos do Parque.• instalação de redutores de velocidade nas estradas francisco missé e joão félix domingues para inibir o atropelamento de animais silvestres, sendo interessante o primeiro redutor ser instalado 50 metros antes de se chegar ao limite do Parque, em ambas as estradas e os subsequentes a cada 50m;• instalação de placas indicadoras da área do PnmC, de velocidade, passagem de animais e tráfego de pedestres.

Zona de Amortecimento (ZA)de acordo com o art. 27 § 1° da Lei do

SnuC, “o Plano de manejo deve abran-ger a área da unidade de Conservação, sua Zona de amortecimento e os corre-dores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vi-zinhas”.

a mesma Lei, em seu art. 2o inciso XViii define como “Zona de amorte-cimento o entorno de uma unidade de Conservação, onde as atividades huma-nas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”. neste mesmo artigo inciso XiX, são defini-dos os corredores ecológicos como áreas destinadas a garantir a conectividade en-tre os ecossistemas.

Para a sua delimitação vai-se aplicando critérios para a inclusão, exclusão e ajus-te de áreas da zona de amortecimento, aproximando-a ou afastando-a da uC. a utilização de marcos no campo (linhas férreas, estradas, acidentes geográficos significativos) e o georreferenciamento dos limites facilitam a sua identificação no local. no PnmC, utilizou-se como base a resolução Sma n° 33, de maio de 2013, que estabelece diretrizes e cri-

térios técnicos para a delimitação de Zo-nas de amortecimento de unidades de Conservação do estado de São Paulo.

a Zona de amortecimento tem como objetivos fazer uma barreira e um filtro dos impactos negativos externos à unidade de Conservação, tais como: os efeitos da po-luição, a dispersão de espécies invasoras, ruídos, avanço e adensamento da ocupa-ção humana.

a Za proporciona e induz a preser-vação de ecossistemas naturais e o flu-xo de espécies e genes do entorno da uC, além de possibilitar a realização de atividades de pesquisas científicas integradas, o desenvolvimento de pro-gramas de educação ambiental, a im-plantação e o fomento de corredores ecológicos, criação de reservas Particu-lares do Patrimônio ambiental – rPPns, o desenvolvimento do turismo ecoló-gico entre outras práticas sustentáveis.

É fundamental para a efetividade da im-plantação da Za que as normas e ações preconizadas sejam compactuadas entre todos os atores envolvidos na gestão do território, devendo haver uma harmo-nia entre a preservação e o desenvolvi-mento de atividades sustentáveis locais.

os empreendimentos de significativos

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impactos ambientais que possam atingir tanto a Zona de amortecimento, quanto à unidade de Conservação devem seguir o estabelecido na resolução Conama n° 428 de 17 de dezembro de 2010.

Delimitação da ZAPara a delimitação da Zona de amor-

tecimento do PnmC foi realizada uma oficina participativa que integrou a reunião do Comdema de Cajamar e represen-tantes do Conselho Consultivo do Parque, da rebio da Serra do japi, do Programa de jovens – Pj, munícipes de Cajamar, CeteSb e fundação florestal.

nesta oficina, foram apresentados es-tudos que consideraram a integração de aspectos socioeconômicos, o macrozo-neamento da cidade, a relação de proximi-

dade com a unidade de Conservação da Serra do japi, os aspectos bióticos e físicos que priorizassem o estabelecimento de corredores ecológicos de fauna e flora, entre outros assuntos.

Como materiais de apoio foram utili-zados o mapa de macrozoneamento do município, o Plano diretor de Cajamar, o Plano de manejo da reserva biológica da Serra do japi, o Plano diretor de jun-diaí, considerações sobre o Zoneamento da aPa Cajamar e imagens geradas no Google earth.

de acordo com os critérios de inclu-são, exclusão e ajuste apresentados pelo roteiro metodológico do ibama, foram traçados os limites da Za. na tabela 19 es-tão apresentados somente os critérios que foram analisados para a Za do PnmC.

Tabela 4 - Critérios utilizados para delimitação da ZA do PNMC.

CRITéRIOS DE INCLUSãO

• As microbacias dos rios que fluem para a unidade de conservação e, quando possível, considerar os seus divisores de água.• Locais de desenvolvimento de projetos e programas federais, estaduais e municipais que possam afetar a unidade de conservação (assentamentos, projetos agrícolas, pólos industriais, grandes projetos privados e outros).• Áreas úmidas com importância ecológica para a uC.• Unidades de conservação em áreas contíguas.• Áreas naturais preservadas, com potencial de conectividade com a unidade de conservação (aPP, rL, rPPn e outras).

• Remanescentes de ambientes naturais próximos à uC que possam funcionar ou não como corredores ecológicos.• Sítios de alimentação, descanso/pouso e reprodução de espécies que ocorrem na unidade de conservação.• Áreas sujeitas a processos de erosão, de escorregamento de massa, que possam vir a afetar a integridade da uC.• Áreas com risco de expansão urbana ou presença de construção que afetem aspectos paisagísticos notáveis junto aos limites da uC.

CRITéRIOS PARA NãO INCLUSãO

• Áreas urbanas já estabelecidas.• Áreas estabelecidas como expansões urbanas pelos Planos Diretores Municipais ou equivalentes legalmente instituídos.

CRITéRIOS DE AJUSTE

• Limites identificáveis no campo (linhas férreas, estradas, rios e outros de visibilidade equivalente).

fonte: roteiro metodológico ibama (ibama, 2002).

Caracterização do território da ZAo entorno do PnmC é uma área de

baixo adensamento urbano com carac-terísticas rurais, onde predominam pro-priedades de silvicultura, chácaras, sítios, condomínios, áreas com fragmentos de vegetação natural, pesqueiros e restritos núcleos de adensamento de casas. É uma região que ainda possui muitas de suas ca-racterísticas naturais conservadas e com qualidade ambiental.

a principal bacia hidrográfica presente é a do ribeirão Cachoeira, que separa os municípios de Cajamar (ao sul do canal fluvial), jundiaí (ao norte do canal fluvial) e Pirapora do bom jesus (a oeste, onde o ri-beirão Cachoeira termina as suas águas).

Por considerar que a proteção das águas é fundamental para a manutenção do meio, a composição dos limites da Zona de amortecimento, utilizou como principal atributo de delimitação a bacia hi-drográfica na qual o Parque está inserido.

outro aspecto analisado foram os flu-xos de fauna detectados em campo e a possibilidade de consolidação e ampliação de corredores ecológicos que protejam populações mínimas viáveis de fauna, uti-lizando principalmente as áreas de aPP fluviais, pois elas formam caminhos de cir-culação da fauna.

nesse sentido, ao delimitar a Za procu-rou-se realizar a conexão com a área de tombamento da Serra do japi e a zona de

amortecimento da rebio, ambas locali-zadas a noroeste do Parque. dessa forma, utilizou-se como critério a conectividade entre unidades de Conservação e o esta-belecimento de corredores ecológicos.

também foi observada a presença de elementos antrópicos de fácil reconheci-mento em campo e em materiais carto-gráficos para a definição do limite leste--nordeste da Za.

a Zona de amortecimento está loca-lizada, segundo o novo mapa de abairra-mento da cidade, nos bairros Serra dos Lagos e empresarial do bosque no dis-trito de jordanésia e reserva do Ponun-duva pertencente ao distrito sede região do Ponunduva. Ver macrozoneamento na tabela 20.

os limites da zona de amortecimento foram assim definidos: à leste – nordeste do PnmC a Za faz divisa com o oleodu-to. ao norte seu limite é o canal fluvial do ribeirão Cachoeira, sendo este divisor entre os municípios de Cajamar e jundiaí. a oeste, faz divisa com os municípios de jundiaí e Pirapora do bom jesus, e ao Sul e ao leste utiliza como limite os divisores de água dos canais da margem esquerda do ribeirão Cachoeira.

desta forma a zona de amorteci-mento contempla as microbacias hi-drográficas que compõem os afluen-tes da margem esquerda do ribeirão Cachoeira.

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Tabela 5 - Síntese do Macrozoneamento de acordo com a Lei de Abairramento e os limites da Zona de Amortecimento em relação ao Parque Natural Municipal de Cajamar.

DISTRITO BAIRRO ZONALOCALIZAçãO EM RELAçãO

AO PNMC

jordanésia

Serra dos Lagos

Zer – 4 – Zona exclusivamente residencial de baixa densidade

norte, Leste e noredeste.

empresarial do bosque

Zmn – Zona de mata natural Sudeste

Sede (região do

Ponunduva)

reserva do Ponunduva

ZrP – 1 – Zona rural de Preservação Sul e oeste

Zmn – Zona de mata natural oeste e Sudoeste

Zae – 1 – Zona especial de tombamento oeste

Zia – Zona de interesse ambiental oeste

Mapa 4 – Macrozoneamento da área da Zona de Amortecimento.

ZONA DE AMOTECIMENTO (ZA)

OBJETIvO

Promover a conservação e restauração dos remanescentes florestais, dos mananciais e da paisa-gem na Zona de amortecimento do PnmC.

DESCRIçãO E JUSTIFICATIvA

Considerando a função de corredor e “step stone” da fauna regional, é importante que as ações de monitoramento e manejo da fauna silvestre estejam integradas com as ações de conservação realizadas pelas propriedades vizinhas, principalmente porque qualquer impacto negativo à fauna silvestre do entorno afetará diretamente as populações do PnmC. assim, as reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente (aPPs) das propriedades vizinhas são de extrema importância na manutenção para a fauna regional e do PnmC. a área do PnmC não é suficiente para sustentar uma população mínima viável de espécies de vertebrados, sendo que os impactos negativos regionais às populações da fauna, certamente afetarão a frequência de ocorrência natural das espécies na área do Parque.Portanto, os limites da zona de amortecimento devem abranger uma área que contemple populações mínimas viáveis para pelo menos a maioria das espécies de vertebrados.

NORMAS

• Participação do PNMC e Conselho Consultivo no processo de revisão (ões) do Plano Diretor de Cajamar, para garantir que as propostas de alteração de uso e ocupação do solo, da área de entorno do Parque, estejam em conformidade com a conservação da uC.• Apoiar o município na aplicação da legislação ambiental incidente principalmente o Código florestal, a Lei de mata atlântica e a Lei de Crimes ambientais;• Incentivar a pesquisa e atividades econômicas sustentáveis nas propriedades do entorno visando à conservação dos remanescentes florestais ;• Restringir o fracionamento das propriedades, conforme determina o Plano Diretor;• Não implantação de aterros sanitários, industriais, inertes ou semelhantes na Zona de amortecimento;• Incentivar atividades de ecoturismo, agrícolas sustentáveis e outras que valorizem o uso da terra e a qualidade paisagística do entorno;• Estimular a realização de estudos nas áreas de remanescentes florestais e nas áreas permeáveis contíguas ao PnmC para melhorar sua proteção legal, em articulação com os proprietários.

ESTRATéGIAS PARA O ÓRGãO GESTOR

• Articular, apoiar e incentivar a elaboração e implementação de projetos e ações visando o desenvolvimento sustentável da região como um todo;• Elaborar pareceres técnicos nos processos de licenciamento de empreendimentos ou atividades que causem impactos diretos ou indiretos mensuráveis na Za, fora da zona urbana consolidada;• Avaliar projetos que necessitem de EIA – Estudo de Impacto Ambiental, na Zona de amortecimento e, indicar, aspectos importantes e metodologias para serem feitos os estudos, seguindo a resolução Conama nº 237/1997.

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os programas de gestão da unidade de conservação servem para nortear, traçar diretrizes e também as ações necessárias para o manejo. eles representam a sín-tese das ações de manejo enquadradas por áreas de atuação, seguindo os temas apresentados no roteiro metodológico do ibama, (ibama, 2002).

Quando implementados, deverão pro-duzir resultados significativos, que contri-buirão para que a uC alcance o seu ob-jetivo.

os Programas de Gestão aqui apre-sentados buscam refletir sobre as ações necessárias para a implantação do Parque natural municipal de Cajamar, bem como de sua Zona de amortecimento.

Parcerias para a gestãoo estabelecimento de parcerias para a

gestão da uC é de extrema importância para a efetiva participação da sociedade e democratização do espaço, além de pro-

porcionar em muitos casos recursos para a sua manutenção. entende-se por par-ceria a atuação conjunta de duas ou mais organizações em torno de um objeto e de objetivos comuns ou complementares.

as parcerias podem ser formais, quan-do existe um instrumento legal que esta-belece as obrigações e responsabilidades recíprocas entre as partes, ou informais, quando, em comum acordo, as partes de-finem formas conjuntas de atuação.

importante ressaltar que as parcerias são fundamentais para a gestão e cogestão das unidades de conservação, elas permi-tem que sociedade participe não apenas como beneficiário, mas também atue de forma ativa na tomada de decisões.

na tabela 21, são apresentados alguns dos instrumentos formais de parcerias, regulados jurídica e administrativamente por legislações federais, estaduais e mu-nicipais.

5.2. PROgRAMAS DE gESTÃO

Tabela 6 - Descrição dos instrumentos formais de parcerias.

CONvêNIOS

São acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre elas e organizações particulares, para realizar ações com objetivos comuns entre si. a celebração de convênio é de competência exclusiva do Governador, que pode delegar aos órgãos da administração a autori-zação de sua celebração.

CONTRATOS ADMINISTRATIvOS

É todo acordo de vontades que a administração Pública faz com o particular ou com outra pes-soa jurídica de direito público para a execução de obra, prestação de serviço ou outro objetivo, regendo-se por normas de predominante caráter público. os contratos podem ser instrumentos eficazes para o estabelecimento de parcerias com entidades da iniciativa privada, dada a possibi-lidade de viabilizarem terceirizações e outras operações, apesar de não haver convergência de interesses entre seus signatários. Sua realização depende de licitação prévia, exceto nos casos definido por lei.

CONSÓRCIOS

Consórcios diferem dos convênios por serem celebrados somente entre entidades de mesma natureza jurídica, como por exemplo, municípios. São celebrados para tratarem de objetivos de interesse comum entre os partícipes, seguindo as regras dos convênios, dependendo, porém de autorização legislativa para sua celebração.

CONCESSãO

É a transferência que o Poder Público faz ao particular, mediante contrato, da obrigação de exe-cutar serviços públicos ou de utilidade pública. É definida também como a delegação de sua pres-tação, mediante concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.

PERMISSãO DE USO DE BEM PúBLICO

a permissão ou autorização de uso permite que a administração Pública ceda ao particular a uti-lização individual de determinado bem público em condições por ela fixada. o mecanismo formal é o termo de outorga, que pode ser modificado e revogado unilateralmente pela administração, quando o interesse público exigir. apesar de não ser obrigatória, é recomendável que se proceda a uma licitação.

PATROCíNIO

uma opção de parceria com a iniciativa privada bastante flexível, pois pode ser estabelecida mediante diversos instrumentos, como acordos, contratos ou convênios. a contrapartida do patrocinador pode ser feita na forma de recursos financeiros, serviços, materiais permanentes e de consumo.

ACORDO DE COOPERAçãO INTERNACIONAL

trata-se de instrumento específico estabelecido entre os governos de dois países ou entre o governo de um país e um organismo internacional. abrange as modalidades técnica, financeira e comercial e visa criar ou assegurar condições para futuro comprometimento e fixação do detal-hamento das obrigações das partes, para consecução de objetivos de interesses comuns.

PARCERIAS PúBLICO-PRIvADAS (PPP)

as Parcerias Público-Privadas proporcionam investimentos conjuntos entre estado e empresas privadas, seja na construção, ou na prestação de um serviço público. neste caso, é obrigatória a participação da iniciativa privada e da esfera pública, seja municipal, estadual ou federal.

GESTãO COMPARTILhADA

esse sistema de parceria foi estabelecido através do decreto nº 48.766 de 30 de junho de 2004 e permite que organizações ambientalistas possam trabalhar em áreas protegidas que já tenham Plano de manejo aprovado e Conselhos Consultivos estabelecidos, conforme definido pelo SnuC. está implícito neste tipo de parceria o conceito de cogestão, pelo qual a sociedade civil, por meio de oSCiP (organizações da Sociedade Civil de interesse Público), participa diretamente da gestão do recurso ambiental.

PROJETO DE COOPERAçãO TéCNICA INTERNACIONAL (PCTI)

a realização de um PCti pressupõe a existência de um acordo de Cooperação técnica interna-cional. assim, o PCti deve estar articulado com a política externa dos países participantes, onde são estabelecidas as bases para a implantação de diversos projetos de transferência de conheci-mentos e técnicas, relacionados com as prioridades de desenvolvimento econômico e social do país beneficiário-alvo (if,1995).

fonte: Plano de manejo da eec Paulo de faria (2006), Plano de manejo Pej (2008) e manual de Projetos e Parcerias (1995).

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Conselho Consultivoo Conselho Consultivo é a ponte entre

os gestores da unidade de Conservação e a comunidade, esta composição de ges-tão e planejamento de uma uC faz com que nas tomadas de decisões sejam con-templadas as aspirações da sociedade, legitimando assim sua gestão. o mandato de um Conselho tem a duração de 2 anos com a participação de membros da socie-dade civil organizada, membros represen-tando o segmento municipal e estadual.

Programa de GestãoOrganizacional

este programa apresenta a estrutura necessária para condução das diretrizes e ações propostas no Plano de manejo do PnmC, de forma a compreender os elementos de infraestrutura, relações ins-titucionais e recursos humanos necessá-rios. Parte desta demanda organizacional foi levantada nas oficinas de construção do Plano de manejo do PnmC ao serem analisadas as ações e funções do Parque.

o Programa de Gestão é composto pelos seguintes itens:

• Estrutura organizacional• Gestão financeira• Capacitação e Informação• Infraestrutura• Parcerias

Programa de Proteçãoeste programa foi idealizado a partir da

constatação da importância da uC como área de conexão com a Serra do japi e Serra da mantiqueira servindo de área de descanso para a avifauna e passagem para a fauna terrestre. foram levantados riscos de incêndio por conta das atividades silvi-

cultoras no entorno da uC e também de risco à fauna mediante atividades de caça, registradas através de coleta de armadi-lhas no interior da uC.

o Programa de Proteção é composto pelos seguintes itens:

• Fiscalização• Incêndios e caça• Infraestrutura e equipamentos• Monitoramento e registro• Parcerias

Programa de Pesquisa e Manejo do Patrimônio Natural e Cultural

este programa tem como característica propiciar o desenvolvimento da pesquisa e a proteção dos patrimônios natural e cultural, de forma a gerar informações que sejam relevantes não apenas à uC, mas também à Zona de amortecimento e às outras unidades de conservação do entor-no. busca incentivar além da manutenção do patrimônio natural, a manutenção da cultura popular da romaria, através da di-vulgação e promoção da mesma em suas ações internas.

nesta perspectiva as ações vinculadas à uC deixam de serem exclusivas ao seu próprio espaço territorial, pois passam a incorporar como ambiente de análise e reflexão da zona de entorno da uC.

a pesquisa é fundamental para o levan-tamento de informações, sua sistematiza-ção e posterior organização das ações que possam colaborar para a implementa-ção das diretrizes do Plano de manejo da unidade de Conservação. É importante que o PnmC comporte e incentive que pesquisadores contribuam para comple-mentação e atualização de dados que possam trazer benefícios para a melhoria

da qualidade ambiental da uC e região.o Programa de Pesquisa e manejo do

Patrimônio natural e Cultural é composto pelos seguintes itens:

• Estímulo ao desenvolvimento de pes-quisas

• Manutenção da qualidade ambiental do território da uC

• Capacitação da equipe gestora em conservação dos recursos naturais

• Pesquisa sobre qualidade dos recur-sos hídricos

• Infraestrutura à pesquisa• Parcerias• Patrimônio histórico e cultural

Programa de Educação Ambiental

o Programa de educação ambiental tem como função conscientizar o público alvo e frequentadores sobre a importância da conservação dos recursos naturais, a preservação dos ecossistemas, promo-vendo uma relação entre a sociedade e os ambientes naturais de forma harmoniosa. Procura auxiliar a condução de políticas educacionais voltadas à questão ambien-tal promovida pelas unidades de ensino no município de Cajamar.

as ações a serem desenvolvidas na uC têm como atividades a promoção da recu-peração de áreas degradadas, o estímulo à recuperação de áreas de preservação permanente dentro e fora da uC, a ma-nutenção da circulação da fauna em seus corredores florestais e a preservação do patrimônio histórico e cultural. Para que as mesmas possam ocorrer, a uC deve contar com espaços apropriados para o desenvolvimento das atividades de apren-dizagem através de estruturas e trilhas in-

terpretativas, além de equipe treinada.o Programa de educação ambiental é

composto pelos seguintes itens:• Organização da visitação• Implantação das atividades de Educa-

ção ambiental• Organização das atividades de Edu-

cação ambiental• Difusão das atividades de Educação

ambiental• Parcerias e articulações• Manejo das trilhas e atrativos

Programa de Comunicaçãoentre os objetivos do Programa de Co-

municação está o estabelecimento de um canal de diálogo entre os gestores da uC com a comunidade do entorno e o públi-co visitante. este canal de comunicação tem como característica ser bidirecional, ou seja, as informações não são apenas disponibilizadas para a comunidade e o público visitante, mas também, cabe a eles propor ações e encaminhamentos através do diálogo com a equipe da uC e registro de informações nas fichas de visitantes, de forma que as diretrizes e objetivos da uC possam ter avaliação constante.

um segundo objetivo trata-se do esta-belecimento dos canais de comunicação com as empresas do entorno, poderes públicos (esferas municipal e estadual) e, também, com outras uC’s da zona de entorno. Cabe também a articulação com entidades vinculadas à proteção dos re-cursos naturais, como: o Comdema, o Comitê de bacias Hidrográficas, o Con-selho da Serra do japi, o Conselho Gestor das aPas CCj, entre outros.

o terceiro objetivo está centrado na comunicação interna da uC, estabele-

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cendo o diálogo com o público sobre as diretrizes, regras e funções, através de materiais de comunicação como: folders, mapas, sinalização interna e externa à uC e a elaboração de placas informativas e in-terpretativas.

É relevante que este material de co-municação possua uma identidade visual para que, independente do material a ser produzido, a uC possa ser reconhecida

e identificada em relação à sua função e propósitos.

o Programa de Comunicação é com-posto pelos seguintes itens:

• Identidade visual• Plano de comunicação interno• Plano de comunicação externo• Plano de comunicação digital• Relacionamento

O Parque natural municipal de Caja-mar é uma primeira conquista dos

munícipes para a proteção dos recursos naturais e a difusão das atividades de edu-cação ambiental no município de Cajamar. apesar de o PnmC possuir uma área re-lativamente pequena, o processo de elabo-ração do Plano de manejo conseguiu mobi-lizar e aproximar lideranças e interessados em discutir e planejar o território municipal com vistas a proteger a biodiversidade e os seus recursos hídricos.

É, portanto, um grande passo para a consolidação de ações participati-vas e colaborativas por parte de dife-rentes níveis da sociedade, visando a cogestão dos espaços públicos e seus respectivos patrimônios ambientais.

nesse sentido, a constituição do Conse-lho Consultivo do PnmC de forma a incluir

representantes de órgãos públicos, da co-munidade e da sociedade civil organizada vem demonstrar os ganhos sociais e am-bientais advindos de uma gestão compar-tilhada do patrimônio público. deste modo, os ganhos e conquistas ultrapassam a fron-teira do PnmC e permeiam por toda a so-ciedade ao demonstrar que é possível fazer parte de um processo decisório e constituir políticas que reflitam para o bem comum.

Considerando esta função do Conselho Consultivo em estabelecer políticas que visem a proteção dos recursos ambien-tais, cabe ressaltar que uma importante tarefa fica determinada para as ações fu-turas deste Conselho, e que se caracteriza pela elaboração de projeto arquitetônico para planejar a implantação, definição e execução de suas estruturas e, principal-mente, a ampliação da área do PnmC,

CONSIDERAÇÕES FINAIS

especialmente no tocante à gleba 2. essa necessidade de ampliação está

fundamentada pelos levantamentos de campo e em estudos realizados na região, que identificaram um importante corredor de fauna instalado nessa gleba. Portanto, a ampliação da área da gleba 2, incorporan-do a propriedade logo ao norte desta gleba com frente para a estrada francisco missé e, também, as imediações a leste e sudeste desta gleba permitiriam expandir este cor-redor biológico.

Vale destacar que esta ampliação da área beneficiaria não apenas o território do PnmC e sua Zona de amortecimento, mas também, as grandes áreas core do ter-ritório paulista, representadas pela Serra do japi, Serra da mantiqueira e Serra do mar dos quais provém esta fauna, circulando entre as mesmas, e garantindo fluxo gênico entre elas. o PnmC auxilia, portanto, na conservação e proteção destas importan-tes áreas de mata atlântica ainda existentes no estado de São Paulo.

além da questão da preservação da fau-na e da flora, também deve ser considerado o cenário atual de utilização dos recursos hídricos superficiais e a explotação dos re-servatórios subterrâneos, para fins de abas-tecimento urbano industrial.

esta utilização dos recursos hídricos tem sido realizada em áreas cada vez mais dis-tantes das fontes, e é de fundamental impor-tância a movimentação de todos os setores da sociedade para a implantação de políticas públicas que corroborem com o compro-misso da conservação ambiental e o con-trole sobre o uso dos recursos naturais, prin-

cipalmente no que remete ao uso da água.esta questão leva à necessidade de se-

rem instituídas políticas de planejamento que além de estimularem a conservação dos corpos d’ água, disciplinem sobre as captações superficiais e subterrâneas reali-zadas no âmbito da Zona de amortecimen-to do PnmC.

também se faz necessário instituir for-mas de controle sobre as fontes de contami-nação no contexto da região do japi e das aPas CCj. essas ações voltadas ao impe-dimento da poluição hídrica são fundamen-tais para a manutenção da boa qualidade da água superficial e subterrânea.

desse modo, a criação do PnmC, con-tribui imensamente não apenas na conser-vação dos recursos biológicos e na manu-tenção da circulação da biota, mas sua ação é potencializada através da sua Zona de amortecimento, que limitada ao norte pela Za da rebio, constituem uma importante área territorial contígua que atuarão na de-fesa e conservação do Patrimônio natural, e de certo modo, amenizarão os vetores de pressão, principalmente quanto ao uso do solo, nesta região.

Por fim, vale ressaltar que o PnmC pos-sui ainda vocação educativa, ao possibilitar que a comunidade e principalmente as insti-tuições de ensino, em seus diferentes graus de instrução, possam frequentar o espaço do PnmC para desenvolver atividades vol-tadas à educação ambiental e conservação dos recursos ambientais, disseminando um espírito coletivo de responsabilidade socio-ambiental.

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PLANO DE MANEJO

Elaboração:Apoio:

Prefeitura de Cajamar diretoria de meio ambiente