plano de manejo da apa do rio...

27
1 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas RELATÓRIO FINAL PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHA 04 de outubro de 2018

Upload: others

Post on 13-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

1 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA

Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas

RELATÓRIO FINAL

PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHA

04 de outubro de 2018

Page 2: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

2 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18

I – APRESENTAÇÃO

O presente Relatório sintetiza as informações e as discussões ocorridas no âmbito da

CTBio/CONSEMA referente à Área de Proteção Ambiental do Rio Batalha (APA do Rio Batalha), criada

em 2001 pela Lei Estadual nº 10.773/2001.

A APA do Rio Batalha é formada pela bacia hidrográfica do Rio Batalha e seus afluentes e

localiza-se na região Centro Oeste do Estado (Figura 1), tendo em seu perímetro a presença de

territórios, na íntegra ou parcialmente, onze municípios. A Lei de criação estabelece como objetivos

da APA:

I - Preservar os recursos hídricos como mananciais de abastecimento público de água em

quantidade e qualidade;

II - Controlar a expansão urbana desordenada e o uso inadequado do solo;

III - Planejar e incentivar o desenvolvimento sustentável da região;

IV - Garantir a sobrevivência das comunidades tradicionais;

V - Preservar a biodiversidade e os remanescentes florestais;

VI - Promover a recuperação das áreas degradadas, em especial controlando os processos

erosivos;

VII - Auxiliar no desenvolvimento de práticas de conservação do solo

Alcançando estes objetivos a APA estará resguardando, sob a perspectiva do uso sustentável

os atributos que justificam sua criação, a saber: Bacia hidrográfica do Rio Batalha e seus mananciais e

remanescentes florestais. A APA do Rio Batalha não dispõe, até o momento desta proposta em

análise, de um Plano de Manejo ou Zoneamento.

Figura 1: APA do Rio Batalha. Fonte: FF (2018)

Page 3: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

3 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18

8.1.1. Ficha Técnica

Área de Proteção Ambiental do Rio Batalha

Gestor – Mário Sérgio Rodrigues Endereço: E Rua Lourenço Carmelo, 180, Jd. Paraíso, Botucatu. E-mail: [email protected]

Legislação Específica de Proteção Criado pela Lei Estadual nº

10.773/01 Em seu perímetro, consta uma

área de 287,98 ha cuja propriedade é da Fazenda Pública do Estado de São Paulo e que foi destinada para a criação da Estação Ecológica de Bauru. Esta área representa 0,12% da área total da APA.

Área da UC: 235.635,00 há

Agudos, Piratininga, Bauru, Duartina, Gália, Avaí,

Reginópolis, Presidente Alves, Pirajuí, Balbinos e Uru.

Criação do Conselho Consultivo

Resoluções SMA nº 110/2017 e nº 12/2018

Objetivo(s)

(i) Preservar os recursos hídricos como mananciais de abastecimento público de água em quantidade e qualidade;

(ii) Controlar a expansão urbana desordenada e o uso inadequado do solo;

(iii) Planejar e incentivar o desenvolvimento sustentável da região;

(iv) Garantir a sobrevivência das comunidades tradicionais;

(v) Preservar a biodiversidade e os remanescentes florestais;

(vi) Promover a recuperação das áreas degradadas, em especial controlando os processos erosivos; e

(vii) Auxiliar no desenvolvimento de práticas de conservação do solo, conforme disposto no artigo 3º da Lei nº 10.773, de 1º de março de 2001.

Atributos

Bacia hidrográfica do Rio Batalha e seus mananciais e remanescentes florestais

Infraestrutura

Edificações Poupatempo Ambiental (Prefeitura Municipal de Botucatu e Governo do Estado de São Paulo).

Equipe do Parque – 4 pessoas

Função Principal

01 chefe de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal);

1 monitor (terceirizado);

Atividades em desenvolvimento

Ação 1: Palestras de nivelamento para os conselheiros (antigo conselho gestor)

Ação 2: Licenciamento ambiental

Quadro 1: Ficha técnica do PE Itapetinga.

A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma categoria de Unidade de Conservação, criada por

legislação federal em 1981 (Lei Federal nº 6.902/1981) e com regulamentações posteriores até sua

efetivação como Unidade do Grupo de Uso Sustentável, assim disciplinado pela Lei Federal que

instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, Lei Federal nº 9.985/2000). Esta

categoria, conforme legislação, é criada para “compatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (SNUC, Art. 7º). Importa ressaltar que a

perspectiva de uso das APAs como instrumento de gestão do território para a sustentabilidade,

ganha para o Sistema Ambiental Paulista, uma dimensão estratégica, pois conforme registra o

Page 4: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

4 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18

próprio sítio eletrônico do órgão gestor (Fundação Florestal – FF) as APAs “podem se tornar

importantes instrumentos de planejamento regional”1.

Conforme o SNUC, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) não dispõem de Zonas de

Amortecimento, devendo circunscrever seus estudos e propostas de zoneamento e ações ao

território interno ao seu perímetro.

II - HISTÓRICO

As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha tiveram início em

2012, por meio da apresentação, para a Câmara de Compensação Ambiental, de um plano de

trabalho para aplicação de recursos de compensação ambiental. Em 2016 o ministério Público

ajuizou uma Ação Civil Pública (nº 1006042-49.2016.8.26.0079) contra a Fundação Florestal e a

Fazenda do Estado de São Paulo, visando a adoção de medidas necessárias à elaboração do Plano de

Manejo da APA do Rio Batalha.

Com a instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução SMA nº 95/2016,

alterado pela Resolução SMA nº 93/2017), teve início o processo de elaboração deste plano de

manejo, entretanto, sem a necessidade de utilização dos recursos de Compensação Ambiental. O

Comitê de Integração, composto por funcionários de todos os órgãos do Sistema Ambiental Paulista-

SAP, compõem uma equipe multidisciplinar, que está desenvolvendo um roteiro metodológico que

está sendo aplicado na elaboração dos Planos de Manejo de onze Unidades de Conservação,

constituintes de um Projeto Piloto, incluindo a Área de Proteção Ambiental do Rio Batalha.

A elaboração deste plano de manejo iniciou formalmente em janeiro de 2017 e encerrou em

julho de 2018 e contou com a participação diversos profissionais do SAP na etapa técnica, e ainda de

122 pessoas entre técnicos, gestores, pesquisadores, poder público (estadual e Municipal) e

sociedade civil durante a etapa de consulta pública.

Em 15/08/2018, o Plano de Manejo foi encaminhado ao CONSEMA, sendo pauta na 74ª Reunião

da Comissão de Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas (CTBio) do CONSEMA, em 23/08/2018,

ocasião em que a Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) foi designada como relatora dos

Planos. Em 11/09/2018 foi disponibilizada a versão preliminar do relatório da CTBio na Plataforma

virtual para o recebimento de contribuições dos membros da CTBio. A linha do tempo (figura 2)

ilustra o histórico.

O processo FF 363/2013 (NIS 1736284) contém o encaminhamento dos Planos de Manejo ao

CONSEMA, sua tramitação interna e no Comitê de Integração dos Planos de Manejo (incluindo as

convocatórias e as atas das reuniões), cópia do presente relatório, com registro dos principais pontos

discutidos pela CTBio. No intuito de comprovar o atendimento à legislação, estes processos também

apresentam tabela demonstrativa de checagem quanto aos artigos da Resolução SMA nº 33/2013 e

do Decreto Estadual nº 60.302/2014.

1 http://fflorestal.sp.gov.br/pagina-inicial/apas/ (04/09/2018)

Page 5: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

5 Relatório CTBio – Plano de Manejo da APA do Rio Batalha – 04/10/18

Figura 2: Histórico do processo de elaboração do plano de manejo da APA do Rio Batalha.

Page 6: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

III - RELATO DOS TRABALHOS DA CT-BIO

Na 74ª Reunião, a Fundação Florestal (FF) fez a apresentação do Plano de Manejo da APA do Rio

Batalha, destacando a estrutura e o processo de elaboração do plano, considerando a reorganização dos

procedimentos para a elaboração de planos de manejo.

Observa-se que a referida reunião, além de tratar da APA do Rio Batalha, também foi a primeira reunião

da CTBio realizada de forma remota, tirando partido das tecnologias disponíveis para reuniões virtuais,

conforme os próprios membros desta Comissão haviam solicitado em reuniões presenciais anteriores, a

fim de prover maior possibilidade de tratar dos temas em pauta sem que isto signifique maior desafio

de deslocamento e adequação de agendas dos participantes. Além disso, disponibilizou-se aos membros

da Comissão, em 12/09/2018, um ambiente virtual para o envio de contribuições e sugestões sobre o

plano e o relatório.

A comissão também analisou a minuta de Decreto Estadual do Zoneamento da APA, que contém,

basicamente os seguintes artigos: (i) aprovação do Plano; (ii) disponibilização dos dados referentes ao

zoneamento no portal Datageo; (iii) objetivos da Unidade; (iv) caracterizações, normas e diretrizes para

cada zona da UC; (v) recomendações para as áreas; (v) descrição dos Programas de Gestão; e os anexos:

(i) mapa do zoneamento; e (ii) conteúdo mínimo para Termo de Compromisso para os

empreendimentos de utilidade pública;

Na 76ª reunião da CTBio os membros da comissão discutiram sobre o conteúdo do relatório e da minuta

de decreto, que segue em anexo a este relatório, com as observações feitas durante a reunião. Uma das

discussões referiu-se ao inciso V do Artigo 8º, sobre compensação por supressão de vegetação. O

Sistema Ambiental Paulista avaliou o texto não tendo sido identificada a necessidade de alteração da

redação. A avaliação da pertinência de aprimoramento da Resolução SMA 07/2017, que trata desse

assunto, será realizada oportunamente.

IV - ESTRUTURA DOS PLANOS DE MANEJO

A estrutura adotada, de acordo com o novo roteiro metodológico em elaboração pelo Sistema

Ambiental Paulista, está voltada à gestão e à compreensão facilitada pelos agentes públicos e sociais.

Com base nessa reorientação metodológica, os Planos contêm as informações necessárias à gestão da

UC. Em seus anexos, estão contidos o detalhamento em mapas e tabelas.

Os Planos de manejo estão estruturados em três partes: Diagnóstico (Meio Antrópico, Meio Biótico e

Meio Físico), Zoneamento e Programas de Gestão, contendo os seguintes capítulos:

INFORMAÇÕES GERAIS DA UC - contatos institucionais, atos normativos, aspectos fundiários,

gestão e infraestrutura, infraestrutura de apoio ao uso público, atrativos turísticos e alvos da

conservação.

DIAGNÓSTICO DO MEIO ANTRÓPICO - Cobertura da terra e uso do solo, infraestrutura linear,

dinâmica demográfica e socioeconômica, ocupações humanas e populações residentes, história

e patrimônio, vetores de pressão e conflitos de uso.

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO - Vegetação (fisionomia e estágio sucessional, riqueza,

ocorrência de degradação, espécies endêmicas e exóticas, áreas prioritárias para conservação e

Page 7: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

7

conectividade) e fauna (riqueza, espécies migratórias, endêmicas, ameaçadas de extinção,

exóticas e indicadoras).

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO - Geologia, geomorfologia, pedologia, climatologia, perigo,

vulnerabilidade e risco, águas superficiais, águas subterrâneas e mineração.

JURÍDICO-INSTITUCIONAL - Instrumentos de ordenamento territorial federais, estaduais e

municipais.

LINHAS DE PESQUISA - Pesquisas em andamento e/ou finalizadas.

SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO - Síntese dos diagnósticos do meio antrópico, meio biótico e meio

físico.

ZONEAMENTO – Zoneamento e conteúdo mínimo para termo de compromisso.

PROGRAMAS DE GESTÃO – Apresentação e Conteúdo dos programas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS

V - METODOLOGIA

Os Planos de Manejo seguiram as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria do Meio Ambiente, a

partir da reestruturação do processo de elaboração de Planos de Manejo, de forma sinérgica entre todo

o Sistema Ambiental Paulista, atendendo a legislação ambiental vigente, em especial a Resolução SMA

nº 33/2013 e o Decreto Estadual nº 60.302/2014.

Os Planos de Manejo foram elaborados pelas equipes técnicas dos órgãos do Sistema Ambiental

Paulista, entre janeiro de 2017 e junho de 2018, sob a coordenação do Comitê de Integração,

possibilitando assim, um melhor aproveitamento do corpo técnico e sinergia entre os diferentes órgãos

do SAP. Participaram da elaboração do Plano diversos profissionais, entre gestores, gerentes, assessores

e técnicos da Fundação Florestal, pesquisadores e técnicos dos Institutos de Botânica, Geológico e

Florestal, técnicos da CETESB, além de assessores e técnicos das Coordenadorias e gabinete da SMA.

As instituições que compõem o Comitê de Integração dos Planos de Manejo são:

GABINETE- SMA

FUNDAÇÃO FLORESTAL

INSTITUTO FLORESTAL

INSTITUTO GEOLÓGICO

INSTITUTO DE BOTÂNICA

CETESB

COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL

COORDENADORIA DE FISCALIZAÇÃO

COORDENADORIA DE BIODIVERSDADE E RECURSOS NATURAIS

COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, com a atribuição de coordenar o processo de

diálogo e participação que envolvem a elaboração do Plano.

Page 8: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

8

A experiência prévia dos Planos de Manejo do Continuo Cantareira (com as categorias: Parques,

Floresta e Monumento Natural), registrou na CTBio parte dos esforços do Sistema Ambiental Paulista

(SAP) nos recentes trabalhos de reformulação dos Planos de Manejo. Este esforço parte de algumas

premissas: Planos elaborados de forma integrada no Sistema (coordenados pelas instituições gestoras

das Unidades, porém com contribuições de todas as demais instituições do SAP) e Planos com conteúdo

mais voltado à gestão e mais inteligíveis aos demais agentes partícipes da gestão e rotina da Unidade.

Estas premissas orientaram a elaboração do Plano da APA do Rio Batalha, entretanto, o desafio

consiste em ser, dentre os Planos de Manejo do Projeto Piloto, o primeiro da categoria Área de Proteção

Ambiental, permitindo identificar necessidades de mudanças e ajustes para aprimorar os próximos

planos.

Para a APA do Rio Batalha, a perspectiva adotada foi a de incorporação de que as Áreas de Proteção

Ambiental devem cumprir um importante papel de viabilizar um processo de concertação entre os

agentes públicos e privados em seu território para que o mesmo, seja utilizado de forma sustentável

com vistas a recuperação, proteção e uso sustentável dos atributos que motivaram a criação da APA. No

caso da APA Rio Batalha, sendo ela criada sobre o território de onze municípios, a possibilidade de

também contribuir para a gestão regional deste território consolidando de forma supra municipal os

objetivos acima.

Processo participativo

A participação na elaboração dos Planos ocorreu em todos os níveis (interno e externo) e

momentos, tendo como espaços o Conselho Gestor da UC, as reuniões do grupo de trabalho e o

ambiente de consulta pública virtual, conforme consta no Processo FF 363/2013. A mobilização e

participação social foi organizada pelo órgão gestor da UC e pelo Grupo de Trabalho de Participação

Social, criado no âmbito do Comitê de Integração dos Planos de manejo e Coordenado pela

Coordenadoria de Educação Ambiental da SMA.

No ambiente externo, o Conselho Consultivo da UC foi formalmente instituído pela Resolução SMA

n° 110 de 21 de setembro de 2017 e os representantes foram designados pela Resolução SMA n° 12 de

20 de fevereiro de 2018. No âmbito do SAP, o Comitê de Integração e as equipes técnicas das

instituições envolvidas reuniram-se diversas vezes, até obtenção de consenso com relação à proposta a

ser apresentada aos Conselhos Gestores durante as oficinas realizadas.

Em seguida, foram realizadas quatro oficinas do Conselho Consultivo da APA: diagnóstico,

zoneamento, programas de gestão e oficina devolutiva, esta última, com o objetivo de expor os

resultados e as justificativas sobre a aceitação, ou não, das contribuições colhidas nas etapas presenciais

e no ambiente de consulta pública virtual. As oficinas foram abertas à sociedade e diversas instituições

foram convidadas.

Durante todo o processo, a Fundação Florestal manteve uma plataforma aberta, em seu sitio eletrônico, com a proposta de cada etapa (diagnóstico, zoneamento, programas de gestão), de modo a permitir a consulta e manifestação por meio virtual. Várias manifestações foram recebidas e avaliadas – algumas foram incorporadas e outras não, sempre com justificativa técnica.

A imagem (Figura 3) mostra o ambiente virtual de disponibilização e coleta de contribuições.

Page 9: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

9

Figura 3: Ambiente virtual do processo de elaboração do plano de manejo, para disponibilização de

arquivos e coleta de contribuições.

A manifestação favorável do Conselho Consultivo referente à proposta de Plano de Manejo,

cumprindo a exigência do artigo 27 da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação e o artigo 17 do Decreto Estadual 60.302/2014, foi realizada em sua 4ª reunião ordinária,

em 31/07/2018.

O Quadro 2 apresenta as datas das oficinas, o total de participantes e o número de

contribuições (presenciais e virtuais) em cada uma das etapas.

data oficina Onde participantes Contribuições

27/03/2018 Oficina de

Diagnóstico Reginópolis 33 49 contribuições, sendo 45 deferidas

24/04/2018 Oficina de

Zoneamento Pirajuí 31 65 contribuições, sendo 49 deferidas

22/05/2018 Oficina de Programas

Presidente Alves 27 32 contribuições, sendo 18 deferidas

31/07/2018 Devolutiva Avaí 31 Não se aplica

Quadro 2 – Oficinas realizadas durante o Processo de Elaboração do Plano de Manejo

Análise Integrada e Visitas a campo

A metodologia incluiu a análise integrada dos aspectos físicos, bióticos e antrópicos da UC, além de

aspectos jurídico-institucionais, de forma a subsidiar a elaboração dos mapas e redação dos

instrumentos de gestão previstos no plano de manejo.

Além das reuniões de trabalho foram também realizadas visitas a campo na área da APA para

checagem do mapeamento do uso do solo, especialmente vegetação nativa e áreas de silvicultura e

também para o levantamento e verificação de questões apontadas pelo gestor, registro fotográfico das

áreas e levantamento da viabilidade de parcerias para uso público.

Page 10: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

10

VI - ZONEAMENTO

Concepção metodológica do zoneamento

A nomenclatura, descrição, diretrizes e objetivos das zonas foram definidos no âmbito dos trabalhos

do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, para cada categoria de Unidade de Conservação. As

regras gerais irão compor o roteiro metodológico e as regras específicas são construídas no processo de

elaboração do Plano de cada UC.

Um grande diferencial nessa nova concepção metodológica para o zoneamento é o estabelecimento

de três Unidades de Planejamento distintas, Zonas e Áreas (Figura 4), que compõem a principal

estrutura do Zoneamento.

Figura 4: Desenho esquematizando a relação “Zona e Área”, no zoneamento interno das UCs.

Zona é a porção territorial delimitada com base em critérios socioambientais e no grau de

intervenção previsto, que estabelece objetivos, diretrizes e normas próprias. São porções mais extensas

do território com características (momento presente e expectativa futura) mais homogêneas e

predominantes. Indicam e orientam os usos e comandos de gestão mais amplos e que devem

predominar ao longo do tempo de vigência do PM. As zonas definidas no Plano de Manejo somente

poderão ser alteradas no âmbito da revisão do Plano de Manejo.

Área é a porção territorial destinada à implantação dos programas e projetos prioritários de gestão

da Unidade de Conservação, em conformidade com as características, objetivos e regramentos da zona

sobre a qual incide. São porções menores do território que indicam, dentro das Zonas, onde irão ocorrer

os programas e projetos prioritários de gestão. Podem ter suas delimitações remarcadas em revisões

parciais do PM e devem dar mais agilidade à gestão.

Para que o Sistema Ambiental Paulista pudesse chegar as tipologias de zonas propostas para as

Áreas de Proteção Ambiental, três perspectivas foram balizadoras do processo:

1. Reconhecer a realidade local, respeitando a resolução/escala regional de análise e gestão, para

com isso poder resguardar as atribuições locais de uso e ocupação do solo, mas buscando

alcançar um acordo de caráter regional para o uso sustentável do território.

Page 11: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

11

Esta orientação, originou os espaços que precisariam estar em porções amplas e cujas

homogeneidades fossem indicativas às gestões regionais e locais sobre as principais características

presentes e expectativas futuras, com potencial de promoção de ações para a melhoria da qualidade

ambiental da região; Zona de Proteção dos Atributos e Zona de Usos Sustentáveis.

2. Reconhecer espaços já regrados por legislações específicas sobre direitos tradicionais e

preservação ambiental de caráter regional.

Esta orientação originou os espaços enquadrados como Zonas sob Proteção Especial, por já

possuírem instrumento próprio de gestão e em acordo com os princípios da APA;

3. Reconhecer espaços em recorte de maior detalhe, observando as necessidades prementes de

orientar ações específicas em escala local para a recuperação, conservação e reconhecimento,

promoção de bons usos, valorização de bens e tradições culturais:

Estes espaços foram circunscritos em áreas: Área de Interesse para Conservação – AIC; Área de

Interesse para Recuperação – AIR; Área de Interesse Histórico-Cultural – AIHC.

Estas perspectivas, não só reforçaram a posição do Sistema em manter a lógica entre Zona e Área (já

desenvolvidas e propostas nas Unidades de outras categorias já analisadas pela Ct-Bio), como, em

especial a primeira perspectiva citada acima, gerou a orientação de que as APAs deveriam, para cumprir

quando necessário o objetivo de gestão regional, um zoneamento com zonas mais amplas e capaz de

orientar as diretrizes de caráter regional sem colidir com as atribuições de caráter local, como aquelas

de competência municipal. Desta forma, o Zoneamento trabalhou com poucas Zonas, em comparação

com as tipologias mais utilizadas pelos Planos de Manejo mais antigos.

Para consolidar esta visão, dois momentos foram cruciais:

1. Verificar as diferenças entre esta nova opção e os usos de tipologias anteriores, para identificar

ganhos e perdas.

2. Checar com os agentes do território, por meio das oficinas de Zoneamento, se esta opção fazia

sentido.

Na verificação entre momento anterior e opção atual, a Coordenadoria de Planejamento Ambiental

– CPLA, que geriu as APAs até meados de 2010 fez um breve comparativo para o processo de elaboração

do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha, entre as tipologias usuais (utilizadas pelo Sistema Ambiental

Paulista e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio). O resultado

demonstrou, ainda que de forma expedita, que a possibilidade de uso de diversas tipologias de Zona,

gera uma representação do território muito mais aproximada de um mapa de “Uso e Ocupação do

Solo”, capaz de sinalizar aos agentes os detalhes da atualidade de uso, mesclado com expectativas

futuras, do que orientar necessidades de ações para construir acertos entre os mesmos agentes para a

gestão do território.

A figura 5 demonstra o já colocado acima, sobre o resultado obtido em uma representação do

território com diversos recortes, com pouca capacidade de orientação para uma gestão de caráter

regional, dificultando ações de fiscalização, promoção de agendas positivas e com alto grau de conflito

com zoneamentos de caráter local (Planos Diretores e Leis de Uso e Ocupação do Solo).

Page 12: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

12

Figura 5: Estudo para proposta de Zoneamento para a APA do Rio Batalha utilizando tipologias de zonas

usadas anteriormente. (CPLA, 2018)

Na figura 7, a colocação das duas propostas (com zonas usadas anteriormente e a opção

utilizada na proposta atual, em análise) lado a lado, permite compreender o que queremos retratar

como a opção por um zoneamento voltado a gestão presente e futura e lastreado em uma visão

regional concertada com os agentes locais. O processo público de debate, tanto oficinas, quanto a

plataforma virtual, reforçou a pertinência do Zoneamento escolhido pelo SAP, demonstrando aderência

com a realidade e visão de futuro para o território.

Ao voltarmos novamente a proposta em análise, observamos que, o que se coloca como gestão

regional concertada entre visão regional (Estado) e visão local (Municípios e demais agentes) foi

resguardada pelas Zonas propostas.

Figura 7: Comparativo entre Propostas de Zoneamento: à esquerda, Zoneamento elaborado de forma

usual e à direita, proposta atual para a APA do Rio Batalha (CPLA, 2018)

Page 13: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

13

Zoneamento da APA do Rio Batalha

Para o zoneamento preliminar da APA do Rio Batalha foram considerados principalmente os

dados de cobertura da terra e uso do solo, biodiversidade e remanescentes de vegetação (incluindo

relações de conectividade entre fragmentos existentes) perigo, vulnerabilidade e risco (em especial para

observância de dinâmicas que colocam em risco a qualidade ambiental do atributo principal), águas

superficiais, patrimônio histórico cultural (com destaque para aqueles de maior destaque regional) e a

presença de territórios com regramentos de usos e proteção já garantidos em outras legislações.

A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base no diagnóstico, foi rediscutida

nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso. O Zoneamento apresenta, ainda,

o conteúdo mínimo para os Termos de Compromissos a serem firmados com as Concessionárias de

empreendimentos de utilidade pública, quando existentes.

Foram três as tipologias de zonas utilizadas para o zoneamento proposto para a APA do Rio

Batalha, a saber: Zona de Uso Sustentável (ZUS); Zona de Proteção dos Atributos (ZPA) e a Zona sob

Proteção Especial (ZPE), conforme é possível visualizar na Figura 5.

Figura 5: Zoneamento proposto para APA do Rio Batalha – Zonas e Áreas (Plano de Manejo, 2018)

Page 14: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

14

O Zoneamento da APA Rio Batalha está dividido em 03 (três) zonas e por 03 (três) Áreas

sobrepostas às zonas. O quadro 3 ilustra as zonas que incidem no Parque e a dimensão e proporção de

cada uma.

Zona Descrição Objetivos Dimensão

(ha)

% do total da

UC

Zona de Uso Sustentável

É aquela em que os atributos naturais apresentam maiores

efeitos de intervenção humana, abrangendo porções territoriais

heterogêneas em relação ao uso e ocupação do solo

Compatibilizar os diferentes usos existentes no território e

minimizar os impactos negativos sobre os recursos ambientais

133.956,17 56,69 %

Zona de Proteção dos

Atributos

É aquela que concentra os elementos sociais e/ou

ambientais relevantes para a proteção dos atributos que justificam a criação da UC

Proteger as áreas de alta relevância socioambiental, visando a conservação dos

atributos que justificam a criação da APA, seja eles a

biodiversidade, os recursos hídricos, a beleza cênica, o

patrimônio histórico-cultural ou as comunidades tradicionais.

100.073,81 42,35%

Zona sob Proteção Especial

É aquela que corresponde às Unidades de Conservação do

grupo de Proteção Integral e às Terras Indígenas homologadas

Reconhecer e fortalecer os territórios protegidos,

observando os regramentos específicos.

Normas

2.246,25 0,95 %

TOTAL 236.276,23 100%

Obs. As dimensões e percentuais são aproximadas.

Quadro 3: Zonas da APA do Rio Batalha.

A Zona sob Proteção Especial abrange os territórios já instituídos como Estação Ecológica

Sebastião Aleixo da Silva (também conhecida como Estação Ecológica de Bauru – EE Bauru) e à Terra

Indígena Araribá (TI Araribá). Tendo feita a última reunião do Conselho na TI Araribá é possível

depreender que a aceitação deste território por esta opção de Zoneamento.

A Zona de Proteção dos Atributos, abrange as áreas mais importantes para a formação do

atributo principal (nascentes do Rio Batalha), áreas com maiores fragmentos e possibilidade de

conectividade, bem como a Zona de Amortecimento da EE de Bauru.

A Zona de Uso Sustentável, por sua vez, apresenta os maiores efeitos de usos antrópicos e

orienta a harmonização destes usos para o alcance dos objetivos da APA.

Uma vez garantida a visão regional, a APA precisa também indicar espaços mais focados a ação

local para os próximos anos, para que estes, em conjunto, possam contribuir para que o território da

APA possa alcançar seus objetivos. Para tanto, o Plano proposto traz a figura das Áreas. As áreas

(Quadro 4) não foram dimensionadas, pois são flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação

do Plano de Manejo.

Page 15: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

15

Relação das áreas do PE Itapetinga

Área Descrição Objetivos

Área de Interesse para a Conservação

É aquela constituída por fragmentos de ecossistemas naturais de maior dimensão e suas

conexões via Áreas de Proteção Permanente, relevantes para a conservação ambiental,

incremento de corredores ecológicos.

Conservar os ecossistemas naturais mais relevantes e manter os

processos ecológicos por meio do estímulo ao incremento de

corredores ecológicos e criação de outras áreas protegidas.

Área de Interesse para Recuperação

É aquela caracterizada por ambientes naturais alterados ou degradados, prioritária às ações de

mitigação e redução dos impactos negativo.

Minimizar a degradação dos recursos ambientais por meio do estímulo à

recuperação ambiental.

Área de Interesse Histórico-Cultural

É aquela caracterizada por territórios com presença de atributos históricos, culturais (materiais e/ou

imateriais) ou cênicos relevantes para o turismo e desenvolvimento socioeconômico local.

Articular e fomentar ações de desenvolvimento sociocultural,

reconhecendo esses territórios como referências da APA.

Quadro 4: Áreas do zoneamento da APA do Rio Batalha.

VII – PROGRAMAS DE GESTÃO

Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas de

Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas participativas

realizadas junto aos Conselhos Consultivos e diversos atores da região.

Para o delineamento das ações e estratégias definidas nos respectivos programas de gestão foram

considerados os problemas centrais da UC, as características do território, as normas e diretrizes

estabelecidas no zoneamento (zonas e respectivas áreas).

Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas de

Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas participativas

realizadas junto ao Conselho Consultivo e diversos atores da região.

Os programas de gestão são:

Programa de Manejo e Recuperação, com o objetivo de assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de ações de gestão e manejo dos recursos naturais;

Programa de Interação Socioambiental, com o objetivo de estabelecer, por meio das relações entre diversos atores do território, os pactos sociais necessários para garantir o objetivo da UC;

Programa de Proteção e Fiscalização, com o objetivo de garantir a integridade física, biológica e cultural da Unidade; e

Programa de Pesquisa e Monitoramento, com o objetivo de produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações.

Programa de Desenvolvimento Sustentável: Incentivar a adoção de alternativas sustentáveis de produção compatíveis com o atributo e com as demandas socioeconômicas da população

Diferente das Unidades da categoria Parque, que continham o Programa de Uso Público, com vistas a

potencializar a visitação das áreas públicas, a APA, por sua característica de território amplo e com

predomínio de propriedades privadas, a intenção de potencializar o uso adequado e compatível fica a

cargo do Programa de Desenvolvimento Sustentável.

Os Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e a fim de facilitar o

entendimento da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma matriz lógica, composta

Page 16: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

16

por: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo Estratégico, (iii) Ações, (iv) Atividades, (v) Classificação das

Atividades, (vi) Responsabilidades e Parcerias, e (vii) Cronograma.

VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Registra-se que o Plano de Manejo da APA do Rio Batalha é um dos primeiros resultados do Projeto

Piloto (bloco 2) que está subsidiando a elaboração de roteiro metodológico do Sistema Ambiental

Paulista para Planos de Manejo do Estado de São Paulo.

2. O conteúdo do plano de manejo é sintético, mas suficiente e qualificado para a elaboração do

zoneamento e dos programas, oferecendo um instrumento pragmático à gestão de cada UC;

3. O Plano de Manejo foi discutido e elaborado pelo Sistema Ambiental Paulista, com a participação

dos atores locais. Os trabalhos foram iniciados em fevereiro de 2017 e após 17 meses, foram

concluídos com a manifestação do Conselho Consultivo em 31 de julho de 2018. Os ritos exigidos

pela legislação vigente foram cumpridos, em especial, em relação ao conteúdo e participação

social.

4. A participação da sociedade possibilitou o esclarecimento aos atores envolvidos e permitiu o

aprimoramento do plano de manejo. A participação se deu por meio de oficinas, em reuniões com

o Conselho Consultivo ampliado, e por meio de portal eletrônico;

5. Diante do exposto, a Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas

manifesta-se favoravelmente à aprovação da minuta de Decreto e Plano de Manejo da APA do Rio

Batalha, propondo encaminhamento à Plenária do CONSEMA para a manifestação final.

São Paulo, 04 de outubro de 2018

ORIGINAL ASSINADO

Relator: Gil Scatena

Coordenador de Planejamento Ambiental

Secretaria do Meio Ambiente

Page 17: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

1 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

Decreto Estadual n° xxx de xx de xxx de 2018

Aprova o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, Unidade de Conservação da Natureza de Uso Sustentável, assim declarada pela Lei Estadual nº 10.773, de 1º de março de 2001, e dispõe sobre o seu regulamento.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO: A Lei Federal nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação; O Decreto Estadual nº 60.302/2014, que institui o Sistema de Informação e Gestão de Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo – SIGAP, que, em seu artigo 17, §2º, define que a aprovação de Plano de Manejo de Área de Proteção Ambiental será efetuada por meio de decreto; A Lei Estadual nº 10.773, de 1º de março de 2001, que Declara Área de Proteção Ambiental a Bacia Hidrográfica do Rio Batalha; e A importância da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha para a proteção dos recursos hídricos da Bacia Hidrografica do Rio Batalha;.

DECRETA: Artigo 1º - Fica aprovado o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, Unidade de Conservação de Uso Sustentável com área de 236.276,23 hectares inseridos na Bacia Hidrografica do Rio Batalha abrangendo os municípios de Agudos, Piratininga, Bauru, Duartina, Gália, Avaí, Reginópolis, Presidente Alves, Pirajuí, Balbinos e Uru. Artigo 2º - O zoneamento está delimitado cartograficamente na escala 1:50:000, conforme Anexo I deste Decreto, e cujos arquivos digitais estão disponibilizados na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de São Paulo – Portal Datageo. Parágrafo único – O zoneamento estabelecido pelo Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha é composto por três zonas e três áreas.

DOS OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO - UC

Artigo 3º - São objetivos da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha:

Formatado: Superior: 2 cm

Page 18: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

2 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

I) preservar os recursos hídricos como mananciais de abastecimento público de água em quantidade e qualidade;

II) controlar a expansão urbana desordenada e o uso inadequado do solo; III) planejar e incentivar o desenvolvimento sustentável da região; IV) garantir a sobrevivência das comunidades tradicionais; V) preservar a biodiversidade e os remanescentes florestais;

VI) promover a recuperação das áreas degradadas, em especial controlando os processos erosivos;

VII) auxiliar no desenvolvimento de práticas de conservação do solo.

DO ZONEAMENTO

Artigo 4º - O zoneamento da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha é composto por três zonas, conforme o Mapa de Zoneamento que constituiu o Anexo I deste Decreto. Parágrafo único - A delimitação das zonas da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha atende critérios técnicos, tais como relevo e hidrografia, grau de integridade dos ecossistemas, fragilidade ambiental, efeitos de ações antrópicas e presença de patrimônio histórico-cultural. Artigo 5º - O zoneamento da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha é composto pelas seguintes Zonas, cujas respectivas caracterizações e normativas compõe o Plano de Manejo: I - Zona de Uso Sustentável (ZUS): onde os atributos naturais apresentam maiores efeitos de intervenção humana, abrangendo porções territoriais heterogêneas em relação ao uso e ocupação do solo. Abrange aproximadamente 133.956,17 hectares da UC (56,69 % da área total)e o relevo é predominantemente suave ondulado, de baixo e muito baixo perigo de escorregamento e declividades pouco acentuadas. Possui significativa quantidade de nascentes e afluentes do rio Batalha e poucos fragmentos de ecossistemas naturais em matriz antrópica, de ocupação e usos diversificados do solo, com destaque para culturas diversas e silviculturas. No território da ZUS encontram-se parte dos núcleos urbanos dos municípios de Piratininga, Avaí, Reginópolis, Uru, Pirajuí e Bauru;

II - Zona de Proteção dos Atributos (ZPA): que concentra os elementos sociais e/ou ambientais relevantes para a proteção dos atributos que justificam a criação da UC. Abrange aproximadamente 100.073,81 hectares da UC (42,35 % da área total) e corresponde aos seus atributos mais relevantes para a conservação, incluindo os maiores fragmentos de vegetação nativa como áreas fonte de biodiversidade e suas conexões, via Áreas de Preservação Permanente. Ao sul da APA, a ZPA compreende as serras e escarpas da Serra da Jacutinga, onde estão as maiores altitudes e declividades do relevo da UC, com significativa densidade de nascentes que dão origem ao rio Batalha, além de moderado a alto perigo de escorregamento planar das encostas; de norte a sul da APA, a ZPA compreende o curso principal do rio Batalha e os seus principais afluentes, como a sub-bacia do rio Água Parada, até a sua foz, onde por toda extensão ocorrem solos hidromórficos; a leste da APA, a ZPA compreende a Zona de Amortecimento da Estação Ecológica Sebastião Aleixo da Silva. A ZPA caracteriza-se por áreas antropizadas com quantidade significativa de silvicultura e outras culturas agrícolas entremeadas por remanescentes de ecossistemas naturais, principalmente entre as escarpas ao

Page 19: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

3 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

sul da UC. No território da ZPA encontra-se parte dos núcleos urbanos dos municípios de Bauru, Presidente Alves e Piratininga; III - Zona Sob Proteção Especial (ZPE): que corresponde à Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral e à Terras Indígena homologada. Abrange aproximadamente 2.246,25 hectares da UC (0,95% da área total) e corresponde à Estação Ecológica Sebastião Aleixo da Silva, também conhecida como Estação Ecológica de Bauru, e à Terra Indígena Araribá.

Artigo 6º - Ficam estabelecidas três áreas, assim consideradas porções territoriais destinadas à implantação de programas e projetos prioritários de gestão em conformidade com as características, objetivos e regramentos das zonas sobre as quais incidem, e cujas caracterizações e normativas compõem o Plano de Manejo: I - Área de Interesse para Conservação (AIC): constituída por fragmentos de ecossistemas naturais de maior dimensão e suas conexões via Áreas de Preservação Permanente, relevantes para a conservação ambiental, incremento de corredores ecológicos; II - Área de Interesse para Recuperação (AIR): caracterizada por ambientes naturais alterados ou degradados, prioritária às ações de mitigação e redução dos impactos negativos; e III - Área de Interesse Histórico Cultural (AIHC): Caracterizada por territórios com presença de atributos históricos, culturais (materiais e/ou imateriais) ou cênicos relevantes para o turismo e desenvolvimento socioeconômico local.

DAS NORMATIVAS DAS ZONAS

Artigo 7º - Aplicam-se à Zona de Uso Sustentável – ZUS as seguintes normas específicas:

I - As atividades desenvolvidas no interior da APA Rio Batalha deverão estar de acordo com o seu instrumento legal de criação;

II - As diretrizes, normas e incentivos da APA Rio Batalha foram definidos com base no diagnóstico do seu Plano de Manejo e deverão ser considerados no processo de licenciamento ambiental, observando o disposto na legislação vigente;

III - Conforme a Lei nº 10.773, de 1º de março de 2001, que criou a Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, não são permitidas as seguintes atividades:

a) As atividades de terraplanagem, mineração, dragagem, loteamentos urbanos e

escavações que venham a causar danos ou degradação do meio ambiente ou

perigo para as pessoas e/ou para a biota;

b) O exercício de atividades que ameacem extinguir espécies raras da biota;

c) A deposição de resíduos sólidos urbanos sem tratamento adequado;

d) O lançamento de resíduos agrícolas ou pecuários provenientes de granjas,

esterqueiros, chiqueiros e lavagens;

e) O lançamento de esgoto doméstico sem tratamento; .

IV - As atividades agrossilvipastoris, novas e existentes, deverão:

[isadora1] Comentário: FIESP entende que o inciso I e III estão repetidos. Porém, é importante deixar explícito no Inciso III que não se tratam de novas proibições, mas sim daquelas já trazidas pela Lei que criou a APA. Assim, a CTbio concorda em manter a redação.

Page 20: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

4 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

a) Adotar práticas de conservação, uso e manejo adequados do solo e água, em

atendimento ao disposto na legislação vigente, com vistas a evitar: (i) o

desencadeamento de processos erosivos e compactação do solo; (ii) o aumento

da turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água; (iii) a

contaminação dos corpos hídricos; (iv) a diminuição da disponibilidade hídrica;

(v) a perda das características físicas, químicas e biológicas do solo; (vi) os

impactos à biodiversidade; (vii) a utilização de queimadas como forma de

limpeza de terrenos ou para renovação de pastagens; (viii) a poluição e a

disposição inadequada dos resíduos gerados nas atividades agrossilvipastoris;

b) Adotar medidas de controle e/ou erradicação de espécies exóticas de plantas ou

animais com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais;

c) Evitar o uso de agrotóxicos que comprometam a qualidade ambiental, devendo

minimamente: (i) priorizar os de menor risco toxicológico e periculosidade

ambiental observando o disposto nas normas vigentes; (ii) apresentar, sempre

que solicitado, o receituário agronômico; (iii) adotar boas práticas no descarte de

embalagens vazias de agrotóxicos, conforme normas vigentes; (iv) seguir as

normas vigentes sobre a aplicação de uso de agrotóxicos, em especial a

Instrução Normativa MAPA 02/2008, que trata normas da aviação agrícola, e

Instrução Normativa 01/2012, que dispõe sobre a aplicação dos ingredientes

ativos Imidacloprido, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil;

d) Sempre que possível aderir aos protocolos firmados com o Sistema Ambiental

Paulista, como o Protocolo de Transição Agroecológica e o “Etanol Mais Verde”,

de acordo com Resolução Conjunta SMA/SAA n° 3/2018;

e) Adotar boas práticas no controle de pragas e priorizar o manejo integrado de

pragas e o controle biológico;

f) Manter atualizado o Plano de Aplicação de Vinhaça, além de atender o disposto

nas normas vigentes em relação à sua aplicação;

g) Preferencialmente implantar sistema de dessedentação do gado e/ou outros

animais de criação fora da Área de Preservação Permanente - APP;

V - Deverão ser adotadas medidas preventivas aos processos erosivos, tais como: a) Minimização de movimentação do solo;

b) Plantios em curva de nível, inclusive em áreas de pastagem;

c) Terraceamento adequado;

d) Evitar, sempre que possível, solo exposto;

e) Controle das trilhas de gado;

f) Construção de sistemas de drenagem provisórios ou definitivos, como bacias de

retenção ao longo das estradas, escada hidráulica e canaletas;

VI - Deverão ser obedecidas as diretrizes, normas e procedimentos para obtenção de outorga de uso da água e interferência nos recursos hídricos, conforme disposto na legislação vigente;

[isadora2] Comentário: Questionamento FIESP. CTBio avaliou este inciso e considerou pertinente mantê-lo.

Page 21: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

5 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

VII - Para as captações de água subterrânea destinada ao abastecimento público deverão ser obedecidas as normas e orientações contidas na Instrução Técnica DPO nº 10/2017, atualizada em 02/04/2018, ou a que a suceder, no que se refere à instalação e manutenção da proteção sanitária e implantação da Área de Proteção de Poços;

VIII - Nas áreas urbanas dos municípios abrangidos pela APA abastecidos por água subterrânea, deverão ser estabelecidos programas ou medidas para melhoria do sistema de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, tais como:

a) Ampliação da cobertura da rede coletora de esgoto;

b) Ampliação da ligação das instalações domiciliares ao sistema de esgotamento

sanitário;

c) Redução dos vazamentos nas redes coletoras de esgoto;

d) Melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas de tratamento de esgoto e

redução da carga orgânica remanescentes;

IX - Nas ações de restauração ecológica, não será permitida autilização de espécies exóticas com potencial de invasão, conforme disposto no § 5° do artigo 11 da Resolução SMA n° 32/2014;

X - É proibido o cultivo ou criação de espécies exóticas com potencial de invasão, constantes nas normativas do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA;

XI - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública ou interesse social, novos ou existentes, quando da emissão, renovação e regularização da licença ambiental, deverão, quando aplicável tecnicamente:

a) Apresentar programa de monitoramento de fauna silvestre e medidas

mitigadoras para os possíveis impactos, como por exemplo: (i) passagem de

fauna silvestre; (ii) limitador de velocidade para veículos; (iii) sinalização da

fauna silvestre; e (iv) atividades de educação ambiental;

b) Apresentar plano de ação de emergência de acidentes com produtos perigosos;

c) Em estradas com tráfego de produtos perigosos, construção de sistemas de

drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZUS para contenção de

vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de acidentes rodoviários;

d) Apresentar programa de apoio à prevenção e combate a incêndios;

e) Apresentar programa de monitoramento e controle de espécies exóticas com

potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais;

XII - A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores isoladas e as intervenções em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas, deverão ser compensadas dentro da própria UC e, prioritariamente, na mesma sub-bacia hidrográfica;

XIII - A compensação pela supressão de vegetação nativa em estágio inicial, médio ou avançado de regeneração, e as intervenções em Áreas de Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa deverá seguir as seguintes diretrizes:

a) Em áreas dentro da UC deverá atender, minimamente, à normativa vigente;

Page 22: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

6 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

b) Em áreas fora da UC deverá ser em área equivalente a, no mínimo, nove vezes a

área autorizada para supressão ou intervenção;

XIV - A compensação pelo corte de árvores nativas isoladas: a) Dentro da UC deverá atender, minimamente, à normativa vigente;

b) Fora da UC deverá ser, minimamente, na proporção de 35 para 01;

XV - A compensação de Reserva Legal dos imóveis existentes no interior da APA, de que tratam os incisos II e IV do § 5°, do artigo 66, da Lei 12.651/2012 deverá ser aplicada no interior da UC;

XVI - O cultivo ou criação de Organismos Geneticamente Modificados – OGM ou seus derivados só será permitido após apresentação do parecer técnico da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, em sua íntegra, referente à utilização comercial, atestando que não trará risco aos atributos da UC, conforme previsto o artigo 27 da Lei Federal nº 9.985/2000, modificado pela Lei Federal nº 11.460/2007;

XVII - Os novos loteamentos deverão observar o disposto na legislação vigente e priorizar a utilização de espécies nativas regionais no paisagismo das áreas destinadas para os sistemas de circulação e espaços livres públicos.;

XVIII - Os novos loteamentos do solo deverão atender o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente, para evitar: (i) os processos erosivos e assoreamento dos cursos d'água, nas áreas de solo exposto; (ii) a poluição do solo e dos cursos d'água superficiais e subterrâneos;

a) Deverá ser prevista a construção de bacias temporárias e definitivas de contenção de águas pluviais;

b) Os espaços livres dos loteamentos deverão ser implementados considerando os fragmentos existentes, de modo a contribuir para a consolidação dos corredores ecológicos.

Artigo 8º - Aplicam-se à Zona de Proteção dos Atributos – ZPA as mesmas normas da Zona de

Uso Sustentável, acrescidas das seguintes normas específicas:

I - Os empreendimentos e atividades que demandem terraplanagem, escavações e

dragagens deverão implementar medidas mitigadoras para, minimamente, os seguintes impactos: (i) o desencadeamento de processos erosivos; (i) o aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água; (iii) a contaminação dos corpos hídricos; (iv) a diminuição da disponibilidade hídrica; (v) a perda das características físicas, químicas e biológicas do solo; e (vi) os impactos à biodiversidade;

II - Os novos loteamentos deverão atender o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente, para evitar: (i) os impactos sobre a fauna; e (ii) a disposição inadequada de resíduos da construção civil (classes A e B);

[isadora3] Comentário: Questionamento FIESP. CTBio avaliou este inciso e considerou pertinente mantê-lo. Após consulta

Page 23: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

7 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

a) Caso seja necessária a realização de terraplanagem para implementação de

novos loteamentos, deverão ser previstas a remoção e estocagem do solo

superficial existente, com o recobrimento imediato das áreas a serem

recuperadas com o solo orgânico original estocado;

b) Os taludes e os lotes, até a sua ocupação definitiva, deverão ser recobertos por

vegetação herbácea, de preferência nativa;

c) Nas áreas comuns e sistemas de circulação deverão ser utilizados materiais

permeáveis;

d) Sempre que possível, a disposição dos lotes deve ser em curva de nível;

III - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública ou interesse social, deverão, quando pertinente, compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos, devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para os seguintes impactos, especialmente:

a) Alteração da paisagem cênica;

b) Intensificação dos processos de dinâmica superficial do solo;

c) Fragmentação da vegetação nativa, perda de conectividade e diminuição da

permeabilidade da paisagem;

d) Assoreamento dos cursos d'água e alteração na qualidade e quantidade da água

superficial e subterrânea;

e) Poluição sonora, inclusive em sinergia com fontes de ruídos de origem antrópica

pré-existentes;

f) Indução de ocupação no entorno do empreendimento;

g) Aumento do tráfego de veículos e abertura de novos acessos;

h) Sempre que possível, implementar programa de controle da qualidade da água e

reuso da água utilizada nos processos industriais;

IV - São vedados o corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração, excetuando-se os necessários aos casos de utilidade pública, conforme a Lei Federal nº 11.428/06 e a Lei Estadual nº 13.550/09, desde que comprovada a inexistência de alternativa locacional;

V - Para fins do cálculo da compensação devida por supressão de vegetação nativa em estágio inicial de regeneração e intervenções em Áreas de Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa, esta Zona deve ser considerada de Média Prioridade no mapa “Áreas prioritárias para restauração de vegetação nativa”;

VI - São consideradas áreas prioritárias para restauração ecológica aquelas que cumprem a

função de incrementar a conectividade, descritas no plano de manejo como Áreas de Interesse para Recuperação;

VII - As áreas de que tratam o item VII são elegíveis para receber apoio técnico-financeiro da

compensação prevista no art. 36 da Lei nº 9.985/2000, com a finalidade de recuperação e manutenção, conforme o disposto no artigo 41, § 6°, da Lei Federal nº 12.651/2012;

[isadora4] Comentário: Questionamento FIESP. Após esclarecimento pela CETESB, CTBio avaliou este inciso e considerou pertinente mantê-lo.

Page 24: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

8 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

a) Todos os projetos de restauração ecológica (recuperação e manutenção)

deverão: (i) observar as diretrizes do Programa de Recuperação Ambiental da

Fundação Florestal; (ii) ser cadastrados no Sistema Informatizado de Apoio à

Restauração Ecológica – SARE, e (iii) atender o disposto na Resolução SMA n°

32/14 e em outras normas específicas sobre o tema;

b) Poderão ser utilizadas como áreas para compensação áreas particulares, desde

que não sejam alvo de obrigações judiciais ou administrativas estabelecidas em

licenças, Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) ou Termos

de Ajustamento de Conduta (TAC), firmados com órgãos do Sistema Ambiental

Paulista ou Ministério Público, bem como não sejam abrangidas por projetos de

restauração ecológica executados com recursos públicos, mediante anuência do

proprietário, comprovada a dominialidade da área, conforme disposto no artigo

8° da Resolução SMA n° 7/2017;

Artigo 9º- Aplicam-se à Zona sob Proteção Especial – ZPE as normas da legislação vigente,

especialmente as estabelecidas pela Lei Federal nº. 9.985/2010 para as Áreas de Proteção

Ambiental, as previstas no diploma de criação da Estação Ecológica Sebastião Aleixo da Silva e

no seu respectivo plano de manejo e na Lei Federal nº. 6.001/1973, que dispõe sobre o

Estatuto do Índio.

DAS RECOMENDAÇÕES PARA AS ÁREAS

Artigo 10º – Ficam estabelecidas as seguintes recomendações à Área de Interesse para a

Conservação – AIC:

I - Propiciar integração ecológica e ligação com outras áreas naturais protegidas, principalmente matas ciliares, demais Unidades de Conservação e outras Áreas de Interesse para Conservação;

II - Incentivar a realização de pesquisas científicas; III - Incentivar a criação e instituição de Reservas Particulares do Patrimônio Natural -

RPPNs, parques naturais municipais, corredores ecológicos, reservas legais, entre outros instrumentos;

IV - Incentivar o ecoturismo, o turismo rural e as atividades de lazer em contato com a natureza;

V - Incentivar o desenvolvimento de programas de conservação ambiental, de melhoria da gestão dos recursos ambientais e de práticas sustentáveis de exploração dos recursos naturais;

VI - Priorizar ações que promovam o desenvolvimento socioambiental sustentável.

Artigo 11º – Ficam estabelecidas as seguintes recomendações à Área de Interesse para a

Recuperação – AIR:

Page 25: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

9 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

I - Fomentar ações e medidas adequadas à correção dos processos erosivos;

II - Fomentar ações de recuperação e proteção das nascentes e correção de

drenagens, buscando eliminar ou minimizar os impactos em decorrência das

práticas agrícolas ou outras atividades humanas;

III - Estimular a adequação ambiental das propriedades rurais em conformidade com a

legislação específica;

IV - Incentivar a implantação de projetos de restauração ecológica;

V - Incentivar planos e projetos de apoio ao desenvolvimento de boas práticas e

manejo adequado, considerando as especificidades ambientais;

VI - Estimular a restauração da vegetação das Áreas de Preservação Permanente ao

longo dos cursos d’água, de modo a propiciar a conectividade entre fragmentos

florestais remanescentes.

Artigo 12º – Recomendam-se à Área de Interesse Histórico-Cultural – AIHC a promoção da

restauração e a manutenção das estruturas físicas das construções, garantindo sua

conservação, valorização e visitação, observando-se a legislação vigente.

DOS PROGRAMAS DE GESTÃO

Artigo 13º - São Programas de Gestão da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, cujo objetivo é a implementação das ações de gestão e manejo dos recursos naturais: I - Manejo e Recuperação, com o objetivo de assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais; II - Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de buscar alternativas sustentáveis mediante o incentivo e a difusão de ações compatíveis com o atributo e com as demandas socioeconômicas da população; III - Interação Socioambiental, com o objetivo de estabelecer, por meio das relações entre os diversos atores do território (zoneamento interno e zona de amortecimento), os pactos sociais necessários para garantir o objetivo superior da UC; IV - Proteção e Fiscalização, com o objetivo de garantir a integridade física, biológica e cultural da Unidade; e V - Pesquisa e Monitoramento, com o objetivo de produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações. § 1º - As metas e indicadores de avaliação e monitoramento dos Programas de Gestão estão

estabelecidos no Plano de Manejo.

§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos Programas de Gestão da Área de Proteção Ambiental Rio Batalha deverão ser planejadas, executadas e monitoradas, de forma integrada, com as instituições que compõem o Sistema Ambiental Paulista.

Page 26: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

10 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

ANEXO I – MAPA DO ZONEAMENTO (ZONAS E ÁREAS) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

RIO BATALHA

Page 27: PLANO DE MANEJO DA APA DO RIO BATALHAarquivo.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/10/b-apa-rio-batalha-relat… · As tratativas para a elaboração do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha

11 Minuta de Decreto APA Rio Batalha – com marcas das discussões ocorridas na CTBio em 04/10/2018

ANEXO II - CONTEÚDO PARA O TERMO DE COMPROMISSO

Obrigações da Concessionária:

I. Disponibilizar plantas contendo a localização do empreendimento e da área de servidão/domínio;

II. Acordar com o órgão gestor a agenda dos serviços de manutenção da área de servidão/domínio e dos empreendimentos;

III. Acordar com o órgão gestor as práticas de manutenção a serem adotadas, de forma a minimizar os impactos no ambiente;

IV. Remover e destinar quaisquer resíduos gerados durante a implantação e manutenção do empreendimento e da área de servidão/domínio, em comum acordo com o órgão gestor da Unidade de Conservação;

V. Elaborar um Plano de Contingência, aprovado pelo órgão gestor, o qual deverá contemplar a adoção de ações preventivas, mitigadoras e compensatórias, no caso de acidentes;

VI. Elaborar e implementar um Plano de Fiscalização intensiva nas áreas afetadas pelo empreendimento, aprovado pelo órgão gestor, a fim de evitar que os acessos às estruturas sejam feitos por pessoas não autorizadas.

Obrigações do Órgão Gestor:

I. Permitir que a concessionária execute as ações de implantação e manutenção dos empreendimentos de utilidade pública e da área de servidão/domínio, conforme acordado;

II. Monitorar o cumprimento dos acordos estabelecidos com a concessionária.