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METAS DE GOVERNO2 BETO RICHA 2011 | 2014 3

Sumário

Apresentação 10

01. Situação do Paraná 12

02. Estratégia para o Desenvolvimento do Paraná 24

2.1 Visão de Futuro 25

2.2 Desenvolvimento Integrado 25

2.3 Mapa da Estratégia 27

2.4 Objetivos de Governo para O Novo Paraná 28

03. Um Novo Jeito de Governar 36

3.1 Valores e Diretrizes 37

3.2 Nova Liderança 38

3.3 Nova Gestão 39

3.4 Perto dos Municípios e das Pessoas 40

3.5 Viabilidade do Plano 42

04. Regiões de Desenvolvimento: Uma Nova Governança para O Novo Paraná 48

4.1 Bases Institucionais para o Desenvolvimento Integrado 49

4.1.1 Regiões de Desenvolvimento do Paraná – REDES 50

4.1.2 Administrações das Regiões de Desenvolvimento 50

4.1.3 Conselhos Regionais de Desenvolvimento 50

4.1.4 Planejamento Regional Integrado 51

4.2 Algumas Propostas Dinamizadoras das Regiões de Desenvolvimento 51

4.2.1 Centrais de Serviços Tudo Aqui Paraná 51

4.2.2 Infraestrutura e Logística 52

4.2.3 Consórcios Intermunicipais 52

4.2.4 Educação, Ciência, Tecnologia & Inovação 52

4.2.5 Segurança Pública 52

4.2.6 Territórios da Juventude 52

4.2.7 Investimentos, Incentivos e Segurança Jurídica 53

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METAS DE GOVERNO4 BETO RICHA 2011 | 2014 5

05. Políticas Setoriais 54

5.1. Agricultura e Agronegócio 55

5.1.1 Visão de Futuro 55

5.1.2 Situação Atual 56

5.1.3 Objetivos de Governo 57

5.1.4 Principais Propostas: 59

5.1.4.1 Rede Paranaense de Abastecimento e Segurança Alimentar 59

5.1.4.2 Assuntos Fundiários 60

5.1.4.3 Apoio à Competitividade das Cadeias Produtivas 61

5.1.4.4 Gestão de Microbacias 62

5.1.4.5 Melhoria da Vida Rural 63

5.2 Assistência Social 65

5.2.1 Visão de Futuro 65

5.2.2 Situação Atual 65

5.2.3 Objetivos de Governo 66

5.2.4 Principais Propostas: 66

5.2.4.1 Programa Família Paranaense 66

5.2.4.2 Serviços de Proteção Social Básica 67

5.2.4.3 Redes Regionais de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade 67

5.2.4.4 Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica 68

5.2.4.5 Rede Solidária para Moradores de Rua 69

5.3 Atenção Integral à Saúde 70

5.3.1 Visão de Futuro 70

5.3.2 Situação Atual 71

5.3.3 Objetivos de Governo 71

5.3.4 Principais Propostas: 72

5.3.4.1 Atenção Primária à Saúde (APS) 72

5.3.4.2 Centros Regionais de Atenção Especializada 73

5.3.4.3 Mãe Paranaense 73

5.3.4.4 Rede de Atenção à Pessoa Idosa 74

5.3.4.5 Rede de Atenção Integral às Urgências e Emergências 75

5.3.4.6 Centros de Recuperação para Usuários de Drogas 76

5.3.4.7 Rede Estadual de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência 77

5.4 Ciência, Tecnologia & Inovação 78

5.4.1 Visão de Futuro 78

5.4.2 Situação Atual 79

5.4.3 Objetivos de Governo 81

5.4.4 Principais Propostas: 82

5.4.4.1 Lei de Ciência, Tecnologia & Inovação do Paraná 82

5.4.4.2 Rede Paranaense de Ciência, Tecnologia & Inovação 82

5.4.4.3 Portal Paraná Inovação 83

5.5 Cultura 85

5.5.1 Visão de Futuro 85

5.5.2 Situação Atual 86

5.5.3 Objetivos de Governo 89

5.5.4 Principais Propostas: 90

5.5.4.1 Organização Institucional 90

5.5.4.2 Sistemas Setoriais de Apoio 91

5.5.4.3 Conselhos Setoriais de Apoio 92

5.5.4.4 Patrimônio Cultural 93

5.5.4.5 Difusão Cultural 94

5.5.4.6 Manifestações Culturais Populares 94

5.5.4.7 Gestão da Cultura 95

5.5.4.8 Descentralização da Gestão da Cultura 96

5.6 Desenvolvimento Econômico Sustentável 97

5.6.1 Visão de Futuro 97

5.6.2 Situação Atual 97

5.6.3 Objetivos de Governo 100

5.6.4 Principais Propostas: 101

5.6.4.1 Agência Paraná de Desenvolvimento 101

5.6.4.2 Sistemas Municipais / Regionais de Inovação Tecnológica 103

5.6.4.3 Linhas de Crédito e Incentivos Fiscais 104

5.6.4.4 Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas 105

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METAS DE GOVERNO6 BETO RICHA 2011 | 2014 7

5.7 Desenvolvimento Florestal 106

5.7.1 Visão de Futuro 106

5.7.2 Situação Atual 108

5.7.3 Objetivos de Governo 110

5.7.4 Principal Proposta: 111

5.7.4.1 Expansão da Base Florestal-Industrial 111

5.8 Educação 113

5.8.1 Visão de Futuro 113

5.8.2 Situação Atual 113

5.8.3 Objetivos de Governo 114

5.8.4 Principais Propostas: 114

5.8.4.1 Expansão da Educação Básica 114

Educação Infantil 115

Ensino Fundamental 115

Ensino Médio e Profissionalizante 115

Educação Integral 116

5.8.4.2 Práticas Pedagógicas e Qualidade da Educação 116

5.8.4.3 Valorização dos Profissionais do Magistério e dos Trabalhadores em Educação 118

5.8.4.4 Gestão Educacional Democrática 119

5.8.4.5 Regime de Colaboração com os Municípios 119

5.8.4.6 Integração com a Comunidade 120

5.8.4.7 Universidades 121

5.9 Esporte, Lazer e Atividade Física 123

5.9.1 Visão de Futuro 123

5.9.2 Situação Atual 123

5.9.3 Objetivos de Governo 124

5.9.4 Principais Propostas: 124

5.9.4.1 Lei Estadual de Incentivo ao Esporte 124

5.9.4.2 Atividade Física, Esportiva e de Lazer 125

5.9.4.3 Competições Esportivas 125

5.9.4.4 Centros de Desenvolvimento do Esporte, Lazer e Atividade Física 125

5.10 Habitação 126

5.10.1 Visão de Futuro 126

5.10.2 Situação Atual 126

5.10.3 Objetivos de Governo 127

5.10.4 Principais Propostas: 127

5.10.4.1 Moradias Urbanas e Rurais 127

5.10.4.1 Urbanização e Reassentamento 128

5.10.4.1 Titulação 128

5.10.4.1 Companhia de Habitação 128

5.11 Infraestrutura e Logística 129

5.11.1 Visão de Futuro 129

5.11.2 Situação Atual 129

5.11.3 Objetivos de Governo 132

5.11.4 Principais Propostas: 133

5.11.4.1 Plano Estadual de Transportes e Logística 133

5.11.4.2 Programa Permanente de Segurança e Redução dos Acidentes nas Estradas 134

5.11.4.3 Pedágio 135

5.11.4.4 Rodovias – Estradas Vicinais e Rurais 135

5.11.4.5 Rodovias Estaduais – Conservação, Restauração, Melhorias e Construção 135

5.11.4.6 Rodovias Federais – Conservação, Melhorias e Construção 136

5.11.4.7 Ferrovias – Gargalos e Pontos Críticos 137

5.11.4.8 Novas Ferrovias 137

5.11.4.9 Aeroportos – Gargalos, Melhorias e Construção 138

5.11.4.10 Portos de Paranaguá e Antonina 139

5.11.4.11 Alcoolduto – Noroeste / Norte do Paraná ao Porto de Paranaguá 139

5.11.4.12 Cidades Digitais 139

5.11.4.13 Copel 140

5.11.4.14 Centrais Geradoras de Energia de Pequeno Porte 140

5.11.4.15 Energia para os Produtores Rurais 140

5.11.4.16 Uso Eficiente e Racional da Energia 141

5.11.4.17 Sanepar 141

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METAS DE GOVERNO8 BETO RICHA 2011 | 2014 9

5.12 Segurança, Cidadania e Justiça 142

5.12.1 Visão de Futuro 142

5.12.2 Situação Atual 143

5.12.3 Objetivos de Governo 143

5.12.4 Principais Propostas: 144

5.12.4.1 Racionalização das Forças Policiais Militares do Paraná 144

5.12.4.2 Descentralização da Segurança em Comandos Regionais 144

5.12.4.3 Polícia na Comunidade / Módulos Policiais 146

5.12.4.4 Segurança Inteligente 147

5.12.4.5 Avaliação do Desempenho Policial 149

5.12.4.6 Presídios Industriais 149

5.12.4.7 Defensoria Pública 149

5.13 Sustentabilidade e Meio Ambiente 151

5.13.1 Visão de Futuro 151

5.13.2 Situação Atual 152

5.13.3 Objetivos de Governo 153

5.13.4 Principais Propostas: 154

5.13.4.1 Gestão Ambiental Compartilhada (União, Estado e Municípios) 154

5.13.4.2 Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos nos Municípios 154

5.13.4.3 Sistema de Gestão de Recursos Hídricos 155

5.13.4.4 Sistema de Gestão da Qualidade do Ar 155

5.13.4.5 Conservação da Biodiversidade 156

5.14 Trabalho e Emprego 157

5.14.1 Visão de Futuro 157

5.14.2 Situação Atual 157

5.14.3 Objetivos de Governo 158

5.14.4 Principais Propostas: 158

5.14.4.1 Qualificação Profissional 158

5.14.4.2 Serviços das Agências do Trabalhador 159

5.14.4.3 Programas de Geração de Renda para o Paraná 160

5.15 Turismo 162

5.15.1 Visão de Futuro 162

5.15.2 Situação Atual 162

5.15.3 Objetivos de Governo 163

5.15.4 Principais Propostas: 163

5.15.4.1 Programa de Desenvolvimento Turístico Regional 163

5.15.4.2 Programa de Incentivo ao Investimento no Turismo 164

5.15.4.3 Programa de Apoio ao Turismo Social 165

5.15.4.4 Turismo em Áreas Naturais 165

5.15.4.5 Marca Paraná 166

06. Políticas Transversais 168

6.1 Pessoas com Deficiência 169

6.2 Mulheres 170

6.3 Crianças 171

6.4 Jovens 171

6.5 Idosos 172

07. Algumas Propostas para as Regiões do Paraná 174

7.1 Mesorregião Centro-Ocidental 177

7.2 Mesorregião Centro-Oriental 185

7.3 Mesorregião Centro-Sul 192

7.4 Mesorregião Metropolitana de Curitiba 199

7.5 Mesorregião Noroeste 208

7.6 Mesorregião Norte Central 216

7.7 Mesorregião Norte Pioneiro 224

7.8 Mesorregião Oeste 232

7.9 Mesorregião Sudeste 240

7.10 Mesorregião Sudoeste 247

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METAS DE GOVERNO10 BETO RICHA 2011 | 2014 11

Apresentação

Antes de pedir o primeiro voto é preciso responder a uma indagação que se repete a cada campanha eleitoral: para que serve um Plano de Governo? No imaginário popular, trata-se de documento que tem por finalidade vencer a eleição e se exaure assim que são lacra-das as urnas. Nada mais equivocado. O Plano de Governo é uma carta de intenções e de princípios que o candidato submete ao crivo dos eleitores durante o processo eleitoral. O conteúdo do Plano é matéria prima que alimenta os debates – com a sociedade civil organizada, com as entidades de classe, com os meios de comunicação e com a comuni-dade diretamente –, que constituem a essência de eleições livres e democráticas. Dessa discussão de ideias recolhem-se subsídios e contribuições para aperfeiçoar programas e projetos, de forma a moldá-los às reais demandas e prioridades apontadas pela maioria dos eleitores.

Eleição é a escolha que se faz dentre propostas apresentadas pelos candidatos e a capaci-dade destes em executá-las no comando do Executivo, sendo, portanto, indispensável que ambos – candidato e Plano de Governo – sejam avaliados com a acuidade exigida para assuntos que dizem respeito ao futuro de toda a população do Paraná. Não há candidato que se possa apresentar como opção ao eleitor sem o amparo de um Plano consistente e viável, que dê conta dos enormes desafios do presente e do futuro. Por óbvio, não há Plano que empolgue sem um candidato habilitado para liderá-lo. Eis aqui uma das exigências mais elementares do processo de escolha do futuro governador: a capacidade de liderança. A campanha eleitoral é o momento adequado para demonstrar que Plano de Governo é ferramenta valiosa para a gestão pública, não apenas instrumento de marketing.

Uma vez eleito – e, consequentemente, validado o Plano de Governo –, o candidato com-promete-se a transformar seu conteúdo em diretriz central de sua gestão, colocando em prática o que foi objeto de avaliação dos eleitores. Governos bem sucedidos são aque-les que têm como regra cumprir os compromissos firmados com a população, executar com celeridade e eficiência os projetos prioritários e estabelecer pleno controle sobre os sempre escassos recursos públicos. Atendidas estas premissas, a administração pública cria as condições mínimas necessárias para desenvolver-se em perfeita sintonia com a opinião pública, amenizando conflitos que se constituem, sempre, em obstáculos que re-tardam soluções para problemas prementes e, geralmente, de fácil solução. As urnas têm o poder de transformar o Plano de Governo em pacto entre sociedade e Governo.

O candidato Beto Richa reúne todas as credenciais necessárias para conduzir o Paraná a um novo estágio de desenvolvimento. Engenheiro por formação, duas vezes deputado estadual, vice-prefeito e duas vezes prefeito de Curitiba, Beto Richa tem formação política exemplar (filho do ex-governador José Richa) e experiência administrativa comprovada na Prefeitura de Curitiba, que lhe garantiu a indicação de Melhor Prefeito do Brasil por 10 períodos con-secutivos. Nas duas eleições para prefeito da Capital do Paraná (2004 e 2008), Beto Richaregistrou em cartório e cumpriu fielmente seu Plano de Governo. É uma inquestionável de-monstração de respeito às manifestações dos eleitores que votaram nele e aprovaram seu projeto de desenvolvimento e a confirmação, na prática, de que o Plano de Governo é uma espécie de bíblia a orientar toda a administração pública. Para Beto Richa, o Plano de Governo é uma diretriz da qual jamais se desviou – uma vez aprovado, deve ser cumprido.

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BETO RICHA 2011 | 2014 13

SITUAÇÃO DO PARANÁ01.

Gente empreendedora no setor agrícola e terras férteis formam a base para a força da economia do Paraná. Foi a partir desses fatores que a agricultura e o agronegócio se de-senvolveram em nosso Estado.

Além disso, há aproximadamente 15 anos, o Paraná passou por um período de industria-lização baseado na indústria tradicional ligada ao ramo das montadoras de automóveis. Tal industrialização foi fortemente concentrada na Região Metropolitana de Curitiba e no Norte do Paraná e foi interrompida há muitos anos.

Assim, o Paraná é hoje um Estado agrícola, com um setor agroindustrial predominante-mente primário e com indústria automotiva. O modelo não deixou de ser vitorioso, mas está estagnado e já não contribui, na medida necessária, com as demandas de desenvolvimento. Por exemplo, se o crescimento populacional do Paraná tivesse acontecido no mesmo ritmo do Brasil, nos últimos anos, teríamos hoje em torno de 20 milhões de habitantes e nosso modelo de desenvolvimento nos teria conduzido à condição de um Estado pobre.

Mas o Paraná é uma das mais desenvolvidas economias entre os estados brasileiros. O PIB per capita em 2007 era de R$ 15.711, o sétimo do Brasil e maior que a média brasileira (IBGE/IPARDES, 2007). O Estado é o principal produtor agrícola nacional em volume de produção e, em 2007, superando o Rio Grande do Sul, transformou-se no quarto maior centro industrial do país. Além disso, é grande exportador de bens industrializados. Em 2009 o complexo automotivo representou 9,5% das exporta-ções, o de carnes 12,6% e o da soja 28,6% (SECEX-MDIC/IPARDES,2009).

Porém, o Estado vive uma situação de concentração econômica, populacional e institucional. Os investimentos, os serviços, a tecnologia e a infraestrutura concentram-se, principalmente, na Região Metropolitana de Curitiba, Londrina e Cascavel, numa realidade que se mostra persistente ao longo do tempo. Juntas, as regiões de Curitiba, Norte Central e Oeste concentram 73,5% do PIB estadual. Dez municípios concentram 61,5% do PIB industrial. Além disso, em 1970, 70% do valor agregado industrial se encontrava no interior e, em 2007, 70% se encon-trava na Região Metropolitana de Curitiba. A mesma Região que no período de 1995-2007, acumulou quase 70% dos investimentos industriais realizados.

Além disso, amplos setores da economia paranaense sofrem de baixa integração vertical e horizontal das cadeias produtivas e de baixo valor agregado ao que pro-

duzem. A receita média por área cultivada é inferior em 57% à obtida no Estado de São Paulo, 41,4% à obtida em Santa Catarina e 13,8% da obtida no Rio Grande do

Sul. Os empregos na indústria de componentes de informática representam 1,7% do total brasileiro, enquanto na indústria de produtos finais de informática equivalem

a 18,8% do total; e não seriam poucos os outros exemplos de falta de integração de cadeias produtivas que poderiam ser apontados.

A população do Paraná também se concentra em poucos municípios. O Estado tem 10.686.247 habitantes, sendo que 3.618.943 vivem na Região Metropolitana de Curitiba (IBGE, 2009). Pode-se observar em detalhes esta distribuição na tabela a seguir (Tabela 1).

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METAS DE GOVERNO14 BETO RICHA 2011 | 2014 15

Tabela 1 – Distribuição de Municípios Segundo Tamanho da População – Paraná, 2009.

Classes de Tamanho (Habi-tantes)

Nº de Muni-cípios

% Municí-pios

Nº de Habi-tantes

% Habitan-tes

Menos de 5.000 96 24,06 343.171 3,21 5.000 a menos de 10.000 113 28,32 796.248 7,4510.000 a menos de 20.000 103 25,81 1.463.381 13,6920.000 a menos de 50.000 54 13,53 1.635.301 15,3050.000 a menos 100.000 17 4,26 1.285.632 12,03100.000 a menos de 500.000 14 3,51 2.800.592 26,21De 500.000 a mais de 1 milhão 2 0,51 2.361.922 22,10Total 399 100 10.686.247 100

Fonte: IBGE, Estimativa 2009.

Em 33 municípios com mais de 50 mil habitantes vivem 6.448.146 pessoas, ou seja, 60,34% da população do Estado, enquanto nos outros 366 vivem 4.238.101, ou 39,66% da população. São 113 os municípios que tem entre 5 e 10 mil habitantes e 96 os que tem menos de 5 mil (IBGE, 2009).

De um modo geral, os pequenos municípios são os que apresentam o menor dinamismo econômico e os que mostram tendência a perdas populacionais – principalmente da po-pulação adulta e ativa – decorrentes da busca por melhores oportunidades de vida. Dados da estimativa populacional do IBGE, em 2009, comparados aos dados do Censo de 2000, mostram que no Paraná, 168 municípios perderam população naquele período e que 159 deles tinham menos de 20 mil habitantes e os outros nove tinham uma população entre 21.672 a 35.155.

Em contrapartida, o inchaço das regiões mais desenvolvidas aumenta o contingente de pessoas que pressionam os mercados de trabalho, a infraestrutura e os serviços públi-cos. Dos 20 municípios que mais cresceram entre 2000 e 2009, 9 (45%) são da Mesor-região Metropolitana de Curitiba, e entre os 40 municípios do Estado com mais de 40 mil habitantes em 2009, 11 (27%) são da mesma região. O chamado Núcleo Urbano Central (Curitiba e áreas urbanas adjacentes) tinha, em 2007, 3 milhões de habitantes e terá cerca de 4,1 milhões em 2020.

Além disso, a composição etária da população paranaense vem se modificando substan-cialmente nas últimas décadas. Se no passado falava-se em pirâmide, em cuja base larga predominavam as crianças e os muito jovens e no vértice a população idosa em menor nú-mero, o que temos hoje é uma redução na proporção de crianças e jovens e um aumento da população adulta e de idosos. Assim como no Brasil em geral, no Paraná sobressai a forte tendência decrescente da população de crianças e jovens, entre zero e 14 anos, e o crescimento da população de 65 anos e mais. Em 2008, de acordo com dados da PNAD, 11,17% da população do Paraná já tinha mais de 60 anos. Esta é, sem dúvida, mais uma poderosa causa de pressões crescentes sobre o mercado de trabalho e os serviços públi-cos (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Pirâmide Etária da População do Paraná – 1997/2007.

Fonte: IBGE (Censo Demográfico / IPARDES).

Por outro lado, o Brasil deverá vivenciar nas primeiras décadas deste século o que os demógrafos conhecem por bônus demográfico ou janela de oportunidade demográfi-ca, um momento único na história das nações, no qual a População Economicamente Ativa – a faixa entre os 15 e os 64 anos de idade – supera em concentração o número de idosos e crianças, considerados dependentes do trabalho daqueles. Este fenômeno tende a contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento econômico via maior consumo e maior disponibilidade de poupança para investimentos, conforme já vivenciado em países como Japão e Coréia do Sul, por exemplo. No entanto, o bônus demográfico, a princípio uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável, pode transformar-se em fator de pressão sobre a economia por demanda de empregos e políticas sociais. Para isso, serão urgentes políticas públicas que preparem o mercado de trabalho, tanto do ponto de vista da oferta quanto da demanda. Desafios referentes à universalização do ensino médio, ao incremento significativo da preparação profissional dos jovens, à qualidade dos trabalha-dores formados no que diz respeito à produtividade do trabalho, a ampliação de regiões de desenvolvimento expressivo e diversificação de negócios de alto valor agregado, serão fundamentais para o aproveitamento da oportunidade.

A população jovem é a que mais tem sofrido com a falta de oportunidades e a principal consequência é a forma como se encontra mergulhada num grave quadro social de inse-gurança, um contexto de violência extrema que se estende por toda a sociedade, muito embora encontre entre os próprios jovens suas principais vítimas.

No Paraná, o total de registros de crimes consumados contra a pessoa nas áreas integra-das de segurança pública aumentou 31,8% de 2007 para 2008, ou seja, de 81.800 para 107.853 (SESP / Polícia Civil, 2008). Com a juventude a situação é mais grave. No Brasil,

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METAS DE GOVERNO16 BETO RICHA 2011 | 2014 1 7

o valor médio do Índice de Homicídios na Adolescência – IHA (número de adolescentes mortos por homicídio antes de completar 19 anos, para cada grupo de 1.000 adolescen-tes), tem o valor médio de 2,03 em 267 municípios pesquisados; cifra bastante elevada, considerando-se que uma sociedade não violenta deveria apresentar valores próximos de zero (UNICEF, 2009). Conforme a mesma pesquisa, no Sul do Brasil, três regiões se des-tacam com níveis ainda mais altos do IHA e todas elas no Paraná. No Oeste Paranaense, a cidade de Foz do Iguaçu apresentou o mais alto IHA entre os municípios brasileiros: 9,74 adolescentes mortos. Na região Norte Central Paranaense, o município de Londrina apre-sentou IHA na faixa de 3 a 5. Na Região Metropolitana de Curitiba, Pinhais, com IHA supe-rior a 5, aparece entre os 20 municípios com os maiores valores; Curitiba e outros com IHA na faixa de 3 a 5 adolescentes mortos, apresentam índices superiores à média nacional.

No campo da saúde, ao longo dos últimos anos, a mortalidade infantil no Paraná apre-sentou declínio, porém essa redução foi lenta e desigual. Segundo dados preliminares de 2009, a mortalidade infantil em 12 regiões no Estado e em 195 municípios, apresentou coeficientes acima da média geral do Estado que foi de 12/1000 Nascidos Vivos. Em mui-tos municípios esse indicador ficou muito acima da média do Brasil, que foi de 23,1/1000 Nascidos Vivos (2007). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2008, ocorreram 32,4 homicídios por 100 mil habitantes no Paraná, o que coloca o Estado como o 6º mais violento da federação. Outro dado que chama a atenção são as mortes por acidentes de transporte terrestre: o Paraná é o 5º Estado em número de mortes nas estradas. Outro grave problema são as drogas, em especial o crack que passou a ser uma epidemia no Estado todo. Esta droga ultrapassou fronteiras e classes sociais. O seu poder de destrui-ção é devastador e as suas consequências atingem não apenas os seus usuários, mas toda a sociedade, pois, além de provocar a exclusão social do indivíduo e a desagregação familiar, também estimula a criminalidade. Diante deste quadro sanitário complexo, pes-quisas revelam que grande parte da insatisfação dos paranaenses com o atual sistema de saúde está relacionada à demora e dificuldade de acesso à consultas e procedimentos especializados e à falta de integração das unidades de saúde com os serviços de referên-cia (hospitais e ambulatórios de especialidades). Não há mecanismos de agendamento de consultas especializadas e exames, tendo o cidadão que peregrinar pelos serviços em busca do atendimento de que necessita, num contexto de grande insegurança provocada pela falta de garantia de acesso ao necessário.

Na educação deve-se ressaltar a falta de acesso, em níveis adequados, à educação infantil e ao ensino médio, principalmente profissionalizante. Por outro lado, é impres-cindível colocar em prática um programa contínuo de elevação da qualidade da educa-ção básica, em cada unidade escolar, tendo como parâmetro a superação das metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o que implica em significativos investimentos no desenvolvimento integral do professor. Questões como transporte escolar e merenda também estão a demandar postura solidária do Estado com relação aos municípios.

O quadro até aqui delineado é corroborado pela situação do Índice de Desenvolvimento Humano no Paraná. Construído a partir de informações fundamentais para dimensionar as condições sociais da população – esperança de vida, escolaridade, analfabetismo e renda – o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) resulta em uma impor-tante síntese pela possibilidade de expor desigualdades de efetividade entre estruturas político-administrativas e permitir comparações que contribuem para o planejamento das políticas. Tendo como referência o ano 2000, o Paraná (0,787) situava-se numa posição extremamente desfavorável, em relação aos Estados do Sul e a São Paulo, concentrando o maior número de municípios (296 municípios) num patamar inferior ao IDH-M do Brasil (0,766). Enquanto no Paraná predominavam municípios com IDH-M inferior ao do Brasil, nos demais Estados (SC, SP e RS) predominavam os municípios com índices superiores a 0,800, considerado de alto desenvolvimento humano (Mapa 1).

Mapa 1 – Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios da Região Sul e São Paulo – 2000.

Fontes: PNUD / IPEA / FJP; IPARDES – Tabulações Especiais – 2009.

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Mapa 3 – Municípios Socialmente Críticos

Fonte: IPARDES – 1997.

O que se verifica, portanto, é um mix de causas e consequências que configura uma es-piral social perversa e é a principal fonte geradora dos graves problemas que o Paraná precisa enfrentar.

Por outro lado, o desenho de uma estratégia para o Paraná precisa levar em conta uma territorialidade básica como a apresentada nos mapas de Mesorregiões (Mapa 4) e de Regiões (Mapa 5), no caso as utilizadas pelo Sistema Único de Saúde e em muito coinci-dentes com as bases territoriais das associações de municípios; bem como na existência de municípios-chave com potencial para exercerem o papel de sub-centros a serem for-talecidos (Mapa 6); e também os vários territórios do Estado que apresentam os maiores problemas e situações específicas (Mapa 7).

De acordo com esses dados de 2000, 33% da população paranaense vivia em municípios com IDH-M inferior ao do Brasil. Nos demais Estados essa proporção era substancialmen-te menor, menos de 10 %. E apenas 36% da população do Paraná vivia em municípios com índices de alto desenvolvimento, enquanto nos outros, essa proporção era de 60%, sendo que em Santa Catarina e em São Paulo atingia 72% (IPARDES, 2003). Os dados de 2005, ano de referência mais recente da pesquisa, mostram uma melhora desse indi-cador, embora a posição relativa do Paraná na Região Sul não tenha se alterado. O IDH do Paraná passou a 0,820 em 2005, ocupando a sexta posição no ranking nacional, atrás do Distrito Federal (0,874), Santa Catarina (0,840), São Paulo (0,833), Rio Grande do Sul (0,832) e Rio de Janeiro (0,832).

A realidade intra-estadual do IDH, ilustrada nos Mapas 2 e 3, sintetiza a heterogeneidade do Paraná, caracterizando “vários Estados” conforme a densidade dos ativos econômicos e institucionais, bem como localizando os municípios socialmente críticos em razão desta distribuição.

Mapa 2 – Os Vários Paranás

Fonte: IPARDES – 1997.

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Mapa 4 – Mesorregiões Geográficas do Paraná

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

Mapa 5 – Regionais de Saúde no Paraná

Fonte: Sistema Único de Saúde – SUS – 2007.

Mapa 6 – Desconcentração Urbana

Fonte: IPARDES – 1997.

Mapa 7 – Territórios

Fonte: IPARDES – 2007.

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Em resumo:

1. O desenvolvimento do Paraná é heterogêneo e concentrado;

2. A população economicamente ativa deixa os pequenos municípios, que são os menos desenvolvidos, porque neles não encontra oportunidades, principalmente educação e emprego;

3. Ao migrar, a população torna o desenvolvimento local ainda mais difícil por privar os pequenos municípios de sua principal riqueza potencial, o capital humano, o que gera desperdício de suas potencialidades produtivas;

4. Além disso, estes municípios sofrem com a persistência de um perfil institucional deficitário e com serviços inexistentes ou de baixa qualidade, como, por exemplo, os de saúde;

5. Por outro lado, as populações que migram aumentam a pressão por infraestrutu-ra e serviços nas regiões mais concentradas e desenvolvidas;

6. Deslocando o foco de investimentos previstos – das regiões de origem para as de destino – os movimentos migratórios confundem o planejamento estratégico e perpetuam os problemas nos pequenos municípios;

7. Ao incharem desordenadamente, as regiões mais desenvolvidas não conse-guem atender a nova demanda que se instala, criando uma situação insolúvel, na qual os pequenos municípios ficam sem a população e sem estrutura e os maiores centros com excesso de gente e igualmente sem infraestrutura;

8. Estas regiões, já demandadas em grande escala, entre outros fatores, pelas alterações do perfil demográfico da população, não conseguem produzir oportu-nidades e serviços em escala necessária;

9. O que prevalece neste processo é um quadro de desigualdades graves entre di-ferentes regiões do Paraná, com carências sociais mesmo nos territórios mais desenvolvidos;

10. A consequência mais visível é a de uma sociedade mergulhada numa situação de insegurança e violência, que atinge sobretudo aos mais jovens.

Finalmente, é preciso constatar que nos últimos 15 anos o mundo mudou muito. Os países que estiveram na vanguarda do desenvolvimento nesse período, o basearam principal-mente na indústria de telecomunicações, de informática e de tecnologia em geral, bem como em lazer, turismo e serviços de telecomunicações. O Paraná não fez parte desse jogo e, portanto, não brigou o suficiente para estar entre os líderes do desenvolvimento no Brasil.

O Paraná sequer esteve presente nas disputas nacionais relacionadas a pólos petroquími-cos e indústria de telecomunicações, por exemplo. Por um lado, por ser considerado pelo Governo Federal um Estado suficientemente rico e, por outro, porque suas lideranças, de-sarticuladas, não jogaram seus melhores esforços na defesa dos interesses de seu Estado.

Nos próximos 20 anos o Brasil, provavelmente, vai dobrar o seu PIB e atingirá uma popu-lação em torno de 230 milhões de habitantes. E o Paraná, continuará a participar despro-porcionalmente desse jogo? Ou verá, talvez, sua população crescer num ritmo superior a sua capacidade de dar respostas no campo do desenvolvimento? O que será necessário fazer para que os paranaenses tenham oportunidades para progredir e serviços públicos de qualidade?

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2.1 Visão de Futuro

Governo e sociedade devem definir uma diretriz em torno da qual promoverão seus es-forços para construir O NOVO PARANÁ, gerando qualidade de vida e desenvolvimento em todo o Estado.

Trata-se, em última instância, de atingir um maior índice médio de desenvolvimento humano (IDH médio)e, para isso, direcionar o Estado parta políticas voltadas para a desconcen-tração do desenvolvimento. Muitas Regiões já demonstraram capacidade de melhorar a economia local, a oferta de empregos e sua inserção na dinâmica de negócios do Estado. A diversificação das regiões aptas aos investimentos deve, portanto, ser uma das priorida-des, através da conformação de políticas de desconcentração econômica, que privilegiem as organizações e segmentos potenciais em atividade e priorizem as situações onde o desenvolvimento se mostra mais necessário. Por outro lado, é preciso aumentar a riqueza

do Estado, ampliando a integração e o valor agregado em distintos campos da economia.

2.2 Desenvolvimento Integrado

Ocupando o papel central, como ponto de convergência de todo o esforço da so-ciedade e do Governo, deverá estar o desenvolvimento estadual e regional in-tegrados, com base territorial em Regiões de Desenvolvimento, caudatário das estratégias de todas as demais políticas de desenvolvimento e criação de valor, que explorem as potencialidades empreendedoras locais para a geração de opor-tunidades, riqueza e serviços resolutivos. A chave do sucesso será manter um contínuo esforço de convergência e sinergia do Governo, das empresas e do terceiro setor. Um desenvolvimento desta natureza não pode ser compreendido como ônus ao desenvolvimento econômico e ao Estado, mas como parte funda-mental de uma dinâmica onde o social e o econômico interagem sistemicamente, num processo de efetivo desenvolvimento integrado.

Um projeto dessa envergadura precisa da educação e suas contribuições no campo da ciência, tecnologia & inovação, como principal substrato para sua viabilização.

Nessa construção serão imperativas políticas voltadas ao desenvolvimento eco-nômico sustentável visando a integração de cadeias produtivas, com agregação

de valor e competitividade internacional, principalmente no campo de nosso potencial superior que é o agronegócio, com inovação biotecnológica. As Instituições de Ensino

Superior e os Institutos de Pesquisa deverão engajar-se em redes de inovação e desen-volvimento de ativos tecnológicos, de forma articulada às bases produtivas do Estado.

Deve-se também diversificar a economia a partir do potencial específico de cada região, com apoio às empresas já existentes, no contexto dos arranjos produtivos locais, e com

ESTRATÉGIA PARAO DESENVOLVIMENTO DO PARANÁ

02.

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fomento ao surgimento de novas pequenas e médias empresas, com ampla qualificação do trabalhador, em arranjos educacionais organizados para atender diretamente à ativida-de econômica instalada ou emergente.

Visando a melhoria da competitividade do Paraná serão também da maior relevância os pla-nos regionalizados e integrados de infraestrutura e logística, que definam, com visão de fu-turo, sistemas modernos de circulação de pessoas, mercadorias e informações. Nesse caso, a questão da hidroenergia e dos transportes multimodais deve ganhar especial relevância.

Serão também fundamentais as iniciativas que situem o Paraná no contexto de efetivo engajamento na direção da sustentabilidade ambiental. É necessário repensar no Estado as questões relativas à sustentabilidade e meio ambiente, numa abordagem realista e integradora das possibilidades e das restrições, que encare a sustentabilidade como integrante de toda a estratégia de desenvolvimento e como condição indispensável para geração de valor agregado e para a preservação das condições de vida das gerações de hoje e do futuro.

No eixo do desenvolvimento social as ações terão como principal finalidade a melhoria da qualidade de vida das pessoas, investindo principalmente nas áreas de saúde, segurança e assistência social, sem desdenhar os programas sociais de apoio emergencial enquanto forem necessários. Deverão constituir políticas de avanço social, promotoras de equidade, com visão territorial específica para cada situação, com a finalidade de reduzir a vulnerabi-lidade social das populações, sobretudo as que vivem nas regiões de maiores carências.

Novo Jeito de Governar

A promoção do desenvolvimento integrado no Paraná terá que passar pela reconstrução do Governo. Um novo jeito de governar, com uma autêntica liderança. Um Governo trans-parente e agregador, aberto à cooperação e à pactuação de objetivos de desenvolvimen-to com o mercado e o terceiro setor. Só um pacto com essas características, de efetiva nova liderança, poderá garantir as condições necessárias para o desenvolvimento.

É imprescindível também que o Estado retome o exercício de seu papel perto dos muni-cípios e das pessoas, a começar por verdadeiro apoio aos municípios e pela organização daquela escala supramunicipal que demanda uma institucionalidade cuja árdua constru-ção é responsabilidade e prerrogativa da instância estadual e que é imprescindível para o acesso da população a grande parte dos bens e serviços indispensáveis.

Esta postura, responsável e inovadora, deverá ser construída a partir do desenvolvimento das competências de gestão, da renovação dos métodos de trabalho e das estruturas de Governo, numa verdadeira nova gestão, voltada a resultados efetivos. Tal capacidade supõe grande investimento no desenvolvimento dos servidores públicos, submetidos a um processo de desprofissionalização ao longo dos últimos anos, saneamento das finanças do Estado e contratualização de resultados.

2.3 Mapa da Estratégia 

A figura abaixo é o diagrama ilustrativo da estratégia delineada.

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2.4 Objetivos de Governo para O Novo Paraná

UM NOVO JEITO DE GOVERNAR1. Investir no desenvolvimento do servidor público

2. Implantar modelo de gestão pública para resultados

3. Aumentar a capacidade de investimento do Estado

4. Promover justiça fiscal

5. Reorganizar a máquina administrativa do Estado

6. Implantar planejamento intersetorial integrado

7. Apoiar a melhoria da qualidade dos serviços municipais

8. Reestruturar a atuação institucional do Estado no nível regional

9. Constituir arranjos supramunicipais – consórcios e redes de cidades – para ações de Governo

10. Aumentar a transparência e o controle social do Estado aproximando Governo e cidadão

11. Promover arranjos de cooperação para governança entre instâncias públicas empre-sariais e terceiro setor

12. Melhorar o ambiente de negócios

13. Aglutinar as forças políticas do Paraná melhorando a capacidade reivindicatória do Estado

14. Respeitar contratos juridicamente perfeitos

AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO15. Elaborar, em conjunto com fórum de representações dos agricultores, dos trabalhado-

res rurais e das instituições de pesquisa e orientação técnica, e a Agência Paraná de Desenvolvimento, o planejamento estratégico da agricultura paranaense para os próximos 10 anos

16. Aperfeiçoar e promover um realinhamento da estrutura governamental, pactuando ações, metas e resultados a alcançar:

• Integrar e promover rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Sanidade plena, propiciando qualidade e competitividade aos produtos

17. Melhorar a competitividade das atuais cadeias e estimular a definição de novos negócios, melhorando o equilíbrio regional do desenvolvimento, tendo por base prin-cípios de sustentabilidade econômica, social e ambiental, como elemento de agrega-ção de valor ao produto paranaense:

• Atrair novas agroindústrias

• Apoiar arranjos organizativos e de negócio

• Investir em infraestrutura e melhorar o gerenciamento logístico

• Incentivar o estabelecimento de nova matriz produtiva

• Investir na profissionalização dos diferentes recursos envolvidos nas cadeias

• Recuperar a capacidade produtiva dos recursos naturais, estabelecendo como dire-triz política a gestão por microbacias hidrográficas

18. Promover a qualidade de vida no meio rural:

• Política de habitação e saneamento para o meio rural

• Eletrificação e comunicação rural

• Integração social das comunidades rurais

• Apoio a produção de subsistência

19. Assuntos fundiários:

• Apoiar a regularização com a titulação propriedades rurais e apoiar a União na rati-ficação dos títulos propriedades localizadas na faixa de fronteira

• Emancipar, em conjunto com a União os assentados

• Promover política de acesso a terra

20. Promover e qualificar o abastecimento e a segurança alimentar e nutricional:

• Requalificar e ampliar a rede de centrais de abastecimento

• Reestruturar e ampliar a política de acesso a alimentos básicos adequando o mode-lo do programa Armazéns da Família

• Ampliar a compra pública de alimentos da agricultura familiar

• Promover e acompanhar a comercialização de produtos alimentares com qualidade assegurada

• Promover política de acesso a alimentação destinado a pessoas ou grupos em risco social

ASSISTÊNCIA SOCIAL21. Consolidar o Sistema Único de Assistência – SUAS, em todo o Estado do Paraná,

fortalecendo os municípios na Gestão da Assistência Social, na Garantia da Proteção Social a Famílias e Indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social

22. Estabelecer a Rede Paranaense de Proteção Social às Famílias em situação de vulnerabilidade social e ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna e outros

23. Combater o trabalho infantil

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ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE24. Promover o acesso à atenção primária de saúde em todos os municípios

25. Melhorar o acesso a serviços especializados e à solução dos problemas de saúde para todos os cidadãos

26. Promover o atendimento eficaz ao pré-natal, parto e atenção ao recém nascido

27. Implantar programas de promoção de saúde e prevenção à violência em todo o Estado

28. Implantar programa estadual de telesaúde (apoio ao atendimento a distância)

29. Implantar serviços especializados para o atendimento a usuários de drogas

30. Implantar ações de promoção ao envelhecimento saudável

31. Promover ações de melhoria na atenção à saúde das pessoas com deficiência

32. Aplicar integralmente a Emenda Constitucional nº 19 (12% dos recursos do Estado para Saúde)

CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÃO33. Organizar e apoiar o sistema estadual de inovação como suporte para o desenvolvi-

mento sustentável paranaense

34. Promover uma ampla rede paranaense de pesquisa e inovação através de políticas de desenvolvimento econômico nos setores estratégicos da biotecnologia (agrícola, avícola, florestal, saúde), indústria alimentar e energias renováveis

35. Fomentar o desenvolvimento da ciência e tecnologia a partir das instituições acadê-micas e dos Institutos de pesquisa

36. Promover a ampliação estratégica do ensino superior

37. Ampliar o acesso às redes digitais de conhecimento

38. Potencializar a articulação das universidades com a gestão estadual e municipal

39. Criar incentivos para que as universidades e institutos de pesquisa trabalhem em par-ceria com os arranjos produtivos locais na solução dos gargalos tecnológicos e de mão de obra

40. Promover a continuidade da inovação nas cadeias já instaladas como setor metal-mecânico e de tecnologias da informação e comunicação

41. Moldar o Sistema de Inovação por conceitos de Inovação Aberta, que permitem uma maior integração e interação do Governo, Academia, Setor Privado e Terceiro Setor

42. Entender o posicionamento estratégico e competitivo do Paraná face ao Brasil e ao Exterior, levando-o à categoria Classe Mundial

43. Entender o Sistema de Inovação como base do desenvolvimento humano, do cidadão paranaense, de sua qualidade de vida, empregabilidade e renda

CULTURA44. Adotar postura inovadora e transparente na reformulação de processos e ações

inclusive com parcerias

45. Promover a ampliação do acesso aos bens culturais

46. Promover a produção artística

47. Estimular a descentralização da cultura no Estado

48. Implantar programa de Fomento à cultura

49. Instituir conselhos artísticos e curadores

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL50. Criar a Agência Paraná de Desenvolvimento

51. Implantar políticas inovadoras e compartilhadas de fomento e incentivos fiscais para o desenvolvimento sustentável, incentivando-se inclusive a integração interna-cional da economia

52. Promover a integração e o adensamento de cadeias produtivas na agricultura e na indústria, buscando-se o fortalecimento dos arranjos produtivos locais

53. Incentivar a instalação de novas empresas e cooperativas em setores de maior agregação de valor, buscando-se inclusive a formalização da economia

54. Assegurar um adequado fluxo de recursos de crédito fundiário para empreendi-mentos viáveis

55. Implantar novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos

56. Desenvolver e consolidar em parceria com todas as partes interessadas a Marca Paraná

57. Incentivar a aplicação da Lei Geral da Pequena e Média Empresa

DESENVOLVIMENTO FLORESTAL58. Desenvolver política adequada de preservação da floresta nativa e ampliar a área

de floresta

59. Incentivar o aumento da produção de madeira industrial

60. Fomentar a manutenção e a expansão da base industrial da madeira

EDUCAÇÃO61. Promover ações que elevem a qualidade do processo de ensino e aprendizagem

62. Valorizar o quadro de profissionais do magistério e trabalhadores da educação

63. Expandir a oferta da educação básica em seus diferentes níveis

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METAS DE GOVERNO32 BETO RICHA 2011 | 2014 33

64. Garantir elevado nível de qualidade na gestão da educação para melhoria de suas ações pedagógicas

65. Consolidar o regime de colaboração com os municípios

66. Estimular a integração da escola com a comunidade

ESPORTE, LAZER E ATIVIDADE FÍSICA67. Criar a política estadual do esporte, lazer e atividade física alinhando objetivos

estaduais e municipais

68. Estruturar programas que promovam junto à população estilos de vida saudáveis

69. Promover oportunidades para a indústria do esporte como geradora de emprego e renda

70. Reconhecer junto com a comunidade esportiva as modalidades que poderão ser de-senvolvidas no Estado

71. Implantar programas que oportunizem a revelação de atletas

HABITAÇÃO72. Reduzir o déficit habitacional e minimizar a questão da Titularidade de unidades

habitacionais com problema

73. Melhorar a habitabilidade urbana e rural

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA74. Dotar o Estado de um sistema de transportes e logística de alta eficiência que

permita o transporte de passageiros e de cargas, bem como, a recepção, armazena-mento e distribuição de cargas com segurança, agilidade e baixos custos

75. Dotar o Estado de um sistema rodoviário de alta eficiência que permita o transporte de passageiros e de cargas com segurança e agilidade

76. Dotar o Estado de um sistema ferroviário eficiente, seguro, ágil e que crie novas alternativas ao transporte de cargas

77. Ampliar a capacidade aeroportuária paranaense

78. Adequar os portos paranaenses às demandas do comércio exterior

79. Ligar por duto o Noroeste / Norte do Paraná ao Porto de Paranaguá

80. Prover Infraestrutura de Telecomunicações com qualidade em todo o Estado

81. Promover a implantação de programas de desenvolvimento regional através da in-tegração da infraestrutura de telecomunicações com outras pastas de Governo como a Educação, Saúde, Segurança e outras

82. Renovar o Contrato de Concessão da Copel Distribuição

83. Transformar a Copel Distribuição na melhor distribuidora de energia elétrica do Brasil

84. Fortalecer a Copel visando torná-la empresa de classe mundial

85. Implantar programas de energia elétrica que aumentem a rentabilidade e a compe-titividade do produtor rural

86. Fomentar a implantação de centrais geradoras de energia de pequeno porte que promovam o desenvolvimento humano nas regiões mais carentes do Estado

87. Incentivar a Pesquisa, o Desenvolvimento, a Inovação e a implantação de projetos de fontes renováveis de energia e eficiência energética

88. Ampliar a oferta de Gás Natural no Estado

89. Induzir a expansão da oferta do saneamento básico nos municípios

90. Transformar a Sanepar em uma empresa de referência na América Latina

SEGURANÇA, CIDADANIA E JUSTIÇA91. Reduzir a criminalidade urbana e rural

92. Fortalecer as forças policiais civil e militar

93. Prevenir a violência entre os jovens

94. Combater o crime organizado

95. Desenvolver aplicação ampliada de inteligência e tecnologia em segurança

SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE96. Promover o desenvolvimento igualitário do Estado, garantindo a sustentabilidade de

seus ambientes naturais, através:

97. do fomento e incentivo aos investimentos privados sustentáveis

98. do apoio à adequação dos setores produtivos do Estado às exigências ambientais

99. da revisão da legislação estadual do meio ambiente (equilíbrio entre possibilidades e restrições)

100. da retomada da implantação do Sistema Estratégico de Gestão de Recursos Hídricos

101. da implantação de políticas públicas de saneamento básico nos ambientes urbano e rural

102. da prevenção e recuperação da saúde dos solos

103. do correto aproveitamento dos resíduos sólidos, garantindo sua gestão sustentável, a inclusão social e a sustentabilidade econômica dos envolvidos

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METAS DE GOVERNO34 BETO RICHA 2011 | 2014 35

TRABALHO104. Qualificar e requalificar os trabalhadores para o mercado

105. Melhorar a qualidade dos serviços das Agências do Trabalhador

106. Desenvolver programas de geração de renda para o Paraná

TURISMO107. Promover o desenvolvimento da atividade turística consonante com o desenvolvi- mento econômico, social e ambiental

108. Incentivar o desenvolvimento do turismo com promoção do lazer, principalmente com ênfase no fortalecimento regional

109. Contribuir com a melhoria de qualidade de vida e inclusão social das comunida- des locais

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3.1 Valores e Diretrizes

No Governo Beto Richa:

A democracia participativa será uma prática constante, para que se promova a aproxi-mação com a população de todos os municípios, ouvindo seus anseios e necessidades.

A gestão orientada para resultados será a tônica, focando o dever republicano de reger a administração por objetivos, metas, indicadores, prazos e responsáveis claramente definidos.

A inclusão produtiva da juventude será perseguida com obstinação porque exige a re-novação do pensamento da sociedade a respeito da necessária responsabilidade e verda-deira solidariedade para com o jovem e as dificuldades que ele enfrenta.

A inovação como busca contínua e cultura conjunta empresarial, governamental e aca-dêmica serão promovidos, como diferencial no processo de desenvolvimento do Paraná.

A integração com os Governos Municipais e Federal será tida como condição básica para o Governo, que representará os interesses de todos os cidadãos paranaenses. Aqui a diretriz é de aproximação aos municípios e de responsabilidade política na representação do Estado.

A produtividade financeira será tratada pelo poder público como ferramenta de gestão e não como mero instrumento de arrecadação. A diretriz do Governo Beto Richa será a busca sistêmica da qualidade fiscal e orçamentária e do controle das despesas.

O respeito à diversidade será garantido, liderando e promovendo o princípio da tolerância e da não discriminação por gênero, orientação sexual, credo religioso, origem étnica ou qualquer outra.

A responsabilidade e a governança social serão diretrizes de Governo, para que se superem as barreiras ao processo de cooperação e parceria com os se-tores não governamentais e empresariais, na promoção de resultados pactuados de desenvolvimento.

A sustentabilidade na ação de Governo figurará como valor a ser propagado para todo o Estado e vivenciado em todos os setores da administração pública.

A transparência ocupará lugar de destaque, uma vez que os serviços aos cida-dãos devem ser prestados com base em rígidos princípios éticos, que constituem o

primeiro passo para que seja estabelecida uma relação de confiança entre Governo e sociedade.

A transversalidade na ação governamental é uma exigência da administração públi-ca e uma necessidade básica para formular intervenções corretas, evitar parcialidades e

paralelismos e agir com sinergia, maximizando resultados.

UM NOVO JEITO DE GOVERNAR

03.

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METAS DE GOVERNO38 BETO RICHA 2011 | 2014 39

3.2 Nova Liderança

Beto Richa representa renovação segura no estilo de liderança do Paraná. Isso fica claro quando se observa seus objetivos, que serão também os objetivos de toda sua equipe:

1. Valorizar o papel da sociedade, em seus diversos segmentos, como partícipe, parceira e fiscalizadora da administração estadual

2. Promover arranjos de cooperação para governança entre instâncias públicas, empresariais e terceiro setor

3. Aglutinar as forças políticas do Paraná melhorando a capacidade reivindicatória do Estado

4. Aumentar a transparência e o controle social do Estado aproximando Governo e cidadão

5. Realizar audiências públicas da população com o Governador em todas as Re-giões do Paraná

6. Respeitar contratos juridicamente perfeitos

7. Melhorar o ambiente de negócios

O Paraná precisa de motivação e novos estímulos. A máquina pública é de grande im-portância e exerce papel fundamental na sinalização dos padrões éticos. Desde sua con-cepção, o Estado deve ser uma obra de todos os seus cidadãos. Tal motivação demanda o contato permanente dos governantes com a realidade social e a participação ativa dos cidadãos nas decisões administrativas. A presença da sociedade, do empresariado e do terceiro setor, a motivação dos servidores e o trabalho cooperativo entre as distintas es-feras de Governo é imprescindível para a renovação. É preciso definir objetivos comuns a todos, alinhar interesses individuais e de segmentos da sociedade e do Governo com os objetivos globais do Estado. Desta forma, a convergência e a sinergia se farão presentes.

Beto Richa tem demonstrado em sua história política um estilo de liderança agregadora, plenamente capaz de favorecer o diálogo e os consensos. Como Governador, sua prin-cipal missão será de catalisador dos sonhos dos paranaenses, de principal porta-voz da visão de futuro do conjunto dos cidadãos. Não exercerá esse papel sozinho, mas, princi-palmente, mobilizando a participação e a contribuição de todos.

O Governador será também aquele que zelará para que todas as forças administrativas não percam o foco nos resultados que precisam ser atingidos, não dispersem esforços e recursos, não se percam em atividades desnecessárias, mas concentrem todas as ener-gias naquilo que possa, efetivamente, mudar a vida dos paranaenses para melhor.

As audiências públicas para debate de propostas e priorização das ações serão uma constante. As tecnologias de informação e comunicação, especialmente a internet, terão seu uso intensificado para divulgar os processos licitatórios e seus resultados, atos admi-nistrativos em geral e todas as informações que servirem de esclarecimento das ações públicas para os cidadãos.

3.3 Nova Gestão

As instituições do Estado, no Paraná, necessitam de renovação na direção da nova admi-nistração pública ou do “choque de gestão” como se tornou conhecido no Brasil o estilo de governança do Partido da Social Democracia Brasileira / PSDB. O mesmo estilo que Beto Richa implantou como Prefeito de Curitiba e que consiste basicamente em:

1. Aplicar políticas de desenvolvimento dos gestores e dos servidores públicos (in-clusive dos aposentados)

2. Implementar estratégias e práticas de excelência em gestão, que potencializem a qualidade, a produtividade e a inovação

3. Implantar a gestão pública para resultados através da celebração dos Contratos de Gestão entre as diversas áreas de governo com o Governador

4. Aumentar a capacidade de investimento do estado

5. Promover justiça fiscal

6. Reorganizar a máquina administrativa do Estado

7. Implantar planejamento intersetorial integrado

8. Promover a qualidade e a agilidade dos serviços estaduais por meio do uso ra-cional das tecnologias

9. Combater à corrupção fortalecendo as instituições e os controles

O investimento no desenvolvimento do quadro de servidores do Estado é fundamental para o avanço das políticas públicas necessárias para uma nova etapa de progresso no Paraná. Para isso, os concursos públicos, os salários e as carreiras, a educação continua-da, o vigor do sistema de previdência dos servidores públicos e um Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores melhor do que o atual, são providências que o Novo Governo adotará num processo de melhoria contínua, com permanente diálogo.

No Paraná, Um Novo Jeito de Governar atende a uma exigência da sociedade. Desde o conjunto dos cidadãos, que utilizam os serviços prestados pelo Governo, até os empre-sários – que dependem da qualidade do ambiente de negócios –, todos demandam com

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METAS DE GOVERNO40 BETO RICHA 2011 | 2014 41

urgência um novo estilo de Gestão: a promoção da capacidade de governar buscando a qualidade e agilidade dos serviços, em sintonia com o cidadão, com as legítimas deman-das do mercado, na busca de resultados que impactem na melhoria da qualidade de vida da população.

Um Novo Jeito de Governar implica manter as contas em equilíbrio, buscando transparência e qualidade do gasto, planejamento de curto, médio e longo prazos, profissionalização dos servidores públicos, avaliação de desempenho com metas e resultados e o uso racional das tecnologias. A articulação com os diferentes setores da sociedade é fundamental, na valori-zação de parcerias com as empresas para atrair investimentos e com as organizações não governamentais para amplificar o alcance das ações sociais, realizando mais com menos.

As ideias têm de sair do papel e isso é o que distingue os Governos atualmente. Os dis-cursos precisam ser desdobrados em planos de execução consistentes, que estabeleçam as prioridades para os investimentos, dando maior peso aos que têm maior alcance social, privilegiando-os sobre os gastos correntes. Os parâmetros de gestão devem ser definidos a partir da qualidade das obras e serviços que se pretende, dos custos adequados para os mesmos, dos prazos para sua execução e dos respectivos responsáveis por cada etapa, tudo fixado em Contratos de Gestão como ferramenta de alto desempenho.

A máquina administrativa deve voltar-se para a execução do planejado. É necessário com-bater a inércia, a gestão rotineira. É preciso inovar, melhorar a qualidade dos serviços e facilitar a vida dos cidadãos. Para isso, a revisão e aperfeiçoamento dos processos de trabalho e a descentralização das decisões administrativas são fundamentais, bem como a revisão e modernização das estruturas administrativas das secretarias e órgãos.

O Governador Beto Richa, honrando sua tradição política, fará cumprir fielmente os com-promissos assumidos com a população. Toda a administração seguirá o que estabelece o Plano de Governo aprovado nas eleições, acatando posteriores adaptações aprovadas pela comunidade. Para garantir essa prática, a primeira providência será registrar em Car-tório o documento base do Plano de Governo.

Para que se cumpram os compromissos, os mecanismos de controle dos programas e projetos atendidos por cada um dos órgãos da Administração Estadual serão amplamente divulgados através de rotinas de comunicação periódica com os cidadãos, com a finalida-de de informar sobre as ações e respectiva execução orçamentária de cada área.

3.4 Perto dos Municípios e das Pessoas

Um dos principais problemas que o Paraná precisa enfrentar, para criar as bases para um desenvolvimento menos concentrado com aumento de riqueza, é a fragilidade institucional da maioria das suas Regiões. O Governo do Estado tem papel decisivo nesta questão e para isso deve:

1. Descentralizar os serviços públicos mediante a organização das Regiões de De-senvolvimento do Paraná

2. Reestruturar a atuação institucional do Estado no nível regional

3. Ampliar o poder de resolução das instâncias descentralizadas

4. Melhorar a qualidade dos serviços estaduais

5. Constituir arranjos supramunicipais – consórcios e redes de cidades - para ações de Governo

6. Apoiar a melhoria da qualidade dos serviços municipais

7. Coordenar o Planejamento Regional Integrado em infraestrutura, meio ambien-te, educação, desenvolvimento social e econômico

8. Aumentar a satisfação dos usuários com os serviços estaduais e municipais

A maior parte das ações para o desenvolvimento sustentável demanda recursos financei-ros para sua realização. Mas, quase sempre, não é só dinheiro o necessário para fazer as coisas saírem do papel. O capital social, ou seja, a capacidade de organização das insti-tuições, de articulação do conjunto das forças de distintos representantes da sociedade, é um poderoso recurso muitas vezes negligenciado. Só numa situação de união de forças em torno de objetivos comuns de desenvolvimento é que uma sociedade poderá realizar o seu melhor.

E aqui, interessa discutir principalmente a capacidade organizativa dos Governos, em es-pecial do Governo do Estado. No Paraná, o tamanho de grande parte dos municípios torna irracional a ideia de que cada um deva resolver os seus próprios problemas. A maioria dos desafios só encontra uma escala adequada para seu enfrentamento quando encarada como questão supramunicipal. Um Governo de Estado que reconheça essa situação pre-cisa reinventar o seu modo de atuar, atualizando suas instituições para torná-las capazes de agirem como aglutinadoras e facilitadoras do alinhamento de todas as forças de uma Região na resolução de problemas e na exploração de oportunidades.

O Governo Beto Richa vai fazer a sua parte. Organizando os pleitos estaduais e amplian-do o poder reivindicatório do Estado, melhorando o desempenho da máquina pública para regatar a sua capacidade de investimento, trabalhando com nítido senso de prioridade e de promoção da igualdade entre Regiões, Municípios e Cidadãos.

Em muitas situações o Estado se transformou em fonte adicional de problemas para o de-senvolvimento e, os empreendedores, se manifestam pedindo somente que ele não atrapa-lhe e que cumpra com suas obrigações constitucionais nas áreas fundamentais de desen-volvimento do capital humano do Paraná, da segurança da população para viver e trabalhar em paz, dos serviços essenciais à população e dos investimentos em infraestrutura.

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METAS DE GOVERNO42 BETO RICHA 2011 | 2014 43

Para dar conta desses desafios o Governo do Paraná deve reorganizar sua ação para reforçar as bases regionais para o desenvolvimento integrado do Estado, aproximando-se dos municípios e de seus cidadãos, numa postura de solidariedade incondicional e res-ponsabilidade constitucional.

3.5 Viabilidade do Plano

O Governo Beto Richa, com responsabilidade, assumirá os compromissos que efe-tivamente possam ser cumpridos e cumprirá todos os compromissos que forem as-sumidos. Para isso manterá um processo continuado de avaliação e prestação de contas, para que toda a administração siga o que estabelece o Plano de Governo aprovado nas eleições.

Capacidade OrganizativaA capacidade organizativa de um Governo, ou seu modelo de Governança, é condição tão importante quanto à existência de recursos financeiros para a execução do planejado, ou seja, variável fundamental para a viabilidade do Plano.

O Governo Beto Richa reconhece as pessoas como o bem maior para a criação desta ca-pacidade. Assim, as condições para execução dos projetos de Governo passam primeiro pela qualidade do corpo de servidores públicos estaduais. Eles precisam ser respeitados, através do diálogo permanente, do equacionamento dos problemas relacionados às suas perspectivas de carreira e ao aprimoramento contínuo de suas competências.

Mas a motivação, base para a transformação da agenda de Governo em tarefa de todos, demanda também o resgate do orgulho de ser servidor do Estado do Paraná, através do respeito dos governantes à coisa pública, fazendo cessar a desprofissionalização das ins-tâncias de Governo como Conselhos de Administração e equipes dirigentes, retornando à valorização da produção intelectual relativa às políticas públicas que ocorre no seio do Estado, das contribuições no campo da Ciência & Tecnologia e de suas instituições de ensino e pesquisa.

É preciso definir objetivos comuns a todos, alinhar interesses individuais e de segmentos da sociedade e do Governo, com os objetivos globais do Estado, permitindo que o servi-dor público do Paraná retome o orgulho de fazer bem feito e, a partir daí, a condição de principal suporte para a viabilidade de qualquer Plano.

A tradução da agenda estratégica em planos operacionais é também fundamental para a Viabilidade do Plano. O Plano de Governo será organizado como um portfólio de ações consistentes, que estabeleçam as prioridades para os investimentos, dando maior peso aos que têm maior alcance social, privilegiando-os sobre os gastos correntes. Os parâ-metros de gestão serão definidos a partir da qualidade das obras e serviços, dos custos

adequados para os mesmos, dos prazos para sua execução e dos respectivos respon-sáveis por cada etapa, tudo fixado em Contratos de Gestão como ferramenta de alto desempenho. Desta forma, a máquina administrativa estará voltada para a execução do planejado, combatendo a inércia e a gestão rotineira. Nesta dinâmica a revisão e aperfei-çoamento dos processos de trabalho e a descentralização das decisões administrativas serão fundamentais, bem como a revisão e modernização das estruturas administrativas das secretarias e órgãos, quando necessário.

Recursos FinanceirosO Plano de Governo que ora se apresenta, está baseado na realidade levantada a partir de inúmeras contribuições recolhidas de colaboradores e cidadãos em todo o Paraná. Sua realização só poderá acontecer sobre o alicerce da Responsabilidade Fiscal e, portanto, a absoluta realidade orçamentária é condição determinante para que se possa concretizar financeiramente os programas e projetos que formam a base para governar o Paraná nos próximos quatro anos.

Todo planejamento público se baseia numa receita estimada anualmente para delinear a programação, que se inicia com a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e se conclui com a Lei Orçamentária Anual – LOA, em sintonia com o macro planejamento, já delineado pelo Plano Plurianual (PPA).

Ancorar a ação de Governo nesses princípios possibilita garantir, em termos orçamentá-rios e financeiros, que se mantenham rigorosamente em dia os pagamentos a fornecedo-res, fato que se conjuga ao equilibrar receita e despesa, uma vez que a prática repercute favoravelmente com maiores descontos em novos contratos, pela diminuição dos custos financeiros embutidos.

Para o ano de 2010 o valor Total do Orçamento do Estado do Paraná é de R$ 23,6 bi-lhões, assim distribuídos entre os Poderes:

Poder Executivo R$ 21,8 bilhões

Poder Judiciário R$ 984 milhões

Poder Legislativo R$ 483 milhões (ALEP e TC)

Ministério Público R$ 379 milhões

Fonte: LOA 2010 - Governo do Paraná

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METAS DE GOVERNO44 BETO RICHA 2011 | 2014 45

As Despesas com Vinculações Constitucionais / Legais na Receita são as seguintes:

Poder Judiciário 9% da Receita Líquida

Poder Legislativo 5% da Receita Líquida

Ministério Público 3,9% da Receita Líquida

Educação (ensino) 30% de Receitas de Impostos e FPE e Cota IPI (art. 158 CE)

Saúde 12% de Receitas de Impostos e FPE e Cota IPI (EC 29)

Ciência e Tecnologia 2% da Receita Tributária

Fonte: LOA 2010 - Governo do Paraná

As Receitas Correntes totalizam R$ 22,6 bilhões, correspondendo a 95% do Orçamento, assim distribuídas entre as principais fontes:

ICMS R$ 13,3 bilhões * 56%

IPVA R$ 1,6 bilhão ** 7%

FPE R$ 1,4 bilhão 6%

SUS R$ 1 bilhão 4%

FUNDEB R$ 2,4 bilhões 10%

Fonte: LOA 2010 - Governo do Paraná

* Deste montante, R$ 3,3 bilhões (25% do total) são distribuídos entre os 399 municípios. ** Metade desse montante vincula-se aos municípios de acordo com a frota registrada.

O desempenho favorável das receitas do Estado depende do crescimento da economia. Quanto maior a sua evolução maior será a arrecadação. Nos últimos anos as receitas pú-blicas do Paraná foram beneficiadas pelo vencimento dos prazos de dilação de impostos dos programas de incentivos fiscais praticados no passado recente para a atração da in-dústria. Houve, portanto, um crescimento real de impostos, entre os anos de 2003 e 2010. Além disso, a receita apresentou índices favoráveis nos últimos anos com crescimento pouco acima da inflação. A receita estadual tem também vinculações com transferências da União, como o Fundo de Participação dos Estados – FPE, Sistema Único de Saúde – SUS, e Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB. Uma projeção rea-lista para os próximos anos estabelece crescimento médio anual do PIB de 5 %, além do crescimento vegetativo.

A área fiscal do Estado tem, efetivamente, um bom espaço para estabelecer um melhor desempenho na arrecadação das receitas próprias sem aumento de alíquotas e, muito menos, da criação de novos tributos. Uma das estratégias é a ampliação da nota fiscal eletrônica, instrumento de justiça fiscal que favorece bases totalmente igualitárias para os contribuintes e benefícios de retorno imediato aos cidadãos.

Já as Despesas Correntes do Orçamento de 2010 somam R$ 19,9 bilhões com a se-guinte distribuição:

Pessoal e encargos R$ 10,2 bilhões

Transferências a Municípios R$ 4,3 bilhões

Custeio geral R$ 4,7 bilhões

Fonte: LOA 2010 - Governo do Paraná

As Despesas de Capital, por seu lado, totalizam R$ 3,8 bilhões, com basicamente a seguinte distribuição:

Investimento R$ 1,8 bilhão

Amortização da Dívida R$ 1,7 bilhão

Fonte: LOA 2010 - Governo do Paraná

A Despesa com Pessoal e encargos no Orçamento Geral do Estado de 2009 totalizou pouco mais de R$ 8 bilhões, apresentando os seguintes parâmetros de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF:

Poder Executivo

Poder Legislativo

Poder Judiciário

Ministério Público Total

Despesa Líquida Pessoal *

R$ 6,8 bilhões

R$ 355,6 milhões

R$ 639 milhões

R$ 225 milhões

R$ 8 bilhões

Receita Corrente Líquida - - - - R$ 15,1

bilhões

% da LRF 49,00 3,00 6,00 2,00 60%

% Prudencial 46,55 2,85 5,70 1,90 57%

% Realizado 44,10 2,70 5,40 1,80 54%

Fonte primária: Balanço Geral do Estado - SEFA

A capacidade de investimento do Governo do Paraná é extremamente baixa, menor até mesmo dos percentuais pífios da União e da maioria das unidades da federação, fato, ali-ás, que configura uma das mais graves lacunas da ação do Estado no Brasil, ou seja, sua baixa capacidade de investimento tão nociva ao desenvolvimento brasileiro.

No histórico, a seguir, constata-se a redução da capacidade de investimento do Governo do Estado do Paraná nos últimos anos:

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METAS DE GOVERNO46 BETO RICHA 2011 | 2014 47

Índices de Investimento 1986 1990 1995 1998 2002 2006 2009

Investimento/Despesa Total 22% 29% 15% 31% 9% 8% 5%

Investimento/Receita Total 22% 15% 15% 49% 8% 7% 5%

Fonte primária: Balanço Geral do Estado - SEFA

A melhoria no desempenho dos investimentos só será possível com o esforço fiscal de qualificação do gasto, que adote o princípio “fazer mais, melhor e com menos”.

Uma outra análise que deve ser considerada sobre a capacidade financeira presente e futura do Governo do Paraná é quanto ao tamanho da dívida fundada (ou consolidada) e seu perfil que assim se apresenta:

2002 2006 2009 2010 **

DÍVIDA TOTAL R$ 12,4 bilhões R$ 16,3 bilhões R$ 20 bilhões R$ 20,2 bilhões

DÍVIDA INTERNA R$ 15,9 bilhões R$ 16 bilhões

União R$ 8,8 bilhões R$ 8,8 bilhões

Outros * R$ 2,7 bilhões R$ 2,7 bilhões

Precatórios R$ 4,4 bilhões R$ 4,4 bilhões

DÍVIDA EXTERNA R$ 829 milhões R$ 794 milhões

BIRD R$ 42 milhões R$ 28 milhões

JAPAN BANK R$ 325 milhões R$ 307 milhões

BID R$ 461 milhões R$ 459 milhões

PARCELAMENTO PASEP R$ 989 milhões R$ 989 milhões

OUTRAS R$ 2,3 bilhões R$ 2,4 bilhões

Receita Cor. Líquida R$ 7,5 bilhões 11,4 bilhões 15,1 bilhões

Limite Legal 200% 200% 200% 200%

Limite Realizado 165,36% 142,88% 134,03%

Fonte primária: Balanço Geral do Estado – SEFA

*CEF, COPEL, TÍTULOS BANESTADO, BNDES ** Posição em 30/04/2010

Ainda que reduzida, o Estado do Paraná tem relativa capacidade de endividamento se forem considerados os parâmetros do Senado Federal (Resolução nº 40/2001) que es-tabelecem um teto de 200% da Receita Corrente Líquida, conforme pode-se observar acima. No entanto, se encontra muito baixa a capacidade de pagamento do chamado serviço da dívida (encargos, juros e amortização) que, o Senado Federal (Resolução nº

43/2001), estabelece em no máximo 11,5% da mesma receita, sendo que atualmente o Paraná compromete 8,1%. O peso do serviço da dívida pode ser observado de forma mais dramática quando se compara com o montante do investimento que se realiza no mesmo exercício. Podemos dizer que há uma relação direta entre essas duas variáveis. A “poupança” para novos investimentos será maior quanto menor for o peso financeiro da dívida. O que o quadro abaixo demonstra é a redução da capacidade de poupar / investir nas últimas décadas do Governo do Paraná decorrente do crescimento do custo financeiro das dívidas, cenário que precisa ser revertido.

Dívida X Investimento 1986 1990 1995 1998 2002 2006 2009

Serv. da Dívida 3% 38% 48% 14% 55% 49% 57%

Investimento 97% 62% 52% 86% 45% 51% 43%

Fonte primária: Balanço Geral do Estado - SEFA

Ainda, para melhorar sua capacidade de investimento, o Governo do Paraná precisa ali-nhar suas lideranças políticas e suas capacidades técnicas para ter acesso a recursos rotineiros do Orçamento Geral da União, não só através de emendas parlamentares. Deve também estar mobilizado para acessar recursos a “fundo perdido” dos diversos Ministérios e do Fundo de Amparo ao Trabalhador, e com muita competência buscar recursos dispo-níveis para empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e na Caixa Econômica Federal, ou nas agências internacionais como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Agência Francesa de Desenvolvimento, Agência de Cooperação Internacional do Japão, Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata e outros.

As parcerias serão também da mais alta importância para a viabilização de empreendi-mentos de interesse estratégico para o Estado. A gestão e efetividade dos fundos esta-duais como os de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Assistência Social, também terá relevante papel.

Em resumo, para fazer frente ao Plano de Governo e os consequentes avanços econô-micos e sociais do Paraná , a nova administração pública precisa realizar tarefas básicas com a de equacionar a despesa com pessoal já próxima do limite, racionalizar o custeio da máquina pública, renegociar a dívida do Estado recuperando capacidade de investimento, contrair novos financiamentos em bases favoráveis e tornar mais eficiente a arrecadação, sem aumento da carga tributária. Tudo aquilo que a tradição do partido do futuro Governa-dor Beto Richa tornou conhecido como “Choque de Gestão”.

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BETO RICHA 2011 | 2014 49

O Paraná precisa multiplicar o número de regiões em franco desenvolvimento. Quem está indo bem precisa ir ainda melhor. Os que ainda vivem as consequências de um desenvol-vimento tímido precisam ter as oportunidades de ir bem. Desta forma todo o Estado verá sua produção de riqueza por metro quadrado aumentar, num processo de desenvolvimen-to menos concentrado, com diminuição das desigualdades e melhoria da qualidade de vida de todos os paranaenses.

Mas por que as coisas ainda não são assim? E o que o Governo do Estado pode fazer para criar as oportunidades para um desenvolvimento com essas características?

4.1 Bases Institucionais parao Desenvolvimento Integrado

O desenvolvimento é possível quando os talentos humanos evoluem através da educa-ção, quando existe adequada infraestrutura para a produção (energia, estradas, tele-comunicações), serviços para o bem-estar das pessoas, capital para investimento e instituições governamentais que funcionem bem.

O Governo tem a ver com quase tudo isso. Embora não possa fazer as coisas sozi-nho, é responsável por uma série de providências para que elas aconteçam e, mui-tas vezes, por agir na direção errada ou por omitir-se, mais atrapalha do que ajuda.

O futuro Governador Beto Richa sabe que o Paraná sofre da mesma insuficiência de infraestrutura que se verifica no Brasil em geral. Que é fundamental que as crianças e jovens tenham educação de qualidade, desde a pré-escola, e que o desafio da preparação para o mercado de trabalho seja enfrentado com compe-tência. Sabe também que serviços fundamentais para a população, como os de saúde e segurança, são insuficientes e que, desenvolvimento econômico e social são indissociáveis. Reconhece que o mundo empresarial tem recursos para in-vestir e o Paraná não tem sido competitivo para garanti-los, perdendo oportuni-dades que se apresentaram e mantendo-se inoperante na criação de outras, em suas várias Regiões, como seria necessário.

Olhando para a máquina administrativa do Estado e para os inúmeros problemas do dia-a-dia dos municípios, reconhece que os ativos institucionais do Estado são

precários, que a máquina apresenta setores inteiros sucateados, baixa capacidade de investimentos, serviços públicos insuficientes, baixo desempenho em planeja-

mento integrado e em apoio aos setores produtivos. E que a consequência é a fragili-dade ou a falta das bases necessárias para um novo projeto de desenvolvimento para

o Paraná, capaz de levar esse Estado com tanto potencial, bem mais longe do que já foi, banindo de uma vez por todas os riscos da estagnação.

Os municípios, mais de duzentos deles com menos de vinte mil habitantes, geralmente

REGIÕES E DESENVOLVIMENTO: UMA NOVA GOVERNANÇAPARA O NOVO PARANÁ

04.

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METAS DE GOVERNO50 BETO RICHA 2011 | 2014 51

com baixo dinamismo econômico, não encontram apoio para resolver seus problemas e não recebem adequada interlocução por parte do Governo do Estado. Prefeitos são trata-dos com arrogância e desdém e vêem a falta de perspectiva se arrastar indefinidamente.

Assim, quase todos, sofrem com o estado precário das estradas rurais, com os remen-dos nas questões do transporte e da merenda escolar, com a insuficiência dos recursos para a Saúde da Família, com a falta de encaminhamento garantido para quem precisa de tratamento de saúde especializado, com a precariedade do apoio técnico do Estado para questões como os Consórcios, os projetos para habitação, a regularização fundiária, o agravamento da criminalidade urbana e rural, a falta de creches, de vagas no ensino médio e de formação profissional e mercado de trabalho para a juventude.

Diante disso, para muitos municípios e Regiões inteiras do Paraná, o sonho do desenvolvi-mento necessário parece muito distante. A principal tarefa de um Novo Governo no Estado é contribuir decisivamente para gerar oportunidades para todos.

Essa contribuição virá através de Um Novo Jeito de Governar e da organização das Regi-ões de Desenvolvimento do Paraná - REDES, conforme os passos a seguir:

4.1.1 Regiões de Desenvolvimento do Paraná – REDESSerão implantadas em torno de vinte Regiões de Desenvolvimento em todo o Paraná, com abrangência semelhante a das Associações de Municípios e coordenadas a partir dos municípios pólo.

4.1.2 Administrações das Regiões de Desenvolvimento Vinculadas diretamente ao Gabinete do Governador serão instaladas no primeiro semes-tre da Gestão Beto Richa as Administrações Regionais correspondentes às Regiões de Desenvolvimento. Seus recursos (pessoas, processos, edificações) serão constituídos estritamente através da reorganização do que já existe, com novas instâncias de de-cisão e novos processos de trabalho. Os Administradores Regionais deverão ter notória capacidade em gestão pública e serão nomeados mediante compromissos assumidos em Contratos de Gestão com o Governador.

4.1.3 Conselhos Regionais de DesenvolvimentoCada uma das Regiões de Desenvolvimento terá como instância deliberativa, ad referendumdo Governador do Estado, o Conselho Regional de Desenvolvimento (CONREDE). Os Conselhos serão formados pelos Prefeitos, Presidentes de Câmaras e representantes da sociedade dos municípios integrantes da Região, pelo respectivo Administrador, pelos Coordenadores de Núcleos do Governo (Educação, Saúde, Agricultura, Obras e outros) e por representantes das Polícias Civil e Militar. Mediante Regimento Interno esses Conse-lhos, se reunirão regularmente. As reuniões serão itinerantes nos municípios da Região,

abertas à comunidade onde todos terão voz. As deliberações, priorizações e demais de-cisões Regionais passarão pelos Conselhos para depois serem levadas à decisão final do Governador. O Governador participará periodicamente das reuniões dos Conselhos nas respectivas regiões, realizando Audiências Públicas Regionais, atendendo aos Prefeitos e despachando com toda a sua equipe.

4.1.4 Planejamento Regional Integrado O Conselho de Desenvolvimento Regional será a instância de homologação dos Planos Regionais Integrados de Desenvolvimento e manterá equipe técnica intersetorial mista (Estado e Municípios), para contínuo processo de planejamento regional, que leve em conta os programas de base territorial existentes (microbacias, sanidade animal, preser-vação ambiental e outros) e os planos diretores municipais devidamente compatibilizados. Os Contratos de Gestão, de cada setor, serão baseados nesses planos.

4.2 Algumas Propostas Dinamizadorasdas Regiões de Desenvolvimento

4.2.1 Centrais de Serviços Tudo Aqui ParanáSerão implantadas, gradativamente, unidades de atendimento integrado, em cada uma das sedes das Regiões de Desenvolvimento. Atendimento público de qualidade, com agi-lidade e eficiência, reunindo num único espaço, adequadamente equipado, vários órgãos/entidades prestadores de serviços públicos. Esses serviços terão normas e procedimen-tos, manutenção adequada dos ambientes e instalações, triagem e encaminhamento, trei-namento permanente. Cada unidade será dimensionada para uma demanda diária de 0,5 a 1% da população da região, adotando-se aproximadamente 1,00m² por cliente/dia, analisando-se a disponibilidade de imóveis já existentes a serem reformados ou constru-ções novas. As unidades TUDO AQUI PARANÁ abrigarão, conforme o caso, atendimento Federal, Estadual e Municipal, por exemplo: Polícia Federal, emissão de atestado de antecedentes criminais, emissão de Passaporte, Correio, emissão de CPF, Juizado Espe-cial, consulta a processos, COPEL, SANEPAR, PROCON, COHAPAR, DETRAN, Polícia Civil, IAP, Secretaria da Fazenda, Secretaria do Trabalho; requerimentos para órgãos das Prefeituras, informações sobre serviços municipais (saúde, educação, esporte e cultura), IPTU e ISS, consultas sobre edificações, Alvará de Construção, Licenciamento Ambiental, corte de árvores, cadastramento de famílias em situação de risco e Bolsa Família. Tam-bém, quando possível, abrigará a sede do Conselho Regional de Desenvolvimento e a própria Administração da Região. Poderá abrigar também (quando for o mais indicado) as Centrais de Marcação de Consultas Especializadas, Centrais de Leitos Hospitalares, Disque Urgência, Programa Família Paranaense, Agências do Trabalhador, Escritórios

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METAS DE GOVERNO52 BETO RICHA 2011 | 2014 53

4.2.7 Investimentos, Incentivos e Segurança JurídicaInvestimentos em projetos integrando recursos do Governo, da COPEL, dos Fundos de Previdência (Estado, COPEL, CELEPAR, SANEPAR); melhoria do ambiente de negócios; respeito aos atos juridicamente perfeitos.

Muito mais poderá ser concebido e realizado com a participação das forças políticas e da sociedade de cada Região. Levando em conta as vocações, as capacidades empreendedoras locais, a força da juventude que quer oportunidades e o empenho de um Governo Estadual presente e solidário.

Técnicos de Apoio ao Desenvolvimento de Políticas Públicas (Habitação, Cultura, Esporte e Lazer), Territórios da Juventude e outros.

4.2.2 Infraestrutura e LogísticaManutenção de estradas vicinais (patrulhas mecanizadas, pavimentação em pedras irre-gulares e outras soluções) circulação de mercadorias (obras rodoviárias e ferroviárias), pessoas e informações (Rede de Fibra Ótica, apoio à mobilidade urbana, Sistema de Transporte Escolar); Planos Regionais de Turismo.

4.4.3 Consórcios IntermunicipaisConsórcios de Resíduos Sólidos; Consórcios de Saúde; Consórcios de Conservação de Recursos Naturais (água, solos, reservas florestais).

4.2.4 Educação, Ciência, Tecnologia & InovaçãoRedes de Educação Profissionalizante; Sistemas Regionais de Inovação; Bom Negócio, (para empreendedores); Educação Superior focada em vocações regionais; adensamento de cadeias produtivas e fortalecimento dos arranjos produtivos locais, através da Agência Paraná de Desenvolvimento, das Universidades e dos Institutos de Pesquisa (IAPAR, TE-CPAR, EMATER).

4.2.5 Segurança PúblicaCriar os Comandos de Segurança das Redes com os Planos Regionais de Segurança; Redes de Proteção (crianças, adolescentes, mulheres, idosos); Redes de Prevenção (antidrogas).

4.2.6 Territórios da JuventudeEspaços de convivência e referência para a população jovem que ofereçam diversas atividades dentro das políticas públicas existentes e realizadas com foco na juventude. Os Territórios da Juventude serão desenvolvidos em parceria com os municípios, median-te a realização de atividades que busquem a inclusão e o pertencimento do jovem nas ações das políticas públicas de saúde, educação, trabalho, cultura, esporte, lazer, ativi-dade física, qualificação profissional, inclusão digital, entre outras. Os equipamentos das Centrais de Serviço poderão prever a necessária infraestrutura para o projeto.

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BETO RICHA 2011 | 2014 55

5.1 Agricultura e Agronegócio

5.1.1 Visão de FuturoO meio rural paranaense espera muito do próximo Governador. Velhos problemas con-tinuam sem solução porque tem faltado competência ou capacidade para solucioná-los.

O consumidor de qualquer parte do mundo, destinatário final do produto paranaense, deve ser sempre o foco do agricultor e de todos os demais agentes que interagem na cadeia de valor do agronegócio. Ele é crescentemente exigente quanto à qualidade dos produtos e à transparência dos processos. Atender aos interesses dos consumidores é administrar com competência o seu negócio, para ter renda que permita viver bem no campo e apoiar novos arranjos organizativos para competir nos diferentes mercados.

No Governo Beto Richa, a ação do Estado será baseada num firme posicionamento de apoio ao setor, alicerçado em diretrizes inovadoras de gestão e participação na coorde-

nação e defesa dos interesses voltados para o desenvolvimento paranaense. Gargalos e oportunidades serão identificados de forma conjunta pelo Governo, setores orga-nizados da agricultura e demais elos da cadeia de valor do agronegócio. Só assim teremos uma base planejada, segura e responsável, capaz de suportar, aperfeiçoar e promover um realinhamento da estrutura governamental, pactuar ações, metas e resultados a alcançar, a partir do compartilhamento de responsabilidades entre setor público, privado e sociedade.

A retomada do crescimento de nossa agricultura, potencializada pela interação com os demais elos das cadeias de valor do agronegócio, deverá vir aliada a uma nova plataforma de desenvolvimento sustentado do agronegócio paranaense, tendo como perspectiva um horizonte de 20 anos, sem descuidar dos desafios imediatos.

Para isso, propomos uma profunda mudança de atitude na forma de tratar a principal alavanca da economia do Estado, reconhecendo a agricultura e todas as relações que envolvem o agronegócio como fundamentais e estratégicas para o desenvolvimento social e econômico, para a agregação de valor à sociedade

paranaense e para a geração de oportunidades.

A par disso, deve ser considerado o fato de que parcela expressiva das proprie-dades rurais tem porte reduzido. Produzem, basicamente, para subsistência e são

credoras de políticas de assistência social. Propiciar melhores condições de vida nas propriedades e nos aglomerados habitacionais rurais, pelo acesso aos requisitos

mínimos de habitação, saúde, educação, alimentação e saneamento, é providência inadiável, que deve ser liderada pelo Estado.

Reconstruir a capacidade operacional do Estado é, também, uma missão impostergável. É preciso dotar suas estruturas técnicas de capital humano e físico para bem fazer a parte

POLÍTICAS SETORIAIS05.

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que lhe cabe. Entretanto, o avanço econômico e social demandam a construção de alian-ças estratégicas com a sociedade. Requer-se do Estado parceria, capacidade de negocia-ção e articulação, busca de oportunidades e oferta de garantias atrativas para a indicação do processo de desenvolvimento.

5.1.2 Situação AtualO Paraná continua sendo o principal espaço agrícola do país e o setor rural continua ditan-do o ritmo da economia paranaense. Temos uma base produtiva diversificada, represen-tada por 371.000 estabelecimentos agrícolas, que guardam diferenças marcantes entre eles, o que exige uma postura diferenciada por parte do Estado. A Agricultura Empresarial necessita do Estado como parceiro estratégico na solução de problemas estruturais, en-quanto a Agricultura Familiar necessita do Estado como indutor do processo de desenvol-vimento e formulador de políticas públicas capazes de impulsionar este segmento para patamares superiores de competitividade e de qualidade de vida.

O agricultor não está satisfeito. O descompasso entre custos e preços e as frustrações de safras por intempéries levaram ao excessivo endividamento. A valorização da moeda brasileira e, especialmente, a ineficiência da infraestrutura subtraem parcela excessiva da competitividade do produto paranaense. A par disso, não há segurança no campo: uma permanente ameaça ao patrimônio e um falso conflito entre produção e conservação am-biental são a tônica do dia-a-dia.

O Paraná tem 199.324 km2, apenas 2,3% do território nacional. O espaço rural ocupa mais de 17,5 milhões de hectares, cerca de 88% do território, sendo 48% de lavouras (permanentes e temporárias), 33% de pastagens (naturais e cultivadas) e 19% de matas e florestas (naturais, reserva legal, preservação permanente, reflorestamento). Nos últi-mos 15 anos cresceu a área destinada às lavouras de grãos (60%) e à produção florestal (13%), em detrimento da área de pastagens.

Existem aproximadamente 371.000 estabelecimentos agropecuários, número que se man-tém relativamente estável desde 1995, após décadas de concentração fundiária decorrente do empobrecimento do campo, com a eliminação do algodão e do café, e o endividamento decorrente do descasamento de custos e preços. A redução do fluxo migratório campo-cidade e a estabilização do número de propriedades são fatos indiscutivelmente positivos.

A maioria absoluta das propriedades é de pequeno porte, com baixa escala de produção e de pequena capacidade de mobilizar recursos. Cerca de 85% dos estabelecimentos têm até 50 hectares, mas, no conjunto, ocupam apenas 25% do espaço rural, o que dá uma área média de pouco mais de 12 hectares por propriedade.

Mais de 80% dos estabelecimentos rurais são familiares, isto é, realizam suas atividades econômicas com a própria força de trabalho ou com o auxílio eventual de mão-de-obra contratada. Parcela deles é integrada ao mercado, produzindo grãos, cereais, leite ou hortifruti, vinculada a cooperativas e agroindústrias, sendo sensíveis às políticas agríco-

las. Metade dos agricultores familiares tem alguma vinculação com o mercado, tomam crédito do Programa Nacional de Agricultura Familiar regularmente e são vulneráveis às mudanças de políticas e às variações de preços. Finalmente, cerca de 30% dos pequenos agricultores, que estão à margem do mercado, produzindo em pequena escala e, basica-mente, para subsistência, tem as políticas sociais como fundamentais. De qualquer forma, a agricultura familiar é fundamental e estratégica para a economia paranaense, na medida em que gera parcela significativa dos 1.100.000 postos de trabalho no campo e gera cerca de 60% da produção primária.

Em que pese a pauta de produção agropecuária no Paraná ser rica e diversificada, com mais de 500 itens, apenas 9 produtos responderam por 75% da geração do Valor Bruto da Produção – VBP, de R$ 41,4 bilhões, em 2008, o que representa um risco de sustentabili-dade econômica e do ambiente.

De qualquer forma, o tamanho e a diversidade da produção caracterizam o Paraná como o principal Estado agrícola do país, participando com 20 a 23% da produção de grãos (cereais, oleaginosas e leguminosas) e cerca de 8% de toda a produção agropecuária, contribuindo com 15% do VBP nacional.

O setor agropecuário participa, diretamente, com apenas 8,5% do Produto Interno Bruto – PIB paranaense. Entretanto, os negócios em torno da agricultura (agronegócio) respon-dem por cerca de 1/3 do PIB estadual sendo responsável por mais de 5% das exportações de toda a economia brasileira e de 72% da economia paranaense. O superávit comercial do agronegócio paranaense representou 4 vezes o superávit de seu comércio exterior e 27% do superávit comercial brasileiro, em 2009. A agricultura, com sua alta capacidade de resposta a baixo custo e em curto prazo, é a força dinâmica da indústria à montante (má-quinas, equipamentos, insumos etc.) e à jusante (transportes, processamento etc.), sendo essencial para a economia, especialmente dos mais de 200 municípios paranaenses com menos de 10.000 habitantes.

Apesar dos significativos ganhos de produtividade média da agricultura paranaense nos últimos 20 anos, os agricultores estão endividados, fruto do descasamento entre receitas e despesas. Por outro lado, coexistem no meio rural, segmentos com profundas diferenças de desempenho: uma parte representada pelo empresariado rural, eficaz e competitiva, que participa ativamente do mercado; um extrato de agricultores representados por parce-la da agricultura familiar, também participantes do mercado, mas com dificuldades de es-cala de produção, nível de capital e infraestrutura, e um outro contingente, elevado, com baixa condição de produção e, portanto, de baixa eficácia, praticante de uma agricultura de subsistência.

5.1.3 Objetivos de Governo1. Elaborar, em conjunto com fórum de representações dos agricultores, dos trabalhado-

res rurais e das instituições de pesquisa e orientação técnica, e a Agência Paraná de

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Desenvolvimento, o planejamento estratégico da agricultura paranaense para os próximos 10 anos.

2. Aperfeiçoar e promover um realinhamento da estrutura governamental, pactuando ações, metas e resultados a alcançar:

• Integrar e promover rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica;

• Sanidade plena, propiciando qualidade e competitividade aos produtos.

3. Melhorar a competitividade das atuais cadeias e estimular a definição de novos negócios, melhorando o equilíbrio regional do desenvolvimento, tendo por base prin-cípios de sustentabilidade econômica, social e ambiental, como elemento de agrega-ção de valor ao produto paranaense:

• Atrair novas agroindústrias;

• Apoiar arranjos organizativos e de negócio;

• Investir em infraestrutura e melhorar o gerenciamento logístico;

• Incentivar o estabelecimento de nova matriz produtiva;

• Investir na profissionalização dos diferentes recursos envolvidos nas cadeias;

• Ampliar o Programa de Irrigação Noturna dando consistência e abrangência em todo o Estado;

• Recuperar a capacidade produtiva dos recursos naturais, estabelecendo como dire-triz política a gestão por microbacias hidrográficas.

4. Promover a qualidade de vida no meio rural:

• Política de habitação e saneamento para o meio rural;

• Eletrificação e comunicação rural;

• Integração social das comunidades rurais;

• Apoio a produção de subsistência.

5. Assuntos fundiários:

• Apoiar a regularização com a titulação propriedades rurais e apoiar a União na rati-ficação dos títulos propriedades localizadas na faixa de fronteira;

• Emancipar, em conjunto com a União os assentados;

• Promover política de acesso a terra.

6. Promover e qualificar o abastecimento e a segurança alimentar e nutricional:

• Requalificar e ampliar a rede de centrais de abastecimento;

• Reestruturar e ampliar a política de acesso a alimentos básicos adequando o mode-lo do programa Armazéns da Família;

• Ampliar a compra pública de alimentos da agricultura familiar;

• Promover e acompanhar a comercialização de produtos alimentares com qualidade assegurada;

• Promover política de acesso a alimentação destinado a pessoas ou grupos em risco social.

5.1.4 Principais Propostas:

5.1.4.1 Rede Paranaense de Abastecimento e Segurança Alimentar

Integrar e coordenar a implantação de uma rede de abastecimento e segurança alimentar e nutricional de abrangência estadual é o grande objetivo desta proposta. Uma rede desta natureza deve contribuir para a transparência, competitividade e eficiência dos merca-dos agroalimentares, especialmente o de alimentos frescos com abastecimento regional de qualidade, a partir, inclusive, de centros de abastecimento, reconhecidos junto aos municípios como equipamentos urbanos com grande fluxo de pessoas e negócios, inte-grados às políticas de assistência social, segurança, saúde e educação. Deve, também, servir de referência à eficácia dos negócios, à diversificação de produtos e à segurança alimentar do país. Sua principal área de resultados, por outro lado, é garantir a segurança alimentar, facilitando o acesso a gêneros de primeira necessidade à população em risco sócio-nutricional atendida com políticas assistenciais compensatórias frente a questões emergenciais e de atenção à fome. Além disso, tais programas institucionais de segurança alimentar devem configurar ampla oportunidade para os produtos da agricultura familiar, na medida em que se abasteçam deles. Este processo deve receber o necessário apoio para que os produtos alimentares comercializados tenham qualidade assegurada a partir de tecnologias sempre mais sustentáveis.

Para isso, o Governo Beto Richa assume os compromissos de:

• Elaborar projeto para transformar as centrais de abastecimento em centros arti-culadores e aglutinadores das cadeias agroalimentares, criando um ambiente de integração, negócios, parceria, difusão de tecnologia, prática do comercio seguro, transparente, competitivo e eficaz;

• Desenvolver ações de integração e parceria dos mercados atacadistas com a pro-dução local e regional;

• Implantar um programa de profissionalização para gestores e mão de obra especia-lizada, com intercâmbio técnico e cooperação internacional para o desenvolvimento e modernização do mercado;

• Desenvolver projetos em parcerias para modernizar a infraestrutura logística;

• Estudar a ampliação e implantação de novas unidades atacadistas no interior do Estado;

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METAS DE GOVERNO60 BETO RICHA 2011 | 2014 61

• Apoiar a implantação e modernização de mercados públicos locais;

• Reestruturar e ampliar a política de acesso a alimentos básicos, às famílias de baixa renda, adequando o modelo do programa Armazéns da Família;

• Ampliar o Programa Leite das Crianças em todos os municípios;

• Firmar convênio com municípios apoiando a implantação das unidades de comer-cialização;

• Formar comitês locais de Alimentação e Nutrição;

• Monitorar e avaliar o consumo alimentar de frutas frescas, legumes, peixe e carne e sua evolução;

• Reformular a atual política do Banco de Alimentos, destinada à assistência alimen-tar, através da criação de espaços de concentração e mobilização para arrecadação de alimentos destinados a doação;

• Ampliar a compra pública de alimentos oriundos da agricultura familiar;

• Auxiliar os municípios na implementação da merenda escolar com a compra de produtos da agricultura familiar.

5.1.4.2 Assuntos Fundiários

Implantar uma política coordenada pelo Governo Estadual em parceria com a União, para agilizar a regularização fundiária e qualificar o acesso a terra, com recursos e políticas necessárias à emancipação e incorporação das famílias assentadas no processo de de-senvolvimento. Tal processo deve visar a inserção política e a inclusão deste segmento da sociedade ao desenvolvimento regional, contribuindo com a diminuição dos focos de conflito e com a implementação de uma política de acesso a terra. Deverão ser prioriza-das pequenas e médias propriedades em Regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH como, por exemplo, Vale do Ribeira, Centro, Centro-Sul, Cantuquiriguaçú e em faixas de fronteiras.

É possível projetar metas para regularizar com titulação 60.000 propriedades rurais e, em apoio à União, ratificar os títulos de 53.000 propriedades localizadas na faixa de fronteira, bem como emancipar 22.350 assentados, além de assentar 3.000 novas famílias.

Nessa linha, os compromisso do Governo Beto Richa são:

• Realizar o levantamento ocupacional de imóveis rurais nas áreas de abrangência para estabelecer, com segurança, sua titularidade, tendo em vista a sustentabilida-de socioambiental, firmando convênios com os Municípios e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, com essa finalidade;

• Dotar o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências – ITCG de recursos materiais, orçamentários e humanos, para viabilizar as ações do Estado na resolução dos processos de regularização fundiária;

• Promover ações anulatórias sobre ocupações de terras com registros irregulares e a regularização das áreas aos pequenos e médios produtores rurais ocupantes das mesmas;

• Articular politicamente e apoiar a União num processo de ratificação dos títulos das propriedades da faixa de fronteira, emitidos pelo Estado do Paraná;

• Agir em conjunto com a União, dentro do conceito de emancipação de todos os assentados, de forma planejada, delimitando prioridades, metas, tempo e ações, buscando integração ao desenvolvimento regional;

• Promover a dotação de crédito via programas de financiamento, para aquisição de terras, habitação, energia, saneamento e projetos produtivos;

• Estruturar uma política de crédito e assistência técnica aos agricultores assentados.

5.1.4.3 Apoio à Competitividade das Cadeias Produtivas

Nesta linha de ação é necessário estruturar um projeto que identifique os gargalos das principais cadeias produtivas e defina as ações necessárias para as cadeias potenciais.

Os resultados devem aparecer na forma de otimização das respostas de caráter econômi-co e social para as principais cadeias produtivas: eficiência logística, difusão e inovação tecnológica, profissionalização, remodelagem dos arranjos organizacionais, reflexos na reorganização institucional do Estado, sanidade plena, identificação de cadeias potenciais com o objetivo estratégico de diversificar e buscar novas oportunidades de negócio para os próximos 20 anos, indução de oportunidades de negócios às regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano e consolidação de um fórum com capacidade resolutiva com-partilhada entre as representações das cadeias e o Governo do Estado, capaz de assumir compromissos com a resolução de problemas e a exploração de oportunidades.

Para isso o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Implantar fórum que congregue Governo e representantes das cadeias produtivas;

• Diagnosticar as principais cadeias produtivas – soja, milho, frango, leite, bovino de corte, suíno, trigo, cana, produtos florestais, feijão, fumo, mandioca, café e horticultura;

• Elaborar plano de ação plurianual com ações corretivas para os principais entraves das cadeias;

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização com foco nas cadeias, mobilizando entre outros, a rede de Colégios Agrícolas, as Casas Familiares Rurais, o Sistema S e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Paraná –SESCOOP-PR;

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização com foco nas cadeias;

• Alavancar a melhoria do crédito rural, composição da dívida, seguro agrícola, fundo de aval;

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METAS DE GOVERNO62 BETO RICHA 2011 | 2014 63

• Garantir a sanidade plena com o Estado livre de aftosa, sem vacinação;

• Manter o estado sanitário do Programa Nacional de Sanidade Avícola, principal-mente em relação à Gripe Aviária e à Doença de New Castle;

• Dar ênfase ao Programa Nacional de Combate e Erradicação da Brucelose e Tu-berculose;

• Vitalizar o combate à raiva dos herbívoros por meio do controle sistemático da po-pulação de morcegos hematófagos;

• Criar entidade estadual de controle de qualidade e sanidade agropecuária

• Definir política conjunta, Governo e representações das cadeias, com ação efeti-va na melhoria ou manutenção do status sanitário de algumas espécies vegetais, através de: educação sanitária, certificação fitossanitária de origem, diagnósticos fitossanitários, fiscalização de trânsito e monitoramento da produção;

• Definir ação efetiva no padrão de qualidade, com foco no consumidor, observados os aspectos intrínsecos e extrínsecos dos produtos e processos de produção;

• Articular crédito para construção de armazéns (ampliar a capacidade de grãos em torno de 2,5 toneladas);

• Intensificar linhas de pesquisa, difusão e extensão para atender às demandas da agricultura familiar;

• Desenvolver pesquisas biotecnológicas para inovação e difusão de produtos;

• Desenvolver política de estímulo para inserção do Estado no desenvolvimento de nova matriz energética a partir de práticas sustentáveis de produção;

• Buscar inovações dentro de sistemas de produção de gestão integrada agroflores-tais e de integração lavoura-pecuária;

• Estruturar, em comum acordo com os segmentos das cadeias, canais de difusão tecnológica.

5.1.4.4 Gestão de Microbacias

O Paraná precisa recuperar sua condição de excelência nas estratégias de gestão da agri-cultura com o uso e manejo dos recursos naturais planejado por microbacia. O Governo e os setores produtivos agrícolas precisam direcionar o Estado para a produção sustentável atra-vés da gestão ambiental de microbacias hidrográficas até a consolidação de práticas ade-quadas de manejo em todo seu território, com papéis institucionais definidos e pactuados para a execução e acompanhamento das práticas entre o Estado, municípios e usuários.

As metas do programa devem voltar-se para a implantação de 60 consórcios intermunicipais para execução de política de estradas rurais, envolvendo todos os municípios do Estado e do-tando-os de patrulhas mecanizadas, visando a readequação das estradas rurais. É necessário, também, diagnosticar e elaborar os projetos de manejo para 2.000 microbacias hidrográficas.

• Para atingir essas metas o Governo Beto Richa assume:

• Elaborar o Plano de Gestão de Estradas Rurais para o Estado;

• Mapear os 110.000 quilômetros da malha viária rural e estruturar um banco de da-dos para dar suporte às ações políticas para o setor;

• Definir instrumento legal para regulamentação e estabelecimento dos consórcios intermunicipais para estradas rurais, com atribuições, responsabilidades das partes e formas de gestão;

• Dotar os consórcios intermunicipais de 60 patrulhas mecanizadas;

• Capacitar os consórcios na gestão, operação, manutenção e projetos de estradas rurais;

• Diagnosticar microbacias e elaborar projetos integrados de gestão, uso e manejo adequado dos recursos naturais;

• Capacitar as Prefeituras municipais e a assistência técnica local na elaboração de projetos e na gestão do uso de microbacias hidrográficas;

• Articular linhas de crédito para recuperação e manutenção das microbacias;

• Implementar ações de educação e fiscalização do uso do solo e da água;

• Desenvolver política de manejo ambiental para reduzir os níveis de resíduos em solos e água.

5.1.4.5 Melhoria da Vida Rural

As condições de vida no campo precisam melhorar com um projeto de promoção da qua-lidade da vida no meio rural, que atenda os 170 municípios do Paraná com Índices de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M entre 0,477 e 0,577, caracterizados por si-tuação de alta vulnerabilidade social, com ações em habitação, abastecimento de água, eletrificação, segurança alimentar e integração social. O programa visa contribuir para a melhoria dos indicadores sociais, tais como saúde, cidadania, organização e mitigar o êxodo rural para os centros metropolitanos.

Nesse sentido, são compromissos do Governo Beto Richa, em 4 anos:

• Priorizar, em conjunto com os municípios com Índices de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M entre 0,477 e 0577, os locais e famílias elegíveis com base em indicadores de vulnerabilidade social;

• Produzir 20.000 unidades habitacionais rurais;

• Promover melhorias de 45.000 unidades habitacionais rurais;

• Promover o abastecimento de água em 100 núcleos rurais;

• Instalar 100 sistemas de abastecimento de água, com beneficiamento de, no míni-mo, 10 propriedades rurais por sistema instalado;

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METAS DE GOVERNO64 BETO RICHA 2011 | 2014 65

• Apoiar 100 perfurações de poços tubulares para captação de água subterrânea;

• Construir nas comunidades rurais 300 galpões comunitários;

• Atender 100% da demanda de eletrificação rural nos 170 municípios do Paraná com Índices de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M entre 0,477 e 0,577;

• Dotar com linhas de crédito específicas de apoio à produção de subsistência, as famílias rurais consideradas em risco social;

• Apoiar com políticas públicas de inclusão social as comunidades tradicionais exis-tentes no Estado.

5.2 Assistência Social

5.2.1 Visão de FuturoNo Estado do Paraná, o problema da exclusão social e da pobreza tem gerado muitas de-mandas para todas as esferas de Governo ocasionando a fragmentação, o isolamento das políticas sociais e a sobreposição de ações que comprometem a eficácia da ação pública.

Este cenário requer a construção de um arranjo político-institucional voltado ao fortaleci-mento das economias locais, prioritariamente nas áreas consideradas críticas, adotando políticas sociais abrangentes e territorialmente diferenciadas.

É imprescindível adotar estratégias de ação localizadas e específicas para cada município do Estado e estruturar Redes de Proteção Social. Trabalhar as condições de pobreza, na perspectiva da proteção social, pressupõe que a população seja protagonista na constru-ção do projeto de sociedade.

A Política Pública da Assistência Social não pode, por si só, alterar os fatores que con-tribuem para a pobreza e a desigualdade social. Para uma efetiva gestão estadual da Política Pública da Assistência Social, propõe-se a implementação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, junto aos municípios, através da reorganização das ações e do atendimento aos requisitos da Política, nos aspectos de infraestrutura, gerenciais e financeiros.

Os encaminhamentos devem ser viáveis a curto, médio e longo prazos para que resultem na modificação e reversão dos indicadores sociais do Paraná, no fortalecimento das redes sócio-assistenciais, na qualificação dos serviços prestados às famílias e indivíduos e na melhoria da qualidade de vida das famílias paranaenses.

O que queremos para o Estado do Paraná é a consolidação da Política da Assistência Social para o fortalecimento dos municípios na gestão e na garantia de Proteção Social às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social.

5.2.2 Situação AtualNo último Governo do Estado do Paraná houve retrocesso na gestão da Assistência So-cial, que não desempenhou o seu papel de monitoramento e co-financiamento junto aos municípios, deixou uma lacuna que exigirá do Governo Beto Richa um intenso esforço e trabalho, para recuperar a Política Estadual da Assistência Social.

Em comparação com os Estados da Região Sul e São Paulo, o Paraná é o Estado que apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (0,787). Dos 399 municí-pios do Paraná, 296 estão num patamar inferior ao IDH do Brasil - 0,766.

Apenas 36% da população paranaense vive nos municípios com Índices de Desenvolvi-mento Humano mais elevados; a diferença de IDH no Estado oscila entre 0,856 de Curiti-

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METAS DE GOVERNO66 BETO RICHA 2011 | 2014 67

ba e 0,620 de Ortigueira. É nítida a precariedade social nos municípios da região Central do Estado, no Vale da Ribeira e na Região de Guaraqueçaba.

O Paraná ainda permanece entre os cinco estados brasileiros com alto índice de traba-lho infantil e exploração do trabalho juvenil. A proporção média de ambas as faixas etárias (7 a 17 anos) para o Paraná é de 16,9%, sendo superior à proporção nacional que é de 14%.

Destaca-se também, o aumento dos índices de violência infanto-juvenil, nos grandes Cen-tros, nas regiões fronteiriças e portuárias; e a exploração sexual de crianças e adoles-centes, com o Paraná ocupando o sétimo lugar no ranking nacional, com 82 pontos de exploração nas rodovias federais do Estado.

Os aglomerados metropolitanos respondem pelos contingentes mais elevados de famílias em situação de vulnerabilidade e risco social que vivem em áreas irregulares, com subem-prego, desemprego, sub-habitação e aumento crescente da violência urbana. O fenômeno de favelização já atinge municípios de médio e pequeno porte.

Os equipamentos de atendimento da Política da Assistência Social são mais ausentes em toda a região central do Paraná, principalmente na área rural. Com isso, resta à população mais empobrecida como única opção, morar nesses municípios menos valorizados e em consequência, sem acesso aos bens e serviços.

5.2.3 Objetivos de Governo1. Consolidar o Sistema Único de Assistência – SUAS, em todo o Estado do Paraná,

fortalecendo os municípios na Gestão da Assistência Social, na Garantia da Proteção Social a Famílias e Indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social

2. Estabelecer a Rede Paranaense de Proteção Social às Famílias em situação de vulnerabilidade social e ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna e outros

3. Combater o trabalho infantil

5.2.4 Principais Propostas:

5.2.4.1 Programa Família Paranaense

O Programa Família Paranaense é uma estratégia que articula políticas públicas de pro-teção social de várias áreas do Governo e providencia para que, em todas as Regiões, as famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, tenham acesso facilitado a elas. Este programa tem um novo formato político institucional e gerencial, que articu-la a elaboração e a gestão das ações envolvendo o Estado e os municípios. Tem como princípios norteadores a descentralização, o trabalho integrado das áreas de Educação, Saúde, Trabalho, Assistência Social, Habitação e outras, e envolve ativamente as famílias em contrapartidas como a manutenção das crianças nas escolas e a participação em pro-

gramas de preparação para o trabalho, com busca ativa e monitoramento por parte das equipes dos serviços públicos. O objetivo final do programa é a redução da situação de pobreza das famílias paranaenses.

O Governo Beto Richa assume o compromisso de operacionalizar o Programa Família Paranaense através de Equipamentos nos municípios do Estado do Paraná e dos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, articulando as Políticas Públicas no âmbito municipal e estadual, que irá:

• Melhorar as condições de vida das famílias paranaenses em situação de pobreza;

• Organizar a oferta de serviços, de forma articulada e intersetorial, otimizando os recursos e evitando a duplicidade das ações;

• Promover o protagonismo e a autonomia das famílias e das comunidades mais pobres;

• Ampliar o acesso aos serviços sócioassistenciais públicos;

• Fortalecer os vínculos familiares e comunitários;

• Buscar a identificação e redução das violações dos direitos assistenciais, seus agravamentos e reincidências;

• Prover orientação e proteção social às famílias e indivíduos, possibilitando-lhes a construção de novos projetos de vida;

• Fortalecer e articular as redes sociais de apoio às famílias e a promoção de sua inclusão no sistema de proteção social;

• Assegurar proteção social imediata e atendimento multiprofissional e intersetorial às famílias e indivíduos em situação de violência, visando sua integridade física, mental e social.

5.2.4.2 Serviços de Proteção Social Básica

O Governo Beto Richa irá apoiar os municípios na estruturação dos serviços de proteção social básica, inclusive na implantação dos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS, prioritariamente em municípios que não contam com esse equipamento.

5.2.4.3 Redes Regionais de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade

A Proteção Social Especial é a modalidade de atendimento sócio-assistencial destinada a famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos por ocorrência de violência física, psicológica, sexual e negligência; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medidas sócio-educativas e de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua e mendicân-cia; abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação e outras violações de direitos. Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de direitos, exigindo muitas vezes uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder

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METAS DE GOVERNO68 BETO RICHA 2011 | 2014 69

Judiciário, o Ministério Público e outros Órgãos.

São operacionalizados através dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS e de Equipamentos Governamentais e não-governamentais.

O Governo Beto Richa assume o compromisso de implantar Redes Regionais de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, que possibilitem às pessoas e famílias:

• Acessar os direitos e serviços assistenciais e as políticas públicas setoriais;

• Fortalecer os vínculos familiares e comunitários, bem como a orientação e proteção social às famílias e indivíduos;

• Identificar e reduzir as violações dos direitos sócio-assistenciais, seus agravamen-tos e reincidências;

• Atender de forma imediata e interdisciplinar a pessoas em situação de violência, visando sua integridade física, mental e social;

• Reduzir a permanência e incidência de pessoas em situação de rua e abandono;

• Acessar o Programa de Combate ao Abuso Sexual e Comercial de Crianças e Ado-lescentes a ser implantado em todos os municípios.

5.2.4.4 Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Estruturar uma rede de serviços para o atendimento a mulheres em situação de risco de morte ou ameaças, em razão de violência doméstica e familiar causadora de lesão, sofri-mento psicológico, físico, sexual e dano moral.

A Rede Solidária para Mulheres em Situação de Violência Doméstica do Paraná caracteri-za-se como serviços ofertados a mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em um espaço provisório de moradia e sobrevivência.

Tem como finalidade prevenir e evitar situações de violência, promover a autoconfiança e a auto-estima, o acesso aos serviços públicos e a preparação para reconstrução de uma vida independente, com condições para o próprio sustento e de seus filhos.

Será adotada uma estratégia intersetorial em âmbito estadual, regional e municipal, para potencializar e otimizar as ações realizadas pelos órgãos governamentais e não-governa-mentais, conformando a Rede Solidária para Mulheres em Situação de Violência Domés-tica do Paraná.

Para isso, o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Estruturar e potencializar redes de proteção intersetoriais voltadas às mulheres em situação de violência doméstica, em âmbito estadual, regional e municipal;

• Estabelecer parcerias com os municípios para estruturação das unidades de Aco-lhimento;

• Formalizar parcerias, através de convênios e contratos, com entidades e institui-

ções não governamentais que compõem a Rede de Proteção Social;

• Desenvolver ações intersetorias para o atendimento a mulheres em situação de violência, em especial com as políticas de saúde, assistência social, trabalho, segu-rança pública e educação.

5.2.4.5 Rede Solidária para Moradores de Rua

Estruturar e potencializar redes de proteção intersetoriais voltadas às pessoas em situa-ção de rua, em âmbito estadual, regional e municipal.

Tem por objetivo promover a inclusão social das pessoas em situação de rua, possibilitan-do o acesso aos serviços de proteção e segurança social e o restabelecimento de vínculos familiares e comunitários, buscando reduzir a ocorrência e a permanência de pessoas em situação de Rua e Abandono.

Para isso, o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Desenvolver ações intersetorias para o atendimento à população em situação de rua, em especial com as políticas de saúde, assistência social, trabalho, segurança pública e educação, visando a otimização dos recursos e o enfrentamento dos pro-blemas que atingem esta população;

• Estabelecer parcerias com os municípios para estruturação das unidades de Aten-dimento;

• Formalizar parcerias, através de convênios e contratos, com entidades e institui-ções não governamentais que compõem a Rede de Proteção Social.

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METAS DE GOVERNO70 BETO RICHA 2011 | 2014 7 1

5.3 Atenção Integral à Saúde

5.3.1 Visão de FuturoSaúde é um direito humano, importante para o desenvolvimento, pré-requisito para a es-tabilidade social e a sustentabilidade. Saúde é considerada um bem público e ocupa lugar central na agenda do desenvolvimento.

Os sistemas de saúde têm vários desafios operacionais, estruturais e de gestão para ga-rantir a proteção e o atendimento igual para todos e melhorar o acesso.

Um sistema de saúde precisa cuidar das pessoas para que não adoeçam, não apenas cuidar das doenças. O Paraná vive uma nova realidade epidemiológica e demográfica. Essa nova realidade configura uma situação de saúde conhecida como de tripla carga de doença (condições crônicas, condições agudas e eventos agudos causados pela violência interpessoal e pelos acidentes, principalmente de trânsito). Neste quadro, predominam as condições crônicas, contudo o modelo de atenção permanece voltado ao atendimento das condições agudas.

Os fatores contingenciais, as mudanças no estilo de vida das pessoas, o aumento de ex-pectativa de vida, a urbanização e a diminuição das taxas de fecundidade tem ocorrido de uma forma acelerada, enquanto as respostas necessárias do sistema público de saúde do Paraná têm sido muito lentas para dar conta de todo esse processo.

Isso exige uma mudança profunda no sistema público de saúde do Paraná, mudanças do ponto de vista de organização dos serviços e do modelo de atenção. Portanto, apenas um Governo com uma concepção de Estado a serviço do cidadão, atento aos seus interesses e às suas necessidades, organizado visando promover o bem estar e a justiça social, po-derá levar a saúde do Paraná ao século XXI.

Os objetivos principais do Plano de Governo para a saúde do cidadão do Paraná são: promover e proteger a vida, melhorar o acesso a Atenção Primária à Saúde, reduzir a mortalidade materno infantil, ampliar a longevidade e melhorar o atendimento e a resoluti-vidade da atenção à saúde em todo o Estado; tornando a população do Paraná uma das mais saudáveis do Brasil, por meio do estímulo à mudança do estilo de vida e da oferta de serviços eficientes e efetivos para toda a população.

Para isso, o Governo Beto Richa promoverá meios para tornar a Secretaria de Estado da Saúde uma instituição modelo de gestão da saúde pública no Brasil, adotando compro-misso com os princípios da Ética, Transparência, Cooperação, Equidade, Qualidade e Participação do Cidadão, para que a população tenha mais saúde e qualidade de vida no lugar onde mora.

A estratégia para alcançar esses objetivos do Plano de Governo é organizar as Redes de Atenção à Saúde nas 22 regiões de saúde do Estado do Paraná.

O quadro de pessoal constitui o pilar essencial da atenção à saúde da população. Nesse sentido, são fundamentais as políticas relacionadas a condições de trabalho, carreiras, sa-lários e desenvolvimento, através da educação permanente e continuada, de todos os tra-balhadores da saúde. Será compromisso do futuro Governador Beto Richa, envidar todos os esforços possíveis para avançar de acordo com estas diretrizes, das quais dependem a melhoria da situação de saúde da população do Paraná.

5.3.2 Situação AtualAo longo dos últimos anos a mortalidade infantil no Paraná apresentou declínio, porém essa redução tem sido lenta e desigual. Em 14 regiões no Estado e em 194 municípios, o coeficiente de mortalidade infantil apresenta-se acima da média do Estado, que foi de 12,5/1000 NV em 2009 (dados preliminares). De acordo com dados do Ministério da Saú-de em 2008 ocorreram 32,4 homicídios por 100 mil habitantes no Paraná, o que coloca o Paraná como o 6º Estado mais violento da federação. Outro dado que chama a atenção são as mortes por acidentes de transporte terrestre, o Paraná é o 5º Estado em número de mortes nas estradas.

Em 2008, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, 11,17% da população do Paraná tinha mais de 60 anos. Atualmente o Governo do Estado não tem ações ou programas destinados à promoção da saúde e estímulo ao envelheci-mento saudável.

Outro grave problema são as drogas, em especial o crack que passou a ser uma epidemia no Estado todo, ultrapassando fronteiras e classes sociais. O seu poder de destruição é devastador e as suas consequências atingem não apenas os seus usuários, mas toda a sociedade, pois, além de provocar a exclusão social e a desagregação familiar, também estimula a criminalidade.

Pesquisas revelam que grande parte da insatisfação dos paranaenses com o atual siste-ma de saúde está relacionada à demora e à dificuldade de acesso a consultas e proce-dimentos especializados e à falta de integração das unidades de saúde com os serviços de referência (hospitais e ambulatórios de especialidades). Não há mecanismos efetivos de agendamento de consultas especializadas e exames, tendo o cidadão que peregrinar pelos serviços em busca do atendimento de que necessita.

5.3.3 Objetivos de Governo1. Promover o acesso à atenção primária de saúde em todos os municípios

2. Melhorar o acesso a serviços especializados e à solução dos problemas de saúde para todos os cidadãos

3. Promover o atendimento eficaz ao pré-natal, parto e atenção ao recém nascido

4. Implantar programas de promoção de saúde e prevenção à violência em todo o Estado

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5. Implantar programa estadual de telesaúde (apoio ao atendimento a distância)

6. Implantar serviços especializados para o atendimento a usuários de drogas

7. Implantar ações de promoção ao envelhecimento saudável

8. Promover ações de melhoria na atenção à saúde das pessoas com deficiência

9. Aplicar integralmente a Emenda Constitucional nº 19 (12% dos recursos do Estado para Saúde)

5.3.4 Principais Propostas:

5.3.4.1 Atenção Primária à Saúde (APS)

Melhorar o acesso dos cidadãos aos serviços de atenção à saúde de qualidade e resoluti-vos é o maior desafio governamental no Paraná e um dos principais anseios da população.

A cobertura populacional de Saúde da Família no Paraná atingiu 52,4% em 2009; 45% dos municípios (180) já atingiram 100% de cobertura nessa modalidade de serviço. Entretanto, outros indicadores da atenção têm permitido concluir que, embora se tenha uma cobertura satisfatória da população, há problemas com a qualidade da atenção. Por exemplo, o nú-mero de casos de sífilis congênita aumentou 18,2% de 2007 a 2009, indicando problemas da atenção pré-natal, mesmo com a maioria das gestantes (81,8%) com mais de 7 consul-tas na gestação. Outro indicador que chama a atenção é que apenas 44,3 % das mulheres com lesão grave de colo de útero receberam tratamento e acompanhamento.

O Governo Beto Richa buscará, de forma incansável, em parceria com os municípios, a me-lhoria dos serviços de atenção primária à saúde, com a qualidade necessária e apta a resol-verem a maioria dos problemas nos locais onde são prestados. O Governo assume o compro-misso de melhorar os níveis de satisfação dos paranaenses com os seus serviços de saúde.

Desse processo, todos os 399 municípios do Paraná precisam participar. Ao Governo Estadual caberá:

• Apoiar os municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos;

• Ampliar o repasse estadual de incentivo financeiro, fundo a fundo, para custeio das equipes de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde, Unidades Básicas de Saúde / Equipes de Saúde da Família, com ênfase em municípios com menores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH, em municípios com assentamentos rurais, com baixa densidade demográfica e altos índices de pobreza (cobrir, em média, 25% dos custos das equipes da Saúde da Família);

• Melhorar a qualificação dos profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde nos municípios por meio de programas de educação permanente;

• Implantar o prontuário eletrônico;

• Organizar uma rede de segunda opinião e telesaúde para apoiar os profissionais médicos que atuam nos municípios, visando a qualificação da atenção, com a utili-zação da rede de fibra ótica existente atualmente em 240 municípios do PR.

5.3.4.2 Centros Regionais de Atenção Especializada

Ampliar a oferta de consultas, exames e procedimentos especializados nas 22 regiões de saúde diminuindo a lista de espera e os deslocamentos dos cidadãos para outras Regiões do Estado é o objetivo a ser atendido com essa proposta.

Grande parte da insatisfação dos paranaenses com o sistema de saúde está relacionada à demora e à dificuldade de acesso a consultas e procedimentos especializados e à falta de integração das unidades de saúde com os serviços de referência (hospitais e ambu-latórios de especialidades), o que faz o cidadão peregrinar pelos serviços em busca do atendimento de que necessita.

Para que o sistema seja apto a resolver os problemas mais complexos, é necessário di-minuir o tempo de resposta às necessidades dos paranaenses na atenção especializada.

Para isso, o Governo Beto Richa compromete-se com a implantação e o aperfeiçoamento de Centros Regionais de Atenção Especializada nas 22 regiões de saúde do Estado, de-senvolvendo as seguintes linhas de ação:

• Apoiar os consórcios municipais de saúde criando, em parceria, Centros Regionais de Atenção Especializada, em todas as regiões de saúde, que atenderão consultas e exames especializados, diminuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado;

• Investir em equipamentos para a realização de exames especializados (ultrassono-grafia, teste ergométrico, raios-X, tomografia e outros);

• Ampliar o acesso a exames de imagem, por meio da criação da central de laudos à dis-tância, permitindo a agilidade nos diagnósticos e evitando o deslocamento do cidadão;

• Promover mutirão para a realização de cirurgias de hérnias, próstata, varizes, fimo-se, amígdalas, adenóide, histerectomia, entre outras, em parceria com entidades médicas e hospitalares.

5.3.4.3 Mãe Paranaense

O Programa Mãe Paranaense tem o compromisso de repetir, em todo o Estado, o sucesso do Mãe Curitibana, que serve de modelo em todo o Brasil. Ele deverá garantir que a gestan-te paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames) e enca-minhamento para o atendimento às gestações de risco. Além disso, toda gestante ao iniciar seu pré-natal terá identificada uma maternidade para atendê-la em qualquer intercorrência da gravidez e no momento do parto (vinculação do parto). A atenção se estenderá também

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aos recém nascidos, monitorando todas as crianças de risco até 1 ano de idade.

O coeficiente de mortalidade infantil no Paraná em 2009 foi de 12,5/1000 nascidos vivos (dados preliminares). Embora a série histórica da mortalidade infantil tenha apresenta-do declínio, observa-se que essa redução nos últimos anos foi lenta e desigual. Em 14 Regiões no Estado e em 194 municípios, a mortalidade infantil apresenta coeficientes acima da média do Estado. Na Região Metropolitana de Curitiba a mortalidade infantil foi de 11,1/1000 nascidos vivos em 2009. Essa diferença deve-se à redução significativa da mortalidade infantil em Curitiba que, em 2009, apresentou um índice de 8,9/1000 nascidos vivos, o que contribuiu para a redução do indicador na Região. A Razão de Mortalidade Materna mostra tendência decrescente, porém com menor declínio do que o coeficiente de mortalidade infantil. No período de 1994 a 2008, o indicador variou de 91,30 (1.994) a 56,30(2.008) mortes a cada 100.000 nascidos vivos, indicando redução de 38,3%. Nota-se que o número absoluto de óbitos de gestantes em 2007 e 2008 foi igual (85 óbitos). Em 2009 a Razão de Mortalidade Materna foi de 38,8/100.000 no Paraná (dados preliminares).

Os dados acima sinalizam a necessidade premente de lutar para diminuir a mortalidade infantil e materna em todo o Estado. Todas as gestantes e crianças de risco, menores de 1 ano, dos 399 municípios do Paraná, precisam ser incluídas no programa, que deve buscar a redução de 20% da Mortalidade Infantil até 2014 e de 20% da Mortalidade Materna, até o mesmo ano. Esta tarefa deve envolver o esforço comum do Estado, dos municípios, dos prestadores de serviços e das sociedades científicas.

Para isso, o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Todas as gestantes paranaenses terão assistência no pré-natal com qualidade (consultas e exames);

• Toda gestante ao iniciar seu pré-natal terá identificada uma maternidade para aten-dê-la em qualquer intercorrência durante a gravidez e no momento do parto (vincu-lação do parto);

• Toda gestante terá o parto hospitalar garantido e as gestantes de risco serão vincu-ladas a uma maternidade apta ao atendimento de gestação de alto risco, com UTI adulto e Neonatal;

• Todas as crianças de risco serão acompanhadas até 1 ano de idade;

• A carteira da gestante e da criança será instituída em todo o Estado.

5.3.4.4 Rede de Atenção à Pessoa Idosa

A Rede de Atenção à Pessoa Idosa tem por objetivos estruturar a atenção integral e inte-grada à saúde da pessoa idosa, a partir da identificação dos fatores de risco de doenças e agravos, com o envolvimento da família e da comunidade no processo do cuidado e com a promoção de formação e educação permanente para os profissionais de saúde que trabalham com esta população, no Sistema Único de Saúde – SUS.

Em 2008, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, o Paraná tinha 1.193.654 pessoas com mais de 60 anos, o que representava 11,17% da sua população. Atualmente o Governo do Estado não tem ações ou programas destinados à promoção da saúde e ao envelhecimento saudável. Em 2006, no Estado, do total de óbi-tos por doenças do aparelho circulatório, 78,7% foram em pessoas com mais de 60 anos. Esse novo perfil epidemiológico reforça a necessidade de investimento na Atenção Primá-ria, para atuar de maneira mais eficaz sobre os fatores de risco e determinantes da saúde. As doenças crônico-degenerativas, de alta complexidade, fortemente determinadoras de sequelas, atingem uma população mais predisposta a comorbidades, mais susceptível a longas internações e mais propensa às suas complicações. Quanto mais cedo se interferir na história natural da doença, o sistema de saúde será mais eficaz e menor será o ônus (social, físico, mental e econômico) para o cidadão e para a sociedade.

Tal atuação visa identificar e promover os fatores de proteção e recuperação da saúde, au-mentando a longevidade e melhorando a qualidade de vida das pessoas idosas do Paraná.

Para isso, o Governo Beto Richa assumirá os seguintes compromissos:

• Em parceria com os municípios, estruturar a rede de modo a alcançar toda a popu-lação idosa do Estado;

• Estruturar os Centros Regionais de Atenção Especializada, com a implantação de equipes de atenção à Pessoa Idosa nas 22 regiões de saúde do Estado;

• Apoiar os municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável;

• Promover a ação intersetorial nas áreas de assistência social, cultura e esporte, lazer e atividade física.

5.3.4.5 Rede de Atenção Integral às Urgências e Emergências

O Paraná necessita implementar a Rede de Atenção às Urgências e Emergências em to-das as 22 regiões de saúde, estabelecendo atenção integrada neste campo, com encami-nhamento correto dos pacientes, considerando a unidade de atendimento adequada para o caso e que promova a assistência mais eficaz no menor tempo possível.

As primeiras causas de mortes no Paraná, em 2009, foram as doenças do aparelho cir-culatório, seguidas do câncer. O terceiro grupo de causas de mortes no Paraná são as causas externas (incluída a questão da violência). Em 2008 ocorreram 32,4 homicídios por 100 mil habitantes no Estado, de acordo com dados do Sistema de Mortalidade do Ministé-rio da Saúde, o que coloca o Paraná como o 6º Estado mais violento da federação. Outro dado que chama a atenção são as mortes por acidentes de trânsito. Neste caso, a taxa de mortalidade do Paraná, em 2008, foi de 30,6 óbitos por 100 mil habitantes, muito acima da média nacional de 19,8/100.000 habitantes no mesmo ano, posicionando o Estado como o quinto em número de mortes por acidente de trânsito.

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Face a essa realidade, é imperativo melhorar o acesso e diminuir o tempo de resposta nas situações de urgência e emergência, em todas as regiões do Estado.

Para isso o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Implantar Hospital Regional em Almirante Tamandaré;

• Implantar / implementar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) nas 22 regiões de saúde do Estado até 2014;

• Organizar o atendimento de urgência em todo o Paraná, para garantir que em todas as regiões do Estado a população tenha acesso a uma unidade de saúde, seja esta unidade fixa (Unidade de Saúde, Unidade de Pronto Atendimento, Pronto Socorro e Hospitais) ou móvel (SAMU e SIATE – Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), no menor tempo;

• Criar o Disque Urgência, um serviço integrado de atendimento às urgências e emer-gências para dar apoio às equipes municipais em qualquer situação de urgência no Estado, com profissionais preparados (médicos e enfermeiros) a orientar as equi-pes locais em qualquer situação de risco eminente de morte, tanto nos cuidados de suporte à vida e estabilização do quadro, como de transporte apropriado para o serviço de saúde mais adequado ao atendimento do necessitado;

• Investir em melhoria das estruturas físicas e de equipamentos dos hospitais para ampliação do número de leitos de UTI adulto e neonatal;

• Apoiar hospitais públicos e filantrópicos, por meio de parcerias, em todas as princi-pais cidades do Estado, tornando esses Hospitais especializados no atendimento ao trauma e emergências e às principais causas de morte (Acidente Vascular Ce-rebral e Infarto).

5.3.4.6 Centros de Recuperação para Usuários de Drogas

É necessária a reestruturação da atenção aos transtornos mentais no Paraná. Apesar de o Estado ter avançado na desospitalização, há muito que fazer para melhorar a assistência aos pacientes e suas famílias. Este é um exemplo típico de uma assistência focada no evento agudo, passada a crise, poucas alternativas de apoio familiar e do paciente estão estruturadas.

Nesse sentido, pretende-se apoiar a implantação de equipes comunitárias para trabalhar a promoção à saúde mental, a prevenção, o suporte aos pacientes, às famílias e à comunidade.

Considerando que as drogas em geral, com especial foco no alcoolismo e no crack, mere-cem uma atenção diferenciada, propõe-se a implantação de serviços especializados para lidar com estas situações, por meio dos Centros de Recuperação para Usuários de Drogas.

O Governo Beto Richa promoverá a integração de ações na área de segurança pública, educação e saúde para atuar na prevenção do uso, e implantará os Centros de Recupera-

ção para Usuários de Drogas, com foco especial para os usuários de álcool e crack.

Utilizar área física e o terreno do Hospital São Roque, localizado em Piraquara, para im-plantar o Centro de Recuperação para Usuários de Drogas, com foco especial no crack.

5.3.4.7 Rede Estadual de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência

Esta proposta visa à promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência, assis-tência integral à saúde e prevenção das deficiências.

São as seguintes ações a serem desenvolvidas:

• Atenção primária – implantar ações de prevenção às deficiências;

• Atenção secundária – atuação de equipe multiprofissional (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo) nas 22 regiões de saúde;

• Atenção terciária – ambulatorial e hospitalar para prestar atendimento nos casos de reabilitação. Colocar em funcionamento pleno o Hospital de Reabilitação do Paraná.

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5.4 Ciência, Tecnologia & Inovação

5.4.1 Visão de FuturoNa história dos povos e países o conhecimento sempre fez a diferença entre a miséria e a abundância, entre a independência e a subordinação, entre o desenvolvimento sus-tentável e o subdesenvolvimento crônico. Hoje, sobretudo, o desenvolvimento é tributário da educação e do conhecimento. Na sociedade do conhecimento e da tecnologia, são inúmeras as oportunidades que batem às portas das nações, mas nem todas se acham aptas a respostas proveitosas. O Brasil, com cada uma de suas unidades federadas, não pode manter, sequer como remota hipótese, a atitude desleixada de cuidar da educação, ciência, tecnologia & inovação como tema secundário de sua agenda. Nesse caso, in-clusive, gerando condições para que seja transposto o fosso que existe entre o mundo universitário e o empresarial para que a inovação e sua consequente agregação de valor aconteçam no mundo produtivo, de modo a beneficiar toda a sociedade com desenvolvi-mento sustentável. Nesta nova estratégia, as universidades e os institutos de pesquisa precisam ocupar um papel central.

Continua sendo motivo de orgulho o fato de as Universidades e os Institutos serem res-ponsáveis por mais de 90% de toda a produção científica do país. Tais índices são a mostra de que elas estão cumprindo a sua parte, produzindo pesquisa básica, formando recursos humanos para a sociedade, ao lado de importantes produtos com relevância tecnológica. Mas a pesquisa precisa multiplicar-se também nos setores produtivos e este é um importante desafio de uma política de ciência, tecnologia & inovação (C,T&I).

Um outro aspecto preocupante no processo de C,T&I é a interferência de Governos, na alocação de recursos, os quais, sendo muito escassos, deveriam ser aplicados em progra-mas prioritários para os Estados. O Governo deve ter suas prioridades, mas estas devem ser resultado de uma discussão com as respectivas lideranças das áreas com os recursos alocados por critérios conhecidos e claros, não sujeitos a discriminação de origem.

Considera-se hoje que, em especial no Paraná, os Institutos possuem a potencialidade de se tornarem as entidades que poderão representar a alternativa para tornar o Paraná um Estado tecnologicamente desenvolvido. De um lado, o sistema universitário aqui ins-talado (Instituições de Ensino Superior – IES Estaduais, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR e outras) faz do Paraná um dos Estados com maior po-tencialidade em termos de produção de conhecimento e formação de capital intelectual. É imprescindível, porém, que todo este potencial científico torne-se acessível à socieda-de através da sua transformação em tecnologia e inovação, nas várias áreas prioritárias definidas para tanto, o que pode ser desempenhado pelos Institutos, juntamente com os parques tecnológicos.

Os recursos devem ser aplicados pelos Institutos em Programas e Projetos Estratégicos de Ciência e Tecnologia, compreendendo todo o interior do Estado e moldando-se às vo-cações regionais já identificadas por estudos como o dos Setores Portadores de Futuro (FIEP), dos Arranjos Produtivos Locais e outros, promovendo a interiorização das ações em parceria com as Universidades, atuando como ponte entre a demanda por conheci-mento das empresas e a capacidade da oferta desse conhecimento das Instituições de Ensino Superior paranaenses. Nesse contexto, só uma agência cujos recursos, em termos de volume e continuidade de repasse, independam dos humores governamentais, poderá cumprir a contento seu papel de gestora do conhecimento do Estado.

5.4.2 Situação AtualNo passado o Paraná já teve uma estratégia de desenvolvimento. Um consciente e con-sistente projeto paranaense de desenvolvimento foi posto em marcha nas décadas de 60 e 70. Este projeto deu direção e velocidade ao processo de crescimento e mudança estrutural da base produtiva do Estado, proporcionando através da urbanização, o cres-cimento da renda e emprego e consequentemente melhorando a qualidade de vida dos paranaenses.

As universidades estaduais criadas naquele período tinham como papel central a formação de recursos humanos necessários ao desenvolvimento do Estado. As décadas seguintes vão presenciar a clareza deste caminho escolhido, que avançou com a industrialização da região metropolitana de Curitiba (RMC) e com a agroindustrialização no interior do Estado. Um distrito industrial (Cidade Industrial de Curitiba – CIC) planejado e construído nos anos 70 na cidade de Curitiba atraiu grandes plantas nacionais privadas e empresas estatais.

Em paralelo a este processo de industrialização, a transformação da base técnica da agro-pecuária criou as condições locais para o desenvolvimento de um moderno e competitivo sistema agroindustrial.

Conjuntamente à expansão e ao adensamento da estrutura produtiva do Estado uma im-portante infraestrutura de energia, transporte rodoviário e ferroviário, portos, bancos de fo-mento como Banco de Desenvolvimento do Estado do Paraná – BADEP e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, bancos comerciais como BAMERINDUS e instituições públicas de pesquisa e desenvolvimento como Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR e Instituto de Tec-nologia do Paraná – TECPAR, foram progressivamente implantadas no Estado para dar suporte a este processo de transformação estrutural da economia paranaense.

As bases técnicas deste verdadeiro bloco de desenvolvimento implantado no Estado nos últimos 50 anos estavam assentadas principalmente no conhecimento científico da quími-ca, da biologia e da física. Foram principalmente as inovações introduzidas no agronegó-cio e na metal-mecânica que deram direção e velocidade ao processo de crescimento e mudança estrutural da economia do Paraná.

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Esta estratégia, se de um lado foi exitosa do ponto de vista de agregação de valor e em-prego, hoje está esgotada. O grande desafio a ser enfrentado pela sociedade paranaense na atualidade é avançar em seu processo de desenvolvimento tendo como eixo a inova-ção e a sustentabilidade.

Um debate importante tem ocorrido nos meios acadêmicos do Paraná nos últimos anos sobre a necessidade de se construir uma nova estratégia de desenvolvimento paranaense assentada no desenvolvimento científico e tecnológico e na inovação. De um lado esta discussão reconhece os avanços que o sistema de C&T teve nos últimos 50 anos, mas por outro lado considera ser necessário novas prioridades de política pública a fim de criar condições para um salto qualitativo no setor e também no desenvolvimento do Estado. Nesta nova estratégia as universidades e os institutos de pesquisa precisam ocupar um papel central. Por outro lado, se o Paraná já constitui um conjunto de instituições públicas e privadas necessárias para o avanço da inovação e da prática da sustentabilidade, não existe ainda por parte dos empreendedores locais e suas entidades, uma demanda clara por parcerias com as universidades / institutos de pesquisas, nem de outro lado as insti-tuições de ensino e pesquisa tem clareza das vantagens que a integração universidades e instituições de pesquisa com o setor produtivo podem lhes trazer.

O isolamento destas instituições é ainda muito forte. As características da especialização produtiva que estimulam as empresas a comprar as inovações de que necessitam e a produção científica desfocada das necessidades de desenvolvimento regional/local nas universidades, complicam ainda mais esta aproximação. Pouco se avançou nos últimos anos na elaboração e implementação de políticas públicas coerentes e consistentes vol-tadas à superação deste desafio. Esta fragilidade fica patente, por exemplo, na fragilidade das políticas públicas de apoio aos arranjos produtivos locais (APLs) do Estado. Para que ocorra esta maior conexão entre a universidade / institutos e as empresas locais, é preciso que um sistema de incentivos seja gerado. O papel mais importante neste processo é o de mobilização dos atores locais, para que juntos trabalhadores, empresários e Governo repactuem as bases desta nova estratégia de desenvolvimento sustentável para o Paraná. O foco na trajetória de aprendizado e inovação, com base numa interação mais ampla entre agentes públicos e privados não pode estar ausente na agenda paranaense dos pró-ximos anos. Uma revisão do arcabouço legal também pode ser adequada, implementando novos meios de interação universidade-empresa como, por exemplo, a Lei de Inovação do Estado, Leis municipais específicas para setores vocacionados etc.

No Paraná, embora o artigo 205 da Constituição do Estado tenha determinado o índice de 2% da receita tributária a ser aplicado em pesquisa, este número jamais foi praticado na sua totalidade. Pior que isso, a lei 12.020, de 12 de janeiro de 1998, que regulamentou o referido preceito constitucional, determinou que, dos 2% previstos, 1% seria aplicado em dinheiro e a outra metade em ativos do Estado, supostamente para lastrear o Fundo. Além de não ter ocorrido qualquer aplicação em ativos após 8 anos de vigência da lei, há dificuldade em se contar com um repasse que corresponda efetivamente a 1%, sem men-

cionar que o desembolso das parcelas não é contínuo, sofrendo permanentes soluções de continuidade.

Um dos riscos mais perversos que a C&T pode sofrer é a descontinuidade de recursos, mais do que o volume aplicado. É comum grupos de excelência perderem sua capacidade de produzir ciência devido à interrupção no fluxo de recursos, motivada, muitas vezes por contingenciamentos. Tem-se considerado a continuidade das políticas e dos financiamen-tos até mais importante que o volume de recursos empregados. Portanto, a adesão de todos os atores do espectro administrativo do Estado será crucial para a estabilidade da política de C&T.

5.4.3 Objetivos de Governo1. Organizar e apoiar o sistema estadual de inovação como suporte para o desenvolvi-

mento sustentável paranaense

2. Promover uma ampla rede paranaense de pesquisa e inovação através de políticas de desenvolvimento econômico nos setores estratégicos da biotecnologia (agrícola, avícola, florestal, saúde), indústria alimentar e energias renováveis

3. Fomentar o desenvolvimento da ciência e tecnologia a partir das instituições acadê-micas e de pesquisa

4. Promover a ampliação estratégica do ensino superior

5. Ampliar o acesso às redes digitais de conhecimento

6. Potencializar a articulação das universidades com a gestão estadual e municipal

7. Criar incentivos para que as universidades e institutos de pesquisa trabalhem em par-ceria com os arranjos produtivos locais na solução dos gargalos tecnológicos e de mão de obra

8. Promover a continuidade da inovação nas cadeias já instaladas como setor metal-mecânico e de tecnologias da informação e comunicação

9. Moldar o Sistema de Inovação por conceitos de Inovação Aberta, que permitem uma maior integração e interação do Governo, Academia, Setor Privado e Terceiro Setor

10. Entender o posicionamento estratégico e competitivo do Paraná face ao Brasil e ao Exterior, necessitando elevá-lo à categoria Classe Mundial

11. Entender o Sistema de Inovação como base do desenvolvimento humano, do cidadão paranaense, de sua qualidade de vida, empregabilidade e renda

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METAS DE GOVERNO82 BETO RICHA 2011 | 2014 83

5.4.4 Principais Propostas:

5.4.4.1 Lei de Ciência, Tecnologia & Inovação do Paraná

O Estado do Paraná necessita rever a Lei 12.020, promulgada em 1998. O emaranhado jurídico dos inúmeros meios de regulação e controle dos entes e finanças públicas, fez com que a referida Lei fosse tendo sua eficácia reduzida e sujeita a diversos questiona-mentos. A nova lei precisa superar a existência de duas agências de fomento à pesquisa (FA e UGF), concentrando o financiamento da pesquisa numa única agência; os percen-tuais de destinação dos recursos do Fundo precisam ser redefinidos, com base numa proporção para a agência de fomento e outra para os Institutos Tecnológicos e espaços de interação entre a produção científica das universidades e o setor produtivo, bem como o foco nos arranjos produtivos locais precisa ser equacionado.

Nesse sentido, o Governo Beto Richa assume os compromissos de:

Promover amplo debate com todos os segmentos interessados na questão de ciência, tecnologia & inovação no Paraná, para formular uma nova proposta de Lei para a questão;

Encaminhar mensagem à Assembléia Legislativa com o teor da proposta de consenso;

Estimular e assessorar a mesma dinâmica no que diz respeito a leis municipais, asso-ciadas a projetos de planejamento urbano para constituição de ativos do conhecimento (tecnoparques, tecnopolos, incubadoras etc.).

5.4.4.2 Rede Paranaense de Ciência, Tecnologia & Inovação

O Estado do Paraná precisa revitalizar seu sistema de ciência & tecnologia focando a inovação como fator indispensável de competitividade e desenvolvimento econômico e social e orientando-a para o uso racional do patrimônio natural e para a valorização da biodiversidade, visando a sustentabilidade dos ecossistemas do Paraná. A rede não pode “abandonar” cadeias já instaladas como a metal-mecânica e as de meios como as Tecno-logias da Informação e Comunicação – TIC.

Sem descuidar dos avanços das cadeias já instaladas, é necessário ampliar a definição das áreas estratégicas para o desenvolvimento do Estado, contemplando a regionaliza-ção, com a respectiva agregação, formação ou atração das competências necessárias nas distintas situações.

Tal sistema deve ser dotado de uma institucionalidade em rede, com o Estado desenvolven-do um grande esforço de coordenação do provimento das condições mínimas necessárias para o avanço do setor, a exemplo da Lei de Ciência, Tecnologia & Inovação já referida, com ampla participação e cooperação de todas as partes interessadas. Em última instância, a Rede deve servir aos legítimos interesses de todas elas, alinhados num conjunto de obje-tivos pactuados de desenvolvimento integrado em escala Estadual, atendidos os distintos aspectos regionais, e integrado a um projeto nacional de inserção mundial do Brasil.

Os Institutos de Pesquisa, que renasceram no cenário nacional como uma segura alter-nativa para possibilitar a relação entre os pesquisadores das universidades e o setor pro-dutivo, tem importante papel a cumprir nessa Rede. O Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Instituto Tecnológico – SIMEPAR e o Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR devem ser induzidos a atuarem como ligação das universidades e do setor produtivo.

Nesse processo, a massa crítica científica representada principalmente pelas Instituições Públicas de Ensino Superior deve ter seu aproveitamento potencializado, com o melhor alinhamento de seus quadros de pesquisa, equipamentos e instalações, aos dos Institu-tos, somando esforços e criando sinergias a partir de projetos comuns de alta relevância.

Para cumprir o papel do Estado o Governo Beto Richa compromete-se a:

• Incentivar os mecanismos de participação da sociedade na formulação das políticas de C,T&I;

• Apoiar a estruturação de redes e de serviços tecnológicos de âmbito estadual e re-gional, visando assessorar e acompanhar empreendimentos de cunho tecnológico;

• Promover a expansão qualificada e diversificada das oportunidades de oferta de ensino superior, orientada a partir de um planejamento de prioridades, inclusive com a criação de um programa pró-universidade estadual;

• Ofertar cursos de graduação e pós-graduação visando à formação de recursos hu-manos para as áreas estratégicas do Estado;

• Desenvolver estrutura adequada de informação, ampliando as condições de acesso e uso de tecnologia para os distintos segmentos da sociedade, inclusive comple-tando a instalação da infovia de fibra ótica da Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL em todo o Estado;

• Patrocinar editais públicos de incentivo à inovação que valorizem as instâncias mu-nicipais / regionais / locais, envolvendo-os no esforço do desenvolvimento susten-tado;

• Estimular a formação de grupos e redes de pesquisa temáticas e interdisciplinares;

• Celebrar parcerias com agências federais, visando a inserção das instituições e pesquisadores nos programas, em especial no que tange aos Fundos Setoriais;

• Induzir uma maior participação do setor empresarial nos dispêndios de C,T&I, me-diante mecanismos de parceria;

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de Governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação.

5.4.4.3 Portal Paraná Inovação

A proposta prevê o desenvolvimento de uma ferramenta importante para a divulgação dos ne-gócios do Estado na forma de um portal eletrônico de produtos e serviços de base tecnológica.

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O Portal Paraná Inovação, além de se constituir como um instrumento de divulgação servi-rá de base para a catalogação e gestão da engenharia e disseminação de conhecimentos produzidos em nosso Estado, além ainda, de servir como ferramenta de integração dos sistemas nacionais, locais ou regionais de inovação e de promoção da “Marca Paraná”.

Os compromissos básicos do Governo Beto Richa com a proposta serão:

• Mapear os ativos tecnológicos disponíveis de forma georreferenciada;

• Estabelecer as bases para construção de um catálogo digital com os ativos tecno-lógicos;

• Desenvolver o Portal Paraná Inovação.

• Moldar o Sistema de Inovação por conceitos mais avançados como os de Inovação Aberta, que permitem uma maior integração e interação do Governo, Academia, Setor Privado e Terceiro Setor.

• Entender o posicionamento estratégico e competitivo do Paraná face ao Brasil e ao Exterior, necessitando elevá-lo à categoria Classe Mundial.

• Entender o Sistema Inovação como base do desenvolvimento humano, do cidadão paranaense, de sua qualidade de vida, empregabilidade e renda.

5.5 Cultura

5.5.1 Visão de Futuro

“Cultura é vida pensada” Professor Alfredo Bosi

Pensar uma vida melhor para os paranaenses é a premissa que norteia o plano para a área da Cultura. Numa visão contemporânea, a Cultura não é entendida apenas como pro-dução artística, mas principalmente como sentimento de pertencimento a um grupo social. No Paraná esse sentimento encontra-se adormecido, consequência de anos de abandono e descaso, anos de poucos investimentos, anos de nenhuma discussão, anos de ausência da ação do Estado e falta de atendimento às demandas do setor. É hora de pensar uma revolução real – e mensurável – da rica diversidade cultural do Paraná. Revolução que terá de ser construída ao longo de, no mínimo, um período de Governo, ao custo de muito trabalho, decisão política e vontade coletiva de avançar.

Rica e diversa, a Cultura conserva viva a contribuição daqueles que fazem do Paraná um Estado de muitos povos. Índios, filhos desta terra, colonizadores portugueses e espanhóis, os africanos, aos quais se somaram imigrantes de todos os continentes e migrantes brasi-leiros de vários Estados. Em busca de ouro, de pastagem, de pouso, de lavoura, de traba-lho ou de paz, trouxeram consigo crenças, língua, culinária, arte, conhecimento. A força do Paraná é a soma de suas diferenças. São as diferenças, mais do que as igualdades, que o tornam um Estado único – e assim deve ser tratado. A Cultura, mais do que qualquer outra ação indutora do Estado, deve primar pela diversidade de enfoques e de ações.

Diversidade cultural no Paraná é sinônimo de identidade, não de rivalidade. As diferenças, neste Estado, aproximam. O paranaense é amistoso, gentil e generoso, pacífico por natu-reza. Se a Cultura pode ser considerada o amálgama desta sociedade, valorizá-la, mais que justo, é necessário. E que tal valorização se compreenda no sentido mais amplo da palavra, e se torne ação efetiva. Ação que recupera, ação que promove, ação que financia, ação que garante a perpetuação dos bens culturais – materiais e imateriais. Ações que, juntas, celebrem a Cultura deste Estado, rico e diverso. Que permita, enfim, que a inquie-tação se materialize na busca por um caminho melhor numa sociedade ainda tão desigual.

A política cultural do Estado, portanto, deve ser pautada por uma visão humanista, capaz de responder a uma questão central: por que a Cultura, a educação e o conhecimento têm um papel relevante na sociedade moderna? E que papel é esse? De imediato, são dois aspectos a serem considerados na ação cultural de hoje: Cultura e Desenvolvimento. Aspectos que nos impõem novos paradigmas da gestão e política cultural e a busca de no-vas respostas, particularmente respostas que nos indiquem um caminho a seguir – posto

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que nossa proposta de política cultural está ligada a um projeto de formação de cidadãos conscientes, críticos, informados e autônomos para decidir seu destino.

Este plano propõe gerir a Cultura fortalecendo suas três dimensões essenciais, a saber:

1. Cultura como manifestação da identidade coletiva – é a Cultura como valor em si, como criação de beleza, como componente fundamental para a vida do cidadão, preservando tudo aquilo que já foi construído e aquilo que se constrói no mundo con-temporâneo. Para isso, é vital que o Estado oferte condições para que os criadores continuem a produzir, a oferecer a todos sua visão de mundo. O Estado tem aqui papel significativo na preservação e difusão das manifestações culturais, porque a cultura tem valor em si mesma e é importante para toda a sociedade, independente de ser incluído ou excluído.

2. Cultura como ferramenta de inclusão – é a Cultura como possibilidade de valori-zação de populações ou de pessoas excluídas ou pouco valorizadas. Essa dimensão tem papel relevante na inclusão das comunidades marginalizadas, sem acesso aos bens, serviços e produtos culturais, porque a Cultura tornou-se, na sociedade moder-na, um valor exclusivo para as classes privilegiadas. A Cultura, em última instância, tem papel fundamental na valorização do ser humano.

3. Cultura como valor de mercado – é a chamada indústria cultural, a economia da Cultura, que tem papel vital, mas que não pode sobrepor-se às demais. Estimular a economia da Cultura é uma forma de construir e consolidar as duas outras dimensões, embora cada uma deva ser tratada levando-se em conta suas peculiaridades.

O Paraná tem história, tradição, formação e talentos em todas as linguagens culturais para ser referência no Brasil. Mas a realidade não corresponde ao imenso potencial já compro-vado. É possível mudar este quadro – resgatando o esplendor do passado e acrescentan-do os desafios do futuro. O Paraná pode fazer muito mais – e melhor. A gestão e a ação cultural do Paraná precisam mudar de patamares – do abandono ao reconhecimento, do improviso ao planejamento, da concentração à descentralização, da exclusão à inclusão, da informalidade à organização, de periférica a estratégia. Ao término de um período de um governo, o Estado terá uma estrutura física modificada para dar maior dinâmica ope-racional, um conjunto de regras de fomento adequadas à realidade atual, um universo de produtores sintonizados com a demanda do Estado, e uma equipe de gestores qualifica-dos e motivados para gerir a cultura do Paraná.

5.5.2 Situação AtualNo Paraná, diversidade cultural é sinônimo de identidade. A Cultura conserva viva a con-tribuição daqueles que construíram o Paraná, desde o seu início até os dias presentes. Nesse sentido verifica-se que algumas oportunidades foram negligenciadas na gestão da Cultura ao longo dos últimos anos. As políticas públicas de fomento à Cultura têm nos me-canismos de incentivo sua principal estratégia de democratização do acesso aos recursos

e de difusão dos bens culturais decorrentes. As Leis de Incentivo, nas diferentes escalas de Governo, garantem a realização de projetos culturais, atendendo a demanda de produ-tores e das comunidades, evitando a perpetuação de clientelismos.

A gestão da Cultura no Paraná há muito deixou de ser prioridade, excluída que foi de qualquer planejamento estratégico – se é que já houve algum. Como consequência de su-cessivos Governos indiferentes ao setor, a Cultura perdeu recursos do orçamento público, carece de uma política de fomento clara e perene, não conta com os instrumentos legais de apoio – como o Conselho Estadual de Cultura –, possui poucos e deteriorados equipa-mentos e o corpo gerencial da Secretaria de Estado da Cultura encontra-se desmotivado. Dados disponíveis revelam uma estrutura envelhecida, pouco capacitada e concentrada na capital, relegando o restante do Estado a uma situação de abandono inaceitável para uma população com rica e diversificada atividade cultural. Para se ter um parâmetro da demanda reprimida, somente em Curitiba a média de projetos que buscam incentivos na Lei Municipal gira em torno de 1.200 por ano.

Não há, no Paraná, um programa de incentivo à Cultura ou uma Lei de Incentivo que dê suporte à realização de projetos culturais, ou outro mecanismo que resolva o problema do financiamento à produção e circulação de bens culturais e artísticos, e para a preservação do patrimônio cultural. O Paraná também carece de um programa consistente de difusão dos bens culturais, hoje limitado em função da pouca capilaridade de estrutura e equipa-mentos culturais. Por fim, o Paraná precisa de um modelo de gestão que prime pela qua-lidade física dos equipamentos culturais, pela eficiência administrativa, e pela capacidade de viabilizar fontes alternativas de financiamento.

Em última análise, a gestão cultural no Estado não tem um Plano de Cultura cuja ação de valorização seja compreendida no sentido mais amplo e que se torne de fato ação. Ação que recupera, ação que promove, ação que financia, ação que garante a perpetuação dos bens culturais – materiais e imateriais. Ações que, juntas, celebrem a Cultura deste Estado, rico e diverso. Tal quadro impõe uma intervenção forte e emergencial por parte do Poder Central do Estado para recolocar a Cultura no patamar desejado. Uma análise mais apurada da realidade revela o grau de desprezo com que o Governo Estadual trata a gestão da Cultura. A relação de deficiências é extensa. Dentre elas, destacam-se:

1. Orçamento insuficiente para atender a demanda por serviços e produtos culturais – apenas 0,34% do orçamento total do Estado. O Projeto de Emenda Constitucional PEC 150, em tramitação no Congresso Nacional, propõe para Estados um percentual mínimo de 1,5% do orçamento global;

2. Inexistência de um programa de fomento à cultura – lei estadual que institua política de incentivo/financiamento, fundo de cultura, mecenato subsidiado;

3. Os Conselhos Estaduais não estão consolidados junto à comunidade cultural – alguns estão legalmente constituídos, mas inativos;

4. Alguns equipamentos necessitam de restauro/revitalização urgentes – em especial o

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Centro Cultural Teatro Guaíra;

5. Não há programas de gestão focados na melhoria e na ampliação do quadro ou capa-citação das equipes;

6. Inexistência de qualquer programa de descentralização das ações culturais – o interior do Estado encontra-se completamente desassistido;

7. Inexistência de Conselhos Curadores e/ou artísticos para orientar programação e con-teúdo para os espaços e grupos artísticos – a decisão é excessivamente centralizada.

A inoperância está consolidada em patamar crítico. Não se percebe, desde há muito, qual-quer movimento para reverter o quadro de apatia que se abateu sobre o setor. Tampouco há esperança de que isso ocorra no curtíssimo prazo, posto que ações minimamente eficazes exigem discussão e tempo para sua adoção – condições que o atual Governo não reúne. Nem mesmo a existência formal de cinco Conselhos Estaduais dá conta de promover os avanços prementes que a sociedade cobra. Até porque os Conselhos ou não foram nomeados ou não são convocados a opinar. Instrumentos importantes para definir a política cultural e orientar os investimentos, os Conselhos coroam uma burocracia ine-ficiente e descomprometida com Cultura, ferramenta crucial para o desenvolvimento de qualquer sociedade.

São seis os Conselhos existentes na estrutura cultural do Estado, a saber:

1. Conselho Estadual de Cultura

2. Conselho Estadual de Editoração

3. Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico

4. Conselho Estadual do Sistema Estadual de Museus

5. Conselho Estadual das Regionais de Cultura

A manutenção, ampliação e/ou eliminação dessas estruturas de assessoramento e apoio vai depender de ampla discussão com toda a sociedade, particularmente com as entida-des de classe ligadas ao setor cultural e a comunidade em geral. É boa prática adminis-trativa direcionar os exíguos recursos públicos para as atividades fim e não em estrutu-ras burocráticas intermediárias que, mesmo eficientes, não cumprem a função pública de garantir a todos os paranaenses o acesso irrestrito aos bens culturais. O orçamento da Secretaria de Estado da Cultura caiu de R$ 120 milhões em 2009 para pouco mais de R$ 81 milhões em 2010, o equivalente a apenas 0,34% do orçamento total do Estado.O corte foi de 35%. Uma demonstração inequívoca de que a atual administração não pre-za a Cultura – e justamente num ano em que a arrecadação voltou a crescer após a crise econômica mundial.

Não sem razão, os principais programas e projetos sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura sofrem de um mal agonizante: a falta de recursos para dar conti-nuidade aos seus planos de ação. Os principais programas e projetos que precisam de urgente amparo são:

1. Rede Estadual de Cinemas – Recuperação e equipamentos de cineteatros municipais (Andirá, Apucarana, Arapongas, Castro, Guaíra, Jacarezinho, Lapa, Loanda, Londri-na, Morretes, Ponta Grossa, Rio Negro e União da Vitória);

2. Música nos museus – com agenda limitada a poucos espaços;

3. Guaranis e as Reduções Jesuíticas no Território do Paraná – que aguardam por divul-gação no Estado;

4. Paraná – Caminhos da História e da Arte – programa de fruição do acervo dos museus paranaenses em outros municípios, museu itinerante;

5. Paraná Fazendo Arte – para estimular a produção artística e o intercambio cultural;

6. Paraná da Gente – destinado a valorizar a identidade cultural do Paraná (pesquisa e divulgação de seus resultados);

7. Mostra Paranaense de Artes Visuais – tímida para a demanda do Estado;

8. Ligado na Cultura – rede a partir das bibliotecas;

9. Biblioteca Cidadã – implantação aquém da meta estabelecida.

O corte no orçamento destinado à Cultura afeta também a programação do conjunto de 11 museus mantidos pelo Governo do Estado, que se revelam tímidos na difusão da produ-ção cultural paranaense. São os seguintes os espaços geridos pelo Estado:

1. Casa Andrade Mucicy

2. Museu de Arte Contemporânea

3. Museu Paranaense

4. Centro Juvenil de Artes Plásticas

5. Museu Alfredo Andersen

6. Museu da Imagem e do Som

7. Museu do Expedicionário

8. Casa João Turin

9. Sala do Artista Popular

10. Museu Oscar Niemeyer

11. Museus Virtuais

5.5.3 Objetivos de Governo1. Adotar postura inovadora e transparente na reformulação de processos e ações

inclusive com parcerias

2. Promover a ampliação do acesso aos bens culturais

3. Promover a produção artística

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4. Estimular a descentralização da cultura no Estado

5. Implantar programa de Fomento à cultura

6. Instituir conselhos artísticos e curadores

5.5.4 Principais Propostas:A gestão da cultura no Paraná exige de imediato, pelo menos, quatro intervenções por parte do Estado. A saber:

1. A inadiável discussão, construção e implantação de uma política cultural para orientar a ação do Poder Público neste vital setor para a sociedade;

2. A necessária discussão, criação e imediata operacionalização de um moderno arca-bouço institucional e legal dos mecanismos de apoio à execução da política cultural;

3. A discussão e aprovação – ao longo de 2011 – de um programa de fomento à cultura;

4. A estruturação de um programa de descentralização dos bens culturais.

Por isso, o candidato Beto Richa propõe em seu Plano de Governo um conjunto de ações para dar respostas efetivas a estas demandas do setor. Sua implantação depende muito mais de uma decisão política do que de recursos – ainda que seja premente rediscutir os valores his-toricamente destinados ao setor –, como é possível perceber no detalhamento das propostas:

5.5.4.1 Organização Institucional

Será criado o Sistema Estadual de Cultura, por meio de legislação específica a ser enca-minhada à aprovação da Assembléia Legislativa até o segundo semestre de 2011. Grupos de trabalho instituídos pela Secretaria de Estado da Cultura, com integrantes indicados pela comunidade cultural, pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo formularão a proposta de minuta do projeto de lei.

O Sistema Estadual de Cultura confere ao Estado as condições mínimas necessárias para integrar o Sistema Nacional de Cultura, que permitirá acessar recursos e apoio federais para programas e projetos na área de cultura.

O Sistema será composto por:

• Conselho Estadual de Cultura, a ser composto paritariamente por representantes da comunidade cultural, da sociedade civil e do Poder Executivo;

• Conselhos Regionais de Cultura, a serem compostos paritariamente por represen-tantes da comunidade cultural de cada regional de cultura, dos órgãos municipais de cada regional de cultura, da sociedade civil e do Poder Executivo;

• Plano Estadual de Cultura, a ser discutido e elaborado em sinergia com o Plano Nacio-nal de Cultura e com base nas proposições setoriais encaminhadas pela comunidade cultural e pelo Fórum das Entidades Culturais, e submetido a consulta/audiência púbica;

• Programa Estadual de Fomento à Cultura/Lei de Incentivo, que instituirá as ferra-mentas necessárias para o fomento à cultura e estabelecerá a modalidade de edital público como meio de acesso aos recursos públicos. Preverá, pelo menos, o Fundo Estadual de Cultura, o Mecenato Subsidiado e o controle dos recursos de Lei Rou-anet das empresas estatais;

• Conferência Estadual de Cultura, a ser realizada anualmente, como instância de elaboração de diretrizes para a política cultural do Estado.

5.5.4.2 Sistemas Setoriais de Apoio

A estrutura atual da Secretaria de Estado da Cultura exige uma atualização dos seus ins-trumentos de controle e gestão, com o fortalecimento dos sistemas setoriais existentes e a criação de um novo, o do audiovisual, conforme descrito a seguir:

a) Fortalecer o Sistema Estadual de Museus, com a finalidade de:

• Criar grupos de pesquisa permanente nas áreas de atuação de cada museu do Sistema;

• Instituir o conselho de acervos permanentes para definir critérios de aquisição, bem como rubrica orçamentária específica;

• Criar programa permanente de conservação e restauro dos acervos públicos, pre-vendo rubrica orçamentária específica;

• Criar programa permanente de digitalização dos acervos dos museus, disponibili-zando-os em base de dados do Sistema Estadual de Museus para acesso público;

• Criar programa para facilitar a troca de conteúdo entre os museus do Sistema e outras instituições nacionais e internacionais;

• Criar programa de exposições itinerantes, arte-educação, linha editorial e divulga-ção das ações desenvolvidas pelos museus do Sistema;

• Implementar calendário anual de atividades, otimizando a programação dos mu-seus do Sistema;

b) Fortalecer o Sistema de Bibliotecas Públicas do Paraná, com a finalidade de:

• Ampliar a rede com a implantação e a inclusão de novas bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios;

• Implantar ações na área de incentivo à leitura, com projetos de médio e longo prazo conduzidos por mediadores de leitura;

• Criar nas bibliotecas da rede ambiente para fruição/formação de/em outras lingua-gens artísticas;

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METAS DE GOVERNO92 BETO RICHA 2011 | 2014 93

• Implantar o programa permanente de aquisição de acervo de acordo com as neces-sidades indicadas pelo Programa “Paraná Lê”, a ser criado, e da curadoria realizada por comissão técnica instituída por decreto;

• Integrar o Sistema Estadual ao Plano Nacional do Livro e Leitura.

c) Criar o Sistema do Estadual do Audiovisual, com a finalidade de:

• Regulamentar a produção, distribuição e exibição da produção cinematográfica pa-ranaense;

• Estimular a distribuição e lançamentos de filmes nacionais nas salas de cinema do Estado;

• Estabelecer parcerias para a criação e desenvolvimento dos cursos voltados à pro-fissionalização na área do audiovisual;

• Manter e aperfeiçoar o Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo do Paraná, criando sub-categorias;

• Incentivar a realização de Festivais de Cinema em conjunto com as entidades re-presentativas da área;

• Criar a Film Commission do Paraná e dar-lhe plena divulgação;

• Levantar as potencialidades naturais, técnicas e de infraestrutura no Estado para atrair a produção audiovisual;

• Criar plano de incentivo para produções audiovisuais nacionais e internacionais no Paraná;

• Promover o acesso das salas de cinema do Paraná à produção local e nacional, incentivando a formação de platéias.

5.5.4.3 Conselhos Setoriais de Apoio

A gestão pública da cultura deve contar com instâncias de decisão que, a um só tempo, funcionem como apoio à administração central e democratizem o acesso aos bens e ser-viços culturais. Por isso este Plano de Governo propõe:

a) Criar o Conselho Artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, com a finalidade de:

• Estabelecer calendário anual para os grupos artísticos, respeitando os seus respec-tivos projetos curatoriais;

• Avaliar e propor a retomada das produções do Teatro de Comédia do Paraná;

• Avaliar e propor a retomada do Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, recupe-rando sua posição no calendário de grandes eventos internacionais da área;

• Avaliar e propor parcerias com outros centros culturais no sentido de promover a circulação dos grupos artísticos no Paraná, no Brasil e no exterior;

• Avaliar e propor nova agenda cultural para o espaço, priorizando o calendário dos grupos artísticos e produções paranaenses;

• Criar a Companhia Paranaense de Ópera e respectivo coro;

• Criar programa de montagens do TCP em outros municípios e descentralizar o Prê-mio Gralha Azul;

• Criar o Centro de Experimentação e Difusão da Dança.

b) Criar o Conselho Curador do Museu Oscar Niemeyer (MON), com a finalidade de:

• Democratizar a agenda do Museu;

• Manter o padrão de atendimento ao público;

• Manter a qualidade da programação;

• Criar programa de itinerância do acervo;

• Propor reestruturação dos quadros permanentes;

• Criar o Espaço dos Artistas Paranaenses;

• Integrar as ações do MON aos demais museus do sistema;

• Rever o contrato de gestão com a entidade responsável pela administração do MON.

c) Criar o Conselho Curador da Rádio e TV Educativa, com a finalidade de:

• Estabelecer o plano organizacional de funcionamento e controle das atividades das emissoras;

• Avaliar e propor conteúdo editorial, com prioridade à educação e cultura, em progra-mas noticiosos, musicais, informativos, de debates, de dramaturgia etc.;

• Avaliar e ampliar as parcerias com com o MIS, com emissoras estatais e/ou públicas e com produtores independentes de outros Estados da Federação e de outros países;

• Avaliar e propor produção local na área de dramaturgia e abrir espaço para a sua transmissão;

• Avaliar e propor padrão de qualidade técnica em sintonia com a evolução tecnológi-ca, acompanhada por um alto padrão artístico de produção e apresentação.

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METAS DE GOVERNO94 BETO RICHA 2011 | 2014 95

5.5.4.4 Patrimônio Cultural

Nenhuma sociedade pode apagar seu passado. Ao contrário, preservando-o e entendo-o é que ela poderá construir seu futuro em bases sólidas. Entender o que nossos antepas-sados pensavam e faziam é elementar para traçar os rumos do desenvolvimento que que-remos, corrigindo eventuais desvios e apropriando-se dos benefícios do mundo moderno. Por isso o Plano de Governo de Beto Richa para o patrimônio cultural propõe:

a) Elaborar o Programa de Registro e Preservação do Patrimônio Cultural do Paraná, com a finalidade de:

• Mapear e documentar o patrimônio cultural do Paraná – material e imaterial –, crian-do o programa permanente de inventário e pesquisa para levantar exemplares ar-quitetônicos, catalogar paisagens culturais (urbanas, naturais e sonoras) e registrar expressões culturais populares;

• Estimular a preservação do patrimônio cultural por meio do programa de oficinas re-gionais de educação patrimonial e ação educativa em parceria com os municípios, prevendo ações dirigidas também aos proprietários de imóveis tombados;

• Estabelecer incentivos fiscais e construtivos;

• Capacitar artífices para o trabalho de restauro;

• Inventariar áreas com potencial turístico, explorando bens patrimoniais com vistas à elaboração de roteiros culturais;

• Criar projeto de publicações sobre patrimônio, definindo linhas de pesquisa, insti-tuindo pelo menos uma revista semestral do patrimônio cultural e concursos anuais temáticos de monografias;

• Atualizar a Lei Estadual 1.211/53, por meio de regulamentação específica, estimular a criação de mecanismos legais estaduais de preservação do patrimônio;

• Incentivar a preservação de material audiovisual, por meio do fortalecimento do MIS - Museu da Imagem e do Som.

5.5.4.5 Difusão Cultural

Nenhuma política cultural terá razão de ser se não estabelecer um programa de difusão e circulação dos bens culturais, direito de todos. Para isso faz-se necessário:

a) Elaborar o Plano de Difusão de Bens Culturais, com a finalidade de:

• Criar programa permanente de divulgação e de circulação de produtos e serviços culturais por meio da TV Educativa, Rádio Educativa, espaços culturais, publica-ções e internet;

• Criar programa de itinerância da produção/programação do Centro Cultural Teatro Guaíra;

• Criar programa de itinerância das atividades/programação do Museu Oscar Niemeyer;

• Criar programa de circulação de produtos e serviços culturais entre as regionais de cultura;

• Criar ambiente de relações institucionais visando a circulação e distribuição dos produtos e serviços culturais paranaenses por meio dos Territórios da Juventude;

• Identificar e/ou edificar estruturas físicas para receber os bens culturais em circulação;

• Estimular a criação e manutenção de Bandas Municipais;

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais.

5.5.4.6 Manifestações Culturais Populares

As manifestações culturais populares constituem a essência do modo de vida de uma sociedade e a forma como se relaciona com os demais grupos sociais – locais, nacionais e internacionais. Estimular sua preservação, difusão e transmissão às futuras gerações do conhecimento necessário a sua perpetuação é tarefa do Poder Público, por meio da adoção de políticas específicas para este fim. O Plano de Governo de Beto Richa para a cultura propõe:

a) Criar o Plano de Pesquisa e Desenvolvimento das expressões culturais po-pulares, com a finalidade de:

• Ampliar a pesquisa e o registro das expressões culturais populares, disponibilizan-do seu acesso on-line;

• Promover ações de sustentabilidade do artesanato e do folclore paranaense;

• Promover oficinas visando a transmissão de conhecimento dos mestres da cultura popular;

• Promover o resgate e a valorização das culturas tradicionais do Paraná;

• Apoiar e promover a atividade circense, por meio da criação da Companhia Para-naense de Circo.

5.5.4.7 Gestão da Cultura

A política cultural que se pretende construir no Paraná requer uma gestão profissionali-zada, fundada em metas de produtividade e equilíbrio na distribuição dos recursos públi-cos destinados ao fomento à cultura. Além de escassos, os recursos disponíveis para a cultura no Paraná têm distribuição desigual, com boa parcela destinada ao Museu Oscar Niemeyer, que, embora mantenha elevado nível de qualidade em sua programação, não justifica o abandono das demais áreas.

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METAS DE GOVERNO96 BETO RICHA 2011 | 2014 97

Diante deste quadro, este plano propõe:

a) Elaborar o Plano de Gestão da Cultura, com a finalidade de:

• Criar programa permanente de implantação, revitalização e manutenção dos espa-ços culturais;

• Ampliar o circuito da Rede Estadual de Cinemas;

• Ciar programa de reestruturação e valorização dos quadros permanentes das uni-dades vinculadas;

• Criar a Escola de Formação e Capacitação na área cultural;

• Gerir o Programa de Fomento à Cultura;

• Estabelecer a distribuição de recursos para fomento por meio de editais públicos;

• Criar o cadastro de profissionais e prestadores de serviços na área cultural;

• Estabelecer diálogo permanente com a comunidade cultural;

• Pesquisar periodicamente as demandas/necessidades culturais;

• Criar programa de parcerias com entidades públicas e privadas;

• Criar programa de fomento para projetos voltados a portadores de necessidades especiais;

• Aperfeiçoar os processos e procedimentos administrativos e financeiros de aplica-ção dos recursos;

• Criar o Centro Documentação Cultural para registro da memória do Estado;

• Criar e disponibilizar sistema de informações da economia da cultura como estrutu-ra de produção, oportunidades, empregabilidade e demais benefícios.

5.5.4.8 Descentralização da Gestão da Cultura

a) Elaborar Plano de Gestão Descentralização da Cultura, com a finalidade de:

• Criar os Escritórios Regionais da Cultura e dotar as estruturas de orçamento para atender as demandas de projetos culturais das cidades em cada regional;

• Criar programas de apoio para manutenção e programação de espaços culturais dos municípios: bibliotecas, cinemas, teatros, centros culturais etc.;

• Estabelecer política de itinerância regional, estadual, nacional e internacional;

• Criar calendário estadual e programa de apoio aos grandes festivais.

5.6. Desenvolvimento Econômico Sustentável

5.6.1 Visão de FuturoAs propostas para as distintas áreas que englobam conceitualmente o Desenvolvimento Econômico Sustentável, inseridas num Plano do Governo, necessariamente devem cobrir um amplo espectro, procurando-se a maior integração possível com todos os agentes e arranjos produtivos, nas suas mais diferentes formas de organização, para o campo e para as cidades.

Significa considerar os distintos potenciais e características sociais e econômicas regio-nais, para fins de planejamento e investimentos públicos e privados; definir o real papel do poder público, sobretudo com o necessário diálogo com as diversas lideranças locais, que são as responsáveis pela geração de riquezas e de importantes postos de trabalho nos mais distintos segmentos dos complexos produtivos; entender o processo de organização dos distintos segmentos produtivos, avaliando níveis de atuação diferenciados para a pro-moção de avanços sociais e econômicos, tendo como referencial as conquistas obtidas ao longo dos anos para definir a adequada aplicação dos recursos públicos e o acervo científico e tecnológico existentes, fomentando o desenvolvimento de forma harmônica e sustentável; e coordenar a atuação das instituições governamentais, segundo um plano de ações inseridas nas propostas de Beto Richa para o Governo do Paraná (2011 - 2014), voltadas ao desenvolvimento do Estado como um todo e de suas Regiões.

Para a consecução dos principais objetivos que envolvem o Desenvolvimento Econômico Sustentável, o Plano do Governo Beto Richa procurou traduzir os anseios dos parana-enses (setores acadêmicos, técnicos da área pública, consultores e membros do setor produtivo), abrangendo os segmentos mais desenvolvidos (que carecem de políticas de sustentabilidade e expansão para novos mercados), além das microrregiões economica-mente deprimidas, merecedoras de planos de ação integrados para um maior dinamismo regional, através da identificação de vocações; qualificação da mão-de-obra e promoção das potencialidades, em busca da redução das desigualdades.

No contexto das ações propostas para o Governo Beto Richa, considerou-se a expansão da base produtiva, com a devida utilização do conhecimento para a promoção da inova-ção tecnológica, que se impõe como prioritária, inclusive quando consideradas as ativida-des produtivas ligadas ao setor agrícola, compreendendo os seus diferentes segmentos. A síntese é apresentar o Paraná como o destino ideal para novos investimentos produti-vos, potencializando a “Marca Paraná”.

5.6.2 Situação AtualO Paraná é um Estado com desenvolvimento econômico concentrado, com desigualdades entre as diferentes porções de seu território, algumas relevantes, com indicadores de ca-

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METAS DE GOVERNO98 BETO RICHA 2011 | 2014 99

rência, mesmo nas porções com os melhores desempenhos econômicos e institucionais, conforme os estudos técnicos realizados em 2007 pelo Instituto Paranaense de Desen-volvimento Econômico e Social – IPARDES, nos documentos denominados “Diagnóstico Socioeconômico” dos Territórios Ribeira, União da Vitória, Vale do Ivaí, Paraná Centro, Norte Pioneiro, Centro-Sul, Cantuquiriguaçu e Caminhos do Tibagi, resumidos a seguir:

No âmbito da dinâmica demográfica, as tendências observáveis estão presentes em todos os oito territórios, tais como a queda da fecundidade e o grau de envelhecimento da população. Os territórios apresentam uma predominância relativa do sexo masculino, fenômeno observável nas sociedades rurais.

A escolaridade aparece como um importante desafio para os gestores, pois as taxas de analfabetismo, ainda são expressivas em todos os territórios. Além disso, o número médio de séries concluídas indicou uma taxa correspondente ao Ensino Fundamental incompleto.

A economia agrária continua sendo a base econômica dos territórios Centro-Sul, Norte Pioneiro, Paraná Centro e União da Vitória. Do ponto de vista da ocupação, o setor agro-pecuário abrigava 48,6% do total dos ocupados no território Centro-Sul, 42% no Norte Pioneiro e 37,6% no de União da Vitória. No território Paraná Centro 75% dos municípios tinham mais de 50% das ocupações no setor agropecuário. A representatividade econômi-ca dos territórios Vale do Ivaí, Cantuquiriguaçu e Caminhos do Tibagi deve-se à evolução da produção agropecuária. Do ponto de vista da ocupação, no território de Cantuquirigua-çu mais da metade encontrava-se no setor agropecuário. Já nos territórios de Vale do Ivaí e Caminhos do Tibagi o setor agropecuário detinha aproximadamente um terço das ocu-pações. A representatividade econômica do território da Ribeira deveu-se à indústria, que participa com 40,7% do valor adicionado. Esse resultado é impulsionado pelo município de Rio Branco do Sul, responsável por 55% do Produto Interno Bruto – PIB da região. Do ponto de vista da ocupação, a maior parte concentra-se no setor agropecuário.

O Produto Interno Bruto per capita dos territórios considerados apresenta números infe-riores à média do Paraná. Os casos mais críticos são Guaraqueçaba, Imbaú, Santa Maria do Oeste, Quitandinha, Campo Magro, Altamira do Paraná, Itaperuçu, Laranjal e Piraqua-ra, cujos valores da renda per capita não ultrapassaram a marca de R$ 4 mil no exercício de 2004. Nesse aspecto, a renda é um dos indicadores que mais reforçam a fragilidade dos territórios. Observou-se que as classes sem rendimento e as que recebem até 1 salá-rio mínimo são predominantes em todos eles.

No território do Vale do Ivaí há preponderância de atividades agropecuárias e agroindus-triais, sobressaindo, também, o ramo de vestuário. Outras atividades, como a indústria alcooleira, apresentam perspectivas promissoras. Complementarmente ao fortalecimento dos segmentos já existentes e nesse sentido pode-se citar a indústria local de baterias e acumuladores para veículos. No território do Cantuquiriguaçu preponderam as atividades agropecuárias ou de base florestal. A diversificação da base produtiva do território poderá passar pelo fortalecimento da indústria de vestuário, responsável por um expressivo nú-

mero de postos de trabalho formais. Adicionalmente, para as atividades agropecuárias e agroindustriais, sugerem-se medidas voltadas à intensificação das transações com outros mercados. No território Centro-Sul identificou-se dez atividades econômicas, com pre-domínio das atividades relacionadas à agricultura ou ao complexo madeireiro-papeleiro. O crescimento passará pela diversificação da estrutura produtiva, tornando a economia local menos vulnerável a oscilações da renda gerada pelo setor primário e pela indústria de base florestal. Nesse sentido, pode-se citar o crescimento da fabricação de produtos cerâmicos para a construção civil. No território do Norte Pioneiro identificou-se a especiali-zação em atividades agropecuárias e agroindustriais com relevante presença, também, de empreendimentos dos ramos de vestuário e de insumos para a construção civil. Ressalta-se que, no período 1995-2005, alguns segmentos voltados à produção agrícola anotaram decréscimo do estoque de empregos com carteira assinada, o que pode estar relacionado à mecanização e/ou à substituição de lavouras. No território Paraná Centro identificou-se resultados proeminentes relacionados ao cultivo da soja, serviços relacionados com a pecuária, silvicultura, exploração florestal, engarrafamento e gaseificação de águas mine-rais e fabricação de papel. No território da Ribeira a especialização em atividades ligadas aos segmentos de minerais não-metálicos e à exploração florestal. O desenvolvimento de ramos econômicos complementares a essas atividades, além de viável, promoveria a diversificação da economia local. A promoção de segmentos não fortemente amparados no consumo de recursos naturais é desejável, como a indústria de vestuário, cuja ge-ração de postos de trabalho vem crescendo os últimos anos. No território do Caminhos do Tibagi há preponderância de algumas atividades agropecuárias ou de base florestal. A diversificação da base produtiva do território poderá passar pelo fortalecimento de ativi-dades como a da indústria de produtos cerâmicos para a construção civil. A promoção da complementaridade produtiva, por meio do incentivo a segmentos dedicados ao proces-samento de determinadas matérias-primas produzidas no território, constitui outra frente a ser incrementada.

No território de União da Vitória percebe-se resultados expressivos relacionados à agri-cultura, ao complexo madereiro-papeleiro, ao segmento de materiais de construção e à produção de xisto – nesse último caso, restrito a uma única unidade industrial, localizada em São Mateus do Sul. O adensamento da base produtiva passa, necessariamente, pela diversificação. O melhor aproveitamento do ramo agroindustrial, especificamente o abate de animais, aparece como alternativa, uma vez que esse segmento vem apresentando contínua expansão no Paraná. Referindo-se a importância da dimensão institucional no processo de desenvolvimento local e regional identificou-se que os ativos institucionais estão presentes em todas as regiões. No entanto, a distribuição inadequada denota uma concentração em algumas, acarretando:

1. A redução das oportunidades para todos, na medida em que induz aos deslocamentos entre municípios, trazendo ônus financeiro e pessoal aos estudantes;

2. Dificuldades de integração das instituições de ensino com os segmentos produtivos,

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em busca do estabelecimento de políticas de inovação;

3. A oferta também concentrada e insipiente de cursos profissionalizantes de formação específica, uma das mais importantes demandas do mercado de trabalho atual, no campo e nas cidades.

Por outro lado, de acordo com o documento produzido no Fórum Futuro 10 Paraná, com ideias e proposições para o desenvolvimento do Estado, apresentamos a seguir as princi-pais sugestões no que se refere diretamente ao desenvolvimento econômico:

Por um enfoque eminentemente regional, o encontro de Ponta Grossa, que abrigou repre-sentantes das regiões dos Campos Gerais e do Norte Pioneiro, encaminhou maior número de preocupações com as áreas de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

No evento de Londrina,que reuniu 55 municípios, os assuntos destacados foram: espírito empreendedor, participação popular e parcerias.

Na reunião ocorrida em Maringá, o associativismo e o cooperativismo tomaram conta dos debates.

Em Foz do Iguaçu, elegeram o meio ambiente como tema estratégico para o desenvolvi-mento do Extremo Oeste e Sudoeste paranaense.

Em Cascavel, as lideranças indicaram a necessidade de inversões em formação de mão de obra qualificada e de incentivo ao cooperativismo na Região Oeste.

Em Umuarama, representantes de 70 municípios apontaram o turismo, a preservação do meio ambiente e a acentuação da adição de valor à produção primária, como opções a serem trabalhadas para a ampliação dos níveis de emprego e renda da região Noroeste.

Em Guarapuava, os participantes do Fórum sugeriram as parcerias municipais e a cria-ção de uma agência de desenvolvimento, como forma de elevar a participação da região Centro-Sul na geração de renda e emprego do Estado.

Na etapa de Curitiba, destacou-se a qualificação profissional, a efetivação de pesquisas de ponta pelas Universidades e a formação de cidadãos conscientes, como temas que devem ancorar o desenvolvimento regional nos próximos dez anos.

5.6.3 Objetivos de Governo1. Criar a Agência Paraná de Desenvolvimento

2. Implantar políticas inovadoras e compartilhadas de fomento e incentivos fiscais para o desenvolvimento sustentável, incentivando-se inclusive a integração interna-cional da economia

3. Promover a integração e o adensamento de cadeias produtivas na agricultura e na indústria, buscando-se o fortalecimento dos arranjos produtivos locais

4. Incentivar a instalação de novas empresas e cooperativas em setores de maior agregação de valor, buscando-se inclusive a formalização da economia

5. Assegurar um adequado fluxo de recursos de crédito fundiário para empreendi-mentos viáveis

6. Implantar novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos

7. Desenvolver e consolidar em parceria com todas as partes interessadas a Marca Paraná

8. Incentivar a aplicação da Lei Geral da Pequena e Média Empresa

5.6.4 Principais Propostas:

5.6.4.1 Agência Paraná de Desenvolvimento

A proposta trata da reorganização do arcabouço institucional de fomento ao desenvolvi-mento sustentável com inovação no Estado do Paraná, a partir de uma unidade central de coordenação, com a finalidade de gerir todas as questões vinculadas à competitividade, integração, promoção e atratividade empresarial do Estado do Paraná. As ações de tal entidade devem incluir a prospecção, implantação e manutenção de investimentos e esta-belecimentos produtivos; o desenvolvimento de projetos e programas para o aumento de competitividade das empresas instaladas no Estado, inclusive desenvolvimento de proje-tos para a captação de recursos e integração com os sistemas ou redes de financiamentos das atividades econômicas; a gestão de informações e do conhecimento relacionadas a negócios e a atratividade do Estado do Paraná; a Gestão de Grupos ou Câmaras Técnicas Setoriais de viabilização, agilização e manutenção de negócios. Pela natureza da matriz econômica do Paraná, o setor Agropecuário terá natural destaque na Agência.

Os resultados a serem atingidos pelas ações coordenadas pela agência estarão relaciona-dos à promoção de novos negócios, estruturados e inseridos na estratégia de distribuição ideal de investimentos produtivos no Paraná, com foco em fortalecimento dos arranjos produtivos existentes com promoção de adensamentos de cadeias na agricultura e na indústria (clusters); ao desenvolvimento regional com foco no planejamento estratégico do Estado, fomentando recursos para os projetos prioritários; às ações coordenadas e centralizadas de captação de recursos para expansão e manutenção da base produtiva; à estruturação de Grupos ou Câmaras Técnicas Setoriais para viabilização e manutenção de demandas das unidades produtivas do Estado; ao estabelecimento de referências para a localização de novas atividades baseada nas vocações e potencialidades regionais e a índices ou indicadores de desempenho econômico regional.

Como forma de estabelecer um canal permanente de diálogo entre o meio empresarial, acadêmico e o poder público, em torno do direcionamento das políticas de desenvolvi-mento econômico e consolidar a competitividade sistêmica e regional é necessária a cria-ção do Conselho de Desenvolvimento Econômico, com todos os segmentos de repre-sentação do sistema produtivo, universidades e o poder executivo e legislativo estadual. O Conselho destinará assentos para os órgãos e entidades estaduais que tenham relação

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com o fomento das atividades econômicas, bem como às direções dos demais Conselhos existentes, como os de Desenvolvimento Industrial, Comércio Exterior, das relações de Emprego, Trabalho e Renda, e outros.

O Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) é um instrumento financeiro do Governo do Estado, com a finalidade de apoiar programas e projetos de desenvolvimento eco-nômico e social de interesse do mesmo. No caso, a proposta básica é promover sua reestruturação como fundo de natureza garantidora e sustentável, para incrementar o es-tabelecimento de empresas estratégicas no Estado, visando aumento do produto e valor adicionado, acréscimo de emprego e renda, diminuição das desigualdades regionais e fortalecimento da “Marca Paraná”.

Para alavancar o conceito de Agência de Desenvolvimento o Governo Beto Richa assumi-rá os seguintes compromissos:

• Encaminhar ao Legislativo Projeto de Lei criando o Conselho e alterando as finalida-des e natureza do Fundo de Desenvolvimento Econômico (ampliação da finalidade para fundo de aval);

• Criar o Programa Investe Paraná, levantando a pauta de importações de produtos dos mercados nacional e internacional e apresentando as possibilidades aos em-preendedores do Estado e a investidores internacionais, para consolidar o Paraná como destino de investimentos produtivos originários dos grandes Blocos Econô-micos;

• Criar o Programa Exporta Paraná, para disseminar a cultura exportadora através da capacitação de empresários e apresentar as ferramentas e facilitadores nos proces-sos de exportação, fortalecendo a “Marca Paraná” para além dos limites territoriais do nosso Estado e país;

• Implementar, no Programa Exporta Paraná, acordos de cooperação científica, técni-ca e econômica viabilizando o intercâmbio técnico institucional entre organismos de Governos; atuando como ponto focal e de apoio aos empresários locais na busca pela inserção no mercado internacional; estimulando a participação do Estado em redes internacionais de cooperação; promovendo ou apoiando missões e rodadas de negócios e induzindo a formatação de consórcios setoriais de exportação;

• Ampliar esforços para abertura e manutenção de espaços para os produtos pa-ranaenses, principalmente em grandes mercados, em países com as economias estáveis ou em países que estão com as suas economias em expansão;

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Pa-raná dentro da lógica dos centros de logística integrada, setorial ou regional, bem como promover os eventos de comercialização, festas e feiras de produtos;

• Implantar o Programa Bom Negócio Paraná, com ênfase na capacitação continua-da em gestão, dos empresários e empreendedores do Estado, a partir de arranjos

educacionais locais/regionais; inclusive formatando escritórios virtuais de consulto-ria aos empresários e estruturando, nas Regiões de Desenvolvimento do Estado, a função de extencionista empresarial e tecnológico, para a consultoria presencial aos empresários certificados pelo Programa Bom Negócio Paraná;

• Localizar adensamentos ou aglomerações econômicas não organizadas em coope-rativas e disseminar os seus benefícios, estimulando e capacitando a base empre-sarial para o associativismo e o cooperativismo, induzindo a organização empresa-rial em redes de negócios e logística integrada.

5.6.4.2 Sistemas Municipais / Regionais de Inovação Tecnológica

O fortalecimento de Sistemas Municipais / Regionais de Inovação Tecnológica ainda é tí-mido no Paraná, seja através da criação de Conselhos, de Fundos ou mesmo de Agências Municipais de Desenvolvimento que são ativos em potenciais que também caracterizam esses ambientes inovativos. Observam-se ações nesse sentido principalmente nos mu-nicípios de Londrina, Curitiba, Cascavel, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Toledo, Maringá e Guarapuava voltadas à constituição de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, que podem tornar-se campos férteis para a institucionalização de genuínos Sistemas Municipais / Regionais na área.

A adoção pela Prefeitura Municipal de Curitiba, do ISS Tecnológico, que permite o abati-mento de até 50% do Imposto sobre Serviços em investimentos em inovação tecnológica, é outra iniciativa digna de nota como ação indutora do poder público para a apropriação social do tema Inovação.

Os parques científicos ou tecnológicos ou tecnópolis são uma estratégia bem definida de promoção e disseminação da cultura da inovação e da competitividade de empresas e instituições de pesquisa. A partir desses ambientes pode-se gerar a sinergia entre os di-versos atores, identificando e trabalhando as vocações e necessidades de fatores locais e regionais, para a sua viabilidade funcional econômica e tecnológica próprios dos sistemas consolidados de inovação. Concebidos como um empreendimento a ser desenvolvido em parceria entre a empresas e o poder público, seu êxito depende do comprometimento de um leque de parceiros que vão das universidades e centros de pesquisa ao setor empre-sarial, terceiro setor e Governos Municipal, Estadual e Federal.

No Paraná, as concepções de tais arranjos iniciaram-se em meados da década de 80, com a implantação da primeira incubadora de base tecnológica paranaense no Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR. A partir daí, vários empreendimentos tem sido desenvol-vido, principalmente junto às Universidades, com apoio das autoridades locais. Também surgiram, no mesmo movimento, os projetos para implantação dos Tecnoparques em Curi-tiba, Londrina, Maringá e Pato Branco, principalmente, ancorados na necessidade de se estruturar pólos estratégicos de desenvolvimento das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

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METAS DE GOVERNO104 BETO RICHA 2011 | 2014 105

Os principais resultados da iniciativa estarão ligados ao aumento competitivo das empre-sas e do município ou Região, ao desenvolvimento local/regional sustentável e à organi-zação coordenada da atividade produtiva.

Para impulsionar essa política o Governo Beto Richa compromete-se com as seguintes ações:

• Identificar 100% dos locais ou regiões com ativos importantes e potencialmente favoráveis à estruturação de Sistemas de Inovação Tecnológica, ou seja, nas locali-dades onde existe a presença de Universidades Estaduais e Federais;

• Promover e consolidar os Sistemas Regionais de Inovação de Curitiba e região, Pato Branco - Francisco Beltrão - Dois Vizinhos e região;

• Apoiar a criação inicialmente de oito Sistemas de Inovação: no Litoral e nas regiões de Londrina, Maringá, Guarapuava, Palmas, Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu;

• Identificar as deficiências de fatores regionais chaves e necessários à formação dos sistemas;

• Induzir a formação dos sistemas através da articulação com as prefeituras locais, lideranças patronais, sindicais e universidades;

• Incentivar a integração em rede e através de portal dos Sistemas de Inovação Tec-nológica;

• Gestionar junto ao Governo Federal para que apóie a iniciativa.

5.6.4.3 Linhas de Crédito e Incentivos Fiscais

O Paraná precisa ampliar as alternativas de crédito para empresas em fase de instalação no Estado, independente do porte, como também ampliar as alternativas de crédito para empresas de porte que apresentarem projetos de financiamento vinculados a expansão de seus negócios e a consequente geração de emprego.

Com relação aos incentivos fiscais atualmente as principais diretrizes da política de con-cessão beneficiam as micro e pequenas empresas das regiões com baixos Índices de Desenvolvimento Humano – IDH, potencialização das operações dos portos e aeroportos redução de alíquotas de itens do consumo básico. A proposta é associar os atuais incen-tivos cumulativamente com projetos de incentivos fiscais para o desenvolvimento setorial, aproveitando as oportunidades existentes geradas pela intensa movimentação global e nacional de investimentos produtivos.

Para dar encaminhamento a essas propostas o Governo Beto Richa desenvolverá as seguintes ações:

• Promover estudos e propor legislação visando potencializar e ampliar os incenti-vos relacionados ao financiamento às empresas incubadas, às empresas de porte, financiamento à inovação, aos setores dinâmicos da economia, microcrédito para pequenos empreendedores, financiamento de ações e obras de infraestrutura ur-

bana para os municípios paranaenses, irrigação noturna, apoio às cooperativas de crédito e apoio à aquisição de máquinas e equipamentos rodoviários para os muni-cípios paranaenses

• Definir regra para destinação de parte do Imposto sobre a Circulação de Merca-dorias e Serviços – ICMS, para fomentar a modernização da indústria, bem como as empresas de base tecnológica, de pesquisa e de inovação, utilizando inclusive os retornos de créditos tributários como mecanismo de incentivo para a expansão da base produtiva e geração de emprego e a indução dos sistemas regionais de inovação, pólos tecnológicos ou Tecnoparques. O diferencial da proposta consiste na aplicação obrigatória de parte dos recursos pelas empresas incentivadas em aquisições diretas no mercado paranaense (ICMS Tecnológico)

5.6.4.4 Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas

Associados aos programas de capacitação dos empreendedores são necessárias ações articuladas com as redes de apoio aos micro e pequenos empresário, para promover es-tímulos à formalização da economia e ao fortalecimento das microempresas, através da divulgação dos benefícios da formalização de negócios.

A estratégia de potencializar os benefícios da formalização é a partir das ferramentas existentes, como programas de incentivos à modernização de empresas, Programa Em-preendedor Individual, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, linhas de créditos e fundo de aval, redes de facilitação para a organização, gestão e comercialização.

Da mesma forma é necessário apoiar as prefeituras municipais do Estado a integrarem-se às redes de estímulos e a implantar a Lei das Micro e Pequenas Empresas, conhecida como Estatuto das Microempresas, que assegura uma série de programas e ações em benefício das micro e pequenas empresas, como também a Lei de Inovação que oferece estímulo ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Para isso é necessário:

• Incentivar a aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Incentivar a aplicação da Lei de Inovação

• Incentivar a formatação de arranjos municipais para a capacitação continuada de empreendedores

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METAS DE GOVERNO106 BETO RICHA 2011 | 2014 107

5.7 Desenvolvimento Florestal

5.7.1 Visão de FuturoO Paraná tem posição estratégica na Bacia do Paraguai – Hidrovia Mercosul – e ao leste com o Oceano Atlântico. O eixo imaginário limitado pelos Estados do sul e Mato Grosso do Sul com os países vizinhos (Paraguai, Argentina e Uruguai) será a nova arena dos investi-mentos industriais de base florestal. Esta linha imaginária que se inicia em Três Lagoas (MS) e se estende até Nueva Palmira (Uruguai) deverá receber investimentos superiores a 10 bilhões de dólares nos próximos anos. Estes investimentos serão originários principalmente de empresas florestais do Hemisfério Norte, da Ásia e de grupos latino-americanos e locais.

Estudos recentes do Governo Federal indicam a necessidade nacional de implantar anu-almente 630 mil hectares de novas florestas para atender os mercados de energia tradi-cional, madeira serrada, compensados, carvão vegetal, painéis de madeira reconstituída e papel e celulose. Este estudo não contempla os novos desafios da bioenergia derivados do melhor conhecimento sobre os efeitos das mudanças climáticas, agravados pelo uso intensivo e incremental de combustíveis fósseis.

Os indicadores de mercado apontam que a combinação de população, renda crescente e mudanças climáticas, levarão o mercado florestal a viver um longo ciclo de incremento de demanda. Os sinais, fatos e movimentos são inequívocos e indicam o estabelecimento de uma nova configuração na produção florestal global e local.

A Europa, baseado nestes fatos, tomou a decisão política e estratégica de alterar a sua matriz energética para atingir em 2020 o patamar de 20% de suas necessidades pro-veniente de energia de caráter renovável. Talvez pelo efeito da crise atual, que aflige o continente europeu, a meta fixada possa ser postergada. No entanto, decorrente desta decisão foi criada uma demanda potencial adicional de 230 milhões de m3 por ano de madeira para atender a esta nova disposição. A limitação de espaço físico e pobres taxas de crescimento florestal limitam a produção local. A Europa passa a prospectar fontes de suprimento ao sul do equador, África e América do Sul, na busca de fibras ou produtos florestais para abastecer seus mercados ameaçados pela potencial escassez de madeira.

Do mesmo modo a Ásia, liderada pela China, tem mostrado uma demanda ascendente para fibras florestais. A produção de papel na China tem crescido 4 milhões de toneladas por ano. E para isto demanda celulose e papel reciclado. A Índia e outras economias emergentes se encontram talvez em ritmos diferenciados porém, com demanda potencial crescente.

Os novos conceitos bioenergéticos – energia e biocombustíveis – poderão alterar profunda-mente o setor florestal brasileiro. Provavelmente o modelo de negócio tradicional do agrone-gócio nacional, exaurido pela falta de agregação de valor, vai ser redesenhado com a inclu-são na sua cadeia de milhares de produtores rurais que vivem a margem deste novo campo da energia renovável. Um novo nicho de mercado e demanda vai gerar novas empresas de

energia ou produtos energéticos de baixo carbono derivados da madeira proveniente de flo-restas plantadas. Cooperativas existentes, empresas de papel e celulose e outras indústrias certamente estarão liderando este processo de inovação no campo da bioenergia.

Este conjunto de oportunidades obrigará o Estado a adotar e executar uma política agres-siva para não perder sua participação relativa, não permitindo a migração de empresas de base florestal existentes para outros locais e ainda atrair novos investimentos da indústria florestal. Concomitantemente deverá agir para aumentar a sua base florestal atraindo para o Estado linhas de financiamento existentes, recursos de fundos de investimentos (TIMOs, fundos de pensão, fundos do agronegócio, fundos de investimento, fundos imobiliários e fundos conhecidos com “family office”) e as novas linhas de financiamento ou de fundos internacionais ligados a redução dos efeitos das mudanças climáticas. Este modelo objeti-vará a floresta plantada industrial, intensiva e extensiva e de mercado. Este processo para ter legitimidade necessita de rígido respeito para com a legislação ambiental existente, um dos pilares da sustentabilidade.

Ao mesmo tempo deverá permitir a universalização de oportunidades, trabalhando de forma harmônica com a agricultura e pecuária, elegendo como principal publico alvo o produtor rural através do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Silvicultura (ILPS).

A adição de florestas plantadas ao modelo corrente de negócio terá o benefício de me-lhor geração de renda, diversificando produtos, melhorando o meio ambiente, recuperan-do áreas degradadas e fixando o homem na sua região de origem. Este sistema que já vem sendo utilizado em algumas regiões do Estado é conhecido como agrosilvopastoril (SASP), o qual pode ser suportado por linhas de financiamento específicas ou, ainda, através da integração com empresas florestais, cooperativas e ONGs.

Este modelo de desenvolvimento florestal, caracterizado de fomento, suportado pela in-dústria de base florestal brasileira, tinha até 2009 a adesão de mais de 22 mil produtores no país, com mais 440 mil hectares plantados, com uma média de 20 hectares por pro-priedade rural.

O Paraná tem mais de 300 mil estabelecimentos agropecuários com uma área média de 41 hectares. A incorporação de fração deste universo de produtores rurais levaria a médio prazo a criação de considerável ativo florestal adicional. Vale lembrar que parte relevante do esforço de ampliação da base florestal deverá vir da indústria de base florestal.

O ativo futuro esperado de 1,65 milhão de hectares, um crescimento de 800 mil hectares sobre a área corrente, proporcionaria uma produção sustentável de mais de 60 milhões de m3 por ano. Neste espaço de tempo a contribuição da biotecnologia, a nutrição e manejo florestal terão elevado os patamares atuais de produtividade. A inovação e modernização dos processos industriais permitirão a produção de mais produtos com menor “input” de madeira por unidade produzida. Em resumo, produzir mais madeira por unidade de área consumindo menos por unidade de produto, ou seja, operar em regime de ecoeficiência.

Esta contribuição vai permitir ao Estado “mais do que dobrar” sua capacidade produtiva da

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METAS DE GOVERNO108 BETO RICHA 2011 | 2014 109

indústria de base florestal. Este processo será liderado pela indústria de papel e celulose e bioenergia.

Caberia ao sistema de integração da lavoura, pecuária e floresta a maior parte deste pro-grama com uma estimativa não menor do que 50% do programa. O restante caberia aos investidores institucionais e indústrias florestais.

Esta oportunidade de aumento da capacidade produtiva do Estado exigirá a contrapartida da modernização da logística local (malha rodoviária e ferroviária, fluxo hidroviário e por-tos mais eficientes).

E talvez o caráter mais justo deste programa de desenvolvimento florestal, em termos de futuro, será a inclusão do produtor rural nesta nova agenda de mercado redesenhada pelos novos padrões de consumo da sociedade com práticas mais sustentáveis e saudá-veis. E certamente, com reflexos de maior eficiência da economia florestal como um todo, permitindo a liberação da indústria de base florestal de parte dos investimentos e imobili-zações em terras e florestas, a qual se concentrará na expansão de sua base industrial e no desenvolvimento de novos produtos, processos e mercados.

Finalmente cabe considerar que o ativo florestal do Paraná, cujo conteúdo ultrapassa a sua base florestal, respaldado pela tradição, pelo conhecimento tecnológico, pelo parque fabril competitivo existente, pela sua força de trabalho, por suas instituições de ensino de ciências florestais e associações de classe está apto a auferir a parte que lhe cabe neste estimulante conjunto de oportunidades.

Para que este processo frutifique, se faz necessário estimular o investimento florestal. Sem fibras não existe a indústria florestal. Este cenário exigirá visão de longo prazo e políticas de Governo consistentes.

5.7.2 Situação AtualA economia florestal mundial se encontra no topo da agenda dos mais diversos Governos. A emergência desta nova estrutura de demanda navega na combinação dos efeitos da mudanças climática, da importância crescente da energia renovável e do desenvolvimento socioeconômico dos países emergentes.

A remoção pelas florestas dos gases de efeito estufa, o novo desafio da bioenergia e a produção de produtos florestais para satisfazer as necessidades cada vez maiores das populações afluentes em renda abre um leque de oportunidades para o Brasil. Aqui são encontradas boas taxas de crescimento, adequado retorno econômico e matéria prima de excelente qualidade para os mais diversos produtos.

Por outro lado, cabe ressaltar que a madeira de uso geral no contexto global ocupa o se-gundo lugar (3,8 bilhões de m3/ano) em volume das matérias primas ditas estratégicas, logo atrás do petróleo (4,6 bilhões de m3/ano). A madeira industrial (1,6 bilhões de m3/ano), da qual se manufatura os produtos florestais de consumo, é a mais importante por-

que pode ser cultivada em bases sustentáveis. A sua projeção de demanda ultrapassa os 2 bilhões de m3/ano para 2020.

A madeira universalmente tem “marca” porque faz parte do cotidiano das pessoas, per-sonalidade por ser amigável, natural e atraente como produto, tem valor por transmitir confiabilidade, versatilidade, tem benefícios emocionais e racionais por sua ligação com conforto, cultura, tradição, durabilidade, aparência e menor custo ambiental e, sobretudo, pela sua sustentabilidade e caráter renovável.

Este conjunto de valores e cenários move a economia florestal mundial na busca de novos espaços mais competitivos e atraentes, para atender as necessidades básicas do ser hu-mano. Ou seja, há uma transferência do negócio florestal do Hemisfério Norte para o Sul e, principalmente, para o Brasil e cone sul da América Latina.

O Brasil tem 6,3 milhões de hectares de florestas plantadas com eucalipto e pinus, e adi-cionais 400 mil hectares com outras espécies (teca, acácia, seringueira, paricá etc.). Estes 6,7 milhões de hectares são tidos como insuficientes para atender as oportunidades de mercado que se avizinham.

O setor florestal brasileiro produz de forma sustentável mais 250 milhões de m3 de madei-ra roliça, para atender o consumo de madeira industrial atual, próximo de 170 milhões de m3, e a expansão imediata de sua base industrial. Ocupa o quarto lugar no ranking global de produção de celulose com 13,5 milhões de toneladas e caminha para atingir mais de 20 milhões de toneladas na próxima década. Na produção de papel já ocupa a 11ª posição. Setenta por cento da produção nacional de carvão vegetal siderúrgico vem de florestas plantadas. Participa com mais de 3% no PIB nacional. Tem importância crescente na pauta de exportação, podendo atingir mais de 10 bilhões de dólares por ano nos próximos anos. Emprega conjuntamente com todos os setores da economia florestal nacional mais de 8,5 milhões de pessoas.

Baseados nestes fundamentos, os atores locais e globais se movimentam para participar da nova meta de expansão da base florestal nacional para 13 milhões de hectares de florestas plantadas até 2030.

Ao Paraná pertence 19,9 milhões de hectares do território nacional. Tem perfil de uso de solo bem diversificado, ocupado principalmente por lavouras temporárias e permanentes (43%), pela pecuária de corte e leiteira (25%), pela conservação e preservação (23%) e não menos importante por áreas com florestas plantadas (4,27%).

O Paraná com 853 mil hectares, tem 12,7% da área nacional de florestas plantadas. Para não perder sua participação relativa teria de chegar a uma área de 1,65 milhões de hecta-res até o final da próxima década. Dada a baixa taxa de crescimento em área nos últimos 5 anos (8% no período), esta meta pode estar comprometida se não houver um novo ciclo de fomento setorial. Os instrumentos financeiros e recursos são encontrados em diversas linhas de financiamento, em investidores institucionais e na média e grande indústria de base florestal. É evidente a necessidade de consolidar uma agencia de desenvolvimento

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METAS DE GOVERNO110 BETO RICHA 2011 | 2014 111

florestal, que no caso poderia ser o fortalecimento da atual Secretaria Especial de Flores-tas. Não parece haver dúvida de que, a menor oferta de madeira limita a expansão indus-trial. Isso exige importantes mudanças comportamentais de atores privados e públicos locais. Se nada se fizer nos próximos anos o Estado certamente perderá um elenco de oportunidades como já vem ocorrendo nos últimos anos.

A atual cadeia produtiva florestal paranaense é moderna, diversificada e ampla: produz 1,8 milhões de toneladas de celulose por ano; 1,9 milhões de papel; quase 2 milhões de m3 de painéis de madeira; e aproximadamente 2 milhões de m3 de madeira serrada. Produziu no passado recente 80% da produção nacional de compensados. Emprega, no conjunto de empregos diretos, indiretos e efeito renda, mais de 500 mil pessoas. Contribui com 7,8% para a formação do Produto Interno Bruto – PIB do Estado, exportando nos últimos anos mais de 1 bilhão de dólares por ano e gerando um Valor Bruto da produção – VBP de quase 3 bilhões de reais.

As florestas plantadas no Paraná produzem sustentavelmente mais de 30 milhões de m3/ano, contra um consumo superior de madeira industrial e lenha (34,8 milhões de m3 por ano). Estudos recentes indicam déficit incremental a partir da atual década, com a con-sequente fuga de indústrias para outros Estados e a natural perda de empregos, renda e tributos para o Paraná.

Na verdade, este conjunto de problemas correntes poderá ser uma oportunidade para desconcentrar a base florestal existente, localizada mais ao leste do Estado – próxima originalmente a mercados existentes –, para as novas fronteiras da silvicultura ao norte e oeste. Vai, certamente, atender as demandas locais e criar novos cenários para a interio-rização da indústria de base florestal.

Diante de oportunidades tão positivas, é evidente o risco que o Paraná corre de perder competitividade e a impossibilidade de capturar taxas mais elevadas de crescimento de seu PIB, agregando ao mesmo tempo mais valor ao agronegócio local ou, ainda, oferecen-do principalmente ao produtor rural novas alternativas de diversificação e renda.

5.7.3 Objetivos de Governo1. Desenvolver política adequada de preservação da floresta nativa e ampliar a área

de floresta

2. Incentivar o aumento da produção de madeira industrial

3. Fomentar a manutenção e a expansão da base industrial da madeira

5.7.4 Principal Proposta:

5.7.4.1 Expansão da Base Florestal-Industrial

Frente a uma situação de déficit crescente de oferta de madeira no Estado, propõe-se de-senhar e implantar um projeto que vise a manutenção e expansão de sua base industrial, buscando através de sua cadeia estruturada a inclusão de novos parceiros na produção florestal, objetivando alcançar, em 2030, a produção sustentada de 60 milhões de m3 anuais de oferta de madeira industrial. Concomitantemente, agir para aumentar a base industrial, atraindo novos investimentos e oferecendo condições para o crescimento orgâ-nico das indústrias existentes, sob a égide da sustentabilidade, gerando resultados econô-micos em simetria com o desenvolvimento sócio-ambiental. A economia de baixo carbono deve ser integrada na agenda do projeto, visando capturar parte dos investimentos para projetos de bioenergia e bicombustíveis de origem nas florestas plantadas. Introduzir a variável de riscos físicos, biológicos e políticos que possam afetar o patrimônio florestal do Estado. Desenvolver a Marca Paraná para seus produtos florestais. Qualificação do setor florestal-industrial como atividade de capital intensivo e, em algumas circunstâncias, também eletro-intensivo, merecendo, portanto, políticas públicas condizentes com a sua estrutura produtiva e nível de competitividade.

A proposta visa o aumento da oferta de fibra vegetal, a expansão industrial, a ampliação da aplicação de conceitos de inovação e novas tecnologias, o crescimento da base flo-restal incluindo novos parceiros, a expansão do modelo de integração lavoura, pecuária e silvicultura, ampliação dos instrumentos de desenvolvimento regional, diversificação e melhoria da renda agrícola, proteção dos remanescentes de florestas nativas, aumento da remoção de gases efeito estufa, oferta maior de empregos, alternativa de industrialização do interior, melhoria do nível de conhecimento do potencial produtivo da cadeia, melhoria no “marketing” e na inteligência competitiva da cadeia produtiva e maior controle dos ris-cos (proteção florestal).

Suas principais metas são: ampliar a oferta de madeira para 60 milhões m3 em 2030; melhorar a produtividade florestal para mais do que 45 m3/ha.ano-1; desenvolvimento de novos processos e produtos; agenda fiscal alinhada ao desenvolvimento florestal-indus-trial; maior competitividade do setor; estrutura institucional alinhada às novas tendências globais; inclusão de novos produtores rurais na atividade florestal; incorporar novos in-vestidores na agenda florestal do Estado; criar a Marca Paraná para produtos florestais; sustentabilidade e transversalidade da cadeia produtiva.

Para implantar a proposta o Governo Beto Richa assume os seguintes compromissos:

• Desenhar um novo Planejamento Estratégico do setor florestal

• Eleger Regiões prioritárias para o programa florestal-industrial no Planejamento Estratégico

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METAS DE GOVERNO112 BETO RICHA 2011 | 2014 113

• Fortalecimento de estrutura específica para gerir o Planejamento Estratégico

• Estimular a inovação e a difusão tecnológica

• Inventariar patrimônio florestal

• Quantificar patrimônio florestal

• Desenhar fluxos de produção de madeira nos níveis regional e estadual

• Projetar a produção florestal para duas décadas à frente

• Elaborar política de “marketing” para produtos florestais

• Elaborar “book do setor” para apresentar a investidores

• Ampliar a interlocução com o setor produtivo

• Identificar todas as linhas de financiamento setorial disponíveis

• Identificar potenciais investidores institucionais

• Estabelecer linhas de controle para riscos biológicos

• Melhorar a logística estadual

• Melhorar a capacitação da força de trabalho florestal-industrial

• Estabelecer e difundir o modelo integração lavoura, pecuária e florestas

5.8 Educação

5.8.1 Visão de FuturoEducação será prioridade absoluta no Governo Beto Richa.

O objetivo central do trabalho do Governo é a Educação com Qualidade para toda a população paranaense, assumida como um Bem Público e um Direito Humano Funda-mental, assegurando a equidade no acesso à escola e ao conhecimento de qualidade, a ser promovido com resultados efetivos de aprendizagem.

Favorecer o acesso, a permanência e a aprendizagem das crianças, adolescentes, jovens e adultos na educação básica é um compromisso que o Estado do Paraná precisa assumir com a sua gente. E ao Governo do Estado cabe a tarefa de honrar este compromisso.

Um dos grandes desafios da educação básica atualmente no país é combater a evasão, a reprovação e a distorção idade-série. Outro desafio é garantir que crianças, adolescen-tes e jovens em idade escolar tenham acesso à educação. O esforço dos gestores, da academia, dos trabalhadores e das organizações que representam a sociedade civil tem caminhado no sentido de que é preciso haver um currículo, a adoção de novas práticas pedagógicas e a transformação do ambiente da sala de aula para atrair o estudante, prin-cipalmente no ensino médio.

É preciso reconhecer que o avanço dos indicadores que medem a qualidade da educação está diretamente ligado à efetiva valorização dos professores e dos trabalhadores neste setor. Não é apropriado simplificar o diagnóstico da qualidade da educação a partir da formação ou atuação dos profissionais do magistério.

Além disso, as propostas para a educação devem ser gestadas de forma democrática, na comunidade, para atender tanto ao direito da população ao controle democrático do Estado, quanto à necessidade que a própria escola tem da participação dos usuários para bem desempenhar suas funções, daí a necessidade de construção articulada do Plano Estadual da Educação do Paraná, um direito da sociedade.

5.8.2 Situação AtualA situação da educação brasileira é mundialmente desconfortável. O Brasil perde para países menos desenvolvidos em, por exemplo, índices de proficiência, abandono e repro-vação escolar, esta, também no Paraná, é uma importante questão em todas as etapas e modalidades da educação básica.

A evasão escolar é outro grande problema nacional, porque resulta na ausência da possi-bilidade de garantir vida digna a cada pessoa, pela falta de qualificação profissional, com evidentes prejuízos como, por exemplo, o ingresso no mercado formal de trabalho.

A estrutura física dos prédios públicos escolares da rede estadual é outro desafio que

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METAS DE GOVERNO114 BETO RICHA 2011 | 2014 115

de. Também o ensino médio, principalmente de caráter técnico e profissionalizante, preci-sa ser ampliado e melhorado, dando alento aos sonhos dos jovens e concretizando uma das principais linhas estratégicas que qualquer governo no Brasil deve seguir. A jornada escolar, além da qualificação que é primordial, também precisa ser ampliada na direção da educação integral. Não obstante as limitações concretas de recursos para avançar pelos caminhos tradicionais, é de grande valor a adoção de medidas plurais, de acordo com a realidade e a vocação de cada comunidade escolar, que ampliem o tempo e as oportuni-dades de aprendizagem. A educação em tempo integral deve ser viabilizada a começar pelas crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, principalmente em municí-pios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano.

Nesse sentido, os compromissos do Governo Beto Richa são:

EDUCAÇÃO INFANTIL

• Apoiar os municípios na criação de sistemas de cadastro de demanda da educação infantil para melhor conhecimento da situação;

• Viabilizar recursos para investimento na rede física da educação infantil para univer-salizar a demanda de 4 e 5 anos antes do prazo constitucional;

• Ampliar a oferta de magistério em nível médio para atender à nova realidade de expansão da educação infantil.

ENSINO FUNDAMENTAL

• Promover, com cooperação, a municipalização dos anos iniciais do ensino funda-mental;

• Implementar as salas de reforço nas séries finais do ensino fundamental para apoio aos estudantes;

• Redimensionar a organização das turmas, evitando a superlotação no anos finais do ensino fundamental.

ENSINO MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE

• Expandir a oferta do ensino médio diurno;

• Criação de bolsa-auxílio destinada aos alunos para combater a evasão;

• Desenvolver programa de ensino profissionalizante, compatibilizando a oferta de cursos com as demandas regionais;

• Ampliar a oferta de programas de educação profissional em todas as regiões do Pa-raná, assegurando melhores e maiores oportunidades de trabalho à juventude para-naense, conforme as demandas geradas pelo setor produtivo e segundo as vocações

precisa ser superado, pois se trata de uma condição básica quando se pensa em uma educação de qualidade. Para tanto, além do investimento em infraestrutura, são necessá-rios também a efetiva implementação tecnológica e o acompanhamento da sua constante evolução, bem como o fortalecimento da gestão compartilhada através de um efetivo re-gime de colaboração.

A valorização do quadro próprio do magistério paranaense através da revisão do plano de cargos e salários, com a finalidade de garantir avanços; a organização de uma política de formação inicial e continuada em serviço, atendendo às necessidades locais; e a melhoria no atendimento do Serviço de Assistência ao Servidor – SAS são pontos a serem conside-rados, visando à solução dos problemas ora diagnosticados.

Neste sentido, é urgente pensar na qualidade da educação paranaense organizando um sistema educacional moderno, com vistas à solução de problemas presentes na história da educação brasileira, desenvolvendo projetos pedagógicos que favoreçam a formação integral do estudante, tornando-o um indivíduo crítico, participativo, transformador de sua realidade e capaz de enfrentar os desafios da sociedade contemporânea.

As políticas públicas devem ser projetadas objetivando a valorização do magistério, a me-lhoria da qualidade do ensino e da aquisição do conhecimento, a expansão e a elevação gradativa dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Esse é um ponto do programa de Governo que deverá desencadear projetos que resultem na satisfação dos envolvidos no processo educativo, o que certamente fará da educação do Paraná um diferencial no contexto nacional.

5.8.3 Objetivos de Governo1. Promover ações que elevem a qualidade do processo de ensino e aprendizagem

2. Valorizar o quadro de profissionais do magistério e trabalhadores da educação

3. Expandir a oferta da educação básica em seus diferentes níveis

4. Garantir elevado nível de qualidade na gestão da educação para melhoria de suas ações pedagógicas

5. Consolidar o regime de colaboração com os municípios

6. Estimular a integração da escola com a comunidade

5.8.4 Principais Propostas:

5.8.4.1 Expansão da Educação Básica

O acesso à educação infantil nos primeiros anos de vida é fundamental para o desenvol-vimento integral da criança e precisa ser ampliado. O ensino fundamental, praticamente universalizado, tem agora como desafio dar um salto, melhorando, e muito, a sua qualida-

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METAS DE GOVERNO116 BETO RICHA 2011 | 2014 11 7

regionais, na modalidade Pós-Médio, com a previsão também de cursos livres;

• Oferta de atividades no contraturno escolar em parceria com Prefeituras, Sistema S, Cooperativas, Sindicatos, Associações Comerciais, Clubes de Serviço e Organiza-ções Não Governamentais. A oferta poderá acontecer por meio de convênios com as estruturas de educação, cultura e esportes do Governo do Estado, abrangendo profissionais, equipamentos e materiais diversos;

• Articular com o Sistema S, visando a vagas públicas obrigatórias nos convênios destinados à formação profissional de jovens e adultos a partir de 16 anos, de forma integrada com a educação básica (ensino fundamental e médio);

• Promover e implantar programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural;

• Desenvolver programa próprio para incentivar os alunos do ensino técnico a realiza-rem estágios remunerados (bolsa-auxílio) sob a supervisão da mantenedora estadual.

EDUCAÇÃO INTEGRAL

• Organizar a educação integral através de atividades complementares e educação em tempo integral para municípios e bairros com IDH abaixo da média nacional;

• Criação de fóruns de debates com a comunidade escolar destinados a discutir prio-ridades e estratégias de ampliação da jornada escolar;

• Promoção da ampliação da jornada escolar, de forma multissetorial e progressiva, para assegurar melhores oportunidades de aprendizagem e proteção social a crian-ças e jovens paranaenses, priorizando os estabelecimentos de ensino que apre-sentem condições viáveis e proposta de projeto político pedagógico assumido pela comunidade escolar;

• Ampliação de parcerias com o Governo Federal e com a iniciativa privada, quando couber, visando à inserção nos programas e projetos que colaborem para o enrique-cimento curricular da educação básica, assim como para promover a ampliação de atividades sócioeducativas diferenciadas para os alunos.

5.8.4.2 Práticas Pedagógicas e Qualidade da Educação

• Implantação do Sistema Estadual de Avaliação. O Paraná ainda é um dos pou-cos estados brasileiros que não utiliza a ferramenta da avaliação da aprendizagem dos estudantes para oferecer aos professores informações capazes de melhorar a prática pedagógica no ambiente da sala de aula. Diferente do IDEB, que produz um indicador como referência, a avaliação da aprendizagem é uma extraordinária ferramenta que tem proporcionado avanços na tarefa de ensino-aprendizagem e garantido elevação nas proficiências dos estudantes;

• Construção de matriz e referenciais de avaliação, inicialmente em língua portugue-sa e matemática, a partir do Sistema Brasileiro de Avaliação da Educação Básica – SAEB, do Ministério da Educação – MEC;

• Estabelecimento de parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais - Anísio Teixeira – INEP e o Ministério da Educação – MEC e com as uni-versidades federais e estaduais no Paraná, para formação de equipes técnicas para assumir a tarefa de construção, aplicação, produção e interpretação de resultados;

• Oferta de permanente assessoramento pedagógico a equipes e professores das escolas da Rede Estadual a partir dos Núcleos Regionais de Educação;

• Traçar estratégias de qualidade para a Rede Estadual de Educação, antecipando o atingimento das metas projetadas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB;

• Implantação de sistemas de informação para auxiliar os professores na prática pe-dagógica do cotidiano da escola. Sistemas estes produzidos por organizações de pesquisa da área da educação, universidades e/ou criados pelos próprios professo-res da Rede Estadual;

• Implantação de ferramentas tecnológicas em todas as escolas da Rede Estadual para transformar o ambiente da sala de aula e favorecer a aprendizagem dos alunos;

• Aprimorar o portal educacional para acesso da comunidade escolar e externa, in-centivando e valorizando as produções docentes, resultados de pesquisas da for-mação continuada;

• Aprimorar os programas de prevenção e combate ao uso de drogas, com enfren-tamento da violência, das situações de abuso sexual e atendimento aos jovens em conflito com a lei, por meio da aproximação com o Conselho Estadual e Conselhos Municipais específicos e a criação/continuidade de políticas públicas efetivas na área;

• Promover a educação inclusiva, com professores e profissionais especializados, ampliando o atendimento com a significativa ampliação de salas de recursos multi-funcionais e o efetivo apoio de equipes multiprofissionais;

• Fortalecer e reorganizar a Educação de Jovens e Adultos (EJA), adequando-a às reais necessidades do estudante trabalhador e dos jovens e adultos em situação de privação de liberdade;

• Desenvolver programa de apoio à erradicação do analfabetismo e programas que colaborem para o êxito da escolarização de jovens e adultos, em parceria efetiva com os municípios;

• Atender com efetividade às demandas educacionais nas áreas da educação indíge-na, educação do campo, educação de afrodescendentes, visando ao amplo acesso e à democratização do ensino;

• Atualizar os indicadores que definem o porte das escolas para a distribuição equita-

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METAS DE GOVERNO118 BETO RICHA 2011 | 2014 119

tiva de recursos financeiros e humanos;

• Estabelecer parcerias visando ao atendimento de estudantes com necessidades especiais incluídos no ensino regular, bem como ao atendimento aos alunos com altas habilidades;

• Apoiar os municípios na organização de equipes para realização de avaliações;

• Instituir um sistema estadual de bibliotecas escolares para universalizar nas escolas bibliotecas ativas, com acervos informatizados e pessoal capacitado;

• Incentivar a discussão no âmbito escolar, visando a adequação das propostas pe-dagógicas considerando o ensino fundamental de 9 anos de duração.

5.8.4.3 Valorização dos Profissionais do Magistério e dos Trabalhadores em Educação

• Aprimorar o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE pela ampliação das oportunidades de acesso e certificação;

• Manter permanente diálogo com as representações sindicais dos professores e tra-balhadores da Educação, Associação dos Professores do Paraná – Sindicato, para garantir o efetivo ganho de salarial real e as melhores condições de trabalho do país ao magistério do Paraná;

• Disponibilizar professor em cada sala de aula desde o primeiro dia letivo do ano;

• Realizar concursos públicos que garantam a lotação de profissionais em conformi-dade com o dimensionamento das instituições de educação básica;

• Viabilizar as decisões do Fórum Paranaense de Formação de Professores para atender à demanda de professores tanto da rede estadual como das redes e siste-mas municipais de educação;

• Aprofundar o debate com as universidades públicas e privadas e com o Governo Federal para avançar na oferta de cursos com qualidade e capazes de formar pro-fessor para a realidade atual da educação;

• Construir, em parceria com o Governo Federal, um Programa de Formação para trabalhadores em educação, estimulando o ingresso e a permanência na área da educação;

• Promover audiências públicas com os profissionais da educação para, através do diálogo contínuo e permanente, atender às reais necessidades da educação;

• Garantir condições dignas e adequadas de trabalho e bem-estar pessoal de todos os profissionais do magistério e da educação em geral.

5.8.4.4 Gestão Educacional Democrática

A estrutura educacional do governo estadual precisa desburocratizar e agilizar os proces-sos que fazem parte do cotidiano, com respeito e diálogo, com pessoas e organizações, para alicerçar o desafio de construir um Paraná melhor a partir da educação. É funda-mental construir um plano de metas para a gestão da Rede Estadual e para cada unidade escolar considerando as conquistas alcançadas e projetando resultados. Assim:

• Fortalecer os conselhos escolares;

• Reestruturação organizacional da Secretaria de Estado da Educação – SEED e dos Núcleos Regionais, privilegiando a eficiência, a agilidade e a efetiva melhoria do cotidiano dos estudantes, dos professores e trabalhadores em educação e das escolas estaduais;

• Estabelecimento de um canal de relacionamento entre profissionais e trabalhadores da educação com a comunidade escolar para construção e acompanhamento de metas;

• Adequação da infraestrutura às reais necessidades de acesso da população à Edu-cação Básica, com investimentos prioritários na rede física e transporte escolar da Rede Estadual de Ensino, para desonerar os municípios de obrigações alheias à sua competência, contribuindo para que os índices de desenvolvimento no âmbito local e regional melhorem, inclusive com melhoria das estradas vicinais que ligam as escolas aos municípios;

• Estabelecer diretrizes de gestão que garantam a participação dos professores, es-tudantes, pais ou responsáveis, funcionários, bem como das comunidades esco-lares em geral, na discussão, elaboração e implementação do Plano Estadual de Educação, dos Planos Municipais de Educação, dos Planos Institucionais e Proje-tos Pedagógicos das unidades educacionais, assim como o exercício e a efetivação da autonomia das instituições de educação básica;

• Promover a formação continuada em gestão educacional para profissionais do ma-gistério, fortalecendo a gestão democrática e aprimorando o processo de eleição para a escolha de diretores e diretoras dos estabelecimentos de ensino;

• Fortalecer as equipes técnica, administrativa e pedagógica da SEED e dos Núcleos Regionais, com o objetivo de apoiar o cotidiano das unidades de ensino nas suas várias demandas;

• Fortalecer a autonomia das escolas valorizando suas propostas político-pedagógicas e ampliando os níveis de decisão local e a descentralização de recursos financeiros.

5.8.4.4 Regime de Colaboração com os Municípios

Ao longo dos anos, os municípios paranaenses têm assumido tarefas que estão sobrecar-regando os orçamentos e inviabilizando o investimento adequado nas redes e sistemas

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municipais de educação. O Governo do Estado precisa estabelecer um permanente en-tendimento com as prefeituras com objetivo de construir uma relação institucional sólida, capaz de zerar questões históricas mal resolvidas, nela incluída a imprescindível amplia-ção dos recursos do Governo Federal para o financiamento da Educação.

Os recursos investidos pelo Governo do Estado, ou disponibilizados aos municípios atra-vés de financiamento, terão o objetivo principal de ampliar a oferta da matrícula de 4 e 5 anos, que hoje significa uma difícil tarefa para as prefeituras.

Além disso, apenas um terço do gasto que as prefeituras têm para transportar alunos da Rede Estadual é ressarcido aos municípios. Uma situação vexatória e caótica do ponto de vista do investimento público em educação e do regime de colaboração previsto na Constituição Federal. Visando a solução do problema ora vivenciado, seguem propostas:

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas;

• Implantação do Programa Estadual de Reestruturação do Transporte Escolar. A análi-se da oferta de transporte e matrícula em cada município, tanto para alunos das redes municipais como da rede estadual, possibilitará a solução de um problema que se arrasta há quase duas décadas. O programa irá abranger, entre outras ações:

» Mapeamento adequado e real das rotas do transporte escolar,

» Readequação das matrículas;

» Aplicação do estudo do custo aluno do transporte escolar construído pela Univer-sidade de Brasília;

» Plano para ressarcimento gradual da defasagem entre o repasse de recursos dos Governos Estadual e Federal e o efetivo gasto das prefeituras para o transporte de alunos da Rede Estadual;

» Aprimorar o processo de georreferenciamento de matrículas em efetiva parceria com os municípios.

5.8.4.6 Integração com a Comunidade

O ideal de um sistema educacional orientado para o sucesso da escola, fortalecendo o processo local de tomada de decisões e tendo a educação como grande beneficiária de uma nova proposta de governo, participativo, democrático e descentralizado, promove a integração das escolas com as suas comunidades a um nível de importância essencial. Debater com as comunidades escolares as necessidades e os resultados que são obti-dos com a promoção de uma maior integração da escola à comunidade, com estratégias de ampliação dos horários, em que as escolas mantêm-se abertas (fins de semana, por exemplo), para que ali sejam desenvolvidas atividades de cultura, esporte, lazer e atividade física, cursos profissionalizantes e de geração de emprego e renda, promovendo o convívio

familiar e o papel da escola como centro irradiador e dinamizador da vida comunitária.

Apoiar com assistência técnica e pedagógica àquelas escolas que optarem por implantar o programa, de forma que possam, inclusive, contar com a forte presença de pessoas e instituições de governo e também voluntárias no desenvolvimento dos trabalhos.

5.8.4.7 Universidades

O Paraná necessita de um novo projeto de desenvolvimento que tenha como finalidade a melhoria da qualidade de vida das pessoas. As Universidades, principalmente as Esta-duais, tem uma grande responsabilidade com esse projeto. Elas representam os níveis superiores, acadêmicos, dos quais devem emanar as diretrizes, as metas, os caminhos a serem seguidos, ditados pela pesquisa e pelo conhecimento. As Universidades do Estado do Paraná configuram um modelo excepcional no cenário brasileiro. O Paraná se destaca como unidade federada que implantou e mantém, a partir da base orçamentária própria, um grande número de Instituições de Ensino Superior. Nesse particular, a sociedade paranaense está ciente do grande esforço de financiamento que realiza e a comunidade acadêmica, igualmente, do desafio permanente que deve impor-se no sentido de devolver à sociedade os frutos desse esforço.

A partir de sua profícua história de ensino, de pesquisa e de extensão, as Instituições de Ensino Superior do Paraná, reconhecem que necessitam superar-se, num cenário de re-cursos não disponíveis em ideal medida, para participar, ainda mais intensamente, de um movimento que deve envolver todas as forças vivas do Paraná, em prol da ampliação do número de Regiões do Estado aptas a se desenvolverem, da agregação de valor a todas as cadeias produtivas de nosso Estado, da contribuição, com ciência, para o nascimento de novas oportunidades de geração de riqueza e, qualidade de vida dos paranaenses.

Junto com os Institutos de Pesquisa do Paraná, também eles portadores de uma rica his-tória, as Universidades estarão à frente do esforço de produção de ciência, tecnologia & inovação em nosso Estado. Esforço que sem desdenhar da pesquisa básica, deverá em-penhar-se na construção das necessárias pontes entre a academia e os setores produti-vos, para resolver problemas e gerar valor, conforme as potencialidades de cada Região.

A formação universitária merece esforços de ampliação, na graduação e na pós-gradu-ação, mas as Universidades são, também, fator fundamental para que o Estado possa aproveitar a oportunidade da presença de tão numerosa população jovem e economica-mente ativa, desde que seja capaz de formá-la para o mercado de trabalho e de influenciar a alavancagem de oportunidades.

Também no terreno da prestação de serviços e da presença solidária junto à população das distintas Regiões nossas Universidades são cada vez mais importantes. Basta olhar para a reali-dade paranaense com seus 312 municípios com menos de 20 mil habitantes para constatar seu papel básico no apoio técnico à quase totalidade das situações do dia-a-dia das pessoas, quase sempre de caráter supramunicipal (saúde, educação, segurança, mobilidade urbana e outros).

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Nesta direção, os compromissos do Governo Beto Richa serão:

• Apoiar a implantação dos Sistemas Regionais de Saúde-Escola, integrando as redes universitárias, estaduais e municipais de serviços, principalmente no setor saúde;

• Alinhar os esforços das Universidades e dos demais setores do Governo para o apoio financeiro e institucional, em cooperação com setores empresariais e não go-vernamentais, na produção da pesquisa necessária para elevar e manter o Paraná na condição de um Estado reconhecido no Brasil e no mundo por sua qualidade e competitividade;

• Promover o aperfeiçoamento do marco regulatório e legal que configura o ambiente universitário para agilizar e ampliar o campo de interação das universidades e da comunidade universitária com os setores produtivos, municípios e sociedade em geral, propiciando inovação e serviços, com ganhos para todos os envolvidos, ga-rantidos os benefícios para a população;

• Revisar a Lei 12.020, promulgada em 1998. A nova lei precisa renovar a sistemática de fomento à pesquisa. Os percentuais de destinação dos recursos do Fundo preci-sam ser redefinidos, com base numa proporção para a agência de fomento e outra para os Institutos Tecnológicos e espaços de interação entre a produção científica das universidades e o setor produtivo, bem como o foco nos arranjos produtivos locais precisa ser equacionado. A revisão deverá se dar num contexto de amplo debate com todos os segmentos interessados na questão de ciência, tecnologia & inovação no Paraná, para formular uma nova proposta;

• Definir com as universidades estaduais um plano bilateral de objetivos e metas atrelado à contínua promoção da autonomia científica, administrativa e financeira, com ampla prestação de contas a toda a sociedade. Essas pactuações deverão ser feitas com participação efetiva de dirigentes universitários integrados ao pro-cesso de gestão da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Às metas pactuadas deverão também corresponder recursos de custeio e inves-timento definidos conforme o alcance orçamentário do Estado, considerando-se como diretriz básica a garantia da aplicação dos 2% em Ciência, Tecnologia & Ino-vação, como define a Constituição Estadual.

5.9 Esporte, Lazer e Atividade Física

5.9.1 Visão de FuturoO esporte é reconhecido pela Organização das Nações Unidas e, consequentemente, tratamos como obrigatoriedade de oferta por parte do Estado, não apenas nas unidades escolares, mas também no contraturno escolar e nos espaços públicos disponíveis. Não obstante fogem deste complexo a oferta do Lazer como forma contemplativa e de prática, como também a Atividade Física, hoje protagonista da prevenção de doenças e da busca de uma vida mais saudável, melhorando a qualidade dos cidadãos em todos os sentidos.

O novo Governo enfrentará um grande desafio no que se refere à estrutura física disponí-vel na forma de gestão e na operacionalização, diante de uma nova proposta para o Esta-do do Paraná. Existe a necessidade de fazer com que o cidadão paranaense busque um novo estilo de vida, ativo e de inclusão. Para tanto, é necessário uma mudança de hábitos que promovam seu bem estar, por meio da oferta de um sistema efetivo e eficiente a todos os segmentos da sociedade – crianças, jovens, adultos e idosos – oportunizando a prática da atividade física, do esporte e do lazer, como forma de opção.

A criação de uma política estadual do esporte, do lazer e da atividade física é necessária como forma de instrumentalizar os municípios. Esta política deve ser construída, visto que é inexistente, e existe a necessidade de fortalecer o contato com as universidades, as federações e associações esportivas existentes, as quais foram desprezadas no seu conhecimento científico e de prática esportivo nos últimos anos.

O País vive um ciclo esportivo (2010 - 2020), teremos nesta próxima década, a década do Esporte, eventos com visibilidade internacional acontecerão no Brasil, a Copa do Mun-do em 2014 e as Olimpíadas em 2016, além de competições mundiais em várias outras modalidades esportivas. O Paraná não pode ficar fora deste cenário e temos que dar oportunidade aos novos talentos, fato notório em outras épocas e que devido à falta de oportunidade e de programas efetivos há muitos anos, não temos tido expoentes do es-porte descoberto e advindo do nosso Estado. Para esse desejo se concretizar, é imperati-vo reconhecer junto à comunidade esportiva as modalidades de maior identificação com o Estado e que possam ser desenvolvidas, para, desta forma, potencializá-las.

Para que possamos alcançar estes objetivos, e fazer com que o Estado do Paraná volte a ser reconhecido novamente como um celeiro de atletas, é necessário reorganizar os 17 Centros Regionais de Esporte e Lazer.

5.9.2 Situação AtualNos últimos anos os governantes e seus gestores não têm conduzido o esporte, o lazer e a ati-vidade física com a competência necessária. Mantiveram projetos e jogos constituídos há mui-tos anos, ignorando as tendências modernas de administração pública para este segmento.

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METAS DE GOVERNO124 BETO RICHA 2011 | 2014 125

O órgão regulador no Estado, a Paraná Esporte, autarquia ligada à Secretaria de Estado da Educação, mantêm uma estrutura interna administrativa com duas diretorias e 17 cen-tros regionais de esporte e lazer, que oferece à população paranaense três projetos so-ciais e promove cinco competições esportivas oficiais destinadas à estrutura escolar, aos jovens, aos universitários e aos adultos. Neste caso, vale ressaltar que são competições esportivas das quais as instituições devem organizar-se para participar, sem nenhum au-xílio direto do Estado. Esta atitude é inconcebível diante da magnitude do nosso Paraná.

Para mudar esta realidade, são necessários programas direcionados a todas as faixas etárias, que oportunizem indistintamente a prática de uma atividade física e do esporte, de forma regular e sistemática. Não é percebida a existência de programas direcionados ao adulto, à 3ª idade e à Juventude.

É sabido que a juventude, por falta de oportunidades, acaba buscando adrenalina nas drogas e nos maus hábitos como o cigarro e a bebida. Desta forma, a sociedade em ge-ral fica prejudicada pela falta de política consistente a este segmento e ao adulto-jovem. A prática do esporte e da atividade física é um dos caminhos a ser oferecido a esta popu-lação e podem ser conseguidas por meio de parcerias com as prefeituras, universidades e entidades de classe. Cabe ao Estado instituir estes programas, que acontecem em outras cidades brasileiras com sucesso, a exemplo de Curitiba.

Outro problema constatado é a falta de uma política efetiva de incentivo aos pequenos municí-pios, como forma de fomento à prática esportiva e da atividade física, sem contar o lazer, que está literalmente esquecido. Esta atividade é muito fácil de ser desenvolvida e de baixo custo, basta instituir programas, capacitar pessoas e realizar eventos de pequeno e grande porte, que promoverá o encontro da comunidade e contribuirá para a sociabilização da população.

5.9.3 Objetivos de Governo1. Criar a política estadual do esporte, lazer e atividade física alinhando objetivos

estaduais e municipais

2. Estruturar programas que promovam junto à população estilos de vida saudáveis

3. Promover oportunidades para a indústria do esporte como geradora de emprego e renda

4. Reconhecer junto com a comunidade esportiva as modalidades que poderão ser de-senvolvidas no Estado

5. Implantar programas que oportunizem a revelação de atletas

5.9.4. Principais Propostas:

5.9.4.1 Lei Estadual de Incentivo ao Esporte

Implantar mecanismo legal, sancionar a Lei já formulada com algumas ressalvas e atuali-

zações, que possibilite incentivar financeiramente atletas, paraatletas e Instituições espor-tivas amadoras do Paraná.

Esta proposta visa incentivar:

• Projetos de iniciação esportiva

• Projetos de desenvolvimento de pesquisas científicas na área do esporte, lazer e atividade física

• Projetos de publicação de livros técnicos na área do esporte, lazer e atividade física

• Projetos de incentivo ao esporte de rendimento, esporte estudantil e esporte participação

5.9.4.2 Atividade Física, Esportiva e de Lazer

Proporcionar ao cidadão paranaense, através dos programas de esporte, lazer e atividade física, um estilo de vida ativo, contribuindo para a integração social dos praticantes, na promoção à saúde, na educação pelo esporte e na preservação ambiental.

• Esta proposta promoverá ações para tornar a população fisicamente ativa e saudá-vel em todas as faixas etárias, e tem como metas:

• Rediscutir as políticas públicas municipais de esporte, lazer e atividade física

• Implantar academias ao ar livre distribuídas no Estado do Paraná

• Implantar ciclo faixas para deslocamento ao trabalho, escola, lazer e atividade física

• Implantar programas que viabilizem e incentivem a prática de atividade física – (ca-minhadas, corridas de rua, festivais esportivos e outros afins)

5.9.4.3 Competições Esportivas

Oportunizar a prática do esporte por meio de competições esportivas em nível municipal nos segmentos estudantil, jovem, adultos e idosos.

Esta proposta visa:

• Redimensionar as Competições Oficiais já realizadas, oportunizando nestas com-petições a participação do Paradesporto

• Implantar Jogos para a 3ª Idade (adaptados a faixa etária)

• Implantar Jogos Especiais destinados a crianças, jovens e adultos com deficiência motora, auditiva, de fala e mental leve, como forma a inseri-los na sociedade

5.9.4.4 Centros de Desenvolvimento do Esporte, Lazer e Atividade Física

Ampliar a estrutura operacional existente por meio da criação de novos centros regionais, como multiplicadores de programas e ações pertinentes ao desenvolvimento do Esporte, potencializando a vocação regional, bem como o lazer e a atividade física.

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METAS DE GOVERNO126 BETO RICHA 2011 | 2014 127

5.10 Habitação

5.10.1 Visão de FuturoComo prioridades na área de habitação urbana e rural, o novo Governo buscará viabilizar soluções para o déficit habitacional e melhoria da habitabilidade das famílias com renda de até 3 salários mínimos.

O déficit habitacional será trabalhado com ações voltadas para a produção de unidades habitacionais e na regularização de titulação fundiária, em imóveis sem documentação e com nenhuma perspectiva de regularização.

A habitabilidade tratará da melhoria nas unidades já existentes e da realocação das famí-lias que residem em áreas impróprias, como margens de rios e mananciais, para lugares dotados de infraestrutura mínima e necessária ao bem estar. Esta visão inclui a questão da habitação rural, nos segmentos de agricultura familiar de subsistência, que deve ser equa-cionada por políticas para a qual convirjam distintos setores do Governo Estadual e, princi-palmente, o Governo Federal que precisa ampliar os recursos destinados à habitação rural.

A conquista de uma moradia representa uma vitória, fortalece a base familiar e garante um futuro com tranquilidade e segurança, além de promover o resgate social e a melhoria na qualidade de vida da família paranaense.

O Governo Beto Richa irá buscar novas alternativas de fontes de recursos tais como Agentes Internacionais de Financiamento (Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD), para acelerar as ações habitacionais; e procurará viabilizar dotação orçamentária que permita o fluxo constante de recursos para a produção de unidades habitacionais sem, no entanto, reduzir dotações de outras esferas de Governo.

Esta política habitacional também contribuirá no desenvolvimento econômico do Estado ao promover a geração de emprego e renda.

5.10.2 Situação AtualSegundo levantamento da Fundação João Pinheiro para o Ministério das Cidades, o Para-ná apresenta déficit habitacional de 272.542 moradias, sendo: 240.825 na área urbana e 31.717 na área rural. Desse total 236.566 unidades habitacionais estão entre a população com renda de até 3 (três) salários mínimos.

O atendimento às demandas de habitação no Paraná, para essa faixa da população, será liderada pela Companhia de Habitação do Paraná – Cohapar, com ações integradas entre as diversas áreas de Governo, visando promover o resgate social pleno.

A Cohapar possui uma dívida junto ao Tesouro Nacional no valor de R$ 521.636.799,87 (valo-res constantes do balanço de 2009), oriunda de refinanciamento da dívida junto à Caixa Eco-

nômica Federal e em amortização; por outro lado, possui crédito junto ao Fundo de Compen-sação de Variações Salariais – FCVS, no valor de R$ 600 milhões, passíveis de recuperação.

O grande desafio para a retomada dos financiamentos e produção de unidades habitacio-nais é a manutenção de fluxo financeiro constante para essa atividade, isso se viabiliza com orçamento adequado à política habitacional proposta.

A Companhia possui terrenos com projetos em condições de construção imediata, o que possibilita o atendimento às necessidades mais prementes; e possui estoque de terrenos em condições de implantação de novos empreendimentos, necessitando apenas da ela-boração dos projetos para o início do processo.

As fontes de recursos utilizadas para a política de Habitação são Caixa Econômica Federal – CEF, Governo do Estado do Paraná e Ministério das Cidades, através de aportes regulares.

5.10.3 Objetivos de Governo1. Reduzir o déficit habitacional e minimizar a questão da Titularidade de unidades

habitacionais com problema

2. Melhorar a habitabilidade urbana e rural

5.10.4 Principais Propostas:O Governo Beto Richa irá elaborar nova pesquisa de demanda habitacional no Estado, para direcionar com maior assertividade as ações de Habitação, e determinar a integração entre os diversos Órgãos envolvidos com o tema, a fim de agilizar e facilitar a implantação dos novos projetos.

5.10.4.1 Moradias Urbanas e Rurais

Esta proposta visa diminuir o déficit habitacional, com a produção de unidades habitacio-nais urbanas e rurais, inclusive o representado pela coabitação.

Habitação urbana e rural

• Produzir unidades habitacionais urbanas, coletivas ou individuais, visando atender 100.000 famílias nos 399 municípios do Paraná;

• Produzir unidades habitacionais rurais, visando atender 10.000 famílias em 300 mu-nicípios do Paraná.

Melhorar a habitabilidade urbana e rural

• Promover melhorias nas unidades habitacionais urbanas regularizadas, com pe-quenas obras de reparo e pintura, visando atender 10.000 famílias;

• Promover melhorias nas unidades habitacionais rurais regularizadas com pequenas obras de reparo e ampliação, visando atender 4.000 famílias.

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METAS DE GOVERNO128 BETO RICHA 2011 | 2014 129

• São as seguintes linhas de ação para a viabilização destas propostas:

• Desenvolver os projetos

• Dimensionar a demanda

• Captar recursos

• Desenvolver parcerias

5.10.4.2 Urbanização e Reassentamento

Esta proposta visa regularizar as ocupações irregulares urbanas, recuperar as áreas de proteção ambiental degradadas e reassentar as famílias quando necessário; serão 16.000 famílias atendidas nos próximos 4 anos.

São as seguintes linhas de ação para a viabilização desta proposta:

• Elaborar um Plano de Regularização Fundiária Estadual

• Identificar e diagnosticar as áreas de ocupação irregular

• Desenvolver os projetos

• Captar recursos

• Desenvolver parcerias

5.10.4.3 Titulação

Esta proposta visa titular com escritura pública 8.000 famílias que vivem sem documenta-ção de propriedade, em aproximadamente 300 municípios.

São as seguintes linhas de ação para a viabilização desta proposta:

• Identificar áreas com problemas de titulação para determinar a forma de interven-ção do Governo na solução das pendências e sua regularização

• Submeter à análise das ações possíveis, necessárias e passíveis de execução para a regularização fundiária

• Desenvolver os projetos

• Captar recursos

• Desenvolver parcerias

5.10.4.4 Companhia de Habitação

• Adotar um plano de recuperação da inadimplência que se encontra em patamares elevados (29% de inadimplência).

• Finalizar o acerto do Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS junto à Caixa Econômica Federal, gestora do fundo.

5.11 Infraestrutura e Logística

5.11.1 Visão de FuturoInfraestrutura e Logística compreende os sistemas de Transportes com seus diversos modais (rodoviário, ferroviário, aeroviário, dutoviário, hidroviário e portuário), Centros de Integração Logística, Telecomunicações, Energia e Saneamento Básico. A Infraestrutura e a Logística do Paraná deverão estar a serviço das pessoas e das suas atividades cotidia-nas, por tanto, sintonizadas com as demandas de seu povo, de sua estrutura econômica e dos agentes de seu desenvolvimento humano.

Para o Paraná ter um crescimento socioeconômico sustentável e para que haja um au-mento na competitividade dos produtos paranaenses, é fundamental aumentar a quali-dade e a disponibilidade da sua infraestrutura. Assim, se reduzirá custos estruturais e se aumentará a rentabilidade de seus empreendimentos, desde o pequeno produtor rural até a grande indústria, hoje fortemente penalizados pelas suas deficiências.

O Governo Beto Richa desenvolverá ações que garantam avanços positivos nos indica-dores de desenvolvimento humano, econômicos e sociais. Este “novo jeito de governar” tem como premissas:

1. Mobilizar as forças políticas do Estado em ações convergentes com o objetivo de garantir que a União aplique os recursos necessários para a realização de obras de infraestrutura que sejam de sua responsabilidade. Garanta que tais obras sejam exe-cutadas e conceda as autorizações necessárias para que o Estado obtenha emprés-timos e financiamentos;

2. Fazer do Governo do Estado o principal indutor do desenvolvimento do Paraná;

3. Promover a modernização e o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios que regem as questões de infraestrutura e logística;

4. Respeitar os contratos juridicamente perfeitos de modo a restaurar a confiança da sociedade e dos investidores em empreendimentos de interesse público;

5. Reabilitar o Estado como agente fiscalizador do cumprimento das obrigações contra-tuais com ele estabelecidas;

6. Tratar as questões ambientais com isenção de preconceitos, responsabilidade e auto-ridade técnica e em favor do desenvolvimento humano do Paraná.

Assim, o Novo Governo do Novo Paraná desenvolverá um sistema de infraestrutura e logística ágil, eficiente e seguro.

5.11.2 Situação AtualA Infraestrutura existente está superada e já é insuficiente para as demandas do Paraná em

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METAS DE GOVERNO130 BETO RICHA 2011 | 2014 131

todas as modalidades. Isto faz com que a logística possível para atender aos fluxos de pes-soas e mercadorias seja morosa e onerosa. Essa situação compromete a competitividade dos produtos e serviços paranaenses e reduz a rentabilidade dos nossos empreendimentos.

A atual infraestrutura do transporte rodoviário, de pessoas e de cargas, se mostra insufi-ciente e inadequada a partir das estradas rurais e vicinais, gerando perda na renda dos produtores paranaenses devido aos elevados custos logísticos. Estas são importantes para o escoamento da produção agrícola e para a movimentação das pessoas no seu acesso às escolas, às unidades de saúde, ao comércio e aos serviços ofertados pelas regiões urbanizadas. Elas se revelam como obstáculos em decorrência do estado de pre-cariedade em que se encontram. Urge estabelecer parcerias entre a União, o Estado, os Municípios e os Produtores locais para recuperar e manter essas estradas com boa trafe-gabilidade e drenagem adequada. As forças políticas do Paraná deverão ser mobilizadas para promover uma readequação da postura do Governo Federal para com o Paraná, em relação às responsabilidades com a malha viária e a adequada aplicação dos recursos da União. Estradas rurais representam as grandes extensões dentro dos territórios dos mu-nicípios e têm sua manutenção como responsabilidade unicamente das Prefeituras, cujos orçamentos não suportam tamanha demanda.

Diversas rodovias estaduais e federais necessitam de urgente recuperação e de melhorias em seus traçados, como correções geométricas, terceiras faixas e sinalização de tráfego.

Os gargalos e congestionamentos existentes nessas rodovias, além de aumentar o tempo de deslocamento, provocam aumento nos custos de transporte e aumento desnecessário no consumo de combustíveis, com consequente aumento do impacto no meio ambiente.

O Paraná tem uma triste (ou lamentável) estatística quanto aos acidentes e mortes nas estradas. Muitas vezes uma melhor sinalização e maior fiscalização resolvem, outras ve-zes, a intervenção na geometria da estrada ou execução de obras pontuais, minimizam o problema. Além de reduzir o número de mortes ou de incapacitados devido aos acidentes, há uma economia nos gastos com internações hospitalares, o que permite uma melhora no atendimento a outras demandas na área da saúde.

Ao se falar do transporte rodoviário, não se pode ignorar a questão dos pedágios; suas tarifas são caras e inadequadas à realidade paranaense. O governo do Estado deverá enfrentar esta questão com responsabilidade e suporte legal, tanto com relação às tarifas como em relação aos compromissos de investimentos das concessionárias. Buscar o diá-logo e a negociação ao invés do conflito, mas envolvendo obrigatoriamente o governo da União que é o detentor dos direitos e dos poderes sobre a matéria.

O Porto de Paranaguá − a grande porta de entrada e saída de produtos e mercadorias do Paraná − exige melhorias imediatas para permitir o acesso de navios de grande calado. Exige ainda, a melhoria e expansão do cais e a modernização da sua área de movimen-tação de cargas, de modo a torná-lo mais ágil e competitivo. Mas, antes de tudo, receberá um tratamento profissional de gestão para sair das listas negativas e voltar a ser um porto

preferencial para os usuários.

A indústria do Turismo muito contribui para a geração de divisas, empregos e, por conseguin-te, para o aumento da renda da população. Entretanto, o Porto de Paranaguá ainda não pos-sui um Terminal de Passageiros para recepção do turismo advindo dos cruzeiros marítimos.

O Porto de Antonina deve ser revitalizado e poderá se tornar uma base de apoio ao supri-mento de plataformas marítimas.

As infraestruturas do estado voltadas ao transporte aeroviário já atingiram o limite de sua capacidade, além da falta de pistas adequadas para permitir o pouso e a decolagem de aviões cargueiros com plena carga. Hoje empresas da Região Metropolitana de Curitiba despacham suas cargas por via rodoviária até os aeroportos de Guarulhos e de Campinas (Viracopos), para que lá sejam embarcadas em aviões cargueiros.

Os aeroportos do Paraná, de modo geral, requerem ampliações em terminais de cargas e de passageiros e o prolongamento de suas pistas.

Condições climáticas desfavoráveis obrigam, muitas vezes ao ano, o Aeroporto Afonso Pena fechar para pousos e decolagens. Os custos e transtornos advindos dessa situação são imensuráveis. Urge a instalação imediata de equipamentos que permitam aterrissa-gens com visibilidade zero.

Atenção deve ser dispensada não apenas à questão do tráfego de passageiros, mas, tam-bém, ao transporte aéreo de cargas que encontra-se em estado crítico.

O Paraná ainda não dispõe de uma infraestrutura de dutos para transporte. A produção de etanol na Região Norte já sinaliza para a viabilidade da implantação de alcooduto ligando aquela região ao Porto de Paranaguá. Assim, o Estado deverá fomentar a implantação de dutos para suprir demandas desta natureza, reduzindo o tráfego rodoviário e seus conse-qüentes impactos econômicos e ambientais.

No segmento ferroviário ainda não existe uma ligação entre o grande pólo de desenvol-vimento que será a Hidrovia do Rio Paraná no extremo Oeste e Noroeste, hoje em rápida expansão, e o Porto de Paranaguá no extremo leste.

A ferrovia existente no trecho de Guarapuava à Ponta Grossa tornou-se um gargalo em função de seu traçado antigo e sinuoso que não permite o tráfego de grandes composi-ções, aumentando o tempo e o custo do transporte.

O saneamento básico, além de uma questão de infraestrutura, é principalmente uma questão de saúde pública. É inconcebível que em pleno século 21 existam segmentos da população que não tenham acesso à rede pública de água e esgoto tratados. A estru-tura de estações de tratamento de esgotos existente nas grandes cidades do Paraná se demonstra saturada. O sistema de coleta e tratamento de esgoto deve ser melhorado e expandido, posto que significativas parcelas do esgoto sanitário ainda são lançadas “in na-tura” no meio ambiente, causando graves impactos ambientais e inumeráveis problemas de saúde à população.

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METAS DE GOVERNO132 BETO RICHA 2011 | 2014 133

A Sanepar deve apresentar uma forma sustentável de destinação final dos efluentes e resíduos dos processos de tratamento de água e esgoto, bem como estudar e atuar na questão dos resíduos sólidos urbanos.

O Novo Governo apoiará os municípios paranaenses na elaboração dos seus Planos Mu-nicipais de Saneamento Básico. Esses planos deverão contemplar a drenagem urbana e a elaboração de projetos que visem à recuperação e conservação dos mananciais de abastecimento de água.

A questão energética é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Mesmo diante do potencial energético do Estado, tanto hidrelétrico como bioenergético, nos últimos anos o Governo afugentou empreendedores do setor. Com isto, deixou de gerar oportunidades de desenvolvimento para população paranaense.

Assim, para atender um preceito da Constituição do Estado do Paraná (art.163), o Go-verno fomentará a instalação de pequenas centrais geradoras de energia, obedecendo aos requisitos legais e ambientais, pois são simultaneamente fontes de energia limpa e mecanismos de aumento da sustentabilidade ambiental.

Para que sejam cumpridos os objetivos estabelecidos neste eixo é de fundamental impor-tância recuperar as instituições governamentais da administração direta e indireta. As em-presas estatais deverão ser fortalecidas e permanecer sob o controle acionário do Estado do Paraná e administradas através de Contratos de Gestão com o Governo.

O clima organizacional destas instituições apresenta um quadro generalizado de desmoti-vação. As empresas buscarão reverter este quadro com investimentos no desenvolvimen-to dos seus recursos humanos.

Especial atenção será dada à Copel Distribuição S/A, cuja concessão vence em 2015. Se outrora ela foi considerada a melhor distribuidora de energia do Brasil, nos últimos anos o “Poder Concedente” a vem penalizando com pesadas multas pelo não cumprimento do Contrato de Concessão, fato este que põe em risco a sua renovação.

Um grave problema é a inexistência de projetos para o desenvolvimento do Paraná na área de Infraestrutura e Logística, neste sentido, é necessário desenvolver Planos e Pro-jetos Estruturantes de Engenharia com visão de longo prazo, para além de uma única gestão governamental.

5.11.3 Objetivos de Governo1. Dotar o Estado de um sistema de transportes e logística de alta eficiência que

permita o transporte de passageiros e de cargas, bem como, a recepção, armazena-mento e distribuição de cargas com segurança, agilidade e baixos custos

2. Dotar o Estado de um sistema rodoviário de alta eficiência que permita o transporte de passageiros e de cargas com segurança e agilidade

3. Dotar o Estado de um sistema ferroviário eficiente, seguro, ágil e que crie novas

alternativas ao transporte de cargas

4. Ampliar a capacidade aeroportuária paranaense

5. Adequar os portos paranaenses às demandas do comércio exterior

6. Ligar por duto o Norte/Noroeste do Paraná ao Porto de Paranaguá

7. Prover Infraestrutura de Telecomunicações com qualidade em todo o Estado

8. Promover a implantação de programas de desenvolvimento regional através da in-tegração da infraestrutura de telecomunicações com outras pastas de Governo como a Educação, Saúde, Segurança e outras

9. Renovar o Contrato de Concessão da Copel Distribuição

10. Transformar a Copel Distribuição na melhor distribuidora de energia elétrica do Brasil

11. Fortalecer a Copel visando torná-la empresa de classe mundial

12. Implantar programas de energia elétrica que aumentem a rentabilidade e a compe-titividade do produtor rural

13. Fomentar a implantação de centrais geradoras de energia de pequeno porte que promovam o desenvolvimento humano nas regiões mais carentes do Estado

14. Incentivar a Pesquisa, o Desenvolvimento, a Inovação e a implantação de projetos de fontes renováveis de energia e eficiência energética

15. Ampliar a oferta de Gás Natural no Estado

16. Induzir a expansão da oferta do saneamento básico nos municípios

17. Transformar a Sanepar em uma empresa de referência na América Latina

5.11.4 Principais PropostasA economia paranaense é muito importante para o mercado interno brasileiro para onde destina cerca de 80% do que produz. Grande, também, é a contribuição do Paraná para as exportações brasileiras, pela qualidade dos produtos que exporta: carne, grãos, açúcar e etanol, madeira e seus derivados. Esses quatro grupos de produtos mais o minério de ferro são os cinco primeiros itens da pauta de exportação brasileira.

Com essa visão e com base na análise da origem e destino do fluxo de cargas procurou-se definir as rotas mais convenientes para aumentar a competitividade dos produtos parana-enses. Considerou-se, também, a opinião de especialistas e estudos técnicos que apon-tam que, para distâncias inferiores de aproximadamente 600 km, o transporte rodoviário apresenta uma atratividade econômica maior que o ferroviário.

5.11.4.1 Plano Estadual de Transportes e Logística

Elaborar o Plano Estadual de Transporte e Logística que dê uma visão integrada e estrutu-rante dos fluxos e demandas com ênfase nos modais de transporte Rodoviário e Aeroviário.

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METAS DE GOVERNO134 BETO RICHA 2011 | 2014 135

Para se ter uma redução sensível nos custos logísticos e de transporte no Paraná, além de se investir nas vias de transporte, é importante a implantação de centros logísticos para a re-cepção, armazenamento e distribuição de cargas, bem como a criação de “portos secos”onde se terá os serviços de aduana e vigilância sanitária. Estes centros tem a função fun-damental de agilizar, reduzir custos e dar segurança aos fluxos de cargas. São, também, foco de desenvolvimento regional, motivo pelo qual a definição de sua localização é estra-tégica na visão de desenvolvimento sustentável.

PLANO RODOVIÁRIO

Elaborar o Plano Rodoviário Estadual, cuja última versão foi produzida em 1951, para ampliar a malha rodoviária e adequar as rodovias do Paraná que não foram projetadas para as carac-terísticas físicas dos veículos atuais.

Os veículos de transporte de cargas são produzidos para grandes capacidades, isto faz com que suas dimensões sobrecarreguem as estruturas dos pavimentos, além de exigir larguras de pistas e espaços de tráfego superiores aos antigos traçados existentes.

O Plano Rodoviário Estadual vai priorizar a expansão da malha rodoviária existente e deverá contemplar a revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à segurança no tráfego e a convivência com estes novos veículos de cargas.

Este Plano Rodoviário será dotado em função dos fluxos de cargas, da redução dos custos e de tempo e da eliminação de gargalos de escoamento. Como consequência, se aumentará competitividade do produto com a “Marca Paraná”.

PLANO AEROVIÁRIO

Elaborar o Plano Aeroviário Estadual, visando ampliar a capacidade de transporte aéreo de passageiros e de cargas, integrando-o com o transporte rodoviário. Este plano é requisito in-dispensável para obtenção de recursos junto ao Governo federal a serem aplicados no apoio a aeroportos.

5.11.4.2 Programa Permanente de Segurança e Redução dos Acidentes nas Estradas

O Novo Governo irá implantar o Programa Permanente de Segurança e Redução de Aci-dentes nas Estradas, para reduzir o número de acidentes e mortes e contribuir com o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do Estado.

Entre os enormes custos que o número de acidentes nas estradas gera, destaca-se o custo social, traduzido pelas vidas perdidas. Muitas vezes os pontos críticos já são co-nhecidos há tempos e a solução não é cara. Faltam vontade e sensibilidade política para resolver esta questão que envolve a Polícia Rodoviária, o Departamento de Estradas de Rodagem – DER (ou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT), o Corpo de Bombeiros, eventualmente a Concessionária, os Hospitais Regionais e as Es-colas, para a conscientização sobre a segurança no trânsito.

5.11.4.3 Pedágio

O Governo Beto Richa irá negociar com as Concessionárias a redução das tarifas de pe-dágio, visando a diminuição dos custos logísticos e de transportes no Paraná.

É inegável que as rodovias pedagiadas estão em condições superiores às não pedagia-das. No entanto, é inegável também o descontentamento popular com o valor de algumas tarifas. Hoje há dois modelos praticados: um pelo Estado, que se demonstrou oneroso; e outro pela União, nas rodovias BR 376 e BR 116, com menores custos, mas com baixa efetividade, uma vez que as condições destas rodovias não se encontram adequadas do ponto de vista de conservação e melhorias.

5.11.4.4 Rodovias – Estradas Vicinais e Rurais

O Novo Governo irá fomentar a recuperação e melhoria das estradas vicinais e rurais, com adequados cuidados de drenagem superficial de proteção da via e a substituição de pontes de madeira por concreto, apoiando técnica e financeiramente os municípios na re-alização das obras necessárias, em conjunto com os produtores rurais. Serão implantados 60 Consórcios com patrulhas mecanizadas para esta finalidade.

5.11.4.5 Rodovias Estaduais – Conservação, Restauração, Melhorias e Construção

O Governo Beto Richa irá viabilizar as obras de eliminação de gargalos, indicados pelo Sistema de Gerenciamento de Pavimentos do Departamento de Estradas de Rodagem – DER, e dos pontos críticos nas rodovias, identificados nos Relatórios de Acidentes da Polícia Rodoviária.

Pavimentar com asfalto o acesso aos municípios de Coronel Domingos Soares, Mato Rico, Campina do Simão e Doutor Ulysses. Com essas iniciativas, todas as cidades para-naenses estarão ligadas ao sistema rodoviário estadual por vias pavimentadas.

O Novo Governo, respeitando o meio ambiente, investirá na readequação do acesso a Gua-raqueçaba, de modo a permitir que a população possa melhorar a sua qualidade de vida com mobilidade mais segura, com vistas ao atendimento à saúde, à educação e outros.

Retomar o gerenciamento de rodovias e de pavimentos, visando eliminar o surgimento de novos pontos críticos e reduzir as despesas na recuperação das rodovias. Sabe-se que é mais barato manter do que posteriormente ter que recuperar.

Com a diminuição dos investimentos nos últimos anos, bem como a redução do papel do DER, o gerenciamento de rodovias e de pavimentos não recebeu a prioridade devida.

Assim sendo, o Estado desenvolverá projetos de engenharia e, de acordo com a disponi-bilidade de recursos financeiros, serão realizadas as obras viárias necessárias para dotar o Estado de rodovias seguras, compatíveis com o fluxo de passageiros e de cargas, com a atual tecnologia dos transportes no Estado.

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METAS DE GOVERNO136 BETO RICHA 2011 | 2014 137

Tais obras compreenderão a conservação das rodovias Estaduais e pavimentação de vias prioritárias entre outras:

• Pavimentação do trecho São Mateus do Sul - Irati (PR 364)

• Duplicar trecho PR415 entre Pinhais e Piraquara (11 km) com via para transporte coletivo, completando a integração Metropolitana

• Conclusão da duplicação da PR417 trecho Curitiba - Colombo / ampliação da Linha Verde Norte, com implantação de via para transporte coletivo, completando a inte-gração Metropolitana

• Pavimentação da ligação Barra do Jacaré - Jacarezinho

• Pavimentação da ligação Boa Esperança do Iguaçu - Nova Prata do Iguaçu (18 km)

• Construção da ligação Cerro Azul - Doutor Ulysses - Jaguariaiva

• Readequação da PRT280 trecho da BR153 - Palmas - Clevelândia - Mariópolis - Pato Branco - Francisco Beltrão, seguindo pela PR483 e PR182 - Ampere - Realeza - Capitão Leônidas Marques, ligando com a BR277 em Cascavel

• Readequação da PR323 trecho Maringá - Cianorte - Umuarama e seguindo pela BR272 até Guaíra

• Readequação da PR441 no segmento BR376 - Reserva - PR239 até Três Bicos e PRT487 até Campo Mourão

• Readequação da PR090 trecho Piraí do Sul - Ventania - Curiuva - Sapopema - São Jerônimo da Serra - Assaí - Jataizinho e recuperar o asfalto no trecho compreendido entre Contorno Norte Curitiba até Campo Magro (10 km)

• Readequação da PR092 trecho Jaguariaíva - Wenceslau Brás - Siqueira Campos - Joaquim Távora - Barra do Jacaré

• Readequação da PR170 trecho BR153 - Bituruna - Pinhão - Guarapuava

5.11.4.6 Rodovias Federais – Conservação, Melhorias e Construção

Muitas rodovias federais cruzam o Paraná e algumas delas ainda estão incompletas. Assim sendo, os programas de conservação, melhorias e construção, sob a responsabili-dade do Governo Federal, deverão ser reativados.

O Novo Governo mobilizará as forças políticas do Estado, no sentido de solicitar aprova-ção e garantia dos recursos necessários, para a realização das obras viárias de responsa-bilidade do Governo Federal. Negociará, também, com as Concessionárias responsáveis pelas estradas pedagiadas, a realização das obras necessárias e irá zelar pela execução de acordo com o previsto.

Serão prioridades as seguintes obras:

• BR153 – conclusão do trecho de aproximadamente 50 km de Alto Amparo - Imbituva

(BR373-BR376), pavimentação do trecho Paulo Frontin - BR476 (Paula Freitas) e readequação do trecho de aproximadamente 96 km entre Paulo Frontin - Irati até Imbituva

• BR487 – trecho Porto Camargo - Cruzeiro do Oeste (84 km); Tuneira do Oeste - Guaritava (21km); Três Bicos - Ivaí (75 km) e Bom Jardim do Sul - Ipiranga (24 km)

• BR163 – recuperação e adequação de capacidade do trecho Barracão - Guaíra (350 km)

• BR158 – construção do trecho Palmital - Roncador (33 km) e Roncador - Campo Mourão (66km)

• BR277 – duplicar o trecho entre Medianeira - Cascavel (70 km) (Concessionada)

• Ampliar a capacidade de tráfego da BR277/373 Cascavel - Ponta Grossa (408 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Ampliar a capacidade de tráfego da BR376/373 Apucarana - Ponta Grossa (375 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Construir nova ligação Porto de Antonina à BR277

• Ampliação da Linha Verde Sul até Fazenda Rio Grande com implantação de ca-naleta exclusiva para o transporte coletivo – Ligeirão – completando a integração Metropolitana

• Gestionar junto ao Governo Federal para que a Concessionária OHL conclua o Con-torno Rodoviário Norte de Curitiba, trecho: Rodovia da Uva – BR 116

• Gestão junto ao Governo Federal e a Concessionária OHL para implantação da cana-leta exclusiva do transporte coletivo, na duplicação Fazenda Rio Grande - Mandirituba

5.11.4.7 Ferrovias – Gargalos e Pontos Críticos

A malha de ferrovias do Estado do Paraná apresenta alguns gargalos críticos que provo-cam, inclusive, a necessidade da subdivisão de composições, causando assim aumento de custos e tempo no escoamento de cargas.

O Novo Governo irá propor soluções para eliminar o gargalo – muito crítico – existente entre Guarapuava e Ponta Grossa e para o contorno ferroviário da Região Metropolitana de Curitiba, bem como mobilizará as forças políticas e fomentará os estudos técnicos para implantar tais soluções.

5.11.4.8 Novas Ferrovias

O Novo Governo procurará viabilizar a ligação da Hidrovia do Rio Paraná – “mar de den-tro”, em Guaíra, ao Porto de Paranaguá, através de um ramal ferroviário entre Guaíra - Cianorte (via ALL) ou Guaíra - Cascavel (via Ferroeste).

Os estudos e negociações junto ao Ministério dos Transportes para a viabilização desta

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METAS DE GOVERNO138 BETO RICHA 2011 | 2014 139

obra estão avançados, porém, o Paraná não tem participado das discussões. Ligar aquele “mar de dentro” ao Porto de Paranaguá traz, não só, a possibilidade de escoamento da produção paranaense para o exterior, mas, também, o abastecimento de produtos estran-geiros para o noroeste paraense.

O Novo Governo vai elaborar estudos de viabilidade sócio-econômica-ambiental de fer-rovias para Santa Catarina, a nova rota Curitiba - Paranaguá e a construção do trecho de aproximadamente 100 km entre Campo Mourão e Jussara, para interligar a região de Campo Mourão com as ferrovias Central do Paraná e Sorocabana.

5.11.4.9 Aeroportos – Gargalos, Melhorias e Construção

AEROPORTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA (AFONSO PENA)

O novo Governo investirá em projetos e na mobilização das forças políticas para a garan-tia dos recursos necessários para a ampliação da capacidade operacional do Aeroporto Afonso Pena, com a realização das seguintes obras:

• Ampliação do Terminal Logístico de Cargas

• Ampliação do Terminal de Passageiros

• Construção da 3ª pista

• Ampliação do pátio de aeronaves

• Instalação do equipamento ILS-3, que permite aterrissagens com visibilidade zero

AEROPORTO DA REGIÃO NOROESTE EM MARINGÁ

O Governo investirá em projetos e na mobilização das forças políticas para a garantia dos recursos necessários e o apoio do Governo Federal para a instalação de postos da vigilância sanitária e da receita federal (Aduana) e para a ampliação da capacidade operacional do Aero-porto Regional do Noroeste em Maringá, de modo a permitir a operação de aviões cargueiros.

AEROPORTO REGIONAL DO NORTE EM LONDRINA

O Governo investirá em projetos e na mobilização das forças políticas para a garantia dos recursos necessários e o apoio do Governo Federal para a realização de obras de melho-ria no Aeroporto de Londrina.

AEROPORTO REGIONAL DO OESTE

O Governo investirá em projetos e na mobilização das forças políticas para a garantia dos recursos necessários à construção de um novo aeroporto para atender a região Oeste paranaense (Cascavel – Toledo), alternativo a Foz do Iguaçu.

AEROPORTO REGIONAL DAS TRÊS FRONTEIRAS EM FOZ DO IGUAÇU

O Governo investirá em projetos e na mobilização das forças políticas para a garantia dos recursos necessários à realização de obras de melhoria no Aeroporto de Foz do Iguaçu, visando adequação à demanda do turismo.

Os resultados projetados com a viabilização das obras Aeroportuárias estão resumidos abaixo:

• Segurança

• Ampliação da capacidade de exportação paranaense

• Melhoria na competitividade das empresas paranaenses

• Redução do custo de Logística e Transporte Aéreo

• Aumento no fluxo de cargas aéreas

• Aumento no fluxo de turistas e nas viagens de negócio

• Atendimento às demandas para a realização da Copa do Mundo 2014

5.11.4.10 Portos de Paranaguá a Antonina

Os Portos de Paranaguá e Antonina vêm perdendo atratividade e competitividade para outros portos nacionais e internacionais, por falta de investimento em infraestrutura. Obras como o aumento do calado operacional, recuperação da largura no canal de acesso, mo-dernização dos sistemas e equipamentos para movimentação de carga e armazenamen-to, construção do cais oeste para ampliar a área de movimentação de contêineres, cons-trução da infraestrutura necessária para receber navios de passageiros, modernização do sistema de sinalização do tráfego irão dar aos Portos uma nova atratividade.

5.11.4.11. Alcoolduto – Noroeste / Norte do Paraná ao Porto de Paranaguá

O Norte do Paraná é um grande produtor de etanol para exportação. Um Alcoolduto ligan-do aquela região diretamente ao Porto de Paranaguá proporcionará uma redução signifi-cativa de custos de transporte e, por consequência, maior competitividade do produto no mercado internacional.

O Novo Governo irá incentivar a construção de um Alcoolduto para escoamento do etanol do Norte do Estado para o Porto de Paranaguá e para o abastecimento de Gás Natural no sentido inverso.

5.11.4.13 Cidades Digitais

O Novo Governo irá ampliar a rede de fibras óticas para todos os municípios do Paraná. Isto possibilitará a eficiência do poder público com significativa melhoria nos serviços de Saúde, Educação e Segurança, bem como o uso comercial de banda larga como um fator de aumento de competitividade das empresas. Possibilitará também a criação de cidades digitais que dará o acesso à internet de baixo custo à toda população. Auxiliará as Prefei-turas para o uso da infraestrutura de telecomunicações de modo a permitir a melhoria dos serviços públicos municipais.

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METAS DE GOVERNO140 BETO RICHA 2011 | 2014 141

5.11.4.13 Copel

O Governo Beto Richa manterá a Copel sob o controle acionário do Estado do Paraná, e buscará solução para a questão das ações da Copel cedidas em caução para o Banco Itaú.

Para atender a legislação federal, a COPEL foi obrigada a criar subsidiárias integrais para atender seus vários segmentos de atuação. Assim, foram criadas: Copel Distribuição, Co-pel Geração e Transmissão e Copel Telecomunicações.

O Novo Governo irá fortalecer a Copel e através de uma gestão profissional de excelência buscará aumentar a participação no mercado de energia elétrica, por meio da participação em projetos rentáveis, aproveitando o conhecimento de seu corpo técnico e, consequentemente, trazendo dividendos para o Paraná, além de ampliar o parque gerador e de transmissão.

A Copel investirá na expansão e melhoria da qualidade e confiabilidade do sistema de distribuição para transformar a Copel Distribuição S/A na melhor empresa de distribuição de energia do País. Investirá, também, no aprimoramento dos seus recursos humanos de modo a torná-la uma empresa mais eficiente, das melhores para se trabalhar no País.

O Novo Governo irá fazer com que a Copel busque o cumprimento integral do Contrato de Concessão e mobilizará as forças políticas do Estado visando à renovação do referido Contrato.

E irá também incentivar a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a implantação de projetos de fontes renováveis de energia.

5.11.4.14 Centrais Geradoras de Energia de Pequeno Porte

O Paraná tem um potencial enorme de geração de energia através de Centrais Geradoras de Energia de Pequeno Porte. Somente em Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs, o Estado tem um potencial de cerca de 500 MW de potência. Contudo, nos últimos anos, praticamente nada foi sequer licenciado pelo órgão ambiental.

O Novo Governo, com a finalidade de aumentar a geração de energia e contribuir com a preservação ambiental, irá fomentar um programa de incentivo à implantação de Centrais Geradoras de Energia de Pequeno Porte, vinculando estas centrais ao desenvolvimento regional através de um programa de compensação. Bom para o empreendedor, bom para o desenvolvimento sócioeconômico da região, bom para o Paraná.

5.11.4.15 Energia para os Produtores Rurais

O Novo Governo irá incentivar a ampliação dos programas de uso noturno da energia com a redução de tarifas (como o Programa de Avicultura Noturna – PAN) para todos os consu-midores rurais, aumentando a competitividade do produtor rural paranaense.

5.11.4.16 Uso Eficiente e Racional da Energia

O desperdício de energia, e o consequente desperdício de combustíveis, têm relação inversa com a sustentabilidade. Além disso, o uso racional da energia é fator de competi-tividade, pois empresas que consomem menos energia, tem menores custos de produção e melhor competitividade.

O Novo Governo irá implantar o Programa de Eficientização Energética e de Educação quan-to ao Uso Racional da Energia, para a redução do consumo pelas Prefeituras, Indústrias, Empresas e população paranaense, porque o uso eficiente e racional é fator de cidadania.

5.11.4.17 Sanepar

O Governo Beto Richa manterá a Sanepar como Empresa Pública sob o controle acionário do Estado do Paraná.

Questões relativas ao saneamento no Paraná não podem ser tratadas sem levar em consi-deração o importante papel desempenhado pela Sanepar, considerada modelo no passado.

O Novo Governo irá transformar novamente a Companhia de Saneamento do Paraná em referência na America Latina, por meio do fortalecimento da empresa e de uma gestão primorosa. A gestão da Sanepar deverá investir no desenvolvimento de seus colabora-dores, de modo a torná-la uma empresa mais eficiente, das melhores para se trabalhar no Brasil. A Sanepar tem um papel estratégico no apoio aos municípios paranaenses, na elaboração dos seus planos municipais de saneamento básico e no fomento da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

O investimento em pesquisas, no futuro, poderá se tornar uma fonte de renda, além de ser um fator de sustentabilidade empresarial.

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METAS DE GOVERNO142 BETO RICHA 2011 | 2014 143

5.12 Segurança, Cidadania e Justiça

5.12.1 Visão de FuturoO mínimo que se espera do futuro Governo do Paraná é uma postura firme e, sobretudo, to-talmente transparente em relação à Segurança Pública; firme, porque é assim que se enfren-tam os assuntos referentes à segurança e tranquilidade dos cidadãos; transparente, honesta e verdadeira, porque a sociedade está farta dos factoides vendidos como soluções grandio-sas para todos os problemas de segurança pública que, ano após ano, só se agravaram.

Nossa recente história estadual, como a de muitos outros Estados do Brasil, mostra que uma das funções essenciais do Estado, a de proporcionar segurança a seus cidadãos, tem sido negligenciada a tal ponto que a falta de segurança encabeça a lista de preocu-pações da população.

A década de 90 trouxe, lamentavelmente, assombroso aumento da criminalidade, espe-cialmente nos centros urbanos, através das chamadas “organizações criminosas”. De um lado, grupos articulados com organizações criadas dentro de presídios trouxeram o terror dos sequestros, dos assaltos, dos furtos e desmanches de veículos, do tráfico de drogas etc. De outro lado, a fragilidade do sistema de segurança pública não impediu sequer os delitos menos terríveis: “furtos no transporte coletivo”, ações de “batedores de carteira” e os “arrastões violentos”.

Além disso, outro fato amedrontou e revoltou os paranaenses: o envolvimento de alguns integrantes das instituições de segurança pública do Estado com a criminalidade, em es-pecial o tráfico de entorpecentes e os “desmanches” de veículos.

Por outro lado, os policiais civis e militares que exercem com honradez e competência suas funções e que, felizmente, são a grande maioria dentro de ambas as instituições, desdobram-se em suas tarefas, mas percebem que seu trabalho não surte o resultado esperado, pois notam que a impunidade é, quase sempre, a regra. Delegacias lotadas de presos, justiça morosa, presídios também superlotados fazem com que o ciclo normal do cumprimento da justiça seja interrompido, frustrando, assim, aquele policial que arrisca a sua vida para deter a ação dos marginais.

Vivenciamos transformações tecnológicas e sociais que exigem do administrador públi-co estadual especial cuidado na detecção e compreensão dos problemas de segurança pública, de maneira que uma visão macro possibilite a adoção de estratégias de ação, deixando de lado medidas de ocasião ou simplesmente paliativas, quase sempre surgidas no afogadilho da pressão originada normalmente nos meios de comunicação.

Portanto, somente um Governo inovador, corajoso e comprometido com a modernidade, com o respeito aos integrantes das carreiras policiais, com o respeito, também, às tra-dições das instituições que compõem o sistema de segurança pública, com a verdade de propósitos, poderá implantar políticas transformadoras na sensível área da segurança

pública, cumprindo os ditames constitucionais de estabelecimentos de uma sociedade, JUSTA, LIVRE e SOLIDÁRIA.

5.12.2 Situação AtualHá muito tempo a segurança pública é a principal preocupação dos cidadãos paranaen-ses. Num passado recente um dos candidatos a governador do Paraná prometeu assumir pessoalmente a pasta da Segurança Pública e, em seis meses, resolver o problema de forma definitiva. Ganhou a eleição e levou o Estado da condição de um dos mais seguros do país a tornar-se um dos mais violentos e inseguros; o nível de violência é o maior dos Estados do Sul, E a imprensa nacional chegou a colocar-nos como um dos mais violentos de toda a nação.

No auge do Sistema Modular, 82 a 86, o Paraná possuía níveis Europeus de Segurança com menos de 10 mortes violentas por cem mil habitantes.

No início de 2010 o número de mortes violentas passou dos três dígitos (mais de 100 mortos em 30 dias), que significam mais de 40 mortes violentas por cem mil habitantes.

Além do aumento do número de homicídios, a criminalidade geral também explodiu, com aumento de roubos e furtos, sendo o 5º Estado da Federação com maior volume DESSE tipo de crime. Só em Curitiba existem dias em que se roubam, ou se furtam, 50 veículos. A expansão do tráfico de drogas no Paraná é estimada pelos especialistas como sendo de 150%, com aumento inclusive do consumo no próprio Estado.

Contribuíram de forma decisiva para isso o sucateamento da estrutura preventiva e re-pressiva do Estado, a não reposição dos efetivos e a atomização dos serviços, com a cria-ção de falsas estruturas midiáticas, com nomes pomposos, porém, sem novos recursos humanos, sem equipamentos e, muitas vezes, até sem previsão legal.

A polícia passou a fazer a segurança ou A guarda de presos. Assim, 2.000 policiais que deveriam estar nas ruas cuidam de presos em unidades prisionais; além disso, há o pro-blema da superlotação carcerária nos presídios e também nas delegacias de polícia. Hoje, são cerca de 14.000 pessoas presas ou custodiadas nessas delegacias, imobilizando o efetivo policial que deveria estar investigando para prender.

5.12.3 Objetivos de Governo1. Reduzir a criminalidade urbana e rural

2. Fortalecer as forças policiais civil e militar

3. Prevenir a violência entre os jovens

4. Combater o crime organizado

5. Desenvolver aplicação ampliada de inteligência e tecnologia em segurança

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METAS DE GOVERNO144 BETO RICHA 2011 | 2014 145

5.12.4 Principais Propostas:

5.12.4.1 Racionalização das Forças Policiais Militares do Paraná

A Polícia Militar do Paraná – PMPR - deverá concentrar seus esforços no seu trabalho preventivo. A atividade- meio e o que lhe for estranho deverão ser repassados para ór-gãos afins, e a mão de obra temporária, bem como os talentos, na reserva, deverão ser chamados para unir suas competências em atividades de apoio que exijam experiência e intuição policial.

Será possível recolher 2.000 policiais militares que estão em atividades estranhas à fi-nalidade constitucional da Polícia Militar, realocando-os no policiamento ostensivo e na preservação da ordem pública; redirecionar outros 800 policiais militares que estão em atividades de guarda de presos; redistribuir os policiais militares que estão em unida-des de policiamento ostensivo especializadas para unidades de área, mesmo que em subunidades especializadas; substituir 2.000 policiais militares e 400 funcionários civis por soldados (nível técnico) e aspirantes temporários (nível superior); aplicar a Lei Fraga (Lei Federal nº 10.029, de 20 de outubro de 2.000) para incluir 4 mil soldados temporários.

O ano de 2011 será dedicado a mudanças legislativas necessárias, inventário de poten-cialidades, distribuição de todo o efetivo em seis comandos regionais, 34 unidades ope-racionais de área, um batalhão de polícia de eventos e cinco companhias independentes de polícia de eventos, seis departamentos, uma fundação para atendimento a assistência social e a saúde e uma Universidade Militar Estadual que atenderá o Bombeiro Indepen-dente e a Polícia, com apoio às cidades para treinamento dos Guardas Municipais.

Para realizar essas ações, o Governo Beto Richa compromete-se a:

• Liderar as atualizações legislativas necessárias;

• Estruturar a Secretaria de Justiça para assumir a guarda dos presídios;

• Estruturar as áreas de trânsito municipal e estadual com assessorias fortalecidas para que a PMPR possa se concentrar no policiamento de trânsito;

• Diagnosticar as necessidades de efetivo com projeções para até 2020;

• Realizar, em 2012, concurso regionalizado para novos policiais e bombeiros nas cidades de todo o Paraná;

• Estabelecer critério polícia/população com reposição automática de efetivos que SE aposentam ou outras formas de evasão.

5.12.4.2 Descentralização da Segurança em Comandos Regionais

Aperfeiçoar o projeto de lei dos comandos regionais compatibilizando as Polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros, na sua distribuição no Estado, cobrindo todas as Regiões de Desenvolvimento que o Governo Beto Richa vai implantar, agrupadas em seis macror-

regiões compatíveis com o Código Judiciário do Paraná. Também a Polícia Científica deve ter seu modelo de atuação revisado.

Todas as ações administrativas deverão estar voltadas aos resultados operacionais, de-vendo ocorrer o acompanhamento constante dos índices e da gestão das melhores prá-ticas. Os Comandos farão acompanhamento diário do progresso, solução contínua dos problemas, análise dos resultados alcançados e elaboração de propostas futuras.

O programa deverá ter implantação gradativa ao longo dos anos, sendo compromissos do Governo Beto Richa:

• Criar seis Comandos Macrorregionais, constituídos por estruturas regionais das Po-lícias Militar e Civil: Comando do Policiamento da Capital e Região Metropolitana E Comandos Regionais no Interior (Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa, Londrina e Cascavel);

• Estruturar a Divisão de Proteção à Pessoa, que investigará e acompanhará todas as mortes por causa externa no Paraná e atuará nos casos em que a vida humana estiver em risco, homicídios e trânsito;

• Estruturar a Divisão de Crimes contra o Patrimônio absorvendo furtos e roubos, furtos e roubos a veículos e estelionato e desvio de cargas;

• Estruturar a Divisão de Combate ao Crime Organizado, substituindo a atual Divi-são Estadual de Combate ao Narcotráfico – DENARC (Polícia Civil), o Núcleo de Combate aos Crimes Econômicos – NURCE e o Núcleo de Crimes Informáticos, absorvendo a delegacia de crimes contra o patrimônio público.

• Unificar a Divisão de Polícia da Capital – DPC e a Divisão de Polícia da Região Me-tropolitana – DRM, com a distribuição em 12 SDPs (subdivisões policiais); destas, 9 subdivisões policiais serão em Curitiba, uma em cada regional, substituindo os 13 distritos e acabando com a estrutura falida dos Centros Integrados de Atendimento ao Cidadão – Distritos.

• Estruturar a divisão de proteção aos grupos vulneráveis, absorvendo delegacia da mulher, da criança, do idoso, Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Víti-mas de Crimes – NUCRIA e o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas – SECRIDE. Nas cidades comarcas de entrância Final haverá uma divisão com núcleos de todas as divisões especializadas (pessoa, patrimônio, crime organizado e vulneráveis); nas demais comarcas, uma Subdivisão Policial – SDP.

• Estruturar as Divisões de Foz do Iguaçu e as SDPs (Paranaguá, Ponta Grossa, Jacarezinho, Irati, União da Vitória, Guarapuava, Ivaiporã, Apucarana, Londrina, Maringá, Cornélio Procópio, Paranavaí, Cianorte, Campo Mourão, Laranjeiras do Sul, Pato Branco, Francisco Beltrão, Cascavel, Umuarama, Toledo, Foz do Iguaçu).

• Estruturar as SDPs de Colombo, Araucária e São José do Pinhais (desmembrando a Divisão de Polícia da Região Metropolitana de Curitiba – RMC).

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METAS DE GOVERNO146 BETO RICHA 2011 | 2014 147

• Reestruturação da Policia Civil, com a criação de cargos de secretaria, psicologia, assistente social, administrador, economia e recursos humanos.

• Estruturar um núcleo do Corpo de Bombeiros independente em cada cidade onde houver sede de comando regional e Unidades ou subunidades independentes em todas as cidades sedes de Batalhão.

5.12.4.3 Polícia na Comunidade / Módulos Policiais

O projeto visa a fortalecer o conceito de responsabilidade territorial com atuação em po-liciamento de proximidade para conter o crime e o medo do crime. Aproximar o Policial Militar da população paranaense, fixando-os nas comunidades, de forma continuada, em contato constante, para estabelecimento de vínculos. Tal responsabilidade territorial e aproximação visam a resgatar a confiança da população paranaense na polícia e diminuir as taxas de crimes, aumentando as ações preventivas.

2011 (54 MPM) – Ativar 36 Módulos Policiais em Curitiba, 12 em Londrina e 6 em Foz do Iguaçu.

Fazer um diagnóstico completo de Segurança Pública para a implantação do Sistema Modular de Policiamento Urbano no Paraná, conforme planejamento estratégico e apoio das comunidades beneficiadas.

2012 (135 MPM) – Ativar mais 18 em Curitiba, 3 em Londrina e 6 módulos em cada uma das 20 cidades mais populosas do Paraná; em 2009 eram Maringá, Ponta Grossa, Cas-cavel, São José dos Pinhais, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Apucarana, Pinhais, Araucária, Toledo, Campo Largo, Arapongas, Umuarama, Almirante Tamandaré, Cambé, Piraquara, Campo Mourão e Paranavaí.

2013 (170 MPM) – Ativar mais 18 módulos em Curitiba e 4 nas cidades com mais de 50 mil habitantes (Sarandi, Fazenda Rio Grande, Francisco Beltrão, Pato Branco, Telêmaco Bor-ba, Castro, Cianorte, Irati, Rolândia, União da Vitória, Prudentópolis, Cornélio Procópio, Ibiporã, Marechal Cândido Rondon, Lapa, Santo Antônio da Platina, Jacarezinho).

2014 (28 MPM) – Ativar módulos em Curitiba para que seja a primeira cidade do Brasil a ser atendida exclusivamente por policiamento comunitário (máximo de 28 módulos para atingir 100) totalizando aproximadamente 387 módulos que utilizarão 12.000 policiais mi-litares (em 2014, 50% do efetivo). Atenderá 5.570.000 habitantes, metade do total do PR, e 80% da população urbana do Estado.

Conselhos municipais deverão atuar para que haja verdadeiramente um sistema; somente na integração de um mínimo de quatro módulos na cidade deverá ser instalado o Sistema Modular de Policiamento Urbano – SMPU; nas demais cidades; a sede do Pelotão ou do Destacamento PM deverá atuar comunitariamente, devendo cada cidade do Paraná ter um Comandante.

Os 180 milhões de reais de investimento estimado para implantação do SMPU contam com a possibilidade de convênio Federal , em 2011, no valor de 10 milhões, e utilização de

20 milhões do Fundo de Modernização da Polícia Militar – FUMPM (o Plano Plurianual – PPA projeta 28 milhões para esse fundo). A partir de 2012, com PPA e orçamento do novo Governo, será possível aumentar o investimento, na PROAÇÃO, de forma que dobrará em 2 exercícios consecutivos, estabilizando e economizando a partir de 2014.

Cada módulo será comandando por um oficial, possuindo de 18 a 66 policiais, conforme estabelece a Lei de Organização Básica da PMPR.

Do módulo, partirá a Patrulha Escolar, policiamento ostensivo geral e de trânsito, instruto-res do Programa Educacional da Resistência às Drogas e Violência – PROERD, policiais comunitários para visita aos domicílios, e a eles chegarão as demandas da comunidade, o controle social sobre as atividades policiais e conflitos a serem mediados.

As viaturas do novo sistema modular serão monitoradas através de Localização Automá-tica de Veículo – AVL , sendo que todas contarão com Sistema de Posicionamento Global – GPS, de modo a traçarem a rota mais rápida para as ocorrências, acabando com o que hoje a PM chama de “solicitante não encontrado”.

Estender-se-á este conceito a todas as viaturas da polícia, estabelecendo-se uma malha de segurança e POSSIBILITANDO estabelecer manobras de viaturas que montem um bloqueio automaticamente. Para isso, será necessário:

• Implantar sistema de localização em 1500 viaturas/ano, alcançando toda a frota em 3 anos;

• Dotar as viaturas com GPS (onde houver serviço habilitado).

• Além disso, os municípios com problemas de segurança rural contarão com a Patru-lha Rural, como atividade a ser desenvolvida em caráter permanente pelo comando do batalhão mais próximo.

5.12.4.4 Segurança Inteligente

O uso da inteligência e da gestão de informações em segurança pública é imprescindí-vel para uma atuação eficaz. A proposta trata de prover a interoperabilidade de dados, imagens, som e ambiência de todos os problemas que possam afetar a segurança públi-ca, estabelecendo indicadores por localidade (rua, setor censitário, bairro e cidade), que deverão orientar ações preventivas no campo social e da segurança pública. Partindo desses dados, as polícias deverão estar voltadas aos resultados , e toda a estrutura terá parâmetros de atuação. Além disso, será dado destaque ao acompanhamento de cada morte violenta ocorrida, em um observatório que estabelecerá as condições da morte, sua ecologia, individualizando cada caso para além da frieza dos números e com identificação das condicionantes da morte.

A polícia inteligente previne, para não precisar reprimir; conhece os problemas e anseios da comunidade que atende e nos ilícitos e distúrbios; possui imagens, sons e dados que podem levar à punição dos responsáveis. A partir da existência de bases georeferencia-

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das, a estrutura policial repressiva estará voltada aos resultados. Desde o Investigador até o Delegado, o Comandante do módulo (pelotão), o Comandante de Companhia, até os Comandantes Regionais, todos terão responsabilidade territorial e poderão adotar ações específicas para alcançar índices aceitáveis dentro da área de atuação.

Um dos grandes fatores que determinam a criminalidade e a violência desenfreada é a certeza da impunidade para o infrator. O monitoramento registra o delito, identifica e deter-mina o autor, servindo de prova da ação delituosa, no inquérito policial, mesmo sem prisão em flagrante. Tudo isso diminui a sensação de impunidade, acarretando na diminuição da incidência de delitos na região monitorada.

O Monitoramento Eletrônico das Cidades será viabilizado por meio da convergência de todas as câmeras disponíveis, tanto do poder público das três esferas, quanto através de parcerias.

O projeto deverá adotar as metas de diminuição do crime e do medo do crime, com redu-ção das taxas de mortes violentas por 100.000 habitantes.

Para implantar o projeto, o Governo Beto Richa desincumbir-se-á dos seguintes compro-missos:

• Estabelecer indicadores de segurança;

• Estabelecer índices de resultados do processo e do sucesso na ação policial;

• Gerar dados integrados de atendimento do Estado ao cidadão (saúde, segurança, assistência social, envolvimento em delitos, ocorrências policiais);

• Estruturar seis salas de situação que monitorarão o espaço público (voz, imagem, dados e ambiência) em sedes de Mesorregiões (Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapu-ava, Ponta Grossa, Londrina e Cascavel), duas a cada ano de Governo;

• Avaliar sistematicamente o índice real e as metas;

• Adequar gradativamente as estruturas para alcançar os resultados pretendidos;

• Desenvolver programa específico agregando software, treinando policiais e servido-res para coletar informações de cada morte, seu histórico, sua ecologia e indexação para futuras alterações; desenvolver infográficos e mapas temáticos, que indicarão quem era a pessoa que morreu, como viveu, qual o causa externa de sua morte, instrumento, seus hábitos e andamento da apuração da morte, seja ela no trânsito, no trabalho, na via pública ou no domicílio;

• Ampliar o videomonitoramento existente e integrar as imagens em servidores data warehouse com a construção de uma legislação indutora de boas práticas para que toda a imagem coletada em vias públicas fique à disposição da polícia, para preser-vação da ordem pública ou para auxílio em investigações policiais;

• Envolver os atores para atuar em várias frentes, de acordo com as maiores taxas e maior número absoluto: trânsito, acidentes domésticos, afogamentos e quedas (violência urbana).

5.12.4.5 Avaliação do Desempenho Policial

A individualização do desempenho permite uma melhor adequação dos policiais aos an-seios da sociedade e da corporação. Cada policial passará por avaliação periódica, redu-zindo a distância entre suas competências e as ações que ele precisa executar.

O poder público deve estar constantemente em contato com os cidadãos e a avaliação indireta da qualidade do seu policial na comunidade refletirá, também, na preocupação do Governo Beto Richa com a qualidade de vida da população, induzindo uma polícia cidadã e pessoas conhecedoras dos seus direitos.

O foco é a gestão e o desenvolvimento dos quadros policiais, baseados na qualidade de vida dos servidores da segurança pública, bem como no desempenho individual, como forma de alcançar os resultados da coletividade, medidos através de indicadores estabele-cidos e monitorados no projeto Segurança Inteligente. A avaliação de desempenho possibi-litará acompanhar os desafios propostos, corrigir os rumos quando necessário e avaliar os resultados obtidos. Auxiliará, ainda, na tomada de decisão para promoções e treinamentos.

Será compromisso do Governo Beto Richa:

• Estabelecer indicadores de performance;

• Estabelecer indicadores de resultados;

• Customizar o treinamento para resultados;

• Premiar os melhores policiais de cada regional;

• Utilizar a avaliação como fator de melhoria dos critérios de promoção policial.

5.12.4.6 Presídios Industriais

No Paraná, como em todo o Brasil, é inevitável ampliar a capacidade do sistema carcerá-rio. Novos presídios precisam ser construídos, inclusive na modalidade de presídios indus-triais. Dessa forma será possível reduzir a população carcerária das delegacias, otimizar custos de gestão dos detentos, reduzir a reincidência dos egressos e evitar a prática de novos crimes daqueles que progridem a pena.

As metas a alcançar são as de abertura de 6.000 vagas no sistema penitenciário, com redução de 20% do índice de reincidência dos egressos e com monitoramento de 5.000 pessoas no regime semiaberto e aberto.

5.12.4.7 Defensoria Pública

Uma das exigências previstas na Constituição Estadual de 1989 era a criação de uma Defen-soria Pública em no máximo seis meses. No entanto, a instituição nasceu apenas em 1991.

Sem regulamentação desde que foi criada, a Defensoria Pública funciona de maneira improvisada no Paraná, com falta de orçamento e quadro próprio (não há a carreira de

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METAS DE GOVERNO150 BETO RICHA 2011 | 2014 151

defensor no Paraná e nem funcionários efetivos).

O 3º Diagnóstico das Defen sorias Públicas, lançado em novembro do ano passado, mos-trou os avanços do acesso à justiça no Brasil entre 2006 e 2008. O Pa raná, ao lado de Santa Cata rina, Amapá e Goiás, foi uma das exceções por não ter o órgão regulamentado.

A atuação da Defensoria Pública praticamente se restringe à capital e a maior parte dos advogados atuantes é “emprestada” por outras secretarias do governo.

O correto é ter uma defensoria pública enxuta e eficaz.

Como Proposta, o Governador Beto Richa regulamentará e implantará a Defensoria Pú-blica do Estado do Paraná.

5.13 Sustentabilidade e Meio Ambiente

5.13.1 Visão de FuturoO Governo Beto Richa vai focar sua atenção no desenvolvimento sustentável, criando, discutindo, implementando, acompanhando e redirecionando, o andamento de políticas públicas que promovam novas Regiões de Desenvolvimento, com a garantia da sustenta-bilidade dos ambientes, de forma integrada entre os setores agrícola, florestal, industrial, de serviços, infraestrutura e outros.

Para o crescimento ordenado (desenvolvimento com sustentabilidade) se faz necessário renovar o pensamento e a cultura pública e empresarial e introduzir inovações e experi-ências exitosas, a exemplo do pagamento por serviços ambientais, garantindo qualidade ambiental e qualidade de vida à população e, ao mesmo tempo, aprimorar o processo de licenciamento ambiental, dando-lhe maior agilidade.

Vamos retomar a condição de “Estado referência” em gestão ambiental no Brasil, a ter uma concepção sistêmica, descentralizada, com quadro estratégico e estrutura física ade-quada. Com uma gestão compartilhada entre Estado e Municípios, com contribuição para o fortalecimento dos mesmos com equipamentos e sistemas administrativos e com capa-citação técnica de seus servidores.

Vamos avançar na política de recursos hídricos, fazendo valer a instrumentação legal para a sua gestão. Vamos efetivar os comitês de bacia criados no papel, criar e implantar os que faltam, redirecionar o papel do órgão gestor, hoje deturpado em sua função funda-mental, e garantir a sustentabilidade do sistema.

Vamos retomar o incentivo aos municípios, principalmente os menores, para a correta ges-tão dos seus resíduos sólidos urbanos, estimulando a gestão consorciada, onde possível, principalmente nas regiões metropolitanas. Vamos buscar a substituição de tecnologias até hoje vigentes, embora há muito superadas em países desenvolvidos, do simples “en-terro” do lixo, buscando a adoção de inovações tecnológicas voltadas ao aproveitamento máximo dos resíduos.

Vamos garantir a conservação de áreas consideradas prioritárias para a biodiversidade, pela construção e condução da política de conservação e recuperação dos remanescen-tes florestais nativos, de forma a resguardar as condições de manutenção da biodiversi-dade. A produção florestal será garantida por meio de uma política florestal, conduzida como atividade econômica sustentável, através de setor específico da Agência Paraná de Desenvolvimento com essa finalidade, em consonância com as políticas estaduais de conservação manejadas pelos órgãos ambientais (Sistema Estadual de Meio Ambiente) e de produção (Sistema Estadual de Agricultura).

A conservação deve ser pensada nos níveis local, regional e global. Devem ser cons-truídas ou implementadas políticas positivas, de compensação por serviços ambientais

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prestados por quem preservou, por quem se atualizou técnica e tecnologicamente para reduzir problemas ambientais, por quem realmente se preocupou com o futuro. Quem nos garantiu qualidade do ar, qualidade da água, diversidade animal e vegetal, ou seja, quali-dade de vida, deve ter seu retorno custeado por quem dessa qualidade usufruiu (sistemas poluidores). E isso se faz com políticas públicas conduzidas por um Governo comprometi-do, através do uso criterioso de incentivos fiscais, financeiros e legais.

Há também a necessidade de buscar uma legislação ambiental brasileira revisada e con-densada como Código Ambiental. Embora esta seja uma prerrogativa e uma competência legal da União, vamos exercer o papel político das unidades federadas, através de nossas representações, tanto no Poder Executivo, quanto no Legislativo.

Da mesma forma, deve ser diagnosticada, analisada, reavaliada, discutida e atualizada a legislação ambiental do Estado do Paraná, de modo a se promover um efetivo desenvolvi-mento sustentável, através da garantia de processos ambientais ágeis, eficientes, descen-tralizados e em consonância com as necessidades reais dos setores econômicos produtivos.

5.13.2 Situação AtualO Paraná é coberto pelos biomas brasileiros da Mata Atlântica e do Cerrado.

O primeiro recobre todo o litoral e a Serra do Mar, ainda em bom estado de conservação, é o maior trecho contínuo de Mata Atlântica do país; inclui a Floresta de Araucária, com dife-rentes ecossistemas associados (campos de Palmas, Guarapuava e Campos Gerais), que estende-se pela maior porção do território do Estado, explorada e degradada, contando atualmente com menos de 1% de sua área em bom estado de conservação; inclui ainda a porção que recobre as bacias dos rios Paraná e Paranapanema, restrita a pouquíssimos remanescente extremamente fragmentados.

Já o bioma do Cerrado recobre pequena parte do território estadual, localizado na Ba-cia do Rio das Cinzas, principalmente nos municípios de Jaguariaíva, Arapoti e Sengés. No Paraná sua área é muito restrita e também extremamente ameaçada, pois está locali-zado em região de baixo desenvolvimento.

Apesar do intenso grau de degradação de alguns ecossistemas do Estado, até em função do modelo de colonização a que foi sujeito, a biodiversidade do Paraná é riquíssima e a for-mação de corredores de biodiversidade em áreas estabelecidas como prioritárias, através de políticas públicas de meio ambiente, agricultura, planejamento e outras, é fundamental.

O Paraná está dividido, para fins de planejamento ambiental, em sete bacias hidrográficas: Litorânea ou Atlântica, do Iguaçu, do Tibagi, do Piquiri, do Ivaí, do Paranapanema e do Paraná.

Os problemas ambientais dos recursos hídricos paranaenses residem, principalmente, na poluição por esgotos domésticos, por poluição residual dos defensivos agrícolas, apesar de intenso programa de recolhimento de embalagens e, em menor escala, por efluentes industriais.

A política de gestão de recursos hídricos caminhou, nos últimos anos, a passos lentos, não estando implantada como deveria. Dos comitês de bacia hidrográfica, exigência legal para intervenções nas bacias, apenas o do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira está efetiva-mente instituído e operante, sem contar, no entanto, até hoje, com o necessário Plano de Bacia e demais ferramentas. Da mesma forma, não se implantaram os mecanismos de sustentabilidade para a política.

Dos 399 municípios paranaenses, aproximadamente 100 (a grande maioria com popula-ção abaixo de 20 mil habitantes) ainda não dispõem de forma adequada de destinação de seus resíduos sólidos urbanos ou mesmo de programas de coleta seletiva que permitam um melhor aproveitamento dos resíduos recicláveis, destinando-os a lixões. Pela falta de acompanhamento do gerenciamento e da operação, grande parte dos aterros sanitários implantados em gestão passada transformaram-se novamente em lixões.

Não obstante ser a comprovação da titularidade de uma propriedade condição fundamen-tal para a participação dos agricultores familiares nos programas governamentais e políti-cas públicas de incentivo e apoio à agricultura familiar, ainda há uma grande carência de regularização das pequenas e médias propriedades, principalmente em regiões do Estado com baixos Índices de Desenvolvimento Humano – IDH, assim como em faixas de fron-teira onde, no passado, por delegação da União, o Estado emitiu títulos de propriedade, hoje questionados.

Institucionalmente, o sistema estatal de gestão ambiental, ao longo dos últimos anos, viu seus quadros de pessoal minguarem e o processo de gestão compartilhada foi rechaçado pelo Governo Estadual que rompeu as práticas conjuntas com os municípios, em compas-so contrário ao assumido pelos outros Estados da Federação.

5.13.3 Objetivos de GovernoPromover o desenvolvimento igualitário do Estado, garantindo a sustentabilidade de seus ambientes naturais, através:

• do fomento e incentivo aos investimentos privados sustentáveis

• do apoio à adequação dos setores produtivos do Estado às exigências ambientais

• da revisão da legislação estadual do meio ambiente (equilíbrio entre possibilida-des e restrições)

• da retomada da implantação do Sistema Estratégico de Gestão de Recursos Hídricos

• da implantação de políticas públicas de saneamento básico nos ambientes ur-bano e rural

• da prevenção e recuperação da saúde dos solos

• do correto aproveitamento dos resíduos sólidos, garantindo sua gestão sustentá-vel, a inclusão social e a sustentabilidade econômica dos envolvidos

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METAS DE GOVERNO154 BETO RICHA 2011 | 2014 155

5.13.4 Principais Propostas:

5.13.4.1 Gestão Ambiental Compartilhada (União, Estado e Municípios)

A proposta visa promover maior efetividade no processo de gestão ambiental do Estado, com maior agilidade e com ganhos de qualidade nos processos de licenciamento e auto-rizações ambientais.

Para avançar nesta direção o Governo Beto Richa compromete-se com:

• Descentralizar os procedimentos de licenciamento e fiscalização ambiental hoje de responsabilidade dos órgãos estaduais (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA / Instituto Ambiental do Paraná – IAP / Instituto das Águas / Instituto de Terras, Cartografia e Geociência – ITCG), delegando-os, de forma compartilhada, aos municípios;

• Realizar debates, estadual e regionais, com os diversos setores da sociedade, acer-ca da legislação ambiental e da real necessidade de sua adequação à realidade do Estado;

• Desenvolver e implantar mecanismos e instrumentos para capacitação técnica da sociedade, em especial do setor produtivo, bem como reestruturar os órgãos do sistema ambiental estadual;

• Criar instrumentos de incentivo para a concessão e a renovação de licenças am-bientais a empresas com destacado desempenho ambiental: ampliação dos prazos das diferentes licenças ambientais, renovação automática e outros mecanismos;

• Propor as adequações de competência do Executivo Estadual e articulação entre os poderes do Estado e da União visando à adequação da legislação ambiental;

• Detalhar e efetivar a implantação do programa de ação compartilhada da gestão ambiental em consonância com o Plano Nacional de Descentralização – PND;

• Implantar infraestrutura nos Escritórios Regionais e nos municípios para a gestão ambiental compartilhada;

• Formalizar a relação de parceria com os Municípios através de convênios e outros;

• Apoiar a estruturação e instrumentalização, em termos físicos e de recursos huma-nos, dos órgãos municipais de meio ambiente;

• Capacitar os agentes ambientais estaduais e municipais.

5.13.4.2 Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos nos Municípios

A proposta consiste em apoiar os municípios para dotá-los de condições para a gestão dos resíduos sólidos urbanos visando, principalmente, municípios pólo e conurbados.

As ações necessárias para concretizar a proposta são:

• Apoiar a formação de consórcios de municípios para a gestão dos resíduos;

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos;

• Definir com os municípios as áreas e tecnologias mais adequadas;

• Apoiar técnica e financeiramente o desenvolvimento de projetos para plantas de tratamento de resíduos sólidos;

• Monitorar a implantação e a operação das plantas de tratamento.

5.13.4.3 Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

O Paraná precisa retomar imediatamente a implantação do Sistema Estratégico de Ges-tão de Recursos Hídricos com legislação já definida.

Os resultados da implantação do sistema estão ligados à melhoria da gestão do recurso em todo o Paraná, com planejamento por bacias hidrográficas, num total de 17 bacias, com a estruturação e implantação dos respectivos Comitês de Bacias Hidrográficas.

As ações necessárias para implantar o sistema são:

• Efetivar a implantação dos comitês de bacia já criados (7);

• Realizar debates regionalizados para a instituição dos demais comitês de bacia necessários (aproximadamente 10);

• Instituir e manter os comitês;

• Realizar os inventários das bacias para a elaboração dos respectivos Planos de Bacia;

• Realizar os prognósticos para o Plano de Bacia;

• Instituir os instrumentos previstos na Política Estadual de Recursos Hídricos;

• Promover melhorias efetivas na qualidade das águas, possibilitando a despoluição da Bacia do Alto Iguaçu, por meio de ações integradas entre o Estado e os Municí-pios localizados na área de abrangência da bacia.

5.13.4.4 Sistema de Gestão da Qualidade do Ar

Trata-se de dotar o Estado da Paraná de um sistema eficiente de gestão da qualidade do ar, mantendo monitoramento contínuo da qualidade do ar nos principais pólos urbanos do Estado. O sistema de monitoramento da qualidade do ar da Região Metropolitana de Curitiba deverá ser ampliado e, ao longo de 4 anos, deverão ser instalados mais 6 novos pólos da rede de monitoramento da qualidade do ar.

Desta forma o Estado, gestor ambiental, terá acesso mais rápido aos dados sobre emis-sões atmosféricas dos empreendimentos licenciados podendo agir para as devidas e ne-cessárias correções.

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METAS DE GOVERNO156 BETO RICHA 2011 | 2014 157

Ações necessárias para implantar:

• Recuperar e ampliar a Rede de Monitoramento da Região Metropolitana de Curitiba – hoje são 8 estações automáticas e 5 manuais fixas – transformação das manuais em automáticas e aquisição e operação de uma estação móvel;

• Expandir a rede de monitoramento para outros centros urbanos do Estado – Londri-na, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Paranaguá;

• Desenvolver os instrumentos de gestão já previstos em legislação federal e estadual;

• Efetivar a informatização plena para o automonitoramento;

• Desenvolver e disponibilizar à sociedade o modelo regulatório de dispersão atmosférica;

• Elaborar o Plano Estadual de Controle de Emissões Veiculares.

5.13.4.5 Conservação da Biodiversidade

• Implantação de política de incentivo aos proprietários detentores de áreas naturais conservadas;

• Criação, ampliação e efetivação de Unidades de Conservação;

• Implantação de sistema de monitoramento integrado da qualidade ambiental para maior eficácia no planejamento para a conservação da biodiversidade;

• Definição e implementação de mecanismos legais para a gestão das unidades de conservação;

• Instituição, aparelhamento e implementação de bancos de germoplasma em cada ecossistema do Estado, preferencialmente junto à comunidade científica;

• Fomento à pesquisa e desenvolvimento de estratégias de ação para o controle e combate a espécies animais e vegetais exóticas invasoras;

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal, abrangendo tanto os animais domésticos quanto os pertencentes à fauna silvestre.

5.14 Trabalho e Emprego

5.14.1 Visão de FuturoA busca de um modelo de desenvolvimento econômico e social mais justo, igualitário e de inclusão de todos os segmentos sociais, está diretamente relacionada com as ocupações econômicas, trabalho, emprego e renda para o cidadão.

A falta de escolaridade adequada, aliada à falta de qualificação profissional, diminui consi-deravelmente o acesso da população a novas oportunidades.

No Estado do Paraná, o uso de novas tecnologias, aplicadas ao agronegócio, tem limitado o potencial de geração de emprego na área rural, fazendo com que as gerações mais jovens pro-curem no meio urbano, possibilidades de auto-sustentabilidade, fazendo com que as maiores cidades do Estado, onde se concentram o comércio e a indústria, recebam essa população, que sem o preparo necessário, acaba aceitando condições de subemprego e de informalidade.

O desenvolvimento local no âmbito da Política do Trabalho, Emprego e Geração de Ren-da, deve ser causa compartilhada entre as esferas Federal, Estadual e Municipal, além de entidades de classe, e demais organizações. É fundamental a criação de processos e al-ternativas de articulação, coordenação e atuação em redes locais e articuladas com outras regiões e níveis de Governo, visando promover e acelerar o desenvolvimento municipal.

O avanço nesta área compreende o desenvolvimento da qualificação social e profissio-nal, permitindo a inserção e atuação cidadã no mundo do trabalho com efetivo impacto para a vida das pessoas, através da integração e articulação das ações de Governo, de empresas e do terceiro setor, vinculadas ao emprego, ao trabalho, à renda e à educação, coerentes com os sonhos, as vocações e as oportunidades locais e regionais.

5.14.2 Situação AtualA política pública do Trabalho no Estado do Paraná e todos os serviços por ela prestados através da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social – SETP, são financiados com recursos do Fundo do Amparo ao Trabalhador – FAT, administrado pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT no nível nacio-nal e repassados aos Estados e municípios através de convênio plurianual. Os planos de trabalho estabelecidos nos convênios devem seguir diretrizes pré-determinadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MET, deixando poucas alternativas de propostas es-pecíficas, voltadas à realidade sócio-econômica para onde estão direcionadas.

É necessária a integração e interação do pensamento estratégico local com o pensamento estratégico estadual e as propostas federais, com a finalidade de otimizar recursos, pois o Governo Federal é atualmente o gestor que repassa os recursos para a execução das ações no Estado do Paraná.

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METAS DE GOVERNO158 BETO RICHA 2011 | 2014 159

Em 2008, no Estado do Paraná, do total de pessoas inscritas nos cursos de qualificação profissional do PNQ (Plano Nacional de Qualificação), 64% tinham renda entre 1 e 3 sa-lários mínimos, sendo 17% com ensino médio incompleto e 40 % com ensino médio com-pleto. A evasão dos cursos de qualificação profissional no Estado tem se mantido em 11%.

No orçamento do Ministério do Trabalho e Emprego para 2010, está previsto o valor de R$ 1.475.037,70 para execução do Plano Nacional Territorial de Qualificação – PLANTEQ, que permitirá alcançar o máximo de 1.800 metas.

A proposta de redimensionamento da Política Pública de Emprego, Trabalho e Renda é uma necessidade, visto que alguns problemas são atualmente percebidos:

A Política do Trabalho proposta pelo modelo nacional e que é atualmente administrada e operacionalizada pelo Governo do Estado, fragmenta as ações voltadas ao trabalho, emprego e renda junto às Prefeituras Municipais, não observando as especificidades de cada um dos municípios;

Situação política desfavorável de muitos municípios em relação ao Governo do Estado, interferindo diretamente em ações que deveriam ser conjuntas e integradas, culminando em paralelismo de ações para o mesmo público alvo;

O Governo do Estado do Paraná atualmente é mero executor das Políticas Nacionais relacionadas ao trabalho, emprego e geração de renda, pois os recursos para a opera-cionalização dessas políticas são oriundos do FAT. O Estado disponibiliza somente os recursos exigidos na contrapartida legal e não há incentivo para atração de outras fontes de recursos;

Não há integração das ações do Sistema Nacional de Emprego – SINE com nenhuma outra política dos municípios, como por exemplo, a da Assistência Social, a de Educação, a de Qualificação Profissional, da Agricultura, Meio Ambiente, entre outras.

5.14.3 Objetivos de Governo1. Qualificar e requalificar os trabalhadores para o mercado

2. Melhorar a qualidade dos serviços das Agências do Trabalhador

3. Desenvolver programas de geração de renda para o Paraná

5.14.4 Principais Propostas:

5.14.4.1 Qualificação Profissional

As ações de qualificação profissional serão articuladas a partir das 227 Agências do Tra-balhador (SINE) no Estado ou através de consórcios e/ou parcerias com municípios, to-mando como base a proximidade entre eles e as características econômicas.

A qualificação profissional deverá ser uma atividade permanente vinculada a todas as Agências do Trabalhador, e não atividade eventual centralizada nas maiores cidades. De-verá atender às necessidades locais/regionais, considerando as atividades econômicas já existentes, a heterogeneidade local e respeitando as prioridades e formas de atuação dos municípios, ainda contando com esses na disponibilização de espaços e equipamentos locais para a execução dos cursos.

Com a melhoria na oferta de qualificação profissional, o Governo Beto Richa contribuirá para inserir e reinserir as pessoas no mercado de trabalho. A qualificação profissional é a principal condição da permanência e melhoria do trabalhador no mercado de trabalho. Com isso diminui-se a rotatividade de trabalhadores no seguro desemprego e a condição de vulnerabilidade social e econômica da população.

As ações de qualificação profissional deverão atender prioritariamente: as pessoas acima de 16 anos à procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador; as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local.

Para viabilizar esta proposta caberá ao Governo Estadual:

• Renegociar o convênio com o Ministério do Trabalho para permitir a aplicação dos recursos do FAT para a qualificação profissional com maior área de abrangência;

• Estabelecer a qualificação permanente em sistema de laboratórios e/ou cursos iti-nerantes utilizando os meios existentes nos municípios; propondo convênios ou cooperação técnica com entidades sem fins lucrativos; com o Sistema S; com as cooperativas agrárias e de serviços; os Institutos Federais; as Instituições de Ensino Públicas e Privadas;

• Diagnosticar, em cooperação com demais setores de Governo e empresários, os gar-galos de mão de obra no Estado e apoiar a formatação de arranjos para capacitação dos setores estratégicos e emergentes (Programa Lapidando Talentos Regionais);

• Implantar sistema de informações da estrutura econômica, mercado de trabalho, di-nâmica demográfica como prática para oferta de cursos de qualificação profissional;

• Criar mecanismos de monitoramento e de acompanhamento das ações realizadas, contando com a participação dos Conselhos / Comissões de Trabalho Municipais / Regionais.

5.14.4.2 Serviços das Agências do Trabalhador

A articulação e integração das políticas públicas são fundamentais para o desenvolvimen-to dos municípios e para a efetividade social.

As Agências do Trabalhador no Paraná (postos do Sistema Nacional de Emprego – SINE), sob a gestão do Governo Estadual, serão reestruturadas para melhorar a qualidade dos serviços disponibilizados, tais como: a intermediação do seguro desemprego; a interme-

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METAS DE GOVERNO160 BETO RICHA 2011 | 2014 161

diação de mão de obra; a orientação, qualificação e certificação profissional; o fomento às atividades empreendedoras e as informações sobre o mercado de trabalho.

Nas 227 unidades das agências do trabalhador do Paraná, serão atendidos os trabalhado-res em situação de risco e vulnerabilidade econômica e social, com a oferta de qualifica-ção profissional e a promoção da sua inserção ou reinserção no mercado de trabalho, de acordo com o perfil ocupacional.

As melhorias implementadas pelo Governo Beto Richa nas agências do trabalhador bus-carão: facilitar o acesso à habilitação do seguro desemprego; o aumento do número de trabalhadores inseridos ou reinseridos no mercado de trabalho e, fomentar atividades em-preendedoras para geração de empregos, aprimorando, assim, as estratégias pertinentes ao trabalho e geração de renda nos municípios do Paraná.

Para execução desta proposta deverão ser realizadas as seguintes ações:

• Avaliação e revisão dos serviços prestados nas 227 Agências do Trabalhador, ob-servando–se as necessidades de cada Região;

• Ordenamento e fortalecimento das ações junto aos Conselhos / Comissões de Tra-balho dos Municípios em cada Região.

5.14.4.3 Programas de Geração de Renda para o Paraná

O “Programa Paranaense de Economia Solidária” será ampliado para “Programa Parana-ense de Economia Solidária e Empreendimentos Sócio-Produtivos”. A inclusão dos “Em-preendimentos Sócio-produtivos” possibilitará a atuação com empreendimentos formados por iniciativas junto à população em vulnerabilidade econômica e social, não restringindo aos moldes da economia solidária.

O empreendedorismo é a principal ferramenta de trabalho nesse processo. Requer in-vestimento em qualificação da equipe de execução (Agência do Trabalhador e outras en-tidades) em metodologia empreendedora que oriente o desenvolvimento do potencial do público a ser atendido.

É uma proposta estadual padrão para incentivo de produtores individuais ou associa-dos/cooperados com avaliação e diagnóstico, mobilização e sensibilização, capacitação e qualificação, aperfeiçoamento e gestão, produção e acesso ao mercado com prazos, acompanhamento e avaliação local (pessoal e de produto), possibilitando a otimização dos recursos de investimento.

Para isso o Governo Beto Richa propõe:

• Apoiar o desenvolvimento sustentável local e a melhoria da capacidade de autogestão de empreendimentos já existentes a fim de contribuir para sua permanência no mercado;

• Aumentar o acesso de pequenos produtores individuais ou associados a recursos de financiamentos e investimento para seu negócio;

• Fazer o levantamento do número de ações desenvolvidas no Paraná, inclusive aquelas ações em parceria com entidades sem fins lucrativos autorizadas a desen-volver o Programa de Economia Solidária no Paraná;

• Identificar as regiões e municípios prioritários para implantação (como baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e regiões menos desenvolvidas);

• Revisar a metodologia de ação e as formas de atuação, bem como procurar novas fontes de recursos e possíveis investimentos para possibilitar a expansão do programa.

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METAS DE GOVERNO162 BETO RICHA 2011 | 2014 163

5.15 Turismo

5.15.1 Visão de FuturoA atividade turística está estritamente ligada à matriz do desenvolvimento econômico e social do Estado do Paraná.

O Paraná oferece em seu território um importante potencial para o desenvolvimento da atividade turística, desde uma grande biodiversidade formada por distintos ecossistemas; um patrimônio histórico, cultural e religioso; até destinos consolidados como Foz do Iguaçu, Curitiba e Paranaguá; além da diversidade étnica existente em todas as regiões do Estado.

O turismo é indutor do desenvolvimento, da geração de emprego e renda, da sustentabili-dade e é fator de inclusão social. Promove a prestação de bens e de serviços, o comércio, a cadeia da construção civil, a produção associada, a agricultura familiar, além de incen-tivar os investimentos em infraestrutura como estradas, portos e aeroportos e a melhoria da educação e da saúde.

A atividade turística fomenta o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva de um local, um destino, um município ou uma região, buscando a melhoria de qualidade de vida de seus habitantes, promovendo o lazer, o conhecimento e o respeito ao meio ambiente. Pos-sui uma capacidade de envolvimento da comunidade e de geração de empregos diretos e indiretos em uma velocidade maior que outras atividades e é, também, um propulsor da produção agropecuária e industrial, ao demandar serviços desses setores para o comple-mento da cadeia produtiva do turismo.

Como cenário futuro, o Turismo no Paraná terá como premissas, o respeito ao meio am-biente e a proteção ao patrimônio histórico e cultural, a contemplação das diversidades e especificidades regionais, a geração de produtos marcados pela qualidade e experiências singulares, a expansão do turismo para o mercado interno (Paraná) e a inserção efetiva do Paraná no cenário turístico nacional e internacional.

5.15.2 Situação AtualO Turismo é responsável pela geração de 6% a 8% do total de empregos no mundo, se-gundo a Organização Mundial do Turismo – OMT.

Conforme dados do Ministério do Trabalho, em 2008, no Paraná, o setor turístico empre-gou 110.560 trabalhadores. Considerando cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, em que para cada posto de trabalho formal é gerado em torno de 1,3 postos de trabalho informal, foi gerado o equivalente a 33 mil novos postos de trabalho informais no Estado, totalizando 143.560.

Em todas as regiões o Paraná tem distribuídos 15.586 estabelecimentos turísticos (RAIS, 2008), destes 90% são considerados micro e pequenas empresas com até 9 empregados.

A atividade econômica do turismo no Paraná teve variação positiva de 43,1% nos últimos oito anos. Isto se deve à introdução de novos hábitos de consumo na população e aos incentivos dados aos municípios, a partir das políticas de municipalização do turismo cria-das no Governo Fernando Henrique Cardoso e, reforçadas pela atual política de regiona-lização turística.

Informações levantadas pela Secretaria de Estado do Turismo – SETU apontam para uma evolução no número de turistas, de permanência e dos gastos médios. Em 2005, o gasto médio ou o consumo diário por turista estrangeiro no Paraná era de US$60, e em 2007 au-mentou para US$61,40. Este incremento é pequeno se comparado ao gasto médio diário de US$ 89,44, calculado pelo Ministério do Turismo (2004-2008) e, principalmente, diante do potencial turístico existente no Estado do Paraná.

Outra informação relevante é com relação ao fluxo turístico no Estado. Entre os anos de 2000 e 2007 diminuiu em 34% o número de turistas estrangeiros que entraram no Paraná.

Tanto o número de estabelecimentos, o número de empregos diretos e indiretos, o ingres-so de divisas com o fluxo de estrangeiros, como a variação positiva econômica do turismo, evidenciam a importância e a necessidade de se estabelecer políticas públicas que dêem sustentabilidade para o desenvolvimento da atividade turística no Estado do Paraná.

5.15.3 Objetivos de Governo1. Promover o desenvolvimento da atividade turística, consoante com o desenvolvi-

mento econômico, social e ambiental

2. Incentivar o desenvolvimento do turismo com promoção do lazer, principalmente com ênfase no fortalecimento regional

3. Contribuir com a melhoria de qualidade de vida e inclusão social das comunidades locais

5.15.4 Principais Propostas:

5.15.4.1 Programa de Desenvolvimento Turístico Regional

O turismo como estratégia de desenvolvimento local e regional segue o conceito de cadeia produtiva1, ele integra os municípios em torno de um destino turístico através do fomento das mais diversas atividades socioeconômicas para estímulo e crescimento do pólo.

Todos os municípios que circundam o município pólo e têm atrativos ou equipamentos

1 O conceito de cadeia produtiva pressupõe a existência de um produto ou de um atrativo turístico que, em determinado

território, atua como elemento indutor para gerar uma dinâmica integradora entre as diferentes atividades que compõem

o setor. Isto é o produto ou atrativo funciona como multiplicador de uma rede de serviços apoiados no desenvolvimento de

uma infraestrutura local e regional.

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METAS DE GOVERNO164 BETO RICHA 2011 | 2014 165

turísticos podem e devem ser elos de integração para a oferta de mão de obra; para a produção associada (artesanato local); para a oferta de serviços e produtos diferenciados; para produção agropecuária que fornece matéria prima às diversas atividades do turismo.

O Governo Beto Richa assume o compromisso de:

• Identificar e fortalecer produtos turísticos regionais sustentáveis que possam servir de indutores para suas áreas de abrangência;

• Promover a integração do desenvolvimento do turismo regional com as políticas públicas setoriais, como: meio ambiente, trabalho, saúde, educação, infraestrutura, segurança e outras;

• Fortalecer a descentralização local e regional da atividade turística através das ações de qualificação institucional e promoção regional;

• Apoiar o fortalecimento das estruturas de governança local e regional de gestão do turismo;

• Estimular e apoiar programas de sensibilização do setor turismo junto às escolas estaduais e/ou municipais como atividade social e econômica relevante;

• Promover ações para o desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de im-portância no Estado, em especial, o Turismo Rural e o Turismo Religioso.

5.15.4.2 Programa de Incentivo ao Investimento no Turismo

O Turismo é um setor que pode fortemente contribuir para o desenvolvimento integrado e sustentável do Estado do Paraná. Pelo elevado potencial de geração de empregos, renda e divisas, o Turismo requer a atuação coordenada do Governo em nível Federal, Estadual e Municipal com o segmento empresarial.

Ao Governo do Estado do Paraná caberá a coordenação de um programa que apóie e in-centive efetivamente os empreendedores a investirem no Paraná. Esse programa deverá contemplar a segurança jurídica dos contratos celebrados, a flexibilização do uso turístico de áreas de proteção ambiental e o estímulo de parcerias entre os diversos setores eco-nômicos para o turismo.

Para isso, no Governo Beto Richa será implantado o Balcão de Oportunidades de Negó-cios em turismo e caberá ao Estado desenvolver as seguintes atividades:

• Identificação e incentivo a potenciais parceiros privados e públicos para investir no Estado;

• Promover a capacitação dos micro, pequenos e médios empreendimentos turísticos no Estado do Paraná, preparando-os para a cultura do associativismo e arranjos produtivos no turismo;

• Negociações com organismos da área ambiental Federal, Estadual e Municipal;

• Negociação junto à instituições financeiras para identificação de linhas específicas de financiamento, com taxas de juros atrativas, para os investimentos em turismo.

5.15.4.3 Programa de Apoio ao Turismo Social

O turismo contribui para o desenvolvimento e a inclusão porque agrega um conjunto de dimen-sões favoráveis à solidariedade e à integração social. A atividade turística propicia a ruptura do isolamento, o conhecimento do patrimônio histórico e cultural, a valorização de determina-dos ambientes e comunidades, estimulando o respeito e o interesse pela sua preservação.

A proposta do Governo Beto Richa é a de que todos os paranaenses tenham oportunidade de acesso à prática da atividade turística em todas as regiões do Paraná, como forma de promover a equidade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão.

Para tanto, coordenará um conjunto de ações integradas entre a iniciativa das empresas e do setor público com o objetivo de criar mecanismos para estimular e promover viagens de todas as parcelas da sociedade paranaense dentro do próprio Estado do Paraná.

Serão identificadas possibilidades de formação de uma rede de serviços com tarifas di-ferenciadas para atender diversos segmentos da população como: estudantes, melhor idade, funcionários públicos ou privados, para utilização da oferta de bens e serviços em períodos de ociosidade ou baixa ocupação.

Esta proposta contribuirá fortemente para maior integração entre os diversos atores – visi-tantes e visitados; para a dinamização do desenvolvimento das regiões turísticas; para a redução dos períodos de ociosidade; e, para alavancar investimentos empresariais.

5.15.4.4 Turismo em Áreas Naturais

No território paranaense, o Parque Nacional do Iguaçu é um excelente modelo de gestão onde a utilização dos recursos naturais e culturais de forma sustentável possibilitam a conservação e preservação da natureza.

Grande parte dos recursos financeiros arrecadados pela visita ao Parque Nacional do Iguaçu financia as pesquisas realizadas para sua preservação e conservação, a educação ambiental para a comunidade e turistas, e também contribui para a manutenção de outros parques nacionais do Brasil.

A biodiversidade existente no Estado do Paraná possui ecossistemas ainda sem a com-pleta catalogação como: a Mata Atlântica Litorânea, a Mata de Araucária, a Mata do Rio Paraná e Várzeas, os Campos e o Cerrado. Alguns destes ecossistemas já estão criados como Unidades de Conservação.

O Governo Beto Richa estabelecerá programas de estímulo à atividade turística em área naturais e/ou unidades de conservação, em estreita parceria com os órgãos ambientais, para o auxílio na conservação e preservação dos ecossistemas, bem como a promoção do desenvolvimento local sustentável com a geração de emprego e renda para a população.

Para tanto, serão implantadas ações que tenham por objetivo a articulação entre os diver-sos órgãos envolvidos, a elaboração dos estudos de viabilidade, capacidade de carga no uso turístico e a formatação de programas de incentivo para a comunidade local.

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METAS DE GOVERNO166 BETO RICHA 2011 | 2014 167

5.15.4.5 Marca Paraná

É fato consolidado que, fora do Brasil, Curitiba e Foz do Iguaçu são nomes muito mais conhecidos do que o próprio nome Paraná.

Para que a diversidade turística do Estado seja reconhecida em nível nacional e interna-cional é necessário desenvolver um plano de marketing que tenha como principal foco criar uma marca forte, e coesa, que estimule a cultura do orgulho dos habitantes pela sua terra: o Estado do Paraná.

Para isso, o Governo Beto Richa buscará:

• Definir a promoção turística do Estado utilizando uma linguagem única, forte e agressiva, que o torne inesquecível na mentalidade das pessoas;

• Incentivar a cultura de orgulho pela terra no habitante do Estado do Paraná, tornan-do-o seu principal promotor;

• Projetar o Paraná como um dos primeiros destinos turísticos nacionais e colocar os 3 destinos indutores – Foz do Iguaçu, Curitiba e Paranaguá, entre os principais destinos internacionais do Brasil.

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BETO RICHA 2011 | 2014 169

O Governo Beto Richa vai orientar o desenvolvimento das políticas públicas pelo princípio da equidade, que consiste em tratar os diferentes de forma diferenciada. Para promover esse foco de valorização daqueles que mais necessitam do Governo, alguns indicadores serão fundamentais. Em primeiro lugar o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Vulne-rabilidade Social, que atribui graus de prioridade àquelas famílias socialmente mais frágeis em decorrência das condições precárias de moradia, baixa renda, número de crianças, de idosos, presença de doentes crônicos, de pessoas com deficiências e outros critérios.

Além disso, o respeito à diversidade será garantido, liderando e promovendo o princípio da tolerância e da não discriminação por gênero, orientação sexual, credo religioso, origem étnica ou qualquer outra.

Tais indicadores e princípios permitirão contemplar, com equidade, a todos os destinatá-rios do Plano do Governo Beto Richa, as pessoas.

É importante destacar alguns itens dessas políticas para segmentos cujas necessidades emergentes e a complexidade das demandas assim justificam.

São as seguintes as estratégias de gestão pública do Governador Beto Richa para estes segmentos:

6.1 Pessoas com Deficiência

O Governo precisa agir ativamente além de apoiar as organizações da sociedade na promoção do protagonismo da pessoa com deficiência, ampliando as ações culturais, educacionais, esportivas, profissionais, de saúde e assistenciais.

O Programa Família Paranaense será a base, provendo cuidados prioritários para aquelas famílias integradas por pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade social.

As ações no campo da educação especial deverão ser fortalecidas, cuidando adequadamente das iniciativas de inclusão.

A Rede Estadual de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência vai focar a pro-moção de sua qualidade de vida com assistência integral à saúde e prevenção de deficiências, através de atuação de equipe multiprofissional (fisioterapeuta, tera-

peuta ocupacional, fonoaudiólogo) nas 22 Regionais de Saúde e nos municípios do Estado. O Hospital de Reabilitação do Paraná irá funcionar plenamente.

As ações de qualificação para o trabalho, promovidas a partir das Agências dos Tra-balhadores, incluirão as pessoas com deficiências entre os segmentos prioritários a

serem atendidos. Os Jogos e Olimpíadas Especiais, bem como Festivais de Arte, des-tinados às crianças, jovens e adultos com deficiência motora, auditiva, de fala e mental

leve, serão implantados como forma de protagonismo e inclusão social.

POLÍTICAS TRANSVERSAIS06.

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METAS DE GOVERNO1 70 BETO RICHA 2011 | 2014 1 7 1

As relações com as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apaes serão forta-lecidas, com formulação conjunta de projetos que possam ser implementados em parceria.

E para valorizar definitivamente o segmento, o Governador Beto Richa vai criar a Secre-taria dos Direitos da Pessoa com Deficiência com a finalidade de articular e fortalecer o conjunto das ações de Governo dirigidas a este segmento populacional e às suas famílias.

6.2 Mulheres

O Programa Mãe Paranaense vai garantir que as mães do Paraná não tenham que pe-rambular em busca de uma maternidade na hora do parto, porque conhecerão e estarão cadastradas antecipadamente ao hospital em que darão à luz. O Programa também irá garantir pré-natal adequado e atenção às crianças de risco.

O Programa Família Paranaense priorizará as famílias socialmente mais frágeis com con-dições precárias de moradia, baixa renda, crianças numerosas, presença de idosos, do-entes crônicos e pessoas com deficiência, trazendo alento às mulheres mais pobres que, geralmente, assumem a responsabilidade nessas situações de vulnerabilidade.

Os programas de qualificação para o trabalho e de formação de empreendedores darão especial atenção para a participação das mulheres, adaptando-se inclusive para propiciar a presença das mulheres da área rural.

A política de habitação priorizará as mulheres como titulares da posse da moradia tanto no meio urbano quanto rural.

Entre suas prioridades na área de Educação o Governo do Estado assumirá o apoio aos municípios para a expansão da educação infantil, ampliando a oferta de vagas para crian-ças em creches.

Além disso, o Governo vai estruturar uma rede de serviços para o atendimento a mulheres em situação de risco de morte ou ameaças, em razão de violência doméstica e familiar causadora de lesão, sofrimento psicológico, físico, sexual e dano moral. A Rede Solidária para Mulheres em Situação de Violência Doméstica do Paraná cuidará de mulheres acom-panhadas ou não de seus filhos, em um espaço provisório de moradia e sobrevivência e terá como finalidade prevenir e evitar situações de violência, promover a autoconfiança e a auto-estima, o acesso aos serviços públicos e a preparação para reconstrução de uma vida independente, com condições para o próprio sustento e de seus filhos.

6.3 Crianças

Para o Governo Beto Richa a Educação será a prioridade absoluta. O apoio do Governo à expansão da educação infantil, à melhoria da qualidade do ensino fundamental, à promo-ção de atividades educativas e de contraturno escolar e a implantação gradativa de Esco-las Integrais, principalmente em cidades com baixos Índices de Desenvolvimento Humano constituirá a principal política voltada às crianças.

Programas como o Mãe Paranaense e o Família Paranaense são também de grande al-cance no cuidado às crianças.

É também fundamental o Programa de Combate ao Abuso Sexual e Comercial de Crian-ças e Adolescentes a ser implantado em todos os municípios. Tal programa articulará, atuando como rede, as várias entidades governamentais do executivo e do judiciário, de diferentes níveis de Governo, bem como instituições do terceiro setor na prevenção e en-frentamento desta problemática deplorável.

6.4 Jovens

Os jovens de 15 a 29 anos representam aproximadamente 25% da população do Paraná, uma população à margem das políticas públicas no Estado, com índices de mortalidade por causas violentas elevado, aumento vertiginoso no consumo de drogas e grandes defi-ciências na escolaridade de nível médio de caráter profissionalizante.

Nesta faixa etária, diversas são as expectativas e aspirações tais como: acesso a políticas públicas de saúde, assistência social, esporte, lazer e atividade física, educação de qua-lidade, inserção e permanência no mercado de trabalho, empreendedorismo, segurança pública e prevenção ao uso de drogas, entre outras.

O Governo Beto Richa vai garantir o papel de protagonista para o jovem. Com a formata-ção de um espaço institucional no Governo, através de uma Assessoria da Juventude e da formulação de uma Política Estadual da Juventude haverá a evolução na direção do jovem como um agente de direitos e objeto de políticas intersetoriais integradas de Governo.

Além disso, com a implantação dos Territórios da Juventude, em cada uma das Regiões de Desenvolvimento do Paraná, esta faixa etária da população passará a possuir um espaço de referência, sendo que, conjuntamente com as ações do Conselho Estadual da Juventude e da deliberação de recursos para ações, programas, projetos e serviços, se destacará a real priorização do jovem. Os jovens terão assento nos Conselhos Regionais de Desenvolvimento.

Além de uma grande Rede de Desenvolvimento para o Jovem do Estado do Paraná, a Rede Jovem, visando articular todas as ações, programas, projetos e serviços realizados

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METAS DE GOVERNO1 72 BETO RICHA 2011 | 2014 1 73

no Estado e nos Municípios, com base Regional para emancipação e inclusão dos jovens em todas as políticas públicas existentes.

O modelo de atuação proposto para a implementação da Rede Jovem está baseado em uma estratégia composta pelas seguintes diretrizes: intervenção intersetorial e integrada voltada pala juventude, caracterizando um trabalho em rede, e investimento no capital jovem buscando a ampliação de suas capacidades e potencialidades para resolução de seus problemas e emancipação.

6.5 Idosos

O Paraná apresenta a mesma tendência do restante do Brasil com relação ao envelheci-mento de sua população, sendo imprescindíveis a estruturação de políticas públicas para esse segmento antes que seus problemas específicos se transformem em urgências sociais.

Em 2008, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, o Paraná tinha 1.193.654 pessoas com mais de 60 anos, o que representava 11,17% da sua população.

A Rede de Atenção à Pessoa Idosa, a ser implantada, terá por objetivos estruturar a aten-ção integral e integrada à saúde da pessoa idosa, a partir da identificação dos fatores de risco de doenças e agravos, com o envolvimento da família e da comunidade no processo do cuidado e com a promoção de formação e educação permanente para os profissionais de saúde que trabalham com esta população, no Sistema Único de Saúde – SUS.

Em 2006, no Estado, do total de óbitos por doenças do aparelho circulatório, 78,7% foram em pessoas com mais de 60 anos. Esse novo perfil epidemiológico reforça a necessidade de investimento na Atenção Primária, para atuar de maneira mais eficaz sobre os fatores de risco e determinantes da saúde. As doenças crônico-degenerativas, de alta complexi-dade, fortemente determinadoras de sequelas, atingem uma população mais predisposta a comorbidades, mais susceptível a longas internações e mais propensa às suas compli-cações. Quanto mais cedo se interferir na história natural da doença, o sistema de saúde será mais eficaz e menor será o ônus (social, físico, mental e econômico) para o cidadão e para a sociedade.

Tal interferência demanda, em parceria com os municípios, estruturar a rede de modo a alcançar toda a população idosa do Estado; estruturar os Centros Regionais de Atenção Especializada, com a implantação de equipes de atenção à Pessoa Idosa nas 22 regiões de saúde do Estado; apoiar os municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável; e promover a ação intersetorial nas áreas de assistência social, cultura e esporte, lazer e atividade física.

Contemplando a promoção da saúde o Governo irá implantar os Jogos para a 3ª Idade (adaptados a faixa etária).

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BETO RICHA 2011 | 2014 1 75

Todo o conteúdo do Plano de Governo até aqui desenvolvido, merece agora um esforço de localização de seus pontos principais nas diversas Mesorregiões do Estado (subdivisão dos Estados brasileiros, criada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE).

O futuro Governador Beto Richa percorreu todas as Mesorregiões do Paraná para ouvir os anseios da população local, principal fonte do conteúdo destas propostas. Estão tam-bém aqui consignadas contribuições de órgãos técnicos governamentais, especialmente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, de órgãos representativos de setores empresariais como Federação da Agricultura do Estado do Paraná – FAEP, Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP e Federação do Comércio do Paraná – FECOMERCIOPR, de trabalhadores como a Federação dos Tra-balhadores na Agricultura do Estado do Paraná – FETAEP, de entidades de classe como o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná – CREA-PR e de fóruns de discussão regionais.

As propostas regionais inspiraram toda a elaboração do Plano e espera-se que a síntese que constitui o documento final tenha sido feliz em contemplá-las. Aqui elas retornam destacando as particularidades regionais, em gesto de reconhecimento e de acolhi-mento a todas às demandas, acompanhado do firme compromisso de seu atendi-mento ao longo dos anos de Governo, seja através de ações próprias do Estado, em parceria com os Municípios e com os diversos setores da sociedade, seja através do alinhamento das forças políticas do Paraná para aumentar sua capacidade rei-vindicatória junto ao Governo Federal.

A seguir, relacionamos as propostas do futuro Governador Beto Richa que de-terminam a sua maneira de governar e são comuns a todas as Mesorregiões do Paraná e atendem a aspirações manifestadas nos debates regionais:

Um Novo Jeito de Governar:

• Valorização do papel da sociedade, em seus diversos segmentos, como partí-cipe, parceira e fiscalizadora da administração estadual

• Promoção de arranjos de cooperação para governança entre instâncias públi-cas, empresariais e terceiro setor

• Aglutinação das forças políticas do Paraná para melhorar a capacidade reivindi-catória do Estado

• Aumento da transparência e o controle social do Estado aproximando governo e cidadão

• Implantar a gestão pública para resultados com a celebração dos Contratos de Ges-tão entre as diversas áreas de governo com o Governador

• Combate à corrupção fortalecendo as instituições e os controles

ALGUMAS PROPOSTASPARA AS REGIÕES DO PARANÁ

07.

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METAS DE GOVERNO1 76 BETO RICHA 2011 | 2014 1 77

• Constituição de consórcios e redes de cidades para solução de problemas comuns (saúde, resíduos sólidos e outros)

• Conselho Regional de Desenvolvimento, formado pelos Prefeitos, Presidentes de Câ-maras e representantes da sociedade dos municípios integrantes da Região, pelo respectivo Administrador, pelos Coordenadores de Núcleos do Governo (Educação, Saúde, Agricultura, Obras e outros) e por representantes das Polícias Civil e Militar

• O Governador participará periodicamente das reuniões dos Conselhos nas respecti-vas Regiões, realizando Audiências Públicas, atendendo os Prefeitos e despachan-do com toda a sua equipe

• Planos Regionais Integrados de Desenvolvimento, contínuo processo de planejamen-to regional, levando em conta os programas de base territorial existentes (microbacias, sanidade animal, preservação ambiental e outros) e os planos diretores municipais

• Centrais de Serviços Públicos (Tudo Aqui)

7.1 Mesorregião Centro-Ocidental

1. Com população de 338.264 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Centro-Ocidental situa-se no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 11.937 Km2, que cor-responde a cerca de 6,0% do território estadual, é constituída por 25 municípios: Alta-mira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Cam-po Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioêre, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre do Oeste, Roncador, Terra Boa e Ubiratã.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A ocupação da região se efetivou como resultado de um fluxo populacional oriundo do norte do Estado, relacionado à expansão do café, e outro decorrente do movimento de gaúchos e catarinenses para ocupar as regiões oeste e sudoeste do Paraná. A forma-ção socioeconômica foi de transição entre essas duas frentes, baseada em projetos de colonização, com a convivência dos sistemas produtivos do café e da policultura alimentar, ambos de produção familiar. Esses dois sistemas mantiveram-se até o iní-cio dos anos 70, período em que a região se integrou ao movimento mais amplo de expansão da agricultura moderna no Paraná.

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METAS DE GOVERNO1 78 BETO RICHA 2011 | 2014 1 79

3. A dinâmica demográfica da Mesorregião tem características que a situam como área de esvaziamento populacional. Desde os anos 70, a região vem apresentando taxas de decréscimo populacional, inclusive com desaceleração do crescimento urbano, re-gistrando a mais baixa taxa de crescimento da população urbana entre as mesorregi-ões paranaenses. Em 21 municípios houve, nos anos 90, redução da população total. Mesmo o município-pólo da região, Campo Mourão, apresentou taxa de crescimento inferior a 0,5% ao ano, indicando dificuldades de reter o aumento populacional decor-rente de seu crescimento vegetativo.

4. Em 2000, nenhum município da Mesorregião apresentou Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), acima do verificado para o Estado (0,787). Entre os com-ponentes do IDH-M (longevidade, educação e renda), o pior desempenho ocorre em relação à renda, dimensão na qual todos os municípios encontram-se abaixo da média estadual, fato que se reflete no alto percentual (32%) de famílias em situação de pobreza. Os melhores resultados são observados em relação à educação, componente que apa-rece com desempenho acima da média estadual em 16 municípios, resultante do atendi-mento escolar nos níveis básicos, da creche até o ensino fundamental, porém apresenta taxas de frequência escolar piores relativamente aos jovens de mais de 15 anos.

5. O perfil de mortalidade geral da população do Centro-Ocidental acompanha o padrão estadual, com maior peso dos óbitos decorrentes de causas do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho respiratório, destacando-se também a participação das causas externas, que expressam mortes violentas. Ressalta-se, em um conjunto de municí-pios, o peso dos óbitos com causas mal definidas, evidenciando a precariedade no atendimento à saúde nesses locais. No que se refere à mortalidade infantil, a quase totalidade dos municípios, inclusive o pólo regional, apresentava, em 2000, níveis de mortalidade superiores à média estadual.

6. Nas áreas urbanas da Mesorregião, a disponibilidade dos serviços de abastecimento de água e coleta de lixo, em condição adequada, está próxima da universalização, o que não se verifica no caso do esgotamento sanitário. De modo geral, no meio rural as condições de saneamento são bastante precárias, com alguns municípios desta-cando-se apenas em relação ao abastecimento de água.

7. A economia regional baseia-se na agricultura e agroindústria que se consolidaram com o processo de modernização ocorrido a partir dos anos 70. Contudo, essas mu-danças não foram suficientes para elevar sua participação, ao longo das últimas dé-cadas, na renda gerada no Estado. Ao contrário, reduziu sua participação no Valor Adicionado Fiscal (VAF) estadual, com 3,4%, 2,2% e 2,7%, em 1991, 2000 e 2008,res-pectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). Apesar da menor intensidade do crescimento regional, a atividade agrícola manteve seu dinamismo, com as trans-formações da base técnica permitindo a resolução dos problemas de baixa fertilidade natural dos solos e a alteração da pauta de produtos na direção das commodities (soja, trigo e, mais recentemente, milho) e de matérias-primas industriais (algodão e

cana). Nos anos 90, as lavouras ampliaram ainda mais sua importância na pauta re-gional, principalmente devido à forte expansão da soja e do milho. A Centro-Ocidental consolidou-se como uma das principais mesorregiões produtoras de grãos no Estado, participando com cerca de 12% do total estadual. Por outro lado, a cultura do algodão sofreu profundo revés, com grande impacto regional, uma vez que, além de sua re-levância econômica, essa cultura era importante pela demanda de trabalho agrícola. A matriz industrial da região está vinculada à agroindústria, destacando-se os segmen-tos açúcar e álcool, óleo/gorduras vegetais, algodão e mandioca, os quais conjunta-mente representavam, em 2002, a metade do valor adicionado pela indústria regional. É preciso ressaltar a relevância que o segmento têxtil, ligado ao algodão, ainda man-tém, apesar da crise dos anos 90. Em relação à indústria, há que se destacar, tam-bém, a expansão recente do segmento mobiliário e, no município de Campo Mou-rão, de um número significativo de empresas de equipamentos médico-hospitalares. No complexo agroindustrial destaca-se a Cooperativa Agropecuária Mourãoense (CO-AMO), cuja atuação extrapola os limites da Mesorregião abrangendo 50 municípios, nos quais reúne 18 mil associados. Ela se constitui no maior grupo exportador de produtos agrícolas e agroindustriais do Paraná.

8. Entre as dez mesorregiões paranaenses, a Centro-Ocidental apresentou a terceira maior taxa de desemprego e o menor crescimento relativo e absoluto do emprego formal, no período 1996-2001, registrando, inclusive, redução no seu principal municí-pio – Campo Mourão. Além disso, é a única Mesorregião que, neste período, não teve nenhum segmento industrial com aumento expressivo de emprego.

9. Em relação às experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação, desta-cam-se, em Campo Mourão, apoio a empreendimentos de base tecnológica na área de equipamentos de saúde, e o hotel tecnológico do Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET, com projetos na área de alimentos e meio ambiente. Estudos recentes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, denominados Setores Portadores de Futuro para o Paraná - Horizonte 2015, propõem para a região, a exploração nas áreas de agro-biotecnologia, agroalimentar, turismo, microtecnolo-gias e energia.

10. A Mesorregião Centro-Ocidental apresenta um sistema viário bastante articulado in-ternamente à região e, externamente, destacam-se os eixos de ligação com as me-sorregiões Norte Central (PR-317), Oeste (BR-369),ambos em bom estado de con-servação, e Centro-Sul (BR-487 / PR-460 / PR-239 / BR-466), neste caso com alguns trechos bem precários. A situação mais crítica é da BR-487 (Estrada Boiadeira), que liga Campo Mourão a Porto Camargo, na divisa de Mato Grosso do Sul. A estrutura aeroportuária é pequena, baseada em dois aeroportos públicos (Campo Mourão e Goioerê) e três privados.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

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METAS DE GOVERNO180 BETO RICHA 2011 | 2014 181

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 63,53

2 Educação 36,47

3 Segurança 21,18

4 Apoio à Agricultura 15,29

5 Geração de Emprego 11,76

6 Habitação / Moradia 9,41

7 Estradas / Rodovias 5,88

8 Pavimentação / Asfalto 4,71

9 Área Social / Fome / Pobreza 2,35

10 Redução do preço do Pedágio 2,35

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

7.1.1 Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Centro-Ocidental

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidário de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Campo Mourão

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Centro-Ocidental

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Centro-Ocidental

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o

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METAS DE GOVERNO182 BETO RICHA 2011 | 2014 183

trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Equipamentos Médico-odontológicos e ou-tros segmentos

• Induzir a formação de Sistemas de Inovação Tecnológica na Mesorregião através da articulação com os municípios, as lideranças patronais e sindicais e as universidades

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Centro-Ocidental (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de mo-radias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Centro-Ocidental, a começar pelas seguintes prioridades:

• readequação da PR-441 no segmento BR376 - Reserva - PR239 até Três Bicos e PRT487 até Campo Mourão

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião para manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução dos acidentes em estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Centro-Ocidental (Pro-grama Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Centro-Ocidental

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação am-biental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográfica como parte da Política Estadual de Recurso Hidrícos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

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METAS DE GOVERNO184 BETO RICHA 2011 | 2014 185

7.2 Mesorregião Centro-Oriental

1. Com população de 699.879 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Centro-Oriental situa-se no Segundo Planaltos Paranaense, abrange uma área de 21.812 Km2 que corresponde a cerca de 10,9% do território estadual, é constituída por 14 municípios: Arapoti, Carambeí, Castro, Imbaú, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Reserva, Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A região integra uma vasta área do chamado “Paraná Tradicional” e guarda característi-cas fundamentais da época da sua ocupação. A economia e a sociedade se organizaram fundamentalmente a partir de grandes fazendas que sustentaram os ciclos econômicos do tropeirismo, da erva-mate e da madeira e foram complementadas por um setor de pro-dução de subsistência, em pequenas áreas. As atividades de caráter extrativo e a pecu-ária, que caracterizaram até recentemente a economia regional, gradativamente incorpo-raram inovações consolidando uma produção agropecuária com alto grau de articulação com as agroindústrias instaladas na região e/ou com o mercado nacional e internacional.

3. O processo de crescimento da população vem reforçando o caráter urbano do Centro-Oriental. Atualmente, apenas os municípios de Reserva e Ortigueira permanecem de tipo rural, condição reforçada pela presença de áreas destinadas a reservas indígenas e assentamentos rurais.

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Centro-Ocidental, em especial, o Turismo Rural

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METAS DE GOVERNO186 BETO RICHA 2011 | 2014 187

4. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M observado para os municí-pios confirma as dificuldades em se alcançar um padrão de desempenho no patamar médio paranaense. À exceção de Ponta Grossa considerado de alto desenvolvimento, os demais apresentam esse indicador inferior ao do Estado. O grau de instrução da população confirma a dificuldade de avanços da política educacional.

5. O perfil de mortalidade da Mesorregião Centro-Oriental acompanha a média do Esta-do, registrando, em 2000, 56,6% dos óbitos associados a apenas três grupos de cau-sas: doenças do aparelho circulatório (27,8%), sintomas, sinais e achados anormais (causas mal definidas, 15,1%) e neoplasias (13,7%). As causas externas aparecem como o quarto principal grupo de causas, com 10,2% dos óbitos. É preciso citar o gru-po de causas mal definidas, uma vez que a proporção de óbitos foi muito superior à encontrada no Estado (5,4%) e, principalmente, por ter sobressaído como o segundo principal grupo de causas dos óbitos na região.

6. Em relação à oferta de serviços de saneamento, verifica-se importante déficit quanto à provisão de sistemas adequados de esgoto, ainda bastante distantes dos níveis de atendimento relativos à rede de abastecimento de água, quadro presente tanto nos municípios grandes como nos pequenos.

7. Mesorregião Centro-Oriental situa-se em importante posição entre as Mesorregiões na geração do Valor Adicionado Fiscal (VAF) que nos períodos de 1991, 2000 e 2008, foi de 7,2%, 7,8% e 7,6%, respectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). Esse desempenho pode ser indicativo da capacidade dos municípios que a integram em acompanhar o ritmo e as características do desenvolvimento paranaense. A confi-guração recente da economia regional está assentada em três eixos industriais, con-centrados em distintas áreas da Mesorregião. O primeiro congrega as indústrias de papel e papelão dos municípios de Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Piraí do Sul, Arapoti e Sengés, conformando um dos mais importantes pólos do país. A bacia leiteira ad-quire importância nos municípios de Castro, Arapoti e Carambeí, fortemente vinculada com a dinâmica agroindustrial da região. A pauta agrícola regional incorporou, ainda, a produção de soja combinada com o trigo, e o milho, importante componente da ali-mentação dos rebanhos leiteiros. O terceiro eixo é composto pelo grupo agroquímico-moageiro, centrado na cidade de Ponta Grossa, ancorado pelos segmentos de moa-gem de soja e produção de fertilizantes.

8. Dentre as Mesorregiões, esta apresenta a menor taxa de atividade da população eco-nomicamente ativa e a segunda maior taxa de desemprego. Um dos fatores relacio-nados a esse quadro é a proporção relativamente baixa de ocupados em atividades agropecuárias. Diferenciada por um mercado de trabalho com elevada taxa de forma-lização e significativo contingente desses trabalhadores.

9. As contribuições das entidades organizadas em torno de experiências de Ciência, Tecnologia & Inovação, assim como das instituições de ensino e pesquisa, represen-

tam perspectivas de crescente intercâmbio com a base produtiva regional. Estudo re-cente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, denominado Setores Portadores de Futuro para o Paraná - Horizonte 2015, propõem, para a Mesorregião, a exploração nas áreas do desenvolvimento tecnológico de uma indústria de papel moderna, tecnificada e limpa e, na aplicação de biotecnologica ao desenvolvimento de espécies florestais de crescimento rápido.

10. A infraestrutura rodoferroviária disponível confirma Ponta Grossa como o mais im-portante ponto de convergência dos fluxos provenientes das diversas Mesorregiões Paranaenses. Devido à localização geográfica, abriga, portanto, a função de centro distribuidor no que diz respeito à circulação viária estadual. Essa função é exercida através de um sistema composto pelas rodovias BR-376, BR-373 e PR-151.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 69,88

2 Educação 31,33

3 Segurança 19,28

4 Geração de Emprego 12,05

5 Estradas / Rodovias 4,82

6 Apoio à Agricultura 2,41

7 Pavimentação / Rodovias 1,81

8 Área Social / Fome / Pobreza 1,20

9 Esporte e Lazer 1,20

10 Habitação / Moradias 1,20

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

7.2.1 Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra na região

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

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METAS DE GOVERNO188 BETO RICHA 2011 | 2014 189

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Centro-Oriental

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do estado

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) na Mesorregião Centro-Oriental

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Centro-Oriental

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Centro-Oriental

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio ao Arranjo Produtivo Local de Móveis de Metal e outros segmentos

• Induzir a formação de Sistemas de Inovação Tecnológica na Mesorregião através da articulação com os municípios, as lideranças patronais e sindicais e as universidades.

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedo-res da Mesorregião Centro-Oriental (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

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METAS DE GOVERNO190 BETO RICHA 2011 | 2014 191

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB nas diferentes etapas, para melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando à diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Centro-Oriental, a começar pelas seguintes prioridades:

» Construção da ligação Cerro Azul - Doutor Ulysses-Jaguariaiva

» Readequação da PR-441 no segmento BR376 -Reserva - PR239 até Três Bicos e PRT487 até Campo Mourão

» Readequação da PR-090 trecho Piraí do Sul - Ventania - Curiuva - Sapopema - São Jerônimo da Serra - Assaí - Jataizinho

» Readequação da PR-092 trecho Jaguariaíva - Wenceslau Brás - Siqueira Campos - Joaquim Távora - Barra do Jacaré

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar recursos federais para:

» BR487 – trecho Porto Camargo-Cruzeiro do Oeste (84 km); Tuneiras do Oeste - Guaritava (21km); Três Bicos-Ivaí (75 km) e Bom Jardim do Sul-Ipiranga (24 km)

» Ampliar a capacidade de tráfego da BR277/373 Cascavel - Ponta Grossa (408 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

» Ampliar a capacidade de tráfego da BR376/373 Apucarana-Ponta Grossa (375 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Ferrovias: propor as soluções para eliminar os gargalos de Guarapuava - Ponta Grossa

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião na manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução dos acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Centro-Oriental (Pro-grama Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliar o contingente policial na Mesorregião Centro-Oriental

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográficas, como parte da Polí-tica Estadual de Recursos Hídricos

• Implantar o monitoramento da qualidade do ar em Ponta Grossa

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhados; as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Centro-Oriental, em especial, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura, o Turismo Religioso e o Turismo Histórico.

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METAS DE GOVERNO192 BETO RICHA 2011 | 2014 193

7.3 Mesorregião Centro-Sul

1. Com população de 471.862 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Centro-Sul situa-se no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 21.093 Km2 que corresponde a cerca de 10,55% do território estadual, é constituída por 24 municípios: Boa Ventura de São Roque, Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Guarapuava, Inácio Martins, Laranjal, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Mato Rico, Nova Laranjeiras, Palmital, Pinhão, Pitanga, Porto Barreiro, Quedas do Igua-çu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Santa Maria do Oeste, Turvo e Virmond.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. Situada em vasta área do “Paraná Tradicional”, a Mesorregião Centro-Sul teve sua história de ocupação e organização do espaço assentada em grandes propriedades rurais que desenvolveram, fundamentalmente, atividades de cunho extensivo e extra-tivo. Ainda nas últimas décadas, devido à existência de áreas economicamente subu-tilizadas, uma frente de ocupação se estabeleceu na região, com populações oriundas predominantemente do norte e oeste do Paraná. A partir dos anos 80, a Mesorregião inseriu-se, de forma mais intensa, no processo de modernização agropecuária e de integração regional com outras áreas mais dinâmicas do Estado.

3. Recortada por poucos municípios, a Mesorregião apresenta baixa densidade de ocupa-ção, pequena base populacional e, apesar do intenso crescimento da população urba-

na, na década de 1990, mantém-se como uma das regiões menos urbanizadas, con-tribuindo com um dos maiores volumes na composição da população rural do Estado. Sua população rural, ao contrário do ocorrido em outras regiões, nas quais o processo de expulsão teve início nos anos de 1960/1970, vem sofrendo redução a partir dos anos de 1980. Essa característica predominantemente rural da Mesorregião é reforçada tam-bém pelo elevado número de assentamentos rurais (34% das famílias assentadas no Estado) e áreas indígenas (62%).

4. É uma das Mesorregiões que apresenta os indicadores sociais em condições mais des-favoráveis. Todos os municípios registram Índice de Desenvolvimento Humano Muni-cipal – IDH-M, abaixo da média paranaense, desempenho que se repete quanto aos componentes do índice, sendo o da renda o mais crítico. Na educação, em todas as faixas etárias, a frequência escolar é inferior à média do Estado, situação que se reflete na baixa taxa de escolarização da população. Outro indicador dessa precariedade é a média dos anos de estudo da população, que em todos os municípios se encontra abai-xo da média estadual (6,5).

5. O perfil da mortalidade geral da população do Centro-Sul acompanha o padrão es-tadual, com maior peso nos óbitos decorrentes de causas do aparelho circulatório e neoplasias, porém com peso elevado nas causas externas e decorrentes de gravidez, parto e puerpério. A presença de inúmeros municípios com deficiências na oferta de atendimento básico à saúde aponta para a necessidade de ampliação da cobertura de ações preventivas, investimentos em unidades de saúde familiar e contratação de agentes comunitários. Em 2000, a maioria dos seus municípios registrou taxa de mor-talidade infantil superior ao coeficiente estimado para o Estado. Do mesmo modo, em termos relativos, a presença de idosos na composição etária da Mesorregião é ainda incipiente, elemento indicativo de uma população rejuvenescida.

6. Em relação ao saneamento básico em áreas urbanas, demonstra cobertura em índi-ces próximos aos médios do Estado, há forte deficiência no que se refere ao esgota-mento sanitário. Sendo essa uma Mesorregião com elevada base de ocupação rural, preocupa o fato de que o saneamento nessas áreas apresenta a mais baixa cobertura entre as mesorregiões paranaenses.

7. A Mesorregião Centro-Sul vem apresentando redução na participação do Valor Adi-cionado Fiscal (VAF) em 4,1%, 3,3% e 3,2%, em 1991, 2000 e 2008, respectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). A estrutura fundiária é a mais concentrada no Estado, polarizada entre grandes e pequenas propriedades. Embora conte com a presença de produtores de commodities, que vêm apresentando aumento de produ-tividade, é significativa a produção familiar com baixos rendimentos. Quanto às ativi-dades industriais, além da baixa diversificação setorial, seu dinamismo é insuficiente para a absorção da população. A produção madeireira, principal segmento da indús-tria, transfere parte de seus ganhos para fora da região, o que limita sua reinversão na economia local. Também os produtos gerados pela agricultura, que absorvem mão-

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METAS DE GOVERNO194 BETO RICHA 2011 | 2014 195

de-obra local, são de baixo valor agregado. Como tendência, verifica-se que a indús-tria madeireira vem se modernizando com a chegada de novos segmentos, como a produção de lâminas e chapas, e que outros segmentos vão ganhando peso, como o mobiliário, o de químicos diversos (particularmente na produção de resinas para a indústria madeireira), vestuário e embalagens plásticas. Vale destacar os recursos do Vale do Iguaçu e de seu entorno, que apresentam potencial para a exploração de atividades turísticas – turismo ecológico, prática de esportes radicais, assim como visitação de sítios arqueológicos e acesso ao artesanato indígena.

8. A região apresenta uma das menores taxas de atividade do Estado, indicando maiores dificuldades para a inserção ocupacional de sua população. Outra característica que distingue a Mesorregião é a persistência da elevada ocupação em atividades rurais (39% dos ocupados). O Centro-Sul apresentou crescimento do emprego formal, em nível ligeiramente superior ao do Estado, tendo como particularidade um incremento expressivo nos menores municípios, ligado a atividades do setor público, como reflexo da instalação de 17 novos municípios na década de 1990.

9. As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação encontram-se con-centradas no pólo regional, Guarapuava. Tais experiências devem avançar no sentido de reconhecer e alavancar as capacidades locais e regionais, tendo em vista oferecer evidências que permitam orientar medidas de políticas públicas e ações empresariais de apoio ao seu desenvolvimento.

10. A infraestrutura viária conta com um importante eixo, a rodovia BR-277, o que vem se consolidando como fator de adensamento populacional. Na realidade, a região é de baixa densidade quanto à malha rodoviária, com as ligações intermunicipais feitas através de precárias rodovias secundárias. Quanto à presença da Ferroeste, há a necessidade de me-lhorias em sua trafegabilidade, de modo a ampliar seu papel na rede regional e estadual.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 65,67

2 Educação 41,04

3 Segurança 22,39

4 Geração de Emprego 14,18

5 Apoio à Agricultura 8,96

6 Estradas / Rodovias 4,48

7 Habitação / Moradias 2,99

8 Infraestrutura / Urbanismo 2,24

9 Área Social / Fome / Pobreza 1,49

10 Redução preço do Pedágio 1,49

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra na região

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Centro-Sul

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento da maternidade onde dará a luz e encaminha-mento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do estado

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) na Mesorregião

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METAS DE GOVERNO196 BETO RICHA 2011 | 2014 197

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Centro-Sul

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Centro-Sul

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio à criação de Sistemas de Inovação Tecnológica na Mesorregião Centro-Sul

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Centro-Sul (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB nas diferentes etapas, para melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando à diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Centro-Sul, a co-meçar pelas seguintes prioridades:

• Readequação da PR-170 trecho BR153 - Bituruna - Pinhão - Guarapuava

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar recursos federais para ampliar a capa-cidade de tráfego da BR277/373 Cascavel - Ponta Grossa (408 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Ferrovia: eliminar os gargalos de Guarapuava - Ponta Grossa

• Pavimentar com asfalto o acesso aos municípios de Mato Rico e Campina do Simão

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião na manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções

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METAS DE GOVERNO198 BETO RICHA 2011 | 2014 199

geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução dos acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Centro-Sul (Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Centro-Sul

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográficas como parte da Políti-ca Estadual de Recursos Hídricos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhados; as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Sudoeste, em especial, o Turismo Rural, o Turismo de Aventura e o Turismo Religioso

7.4 Mesorregião Metropolitana de Curitiba

1. Com população de 3.618.943 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Metropolitana de Curitiba situa-se em sua maior parte no Primeiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 23.147 Km2 que corresponde a cerca de 11.58% do território estadual, é cons-tituída por 37 municípios: Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Antonina, Araucária, Balsa Nova, Bocaíuva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor Ulys-ses, Fazenda Rio Grande, Guaraqueçaba, Guaratuba, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Piên, Pinhais, Piraquara, Pontal do Paraná, Porto Ama-zonas, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pi-nhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. Esta Mesorregião reúne um conjunto substantivo de elementos da história dos pri-mórdios da ocupação do Paraná, como parte integrante da vasta área do chamado “Paraná Tradicional”, seus impulsos iniciais de povoamento remontam ao século XVII e associam-se estreitamente à mineração do ouro, primeiro ciclo econômico parana-ense. Constitui um espaço regional peculiar, pois abrange porções do Estado com ca-racterísticas físico-ambientais, sociais e econômicas díspares – como a aglomeração metropolitana, o litoral paranaense e a parcela estadual do Vale do Ribeira.

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METAS DE GOVERNO200 BETO RICHA 2011 | 2014 201

3. Entre 1970 e 1980 a Mesorregião Metropolitana de Curitiba evidenciou o expressivo ritmo de crescimento populacional de 5,0% a.a., o mais elevado dentre as mesorregiões do Estado. As áreas urbanas cresceram a uma taxa ainda mais elevada (6,7% a.a.), refletindo um acréscimo populacional extraordinário, mas, em termos rurais, a Mesor-região registrou taxa negativa, a exemplo da maioria das mesorregiões paranaenses. O peso populacional da Mesorregião Metropolitana de Curitiba no total do Estado mais do que dobrou, entre 1970 e 2000, alcançando cerca de 32% ao final do período.

4. Entre os 37 municípios da Mesorregião Metropolitana de Curitiba, 7 apresentam o Índi-ce de Desenvolvimento Humano Municipal –IDH-M (2000), acima da média do Estado. A variação entre o patamar máximo e mínimo do IDH-M na Mesorregião é bastan-te expressiva. Ao lado de Curitiba (0,856), que ocupa a primeira posição no ranking estadual, Pinhais e Araucária, no aglomerado metropolitano, e fora dele, Rio Negro, sobressaem no âmbito estadual por se situarem entre os 23 municípios paranaenses com IDH-M superior a 0,800, considerado de alto desenvolvimento humano. No ex-tremo oposto, em posição bastante desfavorável, ocupando as últimas posições do ranking estadual, encontra-se o município de Itaperuçu, que compõe o aglomerado metropolitano, além de Adrianópolis, Campo do Tenente, Cerro Azul, Doutor Ulysses e Tunas do Paraná, mais distantes da metrópole e com elevada proporção de população rural, e Guaraqueçaba, na porção norte do litoral, também com forte predominância rural. Do conjunto de municípios da Mesorregião, apenas Curitiba apresenta taxa de frequência escolar acima da média do Paraná. É expressivo o número de municípios que ultrapassam a média do Paraná. Porém, em 4 municípios, mais de 20% da popu-lação de 15 anos e mais ainda permanece na condição de não-alfabetizada.

5. O perfil de mortalidade da Mesorregião Metropolitana de Curitiba acompanha a mé-dia do Estado, registrando, em 2000, quase 61% de óbitos associados a apenas três grupos de causas: doenças do aparelho circulatório (31,8%), neoplasias (15,5%) e causas externas (13,6%). As doenças do aparelho respiratório representaram o quarto principal grupo de causas de óbitos da região (11,9%), que, somado aos três primeiros grupos, responderam por 72,8% dos óbitos. Embora, em termos gerais o peso relativo de cada grupo de causas de óbitos seja proporcional ao da população, vale destacar o peso dos óbitos registrados no grupo das neoplasias, em que, comparativamente ao Estado, a Mesorregião Metropolitana de Curitiba apresentou uma proporção maior (32,4%), e alertar para o fato de que, naquele ano, a Metropolitana representou 31,2% dos óbitos estaduais, ocupando a primeira posição no Estado em todos os grupos de causas de mortalidade.

6. Os problemas de saneamento – abastecimento de água e esgotamento sanitário e coleta de lixo, em áreas urbanas – também estão concentrados no aglomerado me-tropolitano, mas com uma participação mais destacada dos municípios do entorno de Curitiba. Neste enfoque, cabe destacar uma participação mais elevada dos municípios do litoral relativamente a déficits no abastecimento de água e coleta de lixo, bem como

a participação dos municípios situados na porção sul da aglomeração metropolitana no que se refere à inadequação habitacional decorrente da falta de infraestrutura.

7. Em relação à economia regional, observou-se, nos anos 90, forte ajuste em sua es-trutura produtiva, caracterizado pela reorganização de processos produtivos, aumento nos níveis de eficiência e de qualidade das empresas, além do redimensionamento da capacidade instalada em diversos ramos industriais. Além disso, a consolidação de infraestrutura conferiu uma condição logística diferenciada, permitindo que a região se posicionasse como uma alternativa para novos investimentos, fortemente centrados em Curitiba e seu entorno imediato. Essas mudanças, em particular com a imple-mentação do pólo automotivo, ampliaram a participação da Mesorregião na produção estadual, em 1991, 2000 e 2008, em 40%, 44,9% e 44,2%, respectivamente, do Valor Adicionado Fiscal (VAF) do Paraná. Associada a essa mudança no setor industrial, ocorreu a ampliação da demanda por serviços e produtos de maior especialização, muitos dos quais viabilizados por capital internacional e voltados ao mercado global. O setor comercial também passou por acentuadas mudanças, marcadamente no co-mércio varejista, com a instalação de vários shopping center e hipermercados, am-pliando a oferta, incorporando capitais externos, alterando o perfil do fornecedor e do consumidor e implementando padrões internacionais de lojas e produtos.

8. O mercado de trabalho da Mesorregião Metropolitana de Curitiba, principalmente no aglomerado metropolitano, diferencia-se estruturalmente por apresentar, relativamente às demais mesorregiões do Estado, um nível maior de formalização do emprego, bem como por concentrar as ocupações nos segmentos mais modernos da economia e, por consequência, as maiores oportunidades de rendimento para a parcela de trabalhadores.

9. Fator que contribui para reforçar a centralidade da Mesorregião é a concentração das instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, com a presença de estrutu-ras regionais e de caráter nacional, que formam um conjunto bastante diversificado, envolvendo universidades, instituições de pesquisa, incubadoras e parques tecnológi-cos. Mais recentemente, destacam-se as iniciativas particulares ou não-governamen-tais, dirigidas, principalmente, à apreensão e difusão de modernas áreas de serviços de informatização, gestão do conhecimento, softwares e qualidade da produção. Es-tudos recentes da FIEP propõem a exploração de chamados setores portadores de futuro, para a região, nas áreas de microtecnologia, biotecnologia aplicada ao setor agrícola e florestal, energia, saúde, tecnologias de desenho e produção, e, indústria alimentar.

10. A Mesorregião Metropolitana de Curitiba realiza articulações que procedem de vários níveis, desde internacional e interestadual, até as comutações intramesorregionais, porém observa-se que o sistema viário Mesorregional mantêm um caráter segregador, penalizando sedes e distritos de municípios mais afastados do pólo, principalmente aqueles localizados na porção ao norte, a exemplo de Doutor Ulysses, Cerro Azul, Adrianópolis e Guaraqueçaba, cujo acesso não é sequer pavimentado.

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METAS DE GOVERNO202 BETO RICHA 2011 | 2014 203

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 56,43

2 Segurança 44,78

3 Educação 31,19

4 Geração de emprego 4,98

5 Pavimentação/asfalto 4,37

6 Habitação/moradias 3,64

7 Transporte coletivo 3,40

8 Área social/fome/pobreza 2,79

9 Estradas/rodovias 2,43

10 Saneamento básico/esgoto 2,31

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Metropolitana de Curitiba

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Implantar Hospital Regional em Almirante Tamandaré

• Utilizar área física e o terreno do Hospital São Roque, localizado em Piraquara, para im-plantar o Centro de Recuperação para Usuários de Drogas, com foco especial no crack

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

• Implantar o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) em Paranaguá

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Metropolitana de Curitiba

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

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METAS DE GOVERNO204 BETO RICHA 2011 | 2014 205

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Metropoli-tana de Curitiba

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais do Cal e Cálcario, Louças e Porcelanas, Mó-veis e Madeiras, Software

• Promover e consolidar o Sistema de Inovação Tecnológica da Mesorregião Metro-politana de Curitiba

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Metropolitana de Curitiba (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, a começar pelas seguintes prioridades:

• Pavimentação com asfalto o acesso ao município de Doutor Ulysses; Construção da ligação Cerro Azul - Doutor Ulysses - Jaguariaiva; Readequação da PR090, re-cuperar o asfalto no trecho compreendido entre Contorno Norte Curitiba até Campo Magro (10 km); Construção do trecho de 10 km ligando Antonina à BR277

• Duplicar trecho PR415 entre Pinhais e Piraquara (11 km) com via para transporte coletivo, completando a integração Metropolitana

• Ampliação da Linha Verde Sul até Fazenda Rio Grande com implantação de ca-naleta exclusiva para o transporte coletivo – Ligeirão – completando a integração Metropolitana

• Gestão junto ao Governo Federal e a Concessionária OHL para implantação da cana-leta exclusiva do transporte coletivo, na duplicação Fazenda Rio Grande-Mandirituba

• Conclusão da duplicação da PR417 trecho Curitiba - Colombo / ampliação da Linha Verde Norte, com implantação de via para transporte coletivo, completando a inte-gração Metropolitana

• Gestionar junto ao Governo Federal para que a Concessionária OHL conclua o Con-torno Rodoviário Norte de Curitiba, trecho: Rodovia da Uva – BR 116

• Estudos de viabilidade sócio-econômica-ambiental de ferrovia para a nova rota Curitiba-Paranaguá

• Mobilizar forças políticas para garantia de recursos que viabilizem a ampliação da capacidade operacional do Aeroporto Afonso Pena, com as obras de: ampliação do Terminal Logístico de Cargas e Terminal de Passageiros; Construção da 3ª Pista;

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METAS DE GOVERNO206 BETO RICHA 2011 | 2014 207

ampliação do pátio de aeronaves e instalação do ILS-3

• Aumentar a competitividade e atratividade dos Portos de Paranaguá e Antonina, com obras como o aumento do calado operacional, a recuperação da largura no canal de acesso, modernização dos sistemas e equipamentos para movimentação de carga e armazenamento, construção de infraestrutura para receber navios de passageiros, modernização do sistema de sinalização e implantação do sistema de controle de trafego.

• Fomentar a implantação do Porto de Pontal do Paraná, respeitando as questões sócio-ambientais

• Estudar a viabilização da pavimentação do trecho Cacatu-Guaraqueçaba, com base no conceito “Eco-estrada”

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião na manutenção das estradas rurais

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução dos acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Metropolitana de Curi-tiba (Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Metropolitana de Curitiba

• Construção de Penitenciária em Paranaguá

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográfica como parte da Política Estadual de Recursos Hídricos

• Implantar o monitoramento da qualidade do ar em Paranaguá

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, em especial, Turismo Rural, Turismo de Aventura, Turis-mo de Negócios e Eventos, Turismo de Sol e Praia e Turismo Histórico

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METAS DE GOVERNO208 BETO RICHA 2011 | 2014 209

7.5 Mesorregião Noroeste

1. Com população de 677.925 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Noroeste situa-se no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 24.750 Km2 que corresponde a cerca de 12.4% do território estadual, é constituída por 61 municípios:Alto Para-íso, Alto Paraná, Alto Piquiri, Altônia, Amaporã, Brasilândia do Sul, Cafezal do Sul, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Cruzeiro do Sul, Diamante do Norte, Douradina, Esperança Nova, Francisco Alves, Guairaçá, Guaporema, Icaraíma, Ina-já, Indianópolis, Iporã, Itaúna do Sul, Ivaté, Japurá, Jardim Olinda, Jussara, Loanda, Maria Helena, Marilena, Mariluz, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Nova Londrina, Nova Olímpia, Paraíso do Norte, Paranacity, Paranapoema, Paranavaí, Perobal, Pérola, Planaltina do Paraná, Porto Rico, Querência do Norte, Rondon, Santa Cruz do Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santa Antônio do Caiuá, São Carlos do Ivai, São João do Caiuá, São Jorge do Patrocínio, São Manoel do Paraná, São Pedro do Paraná, São Tomé, Tamboara, Tapejara, Tapira, Terra Rica, Tuneiras do Oeste, Umuarama e Xambrê.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A ocupação da região, em larga escala, foi desencadeada a partir dos anos 40, em função da expansão da fronteira agrícola no Estado, assentada no avanço da cafei-cultura no Norte do Paraná. Entre as mesorregiões que integraram essa fronteira, na Noroeste se observou a maior dificuldade para transitar da crise cafeeira, dos anos

60/70, para o novo padrão de modernização da atividade agrícola.

3. Os dois períodos do processo de ocupação da região – expansão do café e transição para a pecuária – deixaram sua marca na dinâmica demográfica regional. No início dos anos 70 o Noroeste era a segunda Mesorregião mais populosa do Paraná e, a partir de então, passou por intenso processo de decréscimo populacional, que persiste até os dias atuais. A despeito do significativo crescimento das áreas urbanas, o peso populacional da região no Estado, nos últimos 30 anos, foi reduzido à metade. Esse cenário demográfico deve-se principalmente ao componente migratório, inicialmente no meio rural e, mais recentemente, nas áreas urbanas, que apresenta contínuos sal-dos negativos, consolidando o caráter expulsor de população do Noroeste.

4. Relativamente aos indicadores sociais, a situação da Mesorregião fica aquém do padrão médio estadual, embora possa se perceber desempenhos favoráveis em al-gumas dimensões. Assim, apenas dois municípios – Cianorte e Umuarama – apre-sentam valores do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M, acima da média estadual. No outro extremo, encontram-se 13 municípios situados entre os 100 menores índices do Estado. Na educação, há que se registrar que a maioria dos municípios apresentam desempenho acima da média estadual quanto à frequência escolar nos níveis pré-escolar (crianças de 4 a 6 anos de idade) e fundamental (7 a 14 anos de idade).

5. O perfil de mortalidade da Mesorregião acompanha a média do Estado, registrando, em 2000, 61,3% de óbitos associados a apenas três grupos de causas: doenças do aparelho circulatório (39,1%), neoplasias (13,7%) e causas externas (8,5%) – ver ta-bela A.2.16. Vale destacar o peso dos óbitos registrados no grupo de causas decor-rentes dos problemas circulatórios, que, comparativamente ao do Estado, o Noroeste apresentou uma proporção maior e, no sentido oposto, representou menor proporção de óbitos registrados no grupo das causas externas.

6. Os índices de saneamento básico, reproduz o padrão estadual de acentuada defasa-gem em relação ao serviço de esgotamento sanitário. Nas áreas urbanas do Noroeste, o abastecimento de água está praticamente universalizado em todos os municípios. Os serviços de coleta de lixo também apresentam, na região, bom nível de cobertura. O mesmo não se verifica, porém, em relação ao esgotamento sanitário, com a quase totalidade dos municípios apresentando nível de cobertura domiciliar abaixo da mé-dia do Estado (45,9%). No que tange às áreas rurais, as condições de infraestrutura básica de saneamento são mais precárias, embora se observe que, em relação ao abastecimento de água, a Mesorregião apresenta uma situação mais favorável do que outras regiões do Estado, devido ao desenvolvimento de ações de abastecimento comunitário.

7. Na Mesorregião Noroeste, o Valor Adicionado Fiscal (VAF) oscilou positivamente com 3,8%, 3,7% e 4,4%, em 1991, 2000 e 2008, respectivamente (Secretaria de Estado da

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METAS DE GOVERNO210 BETO RICHA 2011 | 2014 211

Fazenda, 2008), o que garantiu maior participação da Mesorregião na economia para-naense. O Noroeste se constituiu em fronteira para a expansão da soja e do milho, em um sistema que se vale da reforma de pastagens e dos avanços tecnológicos observados na área de manejo e conservação de solos. Além da expansão de commodities, observou-se crescimento de produtos direcionados à indústria, como a cana, mandioca e aves. A Mesorregião se destaca por sua participação na produção estadual de casulos do bicho-da-seda, café e fruticultura (abacaxi, laranja e manga). Em termos industriais, o Noroeste concentra as atividades de beneficiamento da mandioca e se constitui em um pólo sucro-alcooleiro. Dada sua dinâmica recente, destaca-se o forte avanço na área de confecção, na qual a região se insere como pólo de referência nacional, con-centrando este segmento em nível estadual. Outras atividades vêm crescendo, como o abate de aves, laticínios, suco natural e mobiliário.

8. As atividades agropecuárias têm peso expressivo na ocupação da mão-de-obra re-gional. Este tipo de relação de trabalho registrou, inclusive, forte crescimento, com o aumento do emprego formal na atividade. Desempenho semelhante foi constata-do em relação às atividades urbanas, tendo a Mesorregião apresentado, no período 1996/2001, um dos maiores incrementos no nível de emprego formal no Estado, ca-bendo destacar o forte aumento do emprego na indústria têxtil (vestuário), muito em função do dinamismo deste setor em Cianorte.

9. A região não dispõe de infraestrutura específica para apoiar e estimular as experi-ências de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), como incubadoras, agências de desenvolvimento ou centros tecnológicos. Porém, algumas iniciativas estão em an-damento, reunindo diversas entidades empresariais e públicas, relacionadas a alguns segmentos produtivos da região, principalmente mandioca, couro e moda.

10. A infraestrutura viária da Mesorregião depende fundamentalmente do sistema rodovi-ário, que se estrutura em torno dos eixos formados pela BR-376 e PR-323, principais ligações com Maringá e Londrina, pólos que exercem forte influência sobre o Noro-este; e pelas vias PR-492 e PR-082, que interligam as principais cidades da Mesorre-gião. A BR-487 (chamada de Estrada Boiadeira) encontra-se em situação crítica quan-to às condições de tráfego, comprometendo sua função de ligação entre Umuarama e Campo Mourão e, também, o potencial de escoamento da produção do Mato Grosso do Sul, pela subutilização do complexo de pontes de Porto Camargo. Os demais mo-dais – hidroviário, aéreo e ferroviário – têm pouca expressão no transporte de cargas e passageiros na Mesorregião.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 68,64

2 Educação 40,24

3 Segurança 31,36

4 Geração de Emprego 11,83

5 Habitação / Moradias 7,10

6 Apoio à Agricultura 6,51

7 Pavimentação / Asfalto 5,33

8 Estradas / Rodovias 4,14

9 Creches 2,37

10 Esporte e Lazer 1,78

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidade de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Noroeste

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

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METAS DE GOVERNO212 BETO RICHA 2011 | 2014 213

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço Integra-do de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) nos municípios de Umuara-ma, Paranavaí e Cianorte

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Noroeste

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Noroeste

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Confecção e outros segmentos

• Induzir a formação de Sistemas de Inovação Tecnológica através da articulação com as prefeituras locais, as lideranças patronais e sindicais e universidades

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Noroeste (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Page 108: “Metas de Governo/2011-2014″ - planejamento.pr.gov.br PDF... · 4.1.1 Regiões de Desenvolvimento do Paraná ... candidato e Plano de Governo ... não apenas instrumento de marketing

METAS DE GOVERNO214 BETO RICHA 2011 | 2014 215

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Noroeste, a co-meçar pelas seguintes prioridades:

» BR487 – trecho Porto Camargo - Cruzeiro do Oeste (84 km);

» Tuneiras do Oeste - Guaritava (21km);

» Três Bicos - Ivaí (75 km) e Bom Jardim do Sul - Ipiranga (24 km);

» BR163 – recuperação e adequação de capacidade do trecho Barracão - Guaíra,

» Readequação da PR-323 trecho Maringá - Cianorte - Umuarama e seguindo pela BR272 até Guaíra

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião para manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução de acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Noroestel (Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Noroeste

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográficas como parte da Políti-ca Estadual de Recursos Hídricos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Norte Central, em especial, o Turismo Rural

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METAS DE GOVERNO216 BETO RICHA 2011 | 2014 21 7

7.6 Mesorregião Norte Central

1. Com população de 2.026.015 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Norte Central situa-se em sua maior porção no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 24.553 Km2 que corresponde a cerca de 12,28 % do território estadual, é constituída por 79 municípios: Alvorada do Sul, Ângulo, Apucarana, Arapongas, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Astorga, Atalaia, Bela Vista do Paraíso, Bom Sucesso, Borrazópolis, Cafe-ara, Califórnia, Cambé, Cambira, Cândido de Abreu, Centenário do Sul, Colorado, Cruzmaltina, Doutor Camargo, Faxinal, Floraí, Floresta, Florestópolis, Flórida, Godoy Moreira, Grandes Rios, Guaraci, Ibiporã, Iguaraçu, Itaguajé, Itambé, Ivaiporã, Ivatuba, Jaguapitã, Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Lobato, Londrina, Lu-nardelli, Lupionópolis, Mandaguaçu, Mandaguari, Manoel Ribas, Marialva, Marilândia do Sul, Maringá, Marumbi, Mauá da Serra, Miraselva, Munhoz de Melo, Nossa Senho-ra das Graças, Nova Esperança, Nova Tebas, Novo Itacolomi, Ourizona, Paiçandu, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Presidente Castelo Branco, Primeiro de Maio, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Rolândia, Rosário do Ivaí, Sabáudia, Santa Fé, Santa Inês, Santo Inácio, São João do Ivaí, São Jorge do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Sarandi, Sertanópolis, Tamarana e Uniflor.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A Mesorregião Norte Central se distingue pelo pioneirismo em termos da ocupação populacional e pelo estabelecimento de atividades produtivas dinâmicas nas áreas de

fronteira estadual, fatos que, até meados dos anos 70, lhe davam a liderança do cres-cimento da economia paranaense. A base desse processo foi a economia cafeeira que se difundiu e assumiu, desde o início, um caráter dinâmico, assentada na pequena propriedade, estreitamente vinculada ao mercado.

3. Entre 1970 e 1980, a população rural da Mesorregião Norte Central decresceu a um ritmo expressivo, bem acima da média paranaense. Nas décadas seguintes, a intensi-dade da perda de população rural permaneceu superando os níveis estaduais e o grau de urbanização, que entre 1970 e 1980 havia saltado de 40% para 65%, prosseguiu incrementando-se aceleradamente, alcançando 88% em 2000. Ainda que os ganhos populacionais das áreas urbanas igualmente resultem significativos, no cômputo geral da Mesorregião o saldo e a taxa líquida de migração se mantêm negativos, expressan-do o predomínio das perdas populacionais para fora da região.

4. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos 79 municípios, ape-nas 8 apresentam posições acima da média do Estado (0,787). A variação entre o patamar máximo e mínimo do IDH-M, na Mesorregião, é bastante expressiva, consi-derando que um grande número de municípios apresenta esse indicador bem abaixo da média do Paraná. Em situação mais desfavorável encontram-se cinco municípios que ocupam posições no patamar inferior do ranking estadual.

5. No que tange ao quadro da mortalidade, a Mesorregião Norte Central, acompanhando a média do Estado, registrou, em 2000, mais de 60% de óbitos associados a apenas três causas: doenças do aparelho circulatório (34,4%); neoplasias (16,5%) e causas externas (11,0%). É importante sublinhar que, em quase todos os grupos, a Mesorre-gião Norte Central respondeu pela segunda maior proporção dos óbitos do Paraná.

6. Relativamente ao saneamento básico, nas áreas urbanas da Mesorregião, a disponi-bilidade de serviços básicos – oferta de água e coleta de lixo –, que contribuem para melhorar a qualidade de vida da população, tende a estar próxima da universalização. No que tange à oferta dos serviços no meio rural, por outro lado, os níveis de atendi-mento encontram-se, de modo geral, em patamares baixos, evidenciando um quadro bem mais precário das condições de infraestrutura básica de saneamento nessas áreas.

7. Nos anos 70, a significativa contribuição da economia da Mesorregião Norte Central se expressava na elevada participação no Valor Adicionado Fiscal (VAF) do Estado, com o Norte Central respondendo, em 1975, por 25,2% desse valor, seguido pelas Mesorregiões Metropolitana de Curitiba (19,9%) e Oeste (13,0%). Posteriormente, a Norte Central registrou uma queda de aproximadamente 10 pontos percentuais em sua participação no VAF estadual, passando a representar, em 1991, 2000 e 2008, em 15,8%, 14,3% e 14,2%, respectivamente, situando-se na segunda posição em ter-mos de geração de riqueza no Estado. Um novo cenário configurou-se no Norte Cen-tral, assentado na modernização agropecuária e no aprofundamento do processo de agroindustrialização. Sua base agropecuária manteve-se como uma das mais compe-

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METAS DE GOVERNO218 BETO RICHA 2011 | 2014 219

titivas do Estado, tendo apresentado, na última década, importante expansão da pro-dução e dos níveis de produtividade, reforçando sua articulação com a agroindústria e/ou o mercado internacional. Embora esse desempenho se deva em muito às culturas de soja e milho, há que se destacar o avanço recente de atividades que constituem alternativas para a produção familiar, particularmente a fruticultura, que apresentou forte expansão na década. Outra característica importante é a sua organização em cooperativas, com estrutura gerencial e de mercado comparada à de grandes empre-sas, alicerçando parcela expressiva da produção agroindustrial da região e do Estado. A região apresenta o segundo maior parque industrial do Estado, que se particulariza por sua diversificação, com importante participação de gêneros como alimentação, têxtil, mobiliário, açúcar e álcool, além dos novos segmentos, especialmente os de agroquímicos e embalagens plásticas e equipamentos para instalações industriais e comerciais. É importante destacar, ainda, a forte presença da região no setor de servi-ços, particularmente em alguns segmentos que denotam importantes encadeamentos produtivos, como os serviços de transporte e de apoio à atividade empresarial, bem como em serviços sociais, como saúde e educação. Trata-se de atividades fortemente concentradas nos dois pólos regionais – Londrina e Maringá – e que confirmam a cen-tralidade que exercem na região e fora dela.

8. O Norte Central tem o segundo maior contingente de população ocupada no Estado. Chama atenção o fato de essa região concentrar, no Paraná, o maior número de pes-soas ocupadas em atividades agrícolas, embora essas atividades tenham um peso relativamente pequeno, comparativamente a outras Mesorregiões, em sua estrutura ocupacional. Destaca-se por apresentar a maior participação da indústria de transfor-mação no total da ocupação.

9. A região possui um ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) bastante con-solidado, particularmente na área de agropecuária e agronegócio, em que se destacam as participações do Instituto Agronômico do Paraná - Iapar e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Além disso, observa-se uma expressiva estrutura de ensino superior, que se traduz na diversidade de instituições envolvidas, com des-taque para as universidades estaduais, e de cursos ofertados, chamando a atenção o crescimento de cursos em nível de pós-graduação. Estudos recentes da FIEP propõem a exploração de chamados setores portadores de futuro, para a região, nas áreas de Agro-Biotecnologia, Energia, Produtos de Consumo, Agroalimentar e Saúde.

10. O sistema rodoviário da Mesorregião Norte Central é formado por dois grandes eixos. O primeiro, constituído pela BR-376, cruza diagonalmente o Estado do Paraná em direção a noroeste na fronteira com MatoGrosso do Sul e é a principal ligação dessa Mesorregião com a capital do Estado e com o litoral. O segundo eixo é representado pela junção das rodovias BR-369, PR-317 e BR-158. Promove a principal ligação da Mesorregião com o Estado de São Paulo, bem como com Cascavel, no oeste para-naense. A Mesorregião Norte Central consiste em área de convergência dos ramais

ferroviários provenientes de Cianorte, a oeste, passando por Maringá e Mandaguari, e de Ourinhos (SP) e Cornélio Procópio, a leste,atravessando Londrina, Cambé e Arapongas. Ambos se unem em Apucarana, formando uma via que segue em direção a Ponta Grossa, já fora dos limites da Mesorregião, e posteriormente a Curitiba e Pa-ranaguá. A Mesorregião possui uma significativa estrutura aeroportuária. Conta com 6 aeroportos públicos e 15 aeródromos privados. Os aeroportos públicos, à exceção do aeroporto de Londrina, são administrados pelas prefeituras. Destes, 5 possuem pavimento asfáltico.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 67,13

2 Educação 38,48

3 Segurança 28,86

4 Geração de Emprego 8,62

5 Apoio à Agricultura 6,01

6 Pavimentação / Asfalto 4,61

7 Habitação / Moradias 3,81

8 Estradas / Rodovias 3,61

9 Área Social / Fome / Pobreza 2,20

10 Redução preço do Pedágio 1,80

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Requalificação das Centrais de Abastecimento do Paraná – CEASA em Londrina e Maringá

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

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METAS DE GOVERNO220 BETO RICHA 2011 | 2014 221

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Norte Central

• Parceria com os municípios para a formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE)

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Norte Central

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Norte Central

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Confecções, Software, Bonés, Móveis e outros segmentos

• Apoiar a criação de Sistemas de Inovação Tecnológica nas regiões de Londrina e Maringá

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Norte Central (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação

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METAS DE GOVERNO222 BETO RICHA 2011 | 2014 223

Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Norte Central, a começar pelas seguintes prioridades:

• Readequação da PR-323 trecho Maringá - Cianorte - Umuarama e seguindo pela BR272 até Guaíra

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar as obras de ampliação da capacidade de tráfego da BR376/373 Apucarana-Ponta Grossa (375 km), duplicando os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Mobilizar forças políticas para garantia de recursos que viabilizam a ampliação da capacidade operacional do Aeroporto de Maringá, com obras de ampliação do ter-minal logístico de cargas; da pista para receber aviões com maior capacidade de carga; do pátio de aeronaves e instalação de postos da vigilância sanitária e receita federal (aduana)

• Mobilizar as forças políticas, para a garantia dos recursos necessários para a reali-zação de obras de melhoria no Aeroporto de Londrina

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião para manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução de acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Norte Central (Progra-

ma Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Norte Central

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacias Hidrográficas como parte da Polí-tica Estadual de Recursos Hídricos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

• Implementar o monitoramento da qualidade do ar em Londrina e Maringá

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Norte Central, em especial, o Turismo Rural e o Turismo Religioso

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METAS DE GOVERNO224 BETO RICHA 2011 | 2014 225

7.7 Mesorregião Norte Pioneiro

1. Com população de 556.502 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Norte Pioneiro si-tua-se em porções do Segundo e Terceiro Planaltos Paranaenses, abrange uma área de 15.718 Km2 que corresponde a cerca de 7,9% do território estadual, é constituída por 46 municípios: Abatiá, Andirá, Assaí, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Cambará, Carlópolis, Congonhinhas, Conselheiro Mairinck, Cornélio Procópio, Curiúva, Figuei-ra, Guapirama, Ibaiti, Itambaracá, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Jataizinho, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Pinhalão, Quatiguá, Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antonio da Platina, Santo Antonio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São José da Boa Vista, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja, Siqueira Campos, Tomazina, Uraí e Wenceslau Braz.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. No início dos anos 70, durante a expansão cafeeira, a região absorveu importante contingente populacional, destacando-a como uma das mesorregiões mais populosas do Estado. A crise dessa cultura teve profundo impacto sobre a dinâmica demográfica regional. A transição para novas culturas e formas de produção não foi homogênea em toda a Mesorregião. De modo geral, ao norte e oeste, dada a presença de melhores terras, transitou-se para a produção de commodities (soja/trigo) e cana, baseada em

novas formas de produção com alto nível de incorporação tecnológica; a leste e ao sul, as condições físicas do meio impuseram obstáculos à adoção do novo padrão de agricultura, provocando a expansão das áreas ocupadas pela pecuária extensiva e, em menor proporção, pelo reflorestamento. Essas atividades apresentam em comum a necessidade de grandes extensões de terra e a baixa demanda de mão-de-obra, tendo por consequência o êxodo rural.

3. Entre 1970 e 2000, a participação da Mesorregião no total da população do Estado foi reduzida à metade. Mesmo os municípios mais populosos – Cornélio Procópio, Jacarezinho e Santo Antônio da Platina – apresentaram, na última década, taxas de crescimento praticamente nulas. Nenhum de seus municípios apresenta população igual ou superior a 50 mil habitantes.

4. A evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M, na última dé-cada foi positiva na maioria dos municípios, sendo que 14 deles apresentaram ganhos de posição no conjunto dos municípios paranaenses. Porém, esse avanço, relacio-nado principalmente à provisão de serviços de educação e saúde, não foi suficiente para alterar o quadro social ainda crítico: dos 46 municípios da Mesorregião, nenhum apresenta nível de desenvolvimento considerado alto (IDH-M > 0,800) e apenas dois – Cornélio Procópio e Barra do Jacaré – posicionam-se acima da média estadual (0,787). Mesmo na área educacional, a maioria dos municípios apresenta taxas de frequência escolar e de alfabetização abaixo da média do Paraná.

5. O perfil de mortalidade geral da população do Norte Pioneiro acompanha o padrão estadual, com maior peso dos óbitos decorrentes de causas do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho respiratório, destacando-se também o peso elevado das cau-sas externas, que expressam mortes violentas. No que se refere à mortalidade infantil, a metade dos municípios, principalmente na porção sul da Mesorregião, apresenta níveis de mortalidade superiores à média estadual. Observam-se, na Mesorregião, mudanças similares às observadas para o Estado, relativas à queda nos níveis de fecundidade e redução no nível de mortalidade, com a consequente alteração do perfil etário da população: decréscimo na participação dos grupos etários mais jovens e elevação da participação da população adulta e idosa. Entretanto, a intensidade do processo migratório e sua seletividade acentuaram o ritmo de envelhecimento, a pon-to de o Norte Pioneiro apresentar um dos mais elevados índices de idosos entre as mesorregiões paranaenses.

6. Relativamente ao saneamento básico, as áreas urbanas do Norte Pioneiro dispõem de serviços de água e coleta de lixo próximos do atendimento universal. O esgotamen-to sanitário ocupa a segunda posição em termos de cobertura entre as dez Mesorregi-ões. No meio rural, as condições de saneamento são bem precárias, destacando-se, entretanto, o acesso adequado ao fornecimento de água, através de abastecimento comunitário, em alguns municípios como Santa Mariana, Joaquim Távora e Leópolis.

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METAS DE GOVERNO226 BETO RICHA 2011 | 2014 227

7. O menor dinamismo da Mesorregião reflete um longo processo de crescimento abaixo da média estadual, fato que se expressa na reduzida participação no Valor Adiciona-do Fiscal (VAF) estadual, com 3,8%, 2,9% e 2,9%, nos anos de 1991, 2000 e 2008, respectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). Apesar da expansão dos estabelecimentos industriais, registrada no período 1995-2002, a indústria regional se caracteriza pela presença de segmentos com baixa capacidade de agregação de valor, fazendo com que o Norte Pioneiro se mantenha na penúltima posição, entre as mesorregiões paranaenses, na geração do VAF industrial. Alguns segmentos, con-tudo, merecem destaque por sua importância no Estado, como é o caso da indústria sucroalcooleira, ou por revelar maior dinamismo no período recente, a exemplo das indústrias de café, derivados de milho e vestuário. Chama atenção, ainda, o fortale-cimento, a partir de meados da última década, da agroindústria cooperativada. Na agropecuária, destaca-se o desempenho de algumas commodities e matérias-primas industriais, como a cana, soja e milho, que tiveram forte expansão na última década. A região mantém-se como a principal produtora de café no Estado, apesar da forte redução verificada na última década. Registra-se incremento na produção de alguns hortifrutigranjeiros, como uva, banana e tomate.

8. O Norte Pioneiro é uma das Mesorregiões com menor peso da indústria na absorção da força de trabalho. O mercado regional de trabalho ainda é fortemente dependente das atividades agrícolas, com mais de 1/3 do total de ocupados vinculados a este tipo de atividade, aspecto que se acentua principalmente entre os municípios da porção sul. Quanto à evolução recente do emprego formal, o Norte Pioneiro apresenta baixo dinamismo na geração de postos de trabalho.

9. As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação são incipientes e fundamentalmente concentradas em Cornélio Procópio, vinculadas à estrutura do Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET, ao qual se associam diversas instituições locais e regionais para apoiar projetos de base tecnológica com potencial de desenvolvimento.

10. No Norte Pioneiro a malha rodoviária articula-se a partir de dois eixos principais: um deles (BR-369) liga a Mesorregião com o Norte Central Paranaense e São Paulo, interligando os principais centros urbanos da região; o outro faz conexão com o sul do Estado, a partir da PR-153, bifurcando-se através das rodovias PR-160 e PR- 092, alcançando a BR-376, que dá acesso à capital e ao Porto de Paranaguá. A malha fer-roviária também articula-se em dois eixos, porém, atualmente, não há operações de transporte de carga ou passageiros.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 62,33

2 Educação 38,36

3 Geração de Emprego 21,92

4 Segurança 19,18

5 Apoio à Agricultura 6,85

6 Habitação / Moradias 4,79

7 Estradas / Rodovias 3,42

8 Pavimentação / Rodovias 2,05

9 Redução preço do Pedágio 2,05

10 Área Social / Fome / Pobreza 1,37

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Norte Pioneiro

• Parceria com os municípios para a formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

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METAS DE GOVERNO228 BETO RICHA 2011 | 2014 229

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) na Mesorregião Norte Pioneiro

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Norte Pioneiro

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Norte Pioneiro

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Induzir a formação de Sistemas de Inovação Tecnológica através da articulação com as prefeituras locais, as lideranças patronais e sindicais e universidades

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Norte Pioneiro (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tecnológico)

Desenvolvimento Florestal:• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Page 116: “Metas de Governo/2011-2014″ - planejamento.pr.gov.br PDF... · 4.1.1 Regiões de Desenvolvimento do Paraná ... candidato e Plano de Governo ... não apenas instrumento de marketing

METAS DE GOVERNO230 BETO RICHA 2011 | 2014 231

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Norte Pioneiro, a começar pelas seguintes prioridades:

• Pavimentação da ligação Barra do Jacaré-Jacarezinho;Readequação da PR-090 trecho Piraí do Sul - Ventania - Curiuva - Sapopema -São Jerônimo da Serra -Assaí - Jataizinho; Readequação da PR-092 trecho Jaguariaíva - Wenceslau Brás - Si-queira Campos - Joaquim Távora - Barra do Jacaré

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião para manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução de acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Norte Pioneiro (Progra-ma Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural nas cidades

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Norte Pioneiro

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacias Hidrográficas como parte da Polí-tica Estadual de Recursos Hídricos

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Norte Pioneiro, em especial, o Turismo Rural e o Turismo Religioso

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METAS DE GOVERNO232 BETO RICHA 2011 | 2014 233

7.8 Mesorregião Oeste

1. Com população de 1.295.404 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Oeste situa-se no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 22.864 Km2 que corresponde a cerca de 11,44% do território estadual, é constituída por 50 municípios:Anahy, Assis Chateaubriand, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capi-tão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbélia, Diamante do Sul, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Formosa do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Iracema do Oeste, Itaipulândia, Jesuítas, Lindoeste, Mare-chal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal, Nova Aurora, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Rami-lândia, Santa Helena, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha do Itaipu, São José das Plameiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Três Barras do Paraná, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A região Oeste constituiu a última fronteira de ocupação do Estado, integrando-se à dinâmica estadual apenas a partir dos anos 70. A dinamização do Oeste deslanchou, estimulada pelos primeiros esforços efetivos para implantação de um sistema viário que viabilizou e impulsionou a produção de excedentes para comercialização. A atividade agrícola da região, fundada na boa qualidade dos solos capacidade técnica dos produ-tores, ampliou-se rapidamente, propiciando incrementos de renda e expansão dinâmica

do comércio. Assim, não apenas as áreas rurais experimentaram aumentos substanti-vos da população, mas também inúmeros núcleos urbanos se formaram para dar supor-te à agricultura em expansão.

3. Entre 1970 e 1980, a população rural do Oeste decresceu, porém o ritmo de cresci-mento da população urbana atingiu 12,5% ao ano, o mais elevado dentre as mesor-regiões e o dobro da média paranaense. Nas décadas seguintes, a intensidade da perda de população rural e de incremento do meio urbano da região, permaneceram superando os níveis estaduais, de sorte que o grau de urbanização, que entre 1970 e 1980 havia saltado de 20% para 50%, prosseguiu incrementando-se acelerada-mente, alcançando quase 82% em 2000. Mesmo assim, a Mesorregião, naquele ano, ainda abrigava uma das mais elevadas proporções de população rural do Para-ná – 11,8%. A movimentação populacional ocorrida no quinquênio 1995-2000 revela em uma análise comparada entre as mesorregiões do Estado, a do Oeste como uma área de forte absorção populacional, tanto do ponto de vista intermesorregional quanto interestadual, porém igualmente destaca-se como ponto de origem de fortes perdas migratórias, mantendo um saldo negativo nas trocas populacionais.

4. Em termos do IDH-M, a Mesorregião Oeste, comparativamente às demais, concentra o maior número de municípios em melhores posições. Contudo, a variação entre o pa-tamar mínimo e máximo do IDH-M é bastante expressiva. Há um conjunto significativo de 11 municípios que sobressaem por apresentar IDH-M superior a 0,800, classificado como padrão de alto desenvolvimento humano, obtendo assim posição de destaque, igualmente, no âmbito estadual. Em posição oposta encontram-se 16 municípios loca-lizados na extensão leste e sul da Mesorregião. Um dos melhores desempenhos está associado à área de educação, especialmente à taxa de frequência escolar, uma vez que 28 municípios integrantes da Mesorregião apresentam essa taxa acima da média do Paraná. É um resultado que expressa uma conjuntura favorável, mas que ainda convive com parcelas da população que se mantêm à margem do processo educa-cional, compondo o conjunto de não-alfabetizados. Esta situação, de difícil reversão, contribui para que apenas 16 municípios apresentem taxa de alfabetização de adultos acima da média paranaense.

5. No que tange ao quadro da mortalidade, a Mesorregião Oeste, acompanhando a mé-dia do Estado, registrou, em 2000, mais de 60% de óbitos associados a apenas três causas: doenças do aparelho circulatório (32,1%); causas externas (16,0%); e neo-plasias (14,2%). É importante sublinhar, no entanto, que, diferentemente das demais mesorregiões do Estado, a Oeste foi a única a ter o grupo das causas externas, con-sideradas mortes violentas, como segunda principal causa de mortalidade. A despeito disso, em cada um dos grupos a Mesorregião respondeu pela terceira maior proporção dos óbitos do Paraná, condizente com seu peso no conjunto da população estadual.

6. De modo geral, a extensão da rede de abastecimento de água encontra-se em dese-quilíbrio quando comparada à de esgotamento sanitário – bem menos extensa –, o

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METAS DE GOVERNO234 BETO RICHA 2011 | 2014 235

que reflete um grave problema. A gravidade da questão do saneamento é mais intensa no meio rural, impondo, a grande necessidade de extensão a essas áreas dos servi-ços de água, lixo e esgoto.

7. Apesar de a Mesorregião Oeste ocupar posição importante no ranking estadual dos prin-cipais produtos da pauta paranaense, a exemplo de soja, milho, aves, suínos e leite, o Valor Adicionado Fiscal (VAF), sofreu pequena redução de 16,5%, 14,1% e 12,9%, em 1991, 2000 e 2008, respectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). Ainda que, abrigue importantes segmentos da agroindústria, as possibilidades de expansão e cresci-mento nessa direção vêm se alterando no sentido de uma mudança qualitativa no padrão de industrialização, que passa da fase do processamento agroindustrial simples a padrões complexos da indústria de alimentos voltada para elaboradas formas de consumo final. Avançar nessa direção é o desafio que se coloca para o desenvolvimento do agronegó-cio regional, requerendo volumes de investimentos substancialmente elevados e intenso processo de inovações, introduzindo novos fatores de competitividade que não apenas os ligados à proximidade da matéria-prima. Outro indicativo em termos de economia ur-bana se expressa em ganhos limitados em atividades de comércio e particularmente em serviços, setor que tende a refletir as modernas condições da dinâmica produtiva geral. Há fatores de ordem ímpar, a serem apropriados na perspectiva inovadora de desenvol-vimento regional, a começar pelo Parque Nacional do Iguaçu, as Cataratas do Iguaçu, o reservatório da Usina de Itaipu, que podem ser entendidos como mega atributos no âmbi-to da política nacional e internacional de meio ambiente e turismo.

8. No conjunto das dez mesorregiões do Estado, a Mesorregião Oeste concentrava, em 2000, o terceiro maior contingente de população ocupada, 12,2% do total do Paraná, distinguindo-se por apresentar uma elevada taxa de atividade, 62,0%. Mesmo assim, o nível de desemprego alcançado é bastante expressivo, correspondendo à taxa de 12,8%, inferior apenas à verificada nas mesorregiões Metropolitana (14,7%), Centro-Oriental (14,1%) e Centro-Ocidental (13,7%), o que atesta que a Oeste encontra-se entre as regiões do interior sob maior pressão por ocupação.

9. A Mesorregião Oeste apresenta um ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e um perfil da educação superior, em grande parte, voltados às atividades agroindus-triais, compatíveis com as características produtivas predominantes. Acompanhando a política de estímulos à pesquisa e o redesenho de novos arranjos institucionais com o intuito de aproximar a pesquisa científica e tecnológica das necessidades do setor produtivo, já se encontra estruturado, na região, o embrião de um sistema de CT& I e uma significativa concentração de cursos de nível superior. Estudo recente da Fede-ração das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, denominado Setores Portadores de Futuro para o Paraná – Horizonte 2015, propõem, para a Mesorregião, a exploração nas áreas de agro-biotecnologia, agro - alimentar, turismo, e energia.

10. O sistema viário, construído a partir dos anos 50 na Mesorregião Oeste, conta com uma significativa malha de rodovias e um ramal ferroviário que cumpre funções de

integração regional, com expressiva circulação de mercadorias, e de importante rota de turismo nacional e internacional. As rodovias federais são complementadas por uma extensa malha de estradas estaduais e de ligações secundárias Seu eixo viário principal, a BR-277, corta o Paraná no sentido leste-oeste, ligando o litoral e o Porto de Paranaguá a Foz do Iguaçu.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 73,40

2 Educação 31,65

3 Segurança 25,93

4 Geração de Emprego 14,14

5 Estradas / Rodovias 6,06

6 Apoio à Agricultura 5,05

7 Área Social / Fome / Pobreza 3,70

8 Habitação / Moradias 2,36

9 Pavimentação / Asfalto 2,02

10 Transporte Coletivo 1,68

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Articular politicamente e apoiar a União num processo de ratificação dos títulos das propriedades da faixa de fronteira, emitidos pelo Estado do Paraná

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação de unidades de comercialização de produtos locais

• Apoio a capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Requalificação das Centrais de Abastecimento do Paraná – CEASA, em Foz do Iguaçu e Cascavel

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

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METAS DE GOVERNO236 BETO RICHA 2011 | 2014 237

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Oeste

• Parceria com os municípios para a formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento antecipado da maternidade onde dará a luz e encaminhamento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Toledo e melhorar o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) na Mesor-região Oeste

Ciência, Tecnologia & Inovação:• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o

acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Oeste

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Oeste

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo a Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de equipamentos agrícolas e confecções in-fantis e outros segmentos

• Apoiar a criação de Sistemas de Inovação Tecnológica nas regiões de Foz do Igua-çu, Cascavel e Toledo

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Oeste (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

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METAS DE GOVERNO238 BETO RICHA 2011 | 2014 239

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de mo-radias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar recursos federais para a duplicação da BR277 no trecho entre Medianeira - Cascavel (70 km) (Concessionada) e ampliar a capacidade de tráfego da BR277/373 Cascavel - Ponta Grossa (408 km), duplican-do os trechos com maior fluxo (Concessionada)

• Parcerias com os municípios e produtores rurais da Mesorregião para manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à redução de acidentes nas estradas (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Oeste (Programa Per-manente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

• Apoio ao investimento em projetos e mobilização das forças políticas, para a ga-rantia dos recursos necessários à construção de um novo aeroporto para atender a Mesorregião Oeste (Cascavel – Toledo), alternativo a Foz do Iguaçu

• Aeroporto Regional das Três Fronteiras em Foz do Iguaçu – Projetos e mobilização das forças políticas, para a garantia dos recursos necessários na realização de obras de melhoria, visando adequação à demanda do turismo

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Oeste

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográfica como parte da Política Estadual de Recursos Hídricos

• Implantar o monitoramento da qualidade do ar em Foz do Iguaçu e Cascavel

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador, as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Oeste, em especial, o turismo rural e de aventura

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METAS DE GOVERNO240 BETO RICHA 2011 | 2014 241

7.9 Mesorregião Sudeste

1. Com população de 414.677 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Sudeste situa-se no Segundo Planalto Paranaense, abrange uma área de 16.941 Km2 que correspon-de a cerca de 8,48% do território estadual, é constituída por 21 municípios: Antonio Olinto, Bituruna, Cruz Machado, Fernandes Pinheiro, General Carneiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Irati, Ivaí, Mallet, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória, Pru-dentópolis, Rebouças, Rio Azul, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Teixeira Soares e União da Vitória.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08. Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. A Mesorregião Sudeste Paranaense teve sua história de organização do espaço vin-culada às atividades econômicas tradicionais, de cunhos extensivo e extrativo. É uma das áreas de ocupação mais antigas do Paraná e, no período de forte imigração es-trangeira para o Brasil, recebeu importantes fluxos de colonos, principalmente de ori-gem eslava, que, assentados em pequenas propriedades, dedicaram-se a atividades extrativas e à pequena agricultura alimentar.

3. Em comparação às demais mesorregiões, o Sudeste possui a menor base popula-cional do Estado e a Mesorregião menos urbanizada do Paraná, com 46% de sua população vivendo ainda em áreas rurais.

4. Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) 2000 dos 21 mu-

nicípios da Mesorregião, apenas União da Vitória, com o índice 0,793, está acima da média do Estado (0,787). A variação entre o patamar máximo e mínimo do IDH-M, na Mesorregião, é bastante expressiva. De um modo geral, os municípios ocupam posi-ções intermediárias, tendendo a se concentrar nas mais baixas posições da escala estadual. A taxa de escolarização, na maioria dos municípios, indica baixa frequência à escola por parte das crianças e jovens. No entanto, em quase a metade deles, a taxa de alfabetização da população adulta fica acima da média estadual.

5. O perfil de mortalidade da Mesorregião Sudeste acompanha a média do Estado, regis-trando, em 2000, mais de 62% de óbitos associados a apenas três grupos de causas: doenças do aparelho circulatório (35,6%), neoplasias (14,9%) e as doenças do apa-relho respiratório (11,6%). Entretanto, é importante destacar que, diferentemente do que ocorre no Estado, as causas externas aparecem como o quarto principal grupo de causas, com 9,3% dos óbitos, totalizando, assim, mais de 70% dos óbitos da região. Merecem destaque, também, os sintomas, sinais e achados anormais – causas mal definidas –, cuja proporção de óbitos foi superior à encontrada no Estado.

6. Nas áreas urbanas da Mesorregião a disponibilidade de serviços básicos – oferta de água e coleta de lixo –, que contribuem para melhorar a qualidade de vida da popu-lação, tende a estar próxima da universalização. No meio rural, a oferta dos serviços encontram-se em patamares baixos, evidenciando um quadro bem mais precário das condições de infraestrutura básica de saneamento.

7. Na base do desempenho econômico regional ressalta-se a peculiaridade que combinou o crescimento das atividades já existentes com a absorção de novos segmentos. O Valor Adicionado Fiscal (VAF) evoluiu em 2,3%, 2,4% e 2,5%, em 1991, 2000 e 2008, respecti-vamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). A madeira é, sem dúvida, um dos pro-dutos de maior importância nessa pauta. A evolução recente da agropecuária denota in-tensificação da produção via aumento de produtividade dos principais produtos regionais. Esse desempenho contribuiu para uma alteração na pauta dos produtos, ascendendo culturas como soja, milho, erva-mate e fumo, sem, contudo, as demais, como a batata e o feijão, apresentarem redução. O perfil industrial da região conserva a forte predominância do complexo da madeira e a importância da atividade papeleira, consolidando, todavia, a indústria de cerâmica, beneficiada pela possibilidade de exploração do gás derivado do xisto e pelas reservas de argila. Em relação à indústria de alimentos, o processamento da erva-mate continua a ocupar posição de destaque e, com as cooperativas, ampliam-se as atividades de agro-industrialização, sobretudo do leite e de outros produtos da pau-ta regional, como arroz, mandioca, trigo e milho. Ao lado destes, o fumo persiste como atividade de forte concentração regional. Além disso, conta com as vantagens de uma composição diversificada da produção, que inclui produtos como mel e lã, com relevância na pauta estadual. Uma atividade econômica ainda pouco estruturada, mas que vem se apresentando como uma oportunidade é a do turismo, em decorrência dos atrativos natu-rais existentes na região – cachoeiras, riachos, águas e estâncias hidrominerais.

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METAS DE GOVERNO242 BETO RICHA 2011 | 2014 243

8. A dinâmica da economia regional também se expressa no mercado de trabalho. Nos anos 90, a taxa de atividade no Sudeste esteve próxima à média estadual, mas, sobre-tudo, a região registrou um crescimento do emprego formal, respondendo pela maior variação relativa desse indicador, no período 1996-2001, em relação às demais me-sorregiões. Ainda, no ano 2000, comparativamente, esta região apresentou uma das menores taxas de desemprego do Estado, perdendo somente para a região Sudoeste, que evidenciou a menor taxa mesorregional.

9. As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), que visam apoio ao desenvolvimento local/regional a partir da identificação ou aproveitamento das suas potencialidades, podem ser consideradas ainda incipientes, o que em parte se explica pela fraca urbanização e forte predominância de atividades econômicas mais tradicionais. Em São Mateus do Sul, na perspectiva de atrair empresas de base tecnológica e, principalmente, de apropriar o potencial do xisto, está a Incubadora Tecnológica de São Mateus do Sul (ITS). A estrutura de ensino superior, está centrada em 7 instituições distribuídas em 4 dos seus municípios. Esse conjunto compreende 2 campi da Universidade Estadual de Ponta Grossa, outros 2 da Universidade Estadual do Centro-Oeste, e ainda 5 faculdades, sendo uma estadual.

10. O sistema viário da Mesorregião Sudeste é formado basicamente por três rodovias principais, sendo duas ao norte (BR-277 e BR-373) e uma que tangencia a divisa ao sul (BR-476), todas cortando transversalmente a região no sentido leste-oeste.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 72,55

2 Educação 30,39

3 Segurança 14,71

4 Geração de Emprego 9,80

5 Apoio à Agricultura 8,82

6 Estradas / Rodovias 8,82

7 Saneamento Básico / Esgoto 2,94

8 Infraestrutura / Urbanismo 1,96

9 Área Social / Fome / Pobreza 0,98

10 Habitação / Moradias 0,98

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Sudeste

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento da maternidade onde dará a luz e encaminha-mento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do Estado

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) no município de Irati

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

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METAS DE GOVERNO244 BETO RICHA 2011 | 2014 245

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Sudeste

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Sudeste

• Apoio a produção de bens culturais regionais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Madeira, Malhas e outros emergentes

• Promover amplo debate com todos os segmentos interessados na questão de Ciên-cia, Tecnologia & Inovação no Paraná

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Sudeste (Programa Bom Negócio Paraná)

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tecnológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB nas diferentes etapas para a melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parcerias com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando a diminuição do déficit de mo-radias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Sudeste, a come-çar pelas seguintes prioridades:

» Pavimentação do trecho São Mateus do Sul - Irati (PR 364)

» Readequação da PR-170 trecho BR153 - Bituruna - Pinhão - Guarapuava

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar recursos federais para a conclusão BR153 no trecho de aproximadamente 50 km de Alto Amparo-Imbituva (BR373-BR376), readequação do trecho de aproximadamente 96 km entre Paula Freitas (BR 476) e Irati

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião na manutenção das

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METAS DE GOVERNO246 BETO RICHA 2011 | 2014 247

estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à segurança no tráfego (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Sudeste (Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliação do contingente policial na Mesorregião Sudeste

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação am-biental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográficas como parte da Políti-ca Estadual de Recursos Hídricos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhador; as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local.

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Sudeste, em especial, o Turismo Rural

7.10 Mesorregião Sudoeste

1. Com população de 586.776 habitantes (IBGE, 2009), a Mesorregião Sudoeste situa-se no Terceiro Planalto Paranaense, abrange uma área de 17.060 Km2 que corresponde a cerca de 8,54% do território estadual, é constituída por 42 municípios: Ampere, Bar-racão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Bom Su-cesso do Sul, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Co-ronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Honório Serpa, Itapejara do Oeste, Manfrinópolis, Mangueirinha, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Palmas, Pato Branco, Pérola do Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antonio do Sudoeste, São João, São Jorge do Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Vêre e Vitorino.

Fonte: Lei Estadual nº 15.825/08.

Base Cartográfica: SEMA, 2007.

2. Constituindo uma das últimas áreas de ocupação do Estado, o Sudoeste é talvez, entre as Mesorregiões, aquela que melhor se caracteriza como importante reduto da agricultura fa-miliar. Mesmo tendo passado por grande transformação na sua base produtiva, com a intro-dução de novas práticas de cultivo a partir da expansão da soja, o Sudoeste manteve sua estrutura fundiária com forte predominância da pequena propriedade – na região, 97,4% dos estabelecimentos possuem menos de 100 hectares, ocupando 72,7% da área total.

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METAS DE GOVERNO248 BETO RICHA 2011 | 2014 249

3. Entre 1970 e 1980, a população rural do Sudoeste decresceu, porém em volume pou-co expressivo, ao passo que a população urbana dobrou de tamanho. A despeito dos ganhos populacionais das áreas urbanas, no cômputo geral da Mesorregião o saldo e a taxa líquida de migração se mantêm negativos, expressando o predomínio das perdas populacionais para fora da região.

4. Quanto aos indicadores sociais, de modo geral, nota-se relativo equilíbrio nessa Me-sorregião. A maioria dos municípios ocupa posições intermediárias no ranking esta-dual do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), ressaltando-se que, dos 23 municípios do Paraná com IDH-M acima da média estadual, 6 encontram-se no Sudoeste, com destaque para Pato Branco, que ocupa a terceira posição. O bom desempenho municipal quanto ao IDH-M é reflexo, principalmente, do componente educação. Em grande parte dos municípios, a taxa de escolarização, nos níveis fun-damental e pré-escolar, encontra-se acima da média estadual.

5. O perfil de mortalidade da Mesorregião Sudoeste acompanha, de certa forma, a mé-dia do Estado, registrando, em 2000, quase 58% de óbitos associados a apenas três grupos de causas: doenças do aparelho circulatório (29,1%), neoplasias (16,6%) e as doenças do aparelho respiratório (12,2%).Entretanto, é importante destacar que, dife-rentemente do Estado, as causas externas aparecem como o quarto principal grupo, com 11,3% dos óbitos, totalizando, assim, quase 70% dos óbitos da região.

6. Os índices de saneamento básico reproduzem o padrão estadual de acentuada defa-sagem em relação ao serviço de esgotamento sanitário. Enquanto as áreas urbanas do Sudoeste, de modo geral, apresentam cobertura de abastecimento de água e co-leta de lixo em índices próximos à média estadual, grande parte dos municípios apre-sentam cobertura em esgotamento sanitário abaixo de 5%. A gravidade da questão do saneamento é mais intensa no meio rural, impondo, com premência cada vez maior, a grande necessidade de extensão a essas áreas dos serviços de água, lixo e esgoto.

7. Quanto ao Valor Adicionado Fiscal (VAF), a Mesorregião tem apresentado crescimen-to positivo em 3,2%, 4,5% e 5,4%, em 1991, 2000 e 2008, respectivamente (Secretaria de Estado da Fazenda, 2008). A região possui perfil econômico especializado numa produção agropecuária de pequenos e médios produtores, porém em atividades de baixa agregação de valor. O setor industrial se caracteriza pela busca de alternati-vas de produção. Nesse sentido, as prefeituras vêm desempenhando papel importan-te quanto a incentivos fiscais e implementação de novos distritos industriais. Assim, ainda que haja predominância dos gêneros industriais tradicionais, como alimentos, confecções e madeireiro, há perspectivas de diversificação na matriz produtiva da Mesorregião com o setor metalúrgico e eletroeletrônico. Também no setor de turismo a Mesorregião apresenta potencial, principalmente quanto à presença de elementos naturais passíveis de exploração pela prática de esportes radicais e turismo rural, o que já acena com perspectivas de crescimento.

8. Nos dados do último censo, o Sudoeste registrou a maior taxa de atividade e a me-nor taxa de desemprego entre todas as Mesorregiões Paranaenses, bem como um crescimento do emprego formal acima da média estadual,fatores que, certamente, condicionam parcela significativa do seu bom desempenho geral. A maior parte dos ocupados na região desenvolve algum tipo de atividade agropecuária ou de extração florestal. Porém, como indicativo do momento de transição urbana, os novos postos formais de trabalho se concentram no comércio varejista e nos serviços de alojamento e alimentação.

9. As experiências institucionais de Ciência, Tecnologia e Inovação se distinguem pela participação de entidades como o Centro Tecnológico Industrial do Sudoeste Parana-ense – CETIS e o Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET, com ações de desenvolvimento e difusão tecnológica, representando possibilidades de um crescen-te intercâmbio com a base produtiva, potencializando perspectivas de desenvolvimen-to regional. Estudo recente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, denominado Setores Portadores de Futuro para o Paraná - Horizonte 2015, propõem, para a Mesorregião, a exploração nas áreas de: Agro-Biotecnologia, Produtos de Con-sumo, Agroalimentar, Metal-Mecânico e Plástico, Energia e Microtecnologia.

10. A infraestrutura viária da Mesorregião expressa a intensa fragmentação da mesma em municípios de pequenas dimensões geográficas e a consequente proximidade entre as respectivas sedes. O mais importante acesso se dá por meio da BR-373, que pro-move o escoamento de boa parte da produção regional, e que se complementa com uma densa malha de estradas, predominantemente municipais.

11. O quadro a seguir traz o resumo das principais prioridades levantadas em pesquisa junto à amostra populacional na Mesorregião:

Nº Áreas Prioritárias % da População

1 Saúde 52,85

2 Educação 40,65

3 Segurança 18,70

4 Apoio à Agricultura 11,38

5 Geração de Emprego 9,76

6 Estradas / Rodovias 8,13

7 Área Social / Fome / Pobreza 2,44

8 Melhoria das Cidades 2,44

9 Habitação / Moradias 1,63

10 Infraestrutura / Urbanismo 1,63

Fonte: Paraná Pesquisa, março 2010.

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METAS DE GOVERNO250 BETO RICHA 2011 | 2014 251

Algumas Propostas para a Mesorregião

Agricultura e Agronegócio:

• Regularização fundiária e qualificação do acesso a terra na região

• Articular politicamente e apoiar a União num processo de ratificação dos títulos das propriedades da faixa de fronteira, emitidos pelo Estado do Paraná

• Política de acesso a alimentos básicos para famílias de baixa renda

• Parceria com os municípios para a implantação das unidades de comercialização de produtos locais

• Ações de capacitação da mulher no meio rural

• Promover a qualidade de vida no meio rural, com política de habitação e sanea-mento; eletrificação e comunicação; integração social das comunidades e apoio à produção de subsistência

• Apoiar o desenvolvimento da bacia leiteira na Região

Assistência Social:

• Orientação e proteção social às famílias e indivíduos em situação de pobreza, possi-bilitando-lhes a construção de novos projetos de vida (Programa Família Paranaense)

• Ampliar os programas Bolsa Família, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Leite das Crianças e outros, em todos os municípios da Mesorregião Sudoeste

• Parceria com os municípios para formação da Rede Solidária de Acolhimento a Mulheres em Situação de Violência Doméstica

Atenção Integral à Saúde:

• Garantir que a gestante paranaense tenha assistência ao pré-natal com qualidade (consultas e exames), conhecimento da maternidade onde dará a luz e encaminha-mento para o atendimento às gestações de risco em todos os municípios (Programa Mãe Paranaense)

• Fortalecimento dos Consórcios Municipais de Saúde e dos Centros Regionais de Atenção Especializada que atenderão consultas e exames especializados, dimi-nuindo os deslocamentos dos cidadãos para outras regiões do estado

• Apoio aos municípios para a melhoria das unidades básicas de saúde, por meio de investimentos para a construção, reforma, ampliação e equipamentos

• Apoio aos municípios para a implantação de ações de promoção ao envelhecimento saudável (Centros Regionais de Atenção à Pessoa Idosa)

• Implantar Serviços Especializados para o Atendimento a Usuários de Droga

• Implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Francisco Bel-trão e Pato Branco.

• Implantar o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) em Francisco Beltrão

Ciência, Tecnologia & Inovação:

• Ampliar a rede de fibra ótica a todos os municípios da Mesorregião para melhorar o acesso à internet banda larga e facilitar a pesquisa e inovação

• Estimular parcerias entre os diferentes níveis de governo na construção de arranjos institucionais flexíveis para pesquisa e inovação

• Integração e promoção da rede paranaense de pesquisa, inovação e assistência técnica

• Ampliação do Programa de Irrigação Noturna

Cultura:

• Exposições itinerantes e divulgação das ações desenvolvidas pelos Museus para-naenses na Mesorregião Sudoeste

• Rede de bibliotecas e centros de referência em leitura nos municípios

• Incentivar a realização de feiras, festas e festivais regionais

• Apoiar ações de sustentabilidade do artesanato regional

• Pesquisa e registro das expressões culturais populares na Mesorregião Sudoeste

• Apoio a produção de bens culturais através da Lei de Incentivo à Cultura

Desenvolvimento Econômico Sustentável:

• Identificar demandas e elaborar planos de profissionalização e qualificação para o trabalho com foco nas necessidades locais

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Confecção, Móveis, Software e outros emergentes

• Apoio à consolidação dos Sistemas Regionais de Inovação Tecnológica de Pato Branco, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e outros em fase de desenvolvimento na Mesorregião Sudoeste

• Amplo debate com todos os segmentos interessados na questão de Ciência, Tecno-logia & Inovação no Paraná

• Capacitação continuada em gestão para pequenos empresários e empreendedores da Mesorregião Sudoeste (Programa Bom Negócio Paraná)

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METAS DE GOVERNO252 BETO RICHA 2011 | 2014 253

• Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas pelo incentivo e aplicação da Lei Geral de Pequena e Média Empresa

• Induzir novos mecanismos de comercialização e de distribuição de produtos do Paraná, favorecendo a Mesorregião

• Destinar parte do ICMS para incentivar empresas de base tecnológica (ICMS Tec-nológico)

Desenvolvimento Florestal:

• Política de preservação da floresta nativa e ampliação da área de floresta

• Difusão do modelo integração lavoura, pecuária e florestas

Educação:

• Ampliar gradativamente a Jornada Escolar

• Expansão da oferta de ensino médio diurno nas escolas estaduais dos municípios da Mesorregião

• Ensino Médio Profissionalizante

• Programas específicos para o atendimento de adolescentes e jovens a partir dos 14 anos para a iniciação profissional e a inclusão social e cultural

• Elevar progressivamente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB nas diferentes etapas, para melhoria da qualidade da educação

• Reestruturar o Sistema de Transporte Escolar na Mesorregião em parceria com os municípios

• Construção de um Plano de Cooperação entre Estado e Municípios para resolver problemas do Regime de Colaboração e estabelecer metas de melhoria da qualida-de da educação e ampliação da oferta de matrículas

Esporte, Lazer e Atividade Física:

• Apoio aos municípios na estruturação de programas de Esporte, Lazer e Atividade Física

Habitação:

• Apoio à política habitacional aos municípios visando à diminuição do déficit de moradias

• Melhorias nas unidades habitacionais regularizadas, com obras de reparo, pintura e ampliação

Infraestrutura e Logística:

Ampliar os investimentos em Rodovias Estaduais na Mesorregião Sudoeste, a co-meçar pelas seguintes prioridades:

» Pavimentação da ligação Boa Esperança do Iguaçu -Nova Prata do Iguaçu (18 km);

» Readequação da PRT280 trecho da BR153 - Palmas - Clevelândia-Mariópolis - Pato Branco - Francisco Beltrão, seguindo pela PR483 e PR182 - Ampere - Realeza - Capitão Leônidas Marques, ligando com a BR277 em Cascavel

• Mobilizar as forças políticas para viabilizar recursos federais para recuperação e adequação de capacidade da BR163 no trecho Barracão-Guaíra (350 km)

• Pavimentar com asfalto o acesso ao município de Coronel Domingos Soares

• Parceria com os municípios e produtores rurais da Mesorregião na manutenção das estradas rurais, dotando-os de patrulha mecanizada

• Expansão da malha rodoviária existente, revisão dos traçados propondo correções geométricas, implantação de terceiras pistas e melhorias de sinalização, com vistas à segurança no tráfego (Plano Estadual de Transportes e Logística)

• Redução do número de acidentes e mortes na Mesorregião Sudoeste (Programa Permanente de Segurança e Redução de Acidentes nas Estradas)

• Negociação com as Concessionárias para redução das tarifas de pedágio

Segurança, Cidadania e Justiça:

• Implantar o Programa Polícia na Comunidade, com Módulos Policiais

• Reativar a Patrulha Rural

• Ampliar do contingente policial na Mesorregião Sudoeste

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

• Agilidade nos processos de licenciamento e autorizações ambientais

• Debates regionais, com os diversos setores da sociedade, sobre a legislação ambiental

• Apoiar técnica e financeiramente os municípios para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

• Garantir o funcionamento dos Comitês de Bacia Hidrográfica como parte da Política Estadual de Recursos Hídricos

• Concepção e instituição da Rede Paranaense de Defesa e Proteção Animal

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METAS DE GOVERNO254 BETO RICHA 2011 | 2014 255

Trabalho e Emprego:

• Promover ações de qualificação profissional prioritariamente para jovens de 16 anos a procura do 1º emprego; todas as pessoas atendidas pelas Agências do Tra-balhados; as pessoas participantes dos programas sociais dos municípios, pessoas com deficiência e trabalhadores rurais, considerando a especificidade local

Turismo:

• Desenvolvimento regional dos segmentos turísticos de importância na Mesorregião Sudoeste, em especial, o Turismo Rural e o Turismo Religioso

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