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PLANO DE MANEJO
RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL
ESTAÇÃO VERACEL
MARÇO DE 2007
ii
PLANO DE MANEJO RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL ESTAÇÃO VERACEL
Realização
Apoio
iii
EQUIPE TÉCNICA
Coordenação Geral
Alexandre Schiavetti – UESC Mônica Fonseca – CI-Brasil
Lúcio Bedê – CI-Brasil Luiz Paulo Pinto – CI-Brasil
Equipe Técnica
Adriana Paese – Sistema de Informação Geográfica Adriano Paglia – Biodiversidade Alexandre Prado – Uso Público
André Amorim – Flora Anna Júlia Passold – Uso Público
Carlos Alberto Mesquita – Uso Público e Monitoramento José Vicente Ortiz – Fauna
Mariza Silva – Educação Ambiental Oldair Del´Arco Vinhas Costa – Atributos Físicos
Viviane Junqueira – Educação Ambiental
Equipe RPPN Estação Veracel
Carlos André Gaspar dos Santos - Coordenador da RPPN Estação Veracel Ligia Gallozzi Mendes - Assistente Técnico e Responsável pelo PEA
Gildevânio Pinheiro dos Santos - Técnico Ambiental e Responsável pelo PPF
Gestores Veracel
Renato Guéron – Presidente
Cristina Maria Amorim Moreno - Gerente Geral de Sustentabilidade
David Evandro Fernandes - Gerente de Tecnologia Florestal
Livia da Rocha Sacramento - Coordenadora de Responsabilidade Social
iv
APRESENTAÇÃO A RPPN Estação Veracel, com seus 6.069 hectares, é um dos
maiores patrimônios ecológicos da Bahia e a maior reserva particular da
Mata Atlântica, que é um dos biomas de maior diversidade, mas
também dos mais ameaçados do planeta.
Os números e características que quantificam e qualificam a
Estação, também reconhecida pela Unesco como parte do Sítio do
Patrimônio Mundial Natural, são dos mais impressionantes. A
incidência de espécies da flora, apresentada em um dos levantamentos,
identificou 308 espécies arbóreas em uma área inventariada de apenas
dois mil metros quadrados, fato que a coloca entre as vinte áreas do
mundo e entre as dez do Brasil com maior número de indivíduos e
elevado número de espécies arbóreas.
A fauna registra 38 espécies de mamíferos, entre primatas,
roedores, felinos, canídeos e outros, bem como 52 tipos de anfíbios, 53
de répteis e 302 espécies de aves, incluindo a harpia ou gavião real,
maior ave de rapina das Américas. Foi na Estação que se identificou,
pela primeira vez na Bahia, um ninho desse animal, raro na Mata
Atlântica. Além da harpia, várias das espécies encontradas na reserva
estão entre as consideradas ameaçadas de extinção.
Outros ativos importantes da Estação Veracel são a sua geologia –
relevos e solos - e a grande riqueza de recursos hídricos. Em sua área,
se encontram nascentes de importantes rios da região, inclusive o
Jardim e o Mutari, este último relatado como o que teria abastecido a
frota de Pedro Álvares Cabral. Outros, como o Rio dos Mangues, que
abastece Porto Seguro, passam pela Estação e são alimentados por
vários córregos que ali nascem.
Por todos esses fatores, em associação com a Agenda de
Sustentabilidade que norteia as atividades da Veracel, consideramos de
fundamental importância o presente Plano de Manejo. O uso adequado
da Estação será agora orientado por meio de duas grandes vertentes:
v
uma, para a comunidade científica, universidades e entidades
correlatas, disponibilizando a reserva para estudo e pesquisa dos
diversos aspectos da Mata Atlântica. Outra, para ações junto às
comunidades da região, escolas, centros comunitários e outros,
instruindo e disseminando conceitos conservacionistas e de educação
ambiental, grandes lacunas na educação do país.
A Estação situa-se também como o centro de desenvolvimento de
programas de preservação e regeneração de vegetação nativa nas terras
de propriedade da Veracel que, ao tê-las adquirido, encontrou grandes
parcelas em diversos estágios de degeneração. Hoje, a configuração
típica das florestas da Veracel apresenta plantações de eucaliptos para
fins industriais, entremeadas por florestas nativas preservadas ou
regeneradas, através de formações denominadas mosaicos. Isso tem se
mostrado altamente positivo, tanto na proteção das plantações como
das matas nativas, formando corredores que unem os fragmentos
destas, permitindo o trânsito de diversas espécies biológicas. Com este
sistema, mais da metade do total das propriedades da Veracel é
constituído por áreas preservadas.
Como grandes parceiros e executores deste Plano de Manejo, não
podemos deixar de citar a ONG Conservação Internacional-Brasil e seus
parceiros UESC e outras entidades, as quais, com equipes altamente
qualificadas de cientistas e técnicos, elaboraram o trabalho, com a
colaboração da área de Sustentabilidade da Veracel.
Com a implantação do Plano, a Veracel espera oferecer de forma
estruturada, às comunidades científicas, às entidades estudiosas da
preservação e às comunidades vizinhas, os benefícios deste magnífico
patrimônio, para que represente uma coluna mestra de atividades
conservacionistas e educacionais, contribuindo para a preservação da
tão fragilizada Mata Atlântica.
Renato Guéron Presidente Veracel Celulose S.A.
vi
SUMÁRIO
Apresentação ------------------------------------------------------------------------iv
Sumário ------------------------------------------------------------------------------vi
Lista de Figuras, Fotos e Tabelas ---------------------------------------------- viii
Lista de Siglas --------------------------------------------------------------------- xiii
Introdução --------------------------------------------------------------------------- 1
• Contextualização da RPPN-----------------------------------------------2
Informações Gerais ----------------------------------------------------------------15
• Acesso- -- ---------------------------------------------------------------- 15
• Histórico------------------------------------------------------------------15
Ficha-Resumo ----------------------------------------------------------------------22
Diagnóstico -------------------------------------------------------------------------23
1- Apresentação ----------------------------------------------------------------23
2 - Metodologia do Diagnóstico ----------------------------------------------24
3 – Caracterização da Área ---------------------------------------------------32
3.1 - Meio Físico ------------------------------------------------------------32
3.2 - Flora e Fauna---------------------------------------------------------52
3.3 - Caracterização do Uso Público-------------------------------------70
4 - Significância da Unidade e Conectividade --------------------------- 107
Planejamento --------------------------------------------------------------------- 113
1 - Objetivos Específicos de Manejo -------------------------------------- -113
2 – Zonas de Fragilidade-----------------------------------------------------114
3 - Zoneamento--------------------------------------------------------------- 119
3.1 - Zona Silvestre------------------------------------------------------- 121
2.2 - Zona de Proteção --------------------------------------------------- 122
3.3 - Zona de Recuperação---------------------------------------------- 122
3.4 - Zona de Visitação -------------------------------------------------- 124
3.5 - Zona de Uso Conflitante ------------------------------------------ 125
vii
3.6 - Zona de Administração-------------------------------------------- 126
3 - Programas de Manejo---------------------------------------------------- 130
3.1 - Programa de Proteção --------------------------------------------- 130
3.2 - Programa de Pesquisa --------------------------------------------- 137
3.3 - Programa de Uso Público ----------------------------------------- 146
3.4 - Programa de Administração -------------------------------------- 162
Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------ 171
Anexos I --------------------------------------------------------------------------- 184
I.1 - Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel--------------------------------------------------------------- 185
I.2 - Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel -------------------------------- 188
I.3 - Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC ---- 193
I.4 - Lista de espécies de vertebrados registradas para a RPPN Estação Veracel--------------------------------------------------------------- 203
I.5 - Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel -------------------------- 213
Anexos II--------------------------------------------------------------------------- 216
Projetos Específicos ---------------------------------------------------------- 217
• Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel----------- 217
• Manejo e conservação do gavião real na RPPN Estação Veracel227
• Novas proposta de uso público para a RPPN Estação Veracel -235
Oficinas Participativas------------------------------------------------------- 253
• Oficina de Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel ------------------------------------------------------- 253
• Oficina de Planejamento Participativo em Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN EVC ------------ 268
Anexo III --------------------------------------------------------------------------- 287 • Sumário Executivo-----------------------------------------------------288
viii
LISTA DE FIGURAS, FOTOS E TABELAS Figura 1 – Sítio do Patrimônio Natural “Costa do Descobrimento” ------------------5 Figura 2 – Corredor Central da Mata Atlântica, conforme o projeto Corredores
Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente --------------------------------------- 13 Figura 3 – Unidades de Conservação existentes na porção baiana do Corredor
Central da Mata Atlântica ------------------------------------------------------------ 14 Figura 4 – Localização geográfica e acesso à RPPN Estação Veracel--------------- 18 Tabela 1 – Ficha-Resumo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação
Veracel (Bahia)------------------------------------------------------------------------- 22 Figura 5 – Mapa com limites da RPPN EVC com os pontos visitados para o
diagnóstico do meio físico------------------------------------------------------------- 27 Tabela 2 - Período, local e integrantes da equipe no diagnóstico das atividades
de uso público na RPPN Estação Veracel ------------------------------------------ 31 Figura 6 – Área de Tabuleiro Costeiro na região do Extremo Sul da Bahia------- 36 Figura 7 – Mapa de elevação da RPPN Estação Veracel------------------------------ 38 Figura 8 – Mapa de declividade da RPPN Estação Veracel -------------------------- 39 Figura 9 – Mapa esquemático de domínios pedológicos da RPPN Estação
Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 42
Figura 10 – Solos dominantes na área da RPPN Estação Veracel ------------------ 43
Figura 11 – Degradação das áreas de mussununga ao longo das estradas que
cortam a RPPN Estação Veracel ----------------------------------------------------- 45
Figura 12 – Erosão ao longo das estradas da RPPN Estação Veracel alocadas
em áreas com relevo ondulado------------------------------------------------------- 47
Figura 13 – Antiga cascalheira na RPPN Estação Veracel --------------------------- 49
Figura 14 – Córrego de águas barrentas devido à erosão na RPPN Estação
Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 49
Figura 15 – Árvores tombadas naturalmente na RPPN Estação Veracel ---------- 50
Figura 16 – Erosão acentuada em horizonte C do Barreiras nas margens das
estradas que cortam a RPPN Estação Veracel------------------------------------- 51 Figura 17 – Famílias com maior número de espécies arbóreas nas duas áreas
inventariadas da RPPN Estação Veracel-------------------------------------------- 55 Figura 18 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na
área 1 da RPPN Estação Veracel----------------------------------------------------- 56 Figura 19 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na
área 2 da RPPN Estação Veracel-----------------------------------------------------57
Tabela 3 – Comparação das 10 espécies com maior IVI (índice de valor de
importância) da RPPN Estação Veracel com aquelas de áreas próximas ----- 58
ix
Tabela 4 – Número de indivíduos e espécies arbóreas acima de 5cm de DAP em
diferentes localidades no mundo, amostradas segundo o método proposto
por Gentry (1982) ---------------------------------------------------------------------- 60
Tabela 5 – Riqueza, número de espécies ameaçadas e espécies endêmicas da
Mata Atlântica registradas na RPPN Estação Veracel---------------------------- 63
Tabela 6 – Espécies de mamíferos da Estação Veracel endêmicas da Mata
Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes
na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional --------- 65
Tabela 7– Espécies de aves da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata
Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes
na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional --------- 68
Tabela 8 – Espécies da herpetofauna da RPPN Estação Veracel endêmicas da
Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou
presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio
internacional---------------------------------------------------------------------------- 69
Tabela 9 – Trilhas propostas pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental em
1996 e correspondência com as atividades atuais-------------------------------- 75
Figura 20 – Número total de visitantes por ano na RPPN Estação Veracel no
período de 1996 a maio de 2006 ---------------------------------------------------- 77
Figura 21(a) – Palestra para grupo de estudante; (b) Palestra para representantes
de instituições florestais nacionais e internacionais na RPPN Estação Veracel—78
Figura 22(a) – Dinâmica de grupo “Encadeamento”; (b) Brincadeira “Que
animal sou eu” na RPPN Estação Veracel------------------------------------------ 79
Figura 23(a) – Livro de Registros e Livro de Mensagens; (b) Visitante
registrando dados no livro disponibilizado no Centro de Visitantes da RPPN
Estação Veracel ------------------------------------------------------------------------ 80
Figura 24 – Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel durante o período de
1996 e 2004----------------------------------------------------------------------------- 81
Figura 25 – Média de visitação mensal da RPPN Estação Veracel entre 1998 e
2005-------------------------------------------------------------------------------------- 82
Figura 26 – Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação
Veracel de 1996 a 2004 --------------------------------------------------------------- 83
Figura 27(a) – Ponte suspensa; (b) Cabana indígena – Kijeme na RPPN Estação
Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 84
Figura 28(a) – Troncos e galhos caídos na trilha provocando desvios; (b) Raízes
soltas que devem ser retiradas das trilhas na RPPN Estação Veracel --------- 85
x
Figura 29(a) – Ponte suspensa na Trilha do Pau-brasil na RPPN Estação
Veracel; (b) Exemplares pouco significativos da espécie que nomeia a trilha:
pau-brasil ------------------------------------------------------------------------------- 86
Figura 30(a) – Plataforma de acesso a copa da árvore na RPPN Estação
Veracel; (b) Bancos que devem ser reformados ----------------------------------- 87
Figura 31(a) – Um dos poucos exemplares de orquídea encontrado na trilha;
(b) Vestígio de pesquisa em trilhas na RPPN Estação Veracel ------------------ 88
Figura 32(a) – Raro exemplar de bromélia na trilha; (b) Travessia de córrego
onde deve-se estudar intervenção com estruturas na RPPN EVC-------------- 90
Figura 33(a) – Entrada restrita a funcionários; (b) Portão de entrada de
visitantes para acesso ao Centro de Visitantes na RPPN Estação Veracel---- 91
Figura 34(a) – Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel; (b) Mesas de
apoio à exposição de animais conservados em vidros---------------------------- 93
Figura 35(a) – Cantina com abertura para a área aberta; (b) Estacionamento
(ônibus no lado direito ao fundo) na RPPN Estação Veracel -------------------- 92
Figura 36(a) – Quiosque construído em 2006; (b) Bancos e mesa na área em
frente ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel------------------------ 93
Figura 37(a) – Casa da Administração; (b) Gramado marcado por pisoteio, no
atalho para chegar à administração na RPPN Estação Veracel----------------- 93
Figura 38(a) – Casa dos funcionários na RPPN Estação Veracel (vista dos
fundos); (b) Conjunto de mesas e cadeiras feitos de eucalipto, bom exemplo
de outros usos da madeira ----------------------------------------------------------- 94 Figura 39(a) – Alojamento de pesquisadores e laboratório na RPPN Estação
Veracel; (b) Viveiro da harpia, atualmente fechado à visitação ----------------- 95
Figura 40(a) – Placa antiga com fundo verde e letras brancas; (b) Placa nova,
padrão para a Costa do Descobrimento -------------------------------------------- 96
Figura 41(a) – Placa indicando a RPPN Estação Veracel e a Estação Ecológica
do Pau-Brasil; (b) Placa de indicação do Centro de Visitantes da RPPN
Estação Veracel ------------------------------------------------------------------------ 96
Figura 42(a) – Placa em língua inglesa voltada ao visitante estrangeiro; (b)
Única placa indicando limite de velocidade na estrada para a RPPN Estação
Veracel ----------------------------------------------------------------------------------- 97
Figura 43(a) – Identificação da unidade de conservação como Sítio do
Patrimônio Mundial Natural; (b) Terceira placa apontando a distância do
Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel ----------------------------------- 98
Figura 44(a) – Placa informando que a RPPN Estação Veracel é uma unidade
de conservação; (b) Placa informando que se trata de área particular e
alerta contra crime ambientais ------------------------------------------------------ 98
xi
Figura 45(a) – Placas educativas alertando o visitante a ter cuidado em não ser
causador de incêndios; (b) Placa de respeito à fauna silvestre na estrada
para a RPPN Estação Veracel -------------------------------------------------------- 99
Figura 46(a) – Placa de conscientização para não jogar o lixo na área da RPPN
Estação Veracel; (b) Placa educativa antiga --------------------------------------- 99
Figura 47(a) – Placa identificando a área como propriedade particular,
encontrada em área de divisa da RPPN Estação Veracel; (b) Conteúdo da
placa com enfoque na lei de crimes ambientais----------------------------------100
Figura 48(a) – Placa de identificação da RPPN Estação Veracel; (b) Placa
indicativa bilíngüe do Centro de Visitantes---------------------------------------101
Figura 49(a) – Placa identificando o Centro de Visitantes; (b) Adesivos
identificam tipo de resíduo nas lixeiras de coleta seletiva próximo ao centro
de Visitantes da RPPN Estação Veracel -------------------------------------------101
Figura 50(a) – Placa informativa de material em exposição; (b) Placa-marco de
criação da RPPN Estação Veracel --------------------------------------------------102
Figura 51(a) – Placa identificando sanitários e quadro de avisos; (b) Placa
identificando a casa da administração na RPPN Estação Veracel-------------103
Figura 52(a) – Placa identificando o Centro de Pesquisas da RPPN Estação
Veracel; (b) Placa identificando a sala do ambulatório veterinário------------104 Figura 53(a) – Placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com
guias nos viveiros de animais silvestres hoje desativado; (b) Placa de
identificação do pau-brasil na RPPN Estação Veracel --------------------------104
Figura 54(a) – Placa alertando que a entrada é restrita a funcionários; (b) Placa
indicando local para estacionamento de visitantes na RPPN Estação
Veracel ----------------------------------------------------------------------------------105
Figura 55(a) – Placas que identificam palmeiras nativas do Brasil; (b) Placa
para as trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil na RPPN EVC --------------106
Figura 56 – Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN
Estação Veracel------------------------------------------------------------------------110
Figura 57- Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN
Estação Veracel------------------------------------------------------------------------111
Tabela 10 – Zonas e sub-zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel---------115
Figura 58 – Zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel------------------------117
Figura 59 – Proposta de zoneamento para a RPPN Estação Veracel --------------120
Figura 60- Detalhe da Zona Administrativa ------------------------------------------128
Tabela 11– Área total das zonas de manejo propostas para a Reserva
Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel ------------------------------129
xii
Figura 61 - Mapa de vegetação com os 17 blocos definidos para a fiscalização e
monitoramento da RPPN Estação Veracel-----------------------------------------131
Tabela 12 – Diretrizes para os projetos que contemplem inventário da Biota
dentro da RPPN Estação Veracel ---------------------------------------------------143
Tabela 13 – Datas comemorativas sugeridas para atividades especiais da RPPN
Estação Veracel------------------------------------------------------------------------152
Tabela 14 - Implementação de projetos a curto, médio e longo prazos, por
subprograma do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel--------160
Tabela 15 – Situação atual dos Recursos Humanos na RPPN Estação Veracel--164
Figura 62 – Organograma funcional proposto para a RPPN Estação Veracel ---165
Tabela 16 – Ações de curto (2007) e médio prazo (2008-2009) para a RPPN
Estação Veracel------------------------------------------------------------------------166
Tabela 17 – Matriz de Âmbitos, Variáveis e Sub-Variáveis para a avaliação de
efetividade de manejo da unidade de conservação ------------------------------168
Tabela 18 – Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel por âmbitos, em
1999-----------------------------------------------------------------------------------------170
Foto 1 – Beija-flor balança-rabo canela (Glaucis dorhnii) ---------------------------213
Foto 2 – Papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) ----------------------------------213
Foto 3 – Sagüi-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi) ---------------------------------213
Foto 4 – Macaco-preto (Cebus robustus)-----------------------------------------------213
Foto 5 – Perereca (Hylomantis áspera) -------------------------------------------------214
Foto 6 – Perereca (Hyla gr. albosignata sp. n.)----------------------------------------214
Foto 7 – Indíviduo de gavião-real (Harpia harpyja) próximo ao viveiro e um
ninho da espécie identificado na RPPN Estação Veracel ---------------------------- 214 Foto 8 – Equipamento utilizado na metodologia de armadilha fotográfica e uma
foto de anta (Tapirus terrestres) registrada em pesquisa utilizando esse tipo
de ferramenta na RPPN Estação Veracel ------------------------------------------215
xiii
LISTA DE SIGLAS
CBPM Companhia Baiana de Pesquisa Mineral
CEMAVE Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres
CEPEC Centro de Pesquisa da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
CEPLAC Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
CEU Centro Excursionista Universitário
CI-BRASIL Conservação Internacional
CITES Convention on International Trade in Endangered Species (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção)
CRA Centro de Recursos Ambientais
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
Embasa Empresa Baiana de Águas e Saneamento
EPI Equipamento de Proteção Individual
ESPAB Estação Ecológica do Pau Brasil
FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
FLONIBRA Floresta Nipo Brasileira S.A.
FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI Fundação Nacional do Índio
IAR Índice de Abundância Relativa
IBA Important Bird Área (Áreas Importantes para Aves)
IBAMA Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBio Instituto BioAtlântica
IUCN União Mundial pela Natureza
KBA Key Biodiversity Area (Área chave para biodiversidade)
KfW German Development Bank
LAC Limits of Acceptable Change (Limite Aceitável de Câmbio)
xiv
MAB Man and Biosphere (Homem e a Biosfera)
MMA Ministério do Meio Ambiente
MZUSP Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
ONG Organização não governamental
PP-EVC Programa de pesquisa da Estação Veracel
PPG-7 Programa-Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais
PROBIO Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira
RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
ROS Recreation Oportunity Spectrum (Espectro de Oportunidade de Recreação)
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
RPPN EVC Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel
SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
TAC Termo de Ajustamento de Conduta
TNC The Nature Conservancy
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura
UNESP Universidade Estadual Paulista
UESC Universidade Estadual de Santa Cruz
UFBA Universidade Federal da Bahia
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
VAMP Visitor Activities Management Process (Processo de Manejo das Atividades do Visitante)
VERP Visitor Experience and Resource Protection (Experiência do Visitante e a Proteção dos Recursos)
VIM Visitor Impact Management (Manejo do Impacto do Visitante)
WWF World Wildlife Fund
1
INTRODUÇÃO
Devido às limitações do sistema público de unidades de
conservação, tem aumentado a importância da participação do setor
privado na estratégia de conservação in situ da biodiversidade
brasileira, particularmente através da criação de RPPNs (Pinto et al.,
2004; Vieira & Mesquita, 2004; Costa, 2006). De acordo com a Lei do
SNUC, datada de 18 de julho de 2000, as RPPNs sejam elas nacionais
ou estaduais são unidades de conservação em áreas privadas, gravada
com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica,
conforme estabelece o Artigo 21 da citada Lei (MMA, 2000).
Uma RPPN é geralmente reconhecida em função de sua
importância para proteção da biodiversidade, seu valor paisagístico, ou
outras variáveis que dependam de proteção ou restauração do habitat
natural. As RPPN têm, cada vez mais, servido como um instrumento
adicional para o fortalecimento do sistema de unidade de conservação
existente, permitindo o aumento de áreas sob proteção legal;
promovendo a proteção e o apoio a pesquisa sobre a biodiversidade de
forma complementar à rede de áreas protegidas públicas; possibilitando
o aumento da conectividade da paisagem natural; e a proteção de áreas
chave ao longo dos biomas brasileiros.
O Brasil é o único país da América Latina a incluir as reservas
privadas no seu sistema oficial de áreas protegidas, reconhecida na Lei
que instituiu o SNUC (Mesquita & Leopoldino, 2002). As RPPN foram
incluídas no SNUC no grupo de unidades de conservação de uso
sustentável. Entretanto, devido ao veto presidencial a um dos itens do
artigo 21 da referida Lei, que possibilitava a extração de recursos
naturais em uma RPPN, essas unidades de conservação tornam-se de
fato unidades de proteção integral. Sendo assim, as RPPN são tratadas
nas estratégias de conservação como unidades de conservação de
proteção integral (parques e reservas), especificamente aquelas
consideradas de uso restrito e com o objetivo principal de conservar a
2
biodiversidade e aumentar o nível de conhecimento sobre as
comunidades florísticas e faunísticas nelas representadas.
Assim como as unidades de conservação públicas, as RPPNs
também necessitam estabelecer um planejamento, na forma de plano de
manejo, para alcançar os objetivos para os quais a unidade de
conservação foi criada. De acordo com o artigo segundo da Lei 9.985,
que instituiu o SNUC, um plano de manejo é um documento técnico
mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade
de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade
(MMA, 2000). Dourojeanni (2003) ressalta que um plano de manejo deve
ser baseado na realidade da unidade de conservação para se escolher,
entre as opções disponíveis, as decisões que tática e estrategicamente
melhor viabilizem o cumprimento dos objetivos que a legislação prevê
para a categoria.
Este documento apresenta o Plano de Manejo da Reserva
Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel (RPPN EVC), maior
RPPN da Mata Atlântica. O Plano foi elaborado sob a coordenação da
empresa Veracel Celulose S/A, proprietária da unidade, visando a
efetiva proteção da área em questão, bem como a identificação dos
cenários referentes ao manejo no curto, médio e longo prazos. A
metodologia utilizada para a elaboração deste plano de manejo está
descrita no roteiro metodológico de planejamento para RPPNs elaborado
pelo IBAMA (Ferreira et al., 2004), que apresenta três fases para sua
elaboração: informações gerais, diagnóstico e planejamento.
Contextualização da RPPN
Enfoque Internacional A criação da RBMA, que abriga os principais remanescentes de
Mata Atlântica e ecossistemas associados do Ceará ao Rio Grande do
Sul, foi reconhecida pela Unesco em várias fases consecutivas, entre
1991 e 1993 (Corrêa, 1995).
3
O Sistema de Reservas da Biosfera do Programa “Man and the
Biosphere” MAB - Unesco foi consolidado na década de 70, sob a
influência da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente. As
Reservas da Biosfera têm três prioridades como base em todos os
trabalhos a serem nelas desenvolvidos: a conservação da natureza e de
sua biodiversidade, o desenvolvimento social sustentado das
populações que vivem na área, com ênfase para as comunidades
tradicionais, e o aprofundamento da educação ambiental e do
conhecimento científico. Para viabilizar esses objetivos, elas devem
obedecer a um zoneamento que está centrado em três áreas principais:
- a zona núcleo, que deve ser uma unidade de conservação de
proteção integral ou uma RPPN. A RPPN EVC é uma das zonas núcleo
da RBMA na região do Extremo Sul do Estado da Bahia.
- a zona de amortecimento, que circunda completamente a zona
núcleo. Sua função principal é protegê-la. Aí podem ser desenvolvidas,
entre outras, atividades econômicas sustentadas e experimentos
científicos. Nelas devem se localizar, preferencialmente, as comunidades
de cultura tradicional.
- a zona de transição está ao redor da zona de amortecimento. Nela
são feitas, com flexibilidade, as atividades que acomodam a Reserva da
Biosfera com as suas áreas de entorno.
A razão pela qual o Brasil aderiu ao Sistema de Reservas da
Biosfera é que este é o mais alto reconhecimento internacional que se
pode almejar para a proteção de um ecossistema. A declaração da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica endossa a sua situação como
uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo, sendo, em
conseqüência, uma das prioridades mundiais para a conservação da
biodiversidade.
Nos termos da Convenção para a Proteção dos Patrimônios
Culturais e Naturais Mundiais adotada pela Conferência Mundial da
UNESCO de 1972, o Comitê Intergovernamental para a Proteção do
Patrimônio Mundial Cultural e Natural, denominado "Comitê do
Patrimônio Mundial", incluiu, em dezembro de 1999, as áreas Sul e
4
Leste da Mata Atlântica na "Lista de Patrimônio Mundial" como “Bem
Natural de Valor Universal”. A RPPN EVC faz parte do grupo de 7 áreas
protegidas, sendo 6 unidades de conservação localizadas na Costa do
Descobrimento, região entre os rios Jequitinhonha e Doce, no extremo
sul da Bahia e norte do Espírito Santo, que foram reconhecidas pela
UNESCO em 2000 como Sítios do Patrimônio Natural Mundial
(Schenkel, 2006; Figura 1). Além da RPPN EVC estão inseridas no Sítio
do Descobrimento a Reserva Biológica de Una; o Parque Nacional do
Pau-Brasil; o Parque Nacional de Monte Pascoal; o Parque Nacional do
Descobrimento; a Reserva Biológica de Sooretama; e uma área privada,
a Reserva Florestal de Linhares.
Os sítios do patrimônio natural são formações físicas, biológicas e
geológicas excepcionais, locais de ocorrência de espécies animais e
vegetais ameaçadas e áreas de alto valor científico, de conservação ou
estético. As atividades previstas para os sítios envolvem ações
estruturais como proteção de espécies e ecossistemas, conscientização
pública e educação ambiental, treinamento e promoção de ecoturismo
ou outras iniciativas de desenvolvimento socioeconômico sustentável. O
Programa Sítios do Patrimônio Mundial no Brasil constitui uma ampla
parceria envolvendo o MMA, a UNESCO, a Fundação das Nações
Unidas, o WWF, a TNC e a CI-Brasil.
Por se tratar de uma região com alto grau de ameaça, a Mata
Atlântica vem recebendo investimentos para sua conservação de
diversos organismos governamentais internacionais, tais como o Banco
Mundial e a agência alemã KfW, através do Projeto Corredores
Ecológicos, bem como de ações de conservação de organizações não-
governamentais, como a CI-Brasil e TNC. Para a RPPN EVC estes
parceiros poderão viabilizar os estudos bases e aplicados à gestão da
área, colaborando para sua definitiva implantação.
5
Figura 1 – Sítio do Patrimônio Natural “Costa do Descobrimento”.
6
Enfoque Nacional A Mata Atlântica é, desde a promulgação da Constituição Federal
de 1988, patrimônio nacional da população brasileira. Sua conservação
deve ser estimulada pelo poder público, cabendo, ainda segundo a
Constituição da República, artigo 225, parágrafo 1o, inciso III “definir,
em todas as Unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos”.
A Mata Atlântica brasileira, hoje reduzida a menos de 8% de sua
extensão original, perfazia cerca de 1.400.000 km2 do território
nacional, e estende-se desde o Nordeste Brasileiro até o Rio Grande do
Sul (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2002). Essa região é de
grande importância para o país, pois abriga mais de 60% da população
brasileira e é responsável por quase 70% do PIB nacional (CI-Brasil et
al., 2000). A devastação da Mata Atlântica é um reflexo da ocupação
territorial e exploração desordenada dos recursos naturais. Os
sucessivos impactos resultantes de diferentes ciclos de exploração, da
concentração da população e dos maiores núcleos urbanos e industriais
levaram a uma drástica redução na cobertura vegetal natural, que
resultou em paisagens hoje fortemente dominadas pelo homem
(Fonseca, 1985; Dean, 1996; Câmara, 2003; Hirota, 2003; Mittermeier
et al., 2004).
A Mata Atlântica possui hoje mais de 800 unidades de
conservação públicas e privadas, federais e estaduais, totalizando cerca
de 13.000.000ha (Pinto et al., 2006). Considerando somente as
unidades de conservação de proteção integral, menos de 2% (cerca de
2,5 milhões de hectares) da extensão do bioma se encontra oficialmente
dedicado a esse objetivo.
Na Mata Atlântica, devido ao elevado custo para criação de
unidades de conservação públicas, tem aumentado a importância da
participação do setor privado nas estratégias de conservação in situ da
biodiversidade, principalmente através das RPPNs. Além de promover a
proteção e apoio à pesquisa sobre biodiversidade, as RPPNs também
7
contribuem para o aumento da conectividade da paisagem e a proteção
de áreas-chave (Pinto et al., 2004; Vieira & Mesquita, 2004).
A RPPN EVC é uma das 450 RPPNs da Mata Atlântica. A unidade
possui uma área de 6.069ha de cobertura florestal praticamente
contínua. Devido ao estado atual de fragmentação do bioma Mata
Atlântica, este pode ser considerado um remanescente de grande porte,
uma vez que predomina em todo o bioma, remanescentes de menos de
100ha, e o tamanho médio das unidades de conservação públicas é em
torno de 10.000ha (Pinto et al., 2004)
Pela sua importância a RPPN EVC compõe um conjunto de
remanescentes florestais que forma uma das áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade na avaliação do PROBIO (CI-Brasil,
2000). As áreas prioritárias foram identificadas por dezenas de
especialistas como áreas de grande importância biológica, de acordo
com a existência de espécies endêmicas, raras e ameaçadas,
comunidades biológicas únicas, e com as características especiais dos
elementos determinantes da biodiversidade (clima, rios, solos etc.). As
áreas foram examinadas também segundo a necessidade de ações
urgentes em função da avaliação da pressão antrópica, considerando-se
diversos fatores, como as pressões demográficas e a vulnerabilidade das
áreas naturais aos diversos tipos de exploração econômica.
Enfoque Estadual
Apesar da extensa área abrangida pelas unidades de conservação
do estado da Bahia, com pouco mais de 3 milhões e 300 mil hectares, a
superfície total destas áreas representa apenas 5,8% do território
baiano. Esse nível de proteção está abaixo do preconizado pela IUCN
que, por ocasião do III Congresso Mundial de Parques e outras Áreas
Protegidas, recomendou pelo menos 10% da superfície territorial do
Estado, do País ou do bioma sob proteção. São 36 unidades de
conservação, distribuídas nos biomas do Estado: a caatinga, o cerrado
e a mata atlântica. Em análise realizada recentemente para a
representatividade da cobertura de unidades de conservação do sul da
8
Bahia (Timmers et al., 2002), verificou-se que existem grandes lacunas
no sistema de proteção da região. Essa limitação é agravada pela alta
diversidade biológica contida nos seus limites territoriais.
O programa de conservação da diversidade biológica do Estado
possui a característica de priorizar o estabelecimento de unidades de
conservação de uso sustentável, com um total de 31 Áreas de Proteção
Ambiental (5.972.871ha) e 2 Áreas de Relevante Interesse Ecológico
(12.168ha). As unidades de conservação de proteção integral perfazem
somente uma área de 58.068ha, ou 1,9% do território do Estado.
Há ainda no estado da Bahia algumas unidades de conservação
federais de proteção integral, sendo cinco Parques Nacionais (Chapada
Diamantina, 152.105ha; Pau-Brasil, 11.538ha; Monte Pascoal,
22.500ha; Descobrimento, 21.129ha; e Marinho dos Abrolhos,
88.249ha); uma Reserva Biológica (Una, 11.400ha); um Refúgio de Vida
Silvestre (Veredas do Oeste Baiano, 128.521ha); e uma Estação
Ecológica (Raso da Catarina, 99.772ha).
Quanto às unidades de conservação de uso sustentável federais o
estado da Bahia possui três Reservas Extrativistas Marinhas (Barra do
Iguape, 8.117ha; Ponta do Corumbau, 38.174ha; e Canavieiras,
100.000ha), uma Área de Relevante Interesse (Cocorobó, 7.504 ha) e
duas Florestas Nacionais (Contendas do Sincorá, 11.031ha; e
Cristópolis, 12.839ha). Dada a relevância da região para a conservação
da biodiversidade da Mata Atlântica, está em curso uma iniciativa do
Ministério do Meio Ambiente, em parceria com IBAMA, órgãos estaduais
de meio ambiente da Bahia e Minas Gerais e diversas entidades
ambientalistas, visando um incremento expressivo da área protegida na
região, através da criação de novas unidades de conservação e expansão
de outras já existentes.
A Bahia conta com o segundo maior número de RPPNs federais do
País, havendo 54 áreas reconhecidas e diversas em processo de criação,
atrás apenas de Minas Gerais. Porém quando se contabiliza o número
total de RPPN criadas nos estados da federação o estado da Bahia
aparece em terceiro lugar no ranking, após os estados do Paraná e de
9
Minas Gerais, pois estes estados possuem programas estaduais de
reconhecimento destas unidades de conservação, o que tem permitido
maior agilidade no processo de criação (Costa, 2006). Um ponto positivo
é que em 2003 houve a sanção do Decreto Estadual n° 8851, de 22 de
dezembro de 2003, que permite o Estado da Bahia criar RPPN
diretamente vinculada ao órgão estadual de proteção ao meio ambiente.
A importância biológica do sul da Bahia e da Mata Atlântica do
Espírito Santo e a necessidade de estabelecer mecanismos inovadores
de gestão integrada das unidades de conservação levaram a indicação
dessa região como um dos Corredores de Biodiversidade no Brasil
(Ayres et al., 2005).
Um corredor de biodiversidade compreende uma rede de áreas
protegidas entremeada por áreas com diferentes graus de interferência
humana, no qual o manejo é integrado para ampliar a possibilidade de
permanência de todas as espécies, a manutenção de processos
ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento de uma economia regional
baseada no uso sustentável dos recursos naturais (Sanderson et al.,
2003). A abordagem dos corredores de biodiversidade é utilizada para
contemplar a proteção ambiental em diferentes escalas, desde a local
até a regional, e buscar a representação de diferentes ecossistemas, o
manejo sistêmico da rede de unidades de conservação e a manutenção
ou incremento da conectividade entre as diferentes áreas (Fonseca et
al., 2004; Ayres et al., 2005).
Nesse contexto, a Mata Atlântica tem sido uma das regiões
pioneiras, com o uso do melhor conhecimento científico para a definição
de áreas e estratégias de conservação. Através de um processo de
identificação de corredores de biodiversidade, utilizando critérios
biológicos, além da análise das principais ameaças, alguns exercícios
foram conduzidos para a Mata Atlântica e para outras regiões do país
(CI & IESB, 2000; Fonseca et al., 2004; Ayres et al., 2005). O Corrredor
Central da Mata Atlântica é uma das regiões escolhidas pelo Ministério
do Meio Ambiente para o desenvolvimento dessa estratégia de
conservação no projeto Parques e Reservas, no âmbito do Programa
10
Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras, conhecido
como PPG-7 (MMA, 2006; Figura 2).
Por meio dos corredores de biodiversidade busca-se enfrentar um
dos principais desafios para a conservação da biodiversidade,
especialmente dos hotspots, que é o crescente isolamento das áreas
naturais. Como a conservação da diversidade biológica envolve não
somente a preservação das espécies, mas também da diversidade
genética contida em diferentes populações, é essencial proteger
múltiplas populações da mesma espécie, que nos hotspots estão cada
vez mais isoladas e susceptíveis a eventos estocásticos de natureza
genética ou demográfica, portanto com maiores probabilidades de se
extinguirem localmente (Brooks et al., 2002). As estratégias de
conservação devem, portanto abordar a dinâmica da paisagem e as
inter-relações entre unidades de conservação, além dos aspectos
relacionados às áreas isoladas.
A porção sul-baiana, onde está inserida a RPPN EVC, é um
exemplo desse cenário, apresentando forte fragmentação dos ambientes
naturais. Fotos aéreas datadas de 1945 permitiram registrar que
naquela época mais de 85% da área total do Extremo Sul da Bahia
ainda encontrava-se coberto por florestas (Rezende Mendonça, 1994).
As avaliações mais atuais são alarmantes. Landau (2003) estimou a
situação da Mata Atlântica no Sudeste da Bahia, determinando a área
relativa ocupada por diferentes categorias de cobertura vegetal e uso do
solo em 107 municípios das regiões econômicas Litoral Sul, Extremo
Sul e Sudoeste e observou que as Florestas em estágio avançado de
regeneração ocuparam 6,5% da área estudada. No Extremo Sul da
Bahia, onde está localizada a RPPN EVC, apenas 7,6% é coberto por
florestas em estágio avançado de regeneração, sendo que apenas 6,9%
dos fragmentos apresentaram área acima que 100ha e, 0,7%, área
superior a 1.000ha.
Além do Sul da Bahia, o Corredor Central da Mata Atlântica
abrange quase todo o Espírito Santo. Este corredor de biodiversidade
abrange os maiores remanescentes florestais de Mata Atlântica do
11
Nordeste e abrange atualmente 25 unidades de conservação de proteção
integral, 19 unidades de uso sustentável e 41 RPPNs, totalizando
aproximadamente 520.000 hectares sob diversas formas de proteção
(Figura 3), sendo a RPPN EVC uma das áreas protegidas chave do
Corredor. Embora seja uma quantidade considerável de espaços
legalmente protegidos, é evidente que só o fato de terem sido criados
não é garantia de efetiva implementação e proteção.
O Corredor Central da Mata Atlântica compreende dois centros de
endemismo da Mata Atlântica, conforme estudos disponíveis sobre
vertebrados terrestres, borboletas e plantas (Mori et al., 1981; Kinzey,
1982; Thomas et al., 1998; Silva & Casteleti, 2004). A porção baiana do
Corredor Central apresenta uma das maiores diversidades de aves do
Brasil, abrigando mais de 50% das espécies de aves endêmicas da Mata
Atlântica (Cordeiro, 2003a). A diversidade da flora também é
excepcional. Em estudos realizados em uma reserva particular ainda
não reconhecida como RPPN e no Parque Estadual da Serra do
Conduru, em Serra Grande, município de Uruçuca, ao norte de Ilhéus,
foram encontradas 458 espécies de árvores em um único hectare de
floresta, número considerado um dos recordes mundiais de riqueza de
plantas lenhosas (Thomas & Carvalho, 1997; A. Amorim, com.pess).
A região é importante também por abrigar 57% da fauna de
vertebrados da Mata Atlântica ameaçada de extinção, como o mico-leão-
da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e o macaco-prego-de-
peito-amarelo (Cebus xanthosternos). A RPPN EVC abriga espécies
ameaçadas de extinção como o macaco-preto (Cebus robustus); o
papagaio-chauá (Amazona rhodochorytha), e o beija-flor balança-rabo-
canela (Glaucis dohrnii), dentre outras.
Nesse contexto descrito para o Corredor Central da Mata
Atlântica, as unidades de conservação desempenharão um papel
extremamente importante para garantir a proteção da biodiversidade a
longo prazo. A estratégia dos espaços protegidos associados à
construção de corredores ecológicos (ou corredores de fauna e flora),
será fundamental para a manutenção dos processos evolutivos e
12
ecossistêmicos da região. A Lei Federal no 9.985/00, que institui o
SNUC, ampara a criação de corredores ecológicos de conservação,
definindo-os como porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais
que ligam unidades de conservação.
Para isso será importante também a integração e maior eficiência
do manejo das unidades de conservação. A RPPN EVC está inserida no
mosaico de áreas protegidas do Extremo Sul da Bahia, uma nova
iniciativa que conta com o apoio do FNMA e envolve várias instituições
como o IBAMA, com a Superintendência de Desenvolvimento Florestal e
Unidades de Conservação da SEMARH, Estação Ecológica Pau- Brasil
(ESPAB/CEPLAC) e a FUNAI. O principal objetivo do projeto é
implementar a gestão em mosaico visando fortalecer e integrar a rede de
áreas protegidas do Extremo Sul da Bahia, através de um desenho
estratégico fundamentado em três componentes principais: mobilização
social; manejo integrado de áreas protegidas e desenvolvimento
territorial em bases conservacionistas.
13
Figura 2 – Corredor Central da Mata Atlântica, conforme o projeto Corredores Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006).
14
Figura 3 – Unidades de Conservação existentes na porção baiana do Corredor Central da Mata Atlântica.
15
INFORMAÇÕES GERAIS
Acesso A Estação Veracel está situada na mesorregião geográfica Sul
Baiano, microrregião Porto Seguro (IBGE, 2006) e de acordo com SEI
(2006) faz parte da região econômica Extremo Sul da Bahia. A mesma
localiza-se a 15 Km do centro histórico de Porto Seguro, às margens da
BR 367, estrada que liga os municípios de Eunápolis e Porto Seguro. A
Estação ocupa 6.069 hectares que se estendem pelos municípios de
Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, entre as coordenadas 8199228 /
8186195 N e 481290 / 488301 E (Figura 4).
A microrregião de Porto Seguro está localizada ao longo da costa
atlântica brasileira e faz parte do bioma Mata Atlântica que é considerado
um dos ambientes mais ameaçados de extinção do mundo. No decorrer de
mais de 500 anos de uso e ocupação, este ambiente foi e continua sendo
amplamente explorado, certamente por estar inserido no núcleo de
povoamento mais antigo do país. Dados de IBGE (2006) mostram que em
1996 do total da área da microrregião Porto Seguro, 72% era ocupado
por pastagens, 12% por cultivos diversos e apenas 9,7% da área
permanecia ocupada por matas e florestas naturais.
Histórico Histórico de criação e Aspectos Legais da RPPN A antiga Capitania de Porto Seguro estendia-se do Espírito Santo
(sul) aos Ilhéus (Norte) e toda essa extensão caracterizava-se por um
contínuo de florestas densas, do qual a área da RPPN EVC é um
exemplo, testemunha e prova cabal do tipo de cobertura vegetal
encontrada pelos colonizadores europeus. Na região Extremo Sul da
Bahia, a construção da BR-101 e o incentivo do governo do Estado à
atividade madeireira, que atingiu nível de destaque na região de Porto
Seguro, foram os principais responsáveis pela redução da Mata Atlântica.
A Veracel Celulose S/A, proprietária da RPPN EVC instalou-se na
região em 1992, com o propósito de implantar uma unidade industrial
para fabricação de celulose branqueada de eucalipto. O
16
empreendimento engloba 88.000ha de plantio de eucalipto e infra-
estrutura e aproximadamente 85.000ha de áreas destinadas à proteção,
recuperação e manejo de Mata Atlântica, dentre as quais está a RPPN
EVC.
A história da RPPN EVC remete-nos a um processo histórico mais
abrangente, que diz respeito à exploração da floresta motivada pelo
interesse pela madeira, uma importante riqueza. Tal exploração teve
início já no século XVI, imediatamente após a descoberta do Brasil, e
avançou até o presente século com consequências desastrosas e
praticamente irreversíveis para algumas áreas da Mata Atlântica. A
seguir são mencionadas algumas informações históricas de ocupação
da área de influência da reserva, conforme descrito pelo Plano de
Manejo da RPPN Veracel elaborado em 1998 (ver Veracruz Celulose
S.A., 1998).
Um olhar para o passado A chegada do colonizador português à costa litorânea do atual
extremo sul da Bahia oficializou a incorporação de um extenso território
ao já vasto império colonial português no ultramar. A partir de 1534 a
divisão da Colônia em Capitanias Hereditárias pretendeu organizá-la de
uma forma mais sistemática do ponto de vista geográfico e
administrativo. Esta medida foi provocada, em grande parte, pela
exploração da madeira por comerciantes não autorizados. Portugal
sempre foi ávido por madeiras nobres e explorou largamente as florestas
das Ilhas dos Açores, da Madeira, da Ásia e da África portuguesas.
Já naquele período foram estabelecidos os entrepostos comerciais
(feitorias) na costa litorânea, por onde era escoada a madeira retirada
pelos índios, especialmente o pau-brasil, que por volta de 1511
representava 90% das exportações da Colônia.
A introdução da monocultura da cana-de-açúcar desviou a
atenção de Lisboa para as Capitanias de Pernambuco e São Vicente. A
Capitania de Porto Seguro caracterizou-se por uma economia precária e
complementar, que abastecia as zonas açucareiras da Capitania da
Bahia com algodão, cereais e pescados e a exploração das florestas
17
através da retirada de piaçava e de madeira era prática corrente. O
corte de madeira ocorria em diferentes localidades da Capitania e
regiões vizinhas: Cairu, Camamu, Barra do Rio de Contas, Maraú,
Ilhéus, Prado, Alcobaça e Mucuri, com destino a Salvador e Lisboa.
A introdução das culturas do cacau e do café no final do século
XVIII e a expansão da pecuária no século XX dinamizaram a região,
expandindo o povoamento, provocando o crescimento demográfico e
estimulando a economia. Aos poucos as pequenas roças de subsistência
familiar foram cedendo espaço e/ou partilhando uma maior ocupação
do solo. Todavia, as áreas de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália
permaneciam isoladas justamente pela floresta e ali prevalecia uma
realidade bastante similar à do século XIX: viviam de pesca e poucas
roças e dependiam da importação de produtos oriundos de Salvador,
que chegavam por via marítima.
A segunda metade do século XX pode ser apontada como a
grande “vilã” da floresta ainda existente. A partir dos anos 70 a
paisagem começa a se desintegrar. A oferta de terras a preços baixos
atrai uma população ávida de lucros fáceis. A abertura das rodovias
facilita o acesso dos madeireiros. Inúmeras serrarias se instalam,
surgem grandes áreas de pastagens. O problema das invasões de terras
ainda cobertas de mata torna-se uma preocupação e graças a elas
surgem povoados miseráveis, reduzindo cada vez mais a floresta
atlântica. Dentre os poucos remanescentes está a Estação Veracel.
Histórico da Propriedade: a “Fazenda Americana” A RPPN EVC é considerada uma das mais importantes
concentração de Mata Atlântica da Bahia. A área pertenceu a uma
antiga propriedade cuja cadeia sucessória perde-se no tempo e remonta
há cerca de 300 anos. Em 1961 a propriedade atingia 12.000ha,
estendendo-se do Rio Buranhém (Porto Seguro) ao Rio João de Tiba
(Santa Cruz Cabrália). A área, totalmente coberta de matas, era
praticamente inexplorada e compreendia três áreas contíguas:
Tucundupi, São Miguel e Imbirussú de Dentro. Naquele ano foi vendida
a um grupo de condôminos norte-americanos, dos quais dois eram
18
majoritários: Iva Lee Hartman e Louis Woodson Hartman. Daí a
denominação “Fazenda Americana” ou “Fazenda da Gringa”.
Figura 4 – Localização geográfica e acesso à RPPN Estação Veracel.
Os anos 70 e 80 A abertura das rodovias trouxe os turistas e os madeireiros. A
BR367 foi construída sobre o traçado da antiga estrada de terra.
Inaugurada em 73 deu início ao grande desflorestamento e a partir de
76/77 a atenção dos madeireiros se volta para a “Fazenda Americana”,
pois a madeira de outras áreas começa a escassear. Inicia-se um
confronto entre o ideal de conservação e o interesse dos madeireiros.
Em 1976 parte da área foi vendida para a Empreendimentos
Florestais Flonibra. Os Hartman permaneceram com uma área entre a
reserva e o Rio João de Tiba (São Miguel) e uma outra entre a reserva e
a beira da estrada (Imbirussú de Dentro). A parte central, adquirida
pela Flonibra, corresponde à RPPN EVC. Segundo depoimento de um
ex-Técnico Agrícola da Flonibra, a empresa extraiu madeira em pequena
quantidade. A madeira destinava-se à construção de currais, casas para
19
vigilantes, estacas e mourões. Havia muitos problemas com caçadores e
posseiros. Gente que entrava para retirar piaçava e roubar madeira. Em
razão disso 130 vigilantes atuavam na área.
Segundo informações locais, a Flonibra teria desmatado, nos anos
70, cerca de 500ha da área total. A empresa possuía uma serraria
própria, localizada no Km 45, na qual eram preparados os dormentes.
Parte da madeira retirada foi também destinada às serrarias locais. O
corte de madeira, que foi efetuado nos trechos próximos à estrada,
prosseguiu até o final dos anos 70, quando mudanças nos planos
originais da empresa deslocaram seu foco de atenção para outras
atividades, como a pecuária.
Em 1977 a Flonibra elaborou um Inventário Florestal referente à
área de 6.069ha, adquiridos de Iva Hartmann e nele foram identificadas
e quantificadas mais de 80 espécies. Tal Inventário é um importante
indicativo para a conservação da RPPN EVC, para que se tenha uma
idéia da riqueza vegetal existente na região.
Sete anos mais tarde a paisagem já estava bastante modificada
em torno da antiga “Fazenda Americana”. As serrarias atuavam em
grande escala, existindo cerca de 30 em Eunápolis, 2 em Pindorama, 3
em Vera Cruz, 20 em Itabela, 20 em Barrolândia. Com a redução das
áreas as serrarias tentaram convencer a Flonibra a vender as terras.
Naquele ano de 1984 querelas políticas locais, relativas à
emancipação de Eunápolis, desencadeou uma grande invasão nas áreas
pertencentes à Iva Hartman, exatamente nas áreas conhecidas como os
povoados de Imbirussú de Dentro e São Miguel. Com o apoio político e
numa ação conjunta com madeireiros, centenas de pessoas ocuparam a
área. Nessa época uma grande quantidade de jacarandá ainda foi
retirada, além de outras madeiras nobres.
Quando o jacarandá praticamente desapareceu, as madeiras
brancas foram as mais procuradas. Dentre elas foram mencionadas
Parajú, Juerana, Pequi (amarelo e preto), Massaranduba e Louro com
várias espécies: Louro Batata, Louro São José, Louro Uruçuca, Louro
Branco, Louro Casca Preta, Louro Caraíva e Louro Cipó. O roubo de
20
madeira era comum, principalmente quando se tratavam de madeiras
especiais, muito procuradas, como a Sucupira pele-de-sapo.
Os Anos 90 Em poucos anos a floresta da região foi reduzida drasticamente.
As serrarias atuaram até cerca de 93-94. Com a escassez da floresta, as
poucas que restam serram madeira de pequenos proprietários e de
alguns projetos que possuíam aprovação do IBAMA.
A área da atual Estação Veracel não foi totalmente atingida por
esse fenômeno que mesclou interesses políticos, econômicos, corrupção,
fiscalização inexistente e/ou insuficiente. A transmissão da posse antes
que a pressão se tornasse insustentável e a sua conservação como área
protegida, foram ações decisivas. Entretanto, há indícios de explorações
anteriores, sobretudo de madeira. Os chamados “arrastões” ou
“arrastos”, que são estradas internas abertas para o arrastamento da
madeira, mostram isso.
Sabe-se também que há muitos anos retirava-se madeira com a
ajuda de junta de bois, que transportavam as toras até a beira dos rios.
Segundo consta, juntas de até 24 bois arrancavam as árvores do chão,
que eram puxadas através dos arrastões e saíam em diferentes pontos,
um deles o Rio dos Mangues, próximo ao atual complexo turístico
Barramares.
Em 1994 foi estabelecida a Estação Veracruz pela Veracruz
Celulose S/A, hoje Veracel Celulose S/A, e inicia-se a implantação de
infra-estrutura para visitação na área. Muitas histórias marcam a
Estação Veracel e seu valor histórico, na condição de paisagem natural
com status de documento, ganha mais relevo quando se sabe que o Rio
Mutari, que desemboca na Coroa Vermelha e onde Pedro Álvares Cabral
abasteceu sua esquadra com água doce, nasce no interior da RPPN
EVC. Além do Rio Mutari, outros rios ou seus tributários que são
essenciais às comunidades locais nascem no seu interior: Rio dos
Mangues, Rio Jardim, Ronca Água e Camuruji.
21
A partir de 1998 a área da atual Estação Veracel, antiga sesmaria
no território da Capitania de Porto Seguro, antiga “Fazenda Americana”,
foi declarada Reserva Particular do Patrimônio Natural, reconhecida
oficialmente pelo Governo Federal, através do IBAMA. As características
da RPPN EVC estão apresentadas na Tabela 1.
22
Tabela 1 – Ficha-Resumo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação
Veracel, Bahia. Nome da RPPN Estação Veracel
Nome do proprietário Veracel Celulose S.A.
Nome do representante Carlos André Gaspar dos Santos ou Ligia Gallozzi Mendes Andrade
Contato (73) 3166-1535 ou (73) 9985 1808 [email protected] ou [email protected]
Endereço da Sede
Localizada a 15 km do centro histórico de Porto Seguro, às margens da BR 367 km 37, no Extremo Sul da Bahia.
Endereço para correspondência Fazenda Brasilandia, BA 275 km 24 Caixa Postal 21 - Eunápolis Bahia. CEP: 45820-970.
Telefone/fax/e-mail/página na internet 73 3166-1535 ou 73 3166-1536/ [email protected] www.veracel.com.br
Superfície da Unidade de Conservação 6.069 hectares
Principal município de acesso à RPPN Porto Seguro
Município e estado abrangido Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, Bahia
Coordenadas Geográficas Extremas 8199228 / 8186195 N e 481290 / 488301 E
Data da criação e Número da Portaria 05 de novembro de 1998. Portaria IBAMA 149/98-N
Marcos e referências importantes nos limites e confrontantes
Ao sul, assentamento do INCRA Projeto Imbiruçu de Dentro; Ao leste, assentamento do INCRA Projeto Imbiruçu de Dentro e 3 fazendas particulares; Ao norte, assentamento do INCRA Projeto São Miguel e Projeto Inhaiba III de plantio de eucalipto. À oeste, Reserva Legal do Projeto Inhaiba III, Estação Ecológica Pau-Brasil e 2 fazendas particulares.
Bioma Mata Atlântica – Floresta Ombrófila Densa
Distância dos centros urbanos mais próximos 15 km de Porto Seguro e 50 km de Eunápolis
Meio principal de chegada à UC BR 367.
Atividades ocorrentes
- Proteção Física; - Pesquisas científicas; - Atividades de relacionamento com as comunidades do entorno da Reserva. - Interface com o PEACOR: - Visitas de recreação e interpretação ambiental; - Cursos e treinamentos;
23
DIAGNÓSTICO
1. Apresentação
Os conhecimentos detalhados sobre os potenciais ecológicos dos
ambientes possibilitam a geração de estratégias para a proteção, gestão e
uso sustentável dos recursos naturais. Deste modo, tem-se, por exemplo, o
reconhecimento e a proteção dos ecossistemas mais frágeis, a identificação
de áreas com maior potencialidade agrícola, bem como um eficiente
monitoramento regionalizado das formas de ocupações antrópicas das
terras.
A RPPN EVC representa um dos principais remanescentes de floresta
atlântica no extremo sul da Bahia, inserido no Corredor Central da Mata
Atlântica e no Sítio do Patrimônio Natural do Descobrimento. A grande
importância biológica da RPPN EVC aliada ao seu tamanho e a inserção
regional fazem com que seja premente a revisão do seu plano de manejo e
um planejamento que utilizem técnicas modernas e participativas que
incorporem conhecimentos atuais de biologia da conservação, como o
conceito de corredores de biodiversidade e gestão em mosaicos.
A revisão do plano de manejo, conforme novo roteiro metodológico
proposto em Ferreira et al. (2004) deverá nortear as ações de pesquisa,
visitação, segurança e recuperação dessa área protegida. É fundamental
também que o planejamento produza um zoneamento de toda a extensão
da reserva e entorno imediato. Para isso torna-se essencial o
fortalecimento da RPPN EVC, destacando que seu planejamento e gestão
deverão prever a integração com as demais unidades de conservação da
região, tanto públicas quanto privadas, seu papel no Programa Mata
Atlântica da Veracel e no Projeto Conservar (Conservação e Restauração
em Terras Privadas no Corredor Central da Mata Atlântica), as relações com
as comunidades e as interações com os fragmentos florestais na
circunvizinhança.
24
2. Metodologia do Diagnóstico A RPPN EVC já possui um plano de manejo elaborado logo que a
unidade foi transformada em RPPN (Veracruz Celulose S/A, 1998).
Portanto, para o desenvolvimento da revisão do plano de manejo,
considerou-se o planejamento de 1998 e as informações produzidas sobre
a área nos últimos anos. Sendo assim, optou-se por fortalecer, no
diagnóstico, as informações e avaliações em temas importantes que foram
pouco contemplados ou que necessitavam uma melhor avaliação para o
planejamento da unidade.
A avaliação dos atributos físicos e do uso público, o melhor
conhecimento da flora através de dados primários e a compilação e análise
do conhecimento sobre a fauna da unidade foram os temas definidos como
prioritários na revisão do plano de manejo da RPPN EVC.
2.1. Meio físico
O diagnóstico do meio físico foi elaborado através da compilação de
dados secundários, da utilização de imagens de satélite e investigações com
reconhecimento em campo. Os temas abordados no meio físico incluem:
clima, geologia, hidrogeologia, recursos minerais, geomorfologia e solos.
Foram enfatizados aspectos relacionados à fragilidade morfodinâmica e às
limitações e potencialidades de uso dos solos, processos erosivos, aspectos
geológicos regionais e locais.
A primeira etapa do trabalho consistiu na avaliação do material
bibliográfico e cartográfico gerado no primeiro plano de manejo para a
RPPN EVC. Neste material foi identificado um levantamento sobre o meio
físico que aborda questões relativas a clima, vegetação, geologia e
geomorfologia da área. Não foi localizado um levantamento dos solos da
área, mas nas discussões relativas à geologia e à geomorfologia foram
abordadas algumas questões sobre o tema que fala sobre os principais
processos de formação dos solos na área e quais as classes que
predominam na região como um todo.
25
Após avaliação do plano de manejo anterior, procedeu-se
levantamento, interpretação e síntese das informações obtidas das
análises de mapas planialtimétricos, vegetação, geomorfologia, geologia e
solos, disponíveis na região, bem como de dados fornecidos pela empresa
Veracel e por órgãos tais como do IBGE, CEPLAC, dentre outros. Além de
trabalhos de tese de mestrado e doutorado e trabalhos publicados em
revistas especializadas, desenvolvidos na região.
Em seguida a área foi intensamente percorrida (Figura 5) visando
identificar as principais unidades de solo, sua distribuição na paisagem e
seus inter-relacionamentos com a geologia, a geomorfologia e a hidrologia.
Os resultados dessas observações, associados às interpretações e às
sínteses das informações obtidas das análises de fotografias aéreas,
imagens de satélite e mapas, permitiram a elaboração de perfis
esquemáticos e novos mapas, complementares às cartas já existentes.
A partir das observações de campo foram detectadas características da
paisagem equivocadamente representadas no mapa base existente para a
reserva, tais como nascentes de rios que estavam indicadas na área da RPPN
EVC e na realidade encontram-se na Estação Pau-Brasil e áreas de
mussunungas e de lagoa com vegetação característica que não estão no
mapa. Após organização de todo o material bibliográfico e cartográfico,
referentes à Estação, procedeu-se a análise crítica desse material
levantando-se as potencialidades e limitações do ambiente, que norteou a
execução do zoneamento ambiental para a RPPN EVC.
Os mapas de caracterização do meio físico da RPPN EVC foram
confeccionados a partir de mapas base planialtimétricos fornecidos pela
empresa Veracel e de mapas confeccionados no plano de manejo da RPPN
EVC. Além disso, todas as informações foram checadas e detalhadas em
campo.
A partir do mapa de hidrografia da RPPN EVC procedeu-se a
classificação de ordem de cursos d’água para o entendimento da dinâmica
global do sistema hidrográfico presente na área, para a identificação das
unidades que compõem esse sistema, bem como para auxiliar no
entendimento dos padrões de dissecação da paisagem local.
26
Uma vez que não foram descritos perfis característicos a cada classe
de solo dominante na área da RPPN EVC, nem foram coletadas amostras
para caracterização dos mesmos, optou-se pela representação dos solos
dominantes na área a partir de um mapa esquemático. Este mapa foi
elaborado com base em informações de levantamentos de solos realizados
em áreas vizinhas da RPPN EVC, da checagem em campo dos solos
dominantes em cada segmento da paisagem, via análise de perfis em
barranco de estrada e por tradagem, bem como pela interpretação dos
mapas de elevação e declividade da área.
27
Figura 5 – Mapa com limites da RPPN EVC com os pontos visitados para o diagnóstico do meio físico.
28
Para estudos que careçam de informações mais detalhadas a respeito
dos solos da RPPN EVC será necessária realização de um levantamento e
classificação de solos em nível de detalhe. As informações contidas nos
mapas de declividade e de solos foram cruzadas e delas foram extraídas as
diferentes zonas de fragilidade na área da RPPN EVC.
2.2. Flora
As amostragens florísticas realizadas na RPPN EVC foram
conduzidas entre agosto a dezembro de 2006, totalizando seis expedições.
Conforme metodologia original proposta foram instalados 10 transectos de
2 m x 50 m, distribuídos aleatoriamente ou de maneira uniforme, gerando
uma área amostral de 0,1 ha. Dentro desses transectos, todas as plantas
lenhosas com DAP (diâmetro a altura do peito) acima de 2,5cm foram
amostradas. Os 10 transectos foram instalados paralelamente a uma
distância uniforme de 20 m entre si. Os indivíduos amostrados tiveram o
DAP medido e a altura total estimada. Foram coletadas amostras da maior
parte dos indivíduos, com exceção daqueles pertencentes a espécies muito
comuns e de fácil reconhecimento no campo. Os materiais coletados foram
depositados no Herbário do CEPEC localizado em Itabuna e as espécies
foram classificadas em família segundo o sistema do APG (2003).
As duas áreas amostradas são semelhantes em relação ao estágio
sucessional e em relação ao mosaico em que estão inseridas sendo áreas
representativas da vegetação original em seu melhor estado de
conservação, sem indícios recentes de perturbação.
A iniciativa do Missouri Botanical Garden de disponibilizar o banco
de dados (www.mobot.org/mobot/research/gentry/data.shtml) contendo
todos os levantamentos disponíveis que utilizaram o método proposto por
Gentry (1982), permitiu comparar os resultados do presente estudo com
os dados dos 25 “sites” com mais alta riqueza de espécies no mundo,
segundo este método de amostragem (Phillips et al., 2003) e com os
demais “sites” localizados no Brasil, baseando-se em metodologia descrita
29
em Martini et al. (no prelo). Entretanto, conforme citado acima, a
amostragem do presente estudo diferiu daquela originalmente proposta
por Gentry (1982), uma vez que não amostramos as lianas lenhosas.
Paralelamente a essa amostragem, procedeu-se documentação das
espécies vegetais em estágio fértil, através do método de coletas aleatórias
nas principais trilhas de acesso aos blocos florestais. Nessas coletas, deu-
se prioridade as áreas de mussununga e trechos mais antropizados da
RPPN EVC. Todo o material coletado encontra-se depositado
prioritariamente no Herbário do CEPEC numa coleção específica criada
para a RPPN EVC. Duplicatas, quando possível, foram distribuídas aos
especialistas em diversos grupos, objetivando a obtenção de uma
identificação mais acurada das amostras.
2.3. Fauna
Não foram realizadas amostragens de campo para o diagnóstico da
fauna de vertebrados da RPPN EVC, tendo em vista o pouco tempo
disponível e a existência de informações para diversos grupos de
vertebrados. Para a organização das informações existentes foi realizado
amplo levantamento bibliográfico (ver em Anexo I.1 a listagem da
bibliografia consultada). Os dados de trabalhos de campo de diversos
estudos foram compilados e armazenados em um banco de dados. A partir
da análise das informações do banco de dados foi elaborada a lista das
espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios da RPPN EVC. A análise do
status de ameaça de cada espécie foi realizada a partir da avaliação da
presença da espécie na Lista Oficial de espécies ameaçadas do Brasil
(Machado et al., 2005) ou na Lista Vermelha de espécies globalmente
ameaçadas (IUCN, 2006).
Algumas espécies citadas pelas fontes consultadas foram retiradas
do diagnóstico por serem consideradas "registros duvidosos" enquanto
outras foram agrupadas em uma única espécie. A nomenclatura das aves
seguiu aquela proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos -
CBRO (www.cbro.org.br) e a de anfíbios segue lista de espécies do Brasil
30
segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia - SBH (www.sbh.org.br) e
não inclui a revisão de Faivovich et al., (2005).
2.4. Uso Público Durante o levantamento das características da RPPN Estação
Veracel (RPPN-EV), foram colhidas em campo informações que
possibilitaram a realização do diagnóstico da situação atual do uso
recreativo, servindo como base para o planejamento da estrutura física e
administrativa que atenda às atividades de uso público da unidade.
Os levantamentos de campo, realizados de 22 a 27 de maio e em 29
de julho de 2006, ocorreram em áreas identificadas durante a pesquisa a
documentos e consulta aos funcionários da RPPN. As trilhas percorridas
pela equipe, atividades acompanhadas e o período dos levantamentos são
apresentados na Tabela 2.
31
Tabela 2. Período, local e integrantes da equipe no diagnóstico das
atividades de uso público na RPPN Estação Veracel.
DATA LOCAIS INTEGRANTES
22/05
• Trilha da Floresta Tropical,
acompanhamento de visita de
funcionários da Veracel Celulose
• Anna, Lígia, Sandro, três
visitantes
23/05
• Trilha da Floresta Tropical
• Trilha do Pau-Brasil
• Trilha das Orquídeas
• Anna, Sandro
• Anna, Katão
• Anna, Katão
25/05
• Entorno: Projeto São Miguel,
Imbiruçu
• Estradas internas
• Anna, Gil
26/05
• Trilha das Bromélias
• Trilha da Plataforma
• Acompanhamento de visita de
empresários, com visitantes
estrangeiros, palestra e guiagem em
inglês.
• Anna, Sandro
• Anna, Denise (chefe),
Sandro, visitantes
27/05
• Acompanhamento de visita de escola
de Itamarajú, estudantes 3º Ano - 2º
Grau
• Anna, Lígia, Sandro,
Katão
29/07 • Confirmação GPS Trilha da
Mussununga • Anna, Agrício
A extensão das trilhas, identificação de pontos atrativos e locais que
requerem ações de manejo foram medidos utilizando-se o instrumento de
medição Precimeter, e o Nível de Abney para medição da declividade.
Para a definição das atividades de uso público na RPPN Estação
Veracel, foram utilizados conceitos do método ROS – Recreational
32
Opportunity Spectrum (Clark & Stankey, 1979) ou Espectro de
Oportunidades Recreativas.
De acordo com as expectativas daqueles que buscam uma variedade
de ambientes e atividades ao ar livre, no método ROS a experiência da
visitação pode ser separada em quatro cenários no qual: (1) o visitante se
ocupa de certa ATIVIDADE; (2) em um determinado AMBIENTE (com
componentes físicos, biofísicos e sociais); (3) buscando alcançar certo tipo
de EXPERIÊNCIA; e (4) por algum MOTIVO particular. Por exemplo, uma
pessoa caminha até uma cachoeira (ATIVIDADE) em uma área
completamente natural (AMBIENTE) pela satisfação de estar ao ar livre
(EXPERIÊNCIA) para relaxar e aprender sobre a natureza (MOTIVO). O bom
planejamento de infra-estrutura oferece oportunidade para que ocorram
experiências semelhantes.
Neste trabalho é apontada a necessidade de projetos específicos, que
devem ser implementados a curto, médio e longo prazos, e sua
classificação refere-se ao planejamento anual de recursos humanos e
financeiros.
3. Caracterização da Área 3.1. Meio Físico 3.1.1. Clima
A RPPN EVC está inserida em uma região que apresenta clima Af –
chuvoso, quente e úmido, sem estação seca, segundo a classificação de
Köppen. A região caracteriza-se por apresentar temperaturas elevadas, com
baixa amplitude de variação. De acordo com dados fornecidos pela
CEPLAC, medidos na Estação Pau-Brasil, a temperatura média é de 22,6ºC
com média máxima de 27,9ºC e mínima de 18,9ºC.
Segundo dados da CEPLAC, relativos ao período de 1972 a 1996, a
precipitação média é de 1.620mm anuais, com 183 dias chuvosos por ano,
sendo os meses mais chuvosos os de julho, setembro e outubro. No período
de 1997 a 2004 dados coletados na RPPN EVC mostram uma precipitação
média anual de 1.680mm. Considerando-se os dois períodos (33 anos)
observa-se na região uma precipitação média de 1.635mm anuais.
33
A umidade relativa do ar é sempre elevada, apresentando médias
anuais de 86,3% e o potencial de evaporação é de médio a alto (748,8mm).
A região não apresenta déficit hídrico, possuindo excedentes de 1050,4mm
por ano (método de Thornthwaite-Mather).
3.1.2. Recursos Hídricos
A drenagem na região onde a RPPN EVC está inserida é densa e
configura padrão paralelo, tanto localmente, quanto em relação aos canais
principais. A mesma segue as linhas estruturais e a inclinação geral dos
tabuleiros para o mar.
Na área da RPPN EVC todos os cursos d’água drenam sobre os
depósitos sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente modelados
pelos processos erosivos. As sub-bacias são, em geral, estreitas e
alongadas, isso permite que as águas de chuvas, em excesso, drenem
mais rapidamente reduzindo os riscos de inundação.
Aproximadamente 77% da área da RPPN EVC (Figura 6)
corresponde aos setores SW, centro W, N e NE, são drenados por córregos
que formam os rios Camurugi e Ronca Água, afluentes do rio João de
Tiba, também conhecido como rio Santa Cruz. Os outros 23% (setores
S/SE) são drenados na sua maioria pelo rio Jardim e, em menor
proporção, pelos rios dos Mangues e Mutari. Estes rios correm paralelos
em direção ao mar, sendo que os rios Mutari e Jardim se encontram no
município de Porto Seguro, 300m antes de desaguar no mar.
Os rios Ronca Água, Camurugi e dos Mangues têm suas nascentes
localizadas fora da área da RPPN EVC, mas muitos córregos que
contribuem para a formação destes rios nascem dentro da área. Vale
ressaltar que no mapa de hidrografia da RPPN EVC a nascente do rio dos
Mangues, que abastece o município de Porto Seguro, está localizada
dentro da Estação, mas avaliações de campo mostram que o mesmo nasce
em área vizinha (Estação Pau-Brasil - CEPLAC), o que não diminui a
importância da RPPN EVC para a proteção desse rio. Já os rios Mutari e
Jardim tem suas nascentes localizadas na área da RPPN EVC. Os rios
34
Ronca Água e Camurugi nascem em regiões mais distantes da RPPN EVC
a, aproximadamente, 5 e 16 km, respectivamente, às margens da BR 367.
De acordo com Valente & Gomes (2005), nascentes são manifestações
superficiais de lençóis subterrâneos, dando origem a cursos d’água. Ainda
segundo os autores, cada curso d’água tem sua nascente e portanto o
número de cursos d’água de uma bacia é igual ao seu número de nascentes.
Partindo-se deste pressuposto, pode-se afirmar que a RPPN EVC conta com,
aproximadamente, 115 nascentes, espalhadas ao longo de toda a sua área.
A hierarquização dos rios que cortam a RPPN EVC mostra que na
porção sul da área os cursos são de 1º e 2º ordens e apresentam um
menor volume de água, enquanto que a porção norte, onde o relevo
encontra-se mais dissecado, apresenta cursos de 3º ordem,
conseqüentemente com maior volume. Por nascerem em áreas mais
afastadas os rios Ronca Água e Camurugi já adentram a área da RPPN
EVC com maior volume, sendo rios de 3º ordem.
Além dos córregos e rios que cortam a RPPN EVC, a área conta com
lagoas que se localizam em áreas abaciadas dos topos. Estas lagoas se
formam devido à convergência das águas pluviais que escoam
preferencialmente para pontos abaciados do relevo e se acumulam por não
conseguirem infiltrar livremente, devido às camadas impeditivas localizadas
na sub-superfície dos solos aí encontrados. Muitas destas lagoas secam nos
períodos de menor precipitação, mas algumas permanecem cheias por
longo período, o que determina, muitas vezes, as características do solo e,
conseqüentemente, da vegetação local. Freqüentemente estas lagoas estão
associadas às áreas de vegetação denominadas mussunungas.
3.1.3. Geologia
A geologia da área é constituída por apenas uma unidade geológica:
material sedimentar Tércio-Quaternário da formação Barreiras. De acordo
com Bigarella & Andrade (1964) e DNPM (1984), esta unidade é constituída
por sedimentos provenientes do intemperismo de rochas granito-gnáissicas
leucocráticas. Estes sedimentos formavam antigas superfícies de
aplainamento que sofreram desmonte desde o Oligoceno até o Holoceno. O
35
desmonte se deu em razão de processos tectônicos, oscilações climáticas e
glaciações. O transporte foi de origem fluvial, sendo os sedimentos
depositados discordantemente sobre as rochas do Pré-Cambriano Superior,
formando unidades geomorfológicas denominadas Tabuleiros Costeiros.
Os tabuleiros costeiros coincidem com os sedimentos cenozóicos do
Grupo Barreiras, de textura argilosa, argilo-arenosa ou arenosa, tipicamente
cauliníticos e quartzosos, pobres em ferro, com eventuais níveis
conglomeráticos, depositados em camadas, com espessura que varia em
conformidade com as ondulações do substrato rochoso, que ocasionalmente
aflora, influenciando nas formas do modelado (Bittencourt, 1996).
Na área da RPPN EVC predominam os sedimentos argilosos que
recobrem as rochas do embasamento cristalino em toda a sua extensão.
Apesar de na região serem encontrados afloramentos destas rochas, na
área da RPPN EVC não foram registradas tais ocorrências.
De acordo com dados de CBPM (2006) os principais recursos
minerais explorados nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz
Cabrália são: água mineral, areia, argila, terras raras (monazitas) e titânio
que são explorados em áreas de depósitos sedimentares arenosos e
argilosos; calcários, explorados em áreas de recifes de corais e depósitos
de pântanos e mangues atuais. Além disso, são exploradas água marinha,
água mineral, grafita, mica e pedra para construção, em unidades
geológicas do cristalino. Dentre os recursos explorados a argila é o que
mais se destaca em ambos os municípios.
Além dos recursos minerais citados anteriormente, pode-se
mencionar a exploração de cascalhos para utilização na construção de
estradas. Estes cascalhos são encontrados em determinados pontos da
região, onde houve a possibilidade de concentração de material quartzoso
e concreções ferruginosas, presentes nas frações mais grosseiras
(geralmente cascalhos) dos depósitos sedimentares.
36
3.1.4. Geomorfologia
A área da RPPN EVC insere-se no domínio morfoestrutural dos
Piemontes Costeiros, que se caracteriza por feições predominantemente
conservadas, com interflúvios tabulares representados pela unidade
geomorfológica denominada de Tabuleiros Costeiros (Figura 6).
Figura 6 – Área de Tabuleiro Costeiro na região do Extremo Sul da Bahia.
As faixas de relevo encontram-se submetidas a uma dissecação
intensa e uniforme, caracterizadas por topos concordantes, vales
profundos com encostas em forma de longos planos inclinados, suaves ou
com forte declividade. A presença de fundo plano, ou planícies estreitas,
constitui zonas de acumulação de depósitos aluvionares.
No reconhecimento de campo observou-se que na área da RPPN EVC
existem padrões de drenagem diferenciados, sendo que nos setores onde a
rede de drenagem tem início o relevo é menos dissecado, os vales são mais
rasos e apresentam rampas com menor declividade. À medida que o volume
da água nos córregos vai aumentando, o relevo mostra-se mais dissecado e
os vales tornam-se mais profundos, apresentando rampas com maior
declividade.
Na área estudada pode-se observar uma variação de altitude que vai
de 10m a 80m (Figura 7). Os topos tabulares, em função da inclinação em
37
direção ao mar e da dissecação esculpida, aparecem de forma escalonada
nas altitudes de 80m a 50m, em relação ao nível do mar. Os topos com
80m aparecem em pontos restritos no setor sudoeste da área. Seguindo na
direção sudoeste – nordeste aparecem topos nas cotas de 70m, 60m e
finalmente na cota de 50m, setor mais dissecado da área.
A análise da Figura 7 revela que o processo de dissecação dos
tabuleiros nas faces nordeste e leste da RPPN EVC, encontra-se em estado
avançado, provavelmente pela maior proximidade do litoral onde as
declividades das rampas são maiores e o clima é mais chuvoso, o que
favorece os processos erosivos.
Associadas as áreas de topo, são encontradas com frequência regiões
abaciadas (depressionais), onde são desenvolvidos solos com características
próprias, que condicionam a formação de vegetação, também característica
e por vezes a formação de pequenos lagos. Os valores inferiores à cota de
50m estão distribuídos entre a encosta, representados pelos terços
superiores, médios e inferiores e aos fundos de vales, geralmente estreitos.
As classes de declividade (Figura 8) predominantes na área da RPPN
EVC foram classificadas como planas e suave ondulada (0–8%), ondulada
(8–20%), forte ondulada (20–45%) e montanhosa/escarpada (> 45%). Os
relevos plano e suave ondulado predominam nos topos dos tabuleiros e nos
fundos de vales. As outras classes ocorrem nas áreas de encosta e varia
com o padrão de dissecação da área, sendo as classes mais declivosas
encontradas em terços médio e inferior das regiões mais dissecadas.
38
Figura 7 – Mapa de elevação da RPPN Estação Veracel.
39
Figura 8 – Mapa de declividade da RPPN Estação Veracel.
40
3.1.5. Solos
Em geral, os solos presentes na área da RPPN EVC seguem o padrão
de predomínio de solos encontrados na região dos Tabuleiros Costeiros já
amplamente divulgado na literatura (Ministério da Agricultura, 1976;
Jacomine, 1996; Ribeiro, 1996; Moreau, 2001; Corrêa, 2005). Segundo estes
autores, nesta região, predominam, principalmente, os Latossolos e
Argissolos Amarelos e, em menor expressão, os Espodossolos, Argissolos
Acinzentados, Neossolos Quartzarênicos e Plintossolos. A depender da região
e da posição do relevo, pode-se ter maior ou menor representatividade de
cada um ou mesmo ausência de cada uma dessas classes, em determinada
parte do relevo. Todos se apresentam dentro de uma faixa de semelhança
muito grande com baixa fertilidade natural, em razão de sua origem a partir
de sedimentos pré-intemperizados, com baixa reserva em nutrientes e podem
apresentar-se coesos em subsuperfície.
Com base em dados da literatura, relacionada ao tema, e nas
análises de campo pode-se constatar que os solos encontrados na área da
RPPN EVC foram originados a partir dos sedimentos do Grupo Barreiras.
Uma vez que o material de origem é semelhante e que as condições
bioclimáticas (clima e organismos) apresentam pequenas variações na área,
acredita-se que a diferenciação entre as classes de solos encontradas ocorra
devido a variações no fator tempo e principalmente no fator relevo.
Na escala de 1:55.000, foram identificados quatro domínios /
associações de solos na área da RPPN EVC (Figura 9). Estes domínios são
representados pela classe dos Argissolos Amarelos, Latossolos Amarelos,
Cambissolos Háplicos e Espodossolo Ferrocárbico (Figura 10)
Nos segmentos da paisagem com declividade de 0-8%, referentes ao
topo e ao terço superior de encosta, predominam os Argissolos Amarelos
Distrófico com textura arenosa/argilosa e arenosa/média/argilosa.
Os Argissolos mais arenosos são encontrados nas bordas das áreas
abaciadas onde o processo de arenização, mais intenso, tem início. Na
seqüência, seguindo em direção ao centro dos abaciados (área de
41
ocorrência das mussunungas e lagoas), são encontrados os Argissolos
Acinzentados, onde o processo de hidromorfismo começa a predominar. Nos
abaciados onde o processo de arenização é intenso e a água sai do sistema
com certa facilidade, predominam os Espodossolos Ferrocárbicos que
apresentam com frequência horizontes endurecidos, com presença de
argilopãs, fragipãs ou duripãs. Nos sistemas mais fechados, onde a água
permanece por longos períodos, formando as lagoas, são encontrados os
Gleissolos Háplicos e Organossolos. Este último devido ao acúmulo de
matéria orgânica que provavelmente não se decompõe devido à presença
constante da água, que reduz a ação dos microorganismos decompositores
e à pobreza química do ambiente em questão.
Além das áreas de topo e do terço superior os Argissolos Amarelos
avançam ao longo da encosta até o terço inferior, nas áreas onde a
declividade é mais suave e os processos erosivos foram menos intensos,
geralmente estas áreas estão próximas às cabeceiras de drenagem. Nas
encostas mais íngremes onde os processos erosivos são mais intensos, o
horizonte A, mais arenoso, dos Argissolos são perdidos e passam a
predominar na paisagem os Latossolos Amarelos, solos formados a partir do
horizonte B argiloso dos sedimentos Barreiras. Em geral, na base do terço
médio e no terço inferior das áreas mais íngremes, onde os processos
erosivos são intensos o Horizonte B vai se tornando cada vez mais delgado e
o horizonte C aflora, dando origem aos Cambissolos Háplicos. Vale ressaltar
que o avanço ou recuo de cada um destes solos ao longo dos diferentes
segmentos da encosta, está diretamente ligado à declividade da área e,
conseqüentemente, aos processos erosivos.
Na base do terço inferior e nas áreas planas nos fundos dos vales são
encontrados solos originados do próprio Barreiras, muitas vezes a partir do
Horizonte C que aflora devido aos processos erosivos ou de materiais
aluvionares ou coluvionares em diferentes processos de hidromorfismo.
Neste caso, a hidromorfia vai depender das características dos vales, tais
como profundidade, largura e perenicidade dos córregos, que imprimem
nos solos uma maior ou menor influência da água. Desta forma,
42
predominam neste ambiente os Argissolos Acizentados, Planossoslos,
Cambissolos hidromórficos e Gleissolos.
Figura 9 – Mapa esquemático de domínios pedológicos da RPPN Estação Veracel.
43
Argissolo Amarelo Latossolo Amarelo Cambissolo Háplico Espodossolo Ferrocárbico
Figura 10 – Solos dominantes na área da RPPN Estação Veracel.
44
Ameaças ao meio físico
Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a grande
importância da RPPN EVC na manutenção das características do
ambiente, tais como da biodiversidade local, dos mananciais que contribui
com água de melhor qualidade para vários rios da região e na manutenção
de solos que apresentam fortes limitações naturais e por isso são
altamente passíveis de degradação, principalmente se mal utilizados. Mas,
apesar destas características, o ambiente onde a RPPN EVC está inserida
apresenta uma série de limitações, listadas a seguir, referentes ao meio
físico que precisam ser considerados no seu plano de gestão para que a
mesma cumpra, efetivamente, o seu papel como área de preservação.
- Estradas e acessos
Por estar localizada em área de fácil acesso e próxima a grandes
centros urbanos a RPPN EVC sofre fortes pressões de caçadores e pessoas
interessadas em extrair material vegetal de forma indevida. Além de estar às
margens da BR 367, a área é cortada por uma estrada municipal que liga os
municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.
O fácil acesso promove a ação de caçadores e mateiros no interior da
RPPN EVC que, além de degradar o ambiente, coloca em risco os
funcionários que atuam na fiscalização da área, não só pelo uso de
armadilhas e armas de fogo, mas, por ameaça e agressões físicas contra os
mesmos. O risco a que passam os funcionários é ainda maior uma vez que
pessoas interessadas em burlar as fiscalizações das estradas principais ou
ocultar atos ilícitos circulam livremente por esta via.
Nas visitas de campo realizadas com funcionários da RPPN EVC
foram identificados alguns pontos mais vulneráveis a ações de pessoas
estranhas na área. Estes pontos localizam-se no setor SW (pontos 7 e 45,
Figura 5), NW (pontos 102 e 139, Figura 5) e SE (ponto 120, Figura 5).
Nestes pontos foram encontrados indícios de caça e de retirada de
madeira, além de árvores mortas por pessoas que retiram a casca para
comercialização.
45
Além dos fatos já mencionados, o grande fluxo de veículos na área
impacta negativamente o ambiente por danificar os solos (compactação e
erosão) e a vegetação (supressão).
Nas áreas de mussunungas este tipo de degradação é maior uma
vez que devido às características dos solos, as estradas aí localizadas vão
abaciando pelo fluxo de veículos e nos períodos mais chuvosos alagam
formando várias poças que dificultam o trânsito (Figura 11). Para evitar
estas áreas os veículos avançam nas mussunungas, por sobre a vegetação
mais graminosa, e neste processo as estradas vão alargando e ao mesmo
tempo degradando a vegetação local.
Figura 11 – Degradação das áreas de mussununga ao longo das estradas.
Vale ressaltar que nas estradas localizadas nos topos planos, onde
predominam os Argissolos Amarelos, o abaciamento também ocorre, mas
em menor freqüência. Neste local, o alargamento das estradas è
dificultado pela presença de vegetação mais densa.
Devido às características do material geológico e, conseqüentemente,
dos solos da área, ao longo das estradas que cortam a RPPN EVC, os
problemas de maior destaque dizem respeito a processos erosivos naturais,
potencializados pela falta de sistemas de drenagem ao longo das estradas e
pela falta de sistematização dos taludes que, por se apresentarem
verticalizados ou côncavos, facilitam a queda de barreiras e de árvores
46
(Figura 12). O setor da RPPN EVC que apresenta estes problemas com
maior frequência localiza-se na porção N - NE, exatamente onde o relevo
apresenta-se mais dissecado por processos naturais.
Para solução de muitos dos problemas que afetam a área da reserva
a medida ideal, mas também mais complexa, seria uma negociação com
as prefeituras das cidades de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália para o
desvio da estrada que liga estes municípios, no trecho que corta a RPPN
EVC. Na impossibilidade desta medida, sugere-se a avaliação de
mecanismos de controle do acesso à área o que poderia reduzir o fluxo de
pessoas.
No caso das estradas são necessárias obras de drenagem que
reduzam a velocidade de escoamento superficial da água e,
conseqüentemente, os processos erosivos intensos. Além disso, faz-se
necessário proceder a sistematização de taludes e sua revegetação com
espécies nativas. Nas áreas de mussununga sugere-se a perenização das
estradas para evitar que as mesmas se alargem.
- Geologia e Solos
Por se tratar, geologicamente, de uma área de sedimentos terciários,
os solos predominantes formados na área, apresentam características
peculiares. Segundo Ribeiro (1996), em geral, são solos de baixa
fertilidade, baixos teores de matéria orgânica, ácidos e com teores elevados
de alumínio, elemento tóxico à maioria das plantas. Apresentam
horizontes superficiais arenosos (que dificulta a retenção de água e
nutrientes) e sujeitos a erosão natural, geralmente acelerada, quando se
retira a cobertura vegetal nativa. Além disso, muitos destes solos
apresentam horizontes coesos que dificultam a circulação de água e ar,
bem como a penetração das raízes e promove a formação de um lençol
suspenso provocando a desoxigenação do meio. Estes problemas são, até
certo ponto, fatores que geram alguma limitação a boa evolução da planta,
já que as raízes se desenvolvem em um pequeno volume de solo.
Por se tratar de uma área de reserva, os problemas relacionados à
fertilidade dos solos são minorados na RPPN EVC, pois em ambientes de
floresta nativa o ciclo biogeoquímico dos elementos é fechado, o que mantém o
47
Figura 12 – Erosão ao longo das estradas que cortam a RPPN Estação Veracel alocadas em áreas com relevo ondulado.
48
equilíbrio dinâmico do sistema, mesmo em condições de solos pobres em
nutrientes. Neste caso, os nutrientes consumidos por plantas e animais são
devolvidos ao sistema quando eles morrem o que mantém o ciclo.
Mas, apesar disso, os solos das áreas já degradadas (a exemplo de
uma área no setor NE da RPPN EVC, onde foi retirado material
cascalhento para recuperação de estrada – Figura 13) deverão ser
corrigidos no processo de recuperação, uma vez que os solos encontrados
neste ambiente não possuem reservas nutritivas suficientes para permitir
o desenvolvimento natural das plantas. Estas práticas farão com que as
plantas tenham condições de crescer e produzir biomassa suficiente para
estabelecer um novo ciclo biogeoquímico.
Com relação aos problemas de ordem física, observações de campo
mostraram que mesmo em áreas de mata, devido às características dos
solos e do relevo da área os processos erosivos são intensos, fato que pode
ser observado ao longo das estradas e em alguns córregos que mesmo
drenando em áreas florestadas apresentavam-se, em dias chuvosos, turvos
devido à presença de sedimentos em suspensão (Figura 14).
49
Figura 13 – Antiga cascalheira na RPPN Estação Veracel.
Figura 14 – Córrego de águas barrentas devido à erosão na RPPN Estação
Veracel.
50
Além dos aspectos anteriormente mencionados, o problema de coesão
dos solos que dificulta a penetração das raízes das plantas traz como
conseqüências problemas de tombamento de árvores (Figura 15) que por
sua vez podem dar início aos processos erosivos.
Figura 15 – Árvores tombadas naturalmente na RPPN Estação Veracel.
De acordo com Resende (2002) solos com horizonte B argiloso estreito
e com horizonte C muito profundo, pouco coerente, muito siltoso e
caulinítico, tendem a apresentar problemas de deslizamentos. Solos com
estas características são encontrados com frequência na RPPN EVC em
encostas mais íngremes, principalmente, nas regiões mais dissecadas da
paisagem. Nestes locais é comum encontrar estradas que cortam o horizonte
C do Barreiras, em processo de erosão intensa (Figura 16). Desta forma, no
processo de construção e recuperação de estradas deve evitar ao máximo
alocá-las nos segmentos da paisagem onde o horizonte C está exposto, ou,
caso seja inevitável, os cuidados nestas áreas devem ser redobrados.
Nas áreas onde predominam os Espodossolos as limitações são
ainda maiores, pois, de acordo com Jacomine (1996), estes solos são
muito pobres em bases, tipicamente ácidos a fortemente ácidos e com alta
saturação por alumínio. A presença de horizonte de impedimento (fragipã
e duripã) mantém o lençol freático alto na época chuvosa o que leva, como
visto anteriormente, a desoxigenação do meio. Além disso, por serem
51
arenosos, estes solos apresentam uma capacidade de armazenamento de
água muito pequena, nas épocas mais secas. Todas estas características
se configuram em fatores de estresse para a maioria das plantas e, por
isso, nestes ambientes, o desenvolvimento das plantas é muito dificultado.
Figura 16 – Erosão acentuada em horizonte C do Barreiras nas margens das estradas que cortam a RPPN Estação Veracel.
Apesar de arenosos, fato que permite uma maior infiltração da água
no solo e conseqüentemente reduz os processos erosivos, a pouca coerência
entre as partículas de areia dos Espodossolos faz com que os mesmos
sejam suscetíveis à erosão, tanto eólica, quanto hídrica. Este problema é
52
ainda agravado devido ao fato de a vegetação, que recobre este ambiente,
ser menos densa que a vegetação em volta, o que confere menor proteção
ao solo. Vale ressaltar que apesar de presentes em relevo plano e suave
ondulado estes solos localizam-se, em geral, em áreas próximas a
cabeceiras de drenagem, áreas onde o fluxo de água é elevado o que leva à
intensificação dos processos erosivos no local.
- Hidrologia
A avaliação da qualidade da água em bacias hidrográficas da Bahia
pelo CRA revelou que dois dos principais impactos causados pelos usos
dos recursos hídricos nos compartimentos ambientais nas bacias da
região extremo sul está ligado ao favorecimento da erosão dos solos que
leva ao assoreamento e turbidez de cursos d’água e à poluição dos
mesmos, provocada pelo uso de pesticidas nas áreas agrícolas (CRA,
2001).
Os fatores anteriormente citados constituem risco para a EVC uma
vez que a mesma apresenta problemas de perda de solo, principalmente
ao longo das estradas e, além disso, é cortada por rios (Camurugi e Ronca
Água) que nascem fora dos seus limites e passam por áreas de usos
diversos, principalmente ligados à agropecuária. Estes rios podem trazer
consigo poluentes, tais como sólidos em suspensão, gerados nos
processos erosivos dos solos de áreas degradadas ou pesticidas utilizadas
em áreas agrícolas. Estes poluentes podem contaminar determinados
sítios dentro da EVC, uma vez que ambientes florestais podem servir como
filtro dentro de um ecossistema. Pesquisas futuras poderiam avaliar a
qualidade da água que entra e a que sai da EVC, via os dois rios
mencionados, com o objetivo de avaliar possíveis problemas trazidos por
eles.
3.2. Flora e Fauna
3.2.1. Vegetação
A RPPN EVC esta localizada dentro da região fitoecológica
denominada Floresta Ombrofila Densa. Estrutural e fisionomicamente
esta mata muito se assemelha à Amazônica. Apresenta-se, via de regra,
53
alta, densa, latifoliada, sempre-verde, com poucas formas biológicas e
muitas espécies, com estratificação bem definida e com epífitos
vasculares. A floresta apresenta-se com estrutura pluriestratificada,
sendo o sub-bosque e o estrato arbóreo os mais altos, com árvores altas
freqüentemente salientes. Estas, de fuste reto e cilíndrico, não se
distribuem uniformemente na floresta, mas rareiam em certos pontos e se
adensam em outros locais, atingindo muitas vezes mais de 30m (CEPLAC,
1976).
De modo geral essa mata está presente na faixa costeira onde a
temperatura média é de 24,2 ºC com precipitação média variando de mais
de 1.100mm a acima de 2.000mm anuais, distribuída mais ou menos
regularmente durante os meses do ano. É preciso salientar que fatores
edafo-climáticos diversos propiciam o aparecimento de variações dentro do
ecossistema, constituindo fáceis.
Na região ocorre também a pouco conhecida, segundo Meira Neto et
al. (2005), vegetação de mussununga, geralmente associadas a Florestas
Ombrófilas Densas de Terras Baixas no norte do Espírito Santo e Sul da
Bahia, em locais de solo arenoso, úmido e fofo (geralmente, Espodossolos).
A Mussununga constitui importante ecossistema. Segundo Meira
Neto et al. (2005), este tipo de vegetação apresenta fitofisionomia, estrutura
e composição florística diferentes das porções florestadas que as
circundam. Além disso, segundo os mesmos autores, caracteriza-se por
possuir um componente arbóreo pouco denso e o componente herbáceo-
arbustivo predominante. Entretanto, a variação fitofisionômica das
mussunungas é tão grande quanto aquela em vegetação de Cerrado. São
observadas fisionomias desde campestres até florestais, em solo arenoso e
úmido, sendo as fisionomias campestres mais relacionadas floristicamente
às restingas e as fisionomias florestais, às Florestas Ombrófilas
circundantes.
54
Levantamento florístico
As duas áreas analisadas no presente estudo apresentaram uma
elevada densidade e riqueza de espécies. Na área 1 numa amostragem de
429 indivíduos foram encontradas 171 espécies arbóreas. Na área 2 numa
amostragem de 415 indivíduos foram encontradas 177 espécies arbóreas.
Nessas duas análises foram incluídas as amostras ainda não identificadas
ou não coletadas tratando-as como táxons distintos devido à dificuldade
de determinação das amostras e ao tempo relativamente curto para essa
atividade. As duas áreas juntas (totalizando 0,2 ha) apresentaram 308
espécies arbóreas e as famílias com maior número de espécies são
apresentadas na Figura 17.
Estas famílias têm sido freqüentemente constatadas como as mais
ricas em espécies em áreas de floresta ombrófila densa do sul da Bahia e
norte do Espírito Santo (Mori et al., 1983a, 1983b, Peixoto & Gentry 1990,
Martini et al., 2004, Thomas et al., no prelo). Os resultados aqui obtidos
não indicam grandes diferenças em nível de famílias para outras áreas de
florestas no sul da Bahia, mas diferem de maneira marcante das florestas
ombrófilas de terras baixas da Amazônia, onde predominam as famílias
Lecythidaceae, Fabaceae, Moraceae e Burseraceae (Prance et al., 1976).
Myrtaceae e Sapotaceae, duas famílias que mais contribuem em
número de espécies com a flora arbórea da RPPN EVC, são grupos cuja
taxonomia é ainda insuficientemente conhecida no sul da Bahia, situação
que torna análises de similaridade entre as diversas áreas do Corredor
Central da Mata Atlântica ainda bastante especulativas. Thomas et al. (no
prelo) constataram que aproximadamente 40% das espécies amostradas
em outras áreas no sul da Bahia não foram incluídas na classe de
diâmetro superior a 10cm, dado que ressalta a grande contribuição das
espécies de subdossel para a diversidade florística das florestas da região.
Apesar da área amostrada na RPPN EVC ter sido 10 vezes menor que a
estudada em Serra Grande por Thomas et al. (no prelo), nossos dados
corroboram esta afirmação, uma vez que muitas das espécies não
apresentaram indivíduos acima 10 de cm DAP.
55
0
5
10
15
20
25
Celastrac
Clusiac
Apocynac
AnnonacRubiac
Laurac
EuphorbiacFabac
Myrtac
Sapotac
Figura 17 – Famílias com maior número de espécies arbóreas nas duas áreas inventariadas da RPPN Estação Veracel. As colunas indicam o número de espécies encontradas em cada família.
A similaridade em composição de espécies foi bastante alta e pode
ainda estar relacionada à proximidade entre as áreas amostradas na RPPN
EVC. Paypayrola blanchetiana, Stephanopodium blanchetianum e
Myrtaceae sp. 2 estiveram entre as espécies com maior IVI (índice de valor
de importância). Outras espécies também foram encontradas nas duas
áreas, mas com índice de importância bastante variáveis, por exemplo
Lauraceae sp. 1, Eriotheca macrophylla e Chrysophyllum splendens. Por
outro lado, algumas espécies abundantes foram praticamente exclusivas
de determinadas áreas, como Manilkara sp. 2 e Arapatiella psilophylla. A
lista das espécies amostradas nas duas áreas e seus respectivos
parâmetros fitossociológicos podem ser encontrados no Anexo I.2.
56
As espécies com maior número de indivíduos em ordem crescente
na Área 1 foram Paypayrola blanchetiana, Myrtaceae sp. 2, Arapatiella
psilophylla, Myrcia acuminatissima e Faramea sp. 1 (Figura 18). Já na
área 2 podemos citar Myrtaceae sp. 2, Paypayrola blanchetiana,
Chrysophyllum splendens, Guapira sp. 1 e Myrtaceae sp. 5 (Figura 19).
Interessante é verificar que Parkia pendula, uma das árvores emergentes
na estrutura da floresta, é uma espécie com muitos indivíduos na
primeira área e que praticamente torna-se escassa no outro trecho
estudado. Parkia pendula, Guapira sp. 1, Manilkara sp. 2, Lauraceae sp. 1
e Sloanea sp. 1 foram algumas das espécies que apresentaram indivíduos
com os maiores DAPs e alturas.
0
10
20
30
40
50
60
Euterpe
edulis
Simpho
nia gl
obulife
ra
Gomide
sia sp
. 1
Myrcia
sp. 1
Ecclin
usa ra
miflora
Pouter
ia sp. 3
Faramea
sp. 1
Myrcia
acum
inatis
sima
Arapati
ella ps
iloph
ylla
Myrtac s
p. 2
Paypay
rola b
lanch
etian
a
Figura 18 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na
área 1 da RPPN Estação Veracel.
57
0
5
10
15
20
25
30
Eriothe
ca m
acroph
ylla
Macrol
obium la
tifoliu
m
Ocotea
inde
cora
Psych
otria sp
. 2
Guapir
a opp
osita
Inga s
p. 4
Ocotea
sp. 2
Eupho
rbiac
sp. 3
Manilk
ara sp
. 2
Euterpe
edulis
Stephan
opod
ium blanc
hetianu
m
Myrtac s
p. 5
Guapir
a sp. 1
Chrysop
hyllum sp
lenden
s
Paypay
rola b
lanch
etian
a
Myrtac s
p. 2
Figura 19 – Espécies que apresentaram os maiores valores de importância na
área 2 da RPPN Estação Veracel.
As porções periféricas das áreas florestais mais bem estruturadas
são caracterizadas por capoeiras semelhantes àquelas verificadas em
outras áreas de floresta ombrófila no sul da Bahia. É comum nessas
florestas degradadas a ocorrência de Schefflera morototoni (“matataúba”),
Miconia mirabilis (“mundururu”), Henriettea succosa (“mundururu-ferro”),
Himatanthus phagedaenicus (“janaúba”), Cordia ecalyculata,
Tabernaemontana salzmanni , entre outras.
As florestas ombrófilas densas do sul da Bahia caracterizam-se
estruturalmente pela estratificação do componente arbóreo e a
abundância de espífitas (Mori & Silva, 1979). A estrutura das florestas da
RPPN EVC varia de acordo com o estádio sucessional em que se
encontram. Assim, florestas em estádio sucessionais iniciais (“capoeiras”)
tendem a possuir um número mais elevado de indivíduos de menor porte.
Florestas em estádios sucessionais mais avançados, ao contrário, tendem
a possuir um número maior de indivíduos de maior porte.
Associada às diferenças estruturais verificadas entre os estádios
sucessionais, a composição florística também varia de modo notável.
Florestas mais degradadas tendem a possuir menor diversidade de
58
espécies do que florestas em estágios sucessionais mais avançados, que
possuem diversidade mais elevada.
A caracterização estrutural desta floresta revelou atributos
semelhantes ao de florestas próximas, como as estudadas por Jardim
(2003), Martini et al. (2004), Thomas et al. (no prelo) e Martini et. al. (no
prelo) (Tabela 3). Embora a estratificação da floresta não seja muito
evidente, é possível reconhecer dois estratos: sub-dossel e dossel. Dos 844
indivíduos amostrados, 691 (ca. 81%) possuem até 10m e constituem o
que podemos considerar como o sub-bosque da floresta. O sub-bosque
conta com uma grande quantidade de indivíduos jovens das espécies
árboreas, assim como muitos indivíduos de espécies arbustivas e
pequenas arvoretas. Famílias muito comuns neste estrato incluem as
Myrtaceae, Rubiaceae, Sapotaceae (principalmente indivíduos jovens) e
Euphorbiaceae. Espécies incomuns no estrato do dossel e freqüentes no
sub-dossel incluem Euterpe edulis (Arecaceae), Discophora guianensis
(Icacinaceae), Mouriri spp. (Melastomataceae), Cordia spp. (Boraginaceae),
Tovomita spp. (Clusiaceae) e Stephanopodium blanchetianum
(Dichapetalaceae).
Tabela 3 – Comparação das 10 espécies com maior IVI (índice de valor de importância) da RPPN Estação Veracel com aquelas de áreas próximas. Espécies em negrito são aquelas compartilhadas pelas cinco áreas.
RPPN Estação Veracel
RPPN Salto Apepique
Mata da Torre (PESC) – Martini
et al. (2004)
Fazenda Capitão (PESC)- Martini et
al. (2004)
Serra Grande - Thomas et al.
(ined.) Paypayrola blanchetiana Rinorea guianensis* Helicostylis tomentosa Manilkara maxima Eriotheca
macrophylla
Parkia pendula Euterpe edulis Euterpe edulis Pausandra morisiana Ecclinusa ramiflora
Myrtac sp. 2 Virola officinalis* Vochysia riedeliana Euterpe edulis Neea sp. 1
N/C 6 Maytenus cf. distichophylla
Coussapoa pachyphylla Virola gardneri Eriotheca globosa
Manilkara sp. 2 Discophora guianensis Virola gardneri Garcinia gardneriana Swartzia reticulata
N/C 3 Stephanopodium magnifolium Ecclinusa ramiflora Gomidesia sp. 1 Aspidosperma
thomasii
Ecclinusa ramiflora*
Macrolobium latifolium Eschweilera ovata Rinorea guianensis Eschweilera ovata
59
RPPN Estação Veracel
RPPN Salto Apepique
Mata da Torre (PESC) – Martini
et al. (2004)
Fazenda Capitão (PESC)- Martini et
al. (2004)
Serra Grande - Thomas et al.
(ined.) Arapatiella psilophylla Diploon cuspidatum Pradosia aff.
subverticillata Myrtaceae sp. 9 Almeidea coerulea
Euterpe edulis Tovomita choisyana Eugenia sp. 3 Guapira nitida Virola officinalis
Macrolobium latifolium Tovomita mangle Buchenavia capitata Rudgea sp. 1 Euterpe edulis
* espécies da RPPN EVC que ocorrem em pelo menos uma das demais áreas (tabela preparada a partir dos dados modificados de Martini et al.no prelo)
O estrato superior, denominado dossel, constitui a “cobertura” da
floresta e é composto pela sobreposição das copas das árvores. Como nem
todas as árvores do dossel possuem o mesmo porte, este muitas vezes não
é contínuo, tornando sua delimitação bastante difícil e subjetiva (como
verificado nas áreas amostradas). As árvores que podem ser consideradas
como componentes do dossel (mais de 11metros de altura) totalizaram
153 indivíduos (ca. 19%) e são em sua maioria indivíduos de maior porte
das espécies encontradas como indivíduos jovens no sub-dossel. Algumas
das espécies mais comuns do dossel são: Parkia pendula (Fabaceae),
Guapira sp. 1 (Nyctaginaceae), Eriotheca macrophylla (Bombacaceae) e
Sloanea sp. 1 (Elaeocarpaceae).
Os resultados desse estudo confirmam a posição de destaque da
região sul da Bahia entre as áreas com o maior número de espécies
arbóreas do mundo, sendo exclusivo do presente estudo a utilização de
uma base comparativa padronizada. Apesar do pequeno tamanho
amostral das áreas analisadas, essa afirmação tem suporte em estudos
anteriores (Thomas et al., no prelo; Martini et al., no prelo). No estudo de
Thomas et al. (no prelo) foram amostradas 405 espécies arbóreas e 53
espécies de lianas lenhosas. Esses números, apesar da dificuldade de
comparação direta com outros estudos em função de métodos de
amostragem não padronizados, revelam uma altíssima riqueza de espécies
arbóreas na região. Nos estudos de Martini et al. (no prelo) adotou-se
metodologia semelhante à empregada na RPPN EVC.
As duas áreas amostradas apresentaram valores bastante similares
de densidade de espécies, número de famílias e número de indivíduos.
60
Apesar de diferenças no nível de perturbação entre as áreas, elas
poderiam ser consideradas “réplicas” dentro da área da RPPN EVC,
confirmando uma alta densidade de espécies arbóreas. Outra
característica interessante a ser salientada refere-se à alta similaridade
entre as duas áreas analisadas, com um grande número de espécies em
comum. Sugerimos que para o futuro, seja realizado outras amostragens
especialmente nas áreas de floresta próximas a mussununga.
Dados levantados a partir da análise fitossociológica utilizando a
metodologia discutida acima indicam que a área da RPPN EVC se situa
entre as vinte áreas do mundo com maior número de indivíduos e elevado
número de espécies arbóreas. Analisando os dados a partir de outras
áreas já estudadas no Brasil, a RPPN EVC permanece entre as dez
primeiras áreas (Tabela 4). Os dados provenientes de coletas aleatórias
realizadas ao longo de trilhas resultaram numa lista preliminar composta
por 221 espécimes plantas vasculares na RPPN EVC. Os espécimes
depositados no herbário do CEPEC/CEPLAC estão descritos no Anexo I.
Apesar do elevado número de espécies amostradas, é provável que esta
diversidade represente apenas uma pequena parcela da diversidade
florística total da área, o que sugere a importância da continuidade de
levantamentos, especialmente numa melhor documentação das espécies
arbóreas.
Tabela 4 – Número de indivíduos e espécies arbóreas acima de 5cm de DAP em diferentes localidades no mundo, amostradas segundo o método proposto por Gentry (1982). Em destaque as duas áreas estudadas (tabela preparada a partir dos dados modificados de Martini et al. no prelo)
Área País Indivíduos Espécies
CALIMA Colômbia 230 148
OGFCONDU Brasil 253 144
MISHNFL Peru 233 141
OLFCONDU Brasil 263 137
SEMENGOH Malásia 235 136
RLFCONDU Brasil 253 134
RPPN EVC - 1 Brasil 198 108
RPPN EVC - 2 Brasil 195 103
ALLPAHUA Peru 166 133
61
Área País Indivíduos Espécies
ARARACUA Colômbia 287 133
CONSTANC Peru 179 132
TUTUNEND Colômbia 244 132
NOSYMANG Madagascar 356 129
JENAROHE Peru 175 127
CANDAMO Peru 213 126
LINHARES Brasil 216 125
DUCKE Brasil 186 123
PERINET Madagascar 399 121
JATUNSAC Equador 189 115
VARIRATA Papua New Guinea 216 111
YANAM2 Peru 134 110
RIOTAVAR Peru 158 105
YANAM1 Peru 135 105
INDIANA Peru 156 101
RIOMANSO Colombia 179 96
PASOH30 Malásia 130 92
PASOH40 Malásia 128 90
CARLOSBO Brasil 290 98
CAMORIN Brasil 176 83
BORACEIA Brasil 258 79
Ameaças à vegetação
As visitas em campo mostraram alguns problemas relacionados à
cobertura vegetal da EVC. Estes problemas referem-se à supressão de
vegetação para lenha e para fins medicinais detectados por funcionários
da estação em pontos isolados da área, citados anteriormente. Além disso,
destaca-se a área, também citada anteriormente, onde a vegetação e o solo
foram suprimidos para a retirada de cascalho.
Vale ressaltar a ocorrência de vegetações características de
determinadas áreas, como as lagoas e mussunungas, que merecem
atenção especial por causa da fragilidade e do pouco conhecimento a
respeito destes ambientes.
No setor SW da EVC foi encontrado uma área de lagoa que, segundo
os funcionários da estação, possui uma vegetação “diferente” com
características próprias (plantas homogêneas), onde predominam plantas
62
vulgarmente conhecidas como Piã e Ingá Feijão. Este tipo de vegetação,
provavelmente, ocorre devido às características dos solos presentes
(Planossolos, Gleissolos e Organossolos), impressas, principalmente, pela
condição de alagamento da área. Devido às peculiaridades deste ambiente
o mesmo merece estudos mais aprofundados.
As características dos Espodossolos, vistas anteriormente,
condicionam o desenvolvimento de vegetações típicas denominadas
mussununga. Este tipo de vegetação se desenvolve em um ambiente que
imprime condições de estresse às plantas o que faz com que a mesma seja
menos densa e mais suscetível aos processos de degradação.
63
3.2.2. Fauna
A RPPN EVC abriga uma rica fauna de vertebrados (Tabela 5), e
ainda mantêm grande parte da biodiversidade original apesar do intenso
desmatamento já ocorrido na região.
Tabela 5 - Riqueza, número de espécies ameaçadas* e espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas na RPPN Estação Veracel.
Grupo Número de Espécies Espécies Ameaçadas Espécies Endêmicas Mamíferos 38 12 4 Aves 302 21 32 Anfíbios 52 3 10 Répteis 53 2 8 Total 445 37 54 *Machado et al., 2005; IUCN (2006).
A fauna de vertebrados da RPPN EVC é relativamente bem
conhecida, porém existem lacunas no conhecimento de diversos grupos,
há carência de inventários biológicos de invertebrados, e entre os
vertebrados, morcegos, pequenos mamíferos, peixes e lagartos arborícolas
são praticamente desconhecidos na área.
Atualmente estão sendo conduzidos na RPPN EVC três projetos de
pesquisas em biodiversidade: Monitoramento de mamíferos de médio e
grande porte através de armadilhas fotográficas (Anexos I – Fotos; Anexos
II – projetos específicos; parceria Veracel-Conservação Internacional;
Paglia & Santos, 2005); Levantamento de avifauna e mirmecofauna
(Veracel-Instituto Driades); Monitoramento e ecologia do gavião-real
(Anexos II – projetos específicos; parceria Veracel-INPA).
São registradas, para a RPPN EVC, 38 espécies de médios e grandes
mamíferos (Anexo I-4), 86 % das espécies registradas por Moura (2003)
para toda a porção baiana do Corredor Central da Mata Atlântica. Destas
espécies, 12 constam das listas de espécies ameaçadas e 4 são endêmicas
da Mata Atlântica (Tabela 6).
Ainda persistem na RPPN EVC algumas espécies localmente extintas
em outras regiões da Mata Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris),
64
a onça-pintada (Panthera onca) e o ouriço-preto (Chaetomys subspinosus).
As duas espécies de grandes felinos brasileiros são registradas na RPPN
EVC, a onça-parda foi avistada recentemente (2005, Denise Oliveira, com.
pes.), entretanto os registros de onça-pintada na RPPN EVC são antigos e
indiretos. Porém, Moura (2003) registrou a espécie em três fazendas da
região, o que torna possível que esta espécie ainda ocorra na área. O
projeto de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através
de armadilhas fotográficas poderá responder se a onça-pintada e outras
espécies também reportadas para a RPPN EVC, porém sem confirmação
direta, como o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e o tatu-
canastra (Priodontes maximus), realmente ocorrem na área.
Todas as espécies de primatas com ocorrência na RPPN EVC
[Callithrix geoffroyi (sagüi-da-cara-branca), Cebus robustus (macaco-preto)
e Callicebus melanochir (guigó)] são consideradas ameaçadas de extinção.
Duas outras espécies de primatas com ocorrência potencial para a região
são consideradas como regionalmente extintas, o bugio (Alouatta guariba
guariba) e o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) (Moura, 2003;
Melo, 2004).
A RPPN EVC é citada por moradores locais como um dos últimos
refúgios de muitas espécies de mamíferos da região. Ainda são
encontradas na área diversas espécies apreciadas por caçadores (veados,
antas, pacas, catetos, tatus) o que torna a caça uma das principais
ameaça à mastofauna local.
A RPPN EVC possui 302 espécies de aves (Anexo I.4). Destas, 21 estão nas categorias, ameaçadas, vulneráveis ou quase ameaçadas da
IUCN e/ou IBAMA e 32 são endêmicas da Mata Atlântica (Cordeiro,
2003a, 2003b, 2003c, Bencke et al., 2006) (Tabela 7). Quatro espécies são
consideradas extintas na região, Ara chloroptera (Arara-vermelha),
Neomorphus geoffroy (jacu-de-estalo), Pipile jacutinga (jacutinga) e o Crax
blumenbachii (mutum-de-bico-vermelho) (Bencke et al., 2006).
Algumas espécies que, originalmente, ocupavam ambientes mais
secos do interior do estado já são registradas na RPPN EVC.
Provavelmente essas espécies estão expandindo sua área de ocorrência
65
devido ao desmatamento da região. Entre as espécies que se enquadram
nesta categoria e são registradas na RPPN EVC estão: Buteo albicaudatus
(gavião-do-rabo-branco), Scardafella squammata (fogo-apagou), Speotyto
cunicularia (coruja-buraqueira), Furnarius rufus (joão-de-barro), Synallaxis
frontalis (petrim), Tachyphonus rufus (pipira-preta), Paroaria dominicana
(galo-da-campina), Icterus jamacaii (sofrê). A situação é semelhante à da
REBIO de Una na região de Ilhéus (Rudi Laps, não publicado).
Tabela 6 – Espécies de mamíferos da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e CR = Criticamente em Perigo.
Ordem Familia Espécie Nome vulgar IUCN IBAMA CITES Endemismo
Carnivora Canidae Cerdocyon thous Raposa II
Felidae Herpailurus yaguarondi gato-lontra I
Leopardus pardalis jaguatiri VU I
Leopardus tigrinus gato-do-mato NT VU I
Leopardus wiedii gato-maracajá VU I
Panthera onca onça-pintada NT VU I
Puma concolor onça-parda NT VU
Mustelidae Eira barbara irara III
Lontra longicaudis lontra I
Procyonidae Potos flavus jupará III
Tapirus terrestris anta VU II
Perissodactyla Tapiridae Callithrix geoffroyi soim VU Endêmica
Primates Callitrichidae Cebus robustus macaco-preto VU VU
Cebidae Callicebus melanochir guigó VU VU Endêmica
Pitheciidae Agouti paca paca III
Rodentia Agoutidae Chaetomys subspinosus ouriço-preto VU VU Endêmica
Erethizontidae Bradypus torquatus preguiça-de-coleira EN VU Endêmica
Pilosa Bradypodidae Bradypus variegatus preguiça II
Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira NT VU II
A BirdLife/SAVE-Brasil considera a RPPN EVC uma "Área
importante para a Conservação de Aves no Brasil" (IBAs, sigla de
Important Birds Areas). A RPPN EVC (citada com o nome de Estação
Veracruz) foi incluída entre as IBA's por abrigar significativas populações
de espécies globalmente ameaçadas e outras espécies de interesse para
conservação (critério A1- Bencke & Maurício, 2006). A RPPN EVC abriga
espécies pouco representadas nas IBA's no Brasil, como é o caso do
Herpsilochmus pileatus (corozinho-de-boné, encontrado em 3 IBAs),
66
Cotinga maculata (creoá, encontrada em 5 IBAs) e o balança-rabo canela
(Glaucis dorhnii presente em 6 IBAs) (Bencke et al., 2006).
O gavião-real (Harpia harpyja), citado como "de possível ocorrência
na Estação" e com nenhuma ocorrência confirmada nas IBA's baianas
(Bencke et al., 2006), foi registrado na RPPN EVC por diversas fontes e um
adulto e um filhote foram avistados por funcionários da RPPN EVC. Em
2005 um ninho da espécie foi localizado. Atualmente esta espécie é o
objeto de um projeto de pesquisa em parceria com o INPA-Manaus que,
entre outros objetivos, prevê o monitoramento do ninho e estudos sobre a
ecologia desta ave na reserva (Anexo II – Projetos Específicos).
A RPPN EVC ainda possui uma grande riqueza de psitacídeos. Doze
das 19 espécies esperadas para a área do Corredor Central da Mata
Atlântica são encontradas na RPPN EVC (Cordeiro, 2003c). Destas, quatro
são endêmicas do bioma e cinco constam nas listas de ameaçadas de
extinção (Amazona rhodocorytha, Aratinga auricapillus, Pyrrhura leucotis,
Pyrrhura cruentata e Touit surdus) (Tabela 7). As espécies Amazona
amazonica e A. rhodocorytha são fortemente associadas a florestas com
árvores altas, grossas com copas densas (Marsden et al., 2000).
A pressão de caça sobre a avifauna da reserva é muito grande. A
área possui grande número de espécies cinegéticas (ex.: tinamídeos), espécies apreciadas para criação em gaiolas (ex.: passeriformes) e espécies
utilizadas para obtenção de penas para adornos (psitacídeos).
A fauna de anfíbios da RPPN EVC é considerada bem conhecida
(Bruno Pimenta com. pes.). A descoberta recente de espécies novas e
registros que aumentam a distribuição geográfica de algumas espécies
tornam a RPPN EVC uma peça-chave na conservação dos anfíbios no
extremo sul baiano. A RPPN EVC foi o remanescente que apresentou
maior riqueza de anfíbios (39 espécies) entre os vinte e um remanescentes
investigados por Silvano & Pimenta (2003) na porção baiana do Corredor
Central da Mata Atlântica.
O desmatamento é a principal ameaça à herpetofauna da região. A
RPPN EVC é um dos grandes remanescentes florestais e um dos últimos
67
refúgios para estas espécies. Até o momento são registradas para a RPPN
EVC 67 morfo-espécies de anfíbios, das quais 52 tiveram sua identificação
confirmada (Anexo I.4). Pelo menos dez espécies de anfíbios podem ser
consideradas de especial interesse para a conservação, por serem
ameaçadas de extinção e/ou endêmicas da Mata Atlântica (Tabela 8).
Duas espécies recentemente descritas são encontradas na Estação Veracel
- Aplastodiscus (Hyla) ibirapitanga (Cruz et al., 2003) e Aplastodiscus
(Hyla) pombali (Caramaschi et al ., 2004).
A fauna de répteis da RPPN EVC apresenta 53 espécies (Anexo I.4),
sendo oito endêmicas do Bioma (7 serpentes e 1 lagarto) (Tabela 8).
Apenas duas espécies constam das listas de espécies ameaçadas (o lagarto
Cnemidophorus nativo e o jabuti Geochelone denticulata). A maioria das
serpentes registradas para a RPPN EVC é características de florestas (26
das 33 espécies, Anexo 1.4) e apenas 6 são peçonhentas (Argolo, 2005).
68
Tabela 7 – Espécies de aves da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e CR = Criticamente em Perigo.
Ordem Familia Espécie Nome vulgar IUCN IBAMA CITES Endemismo
Apodiformes Trochilidae Glaucis dohrnii balança-rabo-canela EN EN I Endêmica
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta Endêmica
Thalurania watertonii beija-flor-de-costas-violetas NT VU Endêmica
Cathartiformes Cathartidae Sarcoramphus papa urubu-rei III
Ciconiiformes Ardeidae Bubulcus ibis garça-vaqueira III
Columbiformes Columbidae Columba livia pombo-doméstico III
Coraciiformes Momotidae Baryphthengus ruficapillus juruva-verde Endêmica
Falconiformes Accipitridae Chondrohierax uncinatus Caracoleiro I
Harpia harpyja gavião-real NT I
Leucopternis lacernulatus gavião-pombo-pequeno VU VU Endêmica
Galbuliformes Bucconidae Malacoptila striata barbudo-rajado Endêmica
Passeriformes Conopophagidae Conopophaga melanops cuspidor-de-máscara-preta Endêmica
Cotingidae Carpornis melanocephala sabiá-pimenta VU VU Endêmica
Cotinga maculata Crejoá EN EN I
Procnias nudicollis Araponga VU
Xipholena atropurpurea anambé-de-asa-branca EN EN I
Dendrocolaptidae Campylorhamphus falcularius arapaçu-de-bico-torto Endêmica
Furnariidae Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco Endêmica
Philydor atricapillus limpa-folha-coroado Endêmica
Thripophaga macroura rabo-amarelo VU VU Endêmica
Thamnophilidae Drymophila ochropyga choquinha-de-dorso-vermelho NT Endêmica
Drymophila squamata Pintadinho Endêmica
Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado NT Endêmica
Herpsilochmus pileatus corozinho-de-boné VU VU Endêmica
Myrmotherula urosticta choquinha-de-rabo-cintado VU VU Endêmica
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul Endêmica
Terenura maculata Zidedê Endêmica
Thamnophilus ambiguus choca-de-sooretama Endêmica
Piciformes Picidae Campephilus robustus pica-pau-rei Endêmica
Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela Endêmica
Veniliornis maculifrons picapauzinho-de-testa-pintada Endêmica
Ramphastidae Pteroglossus aracari araçari-de-bico-branco II
Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto II
Selenidera maculirostris araçari-poca III Endêmica
Psittaciformes Psittacidae Amazona rhodocorytha Chauá EN EN I Endêmica
Brotogeris tirica periquito-rico Endêmica
Pyrrhura cruentata tiriba-grande VU VU I Endêmica
Pyrrhura leucotis tiriba-de-orelha-branca VU Endêmica
Touit surdus apuim-de-cauda-amarela VU Endêmica
Strigiformes Strigidae Glaucidium minutissimum caburé-miudinho Endêmica
Tinamiformes Tinamidae Crypturellus noctivagus jaó-do-sul NT VU Endêmica
Tinamus solitarius Macuco NT I
Trogoniformes Trogonidae Trogon surrucura surucuá-variado Endêmica
69
Tabela 8 – Espécies da herpetofauna da RPPN Estação Veracel endêmicas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção segundo IUCN ou IBAMA ou presentes na lista da CITES de regulamentação para o comércio internacional. NT = quase-ameaçada, VU = Vulnerável, EN = Em Perigo e DD = Deficiente em Dados.
Classe Ordem Familia Espécie IUCN IBAMA CITES Endemismo
Amphibia Anura Hylidae Aplastodiscus (Hyla)
ibirapitanga Endêmica
Aplastodiscus (Hyla) pombali Endêmica
Hylomantis aspera Endêmica
Scinax argyreornatus Endêmica
Leptodactylidae Eleutherodactylus bilineatus Endêmica
Eleutherodactylus paulodutrai Endêmica
Leptodactylus viridis DD Endêmica
Leptodactylidae Proceratophrys laticeps Endêmica
Microhylidae Chiasmocleis carvalhoi EN
Chiasmocleis schubarti Endêmica
Repitilia Lacertilia Leiosauridae Enyalius catenatus Endêmica
Teiidae Cnemidophorus nativo VU
Serpente Colubridae Chironius bicarinatus Endêmica
Chironius laevicollis Endêmica
Dipsas neivai Endêmica
Elapidae Micrurus corallinus Endêmica
Micrurus ibiboboca Endêmica
Viperidae Bothrops jararaca Endêmica
Bothrops leucurus Endêmica
Testudine Chelidae Acanthochelys radiolata NT
Testudinidae Geochelone denticulata VU
Principais Ameaças à fauna As fontes principais de ameaça à fauna da RPPN EVC são o
desmatamento do seu entorno e a caça. A RPPN EVC é uma "ilha" de
floresta circundada por áreas abertas e cultura de eucalipto. A
insularização da reserva pode impedir que animais de grande porte
mantenham populações viáveis em longo prazo, restringindo o fluxo
gênico entre as populações. São extremamente urgentes ações de manejo
integrado das unidades de conservação da região (RPPN EVC, PARNA Pau-
Brasil e PARNA do Descobrimento) com a implantação de corredores
ecológicos ligando estes tratos de florestas.
A caça, a outra grande ameaça à fauna, é potencializada pela
presença de dois grandes núcleos urbanos na proximidade da RPPN EVC
(o Bairro Baianão em Porto Seguro e o Bairro Tânia em Santa Cruz
Cabrália) e pela existência de uma estrada municipal dentro dos limites da
Reserva. Somente durante o ano de 2005 houve 183 observações da
70
presença de caçadores e 163 armadilhas foram destruídas dentro da RPPN
EVC (Relatório de Atividades EVC 2005, não publicado). A caça na região
se dá principalmente para a obtenção de carne para o consumo, aquisição
de penas para adornos e captura de aves de gaiola.
O artesanato com penas de aves silvestres (principalmente, mas não
exclusivamente de psitacídeos) é super valorizado pelos consumidores.
São necessárias campanhas permanentes de esclarecimento e
conscientização, em locais de grande afluxo de turistas, sobre o profundo
impacto que a aquisição deste tipo de artesanato tem sobre a
biodiversidade.
Na RPPN EVC ainda persistem várias espécies apreciadas como
alimento (veados, antas, pacas, tatus, tinamídeos entre outros). A
educação ambiental e a fiscalização são as principais formas de minimizar
esta ameaça. Devem ser formadas parcerias com o poder público para
aperfeiçoar o sistema de vigilância e buscar formas de coibir e punir a
prática da caça na sua área.
A supressão da caça e a promoção de pesquisas científicas que
avaliem o estado atual das populações, principalmente daquelas de
especial interesse para a conservação e monitorem a dinâmica destas
populações em longo prazo são as duas ações fundamentais para que a
RPPN EVC continue a cumprir seu objetivo de conservação da
biodiversidade de fauna da região.
Numa região onde as áreas de floresta foram intensamente
devastadas ao longo dos anos de ocupação, a RPPN EVC representa, não
só pela sua extensão, mas pelo estado de conservação biológica, um dos
principais remanescentes de floresta atlântica no extremo sul da Bahia.
3.3 Uso Público Histórico das Atividades de Uso Público
O principal instrumento de planejamento de uma unidade de
conservação é o seu Plano de Manejo, e no caso específico da atividade de
visitação, o Programa de Uso Público contido nele ou um Plano de Uso
71
Público realizado à parte são os que forneceriam o suporte para direcionar
o manejo da visitação.
O Plano de Manejo da Estação Veracruz elaborado em 1998
(Veracruz Celulose S.A., 1998) não contempla o escopo mínimo de
abordagem referente à visitação apresentado no Roteiro Metodológico para
elaboração de plano de manejo (Ferreira et al., 2004), e ao que tudo indica
outros documentos anteriores ao Plano fundamentaram a implantação de
ações de manejo da visitação na unidade.
Provavelmente na tentativa de definir linhas de ação para o uso da
área, a empresa contratou, antes da elaboração do Plano de Manejo de
1998, estudos que apresentassem potencialidades de cunho turístico,
educacional e conservacionista para a Estação Veracruz. No tocante ao
tema uso público foram identificados projetos de duas consultorias, sendo
uma de autoria de R.M.F. Mourão em 1994 e 1995, e outra da empresa
Bioma Educação e Assessoria Ambiental (Carcheti & Wilke1996).
No breve histórico de educação ambiental e ecoturismo
apresentados no Plano de Manejo, são mencionados dois estudos
realizados entre 1994 e 1995, sem, no entanto utilizar de citação no texto
ou referência bibliográfica, os quais podem ser:
• Mourão, R.M.F. Estação Veracruz – Porto Seguro. Ecoturismo e
Turismo Participativo. Rio de Janeiro: Instituto Iguaçu de Pesquisa
Ambiental, Eco Brasil – Associação Brasileira de Ecoturismo. Dez.
1994. 52p. (Relatório de Vistoria Preliminar);
• Mourão, R.M.F. Estação Veracruz – Porto Seguro. Plano de Ação
95/96. Ecoturismo e Turismo Participativo. Rio de Janeiro: Instituto
Iguaçu de Pesquisa Ambiental, Expeditours – The Natural Way to
Discover Brazil. Ago. 1995. 6p. (Proposta).
O primeiro estudo em 1994, propõe o desenvolvimento de um
Centro de Ecodesenvolvimento Regional, em área privada da Veracruz
Florestal, cedida em regime de comodato ou outro instrumento legal, e
seria constituído pelas seguintes unidades:
72
• Administração e Serviços Gerais – administração, contabilidade,
almoxarifado, cozinha, refeitório, alojamento de funcionários,
depósito, loja de artesanato e produtos naturais da região. Parte dos
serviços seria executada pela estrutura administrativa da Veracruz
Florestal em Eunápolis, pelo Instituto Iguaçu no Rio de Janeiro ou
por parceiros e contratados;
• Educação Ambiental – cursos e informação ambiental para adultos
e crianças da região, visitantes e convidados;
• Capacitação Técnica – comunidades locais e/ou tradicionais em
práticas voltadas a formas sustentáveis de desenvolvimento
(recursos não madeireiros, sistemas agroflorestais, piscicultura,
apicultura, plantas medicinais e ornamentais, ecoturismo, etc);
• Produção e Desenvolvimento – escola de artesanato, viveiros,
apicultura, desenvolvimento agroflorestal;
• Estudos, Pesquisa e Documentação – base de operação de
programas de pesquisa, banco de dados;
• Alojamento para Estudantes e Pesquisadores Brasileiros e
Estrangeiros Conveniados – estudantes e pesquisadores, que
deverão desempenhar atividades de guias ecoturísticos e/ou
especializados e sua remuneração ser revertida total ou
parcialmente ao Centro ou ao projeto que este fizer parte;
• Casa de Hóspedes – hospedagem paga e revertida ao Centro e aos
parceiros, voltada a estudantes, técnicos, pesquisadores, bem como
ecoturistas, cientistas visitantes, patrocinadores, autoridades
interessadas.
O segundo estudo realizado em 1995, apresenta em seis páginas um
Plano de Ação, que em linhas gerais propõe a instalação de placas, guarita
de controle e informações, centro de educação ambiental e ecoturismo,
implantação de trilhas e programa pedagógico, viveiro educacional e mini-
museu de história natural da mata atlântica.
73
Não se tem informações suficientes para afirmar se a implantação
de infra-estruturas ou mesmo ações na RPPN EVC foram resultados dos
dois estudos acima mencionados. No entanto, o Plano de Manejo de 1998
(Veracruz Celulose S.A., 1998) cita que as primeiras providências tomadas
na chamada Estação Veracruz seriam:
• instalação de um Centro de Visitantes, com um parque com
brinquedos para crianças;
• instalação de trilhas interpretativas, “Pau-Brasil”, “Mata Atlântica” e
“Orquídeas”, com roteiros pedagógicos, uma plataforma na copa de
uma árvore e duas pontes suspensas atravessando vales;
• treinamento de cinco guias;
• desenvolvimento de um roteiro pedagógico para visitação, incluindo
um viveiro de mudas de espécies nativas, permitindo que cada
visitante plante uma árvore.
Apesar de também não haver menção direta ao trabalho de
consultoria da empresa Bioma Educação e Assessoria Ambiental no Plano
de Manejo, comparando-o com a situação atual de visitação na RPPN
EVC, fica claro que ações propostas neste estudo foram realmente
implementadas. Foram consultados os seguintes documentos desta
consultoria, no relatório Pacote Pedagógico e Trilhas, de 1996, divididos
em encartes de 1ª e 2ª etapas:
• 1ª Etapa: Levantamento, definição e orientação para implantação de
trilhas;
• 2ª Etapa: Texto da Mata Atlântica;
• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido ao visitante
convencional;
• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para
alunos de 1ª – 4ª série do 1º grau;
74
• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para
alunos de 5ª – 8ª série do 1º grau;
• 2ª Etapa: Texto para confecção de folheto dirigido à escola, para
alunos de 1ª – 3ª série do 2º grau.
Analisando o documento da 1ª Etapa: Levantamento, definição e
orientação para implantação de trilhas, pôde-se observar que, por
exemplo, a atual Trilha da Plataforma corresponde à Trilha do Mata-Pau
proposta em 1996, que prevê a edificação de um mirante sobre um grande
exemplar de Mata-Pau, possibilitando a observação panorâmica da área
de entorno. Mas nos relatórios da 2ª Etapa, também de 1996, o mirante é
citado como um equipamento facilitador já implantado, levando à
interpretação de que é fruto desta consultoria. Na Tabela 9 são
apresentadas as trilhas propostas pela Bioma em 1996, e onde se
encaixam na RPPN hoje.
O Centro de Visitantes também é citado nesta época, onde o
visitante encontrava uma sala de aula, um mini-museu, lanchonete com
muitos quiosques, uma loja para venda de lembranças e artesanatos,
viveiro de plantas nativas, uma horta, um viveiro de orquídeas e aluguel
de cavalos e bicicleta para passeios. Outras proposições para a área de
entorno do Centro de Visitantes, como o mini-museu da Mata Atlântica e
viveiro parecem considerar os trabalhos realizado por Mourão em 1994 e
1995.
Ainda segundo o Plano de Manejo, até o final de 1997 foram
organizados cinco eventos com enfoque ambiental/cultural, onde
participaram 150 pessoas, citando como exemplo cursos de recuperação
ambiental. Não são citados os organizadores e ministradores destes
cursos, no entanto, o texto de abertura dos dois manuais de treinamento
elaborados pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental indicam que
tiveram participação nestes eventos:
• Manual de Treinamento para monitores da Estação Veracruz e guias
de empresas cadastradas;
75
• Manual de Treinamento para monitores da Estação Veracruz e guias
de empresas cadastradas: noções de primeiros socorros.
Aparentemente, estes cursos auxiliaram no processo de visitação
através do acompanhamento de guias nas áreas da RPPN. O Plano cita
que em novembro de 1997 o programa de ecoturismo foi terceirizado, e a
empresa contratou a Ypê Turismo Ecológico e The Best, sediadas em Porto
Seguro, para operar o que o Plano chama de negócio. Assim, a citada
interação comunitária contava com três principais vertentes:
• Educação Ambiental - principalmente direcionada para escolas
regionais, onde até o final de 1997 aproximadamente 2.000 alunos
visitaram a reserva;
• Ecoturismo – direcionado para visitantes do litoral e população
regional, sendo que aproximadamente 1.000 visitantes conheceram
a Estação durante 1994 a 1997;
• Eventos – com enfoque ambiental/cultural, até final de 1997 foram
organizados cinco eventos onde participaram 150 pessoas.
Tabela 9 – Trilhas propostas pela Bioma Educação e Assessoria Ambiental em 1996 e correspondência com as atividades atuais.
Trilhas Propostas (1996) Trilhas Atuais (2006) Atrativos citados em 1996
Trilha das Árvores Gigantes – Opção longa Trilha Pau-brasil
Trilha das Árvores Gigantes – Opção curta
Trilha da Floresta Tropical
• Pontes suspensas
• Passarelas suspensas
• Exemplares de grandes árvores
Trilha do Mata-Pau Trilha da Plataforma
• Grandes bromélias, orquídeas
• Trepadeiras
• Formigueiros
• Relações entre seres vivos
Trilha das Bromélias Gigantes Trilha das Bromélias
• Lagoa
• Grandes mata-paus
• Pássaros
• Mirante
• Plataforma de madeira com grande quiosque
Percurso eqüestre ciclístico Não implantado
• Lagoa
• Ducha
• Grandes árvores, pássaros
• Cavalos
• Bicicletas
76
Com relação ao fluxo de visitação da RPPN EVC, na Figura 20 pode-
se observar uma ampla variação quantitativa nos dados de visita durante
o período de 1996 a maio de 2006.
Mesmo se por um lado o estabelecimento desta atividade
terceirizada pudesse estar mais voltado ao interesse econômico, ao que
tudo indica, foi neste período que a visitação na RPPN EVC atingiu seu
pico máximo, em 1998, com a marca dos 8.010 visitantes/ano.
De acordo com informações de uma funcionária1 que presta serviços
à RPPN EVC desde setembro de 1997, a Ypê Turismo Ecológico operou
durante um ano e oito meses na unidade. Cobrava-se R$ 15,00 por
pessoa, incluindo a caminhada com acompanhamento de um guia. As
refeições ficavam por conta do visitante, e na época vendiam-se almoços,
lanches, salgados e bebidas no Centro de Visitantes.
Ainda de acordo com relatos da funcionária foram adquiridas
bicicletas para locação, e iniciariam também passeios a cavalo, mas não
chegaram a operar estas atividades porque em maio de 1998 a Veracel
Celulose cancelou o contrato com a Ypê Turismo Ecológico. A partir de
então a Veracel assumiu o gerenciamento destas atividades, contratando
alguns dos funcionários que já prestavam serviços, como é o caso da
funcionária supracitada, e posteriormente outros serviços vieram a ser
terceirizados.
Pelos dados da Figura 21 observa-se que após a saída do
concessionário, a visitação na RPPN EVC diminuiu aproximadamente 43%
num primeiro momento, entre 1998 e 1999, e continuou diminuindo até
chegar a quase cinco vezes menos em 2005.
1 Sara, atualmente exercendo função de cozinheira na RPPN EVC, contratada pela Empresa Lemos Passos.
77
Número Total de visitantes na RPPN Estação Veracel
164
2.171
8.010
3.437
1.7662.247
3.630
1.4932.181
1.527
1290
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Figura 20 – Número total de visitantes por ano na RPPN Estação Veracel no período de 1996 a maio de 2006.
Situação da Visitação Atual
Atualmente apenas a coordenadora da RPPN EVC tem contrato pela
Veracel Celulose, sendo os demais serviços de monitoramento de
visitantes, manutenção (jardinagem, limpeza) e vigilância prestados por
três empresas terceirizadas:
• Lemos Passos – três prestadores (cozinha, jardinagem e limpeza);
• Equilíbrio Florestal – onze prestadores (assistente de coordenação,
seis monitores, quatro vigias);
• Visel – quatro prestadores que se revezam em serviços de vigilância
24 horas, concentrados na portaria.
Entre estes dezoito funcionários, o número total dos que fazem parte
da rotina diária da RPPN é de quatorze pessoas, contando com a chefe da
unidade, três prestadores de serviços da Lemos Passos, nove da Equilíbrio
Florestal e um vigia da Visel.
Quanto ao atendimento ao público, diariamente a unidade dispõe de
quatro dos seis monitores contratados pela empresa Equilíbrio Florestal,
78
que quando não estão exercendo esta função auxiliam em outras tarefas
relacionadas ao uso público, como manutenção das trilhas, dos jardins, e
serviços gerais em torno do Centro de Visitantes.
As atividades de uso público na RPPN EVC concentram-se
principalmente no Centro de Visitantes e nas trilhas. A visitação é
realizada com acompanhamento de monitores, mediante agendamento por
telefone junto à administração, não havendo cobrança de ingresso.
Eventualmente grupos pequenos que não agendam a visita são atendidos
durante a semana, quando há disponibilidade de monitores.
As visitas iniciam-se no Centro de Visitantes, com atividades que
podem variar de acordo com o perfil da visita, mas quase sempre incluem
uma palestra com auxílio de data show, que dura entre trinta e quarenta
minutos. O espaço comporta grupos de aproximadamente 30 pessoas
sentadas, e quando excede este número alguns costumam ficar em pé nos
fundos, conforme demonstrado na Figura 21a, na palestra para um grupo
de estudantes da região.
O conteúdo da palestra não muda muito quando o público alvo é
um grupo de estudantes ou um grupo de técnicos, o que varia mais é o
tempo de exposição de cada slide, conforme o interesse e o horário de
visita do grupo. A palestra pode ainda ser ministrada na língua inglesa,
neste caso geralmente pela chefe da RPPN EVC, quando atende grupos
técnicos de estrangeiros (Figura 21b).
(a) (b)
Figura 21(a) – Palestra para grupo de estudante; (b) Palestra para representantes de instituições florestais nacionais e internacionais na RPPN Estação Veracel.
79
Com relação à ergonomia dos bancos, observa-se pelas duas figuras
acima, que não se mostram muito adequados principalmente para
palestras mais longas, que podem durar entre quarenta minutos a quase
uma hora.
No Centro de Visitantes acontecem atividades organizadas para os
grupos de escolas da região, de acordo com a faixa etária, clima no dia da
visita e tempo de permanência na unidade. Dinâmicas de grupos e
brincadeiras fazem parte da programação (Anexo II – Oficinas
Participativas), podendo ser realizadas tanto dentro do Centro de
Visitantes em dias chuvosos (Figuras 22a e 22b), como no jardim em
frente em dias ensolarados.
(a) (b)
Figura 22(a) – Dinâmica de grupo “Encadeamento”; (b) Brincadeira “Que animal sou eu” na RPPN Estação Veracel.
Em seguida os grupos costumam visitar uma das trilhas, com
orientação de um guia para cada grupo de 15 pessoas. As visitas duram
aproximadamente entre duas e três horas, contabilizando o tempo de
palestra e interpretação na trilha.
Perfil do Visitante
Com o objetivo de levantar o histórico do uso e perfil do visitante na
RPPN EVC, foi solicitada aos funcionários a sistematização de dados
contidos em diversos livros de registros, como este apresentado na Figura
23a, que é disponibilizado no Centro de Visitantes juntamente com uma
80
caneta embutida em uma pena (Figura 23b), onde ficam registrados a
data, o nome e procedência dos visitantes. Ao lado do livro de registros
fica ainda o livro de mensagens (Figura 23b), onde o visitante pode deixar
suas impressões sobre a visita à unidade.
No livro de mensagens foram encontrados registros de brasileiros e
estrangeiros, sendo o conteúdo em geral de:
• Elogio ao trabalho de conservação;
• Agradecimento e elogio da visita e funcionários pelo treinamento e preparo;
• Sugestão para que os guias façam cursos de inglês;
• Encorajamento da continuidade de iniciativas conservacionistas; e,
• Registro de observação de fauna nas trilhas.
(a) (b)
Figura 23(a) – Livro de Registros e Livro de Mensagens; (b) Visitante registrando dados no livro disponibilizado no Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
Dentre os principais tipos de visita identificados na unidade estão a
visita com perfil educacional, que atende grupos de escolas e a visita com
perfil técnico, voltada a profissionais da área ambiental, acionistas da
empresa e funcionários. De acordo com os dados de visitação analisados,
o perfil de visitante que freqüenta a RPPN pode ser classificado em:
• Estudantes (regionais e outros);
• Ecoturistas brasileiros (regionais e outros);
• Ecoturistas estrangeiros (EUA, Europa e outros); e
81
• Visitantes da Veracel, sendo do Programa de Integração ou Visita
Institucional.
O principal grupo visitante da RPPN é o com perfil educacional
(Figura 24), responsável por 74% do total das médias anuais do período
entre 1996 e 2004, e em segundo colocado encontram-se os ecoturistas
brasileiros com 18% da freqüência.
A demanda de visitação é sazonal e mais intensa no final do ano
(Figura 26), e não parece estar relacionada ao fluxo turístico de Porto
Seguro, cuja característica de destino tem sua maior visitação,
culminando invariavelmente no período de verão e feriados como o de
carnaval.
Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel
74%
18%3% 3% 2%
Estudantes
Ecoturistas brasileiros
Ecoturistas estrangeiros
Programa de integração
Visitas institucionais
Figura 24 – Perfil dos visitantes na RPPN Estação Veracel durante o período de 1996 e 2004.
A data comemorativa que mais influenciou no aumento da demanda
de visitação na RPPN EVC foi a semana da árvore, de 20 a 24 de setembro
de 2004, quando foram recebidos 13 grupos de escolas da região,
totalizando 672 visitantes em um só dia, bem superior à média mensal
observada na Figura 25. Foram observados alguns picos de visitação em
comemorações especiais da empresa, como no mês de dezembro de 2001,
quando a Veracel comemorou seus 10 anos, recebendo na RPPN EVC 193
visitantes classificados no Programa de Integração.
82
A forte sazonalidade pode ser causa e conseqüência da
informalidade na divulgação da RPPN EVC, e também do não estímulo ao
trabalho com agências e operadoras de prestação de serviços turísticos.
Mesmo com um número significativo de visitantes estrangeiros na
RPPN, a grande maioria dos visitantes procede do Brasil e região (Figura
26).
Média mensal de visitação na RPPN Estação Veracel
132,192,9
248,1
104,6
248,3
336,3
173,4
235,5
359,4
267,5
410,5427,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 25 – Média de visitação mensal da RPPN Estação Veracel entre 1998 e
2005.
83
Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação Veracel
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Brasileiros
Estrangeiros
Figura 26 – Total de visitantes brasileiros e estrangeiros na RPPN Estação Veracel de 1996 a 2004.
A intensidade da visitação também é muito variável. Se excluirmos
as visitas de escolas (atividade voltada à educação ambiental formal) o
fluxo de visitantes varia pouco ao longo do ano. Em termos gerais, a RPPN
é pouco conhecida da população, dos turistas e veranistas. Em alguns
casos, os atrativos podem ter sido divulgados de forma dissociada da
unidade de conservação, como na época do funcionamento dos viveiros de
animais silvestres que era visto como um mini-zoológico, e isso resulta em
desconhecimento da existência da unidade e de suas funções e
importância.
Sistema de Trilhas
Atualmente, o sistema de trilhas da RPPN EVC é composto por cinco
trilhas, que serão descritas na spróximas páginas:
• Trilha da Floresta Tropical • Trilha do Pau-Brasil • Trilha das Orquídeas • Trilha da Plataforma • Trilhas das Bromélias
84
Trilha da Floresta Tropical
Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 1.404,4m
Percurso total (ida e volta): 2.808,8m.
Tipo: circular e em oito.
Tempo de caminhada: uma hora e meia.
Grau de dificuldade: baixo.
Formação vegetacional: floresta secundária.
Atrativos: floresta exuberante, exemplares arbóreos de grande porte, ponte
suspensa (Figura 27a), cabana indígena (Figura 27b), armadilhas
indígenas de caça e observação de avifauna.
(a) (b)
Figura 27(a) – Ponte suspensa; (b) Cabana indígena – Kijeme na RPPN Estação Veracel.
Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.
Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão
vegetacional, importância da conservação das florestas.
Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer a checagem e
manutenção constante da ponte.
Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:
• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,
troncos caídos que acabam criando diversos desvios laterais (Figura
85
28a), raízes soltas (Figura 28b) e tocos de arbustos, que devem ser
retirados;
(a) (b)
Figura 28(a) – Troncos e galhos caídos na trilha provocando desvios; (b) Raízes soltas que devem ser retiradas das trilhas na RPPN Estação Veracel.
• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em
equipamentos facilitadores;
• Presença intensa de carrapatos e micuins.
Trilha do Pau–Brasil
Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 1.809,6m
Percurso total (ida e volta): 3.241,0m.
Tipo: circular, linear e em oito.
Tempo de caminhada: duas horas e meia.
Grau de dificuldade: baixo a moderado.
Formação vegetacional: floresta secundária.
Atrativos: floresta exuberante, exemplares arbóreos de grande porte,
avifauna, ponte (Figura 29a).
Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.
Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão
vegetacional, importância da conservação das florestas.
86
Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer a checagem e
manutenção constante da ponte.
Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:
• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,
troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser
retirados;
• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em
equipamentos facilitadores;
• Faltam exemplares significativos da espécie que nomeou a trilha:
pau-brasil (Figura 29b);
• Presença intensa de carrapatos e micuins.
(a) (b)
Figura 29(a) – Ponte suspensa na Trilha do Pau-Brasil na RPPN Estação Veracel; (b) Exemplares pouco significativos da espécie que nomeia a trilha: pau-brasil.
Trilha da Plataforma
Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 193,20m
Percurso total (ida e volta): 307,8m (193,2m de trilha + 114,6m de
estrada).
Tipo: circular.
Tempo de caminhada: meia hora.
87
Grau de dificuldade: baixo.
Formação vegetacional: floresta secundária.
Atrativos: exemplar arbóreo de grande porte de figueira Mata-Pau,
plataforma sob árvores (Figura 30a).
Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.
Pontos de interpretação: vista do dossel da Floresta Atlântica.
Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a plataforma não está em uso
e requer manutenção. Os bancos devem ser revitalizados (Figura 30b).
Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:
• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,
troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser
retirados;
• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo nos
equipamentos facilitadores.
(a) (b)
Figura 30(a) – Plataforma de acesso a copa da árvore na RPPN Estação Veracel; (b) Bancos que devem ser reformados.
Trilha das Orquídeas
Especificações técnicas da trilha Extensão da trilha: 214,9m
Percurso total (ida e volta): 429,8m.
88
Tipo: circular.
Tempo de caminhada: meia hora.
Grau de dificuldade: baixo.
Formação vegetacional: floresta secundária.
Atrativos: poucos exemplares de orquidácea, caminhada na floresta.
Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.
Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão
vegetacional, importância da conservação das florestas.
Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer manutenção.
Baixíssima densidade de exemplares de orquídeas nesta trilha (Figura
31a) para que justifique seu nome.
Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:
• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,
troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser
retirados;
• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em
equipamentos facilitadores;
• Foi observado vestígio de pesquisa, como fitas coloridas (Figura 31b);
• Presença intensa de carrapatos e micuins.
(a) (b)
Figura 31(a) – Um dos poucos exemplares de orquídea encontrado na trilha; (b) Vestígio de pesquisa em trilhas na RPPN Estação Veracel.
89
Trilha das Bromélias
Especificações técnicas da trilha
Extensão da trilha: 403,7m
Percurso total (ida e volta): 1.225,1m (410,7m Trecho de ida e volta em
estrada + 403,7m Trecho em trilha).
Tipo: circular.
Tempo de caminhada: quarenta minutos.
Grau de dificuldade: baixo.
Formação vegetacional: floresta secundária.
Atrativos: floresta, gradiente topográfico, exemplares arbóreos de grande
porte.
Atividades: caminhada, contemplação, interpretação, fotografia, filmagem.
Pontos de interpretação: biodiversidade da Floresta Atlântica, sucessão
vegetacional, importância da conservação das florestas.
Limitantes e riscos (incluindo sazonalidade): a trilha requer manutenção.
Avaliação biofísica do traçado preliminar da trilha:
• Foram observados obstáculos naturais na trilha, como galhos,
troncos caídos, raízes soltas e tocos de arbustos, que devem ser
retirados;
• Não foram observados indícios de fogo, lixo e vandalismo em
equipamentos facilitadores;
• Raros exemplares de bromélias (Figura 32a);
• Na travessia de um córrego deve-se estudar a implantação de uma
pequena estrutura para não ocorrer problema com drenagem (Figura
32b);
• Presença de carrapatos e micuins.
90
(a) (b)
Figura 32(a) – Raro exemplar de bromélia na trilha; (b) Travessia de córrego onde deve-se estudar intervenção com estruturas na RPPN Estação Veracel.
Infra-estrutura
A necessidade de planejar os espaços e atividades de uso público é
um fator primordial para ordenar a visitação nas áreas naturais
protegidas. De um modo geral, a infra-estrutura existente na RPPN EVC
vem atendendo a atual demanda de visitação na unidade de conservação.
Todas as atividades realizadas na RPPN EVC sejam administrativas,
de pesquisa ou de visitação estão concentradas em uma mesma área, de
onde se tem acesso através de três entradas principais:
• Portão de entrada particular ao Centro de Visitantes e
Administração (Figura 33a);
• Portão de entrada de visitantes para o Centro de Visitantes (Figura
33b);
• Portão de acesso à Casa dos Funcionários e Casas de Apoio à
Pesquisa.
91
(a) (b)
Figura 33(a) – Entrada restrita a funcionários; (b) Portão de entrada de visitantes para acesso ao Centro de Visitantes na RPPN Estação Veracel.
O Centro de Visitantes (Figura 34a) é o ponto de referência de todas
as atividades de uso público que ocorrem na unidade de conservação, pois
é neste espaço que o visitante tem o primeiro contato com os monitores,
assiste às palestras, de lá parte para a caminhada nas trilhas e retorna. O
Centro de Visitantes da RPPN EVC conta com um amplo espaço composto
por:
• uma área aberta utilizada para recepção e palestras, ocupado de um
lado por bancos e uma pequena mesa para projeção de data show, e
do outro por mesas para apoio (atividades diversas, livro de
registros, livro de mensagens, pequenos animais conservados em
vidros – Figura 34b). Algumas mesas eram utilizadas para as
refeições dos funcionários, mas agora são realizadas numa
edificação nova construída para refeições, descanso e alojamento;
• um conjunto de lixeiras para coleta seletiva;
• uma cantina com abertura para a área aberta (Figura 35a);
• uma cozinha, era utilizada para preparar principalmente as
refeições dos funcionários, mas esta atividade foi transferida para a
casa nova dos funcionários;
• dois banheiros, sendo um masculino e um feminino, com placas e
adesivos também na língua inglesa;
• um almoxarifado;
• um dormitório com duas camas para funcionários.
92
• um estacionamento, ao lado esquerdo do portão de entrada para o
visitante, com capacidade para aproximadamente três ônibus
(Figura 35b).
(a) (b)
Figura 34(a) – Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel; (b) Mesas de apoio à exposição de animais conservados em vidros.
(a) (b)
Figura 35(a) – Cantina com abertura para a área aberta; (b) Estacionamento (ônibus no lado direito ao fundo) na RPPN Estação Veracel.
Ao longo do caminho até o Centro de Visitantes são encontradas
algumas estruturas como um quiosque construído em 2006 (Figura 36a) e
bancos com mesa (Figura 36b).
93
(a) (b)
Figura 36(a) – Quiosque construído em 2006; (b) Bancos e mesa na área em frente ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
Um dos acessos à Casa Administrativa (Figura 37a) parte do Centro
de Visitantes por um caminho de pedriscos e bordaduras de pingo-de-ouro
(Duranta repens L. var. aurea Hort.), um arbusto lenhosos obtidos por
trabalhos de seleção hortícola sobre a espécie típica que origina-se do
México até o Brasil. Na Figura 37b observa-se que apesar dos caminhos
estabelecidos, alguns funcionários utilizam atalhos para chegar à
administração, um sinal de que estes percursos estabelecidos podem não
ser os mais adequados, pois geralmente são mais longos.
(a) (b)
Figura 37(a) – Casa da Administração; (b) Gramado marcado por pisoteio, no atalho para chegar à administração na RPPN Estação Veracel.
Próximo à casa da administração estão localizadas outras
edificações, algumas construídas recentemente como a casa dos
funcionários (Figura 38a), com uma parte em alvenaria e outra em
94
madeira, aproveitando o material que veio de uma casa de madeira da
empresa, que foi desmontada. Antes as refeições dos funcionários eram
preparadas e servidas no Centro de visitantes, onde eles também
permaneciam para um breve descanso.
Mesmo que a freqüência de visitação na RPPN EVC não fosse muito
alta na maior parte do tempo, foi observado certo desconforto quanto aos
usos diferenciados do Centro de Visitantes, pois a presença do visitante no
horário de almoço, por exemplo, acabava por tirar a privacidade dos
funcionários acostumados com o dia-a-dia no espaço, ao mesmo tempo
que o ótimo aroma no momento do preparo dos alimentos e um pouco de
barulho na cozinha distraia os visitantes da palestra.
Um ótimo exemplo de uso da madeira de eucalipto é demonstrado
na Figura 38b, pelas mesas e cadeiras que foram adquiridas para a casa
dos funcionários, produzidos na região. Em futuras reformas no Centro de
Visitantes este material também deve ser utilizado, já que pode ser muito
didático no incentivo às práticas sustentáveis, por não utilizar-se de
matéria prima de florestas nativas.
(a) (b)
Figura 38(a) – Casa dos funcionários na RPPN Estação Veracel (vista dos fundos); (b) Conjunto de mesas e cadeiras feitas de eucalipto, bom exemplo de outros usos da madeira.
Com estas novas edificações atendendo atividades que antes tinham
seu apoio no Centro de Visitantes, está prevista uma reforma visando
95
atender melhor o visitante, com uma nova sala de projeção e palestras e
reformulação de painéis para exposição no Centro de Visitantes.
Outras edificações próximas à administração são o alojamento de
pesquisadores e laboratório (Figura 39a) e o viveiro da harpia (Figura 39b),
atualmente fechado à visitação para prevenir o animal à exposição ao
stress.
(a) (b)
Figura 39(a) – Alojamento de pesquisadores e laboratório na RPPN Estação Veracel; (b) Viveiro da harpia, atualmente fechado à visitação.
Sistema de Sinalização
Estradas
Na estrada chegando à RPPN EVC pela BR-367, no sentido Porto
Seguro – Eunápolis são observados dois tipos de placas indicativas:
• placa mais antiga em fundo verde e letras brancas, citando a área
como Patrimônio Mundial Natural da UNESCO (Figura 40a);
• placa mais nova, padronizada para a Costa do Descobrimento, em
fundo marrom e letra branca, fazendo referência a um roteiro que
inclui outras unidades de conservação em destaque (40b).
96
(a) (b)
Figura 40(a) – Placa antiga com fundo verde e letras brancas; (b) Placa nova, padrão para a Costa do Descobrimento.
Mais próximo à entrada para a RPPN EVC encontra-se outra placa
(Figura 41a) indicando a entrada também para a Estação Ecológica do
Pau-Brasil e CEPLAC – Centro de Pesquisa do Cacau, cuja entrada está
localizada à esquerda da estrada de terra que passa pela RPPN EVC e que
vai até o município de Santa Cruz Cabrália. Já na estrada de terra foi
instalada uma placa, do tamanho de outdoor, apontando a distância do
Centro de Visitantes da RPPN EVC (Figura 41b), localizado a 1.500m da
BR367.
(a) (b)
Figura 41(a) – Placa indicando a RPPN Estação Veracel e a Estação Ecológica do Pau-Brasil; (b) Placa de indicação do Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
97
Bem próximo, também ao lado direito da estrada de terra é
encontrada uma placa menor de mesmo conteúdo, em língua inglesa,
voltada ao visitante estrangeiro (Figura 42a).
A única placa de limite de velocidade (40 Km/h) encontrada na
estrada de terra municipal, desde o acesso pela BR376 até o final da área
da RPPN EVC, fica localizada no trecho inicial logo depois das placas que
indicam a distância do Centro de Visitantes. Além de deteriorada, esta
placa não se encontra afixada ao chão, mas apenas apoiada em um poste
(Figura 42b).
Sua substituição, assim como instalação de outras placas com
limite de velocidade ao longo da estrada municipal devem ser solicitadas
junto aos órgãos responsáveis. Para diminuir a velocidade, em alguns
trechos até chegar à entrada da sede da RPPN EVC, foram instaladas
lombadas com terra, sendo que algumas já estão muito baixas e não
cumprem mais sua função.
(a) (b)
Figura 42(a) – Placa em língua inglesa voltada ao visitante estrangeiro; (b) Única placa indicando limite de velocidade na estrada para a RPPN Estação Veracel.
O ponto seguinte onde foram observadas placas da RPPN EVC fica
localizado aproximadamente à 300m da sede, com uma placa à direita
identificando a RPPN como Sítio do Patrimônio Mundial Natural (Figura
43a) e mais adiante à esquerda, a terceira placa apontando a distância do
Centro de Visitantes, mas esta é bilíngüe português/inglês, dá as boas
vindas e informa o telefone para agendamento de visitas (Figura 43b).
98
(a) (b)
Figura 43(a) – Identificação da unidade de conservação como Sítio do Patrimônio Mundial Natural; (b) Terceira placa apontando a distância do Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
Ao longo da estrada, passando o Centro de Visitantes são
encontradas placas informando que a área é uma unidade de conservação
(Figura 44a), informando que se trata de área particular e alerta contra
crime ambientais (Figura 44b), e diversas placas educativas alertando o
visitante a ter cuidado em não ser causador de incêndios (Figura 45a),
impactos à fauna (Figura 45b) e não jogar lixo (Figura 46 a e b).
(a) (b) Figura 44(a) – Placa informando que a RPPN Estação Veracel é uma unidade de conservação; (b) Placa informando que se trata de área particular e alerta contra crime ambientais.
99
(a) (b)
Figura 45(a) – Placas educativas alertando o visitante a ter cuidado em não ser causador de incêndios; (b) Placa de respeito à fauna silvestre na estrada para a RPPN Estação Veracel.
Na Figura 46b pode ser observada uma placa mais antiga, de mesmo
conteúdo das demais, e observa-se deterioração leve na chapa metálica e
na base estrutural, pois foram encontradas placas outras similares tortas
ou com pouca fixação devido a apodrecimento do mourão de madeira.
(a) (b)
Figura 46(a) – Placa de conscientização para não jogar o lixo na área da RPPN Estação Veracel; (b) Placa educativa antiga.
Placas identificando a área como propriedade particular são
encontradas em áreas de divisa, geralmente nas bordas da floresta, como
esta demonstrada nas Figuras 47a e 47b, localizada nos fundos de um
pátio com carros apreendidos, junto ao Posto de Fiscalização da Polícia
Federal na BR367. A placa adverte proibições como caça, destruição da
mata e incêndio, com base em crimes previstos na lei de crimes
ambientais no 9.605/98.
100
(a) (b)
Figura 47(a) – Placa identificando a área como propriedade particular, encontrada em área de divisa da RPPN Estação Veracel; (b) Conteúdo da placa com enfoque na lei de crimes ambientais.
No conjunto todas as placas seguem um padrão de layout e estão
em boas condições de conservação, tanto suas bases de fixação como as
chapas metálicas e mensagens.
Infra-estrutura e áreas de circulação interna O layout das placas que indicam a localização das estruturas nas
áreas de circulação interna é mais variado. A placa que identifica a RPPN
EVC (Figura 48a) está localizada à direita de quem vem da BR-367, em
frente à sede administrativa da unidade de conservação. Feita em madeira
com as letras entalhadas e pintadas em branco, a placa encontra-se em
bom estado de conservação. Apenas com a ressalva do nome Estação
Veracruz que deve ser atualizado, podendo ser substituída por Estação
Veracel somente a parte inferior da placa, caso não seja realizado um
projeto de comunicação visual geral, o que ao menos em curto/médio
prazo não se faz necessário.
Ao cruzar o portão de entrada o visitante encontra à esquerda uma
placa bilíngüe português/inglês (Figura 48b) na primeira bifurcação do
caminho, sendo à esquerda o acesso a área administrativa, de pesquisa,
funcionários e viveiro e seguindo em frente está o Centro de Visitantes.
101
(a) (b)
Figura 48(a) – Placa de identificação da RPPN Estação Veracel; (b) Placa indicativa bilíngüe do Centro de Visitantes.
Chegando próximo ao Centro de Visitantes, uma placa bilíngüe
português/inglês (Figura 49a), com base em eucalipto tratado roliço e
placa metálica encaixada, com a mesma diagramação das placas
encontradas na estrada, identificam a edificação. Um conjunto de lixeiras
de coleta seletiva está identificado com adesivos (Figura 49b)
diferenciando o lixo como papel, plástico, outros e uma pequena lixeira à
esquerda que serve como cinzeiro. Estes adesivos encontram-se um pouco
desbotados, mas estão ainda bem visíveis.
(a) (b)
Figura 49(a) – Placa identificando o Centro de Visitantes; (b) Adesivos identificam tipo de resíduo nas lixeiras de coleta seletiva próximo ao centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
No espaço interno do Centro de Visitantes são encontrados outros
tipos de placas, como uma placa informativa de material em exposição
102
(Figura 50a), também bilíngüe português/inglês, fixada em um tronco de
árvore, com a seguinte mensagem: “Madeira de pau-brasil apreendida pelo
IBAMA em maio de 2000 no município de Camacã, sul da Bahia”. A placa
apresenta uma das pontas quebrada e uma das letras adesivadas
faltando, talvez causada por vandalismo em local de uso intensivo, já que
foi a única placa com este caso.
Fixada entre pilares de sustentação do Centro de Visitantes, no
caminho para a cantina e os sanitários, encontra-se a placa que
testemunha o evento da criação da RPPN (Figura 50b), com a seguinte
mensagem: “Na presença do Governador da Bahia, Dr. César Borges e do
Ministro do Meio Ambiente Deputado José Sarney Filho, formalizou-se a
criação desta RPPN – Reserva do Patrimônio Natural – Estação Veracruz,
que perpetua para as gerações futuras a paisagem e a biodiversidade da
Mata Atlântica da região onde nasceu o Brasil”.
(a) (b)
Figura 50(a) – Placa informativa de material em exposição; (b) Placa-marco de criação da RPPN Estação Veracel.
Esta placa que é um marco da criação da RPPN EVC merece um
lugar de maior destaque, devendo, portanto ser estudado outro local no
Centro de Visitantes para sua fixação.
Outras placas encontradas são as que identificam os sanitários
(Figura 51a), fixadas nas portas, bilíngüe português/inglês, apenas no
103
masculino falta uma placa. Até mesmo as lixeiras internas dos banheiros
são identificadas com adesivos com texto em português e inglês. Na
mesma Figura 51a pode ser observado um quadro de avisos, entre os dois
banheiros, com informes gerais sendo alguns identificados por “fique por
dentro” e outro “agendas”.
A idéia do quadro de informes deve ser mantida, aproveitando o
espaço para divulgar informações atuais, com renovação mensal de suas
mensagens, mas sugere-se que seja estudado local mais adequado, pois se
trata de uma área de circulação. No lugar do quadro de avisos pode-se
colocar um quadro temático de artista local.
Com a construção da casa dos funcionários, as informações de
caráter administrativo como, por exemplo, as agendas, devem ser afixadas
neste espaço ou na casa administrativa, ou ainda no próprio Centro de
Visitantes, mas em local separado da área de circulação dos visitantes.
Todas as edificações estão bem identificadas com placas, todas
bilíngües português/inglês, como a casa da Administração (Figura 51b), o
Centro de pesquisas (Figura 52a) e a sala do ambulatório veterinário
(Figura 52b).
(a) (b)
Figura 51(a) – Placa identificando sanitários e quadro de avisos; (b) Placa identificando a casa da administração na RPPN Estação Veracel.
104
(a) (b)
Figura 52(a) – Placa identificando o Centro de Pesquisas da RPPN Estação Veracel; (b) Placa identificando a sala do ambulatório veterinário.
O antigo uso de uma área anexa à administração ainda se encontra
refletido nas placas, quando um dos atrativos da RPPN EVC era a vista
aos viveiros de animais silvestres, do qual ainda resta o do Projeto Harpia.
Assim, podem ser encontradas no caminho até a casa dos funcionários,
placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com guias (Figura
53a) e placa de identificação de espécies arbóreas representativas da mata
atlântica, como o pau-brasil (Figura 53b), informando o nome científico, a
família botânica, áreas de ocorrência e curiosidades.
(a) (b)
Figura 53(a) – Placas de aviso alertando a entrada exclusiva somente com guias nos viveiros de animais silvestres hoje desativado; (b) Placa de identificação do pau-brasil na RPPN Estação Veracel.
105
Ainda no portão de entrada ao Centro de Visitantes é encontrada
uma placa (Figura 54a) informando a entrada restrita a funcionários,
seguindo a mesma diagramação das placas encontradas na estrada e
edificações. Uma placa em madeira informando o local para
estacionamento (Figura 54b), com a mesma diagramação da placa que
sinaliza o caminho para o Centro de Visitantes, é encontrada próxima ao
portão de entrada dos visitantes.
(a) (b)
Figura 54(a) – Placa alertando que a entrada é restrita a funcionários; (b) Placa indicando local para estacionamento de visitantes na RPPN Estação Veracel.
De forma geral, a área sede da RPPN EVC está muito bem
sinalizada, com a grande maioria das placas em língua portuguesa e
inglesa, sendo identificados três diagramações e formatos, que indicam
concepções em épocas e autores distintos, mas que não justificam, pelo
menos a curto prazo, a substituição de todas as placas. Deve-se sim
realizar em médio prazo um estudo identificando a necessidade de novas
placas, e a substituição das demais, criando uma identidade visual em
todo o conjunto.
Trilhas Antes mesmo de iniciar o passeio pelas trilhas, no caminho para o
Centro de Visitantes, o visitante é entretido com informações encontradas
nas placas (Figura 55a) que identificam uma diversidade de palmeiras
nativas do Brasil. Uma proposta para a organização e melhor
106
aproveitamento destas placas é apresentada no componente
“Planejamento – Programa de Uso Público”.
As placas instaladas no início das trilhas seguem o estilo de
diagramação de uma das placas de acesso ao Centro de Visitantes e da
placa de estacionamento para visitantes, em madeira envernizada, com
letras adesivadas. Na Figura 55b é apresentada a placa do trecho de
comum acesso às trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil, ambas
bilíngües português/inglês. Neste conjunto pode ainda ser observada uma
pequena placa de aviso, no mesmo padrão das placas instaladas na
estrada e infra-estruturas, informando que a área é propriedade particular
e que a trilha é realizada somente com guias.
Quanto às trilhas da Plataforma e das Orquídeas, apesar de
iniciarem no mesmo local, somente a da Plataforma é identificada com
uma placa. O estado geral de conservação das placas de orientação das
trilhas é bom, assim como a quantidade e localização. Uma vez que os
passeios continuarão sendo acompanhados por monitores, não devem ser
instaladas placas ao longo do percurso, mantendo somente as placas já
existentes.
(a) (b)
Figura 55(a) – Placas que identificam palmeiras nativas do Brasil; (b) Placa para as trilhas da Floresta Tropical e Pau-Brasil na RPPN Estação Veracel.
107
4. Significância da Unidade e Conectividade 4.1 Conservação do Patrimônio Natural e Conectividade com outras Unidades de Conservação
A RPPN EVC está inserida no Sítio do Descobrimento, um dos sítios
do patrimônio natural do Brasil. O reconhecimento nacional e
internacional das áreas que compõem o Sítio do Descobrimento ocorreu
devido ao alto valor natural para a humanidade. Além disso, a RPPN EVC
é a maior reserva privada da Mata Atlântica, oficialmente reconhecida pelo
Governo Brasileiro, contribuindo para a proteção de um dos trechos mais
bem conservados de floresta de tabuleiros na Mata Atlântica e de várias
espécies ameaçadas de extinção como o macaco-preto (Cebus robustus) e o
beia-flor balança-rabo-canela (Glaucis dohrnii). Por isso, a RPPN EVC é
reconhecida como “Key Biodiversity Áreas” (KBAs) ou áreas chave para a
biodiversidade (ver Eken et al., 2004). As KBAs são áreas definidas,
passíveis de delimitação e, potencialmente, de manejo para conservação,
destinadas à proteção de espécies que se enquadram em um ou mais dos
seguintes critérios: a) espécies globalmente ameaçadas; b) espécies de
distribuição restrita; c) espécies que formam agregações em áreas
específicas em algum estágio de seu ciclo vital; d) assembléias de espécies
restritas ao bioma (Eken et al., 2004).
Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a grande
importância da RPPN EVC na manutenção das características do
ambiente, tais como os mananciais que contribui com água de melhor
qualidade para vários rios da região e na manutenção de solos que
apresentam fortes limitações naturais e, por isso, são altamente passíveis
de degradação. Os cursos d’água da RPPN EVC drenam sobre os depósitos
sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente modelados pelos
processos erosivos. Em geral os solos são de baixa fertilidade, baixos teores
de matéria orgânica, ácidos e com teores elevados de alumínio.
Apresentam horizontes superficiais arenosos (que dificulta a retenção de
água e nutrientes) e sujeitos a erosão natural, geralmente acelerada,
quando se retira a cobertura vegetal nativa. Diante dessas peculiaridades
108
foram determinadas três zonas de fragilidade e as respectivas sub-zonas,
baseadas nos padrões de drenagem e características do relevo, solos, erosão
e da vegetação da área.
A biodiversidade da RPPN EVC é bastante elevada, sendo uma das
áreas mais representativas e íntegras das florestas de tabuleiro do sul da
Bahia, uma tipologia vegetacional da Mata Atlântica muito ameaçada. As
áreas analisadas no levantamento florístico permitem afirmar que a RPPN
EVC se situa entre as 20 áreas do mundo com maior número de
indivíduos e elevado número de espécies arbóreas. A reserva é também
um importante repositório da fauna regional, ainda persistem na RPPN
EVC algumas espécies localmente extintas em outras regiões da Mata
Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris) e o gavião-real (Harpia
harpyja). As principais ameaças à fauna local são a caça predatória e o
isolamento da reserva. Pela importância biológica da reserva e pela sua
localização estratégica, pretende-se fortalecer a atividade de pesquisa na
RPPN EVC, para que esta se transforme em referência regional, nacional e
internacional na geração de conhecimento sobre a biodiversidade da Mata
Atlântica.
Sendo assim, a RPPN EVC assume importância ainda maior no
contexto ambiental da região, principalmente quando se busca a
conectividade entre estas áreas, com o objetivo de garantir a manutenção
dos processos ecológicos e a própria sobrevivência de inúmeras espécies
de fauna e flora. Existem hoje na região diversas iniciativas que têm como
objetivo a implantação de corredores ecológicos a partir de ações de
restauração florestal e recomposição de áreas de preservação permanentes
em bacias hidrográficas.
Dentre estas ações, podemos destacar o projeto Conservação e
Restauração em Terras Privadas, executado desde 2003 pela parceria
entre o Instituto BioAtlântica, Conservação Internacional, The Nature
Conservancy, Veracel Celulose e Aracruz Celulose (Mesquita et al., 2006).
Este projeto é responsável pela implantação de duas unidades
experimentais de restauração, localizadas no município de Santa Cruz
Cabrália, onde estão sendo monitorados diversos parâmetros referentes ao
crescimento das espécies florestais nativas plantadas e seu papel como
109
corredores para elementos da fauna no contexto da paisagem local. O
projeto tem como meta a restauração de cerca de 2.500ha ao longo de
cinco anos, além da proteção efetiva de cerca de 1.600ha de trechos de
florestas nativas, sob diferentes modalidades de proteção em terras
privadas (e.g. reservas legais de propriedades rurais demarcadas e
averbadas). Através destas intervenções estrategicamente localizadas na
paisagem local, a expectativa é que tais ações permitam o
restabelecimento da conectividade ecológica em mais de 35 mil hectares
contínuos de florestas nativas, incluindo a RPPN EVC, o Parque Nacional
Pau Brasil e todo um conjunto de remanescentes florestais localizados nas
propriedades da Veracel Celulose (Figuras 56 e 57).
4.2 Potencial para Visitação
O potencial de visitação é um dos critérios para definir a vocação de
uso, que diz respeito ao uso possível nas unidades de conservação, seja
para recreação, lazer ou educação ambiental. A RPPN EVC, situada
apenas a 25 minutos de Porto Seguro, oferece oportunidades para atender
diversos tipos de atividades de uso público, como educação ambiental,
recreação ao ar livre e pesquisa científica.
A inclusão de uma visita a áreas naturais protegidas já é um hábito
crescente no Brasil, o que faz da RPPN EVC, uma unidade de conservação
com potencial desenvolver e contribuir para o desenvolvimento local de
atividades compatíveis com a conservação da natureza, relacionadas
direta ou indiretamente ao turismo.
Inserido dentro do Pólo da Costa do Descobrimento, que divulga um
conjunto de atividades que vão desde o turismo ecológico até a
“badalação” da noite, a atividade turística, nos moldes com que foram
criadas em Porto Seguro e região, certamente representaria um vetor de
pressão sobre a RPPN EVC ao demandar infra-estrutura, recursos
humanos, serviços e práticas de gestão e manejo que colaborem com a
conservação dos recursos naturais.
110
Figura 56 – Rede de remanescentes florestais na região da RPPN Estação Veracel.
111
Figura 57 – Rede de remanescentes florestais na circunvizinhança da RPPN Estação Veracel.
Este vetor de pressão pode criar condições favoráveis em momentos
futuros, se algum dia houver mudanças na forma de gerenciar a RPPN
EVC, objetivando a visitação de forma ordenada e regulamentada,
proporcionando oportunidades aos visitantes e também buscando
mecanismos de consolidação da unidade de conservação como vetor de
desenvolvimento das comunidades vizinhas.
112
4.3 Potencial para Conscientização Ambiental Frente aos objetivos conservacionistas da RPPN EVC, a facilidade de
acesso oferece a vantagem de alcance mais efetivo de diversos grupos e
atores sociais, inserindo-os em atividades educativas e sensibilizadoras.
Estas atividades poderiam abordar à presença de situações impactantes
na unidade, que conflitem com seus objetivos de criação, como a caça,
bem como contribuir para o esclarecimento de questões relativas ao
manejo do eucalipto na região.
113
PLANEJAMENTO 1 Objetivos Específicos do Manejo
O planejamento de uma unidade de conservação envolve o
estabelecimento dos objetivos de manejo, ou seja, dos motivos pelos
quais se deseja atuar sobre aquele ambiente. Em função destes objetivos
se faz o zoneamento, que define as possibilidades e restrições de uso para
cada espaço da unidade, e as propostas de ação, especificadas nos
programas e subprogramas.
O manejo da RPPN EVC foi definido para cumprir objetivos análogos
aos de uma Reserva Biológica, que têm a proteção integral de seus
recursos como objetivo primário. Para que este seja alcançado, deve ser
dada ênfase à geração de conhecimento sobre a Mata Atlântica e a ações
de educação ambiental no entorno da unidade de conservação. Para
tanto os objetivos específicos definido para a RPPN EVC são:
• preservar a biodiversidade contida na RPPN EVC;
• propiciar a manutenção dos recursos hídricos existentes na área
da RPPN EVC;
• proteger espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, tais
como a Glaucis dohrnii (balança-rabo-canela);
• propiciar atividades de pesquisa e monitoramento condizentes com
a categoria de manejo e o zoneamento existente;
• promover a educação e a interpretação ambiental;
• ampliar a proteção de remanescentes da Mata Atlântica na área do
entorno do Parque Nacional do Pau-Brasil;
• integrar o manejo da RPPN EVC aos objetivos do Programa
Corredores Ecológicos e outros projetos de conservação em âmbito
regional/global.
Algumas normas gerais para o manejo da RPPN EVC são propostas,
visando orientar a administração:
114
• são proibidos o ingresso e a permanência, na unidade, de pessoas
portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte,
caça, pesca ou a quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna e
à flora;
• a infra-estrutura a ser instalada na unidade limitar-se-á àquela
necessária para o seu manejo;
• é vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que não
sejam de interesse da unidade, tais como rodovias, barragens,
aquedutos, oleodutos, linhas de transmissão, entre outras;
• a fiscalização da unidade deverá ser permanente e sistemática;
• o uso do fogo será regulamentado pelas recomendações do manejo,
sendo estritamente proibido quando possa colocar em risco a
integridade dos recursos naturais da unidade;
• as pesquisas a serem realizadas na unidade, deverão ser
autorizadas pelo conselho de pesquisa da RPPN EVC, sempre em
consonância com os objetivos da unidade de conservação e com as
determinações da legislação vigente;
• são proibidas a caça, a pesca, a coleta e a apanha de espécimes da
fauna e da flora, em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelas
com finalidades científicas;
• a introdução ou a re-introdução de espécies da flora ou da fauna
somente será permitida quando fizer parte de um projeto de
pesquisa e com a devida autorização da empresa poprietária e do
Órgão Gestor ambiental;
• o monitoramento dos processos naturais e antrópicos deve fazer
parte da rotina de trabalho da RPPN EVC.
2. Zonas de Fragilidade
As zonas de fragilidade podem ser conceituadas como sendo
regiões ecodinâmicas em equilíbrio bioclimático/físico/químico, que
podem ser desestabilizadas em maior ou menor grau, mediante
processos de intervenção antrópicos ou não.
115
Para a área da RPPN EVC foram determinadas três zonas de
fragilidade (Figura 58), em um nível mais macro, baseadas nos padrões de
drenagem e relevo da região. Detalhando mais as informações, dentro de
cada uma destas zonas (Tabela 10), foram delimitadas quatro sub-zonas,
baseadas nas características dos solos, do relevo, dos padrões de
drenagem e erosão e da vegetação da área. Esta estratégia permitiu uma
maior hierarquização do ambiente, gerando níveis que indicam uma
limitação dentro de cada Zona.
Tabela 10 – Zonas e sub-zonas de fragilidade na RPPN Estação
Veracel.
Macro Zonas Sub-zonas
Zona 1 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso
Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso
Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso
Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso
Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso Zona 2 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso
Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso
Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso
Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso
Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso Zona 3 Sub-Zona 1 = poucas restrições para uso
Sub-Zona 2 = restrição moderada a forte para uso
Sub-Zona 3 = restrição forte ao uso
Sub-Zona 4.1 = restrição quase total ao uso
Sub-Zona 4.2 = Restrição total ao uso
116
Zona 1 – Região com predomínio de relevo com cotas acima de 70m de
altitude, com predomínio de formas mais suaves e ligeiramente
dissecado. Neste ambiente os rios apresentam-se com menor volume
de água e o afloramento do horizonte C, mais instável, do material do
Barreiras ocorre com menor frequência o que reduz os riscos de
erosão. Apresenta baixo risco à degradação.
Zona 2 - Região com predomínio de relevo com cotas entre 60 e 70m
de altitude e moderadamente dissecados. Neste ambiente os rios
apresentam-se com volume de água mediano e o afloramento do
horizonte C, mais instável, do material do Barreiras ocorre com
frequência moderada, sendo também moderado os riscos de erosão.
Zona 3 - Região com predomínio de relevo em cotas inferiores a 60m
de altitude, com predomínio de formas mais movimentadas e
fortemente dissecados. Neste ambiente os rios apresentam-se com
maior volume de água e o afloramento do horizonte C, mais instável,
do material do Barreiras ocorre com maior frequência, aumentando os
riscos de erosão. Apresenta alto risco à degradação.
117
Figura 58 – Zonas de fragilidade na RPPN Estação Veracel.
118
Sub-Zona 1 – Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo
plano e suave ondulado (declividade de 0–8%), com predomínio de
solos quimicamente pobres (Argissolos Amarelos), geralmente coesos,
de bem a moderadamente drenados, e suscetíveis a erosão laminar
não aparente a ligeira. Apresenta poucas restrições para o seu uso /
ocupação, bem como para a sua manutenção em condições naturais.
Sub-Zona 2 – Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo
ondulado e forte ondulado (declividade de 8–45%), com predomínio de
solos quimicamente pobres (Latossolos Amarelos), geralmente coesos,
bem drenados e suscetíveis à erosão laminar ligeira a forte. Apresenta
restrição moderada a forte requerendo cuidados para a manutenção de
equilíbrio eco-dinâmico.
Sub-Zona 3 - Áreas localizadas em ambiente de floresta com relevo
montanhoso a escarpado (declividade >45%), com predomínio de solos
quimicamente pobres (Cambissolos Háplicos), bem drenados e
suscetíveis à erosão laminar forte a muito forte. Apresenta restrição forte
quanto à intervenção humana.
Sub-Zona 4.1 – Áreas localizadas em ambiente de mussununga,
apresentando relevo plano e suave ondulado (declividade de 0–8%), com
predomínio de solos quimicamente muito pobres (Argissolos Amarelos),
arenosos, geralmente com camada endurecida (fragipã ou duripã) em
sub-superfície, que restringe a livre movimentação da água no perfil, e
suscetíveis à erosão tanto eólica quanto hídrica em grau ligeiro.
Apresenta fragilidade muito alta em condições naturais, podendo ser
agravada por intervenção antrópica. Restrição quase total ao uso.
Sub-Zona 4.2 - Áreas localizadas em ambiente de mussununga,
apresentando relevo ondulado (declividade >8%), com predomínio de
solos quimicamente muito pobres (Argissolos Amarelos), arenosos,
119
geralmente com camada endurecida (fragipã ou duripã) em sub-
superfície, que restringe a livre movimentação da água no perfil, e
suscetíveis à erosão tanto eólica quanto hídrica em grau forte a muito
forte. Apresenta fragilidade extremamente alta em condições naturais,
podendo ser agravada por intervenção antrópica. Restrição total ao uso.
3. Zoneamento
O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada
para atingir melhores resultados no manejo da unidade de conservação,
pois estabelece usos diferenciados para cada espaço, segundo os
objetivos, potencialidades e características encontradas no local.
Identificando e agrupando áreas com as qualificações citadas, estas irão
constituir zonas específicas, que terão normas próprias. Dessa forma, o
zoneamento torna-se uma ferramenta que vai contribuir para uma maior
efetividade na gestão da unidade de conservação (Ferreira et al., 2004).
O zoneamento foi definido através do cruzamento de informações
sobre a fauna, a integridade da floresta, os atributos e elementos físicos
da reserva, a infra-estrutura instalada, a interação com a
circunvizinhança e os objetivos de manejo primários e secundários
definidos para a RPPN EVC. A orientação das bacias hidrográficas dentro
da unidade de conservação foi também um importante subsídio para a
delimitação das zonas.
Conforme seus objetivos e usos permitidos, para a RPPN EVC
foram determinadas seis zonas de manejo: vida silvestre, primitiva,
recuperação, administrativa, educação ambiental e uso conflitante
(Figura 59). A extensão de cada uma das zonas de manejo estão
apresentadas na Tabela 11.
120
Figura 59 – Proposta de zoneamento para a RPPN Estação Veracel.
121
3.1. Zona silvestre A Zona Silvestre é aquela que contém áreas inalteradas e destinam-
se à conservação da biodiversidade. Podem ocorrer pesquisas, estudos,
monitoramento, proteção e fiscalização. Essas atividades podem exigir
alguma infra-estrutura destinada à proteção e a fiscalização (Ferreira et
al., 2004).
A Zona Silvestre da RPPN EVC possui 1.712ha (28,21% da área
total) e está localizada ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio João de
Tiba, que drena a área central da RPPN no sentido Oeste-Nordeste. A
divisa Oeste da Zona silvestre é confrontante com a Estação Ecológica
Pau-Brasil (ESPAB), área administrada pela CEPLAC e que tem seu
manejo como uma reserva privada destinada à conservação do
remanescente florestal.
De acordo com o manejo estabelecido para a RPPN EVC, as
pesquisas autorizadas nesta área terão necessariamente que contribuir
para o manejo da unidade de conservação. Nesta zona de manejo serão
implantadas armadilhas fotográficas para monitoramento da fauna e
uma parcela permanente, para monitoramento da dinâmica vegetacional,
de acordo com o estabelecido no programa de pesquisa.
Normas de de Uso da Zona silvestre
• as únicas intervenções permitidas serão aquelas atividades
indispensáveis à proteção da área a às investigações científicas e
monitoramento ambiental de baixo impacto e devidamente
autorizadas;
• atividades de fiscalização serão permanentes e sistemáticas nesta
zona;
• o uso de veículos deverá se restringir às atividades de fiscalização;
• devem ser observadas as normas gerais da Unidade.
122
3.2. Zona de Proteção A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que
tenham recebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem
ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e
formas de visitação de baixo impacto. Poderá conter infra-estrutura
estritamente voltadção a às atividades de proteção (Ferreira et al., 2004).
A Zona de proteção da RPPN EVC tem área total de 2.643ha
(43,55% da área total) e está dividida em três blocos, um no limite Oeste-
Noroeste, com 1.074ha; o segundo tem o sentido da drenagem Oeste-
Leste, com 1.103ha, separando o limite Sul da Zona silvestre da Zona de
Recuperação e o menor bloco, com 466ha, localiza-se no limite Sudeste
da unidade de conservação. Estas áreas têm como característica o
excelente estado de conservação da vegetação, mas devido a sua
localização há indícios da incidência de atividades de caça.
As pesquisas poderão ser realizadas independente de terem relação
com o manejo das áreas, porém devem seguir as normas apresentadas no
programa de pequisa. Nesta zona serão implantadas armadilhas
fotográficas para monitoramento da fauna, de acordo com o estabelecido
no programa de pesquisa.
Normas de Uso da Zona de Proteção
• fiscalização permanente, buscando eliminar a exploração indevida
dos recursos naturais desta área;
• permitir e incentivar atividades científicas com as autorizações
necessárias;
• coibir a introdução de espécies exóticas;
• monitorar a integridade dos recursos naturais;
3.3. Zona de Recuperação
É aquela que contêm áreas consideravelmente antropizadas. Essa
zona é provisória, uma vez restaurada, será incorporada novamente a
uma das Zonas Permanentes. As espécies exóticas introduzidas deverão
123
ser removidas e a restauração deverá ser natural ou induzida. O objetivo
geral de manejo é deter a degradação dos recursos e restaurar a área.
Esta Zona permite uso público somente para a educação (Ferreira et al.,
2004).
A Zona de Recuperação da RPPN EVC possui 1.670ha (27,52% da
área total) e está delimitada entre os blocos 2 e 3 da zona primitiva, bem
como duas pequenas áreas ao Norte (2,13ha) e Nordeste (0,8ha) da
unidade de conservação.
As áreas que se encontram ao longo das estradas e as áreas
situadas nos limites Norte e Nordeste terão sua regeneração incentivada.
O restante da área deverá ser recuperado através da regeneração natural
via banco e chuva de sementes.
Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas
para monitoramento da fauna e uma parcela permanente, para
monitoramento da dinâmica vegetacional, de acordo com o estabelecido
no programa de pesquisa.
Normas de uso da Zona de Recuperação
• fiscalização periódica, buscando eliminar a utilização dos recursos
naturais desta área;
• implantar sistema de monitoramento para avaliar a recuperação
das áreas;
• permitir a realização de pesquisas sobre recuperação de áreas
degradadas;
• incentivar as atividades de recuperação com espécies nativas das
áreas de preservação permanentes;
• estabelecer os pontos em que haja necessidade de aceleração do
processo de recomposição, tendo como critérios o monitoramento
das áreas.
124
3.4. Zona de Visitação Esta zona é constituída de áreas naturais, permitindo alguma
forma de alteração humana. Destina-se à conservação a às atividades de
visitação. Deve conter potencialidades, atrativos e outros atributos que
justifiquem a visitação. As atividades abragem educação ambiental,
conscientização ambiental, turismo científico, ecoturismo, recreação,
interpretação, lazer e outros. Esta zona permite a instalação de infra-
estrutura, equipamentos e facilidades, como centro de visatantes, trilhas,
painéis, mirantes, pousadas, torres, trilhas suspensas, lanchonete,
alojamentos e hotel, para os quais deve-se buscar adotar alternativas e
tecnologias de baixo impacto ambiental (Ferreira et al., 2004).
A Zona de visitação tem área total de 33ha (0,54% da área total) e
está localizada à Sudeste da RPPN EVC. Nesta zona estão implantadas as
quatro (4) trilhas interpretativas (Trilha da Floresta Tropical, Trilha das
Orquideas, Trilha da Plataforma e Trilha do Pau-Brasil) e a infra-
estrutura para as visitas estabelecidas pelo programa de Educação
Ambiental.
Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas,
para monitoramento da fauna. Deve ser também estabelecido uma rotina
de o monitoramento das instalações existentes, de acordo com o
estabelecido no programa de uso público.
Normas de uso da Zona de Visitação
• todas as atividades deverão necessariamente ser coerentes com os
objetivos de manejo da RPPN EVC;
• os visitantes, ao chegarem à RPPN EVC, serão cadastrados e
informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança;
• as visitas de grupos deverão ser agendadas com antecedência;
• a visitação de escolas deverá ser agendada previamente, onde
devem ser fornecidas informações sobre as normas de conduta e
vestuário mais adequado (calça e sapato fechado).
• evitar a realização de atividades de manutenção em períodos
chuvosos e em épocas de grande visitação;
125
• nos períodos de visitação intensa a manutenção será restrita aos
casos emergenciais, que coloquem em risco a segurança dos
visitantes, condutores ou a integridade da trilha.
3.5. Zona de Uso Conflitante Constituem espaços localizados dentro de uma unidade de
conservação, cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da
unidade, conflitam com os objetivos de conservação da área protegida.
São áreas ocupadas por empreendimentos de utilidade pública, como
gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão, antenas, captação de água,
barragens, estradas, cabos óticos e outros. Seu objetivo de manejo é
contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que
minimizem os impactos sobre a Unidades de Conservação.
A zona de uso conflitante da RPPN EVC é coincidente com o
traçado da Estrada Velha de Cabrália, que corta a Unidade de
Conservação no sentido Sul-Nordeste. Sua área é de 10ha (0,17% da área
total) e tem trânsito de veículos tanto de passeio como utilitários, sem
controle de velocidade e horário de passagem. Por ser uma antiga estrada
de acesso ao município de Santa Cruz Cabrália, portanto considerada
Estrada de Servidão, não pode ser controlada pela empresa proprietária.
Seu uso atual, portanto, conflita com o manejo sugerido para a área.
Nesta zona de manejo serão implantadas armadilhas fotográficas
para monitoramento da fauna e haverá a recuperação de taludes, de
acordo com o estabelecido nos programas de pesquisa e proteção,
respectivamente.
Normas de Uso da Zona de Uso Conflitante • a fiscalização será intensiva e abrangerá técnicas e rotinas de
monitoramento;
• os serviços de manutenção da estrada deverão evitar que incidam
sobre trechos de maior vulnerabilidade como no caso das
mussunungas (observar mapa de fragilidade);
126
• no caso de atropelamentos de animais, a administração deverá
efetuar o respectivo Boletim de Ocorrência;
• deverá ser realizado monitoramento dos registros de atropelamento
da fauna;
• deverão ser instaladas placas de sinalização em trechos da estrada
alertando sobre a existência da unidade de conservação;
• a velocidade máxima permitida no trecho da estrada que corta a
reserva deverá ser de 40 km/h e deverá ser sinalizada.
3.6. Zona de Administração Preferencialmente localizadas em áreas alteradas e na periferia da
unidade de conservação, conterá todos os serviços e infra-estrutura
admnistrativa. As atividades pertinentes e a infra-estrutura poderão estar
localizadas fora dos limites da RPPN e, nesse caso, não constituirão zona
de administração. Neste Plano de Manejo optamos, portanto, para o uso
do termo Zona de administração, pois grande parte de sua área está fora
da RPPN EVC, o detalhe dessa zona pode na figura 60.
A Zona de administração ocupa somente 6,2ha e está situada, na
sua maior parte, fora da unidade de conservação. Apenas 1ha da Zona de
administração são internos à RPPN que correspondem às estradas
internas, limites da RPPN e as picadas internas dos blocos de fiscalização
(ver Programa de Proteção). As estradas limítrofes foram consideradas
largas o suficiente para justificar a não criação de uma zona de transição
neste plano de manejo, pois estarão servindo como área tampão das
atividades externas.
Na área da Zona de administração externa à RPPN estão
localizadas as infra-estruturas existentes para o manejo da RPPN EVC,
que são: casa dos pesquisadores, laboratório de pesquisa, centro de
visitantes, centro de apoio e o escritório. Nesta área também deverá ser
construída, quando oportuno, a infra-estrutura destinada à recepção de
visitantes e eventos.
Há ainda a presença do harpiário nesta zona, estrutura que foi
implantada quando a área ainda não era uma unidade de conservação e
127
que abriga um indivíduo de Harpia harpyja confiado à antiga Estação
Veracuz após ter sido apreendido pelo IBAMA. Normas de uso da Zona de Administração • a fiscalização será permanente em toda esta zona;
• não deverão ser abertas novas estradas;
• não serão permitidos o uso de buzina e o tráfego em velocidade
acima de 40 km/h;
• as construções, reformas e outras atividades nesta zona deverão
causar o mínimo impacto possível e devem seguir um planejamento
global para a unidade (master-plan);
• evitar a introdução de espécies exóticas;
• incentivar as atividades de recuperação com espécies nativas das
áreas em áreas que assim necessitarem.
128
Figura 60 – Detalhe da Zona de Administração
129
Tabela 11 – Área total das zonas de manejo propostas para a Reserva Particular
do Patrimônio Natural Estação Veracel.
Zona de Manejo Área em Hectares % da área da RPPN
Zona de Administração 1 0,01
Zona de Uso Conflitante 10 0,17
Zona de Visitação 33 0,54
Zona Recuperação 1.670 27,52
Zona Silvestre 1.712 28,21
Zona de Proteção 2.643 43,55
Total 6.069 100
*(6.069ha da RPPN e 5,2ha do setor administrativo não inseridos na reserva).
130
4. Programas de Manejo
4.1 Programa de Proteção Objetivo
O Programa visa a conservação da biodiversidade e manutenção
da dinâmica dos ecossistemas, a proteção do patrimônio histórico-
cultural e a segurança dos visitantes, do patrimônio imobiliário e dos
equipamentos existentes na RPPN EVC.
Resultados Esperados
• Rotinas de rondas estabelecidas e implantadas;
• Responsáveis equipados e capacitados;
• Sistema de prevenção e combate aos incêndios implementado;
• Ações de controle e prevenção de erosões implementadas;
• Ações para supressão de caça e coleta ilegal de plantas
implementadas;
• Trilhas e acessos em constante manutenção;
• Estrada municipal causando menor impacto possível;
• Cercas em constante manutenção;
• Placas em pontos limítrofes estratégicos da RPPN instaladas;
• Manejo adequado da infra-estrutura conflitante; e
• Manejo de resíduos sólidos na área da RPPN EVC definido e
implantado.
Atividades e Normas 1. Realizar rondas de fiscalização
• As rondas de fiscalização deverão ser realizadas com ênfase nos
dezessete blocos estipulados para a proteção da RPPN EVC (Figura
61) e ao longo dos limites da RPPN EVC;
131
• Os responsáveis pela realização das rondas deverão ser
capacitados para o desempenho das atividades que se seguem,
conforme citado no Programa de Administração;
• A periodicidade das rondas será diária, com a realização semanal
de atividades mais detalhadas nos blocos onde forem identificadas
ocorrências de irregularidades.
Figura 61 – Mapa de vegetação com os 17 blocos definidos para a
fiscalização e monitoramento da RPPN Estação Veracel.
132
2. Equipar e preparar as pessoas para as atividades de proteção e fiscalização
• Os responsáveis deverão receber treinamento específico, conforme
citado no Programa de Administração;
• É recomendável a adoção de uniformes e equipamentos de
segurança para cada atividade, conforme descrito no Subprograma
de Infra-estrutura e Equipamentos.
3. Implementar um sistema de prevenção e combate a incêndios florestais
3.1 Abrir e manter aceiros nos limites da propriedade e da
RPPN EVC
• As estradas nos limites da propriedade podem servir como aceiros,
facilitando as ações de fiscalização;
• Os aceiros deverão ter, no mímino, três metros de largura, abertos
preferencialmente com roçadeira e ferramentas manuais, tomando
os cuidados necessários para evitar erosões;
• Os aceiros deverão receber manutenção anual, antes do período de
queimadas na região.
3.2 Capacitar o gestor da RPPN EVC e a equipe de fiscalização para atuar na brigada de incêndios
• Todo o pessoal que for atuar no combate aos incêndios deverá
receber treinamento específico já realizado em outras divisões da
Empresa;
• É importante também capacitar pessoal de apoio à brigada para o
transporte de água, alimentos, ferramentas, entre outros;
• Recomenda-se o estímulo à formação de uma brigada de incêndio
composta por funcionários da empresa e moradores das fazendas
vizinhas visando o controle e combate a incêndios, não só da RPPN
EVC como na região.
133
3.3 Adquirir e manter em bom estado os equipamentos de combate a incêndios, bem como os equipamentos individuais dos brigadistas
• Os equipamentos devem ser de boa qualidade e receber
manutenção periódica.
3.4 Registrar as ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados
• A ocorrência de incêndio deverá ser registrada no sistema digital
dos palm-tops utilizados na fiscalização da RPPN EVC, gerando
relatórios mensais que indiquem as áreas mais vulneráveis;
• É importante comunicar ao Ibama as ocorrências de incêndios,
descrevendo de onde surgiram, as possíveis causas e as áreas
atingidas.
3.5 Buscar parcerias com instituições ambientais
• O Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios
Florestais (PREVFOGO/IBAMA) poderá orientar a confecção dos
aceiros, bem como apoiar na capacitação dos brigadistas;
• As queimadas não autorizadas deverão ser denunciadas;
• Estratégias conjuntas com a Prefeitura Municipal, Associação
locais de produtores rurais, proprietários vizinhos e outros
parceiros poderão otimizar as ações.
3.6 Torres para observação de focos de incêndios
• Verificar se o sistema de vigilância da empresa já contempla a
RPPN EVC de forma satisfatória. Caso contrário deve-se realizar
levantamento para instalação de torres para observação de focos de
incêndio, estando estes equipamentos localizados
preferencialmente nos limites externos ou nas zonas de
recuperação e/ou administrativa da RPPN EVC;
134
• As torres deverão ser usadas pelos responsáveis pelas rondas, em
alguns períodos do dia e nas épocas de maior incidência de
incêndios.
4. Implementar ações de prevenção e controle de erosões nas estradas internas e trilhas da RPPN EVC
• A abertura de novas estradas ou trilhas deverá ocorrer em locais
estáveis. Quando alagados, recomenda-se a construção de pontes
rústicas, passarelas suspensas ou similares;
• Deverão ser adotadas ações de redução da velocidade de águas
pluviais a fim de diminuir sua capacidade de carrear o solo. O
manejo de troncos e galhos caídos constitui ótima barreira tanto
para diminuir a velocidade da água, como para fechar atalhos e
caminhos paralelos;
• No caso das trilhas o material orgânico do solo não deve ser
retirado totalmente, pois forma uma camada natural de proteção
ao impacto mecânico da chuva, prevenindo erosões;
• A drenagem deverá ser feita por meio de canais laterais, em sentido
perpendicular ou diagonal (tanto em nível, quanto subterrâneo);
• Valas e barreiras oblíquas à superfície das estradas internas
deverão ser adotadas facilitando o escoamento e diminuindo a
velocidade da água;
• A largura das estradas e trilhas deve ser planejada conforme o tipo
de solo e declividade do terreno e afunção das mesmas. Quanto
menor a largura, menor a área impactada, conseqüentemente,
menor o impacto ambiental;
• Todas as trilhas e estradas internas deverão receber constante
manutenção quanto às medidas de contenção de erosões.
4.1. Realizar um levantamento e monitoramento permanente de áreas suscetíveis à erosão
• Deverá ser feito um levantamento de áreas mais vulneráveis aos
focos de erosões;
135
• Deverão receber especial atenção as áreas onde foram instalados
equipamentos de apoio;
• Deverá haver um acompanhamento dos pontos de erosão que já
sofreram intervenções.
5. Realizar ações de proteção e recuperação das Áreas com Problemas de Regeneração Natural
• Deverão ser estudadas ações para recompor a área onde houve
retirada de cascalho próxima ao limite Nordeste da RPPN EVC;
• As espécies a serem utilizadas no processo de regeneração deverão
ser indicadas por um especialista na flora da RPPN EVC, além do
uso de técnicas específicas para auxiliar o processo de
regeneração, como a hidrosemeadura;
• Estas intervenções deverão ser feitas sob orientação de um
especialista.
6. Implementar ações para supressão da caça, pesca e coleta ilegal de plantas
• As rondas devem ser intensificadas nos limites da RPPN, bem como
nos blocos localizados nas zonas de manejo de recuperação e
primitivas da RPPN EVC;
• A pesca deverá ser proibida na RPPN;
• Intensificar as atividades de educação ambiental com a
comunidade vizinha.
6.1. Registrar as ocorrências em um relatório de ronda
• Toda ocorrência deverá ser registrada no sistema de fiscalização
através do uso dos palm-tops, a fim de gerar um relatório semanal,
apontando os pontos críticos e reincidentes e as ações que devam
ser implementadas.
6.2. Encaminhar denúncias aos órgãos governamentais competentes
136
• As ocorrências registradas deverão ser encaminhadas ao Ibama,
conforme legislação vigente.
7. Realizar a permanente manutenção das trilhas
• Identificar os pontos com possibilidade de acidentes com visitantes
nas trilhas do Programa de Uso Público, realizando manutenção e
monitoramento dos mesmos para evitá-los.
8. Implementar mudança no traçado da Estrada Velha de Cabrália
• Apresentar para a comunidade e tomadores de decisão locais o
estudo realizado para mudança do traçado da Estrada Velha de
Cabrália;
• Implementar ações discutidas na apresentação para fechamento da
estrada junto ao Ibama e as comunidades locais.
9. Realizar a instalação e manutenção das cercas
• As áreas de pastoreio limítrofes à propriedade deverão ser
cercadas, impedindo a dispersão dos animais e evitando o pisoteio,
a disseminação de espécies de capim exótico e de parasitas;
• É proibida a permanência de gado e demais animais domésticos na
área da RPPN EVC.
10. Instalar placas de identificação da RPPN em pontos limítrofes e/ou estratégicos.
• Conforme descrito no Programa de Uso Público. 11. Retirada de infra-estrutura conflitante com uso atual da RPPN EVC
• Demolir todas as infra-estruturas anteriormente utilizadas para a
manutenção da fauna silvestre (antigo Criadouro
Conservacionista), retirando da região os escombros, bem como as
guaritas/casas abandonadas e/ou em ruínas existentes na área da
RPPN EVC.
137
12. Realizar retirada dos resíduos sólidos da área da RPPN EVC
• Os resíduos sólidos deverão ser dispostos separadamente, através
de um programa de coleta seletiva em todas as instalações
existentes e, semanalmente, retirados da área da RPPN EVC;
• O programa de Educação Ambiental da RPPN EVC deverá elaborar
material explicativo sobre o programa para ser divulgado no Centro de
Visitantes e na casa dos pesquisadores.
3.2 Programa de Pesquisa O conhecimento sobre os ecossistemas e os processos que os
influenciam é uma condição necessária para a preservação da
biodiversidade em longo prazo. A compreensão dos processos
ecológicos permite que as ações de manejo sejam adequadas às
características da biota local. As RPPN's possuem como objetivo
principal a conservação da diversidade biológica (MMA, 2000) e,
dentro das atividades legalmente permitidas nas RPPN's, a Veracel
Celulose decidiu privilegiar a realização de pesquisas científicas em
biodiversidade e ações de Educação Ambiental.
Para cumprir este objetivo de Conservação da Biodiversidade a
Estação Veracel delineou um Programa de Pesquisa (PP-EVC) a ser
desenvolvido dentro de sua área e entorno.
Objetivos O objetivo do Programa é estimular a geração de conhecimentos
sobre processos biológicos relacionados à Biodiversidade da Mata
Atlântica, aproveitando-os como subsídio aos instrumentos de manejo
da unidade de conservação e às ações de educação ambiental. Além
disso, pretende-se fortalecer a atividade de pesquisa na RPPN EVC,
para que esta se transforme em referência regional, nacional e
internacional na geração de conhecimento sobre a biodiversidade da
Mata Atlântica.
138
Para atender a demanda de pesquisas em biodiversidade na
RPPN EVC foi realizada uma oficina no dia 17 de agosto de 2006 no
centro de visitantes da Estação Veracel (Anexos II – Oficina para
Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel). O
intuito da oficina, que contou com a participaçao de 20 profissionais,
foi consultar a comunidade científica para que o PP-EVC seja uma
ferramenta eficiente na execução de estudos que contribuam para o
conhecimento e a conservação da Mata Atlântica.
Diretrizes gerais do Programa de Pesquisa da Estação Veracel A RPPN EVC procura viabilizar a realização de estudos em sua
área e espera, em contrapartida, que os pesquisadores se empenhem e
contribuam de forma efetiva no cumprimento das metas da Estação.
Os pesquisadores participantes do PP-EVC deverão incluir nos seus
projetos atividades de comunicação para divulgação das pesquisas e
de seus resultados ao público em geral e disponibilizar algum tempo,
durante sua estadia em campo, para auxiliar em atividades de
educação ambiental desenvolvidas na reserva (detalhes no
Regulamento do Programa de Pesquisa).
Os estudos a serem realizados dentro da RPPN EVC serão
regidos por normas próprias, visando a convivência harmônica entre
diferentes grupos de pesquisa e o retorno das pesquisas científicas
como subsídio para a conservação da biodiversidade. O Programa de
Pesquisa contará com um conselho técnico que auxiliará na
administração e na definição de prioridades de pesquisa.
A captura e coleta de material biológico são fundamentais para
elucidar algumas questões científicas, porém a necessidade e a
conveniência das mesmas nos projetos a serem desenvolvidos dentro
da RPPN será alvo de análise rigorosa.
139
Apoios, incentivos e facilidades para Pesquisas Científicas na RPPN Estação Veracel Será dada especial ênfase ao estímulo e facilidades para
impulsionar a realização de pesquisas na RPPN EVC, espcialmente
com envolvimento de estudantes e jovens pesquisadores. Com esta
aproximação espera-se criar uma associação profissional-afetiva entre
os estudantes/pesquisadores e a reserva, buscando estimular a
continuidade dos estudos ao longo de sua carreira como
pesquisadores. É de grande interesse que sejam desenvolvidos na
Estação projetos de iniciação científica, monografias, dissertações,
teses, cursos e disciplinas e serão incentivados grupos de pesquisas
que se proponham a desenvolver estudos de longo prazo.
Para atingir seus objetivos o PP-EVC tem como meta tornar-se
parceira das instituições de pesquisa e ensino, com forte ênfase
àquelas de âmbito regional e aos seus programas de pós-graduação. A
Veracel Celulose disponibilizará em seu orçamento anual recursos
para a realização de estudos considerados prioritários na Estação
Veracel e buscará firmar convênios com instituições de fomento de
pesquisa, visando atrair aportes adicionais de recursos para esta
finalidade.
Para estimular o uso de sua área, a RPPN EVC disponibiliza aos
pesquisadores um alojamento com estrutura completa. Atualmente o
alojamento comporta confortavelmente 12 pessoas e possui acesso à
rede mundial de computadores e, para contribuir na elaboração das
pesquisas, a RPPN disponibilizará para consulta um banco de dados
com os resultados dos estudos (ex. relatórios, artigos, listas de
espécies) e outras informações básicas sobre a área (material
cartográfico e séries temporais de clima, entre outras).
A RPPN EVC entende que a publicação dos resultados de
pesquisas em periódicos e eventos reconhecidos é parte integrante e
fundamental do método científico, portanto apoiará a divulgação de
resultados de pesquisas desenvolvidas dentro de sua área.
140
Linhas Preferenciais para pesquisas A RPPN EVC reconhece que todo o conhecimento científico é
importante, porém em seu Programa de Pesquisa serão incentivadas,
prioritariamente, linhas de pesquisa relacionadas a lacunas de
conhecimento sobre a bodiversidade regional (Tabela 11) e/ou que
contribuam para orientar o manejo da unidade. Como linhas de
pesquisa de especial interesse constam:
(a) Inventários biológicos A Estação Veracel prioriza inventários de grupos biológicos
menos conhecidos na área, que contribuam para o aperfeiçoamento
das listagens taxonômicas existentes, que produzam registros geo-
referenciados e que gerem informações sobre a ecologia e biologia das
espécies (ver Diagnósticos de fauna e flora), sua distribuição espacial
e estimativas de abundância (Tabela 12). Os projetos de inventário da
biota devem apresentar diretrizes que garantam a qualidade dos
resultados, evitando-se a coleta desnecessária de espécimes.
Os grupos taxonômicos prioritários para inventários são:
pequenos mamíferos, incluindo morcegos, peixes, répteis
(principalmente serpentes e lagartos arborícolas) e invertebrados (ver
Diagnóstico da fauna), os outros grupos de vertebrados necessitam de
estudos mais específicos para confirmação de registros e quantificação
das populações.
Além de inventários biológicos sistemáticos, uma sugestão é
testar a utilização de registros de espécies pelos funcionários da
unidade por meio do sistema digital dos palm-tops utilizados na
fiscalização da RPPN EVC. Para isso seria necessário o treinamento
dos funcionários.
(b) Auto-ecologia de espécies ameaçadas A maioria das iniciativas conservacionistas é baseada em
inferências sobre as necessidades das espécies em foco. Para diminuir
141
as incertezas sobre os requisitos das espécies e tornar as iniciativas
conservacionistas eficazes, a RPPN incentiva estudos que contemplem
a biologia básica e transformem tais conhecimentos em subsídios /
ações para conservação (ex:. avaliação da qualidade do habitat,
análise de viabilidade populacional, implementação de corredores,
estudos de dinâmica populacional, entre outros).
(c) Influências Antrópicas sobre a Biodiversidade A RPPN é uma "ilha" de Mata Atlântica rodeada por áreas
abertas e silvicultura de eucalipto. A RPPN possui na sua proximidade
dois núcleos urbanos que exercem uma intensa pressão de caça e
extrativismo sobre a biota. Além disso, a reserva é atravessada por
uma estrada municipal que potencializa tais ameaças. O PP-EVC
estimula a realização de estudos que avaliem, quantifiquem, ofereçam
alternativas para a minimização e/ou a eliminação dos fatores
prejudiciais ao desenvolvimento dos processos biológicos naturais ou
ameacem as espécies presentes.
(d) Ecologia de Populações e Comunidades
O conhecimento da dinâmica das populações e das
comunidades biológicas é fundamental para a compreensão dos
mecanismos que afetam a biodiversidade nos âmbitos local e regional.
Para melhor elucidar estes processos o PP-EVC apoiará estudos que
enfoquem dinâmica e estrutura de populações e comunidades,
especialmente de espécies ameaçadas, endêmicas e espécies-chave.
(e) Ecologia de Paisagem
Tendo em vista a importância da RPPN no contexto da paisagem
fragmentada da região, o PP-EVC incentivará estudos que avaliem os
efeitos da insularização sobre elementos da biota, considerando-se de
forma explícita a sua estrutura e contextualização espacial e a
interação espaço-temporal nos processos ecológicos.
142
(f) Interações ecológicas
A RPPN possui carência em estudos que contemplem interações
ecológicas. A investigação das interações é incentivada dentro da área
da Estação Veracel, especialmente com referência a espécies
ameaçadas. Estudos avaliando dispersão, competição, predação,
mutualismos e relações com meio físico são importantes linhas
temáticas dentro do PP-EVC.
(g) Monitoramento Estudos que avaliem o comportamento e dinâmica dos
ecossistemas, em longo prazo, são fortemente incentivados pela RPPN
EVC. Programas dessa natureza já estão sendo propostos através do
monitoramento com armadilhas fotógraficas e pelo estabelecimento de
parcelas pemanentes de amostragem de vegetação. A Estação Veracel
está avaliando a exeqüibilidade da montagem, em sua propriedade, de
uma parcela de estudos de longo prazo. A instalação deste tipo de
parcelas requer aporte significativo de recursos e equipes técnicas
com treinamento especializado. A criação, manutenção e utilização de
parcelas permanente são procedimentos complexos e só poderá ser
efetuado através de parceria entre a RPPN e instituições/programas
de pesquisa que atuem nessa linha.
143
Tabela 12 – Diretrizes para os projetos que contemplem a Biota dentro da RPPN Estação Veracel.
Linhas preferenciais
Exemplo de temas de interesse
Diretrizes, Observações e Tópicos
Geo-referenciamento dos registros. Os
registros das espécies devem possuir
coordenadas geográficas (seguindo as normas e
o Datum previsto no regulamento do PP-EVC).
Na impossibilidade deste procedimento o
registro deve ser realizado utilizando-se os
blocos previamente demarcados e outros
pontos referenciais que permitam sua
localização aproximada (ver figura 60). Representatividade espacial. As coletas
devem, idealmente, serem distribuídas
espacialmente de forma a representar a
heterogeneidade da área (suas diferentes
tipologias / hábitats). Nos casos em que o
objetivo do estudo seja o de investigar uma
tipologia em especial, os pontos de coleta
devem ser alocados de forma a retratar a
distribuição das espécies dentro da referida
tipologia e uso do hábitat.
Inventários Biológicos
Grupos pouco
estudados e
complementação
de listas de
espécies
Suficiência amostral. O esforço amostral
deve ser suficiente para permitir estimativas
robustas de densidade ou abundâncias
relativas das espécies Caça Quantificação e espacialização da pressão de
caça e avaliação do seu impacto sobre a fauna
da RPPN;
Impactos Antrópicos
Extrativismo Quantificação e espacialização do extrativismo
vegetal e avaliação do seu impacto sobre as
espécies, populações e comunidades;
144
Linhas preferenciais
Exemplo de temas de interesse
Diretrizes, Observações e Tópicos
Espécies
Invasoras
Identificação, quantificação, avaliação da
agressividade, mensuração dos impactos sobre
espécies nativas, determinação dos fatores que
facilitam o estabelecimento e indicação de
estratégias e ações para a
erradicação/controle. Recuperação e
restauração
florestal
Desenvolvimento e aplicação de estratégias
eficientes de recuperação e/ou restauração das
áreas perturbadas dentro da RPPN. Espécies de uso
econômico
Identificação e manejo sustentável de espécies
com potencial econômico.
Espécies exóticas Avaliação do impacto da predação sobre
espécies nativas por animais domésticos
Efeitos de fogo Quantificação, periodicidade e facilitadores de
fogo sobre a biota e avaliação de medidas
mitigadoras. Efeitos de
agrotóxicos
Quantificação, origem e impactos de
Agrotóxicos sobre a biota. Impacto das
estradas
Quantificação de atropelamentos, erosão,
efeitos sobre a vegetação e medidas mitigadoras Biologia
reprodutiva
Uso do espaço
Dinâmica
populacional
Auto ecologia
Hábitos
Com especial ênfase em espécies ameaçadas,
espécies-chave e espécies indicadoras
Ecologia de Populações
Regeneração
natural
Dinâmica
Populacional
Estrutura
Populacional
Com especial ênfase em espécies ameaçadas,
espécies-chave e espécies indicadoras.
Ecologia de Comunidades
Estrutura de
comunidades
Ênfase em predadores, grupos de espécies
bandeira e/ou indicadoras
Comunidades de água doce
145
Linhas preferenciais
Exemplo de temas de interesse
Diretrizes, Observações e Tópicos
Investigação de processos sucessionais
Dinâmica de clareiras
Relação água-floresta
Fatores de manutenção , geração e/ou declínio
da diversidade
Efeitos de borda
Insularização e
Conectividade
Relação com
outro fragmentos
Ecologia de Paisagem
Interação solo e
paisagem
Avaliar como os padrões e os processos
ecológicos interagem com a composição e
configuração da paisagem.
Polinização
Frugivoria
Predação e
Dispersão de
sementes
Interações entre espécies
Predação
Buscar a compreensão de interações inter-
específicas e seu papel na manutenção dos
padrões e processos ecológicos
Resultados Esperados
• RPPN EVC reconhecida como Centro de Referência em pesquisa
sobre a biodiversidade da Mata Atlântica;
• Atividades de pesquisa constante dentro e na zona de influência da
unidade;
• Estabelecimento de parcerias e cooperação com universidades,
centros de pesquisa e órgãos públicos para o desenvolvimento de
projetos de pesquisa;
• Utilização da infra-estrutura da RPPN EVC para o treinamento e
realização de cursos de campo pelas universidades;
• A RPPN EVC como parte integrante de um sistema de
monitoramento da biodiversidade na região;
• Elaboração e implantação de um banco de dados sobre a
biodiversidade da RPPN EVC e um banco de dados para o controle
146
de pesquisas desenvolvidas na reserva;
• Criação e estabelecimento de um Comitê de Pesquisa para auxiliar
a implementação do PP-EVC.
3.3 Programa de Uso Público O Programa de Uso Público da RPPN EVC pretende ordenar,
orientar e direcionar o uso da unidade pelo público, sem alterar
significativamente os recursos naturais.
Objetivos
• Desenvolver no público o entendimento sobre os princípios e
valores da conservação;
• Enriquecer a experiência do visitante com programas de educação
e interpretação;
• Promover oportunidades apropriadas e infra-estrutura para o
desenvolvimento de atividades educacionais;
• Desenvolver, através da pesquisa, um melhor entendimento dos
valores naturais e culturais, processos e impactos;
• Aperfeiçoar o manejo através da análise das expectativas e
satisfação do visitante em relação ao uso público;
• Minimizar os impactos negativos dos programas de manejo,
controlando o uso, acessos e as facilidades oferecidas através da
infra-estrutura;
• Implantar rotinas que garantam a segurança do visitante durante
sua estada na RPPN EVC;
• Estimular na comunidade local a consciência e o entendimento
sobre os valores naturais da RPPN Estação EVC;
• Assegurar que os objetivos de manejo sejam alcançados através da
efetivação das normas e ações propostas e com o melhor custo-
benefício.
147
O Programa de Uso Público é composto pelos seguintes Sub-
programas, que serão descritos nas próximas páginas:
1. Subprograma de Interpretação e Recreação
2. Subprograma de Educação Ambiental
3. Subprograma de Capacitação
4. Subprograma de Monitoramento do Uso Público
5. Subprograma de Manutenção de Trilhas
Sub-programa de Interpretação e Recreação Objetivos
• Proporcionar aos visitantes oportunidades de interpretação e
recreação em ambiente natural, compatíveis com os objetivos de
manejo e recursos da RPPN EVC, associadas à informação e
interpretação ambientais;
• Atingir um público-alvo voltado, principalmente, à atividade
educacional, com oferta de opções de educação e recreação em
contato com o ambiente natural;
• Garantir a segurança dos visitantes e condutores, através da
presença institucional em todas as áreas de uso público e da
disponibilização de equipamentos e normas de segurança.
Atividades
• As atividades interpretativas e recreacionais que podem ser
realizadas na RPPN EVC incluem: caminhadas de um dia,
experiências sensoriais diretas (colocar o ouvido em árvores,
escutar o canto dos diferentes pássaros, apalpar folhas, sentir
diferentes texturas etc), contemplação, fotografia, observação da
fauna e flora;
• As atividades interpretativas podem ser contempladas no centro de
visitantes; durante o percurso pelas trilhas, através de monitores,
guarda-parques e/ou folhetos; e através de uma trilha
148
interpretativa;
• Para garantir a proteção do recurso e a qualidade da experiência do
visitante, deverá ser realizado o monitoramento do uso público,
através de indicadores que refletem o impacto no ambiente natural,
na infra-estrutura disponibilizada para o visitante, e na satisfação
do mesmo em relação à qualidade da visitação (percepção de
lotação, reclamações, número de encontros entre grupos nas
trilhas etc.).
Normas
• Todas as atividades deverão necessariamente ser coerentes com os
objetivos de manejo da RPPN EVC;
• A visitação ocorrerá de segunda à sábado, das 08h00 às 17h00, e a
médio prazo as visitas poderão ocorrer também aos domingos;
• Apenas poderão permanecer na RPPN EVC, fora do horário de
visitação (08:00 às 17:00), pessoas autorizadas pela administração;
• Os visitantes, ao chegarem à RPPN EVC, serão cadastrados e
informados dos procedimentos e normas de visitação e segurança;
• As visitas de grupos deverão ser agendadas com antecedência;
• O sistema de sinalização e interpretação deve propiciar o
enriquecimento da experiência ambiental do visitante, além de
integrar-se à paisagem;
• Atividades de terceiros deverão ser cadastradas e autorizadas pela
administração da RPPN EVC, como comércio de alimentos,
artesãos, serviços regulares de transporte, guias autônomos etc.;
• Para garantir que as atividades de uso público sejam benéficas
tanto ao visitante como à unidade, os funcionários deverão receber
treinamento específico para cada caso (manejo de visitantes;
primeiros-socorros).
149
Sub-programa de Educação Ambiental
Objetivos O Sub-programa visa formar cidadãos com uma visão
conservacionista, por meio de atividades que reforcem a visão da
RPPN EVC como área núcleo do Corredor Central da Mata Atlântica e
como área relevante para a proteção de espécies e ecossistemas
ameaçados da Mata Atlântica.
Resultados Esperados
• Adoção pelos visitantes de técnicas de mínimo impacto e o
desenvolvimento de ações que possibilitem a manutenção dos
recursos naturais;
• Diminuição das atividades conflitantes com o entorno da RPPN
EVC;
• RPPN EVC reconhecida como Centro de Referência em Educação
Ambiental para a região;
• Escolas do entorno da RPPN EVC atendidas integralmente pelo
Sub-programa de Educação Ambiental;
• Reconhecimento da Harpia (Harpya harpyja) como espécie
ameaçada pela comunidade local e que necessita de proteção
especial para sua manutenção.
Normas Gerais para as atividades de Educação Ambiental
• A RPPN será aberta para visitação das 8h às 18h, exceto em casos
especiais, como a prática de observação de fauna e observação
astronômica;
• Os visitantes que realizarão atividades diferenciadas, necessitando
de horários distintos de visitação, deverão ser autorizados
previamente pela administração;
• Todos os visitantes deverão necessariamente passar pelo Centro de
Visitantes e receber instruções sobre as atividades oferecidas e as
condutas obrigatórias para o uso da área;
150
• Os visitantes deverão ser advertidos de que somente poderão
desfrutar das áreas destinadas à Educação Ambiental, evitando
assim comprometer a integridade e recuperação das áreas
naturais, o exercício dos programas de pesquisa e sua própria
segurança.
Atividades 1. Sistematizar as visitas das escolas
• O contato com as escolas do entorno da RPPN EVC deverá ser
realizado pelo coordenador do programa, visando elaborar
calendário de visitas;
• No primeiro ano de implementação do Plano de Manejo será
atendida uma escola por semana, atingindo, ao final de cinco (5)
anos, três visitas por semana;
• As escolas que agendarem visitas à RPPN EVC deverão preencher
cadastro antes da realização das atividades, identificando a
importância da visita para os trabalhos escolares.
2. Produzir e distribuir materiais educativos
• Os materiais a serem produzidos pelo Sub-programa de Educação
Ambiental terão como tema a RPPN EVC, suas espécies e
características que a tornam uma área prioritária para a
conservação da Mata Atlântica;
• Para a elaboração dos materiais educativos a RPPN EVC deverá
contratar especialistas na área;
• Disponibilizar informações sobre as técnicas de mínimo impacto,
por meio de folhetos ou cartazes;
• Os materiais serão distribuídos gratuitamente para os visitantes do
programa;
• Criar e atualizar página na Internet sobre a RPPN EVC.
151
3. Instalar material ilustrativo
• Painéis ilustrados, contendo informações sobre a região, atrativos e
atividades desenvolvidas deverão ser instalados no Centro de
Visitantes;
• Os mapas devem conter informações sobre a RPPN e a região da
Mata Atlântica do Sul da Bahia.
4. Formar educadores
• A coordenação do Sub-programa de Educação Ambiental da RPPN
EVC organizará, em conjunto com as Secretarias Municipais de
Educação, o cronograma anual do programa de formação de
educadores;
• A atividade de formação de educadores contará com visitas
orientadas, atividades educativas e recreativas, utilizando-se dos
recursos audiovisuais disponíveis no centro de visitantes e também
dos atrativos naturais acessados por trilhas abertas à visitação;
• Nos dois primeiros anos de implantação do Plano de Manejo este
Sub-programa dará prioridade para os educadores da área de
entorno da RPPN EVC;
• Assessorar municípios para inclusão da Educação Ambiental no
currículo formal;
• Estabelecer parcerias com as diversas organizações locais (ONGs,
Associações, Poder Público) para o desenvolvimento das atividades
de educação ambiental com a comunidade localizada na zona de
influência da RPPN EVC.
5. Organizar eventos em datas comemorativas
• Sugere-se, para estas ocasiões, a divulgação e celebração de datas
especiais ligadas ao meio ambiente e cultura, aniversário das
cidades do entorno aproveitando as datas que já são comemoradas
na região ou sugerindo novas, como as citadas na Tabela 13.
152
Tabela 13 – Datas comemorativas sugeridas para atividades especiais da RPPN Estação Veracel.
Mês Dia Comemoração
Janeiro 6 Dia de Reis
1 Dia do Ecoturismo
19 Dia do Artesão
21
21
Dia Mundial das Florestas
Dia Nacional da Terra
Março
22 Dia Mundial da Água
Maio 22 Dia da Biodiversidade
Abril 15 Dia Nacional da Conservação do Solo
05 Dia Mundial do Meio Ambiente Junho
17 Dia de Proteção Florestal
Agosto 14 Dia do Combate à Poluição
21 Dia da Árvore Setembro
22 Dia da Defesa da Fauna
04 Dia da Natureza e Dia de São Francisco de Assis – patrono da Ecologia
05 Dia das Aves
12 Dia das Crianças
Outubro
15 Dia do Educador Ambiental
05 Dia da Cultura e da Ciência
20 Dia da Consciência Negra
22 Dia da Música
Novembro
30 Dia do Estatuto da Terra
Dezembro 05 Dia Internacional do Voluntário
6. Implementar cursos de capacitação
• Todo o pessoal técnico contratado para atuar no programa de
Educação Ambiental deverá receber treinamento específico;
• O Sub-programa de Educação Ambiental promoverá
semestralmente cursos de capacitação para estagiários, estudantes
universitários e voluntários para aplicação de técnicas de mínimo
impacto e orientação ao visitante.
153
Públicos prioritários
• Educadores e estudantes das escolas públicas rurais do entorno
da RPPN EVC e, posteriormente, dos municípios da área de
influência do empreendimento Veracel;
• Lideranças comunitárias do entorno da RPPN EVC;
• Funcionários da Veracel, prestadores de serviço e familiares;
• Estudantes universitários em graduação nos temas educação,
turismo e meio ambiente.
Metodologia A implantação de um Programa de Educação Ambiental requer
uma compreensão básica sobre vários aspectos das decisões que são
tomadas, por que, e por quem. A educação ambiental pode apoiar
esses processos, ajudando atores chaves a entenderem e a
valorizarem a biodiversidade, traduzindo conceitos sobre ciência,
economia, e planos de gestão para diversos públicos, tais como
educadores, proprietários, fazendeiros ou políticos. Todo processo
participativo requer parceiros que compartilhem uma linguagem
básica sobre a conservação e o meio ambiente e a educação ambiental
pode e deve ajudar a igualar o terreno para que todos integrantes dos
processos de conservação possam saber o que se espera deles e o que
podem ganhar com a participação na conservação.
Na RPPN EVC dentre as espécies raras registradas a de maior
destaque no cenário da conservação da biodiversidade é a presença da
Harpia harpyja. O marco conceitual para a construção do Sub-
programa de Educação Ambiental deverá levar em consideração o
conhecimento e as pesquisas realizadas sobre esta e outras espécies
endêmicas e/ou raras presentes na unidade estabelecendo uma
relação direta entre a condição atual de ameaça destas espécies com
as condições de fragmentação do bioma Mata Atlântica. A espécie-
bandeira selecionada e suas interações ecológicas serão o tema-
gerador do conhecimento e aprimoramento do conhecimento sobre a
conservação da biodiversidade.
154
No processo de elaboração dos materiais didáticos e de
divulgação, na construção e aplicação das atividades educativas e de
recreação será considerada a realidade local, respeitando,
incorporando e valorizando o conhecimento dos públicos sobre estas
espécies e sobre a própria Mata Atlântica. Por essa razão, a partir dos
resultados do levantamento do perfil dos públicos prioritários da
RPPN EVC deverão ser discutidas as perspectivas tanto na elaboração
dos materiais de apoio, bem como das metodologias mais apropriadas
para a capacitação desses públicos.
Monitoramento e avaliação O objetivo do monitoramento e avaliação de um Programa de
Educação Ambiental numa área protegida é compreender as relações
que se estabelecem entre os visitantes e as áreas naturais para
melhorar o manejo do uso público dessas unidades de conservação e
de que forma o que foi apreendido durante a visitação poderá ser
aplicado na vida cotidiana dos visitantes.
Ao conhecer as características básicas dos visitantes podemos
compreender melhor quem, quantos, quando, onde e de que modo
essas pessoas recebem/percebem os benefícios das áreas silvestres.
Estas informações ajudam os políticos, administradores e
pesquisadores a compreenderem o comportamento dos usuários, bem
como as causas e potenciais soluções dos impactos ecológicos e
recreativos causados pelos visitantes.
A diversificação das atividades educativas e recreativas, a
divulgação da área protegida e outros fatores geram o aumento da
visitação nas unidades de conservação, tornando necessário que os
métodos de avaliação do uso público sejam testados e melhorados no
que se refere ao uso de indicadores que possam realmente avaliar os
efeitos sociais da visitação.
O valor ecológico e a integridade dos ecossistemas naturais têm
recebido maior atenção, na avaliação e seleção de indicadores. No
caso das experiências humanas, no que se refere às atividades de
155
recreação e educação ambiental, não existem indicações do que
poderia ser considerada uma experiência de qualidade. Devido à falta
de clareza do que se deseja com as condições sociais nas áreas
naturais protegidas brasileiras, a experiência do visitante é avaliada
de forma diversificada, desde a satisfação pelos serviços oferecidos no
local, denotando uma relação mais comercial, até abordagens mais
adequadas, onde se avalia a experiência no local, como oportunidades
para a privacidade.
Para avaliar a qualidade da experiência do visitante numa
unidade de conservação é proposto que sejam utilizadas entrevistas,
dando um enfoque quanti-qualitativo na análise dos dados. O
conhecimento adquirido sobre os visitantes, como suas motivações,
expectativas, desejos, informações sobre o local e outras referências
tornaram possível a identificação de potenciais indicadores dos
impactos do uso público que poderão ser utilizados na avaliação do
Sub-programa de Educação Ambiental.
• Diminuição do número de agressões ao entorno da RPPN;
• Número de capacitações ofertadas;
• Diminuição de espécies ameaçadas;
• Número de participantes nas atividades educativas
desenvolvidas;
• Projetos de educação ambiental executados no entorno da
RPPN;
• Instituições educativas envolvidas;
• Material didático produzido.
Perfil do educador ambiental O educador ambiental responsável pelas ações educativas na
Estação Veracel deverá estar apto a:
• Desenvolver e implementar o Centro de Referência em Educação
Ambiental da RPPN EVC;
156
• Planejar e realizar atividades de capacitação para educadores,
lideranças locais e estudantes nos temas previstos no Programa
de Educação Ambiental da RPPN EVC;
• Desenvolver e implementar, em articulação com instituições
parceiras, indicadores de monitoramento e avaliação das ações
de educação ambiental para a RPPN EVC;
• Desenvolver, aplicar e avaliar processos e materiais de
comunicação e educação ambiental no contexto do Programa;
• Articular o Programa de Educação Ambiental da RPPN EVC de
modo integrado ao calendário escolar junto às Secretarias
Municipais de Educação e Universidades locais;
• Estimular e fortalecer o desenvolvimento de pequenas ações
voltadas para a conservação, especialmente as atividades de
educação ambiental nas escolas do entorno da RPPN EVC.
Subprograma de Capacitação
Objetivos
• Implementar a capacitação dos funcionários, estagiários e
voluntários, em diversos temas de interesse (manejo da visitação,
administração, manutenção da infra-estrutura, primeiros-socorros,
busca e salvamento, operação de equipamentos meteorológicos,
identificação botânica, escalada em árvores para auxílio à
pesquisa, fotografia da natureza, identificação de fauna, navegação
territorial), para o pleno cumprimento das funções destas pessoas
na RPPN EVC;
• Assegurar a melhoria no atendimento às atividades
administrativas, de uso público e pesquisa;
• Estimular o aprendizado dos funcionários e contribuir para a
formação de uma equipe pró-ativa e multifuncional (diversos
funcionários aptos a executar uma mesma função, o que impede a
interrupção de atividades devido à ausência de algum funcionário);
• Contribuir, através do envolvimento dos monitores, estagiários e
157
voluntários da RPPN EVC, para um melhor desenvolvimento das
pesquisas a serem efetivadas na área;
• Possibilitar uma maior integração entre os funcionários, os
estagiários e os voluntários, com os pesquisadores, agregando
conhecimentos específicos àqueles e contribuindo para o melhor
manejo do parque.
Atividades
• Identificar os temas prioritários para a capacitação da equipe;
• Prospectar locais, instituições, instrutores que ofereçam
capacitação nos temas identificados;
• Organizar cursos quando estes não forem oferecidos por outras
instituições, ou quando o custo x benefício for maior se realizados
na própria RPPN EVC;
• Realizar a capacitação e monitorar a necessidade de reciclar
conhecimentos já adquiridos;
• Instituir um sistema de acompanhamento para todas as pesquisas
a serem realizadas;
• Promover palestras com os pesquisadores, para que os
funcionários possam entender e contribuir efetivamente com a
realização das pesquisas;
• Capacitar os funcionários, estagiários e voluntários sobre os
procedimentos adotados pela RPPN EVC em relação ao
comportamento esperado dos pesquisadores quando no transcorrer
ou no término das pesquisas
– coleta de fauna ou botânica apenas com licença
ambiental; abertura de picadas restringida ao mínimo
necessário; informar à administração local, durante as
saídas de campo, em qual região da RPPN EVC estará e
qual o horário previsto para retorno; retirada de toda e
qualquer marcação de campo, tais como fitas, coletores,
redes de neblina, após o término da pesquisa.
158
Normas
• Os cursos e oficinas deverão levar em consideração o orçamento
disponível para sua realização, e os temas prioritários para a
melhoria do manejo da RPPN EVC;
• Os cursos e oficinas realizados na RPPN EVC deverão considerar a
capacidade do alojamento, limitando-se o número de vagas ao
mesmo número de lugares disponíveis, para cursos onde seja
necessária a pernoite.
• As pesquisas deverão contar com o acompanhamento dos
funcionários da unidade durante o maior período de tempo
possível;
• Por motivo de segurança serão proibidas as saídas de campo de
pesquisador sozinho, sendo necessário uma equipe de no mínimo
dois pesquisadores, ou de um pesquisador e um auxiliar de campo
ou funcionário da RPPN EVC.
Subprograma de Monitoramento do Uso Público
Objetivos
• Proporcionar meios para que a visitação ocorra em consonância
com os objetivos da RPPN EVC;
• Implementar um sistema de monitoramento periódico do uso
público, verificar as causas dos impactos da visitação, e propor
estratégias de manejo para controlar ou minimizar os impactos.
Atividades
• Selecionar e testar em campo os indicadores de monitoramento de
uso público, criar fichas de monitoramento e um banco de dados,
para ser alimentado com as informações de todas as atividades
pesquisadas através do monitoramento;
• Capacitar os funcionários da RPPN EVC para a realização de
atividades de monitoramento;
• Implementar o monitoramento do uso público.
159
Normas
• As atividades de monitoramento serão realizadas pela
administração local com o auxílio dos funcionários, ou mesmo de
estagiários e voluntários, quando esses existirem.
Sub-programa de Manutenção de trilhas
Objetivos
• Garantir o adequado uso das trilhas da RPPN EVC, e assim
contribuir para o cumprimento dos objetivos do Programa de Uso
Público;
• Viabilizar a diminuição dos impactos causados pela visitação
através do uso de técnicas corretas para a manutenção de trilhas;
• Proporcionar maior segurança aos usuários das trilhas, garantindo
o aumento na qualidade dos passeios por parte dos visitantes e
melhorando o trabalho de condutores e funcionários.
Atividades
• Capacitar os funcionários, estagiários e voluntários da RPPN EVC
para a manutenção de trilhas;
• Diminuir ou erradicar os impactos causados pelas atividades de
uso público ao recurso natural (erosão, drenagem, etc.) e os riscos
aos visitantes (ferimentos, fraturas, contusões, etc.);
• Sistematizar a manutenção das trilhas, baseando-se em critérios
meteorológicos, para diminuir os custos de manutenção a médio e
longo prazo.
Normas
• Evitar a realização de atividades de manutenção em períodos
chuvosos e em épocas de grande visitação;
• Nos períodos de visitação intensa a manutenção será restrita aos
casos emergenciais, que coloquem em risco a segurança dos
160
visitantes, condutores ou a integridade da trilha.
Na Tabela 14 é apresentado um resumo dos projetos propostos
para implementação a curto, médio e longo prazo, dentro de cada
subprograma.
Tabela 14 - Implementação de projetos a curto, médio e longo prazos, por subprograma do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel.
PRAZOS SUBPROGRAMA
CURTO MÉDIO LONGO
RECREAÇÃO E INTERPRETAÇÃO
1.Sistema de trilhas
• Trilha da Floresta
Tropical
• Trilha do Pau-Brasil
• Trilha da
Plataforma
• Trilha das
Orquídeas
• Trilha das
Palmeiras
1. Sistema de trilhas
Trilha da
Mussununga
1. Sistema de trilhas
• Trilha em Floresta
Conservada
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1. Escola na RPPN
2. Educação para o
mínimo impacto
3. Sistema de trilhas
• Trilha da Floresta
Tropical
• Trilha do Pau-Brasil
• Trilha da
Plataforma
• Trilha das
Orquídeas
• Trilha das
Palmeiras
1. Sistema de trilhas
• Trilha da
Mussununga
1. Sistema de trilhas
• Trilha em Floresta
Conservada
CAPACITAÇÃO
1. Treinamento
temático
2. Acompanhamento
de pesquisas
1. Treinamento
temático
2. Acompanhamento
de pesquisas
1. Treinamento temático
2. Acompanhamento de
pesquisas
1. Monitoramento do 1. Monitoramento do 1. Monitoramento do uso
161
PRAZOS SUBPROGRAMA
CURTO MÉDIO LONGO
MONITORAMENTO DO USO PÚBLICO
uso público uso público público
MANUTENÇÃO DE TRILHAS
1. Manutenção de
trilhas
2. Sistema de trilhas
1. Manutenção de
trilhas
2. Sistema de trilhas
1. Manutenção de trilhas
2. Sistema de trilhas
Normas e Regulamentos para Visitação Normas, regras e regulamentos formam a base do manejo de
visitantes e definem as ações e atividades permitidas a eles, que por
sua vez devem ser fundamentadas nos objetivos de conservação da
área e na capacidade da equipe para administrar tais atividades.
Podem ser desenvolvidos folhetos que descrevam as atividades
permitidas, as regras e os regulamentos, de forma que os visitantes
saibam claramente o que eles podem ou não fazer. A visitação na
RPPN EVC deverá inicialmente continuar nas áreas já utilizadas,
como o Centro de Visitantes e as trilhas da Floresta Tropical, Pau-
Brasil, das Orquídeas e da Plataforma. Em médio prazo deverão ser
utilizadas também as trilhas propostas no item “Novas propostas de
Uso Público”, quando uma nova rotina de manejo da visitação estiver
estabelecida, com implementação de infra-estrutura e outras ações
propostas, como monitoramento de impactos e nova capacitação de
monitores.
Dados os objetivos de conservação da biodiversidade, os serviços
e infra-estruturas oferecidos aos visitantes serão limitados ao mais
natural possível, o que resulta em uma experiência de visitação que
tende para o natural/primitivo, dentro do espectro de oportunidades
de recreação (ROS).
Assim, normas e regulamentos serão fundamentados em
técnicas atuais de mínimo impacto, como o programa "Leave no
162
Trace”, desenvolvido pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, e
adaptado pelo MMA, que contém os princípios do programa de
“Excursionismo de Mínimo Impacto” .
A última versão do programa recebeu o nome de “Pega Leve”,
lançado pelo CEU-Centro Excurcionista Universitário e o WWF-Brasil,
lançado 2003. Para obter mais informações sobre o Programa Pega
Leve e sobre a ética e as práticas de mínimo impacto, acesse o site
www.pegaleve.org.br
O estabelecimento destas normas será especialmente
importante quando tratar-se de caminhadas de um dia, manejo do
lixo etc.
3.4 Programa de Administração Este Programa trata das atividades e normas relacionadas à
organização, administração e recursos humanos necessários para o
funcionamento efetivo da unidade de conservação, bem como do
monitoramento das atividades de manejo da unidade.
Para consecução dos objetivos e execução dos demais
programas da RPPN EVC, deverão ser definidos os recursos humanos
necessários e de que maneira estes deverão ser capacitados.
Objetivo
• Dotar a RPPN EVC de estrutura administrativa para garantir a
implementação deste plano;
• Adequar os recursos humanos alocados na Reserva.
Resultados esperados: • Funcionamento da unidade de conservação adequado, conforme
seus objetivos de criação;
• Pessoal necessário à Reserva, devidamente capacitado e
alocado;
• Rotinas de serviço estabelecidas;
• Sistema de monitoramento das atividades implantado.
163
Atividades e Normas • Elaborar uma agenda de trabalho conforme o planejamento;
• Acompanhar o desenvolvimento dos Programas
compatibilizando as atividades relativas aos mesmos;
• Elaborar um programa de capacitação e reciclagem dos recursos
humanos da unidade;
• Estabelecer o conselho de pesquisa da unidade de conservação
para o qual deverá ser enviado todas as solicitação de pesquisa
da unidade;
• Integrar a RPPN EVC à outros projetos e programas existentes
na região.
Recursos Humanos Atualmente as atividades realizadas na RPPN EVC são
executadas por 19 pessoas, distribuídas em sete cargos (Tabela 15).
Somente dois cargos têm como exigência nível superior, a de
coordenação e de assistente de coordenação. Há um profissional de
nível médio na equipe e os demais cargos ocupados por profissionais
com ensino médio ou fundamental.
A Veracel Celulose terceriza os contratos da equipe através de
três empresas distintas, tendo como funcionário direto somente o
ocupante do Cargo de Coordenação. Os funcionários dos cargos de
Assistente de Coordenação, Técnico, Monitores e Vigias Ambientais
tem contrato com a empresa Equilíbrio Florestal. Os funcionários que
fazem a vigilância patrimonial são contratados pela Empresa Visel e
os funcionários da Limpeza e Higienização são prestadores de serviça
da Empresa Lemos Passos.
Existem três esquemas de trabalho na RPPN EVC, sendo que o
esquema de escala ainda possui duas divisões, as escalas em horas e
em dias. Os funcionários que têm o esquema de trabalho em escalas
trabalham na fiscalização ou proteção do patrimônio da unidade de
conservação.
164
Somente o cargo da coordenação estará envolvida com todos os
programas de manejo propostos. O Programa de Proteção é o
programa que tem o maior número de profissionais envolvidos (15),
evidenciando a importância que este programa tem para o bom
funcionamento da RPPN EVC e consequentemente para a implantação
deste Plano de Manejo.
Propõe-se que a médio prazo haja uma re-estruturação do
quadro de pessoal da RPPN EVC, tendo como modelo o organograma
funcional apresentado na Figura 62. O cargo proposto de Auxiliar
Administrativo poderá ser de nível médio e deverá ter contrato
diretamente com a Veracel Celulose, para poder efetuar as rotinas no
sistema interno da empresa. O cargo de responsável pela Proteção
Física poderá ser de nível médio e ter contrato com a Empresa
Equilíbrio Florestal ou similar.
Tabela 15 – Situação atual dos Recursos Humanos na RPPN Estação Veracel.
Empresa Número Esquema de Trabalho
Programa de Manejo
Coordenador Veracel 1 Administrativo Todos Assistente de coordenação
Equilíbrio 1 Administrativo Administração Educação Ambiental
Técnico ambiental
Equilíbrio 1 44h
Proteção Pesquisa
Monitores ambientais
Equilíbrio 3 44h Educação Ambiental Proteção
Vigias ambientais
Equilíbrio 6 Escalas (4/2dias)
Pesquisa Proteção
Vigilantes patrimoniais
Visel 4 Escalas (12/36h)
Proteção
Limpeza e higienização
Lemos Passos
3 44h Administração
165
Figura 62 Organograma funcional proposto para a RPPN Estação Veracel.
Recursos Financeiros
Para a execução física da proposta de manejo para a RPPN EVC
serão necessários investimentos e reforma de infra-estrutura,
aquisição de equipamentos, contratação de consultoria de pessoa
jurídica e os serviços de pessoal fixo.
Na Tabela 16 estão apresentadas as ações de curto e médio
prazo. O orçamento de longo prazo irá depender do sucesso da
implantação das ações a curto e médio prazo, mas há um tendência
para a diminuição dos custos após o terceiro ano de implantação do
Plano de Manejo.
O custo médio por hectare manejado após a implantação do
Plano de Manejo da RPPN EVC será de R$374,69 no primeiro ano e de
R$264,68 nos dois anos subseqüentes.
166
Tabela 16 – Ações de curto (2007) e médio prazo (2008-2009) para a RPPN
Estação Veracel. Programas de Manejo
2007 2008-2009
Educação Ambiental • 1 visita/semana • Consultoria CI • Materiais didáticos • Cursos de capacitação
• 2 visitas/semana • Materiais didáticos • Cursos de capacitação
Pesquisa • Adequação do Laboratório • Consultoria CI • Apoio financeiro a projetos • Fapesb • Projeto gavião real e armadilhas fotográficas
• Apoio financeiro a projetos • Incentivos • Fapesb • Projeto gavião real e
armadilhas fotográficas
Proteção Física • Controle de erosão das estradas internas
• Reforma das cercas vivas • Melhoria das trilhas
interpretativas • Palm-tops e software
• Controle da erosão das estradas internas
Administração • Custos com mão de obra, serviços e materiais
• Comunicação visual
• Custos com mão de obra, serviços e materiais
Investimento • Másterplan • Auditório • Paisagismo • Guarita vigilância
*Dependerá da revisão do quadro de pessoal proposto no ítem acima
O único programa de manejo que terá os custos aumentados até
o final da implementação de Plano de Manejo será o de Educação
Ambiental, pois está previsto o aumento do número de visitas
semanais de uma para quatro visitas até o ano de 2011.
Os investimentos e reformas na infra-estrutura estão
concentrados no curto prazo de implantação do Plano de Manejo,
sendo que somente o controle das erosões nas estradas internas serão
executadas no médio prazo de implementação.
167
Monitoramento da Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel Muitas atividades relacionadas com o uso dos recursos naturais
têm melhorado sua gestão após ter identificado, através de processos
de avaliação, critérios de medição e padrões de qualidade (Izurieta et
al., 1999). O mesmo se aplica para o caso da gestão de áreas naturais
protegidas, as quais, ao contarem com um sistema de avaliação
testado e validado, têm à sua disposição uma valiosa ferramenta, que
pode levar à melhoria de suas condições de manejo e cumprimento
dos seus objetivos.
Segundo Cifuentes (1998), o manejo de uma área protegida pode
ser definido como “o conjunto de ações que resultam em um melhor
aproveitamento e permanência de uma área protegida, permitindo que
os objetivos para os quais foi estabecida se cumpram.” Izurieta (1997)
define efetividade de manejo como “o conjunto de características,
ações, atitudes, capacidades e competências particulares que
permitam à uma área protegida cumprir satisfatoriamente a função e
os objetivos para os quais foi criada.” No caso das reservas naturais
privadas, Alderman (1994) e Langholz (1999), expressaram a
necessidade de se estabelecer sistemas de avaliação do manejo dessas
reservas. Entretanto, é importante ressaltar que a avaliação do
manejo de uma reserva não deve ser vista como um fim em si mesma,
mas como um importante passo para determinar suas fortalezas e
debilidades, com vistas ao monitoramento contínuo e ao
aprimoramento da sua gestão.
A matriz de avaliação da efetividade de manejo se baseia na
construção de cenários de manejo (parâmetros) para cada variável (ou
sub-variável, quando ocorrer), que correspondem à valores específicos,
que variam entre 0 (zero) e 4 (quatro), onde a situação com pontuação
máxima equivale ao “ótimo de manejo” para aquela variável ou
subvariável específica. A construção de cenários claros e objetivos,
com o maior nível de detalhamento possível, é fundamental para a
redução da subjetividade, comum nestes tipos de avaliações. A Tabela
168
17 apresenta a lista de âmbitos, e suas respectivas variáveis,
considerados neste estudo.
Tabela 17 – Matriz de Âmbitos, Variáveis e Sub-Variáveis para a avaliação de efetividade de manejo da unidade de conservação.
Âmbitos Variáveis Sub-variáveis
Apoio e participação comunitária
Claridade de jurisdição e atribuições
Coordenação para solução de
problemas
Intercâmbio de informação e recursos
Alcance
Apoio interinstitucional
Estabilidade
Apoio intra-institucional
Incentivos ao bom rendimento
Salários
Capacitação
Político
Recursos humanos
Autoridade dos funcionários
Domínio legal Posse e domínio da terra
Conflitos pela posse
Legislação ambiental Legal
Lei específica de proteção
Quantidade
Nível de instrução
Experiência na função Pessoal
Motivação
Quantidade
Estado de conservação
Localização Infra-estrutura
Funcionalidade
Quantidade
Estado de conservação
Disponibilidade
Administrativo
Equipamentos
Funcionalidade
Existência e atualização
Equipe de elaboração
Nível de implantação
Nível do planejamento
Planejamento Plano de manejo
Zoneamento
Existência e atualização Programas de manejo
(cada um dos programas
necessários) Nível de implantação
169
Âmbitos Variáveis Sub-variáveis
Existência e atualização Informação biofísica
Organização e disponibilidade
Existência e atualização Informação cartográfica
Organização e disponibilidade
Existência e atualização Informação sócio-econômica
Organização e disponibilidade
Informação
Monitoramento e
retroalimentação
Compatibilidade com objetivos Usos atuais (cada um dos usos da área)
Manejo do uso
Tamanho
Forma Biogeografia
Conectividade
Outra característica importante na hora de avaliar a gestão de
áreas protegidas é respeitar-se as características específicas de cada
área. Desse modo, é preciso que a matriz de avaliação seja própria
para cada unidade, respeitando o “ótimo de manejo” de cada uma. Ou
seja, não é concebível que se adote como “ótimo” um determinado
cenário padrão, contra o qual todas as áreas serão comparadas.
Mesquita (1999) propõe uma matriz genérica, que foi utilizada neste
estudo, adaptada para cada um dos casos relatados aqui.
No caso da RPPN EVC, para a qual se identificou 69,8% de
efetividade de manejo em estudo realizado em 1999, valor que
corresponde a um manejo classificado como “regular”, foi possível
identificar que os âmbitos “político” e “biogeografia” são os que
necessitam maiores cuidados, com os resultados de 53,8% e apenas
8,3%, respectivamente. A reduzida efetividade de manejo com relação
às características biogeográficas desta RPPN se explica pelo fato de ser
uma área quase que completamente isolada em uma paisagem
transformada, mesmo que seu tamanho seja considerável. No âmbito
político, os problemas, na época da avaliação (Abril de 1999), se
concentravam sobretudo na falta de vínculo com as comunidades
circunvizinhas e no pequeno suporte financeiro e técnico que a
170
empresa proprietária oferecia à reserva. Entretanto, cabe ressaltar que
este valor provavelmente seria maior atualmente, pois houve diversas
mudanças nos últimos dois anos, com a adoção de uma
administração mais profissional e maiores investimentos, inclusive
para a construção do Centro de Pesquis e outras melhorias. A Tabela
18 apresenta o resultado obtido na determinação da efetividade de
manejo da RPPN EVC em 1999.
Desta forma propõe-se que esta metodologia seja adotada como
estratégia de monitoramento da qualidade da gestão desta unidade de
conservação, com avaliações periódicas (período não inferior a dois
anos e não superior a cinco anos). O plano de manejo recomenda
ainda que seja feita uma avaliação antes do início de sua implantação.
Esta avaliação terá como objetivos identificar as alterações na
efetividade de manejo desta RPPN de 1999 até o presente momento e
servir como linha de base para o monitoramento da adoção do próprio
plano, estabelecendo o cenário atual de manejo no momento do início
de sua implantação.
Tabela 18 – Efetividade de Manejo da RPPN Estação Veracel por âmbitos, em 1999.
Âmbitos RPPN Veracel
Político 53,8%
Legal 100,0% Planejamento 80,0%
Informação 81,3%
Programas de manejo 78,1%
Usos atuais 75,0%
Características biogeográficas 8,3% Administrativo 81,7%
Fonte: Mesquita (1999).
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Silvano, D.L. & Pimenta, B.V.S. (2003). Diversidade e distribuição de
anfíbios na Mata Atlântica do Sul da Bahia. Em: Prado P.I., Landau
E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.)
Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia.
Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP.
Ilhéus.
Soderstrom, T.R. & Calderón, C.E. (1974). Primitive forest grasses and
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183
Valladares-Padua, C.B., Martins, C.S. & Rudran, R. (2003). Manejo
integrado de espécies ameaçdas. Em: L. Cullen Jr., R. Rudran & C.
Valladares-Padua (orgs.). Métodos de estudos em biología da
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Valente, O. F.; Gomes, M. A. 2005. Conservação de nascentes –
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da Mata Atlântica. São Paulo.
Ziller, S. (2004). Espécies exóticas invasoras em unidades de
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Zuercher, G.L., Swarner, M., Silveira, L. & Carillo, O. (2004). Bush dog
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and Dogs. Status Survey and Conservation Action Plan (eds C.
Sillero-Zubiri, M. Hoffmann & D. W. Macdonald), pp. 76-80. IUCN,
Gland, Switzerland and Cambridge, UK.
184
ANEXOS I
I.1 – Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel
I.2 – Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel
I.3 – Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC
I.4 – Lista de espécies de vertebrados registradas para a Reserva do Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel I.5 – Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel
185
ANEXO I.1 – Lista de publicações utilizadas no levantamento bibliográfico para compilação das espécies
de vertebrados ocorrentes na RPPN Estação Veracel
Buzzetti, D.R.C (1999). Lista preliminar das aves registradas na RPPN
Estação Vera Cruz - Porto Seguro - BA. Relatório não publicado. Veracel
Celulose. Eunápolis.
Carvalho, A.A.F. (2004). Ecologia alimentar e área de uso em Callithrix
geoffroyi (Humboldt, 1812) na Estação VeraCruz, Porto Seguro – BA.
Dissertação de Mestrado. UFBA. Salvador.
Cordeiro, P.H. (2003). Inventários de aves em remanescentes florestais de
Mata Atlântica no Sul da Bahia, lista das espécies observadas. Em:
Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. &
Alger K.N. (orgs.) Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul
da Bahia. Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP.
Ilhéus.
Cordeiro, P.H. (2003). Inventário de aves em remanescentes florestais de
mata atlântica no sul da Bahia. Lista das espécies observadas. Relatório
não publicado. Em: Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S.,
Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.) Corredor de Biodiversidade da Mata
Atlântica do Sul da Bahia. Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS,
UFMG & UNICAMP. Ilhéus.
Costa, M.M.G.C. (2004). Comparação da microfauna de vertebrados e
artrópodes cursores de serrapilheira em região de Mata Atlântica e
monocultura de eucalipto, no sul da Bahia. Dissertação de Mestrado.
UFBA. Salvador.
Teixeira, D., Porto, M., Lourine, M.L. & Person, V.G. (1995). Vertebrados
ameaçados de extinção na Estação Vera Cruz. Veracel Celulose.
Eunápolis.
Gouvêa, E.P. & Sampaio, D.F. (1997). Diagnóstico faunístico. Relatório não
publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.
Fragoso Junior, I.L. (1993). Plano de manejo das áreas de preservação
permanente e reserva florestal da Vera Cruz Florestal Ltda sul baiano.
Veracel Celulose. Eunápolis.
186
Franco, F.L., Sugliano, G.O.S., Porto, M. & Marques, O.A.V.. (1998). Répteis
na Estação Veracruz. Publicação Técnico-Científica No. 3. Estação
Veracruz.
Gouvêa, E.P. & Sampaio, D.F. (1997). Diagnóstico faunístico. Relatório não
publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.
Gouvêa, E.P. & Sampaio, D.F. (1997). Complementação da caracterização da
fauna da área de influência direta do empreendimento da Veracruz
Florestal Ltda. Relatório não publicado. Universidade da Bahia.
Louzada, J.N.C. Plano de monitoramento da fauna para as áreas da Veracel
Celulose S.A. (versão preliminar). Relatório não publicado. Veracel
Celulose. Eunápolis.
Martuscelli, P. (1999). Programa e monitoramento de aves e mamíferos de
sub-bosque com eucalipto. Veracel Celulose. Eunápolis.
Martuscelli, P. (1999). Levantamento de aves e mamíferos da Estação
Veracruz. Porto Seguro, Bahia. Relatório preliminar. Veracel Celulose.
Eunápolis.
Melo, F.R. (2004). Levantamento de primatas na Reserva Particular do
Patrimônio Natural Estação Veracruz, Eunápolis, Bahia. Relatório não
publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.
Moura, R.T.. (2003). Distribuição e ocorrência de mamíferos na Mata
Atlântica do Sul da Bahia. Em: Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T.,
Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.) Corredor de
Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Publicação em CD-
ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP. Ilhéus.
Paglia, A.P. & Santos, G. (2005). Amostragem de mamíferos de médio e
grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação
Veracruz. Relatório Técnico não-publicado. Veracel Celulose. Eunápolis.
Porto, M. (1994). Vertebrados ameaçados de extinção da Estação Veracruz.
Relatório final. Instituto Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental.
Rio de Janeiro.
Porto, M., Franco, F.L., Marques, O.V. & Sugliano, G.O.S. (1995). Anfíbios
na Estação Veracruz (Porto Seguro-Cabrália, Bahia). Instituto Iguaçu de
Pesquisa e Preservação Ambiental. Relatório técnico não publicado. Rio
de Janeiro.
187
Porto, M., Franco, F.L., Marques, O.V. & Sugliano, G.O.S. (1995). Répteis na
Estação Ecológica Veracruz Relatório técnico não publicado. Instituto
Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental. Relatório técnico não
publicado. Rio de Janeiro.
Porto, M. (1996). Caracterização da Estação Veracruz. Relatório. Instituto
Iguaçu de Pesquisa e Preservação Ambiental. Rio de Janeiro.
Silvano, D.L. & B.V.S. Pimenta. (2003). Diversidade e distribuição de
anfíbios na Mata Atlântica do Sul da Bahia. Em: Prado P.I., Landau
E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B. & Alger K.N. (orgs.).
2003. Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do Sul da Bahia.
Publicação em CD-ROM. IESB, CI, CABS, UFMG & UNICAMP. Ilhéus.
188
ANEXO I.2 – Lista das espécies da flora registradas no levantamento fitossociológico na RPPN Estação Veracel
Espécies e respectivos parâmetros fitossociológiocos (agrupadas em ordem descrescente do índice de valor de importância – IVI). DA (n/ha) = Densidade absoluta em nº. de indivíduos por Hectare, DR (%) = Densidade relativa, DoA (m2/ha) = Dominância absoluta, DoR (%) = Dominância relativa, FA (ui/ut) = Freqüência absoluta (nº. de unidades amostrais da i-ésima espécie divido pelo nº. total de unidades amostrais), FR (%) = Freqüência relativa, VI = Valor de importância.
Espécie DA
(n/ha) DR (%) DoA
(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%
Paypayrola blanchetiana 340 8,0760 0,4412 0,8563 90 3,3028 12,2350 4,0783 Parkia pendula 25 0,5938 4,0478 7,8560 20 0,7339 9,1838 3,0613 Myrtac sp. 2 195 4,6318 0,7498 1,4551 35 1,2844 7,3714 2,4571 N/C 6 5 0,1188 3,0411 5,9022 5 0,1835 6,2044 2,0681 Manilkara sp. 2 60 1,4252 1,6088 3,1223 30 1,1009 5,6484 1,8828 N/C 3 5 0,1188 2,2682 4,4022 5 0,1835 4,7045 1,5682 Ecclinusa ramiflora 55 1,3064 0,9607 1,8645 30 1,1009 4,2718 1,4239 Arapatiella psilophylla 80 1,9002 0,2835 0,5502 45 1,6514 4,1018 1,3673 Euterpe edulis 80 1,9002 0,1603 0,3112 50 1,8349 4,0463 1,3488 Macrolobium latifolium 55 1,3064 0,6717 1,3036 35 1,2844 3,8944 1,2981 Stephanopodium blanchetianum 75 1,7815 0,2208 0,4285 45 1,6514 3,8614 1,2871 Guapira sp. 1 80 1,9002 0,2944 0,5714 35 1,2844 3,7560 1,2520 Chrysophyllum splendens 90 2,1378 0,4346 0,8436 20 0,7339 3,7153 1,2384 Eriotheca macrophylla 30 0,7126 1,0665 2,0699 20 0,7339 3,5165 1,1722 Laurac sp. 1 30 0,7126 1,0331 2,0051 20 0,7339 3,4516 1,1505 Indeterminada 35 5 0,1188 1,6186 3,1414 5 0,1835 3,4436 1,1479 Indeterminada 9 5 0,1188 1,5735 3,0539 5 0,1835 3,3561 1,1187 N/C 28 5 0,1188 1,5389 2,9867 5 0,1835 3,2890 1,0963 Pouteria sp. 3 45 1,0689 0,6986 1,3558 20 0,7339 3,1586 1,0529 N/C 40 5 0,1188 1,4090 2,7346 5 0,1835 3,0369 1,0123 Sloanea sp. 1 20 0,4751 0,9228 1,7910 15 0,5505 2,8165 0,9388 Malvac sp. 1 5 0,1188 1,2759 2,4763 5 0,1835 2,7785 0,9262 Myrtac sp. 5 55 1,3064 0,3253 0,6314 20 0,7339 2,6717 0,8906 Indeterminada 17 5 0,1188 1,0659 2,0688 5 0,1835 2,3711 0,7904 Inga sp. 2 30 0,7126 0,2733 0,5305 30 1,1009 2,3440 0,7813 N/C 46 5 0,1188 1,0375 2,0136 5 0,1835 2,3159 0,7720 Discophora guianensis 45 1,0689 0,0626 0,1214 30 1,1009 2,2912 0,7637 Guapira opposite 50 1,1876 0,0771 0,1496 25 0,9174 2,2547 0,7516 Euphorbiac sp. 3 40 0,9501 0,1199 0,2327 25 0,9174 2,1002 0,7001 Sorocea guilleminiana 35 0,8314 0,0495 0,0960 30 1,1009 2,0283 0,6761 Faramea sp. 1 40 0,9501 0,0815 0,1581 20 0,7339 1,8422 0,6141 N/C 39 5 0,1188 0,7846 1,5229 5 0,1835 1,8251 0,6084 Myrcia acuminatissima 40 0,9501 0,1614 0,3132 15 0,5505 1,8138 0,6046 Sterculia excelsa 25 0,5938 0,2324 0,4511 20 0,7339 1,7789 0,5930 Pouteria sp. 2 15 0,3563 0,4242 0,8234 15 0,5505 1,7301 0,5767 N/C 34 5 0,1188 0,7194 1,3962 5 0,1835 1,6984 0,5661 Inga sp. 4 35 0,8314 0,0639 0,1240 20 0,7339 1,6893 0,5631 Ocotea sp. 2 35 0,8314 0,0414 0,0804 20 0,7339 1,6457 0,5486 Manilkara sp. 1 30 0,7126 0,2770 0,5376 10 0,3670 1,6172 0,5391 N/C 43 5 0,1188 0,6763 1,3126 5 0,1835 1,6149 0,5383 Guarea kunthiana 25 0,5938 0,1244 0,2415 20 0,7339 1,5693 0,5231 Ficus sp. 1 15 0,3563 0,3123 0,6062 15 0,5505 1,5129 0,5043 Ocotea indecora 30 0,7126 0,1248 0,2422 15 0,5505 1,5053 0,5018 Laurac sp. 4 35 0,8314 0,0615 0,1193 15 0,5505 1,5011 0,5004 Heisteria sp. 1 25 0,5938 0,0887 0,1721 20 0,7339 1,4999 0,5000 Mabea piriri 20 0,4751 0,1387 0,2693 20 0,7339 1,4783 0,4928 Indeterminada 10 5 0,1188 0,6034 1,1712 5 0,1835 1,4734 0,4911 N/C 1 5 0,1188 0,5851 1,1356 5 0,1835 1,4378 0,4793 Pouteria sp. 4 30 0,7126 0,0820 0,1591 15 0,5505 1,4221 0,4740 Myrcia sp. 2 25 0,5938 0,2323 0,4508 10 0,3670 1,4116 0,4705 N/C 7 5 0,1188 0,5671 1,1006 5 0,1835 1,4028 0,4676 Psychotria sp. 2 30 0,7126 0,0711 0,1380 15 0,5505 1,4010 0,4670
189
Espécie DA
(n/ha) DR (%) DoA
(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%
Gomidesia sp. 1 30 0,7126 0,2533 0,4917 5 0,1835 1,3877 0,4626 Simphonia globulifera 30 0,7126 0,0528 0,1025 15 0,5505 1,3656 0,4552 Virola sp. 1 10 0,2375 0,3917 0,7602 10 0,3670 1,3647 0,4549 Eschweilera ovata 20 0,4751 0,0799 0,1551 20 0,7339 1,3641 0,4547 Guatteria sp. 1 20 0,4751 0,0550 0,1067 20 0,7339 1,3157 0,4386 Myrcia sp. 1 30 0,7126 0,1169 0,2268 10 0,3670 1,3064 0,4355 Pouteria sp. 12 30 0,7126 0,1032 0,2003 10 0,3670 1,2798 0,4266 Pouteria sp. 1 25 0,5938 0,0693 0,1346 15 0,5505 1,2789 0,4263 Psychotria sp. 1 25 0,5938 0,0674 0,1308 15 0,5505 1,2751 0,4250 Pouroma sp. 1 20 0,4751 0,0284 0,0551 20 0,7339 1,2641 0,4214 Faramea sp. 2 20 0,4751 0,0273 0,0529 20 0,7339 1,2619 0,4206 Pogonophora schomburgkiana 25 0,5938 0,0460 0,0893 15 0,5505 1,2335 0,4112 Licania sp. 1 20 0,4751 0,1964 0,3812 10 0,3670 1,2233 0,4078 Eriotheca sp. 1 20 0,4751 0,0956 0,1856 15 0,5505 1,2112 0,4037 Kielmeyera sp. 1 15 0,3563 0,2504 0,4859 10 0,3670 1,2092 0,4031 Annonac sp. 1 25 0,5938 0,1231 0,2390 10 0,3670 1,1998 0,3999 Zantoxyllum sp. 1 25 0,5938 0,0267 0,0519 15 0,5505 1,1962 0,3987 N/C 12 5 0,1188 0,4486 0,8707 5 0,1835 1,1730 0,3910 N/C 9 5 0,1188 0,4460 0,8656 5 0,1835 1,1678 0,3893 Pouroma velutina 20 0,4751 0,0733 0,1423 15 0,5505 1,1678 0,3893 Syagrus botryophora 20 0,4751 0,1620 0,3144 10 0,3670 1,1564 0,3855 Inga sp. 3 15 0,3563 0,1137 0,2208 15 0,5505 1,1275 0,3758 Laurac sp. 2 15 0,3563 0,1121 0,2176 15 0,5505 1,1243 0,3748 Inga sp. 5 20 0,4751 0,0402 0,0780 15 0,5505 1,1035 0,3678 N/C 29 5 0,1188 0,4122 0,8001 5 0,1835 1,1023 0,3674 N/C 5 5 0,1188 0,4097 0,7952 5 0,1835 1,0974 0,3658 Balizia pedicellaris 20 0,4751 0,0358 0,0695 15 0,5505 1,0950 0,3650 Euphorbiac sp. 2 20 0,4751 0,0291 0,0566 15 0,5505 1,0821 0,3607 Myrtac sp. 7 25 0,5938 0,0608 0,1181 10 0,3670 1,0789 0,3596 Sloanea guianensis 20 0,4751 0,0266 0,0517 15 0,5505 1,0772 0,3591 Olacac sp. 1 20 0,4751 0,0236 0,0458 15 0,5505 1,0714 0,3571 Trichilia sp. 1 20 0,4751 0,0226 0,0439 15 0,5505 1,0694 0,3565 Pouteria sp. 9 5 0,1188 0,3921 0,7611 5 0,1835 1,0633 0,3544 Fabaceae sp. 1 5 0,1188 0,3798 0,7372 5 0,1835 1,0394 0,3465 Plinia sp. 1 25 0,5938 0,1268 0,2462 5 0,1835 1,0235 0,3412 Protium warmingianum 15 0,3563 0,0590 0,1146 15 0,5505 1,0213 0,3404 N/C 30 5 0,1188 0,3701 0,7183 5 0,1835 1,0206 0,3402 Eugenia sp. 3 20 0,4751 0,1613 0,3130 5 0,1835 0,9716 0,3239 N/C 36 5 0,1188 0,3371 0,6543 5 0,1835 0,9566 0,3189 Euphorbiac sp. 1 15 0,3563 0,0143 0,0277 15 0,5505 0,9345 0,3115 Guatteria sp. 2 15 0,3563 0,0142 0,0275 15 0,5505 0,9343 0,3114 Himatanthus sp. 1 15 0,3563 0,0131 0,0255 15 0,5505 0,9322 0,3107 Pterocarpus sp. 1 25 0,5938 0,0743 0,1441 5 0,1835 0,9214 0,3071 Fabac sp. 1 15 0,3563 0,1929 0,3743 5 0,1835 0,9141 0,3047 Myrtac sp. 1 25 0,5938 0,0690 0,1340 5 0,1835 0,9113 0,3038 Ocotea sp. 1 20 0,4751 0,0247 0,0480 10 0,3670 0,8900 0,2967 Nectandra sp. 1 25 0,5938 0,0552 0,1071 5 0,1835 0,8844 0,2948 Sccheflera morototoni 10 0,2375 0,1386 0,2690 10 0,3670 0,8735 0,2912 Indeterminada 36 5 0,1188 0,2905 0,5639 5 0,1835 0,8661 0,2887 N/C 37 5 0,1188 0,2905 0,5639 5 0,1835 0,8661 0,2887 N/C 44 5 0,1188 0,2716 0,5272 5 0,1835 0,8294 0,2765 N/C 4 5 0,1188 0,2655 0,5152 5 0,1835 0,8175 0,2725 N/C 35 5 0,1188 0,2634 0,5113 5 0,1835 0,8135 0,2712 Garcinia sp. 1 15 0,3563 0,0431 0,0836 10 0,3670 0,8068 0,2689 Qualea 15 0,3563 0,0294 0,0571 10 0,3670 0,7803 0,2601 Indeterminada 20 5 0,1188 0,2435 0,4725 5 0,1835 0,7748 0,2583 Aspidosperma discolor 10 0,2375 0,0875 0,1698 10 0,3670 0,7743 0,2581 Rubiac sp. 1 15 0,3563 0,0233 0,0452 10 0,3670 0,7684 0,2561 Buchenavia sp. 1 15 0,3563 0,0195 0,0378 10 0,3670 0,7610 0,2537 Plinia callosa 20 0,4751 0,0528 0,1024 5 0,1835 0,7610 0,2537 Lacistema robustum 10 0,2375 0,0765 0,1484 10 0,3670 0,7529 0,2510 N/C 15 5 0,1188 0,2319 0,4500 5 0,1835 0,7523 0,2508 Bauhinia sp. 1 15 0,3563 0,0131 0,0254 10 0,3670 0,7487 0,2496 Inga sp. 1 15 0,3563 0,0127 0,0247 10 0,3670 0,7480 0,2493 N/C 32 5 0,1188 0,2281 0,4427 5 0,1835 0,7449 0,2483 N/C 41 5 0,1188 0,2262 0,4390 5 0,1835 0,7413 0,2471 Copaifera sp. 1 15 0,3563 0,0089 0,0172 10 0,3670 0,7405 0,2468 Indeterminada 57 5 0,1188 0,2206 0,4281 5 0,1835 0,7303 0,2434 N/C 42 5 0,1188 0,2095 0,4067 5 0,1835 0,7089 0,2363
190
Espécie DA
(n/ha) DR (%) DoA
(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%
Randia armata 10 0,2375 0,0527 0,1023 10 0,3670 0,7068 0,2356 Diploon cuspidatum 10 0,2375 0,0496 0,0963 10 0,3670 0,7008 0,2336 Indeterminada 23 5 0,1188 0,2041 0,3962 5 0,1835 0,6985 0,2328 Indeterminada 2 5 0,1188 0,1988 0,3858 5 0,1835 0,6881 0,2294 Indeterminada 66 5 0,1188 0,1988 0,3858 5 0,1835 0,6881 0,2294 N/C 19 5 0,1188 0,1970 0,3824 5 0,1835 0,6847 0,2282 N/C 20 5 0,1188 0,1935 0,3756 5 0,1835 0,6779 0,2260 Sapotac sp. 3 5 0,1188 0,1901 0,3689 5 0,1835 0,6711 0,2237 Tapirira guianensis 10 0,2375 0,0324 0,0629 10 0,3670 0,6674 0,2225 Indeterminada 71 5 0,1188 0,1849 0,3589 5 0,1835 0,6611 0,2204 Jacaratia heptaphylla 10 0,2375 0,0286 0,0556 10 0,3670 0,6601 0,2200 Inga sp. 6 10 0,2375 0,0273 0,0530 10 0,3670 0,6575 0,2192 Vochysia sp. 1 10 0,2375 0,0263 0,0511 10 0,3670 0,6556 0,2185 N/C 21 5 0,1188 0,1815 0,3523 5 0,1835 0,6546 0,2182 Brosimum sp. 1 10 0,2375 0,0235 0,0456 10 0,3670 0,6501 0,2167 Pouteria sp. 5 10 0,2375 0,0223 0,0433 10 0,3670 0,6478 0,2159 Cecropia sp. 1 10 0,2375 0,0214 0,0415 10 0,3670 0,6460 0,2153 Swartzia simplex 10 0,2375 0,0187 0,0364 10 0,3670 0,6409 0,2136 Miconia sp. 1 10 0,2375 0,0181 0,0351 10 0,3670 0,6396 0,2132 Pausandra morisiana 10 0,2375 0,0159 0,0308 10 0,3670 0,6353 0,2118 Rubiac sp. 2 10 0,2375 0,0158 0,0306 10 0,3670 0,6351 0,2117 Sorocea hilarii 10 0,2375 0,0132 0,0256 10 0,3670 0,6301 0,2100 Licania sp. 2 10 0,2375 0,0113 0,0220 10 0,3670 0,6265 0,2088 Rudgea sp. 1 10 0,2375 0,0105 0,0203 10 0,3670 0,6248 0,2083 Celastrac sp. 2 10 0,2375 0,0099 0,0193 10 0,3670 0,6238 0,2079 Coussarea contracta 10 0,2375 0,0079 0,0153 10 0,3670 0,6198 0,2066 Henriettea succosa 10 0,2375 0,0078 0,0152 10 0,3670 0,6197 0,2066 N/C 27 5 0,1188 0,1509 0,2928 5 0,1835 0,5950 0,1983 Alseis floribunda 15 0,3563 0,0242 0,0469 5 0,1835 0,5867 0,1956 Guapira laxiflora 15 0,3563 0,0113 0,0218 5 0,1835 0,5616 0,1872 Indeterminada 27 5 0,1188 0,1330 0,2580 5 0,1835 0,5603 0,1868 Laurac sp. 7 15 0,3563 0,0096 0,0186 5 0,1835 0,5584 0,1861 N/C 14 5 0,1188 0,1301 0,2525 5 0,1835 0,5547 0,1849 N/C 26 5 0,1188 0,1258 0,2442 5 0,1835 0,5465 0,1822 N/C 33 5 0,1188 0,1244 0,2415 5 0,1835 0,5437 0,1812 Pouroma mollis 10 0,2375 0,0603 0,1171 5 0,1835 0,5381 0,1794 Indeterminada 24 5 0,1188 0,1043 0,2025 5 0,1835 0,5047 0,1682 Tibouchina sp. 1 10 0,2375 0,0414 0,0803 5 0,1835 0,5013 0,1671 Sebastiania sp. 1 10 0,2375 0,0407 0,0789 5 0,1835 0,5000 0,1667 Indeterminada 65 5 0,1188 0,0907 0,1761 5 0,1835 0,4783 0,1594 Indeterminada 14 5 0,1188 0,0895 0,1738 5 0,1835 0,4760 0,1587 N/C 24 5 0,1188 0,0837 0,1625 5 0,1835 0,4647 0,1549 N/C 25 5 0,1188 0,0837 0,1625 5 0,1835 0,4647 0,1549 Mendoncia sp. 1 5 0,1188 0,0792 0,1537 5 0,1835 0,4559 0,1520 N/C 45 5 0,1188 0,0759 0,1473 5 0,1835 0,4495 0,1498 Indeterminada 18 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 N/C 16 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 N/C 18 5 0,1188 0,0748 0,1451 5 0,1835 0,4474 0,1491 Rubiac sp. 3 10 0,2375 0,0133 0,0258 5 0,1835 0,4468 0,1489 Pithecellobium sp. 1 10 0,2375 0,0111 0,0215 5 0,1835 0,4425 0,1475 Eugenia sp. 4 10 0,2375 0,0088 0,0171 5 0,1835 0,4381 0,1460 Rinorea guianensis 10 0,2375 0,0083 0,0162 5 0,1835 0,4372 0,1457 Indeterminada 38 5 0,1188 0,0695 0,1348 5 0,1835 0,4371 0,1457 Talisia sp. 1 10 0,2375 0,0062 0,0120 5 0,1835 0,4330 0,1443 N/C 48 5 0,1188 0,0664 0,1288 5 0,1835 0,4311 0,1437 Indeterminada 70 5 0,1188 0,0594 0,1153 5 0,1835 0,4176 0,1392 Indeterminada 78 5 0,1188 0,0575 0,1116 5 0,1835 0,4138 0,1379 N/C 23 5 0,1188 0,0556 0,1079 5 0,1835 0,4102 0,1367 Indeterminada 34 5 0,1188 0,0547 0,1061 5 0,1835 0,4084 0,1361 Indeterminada 4 5 0,1188 0,0538 0,1043 5 0,1835 0,4066 0,1355 N/C 31 5 0,1188 0,0519 0,1008 5 0,1835 0,4030 0,1343 N/C 17 5 0,1188 0,0510 0,0991 5 0,1835 0,4013 0,1338 Indeterminada 11 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 N/C 22 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 Sapotac sp. 4 5 0,1188 0,0493 0,0956 5 0,1835 0,3979 0,1326 N/C 11 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 N/C 2 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 Sapotac sp. 2 5 0,1188 0,0467 0,0906 5 0,1835 0,3928 0,1309 N/C 8 5 0,1188 0,0393 0,0762 5 0,1835 0,3785 0,1262
191
Espécie DA
(n/ha) DR (%) DoA
(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%
Myrtac sp. 6 5 0,1188 0,0385 0,0747 5 0,1835 0,3770 0,1257 Xylopia sp. 1 5 0,1188 0,0377 0,0732 5 0,1835 0,3754 0,1251 Indeterminada 22 5 0,1188 0,0347 0,0673 5 0,1835 0,3696 0,1232 Indeterminada 30 5 0,1188 0,0347 0,0673 5 0,1835 0,3696 0,1232 N/C 10 5 0,1188 0,0340 0,0659 5 0,1835 0,3682 0,1227 Euphorbiac sp. 4 5 0,1188 0,0318 0,0617 5 0,1835 0,3640 0,1213 N/C 38 5 0,1188 0,0304 0,0590 5 0,1835 0,3613 0,1204 Apeiba tibourbon 5 0,1188 0,0297 0,0577 5 0,1835 0,3599 0,1200 Indeterminada 52 5 0,1188 0,0297 0,0577 5 0,1835 0,3599 0,1200 Indeterminada 26 5 0,1188 0,0290 0,0564 5 0,1835 0,3586 0,1195 Indeterminada 37 5 0,1188 0,0290 0,0564 5 0,1835 0,3586 0,1195 Annonac sp. 2 5 0,1188 0,0284 0,0551 5 0,1835 0,3573 0,1191 Indeterminada 28 5 0,1188 0,0277 0,0538 5 0,1835 0,3560 0,1187 Gomidesia sp. 2 5 0,1188 0,0245 0,0476 5 0,1835 0,3498 0,1166 Indeterminada 74 5 0,1188 0,0239 0,0464 5 0,1835 0,3486 0,1162 Indeterminada 79 5 0,1188 0,0227 0,0440 5 0,1835 0,3463 0,1154 Eugenia sp. 1 5 0,1188 0,0221 0,0429 5 0,1835 0,3451 0,1150 Fabac sp. 3 5 0,1188 0,0215 0,0417 5 0,1835 0,3440 0,1147 N/C 47 5 0,1188 0,0215 0,0417 5 0,1835 0,3440 0,1147 N/C 13 5 0,1188 0,0209 0,0406 5 0,1835 0,3429 0,1143 Pouteria sp. 7 5 0,1188 0,0204 0,0395 5 0,1835 0,3418 0,1139 Pouteria sp. 10 5 0,1188 0,0198 0,0384 5 0,1835 0,3407 0,1136 Indeterminada 39 5 0,1188 0,0192 0,0373 5 0,1835 0,3396 0,1132 Indeterminada 44 5 0,1188 0,0187 0,0363 5 0,1835 0,3385 0,1128 Pouteria sp. 6 5 0,1188 0,0176 0,0342 5 0,1835 0,3365 0,1122 Indeterminada 60 5 0,1188 0,0161 0,0312 5 0,1835 0,3335 0,1112 Pouteria sp. 11 5 0,1188 0,0156 0,0303 5 0,1835 0,3325 0,1108 Indeterminada 49 5 0,1188 0,0151 0,0293 5 0,1835 0,3315 0,1105 Alchornea sp. 1 5 0,1188 0,0146 0,0284 5 0,1835 0,3306 0,1102 Laurac sp. 5 5 0,1188 0,0137 0,0265 5 0,1835 0,3288 0,1096 Sapotac sp. 5 5 0,1188 0,0137 0,0265 5 0,1835 0,3288 0,1096 Exostyles sp. 1 5 0,1188 0,0132 0,0256 5 0,1835 0,3279 0,1093 Indeterminada 50 5 0,1188 0,0128 0,0248 5 0,1835 0,3270 0,1090 Indeterminada 72 5 0,1188 0,0128 0,0248 5 0,1835 0,3270 0,1090 Cordia sp. 1 5 0,1188 0,0123 0,0239 5 0,1835 0,3262 0,1087 Indeterminada 81 5 0,1188 0,0119 0,0231 5 0,1835 0,3253 0,1084 Euphorbiac sp. 6 5 0,1188 0,0115 0,0222 5 0,1835 0,3245 0,1082 Ocotea sp. 3 5 0,1188 0,0115 0,0222 5 0,1835 0,3245 0,1082 Indeterminada 42 5 0,1188 0,0110 0,0214 5 0,1835 0,3237 0,1079 Indeterminada 7 5 0,1188 0,0106 0,0206 5 0,1835 0,3229 0,1076 Laurac sp. 3 5 0,1188 0,0106 0,0206 5 0,1835 0,3229 0,1076 Indeterminada 59 5 0,1188 0,0098 0,0191 5 0,1835 0,3213 0,1071 Mollinedia sp. 1 5 0,1188 0,0098 0,0191 5 0,1835 0,3213 0,1071 Indeterminada 76 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Indeterminada 8 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Trichilia sp. 2 5 0,1188 0,0094 0,0183 5 0,1835 0,3206 0,1069 Indeterminada 58 5 0,1188 0,0090 0,0176 5 0,1835 0,3198 0,1066 Sapotac sp. 1 5 0,1188 0,0090 0,0176 5 0,1835 0,3198 0,1066 Indeterminada 19 5 0,1188 0,0087 0,0168 5 0,1835 0,3191 0,1064 Margaritaria sp. 1 5 0,1188 0,0087 0,0168 5 0,1835 0,3191 0,1064 Euphorbiac sp. 7 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Fabac sp. 2 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Indeterminada 45 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Indeterminada 46 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Myrtac sp. 3 5 0,1188 0,0080 0,0154 5 0,1835 0,3177 0,1059 Eschweilera sp. 1 5 0,1188 0,0076 0,0148 5 0,1835 0,3170 0,1057 Indeterminada 5 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Manilkara sp. 3 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Pouteria sp. 8 5 0,1188 0,0073 0,0141 5 0,1835 0,3163 0,1054 Guarea sp. 1 5 0,1188 0,0066 0,0128 5 0,1835 0,3151 0,1050 Indeterminada 3 5 0,1188 0,0066 0,0128 5 0,1835 0,3151 0,1050 Indeterminada 64 5 0,1188 0,0060 0,0116 5 0,1835 0,3138 0,1046 Indeterminada 67 5 0,1188 0,0060 0,0116 5 0,1835 0,3138 0,1046 Indeterminada 31 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Indeterminada 51 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Indeterminada 75 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Rauwolfia bahiensis 5 0,1188 0,0057 0,0110 5 0,1835 0,3133 0,1044 Cordia sp. 2 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Indeterminada 16 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042
192
Espécie DA
(n/ha) DR (%) DoA
(m2/ha) DoR (%) FA (ui/ut) FR (%) VI VI%
Indeterminada 69 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Plinia sp. 2 5 0,1188 0,0054 0,0104 5 0,1835 0,3127 0,1042 Eugenia sp. 2 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Euphorbiac sp. 5 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Indeterminada 33 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Indeterminada 62 5 0,1188 0,0051 0,0099 5 0,1835 0,3121 0,1040 Eriotheca sp. 2 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Indeterminada 25 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Myrtac sp. 4 5 0,1188 0,0048 0,0093 5 0,1835 0,3116 0,1039 Celastrac sp. 1 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Coccoloba sp. 1 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 80 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 83 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Margaritaria sp. 2 5 0,1188 0,0045 0,0088 5 0,1835 0,3111 0,1037 Indeterminada 1 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 13 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 43 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 47 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 48 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 68 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Ocotea sp. 4 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Plinia sp. 3 5 0,1188 0,0043 0,0083 5 0,1835 0,3106 0,1035 Indeterminada 6 5 0,1188 0,0040 0,0078 5 0,1835 0,3101 0,1034 Peutogyne sp. 1 5 0,1188 0,0040 0,0078 5 0,1835 0,3101 0,1034 Apocynac sp. 1 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Chionanthus sp. 1 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 41 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 54 5 0,1188 0,0038 0,0073 5 0,1835 0,3096 0,1032 Indeterminada 21 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Indeterminada 40 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Laurac sp. 6 5 0,1188 0,0035 0,0069 5 0,1835 0,3091 0,1030 Indeterminada 29 5 0,1188 0,0033 0,0064 5 0,1835 0,3087 0,1029 Indeterminada 12 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Indeterminada 55 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Indeterminada 61 5 0,1188 0,0031 0,0060 5 0,1835 0,3082 0,1027 Daphnopsis sp. 1 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 15 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 63 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 73 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Indeterminada 77 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Siparuna guianensis 5 0,1188 0,0029 0,0056 5 0,1835 0,3078 0,1026 Brunfelsia sp. 1 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Flacourtiaceae sp. 1 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Indeterminada 53 5 0,1188 0,0027 0,0052 5 0,1835 0,3074 0,1025 Indeterminada 56 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Indeterminada 82 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Licania sp. 3 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023 Olacac sp. 2 5 0,1188 0,0025 0,0048 5 0,1835 0,3070 0,1023
193
ANEXO I.3 – Amostras de plantas coletadas aleatoriamente na RPPN Estação Veracel e que se encontram depositadas no Herbário do CEPEC.
Nº
Herbário Coleto
r principal Número
de coleta Família Gênero
1068
65
Amori
m, A. M. A.
4403 EUPHORBIACEA
E
1068
66
Amori
m, A. M. A.
4404 BROMELIACEAE Aechmea
1123
48
Amori
m, A. M.
6102 RUBIACEAE
1123
49
Amori
m, A. M.
6103 SMILACACEAE Smilax
1123
50
Amori
m, A. M.
6104 BORAGINACEAE Cordia
1123
51
Amori
m, A. M.
6105 ANNONACEAE Anaxagor
ea
1123
52
Amori
m, A. M.
6106 MELIACEAE
1123
53
Amori
m, A. M.
6107 MELASTOMATAC
EAE
Leandra
1123
54
Amori
m, A. M.
6108 HIPPOCRATEACE
AE
1123
55
Amori
m, A. M.
6109 CYPERACEAE
1123
56
Amori
m, A. M.
6110 OCHNACEAE Ouratea
1123
57
Amori
m, A. M.
6111 FABACEAE Bauhinia
1123
58
Amori
m, A. M.
6112 MYRTACEAE
1123
59
Amori
m, A. M.
6113 MELASTOMATAC
EAE
1123
60
Amori
m, A. M.
6114 PASSIFLORACEA
E
Passiflora
1123
61
Amori
m, A. M.
6115 MELASTOMATAC
EAE
1123
62
Amori
m, A. M.
6116 SCHIZAEACEAE Anemia
1123
63
Amori
m, A. M.
6117 BORAGINACEAE Cordia
1123
64
Amori
m, A. M.
6118 MALPIGHIACEAE
1123
65
Amori
m, A. M.
6119 FLACOURTIACEA
E
Casearia
1123
66
Amori
m, A. M.
6120 CYATHEACEAE
194
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1123
67
Amori
m, A. M.
6121 ARALIACEAE
1123
68
Amori
m, A. M.
6122 MALPIGHIACEAE Heteropter
ys
1123
69
Amori
m, A. M.
6123 PIPERACEAE
1123
70
Amori
m, A. M.
6124 ARECACEAE
1123
71
Amori
m, A. M.
6125 EUPHORBIACEA
E
1123
72
Amori
m, A. M.
6126 FABACEAE
1123
73
Amori
m, A. M.
6127 EUPHORBIACEA
E
1123
74
Amori
m, A. M.
6128 DIOSCOREACEA
E
1123
75
Amori
m, A. M.
6129 FLACOURTIACEA
E
Casearia
1123
76
Amori
m, A. M.
6130 RUBIACEAE
1123
77
Amori
m, A. M.
6131 MELASTOMATAC
EAE
Miconia
1123
78
Amori
m, A. M.
6132 BORAGINACEAE Tournefort
ia
1123
79
Amori
m, A. M.
6133 SOLANACEAE
1123
80
Amori
m, A. M.
6134 APOCYNACEAE
1123
81
Amori
m, A. M.
6135 SOLANACEAE
1123
82
Amori
m, A. M.
6136
1123
83
Lopes,
M. M. M.
837
1123
84
Lopes,
M. M. M.
838 MELASTOMATAC
EAE
1123
85
Lopes,
M. M. M.
839 RUBIACEAE
1123
86
Lopes,
M. M. M.
840 ASTERACEAE
1123
87
Lopes,
M. M. M.
841 ACANTHACEAE
1123
88
Lopes,
M. M. M.
842 RUBIACEAE Chiococca
1123
89
Lopes,
M. M. M.
843 MELASTOMATAC
EAE
Miconia
195
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1123
90
Lopes,
M. M. M.
844 FABACEAE Bauhinia
1123
91
Lopes,
M. M. M.
845 DILLENIACEAE Davilla
1123
92
Lopes,
M. M. M.
846 ASTERACEAE Baccharis
1123
93
Lopes,
M. M. M.
847 POLYGONACEAE Coccoloba
1123
94
Lopes,
M. M. M.
848 LORANTHACEAE
1123
95
Lopes,
M. M. M.
849 MELASTOMATAC
EAE
1123
96
Lopes,
M. M. M.
850 MELASTOMATAC
EAE
1123
97
Lopes,
M. M. M.
851 LECYTHIDACEAE Eschweile
ra
1123
98
Lopes,
M. M. M.
852 MELASTOMATAC
EAE
1123
99
Lopes,
M. M. M.
853 SIMAROUBACEA
E
Simaba
1124
00
Lopes,
M. M. M.
854 MALPIGHIACEAE Byrsonim
a
1124
01
Lopes,
M. M. M.
855 BIGNONIACEAE Pleonotom
a
1124
02
Lopes,
M. M. M.
856 BIGNONIACEAE Lundia
1124
03
Lopes,
M. M. M.
857 BIGNONIACEAE
1124
04
Lopes,
M. M. M.
858 APOCYNACEAE Himatant
hus
1124
05
Lopes,
M. M. M.
859 MELASTOMATAC
EAE
1124
06
Lopes,
M. M. M.
860 EUPHORBIACEA
E
Sebastiani
a
1124
07
Lopes,
M. M. M.
861 POLYGALACEAE Bredemey
era
1124
08
Lopes,
M. M. M.
862 FABACEAE
1124
09
Lopes,
M. M. M.
863 SOLANACEAE
1124
10
Lopes,
M. M. M.
864 SMILACACEAE Smilax
1124
11
Lopes,
M. M. M.
865 LAURACEAE
1124
12
Lopes,
M. M. M.
866 DILLENIACEAE
196
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1124
13
Lopes,
M. M. M.
867 CLUSIACEAE Vismia
1124
14
Lopes,
M. M. M.
868 LORANTHACEAE
1124
15
Lopes,
M. M. M.
869 MELASTOMATAC
EAE
1124
16
Lopes,
M. M. M.
870 RUBIACEAE Psychotria
1124
17
Lopes,
M. M. M.
871 MYRTACEAE
1124
18
Lopes,
M. M. M.
872 SALICACEAE
1124
19
Lopes,
M. M. M.
873 ANNONACEAE
1124
20
Lopes,
M. M. M.
874 SAPINDACEAE
1124
21
Lopes,
M. M. M.
875
1124
22
Lopes,
M. M. M.
876 MYRTACEAE
1124
23
Lopes,
M. M. M.
877 NYCTAGINACEAE
1124
24
Lopes,
M. M. M.
878 SCROPHULARIAC
EAE
1124
25
Lopes,
M. M. M.
879 LENTIBULARIAC
EAE
Utricularia
1124
26
Lopes,
M. M. M.
880 BROMELIACEAE
1124
27
Lopes,
M. M. M.
881 MYRTACEAE
1124
28
Lopes,
M. M. M.
882 HUMIRIACEAE Humiria
1124
29
Lopes,
M. M. M.
883 RUBIACEAE
1124
30
Lopes,
M. M. M.
884 FABACEAE Swartzia
1124
31
Lopes,
M. M. M.
885
1124
32
Lopes,
M. M. M.
886 FABACEAE Bauhinia
1124
33
Lopes,
M. M. M.
887 MELASTOMATAC
EAE
1124
34
Lopes,
M. M. M.
888 AQUIFOLIACEAE Ilex
1124
35
Lopes,
M. M. M.
889 ACANTHACEAE
197
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1124
36
Lopes,
M. M. M.
890 DILLENIACEAE Davilla
1124
37
Lopes,
M. M. M.
891 MELASTOMATAC
EAE
1124
38
Lopes,
M. M. M.
892 DILLENIACEAE Doliocarpu
s
1124
39
Lopes,
M. M. M.
893 MYRTACEAE
1124
40
Lopes,
M. M. M.
894 CLUSIACEAE
1124
41
Lopes,
M. M. M.
895 CLUSIACEAE Clusia
1124
42
Lopes,
M. M. M.
896
1124
43
Lopes,
M. M. M.
897 RUBIACEAE
1124
44
Lopes,
M. M. M.
898 LYTHRACEAE
1124
45
Lopes,
M. M. M.
899
1124
46
Lopes,
M. M. M.
900 RUBIACEAE
1124
47
Lopes,
M. M. M.
901 RUBIACEAE Denscanti
a
1124
48
Lopes,
M. M. M.
902 ORCHIDACEAE
1124
49
Lopes,
M. M. M.
903 MYRTACEAE
1124
50
Lopes,
M. M. M.
904 FABACEAE
1124
51
Lopes,
M. M. M.
905
1124
52
Lopes,
M. M. M.
906 XYRIDACEAE Xyris
1124
53
Lopes,
M. M. M.
907 MALVACEAE
1124
54
Lopes,
M. M. M.
908 ARALIACEAE Schefflera
1124
55
Lopes,
M. M. M.
909 VERBENACEAE
1124
56
Lopes,
M. M. M.
910 FABACEAE
1124
57
Lopes,
M. M. M.
911 FABACEAE
1124
58
Lopes,
M. M. M.
912 MYRTACEAE
198
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1124
59
Lopes,
M. M. M.
913 BIGNONIACEAE Lundia
1124
60
Lopes,
M. M. M.
914 BROMELIACEAE
1124
61
Lopes,
M. M. M.
915 BROMELIACEAE Guzmania
1124
62
Lopes,
M. M. M.
916 RUBIACEAE
1124
63
Lopes,
M. M. M.
917 MELASTOMATAC
EAE
Bertolonia
1124
64
Lopes,
M. M. M.
918 SAPOTACEAE
1124
65
Lopes,
M. M. M.
919 RUBIACEAE
1124
66
Lopes,
M. M. M.
920 MYRTACEAE
1124
67
Lopes,
M. M. M.
921 ICACINACEAE Discophor
a
1124
68
Lopes,
M. M. M.
922 CLUSIACEAE Vismia
1124
69
Lopes,
M. M. M.
923 LORANTHACEAE
1124
70
Lopes,
M. M. M.
924 APOCYNACEAE
1124
71
Lopes,
M. M. M.
925 TRIGONIACEAE
1124
72
Lopes,
M. M. M.
926 SAPINDACEAE Serjania
1124
73
Lopes,
M. M. M.
927 ANNONACEAE Guatteria
1124
74
Lopes,
M. M. M.
928 BIGNONIACEAE
1124
75
Lopes,
M. M. M.
929 FABACEAE
1124
76
Lopes,
M. M. M.
930 MELASTOMATAC
EAE
1124
77
Lopes,
M. M. M.
931 RUBIACEAE Denscanti
a
1124
78
Lopes,
M. M. M.
932 PASSIFLORACEA
E
Passiflora
1124
79
Lopes,
M. M. M.
933 DILLENIACEAE Davilla
1124
80
Lopes,
M. M. M.
934 BROMELIACEAE Aechmea
1124
81
Lopes,
M. M. M.
935 MELASTOMATAC
EAE
199
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1124
82
Lopes,
M. M. M.
936 SAPINDACEAE
1124
83
Lopes,
M. M. M.
937 APOCYNACEAE Peltastes
1124
84
Lopes,
M. M. M.
938 DILLENIACEAE Davilla
1124
85
Lopes,
M. M. M.
939 MALVACEAE
1124
86
Lopes,
M. M. M.
940 TILIACEAE Apeiba
1124
87
Lopes,
M. M. M.
941 MORACEAE Ficus
1124
88
Lopes,
M. M. M.
942 POACEAE
1124
89
Lopes,
M. M. M.
943 FABACEAE Inga
1124
90
Lopes,
M. M. M.
944
1124
91
Lopes,
M. M. M.
945 CHRYSOBALANA
CEAE
Hirtella
1124
92
Lopes,
M. M. M.
946 MYRTACEAE
1124
93
Lopes,
M. M. M.
947 MYRSINACEAE
1141
93
Sant'A
na, S. C. de
1291 EUPHORBIACEA
E
1141
94
Sant'A
na, S. C. de
1292 MALPIGHIACEAE
1141
95
Sant'A
na, S. C. de
1293 MALPIGHIACEAE
1145
37
Amori
m, A. M.
6417 FABACEAE Arapatiell
a
1145
38
Amori
m, A. M.
6418 MARANTACEAE
1145
39
Amori
m, A. M.
6419 POLYGALACEAE Polygala
1145
40
Amori
m, A. M.
6420 BOMBACACEAE
1145
41
Amori
m, A. M.
6421 ANNONACEAE
1145
42
Amori
m, A. M.
6422 VITACEAE Cissus
1145
43
Amori
m, A. M.
6423 FABACEAE Bauhinia
1145
44
Amori
m, A. M.
6424 ORCHIDACEAE
200
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1145
45
Amori
m, A. M.
6425 EUPHORBIACEA
E
1145
46
Amori
m, A. M.
6426 POACEAE
1145
47
Amori
m, A. M.
6427 SAPOTACEAE
1145
48
Amori
m, A. M.
6428 DILLENIACEAE Davilla
1145
49
Amori
m, A. M.
6429 ASTERACEAE
1145
50
Amori
m, A. M.
6430 RUBIACEAE
1145
51
Amori
m, A. M.
6431 PIPERACEAE Piper
1145
52
Amori
m, A. M.
6432 ANNONACEAE
1145
53
Amori
m, A. M.
6433 RUBIACEAE
1145
54
Amori
m, A. M.
6434 COMMELINACEA
E
Dichorisa
ndra
1145
55
Amori
m, A. M.
6435 EUPHORBIACEA
E
1145
56
Amori
m, A. M.
6436 MYRTACEAE
1145
57
Amori
m, A. M.
6437 VIOLACEAE Paypayrol
a
1145
58
Amori
m, A. M.
6438 CYCLANTHACEA
E
Evodianth
us
1145
59
Amori
m, A. M.
6439 LAURACEAE
1145
60
Amori
m, A. M.
6440 POACEAE
1145
61
Amori
m, A. M.
6441 LAURACEAE
1145
62
Amori
m, A. M.
6442 RUBIACEAE
1145
63
Amori
m, A. M.
6443 IRIDACEAE
1145
64
Amori
m, A. M.
6444 GRAMMITIDACEA
E
1145
65
Amori
m, A. M.
6445 MELIACEAE
1145
66
Amori
m, A. M.
6446 POACEAE
1145
67
Amori
m, A. M.
6447 OXALIDACEAE Oxalis
201
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1145
68
Amori
m, A. M.
6448 HIPPOCRATEACE
AE
1145
69
Amori
m, A. M.
6449 MELIACEAE
1145
70
Amori
m, A. M.
6450 ARECACEAE
1145
71
Amori
m, A. M.
6451 CLUSIACEAE
1145
72
Amori
m, A. M.
6452 RUBIACEAE
1145
73
Amori
m, A. M.
6453 DILLENIACEAE Davilla
1145
74
Amori
m, A. M.
6454 SOLANACEAE
1145
75
Amori
m, A. M.
6455 MYRTACEAE
1145
76
Amori
m, A. M.
6456 MELIACEAE
1145
77
Amori
m, A. M.
6457 SAPOTACEAE
1145
78
Amori
m, A. M.
6458 LAURACEAE
1145
79
Amori
m, A. M.
6459 NYCTAGINACEAE
1145
80
Amori
m, A. M.
6460 RUBIACEAE
1145
81
Amori
m, A. M.
6461 CHRYSOBALANA
CEAE
1145
82
Amori
m, A. M.
6462 CHRYSOBALANA
CEAE
1145
83
Amori
m, A. M.
6463 CLUSIACEAE
1145
84
Amori
m, A. M.
6464 MARANTACEAE
1145
85
Amori
m, A. M.
6465 ASTERACEAE
1145
86
Amori
m, A. M.
6466 MARANTACEAE
1145
87
Amori
m, A. M.
6467 MIMOSACEAE Parkia
1145
88
Amori
m, A. M.
6468 EUPHORBIACEA
E
1145
89
Amori
m, A. M.
6469 BIGNONIACEAE
1145
90
Amori
m, A. M.
6470
202
Nº Herbário
Coletor principal
Número de coleta
Família Gênero
1145
91
Amori
m, A. M.
6471 MYRTACEAE
1145
92
Amori
m, A. M.
6472 SAPINDACEAE
1145
93
Amori
m, A. M.
6473 MIMOSACEAE Inga
1145
94
Amori
m, A. M.
6474 SAPINDACEAE
1145
95
Amori
m, A. M.
6475 BIGNONIACEAE Jacarand
a
1145
96
Amori
m, A. M.
6476 SMILACACEAE Smilax
1145
97
Amori
m, A. M.
6477 ORCHIDACEAE
1145
98
Amori
m, A. M.
6478 APOCYNACEAE
1145
99
Amori
m, A. M.
6479 BIGNONIACEAE
1146
00
Amori
m, A. M.
6480 OCHNACEAE Ouratea
1146
01
Amori
m, A. M.
6481 CLUSIACEAE Vismia
1146
02
Amori
m, A. M.
6482 MELASTOMATAC
EAE
Miconia
1146
03
Amori
m, A. M.
6483 RUTACEAE
1146
04
Amori
m, A. M.
6484 GENTIANACEAE Voyria
1146
05
Amori
m, A. M.
6485 GENTIANACEAE Voyria
1146
06
Amori
m, A. M.
6486 GENTIANACEAE Voyria
203
ANEXO I.4 – Lista de espécies de vertebrados registradas para a RPPN Estação Veracel
As espécies Cebus nigritus robustus, Cebus robustus, Cebus apella e
Cebus apella robustus foram agrupadas, no diagnóstico da fauna, em Cebus
robustus seguindo Silva Jr. (2001 apud Melo, 2004). Os primatas Callicebus
personatus, Callithrix kuhlii e Callitrix penicilata foram excluídos da lista de
espécies da RPPN EVC. A distribuição destas espécies não inclui a região
(Hirsch, 2003; Roosmalen et al., 2002), sendo pouco provável sua ocorrência
na RPPN EVC,, porém existem registros de introduções de outras espécies de
primayas calitriquídeos na região, havendo a possibilidade da existência de
híbridos ou de espécies não originais na área (Moura, 2003; P. Gouveia com.
pes.).
O cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e a raposinha-do-
campo (Pseudalopex vetulus) também foram excluídos. A primeira espécie é
muito rara e o registro pode ser fruto do engano entre as pegadas do cão
doméstico e do cachorro-vinagre (Zuercher et al., 2004), e a segunda é típica
do Cerrado que pode estar ampliando sua distribuição devido ao
desmatamento (Moura 2003), porém a autora recomenda estudos mais
aprofundados para confirmar a presença desta espécie.
Existe um registro para o tatu-canastra (Priodontes maximus) na
RPPN EVC e é pouco plausível a ocorrência atual desta espécie na área
(Prado et al., 2003). Importante registrar que em novembro de 2006 um
morador local afirmou que esta espécie ocorria na região e atualmente se
encontra extinta (C. Gatto com. pes.).
Três espécies incluídas no diagnóstico necessitam ser confirmadas na
EVC, a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) o tamandua-bandeira
(Myrmecopahga tridactyla) e a onça-pintada (Panthera onca). As espécies de
vertebrados da RPPN Estação Veracel estão listadas abaixo. O número de
registros ser refere a quantidade de fontes que citaram a espécie.
204
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Amphibia Anura Bufonidae Bufo aff. Crucifer 1 Amphibia Anura Bufonidae Bufo aff. typhonius 1 Amphibia Anura Bufonidae Bufo crucifer 5 Amphibia Anura Bufonidae Bufo gr. margaritifer 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo granulosus 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo margaritifer 2 Amphibia Anura Bufonidae Bufo paracnemis 1 Amphibia Anura Dendrobatidae Aparasphenodon brunoi 1 Amphibia Anura Dendrobatidae Colostethus capixaba 2 Amphibia Anura Dendrobatidae Colostethus sp. 2 Amphibia Anura Dendrobatidae Dscypops schirchi 1 Amphibia Anura Hylidae Aparasphenodon brunoi 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla albomarginata 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla albopunctata 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla anceps 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla bipunctata 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla branneri 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla crepitans 2 Amphibia Anura Hylidae Hyla decipiens 3 Amphibia Anura Hylidae Hyla elegans 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla faber 3
Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.
1 1
Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.
2 1
Amphibia Anura Hylidae Hyla gr. albosignata sp. n.
3 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla ibiraptanga 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla microps 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla minuta 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla pombali 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla scinax sp 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla semilineata 5 Amphibia Anura Hylidae Hyla senicula 4 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n. 1 1 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n. 2 2 Amphibia Anura Hylidae Hyla sp. n.1 1 Amphibia Anura Hylidae Hylomantis aspera 5 Amphibia Anura Hylidae Osteocephalus langsdorffii 3 Amphibia Anura Hylidae Phrynohyas luteolus 1 Amphibia Anura Hylidae Phrynohyas mesophaea 4 Amphibia Anura Hylidae Phyllodytes luteolus 3 Amphibia Anura Hylidae Phyllodytes melanomystax 3 Amphibia Anura Hylidae Phyllomedusa burmeisteri 3 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. altera 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. aurydice 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax aff. catharinae 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax agilis 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax alter 5 Amphibia Anura Hylidae Scinax argyreornatus 9 Amphibia Anura Hylidae Scinax cuspidatus 8 Amphibia Anura Hylidae Scinax eurydice 4 Amphibia Anura Hylidae Scinax gr. catharinae 2 Amphibia Anura Hylidae Scinax gr. ruber 2 Amphibia Anura Hylidae Scinax ruber 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax sp. 1 Amphibia Anura Hylidae Scinax sp. 1
Amphibia Anura Hylidae Sphaenorhynchus
palustris 8 Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera hylaedactyla 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera marmorata 1
205
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Amphibia Anura Leptodactylidae Adenomera sp. 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Ceratophrys aurita 4
Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus
bilineatus 2
Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus
binotatus 5
Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus gr.
guentheri 1
Amphibia Anura Leptodactylidae Eleutherodactylus
paulodutrai 4
Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus aff.
ocellatus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus fuscus 4 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus gr. fuscus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus mystacinus 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus ocellatus 2 Amphibia Anura Leptodactylidae Leptodactylus viridis 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus cuvieri 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr. cuvieri 2
Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr. cuvieri
sp. n. 6 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus gr.signifer 1 Amphibia Anura Leptodactylidae Physalaemus signifer 7 Amphibia Anura Leptodactylidae Proceratophrys boiei 3 Amphibia Anura Leptodactylidae Proceratophrys laticeps 8 Amphibia Anura Microhylidae Chiasmocleis carvalhoi 4 Amphibia Anura Microhylidae Chiasmocleis schubarti 8 Amphibia Anura Microhylidae Stereocyclops incrassatus 5 Aves Anseriformes Anatidae Anas bahamensis 2 Aves Apodiformes Apodidae Chaetura cinereiventris 5 Aves Apodiformes Apodidae Cypseloides fumigatus 2 Aves Apodiformes Apodidae Panyptila cayennensis 1 Aves Apodiformes Apodidae Streptoprocne zonaris 2 Aves Apodiformes Apodidae Tachornis squamata 1 Aves Apodiformes Trochilidae Amazilia fimbriata 2 Aves Apodiformes Trochilidae Amazilia leucogaster 2 Aves Apodiformes Trochilidae Anthracothorax nigricollis 4 Aves Apodiformes Trochilidae Aphantochroa cirrochloris 2 Aves Apodiformes Trochilidae Chlorestes notata 7 Aves Apodiformes Trochilidae Chlorostilbon lucidus 1 Aves Apodiformes Trochilidae Chrysolampis mosquitus 2 Aves Apodiformes Trochilidae Eupetomena macroura 6 Aves Apodiformes Trochilidae Florisuga fusca 2 Aves Apodiformes Trochilidae Glaucis dohrnii 5 Aves Apodiformes Trochilidae Glaucis hirsutus 2 Aves Apodiformes Trochilidae Hylocharis cyanus 4 Aves Apodiformes Trochilidae Hylocharis sapphirina 1 Aves Apodiformes Trochilidae Phaethornis pretrei 2 Aves Apodiformes Trochilidae Phaethornis ruber 7 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania glaucopis 3 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania sp 1 Aves Apodiformes Trochilidae Thalurania watertonii 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Caprimulgus cf. parvulus 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Caprimulgus parvulus 1 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Lurocalis semitorquatus 3 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Nyctidromus albicollis 4 Aves CaprimulgiformesCaprimulgidae Nyctiphrynus ocellatus 4 Aves CaprimulgiformesNyctibiidae Nyctibius aethereus 1 Aves Caprimulgiformes Nyctibiidae Nyctibius griseus 4 Aves Cathartiformes Cathartidae Cathartes aura 6 Aves Cathartiformes Cathartidae Cathartes burrovianus 4 Aves Cathartiformes Cathartidae Coragyps atratus 6 Aves Cathartiformes Cathartidae Sarcoramphus papa 4
206
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Aves Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis 4 Aves Charadriiformes Jacanidae Jacana jacana 1 Aves Charadriiformes Scolopacidae Actitis macularius 2 Aves Ciconiiformes Ardeidae 1 Aves Ciconiiformes Ardeidae Bubulcus ibis 2 Aves Ciconiiformes Ardeidae Butorides striata 1 Aves Columbiformes Columbidae Claravis pretiosa 2 Aves Columbiformes Columbidae Columba cayennensis 2 Aves Columbiformes Columbidae Columba livia 3 Aves Columbiformes Columbidae Columbina minuta 4 Aves Columbiformes Columbidae Columbina squammata 2 Aves Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti 5 Aves Columbiformes Columbidae Geotrygon montana 2 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila rufaxilla 3 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila sp. 1 Aves Columbiformes Columbidae Leptotila verreauxi 1 Aves Coraciiformes Alcedinidae Ceryle torquatus 2 Aves Coraciiformes Alcedinidae Chloroceryle amazona 4 Aves Coraciiformes Alcedinidae Chloroceryle americana 2 Aves Coraciiformes
Momotidae Baryphthengus ruficapillus 4
Aves Cuculiformes Cuculidae Crotophaga ani 5 Aves Cuculiformes Cuculidae Guira guira 5 Aves Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana 6 Aves Cuculiformes Cuculidae Tapera naevia 5 Aves Falconiformes Accipitridae Buteo albicaudatus 4 Aves Falconiformes Accipitridae Buteo nitidus 3 Aves Falconiformes Accipitridae Chondrohierax uncinatus 1 Aves Falconiformes Accipitridae Elanoides forficatus 2 Aves Falconiformes Accipitridae Elanus leucurus 5 Aves Falconiformes Accipitridae Gampsonyx swainsonii 2 Aves Falconiformes Accipitridae Geranospiza caerulescens 3 Aves Falconiformes Accipitridae Harpagus bidentatus 3 Aves Falconiformes Accipitridae Harpagus diodon 1 Aves Falconiformes Accipitridae Harpia harpyja 5 Aves Falconiformes Accipitridae Ictinia plumbea 2 Aves Falconiformes Accipitridae Leptodon cayanensis 2 Aves Falconiformes Accipitridae Leucopternis lacernulatus 5 Aves Falconiformes Accipitridae Rupornis magnirostris 3 Aves Falconiformes Accipitridae Spizaetus ornatus 2 Aves Falconiformes Accipitridae Spizaetus tyrannus 2 Aves Falconiformes Falconidae Caracara plancus 3 Aves Falconiformes Falconidae Falco femoralis 4 Aves Falconiformes Falconidae Falco sparverius 5 Aves Falconiformes Falconidae Herpetotheres cachinnans 5 Aves Falconiformes Falconidae Micrastur semitorquatus 2 Aves Falconiformes Falconidae Milvago chimachima 5 Aves Falconiformes Falconidae Milvago chimango 1 Aves Galbuliformes Bucconidae Chelidoptera tenebrosa 5 Aves Galbuliformes Bucconidae Malacoptila striata 6 Aves Galbuliformes Bucconidae Monasa morphoeus 7 Aves Galbuliformes Bucconidae Nonnula rubecula 2 Aves Galbuliformes Galbulidae Galbula ruficauda 6 Aves Galliformes Cracidae Penelope superciliaris 5 Aves Galliformes Cracidae Ortalis motmot 2 Aves Gruiformes Cariamidae Cariama cristata 2 Aves Gruiformes Pardirallus Gallinula chloropus 2 Aves Gruiformes Rallidae Amaurolimnas concolor 4 Aves Gruiformes Rallidae Pardirallus nigricans 1 Aves Gruiformes Rallidae Porzana albicollis 2 Aves
Passeriformes Cardinalidae Caryothraustes canadensis 5
Aves Passeriformes Cardinalidae Saltator maximus 7
207
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Aves Passeriformes Coerebidae Coereba flaveola 7 Aves Passeriformes Conopophagidae Conopophaga melanops 4 Aves Passeriformes Cotingidae Carpornis melanocephala 5 Aves Passeriformes Cotingidae Cotinga maculata 4 Aves Passeriformes Cotingidae Lipaugus vociferans 6 Aves Passeriformes Cotingidae Procnias nudicollis 3 Aves Passeriformes Cotingidae Xipholena atropurpurea 4 Aves Passeriformes
Dendrocolaptidae Campylorhamphus falcularius 2
Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Dendrocincla turdina 5 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Dendrocolaptes
platyrostris 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Glyphorynchus spirurus 6 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Lepidocolaptes squamatus 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus 4 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphocolaptes albicollis 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphorhynchus fuscus 2 Aves Passeriformes Dendrocolaptidae Xiphorhynchus guttatus 7 Aves Passeriformes Donacobiidae Donacobius atricapilla 2 Aves Passeriformes Emberizidae Ammodramus humeralis 3 Aves Passeriformes Emberizidae Arremon taciturnus 2 Aves Passeriformes Emberizidae Emberizoides herbicola 3 Aves Passeriformes Emberizidae Paroaria dominicana 2 Aves Passeriformes Emberizidae Sicalis flaveola 4 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila angolensis 1 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila bouvreuil 4 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila caerulescens 6 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila leucoptera 6 Aves Passeriformes Emberizidae Sporophila nigricollis 5 Aves Passeriformes Emberizidae Volatinia jacarina 6 Aves Passeriformes Emberizidae Zonotrichia capensis 2 Aves Passeriformes Formicariidae Formicarius colma 7 Aves Passeriformes Fringillidae Chlorophonia cyanea 1 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia chlorotica 5 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia pectoralis 5 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia violacea 7 Aves Passeriformes Fringillidae Euphonia xanthogaster 3 Aves Passeriformes Furnariidae Automolus leucophthalmus 4 Aves Passeriformes Furnariidae Certhiaxis cinnamomeus 2 Aves Passeriformes Furnariidae Furnarius rufus 6 Aves Passeriformes Furnariidae Phacellodomus rufifrons 6 Aves Passeriformes Furnariidae Philydor atricapillus 6 Aves Passeriformes Furnariidae Synallaxis frontalis 2 Aves Passeriformes Furnariidae Synallaxis spixi 2 Aves Passeriformes Furnariidae Thripophaga macroura 2 Aves Passeriformes Furnariidae Xenops minutus 7 Aves Passeriformes Furnariidae Xenops rutilans 3 Aves Passeriformes Grallariidae Grallaria varia 3 Aves Passeriformes Hirundinidae Progne chalybea 4 Aves Passeriformes Hirundinidae Progne tapera 1 Aves Passeriformes Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca 2 Aves Passeriformes Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis 7 Aves Passeriformes Hirundinidae Tachycineta albiventer 6 Aves Passeriformes Icteridae Cacicus cela 2 Aves Passeriformes Icteridae Cacicus haemorrhous 6 Aves Passeriformes Icteridae Gnorimopsar chopi 5 Aves Passeriformes Icteridae Icterus jamacaii 3 Aves Passeriformes Icteridae Molothrus bonariensis 2 Aves Passeriformes Icteridae Psarocolius decumanus 1 Aves Passeriformes Icteridae Sturnella superciliaris 2 Aves Passeriformes Mimidae Mimus saturninus 4 Aves Passeriformes Motacillidae Anthus lutescens 4 Aves Passeriformes Parulidae Basileuterus flaveolus 2
208
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Aves Passeriformes Parulidae Parula pitiayumi 2 Aves Passeriformes Parulidae Phaeothlypis rivularis 2 Aves Passeriformes Passeridae Passer domesticus 2 Aves Passeriformes Pipridae Chiroxiphia pareola 2 Aves Passeriformes Pipridae Dixiphia pipra 3 Aves Passeriformes Pipridae Machaeropterus regulus 4 Aves Passeriformes Pipridae Manacus manacus 5 Aves Passeriformes Pipridae Pipra rubrocapilla 5 Aves Passeriformes Pipridae Schiffornis virescens 1 Aves Passeriformes Polioptilidae Ramphocaenus melanurus 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Drymophila ochropyga 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Drymophila squamata 6 Aves Passeriformes Thamnophilidae Dysithamnus stictothorax 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Formicivora grisea 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Herpsilochmus pileatus 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Herpsilochmus
rufimarginatus 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Myrmotherula axillaris 6 Aves Passeriformes Thamnophilidae Myrmotherula urosticta 7 Aves Passeriformes Thamnophilidae Pyriglena leucoptera 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Taraba major 4 Aves Passeriformes Thamnophilidae Terenura maculata 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnomanes caesius 2 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus ambiguus 1 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus
caerulescens 3 Aves Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus punctatus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Chlorophanes spiza 5 Aves Passeriformes Thraupidae Conirostrum speciosum 2 Aves Passeriformes Thraupidae Cyanerpes cyaneus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Dacnis cayana 5 Aves Passeriformes Thraupidae Habia rubica 5 Aves Passeriformes Thraupidae Hemithraupis flavicollis 5 Aves Passeriformes Thraupidae Hemithraupis ruficapilla 2 Aves Passeriformes Thraupidae Nemosia pileata 2 Aves Passeriformes Thraupidae Ramphocelus bresilius 7 Aves Passeriformes Thraupidae Tachyphonus cristatus 5 Aves Passeriformes Thraupidae Tachyphonus rufus 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara brasiliensis 1 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cayana 6 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cyanocephala 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara cyanoventris 2 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara mexicana 3 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara seledon 4 Aves Passeriformes Thraupidae Tangara velia 4 Aves Passeriformes Thraupidae Thlypopsis sordida 2 Aves Passeriformes Thraupidae Thraupis palmarum 6 Aves Passeriformes Thraupidae Thraupis sayaca 6 Aves Passeriformes Tityridae Laniocera hypopyrra 5 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus castaneus 1 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus marginatus 3 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus
polychopterus 6 Aves Passeriformes Tityridae Pachyramphus viridis 2 Aves Passeriformes Tityridae Schiffornis turdina 5 Aves Passeriformes Tityridae Schiffornis virescens 1 Aves Passeriformes Tityridae Tityra cayana 5 Aves Passeriformes
Troglodytidae Campylorhynchus turdinus 2
Aves Passeriformes Troglodytidae Thryothorus genibarbis 5 Aves Passeriformes Troglodytidae Thryothorus longirostris 2 Aves Passeriformes Troglodytidae Troglodytes musculus 2 Aves Passeriformes Turdidae Cichlopsis leucogenys 1
209
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Aves Passeriformes Turdidae Turdus albicollis 2 Aves Passeriformes Turdidae Turdus amaurochalinus 2 Aves Passeriformes Turdidae Turdus fumigatus 4 Aves Passeriformes Turdidae Turdus leucomelas 6 Aves Passeriformes Turdidae Turdus rufiventris 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Ardea alba 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Arundinicola leucocephala 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Attila rufus 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Attila spadiceus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Camptostoma obsoletum 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Colonia colonus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Elaenia flavogaster 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Elaenia sp 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Fluvicola nengeta 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Hemitriccus nidipendulus 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Lathrotriccus euleri 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Legatus leucophaius 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Leptopogon
amaurocephalus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Machetornis rixosa 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Megarynchus pitangua 6 Aves Passeriformes Tyrannidae Mionectes oleagineus 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus ferox 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus sp. 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus tuberculifer 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiarchus tyrannulus 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiobius barbatus 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiodynastes maculatus 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiophobus fasciatus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiornis auricularis 8 Aves Passeriformes Tyrannidae Myiozetetes similis 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Ornithion inerme 1 Aves Passeriformes Tyrannidae Phyllomyias fasciatus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Pitangus sulphuratus 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Rhynchocyclus olivaceus 4 Aves Passeriformes Tyrannidae Rhytipterna simplex 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Todirostrum cinereum 5 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias flaviventris 3 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias poliocephalus 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Tolmomyias sulphurescens 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Tyrannus melancholicus 7 Aves Passeriformes Tyrannidae Tyrannus savana 2 Aves Passeriformes Tyrannidae Xolmis irupero 2 Aves Passeriformes Vireonidae Cyclarhis gujanensis 5 Aves Passeriformes Vireonidae Vireo olivaceus 2 Aves Pelecaniformes Anhingidae Anhinga anhinga 2 Aves Piciformes Picidae Campephilus robustus 4 Aves Piciformes Picidae Celeus flavescens 4 Aves Piciformes Picidae Celeus flavus 2 Aves Piciformes Picidae Celeus torquatus 4 Aves Piciformes Picidae Colaptes campestris 5 Aves Piciformes Picidae Dryocopus lineatus 3 Aves Piciformes Picidae Melanerpes flavifrons 4 Aves Piciformes Picidae Piculus flavigula 6 Aves Piciformes Picidae Picumnus exilis 2 Aves Piciformes Picidae Veniliornis affinis 3 Aves Piciformes Picidae Veniliornis maculifrons 2 Aves Piciformes Ramphastidae Pteroglossus aracari 7 Aves Piciformes Ramphastidae Ramphastos vitellinus 6 Aves Piciformes Ramphastidae Selenidera maculirostris 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona amazonica 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona farinosa 5 Aves Psittaciformes Psittacidae Amazona rhodocorytha 6
210
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga aurea 5 Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga auricapillus 4 Aves Psittaciformes Psittacidae Aratinga leucophthalma 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Brotogeris tirica 7 Aves Psittaciformes Psittacidae Forpus xanthopterygius 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus maximiliani 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus menstruus 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pionus sp. 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Primolius maracana 1 Aves Psittaciformes Psittacidae Pyrrhura cruentata 6 Aves Psittaciformes Psittacidae Pyrrhura leucotis 2 Aves Psittaciformes Psittacidae Touit surdus 7 Aves Strigiformes Strigidae Athene cunicularia 2 Aves Strigiformes Strigidae Glaucidium brasilianum 4 Aves Strigiformes Strigidae Glaucidium minutissimum 1 Aves Strigiformes Strigidae Megascops atricapilla 2 Aves Strigiformes Strigidae Pulsatrix perspicillata 2 Aves Strigiformes Strigidae Strix virgata 1 Aves Strigiformes Tytonidae Tyto alba 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus noctivagus 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus parvirostris 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus soui 6 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus tataupa 2 Aves Tinamiformes Tinamidae Crypturellus variegatus 6 Aves Tinamiformes Tinamidae Rhynchotus rufescens 3 Aves Tinamiformes Tinamidae Tinamus solitarius 6 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon curucui 1 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon rufus 7 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon surrucura 2 Aves Trogoniformes Trogonidae Trogon viridis 6 Mammalia Artiodactyla Tayassu pecari 2 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama americana 4 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama gouazoubira 2 Mammalia Artiodactyla Cervidae Mazama sp. 1 Mammalia Artiodactyla Tayassuidae Pecari tajacu 6 Mammalia Carnivora Canidae Cerdocyon thous 4 Mammalia Carnivora Felidae Herpailurus yaguarondi 4 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus cf. pardalis 1 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus pardalis 3 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus tigrinus 4 Mammalia Carnivora Felidae Leopardus wiedii 3 Mammalia Carnivora Felidae Panthera onca 2 Mammalia Carnivora Felidae Puma concolor 6 Mammalia Carnivora Mustelidae Conepatus sp. 1 Mammalia Carnivora Mustelidae Eira barbara 3 Mammalia Carnivora Mustelidae Galictis sp. 1 Mammalia Carnivora Mustelidae Lontra longicaudis 4 Mammalia Carnivora Procyonidae Nasua nasua 4 Mammalia Carnivora Procyonidae Potos flavus 2 Mammalia Carnivora Procyonidae Procyon cancrivorus 3 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Didelphis aurita 1 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Metachirus nudicaudatus 1 Mammalia Didelphimorphia Didelphidae Philander frenata 1 Mammalia Logomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis 4 Mammalia Marsupialia Didelphidae Philander opossum 1 Mammalia Perissodactyla Tapiridae Tapirus terrestris 6 Mammalia Primates Callitrichidae Callithrix geoffroyi 7 Mammalia Primates Cebidae Cebus robustus 1 Mammalia Primates Pitheciidae Callicebus melanochir 1 Mammalia Primates Pitheciidae Callicebus sp. 1 Mammalia Rodentia Agoutidae Agouti paca 3 Mammalia Rodentia Caviidae Cavia welsi 1 Mammalia Rodentia Cricetidae Oryzomys sp 1
211
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Mammalia Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta agouti 1 Mammalia Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta sp. 3 Mammalia Rodentia Echimyidae Nelomys sp 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Chaetomys subspinosus 5 Mammalia Rodentia Erethizontidae Coendou prehensilis 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Sphiggurus sp. 1 Mammalia Rodentia Erethizontidae Sphigurus insidiosus 5 Mammalia Rodentia
Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris 2
Mammalia Rodentia Muridae Calomys sp. 1 Mammalia Rodentia Muridae Mus musculus 1 Mammalia Rodentia Muridae Nectomys squamipes 1 Mammalia Rodentia Muridae Rattus norvegicus 1 Mammalia Rodentia Muridae Rattus rattus 2 Mammalia Rodentia Sciuridae Sciurus aestuans ingrami 1 Mammalia Rodentia Sciuridae Sciurus cf.aestuans 1 Mammalia Xenarthra Bradypodidae Bradypus torquatus 3 Mammalia Xenarthra Bradypodidae Bradypus variegatus 3 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Cabassous unicinctus 2 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus novemcinctus 3 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus septemcinctus 2 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Dasypus sp. 1 Mammalia Xenarthra Dasypodidae Euphractus sexcinctus 3 Mammalia Xenarthra Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla 3 Mammalia Xenarthra Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla 2 Repitilia Amphisbenia Amphisbaenidae Amphisbaena alba 1 Repitilia
Amphisbenia Rhineuridae Leposternon microcephalum 1
Repitilia Lacertilia Anguidae Diploglossus fasciatus 1 Repitilia Lacertilia Gekkonidae Gymnodactylus darwinii 4 Repitilia Lacertilia Gekkonidae Phyllopezus pollicaris 1 Repitilia Lacertilia Gymnophthalmidae Colobosaura sp. 1 Repitilia Lacertilia Gymnophthalmidae Leposoma scincoides 4 Repitilia Lacertilia Leiosauridae Enyalius catenatus 3 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis fuscoauratus 4 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis ortonii 2 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Anolis punctatus 1 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Enyalius catenatus 1 Repitilia Lacertilia Polychrotidae Polychrus marmoratus 3 Repitilia Lacertilia Scincidae Mabuya heathi 1 Repitilia Lacertilia Scincidae Mabuya macrorhyncha 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Ameiva ameiva 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Cnemidophorus nativo 3 Repitilia Lacertilia Teiidae Kentropyx calcarata 4 Repitilia Lacertilia Teiidae Tupinambis merianae 3 Repitilia Lacertilia Tropiduridae Tropidurus strobilurus 1 Repitilia Lacertilia Tropiduridae Tropidurus torquatus 2 Repitilia Serpente Boidae Corallus hortulanus 1 Repitilia Serpente Boidae Epicrates cenchria 1 Repitilia Serpente Colubridae Atractus maculatus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius bicarinatus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius exoletus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius fuscus 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius laevicollis 1 Repitilia Serpente Colubridae Chironius multiventris 1 Repitilia Serpente Colubridae Clelia plumbea 1 Repitilia Serpente Colubridae Dipsas catesbyi 1 Repitilia Serpente Colubridae Dipsas neivai 1 Repitilia Serpente Colubridae Drymoluber dichrous 1 Repitilia Serpente Colubridae Leptodeira annulata 1 Repitilia Serpente Colubridae Leptophis ahaetulla 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis cobella 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis frenatus 1
212
Classe Ordem Familia Espécie No. de registros
Repitilia Serpente Colubridae Liophis miliaris 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis poecilogyrus 1 Repitilia Serpente Colubridae Liophis reginae 1 Repitilia Serpente Colubridae Oxybelis aeneus 1 Repitilia Serpente Colubridae Oxyrhopus petola 1 Repitilia Serpente Colubridae Philodryas olfersii 1 Repitilia Serpente Colubridae Philodryas viridissima 1 Repitilia Serpente Colubridae Pseudoboa nigra 1 Repitilia Serpente Colubridae Pseustes sulphureus 1 Repitilia Serpente Colubridae Waglerophis merremii 1 Repitilia Serpente Colubridae Xenodon rhabdocephalus 1 Repitilia Serpente Elapidae Micrurus corallinus 1 Repitilia Serpente Elapidae Micrurus ibiboboca 1 Repitilia Serpente
Viperidae Bothrios bilienatus bilienatus 1
Repitilia Serpente Viperidae Bothrops jararaca 1 Repitilia Serpente Viperidae Bothrops leucurus 1 Repitilia Serpente Viperidae Lachesis muta 1 Repitilia Testudine Chelidae Acanthochelys radiolata 1 Repitilia Testudine Testudinidae Geochelone denticulata 1 Total 1518
213
ANEXO I.5 – Fotos da fauna da RPPN Estação Veracel
Dante Buzzetti
Foto 1 – Beija-flor balança-rabo canela
(Glaucis dorhnii).
Aristides Alves
Foto 2 – Papagaio chauá
(Amazona rhodocorytha).
Gleison Rezende
Foto 3 – Sagüi-da-cara-branca
(Callithrix geoffroyi).
Katão
Foto 4 – Macaco-preto
(Cebus robustus).
214
Bruno Pimenta
Foto 5 – Perereca (Hylomantis aspera).
Bruno Pimenta
Foto 6 – Perereca (Hyla gr. albosignata sp. n.).
João Marcos Rosa
Foto 7 – Indíviduo de gavião-real (Harpia harpyja) próximo ao viveiro e um
ninho da espécie identificado na RPPN Estação Veracel.
215
Alexandre Dias Ribeiro
Foto 8 – Equipamento utilizado na metodologia de armadilha fotográfica e
uma foto de anta (Tapirus terrestris) registrada em pesquisa utilizando esse
tipo de ferramenta na RPPN Estação Veracel.
216
ANEXOS II
1. Projetos Específicos
• Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel
• Manejo e conservação do gavião-real na RPPN
Estação Veracel
• Novas propostas de uso público na RPPN Estação Veracel
2. Oficinas Participativas
• Oficina de Elaboração do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel
• Oficina de Planejamento Participativo em
Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN Estação Veracel
217
Projetos Específicos Nesse item estão descritos projetos que já se encontram em
desenvolvimento na RPPN EVC ou em fase de implantação. Novos projetos
serão incorporados quando da revisão do plano de manejo.
Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte
através de armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel
Resumo Em uma amostragem preliminar na RPPN Estação Veracel foram
registradas 8 espécies de mamíferos através da metodologia de armadilhas-
fotográficas. Tal metodologia caracteriza-se por ser um método relativamente
não intrusivo. Permite realizar o monitoramento de grandes extensões de
área, não sendo necessária uma constante vigilância do sítio de estudo além
de não ocorrer a captura dos animais, livrando-os do stress de
aprisionamento. É também ideal para o registro efetivo da riqueza de
espécies, uma vez que a grande maioria dos animais é arredia à presença
humana. O objetivo do presente projeto de pesquisa é estabelecer um
programa de monitoramento da fauna de mamíferos de médio e grande porte
presentes na RPPN Estação Veracel. Serão estabelecidas 18 pontos de
amostragem utilizando armadilhas-fotográficas dispostas nas diferentes
Zonas de Manejo definidas pelo zoneamento no Plano de Manejo da reserva.
Em cada ponto de amostragem será instalada uma armadilha-fotográfica
modelo Tigrinus Convencional v4.0c. As armadilhas serão vistoriadas em
intervalos mensais, quando serão verificados o número de fotos tiradas e a
carga das baterias, que serão substituídas caso seja necessário. A cada seis
meses, ou em intervalos menores dependendo dos resultados obtidos, as
armadilhas serão trocadas de lugar, mantendo a distribuição pelas Zonas de
manejo. Pretende-se com o projeto avaliar a importância da RPPN Estação
Veracel na manutenção de populações viáveis de elementos da fauna de
mamíferos característicos da região sul da Bahia.
218
Introdução
Restando menos de 8% da cobertura original do bioma (Fundação
SOS Mata Atlântica & INPE, 2000) e altamente rica em endemismo de
plantas e animais, a Mata Atlântica é um dos cinco mais importantes
hotspots mundiais de biodiversidade (Myers et al., 2000). De um total
estimado em mais de 1800 espécies de vertebrados terrestres,
aproximadamente 660 (36%) são endêmicos ao bioma. Entre os mamíferos,
18 (80%) das 24 espécies e sub-espécies de primatas e 57 (64%) dos 87
táxons de roedores são exclusivos do bioma. Elevado também são os número
de espécies de mamíferos ameaçados de extinção na Mata Atlântica. Dos 69
mamíferos ameaçados de extinção no Brasil pela lista oficial do IBAMA
(Machado et al., 2005) nada menos que 41 espécies (59,4%) ocorrem na
Mata Atlântica, muitas delas no sul do estado da Bahia.
A fauna de mamíferos do sul da Bahia tem sido alvo de diferentes
estudos em anos recentes. Moura (1999) e Pardini (2001, 2004) estudaram a
comunidade de pequenos mamíferos na Reserva Biológica de Una e em
fragmentos na região. Moura (2003) analisou também a fauna de mamíferos
em geral em fragmentos florestais em um trabalho com maior amplitude
geográfica, abrangendo áreas no Baixo Sul ao Extremo Sul do estado. A
região Sul da Bahia é também rica em espécies de mamíferos ameaçados de
extinção, e diversos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com muitas dessas
espécies, tais como o mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus
chrysomelas), o macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos), a
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), o rato-do-cacau (Callistomys
pictus) e o rato-de-espinho (Phyllomys unicolor), entre outros. Muito se
espera desses estudos para confirmar a importância dos remanescentes
florestais nessa região para a preservação de espécies ameaçadas de
extinção no Brasil.
Nesse contexto, a RPPN Estação Veracel, junto com a área de floresta
da Reserva Biológica Pau-Brasil, da CEPLAC, constitui um importante
remanescente florestal. Diversos estudos com mamíferos foram realizados na
RPPN. Teixeira et al. (1994) indicam a presença de várias espécies
ameaçadas de extinção na área, porém, muitas delas com ocorrência
presumida. Martuscelli (1999), em um relatório preliminar de três
expedições de coleta aponta 14 espécies de mamíferos, desconsiderando
219
espécies registradas em entrevistas. Para pequenos mamíferos, considerando
a área conjunta da RPPN com a Rebio Pau-Brasil, Moura (2003) capturou 6
espécies em uma única campanha de campo, além de ter registrado 33
espécies de mamíferos de médio e grande porte, 13 dessas espécies com
registros diretos (pegadas e visualizações) e o restante por meio de
entrevistas. Mais recentemente, Melo (2004) relata a ocorrência de 25
espécies de mamíferos na Estação, 16 delas por meio de entrevistas. Paglia
& Santos (2005) realizaram um rápido inventário da fauna de mamíferos de
médio e grande porte na Estação Veracel utilizando armadilhas-fotográficas.
A amostragem da fauna através de armadilhas fotográficas (Cam Trap)
caracteriza-se por ser um método relativamente não intrusivo. Permite
realizar o monitoramento de grandes extensões de área, não sendo
necessária uma constante vigilância do sítio de estudo além de não ocorrer a
captura dos animais, livrando-os do stress de aprisionamento. É também
ideal para o registro efetivo da riqueza de espécies, uma vez que a grande
maioria dos animais é arredia à presença humana. Entretanto, o método
apresenta algumas limitações para o inventariamento da fauna silvestre em
decorrência da diferença de detecção entre os grupos (grande homeotérmicos
e pequenos homeotérmicos) e devido os diferentes hábitos locomotores entre
as espécies (Wemmer et al., 1996).
Objetivos Apesar de úteis para a caracterização da fauna de mamíferos,
nenhum dos projetos voltados para esse grupo na RPPN Estação Veracel
possui uma grande amplitude temporal. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo é iniciar um protocolo de monitoramento da fauna de mamíferos de
médio e grande porte na RPPN Estação Veracel. Pretende-se também
relacionar a variação sazonal nos parâmetros biológicos de riqueza e
diversidade com variáveis ambientais, além de comparar tais parâmetros
entre as diferentes zonas de manejo e entre áreas submetidas a diferentes
níveis de pressão antrópica externa. O projeto também se insere como
componente do Programa de Monitoramento das áreas de influência da
Veracel, por se tratar da RPPN uma dos sítios do programa.
220
Metodologia Área de estudo
A amostragem será realizada na RPPN Estação Veracel, de
propriedade da empresa Veracel. A RPPN está localizada nos municípios de
Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, e possui uma área de 6069 hectares de
floresta, boa parte dela (cerca de 76% da estação) em estágio avançado
(Teixeira et al., 1994). A vegetação predominante na Estação Veracel é a
chamada Mata de Tabuleiro, com matas de galeria ao longo dos cursos
d’água e uma área brejosa ao sul da estação e uma pequena área coberta
por formações arbustivas e/ou arbóreas de terrenos arenosos, chamados
“mussunungas” (Figura 1).
Coleta de Dados
Para levantamento dos dados serão utilizadas inicialmente 20
armadilhas fotográficas modelo Tigrinus Convencional v4.0c, fabricadas pela
Tigrinus (http://www.tigrinus.com.br). O modelo possui uma câmera
fotográfica analógica automática 35mm modelo Canon BF10 date com filme
Fuji Pro Value 200 ASA, 36 poses. A câmera fotográfica é alimentada com
duas pilhas tamanho AA recarregáveis. A armadilha possui um sensor de
movimento que detecta a presença de organismos que se desloquem em
frente ao equipamento, e um sensor de ambiente, com a função de reduzir
disparos em falso. A armadilha é alimentada por 4 pilhas tamanho AA
recarregáveis. O equipamento pode ser ajustado através de um programador
externo, que também indica o número de fotos batidas e ao nível de carga
das pilhas.
As armadilhas serão instaladas em árvores com diâmetro superior a
15 cm, e os pontos de amostragem escolhidos de acordo com o Zoneamento
ambiental realizado para o Plano de Manejo da Estação Veracel. Foram
definidas 6 Zonas de manejo, sendo três zonas principais para a instalação
das armadilhas fotográficas: Vida Silvestre (ZVS), Proteção (duas ZP1 e ZP2)
e Recuperação (ZR). Armadilhas serão inseridas também na Zona de
Educação Ambiental (ZEA), Zona Administrativa (ZA) e na Zona Conflitante
(ZC). Um total de 17 armadilhas-fotográficas serão distribuídas em cada
zona de manejo (Tabela 1). Três armadilhas serão reservadas para eventuais
substituições de equipamento estragado.
221
Figura 1 – Mapa de cobertura vegetal da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, Porto Seguro, Bahia.
222
Tabela 1 – Número de armadilhas-fotográficas instaladas em cada zona de manejo na RPPN Estação Veracel
Zona de manejo Tamanho (ha)
Sigla No. de armadilhas
Zona de Proteção 2.643 ZP 5
Zona Silvestre 1.712 ZVS 4
Zona de Recuperação 1.670 ZR 4
Zona de Visitação 33 ZEA 2
Zona de Uso Conflitante 10 ZC 1
Zona de Administração 1 ZA 1
Total 6.069 17
Serão escolhidos pontos próximos de corpos d'água, de trilhas
naturais, de árvores com frutos e de evidências diretas ou indiretas da
presença de mamíferos. O equipamento será programado para disparos em
intervalos mínimos de 30 segundos entre as fotografias e funcionamento
contínuo (24 horas). As câmeras serão vistoriadas em intervalos de
aproximadamente quatro semanas, para troca do filme e, quando
necessária, renovação das baterias e pilhas além da limpeza e verificação do
funcionamento do equipamento. As armadilhas ficarão em operação por pelo
menos 4 anos, devendo ser substituídas por equipamentos novos quando
estragadas e sem possibilidade de reposição, para que o esforço amostral
permaneça constante ao longo desse período.
Para os cálculos de sucesso de captura e do índice de abundância
relativa (IAR) consideraremos um registro efetivo como sendo uma foto de
uma espécie em uma armadilha-fotográfica num período de 24 horas,
excluindo da estimativa os registros seqüenciais de um mesmo indivíduo.
Para a estimativa do IAR de cada espécie divide-se o número de registros
efetivos de cada espécie pelo número total de registros efetivos (Sanderson,
2005; Sanderson & Trolle, 2005). A diversidade será comparada entre as
zonas de manejo utilizando as estimativas de riqueza calculadas a partir de
técnicas de re-amostragem como o Jackniffe. A variação sazonal na riqueza
223
de espécies e no IAR será relacionada com parâmetros ambientais, como
pluviosidade e temperatura através da análise de regressão.
224
Literatura citada
Fundação SOS Mata Atlântica & INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais). (2000). Atlas dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas
Associados no Domínio da Mata Atlântica. São Paulo.
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(não publicado). Veracel Celulose. Eunápolis.
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M.S. Foster (eds.). Measuring and Monitoring Biological Diversity.
Standart Methods for Mammals. Smithsonian Institution. Washington
D.C.
226
Cronograma de Atividades
ATIVIDADES BIMESTRES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Seleção e contratação de biólogo
Aquisição de equipamento
Instalação das armadilhas
Coletas de dados
Tabulação dos dados
Recolocação das armadilhas
Análise dos dados
Relatório parcial
Relatório Final
227
Manejo e Conservação do Gavião-Real na RPPN Estação Veracel*
*em colaboração com a pesquisadora Dra. Tânia Sanaiotti (INPA)
Introdução
O Gavião-real, Harpia harpyja, habita as florestas do Novo Mundo
desde o sul do México até o nordeste da Argentina (Aparício, 2001, Sick,
1993) e aparentemente nunca foi muito abundante, o que pode criar uma
sensação de absoluta ausência desta espécie em florestas que mostram
condições ótimas para sua existência (Garcia, 1996).
Esta espécie, o maior predador voador das Américas, esteve antes
listada como ameaçada de extinção (Bernardes et al., 1990) e recentemente
foi retirada da nova Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de
Extinção (web site do MMA, 2003).
Na mata Atlântica, o Gavião-real era regularmente avistado até a
década de 40 (Pacheco et al., 2003). Entretanto a população declinou
drasticamente, e os avistamentos entre 1980 e 2002 para esta região,
tornaram-se raros, provavelmente devido à fragmentação de habitat e ao
processo histórico de caça da espécie como troféu.
Na Amazônia Legal Brasileira, as evidências nos últimos 6 anos
(Sanaiotti et. al., 2001) indicam que a espécie seja ainda abundante devido
às grandes extensões de floresta contínua. Porém as novas fronteiras do
desmatamento decorrentes de expansões agrícola e pecuária, assentamentos
rurais e exploração madeireira, estão desencadeando processos de
transformação daquela paisagem.
Retting (1995) afirma que sabendo melhor a respeito das presas de
Harpias poderemos indicar qual o tamanho e tipo de habitat para
salvaguardar a população destas águias. Em suas pesquisas detectou que
até os seis meses, os jovens treinam o uso das asas, e depois do primeiro
vôo, ainda se manterão próximos à árvore do ninho por mais de um ano,
sendo alimentados pelos pais. Pela dificuldade de acompanhar as atividades
deste animal em campo, este período de nidificação é a melhor alternativa de
registrar a dieta da espécie.
A dieta de um casal em período reprodutivo foi composta por 19
espécies de mamíferos, mais de 30% dos indivíduos eram preguiças e menos
228
de 30% eram macacos; 86% das presas eram arborícolas, mas um cervídeo,
Mazama americana, foi identificado nos itens de dieta (Retting, 1995). Em
outro registro de presas, avaliado através de restos encontrados em 7 ninhos
no Peru, a dieta foi composta por 11 espécies de mamíferos (destacando
Coendou bicolor, Choloeupus hoffmanni, Potus flavus, Bradyipus variegatus e
Tamanduá tetradactyla em maior número) e 3 espécies de aves (Piana,
2001).
Alvarez-Cordero (1996) estudou 29 ninhos na Venezuela e 10 no
Panamá, e estimou que os casais usam cerca de 3-7km da área de entorno
aos ninhos, mantendo área de uso circular com o ninho no centro. A
dispersão destes casais podia ser em até 80km2. No Peru, próximo a Puerto
Maldonato, na comunidade nativa de “Infierno”, Piana (1997) encontrou
harpias sobrevivendo e reproduzindo em florestas secundárias ou
fragmentadas.
O hábito de retornar às árvores dos ninhos em diferentes ciclos de
reprodução foi apontado em dois diferentes trabalhos. Retting (1978)
registrou ciclos de reutilização de ninhos com cerca de três anos.
Muitos estudos fazem referências à nidificação de harpias em árvores
emergentes. Retting (1995) estudando ninhos de harpia na Guiana
encontrou 9 ninhos, maioria deles em Ceiba pentandra (Samaúma). Na
Venezuela Martinez et al. (1996) descrevem que os ninhos ocorreram em
Lecythidaceae (“Capa tabaco”), Chrysobalanaceae (“el Merecurillo”),
Leguminosae (“el Algarrobo”) e Bombacaceae (“el Barbarán” e ocasinalmente
em Ceibas). No Peru, dos 7 ninhos estudados 4 estavam em castanheiras,
Bertholletia excelsa e 2 em Dipteryx micranta e 1 não identificada (Piana,
2001). Os trabalhos não indicam dados de preferência por espécies, mas
sempre citam nidificações em árvores emergentes, que variam
aparentemente conforme a região abordada.
A localização e o monitoramento de ninhos próximos à Manaus foi um
ponto de partida ao estudo da dieta da espécie na Amazônia central
(Sanaiotti et al., 2001). Com base na idéia de preservação ligada à árvore do
ninho, a exemplo de trabalho semelhante realizado por Alvarez-Cordero &
Küng (1998) na Venezuela, foi iniciado um Programa de Conservação da
espécie Gavião-real para a Amazônia Brasileira (Sanaiotti, 2001, 2002).
229
Justificativa
A coexistência de espécies com o homem é um desafio deste novo
século, e para isso faz-se necessário que muitas informações estejam
disponíveis aos tomadores de decisão, nos momentos de argumentação e
estabelecimento de ações de conservação.
Determinar padrões de uso do habitat, tamanho e forma do território,
e compreender a dieta de espécies ameaçadas podem ser ferramentas úteis
para fornecer subsídios às tomadas de decisão quanto ao estabelecimento de
áreas de conservação e orientação em planos de manejo. O mesmo vale para
casos de restrição de uso de habitat em áreas de extrativismo e estimativas
de viabilidade de reintrodução da espécie em áreas a priori de ocorrência
natural.
Na Mata Atlântica a fragmentação do habitat criou um mosaico de
“pequenas florestas” que dificulta a manutenção da fauna. No Extremo Sul
da Bahia, a descaracterização do ambiente natural e a derrubada
indiscriminada das florestas são responsáveis pela raridade de várias
espécies de aves nos dias atuais, principalmente espécies florestais, que
sobrevivem apenas nos raros remanescentes florestais existentes na região.
As principais reservas florestais existentes no sul da Bahia, com capacidade
para abrigar as espécies de aves mais raras e exigentes ecologicamente, são
a RPPN Estação Veracel, de propriedade da Veracel Celulose S/A e os três
parques nacionais na porção terrestre dessa região, em função de sua
extensão e grau de conservação.
No caso específico deste Projeto, há registros de avistamentos de
Harpia harpyia com regularidade por pesquisadores visitantes (Paulo
Cordeiro, Mauro Galetti) na RPPN Estação Veracel, e por vários funcionários
da Reserva e vigias da CEPLAC na divisa da RPPN/CEPLAC, desde 1998.
O(s) indivíduo(s) avistado(s) entre 1998-2004 na RPPN,
remanescente(s) ao processo de fragmentação, pode estar utilizando também
o entorno da unidade de conservação como área de forrageio. Não existem
dados publicados a respeito da dimensão dos territórios em áreas
fragmentadas, nem estudos prévios sobre área de vida de harpias para a
Mata Atlântica.
Atualmente, existe uma harpia em cativeiro no Criadouro
Conservacionista da Veracel Celulose S/A, localizado na RPPN Estação
Veracel, que tem atraído a presença de um indivíduo de vida livre observado
230
desde junho de 2003. O animal hoje em cativeiro é proveniente de apreensão
do IBAMA em área próxima a Reserva em 1997 e já era adulto na época.
Uma vez que o referido Criadouro será desativado e os animais devidamente
encaminhados, propõe-se no caso da harpia a realização de um estudo do
indivíduo de vida livre e a partir deste a possível reabilitação e soltura do
indivíduo em cativeiro, na região.
Objetivos 1. Capturar a harpia de vida livre que visita o indivíduo em cativeiro, no
recinto do Criadouro Conservacionista da Veracel Celulose S/A
localizado na RPPN Estação Veracel, para anilhamento de registro no
CEMAVE/IBAMA e implantação de rádios transmissores para
receptação de dados em VHS e via Satélite;
2. Determinar se o indivíduo marcado desloca-se somente na área da
RPPN Estação Veracel e qual ou quais outras matas contíguas ou
fragmentos estão sendo visitados, e determinação de área de vida;
3. Identificar que áreas dentro da RPPN Estação Veracel não são
ocupadas pela Harpia monitorada ou outro indivíduo livre;
4. Investigar se existe ninho de Harpia dentro da RPPN Estação Veracel
e/ou florestas adjacentes;
5. Verificar a presença de indivíduos de Harpia, através de sistema de
Play-Back em diferentes pontos da RPPN Estação Veracel;
6. Iniciar programa de reabilitação para o indivíduo em cativeiro,
visando reintrodução;
7. Buscar reserva florestal ou conjunto de fragmentos com área
suficiente para comportar a reintrodução, baseando-se em dados a
serem obtidos pelo monitoramento do indivíduo de vida livre.
Área de Estudo
O estudo será desenvolvido na RPPN Estação Veracel, onde há
registros de avistamentos de indivíduo(s) de Harpia adulto, e por surpresa a
visita de um indivíduo adulto sobre o recinto de outro indivíduo de Harpia
em cativeiro. A vegetação das RPPN Estação Veracel (6.069 ha) e Estação Pau Brasil
(1.230 ha) são de Floresta Atlântica, pouco impactadas, remanescentes ao
processo de ocupação humana.
231
Métodos 1. Captura e marcação com anel do CEMAVE/IBAMA e soltura do
indivíduo livre que visita o recinto na RPPN Estação Veracel;
2. Determinar o tamanho da área usada pelo indivíduo livre através da
implantação de um rádio transmissor via satélite;
3. Acompanhar as atividades de animais na área do ninho de harpia dentro
da RPPN Estação Veracel;
4. Determinar se existe parte da Estação Veracel que não esteja sendo
ocupada pela Harpia monitorada;
5. Reintroduzir o segundo indivíduo, hoje em cativeiro no Criadouro
Conservacionista da Veracel Celulose S/A, em área de reserva na Bahia.
Captura por armadilha de laço A técnica de captura por armadilha de laço foi desenvolvida na tese de
doutorado de Álvares-Cordero (1996), com captura e marcação de 16
Harpias na Venezuela, e ainda não foi patenteada.
A arapuca consiste de uma base de tela onde se fixam quatro guias
para o laço e uma isca, e a estrutura é presa a um galho próximo ao ninho.
O laço, uma corda de polipropileno de 5mm, é controlado pôr um operador
em terra e no momento que a ave pisa na isca, dispara o dispositivo.
Nesta situação em especial, os avistamentos mais constantes têm sido
sobre o recinto do indivíduo em cativeiro, sobre o qual será instalado o
dispositivo de captura.
Marcação e implantação de transmissores VHS e satélite
No mesmo esforço de captura para o anilhamento, serão
implementados sistemas de transmissão de sinais VHS Wildlife Materials e
transmissor de sinais via satélite TELONICS, em sistema de mochila, fixa às
costas da ave.
A receptação dos dados será realizada em parceria com o Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. Após a receptação,
procederemos com as análises dos dados e determinação da área utilizada
pelo indivíduo. Além da marcação também será feita coleta de sangue para
fins de análise de DNA.
232
Técnicas de acesso às copas
Para instalação de armadilhas, verificação de ninhos, buscas por
avistamentos ou quando necessário, as árvores emergentes serão escaladas
através de técnicas verticais em “single rope” com “back-up”, com técnica
“sapo”. As cordas estáticas são passadas nas forquilhas principais da árvore,
previamente à escalada, através do uso de atiradeira esportiva, com
chumbos esféricos de pesca de 50g, presos a um fio de nylon de 0,35mm.
Após a passagem deste fio, por ele será recolhido um cordim de 0,6mm,
chamado monofil, com o qual é possível recolher à corda. As cordas de
“back-up”, dinâmicas, partirão de uma segunda pessoa que dispõe de um
dispositivo blocante, que liberará corda á medida que o escalador sobe.
Presa ao escalador, a corda dinâmica será passada por pontos de fixação,
que sustentarão a queda do escalador em caso de falha do sistema principal.
Caracterização da dieta Ossadas serão recolhidas mensalmente no ninho dentro da reserva,
durante o período do monitoramento por um integrante do Programa Gavião-
real. Para caracterizar e quantificar a dieta dos filhotes, analisaremos as
ossadas recolhidas, seja no chão sob o ninho ou no interior do ninho
(quando da limpeza final antes da queda do ninho, ou nos momentos de
captura para o anilhamento). As ossadas serão analisadas individualizando
cada item de presa para quantificação. Consideraremos indivíduo, cada
crânio ou bacia completa. Em uma mesma coleta, quando não for possível
individualizar ossos pertencentes a um mesmo esqueleto, para cada crânio
uma bacia será descartada do registro de número de indivíduos.
Métodos para reabilitação de indivíduo de Harpia adulto trazido para o Criadouro Conservacionista em 1998 (microship AID 0451133090).
Um programa de reabilitação deverá ser moldado conforme avaliação
da capacidade de vôo, habilidade de captura de presas e manutenção de
instinto de caça, e estado de saúde do indivíduo em cativeiro. O
planejamento do programa de reabilitação deverá ser desenvolvido e
detalhado em parceria com a RPPN Estação Veracel. Além disso, deverão ser
233
considerados os dados a serem obtidos pelo monitoramento do indivíduo de
vida livre a fim de identificar a existência de área suficiente para comportar a
reintrodução na região. No caso de soltura, este indivíduo também receberá
anilha e rádios transmissores para acompanhamento.
Método de Play-back para atração de indivíduos.
Serão acessados diferentes pontos da RPPN Estação Veracel, a serem
determinados de acordo com acesso e divisão da área em blocos de
abordagem. Nesses pontos selecionados, uma árvore emergente será
escalada, e utilizando gravações de vocalizações em aparelho MD,
procederemos com play-back das vocalizações e aguardaremos por
vocalizações de resposta ou avistamento de indivíduos.
Referências Bibliográficas Aparício, K. (2001). Aguila Harpía y su Conservación en Panamá. Hecradon
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Sick, H. (1993). Birds in Brazil. Princeton Univ. Press.
Cronograma ANO 1 ANO 2
1. Harpia vida livre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 1 2 3 4
Aquisição de equipamentos e transmissor X X Escaladores instalar armadilha X Gravação de vocalizações X X X X X X X X Captura e implantação rádio X Monitoramento INPE X X X X X X X X X X X X X X X Escalador busca por ninho X X X X X X X Primeira estimativa da área X Segunda estimativa da área X 2. Harpia em cativeiro Reabilitação em cativeiro X X X X X X X X X X X X Captura e marcação X Soltura X
235
Novas Propostas de Uso Público para a RPPN Estação Veracel (a) Trilha Autoguiada das Palmeiras e Paisagismo
Os belíssimos conjuntos de espécies arbóreas plantados
defronte ao Centro de Visitantes poderiam ser ainda mais ressaltados
com uma reforma no jardim, transformando-o em uma área melhor
aproveitada e de maior circulação de visitantes.
Ao mesmo tempo em que as sebes formadas pelo pingo-de-ouro
(Duranta repens) ressaltam os caminhos (Figura 1a), os elementos
dispostos no jardim, como um quiosque, bancos e placas adquirem
um caráter de isolamento. Além disso, algumas placas que identificam
espécies arbóreas, no caminho para a administração, acabam ficando
um pouco escondidas atrás da bordadura de pingo-de-ouro (Figura
1b).
(a)
(b)
Figura 1(a) – Sebes formadas pelo pingo-de-ouro (Duranta repens) ressaltam os caminhos internos da RPPN Estação Veracel; (b) Placas escondidas atrás da bordadura de pingo-de-ouro.
236
Em uma situação destas deve-se decidir o que deverá chamar
mais a atenção, se o caminho que vem em primeiro plano, ou a vista
além dele. Pode-se alterar a composição com a eliminação das
bordaduras de pingo-de-ouro, proporcionando maior contato com as
plantas do jardim, buscando com a remoção dos detalhes unir todos
os componentes. Aproveitando os conjuntos de palmeiras,
principalmente no caminho para a administração (Figura 2a), sugere-
se a implantação da Trilha das Palmeiras, definindo o percurso com
um novo traçado, com beiradas de sustentação (pedras, tijolos) e
pavimentação (seixos rolados, pedras britadas). As atuais placas
apenas informam o nome popular, científico e a família botânica a que
pertence (Figura 2b).
(a)
(b)
Figura 2(a) – Palmeiras no caminho para a administração na RPPN Estação Veracel; (b) Placas atuais informam nome comum, científico e família botânica a que pertence.
237
Um novo conjunto de placas deve ser projetado, com caráter
mais educativo, dando destaque aos usos da espécie e criando textos
integrativos e ilustrações de uma placa para a outra, seja
relacionando o cotidiano de uma comunidade, por exemplo, indígena,
ou relacionando espécies da fauna local. Pode-se usar um personagem
“mascote” como interlocutor da história na Trilha das Palmeiras, sem
com isso deixar de atingir os públicos distintos.
Com relação a toda a área do jardim, parte da grande forração
gramada, que requer constante manutenção (Figura 3a), pode ser aos
poucos substituída por forrações nativas de porte arbustivo, que não
precisam ser cortadas ou podadas, principalmente na lateral oposta
ao estacionamento de funcionários, no fundo do Centro de Visitantes.
Deve ser estudado um caminho diferenciado de acesso à
administração, que pode sair da parte lateral direita ou fundo do
Centro de Visitantes. O caminho de acesso ao Centro de Visitantes a
partir do portão de entrada para visitantes (Figura 3b) deve
permanecer, podendo sofrer adequações ao contexto do projeto
paisagístico como um todo.
238
(a)
(b)
Figura 3(a) – Grande forração gramada requer constante manutenção; (b) Caminho de acesso ao Centro de Visitantes da RPPN Estação Veracel.
No planejamento do jardim, deve ser mantida uma área
gramada aberta para realização de atividades educativas,
principalmente com grupos de escolas. Alguns recantos do jardim
podem ainda ser valorizados e enfatizados como local de descanso,
contemplação e relaxamento, realocando os bancos e quiosque.
(b) Trilha em Floresta Conservada Um passeio com grande potencial para ser estudado seria um
roteiro com o ponto de partida no Centro de Visitantes, onde ouviriam
uma breve palestra sobre a RPPN EVC e princípios de conduta e
mínimo impacto, a primeira parada em trilha da Mussununga, e a
volta passando por um trecho de estrada interna do Parque, com
visita à trilha em floresta conservada.
239
Deve ser estudado um trecho de trilha circular, com início e
final no mesmo ponto, que é mais utilizado para trilhas curtas,
oferecendo fácil acesso além de estacionamento próximo (Figura 4). Os
visitantes não precisam retornar pelo mesmo caminho, o que torna o
percurso mais interessante.
Figura 4 - Trilha em formato circular.
Neste trecho de floresta, na bordadura da estrada interna, foram
observados sub-bosques com grande diversidade de bromélias (Figura
5a e b), o que não foi encontrado próximo à área da sede.
Seria necessário uma van ou micro-ônibus para o transporte de
visitantes nesta trilha, ou em caso de acionistas da empresa poderiam
ir com carro próprio ou alugado. A logística de transporte pode ser
ainda realizada por concessionários, que devem seguir as normas
definidas pela administração. Deve-se fazer um estudo para verificar
as responsabilidades legais e penalidades, prevendo o acontecimento
de acidentes que envolvem veículos, lembrando que se trata de uma
via municipal, e não particular da Empresa Veracel. Placas de limite
de velocidade devem ser instaladas ao longo das estradas, requeridas
junto aos órgãos responsáveis.
ESTRADA
Acesso à trilha
240
(a) (b)
Figura 5(a e b) – Bromélias observadas no sub-bosque da área com potencial para implantação da trilha em floresta conservada da RPPN Estação Veracel. (d) Necessidade de Projetos Específicos Manejo e Monitoramento do Uso Público Os métodos de planejamento da visitação atualmente utilizados
caracterizam-se por serem dinâmicos e sua ênfase está na condição
desejada, utilizando-se indicadores que descrevem as condições
atuais, fazendo com que os padrões desejáveis dos recursos naturais
ou da experiência do visitante sejam alcançados através de ações
administrativas. A base de todo o processo está na realização do
monitoramento contínuo das condições físicas e sociais da área
natural, conforme demonstrado na Figura 6.
241
Figura 6 – Diagrama ilustrando objetivos pré-determinados dos sistemas de planejamento.
Os impactos decorrentes do uso público são complexos e
envolvem diversas variáveis, sendo que apenas algumas podem ser
analisadas com precisão. O período, tipo e duração do uso, assim
como o comportamento do visitante e o nível de experiência
determinam a severidade dos impactos.
O aumento da visitação em áreas naturais e o fato destas áreas,
por vezes, coincidirem com ecossistemas frágeis, causam impactos
negativos sobre o ambiente, que poderiam ser evitados ou diminuídos
com algumas propostas de manejo (Passold, 2002). Os programas de
monitoramento de impacto do uso público oferecem aos
administradores uma ferramenta objetiva para acompanhar as
Padrão excedido
Padrão não excedido
Avaliar e identificar as causas do excesso
Revisar objetivos de manejo existentes para a área
Selecionar indicadores das condições do recurso e sociais
Estabelecer padrões para os indicadores
Monitorar as condições
Comparar as condições existentes com os padrões
Selecionar e implementar ações de manejo
242
condições naturais do meio, e verificar a amplitude do impacto
causado pelos visitantes.
Na RPPN EVC, a definição de padrões de qualidade desejável dos
recursos naturais e da experiência da visitação será definida após a
implementação de um programa de monitoramento contínuo.
Atualmente os métodos mais utilizados para planejamento da
visitação são: ROS (Recreation Opportunity Spectrum), LAC (Limits of
Acceptable Change), VIM (Visitor Impact Management), VAMP (Visitor
Activities Management Process) e VERP (Visitor Experience and
Resource Protection).
Estes métodos se utilizam de indicadores que refletem
alterações ecológicas representativas ocasionadas pelo uso público.
Deverá ser elaborado um estudo específico para seleção e teste de
indicadores para então definir o Plano de Monitoramento do Uso
Público da RPPN EVC.
A exemplo do teste com indicadores de monitoramento de uso
público realizado por Passold (2002) e Passold et al. (2004), nas trilhas
do Parque Estadual Intervales, também nesta unidade deve ser feito o
teste comparativo entre indivíduos diferentes para a seleção dos
indicadores mais adequados (Tabela 1).
243
Tabela 1 – Lista de possíveis indicadores de impactos ecológicos e sociais para o monitoramento do Programa de Uso Público da RPPN Estação Veracel.
IMPACTOS FÍSICOS Densidade do solo
Compactação do solo
pH do solo
Quantidade de serrapilheira
Profundidade de serrapilheira
Área sem vegetação
Área total de camping
Erosão visível
Drenagem do solo
Química do solo
Produtividade do solo
Área de solo nu
No de fogueiras
Tamanho das áreas das fogueiras
No de trilhas não oficiais
IMPACTOS BIOLÓGICOS Fauna do solo e micro flora
% de perda de cobertura vegetal
Diversidade de espécies de plantas
Altura das plantas
Extensão de vegetação danificada
No de plântulas
Abundância de espécies silvestres
Freqüência de observação de fauna silvestre
Sucesso na reprodução da fauna silvestre
Densidade de cobertura do solo
Composição de espécies de plantas
Proporção de espécies exóticas
Vigor das espécies selecionadas
Extensão dos danos às árvores
Exposição das raízes das árvores
Presença/Ausência de fauna silvestre
selecionada
Diversidade de fauna silvestre
IMPACTOS SOCIAIS No de encontros com outros indivíduos/dia
No de encontros por meio de transporte
No de encontros com outros grupos por dia
No de encontros por local de encontro
Percepção do visitante sobre o impacto no
ambiente
Satisfação do visitante
Relatos de visitantes sobre comportamento
indesejável de outros visitantes
No de encontros por tipo de atividade
No de encontros por tamanho de grupo
Percepção do visitante sobre lotação
No de reclamações dos visitantes
Quantidade de lixo na área
Logotipo da RPPN Estação Veracel O atual logotipo da RPPN EVC (Figura 8), tem um design
agradável e já incorporu a mudança do nome Estação Veracel.
244
Figura 8 – Logotipo atual da RPPN Estação Veracel.
Sistema de Sinalização e Identidade Visual Deve-se prever o planejamento de um sistema de sinalização e
identidade visual integrado, para orientar o visitante na localização
das vias de acesso externas e internas da RPPN, e também nas trilhas.
O projeto específico de sinalização das trilhas novas deverá
ocorrer preferencialmente após a implementação das ações de manejo,
definindo a real necessidade de instalação, o local mais apropriado e o
conteúdo das placas. As placas devem ser simples, objetivas, visíveis e
integradas ao ambiente. A sinalização sempre deve estar de acordo
com os objetivos e o zoneamento da área. Em Hawes (1998) encontra-
se um exemplo da utilização de variados tipos de sinalização,
apropriada para cada zona de uso. A Tabela 2 apresenta as políticas
de sinalização adotadas nos Parque da Tasmânia, Austrália.
Tabela 2 – Sinalização e manejo apropriados para cada zona de uso em parques.
ZONAS MANEJO PLACAS DE INTERPRETAÇÃO
PLACAS DE ORIENTAÇÃO
Primitivo Sim* Não Não Extensivo Sim** Não# Não Intensivo Sim Sim Sim
Fonte: Adaptado de Hawes (1998). *Estritamente para propósitos de manejo e proteção ambiental. Não deve ser obstrutivo; **Mínimo de sinalização. Em geral apenas para propósitos de manejo e proteção ambiental. Não deve ser obstrutivo; # Somente em áreas de uso intensivo e apenas onde houver equipamentos facilitadores (ex. Salas com equipamentos interpretativos). Não devem ser instaladas em áreas semi-primitivas.
Ao longo das trilhas deve-se evitar a instalação de placas e não
devem ser instaladas placas nos locais onde se encontram os
245
atrativos, resguardando assim sua característica primitiva. Somente
no início dos trajetos ou em bifurcações poderão ser utilizadas placas
que deverão informar sobre os pontos de interesse, a distância a
percorrer, o tempo estimado de caminhada e eventuais perigos. As
placas no início das trilhas devem conter a indicação do atrativo a ser
visitado, a distância do percurso e o tempo necessário para sua
realização.
Faz-se necessário incluir no monitoramento de equipamentos
facilitadores a verificação de possíveis danos causados ao sistema de
sinalização e providenciar sua imediata manutenção ou troca, de
acordo com a necessidade verificada.
Divulgação O projeto que tratar da divulgação da RPPN EVC nas escolas da
região, na empresa e para o público em geral, deve procurar enfatizar
os atrativos e atividades permitidas na unidade de conservação. A
divulgação poderá ser realizada junto às prefeituras dos Municípios de
Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Eunápolis e nas comunidades do
entorno e bairros, bem como em escolas e outras instituições de
ensino.
A divulgação nos municípios e comunidades do entorno podem
ter influência tanto positiva como negativa sobre a unidade. A
influência positiva da divulgação pode se dar através da expectativa de
que a fiscalização e circulação de visitantes na área, sendo
intensificadas, coíbam as entradas clandestinas.
No entanto, a divulgação pode despertar um interesse latente de
que estes recursos protegidos pela Federação poderão ser utilizados
como um estoque abundante e disponível, mesmo cientes da
ilegalidade do uso destes recursos. A divulgação dos atrativos
existentes na RPPN EVC deve restringir-se aos locais oficialmente
abertos à visitação, evitando assim a pressão sobre locais onde a
administração ainda não consegue ter um controle efetivo sobre as
atividades de uso público.
246
Este projeto específico deve ser desenvolvido através da
contratação de serviços especializados, sob a supervisão da
administração da RPPN, para a elaboração do material de divulgação,
onde devem ser estudadas as formas mais efetivas de propaganda.
Dentre as causas da ineficiência da propaganda identificadas
por McKercher (2002) está a falta de direcionamento, qualidade
inadequada da produção, falta de distinção, campanhas desprovidas
de uma estratégia claramente definida e falta de profissionalismo no
texto e no layout. Os objetivos da visitação na Estação Veracel, assim
como metas a curto, médio e longo prazo devem estar claramente
definidos quando do desenvolvimento das estratégias de divulgação.
Quanto à produção de folheteria sobre a RPPN, McKercher
(2002) aponta que os folhetos são uma das formas de propaganda
mais importantes, embora sejam também uma das ferramentas
promocionais mais mal-usadas. O layout, as cores selecionadas, a
qualidade do papel, as ilustrações, as fotos escolhidas e o texto do
anúncio são, na maioria das vezes, insatisfatória.
Hodgson, (citado por McKercher, 2002), aponta que o índice de
desperdício dos folhetos está acima dos 90%. O autor ainda lembra
que as pessoas não pagam nem um centavo para adquirir os folhetos;
portanto, os mesmos têm pouco valor para o leitor.
Informações gerais sobre o período e horários de visitação,
acessos, distâncias e mapa de localização, atividades recreacionais,
infra-estrutura existente, normas e regulamentos, equipamento
desejável para o melhor aproveitamento do passeio (calçados e
vestimentas adequadas) e contato para informações devem ser
disponibilizados também através de serviço online.
Ativação da Plataforma A estrutura construída para chegar a copa de uma árvore deve
ser reativada, sendo necessário a contratação de um técnico para
avaliação do estado de conservação da estrutura, seja a parte metálica
247
como a madeira, e estudar os equipamentos e procedimentos para
oferecer segurança ao visitante.
Capacitação e Acompanhamento de Pesquisa Para a realização de atividades de visitação, a RPPN EVC
necessita, além da infra-estrutura adequada a este fim, de pessoas
capazes de atender aos visitantes, orientando-os sobre as
oportunidades recreacionais e educativas existentes da unidade de
conservação e garantir sua segurança e integridade física.
Neste sentido, devem ser desenvolvidos com os funcionários da
RPPN treinamentos temáticos, direcionados tanto para uma atitude
conservacionista, como para o manejo da visitação.
Após a avaliação do potencial recreativo RPPN EVC foram
identificados alguns temas necessários para as fases de
implementação das atividades de uso público, como manejo de
visitantes; monitoramento do uso público; manejo e manutenção de
trilhas; manutenção da infra-estrutura; primeiros socorros, busca e
salvamento; navegação territorial; legislação aplicada a unidade de
conservação; identificação de fauna e flora; fotografia na natureza; e
línguas estrangeiras (inglês, espanhol).
A aplicação de novos cursos e treinamentos, além da reciclagem
de conhecimentos já adquiridos, deve ser uma prática contínua.
O desenvolvimento de um maior número de pesquisas gera
conseqüentemente a necessidade de assistentes de campo e, a
utilização dos funcionários para suprir esta demanda apresenta-se
como uma alternativa bastante viável. Além de monitorarem as
atividades desenvolvidas e absorverem conhecimentos, os funcionários
poderão efetivamente colaborar com a realização dos estudos
científicos, através de indicações, referências e auxílio no campo.
Educação Ambiental Vinculada ao Uso Público Em todo o histórico de uso público da RPPN EVC, o principal
grupo visitante são os estudantes, merecendo assim atenção especial
no planejamento da visitação, mais ainda após definido o perfil de uso
248
público da unidade de conservação voltada a fins educacionais. A
visitação na RPPN EVC deve estar associada aos princípios e
atividades definidas pelo Sub-programa de Educação Ambiental.
Para que sejam atingidos os objetivos de uma visita de
qualidade é recomendável que um monitor acompanhe grupos de até
10 pessoas. A programação da visita nas trilhas deve ser organizada
de forma a evitar encontro de grupos e congestionamento na trilha,
conforme observado em um dia de visita com um grupo de
aproximadamente 30 alunos (Figura 9a).
O local de explanação do monitor antes de iniciar a trilha
(Figura 9b) deve ser revisto quando se tratar de grupos de crianças
menores que 10 anos, e também se houver um aumento no fluxo de
veículos na estrada para Santa Cruz Cabrália.
(a) (b)
Figura 9(a) – Encontro de grupos na Trilha da Floresta Tropical na RPPN
Estação Veracel; (b) Explanação do monitor antes de iniciar a trilha.
249
Tabela 3 – Lista de potenciais escolas para inclusão no Programa de Visitação/Educação Ambiental na RPPN Estação Veracel.
Instituição de Ensino Categorias de Ensino Porto Seguro/ Bairro/ endereço Colégio Frei Calixo Ensinos: Fundamental (5ª a 8ª) e
Educação de Jovens e Adultos Baianão R. Peireira, nº 2.
Escola Municipal Gov. Paulo Souto
Ensinos: Fundamental (5ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Baianão Rua Valdivio Costa S/ nº.
Escola Oscar Oliveira Silva
Ensinos: Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Paraguai Rua 18 ou Jorge Valience s/ nº.
Escola Albertina Fiorotti Moreira
Ensinos: Fundamental (1ª a 4ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Porto Alegre II / Ubaldinão Salão da Igreja Batista. Obs.: 2ª etapa do Porto Alegre.
Colégio Municipal Profª Maria Lucia W. Santana
Ensinos: Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Agrovila Br 367, Km 51. Ao lado da Padaria.
Escola Menino Francisco Ensinos:Fundamental (1ª a 4ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Fazenda Imbiruçu de Dentro.
Escola Conceição Valiense.
Ensino: Fundamental (1ª a 4ª). Fazenda Imbiruçu de Dentro.
Escola Profª Raydahlia Bittencourt Oliveira
Ensinos: Pré-escola, Fundamental (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Pindorama Rua Santa Rita, S/ nº.
Escola União dos Posseiros
Ensinos: Fundamentla (1ª a 8ª) e Educação de Jovens e Adultos.
Projeto São Miguel
As escolas deverão agendar a visita, permitindo à administração
efetuar os procedimentos necessários ao pleno desenvolvimento dos
objetivos de educação e interpretação ambiental. Algumas escolas que
deverão ser contepladas pelo programa de educação ambiental estão
listadas na Tabela 3.
Recuperação e Manutenção de Trilhas
A manutenção das trilhas e estruturas de apoio nas trilhas da
RPPN EVC, se tornam pré-requisitos para garantir a qualidade do
recurso natural, aprimorar o nível de satisfação dos visitantes e
valorizar o desempenho da administração junto às ações de
responsabilidade social de caráter educativo e cultural.
O Plano de Manutenção apresentará três etapas distintas, como
mostra a Figura 10, sendo:
• Diagnóstico – Consiste da observação das condições encontradas
na trilha e nos equipamentos facilitadores, realizada pelos
funcionários e monitores, e preenchimento de uma Ficha de
250
Registro de Visitação e Ocorrências, onde constam informações
referentes ao estado de conservação;
• Planejamento – Avalia-se as informações e estabelecem-se
prioridades de ação, conforme a gravidade da situação apresentada
e os próximos agendamentos de visita;
• Execução – São selecionadas datas de execução dos serviços de
manutenção junto à administração da RPPN, e preparado o
material e ferramentas.
Para se fazer uma manutenção eficiente deve-se reconhecer as
principais causas dos danos à trilha, e o fator mais importante a ser
considerado na manutenção de trilhas refere-se à eficiência do
sistema de drenagem. A inclinação longitudinal da trilha aumenta a
velocidade de escoamento da água, causando remoção da
serrapilheira, erosão do solo, assoreamento de material e problemas
de drenagem. Associado ao pisoteio, surgem problemas como: erosão
lateral à trilha, erosão longitudinal à trilha, formação de trilhas
paralelas, alargamento da trilha original, poças d’água e pontos com
lama.
Figura 10 – Etapas do Plano de manutenção de trilhas e equipamentos facilitadores.
EXECUÇÃO
DIAGNÓSTICO
CAMPO Atividade: Observar situação no campo Responsável: Monitor
CAMPO Atividade: Execução de serviços de manutenção Responsável: Monitor
PLANEJAMENTO
ESCRITÓRIO Atividade: Articular execução de serviços de manutenção Responsável: Chefia
ESCRITÓRIO Atividade: Preencher Ficha de Registro Responsável: Monitor
251
As atividades devem ser executadas com a presença de um
funcionário que tenha sido orientado para a tarefa, para evitar que
ocorra, por exemplo, a manutenção exagerada da trilha, com corte da
vegetação lateral muito além do necessário.
Manejo de Risco Dentre os sistemas necessários ao turismo de natureza está a
administração de riscos. Uma vez que RPPN EVC oferece as atividades
de visitação em suas áreas naturais, ela é responsável moral e
juridicamente por garantir que as atividades sejam oferecidas com a
máxima segurança. Segundo McKercher (2002), adotar políticas
operacionais que evitam riscos não interfere negativamente na
qualidade da experiência turística; ao contrário, se isso for feito
corretamente, essa medida pode ser considerada um benefício a mais
para o visitante.
Assim, para que o Gerenciamento de Riscos das Trilhas da
RPPN, algumas sugestões são fundamentais para qualquer atividade
de visitação nas trilhas:
• Os monitores devem saber prestar primeiros socorros e ter
habilidades para oferecer segurança quando necessário;
• Os monitores devem fazer cursos de socorrismo em áreas
remotas;
• O monitor capacitado no curso deverá levar na mochila um kit
básico que deve conter: EPI (luvas, óculos, etc), Suporte Básico
à Vida (máscara respiratória), e medicamentos a serem
indicados sob orientação médica, durante o curso de
capacitação.
• Materiais para lesões em tecidos moles, lesões ortopédicas e
medicamentos devem ser discutidos e definidos no Curso de
Capacitação de Socorrismo em Áreas Remotas, sob orientação
de especialistas.
252
• A RPPN oferecerá um carro de apoio equipado com rádio-
comunicação, que tomará as devidas providências para remoção
da vítima no caso de um acidente.
Uma maneira de minimizar riscos é fazer com que todos os
clientes leiam e assinem um termo de isenção de responsabilidade,
que deverá ser elaborado junto ao setor jurídico da Empresa. Da
mesma forma, poderá ser encaminhada aos grupos antes da visitação
agendada, uma ficha com dados médicos dos integrantes do grupo.
Referências Bibliográficas Hawes, M. (1998). Walking track management strategy for the
Tasmanian Wilderness World Heritage Area. Parks and Wildlife
Service. Hobart.
McKercher, B. (2002). Turismo de Natureza: planejamento e
sustentabilidade. Editora Contexto. São Paulo.
Passold, A.J. (2002). Seleção de indicadores para o monitoramento do
uso público em áreas naturais. Dissertação de Mestrado. Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo. Piracicaba.
Passold, A.J., Magro, T.C. & Couto, H.T.Z. (2004). Comparing
Indicators Effectiveness for Monitoring Visitor Impact in Intervales
State Park, Brazil: Park Ranger-Measured Versus Specialist-
Measured Experience. The Second International Conference on
Monitoring and Management of Visitor Flows in Recreational and
Protected Areas, Rovaniemi, Finland.
253
OOFFIICCIINNAA DDEE EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPRROOGGRRAAMMAA DDEE
PPEESSQQUUIISSAA DDAA RRPPPPNN EESSTTAAÇÇÃÃOO VVEERRAACCEELL
Dia 17 de agosto, 2006 RPPN Estação Veracel - Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, BA
Coordenação
José Vicente Ortiz
254
Introdução A RPPN Estação Veracel (RPPN EVC) elegeu entre seus objetivos o
desenvolvimento de pesquisas sobre biodiversidade. A geração de
conhecimento biológico é o pilar mestre para iniciativas em Conservação da
Biodiversidade. Apesar dos avanços nesta área, ainda existem grandes
lacunas na compreensão do funcionamento dos processos ecológicos e das
dinâmicas das populações e comunidades de animais e plantas. A RPPN
EVC possui uma área de ca. 6.000 ha em bom estado de conservação em
uma das áreas com maior riqueza, diversidade da Mata Atlântica e é um
reconhecido centro de endemismos de diversas espécies, o que faz dela uma
área de extrema importância para a biodiversidade regional.
Para atender a demanda de pesquisas em biodiversidade na estação,
está sendo elaborado um Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PP-EVC)
dentro da Revisão do Plano de Manejo da RPPN EVC. Para que o PP-EVC
seja adequado às reais necessidades das pesquisas na Mata Atlântica e,
contribua de forma eficiente para a geração de conhecimento foi realizada
uma oficina no dia 17 de agosto de 2007 no centro de visitantes da Estação
Veracel. O intuito da oficina foi consultar a comunidade científica para que o
PP-EVC seja uma ferramenta eficiente para a execução de estudos que
contribuam para a conservação da Mata Atlântica. O encontro contou com a
participação de 20 técnicos e pesquisadores que desenvolvem ou já
desenvolveram atividades na RPPN EVC (Tabela 1).
O presente documento é o memorial da Oficina, e servirá de base pra
a elaboração do texto do Programa de Pesquisa da RPPN EVC.
255
Tabela 1 – Participantes da Oficina sobre o Programa de Pesquisa da Estação
Veracel.
Pesquisador Instituição
Adriana Martini Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Adriana Paese Conservação Internacional
Adriano Paglia Conservação Internacional
André Amorim Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) & Centro de Pesquisas do
cacau (CEPEC)
Alexandre Schiavetti Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Bruno Pimenta Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ)
Carlos Alberto Mesquita Instituto BioAtlântica
Denise Balbao Oliveira RPPN Estação Veracel
Eduardo Mariano Neto Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Fabiano Melo Universidade Federal de Goiás
Fabio Falcão Instituto Driades
José Vicente Ortiz Consultor
Ligia Gallozi Mendes RPPN Estação Veracel
Lucio Bede Conservação Internacional
Luiz Paulo Pinto Conservação Internacional
Maurício Cetra Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Monica Fonseca Conservação Internacional
Pedro Rocha Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Raquel Moura Universidade federal de Minas Gerais (UFMG)
Sofia Campiolo Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) & Instituto Driades
Dinâmica da Oficina A oficina se realizou no sistema de mesa redonda, onde o tema em
foco foi debatido pelos participantes, com a mediação do coordenador,
seguindo um roteiro preestabelecido (Anexo).
Antes do começo dos trabalhos, foi realizada uma apresentação pela
administradora da RPPN EVC - Denise Oliveira - para contextualizar a RPPN
no organograma da Veracel Celulose, a forma de administração e a estrutura
já existente.
O coordenador da oficina - Zeca Ortiz - apresentou o documento base
e discutiu os itens com os participantes, esclarecendo as dúvidas e colhendo
sugestões de pontos que não constavam no documento para serem incluídos
na discussão. Os itens estabelecidos para o debate foram: (a) linhas
preferenciais de pesquisa; (b) infra-estrutura para pesquisa; (c) público alvo;
256
(d) formas de apoio a pesquisa; (e) parcerias e convênios; (f) destino do
material biológico coletado; e (g) mecanismos de avaliação do Programa.
Resultados
Definição das Linhas de Pesquisas Preferenciais Com o objetivo de alcançar sua meta de conservar a biodiversidade,
gerar conhecimentos biológicos e otimizar os recursos destinados ao apoio à
pesquisa científica dentro da RPPN, a Estação Veracel decidiu elencar linhas
temáticas de pesquisas
preferenciais, contando para
isso com as sugestões do grupo
de pesquisadores. Para definir
as linhas temáticas foram
fornecidas fichas, aos
participantes, para serem
registradas as linhas de
pesquisas consideradas
prioritárias dentro da RPPN. As
fichas foram afixadas em um quadro para a visualização do conjunto pelo
grupo.
A partir da visualização do panorama geral foram abertas as
discussões para agrupar as sugestões em linhas gerais e priorizar as linhas
temáticas. Como resultado das discussões foram elencadas sete linhas
temáticas e alguns temas preferenciais dentro destas linhas (Tabela 2). A
discussão enfatizou a preocupação com a qualidade dos resultados do PP-
EVC e com a garantia do retorno das informações para a Estação e para a
comunidade científica e leiga. Houve também a preocupação para que os
estudos apoiados fossem relevantes para embasar as iniciativas
conservacionistas na Mata Atlântica e direcionar as ações de implementação
do plano de manejo da RPPN EVC.
A linha de no. 7, "Instalação de Parcelas Permanentes", foi considerada
uma "meta", pois engloba um planejamento de longo prazo. Atualmente
existem alguns programas, em escala global, de investigação em parcelas
permanentes reconhecidos pela qualidade. A conclusão dos pesquisadores é
257
que a instalação de parcelas permanente dentro da RPPN deve estar ligada,
de alguma forma, a protocolos estabelecidos para agregar informações e
possibilitar maior conhecimento das florestas tropicais. A possibilidade e a
forma de implementação deverão ser investigadas ao longo do ano de 2007.
Durante este período serão contatados programas existentes para avaliar as
condições, dificuldades e possibilidades da instalação de parcelas
permanentes.
Como diretriz geral sugeriu-se que os estudos que englobarem mais
de uma linha, previrem continuidade em longo prazo, e/ou que gerem
estudos complementares e correlatos devem merecer atenção especial.
Tabela 2 – Linhas de pesquisas, diretrizes e temas referenciais sugeridos
durante a Oficina sobre o Programa de Pesquisas da RPPN Estação Veracel.
Nome Provisório Diretrizes Temas Preferenciais para Pesquisa 1. Inventários de fauna e
flora
Caracterização espacial
Representatividade espacial
Quantificação
Ampliar o conhecimento da
biodiversidade da área
Levantamento rápido de grupos nunca
estudados
Levantamento de grupos nunca
estudado
Levantamento fauna Dossel
Checar grandes dúvidas listas de
espécies do plano de manejo
Caracterização de fauna de
invertebrados e vertebrados
Mapeamento das fisionomias
Inventário de grupos biológicos (fauna
e flora)
Inventário objetivando reconhecimento
de grupo de espécies indicadoras
Estrato arbustivo-herbáceo
2. Influências antrópica
sobre a biodiversidade
Deve ser considerado,
preferencialmente, quando
possível, envolver o entorno.
Como o resultado de sua
pesquisa pode contribuir para
o manejo.
Pesquisador deverá traduzir a
linguagem cientifica e para a
comunidade (normatização)
Os trabalhos devem envolver
o entorno da unidade
Avaliação de impacto de caça sobre a
biodiversidade
Estudo de espécies invasoras
Recuperação florestal e espécies de uso
econômico
Predação por animais domésticos
Eficácia das atividades de educação
ambiental
Elaboração de IIB com base em peixes
de riachos
Fogo
Agrotóxicos
Atropelamentos
258
Nome Provisório Diretrizes Temas Preferenciais para Pesquisa 3. Ecologia de Populações e
Comunidades
Caracterização da fauna de
vertebrados;
Regeneração natural
Auto-ecologia de espécies ameaçadas
de extinção, indicadoras, espécies-
chave etc.
Dinâmica de vegetação
Dinâmica estrutura de comunidades
4. Ecologia de Paisagem Mapeamento das fitofisionomias;
Caracterizaçao de gradientes
ambientais
Efeitos de borda
processos ecológicos;distribuicão de
espécies
Levantamentos comparativos entre
núcleo (RPPN) e fragmentos da
paisagem;
Fragmentação e conectividade
5. Interações ecológicas Polinizacão
Relação água florestas;
Dispersão de sementes
Interação animal-planta
Fisionomias e fauna associada
Predacão
6. Monitoramento de
sistemas naturais
Levantamento de informações básicas
em comunidades de peixes de água
doce
Bioindicadores
Processos relacionados com a
manutenção da biodiversidade e suas
funções
qualidade de água
Monitoramento da biodiversidade
terrestre e aquática
Monitoramento de populações
7. Estudos em longo prazo
(ex: Programa Global de
Monitoramento de
Biodiversidade - TEAM)
Instalação de parcelas
permanentes
Infra-estrutura de Laboratório e Alojamento O bom desempenho de um estudo está intimamente ligado ás
condições de trabalho dos pesquisadores. A RPPN já possui um alojamento
para 12 pessoas e dois laboratórios. Foram solicitados aos pesquisadores
259
sugestões de pequenos equipamentos para aperfeiçoar as instalações
existentes. Após os debates foi elaborada uma lista com os materiais que
devem estar presentes nos laboratórios (Tabela 3).
Tabela 3 – Lista bruta das sugestões de equipamentos e estrutura para o
laboratório da RPPN Estação Veracel.
Sugestão Observações
Estufa para secagem plantas
Geladeira
Laboratório de triagem (para material sujo)
(formol, etc.)
Já existente
Exaustor
Lupa simples
Armários com chave
Vidraria (placa de petri)
Podão Material fundamental para pesquisas
botânica mas relativamente frágil para ser
disponibilizado pela RPPN.
Bússola, clinômetro, gps, trena Foi decidido que este é um tipo de material
individual
Bancada com luminária Já existente
Banco para bancada
Mesas e cadeiras para estudo
Ventilador Já existente
Bandejas plásticas
Computador no laboratório
Ponto de rede no laboratório
Dispenser (papel toalha)
Armário para reagentes (fechado)
Prateleiras
Equipamentos de segurança
A conclusão geral foi que a montagem do laboratório deve
acompanhar as demandas de pesquisas mais comuns. Algumas das
sugestões são de implementação em curto prazo (2006-2007), outras serão
implementadas à medida que a demanda pelo material for sendo
apresentada. Foi chamada a atenção para que o manuseio de reagentes
260
(formol, acetato, éter, clorofórmio, etanol) siga as regras de segurança
adotadas pela empresa e permita o descarte correto deste material.
Público Alvo Os pesquisadores foram instados a indicar qual seria o público a
merecer uma atenção especial da RPPN para o apoio. Sugeriu-se o a alunos
de graduação e pós- graduação, onde o incentivo de infra-estrutura mínima
durante os trabalhos de campo, muitas vezes, viabiliza a realização de suas
monografias, dissertação e teses. Estes tipos de estudo possuem garantia de
qualidade, pois são requisitos necessários para a obtenção dos seus títulos
(bacharel, mestre, doutor etc.).
Também deve haver incentivos especiais para as instituições de
pesquisas regionais, de modo que elas considerem a Estação Veracel como
uma área preferencial para a realização de disciplinas, cursos de campo e
pesquisas. A realização de parcerias com estas instituições também é uma
maneira de atrair o público alvo para a reserva (ver Parcerias Institucionais).
Formas de Apoio à Pesquisa As formas de apoio debatidas levaram em consideração que, apesar da
Veracel Celulose achar prioritária a pesquisa na sua RPPN, ela não é uma
instituição de fomento e nem
possui uma estrutura voltada
pra este tipo de ação. Foi
consenso entre os participantes
que formas, aparentemente
simples, de contrapartida
podem ser fundamentais para
aumentar o afluxo de
pesquisadores à área e a
realização de pesquisas de
qualidade, tais como: (a)
recursos para pequenas despesas; convênios com instituições de fomento à
pesquisa; (c) documento de apoio ao pesquisadors e/ou pesquisa; (d)
disponibilidade de informações básicas sobre a área; (e) banco de dados
sobre a biodiversidade local; (f) transporte dentro da RPPN e outros.
261
Um exemplo é o fornecimento de um documento pela RPPN re-
afirmando o apoio ao estudo e explicitando as formas de apoio que será
oferecido ao projeto. A maioria dos órgãos de fomento incentiva a obtenção
de recursos de várias fontes, o apoio oferecido pela Estação Veracel pode
servir como uma contrapartida para facilitar obtenção de recursos de outras
fontes de financiamentos. Este documento mostraria aos órgãos de fomento
que o projeto é de interesse da unidade de conservação e que a Estação
atesta a qualidade do projeto a ponto de investir na sua realização.
A proprietária da reserva deve buscar firmar convênios com instituições de
fomento à pesquisa para a obtenção de financiamentos para os estudos de
interesses (ver Parcerias institucionais). A disponibilização de recursos,
dentro do orçamento da RPPN, é uma iniciativa simples e perfeitamente
factível.
Estes recursos podem ser utilizados para pequenas despesas (ex.:
aquisição de passagens, pequenos equipamentos, aluguel de veículo) sem
repasse direto aos pesquisadores.
A existência de informações sobre
a área da RPPN permite aos
pesquisadores, relacionar seus
resultados com outros
parâmetros não investigados
diretamente no seu estudo. Isto
diminui os custos dos projetos e
fornece robustez às conclusões e
inferências das pesquisas.
Entre as informações que
devem ser providenciadas e disponibilizadas pela Estação estão: Imagens de
satélite ou fotografias aéreas da área e entorno; informações meteorológicas;
mapa de solos; mapa das fito-fisionomias; um banco de dados que permita
resgate de resultados de outros estudos e o acesso aos textos e publicações
geradas pelo Programa de pesquisa.
Uma ferramenta de extrema valia para pesquisas ecológicas é a
existência de guias de campo de qualidade com as espécies na área de
estudo. Com o estabelecimento do programa de pesquisa e conseqüente
aumento de pesquisas na área a RPPN devem ser estabelecidas práticas para
fomentar e incentivar este tipo de publicação. Estas publicações, além de ser
262
uma excelente ferramenta de pesquisas, são formas de divulgar as
características biológicas da área e o programa de pesquisa.
A possibilidade de transporte dentro da reserva aumenta a
atratividade para o público de interesse (ver item “Público Alvo”). O aluguel
de veículos é um dos itens com maior peso dentro do orçamento de projetos
de pesquisa (juntamente com o pessoal). A RPPN pode facilitar o transporte
dos pesquisadores até seus sítios de estudo, dentro da reserva, no seu
veículo. Esta forma de apoio não deve entrar em choque com as atividades
rotineiras da Estação, mas é possível conciliar estas duas atividades de
forma simples.
Parcerias Institucionais O estabelecimento de parcerias é uma das formas mais eficiente de
fomentar a pesquisa dentro da Estação Veracel. As parcerias e convênios
devem ser celebrados entre a Veracel Celulose e instituições de pesquisa que
também estejam engajadas na conservação da biodiversidade. A união
destes esforços entre os parceiros aumenta o número e a qualidade das
pesquisas sobre biodiversidade dentro da área da RPPN e a conservação da
Biodiversidade da Mata Atlântica do Extremo-Sul Baiano. Dentre as
instituições sugeridas estão Universidades, Centros de pesquisas e
Organizações Não-governamentais. Uma parceria fortemente indicada é com
a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
Foi sugerido que a Veracel Celulose estabeleça parceria com a FAPEB
para o repasse de recursos ao fomento de pesquisas em biodiversidade no
âmbito do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel. Este convênio
envolve uma instituição de cunho privado e uma instituição governamental
e, por este motivo, os participantes sugeriram que comecem a ser feitos os
primeiros contatos entre a Veracel Celulose e FAPESB durante o ano de
2006-2007 para que as parceiras possam avaliar o interesse e a viabilidade
deste tipo de convênio. Entretanto, fica a ênfase que este tipo de associação
é de suma importância para a Conservação da Biodiversidade e se constitui
uma iniciativa pioneira e que contribuirá de maneira significativa para o
sucesso do PP-EVC.
As universidades regionais (ex.: UESC) devem merecer atenção
especial, pois são as formadoras de novos pesquisadores e as principais
geradoras de conhecimento. Elas possuem a estrutura necessária para
263
capitanear os esforços de pesquisas na RPPN. A realização de disciplinas,
cursos, monografias, dissertações e teses, na área da RPPN, ajuda a divulgar
a excelência da área e atrair pesquisadores a realizarem outros estudos na
Estação Veracel.
Normatização do Depósito do Material Biológico Foi exposto aos pesquisadores que "...Embora o Brasil possua alguns
museus de história natural estabelecidos, geralmente os espécimes coletados
são depositados em museus de escolha dos pesquisadores, dificultando
trabalhos de consulta posteriores...". Foi avaliado a possibilidade da RPPN
EVC estabelecer um acordo com os pesquisadores para designar o local de
depósito do material biológico, conferindo maior aproveitando e acesso do
material pela comunidade científica. Por exemplo, o material botânico deve,
preferencialmente, ser depositado no Herbário do CEPEC/CEPLAC em
Ilhéus, onde já existe uma coleção específica da RPPN EVC. Além disso, esta
instituição abriga a melhor coleção de plantas da região Sul-baiana e é
reconhecida internacionalmente por sua qualidade.
Para o material zoológico foi mencionado que esta prática se mostraria
contraproducente podendo, inclusive, afastar pesquisas de interesse.
Portanto, decidiu-se que o pesquisador designará, quando do pedido de
apoio e licença dos órgãos competentes, o local a ser depositados os
espécimes. O pesquisador se comprometerá com a RPPN de tão logo o
material receber o número de tombo do museu, este será repassado à RPPN
para incorporação no Banco de Dados de Biodiversidade.
Entretanto, algumas instituições de excelência reconhecida e onde já
existe material zoológico da RPPN EVC já podem ser mencionadas: Anfíbios –
Museu Nacional do Rio de Janeiro, Museu de Zoologia da Universidade de
São Paulo (MZUSP), Unesp-Rio Claro e UFBA; Mamíferos - MZUSP, UFMG,
Museu Nacional do Rio de Janeiro; Formigas - Laboratório de Mirmecologia
CEPEC/UESC.
Avaliação do Programa de Pesquisa Ficou acordado que a equipe de revisão do plano de manejo ficará
responsável pela elaboração do método de avaliação do PP-EVC. Esta
avaliação deve ser feita em dois anos a partir da implementação do programa
e, após a primeira avaliação ela pode ter periodicidade anual.
264
Deve ser avaliada a viabilidade de se criar um conselho consultivo e
um comitê científico com a incumbência de avaliar e fazer sugestões para o
aperfeiçoamento do Programa de Manejo da RPPN EVC.
A avaliação e a seleção dos estudos dentro da RPPN EVC devem ser
feitas com base no "julgamento por pares", onde um corpo de pareceristas
indicará quais os projetos de melhor qualidade, que melhor se enquadram
nas linhas de pesquisa do programa e de maior relevância técnico-científica.
Foi sugerida a participação da equipe da Conservação Internacional,
no período de implementação e de fortalecimento do PP-EVC, para a
elaboração de pareceres dos projetos de pesquisa. Os próprios pesquisadores
que realizarem pesquisas na estação podem formar um grupo de
pareceristas ad hoc.
Considerações Finais Foi reforçada pelos participantes a importância da área da RPPN EVC
para a biodiversidade regional por sua conservação, alta diversidade de
fauna e flora e seu tamanho. Durante a oficina foram feitas diversas
sugestões para a normatização dos projetos e apresentação dos resultados.
Foi enfatizada a necessidade de a RPPN possuir um acompanhamento
permanente dos projetos e exigir dos pesquisadores o cumprimento dos
prazos e normas estabelecidos. Também foi sugerido que dentro dos
produtos exigidos dos estudos esteja uma "tradução" dos resultados em uma
linguagem acessível à comunidade em geral.
Todos os presentes se disponililizaram a contribuir para a elaboração
do Programa de Pesquisa da RPPN EVC.
Após o encerramento foi realizada a solenidade de inauguração da
"Casa do Pesquisador" com a participação dos pesquisadores, técnicos da
Veracel Celulose e convidados.
Agradecimentos A equipe de revisão do Plano de Manejo da RPPN EVC agradece aos
pesquisadores pelas sugestões e disposição em participar da Oficina. O
coordenador agradece especialmente à Denise Balbão Oliveira (RPPN EVC),
Mônica Fonseca (CI-Brasil) e Lígia Gallozi Mendes (RPPN EVC) pelas
sugestões, ajuda e o empenho em tornar a Oficina um evento produtivo e
265
divertido. Agradecemos também a Lígia Gallozi Mendes e Raquel Moura que
se disponibilizaram a fazer os registros durante a reunião.
266
Documento Base para a Oficina do Programa de Pesquisa da RPPN Estação Veracel
(Porto seguro, 17 de agosto de 2006)
A Reunião sobre o Programa de Pesquisa da RPPN EVC visa angariar
contribuições de profissionais engajados em pesquisa com biodiversidade.
Estes pesquisadores devem estabelecer diretrizes que possibilitem a RPPN
contribuir, de maneira significativa, para o aumento do conhecimento da
Biodiversidade da Mata Atlântica e conseqüente conservação da mesma.
O Programa de Pesquisa deve ser delineado de forma que a
administração seja conduzida pela gestora com a estrutura da RPPN, e
maleável para abranger a complexidade da pesquisa em biodiversidade.
Os objetivos principais listados abaixo são apresentados para o debate
e espera-se que ao final do encontro, os convidados gerem um documento
que será a base para o texto final do Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Plano de Manejo da RPPN EVC.
Objetivos
(a) Linhas Preferenciais de Pesquisa: Definir linhas temáticas científicas,
cujos projetos a serem desenvolvido dentro da RPPN mereçam a atenção
especial da empresa sob a forma de estímulo, apoio e/ou incentivo. O fato de
existirem Linhas Temáticas Preferenciais não deve excluir o apoio a outras
linhas de pesquisa. As linhas preferenciais devem ser selecionadas com base
nas necessidades de pesquisas na Mata Atlântica e temas relevantes em
biologia/ecologia.
(b) Público Alvo: Apontar o tipo de pesquisador ou tipo de instituições que
devam merecer uma atenção especial nas diversas formas de apoio.
(c) Estrutura Básica para Pesquisa: Indicar à RPPN EVC a infra-estrutura
básica que permita a melhor condução dos trabalhos durante os períodos
de campo. Sugerir o tipo de acomodação que alojem confortavelmente os
pesquisadores durante os trabalhos de campo
267
(d) Tipos de Apoio à Pesquisa: O Programa de Pesquisa deve indicar como
a Veracel Celulose pode incentivar a realização de projetos de pesquisa na
sua área. As formas de apoio podem ser durante a realização da pesquisa
ou após o término dela (ex.: apoio para publicação). Também devem ser
indicadas formas de atrair apoios de instituições públicas de fomento que
possam contribuir com recursos para as pesquisas na RPPN.
(e) Parcerias Institucionais: O grupo deve identificar as instituições de
pesquisa e de fomento cuja parceria com a Veracel Celulose ajude a atrair
e apoiar pesquisadores. Devem ser sugeridas formas de
parcerias/convênios e listar quais objetivos das parcerias e formas de
celebrá-los.
(f) Normatização do Depósito do Material biológico: O grupo deve analisar
a possibilidade e a utilidade de constar nas regras de normatização do
Plano de Pesquisa, os locais onde os exemplares que, porventura, forem
coletados na reserva devam ser depositados.
(g) Mecanismos de Avaliação do Programa: Devem ser sugeridas maneiras
para a gestora da RPPN EVC avaliar o Programa de Pesquisa, identificar
lacunas e indicar a periodicidade das avaliações. Os mecanismos devem
avaliar o Programa e não deve ser confundido com avaliação dos
pesquisadores que participam do programa (embora sejam assuntos
correlacionados).
268
Oficina de Planejamento Participativo em Comunicação e Educação Ambiental para o Entorno da RPPN Estação Veracel
Dia 16 de agosto, 2006 RPPN Estação Veracel - Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, BA
Coordenação:
MARIZA SILVA
Articulação Social – Conservação Internacional (CI-Brasil)
269
Lista de Participantes
Agenda 8h00 Chegada dos participantes
Café da manhã 08h30 Abertura & Boas vindas – Veracel –Denise Oliveira Apresentações participantes 09h00 Mariza Silva - Objetivos da reunião:
(i) Envolver a comunidade do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel (EVC) no processo de construção do plano de manejo
270
(ii) Buscar informações para subsidiar a elaboração do plano de manejo da estação Veracel –
Atividade em grupo
A Reserva Particular do Patrimônio Natural – Estação Veracel &
o Plano de Manejo – Alexandre Schiavetti 12h00 Almoço & trilha interpretativa na EVC 13h30 Trabalho em grupo Apresentação dos trabalhos 17h00 Encerramento das atividades & Lanche seguido de retorno dos participantes
Abertura e Objetivos
Denise Oliveira, chefe da Reserva Particular do Patrimônio Natural
Estação Veracel (RPPN EVC) deu as boas vindas ao grupo em nome da EVC e
da Gerência de Meio Ambiente da Veracel. Denise comentou sobre o porquê
de todos serem convidados, a importância da EVC na conservação da
biodiversidade e a importância da comunidade no processo de construção do
Plano de Manejo.
Dinâmica de apresentações
Cada participante se levanta e diz seu nome, instituição a qual
pertence, sua função e expectativas para a reunião.
Nome Instituição/função Expectativa
Alexandro EVC - Guia Ambiental Toni Sec MA Sta Cruz Cabrália Eco-chato multiplicador das questões da
luta social. Edivaldo Colégio Mun Gov Paulo Souto – Professor Glisia CEPLAC/ ESPAB – Pedagoga Pretende trabalhar com EA Carla Sec Educação Porto Seguro – Projetos
pedagógicos
Josué Agente Comunitário de saúde do Projeto São Miguel.
Simone Projeto São Miguel – Professora Adquirir novos conhecimentos e transmitir conhecimento.
Ubirajara Presidente da associação de moradores e Tesoureiro da escola do Projeto.
Sergio EVC – Vigia ambiental Javson EVC – Vigia ambiental Delgado EVC – Vigia ambiental Valdemir EVC – Vigia ambiental
271
Nome Instituição/função Expectativa Elaine Veracel – Resp Social Terezinha Escola Municipal Ray Dahlia Bittencourt
Oliveira Questão do lixo
Experidião EVC – Vigia ambiental Proteger com carinho Gildevanio EVC – Monitor Ambiental, fiscalização Rafael EVC – Vigia ambiental Agrício EVC – Monitor e Guia ambiental Durvalino Tesoureiro da associação de Moradores do
Projeto São Miguel
Priscila UESC – Estudante e estagiaria do Alexandre
Margareth Escola Albertina Fiorotti Moreira – Coordenadora
Márcia Escola Albertina Fiorotti Moreira – Secretária
Julia Escola Oscar Oliveira Silva – Diretora Adquirir conhecimento Nivandi Colégio Mun Gov Paulo Souto - Diretora Aprender e ser multiplicadora Neiva Colégio Mun Frei Calixto – Diretora Any Escola núcleo da BR (Agrovila) –
Coordenadora
Brito Escola núcleo da BR (Agrovila) – Coordenadora.
Katão EVC – Monitor e Guia ambiental Maralice Escola núcleo da BR (Agrovila) – Diretora Eliane Escola Albertina Fiorotti Moreira – Diretora Alexandre UESC – elaborador do plano de manejo Agradeceu a presença e colocou a
importância deles no processo de elaboração do plano de manejo
Raquel Parque Nacional Pau-Brasil
Comunicações/Apresentações e Plenária de Discussões
Num momento/atividade de nivelamento do conhecimento dos temas
chaves da reunião, foram conceituados os termos: reserva particular do
patrimônio natural (e outras categorias de unidades de conservação), e plano
de manejo.
Aberta a discussão, respondendo a pergunta feita a plenária – O que é
um plano de Manejo? - Toni explicou ao grupo que plano de manejo é uma
ferramenta para organizar o uso sustentável da área. Exemplificou ele: se vc
tem uma área, você estuda qual o melhor lugar para retirar a água, plantar o
pomar!
Na seqüência, partimos para uma atividade prática “MEU MAPA” - Os
participantes divididos em grupos geraram um mapa da região em que
vivem, discutindo sobre suas principais características e realidade.
272
GRUPO 1
Josué apresentou o trabalho do grupo que considerou:
- a contextualização da região: Rodovia BR 367, Eunápolis, Veracruz,
Pindorama, Vale Verde, EVC, CEPLAC, Cambolo, Ubaldinão, Baianão,
Paraguai, Porto Seguro, Coroa Vermelha, Santa Cruz Cabrália, Projeto
São Miguel e o Rio Buranhém.
- Porto Seguro apresenta dificuldade em função de o rio Buranhém ser
poluído. Pindorama sofre com a poluição pelo aterro sanitário. Paraguai e
Cambolo também têm poluição e todos são vinculados a Porto.
- O Paraguai tem poluição, violência e as casas são construídas perto das
encostas.
- Cabrália e Porto não têm saneamento básico, nem tratamento de esgoto.
Existe ainda o problema do desmatamento. O ser humano tem que ser
consciente, se não tivermos cuidado não poderemos mais usar os
recursos.
- O curso d’água no projeto São Miguel está poluído e não se pode mais
tomar água nem lavar a roupa. As crianças identificam no próprio copo
273
d’água os vermes. Todos temos que ter muito cuidado com o rio, não
podemos permitir que as pessoas joguem o lixo no rio. Inclusive no mar
encontramos sujeira.
Considerações da plenária:
Julia complementou que por ser um assentamento, as pessoas que vivem no
Paraguai, vieram de outras regiões. A violência no bairro do Paraguai é
causada por motivo da pouca formação das pessoas do bairro, desemprego,
drogas e desestruturação familiar. A escola tenta minimizar este problema
através do trabalho com as crianças.
Toni ressaltou que a violência acontece em função da falta de trabalho, de
condições dignas de viver. É preciso reeducar as pessoas, formar uma mão
de obra mais qualificada - esta responsabilidade é das 03 esferas (municipal,
estadual e federal).
GRUPO 2
274
Elaine apresentou o trabalho do grupo que considerou:
- Hidrografia: Costa, Rio Buranhém, Jequitinhonha, rio dos mangues
(abastece Porto), João de Tiba, Rio Mogiquicaba...
- Relevo: Planície (costa) e encosta (falésia)
- Vegetação: restinga, mangue (costa) e Mata Atlântica (suprimida pela
urbanização).
- Ao longo da BR 367 (entorno da EVC) existem áreas de preservação, mata
atlântica, cidades, assentamentos, floresta de Eucalipto, cultivo do
mamão
- Ação do homem: As barracas de praia suprimiram a vegetação costeira,
existe ainda um pouco de mangue próximo a barraca de praia
Barramares.
- A ocupação humana desordenada gera problemas de água, construções
inapropriadas (ilegais), falta de saneamento básico e Lixo.
- Sócio-econômicos: Atividade econômica - Turismo formal (hotelaria e
comércio), informal (ambulantes), pesca, agricultura de subsistência e
setor de serviços (trabalhos temporários em função da temporada).
- Conflitos: Turismo desenfreado em detrimento do turismo ecológico,
cultural e folclórico.
- Falta de cadeia produtiva, falta de cinturão verde para abastecer a
população da cidade. Produção de matéria prima e com isso torna-se alto
o custo para adquirir o produto manufaturado.
- Escola: Pouco se fala sobre Meio Ambiente, existem poucos projetos de
educação ambiental.
- Falta de preparo da mão de obra, falta de cursos profissionalizantes.
- Falta de industrias de beneficiamentos, os produtos chegam aqui a altos
custos.
- Problemas da RPPN: Caçadores, armadilhas, roubo de cipós e lenha.
Considerações da plenária:
Toni falou da falta de planejamento gera outras favelas. Tiraram uma
comunidade que vivia em uma região de mangue, levaram para um outro
local e não deram as condições adequadas para a estruturação do bairro. A
indústria de celulose está trazendo novas indústrias, o eucalipto veio para
ficar! Precisamos aprender a conviver com ele e ele conosco!
275
GRUPO 3
Gil apresentou o trabalho do grupo que considerou:
- Imagem da região: Porto seguro e Cabrália. Tudo tem um marco final e
inicial.
- O maior problema ambiental da região começou com a inauguração da
BR, que viabilizou a exploração de madeira. A problemática de Porto
começou pela crise do cacau e o êxodo rural.
- As áreas em vermelho oferecem risco ambiental e as pretas são
teoricamente legalmente construídas. Um exemplo de uma construção
legal, mas inadequada foi o aterramento da região das lagoas das
marrecas.
- O Mangue de Porto (bairro Campinho) era favela, uma parte das pessoas
foi retirada deste local e enviada para quaisquer outros lugares sem a
menor condição e planejamento.
- O aterro sanitário do Ubaldinão derramava seu chorume no rio ‘X’. Então
foi transferido do local inicial para um outro local para o chorume ser
destinado ao rio ‘Y’.
276
- O Complexo Baianão é uma ameaça em função do crescimento
desenfreado e não planejado. A cada eleição acontece um loteamento,
cada prefeito quer um loteamento com seu nome, por exemplo, Baianão,
Ubaldinão, João Carlos e etc.
- A problemática da caça na EVC ocorre principalmente próxima a esses
bairros. Para os moradores destes locais, que vieram da região cacaueira,
a caça é um habito cultural.
- A população dobrou em pouco mais de 10 anos.
- Aspectos de Cabrália - Reserva indígena da Jaqueira - logo abaixo da
falésia há uma APA de restinga que está sofrendo a pressão das pessoas.
A lei é linda, perfeita, mas não é aplicada. Um exemplo da destruição
desta restinga é o campo de pouso de ultraleve que a principio
comportava 1 avião e agora comporta 4. Em coroa Vermelha está
acontecendo a ocupação de uma área de restinga próxima à Faculdade
do Descobrimento (FACDESCO) pelos índios, para liberação de uma
outra área próxima a reserva da Jaqueira. Existe ainda, a utilização do
rio pela comunidade para lavar roupa e louças.
GRUPO 4
277
Edivaldo apresentou o trabalho do grupo que considerou:
- Os conflitos e problemas são todos iguais.
- Como educador eles estão trabalhando para reverter o quadro de risco do
Baianão.
- Contextualização do local: BR 367 - Belmonte, Santa Cruz Cabrália e
Porto Seguro.
- Rios João Ditiba, Comuruji e Rio dos Mangues.
- Os principais problemas de todos os municípios (Porto Seguro, Santa
Cruz Cabrália e Baianão) são o lixo, o lixão e a questão dos rios. A
comunidade escolar reconhece a falta de trabalhos de educação
ambiental. Fala-se de Meio Ambiente somente no dia 5 de junho!
- Outros problemas citados foram: o paisagismo das cidades, a falta de
árvores, falta de coleta seletiva do lixo e o lixo jogado na rua dos bairros.
Considerações da plenária:
Terezinha falou sobre a necessidade de resgate cultural. Citou o exemplo do
trabalho de resgate do folclore desenvolvido em Caravelas e Alcobaça, para o
qual os professores de Ilhéus e Porto Seguro também formam convidados.
Comentou ainda sobre a problemática da poluição do rio, contou que a
população sofreu problemas de saúde como xistose, toxoplasmose e doenças
de pele. Com a chegada da EMBASA o problema da água se amenizou, mas
muitos da comunidade ainda não têm acesso em função do custo. Existe
ainda a problemática do lixão próximo a Pindorama.
Ubirajara comentou que a Secretaria de Meio Ambiente de Porto proibiu a
abertura de uma pista (BA) que facilitaria o escoamento do lixão do
Baianão...
Toni complementou que esta estrada é uma BA que foi feita sem as devidas
licenças. Esta está sujeita a um TAC e este lixão vai tornar-se um aterro
sanitário.
Brito destacou a necessidade de pensarmos a multi-disciplinaridade. Esta
clara a falta de formação dos educadores. O professor não pode ser apenas
um transmissor de informação, e finalizou dizendo que espera que este
278
projeto não tenha o mesmo destino do instituto Veracel, que ele não sirva
somente para falar os pontos positivos da empresa.
Dando encaminhamento à discussão, Mariza explicitou que no
período da tarde a questão da Educação Ambiental seria amplamente
discutida, em termos do contexto de trabalho e do que está sendo realizado
atualmente nesta área na região.
Josué comentou que desde que ele chegou a esta região ele observa o
desmatamento. Que o homem é quem desmata, ou seja, o agricultor, os
madeireiros, e também a Veracel. Que a empresa comprou áreas que já
haviam sido desmatas para o plantio de eucalipto. E que ele questionava as
coisas que diziam pra ele, que sempre ele buscava informações consistentes.
Citou o exemplo do consumo de água do eucalipto e constatou que na
verdade a água dos rios da região estava diminuindo em função do
desflorestamento das cabeceiras, provocado pelo próprio homem.
Na seqüência, Mariza explicou a proposta de trabalho da Veracel, no
que se refere aos Programas de Educação Ambiental para 1) a área de
influência do empreendimento; e 2) para a área de entorno da Reserva da
Veracel. Mariza também falou rapidamente das etapas do trabalho já
desenvolvidas e da relação de inter-dependência das mesmas (parcerias,
ecomapeamento e oficinas); ilustrando sua fala com os mapas a seguir.
279
280
Informações sobre a Revisão do Plano de Manejo da RPPN Estação Veracel
O Prof. Dr. Alexandre Schiavetti apresentou o processo de construção
do plano de manejo, a saber:
Equipe da Revisão do Plano de Manejo
- Coordenação – Alexandre Schiavetti (UESC);
- Meio Físico – Oldair Vinhas (UESC);
- Fauna – José Vicente Ortiz (Consultor);
- Flora – André Amorim (UESC);
- Uso Público – Anna Julia Passold (Consultora);
- Uso Público & Monitoramento – Carlos Alberto Mesquita (IBio);
- Equipe Conservação Internacional (CI-Brasil)
Síntese dos resultados parciais do processo de revisão do plano de manejo
(a) Meio Físico
- Identificação das áreas impactadas e com processo erosivo nos
taludes e estradas que cortam a reserva (ex.: mussunungas, áreas de
declive etc.);
- Identificação de áreas para recuperação onde houve retirada de
cascalho para melhoria de estradas (setor nordeste da reserva);
- Identificação da dinâmica de carreamento de sedimentos para os
corpos d’água da reserva com situação distinta nos setores da reserva
(essa constatação tem influência sobre o sistema de monitoramento
da água, hoje situado apenas na porção sudeste da reserva).
(b) Fauna e Flora
- Ênfase na sistematização das informações já existentes sobre a fauna
para avaliar as ações futuras (ocorrência de espécies ameaçadas,
endêmicas e bandeira, e identificação de lacunas de conhecimento):
- Registro da ocorrência de espécies ameaçadas da fauna e espécies
endêmicas da Mata Atlântica
281
- Implantação de parcelas em ambientes florestais distintos para coleta
de dados e criação de uma coleção de referência das plantas da RPPN
no Herbário da CEPLAC:
- Indicativo de elevada riqueza de espécies da flora e bom estado de
conservação da estrutura da floresta, mesmo em áreas de borda.
- Criação de um banco de dados com 02 componentes:
o componente científico, com informações sobre as espécies que
ocorrem na RPPN
o componente de controle de pesquisas, visando o
monitoramento de projetos de pesquisa na unidade
(c) Programa de Pesquisa
- Definição de pesquisas prioritárias (dinâmica populacional de espécies
ameaçadas, raras, endêmicas e bandeira; conectividade com
remanescentes vizinhos; monitoramento físico e biológico etc.)
- Definição das normas para realização de pesquisas na RPPN
(d) Uso Público
A estratégia do uso público depende do modelo de gestão estabelecido
para a RPPN. A categoria recomendada para a RPPN Estação Veracel é de
Reserva Biológica Particular.
- Reserva Biológica - Uma reserva biológica teria seu planejamento e
manejo focado na pesquisa científica (este seria seu objetivo primário).
Educação Ambiental seria um objetivo secundário no manejo. Lazer e
turismo seriam objetivos incompatíveis.
- Alojamento para pesquisadores, laboratórios, alguns equipamentos e
funcionários treinados para atuarem como auxiliares de campo de
pesquisas.
- Com Educação Ambiental, serão necessários investimentos em infra-
estrutura, alguns equipamentos e treinamento do pessoal.
- Sem geração de receitas próprias. Todos os custos – fixos e
operacionais – devem ser cobertos pelo proprietário. Uma alternativa
para geração de receita seria a cobrança de serviços prestados aos
pesquisadores (estadia; aluguel de equipamentos; diárias de mateiros,
etc.).
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- Menor visibilidade social da RPPN, da Mata Atlântica e da empresa
proprietária. Foco na sociedade local.
- Necessidade de avaliação do uso do espaço na área do Centro de
Visitantes;
- Adequação do sistema de trilhas para visitação (ex.: fechamento da
Trilha das Orquídeas, limpeza e manutenção das trilhas etc.);
- Definição de um sistema de monitoramento das trilhas.
- Estabelecimento de um programa de voluntariado interno, envolvendo
funcionários da Veracel e os acionistas (Aracruz Celulose e Stora
Enzo);
- Ecomapeamento do entorno da RPPN para identificação das relações
existentes
(e) Gestão
- Início da revisão do cenário ótimo para a gestão da RPPN Estação
Veracruz, conforme avaliação de efetividade de manejo realizada em
1999:
- Aplicação da avaliação da efetividade de manejo da RPPN em agosto
Atividade Prática – Meu entorno
Os participantes novamente foram divididos em grupos para responder
as seguintes perguntas:
i) em que a presença da Estação Veracel ajuda ?
ii) em que a presença da Estação Veracel atrapalha ?
iii) como posso interagir com a Estação Veracel ?
* As colunas não estão relacionadas em níveis de linhas
Pontos fortes Pontos fracos Possibilidades de parcerias Grupo 1 Preservação ambiental O não entendimento entre
fábrica / EVC. Trazendo as diferentes salas, todas as turmas
Falta de recurso para vir à estação: transporte e alimentação
Grupo de pais virem visitar a EVC
Oficinas envolvendo a reciclagem
Oficinas para professores tanto de capacitação em
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Pontos fortes Pontos fracos Possibilidades de parcerias assuntos ambientais quanto cultivo de hortaliças
Grupo 2 Difundir a pesquisa Animais da reserva se
alimentam de animais dos vizinhos
Não proporcionar o transporte para as escolas do entorno da Estação.
Qualidade do meio ambiente, garante a água em função de nascentes na reserva
Atrapalha por não orientar os vizinhos quanto ao manejo de animais
Parcerias de capacitação de professores e para fiscalização. Formação de fiscais voluntários
Preservação de fauna e flora Desenvolver uma atividades para formar consciência nos vizinhos para protegerem e preservarem estas áreas
Programa de EA / visita das escolas
Trabalhar nas comunidades, nas associações para capacitar estes fiscais
Promove oficinas como a de vivências com a natureza
Grupo 3 Informação, aprendizado e conscientização
Falta de conhecimento sobre esses princípios ativos. (devemos valorizar os pesquisadores brasileiros. Os gringos vêm para o Brasil, levam os princípios ativos e depois compramos os medicamentos) Ex: óleo de pau - cicatrizante
Deve haver encontros periódicos (semestrais) entre a comunidade (vizinhos) e pesquisadores para troca de informações e conhecimentos
Preservação e conservação ambiental
Falta do livre acesso dos moradores da região para transitar de um local para outro
Profissionais e materiais didáticos para palestras nas escolas
Ação dos pesquisadores (questão dos princípios ativos das florestas - os medicamentos são oriundos da floresta)
Controle de ações Alguém da Estação Veracel que estivesse em contato com a comunidade (como era o Sr. Jonas que tomava café, comia aipim com eles), convivendo com ela
Falta de comunicação (proximidade) dos funcionários da EVC e os proprietários rurais
Grupo 4 Preservação do meio ambiente, 6069 ha que tem um mundo de seres vivos entre fauna e flora
Falta de divulgação e integração da EVC com as comunidades, com a sociedade (secretarias municipais)
Qualificação das pessoas, prepará-las para explorar a EVC de forma racional
Qualificação de pessoas Ensinar as pessoas a viverem bem
Geração de emprego Oficinas de reciclagem e reutilização do lixo - O que fazer com o lixo separado?
Vamos ser criativos na forma de utilizar este espaço
Capacitação de professores, alunos e funcionários da escola
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Josué diz ao grupo que graças a Veracel, esta área ainda é Mata Atlântica,
caso contrário, seria o loteamento “Janinho” (Prefeito Jânio Natal). Diz ainda
que as atividades/oficinas podem ser 2 vezes no ano. “Acontece uma oficina
hoje e depois esquecem que a comunidade existe.”
Toni agrega a discussão “deve haver monitoramento nas estradas, mas não
vigilância armada; e sim, algo participativo.”
Luiz Paulo comentou sobre a polícia que está sendo criada para proteção da
Mata Atlântica e ressaltou a importância da participação da sociedade.
Katão explicou como era o trabalho do Sr Jonas, comentou sobre um
sistema de sinalização por ‘atos e símbolos’, ou seja, o vizinho deixava uma
embalagem e o Sr Jonas procurava da comunidade quem queria utilizar o
fogo.
Avaliações, Encaminhamentos e Encerramento
A avaliação do evento foi feita oral e individualmente, de forma que
todos os participantes tiveram a oportunidade de externar o que mais
gostaram da reunião (ponto forte) e o que menos gostaram da reunião (ponto
fraco).
Pontos Fortes Pontos Fracos
Oportunidade e riqueza de informações Reunião curta Variedade de idéias, opiniões e conceitos Reunião curta Surpresa positivamente pelas contribuições, foi muito legal atingirmos o objetivo
Pouco tempo, algumas pessoas saíram mais cedo
Mudança de paradigma, incorporação de novos atores, envolvimento dos assentamentos e das comunidades das favelas. Mudança de postura da empresa em querer se abrir para comunicação. CI é uma organização imparcial, procura dar a vara de pescar e não o peixe. É preciso um ONG que entenda a angústia da comunidade com relação ao empreendimento. A comunidade e a Veracel estão podendo se conhecer e vendo que não existe bicho papão entre elas.
Representatividade, mais pessoas pelo universo que abrange. Falta de reforço institucional para participação do evento/ reunião curta
Aprendizado, foi interessante. Passou a conhecer algumas características da comunidade do projeto São Miguel
Representatividade, secretaria de MA./ Curta / poucas pessoas por escola
Gostou de tudo. Os elogios foram maiores que as críticas/ é essencial continuar visitando a EVC e devemos desenvolver mais trabalhos com a Veracel/ ponte (trilha) foi tudo na
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Pontos Fortes Pontos Fracos minha vida ! Abertura de poder estar junto trocando experiências/ começar pelo anzol e não com o peixe pronto/ nos dar respostas de tudo isso que aconteceu (relatório)
Reunião curta, tempo corrido
Tempo ideal / valorização da comunidade ao participar da elaboração de um plano de manejo
Não consigo ver pontos fracos/ não poder ir a trilha em função de não esta de calça comprida.
Troca de informações Tempo Apresentação, conhecer as pessoas e suas profissões. Acabar com a vergonha/ compartilhar a alimentação e alimentação saudável / as fotos na hora do café - será que sou celebridade?
Vergonha dos colegas de apresentarem os trabalhos
Conhecimento de cada um /o que realmente é a Estação / fábrica
Poucas escolas de Cabrália/ não volto na ponte
Participação de todos na construção do trabalho/ saber que a EVC está preocupada em envolver a comunidade na elaboração do plano
Nenhum
Quantidade de idéias que surgiram e cumprir um dos objetivos da reunião
Estar por trás da reunião ... não poder sentar e trabalhar junto com os grupos
Equipe maravilhosa, Mariza foi ótima/ trabalhar com a comunidade / espera que todos estejam envolvidos nos projetos e que o plano atenda a comunidade
Tempo foi curto / almoço / saladinha ....
Participação das pessoas / interação da equipe com a comunidade/ todos estarem participando do plano de manejo
Representatividade, mais pessoas por colégio
Desde o primeiro contato/ acredita que a Veracel quer ajudar as comunidades no sentido do meio ambiente/ participação de todos
Vir mais pessoas da comunidade Obs.: que a vigilância da EVC esteja em contato com a comunidade
Agradece a todos - Só de estar aqui já é um ponto forte /somos uma família/ aprender muito / conhecer pessoas novas e inteligentes
Parceria da empresa com a comunidade Pouco tempo Novidade/ trouxe conhecimento Nenhum Todos os momentos foram fortes / integração empresa comunidade
Não convidaram as associações de Pindorama / mais representantes da escola
Adorei participar/ aprendi muito/ troca entre a equipe e a comunidade/ expectativa positiva
Feliz pelo dia especial / aprender Participação da comunidade/ desmistificação da Veracel pela CI / variedade de convidados
Receio – distância da teoria com a prática. / medo de perdermos o contato e não conseguirmos
Apresentar a comunidade como é o trabalho da Veracel. / Prazer em participar
Tempo curto
Muitas cabeças pensando na forma de utilização deste espaço/ o público atingido com esta reunião é muito grande e é um fato histórico
Mais instituições/ tempo curto
Vontade desejo e iniciativa: da empresa que quer construir um diálogo transparente, ativo com a comunidade e da comunidade de vir colaborar com este processo de construção/ todos são parte do programa/ sentiu a vontade de todos
Pé atrás de alguns convidados/ espera que a comunidade se sinta segura para construir junto./ O porque de cada um ser chamado poderia minimizar este sentimento/ construir a confiança
Oportunidade de conhecer as pessoas/ ouvir a riqueza do conhecimento de cada um
Falta de interatividade/ diálogo, corpo a corpo
Agradecer a oportunidade/ conhecer a realidade da região / parabenizar a todos
Não poder estar aqui o tempo todo
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Pontos Fortes Pontos Fracos Conhecer um pouco mais da realidade da estação/ da comunidade/ dos atores. Hoje se sente mais apta para trabalhar no plano de manejo
Nenhum
Denise Balbao Oliveira fez o encerramento oficial agradecendo a
presença de todos e propondo que quando o plano estiver pronto possamos
programar um novo encontro para discutirmos novamente as propostas para
o trabalho. Denise informou ainda, que o relatório da reunião seria enviado a
todos os participantes da mesma.
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ANEXOS III
• SUMÁRIO EXECUTIVO
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SUMÁRIO EXECUTIVO
Uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) é
reconhecida devido à sua importância para proteção da biodiversidade,
ao seu valor paisagístico, ou a outras variáveis que dependem de
proteção ou restauração do habitat natural. Assim como as unidades
de conservação públicas, as RPPNs são obrigadas a estabelecer um
planejamento na forma de documento técnico que defina o zoneamento
e as normas que devem presidir as ações de pesquisa, visitação,
segurança e recuperação, bem como o manejo dos recursos naturais.
Levando-se em conta essas recomendações, a organização não-
governamental Conservação Internacional (CI-Brasil), tendo como
parceiros a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), de Ilhéus, e
o Instituto BioAtlântica (IBio), elaboraram o plano de manejo da RPPN
Estação Veracel (RPPN EVC). Todo o trabalho foi realizado sob
coordenação da empresa proprietária Veracel Celulose S/A.
Com 6.069 hectares de Mata Atlântica, classificada como área de
floresta ombrófila densa de terras baixas, a RPPN EVC situa-se nos
municípios de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, a aproximadamente
15 km do centro histórico desta cidade e às margens da BR 367, no km
46. O reconhecimento da área como RPPN ocorreu em 5 de novembro
de 1998, por meio da portaria 149/98N do Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em função da
excepcionalidade de suas formações físicas, biológicas e geológicas, e
do alto valor científico e de conservação, a RPPN EVC constitui parte do
Sítio do Patrimônio Natural Mundial – Sítio do Descobrimento, e
integra uma das zonas-núcleo da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica e do Corredor Central da Mata Atlântica, na região do
Extremo Sul-baiano.
Maior reserva privada de Mata Atlântica oficialmente
reconhecida pelo governo brasileiro, a RPPN EVC é reconhecida
também como Key Biodiversity Area, ou área chave para a
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biodiversidade, em função da importância que assume pela proteção
de espécies ameaçadas de extinção. Torna-se essencial também o
fortalecimento da RPPN EVC, pela importância da integração com as
demais unidades de conservação da região, tanto públicas quanto
privadas, as relações com as comunidades e as interações com os
fragmentos florestais na circunvizinhança. Atualmente, existem nesta
região diversas iniciativas que objetivam a implantação de corredores
ecológicos. Dentre elas, destaca-se o projeto Conservação e
Restauração em Terras Privadas, executado desde 2003 por meio de
parceria entre o IBio, CI-Brasil, TNC, Veracel Celulose e Aracruz
Celulose. A expectativa dos idealizadores do projeto é promover o
restabelecimento da conectividade ecológica em mais de 35 mil
hectares contínuos de florestas nativas na região.
Os métodos utilizados para a elaboração do plano de manejo da
RPPN EVC estão descritos no roteiro metodológico de planejamento
para RPPNs elaborado pelo Ibama em 2004. Os temas definidos como
prioritários foram a avaliação dos atributos físicos (clima, hidrologia,
geologia, geomorfologia e solos), a avaliação do uso público e o melhor
conhecimento da flora através de dados primários, além da compilação
e análise do conhecimento existente sobre a fauna local. Como parte da
construção coletiva do Plano de Manejo, foram realizadas várias
reuniões técnicas com membros da empresa Veracel Celulose,
parceiros não-governamentais, especialistas de diversas áreas do
conhecimento, e reuniões e oficinas com representantes das
comunidades na área de influência da RPPN.
Durante o levantamento do meio físico realizado, notou-se a
grande importância da RPPN EVC na manutenção das características
do ambiente, tais como os mananciais que contribui com água de
melhor qualidade para vários rios da região e na manutenção de solos
que apresentam fortes limitações naturais e, por isso, são altamente
passíveis de degradação. Os cursos d’água da RPPN EVC drenam sobre
os depósitos sedimentares do grupo Barreiras que são intensamente
modelados pelos processos erosivos. Em geral os solos são de baixa
290
fertilidade, baixos teores de matéria orgânica, ácidos e com teores
elevados de alumínio. Apresentam horizontes superficiais arenosos
(que dificulta a retenção de água e nutrientes) e sujeitos a erosão
natural, geralmente acelerada, quando se retira a cobertura vegetal
nativa. Diante dessas peculiaridades foram determinadas três zonas de
fragilidade e as respectivas sub-zonas, baseadas nos padrões de
drenagem e características do relevo, solos, erosão e da vegetação da
área.
A biodiversidade da RPPN EVC é bastante rica, sendo uma das
áreas mais representativas e íntegras das florestas de tabuleiro do sul
da Bahia, uma tipologia vegetacional da Mata Atlântica muito
ameaçada. As áreas analisadas no levantamento florístico permitem
afirmar que a RPPN EVC se situa entre as 20 áreas do mundo com
maior número de indivíduos e elevado número de espécies arbóreas. A
reserva é também um importante repositório da fauna regional,
abrigando espécies ameaçadas como o macaco-preto (Cebus robustus)
e o beija-flor balança-rabo canela (Glaucis dorhnii). Ainda persistem na
RPPN EVC algumas espécies localmente extintas em outras regiões da
Mata Atlântica, tais como a anta (Tapirus terrestris) e o gavião-real
(Harpia harpyja). As principais ameaças à fauna local são a caça
predatória e o isolamento da reserva. Pela importância biológica da
reserva e pela sua localização estratégica, pretende-se fortalecer a
atividade de pesquisa na RPPN EVC, para que esta se transforme em
referência regional, nacional e internacional na geração de
conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica.
O potencial de visitação é um dos critérios para definir a
vocação de uso da unidade de conservação. Como a RPPN EVC situa-
se a 25 minutos de Porto Seguro, oferece oportunidades para atender
a diversos tipos de atividades de uso público, como educação
ambiental, recreação ao ar livre e pesquisa científica. O principal
grupo de visitantes da RPPN tem perfil educacional (escolas e
universidades), sendo responsável por 74% das médias anuais do
período entre 1996 e 2004. Por esta razão, foi discutida a infra-
291
estrutura da RPPN EVC para melhor atender ao público,
especialmente a recepção para atividades de educação ambiental. As
atividades de educação ambiental na RPPN EVC terão uma
importância muito grande para o uso e integração da reserva e da
empresa Veracel com o setor educacional dos municípios no extremo
sul da Bahia e com as comunidades vizinhas à unidade. A visitação
deve ser realizada com acompanhamento de educadores, mediante
agendamento, não havendo cobrança de ingresso.
O planejamento de uma unidade de conservação envolve o
estabelecimento dos objetivos do manejo. Por esta razão, foram
definidos para a RPPN EVC objetivos análogos aos de uma reserva
biológica. São eles: preservar a biodiversidade e proteger espécies da
fauna e flora ameaçadas de extinção, manter os recursos hídricos
existentes em sua área, promover educação e a interpretação
ambiental. Outro objetivo é integrar o manejo da reserva aos objetivos
do Projeto Corredores Ecológicos e a outros projetos de conservação em
âmbito regional e global.
O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada
para atingir melhores resultados no manejo da unidade de
conservação. Foram determinadas seis zonas de manejo para a RPPN
EVC, que são descritas a seguir: (a) Zona de Vida Silvestre (1712ha) –
contém áreas inalteradas e destina-se à conservação da
biodiversidade. Podem ocorrer pesquisas, estudos, proteção e
fiscalização; (b) Zona Primitiva (2643ha) – zona de proteção ou
primitiva é aquela que apresenta áreas naturais que tenham recebido
grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa,
estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e formas de visitação
de baixo impacto; (c) Zona de Recuperação (1670ha) – aquela com
áreas consideravelmente antropizadas. Esta é uma zona provisória,
pois, quando restaurada, será incorporada às zonas permanentes. As
espécies exóticas introduzidas deverão ser removidas e a restauração
deverá ser natural ou induzida; (d) Zona de Educação Ambiental
(33ha) – constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de
292
alteração humana. Destina-se à conservação e a atividades que
abrangem educação ambiental, conscientização ambiental, turismo
científico, ecoturismo, recreação, interpretação, lazer e outros. Nesta
zona permite-se a instalação de infra-estrutura, equipamentos e
facilidades; (e) Zona de Uso Conflitante (10ha) – constituem espaços
cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da unidade,
conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. A zona
de uso conflitante é coincidente com o traçado da estrada velha de
Cabrália, que corta a unidade de conservação no sentido Sul-
Nordeste; (f) Zona Administrativa (6,2ha) – área fora da RPPN que
contém todos os serviços e infra-estrutura administrativa, ou seja, é a
região da sede da RPPN EVC.
Com base no diagnóstico e com o objetivo definido para a
reserva, o plano de manejo compõe-se de quatro programas de
manejo: (a) Programa de Proteção e Fiscalização – visa à
conservação da biodiversidade e à manutenção dinâmica dos
ecossistemas, além da proteção do patrimônio histórico-cultural e da
segurança do patrimônio imobiliário e equipamentos existentes na
RPPN EVC; (b) Programa de Pesquisa – visa a estimular a geração de
conhecimentos sobre processos biológicos relacionados à
biodiversidade da Mata Atlântica, aproveitando-os como subsídio aos
instrumentos de manejo da unidade de conservação e às ações de
educação ambiental; (c) Programa de Uso Público – composto por
cinco subprogramas (interpretação e recreação, educação ambiental,
capacitação, monitoramento do uso público e manutenção de trilhas),
visa a ordenar, a orientar e a direcionar o uso da unidade pelo
público, sem alterar significativamente os recursos naturais; (d)
Programa de Administração – trata das atividades e normas
relacionadas à organização, administração e recursos humanos
necessários para o funcionamento ideal da RPPN, bem como do
monitoramento das atividades de manejo da unidade.
Em workshop realizado no dia 19 de abril de 2007, o plano de
manejo da RPPN EVC foi debatido por representantes da Veracel
293
Celulose, CI-Brasil, UESC e IBio, ficando assim definida sua versão
final, com o consenso do que representa a utilização ideal da unidade.
Em maio de 2007, o plano foi submetido à apreciação da diretoria da
Veracel Celulose, que deu parecer positivo, com orientações para
protocolá-lo junto ao Ibama e, após as aprovações desta entidade,
executá-lo.