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PLANO DE GOVERNO 2011/2014 MINAS DE TODOS OS MINEIROS As Redes Sociais de Desenvolvimento Integrado ANTONIO ANASTASIA

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Page 1: Plano de Governo 2011-2014

P l a n o d e G o v e r n o 2 0 1 1 / 2 0 1 4

MInaS de TodoS oS MIneIroSAs Redes Sociais de Desenvolvimento Integrado

A n t o n i o A n A s t A s i A

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P A R A m I n A S c o n t I n u A R A v A n ç A n D o

Plano de Governo 2011 / 2014

Page 4: Plano de Governo 2011-2014

Í n d I c e

1. ApresentAção ....................................................................................................................................................................... 9

2. Breve BAlAnço ...................................................................................................................................................................13

3. redes de desenvolvimento integrAdo ...................................................................................................................25

3.1. rede de gestão eficiente .......................................................................................................................................30 3.1.1 Política de valorização dos Servidores Públicos ............................................................................................................................................30 3.1.2 modernização Institucional ....................................................................................................................................................................................31 3.1.3 Governo Digital ............................................................................................................................................................................................................33 3.1.4 Planejamento Regional e Participação Democrática .................................................................................................................................33

3.2. rede de Atendimento em sAúde ..........................................................................................................................36 3.2.1 universalização e melhoria da Qualidade da Atenção Primária ............................................................................................................36 3.2.2 Regionalização da Saúde: Fortalecimento dos Hospitais Regionais e novos centros de Atenção Especializada .........37 3.2.3 Sistemas Logísticos de Apoio e Governança do SuS ..................................................................................................................................38

3.3 rede de educAção e desenvolvimento ............................................................................................................40 3.3.1 Educação Básica – Ensino Fundamental, Ensino médio, Educação de Jovens e Adultos e Formação Profissional .......40 3.3.2 Ensino Superior ............................................................................................................................................................................................................42 3.3.3 Desenvolvimento Econômico ...............................................................................................................................................................................42 3.3.4 ciência e tecnologia ...................................................................................................................................................................................................44

3.4 rede de infrAestruturA .........................................................................................................................................46 3.4.1 minas, o Estado Logístico do Brasil ......................................................................................................................................................................46 3.4.2 Energia ..............................................................................................................................................................................................................................49 3.4.3 copa 2014 .......................................................................................................................................................................................................................49 3.4.4 telefonia celular ...........................................................................................................................................................................................................51 3.4.5 Saneamento ...................................................................................................................................................................................................................51

3.5 rede de desenvolvimento sociAl, proteção e segurAnçA .....................................................................52 3.5.1 Desenvolvimento Social ...........................................................................................................................................................................................52 3.5.2 Defesa Social ..................................................................................................................................................................................................................55 3.5.3 Prevenção ao uso de Drogas .................................................................................................................................................................................57 3.5.4 Juventude .......................................................................................................................................................................................................................57

3.6 rede de desenvolvimento sustentável e cidAdes ......................................................................................59 3.6.1 meio Ambiente .............................................................................................................................................................................................................59 3.6.2 Agricultura ......................................................................................................................................................................................................................61 3.6.3 Agricultura Familiar ....................................................................................................................................................................................................63 3.6.4 Habitação ........................................................................................................................................................................................................................64 3.6.5 Rede de cidades: Áreas metropolitanas ...........................................................................................................................................................66

3.7 rede de identidAde mineirA ..................................................................................................................................69 3.7.1 cultura ..............................................................................................................................................................................................................................69 3.7.2 turismo .............................................................................................................................................................................................................................71 3.7.3 Esportes ...........................................................................................................................................................................................................................72

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1Apresentação

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Os últimos anos têm colocado o Estado de Minas Gerais frente a novos desafios. A posição central

que a economia mineira ocupa no Brasil, bem como a diversidade territorial das diversas regiões

do Estado, requerem formas inovadoras e ousadas de governar. A emergência da sociedade do

conhecimento e os desafios do desenvolvimento integrado, a par da convivência com problemas seculares em

nosso território, nos levam a apresentar um programa que conjuga a continuação da grande obra que vem

sendo feita nos últimos anos, com a ousadia de novas formas de enfrentar esses desafios.

Minas é um mosaico do Brasil, com toda a heterogeneidade de facetas culturais e econômicas de nosso

país. É para lidar com essa diversidade que apresentamos nossas propostas, que se estruturam em uma

visão territorial de nosso estado, aliada a uma perspectiva de desenvolvimento integrado através de redes de

parcerias com as pessoas. Tal como ocorreu com nossas propostas anteriores, realizadas em sua plenitude,

pretendemos que o mesmo ocorra com o conjunto de compromissos aqui apresentados.

O enorme esforço empreendido ao longo dos governos de Aécio Neves e Anastasia preparou o Estado de

Minas Gerais para enfrentar um horizonte de incertezas que exigirão inovações e novos conhecimentos.

Fizemos o Choque de Gestão e o Estado para Resultados, avançando na construção de indicadores sociais

e econômicos positivos. Nosso programa propõe-se a estruturar uma nova forma de governar, que leve em

conta o horizonte que o Brasil enfrentará nos próximos anos, através da formação e estruturação de Redes

de Desenvolvimento Integrado para alcançar o binômio de nossa administração: Vida e Renda. Qualidade de

vida e de trabalho das pessoas é a nossa perspectiva de desenvolvimento.

Os desafios que se colocam exigem um estado preparado para estar na liderança do crescimento econômico

e dos avanços sociais ao longo dos próximos anos. Isso significa possuir uma infraestrutura disponível para

amparar esse crescimento, bem como base de conhecimento nos diversos níveis que deem suporte às novas

necessidades. Exigem-se também novas formas de governança através de redes de parcerias com a sociedade

civil, poderes políticos nacionais e locais, empresários e entidades de classe. Trata-se de desenvolver redes

colaborativas cujo objeto deve ser o desenvolvimento local por meio da diversificação produtiva, introdução

de inovações e profundamente calcados em conhecimento e tecnologia. Outro processo fundamental será

buscar mecanismos que propiciem a transversalidade setorial, no sentido de desenvolver soluções que

integrem as diversas formas de conhecimento e organizações disponíveis em Minas. Além disso, trata-se

de proposta que visa diversificar a base produtiva do Estado, ampliar e aprofundar os resultados positivos

alcançados em saúde, educação, segurança e desenvolvimento integrado.

Antonio Anastasia

Anastasia

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2Breve balanço

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Tornar Minas o melhor Estado para se viver. Comprometido com essa visão, o Governo de Minas trabalhou nos últimos oito anos com ousadia e coragem para construir uma nova realidade para seus cidadãos. Nos primeiros dois anos, o principal esforço foi direcionado ao equilíbrio das contas públicas, condição necessária para que as políticas pudessem ser construídas em bases sólidas. Mantendo a situação fiscal equilibrada, nos anos seguintes foi realizado um vigoroso esforço de investimento em todos os setores do Estado, buscando garantir cada vez mais serviços públicos de alta qualidade, com o maior índice de cobertura e aos menores custos. Isso só é possível à medida que o Estado gasta cada vez menos com sua própria estrutura e cada vez mais com o cidadão.

As ações do Governo de Minas foram sempre pautadas na convicção de que governos devem ter objetivos, estratégias claras e compromisso com a prestação de contas. Com a evolução do Choque de Gestão, a criação do Estado para Resultados em 2007 trouxe duas grandes inovações. Primeiro, a otimização da aplicação de recursos – que são sempre escassos –, por meio da priorização de metas e da consolidação da carteira de projetos estruturadores, com a intensificação no foco em resultados e nos beneficiários das políticas públicas. Segundo, a disponibilização aos cidadãos de meios para acompanhar e avaliar as ações, cobrar os resultados esperados e contribuir para a melhoria na condução das políticas públicas. Essa divulgação foi feita, entre outras formas, a partir da publicação dos Cadernos de Indicadores e Acordos de Resultados nos sítios eletrônicos dos diversos órgãos públicos estaduais. A criação de um ambiente de boa governança – guiada pelos princípios da transparência, responsabilidade, inclusão e eficiência – foi fundamental para que Minas Gerais recuperasse sua capacidade de articulação e atração de investimentos, consolidando-se como referência nacional de excelência em gestão pública.

É essencial ressaltar que o Choque de Gestão permitiu a Minas Gerais aferir inúmeros resultados positivos na condução de suas políticas públicas – resultados que representam por si só um desenvolvimento no sentido mais amplo desse conceito. A recuperação da capacidade de articulação do Estado e o constante aperfeiçoamento da gestão dos recursos públicos, com consequente aumento na atração de novos investimentos – totalizando R$ 244 bilhões entre 2003 e 2009 – minimizaram os impactos da crise econômica mundial e permitiram a Minas Gerais avanços em saúde, educação, infraestrutura e segurança pública, que se traduzem em qualidade de vida para todos os seus cidadãos. Mais do que uma demonstração de que é possível realizar uma administração pública eficiente e eficaz, o Choque de Gestão é a prova de que a administração voltada para políticas efetivas é o único caminho, a condição necessária, para o desenvolvimento amplo e sustentável.

Neste modelo de gestão para resultados, prioridades e metas foram revistas seguindo a orientação traçada no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) 2007-2023, aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Nesse documento foram definidas 11 áreas de resultado – readequadas para 13 –, cada uma agregando os principais desafios e objetivos para a administração pública, assim como as iniciativas fundamentais para transformar estratégia em realidade, os chamados projetos estruturadores. O conjunto das ações planejadas, executadas e monitoradas dessas áreas de resultado têm como foco destinatários de políticas públicas organizados em cinco eixos estratégicos: pessoas instruídas, qualificadas e saudáveis, jovens protagonistas, empresas dinâmicas e inovadoras, cidades seguras e bem cuidadas e equidade entre pessoas

e regiões. Complementadas por outras iniciativas, a agenda do Governo tem como objetivo primordial a melhoria contínua da qualidade de vida de todos os mineiros.

Com a certeza de que muito avançamos e de que ainda muito se tem por fazer, apresentamos aqui um breve resumo das realizações deste Governo. Mantendo a coerência com a estratégia proposta pelo PMDI, essas realizações serão apresentadas por área de resultado. Assim, reafirmamos nosso compromisso com a gestão pública transparente e democrática e convidamos os mineiros à reflexão sobre os caminhos que podem levar-nos ao futuro que queremos.

Educação de Qualidade: melhorar a qualidade dos ensinos fundamental e médio e reduzir as disparidades regionais de aprendizado.

Em Minas, educação é prioridade e os avanços nessa área são inúmeros e incontestáveis. Minas é pioneira: foi o primeiro estado do país a trazer as crianças aos seis anos para a escola, a oferecer gratuitamente aos alunos do ensino fundamental livros didáticos de sete disciplinas (Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Física, Química e Biologia) e a oferecer livros didáticos gratuitos também aos alunos do ensino médio (Língua Portuguesa e Matemática).

Entre 2003 e 2009, mais de R$ 385 milhões foram investidos em transporte escolar. No mesmo período, 100% das escolas estaduais receberam melhorias de infraestrutura, 100% das escolas foram beneficiadas com a aquisição de mobiliário e equipamentos e 126 novos prédios de escolas rurais foram atendidos com construção, ampliação ou reforma. As Escolas em Tempo Integral foram expandidas para 1.919, atendendo 105.000 alunos em 4.300 turmas.

O resultado na qualidade da educação foi significativo. Em 2009, 74% dos alunos na terceira série do ensino fundamental apresentavam nível recomendável de leitura – indicador da qualidade da alfabetização –, um crescimento de 49% em relação a 2003. No mesmo período, a rede estadual verificou um aumento médio de 11,5% na proficiência média dos alunos da terceira série do ensino fundamental.

Destaca-se também a expressiva queda nas taxas de distorção idade-série do ensino fundamental e médio. O percentual de alunos do ensino fundamental com idade superior à recomendada caiu de 28,6% para 17,5%, entre 2002 e 2009, e do ensino médio, de 52,6% para 33,7% no mesmo período.

As crianças que entraram na rede pública de ensino neste governo têm o melhor desempenho do Brasil. Um dos indicadores mais importantes da evolução da educação em Minas é o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica –, do Ministério da Educação. Em 2009, Minas Gerais conquistou o primeiro lugar entre todos os estados da federação para o ensino fundamental de 1ª a 4ª série, atingindo antecipadamente a meta projetada pelo MEC para 2012.

Protagonismo Juvenil: aumentar o percentual de jovens que concluem o ensino médio e ampliar as suas oportunidades de inclusão produtiva.

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Consciente da importância do papel dos jovens na construção do futuro de Minas Gerais, o Governo destacou esse grupo como foco estratégico de suas políticas. Direcionada para aumentar as oportunidades de desenvolvimento dos jovens como cidadãos e profissionais, em uma perspectiva ampla de cidadania, a política para a juventude mineira mobilizou ações de múltiplos órgãos, como a Secretaria de Esportes e Juventude, a Secretaria de Educação, a Secretaria de Desenvolvimento Social e a Secretaria de Cultura.

O Programa de Educação Profissional (PEP) – maior programa estadual de aquisição de vagas de ensino técnico do Brasil – alavancou o número de alunos no ensino técnico profissionalizante de 3.600, em 2005, para 128 mil, em 2010. São 106 instituições credenciadas no PEP, oferecendo 62 cursos técnicos em dez áreas de formação, em todas as regiões do Estado e contribuindo para que jovens mineiros estejam preparados para oportunidades reais no mercado de trabalho. O PEP é direcionado a alunos do ensino médio e a jovens que já concluíram o curso e desejam voltar à sala de aula para aprender uma profissão.

O programa Poupança Jovem foi expandido em 2009, superando a meta de 50 mil alunos do ensino médio das escolas públicas estaduais. Houve também a descentralização da gestão do programa, buscando fortalecer a rede de proteção às famílias socialmente vulneráveis, estendendo a cobertura da assistência nos municípios participantes. A eficácia dessa iniciativa inédita do Governo de Minas pode ser medida também pelo seu impacto na redução da evasão do ensino médio: a taxa de permanência dos alunos no Poupança Jovem cresceu de 86,4%, em 2007, para 97,4%, em 2009.

Em 2009, o Plug Minas – Centro de Formação e Experimentação Digital – inaugurou cinco núcleos, atendendo 1.400 jovens e 420 professores da rede pública estadual. Programa inédito no Brasil, o Plug Minas tem como estratégia usar o acesso às novas tecnologias como instrumento para inserir jovens entre 15 a 24 anos, alunos de escolas públicas estaduais, no mundo contemporâneo do conhecimento digital, ampliando sua oportunidade de inserção no mercado de trabalho.

Investimento e Valor Agregado da Produção: ampliar o volume anual de investimentos produtivos – privados, públicos ou em parcerias – e qualificar a mão de obra em parceria com o setor privado.

Agregar valor à produção mineira foi uma prioridade do Governo, com o objetivo de tornar a economia do Estado cada vez mais competitiva nos mercados nacional e internacional. Entre os inúmeros fatores que contribuem para a competitividade da economia, cabe ao Estado construir um ambiente favorável de negócios, atrair e fomentar novos investimentos e investir na melhoria da infraestrutura. O Governo de Minas avançou em todas essas áreas. Com a implantação de 29 unidades do Programa Minas Fácil, o Governo de Minas reduziu o tempo médio para abertura de empresas de 39 dias, em 2003, para oito dias, em 2009. No mesmo período, foram atraídos para o Estado investimentos de mais de R$ 244 bilhões. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) repassou em 2009, por meio dos fundos estaduais e outras fontes, R$ 1,04 bilhão, 36% a mais que em 2008.

A recuperação e a modernização da infraestrutura foram fundamentais para dar suporte à retomada do processo de crescimento. Entre 2003 e 2009, foram construídos 3.821 quilômetros de redes de energia de

média e baixa tensão e 696 quilômetros de gasodutos de distribuição para fornecimento de gás natural. Com investimentos de R$ 392 milhões na Linha Verde, o Governo de Minas melhorou o acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, consolidando-o como Aeroporto Industrial.

Dada a importância do comércio exterior para a economia estadual, vale destacar que o valor das exportações de Minas Gerais cresceu 163% entre 2003 e 2009. Com exportações atingindo US$ 19,5 bilhões em 2009, Minas manteve-se em segundo lugar no ranking de estados exportadores, sendo responsável por 12,8% das vendas externas brasileiras.

Inovação, Tecnologia e Qualidade: induzir uma agenda de inovação, visando ao aprimoramento do que já temos e ao desenvolvimento do que ainda não temos, definida juntamente com os stakeholders relevantes, aí incluídos setor produtivo, universidades e centros de pesquisa.

Estimular a inovação por meio da articulação entre o setor produtivo e as redes de pesquisa também foi uma estratégia adotada pelo Governo de Minas para fortalecer a competitividade da economia estadual. Com esse objetivo, o Governo iniciou as obras dos Parques Tecnológicos de Belo Horizonte, Itajubá e Viçosa; implantou o Centro Minas Design; implantou o Bureau dos Arranjos Produtivos Locais de Biocombustíveis, Biotecnologia, Software e Eletroeletrônicos e implantou 84 Centros Vocacionais Tecnológicos e 487 telecentros.

Em 2010, Minas Gerais atingiu 630 propriedades aptas a fornecer animais para a indústria exportadora, o que corresponde a 33% das propriedades do Brasil. O Estado é também líder brasileiro na certificação internacional do café, com 1.200 propriedades produtoras certificadas.

O êxito do Governo na ampliação da sua capacidade de apoiar e fomentar as atividades de pesquisa e inovação científica e tecnológica pode ser demonstrado pela atuação da Fapemig nesta gestão. Além do crescimento da aplicação dos recursos do Tesouro, a instituição aumentou significativamente sua capacidade de atração de recursos de terceiros. A relação entre o volume de recursos alavancados e o orçamento do Tesouro alocado à Fapemig cresceu de 3,6%, em 2003, para 18%, em 2009. Entre 2005 e 2009, o número de patentes mineiras registradas no exterior dobrou.

Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce: aumentar o volume de investimentos privados nessas regiões por meio da atração de capitais produtivos e da melhoria da infraestrutura, da educação, da qualificação para o trabalho e das condições de saúde e saneamento.

Com o compromisso de diminuir as acentuadas disparidades regionais, o Governo de Minas criou em 2003 a Secretaria Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan). Entre 2003 e 2009, o investimento per capita do Governo de Minas na região norte foi três vezes a média investida no restante do Estado.

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Coordenado pela Sedvan, o Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR) beneficia as comunidades rurais mais pobres do Estado, apoiando investimentos comunitários, não reembolsáveis, de natureza produtiva, social e de infraestrutura básica. De 2006 a 2009, o PCPR atendeu mais de 90 mil famílias em 188 municípios.

Entre 2003 e 2009, o Projeto Acelerar para Vencer (PAV) atendeu 85% dos alunos de escolas estaduais do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce; o ProAcesso efetuou a ligação asfáltica para 38 municípios da região; foi iniciada a operação da Copanor (Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais), levando água e esgoto para 72 localidades; foi implantada a usina de biodiesel da Petrobras em Montes Claros; 182 mil jovens e adultos da região foram alfabetizados pelo programa Cidadão Nota 10 e o Programa Leite pela Vida distribuiu 151 mil litros de leite.

O resultado da articulação das políticas públicas na região pode ser verificado na melhoria de indicadores importantes de saúde e educação. Na saúde, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil no Grande Norte caiu de 18,9 por mil, em 2003, para 16,4 por mil, em 2009, e a taxa de internação por desnutrição infantil foi reduzida de 11,6 por dez mil, em 2003, para 4,2 por dez mil em 2009. Com esses avanços, a diferença entre a taxa de internação por desnutrição no Grande Norte e no restante do Estado diminuiu 67%.

Na educação, a taxa de distorção idade-série no ensino fundamental no Grande Norte caiu de 32,2%, em 2003, para 20,5%, em 2009, e a mesma taxa para o ensino médio foi reduzida de 48,9%, em 2003, para 34,9%, em 2009. Entre 2006 e 2009, a proficiência média em leitura dos alunos de oito anos matriculados na rede pública estadual aumentou 13,2%, reduzindo a disparidade com relação à proficiência média do restante do Estado em 35%.

Logística de Integração e Desenvolvimento: expandir o percentual da malha rodoviária estadual em boas condições de conservação, otimizando custos e resultados, concluir o ProAcesso e construir, em conjunto com a União e demais Estados, uma solução para a malha federal.

Nos últimos oito anos, o Governo de Minas dedicou grandes esforços à consolidação de uma infraestrutura compatível com a dinâmica da economia mineira. Os investimentos são sem precedentes na história do Estado. Mais de R$ 6 bilhões foram investidos nas rodovias mineiras entre 2003 e 2009. Nesse período, foram recuperados 13.600 quilômetros de rodovias pelo programa ProMG.

Em 2009, destacou-se o Programa Aeroportuário de Minas Gerais (Proaero), que investiu R$ 44 milhões na conclusão das obras nos aeroportos de Governador Valadares, Ituiutaba (2ª fase), Araxá, Ouro Fino, Curvelo e Piumhi.

Além de promover a integração social e econômica de todas as regiões do Estado, esses investimentos levaram a uma significativa melhoria na qualidade da infraestrutura de transportes. Entre 2006 e 2009, a avaliação positiva da malha rodoviária estadual cresceu 79% e o número de acidentes em rodovias estaduais e federais delegadas em Minas Gerais caiu 8%.

Rede de Cidades e Serviços: ampliar o número de municípios com Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS) adequado, provendo, sob a ótica de uma rede hierarquizada e interconectada entre as diversas áreas, serviços públicos e privados de qualidade.

Lançado em 2004 com o ambicioso desafio de transformar-se no mais significativo programa de investimento em obras rodoviárias da história de Minas Gerais, o ProAcesso terá investido, até o final de 2010, um total de R$2 bilhões, pavimentando cerca de 5,6 mil quilômetros de rodovias. Fazendo a ligação por asfalto de todos os 225 municípios que ainda utilizavam estradas de terra para o alcance das rodovias-tronco em suas regiões, o ProAcesso contribui para a melhoria da qualidade de vida, por meio da indução do desenvolvimento, sobretudo nas áreas mais pobres. Com a integração de todos os 853 municípios mineiros por asfalto, o ProAcesso beneficia milhões de mineiros em todas as regiões do Estado.

Para dar continuidade ao ProAcesso, o Governo lançou em 2010 o Caminhos de Minas, que levará o asfalto a 223 trechos de estradas que fazem ligação entre as cidades mineiras. O programa beneficiará diretamente 297 municípios, com a pavimentação asfáltica de 7,6 mil quilômetros, trazendo não só qualidade de vida e conforto, mas, especialmente, desenvolvimento econômico e integração regional.

Lançado em 2005, o Projeto Linha Verde é um conjunto de obras viárias na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que incluiu intervenções nas Avenidas Andradas, Contorno e Cristiano Machado e na Rodovia MG-010. Incluindo a via de trânsito rápido de 35,4 quilômetros que liga o Centro de BH ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a Linha Verde beneficia mais de 3,5 milhões de pessoas, em quase 100 bairros da capital e mais de dez municípios. Um dos reflexos dessa melhoria de infraestrutura pode ser percebido no próprio movimento do Aeroporto de Confins, que viu o número de passageiros crescer de 297 mil, em 2004, para 5,6 milhões em 2008, aumentando sua participação no transporte de passageiros do Brasil de 0,5% para 4,3% nesse período.

Concluído em 2008, o Programa Minas Comunica garantiu sinal de telefonia celular e serviços de transmissão de dados em todas as cidades mineiras, beneficiando 2,5 milhões de pessoas de 412 municípios que não tinham acesso a tais serviços.

A implantação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte foi uma grande conquista, possibilitando a conclusão do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH. No coração da capital mineira, foi inaugurado o Circuito Cultural Praça da Liberdade, que disponibiliza o conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade como um complexo cultural, incrementando o usufruto dos bens patrimoniais históricos como espaços de geração de empregos e de atração de negócios associados às cadeias do turismo e da prestação de serviços.

Vida Saudável: universalizar a atenção primária de saúde para a população, reduzir a mortalidade materno-infantil, ampliar a longevidade e melhorar o atendimento da população adulta com doenças cardiovasculares e diabetes e ampliar significativamente o acesso ao saneamento básico.

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Entendendo a saúde – estado completo de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades – como um direito universal, conforme orientado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Governo de Minas Gerais priorizou iniciativas que visassem a universalizar o acesso aos serviços de saúde e reduzir as disparidades regionais no atendimento à saúde.

Com esse objetivo em foco, os investimentos do Governo de Minas em saúde foram sempre prioritários. Dez bilhões de reais foram aplicados no Sistema de Saúde do Estado entre 2003 e 2009, representando um crescimento de 76%. No mesmo período, foi distribuído R$ 1,4 bilhão em medicamentos, um aumento de 130%. Ainda, R$ 460 milhões foram destinados para hospitais estratégicos do Pro-Hosp, beneficiando 130 hospitais regionais.

A ampliação do atendimento também foi expressiva. Entre 2003 e 2009, foram implantados 19 Centros Viva Vida, garantindo atenção especializada a gestantes e recém-nascidos; 18 microrregiões tiveram o módulo de transporte eletivo implantado e 1.200 unidades básicas de saúde foram contempladas com recursos para reforma, construção e equipamentos. A cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) foi ampliada de 48,9%, em 2003, para 70,2% das famílias em 2010. No Programa Saúde em Casa, que presta atendimento domiciliar preventivo, foram investidos R$ 468 milhões entre 2003 e 2009.

Minas antecipou a Meta do Milênio para o acesso da população ao saneamento básico, tendo reduzido o percentual da população sem acesso a esgoto ou fossa séptica para 17,5% em 2009 (a meta é de 21,2% em 2015). No período de 2003 a 2009, houve um aumento de 26% para 44% do esgoto coletado e tratado no Estado; 641 mil novas residências foram atendidas com abastecimento de água e 632 mil com esgotamento sanitário da Copasa.

Um dos indicadores mais expressivos do êxito da política de saúde do Governo de Minas é a queda na mortalidade infantil. A taxa de mortalidade infantil no Estado caiu de 17,6 por mil, em 2003, para 13,8 por mil em 2009.

Defesa Social: reduzir, de forma sustentável, a violência no Estado, com a integração definitiva das organizações policiais, enfatizando as ações de inteligência, a ampliação das medidas preventivas e a modernização do sistema prisional.

O esforço para a redução da violência é um desafio complexo que acomete toda a sociedade brasileira. A estratégia adotada pelo Governo de Minas nos últimos oito anos conseguiu reduzir 45% a taxa de crimes violentos e reduzir 7% a taxa de homicídios entre 2003 e 2009.

Entendendo essa complexidade, o Governo de Minas desenhou uma ampla estratégia de defesa social que incluiu iniciativas de vários setores, desde a expansão e a modernização do sistema prisional até o Programa Escola Viva, Comunidade Ativa. Os investimentos em defesa social totalizaram R$ 1,48 bilhão entre 2003 e 2009.

Entre as principais ações realizadas nesse período, vale destacar: a expansão de 384% na disponibilidade de vagas no sistema prisional, por meio da construção de 35 unidades prisionais; convênios com 24 Associações

de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) e assunção de 60 cadeias públicas; implantação de 648 oficinas do Fica Vivo!, atendendo 15.500 jovens por mês; implantação do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator; implantação de 13 Regiões Integradas de Segurança Pública; implantação do Centro Integrado de Atendimento e Despacho; inauguração das sedes das Regiões Integradas de Belo Horizonte e Uberlândia; inauguração do Centro Integrado de Informações e do Disque Denúncia Unificado; investimentos do Cinturão de Segurança em 401 municípios; aumento de 84% da frota de veículos das forças de segurança e expansão de 23% do efetivo da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.

O Projeto Atendimento às Medidas Socioeducativas alcançou 99% de adolescentes das unidades de semiliberdade e internação definitiva matriculados em instituições de ensino. Ao todo, 4.247 jovens foram atendidos em unidades de internação definitiva e provisória.

Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva: minimizar o percentual de pobres em relação à população total, com medidas regionalmente integradas e com intensificação de parcerias nas áreas de educação, saúde, assistência social, habitação e saneamento.

A materialização das melhorias proporcionadas por todas as iniciativas do governo só pode ser comemorada se refletir uma efetiva tendência de superação da pobreza. O resultado dos esforços realizados pelo Governo de Minas nos últimos oito anos contribuiu para a redução na proporção de pobres no Estado de 26,7%, em 2003, para 14,3%, em 2009.

Entre 2005 e 2009, o Programa Lares Geraes entregou 22 mil unidades habitacionais populares; o Programa Minas sem Fome beneficiou 1,4 milhão de famílias com sementes para pomares, hortas comunitárias e lavouras; o Programa de Universalização do Acesso à Energia Elétrica no Campo realizou, por meio da Cemig, 205 mil ligações rurais entre 2005 e 2009, alcançando uma taxa de atendimento rural de cerca de 90%.

Em 2009, o programa Travessia, que articula ações prioritárias nas áreas de saneamento, saúde, educação, intervenções urbanas, geração de renda e gestão social em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), totalizou um investimento de R$ 190 milhões. Foram mais de 830 ações em 110 municípios, beneficiando mais de 335 mil pessoas.

O avanço na gestão da política de assistência social consolida-se com o Sistema Único de Assistência Social (Suas). Em 2009, Minas Gerais completou o processo de habilitação de municípios no Suas. Agora 100% dos municípios mineiros estão aptos a receber recursos da Assistência Social, tanto do Estado quanto da União. Minas foi o primeiro estado a cofinanciar a construção de Centros de Referência de Assistência Social (Cras), triplicando o percentual de municípios com Cras entre 2005 e 2009 e ampliando o atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade e risco social para 646 cidades.

O êxito da política de assistência social do Governo de Minas foi comprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O Estado de Minas Gerais ocupou o primeiro lugar na única edição do ranking da gestão em assistência social elaborada pelo MDS e publicada em 2007.

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Qualidade Ambiental: aumentar o Índice de Qualidade da Água (IQA) do Rio das Velhas, consolidar a gestão das bacias hidrográficas, conservar o Cerrado e recuperar a Mata Atlântica, ampliar o tratamento de resíduos sólidos e tornar mais ágil e efetivo o licenciamento ambiental.

Assumindo uma importância cada vez maior no contexto econômico nacional e internacional, a questão ambiental sempre foi considerada pelo Governo de Minas como condição para a sustentabilidade do desenvolvimento estadual.

O Sistema Estadual de meio ambiente implementou diversas ações com o objetivo de melhorar os indicadores ambientais no Estado de Minas Gerais. O projeto estruturador Resíduos Sólidos alcançou em 2009 a meta pactuada de 50% da população urbana atendida com sistemas de disposição adequada de resíduos sólidos urbanos. Em 2007/2008, foi aplicado o valor recorde de R$ 95 milhões na regularização de áreas protegidas. Em 2009, o Estado alcançou dois milhões de hectares de áreas protegidas e 103 mil hectares de áreas protegidas regularizadas.

Entre 2003 e 2009, Minas Gerais registrou uma redução de 73% no desmatamento de áreas de Mata Atlântica. Nos últimos três anos, foram recuperados 23 mil hectares de mata nativa.

Além disso, em 2009, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos disponibilizou duas turmas de curso técnico em meio ambiente com ênfase em gestão e negócios de resíduos. Isso representa uma iniciativa inédita no Brasil, que tem seus recursos financiados pelo Programa de Educação Profissional (PEP), em mais uma demonstração da estratégia de intersetorialidade adotada na gestão das políticas públicas em Minas Gerais.

O incremento da qualidade ambiental também foi conquistado a partir de investimentos na expansão e melhoria do sistema de saneamento. Entre 2003 e 2009, o volume de esgoto tratado pela Copasa saltou de 22 milhões para 150 milhões de metros cúbicos. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a taxa de tratamento de esgoto dobrou no mesmo período.

Qualidade e Inovação em Gestão Pública

A inauguração da Cidade Administrativa, nova sede do Governo de Minas, representa uma economia anual de R$ 92 milhões aos cofres do Estado. A obra incorporou conceitos de última geração para poupar energia elétrica e água, garantir a confiabilidade das comunicações e trazer conforto e segurança aos ocupantes. Além disso, ao concentrar as diversas atividades governamentais em um mesmo local, aumenta-se a eficiência do serviço público e reduz-se o tempo de resposta para o cidadão.

O Acordo de Resultados, celebrado com todas as Secretarias de Estado, resultou no pagamento de R$ 320 milhões em prêmios de produtividade para 300 mil servidores. Desde 2006, mais de R$ 1 bilhão foram pagos com base em avaliação de metas e resultados, que traduzem benefícios para a sociedade mineira.

Qualidade Fiscal

As medidas administrativas implantadas por meio do Choque de Gestão, em 2003, resultaram no equilíbrio das contas públicas e na recuperação da capacidade de investimento do Estado. Após uma década de desequilíbrio fiscal, Minas Gerais acumula seis anos de resultados fiscais positivos.

Entre 2003 e 2009, foram ampliadas e reformadas 31 unidades fiscais; a participação da carteira estratégica no orçamento triplicou e a capacidade de investimento do Governo e das empresas públicas saltou de R$ 3,6 bilhões para R$ 11 bilhões. Desde 2007, o Estado economizou R$ 111 milhões por meio da implantação de cinco famílias de Gestão Estratégica de Suprimentos.

A retomada dos investimentos foi possibilitada tanto pelo aumento da disponibilidade de recursos próprios quanto pela recuperação do crédito externo resultante do alcance do déficit zero em 2004. Desde então, Minas Gerais obteve financiamentos externos de US$ 1,2 bilhão junto ao Banco Mundial (Bird) e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e JBIC (Japão).

Os bons resultados das contas públicas permitiram também avanços significativos para o funcionalismo público, com o pagamento dos salários no quinto dia útil (o que não acontecia até 2002), o estabelecimento dos planos de carreira e tabelas salariais e o pagamento do Prêmio por Produtividade, em função do cumprimento das metas e prazos pactuados.

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3Redes de Desenvolvimento integrado

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O Estado de Minas Gerais, na gestão de Anastasia, passará a adotar o conceito de desenvolvimento integrado através de redes, envolvendo a sociedade na busca de soluções regionais para problemas locais. Dada a heterogeneidade e riqueza do Estado, essa é a melhor forma de se trabalhar. O Governo construirá canais de comunicação com as diversas regiões a fim de possibilitar o planejamento contínuo e harmonioso em parcerias entre o Governo e os mais diversos setores sociais. As condições para essa inovação já estão postas.

Para tanto, serão garantidos os instrumentos que assegurem os avanços sociais do Estado, contando com a introdução de inovações do ponto de vista da governança e da gestão política do Estado, com vistas ao desenvolvimento social e econômico de Minas Gerais. Essas inovações serão um desdobramento natural da revolução administrativa iniciada por Aécio Neves, que, aprofundada, incrementará a ampla participação da sociedade civil na sua gestão, potencializando assim os impactos nos planos social e econômico. O princípio geral desse novo modelo de gestão será a administração através de redes transversais de desenvolvimento, envolvendo os diversos setores da estrutura administrativa em estreita conexão com a sociedade.

Assim, um avanço será dado em relação à estrutura do Estado que passará a atuar de forma transversal, estabelecendo laços com diversos setores da sociedade, no sentido de solucionar problemas e propor estratégias personalizadas de desenvolvimento social e econômico para as regiões do Estado. Será estabelecido um novo princípio de governança. Em linhas gerais, pode-se dizer que o Choque de Gestão e o Estado para Resultados trouxeram o Governo para perto do cidadão. Agora queremos trazer o cidadão para dentro do Governo, para atuar de forma partilhada e com base na solidariedade.

dA gestão AdministrAtivA e dos princípios de governAnçA

nível locAl

A política de gestão administrativa do Estado de Minas Gerais introduzirá uma importante e original inovação gerencial: as Redes Locais de Desenvolvimento Integrado. Elas serão a ferramenta de envolvimento da sociedade no planejamento e execução de projetos de interesse local e regional em todo o Estado. Serão, portanto, a unidade básica de articulação social, contemplando a representação de interesses de forma neutra e imparcial.

No nível local, elas serão estruturadas no interior de cada uma das 66 microrregiões, contando com uma estrutura física de articulação social e de recepção de demandas. A dinâmica se dará através de reuniões periódicas de planejamento, monitoramento e avaliação, nas quais estarão em pauta os interesses da região relativos a problemas sociais, educacionais e de saúde, segurança pública e infraestrutura, com vistas ao desenvolvimento socioeconômico. Serão discutidos pela sociedade civil, em conjunto com o Governo do Estado, os temas de interesse identificados em cada uma das regiões.

Rede Estadual de Desenvolvimento Integrado

Redes Regionais de Desenvolvimento Integrado

Redes Locais de Desenvolvimento Integrado(microrregiões)

nível regionAl

Essas Redes Locais transferirão suas demandas para o nível mais elevado das Redes Regionais de Desenvolvimento Integrado, que atuarão como instância de deliberação e encaminhamento de demandas locais. Elas estarão localizadas nas cidades-polo de cada uma das regiões do Estado. Lá estarão presentes representantes do governo que, em conjunto com representantes da sociedade civil, buscarão responder às demandas locais de forma conjunta. A intersetorialidade será o mecanismo presente neste nível, no qual se buscará o estabelecimento de ações conjugadas para maximizar eficiência e melhorar a qualidade do gasto no atendimento às demandas locais.

Neste nível, teremos a participação das representações regionais de secretarias e órgãos de Estado, que se estruturarão para tal finalidade. Essas estruturas apoiarão ações pertinentes ao desenvolvimento regional identificadas pelas redes locais.

nível estAduAl

Finalmente, no nível estadual, a Rede será presidida pelo próprio Governador, auxiliado por seus secretários de Estado, a quem caberá a definição de objetivos e projetos de desenvolvimento social e econômico para o Estado de Minas Gerais. Políticas universais, tais como educação de qualidade, redução da mortalidade infantil, ou o apoio a grupos socialmente vulneráveis, serão tratadas com base nos diagnósticos encaminhados pelos níveis locais e regionais, mas também estarão submetidas às prioridades do Estado. Infraestrutura, educação, saúde, segurança e assistência social, nos seus níveis mais estratégicos, serão tratados aqui, dentro do mesmo conceito de atuação em rede.

Uma das inovações a serem desenvolvidas neste nível é o aprimoramento do sistema de informações gerenciais, no qual estarão centralizados bancos de dados e informações pertinentes ao planejamento do Estado. A informação de qualidade é base para políticas públicas em todas as suas etapas, sendo condição para o sucesso a identificação adequada de problemas, de correção de rumos, de reestruturação de metas e objetivos, bem como de avaliação de resultados.

Serão desenvolvidos mecanismos de compartilhamento de informações para atender, da melhor maneira possível, os interesses do Estado. As prioridades políticas do Governo nas diferentes áreas também serão monitoradas e avaliadas de forma participativa. Além disso, será fundamental a unificação da base territorial dos diversos órgãos e níveis de Governo envolvidos como condição para o planejamento.

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ArticulAção com A BAncAdA de deputAdos federAis e senAdores

O Brasil é, antes de tudo, um país federal. A extensão do território, a diversidade da geografia e da economia e a heterogeneidade cultural reclamam organização política que combine descentralização do poder com um modelo que garanta a unidade do terriório, assegure a ordem, o bem-estar e a inclusão social de sua população e promova o desenvolvimento.

Os governos precisam estar junto dos cidadãos, onde estão os problemas e as soluções. Estados e municípios têm papel estratégico nesse arranjo. Em suma, no Brasil o federalismo é um imperativo.

A Constituição de 88 reiterou o modelo federativo entre nós e inovou ao transformar o Município em ente autônomo da Federação. Mas a verdade é que o federalismo brasileiro é anêmico e precário. A União concentra a maior parte dos recursos públicos arrecadados. Isso sem falar de suas prerrogativas de legislar que oneram e procrastinam, em muitos casos, a saída para inúmeras situações aflitivas da população nos estados e municípios.

Foi por entender que o país precisa de novo pacto federativo que o Governador Aécio fez disso uma de suas principais bandeiras políticas. Antonio Anastasia dará sequência e continuidade a essa luta no plano federal: uma melhor distribuição do bolo tributário entre os entes federados.

O Governo Anastasia manterá relação de trabalho diário com os representantes de Minas no Congresso Nacional.

A primeira ação integrada de trabalho entre o Executivo estadual e a bancada dos deputados federais e senadores será a organização de uma ampla agenda nacional em favor de uma verdadeira reforma tributária, que vá ao encontro dos interesses e demandas do Estado de Minas Gerais.

temAs trAnsversAis de desenvolvimento integrAdo

A premissa deste Plano é a de que não devemos pensar o desenvolvimento social e econômico do Estado a partir de um processo único, mas de condições diferenciadas para se obter desenvolvimento. Cada região do Estado tem condições heterogêneas para se desenvolver e, para que se implementem mecanismos particularizados de indução, devemos conhecê-las. O próprio Governo Estadual como um todo deverá fazer uma coordenação entre as diversas regiões, a fim de obter resultados para todo o conjunto, de acordo com um programa de metas e resultados definidos. Caberá aos cidadãos a definição do conteúdo do que queremos para Minas Gerais, tendo o Governo papel crucial na viabilização desta proposta. Como indutor e facilitador na captação das múltiplas faces de desenvolvimento, tornar-se-á capaz de convergir interesses em um projeto integrado de desenvolvimento.

A vantagem da rede será facilitar a transversalidade e a atuação interinstitucional necessária à implementação efetiva de políticas públicas. Não existe educação de qualidade sem crianças e jovens saudáveis, longe das drogas e do crime. Não é possível o desenvolvimento econômico sem infraestrutura adequada ou pessoas qualificadas profissionalmente. Não existem direitos humanos respeitados em sua

plenitude que não incluam produtivamente as pessoas. Não existem indivíduos amparados socialmente sem que lhes seja oferecida emancipação econômica e política. Em suma, não existe desenvolvimento sem liberdade.

Será vantajoso para a efetividade dos resultados que a consolidação de projetos promova o intercâmbio entre os órgãos e entidades responsáveis pela implementação: Secretarias de Educação, de Cultura, de Defesa Social, de Esportes e Juventude, entre outros. O compartilhamento de objetivos, perspectivas e conceitos inerentes ao conjunto de projetos é condição para que todos os profissionais envolvidos estejam empenhados no alcance dos mesmos resultados.

Da mesma forma, o desenvolvimento sustentável será um dos pilares do Programa, pois permeia os mais diversos setores da sociedade e do Governo. Meio ambiente é fator de competitividade decisivo e indispensável na iniciativa privada e na gestão pública. Quando falamos de política ambiental, estamos falando não apenas da vital proteção às águas e à biodiversidade, mas também da proteção aos fatores de produção. Afinal, os recursos naturais constituem-se na base de toda a matéria-prima para produção de mercadorias, alimentos e suporte aos serviços utilizados pelo homem.

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3.1 rede de gestão eficiente

Redes que operam os mecanismos de gestão pública iniciam-se, necessariamente, pelas pessoas que integram as estruturas de governo: os servidores públicos. Eles são atores centrais que deverão utilizar modernas tecnologias digitais para conectar o poder público às necessidades da sociedade. Essa rede pressupõe o desenvolvimento de instrumentos cada vez mais abrangentes de participação da sociedade civil, empresas, organizações não governamentais e dos poderes políticos locais no processo de tomadas de decisão do Estado.

3.1.1 políticA de vAlorizAção dos servidores púBlicos

O Governo do Estado de Minas Gerais promoveu avanços expressivos na política de recursos humanos no período de 2003 a 2010. Entre esses avanços, destacam-se a reestruturação das carreiras, a instituição da avaliação de desempenho individual e da política de desenvolvimento do servidor, a ampliação da oferta de vagas em concursos públicos, a certificação ocupacional para cargos estratégicos, a reestruturação dos cargos de provimento em comissão e funções gratificadas e a instituição de remuneração variável, por meio do prêmio por produtividade e de gratificações vinculadas ao desempenho individual e institucional.

Toda iniciativa para a valorização dos servidores públicos estaduais perpassará a continuidade na adoção de políticas voltadas para a melhoria remuneratória. Mediante planejamento, avaliação, reestruturação das carreiras atuais, concessão de acréscimos e benefícios por produtividade, o Governo do Estado implantará política remuneratória, com reajustes anuais, com base na variação da receita do Estado e com plena garantia da paridade entre ativos e aposentados.

O foco dessa proposta de redesenho do modelo de gestão de pessoas do Estado consiste em superar alguns desafios primordiais, quais sejam, alocação, atração e retenção, adequação da gestão de pessoas às peculiaridades das áreas de governo e regiões do Estado e gestão do conhecimento e da mudança.

Com relação à alocação, propõe-se:• o planejamento da força de trabalho, adequando-se às necessidades quantitativas e qualitativas das

unidades administrativas aos servidores alocados, sempre por meio de concurso público.

No que tange à atração e retenção, propõe-se:• o redesenho de carreiras com base na gestão por competências;• a instituição de mecanismos efetivos para valorização dos servidores com melhor nível de desempenho,

tais como aceleração do desenvolvimento na carreira, acesso diferenciado em ações de capacitação e premiação;

• fortalecimento do Ipsemg, com melhoria do atendimento na capital e interior.

Em relação ao provimento de cargos comissionados, propõe-se:• melhoria dos critérios da certificação ocupacional.

No que se refere à adequação da gestão de pessoas às peculiaridades das áreas de governo e regiões do Estado:• considera-se imprescindível a oferta permanente de ações de capacitação nas modalidades presencial

e a distância, promovidas pelas escolas de governo e direcionadas às necessidades específicas das microrregiões;

• oferta de vagas de estágio nos órgãos e entidades do Poder Executivo para estudantes de nível médio das escolas da rede pública em todas as regiões.

No que tange à gestão do conhecimento e da mudança, propõe-se:• a criação de um portal de recursos humanos na internet, para divulgação permanente e atualizada das

políticas e ações de gestão de pessoas, disponibilização de ferramentas para capacitação dos servidores, fóruns para compartilhamento de experiências e esclarecimento de dúvidas;

• o desenvolvimento de um plano de sucessão, que pressupõe o mapeamento de posições estratégicas para formação de futuras lideranças e a identificação de profissionais-chave para a aplicação efetiva de conhecimentos;

• a adoção de medidas que propiciem a gestão da cultura organizacional, tais como diagnóstico dos valores e comportamentos dominantes e ações direcionadas para um maior envolvimento e estímulo dos servidores.

Programas inovadores para os servidores públicos:• criação de uma política habitacional específica, mediante a utilização do saldo de férias-prêmio para

reforma e aquisição de imóveis;• criação de mestrados profissionalizantes;• criação de Escolas de Governos Descentralizadas (presencial e a distância) para atender a

profissionalização dos servidores de forma regionalizada;• uso da Certificação Ocupacional como forma de promoção e progressão na carreira;• prestação de serviços integrados nas regionais do Estado, em espaços físicos comuns;• criação de um programa de valorização e acompanhamento dos inativos como forma de retribuir os

serviços prestados ao Estado de Minas Gerais;• instituição de uma política permanente de negociação coletiva, por meio de uma câmara específica.

3.1.2 modernizAção institucionAl

3.1.2.1 estruturAs flexíveis, integrAdAs e dinâmicAs:

• avaliar e reestruturar as organizações estaduais, pautadas na horizontalização e flexibilidade da estrutura organizacional;

• desenvolver um processo contínuo de monitoramento e avaliação das estruturas, de modo a verificar o cumprimento dos objetivos propostos e propor adequações e correções;

• avaliar a lógica de regionalização das estruturas organizacionais do Estado e propor um processo de integração e consolidação dessas estruturas em regionais, instituindo, quando possível, a perspectiva de Centros Integrados Regionais.

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3.1.2.2 processos orgAnizAcionAis sistêmicos, rAcionAis e customizAdos:

• prosseguir na integração dos processos organizacionais, a fim de racionalizar as etapas e o gasto público;• simplificar a linguagem técnica dos processos aos cidadãos que utilizam os serviços públicos, garantindo

maior transparência, qualidade, participação e avaliação;• implantar, gradativamente, a utilização de meios digitais para a tramitação de documentos entre os órgãos

e entes administrativos;• ofertar, gradativamente, a prestação de serviços públicos por meios digitais, garantindo-se maior

comodidade, oportunidade e celeridade;• criar instrumentos de participação dos cidadãos para subsidiar a modelagem dos processos organizacionais

e contribuir para a contínua melhoria dos serviços públicos.

3.1.2.3 AmpliAção e fortAlecimento dAs pArceriAs:

• ampliar a legitimidade na execução de políticas públicas por meio de parcerias com o terceiro setor, mediante a criação de mecanismos de integração e alinhamento com os diversos órgãos governamentais de regulamentação e controle;

• fortalecer a profissionalização da gestão das entidades do terceiro setor, possibilitando o avanço na capacidade de articulação e captação de recursos para uma atuação de forma sustentável.

3.1.2.4 instrumentos de plAnejAmento e gestão interdependentes e cApilArizAdos:

• incluir no processo de tomada de decisão as informações específicas de cada região;• inserir a lógica da pactuação de resultados por região, definindo metas e indicadores para cada região de

forma específica e direcionada à realidade local;• expandir os mecanismos de pactuação de resultados para a relação do Estado com as associações

microrregionais e com os municípios, de forma que esses se comprometam com os resultados das políticas públicas planejadas para determinada região;

• promover, de forma regionalizada e com o envolvimento dos principais atores daquela determinada região, o acompanhamento e monitoramento das metas e indicadores pactuados;

• fomentar e fortalecer uma rede de participação e controle social integrada ao incremento dos mecanismos de pactuação de resultados, possibilitando estender a lógica de comprometimento com os resultados para além das barreiras da administração pública estadual;

• inserir nos instrumentos de pactuação de resultados a perspectiva de avaliação da satisfação do beneficiário de determinado serviço ou política pública, fazendo com que a qualidade dos mesmos sob o ponto de vista do beneficiário seja considerada quando da avaliação do desempenho da administração pública;

• inserir a ótica da regionalização no modelo de premiação pelos resultados alcançados.

3.1.3 governo digitAl

O Governo Digital é uma tendência mundial na qual órgãos e entidades públicas têm empreendido esforços no desenvolvimento de políticas e ações, utilizando Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para transformar a forma de relacionamento entre governo e sociedade. O avanço das TICs permite o alcance de vários benefícios. Entre eles, podemos destacar a ampliação de oferta dos meios de acesso a informações e serviços; melhoria na organização das informações dentro dos órgãos e entidades do governo e facilidade na troca de informações entre as várias esferas do governo.

A utilização das TICs também facilita o atendimento das peculiaridades de cada região, tendo em vista os vários canais disponíveis ao cidadão (internet, telefonia móvel e fixa, centrais de atendimento), possibilitando a escolha de um canal que possua linguagem e forma de transmitir mais adequadas às características da cidade do cidadão.

A integração de toda a cadeia de prestação dos serviços é fundamental, a fim de racionalizar o atendimento e a resolução das demandas dos cidadãos. Para tanto, propõe-se:

• possibilitar uma gestão integrada de informação dos usuários dos serviços públicos pelos principais canais de atendimento: web, telefônico e presencial;

• Portal Minas personalizado: o cidadão poderá acessar uma página que conterá as informações organizadas de acordo com o seu interesse, como notícias e históricos relativos às suas solicitações de serviços;

• atendimento personalizado: possibilitar que um determinado público-alvo receba atendimento personalizado conforme seu perfil e sua demanda;

• adequar os postos públicos de acesso à internet para que possam ser utilizados como pontos de apoio de acesso aos serviços públicos;

• auxiliar na implantação de um Cartão Único do Cidadão Mineiro, por meio de sistemas informatizados de identificação, unificação de base de dados e integração de processos de prestação de serviços;

• utilizar a TIC para incorporar a participação do cidadão no procedimento de tomada de decisão. Assim, é necessário possibilitar aos cidadãos canais que permitam a sua participação desde a concepção da política pública até sua execução e avaliação. Tais mecanismos permitirão a construção de políticas que possam atender, de forma regionalizada, as demandas locais, contribuindo para o incremento do controle social das ações do governo;

• ampliar os mecanismos de transparência, possibilitando o acesso em uma linguagem clara e acessível em relação aos gastos governamentais, de forma regionalizada.

3.1.4 plAnejAmento regionAl e pArticipAção democráticA

A rede de planejamento, orçamento e gestão será aprofundada com foco na participação democrática e na redução das desigualdades regionais. Portanto, serão ampliados os espaços públicos institucionalizados voltados para a construção participativa de políticas públicas estaduais.

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3.1.4.1.plAnejAmento pArticipAtivo regionAlizAdo de políticAs púBlicAs

A sociedade integrará as deliberações sobre políticas de governo, nas perspectivas de médio e longo prazos. As diretrizes, objetivos e metas serão estabelecidos de forma regionalizada no Plano Plurianual, tendo-se como referência resultados almejados e o respectivo monitoramento por indicadores. Para isso, utilizaremos as Redes Regionais de Desenvolvimento Integrado como forma de articulação dos municípios, sociedade civil organizada, conselhos estaduais e agentes locais. As principais vantagens desse processo sobre o orçamento participativo tradicional são:

• discussão da política pública setorial (saúde, educação, segurança, obras etc.) sob enfoque transversal; • maior amplitude de recursos e políticas submetidas ao debate público;• debate com foco em metas das políticas e não somente em entregas desprovidas de avaliação de seus

impactos para a sociedade;• maior engajamento da população, mediante a participação efetiva na definição dos destinos de recursos

públicos em sua localidade;• o exercício de um abrangente debate concederá à sociedade capacidade para avaliar as possibilidades e

limitações das ações do poder público e para fazer suas escolhas de modo mais consciente, permitindo-se o acompanhamento tanto da elaboração como do monitoramento e avaliação das políticas públicas.

3.1.4.2 monitorAmento regionAlizAdo de políticAs púBlicAs

Pelo Monitoramento Regionalizado de Políticas Públicas será possível acompanhar a execução das ações de governo em cada região do Estado, observando-se a distribuição de recursos, bens e serviços. A partir desse instrumento, será possível verificar o impacto e o desenvolvimento regionalizado, permitindo-se maior controle, transparência e avaliação das políticas públicas estaduais.

3.1.4.3 câmArA de AcompAnhAmento do desenvolvimento regionAl

Como instrumento para garantir o desenvolvimento de políticas públicas regionalizadas, será instituída câmara para o acompanhamento do desempenho regional das diversas ações de governo. A câmara terá funções de definir metodologias de trabalho, de elaborar relatórios de acompanhamento, coordenar o desenvolvimento de banco de dados de informações municipais e regionais e, principalmente, de dispor sobre a atuação articulada das diversas secretarias em cada região do Estado.

3.1.4.4 cApAcitAção de Agentes municipAis, conselheiros e sociedAde civil orgAnizAdA

Como forma de aperfeiçoar a participação e a transparência no acompanhamento e avaliação das políticas públicas, propõe-se a realização de capacitação de agentes públicos municipais e da sociedade civil organizada em instrumentos de gestão pública, como o planejamento e orçamento público. As capacitações

terão dois objetivos básicos: apoio aos municípios no seu desenvolvimento institucional e à sociedade civil no acompanhamento das ações de governo.

3.1.4.5 Apoio Aos municípios

Dar continuidade às ações de apoio aos municípios, por meio de parcerias em todos os setores de políticas públicas, reconhecendo a esfera municipal como a mais apta a realizar as ações e obras de interesse local, inclusive mediante apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

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3.2 rede de Atendimento em sAúde

O setor da saúde encontra-se estruturado em torno do desenvolvimento de redes de atendimento em diversos níveis. Inicia-se com a atenção primária conferida por meio da mobilização de agentes comunitários e a população nos municípios. Estende-se à atenção secundária por meio do atendimento à maternidade, crianças, idosos, diabéticos e cardíacos, seguindo até o nível de hospitais de alta complexidade. Finalmente, o atendimento em rede abrange desde as unidades de atendimento ao usuário para a atenção básica até o atendimento de maior complexidade nos hospitais regionais e de alta tecnologia.

Desafios a serem enfrentados na saúde: a alta morbimortalidade por doenças do aparelho circulatório e por diabetes; a alta morbimortalidade por causas externas, ligada principalmente à violência e aos acidentes de trânsito; a mortalidade infantil, que, mesmo em queda, ainda apresenta percentual de causas que poderiam ser evitadas, e a elevada incapacidade funcional das pessoas idosas. Para enfrentar essas situações-problema, desenvolveram-se, ao longo dos últimos anos, a Rede Hiperdia de atenção às doenças cardiovasculares e ao diabetes, a Rede de Urgência e Emergência, a Rede Viva Vida de atenção às mulheres e às crianças e a Rede Mais Vida de atenção às pessoas idosas. Essas redes de atenção à saúde são compostas pela atenção primária à saúde, pontos de atenção secundários e terciários, sistemas de apoio, sistemas logísticos e sistema de governança.

Compromissos:

A meta mobilizadora para saúde é reduzir ainda mais a taxa de mortalidade infantil para um patamar abaixo de 11 óbitos para cada mil nascidos vivos, prestando assistência sempre próxima do cidadão, respeitando a escala necessária para a garantia da qualidade da atenção à saúde.

A estratégia e compromissos que serão apresentados abaixo estão divididos em três eixos:

3.2.1. universAlizAção e melhoriA dA QuAlidAde dA Atenção primáriA

Responsável por resolver mais de 85% dos problemas de saúde da população, a atenção primária à saúde será fortalecida em todos os municípios mineiros. O Programa Saúde em Casa, lançado pelo Governo Estadual em 2005, já apoiou a ampliação da cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) de pouco mais de 40% da população, em 2002, para uma cobertura superior a 70% da população com médico da família em todo Estado, além do repasse de recursos para construção e reformas de 1.634 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para os próximos quatro anos, as propostas são:

• ampliar o número de equipes do Programa Saúde da Família, com incentivo do Saúde em Casa, de 4.039 para 4.663, principalmente por meio do estímulo à criação e manutenção de equipes de PSF em grandes aglomerados urbanos;

• repassar recursos para a construção ou reforma de Unidades Básicas de Saúde em 560 municípios;• estimular a contratação de gerentes profissionais, possibilitando à equipe de saúde maior tempo para

exercer sua função de cuidar da população;• apoiar municípios na contratação de equipe multiprofissional e na estruturação de plano de cargos e

salários para os profissionais do PSF;• universalizar o Programa de Educação Permanente para todas as regiões do Estado.

3.2.2 regionAlizAção dA sAúde: fortAlecimento dos hospitAis regionAis e novos centros de Atenção especiAlizAdA

3.2.2.1 fortAlecimento dos hospitAis regionAis

O maior programa de fortalecimento dos hospitais regionais já implantado em Minas Gerais continuará no período de 2011 a 2014, com mais recursos para consolidar a rede de Hospitais Regionais em municípios-polo. Esse investimento garantirá o atendimento de média complexidade com um deslocamento de no máximo duas horas da residência de qualquer cidadão no Estado. Nos casos de alta complexidade, para garantia da qualidade da atenção, o atendimento será organizado nos municípios-polo de macrorregião. Para os próximos quatro anos, as propostas são:

• construir novos Hospitais Regionais e expansão do Pro-Hosp, consolidando 200 hospitais em todas as regiões do Estado;

• ampliação do valor aplicado em cada hospital;• fortalecimento do programa da qualidade nos hospitais;• valorizar e apoiar ações direcionadas ao funcionamento de leitos intermediários para suporte aos leitos de

UTI, maternidades e unidades de urgência e emergência;• realização do Diagnóstico da Organização Nacional de Acreditação nos hospitais que ainda não

realizaram;• desenvolver o Plano Diretor de Atenção Hospitalar;• dar continuidade ao projeto de Especialização em Gestão Hospitalar;• além dos hospitais do Pro-Hosp, a rede Fhemig – composta por 21 hospitais mantidos pelo Governo de

Minas, que ao todo somam 2.994 leitos hospitalares – complementa a atenção hospitalar do Estado. A Fhemig, que nos últimos anos concentrou seus investimentos para modernização e inovação tecnológica, terá reforçado seu papel na alta complexidade e no fortalecimento do MGTransplantes.

3.2.2.2. redes de Atenção à sAúde

Quatro redes temáticas prioritárias avançarão nos próximos anos no caminho da universalização com a implantação de 65 Centros de Atenção Especializada por todo o Estado.

• A Rede Viva Vida será ampliada para cobrir todas as microrregiões de saúde. Serão implantados e financiados Centros Viva Vida para o atendimento da população de mais 27 microrregiões de saúde e

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mais oito Casas de Apoio à Gestante para dar continuidade ao enfrentamento do desafio de reduzir a mortalidade infantil em Minas Gerais. Duzentos novos leitos de UTI neonatal serão implantados.

• Rede de Atenção a Urgência e Emergência, que será expandida para todo o Estado. Serão mais 11 macrorregiões de saúde com organização dos serviços de atendimento à urgência e emergência contemplados com implantação e custeio do Samu Macrorregional; estruturação e custeio da Rede de Urgência e Emergência.

• a Rede Hiperdia contará com a implantação e custeio de mais 20 Centros Hiperdia, que se somam aos 10 implantados até 2010, para reduzir fatores de risco e a morbimortalidade pela hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e doença renal crônica, além de suas complicações, priorizando a promoção de hábitos saudáveis de vida, a prevenção e o diagnóstico precoce e a atenção de qualidade para os portadores dessas patologias.

• Rede Mais Vida contará com a implantação de mais 10 Centros Mais Vida, abrangendo assim todas as macrorregiões do Estado. Além dos Centros, visando à melhoria da qualidade no atendimento à pessoa idosa, propõe-se um programa de incentivo às Instituições de Longa Permanência para Idosos (Ilpi) por meio de um prêmio a ser distribuído anualmente.

3.2.3 sistemAs logísticos de Apoio e governAnçA do sus

A estruturação de sistemas logísticos de apoio e da governança do SUS em Minas Gerais garantirá o fluxo adequado de pessoas e materiais pelo sistema e a comunicação entre os diversos pontos da rede.

• O Sistema Estadual de Transporte em Saúde será universalizado com a implantação em mais 52 microrregiões, para garantir que os pacientes que necessitam de deslocamento para atendimento nos hospitais e centros de atenção especializados regionais tenham acesso com conforto e com um baixo custo para os municípios. Além de ampliar a cobertura até o final de 2014, o projeto prevê a substituição de frota de veículos (150 micro-ônibus) nas regiões onde o sistema já está em funcionamento.

• Com o programa Farmácia de Minas, a rede de apoio da assistência farmacêutica será expandida com a instalação de novas unidades de atendimento em 453 municípios, sendo 75 com o Componente Verde – medicamentos homeopáticos e fitoterápicos. Será implantado também o incentivo para a contratação de 1.200 farmacêuticos para a qualificação do atendimento nos municípios.

• O Serviço de Registro Eletrônico em Saúde – Cartão Saúde – contribuirá para a integração das Redes de Atenção à Saúde, com uso de padrões internacionais para interoperabilidade de Sistemas de Informação em Saúde e melhores práticas para implantação e gestão de serviços de tecnologia da informação e conhecimento. A meta é atender 3.400 Unidades Básicas de Saúde em todo o Estado, o que demandará a aquisição e distribuição de mais de 34 mil computadores para todas as regiões de Minas. Todo cidadão poderá ser identificado em todas as unidades de saúde, de forma rápida e segura, por meio da utilização de moderna tecnologia da informação.

• O Tele Minas Saúde contribuirá para a redução da necessidade de deslocamentos para atendimento especializado, levando as teleconsultas, das atuais 1.850 equipes de Saúde da Família, para mais de 4.600 equipes (100% do PSF). Além de universalizar o atendimento na atenção primária, propõe-se a ampliação

dos serviços para a Atenção Secundária (ASS) e Terciária à Saúde (ATS), contemplando-se os Centros Viva Vida de atenção à mulher e à criança, Centros Hiperdia de atenção aos hipertensos e diabéticos, Centros Mais Vida de atenção aos idosos e os hospitais regionais participantes do Pro-Hosp.

• O Canal Minas Saúde, atuando como potente instrumento de capacitação, terá a rede atual ampliada de 4.500 para 11.000 pontos. Isso permitirá o sinal do Canal Minas Saúde chegar a todas as Unidades da Atenção Primária à Saúde instaladas em todos os municípios do Estado e nas demais unidades do sistema, além de sua integração ao sistema de educação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

• Para o fortalecimento da Gestão do SUS, será implementado um Programa de Desenvolvimento de Gestores de Saúde (PDG-Saúde) e o curso de Gestão Municipal via Canal Minas Saúde e Ambiente Virtual para os 853 municípios.

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3.3 rede de educAção e desenvolvimento

Educação, ciência e tecnologia são os elementos centrais de uma rede de desenvolvimento integrado que possa dar as bases para o crescimento econômico garantindo renda e qualidade de emprego para a população. Esse tema é transversal e significa termos pessoas educadas em escolas de referência, conectadas a uma rede de universidades capazes de produzir conhecimento e tecnologia de ponta, servindo de sustentação para o desenvolvimento econômico.

Políticas educacionais, para produzir bons resultados, devem ser formuladas e implantadas como parte de um conjunto de políticas destinadas a promover o desenvolvimento integrado, englobando as dimensões econômica, social, política, cultural etc. O desenvolvimento com redistribuição, significando a correção das desigualdades interregionais de renda e a promoção da igualdade social, propicia um ambiente mais favorável ao desenvolvimento da própria educação e constitui uma importante diretriz do Programa de Governo em Minas.

O grande desafio é transformar a rede pública de ensino em um sistema de alto desempenho educacional. A educação deve servir como alavanca para o desenvolvimento integrado e para a redução de diferenças regionais que se traduzem em desigualdades.

3.3.1 educAção BásicA – ensino fundAmentAl, ensino médio, educAção de jovens e Adultos e formAção profissionAl

Uma das características de um bom sistema educacional é ser capaz de prover a todos os educandos o melhor ensino possível, aproveitando todas as oportunidades de enriquecimento da prática escolar. Para assegurar e ampliar os resultados já alcançados, nos próximos anos, devem ser feitos os aperfeiçoamentos necessários de modo que a educação mineira mantenha níveis sempre crescentes de qualidade com equidade.

Compromissos:

• implantar, com reajustes anuais, as novas tabelas de remuneração dos servidores da Educação, a partir de janeiro de 2011, e manter o Prêmio por Produtividade com pagamento anual, mediante cumprimento das metas estabelecidas e Acordos de Resultados pactuados;

• ampliar o número de alunos em tempo integral nas escolas, para que as crianças possam receber maior atenção. Hoje são 105 mil crianças nessa condição. Em quatro anos, esse número deverá atingir 350 mil;

• ampliar as oportunidades de acesso à educação profissional técnica de nível médio, disponibilizando 400 mil novas vagas no Programa de Educação Profissional (PEP);

• implantar o Programa Professores da Família. Realizado em municípios com até 30 mil habitantes e Índice de Educação Básica (Ideb) menor do que a média estadual. Esse programa visa garantir a alunos

das escolas públicas estaduais a visita periódica de professores da família, para interagir com os pais e alunos sobre a escola, os deveres de casa, suas dificuldades e necessidades no campo da educação;

• ampliar o número de vagas no turno diurno destinadas ao ensino médio, dos atuais 60,32% para 75% , em quatro anos;

• contemplar os professores das Apaes na política de valorização do servidor;• fortalecer a equipe do Programa de Intervenção Pedagógica (PIP) que atua na implementação do Projeto

Alfabetização no Tempo Certo e ampliar a abrangência do programa para as demais séries do ensino fundamental, incluindo, especialmente, orientação didático-pedagógica e apoio às escolas para o ensino de matemática e ciências;

• ampliar os recursos físicos, tecnológicos e didáticos necessários às atividades curriculares do ensino formal e atividades complementares, no âmbito da escola;

• ampliar o Programa Escola Viva, Comunidade Ativa, para garantir o acesso e permanência na escola de todos os alunos com necessidades especiais;

• promover a segurança na escola e seu entorno – especialmente aquelas situadas nas áreas de maior vulnerabilidade social, mais sujeitas ao fenômeno da violência a pessoas e ao patrimônio – mediante parcerias com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), prefeituras, Ministério Público, Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Juventude, Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e outras instituições, inclusive em programas de prevenção à violência escolar;

• promover a melhoria das condições do transporte escolar para alunos da rede pública;• adotar, na preparação da merenda escolar, o Programa de Educação Alimentar voltado para a saúde das

crianças e jovens;• ampliar a abrangência da Rede Mineira de Formação Profissional Técnica de Nível Médio, dos atuais 155

para 200 municípios;• desenvolver programas de alfabetização para jovens e adultos, especialmente nas regiões onde a taxa de

analfabetismo supera a média do Estado;• manter o projeto Veredas, destinado à formação, em curso normal superior, de professores dos anos

iniciais do ensino fundamental;• aperfeiçoar o Progestão – programa de formação de gestores escolares, professores e especialistas em

educação;• implantar e manter a Rede Mineira de Formação de Educadores, constituída por universidades

credenciadas pela Secretaria de Educação, para o desenvolvimento profissional dos servidores;• instalar, no espaço atualmente ocupado pela Secretaria de Estado da Educação, o campus da Cidade

Educativa, um centro de formação de recursos humanos para a área educacional, especialmente preparado para receber, simultaneamente, 400 servidores;

• desenvolver e implantar o sistema de certificação ocupacional de professores;

• construir 400 Casas-Escola, preferencialmente no meio rural;

• promover o exame de certificação ocupacional de gestores educacionais, condição necessária para

ocupar o cargo de diretor de escola e para concorrer a uma vaga no mestrado profissional em Gestão

Escolar;

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• criar nas escolas oportunidades extracurriculares de musicalização e educação artística;

• aperfeiçoar o Sistema Mineiro de Administração Escolar (Simade), já instalado em todas as escolas

estaduais, como a ferramenta de administração da escola e ampliar sua abrangência, envolvendo as

redes municipais de ensino;

• aperfeiçoar e consolidar o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave) como suporte

ao planejamento da ação docente na sala de aula, à gestão da escola e do sistema educacional, bem

como para acompanhar o impacto das ações realizadas sobre o progresso dos estudantes.

3.3.2 ensino superior

A política educacional de Minas Gerais relacionada ao ensino superior enfatiza a importância de promover a aproximação entre o setor produtivo, as universidades e os centros de pesquisa, buscando o incremento da qualidade e da inovação científica e tecnológica dos produtos mineiros, além de ampliar oportunidades de emprego de qualidade.

Compromissos:

• iniciar o processo gradativo de estadualização de fundações associadas à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), sem prejuízo de ampliar o Prouemg, sempre mantendo o rigoroso processo de seleção dos alunos;

• ampliar a concessão de crédito educativo e atrair agentes financeiros para essa área com medidas destinadas a diminuir o risco dos fornecedores de crédito;

• criar cursos de nível superior na Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), de modo a reforçar a qualidade do ensino ofertado pelo Estado;

• fomentar a inovação e o desenvolvimento da produção de bens e serviços mediante orientação aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), levando em conta vocações regionais e potencialidades;

• ampliar a oferta de cursos tecnológicos e de especialização em atividades prioritárias para os processos de produção de bens e serviços.

3.3.3 desenvolvimento econômico

O desenvolvimento integrado deve promover a expansão das liberdades elementares de todo e qualquer cidadão. Isso inclui garantir acesso a alimentação adequada, moradia digna, trabalho bem remunerado, saúde e educação de qualidade, cultura e lazer, assim como assegurar o respeito a direitos civis e humanos, a preservação do meio ambiente e a oportunidade de participação política. Sendo assim, o desenvolvimento se apresenta como um desafio complexo, sujeito à influência de inúmeros fatores e substancialmente condicionado ao processo contínuo de crescimento econômico, com sustentabilidade.

A forma como se dá tal crescimento está associada à complexidade da economia, medida pela diversidade das atividades realizadas e pelo grau de interação entre elas. Quanto mais diversificada a base econômica

e maior a sinergia entre os diversos setores que a compõem, maior a velocidade da transformação que a estrutura produtiva é capaz de gerar. Dessa forma, a promoção do desenvolvimento econômico deve ser voltada à geração de condições que favoreçam o aumento da diversificação econômica – e o fortalecimento de sua rede de interação – para gerar crescimento sustentável e prosperidade.

Compromissos:

• Criar Zonas de Desenvolvimento Regional: » identificando as principais vocações de cada região; » atraindo empresas associadas a essas vocações, a partir da criação de um programa de incentivos fiscais

especiais e da oferta de linhas de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG); » realizando obras de infraestrutura complementar, como estradas, aeroportos, saneamento básico,

escolas e hospitais.• Criar programas para aumento da competitividade e do valor agregado dos produtos mineiros:

» promovendo a modernização e a inovação tecnológica nos setores dominantes da economia mineira (siderurgia, mineração e agronegócios), de forma a ampliar sua competitividade nos âmbitos nacional e internacional;

» ampliando as ações de integração das indústrias do conhecimento e de tecnologia às cadeias produtivas existentes;

» desenvolvendo e fomentando a criação de polos de excelência para aumento da competitividade das cadeias produtivas existentes (Núcleo de Inteligência Competitiva de Petróleo e Gás, Polo de Excelência de Leite e Derivados, Polos de Inovação etc.);

» desenvolvendo projetos específicos para aumento da competitividade dos setores tradicionais, produtores de commodities;

» intensificando o apoio a pequenos e médios empresários, com foco na inovação tecnológica, mobilizando o poder de compra do Estado e aumentando a oferta de capital de risco.

• Estimular o desenvolvimento dos setores relacionados à inovação e à geração de tecnologias, como TI, biotecnologia e automação industrial.

• Criar incentivos diferenciados para a geração de novos negócios relacionados à sustentabilidade ambiental e à economia de baixo carbono (empresas verdes).

• Ampliar e diversificar a infraestrutura, proporcionando competitividade logística: » utilizando o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt) como principal instrumento de

priorização de investimentos de transporte no Estado, otimizando o investimento público em logística de transportes;

» melhorando a infraestrutura e a gestão dos aeroportos e portos secos do Estado e acelerando a implantação do aeroporto industrial no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins;

» realizando gestões para garantir estruturas portuárias que atendam prioritariamente as necessidades logísticas de Minas Gerais.

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• Garantir estabilidade e eficiência institucional e melhorar o ambiente de negócios, mantendo a credibilidade do ambiente público: » equilíbrio fiscal; » eficiência e capacidade de poupança pública; » qualidade dos profissionais e instituições; » aproximação e facilitação do acesso dos empresários e investidores aos órgãos de desenvolvimento do

Estado; » garantindo um ambiente de negócios atrativo e competitivo, com mão de obra qualificada, agilidade

burocrática, simplificação de processos e estabilidade dos marcos regulatórios; » regulamentar o Código de Defesa do Contribuinte.

• Alavancar a atração e garantir a manutenção de investimentos produtivos, com novas institucionalidades e métodos, melhorando a governança e assegurando alinhamento de todas as secretarias, órgãos e empresas do Estado em torno da estratégia de desenvolvimento econômico: » aprimorando a atuação das instituições de promoção de investimento na identificação e captura de

oportunidades de investimento, aumentando a seletividade, proatividade e agilidade das ações (mais proação e menos reação), com base em estudos de mercado e projetos;

» ênfase na promoção de investimentos, além da oferta de infraestrutura e incentivos fiscais ou financeiros, a qualidade do ambiente de negócios e a capacidade do Estado de agregar conhecimento e pessoas qualificadas às cadeias produtivas;

» articulação com a União para desenvolvimento de política ambiental alinhada com as ações de desenvolvimento econômico do Estado;

» aumento da divulgação, para o público externo, das potencialidades mineiras: capacidade institucional, qualidade da mão de obra, condições energéticas, segurança e infraestrutura existente.

3.3.4 ciênciA e tecnologiA

Investimentos em ciência e tecnologia devem estar articulados com o crescimento econômico, criação de empregos de alta tecnologia e bem remunerados e melhoria da qualidade de vida, incluindo questões de saúde, educação e segurança pública. Avanços científicos em diferentes áreas do conhecimento devem ser acompanhados por um programa de inovação e empreendedorismo, para transformar conhecimento em negócios e riquezas para Minas Gerais.

O sistema de ciência, tecnologia e inovação do Estado se organizará em forma de redes, em que a inovação em áreas tradicionais, como siderurgia, mineração e agronegócio, estará integrada à pesquisa científica em áreas avançadas, como nanotecnologia, novos materiais e biotecnologia. Regiões e municípios também serão integrados nas redes, através das capacidades instaladas em seus territórios.

Compromissos:

Inovação na C&T - ações que visam fortalecer e inovar o próprio sistema de ciência e tecnologia no Estado:

• reafirmar os compromissos do governo com a ciência e tecnologia, através de ações vigorosas, como a garantia dos investimentos na Fapemig;

• apoiar vigorosamente as instituições de ensino superior de excelência no Estado, aumentar significativamente o número de doutores formados no Estado e melhorar a qualidade e visibilidade da produção científica feita em Minas Gerais;

• reafirmar o compromisso da Fapemig com a pesquisa básica, com especial ênfase no apoio a jovens pesquisadores no início de carreira e apoio a projetos de pesquisa multidisciplinares, envolvendo múltiplas áreas do conhecimento;

• estabelecer o compromisso com educação científica e tecnológica, essencial para a formação de futuros pesquisadores e professores de ciências, através da criação de programas especiais para ensino em matemática, ciências e computação nas escolas públicas do ensino fundamental e médio;

• rever as estratégias e políticas para os institutos e parques tecnológicos no Estado, visando aumentar a eficiência desses órgãos na ligação entre o mundo acadêmico e a demanda empresarial;

• formalizar e institucionalizar uma infraestrutura inovadora no Estado para incorporar a inovação ao processo produtivo, visando à competitividade global;

• incluir a questão territorial no apoio à ciência e à tecnologia em Minas, através da oferta diferenciada de financiamentos para a inclusão de aspectos territoriais da pesquisa e inovação, ressaltando o papel articulador dos municípios na proposição de temas e problemas e na apropriação de resultados.

C&T para Inovação - ações que visam alinhar o desenvolvimento da ciência e tecnologia à inovação no Estado:

• enfrentar os desafios do século XXI, fortalecendo pesquisas científicas que permitam acelerar a transição para novos paradigmas, como uma economia de baixo consumo de carbono, redução da poluição, energias limpas, aumento significativo da segurança no trânsito urbano e rodoviário;

• criar o programa Minas Digital, implantando a nova geração de banda larga em Minas Gerais, de forma a ampliar o acesso avançado à internet para a população do Estado, em especial para escolas e centros de formação;

• incentivar e apoiar a inovação em Minas, com medidas para estimular a inovação nas pequenas empresas e apoiar os sistemas de informação que acelerem os processos de assimilação de novas tecnologias pelas empresas;

• fomentar a interação entre universidade e setor privado, visando ampliar sobremaneira a capacidade inovadora do Estado de Minas.

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3.4 rede de infrAestruturA

As Redes de Desenvolvimento Integrado requerem uma infraestrutura adequada para que possam funcionar satisfatoriamente. Isso significa dispormos de condições logísticas, de saneamento e matrizes energéticas capazes de darem suporte ao desenvolvimento. No caso mineiro, envolverá também o legado que a Copa de 2014 irá deixar.

3.4.1 minAs, o estAdo logístico do BrAsil

Para competir em um mundo globalizado, é necessária a criação de vantagens competitivas em cada região e ao longo das cadeias produtivas. Sem uma rede de transporte integrada e livre de estrangulamentos, capaz de possibilitar não só ganhos logísticos, mas também elevação dos níveis de bem-estar da população, não há como garantir o crescimento, a competitividade e o emprego, além da coesão territorial, quando se pretende superar as desigualdades ainda presentes entre pessoas e regiões. Para isso, projetos de infraestrutura logística devem ser conduzidos com a visão de integração de elementos viários e de armazenagem no sentido da garantia da competitividade das microrregiões envolvidas.

Assim, dar-se-á primazia à constituição de uma rede verdadeiramente integrada, seja no campo funcional, através da multimodalidade, seja no campo institucional, buscando viabilizar a adequada e necessária justaposição nos planos federal e estadual dos investimentos requeridos, através de iniciativas articuladas de cooperação e complementaridade entre esses dois níveis de governo. Minas Gerais deve preparar-se para ser uma grande plataforma logística para o Brasil; sobretudo em relação aos principais macrofluxos internos e externos. Tendo como visão maior os eixos de desenvolvimento como espaços de adensamento econômico, a ideia se apoia nos parâmetros da centralização e da confluência dos grandes eixos ou corredores de transporte que atravessam o Estado.

3.4.1.1 progrAmA cAminhos de minAs

O Programa Caminhos de Minas pavimentará e aumentará a capacidade de tráfego em 223 trechos, 7.600 quilômetros, de rodovias que exercem papel integrador de regiões socioeconômicas interdependentes. A execução do Programa Caminhos de Minas contribuirá para o desenvolvimento integrado do Estado, por contemplar todas as suas regiões, com a possibilidade de criação de novos itinerários, permitindo viagens mais curtas entre duas localidades ou entre duas rodovias existentes.

Serão realizados também, no âmbito do programa, outros tipos de investimentos em infraestrutura, principalmente nas regiões Noroeste, Triângulo, Alto Paranaíba, Norte e Nordeste do Estado. Também está incluída a construção de uma alternativa rodoviária para veículos leves que circulam pela BR-381 (trecho Belo Horizonte). Além da melhoria do acesso e da qualidade da malha rodoviária mineira, o projeto busca ampliar a segurança das pessoas que trafegam por essas vias, reduzindo o número de acidentes graves que ali ocorrem, e induzir o desenvolvimento das regiões.

3.4.1.2 rodoviAs

Para que Minas alcance o objetivo de ser o “Estado Logístico do Brasil”, faz-se necessária a integração física de eixos de desenvolvimento para a articulação e a interligação das economias microrregionais. Uma vez que grande parte da infraestrutura de transportes é de responsabilidade do Governo Federal, é necessário que o Governo Estadual continue atuando de forma articulada para a viabilização das seguintes prioridades logísticas regionais:

Alto Paranaíba e Noroeste de Minas• duplicação da BR-354;• melhoria do trecho Patos de Minas–Montes Claros da BR-365;• melhoria do trecho João Pinheiro–Paracatu da BR-040;• melhoria do trecho Montes Claros–Unaí da BR-251;• melhoria do trecho Montalvânia–Buritis em direção ao Distrito Federal; • construção de malha dutoviária para escoamento da produção de etanol.

Centro-Oeste• intervenções de melhorias rodoviárias nas BR-494, BR-353 e BR-394;• complementação do complexo multimodal de Ferradura, em Divinópolis;• provisão de estruturas de armazenagem para aumento de capacidade para produtores de café e leite.

Leste de Minas• duplicação da BR-381;• duplicação da BR-262.

Norte de Minas• duplicação das BR-116 e BR-101;• melhorias nas BR-479 e BR-451;• melhorias nas BR-040 e BR-496 em direção ao Noroeste de Minas e Pirapora;• projeto de melhorias no Corredor Ferroviário Minas–Nordeste do Brasil.

Região Metropolitana de Belo Horizonte• duplicação da BR-381;• duplicação da BR-262;• ampliação do metrô;• intervenções imediatas no Anel Rodoviário de Belo Horizonte e construção do Rodoanel;• intervenções imediatas na malha ferroviária para o contorno de Belo Horizonte;• consolidação do Aeroporto de Confins como hub internacional de cargas;• consolidação das estruturas logísticas para realização de feiras e convenções.

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Sul e Sudoeste de Minas• duplicação da BR-262;• formação do corredor rodo-aeroportuário do Sul de Minas–Aeroporto de Confins;• facilitação de fluxos em direção ao Porto de Santos.

Triângulo Mineiro• duplicação do trecho Triângulo–Belo Horizonte da BR-262;• melhoria do trecho Uberlândia–Norte de Minas da BR-365;• melhoria dos trechos Ituiutaba–Uberlândia da BR-365 e Ituiutaba–São Simão da BR-365;• melhoria e duplicação do trecho Ituiutaba–Prata–Frutal da BR-154;• melhoria da Rodovia Ituiutaba–Campina Verde;• aproveitamento do Aeroporto de Uberlândia como centro logístico de cargas.

Zona da Mata• complementação da duplicação da BR-040, Belo Horizonte–Rio de Janeiro;• investimentos no Aeroporto Regional de Juiz de Fora, em Goianá;• transferência de volumes de escoamento para o Porto de Sepetiba.

3.4.1.3 ferroviAs

• Programa de aproveitamento da malha ferroviária para produtos de alto valor agregado;• Criação de políticas consolidadas para o corredor Centro-Leste, conectando o Centro-Oeste e o Triângulo

ao Complexo Portuário de Vitória;• Construção do Ramal Ferroviário Unaí–Pirapora;• Construção de trecho ferroviário entre Dores do Indaiá e Estação Ferroviária Franklin Sampaio, em

Iguatama.

3.4.1.4 hidroviAs

• Implantação de dois portos fluviais na região do Triângulo Mineiro;• Criação da Hidrovia Metropolitana para transporte de passageiros e educação ambiental em um trecho de

117 quilômetros do Rio das Velhas, entre Sabará e Jaboticatubas;• Elaboração de um programa para recuperação hídrica e ambiental do Médio São Francisco, em seu

trecho mineiro, de Pirapora até a fronteira com a Bahia, onde são originadas 70% das águas daquele rio, tendo a navegação fluvial como elemento de sustentação;

• Aproveitamento do Rio Grande como hidrovia interior.

3.4.2 energiA

O planejamento energético é condição essencial para sustentação do projeto de crescimento significativo da economia mineira. Esse planejamento passa, obrigatoriamente, pela definição de qual matriz energética a ser adotada, devendo ser pautada pelo princípio da sustentabilidade.

Compromissos:

• ampliar a oferta de gás natural canalizado por meio da construção de novos gasodutos e da saturação de redes de distribuição nas cidades, a fim de abranger todas as regiões do Estado;

• diversificar a matriz energética de Minas Gerais, com vistas à redução de custos, ao aumento da eficiência energética e à sustentabilidade ambiental;

• ampliar estudos e utilização de energias renováveis, como a energia eólica, a energia solar, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) e a energia de biomassa;

• aproveitar todo o potencial energético do Estado, desenvolvendo o suprimento de energia própria e a segurança do fornecimento;

• dar continuidade ao Plano Estratégico da Cemig.

3.4.3 copA 2014

Em menos de quatro anos, Belo Horizonte será palco de um dos maiores eventos do mundo: a Copa do Mundo Fifa. Em iniciativa pioneira, o Governo de Minas Gerais, em um trabalho conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte, conduziu o planejamento estratégico que norteia todas as ações e projetos necessários para que o evento seja bem-sucedido no Estado. O planejamento trata a Copa do Mundo não como um fim em si mesmo, mas como um meio de alavancagem do crescimento econômico, social e cívico do Estado de Minas Gerais.

O Plano de Modernização do Mineirão para a Copa 2014 destaca-se pelo seu ineditismo. O estádio vem cumprindo com o maior rigor o cronograma de obras pactuado com a Fifa. Além disso, o modelo escolhido para modernização e gestão do novo Mineirão é inovador. A partir de uma gestão compartilhada, o vencedor do processo licitatório da terceira e principal fase de reforma do Mineirão será responsável pela manutenção e gestão do equipamento durante 25 anos. Dessa forma, o Governo do Estado desonera os cofres públicos, garantindo recursos para serem aplicados em áreas prioritárias como saúde, segurança, educação, moradia e estradas.

Compromissos:

O plano estratégico estabelecido pelo Governo de Minas fornece as bases para os projetos que serão conduzidos nos próximos quatro anos. Dessa maneira, o novo governo pretende atuar em cinco áreas vitais para que o objetivo estratégico de alavancagem do crescimento do Estado por meio da Copa seja alcançado e para que as ações produzam um legado verdadeiro à sociedade mineira:

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• Infraestrutura esportiva: o principal cenário de uma Copa do Mundo é o estádio de futebol. Dessa maneira, o novo governo pretende conduzir a modernização do Novo Mineirão de forma inovadora, promovendo o retorno das famílias mineiras ao estádio, o fortalecimento do futebol no Estado e a gestão eficiente e responsável dos recursos públicos. Os projetos relacionados à infraestrutura esportiva necessária à Copa do Mundo preveem, ainda, a garantia da continuidade das atividades relacionadas ao futebol enquanto o Mineirão estiver fechado e a promoção de campos de treinamento para as seleções que disputarão seus jogos na capital mineira;

• Mobilidade urbana: os projetos do novo governo referentes à mobilidade urbana estão em consonância com um plano ainda maior de desenvolvimento do vetor norte da capital. Vários projetos já foram realizados como a Linha Verde e a duplicação da Avenida Antônio Carlos. Há ainda mais projetos como o Rodoanel Norte, além de convênios com a Prefeitura de Belo Horizonte para viabilizar os projetos de implantação dos corredores de Transporte Rápido de Ônibus. O metrô da capital continua sendo uma prioridade para o novo governo assim como nos anos anteriores. Grandes esforços têm sido envidados junto ao Governo Federal nesse sentido, bem como apresentação de propostas e alternativas para a gestão do transporte coletivo ferroviário em Belo Horizonte;

• Turismo e rede hoteleira: esses dois assuntos são extremamente importantes para que o Estado possa ver perenizados os efeitos do turismo trazidos pela Copa do Mundo. Nesse sentido, o novo governo tem planos para desenvolver o turismo nas cidades mineiras com grande potencial para tal atividade econômica. Esses municípios são denominados como destinos indutores do turismo em Minas Gerais. Na capital, os projetos estão estruturados de forma a consolidar Belo Horizonte como um destino de turismo de negócios através do incentivo para a instalação de hotéis e centros de convenções;

• Comunicação e marketing: as ações de comunicação e marketing do novo governo relacionadas à Copa do Mundo visam a promover a boa imagem do Estado no mundo. É objetivo deste governo que Minas Gerais tenha um papel de destaque na competição, projetando a imagem de uma gestão inovadora deste estado para o Mundo. Além disso, o objetivo é que seleções importantes possam escolher Minas como sua casa durante a Copa, não somente na capital, mas também nas principais cidades das diversas regiões do interior;

• Utilidade pública: a Copa do Mundo gera uma movimentação de pessoas em suas cidades e estados-sede sem precedentes. Para atender à movimentação, saúde e segurança são fundamentais. Dessa forma, o novo governo possui projetos de infraestrutura para essas áreas a fim de prover os meios básicos ao atendimento da demanda da Copa. Planos de operação serão desenvolvidos pelas forças de segurança bem como pelas áreas de saúde do Estado. Ações sociais estão sendo planejadas de forma que o evento seja catalisador de políticas públicas de inclusão social através do esporte. Uma das preocupações do novo governo é com a sustentabilidade ambiental das diversas ações e projetos que serão empreendidos com vistas à Copa. O projeto do Novo Mineirão foi desenvolvido respeitando preceitos de sustentabilidade ambiental e é o exemplo que o novo governo vai seguir transversalmente em todos os projetos relacionados à Copa do Mundo 2014.

3.4.4 telefoniA celulAr

Compromisso:

• Expandir o sinal de telefonia celular aos distritos dos municípios mineiros.

3.4.5 sAneAmento

Em Minas Gerais, por sua diversidade, impõe-se que sejam adotadas políticas, diretrizes e ações de saneamento ajustadas às diversas regiões do Estado.

Compromissos:

• universalizar os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos além do manejo sustentável dos resíduos sólidos, tornando-se o primeiro estado brasileiro a atingir esse patamar;

• implantar um programa de saneamento ambiental, contemplando abastecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos sanitários, manejo adequado dos resíduos sólidos e drenagem urbana, para todas as regiões do Estado;

• criar programa de tratamento de esgotos, buscando soluções inovadoras que, inclusive, viabilizem a atração de investimentos privados;

• para a população rural, implantar um programa visando à melhoria das condições sanitárias nos domicílios e na eliminação de focos de contaminação de mananciais;

• consolidar programa estadual para apoio à implantação de unidades para tratamento de esgotos;• consolidar programa de apoio aos municípios para enfrentamento das questões relacionadas com o

manejo de resíduos sólidos urbanos.

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3.5 rede de desenvolvimento sociAl, proteção e segurAnçA

A garantia de segurança e qualidade de vida para a população mineira, em especial os jovens, é tarefa multidimensional, envolvendo a atuação de várias organizações e entidades. A Rede abrange ações de assistência social – sempre imbuídas de um caráter emancipatório – e proteção aos direitos sociais e humanos mais básicos, bem como o direito à segurança. Diversas organizações nesse âmbito deverão atuar em conjunto com a sociedade no sentido de incrementar a capacidade para perceber problemas e apresentar soluções compartilhadas.

3.5.1 desenvolvimento sociAl

O maior desafio nos próximos quatro anos é consolidar os avanços, alcançar metas sociais e, sobretudo, garantir que todos os mineiros vulneráveis sejam identificados e a eles dada a oportunidade de fazer a travessia para a inclusão social. Assim, o Governo Anastasia se compromete com a meta proposta pelo IBGE de erradicar a pobreza absoluta em Minas Gerais até 2013.

Para garantir que as múltiplas ações de desenvolvimento social se mantenham focadas nesse objetivo comum, será consolidada a Agência Mineira de Metas Sociais (AMMS). A partir de indicadores de impacto, o Sistema de Monitoramento acompanhará as ações no Estado e nas cidades, monitorando e avaliando o resultado das políticas sociais, confirmando avanços e identificando ajustes necessários. Por meio da AMMS, os indicadores e as metas sociais pactuadas em Minas serão acompanhados, controlados e serão públicos.

Compromissos:

AssistênciA sociAl• consolidar o Sistema Único de Assistência Social (Suas) em 100% das cidades mineiras, garantindo que

todas tenham repasses mensais e continuados para o fortalecimento da Política de Assistência Social, uma vez que todos os municípios estão habilitados no Suas e aptos a receber tais recursos;

• ampliar os equipamentos de proteção social Centros de Referência da Assistência (Cras e Creas), garantindo a expansão da rede de proteção social e oferta de serviços socioassistenciais;

• implantar serviços socioassistenciais regionalizados de média e alta complexidades. Aumento de 70% da cobertura do serviço de proteção especial nos municípios, por meio de acolhimento institucional, com prioridade para crianças, adolescentes e idosos, em situação de vulnerabilidade;

• implantar o Piso Mineiro de Assistência Social, por meio de cofinanciamento da infraestrutura da rede de assistência social em complementaridade aos recursos federais e municipais;

• implantar o Programa Porta a Porta, de busca ativa de pessoas vivendo em situação de miséria e extrema pobreza. Através da Coordenação do Estado e da ampla participação dos municípios e organizações sociais, equipes irão de porta em porta achar cada mineiro que precisa de apoio para sair da condição de miséria e de extrema pobreza;

• criar o Programa Cidadania desde o Primeiro Dia, com o objetivo de garantir às famílias mais vulneráveis as condições de propiciarem às suas crianças um ambiente seguro e acolhedor. Realizado em parceria com os municípios e organizações da sociedade civil, esse programa inclui ações integradas de saúde, educação e assistência social para todas as crianças, durante os primeiros cinco anos de vida. As ações incluirão acompanhamento pré-natal e pediátrico (pelo Programa Saúde da Família e Centros Viva Vida), garantia do registro de nascimento, disponibilidade de vagas em creches (garantindo atenção adequada enquanto as mães trabalham), visitas periódicas da assistente social para acompanhar o desenvolvimento da criança (Cras) até que ela ingresse no ensino fundamental, aos seis anos.

direitos humAnos• criar o Projeto de Estímulo ao Voluntariado, voltado para mobilização, cadastramento e encaminhamento

de pessoas interessadas em contribuir de forma voluntária e empreendedora com os programas de direitos humanos nas diferentes áreas de atuação;

• capacitar membros dos conselhos tutelares e demais agentes públicos envolvidos com a proteção de direitos;

• priorizar mulheres nas ações de empreendedorismo e microcrédito;• estabelecer políticas voltadas para a sustentabilidade do abrigamento emergencial de mulheres e para os

programas de proteção à vida;• ampliar o número de Cims (Centro Integrado de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência

Doméstica) no interior do Estado;• implementar política de atenção aos idosos e promover campanhas de valorização da pessoa idosa;• fomentar programas de capacitação tecnológica e profissional do idoso, bem como projetos de apoio e

formação educacional ao idoso de baixa renda;• implantar e consolidar em Minas o Estatuto da Igualdade Racial aprovado pelo Congresso Nacional;• garantir atenção especial para pessoas com deficiência por meio do acesso à rede de educação, saúde e

trabalho;• implantar, no âmbito do Programa Travessia, ações específicas para pessoas com deficiência;• dar continuidade ao programa de acessibilidade em prédios públicos do Estado;• realizar programa de conscientização para ampliar a doação de empresas para o Fundo da Infância e

Adolescência (FIA), estimulando a responsabilidade social corporativa e cívica;• aumentar a eficácia dos procedimentos de enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente, por

meio da construção de protocolo de procedimentos;• ampliar a rede dos Casi (Centros de Atendimento Socioinfantil) para os municípios com indicação de

evidência de trabalho infantil;• consolidar e ampliar ações articuladas para promoção dos direitos da criança e adolescente: atendimento

a crianças e adolescentes em situação de rua, erradicação do trabalho infantil, oferta de serviços de acolhimento institucional, ampliação do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil (Pair), organização de estruturas judiciárias referentes a crimes, realização de capacitações permanentes de agentes públicos e conselheiros tutelares, além de suporte técnico e financeiro aos conselhos tutelares;

• consolidar o Sistema Estadual de Proteção às Pessoas Ameaçadas de Morte.

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trABAlho, emprego e rendA• concentrar esforços na Inclusão Produtiva – alinhamento e articulação de ações de qualificação

profissional, assessoramento, incubação e formalização de empreendimentos, fornecimento de microcrédito e intermediação de mão de obra, visando gerar inclusão social baseada na emancipação socioeconômica, com prioridade inicial para mulheres, pessoas com deficiência e egressos dos programas Poupança Jovem e Projovem Urbano;

• ampliar programas de intermediação da mão de obra, qualificação técnica e competências básicas para o trabalho;

• implantar o Programa Currículo do Trabalhador. Um bom emprego depende de um bom currículo. Esse programa tem como objetivo auxiliar trabalhadores desempregados e jovens sem experiência a fortalecerem seus currículos e melhorarem suas oportunidades no mercado de trabalho. As pessoas que tiverem currículos com fragilidades serão encaminhadas para um programa com duração entre 12 e 18 meses, incluindo atividades subsidiadas pelo governo estadual, para aumento da escolaridade e formação profissional;

• implantar o Programa Eu Vou à Luta, destinado a inserir no mercado de trabalho mulheres com mais de 40 anos que nunca trabalharam ou que pararam de trabalhar cedo, para cuidar da família;

• criar a Escola Mineira de Habitação Popular. Destinado a desempregados que queiram capacitar-se em construção civil, esse é um programa de formação no qual o produto é a construção efetiva de casas e a urbanização de vilas e bairros. Na sua fase piloto, o programa será realizado nos municípios beneficiados pelo Programa Travessia.

segurAnçA AlimentAr• implementar as ações da política nacional de alimentação e nutrição, em articulação com os governos

federal, municipais e sociedade civil;• realizar monitoramento nutricional com acompanhamento regular da população mineira, em especial as

crianças de zero a sete anos;• elaborar o Plano Mineiro de Produção de Alimentos Saudáveis para alimentação escolar, valorizando as

microrregiões, a sazonalidade e a descentralização;• garantir que as escolas públicas em cidades com inseguraça alimentar superior a 25% forneçam jantar

para os adultos, antes das aulas de alfabetização e formação profissional;• implantar cozinhas comunitárias em bairros e distritos com inseguraça alimentar.

projeto trAvessiA• ampliar o atendimento de 110 para 220 municípios até 2014;• manter e acompanhar as ações já realizadas, de forma a garantir a continuidade e sustentabilidade das

ações já executadas, além da criação de novas ações diante da realidade e das necessidades dos municípios;• expandir as parcerias estabelecidas e fomentar ações com outros entes governamentais (União e

municípios), o setor privado e o terceiro setor;• criar o Projeto Travessia Bairros, executando as mesmas ações integradas de infraestrutura, educação,

saúde e convivência social nas áreas mais vulneráveis de municípios com mais de 250 mil habitantes.

progrAmA poupAnçA jovem• ampliar o atendimento de 50 mil para 100 mil alunos do ensino médio da rede pública estadual até 2014;• criar a rede de acompanhamento e orientação dos jovens egressos do Poupança Jovem, por mais um ano.

3.5.2 defesA sociAl

A nova forma de planejar e implementar a política de segurança pública neste governo mudou a realidade de Minas Gerais no que tange a questão da criminalidade e violência. A consolidação de uma visão estratégica da política de segurança com a definição de objetivos comuns, a pactuação de uma agenda de responsabilidade, a intensificação do trabalho em rede e, sobretudo, a elaboração e execução de planos de ação vai permitir, para os próximos quatro anos, que a sociedade mineira continue alcançando sucessivas melhoras na sua segurança.

Compromissos:

segurAnçA do cidAdão• ampliar a sensação de segurança da sociedade e do cidadão, mediante aumento do policiamento ostensivo

e do atendimento imediato das chamadas policiais.

vAlorizAção dos profissionAis dA defesA sociAl• valorizar (mediante justa remuneração, permanente capacitação e adequadas condições de trabalho) os

servidores do sistema de Defesa Social (policiais civis e militares, agentes penitenciários e socioeducativos e bombeiros militares), para se garantir uma atuação eficiente do sistema.

inteligênciA gerenciAl em defesA sociAl• consolidar o objeto da Assessoria de Consolidação de Informações de Inteligência (Acii), ampliando sua

estrutura e quadro técnico por meio de composição formada por profissionais das áreas de estatística e de análise criminal.

AmpliAção e regionAlizAção do Atendimento policiAl Ao cidAdão• implantar 15 novos Centros de Comando e Controle Regionais (Ciads), que, junto com os três da RMBH,

garantirão atendimento integrado para todos os 853 municípios. Ao mesmo tempo, garantir a expansão do sistema informatizado de registros de ocorrência (Reds) – que integra a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros – para mais 389 municípios.

AmpliAção do videomonitorAmento• expandir de 8 para 28 as cidades com videomonitoramento coordenado pelo Estado, considerando os

municípios com maior ICVPat (Índice de Crimes Violentos contra o Patrimônio) e população acima de 100 mil habitantes;

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• com o intuito de garantir maior segurança nos estádios de futebol, implantar essa tecnologia nos estádios de futebol com capacidade acima de 10 mil torcedores.

proteção de propriedAdes rurAis• expandir a atuação preventiva dos órgãos do sistema de defesa social, criando um programa de proteção às

áreas rurais em conjunto com participação ativa das polícias militar e civil.

AmpliAção do projeto de AssociAção de proteção e AssistênciA de condenAdos (ApAc)• ampliar o projeto de Apacs de 41 para 129 unidades, aumentando sua capacidade de atendimento de

1.389 para 3.100 pessoas.

humAnizAção, QuAlificAção e segurAnçA do sistemA prisionAl• garantir, por meio de parceria com a Secretaria de Educação e o Sistema S, oportunidade de educação

básica e profissionalizante para 100% dos presos aptos e interessados em estudar;• garantir, por intermédio de parcerias, oportunidade de trabalho a 100% dos presos aptos e interessados em

trabalhar;• possibilitar a 100% dos presos aptos e interessados a oportunidade de obtenção de educação superior;• instalar bodyscan (aparelho capaz de detectar em poucos segundos diversos objetos escondidos embaixo de

roupas) em todas as unidades e bloqueadores de celular nas oito unidades de grande porte, com o objetivo de melhorar a qualidade da segurança e do atendimento no sistema prisional.

defesA civil e proteção púBlicA• adaptar a metodologia da Integração e Gestão em Segurança Pública (Igesp) para o sistema da Defesa

Civil e da Proteção Pública, articulando-o, especialmente à atuação dos Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel em Urgência (Samu) e da Polícia Militar;

• acelerar o processo de interiorização das unidades de bombeiros.

proteção no trânsito• expandir a metodologia Igesp no âmbito das rodovias estaduais, promovendo a produção estatística,

georreferenciamento de sinistros e acidentes de trânsito, o planejamento de ações coordenadas, intervenções em infraestrutura, campanhas de fiscalização e prevenção com envolvimento de todos os órgãos interessados nos diagnósticos e nas ações integradas;

• promover, em ação conjunta com os principais municípios, a denominada cultura cidadã no trânsito, com ênfase na valorização do ser humano e respeito ao pedestre, orientação de motociclistas, estímulo aos meios de transporte coletivos, compartilhados ou não motorizados.

juventude• criar o Proerg (Programa de Resistência às Gangues), que visa desestimular o envolvimento de jovens com

gangues, em locais de alta incidência de violência vinculada a esse fenômeno.

3.5.3 prevenção Ao uso de drogAs

Ao longo dos últimos oito anos, o Governo atuou em duas frentes fundamentais para lidar com o problema das drogas, sobretudo com respeito à parcela da população jovem que mais sofre com esse fenômeno: a prevenção por meio de campanhas educativas.

Compromissos:

• disponibilizar um acolhimento pessoal e individualizado e, se necessário, o encaminhamento do usuário para tratamento em instituições especializadas por região do Estado;

• manter um banco de dados que propicie avaliar o perfil epidemiológico dos usuários desse serviço em cada região do Estado;

• ampliar e qualificar o atendimento;• oferecer grupos especializados para o combate ao tabagismo;• auxiliar a criação ou a implementação de serviços de qualidade na atenção ao dependente químico;• disponibilizar espaço físico para reuniões de grupos de mútua ajuda como: Alcoólicos Anônimos,

Narcóticos Anônimos, Amor Exigente, Pastoral da Sobriedade, Fumantes Anônimos;• garantir a continuidade da Política de Prevenção;• disponibilizar ações dos grupos especializados de redução de danos, em parceria com as secretarias

municipais de saúde;• incentivar a criação de acervo bibliográfico a ser disponibilizado às comunidades locais; • fomentar as Conferências Regionais de Política sobre Drogas;• incorporar a assistência social nas políticas de atendimentos a dependentes químicos e suas famílias.

3.5.4. juventude

Encarar os jovens como atores estratégicos no desenvolvimento das políticas públicas é premissa para o êxito das ações voltadas para esse grupo. Deve-se dar atenção à heterogeneidade de trajetórias de seus integrantes, o que implica a criação de políticas transversais e complexas, que resultem em ação conjunta dos diversos órgãos do governo e desses com a sociedade civil.

Compromissos:

• Rede Mineira de Inclusão de Jovens: todos os alunos do Ensino Médio da rede pública estadual terão a oportunidade de adquirir experiência em uma profissão, logo após concluírem seus estudos. Para tanto, será criado nas escolas estaduais um Comitê de Trabalho, que encaminhará os alunos concluintes do

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ensino médio ao trabalho em órgãos e entidades da Administração Pública ou em empresas privadas associadas (empresas amigas da juventude). Ainda, o Comitê ficará responsável por acompanhar, aconselhar e intermediar os alunos junto ao mercado de trabalho. Durante os três primeiros meses, o salário será custeado pelo Governo do Estado, permitindo que os alunos adquiram experiência profissional para inclusão no mercado de trabalho.

• Agenda Jovem: estender a rede de proteção aos jovens mineiros através da intensificação dos programas já existentes, especialmente em áreas territoriais de vulnerabilidade juvenil. Nesses locais, serão incrementadas atividades como: » Fica Vivo; » Rede Mineira de Inclusão de Jovens; » Poupança Jovem; » PlugMinas; » Proerd (Resistência às Drogas); » esportes; » Juventude sem Risco; » ensino médio e profissionalizante; » cursos pré-vestibulares para jovens carentes; » educação rural; » Proerg (Programa de Resistência às Gangues);

• criar o Programa Juventude Ligada, para promover a ampliação do acesso dos jovens aos meios de comunicação, por exemplo, disponibilizando computadores para uso público nos conselhos municipais de juventude, bem como cursos de informática e capacitação em análise de redes sociais;

• promover a interiorização dos projetos, em parceria com prefeituras e universidades, na perspectiva de ampliar as oportunidades de profissionalização e inclusão social aos jovens de todo o Estado;

• ampliar os mecanismos de inclusão do jovem no mercado de trabalho local;• criar o Observatório da Juventude, a fim de acompanhar a situação socioeconômica dos jovens mineiros e

analisar, periodicamente, os resultados obtidos pelos programas voltados para esse segmento, em prol de seu constante aperfeiçoamento.

3.6 rede de desenvolvimento sustentável e cidAdes

A Rede de Desenvolvimento Sustentável e Cidades buscará harmonizar o crescimento urbano, o desenvolvimento econômico e as atividades rurais com a necessidade de proteção ambiental e redução da pobreza. Dentro desse conceito de desenvolvimento sustentável, é fundamental estabelecer políticas públicas que estimulem mudanças no processo produtivo e nas relações entre a sociedade e o meio ambiente, intensificando as conexões entre o governo, municípios, entidades civis e pessoas na busca do desenvolvimento integrado.

A execução de uma política ambiental exige preparo, equilíbrio e negociação. Minas Gerais é um exemplo de Estado que levou a política ambiental para a agenda central do Governo e tratou-a com seriedade, responsabilidade e equilíbrio, assumindo todos os bônus e ônus políticos envolvidos.

Nos últimos oito anos, Minas Gerais implementou uma política ambiental transversal, em um sistema matricial, presente em todas as secretarias e instâncias do Governo e com ampla participação da sociedade, especialmente por meio dos órgãos colegiados que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

3.6.1 meio AmBiente

Um dos mais importantes paradigmas atuais é o equilíbrio entre redução da pobreza, proteção ambiental e desenvolvimento econômico. Dentro do conceito de desenvolvimento sustentável, que envolve as dimensões econômica, ambiental e social, pretende-se estabelecer compromissos que contemplem os setores de meio ambiente e agropecuária e que precisam levar em conta parâmetros políticos, geográficos, éticos, científicos etc.

Minas Gerais oferece, como contrapartida à mobilização internacional, novos modos de produção sustentável e ao mesmo tempo potentes estratégias de redução do aquecimento global. Minas já começou o processo de produção sustentável e estará na vanguarda dessa nova visão.

Compromissos:

progrAmA de fomento à economiA de BAixo cArBono• estabelecer mecanismos e políticas, articuladas com os setores envolvidos, para reduzir as emissões de

gases de efeito estufa;• contribuir decisivamente para o funcionamento do Mercado Brasileiro de Emissões, conforme previsto na

Política Nacional de Mudanças Climáticas;• implementar a inspeção veicular, associada a um programa de incentivo à substituição veicular

(profissionais liberais de baixa renda);• realizar a Avaliação da Matriz Energética de Minas Gerais;

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• ampliar o leque de compras e contratação de serviços sustentáveis;• inserir, de forma estratégica e por meio de metodologias como o carbono social, a proteção da

biodiversidade e das águas como eixo no estabelecimento das políticas públicas;• estabelecer programas de eficiência energética e incentivos econômicos para estimular a redução das

emissões;• apoiar os municípios na implantação de arranjos locais para a utilização da bicicleta como meio de

transporte.

fortAlecimento dA gestão AmBientAl• consolidar a infraestrutura de hardware e software do Sistema de Informação de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos (SisemaNET), que reunirá dados de geoprocessamento, instrumentos de gestão e atos autorizativos, formando uma central de dados e informações para subsidiar tomadas de decisões, orientar estrategicamente investimentos e proteger a biodiversidade e as águas;

• incluir a variável locacional nas análises de licenciamento, por meio do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), do Plano Estadual de Recursos Hídricos, dos Planos Diretores de Bacias Hidrográficas, das Avaliações Ambientais Estratégicas e do Sistema de Informações SisemaNET;

• investir em formação e capacitação de gestores públicos e privados para o uso das bases de dados e informações ambientais;

• aprofundar o modelo de gestão integrada do Sisema;• intensificar os programas de educação ambiental.

metA 2014 – revitAlizAção dA BAciA hidrográficA do rio dAs velhAsA Meta 2014 para a Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas priorizará a gestão territorial e sustentável, visando promover o uso e ocupação adequada do solo. Para tanto, cumpre-se: • realizar, em articulação com os agricultores, ações de contenção a processos erosivos, como construção de

bacias de contenção e implantação de terraços;• recuperar áreas degradadas, dar proteção às nascentes e proceder à regularização ambiental das

propriedades rurais;• intensificar a Operação Caça-Esgoto na região metropolitana;• apoiar os municípios no tratamento de esgotos domésticos.

revitAlizAção dA BAciA hidrográficA do rio são frAncisco• realizar contenção a processos erosivos;• apoiar os municípios no tratamento de esgotos domésticos; • aperfeiçoar a Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e de Sedimentos da Bacia;• modernizar o Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas das Bacias dos Afluentes;• consolidar a Operação do Sistema de Alerta de Eventos Críticos no Alto Curso do Rio das Velhas.

revitAlizAção dAs BAciAs hidrográficAs do estAdo• apoiar a realização de expedições, visando promover a mobilização pelas águas e o envolvimento das

populações na gestão da bacia;

• articular com instituições públicas e privadas a intensificação dos programas de educação ambiental, de contenção de processos erosivos, de proteção a nascentes e de fomento ao tratamento de esgotos domésticos e efluentes industriais.

gestão de resíduos• dar continuidade ao Programa Minas sem Lixões, com foco em geração de energia e produção de matéria-

prima (reutilização e reciclagem), de forma a recepcionar a adoção de novas tecnologias e inovações;• induzir a implementação da gestão compartilhada dos resíduos;• fortalecer as ações do Centro Mineiro de Referência em Resíduos.

AgropecuáriA e silviculturA• estimular a inclusão do produtor rural como produtor de biomassa e fornecedor de usinas de álcool,

siderúrgicas, celulose e outros, como alternativa ao modelo de monocultura executado pelas próprias empresas;

• fortalecer o Programa Bolsa Verde, a fim de compensar financeiramente os produtores rurais por serviços ambientais prestados.

AprimorAmento do modelo de gestão nAs unidAdes de conservAção do estAdo • articular parcerias com instituições públicas e privadas visando à sustentabilidade financeira dos parques

e à efetividade da gestão;• fortalecer o ecoturismo nos parques já estruturados para receber visitantes;• realizar gradativamente a regularização fundiária de áreas correspondentes às unidades de conservação de

proteção integral;• criar uma rubrica exclusiva na proposta orçamentária para a regularização fundiária das unidades de

conservação.

gestão dos recursos hídricos• estruturar a Rede de Monitoramento das Águas Subterrâneas;• fomentar o aprimoramento tecnológico do monitoramento das águas (qualidade, quantidade e

meteorológico);• estimular a regularização do uso da água.

municipAlizAção dA políticA AmBientAl• ampliar a base de municípios para expedição do licenciamento ambiental;• apoiar os municípios para a estruturação dos sistemas municipais de política ambiental e implantação das

21 agendas municipais.

3.6.2 AgriculturA

O compromisso central para a agricultura é traçar estratégias para alçar o produtor a um novo protagonismo, que o leve a perceber sua importância no processo de inserção da dimensão ambiental na atividade produtiva e, em uma etapa posterior, evoluir para a condição de gestor da sustentabilidade no espaço rural.

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O programa visará à readequação funcional das propriedades rurais, com foco na sustentabilidade e retribuição por serviços ambientais prestados. A meta é de regularizar 300 mil estabelecimentos rurais mineiros.

Compromissos:

progrAmAs prioritários• criar os Programas Pró-Café e Pró-Leite, a fim de incentivar e fortalecer o agronegócio mineiro, liderado

pelos dois produtos agrícolas de maior peso na balança comercial do Estado;• criar o Fundo Estadual do Café.

gestão• desenvolver e ampliar as certificações IMA/Inmetro visando agregar valor, com prioridade para produtos

tradicionais de Minas Gerais;• ampliar os circuitos de cafeicultura, leite, fruticultura e dos concursos de qualidade de café, do queijo

minas artesanal e outros;• ampliar a participação de Minas Gerais no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

(Suasa) pela adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi/POV), com prioridade na certificação de sementes e mudas.

projeto jAíBA • concluir as etapas III e IV do Projeto de Desenvolvimento Regional do Jaíba;• criação de uma unidade especial de apoio à defesa sanitária e certificação no Projeto Jaíba;• apoiar a expansão da logística para exportação de frutas e outros produtos produzidos no Jaíba;• apoiar programas e iniciativas de conservação de água e solo.

pecuáriA• postular, perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o reconhecimento oficial de Minas

Gerais como área livre de febre aftosa sem vacinação, garantindo-se o acesso da carne mineira a todos os mercados mundiais;

• ampliar o Programa Minas Leite.

cAchAçA• fortalecer o Programa Pró-Cachaça, visando apoiar o setor em projetos tecnológicos, de pesquisa e em

eventos técnicos e culturais.

infrAestruturA• ampliar ações para a perenização de rios e abastecimento de água no Norte de Minas, Vales do

Jequitinhonha, Pardo e Mucuri;• implantar o programa Caminhos da Escola e do Leite, realizando intervenções contínuas em pontos

críticos das estradas de terra, de modo a impedir ou minimizar dificuldades para o tráfego de veículos;

• expandir o Projeto de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas formadoras dos afluentes mineiros do Rio São Francisco, por meio da revitalização, conservação e preservação hidroambiental da Bacia do Rio São Francisco;

• implantar sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais localizadas em municípios carentes.

irrigAção• elaborar, em consonância com o Plano Estadual de Recursos Hídricos, um Plano Diretor para Irrigação,

visando a orientar a implantação de um Plano Estadual de Agricultura Irrigada.

florestAs• estimular a ampliação de florestas plantadas.

governo federAl• articular, junto ao Governo Federal, a implantação da Política Nacional de Comercialização do Café, a fim

de evitar perdas aos produtores, estimular a exportação e controle da qualidade do produto.

3.6.3 AgriculturA fAmiliAr

A promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura familiar será um dos fundamentos do Governo. Para o entendimento da lógica da produção familiar, é necessário considerar as unidades produtivas dentro de conceitos e critérios socioeconômicos e ambientais. Essa lógica está centrada na diversificação e integração de atividades vegetais, animais, de transformação primária e prestação de serviços.

Uma agricultura forte é sempre capaz de produzir todos os alimentos necessários para o mercado interno e ainda contribuir fortemente para um novo programa de incentivo às exportações, desde que estimulada e coordenada adequadamente com políticas de financiamento permanente para a frota e para a produção. O fortalecimento das cadeias produtivas da agricultura e da pecuária será decisivo para o sucesso do programa, com prioridade absoluta e inadiável para todos os que querem uma Minas Gerais justa e solidária.

As propostas contidas neste programa procuram aproveitar e potencializar as inter-relações entre meio rural, agricultura, reforma agrária, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.

Compromissos:

segurAnçA AlimentAr• expandir e fortalecer o Programa VitaVida, que distribui gratuitamente complemento alimentar

desidratado, produzido a partir de excedentes de legumes e frutas doados por produtores agrícolas e comerciantes, para centenas de entidades sociais;

• expandir e fortalecer o Programa de Distribuição de Alimentos (Prodal), que tem por objetivo reduzir o desperdício de alimentos na CeasaMinas nas unidades de Contagem, Caratinga, Barbacena, Juiz de Fora, Governador Valadares e Uberlândia;

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• otimizar e integrar em uma única gestão os Mercados Livres do Produtor Rural (MLPs), que são espaços destinados aos produtores rurais nas unidades da CeasaMinas, para comercialização de seus produtos;

• criar, em articulação com instituições públicas e privadas, Centros de Referência em Segurança Alimentar, onde serão disponibilizados cursos de panificação, culinária, garçons, turismo, gastronomia, noções de boas práticas de fabricação, higiene e limpeza, inseminação artificial, conservação do solo, comercialização e outros;

• cadastrar produtores rurais para fins de regularização e aposentadoria, em parceria com entidades de classe e órgãos governamentais das três esferas;

• fortalecer o Conselho de Abastecimento e Segurança Alimentar (Consea);• garantir recursos e ampliar a assistência técnica para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para

o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE);• ampliar aquisição de alimentos da merenda escolar advindos da agricultura familiar;• estruturar rede de fornecimento de sementes para hortas e de pequenos animais para o desenvolvimento

de polos comunitários de segurança alimentar, com foco na agricultura familiar.

meio AmBiente e gestão territoriAl• criar meios e instrumentos, inclusive financeiros, para garantir a regularização ambiental das propriedades

familiares.

comerciAlizAção• implantar um programa para apoiar a comercialização da agricultura familiar nos âmbitos municipal,

regional, estadual e nacional;• apoiar a certificação da produção e agregação de valor; • fortalecer o programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para apoiar todos os programas de

fortalecimento e avanço da agricultura familiar.

3.6.4 hABitAção

Com vistas a aumentar a eficiência dos programas já em andamento no Estado, buscar-se-á, para os próximos quatro anos, tratar o problema habitacional a partir de uma visão orgânica da cidade, verdadeiro cenário da vida comunitária e da sociedade integrada.

Compromissos:

progrAmA lAres gerAes• dar continuidade ao Programa Lares Geraes, com a construção de mais 25.000 casas para famílias em

situação de vulnerabilidade.

progrAmA construindo um sonhoPropor unidades habitacionais evolutivas, cuja primeira etapa esteja integrada com o plano urbano inicial, deixando ao morador a decisão sobre o crescimento da casa. Nesse caso em particular, deve-se fornecer ao beneficiário do domicílio uma cesta de materiais: subsídios, parciais ou totais, para a aquisição de kits de material de construção necessários para a conclusão da unidade habitacional de acordo com particularidades de cada um. Nessas novas áreas a serem urbanizadas, deve-se considerar a questão da segurança, limpeza, infraestrutura e acesso a meios de transporte, de ambulâncias, lazer e comércios variados. Ainda, contempla-se promover o uso de tecnologias e materiais locais e de soluções construtivas regionais.

progrAmA de integrAção hABitAcionAl urBAnAEsse programa se baseia na ideia de que o morador precisa estar inserido em um ambiente urbano integrado, onde haja infraestrutura, ensino, lazer, transporte, espaços públicos e esportivos em relação direta com o tecido urbano existente. Uma alternativa para essa proposta vincula-se à disponibilização de equipamentos habitacionais em áreas urbanas, de modo a ocupar espaços vazios, áreas abandonadas, degradadas ou subutilizadas e evitar os assentamentos distantes e desintegrados. Dessa forma, a habitação social reforça o tecido urbano e social existente, permitindo-se a inclusão e integração de classes sociais.

progrAmA hABitAcionAl de uso mistoA integração de novos cidadãos ao tecido urbano por meio de utilização de espaços e equipamentos subutilizados deverá ser acompanhada por um projeto no qual os espaços urbanos não se caracterizem apenas pelo uso residencial (de moradia), mas incorporem o uso misto do espaço, integrando-os a serviços, trabalho, lazer e cultura. Assim, devemos considerar os programas habitacionais como reestruturadores de locais em transformação da cidade, sejam centros históricos, zonas pós-industriais, bairros degradados, resíduos das operações de modificação do tráfego.

progrAmA hABitAcionAl rurAlCriar programa habitacional voltado à população rural, visando à melhoria de sua qualidade de vida.

AmpliAção e vAlorizAçãoConsiderar os assentamentos já existentes promovendo urbanização de favelas, regulações fundiárias e desocupação de áreas de risco, incluindo a locação social: subsídio total ou parcial, por um período determinado, no valor do aluguel de famílias de baixa renda que tenham sido removidas de suas residências, em função de acidentes naturais ou risco.

Diretrizes:

• considerar nos novos projetos aspectos de sustentabilidade ambiental com uso consciente do terreno, de energia, materiais, água, vegetação, topografia, acessibilidade e conforto ambiental;

• reconhecer as identidades regionais e propor uma obra simbólica em cada região: parque, praça, reestruturação de centros urbanos;

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• propor programas eficientes de transporte público, considerando usos tradicionais e alternativos, como ciclovias, transporte solidário, rodízios e integrações intermodais;

• valorizar materiais, tecnologias e indústrias locais;• nos centros urbanos, promover programas que valorizem história, memória, arte pública, esportes,

espaços públicos, informação cultural, consciência ecológica e pluralidade social.

3.6.5 rede de cidAdes: áreAs metropolitAnAs

O atual processo de urbanização gera novos paradigmas de análise que, de modo geral, permitem a interpretação da cidade para além da configuração de um território povoado. Estrutura-se um espaço de múltiplas inter-relações e diferenciados níveis de ordenamento social e cultural. Essas inter-relações ocorrem tanto em esfera institucional, pela conjugação de responsabilidades de municípios limítrofes para a satisfação de interesses comuns, quanto pela verificação da identidade do cidadão metropolitano. O território é a delimitação física na qual serão estruturadas diversas políticas públicas de planejamento e execução de ações em áreas como transporte intermunicipal, sistema viário, defesa civil, saneamento básico, uso do solo, aproveitamento dos recursos hídricos, preservação do meio ambiente, entre outras.

Cumpre ressaltar o compromisso em avançar com o arranjo institucional de gestão na Região Metropolitana do Vale do Aço, aplicando as mesmas iniciativas positivas implementadas na condução dos interesses da Região Metropolitana de Belo Horizonte, respeitadas as especificidades locais.

3.6.5.1 compromissos gerAis pArA o desenvolvimento metropolitAno

plAnejAmento urBAno regionAl• criar um núcleo intersetorial no Estado de fomento e coordenação da formação de consórcios públicos

intermunicipais, sempre que for conveniente para a região;• elaborar planos regionais estratégicos para todas as regiões do Estado com a participação da população

local;• elaborar planos diretores para os municípios, especialmente os sujeitos a impactos de grandes

empreendimentos ou os de interesse turístico, conforme Estatuto da Cidade;• consolidar o Sistema de Informações dos Planos Diretores de MG, contendo todos os planos diretores do

Estado e mecanismos de busca via internet;

desenvolvimento metropolitAno• iniciar a implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de

Belo Horizonte e inseri-lo no Planejamento Estratégico do Estado;• apoiar os municípios nas ações de regularização fundiária e contenção das áreas de risco;• capacitar as equipes de defesa civil dos municípios para lidar com ocorrências em áreas de risco,

principalmente deslizamento de encostas e inundação de áreas ribeirinhas;• viabilizar a implantação dos sistemas adequados de manejo, tratamento e destino final de resíduos;

• criar mecanismos de compensação para redução das desigualdades entre os municípios metropolitanos;• consolidar o arranjo institucional de gestão da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA);• criar a Agência de Desenvolvimento da RMVA;• elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMVA.

sAneAmento Básico• elaborar o Plano Estadual de Saneamento Básico, contemplando água, esgoto e resíduos;• elaborar Planos Regionais de Saneamento Básico, contemplando água, esgoto e resíduos;• apoiar a formação de consórcios intermunicipais para a gestão compartilhada dos resíduos;• apoiar os municípios para elaboração de projetos básicos e executivos, visando à captação de recursos.

compromissos pArA A região metropolitAnA de Belo horizonte (rmBh)As propostas fundamentais para o desenvolvimento da área metropolitana de Belo Horizonte estão sendo discutidas para inserção no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, que será entregue à sociedade em novembro de 2010. Entretanto, é possível destacar iniciativas integradas nas linhas de ação voltadas para a promoção do desenvolvimento sustentável, compatibilizando crescimento econômico, equidade social e sustentabilidade ambiental, com ênfase no reordenamento territorial capaz de reduzir as desigualdades socioespaciais.

3.6.5.2 Apoio à gestão

• apoiar a modernização e atualização da estrutura administrativa e fiscal dos municípios, bem como aperfeiçoar a capacidade institucional;

• universalizar o acesso aos serviços e programas de assistência social à população da RMBH situada abaixo da linha de pobreza;

• desenvolver um portal e-Gov (Estado e municípios) – acesso web integrado a serviços de interesse dos cidadãos, visitantes, empresas, instituições e do poder público, por meio de conteúdo próprio, apontamentos na rede e informações metropolitanas;

• estabelecer uma política regional de desenvolvimento produtivo para a RMBH e Colar, que equilibre a distribuição dos investimentos entre os diversos municípios.

3.6.5.3. desenvolvimento sustentável

• incentivar a produção agroalimentar metropolitana, com destaque para a agricultura familiar; ofertar alimentos com qualidade a preços acessíveis; erradicar a fome e a desnutrição; promover o consumo alimentar consciente e a agricultura urbana;

• criar alternativas de articulação entre os espaços rurais e urbanos, por meio de programas e projetos que irão atuar sobre a produção, o abastecimento e o consumo alimentar;

• identificar os conjuntos paisagísticos da RMBH e dinamizar o potencial de uso público do patrimônio cultural e natural; contribuir para a proteção dos patrimônios geológico, biológico, histórico, cultural

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e artístico; viabilizar novas formas de uso público em áreas fortemente degradadas e com necessidades socioeconômicas, culturais e ou de lazer; fortalecer os elementos constituintes da urbanidade no espaço metropolitano; fortalecer as iniciativas de lazer e turismo; contribuir com a conformação de uma rede de lugares metropolitanos e fortalecer a autonomia dos grupos culturais e populações tradicionais da RMBH.

3.6.5.4 gestão de recursos hídricos, sAneAmento Básico e gestão de resíduos sólidos

• apoiar a integração, proteção e recuperação, a capacitação de recursos humanos, a difusão de técnicas e tecnologias voltadas ao uso racional da água e a reestruturação territorial, associando a gestão do uso do solo e da água e a proteção dos mananciais, por meio de instrumentos econômicos de compensação por serviços ambientais;

• ampliar os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, tratamento de esgoto e manejo das águas pluviais, recuperar as bacias urbanas, contemplando, particularmente, os problemas de carências de infraestrutura de esgotamento sanitário, contaminação de meios receptores, controle de processos erosivos urbanos, controle de escoamentos provenientes de áreas impermeáveis e de poluição difusa de origem pluvial;

• apoiar o consorciamento de municípios, com o objetivo de gestão compartilhada de resíduos sólidos e de destino final, com foco na implantação de aterros sanitários;

• fortalecer as atividades das associações de catadores de material reciclável, atrair empresas de reciclagem e criar incubadoras de econegócios junto aos aterros sanitários (para produção de biogás, separação e reciclagem de resíduos sólidos, utilização de matéria orgânica etc.).

3.6.5.5 trAnsporte e Acesso Aos serviços púBlicos

• criar novas centralidades regionais e sub-regionais, como forma de reduzir a pressão existente sobre os serviços (principalmente saúde) em Belo Horizonte e consequentemente sobre o sistema de transporte;

• prover as centralidades metropolitanas e sub-regionais com equipamentos de alcance metropolitano, com serviços, espaços e equipamentos públicos qualificados e diversificados;

• criar redes de microcentralidades rural-metropolitanas com a finalidade de fortalecer aquelas localidades na zona rural associadas à produção agrícola e ao abastecimento de alimentos para a RMBH.

3.7 rede de identidAde mineirA

Minas tem identidade muito forte, referência no país, mantida por uma rede de organizações governamentais e não governamentais, empresas e pessoas que se dedicam a diversas atividades no âmbito da cultura, turismo e esportes. Essa identidade, característica de Minas Gerais, deverá ser mantida por meio da atuação conjunta entre a sociedade e o Governo do Estado. A Rede Identidade Mineira trabalhará a integração da cultura, turismo e esporte, por meio do estabelecimento de políticas transversais que fortaleçam as ações e que, ao mesmo tempo, possam valorizar as características do povo e de Minas Gerais.

3.7.1. culturA

A cultura e o patrimônio, em suas mais diversas formas, devem ter lugar central no Estado de Minas Gerais. As propostas aqui apresentadas visam, além de dar prosseguimento ao desenvolvimento significativo do campo cultural ocorrido nos últimos oito anos, investir nas enormes potencialidades atualmente existentes, preservar e proteger o patrimônio e potencializar as vantagens competitivas de nosso Estado no campo cultural.

O Governo do Estado e suas instituições possuem um papel claro na cultura: promover uma democracia cultural vigorosa e sustentável na qual os protagonistas sejam o povo de Minas Gerais.

A democracia cultural forte e exemplar que queremos surgirá do fortalecimento e consolidação das instituições de fomento, bem geridas e com dotação orçamentária adequada às suas funções, além de abertas aos cidadãos. A prática artística de excelência será obtida por meio da experimentação contínua, intercâmbios nacional e internacional permanentes e mediante esforço e dedicação continuados.

Neste Plano de Governo, a cultura se apoia em quatro pilares, a partir dos quais são propostas iniciativas: (a) experimentação, excelência artística e internacionalização; (b) interiorização dos programas e democratização do acesso à cultura; (c) fortalecimento da gestão dos sistema de cultura e (d) relações do fazer cultural com o mercado. Um posicionamento adequado da cultura com o mercado permite a criação de um panorama cultural mais rico e de maior autonomia aos produtores culturais.

Compromissos:

• concluir o projeto de criação do Circuito Cultural Praça da Liberdade e Humanização da Praça para transformá-la em Parque da Liberdade, destacando-se as seguintes ações: » promover a requalificação viária do entorno da Praça da Liberdade, com a construção de trincheiras

que tornem subterrâneo o fluxo de veículos ali existente; » integrar a Praça ao complexo do Palácio da Liberdade, com o aumento da área verde, construção de

passarelas, de pistas para caminhadas e ciclistas, consolidando em Minas o maior centro de cultura e lazer da América Latina;

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• concluir os 12 núcleos do PlugMinas – Centro de Formação e Experimentação Digital, em Belo Horizonte, e criar dois novos núcleos no interior de Minas;

• estimular o empreendedorismo cultural e a projeção nacional e internacional da cultura produzida em Minas Gerais, por meio de uma campanha de ações estruturantes pactuadas entre artistas e produtores de Minas. No âmbito nacional, cabe reforçar o papel cultural de BH especialmente no vértice do triângulo Rio de Janeiro/São Paulo/Belo Horizonte;

• revitalizar os centros comerciais do interior de Minas, em parceria com os municípios;• criar um calendário de eventos focado na vocação das diversas regiões do Estado, divulgando-o em hotéis,

agências de viagens e demais integrantes do trade turístico;• construir a Casa da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais;• criar o Sistema de Orquestras de Minas, com objetivo de constituir uma rede para formação de músicos,

prática musical em conjunto e ampliação de plateias;• criar o Prêmio Jovem Artista, em diversas categorias, contemplando as artes visuais, no sentido de

valorizar iniciativas estéticas inovadoras que ampliam a linguagem e repertórios artísticos;• criar o Programa Residências Artísticas para promover o intercâmbio entre artistas de Minas Gerais, do

Brasil e do exterior;• criar o Programa Cinema no Interior para tornar as produções acessíveis ao maior número possível de

municípios, inclusive onde não existam salas de cinema;• apoiar os municípios no resgate e divulgação de sua cultura local;• promover festivais de cultura, turismo e gastronomia no interior de Minas;• criar um programa de microcrédito para produções culturais;• criar um sistema de informações culturais, que sirva como um instrumento orientador das políticas

públicas no sentido de tornar a gestão mais eficiente;• instituir o programa Ler e Escrever Para Entender o Mundo, que tem no binômio leitura/escrita a

capacidade de fazer nascer nos indivíduos o seu sentido de cidadania;• incentivar a criação de concursos e premiações para projetar jovens estilistas da moda mineira;• garantir o sinal da TV Minas em todos os municípios mineiros.

pAtrimônio culturAl

Compromissos:

a) Programa para a preservação das cidades históricas mineiras:

Criação do Programa Especial de Proteção do Patrimônio Histórico de Minas Gerais, voltado para segurança, revitalização do patrimônio:

• promover, juntamente com a Polícia Militar de Minas Gerais, a constituição de uma polícia preventiva especializada na defesa do patrimônio material histórico e cultural nos municípios do Estado onde houver obras e bens vulneráveis a ação predatória;

• implantar, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, brigadas de incêndio em todas as cidades históricas de Minas Gerais;

• integrar a atuação do policiamento ostensivo da Polícia Militar com o papel preventivo das guardas municipais nas cidades históricas de Minas Gerais. Onde elas não existirem, atuar no sentido de criação da guarda municipal voltada para a defesa do patrimônio histórico nessas cidades;

• atuar em conjunto com a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais;

• buscar parceria com a administração municipal no sentido de promover projetos de revitalização de praças, coretos e outros bens públicos de uso comum, no sentido de torná-los não somente parte integrante da paisagem local, mas, sobretudo, viabilizar o seu uso por parte da comunidade local e dos turistas.

b) Programas de Preservação do Patrimônio Cultural de Minas Gerais:

• atualizar o inventário do patrimônio cultural do Estado: reorganizar e sistematizar os registros, inventários e tombamentos, por meio dos quais estão catalogados os bens materiais e imateriais;

• divulgação: promover de forma consistente e regular mecanismos de comunicação e divulgação do patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais, sobretudo das cidades históricas, nos meios de comunicação de massa antecipando a realização da Copa 2014;

• vias de acesso – transporte: garantir a qualidade das estradas estaduais que dão acesso às cidades históricas e outras que compõem o circuito do patrimônio histórico e cultural no Estado, bem como promover a viabilidade de transporte de qualidade para estas cidades, com ênfase no transporte intramunicipal de qualidade;

• infraestrutura local e hotéis: juntamente com a administração local e o setor empresarial, buscar parcerias no sentido de melhorar constantemente a infraestrutura das cidades onde estão localizados os patrimônios históricos e culturais inventariados e qualificar e ampliar o setor hoteleiro nessas cidades;

• acondicionamento dos objetos de arte: viabilizar mecanismos de melhoria na qualidade de acondicionamento e guarda dos objetos de arte, em especial, pinturas e gravuras das igrejas e museus históricos.

3.7.2 turismo

O turismo tem primordial importância para o Estado de Minas Gerais. Para promovê-lo, são necessárias ações integradas de melhoria da infraestrutura – construção e manutenção das estradas em boas condições, aumento do número de aeroportos no interior do Estado, ampliação do número de hotéis – capacitação dos profissionais da área, criação e melhoria na estruturação de atrações e recuperação do patrimônio. A atuação do Governo do Estado deve dar-se em conjunto com as prefeituras e sociedade civil, fomentando os circuitos turísticos para que Minas se projete no cenário nacional e internacional como polo turístico não apenas de negócios, mas também de lazer, gastronomia, esportes, religiosidade e cultura.

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Compromissos:

• programa Rede de Comunicação de Destinos, Produtos e Serviços – Marca e Imagem de Minas Gerais para 2014: implementar estratégias de divulgação, promoção e relações públicas para Minas Gerais; criar uma política de comunicação em que a marca e a imagem do turismo de Minas seja catalisadora e representante de todas as áreas econômicas;

• programa de Promoção e Apoio à Comercialização do turismo no mercado internacional de Minas Gerais: consolidar Minas Gerais como o melhor destino turístico do país, por meio da promoção e comunicação em todos os mercados prioritários nacionais e atuação estratégica nos mercados internacionais, dinamizando a promoção e favorecendo o apoio à comercialização em parceria com as melhores operadoras do mercado mundial;

• programa de Infraestrutura dos Destinos Indutores: definir projetos prioritários de estruturação dos destinos, considerando as dimensões de infraestrutura (transporte aéreo, acesso rodoviário, ferroviário e aquaviário, sistemas de transporte do destino, proximidade de grandes centros emissores de turistas), aspectos ambientas (atividades despoluidoras, rede de distribuição de água, rede pública de coleta e tratamento de esgoto, destinação de resíduos, presença de unidades de conservação no município) e sociais (educação, empregos gerados pelo turismo, políticas de enfrentamento e prevenção à exploração sexual infanto-juvenil, uso de atrativos e equipamentos turísticos pela população);

• espaço Minas Gerais em São Paulo: consolidar o local como a casa do desenvolvimento mineiro no maior destino emissor de turistas e gerador de negócios do país por meio da ampliação das atividades, implantação de cronograma, criação de uma rede de relações públicas a partir de São Paulo para dinamizar a promoção e apoiar a comercialização de produtos turísticos, culturais e dos demais setores estratégicos da economia mineira;

• ampliação do Expominas – Centro de Convenções e Eventos de Minas Gerais: o objetivo principal é tornar Belo Horizonte mais competitiva e atrativa aos grandes eventos nacionais e internacionais. A ampliação do Expominas também vai dinamizar a cadeia produtiva e a inserção da região metropolitana;

• programa de Desenvolvimento de Turismo Sustentável em Áreas Protegidas de Minas Gerais: aperfeiçoar a gestão nos parques estaduais e nacionais abertos à visitação turística, visando à ampliação da visitação de forma ordenada e segura, minimizando impactos ambientais e danos ao patrimônio das unidades e possibilitando experiências únicas na natureza protegida do nosso estado;

• concluir a implementação da Rota Lund: trata-se do maior roteiro espeleo/arqueológico do país. O Projeto Rota Lund prevê a integração das comunidades do entorno das grutas e a criação de mecanismos de geração de trabalho e renda, certificação das unidades de conservação e negócios associados.

3.7.3 esportes

O esporte tem um caráter transformador na vida daqueles que o adotam como atividade integrante de sua vida. Ciente do imenso potencial benéfico que as atividades físicas são capazes de proporcionar, o Governo de Minas buscará estimular a prática dos esportes de alto desempenho, criando condições para que jovens talentos sejam valorizados e tenham a oportunidade de integrar o corpo de atletas profissionais do Estado, preparando-se satisfatoriamente e adquirindo o saber técnico necessário ao desenvolvimento pleno de suas

aptidões naturais. Além dessa modalidade, será também foco das políticas da área o incentivo às atividades físicas sem finalidade competitiva, acessíveis à maior parte da população, que objetivam garantir às pessoas uma melhoria em sua qualidade de vida e níveis de saúde mais elevados.

Compromissos:

• criar o Programa Juventude Sem Risco, de incentivo à prática esportiva no período noturno, como forma de combater, preventivamente, a criminalidade, fazendo-se uso dos espaços e equipamentos disponíveis nas escolas estaduais, de modo a oferecer uma alternativa de esporte e lazer para os grupos socialmente vulneráveis;

• os Jogos Olímpicos de 2016 devem ser otimizados como oportunidade única para a difusão nas gerações atuais de Minas Gerais da cultura do esporte e da atividade física, com impactos positivos nas áreas de saúde, prevenção ao uso de drogas e segurança pública;

• fortalecer as escolas públicas de Minas Gerais como espaços institucionais competentes para a promoção da prática de esportes e da atividade física;

• oferecer cursos de atualização profissional para dois mil professores de educação física da rede estadual de ensino;

• desenvolver o esporte escolar: desenvolvimento e aplicação de protocolo que avalie a atividade esportiva nas Escolas de Tempo Integral (ETI) quanto aos princípios de ludicidade na aplicabilidade da disciplina, atuação interdisciplinar do professor, inclusão de aluno na prática esportiva escolar e outros parâmetros. Há relação direta das aulas de educação física nas ETI com a evasão escolar, aspectos comportamentais do aluno (dentro da escola) e indireta no rendimento pedagógico do aluno;

• Minas Olímpica Jemg: garantir alimentação e transporte dos alunos classificados para as etapas regionais e estadual dos Jemg;

• Minas Olímpica Jimi: aprimorar o conceito e organização dos jogos, tornando não só a participação, mas um bom resultado pelas equipes dos municípios um objeto de desejo, de modo que estimule os municípios a investir em políticas públicas de formação esportiva;

• Minas Olímpica Nova Geração: estender o programa a todos os municípios mineiros com população de até 20 mil habitantes, ainda não contemplados, para o atendimento ao total de 30 mil crianças e adolescentes de 10 a 15 anos;

• Minas Olímpica Oficina de Esporte: atender, até 2016, 15 mil atletas, objetivando o desenvolvimento de atletas mineiros, potencializando a participação nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos;

• Minas Olímpica Saúde na Praça: instalar em praças públicas, de 500 municípios mineiros, equipamentos de ginástica ao ar livre;

• oferecer treinamento especializado a 15 mil adolescentes identificados como jovens talentos, em diversas modalidades esportivas, para a formação de novos atletas, no período de 2011 a 2016;

• melhorar o desempenho dos atletas, qualificando treinadores, promovendo intercâmbios internacionais e viabilizando a participação de atletas em competições importantes no âmbito nacional e internacional;

• implantar o Programa Estadual Bolsa Atleta, que apoiará financeiramente atletas com mais de 12 anos e que não possuam patrocínio. O benefício será dividido em quatro categorias: estudantes, nacional, internacional e olímpica/paraolímpica;

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• implantar o Programa Adote um Atleta, tendo como objetivo estimular as empresas públicas e privadas a apoiar atletas com potencial olímpico;

• propiciar o acesso a equipamentos adequados para a prática de atividades físicas orientadas à população em geral e, especialmente, à população de pessoas hipertensas, diabéticas e obesas de baixa renda atendidas pelo Programa Saúde da Família;

• construir ou reformar mil quadras poliesportivas em escolas públicas;• concluir a construção do Centro de Treinamento Olímpico de Minas Gerais;• construir pista de atletismo de nível internacional em cidades-polo do interior do Estado;• realizar competições regionais e estaduais em modalidades esportivas que aproveitem e destaquem as

características peculiares das diversas regiões do Estado, como o Circuito de Esportes Radicais na Estrada Real, o que contribuirá para desenvolvimento dos municípios, gerando empregos e incremento do turismo e da economia dos municípios.

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