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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Abelardo Zeverino Trabalho de Conclusão de Estágio PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA CURUPIRA: um estudo no terceiro setor Administração Mercadológica ITAJAÍ – SC 2008/II

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Abelardo Zeverino

Trabalho de Conclusão de Estágio

PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A

ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA CURUPIRA:

um estudo no terceiro setor

Administração Mercadológica

ITAJAÍ – SC 2008/II

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ABELARDO ZEVERINO

Trabalho de Conclusão de Estágio

PLANO DE COMUNICAÇÃO PARA A

ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA CURUPIRA:

um estudo no terceiro setor

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

ITAJAÍ – SC, 2008/II

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Agradeço a todos que de uma forma direta

ou indireta contribuíram para a conclusão

deste trabalho.

A ONG Curupira pela oportunidade e

também as demais organizações que

contribuíram para a realização deste.

Aos mestres, professores, coordenadores e

colegas pela convivência durante esta

jornada.

Em especial a minha orientadora Bárbara

Silvana Sabino pela atenção e paciência.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Abelardo Zeverino

b) Área de estágio

Administração Mercadológica

c) Supervisor de campo

Carlos Dieter Janousek

d) Orientador de estágio

Profª. Bárbara Silvana Sabino, MSc.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Associação Ambientalista Curupira Ambiental

b) Endereço

Rua José Quirino, 605 - Bairro São João - Itajaí – SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administração Mercadológica

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Carlos Dieter Janousek – Presidente

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAI, 25 de outubro de 2008.

A ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA CURUPIRA AMBIENTAL, pelo

presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a

publicar, em sua biblioteca, o Trabalhado de Conclusão de Estágio, executado

durante o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico ABELARDO ZEVERINO.

_____________________________

Carlos Dieter Janousek

Presidente

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RESUMO

Sabe-se que é imprescindível a estruturação e planejamento de uma organização para que se mantenha no mercado. O objetivo deste trabalho é elaborar um plano de comunicação integrada de marketing - CIM para ser utilizado pela Curupira Ambiental que está inserida no Terceiro Setor. A pesquisa foi caracterizada como estudo de caso no qual foram utilizados métodos qualitativos e quantitativos, coletando dados através de aplicação de questionário, entrevista e a observação participante. Foi traçado o perfil de cada uma delas e na seqüência, apontadas as ferramentas do composto promocional utilizado na perspectivas da CIM. A elaboração do plano de comunicação foi a última etapa da pesquisa e seguiu o modelo de Ogden (2002). Constatou-se que a maioria das ONG´s foi fundada nos anos 2000; como principais atividades desenvolvidas a educação e projetos ambientais, fiscalização e voluntariado; possuem registros em órgãos públicos; a maioria utiliza as ferramentas marketing digital, propaganda, promoção de vendas, relações públicas e marketing direto. A ferramenta venda pessoal é utilizada por uma pequena parcela das ONG´s pesquisadas. Os resultados obtidos demonstram que a organização estudada não possui plano de marketing ou plano de comunicação, ambos fundamentais para captação de recursos e sua sustentabilidade. Os objetivos foram alcançados, tendo demonstrado claramente os caminhos a serem percorridos para formalizar e divulgar a ONG Curupira, de maneira a cumprir sua missão. PALAVRAS-CHAVE: Comunicação integrada de marketing. ONG. Terceiro Setor.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Indicadores para a análise .......................................................... 19

Quadro 2 - As principais teorias e seus principais enfoques ......................... 22

Figura 1 - Mix de marketing ......................................................................... 33

Figura 2 - Processo de comunicação .......................................................... 39

Quadro 3 - Ferramentas comuns de comunicação ....................................... 50

Figura 3 - Fluxograma de Comunicação Integrada de Marketing ............... 52

Quadro 4 - Combinações resultantes da conjunção entre o público e o privado ........................................................................................

55

Quadro 5 - Pessoas jurídicas de direito privado ........................................... 58

Figura 4 - Organograma da ONG ................................................................ 61

Figura 5 - Logo Curupira Ambiental ............................................................. 62

Figura 6 - Limpeza na Praia de Navegantes – SC ...................................... 63

Figura 7 - Projeto Linda Ilha – Ilha Feia – Penha/Piçarras – SC ................. 64

Figura 8 - Projeto Olho Verde – Botuverá – SC .......................................... 64

Figura 9 - Campanha ambiental – Itajaí – SC ............................................. 65

Figura 10 - Educação Ambiental no Colégio São José – Itajaí – SC ............ 65

Figura 11 - Limpeza na estrada de acesso a Praia Vermelha – Penha – SC 66

Gráfico 1 - Década de fundação das entidades ambientais catarinenses pesquisadas ................................................................................

67

Gráfico 2 - Principais atividades desenvolvidas por ONG’s ambientais catarinenses ................................................................................

68

Gráfico 3 - Registro das ONG’s ambientais catarinenses em órgãos públicos .......................................................................................

69

Gráfico 4 - Ferramentas do marketing digital utilizadas pelas ONG’s ........... 71

Gráfico 5 - Ferramentas da propaganda utilizadas pelas ONG’s .................. 72

Gráfico 6 - Ferramentas de promoção de vendas utilizadas pelas ONG’s ... 73

Gráfico 7 - Ferramentas publicidade/relações públicas utilizadas pelas ONG’s ..........................................................................................

74

Gráfico 8 - ONG’s que utilizam a ferramenta venda pessoal ........................ 75

Gráfico 9 - Ferramentas de marketing direto utilizadas pelas ONG’s ........... 75

Quadro 6 - Meios de comunicação e veículos de comunicação ................... 76

Quadro 7 - Pontos Fortes e Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças ...... 79

Quadro 8 - Orçamento ................................................................................... 80

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa ........................................................... 11

1.2 Objetivos ....................................................................................................... 12

1.3 Aspectos Metodológicos ............................................................................. 13

1.3.1 Caracterização da pesquisa ........................................................................ 13

1.3.2 Participantes da pesquisa ........................................................................... 14

1.3.3 Instrumentos de coleta de dados ................................................................ 16

1.3.4 Tratamento e análise dos dados ................................................................. 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 20

2.1 Administração .............................................................................................. 20

2.2 Marketing ...................................................................................................... 22

2.2.1 Ambiente de marketing ............................................................................... 27

2.2.2 Composto de marketing .............................................................................. 30

2.2.3 Mercado-alvo ou público-alvo ..................................................................... 35

2.2.4 Segmentação .............................................................................................. 36

2.2.5 Ferramentas da CIM ................................................................................... 38

2.2.5.1 Propaganda .............................................................................................. 40

2.2.5.2 Promoção de vendas ............................................................................... 43

2.2.5.3 Relações públicas e publicidade .............................................................. 43

2.2.5.4 Venda pessoal .......................................................................................... 45

2.2.5.5 Marketing direto ........................................................................................ 46

2.2.5.6 Marketing digital ....................................................................................... 48

2.2.6 Planos de comunicação .............................................................................. 50

2.3 Terceiro Setor ................................................................................................. 54

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ........................................ 60

3.1 Caracterização da Organização .................................................................. 60

3.2 Resultados da Pesquisa .............................................................................. 66

3.2.1 Identificar o perfil das ONG’s ambientais do Estado de Santa Catarina ..... 67

3.2.2 Descrever as ferramentas da CIM implementadas pela ONG até o

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Momento .............................................................................................................. 70

3.2.3 Levantar as ferramentas da CIM implementadas por ONG’s similares do

Estado de Santa Catarina ....................................................................................

71

3.2.4 Identificar os veículos de comunicação com maior abrangência no

Estado de Santa Catarina, por região e por meio de comunicação ..................... 76

3.2.5 Elaborar um plano de comunicação para a ONG Curupira na

perspectiva da CIM .............................................................................................. 77

3.2.5.1 Missão da CIM ......................................................................................... 77

3.2.5.2 Visão da CIM ............................................................................................ 78

3.2.5.3 Análise situacional .................................................................................... 78

3.2.5.4 Objetivos gerais da CIM ........................................................................... 79

3.2.5.5 Orçamento ................................................................................................ 80

3.2.5.6 Desenvolvimento da estratégia de CIM ................................................... 80

3.2.5.7 Táticas de CIM ......................................................................................... 80

3.2.5.8 Plano de CIM ............................................................................................ 81

3.2.5.9 Métodos de avaliação .............................................................................. 82

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 86

Apêndices ............................................................................................................ 90

Apêndice 1 ........................................................................................................... 91

Apêndice 2 ........................................................................................................... 93

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1 INTRODUÇÃO

A inovação e/ou capacidade criativa da organização é item fundamental em

qualquer negócio, seja ele com ou sem fins lucrativos. A concorrência entre

organizações de diferentes países no mercado mundial vem obrigando a adequação

do mercado com boas práticas e conduta para conquistar consumidores e se

mostrar com um diferencial significativo. Atividades como planejar, organizar,

controlar não são mais discutidas, pois, estão presentes na maioria das

organizações. Entretanto, essas têm que dispor algo mais.

Em pleno século XXI, até mesmo a questão tecnológica, também, deixou de

ser um diferencial exclusivo de algumas organizações, passando a ser item básico

dentro das organizações.

No meio publicitário, esta tendência também é verificada. Novos tipos de

mídia e a sofisticação dos consumidores estão presentes no dia-a-dia

organizacional. Este fenômeno advém da necessidade de que as organizações

transmitam uma mensagem coesa, independentemente da ferramenta de

comunicação utilizada. O importante é que a escolha dos meios e processos de

comunicação seja definida através de estudos mercadológicos junto ao público que

se pretende atingir. (MATTAR, 2005).

Certamente, o marketing tem sua aplicação mais intensa nas organizações

lucrativas do que nas não-lucrativas. Entretanto, organizações situadas no Terceiro

Setor, cujas denominações têm cunho social ou até mesmo religioso, fazem do

marketing uma de suas estratégias para obter recursos ou sensibilizar a

comunidade. (COBRA, 2008).

O objetivo é gerar consistência na campanha de marketing, com chance de

atingir os clientes certos, no momento e local adequados, com as mensagens

corretas e um processo comunicacional eficiente. (OGDEN, 2002).

Neste caso, para o autor, a Comunicação Integrada de Marketing – CIM que

é o mix do composto promocional, sendo este formado por: promoção de vendas,

propaganda, publicidade, relações públicas, venda pessoal, marketing direto e

marketing digital é o foco de estudo.

A comunicação integrada não pode ser separada entre comunicação

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institucional e a comunicação mercadológica, como não se pode separar o produto

ou serviço da organização. A ação conjunta de profissionais de várias áreas e ações

conjugadas é que garantirão coerência da linguagem, racionalizando atividades e,

ao mesmo tempo respeitando diferenças de cada setor da organização. Além disso,

a CIM deve transmitir a multiplicidade de conteúdos, ou seja, oferecer o serviço de

marketing como um todo, em vez de focalizar apenas partes isoladas dele, é uma

tendência no mercado publicitário para melhor atender seus clientes. (OGDEN 2002)

Com critérios mais apurados a avaliação do consumidor começou a

incorporar dimensões que vão além das questões econômicas. Não basta somente

ter preço e qualidade, uma parcela expressiva de consumidores crêem que as

empresas devam demonstrar que estão preocupadas com as desigualdades sociais,

culturais e ambientais existentes seja no país ou no mundo. (SHIMOYAMA, 2002).

Atualmente, as empresas estão tendo um maior posicionamento socialmente

responsável, objetivando ou não um diferencial competitivo. Os consumidores,

porém, estão cada vez mais conscientes de seu poder de persuasão diante das

grandes organizações, conforme alude Shimoyama (2002).

Um olhar mais atento em direção às experiências do Terceiro Setor,

representadas pelas Organizações Não Governamentais – ONG’s irá mostrar que é

crescente a participação da sociedade civil na busca de soluções para problemas

comuns. Neste contexto, têm-se desde 1998 a ONG Curupira, com a finalidade e

missão de buscar a proteção e conservação do Meio Ambiente e o manejo

adequado deste. Esta ONG, além de desenvolver projetos, análises e programas

referentes à proteção e conservação do Meio Ambiente, promove a educação

ambiental em busca de melhorias da qualidade de vida de todos os cidadãos.

1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa

Este trabalho tem sua importância porque auxiliou a Associação

Ambientalista Curupira a desenvolver seu Plano de Comunicação, permitindo a

mesma conhecer seu posicionamento no mercado, podendo direcionar suas forças

para resolver seus problemas e atingir seus objetivos, direcionada ao seu público-

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alvo.

Para o acadêmico-estagiário a importância desta pesquisa foi pela sua

originalidade e também a oportunidade de atuar na área de marketing. Disponibilizar

dados para trabalhos futuros na área do voluntariado ambiental também pode ser

considerada meta cumprida.

Salienta-se que para a Universidade este estudo é único, visto que no

Ceciesa – curso de Administração – Gestão, não há trabalho direcionando a

Comunicação Integrada de Marketing – CIM, para o Terceiro Setor.

Sendo assim, como questão problema formula-se a seguinte pergunta: Quais

as ferramentas de Comunicação de Marketing são mais eficazes para a

divulgação da ONG Curupira e de seus serviços em todo o Estado de Santa

Catarina, permitindo-lhe estimular a adesão de mais voluntários e parceiros e,

conseqüentemente, aumentar o fluxo dos projetos e angariar fundos para a

realização dos mesmos?

1.2 Objetivos

O objetivo geral deste estudo foi desenvolver um plano de comunicação

para consolidação da Associação Ambientalista Curupira na perspectiva da

CIM.

Para isso, os objetivos específicos foram delineados conforme segue:

��Identificar o perfil das ONG’s Ambientais do Estado de Santa Catarina.

��Descrever as ferramentas da CIM implementadas pela ONG até o

momento.

��Levantar as ferramentas da CIM implementadas por ONG’s similares do

Estado de Santa Catarina.

��Identificar os veículos de comunicação com maior abrangência no

Estado de Santa Catarina, por região e por meio de comunicação.

��Elaborar um Plano de Comunicação para a ONG Curupira na

perspectiva da CIM.

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1.3 Aspectos Metodológicos

Este item apresenta os aspectos metodológicos empregados no

desenvolvimento e direcionamento deste estudo em termos de: (1) caracterização da

pesquisa; (2) participantes da pesquisa; (3) instrumentos de coleta de dados; (4)

tratamento e análise dos dados.

1.3.1 Caracterização da pesquisa

A metodologia utilizada neste trabalho foi predominantemente qualitativa

com aporte quantitativo apoiadas em pesquisa bibliográfica na concretização de um

plano de comunicação. Pois, segundo Roesch (2007, p. 126):

O projeto pode combinar o uso de mais de um método. Aliás, é comum que na fase exploratória se utilize à postura própria do método qualitativo de ouvir o que as pessoas têm a dizer e participar de eventos sem a preocupação de que isto possa influenciar os respondentes ou processos em andamento. Numa etapa seguinte, a tendência é buscar medir alguma coisa de forma objetiva, como é o propósito do método quantitativo.

Na proposição de planos uma combinação de ambos é geralmente utilizada

ou apropriada, o que ocorreu nesta pesquisa.

O método qualitativo oferece vários tipos de pesquisa para se conseguir a

resposta ao problema apresentado. Segundo Oliveira, (1999, p. 117):

As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Parasurman (apud SAMPAIO, 2001, p. 21) argumenta que “pesquisa

qualitativa envolve coletar, analisar e interpretar dados que não podem ser

significativamente quantificados, isto é, sumarizados em forma de números”.

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Roesch (2007, p. 154) acrescenta que “pesquisa qualitativa e seus métodos

de coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória da

pesquisa”.

Para tal, foi delineado como método o estudo de caso, pois se destina

apenas a ONG Curupira, que de acordo com Gil (1999, p. 58):

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.

As vantagens do estudo de caso são o estímulo a novas descobertas,

ênfase na totalidade e simplicidade nos procedimentos. Sua limitação dá-se à

dificuldade de generalização dos resultados obtidos.

Lembra Gil (1999, p. 60) “que, embora o estudo de caso se processe de

forma relativamente simples, pode exigir do pesquisador nível de capacitação mais

elevado que o requerido para outros tipos de delineamento”.

Segundo Yin (apud ROESCH 2007, p. 155):

O estudo de caso como uma estratégia de pesquisa pode ser utilizado de modo exploratório (visando levantar questões e hipóteses para futuros estudos, por meio de dados qualitativos), descritivo (buscando associações entre variáveis, normalmente com evidência de caráter quantitativo) e, mesmo, explanatório.

O estudo de caso como técnica de pesquisa oferece relação entre teoria e

prática. Logo, concretizou-se um Plano de Comunicação para a ONG Curupira

apoiado em pesquisa bibliográfica, entrevista com o presidente da mesma (apêndice

1) e pesquisa de campo por meio de um levantamento com aplicação de

questionário em ONG’s do setor ambiental do Estado de Santa Catarina.

1.3.2 Participantes da pesquisa

A presente pesquisa foi realizada durante o período de julho a agosto de

2008, cujos aspectos e meios utilizados estão descritos a seguir.

Marconi; Lakatos (2001, p. 37) acreditam que, “a população ou o universo é

o conjunto de seres animados ou inanimados que representam pelo menos uma

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15

característica em comum". O universo ou população de uma pesquisa depende de

assuntos a ser investigados.

Segundo Roesch (2007, p.138), “Uma população é um grupo de pessoas ou

empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”.

Geralmente em levantamentos são utilizadas grandes populações, no entanto,

dependendo do tempo, custo ou da capacidade de processamento dos dados,

extrai-se apenas uma parcela desta população para analisar, utilizando assim, uma

amostragem. Portanto, para melhor discernimento, se faz necessário que se defina

amostra, que para ela (autora) é um subconjunto da população e, por amostragem

se entende os procedimentos para extração de amostras que representem bem a

população.

Foi considerada a população de 22 (vinte e duas) ONG’s do setor ambiental

do Estado de Santa Catarina. A escolha destes elementos tem por finalidade sua

maior abrangência e atuação no território catarinense. Estas entidades foram

extraídas do cadastro da Rede de ONGs da Mata Atlântica, através do site

www.rma.org.br e também do cadastro de contatos da própria ONG, caracterizando

a amostra definida para a pesquisa.

Entretanto, dos 22 questionários distribuídos retornaram 15. Por isso, faz-se

necessário o cálculo da amostragem que segundo Barbetta (2007):

E0 = erro amostral tolerável (quanto o pesquisador admite errar na avaliação)

n0 = primeira aproximação do tamanho da amostra

n = tamanho da amostra

N = tamanho da população

Dados:

N = 22 entidades ambientais

E0 = 15% (0,15)

n0 = 1 / E02 (1)

n = N x n0 (2)

N + n0

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Cálculo:

Deste modo obteve-se uma amostra com 15 elementos de uma população

de 22 ONG’s, sendo o erro amostral de 15% e o de confiabilidade de 85%.

Neste sentido, a amostra é caracterizada como intencional.

A técnica de amostragem intencional, para Gil (1999), constitui um tipo de

amostragem não probabilística e consiste em selecionar um subgrupo da população

que, com base nas informações disponíveis possa ser considerado representativo de

toda a população. Também para Mattar (2005), a amostra intencional é classificada

como sendo não probabilística, o que gera a impossibilidade de generalização de

resultados.

Empregou-se também a entrevista direta com o presidente da ONG

Curupira, pois o mesmo está à frente da Associação desde a sua fundação.

Outro fato importante é a relação com os participantes da pesquisa, que

para Richardson (2007, p. 96) deve-se observar:

A administração do relacionamento com os entrevistados é um aspecto importante da validade da pesquisa qualitativa, mas não pode ser prescrito como um procedimento específico, e sua adequação ou eficiência não será imediatamente clara para uma terceira pessoa. O esforço feito pelo pesquisador para estabelecer resultados válidos pode aparecer no relatório, mas a validade será um processo que, em último caso, dependerá da confiança.

O pesquisador não deve influenciar os entrevistados para não distorcer

declarações ou mesmo resultados.

1.3.3 Instrumentos de coleta de dados

Foi utilizada neste trabalho a coleta de dados primários e secundários.

n0 = 1 / (0,15)2 = 44,44

n = 22 x 44,44 = 15 entidades ambientais

22 + 44,44

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Em termos de técnicas de coleta primária, a aplicada foi a entrevista direta

que é definida por Marconi; Lakatos (2003, p. 195) como sendo um “encontro entre

duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de

determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”.

Neste caso, para coletar os dados primários utilizou-se de entrevista direta.

Esta, segundo Roesch (2007), permite ao entrevistador entender e captar as

perspectivas dos participantes.

Ainda, como técnica de coleta primária, através de pesquisa quantitativa

constituiu-se levantamento com aplicação de questionário composto por perguntas

abertas e fechadas, contendo duas partes, abordando o (1) perfil das entidades e (2)

comunicação. As perguntas abertas foram elaboradas com a finalidade de ampliar o

recolhimento de avaliações das organizações.

Já em termos de técnicas de coleta secundária, a qual conforme definição

de Mattar (2005), abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de

estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, pesquisas na internet, visto que

a finalidade das fontes secundárias é colocar o pesquisador em contato direto com

tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, os dados foram

levantados através da pesquisa informal, da análise documental (site das ONGs) e

no levantamento bibliográfico, informações sobre o tema.

A observação participante também foi empregada, pois o autor da pesquisa

é voluntário da ONG, onde vivencia o dia a dia e contribui com logística todos os

eventos da mesma. Esta consiste na participação efetiva do pesquisador com a

comunidade ou grupo, que para Roesch (2007, p. 161) “é o método tradicional da

pesquisa em Antropologia. Na pesquisa em organizações, tem sido utilizada pelo

menos de duas maneiras: de uma forma aberta, quando o pesquisador se torna um

empregado da empresa [...]”.

Cabe registrar que o questionário, é o instrumento mais utilizado em técnica

de análise como métodos estatísticos, em que Gil (1999, p. 35) define como:

Este método fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em ciências sociais. Há que se considerar, porém, que as explicações obtidas mediante a utilização do método estatístico não podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas dotadas de boa probabilidade de serem verdadeiras.

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Os questionários foram aplicados no início do 2º semestre de 2008, de forma

pessoal, via e-mail, após contatos telefônicos com os representantes das ONG’s

pesquisadas.

Já, com relação ao conteúdo, o questionário foi subdividido em duas partes,

a primeira parte procurou traçar o perfil das ONG´s através das questões sobre:

tempo de existência, principais atividades, constituição jurídica, registro em órgãos

ambientais, voluntariado, parcerias e projetos, doações e critérios para formar estas

parcerias. E a segunda parte rege sobre as ferramentas da CIM: (1) propaganda, (2)

marketing digital, (3) publicidade e relações públicas, (4) marketing direto, (5) vendas

e (6) promoção de vendas.

Enfim, em termos de coletas de dados, essa pesquisa beneficiou-se de

dados primários e secundários empregando entrevista direta, questionários e

observação participante.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

As técnicas de análise qualitativa dos dados empregadas neste estudo

foram baseadas em análise de conteúdo tendo como foco principal a pesquisa

bibliográfica e a entrevista. Segundo Roesch (2007, p. 170) “os procedimentos da

análise de conteúdo criam indicadores quantitativos”. O pesquisador deverá

interpretar e explicar os resultados.

As técnicas de análise quantitativas dos dados foram disponibilizadas e

apresentadas em forma de tabelas e gráficos, seguidos de comentários e análises

descritivas e conclusivas. Com isto se procurou levantar, com maior precisão, a

freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua

natureza e características, como apontado por Roesch (2007).

Seguindo essa lógica, o Quadro 1, a seguir, traz as informações que

serviram como indicadores para a análise.

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Informação Categoria da informação Questionário Autores

Perfil das entidades

Tempo de existência Principal atividade Constituição jurídica Registro em órgãos ambientais Voluntariado Parcerias e projetos Doações Critérios para formar parcerias

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8

Fernandes (1994) Ioschpe (1997) Coelho (2002) Mattar (2005)

Comunicação

Propaganda Marketing digital Publicidade e Relações Públicas Marketing Direto Departamento comercial/vendas Promoção de vendas

Questão 9 Questão 10 Questão 11 Questão 12 Questão 13 Questão 14

Ogden (2002) Kotler (2006) Limeira (2007) Pinheiro (2008)

Quadro 1 – Indicadores para a análise FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008). Como houve dados coletados de natureza nominal, eles não puderam ser

somados ou multiplicados. Foi verificada a freqüência e calculado percentagens.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A revisão bibliográfica pela sua importância permite uma leitura a respeito da

ciência da Administração e sua história; Marketing e o Terceiro Setor. Fundamento

básico para o presente trabalho de pesquisa, ter sua validade e importância

comprovadas.

2.1 Administração

Administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos

assuntos de um grupo. Administrar é uma função do ser humano desde o princípio

de sua existência, mas administrar o tempo e sua relação com o trabalho é algo que

recentemente aconteceu na história da humanidade.

O estudo da Administração é um desdobramento da história das

transformações econômicas, sociais e políticas de várias culturas. Para o homem ter

suas necessidades satisfeitas é preciso esforços organizados.

Examinando-se a administração pré-industrial, dois temas aparecem

constantemente: (1) noção relativamente limitada das funções administrativas; (2)

pouca consideração pela atividade comercial. Neste sentido Kwasnicka, (1995, p.

16-17) relata que:

A evolução das sociedades através dos séculos, do período medieval ao mercantilista, tendo o seu grande despertar no princípio do século XVI, com as grandes descobertas através da navegação e das invenções, iniciou o que podemos chamar de primórdios da Revolução Industrial.

Dando mais um salto na história, passa-se para a fase dos primeiros estudos

formais: Enquanto a Teoria da Administração que se situa nos séculos XIX e XX,

surgiu a chamada Administração Científica, com publicação dos Princípios da

Administração Científica, em 1911, por Frederick Winslow Taylor, chamado de Pai

da Administração Científica.

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A partir das recomendações de Taylor, uma série de técnicas se tornou

universal, como a descrição de cargos, o planejamento de fluxos de trabalho, o

controle sistemático de estoques.

Fayol (1910, apud Kwasnicka, 1995) ainda define Administração como

sendo o conjunto das operações de toda a empresa que pode ser dividido em sem

seis grupos:

1º) Operações técnicas: produção, fabricação, transformação.

2º) Operações comerciais: compras, vendas, permutas.

3º) Operações financeiras: procura e gerência de capitais.

4º) Operações de segurança: proteção de bens e de pessoas.

5º) Operações de contabilidade: inventários, balanços, preços de custo,

estatística.

6º) Operações administrativas: previsão, organização, direção, coordenação

e controle.

Cabe registrar que esses grupos de operações ou funções existem em

qualquer empresa, não importando seu porte.

A administração foi constituída por correntes e teorias que desenvolveram

seus pensamentos primeiramente com ênfase nas tarefas, na estrutura, nas pessoas

e mais recentemente, no ambiente e na tecnologia conforme demonstrado no

Quadro 2, logo a seguir:

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Ênfase Teorias Administrativas Principais Enfoques

Nas TarefasNas Tarefas AdministraAdministraçção Cientão Cientííficafica RacionalizaRacionalizaçção do Trabalho no não do Trabalho no níível vel OperacionalOperacional

Na EstruturaNa Estrutura

•• OrganizaOrganizaçção Formal;ão Formal;•• PrincPrincíípios Gerais da Administrapios Gerais da Administraçção;ão;•• FunFunçções do Administrador.ões do Administrador.

Teoria ClTeoria CláássicassicaTeoria NeoclTeoria Neocláássicassica

•• OrganizaOrganizaçção formal burocrão formal burocráática;tica;•• Racionalidade organizacional.Racionalidade organizacional.Teoria da BurocraciaTeoria da Burocracia

•• MMúúltipla abordagem;ltipla abordagem;•• OrganizaOrganizaçção formal e informal;ão formal e informal;•• AnAnáálise infralise infra--organizacional;organizacional;•• AnAnáálise interlise inter--organizacional.organizacional.

Teoria EstruturalistaTeoria Estruturalista

Nas PessoasNas Pessoas

•• OrganizaOrganizaçção informal;ão informal;•• MotivaMotivaçção, Lideranão, Liderançça, Comunicaa, Comunicaçções e ões e Dinâmica de grupo.Dinâmica de grupo.

Teoria das relaTeoria das relaçções humanasões humanas

•• MudanMudançça organizacional planejada;a organizacional planejada;•• Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.

Teoria do desenvolvimento Teoria do desenvolvimento OrganizacionalOrganizacional

No AmbienteNo Ambiente

•• AnAnáálise infralise infra--organizacional e analise organizacional e analise ambiental;ambiental;••Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.

Teoria EstruturalistaTeoria EstruturalistaTeoria NeoTeoria Neo--estruturalistaestruturalista

•• AnAnáálise ambiental;lise ambiental;•• Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.Teoria da contingênciaTeoria da contingência

•• AdministraAdministraçção da tecnologia (imperativo ão da tecnologia (imperativo tecnoltecnolóógico).gico).Teoria da contingênciaTeoria da contingênciaNa TecnologiaNa Tecnologia

Ênfase Teorias Administrativas Principais Enfoques

Nas TarefasNas Tarefas AdministraAdministraçção Cientão Cientííficafica RacionalizaRacionalizaçção do Trabalho no não do Trabalho no níível vel OperacionalOperacional

Na EstruturaNa Estrutura

•• OrganizaOrganizaçção Formal;ão Formal;•• PrincPrincíípios Gerais da Administrapios Gerais da Administraçção;ão;•• FunFunçções do Administrador.ões do Administrador.

Teoria ClTeoria CláássicassicaTeoria NeoclTeoria Neocláássicassica

•• OrganizaOrganizaçção formal burocrão formal burocráática;tica;•• Racionalidade organizacional.Racionalidade organizacional.Teoria da BurocraciaTeoria da Burocracia

•• MMúúltipla abordagem;ltipla abordagem;•• OrganizaOrganizaçção formal e informal;ão formal e informal;•• AnAnáálise infralise infra--organizacional;organizacional;•• AnAnáálise interlise inter--organizacional.organizacional.

Teoria EstruturalistaTeoria Estruturalista

Nas PessoasNas Pessoas

•• OrganizaOrganizaçção informal;ão informal;•• MotivaMotivaçção, Lideranão, Liderançça, Comunicaa, Comunicaçções e ões e Dinâmica de grupo.Dinâmica de grupo.

Teoria das relaTeoria das relaçções humanasões humanas

•• MudanMudançça organizacional planejada;a organizacional planejada;•• Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.

Teoria do desenvolvimento Teoria do desenvolvimento OrganizacionalOrganizacional

No AmbienteNo Ambiente

•• AnAnáálise infralise infra--organizacional e analise organizacional e analise ambiental;ambiental;••Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.

Teoria EstruturalistaTeoria EstruturalistaTeoria NeoTeoria Neo--estruturalistaestruturalista

•• AnAnáálise ambiental;lise ambiental;•• Abordagem de sistema aberto.Abordagem de sistema aberto.Teoria da contingênciaTeoria da contingência

•• AdministraAdministraçção da tecnologia (imperativo ão da tecnologia (imperativo tecnoltecnolóógico).gico).Teoria da contingênciaTeoria da contingênciaNa TecnologiaNa Tecnologia

Quadro 2 – As principais teorias e seus principais enfoques FONTE: Chiavenato (1997, p. 15).

O quadro 2 apresenta as fases da evolução da administração, iniciando pela

Administração Científica que segundo Chiavenato (1995, p. 5), “é o nome que

recebeu por causa da tentativa da aplicação dos métodos da ciência aos problemas

da administração, a fim de alcançar elevada eficiência industrial”.

As principais áreas da administração são: Administração Financeira,

Recursos Humanos, Produção, Materiais e Marketing. (ROESCH, 2007).

2.2 Marketing

Com o grande e crescente número de organizações no mercado, na qual

todas buscam clientes que possam usufruir de seus produtos, as organizações

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devem utilizar de estratégias de comercialização para facilitar a aproximação do

cliente com a empresa que, consequentemente, difundirá seus produtos no

mercado. Porém, essa característica do mercado não surgiu no último século,

aconteceu através dos anos. Entretanto, suas características acompanharam os

aspectos econômicos, sociais e culturais de cada período da história. É nessa linha

de pensamento que surge o conhecimento sobre marketing. Shimoyama; Zela

(2002, p. 2) em seu artigo afirmam que:

O marketing tornou-se uma força difundida e influente em todos os setores da economia. Em poucos anos despojou-se de sua antiga imagem de algo antiético e desnecessário e passou a ser visto como um instrumento essencial para a formação e manutenção de diversos negócios, tendo inclusive seus conceitos aplicados nos mais variados tipos de organizações.

Todavia, o marketing tem sofrido ao longo do tempo uma deturpação (em

grande parte pensamentos errôneos) no seu significado. Por isso, a importância de

conceituá-lo para que seja assimilado também pelo senso comum. Como confirma

Gioia (2006, p.5) quando diz que, “o marketing tem adquirido um significado

impreciso no senso comum, em grande parte negativo”.

O marketing caracteriza-se não somente pela divulgação de um produto,

pessoa ou idéia. Este é formado por diversas características e atividades. Para Gioia

(2006, p. 5), “o marketing envolve uma série de atividades, que vão da concepção

de um produto por uma empresa até sua entrega e seu consumo e descarte pelo

cliente”.

Em termos históricos, de acordo com McDonald (2004, p. 2), “em 1772,

quando Adam Smith disse que o consumo é a única finalidade e propósito da

produção, na verdade ele estava descrevendo o que nos últimos anos passou a ser

conhecido como conceito de marketing”. Talvez, este foi um dos primeiro conceitos

de marketing, contudo, fica evidente que era um conceito simples, devido, ao

reduzido número de pesquisas na área.

No ano de 1960, a AMA - American Marketing Association (apud COBRA,

2004, p. 23) define marketing como sendo “o desempenho das atividades de

negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou

utilizador”. Contudo, teve-se a necessidade de ampliar esse conceito, pois, as

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organizações estavam evoluindo rapidamente, além dessa definição não atender

toda a abrangência do marketing dentro de uma organização.

Portanto, em 1965, a Ohio State University (apud COBRA, 2004, p. 23)

definiu marketing da seguinte forma “o processo na sociedade pelo qual a estrutura

da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e

satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e

serviços”.

A partir de 1969 surgiram pesquisadores do marketing mencionando a

participação das instituições não lucrativas dentro da abordagem do marketing, que

conseqüentemente fez com que os conceitos, definissem marketing de uma forma

mais ampla. Primeiramente em 1985, a AMA (apud, BOONE; KURTZ, 1995, p. 6)

tentou apresentar uma definição geral dizendo que “marketing é o processo de

planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de idéias,

bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer

objetivos individuais e organizacionais”.

Em pleno século XX e início do século XXI, diversos autores iniciaram um

processo de atualização dos conceitos de marketing. Kotler (2006, p. 27) diz que

“Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o

que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor

com outros”.

De uma maneira bem simples, Ogden (2002, p. 1) crê que:

o conceito de marketing estabelece que uma empresa deve satisfazer os desejos e as necessidades do consumidor em troca de lucro. Em outras palavras, a empresa ou organização deve direcionar todos os seus esforços a dar a seus clientes serviços e produtos que eles desejam ou necessitam.

Segundo Levitt (apud COSTA, 2003, p. 60), marketing é “uma orientação da

direção da empresa baseada no entendimento de que a tarefa primordial da

organização é determinar: as necessidades, desejos e valores de um mercado

consumidor alvo de forma efetiva”.

Para McDonald (2004, p. 2) o conceito de marketing “ao contrário da função

de marketing, subentende que todas as atividades de uma organização são

impulsionadas por um desejo de satisfazer às necessidades de clientes”.

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Para Gioia (2006, p. 6) marketing “pode ser entendido como um processo de

troca envolvendo pessoas, bens e serviços, com o objetivo de alcançar a satisfação

dos clientes ou consumidores”. É importante notar os aspectos que se apresentam

como características do marketing, sendo estes, necessidade, troca, desejo e

satisfação.

Em suma, para essa autora a essência de Marketing é o processo de troca,

entre duas ou mais partes, tendo como objetivo satisfazer necessidades de ambas

as partes, tanto da organização como de seu cliente. Entretanto, ele se desenvolveu

com características e finalidades diferentes que acompanhavam o objetivo da

empresa perante o mercado.

Na história do Marketing identificam-se quatro eras: (1) a era da produção ou

produto, (2) a da venda, (3) a do marketing ou mercado e (4) do relacionamento.

Porém, alguns autores estabelecem apenas três eras sendo elas: produção, vendas

e marketing (BOONE; KURTZ, 1998, p. 7). Sendo estas (eras) chamadas de

orientação da empresa em relação ao mercado que se classificam como: orientação

para produção, vendas e marketing ou simplesmente, conceito de produção, vendas

e marketing.

Portanto, até o ano de 1925, a maioria das empresas sendo elas grandes,

médias ou pequenas, dirigiam-se a produção, como confirma Boone; Kurtz (1998, p.

7), “Os fabricantes davam ênfase à produção de mercadorias de qualidade e então

procuravam quem as comprasse”. Então, os fabricantes acreditavam que um

produto bem fabricado se venderia por si mesmo.

Fator determinante para esta postura foi a Revolução Industrial, em que as

estratégias de mercado eram praticamente impostas pela manufatura, sendo que

estes eram focados na eficiência da produção e no controle dos custos. (ETZEL,

2001).

Segundo Kotler (2006, p. 35), orientação para produção:

Assume que os consumidores darão preferência aos produtos que estiverem amplamente disponíveis e forem de preço baixo. Os gerentes de organizações orientadas para produção concentram-se em atingir eficiência de produção elevada e distribuição ampla.

Todavia, mesmo com todas as tecnologias existentes, serem de fácil acesso,

muitos administradores insistem em utilizar a orientação para produção, como

confirma Gioia (2006, p. 11) que “originalmente, todas as empresas eram orientadas

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para a produção, e aquelas que, ainda hoje, possuem essa orientação acreditam

que seu público-alvo é formado por pessoas que valorizam produtos de baixo custo

e fáceis de serem encontrados”.

Entre os meados da década de 20 até o início dos anos 50 com o

desenvolvimento e sofisticação dos meios produtivos e o alinhamento na

produtividade, o marketing focou-se para vendas. Devido aos primeiros sinais de

excesso de oferta de produtos, estoques altos as empresas passaram a investir nas

vendas. (BOONE; KURTZ, 1998, p. 8).

Como confirma Sandhusen (2003, p. 13):

Esse excesso de produtos, combinado com aumentos drásticos nas rendas do consumidor, levaram a um ênfase no poder das vendas e das campanhas de propaganda para encontrar novos clientes e persuadir pessoas resistentes à compra.

Para Kotler (2006, p. 36), orientação para venda “assume que os

consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos

produtos da organização. Assim, a organização deve empregar um esforço

agressivo de venda e da promoção”. O que o autor informa é que o consumidor ou

mercado não procurará o produto espontaneamente, ele necessitará de uma força

para que o mercado se interesse pelo produto.

Esse tipo de orientação é utilizado demasiadamente por organizações que

não visam lucro, pois, necessitam de captação de fundos e aumento de número de

integrantes, sendo necessário a utilização das ferramentas de vendas. Pórem, Kotler

(2006, p. 36) acredita que “a maioria das empresas pratica o conceito de venda

quando tem capacidade de produção excessiva. Seu propósito é vender o que

fabricam em vez de o que o mercado deseja”.

De acordo com Rocha; Christensen (1999, p. 20):

[...] a orientação para vendas é, ainda hoje, a mais comum, havendo pouca preocupação por parte da maioria das empresas em prestar serviços que permitam manter a preferência do cliente a longo prazo. Tal situação encontra-se, porém, em mudança, impulsionada pela entrada da concorrência internacional.

A partir da década de 50, as empresas perceberam que vender a qualquer

custo não era a maneira mais correta, e sim conquistar e manter clientes, de uma

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forma honesta e duradoura. Com esta nova visão as organizações passaram a

utilizar conceitos de marketing como ferramentas estratégicas. (LAS CASAS, 2005).

No início dos anos 60 percebeu-se a existência de maiores aplicações para

o marketing do que até então se acreditava.

Durante a década de 80 e no início da década de 90, diversas organizações

sem fins lucrativos perceberam que necessitavam incorporar os conceitos de

marketing para sobreviverem e continuarem atuando. (ETZEL, 2001).

Boone (1998) coloca que existe uma diferença importante entre organização

com e sem fins lucrativos, nas organizações com fins lucrativos a tendência é

centralizar o marketing apenas em seus clientes. Por conta, as organizações sem

fins lucrativos devem direcionar seu marketing para diversos públicos, buscando

criar imagem positiva junto ao seu público-alvo e em todos os segmentos da

sociedade.

2.2.1 Ambiente de marketing

As organizações que desejam atingir as necessidades da empresa e dos

clientes, devem estar preparadas e dispostas a conhecerem e compreenderem seus

mercados que estão inseridas. Como confirma Gioia (2006, p. 14), “empresas e

organizações em geral [...], para ser bem sucedida, necessita de uma aguda

percepção das mais sutis tendências de mudança no longo prazo”.

Essas tendências de mudanças a qual o autor menciona é a respeito do

ambiente que a empresa esta inserida, que consequentemente, é compreendido

pelos clientes.

Entretanto, Cobra (2008, p. 123) colabora quando diz que “a administração

de marketing deve estar permanentemente orientada para monitorar o meio

ambiente com o objetivo de descobrir novas oportunidades, desenvolver vantagens

competitivas e sustentar o crescimento”.

Na administração de marketing, esse ambiente é conhecido como ambiente

de marketing ou simplesmente como variáveis controláveis e variáveis incontroláveis

que corresponde e formam, assim, o ambiente de marketing.

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Para Las Casas (2005) as variáveis incontroláveis são aquelas sobre as

quais a empresa não tem pleno poder de influência, necessitando adaptar seus

programas de marketing às mudanças dessas mesmas variáveis. Podem-se citar

como incontroláveis aquelas variáveis ligadas à economia, governo, política, clima,

tecnologia e aos aspectos sociais dentro de um contexto de comunidade. Segundo o

autor, a empresa deve considerar o que não pode modificar ou controlar, como as

condições climáticas, políticas ou culturais de cada país ou região. Com a

conscientização de condições particulares, a empresa pode adaptar suas atividades

de marketing.

O ambiente de marketing pode estar dividido em dois grandes grupos, sendo

eles o macroambiente (ambiente externo) e o microambiente (ambiente interno).

Segundo Kotler (2006, p. 63) macroambiente é:

a força de nível mais geral que afetam a estrutura, a conduta e a atuação dos sistemas de marketing da empresa, as quais formam o macroambiente. Tem grande impacto sobre a empresa, enquanto o inverso não é verdadeiro. São os fatores “incontroláveis”, aos quais as empresas se adaptam, por meio da utilização dos fatores “controláveis”: seus compostos de marketing.

Já para Gioia (2006, p. 15), macroambiente é o:

ambiente composto pelos stakeholders: concorrentes, fornecedores, clientes, intermediários, grupos de opinião e pressão, organizações não-governamentais, a comunidade na qual a empresa está inserida, o setor público, os outros públicos com os quais a empresa se relaciona.

O microambiente fica definido da seguinte forma por Cobra (2008, p. 123):

O ambiente interno é constituído das áreas funcionais da empresa, ao passo que o ambiente o ambiente operacional é formado pelos clientes, fornecedores, distribuidores, concorrentes, o público em geral, os agentes financeiros, sindicatos, o governo etc.

Portanto, o ambiente interno é o ambiente em que compreendido pelas

áreas funcionais da empresa, sendo sua característica maior o relacionamento direto

com o ambiente da empresa e possível de ser controlada.

Cada um dos grupos esta formado por variáveis, sendo elas controláveis, ou

seja, a gerência de marketing tem a capacidade de prever e reverter essas variáveis,

porém, existem as variáveis incontroláveis que para gerência de marketing são mais

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complexas e dificilmente consegue-se alterar, a única possibilidade para os

administradores de marketing é tentar prever essas variáveis, a fim de conseguir

adaptar-se perante o ambiente e consequentemente ao mercado.

Gioia (2006, p. 15) acredita que “as empresas possuem variáveis internas

que são controláveis, como produto, preço (salvo em mercados com preços

regulados), praça e promoção”.

Kotler (2006, p. 63) coloca que “o ponto fundamental do macroambiente é

que ele se modifica e, o que é mais importante, em ritmo acelerado”. É perceptível

que para o crescimento e sobrevivência das organizações, sendo elas grandes,

médias ou pequenas, precisam estar atentas ao macroambiente, alocando

investimento nos seus departamentos de marketing, como confirma Kotler (2006, p.

63):

A implicação-chave para o marketing da empresa é que ela precisa investir mais, a fim de se manter em consonância com as mudanças sociais significativas e estar preparada a se adaptar mais rapidamente do que antes. A empresa que sobrevive é a que está integralmente sintonizada com seu meio ambiente.

Entretanto, o que está acontecendo é que o ambiente está se alterando

muito rápido, ocasionando, assim o elevado desaparecimento das pequenas e

médias empresas.

Kotler (2006, p. 63) acredita que “uma empresa passiva enfrenta a extinção;

uma empresa adaptável sobreviverá e, provavelmente, terá um crescimento

modesto; uma empresa inovadora prosperará e até contribuirá para as mudanças

que estão ocorrendo no ambiente externo”.

Gioia (2006, p. 15) coloca que “o desafio a ser vencido está no adequado

ajustamento das variáveis internas e controláveis da empresa com as variáveis

externas, oriundas do macroambiente”.

Mas, na visão de Sandhusen (2003, p. 72), as variáveis incontroláveis do

macroambiente são classificadas da seguinte forma “o ambiente demográfico, o

ambiente econômico, o ambiente sociocultural, o ambiente político-legal, o ambiente

tecnológico e o ambiente competitivo (concorrência)”. Na verdade, essa classificação

não se altera muito de autor para autor, pode acontecer de alguns autores

determinarem outros termos para os mesmos ambientes.

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Para que se consiga entender toda a dinâmica do ambiente de marketing

para a empresa é necessário descrever os ambientes.

Segundo Las Casas (2006, p. 110), as variáveis econômicas “exerce

influência muito forte no desempenho de todas as empresas de determinado

mercado”. As oscilações que ocorrem freqüentemente na economia dos países

principalmente quando são países em desenvolvimento, afetam os hábitos de

consumo, a renda etc, atingindo rapidamente diversos setores da economia. Cobra

(2008, p. 132) afirma que “a única saída é antecipar-se os fatos, exercendo

previsões econômicas e coerentes [...], é preciso conhecer o ciclo de negócios, a

inflação, o crescimento da renda e a variação nos gastos de consumo”.

A respeito do ambiente sociocultural, Las Casas (2006, p. 113) pensa que “a

sociedade molda o comportamento à medida que ela vai adquirindo e mudando as

crenças e os valores culturais”. Para Gioia (2006, p. 19) o ambiente sociocultural é

compreendido pelas “tendências relativas a crenças básicas, valores, normas e

costumes sociais nas comunidades com as quais a empresa interage, inclusive

aquelas que possam alterar o desenvolvimento futuro dessa empresa”.

O ambiente demográfico é formado pelas características de uma

determinada população, sendo elas a nível local, regional, nacional e internacional.

Para Semenik; Bamossy (1995, p. 40), “a demografia consiste nas

características objetivas da população: idade, sexo, estado civil, profissão, porte da

residência e outras do gênero”.

2.2.2 Composto de marketing

A administração de marketing, atualmente, deve estabelecer mecanismos

estratégicos que possibilitem analisar sua integração com o mercado –

consequentemente seus clientes – e de uma forma mais rápida, pois as alterações

no mercado e dos clientes acontecem ligeiramente. Além disso, devem-se ter

mecanismos dinâmicos que comportem as mudanças do ambiente externo e interno

em que a organização está inserida.

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Devido, a este fato a administração de marketing, mais precisamente seus

administradores têm disponível como ferramenta estratégica, o composto de

marketing. Como confirma Cobra (2004, p. 41) “A interação de uma organização

com seus meios ambientes internos e externos se realiza através do composto de

marketing”.

Gioia (2006, p. 139) pensa que “A solução de integração desses elementos

é um dos componentes que definem a estratégia de marketing; de sua correta e

adequada combinação depende o sucesso de tal estratégia”.

Portanto, serão essas quatro ferramentas que serão os pilares básicos de

uma organização para que aconteça o marketing, pois através dessas ferramentas

será determinado, configurado e sustentado seu composto. (COSTA; TALARICO,

1996, p. 22)

Kotler (2003, p. 151) crê que o composto de marketing ou mix de marketing

é:

O mix de marketing descreve o conjunto de ferramentas a disposição da gerência para influenciar as vendas. A fórmula tradicional é chamada de quatro Ps – produto, ponto, preço e promoção (product, price, place e promocion). Produto; O produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende as necessidades e desejos de seus consumidores alvos. Ponto; O ponto posiciona o produto ou serviço junto ao seu mercado consumidor. Preço; O preço deve transmitir o valor dos custos de produção somando o valor agregado do produto acabado. Promoção; A promoção compreende a publicidade, relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising.

De uma forma simples, Dias (2004, p. 9) retrata o composto de marketing

sendo o “conjunto de quatro ferramentas que a empresa utiliza na criação de valor

para o cliente: produto, preço, promoção e ponto de distribuição”.

Para Gioia (2006, p. 139) composto de marketing é:

combinação de variáveis estratégicas controláveis pela organização, basicamente os 4Ps (produto, preço, promoção, e praça/ponto de venda/distribuição), orientada para a criação de valor para o comprador (cliente ou consumidor) e o atingimento dos objetivos da organização ofertante

Todavia, essa ferramenta é apresentada com outros nomes; entre eles

estão: composto de marketing, mix de marketing e popularmente chamado de 4 Ps,

contudo, retratam os mesmos objetivos.

O Composto de marketing ou mix de marketing popularmente chamado de

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ferramenta ou sistema dos 4 Ps foi idealizado por McCarthy (apud Kotler, 2000), o

qual classificou as ferramentas utilizadas pelo marketing em quatro grupos,

denominados os 4p’s do marketing, traduzidos para o português como: produto,

praça, preço e promoção. A partir da análise destes fatores de mercado é possível

tomar decisões dos compostos de marketing.

Cobra (2004, p. 42) coloca que “Importante interação envolve então as

ferramentas de marketing para a consecução dos objetivos de uma organização em

consonância com a sua missão de negócio”. Com isso, para satisfazer às

necessidades do mercado-alvo, é necessário existir uma relação direta e

dependente entre as variáveis dos 4 Ps, que tem o objetivo de atender a missão da

organização.

Cobra (2004, p. 44) afirma ainda que “a compreensão das ferramentas de

marketing pode ajudar a neutralizar as forcas ambientais, canalizando recursos e

obtendo resultados financeiros e de posicionamento de mercados compensadores”.

Para se compreender o que compõe o composto é interessante conceituar

os 4 Ps (produto, preço, ponto de distribuição e promoção), Gioia (2006, p. 146)

acredita que produto é “qualquer coisa (bem, serviço, idéia, pessoa, instituição etc.)

que potencialmente possui valor de troca; um conjunto de atributos e resultados de

consumo que satisfazem necessidade(s)”.

Costa; Talarico (1996, p. 32) pensam que preço é “o valor que um produto

tem ou apresenta em determinado mercado, representado por uma quantidade de

moeda”. Gioia (2006, p. 150) coloca que o preço é “o componente fundamental na

avaliação do custo envolvido na troca pelo comprador-alvo; ao mesmo tempo, a

variável que determina o resultado para a organização”. Ainda seguindo o

pensamento de Gioia (2006, p. 155), a distribuição “compreende o processo, a

estrutura e a gestão da disponibilização dos produtos (bens, serviços etc.) para as

trocas”.

De acordo com Gioia (2006, p. 160) promoção é o:

Esforço de comunicação para reconhecimento e a criação de consciência de um produto por parte dos compradores-alvo, envolvendo a informação sobre sua configuração, as necessidades que ele potencialmente satisfaz e de que modo ele atende a essas necessidades.

Gioia (2006, p. 140) acredita que o “composto de marketing incorpora a

visão de negócio, seus objetivos, decisões sobre mercado e, acima de tudo,

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33

expressa operacionalmente a estratégia do produto, vale dizer, as orientações e

decisões adotadas para a oferta”.

Portanto, o composto de marketing tem que basear-se nos objetivos e

características da organização, para que efetivamente sejam alcançados os

objetivos do marketing que são a satisfação do cliente e a rentabilidade da empresa.

A figura 1 mostra a empresa preparando um mix de ofertas de produtos,

serviços, utilizando um mix de promoção, que é formado por promoção de vendas,

publicidade, força de vendas, relações públicas, mala-direta, telemarketing e

internet, para alcançar canais de distribuição e os clientes-alvo.

MIX de MARKETING

MERCADO ALVO PRODUTOS PRAÇA

PREÇO PROMOÇÃO Variedade Canais

Qualidade Preço de lista Promoção vendas Cobertura

Design Descontos Publicidade Variedades Características Concessões Força de vendas Locais

Nome da marca Prazo Pagto. Relações públicas Estoque

Embalagem Condições de Marketing direto Transporte Tamanhos financiamento Serviços Garantias Devoluções

Figura 1 – Mix de marketing FONTE: Shimoyama; Zela (2002, p. 55).

Conhecido como os 4P’s de Marketing, essas variáveis servem de base para

a interação entre o consumidor final e a empresa, permitindo a adequação das

empresas para atender as expectativas das demandas. Ouros autores, como Kotler

(2004); Semenik; Bamossy (1995) assim definem:

�� Produto

O produto é a base de qualquer negócio, ele significa a oferta de uma

empresa para satisfazer a necessidade do consumidor. Os produtos podem ser

classificados em três grupos, de acordo com sua durabilidade ou tangibilidade. Bens

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não-duráveis são os de consumo freqüente, como alimentos. Bens duráveis são os

de consumo utilizados por um período extenso, como eletrodomésticos e

automóveis. E os serviços, que é a ação desempenhada por uma parte a outra,

como limpeza e entretenimento.

�� Preço

O preço influencia no comportamento de compra quando o consumidor está

avaliando as alternativas para a tomada de decisão de compra. Ao fixar um preço,

deve-se considerar o tipo de concorrência, o custo total, e estimar o valor máximo

que o cliente pagaria por o produto ou serviço oferecido.

O preço difere dos três outros componentes, pois gera receita e os demais

geram custos. É também o mais flexível dos quatro componentes do composto de

marketing, por que pode ser aumentando e reduzido freqüentemente pelos

profissionais de marketing.

�� Praça ou distribuição.

O Ponto, ou praça é uma estratégia para tornar o produto disponível ao

público-alvo. É importante que os produtos estejam disponíveis nas quantidades e

locais corretos, e na hora em que o consumidor desejar. O produto ou serviço só

terá utilidade se estiver posicionado junto ao seu mercado consumidor.

A escolha do ponto para o produto ou serviço, é relacionada com o canal de

distribuição, tais como o distribuidor, atacado ou varejo. O profissional de marketing

deve selecionar características no ponto de venda que combinem com o produto, ou

serviço.

�� Promoção

O “P” de Promoção, representa todas as ferramentas que um profissional de

marketing pode utilizar para emitir uma mensagem ao público alvo com objetivo de

gerar uma resposta positiva aos clientes.

Entretanto, desenvolveram-se outras maneiras de representar o composto

de marketing de uma organização, contudo utilizando-se de ferramentas estratégicas

similares as dos 4 Ps. Neste sentido, o professor Raimar Richers, desenvolveu 4 As,

esse modelo sugere uma interação entre a organização e seu meio ambiente,

diferentemente dos 4 Ps, em que a interação acontece através da missão do

negócio. Este composto de marketing é formado por (1) análise, (2) adaptação, (3)

ativação e (4) avaliação. (COBRA, 2004)

Todavia, existem ainda os 4 Cs, que foram idealizados por Lautenborn que

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são: (1) CLIENTE é o elemento mais importante; (2) CUSTO estar dentro das

possibilidades de compra do consumidor; (3) CONVENIÊNCIA satisfazer o cliente e

mantê-lo fiel aos produtos ou serviços oferecidos e (4) COMUNICAÇÃO assediar o

cliente, mexer, induzir a compra. (COBRA, 2004).

Em suma os compostos mercadológicos reúnem aspectos importantes no

processo de administração de marketing.

2.2.3 Mercado-alvo ou público-alvo

No momento em que as empresas observaram que poderiam estar

perdendo capital e consequentemente clientes, devido, ao tamanho que a

diversificação do mercado alcançou no século XX, tiveram então que buscar meios

que conseguissem identificar o mercado que realmente tivesse a necessidade e/ou

desejo de adquirir o produto de determinada empresa. Por isso, na administração de

marketing desenvolveu-se o conceito de mercado-alvo (KOTLER, 2004).

É fundamental antes de qualquer processo identificar qual público-alvo a ser

direcionado o esforço de comunicação. Porém, não será somente a variável

promoção que é afetada, e sim, todo o composto de marketing de uma organização,

contudo suas ações devem estar direcionadas totalmente para o mercado-alvo.

Como confirma Ogden (2002, p. 5) “o mercado-alvo, grupo de pessoas para o qual a

organização ou empresa decide direcionar seus esforços de marketing”.

Contudo, o mercado-alvo “é aquele que as organizações irão direcionar suas

estratégias e seu esforço de marketing”. (DIAS et. al, 2004).

Gioia (2006, p. 141) conceitua mercado-alvo sendo “grupo de compradores

(clientes ou consumidores) que têm necessidades e desejos, percepções de valor

e/ou comportamento de compra relativamente semelhantes, selecionados como foco

para oferta de dado produto”.

Para Kotler (2006, p. 512) “após a empresa ter identificado suas

oportunidades de segmentos de mercado, ela precisa avaliar os vários segmentos e

decidir quantos e quais deles visar”.

O Público-alvo é o foco das ações de marketing da empresa. São as

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pessoas a quem dirigimos estratégias, buscando atender e satisfazer seus desejos e

necessidades. Para confirmar o conceito de mercado-alvo, Dias (2004, p. 3) afirma

que mercado-alvo é “aquele para o qual a empresa irá direcionar seus investimentos

e focar sua estratégia de marketing”. Entretanto, as primeiras visões do marketing

eram dirigidas para o Marketing de Massa, ou seja, considerava uma grande

população sem diferenciar segmentos que a compõem.

Todavia, com a diversificação das necessidades e desejos dos

consumidores e suas características social, cultural e econômica diversificadas, é

quase que impossível de atender todo o mercado de uma mesma maneira, por isso,

independentemente do setor em que a organização esteja inserida, ela deve em um

primeiro momento identificar seu mercado-alvo, e logo após, segmenta-lo e repassar

as analises desse mercado para as ferramentas de marketing para que se possa

elaborar estratégias de acordo com as necessidades do mercado.

Portanto, para Dias (2004) esse será o desafio em que às empresas

enfrentarão no XXI.

2.2.4 Segmentação

Considera-se que as pessoas são diferentes e pensam diferentemente na

sua forma de comprar e aos produtos e serviços que costumam adquirir. Mas, ao

mesmo tempo percebe-se também que é possível, em alguns momentos, agrupar

esses consumidores (SHIMOYAMA; ZELA, 2002).

A segmentação de mercado representa um esforço para atingir o público

alvo com maior precisão. (KOTLER, 2006). Talvez, seja por isso que para Cobra

(2008, p. 150) “é importante compreender o comportamento de compra do

consumidor para poder identificar e agrupar compradores com perfis semelhantes e,

dessa maneira, realizar uma segmentação de mercado”.

Kotler (2006) expõe que as bases para segmentação de mercados

consumidores estão divididas em quatro grupos amplos de variáveis: (1)

GEOGRÁFICAS: região, população da cidade, concentração, clima. Estas podem

ser divididas em unidades geográficas diferentes, as empresas é que terão que ficar

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atentas às variações locais em termos de necessidade; (2) DEMOGRÁFICAS: faixa

etária, tamanho da família, ciclo de vida da família, sexo, renda, ocupação, formação

educacional, religião, raça, geração, nacionalidade, classe social. Consideradas as

bases mais comuns e mais fáceis para distinção de grupos consumidores; (3)

PSICOGRÁFICAS: aqui os compradores são divididos em grupos, baseando-se no

estilo de vida e/ou personalidade. Pessoas pertencentes ao mesmo grupo

demográfico podem exibir perfis psicográficos muito diferentes; (4)

COMPORTAMENTAIS: ocasiões, benefícios, status de usuário, status de lealdade,

estágio de aptidão de compra e atitude relativa ao produto. Dividi-se os grupos,

tomando como base seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um produto.

Muitas empresas acreditam ser o melhor ponto de partida para o desenvolvimento

de segmentos de mercado.

As estratégias de segmentação dividem o mercado em parte menores,

homogêneas em alguns aspectos, com o objetivo de oferecer aos clientes produtos

com possibilidades de respostas positivas.

Destaca Murphy (2000, p. 253) que a “segmentação é mais dispendiosa

para o produtor de diversas linhas que fabrica diferentes produtos para diferentes

segmentos, porque a estratégia sacrifica algumas das economias de escala da

produção em massa”. Para esse autor, segmentar mercado representa gastar

dinheiro.

Já na visão de Cobra (2008, p. 150), “para as empresas, de modo geral, a

segmentação de mercado tem grande importância porque representa investimentos”.

Justifica dizendo que o melhor uso dos orçamentos publicitários e outros gastos

dirigidos ao segmento de mercado, são alocados de forma mais adequada. E o

retorno financeiro é maior, já que a mensagem está dirigida especializadamente a

um segmento menor.

A segmentação depende exclusivamente da decisão dos gestores da

empresa, após análise minuciosa do mercado que se quer atingir. Ainda segundo

Murphy (2000), especialistas em marketing sugerem que para segmentar sejam

feitas as seguintes perguntas:

1. O mercado pode ser identificado e avaliado?

2. O segmento é suficientemente grande para ser lucrativo?

3. O mercado é alcançável?

4. O segmento está receptivo?

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5. O mercado é estável?

Cobra (2008) alerta que para se ter êxito a segmentação exige comunicação

entre vendedores e compradores. Segundo pesquisas da AC Nielsen, os

consumidores brasileiros e latino americano estão mais exigentes na relação custo-

benefício. Para isso, a importância da pesquisa. Pois revela que a segmentação do

mercado com base em preço é marcante, enquanto a marca tende a ter influência

menor para efeito de formação de agrupamentos de consumidores.

A segmentação como processo, na visão de Murphy (2000) está dividida em

cinco fases: (1) Determinar o mercado: os benefícios para o consumidor costumam

determinar os métodos e o marketing mix; (2) Definir variáveis de segmentação: o

objetivo é a identificação dos desejos e necessidades de um grupo específico; (3)

Traçar o perfil do segmento: na maioria das vezes traça-se o perfil demográfico e

geográfico, delimitando conforme o comportamento de consumo visível; (4) Delimitar

o Segmento: o profissional de marketing tem que determinar o melhor ajuste entre

recursos e capacidades da empresa. O segmento maior nem sempre oferece a

melhor oportunidade, porque muitas vezes já está bem servido; (5) Conceber um

plano de marketing: essa fase final é o plano de ação, verificando se as

necessidades dos clientes serão satisfeitas. Esta baseada na informação referida

nos pontos de 1 a 4.

Ainda sobre segmentação de mercado é preciso relacionar a Internet, pois

através dela é possível oferecer e vender produtos do mundo inteiro. Critérios para

agrupamento destes consumidores deverão obedecer a uma nova metodologia. O

internauta é um cidadão global, sendo identificado não pela sua origem em termos

de idioma ou nacionalidade, mas pelo seu endereço postal. Comprovar dados

cadastrados tais como sexo, idade são muito difíceis, por isso novos critérios para

obedecer a uma nova lógica. (COBRA, 2008).

2.2.5 Ferramentas da CIM

Nesta seção se detalha as principais ferramentas do composto de

comunicação e suas características.

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Para Kotler (2006, p. 527), “comunicar eficientemente, os profissionais de

marketing precisam entender os elementos fundamentais da comunicação eficaz”.

Em seguida, a figura 2 mostra modelo de comunicação com nove elementos,

sendo que os principais elementos são o emissor e o receptor e as duas principais

ferramentas de comunicação são a mensagem e a mídia. Quatro representam as

principais funções da comunicação – codificação, decodificação, resposta e

feedback. O último elemento é o ruído (interferências).

Elementos do processo de comunicação.

Figura 2 – Processo de comunicação FONTE: Kotler (2006, p. 527)

O modelo destaca (figura 2) os fatores-chave da comunicação eficaz,

sabendo que público atingir e que respostas esperam. O processo de codificação do

emissor deve estar engrenado com a decodificação do receptor. Quanto mais

sintonizados emissor-receptor maior probabilidade de eficácia da mensagem.

Para se ter uma integração maior em marketing, os profissionais da área são

forçados a buscar novos métodos, criando um novo enfoque chamado CIM –

Comunicação Integrada de Marketing. “A CIM significa que todas as atividades

promocionais são coordenadas para produzir uma unificação da mensagem

promocional focada ao cliente ou consumidor final”. (BOONE; KURTZ 1998, p. 398).

Ainda segundo Boone; Kurtz (1998, p. 399):

A implementação com sucesso da CIM depende, de uma maneira crítica, do que as pessoas envolvidas nos vários aspectos do composto promocional funcionem como uma equipe. Elas devem apresentar um esforço promocional coerente e coordenado em todos os pontos de contato entre os consumidores e a organização.

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Ogden (2002) acrescenta que todas as empresas devem ser conscientes de

que tanto as variáveis de marketing como as de comunicação afetam umas as

outras, bem como o consumidor e os comunicadores. Portanto, todas as variáveis de

comunicação surtirão efeito no marketing, fato este que requer que todo o esforço

referente à comunicação de uma empresa sejam integrados.

Para esses autores, a comunicação de marketing é constituída por

mensagens que atuam nas relações vendedor-comprador, sendo um conceito mais

amplo do que estratégia promocional, pois inclui a comunicação boca a boca e

outras formas de comunicação não sistemáticas.

O composto promocional é a parte do marketing que mais aparece, é

percebida de uma forma geral e consiste nos modos de comunicação, sendo elas:

propaganda, promoção, relações públicas, venda pessoal, marketing direto,

marketing digital.

2.2.5.1 Propaganda

Propaganda tem origem no latim “propagare”, que quer dizer propagar,

multiplicar, difundir.

Segundo Ogden (2002, p. 13) “a propaganda é o desenvolvimento e a

execução de qualquer mensagem de lembrança informativa ou persuasiva,

comunicada a um mercado ou público-alvo através de um meio não-pessoal”.

Propaganda nada mais é do que uma das ferramentas de comunicação de

marketing que as empresas utilizam para se comunicarem com seus públicos.

No Brasil e em alguns países da América Latina, como aponta Gonzáles

(2003) o termo propaganda é o mais utilizado e abrange tanto a propagação das

idéias como a venda de produtos e serviços. Alguns livros específicos empregam o

termo propaganda à publicidade e vice versa, indiferentemente.

É necessário delimitar conceitualmente “propaganda” e “publicidade”, pois

essa diferenciação de conceitos implica a utilização de diferentes recursos

expressivos e argumentativos. (GONZALES, 2003).

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A Propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal e de

promoção de idéias ou serviços por um patrocinador identificado. Segundo Kotler

(1999, p. 212) “a propaganda é um elemento extremamente saliente e penetrante na

sociedade moderna”.

Conforme Costa; Talarico (1996) propaganda é impessoal, unilateral, paga e

assumida pelo anunciante, podendo atingir um grande volume de pessoas ou

regiões podendo tornar um produto ou serviço conhecido ou não.

Propaganda não tem nada a ver com qualidade do produto, apenas com

qualidade da propaganda. (MURPHY, 2000).

Para alguns autores no Brasil Propaganda e Publicidade são usados

indistintamente, que conforme Pinho (1998, p. 25-26) são técnicas de persuasão,

mas com diferentes propósitos e funções. A propaganda tem o propósito de

influenciar nas decisões e as atividades do público receptor.

Ainda Pinho (1998) classifica tipos de propaganda como: (1) propaganda

ideológica, que é formar opiniões dos indivíduos; (2) Política, de caráter permanente,

difusão de ideologias políticas e filosóficas partidárias; (3) Eleitoral, de utilização

esporádica; (4) Governamental, de autoria do governo ou por companhias estatais

para criar, reforçar ou modificar a imagem; (5) Institucional, tem o propósito de

compor a imagem da empresa perante a opinião pública; (6) Corporativa, divulgar e

informar ao público e acionistas, notícias de solidez; (7) Religiosa, disseminação da

mensagem evangélica e por fim; (8) Propaganda social, que tem por objetivo difundir

a aceitação de uma idéia ou prática social.

A aceitação do que é dito na propaganda representa seu impacto

persuasivo. (OGDEN 2002). O passo final para o uso eficaz da propaganda é a

avaliação da propaganda, que segundo Kotler (1999, p. 219) “os componentes mais

importantes são o teste do texto, o teste de mídia e o teste do nível gasto”.

Tipos de propaganda destacados por Gonzales (2003):

(1) TELEVISÃO; sob o ponto de vista da mídia, é o maior veículo de

comunicação do país, atingindo 80% dos lares brasileiros, ou seja, alta capacidade

de cobertura. Exerce fascínio sobre as pessoas e dispõe de recursos como som,

imagem, cores e movimentos. Mensagens publicitárias são veiculadas em forma de

comerciais (filmes ou videoteipes). As emissoras educativas só veiculam mensagens

de caráter comunitário, cívico e de utilidade pública;

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42

(2) RÁDIO, também tem um grande poder de abrangência, está presente em

mais de 87% dos lares brasileiros. Mensagens publicitárias do rádio são transmitidas

sob a forma de fonogramas (spots, quando são textos interpretados, e jingles, que

são músicas cantadas) ou de textos falados por locutores;

(3) CINEMA, é o meio de comunicação menos utilizado pela publicidade e

propaganda, tem pouco alcance na população em geral, e seu uso é limitado pela

legislação ao início de cada sessão;

(4) REVISTAS abrangem um público selecionado, já que existem diversos

títulos voltados para diferentes segmentos da população. A audiência dos anúncios

impressos em revistas é sempre superior à sua veiculação, porque geralmente ela é

lida por mais de uma pessoa e é comum que o mesmo leitor a leia mais de uma vez;

sendo assim, sua permanência entre os consumidores é a maior de todos os meios

de comunicação;

(5) JORNAL é a mídia impressa mais acessível ao anunciante e presta

serviços de utilidade pública em anúncios classificados. Sua abrangência está nas

classes A e B, cerca de 57% da população. Geralmente, os jornais oferecem aos

seus leitores informações, prestação de serviços e entretenimento.

Seguindo essa linha, Cobra (2008) aponta que o jornal oferece vantagens

específicas para o anunciante, tais como:

- seletividade geográfica;

- oportunidade: veiculação com rapidez;

- criatividade;

- credibilidade: atinge diversos públicos, pois apresenta assuntos variados. E

a boa imagem do jornal se transfere para o anunciante;

- audiência interessada;

- custo: em termos de produção e espaço o jornal oferece a melhor

alternativa de custo.

Cobra (2008) também menciona algumas desvantagens como:

- segmentação limitada;

- criação restrita;

- vida curta,

- atropelos: confronto entre notícia e anúncio.

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(6) OUTDOOR significa tecnicamente qualquer espécie de publicidade ou

propaganda ao ar livre. O outdoor, depois da televisão, é um veículo de

comunicação que mais rapidamente atinge a massa da população;

(7) MALA DIRETA sua principal característica é ser uma mídia

extremamente dirigida. Enviada a pessoa em particular e, quando bem realizada,

sua dispersão é próxima de zero, ou seja, o apelo que se faz obtém quase que uma

resposta imediata. Talvez seja por isso que outros autores a remetem para o

Marketing Direto.

Em suma, os objetivos da propaganda devem ser definidos de acordo com o

público alvo; orçamento disponível; criação; mídia, técnicas; pré-teste, pós-teste a

serem utilizados. (COBRA, 2004).

2.2.5.2 Promoção de vendas

Já, a Promoção de Vendas é formada por incentivos a curto prazo para

encorajar a experimentação ou compra de um produto ou serviço. Tais como:

cupons, concursos, prêmios, entre outros. Caracteriza-se por ações que venham a

estimular à compra, oferta benefícios, vantagens para o público visado. (COSTA;

TALARICO, 1996).

Ainda para Costa; Talarico (1996, p. 58) promoção de vendas “é uma

estratégia de efeito rápido que deve ter curta ou média duração”. Pinho (1998, p. 42)

acrescenta que o varejo na busca de criar um diferencial é o que mais utiliza as

técnicas de Promoção de Vendas.

Murphy (2000) coloca a promoção de vendas como sendo a batalha pelas

mentes dos clientes. Influencia a demanda, minimizando impacto e importância de

preço na tomada de decisão do cliente.

Para Ogden (2002, p. 14) “promoção de vendas é criar ou induzir compras”.

Tendo como principal vantagem desenvolver um pacote de valor agregado para o

profissional de marketing.

2.2.5.3 Relações públicas e publicidade

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As Relações Públicas e Publicidade constituem uma variedade de

programas preparados para promover e/ou proteger a imagem de uma empresa ou

de seus produtos individuais.

Para Pinho (1998, p. 50):

A atividade de Relações Públicas é comunicação, pois transmite e interpreta as informações de uma instituição para seus diferentes públicos; é também uma função administrativa, ao trazer à instituição informações quanto ao interesse público.

Ogden (2002, p. 15) diz que “embora sejam atividades diferentes, relações

públicas e publicidade normalmente são agrupadas, pois desempenham a mesma

função e muitas vezes são executadas pelo mesmo indivíduo, grupo ou

departamento”.

As atividades específicas de Relações Públicas são definidas por lei, que

segundo Pinho (1998, p. 51) são:

a) à informação de caráter institucional entre a entidade e o público,

através dos meios de comunicação;

b) à coordenação e planejamento de pesquisas de opinião publica, para

fins institucionais;

c) ao planejamento e supervisão da utilização dos meios áudios-visuais,

para fins institucionais;

d) ao planejamento e execução de campanhas de opinião pública;

e) à orientação de dirigentes de instituições públicas ou privadas na

formulação de políticas de Relações Públicas;

f) à promoção de maior integração da instituição na comunidade;

g) à informação e à orientação da opinião pública sobre os objetivos

elevados de uma instituição;

h) ao assessoramento na solução de problemas institucionais que influam

na posição da entidade perante a opinião pública;

i) à consultoria externa de Relações Públicas junto a dirigentes de

instituições;

j) ao ensino de disciplinas específicas ou de técnicas de Relações

Públicas.

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Para Kotler (1999, p. 222), a publicidade possui três qualidades que a

tornam um investimento interessante.

Em primeiro lugar, poderá ter maior veracidade que a propaganda, porque parece ser notícia normal e não informação patrocinada. Em segundo lugar, tende a pegar as pessoas desprevenidas que, de outra forma, poderiam evitar ativamente os vendedores e anúncios. Em terceiro, possui um alto potencial de dramatização no sentido de que desperta a atenção proveniente de um acontecimento noticioso.

Na visão de Costa; Talarico (1996, p. 57) é uma:

Estratégia que explora o caráter informativo da comunicação, a criação de fatos e provocação de notícias, desenvolvendo um trabalho de informação e fortalecimento da imagem corporativa da empresa e a informação do lançamento, modificações e de características específicas de produtos.

Ogden (2002, p. 15) destaca que a “publicidade utiliza mídia de massa da

mesma maneira que a propaganda. O que diferencia é o fato de que ela não é paga

no sentido tradicional”.

Neste sentido, Costa; Talarico (1996, p. 57) apontam que “pelo fato de

parecer jornalística, a mensagem publicitária gera maior credibilidade e interesse

público, não podendo, no entanto, ser excessivamente repetida”.

Talvez seja por isso que Ogden (2002) adverte que mesmo sendo considera

‘gratuita’ a publicidade deve ser também direcionada. Pois nota-se que nem sempre

uma publicidade obtida é positiva.

2.2.5.4 Venda pessoal

Venda Pessoal é a interação face a face com um ou mais compradores

potenciais com o propósito de fazer apresentações de vendas, responder a dúvidas

e tirar pedidos.

Para Kotler (1999, p. 224); “o contato pessoal executa uma função de

vendas, na extensão em que os representantes da organização tentam encontrar e

desenvolver novos clientes ou aumentar as vendas dos clientes existentes”.

No entanto, Costa, Talarico (1996, p. 58) dizem que “para alguns autores, a

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venda pessoal não se caracteriza como uma estratégia de comunicação por ser uma

ação de caráter comercial, em que o vendedor se confronta diretamente com o

comprador, procurando convencê-lo a efetuar a compra”.

Para Murphy (2000, p. 120), “a venda pessoal é o componente mais

individualizado no mix de promoção e, portanto, o direcionamento ao consumidor

pode ser de fato muito preciso”.

Ogden (2002, p. 14) corroborando com esses autores, frisa que “a venda

pessoal é utilizada para gerar os benefícios da comunicação individualizada e

envolve diálogo ente a empresa e o consumidor”.

2.2.5.5 Marketing direto

Por Marketing Direto entende-se a disciplina de marketing cuja comunicação

se utiliza uma ou mais mídias para obter uma resposta ou transação mensurável

junto a públicos específicos, ou simplesmente gerar uma ação de relacionamento

que gere encantamento junto ao público visado. (KOTLER, 2003). Ainda na

abordagem do autor, demonstra que qualquer meio de comunicação ou propaganda,

interativos e que possibilitem a geração de uma resposta mensurável (pedido ou

contato de um prospect ou cliente). Segundo ele, os principais objetivos do

marketing direto são:

��Divulgação a marca ao público alvo definido.

��Diminuição da dispersão da verba publicitária.

��Obtenção de resultados mensuráveis.

��Maximização da lucratividade.

As ações de marketing direto devem ser planejadas para que o sucesso seja

garantido, cita Kotler (2003), sendo que, para o mesmo ocorrer, devem ser seguidas

as seguintes etapas:

��Diagnóstico: entender as necessidades antes de deflagar a ação;

��Objetivos: definição dos objetivos que podem ser a conquista de novos

clientes, a geração de leads , a venda, a fidelização e a maximização da

rentabilidade de clientes;

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47

��Definição do público alvo: quem se quer atingir, em que quantidade,

onde buscar os nomes desejados, quais as segmentações desejadas e

qual mailing a ser utilizado;

��Oferta: deve ser entendida em seu sentido amplo, como um conjunto

que inclui o produto/serviço propriamente dito, a informação ou material

promocional, o preço e as condições de comercialização, brindes,

prêmios, sorteio e amostras, a entrega (prazo, custo do frete) e as

garantias (do produto/serviço, de devolução, de privacidade);

��Comunicação e abordagem: em que contexto a ação estará inserida, o

que estará sendo comunicado, briefing;

��Mídias (Media): que veículos serão usados para atingir o público alvo;

��Canais de resposta: que meios serão oferecidos para que o público

alvo responda/compre;

��Momento de deflagar a ação: em que momento deve-se abordar o

cliente, devendo levar-se em consideração o estágio do ciclo de vida do

cliente;

��Custo: cálculo do break-even-point, o retorno sobre investimento, ROI, é

calculado a posteriori, testes;

��Resultado esperado: é realizada a mensuração/avaliação dos

resultados esperados;

��Fulfillment: Todas as atividades necessárias para o atendimento de um

pedido gerado por uma campanha de marketing direto. Pode ser dividido

em três fluxos: de informações, de mercadorias (entrega) e de valores

(cobrança);

��Acompanhamento e controle: os mecanismos de controle devem

permitir uma rápida correção de rumos e o aperfeiçoamento constante

da ação.

Para serem desenvolvidas ações de marketing direto, as seguintes mídias

podem ser utilizadas com efetividade:

��E-mail marketing.

��Mala direta.

��Catálogos.

��Telemarketing.

Marketing Direto é um sistema interativo de marketing que utiliza uma ou

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mais mídias de propaganda, efetivando uma resposta mensurável; o qual implica na

utilização do Correio, telefone, fax, e outras ferramentas de contato impessoal para

comunicar ou solicitar resposta direta de consumidores ativos e potenciais.

(MURPHY 2000). Para esse autor, dentre o marketing direto, a mala direta é

interessante para os profissionais, pois oferece um alto grau de seletividade. O custo

por cliente é mais alto que as mídias de massa, mas trocam-se custos mais altos por

compradores potenciais.

“O marketing direto permite a comunicação personalizada. Além disso, pode

ser usado com muitos meios diferentes ou com apenas um”. (OGDEN 2002, p. 16).

De acordo com a Associação Brasileira de Marketing Direto - ABEMD, o

marketing direto é uma especialização do marketing, que envolve a utilização de

técnicas de propaganda e vendas e permite atingir o público alvo de forma mais

dirigida, no sentido de obter respostas diretas e mensuráveis. Entre os instrumentos

do marketing direto estão o telemarketing mala direta e os cartões de resposta

encartados em revistas.

Conforme ainda Kotler (2003), o marketing direto significa informação sobre

pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, armazenadas em bancos de dados,

informação para pessoas, que são as comunicações com alto teor de persuasão

customizada e maior teor informativo.

Entre as ferramentas da CIM, Ogden (2002), ressalta que o mix de

comunicação integrada, tem uma ferramenta que é o Marketing Digital, que utilizam

computador e redes de computadores onde atingem os públicos-alvo ou para

reforçar o marketing ou a CIM.

2.2.5.6 Marketing digital

O marketing digital tem como aliado o custo, que é uma alternativa barata

em relação aos meios tradicionais.

Limeira (2007, p. 10) define marketing digital ou eletrônico como sendo “o

conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos, como a

internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida”.

Segundo Chleba (2000), o marketing digital tem sete grandes forças (1)

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Interatividade: exigência crescente dos clientes; (2) Personalização: excelência na

qualidade e atendimento com custo operacional baixo; (3) Globalização: não importa

onde você esteja, as informações estão disponíveis; (4) Integração: cliente,

fornecedor, relacionamento integrados; (5) Aproximação: divulgação de produtos e

serviços, através da imagem, vídeo e áudio; (6) Convergência: caminhando para a

unificação de equipamentos eletrônicos e (7) Democratização da informação:

informação disponibilizada em grandes volumes com distribuição a custos

incomparáveis.

Para Ogden (2002, p. 16), “a função básica do marketing digital é usar o

poder das redes on-line, da comunicação por computador e dos meios interativos

digitais para atingir os públicos-alvo ou para reforçar o marketing a CIM”.

Chleba (2000) destaca como modelos de propaganda on-line: (1) Mala direta

eletrônica: mensagem publicitária enviada via e-mail para um cliente potencial; (2)

Anúncios classificados: versão eletrônica dos classificados de jornal, mas com um

grande diferencial, apresenta facilidades de pesquisa e busca do item desejado; (3)

Banner: o modelo mais comum na Internet, geralmente é apresentado na forma

retangular, com ou sem imagem animada, podendo ter acesso imediato ao

anunciante.

A interação com o cliente é essencial na economia digital, um ambiente

caracterizado por rapidez de processamento e difusão da informação.

Em síntese, compreender a CIM é essencial para montagem de um plano

eficaz e criativo. O foco deve ser sempre atender as necessidades e desejos dos

consumidores. E para isso o profissional de marketing pode beneficiar-se de

ferramentas ligadas a propaganda, promoção de vendas, relações públicas, venda

pessoal, marketing direto e o marketing digital.

Boone; Kurtz (1998) fazem um resgate das ferramentas da CIM mais

utilizadas e que para facilitar suas identificações foram reunidas no Quadro 3, e que

se pode ter uma melhor visualização.

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Propaganda Promoção de Vendas

Relações Públicas

Venda Pessoal Marketing Direto

Anúncios impressos e de rádio e televisão

Concursos, sorteios, loterias

Kits para a imprensa

Apresentações de vendas

Catálogos

Anúncios em embalagens

Brindes Apresentação ao vivo na imprensa

Convenções de vendas

Lista de clientes

Encartes em embalagem

Amostra grátis Seminários Programas de incentivo

Telemarketing

Anúncios em projeções cinematográficas

Feiras e convenções

Relatórios anuais

Distribuição de amostras

Compra eletrônica

Catálogos e folhetos

Exposições Doações de caridade

Feiras e convenções

Compra por televisão

Anuários Demonstrações Patrocínios Fax Reproduções de anúncios

Cuponagem Publicações E-mail

Cartazes luminosos Descontos Relações com a comunidade

Correio de voz

Anúncios em lojas Financiamento a juros baixos

Lobbing

Displays de ponto de vendas

Entretenimento Mídias especiais

Materiais audiovisuais

Promoções de trocas

Revista da empresa

Símbolos e logos Programas de fidelização

Eventos

Videoteipes Distribuição de adesivos

Quadro 3 – Ferramentas comuns de comunicação FONTE: Boone; Kurtz (1998, p. 89).

2.2.6 Planos de comunicação

Neste tópico são apresentados alguns modelos de planos de comunicação,

que são integrantes do plano de marketing. O plano de comunicação de marketing

tem a finalidade de fazer com que o público alvo tome conhecimento do produto ou

serviço ofertado. (ROMERO, 1998).

Segundo Costa; Talarico (1996, p. 53), “a comunicação oferece à empresa e

ao produto um conjunto de ferramentas ou estratégias que lhe possibilitarão

solucionar ou reduzir problemas e efeitos negativos existentes no composto

mercadológico”.

As etapas de um plano de marketing devem conter elementos resultantes do

planejamento mercadológico. Na visão de Costa; Talarico (1996), estas etapas são:

(1) Levantamento e coleta de informações; (2) Análise da situação tais como: pontos

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fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades; (3) Definição dos objetivos e

estabelecimento das estratégias; (4) Elaboração dos planos de ações táticas ou

operacionais; (5) Controle e avaliação e por fim; (6) Dimensionamento de

investimentos.

O plano de comunicação descreve componentes básicos de uma estratégia

de comunicação.

O plano poderá adotar várias estratégias, em função dos objetivos de

comunicação, e que se denomina de comunicação integrada. (COSTA; TALARICO,

1996).

Kotler; Armstrong (2000) relatam que com a segmentação mais fragmentada

e diversificada, ferramentas promocionais dirigidas estão sendo empregadas pelos

profissionais de marketing. Com isto, as empresas com cuidado integram e

coordenam seus canais de comunicação.

Ainda Kotler; Armstrong (2000, p. 241) reconhecem que “as comunicações

de marketing integradas proporcionam mais coerência nas comunicações e maior

impacto de vendas”.

Para Ogden (2002, p. 17) “a compreensão do mix de CIM é essencial na

montagem de um plano eficaz e criativo de CIM, pois, entendendo a importância da

integração para um plano de marketing, pode-se montar um plano de CIM que

superará a concorrência”.

Neste sentido, Ogden apresenta um plano de CIM, baseado em um plano de

marketing, que pode ser mais bem visualizado na figura 3.

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Figura 3 – Fluxograma de Comunicação Integrada de Marketing FONTE: Ogden (2002, p. 18).

Entretanto, plano de comunicação na visão de Dias (2004) contém nove

etapas que compõem a elaboração e implementação do mesmo.

1ª etapa: Análise do problema ou da oportunidade, avaliar o mercado;

2ª etapa: Definir objetivos da comunicação;

3ª etapa: Seleção do público alvo da comunicação;

4ª etapa: Seleção dos elementos do composto de comunicação, ferramentas

apropriadas;

5ª etapa: Estratégia de mensagem (conteúdo);

6ª etapa: Determinação dos meios de comunicação;

Missão/Visão da CIM

Análise Situacional

Objetivos Gerais da CIM

Orçamento

Desenvolvimento da Estratégia de CIM

Tática de CIM

Venda Pessoal

Marketing Direto

Promoção de Vendas Marketing digital

Relações Públicas e Publicidade

Propaganda

Plano de CIM (Inclui Alocação de Recursos)

Métodos de Avaliação

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7ª etapa: Orçamento: destino das verbas;

8ª etapa: Implementar o plano de comunicação;

9ª etapa: Avaliação do resultado.

O plano de comunicação é uma ação estratégica e tática que provém do

plano de marketing, que por sua vez, origina-se do plano de negócios que

geralmente é formulado a partir da missão corporativa de uma organização.

(COBRA, 2008).

Abaixo Cobra (2008) apresenta um plano de comunicação com seus

componentes básicos para uma estratégia de comunicação:

��INTRODUÇÃO: sumário executivo e uma revisão dos objetivos e

principais estratégias de comunicação a serem adotadas.

��ANÁLISE DA SITUAÇÃO: desafios de mercado.

��OBJETIVOS: definição do que se pretende obter.

��Investimentos publicitários: orçamento detalhado.

��ESTRATÉGIA: mecanismos com os quais se pretende atingir os

objetivos.

��EXECUÇÃO: estratégia de anúncios, plano de mídia, integração com a

comunicação de marketing.

��AVALIAÇÃO: os resultados são verificados através de pesquisas feitas

por agências ou institutos especializados.

Cabe ressaltar que Cobra (2008, p. 348-349) diz “quando a verba é pequena

não se pode esbanjar recursos, ao contrário, é preciso concentrar a comunicação

em poucos veículos. Assim, deve-se procurar fixar e perseguir o alvo mais

importante”.

Para Lupetti (2007, p. 32) “a gestão estratégica da comunicação mercadológica

tem como base o planejamento, que reside na gestão da comunicação integrada, que,

por sua vez, está contida na gestão estratégica da organização”.

O plano de comunicação mercadológica para Lupetti (2007) tem o seguinte

formato: (1) missão e visão; (2) análise ambiental; (3) análise SWOT; (4) diagnóstico

de comunicação; (5) definição de públicos; (6) objetivos; (7) tema; (8)

posicionamento; (9) estratégias; (10) orçamento e por fim (11) plano de ação e de

avaliação.

Já, na visão de Pinheiro (2008, p. 197) a empresa anunciante deve:

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Primeiramente estabelecer o planejamento estratégico de sua empresa orientado pelas características dos produtos/marcas que comercializa, pelas características dos mercados onde atua e pelos objetivos que quer alcançar em seu negócio; nesse planejamento, entre outras, está contida a estratégia (plano) de marketing da empresa.

O segundo passo consiste na elaboração de um resumo detalhado de

posicionamento de mercado, pelo anunciante em conjunto com sua agência. Para

finalizar o autor coloca como terceiro passo que a agência deve estabelecer o

planejamento estratégico da CIM, recomendando ações para que objetivos de

marketing sejam alcançados.

No geral, os modelos de planos de CIM se assemelham em diversos

aspectos. Percebe-se que todos os autores recomendam a análise da organização e

do meio em que está inserida, na identificação do público-alvo, o foco nos objetivos

e estratégias que forem adotadas, criticidade no orçamento e avaliação do plano.

2.3 Terceiro Setor

Surgimento do terceiro setor ou organizações privadas sem fins lucrativos

este fenômeno marca a transição do século XXI. Este fenômeno Salamon (1998)

chama de Revolução Associativa, onde ocorreu no mundo inteiro, criações de

associações, fundações e outros tipos de instituições com características

semelhantes com a finalidade de desenvolver serviços sociais, ambientais e realizar

outras tarefas cobrindo assim a defasagem do Setor Público.

Portanto, se qualquer instituição que apresentar estas características,

provavelmente, poderia estar enquadrada dentro do Terceiro setor. Salamon (apud,

FERNANDES, 1994, p. 19) ressalta que o terceiro setor é:

Composto de organizações estruturadas; localizadas fora do aparato formal do Estado; que não são destinadas a distribuir lucros aferidos com suas atividades entre os seus diretores ou entre um conjunto de acionistas; autogovernadas e envolvendo indivíduos num significativo esforço voluntário.

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A sociedade está dividida em três setores: (1) Governamental ou primeiro

setor; (2) Mercantis ou segundo setor; (3) Não-governamental ou terceiro setor, com

suas finalidades descritas no quadro abaixo.

De forma resumida, as instituições do Terceiro setor devem ser privadas,

entretanto suas atividades têm que apresentarem um sentido público. Para confirmar

este argumento Fernandes (1994, p. 21) formatou um quadro (4) em que explica os

agentes e os fins das organizações e qual o setor que compõem.

Quadro 4 – Combinações resultantes da conjunção entre o público e o privado FONTE: Fernandes (1994, p. 21).

O quadro 4 acima demonstra que quando o agente é estritamente público e

seus fins são privados temos a corrupção.

Ioschpe (1997, p. 7) confirma este pensamento quando diz que “o próprio

conceito de terceiro setor, seu perfil e seus contornos ainda não estão claros nem

sequer para muitos dos atores que o estão compondo”.

É nesse ambiente que atualmente se está desenvolvendo o conceito de

Terceiro setor. Para Ioschpe (1997, p. 27):

O Terceiro setor é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.

Este segmento denominado de Terceiro setor sempre esteve em uma fase

conturbada, de baixa precisão conceitual e pouca importância prática, tanto no

campo das teorias econômicas como as teorias organizacionais. (FISCHER;

FALCONER, 1998, p. 12).

Assim, a partir do momento em que o Estado e as organizações com fins

lucrativos começaram a demonstrar suas falhas, o Terceiro setor aproveitou desse

AGENTES FINS SETOR

Públicos públicos = Estado

Privados privados = Mercado

Privados públicos = Terceiro setor

Públicos privados = (corrupção)

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momento para se expandir. De acordo com Salamon (1998), o que impactou

diretamente no crescimento do Terceiro setor foram quatro crises e duas mudanças

revolucionárias contribuíram para limitar o poder do Estado, e por fim, contribuíram

para o aumento da ação voluntária organizada. As crises foram: crise do moderno

welfare state, crise de desenvolvimento, crise ambiental e a crise do socialismo. Já

as mudanças foram: comunicações (contribuindo para taxas de alfabetização e

educação melhores) e o crescimento econômico.

Como confirma Salamon (1998, p. 5) “de fato, esta no meio de uma

revolução associativa global que pode tornar-se tão significativa para o fim do século

XX quanto à emergência do Estado-nação o foi para o fim do século XIX”.

Devido à complexidade do Terceiro setor e o grande número de entidades

que o compõe é necessário apresentar diversos conceitos do setor a fim de criar um

conceito homogêneo que caracterize todas as instituições do Terceiro setor. Pois,

em alguns conceitos não são considerados, as cooperativas que também

implementam políticas públicas sociais, consequentemente, integrando o setor.

Como crê Coelho (2002, p. 65):

O setor, no entanto, é mais amplo, e há uma infinidade de associações e fundações que estão sob as asas da mesma normatização e possuem as mesmas características básicas: sem fins lucrativos, em função de um bem coletivo, não governamental.

Sendo o Terceiro setor composto pelas instituições privadas com fins

públicos, contudo Coelho (2002, p. 59) diz que “somente podemos dizer que têm fins

públicos aquelas organizações do terceiros setor que produzem bens ou serviços de

caráter público ou de interesse geral da sociedade”.

O mero fato de essas entidades serem “prestadoras de serviços de um serviço público” não é suficiente para caracterizá-las, pois, em primeiro lugar, é bastante amplo o espectro de atividades a serem desenvolvidas em prol da comunidade; em segundo lugar, existem outras instituições que prestam serviço público e estão fora desse universo, como as agências governamentais ou mesmo empresas privadas. Portanto, essa característica deve vir sempre casada com outras duas: serem privadas, o que as diferem das instituições governamentais; e sem fins lucrativos, o que as diferencia de empresas inseridas no mercado. (COELHO, 2002, p. 59).

Por isso é importante que os conceitos do terceiro setor sejam bem

apresentados para que se possa criar uma visão crítica do setor e conceituá-lo

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apropriadamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

(apud, PIMENTA; CORREA; SARAIVA, 2007, p. 8) o Terceiro setor é representado

por associações e fundações privadas, não integrantes, portanto, do aparelho do

Estado e ainda:

Sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem eventuais excedentes entre os proprietários ou diretores e que não possuem como razão primeira de existência a geração de lucros – podem até gerá-los desde que aplicados nas atividades fins; institucionalizadas, isto é, legalmente constituídas; auto-administradas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades; e voluntárias, na medida em que podem ser constituídas livremente por qualquer grupo de pessoas, isto é, a atividade de associação ou de fundação da entidade é livremente decidida pelos sócios ou fundadores.

Logo, pertencem ao terceiro setor, pela natureza jurídica as seguintes

entidades sem fins lucrativos: as organizações sociais, as organizações da

sociedade civil de interesse público, outras fundações mantidas com recursos

privados, filiais de fundações ou associações estrangeiras e outras formas de

associações. (PIMENTA; CORREA; SARAIVA, 2007, p. 8).

Portanto, o Primeiro setor, então fica pertencendo ao Estado e o Segundo

setor corresponde ao Mercado. Entretanto, muitas vezes o conceito do Terceiro

Setor é confundido, com o setor terciário da economia, que é composto pelas

atividades de serviço, transporte e comunicação.

Neste sentido vale destacar o papel do terceiro setor que segundo Pimenta

(et, al: 2007, p. 41):

O papel e a forma do Terceiro setor nasce com um forte viés ideológico e político. Entidades pertencentes ao Terceiro setor se posicionam, então, como um ator que busca a simetria de poder em relação aos dois outros setores e, mais ainda, buscam preencher lacunas sociais deixadas pela atuação (ou não atuação) do Estado e de organizações privadas com fins lucrativos.

Com o crescimento do terceiro setor a atuação do mesmo crescerá em prol

dos interesses sociais, não só cobrando do Estado as necessidades sociais da

sociedade, mas também agindo para criação de uma sociedade justa.

Portanto, o Terceiro Setor pode ser uma via de acesso para buscar uma

sociedade mais justa, porém é preciso que seus entraves sejam encarados como

construções sociais e sejam discutidos abertamente. O papel do Terceiro setor

perante a sociedade pode ser muitos maiores, contudo, suas contradições devem

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ser eliminadas para o setor atuar de fato, com seu sentido maior (PIMENTA et, al:

2007, p. 35).

As entidades do Terceiro Setor no Brasil adotam a forma jurídica de

associação ou de fundação, ambas previstas pelo Código Civil Brasileiro, segundo o

artigo 44, Lei n° 10406/2002. (BRASIL). No quadro (5) se tem a apresentação deste

conjunto de pessoas jurídicas conforme o código civil brasileiro.

Pessoas Jurídicas de Direito Privado – Art. 44

I – as associações

II – as sociedades

III – as fundações

IV – as organizações religiosas

V – os partidos políticos

Quadro 5 – Pessoas jurídicas de direito privado FONTE: Código Civil Brasileiro Lei 10406. (2002, p.236),

Conforme o Manual das organizações da sociedade civil (2003) faz parte

deste universo as Organizações Sociais – O.S.; pessoas jurídicas de direito privado,

sem fins lucrativos, cuja atuação esteja direcionada ao ensino, à pesquisa científica,

ao desenvolvimento tecnológico, à preservação do meio ambiente, à cultura ou à

saúde; Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, apresenta-se

como uma nova concepção jurídica contemporânea.

A pesquisa está focada no universo das ONG's, que são regulamentadas

conforme o artigo 53 do Código Civil que diz: “Constituem-se as associações pela

união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. (BRASIL, 2002, p.

236).

Acrescenta-se que, para o funcionamento das associações, devem-se reunir

em assembléia pessoas com maioridade civil.

Fernandes (1994) acrescenta que o propósito do Terceiro Setor é o de

orientar suas energias para estimular mudanças na sociedade e focar esforços em

favor da comunidade ou para grupos específicos. Para finalizar, outra característica

presente no setor é a do voluntariado.

Com a promulgação da lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, que introduziu

a qualificação de entidades sem fins lucrativos como Organizações da Sociedade

Civil de Interesse Público (OSCIP), as organizações sem fins lucrativos podem agora

optar por serem legalmente classificadas, o que distingue com mais nitidez de outras

entidades.

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Uma pesquisa realizada pela ABONG – Associação Brasileira de

Organizações Não Governamentais em 2006 mostrou que 45% de suas associadas

foram criadas na década de 80, seguida de 35% criadas na década de 90.

Conforme Pimenta; Saraiva; Corrêa (2006, p. 111) a forma de gestão destas

organizações em nada difere das formas heterogeridas e que:

O trabalho voluntário e a finalidade de tais organizações não são suficientes para alterar as relações de poder e os mecanismos de controle presentes nas práticas gerenciais. Para analisá-las, contudo, é preciso fazer uma distinção entre aquelas que possuem uma estrutura e as que se organizam de forma precária.

Como as características e finalidades nestes tipos de organizações são

muitas diferenciadas, demandam de estudos mais específicos, especialmente temas

como poder e controle.

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60

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este tópico tem por finalidade contextualizar a trajetória histórica da

organização onde o trabalho de estágio foi desenvolvido, bem como os relatos e

análises das informações inerentes a ela.

3.1 Caracterização da Organização

A Associação Ambientalista Curupira, foi fundada em 31 de maio de 1998,

sendo uma sociedade de direito privado, sem fins lucrativos, regida pelas

disposições em seu estatuto. Sua denominação ou nome fantasia é Curupira

Ambiental, que esta sediada a Rua José Quirino, nº 605, no Bairro São João da

cidade de Itajaí, Santa Catarina.

A finalidade e missão da organização é buscar a proteção e conservação do

Meio Ambiente e o manejo adequado deste, integrando sob todas as formas e

manifestações da natureza, representadas pela fauna, flora, ecossistemas,

paisagens notáveis e sítios de relevância cultural, histórica, ecológica, paisagística,

geológica, arqueológica e paleontológica, podendo para tanto:

a) desenvolver projetos, estudos, análises e programas referentes a

proteção, conservação do Meio Ambiente;

b) promover educação ambiental para a valorização e a defesa do

patrimônio cultural, buscando desenvolver conceitos éticos e morais

sobre a responsabilidade humana para com os demais organismos vivos

e seus ambientes;

c) prestar assessoria a pessoas físicas e jurídicas interessadas em

atividades de proteção, conservação e recuperação do Meio Ambiente;

d) produzir, publicar e distribuir materiais e informações referentes à

proteção, conservação e recuperação do Meio Ambiente;

e) promover a criação, implantação e administração de espaços territoriais

especialmente destinados à proteção, conservação e recuperação do

Meio Ambiente, na forma de Unidades de Conservação;

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f) firmar acordos, convênios e/ou outros instrumentos de cooperação com

entidades congêneres, empresas e órgãos dos setores público e/ou

privado, principalmente com aquelas voltadas para o Meio Ambiente,

cultura e o bem estar social;

g) gerir, administrar, receber e aplicar verbas e fundos obtidos para a

consecução de sua finalidade estatutária;

h) representar em juízo, sempre que julgado necessário, em defesa do

patrimônio ambiental, aos órgãos competentes de agressões ao Meio

Ambiente;

i) implementar pesquisas e projetos piloto de alternativas econômicas para

comunidades do litoral;

j) promover eventos que visem a mobilização do público e da imprensa no

intuito de divulgar o trabalho da entidade, e as causas ambientais;

k) promover eventos ligados a esportes da natureza.

A organização Curupira Ambiental, em hipótese alguma, terá o envolvimento

político-partidário ou religioso, sendo vetada a participação de pessoas que ocupem

cargos políticos ou religiosos em sua Diretoria. A administração da organização será

gerida pelos sócios-fundadores e pela diretoria, nomeados de acordo com o seu

estatuto.

O organograma da Associação Ambientalista Curupira representado na

figura 4 tem a seguinte formação:

Figura 4 – Organograma da ONG FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008)

A organização contempla um conselho consultivo, que é composto por

pessoas físicas de conduta e capacitação condizentes com a finalidade da entidade.

PRESIDENTE

VICE-

PRESIDENTE

SECRETÁRIO

TESOUREIRO

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O patrimônio da Associação será composto por:

a) Doações de pessoas físicas ou jurídicas de qualquer natureza, nacionais

ou estrangeiras, sejam em numerário, materiais ou propriedades móveis ou imóveis

quaisquer;

b) Produtos de acordos, convênios ou outros instrumentos de cooperação;

c) Rendimentos provenientes de aplicação financeira de seu patrimônio;

d) Receitas provenientes de outras fontes.

O patrimônio da entidade somente poderá ser utilizado para a manutenção

da entidade e consecução de sua finalidade estatutária.

Em caso de extinção da entidade, o destino de seu patrimônio deve ser

revertido obrigatoriamente, para a entidade ou entidades cujas finalidades

estatutárias sejam semelhantes à do Curupira Ambiental.

Os sócios-fundadores e a diretoria são livres para qualquer ato de

supervisão das movimentações financeiras, contábeis em geral.

Seu logo é um personagem lendário brasileiro que representa o protetor das

matas e animais. Sua característica física é a de um menino da floresta com os pés

virados para trás.

Figura 5 – Logo Curupira Ambiental FONTE: Curupira (2008).

Entre os projetos desenvolvidos nestes 10 anos de atuação da entidade

destacam-se:

1 - Nossa Praia Limpa realizado na Praia de Navegantes (SC) em setembro

de 1998, pois foi comemorado o Dia Mundial da Limpeza de Praias.

Teve como justificativa o incentivo a comunidade a um maior asseio com o

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63

patrimônio natural, conscientizar a população da necessidade de preservação e

também despertar o interesse dos governantes da cidade para um maior cuidado

com a praia.

No evento foram distribuídas camisetas aos voluntários e todo o

equipamento de proteção necessário para realização dos trabalhos.

Figura 6 - Limpeza na Praia de Navegantes – SC FONTE: arquivo Curupira.

2 - Projeto Linda Ilha, realizado na Ilha Feia (Penha/Piçarras) (SC) no mês

de novembro de 1998, com a finalidade de limpar e conservar a ilha em seus

aspectos naturais.

Paralelamente fez-se uma divulgação na Praia de Armação do Itapocorói –

Penha – SC, conscientizado a comunidade local, turistas sobre a importância de

manter preservada a Ilha Feia. Também foram distribuídas camisetas alusivas ao

evento e equipamentos necessários.

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64

Figura 7 - Projeto Linda Ilha – Ilha Feia – Penha/Piçarras – SC FONTE: arquivo Curupira.

3 - Projeto Olho Verde, realizado na cidade de Botuverá (SC), nos anos de

2001 a 2003 junto a Festa do Búfalo, na Fazenda Alegre, local de muitas nascentes

de água que deságuam no Rio Itajaí-Mirim.

Propósito do projeto era de incentivar a comunidade e visitantes a um maior

asseio com o ambiente, pois a festa tinha duração de três dias.

Através de placas na via de acesso a fazenda, distribuição de sacos de lixo

exposição fotográfica e vídeos educativos foram atrações no evento.

Figura 8 - Projeto Olho Verde – Botuverá – SC FONTE: arquivo Curupira

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65

4 - Projeto Eu Semeio, Planto e Colho a Vida, realizado desde 2003 parceria

com a ORSEGUPS, empresa de vigilância com sede em Itajaí, filiais em Lages,

Brusque e Balneário Camboriú, onde anualmente é feita a distribuição de mudas de

plantas nativas da Mata Atlântica.

Figura 9 – Campanha ambiental – Itajaí - SC FONTE: Informativo Nota 10 – ORSEGUPS.

Figura 10 - Educação Ambiental no Colégio São José – Itajaí – SC FONTE: arquivo Curupira

A Curupira Ambiental ainda realiza atividades no decorrer do ano, como

mutirões de limpeza de praias, trilhas, cachoeiras e plantio de árvores, mas sem o

uso de comunicação para divulgação estas atividades.

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66

Figura 11 - Limpeza na estrada de acesso a Praia Vermelha – Penha - SC. FONTE: arquivo Curupira.

A entidade não possui orçamentos nem quadro de funcionários, opera

somente com voluntários. Quando a ONG realiza um evento o diretor entra em

contato com os voluntários cadastrados fazendo a convocação para prestigiarem e

colaborarem com o evento.

3.2 Resultados da Pesquisa

Esta seção apresenta os resultados da pesquisa que foi enviada para 22

ONG’s ambientalistas do Estado de Santa Catarina cadastradas na Rede de ONG’s

da Mata Atlântica e outras que constavam do cadastro da Organização em que o

estágio foi realizado. Mesmo mantendo contato telefônico e enviado e-mails, o

retorno dos questionários foram abaixo do esperado, apenas 68% das ONG’s

responderam a pesquisa, desta forma compilou-se números que se julgou ter

relevância para a conclusão da mesma. Pois, as respostas são de ONG’s atuantes e

bem estruturadas física e tecnicamente e que foram consideradas para o estudo.

A pesquisa foi estruturada conforme os objetivos específicos pré-

estabelecidos, que são: (1) identificar o perfil das ONG’s ambientais do Estado de

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67

Santa Catarina; (2) descrever as ferramentas da CIM implementadas pela ONG até

o momento; (3) levantar as ferramentas da CIM implementadas por ONG’s similares

do Estado de Santa Catarina; (4) identificar os veículos de comunicação com maior

abrangência no Estado de Santa Catarina, por região e por meio de comunicação;

(5) elaborar um Plano de Comunicação para a ONG Curupira na perspectiva da CIM.

3.2.1 Identificar o perfil das ONG’s ambientais do Estado de Santa

Catarina.

Esta seção trata dos dados quanto ao perfil das ONG’s que envolve

informação sobre: década de fundação das entidades, principais atividades

desenvolvidas, constituição jurídica e registros das ONG’s junto a órgãos públicos

ambientais federal, estadual e municipal.

O Gráfico 1 representa a década de fundação das entidades ambientais

pesquisadas do Estado de Santa Catarina.

53

20 13 13

0

20

40

60

80

100

Per

cent

ual (

%)

Anos 2000 Anos 90 Anos 70 Anos 80

Gráfico 1 - Década de fundação das entidades ambientais catarinenses pesquisadas FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

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68

Nota-se que 53% das ONG’s ambientais do Estado de Santa Catarina

surgiram na década final do século XX, seguidamente com 20% as organizações

surgiram na década de 90 e 13% foram fundadas nas décadas de 80 e 70.

Acredita-se que a crescente preocupação com o meio ambiente e com a

promulgação da lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999, que introduziu a qualificação

de entidades sem fins lucrativos como Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público – OSCIP, as organizações sem fins lucrativos podendo agora optar por

serem legalmente classificadas. Distinguindo com nitidez de outras entidades é que

fez elevar o número de organizações ligadas ao setor nos anos 2000.

O Gráfico 2 teve como propósito identificar as principais atividades

desenvolvidas pelas entidades ambientais catarinenses.

Percentual (%)

100

93

80

67

0 20 40 60 80 100

Educação Ambiental

Projetos Ambientais

Fiscalização/denúncia

Voluntariado

Gráfico 2 - Principais atividades desenvolvidas por ONG’s ambientais catarinenses FONTE: Elaborado pelo acadêmico (2008).

Consta no Gráfico 2 que 100% atuam fortemente em educação ambiental,

93% mantêm projetos ambientais permanentes, 80% delas atuam em fiscalização e

denúncias de crimes ambientais e 67% utilizam e incentivam o serviço voluntariado

para realização de eventos e projetos.

Percebe-se que existe preocupação por parte das ONG’s em trabalhar com

educação ambiental, pois o intuito delas é conscientizar e difundir a questão. Além

disso, o governo foi um inter-mediador interessado pela questão, possibilitando o

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69

desenvolvimento de diversos projetos ambientais através de suas leis de incentivos,

representando para as ONG’s como mais uma possibilidade de atuação dentro da

sociedade catarinense.

Das ONG’s pesquisadas, 100% delas tem constituição jurídica, isto é,

possuem cadastro junto a Receita Federal. Há casos em que se constituem ONG’s

somente com estatuto interno mas não possuem registros jurídicos, junto a registros

públicos tais como: Secretaria da Receita Federal, ou órgãos ambientais.

No Gráfico 3 quando perguntado se a entidade possui registro junto aos

órgãos ambientais federal, estadual e municipal temos as seguintes respostas:

8780 73

13

0

25

50

75

100

Per

cent

ual (

%)

Municipal Federal Estadual Não possui

Gráfico 3 – Registro das ONG’s ambientais catarinenses em órgãos públicos FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

Esses resultados (Gráfico 3) indicam que 87% das ONG’s possuem registros

em órgãos públicos municipais, 80% e 73% são registradas nos órgãos federais e

estaduais respectivamente.

O registro em órgãos públicos tem sua importância, devido ao fato de que,

serve como pré-requisito exigido pelos Órgãos concessores de benefícios.

Dentre estes, o principal é o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalista –

CNEA, criado pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama

nº. 006/1989. O CNEA foi instituído com o objetivo de ter um banco de dados com o

registro das entidades ambientalistas não-governamentais atuantes no país.

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70

3.2.2 Descrever as ferramentas da CIM implementadas pela ONG até o

momento

O detalhamento das ferramentas da CIM e suas características foram

citados na seção 2.2.5, sendo elas: propaganda, marketing digital, publicidade e

relações públicas, marketing direto, venda pessoal e promoção de vendas.

Em entrevista (apêndice 1) realizada com o presidente da Curupira

Ambiental, Janousek destacou que a ONG implementou apenas as ferramentas:

promoção de vendas; publicidade e relações públicas e por fim, marketing digital.

Com relação à promoção de vendas, é a ferramenta mais utilizada pela

ONG. Destacam-se entregas de camisetas alusivas aos eventos realizados e as

entregas de mudas de plantas nativas da mata atlântica, que são realizadas

anualmente desde 1998.

Já em termos de Publicidade e Relações Públicas, a ONG tem no seu

quadro de voluntários um colaborador que é encarregado da comunicação, o qual

envia releases a jornais, rádios e televisão locais. A entidade não possui

departamento de marketing estruturado, segundo Janousek.

A Associação Brasileira de Relações Públicas define as relações públicas

como “a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e

manter a compreensão mútua entre uma instituição pública, privada ou de grupos de

pessoas a que esteja direta ou indiretamente ligada”. Esta ferramenta contribui e

muito para a formação da imagem da organização.

Quanto, ao marketing digital foi aplicado pela ONG Curupira Ambiental por

meio do domínio do site www.curupira.org.br que esteve no ar durante dois anos e

foi retirado por falta de recursos humanos e financeiros. “Para manter um site no ar é

de extrema importância sua atualização diária, boa arquitetura e desenvolvimento do

mesmo”, diz Janousek (2008) presidente da organização.

Com isso infere-se que em termos de ferramentas da CIM, a ONG Curupira

Ambiental aplica somente promoção de vendas, publicidade e relações públicas e

marketing digital como apontadas por Ogden (2002).

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71

3.2.3 Levantar as ferramentas da CIM implementadas por ONG’s

similares do Estado de Santa Catarina

Esta seção apresenta os dados quanto às ferramentas da CIM marketing

digital, propaganda, promoção de vendas, publicidade e relações públicas, venda

pessoal e marketing direto implementas por ONG’s similares do Estado de Santa

Catarina.

Seguindo essa linha, com relação à aplicação do marketing digital, elas

foram questionadas sobre o uso de home page; informativo (newsletter); blog; vídeo

(podcast); e-flyer (panfletagem por e-mail); loja virtual; chat (bate papo); sites de

relacionamento.

87

53

13 13 7 7 0 0

0

25

50

75

100

Per

cent

ual %

hom

e pa

ge

info

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ivo

(new

slet

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Blo

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Vid

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loja

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ual

chat

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site

de

rela

cion

amen

to

Gráfico 4 – Ferramentas do marketing digital utilizadas pelas ONG’s FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

Demonstra-se no Gráfico 4 que a home-page é utilizada por 87% das

ONG’s, sendo instrumento de apresentação e divulgação. Ainda na perspectiva do

marketing digital tem-se um resultado significativo em relação ao informativo

(newsletter) que é utilizado por 53% das ONG’s. Já ferramentas como blog e vídeo

(podcast) têm participação de 13% nesta modalidade de comunicação. Isso está

relacionado a facilidade que a internet propicia à sociedade contemporânea, sendo

uma das ferramentas de comunicação mais globalizada do mundo, mencionada por

Limeira (2007).

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72

As principais estratégias de propaganda expõe que as ONG’s utilizam

diversas ferramentas da propaganda: panfletos; jornal informativo próprio; adesivos

e camisetas; cartazes; anúncio em revista; anúncio em jornal; sacolas lixo p/ praia e

outros ambientes naturais; propaganda em rádios; outdoor; sacolas lixo p/ carro;

comerciais em TV.

6760

4733

2013 13 7 0 0 0 0

0

20

40

60

80

100

Per

cent

ual (

%)

panf

leto

s

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form

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o pr

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ades

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m rá

dios

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saco

las

lixo

p/ c

arro

com

erci

ais

em T

V

Gráfico 5 – Ferramentas da propaganda utilizadas pelas ONG’s FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

A análise dos resultados do gráfico (5) traz números expressivos quanto as

propagandas utilizadas. Os panfletos são aplicados por 67% delas, seguidos de

jornal informativo próprio com 60%, além de adesivos e camisetas com 47%.

Acredita-se que esse valor não é mais elevado devido à dificuldade que o Terceiro

Setor tem em obter recursos financeiros para esse fim.

A seguir (Gráfico 6) apresenta a utilização da ferramenta promoção de

vendas pelas organizações em estudo, onde se destacou viagens técnicas, entrega

de camisetas em ações voluntárias, programa de treinamento interno, entrega de

mudas de plantas/árvores.

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73

6760 60

3320

0

25

50

75

100

Per

cent

ual (

%)

viag

ens

técn

icas

entre

ga d

eca

mis

etas

em

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lunt

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s

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amen

toin

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o

entre

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udas

de

plan

tas/

árvo

res

não

utili

za

Gráfico 6 – Ferramentas de promoção de vendas utilizadas pelas ONG’s FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

Observa-se no Gráfico 6 que 67% das ONG’s pesquisadas fazem o uso

desta ferramenta através de viagens técnicas, 60% utilizam a entrega de camisetas

em ações voluntárias e programa de treinamento interno e contribui com 33%

entrega de mudas de plantas/árvores e 20% das ONG’ não utilizam a ferramenta

promoção de vendas. Cabe ressaltar a importância desta ferramenta para as ONG’s.

No que se refere a publicidade e relações públicas, as ferramentas utilizadas

apresentam dados também relevantes para essa pesquisa.

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74

53

2720

0 0

0

20

40

60

80

100

Per

cent

ual (

%)

asse

ssor

ia d

eim

pren

sa fr

eela

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área

de

com

unic

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asse

ssor

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ênci

ade

publ

icid

ade

epr

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asse

ssor

iaim

pren

sa fi

xa

Gráfico 7 – Ferramentas publicidade/relações públicas utilizadas pelas ONG’s FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

Analisando o Gráfico 7 sobre a ótica da Publicidade e Relações Públicas,

percebe-se que 53% das ONG’s possuem assessoria de imprensa free lance, 27%

área de comunicação e marketing estruturada e 20 % não possui nenhum tipo de

comunicação. Mas, como não foi mencionado na pesquisa assessoria via agência de

publicidade e propaganda e assessoria de imprensa fixa.

Com isso, constata-se também que a maioria das ONG’s utilizam a

publicidade e relações públicas, pois representam o relacionamento e a

comunicação entre a organização e seus vários públicos, comentam Boone; Kurtz

(1995).

A venda pessoal é a ferramenta que toda a organização precisa ter. Sendo

considerada por Kotler (2000) a ferramenta mais eficaz.

Outra informação relevante a essa pesquisa diz respeito à venda pessoal.

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75

Gráfico 8 - ONG’s que utilizam a ferramenta venda pessoal FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

O Gráfico 8 demonstra a utilização da ferramenta venda pessoal, e que se

constatou que 87% das ONG’s não utilizam esta ferramenta da CIM. O não uso

desta ferramenta só poderá ser relacionado ao seu custo seguindo as informações

de McDonald (2004) que faz essa colocação.

Já relativo ao marketing direto, o Gráfico 9 aponta a utilização de mala

direta; 0800 ligação gratuita; SAC; Cuponagem/sorteio.

73

27

0 0 0

0

20

40

60

80

100

Per

cent

ual (

%)

não utiliza mala direta 0800 SAC cuponagem/sorteio

Gráfico 9 – Ferramentas de marketing direto utilizadas pelas ONG’s FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008).

Dentre as ONG’s participantes na pesquisa, nota-se (Gráfico 9) que 73% não

utilizam ou nunca utilizaram esta ferramenta, mesmo assim, 27% utilizam mala direta

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76

e nenhuma delas afirmou ter utilizado 0800 ligação gratuita, SAC ou

cuponagem/sorteio.

A não utilização dessa ferramenta se da ao fato de que a maioria das ONG’s

utiliza o marketing digital.

Resumindo, com relação às ferramentas da CIM aplicadas pelas ONG´s

pesquisadas, os resultados apontam que dentro do marketing digital a home-page é

a mais utilizada com 87%, panfletos em propaganda e viagens técnicas em

promoção de vendas, representam 67% em cada modalidade, publicidade e

relações públicas 53% utilizam assessoria de imprensa free-lance e 73% das

organizações afirmaram que não utilizam a ferramenta marketing direto.

3.2.4 Identificar os veículos de comunicação com maior abrangência no

Estado de Santa Catarina, por região e por meio de comunicação.

Nesta etapa da pesquisa buscou-se identificar por região veículos de

comunicação e seus meios. No quadro 6 a seguir, destacou-se também as cidades

pólo de cada região do Estado de Santa Catarina.

Região Meios de Comunicação Veículos de Comunicação Nordeste Joinville

Jornal impresso TV Rádio

A Notícia RBS TV Transamérica FM

Vale do Itajaí Blumenau

Jornal impresso TV Rádio

Jornal Santa RBS TV Atlântida FM

Sul Criciúma

Jornal impresso TV Rádio

DC/Diário do Sul RBS TV Criciúma AM

Oeste Chapecó

Jornal impresso TV Rádio

DC e Zero Hora RBS TV Índio Condá AM

Planalto Norte São Bento do Sul

Jornal impresso TV Rádio

A Notícia RBS TV Transamérica FM

Planalto Serrano Lages

Jornal impresso TV Rádio

DC RBS TV Band FM

Meio-Oeste Joaçaba

Jornal impresso TV Rádio

DC RBS TV Unoesc FM

Litoral Fpolis

Jornal impresso TV Rádio

DC e Diário do Litoral RBS TV Atlântida FM

Quadro 6 – Veículos de comunicação e meios de comunicação FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008)

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Em uma análise mais sintetizada verifica-se que os veículos de comunicação

predominantes pertencem ao grupo RBS, que é líder do setor na Região Sul do país.

Fazem parte deste, os jornais impressos A Notícia com sede em Joinville, Jornal de

Santa Catarina em Blumenau e Diário Catarinense em Florianópolis, que aparecem

em no mínimo uma das regiões (Quadro 6).

No meio de comunicação TV, o veículo unânime em todas as regiões

catarinenses é a RBS TV, ainda com o mesmo vínculo.

O único meio que apresenta diversificação entre as regiões catarinenses é o

rádio, que tem como destaque nas regiões Nordeste e Planalto Norte a rádio

Transamérica FM, Vale do Itajaí e Litoral com a Atlântida FM, Sul com a rádio

Criciúma AM, Oeste com Índio Condá AM, e finalmente Unoesc FM aparece em

destaque no Planalto Serrano Band FM e no Meio-oeste.

3.2.5 Elaborar um plano de comunicação para a ONG Curupira na

perspectiva da CIM.

Baseado em dados bibliográficos optou-se pelo plano de Comunicação

Integrada de Marketing – CIM de Ogden (2002) por ser um modelo atual, claro e

ordenado para confecção do mesmo.

Este plano é composto pelas etapas: (1) missão da CIM; (2) visão da CIM;

(3) análise situacional; (4) objetivos gerais da CIM; (5) orçamento; (6)

desenvolvimento da estratégia de CIM; (7) táticas de CIM; (8) plano de CIM; (9)

métodos de avaliação.

3.2.5.1 Missão da CIM

Desenvolver meios para divulgação da organização, como aporte de

projetos e ações desenvolvidas pela mesma, tais como educação ambiental e

voluntariado.

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3.2.5.2 Visão da CIM

Alcançar e manter o público alvo, através dos meios de comunicação

desenvolvidos para este fim, tornando a organização reconhecida e com

credibilidade no mercado em que atua.

3.2.5.3 Análise situacional

A ONG Curupira tem como grande aliado seu mascote que leva o mesmo

nome: Curupira - menino com os pés virados, que é conhecido dentro do folclore

brasileiro como protetor das matas, animais e rios.

Está no mercado há 10 anos realizando eventos de pequeno porte tais

como: limpeza e conservação de praias e ilha, educação ambiental e voluntariado

através de campanhas de entrega de mudas de plantas nativas da Mata Atlântica e

plantio de árvores em áreas degradadas. Esses eventos são totalmente isentos de

doações e envolvimento financeiro.

Sua participação no mercado está restrita nas cidades de Itajaí, Navegantes,

Penha, Brusque, Balneário Camboriú, Lages e Curitiba, onde há voluntários que

divulgam a ONG através da realização de pequenas ações.

A falta de um projeto de longo prazo impossibilita a existência de quadro fixo

de recursos humanos e tecnológicos, face a situação financeira. Pela mesma razão

não é possível disponibilizar um setor específico para cadastramento e recrutamento

de voluntários, necessidade esta, ressaltada sempre que há algum tipo de evento

onde exista contato direto com terceiros, que se mostram interessados pela causa.

Dentre as ferramentas da CIM, a ONG teve uma home-page editada no

endereço www.curupira.org.br a qual era mantida com recursos de seu presidente. A

descontinuidade da mesma deu-se por falta de atualização diária da página, que é

imprescindível nos dias de hoje.

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79

A publicidade existente até o momento é feita através de relações públicas

por parte de integrantes e voluntários que agem divulgando e promovendo dentro de

seus limites.

A seguir, no Quadro 7 são demonstrados os pontos fortes e fracos, que

compõem a análise interna da organização e que são variáveis controláveis, ou seja,

que é possível ter o controle direto. Também se demonstra as oportunidades e

ameaças da ONG. Estas compõem a análise externa da organização sendo

variáveis incontroláveis, sem domínio, mas há necessidade de acompanhamento.

Pontos Fortes Pontos Fracos Missão e Visão definidas; Tradição nos eventos que realiza; Formadora de opinião; Atuação no setor de educação ambiental; Incentivo ao voluntariado; Aberta para parcerias com instituições credenciadas; Acesso a sites de relacionamentos como: Orkut, MSN, You Tube.

Não possui sede própria; Não possui quadro funcional; Ausência de estrutura técnica; Ausência de parceiros e projetos de longo prazo; Falta de comunicação integrada; Não possui material institucional; Abrangência territorial limitada; Home page inativa.

Oportunidades Ameaças Contribuição para desenvolvimento ambiental; Respaldo no meio em que atua; Geração de emprego e renda; Ser reconhecida no território nacional.

Corrupção e mau uso do dinheiro público por ONG’s similares; Projetos sofrerem cortes de verbas; Transferência de recursos; Política governamental.

Quadro 7 – Pontos Fortes e Fracos, Oportunidades e Ameaças da ONG Curupira Ambiental FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008)

Os aspectos expostos no quadro 7 podem influenciar na tomada de decisão

e nas táticas mercadológicas.

3.2.5.4 Objetivos gerais da CIM

Entre os objetivos gerais da CIM para a ONG Curupira, encontram-se:

��Tornar a ONG conhecida em todo o Estado de Santa Catarina,

através de seus projetos e suas ações ambientais;

��Facilitar o desenvolvimento da ONG através de parcerias;

��Cadastrar voluntários;

��Reconhecimento, através de contatos via site.

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80

3.2.5.5 Orçamento

No orçamento foram considerados os valores para criação da home-page,

treinamento do pessoal, divulgação em jornal impresso pelo período mínimo de 03

meses e manutenção mensal do site.

Item Valores em Reais Criação home-page 1.500,00 Treinamento do Pessoal 300,00 Divulgação em Jornal impresso (03 meses) Manutenção do site mensal

3.000,00 300,00

Total 5.100,00 Quadro 8 – Orçamento FONTE: elaborado pelo acadêmico (2008)

A aplicação de banners no site da ONG, poderia ser uma saída para

angariar fundos para a manutenção da mesma. São vendidos pelo número de vezes

que é visualizado na tela do computador do usuário, pelo número de vezes que foi

clicado ou a contratação da veiculação por tempo determinado, conforme Limeira

(2007).

3.2.5.6 Desenvolvimento da estratégia de CIM

A CIM tem como estratégia a divulgação dos projetos existentes e futuros.

Assim, poderá captar recursos humanos, financeiros, tecnológicos e também formar

um grupo maior de voluntários.

Primeiramente, desenvolver a home-page, e treinar pessoas que farão as

atualizações e por fim, divulgá-lo via jornal (mídia impressa).

3.2.5.7 Táticas de CIM

��Propaganda

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Divulgação em jornal impresso (Diário Catarinense) nas edições

dominicais.

��Promoção de vendas

Distribuição de camisetas em ações voluntárias.

Ações de doações de mudas de plantas nativas da Mata Atlântica.

��Marketing direto

Não será usado porque existem meios mais econômicos.

��Marketing Digital

Criação do site na Web;

Implantar no site pesquisas de opiniões;

Newsletter (informativo);

Podcast (entrevistas, vídeos institucionais).

��Venda Pessoal

Montar e treinar equipe de voluntários para visitar empresas para

captar parcerias.

��Relações Públicas e Publicidade

Utilizar relações públicas/publicidade free lance ou mesmo contratar

estagiários na área de comunicação, através do artigo 170 bolsa de

estudos.

3.2.5.8 Plano de CIM

Este plano tem como objetivo desenvolver meios de divulgação da ONG,

afim, de conseguir aprovação de projetos junto a órgãos competentes, empresas

públicas e privadas, assim como divulgar as ações ligadas à educação ambiental e

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voluntariado. Desta maneira, alcançar e manter o público alvo, tornando-a conhecida

e com credibilidade no mercado.

Realizar eventos de pequeno, médio e grandes portes abrangendo todo o

Estado de Santa Catarina, contando também com cadastramento de voluntários,

envolvendo profissionais de diversas áreas com capacitação e competência para

coordenar os diversos grupos de acordo com as regiões e também na busca de

parcerias.

Reativar o site www.curupira.org.br, introduzindo pesquisas de opinião

pública, informativos, entrevistas, vídeos institucionais, entre outros. É imprescindível

criar dispositivos para manutenção diária, através de treinamento de pessoal.

Investir em propaganda e divulgação em jornal impresso nas edições

dominicais de maior circulação, por ser a mídia impressa mais acessível ao

anunciante e sua abrangência atinge as classes A e B em cerca de 57% da

população, segundo Cobra (2005); promoção de vendas através de distribuição de

camisetas em ações voluntárias e nas ações de doações de mudas de plantas

nativas da Mata Atlântica.

Em relações públicas e publicidade, utilizar profissional free lance ou

contratar estagiários na área de comunicação (artigo 170 – bolsa de estudos).

Afirmar e fortificar os pontos positivos existentes na organização, explorar as

oportunidades apontadas, corrigir os pontos fracos e trabalhar preventivamente,

dentro do possível, as ameaças. Todos esses dados orientarão a tomada de decisão

e táticas mercadológicas.

Montar e treinar equipe de vendas para visitar empresas a fim de captar

parcerias.

No quisito orçamento, considerar verbas para criar a home-page e sua

divulgação em jornal impresso por 03 meses, assim como treinar pessoas para

operar e manter em dia o site. Em contrapartida, é possível vender a aplicação de

banners no site da ONG e angariar fundos para a manutenção do mesmo.

3.2.5.9 Métodos de avaliação

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Recomenda-se o monitoramento durante a execução da campanha da CIM,

onde os responsáveis deverão avaliar constantemente se os objetivos traçados

estão sendo alcançados, caso contrário haverá necessidades de modificações no

decorrer do processo.

Isso se dará através da montagem de um banco de dados com as

informações que servirão de subsídios importantes para o planejamento da ONG,

sendo utilizado o próprio site, que deverá estar munido de ferramentas que

questione o internauta quanto à forma que chegou a ele (site).

Quanto à mensuração e à avaliação de resultados de um site, têm-se alguns

indicadores como: audiência, número de visitantes e tempo médio de duração das

visitas.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo deste estudo foi identificar as ferramentas da CIM

utilizadas por ONG’s ambientais no Estado de Santa Catarina, que tenham o mesmo

perfil da Associação Ambientalista Curupira, para recomendar um Plano de

Comunicação, com o intuito de mantê-la no mercado, proporcionando cidadania e

bem estar social.

Foi identificado o perfil de cada uma delas quanto ao tempo de existência,

principais atividades, constituição jurídica e registro junto a órgão ambientais, assim

como as ferramentas da CIM implementadas pelas mesmas organizações. É

possível desenvolver uma campanha de CIM, utilizando-se de diversas maneiras.

Não existe um modelo ou esquema perfeito que se encaixe em todas as

necessidades, como crê Ogden (2002).

A partir da revisão bibliográfica, observou-se que o uso da CIM deverá ter

unicidade da mensagem, através de múltiplos canais de comunicação e

planejamento. O desenvolvimento da tecnologia de informação impulsiona

mudanças e um ambiente dinâmico.

Percebeu-se que as organizações pesquisadas possuem área de

comunicação relativamente estruturada, dando ênfase a atividade de relações

públicas, por ser de extrema utilidade e fundamental para articulação de todos os

públicos.

Notou-se que nos seus dez anos de existência, a ONG jamais destinou

verbas para promover o marketing institucional. Seu site na internet era mantido com

verba doada pelo presidente o Sr. Carlos Dieter Janousek. Já com a nova proposta

de reativação do site, sugere-se a venda de espaço na home-page empregando

banners ou links para empresas “AMIGAS”.

A ONG Curupira terá como desafio montar uma equipe multidisciplinar com

diferentes competências, integrando informações, comunicação e tecnologia em

ambientes virtuais.

O plano objetiva desenvolver meios de divulgação da ONG, aprovar projetos,

criar parcerias, divulgar ações ligadas à educação ambiental e ao voluntariado,

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alcançar e manter o público alvo, tornando-a conhecida e com credibilidade no

mercado.

Está previsto no escopo, eventos abrangendo todo o Estado de Santa

Catarina e o cadastramento de voluntários e profissionais capacitados.

Investir em propaganda e divulgação no jornal impresso de maior circulação,

promoção de vendas através de distribuição de camisetas em ações voluntárias e

nas ações de doações de mudas de plantas nativas da Mata Atlântica.

Trabalhar intensamente os pontos positivos e negativos existentes, assim

como as oportunidades e ameaças apontadas.

Foi possível verificar que os objetivos propostos inicialmente foram

alcançados, entretanto, fica como sugestão dar continuidade aos estudos na área de

comunicação integrada de marketing para organizações não governamentais, sendo

que os modelos existentes na literatura estão voltados essencialmente para

empresas com fins lucrativos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICES

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Apêndice 1 - Entrevista com o Presidente da ONG Curupira Ambiental Sr. Carlos

Dieter Janousek.

1) Como a ONG está estruturada administrativamente?

Estruturalmente a ONG é composta por presidente, vice-presidente, secretário e

tesoureiro.

A ONG não possui instalações físicas e nem quadro de colaboradores. Nos eventos

utilizamos voluntários da região onde se dará o evnto.

2) Como a ONG procura promover seus eventos?

Através do voluntariado, entre eles um agindo como relações públicas que se

incumbe de enviar releases para TVs, rádio e jornais.

3) Quais são as ferramentas de comunicação mais utilizadas pela ONG?

Promoção de vendas através da entrega de camisetas e mudas de plantas e árvores

nativas da Mata Atlântica;

Publicidade e relações públicas conforme dito anteriormente;

Marketing digital, através do site www.curupira.org.br, que no momento está

desativado.

4) Por que a ONG desativou sua home-page?

Mantive a ONG por dois anos com recursos próprios, mas a falta de tempo para

atualizar diariamente a página, fez com que em pouco tempo, as informações nela

contida, se tornassem ultrapassadas. Senti também o problema da pouca intimidade

com a linguagem específica na elaboração e manutenção de um web site. Seria

necessário um profissional que se responsabilizasse para essa função.

5) Há algum projeto atualmente onde a ONG recebe recursos financeiros ou é

subsidiada?

O único projeto que mantemos e que já é tradição anual, é o “Eu semeio, planto e

colho a vida”, com entrega de mudas e árvores nativas da Mata Atlântica, numa

parceria com a Orsegups (empresa privada), prioritariamente sem vinculo financeiro.

Esse projeto acontece desde 2003.

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6) A ONG já disponibilizou verbas destinadas para a área de marketing?

Não. Todos os trabalhos de divulgação foram feitos através do relações públicas.

7) Há planos para os próximos anos para captação de recursos?

Faz parte dos planos da ONG, conseguir um espaço físico para o funcionamento da

ONG. A partir daí, será possível trazermos mais voluntários, alguns capacitados ou

mesmo estagiários, que poderão desenvolver um projeto a médio e longo prazo,

juntamente com parcerias (empresas públicas e privadas), definindo diretrizes de

marketing e elaborando planos de ação e até mesmo em busca de patrocinadores.

8) Hoje há viabilidade para a ONG produzir seu material institucional?

Essa viabilidade só existirá com participação financeira dos sócios fundadores e pela

diretoria, após levantamento de custos.

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Apêndice 2 - Questionário

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Prezados Senhores, Apresento-me como aluno da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, estagiário do Curso de Administração, formando do 2º semestre de 2008, estou realizando uma pesquisa com entidades que atuam no setor ambiental no Estado de Santa Catarina e respeitosamente solicito o preenchimento e posterior devolução do questionário abaixo. O questionário relaciona-se a Administração de Marketing voltado para organizações do Terceiro Setor, mais precisamente ONG, OS, OSCIP. Meu muito obrigado e sucesso em seus empreendimentos. Abelardo Zeverino Critérios de respostas: a entidade pode assinalar mais de uma alternativa.

1. Data da fundação da entidade: ____/_____/_____.

2. Principais atividades desenvolvidas pela entidade: a) ( ) Educação ambiental, b) ( ) Fiscalização, denúncias c) ( ) Projetos ambientais d) ( ) Voluntariado e) ( ) Outros ___________________________(especifique)

3. A entidade está juridicamente constituída? ( ) Não ( ) Sim. CNPJ______________________ ( ) em andamento.

4. A entidade possui registro junto a Órgãos Ambientais? ( ) Não. ( ) Federal ( ) Estadual ( ) Municipal

5. Como a entidade agrega voluntários para o seu quadro? R:

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6. Como a entidade agrega parceiros, projetos para o seu quadro? R:

7. Voluntários fazem doações financeiras à entidade?

( ) Não ( ) Sim

8. Há critérios para efetuar algum tipo de parceria?

( ) Não. ( ) Sim . Especifique:___________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

9. A entidade divulga seus projetos/serviços e a própria ONG através de PROPAGANDA?: ( ) não. ( ) anúncio em jornal ( ) anúncio em revista ( ) jornal informativo próprio. ( ) propaganda em rádios (spots) ( ) comerciais em TV ( ) outdoor ( ) panfletos ( ) sacolinhas lixo p/ carro ( ) cartazes ( ) sacolas lixo p/ praia e outros ambientes naturais ( ) adesivos, camisetas

10. Quais ferramentas são disponibilizadas via internet para divulgar a entidade, seus projetos e serviços? MARKETING DIGITAL ( ) home page ( ) e-flyer (panfletagem por e-mail) ( ) informativo (newsletter) ( ) Blog ( ) chat (bate papo) ( ) vídeo (podcast) ( ) site de relacionamento (orkut e outros) ( ) loja virtual

11. Como são feitas as ações de comunicação e marketing em termos de PUBLICIDADE e RELAÇÕES PÚBLICAS? ( ) não são realizadas ações dessa maneira. ( ) assessoria de imprensa free lance ( ) a entidade tem a área de comunicação e marketing estrutura ( ) assessoria via agência de publicidade e propaganda. ( ) assessoria imprensa fixa

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12. Quais os meios de Marketing Direto abaixo, são utilizados pela entidade? ( ) Não utiliza essas ferramentas. ( ) 0800 ( ) mala direta ( ) SAC ( ) cuponagem/sorteio

13. A entidade possui equipe de vendas estruturada para visitar empresas com o objetivo de apresentar a ONG, vender projetos e/ou captar parceiros e recursos? ( ) Não ( ) Sim

14. A entidade usa a ferramenta PROMOÇÃO DE VENDAS com o objetivo de criar ou induzir compras? ( ) entrega de camisetas em ações voluntárias ( ) entrega de mudas de plantas/árvores ( ) programa treinamento interno ( ) viagens técnicas ( ) outros _____________ (especificar)

Um abraço e muito grato pelas respostas.

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DECLARAÇÃO

A Organização Curupira Ambiental declara, para devidos fins, que

estagiário Abelardo Zeverino, aluno do curso de Administração do Centro de

Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí,

cumpriu com a carga horária prevista para o período de 19/03/2008 a 23/10/2008, e

seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou

nossas normas internas.

Itajaí (SC), 23 de outubro de 2008.

_____________________________________

Carlos Dieter Janousek

Presidente

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

______________________________________

Abelardo Zeverino Estagiário

______________________________________

Supervisor de campo

Carlos Dieter Janousek

______________________________________

Orientador de estágio

Profª. Bárbara Silvana Sabino, M.Sc.

______________________________________

Responsável pelo Estágio Supervisionado em administração

Prof..Eduardo Krieger da Silva, M.Sc.