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Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública Relatório 1 Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública Relatório Introdução A estrutura do relatório O presente relatório integra o “Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública” que enquadra a intervenção urbanística numa área de aproximadamente 720 620 m 2 (73ha), na Cidade de Cantanhede. Tem como objectivo formar a base de sustentação da proposta urbanística, traduzindo a forma de “ler e interpretar” o território, de compreender as dinâmicas instaladas e antecipar e contribuir para o concretizar das tendências, no que concerne aos alinhamentos e cérceas propostos no âmbito do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede.

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Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública Relatório

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Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública

Relatório

Introdução A estrutura do relatório O presente relatório integra o “Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública” que enquadra a intervenção urbanística numa área de aproximadamente 720 620 m2 (73ha), na Cidade de Cantanhede.

Tem como objectivo formar a base de sustentação da proposta urbanística, traduzindo a forma de “ler e interpretar” o território, de compreender as dinâmicas instaladas e antecipar e contribuir para o concretizar das tendências, no que concerne aos alinhamentos e cérceas propostos no âmbito do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede.

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Capítulo 1 - Enquadramento do plano de pormenor

1. Plano de Pormenor como instrumento operativo O presente Plano assume-se como uma modalidade simplificada de Plano de Pormenor, visto como um instrumento de intervenção urbanística “operacional”, isto é, que pressupõe uma vontade prévia de intervir e o assumir de uma determinada proposta concreta, devendo acima de tudo resolver os problemas encontrados no território abrangido por si, com soluções realizáveis e a essas soluções exige-se que dêem respostas socialmente aceitáveis.

A qualificação e valorização urbanística do território deverá ser uma aspiração, transformando a área objecto de estudo, numa zona urbana que se evidencie pela ambiência urbana e qualidade de vida que proporcionará aos seus utilizadores.

São então postos à Autarquia importantes compromissos para a defesa, consolidação e implementação do Plano de Pormenor. É imperativo que a administração municipal garanta a articulação das acções dos diversos agentes, procurando uma optimização da acção pública.

O Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública, como modalidade simplificada de Plano de Pormenor, surgiu por iniciativa da Câmara Municipal de Cantanhede e por sugestão da CCDR-C, no sentido de dar resposta a situações de dificuldade de execução do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede, verificadas pela obrigatoriedade do cumprimento dos alinhamentos definidos nas respectivas plantas de Alinhamentos, nomeadamente porque tal implica a demolição de edifícios habitacionais existentes e em bom estado de conservação, a qual só pode ocorrer após a sua aquisição pela Câmara Municipal através de expropriação ou de negociação com os proprietários, sendo qualquer um dos procedimentos delicado do ponto de vista social e financeiro.

De realçar ainda, que os alinhamentos definidos para alguns locais pelo Plano de Urbanização em vigor, não introduzem mais valias no desenvolvimento da cidade, nomeadamente no tecido urbano consolidado, onde predomina a tipologia em banda contínua confinante com arruamentos de sentido único, sem passeios definidos e em que as construções se destinam, na sua maioria, a habitação unifamiliar.

Relativamente às cérceas também aqui se verifica alguma incongruência e descontinuidade relativamente à realidade existente e à preconizada pelo Plano de Urbanização, verificando-se a existência de alguns edifícios de cércea superior já existentes à entrada em vigor do PU, que foram integrados em áreas de cércea inferior, criando um descontinuo na imagem urbana e uma dificuldade na percepção clara dos critérios de definição das regras de utilização do solo.

É objectivo do presente Plano de Pormenor dar resposta a essas situações de forma simplificada e célere.

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2. Breve Descrição da Área de Intervenção A Zona abrangida pelo Plano em questão fica localizada da área urbana central/norte da cidade de Cantanhede, confrontando a Norte com a Zona Industrial; a Sul com a Rua Padre Cruz e a Rua Joaquim António de Aguiar; a Nascente com a Rua Eng.º Adelino Amaro da Costa e a ZUE-Q (a poente da EN 234-1); e a Poente os limites das Zonas de Expansão Urbana I, N, L e P (ZUE-I, ZUE-N, ZUE-L E ZUE-P) e EQ9 e EQ10.

LEGENDA:

LIMITE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área do presente Plano de Pormenor, estende-se por uma área de 720 620 m2 (cerca de 73 ha), procurando definir-se por limites de fácil identificação, abrangendo muitas vezes áreas ainda desocupadas mas coincidentes com os limites do zonamento definido pelo PU.

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É na área central do Plano que se desenvolve todo o CBD (Central Business District) de Cantanhede, desde os espaços comerciais, equipamentos, grandes eixos viários, estacionamentos, ou seja todo tipo de relações que caracterizam um CBD, que confere a este espaço um razoável quadro de acessibilidades.

Este trecho da cidade, é formado por quarteirões como unidade morfológica de referência da zona urbana consolidada, sendo ainda esta malha constituída por espaços de estacionamento, praças e jardins.

Na área do plano, o edificado existente é na sua maioria referente a casas unifamiliares, predominando a cércea de r/ch+1, bem como blocos de edifícios plurifamiliares, coexistindo o r/ch+2 e na área mais central, r/ch+3.

3. Enquadramento no Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede A área de intervenção do plano, como já referido, insere-se no Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede (PUCC) e procura redefinir alguns parâmetros do mesmo, nomeadamente os alinhamentos e as cérceas, adaptados à realidade existente e a uma escala de trabalho mais pormenorizada.

LIMITE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

LEGENDA:

LIMITE DO ZONAMENTO DO PLANO DE URBANIZAÇÃO

D

C.M .C

D

D

ESCOLA

T RIBUNAL

G.N.R

PISCINA

CAMPO DETÉNIS

CAMPO DET ÉNIS

60

Ds

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EDIFÍCIO ANTI GOC.S.

EQ-20

ZUE-S

ZUE-U

ZUE-T

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EQ-19

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ZUE-J

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ZUE-P

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ZUE-N

ZUE-L

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Rotunda

EQ-13

EQ-8

ZUE-GZUE-F

ZUE-A2

ZUE-A3ZUE-M Z-Natural

EQ-10EQ-10

EQ-10

ZUCZUC

ZI

ZUC

De acordo com a Planta de Zonamento do Plano de Urbanização, a área do presente plano inclui parte da zona classificada e delimitada como Zona Urbana Consolidada (ZUC), Zonas de Expansão Urbana como a

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ZUE-O, ZUE–R, ZUE-S, ZUE-T e ZUE-U, e Zonas de Equipamento como a EQ 11 (Zona Verde de lazer, recreio e desporto a desenvolver em Plano de Pormenor), EQ 14 (Parque Expo-Desportivo e Cultural), EQ15 (Posto da GNR existente) e EQ20 (Equipamento de Saúde), bem como parte da Zona Natural (Área Verde de Protecção).

A Planta de Condicionantes mostra que a zona em estudo é condicionada pela existência de um marco geodésico, um edifício escolar, a zona de protecção de um imóvel classificado – Igreja Matriz e a protecção à vala inserida na Zona Natural.

4.Metodologia A abordagem metodológica adoptada para a elaboração deste plano de pormenor, assenta num modelo simplificado de plano de pormenor que teve que necessariamente adaptar-se à realidade urbana, sendo primordial que a Proposta passe por um levantamento concreto da realidade e vivência urbana da área e pelo estabelecimento de regras e parâmetros que permitam a execução do Plano, promovendo assim um processo de desenvolvimento integral da cidade assente em premissas justas e exequíveis, de forma a não causar conflitos futuros.

Importa que da intervenção resulte um espaço qualificado e que o plano seja realizável e socialmente reconhecido como uma mais valia para o sítio.

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Capítulo 2 - Breve caracterização e diagnóstico

1. Enquadramento Territorial O concelho de Cantanhede situa-se na Região Centro, no Distrito de Coimbra. Confina a Norte com os concelhos de Mira, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia, , a Sul com Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, a Nascente com o concelho da Mealhada e a Poente com o Oceano Atlântico.

O Concelho de Cantanhede é composto por 19 freguesias predominantemente rurais, abrangendo uma área de 309 ha, com uma população total de 37 910 habitantes.

A freguesia de Cantanhede, com uma área de cerca de 255.7 ha, com 7 066 habitantes é uma das 19 freguesias do concelho. Dela fazem parte 7 lugares, nomeadamente, Cantanhede (144), Franciscas (19ha), Lemede (32ha), Lírios (10ha), Póvoa da Lomba (34ha), Tarelhos, Varziela (18ha), sendo a cidade de Cantanhede parte integrante da área em estudo.

A área do Plano circunscreve-se, em grande parte, ao núcleo da zona urbana consolidada da Cidade de Cantanhede, tendo como confrontações a Norte a zona Industrial; a Sul a Rua Padre Cruz e a Rua Joaquim António de Aguiar; a Nascente a Rua Eng.º Adelino Amaro da Costa e a ZUE-Q (a poente da EN 234-1); e a Poente os limites das Zonas de Expansão Urbana I, N, L e P (ZUE-I, ZUE-N, ZUE-L E ZUE-P) e EQ9 e EQ10.

2. Demografia Conhecer os movimentos da população, sua composição e distribuição no território, as mudanças que nela ocorrem ao longo dos tempos, bem como os fenómenos responsáveis por essas mudanças, são aspectos que se procuram analisar com recurso à análise de indicadores demográficos.

Desta forma, procura-se fazer o estudo das causas dos comportamentos populacionais e suas possíveis consequências, por forma a conhecer-se as suas necessidades actuais e futuras, e que o processo de planeamento e desenvolvimento da cidade, nomeadamente através dos seus instrumentos de gestão territorial poderão contemplar.

2.1- Evolução da População Residente A população residente de acordo com os censos de 60, 70, 81, 91 e 2001, a sua variação ao longo das décadas e a densidade populacional para a freguesia de Cantanhede ( não existem dados isolados para o lugar de Cantanhede, pelo que o estudo tem que ser sempre baseado nos valores da freguesia onde a

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cidade de Cantanhede se insere, nomeadamente a freguesia de Cantanhede. De realçar que desta freguesia fazem parte 7 lugares), são apresentadas no quadro seguinte:

População

Residente

Taxa de

Crescimento

%

1960

1970

1981

1991

2001

60/70

70/81

81/91

91/01

5379

5691

6474

6368

7066

5.80

13.76

-1.64

11.09

Fonte: I.N.E., Recenseamento Geral da População 1960, 1970, 1981, 1991 e 2001

Em termos globais, a dinâmica demográfica registada na freguesia de Cantanhede nos últimos quatro decénios permite constatar um acréscimo generalizado da população, sendo este fenómeno acentuado no período compreendido entre 1960 /1970 e principalmente na década seguinte, 1981. Isto poderá ser explicado pelo regresso da população das ex-colónias, que optaram por se instalar na freguesia sede de concelho, pela melhoria das condições de vida que a freguesia começou a ter, possivelmente em detrimento das outras freguesias do concelho.

Entre a década de 81 e 91, a população diminuiu ligeiramente sem sofrer perdas significativas.

Na década de 91 a 2001 cresceu 11% como consequência do abandono progressivo da actividade agrícola, industrialização e terceirização da economia local, aumento da oferta de fogos disponíveis, facilitando a fixação das populações mais jovens, bem como a fácil ligação à cidade de Coimbra, com a melhoria da rede viária e de transportes permitindo assim a fixação de pessoas no concelho, embora com trabalho em concelhos limítrofes.

3. Urbanidade

3.1 – A Origem e desenvolvimento do Centro urbano de Cantanhede De acordo com o relatório do Plano de Urbanização, “Cantanhede pressupõe-se que tenha sido inicialmente um local de passagem, caminho em terra batida e onde se cruzavam os mercadores e viajantes. Estes homens que se deslocavam a pé ou a cavalo terão sido atraídos e estas paragens, mais pela sua situação geográfica, o planalto «Horst de Cantanhede», favorável à atracção de gente do que por ser uma zona húmida, de aluviões ou de planícies baixas e pantanosas, pelo clima e pela necessidade de se criar um centro, destinado a efectuar trocas comerciais. Enfim, concerteza que toda esta conjugação de factores terão estado na origem da criação deste centro urbano”.

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Com o agregar das pessoas vem a necessidade de organização e logo, desde muito cedo, nós sabemos que Cantanhede se organiza a nível administrativo, judicial, religioso e político.

A Igreja e a Feira são duas realidades que no mundo medieval andavam bastante ligadas. Sabe-se que afluíam a Cantanhede muitas pessoas por motivo de Festas Religiosas e por romarias.

Em Cantanhede a feira começou a realizar-se no Largo do Rossio junto à Igreja. E foi à volta desta Igreja que o aglomerado se foi organizando e expandindo.

Também do Largo do Rossio, considerado por muitos o coração da cidade, irradiam e convergem ruas e estradas nacionais que podemos comparar a vasos sanguíneos que impulsionam a vitalidade deste aglomerado. Daqui se partia para Coimbra, Figueira da Foz e Aveiro.

As informações paroquiais de 1758 dizem-nos “A povoação dedica-se à agricultura de cereais, hortas e vinhas, possuindo também uma pequena indústria, mas o comércio e a administração constituem sem duvida, a actividade que emprega grande número de pessoas, o que dá à povoação um ar de urbanismo”.

Cedo, esta povoação se tornou airosa e agradável em virtude dos seus muitos e grandes largos com bonitos jardins públicos, as suas casa de habitação cuidadas e ruas arejadas.

“…No interior da vila há um dilatado rocio, cercado de arvoredo que compete com os montes em eminência e

com os séculos em idade…”

“Da parte do meio dia se levanta, o palácio dos senhores de Cantanhede…” (descrição do séc. XVIII, ortografia

actualizada)

Sabe-se que a Câmara , em 1930 mandou arrancar o arvoredo da Alameda e o fez substituir por um vasto e moderno jardim. Com a construção deste jardim, a feira que ali se realizava passou a realizar-se no Rossio Largo, hoje Largo Pedro Teixeira, tendo sido mais tarde transferida para o sítio actual, denominado Largo da Feira e Quinta de S. Mateus.

Quanto à organização do aglomerado, e em termos gerais, ainda hoje se mantém a mesma estrutura funcional que existia no início do século». (in Relatório do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede, 1999)

3.2 O Património Cultural

Sendo a área de intervenção em grande parte circunscrita à área urbana consolidada, e obviamente fazendo esta parte do núcleo original da cidade, é neste trecho de cidade que se concentram alguns dos exemplos edificados que podem constituir o património cultural e edificado da mesma.

Do património cultural da cidade fazem parte edifícios de estilo manuelino, renascentista e maneirista, estilos que estão presentes em especial, em edifícios religiosos, cujo principal exemplo é a Igreja Matriz.

Quanto à arquitectura civil existem alguns exemplares de casa solarengas, principalmente do séc. XVIII.

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A título de exemplo e na área de intervenção do plano pode encontrar-se:

A Igreja Matriz de Cantanhede é classificada pelo Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede como Imóvel de Interesse Público. A construção situada no centro da cidade constituí uma autêntica relíquia do passado.

Sabe-se que por volta do ano de 1080 esta Igreja já existia.

O Palácio dos Condes e Marqueses de Cantanhede é uma obra datada de 1553 e mandada edificar pelos Meneses, Condes e Marqueses de Cantanhede.

Apesar das transformações que tem levado ao longo dos séculos, este imóvel, onde estão presentemente instalados os Paços do Concelho, apresenta ainda hoje importantes elementos arquitectónicos da época inicial, sendo uma das mais importantes obras renascentistas de arquitectura civil, em toda a região de Coimbra.

Situada no Largo Pedro Teixeira, existe uma casa do Séc. XVIII.

Esta casa é considerada das mais antigas existentes na cidade, dentro das mais singelas. A sua tipologia é característica desta zona, possuindo uma escadaria de acesso ao 1º piso, ligada e paralela à fachada principal, que vai dar a uma pequena varanda com um alpendre.

Este edifício foi recentemente objecto de obras de recuperação, tendo mantido a sua traça original.

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Existem ainda outros conjuntos de edifícios que marcam vários estilos arquitectónicos, como Arte Nova, Popular e Erudita e que conferem à malha urbana consolidada uma imagem característica com interesse em preservar.

3.3. A morfologia urbana

Os principais elementos morfológicos identificados na área de intervenção e que constituem unidades estruturantes na forma urbana e na fruição deste troço de cidade são:

- O quarteirão, como unidade de intervenção e evolução da cidade; - A rua, como elemento estruturante do tecido urbano; - A praça e o jardim, como palco público do encontro e da estadia; - O monumento, como facto simbólico da imagem colectiva.

Este trecho da cidade, é assim formado por quarteirões como unidade morfológica de referência da zona urbana consolidada, garantindo uma continuidade à malha urbana e uma facilidade de identificação da própria cidade.

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A utilização desta unidade morfológica confere ao espaço urbano a escala de dimensão humana, avaliada na medida em que assegura a sequência dos percursos na cidade e de modo particular no interior da unidade “bairro”.

A simplicidade do traçado ajuda a clarificar a leitura e a legibilidade do bairro, ou seja a facilidade com a qual os indivíduos reconhecem e organizam coerentemente no seu sistema de valores e os elementos que compõem a forma urbana deste troço de cidade.

A malha urbana é “retalhada” por arruamentos de forma irregular, e na parte poente e nascente da área de intervenção, de perfil reduzido e sem passeios, com trânsito automóvel de sentido único.

Na área mais central do Plano, as vias oferecem um perfil mais generoso, comportando estacionamento ao longo das mesmas, estando ainda dotadas de passeios.

O reforço da mobilidade pedonal nesta área e da cidade em geral, é reforçado com a existência de praças e jardins.

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Estes espaços públicos, são por excelência elementos marcantes de identificação do espaço urbano e que favorecem o encontro, a estadia o convívio e o lazer, e onde se pode simplesmente estar. Para além de recrear hábitos antigos de vivências colectivas, acolhe diversas manifestações da sociabilidade urbana contemporânea.

A imagem urbana da cidade de Cantanhede é reforçada pela existência de elementos marcantes, através de objectos de expressão artística – os monumentos. Estes elementos intensificam no indivíduo a capacidade de se apropriar, orientar e identificar com o espaço, desempenhando muitas vezes um elo emocional entre o cidadão e a urbe, contribuindo para formar e reforçar a imagem colectiva da cidade, do bairro, da rua ou da praça na qual se localiza.

3.4. – As Cérceas

Na área do plano, o edificado existente é na sua maioria referente a casas unifamiliares predominando a cércea de r/ch+1, bem como blocos de edifícios plurifamiliares, coexistindo o r/ch+2 e na área mais central, r/ch+3 e r/ch+4.

Verifica-se na área de intervenção, justificando também a delimitação da mesma, a existência de edifícios com cércea superior à permitida pelo Plano de Urbanização, mas que eram já uma pré-existência antes da sua entrada em vigor, pelo que o presente plano pretende a sua integração,

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bem como dos seus edifícios contíguos, na cércea dominante da área próxima, e contribuir de forma clara para a definição dos critérios urbanísticos de desenvolvimento da cidade.

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EDIFÍCIO ANTIGO

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3.5. – Os Alinhamentos

O alinhamento das construções, principalmente na área sul do plano, decorre da tipologia em banda dos edifícios que confinam com arruamentos caracterizados na sua maioria por um traçado irregular, quer ao

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nível do seu perfil, quer ao nível do seu trajecto, recriando percursos cuja surpresa causada pela irregularidade no alinhamento das fachadas previne a monotonia e desperta o transeunte a satisfazer a curiosidade causada.

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O Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede definiu os alinhamentos das construções, de forma a permitir o alargamento dos arruamentos para dotá-los de passeios e de perfis mínimos que permitam o tráfego automóvel e pedonal de forma desafogada. No entanto alguns desses alinhamentos não introduzem mais valias no desenvolvimento da cidade, nomeadamente no tecido urbano consolidado, onde predomina a tipologia em banda contínua confinante com arruamentos de sentido único, e em que as construções se destinam, na sua maioria, a habitação unifamiliar.

Na área mais central do plano, imediatamente a Poente da Praça Marquês de Marialva, o Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede contempla a abertura do espaço e da malha urbana, de forma a permitir a comunicação directa entre o núcleo central da cidade e as áreas de expansão e de equipamentos adjacentes.

Verifica-se igualmente junto à área anteriormente mencionada a definição de alinhamentos e a reestruturação de arruamentos que implicam a criação de uma solução de cul-de-sac em detrimento do arruamento já existente e consolidado, não constituindo uma mais valia para a urbanidade do local e dificultando a intervenção urbanística da área em função do cadastro existente.

Essa abertura do centro à sua envolvente é no entanto comprometida pela existência de edifícios habitacionais em bom estado de conservação a demolir, podendo apenas a demolição ocorrer após a sua aquisição pela Câmara Municipal, através de expropriação ou de negociação com os proprietários, sendo qualquer um dos procedimentos delicado do ponto de vista social e financeiro.

É intenção do Plano de Urbanização com a definição dos alinhamentos na zona urbana consolidada (ZUC), promover a existência de arruamentos com um perfil que permita a circulação automóvel, ainda que condicionada (sentido único) em conjunto com a circulação pedonal, de forma desafogada e segura.

Na área mais central da ZUC, ao longo dos arruamentos principais, os alinhamentos assumem claramente a existência da circulação automóvel desafogada e da circulação pedonal segura, com a presença de passeios e zonas de estadia associada à circulação automóvel nos dois sentidos, complementada com estacionamento.

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Capítulo 3 - A proposta

1. Objectivos de partida

O Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública surge no sentido de dar resposta a situações de dificuldade de execução do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede, verificadas pela obrigatoriedade do cumprimento dos alinhamentos definidos nas respectivas plantas de Alinhamentos, nomeadamente porque tal implica a demolição de edifícios habitacionais existentes e em bom estado de conservação, a qual só pode ocorrer após a sua aquisição pela Câmara Municipal através de expropriação ou de negociação com os proprietários, sendo qualquer um dos procedimentos delicado do ponto de vista social e financeiro.

De realçar ainda que o alinhamento definido para alguns locais pelo Plano de Urbanização em vigor, não introduz mais valias no desenvolvimento da cidade, nomeadamente no tecido urbano consolidado, onde predomina a tipologia em banda contínua confinante com arruamentos de sentido único, sem passeios definidos e em que as construções se destinam, na sua maioria, a habitação unifamiliar.

Como objectivos prioritários apontam-se, resumidamente os seguintes:

conciliar a intervenção com as pré-existências e com os compromissos assumidos pelo Plano em vigor;

estruturar o traçado viário de uma forma clara permitindo um todo urbano facilmente perceptível. Nesse sentido o presente Plano surge assim como oportunidade de resposta à resolução dos problemas relacionados com a problemática da exequabilidade do Plano de Urbanização da Cidade de Cantanhede.

2. Estratégia e as preocupações chave

A estratégia a implementar passa assim por qualificar o espaço numa linha dual – para os residentes, que irão usar o espaço diariamente, e para os visitantes que a procuram ocasionalmente.

Um outro domínio estratégico de intervenção, passa pela assumpção do espaço como um espaço supra-local, onde os interesses de todos se devem sobrepor aos interesses individuais. Isto implica um alteração na lógica individualista do uso do espaço, assumindo que os espaços públicos se dirigem a todos – os locais, os municipais e os regionais.

Como ideia forte e mobilizadora, pretende-se criar um espaço que proporcione uma melhoria considerável nas condições de vida da população e ao mesmo tempo dota-lo de condições que contribuam fortemente para a vivência da cidade.

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A definição da estratégia urbanística constitui um importante momento de reflexão sobre os diferentes cenários que se abrem face ao diagnóstico desenvolvido. Procura-se neste momento apontar soluções que deverão merecer por parte do Executivo Municipal a ponderação dos caminhos escolhidos no sentido de avalizar a proposta que agora se apresenta.

3. Proposta do Plano O quadro de referência para a elaboração do Plano de Alinhamento e Cércea, definindo a implantação da fachada face à via pública, aponta como se tem vindo a referir para a criação e qualificação do espaço público existente coadunado com os novos espaços a edificar, públicos e de equipamentos com a dignidade que a cidade e os munícipes de Cantanhede merecem.

Em relação às cérceas das edificações pretende-se que estas demonstrem e definam os pontos centrais da cidade e dos seus eixos axiais, delimitando claramente os seus limites e estabelecendo uma relação harmoniosa com a envolvente.

3.1 Os Alinhamentos e o Espaço Público

O espaço público resultante da definição dos alinhamentos propostos possui uma lógica de funcionamento diferenciada revelando uma forte preocupação em conseguir uma certa fluidez de trânsito e de fruição do espaço, e que obviamente proporcione a melhoria das condições de vida e um aumento da segurança, por parte da população.

A qualificação do espaço público é assegurada pela definição dos alinhamentos das construções que se encontram à face do arruamento, e que são a sua grande maioria. Os arruamentos de perfil reduzido com um volume de trafego automóvel mais elevado e que desta forma não possuem passeios ou espaços destinados à circulação pedonal, ficam assim com as condições de circulação assegurada.

Nestes arruamentos propõem-se um recuo do alinhamento de cerca de 1.50 metros relativamente a cada um dos limites da faixa de rodagem, a serem transformados em valeta espraia, permitindo deste modo a criação de um espaço de circulação pedonal com segurança e ao mesmo tempo admitindo uma faixa para estacionamento/paragem automóvel, sem prejudicar a fluidez do tráfego.

Nos arruamentos com os alinhamento das construções já bastante consolidados e ao longo dos quais apenas se verifica, pela sua localização, a influência de trânsito local – apenas para os seus residentes – e não se prevê o aumento de cércea, comprometendo desta feita as condições de insolação e privacidade das edificações e das vias, optou-se por manter os alinhamentos já existentes conferindo a este troço de malha urbana as suas características originais.

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Ao longo dos arruamentos já dotados de passeio com dimensão adequada, o alinhamento das construções/muros foi mantido de acordo com as construções e alinhamentos já definidos no Plano de Urbanização de Cantanhede.

Os alinhamentos estabelecidos neste Plano devem salvaguardar a possibilidade de implantação futura de uma rede de percursos pedonais acessíveis, livres de obstáculos, que ligue de forma continua, o mais confortável possível e dentro do cumprimento das normas técnicas aprovadas pelo regime jurídico da acessibilidade em vigor os pontos activos mais relevantes da estrutura urbana afecta a este Plano.

O município de Cantanhede tem consciência e sensibilidade relativamente às questões relacionadas com a mobilidade, tendo apostado e investido no estudo e propostas de melhoria para a cidade de Cantanhede, no que concerne à relação peão/veículo. Como tal, estão a ser realizados 2 estudos, denominados “Projecto Mobilidade Sustentável” e “Estudo de Circulação e Segurança Rodoviária de Cantanhede”.

3.2 As cérceas

A proposta urbanística relativa à definição das cérceas permitidas, vai ao encontro do estabelecido no Plano de Urbanização, à excepção de alguns limites que pela escala de trabalho se encontravam menos claros ou não se coadunavam com as pré-existências criando descontinuidades na imagem urbana.

Foi igualmente importante à escala de trabalho do plano, definir os casos de “cércea mista”, ou seja, que na mesma parcela sejam possíveis cérceas diferentes (exemplo: seja permitido um piso superior recuado relativamente ao plano de fachada). A cércea superior deverá ser recuada no mínimo 3 metros em relação à inferior.

Este tipo de cércea justifica-se para permitir a transição entre zonas de cércea diferente sem que se denote um corte abrupto da imagem urbana.

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Introdução ................................................................................................................................................1 A estrutura do relatório..........................................................................................................................1

Capítulo 1 - Enquadramento do plano de pormenor .........................................................................2 1. Plano de Pormenor como instrumento operativo ............................................................................2 2. Breve Descrição da Área de Intervenção ........................................................................................3 3. Enquadramento no Plano de Urbanização da cidade de Cantanhede ..........................................4 4. Metodologia .......................................................................................................................................5

Capítulo 2 - Breve caracterização e diagnóstico................................................................................6 1. Enquadramento Territorial ................................................................................................................6 2. Demografia .......................................................................................................................................6

2.1- Evolução da População Residente ..........................................................................................6 3. Urbanidade .......................................................................................................................................7

3.1 – A Origem e desenvolvimento do Centro urbano de Cantanhede..........................................7 3.2 - O Património Cultural................................................................................................................8 3.3. - A morfologia urbana...............................................................................................................10 3.4. – As Cérceas ............................................................................................................................12 3.5. – Os Alinhamentos ...................................................................................................................14

Capítulo 3 - A proposta ........................................................................................................................16 1. Objectivos de partida ......................................................................................................................16 2. Estratégia e as preocupações chave .............................................................................................16 3. Proposta do Plano...........................................................................................................................17

3.1 Os Alinhamentos e o Espaço Público ......................................................................................17 3.2 As cérceas .................................................................................................................................18