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PLANO DE MANEJO

RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL

ESTAÇÃO VERACEL

MARÇO DE 2007

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PLANO DE MANEJO RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL ESTAÇÃO VERACEL

Realização

Apoio

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EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Geral

Alexandre Schiavetti – UESC Mônica Fonseca – CI-Brasil

Lúcio Bedê – CI-Brasil Luiz Paulo Pinto – CI-Brasil

Equipe Técnica

Adriana Paese – Sistema de Informação Geográfica Adriano Paglia – Biodiversidade Alexandre Prado – Uso Público

André Amorim – Flora Anna Júlia Passold – Uso Público

Carlos Alberto Mesquita – Uso Público e Monitoramento José Vicente Ortiz – Fauna

Mariza Silva – Educação Ambiental Oldair Del´Arco Vinhas Costa – Atributos Físicos

Viviane Junqueira – Educação Ambiental

Equipe RPPN Estação Veracel

Carlos André Gaspar dos Santos - Coordenador da RPPN Estação Veracel Ligia Gallozzi Mendes - Assistente Técnico e Responsável pelo PEA

Gildevânio Pinheiro dos Santos - Técnico Ambiental e Responsável pelo PPF

Gestores Veracel

Renato Guéron – Presidente

Cristina Maria Amorim Moreno - Gerente Geral de Sustentabilidade

David Evandro Fernandes - Gerente de Tecnologia Florestal

Livia da Rocha Sacramento - Coordenadora de Responsabilidade Social

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APRESENTAÇÃO A RPPN Estação Veracel, com seus 6.069 hectares, é um dos

maiores patrimônios ecológicos da Bahia e a maior reserva particular da

Mata Atlântica, que é um dos biomas de maior diversidade, mas

também dos mais ameaçados do planeta.

Os números e características que quantificam e qualificam a

Estação, também reconhecida pela Unesco como parte do Sítio do

Patrimônio Mundial Natural, são dos mais impressionantes. A

incidência de espécies da flora, apresentada em um dos levantamentos,

identificou 308 espécies arbóreas em uma área inventariada de apenas

dois mil metros quadrados, fato que a coloca entre as vinte áreas do

mundo e entre as dez do Brasil com maior número de indivíduos e

elevado número de espécies arbóreas.

A fauna registra 38 espécies de mamíferos, entre primatas,

roedores, felinos, canídeos e outros, bem como 52 tipos de anfíbios, 53

de répteis e 302 espécies de aves, incluindo a harpia ou gavião real,

maior ave de rapina das Américas. Foi na Estação que se identificou,

pela primeira vez na Bahia, um ninho desse animal, raro na Mata

Atlântica. Além da harpia, várias das espécies encontradas na reserva

estão entre as consideradas ameaçadas de extinção.

Outros ativos importantes da Estação Veracel são a sua geologia –

relevos e solos - e a grande riqueza de recursos hídricos. Em sua área,

se encontram nascentes de importantes rios da região, inclusive o

Jardim e o Mutari, este último relatado como o que teria abastecido a

frota de Pedro Álvares Cabral. Outros, como o Rio dos Mangues, que

abastece Porto Seguro, passam pela Estação e são alimentados por

vários córregos que ali nascem.

Por todos esses fatores, em associação com a Agenda de

Sustentabilidade que norteia as atividades da Veracel, consideramos de

fundamental importância o presente Plano de Manejo. O uso adequado

da Estação será agora orientado por meio de duas grandes vertentes:

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uma, para a comunidade científica, universidades e entidades

correlatas, disponibilizando a reserva para estudo e pesquisa dos

diversos aspectos da Mata Atlântica. Outra, para ações junto às

comunidades da região, escolas, centros comunitários e outros,

instruindo e disseminando conceitos conservacionistas e de educação

ambiental, grandes lacunas na educação do país.

A Estação situa-se também como o centro de desenvolvimento de

programas de preservação e regeneração de vegetação nativa nas terras

de propriedade da Veracel que, ao tê-las adquirido, encontrou grandes

parcelas em diversos estágios de degeneração. Hoje, a configuração

típica das florestas da Veracel apresenta plantações de eucaliptos para

fins industriais, entremeadas por florestas nativas preservadas ou

regeneradas, através de formações denominadas mosaicos. Isso tem se

mostrado altamente positivo, tanto na proteção das plantações como

das matas nativas, formando corredores que unem os fragmentos

destas, permitindo o trânsito de diversas espécies biológicas. Com este

sistema, mais da metade do total das propriedades da Veracel é

constituído por áreas preservadas.

Como grandes parceiros e executores deste Plano de Manejo, não

podemos deixar de citar a ONG Conservação Internacional-Brasil e seus

parceiros UESC e outras entidades, as quais, com equipes altamente

qualificadas de cientistas e técnicos, elaboraram o trabalho, com a

colaboração da área de Sustentabilidade da Veracel.

Com a implantação do Plano, a Veracel espera oferecer de forma

estruturada, às comunidades científicas, às entidades estudiosas da

preservação e às comunidades vizinhas, os benefícios deste magnífico

patrimônio, para que represente uma coluna mestra de atividades

conservacionistas e educacionais, contribuindo para a preservação da

tão fragilizada Mata Atlântica.

Renato Guéron Presidente Veracel Celulose S.A.

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SUMÁRIO

Apresentação ------------------------------------------------------------------------iv

Sumário ------------------------------------------------------------------------------vi

Lista de Figuras, Fotos e Tabelas ---------------------------------------------- viii

Lista de Siglas --------------------------------------------------------------------- xiii

Introdução --------------------------------------------------------------------------- 1

• Contextualização da RPPN-----------------------------------------------2

Informações Gerais ----------------------------------------------------------------15

• Acesso- -- ---------------------------------------------------------------- 15

• Histórico------------------------------------------------------------------15

Ficha-Resumo ----------------------------------------------------------------------22

Diagnóstico -------------------------------------------------------------------------23

1- Apresentação ----------------------------------------------------------------23

2 - Metodologia do Diagnóstico ----------------------------------------------24

3 – Caracterização da Área ---------------------------------------------------32

3.1 - Meio Físico ------------------------------------------------------------32

3.2 - Flora e Fauna---------------------------------------------------------52

3.3 - Caracterização do Uso Público-------------------------------------70

4 - Significância da Unidade e Conectividade --------------------------- 107

Planejamento --------------------------------------------------------------------- 113

1 - Objetivos Específicos de Manejo -------------------------------------- -113

2 – Zonas de Fragilidade-----------------------------------------------------114

3 - Zoneamento--------------------------------------------------------------- 119

3.1 - Zona Silvestre------------------------------------------------------- 121

2.2 - Zona de Proteção --------------------------------------------------- 122

3.3 - Zona de Recuperação---------------------------------------------- 122

3.4 - Zona de Visitação -------------------------------------------------- 124

3.5 - Zona de Uso Conflitante ------------------------------------------ 125

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3.6 - Zona de Administração-------------------------------------------- 126

3 - Programas de Manejo---------------------------------------------------- 130

3.1 - Programa de Proteção --------------------------------------------- 130

3.2 - Programa de Pesquisa --------------------------------------------- 137

3.3 - Programa de Uso Público ----------------------------------------- 146

3.4 - Programa de Administração -------------------------------------- 162

Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------ 171

Anexos I --------------------------------------------------------------------------- 184

I.1 - Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel--------------------------------------------------------------- 185

I.2 - Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel -------------------------------- 188

I.3 - Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC ---- 193

I.4 - Lista de espécies de vertebrados registradas para a RPPN Estação Veracel--------------------------------------------------------------- 203

I.5 - Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel -------------------------- 213

Anexos II--------------------------------------------------------------------------- 216

Projetos Específicos ---------------------------------------------------------- 217

• Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel----------- 217

• Manejo e conservação do gavião real na RPPN Estação Veracel227

• Novas proposta de uso público para a RPPN Estação Veracel -235

Oficinas Participativas------------------------------------------------------- 253

• Oficina de Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel ------------------------------------------------------- 253

• Oficina de Planejamento Participativo em Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN EVC ------------ 268

Anexo III --------------------------------------------------------------------------- 287 • Sumário Executivo-----------------------------------------------------288

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LISTA DE FIGURAS, FOTOS E TABELAS Figura 1 – Sítio do Patrimônio Natural “Costa do Descobrimento” ------------------5 Figura 2 – Corredor Central da Mata Atlântica, conforme o projeto Corredores

Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente --------------------------------------- 13 Figura 3 – Unidades de Conservação existentes na porção baiana do Corredor

Central da Mata Atlântica ------------------------------------------------------------ 14 Figura 4 – Localização geográfica e acesso à RPPN Estação Veracel--------------- 18 Tabela 1 – Ficha-Resumo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação

Veracel (Bahia)------------------------------------------------------------------------- 22 Figura 5 – Mapa com limites da RPPN EVC com os pontos visitados para o

diagnóstico do meio físico------------------------------------------------------------- 27 Tabela 2 - Período, local e integrantes da equipe no diagnóstico das atividades

de uso público na RPPN Estação Veracel ------------------------------------------ 31 Figura 6 – Área de Tabuleiro Costeiro na região do Extremo Sul da Bahia------- 36 Figura 7 – Mapa de elevação da RPPN Estação Veracel------------------------------ 38 Figura 8 – Mapa de declividade da RPPN Estação Veracel -------------------------- 39 Figura 9 – Mapa esquemático de domínios pedológicos da RPPN Estação

Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 42

Figura 10 – Solos dominantes na área da RPPN Estação Veracel ------------------ 43

Figura 11 – Degradação das áreas de mussununga ao longo das estradas que

cortam a RPPN Estação Veracel ----------------------------------------------------- 45

Figura 12 – Erosão ao longo das estradas da RPPN Estação Veracel alocadas

em áreas com relevo ondulado------------------------------------------------------- 47

Figura 13 – Antiga cascalheira na RPPN Estação Veracel --------------------------- 49

Figura 14 – Córrego de águas barrentas devido à erosão na RPPN Estação

Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 49

Figura 15 – Árvores tombadas naturalmente na RPPN Estação Veracel ---------- 50

Figura 16 – Erosão acentuada em horizonte C do Barreiras nas margens das

estradas que cortam a RPPN Estação Veracel------------------------------------- 51 Figura 17 – Famílias com maior número de espécies arbóreas nas duas áreas

inventariadas da RPPN Estação Veracel-------------------------------------------- 55 Figura 18 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na

área 1 da RPPN Estação Veracel----------------------------------------------------- 56 Figura 19 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na

área 2 da RPPN Estação Veracel-----------------------------------------------------57

Tabela 3 – Comparação das 10 espécies com maior IVI (índice de valor de

importância) da RPPN Estação Veracel com aquelas de áreas próximas ----- 58

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Tabela 4 – Número de indivíduos e espécies arbóreas acima de 5cm de DAP em

diferentes localidades no mundo, amostradas segundo o método proposto

por Gentry (1982) ---------------------------------------------------------------------- 60

Tabela 5 – Riqueza, número de espécies ameaçadas e espécies endêmicas da

Mata Atlântica registradas na RPPN Estação Veracel---------------------------- 63

Tabela 6 – Espécies de mamíferos da Estação Veracel endêmicas da Mata

Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes

na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional --------- 65

Tabela 7– Espécies de aves da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata

Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes

na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional --------- 68

Tabela 8 – Espécies da herpetofauna da RPPN Estação Veracel endêmicas da

Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou

presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio

internacional---------------------------------------------------------------------------- 69

Tabela 9 – Trilhas propostas pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental em

1996 e correspondência com as atividades atuais-------------------------------- 75

Figura 20 – Número total de visitantes por ano na RPPN Estação Veracel no

período de 1996 a maio de 2006 ---------------------------------------------------- 77

Figura 21(a) – Palestra para grupo de estudante; (b) Palestra para representantes

de instituições florestais nacionais e internacionais na RPPN Estação Veracel—78

Figura 22(a) – Dinâmica de grupo “Encadeamento”; (b) Brincadeira “Que

animal sou eu” na RPPN Estação Veracel------------------------------------------ 79

Figura 23(a) – Livro de Registros e Livro de Mensagens; (b) Visitante

registrando dados no livro disponibilizado no Centro de Visitantes da RPPN

Estação Veracel ------------------------------------------------------------------------ 80

Figura 24 – Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel durante o período de

1996 e 2004----------------------------------------------------------------------------- 81

Figura 25 – Média de visitação mensal da RPPN Estação Veracel entre 1998 e

2005-------------------------------------------------------------------------------------- 82

Figura 26 – Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação

Veracel de 1996 a 2004 --------------------------------------------------------------- 83

Figura 27(a) – Ponte suspensa; (b) Cabana indígena – Kijeme na RPPN Estação

Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 84

Figura 28(a) – Troncos e galhos caídos na trilha provocando desvios; (b) Raízes

soltas que devem ser retiradas das trilhas na RPPN Estação Veracel --------- 85

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Figura 29(a) – Ponte suspensa na Trilha do Pau-brasil na RPPN Estação

Veracel; (b) Exemplares pouco significativos da espécie que nomeia a trilha:

pau-brasil ------------------------------------------------------------------------------- 86

Figura 30(a) – Plataforma de acesso a copa da árvore na RPPN Estação

Veracel; (b) Bancos que devem ser reformados ----------------------------------- 87

Figura 31(a) – Um dos poucos exemplares de orquídea encontrado na trilha;

(b) Vestígio de pesquisa em trilhas na RPPN Estação Veracel ------------------ 88

Figura 32(a) – Raro exemplar de bromélia na trilha; (b) Travessia de córrego

onde deve-se estudar intervenção com estruturas na RPPN EVC-------------- 90

Figura 33(a) – Entrada restrita a funcionários; (b) Portão de entrada de

visitantes para acesso ao Centro de Visitantes na RPPN Estação Veracel---- 91

Figura 34(a) – Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel; (b) Mesas de

apoio à exposição de animais conservados em vidros---------------------------- 93

Figura 35(a) – Cantina com abertura para a área aberta; (b) Estacionamento

(ônibus no lado direito ao fundo) na RPPN Estação Veracel -------------------- 92

Figura 36(a) – Quiosque construído em 2006; (b) Bancos e mesa na área em

frente ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel------------------------ 93

Figura 37(a) – Casa da Administração; (b) Gramado marcado por pisoteio, no

atalho para chegar à administração na RPPN Estação Veracel----------------- 93

Figura 38(a) – Casa dos funcionários na RPPN Estação Veracel (vista dos

fundos); (b) Conjunto de mesas e cadeiras feitos de eucalipto, bom exemplo

de outros usos da madeira ----------------------------------------------------------- 94 Figura 39(a) – Alojamento de pesquisadores e laboratório na RPPN Estação

Veracel; (b) Viveiro da harpia, atualmente fechado à visitação ----------------- 95

Figura 40(a) – Placa antiga com fundo verde e letras brancas; (b) Placa nova,

padrão para a Costa do Descobrimento -------------------------------------------- 96

Figura 41(a) – Placa indicando a RPPN Estação Veracel e a Estação Ecológica

do Pau-Brasil; (b) Placa de indicação do Centro de Visitantes da RPPN

Estação Veracel ------------------------------------------------------------------------ 96

Figura 42(a) – Placa em língua inglesa voltada ao visitante estrangeiro; (b)

Única placa indicando limite de velocidade na estrada para a RPPN Estação

Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 97

Figura 43(a) – Identificação da unidade de conservação como Sítio do

Patrimônio Mundial Natural; (b) Terceira placa apontando a distância do

Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel ----------------------------------- 98

Figura 44(a) – Placa informando que a RPPN Estação Veracel é uma unidade

de conservação; (b) Placa informando que se trata de área particular e

alerta contra crime ambientais ------------------------------------------------------ 98

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Figura 45(a) – Placas educativas alertando o visitante a ter cuidado em não ser

causador de incêndios; (b) Placa de respeito à fauna silvestre na estrada

para a RPPN Estação Veracel -------------------------------------------------------- 99

Figura 46(a) – Placa de conscientização para não jogar o lixo na área da RPPN

Estação Veracel; (b) Placa educativa antiga --------------------------------------- 99

Figura 47(a) – Placa identificando a área como propriedade particular,

encontrada em área de divisa da RPPN Estação Veracel; (b) Conteúdo da

placa com enfoque na lei de crimes ambientais----------------------------------100

Figura 48(a) – Placa de identificação da RPPN Estação Veracel; (b) Placa

indicativa bilíngüe do Centro de Visitantes---------------------------------------101

Figura 49(a) – Placa identificando o Centro de Visitantes; (b) Adesivos

identificam tipo de resíduo nas lixeiras de coleta seletiva próximo ao centro

de Visitantes da RPPN Estação Veracel -------------------------------------------101

Figura 50(a) – Placa informativa de material em exposição; (b) Placa-marco de

criação da RPPN Estação Veracel --------------------------------------------------102

Figura 51(a) – Placa identificando sanitários e quadro de avisos; (b) Placa

identificando a casa da administração na RPPN Estação Veracel-------------103

Figura 52(a) – Placa identificando o Centro de Pesquisas da RPPN Estação

Veracel; (b) Placa identificando a sala do ambulatório veterinário------------104 Figura 53(a) – Placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com

guias nos viveiros de animais silvestres hoje desativado; (b) Placa de

identificação do pau-brasil na RPPN Estação Veracel --------------------------104

Figura 54(a) – Placa alertando que a entrada é restrita a funcionários; (b) Placa

indicando local para estacionamento de visitantes na RPPN Estação

Veracel ----------------------------------------------------------------------------------105

Figura 55(a) – Placas que identificam palmeiras nativas do Brasil; (b) Placa

para as trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil na RPPN EVC --------------106

Figura 56 – Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN

Estação Veracel------------------------------------------------------------------------110

Figura 57- Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN

Estação Veracel------------------------------------------------------------------------111

Tabela 10 – Zonas e sub-zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel---------115

Figura 58 – Zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel------------------------117

Figura 59 – Proposta de zoneamento para a RPPN Estação Veracel --------------120

Figura 60- Detalhe da Zona Administrativa ------------------------------------------128

Tabela 11– Área total das zonas de manejo propostas para a Reserva

Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel ------------------------------129

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Figura 61 - Mapa de vegetação com os 17 blocos definidos para a fiscalização e

monitoramento da RPPN Estação Veracel-----------------------------------------131

Tabela 12 – Diretrizes para os projetos que contemplem inventário da Biota

dentro da RPPN Estação Veracel ---------------------------------------------------143

Tabela 13 – Datas comemorativas sugeridas para atividades especiais da RPPN

Estação Veracel------------------------------------------------------------------------152

Tabela 14 - Implementação de projetos a curto, médio e longo prazos, por

subprograma do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel--------160

Tabela 15 – Situação atual dos Recursos Humanos na RPPN Estação Veracel--164

Figura 62 – Organograma funcional proposto para a RPPN Estação Veracel ---165

Tabela 16 – Ações de curto (2007) e médio prazo (2008-2009) para a RPPN

Estação Veracel------------------------------------------------------------------------166

Tabela 17 – Matriz de Âmbitos, Variáveis e Sub-Variáveis para a avaliação de

efetividade de manejo da unidade de conservação ------------------------------168

Tabela 18 – Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel por âmbitos, em

1999-----------------------------------------------------------------------------------------170

Foto 1 – Beija-flor balança-rabo canela (Glaucis dorhnii) ---------------------------213

Foto 2 – Papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) ----------------------------------213

Foto 3 – Sagüi-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi) ---------------------------------213

Foto 4 – Macaco-preto (Cebus robustus)-----------------------------------------------213

Foto 5 – Perereca (Hylomantis áspera) -------------------------------------------------214

Foto 6 – Perereca (Hyla gr. albosignata sp. n.)----------------------------------------214

Foto 7 – Indíviduo de gavião-real (Harpia harpyja) próximo ao viveiro e um

ninho da espécie identificado na RPPN Estação Veracel ---------------------------- 214 Foto 8 – Equipamento utilizado na metodologia de armadilha fotográfica e uma

foto de anta (Tapirus terrestres) registrada em pesquisa utilizando esse tipo

de ferramenta na RPPN Estação Veracel ------------------------------------------215

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LISTA DE SIGLAS

CBPM Companhia Baiana de Pesquisa Mineral

CEMAVE Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres

CEPEC Centro de Pesquisa da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CEPLAC Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

CEU Centro Excursionista Universitário

CI-BRASIL Conservação Internacional

CITES Convention on International Trade in Endangered Species (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção)

CRA Centro de Recursos Ambientais

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

Embasa Empresa Baiana de Águas e Saneamento

EPI Equipamento de Proteção Individual

ESPAB Estação Ecológica do Pau Brasil

FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FLONIBRA Floresta Nipo Brasileira S.A.

FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI Fundação Nacional do Índio

IAR Índice de Abundância Relativa

IBA Important Bird Área (Áreas Importantes para Aves)

IBAMA Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBio Instituto BioAtlântica

IUCN União Mundial pela Natureza

KBA Key Biodiversity Area (Área chave para biodiversidade)

KfW German Development Bank

LAC Limits of Acceptable Change (Limite Aceitável de Câmbio)

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MAB Man and Biosphere (Homem e a Biosfera)

MMA Ministério do Meio Ambiente

MZUSP Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

ONG Organização não governamental

PP-EVC Programa de pesquisa da Estação Veracel

PPG-7 Programa-Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais

PROBIO Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira

RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

ROS Recreation Oportunity Spectrum (Espectro de Oportunidade de Recreação)

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

RPPN EVC Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel

SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

TAC Termo de Ajustamento de Conduta

TNC The Nature Conservancy

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura

UNESP Universidade Estadual Paulista

UESC Universidade Estadual de Santa Cruz

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

VAMP Visitor Activities Management Process (Processo de Manejo das Atividades do Visitante)

VERP Visitor Experience and Resource Protection (Experiência do Visitante e a Proteção dos Recursos)

VIM Visitor Impact Management (Manejo do Impacto do Visitante)

WWF World Wildlife Fund

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1

INTRODUÇÃO

Devido às limitações do sistema público de unidades de

conservação, tem aumentado a importância da participação do setor

privado na estratégia de conservação in situ da biodiversidade

brasileira, particularmente através da criação de RPPNs (Pinto et al.,

2004; Vieira & Mesquita, 2004; Costa, 2006). De acordo com a Lei do

SNUC, datada de 18 de julho de 2000, as RPPNs sejam elas nacionais

ou estaduais são unidades de conservação em áreas privadas, gravada

com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica,

conforme estabelece o Artigo 21 da citada Lei (MMA, 2000).

Uma RPPN é geralmente reconhecida em função de sua

importância para proteção da biodiversidade, seu valor paisagístico, ou

outras variáveis que dependam de proteção ou restauração do habitat

natural. As RPPN têm, cada vez mais, servido como um instrumento

adicional para o fortalecimento do sistema de unidade de conservação

existente, permitindo o aumento de áreas sob proteção legal;

promovendo a proteção e o apoio a pesquisa sobre a biodiversidade de

forma complementar à rede de áreas protegidas públicas; possibilitando

o aumento da conectividade da paisagem natural; e a proteção de áreas

chave ao longo dos biomas brasileiros.

O Brasil é o único país da América Latina a incluir as reservas

privadas no seu sistema oficial de áreas protegidas, reconhecida na Lei

que instituiu o SNUC (Mesquita & Leopoldino, 2002). As RPPN foram

incluídas no SNUC no grupo de unidades de conservação de uso

sustentável. Entretanto, devido ao veto presidencial a um dos itens do

artigo 21 da referida Lei, que possibilitava a extração de recursos

naturais em uma RPPN, essas unidades de conservação tornam-se de

fato unidades de proteção integral. Sendo assim, as RPPN são tratadas

nas estratégias de conservação como unidades de conservação de

proteção integral (parques e reservas), especificamente aquelas

consideradas de uso restrito e com o objetivo principal de conservar a

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biodiversidade e aumentar o nível de conhecimento sobre as

comunidades florísticas e faunísticas nelas representadas.

Assim como as unidades de conservação públicas, as RPPNs

também necessitam estabelecer um planejamento, na forma de plano de

manejo, para alcançar os objetivos para os quais a unidade de

conservação foi criada. De acordo com o artigo segundo da Lei 9.985,

que instituiu o SNUC, um plano de manejo é um documento técnico

mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade

de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem

presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a

implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade

(MMA, 2000). Dourojeanni (2003) ressalta que um plano de manejo deve

ser baseado na realidade da unidade de conservação para se escolher,

entre as opções disponíveis, as decisões que tática e estrategicamente

melhor viabilizem o cumprimento dos objetivos que a legislação prevê

para a categoria.

Este documento apresenta o Plano de Manejo da Reserva

Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel (RPPN EVC), maior

RPPN da Mata Atlântica. O Plano foi elaborado sob a coordenação da

empresa Veracel Celulose S/A, proprietária da unidade, visando a

efetiva proteção da área em questão, bem como a identificação dos

cenários referentes ao manejo no curto, médio e longo prazos. A

metodologia utilizada para a elaboração deste plano de manejo está

descrita no roteiro metodológico de planejamento para RPPNs elaborado

pelo IBAMA (Ferreira et al., 2004), que apresenta três fases para sua

elaboração: informações gerais, diagnóstico e planejamento.

Contextualização da RPPN

Enfoque Internacional A criação da RBMA, que abriga os principais remanescentes de

Mata Atlântica e ecossistemas associados do Ceará ao Rio Grande do

Sul, foi reconhecida pela Unesco em várias fases consecutivas, entre

1991 e 1993 (Corrêa, 1995).

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O Sistema de Reservas da Biosfera do Programa “Man and the

Biosphere” MAB - Unesco foi consolidado na década de 70, sob a

influência da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente. As

Reservas da Biosfera têm três prioridades como base em todos os

trabalhos a serem nelas desenvolvidos: a conservação da natureza e de

sua biodiversidade, o desenvolvimento social sustentado das

populações que vivem na área, com ênfase para as comunidades

tradicionais, e o aprofundamento da educação ambiental e do

conhecimento científico. Para viabilizar esses objetivos, elas devem

obedecer a um zoneamento que está centrado em três áreas principais:

- a zona núcleo, que deve ser uma unidade de conservação de

proteção integral ou uma RPPN. A RPPN EVC é uma das zonas núcleo

da RBMA na região do Extremo Sul do Estado da Bahia.

- a zona de amortecimento, que circunda completamente a zona

núcleo. Sua função principal é protegê-la. Aí podem ser desenvolvidas,

entre outras, atividades econômicas sustentadas e experimentos

científicos. Nelas devem se localizar, preferencialmente, as comunidades

de cultura tradicional.

- a zona de transição está ao redor da zona de amortecimento. Nela

são feitas, com flexibilidade, as atividades que acomodam a Reserva da

Biosfera com as suas áreas de entorno.

A razão pela qual o Brasil aderiu ao Sistema de Reservas da

Biosfera é que este é o mais alto reconhecimento internacional que se

pode almejar para a proteção de um ecossistema. A declaração da

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica endossa a sua situação como

uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo, sendo, em

conseqüência, uma das prioridades mundiais para a conservação da

biodiversidade.

Nos termos da Convenção para a Proteção dos Patrimônios

Culturais e Naturais Mundiais adotada pela Conferência Mundial da

UNESCO de 1972, o Comitê Intergovernamental para a Proteção do

Patrimônio Mundial Cultural e Natural, denominado "Comitê do

Patrimônio Mundial", incluiu, em dezembro de 1999, as áreas Sul e

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Leste da Mata Atlântica na "Lista de Patrimônio Mundial" como “Bem

Natural de Valor Universal”. A RPPN EVC faz parte do grupo de 7 áreas

protegidas, sendo 6 unidades de conservação localizadas na Costa do

Descobrimento, região entre os rios Jequitinhonha e Doce, no extremo

sul da Bahia e norte do Espírito Santo, que foram reconhecidas pela

UNESCO em 2000 como Sítios do Patrimônio Natural Mundial

(Schenkel, 2006; Figura 1). Além da RPPN EVC estão inseridas no Sítio

do Descobrimento a Reserva Biológica de Una; o Parque Nacional do

Pau-Brasil; o Parque Nacional de Monte Pascoal; o Parque Nacional do

Descobrimento; a Reserva Biológica de Sooretama; e uma área privada,

a Reserva Florestal de Linhares.

Os sítios do patrimônio natural são formações físicas, biológicas e

geológicas excepcionais, locais de ocorrência de espécies animais e

vegetais ameaçadas e áreas de alto valor científico, de conservação ou

estético. As atividades previstas para os sítios envolvem ações

estruturais como proteção de espécies e ecossistemas, conscientização

pública e educação ambiental, treinamento e promoção de ecoturismo

ou outras iniciativas de desenvolvimento socioeconômico sustentável. O

Programa Sítios do Patrimônio Mundial no Brasil constitui uma ampla

parceria envolvendo o MMA, a UNESCO, a Fundação das Nações

Unidas, o WWF, a TNC e a CI-Brasil.

Por se tratar de uma região com alto grau de ameaça, a Mata

Atlântica vem recebendo investimentos para sua conservação de

diversos organismos governamentais internacionais, tais como o Banco

Mundial e a agência alemã KfW, através do Projeto Corredores

Ecológicos, bem como de ações de conservação de organizações não-

governamentais, como a CI-Brasil e TNC. Para a RPPN EVC estes

parceiros poderão viabilizar os estudos bases e aplicados à gestão da

área, colaborando para sua definitiva implantação.

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Figura 1 – Sítio do Patrimônio Natural “Costa do Descobrimento”.

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Enfoque Nacional A Mata Atlântica é, desde a promulgação da Constituição Federal

de 1988, patrimônio nacional da população brasileira. Sua conservação

deve ser estimulada pelo poder público, cabendo, ainda segundo a

Constituição da República, artigo 225, parágrafo 1o, inciso III “definir,

em todas as Unidades da Federação, espaços territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos”.

A Mata Atlântica brasileira, hoje reduzida a menos de 8% de sua

extensão original, perfazia cerca de 1.400.000 km2 do território

nacional, e estende-se desde o Nordeste Brasileiro até o Rio Grande do

Sul (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2002). Essa região é de

grande importância para o país, pois abriga mais de 60% da população

brasileira e é responsável por quase 70% do PIB nacional (CI-Brasil et

al., 2000). A devastação da Mata Atlântica é um reflexo da ocupação

territorial e exploração desordenada dos recursos naturais. Os

sucessivos impactos resultantes de diferentes ciclos de exploração, da

concentração da população e dos maiores núcleos urbanos e industriais

levaram a uma drástica redução na cobertura vegetal natural, que

resultou em paisagens hoje fortemente dominadas pelo homem

(Fonseca, 1985; Dean, 1996; Câmara, 2003; Hirota, 2003; Mittermeier

et al., 2004).

A Mata Atlântica possui hoje mais de 800 unidades de

conservação públicas e privadas, federais e estaduais, totalizando cerca

de 13.000.000ha (Pinto et al., 2006). Considerando somente as

unidades de conservação de proteção integral, menos de 2% (cerca de

2,5 milhões de hectares) da extensão do bioma se encontra oficialmente

dedicado a esse objetivo.

Na Mata Atlântica, devido ao elevado custo para criação de

unidades de conservação públicas, tem aumentado a importância da

participação do setor privado nas estratégias de conservação in situ da

biodiversidade, principalmente através das RPPNs. Além de promover a

proteção e apoio à pesquisa sobre biodiversidade, as RPPNs também

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contribuem para o aumento da conectividade da paisagem e a proteção

de áreas-chave (Pinto et al., 2004; Vieira & Mesquita, 2004).

A RPPN EVC é uma das 450 RPPNs da Mata Atlântica. A unidade

possui uma área de 6.069ha de cobertura florestal praticamente

contínua. Devido ao estado atual de fragmentação do bioma Mata

Atlântica, este pode ser considerado um remanescente de grande porte,

uma vez que predomina em todo o bioma, remanescentes de menos de

100ha, e o tamanho médio das unidades de conservação públicas é em

torno de 10.000ha (Pinto et al., 2004)

Pela sua importância a RPPN EVC compõe um conjunto de

remanescentes florestais que forma uma das áreas prioritárias para

conservação da biodiversidade na avaliação do PROBIO (CI-Brasil,

2000). As áreas prioritárias foram identificadas por dezenas de

especialistas como áreas de grande importância biológica, de acordo

com a existência de espécies endêmicas, raras e ameaçadas,

comunidades biológicas únicas, e com as características especiais dos

elementos determinantes da biodiversidade (clima, rios, solos etc.). As

áreas foram examinadas também segundo a necessidade de ações

urgentes em função da avaliação da pressão antrópica, considerando-se

diversos fatores, como as pressões demográficas e a vulnerabilidade das

áreas naturais aos diversos tipos de exploração econômica.

Enfoque Estadual

Apesar da extensa área abrangida pelas unidades de conservação

do estado da Bahia, com pouco mais de 3 milhões e 300 mil hectares, a

superfície total destas áreas representa apenas 5,8% do território

baiano. Esse nível de proteção está abaixo do preconizado pela IUCN

que, por ocasião do III Congresso Mundial de Parques e outras Áreas

Protegidas, recomendou pelo menos 10% da superfície territorial do

Estado, do País ou do bioma sob proteção. São 36 unidades de

conservação, distribuídas nos biomas do Estado: a caatinga, o cerrado

e a mata atlântica. Em análise realizada recentemente para a

representatividade da cobertura de unidades de conservação do sul da

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Bahia (Timmers et al., 2002), verificou-se que existem grandes lacunas

no sistema de proteção da região. Essa limitação é agravada pela alta

diversidade biológica contida nos seus limites territoriais.

O programa de conservação da diversidade biológica do Estado

possui a característica de priorizar o estabelecimento de unidades de

conservação de uso sustentável, com um total de 31 Áreas de Proteção

Ambiental (5.972.871ha) e 2 Áreas de Relevante Interesse Ecológico

(12.168ha). As unidades de conservação de proteção integral perfazem

somente uma área de 58.068ha, ou 1,9% do território do Estado.

Há ainda no estado da Bahia algumas unidades de conservação

federais de proteção integral, sendo cinco Parques Nacionais (Chapada

Diamantina, 152.105ha; Pau-Brasil, 11.538ha; Monte Pascoal,

22.500ha; Descobrimento, 21.129ha; e Marinho dos Abrolhos,

88.249ha); uma Reserva Biológica (Una, 11.400ha); um Refúgio de Vida

Silvestre (Veredas do Oeste Baiano, 128.521ha); e uma Estação

Ecológica (Raso da Catarina, 99.772ha).

Quanto às unidades de conservação de uso sustentável federais o

estado da Bahia possui três Reservas Extrativistas Marinhas (Barra do

Iguape, 8.117ha; Ponta do Corumbau, 38.174ha; e Canavieiras,

100.000ha), uma Área de Relevante Interesse (Cocorobó, 7.504 ha) e

duas Florestas Nacionais (Contendas do Sincorá, 11.031ha; e

Cristópolis, 12.839ha). Dada a relevância da região para a conservação

da biodiversidade da Mata Atlântica, está em curso uma iniciativa do

Ministério do Meio Ambiente, em parceria com IBAMA, órgãos estaduais

de meio ambiente da Bahia e Minas Gerais e diversas entidades

ambientalistas, visando um incremento expressivo da área protegida na

região, através da criação de novas unidades de conservação e expansão

de outras já existentes.

A Bahia conta com o segundo maior número de RPPNs federais do

País, havendo 54 áreas reconhecidas e diversas em processo de criação,

atrás apenas de Minas Gerais. Porém quando se contabiliza o número

total de RPPN criadas nos estados da federação o estado da Bahia

aparece em terceiro lugar no ranking, após os estados do Paraná e de

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Minas Gerais, pois estes estados possuem programas estaduais de

reconhecimento destas unidades de conservação, o que tem permitido

maior agilidade no processo de criação (Costa, 2006). Um ponto positivo

é que em 2003 houve a sanção do Decreto Estadual n° 8851, de 22 de

dezembro de 2003, que permite o Estado da Bahia criar RPPN

diretamente vinculada ao órgão estadual de proteção ao meio ambiente.

A importância biológica do sul da Bahia e da Mata Atlântica do

Espírito Santo e a necessidade de estabelecer mecanismos inovadores

de gestão integrada das unidades de conservação levaram a indicação

dessa região como um dos Corredores de Biodiversidade no Brasil

(Ayres et al., 2005).

Um corredor de biodiversidade compreende uma rede de áreas

protegidas entremeada por áreas com diferentes graus de interferência

humana, no qual o manejo é integrado para ampliar a possibilidade de

permanência de todas as espécies, a manutenção de processos

ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento de uma economia regional

baseada no uso sustentável dos recursos naturais (Sanderson et al.,

2003). A abordagem dos corredores de biodiversidade é utilizada para

contemplar a proteção ambiental em diferentes escalas, desde a local

até a regional, e buscar a representação de diferentes ecossistemas, o

manejo sistêmico da rede de unidades de conservação e a manutenção

ou incremento da conectividade entre as diferentes áreas (Fonseca et

al., 2004; Ayres et al., 2005).

Nesse contexto, a Mata Atlântica tem sido uma das regiões

pioneiras, com o uso do melhor conhecimento científico para a definição

de áreas e estratégias de conservação. Através de um processo de

identificação de corredores de biodiversidade, utilizando critérios

biológicos, além da análise das principais ameaças, alguns exercícios

foram conduzidos para a Mata Atlântica e para outras regiões do país

(CI & IESB, 2000; Fonseca et al., 2004; Ayres et al., 2005). O Corrredor

Central da Mata Atlântica é uma das regiões escolhidas pelo Ministério

do Meio Ambiente para o desenvolvimento dessa estratégia de

conservação no projeto Parques e Reservas, no âmbito do Programa

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Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras, conhecido

como PPG-7 (MMA, 2006; Figura 2).

Por meio dos corredores de biodiversidade busca-se enfrentar um

dos principais desafios para a conservação da biodiversidade,

especialmente dos hotspots, que é o crescente isolamento das áreas

naturais. Como a conservação da diversidade biológica envolve não

somente a preservação das espécies, mas também da diversidade

genética contida em diferentes populações, é essencial proteger

múltiplas populações da mesma espécie, que nos hotspots estão cada

vez mais isoladas e susceptíveis a eventos estocásticos de natureza

genética ou demográfica, portanto com maiores probabilidades de se

extinguirem localmente (Brooks et al., 2002). As estratégias de

conservação devem, portanto abordar a dinâmica da paisagem e as

inter-relações entre unidades de conservação, além dos aspectos

relacionados às áreas isoladas.

A porção sul-baiana, onde está inserida a RPPN EVC, é um

exemplo desse cenário, apresentando forte fragmentação dos ambientes

naturais. Fotos aéreas datadas de 1945 permitiram registrar que

naquela época mais de 85% da área total do Extremo Sul da Bahia

ainda encontrava-se coberto por florestas (Rezende Mendonça, 1994).

As avaliações mais atuais são alarmantes. Landau (2003) estimou a

situação da Mata Atlântica no Sudeste da Bahia, determinando a área

relativa ocupada por diferentes categorias de cobertura vegetal e uso do

solo em 107 municípios das regiões econômicas Litoral Sul, Extremo

Sul e Sudoeste e observou que as Florestas em estágio avançado de

regeneração ocuparam 6,5% da área estudada. No Extremo Sul da

Bahia, onde está localizada a RPPN EVC, apenas 7,6% é coberto por

florestas em estágio avançado de regeneração, sendo que apenas 6,9%

dos fragmentos apresentaram área acima que 100ha e, 0,7%, área

superior a 1.000ha.

Além do Sul da Bahia, o Corredor Central da Mata Atlântica

abrange quase todo o Espírito Santo. Este corredor de biodiversidade

abrange os maiores remanescentes florestais de Mata Atlântica do

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Nordeste e abrange atualmente 25 unidades de conservação de proteção

integral, 19 unidades de uso sustentável e 41 RPPNs, totalizando

aproximadamente 520.000 hectares sob diversas formas de proteção

(Figura 3), sendo a RPPN EVC uma das áreas protegidas chave do

Corredor. Embora seja uma quantidade considerável de espaços

legalmente protegidos, é evidente que só o fato de terem sido criados

não é garantia de efetiva implementação e proteção.

O Corredor Central da Mata Atlântica compreende dois centros de

endemismo da Mata Atlântica, conforme estudos disponíveis sobre

vertebrados terrestres, borboletas e plantas (Mori et al., 1981; Kinzey,

1982; Thomas et al., 1998; Silva & Casteleti, 2004). A porção baiana do

Corredor Central apresenta uma das maiores diversidades de aves do

Brasil, abrigando mais de 50% das espécies de aves endêmicas da Mata

Atlântica (Cordeiro, 2003a). A diversidade da flora também é

excepcional. Em estudos realizados em uma reserva particular ainda

não reconhecida como RPPN e no Parque Estadual da Serra do

Conduru, em Serra Grande, município de Uruçuca, ao norte de Ilhéus,

foram encontradas 458 espécies de árvores em um único hectare de

floresta, número considerado um dos recordes mundiais de riqueza de

plantas lenhosas (Thomas & Carvalho, 1997; A. Amorim, com.pess).

A região é importante também por abrigar 57% da fauna de

vertebrados da Mata Atlântica ameaçada de extinção, como o mico-leão-

da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e o macaco-prego-de-

peito-amarelo (Cebus xanthosternos). A RPPN EVC abriga espécies

ameaçadas de extinção como o macaco-preto (Cebus robustus); o

papagaio-chauá (Amazona rhodochorytha), e o beija-flor balança-rabo-

canela (Glaucis dohrnii), dentre outras.

Nesse contexto descrito para o Corredor Central da Mata

Atlântica, as unidades de conservação desempenharão um papel

extremamente importante para garantir a proteção da biodiversidade a

longo prazo. A estratégia dos espaços protegidos associados à

construção de corredores ecológicos (ou corredores de fauna e flora),

será fundamental para a manutenção dos processos evolutivos e

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ecossistêmicos da região. A Lei Federal no 9.985/00, que institui o

SNUC, ampara a criação de corredores ecológicos de conservação,

definindo-os como porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais

que ligam unidades de conservação.

Para isso será importante também a integração e maior eficiência

do manejo das unidades de conservação. A RPPN EVC está inserida no

mosaico de áreas protegidas do Extremo Sul da Bahia, uma nova

iniciativa que conta com o apoio do FNMA e envolve várias instituições

como o IBAMA, com a Superintendência de Desenvolvimento Florestal e

Unidades de Conservação da SEMARH, Estação Ecológica Pau- Brasil

(ESPAB/CEPLAC) e a FUNAI. O principal objetivo do projeto é

implementar a gestão em mosaico visando fortalecer e integrar a rede de

áreas protegidas do Extremo Sul da Bahia, através de um desenho

estratégico fundamentado em três componentes principais: mobilização

social; manejo integrado de áreas protegidas e desenvolvimento

territorial em bases conservacionistas.

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Figura 2 – Corredor Central da Mata Atlântica, conforme o projeto Corredores Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006).

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Figura 3 – Unidades de Conservação existentes na porção baiana do Corredor Central da Mata Atlântica.

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INFORMAÇÕES GERAIS

Acesso A Estação Veracel está situada na mesorregião geográfica Sul

Baiano, microrregião Porto Seguro (IBGE, 2006) e de acordo com SEI

(2006) faz parte da região econômica Extremo Sul da Bahia. A mesma

localiza-se a 15 Km do centro histórico de Porto Seguro, às margens da

BR 367, estrada que liga os municípios de Eunápolis e Porto Seguro. A

Estação ocupa 6.069 hectares que se estendem pelos municípios de

Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, entre as coordenadas 8199228 /

8186195 N e 481290 / 488301 E (Figura 4).

A microrregião de Porto Seguro está localizada ao longo da costa

atlântica brasileira e faz parte do bioma Mata Atlântica que é considerado

um dos ambientes mais ameaçados de extinção do mundo. No decorrer de

mais de 500 anos de uso e ocupação, este ambiente foi e continua sendo

amplamente explorado, certamente por estar inserido no núcleo de

povoamento mais antigo do país. Dados de IBGE (2006) mostram que em

1996 do total da área da microrregião Porto Seguro, 72% era ocupado

por pastagens, 12% por cultivos diversos e apenas 9,7% da área

permanecia ocupada por matas e florestas naturais.

Histórico Histórico de criação e Aspectos Legais da RPPN A antiga Capitania de Porto Seguro estendia-se do Espírito Santo

(sul) aos Ilhéus (Norte) e toda essa extensão caracterizava-se por um

contínuo de florestas densas, do qual a área da RPPN EVC é um

exemplo, testemunha e prova cabal do tipo de cobertura vegetal

encontrada pelos colonizadores europeus. Na região Extremo Sul da

Bahia, a construção da BR-101 e o incentivo do governo do Estado à

atividade madeireira, que atingiu nível de destaque na região de Porto

Seguro, foram os principais responsáveis pela redução da Mata Atlântica.

A Veracel Celulose S/A, proprietária da RPPN EVC instalou-se na

região em 1992, com o propósito de implantar uma unidade industrial

para fabricação de celulose branqueada de eucalipto. O

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empreendimento engloba 88.000ha de plantio de eucalipto e infra-

estrutura e aproximadamente 85.000ha de áreas destinadas à proteção,

recuperação e manejo de Mata Atlântica, dentre as quais está a RPPN

EVC.

A história da RPPN EVC remete-nos a um processo histórico mais

abrangente, que diz respeito à exploração da floresta motivada pelo

interesse pela madeira, uma importante riqueza. Tal exploração teve

início já no século XVI, imediatamente após a descoberta do Brasil, e

avançou até o presente século com consequências desastrosas e

praticamente irreversíveis para algumas áreas da Mata Atlântica. A

seguir são mencionadas algumas informações históricas de ocupação

da área de influência da reserva, conforme descrito pelo Plano de

Manejo da RPPN Veracel elaborado em 1998 (ver Veracruz Celulose

S.A., 1998).

Um olhar para o passado A chegada do colonizador português à costa litorânea do atual

extremo sul da Bahia oficializou a incorporação de um extenso território

ao já vasto império colonial português no ultramar. A partir de 1534 a

divisão da Colônia em Capitanias Hereditárias pretendeu organizá-la de

uma forma mais sistemática do ponto de vista geográfico e

administrativo. Esta medida foi provocada, em grande parte, pela

exploração da madeira por comerciantes não autorizados. Portugal

sempre foi ávido por madeiras nobres e explorou largamente as florestas

das Ilhas dos Açores, da Madeira, da Ásia e da África portuguesas.

Já naquele período foram estabelecidos os entrepostos comerciais

(feitorias) na costa litorânea, por onde era escoada a madeira retirada

pelos índios, especialmente o pau-brasil, que por volta de 1511

representava 90% das exportações da Colônia.

A introdução da monocultura da cana-de-açúcar desviou a

atenção de Lisboa para as Capitanias de Pernambuco e São Vicente. A

Capitania de Porto Seguro caracterizou-se por uma economia precária e

complementar, que abastecia as zonas açucareiras da Capitania da

Bahia com algodão, cereais e pescados e a exploração das florestas

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através da retirada de piaçava e de madeira era prática corrente. O

corte de madeira ocorria em diferentes localidades da Capitania e

regiões vizinhas: Cairu, Camamu, Barra do Rio de Contas, Maraú,

Ilhéus, Prado, Alcobaça e Mucuri, com destino a Salvador e Lisboa.

A introdução das culturas do cacau e do café no final do século

XVIII e a expansão da pecuária no século XX dinamizaram a região,

expandindo o povoamento, provocando o crescimento demográfico e

estimulando a economia. Aos poucos as pequenas roças de subsistência

familiar foram cedendo espaço e/ou partilhando uma maior ocupação

do solo. Todavia, as áreas de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália

permaneciam isoladas justamente pela floresta e ali prevalecia uma

realidade bastante similar à do século XIX: viviam de pesca e poucas

roças e dependiam da importação de produtos oriundos de Salvador,

que chegavam por via marítima.

A segunda metade do século XX pode ser apontada como a

grande “vilã” da floresta ainda existente. A partir dos anos 70 a

paisagem começa a se desintegrar. A oferta de terras a preços baixos

atrai uma população ávida de lucros fáceis. A abertura das rodovias

facilita o acesso dos madeireiros. Inúmeras serrarias se instalam,

surgem grandes áreas de pastagens. O problema das invasões de terras

ainda cobertas de mata torna-se uma preocupação e graças a elas

surgem povoados miseráveis, reduzindo cada vez mais a floresta

atlântica. Dentre os poucos remanescentes está a Estação Veracel.

Histórico da Propriedade: a “Fazenda Americana” A RPPN EVC é considerada uma das mais importantes

concentração de Mata Atlântica da Bahia. A área pertenceu a uma

antiga propriedade cuja cadeia sucessória perde-se no tempo e remonta

há cerca de 300 anos. Em 1961 a propriedade atingia 12.000ha,

estendendo-se do Rio Buranhém (Porto Seguro) ao Rio João de Tiba

(Santa Cruz Cabrália). A área, totalmente coberta de matas, era

praticamente inexplorada e compreendia três áreas contíguas:

Tucundupi, São Miguel e Imbirussú de Dentro. Naquele ano foi vendida

a um grupo de condôminos norte-americanos, dos quais dois eram

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majoritários: Iva Lee Hartman e Louis Woodson Hartman. Daí a

denominação “Fazenda Americana” ou “Fazenda da Gringa”.

Figura 4 – Localização geográfica e acesso à RPPN Estação Veracel.

Os anos 70 e 80 A abertura das rodovias trouxe os turistas e os madeireiros. A

BR367 foi construída sobre o traçado da antiga estrada de terra.

Inaugurada em 73 deu início ao grande desflorestamento e a partir de

76/77 a atenção dos madeireiros se volta para a “Fazenda Americana”,

pois a madeira de outras áreas começa a escassear. Inicia-se um

confronto entre o ideal de conservação e o interesse dos madeireiros.

Em 1976 parte da área foi vendida para a Empreendimentos

Florestais Flonibra. Os Hartman permaneceram com uma área entre a

reserva e o Rio João de Tiba (São Miguel) e uma outra entre a reserva e

a beira da estrada (Imbirussú de Dentro). A parte central, adquirida

pela Flonibra, corresponde à RPPN EVC. Segundo depoimento de um

ex-Técnico Agrícola da Flonibra, a empresa extraiu madeira em pequena

quantidade. A madeira destinava-se à construção de currais, casas para

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vigilantes, estacas e mourões. Havia muitos problemas com caçadores e

posseiros. Gente que entrava para retirar piaçava e roubar madeira. Em

razão disso 130 vigilantes atuavam na área.

Segundo informações locais, a Flonibra teria desmatado, nos anos

70, cerca de 500ha da área total. A empresa possuía uma serraria

própria, localizada no Km 45, na qual eram preparados os dormentes.

Parte da madeira retirada foi também destinada às serrarias locais. O

corte de madeira, que foi efetuado nos trechos próximos à estrada,

prosseguiu até o final dos anos 70, quando mudanças nos planos

originais da empresa deslocaram seu foco de atenção para outras

atividades, como a pecuária.

Em 1977 a Flonibra elaborou um Inventário Florestal referente à

área de 6.069ha, adquiridos de Iva Hartmann e nele foram identificadas

e quantificadas mais de 80 espécies. Tal Inventário é um importante

indicativo para a conservação da RPPN EVC, para que se tenha uma

idéia da riqueza vegetal existente na região.

Sete anos mais tarde a paisagem já estava bastante modificada

em torno da antiga “Fazenda Americana”. As serrarias atuavam em

grande escala, existindo cerca de 30 em Eunápolis, 2 em Pindorama, 3

em Vera Cruz, 20 em Itabela, 20 em Barrolândia. Com a redução das

áreas as serrarias tentaram convencer a Flonibra a vender as terras.

Naquele ano de 1984 querelas políticas locais, relativas à

emancipação de Eunápolis, desencadeou uma grande invasão nas áreas

pertencentes à Iva Hartman, exatamente nas áreas conhecidas como os

povoados de Imbirussú de Dentro e São Miguel. Com o apoio político e

numa ação conjunta com madeireiros, centenas de pessoas ocuparam a

área. Nessa época uma grande quantidade de jacarandá ainda foi

retirada, além de outras madeiras nobres.

Quando o jacarandá praticamente desapareceu, as madeiras

brancas foram as mais procuradas. Dentre elas foram mencionadas

Parajú, Juerana, Pequi (amarelo e preto), Massaranduba e Louro com

várias espécies: Louro Batata, Louro São José, Louro Uruçuca, Louro

Branco, Louro Casca Preta, Louro Caraíva e Louro Cipó. O roubo de

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madeira era comum, principalmente quando se tratavam de madeiras

especiais, muito procuradas, como a Sucupira pele-de-sapo.

Os Anos 90 Em poucos anos a floresta da região foi reduzida drasticamente.

As serrarias atuaram até cerca de 93-94. Com a escassez da floresta, as

poucas que restam serram madeira de pequenos proprietários e de

alguns projetos que possuíam aprovação do IBAMA.

A área da atual Estação Veracel não foi totalmente atingida por

esse fenômeno que mesclou interesses políticos, econômicos, corrupção,

fiscalização inexistente e/ou insuficiente. A transmissão da posse antes

que a pressão se tornasse insustentável e a sua conservação como área

protegida, foram ações decisivas. Entretanto, há indícios de explorações

anteriores, sobretudo de madeira. Os chamados “arrastões” ou

“arrastos”, que são estradas internas abertas para o arrastamento da

madeira, mostram isso.

Sabe-se também que há muitos anos retirava-se madeira com a

ajuda de junta de bois, que transportavam as toras até a beira dos rios.

Segundo consta, juntas de até 24 bois arrancavam as árvores do chão,

que eram puxadas através dos arrastões e saíam em diferentes pontos,

um deles o Rio dos Mangues, próximo ao atual complexo turístico

Barramares.

Em 1994 foi estabelecida a Estação Veracruz pela Veracruz

Celulose S/A, hoje Veracel Celulose S/A, e inicia-se a implantação de

infra-estrutura para visitação na área. Muitas histórias marcam a

Estação Veracel e seu valor histórico, na condição de paisagem natural

com status de documento, ganha mais relevo quando se sabe que o Rio

Mutari, que desemboca na Coroa Vermelha e onde Pedro Álvares Cabral

abasteceu sua esquadra com água doce, nasce no interior da RPPN

EVC. Além do Rio Mutari, outros rios ou seus tributários que são

essenciais às comunidades locais nascem no seu interior: Rio dos

Mangues, Rio Jardim, Ronca Água e Camuruji.

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A partir de 1998 a área da atual Estação Veracel, antiga sesmaria

no território da Capitania de Porto Seguro, antiga “Fazenda Americana”,

foi declarada Reserva Particular do Patrimônio Natural, reconhecida

oficialmente pelo Governo Federal, através do IBAMA. As características

da RPPN EVC estão apresentadas na Tabela 1.

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Tabela 1 – Ficha-Resumo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação

Veracel, Bahia. Nome da RPPN Estação Veracel

Nome do proprietário Veracel Celulose S.A.

Nome do representante Carlos André Gaspar dos Santos ou Ligia Gallozzi Mendes Andrade

Contato (73) 3166-1535 ou (73) 9985 1808 [email protected] ou [email protected]

Endereço da Sede

Localizada a 15 km do centro histórico de Porto Seguro, às margens da BR 367 km 37, no Extremo Sul da Bahia.

Endereço para correspondência Fazenda Brasilandia, BA 275 km 24 Caixa Postal 21 - Eunápolis Bahia. CEP: 45820-970.

Telefone/fax/e-mail/página na internet 73 3166-1535 ou 73 3166-1536/ [email protected] www.veracel.com.br

Superfície da Unidade de Conservação 6.069 hectares

Principal município de acesso à RPPN Porto Seguro

Município e estado abrangido Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, Bahia

Coordenadas Geográficas Extremas 8199228 / 8186195 N e 481290 / 488301 E

Data da criação e Número da Portaria 05 de novembro de 1998. Portaria IBAMA 149/98-N

Marcos e referências importantes nos limites e confrontantes

Ao sul, assentamento do INCRA Projeto Imbiruçu de Dentro; Ao leste, assentamento do INCRA Projeto Imbiruçu de Dentro e 3 fazendas particulares; Ao norte, assentamento do INCRA Projeto São Miguel e Projeto Inhaiba III de plantio de eucalipto. À oeste, Reserva Legal do Projeto Inhaiba III, Estação Ecológica Pau-Brasil e 2 fazendas particulares.

Bioma Mata Atlântica – Floresta Ombrófila Densa

Distância dos centros urbanos mais próximos 15 km de Porto Seguro e 50 km de Eunápolis

Meio principal de chegada à UC BR 367.

Atividades ocorrentes

- Proteção Física; - Pesquisas científicas; - Atividades de relacionamento com as comunidades do entorno da Reserva. - Interface com o PEACOR: - Visitas de recreação e interpretação ambiental; - Cursos e treinamentos;

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DIAGNÓSTICO

1. Apresentação

Os conhecimentos detalhados sobre os potenciais ecológicos dos

ambientes possibilitam a geração de estratégias para a proteção, gestão e

uso sustentável dos recursos naturais. Deste modo, tem-se, por exemplo, o

reconhecimento e a proteção dos ecossistemas mais frágeis, a identificação

de áreas com maior potencialidade agrícola, bem como um eficiente

monitoramento regionalizado das formas de ocupações antrópicas das

terras.

A RPPN EVC representa um dos principais remanescentes de floresta

atlântica no extremo sul da Bahia, inserido no Corredor Central da Mata

Atlântica e no Sítio do Patrimônio Natural do Descobrimento. A grande

importância biológica da RPPN EVC aliada ao seu tamanho e a inserção

regional fazem com que seja premente a revisão do seu plano de manejo e

um planejamento que utilizem técnicas modernas e participativas que

incorporem conhecimentos atuais de biologia da conservação, como o

conceito de corredores de biodiversidade e gestão em mosaicos.

A revisão do plano de manejo, conforme novo roteiro metodológico

proposto em Ferreira et al. (2004) deverá nortear as ações de pesquisa,

visitação, segurança e recuperação dessa área protegida. É fundamental

também que o planejamento produza um zoneamento de toda a extensão

da reserva e entorno imediato. Para isso torna-se essencial o

fortalecimento da RPPN EVC, destacando que seu planejamento e gestão

deverão prever a integração com as demais unidades de conservação da

região, tanto públicas quanto privadas, seu papel no Programa Mata

Atlântica da Veracel e no Projeto Conservar (Conservação e Restauração

em Terras Privadas no Corredor Central da Mata Atlântica), as relações com

as comunidades e as interações com os fragmentos florestais na

circunvizinhança.

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2. Metodologia do Diagnóstico A RPPN EVC já possui um plano de manejo elaborado logo que a

unidade foi transformada em RPPN (Veracruz Celulose S/A, 1998).

Portanto, para o desenvolvimento da revisão do plano de manejo,

considerou-se o planejamento de 1998 e as informações produzidas sobre

a área nos últimos anos. Sendo assim, optou-se por fortalecer, no

diagnóstico, as informações e avaliações em temas importantes que foram

pouco contemplados ou que necessitavam uma melhor avaliação para o

planejamento da unidade.

A avaliação dos atributos físicos e do uso público, o melhor

conhecimento da flora através de dados primários e a compilação e análise

do conhecimento sobre a fauna da unidade foram os temas definidos como

prioritários na revisão do plano de manejo da RPPN EVC.

2.1. Meio físico

O diagnóstico do meio físico foi elaborado através da compilação de

dados secundários, da utilização de imagens de satélite e investigações com

reconhecimento em campo. Os temas abordados no meio físico incluem:

clima, geologia, hidrogeologia, recursos minerais, geomorfologia e solos.

Foram enfatizados aspectos relacionados à fragilidade morfodinâmica e às

limitações e potencialidades de uso dos solos, processos erosivos, aspectos

geológicos regionais e locais.

A primeira etapa do trabalho consistiu na avaliação do material

bibliográfico e cartográfico gerado no primeiro plano de manejo para a

RPPN EVC. Neste material foi identificado um levantamento sobre o meio

físico que aborda questões relativas a clima, vegetação, geologia e

geomorfologia da área. Não foi localizado um levantamento dos solos da

área, mas nas discussões relativas à geologia e à geomorfologia foram

abordadas algumas questões sobre o tema que fala sobre os principais

processos de formação dos solos na área e quais as classes que

predominam na região como um todo.

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Após avaliação do plano de manejo anterior, procedeu-se

levantamento, interpretação e síntese das informações obtidas das

análises de mapas planialtimétricos, vegetação, geomorfologia, geologia e

solos, disponíveis na região, bem como de dados fornecidos pela empresa

Veracel e por órgãos tais como do IBGE, CEPLAC, dentre outros. Além de

trabalhos de tese de mestrado e doutorado e trabalhos publicados em

revistas especializadas, desenvolvidos na região.

Em seguida a área foi intensamente percorrida (Figura 5) visando

identificar as principais unidades de solo, sua distribuição na paisagem e

seus inter-relacionamentos com a geologia, a geomorfologia e a hidrologia.

Os resultados dessas observações, associados às interpretações e às

sínteses das informações obtidas das análises de fotografias aéreas,

imagens de satélite e mapas, permitiram a elaboração de perfis

esquemáticos e novos mapas, complementares às cartas já existentes.

A partir das observações de campo foram detectadas características da

paisagem equivocadamente representadas no mapa base existente para a

reserva, tais como nascentes de rios que estavam indicadas na área da RPPN

EVC e na realidade encontram-se na Estação Pau-Brasil e áreas de

mussunungas e de lagoa com vegetação característica que não estão no

mapa. Após organização de todo o material bibliográfico e cartográfico,

referentes à Estação, procedeu-se a análise crítica desse material

levantando-se as potencialidades e limitações do ambiente, que norteou a

execução do zoneamento ambiental para a RPPN EVC.

Os mapas de caracterização do meio físico da RPPN EVC foram

confeccionados a partir de mapas base planialtimétricos fornecidos pela

empresa Veracel e de mapas confeccionados no plano de manejo da RPPN

EVC. Além disso, todas as informações foram checadas e detalhadas em

campo.

A partir do mapa de hidrografia da RPPN EVC procedeu-se a

classificação de ordem de cursos d’água para o entendimento da dinâmica

global do sistema hidrográfico presente na área, para a identificação das

unidades que compõem esse sistema, bem como para auxiliar no

entendimento dos padrões de dissecação da paisagem local.

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Uma vez que não foram descritos perfis característicos a cada classe

de solo dominante na área da RPPN EVC, nem foram coletadas amostras

para caracterização dos mesmos, optou-se pela representação dos solos

dominantes na área a partir de um mapa esquemático. Este mapa foi

elaborado com base em informações de levantamentos de solos realizados

em áreas vizinhas da RPPN EVC, da checagem em campo dos solos

dominantes em cada segmento da paisagem, via análise de perfis em

barranco de estrada e por tradagem, bem como pela interpretação dos

mapas de elevação e declividade da área.

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Figura 5 – Mapa com limites da RPPN EVC com os pontos visitados para o diagnóstico do meio físico.

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Para estudos que careçam de informações mais detalhadas a respeito

dos solos da RPPN EVC será necessária realização de um levantamento e

classificação de solos em nível de detalhe. As informações contidas nos

mapas de declividade e de solos foram cruzadas e delas foram extraídas as

diferentes zonas de fragilidade na área da RPPN EVC.

2.2. Flora

As amostragens florísticas realizadas na RPPN EVC foram

conduzidas entre agosto a dezembro de 2006, totalizando seis expedições.

Conforme metodologia original proposta foram instalados 10 transectos de

2 m x 50 m, distribuídos aleatoriamente ou de maneira uniforme, gerando

uma área amostral de 0,1 ha. Dentro desses transectos, todas as plantas

lenhosas com DAP (diâmetro a altura do peito) acima de 2,5cm foram

amostradas. Os 10 transectos foram instalados paralelamente a uma

distância uniforme de 20 m entre si. Os indivíduos amostrados tiveram o

DAP medido e a altura total estimada. Foram coletadas amostras da maior

parte dos indivíduos, com exceção daqueles pertencentes a espécies muito

comuns e de fácil reconhecimento no campo. Os materiais coletados foram

depositados no Herbário do CEPEC localizado em Itabuna e as espécies

foram classificadas em família segundo o sistema do APG (2003).

As duas áreas amostradas são semelhantes em relação ao estágio

sucessional e em relação ao mosaico em que estão inseridas sendo áreas

representativas da vegetação original em seu melhor estado de

conservação, sem indícios recentes de perturbação.

A iniciativa do Missouri Botanical Garden de disponibilizar o banco

de dados (www.mobot.org/mobot/research/gentry/data.shtml) contendo

todos os levantamentos disponíveis que utilizaram o método proposto por

Gentry (1982), permitiu comparar os resultados do presente estudo com

os dados dos 25 “sites” com mais alta riqueza de espécies no mundo,

segundo este método de amostragem (Phillips et al., 2003) e com os

demais “sites” localizados no Brasil, baseando-se em metodologia descrita

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em Martini et al. (no prelo). Entretanto, conforme citado acima, a

amostragem do presente estudo diferiu daquela originalmente proposta

por Gentry (1982), uma vez que não amostramos as lianas lenhosas.

Paralelamente a essa amostragem, procedeu-se documentação das

espécies vegetais em estágio fértil, através do método de coletas aleatórias

nas principais trilhas de acesso aos blocos florestais. Nessas coletas, deu-

se prioridade as áreas de mussununga e trechos mais antropizados da

RPPN EVC. Todo o material coletado encontra-se depositado

prioritariamente no Herbário do CEPEC numa coleção específica criada

para a RPPN EVC. Duplicatas, quando possível, foram distribuídas aos

especialistas em diversos grupos, objetivando a obtenção de uma

identificação mais acurada das amostras.

2.3. Fauna

Não foram realizadas amostragens de campo para o diagnóstico da

fauna de vertebrados da RPPN EVC, tendo em vista o pouco tempo

disponível e a existência de informações para diversos grupos de

vertebrados. Para a organização das informações existentes foi realizado

amplo levantamento bibliográfico (ver em Anexo I.1 a listagem da

bibliografia consultada). Os dados de trabalhos de campo de diversos

estudos foram compilados e armazenados em um banco de dados. A partir

da análise das informações do banco de dados foi elaborada a lista das

espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios da RPPN EVC. A análise do

status de ameaça de cada espécie foi realizada a partir da avaliação da

presença da espécie na Lista Oficial de espécies ameaçadas do Brasil

(Machado et al., 2005) ou na Lista Vermelha de espécies globalmente

ameaçadas (IUCN, 2006).

Algumas espécies citadas pelas fontes consultadas foram retiradas

do diagnóstico por serem consideradas "registros duvidosos" enquanto

outras foram agrupadas em uma única espécie. A nomenclatura das aves

seguiu aquela proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos -

CBRO (www.cbro.org.br) e a de anfíbios segue lista de espécies do Brasil

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segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia - SBH (www.sbh.org.br) e

não inclui a revisão de Faivovich et al., (2005).

2.4. Uso Público Durante o levantamento das características da RPPN Estação

Veracel (RPPN-EV), foram colhidas em campo informações que

possibilitaram a realização do diagnóstico da situação atual do uso

recreativo, servindo como base para o planejamento da estrutura física e

administrativa que atenda às atividades de uso público da unidade.

Os levantamentos de campo, realizados de 22 a 27 de maio e em 29

de julho de 2006, ocorreram em áreas identificadas durante a pesquisa a

documentos e consulta aos funcionários da RPPN. As trilhas percorridas

pela equipe, atividades acompanhadas e o período dos levantamentos são

apresentados na Tabela 2.

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Tabela 2. Período, local e integrantes da equipe no diagnóstico das

atividades de uso público na RPPN Estação Veracel.

DATA LOCAIS INTEGRANTES

22/05

• Trilha da Floresta Tropical,

acompanhamento de visita de

funcionários da Veracel Celulose

• Anna, Lígia, Sandro, três

visitantes

23/05

• Trilha da Floresta Tropical

• Trilha do Pau-Brasil

• Trilha das Orquídeas

• Anna, Sandro

• Anna, Katão

• Anna, Katão

25/05

• Entorno: Projeto São Miguel,

Imbiruçu

• Estradas internas

• Anna, Gil

26/05

• Trilha das Bromélias

• Trilha da Plataforma

• Acompanhamento de visita de

empresários, com visitantes

estrangeiros, palestra e guiagem em

inglês.

• Anna, Sandro

• Anna, Denise (chefe),

Sandro, visitantes

27/05

• Acompanhamento de visita de escola

de Itamarajú, estudantes 3º Ano - 2º

Grau

• Anna, Lígia, Sandro,

Katão

29/07 • Confirmação GPS Trilha da

Mussununga • Anna, Agrício

A extensão das trilhas, identificação de pontos atrativos e locais que

requerem ações de manejo foram medidos utilizando-se o instrumento de

medição Precimeter, e o Nível de Abney para medição da declividade.

Para a definição das atividades de uso público na RPPN Estação

Veracel, foram utilizados conceitos do método ROS – Recreational

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Opportunity Spectrum (Clark & Stankey, 1979) ou Espectro de

Oportunidades Recreativas.

De acordo com as expectativas daqueles que buscam uma variedade

de ambientes e atividades ao ar livre, no método ROS a experiência da

visitação pode ser separada em quatro cenários no qual: (1) o visitante se

ocupa de certa ATIVIDADE; (2) em um determinado AMBIENTE (com

componentes físicos, biofísicos e sociais); (3) buscando alcançar certo tipo

de EXPERIÊNCIA; e (4) por algum MOTIVO particular. Por exemplo, uma

pessoa caminha até uma cachoeira (ATIVIDADE) em uma área

completamente natural (AMBIENTE) pela satisfação de estar ao ar livre

(EXPERIÊNCIA) para relaxar e aprender sobre a natureza (MOTIVO). O bom

planejamento de infra-estrutura oferece oportunidade para que ocorram

experiências semelhantes.

Neste trabalho é apontada a necessidade de projetos específicos, que

devem ser implementados a curto, médio e longo prazos, e sua

classificação refere-se ao planejamento anual de recursos humanos e

financeiros.

3. Caracterização da Área 3.1. Meio Físico 3.1.1. Clima

A RPPN EVC está inserida em uma região que apresenta clima Af –

chuvoso, quente e úmido, sem estação seca, segundo a classificação de

Köppen. A região caracteriza-se por apresentar temperaturas elevadas, com

baixa amplitude de variação. De acordo com dados fornecidos pela

CEPLAC, medidos na Estação Pau-Brasil, a temperatura média é de 22,6ºC

com média máxima de 27,9ºC e mínima de 18,9ºC.

Segundo dados da CEPLAC, relativos ao período de 1972 a 1996, a

precipitação média é de 1.620mm anuais, com 183 dias chuvosos por ano,

sendo os meses mais chuvosos os de julho, setembro e outubro. No período

de 1997 a 2004 dados coletados na RPPN EVC mostram uma precipitação

média anual de 1.680mm. Considerando-se os dois períodos (33 anos)

observa-se na região uma precipitação média de 1.635mm anuais.

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A umidade relativa do ar é sempre elevada, apresentando médias

anuais de 86,3% e o potencial de evaporação é de médio a alto (748,8mm).

A região não apresenta déficit hídrico, possuindo excedentes de 1050,4mm

por ano (método de Thornthwaite-Mather).

3.1.2. Recursos Hídricos

A drenagem na região onde a RPPN EVC está inserida é densa e

configura padrão paralelo, tanto localmente, quanto em relação aos canais

principais. A mesma segue as linhas estruturais e a inclinação geral dos

tabuleiros para o mar.

Na área da RPPN EVC todos os cursos d’água drenam sobre os

depósitos sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente modelados

pelos processos erosivos. As sub-bacias são, em geral, estreitas e

alongadas, isso permite que as águas de chuvas, em excesso, drenem

mais rapidamente reduzindo os riscos de inundação.

Aproximadamente 77% da área da RPPN EVC (Figura 6)

corresponde aos setores SW, centro W, N e NE, são drenados por córregos

que formam os rios Camurugi e Ronca Água, afluentes do rio João de

Tiba, também conhecido como rio Santa Cruz. Os outros 23% (setores

S/SE) são drenados na sua maioria pelo rio Jardim e, em menor

proporção, pelos rios dos Mangues e Mutari. Estes rios correm paralelos

em direção ao mar, sendo que os rios Mutari e Jardim se encontram no

município de Porto Seguro, 300m antes de desaguar no mar.

Os rios Ronca Água, Camurugi e dos Mangues têm suas nascentes

localizadas fora da área da RPPN EVC, mas muitos córregos que

contribuem para a formação destes rios nascem dentro da área. Vale

ressaltar que no mapa de hidrografia da RPPN EVC a nascente do rio dos

Mangues, que abastece o município de Porto Seguro, está localizada

dentro da Estação, mas avaliações de campo mostram que o mesmo nasce

em área vizinha (Estação Pau-Brasil - CEPLAC), o que não diminui a

importância da RPPN EVC para a proteção desse rio. Já os rios Mutari e

Jardim tem suas nascentes localizadas na área da RPPN EVC. Os rios

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Ronca Água e Camurugi nascem em regiões mais distantes da RPPN EVC

a, aproximadamente, 5 e 16 km, respectivamente, às margens da BR 367.

De acordo com Valente & Gomes (2005), nascentes são manifestações

superficiais de lençóis subterrâneos, dando origem a cursos d’água. Ainda

segundo os autores, cada curso d’água tem sua nascente e portanto o

número de cursos d’água de uma bacia é igual ao seu número de nascentes.

Partindo-se deste pressuposto, pode-se afirmar que a RPPN EVC conta com,

aproximadamente, 115 nascentes, espalhadas ao longo de toda a sua área.

A hierarquização dos rios que cortam a RPPN EVC mostra que na

porção sul da área os cursos são de 1º e 2º ordens e apresentam um

menor volume de água, enquanto que a porção norte, onde o relevo

encontra-se mais dissecado, apresenta cursos de 3º ordem,

conseqüentemente com maior volume. Por nascerem em áreas mais

afastadas os rios Ronca Água e Camurugi já adentram a área da RPPN

EVC com maior volume, sendo rios de 3º ordem.

Além dos córregos e rios que cortam a RPPN EVC, a área conta com

lagoas que se localizam em áreas abaciadas dos topos. Estas lagoas se

formam devido à convergência das águas pluviais que escoam

preferencialmente para pontos abaciados do relevo e se acumulam por não

conseguirem infiltrar livremente, devido às camadas impeditivas localizadas

na sub-superfície dos solos aí encontrados. Muitas destas lagoas secam nos

períodos de menor precipitação, mas algumas permanecem cheias por

longo período, o que determina, muitas vezes, as características do solo e,

conseqüentemente, da vegetação local. Freqüentemente estas lagoas estão

associadas às áreas de vegetação denominadas mussunungas.

3.1.3. Geologia

A geologia da área é constituída por apenas uma unidade geológica:

material sedimentar Tércio-Quaternário da formação Barreiras. De acordo

com Bigarella & Andrade (1964) e DNPM (1984), esta unidade é constituída

por sedimentos provenientes do intemperismo de rochas granito-gnáissicas

leucocráticas. Estes sedimentos formavam antigas superfícies de

aplainamento que sofreram desmonte desde o Oligoceno até o Holoceno. O

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desmonte se deu em razão de processos tectônicos, oscilações climáticas e

glaciações. O transporte foi de origem fluvial, sendo os sedimentos

depositados discordantemente sobre as rochas do Pré-Cambriano Superior,

formando unidades geomorfológicas denominadas Tabuleiros Costeiros.

Os tabuleiros costeiros coincidem com os sedimentos cenozóicos do

Grupo Barreiras, de textura argilosa, argilo-arenosa ou arenosa, tipicamente

cauliníticos e quartzosos, pobres em ferro, com eventuais níveis

conglomeráticos, depositados em camadas, com espessura que varia em

conformidade com as ondulações do substrato rochoso, que ocasionalmente

aflora, influenciando nas formas do modelado (Bittencourt, 1996).

Na área da RPPN EVC predominam os sedimentos argilosos que

recobrem as rochas do embasamento cristalino em toda a sua extensão.

Apesar de na região serem encontrados afloramentos destas rochas, na

área da RPPN EVC não foram registradas tais ocorrências.

De acordo com dados de CBPM (2006) os principais recursos

minerais explorados nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz

Cabrália são: água mineral, areia, argila, terras raras (monazitas) e titânio

que são explorados em áreas de depósitos sedimentares arenosos e

argilosos; calcários, explorados em áreas de recifes de corais e depósitos

de pântanos e mangues atuais. Além disso, são exploradas água marinha,

água mineral, grafita, mica e pedra para construção, em unidades

geológicas do cristalino. Dentre os recursos explorados a argila é o que

mais se destaca em ambos os municípios.

Além dos recursos minerais citados anteriormente, pode-se

mencionar a exploração de cascalhos para utilização na construção de

estradas. Estes cascalhos são encontrados em determinados pontos da

região, onde houve a possibilidade de concentração de material quartzoso

e concreções ferruginosas, presentes nas frações mais grosseiras

(geralmente cascalhos) dos depósitos sedimentares.

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3.1.4. Geomorfologia

A área da RPPN EVC insere-se no domínio morfoestrutural dos

Piemontes Costeiros, que se caracteriza por feições predominantemente

conservadas, com interflúvios tabulares representados pela unidade

geomorfológica denominada de Tabuleiros Costeiros (Figura 6).

Figura 6 – Área de Tabuleiro Costeiro na região do Extremo Sul da Bahia.

As faixas de relevo encontram-se submetidas a uma dissecação

intensa e uniforme, caracterizadas por topos concordantes, vales

profundos com encostas em forma de longos planos inclinados, suaves ou

com forte declividade. A presença de fundo plano, ou planícies estreitas,

constitui zonas de acumulação de depósitos aluvionares.

No reconhecimento de campo observou-se que na área da RPPN EVC

existem padrões de drenagem diferenciados, sendo que nos setores onde a

rede de drenagem tem início o relevo é menos dissecado, os vales são mais

rasos e apresentam rampas com menor declividade. À medida que o volume

da água nos córregos vai aumentando, o relevo mostra-se mais dissecado e

os vales tornam-se mais profundos, apresentando rampas com maior

declividade.

Na área estudada pode-se observar uma variação de altitude que vai

de 10m a 80m (Figura 7). Os topos tabulares, em função da inclinação em

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direção ao mar e da dissecação esculpida, aparecem de forma escalonada

nas altitudes de 80m a 50m, em relação ao nível do mar. Os topos com

80m aparecem em pontos restritos no setor sudoeste da área. Seguindo na

direção sudoeste – nordeste aparecem topos nas cotas de 70m, 60m e

finalmente na cota de 50m, setor mais dissecado da área.

A análise da Figura 7 revela que o processo de dissecação dos

tabuleiros nas faces nordeste e leste da RPPN EVC, encontra-se em estado

avançado, provavelmente pela maior proximidade do litoral onde as

declividades das rampas são maiores e o clima é mais chuvoso, o que

favorece os processos erosivos.

Associadas as áreas de topo, são encontradas com frequência regiões

abaciadas (depressionais), onde são desenvolvidos solos com características

próprias, que condicionam a formação de vegetação, também característica

e por vezes a formação de pequenos lagos. Os valores inferiores à cota de

50m estão distribuídos entre a encosta, representados pelos terços

superiores, médios e inferiores e aos fundos de vales, geralmente estreitos.

As classes de declividade (Figura 8) predominantes na área da RPPN

EVC foram classificadas como planas e suave ondulada (0–8%), ondulada

(8–20%), forte ondulada (20–45%) e montanhosa/escarpada (> 45%). Os

relevos plano e suave ondulado predominam nos topos dos tabuleiros e nos

fundos de vales. As outras classes ocorrem nas áreas de encosta e varia

com o padrão de dissecação da área, sendo as classes mais declivosas

encontradas em terços médio e inferior das regiões mais dissecadas.

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Figura 7 – Mapa de elevação da RPPN Estação Veracel.

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Figura 8 – Mapa de declividade da RPPN Estação Veracel.

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3.1.5. Solos

Em geral, os solos presentes na área da RPPN EVC seguem o padrão

de predomínio de solos encontrados na região dos Tabuleiros Costeiros já

amplamente divulgado na literatura (Ministério da Agricultura, 1976;

Jacomine, 1996; Ribeiro, 1996; Moreau, 2001; Corrêa, 2005). Segundo estes

autores, nesta região, predominam, principalmente, os Latossolos e

Argissolos Amarelos e, em menor expressão, os Espodossolos, Argissolos

Acinzentados, Neossolos Quartzarênicos e Plintossolos. A depender da região

e da posição do relevo, pode-se ter maior ou menor representatividade de

cada um ou mesmo ausência de cada uma dessas classes, em determinada

parte do relevo. Todos se apresentam dentro de uma faixa de semelhança

muito grande com baixa fertilidade natural, em razão de sua origem a partir

de sedimentos pré-intemperizados, com baixa reserva em nutrientes e podem

apresentar-se coesos em subsuperfície.

Com base em dados da literatura, relacionada ao tema, e nas

análises de campo pode-se constatar que os solos encontrados na área da

RPPN EVC foram originados a partir dos sedimentos do Grupo Barreiras.

Uma vez que o material de origem é semelhante e que as condições

bioclimáticas (clima e organismos) apresentam pequenas variações na área,

acredita-se que a diferenciação entre as classes de solos encontradas ocorra

devido a variações no fator tempo e principalmente no fator relevo.

Na escala de 1:55.000, foram identificados quatro domínios /

associações de solos na área da RPPN EVC (Figura 9). Estes domínios são

representados pela classe dos Argissolos Amarelos, Latossolos Amarelos,

Cambissolos Háplicos e Espodossolo Ferrocárbico (Figura 10)

Nos segmentos da paisagem com declividade de 0-8%, referentes ao

topo e ao terço superior de encosta, predominam os Argissolos Amarelos

Distrófico com textura arenosa/argilosa e arenosa/média/argilosa.

Os Argissolos mais arenosos são encontrados nas bordas das áreas

abaciadas onde o processo de arenização, mais intenso, tem início. Na

seqüência, seguindo em direção ao centro dos abaciados (área de

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ocorrência das mussunungas e lagoas), são encontrados os Argissolos

Acinzentados, onde o processo de hidromorfismo começa a predominar. Nos

abaciados onde o processo de arenização é intenso e a água sai do sistema

com certa facilidade, predominam os Espodossolos Ferrocárbicos que

apresentam com frequência horizontes endurecidos, com presença de

argilopãs, fragipãs ou duripãs. Nos sistemas mais fechados, onde a água

permanece por longos períodos, formando as lagoas, são encontrados os

Gleissolos Háplicos e Organossolos. Este último devido ao acúmulo de

matéria orgânica que provavelmente não se decompõe devido à presença

constante da água, que reduz a ação dos microorganismos decompositores

e à pobreza química do ambiente em questão.

Além das áreas de topo e do terço superior os Argissolos Amarelos

avançam ao longo da encosta até o terço inferior, nas áreas onde a

declividade é mais suave e os processos erosivos foram menos intensos,

geralmente estas áreas estão próximas às cabeceiras de drenagem. Nas

encostas mais íngremes onde os processos erosivos são mais intensos, o

horizonte A, mais arenoso, dos Argissolos são perdidos e passam a

predominar na paisagem os Latossolos Amarelos, solos formados a partir do

horizonte B argiloso dos sedimentos Barreiras. Em geral, na base do terço

médio e no terço inferior das áreas mais íngremes, onde os processos

erosivos são intensos o Horizonte B vai se tornando cada vez mais delgado e

o horizonte C aflora, dando origem aos Cambissolos Háplicos. Vale ressaltar

que o avanço ou recuo de cada um destes solos ao longo dos diferentes

segmentos da encosta, está diretamente ligado à declividade da área e,

conseqüentemente, aos processos erosivos.

Na base do terço inferior e nas áreas planas nos fundos dos vales são

encontrados solos originados do próprio Barreiras, muitas vezes a partir do

Horizonte C que aflora devido aos processos erosivos ou de materiais

aluvionares ou coluvionares em diferentes processos de hidromorfismo.

Neste caso, a hidromorfia vai depender das características dos vales, tais

como profundidade, largura e perenicidade dos córregos, que imprimem

nos solos uma maior ou menor influência da água. Desta forma,

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predominam neste ambiente os Argissolos Acizentados, Planossoslos,

Cambissolos hidromórficos e Gleissolos.

Figura 9 – Mapa esquemático de domínios pedológicos da RPPN Estação Veracel.

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Argissolo Amarelo Latossolo Amarelo Cambissolo Háplico Espodossolo Ferrocárbico

Figura 10 – Solos dominantes na área da RPPN Estação Veracel.

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Ameaças ao meio físico

Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a grande

importância da RPPN EVC na manutenção das características do

ambiente, tais como da biodiversidade local, dos mananciais que contribui

com água de melhor qualidade para vários rios da região e na manutenção

de solos que apresentam fortes limitações naturais e por isso são

altamente passíveis de degradação, principalmente se mal utilizados. Mas,

apesar destas características, o ambiente onde a RPPN EVC está inserida

apresenta uma série de limitações, listadas a seguir, referentes ao meio

físico que precisam ser considerados no seu plano de gestão para que a

mesma cumpra, efetivamente, o seu papel como área de preservação.

- Estradas e acessos

Por estar localizada em área de fácil acesso e próxima a grandes

centros urbanos a RPPN EVC sofre fortes pressões de caçadores e pessoas

interessadas em extrair material vegetal de forma indevida. Além de estar às

margens da BR 367, a área é cortada por uma estrada municipal que liga os

municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.

O fácil acesso promove a ação de caçadores e mateiros no interior da

RPPN EVC que, além de degradar o ambiente, coloca em risco os

funcionários que atuam na fiscalização da área, não só pelo uso de

armadilhas e armas de fogo, mas, por ameaça e agressões físicas contra os

mesmos. O risco a que passam os funcionários é ainda maior uma vez que

pessoas interessadas em burlar as fiscalizações das estradas principais ou

ocultar atos ilícitos circulam livremente por esta via.

Nas visitas de campo realizadas com funcionários da RPPN EVC

foram identificados alguns pontos mais vulneráveis a ações de pessoas

estranhas na área. Estes pontos localizam-se no setor SW (pontos 7 e 45,

Figura 5), NW (pontos 102 e 139, Figura 5) e SE (ponto 120, Figura 5).

Nestes pontos foram encontrados indícios de caça e de retirada de

madeira, além de árvores mortas por pessoas que retiram a casca para

comercialização.

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Além dos fatos já mencionados, o grande fluxo de veículos na área

impacta negativamente o ambiente por danificar os solos (compactação e

erosão) e a vegetação (supressão).

Nas áreas de mussunungas este tipo de degradação é maior uma

vez que devido às características dos solos, as estradas aí localizadas vão

abaciando pelo fluxo de veículos e nos períodos mais chuvosos alagam

formando várias poças que dificultam o trânsito (Figura 11). Para evitar

estas áreas os veículos avançam nas mussunungas, por sobre a vegetação

mais graminosa, e neste processo as estradas vão alargando e ao mesmo

tempo degradando a vegetação local.

Figura 11 – Degradação das áreas de mussununga ao longo das estradas.

Vale ressaltar que nas estradas localizadas nos topos planos, onde

predominam os Argissolos Amarelos, o abaciamento também ocorre, mas

em menor freqüência. Neste local, o alargamento das estradas è

dificultado pela presença de vegetação mais densa.

Devido às características do material geológico e, conseqüentemente,

dos solos da área, ao longo das estradas que cortam a RPPN EVC, os

problemas de maior destaque dizem respeito a processos erosivos naturais,

potencializados pela falta de sistemas de drenagem ao longo das estradas e

pela falta de sistematização dos taludes que, por se apresentarem

verticalizados ou côncavos, facilitam a queda de barreiras e de árvores

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(Figura 12). O setor da RPPN EVC que apresenta estes problemas com

maior frequência localiza-se na porção N - NE, exatamente onde o relevo

apresenta-se mais dissecado por processos naturais.

Para solução de muitos dos problemas que afetam a área da reserva

a medida ideal, mas também mais complexa, seria uma negociação com

as prefeituras das cidades de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália para o

desvio da estrada que liga estes municípios, no trecho que corta a RPPN

EVC. Na impossibilidade desta medida, sugere-se a avaliação de

mecanismos de controle do acesso à área o que poderia reduzir o fluxo de

pessoas.

No caso das estradas são necessárias obras de drenagem que

reduzam a velocidade de escoamento superficial da água e,

conseqüentemente, os processos erosivos intensos. Além disso, faz-se

necessário proceder a sistematização de taludes e sua revegetação com

espécies nativas. Nas áreas de mussununga sugere-se a perenização das

estradas para evitar que as mesmas se alargem.

- Geologia e Solos

Por se tratar, geologicamente, de uma área de sedimentos terciários,

os solos predominantes formados na área, apresentam características

peculiares. Segundo Ribeiro (1996), em geral, são solos de baixa

fertilidade, baixos teores de matéria orgânica, ácidos e com teores elevados

de alumínio, elemento tóxico à maioria das plantas. Apresentam

horizontes superficiais arenosos (que dificulta a retenção de água e

nutrientes) e sujeitos a erosão natural, geralmente acelerada, quando se

retira a cobertura vegetal nativa. Além disso, muitos destes solos

apresentam horizontes coesos que dificultam a circulação de água e ar,

bem como a penetração das raízes e promove a formação de um lençol

suspenso provocando a desoxigenação do meio. Estes problemas são, até

certo ponto, fatores que geram alguma limitação a boa evolução da planta,

já que as raízes se desenvolvem em um pequeno volume de solo.

Por se tratar de uma área de reserva, os problemas relacionados à

fertilidade dos solos são minorados na RPPN EVC, pois em ambientes de

floresta nativa o ciclo biogeoquímico dos elementos é fechado, o que mantém o

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Figura 12 – Erosão ao longo das estradas que cortam a RPPN Estação Veracel alocadas em áreas com relevo ondulado.

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equilíbrio dinâmico do sistema, mesmo em condições de solos pobres em

nutrientes. Neste caso, os nutrientes consumidos por plantas e animais são

devolvidos ao sistema quando eles morrem o que mantém o ciclo.

Mas, apesar disso, os solos das áreas já degradadas (a exemplo de

uma área no setor NE da RPPN EVC, onde foi retirado material

cascalhento para recuperação de estrada – Figura 13) deverão ser

corrigidos no processo de recuperação, uma vez que os solos encontrados

neste ambiente não possuem reservas nutritivas suficientes para permitir

o desenvolvimento natural das plantas. Estas práticas farão com que as

plantas tenham condições de crescer e produzir biomassa suficiente para

estabelecer um novo ciclo biogeoquímico.

Com relação aos problemas de ordem física, observações de campo

mostraram que mesmo em áreas de mata, devido às características dos

solos e do relevo da área os processos erosivos são intensos, fato que pode

ser observado ao longo das estradas e em alguns córregos que mesmo

drenando em áreas florestadas apresentavam-se, em dias chuvosos, turvos

devido à presença de sedimentos em suspensão (Figura 14).

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Figura 13 – Antiga cascalheira na RPPN Estação Veracel.

Figura 14 – Córrego de águas barrentas devido à erosão na RPPN Estação

Veracel.

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Além dos aspectos anteriormente mencionados, o problema de coesão

dos solos que dificulta a penetração das raízes das plantas traz como

conseqüências problemas de tombamento de árvores (Figura 15) que por

sua vez podem dar início aos processos erosivos.

Figura 15 – Árvores tombadas naturalmente na RPPN Estação Veracel.

De acordo com Resende (2002) solos com horizonte B argiloso estreito

e com horizonte C muito profundo, pouco coerente, muito siltoso e

caulinítico, tendem a apresentar problemas de deslizamentos. Solos com

estas características são encontrados com frequência na RPPN EVC em

encostas mais íngremes, principalmente, nas regiões mais dissecadas da

paisagem. Nestes locais é comum encontrar estradas que cortam o horizonte

C do Barreiras, em processo de erosão intensa (Figura 16). Desta forma, no

processo de construção e recuperação de estradas deve evitar ao máximo

alocá-las nos segmentos da paisagem onde o horizonte C está exposto, ou,

caso seja inevitável, os cuidados nestas áreas devem ser redobrados.

Nas áreas onde predominam os Espodossolos as limitações são

ainda maiores, pois, de acordo com Jacomine (1996), estes solos são

muito pobres em bases, tipicamente ácidos a fortemente ácidos e com alta

saturação por alumínio. A presença de horizonte de impedimento (fragipã

e duripã) mantém o lençol freático alto na época chuvosa o que leva, como

visto anteriormente, a desoxigenação do meio. Além disso, por serem

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arenosos, estes solos apresentam uma capacidade de armazenamento de

água muito pequena, nas épocas mais secas. Todas estas características

se configuram em fatores de estresse para a maioria das plantas e, por

isso, nestes ambientes, o desenvolvimento das plantas é muito dificultado.

Figura 16 – Erosão acentuada em horizonte C do Barreiras nas margens das estradas que cortam a RPPN Estação Veracel.

Apesar de arenosos, fato que permite uma maior infiltração da água

no solo e conseqüentemente reduz os processos erosivos, a pouca coerência

entre as partículas de areia dos Espodossolos faz com que os mesmos

sejam suscetíveis à erosão, tanto eólica, quanto hídrica. Este problema é

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ainda agravado devido ao fato de a vegetação, que recobre este ambiente,

ser menos densa que a vegetação em volta, o que confere menor proteção

ao solo. Vale ressaltar que apesar de presentes em relevo plano e suave

ondulado estes solos localizam-se, em geral, em áreas próximas a

cabeceiras de drenagem, áreas onde o fluxo de água é elevado o que leva à

intensificação dos processos erosivos no local.

- Hidrologia

A avaliação da qualidade da água em bacias hidrográficas da Bahia

pelo CRA revelou que dois dos principais impactos causados pelos usos

dos recursos hídricos nos compartimentos ambientais nas bacias da

região extremo sul está ligado ao favorecimento da erosão dos solos que

leva ao assoreamento e turbidez de cursos d’água e à poluição dos

mesmos, provocada pelo uso de pesticidas nas áreas agrícolas (CRA,

2001).

Os fatores anteriormente citados constituem risco para a EVC uma

vez que a mesma apresenta problemas de perda de solo, principalmente

ao longo das estradas e, além disso, é cortada por rios (Camurugi e Ronca

Água) que nascem fora dos seus limites e passam por áreas de usos

diversos, principalmente ligados à agropecuária. Estes rios podem trazer

consigo poluentes, tais como sólidos em suspensão, gerados nos

processos erosivos dos solos de áreas degradadas ou pesticidas utilizadas

em áreas agrícolas. Estes poluentes podem contaminar determinados

sítios dentro da EVC, uma vez que ambientes florestais podem servir como

filtro dentro de um ecossistema. Pesquisas futuras poderiam avaliar a

qualidade da água que entra e a que sai da EVC, via os dois rios

mencionados, com o objetivo de avaliar possíveis problemas trazidos por

eles.

3.2. Flora e Fauna

3.2.1. Vegetação

A RPPN EVC esta localizada dentro da região fitoecológica

denominada Floresta Ombrofila Densa. Estrutural e fisionomicamente

esta mata muito se assemelha à Amazônica. Apresenta-se, via de regra,

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alta, densa, latifoliada, sempre-verde, com poucas formas biológicas e

muitas espécies, com estratificação bem definida e com epífitos

vasculares. A floresta apresenta-se com estrutura pluriestratificada,

sendo o sub-bosque e o estrato arbóreo os mais altos, com árvores altas

freqüentemente salientes. Estas, de fuste reto e cilíndrico, não se

distribuem uniformemente na floresta, mas rareiam em certos pontos e se

adensam em outros locais, atingindo muitas vezes mais de 30m (CEPLAC,

1976).

De modo geral essa mata está presente na faixa costeira onde a

temperatura média é de 24,2 ºC com precipitação média variando de mais

de 1.100mm a acima de 2.000mm anuais, distribuída mais ou menos

regularmente durante os meses do ano. É preciso salientar que fatores

edafo-climáticos diversos propiciam o aparecimento de variações dentro do

ecossistema, constituindo fáceis.

Na região ocorre também a pouco conhecida, segundo Meira Neto et

al. (2005), vegetação de mussununga, geralmente associadas a Florestas

Ombrófilas Densas de Terras Baixas no norte do Espírito Santo e Sul da

Bahia, em locais de solo arenoso, úmido e fofo (geralmente, Espodossolos).

A Mussununga constitui importante ecossistema. Segundo Meira

Neto et al. (2005), este tipo de vegetação apresenta fitofisionomia, estrutura

e composição florística diferentes das porções florestadas que as

circundam. Além disso, segundo os mesmos autores, caracteriza-se por

possuir um componente arbóreo pouco denso e o componente herbáceo-

arbustivo predominante. Entretanto, a variação fitofisionômica das

mussunungas é tão grande quanto aquela em vegetação de Cerrado. São

observadas fisionomias desde campestres até florestais, em solo arenoso e

úmido, sendo as fisionomias campestres mais relacionadas floristicamente

às restingas e as fisionomias florestais, às Florestas Ombrófilas

circundantes.

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Levantamento florístico

As duas áreas analisadas no presente estudo apresentaram uma

elevada densidade e riqueza de espécies. Na área 1 numa amostragem de

429 indivíduos foram encontradas 171 espécies arbóreas. Na área 2 numa

amostragem de 415 indivíduos foram encontradas 177 espécies arbóreas.

Nessas duas análises foram incluídas as amostras ainda não identificadas

ou não coletadas tratando-as como táxons distintos devido à dificuldade

de determinação das amostras e ao tempo relativamente curto para essa

atividade. As duas áreas juntas (totalizando 0,2 ha) apresentaram 308

espécies arbóreas e as famílias com maior número de espécies são

apresentadas na Figura 17.

Estas famílias têm sido freqüentemente constatadas como as mais

ricas em espécies em áreas de floresta ombrófila densa do sul da Bahia e

norte do Espírito Santo (Mori et al., 1983a, 1983b, Peixoto & Gentry 1990,

Martini et al., 2004, Thomas et al., no prelo). Os resultados aqui obtidos

não indicam grandes diferenças em nível de famílias para outras áreas de

florestas no sul da Bahia, mas diferem de maneira marcante das florestas

ombrófilas de terras baixas da Amazônia, onde predominam as famílias

Lecythidaceae, Fabaceae, Moraceae e Burseraceae (Prance et al., 1976).

Myrtaceae e Sapotaceae, duas famílias que mais contribuem em

número de espécies com a flora arbórea da RPPN EVC, são grupos cuja

taxonomia é ainda insuficientemente conhecida no sul da Bahia, situação

que torna análises de similaridade entre as diversas áreas do Corredor

Central da Mata Atlântica ainda bastante especulativas. Thomas et al. (no

prelo) constataram que aproximadamente 40% das espécies amostradas

em outras áreas no sul da Bahia não foram incluídas na classe de

diâmetro superior a 10cm, dado que ressalta a grande contribuição das

espécies de subdossel para a diversidade florística das florestas da região.

Apesar da área amostrada na RPPN EVC ter sido 10 vezes menor que a

estudada em Serra Grande por Thomas et al. (no prelo), nossos dados

corroboram esta afirmação, uma vez que muitas das espécies não

apresentaram indivíduos acima 10 de cm DAP.

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0

5

10

15

20

25

Celastrac

Clusiac

Apocynac

AnnonacRubiac

Laurac

EuphorbiacFabac

Myrtac

Sapotac

Figura 17 – Famílias com maior número de espécies arbóreas nas duas áreas inventariadas da RPPN Estação Veracel. As colunas indicam o número de espécies encontradas em cada família.

A similaridade em composição de espécies foi bastante alta e pode

ainda estar relacionada à proximidade entre as áreas amostradas na RPPN

EVC. Paypayrola blanchetiana, Stephanopodium blanchetianum e

Myrtaceae sp. 2 estiveram entre as espécies com maior IVI (índice de valor

de importância). Outras espécies também foram encontradas nas duas

áreas, mas com índice de importância bastante variáveis, por exemplo

Lauraceae sp. 1, Eriotheca macrophylla e Chrysophyllum splendens. Por

outro lado, algumas espécies abundantes foram praticamente exclusivas

de determinadas áreas, como Manilkara sp. 2 e Arapatiella psilophylla. A

lista das espécies amostradas nas duas áreas e seus respectivos

parâmetros fitossociológicos podem ser encontrados no Anexo I.2.

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As espécies com maior número de indivíduos em ordem crescente

na Área 1 foram Paypayrola blanchetiana, Myrtaceae sp. 2, Arapatiella

psilophylla, Myrcia acuminatissima e Faramea sp. 1 (Figura 18). Já na

área 2 podemos citar Myrtaceae sp. 2, Paypayrola blanchetiana,

Chrysophyllum splendens, Guapira sp. 1 e Myrtaceae sp. 5 (Figura 19).

Interessante é verificar que Parkia pendula, uma das árvores emergentes

na estrutura da floresta, é uma espécie com muitos indivíduos na

primeira área e que praticamente torna-se escassa no outro trecho

estudado. Parkia pendula, Guapira sp. 1, Manilkara sp. 2, Lauraceae sp. 1

e Sloanea sp. 1 foram algumas das espécies que apresentaram indivíduos

com os maiores DAPs e alturas.

0

10

20

30

40

50

60

Euterpe

edulis

Simpho

nia gl

obulife

ra

Gomide

sia sp

. 1

Myrcia

sp. 1

Ecclin

usa ra

miflora

Pouter

ia sp. 3

Faramea

sp. 1

Myrcia

acum

inatis

sima

Arapati

ella ps

iloph

ylla

Myrtac s

p. 2

Paypay

rola b

lanch

etian

a

Figura 18 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na

área 1 da RPPN Estação Veracel.

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0

5

10

15

20

25

30

Eriothe

ca m

acroph

ylla

Macrol

obium la

tifoliu

m

Ocotea

inde

cora

Psych

otria sp

. 2

Guapir

a opp

osita

Inga s

p. 4

Ocotea

sp. 2

Eupho

rbiac

sp. 3

Manilk

ara sp

. 2

Euterpe

edulis

Stephan

opod

ium blanc

hetianu

m

Myrtac s

p. 5

Guapir

a sp. 1

Chrysop

hyllum sp

lenden

s

Paypay

rola b

lanch

etian

a

Myrtac s

p. 2

Figura 19 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na

área 2 da RPPN Estação Veracel.

As porções periféricas das áreas florestais mais bem estruturadas

são caracterizadas por capoeiras semelhantes àquelas verificadas em

outras áreas de floresta ombrófila no sul da Bahia. É comum nessas

florestas degradadas a ocorrência de Schefflera morototoni (“matataúba”),

Miconia mirabilis (“mundururu”), Henriettea succosa (“mundururu-ferro”),

Himatanthus phagedaenicus (“janaúba”), Cordia ecalyculata,

Tabernaemontana salzmanni , entre outras.

As florestas ombrófilas densas do sul da Bahia caracterizam-se

estruturalmente pela estratificação do componente arbóreo e a

abundância de espífitas (Mori & Silva, 1979). A estrutura das florestas da

RPPN EVC varia de acordo com o estádio sucessional em que se

encontram. Assim, florestas em estádio sucessionais iniciais (“capoeiras”)

tendem a possuir um número mais elevado de indivíduos de menor porte.

Florestas em estádios sucessionais mais avançados, ao contrário, tendem

a possuir um número maior de indivíduos de maior porte.

Associada às diferenças estruturais verificadas entre os estádios

sucessionais, a composição florística também varia de modo notável.

Florestas mais degradadas tendem a possuir menor diversidade de

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espécies do que florestas em estágios sucessionais mais avançados, que

possuem diversidade mais elevada.

A caracterização estrutural desta floresta revelou atributos

semelhantes ao de florestas próximas, como as estudadas por Jardim

(2003), Martini et al. (2004), Thomas et al. (no prelo) e Martini et. al. (no

prelo) (Tabela 3). Embora a estratificação da floresta não seja muito

evidente, é possível reconhecer dois estratos: sub-dossel e dossel. Dos 844

indivíduos amostrados, 691 (ca. 81%) possuem até 10m e constituem o

que podemos considerar como o sub-bosque da floresta. O sub-bosque

conta com uma grande quantidade de indivíduos jovens das espécies

árboreas, assim como muitos indivíduos de espécies arbustivas e

pequenas arvoretas. Famílias muito comuns neste estrato incluem as

Myrtaceae, Rubiaceae, Sapotaceae (principalmente indivíduos jovens) e

Euphorbiaceae. Espécies incomuns no estrato do dossel e freqüentes no

sub-dossel incluem Euterpe edulis (Arecaceae), Discophora guianensis

(Icacinaceae), Mouriri spp. (Melastomataceae), Cordia spp. (Boraginaceae),

Tovomita spp. (Clusiaceae) e Stephanopodium blanchetianum

(Dichapetalaceae).

Tabela 3 – Comparação das 10 espécies com maior IVI (índice de valor de importância) da RPPN Estação Veracel com aquelas de áreas próximas. Espécies em negrito são aquelas compartilhadas pelas cinco áreas.

RPPN Estação Veracel

RPPN Salto Apepique

Mata da Torre (PESC) – Martini

et al. (2004)

Fazenda Capitão (PESC)- Martini et

al. (2004)

Serra Grande - Thomas et al.

(ined.) Paypayrola blanchetiana Rinorea guianensis* Helicostylis tomentosa Manilkara maxima Eriotheca

macrophylla

Parkia pendula Euterpe edulis Euterpe edulis Pausandra morisiana Ecclinusa ramiflora

Myrtac sp. 2 Virola officinalis* Vochysia riedeliana Euterpe edulis Neea sp. 1

N/C 6 Maytenus cf. distichophylla

Coussapoa pachyphylla Virola gardneri Eriotheca globosa

Manilkara sp. 2 Discophora guianensis Virola gardneri Garcinia gardneriana Swartzia reticulata

N/C 3 Stephanopodium magnifolium Ecclinusa ramiflora Gomidesia sp. 1 Aspidosperma

thomasii

Ecclinusa ramiflora*

Macrolobium latifolium Eschweilera ovata Rinorea guianensis Eschweilera ovata

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RPPN Estação Veracel

RPPN Salto Apepique

Mata da Torre (PESC) – Martini

et al. (2004)

Fazenda Capitão (PESC)- Martini et

al. (2004)

Serra Grande - Thomas et al.

(ined.) Arapatiella psilophylla Diploon cuspidatum Pradosia aff.

subverticillata Myrtaceae sp. 9 Almeidea coerulea

Euterpe edulis Tovomita choisyana Eugenia sp. 3 Guapira nitida Virola officinalis

Macrolobium latifolium Tovomita mangle Buchenavia capitata Rudgea sp. 1 Euterpe edulis

* espécies da RPPN EVC que ocorrem em pelo menos uma das demais áreas (tabela preparada a partir dos dados modificados de Martini et al.no prelo)

O estrato superior, denominado dossel, constitui a “cobertura” da

floresta e é composto pela sobreposição das copas das árvores. Como nem

todas as árvores do dossel possuem o mesmo porte, este muitas vezes não

é contínuo, tornando sua delimitação bastante difícil e subjetiva (como

verificado nas áreas amostradas). As árvores que podem ser consideradas

como componentes do dossel (mais de 11metros de altura) totalizaram

153 indivíduos (ca. 19%) e são em sua maioria indivíduos de maior porte

das espécies encontradas como indivíduos jovens no sub-dossel. Algumas

das espécies mais comuns do dossel são: Parkia pendula (Fabaceae),

Guapira sp. 1 (Nyctaginaceae), Eriotheca macrophylla (Bombacaceae) e

Sloanea sp. 1 (Elaeocarpaceae).

Os resultados desse estudo confirmam a posição de destaque da

região sul da Bahia entre as áreas com o maior número de espécies

arbóreas do mundo, sendo exclusivo do presente estudo a utilização de

uma base comparativa padronizada. Apesar do pequeno tamanho

amostral das áreas analisadas, essa afirmação tem suporte em estudos

anteriores (Thomas et al., no prelo; Martini et al., no prelo). No estudo de

Thomas et al. (no prelo) foram amostradas 405 espécies arbóreas e 53

espécies de lianas lenhosas. Esses números, apesar da dificuldade de

comparação direta com outros estudos em função de métodos de

amostragem não padronizados, revelam uma altíssima riqueza de espécies

arbóreas na região. Nos estudos de Martini et al. (no prelo) adotou-se

metodologia semelhante à empregada na RPPN EVC.

As duas áreas amostradas apresentaram valores bastante similares

de densidade de espécies, número de famílias e número de indivíduos.

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60

Apesar de diferenças no nível de perturbação entre as áreas, elas

poderiam ser consideradas “réplicas” dentro da área da RPPN EVC,

confirmando uma alta densidade de espécies arbóreas. Outra

característica interessante a ser salientada refere-se à alta similaridade

entre as duas áreas analisadas, com um grande número de espécies em

comum. Sugerimos que para o futuro, seja realizado outras amostragens

especialmente nas áreas de floresta próximas a mussununga.

Dados levantados a partir da análise fitossociológica utilizando a

metodologia discutida acima indicam que a área da RPPN EVC se situa

entre as vinte áreas do mundo com maior número de indivíduos e elevado

número de espécies arbóreas. Analisando os dados a partir de outras

áreas já estudadas no Brasil, a RPPN EVC permanece entre as dez

primeiras áreas (Tabela 4). Os dados provenientes de coletas aleatórias

realizadas ao longo de trilhas resultaram numa lista preliminar composta

por 221 espécimes plantas vasculares na RPPN EVC. Os espécimes

depositados no herbário do CEPEC/CEPLAC estão descritos no Anexo I.

Apesar do elevado número de espécies amostradas, é provável que esta

diversidade represente apenas uma pequena parcela da diversidade

florística total da área, o que sugere a importância da continuidade de

levantamentos, especialmente numa melhor documentação das espécies

arbóreas.

Tabela 4 – Número de indivíduos e espécies arbóreas acima de 5cm de DAP em diferentes localidades no mundo, amostradas segundo o método proposto por Gentry (1982). Em destaque as duas áreas estudadas (tabela preparada a partir dos dados modificados de Martini et al. no prelo)

Área País Indivíduos Espécies

CALIMA Colômbia 230 148

OGFCONDU Brasil 253 144

MISHNFL Peru 233 141

OLFCONDU Brasil 263 137

SEMENGOH Malásia 235 136

RLFCONDU Brasil 253 134

RPPN EVC - 1 Brasil 198 108

RPPN EVC - 2 Brasil 195 103

ALLPAHUA Peru 166 133

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Área País Indivíduos Espécies

ARARACUA Colômbia 287 133

CONSTANC Peru 179 132

TUTUNEND Colômbia 244 132

NOSYMANG Madagascar 356 129

JENAROHE Peru 175 127

CANDAMO Peru 213 126

LINHARES Brasil 216 125

DUCKE Brasil 186 123

PERINET Madagascar 399 121

JATUNSAC Equador 189 115

VARIRATA Papua New Guinea 216 111

YANAM2 Peru 134 110

RIOTAVAR Peru 158 105

YANAM1 Peru 135 105

INDIANA Peru 156 101

RIOMANSO Colombia 179 96

PASOH30 Malásia 130 92

PASOH40 Malásia 128 90

CARLOSBO Brasil 290 98

CAMORIN Brasil 176 83

BORACEIA Brasil 258 79

Ameaças à vegetação

As visitas em campo mostraram alguns problemas relacionados à

cobertura vegetal da EVC. Estes problemas referem-se à supressão de

vegetação para lenha e para fins medicinais detectados por funcionários

da estação em pontos isolados da área, citados anteriormente. Além disso,

destaca-se a área, também citada anteriormente, onde a vegetação e o solo

foram suprimidos para a retirada de cascalho.

Vale ressaltar a ocorrência de vegetações características de

determinadas áreas, como as lagoas e mussunungas, que merecem

atenção especial por causa da fragilidade e do pouco conhecimento a

respeito destes ambientes.

No setor SW da EVC foi encontrado uma área de lagoa que, segundo

os funcionários da estação, possui uma vegetação “diferente” com

características próprias (plantas homogêneas), onde predominam plantas

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vulgarmente conhecidas como Piã e Ingá Feijão. Este tipo de vegetação,

provavelmente, ocorre devido às características dos solos presentes

(Planossolos, Gleissolos e Organossolos), impressas, principalmente, pela

condição de alagamento da área. Devido às peculiaridades deste ambiente

o mesmo merece estudos mais aprofundados.

As características dos Espodossolos, vistas anteriormente,

condicionam o desenvolvimento de vegetações típicas denominadas

mussununga. Este tipo de vegetação se desenvolve em um ambiente que

imprime condições de estresse às plantas o que faz com que a mesma seja

menos densa e mais suscetível aos processos de degradação.

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3.2.2. Fauna

A RPPN EVC abriga uma rica fauna de vertebrados (Tabela 5), e

ainda mantêm grande parte da biodiversidade original apesar do intenso

desmatamento já ocorrido na região.

Tabela 5 - Riqueza, número de espécies ameaçadas* e espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas na RPPN Estação Veracel.

Grupo Número de Espécies Espécies Ameaçadas Espécies Endêmicas Mamíferos 38 12 4 Aves 302 21 32 Anfíbios 52 3 10 Répteis 53 2 8 Total 445 37 54 *Machado et al., 2005; IUCN (2006).

A fauna de vertebrados da RPPN EVC é relativamente bem

conhecida, porém existem lacunas no conhecimento de diversos grupos,

há carência de inventários biológicos de invertebrados, e entre os

vertebrados, morcegos, pequenos mamíferos, peixes e lagartos arborícolas

são praticamente desconhecidos na área.

Atualmente estão sendo conduzidos na RPPN EVC três projetos de

pesquisas em biodiversidade: Monitoramento de mamíferos de médio e

grande porte através de armadilhas fotográficas (Anexos I – Fotos; Anexos

II – projetos específicos; parceria Veracel-Conservação Internacional;

Paglia & Santos, 2005); Levantamento de avifauna e mirmecofauna

(Veracel-Instituto Driades); Monitoramento e ecologia do gavião-real

(Anexos II – projetos específicos; parceria Veracel-INPA).

São registradas, para a RPPN EVC, 38 espécies de médios e grandes

mamíferos (Anexo I-4), 86 % das espécies registradas por Moura (2003)

para toda a porção baiana do Corredor Central da Mata Atlântica. Destas

espécies, 12 constam das listas de espécies ameaçadas e 4 são endêmicas

da Mata Atlântica (Tabela 6).

Ainda persistem na RPPN EVC algumas espécies localmente extintas

em outras regiões da Mata Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris),

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a onça-pintada (Panthera onca) e o ouriço-preto (Chaetomys subspinosus).

As duas espécies de grandes felinos brasileiros são registradas na RPPN

EVC, a onça-parda foi avistada recentemente (2005, Denise Oliveira, com.

pes.), entretanto os registros de onça-pintada na RPPN EVC são antigos e

indiretos. Porém, Moura (2003) registrou a espécie em três fazendas da

região, o que torna possível que esta espécie ainda ocorra na área. O

projeto de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através

de armadilhas fotográficas poderá responder se a onça-pintada e outras

espécies também reportadas para a RPPN EVC, porém sem confirmação

direta, como o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e o tatu-

canastra (Priodontes maximus), realmente ocorrem na área.

Todas as espécies de primatas com ocorrência na RPPN EVC

[Callithrix geoffroyi (sagüi-da-cara-branca), Cebus robustus (macaco-preto)

e Callicebus melanochir (guigó)] são consideradas ameaçadas de extinção.

Duas outras espécies de primatas com ocorrência potencial para a região

são consideradas como regionalmente extintas, o bugio (Alouatta guariba

guariba) e o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) (Moura, 2003;

Melo, 2004).

A RPPN EVC é citada por moradores locais como um dos últimos

refúgios de muitas espécies de mamíferos da região. Ainda são

encontradas na área diversas espécies apreciadas por caçadores (veados,

antas, pacas, catetos, tatus) o que torna a caça uma das principais

ameaça à mastofauna local.

A RPPN EVC possui 302 espécies de aves (Anexo I.4). Destas, 21 estão nas categorias, ameaçadas, vulneráveis ou quase ameaçadas da

IUCN e/ou IBAMA e 32 são endêmicas da Mata Atlântica (Cordeiro,

2003a, 2003b, 2003c, Bencke et al., 2006) (Tabela 7). Quatro espécies são

consideradas extintas na região, Ara chloroptera (Arara-vermelha),

Neomorphus geoffroy (jacu-de-estalo), Pipile jacutinga (jacutinga) e o Crax

blumenbachii (mutum-de-bico-vermelho) (Bencke et al., 2006).

Algumas espécies que, originalmente, ocupavam ambientes mais

secos do interior do estado já são registradas na RPPN EVC.

Provavelmente essas espécies estão expandindo sua área de ocorrência

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devido ao desmatamento da região. Entre as espécies que se enquadram

nesta categoria e são registradas na RPPN EVC estão: Buteo albicaudatus

(gavião-do-rabo-branco), Scardafella squammata (fogo-apagou), Speotyto

cunicularia (coruja-buraqueira), Furnarius rufus (joão-de-barro), Synallaxis

frontalis (petrim), Tachyphonus rufus (pipira-preta), Paroaria dominicana

(galo-da-campina), Icterus jamacaii (sofrê). A situação é semelhante à da

REBIO de Una na região de Ilhéus (Rudi Laps, não publicado).

Tabela 6 – Espécies de mamíferos da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e CR = Criticamente em Perigo.

Ordem Familia Espécie Nome vulgar IUCN IBAMA CITES Endemismo

Carnivora Canidae Cerdocyon thous Raposa II

Felidae Herpailurus yaguarondi gato-lontra I

Leopardus pardalis jaguatiri VU I

Leopardus tigrinus gato-do-mato NT VU I

Leopardus wiedii gato-maracajá VU I

Panthera onca onça-pintada NT VU I

Puma concolor onça-parda NT VU

Mustelidae Eira barbara irara III

Lontra longicaudis lontra I

Procyonidae Potos flavus jupará III

Tapirus terrestris anta VU II

Perissodactyla Tapiridae Callithrix geoffroyi soim VU Endêmica

Primates Callitrichidae Cebus robustus macaco-preto VU VU

Cebidae Callicebus melanochir guigó VU VU Endêmica

Pitheciidae Agouti paca paca III

Rodentia Agoutidae Chaetomys subspinosus ouriço-preto VU VU Endêmica

Erethizontidae Bradypus torquatus preguiça-de-coleira EN VU Endêmica

Pilosa Bradypodidae Bradypus variegatus preguiça II

Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira NT VU II

A BirdLife/SAVE-Brasil considera a RPPN EVC uma "Área

importante para a Conservação de Aves no Brasil" (IBAs, sigla de

Important Birds Areas). A RPPN EVC (citada com o nome de Estação

Veracruz) foi incluída entre as IBA's por abrigar significativas populações

de espécies globalmente ameaçadas e outras espécies de interesse para

conservação (critério A1- Bencke & Maurício, 2006). A RPPN EVC abriga

espécies pouco representadas nas IBA's no Brasil, como é o caso do

Herpsilochmus pileatus (corozinho-de-boné, encontrado em 3 IBAs),

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Cotinga maculata (creoá, encontrada em 5 IBAs) e o balança-rabo canela

(Glaucis dorhnii presente em 6 IBAs) (Bencke et al., 2006).

O gavião-real (Harpia harpyja), citado como "de possível ocorrência

na Estação" e com nenhuma ocorrência confirmada nas IBA's baianas

(Bencke et al., 2006), foi registrado na RPPN EVC por diversas fontes e um

adulto e um filhote foram avistados por funcionários da RPPN EVC. Em

2005 um ninho da espécie foi localizado. Atualmente esta espécie é o

objeto de um projeto de pesquisa em parceria com o INPA-Manaus que,

entre outros objetivos, prevê o monitoramento do ninho e estudos sobre a

ecologia desta ave na reserva (Anexo II – Projetos Específicos).

A RPPN EVC ainda possui uma grande riqueza de psitacídeos. Doze

das 19 espécies esperadas para a área do Corredor Central da Mata

Atlântica são encontradas na RPPN EVC (Cordeiro, 2003c). Destas, quatro

são endêmicas do bioma e cinco constam nas listas de ameaçadas de

extinção (Amazona rhodocorytha, Aratinga auricapillus, Pyrrhura leucotis,

Pyrrhura cruentata e Touit surdus) (Tabela 7). As espécies Amazona

amazonica e A. rhodocorytha são fortemente associadas a florestas com

árvores altas, grossas com copas densas (Marsden et al., 2000).

A pressão de caça sobre a avifauna da reserva é muito grande. A

área possui grande número de espécies cinegéticas (ex.: tinamídeos), espécies apreciadas para criação em gaiolas (ex.: passeriformes) e espécies

utilizadas para obtenção de penas para adornos (psitacídeos).

A fauna de anfíbios da RPPN EVC é considerada bem conhecida

(Bruno Pimenta com. pes.). A descoberta recente de espécies novas e

registros que aumentam a distribuição geográfica de algumas espécies

tornam a RPPN EVC uma peça-chave na conservação dos anfíbios no

extremo sul baiano. A RPPN EVC foi o remanescente que apresentou

maior riqueza de anfíbios (39 espécies) entre os vinte e um remanescentes

investigados por Silvano & Pimenta (2003) na porção baiana do Corredor

Central da Mata Atlântica.

O desmatamento é a principal ameaça à herpetofauna da região. A

RPPN EVC é um dos grandes remanescentes florestais e um dos últimos

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67

refúgios para estas espécies. Até o momento são registradas para a RPPN

EVC 67 morfo-espécies de anfíbios, das quais 52 tiveram sua identificação

confirmada (Anexo I.4). Pelo menos dez espécies de anfíbios podem ser

consideradas de especial interesse para a conservação, por serem

ameaçadas de extinção e/ou endêmicas da Mata Atlântica (Tabela 8).

Duas espécies recentemente descritas são encontradas na Estação Veracel

- Aplastodiscus (Hyla) ibirapitanga (Cruz et al., 2003) e Aplastodiscus

(Hyla) pombali (Caramaschi et al ., 2004).

A fauna de répteis da RPPN EVC apresenta 53 espécies (Anexo I.4),

sendo oito endêmicas do Bioma (7 serpentes e 1 lagarto) (Tabela 8).

Apenas duas espécies constam das listas de espécies ameaçadas (o lagarto

Cnemidophorus nativo e o jabuti Geochelone denticulata). A maioria das

serpentes registradas para a RPPN EVC é características de florestas (26

das 33 espécies, Anexo 1.4) e apenas 6 são peçonhentas (Argolo, 2005).

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Tabela 7 – Espécies de aves da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e CR = Criticamente em Perigo.

Ordem Familia Espécie Nome vulgar IUCN IBAMA CITES Endemismo

Apodiformes Trochilidae Glaucis dohrnii balança-rabo-canela EN EN I Endêmica

Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta Endêmica

Thalurania watertonii beija-flor-de-costas-violetas NT VU Endêmica

Cathartiformes Cathartidae Sarcoramphus papa urubu-rei III

Ciconiiformes Ardeidae Bubulcus ibis garça-vaqueira III

Columbiformes Columbidae Columba livia pombo-doméstico III

Coraciiformes Momotidae Baryphthengus ruficapillus juruva-verde Endêmica

Falconiformes Accipitridae Chondrohierax uncinatus Caracoleiro I

Harpia harpyja gavião-real NT I

Leucopternis lacernulatus gavião-pombo-pequeno VU VU Endêmica

Galbuliformes Bucconidae Malacoptila striata barbudo-rajado Endêmica

Passeriformes Conopophagidae Conopophaga melanops cuspidor-de-máscara-preta Endêmica

Cotingidae Carpornis melanocephala sabiá-pimenta VU VU Endêmica

Cotinga maculata Crejoá EN EN I

Procnias nudicollis Araponga VU

Xipholena atropurpurea anambé-de-asa-branca EN EN I

Dendrocolaptidae Campylorhamphus falcularius arapaçu-de-bico-torto Endêmica

Furnariidae Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco Endêmica

Philydor atricapillus limpa-folha-coroado Endêmica

Thripophaga macroura rabo-amarelo VU VU Endêmica

Thamnophilidae Drymophila ochropyga choquinha-de-dorso-vermelho NT Endêmica

Drymophila squamata Pintadinho Endêmica

Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado NT Endêmica

Herpsilochmus pileatus corozinho-de-boné VU VU Endêmica

Myrmotherula urosticta choquinha-de-rabo-cintado VU VU Endêmica

Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul Endêmica

Terenura maculata Zidedê Endêmica

Thamnophilus ambiguus choca-de-sooretama Endêmica

Piciformes Picidae Campephilus robustus pica-pau-rei Endêmica

Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela Endêmica

Veniliornis maculifrons picapauzinho-de-testa-pintada Endêmica

Ramphastidae Pteroglossus aracari araçari-de-bico-branco II

Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto II

Selenidera maculirostris araçari-poca III Endêmica

Psittaciformes Psittacidae Amazona rhodocorytha Chauá EN EN I Endêmica

Brotogeris tirica periquito-rico Endêmica

Pyrrhura cruentata tiriba-grande VU VU I Endêmica

Pyrrhura leucotis tiriba-de-orelha-branca VU Endêmica

Touit surdus apuim-de-cauda-amarela VU Endêmica

Strigiformes Strigidae Glaucidium minutissimum caburé-miudinho Endêmica

Tinamiformes Tinamidae Crypturellus noctivagus jaó-do-sul NT VU Endêmica

Tinamus solitarius Macuco NT I

Trogoniformes Trogonidae Trogon surrucura surucuá-variado Endêmica

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69

Tabela 8 – Espécies da herpetofauna da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e DD = Deficiente em Dados.

Classe Ordem Familia Espécie IUCN IBAMA CITES Endemismo

Amphibia Anura Hylidae Aplastodiscus (Hyla)

ibirapitanga Endêmica

Aplastodiscus (Hyla) pombali Endêmica

Hylomantis aspera Endêmica

Scinax argyreornatus Endêmica

Leptodactylidae Eleutherodactylus bilineatus Endêmica

Eleutherodactylus paulodutrai Endêmica

Leptodactylus viridis DD Endêmica

Leptodactylidae Proceratophrys laticeps Endêmica

Microhylidae Chiasmocleis carvalhoi EN

Chiasmocleis schubarti Endêmica

Repitilia Lacertilia Leiosauridae Enyalius catenatus Endêmica

Teiidae Cnemidophorus nativo VU

Serpente Colubridae Chironius bicarinatus Endêmica

Chironius laevicollis Endêmica

Dipsas neivai Endêmica

Elapidae Micrurus corallinus Endêmica

Micrurus ibiboboca Endêmica

Viperidae Bothrops jararaca Endêmica

Bothrops leucurus Endêmica

Testudine Chelidae Acanthochelys radiolata NT

Testudinidae Geochelone denticulata VU

Principais Ameaças à fauna As fontes principais de ameaça à fauna da RPPN EVC são o

desmatamento do seu entorno e a caça. A RPPN EVC é uma "ilha" de

floresta circundada por áreas abertas e cultura de eucalipto. A

insularização da reserva pode impedir que animais de grande porte

mantenham populações viáveis em longo prazo, restringindo o fluxo

gênico entre as populações. São extremamente urgentes ações de manejo

integrado das unidades de conservação da região (RPPN EVC, PARNA Pau-

Brasil e PARNA do Descobrimento) com a implantação de corredores

ecológicos ligando estes tratos de florestas.

A caça, a outra grande ameaça à fauna, é potencializada pela

presença de dois grandes núcleos urbanos na proximidade da RPPN EVC

(o Bairro Baianão em Porto Seguro e o Bairro Tânia em Santa Cruz

Cabrália) e pela existência de uma estrada municipal dentro dos limites da

Reserva. Somente durante o ano de 2005 houve 183 observações da

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70

presença de caçadores e 163 armadilhas foram destruídas dentro da RPPN

EVC (Relatório de Atividades EVC 2005, não publicado). A caça na região

se dá principalmente para a obtenção de carne para o consumo, aquisição

de penas para adornos e captura de aves de gaiola.

O artesanato com penas de aves silvestres (principalmente, mas não

exclusivamente de psitacídeos) é super valorizado pelos consumidores.

São necessárias campanhas permanentes de esclarecimento e

conscientização, em locais de grande afluxo de turistas, sobre o profundo

impacto que a aquisição deste tipo de artesanato tem sobre a

biodiversidade.

Na RPPN EVC ainda persistem várias espécies apreciadas como

alimento (veados, antas, pacas, tatus, tinamídeos entre outros). A

educação ambiental e a fiscalização são as principais formas de minimizar

esta ameaça. Devem ser formadas parcerias com o poder público para

aperfeiçoar o sistema de vigilância e buscar formas de coibir e punir a

prática da caça na sua área.

A supressão da caça e a promoção de pesquisas científicas que

avaliem o estado atual das populações, principalmente daquelas de

especial interesse para a conservação e monitorem a dinâmica destas

populações em longo prazo são as duas ações fundamentais para que a

RPPN EVC continue a cumprir seu objetivo de conservação da

biodiversidade de fauna da região.

Numa região onde as áreas de floresta foram intensamente

devastadas ao longo dos anos de ocupação, a RPPN EVC representa, não

só pela sua extensão, mas pelo estado de conservação biológica, um dos

principais remanescentes de floresta atlântica no extremo sul da Bahia.

3.3 Uso Público Histórico das Atividades de Uso Público

O principal instrumento de planejamento de uma unidade de

conservação é o seu Plano de Manejo, e no caso específico da atividade de

visitação, o Programa de Uso Público contido nele ou um Plano de Uso

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71

Público realizado à parte são os que forneceriam o suporte para direcionar

o manejo da visitação.

O Plano de Manejo da Estação Veracruz elaborado em 1998

(Veracruz Celulose S.A., 1998) não contempla o escopo mínimo de

abordagem referente à visitação apresentado no Roteiro Metodológico para

elaboração de plano de manejo (Ferreira et al., 2004), e ao que tudo indica

outros documentos anteriores ao Plano fundamentaram a implantação de

ações de manejo da visitação na unidade.

Provavelmente na tentativa de definir linhas de ação para o uso da

área, a empresa contratou, antes da elaboração do Plano de Manejo de

1998, estudos que apresentassem potencialidades de cunho turístico,

educacional e conservacionista para a Estação Veracruz. No tocante ao

tema uso público foram identificados projetos de duas consultorias, sendo

uma de autoria de R.M.F. Mourão em 1994 e 1995, e outra da empresa

Bioma Educação e Assessoria Ambiental (Carcheti & Wilke1996).

No breve histórico de educação ambiental e ecoturismo

apresentados no Plano de Manejo, são mencionados dois estudos

realizados entre 1994 e 1995, sem, no entanto utilizar de citação no texto

ou referência bibliográfica, os quais podem ser:

• Mourão, R.M.F. Estação Veracruz – Porto Seguro. Ecoturismo e

Turismo Participativo. Rio de Janeiro: Instituto Iguaçu de Pesquisa

Ambiental, Eco Brasil – Associação Brasileira de Ecoturismo. Dez.

1994. 52p. (Relatório de Vistoria Preliminar);

• Mourão, R.M.F. Estação Veracruz – Porto Seguro. Plano de Ação

95/96. Ecoturismo e Turismo Participativo. Rio de Janeiro: Instituto

Iguaçu de Pesquisa Ambiental, Expeditours – The Natural Way to

Discover Brazil. Ago. 1995. 6p. (Proposta).

O primeiro estudo em 1994, propõe o desenvolvimento de um

Centro de Ecodesenvolvimento Regional, em área privada da Veracruz

Florestal, cedida em regime de comodato ou outro instrumento legal, e

seria constituído pelas seguintes unidades:

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72

• Administração e Serviços Gerais – administração, contabilidade,

almoxarifado, cozinha, refeitório, alojamento de funcionários,

depósito, loja de artesanato e produtos naturais da região. Parte dos

serviços seria executada pela estrutura administrativa da Veracruz

Florestal em Eunápolis, pelo Instituto Iguaçu no Rio de Janeiro ou

por parceiros e contratados;

• Educação Ambiental – cursos e informação ambiental para adultos

e crianças da região, visitantes e convidados;

• Capacitação Técnica – comunidades locais e/ou tradicionais em

práticas voltadas a formas sustentáveis de desenvolvimento

(recursos não madeireiros, sistemas agroflorestais, piscicultura,

apicultura, plantas medicinais e ornamentais, ecoturismo, etc);

• Produção e Desenvolvimento – escola de artesanato, viveiros,

apicultura, desenvolvimento agroflorestal;

• Estudos, Pesquisa e Documentação – base de operação de

programas de pesquisa, banco de dados;

• Alojamento para Estudantes e Pesquisadores Brasileiros e

Estrangeiros Conveniados – estudantes e pesquisadores, que

deverão desempenhar atividades de guias ecoturísticos e/ou

especializados e sua remuneração ser revertida total ou

parcialmente ao Centro ou ao projeto que este fizer parte;

• Casa de Hóspedes – hospedagem paga e revertida ao Centro e aos

parceiros, voltada a estudantes, técnicos, pesquisadores, bem como

ecoturistas, cientistas visitantes, patrocinadores, autoridades

interessadas.

O segundo estudo realizado em 1995, apresenta em seis páginas um

Plano de Ação, que em linhas gerais propõe a instalação de placas, guarita

de controle e informações, centro de educação ambiental e ecoturismo,

implantação de trilhas e programa pedagógico, viveiro educacional e mini-

museu de história natural da mata atlântica.

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73

Não se tem informações suficientes para afirmar se a implantação

de infra-estruturas ou mesmo ações na RPPN EVC foram resultados dos

dois estudos acima mencionados. No entanto, o Plano de Manejo de 1998

(Veracruz Celulose S.A., 1998) cita que as primeiras providências tomadas

na chamada Estação Veracruz seriam:

• instalação de um Centro de Visitantes, com um parque com

brinquedos para crianças;

• instalação de trilhas interpretativas, “Pau-Brasil”, “Mata Atlântica” e

“Orquídeas”, com roteiros pedagógicos, uma plataforma na copa de

uma árvore e duas pontes suspensas atravessando vales;

• treinamento de cinco guias;

• desenvolvimento de um roteiro pedagógico para visitação, incluindo

um viveiro de mudas de espécies nativas, permitindo que cada

visitante plante uma árvore.

Apesar de também não haver menção direta ao trabalho de

consultoria da empresa Bioma Educação e Assessoria Ambiental no Plano

de Manejo, comparando-o com a situação atual de visitação na RPPN

EVC, fica claro que ações propostas neste estudo foram realmente

implementadas. Foram consultados os seguintes documentos desta

consultoria, no relatório Pacote Pedagógico e Trilhas, de 1996, divididos

em encartes de 1ª e 2ª etapas:

• 1ª Etapa: Levantamento, definição e orientação para implantação de

trilhas;

• 2ª Etapa: Texto da Mata Atlântica;

• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido ao visitante

convencional;

• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para

alunos de 1ª – 4ª série do 1º grau;

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74

• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para

alunos de 5ª – 8ª série do 1º grau;

• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para

alunos de 1ª – 3ª série do 2º grau.

Analisando o documento da 1ª Etapa: Levantamento, definição e

orientação para implantação de trilhas, pôde-se observar que, por

exemplo, a atual Trilha da Plataforma corresponde à Trilha do Mata-Pau

proposta em 1996, que prevê a edificação de um mirante sobre um grande

exemplar de Mata-Pau, possibilitando a observação panorâmica da área

de entorno. Mas nos relatórios da 2ª Etapa, também de 1996, o mirante é

citado como um equipamento facilitador já implantado, levando à

interpretação de que é fruto desta consultoria. Na Tabela 9 são

apresentadas as trilhas propostas pela Bioma em 1996, e onde se

encaixam na RPPN hoje.

O Centro de Visitantes também é citado nesta época, onde o

visitante encontrava uma sala de aula, um mini-museu, lanchonete com

muitos quiosques, uma loja para venda de lembranças e artesanatos,

viveiro de plantas nativas, uma horta, um viveiro de orquídeas e aluguel

de cavalos e bicicleta para passeios. Outras proposições para a área de

entorno do Centro de Visitantes, como o mini-museu da Mata Atlântica e

viveiro parecem considerar os trabalhos realizado por Mourão em 1994 e

1995.

Ainda segundo o Plano de Manejo, até o final de 1997 foram

organizados cinco eventos com enfoque ambiental/cultural, onde

participaram 150 pessoas, citando como exemplo cursos de recuperação

ambiental. Não são citados os organizadores e ministradores destes

cursos, no entanto, o texto de abertura dos dois manuais de treinamento

elaborados pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental indicam que

tiveram participação nestes eventos:

• Manual de Treinamento para monitores da Estação Veracruz e guias

de empresas cadastradas;

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75

• Manual de Treinamento para monitores da Estação Veracruz e guias

de empresas cadastradas: noções de primeiros socorros.

Aparentemente, estes cursos auxiliaram no processo de visitação

através do acompanhamento de guias nas áreas da RPPN. O Plano cita

que em novembro de 1997 o programa de ecoturismo foi terceirizado, e a

empresa contratou a Ypê Turismo Ecológico e The Best, sediadas em Porto

Seguro, para operar o que o Plano chama de negócio. Assim, a citada

interação comunitária contava com três principais vertentes:

• Educação Ambiental - principalmente direcionada para escolas

regionais, onde até o final de 1997 aproximadamente 2.000 alunos

visitaram a reserva;

• Ecoturismo – direcionado para visitantes do litoral e população

regional, sendo que aproximadamente 1.000 visitantes conheceram

a Estação durante 1994 a 1997;

• Eventos – com enfoque ambiental/cultural, até final de 1997 foram

organizados cinco eventos onde participaram 150 pessoas.

Tabela 9 – Trilhas propostas pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental em 1996 e correspondência com as atividades atuais.

Trilhas Propostas (1996) Trilhas Atuais (2006) Atrativos citados em 1996

Trilha das Árvores Gigantes – Opção longa Trilha Pau-brasil

Trilha das Árvores Gigantes – Opção curta

Trilha da Floresta Tropical

• Pontes suspensas

• Passarelas suspensas

• Exemplares de grandes árvores

Trilha do Mata-Pau Trilha da Plataforma

• Grandes bromélias, orquídeas

• Trepadeiras

• Formigueiros

• Relações entre seres vivos

Trilha das Bromélias Gigantes Trilha das Bromélias

• Lagoa

• Grandes mata-paus

• Pássaros

• Mirante

• Plataforma de madeira com grande quiosque

Percurso eqüestre ciclístico Não implantado

• Lagoa

• Ducha

• Grandes árvores, pássaros

• Cavalos

• Bicicletas

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76

Com relação ao fluxo de visitação da RPPN EVC, na Figura 20 pode-

se observar uma ampla variação quantitativa nos dados de visita durante

o período de 1996 a maio de 2006.

Mesmo se por um lado o estabelecimento desta atividade

terceirizada pudesse estar mais voltado ao interesse econômico, ao que

tudo indica, foi neste período que a visitação na RPPN EVC atingiu seu

pico máximo, em 1998, com a marca dos 8.010 visitantes/ano.

De acordo com informações de uma funcionária1 que presta serviços

à RPPN EVC desde setembro de 1997, a Ypê Turismo Ecológico operou

durante um ano e oito meses na unidade. Cobrava-se R$ 15,00 por

pessoa, incluindo a caminhada com acompanhamento de um guia. As

refeições ficavam por conta do visitante, e na época vendiam-se almoços,

lanches, salgados e bebidas no Centro de Visitantes.

Ainda de acordo com relatos da funcionária foram adquiridas

bicicletas para locação, e iniciariam também passeios a cavalo, mas não

chegaram a operar estas atividades porque em maio de 1998 a Veracel

Celulose cancelou o contrato com a Ypê Turismo Ecológico. A partir de

então a Veracel assumiu o gerenciamento destas atividades, contratando

alguns dos funcionários que já prestavam serviços, como é o caso da

funcionária supracitada, e posteriormente outros serviços vieram a ser

terceirizados.

Pelos dados da Figura 21 observa-se que após a saída do

concessionário, a visitação na RPPN EVC diminuiu aproximadamente 43%

num primeiro momento, entre 1998 e 1999, e continuou diminuindo até

chegar a quase cinco vezes menos em 2005.

1 Sara, atualmente exercendo função de cozinheira na RPPN EVC, contratada pela Empresa Lemos Passos.

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Número Total de visitantes na RPPN Estação Veracel

164

2.171

8.010

3.437

1.7662.247

3.630

1.4932.181

1.527

1290

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Figura 20 – Número total de visitantes por ano na RPPN Estação Veracel no período de 1996 a maio de 2006.

Situação da Visitação Atual

Atualmente apenas a coordenadora da RPPN EVC tem contrato pela

Veracel Celulose, sendo os demais serviços de monitoramento de

visitantes, manutenção (jardinagem, limpeza) e vigilância prestados por

três empresas terceirizadas:

• Lemos Passos – três prestadores (cozinha, jardinagem e limpeza);

• Equilíbrio Florestal – onze prestadores (assistente de coordenação,

seis monitores, quatro vigias);

• Visel – quatro prestadores que se revezam em serviços de vigilância

24 horas, concentrados na portaria.

Entre estes dezoito funcionários, o número total dos que fazem parte

da rotina diária da RPPN é de quatorze pessoas, contando com a chefe da

unidade, três prestadores de serviços da Lemos Passos, nove da Equilíbrio

Florestal e um vigia da Visel.

Quanto ao atendimento ao público, diariamente a unidade dispõe de

quatro dos seis monitores contratados pela empresa Equilíbrio Florestal,

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que quando não estão exercendo esta função auxiliam em outras tarefas

relacionadas ao uso público, como manutenção das trilhas, dos jardins, e

serviços gerais em torno do Centro de Visitantes.

As atividades de uso público na RPPN EVC concentram-se

principalmente no Centro de Visitantes e nas trilhas. A visitação é

realizada com acompanhamento de monitores, mediante agendamento por

telefone junto à administração, não havendo cobrança de ingresso.

Eventualmente grupos pequenos que não agendam a visita são atendidos

durante a semana, quando há disponibilidade de monitores.

As visitas iniciam-se no Centro de Visitantes, com atividades que

podem variar de acordo com o perfil da visita, mas quase sempre incluem

uma palestra com auxílio de data show, que dura entre trinta e quarenta

minutos. O espaço comporta grupos de aproximadamente 30 pessoas

sentadas, e quando excede este número alguns costumam ficar em pé nos

fundos, conforme demonstrado na Figura 21a, na palestra para um grupo

de estudantes da região.

O conteúdo da palestra não muda muito quando o público alvo é

um grupo de estudantes ou um grupo de técnicos, o que varia mais é o

tempo de exposição de cada slide, conforme o interesse e o horário de

visita do grupo. A palestra pode ainda ser ministrada na língua inglesa,

neste caso geralmente pela chefe da RPPN EVC, quando atende grupos

técnicos de estrangeiros (Figura 21b).

(a) (b)

Figura 21(a) – Palestra para grupo de estudante; (b) Palestra para representantes de instituições florestais nacionais e internacionais na RPPN Estação Veracel.

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Com relação à ergonomia dos bancos, observa-se pelas duas figuras

acima, que não se mostram muito adequados principalmente para

palestras mais longas, que podem durar entre quarenta minutos a quase

uma hora.

No Centro de Visitantes acontecem atividades organizadas para os

grupos de escolas da região, de acordo com a faixa etária, clima no dia da

visita e tempo de permanência na unidade. Dinâmicas de grupos e

brincadeiras fazem parte da programação (Anexo II – Oficinas

Participativas), podendo ser realizadas tanto dentro do Centro de

Visitantes em dias chuvosos (Figuras 22a e 22b), como no jardim em

frente em dias ensolarados.

(a) (b)

Figura 22(a) – Dinâmica de grupo “Encadeamento”; (b) Brincadeira “Que animal sou eu” na RPPN Estação Veracel.

Em seguida os grupos costumam visitar uma das trilhas, com

orientação de um guia para cada grupo de 15 pessoas. As visitas duram

aproximadamente entre duas e três horas, contabilizando o tempo de

palestra e interpretação na trilha.

Perfil do Visitante

Com o objetivo de levantar o histórico do uso e perfil do visitante na

RPPN EVC, foi solicitada aos funcionários a sistematização de dados

contidos em diversos livros de registros, como este apresentado na Figura

23a, que é disponibilizado no Centro de Visitantes juntamente com uma

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caneta embutida em uma pena (Figura 23b), onde ficam registrados a

data, o nome e procedência dos visitantes. Ao lado do livro de registros

fica ainda o livro de mensagens (Figura 23b), onde o visitante pode deixar

suas impressões sobre a visita à unidade.

No livro de mensagens foram encontrados registros de brasileiros e

estrangeiros, sendo o conteúdo em geral de:

• Elogio ao trabalho de conservação;

• Agradecimento e elogio da visita e funcionários pelo treinamento e preparo;

• Sugestão para que os guias façam cursos de inglês;

• Encorajamento da continuidade de iniciativas conservacionistas; e,

• Registro de observação de fauna nas trilhas.

(a) (b)

Figura 23(a) – Livro de Registros e Livro de Mensagens; (b) Visitante registrando dados no livro disponibilizado no Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

Dentre os principais tipos de visita identificados na unidade estão a

visita com perfil educacional, que atende grupos de escolas e a visita com

perfil técnico, voltada a profissionais da área ambiental, acionistas da

empresa e funcionários. De acordo com os dados de visitação analisados,

o perfil de visitante que freqüenta a RPPN pode ser classificado em:

• Estudantes (regionais e outros);

• Ecoturistas brasileiros (regionais e outros);

• Ecoturistas estrangeiros (EUA, Europa e outros); e

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• Visitantes da Veracel, sendo do Programa de Integração ou Visita

Institucional.

O principal grupo visitante da RPPN é o com perfil educacional

(Figura 24), responsável por 74% do total das médias anuais do período

entre 1996 e 2004, e em segundo colocado encontram-se os ecoturistas

brasileiros com 18% da freqüência.

A demanda de visitação é sazonal e mais intensa no final do ano

(Figura 26), e não parece estar relacionada ao fluxo turístico de Porto

Seguro, cuja característica de destino tem sua maior visitação,

culminando invariavelmente no período de verão e feriados como o de

carnaval.

Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel

74%

18%3% 3% 2%

Estudantes

Ecoturistas brasileiros

Ecoturistas estrangeiros

Programa de integração

Visitas institucionais

Figura 24 – Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel durante o período de 1996 e 2004.

A data comemorativa que mais influenciou no aumento da demanda

de visitação na RPPN EVC foi a semana da árvore, de 20 a 24 de setembro

de 2004, quando foram recebidos 13 grupos de escolas da região,

totalizando 672 visitantes em um só dia, bem superior à média mensal

observada na Figura 25. Foram observados alguns picos de visitação em

comemorações especiais da empresa, como no mês de dezembro de 2001,

quando a Veracel comemorou seus 10 anos, recebendo na RPPN EVC 193

visitantes classificados no Programa de Integração.

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A forte sazonalidade pode ser causa e conseqüência da

informalidade na divulgação da RPPN EVC, e também do não estímulo ao

trabalho com agências e operadoras de prestação de serviços turísticos.

Mesmo com um número significativo de visitantes estrangeiros na

RPPN, a grande maioria dos visitantes procede do Brasil e região (Figura

26).

Média mensal de visitação na RPPN Estação Veracel

132,192,9

248,1

104,6

248,3

336,3

173,4

235,5

359,4

267,5

410,5427,9

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Figura 25 – Média de visitação mensal da RPPN Estação Veracel entre 1998 e

2005.

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83

Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação Veracel

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasileiros

Estrangeiros

Figura 26 – Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação Veracel de 1996 a 2004.

A intensidade da visitação também é muito variável. Se excluirmos

as visitas de escolas (atividade voltada à educação ambiental formal) o

fluxo de visitantes varia pouco ao longo do ano. Em termos gerais, a RPPN

é pouco conhecida da população, dos turistas e veranistas. Em alguns

casos, os atrativos podem ter sido divulgados de forma dissociada da

unidade de conservação, como na época do funcionamento dos viveiros de

animais silvestres que era visto como um mini-zoológico, e isso resulta em

desconhecimento da existência da unidade e de suas funções e

importância.

Sistema de Trilhas

Atualmente, o sistema de trilhas da RPPN EVC é composto por cinco

trilhas, que serão descritas na spróximas páginas:

• Trilha da Floresta Tropical • Trilha do Pau-Brasil • Trilha das Orquídeas • Trilha da Plataforma • Trilhas das Bromélias

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Trilha da Floresta Tropical

Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 1.404,4m

Percurso total (ida e volta): 2.808,8m.

Tipo: circular e em oito.

Tempo de caminhada: uma hora e meia.

Grau de dificuldade: baixo.

Formação vegetacional: floresta secundária.

Atrativos: floresta exuberante, exemplares arbóreos de grande porte, ponte

suspensa (Figura 27a), cabana indígena (Figura 27b), armadilhas

indígenas de caça e observação de avifauna.

(a) (b)

Figura 27(a) – Ponte suspensa; (b) Cabana indígena – Kijeme na RPPN Estação Veracel.

Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.

Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão

vegetacional, importância da conservação das florestas.

Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer a checagem e

manutenção constante da ponte.

Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:

• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,

troncos caídos que acabam criando diversos desvios laterais (Figura

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28a), raízes soltas (Figura 28b) e tocos de arbustos, que devem ser

retirados;

(a) (b)

Figura 28(a) – Troncos e galhos caídos na trilha provocando desvios; (b) Raízes soltas que devem ser retiradas das trilhas na RPPN Estação Veracel.

• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em

equipamentos facilitadores;

• Presença intensa de carrapatos e micuins.

Trilha do Pau–Brasil

Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 1.809,6m

Percurso total (ida e volta): 3.241,0m.

Tipo: circular, linear e em oito.

Tempo de caminhada: duas horas e meia.

Grau de dificuldade: baixo a moderado.

Formação vegetacional: floresta secundária.

Atrativos: floresta exuberante, exemplares arbóreos de grande porte,

avifauna, ponte (Figura 29a).

Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.

Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão

vegetacional, importância da conservação das florestas.

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Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer a checagem e

manutenção constante da ponte.

Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:

• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,

troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser

retirados;

• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em

equipamentos facilitadores;

• Faltam exemplares significativos da espécie que nomeou a trilha:

pau-brasil (Figura 29b);

• Presença intensa de carrapatos e micuins.

(a) (b)

Figura 29(a) – Ponte suspensa na Trilha do Pau-Brasil na RPPN Estação Veracel; (b) Exemplares pouco significativos da espécie que nomeia a trilha: pau-brasil.

Trilha da Plataforma

Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 193,20m

Percurso total (ida e volta): 307,8m (193,2m de trilha + 114,6m de

estrada).

Tipo: circular.

Tempo de caminhada: meia hora.

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Grau de dificuldade: baixo.

Formação vegetacional: floresta secundária.

Atrativos: exemplar arbóreo de grande porte de figueira Mata-Pau,

plataforma sob árvores (Figura 30a).

Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.

Pontos de interpretação: vista do dossel da Floresta Atlântica.

Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a plataforma não está em uso

e requer manutenção. Os bancos devem ser revitalizados (Figura 30b).

Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:

• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,

troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser

retirados;

• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo nos

equipamentos facilitadores.

(a) (b)

Figura 30(a) – Plataforma de acesso a copa da árvore na RPPN Estação Veracel; (b) Bancos que devem ser reformados.

Trilha das Orquídeas

Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 214,9m

Percurso total (ida e volta): 429,8m.

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Tipo: circular.

Tempo de caminhada: meia hora.

Grau de dificuldade: baixo.

Formação vegetacional: floresta secundária.

Atrativos: poucos exemplares de orquidácea, caminhada na floresta.

Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.

Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão

vegetacional, importância da conservação das florestas.

Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer manutenção.

Baixíssima densidade de exemplares de orquídeas nesta trilha (Figura

31a) para que justifique seu nome.

Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:

• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,

troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser

retirados;

• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em

equipamentos facilitadores;

• Foi observado vestígio de pesquisa, como fitas coloridas (Figura 31b);

• Presença intensa de carrapatos e micuins.

(a) (b)

Figura 31(a) – Um dos poucos exemplares de orquídea encontrado na trilha; (b) Vestígio de pesquisa em trilhas na RPPN Estação Veracel.

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Trilha das Bromélias

Especificações técnicas da trilha

Extensão da trilha: 403,7m

Percurso total (ida e volta): 1.225,1m (410,7m Trecho de ida e volta em

estrada + 403,7m Trecho em trilha).

Tipo: circular.

Tempo de caminhada: quarenta minutos.

Grau de dificuldade: baixo.

Formação vegetacional: floresta secundária.

Atrativos: floresta, gradiente topográfico, exemplares arbóreos de grande

porte.

Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.

Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão

vegetacional, importância da conservação das florestas.

Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer manutenção.

Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:

• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,

troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser

retirados;

• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em

equipamentos facilitadores;

• Raros exemplares de bromélias (Figura 32a);

• Na travessia de um córrego deve-se estudar a implantação de uma

pequena estrutura para não ocorrer problema com drenagem (Figura

32b);

• Presença de carrapatos e micuins.

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(a) (b)

Figura 32(a) – Raro exemplar de bromélia na trilha; (b) Travessia de córrego onde deve-se estudar intervenção com estruturas na RPPN Estação Veracel.

Infra-estrutura

A necessidade de planejar os espaços e atividades de uso público é

um fator primordial para ordenar a visitação nas áreas naturais

protegidas. De um modo geral, a infra-estrutura existente na RPPN EVC

vem atendendo a atual demanda de visitação na unidade de conservação.

Todas as atividades realizadas na RPPN EVC sejam administrativas,

de pesquisa ou de visitação estão concentradas em uma mesma área, de

onde se tem acesso através de três entradas principais:

• Portão de entrada particular ao Centro de Visitantes e

Administração (Figura 33a);

• Portão de entrada de visitantes para o Centro de Visitantes (Figura

33b);

• Portão de acesso à Casa dos Funcionários e Casas de Apoio à

Pesquisa.

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(a) (b)

Figura 33(a) – Entrada restrita a funcionários; (b) Portão de entrada de visitantes para acesso ao Centro de Visitantes na RPPN Estação Veracel.

O Centro de Visitantes (Figura 34a) é o ponto de referência de todas

as atividades de uso público que ocorrem na unidade de conservação, pois

é neste espaço que o visitante tem o primeiro contato com os monitores,

assiste às palestras, de lá parte para a caminhada nas trilhas e retorna. O

Centro de Visitantes da RPPN EVC conta com um amplo espaço composto

por:

• uma área aberta utilizada para recepção e palestras, ocupado de um

lado por bancos e uma pequena mesa para projeção de data show, e

do outro por mesas para apoio (atividades diversas, livro de

registros, livro de mensagens, pequenos animais conservados em

vidros – Figura 34b). Algumas mesas eram utilizadas para as

refeições dos funcionários, mas agora são realizadas numa

edificação nova construída para refeições, descanso e alojamento;

• um conjunto de lixeiras para coleta seletiva;

• uma cantina com abertura para a área aberta (Figura 35a);

• uma cozinha, era utilizada para preparar principalmente as

refeições dos funcionários, mas esta atividade foi transferida para a

casa nova dos funcionários;

• dois banheiros, sendo um masculino e um feminino, com placas e

adesivos também na língua inglesa;

• um almoxarifado;

• um dormitório com duas camas para funcionários.

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• um estacionamento, ao lado esquerdo do portão de entrada para o

visitante, com capacidade para aproximadamente três ônibus

(Figura 35b).

(a) (b)

Figura 34(a) – Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel; (b) Mesas de apoio à exposição de animais conservados em vidros.

(a) (b)

Figura 35(a) – Cantina com abertura para a área aberta; (b) Estacionamento (ônibus no lado direito ao fundo) na RPPN Estação Veracel.

Ao longo do caminho até o Centro de Visitantes são encontradas

algumas estruturas como um quiosque construído em 2006 (Figura 36a) e

bancos com mesa (Figura 36b).

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(a) (b)

Figura 36(a) – Quiosque construído em 2006; (b) Bancos e mesa na área em frente ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

Um dos acessos à Casa Administrativa (Figura 37a) parte do Centro

de Visitantes por um caminho de pedriscos e bordaduras de pingo-de-ouro

(Duranta repens L. var. aurea Hort.), um arbusto lenhosos obtidos por

trabalhos de seleção hortícola sobre a espécie típica que origina-se do

México até o Brasil. Na Figura 37b observa-se que apesar dos caminhos

estabelecidos, alguns funcionários utilizam atalhos para chegar à

administração, um sinal de que estes percursos estabelecidos podem não

ser os mais adequados, pois geralmente são mais longos.

(a) (b)

Figura 37(a) – Casa da Administração; (b) Gramado marcado por pisoteio, no atalho para chegar à administração na RPPN Estação Veracel.

Próximo à casa da administração estão localizadas outras

edificações, algumas construídas recentemente como a casa dos

funcionários (Figura 38a), com uma parte em alvenaria e outra em

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madeira, aproveitando o material que veio de uma casa de madeira da

empresa, que foi desmontada. Antes as refeições dos funcionários eram

preparadas e servidas no Centro de visitantes, onde eles também

permaneciam para um breve descanso.

Mesmo que a freqüência de visitação na RPPN EVC não fosse muito

alta na maior parte do tempo, foi observado certo desconforto quanto aos

usos diferenciados do Centro de Visitantes, pois a presença do visitante no

horário de almoço, por exemplo, acabava por tirar a privacidade dos

funcionários acostumados com o dia-a-dia no espaço, ao mesmo tempo

que o ótimo aroma no momento do preparo dos alimentos e um pouco de

barulho na cozinha distraia os visitantes da palestra.

Um ótimo exemplo de uso da madeira de eucalipto é demonstrado

na Figura 38b, pelas mesas e cadeiras que foram adquiridas para a casa

dos funcionários, produzidos na região. Em futuras reformas no Centro de

Visitantes este material também deve ser utilizado, já que pode ser muito

didático no incentivo às práticas sustentáveis, por não utilizar-se de

matéria prima de florestas nativas.

(a) (b)

Figura 38(a) – Casa dos funcionários na RPPN Estação Veracel (vista dos fundos); (b) Conjunto de mesas e cadeiras feitas de eucalipto, bom exemplo de outros usos da madeira.

Com estas novas edificações atendendo atividades que antes tinham

seu apoio no Centro de Visitantes, está prevista uma reforma visando

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atender melhor o visitante, com uma nova sala de projeção e palestras e

reformulação de painéis para exposição no Centro de Visitantes.

Outras edificações próximas à administração são o alojamento de

pesquisadores e laboratório (Figura 39a) e o viveiro da harpia (Figura 39b),

atualmente fechado à visitação para prevenir o animal à exposição ao

stress.

(a) (b)

Figura 39(a) – Alojamento de pesquisadores e laboratório na RPPN Estação Veracel; (b) Viveiro da harpia, atualmente fechado à visitação.

Sistema de Sinalização

Estradas

Na estrada chegando à RPPN EVC pela BR-367, no sentido Porto

Seguro – Eunápolis são observados dois tipos de placas indicativas:

• placa mais antiga em fundo verde e letras brancas, citando a área

como Patrimônio Mundial Natural da UNESCO (Figura 40a);

• placa mais nova, padronizada para a Costa do Descobrimento, em

fundo marrom e letra branca, fazendo referência a um roteiro que

inclui outras unidades de conservação em destaque (40b).

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(a) (b)

Figura 40(a) – Placa antiga com fundo verde e letras brancas; (b) Placa nova, padrão para a Costa do Descobrimento.

Mais próximo à entrada para a RPPN EVC encontra-se outra placa

(Figura 41a) indicando a entrada também para a Estação Ecológica do

Pau-Brasil e CEPLAC – Centro de Pesquisa do Cacau, cuja entrada está

localizada à esquerda da estrada de terra que passa pela RPPN EVC e que

vai até o município de Santa Cruz Cabrália. Já na estrada de terra foi

instalada uma placa, do tamanho de outdoor, apontando a distância do

Centro de Visitantes da RPPN EVC (Figura 41b), localizado a 1.500m da

BR367.

(a) (b)

Figura 41(a) – Placa indicando a RPPN Estação Veracel e a Estação Ecológica do Pau-Brasil; (b) Placa de indicação do Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

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Bem próximo, também ao lado direito da estrada de terra é

encontrada uma placa menor de mesmo conteúdo, em língua inglesa,

voltada ao visitante estrangeiro (Figura 42a).

A única placa de limite de velocidade (40 Km/h) encontrada na

estrada de terra municipal, desde o acesso pela BR376 até o final da área

da RPPN EVC, fica localizada no trecho inicial logo depois das placas que

indicam a distância do Centro de Visitantes. Além de deteriorada, esta

placa não se encontra afixada ao chão, mas apenas apoiada em um poste

(Figura 42b).

Sua substituição, assim como instalação de outras placas com

limite de velocidade ao longo da estrada municipal devem ser solicitadas

junto aos órgãos responsáveis. Para diminuir a velocidade, em alguns

trechos até chegar à entrada da sede da RPPN EVC, foram instaladas

lombadas com terra, sendo que algumas já estão muito baixas e não

cumprem mais sua função.

(a) (b)

Figura 42(a) – Placa em língua inglesa voltada ao visitante estrangeiro; (b) Única placa indicando limite de velocidade na estrada para a RPPN Estação Veracel.

O ponto seguinte onde foram observadas placas da RPPN EVC fica

localizado aproximadamente à 300m da sede, com uma placa à direita

identificando a RPPN como Sítio do Patrimônio Mundial Natural (Figura

43a) e mais adiante à esquerda, a terceira placa apontando a distância do

Centro de Visitantes, mas esta é bilíngüe português/inglês, dá as boas

vindas e informa o telefone para agendamento de visitas (Figura 43b).

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(a) (b)

Figura 43(a) – Identificação da unidade de conservação como Sítio do Patrimônio Mundial Natural; (b) Terceira placa apontando a distância do Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

Ao longo da estrada, passando o Centro de Visitantes são

encontradas placas informando que a área é uma unidade de conservação

(Figura 44a), informando que se trata de área particular e alerta contra

crime ambientais (Figura 44b), e diversas placas educativas alertando o

visitante a ter cuidado em não ser causador de incêndios (Figura 45a),

impactos à fauna (Figura 45b) e não jogar lixo (Figura 46 a e b).

(a) (b) Figura 44(a) – Placa informando que a RPPN Estação Veracel é uma unidade de conservação; (b) Placa informando que se trata de área particular e alerta contra crime ambientais.

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(a) (b)

Figura 45(a) – Placas educativas alertando o visitante a ter cuidado em não ser causador de incêndios; (b) Placa de respeito à fauna silvestre na estrada para a RPPN Estação Veracel.

Na Figura 46b pode ser observada uma placa mais antiga, de mesmo

conteúdo das demais, e observa-se deterioração leve na chapa metálica e

na base estrutural, pois foram encontradas placas outras similares tortas

ou com pouca fixação devido a apodrecimento do mourão de madeira.

(a) (b)

Figura 46(a) – Placa de conscientização para não jogar o lixo na área da RPPN Estação Veracel; (b) Placa educativa antiga.

Placas identificando a área como propriedade particular são

encontradas em áreas de divisa, geralmente nas bordas da floresta, como

esta demonstrada nas Figuras 47a e 47b, localizada nos fundos de um

pátio com carros apreendidos, junto ao Posto de Fiscalização da Polícia

Federal na BR367. A placa adverte proibições como caça, destruição da

mata e incêndio, com base em crimes previstos na lei de crimes

ambientais no 9.605/98.

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(a) (b)

Figura 47(a) – Placa identificando a área como propriedade particular, encontrada em área de divisa da RPPN Estação Veracel; (b) Conteúdo da placa com enfoque na lei de crimes ambientais.

No conjunto todas as placas seguem um padrão de layout e estão

em boas condições de conservação, tanto suas bases de fixação como as

chapas metálicas e mensagens.

Infra-estrutura e áreas de circulação interna O layout das placas que indicam a localização das estruturas nas

áreas de circulação interna é mais variado. A placa que identifica a RPPN

EVC (Figura 48a) está localizada à direita de quem vem da BR-367, em

frente à sede administrativa da unidade de conservação. Feita em madeira

com as letras entalhadas e pintadas em branco, a placa encontra-se em

bom estado de conservação. Apenas com a ressalva do nome Estação

Veracruz que deve ser atualizado, podendo ser substituída por Estação

Veracel somente a parte inferior da placa, caso não seja realizado um

projeto de comunicação visual geral, o que ao menos em curto/médio

prazo não se faz necessário.

Ao cruzar o portão de entrada o visitante encontra à esquerda uma

placa bilíngüe português/inglês (Figura 48b) na primeira bifurcação do

caminho, sendo à esquerda o acesso a área administrativa, de pesquisa,

funcionários e viveiro e seguindo em frente está o Centro de Visitantes.

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(a) (b)

Figura 48(a) – Placa de identificação da RPPN Estação Veracel; (b) Placa indicativa bilíngüe do Centro de Visitantes.

Chegando próximo ao Centro de Visitantes, uma placa bilíngüe

português/inglês (Figura 49a), com base em eucalipto tratado roliço e

placa metálica encaixada, com a mesma diagramação das placas

encontradas na estrada, identificam a edificação. Um conjunto de lixeiras

de coleta seletiva está identificado com adesivos (Figura 49b)

diferenciando o lixo como papel, plástico, outros e uma pequena lixeira à

esquerda que serve como cinzeiro. Estes adesivos encontram-se um pouco

desbotados, mas estão ainda bem visíveis.

(a) (b)

Figura 49(a) – Placa identificando o Centro de Visitantes; (b) Adesivos identificam tipo de resíduo nas lixeiras de coleta seletiva próximo ao centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

No espaço interno do Centro de Visitantes são encontrados outros

tipos de placas, como uma placa informativa de material em exposição

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(Figura 50a), também bilíngüe português/inglês, fixada em um tronco de

árvore, com a seguinte mensagem: “Madeira de pau-brasil apreendida pelo

IBAMA em maio de 2000 no município de Camacã, sul da Bahia”. A placa

apresenta uma das pontas quebrada e uma das letras adesivadas

faltando, talvez causada por vandalismo em local de uso intensivo, já que

foi a única placa com este caso.

Fixada entre pilares de sustentação do Centro de Visitantes, no

caminho para a cantina e os sanitários, encontra-se a placa que

testemunha o evento da criação da RPPN (Figura 50b), com a seguinte

mensagem: “Na presença do Governador da Bahia, Dr. César Borges e do

Ministro do Meio Ambiente Deputado José Sarney Filho, formalizou-se a

criação desta RPPN – Reserva do Patrimônio Natural – Estação Veracruz,

que perpetua para as gerações futuras a paisagem e a biodiversidade da

Mata Atlântica da região onde nasceu o Brasil”.

(a) (b)

Figura 50(a) – Placa informativa de material em exposição; (b) Placa-marco de criação da RPPN Estação Veracel.

Esta placa que é um marco da criação da RPPN EVC merece um

lugar de maior destaque, devendo, portanto ser estudado outro local no

Centro de Visitantes para sua fixação.

Outras placas encontradas são as que identificam os sanitários

(Figura 51a), fixadas nas portas, bilíngüe português/inglês, apenas no

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masculino falta uma placa. Até mesmo as lixeiras internas dos banheiros

são identificadas com adesivos com texto em português e inglês. Na

mesma Figura 51a pode ser observado um quadro de avisos, entre os dois

banheiros, com informes gerais sendo alguns identificados por “fique por

dentro” e outro “agendas”.

A idéia do quadro de informes deve ser mantida, aproveitando o

espaço para divulgar informações atuais, com renovação mensal de suas

mensagens, mas sugere-se que seja estudado local mais adequado, pois se

trata de uma área de circulação. No lugar do quadro de avisos pode-se

colocar um quadro temático de artista local.

Com a construção da casa dos funcionários, as informações de

caráter administrativo como, por exemplo, as agendas, devem ser afixadas

neste espaço ou na casa administrativa, ou ainda no próprio Centro de

Visitantes, mas em local separado da área de circulação dos visitantes.

Todas as edificações estão bem identificadas com placas, todas

bilíngües português/inglês, como a casa da Administração (Figura 51b), o

Centro de pesquisas (Figura 52a) e a sala do ambulatório veterinário

(Figura 52b).

(a) (b)

Figura 51(a) – Placa identificando sanitários e quadro de avisos; (b) Placa identificando a casa da administração na RPPN Estação Veracel.

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(a) (b)

Figura 52(a) – Placa identificando o Centro de Pesquisas da RPPN Estação Veracel; (b) Placa identificando a sala do ambulatório veterinário.

O antigo uso de uma área anexa à administração ainda se encontra

refletido nas placas, quando um dos atrativos da RPPN EVC era a vista

aos viveiros de animais silvestres, do qual ainda resta o do Projeto Harpia.

Assim, podem ser encontradas no caminho até a casa dos funcionários,

placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com guias (Figura

53a) e placa de identificação de espécies arbóreas representativas da mata

atlântica, como o pau-brasil (Figura 53b), informando o nome científico, a

família botânica, áreas de ocorrência e curiosidades.

(a) (b)

Figura 53(a) – Placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com guias nos viveiros de animais silvestres hoje desativado; (b) Placa de identificação do pau-brasil na RPPN Estação Veracel.

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Ainda no portão de entrada ao Centro de Visitantes é encontrada

uma placa (Figura 54a) informando a entrada restrita a funcionários,

seguindo a mesma diagramação das placas encontradas na estrada e

edificações. Uma placa em madeira informando o local para

estacionamento (Figura 54b), com a mesma diagramação da placa que

sinaliza o caminho para o Centro de Visitantes, é encontrada próxima ao

portão de entrada dos visitantes.

(a) (b)

Figura 54(a) – Placa alertando que a entrada é restrita a funcionários; (b) Placa indicando local para estacionamento de visitantes na RPPN Estação Veracel.

De forma geral, a área sede da RPPN EVC está muito bem

sinalizada, com a grande maioria das placas em língua portuguesa e

inglesa, sendo identificados três diagramações e formatos, que indicam

concepções em épocas e autores distintos, mas que não justificam, pelo

menos a curto prazo, a substituição de todas as placas. Deve-se sim

realizar em médio prazo um estudo identificando a necessidade de novas

placas, e a substituição das demais, criando uma identidade visual em

todo o conjunto.

Trilhas Antes mesmo de iniciar o passeio pelas trilhas, no caminho para o

Centro de Visitantes, o visitante é entretido com informações encontradas

nas placas (Figura 55a) que identificam uma diversidade de palmeiras

nativas do Brasil. Uma proposta para a organização e melhor

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aproveitamento destas placas é apresentada no componente

“Planejamento – Programa de Uso Público”.

As placas instaladas no início das trilhas seguem o estilo de

diagramação de uma das placas de acesso ao Centro de Visitantes e da

placa de estacionamento para visitantes, em madeira envernizada, com

letras adesivadas. Na Figura 55b é apresentada a placa do trecho de

comum acesso às trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil, ambas

bilíngües português/inglês. Neste conjunto pode ainda ser observada uma

pequena placa de aviso, no mesmo padrão das placas instaladas na

estrada e infra-estruturas, informando que a área é propriedade particular

e que a trilha é realizada somente com guias.

Quanto às trilhas da Plataforma e das Orquídeas, apesar de

iniciarem no mesmo local, somente a da Plataforma é identificada com

uma placa. O estado geral de conservação das placas de orientação das

trilhas é bom, assim como a quantidade e localização. Uma vez que os

passeios continuarão sendo acompanhados por monitores, não devem ser

instaladas placas ao longo do percurso, mantendo somente as placas já

existentes.

(a) (b)

Figura 55(a) – Placas que identificam palmeiras nativas do Brasil; (b) Placa para as trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil na RPPN Estação Veracel.

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107

4. Significância da Unidade e Conectividade 4.1 Conservação do Patrimônio Natural e Conectividade com outras Unidades de Conservação

A RPPN EVC está inserida no Sítio do Descobrimento, um dos sítios

do patrimônio natural do Brasil. O reconhecimento nacional e

internacional das áreas que compõem o Sítio do Descobrimento ocorreu

devido ao alto valor natural para a humanidade. Além disso, a RPPN EVC

é a maior reserva privada da Mata Atlântica, oficialmente reconhecida pelo

Governo Brasileiro, contribuindo para a proteção de um dos trechos mais

bem conservados de floresta de tabuleiros na Mata Atlântica e de várias

espécies ameaçadas de extinção como o macaco-preto (Cebus robustus) e o

beia-flor balança-rabo-canela (Glaucis dohrnii). Por isso, a RPPN EVC é

reconhecida como “Key Biodiversity Áreas” (KBAs) ou áreas chave para a

biodiversidade (ver Eken et al., 2004). As KBAs são áreas definidas,

passíveis de delimitação e, potencialmente, de manejo para conservação,

destinadas à proteção de espécies que se enquadram em um ou mais dos

seguintes critérios: a) espécies globalmente ameaçadas; b) espécies de

distribuição restrita; c) espécies que formam agregações em áreas

específicas em algum estágio de seu ciclo vital; d) assembléias de espécies

restritas ao bioma (Eken et al., 2004).

Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a grande

importância da RPPN EVC na manutenção das características do

ambiente, tais como os mananciais que contribui com água de melhor

qualidade para vários rios da região e na manutenção de solos que

apresentam fortes limitações naturais e, por isso, são altamente passíveis

de degradação. Os cursos d’água da RPPN EVC drenam sobre os depósitos

sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente modelados pelos

processos erosivos. Em geral os solos são de baixa fertilidade, baixos teores

de matéria orgânica, ácidos e com teores elevados de alumínio.

Apresentam horizontes superficiais arenosos (que dificulta a retenção de

água e nutrientes) e sujeitos a erosão natural, geralmente acelerada,

quando se retira a cobertura vegetal nativa. Diante dessas peculiaridades

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foram determinadas três zonas de fragilidade e as respectivas sub-zonas,

baseadas nos padrões de drenagem e características do relevo, solos, erosão

e da vegetação da área.

A biodiversidade da RPPN EVC é bastante elevada, sendo uma das

áreas mais representativas e íntegras das florestas de tabuleiro do sul da

Bahia, uma tipologia vegetacional da Mata Atlântica muito ameaçada. As

áreas analisadas no levantamento florístico permitem afirmar que a RPPN

EVC se situa entre as 20 áreas do mundo com maior número de

indivíduos e elevado número de espécies arbóreas. A reserva é também

um importante repositório da fauna regional, ainda persistem na RPPN

EVC algumas espécies localmente extintas em outras regiões da Mata

Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris) e o gavião-real (Harpia

harpyja). As principais ameaças à fauna local são a caça predatória e o

isolamento da reserva. Pela importância biológica da reserva e pela sua

localização estratégica, pretende-se fortalecer a atividade de pesquisa na

RPPN EVC, para que esta se transforme em referência regional, nacional e

internacional na geração de conhecimento sobre a biodiversidade da Mata

Atlântica.

Sendo assim, a RPPN EVC assume importância ainda maior no

contexto ambiental da região, principalmente quando se busca a

conectividade entre estas áreas, com o objetivo de garantir a manutenção

dos processos ecológicos e a própria sobrevivência de inúmeras espécies

de fauna e flora. Existem hoje na região diversas iniciativas que têm como

objetivo a implantação de corredores ecológicos a partir de ações de

restauração florestal e recomposição de áreas de preservação permanentes

em bacias hidrográficas.

Dentre estas ações, podemos destacar o projeto Conservação e

Restauração em Terras Privadas, executado desde 2003 pela parceria

entre o Instituto BioAtlântica, Conservação Internacional, The Nature

Conservancy, Veracel Celulose e Aracruz Celulose (Mesquita et al., 2006).

Este projeto é responsável pela implantação de duas unidades

experimentais de restauração, localizadas no município de Santa Cruz

Cabrália, onde estão sendo monitorados diversos parâmetros referentes ao

crescimento das espécies florestais nativas plantadas e seu papel como

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corredores para elementos da fauna no contexto da paisagem local. O

projeto tem como meta a restauração de cerca de 2.500ha ao longo de

cinco anos, além da proteção efetiva de cerca de 1.600ha de trechos de

florestas nativas, sob diferentes modalidades de proteção em terras

privadas (e.g. reservas legais de propriedades rurais demarcadas e

averbadas). Através destas intervenções estrategicamente localizadas na

paisagem local, a expectativa é que tais ações permitam o

restabelecimento da conectividade ecológica em mais de 35 mil hectares

contínuos de florestas nativas, incluindo a RPPN EVC, o Parque Nacional

Pau Brasil e todo um conjunto de remanescentes florestais localizados nas

propriedades da Veracel Celulose (Figuras 56 e 57).

4.2 Potencial para Visitação

O potencial de visitação é um dos critérios para definir a vocação de

uso, que diz respeito ao uso possível nas unidades de conservação, seja

para recreação, lazer ou educação ambiental. A RPPN EVC, situada

apenas a 25 minutos de Porto Seguro, oferece oportunidades para atender

diversos tipos de atividades de uso público, como educação ambiental,

recreação ao ar livre e pesquisa científica.

A inclusão de uma visita a áreas naturais protegidas já é um hábito

crescente no Brasil, o que faz da RPPN EVC, uma unidade de conservação

com potencial desenvolver e contribuir para o desenvolvimento local de

atividades compatíveis com a conservação da natureza, relacionadas

direta ou indiretamente ao turismo.

Inserido dentro do Pólo da Costa do Descobrimento, que divulga um

conjunto de atividades que vão desde o turismo ecológico até a

“badalação” da noite, a atividade turística, nos moldes com que foram

criadas em Porto Seguro e região, certamente representaria um vetor de

pressão sobre a RPPN EVC ao demandar infra-estrutura, recursos

humanos, serviços e práticas de gestão e manejo que colaborem com a

conservação dos recursos naturais.

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110

Figura 56 – Rede de remanescentes florestais na região da RPPN Estação Veracel.

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111

Figura 57 – Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN Estação Veracel.

Este vetor de pressão pode criar condições favoráveis em momentos

futuros, se algum dia houver mudanças na forma de gerenciar a RPPN

EVC, objetivando a visitação de forma ordenada e regulamentada,

proporcionando oportunidades aos visitantes e também buscando

mecanismos de consolidação da unidade de conservação como vetor de

desenvolvimento das comunidades vizinhas.

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112

4.3 Potencial para Conscientização Ambiental Frente aos objetivos conservacionistas da RPPN EVC, a facilidade de

acesso oferece a vantagem de alcance mais efetivo de diversos grupos e

atores sociais, inserindo-os em atividades educativas e sensibilizadoras.

Estas atividades poderiam abordar à presença de situações impactantes

na unidade, que conflitem com seus objetivos de criação, como a caça,

bem como contribuir para o esclarecimento de questões relativas ao

manejo do eucalipto na região.

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PLANEJAMENTO 1 Objetivos Específicos do Manejo

O planejamento de uma unidade de conservação envolve o

estabelecimento dos objetivos de manejo, ou seja, dos motivos pelos

quais se deseja atuar sobre aquele ambiente. Em função destes objetivos

se faz o zoneamento, que define as possibilidades e restrições de uso para

cada espaço da unidade, e as propostas de ação, especificadas nos

programas e subprogramas.

O manejo da RPPN EVC foi definido para cumprir objetivos análogos

aos de uma Reserva Biológica, que têm a proteção integral de seus

recursos como objetivo primário. Para que este seja alcançado, deve ser

dada ênfase à geração de conhecimento sobre a Mata Atlântica e a ações

de educação ambiental no entorno da unidade de conservação. Para

tanto os objetivos específicos definido para a RPPN EVC são:

• preservar a biodiversidade contida na RPPN EVC;

• propiciar a manutenção dos recursos hídricos existentes na área

da RPPN EVC;

• proteger espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, tais

como a Glaucis dohrnii (balança-rabo-canela);

• propiciar atividades de pesquisa e monitoramento condizentes com

a categoria de manejo e o zoneamento existente;

• promover a educação e a interpretação ambiental;

• ampliar a proteção de remanescentes da Mata Atlântica na área do

entorno do Parque Nacional do Pau-Brasil;

• integrar o manejo da RPPN EVC aos objetivos do Programa

Corredores Ecológicos e outros projetos de conservação em âmbito

regional/global.

Algumas normas gerais para o manejo da RPPN EVC são propostas,

visando orientar a administração:

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• são proibidos o ingresso e a permanência, na unidade, de pessoas

portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte,

caça, pesca ou a quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna e

à flora;

• a infra-estrutura a ser instalada na unidade limitar-se-á àquela

necessária para o seu manejo;

• é vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que não

sejam de interesse da unidade, tais como rodovias, barragens,

aquedutos, oleodutos, linhas de transmissão, entre outras;

• a fiscalização da unidade deverá ser permanente e sistemática;

• o uso do fogo será regulamentado pelas recomendações do manejo,

sendo estritamente proibido quando possa colocar em risco a

integridade dos recursos naturais da unidade;

• as pesquisas a serem realizadas na unidade, deverão ser

autorizadas pelo conselho de pesquisa da RPPN EVC, sempre em

consonância com os objetivos da unidade de conservação e com as

determinações da legislação vigente;

• são proibidas a caça, a pesca, a coleta e a apanha de espécimes da

fauna e da flora, em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelas

com finalidades científicas;

• a introdução ou a re-introdução de espécies da flora ou da fauna

somente será permitida quando fizer parte de um projeto de

pesquisa e com a devida autorização da empresa poprietária e do

Órgão Gestor ambiental;

• o monitoramento dos processos naturais e antrópicos deve fazer

parte da rotina de trabalho da RPPN EVC.

2. Zonas de Fragilidade

As zonas de fragilidade podem ser conceituadas como sendo

regiões ecodinâmicas em equilíbrio bioclimático/físico/químico, que

podem ser desestabilizadas em maior ou menor grau, mediante

processos de intervenção antrópicos ou não.

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Para a área da RPPN EVC foram determinadas três zonas de

fragilidade (Figura 58), em um nível mais macro, baseadas nos padrões de

drenagem e relevo da região. Detalhando mais as informações, dentro de

cada uma destas zonas (Tabela 10), foram delimitadas quatro sub-zonas,

baseadas nas características dos solos, do relevo, dos padrões de

drenagem e erosão e da vegetação da área. Esta estratégia permitiu uma

maior hierarquização do ambiente, gerando níveis que indicam uma

limitação dentro de cada Zona.

Tabela 10 – Zonas e sub-zonas de fragilidade na RPPN Estação

Veracel.

Macro Zonas Sub-zonas

Zona 1 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso

Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso

Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso

Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso

Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso Zona 2 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso

Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso

Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso

Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso

Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso Zona 3 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso

Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso

Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso

Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso

Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso

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Zona 1 – Região com predomínio de relevo com cotas acima de 70m de

altitude, com predomínio de formas mais suaves e ligeiramente

dissecado. Neste ambiente os rios apresentam-se com menor volume

de água e o afloramento do horizonte C, mais instável, do material do

Barreiras ocorre com menor frequência o que reduz os riscos de

erosão. Apresenta baixo risco à degradação.

Zona 2 - Região com predomínio de relevo com cotas entre 60 e 70m

de altitude e moderadamente dissecados. Neste ambiente os rios

apresentam-se com volume de água mediano e o afloramento do

horizonte C, mais instável, do material do Barreiras ocorre com

frequência moderada, sendo também moderado os riscos de erosão.

Zona 3 - Região com predomínio de relevo em cotas inferiores a 60m

de altitude, com predomínio de formas mais movimentadas e

fortemente dissecados. Neste ambiente os rios apresentam-se com

maior volume de água e o afloramento do horizonte C, mais instável,

do material do Barreiras ocorre com maior frequência, aumentando os

riscos de erosão. Apresenta alto risco à degradação.

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Figura 58 – Zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel.

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Sub-Zona 1 – Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo

plano e suave ondulado (declividade de 0–8%), com predomínio de

solos quimicamente pobres (Argissolos Amarelos), geralmente coesos,

de bem a moderadamente drenados, e suscetíveis a erosão laminar

não aparente a ligeira. Apresenta poucas restrições para o seu uso /

ocupação, bem como para a sua manutenção em condições naturais.

Sub-Zona 2 – Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo

ondulado e forte ondulado (declividade de 8–45%), com predomínio de

solos quimicamente pobres (Latossolos Amarelos), geralmente coesos,

bem drenados e suscetíveis à erosão laminar ligeira a forte. Apresenta

restrição moderada a forte requerendo cuidados para a manutenção de

equilíbrio eco-dinâmico.

Sub-Zona 3 - Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo

montanhoso a escarpado (declividade >45%), com predomínio de solos

quimicamente pobres (Cambissolos Háplicos), bem drenados e

suscetíveis à erosão laminar forte a muito forte. Apresenta restrição forte

quanto à intervenção humana.

Sub-Zona 4.1 – Áreas localizadas em ambiente de mussununga,

apresentando relevo plano e suave ondulado (declividade de 0–8%), com

predomínio de solos quimicamente muito pobres (Argissolos Amarelos),

arenosos, geralmente com camada endurecida (fragipã ou duripã) em

sub-superfície, que restringe a livre movimentação da água no perfil, e

suscetíveis à erosão tanto eólica quanto hídrica em grau ligeiro.

Apresenta fragilidade muito alta em condições naturais, podendo ser

agravada por intervenção antrópica. Restrição quase total ao uso.

Sub-Zona 4.2 - Áreas localizadas em ambiente de mussununga,

apresentando relevo ondulado (declividade >8%), com predomínio de

solos quimicamente muito pobres (Argissolos Amarelos), arenosos,

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geralmente com camada endurecida (fragipã ou duripã) em sub-

superfície, que restringe a livre movimentação da água no perfil, e

suscetíveis à erosão tanto eólica quanto hídrica em grau forte a muito

forte. Apresenta fragilidade extremamente alta em condições naturais,

podendo ser agravada por intervenção antrópica. Restrição total ao uso.

3. Zoneamento

O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada

para atingir melhores resultados no manejo da unidade de conservação,

pois estabelece usos diferenciados para cada espaço, segundo os

objetivos, potencialidades e características encontradas no local.

Identificando e agrupando áreas com as qualificações citadas, estas irão

constituir zonas específicas, que terão normas próprias. Dessa forma, o

zoneamento torna-se uma ferramenta que vai contribuir para uma maior

efetividade na gestão da unidade de conservação (Ferreira et al., 2004).

O zoneamento foi definido através do cruzamento de informações

sobre a fauna, a integridade da floresta, os atributos e elementos físicos

da reserva, a infra-estrutura instalada, a interação com a

circunvizinhança e os objetivos de manejo primários e secundários

definidos para a RPPN EVC. A orientação das bacias hidrográficas dentro

da unidade de conservação foi também um importante subsídio para a

delimitação das zonas.

Conforme seus objetivos e usos permitidos, para a RPPN EVC

foram determinadas seis zonas de manejo: vida silvestre, primitiva,

recuperação, administrativa, educação ambiental e uso conflitante

(Figura 59). A extensão de cada uma das zonas de manejo estão

apresentadas na Tabela 11.

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Figura 59 – Proposta de zoneamento para a RPPN Estação Veracel.

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121

3.1. Zona silvestre A Zona Silvestre é aquela que contém áreas inalteradas e destinam-

se à conservação da biodiversidade. Podem ocorrer pesquisas, estudos,

monitoramento, proteção e fiscalização. Essas atividades podem exigir

alguma infra-estrutura destinada à proteção e a fiscalização (Ferreira et

al., 2004).

A Zona Silvestre da RPPN EVC possui 1.712ha (28,21% da área

total) e está localizada ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio João de

Tiba, que drena a área central da RPPN no sentido Oeste-Nordeste. A

divisa Oeste da Zona silvestre é confrontante com a Estação Ecológica

Pau-Brasil (ESPAB), área administrada pela CEPLAC e que tem seu

manejo como uma reserva privada destinada à conservação do

remanescente florestal.

De acordo com o manejo estabelecido para a RPPN EVC, as

pesquisas autorizadas nesta área terão necessariamente que contribuir

para o manejo da unidade de conservação. Nesta zona de manejo serão

implantadas armadilhas fotográficas para monitoramento da fauna e

uma parcela permanente, para monitoramento da dinâmica vegetacional,

de acordo com o estabelecido no programa de pesquisa.

Normas de de Uso da Zona silvestre

• as únicas intervenções permitidas serão aquelas atividades

indispensáveis à proteção da área a às investigações científicas e

monitoramento ambiental de baixo impacto e devidamente

autorizadas;

• atividades de fiscalização serão permanentes e sistemáticas nesta

zona;

• o uso de veículos deverá se restringir às atividades de fiscalização;

• devem ser observadas as normas gerais da Unidade.

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3.2. Zona de Proteção A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que

tenham recebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem

ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e

formas de visitação de baixo impacto. Poderá conter infra-estrutura

estritamente voltadção a às atividades de proteção (Ferreira et al., 2004).

A Zona de proteção da RPPN EVC tem área total de 2.643ha

(43,55% da área total) e está dividida em três blocos, um no limite Oeste-

Noroeste, com 1.074ha; o segundo tem o sentido da drenagem Oeste-

Leste, com 1.103ha, separando o limite Sul da Zona silvestre da Zona de

Recuperação e o menor bloco, com 466ha, localiza-se no limite Sudeste

da unidade de conservação. Estas áreas têm como característica o

excelente estado de conservação da vegetação, mas devido a sua

localização há indícios da incidência de atividades de caça.

As pesquisas poderão ser realizadas independente de terem relação

com o manejo das áreas, porém devem seguir as normas apresentadas no

programa de pequisa. Nesta zona serão implantadas armadilhas

fotográficas para monitoramento da fauna, de acordo com o estabelecido

no programa de pesquisa.

Normas de Uso da Zona de Proteção

• fiscalização permanente, buscando eliminar a exploração indevida

dos recursos naturais desta área;

• permitir e incentivar atividades científicas com as autorizações

necessárias;

• coibir a introdução de espécies exóticas;

• monitorar a integridade dos recursos naturais;

3.3. Zona de Recuperação

É aquela que contêm áreas consideravelmente antropizadas. Essa

zona é provisória, uma vez restaurada, será incorporada novamente a

uma das Zonas Permanentes. As espécies exóticas introduzidas deverão

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ser removidas e a restauração deverá ser natural ou induzida. O objetivo

geral de manejo é deter a degradação dos recursos e restaurar a área.

Esta Zona permite uso público somente para a educação (Ferreira et al.,

2004).

A Zona de Recuperação da RPPN EVC possui 1.670ha (27,52% da

área total) e está delimitada entre os blocos 2 e 3 da zona primitiva, bem

como duas pequenas áreas ao Norte (2,13ha) e Nordeste (0,8ha) da

unidade de conservação.

As áreas que se encontram ao longo das estradas e as áreas

situadas nos limites Norte e Nordeste terão sua regeneração incentivada.

O restante da área deverá ser recuperado através da regeneração natural

via banco e chuva de sementes.

Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas

para monitoramento da fauna e uma parcela permanente, para

monitoramento da dinâmica vegetacional, de acordo com o estabelecido

no programa de pesquisa.

Normas de uso da Zona de Recuperação

• fiscalização periódica, buscando eliminar a utilização dos recursos

naturais desta área;

• implantar sistema de monitoramento para avaliar a recuperação

das áreas;

• permitir a realização de pesquisas sobre recuperação de áreas

degradadas;

• incentivar as atividades de recuperação com espécies nativas das

áreas de preservação permanentes;

• estabelecer os pontos em que haja necessidade de aceleração do

processo de recomposição, tendo como critérios o monitoramento

das áreas.

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124

3.4. Zona de Visitação Esta zona é constituída de áreas naturais, permitindo alguma

forma de alteração humana. Destina-se à conservação a às atividades de

visitação. Deve conter potencialidades, atrativos e outros atributos que

justifiquem a visitação. As atividades abragem educação ambiental,

conscientização ambiental, turismo científico, ecoturismo, recreação,

interpretação, lazer e outros. Esta zona permite a instalação de infra-

estrutura, equipamentos e facilidades, como centro de visatantes, trilhas,

painéis, mirantes, pousadas, torres, trilhas suspensas, lanchonete,

alojamentos e hotel, para os quais deve-se buscar adotar alternativas e

tecnologias de baixo impacto ambiental (Ferreira et al., 2004).

A Zona de visitação tem área total de 33ha (0,54% da área total) e

está localizada à Sudeste da RPPN EVC. Nesta zona estão implantadas as

quatro (4) trilhas interpretativas (Trilha da Floresta Tropical, Trilha das

Orquideas, Trilha da Plataforma e Trilha do Pau-Brasil) e a infra-

estrutura para as visitas estabelecidas pelo programa de Educação

Ambiental.

Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas,

para monitoramento da fauna. Deve ser também estabelecido uma rotina

de o monitoramento das instalações existentes, de acordo com o

estabelecido no programa de uso público.

Normas de uso da Zona de Visitação

• todas as atividades deverão necessariamente ser coerentes com os

objetivos de manejo da RPPN EVC;

• os visitantes, ao chegarem à RPPN EVC, serão cadastrados e

informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança;

• as visitas de grupos deverão ser agendadas com antecedência;

• a visitação de escolas deverá ser agendada previamente, onde

devem ser fornecidas informações sobre as normas de conduta e

vestuário mais adequado (calça e sapato fechado).

• evitar a realização de atividades de manutenção em períodos

chuvosos e em épocas de grande visitação;

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• nos períodos de visitação intensa a manutenção será restrita aos

casos emergenciais, que coloquem em risco a segurança dos

visitantes, condutores ou a integridade da trilha.

3.5. Zona de Uso Conflitante Constituem espaços localizados dentro de uma unidade de

conservação, cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da

unidade, conflitam com os objetivos de conservação da área protegida.

São áreas ocupadas por empreendimentos de utilidade pública, como

gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão, antenas, captação de água,

barragens, estradas, cabos óticos e outros. Seu objetivo de manejo é

contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que

minimizem os impactos sobre a Unidades de Conservação.

A zona de uso conflitante da RPPN EVC é coincidente com o

traçado da Estrada Velha de Cabrália, que corta a Unidade de

Conservação no sentido Sul-Nordeste. Sua área é de 10ha (0,17% da área

total) e tem trânsito de veículos tanto de passeio como utilitários, sem

controle de velocidade e horário de passagem. Por ser uma antiga estrada

de acesso ao município de Santa Cruz Cabrália, portanto considerada

Estrada de Servidão, não pode ser controlada pela empresa proprietária.

Seu uso atual, portanto, conflita com o manejo sugerido para a área.

Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas

para monitoramento da fauna e haverá a recuperação de taludes, de

acordo com o estabelecido nos programas de pesquisa e proteção,

respectivamente.

Normas de Uso da Zona de Uso Conflitante • a fiscalização será intensiva e abrangerá técnicas e rotinas de

monitoramento;

• os serviços de manutenção da estrada deverão evitar que incidam

sobre trechos de maior vulnerabilidade como no caso das

mussunungas (observar mapa de fragilidade);

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• no caso de atropelamentos de animais, a administração deverá

efetuar o respectivo Boletim de Ocorrência;

• deverá ser realizado monitoramento dos registros de atropelamento

da fauna;

• deverão ser instaladas placas de sinalização em trechos da estrada

alertando sobre a existência da unidade de conservação;

• a velocidade máxima permitida no trecho da estrada que corta a

reserva deverá ser de 40 km/h e deverá ser sinalizada.

3.6. Zona de Administração Preferencialmente localizadas em áreas alteradas e na periferia da

unidade de conservação, conterá todos os serviços e infra-estrutura

admnistrativa. As atividades pertinentes e a infra-estrutura poderão estar

localizadas fora dos limites da RPPN e, nesse caso, não constituirão zona

de administração. Neste Plano de Manejo optamos, portanto, para o uso

do termo Zona de administração, pois grande parte de sua área está fora

da RPPN EVC, o detalhe dessa zona pode na figura 60.

A Zona de administração ocupa somente 6,2ha e está situada, na

sua maior parte, fora da unidade de conservação. Apenas 1ha da Zona de

administração são internos à RPPN que correspondem às estradas

internas, limites da RPPN e as picadas internas dos blocos de fiscalização

(ver Programa de Proteção). As estradas limítrofes foram consideradas

largas o suficiente para justificar a não criação de uma zona de transição

neste plano de manejo, pois estarão servindo como área tampão das

atividades externas.

Na área da Zona de administração externa à RPPN estão

localizadas as infra-estruturas existentes para o manejo da RPPN EVC,

que são: casa dos pesquisadores, laboratório de pesquisa, centro de

visitantes, centro de apoio e o escritório. Nesta área também deverá ser

construída, quando oportuno, a infra-estrutura destinada à recepção de

visitantes e eventos.

Há ainda a presença do harpiário nesta zona, estrutura que foi

implantada quando a área ainda não era uma unidade de conservação e

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127

que abriga um indivíduo de Harpia harpyja confiado à antiga Estação

Veracuz após ter sido apreendido pelo IBAMA. Normas de uso da Zona de Administração • a fiscalização será permanente em toda esta zona;

• não deverão ser abertas novas estradas;

• não serão permitidos o uso de buzina e o tráfego em velocidade

acima de 40 km/h;

• as construções, reformas e outras atividades nesta zona deverão

causar o mínimo impacto possível e devem seguir um planejamento

global para a unidade (master-plan);

• evitar a introdução de espécies exóticas;

• incentivar as atividades de recuperação com espécies nativas das

áreas em áreas que assim necessitarem.

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Figura 60 – Detalhe da Zona de Administração

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Tabela 11 – Área total das zonas de manejo propostas para a Reserva Particular

do Patrimônio Natural Estação Veracel.

Zona de Manejo Área em Hectares % da área da RPPN

Zona de Administração 1 0,01

Zona de Uso Conflitante 10 0,17

Zona de Visitação 33 0,54

Zona Recuperação 1.670 27,52

Zona Silvestre 1.712 28,21

Zona de Proteção 2.643 43,55

Total 6.069 100

*(6.069ha da RPPN e 5,2ha do setor administrativo não inseridos na reserva).

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130

4. Programas de Manejo

4.1 Programa de Proteção Objetivo

O Programa visa a conservação da biodiversidade e manutenção

da dinâmica dos ecossistemas, a proteção do patrimônio histórico-

cultural e a segurança dos visitantes, do patrimônio imobiliário e dos

equipamentos existentes na RPPN EVC.

Resultados Esperados

• Rotinas de rondas estabelecidas e implantadas;

• Responsáveis equipados e capacitados;

• Sistema de prevenção e combate aos incêndios implementado;

• Ações de controle e prevenção de erosões implementadas;

• Ações para supressão de caça e coleta ilegal de plantas

implementadas;

• Trilhas e acessos em constante manutenção;

• Estrada municipal causando menor impacto possível;

• Cercas em constante manutenção;

• Placas em pontos limítrofes estratégicos da RPPN instaladas;

• Manejo adequado da infra-estrutura conflitante; e

• Manejo de resíduos sólidos na área da RPPN EVC definido e

implantado.

Atividades e Normas 1. Realizar rondas de fiscalização

• As rondas de fiscalização deverão ser realizadas com ênfase nos

dezessete blocos estipulados para a proteção da RPPN EVC (Figura

61) e ao longo dos limites da RPPN EVC;

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131

• Os responsáveis pela realização das rondas deverão ser

capacitados para o desempenho das atividades que se seguem,

conforme citado no Programa de Administração;

• A periodicidade das rondas será diária, com a realização semanal

de atividades mais detalhadas nos blocos onde forem identificadas

ocorrências de irregularidades.

Figura 61 – Mapa de vegetação com os 17 blocos definidos para a

fiscalização e monitoramento da RPPN Estação Veracel.

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2. Equipar e preparar as pessoas para as atividades de proteção e fiscalização

• Os responsáveis deverão receber treinamento específico, conforme

citado no Programa de Administração;

• É recomendável a adoção de uniformes e equipamentos de

segurança para cada atividade, conforme descrito no Subprograma

de Infra-estrutura e Equipamentos.

3. Implementar um sistema de prevenção e combate a incêndios florestais

3.1 Abrir e manter aceiros nos limites da propriedade e da

RPPN EVC

• As estradas nos limites da propriedade podem servir como aceiros,

facilitando as ações de fiscalização;

• Os aceiros deverão ter, no mímino, três metros de largura, abertos

preferencialmente com roçadeira e ferramentas manuais, tomando

os cuidados necessários para evitar erosões;

• Os aceiros deverão receber manutenção anual, antes do período de

queimadas na região.

3.2 Capacitar o gestor da RPPN EVC e a equipe de fiscalização para atuar na brigada de incêndios

• Todo o pessoal que for atuar no combate aos incêndios deverá

receber treinamento específico já realizado em outras divisões da

Empresa;

• É importante também capacitar pessoal de apoio à brigada para o

transporte de água, alimentos, ferramentas, entre outros;

• Recomenda-se o estímulo à formação de uma brigada de incêndio

composta por funcionários da empresa e moradores das fazendas

vizinhas visando o controle e combate a incêndios, não só da RPPN

EVC como na região.

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133

3.3 Adquirir e manter em bom estado os equipamentos de combate a incêndios, bem como os equipamentos individuais dos brigadistas

• Os equipamentos devem ser de boa qualidade e receber

manutenção periódica.

3.4 Registrar as ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados

• A ocorrência de incêndio deverá ser registrada no sistema digital

dos palm-tops utilizados na fiscalização da RPPN EVC, gerando

relatórios mensais que indiquem as áreas mais vulneráveis;

• É importante comunicar ao Ibama as ocorrências de incêndios,

descrevendo de onde surgiram, as possíveis causas e as áreas

atingidas.

3.5 Buscar parcerias com instituições ambientais

• O Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios

Florestais (PREVFOGO/IBAMA) poderá orientar a confecção dos

aceiros, bem como apoiar na capacitação dos brigadistas;

• As queimadas não autorizadas deverão ser denunciadas;

• Estratégias conjuntas com a Prefeitura Municipal, Associação

locais de produtores rurais, proprietários vizinhos e outros

parceiros poderão otimizar as ações.

3.6 Torres para observação de focos de incêndios

• Verificar se o sistema de vigilância da empresa já contempla a

RPPN EVC de forma satisfatória. Caso contrário deve-se realizar

levantamento para instalação de torres para observação de focos de

incêndio, estando estes equipamentos localizados

preferencialmente nos limites externos ou nas zonas de

recuperação e/ou administrativa da RPPN EVC;

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134

• As torres deverão ser usadas pelos responsáveis pelas rondas, em

alguns períodos do dia e nas épocas de maior incidência de

incêndios.

4. Implementar ações de prevenção e controle de erosões nas estradas internas e trilhas da RPPN EVC

• A abertura de novas estradas ou trilhas deverá ocorrer em locais

estáveis. Quando alagados, recomenda-se a construção de pontes

rústicas, passarelas suspensas ou similares;

• Deverão ser adotadas ações de redução da velocidade de águas

pluviais a fim de diminuir sua capacidade de carrear o solo. O

manejo de troncos e galhos caídos constitui ótima barreira tanto

para diminuir a velocidade da água, como para fechar atalhos e

caminhos paralelos;

• No caso das trilhas o material orgânico do solo não deve ser

retirado totalmente, pois forma uma camada natural de proteção

ao impacto mecânico da chuva, prevenindo erosões;

• A drenagem deverá ser feita por meio de canais laterais, em sentido

perpendicular ou diagonal (tanto em nível, quanto subterrâneo);

• Valas e barreiras oblíquas à superfície das estradas internas

deverão ser adotadas facilitando o escoamento e diminuindo a

velocidade da água;

• A largura das estradas e trilhas deve ser planejada conforme o tipo

de solo e declividade do terreno e afunção das mesmas. Quanto

menor a largura, menor a área impactada, conseqüentemente,

menor o impacto ambiental;

• Todas as trilhas e estradas internas deverão receber constante

manutenção quanto às medidas de contenção de erosões.

4.1. Realizar um levantamento e monitoramento permanente de áreas suscetíveis à erosão

• Deverá ser feito um levantamento de áreas mais vulneráveis aos

focos de erosões;

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135

• Deverão receber especial atenção as áreas onde foram instalados

equipamentos de apoio;

• Deverá haver um acompanhamento dos pontos de erosão que já

sofreram intervenções.

5. Realizar ações de proteção e recuperação das Áreas com Problemas de Regeneração Natural

• Deverão ser estudadas ações para recompor a área onde houve

retirada de cascalho próxima ao limite Nordeste da RPPN EVC;

• As espécies a serem utilizadas no processo de regeneração deverão

ser indicadas por um especialista na flora da RPPN EVC, além do

uso de técnicas específicas para auxiliar o processo de

regeneração, como a hidrosemeadura;

• Estas intervenções deverão ser feitas sob orientação de um

especialista.

6. Implementar ações para supressão da caça, pesca e coleta ilegal de plantas

• As rondas devem ser intensificadas nos limites da RPPN, bem como

nos blocos localizados nas zonas de manejo de recuperação e

primitivas da RPPN EVC;

• A pesca deverá ser proibida na RPPN;

• Intensificar as atividades de educação ambiental com a

comunidade vizinha.

6.1. Registrar as ocorrências em um relatório de ronda

• Toda ocorrência deverá ser registrada no sistema de fiscalização

através do uso dos palm-tops, a fim de gerar um relatório semanal,

apontando os pontos críticos e reincidentes e as ações que devam

ser implementadas.

6.2. Encaminhar denúncias aos órgãos governamentais competentes

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136

• As ocorrências registradas deverão ser encaminhadas ao Ibama,

conforme legislação vigente.

7. Realizar a permanente manutenção das trilhas

• Identificar os pontos com possibilidade de acidentes com visitantes

nas trilhas do Programa de Uso Público, realizando manutenção e

monitoramento dos mesmos para evitá-los.

8. Implementar mudança no traçado da Estrada Velha de Cabrália

• Apresentar para a comunidade e tomadores de decisão locais o

estudo realizado para mudança do traçado da Estrada Velha de

Cabrália;

• Implementar ações discutidas na apresentação para fechamento da

estrada junto ao Ibama e as comunidades locais.

9. Realizar a instalação e manutenção das cercas

• As áreas de pastoreio limítrofes à propriedade deverão ser

cercadas, impedindo a dispersão dos animais e evitando o pisoteio,

a disseminação de espécies de capim exótico e de parasitas;

• É proibida a permanência de gado e demais animais domésticos na

área da RPPN EVC.

10. Instalar placas de identificação da RPPN em pontos limítrofes e/ou estratégicos.

• Conforme descrito no Programa de Uso Público. 11. Retirada de infra-estrutura conflitante com uso atual da RPPN EVC

• Demolir todas as infra-estruturas anteriormente utilizadas para a

manutenção da fauna silvestre (antigo Criadouro

Conservacionista), retirando da região os escombros, bem como as

guaritas/casas abandonadas e/ou em ruínas existentes na área da

RPPN EVC.

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137

12. Realizar retirada dos resíduos sólidos da área da RPPN EVC

• Os resíduos sólidos deverão ser dispostos separadamente, através

de um programa de coleta seletiva em todas as instalações

existentes e, semanalmente, retirados da área da RPPN EVC;

• O programa de Educação Ambiental da RPPN EVC deverá elaborar

material explicativo sobre o programa para ser divulgado no Centro de

Visitantes e na casa dos pesquisadores.

3.2 Programa de Pesquisa O conhecimento sobre os ecossistemas e os processos que os

influenciam é uma condição necessária para a preservação da

biodiversidade em longo prazo. A compreensão dos processos

ecológicos permite que as ações de manejo sejam adequadas às

características da biota local. As RPPN's possuem como objetivo

principal a conservação da diversidade biológica (MMA, 2000) e,

dentro das atividades legalmente permitidas nas RPPN's, a Veracel

Celulose decidiu privilegiar a realização de pesquisas científicas em

biodiversidade e ações de Educação Ambiental.

Para cumprir este objetivo de Conservação da Biodiversidade a

Estação Veracel delineou um Programa de Pesquisa (PP-EVC) a ser

desenvolvido dentro de sua área e entorno.

Objetivos O objetivo do Programa é estimular a geração de conhecimentos

sobre processos biológicos relacionados à Biodiversidade da Mata

Atlântica, aproveitando-os como subsídio aos instrumentos de manejo

da unidade de conservação e às ações de educação ambiental. Além

disso, pretende-se fortalecer a atividade de pesquisa na RPPN EVC,

para que esta se transforme em referência regional, nacional e

internacional na geração de conhecimento sobre a biodiversidade da

Mata Atlântica.

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138

Para atender a demanda de pesquisas em biodiversidade na

RPPN EVC foi realizada uma oficina no dia 17 de agosto de 2006 no

centro de visitantes da Estação Veracel (Anexos II – Oficina para

Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel). O

intuito da oficina, que contou com a participaçao de 20 profissionais,

foi consultar a comunidade científica para que o PP-EVC seja uma

ferramenta eficiente na execução de estudos que contribuam para o

conhecimento e a conservação da Mata Atlântica.

Diretrizes gerais do Programa de Pesquisa da Estação Veracel A RPPN EVC procura viabilizar a realização de estudos em sua

área e espera, em contrapartida, que os pesquisadores se empenhem e

contribuam de forma efetiva no cumprimento das metas da Estação.

Os pesquisadores participantes do PP-EVC deverão incluir nos seus

projetos atividades de comunicação para divulgação das pesquisas e

de seus resultados ao público em geral e disponibilizar algum tempo,

durante sua estadia em campo, para auxiliar em atividades de

educação ambiental desenvolvidas na reserva (detalhes no

Regulamento do Programa de Pesquisa).

Os estudos a serem realizados dentro da RPPN EVC serão

regidos por normas próprias, visando a convivência harmônica entre

diferentes grupos de pesquisa e o retorno das pesquisas científicas

como subsídio para a conservação da biodiversidade. O Programa de

Pesquisa contará com um conselho técnico que auxiliará na

administração e na definição de prioridades de pesquisa.

A captura e coleta de material biológico são fundamentais para

elucidar algumas questões científicas, porém a necessidade e a

conveniência das mesmas nos projetos a serem desenvolvidos dentro

da RPPN será alvo de análise rigorosa.

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139

Apoios, incentivos e facilidades para Pesquisas Científicas na RPPN Estação Veracel Será dada especial ênfase ao estímulo e facilidades para

impulsionar a realização de pesquisas na RPPN EVC, espcialmente

com envolvimento de estudantes e jovens pesquisadores. Com esta

aproximação espera-se criar uma associação profissional-afetiva entre

os estudantes/pesquisadores e a reserva, buscando estimular a

continuidade dos estudos ao longo de sua carreira como

pesquisadores. É de grande interesse que sejam desenvolvidos na

Estação projetos de iniciação científica, monografias, dissertações,

teses, cursos e disciplinas e serão incentivados grupos de pesquisas

que se proponham a desenvolver estudos de longo prazo.

Para atingir seus objetivos o PP-EVC tem como meta tornar-se

parceira das instituições de pesquisa e ensino, com forte ênfase

àquelas de âmbito regional e aos seus programas de pós-graduação. A

Veracel Celulose disponibilizará em seu orçamento anual recursos

para a realização de estudos considerados prioritários na Estação

Veracel e buscará firmar convênios com instituições de fomento de

pesquisa, visando atrair aportes adicionais de recursos para esta

finalidade.

Para estimular o uso de sua área, a RPPN EVC disponibiliza aos

pesquisadores um alojamento com estrutura completa. Atualmente o

alojamento comporta confortavelmente 12 pessoas e possui acesso à

rede mundial de computadores e, para contribuir na elaboração das

pesquisas, a RPPN disponibilizará para consulta um banco de dados

com os resultados dos estudos (ex. relatórios, artigos, listas de

espécies) e outras informações básicas sobre a área (material

cartográfico e séries temporais de clima, entre outras).

A RPPN EVC entende que a publicação dos resultados de

pesquisas em periódicos e eventos reconhecidos é parte integrante e

fundamental do método científico, portanto apoiará a divulgação de

resultados de pesquisas desenvolvidas dentro de sua área.

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140

Linhas Preferenciais para pesquisas A RPPN EVC reconhece que todo o conhecimento científico é

importante, porém em seu Programa de Pesquisa serão incentivadas,

prioritariamente, linhas de pesquisa relacionadas a lacunas de

conhecimento sobre a bodiversidade regional (Tabela 11) e/ou que

contribuam para orientar o manejo da unidade. Como linhas de

pesquisa de especial interesse constam:

(a) Inventários biológicos A Estação Veracel prioriza inventários de grupos biológicos

menos conhecidos na área, que contribuam para o aperfeiçoamento

das listagens taxonômicas existentes, que produzam registros geo-

referenciados e que gerem informações sobre a ecologia e biologia das

espécies (ver Diagnósticos de fauna e flora), sua distribuição espacial

e estimativas de abundância (Tabela 12). Os projetos de inventário da

biota devem apresentar diretrizes que garantam a qualidade dos

resultados, evitando-se a coleta desnecessária de espécimes.

Os grupos taxonômicos prioritários para inventários são:

pequenos mamíferos, incluindo morcegos, peixes, répteis

(principalmente serpentes e lagartos arborícolas) e invertebrados (ver

Diagnóstico da fauna), os outros grupos de vertebrados necessitam de

estudos mais específicos para confirmação de registros e quantificação

das populações.

Além de inventários biológicos sistemáticos, uma sugestão é

testar a utilização de registros de espécies pelos funcionários da

unidade por meio do sistema digital dos palm-tops utilizados na

fiscalização da RPPN EVC. Para isso seria necessário o treinamento

dos funcionários.

(b) Auto-ecologia de espécies ameaçadas A maioria das iniciativas conservacionistas é baseada em

inferências sobre as necessidades das espécies em foco. Para diminuir

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141

as incertezas sobre os requisitos das espécies e tornar as iniciativas

conservacionistas eficazes, a RPPN incentiva estudos que contemplem

a biologia básica e transformem tais conhecimentos em subsídios /

ações para conservação (ex:. avaliação da qualidade do habitat,

análise de viabilidade populacional, implementação de corredores,

estudos de dinâmica populacional, entre outros).

(c) Influências Antrópicas sobre a Biodiversidade A RPPN é uma "ilha" de Mata Atlântica rodeada por áreas

abertas e silvicultura de eucalipto. A RPPN possui na sua proximidade

dois núcleos urbanos que exercem uma intensa pressão de caça e

extrativismo sobre a biota. Além disso, a reserva é atravessada por

uma estrada municipal que potencializa tais ameaças. O PP-EVC

estimula a realização de estudos que avaliem, quantifiquem, ofereçam

alternativas para a minimização e/ou a eliminação dos fatores

prejudiciais ao desenvolvimento dos processos biológicos naturais ou

ameacem as espécies presentes.

(d) Ecologia de Populações e Comunidades

O conhecimento da dinâmica das populações e das

comunidades biológicas é fundamental para a compreensão dos

mecanismos que afetam a biodiversidade nos âmbitos local e regional.

Para melhor elucidar estes processos o PP-EVC apoiará estudos que

enfoquem dinâmica e estrutura de populações e comunidades,

especialmente de espécies ameaçadas, endêmicas e espécies-chave.

(e) Ecologia de Paisagem

Tendo em vista a importância da RPPN no contexto da paisagem

fragmentada da região, o PP-EVC incentivará estudos que avaliem os

efeitos da insularização sobre elementos da biota, considerando-se de

forma explícita a sua estrutura e contextualização espacial e a

interação espaço-temporal nos processos ecológicos.

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(f) Interações ecológicas

A RPPN possui carência em estudos que contemplem interações

ecológicas. A investigação das interações é incentivada dentro da área

da Estação Veracel, especialmente com referência a espécies

ameaçadas. Estudos avaliando dispersão, competição, predação,

mutualismos e relações com meio físico são importantes linhas

temáticas dentro do PP-EVC.

(g) Monitoramento Estudos que avaliem o comportamento e dinâmica dos

ecossistemas, em longo prazo, são fortemente incentivados pela RPPN

EVC. Programas dessa natureza já estão sendo propostos através do

monitoramento com armadilhas fotógraficas e pelo estabelecimento de

parcelas pemanentes de amostragem de vegetação. A Estação Veracel

está avaliando a exeqüibilidade da montagem, em sua propriedade, de

uma parcela de estudos de longo prazo. A instalação deste tipo de

parcelas requer aporte significativo de recursos e equipes técnicas

com treinamento especializado. A criação, manutenção e utilização de

parcelas permanente são procedimentos complexos e só poderá ser

efetuado através de parceria entre a RPPN e instituições/programas

de pesquisa que atuem nessa linha.

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Tabela 12 – Diretrizes para os projetos que contemplem a Biota dentro da RPPN Estação Veracel.

Linhas preferenciais

Exemplo de temas de interesse

Diretrizes, Observações e Tópicos

Geo-referenciamento dos registros. Os

registros das espécies devem possuir

coordenadas geográficas (seguindo as normas e

o Datum previsto no regulamento do PP-EVC).

Na impossibilidade deste procedimento o

registro deve ser realizado utilizando-se os

blocos previamente demarcados e outros

pontos referenciais que permitam sua

localização aproximada (ver figura 60). Representatividade espacial. As coletas

devem, idealmente, serem distribuídas

espacialmente de forma a representar a

heterogeneidade da área (suas diferentes

tipologias / hábitats). Nos casos em que o

objetivo do estudo seja o de investigar uma

tipologia em especial, os pontos de coleta

devem ser alocados de forma a retratar a

distribuição das espécies dentro da referida

tipologia e uso do hábitat.

Inventários Biológicos

Grupos pouco

estudados e

complementação

de listas de

espécies

Suficiência amostral. O esforço amostral

deve ser suficiente para permitir estimativas

robustas de densidade ou abundâncias

relativas das espécies Caça Quantificação e espacialização da pressão de

caça e avaliação do seu impacto sobre a fauna

da RPPN;

Impactos Antrópicos

Extrativismo Quantificação e espacialização do extrativismo

vegetal e avaliação do seu impacto sobre as

espécies, populações e comunidades;

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Linhas preferenciais

Exemplo de temas de interesse

Diretrizes, Observações e Tópicos

Espécies

Invasoras

Identificação, quantificação, avaliação da

agressividade, mensuração dos impactos sobre

espécies nativas, determinação dos fatores que

facilitam o estabelecimento e indicação de

estratégias e ações para a

erradicação/controle. Recuperação e

restauração

florestal

Desenvolvimento e aplicação de estratégias

eficientes de recuperação e/ou restauração das

áreas perturbadas dentro da RPPN. Espécies de uso

econômico

Identificação e manejo sustentável de espécies

com potencial econômico.

Espécies exóticas Avaliação do impacto da predação sobre

espécies nativas por animais domésticos

Efeitos de fogo Quantificação, periodicidade e facilitadores de

fogo sobre a biota e avaliação de medidas

mitigadoras. Efeitos de

agrotóxicos

Quantificação, origem e impactos de

Agrotóxicos sobre a biota. Impacto das

estradas

Quantificação de atropelamentos, erosão,

efeitos sobre a vegetação e medidas mitigadoras Biologia

reprodutiva

Uso do espaço

Dinâmica

populacional

Auto ecologia

Hábitos

Com especial ênfase em espécies ameaçadas,

espécies-chave e espécies indicadoras

Ecologia de Populações

Regeneração

natural

Dinâmica

Populacional

Estrutura

Populacional

Com especial ênfase em espécies ameaçadas,

espécies-chave e espécies indicadoras.

Ecologia de Comunidades

Estrutura de

comunidades

Ênfase em predadores, grupos de espécies

bandeira e/ou indicadoras

Comunidades de água doce

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145

Linhas preferenciais

Exemplo de temas de interesse

Diretrizes, Observações e Tópicos

Investigação de processos sucessionais

Dinâmica de clareiras

Relação água-floresta

Fatores de manutenção , geração e/ou declínio

da diversidade

Efeitos de borda

Insularização e

Conectividade

Relação com

outro fragmentos

Ecologia de Paisagem

Interação solo e

paisagem

Avaliar como os padrões e os processos

ecológicos interagem com a composição e

configuração da paisagem.

Polinização

Frugivoria

Predação e

Dispersão de

sementes

Interações entre espécies

Predação

Buscar a compreensão de interações inter-

específicas e seu papel na manutenção dos

padrões e processos ecológicos

Resultados Esperados

• RPPN EVC reconhecida como Centro de Referência em pesquisa

sobre a biodiversidade da Mata Atlântica;

• Atividades de pesquisa constante dentro e na zona de influência da

unidade;

• Estabelecimento de parcerias e cooperação com universidades,

centros de pesquisa e órgãos públicos para o desenvolvimento de

projetos de pesquisa;

• Utilização da infra-estrutura da RPPN EVC para o treinamento e

realização de cursos de campo pelas universidades;

• A RPPN EVC como parte integrante de um sistema de

monitoramento da biodiversidade na região;

• Elaboração e implantação de um banco de dados sobre a

biodiversidade da RPPN EVC e um banco de dados para o controle

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146

de pesquisas desenvolvidas na reserva;

• Criação e estabelecimento de um Comitê de Pesquisa para auxiliar

a implementação do PP-EVC.

3.3 Programa de Uso Público O Programa de Uso Público da RPPN EVC pretende ordenar,

orientar e direcionar o uso da unidade pelo público, sem alterar

significativamente os recursos naturais.

Objetivos

• Desenvolver no público o entendimento sobre os princípios e

valores da conservação;

• Enriquecer a experiência do visitante com programas de educação

e interpretação;

• Promover oportunidades apropriadas e infra-estrutura para o

desenvolvimento de atividades educacionais;

• Desenvolver, através da pesquisa, um melhor entendimento dos

valores naturais e culturais, processos e impactos;

• Aperfeiçoar o manejo através da análise das expectativas e

satisfação do visitante em relação ao uso público;

• Minimizar os impactos negativos dos programas de manejo,

controlando o uso, acessos e as facilidades oferecidas através da

infra-estrutura;

• Implantar rotinas que garantam a segurança do visitante durante

sua estada na RPPN EVC;

• Estimular na comunidade local a consciência e o entendimento

sobre os valores naturais da RPPN Estação EVC;

• Assegurar que os objetivos de manejo sejam alcançados através da

efetivação das normas e ações propostas e com o melhor custo-

benefício.

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147

O Programa de Uso Público é composto pelos seguintes Sub-

programas, que serão descritos nas próximas páginas:

1. Subprograma de Interpretação e Recreação

2. Subprograma de Educação Ambiental

3. Subprograma de Capacitação

4. Subprograma de Monitoramento do Uso Público

5. Subprograma de Manutenção de Trilhas

Sub-programa de Interpretação e Recreação Objetivos

• Proporcionar aos visitantes oportunidades de interpretação e

recreação em ambiente natural, compatíveis com os objetivos de

manejo e recursos da RPPN EVC, associadas à informação e

interpretação ambientais;

• Atingir um público-alvo voltado, principalmente, à atividade

educacional, com oferta de opções de educação e recreação em

contato com o ambiente natural;

• Garantir a segurança dos visitantes e condutores, através da

presença institucional em todas as áreas de uso público e da

disponibilização de equipamentos e normas de segurança.

Atividades

• As atividades interpretativas e recreacionais que podem ser

realizadas na RPPN EVC incluem: caminhadas de um dia,

experiências sensoriais diretas (colocar o ouvido em árvores,

escutar o canto dos diferentes pássaros, apalpar folhas, sentir

diferentes texturas etc), contemplação, fotografia, observação da

fauna e flora;

• As atividades interpretativas podem ser contempladas no centro de

visitantes; durante o percurso pelas trilhas, através de monitores,

guarda-parques e/ou folhetos; e através de uma trilha

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148

interpretativa;

• Para garantir a proteção do recurso e a qualidade da experiência do

visitante, deverá ser realizado o monitoramento do uso público,

através de indicadores que refletem o impacto no ambiente natural,

na infra-estrutura disponibilizada para o visitante, e na satisfação

do mesmo em relação à qualidade da visitação (percepção de

lotação, reclamações, número de encontros entre grupos nas

trilhas etc.).

Normas

• Todas as atividades deverão necessariamente ser coerentes com os

objetivos de manejo da RPPN EVC;

• A visitação ocorrerá de segunda à sábado, das 08h00 às 17h00, e a

médio prazo as visitas poderão ocorrer também aos domingos;

• Apenas poderão permanecer na RPPN EVC, fora do horário de

visitação (08:00 às 17:00), pessoas autorizadas pela administração;

• Os visitantes, ao chegarem à RPPN EVC, serão cadastrados e

informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança;

• As visitas de grupos deverão ser agendadas com antecedência;

• O sistema de sinalização e interpretação deve propiciar o

enriquecimento da experiência ambiental do visitante, além de

integrar-se à paisagem;

• Atividades de terceiros deverão ser cadastradas e autorizadas pela

administração da RPPN EVC, como comércio de alimentos,

artesãos, serviços regulares de transporte, guias autônomos etc.;

• Para garantir que as atividades de uso público sejam benéficas

tanto ao visitante como à unidade, os funcionários deverão receber

treinamento específico para cada caso (manejo de visitantes;

primeiros-socorros).

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149

Sub-programa de Educação Ambiental

Objetivos O Sub-programa visa formar cidadãos com uma visão

conservacionista, por meio de atividades que reforcem a visão da

RPPN EVC como área núcleo do Corredor Central da Mata Atlântica e

como área relevante para a proteção de espécies e ecossistemas

ameaçados da Mata Atlântica.

Resultados Esperados

• Adoção pelos visitantes de técnicas de mínimo impacto e o

desenvolvimento de ações que possibilitem a manutenção dos

recursos naturais;

• Diminuição das atividades conflitantes com o entorno da RPPN

EVC;

• RPPN EVC reconhecida como Centro de Referência em Educação

Ambiental para a região;

• Escolas do entorno da RPPN EVC atendidas integralmente pelo

Sub-programa de Educação Ambiental;

• Reconhecimento da Harpia (Harpya harpyja) como espécie

ameaçada pela comunidade local e que necessita de proteção

especial para sua manutenção.

Normas Gerais para as atividades de Educação Ambiental

• A RPPN será aberta para visitação das 8h às 18h, exceto em casos

especiais, como a prática de observação de fauna e observação

astronômica;

• Os visitantes que realizarão atividades diferenciadas, necessitando

de horários distintos de visitação, deverão ser autorizados

previamente pela administração;

• Todos os visitantes deverão necessariamente passar pelo Centro de

Visitantes e receber instruções sobre as atividades oferecidas e as

condutas obrigatórias para o uso da área;

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150

• Os visitantes deverão ser advertidos de que somente poderão

desfrutar das áreas destinadas à Educação Ambiental, evitando

assim comprometer a integridade e recuperação das áreas

naturais, o exercício dos programas de pesquisa e sua própria

segurança.

Atividades 1. Sistematizar as visitas das escolas

• O contato com as escolas do entorno da RPPN EVC deverá ser

realizado pelo coordenador do programa, visando elaborar

calendário de visitas;

• No primeiro ano de implementação do Plano de Manejo será

atendida uma escola por semana, atingindo, ao final de cinco (5)

anos, três visitas por semana;

• As escolas que agendarem visitas à RPPN EVC deverão preencher

cadastro antes da realização das atividades, identificando a

importância da visita para os trabalhos escolares.

2. Produzir e distribuir materiais educativos

• Os materiais a serem produzidos pelo Sub-programa de Educação

Ambiental terão como tema a RPPN EVC, suas espécies e

características que a tornam uma área prioritária para a

conservação da Mata Atlântica;

• Para a elaboração dos materiais educativos a RPPN EVC deverá

contratar especialistas na área;

• Disponibilizar informações sobre as técnicas de mínimo impacto,

por meio de folhetos ou cartazes;

• Os materiais serão distribuídos gratuitamente para os visitantes do

programa;

• Criar e atualizar página na Internet sobre a RPPN EVC.

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3. Instalar material ilustrativo

• Painéis ilustrados, contendo informações sobre a região, atrativos e

atividades desenvolvidas deverão ser instalados no Centro de

Visitantes;

• Os mapas devem conter informações sobre a RPPN e a região da

Mata Atlântica do Sul da Bahia.

4. Formar educadores

• A coordenação do Sub-programa de Educação Ambiental da RPPN

EVC organizará, em conjunto com as Secretarias Municipais de

Educação, o cronograma anual do programa de formação de

educadores;

• A atividade de formação de educadores contará com visitas

orientadas, atividades educativas e recreativas, utilizando-se dos

recursos audiovisuais disponíveis no centro de visitantes e também

dos atrativos naturais acessados por trilhas abertas à visitação;

• Nos dois primeiros anos de implantação do Plano de Manejo este

Sub-programa dará prioridade para os educadores da área de

entorno da RPPN EVC;

• Assessorar municípios para inclusão da Educação Ambiental no

currículo formal;

• Estabelecer parcerias com as diversas organizações locais (ONGs,

Associações, Poder Público) para o desenvolvimento das atividades

de educação ambiental com a comunidade localizada na zona de

influência da RPPN EVC.

5. Organizar eventos em datas comemorativas

• Sugere-se, para estas ocasiões, a divulgação e celebração de datas

especiais ligadas ao meio ambiente e cultura, aniversário das

cidades do entorno aproveitando as datas que já são comemoradas

na região ou sugerindo novas, como as citadas na Tabela 13.

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Tabela 13 – Datas comemorativas sugeridas para atividades especiais da RPPN Estação Veracel.

Mês Dia Comemoração

Janeiro 6 Dia de Reis

1 Dia do Ecoturismo

19 Dia do Artesão

21

21

Dia Mundial das Florestas

Dia Nacional da Terra

Março

22 Dia Mundial da Água

Maio 22 Dia da Biodiversidade

Abril 15 Dia Nacional da Conservação do Solo

05 Dia Mundial do Meio Ambiente Junho

17 Dia de Proteção Florestal

Agosto 14 Dia do Combate à Poluição

21 Dia da Árvore Setembro

22 Dia da Defesa da Fauna

04 Dia da Natureza e Dia de São Francisco de Assis – patrono da Ecologia

05 Dia das Aves

12 Dia das Crianças

Outubro

15 Dia do Educador Ambiental

05 Dia da Cultura e da Ciência

20 Dia da Consciência Negra

22 Dia da Música

Novembro

30 Dia do Estatuto da Terra

Dezembro 05 Dia Internacional do Voluntário

6. Implementar cursos de capacitação

• Todo o pessoal técnico contratado para atuar no programa de

Educação Ambiental deverá receber treinamento específico;

• O Sub-programa de Educação Ambiental promoverá

semestralmente cursos de capacitação para estagiários, estudantes

universitários e voluntários para aplicação de técnicas de mínimo

impacto e orientação ao visitante.

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153

Públicos prioritários

• Educadores e estudantes das escolas públicas rurais do entorno

da RPPN EVC e, posteriormente, dos municípios da área de

influência do empreendimento Veracel;

• Lideranças comunitárias do entorno da RPPN EVC;

• Funcionários da Veracel, prestadores de serviço e familiares;

• Estudantes universitários em graduação nos temas educação,

turismo e meio ambiente.

Metodologia A implantação de um Programa de Educação Ambiental requer

uma compreensão básica sobre vários aspectos das decisões que são

tomadas, por que, e por quem. A educação ambiental pode apoiar

esses processos, ajudando atores chaves a entenderem e a

valorizarem a biodiversidade, traduzindo conceitos sobre ciência,

economia, e planos de gestão para diversos públicos, tais como

educadores, proprietários, fazendeiros ou políticos. Todo processo

participativo requer parceiros que compartilhem uma linguagem

básica sobre a conservação e o meio ambiente e a educação ambiental

pode e deve ajudar a igualar o terreno para que todos integrantes dos

processos de conservação possam saber o que se espera deles e o que

podem ganhar com a participação na conservação.

Na RPPN EVC dentre as espécies raras registradas a de maior

destaque no cenário da conservação da biodiversidade é a presença da

Harpia harpyja. O marco conceitual para a construção do Sub-

programa de Educação Ambiental deverá levar em consideração o

conhecimento e as pesquisas realizadas sobre esta e outras espécies

endêmicas e/ou raras presentes na unidade estabelecendo uma

relação direta entre a condição atual de ameaça destas espécies com

as condições de fragmentação do bioma Mata Atlântica. A espécie-

bandeira selecionada e suas interações ecológicas serão o tema-

gerador do conhecimento e aprimoramento do conhecimento sobre a

conservação da biodiversidade.

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154

No processo de elaboração dos materiais didáticos e de

divulgação, na construção e aplicação das atividades educativas e de

recreação será considerada a realidade local, respeitando,

incorporando e valorizando o conhecimento dos públicos sobre estas

espécies e sobre a própria Mata Atlântica. Por essa razão, a partir dos

resultados do levantamento do perfil dos públicos prioritários da

RPPN EVC deverão ser discutidas as perspectivas tanto na elaboração

dos materiais de apoio, bem como das metodologias mais apropriadas

para a capacitação desses públicos.

Monitoramento e avaliação O objetivo do monitoramento e avaliação de um Programa de

Educação Ambiental numa área protegida é compreender as relações

que se estabelecem entre os visitantes e as áreas naturais para

melhorar o manejo do uso público dessas unidades de conservação e

de que forma o que foi apreendido durante a visitação poderá ser

aplicado na vida cotidiana dos visitantes.

Ao conhecer as características básicas dos visitantes podemos

compreender melhor quem, quantos, quando, onde e de que modo

essas pessoas recebem/percebem os benefícios das áreas silvestres.

Estas informações ajudam os políticos, administradores e

pesquisadores a compreenderem o comportamento dos usuários, bem

como as causas e potenciais soluções dos impactos ecológicos e

recreativos causados pelos visitantes.

A diversificação das atividades educativas e recreativas, a

divulgação da área protegida e outros fatores geram o aumento da

visitação nas unidades de conservação, tornando necessário que os

métodos de avaliação do uso público sejam testados e melhorados no

que se refere ao uso de indicadores que possam realmente avaliar os

efeitos sociais da visitação.

O valor ecológico e a integridade dos ecossistemas naturais têm

recebido maior atenção, na avaliação e seleção de indicadores. No

caso das experiências humanas, no que se refere às atividades de

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155

recreação e educação ambiental, não existem indicações do que

poderia ser considerada uma experiência de qualidade. Devido à falta

de clareza do que se deseja com as condições sociais nas áreas

naturais protegidas brasileiras, a experiência do visitante é avaliada

de forma diversificada, desde a satisfação pelos serviços oferecidos no

local, denotando uma relação mais comercial, até abordagens mais

adequadas, onde se avalia a experiência no local, como oportunidades

para a privacidade.

Para avaliar a qualidade da experiência do visitante numa

unidade de conservação é proposto que sejam utilizadas entrevistas,

dando um enfoque quanti-qualitativo na análise dos dados. O

conhecimento adquirido sobre os visitantes, como suas motivações,

expectativas, desejos, informações sobre o local e outras referências

tornaram possível a identificação de potenciais indicadores dos

impactos do uso público que poderão ser utilizados na avaliação do

Sub-programa de Educação Ambiental.

• Diminuição do número de agressões ao entorno da RPPN;

• Número de capacitações ofertadas;

• Diminuição de espécies ameaçadas;

• Número de participantes nas atividades educativas

desenvolvidas;

• Projetos de educação ambiental executados no entorno da

RPPN;

• Instituições educativas envolvidas;

• Material didático produzido.

Perfil do educador ambiental O educador ambiental responsável pelas ações educativas na

Estação Veracel deverá estar apto a:

• Desenvolver e implementar o Centro de Referência em Educação

Ambiental da RPPN EVC;

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156

• Planejar e realizar atividades de capacitação para educadores,

lideranças locais e estudantes nos temas previstos no Programa

de Educação Ambiental da RPPN EVC;

• Desenvolver e implementar, em articulação com instituições

parceiras, indicadores de monitoramento e avaliação das ações

de educação ambiental para a RPPN EVC;

• Desenvolver, aplicar e avaliar processos e materiais de

comunicação e educação ambiental no contexto do Programa;

• Articular o Programa de Educação Ambiental da RPPN EVC de

modo integrado ao calendário escolar junto às Secretarias

Municipais de Educação e Universidades locais;

• Estimular e fortalecer o desenvolvimento de pequenas ações

voltadas para a conservação, especialmente as atividades de

educação ambiental nas escolas do entorno da RPPN EVC.

Subprograma de Capacitação

Objetivos

• Implementar a capacitação dos funcionários, estagiários e

voluntários, em diversos temas de interesse (manejo da visitação,

administração, manutenção da infra-estrutura, primeiros-socorros,

busca e salvamento, operação de equipamentos meteorológicos,

identificação botânica, escalada em árvores para auxílio à

pesquisa, fotografia da natureza, identificação de fauna, navegação

territorial), para o pleno cumprimento das funções destas pessoas

na RPPN EVC;

• Assegurar a melhoria no atendimento às atividades

administrativas, de uso público e pesquisa;

• Estimular o aprendizado dos funcionários e contribuir para a

formação de uma equipe pró-ativa e multifuncional (diversos

funcionários aptos a executar uma mesma função, o que impede a

interrupção de atividades devido à ausência de algum funcionário);

• Contribuir, através do envolvimento dos monitores, estagiários e

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157

voluntários da RPPN EVC, para um melhor desenvolvimento das

pesquisas a serem efetivadas na área;

• Possibilitar uma maior integração entre os funcionários, os

estagiários e os voluntários, com os pesquisadores, agregando

conhecimentos específicos àqueles e contribuindo para o melhor

manejo do parque.

Atividades

• Identificar os temas prioritários para a capacitação da equipe;

• Prospectar locais, instituições, instrutores que ofereçam

capacitação nos temas identificados;

• Organizar cursos quando estes não forem oferecidos por outras

instituições, ou quando o custo x benefício for maior se realizados

na própria RPPN EVC;

• Realizar a capacitação e monitorar a necessidade de reciclar

conhecimentos já adquiridos;

• Instituir um sistema de acompanhamento para todas as pesquisas

a serem realizadas;

• Promover palestras com os pesquisadores, para que os

funcionários possam entender e contribuir efetivamente com a

realização das pesquisas;

• Capacitar os funcionários, estagiários e voluntários sobre os

procedimentos adotados pela RPPN EVC em relação ao

comportamento esperado dos pesquisadores quando no transcorrer

ou no término das pesquisas

– coleta de fauna ou botânica apenas com licença

ambiental; abertura de picadas restringida ao mínimo

necessário; informar à administração local, durante as

saídas de campo, em qual região da RPPN EVC estará e

qual o horário previsto para retorno; retirada de toda e

qualquer marcação de campo, tais como fitas, coletores,

redes de neblina, após o término da pesquisa.

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Normas

• Os cursos e oficinas deverão levar em consideração o orçamento

disponível para sua realização, e os temas prioritários para a

melhoria do manejo da RPPN EVC;

• Os cursos e oficinas realizados na RPPN EVC deverão considerar a

capacidade do alojamento, limitando-se o número de vagas ao

mesmo número de lugares disponíveis, para cursos onde seja

necessária a pernoite.

• As pesquisas deverão contar com o acompanhamento dos

funcionários da unidade durante o maior período de tempo

possível;

• Por motivo de segurança serão proibidas as saídas de campo de

pesquisador sozinho, sendo necessário uma equipe de no mínimo

dois pesquisadores, ou de um pesquisador e um auxiliar de campo

ou funcionário da RPPN EVC.

Subprograma de Monitoramento do Uso Público

Objetivos

• Proporcionar meios para que a visitação ocorra em consonância

com os objetivos da RPPN EVC;

• Implementar um sistema de monitoramento periódico do uso

público, verificar as causas dos impactos da visitação, e propor

estratégias de manejo para controlar ou minimizar os impactos.

Atividades

• Selecionar e testar em campo os indicadores de monitoramento de

uso público, criar fichas de monitoramento e um banco de dados,

para ser alimentado com as informações de todas as atividades

pesquisadas através do monitoramento;

• Capacitar os funcionários da RPPN EVC para a realização de

atividades de monitoramento;

• Implementar o monitoramento do uso público.

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Normas

• As atividades de monitoramento serão realizadas pela

administração local com o auxílio dos funcionários, ou mesmo de

estagiários e voluntários, quando esses existirem.

Sub-programa de Manutenção de trilhas

Objetivos

• Garantir o adequado uso das trilhas da RPPN EVC, e assim

contribuir para o cumprimento dos objetivos do Programa de Uso

Público;

• Viabilizar a diminuição dos impactos causados pela visitação

através do uso de técnicas corretas para a manutenção de trilhas;

• Proporcionar maior segurança aos usuários das trilhas, garantindo

o aumento na qualidade dos passeios por parte dos visitantes e

melhorando o trabalho de condutores e funcionários.

Atividades

• Capacitar os funcionários, estagiários e voluntários da RPPN EVC

para a manutenção de trilhas;

• Diminuir ou erradicar os impactos causados pelas atividades de

uso público ao recurso natural (erosão, drenagem, etc.) e os riscos

aos visitantes (ferimentos, fraturas, contusões, etc.);

• Sistematizar a manutenção das trilhas, baseando-se em critérios

meteorológicos, para diminuir os custos de manutenção a médio e

longo prazo.

Normas

• Evitar a realização de atividades de manutenção em períodos

chuvosos e em épocas de grande visitação;

• Nos períodos de visitação intensa a manutenção será restrita aos

casos emergenciais, que coloquem em risco a segurança dos

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160

visitantes, condutores ou a integridade da trilha.

Na Tabela 14 é apresentado um resumo dos projetos propostos

para implementação a curto, médio e longo prazo, dentro de cada

subprograma.

Tabela 14 - Implementação de projetos a curto, médio e longo prazos, por subprograma do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel.

PRAZOS SUBPROGRAMA

CURTO MÉDIO LONGO

RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

1.Sistema de trilhas

• Trilha da Floresta

Tropical

• Trilha do Pau-Brasil

• Trilha da

Plataforma

• Trilha das

Orquídeas

• Trilha das

Palmeiras

1. Sistema de trilhas

Trilha da

Mussununga

1. Sistema de trilhas

• Trilha em Floresta

Conservada

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

1. Escola na RPPN

2. Educação para o

mínimo impacto

3. Sistema de trilhas

• Trilha da Floresta

Tropical

• Trilha do Pau-Brasil

• Trilha da

Plataforma

• Trilha das

Orquídeas

• Trilha das

Palmeiras

1. Sistema de trilhas

• Trilha da

Mussununga

1. Sistema de trilhas

• Trilha em Floresta

Conservada

CAPACITAÇÃO

1. Treinamento

temático

2. Acompanhamento

de pesquisas

1. Treinamento

temático

2. Acompanhamento

de pesquisas

1. Treinamento temático

2. Acompanhamento de

pesquisas

1. Monitoramento do 1. Monitoramento do 1. Monitoramento do uso

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161

PRAZOS SUBPROGRAMA

CURTO MÉDIO LONGO

MONITORAMENTO DO USO PÚBLICO

uso público uso público público

MANUTENÇÃO DE TRILHAS

1. Manutenção de

trilhas

2. Sistema de trilhas

1. Manutenção de

trilhas

2. Sistema de trilhas

1. Manutenção de trilhas

2. Sistema de trilhas

Normas e Regulamentos para Visitação Normas, regras e regulamentos formam a base do manejo de

visitantes e definem as ações e atividades permitidas a eles, que por

sua vez devem ser fundamentadas nos objetivos de conservação da

área e na capacidade da equipe para administrar tais atividades.

Podem ser desenvolvidos folhetos que descrevam as atividades

permitidas, as regras e os regulamentos, de forma que os visitantes

saibam claramente o que eles podem ou não fazer. A visitação na

RPPN EVC deverá inicialmente continuar nas áreas já utilizadas,

como o Centro de Visitantes e as trilhas da Floresta Tropical, Pau-

Brasil, das Orquídeas e da Plataforma. Em médio prazo deverão ser

utilizadas também as trilhas propostas no item “Novas propostas de

Uso Público”, quando uma nova rotina de manejo da visitação estiver

estabelecida, com implementação de infra-estrutura e outras ações

propostas, como monitoramento de impactos e nova capacitação de

monitores.

Dados os objetivos de conservação da biodiversidade, os serviços

e infra-estruturas oferecidos aos visitantes serão limitados ao mais

natural possível, o que resulta em uma experiência de visitação que

tende para o natural/primitivo, dentro do espectro de oportunidades

de recreação (ROS).

Assim, normas e regulamentos serão fundamentados em

técnicas atuais de mínimo impacto, como o programa "Leave no

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162

Trace”, desenvolvido pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, e

adaptado pelo MMA, que contém os princípios do programa de

“Excursionismo de Mínimo Impacto” .

A última versão do programa recebeu o nome de “Pega Leve”,

lançado pelo CEU-Centro Excurcionista Universitário e o WWF-Brasil,

lançado 2003. Para obter mais informações sobre o Programa Pega

Leve e sobre a ética e as práticas de mínimo impacto, acesse o site

www.pegaleve.org.br

O estabelecimento destas normas será especialmente

importante quando tratar-se de caminhadas de um dia, manejo do

lixo etc.

3.4 Programa de Administração Este Programa trata das atividades e normas relacionadas à

organização, administração e recursos humanos necessários para o

funcionamento efetivo da unidade de conservação, bem como do

monitoramento das atividades de manejo da unidade.

Para consecução dos objetivos e execução dos demais

programas da RPPN EVC, deverão ser definidos os recursos humanos

necessários e de que maneira estes deverão ser capacitados.

Objetivo

• Dotar a RPPN EVC de estrutura administrativa para garantir a

implementação deste plano;

• Adequar os recursos humanos alocados na Reserva.

Resultados esperados: • Funcionamento da unidade de conservação adequado, conforme

seus objetivos de criação;

• Pessoal necessário à Reserva, devidamente capacitado e

alocado;

• Rotinas de serviço estabelecidas;

• Sistema de monitoramento das atividades implantado.

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163

Atividades e Normas • Elaborar uma agenda de trabalho conforme o planejamento;

• Acompanhar o desenvolvimento dos Programas

compatibilizando as atividades relativas aos mesmos;

• Elaborar um programa de capacitação e reciclagem dos recursos

humanos da unidade;

• Estabelecer o conselho de pesquisa da unidade de conservação

para o qual deverá ser enviado todas as solicitação de pesquisa

da unidade;

• Integrar a RPPN EVC à outros projetos e programas existentes

na região.

Recursos Humanos Atualmente as atividades realizadas na RPPN EVC são

executadas por 19 pessoas, distribuídas em sete cargos (Tabela 15).

Somente dois cargos têm como exigência nível superior, a de

coordenação e de assistente de coordenação. Há um profissional de

nível médio na equipe e os demais cargos ocupados por profissionais

com ensino médio ou fundamental.

A Veracel Celulose terceriza os contratos da equipe através de

três empresas distintas, tendo como funcionário direto somente o

ocupante do Cargo de Coordenação. Os funcionários dos cargos de

Assistente de Coordenação, Técnico, Monitores e Vigias Ambientais

tem contrato com a empresa Equilíbrio Florestal. Os funcionários que

fazem a vigilância patrimonial são contratados pela Empresa Visel e

os funcionários da Limpeza e Higienização são prestadores de serviça

da Empresa Lemos Passos.

Existem três esquemas de trabalho na RPPN EVC, sendo que o

esquema de escala ainda possui duas divisões, as escalas em horas e

em dias. Os funcionários que têm o esquema de trabalho em escalas

trabalham na fiscalização ou proteção do patrimônio da unidade de

conservação.

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164

Somente o cargo da coordenação estará envolvida com todos os

programas de manejo propostos. O Programa de Proteção é o

programa que tem o maior número de profissionais envolvidos (15),

evidenciando a importância que este programa tem para o bom

funcionamento da RPPN EVC e consequentemente para a implantação

deste Plano de Manejo.

Propõe-se que a médio prazo haja uma re-estruturação do

quadro de pessoal da RPPN EVC, tendo como modelo o organograma

funcional apresentado na Figura 62. O cargo proposto de Auxiliar

Administrativo poderá ser de nível médio e deverá ter contrato

diretamente com a Veracel Celulose, para poder efetuar as rotinas no

sistema interno da empresa. O cargo de responsável pela Proteção

Física poderá ser de nível médio e ter contrato com a Empresa

Equilíbrio Florestal ou similar.

Tabela 15 – Situação atual dos Recursos Humanos na RPPN Estação Veracel.

Empresa Número Esquema de Trabalho

Programa de Manejo

Coordenador Veracel 1 Administrativo Todos Assistente de coordenação

Equilíbrio 1 Administrativo Administração Educação Ambiental

Técnico ambiental

Equilíbrio 1 44h

Proteção Pesquisa

Monitores ambientais

Equilíbrio 3 44h Educação Ambiental Proteção

Vigias ambientais

Equilíbrio 6 Escalas (4/2dias)

Pesquisa Proteção

Vigilantes patrimoniais

Visel 4 Escalas (12/36h)

Proteção

Limpeza e higienização

Lemos Passos

3 44h Administração

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Figura 62 Organograma funcional proposto para a RPPN Estação Veracel.

Recursos Financeiros

Para a execução física da proposta de manejo para a RPPN EVC

serão necessários investimentos e reforma de infra-estrutura,

aquisição de equipamentos, contratação de consultoria de pessoa

jurídica e os serviços de pessoal fixo.

Na Tabela 16 estão apresentadas as ações de curto e médio

prazo. O orçamento de longo prazo irá depender do sucesso da

implantação das ações a curto e médio prazo, mas há um tendência

para a diminuição dos custos após o terceiro ano de implantação do

Plano de Manejo.

O custo médio por hectare manejado após a implantação do

Plano de Manejo da RPPN EVC será de R$374,69 no primeiro ano e de

R$264,68 nos dois anos subseqüentes.

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Tabela 16 – Ações de curto (2007) e médio prazo (2008-2009) para a RPPN

Estação Veracel. Programas de Manejo

2007 2008-2009

Educação Ambiental • 1 visita/semana • Consultoria CI • Materiais didáticos • Cursos de capacitação

• 2 visitas/semana • Materiais didáticos • Cursos de capacitação

Pesquisa • Adequação do Laboratório • Consultoria CI • Apoio financeiro a projetos • Fapesb • Projeto gavião real e armadilhas fotográficas

• Apoio financeiro a projetos • Incentivos • Fapesb • Projeto gavião real e

armadilhas fotográficas

Proteção Física • Controle de erosão das estradas internas

• Reforma das cercas vivas • Melhoria das trilhas

interpretativas • Palm-tops e software

• Controle da erosão das estradas internas

Administração • Custos com mão de obra, serviços e materiais

• Comunicação visual

• Custos com mão de obra, serviços e materiais

Investimento • Másterplan • Auditório • Paisagismo • Guarita vigilância

*Dependerá da revisão do quadro de pessoal proposto no ítem acima

O único programa de manejo que terá os custos aumentados até

o final da implementação de Plano de Manejo será o de Educação

Ambiental, pois está previsto o aumento do número de visitas

semanais de uma para quatro visitas até o ano de 2011.

Os investimentos e reformas na infra-estrutura estão

concentrados no curto prazo de implantação do Plano de Manejo,

sendo que somente o controle das erosões nas estradas internas serão

executadas no médio prazo de implementação.

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Monitoramento da Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel Muitas atividades relacionadas com o uso dos recursos naturais

têm melhorado sua gestão após ter identificado, através de processos

de avaliação, critérios de medição e padrões de qualidade (Izurieta et

al., 1999). O mesmo se aplica para o caso da gestão de áreas naturais

protegidas, as quais, ao contarem com um sistema de avaliação

testado e validado, têm à sua disposição uma valiosa ferramenta, que

pode levar à melhoria de suas condições de manejo e cumprimento

dos seus objetivos.

Segundo Cifuentes (1998), o manejo de uma área protegida pode

ser definido como “o conjunto de ações que resultam em um melhor

aproveitamento e permanência de uma área protegida, permitindo que

os objetivos para os quais foi estabecida se cumpram.” Izurieta (1997)

define efetividade de manejo como “o conjunto de características,

ações, atitudes, capacidades e competências particulares que

permitam à uma área protegida cumprir satisfatoriamente a função e

os objetivos para os quais foi criada.” No caso das reservas naturais

privadas, Alderman (1994) e Langholz (1999), expressaram a

necessidade de se estabelecer sistemas de avaliação do manejo dessas

reservas. Entretanto, é importante ressaltar que a avaliação do

manejo de uma reserva não deve ser vista como um fim em si mesma,

mas como um importante passo para determinar suas fortalezas e

debilidades, com vistas ao monitoramento contínuo e ao

aprimoramento da sua gestão.

A matriz de avaliação da efetividade de manejo se baseia na

construção de cenários de manejo (parâmetros) para cada variável (ou

sub-variável, quando ocorrer), que correspondem à valores específicos,

que variam entre 0 (zero) e 4 (quatro), onde a situação com pontuação

máxima equivale ao “ótimo de manejo” para aquela variável ou

subvariável específica. A construção de cenários claros e objetivos,

com o maior nível de detalhamento possível, é fundamental para a

redução da subjetividade, comum nestes tipos de avaliações. A Tabela

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17 apresenta a lista de âmbitos, e suas respectivas variáveis,

considerados neste estudo.

Tabela 17 – Matriz de Âmbitos, Variáveis e Sub-Variáveis para a avaliação de efetividade de manejo da unidade de conservação.

Âmbitos Variáveis Sub-variáveis

Apoio e participação comunitária

Claridade de jurisdição e atribuições

Coordenação para solução de

problemas

Intercâmbio de informação e recursos

Alcance

Apoio interinstitucional

Estabilidade

Apoio intra-institucional

Incentivos ao bom rendimento

Salários

Capacitação

Político

Recursos humanos

Autoridade dos funcionários

Domínio legal Posse e domínio da terra

Conflitos pela posse

Legislação ambiental Legal

Lei específica de proteção

Quantidade

Nível de instrução

Experiência na função Pessoal

Motivação

Quantidade

Estado de conservação

Localização Infra-estrutura

Funcionalidade

Quantidade

Estado de conservação

Disponibilidade

Administrativo

Equipamentos

Funcionalidade

Existência e atualização

Equipe de elaboração

Nível de implantação

Nível do planejamento

Planejamento Plano de manejo

Zoneamento

Existência e atualização Programas de manejo

(cada um dos programas

necessários) Nível de implantação

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Âmbitos Variáveis Sub-variáveis

Existência e atualização Informação biofísica

Organização e disponibilidade

Existência e atualização Informação cartográfica

Organização e disponibilidade

Existência e atualização Informação sócio-econômica

Organização e disponibilidade

Informação

Monitoramento e

retroalimentação

Compatibilidade com objetivos Usos atuais (cada um dos usos da área)

Manejo do uso

Tamanho

Forma Biogeografia

Conectividade

Outra característica importante na hora de avaliar a gestão de

áreas protegidas é respeitar-se as características específicas de cada

área. Desse modo, é preciso que a matriz de avaliação seja própria

para cada unidade, respeitando o “ótimo de manejo” de cada uma. Ou

seja, não é concebível que se adote como “ótimo” um determinado

cenário padrão, contra o qual todas as áreas serão comparadas.

Mesquita (1999) propõe uma matriz genérica, que foi utilizada neste

estudo, adaptada para cada um dos casos relatados aqui.

No caso da RPPN EVC, para a qual se identificou 69,8% de

efetividade de manejo em estudo realizado em 1999, valor que

corresponde a um manejo classificado como “regular”, foi possível

identificar que os âmbitos “político” e “biogeografia” são os que

necessitam maiores cuidados, com os resultados de 53,8% e apenas

8,3%, respectivamente. A reduzida efetividade de manejo com relação

às características biogeográficas desta RPPN se explica pelo fato de ser

uma área quase que completamente isolada em uma paisagem

transformada, mesmo que seu tamanho seja considerável. No âmbito

político, os problemas, na época da avaliação (Abril de 1999), se

concentravam sobretudo na falta de vínculo com as comunidades

circunvizinhas e no pequeno suporte financeiro e técnico que a

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empresa proprietária oferecia à reserva. Entretanto, cabe ressaltar que

este valor provavelmente seria maior atualmente, pois houve diversas

mudanças nos últimos dois anos, com a adoção de uma

administração mais profissional e maiores investimentos, inclusive

para a construção do Centro de Pesquis e outras melhorias. A Tabela

18 apresenta o resultado obtido na determinação da efetividade de

manejo da RPPN EVC em 1999.

Desta forma propõe-se que esta metodologia seja adotada como

estratégia de monitoramento da qualidade da gestão desta unidade de

conservação, com avaliações periódicas (período não inferior a dois

anos e não superior a cinco anos). O plano de manejo recomenda

ainda que seja feita uma avaliação antes do início de sua implantação.

Esta avaliação terá como objetivos identificar as alterações na

efetividade de manejo desta RPPN de 1999 até o presente momento e

servir como linha de base para o monitoramento da adoção do próprio

plano, estabelecendo o cenário atual de manejo no momento do início

de sua implantação.

Tabela 18 – Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel por âmbitos, em 1999.

Âmbitos RPPN Veracel

Político 53,8%

Legal 100,0% Planejamento 80,0%

Informação 81,3%

Programas de manejo 78,1%

Usos atuais 75,0%

Características biogeográficas 8,3% Administrativo 81,7%

Fonte: Mesquita (1999).

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ANEXOS I

I.1 – Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel

I.2 – Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel

I.3 – Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC

I.4 – Lista de espécies de vertebrados registradas para a Reserva do Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel I.5 – Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel

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ANEXO I.1 – Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies

de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel

Buzzetti, D.R.C (1999). Lista preliminar das aves registradas na RPPN

Estação Vera Cruz - Porto Seguro - BA. Relatório não publicado. Veracel

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Ilhéus.

Cordeiro, P.H. (2003). Inventário de aves em remanescentes florestais de

mata atlântica no sul da Bahia. Lista das espécies observadas. Relatório

não publicado. Em: Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S.,

Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.) Corredor de Biodiversidade da Mata

Atlântica do Sul da Bahia. Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS,

UFMG & UNICAMP. Ilhéus.

Costa, M.M.G.C. (2004). Comparação da microfauna de vertebrados e

artrópodes cursores de serrapilheira em região de Mata Atlântica e

monocultura de eucalipto, no sul da Bahia. Dissertação de Mestrado.

UFBA. Salvador.

Teixeira, D., Porto, M., Lourine, M.L. & Person, V.G. (1995). Vertebrados

ameaçados de extinção na Estação Vera Cruz. Veracel Celulose.

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publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.

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Veracel Celulose. Eunápolis.

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Veracruz.

Gouvêa, E.P. & Sampaio, D.F. (1997). Diagnóstico faunístico. Relatório não

publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.

Gouvêa, E.P. & Sampaio, D.F. (1997). Complementação da caracterização da

fauna da área de influência direta do empreendimento da Veracruz

Florestal Ltda. Relatório não publicado. Universidade da Bahia.

Louzada, J.N.C. Plano de monitoramento da fauna para as áreas da Veracel

Celulose S.A. (versão preliminar). Relatório não publicado. Veracel

Celulose. Eunápolis.

Martuscelli, P. (1999). Programa e monitoramento de aves e mamíferos de

sub-bosque com eucalipto. Veracel Celulose. Eunápolis.

Martuscelli, P. (1999). Levantamento de aves e mamíferos da Estação

Veracruz. Porto Seguro, Bahia. Relatório preliminar. Veracel Celulose.

Eunápolis.

Melo, F.R. (2004). Levantamento de primatas na Reserva Particular do

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publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.

Moura, R.T.. (2003). Distribuição e ocorrência de mamíferos na Mata

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Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.) Corredor de

Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Publicação em CD-

ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP. Ilhéus.

Paglia, A.P. & Santos, G. (2005). Amostragem de mamíferos de médio e

grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação

Veracruz. Relatório Técnico não-publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.

Porto, M. (1994). Vertebrados ameaçados de extinção da Estação Veracruz.

Relatório final. Instituto Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental.

Rio de Janeiro.

Porto, M., Franco, F.L., Marques, O.V. & Sugliano, G.O.S. (1995). Anfíbios

na Estação Veracruz (Porto Seguro-Cabrália, Bahia). Instituto Iguaçu de

Pesquisa e Preservação Ambiental. Relatório técnico não publicado. Rio

de Janeiro.

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Porto, M., Franco, F.L., Marques, O.V. & Sugliano, G.O.S. (1995). Répteis na

Estação Ecológica Veracruz Relatório técnico não publicado. Instituto

Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental. Relatório técnico não

publicado. Rio de Janeiro.

Porto, M. (1996). Caracterização da Estação Veracruz. Relatório. Instituto

Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental. Rio de Janeiro.

Silvano, D.L. & B.V.S. Pimenta. (2003). Diversidade e distribuição de

anfíbios na Mata Atlântica do Sul da Bahia. Em: Prado P.I., Landau

E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.).

2003. Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia.

Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP. Ilhéus.

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ANEXO I.2 – Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel

Espécies e respectivos parâmetros fitossociológiocos (agrupadas em ordem descrescente do índice de valor de importância – IVI). DA (n/ha) = Densidade absoluta em nº. de indivíduos por Hectare, DR (%) = Densidade relativa, DoA (m2/ha) = Dominância absoluta, DoR (%) = Dominância relativa, FA (ui/ut) = Freqüência absoluta (nº. de unidades amostrais da i-ésima espécie divido pelo nº. total de unidades amostrais), FR (%) = Freqüência relativa, VI = Valor de importância.

Espécie DA

(n/ha) DR (%) DoA

(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%

Paypayrola blanchetiana 340 8,0760 0,4412 0,8563 90 3,3028 12,2350 4,0783 Parkia pendula 25 0,5938 4,0478 7,8560 20 0,7339 9,1838 3,0613 Myrtac sp. 2 195 4,6318 0,7498 1,4551 35 1,2844 7,3714 2,4571 N/C 6 5 0,1188 3,0411 5,9022 5 0,1835 6,2044 2,0681 Manilkara sp. 2 60 1,4252 1,6088 3,1223 30 1,1009 5,6484 1,8828 N/C 3 5 0,1188 2,2682 4,4022 5 0,1835 4,7045 1,5682 Ecclinusa ramiflora 55 1,3064 0,9607 1,8645 30 1,1009 4,2718 1,4239 Arapatiella psilophylla 80 1,9002 0,2835 0,5502 45 1,6514 4,1018 1,3673 Euterpe edulis 80 1,9002 0,1603 0,3112 50 1,8349 4,0463 1,3488 Macrolobium latifolium 55 1,3064 0,6717 1,3036 35 1,2844 3,8944 1,2981 Stephanopodium blanchetianum 75 1,7815 0,2208 0,4285 45 1,6514 3,8614 1,2871 Guapira sp. 1 80 1,9002 0,2944 0,5714 35 1,2844 3,7560 1,2520 Chrysophyllum splendens 90 2,1378 0,4346 0,8436 20 0,7339 3,7153 1,2384 Eriotheca macrophylla 30 0,7126 1,0665 2,0699 20 0,7339 3,5165 1,1722 Laurac sp. 1 30 0,7126 1,0331 2,0051 20 0,7339 3,4516 1,1505 Indeterminada 35 5 0,1188 1,6186 3,1414 5 0,1835 3,4436 1,1479 Indeterminada 9 5 0,1188 1,5735 3,0539 5 0,1835 3,3561 1,1187 N/C 28 5 0,1188 1,5389 2,9867 5 0,1835 3,2890 1,0963 Pouteria sp. 3 45 1,0689 0,6986 1,3558 20 0,7339 3,1586 1,0529 N/C 40 5 0,1188 1,4090 2,7346 5 0,1835 3,0369 1,0123 Sloanea sp. 1 20 0,4751 0,9228 1,7910 15 0,5505 2,8165 0,9388 Malvac sp. 1 5 0,1188 1,2759 2,4763 5 0,1835 2,7785 0,9262 Myrtac sp. 5 55 1,3064 0,3253 0,6314 20 0,7339 2,6717 0,8906 Indeterminada 17 5 0,1188 1,0659 2,0688 5 0,1835 2,3711 0,7904 Inga sp. 2 30 0,7126 0,2733 0,5305 30 1,1009 2,3440 0,7813 N/C 46 5 0,1188 1,0375 2,0136 5 0,1835 2,3159 0,7720 Discophora guianensis 45 1,0689 0,0626 0,1214 30 1,1009 2,2912 0,7637 Guapira opposite 50 1,1876 0,0771 0,1496 25 0,9174 2,2547 0,7516 Euphorbiac sp. 3 40 0,9501 0,1199 0,2327 25 0,9174 2,1002 0,7001 Sorocea guilleminiana 35 0,8314 0,0495 0,0960 30 1,1009 2,0283 0,6761 Faramea sp. 1 40 0,9501 0,0815 0,1581 20 0,7339 1,8422 0,6141 N/C 39 5 0,1188 0,7846 1,5229 5 0,1835 1,8251 0,6084 Myrcia acuminatissima 40 0,9501 0,1614 0,3132 15 0,5505 1,8138 0,6046 Sterculia excelsa 25 0,5938 0,2324 0,4511 20 0,7339 1,7789 0,5930 Pouteria sp. 2 15 0,3563 0,4242 0,8234 15 0,5505 1,7301 0,5767 N/C 34 5 0,1188 0,7194 1,3962 5 0,1835 1,6984 0,5661 Inga sp. 4 35 0,8314 0,0639 0,1240 20 0,7339 1,6893 0,5631 Ocotea sp. 2 35 0,8314 0,0414 0,0804 20 0,7339 1,6457 0,5486 Manilkara sp. 1 30 0,7126 0,2770 0,5376 10 0,3670 1,6172 0,5391 N/C 43 5 0,1188 0,6763 1,3126 5 0,1835 1,6149 0,5383 Guarea kunthiana 25 0,5938 0,1244 0,2415 20 0,7339 1,5693 0,5231 Ficus sp. 1 15 0,3563 0,3123 0,6062 15 0,5505 1,5129 0,5043 Ocotea indecora 30 0,7126 0,1248 0,2422 15 0,5505 1,5053 0,5018 Laurac sp. 4 35 0,8314 0,0615 0,1193 15 0,5505 1,5011 0,5004 Heisteria sp. 1 25 0,5938 0,0887 0,1721 20 0,7339 1,4999 0,5000 Mabea piriri 20 0,4751 0,1387 0,2693 20 0,7339 1,4783 0,4928 Indeterminada 10 5 0,1188 0,6034 1,1712 5 0,1835 1,4734 0,4911 N/C 1 5 0,1188 0,5851 1,1356 5 0,1835 1,4378 0,4793 Pouteria sp. 4 30 0,7126 0,0820 0,1591 15 0,5505 1,4221 0,4740 Myrcia sp. 2 25 0,5938 0,2323 0,4508 10 0,3670 1,4116 0,4705 N/C 7 5 0,1188 0,5671 1,1006 5 0,1835 1,4028 0,4676 Psychotria sp. 2 30 0,7126 0,0711 0,1380 15 0,5505 1,4010 0,4670

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189

Espécie DA

(n/ha) DR (%) DoA

(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%

Gomidesia sp. 1 30 0,7126 0,2533 0,4917 5 0,1835 1,3877 0,4626 Simphonia globulifera 30 0,7126 0,0528 0,1025 15 0,5505 1,3656 0,4552 Virola sp. 1 10 0,2375 0,3917 0,7602 10 0,3670 1,3647 0,4549 Eschweilera ovata 20 0,4751 0,0799 0,1551 20 0,7339 1,3641 0,4547 Guatteria sp. 1 20 0,4751 0,0550 0,1067 20 0,7339 1,3157 0,4386 Myrcia sp. 1 30 0,7126 0,1169 0,2268 10 0,3670 1,3064 0,4355 Pouteria sp. 12 30 0,7126 0,1032 0,2003 10 0,3670 1,2798 0,4266 Pouteria sp. 1 25 0,5938 0,0693 0,1346 15 0,5505 1,2789 0,4263 Psychotria sp. 1 25 0,5938 0,0674 0,1308 15 0,5505 1,2751 0,4250 Pouroma sp. 1 20 0,4751 0,0284 0,0551 20 0,7339 1,2641 0,4214 Faramea sp. 2 20 0,4751 0,0273 0,0529 20 0,7339 1,2619 0,4206 Pogonophora schomburgkiana 25 0,5938 0,0460 0,0893 15 0,5505 1,2335 0,4112 Licania sp. 1 20 0,4751 0,1964 0,3812 10 0,3670 1,2233 0,4078 Eriotheca sp. 1 20 0,4751 0,0956 0,1856 15 0,5505 1,2112 0,4037 Kielmeyera sp. 1 15 0,3563 0,2504 0,4859 10 0,3670 1,2092 0,4031 Annonac sp. 1 25 0,5938 0,1231 0,2390 10 0,3670 1,1998 0,3999 Zantoxyllum sp. 1 25 0,5938 0,0267 0,0519 15 0,5505 1,1962 0,3987 N/C 12 5 0,1188 0,4486 0,8707 5 0,1835 1,1730 0,3910 N/C 9 5 0,1188 0,4460 0,8656 5 0,1835 1,1678 0,3893 Pouroma velutina 20 0,4751 0,0733 0,1423 15 0,5505 1,1678 0,3893 Syagrus botryophora 20 0,4751 0,1620 0,3144 10 0,3670 1,1564 0,3855 Inga sp. 3 15 0,3563 0,1137 0,2208 15 0,5505 1,1275 0,3758 Laurac sp. 2 15 0,3563 0,1121 0,2176 15 0,5505 1,1243 0,3748 Inga sp. 5 20 0,4751 0,0402 0,0780 15 0,5505 1,1035 0,3678 N/C 29 5 0,1188 0,4122 0,8001 5 0,1835 1,1023 0,3674 N/C 5 5 0,1188 0,4097 0,7952 5 0,1835 1,0974 0,3658 Balizia pedicellaris 20 0,4751 0,0358 0,0695 15 0,5505 1,0950 0,3650 Euphorbiac sp. 2 20 0,4751 0,0291 0,0566 15 0,5505 1,0821 0,3607 Myrtac sp. 7 25 0,5938 0,0608 0,1181 10 0,3670 1,0789 0,3596 Sloanea guianensis 20 0,4751 0,0266 0,0517 15 0,5505 1,0772 0,3591 Olacac sp. 1 20 0,4751 0,0236 0,0458 15 0,5505 1,0714 0,3571 Trichilia sp. 1 20 0,4751 0,0226 0,0439 15 0,5505 1,0694 0,3565 Pouteria sp. 9 5 0,1188 0,3921 0,7611 5 0,1835 1,0633 0,3544 Fabaceae sp. 1 5 0,1188 0,3798 0,7372 5 0,1835 1,0394 0,3465 Plinia sp. 1 25 0,5938 0,1268 0,2462 5 0,1835 1,0235 0,3412 Protium warmingianum 15 0,3563 0,0590 0,1146 15 0,5505 1,0213 0,3404 N/C 30 5 0,1188 0,3701 0,7183 5 0,1835 1,0206 0,3402 Eugenia sp. 3 20 0,4751 0,1613 0,3130 5 0,1835 0,9716 0,3239 N/C 36 5 0,1188 0,3371 0,6543 5 0,1835 0,9566 0,3189 Euphorbiac sp. 1 15 0,3563 0,0143 0,0277 15 0,5505 0,9345 0,3115 Guatteria sp. 2 15 0,3563 0,0142 0,0275 15 0,5505 0,9343 0,3114 Himatanthus sp. 1 15 0,3563 0,0131 0,0255 15 0,5505 0,9322 0,3107 Pterocarpus sp. 1 25 0,5938 0,0743 0,1441 5 0,1835 0,9214 0,3071 Fabac sp. 1 15 0,3563 0,1929 0,3743 5 0,1835 0,9141 0,3047 Myrtac sp. 1 25 0,5938 0,0690 0,1340 5 0,1835 0,9113 0,3038 Ocotea sp. 1 20 0,4751 0,0247 0,0480 10 0,3670 0,8900 0,2967 Nectandra sp. 1 25 0,5938 0,0552 0,1071 5 0,1835 0,8844 0,2948 Sccheflera morototoni 10 0,2375 0,1386 0,2690 10 0,3670 0,8735 0,2912 Indeterminada 36 5 0,1188 0,2905 0,5639 5 0,1835 0,8661 0,2887 N/C 37 5 0,1188 0,2905 0,5639 5 0,1835 0,8661 0,2887 N/C 44 5 0,1188 0,2716 0,5272 5 0,1835 0,8294 0,2765 N/C 4 5 0,1188 0,2655 0,5152 5 0,1835 0,8175 0,2725 N/C 35 5 0,1188 0,2634 0,5113 5 0,1835 0,8135 0,2712 Garcinia sp. 1 15 0,3563 0,0431 0,0836 10 0,3670 0,8068 0,2689 Qualea 15 0,3563 0,0294 0,0571 10 0,3670 0,7803 0,2601 Indeterminada 20 5 0,1188 0,2435 0,4725 5 0,1835 0,7748 0,2583 Aspidosperma discolor 10 0,2375 0,0875 0,1698 10 0,3670 0,7743 0,2581 Rubiac sp. 1 15 0,3563 0,0233 0,0452 10 0,3670 0,7684 0,2561 Buchenavia sp. 1 15 0,3563 0,0195 0,0378 10 0,3670 0,7610 0,2537 Plinia callosa 20 0,4751 0,0528 0,1024 5 0,1835 0,7610 0,2537 Lacistema robustum 10 0,2375 0,0765 0,1484 10 0,3670 0,7529 0,2510 N/C 15 5 0,1188 0,2319 0,4500 5 0,1835 0,7523 0,2508 Bauhinia sp. 1 15 0,3563 0,0131 0,0254 10 0,3670 0,7487 0,2496 Inga sp. 1 15 0,3563 0,0127 0,0247 10 0,3670 0,7480 0,2493 N/C 32 5 0,1188 0,2281 0,4427 5 0,1835 0,7449 0,2483 N/C 41 5 0,1188 0,2262 0,4390 5 0,1835 0,7413 0,2471 Copaifera sp. 1 15 0,3563 0,0089 0,0172 10 0,3670 0,7405 0,2468 Indeterminada 57 5 0,1188 0,2206 0,4281 5 0,1835 0,7303 0,2434 N/C 42 5 0,1188 0,2095 0,4067 5 0,1835 0,7089 0,2363

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190

Espécie DA

(n/ha) DR (%) DoA

(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%

Randia armata 10 0,2375 0,0527 0,1023 10 0,3670 0,7068 0,2356 Diploon cuspidatum 10 0,2375 0,0496 0,0963 10 0,3670 0,7008 0,2336 Indeterminada 23 5 0,1188 0,2041 0,3962 5 0,1835 0,6985 0,2328 Indeterminada 2 5 0,1188 0,1988 0,3858 5 0,1835 0,6881 0,2294 Indeterminada 66 5 0,1188 0,1988 0,3858 5 0,1835 0,6881 0,2294 N/C 19 5 0,1188 0,1970 0,3824 5 0,1835 0,6847 0,2282 N/C 20 5 0,1188 0,1935 0,3756 5 0,1835 0,6779 0,2260 Sapotac sp. 3 5 0,1188 0,1901 0,3689 5 0,1835 0,6711 0,2237 Tapirira guianensis 10 0,2375 0,0324 0,0629 10 0,3670 0,6674 0,2225 Indeterminada 71 5 0,1188 0,1849 0,3589 5 0,1835 0,6611 0,2204 Jacaratia heptaphylla 10 0,2375 0,0286 0,0556 10 0,3670 0,6601 0,2200 Inga sp. 6 10 0,2375 0,0273 0,0530 10 0,3670 0,6575 0,2192 Vochysia sp. 1 10 0,2375 0,0263 0,0511 10 0,3670 0,6556 0,2185 N/C 21 5 0,1188 0,1815 0,3523 5 0,1835 0,6546 0,2182 Brosimum sp. 1 10 0,2375 0,0235 0,0456 10 0,3670 0,6501 0,2167 Pouteria sp. 5 10 0,2375 0,0223 0,0433 10 0,3670 0,6478 0,2159 Cecropia sp. 1 10 0,2375 0,0214 0,0415 10 0,3670 0,6460 0,2153 Swartzia simplex 10 0,2375 0,0187 0,0364 10 0,3670 0,6409 0,2136 Miconia sp. 1 10 0,2375 0,0181 0,0351 10 0,3670 0,6396 0,2132 Pausandra morisiana 10 0,2375 0,0159 0,0308 10 0,3670 0,6353 0,2118 Rubiac sp. 2 10 0,2375 0,0158 0,0306 10 0,3670 0,6351 0,2117 Sorocea hilarii 10 0,2375 0,0132 0,0256 10 0,3670 0,6301 0,2100 Licania sp. 2 10 0,2375 0,0113 0,0220 10 0,3670 0,6265 0,2088 Rudgea sp. 1 10 0,2375 0,0105 0,0203 10 0,3670 0,6248 0,2083 Celastrac sp. 2 10 0,2375 0,0099 0,0193 10 0,3670 0,6238 0,2079 Coussarea contracta 10 0,2375 0,0079 0,0153 10 0,3670 0,6198 0,2066 Henriettea succosa 10 0,2375 0,0078 0,0152 10 0,3670 0,6197 0,2066 N/C 27 5 0,1188 0,1509 0,2928 5 0,1835 0,5950 0,1983 Alseis floribunda 15 0,3563 0,0242 0,0469 5 0,1835 0,5867 0,1956 Guapira laxiflora 15 0,3563 0,0113 0,0218 5 0,1835 0,5616 0,1872 Indeterminada 27 5 0,1188 0,1330 0,2580 5 0,1835 0,5603 0,1868 Laurac sp. 7 15 0,3563 0,0096 0,0186 5 0,1835 0,5584 0,1861 N/C 14 5 0,1188 0,1301 0,2525 5 0,1835 0,5547 0,1849 N/C 26 5 0,1188 0,1258 0,2442 5 0,1835 0,5465 0,1822 N/C 33 5 0,1188 0,1244 0,2415 5 0,1835 0,5437 0,1812 Pouroma mollis 10 0,2375 0,0603 0,1171 5 0,1835 0,5381 0,1794 Indeterminada 24 5 0,1188 0,1043 0,2025 5 0,1835 0,5047 0,1682 Tibouchina sp. 1 10 0,2375 0,0414 0,0803 5 0,1835 0,5013 0,1671 Sebastiania sp. 1 10 0,2375 0,0407 0,0789 5 0,1835 0,5000 0,1667 Indeterminada 65 5 0,1188 0,0907 0,1761 5 0,1835 0,4783 0,1594 Indeterminada 14 5 0,1188 0,0895 0,1738 5 0,1835 0,4760 0,1587 N/C 24 5 0,1188 0,0837 0,1625 5 0,1835 0,4647 0,1549 N/C 25 5 0,1188 0,0837 0,1625 5 0,1835 0,4647 0,1549 Mendoncia sp. 1 5 0,1188 0,0792 0,1537 5 0,1835 0,4559 0,1520 N/C 45 5 0,1188 0,0759 0,1473 5 0,1835 0,4495 0,1498 Indeterminada 18 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 N/C 16 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 N/C 18 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 Rubiac sp. 3 10 0,2375 0,0133 0,0258 5 0,1835 0,4468 0,1489 Pithecellobium sp. 1 10 0,2375 0,0111 0,0215 5 0,1835 0,4425 0,1475 Eugenia sp. 4 10 0,2375 0,0088 0,0171 5 0,1835 0,4381 0,1460 Rinorea guianensis 10 0,2375 0,0083 0,0162 5 0,1835 0,4372 0,1457 Indeterminada 38 5 0,1188 0,0695 0,1348 5 0,1835 0,4371 0,1457 Talisia sp. 1 10 0,2375 0,0062 0,0120 5 0,1835 0,4330 0,1443 N/C 48 5 0,1188 0,0664 0,1288 5 0,1835 0,4311 0,1437 Indeterminada 70 5 0,1188 0,0594 0,1153 5 0,1835 0,4176 0,1392 Indeterminada 78 5 0,1188 0,0575 0,1116 5 0,1835 0,4138 0,1379 N/C 23 5 0,1188 0,0556 0,1079 5 0,1835 0,4102 0,1367 Indeterminada 34 5 0,1188 0,0547 0,1061 5 0,1835 0,4084 0,1361 Indeterminada 4 5 0,1188 0,0538 0,1043 5 0,1835 0,4066 0,1355 N/C 31 5 0,1188 0,0519 0,1008 5 0,1835 0,4030 0,1343 N/C 17 5 0,1188 0,0510 0,0991 5 0,1835 0,4013 0,1338 Indeterminada 11 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 N/C 22 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 Sapotac sp. 4 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 N/C 11 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 N/C 2 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 Sapotac sp. 2 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 N/C 8 5 0,1188 0,0393 0,0762 5 0,1835 0,3785 0,1262

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191

Espécie DA

(n/ha) DR (%) DoA

(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%

Myrtac sp. 6 5 0,1188 0,0385 0,0747 5 0,1835 0,3770 0,1257 Xylopia sp. 1 5 0,1188 0,0377 0,0732 5 0,1835 0,3754 0,1251 Indeterminada 22 5 0,1188 0,0347 0,0673 5 0,1835 0,3696 0,1232 Indeterminada 30 5 0,1188 0,0347 0,0673 5 0,1835 0,3696 0,1232 N/C 10 5 0,1188 0,0340 0,0659 5 0,1835 0,3682 0,1227 Euphorbiac sp. 4 5 0,1188 0,0318 0,0617 5 0,1835 0,3640 0,1213 N/C 38 5 0,1188 0,0304 0,0590 5 0,1835 0,3613 0,1204 Apeiba tibourbon 5 0,1188 0,0297 0,0577 5 0,1835 0,3599 0,1200 Indeterminada 52 5 0,1188 0,0297 0,0577 5 0,1835 0,3599 0,1200 Indeterminada 26 5 0,1188 0,0290 0,0564 5 0,1835 0,3586 0,1195 Indeterminada 37 5 0,1188 0,0290 0,0564 5 0,1835 0,3586 0,1195 Annonac sp. 2 5 0,1188 0,0284 0,0551 5 0,1835 0,3573 0,1191 Indeterminada 28 5 0,1188 0,0277 0,0538 5 0,1835 0,3560 0,1187 Gomidesia sp. 2 5 0,1188 0,0245 0,0476 5 0,1835 0,3498 0,1166 Indeterminada 74 5 0,1188 0,0239 0,0464 5 0,1835 0,3486 0,1162 Indeterminada 79 5 0,1188 0,0227 0,0440 5 0,1835 0,3463 0,1154 Eugenia sp. 1 5 0,1188 0,0221 0,0429 5 0,1835 0,3451 0,1150 Fabac sp. 3 5 0,1188 0,0215 0,0417 5 0,1835 0,3440 0,1147 N/C 47 5 0,1188 0,0215 0,0417 5 0,1835 0,3440 0,1147 N/C 13 5 0,1188 0,0209 0,0406 5 0,1835 0,3429 0,1143 Pouteria sp. 7 5 0,1188 0,0204 0,0395 5 0,1835 0,3418 0,1139 Pouteria sp. 10 5 0,1188 0,0198 0,0384 5 0,1835 0,3407 0,1136 Indeterminada 39 5 0,1188 0,0192 0,0373 5 0,1835 0,3396 0,1132 Indeterminada 44 5 0,1188 0,0187 0,0363 5 0,1835 0,3385 0,1128 Pouteria sp. 6 5 0,1188 0,0176 0,0342 5 0,1835 0,3365 0,1122 Indeterminada 60 5 0,1188 0,0161 0,0312 5 0,1835 0,3335 0,1112 Pouteria sp. 11 5 0,1188 0,0156 0,0303 5 0,1835 0,3325 0,1108 Indeterminada 49 5 0,1188 0,0151 0,0293 5 0,1835 0,3315 0,1105 Alchornea sp. 1 5 0,1188 0,0146 0,0284 5 0,1835 0,3306 0,1102 Laurac sp. 5 5 0,1188 0,0137 0,0265 5 0,1835 0,3288 0,1096 Sapotac sp. 5 5 0,1188 0,0137 0,0265 5 0,1835 0,3288 0,1096 Exostyles sp. 1 5 0,1188 0,0132 0,0256 5 0,1835 0,3279 0,1093 Indeterminada 50 5 0,1188 0,0128 0,0248 5 0,1835 0,3270 0,1090 Indeterminada 72 5 0,1188 0,0128 0,0248 5 0,1835 0,3270 0,1090 Cordia sp. 1 5 0,1188 0,0123 0,0239 5 0,1835 0,3262 0,1087 Indeterminada 81 5 0,1188 0,0119 0,0231 5 0,1835 0,3253 0,1084 Euphorbiac sp. 6 5 0,1188 0,0115 0,0222 5 0,1835 0,3245 0,1082 Ocotea sp. 3 5 0,1188 0,0115 0,0222 5 0,1835 0,3245 0,1082 Indeterminada 42 5 0,1188 0,0110 0,0214 5 0,1835 0,3237 0,1079 Indeterminada 7 5 0,1188 0,0106 0,0206 5 0,1835 0,3229 0,1076 Laurac sp. 3 5 0,1188 0,0106 0,0206 5 0,1835 0,3229 0,1076 Indeterminada 59 5 0,1188 0,0098 0,0191 5 0,1835 0,3213 0,1071 Mollinedia sp. 1 5 0,1188 0,0098 0,0191 5 0,1835 0,3213 0,1071 Indeterminada 76 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Indeterminada 8 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Trichilia sp. 2 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Indeterminada 58 5 0,1188 0,0090 0,0176 5 0,1835 0,3198 0,1066 Sapotac sp. 1 5 0,1188 0,0090 0,0176 5 0,1835 0,3198 0,1066 Indeterminada 19 5 0,1188 0,0087 0,0168 5 0,1835 0,3191 0,1064 Margaritaria sp. 1 5 0,1188 0,0087 0,0168 5 0,1835 0,3191 0,1064 Euphorbiac sp. 7 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Fabac sp. 2 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Indeterminada 45 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Indeterminada 46 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Myrtac sp. 3 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Eschweilera sp. 1 5 0,1188 0,0076 0,0148 5 0,1835 0,3170 0,1057 Indeterminada 5 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Manilkara sp. 3 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Pouteria sp. 8 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Guarea sp. 1 5 0,1188 0,0066 0,0128 5 0,1835 0,3151 0,1050 Indeterminada 3 5 0,1188 0,0066 0,0128 5 0,1835 0,3151 0,1050 Indeterminada 64 5 0,1188 0,0060 0,0116 5 0,1835 0,3138 0,1046 Indeterminada 67 5 0,1188 0,0060 0,0116 5 0,1835 0,3138 0,1046 Indeterminada 31 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Indeterminada 51 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Indeterminada 75 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Rauwolfia bahiensis 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Cordia sp. 2 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Indeterminada 16 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042

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Espécie DA

(n/ha) DR (%) DoA

(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%

Indeterminada 69 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Plinia sp. 2 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Eugenia sp. 2 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Euphorbiac sp. 5 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Indeterminada 33 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Indeterminada 62 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Eriotheca sp. 2 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Indeterminada 25 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Myrtac sp. 4 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Celastrac sp. 1 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Coccoloba sp. 1 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 80 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 83 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Margaritaria sp. 2 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 1 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 13 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 43 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 47 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 48 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 68 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Ocotea sp. 4 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Plinia sp. 3 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 6 5 0,1188 0,0040 0,0078 5 0,1835 0,3101 0,1034 Peutogyne sp. 1 5 0,1188 0,0040 0,0078 5 0,1835 0,3101 0,1034 Apocynac sp. 1 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Chionanthus sp. 1 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 41 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 54 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 21 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Indeterminada 40 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Laurac sp. 6 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Indeterminada 29 5 0,1188 0,0033 0,0064 5 0,1835 0,3087 0,1029 Indeterminada 12 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Indeterminada 55 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Indeterminada 61 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Daphnopsis sp. 1 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 15 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 63 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 73 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 77 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Siparuna guianensis 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Brunfelsia sp. 1 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Flacourtiaceae sp. 1 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Indeterminada 53 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Indeterminada 56 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Indeterminada 82 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Licania sp. 3 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Olacac sp. 2 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023

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193

ANEXO I.3 – Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC.

Herbário Coleto

r principal Número

de coleta Família Gênero

1068

65

Amori

m, A. M. A.

4403 EUPHORBIACEA

E

1068

66

Amori

m, A. M. A.

4404 BROMELIACEAE Aechmea

1123

48

Amori

m, A. M.

6102 RUBIACEAE

1123

49

Amori

m, A. M.

6103 SMILACACEAE Smilax

1123

50

Amori

m, A. M.

6104 BORAGINACEAE Cordia

1123

51

Amori

m, A. M.

6105 ANNONACEAE Anaxagor

ea

1123

52

Amori

m, A. M.

6106 MELIACEAE

1123

53

Amori

m, A. M.

6107 MELASTOMATAC

EAE

Leandra

1123

54

Amori

m, A. M.

6108 HIPPOCRATEACE

AE

1123

55

Amori

m, A. M.

6109 CYPERACEAE

1123

56

Amori

m, A. M.

6110 OCHNACEAE Ouratea

1123

57

Amori

m, A. M.

6111 FABACEAE Bauhinia

1123

58

Amori

m, A. M.

6112 MYRTACEAE

1123

59

Amori

m, A. M.

6113 MELASTOMATAC

EAE

1123

60

Amori

m, A. M.

6114 PASSIFLORACEA

E

Passiflora

1123

61

Amori

m, A. M.

6115 MELASTOMATAC

EAE

1123

62

Amori

m, A. M.

6116 SCHIZAEACEAE Anemia

1123

63

Amori

m, A. M.

6117 BORAGINACEAE Cordia

1123

64

Amori

m, A. M.

6118 MALPIGHIACEAE

1123

65

Amori

m, A. M.

6119 FLACOURTIACEA

E

Casearia

1123

66

Amori

m, A. M.

6120 CYATHEACEAE

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194

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1123

67

Amori

m, A. M.

6121 ARALIACEAE

1123

68

Amori

m, A. M.

6122 MALPIGHIACEAE Heteropter

ys

1123

69

Amori

m, A. M.

6123 PIPERACEAE

1123

70

Amori

m, A. M.

6124 ARECACEAE

1123

71

Amori

m, A. M.

6125 EUPHORBIACEA

E

1123

72

Amori

m, A. M.

6126 FABACEAE

1123

73

Amori

m, A. M.

6127 EUPHORBIACEA

E

1123

74

Amori

m, A. M.

6128 DIOSCOREACEA

E

1123

75

Amori

m, A. M.

6129 FLACOURTIACEA

E

Casearia

1123

76

Amori

m, A. M.

6130 RUBIACEAE

1123

77

Amori

m, A. M.

6131 MELASTOMATAC

EAE

Miconia

1123

78

Amori

m, A. M.

6132 BORAGINACEAE Tournefort

ia

1123

79

Amori

m, A. M.

6133 SOLANACEAE

1123

80

Amori

m, A. M.

6134 APOCYNACEAE

1123

81

Amori

m, A. M.

6135 SOLANACEAE

1123

82

Amori

m, A. M.

6136

1123

83

Lopes,

M. M. M.

837

1123

84

Lopes,

M. M. M.

838 MELASTOMATAC

EAE

1123

85

Lopes,

M. M. M.

839 RUBIACEAE

1123

86

Lopes,

M. M. M.

840 ASTERACEAE

1123

87

Lopes,

M. M. M.

841 ACANTHACEAE

1123

88

Lopes,

M. M. M.

842 RUBIACEAE Chiococca

1123

89

Lopes,

M. M. M.

843 MELASTOMATAC

EAE

Miconia

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195

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1123

90

Lopes,

M. M. M.

844 FABACEAE Bauhinia

1123

91

Lopes,

M. M. M.

845 DILLENIACEAE Davilla

1123

92

Lopes,

M. M. M.

846 ASTERACEAE Baccharis

1123

93

Lopes,

M. M. M.

847 POLYGONACEAE Coccoloba

1123

94

Lopes,

M. M. M.

848 LORANTHACEAE

1123

95

Lopes,

M. M. M.

849 MELASTOMATAC

EAE

1123

96

Lopes,

M. M. M.

850 MELASTOMATAC

EAE

1123

97

Lopes,

M. M. M.

851 LECYTHIDACEAE Eschweile

ra

1123

98

Lopes,

M. M. M.

852 MELASTOMATAC

EAE

1123

99

Lopes,

M. M. M.

853 SIMAROUBACEA

E

Simaba

1124

00

Lopes,

M. M. M.

854 MALPIGHIACEAE Byrsonim

a

1124

01

Lopes,

M. M. M.

855 BIGNONIACEAE Pleonotom

a

1124

02

Lopes,

M. M. M.

856 BIGNONIACEAE Lundia

1124

03

Lopes,

M. M. M.

857 BIGNONIACEAE

1124

04

Lopes,

M. M. M.

858 APOCYNACEAE Himatant

hus

1124

05

Lopes,

M. M. M.

859 MELASTOMATAC

EAE

1124

06

Lopes,

M. M. M.

860 EUPHORBIACEA

E

Sebastiani

a

1124

07

Lopes,

M. M. M.

861 POLYGALACEAE Bredemey

era

1124

08

Lopes,

M. M. M.

862 FABACEAE

1124

09

Lopes,

M. M. M.

863 SOLANACEAE

1124

10

Lopes,

M. M. M.

864 SMILACACEAE Smilax

1124

11

Lopes,

M. M. M.

865 LAURACEAE

1124

12

Lopes,

M. M. M.

866 DILLENIACEAE

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196

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1124

13

Lopes,

M. M. M.

867 CLUSIACEAE Vismia

1124

14

Lopes,

M. M. M.

868 LORANTHACEAE

1124

15

Lopes,

M. M. M.

869 MELASTOMATAC

EAE

1124

16

Lopes,

M. M. M.

870 RUBIACEAE Psychotria

1124

17

Lopes,

M. M. M.

871 MYRTACEAE

1124

18

Lopes,

M. M. M.

872 SALICACEAE

1124

19

Lopes,

M. M. M.

873 ANNONACEAE

1124

20

Lopes,

M. M. M.

874 SAPINDACEAE

1124

21

Lopes,

M. M. M.

875

1124

22

Lopes,

M. M. M.

876 MYRTACEAE

1124

23

Lopes,

M. M. M.

877 NYCTAGINACEAE

1124

24

Lopes,

M. M. M.

878 SCROPHULARIAC

EAE

1124

25

Lopes,

M. M. M.

879 LENTIBULARIAC

EAE

Utricularia

1124

26

Lopes,

M. M. M.

880 BROMELIACEAE

1124

27

Lopes,

M. M. M.

881 MYRTACEAE

1124

28

Lopes,

M. M. M.

882 HUMIRIACEAE Humiria

1124

29

Lopes,

M. M. M.

883 RUBIACEAE

1124

30

Lopes,

M. M. M.

884 FABACEAE Swartzia

1124

31

Lopes,

M. M. M.

885

1124

32

Lopes,

M. M. M.

886 FABACEAE Bauhinia

1124

33

Lopes,

M. M. M.

887 MELASTOMATAC

EAE

1124

34

Lopes,

M. M. M.

888 AQUIFOLIACEAE Ilex

1124

35

Lopes,

M. M. M.

889 ACANTHACEAE

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197

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1124

36

Lopes,

M. M. M.

890 DILLENIACEAE Davilla

1124

37

Lopes,

M. M. M.

891 MELASTOMATAC

EAE

1124

38

Lopes,

M. M. M.

892 DILLENIACEAE Doliocarpu

s

1124

39

Lopes,

M. M. M.

893 MYRTACEAE

1124

40

Lopes,

M. M. M.

894 CLUSIACEAE

1124

41

Lopes,

M. M. M.

895 CLUSIACEAE Clusia

1124

42

Lopes,

M. M. M.

896

1124

43

Lopes,

M. M. M.

897 RUBIACEAE

1124

44

Lopes,

M. M. M.

898 LYTHRACEAE

1124

45

Lopes,

M. M. M.

899

1124

46

Lopes,

M. M. M.

900 RUBIACEAE

1124

47

Lopes,

M. M. M.

901 RUBIACEAE Denscanti

a

1124

48

Lopes,

M. M. M.

902 ORCHIDACEAE

1124

49

Lopes,

M. M. M.

903 MYRTACEAE

1124

50

Lopes,

M. M. M.

904 FABACEAE

1124

51

Lopes,

M. M. M.

905

1124

52

Lopes,

M. M. M.

906 XYRIDACEAE Xyris

1124

53

Lopes,

M. M. M.

907 MALVACEAE

1124

54

Lopes,

M. M. M.

908 ARALIACEAE Schefflera

1124

55

Lopes,

M. M. M.

909 VERBENACEAE

1124

56

Lopes,

M. M. M.

910 FABACEAE

1124

57

Lopes,

M. M. M.

911 FABACEAE

1124

58

Lopes,

M. M. M.

912 MYRTACEAE

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198

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1124

59

Lopes,

M. M. M.

913 BIGNONIACEAE Lundia

1124

60

Lopes,

M. M. M.

914 BROMELIACEAE

1124

61

Lopes,

M. M. M.

915 BROMELIACEAE Guzmania

1124

62

Lopes,

M. M. M.

916 RUBIACEAE

1124

63

Lopes,

M. M. M.

917 MELASTOMATAC

EAE

Bertolonia

1124

64

Lopes,

M. M. M.

918 SAPOTACEAE

1124

65

Lopes,

M. M. M.

919 RUBIACEAE

1124

66

Lopes,

M. M. M.

920 MYRTACEAE

1124

67

Lopes,

M. M. M.

921 ICACINACEAE Discophor

a

1124

68

Lopes,

M. M. M.

922 CLUSIACEAE Vismia

1124

69

Lopes,

M. M. M.

923 LORANTHACEAE

1124

70

Lopes,

M. M. M.

924 APOCYNACEAE

1124

71

Lopes,

M. M. M.

925 TRIGONIACEAE

1124

72

Lopes,

M. M. M.

926 SAPINDACEAE Serjania

1124

73

Lopes,

M. M. M.

927 ANNONACEAE Guatteria

1124

74

Lopes,

M. M. M.

928 BIGNONIACEAE

1124

75

Lopes,

M. M. M.

929 FABACEAE

1124

76

Lopes,

M. M. M.

930 MELASTOMATAC

EAE

1124

77

Lopes,

M. M. M.

931 RUBIACEAE Denscanti

a

1124

78

Lopes,

M. M. M.

932 PASSIFLORACEA

E

Passiflora

1124

79

Lopes,

M. M. M.

933 DILLENIACEAE Davilla

1124

80

Lopes,

M. M. M.

934 BROMELIACEAE Aechmea

1124

81

Lopes,

M. M. M.

935 MELASTOMATAC

EAE

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199

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1124

82

Lopes,

M. M. M.

936 SAPINDACEAE

1124

83

Lopes,

M. M. M.

937 APOCYNACEAE Peltastes

1124

84

Lopes,

M. M. M.

938 DILLENIACEAE Davilla

1124

85

Lopes,

M. M. M.

939 MALVACEAE

1124

86

Lopes,

M. M. M.

940 TILIACEAE Apeiba

1124

87

Lopes,

M. M. M.

941 MORACEAE Ficus

1124

88

Lopes,

M. M. M.

942 POACEAE

1124

89

Lopes,

M. M. M.

943 FABACEAE Inga

1124

90

Lopes,

M. M. M.

944

1124

91

Lopes,

M. M. M.

945 CHRYSOBALANA

CEAE

Hirtella

1124

92

Lopes,

M. M. M.

946 MYRTACEAE

1124

93

Lopes,

M. M. M.

947 MYRSINACEAE

1141

93

Sant'A

na, S. C. de

1291 EUPHORBIACEA

E

1141

94

Sant'A

na, S. C. de

1292 MALPIGHIACEAE

1141

95

Sant'A

na, S. C. de

1293 MALPIGHIACEAE

1145

37

Amori

m, A. M.

6417 FABACEAE Arapatiell

a

1145

38

Amori

m, A. M.

6418 MARANTACEAE

1145

39

Amori

m, A. M.

6419 POLYGALACEAE Polygala

1145

40

Amori

m, A. M.

6420 BOMBACACEAE

1145

41

Amori

m, A. M.

6421 ANNONACEAE

1145

42

Amori

m, A. M.

6422 VITACEAE Cissus

1145

43

Amori

m, A. M.

6423 FABACEAE Bauhinia

1145

44

Amori

m, A. M.

6424 ORCHIDACEAE

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200

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1145

45

Amori

m, A. M.

6425 EUPHORBIACEA

E

1145

46

Amori

m, A. M.

6426 POACEAE

1145

47

Amori

m, A. M.

6427 SAPOTACEAE

1145

48

Amori

m, A. M.

6428 DILLENIACEAE Davilla

1145

49

Amori

m, A. M.

6429 ASTERACEAE

1145

50

Amori

m, A. M.

6430 RUBIACEAE

1145

51

Amori

m, A. M.

6431 PIPERACEAE Piper

1145

52

Amori

m, A. M.

6432 ANNONACEAE

1145

53

Amori

m, A. M.

6433 RUBIACEAE

1145

54

Amori

m, A. M.

6434 COMMELINACEA

E

Dichorisa

ndra

1145

55

Amori

m, A. M.

6435 EUPHORBIACEA

E

1145

56

Amori

m, A. M.

6436 MYRTACEAE

1145

57

Amori

m, A. M.

6437 VIOLACEAE Paypayrol

a

1145

58

Amori

m, A. M.

6438 CYCLANTHACEA

E

Evodianth

us

1145

59

Amori

m, A. M.

6439 LAURACEAE

1145

60

Amori

m, A. M.

6440 POACEAE

1145

61

Amori

m, A. M.

6441 LAURACEAE

1145

62

Amori

m, A. M.

6442 RUBIACEAE

1145

63

Amori

m, A. M.

6443 IRIDACEAE

1145

64

Amori

m, A. M.

6444 GRAMMITIDACEA

E

1145

65

Amori

m, A. M.

6445 MELIACEAE

1145

66

Amori

m, A. M.

6446 POACEAE

1145

67

Amori

m, A. M.

6447 OXALIDACEAE Oxalis

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201

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1145

68

Amori

m, A. M.

6448 HIPPOCRATEACE

AE

1145

69

Amori

m, A. M.

6449 MELIACEAE

1145

70

Amori

m, A. M.

6450 ARECACEAE

1145

71

Amori

m, A. M.

6451 CLUSIACEAE

1145

72

Amori

m, A. M.

6452 RUBIACEAE

1145

73

Amori

m, A. M.

6453 DILLENIACEAE Davilla

1145

74

Amori

m, A. M.

6454 SOLANACEAE

1145

75

Amori

m, A. M.

6455 MYRTACEAE

1145

76

Amori

m, A. M.

6456 MELIACEAE

1145

77

Amori

m, A. M.

6457 SAPOTACEAE

1145

78

Amori

m, A. M.

6458 LAURACEAE

1145

79

Amori

m, A. M.

6459 NYCTAGINACEAE

1145

80

Amori

m, A. M.

6460 RUBIACEAE

1145

81

Amori

m, A. M.

6461 CHRYSOBALANA

CEAE

1145

82

Amori

m, A. M.

6462 CHRYSOBALANA

CEAE

1145

83

Amori

m, A. M.

6463 CLUSIACEAE

1145

84

Amori

m, A. M.

6464 MARANTACEAE

1145

85

Amori

m, A. M.

6465 ASTERACEAE

1145

86

Amori

m, A. M.

6466 MARANTACEAE

1145

87

Amori

m, A. M.

6467 MIMOSACEAE Parkia

1145

88

Amori

m, A. M.

6468 EUPHORBIACEA

E

1145

89

Amori

m, A. M.

6469 BIGNONIACEAE

1145

90

Amori

m, A. M.

6470

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202

Nº Herbário

Coletor principal

Número de coleta

Família Gênero

1145

91

Amori

m, A. M.

6471 MYRTACEAE

1145

92

Amori

m, A. M.

6472 SAPINDACEAE

1145

93

Amori

m, A. M.

6473 MIMOSACEAE Inga

1145

94

Amori

m, A. M.

6474 SAPINDACEAE

1145

95

Amori

m, A. M.

6475 BIGNONIACEAE Jacarand

a

1145

96

Amori

m, A. M.

6476 SMILACACEAE Smilax

1145

97

Amori

m, A. M.

6477 ORCHIDACEAE

1145

98

Amori

m, A. M.

6478 APOCYNACEAE

1145

99

Amori

m, A. M.

6479 BIGNONIACEAE

1146

00

Amori

m, A. M.

6480 OCHNACEAE Ouratea

1146

01

Amori

m, A. M.

6481 CLUSIACEAE Vismia

1146

02

Amori

m, A. M.

6482 MELASTOMATAC

EAE

Miconia

1146

03

Amori

m, A. M.

6483 RUTACEAE

1146

04

Amori

m, A. M.

6484 GENTIANACEAE Voyria

1146

05

Amori

m, A. M.

6485 GENTIANACEAE Voyria

1146

06

Amori

m, A. M.

6486 GENTIANACEAE Voyria

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203

ANEXO I.4 – Lista de espécies de vertebrados registradas para a RPPN Estação Veracel

As espécies Cebus nigritus robustus, Cebus robustus, Cebus apella e

Cebus apella robustus foram agrupadas, no diagnóstico da fauna, em Cebus

robustus seguindo Silva Jr. (2001 apud Melo, 2004). Os primatas Callicebus

personatus, Callithrix kuhlii e Callitrix penicilata foram excluídos da lista de

espécies da RPPN EVC. A distribuição destas espécies não inclui a região

(Hirsch, 2003; Roosmalen et al., 2002), sendo pouco provável sua ocorrência

na RPPN EVC,, porém existem registros de introduções de outras espécies de

primayas calitriquídeos na região, havendo a possibilidade da existência de

híbridos ou de espécies não originais na área (Moura, 2003; P. Gouveia com.

pes.).

O cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e a raposinha-do-

campo (Pseudalopex vetulus) também foram excluídos. A primeira espécie é

muito rara e o registro pode ser fruto do engano entre as pegadas do cão

doméstico e do cachorro-vinagre (Zuercher et al., 2004), e a segunda é típica

do Cerrado que pode estar ampliando sua distribuição devido ao

desmatamento (Moura 2003), porém a autora recomenda estudos mais

aprofundados para confirmar a presença desta espécie.

Existe um registro para o tatu-canastra (Priodontes maximus) na

RPPN EVC e é pouco plausível a ocorrência atual desta espécie na área

(Prado et al., 2003). Importante registrar que em novembro de 2006 um

morador local afirmou que esta espécie ocorria na região e atualmente se

encontra extinta (C. Gatto com. pes.).

Três espécies incluídas no diagnóstico necessitam ser confirmadas na

EVC, a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) o tamandua-bandeira

(Myrmecopahga tridactyla) e a onça-pintada (Panthera onca). As espécies de

vertebrados da RPPN Estação Veracel estão listadas abaixo. O número de

registros ser refere a quantidade de fontes que citaram a espécie.

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204

Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Amphibia Anura Bufonidae Bufo aff. Crucifer 1 Amphibia Anura Bufonidae Bufo aff. typhonius 1 Amphibia Anura Bufonidae Bufo crucifer 5 Amphibia Anura Bufonidae Bufo gr. margaritifer 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo granulosus 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo margaritifer 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo paracnemis 1 Amphibia Anura Dendrobatidae Aparasphenodon brunoi 1 Amphibia Anura Dendrobatidae Colostethus capixaba 2 Amphibia Anura Dendrobatidae Colostethus sp. 2 Amphibia Anura Dendrobatidae Dscypops schirchi 1 Amphibia Anura Hylidae Aparasphenodon brunoi 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla albomarginata 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla albopunctata 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla anceps 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla bipunctata 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla branneri 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla crepitans 2 Amphibia Anura Hylidae Hyla decipiens 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla elegans 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla faber 3

Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.

1 1

Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.

2 1

Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.

3 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla ibiraptanga 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla microps 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla minuta 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla pombali 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla scinax sp 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla semilineata 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla senicula 4 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n. 1 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n. 2 2 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n.1 1 Amphibia Anura Hylidae Hylomantis aspera 5 Amphibia Anura Hylidae Osteocephalus langsdorffii 3 Amphibia Anura Hylidae Phrynohyas luteolus 1 Amphibia Anura Hylidae Phrynohyas mesophaea 4 Amphibia Anura Hylidae Phyllodytes luteolus 3 Amphibia Anura Hylidae Phyllodytes melanomystax 3 Amphibia Anura Hylidae Phyllomedusa burmeisteri 3 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. altera 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. aurydice 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. catharinae 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax agilis 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax alter 5 Amphibia Anura Hylidae Scinax argyreornatus 9 Amphibia Anura Hylidae Scinax cuspidatus 8 Amphibia Anura Hylidae Scinax eurydice 4 Amphibia Anura Hylidae Scinax gr. catharinae 2 Amphibia Anura Hylidae Scinax gr. ruber 2 Amphibia Anura Hylidae Scinax ruber 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax sp. 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax sp. 1

Amphibia Anura Hylidae Sphaenorhynchus

palustris 8 Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera hylaedactyla 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera marmorata 1

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205

Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera sp. 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Ceratophrys aurita 4

Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus

bilineatus 2

Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus

binotatus 5

Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus gr.

guentheri 1

Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus

paulodutrai 4

Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus aff.

ocellatus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus fuscus 4 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus gr. fuscus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus mystacinus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus ocellatus 2 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus viridis 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus cuvieri 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr. cuvieri 2

Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr. cuvieri

sp. n. 6 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr.signifer 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus signifer 7 Amphibia Anura Leptodactylidae Proceratophrys boiei 3 Amphibia Anura Leptodactylidae Proceratophrys laticeps 8 Amphibia Anura Microhylidae Chiasmocleis carvalhoi 4 Amphibia Anura Microhylidae Chiasmocleis schubarti 8 Amphibia Anura Microhylidae Stereocyclops incrassatus 5 Aves Anseriformes Anatidae Anas bahamensis 2 Aves Apodiformes Apodidae Chaetura cinereiventris 5 Aves Apodiformes Apodidae Cypseloides fumigatus 2 Aves Apodiformes Apodidae Panyptila cayennensis 1 Aves Apodiformes Apodidae Streptoprocne zonaris 2 Aves Apodiformes Apodidae Tachornis squamata 1 Aves Apodiformes Trochilidae Amazilia fimbriata 2 Aves Apodiformes Trochilidae Amazilia leucogaster 2 Aves Apodiformes Trochilidae Anthracothorax nigricollis 4 Aves Apodiformes Trochilidae Aphantochroa cirrochloris 2 Aves Apodiformes Trochilidae Chlorestes notata 7 Aves Apodiformes Trochilidae Chlorostilbon lucidus 1 Aves Apodiformes Trochilidae Chrysolampis mosquitus 2 Aves Apodiformes Trochilidae Eupetomena macroura 6 Aves Apodiformes Trochilidae Florisuga fusca 2 Aves Apodiformes Trochilidae Glaucis dohrnii 5 Aves Apodiformes Trochilidae Glaucis hirsutus 2 Aves Apodiformes Trochilidae Hylocharis cyanus 4 Aves Apodiformes Trochilidae Hylocharis sapphirina 1 Aves Apodiformes Trochilidae Phaethornis pretrei 2 Aves Apodiformes Trochilidae Phaethornis ruber 7 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania glaucopis 3 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania sp 1 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania watertonii 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Caprimulgus cf. parvulus 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Caprimulgus parvulus 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Lurocalis semitorquatus 3 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Nyctidromus albicollis 4 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Nyctiphrynus ocellatus 4 Aves CaprimulgiformesNyctibiidae Nyctibius aethereus 1 Aves Caprimulgiformes Nyctibiidae Nyctibius griseus 4 Aves Cathartiformes Cathartidae Cathartes aura 6 Aves Cathartiformes Cathartidae Cathartes burrovianus 4 Aves Cathartiformes Cathartidae Coragyps atratus 6 Aves Cathartiformes Cathartidae Sarcoramphus papa 4

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206

Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Aves Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis 4 Aves Charadriiformes Jacanidae Jacana jacana 1 Aves Charadriiformes Scolopacidae Actitis macularius 2 Aves Ciconiiformes Ardeidae 1 Aves Ciconiiformes Ardeidae Bubulcus ibis 2 Aves Ciconiiformes Ardeidae Butorides striata 1 Aves Columbiformes Columbidae Claravis pretiosa 2 Aves Columbiformes Columbidae Columba cayennensis 2 Aves Columbiformes Columbidae Columba livia 3 Aves Columbiformes Columbidae Columbina minuta 4 Aves Columbiformes Columbidae Columbina squammata 2 Aves Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti 5 Aves Columbiformes Columbidae Geotrygon montana 2 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila rufaxilla 3 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila sp. 1 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila verreauxi 1 Aves Coraciiformes Alcedinidae Ceryle torquatus 2 Aves Coraciiformes Alcedinidae Chloroceryle amazona 4 Aves Coraciiformes Alcedinidae Chloroceryle americana 2 Aves Coraciiformes

Momotidae Baryphthengus ruficapillus 4

Aves Cuculiformes Cuculidae Crotophaga ani 5 Aves Cuculiformes Cuculidae Guira guira 5 Aves Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana 6 Aves Cuculiformes Cuculidae Tapera naevia 5 Aves Falconiformes Accipitridae Buteo albicaudatus 4 Aves Falconiformes Accipitridae Buteo nitidus 3 Aves Falconiformes Accipitridae Chondrohierax uncinatus 1 Aves Falconiformes Accipitridae Elanoides forficatus 2 Aves Falconiformes Accipitridae Elanus leucurus 5 Aves Falconiformes Accipitridae Gampsonyx swainsonii 2 Aves Falconiformes Accipitridae Geranospiza caerulescens 3 Aves Falconiformes Accipitridae Harpagus bidentatus 3 Aves Falconiformes Accipitridae Harpagus diodon 1 Aves Falconiformes Accipitridae Harpia harpyja 5 Aves Falconiformes Accipitridae Ictinia plumbea 2 Aves Falconiformes Accipitridae Leptodon cayanensis 2 Aves Falconiformes Accipitridae Leucopternis lacernulatus 5 Aves Falconiformes Accipitridae Rupornis magnirostris 3 Aves Falconiformes Accipitridae Spizaetus ornatus 2 Aves Falconiformes Accipitridae Spizaetus tyrannus 2 Aves Falconiformes Falconidae Caracara plancus 3 Aves Falconiformes Falconidae Falco femoralis 4 Aves Falconiformes Falconidae Falco sparverius 5 Aves Falconiformes Falconidae Herpetotheres cachinnans 5 Aves Falconiformes Falconidae Micrastur semitorquatus 2 Aves Falconiformes Falconidae Milvago chimachima 5 Aves Falconiformes Falconidae Milvago chimango 1 Aves Galbuliformes Bucconidae Chelidoptera tenebrosa 5 Aves Galbuliformes Bucconidae Malacoptila striata 6 Aves Galbuliformes Bucconidae Monasa morphoeus 7 Aves Galbuliformes Bucconidae Nonnula rubecula 2 Aves Galbuliformes Galbulidae Galbula ruficauda 6 Aves Galliformes Cracidae Penelope superciliaris 5 Aves Galliformes Cracidae Ortalis motmot 2 Aves Gruiformes Cariamidae Cariama cristata 2 Aves Gruiformes Pardirallus Gallinula chloropus 2 Aves Gruiformes Rallidae Amaurolimnas concolor 4 Aves Gruiformes Rallidae Pardirallus nigricans 1 Aves Gruiformes Rallidae Porzana albicollis 2 Aves

Passeriformes Cardinalidae Caryothraustes canadensis 5

Aves Passeriformes Cardinalidae Saltator maximus 7

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207

Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Aves Passeriformes Coerebidae Coereba flaveola 7 Aves Passeriformes Conopophagidae Conopophaga melanops 4 Aves Passeriformes Cotingidae Carpornis melanocephala 5 Aves Passeriformes Cotingidae Cotinga maculata 4 Aves Passeriformes Cotingidae Lipaugus vociferans 6 Aves Passeriformes Cotingidae Procnias nudicollis 3 Aves Passeriformes Cotingidae Xipholena atropurpurea 4 Aves Passeriformes

Dendrocolaptidae Campylorhamphus falcularius 2

Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Dendrocincla turdina 5 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Dendrocolaptes

platyrostris 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Glyphorynchus spirurus 6 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Lepidocolaptes squamatus 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus 4 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphocolaptes albicollis 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphorhynchus fuscus 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphorhynchus guttatus 7 Aves Passeriformes Donacobiidae Donacobius atricapilla 2 Aves Passeriformes Emberizidae Ammodramus humeralis 3 Aves Passeriformes Emberizidae Arremon taciturnus 2 Aves Passeriformes Emberizidae Emberizoides herbicola 3 Aves Passeriformes Emberizidae Paroaria dominicana 2 Aves Passeriformes Emberizidae Sicalis flaveola 4 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila angolensis 1 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila bouvreuil 4 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila caerulescens 6 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila leucoptera 6 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila nigricollis 5 Aves Passeriformes Emberizidae Volatinia jacarina 6 Aves Passeriformes Emberizidae Zonotrichia capensis 2 Aves Passeriformes Formicariidae Formicarius colma 7 Aves Passeriformes Fringillidae Chlorophonia cyanea 1 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia chlorotica 5 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia pectoralis 5 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia violacea 7 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia xanthogaster 3 Aves Passeriformes Furnariidae Automolus leucophthalmus 4 Aves Passeriformes Furnariidae Certhiaxis cinnamomeus 2 Aves Passeriformes Furnariidae Furnarius rufus 6 Aves Passeriformes Furnariidae Phacellodomus rufifrons 6 Aves Passeriformes Furnariidae Philydor atricapillus 6 Aves Passeriformes Furnariidae Synallaxis frontalis 2 Aves Passeriformes Furnariidae Synallaxis spixi 2 Aves Passeriformes Furnariidae Thripophaga macroura 2 Aves Passeriformes Furnariidae Xenops minutus 7 Aves Passeriformes Furnariidae Xenops rutilans 3 Aves Passeriformes Grallariidae Grallaria varia 3 Aves Passeriformes Hirundinidae Progne chalybea 4 Aves Passeriformes Hirundinidae Progne tapera 1 Aves Passeriformes Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca 2 Aves Passeriformes Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis 7 Aves Passeriformes Hirundinidae Tachycineta albiventer 6 Aves Passeriformes Icteridae Cacicus cela 2 Aves Passeriformes Icteridae Cacicus haemorrhous 6 Aves Passeriformes Icteridae Gnorimopsar chopi 5 Aves Passeriformes Icteridae Icterus jamacaii 3 Aves Passeriformes Icteridae Molothrus bonariensis 2 Aves Passeriformes Icteridae Psarocolius decumanus 1 Aves Passeriformes Icteridae Sturnella superciliaris 2 Aves Passeriformes Mimidae Mimus saturninus 4 Aves Passeriformes Motacillidae Anthus lutescens 4 Aves Passeriformes Parulidae Basileuterus flaveolus 2

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208

Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Aves Passeriformes Parulidae Parula pitiayumi 2 Aves Passeriformes Parulidae Phaeothlypis rivularis 2 Aves Passeriformes Passeridae Passer domesticus 2 Aves Passeriformes Pipridae Chiroxiphia pareola 2 Aves Passeriformes Pipridae Dixiphia pipra 3 Aves Passeriformes Pipridae Machaeropterus regulus 4 Aves Passeriformes Pipridae Manacus manacus 5 Aves Passeriformes Pipridae Pipra rubrocapilla 5 Aves Passeriformes Pipridae Schiffornis virescens 1 Aves Passeriformes Polioptilidae Ramphocaenus melanurus 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Drymophila ochropyga 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Drymophila squamata 6 Aves Passeriformes Thamnophilidae Dysithamnus stictothorax 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Formicivora grisea 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Herpsilochmus pileatus 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Herpsilochmus

rufimarginatus 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Myrmotherula axillaris 6 Aves Passeriformes Thamnophilidae Myrmotherula urosticta 7 Aves Passeriformes Thamnophilidae Pyriglena leucoptera 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Taraba major 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Terenura maculata 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnomanes caesius 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus ambiguus 1 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus

caerulescens 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus punctatus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Chlorophanes spiza 5 Aves Passeriformes Thraupidae Conirostrum speciosum 2 Aves Passeriformes Thraupidae Cyanerpes cyaneus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Dacnis cayana 5 Aves Passeriformes Thraupidae Habia rubica 5 Aves Passeriformes Thraupidae Hemithraupis flavicollis 5 Aves Passeriformes Thraupidae Hemithraupis ruficapilla 2 Aves Passeriformes Thraupidae Nemosia pileata 2 Aves Passeriformes Thraupidae Ramphocelus bresilius 7 Aves Passeriformes Thraupidae Tachyphonus cristatus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Tachyphonus rufus 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara brasiliensis 1 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cayana 6 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cyanocephala 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cyanoventris 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara mexicana 3 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara seledon 4 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara velia 4 Aves Passeriformes Thraupidae Thlypopsis sordida 2 Aves Passeriformes Thraupidae Thraupis palmarum 6 Aves Passeriformes Thraupidae Thraupis sayaca 6 Aves Passeriformes Tityridae Laniocera hypopyrra 5 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus castaneus 1 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus marginatus 3 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus

polychopterus 6 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus viridis 2 Aves Passeriformes Tityridae Schiffornis turdina 5 Aves Passeriformes Tityridae Schiffornis virescens 1 Aves Passeriformes Tityridae Tityra cayana 5 Aves Passeriformes

Troglodytidae Campylorhynchus turdinus 2

Aves Passeriformes Troglodytidae Thryothorus genibarbis 5 Aves Passeriformes Troglodytidae Thryothorus longirostris 2 Aves Passeriformes Troglodytidae Troglodytes musculus 2 Aves Passeriformes Turdidae Cichlopsis leucogenys 1

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Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Aves Passeriformes Turdidae Turdus albicollis 2 Aves Passeriformes Turdidae Turdus amaurochalinus 2 Aves Passeriformes Turdidae Turdus fumigatus 4 Aves Passeriformes Turdidae Turdus leucomelas 6 Aves Passeriformes Turdidae Turdus rufiventris 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Ardea alba 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Arundinicola leucocephala 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Attila rufus 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Attila spadiceus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Camptostoma obsoletum 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Colonia colonus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Elaenia flavogaster 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Elaenia sp 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Fluvicola nengeta 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Hemitriccus nidipendulus 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Lathrotriccus euleri 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Legatus leucophaius 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Leptopogon

amaurocephalus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Machetornis rixosa 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Megarynchus pitangua 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Mionectes oleagineus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus ferox 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus sp. 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus tuberculifer 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus tyrannulus 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiobius barbatus 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiodynastes maculatus 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiophobus fasciatus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiornis auricularis 8 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiozetetes similis 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Ornithion inerme 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Phyllomyias fasciatus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Pitangus sulphuratus 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Rhynchocyclus olivaceus 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Rhytipterna simplex 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Todirostrum cinereum 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias flaviventris 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias poliocephalus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias sulphurescens 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Tyrannus melancholicus 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Tyrannus savana 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Xolmis irupero 2 Aves Passeriformes Vireonidae Cyclarhis gujanensis 5 Aves Passeriformes Vireonidae Vireo olivaceus 2 Aves Pelecaniformes Anhingidae Anhinga anhinga 2 Aves Piciformes Picidae Campephilus robustus 4 Aves Piciformes Picidae Celeus flavescens 4 Aves Piciformes Picidae Celeus flavus 2 Aves Piciformes Picidae Celeus torquatus 4 Aves Piciformes Picidae Colaptes campestris 5 Aves Piciformes Picidae Dryocopus lineatus 3 Aves Piciformes Picidae Melanerpes flavifrons 4 Aves Piciformes Picidae Piculus flavigula 6 Aves Piciformes Picidae Picumnus exilis 2 Aves Piciformes Picidae Veniliornis affinis 3 Aves Piciformes Picidae Veniliornis maculifrons 2 Aves Piciformes Ramphastidae Pteroglossus aracari 7 Aves Piciformes Ramphastidae Ramphastos vitellinus 6 Aves Piciformes Ramphastidae Selenidera maculirostris 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona amazonica 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona farinosa 5 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona rhodocorytha 6

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Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga aurea 5 Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga auricapillus 4 Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga leucophthalma 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Brotogeris tirica 7 Aves Psittaciformes Psittacidae Forpus xanthopterygius 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus maximiliani 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus menstruus 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus sp. 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Primolius maracana 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Pyrrhura cruentata 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pyrrhura leucotis 2 Aves Psittaciformes Psittacidae Touit surdus 7 Aves Strigiformes Strigidae Athene cunicularia 2 Aves Strigiformes Strigidae Glaucidium brasilianum 4 Aves Strigiformes Strigidae Glaucidium minutissimum 1 Aves Strigiformes Strigidae Megascops atricapilla 2 Aves Strigiformes Strigidae Pulsatrix perspicillata 2 Aves Strigiformes Strigidae Strix virgata 1 Aves Strigiformes Tytonidae Tyto alba 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus noctivagus 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus parvirostris 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus soui 6 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus tataupa 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus variegatus 6 Aves Tinamiformes Tinamidae Rhynchotus rufescens 3 Aves Tinamiformes Tinamidae Tinamus solitarius 6 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon curucui 1 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon rufus 7 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon surrucura 2 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon viridis 6 Mammalia Artiodactyla Tayassu pecari 2 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama americana 4 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama gouazoubira 2 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama sp. 1 Mammalia Artiodactyla Tayassuidae Pecari tajacu 6 Mammalia Carnivora Canidae Cerdocyon thous 4 Mammalia Carnivora Felidae Herpailurus yaguarondi 4 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus cf. pardalis 1 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus pardalis 3 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus tigrinus 4 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus wiedii 3 Mammalia Carnivora Felidae Panthera onca 2 Mammalia Carnivora Felidae Puma concolor 6 Mammalia Carnivora Mustelidae Conepatus sp. 1 Mammalia Carnivora Mustelidae Eira barbara 3 Mammalia Carnivora Mustelidae Galictis sp. 1 Mammalia Carnivora Mustelidae Lontra longicaudis 4 Mammalia Carnivora Procyonidae Nasua nasua 4 Mammalia Carnivora Procyonidae Potos flavus 2 Mammalia Carnivora Procyonidae Procyon cancrivorus 3 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Didelphis aurita 1 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Metachirus nudicaudatus 1 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Philander frenata 1 Mammalia Logomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis 4 Mammalia Marsupialia Didelphidae Philander opossum 1 Mammalia Perissodactyla Tapiridae Tapirus terrestris 6 Mammalia Primates Callitrichidae Callithrix geoffroyi 7 Mammalia Primates Cebidae Cebus robustus 1 Mammalia Primates Pitheciidae Callicebus melanochir 1 Mammalia Primates Pitheciidae Callicebus sp. 1 Mammalia Rodentia Agoutidae Agouti paca 3 Mammalia Rodentia Caviidae Cavia welsi 1 Mammalia Rodentia Cricetidae Oryzomys sp 1

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Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Mammalia Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta agouti 1 Mammalia Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta sp. 3 Mammalia Rodentia Echimyidae Nelomys sp 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Chaetomys subspinosus 5 Mammalia Rodentia Erethizontidae Coendou prehensilis 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Sphiggurus sp. 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Sphigurus insidiosus 5 Mammalia Rodentia

Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris 2

Mammalia Rodentia Muridae Calomys sp. 1 Mammalia Rodentia Muridae Mus musculus 1 Mammalia Rodentia Muridae Nectomys squamipes 1 Mammalia Rodentia Muridae Rattus norvegicus 1 Mammalia Rodentia Muridae Rattus rattus 2 Mammalia Rodentia Sciuridae Sciurus aestuans ingrami 1 Mammalia Rodentia Sciuridae Sciurus cf.aestuans 1 Mammalia Xenarthra Bradypodidae Bradypus torquatus 3 Mammalia Xenarthra Bradypodidae Bradypus variegatus 3 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Cabassous unicinctus 2 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus novemcinctus 3 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus septemcinctus 2 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus sp. 1 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Euphractus sexcinctus 3 Mammalia Xenarthra Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla 3 Mammalia Xenarthra Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla 2 Repitilia Amphisbenia Amphisbaenidae Amphisbaena alba 1 Repitilia

Amphisbenia Rhineuridae Leposternon microcephalum 1

Repitilia Lacertilia Anguidae Diploglossus fasciatus 1 Repitilia Lacertilia Gekkonidae Gymnodactylus darwinii 4 Repitilia Lacertilia Gekkonidae Phyllopezus pollicaris 1 Repitilia Lacertilia Gymnophthalmidae Colobosaura sp. 1 Repitilia Lacertilia Gymnophthalmidae Leposoma scincoides 4 Repitilia Lacertilia Leiosauridae Enyalius catenatus 3 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis fuscoauratus 4 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis ortonii 2 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis punctatus 1 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Enyalius catenatus 1 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Polychrus marmoratus 3 Repitilia Lacertilia Scincidae Mabuya heathi 1 Repitilia Lacertilia Scincidae Mabuya macrorhyncha 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Ameiva ameiva 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Cnemidophorus nativo 3 Repitilia Lacertilia Teiidae Kentropyx calcarata 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Tupinambis merianae 3 Repitilia Lacertilia Tropiduridae Tropidurus strobilurus 1 Repitilia Lacertilia Tropiduridae Tropidurus torquatus 2 Repitilia Serpente Boidae Corallus hortulanus 1 Repitilia Serpente Boidae Epicrates cenchria 1 Repitilia Serpente Colubridae Atractus maculatus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius bicarinatus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius exoletus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius fuscus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius laevicollis 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius multiventris 1 Repitilia Serpente Colubridae Clelia plumbea 1 Repitilia Serpente Colubridae Dipsas catesbyi 1 Repitilia Serpente Colubridae Dipsas neivai 1 Repitilia Serpente Colubridae Drymoluber dichrous 1 Repitilia Serpente Colubridae Leptodeira annulata 1 Repitilia Serpente Colubridae Leptophis ahaetulla 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis cobella 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis frenatus 1

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Classe Ordem Familia Espécie No. de registros

Repitilia Serpente Colubridae Liophis miliaris 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis poecilogyrus 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis reginae 1 Repitilia Serpente Colubridae Oxybelis aeneus 1 Repitilia Serpente Colubridae Oxyrhopus petola 1 Repitilia Serpente Colubridae Philodryas olfersii 1 Repitilia Serpente Colubridae Philodryas viridissima 1 Repitilia Serpente Colubridae Pseudoboa nigra 1 Repitilia Serpente Colubridae Pseustes sulphureus 1 Repitilia Serpente Colubridae Waglerophis merremii 1 Repitilia Serpente Colubridae Xenodon rhabdocephalus 1 Repitilia Serpente Elapidae Micrurus corallinus 1 Repitilia Serpente Elapidae Micrurus ibiboboca 1 Repitilia Serpente

Viperidae Bothrios bilienatus bilienatus 1

Repitilia Serpente Viperidae Bothrops jararaca 1 Repitilia Serpente Viperidae Bothrops leucurus 1 Repitilia Serpente Viperidae Lachesis muta 1 Repitilia Testudine Chelidae Acanthochelys radiolata 1 Repitilia Testudine Testudinidae Geochelone denticulata 1 Total 1518

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ANEXO I.5 – Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel

Dante Buzzetti

Foto 1 – Beija-flor balança-rabo canela

(Glaucis dorhnii).

Aristides Alves

Foto 2 – Papagaio chauá

(Amazona rhodocorytha).

Gleison Rezende

Foto 3 – Sagüi-da-cara-branca

(Callithrix geoffroyi).

Katão

Foto 4 – Macaco-preto

(Cebus robustus).

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Bruno Pimenta

Foto 5 – Perereca (Hylomantis aspera).

Bruno Pimenta

Foto 6 – Perereca (Hyla gr. albosignata sp. n.).

João Marcos Rosa

Foto 7 – Indíviduo de gavião-real (Harpia harpyja) próximo ao viveiro e um

ninho da espécie identificado na RPPN Estação Veracel.

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Alexandre Dias Ribeiro

Foto 8 – Equipamento utilizado na metodologia de armadilha fotográfica e

uma foto de anta (Tapirus terrestris) registrada em pesquisa utilizando esse

tipo de ferramenta na RPPN Estação Veracel.

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ANEXOS II

1. Projetos Específicos

• Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel

• Manejo e conservação do gavião-real na RPPN

Estação Veracel

• Novas propostas de uso público na RPPN Estação Veracel

2. Oficinas Participativas

• Oficina de Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel

• Oficina de Planejamento Participativo em

Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN Estação Veracel

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Projetos Específicos Nesse item estão descritos projetos que já se encontram em

desenvolvimento na RPPN EVC ou em fase de implantação. Novos projetos

serão incorporados quando da revisão do plano de manejo.

Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte

através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel

Resumo Em uma amostragem preliminar na RPPN Estação Veracel foram

registradas 8 espécies de mamíferos através da metodologia de armadilhas-

fotográficas. Tal metodologia caracteriza-se por ser um método relativamente

não intrusivo. Permite realizar o monitoramento de grandes extensões de

área, não sendo necessária uma constante vigilância do sítio de estudo além

de não ocorrer a captura dos animais, livrando-os do stress de

aprisionamento. É também ideal para o registro efetivo da riqueza de

espécies, uma vez que a grande maioria dos animais é arredia à presença

humana. O objetivo do presente projeto de pesquisa é estabelecer um

programa de monitoramento da fauna de mamíferos de médio e grande porte

presentes na RPPN Estação Veracel. Serão estabelecidas 18 pontos de

amostragem utilizando armadilhas-fotográficas dispostas nas diferentes

Zonas de Manejo definidas pelo zoneamento no Plano de Manejo da reserva.

Em cada ponto de amostragem será instalada uma armadilha-fotográfica

modelo Tigrinus Convencional v4.0c. As armadilhas serão vistoriadas em

intervalos mensais, quando serão verificados o número de fotos tiradas e a

carga das baterias, que serão substituídas caso seja necessário. A cada seis

meses, ou em intervalos menores dependendo dos resultados obtidos, as

armadilhas serão trocadas de lugar, mantendo a distribuição pelas Zonas de

manejo. Pretende-se com o projeto avaliar a importância da RPPN Estação

Veracel na manutenção de populações viáveis de elementos da fauna de

mamíferos característicos da região sul da Bahia.

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Introdução

Restando menos de 8% da cobertura original do bioma (Fundação

SOS Mata Atlântica & INPE, 2000) e altamente rica em endemismo de

plantas e animais, a Mata Atlântica é um dos cinco mais importantes

hotspots mundiais de biodiversidade (Myers et al., 2000). De um total

estimado em mais de 1800 espécies de vertebrados terrestres,

aproximadamente 660 (36%) são endêmicos ao bioma. Entre os mamíferos,

18 (80%) das 24 espécies e sub-espécies de primatas e 57 (64%) dos 87

táxons de roedores são exclusivos do bioma. Elevado também são os número

de espécies de mamíferos ameaçados de extinção na Mata Atlântica. Dos 69

mamíferos ameaçados de extinção no Brasil pela lista oficial do IBAMA

(Machado et al., 2005) nada menos que 41 espécies (59,4%) ocorrem na

Mata Atlântica, muitas delas no sul do estado da Bahia.

A fauna de mamíferos do sul da Bahia tem sido alvo de diferentes

estudos em anos recentes. Moura (1999) e Pardini (2001, 2004) estudaram a

comunidade de pequenos mamíferos na Reserva Biológica de Una e em

fragmentos na região. Moura (2003) analisou também a fauna de mamíferos

em geral em fragmentos florestais em um trabalho com maior amplitude

geográfica, abrangendo áreas no Baixo Sul ao Extremo Sul do estado. A

região Sul da Bahia é também rica em espécies de mamíferos ameaçados de

extinção, e diversos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com muitas dessas

espécies, tais como o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus

chrysomelas), o macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos), a

preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), o rato-do-cacau (Callistomys

pictus) e o rato-de-espinho (Phyllomys unicolor), entre outros. Muito se

espera desses estudos para confirmar a importância dos remanescentes

florestais nessa região para a preservação de espécies ameaçadas de

extinção no Brasil.

Nesse contexto, a RPPN Estação Veracel, junto com a área de floresta

da Reserva Biológica Pau-Brasil, da CEPLAC, constitui um importante

remanescente florestal. Diversos estudos com mamíferos foram realizados na

RPPN. Teixeira et al. (1994) indicam a presença de várias espécies

ameaçadas de extinção na área, porém, muitas delas com ocorrência

presumida. Martuscelli (1999), em um relatório preliminar de três

expedições de coleta aponta 14 espécies de mamíferos, desconsiderando

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espécies registradas em entrevistas. Para pequenos mamíferos, considerando

a área conjunta da RPPN com a Rebio Pau-Brasil, Moura (2003) capturou 6

espécies em uma única campanha de campo, além de ter registrado 33

espécies de mamíferos de médio e grande porte, 13 dessas espécies com

registros diretos (pegadas e visualizações) e o restante por meio de

entrevistas. Mais recentemente, Melo (2004) relata a ocorrência de 25

espécies de mamíferos na Estação, 16 delas por meio de entrevistas. Paglia

& Santos (2005) realizaram um rápido inventário da fauna de mamíferos de

médio e grande porte na Estação Veracel utilizando armadilhas-fotográficas.

A amostragem da fauna através de armadilhas fotográficas (Cam Trap)

caracteriza-se por ser um método relativamente não intrusivo. Permite

realizar o monitoramento de grandes extensões de área, não sendo

necessária uma constante vigilância do sítio de estudo além de não ocorrer a

captura dos animais, livrando-os do stress de aprisionamento. É também

ideal para o registro efetivo da riqueza de espécies, uma vez que a grande

maioria dos animais é arredia à presença humana. Entretanto, o método

apresenta algumas limitações para o inventariamento da fauna silvestre em

decorrência da diferença de detecção entre os grupos (grande homeotérmicos

e pequenos homeotérmicos) e devido os diferentes hábitos locomotores entre

as espécies (Wemmer et al., 1996).

Objetivos Apesar de úteis para a caracterização da fauna de mamíferos,

nenhum dos projetos voltados para esse grupo na RPPN Estação Veracel

possui uma grande amplitude temporal. Sendo assim, o objetivo do presente

estudo é iniciar um protocolo de monitoramento da fauna de mamíferos de

médio e grande porte na RPPN Estação Veracel. Pretende-se também

relacionar a variação sazonal nos parâmetros biológicos de riqueza e

diversidade com variáveis ambientais, além de comparar tais parâmetros

entre as diferentes zonas de manejo e entre áreas submetidas a diferentes

níveis de pressão antrópica externa. O projeto também se insere como

componente do Programa de Monitoramento das áreas de influência da

Veracel, por se tratar da RPPN uma dos sítios do programa.

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Metodologia Área de estudo

A amostragem será realizada na RPPN Estação Veracel, de

propriedade da empresa Veracel. A RPPN está localizada nos municípios de

Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, e possui uma área de 6069 hectares de

floresta, boa parte dela (cerca de 76% da estação) em estágio avançado

(Teixeira et al., 1994). A vegetação predominante na Estação Veracel é a

chamada Mata de Tabuleiro, com matas de galeria ao longo dos cursos

d’água e uma área brejosa ao sul da estação e uma pequena área coberta

por formações arbustivas e/ou arbóreas de terrenos arenosos, chamados

“mussunungas” (Figura 1).

Coleta de Dados

Para levantamento dos dados serão utilizadas inicialmente 20

armadilhas fotográficas modelo Tigrinus Convencional v4.0c, fabricadas pela

Tigrinus (http://www.tigrinus.com.br). O modelo possui uma câmera

fotográfica analógica automática 35mm modelo Canon BF10 date com filme

Fuji Pro Value 200 ASA, 36 poses. A câmera fotográfica é alimentada com

duas pilhas tamanho AA recarregáveis. A armadilha possui um sensor de

movimento que detecta a presença de organismos que se desloquem em

frente ao equipamento, e um sensor de ambiente, com a função de reduzir

disparos em falso. A armadilha é alimentada por 4 pilhas tamanho AA

recarregáveis. O equipamento pode ser ajustado através de um programador

externo, que também indica o número de fotos batidas e ao nível de carga

das pilhas.

As armadilhas serão instaladas em árvores com diâmetro superior a

15 cm, e os pontos de amostragem escolhidos de acordo com o Zoneamento

ambiental realizado para o Plano de Manejo da Estação Veracel. Foram

definidas 6 Zonas de manejo, sendo três zonas principais para a instalação

das armadilhas fotográficas: Vida Silvestre (ZVS), Proteção (duas ZP1 e ZP2)

e Recuperação (ZR). Armadilhas serão inseridas também na Zona de

Educação Ambiental (ZEA), Zona Administrativa (ZA) e na Zona Conflitante

(ZC). Um total de 17 armadilhas-fotográficas serão distribuídas em cada

zona de manejo (Tabela 1). Três armadilhas serão reservadas para eventuais

substituições de equipamento estragado.

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Figura 1 – Mapa de cobertura vegetal da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, Porto Seguro, Bahia.

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Tabela 1 – Número de armadilhas-fotográficas instaladas em cada zona de manejo na RPPN Estação Veracel

Zona de manejo Tamanho (ha)

Sigla No. de armadilhas

Zona de Proteção 2.643 ZP 5

Zona Silvestre 1.712 ZVS 4

Zona de Recuperação 1.670 ZR 4

Zona de Visitação 33 ZEA 2

Zona de Uso Conflitante 10 ZC 1

Zona de Administração 1 ZA 1

Total 6.069 17

Serão escolhidos pontos próximos de corpos d'água, de trilhas

naturais, de árvores com frutos e de evidências diretas ou indiretas da

presença de mamíferos. O equipamento será programado para disparos em

intervalos mínimos de 30 segundos entre as fotografias e funcionamento

contínuo (24 horas). As câmeras serão vistoriadas em intervalos de

aproximadamente quatro semanas, para troca do filme e, quando

necessária, renovação das baterias e pilhas além da limpeza e verificação do

funcionamento do equipamento. As armadilhas ficarão em operação por pelo

menos 4 anos, devendo ser substituídas por equipamentos novos quando

estragadas e sem possibilidade de reposição, para que o esforço amostral

permaneça constante ao longo desse período.

Para os cálculos de sucesso de captura e do índice de abundância

relativa (IAR) consideraremos um registro efetivo como sendo uma foto de

uma espécie em uma armadilha-fotográfica num período de 24 horas,

excluindo da estimativa os registros seqüenciais de um mesmo indivíduo.

Para a estimativa do IAR de cada espécie divide-se o número de registros

efetivos de cada espécie pelo número total de registros efetivos (Sanderson,

2005; Sanderson & Trolle, 2005). A diversidade será comparada entre as

zonas de manejo utilizando as estimativas de riqueza calculadas a partir de

técnicas de re-amostragem como o Jackniffe. A variação sazonal na riqueza

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de espécies e no IAR será relacionada com parâmetros ambientais, como

pluviosidade e temperatura através da análise de regressão.

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224

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Cronograma de Atividades

ATIVIDADES BIMESTRES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Seleção e contratação de biólogo

Aquisição de equipamento

Instalação das armadilhas

Coletas de dados

Tabulação dos dados

Recolocação das armadilhas

Análise dos dados

Relatório parcial

Relatório Final

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Manejo e Conservação do Gavião-Real na RPPN Estação Veracel*

*em colaboração com a pesquisadora Dra. Tânia Sanaiotti (INPA)

Introdução

O Gavião-real, Harpia harpyja, habita as florestas do Novo Mundo

desde o sul do México até o nordeste da Argentina (Aparício, 2001, Sick,

1993) e aparentemente nunca foi muito abundante, o que pode criar uma

sensação de absoluta ausência desta espécie em florestas que mostram

condições ótimas para sua existência (Garcia, 1996).

Esta espécie, o maior predador voador das Américas, esteve antes

listada como ameaçada de extinção (Bernardes et al., 1990) e recentemente

foi retirada da nova Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de

Extinção (web site do MMA, 2003).

Na mata Atlântica, o Gavião-real era regularmente avistado até a

década de 40 (Pacheco et al., 2003). Entretanto a população declinou

drasticamente, e os avistamentos entre 1980 e 2002 para esta região,

tornaram-se raros, provavelmente devido à fragmentação de habitat e ao

processo histórico de caça da espécie como troféu.

Na Amazônia Legal Brasileira, as evidências nos últimos 6 anos

(Sanaiotti et. al., 2001) indicam que a espécie seja ainda abundante devido

às grandes extensões de floresta contínua. Porém as novas fronteiras do

desmatamento decorrentes de expansões agrícola e pecuária, assentamentos

rurais e exploração madeireira, estão desencadeando processos de

transformação daquela paisagem.

Retting (1995) afirma que sabendo melhor a respeito das presas de

Harpias poderemos indicar qual o tamanho e tipo de habitat para

salvaguardar a população destas águias. Em suas pesquisas detectou que

até os seis meses, os jovens treinam o uso das asas, e depois do primeiro

vôo, ainda se manterão próximos à árvore do ninho por mais de um ano,

sendo alimentados pelos pais. Pela dificuldade de acompanhar as atividades

deste animal em campo, este período de nidificação é a melhor alternativa de

registrar a dieta da espécie.

A dieta de um casal em período reprodutivo foi composta por 19

espécies de mamíferos, mais de 30% dos indivíduos eram preguiças e menos

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de 30% eram macacos; 86% das presas eram arborícolas, mas um cervídeo,

Mazama americana, foi identificado nos itens de dieta (Retting, 1995). Em

outro registro de presas, avaliado através de restos encontrados em 7 ninhos

no Peru, a dieta foi composta por 11 espécies de mamíferos (destacando

Coendou bicolor, Choloeupus hoffmanni, Potus flavus, Bradyipus variegatus e

Tamanduá tetradactyla em maior número) e 3 espécies de aves (Piana,

2001).

Alvarez-Cordero (1996) estudou 29 ninhos na Venezuela e 10 no

Panamá, e estimou que os casais usam cerca de 3-7km da área de entorno

aos ninhos, mantendo área de uso circular com o ninho no centro. A

dispersão destes casais podia ser em até 80km2. No Peru, próximo a Puerto

Maldonato, na comunidade nativa de “Infierno”, Piana (1997) encontrou

harpias sobrevivendo e reproduzindo em florestas secundárias ou

fragmentadas.

O hábito de retornar às árvores dos ninhos em diferentes ciclos de

reprodução foi apontado em dois diferentes trabalhos. Retting (1978)

registrou ciclos de reutilização de ninhos com cerca de três anos.

Muitos estudos fazem referências à nidificação de harpias em árvores

emergentes. Retting (1995) estudando ninhos de harpia na Guiana

encontrou 9 ninhos, maioria deles em Ceiba pentandra (Samaúma). Na

Venezuela Martinez et al. (1996) descrevem que os ninhos ocorreram em

Lecythidaceae (“Capa tabaco”), Chrysobalanaceae (“el Merecurillo”),

Leguminosae (“el Algarrobo”) e Bombacaceae (“el Barbarán” e ocasinalmente

em Ceibas). No Peru, dos 7 ninhos estudados 4 estavam em castanheiras,

Bertholletia excelsa e 2 em Dipteryx micranta e 1 não identificada (Piana,

2001). Os trabalhos não indicam dados de preferência por espécies, mas

sempre citam nidificações em árvores emergentes, que variam

aparentemente conforme a região abordada.

A localização e o monitoramento de ninhos próximos à Manaus foi um

ponto de partida ao estudo da dieta da espécie na Amazônia central

(Sanaiotti et al., 2001). Com base na idéia de preservação ligada à árvore do

ninho, a exemplo de trabalho semelhante realizado por Alvarez-Cordero &

Küng (1998) na Venezuela, foi iniciado um Programa de Conservação da

espécie Gavião-real para a Amazônia Brasileira (Sanaiotti, 2001, 2002).

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Justificativa

A coexistência de espécies com o homem é um desafio deste novo

século, e para isso faz-se necessário que muitas informações estejam

disponíveis aos tomadores de decisão, nos momentos de argumentação e

estabelecimento de ações de conservação.

Determinar padrões de uso do habitat, tamanho e forma do território,

e compreender a dieta de espécies ameaçadas podem ser ferramentas úteis

para fornecer subsídios às tomadas de decisão quanto ao estabelecimento de

áreas de conservação e orientação em planos de manejo. O mesmo vale para

casos de restrição de uso de habitat em áreas de extrativismo e estimativas

de viabilidade de reintrodução da espécie em áreas a priori de ocorrência

natural.

Na Mata Atlântica a fragmentação do habitat criou um mosaico de

“pequenas florestas” que dificulta a manutenção da fauna. No Extremo Sul

da Bahia, a descaracterização do ambiente natural e a derrubada

indiscriminada das florestas são responsáveis pela raridade de várias

espécies de aves nos dias atuais, principalmente espécies florestais, que

sobrevivem apenas nos raros remanescentes florestais existentes na região.

As principais reservas florestais existentes no sul da Bahia, com capacidade

para abrigar as espécies de aves mais raras e exigentes ecologicamente, são

a RPPN Estação Veracel, de propriedade da Veracel Celulose S/A e os três

parques nacionais na porção terrestre dessa região, em função de sua

extensão e grau de conservação.

No caso específico deste Projeto, há registros de avistamentos de

Harpia harpyia com regularidade por pesquisadores visitantes (Paulo

Cordeiro, Mauro Galetti) na RPPN Estação Veracel, e por vários funcionários

da Reserva e vigias da CEPLAC na divisa da RPPN/CEPLAC, desde 1998.

O(s) indivíduo(s) avistado(s) entre 1998-2004 na RPPN,

remanescente(s) ao processo de fragmentação, pode estar utilizando também

o entorno da unidade de conservação como área de forrageio. Não existem

dados publicados a respeito da dimensão dos territórios em áreas

fragmentadas, nem estudos prévios sobre área de vida de harpias para a

Mata Atlântica.

Atualmente, existe uma harpia em cativeiro no Criadouro

Conservacionista da Veracel Celulose S/A, localizado na RPPN Estação

Veracel, que tem atraído a presença de um indivíduo de vida livre observado

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desde junho de 2003. O animal hoje em cativeiro é proveniente de apreensão

do IBAMA em área próxima a Reserva em 1997 e já era adulto na época.

Uma vez que o referido Criadouro será desativado e os animais devidamente

encaminhados, propõe-se no caso da harpia a realização de um estudo do

indivíduo de vida livre e a partir deste a possível reabilitação e soltura do

indivíduo em cativeiro, na região.

Objetivos 1. Capturar a harpia de vida livre que visita o indivíduo em cativeiro, no

recinto do Criadouro Conservacionista da Veracel Celulose S/A

localizado na RPPN Estação Veracel, para anilhamento de registro no

CEMAVE/IBAMA e implantação de rádios transmissores para

receptação de dados em VHS e via Satélite;

2. Determinar se o indivíduo marcado desloca-se somente na área da

RPPN Estação Veracel e qual ou quais outras matas contíguas ou

fragmentos estão sendo visitados, e determinação de área de vida;

3. Identificar que áreas dentro da RPPN Estação Veracel não são

ocupadas pela Harpia monitorada ou outro indivíduo livre;

4. Investigar se existe ninho de Harpia dentro da RPPN Estação Veracel

e/ou florestas adjacentes;

5. Verificar a presença de indivíduos de Harpia, através de sistema de

Play-Back em diferentes pontos da RPPN Estação Veracel;

6. Iniciar programa de reabilitação para o indivíduo em cativeiro,

visando reintrodução;

7. Buscar reserva florestal ou conjunto de fragmentos com área

suficiente para comportar a reintrodução, baseando-se em dados a

serem obtidos pelo monitoramento do indivíduo de vida livre.

Área de Estudo

O estudo será desenvolvido na RPPN Estação Veracel, onde há

registros de avistamentos de indivíduo(s) de Harpia adulto, e por surpresa a

visita de um indivíduo adulto sobre o recinto de outro indivíduo de Harpia

em cativeiro. A vegetação das RPPN Estação Veracel (6.069 ha) e Estação Pau Brasil

(1.230 ha) são de Floresta Atlântica, pouco impactadas, remanescentes ao

processo de ocupação humana.

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Métodos 1. Captura e marcação com anel do CEMAVE/IBAMA e soltura do

indivíduo livre que visita o recinto na RPPN Estação Veracel;

2. Determinar o tamanho da área usada pelo indivíduo livre através da

implantação de um rádio transmissor via satélite;

3. Acompanhar as atividades de animais na área do ninho de harpia dentro

da RPPN Estação Veracel;

4. Determinar se existe parte da Estação Veracel que não esteja sendo

ocupada pela Harpia monitorada;

5. Reintroduzir o segundo indivíduo, hoje em cativeiro no Criadouro

Conservacionista da Veracel Celulose S/A, em área de reserva na Bahia.

Captura por armadilha de laço A técnica de captura por armadilha de laço foi desenvolvida na tese de

doutorado de Álvares-Cordero (1996), com captura e marcação de 16

Harpias na Venezuela, e ainda não foi patenteada.

A arapuca consiste de uma base de tela onde se fixam quatro guias

para o laço e uma isca, e a estrutura é presa a um galho próximo ao ninho.

O laço, uma corda de polipropileno de 5mm, é controlado pôr um operador

em terra e no momento que a ave pisa na isca, dispara o dispositivo.

Nesta situação em especial, os avistamentos mais constantes têm sido

sobre o recinto do indivíduo em cativeiro, sobre o qual será instalado o

dispositivo de captura.

Marcação e implantação de transmissores VHS e satélite

No mesmo esforço de captura para o anilhamento, serão

implementados sistemas de transmissão de sinais VHS Wildlife Materials e

transmissor de sinais via satélite TELONICS, em sistema de mochila, fixa às

costas da ave.

A receptação dos dados será realizada em parceria com o Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. Após a receptação,

procederemos com as análises dos dados e determinação da área utilizada

pelo indivíduo. Além da marcação também será feita coleta de sangue para

fins de análise de DNA.

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Técnicas de acesso às copas

Para instalação de armadilhas, verificação de ninhos, buscas por

avistamentos ou quando necessário, as árvores emergentes serão escaladas

através de técnicas verticais em “single rope” com “back-up”, com técnica

“sapo”. As cordas estáticas são passadas nas forquilhas principais da árvore,

previamente à escalada, através do uso de atiradeira esportiva, com

chumbos esféricos de pesca de 50g, presos a um fio de nylon de 0,35mm.

Após a passagem deste fio, por ele será recolhido um cordim de 0,6mm,

chamado monofil, com o qual é possível recolher à corda. As cordas de

“back-up”, dinâmicas, partirão de uma segunda pessoa que dispõe de um

dispositivo blocante, que liberará corda á medida que o escalador sobe.

Presa ao escalador, a corda dinâmica será passada por pontos de fixação,

que sustentarão a queda do escalador em caso de falha do sistema principal.

Caracterização da dieta Ossadas serão recolhidas mensalmente no ninho dentro da reserva,

durante o período do monitoramento por um integrante do Programa Gavião-

real. Para caracterizar e quantificar a dieta dos filhotes, analisaremos as

ossadas recolhidas, seja no chão sob o ninho ou no interior do ninho

(quando da limpeza final antes da queda do ninho, ou nos momentos de

captura para o anilhamento). As ossadas serão analisadas individualizando

cada item de presa para quantificação. Consideraremos indivíduo, cada

crânio ou bacia completa. Em uma mesma coleta, quando não for possível

individualizar ossos pertencentes a um mesmo esqueleto, para cada crânio

uma bacia será descartada do registro de número de indivíduos.

Métodos para reabilitação de indivíduo de Harpia adulto trazido para o Criadouro Conservacionista em 1998 (microship AID 0451133090).

Um programa de reabilitação deverá ser moldado conforme avaliação

da capacidade de vôo, habilidade de captura de presas e manutenção de

instinto de caça, e estado de saúde do indivíduo em cativeiro. O

planejamento do programa de reabilitação deverá ser desenvolvido e

detalhado em parceria com a RPPN Estação Veracel. Além disso, deverão ser

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considerados os dados a serem obtidos pelo monitoramento do indivíduo de

vida livre a fim de identificar a existência de área suficiente para comportar a

reintrodução na região. No caso de soltura, este indivíduo também receberá

anilha e rádios transmissores para acompanhamento.

Método de Play-back para atração de indivíduos.

Serão acessados diferentes pontos da RPPN Estação Veracel, a serem

determinados de acordo com acesso e divisão da área em blocos de

abordagem. Nesses pontos selecionados, uma árvore emergente será

escalada, e utilizando gravações de vocalizações em aparelho MD,

procederemos com play-back das vocalizações e aguardaremos por

vocalizações de resposta ou avistamento de indivíduos.

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234

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Sick, H. (1993). Birds in Brazil. Princeton Univ. Press.

Cronograma ANO 1 ANO 2

1. Harpia vida livre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 12 1 2 3 4

Aquisição de equipamentos e transmissor X X Escaladores instalar armadilha X Gravação de vocalizações X X X X X X X X Captura e implantação rádio X Monitoramento INPE X X X X X X X X X X X X X X X Escalador busca por ninho X X X X X X X Primeira estimativa da área X Segunda estimativa da área X 2. Harpia em cativeiro Reabilitação em cativeiro X X X X X X X X X X X X Captura e marcação X Soltura X

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Novas Propostas de Uso Público para a RPPN Estação Veracel (a) Trilha Autoguiada das Palmeiras e Paisagismo

Os belíssimos conjuntos de espécies arbóreas plantados

defronte ao Centro de Visitantes poderiam ser ainda mais ressaltados

com uma reforma no jardim, transformando-o em uma área melhor

aproveitada e de maior circulação de visitantes.

Ao mesmo tempo em que as sebes formadas pelo pingo-de-ouro

(Duranta repens) ressaltam os caminhos (Figura 1a), os elementos

dispostos no jardim, como um quiosque, bancos e placas adquirem

um caráter de isolamento. Além disso, algumas placas que identificam

espécies arbóreas, no caminho para a administração, acabam ficando

um pouco escondidas atrás da bordadura de pingo-de-ouro (Figura

1b).

(a)

(b)

Figura 1(a) – Sebes formadas pelo pingo-de-ouro (Duranta repens) ressaltam os caminhos internos da RPPN Estação Veracel; (b) Placas escondidas atrás da bordadura de pingo-de-ouro.

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Em uma situação destas deve-se decidir o que deverá chamar

mais a atenção, se o caminho que vem em primeiro plano, ou a vista

além dele. Pode-se alterar a composição com a eliminação das

bordaduras de pingo-de-ouro, proporcionando maior contato com as

plantas do jardim, buscando com a remoção dos detalhes unir todos

os componentes. Aproveitando os conjuntos de palmeiras,

principalmente no caminho para a administração (Figura 2a), sugere-

se a implantação da Trilha das Palmeiras, definindo o percurso com

um novo traçado, com beiradas de sustentação (pedras, tijolos) e

pavimentação (seixos rolados, pedras britadas). As atuais placas

apenas informam o nome popular, científico e a família botânica a que

pertence (Figura 2b).

(a)

(b)

Figura 2(a) – Palmeiras no caminho para a administração na RPPN Estação Veracel; (b) Placas atuais informam nome comum, científico e família botânica a que pertence.

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Um novo conjunto de placas deve ser projetado, com caráter

mais educativo, dando destaque aos usos da espécie e criando textos

integrativos e ilustrações de uma placa para a outra, seja

relacionando o cotidiano de uma comunidade, por exemplo, indígena,

ou relacionando espécies da fauna local. Pode-se usar um personagem

“mascote” como interlocutor da história na Trilha das Palmeiras, sem

com isso deixar de atingir os públicos distintos.

Com relação a toda a área do jardim, parte da grande forração

gramada, que requer constante manutenção (Figura 3a), pode ser aos

poucos substituída por forrações nativas de porte arbustivo, que não

precisam ser cortadas ou podadas, principalmente na lateral oposta

ao estacionamento de funcionários, no fundo do Centro de Visitantes.

Deve ser estudado um caminho diferenciado de acesso à

administração, que pode sair da parte lateral direita ou fundo do

Centro de Visitantes. O caminho de acesso ao Centro de Visitantes a

partir do portão de entrada para visitantes (Figura 3b) deve

permanecer, podendo sofrer adequações ao contexto do projeto

paisagístico como um todo.

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(a)

(b)

Figura 3(a) – Grande forração gramada requer constante manutenção; (b) Caminho de acesso ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.

No planejamento do jardim, deve ser mantida uma área

gramada aberta para realização de atividades educativas,

principalmente com grupos de escolas. Alguns recantos do jardim

podem ainda ser valorizados e enfatizados como local de descanso,

contemplação e relaxamento, realocando os bancos e quiosque.

(b) Trilha em Floresta Conservada Um passeio com grande potencial para ser estudado seria um

roteiro com o ponto de partida no Centro de Visitantes, onde ouviriam

uma breve palestra sobre a RPPN EVC e princípios de conduta e

mínimo impacto, a primeira parada em trilha da Mussununga, e a

volta passando por um trecho de estrada interna do Parque, com

visita à trilha em floresta conservada.

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Deve ser estudado um trecho de trilha circular, com início e

final no mesmo ponto, que é mais utilizado para trilhas curtas,

oferecendo fácil acesso além de estacionamento próximo (Figura 4). Os

visitantes não precisam retornar pelo mesmo caminho, o que torna o

percurso mais interessante.

Figura 4 - Trilha em formato circular.

Neste trecho de floresta, na bordadura da estrada interna, foram

observados sub-bosques com grande diversidade de bromélias (Figura

5a e b), o que não foi encontrado próximo à área da sede.

Seria necessário uma van ou micro-ônibus para o transporte de

visitantes nesta trilha, ou em caso de acionistas da empresa poderiam

ir com carro próprio ou alugado. A logística de transporte pode ser

ainda realizada por concessionários, que devem seguir as normas

definidas pela administração. Deve-se fazer um estudo para verificar

as responsabilidades legais e penalidades, prevendo o acontecimento

de acidentes que envolvem veículos, lembrando que se trata de uma

via municipal, e não particular da Empresa Veracel. Placas de limite

de velocidade devem ser instaladas ao longo das estradas, requeridas

junto aos órgãos responsáveis.

ESTRADA

Acesso à trilha

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240

(a) (b)

Figura 5(a e b) – Bromélias observadas no sub-bosque da área com potencial para implantação da trilha em floresta conservada da RPPN Estação Veracel. (d) Necessidade de Projetos Específicos Manejo e Monitoramento do Uso Público Os métodos de planejamento da visitação atualmente utilizados

caracterizam-se por serem dinâmicos e sua ênfase está na condição

desejada, utilizando-se indicadores que descrevem as condições

atuais, fazendo com que os padrões desejáveis dos recursos naturais

ou da experiência do visitante sejam alcançados através de ações

administrativas. A base de todo o processo está na realização do

monitoramento contínuo das condições físicas e sociais da área

natural, conforme demonstrado na Figura 6.

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241

Figura 6 – Diagrama ilustrando objetivos pré-determinados dos sistemas de planejamento.

Os impactos decorrentes do uso público são complexos e

envolvem diversas variáveis, sendo que apenas algumas podem ser

analisadas com precisão. O período, tipo e duração do uso, assim

como o comportamento do visitante e o nível de experiência

determinam a severidade dos impactos.

O aumento da visitação em áreas naturais e o fato destas áreas,

por vezes, coincidirem com ecossistemas frágeis, causam impactos

negativos sobre o ambiente, que poderiam ser evitados ou diminuídos

com algumas propostas de manejo (Passold, 2002). Os programas de

monitoramento de impacto do uso público oferecem aos

administradores uma ferramenta objetiva para acompanhar as

Padrão excedido

Padrão não excedido

Avaliar e identificar as causas do excesso

Revisar objetivos de manejo existentes para a área

Selecionar indicadores das condições do recurso e sociais

Estabelecer padrões para os indicadores

Monitorar as condições

Comparar as condições existentes com os padrões

Selecionar e implementar ações de manejo

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242

condições naturais do meio, e verificar a amplitude do impacto

causado pelos visitantes.

Na RPPN EVC, a definição de padrões de qualidade desejável dos

recursos naturais e da experiência da visitação será definida após a

implementação de um programa de monitoramento contínuo.

Atualmente os métodos mais utilizados para planejamento da

visitação são: ROS (Recreation Opportunity Spectrum), LAC (Limits of

Acceptable Change), VIM (Visitor Impact Management), VAMP (Visitor

Activities Management Process) e VERP (Visitor Experience and

Resource Protection).

Estes métodos se utilizam de indicadores que refletem

alterações ecológicas representativas ocasionadas pelo uso público.

Deverá ser elaborado um estudo específico para seleção e teste de

indicadores para então definir o Plano de Monitoramento do Uso

Público da RPPN EVC.

A exemplo do teste com indicadores de monitoramento de uso

público realizado por Passold (2002) e Passold et al. (2004), nas trilhas

do Parque Estadual Intervales, também nesta unidade deve ser feito o

teste comparativo entre indivíduos diferentes para a seleção dos

indicadores mais adequados (Tabela 1).

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Tabela 1 – Lista de possíveis indicadores de impactos ecológicos e sociais para o monitoramento do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel.

IMPACTOS FÍSICOS Densidade do solo

Compactação do solo

pH do solo

Quantidade de serrapilheira

Profundidade de serrapilheira

Área sem vegetação

Área total de camping

Erosão visível

Drenagem do solo

Química do solo

Produtividade do solo

Área de solo nu

No de fogueiras

Tamanho das áreas das fogueiras

No de trilhas não oficiais

IMPACTOS BIOLÓGICOS Fauna do solo e micro flora

% de perda de cobertura vegetal

Diversidade de espécies de plantas

Altura das plantas

Extensão de vegetação danificada

No de plântulas

Abundância de espécies silvestres

Freqüência de observação de fauna silvestre

Sucesso na reprodução da fauna silvestre

Densidade de cobertura do solo

Composição de espécies de plantas

Proporção de espécies exóticas

Vigor das espécies selecionadas

Extensão dos danos às árvores

Exposição das raízes das árvores

Presença/Ausência de fauna silvestre

selecionada

Diversidade de fauna silvestre

IMPACTOS SOCIAIS No de encontros com outros indivíduos/dia

No de encontros por meio de transporte

No de encontros com outros grupos por dia

No de encontros por local de encontro

Percepção do visitante sobre o impacto no

ambiente

Satisfação do visitante

Relatos de visitantes sobre comportamento

indesejável de outros visitantes

No de encontros por tipo de atividade

No de encontros por tamanho de grupo

Percepção do visitante sobre lotação

No de reclamações dos visitantes

Quantidade de lixo na área

Logotipo da RPPN Estação Veracel O atual logotipo da RPPN EVC (Figura 8), tem um design

agradável e já incorporu a mudança do nome Estação Veracel.

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Figura 8 – Logotipo atual da RPPN Estação Veracel.

Sistema de Sinalização e Identidade Visual Deve-se prever o planejamento de um sistema de sinalização e

identidade visual integrado, para orientar o visitante na localização

das vias de acesso externas e internas da RPPN, e também nas trilhas.

O projeto específico de sinalização das trilhas novas deverá

ocorrer preferencialmente após a implementação das ações de manejo,

definindo a real necessidade de instalação, o local mais apropriado e o

conteúdo das placas. As placas devem ser simples, objetivas, visíveis e

integradas ao ambiente. A sinalização sempre deve estar de acordo

com os objetivos e o zoneamento da área. Em Hawes (1998) encontra-

se um exemplo da utilização de variados tipos de sinalização,

apropriada para cada zona de uso. A Tabela 2 apresenta as políticas

de sinalização adotadas nos Parque da Tasmânia, Austrália.

Tabela 2 – Sinalização e manejo apropriados para cada zona de uso em parques.

ZONAS MANEJO PLACAS DE INTERPRETAÇÃO

PLACAS DE ORIENTAÇÃO

Primitivo Sim* Não Não Extensivo Sim** Não# Não Intensivo Sim Sim Sim

Fonte: Adaptado de Hawes (1998). *Estritamente para propósitos de manejo e proteção ambiental. Não deve ser obstrutivo; **Mínimo de sinalização. Em geral apenas para propósitos de manejo e proteção ambiental. Não deve ser obstrutivo; # Somente em áreas de uso intensivo e apenas onde houver equipamentos facilitadores (ex. Salas com equipamentos interpretativos). Não devem ser instaladas em áreas semi-primitivas.

Ao longo das trilhas deve-se evitar a instalação de placas e não

devem ser instaladas placas nos locais onde se encontram os

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atrativos, resguardando assim sua característica primitiva. Somente

no início dos trajetos ou em bifurcações poderão ser utilizadas placas

que deverão informar sobre os pontos de interesse, a distância a

percorrer, o tempo estimado de caminhada e eventuais perigos. As

placas no início das trilhas devem conter a indicação do atrativo a ser

visitado, a distância do percurso e o tempo necessário para sua

realização.

Faz-se necessário incluir no monitoramento de equipamentos

facilitadores a verificação de possíveis danos causados ao sistema de

sinalização e providenciar sua imediata manutenção ou troca, de

acordo com a necessidade verificada.

Divulgação O projeto que tratar da divulgação da RPPN EVC nas escolas da

região, na empresa e para o público em geral, deve procurar enfatizar

os atrativos e atividades permitidas na unidade de conservação. A

divulgação poderá ser realizada junto às prefeituras dos Municípios de

Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Eunápolis e nas comunidades do

entorno e bairros, bem como em escolas e outras instituições de

ensino.

A divulgação nos municípios e comunidades do entorno podem

ter influência tanto positiva como negativa sobre a unidade. A

influência positiva da divulgação pode se dar através da expectativa de

que a fiscalização e circulação de visitantes na área, sendo

intensificadas, coíbam as entradas clandestinas.

No entanto, a divulgação pode despertar um interesse latente de

que estes recursos protegidos pela Federação poderão ser utilizados

como um estoque abundante e disponível, mesmo cientes da

ilegalidade do uso destes recursos. A divulgação dos atrativos

existentes na RPPN EVC deve restringir-se aos locais oficialmente

abertos à visitação, evitando assim a pressão sobre locais onde a

administração ainda não consegue ter um controle efetivo sobre as

atividades de uso público.

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246

Este projeto específico deve ser desenvolvido através da

contratação de serviços especializados, sob a supervisão da

administração da RPPN, para a elaboração do material de divulgação,

onde devem ser estudadas as formas mais efetivas de propaganda.

Dentre as causas da ineficiência da propaganda identificadas

por McKercher (2002) está a falta de direcionamento, qualidade

inadequada da produção, falta de distinção, campanhas desprovidas

de uma estratégia claramente definida e falta de profissionalismo no

texto e no layout. Os objetivos da visitação na Estação Veracel, assim

como metas a curto, médio e longo prazo devem estar claramente

definidos quando do desenvolvimento das estratégias de divulgação.

Quanto à produção de folheteria sobre a RPPN, McKercher

(2002) aponta que os folhetos são uma das formas de propaganda

mais importantes, embora sejam também uma das ferramentas

promocionais mais mal-usadas. O layout, as cores selecionadas, a

qualidade do papel, as ilustrações, as fotos escolhidas e o texto do

anúncio são, na maioria das vezes, insatisfatória.

Hodgson, (citado por McKercher, 2002), aponta que o índice de

desperdício dos folhetos está acima dos 90%. O autor ainda lembra

que as pessoas não pagam nem um centavo para adquirir os folhetos;

portanto, os mesmos têm pouco valor para o leitor.

Informações gerais sobre o período e horários de visitação,

acessos, distâncias e mapa de localização, atividades recreacionais,

infra-estrutura existente, normas e regulamentos, equipamento

desejável para o melhor aproveitamento do passeio (calçados e

vestimentas adequadas) e contato para informações devem ser

disponibilizados também através de serviço online.

Ativação da Plataforma A estrutura construída para chegar a copa de uma árvore deve

ser reativada, sendo necessário a contratação de um técnico para

avaliação do estado de conservação da estrutura, seja a parte metálica

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como a madeira, e estudar os equipamentos e procedimentos para

oferecer segurança ao visitante.

Capacitação e Acompanhamento de Pesquisa Para a realização de atividades de visitação, a RPPN EVC

necessita, além da infra-estrutura adequada a este fim, de pessoas

capazes de atender aos visitantes, orientando-os sobre as

oportunidades recreacionais e educativas existentes da unidade de

conservação e garantir sua segurança e integridade física.

Neste sentido, devem ser desenvolvidos com os funcionários da

RPPN treinamentos temáticos, direcionados tanto para uma atitude

conservacionista, como para o manejo da visitação.

Após a avaliação do potencial recreativo RPPN EVC foram

identificados alguns temas necessários para as fases de

implementação das atividades de uso público, como manejo de

visitantes; monitoramento do uso público; manejo e manutenção de

trilhas; manutenção da infra-estrutura; primeiros socorros, busca e

salvamento; navegação territorial; legislação aplicada a unidade de

conservação; identificação de fauna e flora; fotografia na natureza; e

línguas estrangeiras (inglês, espanhol).

A aplicação de novos cursos e treinamentos, além da reciclagem

de conhecimentos já adquiridos, deve ser uma prática contínua.

O desenvolvimento de um maior número de pesquisas gera

conseqüentemente a necessidade de assistentes de campo e, a

utilização dos funcionários para suprir esta demanda apresenta-se

como uma alternativa bastante viável. Além de monitorarem as

atividades desenvolvidas e absorverem conhecimentos, os funcionários

poderão efetivamente colaborar com a realização dos estudos

científicos, através de indicações, referências e auxílio no campo.

Educação Ambiental Vinculada ao Uso Público Em todo o histórico de uso público da RPPN EVC, o principal

grupo visitante são os estudantes, merecendo assim atenção especial

no planejamento da visitação, mais ainda após definido o perfil de uso

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público da unidade de conservação voltada a fins educacionais. A

visitação na RPPN EVC deve estar associada aos princípios e

atividades definidas pelo Sub-programa de Educação Ambiental.

Para que sejam atingidos os objetivos de uma visita de

qualidade é recomendável que um monitor acompanhe grupos de até

10 pessoas. A programação da visita nas trilhas deve ser organizada

de forma a evitar encontro de grupos e congestionamento na trilha,

conforme observado em um dia de visita com um grupo de

aproximadamente 30 alunos (Figura 9a).

O local de explanação do monitor antes de iniciar a trilha

(Figura 9b) deve ser revisto quando se tratar de grupos de crianças

menores que 10 anos, e também se houver um aumento no fluxo de

veículos na estrada para Santa Cruz Cabrália.

(a) (b)

Figura 9(a) – Encontro de grupos na Trilha da Floresta Tropical na RPPN

Estação Veracel; (b) Explanação do monitor antes de iniciar a trilha.

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Tabela 3 – Lista de potenciais escolas para inclusão no Programa de Visitação/Educação Ambiental na RPPN Estação Veracel.

Instituição de Ensino Categorias de Ensino Porto Seguro/ Bairro/ endereço Colégio Frei Calixo Ensinos: Fundamental (5ª a 8ª) e

Educação de Jovens e Adultos Baianão R. Peireira, nº 2.

Escola Municipal Gov. Paulo Souto

Ensinos: Fundamental (5ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Baianão Rua Valdivio Costa S/ nº.

Escola Oscar Oliveira Silva

Ensinos: Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Paraguai Rua 18 ou Jorge Valience s/ nº.

Escola Albertina Fiorotti Moreira

Ensinos: Fundamental (1ª a 4ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Porto Alegre II / Ubaldinão Salão da Igreja Batista. Obs.: 2ª etapa do Porto Alegre.

Colégio Municipal Profª Maria Lucia W. Santana

Ensinos: Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Agrovila Br 367, Km 51. Ao lado da Padaria.

Escola Menino Francisco Ensinos:Fundamental (1ª a 4ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Fazenda Imbiruçu de Dentro.

Escola Conceição Valiense.

Ensino: Fundamental (1ª a 4ª). Fazenda Imbiruçu de Dentro.

Escola Profª Raydahlia Bittencourt Oliveira

Ensinos: Pré-escola, Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Pindorama Rua Santa Rita, S/ nº.

Escola União dos Posseiros

Ensinos: Fundamentla (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.

Projeto São Miguel

As escolas deverão agendar a visita, permitindo à administração

efetuar os procedimentos necessários ao pleno desenvolvimento dos

objetivos de educação e interpretação ambiental. Algumas escolas que

deverão ser contepladas pelo programa de educação ambiental estão

listadas na Tabela 3.

Recuperação e Manutenção de Trilhas

A manutenção das trilhas e estruturas de apoio nas trilhas da

RPPN EVC, se tornam pré-requisitos para garantir a qualidade do

recurso natural, aprimorar o nível de satisfação dos visitantes e

valorizar o desempenho da administração junto às ações de

responsabilidade social de caráter educativo e cultural.

O Plano de Manutenção apresentará três etapas distintas, como

mostra a Figura 10, sendo:

• Diagnóstico – Consiste da observação das condições encontradas

na trilha e nos equipamentos facilitadores, realizada pelos

funcionários e monitores, e preenchimento de uma Ficha de

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Registro de Visitação e Ocorrências, onde constam informações

referentes ao estado de conservação;

• Planejamento – Avalia-se as informações e estabelecem-se

prioridades de ação, conforme a gravidade da situação apresentada

e os próximos agendamentos de visita;

• Execução – São selecionadas datas de execução dos serviços de

manutenção junto à administração da RPPN, e preparado o

material e ferramentas.

Para se fazer uma manutenção eficiente deve-se reconhecer as

principais causas dos danos à trilha, e o fator mais importante a ser

considerado na manutenção de trilhas refere-se à eficiência do

sistema de drenagem. A inclinação longitudinal da trilha aumenta a

velocidade de escoamento da água, causando remoção da

serrapilheira, erosão do solo, assoreamento de material e problemas

de drenagem. Associado ao pisoteio, surgem problemas como: erosão

lateral à trilha, erosão longitudinal à trilha, formação de trilhas

paralelas, alargamento da trilha original, poças d’água e pontos com

lama.

Figura 10 – Etapas do Plano de manutenção de trilhas e equipamentos facilitadores.

EXECUÇÃO

DIAGNÓSTICO

CAMPO Atividade: Observar situação no campo Responsável: Monitor

CAMPO Atividade: Execução de serviços de manutenção Responsável: Monitor

PLANEJAMENTO

ESCRITÓRIO Atividade: Articular execução de serviços de manutenção Responsável: Chefia

ESCRITÓRIO Atividade: Preencher Ficha de Registro Responsável: Monitor

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As atividades devem ser executadas com a presença de um

funcionário que tenha sido orientado para a tarefa, para evitar que

ocorra, por exemplo, a manutenção exagerada da trilha, com corte da

vegetação lateral muito além do necessário.

Manejo de Risco Dentre os sistemas necessários ao turismo de natureza está a

administração de riscos. Uma vez que RPPN EVC oferece as atividades

de visitação em suas áreas naturais, ela é responsável moral e

juridicamente por garantir que as atividades sejam oferecidas com a

máxima segurança. Segundo McKercher (2002), adotar políticas

operacionais que evitam riscos não interfere negativamente na

qualidade da experiência turística; ao contrário, se isso for feito

corretamente, essa medida pode ser considerada um benefício a mais

para o visitante.

Assim, para que o Gerenciamento de Riscos das Trilhas da

RPPN, algumas sugestões são fundamentais para qualquer atividade

de visitação nas trilhas:

• Os monitores devem saber prestar primeiros socorros e ter

habilidades para oferecer segurança quando necessário;

• Os monitores devem fazer cursos de socorrismo em áreas

remotas;

• O monitor capacitado no curso deverá levar na mochila um kit

básico que deve conter: EPI (luvas, óculos, etc), Suporte Básico

à Vida (máscara respiratória), e medicamentos a serem

indicados sob orientação médica, durante o curso de

capacitação.

• Materiais para lesões em tecidos moles, lesões ortopédicas e

medicamentos devem ser discutidos e definidos no Curso de

Capacitação de Socorrismo em Áreas Remotas, sob orientação

de especialistas.

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• A RPPN oferecerá um carro de apoio equipado com rádio-

comunicação, que tomará as devidas providências para remoção

da vítima no caso de um acidente.

Uma maneira de minimizar riscos é fazer com que todos os

clientes leiam e assinem um termo de isenção de responsabilidade,

que deverá ser elaborado junto ao setor jurídico da Empresa. Da

mesma forma, poderá ser encaminhada aos grupos antes da visitação

agendada, uma ficha com dados médicos dos integrantes do grupo.

Referências Bibliográficas Hawes, M. (1998). Walking track management strategy for the

Tasmanian Wilderness World Heritage Area. Parks and Wildlife

Service. Hobart.

McKercher, B. (2002). Turismo de Natureza: planejamento e

sustentabilidade. Editora Contexto. São Paulo.

Passold, A.J. (2002). Seleção de indicadores para o monitoramento do

uso público em áreas naturais. Dissertação de Mestrado. Escola

Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São

Paulo. Piracicaba.

Passold, A.J., Magro, T.C. & Couto, H.T.Z. (2004). Comparing

Indicators Effectiveness for Monitoring Visitor Impact in Intervales

State Park, Brazil: Park Ranger-Measured Versus Specialist-

Measured Experience. The Second International Conference on

Monitoring and Management of Visitor Flows in Recreational and

Protected Areas, Rovaniemi, Finland.

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OOFFIICCIINNAA DDEE EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA DDEE

PPEESSQQUUIISSAA DDAA RRPPPPNN EESSTTAAÇÇÃÃOO VVEERRAACCEELL

Dia 17 de agosto, 2006 RPPN Estação Veracel - Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, BA

Coordenação

José Vicente Ortiz

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Introdução A RPPN Estação Veracel (RPPN EVC) elegeu entre seus objetivos o

desenvolvimento de pesquisas sobre biodiversidade. A geração de

conhecimento biológico é o pilar mestre para iniciativas em Conservação da

Biodiversidade. Apesar dos avanços nesta área, ainda existem grandes

lacunas na compreensão do funcionamento dos processos ecológicos e das

dinâmicas das populações e comunidades de animais e plantas. A RPPN

EVC possui uma área de ca. 6.000 ha em bom estado de conservação em

uma das áreas com maior riqueza, diversidade da Mata Atlântica e é um

reconhecido centro de endemismos de diversas espécies, o que faz dela uma

área de extrema importância para a biodiversidade regional.

Para atender a demanda de pesquisas em biodiversidade na estação,

está sendo elaborado um Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PP-EVC)

dentro da Revisão do Plano de Manejo da RPPN EVC. Para que o PP-EVC

seja adequado às reais necessidades das pesquisas na Mata Atlântica e,

contribua de forma eficiente para a geração de conhecimento foi realizada

uma oficina no dia 17 de agosto de 2007 no centro de visitantes da Estação

Veracel. O intuito da oficina foi consultar a comunidade científica para que o

PP-EVC seja uma ferramenta eficiente para a execução de estudos que

contribuam para a conservação da Mata Atlântica. O encontro contou com a

participação de 20 técnicos e pesquisadores que desenvolvem ou já

desenvolveram atividades na RPPN EVC (Tabela 1).

O presente documento é o memorial da Oficina, e servirá de base pra

a elaboração do texto do Programa de Pesquisa da RPPN EVC.

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Tabela 1 – Participantes da Oficina sobre o Programa de Pesquisa da Estação

Veracel.

Pesquisador Instituição

Adriana Martini Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Adriana Paese Conservação Internacional

Adriano Paglia Conservação Internacional

André Amorim Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) & Centro de Pesquisas do

cacau (CEPEC)

Alexandre Schiavetti Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Bruno Pimenta Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ)

Carlos Alberto Mesquita Instituto BioAtlântica

Denise Balbao Oliveira RPPN Estação Veracel

Eduardo Mariano Neto Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Fabiano Melo Universidade Federal de Goiás

Fabio Falcão Instituto Driades

José Vicente Ortiz Consultor

Ligia Gallozi Mendes RPPN Estação Veracel

Lucio Bede Conservação Internacional

Luiz Paulo Pinto Conservação Internacional

Maurício Cetra Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Monica Fonseca Conservação Internacional

Pedro Rocha Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Raquel Moura Universidade federal de Minas Gerais (UFMG)

Sofia Campiolo Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) & Instituto Driades

Dinâmica da Oficina A oficina se realizou no sistema de mesa redonda, onde o tema em

foco foi debatido pelos participantes, com a mediação do coordenador,

seguindo um roteiro preestabelecido (Anexo).

Antes do começo dos trabalhos, foi realizada uma apresentação pela

administradora da RPPN EVC - Denise Oliveira - para contextualizar a RPPN

no organograma da Veracel Celulose, a forma de administração e a estrutura

já existente.

O coordenador da oficina - Zeca Ortiz - apresentou o documento base

e discutiu os itens com os participantes, esclarecendo as dúvidas e colhendo

sugestões de pontos que não constavam no documento para serem incluídos

na discussão. Os itens estabelecidos para o debate foram: (a) linhas

preferenciais de pesquisa; (b) infra-estrutura para pesquisa; (c) público alvo;

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(d) formas de apoio a pesquisa; (e) parcerias e convênios; (f) destino do

material biológico coletado; e (g) mecanismos de avaliação do Programa.

Resultados

Definição das Linhas de Pesquisas Preferenciais Com o objetivo de alcançar sua meta de conservar a biodiversidade,

gerar conhecimentos biológicos e otimizar os recursos destinados ao apoio à

pesquisa científica dentro da RPPN, a Estação Veracel decidiu elencar linhas

temáticas de pesquisas

preferenciais, contando para

isso com as sugestões do grupo

de pesquisadores. Para definir

as linhas temáticas foram

fornecidas fichas, aos

participantes, para serem

registradas as linhas de

pesquisas consideradas

prioritárias dentro da RPPN. As

fichas foram afixadas em um quadro para a visualização do conjunto pelo

grupo.

A partir da visualização do panorama geral foram abertas as

discussões para agrupar as sugestões em linhas gerais e priorizar as linhas

temáticas. Como resultado das discussões foram elencadas sete linhas

temáticas e alguns temas preferenciais dentro destas linhas (Tabela 2). A

discussão enfatizou a preocupação com a qualidade dos resultados do PP-

EVC e com a garantia do retorno das informações para a Estação e para a

comunidade científica e leiga. Houve também a preocupação para que os

estudos apoiados fossem relevantes para embasar as iniciativas

conservacionistas na Mata Atlântica e direcionar as ações de implementação

do plano de manejo da RPPN EVC.

A linha de no. 7, "Instalação de Parcelas Permanentes", foi considerada

uma "meta", pois engloba um planejamento de longo prazo. Atualmente

existem alguns programas, em escala global, de investigação em parcelas

permanentes reconhecidos pela qualidade. A conclusão dos pesquisadores é

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257

que a instalação de parcelas permanente dentro da RPPN deve estar ligada,

de alguma forma, a protocolos estabelecidos para agregar informações e

possibilitar maior conhecimento das florestas tropicais. A possibilidade e a

forma de implementação deverão ser investigadas ao longo do ano de 2007.

Durante este período serão contatados programas existentes para avaliar as

condições, dificuldades e possibilidades da instalação de parcelas

permanentes.

Como diretriz geral sugeriu-se que os estudos que englobarem mais

de uma linha, previrem continuidade em longo prazo, e/ou que gerem

estudos complementares e correlatos devem merecer atenção especial.

Tabela 2 – Linhas de pesquisas, diretrizes e temas referenciais sugeridos

durante a Oficina sobre o Programa de Pesquisas da RPPN Estação Veracel.

Nome Provisório Diretrizes Temas Preferenciais para Pesquisa 1. Inventários de fauna e

flora

Caracterização espacial

Representatividade espacial

Quantificação

Ampliar o conhecimento da

biodiversidade da área

Levantamento rápido de grupos nunca

estudados

Levantamento de grupos nunca

estudado

Levantamento fauna Dossel

Checar grandes dúvidas listas de

espécies do plano de manejo

Caracterização de fauna de

invertebrados e vertebrados

Mapeamento das fisionomias

Inventário de grupos biológicos (fauna

e flora)

Inventário objetivando reconhecimento

de grupo de espécies indicadoras

Estrato arbustivo-herbáceo

2. Influências antrópica

sobre a biodiversidade

Deve ser considerado,

preferencialmente, quando

possível, envolver o entorno.

Como o resultado de sua

pesquisa pode contribuir para

o manejo.

Pesquisador deverá traduzir a

linguagem cientifica e para a

comunidade (normatização)

Os trabalhos devem envolver

o entorno da unidade

Avaliação de impacto de caça sobre a

biodiversidade

Estudo de espécies invasoras

Recuperação florestal e espécies de uso

econômico

Predação por animais domésticos

Eficácia das atividades de educação

ambiental

Elaboração de IIB com base em peixes

de riachos

Fogo

Agrotóxicos

Atropelamentos

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Nome Provisório Diretrizes Temas Preferenciais para Pesquisa 3. Ecologia de Populações e

Comunidades

Caracterização da fauna de

vertebrados;

Regeneração natural

Auto-ecologia de espécies ameaçadas

de extinção, indicadoras, espécies-

chave etc.

Dinâmica de vegetação

Dinâmica estrutura de comunidades

4. Ecologia de Paisagem Mapeamento das fitofisionomias;

Caracterizaçao de gradientes

ambientais

Efeitos de borda

processos ecológicos;distribuicão de

espécies

Levantamentos comparativos entre

núcleo (RPPN) e fragmentos da

paisagem;

Fragmentação e conectividade

5. Interações ecológicas Polinizacão

Relação água florestas;

Dispersão de sementes

Interação animal-planta

Fisionomias e fauna associada

Predacão

6. Monitoramento de

sistemas naturais

Levantamento de informações básicas

em comunidades de peixes de água

doce

Bioindicadores

Processos relacionados com a

manutenção da biodiversidade e suas

funções

qualidade de água

Monitoramento da biodiversidade

terrestre e aquática

Monitoramento de populações

7. Estudos em longo prazo

(ex: Programa Global de

Monitoramento de

Biodiversidade - TEAM)

Instalação de parcelas

permanentes

Infra-estrutura de Laboratório e Alojamento O bom desempenho de um estudo está intimamente ligado ás

condições de trabalho dos pesquisadores. A RPPN já possui um alojamento

para 12 pessoas e dois laboratórios. Foram solicitados aos pesquisadores

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sugestões de pequenos equipamentos para aperfeiçoar as instalações

existentes. Após os debates foi elaborada uma lista com os materiais que

devem estar presentes nos laboratórios (Tabela 3).

Tabela 3 – Lista bruta das sugestões de equipamentos e estrutura para o

laboratório da RPPN Estação Veracel.

Sugestão Observações

Estufa para secagem plantas

Geladeira

Laboratório de triagem (para material sujo)

(formol, etc.)

Já existente

Exaustor

Lupa simples

Armários com chave

Vidraria (placa de petri)

Podão Material fundamental para pesquisas

botânica mas relativamente frágil para ser

disponibilizado pela RPPN.

Bússola, clinômetro, gps, trena Foi decidido que este é um tipo de material

individual

Bancada com luminária Já existente

Banco para bancada

Mesas e cadeiras para estudo

Ventilador Já existente

Bandejas plásticas

Computador no laboratório

Ponto de rede no laboratório

Dispenser (papel toalha)

Armário para reagentes (fechado)

Prateleiras

Equipamentos de segurança

A conclusão geral foi que a montagem do laboratório deve

acompanhar as demandas de pesquisas mais comuns. Algumas das

sugestões são de implementação em curto prazo (2006-2007), outras serão

implementadas à medida que a demanda pelo material for sendo

apresentada. Foi chamada a atenção para que o manuseio de reagentes

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(formol, acetato, éter, clorofórmio, etanol) siga as regras de segurança

adotadas pela empresa e permita o descarte correto deste material.

Público Alvo Os pesquisadores foram instados a indicar qual seria o público a

merecer uma atenção especial da RPPN para o apoio. Sugeriu-se o a alunos

de graduação e pós- graduação, onde o incentivo de infra-estrutura mínima

durante os trabalhos de campo, muitas vezes, viabiliza a realização de suas

monografias, dissertação e teses. Estes tipos de estudo possuem garantia de

qualidade, pois são requisitos necessários para a obtenção dos seus títulos

(bacharel, mestre, doutor etc.).

Também deve haver incentivos especiais para as instituições de

pesquisas regionais, de modo que elas considerem a Estação Veracel como

uma área preferencial para a realização de disciplinas, cursos de campo e

pesquisas. A realização de parcerias com estas instituições também é uma

maneira de atrair o público alvo para a reserva (ver Parcerias Institucionais).

Formas de Apoio à Pesquisa As formas de apoio debatidas levaram em consideração que, apesar da

Veracel Celulose achar prioritária a pesquisa na sua RPPN, ela não é uma

instituição de fomento e nem

possui uma estrutura voltada

pra este tipo de ação. Foi

consenso entre os participantes

que formas, aparentemente

simples, de contrapartida

podem ser fundamentais para

aumentar o afluxo de

pesquisadores à área e a

realização de pesquisas de

qualidade, tais como: (a)

recursos para pequenas despesas; convênios com instituições de fomento à

pesquisa; (c) documento de apoio ao pesquisadors e/ou pesquisa; (d)

disponibilidade de informações básicas sobre a área; (e) banco de dados

sobre a biodiversidade local; (f) transporte dentro da RPPN e outros.

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Um exemplo é o fornecimento de um documento pela RPPN re-

afirmando o apoio ao estudo e explicitando as formas de apoio que será

oferecido ao projeto. A maioria dos órgãos de fomento incentiva a obtenção

de recursos de várias fontes, o apoio oferecido pela Estação Veracel pode

servir como uma contrapartida para facilitar obtenção de recursos de outras

fontes de financiamentos. Este documento mostraria aos órgãos de fomento

que o projeto é de interesse da unidade de conservação e que a Estação

atesta a qualidade do projeto a ponto de investir na sua realização.

A proprietária da reserva deve buscar firmar convênios com instituições de

fomento à pesquisa para a obtenção de financiamentos para os estudos de

interesses (ver Parcerias institucionais). A disponibilização de recursos,

dentro do orçamento da RPPN, é uma iniciativa simples e perfeitamente

factível.

Estes recursos podem ser utilizados para pequenas despesas (ex.:

aquisição de passagens, pequenos equipamentos, aluguel de veículo) sem

repasse direto aos pesquisadores.

A existência de informações sobre

a área da RPPN permite aos

pesquisadores, relacionar seus

resultados com outros

parâmetros não investigados

diretamente no seu estudo. Isto

diminui os custos dos projetos e

fornece robustez às conclusões e

inferências das pesquisas.

Entre as informações que

devem ser providenciadas e disponibilizadas pela Estação estão: Imagens de

satélite ou fotografias aéreas da área e entorno; informações meteorológicas;

mapa de solos; mapa das fito-fisionomias; um banco de dados que permita

resgate de resultados de outros estudos e o acesso aos textos e publicações

geradas pelo Programa de pesquisa.

Uma ferramenta de extrema valia para pesquisas ecológicas é a

existência de guias de campo de qualidade com as espécies na área de

estudo. Com o estabelecimento do programa de pesquisa e conseqüente

aumento de pesquisas na área a RPPN devem ser estabelecidas práticas para

fomentar e incentivar este tipo de publicação. Estas publicações, além de ser

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uma excelente ferramenta de pesquisas, são formas de divulgar as

características biológicas da área e o programa de pesquisa.

A possibilidade de transporte dentro da reserva aumenta a

atratividade para o público de interesse (ver item “Público Alvo”). O aluguel

de veículos é um dos itens com maior peso dentro do orçamento de projetos

de pesquisa (juntamente com o pessoal). A RPPN pode facilitar o transporte

dos pesquisadores até seus sítios de estudo, dentro da reserva, no seu

veículo. Esta forma de apoio não deve entrar em choque com as atividades

rotineiras da Estação, mas é possível conciliar estas duas atividades de

forma simples.

Parcerias Institucionais O estabelecimento de parcerias é uma das formas mais eficiente de

fomentar a pesquisa dentro da Estação Veracel. As parcerias e convênios

devem ser celebrados entre a Veracel Celulose e instituições de pesquisa que

também estejam engajadas na conservação da biodiversidade. A união

destes esforços entre os parceiros aumenta o número e a qualidade das

pesquisas sobre biodiversidade dentro da área da RPPN e a conservação da

Biodiversidade da Mata Atlântica do Extremo-Sul Baiano. Dentre as

instituições sugeridas estão Universidades, Centros de pesquisas e

Organizações Não-governamentais. Uma parceria fortemente indicada é com

a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

Foi sugerido que a Veracel Celulose estabeleça parceria com a FAPEB

para o repasse de recursos ao fomento de pesquisas em biodiversidade no

âmbito do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel. Este convênio

envolve uma instituição de cunho privado e uma instituição governamental

e, por este motivo, os participantes sugeriram que comecem a ser feitos os

primeiros contatos entre a Veracel Celulose e FAPESB durante o ano de

2006-2007 para que as parceiras possam avaliar o interesse e a viabilidade

deste tipo de convênio. Entretanto, fica a ênfase que este tipo de associação

é de suma importância para a Conservação da Biodiversidade e se constitui

uma iniciativa pioneira e que contribuirá de maneira significativa para o

sucesso do PP-EVC.

As universidades regionais (ex.: UESC) devem merecer atenção

especial, pois são as formadoras de novos pesquisadores e as principais

geradoras de conhecimento. Elas possuem a estrutura necessária para

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capitanear os esforços de pesquisas na RPPN. A realização de disciplinas,

cursos, monografias, dissertações e teses, na área da RPPN, ajuda a divulgar

a excelência da área e atrair pesquisadores a realizarem outros estudos na

Estação Veracel.

Normatização do Depósito do Material Biológico Foi exposto aos pesquisadores que "...Embora o Brasil possua alguns

museus de história natural estabelecidos, geralmente os espécimes coletados

são depositados em museus de escolha dos pesquisadores, dificultando

trabalhos de consulta posteriores...". Foi avaliado a possibilidade da RPPN

EVC estabelecer um acordo com os pesquisadores para designar o local de

depósito do material biológico, conferindo maior aproveitando e acesso do

material pela comunidade científica. Por exemplo, o material botânico deve,

preferencialmente, ser depositado no Herbário do CEPEC/CEPLAC em

Ilhéus, onde já existe uma coleção específica da RPPN EVC. Além disso, esta

instituição abriga a melhor coleção de plantas da região Sul-baiana e é

reconhecida internacionalmente por sua qualidade.

Para o material zoológico foi mencionado que esta prática se mostraria

contraproducente podendo, inclusive, afastar pesquisas de interesse.

Portanto, decidiu-se que o pesquisador designará, quando do pedido de

apoio e licença dos órgãos competentes, o local a ser depositados os

espécimes. O pesquisador se comprometerá com a RPPN de tão logo o

material receber o número de tombo do museu, este será repassado à RPPN

para incorporação no Banco de Dados de Biodiversidade.

Entretanto, algumas instituições de excelência reconhecida e onde já

existe material zoológico da RPPN EVC já podem ser mencionadas: Anfíbios –

Museu Nacional do Rio de Janeiro, Museu de Zoologia da Universidade de

São Paulo (MZUSP), Unesp-Rio Claro e UFBA; Mamíferos - MZUSP, UFMG,

Museu Nacional do Rio de Janeiro; Formigas - Laboratório de Mirmecologia

CEPEC/UESC.

Avaliação do Programa de Pesquisa Ficou acordado que a equipe de revisão do plano de manejo ficará

responsável pela elaboração do método de avaliação do PP-EVC. Esta

avaliação deve ser feita em dois anos a partir da implementação do programa

e, após a primeira avaliação ela pode ter periodicidade anual.

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Deve ser avaliada a viabilidade de se criar um conselho consultivo e

um comitê científico com a incumbência de avaliar e fazer sugestões para o

aperfeiçoamento do Programa de Manejo da RPPN EVC.

A avaliação e a seleção dos estudos dentro da RPPN EVC devem ser

feitas com base no "julgamento por pares", onde um corpo de pareceristas

indicará quais os projetos de melhor qualidade, que melhor se enquadram

nas linhas de pesquisa do programa e de maior relevância técnico-científica.

Foi sugerida a participação da equipe da Conservação Internacional,

no período de implementação e de fortalecimento do PP-EVC, para a

elaboração de pareceres dos projetos de pesquisa. Os próprios pesquisadores

que realizarem pesquisas na estação podem formar um grupo de

pareceristas ad hoc.

Considerações Finais Foi reforçada pelos participantes a importância da área da RPPN EVC

para a biodiversidade regional por sua conservação, alta diversidade de

fauna e flora e seu tamanho. Durante a oficina foram feitas diversas

sugestões para a normatização dos projetos e apresentação dos resultados.

Foi enfatizada a necessidade de a RPPN possuir um acompanhamento

permanente dos projetos e exigir dos pesquisadores o cumprimento dos

prazos e normas estabelecidos. Também foi sugerido que dentro dos

produtos exigidos dos estudos esteja uma "tradução" dos resultados em uma

linguagem acessível à comunidade em geral.

Todos os presentes se disponililizaram a contribuir para a elaboração

do Programa de Pesquisa da RPPN EVC.

Após o encerramento foi realizada a solenidade de inauguração da

"Casa do Pesquisador" com a participação dos pesquisadores, técnicos da

Veracel Celulose e convidados.

Agradecimentos A equipe de revisão do Plano de Manejo da RPPN EVC agradece aos

pesquisadores pelas sugestões e disposição em participar da Oficina. O

coordenador agradece especialmente à Denise Balbão Oliveira (RPPN EVC),

Mônica Fonseca (CI-Brasil) e Lígia Gallozi Mendes (RPPN EVC) pelas

sugestões, ajuda e o empenho em tornar a Oficina um evento produtivo e

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divertido. Agradecemos também a Lígia Gallozi Mendes e Raquel Moura que

se disponibilizaram a fazer os registros durante a reunião.

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Documento Base para a Oficina do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel

(Porto seguro, 17 de agosto de 2006)

A Reunião sobre o Programa de Pesquisa da RPPN EVC visa angariar

contribuições de profissionais engajados em pesquisa com biodiversidade.

Estes pesquisadores devem estabelecer diretrizes que possibilitem a RPPN

contribuir, de maneira significativa, para o aumento do conhecimento da

Biodiversidade da Mata Atlântica e conseqüente conservação da mesma.

O Programa de Pesquisa deve ser delineado de forma que a

administração seja conduzida pela gestora com a estrutura da RPPN, e

maleável para abranger a complexidade da pesquisa em biodiversidade.

Os objetivos principais listados abaixo são apresentados para o debate

e espera-se que ao final do encontro, os convidados gerem um documento

que será a base para o texto final do Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Plano de Manejo da RPPN EVC.

Objetivos

(a) Linhas Preferenciais de Pesquisa: Definir linhas temáticas científicas,

cujos projetos a serem desenvolvido dentro da RPPN mereçam a atenção

especial da empresa sob a forma de estímulo, apoio e/ou incentivo. O fato de

existirem Linhas Temáticas Preferenciais não deve excluir o apoio a outras

linhas de pesquisa. As linhas preferenciais devem ser selecionadas com base

nas necessidades de pesquisas na Mata Atlântica e temas relevantes em

biologia/ecologia.

(b) Público Alvo: Apontar o tipo de pesquisador ou tipo de instituições que

devam merecer uma atenção especial nas diversas formas de apoio.

(c) Estrutura Básica para Pesquisa: Indicar à RPPN EVC a infra-estrutura

básica que permita a melhor condução dos trabalhos durante os períodos

de campo. Sugerir o tipo de acomodação que alojem confortavelmente os

pesquisadores durante os trabalhos de campo

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(d) Tipos de Apoio à Pesquisa: O Programa de Pesquisa deve indicar como

a Veracel Celulose pode incentivar a realização de projetos de pesquisa na

sua área. As formas de apoio podem ser durante a realização da pesquisa

ou após o término dela (ex.: apoio para publicação). Também devem ser

indicadas formas de atrair apoios de instituições públicas de fomento que

possam contribuir com recursos para as pesquisas na RPPN.

(e) Parcerias Institucionais: O grupo deve identificar as instituições de

pesquisa e de fomento cuja parceria com a Veracel Celulose ajude a atrair

e apoiar pesquisadores. Devem ser sugeridas formas de

parcerias/convênios e listar quais objetivos das parcerias e formas de

celebrá-los.

(f) Normatização do Depósito do Material biológico: O grupo deve analisar

a possibilidade e a utilidade de constar nas regras de normatização do

Plano de Pesquisa, os locais onde os exemplares que, porventura, forem

coletados na reserva devam ser depositados.

(g) Mecanismos de Avaliação do Programa: Devem ser sugeridas maneiras

para a gestora da RPPN EVC avaliar o Programa de Pesquisa, identificar

lacunas e indicar a periodicidade das avaliações. Os mecanismos devem

avaliar o Programa e não deve ser confundido com avaliação dos

pesquisadores que participam do programa (embora sejam assuntos

correlacionados).

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Oficina de Planejamento Participativo em Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN Estação Veracel

Dia 16 de agosto, 2006 RPPN Estação Veracel - Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, BA

Coordenação:

MARIZA SILVA

Articulação Social – Conservação Internacional (CI-Brasil)

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Lista de Participantes

Agenda 8h00 Chegada dos participantes

Café da manhã 08h30 Abertura & Boas vindas – Veracel –Denise Oliveira Apresentações participantes 09h00 Mariza Silva - Objetivos da reunião:

(i) Envolver a comunidade do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel (EVC) no processo de construção do plano de manejo

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(ii) Buscar informações para subsidiar a elaboração do plano de manejo da estação Veracel –

Atividade em grupo

A Reserva Particular do Patrimônio Natural – Estação Veracel &

o Plano de Manejo – Alexandre Schiavetti 12h00 Almoço & trilha interpretativa na EVC 13h30 Trabalho em grupo Apresentação dos trabalhos 17h00 Encerramento das atividades & Lanche seguido de retorno dos participantes

Abertura e Objetivos

Denise Oliveira, chefe da Reserva Particular do Patrimônio Natural

Estação Veracel (RPPN EVC) deu as boas vindas ao grupo em nome da EVC e

da Gerência de Meio Ambiente da Veracel. Denise comentou sobre o porquê

de todos serem convidados, a importância da EVC na conservação da

biodiversidade e a importância da comunidade no processo de construção do

Plano de Manejo.

Dinâmica de apresentações

Cada participante se levanta e diz seu nome, instituição a qual

pertence, sua função e expectativas para a reunião.

Nome Instituição/função Expectativa

Alexandro EVC - Guia Ambiental Toni Sec MA Sta Cruz Cabrália Eco-chato multiplicador das questões da

luta social. Edivaldo Colégio Mun Gov Paulo Souto – Professor Glisia CEPLAC/ ESPAB – Pedagoga Pretende trabalhar com EA Carla Sec Educação Porto Seguro – Projetos

pedagógicos

Josué Agente Comunitário de saúde do Projeto São Miguel.

Simone Projeto São Miguel – Professora Adquirir novos conhecimentos e transmitir conhecimento.

Ubirajara Presidente da associação de moradores e Tesoureiro da escola do Projeto.

Sergio EVC – Vigia ambiental Javson EVC – Vigia ambiental Delgado EVC – Vigia ambiental Valdemir EVC – Vigia ambiental

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Nome Instituição/função Expectativa Elaine Veracel – Resp Social Terezinha Escola Municipal Ray Dahlia Bittencourt

Oliveira Questão do lixo

Experidião EVC – Vigia ambiental Proteger com carinho Gildevanio EVC – Monitor Ambiental, fiscalização Rafael EVC – Vigia ambiental Agrício EVC – Monitor e Guia ambiental Durvalino Tesoureiro da associação de Moradores do

Projeto São Miguel

Priscila UESC – Estudante e estagiaria do Alexandre

Margareth Escola Albertina Fiorotti Moreira – Coordenadora

Márcia Escola Albertina Fiorotti Moreira – Secretária

Julia Escola Oscar Oliveira Silva – Diretora Adquirir conhecimento Nivandi Colégio Mun Gov Paulo Souto - Diretora Aprender e ser multiplicadora Neiva Colégio Mun Frei Calixto – Diretora Any Escola núcleo da BR (Agrovila) –

Coordenadora

Brito Escola núcleo da BR (Agrovila) – Coordenadora.

Katão EVC – Monitor e Guia ambiental Maralice Escola núcleo da BR (Agrovila) – Diretora Eliane Escola Albertina Fiorotti Moreira – Diretora Alexandre UESC – elaborador do plano de manejo Agradeceu a presença e colocou a

importância deles no processo de elaboração do plano de manejo

Raquel Parque Nacional Pau-Brasil

Comunicações/Apresentações e Plenária de Discussões

Num momento/atividade de nivelamento do conhecimento dos temas

chaves da reunião, foram conceituados os termos: reserva particular do

patrimônio natural (e outras categorias de unidades de conservação), e plano

de manejo.

Aberta a discussão, respondendo a pergunta feita a plenária – O que é

um plano de Manejo? - Toni explicou ao grupo que plano de manejo é uma

ferramenta para organizar o uso sustentável da área. Exemplificou ele: se vc

tem uma área, você estuda qual o melhor lugar para retirar a água, plantar o

pomar!

Na seqüência, partimos para uma atividade prática “MEU MAPA” - Os

participantes divididos em grupos geraram um mapa da região em que

vivem, discutindo sobre suas principais características e realidade.

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GRUPO 1

Josué apresentou o trabalho do grupo que considerou:

- a contextualização da região: Rodovia BR 367, Eunápolis, Veracruz,

Pindorama, Vale Verde, EVC, CEPLAC, Cambolo, Ubaldinão, Baianão,

Paraguai, Porto Seguro, Coroa Vermelha, Santa Cruz Cabrália, Projeto

São Miguel e o Rio Buranhém.

- Porto Seguro apresenta dificuldade em função de o rio Buranhém ser

poluído. Pindorama sofre com a poluição pelo aterro sanitário. Paraguai e

Cambolo também têm poluição e todos são vinculados a Porto.

- O Paraguai tem poluição, violência e as casas são construídas perto das

encostas.

- Cabrália e Porto não têm saneamento básico, nem tratamento de esgoto.

Existe ainda o problema do desmatamento. O ser humano tem que ser

consciente, se não tivermos cuidado não poderemos mais usar os

recursos.

- O curso d’água no projeto São Miguel está poluído e não se pode mais

tomar água nem lavar a roupa. As crianças identificam no próprio copo

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d’água os vermes. Todos temos que ter muito cuidado com o rio, não

podemos permitir que as pessoas joguem o lixo no rio. Inclusive no mar

encontramos sujeira.

Considerações da plenária:

Julia complementou que por ser um assentamento, as pessoas que vivem no

Paraguai, vieram de outras regiões. A violência no bairro do Paraguai é

causada por motivo da pouca formação das pessoas do bairro, desemprego,

drogas e desestruturação familiar. A escola tenta minimizar este problema

através do trabalho com as crianças.

Toni ressaltou que a violência acontece em função da falta de trabalho, de

condições dignas de viver. É preciso reeducar as pessoas, formar uma mão

de obra mais qualificada - esta responsabilidade é das 03 esferas (municipal,

estadual e federal).

GRUPO 2

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Elaine apresentou o trabalho do grupo que considerou:

- Hidrografia: Costa, Rio Buranhém, Jequitinhonha, rio dos mangues

(abastece Porto), João de Tiba, Rio Mogiquicaba...

- Relevo: Planície (costa) e encosta (falésia)

- Vegetação: restinga, mangue (costa) e Mata Atlântica (suprimida pela

urbanização).

- Ao longo da BR 367 (entorno da EVC) existem áreas de preservação, mata

atlântica, cidades, assentamentos, floresta de Eucalipto, cultivo do

mamão

- Ação do homem: As barracas de praia suprimiram a vegetação costeira,

existe ainda um pouco de mangue próximo a barraca de praia

Barramares.

- A ocupação humana desordenada gera problemas de água, construções

inapropriadas (ilegais), falta de saneamento básico e Lixo.

- Sócio-econômicos: Atividade econômica - Turismo formal (hotelaria e

comércio), informal (ambulantes), pesca, agricultura de subsistência e

setor de serviços (trabalhos temporários em função da temporada).

- Conflitos: Turismo desenfreado em detrimento do turismo ecológico,

cultural e folclórico.

- Falta de cadeia produtiva, falta de cinturão verde para abastecer a

população da cidade. Produção de matéria prima e com isso torna-se alto

o custo para adquirir o produto manufaturado.

- Escola: Pouco se fala sobre Meio Ambiente, existem poucos projetos de

educação ambiental.

- Falta de preparo da mão de obra, falta de cursos profissionalizantes.

- Falta de industrias de beneficiamentos, os produtos chegam aqui a altos

custos.

- Problemas da RPPN: Caçadores, armadilhas, roubo de cipós e lenha.

Considerações da plenária:

Toni falou da falta de planejamento gera outras favelas. Tiraram uma

comunidade que vivia em uma região de mangue, levaram para um outro

local e não deram as condições adequadas para a estruturação do bairro. A

indústria de celulose está trazendo novas indústrias, o eucalipto veio para

ficar! Precisamos aprender a conviver com ele e ele conosco!

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GRUPO 3

Gil apresentou o trabalho do grupo que considerou:

- Imagem da região: Porto seguro e Cabrália. Tudo tem um marco final e

inicial.

- O maior problema ambiental da região começou com a inauguração da

BR, que viabilizou a exploração de madeira. A problemática de Porto

começou pela crise do cacau e o êxodo rural.

- As áreas em vermelho oferecem risco ambiental e as pretas são

teoricamente legalmente construídas. Um exemplo de uma construção

legal, mas inadequada foi o aterramento da região das lagoas das

marrecas.

- O Mangue de Porto (bairro Campinho) era favela, uma parte das pessoas

foi retirada deste local e enviada para quaisquer outros lugares sem a

menor condição e planejamento.

- O aterro sanitário do Ubaldinão derramava seu chorume no rio ‘X’. Então

foi transferido do local inicial para um outro local para o chorume ser

destinado ao rio ‘Y’.

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- O Complexo Baianão é uma ameaça em função do crescimento

desenfreado e não planejado. A cada eleição acontece um loteamento,

cada prefeito quer um loteamento com seu nome, por exemplo, Baianão,

Ubaldinão, João Carlos e etc.

- A problemática da caça na EVC ocorre principalmente próxima a esses

bairros. Para os moradores destes locais, que vieram da região cacaueira,

a caça é um habito cultural.

- A população dobrou em pouco mais de 10 anos.

- Aspectos de Cabrália - Reserva indígena da Jaqueira - logo abaixo da

falésia há uma APA de restinga que está sofrendo a pressão das pessoas.

A lei é linda, perfeita, mas não é aplicada. Um exemplo da destruição

desta restinga é o campo de pouso de ultraleve que a principio

comportava 1 avião e agora comporta 4. Em coroa Vermelha está

acontecendo a ocupação de uma área de restinga próxima à Faculdade

do Descobrimento (FACDESCO) pelos índios, para liberação de uma

outra área próxima a reserva da Jaqueira. Existe ainda, a utilização do

rio pela comunidade para lavar roupa e louças.

GRUPO 4

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Edivaldo apresentou o trabalho do grupo que considerou:

- Os conflitos e problemas são todos iguais.

- Como educador eles estão trabalhando para reverter o quadro de risco do

Baianão.

- Contextualização do local: BR 367 - Belmonte, Santa Cruz Cabrália e

Porto Seguro.

- Rios João Ditiba, Comuruji e Rio dos Mangues.

- Os principais problemas de todos os municípios (Porto Seguro, Santa

Cruz Cabrália e Baianão) são o lixo, o lixão e a questão dos rios. A

comunidade escolar reconhece a falta de trabalhos de educação

ambiental. Fala-se de Meio Ambiente somente no dia 5 de junho!

- Outros problemas citados foram: o paisagismo das cidades, a falta de

árvores, falta de coleta seletiva do lixo e o lixo jogado na rua dos bairros.

Considerações da plenária:

Terezinha falou sobre a necessidade de resgate cultural. Citou o exemplo do

trabalho de resgate do folclore desenvolvido em Caravelas e Alcobaça, para o

qual os professores de Ilhéus e Porto Seguro também formam convidados.

Comentou ainda sobre a problemática da poluição do rio, contou que a

população sofreu problemas de saúde como xistose, toxoplasmose e doenças

de pele. Com a chegada da EMBASA o problema da água se amenizou, mas

muitos da comunidade ainda não têm acesso em função do custo. Existe

ainda a problemática do lixão próximo a Pindorama.

Ubirajara comentou que a Secretaria de Meio Ambiente de Porto proibiu a

abertura de uma pista (BA) que facilitaria o escoamento do lixão do

Baianão...

Toni complementou que esta estrada é uma BA que foi feita sem as devidas

licenças. Esta está sujeita a um TAC e este lixão vai tornar-se um aterro

sanitário.

Brito destacou a necessidade de pensarmos a multi-disciplinaridade. Esta

clara a falta de formação dos educadores. O professor não pode ser apenas

um transmissor de informação, e finalizou dizendo que espera que este

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projeto não tenha o mesmo destino do instituto Veracel, que ele não sirva

somente para falar os pontos positivos da empresa.

Dando encaminhamento à discussão, Mariza explicitou que no

período da tarde a questão da Educação Ambiental seria amplamente

discutida, em termos do contexto de trabalho e do que está sendo realizado

atualmente nesta área na região.

Josué comentou que desde que ele chegou a esta região ele observa o

desmatamento. Que o homem é quem desmata, ou seja, o agricultor, os

madeireiros, e também a Veracel. Que a empresa comprou áreas que já

haviam sido desmatas para o plantio de eucalipto. E que ele questionava as

coisas que diziam pra ele, que sempre ele buscava informações consistentes.

Citou o exemplo do consumo de água do eucalipto e constatou que na

verdade a água dos rios da região estava diminuindo em função do

desflorestamento das cabeceiras, provocado pelo próprio homem.

Na seqüência, Mariza explicou a proposta de trabalho da Veracel, no

que se refere aos Programas de Educação Ambiental para 1) a área de

influência do empreendimento; e 2) para a área de entorno da Reserva da

Veracel. Mariza também falou rapidamente das etapas do trabalho já

desenvolvidas e da relação de inter-dependência das mesmas (parcerias,

ecomapeamento e oficinas); ilustrando sua fala com os mapas a seguir.

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Informações sobre a Revisão do Plano de Manejo da RPPN Estação Veracel

O Prof. Dr. Alexandre Schiavetti apresentou o processo de construção

do plano de manejo, a saber:

Equipe da Revisão do Plano de Manejo

- Coordenação – Alexandre Schiavetti (UESC);

- Meio Físico – Oldair Vinhas (UESC);

- Fauna – José Vicente Ortiz (Consultor);

- Flora – André Amorim (UESC);

- Uso Público – Anna Julia Passold (Consultora);

- Uso Público & Monitoramento – Carlos Alberto Mesquita (IBio);

- Equipe Conservação Internacional (CI-Brasil)

Síntese dos resultados parciais do processo de revisão do plano de manejo

(a) Meio Físico

- Identificação das áreas impactadas e com processo erosivo nos

taludes e estradas que cortam a reserva (ex.: mussunungas, áreas de

declive etc.);

- Identificação de áreas para recuperação onde houve retirada de

cascalho para melhoria de estradas (setor nordeste da reserva);

- Identificação da dinâmica de carreamento de sedimentos para os

corpos d’água da reserva com situação distinta nos setores da reserva

(essa constatação tem influência sobre o sistema de monitoramento

da água, hoje situado apenas na porção sudeste da reserva).

(b) Fauna e Flora

- Ênfase na sistematização das informações já existentes sobre a fauna

para avaliar as ações futuras (ocorrência de espécies ameaçadas,

endêmicas e bandeira, e identificação de lacunas de conhecimento):

- Registro da ocorrência de espécies ameaçadas da fauna e espécies

endêmicas da Mata Atlântica

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- Implantação de parcelas em ambientes florestais distintos para coleta

de dados e criação de uma coleção de referência das plantas da RPPN

no Herbário da CEPLAC:

- Indicativo de elevada riqueza de espécies da flora e bom estado de

conservação da estrutura da floresta, mesmo em áreas de borda.

- Criação de um banco de dados com 02 componentes:

o componente científico, com informações sobre as espécies que

ocorrem na RPPN

o componente de controle de pesquisas, visando o

monitoramento de projetos de pesquisa na unidade

(c) Programa de Pesquisa

- Definição de pesquisas prioritárias (dinâmica populacional de espécies

ameaçadas, raras, endêmicas e bandeira; conectividade com

remanescentes vizinhos; monitoramento físico e biológico etc.)

- Definição das normas para realização de pesquisas na RPPN

(d) Uso Público

A estratégia do uso público depende do modelo de gestão estabelecido

para a RPPN. A categoria recomendada para a RPPN Estação Veracel é de

Reserva Biológica Particular.

- Reserva Biológica - Uma reserva biológica teria seu planejamento e

manejo focado na pesquisa científica (este seria seu objetivo primário).

Educação Ambiental seria um objetivo secundário no manejo. Lazer e

turismo seriam objetivos incompatíveis.

- Alojamento para pesquisadores, laboratórios, alguns equipamentos e

funcionários treinados para atuarem como auxiliares de campo de

pesquisas.

- Com Educação Ambiental, serão necessários investimentos em infra-

estrutura, alguns equipamentos e treinamento do pessoal.

- Sem geração de receitas próprias. Todos os custos – fixos e

operacionais – devem ser cobertos pelo proprietário. Uma alternativa

para geração de receita seria a cobrança de serviços prestados aos

pesquisadores (estadia; aluguel de equipamentos; diárias de mateiros,

etc.).

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- Menor visibilidade social da RPPN, da Mata Atlântica e da empresa

proprietária. Foco na sociedade local.

- Necessidade de avaliação do uso do espaço na área do Centro de

Visitantes;

- Adequação do sistema de trilhas para visitação (ex.: fechamento da

Trilha das Orquídeas, limpeza e manutenção das trilhas etc.);

- Definição de um sistema de monitoramento das trilhas.

- Estabelecimento de um programa de voluntariado interno, envolvendo

funcionários da Veracel e os acionistas (Aracruz Celulose e Stora

Enzo);

- Ecomapeamento do entorno da RPPN para identificação das relações

existentes

(e) Gestão

- Início da revisão do cenário ótimo para a gestão da RPPN Estação

Veracruz, conforme avaliação de efetividade de manejo realizada em

1999:

- Aplicação da avaliação da efetividade de manejo da RPPN em agosto

Atividade Prática – Meu entorno

Os participantes novamente foram divididos em grupos para responder

as seguintes perguntas:

i) em que a presença da Estação Veracel ajuda ?

ii) em que a presença da Estação Veracel atrapalha ?

iii) como posso interagir com a Estação Veracel ?

* As colunas não estão relacionadas em níveis de linhas

Pontos fortes Pontos fracos Possibilidades de parcerias Grupo 1 Preservação ambiental O não entendimento entre

fábrica / EVC. Trazendo as diferentes salas, todas as turmas

Falta de recurso para vir à estação: transporte e alimentação

Grupo de pais virem visitar a EVC

Oficinas envolvendo a reciclagem

Oficinas para professores tanto de capacitação em

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Pontos fortes Pontos fracos Possibilidades de parcerias assuntos ambientais quanto cultivo de hortaliças

Grupo 2 Difundir a pesquisa Animais da reserva se

alimentam de animais dos vizinhos

Não proporcionar o transporte para as escolas do entorno da Estação.

Qualidade do meio ambiente, garante a água em função de nascentes na reserva

Atrapalha por não orientar os vizinhos quanto ao manejo de animais

Parcerias de capacitação de professores e para fiscalização. Formação de fiscais voluntários

Preservação de fauna e flora Desenvolver uma atividades para formar consciência nos vizinhos para protegerem e preservarem estas áreas

Programa de EA / visita das escolas

Trabalhar nas comunidades, nas associações para capacitar estes fiscais

Promove oficinas como a de vivências com a natureza

Grupo 3 Informação, aprendizado e conscientização

Falta de conhecimento sobre esses princípios ativos. (devemos valorizar os pesquisadores brasileiros. Os gringos vêm para o Brasil, levam os princípios ativos e depois compramos os medicamentos) Ex: óleo de pau - cicatrizante

Deve haver encontros periódicos (semestrais) entre a comunidade (vizinhos) e pesquisadores para troca de informações e conhecimentos

Preservação e conservação ambiental

Falta do livre acesso dos moradores da região para transitar de um local para outro

Profissionais e materiais didáticos para palestras nas escolas

Ação dos pesquisadores (questão dos princípios ativos das florestas - os medicamentos são oriundos da floresta)

Controle de ações Alguém da Estação Veracel que estivesse em contato com a comunidade (como era o Sr. Jonas que tomava café, comia aipim com eles), convivendo com ela

Falta de comunicação (proximidade) dos funcionários da EVC e os proprietários rurais

Grupo 4 Preservação do meio ambiente, 6069 ha que tem um mundo de seres vivos entre fauna e flora

Falta de divulgação e integração da EVC com as comunidades, com a sociedade (secretarias municipais)

Qualificação das pessoas, prepará-las para explorar a EVC de forma racional

Qualificação de pessoas Ensinar as pessoas a viverem bem

Geração de emprego Oficinas de reciclagem e reutilização do lixo - O que fazer com o lixo separado?

Vamos ser criativos na forma de utilizar este espaço

Capacitação de professores, alunos e funcionários da escola

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Josué diz ao grupo que graças a Veracel, esta área ainda é Mata Atlântica,

caso contrário, seria o loteamento “Janinho” (Prefeito Jânio Natal). Diz ainda

que as atividades/oficinas podem ser 2 vezes no ano. “Acontece uma oficina

hoje e depois esquecem que a comunidade existe.”

Toni agrega a discussão “deve haver monitoramento nas estradas, mas não

vigilância armada; e sim, algo participativo.”

Luiz Paulo comentou sobre a polícia que está sendo criada para proteção da

Mata Atlântica e ressaltou a importância da participação da sociedade.

Katão explicou como era o trabalho do Sr Jonas, comentou sobre um

sistema de sinalização por ‘atos e símbolos’, ou seja, o vizinho deixava uma

embalagem e o Sr Jonas procurava da comunidade quem queria utilizar o

fogo.

Avaliações, Encaminhamentos e Encerramento

A avaliação do evento foi feita oral e individualmente, de forma que

todos os participantes tiveram a oportunidade de externar o que mais

gostaram da reunião (ponto forte) e o que menos gostaram da reunião (ponto

fraco).

Pontos Fortes Pontos Fracos

Oportunidade e riqueza de informações Reunião curta Variedade de idéias, opiniões e conceitos Reunião curta Surpresa positivamente pelas contribuições, foi muito legal atingirmos o objetivo

Pouco tempo, algumas pessoas saíram mais cedo

Mudança de paradigma, incorporação de novos atores, envolvimento dos assentamentos e das comunidades das favelas. Mudança de postura da empresa em querer se abrir para comunicação. CI é uma organização imparcial, procura dar a vara de pescar e não o peixe. É preciso um ONG que entenda a angústia da comunidade com relação ao empreendimento. A comunidade e a Veracel estão podendo se conhecer e vendo que não existe bicho papão entre elas.

Representatividade, mais pessoas pelo universo que abrange. Falta de reforço institucional para participação do evento/ reunião curta

Aprendizado, foi interessante. Passou a conhecer algumas características da comunidade do projeto São Miguel

Representatividade, secretaria de MA./ Curta / poucas pessoas por escola

Gostou de tudo. Os elogios foram maiores que as críticas/ é essencial continuar visitando a EVC e devemos desenvolver mais trabalhos com a Veracel/ ponte (trilha) foi tudo na

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Pontos Fortes Pontos Fracos minha vida ! Abertura de poder estar junto trocando experiências/ começar pelo anzol e não com o peixe pronto/ nos dar respostas de tudo isso que aconteceu (relatório)

Reunião curta, tempo corrido

Tempo ideal / valorização da comunidade ao participar da elaboração de um plano de manejo

Não consigo ver pontos fracos/ não poder ir a trilha em função de não esta de calça comprida.

Troca de informações Tempo Apresentação, conhecer as pessoas e suas profissões. Acabar com a vergonha/ compartilhar a alimentação e alimentação saudável / as fotos na hora do café - será que sou celebridade?

Vergonha dos colegas de apresentarem os trabalhos

Conhecimento de cada um /o que realmente é a Estação / fábrica

Poucas escolas de Cabrália/ não volto na ponte

Participação de todos na construção do trabalho/ saber que a EVC está preocupada em envolver a comunidade na elaboração do plano

Nenhum

Quantidade de idéias que surgiram e cumprir um dos objetivos da reunião

Estar por trás da reunião ... não poder sentar e trabalhar junto com os grupos

Equipe maravilhosa, Mariza foi ótima/ trabalhar com a comunidade / espera que todos estejam envolvidos nos projetos e que o plano atenda a comunidade

Tempo foi curto / almoço / saladinha ....

Participação das pessoas / interação da equipe com a comunidade/ todos estarem participando do plano de manejo

Representatividade, mais pessoas por colégio

Desde o primeiro contato/ acredita que a Veracel quer ajudar as comunidades no sentido do meio ambiente/ participação de todos

Vir mais pessoas da comunidade Obs.: que a vigilância da EVC esteja em contato com a comunidade

Agradece a todos - Só de estar aqui já é um ponto forte /somos uma família/ aprender muito / conhecer pessoas novas e inteligentes

Parceria da empresa com a comunidade Pouco tempo Novidade/ trouxe conhecimento Nenhum Todos os momentos foram fortes / integração empresa comunidade

Não convidaram as associações de Pindorama / mais representantes da escola

Adorei participar/ aprendi muito/ troca entre a equipe e a comunidade/ expectativa positiva

Feliz pelo dia especial / aprender Participação da comunidade/ desmistificação da Veracel pela CI / variedade de convidados

Receio – distância da teoria com a prática. / medo de perdermos o contato e não conseguirmos

Apresentar a comunidade como é o trabalho da Veracel. / Prazer em participar

Tempo curto

Muitas cabeças pensando na forma de utilização deste espaço/ o público atingido com esta reunião é muito grande e é um fato histórico

Mais instituições/ tempo curto

Vontade desejo e iniciativa: da empresa que quer construir um diálogo transparente, ativo com a comunidade e da comunidade de vir colaborar com este processo de construção/ todos são parte do programa/ sentiu a vontade de todos

Pé atrás de alguns convidados/ espera que a comunidade se sinta segura para construir junto./ O porque de cada um ser chamado poderia minimizar este sentimento/ construir a confiança

Oportunidade de conhecer as pessoas/ ouvir a riqueza do conhecimento de cada um

Falta de interatividade/ diálogo, corpo a corpo

Agradecer a oportunidade/ conhecer a realidade da região / parabenizar a todos

Não poder estar aqui o tempo todo

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Pontos Fortes Pontos Fracos Conhecer um pouco mais da realidade da estação/ da comunidade/ dos atores. Hoje se sente mais apta para trabalhar no plano de manejo

Nenhum

Denise Balbao Oliveira fez o encerramento oficial agradecendo a

presença de todos e propondo que quando o plano estiver pronto possamos

programar um novo encontro para discutirmos novamente as propostas para

o trabalho. Denise informou ainda, que o relatório da reunião seria enviado a

todos os participantes da mesma.

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ANEXOS III

• SUMÁRIO EXECUTIVO

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) é

reconhecida devido à sua importância para proteção da biodiversidade,

ao seu valor paisagístico, ou a outras variáveis que dependem de

proteção ou restauração do habitat natural. Assim como as unidades

de conservação públicas, as RPPNs são obrigadas a estabelecer um

planejamento na forma de documento técnico que defina o zoneamento

e as normas que devem presidir as ações de pesquisa, visitação,

segurança e recuperação, bem como o manejo dos recursos naturais.

Levando-se em conta essas recomendações, a organização não-

governamental Conservação Internacional (CI-Brasil), tendo como

parceiros a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), de Ilhéus, e

o Instituto BioAtlântica (IBio), elaboraram o plano de manejo da RPPN

Estação Veracel (RPPN EVC). Todo o trabalho foi realizado sob

coordenação da empresa proprietária Veracel Celulose S/A.

Com 6.069 hectares de Mata Atlântica, classificada como área de

floresta ombrófila densa de terras baixas, a RPPN EVC situa-se nos

municípios de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, a aproximadamente

15 km do centro histórico desta cidade e às margens da BR 367, no km

46. O reconhecimento da área como RPPN ocorreu em 5 de novembro

de 1998, por meio da portaria 149/98N do Ibama (Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em função da

excepcionalidade de suas formações físicas, biológicas e geológicas, e

do alto valor científico e de conservação, a RPPN EVC constitui parte do

Sítio do Patrimônio Natural Mundial – Sítio do Descobrimento, e

integra uma das zonas-núcleo da Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica e do Corredor Central da Mata Atlântica, na região do

Extremo Sul-baiano.

Maior reserva privada de Mata Atlântica oficialmente

reconhecida pelo governo brasileiro, a RPPN EVC é reconhecida

também como Key Biodiversity Area, ou área chave para a

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biodiversidade, em função da importância que assume pela proteção

de espécies ameaçadas de extinção. Torna-se essencial também o

fortalecimento da RPPN EVC, pela importância da integração com as

demais unidades de conservação da região, tanto públicas quanto

privadas, as relações com as comunidades e as interações com os

fragmentos florestais na circunvizinhança. Atualmente, existem nesta

região diversas iniciativas que objetivam a implantação de corredores

ecológicos. Dentre elas, destaca-se o projeto Conservação e

Restauração em Terras Privadas, executado desde 2003 por meio de

parceria entre o IBio, CI-Brasil, TNC, Veracel Celulose e Aracruz

Celulose. A expectativa dos idealizadores do projeto é promover o

restabelecimento da conectividade ecológica em mais de 35 mil

hectares contínuos de florestas nativas na região.

Os métodos utilizados para a elaboração do plano de manejo da

RPPN EVC estão descritos no roteiro metodológico de planejamento

para RPPNs elaborado pelo Ibama em 2004. Os temas definidos como

prioritários foram a avaliação dos atributos físicos (clima, hidrologia,

geologia, geomorfologia e solos), a avaliação do uso público e o melhor

conhecimento da flora através de dados primários, além da compilação

e análise do conhecimento existente sobre a fauna local. Como parte da

construção coletiva do Plano de Manejo, foram realizadas várias

reuniões técnicas com membros da empresa Veracel Celulose,

parceiros não-governamentais, especialistas de diversas áreas do

conhecimento, e reuniões e oficinas com representantes das

comunidades na área de influência da RPPN.

Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a

grande importância da RPPN EVC na manutenção das características

do ambiente, tais como os mananciais que contribui com água de

melhor qualidade para vários rios da região e na manutenção de solos

que apresentam fortes limitações naturais e, por isso, são altamente

passíveis de degradação. Os cursos d’água da RPPN EVC drenam sobre

os depósitos sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente

modelados pelos processos erosivos. Em geral os solos são de baixa

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fertilidade, baixos teores de matéria orgânica, ácidos e com teores

elevados de alumínio. Apresentam horizontes superficiais arenosos

(que dificulta a retenção de água e nutrientes) e sujeitos a erosão

natural, geralmente acelerada, quando se retira a cobertura vegetal

nativa. Diante dessas peculiaridades foram determinadas três zonas de

fragilidade e as respectivas sub-zonas, baseadas nos padrões de

drenagem e características do relevo, solos, erosão e da vegetação da

área.

A biodiversidade da RPPN EVC é bastante rica, sendo uma das

áreas mais representativas e íntegras das florestas de tabuleiro do sul

da Bahia, uma tipologia vegetacional da Mata Atlântica muito

ameaçada. As áreas analisadas no levantamento florístico permitem

afirmar que a RPPN EVC se situa entre as 20 áreas do mundo com

maior número de indivíduos e elevado número de espécies arbóreas. A

reserva é também um importante repositório da fauna regional,

abrigando espécies ameaçadas como o macaco-preto (Cebus robustus)

e o beija-flor balança-rabo canela (Glaucis dorhnii). Ainda persistem na

RPPN EVC algumas espécies localmente extintas em outras regiões da

Mata Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris) e o gavião-real

(Harpia harpyja). As principais ameaças à fauna local são a caça

predatória e o isolamento da reserva. Pela importância biológica da

reserva e pela sua localização estratégica, pretende-se fortalecer a

atividade de pesquisa na RPPN EVC, para que esta se transforme em

referência regional, nacional e internacional na geração de

conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica.

O potencial de visitação é um dos critérios para definir a

vocação de uso da unidade de conservação. Como a RPPN EVC situa-

se a 25 minutos de Porto Seguro, oferece oportunidades para atender

a diversos tipos de atividades de uso público, como educação

ambiental, recreação ao ar livre e pesquisa científica. O principal

grupo de visitantes da RPPN tem perfil educacional (escolas e

universidades), sendo responsável por 74% das médias anuais do

período entre 1996 e 2004. Por esta razão, foi discutida a infra-

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estrutura da RPPN EVC para melhor atender ao público,

especialmente a recepção para atividades de educação ambiental. As

atividades de educação ambiental na RPPN EVC terão uma

importância muito grande para o uso e integração da reserva e da

empresa Veracel com o setor educacional dos municípios no extremo

sul da Bahia e com as comunidades vizinhas à unidade. A visitação

deve ser realizada com acompanhamento de educadores, mediante

agendamento, não havendo cobrança de ingresso.

O planejamento de uma unidade de conservação envolve o

estabelecimento dos objetivos do manejo. Por esta razão, foram

definidos para a RPPN EVC objetivos análogos aos de uma reserva

biológica. São eles: preservar a biodiversidade e proteger espécies da

fauna e flora ameaçadas de extinção, manter os recursos hídricos

existentes em sua área, promover educação e a interpretação

ambiental. Outro objetivo é integrar o manejo da reserva aos objetivos

do Projeto Corredores Ecológicos e a outros projetos de conservação em

âmbito regional e global.

O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada

para atingir melhores resultados no manejo da unidade de

conservação. Foram determinadas seis zonas de manejo para a RPPN

EVC, que são descritas a seguir: (a) Zona de Vida Silvestre (1712ha) –

contém áreas inalteradas e destina-se à conservação da

biodiversidade. Podem ocorrer pesquisas, estudos, proteção e

fiscalização; (b) Zona Primitiva (2643ha) – zona de proteção ou

primitiva é aquela que apresenta áreas naturais que tenham recebido

grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa,

estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e formas de visitação

de baixo impacto; (c) Zona de Recuperação (1670ha) – aquela com

áreas consideravelmente antropizadas. Esta é uma zona provisória,

pois, quando restaurada, será incorporada às zonas permanentes. As

espécies exóticas introduzidas deverão ser removidas e a restauração

deverá ser natural ou induzida; (d) Zona de Educação Ambiental

(33ha) – constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de

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alteração humana. Destina-se à conservação e a atividades que

abrangem educação ambiental, conscientização ambiental, turismo

científico, ecoturismo, recreação, interpretação, lazer e outros. Nesta

zona permite-se a instalação de infra-estrutura, equipamentos e

facilidades; (e) Zona de Uso Conflitante (10ha) – constituem espaços

cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da unidade,

conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. A zona

de uso conflitante é coincidente com o traçado da estrada velha de

Cabrália, que corta a unidade de conservação no sentido Sul-

Nordeste; (f) Zona Administrativa (6,2ha) – área fora da RPPN que

contém todos os serviços e infra-estrutura administrativa, ou seja, é a

região da sede da RPPN EVC.

Com base no diagnóstico e com o objetivo definido para a

reserva, o plano de manejo compõe-se de quatro programas de

manejo: (a) Programa de Proteção e Fiscalização – visa à

conservação da biodiversidade e à manutenção dinâmica dos

ecossistemas, além da proteção do patrimônio histórico-cultural e da

segurança do patrimônio imobiliário e equipamentos existentes na

RPPN EVC; (b) Programa de Pesquisa – visa a estimular a geração de

conhecimentos sobre processos biológicos relacionados à

biodiversidade da Mata Atlântica, aproveitando-os como subsídio aos

instrumentos de manejo da unidade de conservação e às ações de

educação ambiental; (c) Programa de Uso Público – composto por

cinco subprogramas (interpretação e recreação, educação ambiental,

capacitação, monitoramento do uso público e manutenção de trilhas),

visa a ordenar, a orientar e a direcionar o uso da unidade pelo

público, sem alterar significativamente os recursos naturais; (d)

Programa de Administração – trata das atividades e normas

relacionadas à organização, administração e recursos humanos

necessários para o funcionamento ideal da RPPN, bem como do

monitoramento das atividades de manejo da unidade.

Em workshop realizado no dia 19 de abril de 2007, o plano de

manejo da RPPN EVC foi debatido por representantes da Veracel

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Celulose, CI-Brasil, UESC e IBio, ficando assim definida sua versão

final, com o consenso do que representa a utilização ideal da unidade.

Em maio de 2007, o plano foi submetido à apreciação da diretoria da

Veracel Celulose, que deu parecer positivo, com orientações para

protocolá-lo junto ao Ibama e, após as aprovações desta entidade,

executá-lo.