plano de gestão apa palmares_encarte3

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3-1 ENCARTE 3 ZONEAMENTO AMBIENTAL PLANO DE GESTÃO APA PALMARES SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 3 1. Zoneamento Participativo ........................................................................................... 3 2. Zoneamento Técnico ................................................................................................. 4 RESULTADOS .................................................................................................................. 9 1. Propostas de Zoneamento Participativo .................................................................... 9 2. Análises Ambientais ................................................................................................. 11 2.1. Áreas de Preservação Permanente - APP..................................................................11 2.2. Áreas Prioritárias para Manutenção Florestal e Estabelecimento Corredores .................14 2.3. Avaliação da Tendência de Ocupação ......................................................................18 3. Zoneamento APA Palmares FASE 1 .......................................................................... 22 3.1. Zona Vida Silvestre - ZVS .......................................................................................22 3.2. Zona de Proteção Especial - ZPE .............................................................................24 3.3. Zona de Recuperação -ZR ......................................................................................25 3.4. Zona de Uso Controlado -ZUCont ............................................................................26 3.5. Zona de Uso Conflitante - ZUC ................................................................................27 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 30

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3. Zoneamento APA Palmares FASE 1 .......................................................................... 22 2.1. Áreas de Preservação Permanente - APP ..................................................................11 2.2. Áreas Prioritárias para Manutenção Florestal e Estabelecimento Corredores .................14 2.3. Avaliação da Tendência de Ocupação ......................................................................18 3-1 3-2

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Page 1: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-1

ENCARTE 3 – ZONEAMENTO AMBIENTAL

PLANO DE GESTÃO APA PALMARES

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2

METODOLOGIA ............................................................................................................... 3

1. Zoneamento Participativo ........................................................................................... 3

2. Zoneamento Técnico ................................................................................................. 4

RESULTADOS .................................................................................................................. 9

1. Propostas de Zoneamento Participativo .................................................................... 9

2. Análises Ambientais ................................................................................................. 11

2.1. Áreas de Preservação Permanente - APP ..................................................................11 2.2. Áreas Prioritárias para Manutenção Florestal e Estabelecimento Corredores .................14 2.3. Avaliação da Tendência de Ocupação ......................................................................18

3. Zoneamento APA Palmares FASE 1 .......................................................................... 22

3.1. Zona Vida Silvestre - ZVS .......................................................................................22 3.2. Zona de Proteção Especial - ZPE .............................................................................24

3.3. Zona de Recuperação -ZR ......................................................................................25 3.4. Zona de Uso Controlado -ZUCont ............................................................................26

3.5. Zona de Uso Conflitante - ZUC ................................................................................27

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 30

Page 2: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

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INTRODUÇÃO

Como apresentado no Encarte 1 deste Plano de Gestão, o Brasil vem experimentando nos últimos 70 anos uma evolução significativa no processo de criação

e gestão de suas unidades de conservação. Durante esse percurso, também se aproveitando da experiência internacional, foram estabelecidos importantes instrumentos de gestão onde Zoneamento Ambiental é considerado prioritário e

indispensável para qualquer categoria de UC. Entende-se por Zoneamento, a compartimentação de uma região em porções territoriais, setores ou zonas com objetivos e normas específicas, obtidas pela avaliação

dos atributos mais relevantes e suas dinâmicas, cujo propósito consiste na ordenação dos usos e processos ecológicos a fim de proporcionar meios e condições para que

todos os objetivos da unidade sejam alcançados de forma harmônica e eficaz (SANTOS, 2004; IBAMA 2001). O Art. 2º do SNUC (2000) define o termo como a “definição de setores ou zonas

em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da UC

possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”. No Brasil, as primeiras tentativas de se estabelecer zonas homogêneas em unidades de conservação, a exemplo das experiências americana e canadense, foram

desenvolvidas nos Parques Nacionais. Estas delimitações de locais distintos com base em contrastes geomorfológicos e biológicos, assim como no grau de conservação ou

degradação dos recursos naturais (GRIFFITH, 1989 in CÔRTE, 1997), foram a base de capacitação dos técnicos brasileiros o que originou uma forte tendência restritiva, preservacionista, no zoneamento das demais unidades a serem implementadas (CÔRTE,

1997). No caso das APAs, as primeiras experiências de normatização do uso do território por meio de um Zoneamento foram realizadas nas unidades federais APA do Rio Doce e

APA do Rio São Bartolomeu no ano de 1988, resultando em sérios problemas de viabilidade de gestão. Como as propostas de zoneamento possuíam um caráter super-

restritivo, desconsideravam peculiaridades do contexto socioeconômico local assim como as próprias características básicas das unidades (convivência com a propriedade particular), passaram a originar uma série de incongruências, desconsideração e

desmobilização popular e uma série de processo e multas, na maioria das vezes inócuas (CÔRTE, 1997).

A experiência moderna comprova que com as APAs, quando obrigatoriamente se convive com a propriedade privada, a dinâmica é diferente. O Zoneamento deve estabelecer níveis de restrições consensuados durante o processo de construção do

planejamento, direcionando-se prioritariamente ao objetivo de ordenar o uso e ocupação do solo. Este primeiro produto deve, ainda, ser dotado de mecanismos de monitoramento e controle que permitam um dinamismo quanto à sua periódica

reavaliação e adequação, de forma a evoluir juntamente com a evolução da gestão ou do contexto da unidade (CÔRTE, 1997; IBAMA, 2001).

Para o Zoneamento Ambiental da APA Palmares foram adotadas as recomendações do Roteiro Metodológico para a Gestão de APAs, assim como atendidas as instruções previstas na RESOLUÇÃO CONAMA nº 10, de 14 de dezembro de 1988, de

forma a possibilitar uma viabilidade de gestão, baseando-se na quantidade e qualidade

Page 3: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-3

de informações disponíveis, de forma a compatibilizar as demandas populacionais, a conservação ambiental e a preservação de porções específicas e fundamentais para os

processos ecológicos e a qualidade de vida na unidade. Neste 3º encarte do Plano de Gestão da APA Palmares são abordados os

procedimentos e resultados do processo de elaboração do Zoneamento da unidade. METODOLOGIA

Conforme exposto na apresentação deste plano, assim como nas descrições metodológicas constantes no encarte 2, todos os procedimentos referentes ao trabalho

em desenvolvimento, desde a própria construção do projeto, tem como premissa a participação, o fortalecimento e o empoderamento dos atores locais. Vale frisar que o

objetivo maior desta empreitada está centrado no desenvolvimento de estratégias participativas e projetos demonstrativos, a baixo custo e com grande objetividade rumo aos resultados esperados, com vistas à replicação em outros municípios da Mata

Atlântica. Por este caminho, mais uma vez, a metodologia definida para a construção do

primeiro Zoneamento Ambiental para a APA Palmares, buscou integrar os conhecimentos e percepções dos atores locais às definições e análises técnicas, possibilitando a interpretação e identificação de padrões de uso ou áreas homogêneas

para a gestão (IBAMA, 2001). Em ambos os casos, o ponto de partida para qualquer análise ou inferência foi o quadro socioambiental, estudado, discutido e construído por

todos durante a etapa de diagnóstico. A proposta final para o Zoneamento Fase 1 da APA Palmares, portanto, resultou da integração entre os saberes popular e científico, num processo de discussão,

reafirmação das responsabilidades, pactuação em prol de objetivos comuns e, indiretamente, de capacitação para a subseqüente e intermitente tarefa de planejar, viver e gerir uma unidade de conservação.

1. Zoneamento Participativo

1.1. Oficina de Planejamento Para a construção de uma proposta de zoneamento oriunda dos atores

envolvidos com a gestão da APA, foi realizada uma oficina de planejamento, com duração de dois dias na sede da Associação de Moradores de Palmares. Durante a

construção da oficina, a metodologia proposta foi apresentada ao Conselho Gestor, sendo os principais objetivos: apresentar o quadro socioambiental construído na etapa de diagnóstico, fixar a missão da APA e construir as proposta participativas para o

zoneamento e para a matriz de planejamento Fase 1. A oficina foi subdividida em momentos distintos de forma a potencializar a participação dos envolvidos e facilitar a compreensão da cadeia de raciocínio que

culminará na elaboração das propostas de zoneamento e de ação: Momento 1: Apresentação e Discussão do Quadro Socioambiental

No primeiro momento todos os resultados produzidos com os diagnósticos participativos e técnicos foram expostos aos participantes. Para tal, mapas, gráficos,

tabelas e fotografias, foram plotadas em formato A3 e afixadas no saguão do local da oficina, organizados segundo temas analisados (Uso do Solo, Turismo, Recursos Hídricos e Biodiversidade). Durante toda a manhã, a equipe técnica e membros do Conselho

Page 4: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-4

Gestor da APA, trocaram informações, discutiram e avaliaram metodologias e resultados, auxiliando quando necessário algum participante (cidadãos locais) no entendimento do

quadro socioambiental da APA Palmares. Momento 2: Elaboração do Zoneamento Participativo

Para esta atividade, os participantes foram subdivididos em dois grupos de forma a permitir a complementaridade de informações ou mesmo identificar e subsidiar

discussões mais orientadas sobre os principais temas de dissonância entre grupos e seus participantes. Para a elaboração das propostas de zoneamento foram utilizados uma imagem

Quickbird 2006 plotada em papel A0, lápis e caneta pilot. As zonas individualizadas foram numeradas (classes) e os grupos elaboraram propostas de uso/normas para cada

zona. Momento 3: Fixação da Missão da APA

A missão deve ser focada para a orientação do trabalho de acordo com a realidade atual da APA. Desta maneira, deve ser atualizada periodicamente (IBAMA, 2001).

Para a definição da missão da unidade, foi acordado com o grupo participante da oficina três diretrizes:

a. Análise do decreto de criação da APA, observando suas finalidades, objetivos e

normas; b. Análise do quadro socioambiental, tomando como base os resultados dos

diagnósticos realizados para a APA; c. Visão de futuro, considerando os ambientes interno e externo à unidade com

suas oportunidades ou ameaças ao cumprimento dos objetivos da APA.

Novamente os participantes da oficina se dividiram em dois grupos e posteriormente realizaram apresentações de seus resultados individuais. Para a

consolidação de uma única proposta reuniu-se todos em plenária, ocorrendo uma grande discussão mediada pelo coordenador dos trabalhos.

Momento 4: Consolidação da Matriz de Planejamento

A consolidação da matriz de planejamento para a APA consistiu na análise e complementação do planejamento para os programas, subprogramas e propostas de

ação construídas participativamente. Com o auxílio de uma matriz impressa em papel A3 os participantes definiram

prioridades e cronogramas de ação, passando também a discussão de metas, indicadores para monitoramento e pressupostos para o cumprimento das ações propostas.

2. Zoneamento Técnico

Para a elaboração de um subsidio técnico para a construção do Zoneamento Fase 1 para a APA Palmares foi adotado um sistema de análise integrado do sócio-ecossistema local, articulando diferentes escalas em busca de uma proposta de gestão

contextualizada com a área de abrangência da APA. Em uma ótica macro, observando-se o ambiente externo à unidade, buscou-se

considerar o contexto geopolítico, hidrográfico, de degradação e possibilidades de re-

conexões dos remanescentes florestais, as estratégias e orientações para restauração e conservação da Mata Atlântica, o arcabouço institucional e de unidades de conservação

do entorno e os planos de ordenamento e desenvolvimento co-localizados à área de abrangência da APA.

Page 5: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-5

Sob a ótica local, foram consideradas para a compreensão do cenário atual e elaboração de um prognóstico (visão de futuro) informações geobiofísicas,

socioeconômicas e de potenciais de uso público, associado às análises espaciais referentes às APPs, áreas prioritárias para o estabelecimento de corredores e áreas

potenciais para a expansão urbana. Foi utilizado o software ArcGis 9.2 como sistema de informações geográficas

possibilitando as diversas análises, integrações de dados espaciais e geração de mapas

finais. As áreas de preservação permanente (APP) foram definidas em legislação federal nº 4771 de 15 de setembro de 1965, em seus artigos 2º e 3º. Trata-se de porções do

território dotadas de proteção legal e cujos objetivos estão diretamente relacionados à proteção e manutenção dos processos ecológicos, assim como dos diversos serviços

oriundos do ambiente. Foram realizadas análises para a determinação das APPs molhadas, incluindo rios, nascentes e represas, das vertentes com mais de 45º de inclinação e dos topos de

morro ou montanhas, conforme a resolução nº 303, do CONAMA, de 20 de março de 2002.

Para o mapeamento das APPs de topos de morros e montanhas foi aplicada metodologia sugerida por RIBEIRO (2007). Esta metodologia parte da identificação e classificação das diversas formas de relevo existentes utilizando-se uma ferramenta de

análise espacial em ambiente SIG. Foi utilizada a extensão (script) TPI (Topographic Position Index) executada no software ArcView 3.2 (Jenness, 2006). Esta ferramenta

calcula um Índice de Posição Topográfica nas encostas, em função de um grid de elevação gerado a partir do modelo digital de elevação do terreno considerando dois parâmetros principais: classes de forma de relevo e raio de análise.

As 6 (seis) classes de relevo encontram-se demonstradas no QUADRO 1 e os raios de análise utilizados foram uma combinação entre os raios 500m e 1 km e para a classificação de morros e uma combinação entre os raios de 1 km e 5 km para

montanhas.

Quadro 1: Classes de formas de relevo utilizadas para a delimitação dos morros e montanhas

N. Classes de Formas de

Relevo

TPI - Padrão Declividade TPI - modificado

1 Rigde > 1 SD não estabelecida

2 Upper <= 1 e >0,5 não estabelecida

3 Middle <= 0,5 e > -0,5 > 5graus <= 0,5 e >0

4 Flat <= 0,5 e > -0,5 <= 5 graus <= 0,5 e >0

5 Lower <=-0,5 e >= -1 não estabelecida <= 0 e >= -1

6 Valley < -1 não estabelecida

As classes selecionadas no agrupamento para as montanhas foram: Rigde e

Upper - sem alteração nos critérios. As classes para os morros foram as Rigde, Upper e Middle - com modificações no critério TPI. Os morros foram classificados entre as cotas

de 50m e 300m e ainda foi aplicado o critério de 17 graus de declividade (segundo a

Page 6: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-6

Resolução CONAMA 303); todos os polígonos que continham pelo menos 1 pixel com 17 graus de declividade foram classificados como morros.

Montanhas e morros foram então agrupados em um arquivo raster, para análise com a ferramenta Zonal Stats que identificou os pontos mais elevados (topos) e mais

baixos (base) dos polígonos isolados. A partir deste resultado, definiu-se o terço superior das montanhas e morros, a partir das curvas de nível. Os polígonos foram então recortados em seus terços

superiores, dando origem ao mapa de APPs de topos de morros. Para a geração dos mapeamentos de proximidades em relação às estradas e às áreas urbanizadas, foram realizadas análises espaciais de proximidade utilizando as

ferramentas disponíveis na extensão Spatial Analyst do ArcGis 9.2 (ESRI, 2007). Foram adotados raios de 100m como distância definidora da proximidade em ambos os casos,

baseando-se na análise do contexto da unidade de conservação e na heurística possibilitada pelo uso de dados em sistema de informações geográficas (SIG). Para a análise e mapeamento das áreas de maior potencial para manutenção

florestal e consolidação de corredores de vegetação, assim como para a espacialização das áreas de maior potencial para a expansão urbana, foi realizada a integração de

parâmetros físicos, biológicos e padrões de uso e ocupação do solo. Para a integração foi utilizado o algoritmo da média ponderada demonstrado

abaixo, permitindo a ponderação entre os diversos atributos que, integrados, conferem

a uma porção de território características ambientais individualizadas.

, onde:

A = Porção do território zoneada;

P = Peso ou importância relativa atribuída ao atributo considerado; N = Nota atribuída a cada classe dos atributos considerados.

Os parâmetros utilizados e seus respectivos valores de pesos e notas encontram-se demonstrados abaixo. Os QUADROS 2 e 3 resumem os passos utilizados para a avaliação das áreas com maior potencial para manutenção florestal e consolidação de

corredores de vegetação e para a expansão urbana. Tais análises se fazem úteis tanto para uma visualização, de áreas aptas à ocupação e uso controlado, assim como, para

possibilitar análises e previsões de cenários futuros que possam direcionar ações de controle e mitigação.

Quadro 2: Parâmetros utilizados para análise de áreas com potencial para expansão

urbana.

Page 7: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-7

Peso Nota PxN

8 2

10 2,5

10 2,5

5 1,25

0 0

2 0,5

0 0

0 0

7 1,75

5 1,25

5 1,25

5 1,25

5 1,25

9 2,25

9 2,25

10 2,5

0 0

0 0

10 2,5

0 0

8 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0APP de Topos de Morro

Áreas de Preservação

Permanente - APP

Proximidade com

Estradas

Com Proximidade

Sem Proximidade0,25

0,25

APP Rios

APP Nascentes

APP Represas

APP Declividade > 45˚

Área Urbanizada

Saibreira

Represas

0,25

Uso do Solo

Proximidade com Áreas

Urbanas

Com Proximidade

Sem Proximidade0,25

Pastagem

Pasto Sujo

Lavoura Temporária

Lavoura Permanente

Vegetação Estágio Inicial

Vegetação Estágio Médio

Vegetação Estágio Avançado

Lavoura Abandonada

Pinus

Eucalipto

5-15

15-25

25-45

> 45

0,25

Declividade (graus)

Parâmetros Utilizados

Parâmetro Classe

0-5

Page 8: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-8

Quadro 3: Parâmetros utilizados para análise de áreas com potencial para formação e

consolidação de corredores de vegetação.

Peso Nota PxN

8 2

10 2,5

10 2,5

7 1,75

4 1

5 1,25

5 1,25

5 1,25

4 1

8 2

4 1

1 0,25

5 1,25

10 1,875

5 0,9375

10 1,875

5 0,9375

9 1,6875

5 0,9375

10 1,875

7 1,3125

7 1,3125

10 1,875

10 1,875

10 1,875

10 1,875

10 1,875

8 1,5

0,1875

Não APP

Áreas de Preservação

Permanente - APP

0,25

Orientação das

Encostas

Flat

Norte

Sul

Oeste

Leste

APP Rios

APP Nascentes

APP Represas

APP Declividade > 45˚

APP de Topos de Morro

Proximidade com

Áreas Urbanas

Com Proximidade0,1875

Sem Proximidade

Proximidade com

Estradas

Com Proximidade0,1875

Sem Proximidade

Eucalipto

Pastagem

Pasto Sujo

Área Urbanizada

Saibreira

Represas

Uso do Solo Vegetação Estágio Inicial

0,1875

Vegetação Estágio Médio

Vegetação Estágio Avançado

Lavoura Abandonada

Lavoura Temporária

Lavoura Permanente

Pinus

Parâmetros Utilizados

Parâmetro Classe

Page 9: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-9

Para a realização do zoneamento final foram definidas 5 classes ou zonas, quais

sejam: Zona de Vida Silvestre, Zona de Proteção Especial, Zona de Uso Controlado, Zona de Restauração e Zona de Uso Conflitante. A definição destas classes foi realizada

com base nas propostas de zoneamento participativo, construídas durante as oficinas de desenvolvimento do Plano Gestor, nas orientações disponíveis na bibliografia e resolução CONAMA 10/98, assim como em experiências de outras unidades da mesma categoria.

RESULTADOS

1. Propostas de Zoneamento Participativo Os resultados obtidos com a atividade de zoneamento participativo encontram-se

demonstrados abaixo (FIGURAS 1 e 2). Estes produtos resultam da participação e opinião de diversos cidadãos residentes ou que demonstraram interesse pelo processo de implementação da APA Palmares. Suas contribuições foram acumuladas durante

quatro oficinas de diagnóstico e, mais objetivamente, durante a oficina de planejamento participativo.

Os participantes, organizados em grupos de discussão, geraram duas propostas de zoneamento com legendas ou classes próprias, ressaltando as características e algumas normas de uso para cada zona proposta (QUADRO 3).

Figura 1: Zoneamento participativo Grupo 1.

Page 10: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-10

Figura 2: Zoneamento participativo Grupo 2.

Quadro 3: Caracterização das legendas identificadas no zoneamento participativo.

Legenda Objetivo Normas

GRUPO 1

Proteção Ambiental

Proteger as principais matas da APA.

Proibido caçar, desmatar, queimar e construir.

Uso Urbano Permitir uso e desenvolvimento urbano

preferencialmente na localidade com maior

adensamento (Palmares).

Adequar modelos de construção, minimizar danos ou impactos.

Subsistência Garantir possibilidade de usos tradicionais de subsistências de alguns moradores da

unidade

Adequar usos, culturas, manejo e condutos destes proprietários aos objetivos da APA.

Uso Turístico Destacar e fomentar a relevância do Lago de Palmares e da Gruta Manoel

Congo, garantindo sua conservação

Incentivar uso guiado, estabelecer programas ou projetos de estruturação

Recuperação Restabelecimento de características ambientais

vivenciadas anteriormente

Reflorestar matas ciliares e encostas, privilegiar manejos

agroecológicos e proibir queimadas

Estabelecimento Re-conectar os grandes Impedir usos conflitantes e

Page 11: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-11

de Corredor remanescentes da APA, constituindo, em conjunto com os remanescentes da APA

Santana, um cinturão verde ao redor da APA Palmares

restaurar os ecossistemas florestais.

GRUPO 2

Área Urbana Permitir uso e desenvolvimento urbano

preferencialmente onde já está ocupado.

Regularização das redes de água e esgoto, normatização e

fiscalização de novas edificações para adequação aos objetivos da unidade.

Preservação Manter os principais

remanescentes da APA

Proibido desmatar, construir,

caçar, criar gado, faze fazer lavoura e queimada.

Pastagens Possibilitar a manutenção da atividade pecuária, contudo

buscando-se a capacitação dos produtores e a adequação de manejo

Proibido realizar queimadas, fazer qualquer tipo de controle

químico de ervas daninhas às pastagens e realizar a drenagem de várzeas. Deverão ser

privilegiadas áreas de baixa inclinação e animais de alto

potencial genético

Agricultura Orgânica

Incentivar e aproveitar potencial e iniciativa de proprietários

Área em

Recuperação

Área já em processo de

reflorestamento

Proibido desmatar, queimar

Área de

Recuperação

Restaurar porções

significativas do território que contribuirão para a re-conexão

dos remanescentes assim como para a manutenção dos recursos hídricos da APA

Proibido fazer queimada,

privilegiar espécies nativas e endêmicas

Turismo Incentivar, potencializar,

estruturar e desenvolver potenciais turísticos da unidade

Uso guiado, manutenção de

infra-estrutura mínima (lixeiras, sinalização...)

Agrofloresta Incentivar e aproveitar

potencial e iniciativa de proprietários

Proibido corte raso e cultivos

tradicionais

2. Análises Ambientais

2.1. Áreas de Preservação Permanente - APP Foram mapeados aproximadamente 830 ha como áreas de preservação permanente conforme FIGURA 3. Predominam as APPs de topo de morro sendo a classe

de APPs de Margens de Rio aquela com segunda maior área. Verifica-se também

Page 12: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-12

significativa representatividade das classes de APP de Nascente e de Declividade superior a 45° abrangendo um total de 62,4 ha (QUADRO 4).

Quadro 4: Representatividade das classes APPs da Área de Proteção Ambiental de Palmares.

Tipo de APP Hectares Representatividade

%

Declividade > 45° 20,4 2

Nascente 42,0 5

Represas 9,0 1

Margem de rio 178,0 21

Topo de Morro e Montanha 580,8 70

Total de área da bacia em APP's 830,2 100

Page 13: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-13

Figura 3: Mapeamento de Áreas de Preservação Permanente da APA Palmares.

Page 14: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-14

Com relação ao uso e cobertura do solo nas áreas de preservação permanente (FIGURA 4), verifica-se que cerca de 70% encontra-se coberto por vegetação nativa da

Mata Atlântica com porções em diferentes estágios de sucessão ou regeneração florestal. Do total das áreas mapeada como APP 48% pôde ser classificado como em

estágio médio/avançado e 22% em estágio inicial, ou seja, um total razoável de cobertura florestal, contudo sob significativa fragilidade uma vez as pressões cotidianas sobre os remanescentes em estágios iniciais. A pressão de ocupação ou o uso por parte

da população residente, o acesso de animais e o fogo, em geral associado às proximidades das vias de acesso, constituem-se nos principais vetores de pressão às em regeneração.

Deve-se observar e ficar atento à ocupação humana em APP chegando a quase 8% do total das áreas de preservação permanente, incongruência de uso já consolidada,

mas que deve ser combatida de forma a não possibilitar maiores avanços sob tais porções do território da unidade. As pastagens, com claros sinais de tendência de degradação (sedimentos

acumulados, raízes expostas e/ou retorcidas, cicatrizes e sulcos), representam cerca de 13% da área de APP, que somada às áreas correspondentes aos outros usos

econômicos em área de APP (lavora temporária, lavoura permanente, Pinus, Eucalipto) possibilita afirmar que cerca de 22% da área de APP da APA Palmares encontra-se com utilização incongruente à legislação vigente.

48,2%

21,9%

12,7%

7,8%

4,6%

1,8% 1,2% 0,9% 0,8% 0,2% 0,1%0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Vegetação Médio/Avançado Vegetação Inicial Pastagem Área Urbanizada

Pasto Sujo Eucalipto Lavoura Abandonada Lavoura Temporária

Lavoura Permanente Pinnus Saibreira

Figura 4: Proporção de classes de uso e cobertura vegetal nas APP’s da APA Palmares.

2.2. Áreas Prioritárias para Manutenção Florestal e Estabelecimento Corredores

Page 15: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-15

As Análises ambientais identificaram um total de 685 ha de áreas potenciais para a manutenção da cobertura vegetal e estabelecimento de corredores (FIGURA 5) sendo

336 ha de altíssimo potencial e 349 ha de alto potencial.

Representatividade das Áreas Potenciais para Florestas e Corredores

Altíssimo

23%

Alto

24%

Sem Potencial

53%

Figura 5: Representatividade das classes de potenciais para manutenção florestal e estabelecimento de corredores na APA Palmares.

O uso e cobertura (QUADRO 5) vegetal predominante nestas áreas são os remanescentes florestais, o que representa cerca de 600 ha. Contudo também ocorrem

algumas áreas desflorestadas, visto o tradicional uso de lavouras ou manutenção de pastagens totalizando 30 ha, em especial áreas de baixa resiliência (capacidade de auto-regeneração do ecossistema), vertentes orientadas para Norte e áreas sob pressão de

fogo ou de animais.

Quadro 5: Proporção de classes de uso e cobertura vegetal nas áreas com potencial

para manutenção florestal e estabelecimento de corredores na APA Palmares.

Potencial Altíssimo Potencial Alto

Uso do Solo

Área

(ha) % Uso do Solo

Área

(ha) %

Vegetação Médio/Avançada 254,64 75,79 Vegetação Médio/Avançada 196,27 56,24

Vegetação Inicial 62,64 18,64 Vegetação Inicial 87,2 24,99

Lavoura Permanente 1,09 0,32 Lavoura Permanente 2,88 0,83

Lavoura Temporária 0,309 0,09 Lavoura Temporária 4,44 1,27

Lavoura Abandonada 0,096 0,03 Lavoura Abandonada 2,93 0,84

Pastagem 10,09 3,00 Pastagem 65,83 18,86

Pasto Sujo 5,26 1,57 Pasto Sujo 12,89 3,69

Eucalipto 1,83 0,54 Eucalipto 7,4 2,12

Pinus 0,23 0,07 Pinus 1,02 0,29

Saibrera 0,039 0,01 Saibrera 0,01 0,00

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3-16

Represas 0,119 0,04 Represas 0,97 0,28

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Figura 6: Mapeamento de Áreas Potenciais para a Manutenção Florestal e Formação de Corredores.

Page 18: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

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2.3. Avaliação da Tendência de Ocupação

Fica claro o padrão de ocupação praticado na unidade visto a condição de área loteada, no caso dos bairros de Palmares, ou mesmo pelo condicionamento imposto pela

geomorfologia local. Desníveis e encostas abruptas e a facilidade de acesso dos lotes localizados em áreas de menor declividade e, com freqüência em áreas de fundos de vale, direcionam a ocupação antrópica, principalmente para junto das margens de rio

em faixas que não ultrapassam 250 metros. Uma análise que visa a proposição de cenários para a evolução das ocupações antrópicas no território da APA (FIGURA 7) ainda não permite uma identificação de

questões pontuais que necessitem de mitigação, contudo, possibilita excelente base para o planejamento de empreendimentos de urbanização, infra-estrutura ou mesmo

para o monitoramento de tendências de ocupação de áreas de APP ou com cobertura vegetal, ou seja, áreas críticas para o monitoramento e fiscalização para a conservação do ambiente da unidade (FIGURA 8).

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Figura 7: Mapeamento de Áreas com Tendência de Ocupação Antrópica na APA Palmares.

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Figura 8: Mapeamento de Áreas com Tendência de Ocupação Antrópica na APA Palmares.

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Foram avaliados um total de 387,7 ha sob risco de acordo com a previsão para a tendência de ocupação antrópica, estando 69,17 ha sob altíssimo risco e 318,53 sob alto

riscos ocupação. Do total que 217,91 ha representam áreas de APP que podem vir a ser ocupadas aumentando os conflitos na unidade e 170,69 ha representam áreas de

cobertura vegetal, conforme QUADRO 5. Quadro 6: Análise de Representatividade das Áreas em Risco de Tendência de

Ocupação.

Nível de Risco Tipo Detalhamento Área (ha)

Altíssimo

Ocupação de APP 67,3

Supressão de Vegetação

Avançada 0,12

Média 0,63

Inicial 1,12

Sub-total 69,17

Alto

Ocupação de APP 149,71

Supressão de Vegetação

Avançada 30,37

Média 99,48

Inicial 38,97

Sub-total 318,53

TOTAL 387,7

A idéia de se contemplar esta análise para a construção da proposta de zoneamento para a APA Palmares, vem de encontro aos seus objetivos como unidade de

uso sustentável, concebendo e testando modelos de planejamento e gestão do território que permitam compatibilizar o desenvolvimento social e ambiental na Mata Atlântica.

Page 22: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

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3. Zoneamento APA Palmares FASE 1

Visando atender aos seus objetivos, as APA's devem possuir um zoneamento ecológico-econômico, estabelecendo normas de uso, de acordo com as condições locais

bióticas, geológicas, urbanísticas, agro-pastoris, extrativistas, culturais e outras (CONAMA, 1998). Dessa maneira, considerando dos diversos argumentos, propostas e análises

realizadas, foram definidas cinco zonas para o primeiro período de gestão da APA Palmares (FIGURA 9). Destaca-se que a delimitação e representatividade de cada Zona (FIGURA 10) foram estabelecidas com base na viabilidade de gestão e visando a gradual

capacitação e comprometimento dos proprietários locais.

Figura 9: Representatividade das Zonas delimitadas para a Fase 1 da gestão da APA Palmares.

Para um melhor detalhamento sobre as definições, objetivos, limites e principais

normas de uso e ocupação de cada zona discretizada, foi realizado o detalhamento

conforme apresentado abaixo. 3.1. Zona Vida Silvestre - ZVS

Conceito/Definição

Zona de proteção máxima da unidade, diretamente criada com vistas à manutenção da

biodiversidade, dos recursos hídricos e das belezas paisagísticas APA Palmares. Esta zona constitui-se componente imprescindível do zoneamento da categoria de manejo APA (CONAMA 10 de 14/12/1988), tendo como principal característica a regulação ou

proibição do manejo dos sistemas naturais.

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3-23

Memorial Descritivo

Sua porção nordeste inicia no ponto 1 de coordenadas UTM-S23 663957E e 7517400N

delimitada pela cota 940 até o ribeirão da Água Fria englobando o território de sua margem direita até o ponto 2 de coordenadas 666271 e 7516889. A porção leste é

definida a partir do leito ribeirão da Água Fria engloba todo o território acima da cota 1060 até o ribeirão da cachoeira da laje no ponto 3 de coordenadas 667368 e 7516168.

Normas Gerais

1. Nesta zona não será permitido o manejo ou exploração direta dos atributos ambientais, incluindo mineração, caça de qualquer espécie ou a coleta de espécime ou parte de espécie da flora local;

2. A utilização dos recursos hídricos assim com usos tradicionais de espécies da flora local serão ordenados e controlados conjuntamente com o Conselho Gestor da unidade,

moradores e associações locais; 3. Não será permitido qualquer tipo de supressão de vegetação, poda, terraplanagem, drenagem, edificação ou abertura de trilhas e acessos sem autorização do Conselho

Gestor da Unidade, posteriormente à apresentação de projeto e vistoria de campo; 4. Nesta zona não será permitida qualquer atividade de criação animal com fins

comerciais, especialmente aquelas de espécies exóticas do bioma Mata Atlântica; 5. O ecoturismo deverá ser ordenado e controlado, devendo qualquer uso desta zona ser comunicado e autorizado pelo Conselho Gestor da unidade, mediante a

apresentação de projeto de uso contendo: proposta de uso, previsão de intensidade de utilização e previsão de impactos;

6. Nesta zona poderá ser incentivada a criação de Reservas Privadas do Patrimônio Natural – RPPN junto aos proprietários, cujas propriedades encontram-se inseridas, no todo ou em parte, nos limites da APA Palmares;

Identificação

Page 24: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-24

3.2. Zona de Proteção Especial - ZPE

Conceito/Definição

Zona destinada à conservação de fragmentos e áreas com potencial de estabelecimento

de micro-corredores e proteção de mananciais. Nesta zona são compatíveis cultivos sob manejo agroflorestal ou culturas perenes em áreas aptas e de forma regulada visando

assegurar a manutenção e restauração dos ecossistemas naturais.

Normas Gerais

1. Não será permitido qualquer tipo de supressão de vegetação, poda, terraplanagem,

drenagem, edificação ou abertura de trilhas e acessos sem autorização do Conselho Gestor da Unidade, posteriormente à apresentação de projeto e vistoria de campo;

2. Nesta zona não será permitido o manejo ou exploração direta dos atributos ambientais, incluindo mineração, caça de qualquer espécie ou a coleta de espécime ou parte de espécie da flora local;

2. A utilização dos recursos hídricos assim com usos tradicionais de espécies da flora local serão ordenados e controlados conjuntamente com o Conselho Gestor da unidade, moradores e associações locais;

3. Nesta zona deverá ser incentivada a cultura agroflorestal de forma ordenada e autorizada pelo Conselho Gestor da unidade, posteriormente à apresentação de projeto

e vistoria de campo, em áreas desprovidas de cobertura vegetal ou em processo de restauração, de forma a contribuir com a recomposição da cobertura floresta, com a reconexão dos remanescentes da unidade, com a mitigação do potencial de erosão do

ambiente local, com a conservação dos recursos hídricos da APA, assim como, com a manutenção da oferta de alimentos e abrigo para as diversas espécies da fauna;

5. O ecoturismo deverá ser ordenado e controlado, devendo qualquer uso desta zona ser comunicado e autorizado pelo Conselho Gestor da unidade, mediante a apresentação de projeto de uso contendo: proposta de uso, previsão de intensidade de

utilização e previsão de impactos; 6. A introdução ou criação para fins comerciais de espécies exóticas ao Bioma Mata

Atlântica deverá ser ordenada e monitorada, pelo Órgão Gestor e Conselho Gestor da Unidade, conjuntamente com o empreendedor; 7. Nesta zona poderá ser incentivada a criação de Reservas Privadas do Patrimônio

Natural – RPPN junto aos proprietários, cujas propriedades encontram-se inseridas, no todo ou em parte, nos limites da APA Palmares;

Identificação

Page 25: Plano de Gestão APA Palmares_ENCARTE3

3-25

3.3. Zona de Recuperação -ZR

Conceito/Definição

Zona destinada à restauração ambiental, visando a re-conexão florestal, re-vegetação de APPs e mitigação de processos erosivos ou áreas degradas.

Normas Gerais

1. Não será permitido qualquer tipo de supressão de vegetação, poda, terraplanagem,

drenagem, edificação sem Nesta zona poderá ser incentivada a criação de Reservas Privadas do Patrimônio Natural – RPPN junto aos proprietários, cujas propriedades encontram-se inseridas, no todo ou em parte, nos limites da APA Palmares;

2. Nesta zona poderá ser incentivada a cultura agroflorestal, em áreas sem restrição legal (APP ou área com remanescente de Mata Atlântica), de forma ordenada e

autorizada pelo Conselho Gestor da unidade, posteriormente à apresentação de projeto e vistoria de campo, de forma a contribuir com a recomposição da cobertura floresta, com a reconexão dos remanescentes da unidade, com a mitigação do potencial de

erosão do ambiente local, com a conservação dos recursos hídricos da APA, assim como, com a manutenção da oferta de alimentos e abrigo para as diversas espécies da fauna;

3. Será permitida somente a utilização de espécies nativas do Bioma Mata Atlântica, preferencialmente aqueles de ocorrência no território da APA; 4. O uso de espécies exóticas poderá ocorrer apenas com o objetivo de aporte de

nutrientes em estágio inicial de implantação do sistema ou cultivo sob manejo agroecológico; 5. Qualquer intervenção física necessária à restauração de áreas em tendência de

degradação deverá ser previamente apresentada por profissional habilitado na forma de projeto técnico;

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3-26

6. As pessoas físicas ou jurídicas responsáveis ou executoras de ações de restauração ou reabilitação no território da APA deverão se responsabilizar pela retirada e correta

destinação de qualquer resíduo ou material que possa impactar de forma física, química ou visual o ambiente da APA;

Identificação

3.4. Zona de Uso Controlado -ZUCont

Conceito/Definição

Busca ordenar os usos do ambiente, abrangendo as áreas urbanas, de uso turístico,

mineração, pastagens, lavouras e zonas com potencial para expansão das ocupações urbanas.

Normas Gerais

1. Não será permitido qualquer tipo de supressão de vegetação, poda, terraplanagem, drenagem, edificação sem autorização do Conselho Gestor da Unidade, posteriormente à

apresentação de projeto e vistoria de campo; 2. Nesta zona poderá ser incentivada a cultura agroflorestal, em áreas sem restrição legal (APP), de forma ordenada e autorizada pelo Conselho Gestor da unidade,

posteriormente à apresentação de projeto e vistoria de campo, de forma a contribuir com a recomposição da cobertura floresta, com a reconexão dos remanescentes da unidade, com a mitigação do potencial de erosão do ambiente local, com a conservação

dos recursos hídricos da APA, assim como, com a manutenção da oferta de alimentos e abrigo para as diversas espécies da fauna;

3. Nesta zona poderá ser incentivada a criação de Reservas Privadas do Patrimônio Natural – RPPN junto aos proprietários, cujas propriedades encontram-se inseridas, no todo ou em parte, nos limites da APA Palmares;

4. A implantação de atividades industriais ou agrícolas potencialmente poluidoras, que impliquem em danos ao meio ambiente e afetem os mananciais de água, será permitida

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3-27

somente com autorização do Conselho Gestor da Unidade, posteriormente à apresentação de projeto e vistoria de campo sem prejuízos a outras licenças cabíveis;

5. O despejo de efluentes nos rios e cursos d água da APA fica regulado, devendo a pessoa física ou jurídica responsável pelo despejo, garantir seu tratamento mínimo de

forma a impedir ou minimizar a degradação dos mananciais da APA; 6. Novos projetos, edificações ou empreendimentos que contem com despejo de efluentes deverão constar, no projeto a ser apresentado ao Conselho da APA, de

sistema de saneamento mínimo (fossa-filtro ou biossistema); 7. Nesta zona não será permitida o caça de qualquer espécie ou a coleta de espécime ou parte de espécie da flora local;

8. Não é permitida a queima de resíduos de qualquer espécie, incluindo aqueles oriundos de podas de árvores ou manutenções de jardins, os quais deverão ser a fim de

encaminhados à coleta pública ou depositados em áreas degradadas de contribuir com o aporte de nutrientes e a regeneração natural da vegetação da unidade.

Identificação

3.5. Zona de Uso Conflitante - ZUC

Conceito/Definição

Zona que abrange áreas identificadas com usos conflituosos às vistas das legislações

ambientais vigentes, em especial a lei nº 4771 de 15/09/65.

Normas Gerais

1. Os conflitos identificados deverão ser mitigados e monitorados de forma a minimizar

seus efeitos e avanço;

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3-28

2. Todos os usos conflitantes deverão ser cadastrados e caracterizados pelo Órgão

Gestor e Conselho da APA, visando registra intensidades de uso/ocupação, existência de edificações, criações animais, culturas ou qualquer outra atividade em não

conformidade; 3. No caso de ocupações urbanas deverá ser implementado, com apoio do Órgão Gestor e Conselho da APA, sistemas de esgotamento e acompanhamento de obras ou

intervenções; 4. Culturas florestais existentes nesta zona deverão ser substituídas por vegetação

nativa, não podendo receber incrementos de indivíduos, podendo ser implementados cultivos agroflorestais visando estabelecer um processo de sucessão e substituição gradual da cultura por floresta nativa;

4. O uso de espécies exóticas poderá ocorrer apenas com o objetivo de aporte de nutrientes em estágio inicial de implantação do sistema;

5. Nesta zona não é permitido o manejo ou exploração direta dos atributos ambientais; 6.

Identificação

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3-29

Figura 10: Zoneamento Ambiental FASE I – APA Palmares.

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3-30

BIBLIOGRAFIA

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