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14 PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO RELATÓRIO FINAL PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DA BACIA DO PARNAÍBA

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DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO

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RELATÓRIO FINAL

PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DA BACIA DO PARNAÍBA

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PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO

14

RELATÓRIO FINAL

PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DA BACIA DO PARNAÍBA

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva

Produção da Publicação: TDA Desenho & Arte Ltda. Diretor responsável: Marcos Rebouças Criação do projeto gráfico: Marcos Rebouças e Giovanna Tedesco Diagramação: Giovanna Tedesco e Eduardo Meneses Ilustrações: Thiago Santos Revisão: Rejane de Meneses e Yana Palankof www.tdabrasil.com.br

Foto da Capa Luís Bulcão Baixão de Esperança, Serra da Capivara, São Raimundo Nonato-PI

Brasil. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF

Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP : relatório final : Plano de Ações Estratégicas da Bacia do Parnaíba / Compa-nhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. – Brasília, DF : TDA Desenho & Arte Ltda., 2006.

130p. : il. – (Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP ; v. 14)

1. Desenvolvimento sustentável. 2. Meio ambiente. I. Título. II. PLANAP. III. Síntese executiva. IV. Relatório Final – Plano de Ações Estratégicas da Bacia do Parnaíba.

© 2006 Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAP.

Todos os direitos reservados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. Os textos contidos nesta publicação, desde que não usados para fins comerciais, poderão ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos. As imagens não podem ser reproduzidas, transmitidas ou utilizadas sem expressa autorização dos detentores dos respectivos direitos autorais.

Coordenadora Márcia Malvina Alves Cavalcante

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

Ministro da Integração NacionalCiro Ferreira Gomes

Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASFEmpresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional

PresidenteLuiz Carlos Everton de Farias

Diretora da Área de AdministraçãoAna Lourdes Nogueira Almeida

Diretor da Área de EngenhariaClementino Souza Coelho

Diretor da Área de ProduçãoMarcos Moreira (respondendo pela Diretoria)

Gerente-Executivo da Área de PlanejamentoAlexandre Isaac Freire

Superintendentes Regionais1a SR: Anderson de Vasconcelos Chaves2a SR: Jonas Paulo de Oliveira Neres3a SR: Isabel Cristina de Oliveira4a SR: Paulo Carvalho Viana5a SR: Antônio Nelson Oliveira de Azevedo6a SR: Manoel Alcides Modesto Coelho7a SR: Hildo Diniz da Silva

Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAPPROJETO BRA/OEA/02/001

Coordenador NacionalIvan Dantas Mesquita Martins – CODEVASF

Coordenador InternacionalNelson da Franca Ribeiro dos Anjos – OEA

Coordenadora Técnica e MetodológicaRejane Tavares – OEA/CODEVASF

Consultora em Ciências SociaisJeosafira Chagas Rocha – OEA/CODEVASF

Consultora em Projetos ProdutivosVera Lúcia Costa da Silva – OEA/CODEVASF

PARCEIROS GOVERNAMENTAIS

Diretor-Executivo da ADENEJosé Zenóbio Teixeira de Vasconcelos Governador do Estado do Piauí José Wellington Barroso Dias

Governador do Estado do MaranhãoJosé Reinaldo Tavares

Governador do Estado do CearáLúcio Gonçalves de Alcântara

Secretário de Planejamento do PiauíMerlong Solano Nogueira

Secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do MaranhãoSimão Cirineu Dias

Secretário de Desenvolvimento Local e Regional do CearáAlex Araújo

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SumárioApresentação 11

1.AntecedenteseprocessodepreparaçãodoplAnAp 13

1.1. Antecedentes 15

1.2. Conceitos básicos de elaboração do PLANAP 16

1.2.1. Fundamentos do PLANAP 16

1.2.2. Critérios para a divisão territorial da bacia 16

1.3. Processo de construção dos planos territoriais 22

2.planodeAçãoparaoDesenvolvimentoIntegradodaBaciadoparnaíba 25

Componente I. Fortalecimento Institucional para Implementação do Plano 29

Ação I.1. Fortalecer a articulação interinstitucional nas esferas pública e privada 31

Ação I.2. Articular e capacitar os atores sociais dos Territórios para a implementação dos projetos prioritários 31

Ação I.3. Desenvolver instrumentos de gerenciamento dos Territórios 31

Componente II. Desenvolvimento sustentável e conservação da diversidade biológica 32

Componente III 51

Ação III.1. Desenvolver instrumentos para a gestão sustentável dos recursos naturais 34

Componente IV. Melhoria e ampliação da infra-estrutura básica e regularização fundiária 68

Ação IV.1. Melhorar a infra-estrutura de transporte 70

Ação IV.2. Utilizar de forma sustentável os recursos hídricos: recuperação, ampliação e construção de estruturas de captação,

tratamento, armazenamento e distribuição de água 71

Ação IV.3. Ampliar a cobertura dos serviços de saneamento ambiental 72

Ação IV.4. Ampliar e regularizar a oferta de energia elétrica 74

3.CustoseparceriasparaimplementaçãodoplAnAp 77

3.1. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Maranhão com interfaces com o PLANAP 79

3.2. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Ceará com interfaces com o PLANAP 80

3.3. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Piauí com interfaces com o PLANAP 82

3.4. Programas e ações do PPA da União com interfaces com o PLANAP 86

Anexo1.CaracterísticasdaBaciadoparnaíba 97

1. Características ambientais da Bacia do Parnaíba 99

1.1. Os ecossistemas presentes na bacia 99

1.2. Macrorregião do Litoral 101

1.3. Sistema aqüífero 101

2. Características fisiográficas e ambientais das Macrorregiões da Bacia do Parnaíba 101

2.2. Macrorregião do Meio-Norte 102

2.3. Macrorregião do Semi-Árido 103

2.4. Macrorregião do Cerrado 104

3. Características socioeconômicas 105

3. 1. Aspectos demográficos 105

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3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106

3.2.1. Distribuição da renda 106

3.2.2. Receitas municipais 108

3.3. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 109

3.4. Educação 109

3.5. Saúde 110

3.6. Transporte 110

3.7. Saneamento ambiental 111

3.8. Energia elétrica 114

3.9. Estrutura fundiária 115

Anexo2.ContextoInstitucionalEstratégico 117

1. Estados que compõem a bacia 119

1.1. Piauí 119

1.2. Maranhão 119

1.3. Ceará 119

2. Instituições que atuam na Bacia do Parnaíba 120

2.1.2. Organizações governamentais que atuam na Bacia do Parnaíba 120

2.2. Perfil das organizações da sociedade civil que atuam na Bacia do Parnaíba 121

2.3. Perfil produtivo regional 121

2.3.1. Comércio e serviços e indústria 122

2.3.2. Agropecuária 123

6.Sitesdeinteresse 127

6.1. Sites de interesse 129

6.2. Direção e coordenação da CODEVASF 130

6.3. Equipe de elaboração do PLANAP 130

Lista de figuras

1. Mapa das Macrorregiões de Desenvolvimento 17

2. Mapa dos Territórios de Desenvolvimento 19

3. Mapa dos Aglomerados dos municípios 21

4. PLANAP. Componentes e Ações Estratégicas 28

5. PLANAP. Ações e atividades do Componente I 30

6. PLANAP. Ações e atividades do Componente II 33

7. Esquema geral do Programa de Desenvolvimento Florestal do Vale do Parnaíba no Piauí 39

8. Localização das áreas com aptidão florestal 40

9. Modelo do Programa de Desenvolvimento Florestal 41

10. Potencial cluster resultante do Modelo de Desenvolvimento do Programa Florestal 42

11. Esquema geral do Plano de Ação do Programa Florestal – Componente Florestas Plantadas 46

12. PLANAP. Ações e atividades do Componente III 50

13. PLANAP. Ações e Atividades do Componente IV 69

14. Evolução do PIB no período de 1999 a 2002 106

15. Receitas municipais e transferências constitucionais 108

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Lista de quadros

1. Número de participantes por instituição envolvida nos eventos 23

2. Áreas indicativas para criação de Unidades de Conservação 36

3. Áreas de corredores ecológicos7 implantados ou em fase de estudos 37

4. Impacto estimado na ocupação territorial – Programa Florestas Plantadas 43

5. Estimativa da produção sustentada de madeira na região de Teresina 43

6. Estimativa de empregos gerados por província da região de Teresina 44

7. Impactos no PIB e no PIB per capita do Estado do Piauí 45

8. Áreas do programa – Florestas Plantadas 49

9. Estimativa de obras em rodovias da área da Bacia do Parnaíba 70

10. Estimativa de obras em pontes na Bacia do Parnaíba 70

11. Proposições de adutoras para o aproveitamento dos recursos hídricos no PCP 72

12. Obras de infra-estrutura hídrica a serem implantadas na Bacia do Parnaíba 73

13. Implantação de obras de abastecimento e tratamento de água 73

14. Obras de linhas de transmissão 74

15. Uso da terra na Bacia do Rio Parnaíba em 2003 100

16. Área, população e taxa de crescimento por macrorregião 105

17. Evolução populacional (1991-2000) 105

18. Maiores PIBs da Bacia do Parnaíba 107

19. PIB e PIB per capita (2002) 107

20. Maiores e menores PIBs per capita na bacia em 2002 108

21. IDH das macrorregiões e das principais cidades da bacia 109

22. Aspectos da assistência hospitalar 110

23. Malha rodoviária dos Estados do Piauí, Ceará e Maranhão 111

24. Situação atual do sistema de abastecimento de água (Ceará, Maranhão e Piauí) 112

25. Situação atual do sistema de esgotamento sanitário (Ceará, Maranhão e Piauí) 112

26. Capacidade instalada de geração elétrica – MW 114

27. Total de consumidores e consumo de energia elétrica – 2004 114

28. Assentamentos da Bacia do Parnaíba 116

29. Distribuição das unidades empresariais – 2003 122

30. Principais produtos exportados 123

31. Valor da produção agrícola dos principais produtos 124

32. Quantitativo dos principais rebanhos e produção de leite e mel 125

16. Instalações sanitárias 112

17. Abastecimento de água 113

18. Serviço de coleta de lixo 113

19. Serviço de energia elétrica 115

20. Distribuição dos estabelecimentos agrícolas segundo o tamanho da área 115

21. Condição do produtor 116

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API Atenção à Pessoa IdosaACS Agente Comunitário de SaúdeAPAE Associação de Pais e Amigos dos ExcepcionaisADENE Agência de Desenvolvimento do NordesteAG AglomeradoAGESPISA Águas e Esgotos do Piauí S. A.AGDE Agência de Desenvolvimento RuralAIDS Síndrome da Imunodeficiência AdquiridaBASA Banco da AmazôniaBB Banco do BrasilBIRD Banco Interamericano de Reconstrução e DesenvolvimentoBNB Banco do Nordeste do BrasilBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialBPC Benefício de Prestação ContinuadaCAD ÚNICO Cadastro ÚnicoCAIC Centro de Apoio Integrado à CriançaCAPS Centro de Assistência PsicossocialCDL Câmara dos Dirigentes LojistasCAIXA Caixa Econômica FederalCEFET Centro de Ensino Federal e TecnológicoCINPRA-COCAIS Consórcio Intermunicipal de Produção e AbastecimentoCEPISA Companhia de Eletrificação do Piauí S. A.CEPRO Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do PiauíCODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do ParnaíbaCOOAVE Cooperativa de Avicultores do PiauíCOMVAP Companhia do Vale do ParnaíbaCOOMEPI Cooperativa Apícola do Médio Parnaíba Piauiense CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos MineraisDAP Declaração de AptidãoDLIS Desenvolvimento Local Integrado e SustentávelDER Departamento de Estradas e RodagemDNER Departamento Nacional de Estradas e RodagemDNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de TransporteDNOCS Departamento Nacional de Obras Contra a SecaDST Doenças Sexualmente TransmissíveisEJA Educação de Jovens e AdultosEMATER Instituto de Assistência Técnica e Extensão RuralEMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaETE Estação de Tratamento de EsgotoFAMCC Federação das Associações de Moradores e Conselhos ComunitáriosFAMEPI Federação das Associações de Moradores do Estado do PiauíFETAEMA Federação dos Trabalhadores da Agricultura do MaranhãoFETAG Federação dos Trabalhadores na Agricultura

Siglas e abreviaturas

Lista de fotos

Pecuária-PI 09

Porto das Barcas-PI 12

Canoas de pescadores no delta do Parnaíba-PI 14

Artesanato - Parnaíba-PI 26

Plantação de melancias - Campo Maior-PI 76

Agricultura familiar - Parnaíba-PI 78

Rio Parnaíba-MA 98

Pôr-do-sol no rio Parnaíba-PI 118

Lote de pequeno produtor-PI 128

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FRIGOTIL Frigorífico de Timon Ltda.FRUTAN Frutas do Nordeste do Brasil S. A.FUMAC Fundo Municipal de Apoio ComunitárioFUNACI Fundação Padre Dante CivieroFUNASA Fundação Nacional de SaúdeFUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do MagistérioGECOSA Grupo Gervásio Costa S. A.HA HectareIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICCO Interchurch Organisation for Development CooperationIDH Índice de Desenvolvimento HumanoINCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaINTERPI Instituto de Terras do PiauíISO International Standart OrganizationITOG Investimento, Tecnologia, Organização e GestãoLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMDA Ministério do Desenvolvimento AgrárioMEC Ministério da Educação e CulturaMMA Ministério do Meio AmbienteMME Ministério das Minas e EnergiaMST Movimento dos Sem-TerraNEAD Núcleo de Educação a DistânciaNOVAFAPI Nova Faculdade do PiauíOEA Organização dos Estados AmericanosONG Organização Não GovernamentalPAC Programa de Apoio à CriançaPACS Programa de Agentes Comunitários de SaúdePCPR Programa de Combate à Pobreza RuralPDDE Programa Dinheiro Direto na EscolaPETI Programa de Erradicação do Trabalho InfantilPNAT Programa Nacional de Transporte EscolarPNAE Programa Nacional de Alimentação EscolarPRODART Programa de Desenvolvimento do ArtesanatoPRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura FamiliarPSF Programa de Saúde da FamíliaSAMU Serviço de Atendimento Médico de UrgênciaSDR Secretaria de Desenvolvimento RuralSDT Secretaria de Desenvolvimento dos TrabalhadoresSEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSEDUC Secretaria Estadual de EducaçãoSEMAR Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos HídricosSENAI Serviço Nacional de Aprendizagem IndustrialSENAC Serviço Nacional de Aprendizagem ComercialSENAR Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSEPLAN Secretaria Estadual de Planejamento SIASUS Serviço de Informação da Atenção Básica do SUSSIAB Serviço de Informação da Atenção BásicaSINASC Sistema de Informações de Nascidos VivosSISAGUA Sistema de Apoio ao Gerenciamento de Usuário de ÁguaSINTE Sindicato dos Trabalhadores de EducaçãoSISVAN Serviço de Informação de Vigilância Alimentar e NutricionalSTTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras RuraisSUS Sistema Único de SaúdeUFPI Universidade Federal do PiauíUEMA Universidade Estadual do MaranhãoUESPI Universidade Estadual do PiauíUSAV Unidade de Sanidade Animal e VegetalUTI Unidade de Terapia IntensivaUTT Unidade de Transferência de TecnologiaZEE Zoneamento Ecológico-Econômico

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EquIPE TÉCNICA

Amália Rodrigues de Almeida – SEDUC-PIAna Amélia Bastos Guimarães – CODEVASF SEDEAna Maria Barata – CODEVASF SEDEAndréa Simone dos S. Sousa – SEPLAN-PIAnísio Ferreira Lima Neto – Prestador de ServiçoAristóteles Fernandes de Melo – CODEVASF SEDECarlos Henrique da Silva Marques – CODEVASF SEDEDalgoberto Coelho de Araújo – ADENEElder Barros Gama Vieira – CODEVASF SEDEEliete Marreiros – SEPLAN-PIElson Antônio Fernandes – CODEVASF SEDEEvandro Cardoso – IICA/SEPLAN-PIFrancisco das Chagas Ferreira – SEPLAN-PIFrancisco Fernandes de Assis –EMATER-PIGilma Maria Nunes Ferreira – SEPLAN-PIHélio Nunes Alencar – SEPLAN-PIHilda Maria Miranda Pereira – colaboradoraJanaína Barros Siqueira Mendes – CEPESJoanete Silva Pereira – ColaboradoraJoão Heliodoro Barros de Oliveira – CODEVASF 7a SRJosé Irapuan Brandão Mendes – ColaboradorJuraci Vieira Gutierres – ColaboradoraLiz Elizabeth de C. Meireles – SEPLAN-PILuiz Almir Lebre Cavalcanti – CODEVASF SEDEMarcos Matos de Vasconcelos – SEMAR-PIMaria do Socorro Nascimento – SEPLAN-PIMaria do Socorro Vasconcelos Ribeiro – CODEVASF 7a SRMaria do Socorro Vilar – ADENEMaria Francisca Teresa Lima – ADENEMaria Lúcia Holanda Gurjão – SDLR-CEMaria Valdenete P. Nogueira – CODEVASF SEDEMiguel Farinasso – CODEVASF SEDENoêmia Gualberto de Souza – CODEVASF SEDEPaulo Afonso Silva – CODEVASF SEDERaimundo Ulisses de Oliveira Filho – Prefeitura de TeresinaRaimuniza Frota – SEPLAN-PIRisomar Maria Garcia Fernandes – EMATER-PIRobert Costa Mascarenhas – CEPESRonaldo Fernandes Pereira – CODEVASF 4a SRRosa Maria de Melo Lima – CEPESRosany Coelho Ferreira Pernambuco Nogueira – CODEVASF SEDESandra Alves dos Santos – colaboradoraSônia Maria Fernandes de Sousa – SEPLAN-PITadeu Marcos Forte Leite – CODEVASF SEDETânia Maria Sabino de Matos Brito – SDLR-CETeresinha de Jesus Alves Aguiar – SEMAR-PITeresinha Frota de carvalho – SEPLAN-PI Vamberto Barbosa Braz – CODEVASF 7a SRVera Lúcia Batista da Silva Assunção – ADENEVictor Uchoa Ferreira da Silva – ADENE Vilma Carvalho Amorim – CEPES

EquIPES DE APOIO

Ana Maria Faturi – CODEVASF SEDE Alexandre Leopoldo Curado – CODEVASF SEDE Edson Viana Barros – CODEVASF SEDE Eliane Pimenta Santos – CODEVASF SEDE Gilmar Mendes de Moura – estagiário Ivone da Silva Barbosa – IICA/SEPLAN João Constantino Ferraz – CODEVASF 7a SRJoão Quaresma Ferreira – SEPLAN-PI Joniel Jonny da Cunha Lopes – contrato Joilson José Rodrigues da Silva – CODEVASF 7a SRLeiane Viana Leal – estagiária Maria do Monte Serrate Cunha – CEPRO-PI Maria Isabel Macedo Bacelar – SEPLAN-PI Maria Rosa de Oliveira – CODEVASF SEDERaniere Ibiapina Martins – CODEVASF 7a SR

INSTITuIÇõES PARCEIRAS

ABC/MREBanco do Nordeste do Brasil – BNBBrasil Eco-Diesel Ltda.Câmara Setorial da OvinocaprinoculturaCâmara Setorial de ApiculturaCEPESCINPRA-COCAISCONSADConsórcio ZEE BRASILCPRMDelta CooperativaEMATER-PIEmbrapa Meio-NorteFACOV – Federação de Ovinocaprinocultura do Piauí IBAMAIBGEINPELili Doces Ltda.Longá Indústria de AlimentosMDA/SDTMMAMovimento de Mulheres Quebradeiras de CocoPCPR-PIPrefeituras dos Municípios da Bacia do ParnaíbaPRODARTESDR/MISDR/PRONAF-PISEBRAESEDUC-PISEMAR-PISFA-PISIH/MIUFPI/CATUFPI/CCA

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Pecuária-PI

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Mapa de localização da Bacia do ParnaíbaAmérica do Sul

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Apresentação

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) tem a satisfação de apresentar o Relatório Final do Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba (PLANAP) realizado

por meio de Acordo de Cooperação Técnica entre o governo brasileiro e a Organização dos Estados Americanos (OEA), no âmbito do PROÁGUA Infra-Estrutura.

A construção do PLANAP, coordenado pela CODEVASF, foi fundamentada nas bases do planejamento estratégico participativo, visando a fomentar o desenvolvimento integrado da bacia, com crescimento da economia regional e melhoria da qualidade de vida da população local, levando-se em consideração a sustentabilidade das ações propostas, suas atividades e os produtos esperados.

A participação dos governos dos Estados do Piauí, do Maranhão e do Ceará, das prefeituras municipais, das universidades, de instituições financeiras, de organismos não governamen-tais, incluindo associações e sindicatos, enfim a participação da sociedade na elaboração do plano durante o ano de 2005 foi expressiva, envolvendo cerca de 5.450 atores sociais, dos quais mais de 2.600 representando organizações não governamentais.

O plano é constituído por 4 componentes, 16 ações e inúmeras atividades derivadas, abran-gendo o interesse da sociedade no desenvolvimento sustentável e integrado da Bacia do Rio Parnaíba. Para sua elaboração, foram considerados também os diversos planos e programas dos governos federal, dos estados e dos municípios que integram a bacia.

O presente Relatório Final resume as informações básicas e positivas de forma condensada, que, juntamente com os 14 documentos específicos e quase uma centena de mapas básicos contidos no Atlas da bacia, servem para o uso de autoridades, tomadores de decisão e de todos os demais interessados na Bacia do Rio Parnaíba.

A CODEVASF espera que o PLANAP seja um marco significativo no desenvolvimento desta importante bacia do Nordeste brasileiro.

Luiz Carlos Everton de FariasPresidente da CODEVASF

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12

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Porto das Barcas –Parnaíba-PI

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ANTECEDENTES E PROCESSO DE PREPARAÇÃO DO PLANAP 1

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Canoas de pescadores no delta do Parnaíba-PI

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1.1. Antecedentes

O Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba (PLANAP) é um instrumento de planejamento para implementação de políticas públicas articuladas no âmbito da Bacia do Rio Parnaíba, envolvendo os Estados do Piauí, do Maranhão e do Ceará, viabilizado por meio de Acordo de Cooperação Técnica entre o governo brasileiro e a Or-ganização dos Estados Americanos (OEA), elaborado sob a coordenação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF).

A construção do PLANAP foi fundamentada nas bases do planejamento estratégico parti-cipativo, visando a fomentar o desenvolvimento integrado da bacia, com crescimento da economia regional e melhoria da qualidade de vida da população local, levando-se em con-sideração a sustentabilidade das ações propostas, além das vantagens comparativas e com-petitivas existentes.

Para tanto, foram analisadas várias metodologias e propostas de construção de planos de de-senvolvimento, considerando as experiências em curso nos estados que compõem a bacia. Em 2005, o Estado do Piauí estava implementando uma proposta baseada nos princípios da regionalização para o desenvolvimento sustentável denominada Projeto Cenários Regionais do Piauí, fundamentada na divisão do estado em Territórios de Desenvolvimento.

Essa proposta foi considerada adequada aos objetivos do PLANAP e sofreu ajustes esque-máticos para adequar a divisão territorial à abordagem de bacia e sub-bacias hidrográficas. Para sua implementação, foi estabelecido um acordo de cooperação técnica com a SEPLAN do Piauí, detentora da formulação metodológica inicial.

No PLANAP, a territorialização foi ampliada para os municípios dos Estados do Maranhão e do Ceará, que também compõem a Bacia do Rio Parnaíba. Cortes mais amplos que os Territórios foram considerados e receberam tratamento teórico, que inclui aspectos do ma-croplanejamento. Além disso, foram consideradas as diretrizes da Política Nacional de De-senvolvimento Regional, formulada pelo Ministério da Integração Nacional, e ferramentas como o Zoneamento Ecológico-Econômico.

A proposta metodológica utilizada foi resultado de uma série de oficinas realizadas com os parceiros e os técnicos convidados, que reuniu as necessidades técnicas do próprio PLANAP, atendendo a indicações de elaboração dos Planos Territoriais da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

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1.2. Conceitos básicos de elaboração do PLANAP

1.2.1.FundamentosdoplAnAp

A primeira preocupação no processo de elaboração do PLANAP foi com a definição clara dos principais concei-tos que norteariam sua construção: Desenvolvimento e Território.

DesenvolvimentoProcesso endógeno [...] de mudança, que leva ao dinamismo eco-nômico e à melhoria da qualidade de vida da população em unidades territoriais e agrupamentos humanos. Para ser consistente e sustentável, o desenvolvimento deve explorar as potencialidades locais e contribuir para elevar as oportunidades sociais, a viabilidade e a competitividade da economia local; ao mesmo tempo, deve assegurar a conservação dos recursos naturais locais, [...] (Construindo o desenvolvimento lo-cal sustentável – Sérgio Buarque, 2002).

TerritóriosConstruir socialmente uma região significa potencializar sua capacidade de auto-organização, transformando uma sociedade inanimada, segmentada por interesses setoriais, pouco perceptiva de sua identidade territorial e em defi-nitivo, passiva, em outra, organizada, coesa, consciente de identidade, sociedade-região, capaz de mobilizar-se por projetos políticos coletivos, isto é, capaz de se transformar em sujeito de seu próprio desenvolvimento (DALLABRI-DA, Valdir Roque. Sustentabilidade e endogenização: novos pa-radigmas para o desenvolvimento regional).

1.2.2.Critériosparaadivisãoterritorialdabacia

No momento em que se decidiu elaborar o Plano de De-senvolvimento Integrado da Bacia do Rio Parnaíba, a pro-vidência mais lógica foi tratar o universo do trabalho de forma que contemplasse uma análise de toda a diversidade existente na área em estudo.

Para tanto, poder-se-ia tomar como referência a divisão territorial proposta pelo IBGE ou outras baseadas na di-versidade dos ecossistemas encontrados ao longo da bacia. Apesar de entender a importância da dimensão ambiental e da biodiversidade como referências necessárias para se estruturar uma proposta de desenvolvimento sustentável, no caso específico da Bacia do Ro Parnaíba, necessitava-se também da inclusão de critérios que possibilitassem o tratamento das regiões como territórios, os quais incor-poram um alto nível de diversidade ambiental, social e econômica.

A partir do cruzamento das variáveis ambientais, sociais, econômicas e político-institucionais, foi estabelecida uma primeira divisão em Macrorregiões baseada nas caracterís-ticas físicas, nas potencialidades de produção e a dinâmica de desenvolvimento, configurando-se nas seguintes Ma-crorregiões indicadas na Figura 1.

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Figura 1. Mapa das Macrorregiões de Desenvolvimento

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Cidades > ou = 40.000 hab.

Outras Cidades

Capitais Macroregiões

Limite Estadual

MR1 - Litoral

MR2 - Meio - Norte

MR3 - Semi - Árido

Limite da Bacia MR4 - Cerrado

PLANAP - CODEVASF / OEA 2005Fonte: CODEVASF (2004)

BACIA DO RIO PARNAÍBAMACRORREGIÕES DE DESENVOLVIMENTO

0 50 100 kmEscala Gráfica:

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São Migueldo Tapuio

CampoMaior

Teresina

Pedro II

PiripiriBarras

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Esperantina

Buritidos

LopesBrejo

CoelhoNeto

Caxias

Timon

ParnaíbaGranja

Viçosado Ceará

Tianguá

São Benedito

Valençado Piauí

PicosOeiras

Barãode

Grajaú

Regeneração

Floriano

Uruçuí

Alvoradado Gurguéia

BomJesus

SantaFilomena

Alto Parnaíba

Gilbués

Curimatã

Corrente

Guaribas

Caracol

São RaimundoNonato

São Joãodo Piauí

SimplícioMendes

Paulistana

Balsas

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Tocantins

Bahia

Pernambuco

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No entanto, observou-se que essa divisão ainda estava muito abrangente para a elaboração de uma proposta de desenvolvimento que agregasse elementos de abor-dagem participativa na sua formulação. Diante dessa análise, optou-se pela divisão das Macrorregiões em

Territórios de Desenvolvimento (Figura 2). Para tanto, a atenção foi concentrada no estudo das vocações pro-dutivas e nas dinâmicas de desenvolvimento das regiões, estabelecendo uma divisão da Bacia do Parnaíba em 11 Territórios de Desenvolvimento.

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Figura 2. Mapa dos Territórios de Desenvolvimento

11ºS

9ºS

6ºS

46ºW 43ºW 40ºW

3ºS

Paraná

Escala Gráfica:

O L

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Cidades > ou = 40.000 hab.

Outras Cidades

CapitaisTerritórios de Desenvolvimento

Limite Estadual

TD1 - Planície LitorâneaMR1

Limite da Bacia

Rios

0 50 100 kmPLANAP - CODEVASF / OEA 2005Fonte: CODEVASF - (2004)

BACIA DO RIO PARNAÍBATERRITÓRIOS DE DESENVOLVIMENTO

MR2TD2 - CocaisTD3 - Carnaubais

MR3TD5 - Vale do SambitoTD6 - Vale do Rio GuaribasTD7 - Vale do Rio CanindéTD8 - Serra da Capivara

TD4 - Entre RiosMR4

TD9 - Vale dos Rios Piauí e ItaueirasTD10 - Tabuleiros do Alto ParnaíbaTD11 - Chapada das Mangabeiras

São Migueldo Tapuio

CampoMaior

Teresina

Pedro II

PiripiriBarras

Crateús

Esperantina

Buritidos

LopesBrejo

CoelhoNeto

Caxias

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ParnaíbaGranja

Viçosado Ceará

Tianguá

São Benedito

Valençado Piauí

PicosOeiras

Barãode

Grajaú

Regeneração

Floriano

Uruçuí

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BomJesus

SantaFilomena

Alto Parnaíba

Gilbués

Curimatã

Corrente

Guaribas

Caracol

São RaimundoNonato

São Joãodo Piauí

SimplícioMendes

Paulistana

Balsas

São LuísOCEANO ATLÂNTICO

Tocantins

Bahia

Pernambuco

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TD1

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Quando da divisão da bacia em Territórios de Desenvolvi-mento, percebeu-se ainda a necessidade de agir consideran-do conjuntos de municípios que possuíssem características comuns. Assim, foi composta uma unidade de planejamen-

to chamada Aglomerados de municípios (Figura 3), o que possibilitou a identificação das semelhanças e das especifi-cações necessárias para a elaboração, a implementação e a avaliação de políticas públicas de desenvolvimento.

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Figura 3. Mapa dos Aglomerados dos municípios

11ºS

9ºS

6ºS

46ºW 43ºW 40ºW

3ºS

Paraná

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Cidades > ou = 40.000 hab.

Outras Cidades

CapitaisAglomerados

Limite Estadual

Limite da Bacia

0 50 100 kmPLANAP - CODEVASF / OEA 2005Fonte: CODEVASF - (2004)

BACIA DO RIO PARNAÍBAAGLOMERADOS DE MUNICÍPIOS

MR1AG1AG2

MR2AG27AG28AG29AG3AG30AG4AG5AG6AG7AG8AG9

MR3AG10AG11AG12AG13AG14AG15AG16AG17AG18AG26

MR4AG19AG20AG21AG22AG23AG24AG25AG31AG32

Macrorregiões (MR)

Escala Gráfica:

Rios

São Migueldo Tapuio

CampoMaior

Teresina

Pedro II

PiripiriBarras

Crateús

Esperantina

Buritidos

Lopes

Buritidos

LopesBrejo

CoelhoNeto

Caxias

Timon

ParnaíbaGranja

Viçosado Ceará

Tianguá

São Benedito

Valençado Piauí

PicosOeiras

Barãode

Grajaú

Regeneração

Floriano

Uruçuí

Alvoradado Gurguéia

BomJesus

SantaFilomena

Alto Parnaíba

Gilbués

Curimatã

Corrente

Guaribas

Caracol

São RaimundoNonato

São Joãodo Piauí

SimplícioMendes

Paulistana

Balsas

São LuísOCEANO ATLÂNTICO

Tocantins

Bahia

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A partir dos Aglomerados, foi possível captar os diferentes estágios de crescimento, de aproveitamento das oportuni-dades e da capacidade de superar os obstáculos que pos-suem os espaços territoriais formatados, construindo-se cenários que permitiram visualizar a dinâmica econômica e social de cada Aglomerado, de cada Território e do conjun-to de Territórios que formam as Macrorregiões.

Portanto, a proposta trabalhada pelo PLANAP combina Macrorregiões e Territórios, num processo de constru-ção de alternativas que considera os diferentes estágios de desenvolvimento dos municípios e do conjunto de muni-cípios, identificando os pré-requisitos necessários para as respostas esperadas/planejadas.

1.3. Processo de construção dos planos territoriais

A opção por uma abordagem participativa ou planejamento estratégico participativo possibilitou chegar o mais próximo possível da realidade dos atores sociais com uma flexibilida-de que permitiu ajustes dos instrumentais técnicos sem per-der os referenciais metodológicos adotados pelo PLANAP. A realidade dos 11 Territórios foi tratada com diferentes lentes, o que proporcionou a constante elaboração e reelaboração, na perspectiva de que a realidade fosse mais compreendida e mais bem trabalhada, assegurando a criação de espaços dialógicos dos atores sociais e a geração de produtos fundamentais para a consistência dos planos territoriais.

Do ponto de vista metodológico, três estratégias foram fundamentais nos processos desenvolvidos nos Territórios:

• fortalecimento da capacidade dos atores dos Territórios de analisar e decidir ações coletivas, de interesses ter-ritoriais, tornando-os permanentes protagonistas do seu desenvolvimento;

• adequação da metodologia adotada pelo PLANAP às di-ferentes realidades territoriais;

• ampliação da aprendizagem de todos os técnicos que atuam no PLANAP, com a desconstrução e a construção de outras concepções e abordagens de aproximação das diversas realidades trabalhadas.

A participação dos atores sociais nos eventos realizados nos municípios, nos Aglomerados e nos Territórios foi bastante expressiva, com representantes dos diversos segmentos da sociedade, instituições públicas, universidades, instituições financeiras, ONGs, associações, sindicatos, cooperativas e pessoas sem vinculação organizacional.

O quantitativo de atores sociais participantes variou de acordo com os tipos de eventos realizados. As reuniões mu-nicipais contaram com o maior número de participantes e envolveram a diversidade de atores locais. Nas Oficinas de Aglomerados e Territórios, participaram representantes escolhidos a partir das reuniões municipais.

Nesse movimento, a parceria com instituições municipais, estaduais e federais permitiu a maior participação de ato-res sociais no processo de construção do plano, apontando, inclusive, para a possibilidade de se firmar acordos de coo-peração quando da sua implementação.

A construção dos planos de ação territoriais envolveu cerca de 5.444 atores institucionais, aproximadamente 1,25% do total da população da bacia, conforme mostra o Quadro 1. As Organizações Não-Governamentais apresentaram-se em maior número nos eventos, representadas por sindica-tos, associações, igrejas, conselhos, comércio, colônia de pescadores e cooperativas, que, juntos, somaram 2.628 participações, correspondendo a 48% de todos os envolvi-dos no processo do Território.

O Poder Executivo Municipal com 1.957 e o Legislati-vo Municipal com 408 representantes corresponderam, respectivamente, a 36% e 7,5% do total do universo. Os demais atores de instituições internacionais, federais, estaduais, universidades e instituições financeiras represen-taram 8,3% do total, com 451 participações.

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Quadro 1. Número de participantes por instituição envolvida nos eventos

Instituições/Órgãos Município

Eventos

dataIntern. Federal Estadual Univer Bancos Executivo Legislativo

ONGs

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Reuniões

municipais- 23 156 12 24 1.409 264 1.982 3.870

Oficinas de

Aglomerado- 21 50 17 21 333 75 400 917

Oficinas de

Território2 36 68 06 15 215 69 246 657

Total 2 80 274 35 60 1.957 408 2.628 5.444

Fonte: PLANAP – Lista de presença dos eventos realizados

Do ponto de vista do processo de construção dos planos territo-riais, ressaltam-se três grandes momentos complementares entre si. O primeiro referiu-se à imersão; o segundo, às Oficinas nos Aglomerados; e o terceiro momento, à Oficina do Território.

No primeiro momento, constituído da imersão, aconte-ceu o processo de sensibilização e mobilização dos atores sociais dos municípios, configurando os Aglomerados nas primeiras análises da realidade. De modo geral, a estratégia adotada pelo PLANAP para trabalhar as imersões observou os seguintes passos:

• comunicação prévia da coordenação do PLANAP aos Executivos municipais;

• contatos e entrevistas com atores sociais do município; • contatos com as organizações locais: sindicatos, conse-

lhos, cooperativas, associações de diversos segmentos e organizações empresariais;

• realização de reunião municipal ampla para apresentação da proposta do PLANAP e escolha dos representantes nas Oficinas de Aglomerados e Território.

O tempo de realização deste primeiro momento de sensi-bilização e mobilização dos atores sociais foi de aproxima-damente dois meses por Território. Dependendo do tama-nho do município e do universo populacional, as equipes passavam de dois a quatro dias por município para garantir uma cobertura satisfatória do Território – a identificação e a articulação de atores sociais para engajamento no proces-so de construção do plano.

As informações foram levantadas considerando a percep-ção dos atores sobre os Aglomerados e os Territórios e sis-tematizadas com a utilização do instrumento Itog,1 criando as condições técnicas para que equipes do PLANAP e ato-res sociais participantes analisassem com maior clareza os aspectos limitantes ou potenciais dos Territórios.

No segundo momento, referente às Oficinas realizadas nos Aglomerados, foram trabalhados os conteúdos orientados pelos seguintes procedimentos:

• análise, complementação, ajustes e validação das infor-mações e dos dados levantados no processo de imersão pelos representantes de cada município;

• mapeamento das atividades produtivas exploradas nos Aglomerados, considerando os seguintes estágios: declí-nio, estagnado, consolidado, em expansão e tendência;

• definição das atividades produtivas prioritárias para o de-senvolvimento dos Aglomerados e elaboração dos ante-projetos;

• escolha de três anteprojetos prioritários por Aglomerado a serem levados às Oficinas dos Territórios.

O terceiro momento correspondente às Oficinas de Ter-ritório, espaço que reuniu todos os representantes dos Aglomerados com seus respectivos anteprojetos para serem aprofundados e escolhidos os mais relevantes para desenvolvimento sustentável do Território. Nesse sentido, as etapas concernentes aos eventos territoriais foram:

1 Itog – instrumento metodológico elaborado pelo Projeto INCRA/PNUD que permite a observação e a análise da realidade tendo como referência as variáveis: investimentos, tecnologia, organização e gestão. Programa de capacitação em apoio à Reforma Agrária, Série Desenvolvimento Empresarial. Volume II (EUGENIO GIOVENARD, 1996).

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• realização de painéis temáticos com o objetivo de subsi-diar os atores com informações necessárias à tomada de decisão para a escolha das prioridades para o processo de desenvolvimento do Território;

• formação de grupos de trabalhos temáticos (atividades produtivas, meio ambiente e infra-estrutura) para funda-mentação e compatibilização dos anteprojetos dos Terri-tórios;

• socialização em plenária dos anteprojetos do Território (ati-vidades produtivas, meio ambiente e infra-estrutura).

O desafio de tratar a questão da inclusão social torna pre-ponderante a busca de diversos caminhos e parcerias no processo de construção e implementação do PLANAP,

como a inserção de atores sociais que tenham visão e práti-ca empreendedoras para que, de forma planejada, se faça a disseminação dessa cultura.

Nesse sentido, o processo contou ainda com a articu-lação dos empreendedores da Bacia do Parnaíba, vi-sando a identificar atividades com potencial de agre-gação de novas iniciativas empresariais e parcerias, bem como capacidade de geração e de distribuição de renda, focalizando-se inicialmente na ovinocapri-nocultura e na apicultura, ampliando para atividades inovadoras e com abrangência territorial, como a ca-jucultura, a mamona, o turismo, a produção artesa-nal, entre outras.

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PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA

BACIA DO PARNAÍBA2

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Artesanato - Parnaíba-PI

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ne Para a implementação do plano no âmbito da bacia, foram adotados quatro componen-tes como prioritários pelo PLANAP: I) Fortalecimento Institucional para Implementa-ção do Plano; II) Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Diversidade Biológi-ca; III) Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais; e IV) Melhoria e Ampliação da Infra-Estrutura Básica e Regularização fundiária, com diversas ações e atividades, como indicado na Figura 4.

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Componente I. Fortalecimento Institucio-nal para Implementação do Plano

A criação e o fortalecimento de estrutura organizacional institucional para o gerenciamento do PLANAP é uma condição indispensável para a eficiência e a eficácia da im-plementação das atividades priorizadas durante o processo de planejamento estratégico. O negligenciamento desse aspecto tem levado vários planos, programas e projetos ao fracasso ou gerado problemas que comprometem o alcance dos objetivos e das metas propostos.

Nesse sentido, propõe-se a formação de um Comitê Ges-tor de Implementação do PLANAP, constituído por repre-sentantes do Ministério da Integração, da CODEVASF, das Secretarias de Planejamento, Agricultura e Meio Ambiente dos estados da bacia (Ceará, Piauí e Maranhão), das asso-ciações de prefeitos dos estados e de 26 representantes da sociedade civil oriundos dos 11 Territórios. A participação da sociedade civil toma por base dois representantes por Território e três para os que abrangem os três estados que formam a bacia.

Paralelamente, deverá ser incorporada à estrutura da CODEVASF uma unidade técnica de implementação do plano, com técnicos da instituição, visando à introdução sistemática do PLANAP nas atividades cotidianas da empresa e a articula-ção institucional com entidades públicas e privadas que atuam na bacia. No âmbito de cada Território, será desenvolvida uma institucionalidade com natureza jurídica a ser definida.

O Comitê Gestor terá como principais objetivos:

• fomentar parcerias, visando à concentração de esforços e recursos em ações prioritárias para maximização de re-sultados e minimização de custos;

• propor ações estratégicas necessárias ao desenvolvimen-to da bacia;

• promover e incentivar a implementação dos projetos apresentados pelos Territórios a partir da elaboração do PLANAP;

• promover a articulação entre os municípios, estimulando e fortalecendo a estrutura de Aglomerados e Territórios de Desenvolvimento.

O Comitê Gestor de Implementação do PLANAP, instância imediata criada com o objetivo de iniciar o processo de implementação do Plano da Bacia do Parnaíba, deverá funcionar até a criação do Comi-tê da Bacia do Parnaíba, que é de responsabilidade do MMA. A partir daí, a CODEVASF passará a res-ponsabilidade da gestão política do PLANAP para o Comitê de Bacia, mantendo sua Unidade Técnica de Execução como instrumento de articulação e apoio à implementação das ações executadas nos Territórios de Desenvolvimento.

Na Figura 5 estão indicadas as principais ações estraté-gicas e as atividades correlatas referentes ao processo de fortalecimento institucional para implementação do PLANAP.

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Figura 5. PLANAP. Ações e atividades do Componente I

I. Fortalecimento Institucional para a Implementação do

Plano

I.1. Fortalecer a articulação

interinstitucional nas esferas pública

e privada para a implementação do

PLANAP

I.3.1.Realizaçãodeeventosterritoriaisparaadiscussão,odelineamentoeadefiniçãodosinstrumentosde

gerenciamentodosplanosporTerritório

I.3. Desenvolver instrumentos de

gerenciamento dos Territórios

I.1.1.Divulgaçãodosprodutoselaboradosnoprocessodeconstrução

doplAnApnasesferaspúblicaeprivada

I.1.2.Definiçãodosmecanismosde

parceriasparaaimplementaçãodo

plAnAp

I.1.4.promoçãodeeventospormacrorregião

paraadevoluçãodosprodutosdoplAnAp

construídoscomaparticipaçãodosatores

dosTerritórios

I.2. Articular e capacitar os atores

sociais dos Territórios para a implementação

dos projetos prioritários

I.2.1.Formaçãodeequipestécnicasparaimplementaçãodosprojetosprioritários

I.2.2.Desenvolvimentodeumprogramade

capacitaçãoprocessualparaaampliaçãoeaqualificaçãodascompetênciasdos

capitaishumanoesocialcombasenosplanos

territoriais

I.3.2.Formataçãodesistemáticademonitoramentoe

avaliaçãoprocessualcentradaemindicadores

socioeconômicoseambientais

Ações

Atividades

Componente

I.1.3.pactuaçãoparaaimplementação

doplAnApcomosparceiroscombaseemacordosdecooperação

técnicaeconvênios

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Ação I.1. Fortalecer a articulação interins-titucional nas esferas pública e privada

O fortalecimento da articulação interinstitucional nos âm-bitos público e privado constitui-se na principal premissa para a efetivação do PLANAP, considerando que, em gran-de medida, a implementação dos planos e dos projetos prioritários dos Territórios está vinculada à capacidade dos atores sociais disponibilizarem suas competências (conheci-mentos, habilidades e atitudes) no processo de implantação do PLANAP.

Nesse sentido, o primeiro passo para o fortalecimento ins-titucional diz respeito à articulação dos atores sociais para a divulgação/devolução e a respectiva apropriação dos pro-dutos/resultados (planos, programas e projetos) concebi-dos nos diversos momentos de construção do PLANAP por todos que participaram dos eventos realizados na bacia.

As atividades programadas são:

• I.1.1. divulgação dos produtos elaborados no processo de construção do PLANAP nas esferas pública e privada;

• I.1.2. definição dos mecanismos de parcerias para a im-plementação do PLANAP;

• I.1.3. pactuação para a implementação do PLANAP com os parceiros com base em acordos de cooperação técnica e convênios;

• I.1.4. promoção de eventos por Macrorregião para a devolução dos produtos do PLANAP construídos com a participação dos atores dos Territórios.

Ação I.2. Articular e capacitar os atores so-ciais dos Territórios para a implementação dos projetos prioritários

Com a devolução dos produtos, outro fator relevante no pro-cesso de fortalecimento institucional refere-se ao investimento na capacitação humana, tecnológica, organizacional e de ges-tão dos atores sociais envolvidos no processo, como forma de ampliar e qualificar as capacidades locais visando ao gerencia-mento institucional e à avaliação das ações estratégicas, funda-mentadas nos potenciais e nos limites de cada ação.

As atividades de capacitação serão vistas no contexto ins-titucional como instrumento fundamental para o êxito das ações estratégicas, considerando que as vantagens competi-

tivas de uma organização são determinadas, em parte, pelo grau de competência – conhecimento, habilidades e atitu-des – disponibilizado para a gestão organizacional.

Para a consecução do programa de capacitação com ênfase em competências, serão consideradas todas as demandas oriundas dos atores sociais, as quais foram expressas nos planos e nos projetos prioritários elaborados a partir dos 11 Territórios. Outras capacitações que forem fundamentais para o processo de gestão demandada pelos atores sociais, quando do início da implantação do PLANAP, também se-rão incorporadas ao referido programa de capacitação.

As atividades programadas são:

• I.2.1. formação de equipes técnicas para a implementa-ção dos projetos prioritários;

• I.2.2. desenvolvimento de um programa de capacitação processual para a ampliação e a qualificação das compe-tências dos capitais humano e social com base nos planos territoriais

Ação I.3. Desenvolver instrumentos de ge-renciamento dos Territórios

Para a concepção do gerenciamento dos planos em nível dos Territórios, será assegurado um momento específico para discussão e delineamento dos instrumentos legais que darão conta não somente da constituição da organização, mas do de-senvolvimento uma gestão cuja função seja viabilizar a imple-mentação, o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação de ações.

A criação desse(s) espaço(s) deve congregar instituições pú-blicas e organizações privadas, representativas de classe, seg-mentos organizados da sociedade, universidades e instituições financeiras que buscam o desenvolvimento dos Territórios na conformação da bacia, atuando como um organismo que estimula a integração do público com o privado, articule a compatibilização das ações, viabilizando a sustentabilidade e a continuidade dos planos e dos projetos prioritários.

Portanto, faz-se necessário considerar o universo das orga-nizações existentes nos Territórios, seus diferentes papéis, bem como a dinâmica político-institucional que se estabe-lece entre elas, assegurando-lhes a participação com base nos propósitos e nas diretrizes do PLANAP.

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Do ponto de vista da concepção do modelo de gestão, a abordagem estará focalizada numa estratégia que trate, como condição necessária ao êxito dessa institucionalida-de, a capacidade de inovação, adaptação e aprendizagem dos atores sociais, numa noção de competência que envol-ve tanto as questões técnicas quanto os fatores sociais, am-bientais e interpessoais.

Vale salientar que alguns condicionantes fundamentais se-rão trabalhados simultaneamente, visando a uma gestão fle-xível e empreendedora das organizações territoriais:

• clara definição de uma estratégia organizativa;• ambiência organizacional focada no pensamento estraté-

gico, na inovação, na criatividade e no empoderamento;• coerência entre a gestão organizacional e as diretrizes do

PLANAP, salientando a geração de renda e a inclusão social. O monitoramento e o processo de avaliação do PLANAP no âmbito dos Territórios terão destaque por se tratar de questões de extrema relevância como estratégia para a ges-tão institucional no contexto da bacia, na qual as informa-ções produzidas no desenvolvimento do processo avaliativo orientam a tomada de decisão, permitindo uma melhoria da qualidade das ações.

Algumas características básicas orientarão a escolha do tipo de avaliação, métodos e técnicas, tais como:

• serem processos contínuos e permanentes, contemplando as ações na sua concepção, implementação e resultados;

• embasem a tomada de decisão política quanto aos propó-sitos e à alocação de recursos;

• exercício que torne os processos e os resultados transpa-rentes e abertos;

• processo que tome como base de análise a conjugação de indicadores quantitativos qualitativos e estabeleça a rela-ção entre ambos.

As atividades programadas são:

• I.3.1. realização de eventos territoriais para a discussão, o delineamento e a definição dos instrumentos de geren-ciamento dos planos por Território;

• I.3.2. formatação de sistemática de monitoramento e avaliação processual centrada em indicadores socioeco-nômicos e ambientais.

Componente II. Desenvolvimento Sustentá-vel e Conservação da Diversidade Biológica

O desenvolvimento econômico sem a preocupação com o aproveitamento racional dos recursos naturais, aliado à urbanização decorrente do crescimento populacional, tem na atividade humana o principal fator das mudan-ças ambientais. A exploração não sustentável dos recur-sos naturais vem gerando a degradação ambiental, com mudanças abruptas na estrutura e no funcionamento dos ecossistemas; empobrecimento biológico; perda da capacidade produtiva; alteração dos ciclos biogeoquí-micos; aquecimento global; e proliferação de espécies exóticas.2

A partir de meados do século XX, por causa dos níveis atingidos de degradação ambiental dos países, inicia-se um movimento em nível mundial visando a conter a degrada-ção no globo terrestre. A Conferência da Eco-92 define uso sustentável como [...] o uso de componentes da diversidade bio-lógica de uma maneira e em uma taxa que não leve ao declínio da diversidade biológica a longo prazo, mantendo assim seu potencial para atender às necessidades e às aspirações das gerações presentes e futuras.3

No contexto do PLANAP, a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios deriva-dos da utilização dos recursos genéticos são entendidas como pré-requisitos para a implementação de um pro-cesso sustentável de desenvolvimento.

As ações e as atividades propostas para a Bacia do Par-naíba fundamentam-se nas indicações dos planos terri-toriais, realizados com ampla participação e discussão com os atores sociais no Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, no Zoneamento Ecológico-Econômico do Baixo Parnaíba (ZEE/MMA), em propostas dos Congressos Brasileiros de Unidades de Conservação, e do documento Cenários para o Bioma Caatinga (Cons. Nac. da Reserva da Bios-fera da Caatinga).

Como estratégia de desenvolvimento da Bacia do Rio Parnaíba, são apontadas quatro ações, como indicado na Figura 6.

2 MAROUELLI, Rodrigo Pedrosa. O desenvolvimento sustentável da agricultura no cerrado brasileiro. 3 MICHAEL, Thomas; HOLVERCEM, Cristiane; PASSOS, Luciana. Diversidade e Sustentabilidade: Aportes de Ciência Ecológica. Anais do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, 1997.

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Figura 6. PLANAP. Ações e atividades do Componente II

II. Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Diversidade Biológica

II.2.Definirasáreasprioritáriasparaaconservaçãoda

diversidadebiológicaeaimplementação

desistemasdeáreasprotegidasdabacia

Ações

Atividades

II.1.Desenvolverosinstrumentosparaagestãosustentável

dosrecursosnaturais

II.3.Adotarsalguar-dasambientaisnasatividadesproduti-vaspotencialmente

impactantesaosecos-sistemasdabacia

II.4.Implementaroprogramade

DesenvolvimentoFlorestal

II.1.1. Atualização/ Elaboração/

Execução dos Planos de Gestão das UCs

II.1.2. Implantação de unidades gestoras de

recursos hídricos em toda a área da bacia

II.1.3. Criação de Conse-lhos Gestores das Unida-

des de Conservação

II.1.4. Criação de benefícios fiscais para a prática do manejo

sustentável

II.1.5. Implantação do sistema de monitora-mento e controle do

uso da terra

II.1.6. Implementação do sistema de monito-ramento e controle do

uso da água

II.1.7. Dinamização do turismo ecológico

com valorização das áreas naturais e dos produtos da

biodiversidade

II.1.8. Divulgação de informações e dados referentes às áreas

protegidas

II.1.9. Implantação de programa de educação

ambiental

II.2.1. Incentivo à

criação e à implanta-

ção de Unidades de

Conservação

II.2.2. Recuperação de matas ciliares

II.2.3. Recuperação de áreas degradadas e/ou em processo de deserti-

ficação

II.3.1. Aprofunda-

mento dos estudos de

Zoneamento Ecológico-

Econômico

II.3.2. Difusão de

tecnologias apropriadas

às condições ambientais

dos diferentes ecossis-

temas

II.4.1. Estruturação da

gerenciadora

II.4.2. Marco legal e

institucional

II.4.3. Regularização

de terras

II.4.4. Incentivos fiscais

e financiamentos

II.4.5. Atração de

investidores

II.4.6. Tecnologia e

fomento

II.4.7. Infra-estrutura

Componente

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III.1. Desenvolver instrumentos para a ges-tão sustentável dos recursos naturais

O desenvolvimento dos instrumentos para gestão susten-tável dos recursos naturais da bacia deve buscar uma com-preensão global dos problemas e a aplicação de soluções ambientalmente racionais em que a participação social é fundamental na criação, no estabelecimento, no planeja-mento e no manejo das Unidades de Conservação, na for-malização de parcerias entre os organismos governamen-tais e não governamentais, na inclusão da temática na grade curricular dos ensinos fundamental e médio e nos incenti-vos fiscais aos que praticam o manejo sustentável.

Atividade II.1.1. Atualização/elaboração/execu-ção dos planos de gestão das uCs

Será executada por meio:

• da identificação dos planos de manejo existentes;• do apoio à atualização e à elaboração dos planos de ges-

tão/manejo;• da execução dos planos de gestão;• da sensibilização e mobilização dos atores sociais das

áreas de manejo para a discussão, a elaboração e a imple-mentação dos planos;

• da implementação dos instrumentos legais de geração de receita pelas UCs e de serviços em parceria com a inicia-tiva privada;

• da regularização e da implementação das Unidades de Conservação;

• do mapeamento das microbacias hidrográficas da área de influência da bacia do Parnaíba.

Atividade II.1.2. Implantação de unidades gesto-ras de recursos hídricos em toda a área da bacia

Será executada por meio:

• da articulação e da formação de comitê interestadual da Bacia do Parnaíba4 e de comitês de sub-bacias (rios tribu-tários e tributários dos tributários);

• da criação de unidades gestoras de recursos hídricos em todos os Aglomerados e Territórios.

Atividade II.1.3. Criação de conselhos gestores das unidades de Conservação

Será executada por meio:

• da estruturação dos conselhos gestores de bacias e de UCs com a participação da sociedade civil;

• do fortalecimento das relações interinstitucionais com o sistema de áreas protegidas, em níveis regional, nacional e internacional.

Atividade II.1.4. Criação de benefícios fiscais para a prática do manejo sustentável

Será executada por meio:

• do mapeamento e da identificação de pessoas e entidades que praticam o manejo sustentável em suas propriedades;

• da definição das sistemáticas e dos tipos de concessão dos benefícios fiscais para cada realidade a ser traba-lhada;

• da criação do instituto do ICMS Ecológico;5 • da redução/isenção do ITR para áreas manejadas e/ou

preservadas. Atividade II.1.5. Implantação do sistema de moni-toramento e controle do uso da terra

Será executada por meio:

• do estímulo a iniciativas para a implementação de experi-ências no âmbito do Protocolo de Kyoto (MDL/Créditos do Carbono);

• do aprofundamento, da difusão e da aplicação dos Zone-amentos Ecológico-Econômicos do Cerrado e do Baixo Parnaíba e realização dos estudos para as Macrorregiões Meio-Norte e Semi-Árido;

• da aquisição de equipamentos e software para as unidades do sistema de monitoramento;

4 Sugere-se que na criação do Comitê da Bacia do Rio Parnaíba seja considerada a divisão territorial do PLANAP, com a eleição de representantes nos 11 Territórios de Desenvolvimento da bacia.5 ICMS Ecológico – compensação financeira aos municípios como incentivo a uma efetiva contribuição à conservação ambiental. “Mostra que é possível a criação de instrumentos de políticas públicas ambientais eficazes e de baixo custo” (LOUREIRO, Wilson. Anais do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação).

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• da capacitação de técnicos para operacionalizar o sistema de monitoramento;

• da criação de sistema de informações ambientais no âm-bito da bacia;

• da difusão e da popularização da legislação ambiental. Atividade II.1.6. Implementação do sistema de monitoramento e controle do uso da água

Será executada por meio:

• da constituição e do fortalecimento de instâncias territo-riais para monitoramento e controle do uso da água;

• da aquisição de equipamentos e software para o sistema de monitoramento;

• da capacitação de técnicos para operacionalizar o sistema de monitoramento.

Atividade II.1.7. Dinamização do turismo ecológi-co com valorização das áreas naturais e dos pro-dutos da biodiversidade

Será executada por meio:

• do apoio à elaboração e à divulgação de roteiros ecoturísticos;• da promoção de eventos de capacitação em ecoturismo;• da elaboração de planos de manejo sustentáveis para a

exploração de produtos biológicos já tradicionalmente explorados na bacia.

Atividade II.1.8. Divulgação de informações e da-dos referentes às áreas protegidas

Será executada por meio:

• da produção de material de comunicação e divulgação (carti-lhas, cartazes, folders, vídeos, etc.) sobre as áreas protegidas;

• do desenvolvimento de uma estratégia de comunicação com os Territórios, os Aglomerados e municípios para difusão do material produzido;

• da criação de uma estratégia de comunicação com as emissoras de rádio, televisão e jornais impressos;

• da inclusão da temática ambiental na grade curricular das escolas dos ensinos fundamental e médio.

Atividade II.1.9. Implantação de programa de educação ambiental

Será executada por meio:

• da promoção de eventos de formação de agentes ambien-tais;

• da definição de parcerias para viabilizar o trabalho dos agentes ambientais;

• da realização de eventos de sensibilização e capacitação em meio ambiente nos Territórios, nos Aglomerados e nos municípios.

Ação II.2. Definir as áreas prioritárias para a conservação da diversidade biológica e a im-plementação de sistemas de áreas protegidas da bacia

As Unidades de Conservação da biodiversidade na ba-cia perfazem cerca 4,8 milhões de hectares. O IBAMA propõe a criação de oito novas UCs nas Macrorregiões do Cerrado e do Semi-Árido, cerca de 1,2 milhão de hectares. No Cerrado e no Semi-Árido, a disposição das áreas orienta para a criação de corredores ecológicos que liguem as unidades já existentes e as áreas que se caracterizam como novas áreas de conservação. Já o Zo-neamento Econômico-Ecológico do Baixo Parnaíba pro-põe a criação de outras seis e a ampliação de uma outra, conforme Quadro 2.

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Quadro 2. Áreas indicativas para criação de Unidades de Conservação6

Área no Categoria Localização aproximada Área estimada (km2)

1 APA Nascentes dos rios da Fome, Barro Duro, Capim, Magu e São Bernardo/municípios de Paulino Neves; Tutóia (na área de estudo) e Santana do Maranhão, Santa Quitéria do Maranhão e Barreirinhas (MA)

1.841,05

2 APA Lagoa do Bacuri – Magalhães de Almeida (MA), Joaquim Pires (PI) e Murici dos Portelas (PI) (na área de estudo) e São Bernardo e Santa Quitéria do Maranhão (MA) e Madeiro, Joca Marques e Luzilândia (PI)

1.000,97

3 Ampliação da APA do Delta Parnaíba – Luís Correia 172,66

4 ARIE Estuário do Peixe-Boi – Cajueiro da Praia (PI); Chaval e Barroquinha (CE)

129,91

5 Estação Ecológica Área interior da Reserva Extrativista e APA do Delta do Parnaíba – Araioses (MA)

62,42

6 Parque Serra de Santa Rita 15,37

7 Parque Bom Princípio do Piauí (PI) 12,12

As estratégias para a conservação da biodiversidade, dentre outros aspectos, precisam considerar:

• A implantação de sistema de preservação e proteção de áreas naturais: i) nascentes de rios e cursos d’água; ii) matas ciliares de rios, riachos, lagoas, barragens e açu-des; iii) sítios arqueológicos; iv) corredores ecológicos; e v) berçários naturais de espécies da fauna.

• Desenvolvimento de instrumentos econômicos (IEs) que incentivem os municípios e a iniciativa privada a conser-var e a preservar a diversidade biológica: ICMS Ecoló-gico, isenção/redução de ITR e fomento à criação de RPPNs.

• Implantação de mecanismos de controle das atividades impactantes e que promovam a perda da biodiversidade: controle e monitoramento dos ecossistemas.

• Articulações institucionais visando ao incentivo de pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade da bacia, no sentido de promover a utilização sustentável e a conservação das espécies em seu habitat natural.

A CODEVASF/MI, no âmbito do PLANAP, busca estimu-lar e desenvolver estratégias que primem pela proteção in-tegral de áreas específicas de interesse geral da bacia e pelo uso sustentado de áreas igualmente protegidas, todavia ma-nejadas por populações tradicionais, sem o que, levando-se em conta o componente socioeconômico e cultural dessas

populações, dificilmente serão superadas as barreiras da pobreza e da exclusão social hoje verificadas. As atividades com seus respectivos produtos são:

Atividade II.2.1. Incentivo à criação e à implanta-ção de unidades de Conservação

Será executada por meio:

• do estímulo e do apoio a iniciativas de criação de Unida-des de Conservação (UCs) pelos estados, pelos municí-pios, pelas ONGs e pela iniciativa privada;

• do fortalecimento da articulação entre União, estados e municípios para identificar, analisar e encaminhar pro-postas de criação de UCs;

• da implantação/consolidação da estratégia de formação de corredores ecológicos;

• da fiscalização das Unidades de Conservação visando ao cumprimento da legislação quanto à averbação de reser-vas legais;

• do fortalecimento do sistema de gestão da Reserva da Biosfera da Caatinga;

• da promoção de ações de comunicação esclarecendo so-bre a criação de UCs nos municípios;

• do aprimoramento e da difusão dos mecanismos de in-centivo governamentais aos proprietários (municípios e iniciativa privada) de reservas.

6 Propostas emanadas do ZEE do Baixo Parnaíba.

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Atividade II.2.2. Recuperação de matas ciliares

Será executada por meio:

• do desenvolvimento de programa permanente de recu-peração de matas ciliares;

• da definição das áreas de recuperação: identificação, ma-peamento e medição das áreas degradadas nas margens dos rios (principais e tributários) e das espécies que serão utilizadas;

• do apoio à estratégia de “rede de sementes” (colheita e distribuição de sementes para produção de mudas de es-pécies nativas);

• da implantação de viveiros florestais municipais nos mu-nicípios envolvidos;

• da capacitação de viveiristas municipais.

Atividade II.2.3. Recuperação de áreas degrada-das e/ou em processo de desertificação

Será executada por meio:

• do aprofundamento dos estudos sobre processos de de-sertificação verificados em regiões da bacia;

• da definição das áreas de recuperação prioritárias: meto-dologia, mensuração e espécies apropriadas;

• do fortalecimento do sistema de monitoramento do pro-cesso de desertificação;

• da intensificação das ações do Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN;

• do apoio às iniciativas governamentais e não governa-mentais de recuperação de áreas degradadas;

Atualmente são seis os corredores ecológicos implantados ou já em fase inicial de estudos, integral ou parcialmente situados na área da bacia, além dos apresentados no Quadro 3. Há ainda Projeto apoiado pela Agência de Cooperação In-ternacional do Japão com trabalho junto ao Ibama, de estu-dos para criação do Corredor dos Cerrados.

Quadro 3. Áreas de corredores ecológicos7 implantados ou em fase de estudos

Denominação Área (ha) Localização Situação

Corredor Jalapão 3 milhões Situado na porção leste de Tocantins, na divisa entre Piauí, Maranhão e Bahia e na divisa das bacias hidrográficas Amazônica, do São Francisco e do Parnaíba. No Tocantins abrange 11 municípios: Ponte Alta, Mateiros, São Felix do TO, Lagoa do TO, Dianópolis, Novo Acordo, Rio da Conceição, Almas, Porto Alegre do TO, Lagoa Rio do Sono e Lizarda; no Piauí, quatro Corrente, São Gonçalo do Gurguéia, Barreiras e Gilbués; Alto Parnaíba no Maranhão; e na Bahia Formosa do Rio Preto

Possui cinco Unidades de Conservação: Parque Estadual do Jalapão;Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba; Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins;APA da Serra da Tabatinga e do Jalapão;Em implementação pela CI – Brasil desde 2004.

Corredor Ecológico

Serra da Capivara e

Serra das Confusões

412 ha Integra o PARNA da Serra da Capivara – area de 100 mil ha com 500 sítios arqueológicos; ao PARNA da Serra das Confusões – área de 500 mil ha

Estabelecido por meio de portaria do IBAMA

Cerrado do Norte 1,7 milhões de ha

Abrange o Tocantins, o Maranhão e o Piauí. Com um complexo de Unidades de Conservação estaduais e federais

Corredor Uruçuí

– Mirador

13,4 milhões de ha

Sul do Piauí e do Maranhão e norte do Tocantins, composto por duas Unidades de Conservação: Estação Ecológica de Uruçuí–Una e o Parque Estadual do Mirador

Em fase inicial de planejamento. Constitui o maior bloco de cerrado ainda preservado no Brasil

Corredor Ecológico da

Caatinga

Inicialmente serão conectadas dez unidades de Conservação existentes no bioma, formando um corredor de proteção da fauna e da flora da região

Em fase de discussão no Departamento de Conservação de Ecossistemas do IBAMA em conjunto com órgãos estaduais e municipais de meio ambiente do Nordeste, ONGs e pesquisadores

7 São as porções dos ecossistemas naturais ou semi-naturais que ligam Unidades de Conservação e outras áreas naturais, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.

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• Berçários de espécies da fauna marinha O expoente neste segmento é a região dos manguezais, situada no delta do rio Parnaíba. A fauna dessa região é abundante e diversificada, seus mangues cumprem um pa-pel muito importante para o equilíbrio ecológico da região, pois abriga milhões de espécies, constituindo-se numa ex-tensa região de alimentação e abrigo para espécies em ex-tinção, como o guará-vermelho e o peixe-boi marinho.

Embora situado nos domínios da APA e da RESEX do delta do Parnaíba, os manguezais têm parte de suas áreas ocu-padas por fazendas de camarão o que pode acarretar sé-rios impactos ambientais. É necessário um monitoramento sistemático e permanente desses impactos. São inúmeros os relatos sobre a diminuição das populações de espécies como o camarão nativo, o siri e o caranguejo.

Ação II.3. Adotar salvaguardas ambientais nas atividades produtivas potencialmente impactantes aos ecossistemas da bacia

Atividades produtivas já em desenvolvimento ou sugeridas no contexto do PLANAP, como agricultura irrigada, car-cinicultura, soja, aqüicultura, pecuária, mineração, dentre outras, são potencialmente impactantes ao meio ambiente, fato que requer a adoção de salvaguardas ambientais, sob pena de conseqüências futuras previsíveis já havidas e, de consequências imprevisíveis em razão do pouco conheci-mento dos ecossistemas como é o caso dos cerrados, da caatinga e dos manguezais.

Nos cerrados, a expansão e a modernização da agropecuária geraram impactos econômicos positivos, contudo, diversos segmentos ponderam acerca do aumento das diferenças so-ciais e dos custos ambientais, como a perda da biodiversidade, a invasão de espécies exóticas – que destroem as nativas – a poluição da água, a degradação do solo e o uso intensivo de agrotóxicos. Nesse contexto, no âmbito do PLANAP, aponta-se para o aprofundamento de estudos que possam estabelecer consensos mínimos no que se refere à controversa ocupação do cerrado pelo monocultivo da soja.

Na planície litorânea, a implantação de fazendas de cama-rão traz uma preocupação diante do sistema produtivo ado-

tado – os resíduos (efluentes)8 despejados no mangue com um teor de produtos químicos pode comprometer o frágil equilíbrio do ecossistema. O manguezal propicia vegeta-ção, abrigo e subsistência para diferentes grupos faunísti-cos, como mamíferos, aves, répteis, peixes, crustáceos e moluscos, contribuindo ainda para a manutenção do poten-cial biológico do litoral.

Grande número de espécies tem seu ciclo biológico vinculado ao manguezal e a seus componentes vegetacionais. A fragili-dade do ecossistema dos mangues, do mesmo modo que os cerrados, requer um aprofundamento dos estudos científicos sobre a viabilidade da carcinicultura nessas áreas e de técnicas de manejo que minimizem os impactos hoje verificados.

Na caatinga, as áreas exploradas nos moldes extrativistas chegam hoje à quase exaustão. Contribuindo para a degra-dação ambiental do bioma, os impactos são visualizados por intermédio de processos erosivos, que reduzem o solo, carregando-o, pela ação das chuvas, de subespaços para ria-chos, rios e açudes da área do bioma. Também pela perda ou definhamento da vegetação, a exemplo da serra do Ara-ripe, em terras do Piauí, Ceará e Pernambuco; na serra de Triunfo, em Pernambuco; na serra do Teixeira, na Paraíba e na chapada Diamantina, na Bahia.9

A biodiversidade vem sofrendo autêntica erosão na quan-tidade e na qualidade da vida vegetal e animal, com muitos reflexos na socioeconomia. Dada a singularidade do bioma, uma política de sustentabilidade da biodiversidade da caa-tinga deve ser implantada, na perspectiva de uma restaura-ção geral em todo o seu espaço geográfico.

Atividade II.3.1. Aprofundamento dos estudos de Zoneamento Ecológico-Econômico

Será executada por meio:

• do aprofundamento dos ZEEs do Cerrado e do Baixo Parnaíba;

• da elaboração dos ZEEs das Macrorregiões Semi-Árido e Meio-Norte;

• da sistematização e do aprofundamento dos estudos so-bre a atividade da carcinicultura em áreas de manguezais

8 Um problema é a alta concentração de matéria orgânica produzida. Na época da despesca, essas substâncias são despejadas de volta nos manguezais, provocando um desequilíbrio de nutrientes no ambiente natural. Outro problema é o uso intenso de produtos químicos visando aumentar a produtividade das fazendas. Descarregados no ambiente natural, provocam a mortandade de organismos e mudanças na composição e na diversidade das comunidades naturais, em especial as bênticas (presas ao solo), cujo movimento, em geral, é reduzido (www.dhescbrasil.org.br).9 Cenários para o bioma caatinga. Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga. Recife-PE, 2004.

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do delta do rio Parnaíba e sobre o monocultivo da soja nos cerrados;

• da articulação interinstitucional na busca de soluções para as questões ambientais e aprimoramento dos siste-mas produtivos das atividades agropecuárias e industriais sugeridas no âmbito do PLANAP.

Atividade II.3.2. Difusão de tecnologias apropria-das às condições ambientais dos diferentes ecos-sistemas

Será executada por meio:

• da difusão de práticas ambientalmente corretas para o preparo dos solos como técnica substitutiva ao sistema convencional adotado, particularmente para a região dos cerrados;

• da difusão do controle biológico de pragas e doenças como prática complementar e/ou substitutiva aos agro-tóxicos;

• do incentivo ao semiconfinamento e à formação de su-porte forrageiro para as atividades pecuárias;

• do fortalecimento das ações direcionadas para a elevação dos padrões de sanidade animal.

Ação II.4. Implementar o Programa de De-senvolvimento Florestal

A CODEVASF, atendendo a uma demanda do governo do Estado do Piauí, identificou o grande potencial existente (clima, solo, infra-estrutura, terras disponíveis) para o de-senvolvimento de projetos florestais no estado, inicialmen-te focando a implantação de grandes empreendimentos de florestas plantadas em áreas alteradas.

Com o apoio do Ministério do Meio Ambiente/Programa Nacional de Florestas, foi considerado também que existe um grande potencial de manejo das áreas revestidas de vegetação nativa (caatinga, cerrado e formações de transição) para pro-dução de madeira, lenha e outros produtos não madeireiros.

Existe também a necessidade de integrar a produção florestal de base plantada e manejada com a proteção de áreas de importância para a conservação da diversi-dade biológica. Para articular essas ações, a CODEVASF e o Programa Nacional de Florestas/MMA, em parceria com o governo do estado e com demais parceiros (IBA-MA, Instituto de Terras do Estado do Piauí, Secretaria de Reordenamento Agrário/Ministério do Desenvolvimento Agrário, universidades, EMBRAPA e outras instituições), está iniciando a construção de uma proposta de Programa de Desenvolvimento Florestal para o Estado do Piauí.

O desenho básico do programa incluiu a articulação de três componentes específicos, conforme Figura 7, abaixo:

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA NO PIAUÍ

CONCEPÇÃO DEFINIDA

AÇÕES EM ANDAMENTO

(FASE DE EXECUÇÃO)

ÁREAS PROTEGIDAS

E UNIDADES

DE CONSERVAÇÃO

EM FASE DE DEFINIÇÃO/ CONCEPÇÃO

AÇÕES EM ANDAMENTO

PROJETO GEF/PNF CAATINGA

MANEJO EM ESCALA EMPRESARIAL

MANEJO DA VEGETAÇÃO NATURAL

CERRADO, CAATINGA E FORMAÇÕES

FLORESTAIS DE TRANSIÇÃO

CONCEPÇÃO DEFINIDA

PÚBLICAS: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

PRIVADAS: RESERVA LEGAL E ÁREAS DE

PRESERVAÇÃO PERMANENTE

FLORESTAS PLANTADAS

SUPRIMENTO DE INDÚSTRIAS DE BASE

FLORESTAL

Figura 7. Esquema geral do Programa de Desenvolvimento Florestal do Vale do Parnaíba no Piauí

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Os componente manejo florestal e áreas protegidas/Uni-dades de Conservação têm ações em desenvolvimento pelo Ministério do Meio Ambiente (IBAMA, Programa Nacional de Florestas, Projeto GEF Caatinga) e pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Piauí. Porém, pode-se constatar que ainda falta uma maior articulação entre essas ações, devendo haver um esforço conjunto para a poten-cialização da utilização dos recursos disponíveis e busca por re-cursos adicionais, podendo o Programa de Desenvolvimento Florestal em fase de execução contribuir com esse processo.

Componente Florestas Plantadas

A proposta do Programa de Desenvolvimento Florestal – Com-ponente Florestas Plantadas da Bacia do Parnaíba no Piauí foi ela-borada pela Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, a partir de outubro de 2004, e inserida no contexto do PLANAP. O estu-do apresentado avalia as condições de implementação de florestas plantadas (florestas com finalidade de exploração comercial para a produção de madeira e derivados) no Estado do Piauí.

O setor florestal brasileiro cresce a taxas superiores à economia nacional, tem competitividade e trabalha com a perspectiva de US$ 14 bilhões em investimentos para os próximos dez anos. Empresas do ramo enfrentam di-ficuldades para expandir suas plantações devido a restri-ções de uso e do custo das terras das áreas de exploração com maior tradição, concentradas nas regiões sul e su-deste principalmente.

O setor no Brasil é responsável por 7% das exporta-ções, 20% do superávit brasileiro e 4% do PIB nacio-nal. O crescimento estimado do setor para a próxima década é de 3% ao ano. O Programa de Desenvolvi-mento Florestal da Bacia do Parnaíba tem, no Estado do Piauí, duas áreas prioritárias, localizadas na região de Teresina e de Uruçuí – um total de 4 milhões de hectares com aptidão para a atividade. Os investido-res deverão trabalhar com pequenos e médios pro-prietários, o que determinará números importantes na geração de emprego e renda.

Figura 8. Localização das áreas com aptidão florestal

O L

N

S

PLANAP - CODEVASF / OEA 2005

Fonte: IBGE (Adaptado pela FUPEF)

0 30 60 90 12015km

Hidrografia

Limite municipal

Áreas preferenciais

Áreas de expansão

Rodovias

Ferrovias

Áreas inadequadas

Capital

Estados limítrofes

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CE

PE

MA

TO

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MA

PI

TO

BA

CE

PEPI

MA

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PI

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Rio

Parn

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8ºS

6ºS

4ºS

44ºW 42ºW

10ºS

8ºS

46ºW 44ºW

Miguel Alves

União

José de Freitas

Altos

Alto LongáDemerval Lobão

TERESINA

Lagoa do Piauí Beneditinos

Curralinhos

São Pedro do Piauí

Palmeirais

Santo Antônio dos Milagres Hugo NapoleaoAngical Do Piaui

Jardim do Mulato

Amarante

ArraialFrancisco Ayres

Cajazeiras do Piauí

Floriano Nazare do Piauí

Guadalupe

Jerumenha

Canavieira

Eliseu Martins

Itaueira

Pavussu

Pajeú do Piauí

Ribeira do Piauí

Flores do Piauí

São José do Peixe

Oeiras

São Francisco do Piauí

Rio Grande do Piauí

Regeneração

São Gonçalo do Piauí

Olho D'Agua do PiauíÁgua Branca

Monsenhor GilMiguel Leão

Agricolandia

Coivaras

Campo Maior

Nossa Senhora de Nazaré

Cabeceiras do Piauí

Lagoa Alegre

Porto Alegre do Piauí

Marcos Parente

Antônio Almeida

Landri Sales

Sebastiao Leal

BertoliniaUrucui

Manoel EmídioColônia do Gurguéia

Alvorada do GurguéiaPalmeira do Piauí

Cristino Castro

Ribeiro Gonçalves

Baixa Grande do Ribeiro

Currais

Bom Jesus

Santa Luz

Gilbués

Santa Filomena

Monte Alegre do Piauí

Corrente

São Gonçalo do Gurguéia

Barreiras do Piauí Riacho Frio

Redenção do Gurguéia

Barras

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Como vantagens competitivas para a implementação de um Programa de Desenvolvimento Florestal são citadas, dentre outras, a disponibilidade de terras adequadas ao de-senvolvimento florestal; a localização favorável da Bacia do Parnaíba e as condições edafoclimáticas.10

As análises indicam que a viabilização do Programa de De-senvolvimento Florestal do Vale do Parnaíba no Piauí passa por um modelo estabelecido a partir de empreendimentos industriais de grande porte capazes de efetivar investimen-tos em plantios de florestas em grande escala.

Essas empresas enquadram-se no conceito de “empresas-âncora” com efeito multiplicador atraindo empreendimen-

tos de pequeno e médio portes do segmento da indústria de madeira sólida (madeira preservada, serrada, lâminas e compensados, móveis e outros).

O conceito considera que a médio e longo prazos serão atendidas também empresas dos setores “auxiliares vincu-lados”, como da indústria química (resinas, colas, tintas e outros), de máquinas e equipamentos, dos diversos seg-mentos do setor de serviços, do comércio e outros, que no conjunto completam o complexo que forma um cluster.

O modelo de “empresas âncora” proposto para o programa de desenvolvimento florestal é mostrado de forma simpli-ficada na Figura 9.

EMPRESAS ÂNCORA

INVESTIMENTO

• Próprio

• Captação

• IncentivosPlantios

empresas âncora(regime de 7 anos)

Produto de madeira sólida

GOVERNO

• Apoio Institucional

• Incentivos

• Terras

• Capacitação

• Outros

PROGRAMAFLORESTAL

Plantios – pequenoe médio produtor

regime de 7 anos

múltiplo uso – 15 anos

Madeirapreservada Outros

Para garantir que sejam alcançados níveis de competi-tividade, escala e sustentabilidade, o modelo do Pro-grama de Desenvolvimento Florestal deve envolver diferentes atores, sendo os setores público e privado os principais.

De maneira geral, cabe ao setor público atuar como agen-te regulador e promotor do desenvolvimento. Para tal, o governo deverá desenvolver políticas públicas e mecanis-mos que facilitem a ação do setor privado, assegurando sua competitividade no mercado.

Figura 9. Modelo do Programa de Desenvolvimento Florestal

10 Estudos indicam que uma árvore de eucalipto demora, no Piauí, sete anos, em média, para chegar à altura de corte. Na Finlândia, um dos maiores produtores de madeira deste tipo em todo o mundo, o período é de até quarenta anos.

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Impactos potenciais previstos no Programa – Componente Florestas Plantadas

Formação de Cluster

O principal impacto esperado, decorrente do es-tabelecimento do modelo de desenvolvimento flo-

restal, é a formação de cluster. Uma visão geral do cluster é mostrada na Figura 10. Como observado, trata-se de um cluster complexo e evidentemente, a consolidação deste somente ocorrerá no longo prazo. A formação de um cluster estende os impac-tos a todos os segmentos econômicos, no campo e nas cidades.

Impacto previsto na ocupação territorial

A área ocupada prevista pelo Programa Florestal na Região de Teresina, a médio e longo prazos, com plantios de eucalipto é da ordem de 13%. Considerando as propriedades envolvidas (florestas, reserva legal (RL) e áreas de preservação perma-

nente APPs), desde que consideradas todas as áreas previstas, ou seja, as áreas preferenciais e as áreas de expansão, a ocu-pação territorial na região de Teresina passa a ser de 30%. Tal previsão é baseada na implantação de pelo menos dois grandes empreendimentos de base florestal (indústrias de papel e celu-lose, por exemplo), em um horizonte temporal de dez anos.

Mercado• Regional

• Nacional

• Internacional

CLUSTER

CADEIA DE PRODUÇÃOBenseserviços

Insumoseutilidades

Máquinas

Equipamentos

Tecnologia

Pesquisa e desenvolvimento

Transporte

Formação de RH

Assessoria

ServiçosTercerizados

Financiamento

Outros

Resinas e colas

Tintas e vernizes

Energia

Químicos para indústria de celulose

Combustível e

lubrificantes

Ferramentas de corte

Outros

Indústria âncoraMadeira desegregada

Indústria de Carvão

Indústria de madeira preservada

Indústria de madeira sólida

Próprias Terceiros

Figura 10. Potencial cluster resultante do Modelo de Desenvolvimento do Programa Florestal

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No caso de ser considerada somente a área delimitada e denominada de Província Central de Teresina, a ocupação territorial com plantios efetivos é de apenas 5% da região de Teresina, correspondendo a 7,7% de propriedades en-volvidas (comprometidas com RL e APPs).

Estima-se que esses percentuais de ocupação não deverão pressionar significativamente os preços das terras. Nor-

malmente, a elevação de preços de terras é mais sensível a pressões provocadas pela demanda do agronegócio, espe-cialmente no caso da soja.

Nesse sentido, a competição pelo uso da terra para fins agrícolas na região de Teresina pode ser considerada baixa, pois a participação de todas as atividades agrícolas é de ape-nas 7% das áreas.

Estimativa da produção florestal futura do Pro-grama Florestal

A produção florestal apresentada no Quadro 5 corres-ponde à estimativa da produção futura da madeira em regime de sustentabilidade, considerando todas as áreas

preferenciais da região de Teresina previstas no progra-ma. Assim, a madeira direcionada para as empresas-ân-cora (as que consideram o ciclo de sete anos) é constan-te já a partir do sétimo ano. No caso da produção para múltiplo uso, a estabilidade é obtida somente a partir do ano 15.

Quadro 4. Impacto estimado na ocupação territorial – Programa Florestas Plantadas

ITEM REGIÃO TERESINA

(49 municípios)

PROVÍNCIA CENTRAL

(20 municípios)

ÁREA DE PLANTIO 635 mil ha 238 mil ha

% DA ÁREA PLANTADA DA REGIÃO 13,1% 4,9%

% DA ÁREA PLANTADA DO ESTADO 2,5% 0,9%

Fonte: FUPEF

Quadro 5. Estimativa da produção sustentada de madeira na região de Teresina

Província Ator Regime Produtividade

(m³/ha/ano)

Produção florestal Total

Toras finas Toras grossas

Norte

Empresa-âncora

Pequeno e médio produtores

7 anos 28 3.340 3.340

7 anos 24 1.670 1.670

15 anos 24 586 844 1.430

Subtotal 5.596 844 6.440

Central

Empresa-âncora

Pequeno e médio produtores

7 anos 28 3.340 3.340

7 anos 24 1.670 1.670

15 anos 24 586 844 1.430

Subtotal 5.596 844 6.440

Toras finas Toras grossas

Sul

Empresa-âncora

Pequeno e médio produtores

7 anos 28 2.216 2.216

7 anos 24 1.108 1.108

15 anos 24 380 570 950

Subtotal 3.704 570 4.274

TOTAL GERAL 14.896 2.258 17.154

Fonte: FUPEF

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Considerando somente o volume de produção de madeira fina e que esta venha a ser utilizada para a produção de ce-lulose branqueada de eucaliptos, a região de Teresina terá capacidade de produzir 3,7 milhões de toneladas de celu-lose, que representam cerca de 40% da atual produção no Brasil. Como a produção nacional deverá dobrar nos pró-ximos dez anos, a contribuição do Piauí será menor (20%), no entanto bastante significativa.

Empregos

O principal impacto observado em termos demográficos está relacionado a fluxos migratórios. A partir da implementação do Programa Florestal, a tendência é que ocorra uma maior fixação da mão-de-obra rural. Por outro lado, espera-se uma mobilização de pessoas para a região do Programa Florestal atraídas pelas novas oportunidades de trabalho.

No Quadro 6, apresenta-se a estimativa de geração de empre-gos diretos e indiretos relacionados ao desenvolvimento do segmento florestal no Estado do Piauí (cluster originado pelo Programa Florestal), levando em conta somente as áreas pre-ferenciais por província da região de Teresina.

Quadro 6. Estimativa de empregos gerados por província da região de Teresina

Empregos Atividade Província Total

Norte Central Sul

Diretos

Silvicultura 1.500 1.500 1.000 4.000

Colheita 1.110 1.110 740 2.960

Indústria 2.400 2.400 1.600 6.400

Total diretos 5.010 5.010 3.340 13.360

Indiretos Diversas 18.036 18.036 12.024 48.096

Total Geral 23.046 23.046 15.364 61.456

Fonte: FUPEF

Como pode ser observado, o número total de empregos gerados (diretos e indiretos) poderá superar 61 mil. Essa

quantidade representa um incremento de 4% no número de empregos atualmente oferecidos no estado.

Beneficiamento de leite

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Quadro 7. Impactos no PIB e no PIB per capita do Estado do Piauí

Item PIB (R$ bilhões) PIB per capita (R$) Impacto (%)

Atual do Piauí 6,5 2.530 --

Renda – Região Teresina 4,1 3.930 + 55%

Renda – Província Central de Teresina 1,5 3.112 + 23%

Rendas

No Quadro 7 apresentam-se os impactos estimados do pro-grama como um todo e considerando somente a Província

Central de Teresina sobre o atual PIB do Estado do Piauí, bem como sobre a renda per capita do estado.

Como pode ser observado, na posição mais conservadora do programa, a de implantar somente a Província Central de Teresina, promove-se um impacto superior a 23% sobre o PIB e o PIB per capita. Caso toda a região de Teresina seja contemplada pelo programa, o impacto no PIB será de 55%.

Outros impactos socioeconômicos

Além dos principais impactos relacionados nos itens ante-riores, um programa florestal com essa escala e até mesmo considerando apenas uma unidade industrial de celulose deverá gerar ainda impactos significativos nos seguintes as-pectos:

• maior pressão sobre a infra-estrutura viária (rodovia e ferrovia) para o transporte da matéria-prima e dos pro-dutos de mercado;

• contribuição para a redução dos níveis de pobreza, resul-tantes principalmente do aumento da renda;

• melhoria da balança comercial do país e principalmente do Estado do Piauí;

• aumento da arrecadação de impostos tanto pelo aumento das atividades econômicas como pela redução da infor-malidade;

• fortalecimento do pequeno produtor rural;• redução do fluxo migratório para as cidades. Acredita-se que os impactos resultantes a partir da dinamização da socioeconomia são muito maiores. No entanto, tais impactos são de difícil quantificação e qualificação, requerendo estudos específicos com-plementares.

Impactos ambientais

Dentre os principais impactos ambientais previstos com a implementação do Programa Florestal, evidenciam-se:

• diminuição da pressão sobre as florestas nativas da região;• recuperação de terras degradadas;• aumento da área florestal preservada na forma de reserva

legal e áreas de preservação permanente;• preservação de matas ciliares e nascentes de rios;• aumento dos níveis de seqüestro de CO

2;

• além destes efeitos diretos com a criação de uma cultura florestal na região, especialmente pela integração dos pe-quenos proprietários, o Programa de Desenvolvimento Florestal ajudará a reduzir o desmatamento e a degrada-ção ambientais.

Plano de Ação

Parte integrante do Programa de Desenvolvimento Flo-restal – Componente Florestas Plantadas – é um Plano de Ação, que leva em consideração a estratégia contemplada para orientar o governo do Estado do Piauí, as secretarias de governo envolvidas no processo e a CODEVASF, sobre as prioridades a serem consideradas na implementação do Programa Florestal, bem como a integração dos agentes de desenvolvimento responsáveis pela execução das ações.

Elaborado como um conjunto de diretrizes e ações progra-máticas de suporte ao programa, com previsão de recursos tanto por parte dos governos como dos potenciais investido-res, parte desse Plano de Ação vem sendo executada desde 2005 pela CODEVASF com apoio do governo do estado.

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A proposta do Plano de Ação, no contexto do PLANAP, considera as seguintes atividades:

Ação II.4. Implementar oPrograma de

Desenvolvimento Florestal – Componente Florestas

Plantadas

AtividadeII.4.1.

Estruturaçãoda

gerenciadora

AtividadeII.4.2.

Marcolegaleinstitucional

AtividadeII.4.3.

Regularizaçãodeterras

AtividadeII.4.4.

Incentivosfiscaisefinanciamen-

tos

AtividadeII.4.5.

Atraçãodeinvestidores

AtividadeII.4.6.

Tecnologiaefomento

AtividadeII.4.7.

Infra-estrutura

Ação II.4.1.1

Apoio para geren-ciar a implementa-ção do programa

Ação II.4.2.1Apoio para criação

de instrumentos legais de suporte

ao programa

Ação II.4.2.2 Apoio para a estru-turação do estado – criação do Insti-

tuto Florestas

Ação II.4.3.3Apoio para a

capacitação e a criação de exper-tise local para o

programa

Ação II.4.3.1

Apoio para a regularização

de terras nas áreas de interesse do

programa

Ação II.4.4.1

Apoio para a criação de ins-

trumentos legais fiscais de apoio

Ação II.4.4.2Apoio para a facilitação do

acesso a crédito a grandes inves-

tidores

Ação II.4.5.1

Apoio para a ela-boração proposta

exomarketingvoltado para

potenciais inves-tidores

Ação II.4.4.1

Apoio para a cria-ção de instrumen-tos legais fiscais

de apoio

Ação II.4.6.1

Apoio para a ela-boração programa

de pesquisa em silvicultura no Piauí – viveiros,

testes procedência, arranque, melhora-

mento genético

Ação II.4.6.2

Apoio para a elaboração de programa de

fomento florestal para pequenos e

médios produtores – EMATER, MMA/PNF

Ação II.4.7.1Apoio para a me-lhoria de rodovias

Ação II.4.7.2 Apoio para a melhoria de

ferrovias

Ação II. 4.7.3Apoio para a me-

lhoria hidroviária e marítima

Ação II.4.7.1Apoio para a me-lhoria de rodovias

Objetivo Geral

Estruturar o setor de florestas plantadas como oportunidade para alavancar o desenvolvimento econômico com inserção social e adequação ambiental com ocupação de áreas alteradas e subutilizadas

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Disponibilidade de terras com custos competitivos

• Condições edafoclimáticas favoráveis

• Investimentos de grandes empresas e investidores na área

florestal

• Infra-estrutura adequada – logística (energia, rodovias)

• Articulação e apoio dos governos estadual e federal

• Ações de regularização fundiária de apoio ao programa em

andamento

• Grande demanda local – abastecimento do parque de

indústrias cerâmicas e pequenos consumidores

• Abastecimento do setor siderúrgico maranhense

• Logística de fornecimento de insumos para a indústria de papel e

celulose

• Falta de experiências significativas em grandes plantios florestais

• Situação fundiária em algumas regiões carente de regularização

Figura 11. Esquema geral do Plano de Ação do Programa Florestal – Componente Florestas Plantadas

(continua...)

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Gerenciais

• Setor florestal brasileiro consolidado e com grande

competitividade gerencial

• Produção com capacidade de atendimento de múltiplas

finalidades e setores industriais (madeira sólida e

processada)

• Interesse do setor empresarial local em desenvolver

atividades florestais – auto-abastecimento e comercialização

• Desarticulação e relativa desorganização do setor empresarial local

consumidor de matéria-prima florestal

• Falta de estrutura do estado para o apoio da atividade

Socioeconômicas

• Potencial mercadológico, insustentabilidade do fornecimento

atual de lenha para uso industrial e proximidade de centros

consumidores

• Atividade compatível com a agricultura familiar

Baixo custo de investimento e possibilidade de uso múltiplo

da madeira

• Falta de cultura florestal

• Baixo nível econômico e social dos produtores rurais

• Acesso restrito ao crédito

Políticas

• Interesse e apoio articulado dos governos estadual e federal

• Marco legal em processo de revisão para apoio à atividade

• Proposição de estruturação das instituições para apoio ao

programa

• Desarticulação e ação paralela dos programas governamentais de

fomento e controle/fiscalização ambientais

• Política de difusão tecnológica ainda inexistente na área florestal

• Inexistência dos serviços de assistência técnica com foco na atividade

florestal

Estratégias

• Adoção de política para iniciar e estabelecer ações de pesquisa e processos de difusão tecnológica voltadas para setor florestal, desde o

manejo florestal até a silvicultura com espécies exóticas

• Articulação, estruturação e compatibilização da atuação dos diversos programas governamentais e não governamentais de apoio ao

desenvolvimento florestal na bacia

• Promoção da assistência técnica e da capacitação tecnológica, organizacional e gerencial para os produtores e suas organizações na área

florestal

• Atração de investimentos privados para a implantação de projetos de silvicultura e manejo florestal de médio a grande portes, como

política permanente e estruturada de exomarketing

• Criação e fortalecimento de um mercado local/regional de madeira oriunda de plantios e/ou manejo florestal fomentado por políticas de

marketing e pesquisa de mercado, com prioridade para a inserção dos pequenos e médios produtores rurais – desenvolvimento de projetos

piloto

(...continuação)

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Etapa Atividades Produtos

Primeira:

5 anosAções estruturantes de apoio ao Programa de Desenvolvimento Florestal

• Programa piloto de capacitação e assistência técnica florestal às famílias de

produtores e suas organizações

• Programa piloto de pesquisa na área de silvicultura de espécies exóticas e nativas

com potencial para diferentes mercados

• Plano de atração de investidores privados de grande e médio portes

• Apoio para obtenção de financiamento das linhas de crédito disponíveis para o

setor florestal

• Marco legal revisado e implantado, com mecanismos de isenção fiscal e incentivo

à proteção de áreas para conservação da biodiversidade e implantação de

florestas de produção em áreas alteradas

• Assessoria técnica especializada para implantação de plantios florestais em

caráter piloto (demonstrativo)

• Articulação dos programas governamentais de apoio para melhoria da infra-

estrutura necessária para grandes investimentos (energia elétrica, transporte

rodoviário, ferroviário, portos)

• Integração efetiva das políticas de conservação da biodiversidade com expansão

da base de florestas plantadas

Segunda:

10 anos

Apoio ao fortalecimento do setor florestal e agregação de valor na cadeia produtiva

• Ampliação da política de crédito para atender às unidades produtivas familiares

no negócio florestal, bem como de grandes investimentos

• Estímulo à implantação de indústrias de processamento de madeira sólida

(compensados, laminados, madeira tratada, serrarias, móveis)

• Fortalecimento da pesquisa florestal e inserção de novas espécies, produtos e

tecnologias – produtos madeireiros e não madeireiros

• Fortalecimento da difusão tecnológica para incremento da produção florestal e

agroflorestal sustentável

• Fortalecimento das instituições públicas na área florestal/ambiental

• Fortalecimento das instituições públicas de extensão florestal, capacitação e

assistência técnica aos produtores e aos dirigentes de suas organizações

• Continuidade da atração de grandes investimentos privados na área florestal

Abrangência – Componente Florestas Plantadas

O Programa de Desenvolvimento Florestal da Bacia do Parnaíba no Piauí, ao final dos vinte anos de implementação, abrangerá toda a Bacia do Parnaíba. A 1ª etapa priorizará a Região de Teresina (49 municípios), e dentro dela a região denominada Província Central de Teresina, com vinte municípios. Posteriormente, ou conforme a demanda e interesse de investidores, o programa focará as províncias norte e sul de Teresina e a região de Uruçuí, com 25 municípios.

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Quadro 8. Áreas do programa – Florestas Plantadas

Áreas do Programa – Florestas

Plantadas

Nº de mun. Áreas Preferenciais

(ha)11

Área total (ha) % áreas

preferenciais/

área total

Região de Teresina 49 1.953.000 4.750.900 41,1

Província Norte 11 733.921 1.210.700 61

Província Central 20 733.031 1.014.000 72

Província Sul 18 486.875 2.525.801 19

Região de Uruçuí 25 1.699.603 6.855.200 24,8

Total 74 3.652.603 11.606.100 31,5

Resultados esperados

Em um horizonte temporal de dez a vinte anos, espera-se a implantação de pelo menos 02 grandes empreendimentos de base florestal (área plantada de cerca de 600 mil ha, incluindo fomento com pequenos e médios produtores rurais), bem como a estruturação do cluster florestal indicado, o impacto na ocupação territorial, considerando-se a região de Teresina, seria de 13% da área total com efetivos plantios, ou de 2,5% da área total do estado. A estimativa de produção seria de 17 milhões de m³/ano (madeira), ou 3,7 milhões de toneladas celulose/ano. Com relação à geração de empregos, estima-se cerca de 13.360 empregos diretos e 48.096 empregos indiretos. O impacto no PIB poderá atingir, considerando-se apenas a Província Central de Teresina, até 55% do PIB per capita.

Estimativa de recursos em mil (Previsão do Plano de Ação 2005 – Relatório Final FUPEF)

Programa de Desenvolvimento Florestal – Componente Florestas Plantadas

Fomento

1ª etapa

5 anos

R$ 310.160 US$ 131,983

Investimento do Setor privado – 5 a 10 anos

Plantios12 Indústrias13

R$ 1.500.000,00 US$ 638.297,78 R$ 1.000.000,00 US$ 425.531,91

Recursos totais estimados em mil R$ 2.810.160,00 US$ 1.195.812,76

11 Os fatores e os indicadores da potencialidade de áreas para produção florestal foram prioritariamente os fatores primários relevo, solo e precipitação média anual (acima de 750 mm), sendo considerados as áreas preferenciais com solo e topografia favoráveis e precipitação acima de 1.000 mm/ano. Alguns fatores secundários foram utilizados apenas para identificar potenciais limitações para o estabelecimento de empreendimentos, bem como para priorizar as regiões (uso do solo, preço da terra, logística, água, energia elétrica). A área caracterizada como preferencial não significa que será potencialmente convertida em plantios florestais homogêneos, somente indicará o direcionamento de possíveis investimentos. O índice de ocupação de uma grande propriedade com atividade florestal será de no máximo 60%, considerando-se a necessidade de conservação e recuperação das áreas de reserva legal e preservação permanente, áreas de circulação (estradas, acessos internos) e infra-estrutura produtiva e de apoio à produção. O impacto dos plantios nas áreas dos municípios será limitado a 30%, de forma que compatibilize a atividade florestal com a agricultura empresarial e familiar, bem como com outras formas de uso do solo.12 Considerando o total de 600 mil ha de efetivo plantio, com custo de R$ 2.500,00 ha de implantação e manutenção até o primeiro corte aos sete anos (eucalipto) – não incluído o preço da terra.13 Considerando uma grande indústria de papel e celulose e toda uma rede de pequenas e médias indústrias associadas da cadeia florestal – cluster.

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a III. Desenvolvimento dos arranjos

produtivos locais

Componente

Atividades

III.1.1. Apoio ao processo

produtivo para melhoria da

qualidade e da produtividade dos rebanhos

III.1.2. Apoio ao segmento

agroindustrial da cadeia produtiva

para agrega-ção de valor à

produção

III.1.3. Con-solidação do

agronegócio da cadeia produtiva da ovinocaprino-

cultura

III.2.3. Con-solidação do

agronegócio da cadeia produtiva da ovinocaprino-

cultura

III.3.3. Apoio à consolidação da cadeia produ-

tiva na Bacia do Parnaíba

III.4.3. Apoio à consolidação da agricultura ir-

rigada na Bacia do Parnaíba

III.4.2. Apoio à agroindustri-alização focada na diversificação dos produtos e na política de

comercialização, beneficiamento e

marketing

III.4.1. Apoio à base produtiva com identi-ficação das

melhores cul-turas, melhoria

tecnológica, processamento e comercialização

III.3.1. Apoio à base produtiva focado na ex-

pansão da área com variedade precoce, melho-ria da tecnologia

de produção, processamento e comercialização

III.2.1. Apoio ao processo

produtivo para diversificação da produção, melhoria da

qualidade e da produtividade

III.2.2. Apoio ao segmento

agroindustrial da cadeia produtiva

para agrega-ção de valor à

produção

III.3.2. Apoio à agroindustriali-zação focando a diversificação

dos produtos e a política de

comercialização e marketing

Ações

III.2.programadeDesenvolvim-entoSustentável

daApicultura

III.3.pro-gramadeDe-senvolvimentoSustentáveldaCajulcultura

III.4.programade

Desenvolvimen-toSustentáveldaAgricultura

Irrigada

III.5.programade

Desenvolvimen-toSustentáveldoExtrativis-moVegetale

Mineral

III.5.1. Apoio ao processo de extração

e beneficiamento dos produtos do

extrativismo vegetal na bacia

III.5.2. Estruturação do agronegócio do

extrativismo vegetal

III.5.3. Apoio à consolidação das

cadeias produtivas do extrativismo vegetal

III.5.4. Apoio à estruturação das

atividades extrativas minerais

III.5.5. Apoio ao fortalecimento da

cadeia produtiva do extrativismo mineral

III.5.6. Apoio à consolidação do

agronegócio do extra-tivismo mineral

III.1.programade

DesenvolvimentoSustentávelda

Ovinocaprinocul-tura

Figura 12. PLANAP. Ações e atividades do Componente III

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Componente III 51

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Ação III.1. Programa de Desenvolvimento Susten-tável da Ovinocaprinocultura

O Brasil, em 2002, possuía rebanho ovinocaprino estimado em 24,2 milhões de cabeças, destacando-se entre as regiões de maior quantitativo do Nordeste, ocupando o 1º lugar no ranking nacional, com um total de 16,8 milhões de cabeças distribuídos em 8,0 milhões de ovinos e 8,8 milhões de caprinos.

A área da Bacia do Parnaíba tem participação significativa, constituindo-se no 2º maior rebanho da região, com 3,5 milhões de cabeças (1,7 milhão de caprinos e 1,8 milhão de ovinos), e apresentando grande potencialidade para o desenvolvimento da ovinocaprinocultura, favorecida tanto pelos aspectos edafoclimáticos quanto pelos mercadológi-cos, como a proximidade de grandes centros consumidores e a tradição brasileira, em especial nordestina, no consumo da carne e de outros produtos.

O potencial do mercado para os produtos da ovinoca-prinocultura, no Brasil, ainda apresenta uma oferta infe-rior à demanda, principalmente por: a) pouca adoção de inovações tecnológicas do sistema produtivo visando à melhoria na qualidade e na produtividade dos rebanhos; b) desarticulação entre as instituições do setor; c) baixo índice de profissionalismo dos que praticam esta ativi-dade; d)fragilidade das práticas associativas; e) desestru-turação da comercialização; e f) práticas inadequadas ao sistema de produção.

A exploração socioeconômica da ovinocaprinocultura na Ba-cia do Parnaíba é voltada fundamentalmente para a produção de carne, com a venda residual da pele. Segundo estudo reali-zado por Campos (1998), e pela Associação das Indústrias de Couro do Norte e do Nordeste, as projeções estimadas para o Nordeste no ano de 2000, prevêem um déficit de 12,2 mil toneladas de carnes e de 4,0 milhões de peles por ano. Essa realidade foi em muito pouco alterada, favorecendo assim a possibilidade de crescimento do setor na bacia.

A implantação de um programa de desenvolvimento sus-tentável da ovinocaprinocultura representa alternativa para a socioeconomia da bacia, com a comercialização in natura de carnes, leite, peles e industrialização da produção. A demanda no mercado regional e nacional é ampla e crescente para pro-dutos de qualidade. A preocupação atual da sociedade com a segurança alimentar potencializa o consumo, em especial da carne e do leite, pelo seu baixo teor de colesterol e alta diges-tibilidade, além do baixo teor alérgico do leite.

No âmbito da Bacia do Parnaíba, existe um arranjo institucio-nal para incremento da cadeia produtiva da ovinocaprinocul-tura, envolvendo instituições governamentais, empresariais e não governamentais, estimulando ações voltadas para o pro-dução, o beneficiamento e a comercialização, esta com base na organização dos mercados locais, regionais e na conquista de mercados internacionais que estimulam a profissionalização do segmento, potencializando o desenvolvimento da cadeia pro-dutiva da ovinocaprinocultura na bacia.

Objetivo geral

Tornar a ovinocaprinocultura na Bacia do Rio Parnaíba uma atividade competitiva pelo diferencial de qualidade dos produtos para

mercados interno e externo

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Disponibilidade de inovações tecnológicas em centros de

pesquisa e ensino regionais

• Instituições credenciadas para capacitação dos atores

• Existência de profissionais especializados

• Condições edafoclimáticas favoráveis

• Distribuição territorial do rebanho

• Técnicas de manejo reprodutivo inadequadas e alimentação deficiente

• Nível de organização e gestão das unidades produtivas ineficientes

• Precariedade na padronização dos produtos

• Serviços de inspeção e defesa agropecuária deficitários

• Práticas sanitárias não sistemáticas

• Assistência técnica deficitária

(continua...)

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Etapa Atividades Produtos

Primeira:

4 anos

III.1.1. Apoio ao processo produtivo para melhoria da qualidade e da produtividade dos rebanhos

• Capacitação e assistência técnica aos produtores e suas organizações

• Adoção de tecnologias adequadas e melhoradas para a produção de animais para

corte, leite e reprodução

• Acesso ao crédito para as unidades produtivas

• Financiamento governamental para infra-estruturas coletivas

• Apoio à organização e à gestão das unidades produtivas e de infra-estruturas coletivas

• Pesquisa de mercado visando à estruturação de estratégias de comercialização

• Apoio a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

• Diversificação na linha de produção de carne, leite e pele

Gerenciais

• Produção com diferencial para nicho de mercado específico

(orgânico, light)

• Produtores com experiência em projetos associativos

• Unidade de beneficiamento com capacidade instalada para

absorção do acréscimo inicial de produção oriunda da

implementação do programa

• Controle de qualidade dos produtos deficientes

• Fornecimento irregular da produção no mercado

• Descontinuidade de programas e ações governamentais

• Acesso restrito ao mercado consumidor nacional

• Ausência de uma visão empreendedora

• Não realização de controle zootécnico

• Desarticulação organizacional dos produtores

Socioeconômicas

• Disponibilidade de plantel inicial dos produtores

• Potencial mercadológico, tradição de consumo e proximidade

de centros consumidores

• Atividade compatível com a agricultura familiar

• Baixo custo de investimento e rápido retorno do capital

investido

• Baixo nível econômico e social dos produtores

• Acesso restrito ao crédito

• Exploração centrada em pequenas propriedades

• Descapitalização de agentes da cadeia produtiva

• Baixa produtividade

• Infra-estrutura de abate deficitária

• Baixos preços dos produtos

Políticas

• Diversidade de programas governamentais de apoio ao

segmento

• Organização e mobilização dos produtores apoiadas por

políticas públicas

• Crédito voltado para a agricultura familiar

• Desarticulação e ação paralela dos programas governamentais

• Política de difusão tecnológica deficiente

• Ineficiência das organizações representativas do setor

• Desarticulação dos serviços de assistência técnica

Estratégias

• Adoção de política para fortalecer ações de pesquisa e processos de difusões tecnológicas voltados à produção, ao beneficiamento e à

comercialização dos produtos e dos subprodutos da ovinocaprinocultura

• Articulação e compatibilização da atuação dos diversos programas governamentais e não governamentais de apoio ao desenvolvimento

dos segmentos existentes na bacia

• Promoção da assistência técnica e de capacitação tecnológica, organizacional e gerencial para os produtores e suas organizações

• Parceria entre o público e o privado na implantação de infra-estrutura coletiva para beneficiamento, comercialização e priorização de

crédito de forma rápida e desburocratizada para financiamento das unidades produtivas individuais

• Criação de um mercado institucional fomentado por políticas de marketing e pesquisa de mercado que orientarão a produção e a oferta de

carnes ovina e caprina, leite de cabra e outros produtos

(continua...)

(...continuação)

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Território Nº mun Nº prod. Território Nº mun Nº prod.

Cocais (4) 18 1.800 Tabuleiros A. Parnaíba (1) 14 620

Carnaubais (4) 26 2.380 Vale do Rio Canindé (3) 15 1.290

Chapada das Mangabeiras (2) 10 700 Vale dos Rios Piauí e Itaueiras (3) 22 1.560

Entre Rios (1) 28 2.160 Vale do Sambito (3) 15 1.150

Planície Litorânea (2) 11 800 Vale do Guaribas (4) 18 1.800

Serra da Capivara (4) 18 1.590

(1) rebanhos acima de 3 mil cabeças; (2) rebanhos acima de 4 mil cabeças; (3) rebanhos acima de 5 mil cabeças e (4) rebanhos acima de 10 mil cabeças.

Abrangência

O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura ao final dos vinte anos de implementação abrangerá toda a Bacia do Parnaíba. A 1ª etapa de apoio e ampliação da base produtiva será centrada em 70% da área da bacia, englobando 195 municípios, sendo 165 do Estado do Piauí, 17 do Maranhão e 13 do Ceará, com previsão de atendimento a 15.850 produtores e atuação em todos os Territórios com municípios selecionados por apresentarem rebanhos a partir de 3 mil cabeças.

Segunda:

10 anos

III.1.2. Apoio ao segmento agroindustrial da cadeia produtiva para agregação de valor à produção

• Implantação de infra-estruturas para beneficiamento e comercialização

• Estímulo à implantação de agroindústrias de alimentos (doce, leite e derivados);

cosméticos (sabonetes, hidratantes e outros); couro (bolsas, sapatos, cintos); carne

(corte especiais e embutidos)

• Fortalecimento do processo de organização e gestão das unidades produtivas

individuais e das infra-estruturas coletivas

• Fortalecimento da difusão tecnológica para incremento da produção de animais para

corte, leite e reprodução

• Ampliação da política de crédito para atender às unidades produtivas

• Capacitação e assistência técnica aos produtores e aos dirigentes de suas organizações

• Apoio a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

Terceira:

06 anos

III.1.3. Consolidação do agronegócio da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura

• Fortalecimento da capacitação voltada para a autogestão das unidades coletivas de

beneficiamento, processamento e comercialização

• Apoio à consolidação das estratégias de comercialização e marketing para a expansão

dos mercados interno e externo

• Apoio a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

• Capacitação de lideranças e empreendedores

• Certificação dos produtos da ovinocaprinocultura da bacia com a comercialização em

rede com marca regional

• Fortalecimento das estratégias de ocupação e expansão dos mercados nacional e

internacional

(...continuação)

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Resultados esperados

Elevação da taxa de desfrute do rebanho para 40%; redução do índice de mortalidade para 10% até o 1º ano; elevação do peso vivo dos animais de 1 ano para 28 kg; comercialização de 50% dos produtos derivados em rede formada pelas organizações dos produtores; redução dos índices de desperdício de peles em 30%; elevação da produtividade média e do consumo do leite; consolidação da política de comercialização e marketing com a inserção dos produtos da ovinocaprinocultura nos mercados interno e externo; e maior conservação dos recursos naturais da Bacia do Rio Parnaíba pela adoção de práticas de manejo ambientalmente corretas

Estimativa de recursos em mil

Ovinocaprinocultura

Fomento

1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa

4 anos 10 anos 6 anos

R$ 26.212 US$ 11,154 R$ 43.780 US$ 18,630 R$ 25.000 US$10,638

Investimento

Crédito Agroindústria

R$ 119.343 US$ 50,784 R$ 13.200 US$ 5,617

Recursos totais estimados em mil R$ 227.535 US$ 96,823

Ação III.2. Programa de Desenvolvimento Susten-tável da Apicultura

A produção de mel no Brasil, em 2002, atingiu 24 mil tone-ladas, destacando-se, entre as regiões de maior produção, o Nordeste, com 23,2% da produção nacional. Dentre os estados nordestinos que apresentam as maiores produções estão o Piauí, com 39,9%, e o Ceará, com 24,7%.

A Bacia do Parnaíba tem expressiva participação na ativida-de apícola dessa região, com 40% da produção em 2002, 2,2 mil toneladas. Apresenta ainda potencial de exploração pelas características edafoclimáticas (flora, relevo, hidro-grafia); pelo nível de organização e gestão da atividade com estruturas eficientes em alguns Territórios (a exemplo de Picos) e pelas experiências com exportação para os merca-dos externo e interno.

As vastas extensões ainda inexploradas e isentas de ati-vidade agropecuária tecnificada e de agrotóxicos possi-bilitam a produção do mel orgânico, produto este bas-tante procurado e valorizado nos mercados nacional e internacional. Segundo estudos realizados, a produção de mel orgânico dos apicultores da bacia poderá aten-der a uma crescente demanda nos mercados nacional e internacional por produtos de boa qualidade e agregar maior valor à produção.

A sustentabilidade da apicultura depende da superação de desafios como: a) fortalecimento da base associativa dos apicultores; b) introdução de inovações tecnológicas para a melhoria da qualidade e da produtividade; c) diversifica-ção da linha de produção (mel, própolis, pólen, geléia real, cera, enxames, rainhas); e) estratégias de comercialização e marketing para ampliação das vendas nos mercados interno e externo; f) estímulo ao consumo dos produtos apícolas na dieta alimentar e na agroindustrialização; g) desenvolver a capacidade empreendedora e gerencial dos atores sociais envolvidos na atividade apícola.

Na área da Bacia do Parnaíba, existe um movimento de articulação de gestores públicos, entidades estaduais, municipais, sindicais e organizações não-governamen-tais vinculadas ao segmento apícola, principalmente nos Estados do Piauí e do Ceará, na busca de superação dos gargalos que bloqueiam o desenvolvimento sustentável da apicultura.

O Território do Rio Guaribas, localizado na região semi-árida, responsável por 60% do mel produzido na bacia, concentra inúmeras instituições governamentais e não go-vernamentais que vêm atuando no fortalecimento organi-zacional da cadeia produtiva e na inserção dos produtos nos mercados interno e externo. Dentre estas destacam-se: a casa Apis, a Federação dos Apicultores, o SEBRAE (Projeto

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Apis), a Câmara Setorial de Apicultura do Estado do Piauí, CODEVASF, EMBRAPA Meio-Norte e empresas privadas locais e regionais.

O mercado brasileiro de produtos apícolas está avaliado nos dias atuais em US$ 360 milhões anuais, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e pesquisas recentes de-

monstram uma potencialidade de curto prazo para atingir além de US$ 1 bilhão anual. Atualmente existem 14 federa-ções, 200 associações em nível municipal ou regional e 160 empresas apícolas registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com Serviço de Inspe-ção Federal (SIF), mas ainda é muito pouco, não atingindo 50% do potencial brasileiro.

Objetivo Geral

Tornar a apicultura na Bacia do Rio Parnaíba uma atividade competitiva pelo diferencial de qualidade dos produtos para os mercados interno e externo

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Disponibilidade de inovações tecnológicas em centros de

pesquisa e ensino regionais

• Rede de instituições credenciadas para capacitação

profissional

• Existência de profissionais especializados

• Condições edafoclimáticas favoráveis

• Flora diversificada e com potencial para a produção orgânica

• Utilização inadequada de técnicas de manejo reprodutivo alimentar

Calendário de práticas de manejo não sistemático

• Serviço de inspeção agropecuária deficitário

• Capacitação dos apicultores restrita à parte do processo de

produção

• Assistência técnica deficitária

Gerenciais

• Processo de mobilização e organização avançado em alguns

Territórios

• Apicultores com experiência em projetos coletivos

• Produção com diferencial para o mercado orgânico

• Aproveitamento da capacidade instalada para absorção do

acréscimo inicial de produção oriundo da implementação do

programa

• Desarticulação organizacional dos produtores

• Ausência de uma visão empreendedora

• Dificuldade de inserção dos produtos no mercado consumidor

nacional

• Descontinuidade de programas e ações governamentais

• Fornecimento irregular da produção no mercado

• Deficiência no controle de qualidade dos produtos

Socioeconômicas

• Atividade com baixa complexidade

• Possibilidade de exploração da atividade como

complementação da renda agropecuária familiar

• Baixo custo de investimento e rápido retorno do capital

investido

• Atividade compatível com a agricultura familiar

• Baixo nível econômico e social dos apicultores

• Acesso restrito ao crédito

• Infra-estrutura de beneficiamento deficitária

• Descapitalização dos vários agentes da cadeia produtiva

• Baixa produtividade. Baixos preços dos produtos

Políticas

• Diversidade de programas governamentais de apoio ao

segmento

• Linhas de crédito voltadas para a agricultura familiar

• Existência de linhas de crédito específicas

• Estruturação formal da representação do segmento

(câmaras, fóruns, conselhos)

• Institucionalização do controle de qualidade do mel

• Desarticulação e ação paralela dos programas governamentais

• Política de capacitação e de difusão tecnológica deficiente

• Ineficiência das organizações representativas do segmento

• Desarticulação dos serviços de assistência técnica

• Programas e ações governamentais desarticulados da política de

crédito

• Parcerias institucionais limitadas a alguns elos da cadeia produtiva

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Etapa Atividades Produtos

Primeira:4 anos

III.2.1. Apoio ao processo produtivo para diversificação da produção, melhoria da qualidade e da produtividade

• Capacitação e assistência técnica aos apicultores e a suas organizações

• Adoção de tecnologias adequadas e melhoradas para a coleta e o beneficiamento

• Expansão e fortalecimento da base associativa do segmento

• Fortalecimento à articulação política para acesso e desburocratização do crédito para os apicultores

• Apoio à gestão das unidades produtivas/apiários e infra-estruturas coletivas de beneficiamento e comercialização

• Fortalecimento da parceria público-privada para o financiamento de infra-estruturas coletivas

• Pesquisa de mercado visando à estruturação de estratégias de comercialização

• Apoio às unidades responsáveis pela pesquisa tecnológica para o segmento apícola

• Diversificação na linha de produção de mel, cera, própolis, enxames, rainhas, geléia real

Segunda:10 anos

III.2.2. Apoio ao segmento agroindustrial da cadeia produtiva para agregação de valor à produção

• Implantação de infra-estruturas para centralização do beneficiamento e da comercialização da produção dos Territórios

• Estímulo à implantação de indústrias de alimentos, cosméticos e fármacos

• Fortalecimento do processo de organização e gestão das unidades produtivas/apiários e infra-estruturas coletivas

• Fortalecimento da difusão tecnológica para incremento e diversificação da produção e melhoria da qualidade dos produtos

• Política de crédito para atender à ampliação e à implantação de unidades produtivas

• Fortalecimento do processo de capacitação e assistência técnica aos apicultores e aos dirigentes de suas organizações

• Política de comercialização estruturada em plano de negócio e de marketing para o segmento apícola da bacia

• Apoio às unidades responsáveis pela pesquisa tecnológica para o segmento apícola

Terceira:6 anos

III.2.3. Consolidação do agronegócio da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura

• Fortalecimento da capacitação voltada para a autogestão das unidades coletivas de beneficiamento e comercialização

• Capacitação de lideranças e de empreendedores

• Apoio às entidades e aos centros de pesquisa tecnológica

• Apoio à consolidação das estratégias de comercialização e marketing

• Fortalecimento do processo de difusão e incorporação de novas tecnologias para a diversificação da produção da bacia

• Certificação dos produtos da apicultura da bacia com a comercialização em rede com marca regional

• Fortalecimento das estratégias de ocupação e expansão dos mercados nacional e internacional

(continua...)

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Resultados esperados

Elevação da produtividade média por colméia para 35 kg; qualificação e profissionalização da mão-de-obra da cadeia produtiva da apicultura; fortalecimento e estruturação das entidades representativas dos apicultores em todos os níveis; ampliação da infra-estrutura primária de beneficiamento com implantação de 264 casas de mel; implantação de novas unidades de entrepostos de comercialização e armazenamento; implantação de unidades agroindustriais; consolidação de estratégias voltadas para a comercialização dos produtos nos mercados interno e externo; diversificação dos produtos da apicultura da Bacia do Parnaíba.

Apicultura

Fomento

1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa

4 anos 10 anos 6 anos

R$ 25.206 US$ 10,726 R$ 38.280 US$ 16,289 R$ 18.000 US$ 7,660

Investimento

Entrepostos R$ 1.650 US$ 702

Agroindústria R$ 6.600 US$ 2,809

Recursos totais estimados

R$ 89.736 US$ 38,186

Território Nº mun Nº prod. Território Nº mun Nº prod.

Cocais 41 1.230 Serra da Capivara 18 950

Carnaubais 26 910 Vale do Rio Canindé 19 950

Chapada das Mangabeiras 25 750 Vale dos Rios Piauí e Itaueiras 22 800

Entre Rios 36 900 Vale do Guaribas (4) 36 1.080

Abrangência

O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Apicultura ao final dos vinte anos de implementação atenderá a toda a Bacia do Parnaíba. A 1ª etapa de apoio e ampliação da base produtiva será centrada em 80% da área da Bacia do Rio Parnaíba, num total de 8 Territórios englobando 223 municípios, sendo 184 do Estado do Piauí, 20 do Maranhão e 19 do Ceará, com previsão de atendimento a 7.570 apicultores.

Ação III.3. Programa de Desenvolvimento Susten-tável da Cajucultura

A cajucultura é uma atividade de expressão econômica e social no Nordeste brasileiro. Em 2003, representava 99,5% da área de 682,5 mil hectares colhida do Brasil.14 Os estados nordestinos que compõem a Bacia do Parnaíba têm signi-ficativa participação na produção da região, destacando-se o Ceará, que ocupa o 1º lugar no ranking nacional, com 364,6 mil hectares, e o Piauí, que ocupa o 2º com 154,7 mil hectares.

Atualmente, a castanha de caju movimenta cerca de US$ 700 milhões em todo o mundo, representando 13% do mercado de amêndoas, nozes e pistaches. A importância do caju no Brasil pode ser traduzida pelo número de em-

pregos diretos que gera, sendo 35 mil no campo e 15 mil na indústria, além de 250 mil empregos indiretos nos dois segmentos. Para o semi-árido nordestino, a importância é ainda maior, porque os empregos no campo são gerados na entressafra das culturas tradicionais (milho, feijão, mandio-ca), reduzindo, assim, o êxodo rural.

A cajucultura nordestina fundamenta-se basicamente na produção de amêndoa da castanha, tendo alguns desafios a superar, tais como: adoção de tecnologia para melhoria da qualidade e da produtividade; redução do índice de desperdí-cio do pseudofruto; revitalização e ampliação das unidades de beneficiamento da castanha; melhoria das tecnologias agroin-dustriais adotadas; desarticulação da comercialização com alto grau de intermediação; desarticulação entre os programas go-vernamentais e a política de crédito.

14 IBGE – PAM/2003.

(...continuação)

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No Nordeste, apenas 10% dos cajuais são formados por clones, mas a tendência é a substituição gradual dos poma-res de pés-francos menos produtivos. Empresas públicas, como a EMBRAPA, e privadas investem na produção de clones de cajueiros que garantem uniformidade não só em relação à castanha, mas também em relação ao pedúnculo e até à cor do caju. Atualmente, conhecimentos e tecnologias disponíveis em centros de estudos e pesquisa regionais pos-sibilitam a adoção de inovações para a produção, o benefi-ciamento e a agroindustrialização dos produtos.

Os produtos da cajucultura do Nordeste e da bacia são co-mercializados nos mercados interno e externo. A amêndoa (ACC) é exportada em sua quase totalidade sem casca e semitorrada, o que para o comércio internacional carac-teriza produto básico, com entrada franca nos principais

mercados e livre de barreiras alfandegárias. O líquido da castanha do caju (LCC), tem demanda concentrada nos Es-tados Unidos e no Reino Unido, que absorvem 87% do to-tal exportado. O pedúnculo e seus derivados (sucos, doces, licores, etc.) restringem-se, ainda ao consumo no mercado interno.

A proposta de desenvolvimento sustentável da cadeia pro-dutiva da cajucultura no âmbito da Bacia do Parnaíba repre-senta uma alternativa para incremento da socioeconomia regional. A demanda por produtos da cajucultura de boa qualidade in natura ou processados é crescente e exigente. O potencial dos produtos com acentuado valor alimentar e propriedades medicinais aliado às características naturais de produção, com baixo uso de adubação química, poten-cializa o consumo com garantia de segurança alimentar.

Objetivo geral

Tornar a cajucultura, na Bacia do Rio Parnaíba, uma atividade competitiva pelo diferencial de produtividade e qualidade dos produtos

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Condições edafoclimáticas favoráveis

• Disponibilidade de área para o plantio e a produção de mudas de

caju-anão precoce

• Aproveitamento de todos os produtos do caju

• Diversificação dos produtos oriundos da cajucultura

• Boa aceitação no mercado interno dos derivados do caju (doces,

castanha, cajuína)

• Baixo aproveitamento do pseudofruto (10%)

• Plantio desorganizado, disperso e sem trato cultural

• Baixo nível tecnológico

Gerenciais

• Busca pela liderança mundial no que diz respeito à exportação

da castanha

• Comercialização do fruto e do pseudofruto na entressafra da

agricultura de sequeiro

• Infra-estruturas de beneficiamento e processamento com

capacidade de absorver o acréscimo inicial oriundo do programa

• Baixa organização comercial e de mercado do segmento

• Pequena integração dos setores produtivo e empresarial

• Elevado índice de intermediação na comercialização da produção

dos pequenos e médios produtores

Socioeconômicas

• Possibilidade de exploração do cajueiro em consórcio com

culturas anuais

• Mercado externo potencial para a amêndoa e o líquido da

castanha de caju

• Valor alimentar e propriedades medicinais do caju

• Possibilidade de exploração em área de sequeiro e irrigado

Absorção de mão-de-obra local

• Acesso restrito ao crédito pela exigência de garantiar reais aos

produtores

• Baixa produtividade e qualidade dos produtos

• Desarticulação da política de assistência técnica

(continua...)

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Etapa Atividades Produtos

Primeira:04 anos

III.3.1. Apoio à base produtiva focado na expansão da área com variedade precoce, me-lhoria da tecnologia de produção, processamen-to e comercialização

• Promoção da auto-suficiência na produção com a formação de viveiros em áreas estratégicas

• Difusão e transferência de tecnologias adequadas e melhoradas voltadas à produção e ao processamento

• Capacitação e assistência técnica para os produtores e suas organizações

• Incentivo ao associativismo

• Inventário e reativação das infra-estruturas de processamento existentes

• Incentivo a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

• Política de acesso e desburocratização do crédito para os produtores

• Melhoria do processo de comercialização dos produtos innatura e industrializados

Segunda:10 anos

III.3.2. Apoio à agroin-dustrialização focando a diversificação dos produtos e a política de comercialização e marketing

• Incentivo à ampliação e à melhoria das infra-estruturas de beneficiamento e agroindústrias de alimentos (cajuína, sucos, doces, castanha) e bebidas (vinho, licor)

• Programa de empreendedorismo para pequenos e médios empresários locais vinculados ao agronegócio da cajucultura

• Definição de uma política de comercialização e marketing para inserção dos produtos da cajucultura no mercado interno e externo

• Capacitação e assistência técnica para os produtores e suas organizações para organização e comercialização dos produtos

• Política de crédito voltada para incentivar o agronegócio da cajucultura

• Incentivo a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

Macrorregião Território Nº de municípios Nº de famílias

Semi-Árido

Vale do Rio Canindé 18 1.800

Vale do Rio Guaribas 18 2.500

Vale do Sambito 15 2.250

Meio-NorteEntre Rios 32 3.200

Carnaubais 15 2.250

Abrangência

O programa proposto abrange cinco Territórios da Bacia do Parnaíba, com 98 municípios selecionados a partir dos levantamentos de informações com a população local e dados do Zoneamento Pedoclimático da EMBRAPA da Região Nordeste. O total de municípios com aptidão de cultivo do cajueiro é superior a 25%.

Estratégias

• Adoção de política de expansão e renovação das áreas de produção

• Difusão de tecnologias adequadas e melhoradas para cultivo e beneficiamento do caju

• Promoção de assistência técnica e capacitação tecnológica de produção e gestão das unidades produtivas e das organizações dos

produtores

• Estabelecimento de parceria público-privada para a revitalização, a ampliação e a implantação de unidades de infra-estruturas de

beneficiamento e industrialização da produção

• Criação de um mercado institucional fomentado por políticas de marketing e pesquisa de mercado que orientarão a produção e a oferta

de produtos

Políticas

• Programas de valorização da cultura

• Processos de mobilização e organização dos produtores

apoiados por políticas públicas

• Existência de linha de crédito específica para a cajucultura

• Política de difusão tecnológica deficiente

• Ausência de política de preço mínimo

(...continuação)

(continua...)

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Recursos estimados (valores em mil)

Fomento às atividades produtivas

1ª etapa 1ª etapa 1ª etapa

R$ 16.974 US$ 7,223 R$ 16.974 US$ 7,223 R$ 16.974 US$ 7,223

Investimentos do programa

Crédito R$ 72.397 US$ 30,807Agroindústria R$ 6.000 US$ 2,553

Recursos totais estimados para o programa -------- R$ 109.371 US$ 46,541

Resultados esperados

• Elevação do índice de aproveitamento do pedúnculo (pseudofruto) de 10% para 70%

• Aumento da produtividade média de 300 kg para 1.000 kg por hectare

• Inserção dos produtos da cajucultura no mercado orgânico

• Renovação de 100% das áreas dos pomares existentes

• Aproveitamento integral do fruto e pseudofruto com a produção de amêndoa da castanha de caju (ACC), líquido da castanha do caju

(LCC), alimentos (doces, sucos, geléias), bebidas (vinho, licor) e consumo in natura.

Terceira:06 anos

III.3.3. Apoio à con-solidação da cadeia produtiva na Bacia do Parnaíba

• Apoio à consolidação de estratégias de comercialização e marketing dos produtos da cajucultura

• Fortalecimento ao processo de difusão de tecnologias adequadas e melhoradas para produção e processamento

• Continuidade e ampliação da política de crédito para o segmento da cajucultura

• Incentivo a entidades e a centros de pesquisa tecnológica

Ação III.4. Programa de Desenvolvimento Susten-tável da Agricultura Irrigada

A irrigação tem desempenhado papel indispensável na agricultura moderna ao incremento da produtividade de culturas básicas, como as graníferas, possibilitando o desen-volvimento econômico, na medida em que incorpora novas áreas ao processo produtivo, favorecendo o abastecimento interno e as exportações de produtos agrícolas.

No Brasil, a irrigação tem crescido rapidamente, constituin-do-se nos dias atuais um importante segmento da economia agrícola, que movimenta, por ano, milhões de dólares de investimentos públicos e privados. Contudo, o crescimento não tem sido planejado, e a capacidade de suporte dos ma-nanciais não tem sido adequadamente avaliada.

Além dos pólos de irrigação ao longo da Bacia do Rio São Francisco, estima-se que 70% do volume da água subterrâ-nea nordestina esteja localizado nas bacias dos Estados do Piauí e do Maranhão. Nesse sentido, a Bacia do Rio Parnaí-ba poderá, num futuro próximo, constituir-se em um novo polo de irrigação do país.

A Bacia do Rio Parnaíba possui potencial para a explora-ção da agricultura irrigada, pois dispõe de uma formação geológica sedimentar e seus solos são profundos, com alta capacidade de infiltração, baixo escorrimento superficial e boa drenagem natural, características que possibilitam a existência de um grande suprimento de água de qualidade no lençol freático, que, pela sua profundidade, está total-mente protegido da evaporação.

A incorporação de novas áreas de agricultura irrigada sig-nifica maior uso de água e maior sangria dos recursos hídri-cos. A pressão mundial crescente pelo uso racional da água e pelo combate à degradação ambiental impõe que progra-mas e projetos de irrigação sejam previamente discutidos e elaborados para evitar graves problemas de solo e da água decorrentes dos métodos de manejo da irrigação utilizada.

Os irrigantes, em sua grande maioria, por não estarem de-vidamente instruídos para usar com eficiência a tecnologia da irrigação e em razão da associado à ausência de conhe-cimentos com relação aos métodos de manejo, às necessi-dades hídricas das culturas e à operação dos equipamentos, têm usado a água ora de forma excessiva, ora deficitária

(...continuação)

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contribuindo para o desperdício e o baixo rendimento das culturas.

Nesse contexto, o Programa de Desenvolvimento Susten-tável de Agricultura Irrigada da Bacia do Rio Parnaíba tem por objetivo apoiar o desenvolvimento da agricultura irri-

gada, garantindo sua sustentabilidade econômica e ambien-tal, para minimizar os riscos de produção e aumentar a oferta de alimentos para os mercados interno e exter-no, além de melhorar a capacidade de armazenamento, comercialização, beneficiamento e gestão dos segmentos envolvidos.

Objetivo

Tornar a agricultura irrigada na Bacia do Rio Paranaíba uma alternativa econômica e ambientalmente sustentável com a exploração de culturas potenciais

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Disponibilidade de inovações tecnológicas em centros de

pesquisa

• Áreas livres de pragas para culturas cítricas

• Instituições credenciadas para capacitação dos atores

• Condições edafoclimáticas favoráveis

• Disponibilidade de águas subterrâneas e superficiais em

quantidade e qualidade

• Índice de insolação durante o ano

• Carência de profissionais especializados

• Manejo inadequado dos sistemas de irrigação

• Serviço de defesa agropecuário deficitário

• Padronização precária dos produtos

• Organização e gestão deficitárias das unidades produtivas e

coletivas

• Práticas de manejo não sistematizadas

• Assistência técnica deficitária

Gerenciais

• Produção diferenciada para nicho de mercado orgânico

• Produtores com experiência em projetos associativos

• Infra-estrutura de comercialização instalada

estrategicamente nos centros consumidores regionais

• Infra-estrutura de produção com capacidade

instalada ociosa

• Packing house instalados com capacidade para

absorção da produção oriunda do programa

• Desarticulação organizacional dos produtores

• Irregularidade no fornecimento da produção no mercado

• Descontinuidade das ações e dos programas

governamentais

• Dificuldade de inserção dos produtos no mercado

consumidor nacional

• Não-realização da análise de desempenho econômico

produtivo das culturas

Socioeconômicas

• Disponibilidade de perímetros irrigados

• Potencial mercadológico

• Proximidade de centros consumidores

• Atividade compatível com a agricultura familiar

• Rápido retorno do capital investido

• Subsídio da eletrificação aos irrigantes

• Restrito acesso ao crédito

• Baixo nível social e econômico dos irrigantes

• Descapitalização de agentes da cadeia produtiva

• Baixa regularização fundiária

• Baixo preço dos produtos

• Baixa produtividade

Políticas

• Processo organizativo dos produtores em evolução e apoiado por

políticas públicas

• Diversidade de programas governamentais de apoio ao setor

• Linhas de crédito específicas para a irrigação

• Linhas de crédito voltadas para a agricultura familiar

• Política de difusão tecnológica deficitária

• Desarticulação das organizações representativas dos produtores

• Programas e ações governamentais desarticulados

(continua...)

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Estimativa de recursos (valores em mil)

Agricultura irrigada

1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa

4 anos 10 anos 6 anos

Fomento

R$ 21.856 US$ 9,300

Resultados esperados

Agricultores familiares capacitados, organizados em associações ou cooperativas, recebendo assistência técnica diretamente em seus perímetros irrigados; aumento de 50% da produtividade e das áreas irrigadas; produtos inseridos no mercado local e regional com qualidade e competitividade; comercialização dos produtos estruturada em rede de organizações dos produtores.

Abrangência

O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Irrigada ao final dos vinte anos de implementação contemplará todas as iniciativas e projetos de irrigação na bacia. A 1ª etapa de apoio e ampliação da base produtiva será centrada nos Territórios da Planície Litorânea e do Vale do Sambito englobando 20 municípios, sendo 19 no Estado do Piauí e 1 no Estado do Maranhão e atendimento de 950 produtores.

Etapa Atividades Produtos

Primeira:

4 anos

III.4.1. Apoio à base produtiva com identificação das melhores culturas, melhoria tecnológica, processamento e comercialização

• Difusão e transferência de tecnologias adequadas voltadas à

produção e ao beneficiamento

• Capacitação e assistência técnica para produtores e suas

organizações

• Incentivo ao associativismo

• Política de acesso e desburocratização do crédito

• Implantação de unidades de produção, beneficiamento e

comercialização

Segunda:

10 anos

III.4.2. Apoio à agroindustrialização focada na diversificação dos produtos e na política de comercialização, beneficiamento e marketing

• Incentivo à ampliação e à melhoria da infra-estrutura de

produção, beneficiamento e comercialização

• Programa de empreendedorismo para a agricultura irrigada

• Definição da política de comercialização e marketing dos

produtos

• Fortalecimento da política de crédito

• Incentivo a instituições e centros de pesquisa

Terceira;

06 anos

III.4.3. Apoio à consolidação da agricultura irrigada na Bacia do Parnaíba

• Consolidação de estratégias de produção, comercialização e

marketing dos produtos

• Fortalecimento da política de difusão de tecnologia focada na

melhoria da produção e do processo de beneficiamento

• Incentivo a instituições e centros de pesquisa tecnológica

Estratégias

• Adoção de uma política de pesquisa e difusão tecnológica voltada para a exploração de culturas potenciais na área da Bacia do Rio

Parnaíba

• Dinamização da agricultura irrigada fundamentada no agronegócio, com vistas à verticalização da produção e a uma maior geração de

renda no meio rural

• Promoção de um programa de assistência técnica e capacitação tecnológica para os produtores e suas organizações

• Parceria público-privada para suporte técnico e financeiro à implantação de projetos de irrigação.

• Pesquisa e estudo de mercado para fomento da produção e oferta dos produtos

• Disponibilização de linhas de crédito acessíveis e desburocratizadas para produtores

(continua...)

(...continuação)

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Ação III.5. Programa de Desenvolvimento Susten-tável do Extrativismo Vegetal e Mineral

Historicamente, tanto o extrativismo mineral como o ve-getal, vêm sendo uma fonte alternativa de renda e de absor-ção de mão-de-obra, tornando-se de fundamental impor-tância para a socioeconomia regional, embora o potencial existente não esteja sendo utilizado em sua plenitude.

Dentre as atividades extrativas, a que mais se destaca na Bacia do Parnaíba é o extrativismo vegetal, ocorrendo principalmente em vales úmidos, onde predominam as matas de babaçu (Piauí e Maranhão) e carnaúba (Piauí, Maranhão e Ceará), produtos de maior ocorrência, que aparecem como principais na pauta de exportação dos três estados.

O produto extrativo de maior representação e importân-cia econômica e social na bacia é a carnaúba, que tem no pó cerífero seu principal produto, com mercado cativo de produção exclusivamente brasileira, possibilidades de cres-cimento e maior geração de divisas. Os Estados do Piauí e do Ceará respondem atualmente por 87% da produção de cera de carnaúba do país. Na Bacia do Parnaíba, por sua vez, o Piauí responde por 89,5% da produção, o Ceará, por 7%, e o Maranhão, por 3,5%.

O babaçu, segundo produto do extrativismo vegetal em importância socioeconômica da bacia e principal do Ma-ranhão, com 92% da produção de amêndoas do país, é responsável pela geração de cerca de 300 mil empregos, na maioria envolvendo mulheres, desde a coleta até a produção de óleo. Os municípios dos Estados do Ma-ranhão, do Piauí e do Ceará que fazem parte da bacia respondem, respectivamente, por 63%, 36% e 1% da produção total.

A importância da atividade extrativista do babaçu e a rela-ção de exploração de mão-de-obra nela contida fez surgir movimentos sociais, hoje institucionalizados, que têm como referência o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco-Babaçu, (MIQCB) que trabalham com o objetivo de valorizar a mulher, preservar os babaçuais e implantar in-fra-estruturas de beneficiamento.

Dentre outras ocorrências na bacia, tem-se também o buri-ti, o pequi, o umbu, o bacuri, o tucum, a fava-danta, o caroá e a oiticica, que se constituem fonte de renda complemen-tar significativa para muitas famílias rurais. Podem ser des-tacados o pequi, que tem sua maior representatividade no Ceará, sendo o maior produtor de amêndoas do país, com 46,65% do total nacional; o umbuzeiro, com uma produ-ção nacional de 9.132 t em 2003; e o buriti, com produção nacional de 360 t em 2003.

O potencial do extrativismo mineral na bacia é amplo e diversificado, com larga aplicação industrial. As maiores ocorrências são: níquel – segunda maior jazida do Brasil; calcário agrícola e industrial; rochas para revestimento – ardósia, granito, mármore e quartizito (pedra morisca); ar-gilas para indústrias de cerâmica vermelha e branca e espe-ciais- atapulgita e caulim; gemas e pedras preciosas (opalas – única reserva brasileira; diamantes, ametista, esmeralda); minerais para construção civil – areia, brita, seixo; talco, rutilo. Apresentando ainda um imenso potencial de águas subterrâneas.

O Piauí está se tornando um novo alvo das prospec-ções em mineração: só em 2003 foram protocolizados no DNPM, 254 requerimentos de pesquisa, licença e lavra garimpeira, o que significa quase 50% dos cerca de seiscentos processos acumulados historicamente no órgão.

Crédito

R$ 28.275 US$ 12,032 R$ 20.000 US$ 8,511 R$ 20.000 US$ 8,511

Agroindústria

R$ 10.000 US$ 4,255

Recursos totais estimados em mil US$ 42,609,000

R$ 100.131.000

(...continuação)

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Objetivo geral

Tornar o extrativismo vegetal e mineral na Bacia do Parnaíba atividades econômica e ambientalmente viáveis, proporcionando geração de trabalho e renda, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Extrativismo vegetal

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Atividade extrativista vegetal não oferece maiores riscos

ambientais

• Pesquisa com umbuzeiro na EMBRAPA com uso de banco de

germoplasma

• Tecnologia de produção de gêneros farmacêuticos pelas

indústrias a partir da fava-danta

• Uso de novas tecnologias pelas empresas para produção de

cera de carnaúba com qualidade para exportação

• Aproveitamento do babaçu, do buriti e da carnaúba no

artesanato

• Utilização de tecnologias rudimentares para extração da cera de

carnaúba, de óleo de babaçu e tucum

• Obtenção de produtos do extrativismo com baixa qualidade

• Baixo aproveitamento dos subprodutos do coco-babaçu e da

carnaúba

• Trabalhadores e produtores com pouca qualificação para extração

dos produtos

• Assistência técnica insuficiente

Gerenciais

• Mercados interno e externo ativo para a cera de carnaúba

Cáritas e Projeto Dom Hélder trabalhando com

aproveitamento do umbuzeiro

• Associação das quebradeiras de coco-babaçu

• Atuação do IBAMA na fiscalização da exploração de áreas

com vegetação nativa

• Uso do rádio pela EMBRAPA para divulgação de novas

tecnologias

• Estradas ruins dificultam o transporte de produtos

• Dificuldade de fornecimento regular para o mercado de produtos do

extrativismo

• Precariedade das relações de trabalho própria da atividade

extrativista

• Produtores desorganizados e associações existentes pouco

fortalecidas

• Baixo nível de investimento em capital

Socioeconômicas

• Extração de carnaúba, umbu, pequi e babaçu absorvendo

mão-de-obra na entressafra da agricultura de sequeiro

• Inclusão social, principalmente de mulheres e jovens

• Produtos vegetais em plena utilização no mercado mundial

• Aproveitamento integral da carnaúba

• Baixo poder aquisitivo dos produtores

• Renda proveniente da comercialização dos produtos do extrativismo

concentrada na mão de atravessadores

• Avanço crescente do desmatamento para atividade agropecuária

nas áreas de vegetação nativa

• Entrega da exploração dos produtos a rendeiros

• Desconhecimento da potencialidade de utilização dos produtos

Políticas

• APL da carnaúba no Piauí e em formação no Ceará

• APL do babaçu em formação no Maranhão

• Processo de mobilização para organização de produtores de

carnaúba e babaçu com apoio de políticas públicas

• Existência de câmaras temáticas da carnaúba

• Política de exportação deficiente

• Deficiência de difusão tecnológica pelos órgãos governamentais

• Ausência de políticas de comercialização fortalecendo a atuação do

atravessador

• Pouca atuação do poder público, ONGs e das organizações locais

quanto ao manejo sustentável dos recursos naturais

(continua...)

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Etapa Atividades Produtos

Primeira: 4 anos

III.5.1. Apoio ao processo de extração e beneficiamento dos produtos do extrativismo vegetal na bacia

• Mapeamento das áreas produtivas do extrativismo vegetal na bacia• Desenvolvimento de um programa de conservação e recuperação das áreas

degradadas• Promoção de maior fiscalização das áreas exploradas• Capacitação dos atores envolvidos no processo de extração e beneficiamento• Busca, com o setor industrial, de um trabalho com responsabilidade social• Incentivo à formação de associações e cooperativas• Implantação de infra-estruturas coletivas para beneficiamento dos produtos

extrativos• Assessoramento técnico para os trabalhadores e suas organizações• Apoio a centros e unidades de pesquisa tecnológica

Segunda:10 anos

III.5.2. Estruturação do agronegócio do extrativismo vegetal

• Desenvolvimento de um programa para conservação e plantio em consórcio de outras culturas nas áreas de reservas extrativas

• Implantação de unidades de difusão tecnológica• Formação de uma rede para comercialização e trocas de informações• Fortalecimento de associações e cooperativas para promover o acréscimo de valor

aos produtos extraídos• Capacitação dos produtores nas etapas de produção, processamento e

aproveitamento artesanal dos produtos extrativos• Apoio e incentivo a centros e a unidades de pesquisa tecnológica• Implantação de infra-estrutura coletiva que possibilite a inserção de pequenos e

médios artesãos de babaçu, buriti, carnaúba e caroá• Elaboração de um plano de marketing para promoção das atividades extrativas e

seus produtos• Disponibilização de crédito em tempo hábil para fortalecimento e expansão de

pequenas e médias unidades produtivas

Estratégias

Desenvolver e disponibilizar pesquisa da cadeia produtiva da carnaúba, do babaçu e de outros produtos vegetais no âmbito estadualPromover a recuperação de áreas degradadas e estimular o uso de técnica de conservação ambiental das áreas extrativasFirmar parceria público-privada para promover capacitação, organização dos produtores e estímulo ao associativismoPropor adoção de políticas públicas que visem ao fortalecimento das pequenas e médias unidades produtivas

Ocorrências vegetais

Macrorregiões

Litoral Meio-Norte Semi-Árido Cerrados

Carnaúba – segunda maior

produção, com 24,46% da

bacia, tendo 13 municípios

produtores: 11 do PI, 1 do

CE e 1 do MA. O município

de Granja-CE é o principal

produtor de pó cerífero;

babaçu; (Granja-CE) maior

produtor;

extração de tucum e de buriti

em alguns municípios

Maior ocorrência de

carnaúba, com 57,88% do

total da bacia.

Dos Territórios, o maior

produtor é Cocais, segundo

Campo Maior, o maior

produtor de pó cerífero.

Babaçu – responde por

96,94% do total da produção

da bacia. Os 15 municípios

do MA têm maior destaque,

com 53,21% da produção

regional. União e Miguel Alves

(PI) com cerca de 37,36%

da produção dos municípios

piauienses.

Extração de buriti, pequi,

fava-danta, bambu/taboca e

bacuri

Extração de carnaúba

11,83% do total da bacia,

com destaque para o

município de Oeiras

Extração de caroá e taboa

para o artesanato.

Extração de pequi, faveira,

oiticica, buriti, fava-danta;

Umbu com maior

ocorrência em São

Raimundo Nonato-PI, com

cerca de 60% das 110

toneladas produzidas na

bacia.

É a região de menor

ocorrência de babaçu

Produção de babaçu

2,25% do total da bacia,

com maior concentração

nos municípios do MA.

Extrativismo do pequi, do

bacuri, da fava-danta, do

buriti, da faveira de bolota

(...continuação)

(continua...)

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Extrativismo mineral

Cenário atual

Potencialidades Limitações

Técnicas

• Existência de indústria de mineração com tecnologia moderna

em alguns Territórios da Bacia

• Uso de maquinário de grande porte para extração de jazidas

de calcário

• Mapeamento geológico realizado em consórcio entre DNPM e

CPRM

• Pesquisas para novas jazidas de rochas ornamentais

• Presença de muitas cerâmicas artesanais com produção de baixa

qualidade dificultando a comercialização

• Pesquisas insuficientes para geração de novas tecnologias

• Deficiências de recursos humanos especializados na extração

Gerenciais

• Aumento do mercado interno e externo para pedras

ornamentais, preciosas e gemas

• Única jazida de opala explorada no país

• Presença de várias indústrias de exploração de águas minerais

• Presença de indústrias cerâmicas de grande e médio portes

• Experiência com projeto de cerâmica comunitária com 40

famílias envolvidas

• Estradas ruins dificultando o transporte de materiais oriundos da

extração mineral

• As empresas que exploram pedras ornamentais não conseguem

comercializar as sobras, gerando desperdícios

• Pouca atuação dos sindicatos e das associações incipientes, com

baixa articulação regional

• Deficiência das indústrias coletivas para beneficiamento

Socioeconômicas

• Extração de argila para fabricação industrial de cerâmica,

tijolos, telhas e artesanato

• Produção de calcário exportada para vários estados da

Federação

• Redução da intermediação na comercialização da opala

• Grandes reservas de águas subterrâneas

• Produção exclusiva de pedra de revestimento conhecida como

pedra morisca

• Na extração de areia e argila, não há preocupação com recuperação

das áreas degradadas

• Clandestinidade na exploração da atividade

• Monopólio na extração de alguns minerais e sem tributação

• Necessidade de muito capital para a atividade de mineração, sendo

inacessível ao pequeno empreendedor

• Atuação de cerâmicas com situação precária no que tange ao

licenciamento ambiental da atividade de extração de argila

• Infra-estruturas precárias para o funcionamento dos garimpos

Políticas

• APL da opala em Pedro II

• Implantação da câmara técnica da opala

• Criação da Cooperativa dos Garimpeiros e da Associação dos

Joalheiros e Lapidários em Pedro II articulada pelo DNPM e

titular da propriedade

• Retomada de ações do governo estadual neste seguimento

Programa de apoio à exportação de gemas e jóias para

empresas de menor porte

• Informações insuficientes para os exploradores com relação à

ocorrência de minerais

• Pouca ou nenhuma política de comercialização por parte do poder

público

• Insuficiência de políticas públicas de investimento em pesquisa e

tecnologia

• Falta de disponibilização de crédito para a lavra de minérios

• Política pública de fiscalização e controle da atividade deficiente

Terceira:6 anos

III.5.3. Apoio à consolidação das cadeias produtivas do extrativismo vegetal

• Certificação dos produtos derivados do extrativismo vegetal da bacia• Capacitação de lideranças e empreendedores• Apoio às estratégias de comercialização e marketing• Fortalecimento do processo de difusão e incorporação de novas tecnologias para

diversificação da produção

(continua...)

(...continuação)

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Estratégias

Definição de coordenação estadual para ações ligadas às atividades de pesquisa e aproveitamento de recursos minerais e hídricos da baciaIncentivo ao uso de novas tecnologias que promova a conservação ambiental das áreas extrativas minerais voltadas para produção e beneficiamentoParceria público–privada para capacitação em educação ambiental e recuperação de áreas degradadasPolítica de comercialização visando à expansão dos mercados interno e externoPromoção do potencial de aproveitamento dos produtos extrativistas minerais e geração de emprego e renda no setor

Etapa Ações Atividades

Primeira:4 anos

III.5.4. Apoio à estruturação das atividades extrativas minerais

• Identificação e mapeamento das reservas minerais e hídricas• Incentivo às ações de pesquisa e de lavras de minérios, por meio de um intercâmbio

entre órgãos estaduais e federais• Manejo integrado entre extrativismo mineral e vegetal para recuperação de áreas

exauridas• Divulgação e utilização de técnicas de conservação e recuperação dos recursos minerais• Incentivo à introdução de tecnologias melhoradas e adequadas à extração e ao

beneficiamento de minérios• Elaboração de um plano de negócios e marketing para os principais minérios• Aproveitamento do rejeito mineral no artesanato• Articulação e fortalecimento de associações e entidades representativas dos

trabalhadores e dos artesãos do setor• Capacitação nas etapas de extração, processamento e produção artesanal• Incentivo fiscal para indústrias de extração mineral baseadas em tecnologias

ambientalmente corretas

Segunda:10 anos

III.5.5. Apoio ao fortalecimento da cadeia produtiva do extrativismo mineral

• Manejo integrado entre extrativismo mineral e vegetal para recuperação de áreas exauridas

• Capacitação para autogestão das unidades de produção artesanal• Adoção de estratégias de marketing para inserção de minérios e pedras preciosas no

mercado externo• Fortalecimento da política de incentivo fiscal para indústrias de extração mineral

baseadas em tecnologias ambientalmente corretas• Fortalecimento da articulação institucional e intercâmbio entre órgãos estaduais e

federais que atuam no setor• Incentivo às ações de pesquisa e de lavras de minérios

Ocorrências Minerais

Macrorregiões

Litoral Meio-Norte Cerrados Semi-Árido

• Argilas para fabricação

industrial de cerâmica

vermelha

• Minerais pesados de

zirconita, rutilo e monazita

no cordão litorâneo

(Luís Correia)

• Minerais para construção

civil: areia, seixo em pedra

p/ fundação, brita

• Jazidas de calcário em

Parnaíba e Buriti dos

Lopes (Piauí)

• Calcário para agricultura

no PI- José de Freitas,

Barro Duro, Amarante

e Passagem Franca e

Independência, no Ceará

Argila vermelha e comum

nas margens dos rios Poti

e Parnaíba

• Jazidas de ardósia, e

quartzito (pedra morisca)

no Pauí em Juazeiro

e Castelo do Piauí,

Campo Maior, Pedro II e

Piracuruca

• Opala em Pedro II e Buriti

dos Montes (Piauí)

• Minerais para construção

civil e ocorrência de água

mineral em Teresina

• Maior ocorrência de

calcário: Piauí – Santa

Filomena, Antônio

Almeida; Maranhão

– Riachão, Loreto, Nova

York e Pastos Bons

• Rochas de granito em

Fortaleza dos Nogueiras-

MA e de atapulgita em

Guadalupe-PI

• Extração de argila em toda

a região do cerrado, com

cerâmicas de pequeno e

médio portes

• Ocorrência de cristais de

rocha em Avelino Lopes e

de diamante em Gilbués e

Monte Alegre (Piauí)

• Extração de níquel em São João

do Piauí e em Capitão Gervásio

de Oliveira (Piauí)

• Extração de calcário e mármore

em Pio IX

• Talco em São Raimundo Nonato

(Piauí)

• Caolim e atapulgita em Jaicós,

Oeiras e Guadalupe-PI;

• Minerais para construção civil

em Picos-PI

• Jazidas de fosfato e sal gema em

Caracol-PI;

• Jazidas de gipsita em Simões e

Betânia (Piauí)

(...continuação)

(continua...)

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Programas de extrativismo vegetal e mineral

Resultados esperados

Aumento do uso sustentável dos recursos naturais da bacia, promovendo a geração de emprego e renda, com conseqüente aumento da qualidade de vidaUtilização dos recursos explorados visando não apenas ao lucro, mas principalmente a benefícios para as populações locaisIntegração dos vários setores da cadeia produtiva (extração, beneficiamento e industrialização) para obtenção de melhores resultados na qualidade, e na comercialização dos produtos

Terceira:6 anos

III.5.6. Apoio à consolidação do agronegócio do extrativismo mineral

• Apoio à consolidação das estratégias de comercialização e marketing• Fortalecimento do processo de difusão e incorporação de novas tecnologias para a

extração e o beneficiamento de minérios• Efetivação da política de incentivo fiscal para indústrias de extração mineral baseadas

em tecnologias ambientalmente corretas

Estimativa de recursos (valores em mil)

Extrativismo vegetal e mineral

1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa

4 anos 10 anos 6 anos

Fomento

R$ 3.168 US$ 1,348 R$ 7.920 US$ 3,370 R$ 4.752 US$ 2,022

Crédito

R$ 9.350 US$ 3,979

Agroindústria

R$ 15.700 US$ 6,681

Recursos totais estimados: US$ 17,400,000 R$ 40.890.000

Componente IV. Melhoria e ampliação da infra-estrutura básica e regularização fundiária

As ações e as atividades deste componente estão resumidos na Figura 13.

Embora as iniciativas em investimentos em infra-estrutura básica sejam visíveis em todos os Territórios, ainda estão muito aquém das reais carências verificadas no conjunto da bacia. Essa realidade é um fator de forte restrição ao desen-volvimento e representa um dos grandes desafios a serem transpostos no processo de consolidação de uma estratégia de desenvolvimento regional.

(...continuação)

Caranguejos

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IV. Melhoria e ampliação da infra-estrutura

básica e regularização fundiária

Ações

Atividades

IV.1.Melhorardainfra-

estruturadetransporte

IV.2.Utilizarde

formasustentá-velosrecursos

hídricos

IV.3.Ampliara

coberturadosserviçosdesaneamentoambiental

IV-4.Ampliareregu-larizaraoferta

deenergiaelétrica

IV.1.1. Melhora-mento, recuperação e pavimentação de rodovias federais e

estaduais

IV.1.2. Melhoria e ampliação da

malha ferroviária

IV.1.3. Melhoria e ampliação da infra-estrutura aero-portuária

IV.2.3. Reabilitação e aproveitamento da infra-estrutura dos perímetros de

irrigação

IV.2.2. Uso sustentá-vel dos reservatórios hídricos superficiais

IV.2.1. Revitalização do rio Parnaíba

IV.3.1. Recuperação, ampliação e cons-

trução de estruturas de captação de água

IV.3.2. Ampliação e melhoria do sis-tema de abasteci-mento e tratamen-

to de água

IV.3.3. Implanta-ção de sistemas de esgotamento

sanitário

IV.3.4. Implanta-ção de estrutura de coleta e trata-mento de resíduos

sólidos

IV.4.2. Obras de subestações

IV-4.1. Obras de reforço do sistema

elétrico

Figura 13. PLANAP. Ações e Atividades do Componente IV

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A infra-estrutura ainda deficiente da região é fator de ini-bição ao processo de desenvolvimento e requer uma ação coordenada entre os agentes públicos de âmbito federal, estadual e municipal e a iniciativa privada.

Ação IV.1. Melhorar a infra-estrutura de transporte

Os principais problemas da rede viária concentram-se na inexistência de rodovias federais e estaduais com pavimen-tação asfáltica. Essas rodovias encontram-se em péssimas condições de tráfego, sua sinalização horizontal e vertical é mínima e não há acostamento. Algumas linhas férreas fo-ram desativadas, existindo uma subordinação às rotas aére-as de outras regiões.

Integrar a população da bacia ao restante do país, dentre outros benefícios, viabiliza a economia regional, dinami-zando o turismo de negócio e o arqueológico; o artesanato; os serviços de educação e saúde, o agronegócio e o extrati-vismo vegetal e mineral.

Como resultado do processo de trabalho com os atores sociais dos diversos Territórios, foram elencadas as seguintes prioridades:

Atividade IV.1.1. Melhoramento, recuperação e pavimentação de rodovias federais e estaduais

As obras de recuperação, pavimentação, implantação e conclu-são de estradas debatidas nas Oficinas dos Territórios totalizam cerca de 2.376 km, com um custo estimado em cerca de US$ 240 milhões, conforme demonstrado no Quadro 9.

Quadro 9. Estimativa de obras em rodovias da área da Bacia do Parnaíba

Localização (Macrorregião) Tipo de obra Extensão (km) Custo estimado

US$ 1.000

Litoral Recuperação e pavimentação 236 63.932

Meio-Norte Recuperação e pavimentação 598 47.319

Cerrado Pavimentação 773 65.787

Semi-Árido Recuperação, pavimentação e conclusão

769 59.864

TOTAL 2.376 236.902

Fonte: PLANAP/CODEVASF – Planos Territoriais

Quadro 10. Estimativa de obras em pontes na Bacia do Parnaíba

Localização (Macrorregião) Tipo de obra Quantidade

(Unidade)

Custo estimado

US$ 1.000

Macrorregião Meio-Norte Construção de pontes 03 766

Macrorregião Cerrado Construção de pontes 03 766

TOTAL 1.532

Fonte: PLANAP/CODEVASF - Planos Territoriais

Atividade IV.1.2. Melhoria e ampliação da malha ferroviária

Neste segmento, a construção da nova ferrovia Trans-nordestina é uma das grandes prioridades da região. A ferrovia, que ligará os portos de Pecém, no Ceará, e Su-ape, em Pernambuco, ao município de Eliseu Martins, no Piauí, terá 1.860 quilômetros de extensão, sendo

905 quilômetros de novas linhas nos três estados. Os 955 quilômetros restantes pertencem à Companhia Fer-roviária do Nordeste (CFN), que tem a concessão da malha ferroviária regional.

Atividade IV.1.3. Melhoria e ampliação da infra-estrutura aeroportuária

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A ampliação dos aeroportos de Teresina e da Parnaíba e a conclusão do aeroporto internacional de São Raimundo Nonato figuram entre as prioridades da bacia.

O projeto do aeroporto internacional de São Raimundo Nonato-PI prevê a construção de uma pista de pouso de 2.100 metros de extensão por 150 metros de largura, em condições de receber aviões de passageiros e de cargas. A obra está sendo construída com recursos do governo fede-ral em parceria com o governo do Piauí. Na construção da pista de pouso e do pátio de estacionamento serão aplica-dos recursos da ordem de R$ 6 milhões.

O aeroporto de Parnaíba-PI está na programação de inves-timentos da INFRAERO para os próximos anos. Aí deverão ser realizados investimentos para melhorias no terminal de passageiros, na pista, no pátio de aeronaves e no auxílio à navegação aérea.

Para o aeroporto de Teresina já existe um projeto de am-pliação e modernização elaborado, com investimentos pre-vistos da ordem de R$ 45 milhões e um horizonte de exe-cução de 2006 a 2008.

Ação IV.2. utilizar de forma sustentável os recursos hídricos: recuperação, ampliação e construção de estruturas de captação, tratamento, armazenamento e distribui-ção de água

Atividade IV.2.1. Revitalização do rio Parnaíba

A revitalização do rio Parnaíba é uma condição imprescindível à sua sobrevivência. Verifica-se um abundante transporte de material carregado pelo rio, em conseqüência da intensa ero-são que se vem processando em suas margens, relacionada ao seu regime torrencial e à própria natureza arenosa do material que se encontra nos terrenos sob a ação da corrente.

A ocupação predatória das margens vem acelerando o processo de desmatamento e assoreamento, o que, aliado à destinação de esgotos de cidades ribeirinhas, principal-

mente Teresina, forma um cenário preocupante quanto à sobrevivência do rio.

Como a definição de uma proposta de revitalização requer estudos em profundidade para se identificar as melhores estratégias de intervenção, no âmbito do PLANAP reco-menda-se o aprofundamento dos estudos existentes quanto aos aspectos de recuperação de margens e leito, navegabili-dade, tratamento de esgoto, dentre outros, para que, num momento posterior, sejam implementadas as ações perti-nentes.

Atividade IV.2.2. uso sustentável dos reservatórios hídricos superficiais

Para implementação dessa ação foi elaborado como parte integrante do PLANAP o “Plano de Curto Prazo – PCP: Aproveitamento das Principais Infra-Estruturas Hídricas da Bacia do Parnaíba”, cujo objetivo geral é promover a reabilitação e o aproveitamento de infra-es-truturas hídricas instaladas na bacia que tenham capa-cidade máxima de acumulação igual ou superior a dez milhões de metros cúbicos. No total, foram selecionadas 31 barragens, que perfazem uma capacidade de arma-zenamento de cerca de 7,8 bilhões de metros cúbicos. (Quadro 11)

O PCP congrega três diferentes naturezas de infra-estrutu-ras associadas aos recursos hídricos:

• reservatórios de armazenamento de água; • perímetros públicos de irrigação; e • estações de piscicultura. Atividade IV.2.3. Reabilitação e aproveitamento da infra-estruturados perímetros de irrigação

De modo geral, os reservatórios existentes na bacia carac-terizam-se pelo baixo aproveitamento de seu potencial. O uso sustentável destes levará ao desenvolvimento do setor produtivo e à melhoria do fornecimento de água às sedes municipais.

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Ação IV.3. Ampliar a cobertura dos servi-ços de saneamento ambiental

Esta ação estratégica comporta quatro atividades principais, descritas a seguir, com o objetivo de promover o acesso à água de qualidade em quantidade suficiente para consumo humano, com preservação dos recursos hídricos, bem como melhorar e ampliar os serviços de esgotamento sanitário e de coleta e disposição final de resíduos sólidos, com vistas à melhoria da qualidade de vida da população local.

Atividade IV.3.1. Recuperação, ampliação e cons-trução de estruturas de captação de água

• Recuperação, revisão e manutenção da infra-estrutura de suporte à produção: canais de distribuição de água; rede de drenagem; sistema de bombeamento; poços tubula-res; galpões; sistema de irrigação pivô central (períme-

tros de irrigação tabuleiros litorâneos, Gurguéia e platôs de Guadalupe); estações de meteorologia; máquinas, fer-ramentas e implementos agrícolas.

• Elaboração de uma proposta de reestruturação da gestão ou de transferência de gestão (terceirização dos serviços) dos perímetros irrigados.

• Assistência técnica mais presente e eficiente, com adoção de novas tecnologias.

• Promoção de cursos de capacitação de usuários e de funcio-nários do distrito de irrigação, principalmente nas áreas de associativismo, cooperativismo e administração rural.

• Promoção da regularização fundiária dos usuários.• Regularização da situação de inadimplência das diversas

associações, cooperativas e dos usuários com os agentes financeiros, os organismos governamentais e as empresas prestadoras de serviços.

• Avaliação da situação atual dos aqüíferos.• Recuperação de áreas salinizadas.

Quadro 11. Proposições de adutoras para o aproveitamento dos recursos hídricos no PCP

Reservatório /

ocalização

Municípios contemplados Extensão (km) Custo

estimado*

US$ 1.000

Situação

atual

Algodões II /

Curimatá-PI

Curimatá, Júlio Borges e Avelino Lopes, beneficiando 21.600 habitantes

86 2.694 Estudos preliminares

Bocaina- PI

Bocaina, Santo Antônio de Lisboa, Francisco Santos, Monselhor Hipólito, Alagoinha do Piauí, São João da Canabrava, São José do Piauí, Santana do Piauí e Sussuapara

5.832 Elaboração de projeto básico em andamento

Corredores /

Campo Maior- PI

Campo Maior, Coivaras e Alto Longa 86 19.787 Projetado

Estreito /

Padre Marcos-PI

Padre Marcos, Francisco Macedo, Belém, Alegrete, Jaicós e Massapé

140 4.468 A licitar

Jenipapo /

São João do Piauí

São João do Piauí, beneficiando 21.900 habitantes 15 472 Estudos preliminares

Mesa de Pedra /

Valença-PI

Valença, Elesbão Veloso, Lagoa do Sítio e Francinópolis 112,86 11.660 Licitado

Pedra Redonda

/ Conceição do

Canindé-PI

Isaías Coelho, Conceição do Canindé, Simplício Mendes, São Francisco de Assis, Campo Alegre do Fidalgo, Capitão Gervásio de Oliveira, Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova, Campinas do Piauí, Bela Vista do Piauí e Nova Santa Rita

9.830 Espera parecer final do Relatório

Final de Viabilidade pela

UGPG/ANA

Jaburu I /

Ubajara-CE

Graça, Mucambo, Pacujá, Betânia, Caruataí, Inhuçu, Pindoguaba, Quatiguaba e Sussuanha

- - Estudos preliminares

Fonte: PCP/PLANAP/CODEVASF-OEA, COMDEPI e SEMAR-PI

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Atividade IV.3.2. Ampliação e melhoria do sistema de abastecimento e tratamento de água

O sistema de abastecimento de água domiciliar na Bacia do Parnaíba tem como mananciais o rio Parnaíba, seus tributários e águas subterrâneas. Em geral, somente as sedes municipais

contam com abastecimento regular de água, realizado por empresas públicas ou privadas. A zona rural é praticamente desprovida de abastecimento, o que requer ações estratégicas para sanar, em definitivo, essa dívida social histórica para essas populações. O Quadro 13 apresenta obras indicadas pelos ato-res sociais como imprescindíveis.

Quadro 12. Obras de infra-estrutura hídrica a serem implantadas na Bacia do Parnaíba

Ação Localização Custo Estimado

US$ 1.000

Construção de barragens TD Entre Rios: 10; TD Carnaubais: 13; TD VRPI: 56; TD Sambito: 05

2.860

Recuperação de barragens TD Carnaubais: 05; TD VRPI: 72; TD Canindé: 01 (São João da Varjota-PI)

1.328

Conclusão de barragens TD Chapada das Mangabeiras: 01 (Rangel); TD Canindé: 01 (Paquetá-PI); TD Guaribas: 02 (Poço Marruá e Estreito)

68

Construção de cisternas TD Carnaubais: 26.000; TD VRPI: 6.000; TD Chapada das Mangabeiras: 2.200; TD Sambito: 50

29.149

Fonte: Planos Territoriais/PLANAP/CODEVASF

Quadro 13. Implantação de obras de abastecimento e tratamento de água

Ações Localização Custo estimado

US$ 1.000

Sistema simplificado de abastecimento de água

TD VRPI: 744 47.489

Construção de adutoras TD Planície Litorânea: 7; TD Carnaubais: 1 (Poranga-CE, 40 km); TD Chapada das Mangabeiras: 2 (|Barragem Rangel, 135 km, e Barragem Algodões II, 86 km); TD Canindé: 1 (Barragem Pedra Redonda); TD Guaribas: 2 (Barragem Poço Marruá, 122 km, e Barragem Estreito, 140 km); TD Sambito: 1 (barragem Mesa de Pedra, 115 km).

20.362*

Fonte: Planos Territoriais/PLANAP/CODEVASF.

*638 km de extensão.

No que se refere ao tratamento de água, a grande maioria dos municípios da bacia usa apenas desinfecção por clo-ração, sendo mais avançado o tratamento nas cidades de maior porte, por meio de estações convencionais e não convencionais, como em Teresina, cujo processo consiste em captação, correção do pH, coagulação, floculação, de-cantação, filtração, desinfecção e bombeamento.

Atividade IV.3.3. Implantação de sistemas de esgo-tamento sanitário

O serviço de esgotamento sanitário na Bacia do Parnaíba é precário, são raros os municípios que dispõem desse servi-

ço. Na maioria das cidades, os esgotos correm a céu aberto, e os resíduos são lançados na rede pluvial sem tratamento, gerando impactos na qualidade da água.

Em cidades como Teresina, Timon, Floriano e Parnaíba, faz-se urgente a ampliação e a construção de sistemas de captação e tratamento de esgoto sanitário, hoje todo direcionado para o rio Parnaíba sem tratamento algum.

Atividade IV.3.4. Implantação de estrutura de co-leta e tratamento dos resíduos sólidos

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Um dos graves problemas resultantes do crescimento popu-lacional e do desenvolvimento tecnológico e industrial é a disposição e o tratamento dos resíduos sólidos, especialmente crítico nas regiões dos maiores aglomerados urbanos, como Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano, Timon e Crateús.

A maioria das sedes municipais da bacia ainda dispõe seus re-síduos sólidos em lixões, acarretando problemas à saúde pú-blica, como proliferação de vetores de doenças e, principal-mente, poluição do solo e das águas subterrâneas e superficiais por meio do chorume, líquido negro produzido a partir da decomposição de matéria orgânica que contém metais pesados e está presente nos resíduos sólidos produzidos nas cidades.

Ação IV.4. Ampliar e regularizar a oferta de energia elétrica

A melhoria da oferta de energia elétrica na Bacia do Parnaíba é uma condição indispensável ao seu proces-

Quadro 14. Obras de linhas de transmissão

Linhas de transmissão Kv Km ou MVA UF Concessionária Entrada em

operação

(Previsão)

• LT Colinas – Ribeiro Gonçalves 500 379 TO/MA/PIATE II

Transmissora de Energia S. A.

MAR/2007

• LT Ribeiro Gonçalves – São João do Piauí 500 353 PIATE II

Transmissora de Energia S. A.

MAR/2007

• LT São João do Piauí – Sobradinho C2 500 210 PI/BAATE II

Transmissora de Energia S. A.

MAR/2007

• Teresina II – Sobral

III C2 – Fortaleza II500 541 PI/CE

STN – Sistema de Transmissão

NordesteFEV/2006

• LT Teresina – Peritoró 230 79 PI/MA ELETRONORTE MAR/2006

• LT Eliseu Martins – São João do Piauí 230 170 PI CHESF DEZ/2005

• LT Eliseu Martins 230 - PI CHESF DEZ/2005

• LT Eliseu Martins / Bom Jesus 69 139 PI CHESF/CEPISA

• LT São João do Piauí/Canto do Buriti 69 85 PI CHESF/CEPISA

• LT Bertolínea/Uruçuí 69 70 PI CHESF/CEPISA

• LT Eliseu Martins/ Bertolínea

(recondutoramento)69 70 PI CHESF/CEPISA

Fonte: Operador Nacional do Sistema Elétrico/Ministério de Minas e Energia

so de desenvolvimento. Foram inúmeras as demandas apresentadas pelos Territórios, sobretudo de ampliação da oferta e melhoria da qualidade da energia fornecida. Dentre as obras previstas para serem executadas na re-gião e entendidas como estratégias pelo PLANAP, estão aquelas relacionadas à ampliação e à melhoria do sistema de transmissão e ao redimensionamento do sistema de distribuição.

Atividade IV.4.1. Obras de reforço do sistema elétrico

De acordo com o Plano de Ampliações e Reforços na Rede Básica para o período de 2006 a 2008, do Opera-dor Nacional do Sistema Elétrico brasileiro, estão pre-vistas diversas obras de reforço e integração inter-regio-nais, algumas destas com repercussão direta na Bacia do Parnaíba. (Quadro 14)

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Atividade IV.4.2. Obras de subestações

Em um cronograma de realizações efetuado conjuntamen-te pela CHESF e pela CEPISA, estão previstas a construção de novas subestações e a ampliação das já existentes, objeti-vando expandir o sistema de 34,5 kV para 69 kV.

• Subestações novas: Buriti Grande, Uruçuí II e Itaueiras.• Ampliação de subestações: Canto do Buriti, Bertolínea,

Oeiras, Parnaíba, Uruçuí I, Esperantina, Junco, Floriano, Luzilândia, Marambaia, Mandacaru, Matias Olímpio e Marquês.

PPA – Plano Plurianual dos Governos Federal e Estaduais

O plano de ação para desenvolvimentos integrado do Vale da Bacia do Parnaíba aponta potencialidades às implemen-tações de políticas públicas. Contudo, dada a envergadura e repercussão da aplicação de recursos necessários, o projeto necessita de uma composição, de uma ampla articulação institucional para o estabelecimento da iniciativa privada. Antes dos agentes econômicos, principalmente a iniciativa privada, se sentirem dispostos a seguirem a sinalização pro-gressista das externalidades positivas advindas do governo, o poder público, através dos entes da federação, se vêem compelidos a unirem forças, canalizando esforços para se alcançar os objetivos almejados. Estas forças por sua vez são materializadas por meio de ações governamentais defi-nidas por meio de um planejamento de políticas públicas, cuja temporalidade de sua aplicabilidade, está intimamente relacionada ao atendimento dos objetivos. Estes por sua vez devem alinhar, por um lado, as demandas da sociedade aos mega-objetivos do governo, para atender as necessidades, e por outro lado a quantidade de recursos estimados de en-caixes reais aos cofres públicos, necessários para fomentar as ações. Os recursos financeiros escassos e as demandas crescentes da sociedade, fazem com que o governo prio-rize ações. Com base nesta assertiva, foram desenvolvidas técnicas, elencandas em linhas gerais, por ações potenciais identificadas pelo PLANAP. O resultado se traduz em so-luções emergenciais e sustentáveis, que refletem o aval da população na definição do rol de demandas da sociedade a serem prioritariamente atendidas, definidas no processo de planejamento participativo. Para que o planejamento go-vernamental exista, independente do lapso temporal em que as ações sejam desenvolvidas, deve ser previsto pelo

Plano Plurianual do Governo Federal (PPA). Sob a mes-ma ótica também são desenvolvidos os PPAs de estados e municípios. Apesar do modelo parecer puramente teórico, na prática o Brasil tem uma herança positiva e profissional no desenvolvimento de planejamento desde a década de quarenta. O advento do PPA, da forma como é conhecido hoje, surgiu com a constituição de 1988. A representação por Programas é uma forma de se unir o planejamento de longo prazo ao orçamento anual, aumentando assim a efici-ências das políticas públicas. Desta maneira, é possível de-finir objetivos pretendidos, inclusive com mensuração de indicadores de resultados da efetividade das políticas públi-cas implementadas. Os programas estão divididos em ações definidas em projetos, atividades e operações especiais. Os projetos são instrumentos de programação que corroboram para atingimento dos objetivos do programa, tendo por carac-terística a definição do prazo de início e fim, concorrendo para expansão e aperfeiçoamento da ação do governo. As atividades, também instrumento de programação, são como os projetos, diferenciando-se apenas por não ter definição de temporalida-de, isto é, tem caráter continuado e permanente. O produto de uma atividade é a mesma da ação do governo. As operações especiais, diferentemente dos instrumentos de programação anteriores, não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, e necessariamente não podem ser traduzidas na forma de bens e serviços. Cada pro-grama identificará, claramente as ações necessárias para atingir seus objetivos. O intuito dos levantamentos dos PPAs dos es-tados partícipes dos estudos do PLANAP é o balizamento de ações que se coadunam com projetos potenciais elencados. Como já foi dito, dada a envergadura do propósito do projeto, a verticalização dos recursos ainda que orçamentários, repre-sentam o sucesso da implementação e inibe a duplicidade de ações entre Governos Federal e estadual. O destaque oferecido ao comentário sobre recursos orçamentários, versa sob a atenuante de que estes não significam necessariamente a realização de qualquer ação governamental. A previsão de recurso orçamentário é apenas uma expectativa de um futu-ro investimento. Pois como o próprio nome diz, é apenas um “orçamento”, pois muitas vezes as expectativas de receita não se confirmam, o que força a administração pública a alterar as previsões iniciais. Ainda assim, a previsão de gastos atra-vés do balizamento de ações inclusas no PPA, seja estadual, municipal ou federal é o caminho no comprometimento de recursos públicos para o desenvolvimento de políticas públicas, que garantirá a alavancagem do investimento da iniciativa privada.

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Plantação de melancias – Campo Maior-PI

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CUSTOS E PARCERIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANAP 3

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Agrigultura familiar – Parnaíba-PI

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ne 3.1. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Maranhão com interfaces com o PLANAP

PROGRAMA/AÇÃO (projeto/atividade) R$ US$

164 SANESTADO 10.565.184 4.495.823

1702 Projeto Água Nova 6.778.400 2.884.426

1703 Projeto Rios Limpos 3.786.784 1.611.397

157 Fortalecimento da agricultura familiar 18.507.936 7.875.717

2792 Fortalecimento do crédito na agricultura familiar 2.711.909 1.154.004

2805 Operacionalização das casas de agricultura familiar 8.281.171 3.523.903

2806 Gestão social participativa 4.423.946 1.882.530

160 Reforma e regularização fundiária 10.163.282 4.324.801

2817 Ação fundiária 4.351.552 1.851.724

2818 Implementação do assentamento de trabalhadores rurais 2.021.470 860.200

161 Combate à pobreza rural 56.948.107 24.233.237

1648 PCPR II – Habitação 1.524.050 648.532

1650 PCPR II – Abastecimento de água 8.168.785 3.476.079

1651 PCPR II – Agricultura 12.865.865 5.474.836

1652 PCPR II – Indústria 17.795.580 7.572.587

1653 PCPR II – Eletrificação Rural 6.112.387 2.601.016

1654 PCPR II – Transportes 1.958.101 833.234

156 Pesquisa, assistência técnica e extensão rural 7.356.649 3.130.489

2333 Assistência técnica e extensão rural 6.536.607 2.781.535

2803 Pesquisa agropecuária aplicada 476.750 202.872

2804 Capacitação de técnicos 343.293 146.082

139 Ampliação da capacidade de oferta de energia elétrica 3.478.214 1.480.091

1060 Expansão do sistema de distribuição de energia 1.478.218 629.029

1674 Implantação de sistemas de energia alternativa 1.999.996 851.062

141 Ampliação/conservação da infra- estrutura rodoviária 104.498.906 44.467.620

1426 Restauração de rodovias 1.491.090 634.506

1676 Construção de rodovias 78.313.750 33.325.000

1710 Construção de pontes 3.995.967 1.700.411

2950 Conservação de rodovias 8.198.102 3.488.554

148 Ambiente verde 3.930.122 1.672.392

2918 Manejo adequado de resíduos sólidos 327.688 139.442

165 Universalização do abastecimento de àgua 3.086.842 1.313.550

1068 Ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água 1.814.842 772.273

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1705 Implantação de sistemas 1.272.000 541.277

166 Universalização do esgotamento sanitário 47.177.238 20.075.420

1069 Ampliação de melhoria do sistema de esgotamento sanitário

46.781.233 19.906.908

1706 Implantação de sistemas de esgoto sanitário 396.005 168.513

167 Otimização de sistemas 70.292.852 29.911.852

1707 Perfuração de poços 480.000 204.255

1708 Reposição de equipamentos 34.596.852 14.722.065

2615 Água para todos 35.216.000 14.985.532

164 SANESTADO 30.155.876 12.832.288

1699 Projeto sanear 30.155.876 12.832.288

168 Saneamento básico em pequenos aglomerados 95.958.884 40.833.568

1733 Implantação de sistemas simplificados 64.087.699 27.271.361

2912 Melhorias dos sistemas simplificados 31.871.185 13.562.206

Total (ações) 430.613.153 183.239.640

3.2. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Ceará com interfaces com o PLANAP

Funcional PROGRAMA/AÇÃO R$ US$

153 Combate à pobreza rural no Ceará – Projeto São José II 84.698.000 36.041.702

10925Apoio técnico e financeiro às comunidades representativas e dos conselhos

5.460.000 2.323.404

10926Financiamento a entidades beneficiárias do programa de Combate à Pobreza

76.946.000 32.742.979

115 Caminhos de Israel 19.184.810 8.163.749

10638 Implantação de projetos produtivos 8.807.090 3.747.698

10639Assistência técnica, gerencial e comercial de projetos produtivos

10.377.720 4.416.051

116 Agronegócio da agricultura irrigada 20.121.550 8.562.362

11370Apoio ao desenvolvimento da fruticultura irrigada do Ceará

1.425.210 606.472

11371Apoio ao agronegócio de hortícolas e especiarias (hortaliças e especiarias do Ceará)

1.222.570 520.243

11373 Fundo Estadual de Irrigação 3.374.400 1.435.915

20530Modernização tecnológica e gestão da infra-estrutura dos perímetros

5.567.760 2.369.260

127 Assistência técnica e extensão rural – agente rural 19.559.000 8.322.979

10647Expansão e aperfeiçoamento da assistência técnica e extensão rural – inserção

19.559.000 8.322.979

154 Ação fundiária 12.396.000 5.274.894

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10693 Reorganização fundiária 405.000 172.340

10708 Gestão de assentamento familiar 625.000 265.957

20709Gestão de Fundo Rotativo de Terras do Estado do Ceará

2.944.000 1.252.766

10710 Apoio ao reassentamento de trabalhadores rurais 2.530.000 1.076.596

10711 Regularização fundiária 910.000 387.234

156 Agricultura familiar 22.060.030 9.387.247

20683 Apoio à assistência técnica aos agricultores familiares 819.250 348.617

20684 Apoio à modernização da agroindústria familiar 30.810 13.111

20686Gestão de assentamento familiar/implantação de projetos nas áreas agrícolas

4.493.000 1.911.915

20998Apoio à Capacitação de Técnicos e Agricultores Familiares

453.240 192.868

199 Agronegócio da pesca e da aqüicultura 3.386.700 1.441.149

20875 Repovoamento de açudes 1.188.900 505.915

20878Incentivo ao desenvolvimento da piscicultura continental e marítima

337.800 143.745

323 Universalização do Atendimento com Energia Elétrica 12.137.260 5.164.791

10569 Implantação de eletrificação rural e urbana 12.137.260 5.164.791

508 Energia renovável 597.921 254.434

10579 Desenvolvimento do setor de energia renovável 597.921 254.434

14 Infra-estrutura de energia elétrica para o Estado do Ceará 1.120.000 476.596

11601Atendimento às demandas de energia elétrica das secretarias setoriais

1.120.000 476.596

179Rodoviário de Integração Social do Estado do Ceará

– Ceará III340.699.701 144.978.596

10757Construção, melhoria, restauração e conservação de rodovias

338.739.701 144.144.554

46 Reciclando – Rede Solidária de Coleta Seletiva 93.000 39.574

10488 Estruturação da Rede Receptora de Resíduos Sólidos 31.000 13.191

10489 Organização da Rede Geradora de Resíduos Sólidos 31.000 13.191

20490 Implantação da Central de Articulação 31.000 13.191

135Programa de Abastecimento de Água de Pequenas

Comunidades Rurais11.255.000 4.789.362

10659Implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água

7.400.000 3.148.936

571 Programa de Geração de Energia 40.000 17.021

10937 Implantação de pequenos sistemas de energia 40.000 17.021

575 Programa de Adutoras para Múltiplos Usos 100.552.000 42.788.085

11440 Ampliação do Sistema Adutor de Ibiapaba 40.000.000 17.021.277

Page 83: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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96 Construção e recuperação de adutoras 12.000 5.106

583 Água e saúde na cidade 150.773.000 64.158.723

11606 Estruturação de sistema de abastecimento de água 150.773.000 64.158.723

584 Sanear Urbano 266.655.000 113.470.213

11.605 Estruturação de sistema de esgotamento sanitário 266.655.000 113.470.213

585 Água e saúde no meio rural 16.043.000 6.826.809

11608Estruturar solução adequada de abastecimento para localidades com mais de 1.000 habitantes

16.043.000 6.826.809

586 Sanear Rural 12.590.000 5.357.447

11107Estruturar solução adequada de esgotamento sanitário em localidades com mais de 1.000 habitantes

12.590.000 5.357.447

Total (ações) 993.677.632 422.841.546

3.3. Programas e ações do PPA 2006 e 2007 do Piauí com interfaces com o PLANAP

Programa/ação R$ US$

Programa 20: Integração rodoviária 38.191.800 16.251.830

Construção de estrada vicinal – SEINFRA 180.000 76.596

Construção e recuperação de estrada vicinal – DER 2.440.000 1.038.298

Conservação de rodovias pavimentadas e não pavimentadas 2.680.000 1.140.426

Restauração, pavimentação e implantação de rodovias 26.682.800 11.354.383

Programa 21: Desenvolvimento dos transportes e integração multimodal 189.210.270 80.515.009

Assistência rodoviária aos municípios 536.000 228.085

Conclusão das eclusas da Barragem Boa Esperança 13.400.000 5.702.128

Programa 22: Gerenciamento dos recursos hídricos 4.061.540 1.728.315

Fornecimento de energia alternativa a comunidades isoladas – PRODEM

41.540 17.677

Gestão de recursos hídricos 4.020.000 1.710.638

Programa 23: Planejamento, aproveitamento e ampliação da oferta

hídrica31.816.732 13.539.035

Inspeção e avaliação de segurança em barragem 160.000 68.085

Adutora Corredores 100.000 42.553

Adutora Mesa de Pedra 500.000 212.766

Adutora Poço do Marruá e barragem – construção 700.000 297.872

Barragem Estreito – conclusão da obra 316.346 134.615

Construção de barragem suspirante 348.638 148.357

Construção de barragens 1.580.000 672.340

Construção de barragens subterrâneas 200.000 85.106

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Construção de cisternas 200.000 85.106

Construção de pequena central hidrelétrica na Barragem Algodões II

20.000 8.511

Construção de pequena central hidrelétrica na Barragem Pedra Redonda

986.667 419.858

Construção de pequena central hidrelétrica na Barragem Piracuruca

880.000 374.468

Construção de pequena central hidrelétrica na Barragem Salinas 160.000 68.085

Construção de poço tubular 7.750.000 3.297.872

Construção, conclusão e recuperação de açudes 200.000 85.106

Dessalinização da lagoa do Fidalgo 400.000 170.213

Elaboração de manual de monitoramento e avaliação da segurança de grandes barragens

8.600 3.660

Elaboração do projeto básico de pequena central hidrelétrica na Barragem Pedra Redonda

15.000 6.383

Elaboração do projeto básico de pequena central hidrelétrica na Barragem Piracuruca

15.000 6.383

Estação de piscicultura salina 50.000 21.277

Estudo e aproveitamento do vale dos rios Itaim, Guaribas e Marçal

600.000 255.319

Implantação de pequena irrigação 200.000 85.106

Implantação de sistemas adutores 507.660 216.026

Implantação do projeto de irrigação do rio Piracuruca 400.000 170.213

Implantação de projeto de irrigação do rio Sambito 100.000 42.553

Implantação e recuperação de obras hídricas 100.000 42.553

Instalação dos equipamentos para inspeção e avaliação da segurança das barragens

10.000 4.255

Monitoramento e avaliação periódica da segurança das barragens 2.500 1.064

Perfuração e equipamento de poços profundos 200.000 85.106

Planos, estudos e projetos de recursos hídricos 10.120.000 4.306.383

Recuperação de pequenos açudes na região semi-árida do Piauí 20.000 8.511

Recuperação e equipamento de poços profundos no semi-árido piauiense

36.000 15.319

Programa 40: Saneamento e qualidade de vida 97.978.228 41.692.863

Ampliação e implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto

50.264.000 21.388.936

Construção de adutora 899.000 382.553

Construção de fossas sépticas – Defesa Civil e SEPLAN 2.180.000 927.660

Implantação de unidades sanitárias domiciliares 759.296 323.105

Implantação e ampliação do sistema de abastecimento d`água – AGESPISA, SEINFRA e SEPLAN

7.028.000 2.990.638

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Modernização do sistema de saneamento 28.449.328 12.106.097

Obras de saneamento básico urbano 3.160.000 1.344.681

Obras de saneamento básico urbano – SEINFRA 1.120.000 476.596

Saneamento ambiental urbano 1.811.604 770.895

Programa 41: Desenvolvimento urbano 24.463.876 10.410.160

Obra de infra-estrutura dos municípios 8.870.000 3.774.468

Programa 43: Desenvolvimento e combate à pobreza 109.956.850 46.790.149

Financiamento de projetos comunitários por intermédio do PCPR II: combate à pobreza rural

41.916.550 17.836.830

Financiamento de projetos comunitários por intermédio do Projeto de Crédito Fundiário

39.600.000 16.851.064

Financiamento para aquisição de terras por intermédio do Projeto de Crédito Fundiário (PCF/SAT)

9.000.000 3.829.787

Supervisão e monitoria do Projeto de Crédito Fundiário 400.000 170.213

Treinamento, capacitação e consultoria – Projeto de Crédito Fundiário

487.250 207.340

Programa 45: Inclusão e desenvolvimento da agricultura familiar 33.854.466 14.406.156

Adequação tecnológica da agricultura familiar 218.024 92.776

Apoio ao acesso ao crédito rural – PRONAF 667.344 283.976

Ater para assentamentos da reforma agrária 929.040 395.336

Cajuína do Piauí 927.658 394.748

Capacitação em cooperativismo e associativismo 526.620 224.094

Desenvolvimento da cajucultura 975.380 415.055

Estruturação de agrovilas nos assentamentos estaduais 10.000.000 4.255.319

Fomento e revitalizacão de culturas agrícolas e agroindustriais 14.060.000 5.982.979

Incentivo à cultura do caju 280.000 119.149

Promoção do agronegócio piauiense 700.000 297.872

Programa 47: Infra-estrutura e logística para o desenvolvimento rural 24.851.104 10.574.938

Aquisição de equipamentos agrícolas 200.000 85.106

Desenvolvimento da aqüicultura e da pesca 1.391.870 592.285

Desenvolvimento da infra-estrutura rural 3.520.000 1.497.872

Eletrificação rural 3.060.000 1.302.128

Implantação de infra-estrutura básica nas comunidades rurais 2.448.000 1.041.702

Implantação de infra-estrutura para irrigação na agricultura familiar

679.000 288.936

Implantação e recuperação de estradas para escoamento da produção

10.500.000 4.468.085

Infra-estrutura em áreas subnormais 1.000.000 425.532

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Programa 49: Programa Permanente de Convivência com o Semi-Árido

(PPCSA) 27.456.240 11.683.506

Aquisição de sementes agrícolas selecionadas 80.000 34.043

Formação e capacitação do Sede Zero no semi-árido piauiense 8.236.860 3.505.047

Projeto de ciência e tecnologia apropriadas ao semi-árido 942.960 401.260

Projeto de produção apropriada e melhoria da renda no semi-árido 3.050.260 1.297.983

Sede Zero no semi-árido piauiense (infra-estrutura hídrica) 11.500.000 4.893.617

Programa 50: Implementação da reforma agrária 1.303.440 554.655

Cadastramento de imóveis rurais pertencentes ao patrimônio público estadual

100.000 42.553

Regularização fundiária 88.440 37.634

Regularização fundiária: cadastro nacional de imóveis rurais 490.000 208.511

Reorganização de terras: combate a grilagem de terras no Estado do Piauí

400.000 170.213

Programa 51: Incentivo ao agronegócio 180.838.661 76.952.622

Canais de comercialização 21.930.506 9.332.130

Construção de galpões e estacionamento 1.141.600 485.787

Desenvolvimento da aqüicultura e da pesca 808.712 344.133

Expansão da produção de grãos nos cerrados piauienses 100.108.250 42.599.255

Fomento a culturas alimentares e segurança alimentar 1.040.260 442.664

Implantação de tanques-rede no reservatório da Barragem Algodões I

10.000 4.255

Implantação de tanques-rede no reservatório da Barragem Bezerro 22.000 9.362

Implantação de tanques-rede nos reservatórios da Barragem Corredores

16.000 6.809

Implantação de tanques-rede nos reservatórios da Barragem Piracuruca

12.000 5.106

Irriga Piauí 52.566.100 22.368.553

Mudas nos tabuleiros litorâneos 169.300 72.043

Sistema de Informação do Mercado Agrícola – SIMA 332.000 141.277

Programa 67: Assistência técnica e extensão rural 1.786.200 760.085

Aquisição de equipamentos e implementos agrícolas para fomento às atividades do campo

200.000 85.106

Assistência técnica a cultura da mandioca 260.200 110.723

Assistência técnica da cultura da mamona 186.000 79.149

Capacitação de técnicos e produtores em piscicultura - -

Incentivo ao pequeno produtor 1.000.000 425.532

Instalação de unidades da EMATER 140.000 59.574

Total (ações) -

Page 87: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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3.4. Programas e ações do PPA da União com interfaces com o PLANAP

Funcional Órgão – Programa – Projeto/Atividade2004 - 2007

R$ US$

22000MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E

ABASTECIMENTO

6003Apoio ao desenvolvimento do setor agropecuário

571.559.770 243.216.923

109D Mecanização agrícola* 128.213.294 54.558.849

005AApoio a projetos de desenvolvimento

agropecuário*120.492.244 51.273.295

354 Desenvolvimento da fruticultura – Profruta 61.199.283 26.042.248

7062 Estímulo ao desenvolvimento da fruticultura** 2.331.582 992.163

4779Fomento ao uso de material genético melhorado

para a fruticultura8.795.877 3.742.926

4810Organização e capacitação de agentes atuantes

em fruticultura3.420.619 1.455.583

4804 Prevenção e controle de pragas na fruticultura 6.352.576 2.703.224

4713Transferência de tecnologia para o

desenvolvimento da fruticultura1.465.980 623.821

0363Desenvolvimento das culturas de oleaginosas e plantas fibrosas

32.934.993 14.014.891

4776Fomento ao uso de material genético melhorado

para as culturas de oleaginosas e plantas fibrosas6.352.577 2.703.224

4775Organização e capacitação de agentes atuantes

nas culturas de oleaginosas e plantas fibrosas1.954.640 831.762

4841Prevenção e controle de pragas em oleaginosas e

plantas fibrosas3.111.487 1.324.037

4704

Transferência de tecnologia para o

desenvolvimento das culturas de oleaginosas e

plantas fibrosas

21.516.289 9.155.868

1169Desenvolvimento do cooperativismo e do associativismo rural

105.748.603 44.999.406

6469Capacitação de técnicos e cooperados em

autogestão75.058.144 31.939.636

2152Promoção do associativismo rural e do

cooperativismo17.640.968 7.506.795

0368 Manejo e conservação de solos na agricultura 68.998.098 29.360.893

4805Fomento a práticas de manejo e conservação de

solos na agricultura13.191.430 5.613.374

4761

Organização e capacitação de agentes atuantes

em uso e manejo sustentável dos recursos

naturais

3.909.279 1.663.523

Page 88: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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2172Transferência de tecnologia para o manejo e

conservação de solos1.221.650 519.851

0365 Minimização de riscos no agronegócio 322.682.224 137.311.585

3989Implantação de Estações Automáticas de Coleta

de Dados Meteorológicos12.216.494 5.198.508

5920 Zoneamento agrícola 24.432.989 10.397.017

2161Produção e divulgação de informações

meteorológicas e climatológicas7.818.556 3.327.045

53000 MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

0379 Desenvolvimento da agricultura irrigada 1.874.878.815 797.820.772

10HCEstudo para aproveitamento hidroagrícola do rio

Itaim no Estado do Piauí**600.000 255.319

10HDEstudo para Aproveitamento Hidroagrícola do rio

Uruçuí Preto no Estado do Piauí**600.000 255.319

10BC Implantação de projetos de irrigação** 213.209.763 90.727.559

10GPImplantação do Perímetro de Irrigação do

Jenipapo no Estado do Piauí**1.190.477 506.586

5262Implantação do Perímetro de Irrigação Platôs de

Guadalupe, com 13.639 há, no Estado do Piauí**44.478.091 18.926.847

5268

Implantação do Perímetro de Irrigação

Tabuleiros do São Bernardo, com 5.542 há, no

Estado do Maranhão**

49.790.000 21.187.234

5266

Implantação do Perímetro de Irrigação

Tabuleiros Litorâneos, com 8.007 há, no Estado

do Piauí**

1.060.000 451.064

1047Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido – CONVIVER

777.445.025 330.827.670

5690

Ampliação do Sistema Ibiapaba e implantação da

Adutora Graça–Pacujá–Mucambo, com 192 km,

no Estado do Ceará (Proágua Semi-Árido)**

6.400.000 2.723.404

3774 Construção de cisternas* 4.628.334 1.969.504

1852 Dessalinização de água – Projeto Água Boa** 2.300.000 978.723

3028

Estruturação dos Sistemas Estaduais de

Gerenciamento de Recursos Hídricos no Semi-

Árido*

26.800.000 11.404.255

10HPEstudos e projetos de obras de infra-estrutura

hídrica na região do semi-árido**38.388 16.335

5930

Implantação do Sistema Adutor de Bocaina,

com 60 km, no Estado do Piauí (Proágua Semi-

Árido)**

10.965.000 4.665.957

7766 Implantação de poços públicos** 18.892.941 8.039.549

4514Capacitação para realização de pequenas obras

hídricas de caráter comunitário*4.800.000 2.042.553

Page 89: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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6416Estruturação e organização de arranjos

produtivos locais*32.562.500 13.856.383

4650Fortalecimento do associativismo e do

cooperativismo no semi-árido2.706.250 1.151.596

4656Manutenção de pequenas obras hídricas

comunitárias**4.460.062 1.897.899

005G Apoio a projetos de fruticultura irrigada** 120.000 51.064

566Apoio a projetos de inovação tecnológica da

agricultura familiar no semi-árido**16.400.000 6.978.723

582

Apoio a projetos de saneamento integrado

em municípios com população de até 20.000

habitantes na região do semi-árdio

142.799.241 60.765.634

1037 Eficiência na agricultura irrigada 10.134.242 4.312.443

7016 Cadastro Nacional da Agricultura Irrigada 450.000 191.489

5858Modernização tecnológica dos sistemas

parcelares1.300.000 553.191

4811Capacitação de agentes de difusão de

tecnologias para o desenvolvimento da irrigação1.700.000 723.404

4712Capacitação de recursos humanos para a

agricultura irrigada1.750.000 744.681

4845Capacitação dos usuários de projetos de

irrigação para o uso eficiente da água1.800.000 765.957

515 Proágua infra-estrutura 2.574.081.203 1.095.353.703

10CVAções complementares de infra-estrutura

hídrica**60.052.189 25.554.123

10CW Ações de infra-estrutura hídrica** 6.196.332 2.636.737

10AKConstrução da Adutora Bocaina – Estado do

Piauí**2.000.000 851.064

10HZConstrução da Adutora do Açude Caldeirão de

Piripiri a Pedro II no Estado do Piauí**38.918.091 16.560.890

10HGConstrução da Adutora do Jenipapo no Estado

do Piauí**714.286 303.951

10GWConstrução da Barragem de Castelo do Piauí no

rio Poti em Castelo do Piauí-PI**29.188.568 12.420.667

10HW

Construção da Barragem de Santa Cruz dos

Milagres com sistema de adutora no Estado do

Piauí**

7.800.000 3.319.149

10AAConstrução da Barragem Fronteira – Crateús-

CE**20.060.000 8.536.170

109Y

Construção da Barragem Riacho Fundo nos

municípios de Santa Cruz do Piauí e Wall

Ferraz**

39.709.045 16.897.466

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109I Construção de açudes** 88.669.121 37.731.541

109J Construção de adutoras** 1.289.570 548.753

109H Construção de barragens** 27.247.353 11.594.618

3743Construção do Açude Estreito no Estado do

Piauí**3.500.000 1.489.362

3729Construção do Açude Tingüis no Estado do

Piauí**43.918.091 18.688.549

1851Construção e recuperação de obras de infra-

estrutura hídrica*945.576.578 402.373.012

10CY Fortalecimento da Infra-estrutura Hídrica** 10.596.332 4.509.077

10ESSistema Integrado de Abastecimento de Água

Pedro II/Piripiri – Estado do Piauí**6.000.000 2.553.191

4516Cadastro da Infra-Estrutura Hídrica do

Nordeste*1.450.000 617.021

2822Manutenção e conservação de obras de infra-

estrutura hídrica**11.841.000 5.038.723

4512 Operação e manutenção de barragens** 2.568.738 1.093.080

1025Promoção da sustentabilidade de espaços sub-regionais – PROMESO

922.274.019 392.457.029

10CX Construção de obras de infra-estrutura** 153.715.630 65.410.906

4644

Capacitação para o desenvolvimento integrado

e sustentável em espaços sub-regionais

selecionados*

9.800.000 4.170.213

6424Estruturação e organização de arranjos

produtivos locais*31.047.344 13.211.636

4642Fortalecimento do associativismo e do

cooperativismo8.536.875 3.632.713

4646Organização social e da gestão participativa de

sub-regiões selecionadas12.111.875 5.153.989

682 Apoio a arranjos produtivos locais 1.000.000 425.532

005EApoio a projetos de desenvolvimento sustentável

local integrado**222.131.009 94.523.834

005F Apoio ao desenvolvimento rural** 4.650.000 1.978.723

1022Promoção e inserção econômica de sub-regiões - PROMOVER

400.627.647 170.479.850

4640Capacitação de recursos humanos para a

competitividade*20.240.625 8.613.032

6427Promoção de clusters potencialmente

competitivos na região nordeste**800.000 340.426

682 Apoio a arranjos produtivos locais* 348.651.077 148.362.160

1038Transferência da gestão dos perímetros públicos de irrigação

286.484.177 121.908.160

Page 91: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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5998

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Caldeirão, com 398 ha, no Estado do

Piauí**

746.860 317.813

5992

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Fidalgo, com 311 há, no Estado do

Piauí**

754.010 320.855

5994

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Gurguéia, com 1.974 ha, no Estado do

Piauí**

4.019.044 1.710.231

7002

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Lagoas do Piauí, com 4.354 ha, no

Estado do Piauí**

1.385.100 589.404

5942

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Platôs de Guadalupe, com 2.009 ha, no

Estado do Piauí**

4.792.710 2.039.451

5944

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Tabuleiros de São Bernardo, com 542

ha, no Estado do Maranhão**

2.681.855 1.141.215

5950

Transferência da gestão do Perímetro de

Irrigação Tabuleiros Litorâneos –1ª Etapa – com

2.469 ha, no Estado do Piauí**

6.439.810 2.740.345

36000 MINISTÉRIO DA SAÚDE

1287 Saneamento rural 392.496.513

167.019.793

3997Implantação de serviços de abastecimento de

água (saúde e saneamento no Piauí)**10.581.226 4.502.649

3996Implantação de sistemas de esgotamento

sanitário (saúde e saneamento no Piauí)**17.240.856 7.336.534

7656

Implantação, ampliação ou melhoria do serviço

de saneamento em localidades com população

inferior a 2.500 habitantes e áreas rurais

136.857.582 58.237.269

56000 MINISTÉRIO DAS CIDADES

6001Apoio ao desenvolvimento urbano de municípios de pequeno porte

1.775.609.406 755.578.471

109A

Ampliação ou melhoria de obras de infra-

estrutura urbana em municípios com até 100.000

habitantes*

959.248.373 408.190.797

122 Saneamento ambiental urbano 4.138.376.752

1.761.011.384

7652Implantação de melhorias sanitárias domiciliares

para prevenção e controle de agravos*220.094.706 93.657.322

3861

Implantação, ampliação ou melhoria de sistema

público de abastecimento de água para a

prevenção e o controle de agravos em municípios

de até 30.000 habitantes*

441.743.527 187.975.969

Page 92: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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al7654

Implantação, ampliação ou melhoria de sistema

público de esgotamento sanitário para a

prevenção e o controle de agravos em municípios

de até 30.000 habitantes*

264.577.343 112.586.103

5528 Saneamento básico para controle de agravos* 182.164.277 77.516.714

6136

Capacitação de gestores e técnicos sobre

educação em saúde voltada para ações de

saneamento

22.637.000 9.632.766

636

Apoio à implantação e ampliação de sistemas

de abastecimento de água em municípios com

população superior a 15.000 habitantes**

55.892.133 23.783.886

002M

Apoio à implantação e ampliação de sistemas

de abastecimento de água em municípios com

população superior a 30.000 habitantes**

71.390.000 30.378.723

654

Apoio à implantação de sistemas de coleta e

tratamento de esgotos sanitários em municípios

com população superior a 15.000 habitantes**

264.056.666 112.364.539

002L

Apoio à implantação de sistemas de coleta e

tratamento de esgotos sanitários em municípios

com população superior a 30.000 habitantes**

149.595.000 63.657.447

798Apoio ao controle de qualidade da água para

consumo humano67.913.000 28.899.149

32000 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

1044 Energia alternativa renovável 436.525.119 185.755.370

7998Implantação de projetos para utilização de

energia solar30.630.000 13.034.043

3117Implantação de usinas eólicas para geração de

energia elétrica **155.950.000 66.361.702

273 Energia cidade 1.328.961.492

565.515.529

10JPAmpliação da rede rural de distribuição de

energia elétrica no piauí**29.188.568 12.420.667

1379

Atendimento das demandas por energia elétrica

em localidades isoladas não supridas pela rede

elétrica convencional (PRODEEM)*

121.251.675 51.596.457

5914 Energização rural* 8.058.932 3.429.333

7054Oferta de energia elétrica a domicílios rurais de

baixa renda (Luz no Campo)66.500.000 28.297.872

708

Apoio a projetos de oferta de energia elétrica por

meio de associações e cooperativas comunitárias

(PRODEEM)

27.500.000 11.702.128

104BAtendimento de energia elétrica às comunidades

isoladas91.622.000 38.988.085

294 Energia na região Nordeste 2.114.032.744 899.588.402

Page 93: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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3407Ampliação de rede urbana de distribuição de

energia elétrica no Piauí**40.929.360 17.416.749

3370Implantação de sistema de transmissão no

Nordeste**741.571.924 315.562.521

3379Implantação de sistema de transmissão no

Piauí**201.578.600 85.778.128

5482

Implantação de sistema de transmissão

Presidente Dutra (MA) - Teresina - Fortaleza II

(LT de 500 kV - 1º Circuito P. Dutra/Fortaleza,

aprox. 750 km, 2º Circuito Emergencial P. Dutra/

Teresina, aprox. 210 km e 3 SEs associadas, com

2.550 MVA)**

76.321.662 32.477.303

5107

Sistema de transmissão do Nordeste

(implantação de 4 subestações seccionadoras de

230kV)**

183.247.669 77.977.731

49000MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

351 Agricultura familiar – PRONAF 11.161.230.081 4.749.459.609

4448 Capacitação de agricultores familiares 95.200.000 40.510.638

6276Capacitação de produtores familiares nos

perímetros públicos de irrigação1.200.000 510.638

4266Disponibilização de insumos para a agricultura

familiar11.800.000 5.021.277

4260Fomento à assistência técnica e à extensão rural

para agricultores familiares349.120.000 148.561.702

4280Fomento a projetos de diversificação econômica

e agregação de valor na agricultura familiar132.822.028 56.520.012

620Apoio a projetos municipais de infra-estrutura e

serviços em agricultura familiar1.031.701.962 439.022.111

006FContribuição ao Fundo de Aval de Empréstimo à

Agricultura Familiar9.333.334 3.971.631

1116 Crédito Fundiário 2.384.204.441 1.014.555.081

1545Estruturação de assentamentos e investimentos

comunitários (combate à pobreza rural)*182.093.640 77.486.655

61Concessão de crédito para aquisição de imóveis

rurais e investimentos básicos – fundo de terras2.074.812.308 882.898.854

138Regularização e gerenciamento da estrutura fundiária

176.704.557 75.193.429

5148Implantação do Cadastro Nacional de Imóveis

Rurais – CNIR781.131 332.396

2110 Regularização fundiária de imóveis rurais 31.309.888 13.323.357

2105 Gerenciamento e fiscalização do Cadastro Rural 60.377.884 25.692.717

2114 Sistema de Cadastro Rural 28.229.027 12.012.352

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574Apoio aos estados para implantação do Cadastro

de Terras e regularização fundiária no Brasil15.589.600 6.633.872

44000 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

1332Conservação e recuperação dos biomas brasileiros

55.183.776 23.482.458

6455 Monitoramento da ação antrópica 1.283.706 546.258

6454 Recuperação de áreas degradadas 47.632.257 20.269.046

1304Conservação, uso racional e qualidade das águas

366.408.297 155.918.424

2396 Avaliação de recursos hídricos superficiais 1.800.000 765.957

4937

Fomento a projetos de difusão e pesquisa

científica e tecnológica para o uso sustentado e a

conservação de recursos hídricos

7.350.000 3.127.660

2957Fomento a projetos de recuperação e

conservação de bacias hidrográficas301.139.488 128.144.463

4929Fomento a projetos demonstrativos de uso

racional da água5.900.000 2.510.638

497Gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos

73.525.506 31.287.449

718Apoio à estruturação dos sistemas estaduais de

gerenciamento de recursos hídricos30.168.050 12.837.468

1084 Mudanças climáticas e meio ambiente 53.765.256

22.878.832

6453Fomento à utilização de biocombustíveis e fontes

alternativas de energia renovável495.000 210.638

1107 Probacias 121.132.381

51.545.694

7270Implantação de sistema de cobrança pelo uso

dos recursos hídricos em bacias hidrográficas2.300.000 978.723

7406Implantação do Sistema de Alerta da Qualidade

da Água3.060.000 1.302.128

7278Implantação do Sistema Nacional de

Informações sobre Recursos Hídricos2.600.000 1.106.383

4936Cadastro Nacional de Usuários de Recursos

Hídricos5.300.000 2.255.319

4928Capacitação e treinamento para a gestão, a

participação e a proteção dos recursos hídricos3.800.000 1.617.021

4925Elaboração dos Planos de Bacias Hidrográficas

de rios de domínio da União21.310.000 9.068.085

2977 Fiscalização do uso de recursos hídricos 4.326.000 1.840.851

4980Fomento à criação de comitês e agências em

bacias hidrográficas de rios de domínio da União9.750.000 4.148.936

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4926Outorga do direito de uso dos recursos hídricos

de domínio da União3.200.000 1.361.702

6251Sistema Nacional de Prevenção de Eventos

Hidrológicos Críticos5.200.000 2.212.766

8007 Resíduos sólidos urbanos 341.163.911 145.176.132

101W

Implantação de projetos demonstrativos de

gestão ambiental de resíduos sólidos e de

redução da contaminação em áreas urbanas de

municípios com população entre 30 mil e 250 mil

habitantes

812.462 345.729

3984

Implantação, ampliação ou melhoria do sistema

de coleta, tratamento e destinação final de

resíduos sólidos para prevenção e controle de

agravos em municípios de até 30.000 habitantes

e municípios com risco de dengue*

49.620.073 21.114.925

6459

Fomento a projetos de gerenciamento e

disposição de resíduos em municípios com

população entre 30.000 e 250.000 habitantes

16.000.000 6.808.511

638

Apoio à elaboração de projetos para implantação

e ampliação dos sistemas de resíduos sólidos

urbanos

2.650.000 1.127.660

002N

Apoio à implantação, à ampliação ou à melhoria

do sistema de coleta, tratamento e destinação

final de resíduos sólidos para prevenção

e controle de agravos em municípios com

população acima de 250.000 habitantes ou

integrantes de regiões metropolitanas**

21.621.000 9.200.426

004B

Apoio a projetos de gestão integrada de resíduos

sólidos urbanos em municípios com população

entre 30.000 e 250.000 habitantes

2.282.914 971.453

863Apoio para organização e desenvolvimento de

cooperativas atuantes com resíduos sólidos3.158.139 1.343.889

39000 MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

235 Corredor Nordeste 2.516.393.785 1.070.805.866

10INAdequação de trechos rodoviários na BR 020 no

Estado do Ceará**3.298.970 1.403.817

10JAAdequação de trechos rodoviários na BR 222 no

Estado do Ceará**3.298.970 1.403.817

10ETAdequação de trechos rodoviários no Estado do

Ceará**75.298.970 32.042.115

107O Ampliação e recuperação do Porto de Itaqui** 164.000.000 69.787.234

10JU Complexo Portuário do Porto de Pecém** 4.948.454 2.105.725

10KVConstrução de pontes em rodovias federais no

Estado do Piauí**10.000.000 4.255.319

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1574Construção de trechos rodoviários na BR 020 no

Estado do Piauí**51.000.000 21.702.128

7441Construção de trechos rodoviários na BR 135 no

Estado do Piauí**33.246.329 14.147.374

10LVConstrução de trechos rodoviários na BR 222 no

Estado do Piauí**19.459.045 8.280.445

10LXConstrução de trechos rodoviários na BR 226 no

Estado do Ceará**6.504.066 2.767.688

10LWConstrução de trechos rodoviários na BR 226 no

Estado do Piauí**6.185.568 2.632.157

10BTConstrução de Trechos Rodoviários na BR 235 no

Estado do Piauí**38.968.091 16.582.166

7204Construção de trechos rodoviários na BR 330 no

Estado do Piauí**60.000.000 25.531.915

10MFConstrução de trechos rodoviários na BR 343 no

Estado do Piauí**2.474.227 1.052.863

10MKConstrução de trechos rodoviários na BR 407 no

Estado do Piauí**3.092.784 1.316.078

10COConstrução e pavimentação de rodovias federais

no Estado do Piauí**154.942.842 65.933.124

10DZ Modernização de portos no Estado do Ceará** 12.000.000 5.106.383

10OQRecuperação de trechos ferroviários na região

Nordeste**60.000.000 25.531.915

10OURecuperação e modernização dos portos do

Estado do Ceará**172.426.188 73.372.846

220 Manutenção da malha rodoviária federal 5.777.073.470 2.458.329.136

2841 Conservação preventiva e rotineira de rodovias** 231.144.221 98.359.243

6097 Obras rodoviárias emergenciais 70.000.000 29.787.234

2834 Restauração de rodovias federais* 1.037.529.155 441.501.768

4399Serviço de manutenção terceirizada de

rodovias**433.617.538 184.518.101

2324 Sinalização rodoviária 125.000.000 53.191.489

20124SECRETARIA ESPECIAL DE AQÜICULTURA E PESCA

1224 Aqüicultura e pesca do Brasil 652.913.138 277.835.378

5336Aproveitamento de canais de perímetros de

irrigação para piscicultura1.511.566 643.220

5282Desenvolvimento de tecnologias de

processamento de pescado1.033.000 439.574

5474Implantação da Rede de Pesca e Aqüicultura da

Amazônia Legal1.229.617 523.241

7616 Implantação de entrepostos de pescado 20.030.339 8.523.549

Page 97: PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA … · 3. 2. Aspectos econômicos e sociais 106 3.2.1. Distribuição da renda 106 3.2.2. Receitas municipais 108 3.3. Índice

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7726 Implantação de parques aqüícolas 3.104.813 1.321.197

5522Implantação de Sistema de Informações da

Aqüicultura e da Pesca - SIAPESC6.626.904 2.819.959

7618 Implantação de Terminal Pesqueiro 101.520.105 43.200.045

1862Implantação de Unidades Demonstrativas de

Aqüicultura16.661.738 7.090.101

5406Implantação de Unidades Demonstrativas para a

Produção de Pescado e ou Camarão*1.450.000 617.021

5352

Implementação da criação intensiva de

peixes em tanques-rede em rios e em grandes

reservatórios**

15.549.059 6.616.621

5372Instalação de Unidades de Beneficiamento de

Pescado**1.000.000 425.532

7604Instalação de Unidades de Beneficiamento de

Pescado24.240.555 10.315.130

6550Apoio à Comercialização, à Exportação e à

Promoção do Pescado Nacional239.044 101.721

6043Capacitação e Treinamento de Profissionais em

Aqüicultura e Pesca10.356.835 4.407.164

6112Fomento a Atividades Pesqueiras e Aqüícolas sob

Formas Associativas16.347.200 6.956.255

6104 Fomento à Pesquisa em Aqüicultura e Pesca 4.332.243 1.843.508

6108Fomento a Unidades Produtoras de Formas

Jovens de Organismos Aquáticos8.859.416 3.769.964

2819Funcionamento de Estações e Centros de

Pesquisa em Aqüicultura**11.411.356 4.855.896

6279Funcionamento de Estações e Centros de

Pesquisa em Aqüicultura*19.319.000 8.220.851

2121 Registro Geral da Pesca 1.065.518 453.412

861Apoio à Adequação de Acessos Aquaviários

Marítimos e Interiores a Terminais Pesqueiros20.595.656 8.764.109

006LFinanciamento e Equalização de Juros nas

Operações Relacionadas à Pesca e à Aqüicultura128.317.648 54.603.254

80Subvenção econômica ao preço do óleo diesel de

embarcações pesqueiras22.933.459 9.758.919

Total (Ações)

* Recursos destinados à região Nordeste e a todo o território nacional.** Recursos destinados apenas à região Nordeste.

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ANEXO 1. CARACTERÍSTICAS DA BACIA DO PARNAÍBA 4

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Rio Parnaíba-MA

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1. Características ambientais da Bacia do Parnaíba Para uma melhor compreensão das informações apresentadas neste Anexo, recomenda-se a leitura conjunta com os mapas da Bacia do Parnaíba.

1.1. Os ecossistemas presentes na bacia

Na bacia, segundo o IBGE, existem quatro ecossistemas: Costeiro, Floresta Estacional, Cerrado e Caatinga. A cobertura vegetal ajusta-se ao quadro geomorfológico da área. Nas nascentes, no sopé da Chapada das Mangabeiras, há uma exuberante floresta subperenifólia. Nas superfícies aplainadas dominam os cerrados, que nas vizinhanças de Amarante/Floria-no passam a cerrado caducifólio. Revestindo algumas chapadas, surgem ora mata seca, ora cerradão.

Desde Amarante, Arraial e Várzea Grande, para o norte aparece o babaçu, dando lugar à mata dicótilo-palmácea, com maior ocorrência de Teresina até o sul de Luzilândia e Espe-rantina. Nas vizinhanças de Luzilândia até Parnaíba, prevalece a carnaúba. Na planície lito-rânea, campos de várzea e manguezais, nas ilhas do Delta. Em resumo, a cobertura vegetal é diversificada, incluindo também algumas áreas de florestas ciliares, caatinga hipoxerófila – especialmente no sudeste e nas florestas caducifólias.

Instituições governamentais, não governamentais e ambientalistas têm procurado proteger a áreas desses ecossistemas, criando Unidades de Conservação, dentre as quais se destacam: os Parques Nacionais da Serra da Capivara, de Sete Cidades e da Serra das Confusões, as APAs do Delta do Parnaíba, da Serra da Ibiapaba, da Serra da Tabatinga e da Chapada do Araripe, a Estação Ecológica de Uruçuí–Una e a Floresta Nacional de Palmares.

Cerca de 90% da área da bacia encontra-se em terrenos sedimentares, com grande po-tencial aqüífero e solos de alto potencial agrícola, que necessitam de aplicação de calcário para reduzir a acidez e a saturação de alumínio quando explorados com cultivos agrícolas. Predominam nas áreas do Alto Parnaíba e Gurguéia solos latossolos e podzólicos e aluviões ao longo dos rios no Baixo Parnaíba. Os vales do Fidalgo, do Poti, do Canindé e do Piauí apresentam relevo e solos propícios à exploração agrícola.

Em 2003, as principais classes de uso do solo na bacia eram: cerrado, correspondente a 51,42%, e caatinga com 27,13% da área. As áreas com ações antrópicas mais relevantes são as ocupadas pelas atividades agropecuárias, com cerca de 2,7 milhões de hectares, e pela agricultura mecanizada, com aproximadamente 628 mil hectares. Destacam-se também as áreas ocupadas com florestas e vegetação de transição, com 1,3 e 1,1 milhões de hectares, respectivamente. (Quadro 15)

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Quadro 15. Uso da terra na Bacia do Rio Parnaíba em 2003

Classe de UsoMacrorregiões, Área em ha

Litoral e Meio Norte Semi-Árido Cerrados Total %

Agricultura mecanizada 69.235,0 0,0 558.805,0 628.040,0 1,92

Agricultura irrigada 2.994,0 41,0 6.126,0 9.161,0 0,03

Atividade agropecuária 904.415,0 1.041.565,0 799.782,0 2.745.762,0 8,41

Área Urbanizada 34.882,0 5.945,0 14.137,0 54.964,0 0,17

Solo Exposto 14.066,0 4.147,0 95.879,0 114.092,0 0,35

Vegetação de mata ciliar 109.344,0 40.408,0 431.036,0 580.788,0 1,78

Vegetação de caatinga 2.004.407,0 4.073.996,0 2.776.560,0 8.854.963,0 27,13

Vegetação de cerrado 3.631.769,0 2.097.710,0 11.052.069,0 16.781.548,0 51,42

Vegetação litorânea 75.454,0 0,0 0,0 75.454,0 0,23

Vegetação de mangue 12.480,0 0,0 0,0 12.480,0 0,04

Floresta 1.307.507,0 35.773,0 0,0 1.343.280,0 4,12

Floresta de babaçu 91.893,0 0,0 0,0 91.893,0 0,28

Vegetação de transição 834.824,0 34.150,0 271.325,0 1.140.299,0 3,49

Dunas 21.159,0 0,0 0,0 21.159,0 0,06

Corpos d’água 96.184,0 22.148,0 64.024,0 182.356,0 0,56

Total 9.210.613,0 7.355.883,0 16.069.743,0 32.636.239,0 100,00

Fonte: MZEE dos Cerrados e uso da terra nas Macrorregiões de Desenvolvimento do Litoral, do Meio-Norte e do Semi-Árido – PLANAP/CODEVASF 2005

Verifica-se ao longo de toda a bacia, a ocorrência de um processo acentuado de devastação da vegetação nativa, que em menor ou maior intensidade vai ampliando a substitui-ção da cobertura vegetal original por cultivos e pastagens, sem obedecer a um planejamento da ocupação, resultando em perda da biodiversidade, assoreamento de rios e riachos e degradação de solos.

No Estado do Piauí15, cerca de 958 km² apresentam ace-lerado processo de desertificação. Um exemplo deste fe-nômeno pode ser visto principalmente no município de Gilbués, no Território Chapada das Mangabeiras, que apre-senta alteração da paisagem, com perdas de vegetação e de solos e assoreamento da drenagem, efeitos da ocupação de-sordenada e predatória.

1.2. Recursos hídricos superficiais

A Bacia do Rio Parnaíba, a segunda mais importante da re-gião Nordeste, depois da do São Francisco, representa a mais densa rede hidrográfica da região, constituindo a sub-bacia 34, da Bacia do Atlântico Sul (Decreto-Lei nº 77.410, de 12/04/76, trecho Norte–Nordeste). Sua bacia hidro-gráfica tem uma superfície de 330.020 km², abrangendo todo o Estado do Piauí, que corresponde a 75% da área total da bacia, terras do Estado do Maranhão, com 19%, e do Estado do Ceará, com 6%.

Dentre todas as sub-bacias, destacam-se aquelas constitu-ídas pelo rio Balsas (5% da área total da bacia), no Mara-nhão, e no Piauí as dos rios Uruçuí–Preto (4,7%), Gurguéia (9,9%), Longá (8,6%), Poti (16,1%) e Canindé (26,2%), que drenam uma grande região semi-árida. Cabe destacar que a sub-bacia do rio Poti não está integralmente na área de atuação da CODEVASF, visto que sua nascente se en-contra no Ceará.

15 MZEE–Macrozoneamento Ecológico-Econômico dos Cerrados – PLANAP/CODEVASF 2005.

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1.3. Sistema aqüífero

A bacia sedimentar do Parnaíba é a mais importante da região Nordeste. Os principais sistemas aqüíferos (Serra Grande, Cabeças e Piauí) correspondem aos sedimentos paleozóicos, constituídos, em geral, por arenitos médios e grosseiros, predominando sobre siltitos, folhelhos, ardó-sios ou calcários.

Outros sistemas aqüíferos são encontrados em sedimentos mesozóicos (Motuca, Corda e Itapecuru) e cenozóicos (Bar-reiras), onde predominam arenitos ou areias finas sobre outras rochas. Um grupo de aqüíferos, de importância apenas local e restrita, é formado por sedimentos de diversas idades geoló-

gicas (Longá, Pimenteiras, Pedra de Fogo, Codó e sedimentos colúvio-aluviais), com predominância de folhelhos e/ou silti-tos sobre areias e/ou arenitos e outros.

A alternância de camadas permeáveis e menos perme-áveis, com mergulhos dirigidos para o interior da bacia, condiciona a ocorrência de águas livres, sob pressão e artesianas, permitindo uma exploração por meio de po-ços tubulares geralmente de menos de 100 a 250 m de profundidade e vazões na faixa de 5 a 50 m3/h. Alguns poços profundos (até 1.000 m em certas áreas) forne-cem maiores vazões. Entretanto, com a profundidade e em direção ao interior da bacia ocorre uma salinização progressiva das águas subterrâneas.

Cobertura vegetalRestinga, mangue, campo caatinga, campo cerrado, floresta secundária mista, parque cerrado, caatinga arbustiva e arbórea, dunas móveis e fixas, área contato cerrado, aluvião, campos salgados e campos inundados

RelevoPlanície litorânea com altitudes não superiores a 15 m e chapadões e depressões com residuais do meio-norte com altitudes até 179 m

Ecossistemas Superfície Litorânea, Delta do Parnaíba e Tabuleiros do Parnaíba

Geologia

Superfície Litorânea: sedimentos eólicos holocentro; aluviões holocentro; sedimentos inconsolidados, dunas e paleodunasDelta do Parnaíba: sedimentos deltáicos (areia, silte, argila e vazas)Tabuleiros do Parnaíba: Formação Pirabas, Grupo Barreiras, Complexo Granja, Formação Pimenteira e Formação Sardinha

Precipitação A precipitação média anual está entre 900 mm e 1.200 mm, com maior concentração nos meses de fevereiro a abril

Evaporação A evaporação média anual está próxima de 1.600 mm, acentuando-se nos meses de setembro a novembro

Umidade relativa A umidade relativa do ar está entre 50% (julho a novembro) e 80% (março a maio), sendo maior nos municípios costeiros

Insolação A insolação média anual é de cerca de 3.000 horas, sendo mais acentuada de julho a outubro

Temperatura A temperatura média das mínimas é de 21 °C, média anual de 24 °C, e a média das máximas de 33 °C

Clima Tropical semi-árido quente, com 6 meses secos, temperatura média maior que 18 °C durante todos os meses do ano

Água subterrâneaA Formação Cabeças é o principal sistema aqüífero da região, com maior potencial para o artesianismo, apresentando vocação hidrogeológica variando de média a forte e muito forte, estende-se desde o rio Parnaíba a noroeste de Buriti dos Lopes, passando por trechos do rio Longá, rio Piracuruca até o rio Corrente a leste de Barras

Principais rios, barragens e lagoas

Rios: Parnaíba, Longá, Pirangi, Cardoso, Camurupim, Timonha, Barro Duro, Magu, Pachicá e Igaraçu. Lagoas: Portinho, Sobradinho, Grande do Buriti, do Dezinho. Barragens: Algodão I (Cocal-PI) e Gangorra (Granja-CE)

Unidades de conservação

• APA do Delta do Parnaíba• APA da Serra da Ibiapaba• RPPN Fazenda Centro (Caxingó-PI)• RPPN Ilha do Caju (Araioses-MA)• RESEX do Delta do Parnaíba (Ilha Grande-PI e Araioses-MA)

Fonte: CPRM/MME; EMBRAPA; IBGE; IBAMA; INMET; ZEE Baixo Rio Parnaíba/MMA 2002

1.2. Macrorregião do Litoral

2. Características fisiográficas e ambientais das Macrorregiões da Bacia do Parnaíba

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2.2. Macrorregião do Meio-Norte

Cobertura vegetal

Predominância de áreas de florestas secundária mista e secundária latifoliada, campo cerrado com matas de cocais: babaçu, carnaúba, tucum e buriti; além de áreas de transição floresta/cerrado e manchas de cerradão nas porções norte, centro-oeste, oeste e sul da macrorregião. Cerrado, caatinga arbustiva e arbórea com manchas de cerradão e áreas de transição cerrado/caatinga na parte centro-leste e leste da região

RelevoPlano, suave ondulado e ondulado. Superfícies medianamente altas com topo plano e declive suave na região da serra da Ibiapaba. Faixa aluvial larga no vale do rio Parnaíba. Altitudes variando de 24 m em Joca Marques-PI, a 902 m em Guaraciaba do Norte-CE

GeossistemasTabuleiros do Parnaíba, Baixada de Campo Maior, Cuesta da Serra Grande, Depressão de Crateús e Cuesta de Ibiapaba

Geologia

Predominam as formações: Poti, Cabeças, Longá e Piauí, além do Complexo Ceará e do Grupo Serra Grande. Há ocorrência também em pequenas áreas das formações Corda e Pastos Bons, Sardinha, Pedra de Fogo, Pimenteiras e Motuca, além dos complexos Itatira e Nordestino; coberturas detríticas; depósitos eólicos continentais; depósitos colúvio-eluviais e Unidade Barreiras

Precipitação Variando de 600 mm a 1.800 mm anuais, com maior concentração entre os meses de fevereiro e abril

Evaporação Está entre 1.200 mm a 1.600 mm anuais, intensificando-se entre os meses de setembro e novembro

Umidade relativa Variando a mínima de 40% a 50% em agosto e a máxima de 70% a 80% em abril

nsolação A insolação média anual está entre 2.700 e 3.000 horas, sendo mais acentuada de julho a setembro

TemperaturaMédia das máximas de 30 ºC, chegando a 36 ºC em setembro/outubro; média das médias de 24 ºC, média das mínimas de 21 ºC, chegando a 18 ºC em junho/julho

Clima Tropical chuvoso quente e úmido; tropical úmido; tropical seco; e semi-árido e quente

Água subterrânea

Os principais aqüíferos são: Cabeças, com potencial variando de médio a forte e muito forte e com boas qualidades químicas, principalmente de Barras a Capitão de Campos; de norte de Piripiri, pelos rios Piracuruca, Matos, Jenipapo e Longá, até a lagoa Grande de Buriti dos Lopes. O Poti, ao longo do vale do Parnaíba, de Miguel Alves-PI a Santa Quitéria-MA, com potencial hídrico de médio a forte e de boa qualidade química, e o Piauí, com condições mais favoráveis ao longo do vale do Parnaíba, de Amarante-PI a Duque Bacelar-MA, passando por Teresina, com potencial fraco e de médio a forte e de boa qualidade química

Principais rios e lagoas e

barragens

Grande potencial de águas superficiais. Principais rios: Parnaíba, Poti, Buriti, Jenipapo, Longá, Corrente, Piracuruca, Munim, Acaraú, Berlenga, Canindé, Itapecuru, Riachão, Macambira, Maratoan, São Domingos, dos Matos e Capivara. Inúmeras e grandes lagoas, tais como: do Bacuri (MA) e do Cajueiro (PI). Grandes barragens: Piracuruca, Corredores, Caldeirão, Joana, Beneditinos e Bezerros, no Piauí; Barra Velha, Carão, Carnaubal, Flor do Campo, Farias de Souza, Jaburu I, Jaburu II, Realejo e Sucesso, no Ceará

Unidades de Conservação

• Parques Nacionais de Sete Cidades (PI) e de Ubajara (CE)

• APA da Serra da Ibiapaba (PI/CE)

• Floresta Nacional de Palmares (Altos-PI)

• RPPNs do Boqueirão dos Frades (Altos-PI), Marvão (Castelo do Piauí-PI), Serra das Almas (Crateús-

CE) e Santa Maria de Tapuã (Teresina-PI)

• Parque Ecológico Cachoeira do Urubu (estadual – Esperantina e Batalha-PI)

• Parque Zoobotânico (Teresina-PI)

• Parque Municipal da Floresta Fóssil do rio Poti (Teresina–PI)

• Parque Ecológico Recanto dos Palmeirais16 (municipal-Mons. Gil-PI)

Fonte: CPRM/MME; EMBRAPA; IBGE; IBAMA; INMET; ZANE/EMBRAPA; PLANAP

16 Unidade de Conservação não contemplada na classificação do SNUC.

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2.3. Macrorregião do Semi-Árido

Cobertura vegetalPredominância de vegetação tipo caatinga arbórea e caatinga arbustiva. Apresenta também campo cerrado e parque cerrado com manchas de cerradão e de floresta secundária latifoliada nas partes oeste e norte da macrorregião

RelevoPlano, suave ondulado a ondulado. Apresenta algumas regiões com elevações como nas proximidades da chapada do Araripe, da serra da Capivara e da serra das Confusões. Altitude variando de 115 m em Prata do Piauí, a 740 m em Dirceu Arcoverde

GeossistemasCuesta da Serra Grande, tabuleiros do Parnaíba, tabuleiros do Canindé, chapada do Araripe, depressão de São Raimundo Nonato e Cuesta Bom Jesus da Gurguéia

GeologiaPredominam as formações: Cabeças, Salgueiro, Pimenteiras e Caraíbas, além do Grupo Serra Grande, com formação Jaicós. Há ocorrência também, em áreas menores, das formações: Sardinha, Longá, Poti, Piauí, Sambaíba e Corda, além dos grupos Brejo Seco e Trindade e de coberturas detríticas

Precipitação Variando de 600 mm a 900 mm anuais, com maior concentração entre os meses de fevereiro a março

Evaporação Está entre 2.400 mm e 3.200 mm anuais, intensificando-se entre os meses de agosto e outubro

Umidade relativa Variando a mínima de 30% a 40% entre setembro e outubro e a máxima de 50% a 60% entre março e maio

Insolação A insolação média anual está entre 2.700 e 3.000 horas, sendo mais acentuada de julho a setembro

TemperaturaMédia das máximas de 30 ºC, chegando a 33 ºC de setembro a novembro; média das médias de 24 ºC, média das mínimas de 21 ºC, chegando a 18 ºC entre junho e julho

ClimaClima muito quente e semi-árido e quente e semi-árido, com 6 a 8 meses secos; temperatura média maior que 18 ºC durante todos os meses do ano

Água subterrânea

Na região das sub-bacias dos rios Piauí e Canindé existe um sistema intergranular composto dos aqüíferos Serra Grande, Pimenteiras, Cabeças, Longá, Piauí e Poti, com áreas de potencial hídrico médio na região de Picos, vale dos rios Guaribas e Canindé e afluentes. O aqüífero Cabeças na região de São João do Piauí apresenta potencial de médio para forte a muito forte. No vale do rio Sambito, o potencial hídrico é de médio a forte, com manchas de áreas de potencial forte a muito forte. Na faixa oriental da macrorregião, desde Pimenteiras, ao norte, até Guaribas, ao sul, existem solos de rochas cristalinas de potencial aqüífero muito fraco

Principais rios e barragens

Com poucas exceções na porção norte da macrorregião (Sambito e alguns afluentes), a grande maioria dos rios é intermitente. Os principais são: Poti, Sambito, Canindé, Piauí, Itaim, São Vicente, Coroatá, São Nicolau, Corrente, Riachão e Simões. A maior disponibilidade hídrica está nas inúmeras barragens, sendo as principais: Jenipapo, Petrônio Portela, Salinas, Ingazeiras, Pedra Redonda, Poço Marruá, Estreito, Barreiras, Cajazeiras, Bocaina e Mesa de Pedra

Unidades de Conservação

• PARNA da Serra da Capivara

• PARNA da Serra das Confusões

• APAs da Chapada do Araripe e da Ingazeira

• Corredor ecológico entre os PARNAs da Serra da Capivara e da Serra das Confusões

Fonte: CPRM/MME; EMBRAPA; IBGE; INMET; ZANE/EMBRAPA; IBAMA

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2.4. Macrorregião do Cerrado

Cobertura vegetalPredominância de vegetação tipo campo cerrado e parque cerrado, apresentando também áreas de cerradão, além de caatinga arbórea e arbustiva, estas principalmente nos AGs 20 e 21; e áreas de transição cerrado/caatinga, floresta caducifólia/cerrado, floresta subcaducifólia/caatinga

RelevoGrande parte da região com relevo formado por chapadões planos, com áreas de relevo suave ondulado a ondulado, com escarpas em suas bordas. Apresenta também os grandes vales dos rios Balsas, Gurguéia e Uruçuí–Preto. A altitude varia de 108 m, em Barão de Grajaú-MA, a 800 m, no extremo sul do Piauí

GeossistemasChapada do Alto Parnaíba, chapada da Mangabeira, vãos do Alto Parnaíba, cabeceira do Parnaíba, tabuleiros de Balsas, vale do Gurguéia, Cuesta Bom Jesus da Gurguéia, cabeceiras do Gurguéia e tabuleiros do Parnaíba

Geologia

Predominam as formações: Piauí, Pedra de Fogo, Poti e Cabeças, além de coberturas detríticas de planalto. Há ocorrência também, em pequenas áreas, dos Grupos Serra Grande e Rio Preto, das formações Corda e Pastos Bons, Sardinha, Longá, Pimenteiras, Urucaia, Motuca e Sambaíba, além dos complexos ortognássico e metamórfico-migmático indiviso e também de aluviões pleistocênicos

Precipitação Variando de 900 mm a 1.200 mm anuais, com maior concentração entre os meses de dezembro e março

Evaporação Está entre 1.600 mm a 2.000 mm anuais, intensificando-se entre os meses de agosto e outubro

Umidade relativa Variando a mínima de 30% a 40% em setembro e a máxima de 60% a 80% em março

Insolação A insolação média anual está entre 2.700 e 3.000 horas, sendo mais acentuada de julho a setembro

TemperaturaMédia das máximas de 30 ºC, chegando a 36 ºC em setembro; média das médias de 24 ºC, média das mínimas de 18 ºC, chegando a 12 ºC em junho no extremo sul do Piauí

Clima Clima tropical úmido e tropical seco

Água subterrânea

Os principais aqüíferos, por área aflorante e melhores condições de exploração, na região são: Cabeças, Serra Grande e Poti. No extremo sul e no sudeste da região dos cerrados há ocorrência de rochas cristalinas com potencial hídrico fraco a muito fraco. Nas proximidades dos vales dos rios Gurguéia, Parnaíba, Uruçuí–Preto e Balsas existem áreas com potenciais hídricos de fraco a médio e de forte a muito forte, principalmente no vale do Gurguéia, e de boa qualidade para consumo humano e animal. Existência de vários poços jorrantes

Principais rios e lagoasGrande potencial de águas superficiais. Principais rios: Parnaíba, Balsas, Itapecuru, Uruçuí–Preto, Uruçuí–Vermelho, Corrente, Curimatá, Gurguéia, Piauí, Itaueira e Canindé. Lagos das barragens de Boa Esperança, Poços e Algodões 2, além da lagoa de Parnaguá

Unidades de conservação

• Parques Nacionais da Serra da Capivara (Canto do Buriti-PI), da Serra das Confusões (Cristino Castro-

PI) e das Nascentes do Rio Parnaíba (MA-PI)

• Estação Ecológica Uruçuí–Una (Baixa Grande do Ribeiro-PI)

• RPPN Fazenda Boqueirão (Canavieira-PI)

• APAs da Serra da Tabatinga (nacional – Alto Parnaíba-MA); da Serra das Mangabeiras (estadual

– Barreiras-PI), do Rangel (estadual – Curimatá-PI), da Serra Gado Bravo (municipal – Curimatá-PI); e

da Lagoa de Nazaré (municipal – Nazaré do Piauí-PI)

• Zona de Proteção Ambiental da Vila da Manga17 (municipal – Floriano-PI)

Fonte: CPRM/MME; EMBRAPA; IBGE; IBAMA; INMET; ZANE/EMBRAPA; MZEE dos Cerrados/PLANAP

17 Unidade de Conservação não contemplada na classificação do SNUC.

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3. Características socioeconômicas

3. 1. Aspectos demográficos

A Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba possui uma população residente de 4.306.110 habitantes (IBGE 2000), majoritariamente urbana, com exceção apenas para a Macrorregião do Semi-Árido, que, em 2000, ainda apresentava uma população rural superior à po-pulação urbana.

A densidade demográfica média na Bacia do Rio Parnaíba corresponde 10,35 hab./km² e tem configuração bastante diferenciada apresentando áreas de expressiva densidade, como no Litoral, com 30,48 hab./km², e no Meio-Nor-te, com 25,96 hab./km², contrastando com áreas de baixa densidade demográfica do Semi-Árido, 5,15 hab./km², e dos Cerrados, com 3,60 hab./km². (Quadro 16.)

Quadro 16. Área, população e taxa de crescimento por macrorregião

Macrorregião Nº de

municípios

Área km² População – 2000 Densidade

demográfica

hab./kmTotal % Nº de hab. % do total Distribuição

Urbana Rural

Litoral 15 12.112,70 2,91 369.227 8,57 58,22 41,78 30,48

Meio-Norte 103 102.161,23 24,56 2.651.916 61,59 64,98 35,02 25,96

Semi-Árido 88 129.055,12 31,03 664.037 15,42 44,55 55,45 5,15

Cerrados 72 172.608,81 41,50 620.930 14,42 57,93 42,07 3,60

Bacia 278 415.937,86 100,00 4.306.110 100,00 59,23 39,77 10,35

Fonte: IBGE/2000

A taxa média de crescimento para o conjunto da bacia no período 1991-2000 é de 10,61%, tendo o maior índice na Macrorregião do Meio-Norte, com 11,74%, e o menor na do Semi-Árido, 7,44%. Comparando os dados censitários de 1991 e 2000, observa-se um processo de inversão do quadro populacional, com um crescimento expressivo da população urbana em relação à população rural no conjun-to da bacia. No caso dos Cerrados, o fenômeno, dentre ou-tros fatores, pode ser explicado pelo processo de ocupação da região por grandes áreas de cultivo de soja, o que gerou

a migração dos pequenos produtores para as cidades da re-gião. (Quadro 17.)

Como conseqüência do processo de urbanização, verifica-se um rápido crescimento populacional de cidades como Balsas, Ca-xias, Coelho Neto e Timon (MA), Bom Jesus, Uruçuí, Floriano, Picos, Teresina, Parnaíba/(PI), Crateús e Tianguá (CE), dentre outras. De modo geral, essas cidades crescem desordenadamen-te, desencadeando uma ampliação do processo de favelização, em curso nas grandes e nas médias cidades da bacia.

Quadro 17. Evolução populacional (1991-2000)

Espaço

ANO

1991 2000

Total Urbana % Rural % Total Urbana % Rural %

Litoral 331.447 161.539 48,74 169.908 51,26 369.227 214.949 58,22 154.278 41,78

Meio-Norte 2.373.248 1.347.680 56,79 1.025.568 43,21 2.651.916 1.723.154 64,98 928.762 35,02

Semi-Árido 618.055 197.688 31,99 420.367 68,01 664.037 295.832 44,55 368.205 55,45

Cerrados 570.144 254.114 44,57 316.030 55,43 620.930 359.721 57,93 261.209 42,07

Bacia 3.892.894 1.961.021 50,37 1.931.873 49,63 4.306.110 2.593.656 60,23 1.712.454 39,77

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3. 2. Aspectos econômicos e sociais

3.2.1.Distribuiçãodarenda

A Bacia do Parnaíba apresentou, em 2002, um PIB de 8,2 bilhões de reais, com a Macrorregião Meio-Norte concentrando 68% do PIB de toda a bacia. De modo geral, a dinâmica econômica das macrorregiões per-maneceu quase inalterada no período de 1999 a 2002.

O setor de serviços participa com o maior volume de recursos na composição do PIB. Em municípios como Floriano-PI e Balsas-MA, por exemplo, esse se-tor representa, respectivamente, 79,63% e 71,12% do total do PIB.

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Evolução do PIB: 1999 - 2002

Bacia

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Litoral Meio Norte Semi-Árido Cerrados

1999 2000 2001 2002

O valor adicionado pelos setores agropecuário e indus-trial é menos expressivo na composição da renda total. Esse contexto demonstra que há um potencial de cresci-mento a ser explorado, todavia carece de investimentos em infra-estrutura e no sistema produtivo.

Figura 14. Evolução do PIB no período de 1999 a 2002

A Bacia apresenta assimetrias em relação ao PIB e à renda per capita entre as macrorregiões e os municípios de maior porte. De um total de 278 municípios que integram a ba-cia, apenas dez concentram R$ 4.372.502.000 do total da renda, representando 52% deste total. O Quadro 18 de-monstra a concentração da dinâmica econômica na capital do Piauí, Teresina, e nas cidades de maior expressão.

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Quadro 18. Maiores PIBs da Bacia do Parnaíba

Município Macrorregião PIB a preço

corrente (R$)

% Bacia Município Macrorregião PIB a preço

corrente (R$)

% Bacia

Teresina-PI Meio-Norte 2.923.549.000 35 Picos-PI Semi-Árido 155.778.000 2

Parnaíba-PI Litoral 255.462.000 3 Crateús-CE Meio-Norte 140.192.000 2

Balsas-MA Cerrados 192.469.000 2 Tianguá-CE Meio-Norte 139.297.000 2

Caxias-MA Meio-Norte 188.484.000 2 Floriano-PI Cerrados 108.180.000 1

Timon-MA Meio-Norte 182.119.000 2 Piripiri-PI Meio-Norte 86.972.000 1

Fonte: IBGE/2002

Considerando as variações existentes, a bacia apre-senta um PIB per capita médio de R$1.927,00, com extremos nas Macrorregiões Litoral e Meio Norte (Quadro 19). Quando comparado com o PIB per ca-

pita da região Nordeste, de R$ 3.694,00, e com o nacional, de R$ 7.631,00, constata-se uma variação muito grande, fruto das marcantes desigualdades re-gionais no país.

A distribuição do PIB per capita na bacia também apresenta grande disparidade, com o máximo de

Quadro 19. PIB e PIB per capita (2002)

Espaço PIB (R$) % População % PIB per capita (R$)

Bacia 8.237.600.000 100 4.275.358 100 1.927,00

Litoral 538.304.000 6,6 382.525 8,9 1.407,00

Meio-Norte 5.603.401.000 68,0 2.632.389 61,6 2.129,00

Semi-Árido 1.040.452.000 12,6 676.716 15,8 1.538,00

Cerrados 1.055.443.000 12,8 583.729 13,7 1.808,00

Fonte: IBGE/2005

R$8.498,00 e o mínimo de R$617,00, como mostra o Quadro 20.

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Quadro 20. Maiores e menores PIBs per capita na bacia em 2002

Dez maiores PIBs per capita Dez maiores PIBs per capita

Município Macrorregião PIB per capita (R$) Município Macrorregião PIB per capita (R$)

Tasso Fragoso-MA Cerrados 8.498,00 Tutóia-MA Litoral 617,00

Fronteiras-PI Semi-Árido 7.455,00 Santa Quitéria-MA Meio-Norte 685,00

Guadalupe-PI Cerrados 5.880,00 Duque Bacelar-MA Meio-Norte 828,00

Teresina-PI Meio-Norte 3.903,00 Água Doce do Maranhão-MA Litoral 845,00

S. Raimundo das

Mangabeiras-MACerrados 3.645,00 Guaribas PI Semi-Árido 862,00

Lagoa do Piauí-PI Meio-Norte 3.344,00 Parnarama-MA Meio-Norte 878,00

Balsas-MA Cerrados 2.939,00 São Bernardo-MA Meio-Norte 901,00

Miguel Leão-PI Meio-Norte 2.680,00 São Francisco do Maranhão-MA Meio-Norte 952,00

Ribeiro Gonçalves-PI Cerrados 2.319,00 Várzea Branca-PI Semi-Árido 963,00

Tianguá-CE Meio-Norte 2.242,00 Pastos Bons-MA Cerrados 964,00

Fonte: IBGE/2005

3.2.2.Receitasmunicipais

Em 2004, o ISS e o IPTU, duas das principais fontes das receitas municipais, correspondiam a menos de 4% da re-ceita total dos municípios; os quase 96% restantes, portan-

to, eram procedentes das transferências governamentais18 constitucionais, sendo somente o FPM responsável por mais da metade da receita total dos municípios.

Figura 15. Receitas municipais e transferências constitucionais

18 Fontes: Secretaria do Tesouro Nacional-2004, Secretaria da Fazenda-PI-2004, Confederação Nacional dos Municípios-2004. As outras receitas apresentadas no gráfico são: ITR, FEX, CIDE, IOF e LC87/96.

FPM ISS FUNDEF

Receitas municipais (Transf. Constitucionais) 2004

IPTU

51,1%

2,4%

32,6%

0,9%1,1%

11,9%

ICMS OUTRAS

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3.3. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O IDH médio da Bacia do Parnaíba, em 2000, si-tuou-se em torno de aproximadamente 0,597, con-tudo, ao se particularizar o indicador renda, essa

média cai para 0,498, conforme Quadro 21 o que indica o elevado nível de pobreza da população lo-cal no período.

Quadro 21. IDH das macrorregiões e das principais cidades da bacia

Macrorregião

IDH Indicador renda

IDH*

Maior es

índices

Menores

índices

IDH*

Renda

Maiores

índices

Menores

índices

Município índice Município índice Município índice Município índice

Litoral 0,542 Parnaíba 0,674 Araioses 0,486 0,464 Parnaíba 0,683 Araioses 0,326

Meio-Norte 0,655 Teresina 0,766 Santana 0,488 0,548 Teresina 0,695 Milton Brandão 0,375

Semi-Árido 0,581 Picos 0,703 Betânia 0,497 0,488 Picos 0,636 Betânia 0,369

Cerrados 0, 610 Floriano 0,711 Ribeira-Pi 0,530 0,490 Balsas 0,640 S.Miguel do Fidalgo

0,398

Bacia 0,597 - - - - 0,498 - - - -

* Médias dos IDHs dos municípios de cada macrorregião.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano. 2000, IBGE

Segundo critério adotado pela ONU, a maioria dos municí-pios da bacia, cerca de 97,5%, classifica-se como de médio desenvolvimento humano, com índice variando de 0,500 a 0,766. Apenas sete municípios são considerados de baixo desenvolvimento humano, com índice inferior a 0,500.

A partir de 2003 foram implantados no Brasil programas de assistência social no âmbito da segurança alimentar, da saúde e da educação básica, que implicam transferências de renda do governo federal para as famílias carentes dos municípios, a exemplo do Bolsa Família, visando à ele-vação do IDH. Na bacia, segundo o MDS, esses recursos correspondem a cerca de R$ 34 milhões mensais19, con-templando 337,5 mil famílias, cerca de 72% das famílias pobres da área.

3.4. Educação

A educação na bacia, segundo o IBGE 2000, apresen-ta indicadores básicos de escolaridade preocupantes. O percentual da taxa de analfabetismo chega a 38%, acima da média nordestina, que é de 26,2%. Ao mesmo tem-po, registra que cerca de 63% da população com 15 anos

ou mais possui menos de 4 anos de estudo, e menos de 1% da população de 18 a 24 anos tem acesso ao ensino superior.

No período intercensitário, houve avanços nas políticas de educação básica, com redução de índices como o do analfa-betismo em todas as regiões brasileiras20, inclusive na área da bacia, onde foi apurado aumento da matrícula escolar. Um exemplo é o Piauí, que em 2004 apresentou aumento de cerca de 67,19% no número de matrículas no ensino médio em relação a 2000, conforme dados da SEDUC/UPLAN/2004.

Segundo os atores sociais participantes do processo de ela-boração do PLANAP, apesar da melhoria do ensino, per-manece precário o transporte escolar e o sistema multis-seriado na zona rural da bacia. Há uma grande demanda por projetos pedagógicos contextualizados e por cursos profissionalizantes voltados para as vocações produtivas lo-cais e para a formação de capital humano, com geração de competências locais.

No que se refere à alimentação escolar, ainda há um grande descompasso entre as políticas públicas e as estratégias de aproveitamento da base produtiva local, o que acarreta a

19 Valor referente a agosto de 2004.20 Região Nordeste: 20,60%; Norte: 11,70%; Centro-Oeste: 8,30%; Sudeste: 6,10% e Sul: 5,70%, segundo a PNAD/IBGE-2004.

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não-utilização na alimentação escolar dos produtos regio-nais, desconsiderando a cultura alimentar dos municípios da região.

Quanto ao ensino de terceiro grau, a bacia conta atualmen-te, com universidades, federais estaduais e particulares, proporcionando formação em ciências da saúde, da edu-cação, tecnologia, agrárias, ciências humanas e letras. O maior atendimento é proporcionado pelo Estado do Piauí, particularmente em Teresina.

As instituições que mais se destacam são: a UESPI, pre-sente em todos os territórios da bacia, por meio de cam-pus em Teresina e em mais 16 outros municípios (Barras, Bom Jesus, Campo Maior, Corrente, Curimatá, Floriano, Fronteiras, Luzilândia, Oeiras, Parnaíba, Paulistana, Picos,

Piripiri, São Raimundo Nonato, Valença e União), e de nú-cleos universitários em 25 municípios do Piauí e 17 do Ma-ranhão, com oferta de cerca de 36 mil vagas/ano; a UFPI, com três campus (Teresina, Parnaíba e Picos); e a UEMA, com campus em Caxias e Balsas, no Maranhão.

3.5. Saúde

O acesso aos serviços de saúde, em relação ao número de pro-fissionais médicos residentes e de leitos existentes é bastante limitado, com índices abaixo das condições recomendadas pela Organização Mundial de Saúde/Ministério da Saúde, que con-sideram satisfatória a média de 1 médico e 2,5 a 3 leitos para cada grupo de mil habitantes. (Quadro 22)

Quadro 22. Aspectos da assistência hospitalar

Macrorregião Nº de médicos Res./

1.000 habitantes

nº leitos Nº de leitos/1.000

habitantes

Habitantes/

estabelecimento

Litoral 0,65 1.025 1,03 2.498

Meio-Norte 0,80 7.560 1,33 1.913

Semi-Árido 0,98 1.819 1,92 1.626

Cerrados 0,81 1.356 1,70 1.794

Bacia 0,86 11.760 1,62 1.829

Fonte: Ministério da Saúde/SIHSUS (Dados de 2000-2003)

A bacia apresenta um índice médio no que concerne à mor-talidade infantil, em torno de 56,87 óbitos por cada mil nascidos vivos, segundo dados do IBGE 2000, acima dos índices nordestino e brasileiro, de 43 e 28,7, respectiva-mente. Os piores índices da bacia são verificados no Aglo-merado 3, no Território dos Cocais, com 70,94‰, e no Aglomerado 1, no Território Planície Litorânea – 67,80%. Considerando as séries históricas, verifica-se uma gradativa redução dos índices de mortalidade infantil.

Na atenção básica, segundo os atores locais, ainda é insu-ficiente a quantidade de profissionais do PACS e do PSF, prevalecendo limitações como a indisciplina profissional quanto ao cumprimento de carga horária e baixa perma-

nência nos municípios, associadas à reprodução de práticas hegemônicas de medicalização nos cuidados à população.

3.6. Transporte

O sistema de transporte de passageiros e de cargas é formado por uma rede de rodovias e ferrovias que conduzem aos portos de Pecém e Mucuripe, no Ceará, e Itaqui, no Maranhão.

A malha rodoviária dos Estados do Piauí, Ceará e Maranhão é formada por cerca de 32,5 mil km de extensão, conforme mostra o Quadro 23.

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Quadro 23. Malha rodoviária dos Estados do Piauí, Ceará e Maranhão

Situação atual das

rodovias

Federal

(km)

Estadual

(km)

Estadual Transitória (km)

MA PI CE MA PI CE MA PI CE

Não pavi-mentadasda

Leito natural 0 54,3 41 0 2073 2758,9 0 0 0

Em obras de implantação 0 0 80,9 232 0 84 0 0 0

Implantada 190 220,5 106,5 2966,9 5095 2243,4 56 478,9 94,2

Em obras de pavimentação 19,1 0 100,2 0 0 63,7 0 0 0

Pavimentadas

Subtotal 209,1 274,8 328,6 3198,9 7168 5.150 56 478,9 94,2

Pista Simples 3116,5 2178,5 2029,5 1969,9 1319 3494 260,5 399 596,2

Em obras de duplicação 0 0 12,3 26 0 49,4 0 0 0

Duplicadas 28,8 12,3 23,9 5 2,9 32,3 0 0 11

Subtotal 3145,3 2190,8 2065,7 2000,9 1321,9 3575,7 260,5 399 607,2

TOTAL 3.354,4 2.465,6 2.394,3 5.199,8 8.489,9 8.725,7 316,5 877,9 701,4

A rede ferroviária que atende à região integra a malha ferroviária do Nordeste, que tem como concessionária a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), totalizando 4.534 km de extensão, interligando os estados do Ma-ranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas. A malha nordeste apresenta pontos

de conexão com a estrada de ferro Carajás, em Itaqui-MA, e com a ferrovia Centro-Atlântica, em Própria-SE. Possui ainda pontos de interconexão com os portos de Itaqui-MA, Mucuripe-CE, Recife-PE, Natal-RN, Suape-PE e Cabedelo-PB.

3.7. Saneamento ambiental

• Água e esgoto No segmento água e esgoto, os dois componentes estraté-gicos para o conjunto da bacia são a melhoria dos índices de abastecimento de água e a expansão dos serviços de esgo-tamento sanitário, que são áreas nevrálgicas na maioria dos municípios e levam à inibição de investimentos, contribuin-do para a persistência de indicadores de saúde sofríveis.

Os sistemas de abastecimento de água e esgoto na área da bacia são geridos pelas empresas CAEMA-MA, AGESPISA-PI e CAGECE-CE. Nos Quadros 24 e 25 apresenta-se um panorama da situação atual dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário nos Estados do Piauí, Ce-ará e Maranhão.

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Quadro 24. Situação atual do sistema de abastecimento de água (Ceará, Maranhão e Piauí)

Estado Extensão da rede de

distribuição (Km)

Famílias beneficiadas

(unidades)

Nº de municípios

atendidos

% de cobertura no estado

Ceará 8.827 1.092.236(5,7 milhões de hab.)

149(233 localidades)

95,71

Maranhão 1

Piauí21 (1) 493.263 ligações (1) (1)

Fonte: CAGECE, AGESPISA, CAEMA

1 Dados não disponíveis.

A cobertura com instalações sanitárias na Bacia do Parnaíba é crítica nas quatro macrorregiões, tendo como procedimento

principal o esgotamento por fossas sépticas, com índice médio variando de 10% a 32%, conforme dados do IBGE 2000.

Quadro 25. Situação atual do sistema de esgotamento sanitário (Ceará, Maranhão e Piauí)

Estado Extensão da rede de

distribuição (km)

Famílias

beneficiadas

(unidades)

Nº de municípios

atendidos

% de cobertura no

estado

Índice de

tratamento de

esgoto (%)

Ceará 3.505 352.989(2 milhões de hab.)

41 36,47 100

Maranhão 1

Piauí1 387 493.263 ligações 04 (1) (1)

Fonte: CAGECE, AGESPISA, CAEMA

1 Dados não disponíveis.1 No Piauí, apenas a capital, Teresina (12% da população), e algumas áreas das cidades de Corrente, Oeiras e Picos possuem algum tipo de serviço de esgotamento sanitário.

Figura 16. Instalações sanitárias

21 No Piauí, apenas a capital, Teresina (12% da população), e algumas áreas das cidades de Corrente, Oeiras e Picos possuem algum tipo de serviço de esgotamento sanitário.

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Instalações Sanitárias / 2000

Litoral Meio Norte Semi-Árido Cerrados Bacia

52

43,8

24,2

32

58

26,6

15

51,5

26,6

22

51,33

28,85

19,75

38

10

Sem o serviço Rudimentar Séptica

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Os serviços de abastecimento de água estão concen-trados basicamente nas zonas urbanas, apresentando índices médios de atendimento de 29,12%. Na zona

rural, a situação é ainda mais crítica, com o abaste-cimento feito, principalmente, por açudes, riachos, poços e cisternas.

Os serviços de coleta de lixo praticamente inexistem na zona ru-ral. O atendimento à zona urbana é feito por coleta em veículos, na

maioria inadequados, e os resíduos são depositados a céu aberto, nas proximidades das cidades, sem nenhum tipo de tratamento.

Figura 17. Abastecimento de água

Figura 18. Serviço de coleta de lixo

0

18

36

54

72

90

Água Encanada - Zona Urbana

77,25

22,48

70,74

29,26

69,97

30,03

67,57

32,43

70,88

29,12

Sem o serviço com o serviço

0

50

100

Coleta de lixo - Zona Urbana/2000

Litoral Meio Norte Semi-Árido Cerrados Bacia

%

com o serviço sem o serviço

64,55

35,45 35,59

47,08

28,9536,99

64,4

52,92

71,0

63,0

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3.8. Energia elétrica

O sistema energético tem como principal unidade ge-radora a Hidrelétrica de Boa Esperança, maior usina da CHESF fora do circuito do rio São Francisco, construí-da no rio Parnaíba, no Piauí, que atende aos Estados do Piauí e do Ceará, além de municípios do Maranhão fron-teiriços ao Piauí; e a Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará,

que atende o Maranhão e integra o sistema Norte–Nor-deste (Quadro 26). O parque de geração de Boa Espe-rança é formado por quatro unidades geradoras, sendo duas unidades de 55.000 kW cada, e duas unidades de 63.650 kW cada, totalizando uma capacidade instalada de 237.300 kW.

O sistema de distribuição é administrado pelas empresas CE-PISA, no Piauí, COELCE, no Ceará, e CEMAR, no Maranhão.

As duas primeiras são concessionárias da CHESF, enquanto a CEMAR é concessionária da ELETRONORTE.

Quadro 26. Capacidade instalada de geração elétrica – MW

ESTADOHIDRO TERMO TOTAL

SP* APE* TOTAL SP APE TOTAL SP APE TOTAL

Maranhão 113 0 113 1 17 18 114 17 130

Piauí 113 0 113 52 0 52 165 0 165

Ceará 4 0 4 1.028 18 1.046 1.032 18 1.050

Fonte: Ministério de Minas e Energia (31.12.2004)

* SP – serviço público (inclui produtores independentes); APE – autoprodutor (não inclui usinas hidrelétricas em consórcio com concessionárias de serviço público).

Segundo dados da ELETROBRÁS, a Bacia do Atlântico Sul, onde se insere a Bacia do Parnaíba, possui um po-tencial hidrelétrico de 9.666 MW. Particularizando para os estados, tem-se que o potencial hidrelétrico do Piauí, do Ceará e do Maranhão é de 626, 50 e 5.149 MW, res-pectivamente.

Dentre as alternativas de ampliação da oferta de energia elétrica na região figura a implantação de Pequenas Cen-trais Hidrelétricas no Nordeste (PCHs). Dentre os rios com aptidão para esse aproveitamento, de acordo com in-

ventário hidrelétrico realizado em 15 rios do Nordeste pela CHESF, aparece o rio Poti, no Estado do Piauí.

A cobertura com serviços de energia elétrica ao longo da ba-cia, em 2000, teve um desempenho médio – 58,82% de aten-dimento domiciliar, com prevalência do sistema monofásico na zona rural. Os melhores desempenhos da bacia são credi-tados a Teresina, Parnaíba e Guadalupe, com cobertura acima de 90%, e os piores aos municípios de Caraúbas do Piauí, com 31,56%; Novo Santo Antônio, com 28,79%; Vila Nova do Piauí, com 35,79%; e Sebastião Barros, com 18,7%.

Quadro 27. Total de consumidores e consumo de energia elétrica – 2004

Estado Total de consumidores

(nºs absolutos)

Consumo de energia

MWh

Maranhão 1.161.283 2.593.190

Piauí 695.564 1.492.468

Ceará 2.227.668 6.141.000

Fonte: CEPISA-PI, CEMAR-MA, COELCE-CE

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Há ações governamentais para ampliação da oferta de ener-gia reduzindo a carência apontada pelo IBGE 2000. Com o programa Federal Luz para Todos, implantado em 2003, essas ações foram intensificadas, como por exemplo no Piauí, onde, segundo informações da CHESF, da CEPISA e do governo do estado, por meio do PCPR, foi atingida a marca de 36 mil ligações até 2005, o que corresponde a cerca de 24% da demanda local atual, prevista para 150 mil ligações até 2008.

Figura 19. Serviço de energia elétrica

3.9. Estrutura fundiária

Segundo Censo Agropecuário IBGE 1995, predominam os pequenos estabelecimentos, com área menor que 10 ha, conforme se observa na figura a seguir, representando 70,57% do total. Contudo, ao se considerar o tamanho da área total apropriada por cada grupo de estabelecimentos, essa relação se inverte, com 29,43% dos estabelecimentos concentrando a maior parte da área da bacia.

Figura 20. Distribuição dos estabelecimentos agrícolas segundo o tamanho da área

0

20

40

60

80

Energia Elétrica

com o serviço sem o serviço

62,3

37,6

67,2

32,7

52,247,7

60,0

39,9

58,8

41,1

0

50

100

Estabelecimentos segundo grupo de área - 1995

Menos de 10 ha Outros

83,95

16,05

79,8

20,2

59

40,9447,54 52,46

70,57

29,43

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Quanto à condição do produtor nas macrorregiões da Bacia, observa-se que cerca de 53% não possui terras, constituindo-se em arrendatários, parceiros

e ocupantes. Exceção apenas para o Semi-Árido, onde 76,6% dos produtores são proprietários das terras.

Dentre as estratégias para garantir a posse da terra aos tra-balhadores rurais na área da bacia, destacam-se o assenta-mento de famílias por intermédio do INCRA e dos institu-tos estaduais, com desapropriação de áreas improdutivas, compra de terra por meio do Crédito Fundiário e regula-

rização das terras ocupadas. Atualmente, existem na Bacia 766 assentamentos, contemplando em torno de 32.338 famílias (Quadro 28). A Macrorregião do Meio-Norte con-centra a maior parte dessas ações, 68,5% do total, absor-vendo cerca de 37% das famílias beneficiadas.

Figura 21. Condição do produtor

Quadro 28. Assentamentos da Bacia do Parnaíba

Assentamentos Distribuição por macrorregião

Discriminação Qtde. Nº de famílias Litoral Meio-Norte Semi-Árido Cerrados

FEDERAL

INCRA 312 17.411 15 219 33 44

CRÉDITO

FUNDIÁRIO

207 3.690 7 118 62 21

ESTADUAL

INTERMA 41 3.862 2 29 0 10

INTERPI 144 6.395 11 111 5 17

IDACE 62 980 0 48 0 0

TOTAL 766 32.338 35 525 100 92

Fonte: INCRA, PCPR, INTERMA, INTERPI, IDACE Out./2005

Condição do produtor – Bacia do Parnaíba

27%

47%

11%

15%

Arrendatário Parceiro Proprietário Ocupante

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ANEXO 2. CONTEXTO INSTITUCIONAL ESTRATÉGICO 5

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Pôr-do-sol no Rio Parnaíba-PI

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ne 1. Estados que compõem a bacia A Bacia do Parnaíba é formada por 278 municípios dos Estados do Ceará, do Maranhão e do Piauí. Para maior clareza da dimensão e da importância do contexto institucional e estraté-gico da bacia apresenta-se um breve perfil de cada estado componente.

1.1. Piauí

O Estado do Piauí é constituído por 223 municípios e dispõe de uma área total de 252.378,5 km², com cerca de 2.843.278 habitantes. Da área total do estado, 251.129,5 km² encon-tram-se inseridos na bacia, exceto o município de Cajueiro da Praia, que apesar dessa condi-ção será contemplado pelas ações do PLANAP. O Piauí representa 69,29% da área total da bacia, e a população corresponde a aproximadamente 66,03% do total. É o terceiro maior estado nordestino e o décimo estado brasileiro em área, respondendo por 2,9% do territó-rio nacional. Um quarto de sua população está concentrada em Teresina, capital do estado.

1.2. Maranhão

O Estado do Maranhão é composto por 217 municípios, conta com uma área total de 332 mil km² e com cerca de 5.642.960 habitantes. Dessa totalidade, 36 municípios compõem a Bacia do Parnaíba, com uma área de 88.173,57 km², representando 24,33% da área total da bacia. Uma população de aproximadamente 849.132 habitantes está inserida na bacia, cor-respondendo a 19,75% de sua população total. Está localizado entre a Amazônia e o Nor-deste, apresentando vários padrões climáticos tropicais, mas com diferentes quantidades de precipitações pluviométricas e coberturas vegetais variadas: florestas amazônicas na região noroeste; cerrado nas regiões centro e sul; zonas semi-áridas no nordeste do estado.

No ano de 2002, o Maranhão possuía um PIB estimado em R$ 11,420 bilhões. O principal setor da economia maranhense é o de serviços, responsável por 56,7% do Produto Interno Bruto estadual. Em seguida, está a indústria, com 25,2%. A agropecuária, por sua vez, re-presenta algo em torno de 17,1% do PIB.

1.3. Ceará

O Estado do Ceará é formado por 184 municípios que abrangem uma área total de 148,8 mil km², com cerca de 7.418.476 habitantes. Dessa totalidade, 20 municípios estão na Bacia do Parnaíba, ocupando uma área de 23.126,92 km², o que representa 6,38% da área total da bacia. Uma população de aproximadamente 613.700 habitantes vive na área da bacia, representando 14,25% de sua população total.

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O Ceará é considerado a 14ª maior economia do Brasil, com um PIB, no ano de 2004, estimado em US$ 9,1 bilhões, tendo experimentado um crescimento de 4,4% em relação a 2003. O principal setor da economia cea-rense é o de serviços, responsável por 53,3% do Produ-to Interno Bruto estadual. Em seguida, está a indústria, com 41,1%. A agropecuária, por sua vez, representa algo em torno de 6% do PIB.

Áreas Atuação

Assistência técnica e pesquisa

No que se refere à assistência técnica e à pesquisa, a Bacia do Parnaíba conta com instituições como a EMBRAPA Meio-Norte, que atua na geração e na difusão de tecnologia, sendo o órgão de suporte das atividades produtivas mais relevantes da baciaA EMATER no Piauí, a EMATERCE no Ceará e a Casa da Agricultura no Maranhão, compõem a estrutura de assistência técnica mais atuante junto aos produtoresO MDA atua nos três estados com projeto de Desenvolvimento Territorial e por intermédio de convênio com ONGs presta assistência técnica nos territórios beneficiados com o programa (cerca de seis territórios em cada estado)

Investimentos em infra-

estrutura

Os investimentos em infra-estrutura acontecem por meio de dos recursos oriundos da União, do estado e das emendas parlamentares. Dentre as instituições que atuam nesta área destacam-se: DNIT, DER, CODEVASF, CHESF, PCPR, FUNASA, CPRM, as empresas estaduais de energia elétrica e abastecimento de água e as secretarias de infra-estrutura dos estados

Investimentos produtivos

As atividades produtivas são desenvolvidas na Bacia do Parnaíba por meio das iniciativas privadas e públicas. Dentre as instituições públicas que atuam na região destacam-se o Ministério do Desenvolvimento Agrário, no apoio a projetos produtivos e de infra-estrutura produtiva vinculados à agricultura familiar, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério da Agricultura, o Ministério do Turismo, entre outros

Recursos hídricos

A Agência Nacional de Águas, por meio do PRÓ-ÁGUA,atua na regularização do abastecimento de água, com ampliação do sistema e construção de adutoras; o Ministério do Meio Ambiente e as secretarias de meio ambiente e recursos hídricos dos três estados gerenciam os recursos disponíveis e promovem a capacitação da população para o uso racional da água

Assistência social

Os serviços sociais são desenvolvidos pelos estados por intermédio de suas secretarias de ação social, e que atuam no sentido de executar políticas próprias e implementar projetos do governo federal. Destacam-se do Bolsa Família. Fome Zero, programas de assistência à mulher, ao adolescente e ao idoso, os programas de prevenção ao uso de drogas e doenças sexualmente transmissíveis e as ações com portadores de necessidades especiais, entre outros

Educação e capacitação

Os municípios da bacia contam com os programas do Ministério da Educação como base do processo de formação da população. O ensino fundamental está cerca de 80% municipalizado. A merenda também é de responsabilidade do município, bem como o processo de formação e qualificação dos professores.Além das estruturas governamentais como universidades e centros de pesquisa, a região conta com ONGs que atuam na área de educação, principalmente em capacitação, tanto pedagógica como técnica

2. Instituições que atuam na Bacia do ParnaíbaNa bacia atuam instituições governamentais e não governa-mentais que desenvolvem ações em diversas dimensões: eco-nômica, sociocultural, ambiental e político-institucional, com objetivos diversos, que vão de apoio e assessoria às comuni-dades até atuações de abrangência regional. Essas organiza-ções deverão compor o arranjo institucional necessário para a implementação e a consolidação do PLANAP, contribuindo com o processo de desenvolvimento ao propor, acompanhar e, quando possível, executando ações de políticas públicas.

2.1.OrganizaçõesgovernamentaisqueatuamnaBaciadoparnaíba

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2.2. Perfil das organizações da sociedade civil que atuam na Bacia do Parnaíba

Organizações Atuação

Organizações sindicais

As Fetags dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e outras organizações de representação dos trabalhadores rurais apresentam níveis diferenciados de atuação nas políticas agrária, agrícola e social. Em razão de sua presença em todos os municípios da bacia desempenham um papel importante na representação e na mobilização da categoriaOs sindicatos rurais atuam, quase restritamente, na área da previdência social, viabilizando aposentadorias para os produtores ruraisOs sindicatos de outros segmentos organizados, como sindicato patronal, dos comerciários, dos trabalhadores na educação, também desempenham papéis importantes nos processos de organização da bacia

Associações

As associações de pequenos produtores têm uma forte presença no território, com uma quantidade considerável atuando no meio rural, cujo principal esforço é acessar projetos de caráter produtivoEm sua maioria, apresentam fragilidade na organização e nos processos de gestão da entidade e dos projetos sob sua responsabilidadeOutras associações encontradas são aquelas formadas por grupos de interesse em torno de uma atividade econômica, como bovinocultura, soja, apicultura, ovinocaprinocultura, como as associações APICOV e FEAPIAs organizações associativas que atuam na área urbana com o objetivo de melhoria das condições de moradia das populações periféricas e de geração de trabalho e renda, a exemplo da FAMCC, são fundamentais no contexto organizacional da bacia. As associações que atuam no âmbito ambiental também assumem papel relevante na interface com outras atividades, a exemplo da Associação Caatinga

CooperativasAs cooperativas de diversos ramos estão presentes em toda a bacia, desempenhando papel relevante no desenvolvimento de atividades econômicas e socioculturais, com predominância de cooperativas agropecuária e de trabalho

ONGs

As ONGs que atuam na bacia prestam serviços nas áreas de capacitação, microcrédito, elaboração e implantação de projetos, assistência técnica, com recursos oriundos de programas e projetos governamentais e da cooperação internacional, a exemplo de CEPES, CEPAC, CEFAS, CAMP, Obra Kolping e Visão Mundial

Serviços sociais autônomos

– Organizações do Sistema “S”

(SESI, SESC, SENAI, SENAR,

SENAC, SENAT, SEST, SEBRAE)

Os serviços sociais autônomos representados pelo sistema “S”, atuam na formação profissional, na educação para o trabalho e na prestação de serviços sociais. Destes, o SEBRAE destaca-se como um grande fomentador das iniciativas empreendedoras na bacia, a exemplo do artesanato, da apicultura e da ovinocaprinocultura

Cooperação intermunicipal

Identificam-se na bacia experiências de cooperação intermunicipal, a exemplo do Consórcio Intermunicipal de Produção e Abastecimento, que congrega um conjunto de municípios no Estado do Maranhão (CINPRA/COCAIS), a associação de prefeituras no Estado do Ceará e a iniciativa recente de constituição de uma organização de prefeituras no entorno de Teresina, o CODETUR, na região dos Cocais e da Planície Litorânea, e o CONISAPI, no vale do rio Guaribas

Organizações empresariais

Vale ressaltar a importância das organizações do segmento empresarial, presente na bacia na agropecuária, no extrativismo mineral e vegetal, nos serviços e na indústria, gerando postos de trabalho e disseminando culturas empreendedoras, relevantes para a dinamização socioeconômica da Bacia do Parnaíba, como as CDLS, as associações comerciais e as câmaras setoriais

2.3. Perfil produtivo regional

O setor terciário registra a maior contribuição, para a for-mação do Produto Interno Bruto (PIB), com participação variando de 53,3%, 56,7% e 60,1%, respectivamente, nos Estados do Ceará, do Maranhão e do Piauí. O segundo maior é o setor industrial, destacando-se o Ceará, regis-

trando 41,1% do PIB estadual; o Piauí e o Maranhão; re-presentam 27,3% e 25,2% respectivamente. O setor pri-mário, mesmo contribuindo em grande parte com a pauta de exportação, participa com 17,1% no Maranhão, 12,6% no Piauí e 6,0% no Ceará.

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2.3.1.Comércioeserviçoseindústria

Apesar de o segmento empresarial da indústria, do co-mércio e de serviços registrar um processo de cresci-mento nos últimos anos, a Bacia do Parnaíba ainda apre-senta fragilidade ante o contexto regional, contendo apenas 7,77% das unidades empresariais nordestinas,

absorvendo 5,97% do pessoal ocupado. A maioria das empresas está concentrada no entorno da capital do Piauí (Teresina-PI) Timon-MA e Caxias-MA, partici-pando com 32,88% do total das unidades empresariais existentes. (Quadro 29)

Quadro 29. Distribuição das unidades empresariais – 2003

Localização Nº de unidades locais N° de pessoas ocupado

PIAUÍ 47.012 290.500

CEARÁ (20 municípios) 11.403 22.429

MARANHÃO (36 municípios) 8.028 41.527

BACIA 66.443 354.456

NORDESTE 855.239 5.932.454

% Bacia/Nordeste 7,77 5,97

Fonte: IBGE/Cadastro Central de Empresas 2003

Ao analisar a participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto a preço básico, em 2002, verifica-se que a indústria de transformação participa com 17,7% no Ceará, 12,9% no Piauí e 16,6% no Maranhão. O setor de confecções vem ampliando sua participação, destinan-do parcela significativa de sua produção para o mercado externo. No setor de serviços, sobressaem os segmentos da administração pública, com participação de 32,4% no Piauí, 23,2% no Maranhão e 21,3% no Ceará. Os serviços de turismo têm crescido em todos os estados, e os de saúde têm Teresina como centro de referência regional.

O comércio externo vem ganhando cada vez mais des-taque para os estados. Considerando os dez primeiros produtos da pauta de exportação tem-se o predomínio de produtos oriundos do setor primário no Piauí e no Ceará (castanha de caju, ceras vegetais e grãos de soja) e no Maranhão produtos de origem mineral (ferro, alu-mínio).

No Quadro 30 apresentam-se os principais produtos da carteira de exportação dos Estados do Piauí, do Ceará e do Maranhão no ano de 2004.

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Muito embora o agronegócio seja o grande responsável pela pauta de exportações do Piauí e do Ceará, um fator importante é que a carteira das exportações é formada não só de commodities, mas em sua maioria de produtos benefi-ciados com agregação de valor.

2.3.2.Agropecuária

• Agricultura Dentre as atividades agrícolas existentes na Bacia do Rio Parnaíba, destacam-se os cultivos de milho, feijão, man-dioca e arroz (em parte), vinculados a uma agricultura de subsistência, e os cultivos comerciais de caju, soja, arroz, algodão, milho e cana-de-açúcar, que se vêm expandindo e consolidando em diversas macrorregiões da bacia.

Quadro 30. Principais produtos exportados

Pauta de exportação Piauí Ceará Maranhão

Soja 28,04 - 15,36

Castanha de caju 15,64 16,54 -

Ceras vegetais 15,32 1,60 -

Minérios (ferro e alumínio) - - 81,87

Confecções 6,33 6,61 -

Couros e peles 2,94 10,36 -

Calçados de couro/borracha - 15,34 -

Lagosta - 4,67 -

Camarões 5,99 7,59 -

Mel 4,53 - -

Melões frescos - 1,95 -

Madeira - - 0,81

Total 78,79 64,66 98,04

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, SECEX/2004

Arroz em casca

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Quadro 31. Valor da produção agrícola dos principais produtos

Culturas Valor

(R$ 1.000,00)

% Culturas Valor

(R$ 1.000,00)

%

Soja 233.101 33,16 Banana 24.930 3,55

Arroz 95.037 13,52 Castanha de caju 13.286 1,90

Milho 90.572 12,88 Melancia 8.514 1,21

Cana-de-açúcar 66.615 9,47 Maracujá 8.703 1,24

Feijão 59.537 8,47 Manga 6.452 0,92

Mandioca 38.053 5,41 Laranja 6.284 0,89

Tomate 33.725 4,80 Coco-da-bahia 3.810 0,54

Algodão 5.787 0,82 Mamão 3.324 0,47

Outros 5.306 0,75

Total 703.036 100,00

Fonte: IBGE 2002

No Maranhão e no Piauí, a região dos cerrados, em espe-cial os Territórios Tabuleiros do Alto Parnaíba e Chapada das Mangabeiras, tem sido alvo de ocupação de maneira crescente nos últimos anos pela agricultura mecanizada, al-tamente tecnificada, com a monocultura da soja e culturas vinculadas ao seu processo de expansão (arroz e milho).

A expansão da produção de cana-de-açúcar encontra-se vinculada ao processo de industrialização verificado nos Territórios de Cocais e Entre Rios (Meio-Norte) e Tabu-leiros do Alto Parnaíba (Cerrados). A produção de hor-taliças, legumes e frutas concentra-se na Macrorregião do Meio-Norte, no Território de Cocais, que abastece o comércio de grandes centros regionais, como Teresina e Fortaleza.

A agricultura irrigada resume-se nas experiências em fa-zendas particulares nos cerrados e nos projetos do DNOCS – Tabuleiros Litorâneos nos municípios de Parnaíba e Buriti dos Lopes, Platô de Guadalupe (em processo de revitali-zação) em Guadalupe e Caldeirão, em Piripiri-PI. Atual-mente, a CODEVASF vem desenvolvendo experiências nos municípios de São João do Piauí, Santa Rosa e Colônia do

Gurguéia na perspectiva de diversificação da produção re-gional com a introdução de novas alternativas produtivas (frutas, oliveira).

• Pecuária Dentre todas as atividades pecuárias praticadas até então, a ovinocaprinocultura, a apicultura e a aqüicultura são as que vêm assumindo maior importância socioeconômica no contexto da bacia, com investimentos do poder público e da iniciativa privada para a estruturação dos Arranjos Pro-dutivos Locais (APLs).

A bacia apresenta grande potencial de desenvolvimento desses segmentos, todavia requer que sejam superados os desafios de mobilizar, organizar e capacitar os empreende-dores para gerenciamento dos negócios e, principalmente, de ampliar a oferta de tecnologia, recursos e suporte ne-cessários para impulsionar o crescimento e a sustentabilida-de dos empreendimentos.

O Quadro 32 apresenta os principais rebanhos e o volume de produção de leite e mel, verificada na bacia em 2002.

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Quadro 32. Quantitativo dos principais rebanhos e produção de leite e mel

Macrorregião

Nº de cabeças Leite de

vaca

Mel de

abelha

Bovino Ovino Caprino Mil litros kg

Planície Litorânea 121.170 57.200 68.046 15.088 11.445

Meio-Norte 961.069 742.763 830.626 58.192 304.294

Cocais 346.650 151.424 311.821 16.300 216.017

Carnaubais 343.270 440.553 315.376 31.584 50.819

Entre Rios 271.149 150.786 203.429 10.308 37.458

Semi-Árido 575.121 776.447 628.288 22.449 1.703.213

Sambito 118.355 83.260 98.818 3.773 144.761

Guaribas 228.540 333.773 156.484 9.252 1.117.786

Canindé 139.637 147.985 105.254 4.860 272.630

Capivara 88.589 211.429 267.732 4.564 168.036

Cerrados 970.769 200.636 191.916 25.343 204.218

Piauí e Itaueiras 181.881 98.524 110.354 7.653 176.100

Alto Parnaíba 430.977 40.315 42.017 8.436 3.100

Chapada das Mangabeiras 357.911 61.797 39.545 9.254 25.018

Total 2.628.129 1.777.046 1.718.876 121.072 2.223.170

Fonte: IBGE 2002

Os rebanhos que mais se sobressaem pela sua importância so-cioeconômica são ovinos, com uma concentração de 22,07% do efetivo do rebanho nordestino e 12,48% do efetivo nacio-nal e a criação de caprinos, que concentra 19,39% do efetivo nordestino e 18,02% do efetivo nacional.

A ovinocaprinocultura, disseminada em toda a bacia, com maior concentração nas Macrorregiões Meio-Norte e Semi-Árido, possui relevante importância socioeconômica. Para os pequenos produtores rurais, a criação de ovinos e caprinos funciona como uma espécie de poupança para as adversidades. Os médios e os grandes criadores têm na atividade uma ma-triz econômica em franca expansão na produção de carne. Em menor escala, mas de importante registro, está o segmento de seleção de raças, atividade que já conta com alguns criadores com destaque nos cenários regional e nacional.

A bovinocultura é uma atividade econômica também im-portante para a economia da bacia, destinada principal-mente para corte, tem maior concentração do rebanho nas Macrorregiões Meio-Norte e Cerrados, particularmente nos Territórios Entre Rios, Carnaubais, Chapada das Man-gabeiras e Alto Parnaíba. A produção de leite está concen-

trada na Macrorregião Litoral, no Território Planície Lito-rânea e na Macrorregião Meio-Norte, nos Territórios Entre Rios e Carnaubais.

As pecuárias bovina, ovina e caprina, muito embora sejam atividades de grande interesse socioeconômico para o conjunto da bacia, passam por limitações decorrentes principalmente do sistema de criação extensivo e da fra-gilidade das políticas governamentais de apoio e fiscali-zação. Os Estados do Piauí e do Ceará são classificados como zona de risco desconhecido de febre aftosa, en-quanto o Maranhão é considerado zona de médio risco da doença. Essa situação limita fortemente o desenvolvi-mento da pecuária na bacia.

A suinocultura e a avicultura estão presentes em toda a bacia, sendo praticadas de forma rudimentar, em sua maioria, por agricultores familiares. De modo geral, a criação é em sistemas extensivos (à solta), sem a adoção das mais elementares práticas de manejo ou de tecnolo-gias usualmente verificadas nessa atividade. A avicultura industrial, embora ainda embrionária, vem assumindo im-portante papel no contexto econômico, particularmente

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na Macrorregião Meio-Norte, com granjas avícolas de grande porte no entorno de Teresina.

A apicultura é uma atividade econômica de destaque no se-tor pecuário, com ocorrência em toda a bacia, destacando-se com maior produção as macrorregiões do Semi-Árido e Meio-Norte. O processo produtivo vêm sofrendo crescente moder-nização, o que tem colocado, em especial o Estado do Piauí, em posição de destaque no cenário nacional, com ramificações para o mercado mundial. A bacia concentra 39,63% da produ-ção nordestina e 10,52% da produção nacional de mel.

A aqüicultura vem recebendo investimentos públicos e privados, tendo diversos empreendimentos implantados ao longo da bacia, particularmente na Planície Litorânea, onde existem mais de trinta fazendas de criação de cama-rão. A região do Delta do Rio Parnaíba está entre as regiões brasileiras mais promissoras para a produção de peixes, ca-marões e ostras. Ainda é pouco aproveitada na aqüicultura a potencialidade estratégica dos reservatórios superficiais (açudes, barragens e lagoas), presentes em toda a bacia.

• Extrativismo vegetal e silvicultura O extrativismo vegetal foi durante muito tempo a principal fonte de arrecadação e de renda da bacia. Atualmente, pou-co contribui para o conjunto da economia, porém possui grande importância social, pois constitui-se em alternativa de sobrevivência para as famílias carentes. A maioria das atividades desenvolvidas relacionadas à carnaúba, ao baba-çu e outras espécies tem um papel de conservação e preser-vação ambiental, enquanto o extrativismo madeireiro tem em muito contribuído para a degradação ambiental.

A extração do babaçu é uma atividade de importância so-cial, pois dela ainda dependem milhares de famílias rurais do Estado do Piauí e, principalmente, do Estado do Mara-nhão, responsável por 92% da produção nacional em 2003. Em torno dessa atividade articula-se um importante movi-mento das “quebradeiras de coco”, que lutam pela manu-tenção das áreas de babaçuais e pelos direitos de cidadania, com ramificações nas regiões Nordeste e Norte do país.

A produção de pó cerífero de carnaúba ocorre predominante-mente nos Estados do Piauí e do Ceará. Em 2003, a quantidade total obtida no país somou 16.556 t, tendo o Piauí respondido por cerca de 65% desse total, e o Ceará, por 31,85%.

Existem no Estado do Piauí 13 indústrias (refinarias) de be-neficiamento de cera de carnaúba, sendo seis delas atuam no mercado externo. No mercado interno, os estados bra-sileiros que lideram o consumo de cera de carnaúba são Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Os maiores consumidores externos são: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália, Formosa, Índia, Bélgica, Chile, Reino Unido, França e México.

No segmento madeireiro, predomina a exploração de matas nativas para produção de carvão vegetal e lenha, atividade quase sempre desenvolvida na ilegalidade, com forte impac-to ambiental. Ainda é pouco significativa a produção oriunda da silvicultura, com ocorrência de florestas plantadas para produção de lenha e celulose. Esse segmento tende a ganhar maior densidade com a implantação do Programa Florestal do Piauí, iniciativa da CODEVASF e do governo do Piauí.

• Extrativismo mineral A geologia do vale do Parnaíba apresenta uma potencia-lidade mineral bastante diversificada, na qual se incluem substâncias minerais metálicas e não metálicas, ferrosas e não ferrosas, além de minerais gemológicos, todos de larga aplicação industrial. Além disso, apresenta também poten-cial de água subterrânea, que se racionalmente utilizado pode ser decisivo no processo de desenvolvimento econô-mico e social da Bacia do Parnaíba.

As maiores ocorrências minerais da bacia são: níquel – se-gunda maior jazida do Brasil; calcário agrícola e industrial; rochas para revestimento – ardósia, granito, mármore e quartzito (pedra morisca); argilas para indústrias de cerâ-mica vermelha e branca e especiais – atapulgita e caolim; gemas e pedras preciosas – opalas (única reserva brasilei-ra), diamantes, ametista, esmeralda; minerais para constru-ção civil – areia, brita, seixo; talco, rutilo.

O extrativismo mineral, atividade até pouco tempo secundarizada, atualmente é observada em vários Ter-ritórios, com investimentos em diversos segmentos, mudando a posição no cenário regional. A exploração de calcário, atapulgita, vermiculita, opala e amianto já ocorre em diversos Territórios. Anunciam-se vários investimentos da Companhia Vale do Rio Doce para a exploração de níquel na Macrorregião do Semi-Árido, dentre outros.

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SITES DE INTERESSE 6

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Lote de pequeno produtor-PI

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ne 6.1. Sites de interesse

CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. http://www.codevasf.gov.br

DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte http://www.dnit.gov.br

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária http://www.embrapa.gov.br

FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação http://www.fao.org

Governo do Estado do Maranhão http://www.ma.gov.br

Governo do Estado do Piauí http://www.pi.gov.br

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.mapa.gov.br

MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia http://www.mct.org.br

MI – Ministério da Integração Nacional http://www.integração.gov.br

MMA – Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br

OEA – Organização dos Estados Americanos http://www.oea.org

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento http://www.pnud.org.br

SEAP/PR – Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República http://www.presidencia.gov.br/seap

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6.2. Direção e coordenação da CODEVASF

CODEVASF–CompanhiadeDesenvolvimentodosValesdoSãoFranciscoedoparnaíbaSGAn,Q.601Conj.I–Ed.Dep.Manoelnovaes–s.22270.830-901,Brasília-DF,Brasil.Site:http://www.codevasf.gov.br

Luiz Carlos Everton de FariasPresidenteTel.: (55-61) 3312-4660/3312-4845/3225.3487

Ana Lourdes Nogueira AlmeidaDiretora da Área de Administração Tel.: (55-61) 3312-4710/3224-7862

Clementino Souza CoelhoDiretor da Área de EngenhariaTel.: (55-61) 3312-4734/3224-7980

Marcos Moreira (respondendo pela Diretoria)Diretor da Área de ProduçãoTel.: (55-61) 3312-4680/3312-4684/3224-7690

Alexandre Isaac FreireGerente Executivo da Área de PlanejamentoTel.: (55-61) 3312-4640/3312-4646/3226-2145

Hildo Diniz da SilvaSuperintendente – 7a SRTel.: (55-86) 3215-0150, Fax: (55-86) 3221-0940E-mail: [email protected]

6.3. Equipe de elaboração do PLANAP

Ivan Dantas Mesquita MartinsCoordenador de Estudos, Planos e ProjetosTel.: (55-61) 3225-4878/3312-4620; Fax: 955-61) 3321-5673E-mail: [email protected]

Nelson da Franca Ribeiro dos AnjosCoordenador Internacional do PLANAPEspecialista Principal em Recursos Hídricos – UDSMA/OEASGAN, Q. 601, Conj. I – Ed. Dep. Manoel Novaes – s. 22270.830-901, Brasília-DF, BrasilE-mail: [email protected]

Rejane Tavares da SilvaCoordenadora técnica do PLANAPE-mail: [email protected]

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12PLANO DE AÇÃO PARA O

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RESUMO EXECUTIVO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA-PI