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Plano de Maneio Ambiental e Social (ESMP) Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades - Fase I Moçambique 7 de Março de 2011 PARTE I: Descrição da Actividade O Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades em Moçambique foi concebido como um Plano de Actividades abrangente para apoiar o Governo de Moçambique na implementação do Quadro de Acção de Hyogo (HFA). Os objectivos gerais do mesmo, em conformidade com o Plano Director Nacional para a Prevenção e Mitigação de Calamidades Naturais, são de reduzir a perda de vidas e de bens, de consolidar uma cultura de prevenção, e de fortalecer o apoio à prevenção e à mitigação. O Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades em Moçambique foi concebido para um período de 5 anos e possui um orçamento de 5.05 milhões de US$, financiados pela Global Facility for Disaster Reduction and Recovery (GFDRR). A implementação será efectuada em tranches, dependendo da disponibilização do financiamento, sendo que 1.55 milhões de US$ estão disponíveis para a actual Fase I (dos quais 1.398 milhões de US$ serão executados pelo Governo de Moçambique). O actual Plano de Gestão Ambiental e Social descreve as actividades e as questões ambientais e sociais emergentes na Fase I, o que é processado como uma Subvenção separada. Prevê-se que a Fase II seja processada em 2012. Moçambique encontra-se posicionado em terceiro lugar entre os países africanos mais expostos aos riscos resultantes de múltiplas calamidades atmosféricas, estando sujeito a cheias, ciclones e secas periódicas. Cerca de 25 por cento da população encontra-se em risco de ser afectada por calamidades naturais. As cheias, as epidemias e os ciclones são os tipos de calamidades mais frequentes, apesar de a seca afectar, de longe, um maior número de pessoas. As secas ocorrem, primariamente, nas regiões Sul e Centro, com uma frequência de 7 em 10 e 4 em 10 anos, respectivamente. As secas ocorrem a cada 2-3 anos ao longo das bacias hidrográficas, das planícies costeiras, e em áreas com problemas de drenagem. O risco é maior na região centro e sul (vide a Figura 1). Moçambique encontra-se actualmente Figura 1. Áreas Propensas a Cheias Fonte: MICOA (2007). NAPA. E2776 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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Plano de Maneio Ambiental e Social (ESMP)

Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades - Fase I

Moçambique

7 de Março de 2011

PARTE I: Descrição da Actividade

O Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades em Moçambique foi concebido como

um Plano de Actividades abrangente para apoiar o Governo de Moçambique na implementação

do Quadro de Acção de Hyogo (HFA). Os objectivos gerais do mesmo, em conformidade com o

Plano Director Nacional para a Prevenção e Mitigação de Calamidades Naturais, são de reduzir a

perda de vidas e de bens, de consolidar uma cultura de prevenção, e de fortalecer o apoio à

prevenção e à mitigação.

O Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades em Moçambique foi concebido para

um período de 5 anos e possui um orçamento de 5.05 milhões de US$, financiados pela Global

Facility for Disaster Reduction and Recovery (GFDRR). A implementação será efectuada em

tranches, dependendo da disponibilização do financiamento, sendo que 1.55 milhões de US$

estão disponíveis para a actual Fase I (dos quais 1.398 milhões de US$ serão executados pelo

Governo de Moçambique).

O actual Plano de Gestão Ambiental e Social descreve as actividades e as questões ambientais e

sociais emergentes na Fase I, o que é processado como uma Subvenção separada. Prevê-se que a

Fase II seja processada em 2012.

Moçambique encontra-se posicionado em terceiro

lugar entre os países africanos mais expostos aos

riscos resultantes de múltiplas calamidades

atmosféricas, estando sujeito a cheias, ciclones e

secas periódicas. Cerca de 25 por cento da

população encontra-se em risco de ser afectada por

calamidades naturais. As cheias, as epidemias e os

ciclones são os tipos de calamidades mais

frequentes, apesar de a seca afectar, de longe, um

maior número de pessoas. As secas ocorrem,

primariamente, nas regiões Sul e Centro, com uma

frequência de 7 em 10 e 4 em 10 anos,

respectivamente. As secas ocorrem a cada 2-3 anos

ao longo das bacias hidrográficas, das planícies

costeiras, e em áreas com problemas de drenagem.

O risco é maior na região centro e sul (vide a

Figura 1). Moçambique encontra-se actualmente

Figura 1. Áreas Propensas a Cheias

Fonte: MICOA (2007). NAPA.

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no seu quinto ano consecutivo de cheias. Entre as intervenções mais urgentes e custo-eficientes

encontram-se o reforço do sistema de aviso prévio e o mapeamento do risco das áreas altamente

vulneráveis (urbanas e rurais) para determinar, tanto do ponto de vista participativo, bem como

de um ponto de vista científico/técnico, as principais causas das vulnerabilidades, os bens e

pessoas sob risco, e as intervenções de mitigação óptimas. Moçambique instalou dois radares

meteorológicos em Inhambane e Beira, mas as funções e capacidade de utilização dos mesmos

precisam de ser actualizadas para permitir que funcionem mais eficientemente na previsão

meteorológica e no aviso prévio (particularmente para a precipitação de curto prazo). Igualmente

urgente é a optimização da rede de estações hidrométricas e climatológicas, de modo a permitir

uma transmissão mais precisa da informação de aviso prévio.

No âmbito da fase piloto do GFDRR Track II (2008-2011, agora em estágio de finalização), o

Banco apoiou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) a realizar um estudo de

Mapeamento Participativo de Calamidades Naturais e dos Riscos Resultantes das Mudanças

Climáticas nas cidades costeiras de Inhambane e Maxixe. O estudo ainda está em curso, mas as

conclusões preliminares indicam que as mudanças climáticas poderão não ser a causa da

vulnerabilidade nessas duas cidades: ao invés disso, a mesma resulta de uma combinação da

topografia (encostas íngremes, elevada erodibilidade do solo), com a erosão laminar devido à

perda da vegetação natural nas encostas, e à urbanização não planeada e em expansão. Os bairros

urbanos degradados sofrem, em particular, devido ao escoamento causado tanto pelos períodos

de forte precipitação, como pelas tempestades marinhas e ondas altas. As comunidades

seleccionadas pelo estudo indicam que durante os períodos de precipitação elevada, as águas

fluem descontroladamente pelos bairros degradados, inundando cerca de 30% das residências.

As pessoas que vivem em áreas degradadas adoptaram medidas simples de mitigação tais como a

elevação dos seus terrenos com areia e resíduos, mas esta medida trouxe problemas adicionais de

saneamento para os seus frágeis sistemas costeiros.

Em Inhangoma, uma das áreas mais vulneráveis ao longo do Zambeze, o Governo iniciou uma

campanha comunitária designada “Vivendo com as Cheias” com o apoio da UN-Habitat e da

GTZ. Todavia, esta área fértil para a agricultura continua a ser regularmente inundada, sendo

urgentemente necessário um estudo de reconhecimento é para determinar a melhor combinação

de medidas (estruturais e não-estruturais) e o planeamento espacial que deverá ser adoptado

localmente.

Moçambique encontra-se também no processo de desenvolvimento de um fundo nacional de

contingência, para canalizar os recursos do Governo e dos doadores para um fundo comum de

gestão e resposta a calamidades (“Fundo Comum”) que possa responder à ocorrência de

calamidades de uma forma mais rápida e eficiente.

A Fase I do Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades em Moçambique (2011-

2012) irá, por isso, dar enfoque a actividades urgentes direccionadas para o fortalecimento do

sistema nacional de aviso prévio, providenciar um estudo de reconhecimento para

Inhangoma/Zambeze, avançar com um quadro de financiamento ao risco de calamidades em

Moçambique, e oferecer assistência técnica na concepção e preparação de um programa de

intervenções de gestão de calamidades orientadas para as comunidades dos bairros pobres da

Maxixe e de Inhambane, alinhado com o cronograma do estudo presentemente em curso.

2. OBJECTIVO DO P

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O Objectivo Específico de Desenvolvimento da Fase I do Apoio Programático à Gestão do

Risco de Calamidades em Moçambique é de fortalecer o sistema de aviso prévio e conceber

actividades de mitigação em áreas altamente vulneráveis.

3.

O projecto irá apoiar cinco actividades:

1. Melhoria da Rede de Radares Meteorológicos. (US$448,000) Esta actividade irá

fornecer assistência especializada, equipamento, formação e workshops com vista a

optimizar e expandir o uso dos radares de Inhambane e Beira (cobrindo aproximadamente

2/3 do país) para o sistema de aviso prévio e previsão meteorológica. O objectivo

principal da actividade será o de permitir que os utilizadores tenham melhor acesso a

dados climáticos em tempo real, particularmente sobre a precipitação e sobre eventos

extremos. De modo a fortalecer o desempenho do radar, o projecto deverá instalar 10

disdrómetros nas estações meteorológicas existentes (localizadas em parcelas de terra

pública).

2. Estudo sobre o Reforço da Rede Hidro-Climatológica (US$150,000). Este estudo,

implementado pela Direcção Nacional de Águas, deverá rever a rede hidro-climatológica

existente e propor formas de optimiza-la, indicando a localização estratégica e os custos

das estações de primeira, segunda e terceira ordem. O projecto deverá financiar os custos

de assistência técnica, de realização workshops e de disseminação.

3. Estudo de Reconhecimento sobre a Gestão de Cheias no Zambeze (US$450,000). Esta

actividade deverá desenvolver um estudo de reconhecimento das medidas de gestão de

protecção contra cheias para uma área altamente vulnerável da bacia do Rio Zambeze

(Inhangoma). A mesma deverá financiar serviços de consultoria e workshops, incluindo a

preparação dos documentos de salvaguarda para a Fase II.

4. Preparação da Gestão de Risco de Calamidades Baseada na Comunidade em

Inhambane e em Maxixe (US$200,000). Esta actividade deverá fornecer assistência

técnica e workshops de preparação das actividades de desenvolvimento baseadas na

comunidade nos bairros urbanos vulneráveis em Maxixe e em Inhambane, de acordo com

as recomendações do estudo em curso. Prevê-se que o projecto financie serviços de

consultoria e a realização de workshops comunitários de apoio a esta Actividade.

5. Financiamento do Risco (US$50,000). Esta actividade deverá financiar serviços de

consultoria e a realização de workshops de apoio ao quadro nacional para o

estabelecimento em Moçambique de um Fundo Comum para a gestão do risco de

calamidades.

6. Gestão do Projecto (US$100,000). Esta actividade deverá fornecer os serviços de um

coordenador nacional, aquisições e gestão financeira, workshops, equipamento de

escritório e custos de funcionamento adicionais do projecto.

O projecto é classificado como sendo de Categoria B, activando a política OP 4.01

(Avaliação Ambiental). Uma vez que a Fase I envolve principalmente assistência técnica,

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estudos e equipamento, espera-se que a escala dos impactos seja reduzida e facilmente

mitigada pelas recomendações avançadas pela categorização de salvaguardas incluídas no

presente ESMF (Quadro de Gestão Ambiental e Social), Adicionalmente, o Estudo de

Reconhecimento de Gestão de Cheias no Zambeze deverá tomar em consideração nos seus

Termos de Referência a OP 4.04 (Habitats Naturais), dado o potencial impacto de quaisquer

intervenções propostas de gestão de cheias no frágil ecossistema de terras húmidas de

Mutarara.

O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), no âmbito do seu mandato

geral de protecção ambiental, assume a responsabilidade sobre os recursos globais e a

sustentabilidade do desenvolvimento. É também a principal autoridade ambiental e reguladora

por parte do Governo. De modo a implementar as suas políticas ambientais, os principais

instrumentos usados pelo Governo de Moçambique (GdM) são:

1. O Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA);

2. A Lei do Ambiente nº20/1997 de 1 de Outubro;

3. O Regulamento de AIA: o Decreto nº45/2004 de 29 de Setembro relacionadas com o

processo de AIA;

4. Outros regulamentos e directrizes recentes aplicáveis ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA),

nomeadamente:

Decreto nº32/2003 de 12 de Agosto sobre Auditoria Ambiental (monitoria de

cumprimento);

Decreto nº18/2004 de 2 de Junho sobre Padrões de Qualidade Ambiental;

Decreto nº129/2006 de 19 de Julho sobre a participação pública;

Manual de procedimentos sobre o licenciamento ambiental ou autorização (Outubro de

2006);

Plano Estratégico do MICOA para o sector ambiental (2005 - 2015).

Outra legislação relevante aplicável ao projecto inclui:

5. A Lei de Terras n°19/97 de 1 de Outubro e o seu regulamento (em particular o Decreto

66/98 de 8 de Dezembro)

6. Decreto Nº 15/2004 de 15 de Julho sobre o Regulamento do Sistema de Abastecimento

de Água e Drenagem de Águas Residuais;

7. Decreto Nº 23/2008 de 1 de Julho sobre a Lei do Ordenamento Territorial

8. Decreto Nº 45/2006 de 30 de Novembro – o Regulamento para a Prevenção da Poluição e

Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro

6. A Lei de Florestas (e Fauna Bravia) Lei n°10/99 de 7 de Julho.

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A Lei do Ambiente (1997): O principal objectivo da Lei do Ambiente, aprovada pela

Assembleia da República em 01 de Outubro de 1997 é de alcançar um desenvolvimento e gestão

ambiental sustentável no país. Entre as suas principais provisões, a Lei requer a preparação de

um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para os projectos e programas que possuem o potencial

de provocar impacto ambiental significativo. O regulamento de EIA foi, subsequentemente,

sujeito a alguns ajustes. Foram recentemente colocados em vigor novos padrões e directivas de

desempenho por via de vários decretos que definem as funções e as responsabilidades das

instituições do sector público envolvidas na gestão ambiental. A Lei do Ambiente é aplicável a

todas actividades públicas e privadas que poderão influenciar o ambiente, directa ou

indirectamente. Aspectos marcantes da Lei incluem:

Aqueles que poluam, ou de alguma forma degradem o ambiente, serão responsabilizados

e terão a obrigação de o reabilitar ou de compensar pelos danos causados.

A Lei proíbe a poluição do solo, do subsolo, da água ou atmosfera por quaisquer

substâncias poluentes, ou qualquer forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos

limites estipulados por Lei.

Os projectos e operações que possuam a probabilidade de exercer um impacto negativo

sobre o ambiente estão sujeitos à avaliação de impacto ambiental por avaliadores

independentes.

São proibidas todas as actividades que possam ameaçar a conservação, a reprodução, a

qualidade e a quantidade dos recursos biológicos, especialmente aqueles em perigo de

extinção.

De modo a proteger as componentes ambientais que possuem um valor ecológico e

socioeconómico reconhecido podem ser criadas zonas de protecção.

É obrigatório o licenciamento das actividades passíveis de provocar impactos ambientais

significativos. A emissão da licença ambiental depende da realização (finalização e

aceitação) do nível apropriado de avaliação ambiental.

Em Outubro de 2000 foi criada, por via de uma provisão da Lei do Ambiente, uma Comissão

Nacional de Desenvolvimento Sustentável (CNDS), que responde ao Conselho de Ministros. A

criação da referida comissão justifica-se pela necessidade de assegurar uma coordenação efectiva

e a integração das políticas e planos sectoriais relacionadas com a gestão ambiental, ao mais alto

nível. Em termos da presente Lei, as actividades passíveis de provocar impactos ambientais

significativos requerem a obtenção de uma Licença Ambiental. A emissão de uma licença

ambiental depende da finalização e aceitação de um nível apropriado de avaliação do impacto

ambiental.

A Lei do Ambiente responsabiliza quem provoque danos materiais ao meio ambiente. O Estado

exerce o seu direito a avaliar os danos, a definir o montante da compensação, e a adoptar as

contra-medidas à custa da pessoa que tiver provocado o dano.

Apesar de possuir uma legislação adequada, Moçambique possui uma capacidade institucional

considerada fraca para implementar e fazer cumprir as políticas, leis e regulamentos ambientais.

Os papéis e capacidades institucionais não se encontram devidamente definidos o que resulta em

lacunas e sobreposições na gestão ambiental, especialmente na gestão marinha e costeira.

Adicionalmente à fraca capacidade institucional nos sectores, existe também uma ausência de

coordenação inter-institucional entre os níveis mais altos e os níveis mais baixos de governação.

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A Lei de Terras (1997) e o seu Regulamento (1998): A Lei de Terras é relevante para a gestão

de áreas urbanas e rurais vulneráveis, e, por isso, importante para a Actividade 4. Gestão de

Risco Baseada na Comunidade em Inhambane e Maxixe, e para o processo com base no qual a

Actividade 3, Estudo Reconhecimento sobre a Gestão de Cheias no Zambeze, será conduzida. É

também relevante para a colocação dos disdrómetros e das estações hidro-climatológicas no

âmbito das Actividades 1 e 2.

A Lei de Terras enfatiza que a terra pertence ao Estado. Existem dois tipos de direito sobre a

terra: a primeira é a atribuição da terra pelo Estado sob a forma de concessão. A segunda tem

como base a ocupação tradicional e as normas e praticas costumeiras, caso não sejam

inconstitucionais. As comunidades locais que ocupem a terra de boa-fé de acordo com as praticas

costumeiras há, pelo menos, 10 anos, adquirem o direito de uso e aproveitamento da terra,

excepto quando essa terra esteja localizada dentro dos limites de uma área de protecção total ou

parcial. Tanto os indivíduos como as pessoas colectivas (com ou sem fins lucrativos e as

cooperativas) poderão obter direitos sobre a terra por até 50 anos, renováveis. Os direitos de

ocupação das comunidades deverão possuir o mesmo peso que os direitos adquiridos por via dos

procedimentos formais de atribuição de direitos de uso e aproveitamento. A Lei da Terra também

especifica as responsabilidades dos diferentes níveis de governo na atribuição de direitos sobre a

terra. Os governadores provinciais podem aprovar concessões de terra ou títulos até 1,000

hectares; o Ministério da Agricultura deve aprovar direitos sobre terras que vão desde 1,000

hectares a 10,000 hectares, e o Conselho de Ministros tem a competência de aprovar direitos

sobre a terra que se situam acima dos 10,000 hectares. Outras provisões relevantes da Lei e

Regulamento incluem:

Nas áreas declaradas como sendo de protecção total ou parcial não podem ser concedidos

direitos de uso e aproveitamento.

As áreas de protecção parcial incluem aquelas que localizam-se:

o A 100 metros de uma fonte de água

o A 100 metros da costa (em maré alta) ou de estuários

o A 250 metros de uma barragem

Os indivíduos não podem adquirir direitos sobre a terra sob protecção parcial, e qualquer

construção nas áreas de protecção parcial deverá encontrar-se registada junto das

entidades responsáveis pelas Águas Marinhas e Interiores

O Artigo 17 do Regulamento da Lei de Terras estipula que quando existe a necessidade

de se utilizar a terra para o uso público tais como a instalação de condutores de

electricidade, telecomunicações, gás, água ou outros, a entidade pública ou privada

deverá compensar o titular do direito de uso e aproveitamento.

Lei de Águas (1991): A Lei de Águas estabelece os princípios gerais da gestão de águas e as

regras de utilização de água, as prioridades, os direitos e as obrigações dos utilizadores de água.

A Lei de Águas define as águas de domínio público, incluindo:

Águas internas, tanto superficiais como subterrâneas, que pertençam ao Estado;

Todas as barragens, equipamento hidráulico e outra infra-estrutura construída ou fundada

pelo Estado para o bem público também pertencem ao Estado;

Todos os cursos de água de domínio público constituem propriedade do Estado e não

podem ser alienados; e

O domínio público hídrico do Estado e a sua política de gestão.

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O Decreto Nº 15/2004 de 15 de Julho, o Regulamento do Sistema de Distribuição de Água e

Drenagem de Águas Residuais, em particular, estipula padrões técnicos rígidos para os canais de

drenagem, e a potencial compensação pela expropriação da terra para a construção de sistemas

de distribuição de água ou de drenagem que requeiram a criação de uma área de protecção

parcial.

Lei do Ordenamento Territorial (2008): Esta Lei estabelece o regime jurídico de planeamento

espacial a nível nacional, provincial, distrital e municipal. A nível Municipal, permite, por

iniciativa do Presidente do Município, a concepção de um Plano de Estrutura Urbana, Planos de

Urbanização Parcial, Planos Gerais de Urbanização e Planos de Pormenor. O Capítulo X aborda

a potencial expropriação da terra em casos onde a salvaguarda da comunidade e o interesse

comum estejam em causa, para a aquisição de infra-estruturas económicas ou sociais de grande

impacto positivo, tais como a preservação do solo, a preservação da água, a biodiversidade ou

infra-estrutura de interesse público. Também aborda a expropriação em casos onde a

Administração Pública deve responder a situações de emergência que ocorram como resultado

ou como uma possibilidade da ocorrência de calamidades naturais ou situações similares. Em tais

casos, a Lei estabelece a necessidade de se proceder a uma declaração pública e à justa

compensação às pessoas afectadas.

Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro

(2006): Este regulamento compreende todos os impactos ambientais que afectam os frágeis

ecossistemas costeiros e marinhos, incluindo os mangais, os estuários e terras húmidas. Nestas

zonas são proibidas a deposição de resíduos sólidos e humanos e a realização de aterros

sanitários.

O regulamento também reconfirma os limites do anterior Regulamento de Terra (1998) sobre as

fronteiras de protecção parcial (vide acima), adicionando uma zona de protecção parcial de 50

metros próximas de rios e de corpos de água internos.

Dentro das zonas parciais, o regulamento permite apenas a construção de pequenas estruturas

temporárias de materiais removíveis, e infra-estruturas públicas básicas necessárias a realização

de obras hidráulicas, de electricidade, de drenagem e gestão de resíduos sólidos, bem assim com

as obras públicas necessárias para o desenvolvimento económico tais como portos e estradas

(acompanhadas do devido EIA).

Lei e Regulamento de Florestas: Apesar da Lei de Florestas apenas ser relevante para a Fase II

do programa de Moçambique, incluímo-la para cobrir situações que possam ocorrer nas zonas

rurais e remotas.

De acordo com a Lei de Florestas (Lei n°10 de 7 Julho de 1999), todos os recursos de floresta e

fauna bravia em Moçambique pertencem ao Estado. Os principais objectivos desta lei são de

proteger, conservar, desenvolver e utilizar os recursos de florestas e fauna bravia do país de um

modo racional e sustentável para alcançar benefícios económicos, sociais e ecológicos para as

gerações actuais e futuras.

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A Lei e o seu Regulamento também enfatizam que o Estado poderá delegar às comunidades

locais, a associações e ao sector privado, o poder de gestão de recursos florestais, incluindo os

objectivos de replantio de florestas e de reposição de vida selvagem. O Regulamento de Florestas

fornece uma lista de espécies protegidas de animais e plantas, e determina multas por caça, abate

ou outro tipo de exploração.

Lei dos Municípios: Esta lei visa a descentralização de autoridade para o nível dos distritos. A

Lei dos Municípios estipula que os mecanismos deverão ser desenvolvidos para envolver as

autoridades tradicionais e, bem assim, quaisquer instituições comunitárias futuras na

administração local.

Adicionalmente, também são relevantes para o Projecto um número de políticas e programas

governamentais inter-relacionados. De particular relevância é a Política Ambiental Nacional

(1995), e o Programa Ambiental Nacional (PAN) o qual procura promover e implementar uma

política ambiental adequada. Este Plano Mestre inclui uma Politica Nacional do Ambiente,

Legislação Ambiental e uma Estratégia do Ambiente.

Moçambique adoptou em 2006 um Plano Director Nacional para a Prevenção e Mitigação de

Calamidades Naturais. O Plano Director seguiu-se à Política de Gestão de Calamidades de 1999

e tornou-se a estratégia operacional nacional para a gestão de riscos de calamidades. O mesmo

enfatiza especificamente as relações entre as políticas de desenvolvimento e de prontidão, de

prevenção, de mitigação de redução da vulnerabilidade. É dada atenção ao desenvolvimento das

zonas áridas através da introdução da agricultura de conservação e de actividades não agrícolas

de geração de rendimento, do abastecimento de água e da colecta da água da chuva. No caso da

protecção contra as cheias em áreas de risco, as infra-estruturas relacionadas com os recursos

hídricos, tais como barragens e diques são consideradas elementos – chave para a prevenção de

cheias.

A nível nacional, também existem várias leis e outros instrumentos de salvaguarda do ambiente e

da saúde humana. A Constituição do país obriga o Governo a promover iniciativas que garantam

o equilíbrio ecológico e a conservação ambiental, bem assim, a melhoria da qualidade de vida de

todos os cidadãos.

Como membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Moçambique é

parte de vários protocolos da SADC, especialmente aqueles relacionados com os cursos de água

partilhados e com a conservação da vida selvagem. Moçambique é também parte da Convenção

das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CBD), da Convenção das NU de Combate à

Desertificação, da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Perigo (CITES), e

da Convenção de RAMSAR sobre Terras Húmidas de Importância Internacional.

As Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial aplicam-se adicionalmente à regulamentação ambiental e

social do GdM. Além de mais, as Políticas Operacionais do Banco exigem como condição de

financiamento, que o GdM e o Banco Mundial divulguem o ESMP (Plano de Maneio Ambiental e Social)

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como um documento separado e autónomo antes de o Banco fazer o Appraisal (Avaliação) do projecto

proposto. O Banco Mundial reconhece a importância de uma redução sustentável da pobreza no seu apoio

aos países membros e desenvolveu e implementou, para o efeito, Políticas de Salvaguarda ambiental e

social. Tais politicas têm em vista a prevenção e a mitigação de danos indesejados a pessoas e ao seu

ambiente durante o processo de desenvolvimento, através da provisão de directrizes que devem ser

observadas pelo pessoal do Banco e do Beneficiário na identificação, preparação e implementação de

programas e de projectos. As políticas também fornecem uma oportunidade de promover a participação

das partes interessadas na concepção do projecto e na consolidação da sua apropriação pelas populações

locais.

As Políticas de Salvaguarda que são activadas por este subprojecto são sumarizadas na tabela que se

segue.

Políticas de Salvaguarda com Probabilidade de Serem Activadas por este Projecto

Ref. No Políticas de

Salvaguarda do

Banco Mundial

Objectivo Aplicação ao ESMP (Plano de

Maneio Ambiental e Social)

OP 4.01 Avaliação

Ambiental

Assegurar a adequabilidade e sustentabilidade ambiental e

social das intervenções do projecto

Apoiar a integração dos aspectos ambientais e sociais dos projectos no processo de tomada de decisões.

As medidas de mitigação reduzem os

impactos negativos do projecto sobre

o ambiente durante a implementação

do projecto.

OP 4.04 Habitats Naturais Promover o desenvolvimento ambientalmente sustentável

através do apoio à protecção, à conservação, à manutenção e á reabilitação de Habitats Naturais e das suas funções.

Quando activado, o coordenador do

projecto deverá consultar para

conceber um ESMP (Plano de

Maneio Ambiental e Social)

apropriado.

Nas Políticas Operacionais acima indicadas requer-se em geral que a averiguação de possíveis

impactos seja feita o mais cedo possível e que planos de mitigação preliminares sejam

preparados de forma atempada como parte da avaliação ambiental ou processo equivalente,

devendo ser colocados em local acessível e em formato e língua compreensíveis para as

principais partes interessadas, antes que de o Appraisal (avaliação) se iniciar formalmente.

A averiguação deve ser realizada pelo INGC em conjunto com o MICOA a nível descentralizado

e a nível das partes interessadas locais (i.e. as comunidades locais beneficiárias). O MICOA

poderá solicitar uma auscultação pública para o projecto antes de proceder a qualquer aprovação,

pois é, em última instância, quem possui a autoridade de emitir uma Declaração de Aprovação

do projecto em Moçambique.

Adicionalmente, existe a Política de Divulgação do Banco (BP 17.50) que requer que todos os

documentos de salvaguarda sejam divulgados nos respectivos países no Info Shop do Banco

antes do Appraisal (avaliação). De entre as referidas Políticas Operacionais, a OP 4.01 é a

política “umbrella”, uma vez que os resultados da avaliação ambiental é que irão determinar

quais das Políticas de Salvaguarda possuem a probabilidade de serem activadas.

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De um modo geral, o Projecto será executado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades

(INGC), o qual possui a responsabilidade global de tomar medidas de emergência, em caso de

calamidades, e de redução da vulnerabilidade ao risco de calamidades para pessoas e bens em

todo o país. A aquisição de bens e de serviços será gerida pela Unidade de Gestão de Aquisições

(UGEA) do INGC, que se subordina à Direcção Geral.

O INGC irá executar a Subvenção em nome e em estrita colaboração com os respectivos

parceiros de implementação, nomeadamente:

Para a Actividade 1 Melhoria da Rede de Radares Meteorológicos, O Instituto de

Meteorologia (INAM)

Para a Actividade 2, Estudo sobre o Reforço da Rede Hidro-Climatológica, A Direcção

Nacional de Águas (DNA)

Para a Actividade 3, Estudo de reconhecimento sobre a Gestão de Cheias no Zambeze,

Direcção do INGC de Prevenção e Mitigação

Para a Actividade 4, Gestão de Risco de Calamidades Baseada na Comunidade em

Inhambane e em Maxixe, a Delegação Provincial do INGC e os Municípios de Maxixe

e Inhambane

Para a Actividade 5, Financiamento do Risco, Direcção do INGC de Prevenção e

Mitigação

Para a Actividade 6, Gestão do Projecto, Unidade do INGC de Gestão de Aquisições,

Direcção Geral

8.

Potenciais Impactos Ambientais e Sociais

Espera-se que os impactos do projecto sejam relativamente reduzidos uma vez que o mesmo é,

principalmente, de Assistência Técnica. As medidas propostas de categorização e de mitigação

são sumarizadas na Parte II do presente plano.

Actividade 1 – Melhoria da Rede de Radares Meteorológicos, deverá consistir principalmente

de formação, assistência técnica e equipamento adicional para os dois radares existentes na Beira

e Maxixe. Para estes não se espera qualquer impacto ambiental ou social, para além dos efeitos

positivos que eles deverão trazer para a capacidade de Moçambique de aviso prévio climático

(em termos do número potencial de vidas e bens salvaguardados). O projecto visa a instalação de

10 disdrómetros, mas considerando o custo relativamente elevado deste equipamento

especializado, os mesmos serão instalados em Estações Meteorológicas já existentes e protegidas

(como equipamento adicional). Por essa razão, não está previsto qualquer tipo de aquisição de

terra. Poderão existir pequenos distúrbios causados por escavações para se instalar o

equipamento, mas os mesmos serão mitigados assegurando que os empreiteiros reponham o solo

na sua condição original (Vide Secção C).

Actividade 2 – Estudo sobre o Reforço da Rede Hidro-Climatológica, poderia potencialmente

resultar na instalação de algumas estações meteorológicas futuras em terra privada, e/ou resultar

em impactos temporários resultantes de escavações e na erosão do solo, uma vez que os locais

óptimos para as estações já foram identificados pelo estudo e as suas recomendações

implementadas (por financiamento externo ao projecto). Todavia, as estações hidro-

climatológicas e de medição são quase universalmente instaladas em instalações publicas por

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motivos de segurança e de manutenção. O estudo iria recomendar a adopção de medidas

apropriadas de mitigação de quaisquer distúrbios resultantes de escavações durante instalações

futuras (através de provisões contratuais adequadas).

Actividade 3 – Apesar de não se esperar que o Estudo de Reconhecimento sobre a Gestão de

Cheias no Zambeze, por si, tenha impactos significativos de salvaguarda, os seus termos de

referência, o escopo e as recomendações terão de ser cuidadosamente elaborados para assegurar

que salvaguardas apropriadas sejam observadas durante a implementação futura. Prevê-se que o

estudo seja acompanhado por um ESMF (Quadro de Gestão Ambiental e Social) e de um RMF

(Quadro de Gestão de Reassentamento) para Inhangoma, capaz de orientar potenciais

investimentos futuros numa fase posterior.

Actividade 4, Preparação da Gestão de Risco Baseada na Comunidade em Inhambane e em

Maxixe tal como na Actividade 3, não se espera que esta tenha impactos ambientais e sociais

significativos, uma vez que irá principalmente envolver assistência técnica e a realização de

workshops de preparação dos procedimentos operacionais para investimentos futuros. Tal como

na Actividade 3, qualquer manual comunitário será acompanhado de documentos de salvaguarda

apropriados para orientar potenciais investimentos futuros numa Fase II.

Actividade 5, Financiamento do Risco e Gestão do Projecto, não se espera que tenha qualquer

impacto ambiental e social significativo. Esta actividade irá consistir principalmente de

assistência técnica e da realização de workshops.

O mesmo se aplica à Actividade 6, Gestão do Projecto.

9.

O INGC deverá assegurar que os termos de referência de quaisquer estudos realizados no âmbito

do Projecto informem o (s) consultor (es) das suas obrigações de propor as salvaguardas

ambientais e sociais para quaisquer recomendações que os mesmos avancem.

Para a instalação dos disdrómetros, o INGC deverá acordar com o INAM que os Documentos de

Concurso exijam que os empreiteiros mitiguem quaisquer distúrbios sobre o solo e os impactos

ambientais resultantes dos trabalhos (vide lista abaixo).

10.

O INGC e o MICOA serão responsáveis pela monitoria conjunta de cumprimento com base no

ESMP (Plano de Maneio Ambiental e Social), duas vezes ao ano. A informação produzida pelos

relatórios de monitoria será parte integral dos relatórios de progresso do projecto.

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Parte II: Lista de Actividades do ESMP (Plano de Maneio Ambiental e Social)

PARTE A: INSTITUCIONAL & ADMINISTRATIVO

País MOÇAMBIQUE

Nome do

Projecto

Apoio Programático à Gestão do Risco de Calamidades - Fase I (P124755)

Escopo e

Actividades do

projecto

Fortalecimento do quadro institucional de gestão de calamidades; fortalecimento do

sistema de aviso prévio; mitigação de riscos através de estudos e assistência técnica nas

áreas altamente vulneráveis, e concepção de mecanismos de financiamento do risco

(transferência do risco).

Arranjos

Institucionais

(Nome e

contactos)

BM

(Líder da Equipa do

Projecto)

Sofia Bettencourt, Lead Op-

erations

Officer,

[email protected]

+260-9777-50972

Gestão do Projecto

Instituto Nacional

de Gestão de

Calamidade

(INGC)

Contraparte e /ou Beneficiário

Local

Dr. João Tiago Meneses Machado

Ribeiro

Director Geral

[email protected]

+258-21-477-277

Arranjos de

Implementação

(Nome e

contactos)

Supervisão de Salvaguardas

Cheikh A. T. Sagna

[email protected]

+1-202-458-7984

Supervisão pela

Contraparte Local

Eng. Roberto White

[email protected]

+258843222240

Supervisão pela

Inspecção Local

N/A

Empreiteiro

N/A

DESCRIÇÃO DO LOCAL

Nome do local

site

Aviso Prévio (Nacional) Mitigação de Risco (Inhangona/Tete; Maxixe/Inhambane)

Localização Anexo 1: Mapa do Local [ ] S [X ] N

A quem

pertence o

direito de uso?

Para a Fase I, apenas será necessária terra para a instalação dos disdrómetros, a serem

colocados nas estações meteorológicas existentes em terras do Governo.

Descrição

Geográfica

Moçambique

LEGISLAÇÃO

Identificação de

legislação

nacional & local

& licenças que

se aplicam às

Actividades do

projecto

Lei de Terras Nº 19/97;

Lei do Ambiente Nº 20/97

Política de Gestão de Calamidades Naturais, Resolução nº 18/99

Regulamento de EIA, Decreto Nº 45/2004

Lei de Gestão Territorial Nº 23/2008

(vide ainda a Secção 5)

CONSULTA PÚBLICA

Identificar onde

/ quando a

consulta pública

terá lugar

CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL

Haverá

actividades de

capacitação?

[√ ] N ou [ ] S Se sim, o Anexo 2 inclui o programa de capacitação

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PARTE B: CATEGORIZAÇÃO AMBIENTAL /SOCIAL

Irá a Actividade

incluir/envolver

qualquer dos

potenciais aspectos

e/ou impactos

seguintes:

Actividade e aspectos e / ou impactos potenciais Situação Referências Adicionais

1. Reabilitação de Edifícios

Circulação de veículos específicos

Aumento de poeira e ruído resultante de demolições e /ou da

construção

Resíduos resultantes da construção

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção B abaixo

2. Nova construção

Impactos da escavação e erosão do solo√

Aumento do fluxo de sedimento nas águas receptoras

Circulação de veículos específicos√

Aumento de poeira e ruído resultante de demolições e /ou da

construção

Resíduos resultantes da construção

[√ ] Sim [ ] Não Vide Secção B abaixo

3. Sistema individual de tratamento de água residual

Efluentes e / ou descargas sobre as águas receptoras

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção C abaixo

4. Edifícios e distritos históricos

Risco de danificação de locais históricos ou arqueológicos conhecidos

ou desconhecidos

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção D abaixo

5. Aquisição de terra1

Invasão de propriedade privada√

Realocação de pessoas afectadas pelo projecto

Reassentamento involuntário

Impactos sobre meios de sustento√

[] Sim [√ ] Não Vide Secção E abaixo

6. Materiais perigos ou tóxicos2

Remoção ou eliminação de resíduos tóxicos e / ou perigosos

resultantes de demolições e / ou construção

Armazenagem de óleos ou lubrificantes

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção F abaixo

7. Impactos sobre florestas e/ou áreas de protecção

Invasão de florestas, zonas tampão e/ou áreas de protecção designadas

Distúrbios sobre habitats de animais localmente protegidos

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção G abaixo

8. Manuseamento / gestão de resíduos médicos

Resíduos clínicos, objectos cortantes, produtos farmacêuticos (resíduos

citóxicos e químicos perigosos), resíduos radioactivos, resíduos

domésticos orgânicos, resíduos domésticos inorgânicos

Eliminação no local de resíduos médicos

[ ] Sim [√ ] Não Vide Secção H abaixo

9. Trânsito e Segurança de Pedestres

Circulação de veículos específicos√

O local situa-se em uma zona habitada

[] Sim [√ ] Não Vide Secção I abaixo

1 A aquisição de terra inclui a deslocação de pessoas, a alteração dos meios de sustento, a invasão de propriedade privada, ou seja, em terras onde a terra é adquirida e/ou

transferida afectando as pessoas que vivem e têm negócios (barracas) que funcionam na terra em causa. 2 Os materiais tóxicos / perigosos incluem, sem limitação, o amianto, tintas tóxicas, a remoção de tinta à base de chumbo, etc.

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ACTIVIDADE PARÂMETRO LISTA DE MEDIDAS DE MITIÇÃO CONSIDERADAS BOAS PRÁTICAS

A. Condições

Gerais

Notificação e

Segurança de

Trabalhadores

(a) As inspecções de construção e ambientais e as comunidades locais foram notificadas sobre as actividades previstas

(b) O público foi devidamente notificado sobre as obras através dos media e/ou locais acessíveis (incluindo o local das obras)

(c) Todas as licenças exigidas por lei (incluindo, sem limitação, uso e aproveitamento da terra, uso de recursos, aterros, inspecção

sanitária) foram obtidas para a construção e/ou reabilitação

(d) Todas as obras serão realizadas de forma segura e disciplinada concebida para minimizar impactos sobre os residentes na

vizinhança e sobre o ambiente.

(e) EPP dos trabalhadores deverá estar em conformidade com padrões internacionais e com as boas práticas (sempre com capacetes e,

conforme necessário, mascaras e óculos de protecção, cinto e botas de segurança)

(f) Sinalização apropriada dos locais irá informar as principais regras e regulamentos a seguir.

B. Actividades de

Reabilitação Geral e

/ ou Construção

Qualidade do Ar (a) Durante demolições interiores usar calhas de escoamento de detritos acima do primeiro andar

(b) Manter os detritos da demolição numa área controlada e regar com água para reduzir a poeira

(c) Eliminar a poeira durante a perfuração pneumática /destruição da parede através da pulverização continua com água e /ou da

instalação de redes de retenção de poeira no local

(d) Manter o ambiente à volta (paredes, estradas) livre de detritos para minimizar a poeira

(e) Não haverá incineração a céu aberto de material de construção / residual no local da obra

(f) Não haverá um número excessivo de veículos de construção em funcionamento no local

Ruído (a) O ruído da construção será limitado às horas estabelecidas pela licença

(b) Durante as operações as tampas dos motores dos geradores, dos compressores de ar e de outro equipamento electromecânico

deverão estar fechadas, e o equipamento colocado o mais longe possível das áreas residenciais

Qualidade da Água (a) O local deverá possuir medidas apropriadas de controlo de erosão e de sedimento tais como e.g. fardos de feno e / ou vedação

contra pó de modo a prevenir que o sedimento se espalhe para fora do local e provoque uma turbidez excessiva nos leitos e rios

próximos.

Gestão de Resíduos (a) Os locais de recolha e eliminação de resíduos serão identificados, especificando os principais tipos de resíduos esperados em

actividades de demolição e construção.

(b) Os resíduos minerais resultantes da construção e demolições serão separados dos resíduos normais orgânicos, líquidos e químicos

através da separação no local e armazenados em locais apropriados.

(c) Os resíduos provocados pela construção serão recolhidos e eliminados adequadamente por operadores licenciados

(d) Serão mantidos registos sobre a eliminação de resíduos serão mantidos como prova da gestão adequada, conforme planeada.

(e) Sempre que possível, o empreiteiro irá reutilizar e reciclar os materiais adequados e viáveis (excepto amianto)

C. Sistema

individual de

tratamento de águas

residuais

Qualidade da Água (a) A abordagem de tratamento de resíduos sanitários e água residual dos locais de construção (instalação ou reconstrução) devem ser

aprovada pelas autoridades locais

(b) Antes da sua descarga para as águas receptoras, os efluentes dos sistemas individuais de águas residuais devem ser tratados de

modo a preencher os critérios mínimos de qualidade definidos pelas normas nacionais sobre a qualidade de efluentes e tratamento

de águas residuais

(c) Deverá ser realizada a monitoria de novos sistemas de águas residuais (antes/depois)

D. Edifício (s)

histórico (s)

Património Cultural (a) Se a construção for numa estrutura histórica designada, muito próxima de tal estrutura, ou localizada num distrito histórico

designado, notificar e obter a aprovação / licenças das autoridades locais e abordar todas as actividades de construção em

conformidade com a legislação local e nacional

(b) Assegurar que existam provisões que estabeleçam o registo de artefactos ou outros possíveis achados durante a escavação ou

construção, que oficiais sejam contactados, e que as obras possam ser suspensas ou modificadas em conformidade com tais

descobertas.

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E. Aquisição de

terra

Plano / Quadro de Aquisição

de Terra

(a) Caso seja necessário proceder à expropriação inesperada de terra, ou se ocorrer a perda de acesso inesperado a fontes de sustento legal

ou ilegal, o Chefe de Equipa do Banco deverá ser consultado.

(b) O Plano/Quadro aprovado de Aquisição de Terra (caso seja requerido pelo projecto) será implementado

F. Materiais

Tóxicos

Gestão de amianto (a) Se houver amianto no local do projecto, marcar claramente o material perigoso

(b) Quando seja possível o amianto será adequadamente embalado e selado para minimizar a exposição

(c) Antes da sua remoção o amianto (caso seja necessária a sua remoção) será tratado com um agente humedecedor para minimizar a

produção de pó

(d) O Amianto será manuseado e eliminado por profissionais qualificados e experientes

(e) No caso da armazenagem temporária de amianto, os resíduos deverão ser devidamente guardados em embalagens seladas e

devidamente marcadas

(f) O amianto removido não deverá ser reutilizado

Gestão de resíduos tóxicos /

perigosos

(a) A armazenagem temporária de todas as substâncias perigosas e tóxicas no local será efectuada em embalagens seguras com etiquetas

indicando os detalhes obre a composição, as propriedades e o manuseamento

(b) As embalagens que contenham substâncias perigosas deverão ser guardadas num contentor à prova de água para prevenir derrames e

descargas

(c) Os resíduos deverão ser transportados por operadores licenciados e eliminados num estabelecimento licenciado.

(d) Não serão ser utilizados ingredientes ou solventes tóxicos ou tintas à base de chumbo

G. Afecta florestas

e/ou áreas de

protecção

Protecção (a) Todos os Habitats Naturais e áreas de protecção reconhecidos na vizinhança imediata do local da Actividade não serão danificados ou

explorados, todo o pessoal será estritamente proibido de caçar, procurar alimentos, abate de árvores ou de praticar outras actividades

danificadoras.

(b) No caso das árvores de grande dimensão na vizinhança da Actividade, marcar e colocar uma cerca grande e proteger o sistema da raiz e

evitar danos contra as árvores

(c) As terras húmidas e leitos adjacentes serão protegidos contra o fluxo de detritos provenientes do local de construção com mecanismos

apropriados de controlo da erosão e de sedimentos, incluindo, sem limitação fardos de feno, vedações contra pó

(d) Não existirão pedreiras ou aterros não licenciados nas áreas adjacentes, especialmente se não estiverem protegidas.

H. Eliminação de

resíduos médicos

Infra-estrutura para a

eliminação de resíduos

médicos

(a) Em conformidade com a regulamentação nacional o empreiteiro deve assegurar que as unidades de cuidados sanitários que tiverem

sido recentemente construídas e /ou reabilitadas incluam infra-estrutura suficiente de manuseamento e eliminação de resíduos

médicos, incluindo, sem limitação:

Unidades especiais de tratamento de resíduos hospitalares segregados (incluindo instrumentos cortantes, e tecidos ou fluidos humanos):

a. Resíduos clínicos: sacos e embalagens amarelos

b. Objectos cortantes – caixas especiais resistentes a cortes

c. Resíduos domésticos (inorgânicos): sacos e embalagens pretas

Unidades adequadas de armazenagem de resíduos médicos; e

Se a Actividade incluir tratamento baseado na Unidade Sanitária, existem (e estão funcionais) opções apropriadas de eliminação

I Trânsito e

Segurança de

Pedestres

Perigos directos e indirectos

para o trânsito e para a

segurança de pedestres,

causados pelas actividades de

construção

(b) Em conformidade com a regulamentação nacional o empreiteiro irá assegurar que o local da construção encontra-se devidamente

seguro e que o trânsito relacionado seja regulado, incluindo, sem limitação:

Sinalização, sinais de aviso, barreiras e desvios de trânsito: o local estará claramente visível e o público devidamente notificado de

todos os potenciais perigos

Sistema de gestão de trânsito e formação de pessoal, especialmente no acesso ao local e em relação ao trânsito intenso na proximidade

do local. Provisão de passagens seguras e travessia de pedestres onde o trânsito relacionado com a construção interfira.

Ajuste do horário de trabalho aos padrões locais de trânsito, e.g. evitar grandes actividades de transporte durante as horas de ponta ou

durante o tempo de deslocação de gado

Gestão activa do trânsito por pessoal treinado e visível no local, caso seja necessário para a passagem segura e conveniente do público.

Garantir o acesso seguro aos escritórios, lojas e residências durante as actividades de renovação, caso o acesso aos edifícios mantenha-

se aberto para o público.

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PARTE C : PLANO DE MONITORIA

Fase Qual é

(O parâmetro a ser monitorado?) Onde

(É que o

parâmetro tem de ser

monitorado?)

Como

( É que o parâmetro tem

de ser monitorado?)

Quando

(Defina a

frequência / ou é contínua?)

Porquê

( É que o parâmetro está a ser

monitorado?)

Custo

(se não estiver

incluindo no orçamento do

projecto)

Quem

responsável pela

monitoria?)

Durante a

preparação da

Actividade

Detritos e erosão do solo durante a

instalação de disdrómetros

Documentos de

concurso

Assegurar que as

cláusulas contratuais

cubram a questão de

forma adequada

Durante a

aprovação dos

documentos

Evitar poluição do local Insignificante INGC

Durante a

implementação da

Actividade

Incorporação de salvaguardas

ambientais e sociais no Manual de

Funcionamento para o

Desenvolvimento Orientado para a

Comunidade em Inhambane/Maxixe

Inhambane e

Maxixe

Desenvolvimento de

uma lista especifica

para o RMF ( Quadro de Gestão de

Reassentamento ) e

ESMF ( Quadro de Gestão Ambiental e

Social ) para as

actividades do CDD em Maxixe/Inhambane, que

sejam incorporados nos

Procedimentos Operacionais

Missões de

Supervisão

Para assegurar políticas

ambientais e sociais adequadas

durante a implementação dos investimentos de CDD

Incluído no

orçamento do

projecto

Equipa de

Supervisão

Durante a

implementação da Actividade

Assegurar que o Estudo de Pré-

Viabilidade e Definição de Âmbito

seja acompanhado e informado por

salvaguardas apropriadas sociais e

ambientais

Inhangoma Lista específica para o

RMF (Quadro de Gestão de

Reassentamento) e o

ESMF (Quadro de Gestão Ambiental e

Social) para Inhangoma

que seja apropriada para os investimentos

propostos pelo Estudo

de Reconhecimento

sobre a gestão de

Cheias

Missões de

Supervisão

Para assegurar que os

investimentos futuros potenciais no âmbito do estudo

sejam orientados por políticas

sociais e ambientais adequadas

Incluído no

orçamento do projecto

Equipa de

Supervisão /INGC