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PLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE SÍNTESE PARA CONSULTA PÚBLICA – Versão Extensa – Setembro 2011 www.arhtejo.pt

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PLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE

SÍNTESE PARA CONSULTA PÚBLICA – Versão Extensa –

Setembro 2011

www.arhtejo.pt

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PLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE

SÍNTESE PARA CONSULTA PÚBLICA

- Versão Extensa -

Este trabalho foi executado na sequência do Concurso Público Internacional por Lotes pelas

seguintes empresas:

Projecto financiado

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APRESENTAÇÃO

A presente versão do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (PBH Ribeiras do Oeste) materializa um dos principais

produtos do projecto de planeamento dos recursos hídricos promovido pela ARH do Tejo, I.P., que teve início em Maio de 2010. O

trabalho técnico foi desenvolvido durante um período de onze meses, no âmbito das cinco áreas temáticas contratualizadas: recursos

hídricos superficiais interiores, recursos hídricos subterrâneos; recursos hídricos do litoral, análise económica e avaliação ambiental

estratégica e participação pública, com dois meses adicionais para a integração dos vários conteúdos.

O calendário estabelecido para o projecto, integralmente cumprido, teve em conta a necessidade de elaboração de um novo

instrumento de planeamento que se constituísse como um verdadeiro plano de gestão, orientador de uma actuação moderna e

proactiva da ARH do Tejo, I.P., bem como três aspectos essenciais: a necessidade de resolver o contencioso comunitário relativo ao

atraso na publicação dos PGRH, a definição de um período mínimo necessário para a compilação e organização de informação

relevante para dar cumprimento ao conteúdo dos planos e os prazos previstos na legislação para o seu ciclo de revisão.

No âmbito do projecto concursado pela ARH do Tejo, I.P. destaca-se o facto de, para além da elaboração do PBH propriamente dito,

estar incluído um conjunto de acções de monitorização do estado das águas, a realização de estudos-piloto que seguidamente serão

aplicados a outras sub-bacias, o desenvolvimento de ferramentas de apoio à gestão e a capacitação dos técnicos da própria instituição.

Importa salientar que o presente documento resulta do esforço conjunto das várias equipas contratadas em concurso público

internacional, nomeadamente da DHV, da Hidroprojecto, do LNEC, do ICCE, do IPIMAR e da Biodesign, de uma equipa interna

formada por técnicos da ARH do Tejo, I.P. e por consultores externos. Só foi possível realizar um trabalho de assinalável qualidade e

cumprir os prazos contratualmente estabelecidos devido ao extraordinário empenho e elevada competência técnica de todas as

equipas envolvidas.

Este processo foi também uma experiência pioneira em Portugal de planeamento participativo, que, indubitavelmente, é o caminho a

prosseguir no futuro. Realça-se o papel dos vários parceiros, nomeadamente as Autarquias Locais, as associações profissionais e os

sectores de actividade, todo o Conselho de Região Hidrográfica e, de um modo geral, todos aqueles que a título individual,

contribuíram das mais variadas formas para o processo, tornando-o mais ajustado à realidade concreta das bacias das Ribeiras do

Oeste.

O PBH Ribeiras do Oeste será agora objecto de um processo de consulta pública que terá a duração mínima de seis meses. Pretende-

se durante este período incentivar o envolvimento de todos os interessados e dar sequência ao trabalho de participação até aqui

desenvolvido. Por estar integrada na Região Hidrográfica 4, a informação relativa ao PBH Ribeiras do Oeste será integrada no PGRH

do Vouga, Mondego e Lis. Em termos gerais, o processo de consulta pública será objecto de uma avaliação intercalar, no sentido de

analisar os resultados, os níveis de participação e as potenciais críticas/sugestões apontadas, de modo a que sejam introduzidas as

adaptações necessárias ainda durante o período formal do processo. Como antes referido, volta-se a realçar que a temática da

participação pública constitui uma aposta da ARH do Tejo, I.P., consubstanciada pela introdução de uma abordagem profissional

assente numa equipa de especialistas vocacionada para pôr em prática as melhores técnicas disponíveis e orientadas para os

diferentes públicos.

Na fase de consulta pública o seu contributo e a sua opinião são fundamentais para que o PBH Ribeiras do Oeste se constitua como

um verdadeiro instrumento de planeamento e gestão.

O Presidente A Vice-Presidente

(Manuel Lacerda)

(Simone Pio)

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DOCUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONSULTA PÚBLICA

PROCESSO DO PLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE (PBH Ribeiras do Oeste)

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (Síntese para Consulta Pública)

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (Síntese para Consulta Pública) – versão extensa

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (Resumo Não Técnico)

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste. Parte Complementar A – Avaliação Ambiental

(Síntese para Consulta Pública)

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste. Parte Complementar B – Participação Pública

(Síntese para Consulta Pública)

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste. Parte Complementar B – Participação Pública

(Síntese para Consulta Pública) – versão extensa

• Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (Repositório de Mapas)

PROCESSO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA DO PBH Ribeiras do Oeste

• Avaliação Ambiental Estratégica do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste

(Resumo Não Técnico)

• Relatório Ambiental do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste

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ÍNDICE

PARTE 1 – ENQUADRAMENTO E ASPECTOS GERAIS 1. ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROCESSO DE PLANEAMENTO ...................................................................... 1

2. OBJECTIVO DO PLANO ............................................................................................................................................................................. 1

3. PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS .......................................................................................... 3

4. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PBH .......................................................................................................................................... 4

5. ESTRUTURA DO PBH ................................................................................................................................................................................ 6

PARTE 2 – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS ............................................................................................................. 7

1.1. TERRITORIAL E INSTITUCIONAL............................................................................................................................................................. 7

1.1.1. Enquadramento geográfico e administrativo........................................................................................................................................ 7

1.1.2. Enquadramento jurisdicional, institucional e normativo ....................................................................................................................... 9

1.1.3. Delimitação do domínio hídrico .......................................................................................................................................................... 10

1.2. CLIMATOLOGIA ........................................................................................................................................................................................ 11

1.2.1. Classificação climática ........................................................................................................................................................................ 13

1.2.1.1.Classificação climática de Köppen ............................................................................................................................................... 13

1.2.1.2.Classificação climática de Thornthwaite....................................................................................................................................... 14

1.3. HIDROGRAFIA E HIDROLOGIA .............................................................................................................................................................. 14

1.3.1. Hidrografia ........................................................................................................................................................................................... 14

1.3.2. Hidrologia............................................................................................................................................................................................. 17

1.3.2.1.Regime natural .............................................................................................................................................................................. 18

a) Modelo de precipitação-escoamento.............................................................................................................................................. 18

1.3.2.2.Regime modificado ........................................................................................................................................................................ 20

1.3.2.3.Disponibilidades hídricas .............................................................................................................................................................. 21

1.3.3. Hidrodinâmica lagunar e costeira ....................................................................................................................................................... 22

1.3.3.1.Dinâmica lagunar........................................................................................................................................................................... 22

1.3.3.2.Dinâmica costeira .......................................................................................................................................................................... 23

1.4. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA .......................................................................................................................................................... 24

1.4.1. Geologia .............................................................................................................................................................................................. 24

1.4.2. Geomorfologia ..................................................................................................................................................................................... 25

1.4.3. Hidrogeologia ...................................................................................................................................................................................... 25

1.5. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA .............................................................................................................................................. 27

1.6. SOLOS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ....................................................................................................................................... 31

1.6.1. Solos .................................................................................................................................................................................................... 31

1.6.2. Ocupação do solo ............................................................................................................................................................................... 32

1.6.3. Ordenamento do território ................................................................................................................................................................... 33

1.7. USOS E NECESSIDADES DE ÁGUA ...................................................................................................................................................... 35

1.7.1. Usos consumptivos ............................................................................................................................................................................. 35

1.7.1.1.Usos urbanos................................................................................................................................................................................. 35

a) Consumos actuais de água e capitações....................................................................................................................................... 36

b) Necessidades de água actuais ....................................................................................................................................................... 37

1.7.1.2.Indústria ......................................................................................................................................................................................... 39

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1.7.1.3.Pecuária ......................................................................................................................................................................................... 42

1.7.1.4.Agricultura ...................................................................................................................................................................................... 44

a) Estações meteorológicas e dados climáticos ................................................................................................................................ 45

b) Evapotranspiração de referência .................................................................................................................................................... 45

c) Áreas regadas ................................................................................................................................................................................. 46

d) Ocupação cultural ........................................................................................................................................................................... 47

e) Parâmetros culturais ....................................................................................................................................................................... 48

f) Características pedológicas ............................................................................................................................................................ 48

g) Tecnologia e eficiência de rega ...................................................................................................................................................... 49

h) Necessidades hídricas totais para rega ......................................................................................................................................... 49

1.7.1.5.Turismo .......................................................................................................................................................................................... 51

1.7.1.6.Necessidades totais para usos consumptivos ............................................................................................................................. 52

1.7.2. Usos não consumptivos ...................................................................................................................................................................... 54

1.7.2.1.Usos recreativos ............................................................................................................................................................................ 54

1.7.2.2.Produção de energia ..................................................................................................................................................................... 55

1.7.3. Avaliação do balanço entre necessidades e disponibilidades .......................................................................................................... 56

1.7.3.1.Discretização espacial................................................................................................................................................................... 57

1.7.3.2.Necessidades de água .................................................................................................................................................................. 57

1.7.3.3.Disponibilidades ............................................................................................................................................................................ 58

1.7.3.4.Balanço médio anual ..................................................................................................................................................................... 58

1.7.3.5.Balanço sequencial mensal .......................................................................................................................................................... 61

1.8. ABASTECIMENTO E TRATAMENTO ...................................................................................................................................................... 62

1.8.1. Sistemas de abastecimento e tratamento .......................................................................................................................................... 64

1.8.1.1.Modelos de gestão ........................................................................................................................................................................ 64

a) Abastecimento público de água...................................................................................................................................................... 64

b) Drenagem e tratamento de águas residuais urbanas.................................................................................................................... 65

1.8.1.2.Níveis de atendimento dos serviços hídricos ............................................................................................................................... 65

1.8.2. Cadastro de infra-estruturas ............................................................................................................................................................... 67

1.8.2.1.Abastecimento público de água .................................................................................................................................................... 67

1.8.2.2.Drenagem e tratamento de águas residuais urbanas .................................................................................................................. 67

1.9. CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE VULNERABILIDADES ................................................................................................................. 68

1.9.1. Alterações climáticas .......................................................................................................................................................................... 68

1.9.2. Cheias .................................................................................................................................................................................................. 69

1.9.2.1.Registo histórico de cheias ........................................................................................................................................................... 69

1.9.2.2.Avaliação dos caudais de ponta de cheia por modelação hidrológica........................................................................................ 70

1.9.2.3.Breve descrição do modelo HEC-HMS ........................................................................................................................................ 71

a) Selecção e características das bacias hidrográficas relevantes para a análise de cheias .......................................................... 72

b) Morfologia ........................................................................................................................................................................................ 73

c) Modelo de Perdas. Número de escoamento.................................................................................................................................. 73

d) Tempo de concentração ................................................................................................................................................................. 74

e) Hidrograma unitário sintético .......................................................................................................................................................... 75

1.9.2.4.Regionalização dos caudais de ponta de cheia ........................................................................................................................... 77

1.9.3. Secas ................................................................................................................................................................................................... 77

1.9.3.1.Índice de seca Standardized Precipitation Index (SPI) ................................................................................................................ 78

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1.9.3.2.Cálculo do SPI, escala temporal de análise e severidade da seca............................................................................................. 78

1.9.3.3.Estimativa da precipitação necessária para o desagravamento da seca ................................................................................... 78

1.9.3.4.Análise local das secas recorrendo ao SPI-12 ............................................................................................................................ 79

1.9.3.5.Seca nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste .................................................................................................................. 79

1.9.4. Erosão hídrica ..................................................................................................................................................................................... 81

1.9.4.1.Modelo adoptado ........................................................................................................................................................................... 81

1.9.4.2.Factor de erosividade de precipitação (R).................................................................................................................................... 82

1.9.4.3.Factor de erodibilidade dos solos (K) ........................................................................................................................................... 82

1.9.4.4.Factor fisiográfico (LS) .................................................................................................................................................................. 84

1.9.4.5.Factor de coberto vegetal (C) e práticas agrícolas (P) ................................................................................................................ 84

1.9.4.6.Aplicação do modelo de erosão.................................................................................................................................................... 85

1.9.4.7.Transporte sólido e extracção de inertes ..................................................................................................................................... 86

1.9.5. Erosão costeira ................................................................................................................................................................................... 86

1.9.6. Movimentos de massa ........................................................................................................................................................................ 86

1.9.7. Risco sísmico ...................................................................................................................................................................................... 88

1.9.8. Riscos associados a infra-estruturas.................................................................................................................................................. 89

1.9.9. Riscos de poluição acidental .............................................................................................................................................................. 89

1.9.9.1.Águas de superfície ....................................................................................................................................................................... 89

a) Metodologia e elementos de base considerados........................................................................................................................... 89

b) Resultados ....................................................................................................................................................................................... 93

1.9.9.2.Águas subterrâneas ...................................................................................................................................................................... 93

2. CARACTERIZAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA ....................................................................................................................................... 98

2.1. MASSAS DE ÁGUA DE SUPERFÍCIE ..................................................................................................................................................... 98

2.1.1. Tipologia .............................................................................................................................................................................................. 98

2.1.1.1.Rios ................................................................................................................................................................................................ 98

2.1.1.2.Lagos ............................................................................................................................................................................................. 99

2.1.1.3.Águas de transição ........................................................................................................................................................................ 99

2.1.1.4.Águas costeiras ............................................................................................................................................................................. 99

2.1.2. Delimitação ........................................................................................................................................................................................ 100

2.1.2.1.Rios e águas costeiras ................................................................................................................................................................ 101

2.1.2.2.Massas de água Fortemente Modificadas ................................................................................................................................. 102

a) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens ........................................ 103

b) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens, designados como albufeiras ....................................................................................................................................................................................... 103

2.1.2.3.Massas de água artificiais ........................................................................................................................................................... 104

2.1.3. Condições de referência ................................................................................................................................................................... 104

2.1.3.1.Rios .............................................................................................................................................................................................. 104

2.1.3.2.Águas costeiras ........................................................................................................................................................................... 104

2.1.4. Síntese ............................................................................................................................................................................................... 104

2.2. MASSAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEAS ................................................................................................................................................. 105

2.2.1. Delimitação das massas de água ..................................................................................................................................................... 105

2.2.2. Caracterização das massas de água ............................................................................................................................................... 105

2.2.2.1.Área de drenagem das massas de água subterrâneas ............................................................................................................. 105

2.2.2.2.Características gerais dos estratos da área de drenagem ........................................................................................................ 107

2.2.2.3.Avaliação das disponibilidades ................................................................................................................................................... 111

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vi | PBH Ribeiras do Oeste www.arhtejo.pt

2.2.2.4.Massas de água associadas a ecossistemas aquáticos de superfície ou ecossistemas terrestres que delas dependem directamente .................................................................................................................................................................................. 116

a) Contexto de Análise da Relação entre Águas Superficiais e Subterrâneas e Ecossistemas Dependentes de Águas Subterrâneas ................................................................................................................................................................................. 117

b) Aspectos relativos à Flora e Vegetação e sua relação com a rede hidrográfica e Massas de água Subterrânea Associadas ....................................................................................................................................................................................................... 118

2.2.2.5.Massas de água em risco ........................................................................................................................................................... 121

2.3. PRESSÕES NATURAIS E INCIDÊNCIAS ANTROPOGÉNICAS SIGNIFICATIVAS ........................................................................... 122

2.3.1. Águas de superfície .......................................................................................................................................................................... 123

2.3.1.1.Poluição tópica ............................................................................................................................................................................ 123

a) Urbana ........................................................................................................................................................................................... 126

b) Pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas............................................................................................. 126

c) Águas residuais urbanas não tratadas ......................................................................................................................................... 127

d) Indústria ......................................................................................................................................................................................... 128

e) Pecuária......................................................................................................................................................................................... 128

2.3.1.2.Poluição difusa ............................................................................................................................................................................ 129

2.3.1.3.Carga poluente não quantificável – Poluição tópica e difusa .................................................................................................... 132

2.3.1.4.Pressões morfológicas e hidromorfológicas ............................................................................................................................... 134

a) Rios ................................................................................................................................................................................................ 134

b) Águas Costeiras ............................................................................................................................................................................ 137

2.3.1.5.Captações de água ..................................................................................................................................................................... 138

2.3.1.6.Pressões biológicas .................................................................................................................................................................... 139

2.3.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 139

2.3.2.1.Poluição tópica ............................................................................................................................................................................ 139

a) Urbana ........................................................................................................................................................................................... 140

b) Indústria ......................................................................................................................................................................................... 140

c) Pecuária......................................................................................................................................................................................... 140

2.3.2.2.Poluição difusa ............................................................................................................................................................................ 140

2.3.2.3.Captações de água ..................................................................................................................................................................... 141

2.3.2.4.Carga poluente não quantificável – Poluição tópica e difusa .................................................................................................... 144

2.3.2.5.Síntese ......................................................................................................................................................................................... 145

2.4. ZONAS PROTEGIDAS E ÁREAS CLASSIFICADAS ............................................................................................................................ 145

2.4.1. Águas de superfície .......................................................................................................................................................................... 146

2.4.1.1.Zonas designadas para a captação de água para consumo humano (Directiva 2000/60/CE, de 23 de Outubro) ................. 146

2.4.1.2.Zonas designadas para a protecção de espécies aquáticas de interesse económico - Águas piscícolas (Directiva 2006/44/CE, de 6 de Setembro); Águas conquícolas (Directiva 79/923/CEE, de 30 de Outubro) ............................................ 146

2.4.1.3.Zonas designadas como águas de recreio - Zonas balneares (Directiva 2006/7/CE, de 15 de Fevereiro) ............................ 147

2.4.1.4.Zonas sensíveis em termos de nutrientes – Zonas vulneráveis (Directiva Nitratos - Directiva 91/676/CEE, de 12 de Setembro); Zonas sensíveis (Directiva das Águas Residuais Urbanas - Directiva 98/15/CE, de 21 de Fevereiro) ................. 147

2.4.1.5.Zonas de protecção de habitats ou de espécies dependentes da água – Zonas de Protecção Especial (ZPE) (Directiva Aves - Directiva 79/409/CEE, de 2 de Abril) ......................................................................................................................................... 147

2.4.1.6.Sítios de Importância Comunitária (SIC) com habitats ou de espécies dependentes da água (Directiva Habitats – Directiva 92/43/CEE, de 21 de Maio)........................................................................................................................................................... 148

2.4.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 149

2.4.2.1.Zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano ........................................................................ 149

2.4.2.2.Zonas vulneráveis ....................................................................................................................................................................... 150

2.4.2.3.Zonas de infiltração máxima ....................................................................................................................................................... 150

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a) Índice de Facilidade de Infiltração ................................................................................................................................................ 151

b) Índice de Infiltração Efectiva ......................................................................................................................................................... 155

2.4.3. Síntese ............................................................................................................................................................................................... 158

2.4.4. Outras áreas classificadas ................................................................................................................................................................ 158

3. REDES DE MONITORIZAÇÃO............................................................................................................................................................... 159

3.1. ESTADO DAS ÁGUAS ............................................................................................................................................................................ 159

3.1.1. Águas superficiais ............................................................................................................................................................................. 159

3.1.1.1.Rede de vigilância ....................................................................................................................................................................... 159

a) Rios ................................................................................................................................................................................................ 159

b) Águas costeiras ............................................................................................................................................................................. 159

c) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens designados como albufeiras ....................................................................................................................................................................................... 160

d) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens ........................................ 161

3.1.1.2.Rede Operacional........................................................................................................................................................................ 161

a) Rios ................................................................................................................................................................................................ 161

b) Águas costeiras ............................................................................................................................................................................. 162

c) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens designados como albufeiras ....................................................................................................................................................................................... 162

d) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens ........................................ 162

3.1.1.3.Rede de investigação .................................................................................................................................................................. 163

3.1.1.4.Rede das zonas protegidas ........................................................................................................................................................ 163

3.1.1.5.Síntese ......................................................................................................................................................................................... 164

3.1.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 164

3.1.2.1.Estado quantitativo ...................................................................................................................................................................... 164

3.1.2.2.Rede de vigilância ....................................................................................................................................................................... 165

3.1.2.3.Rede operacional ........................................................................................................................................................................ 165

3.1.2.4.Zonas protegidas ......................................................................................................................................................................... 166

a) Zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano .......................................................................... 166

b) Zonas vulneráveis ......................................................................................................................................................................... 166

c) Zonas de infiltração máxima ......................................................................................................................................................... 166

3.1.3. Avaliação da representatividade e adequabilidade das redes de monitorização ........................................................................... 166

3.1.3.1.Águas superficiais ....................................................................................................................................................................... 166

3.1.3.2.Águas subterrâneas .................................................................................................................................................................... 167

3.1.4. Síntese das redes de monitorização do Estado das Águas ............................................................................................................ 168

3.1.4.1.Águas superficiais ....................................................................................................................................................................... 168

3.1.4.2.Águas subterrâneas .................................................................................................................................................................... 168

3.2. REDE CLIMATOLÓGICA ........................................................................................................................................................................ 169

3.3. REDE HIDROMÉTRICA .......................................................................................................................................................................... 169

3.4. REDE SEDIMENTOLÓGICA .................................................................................................................................................................. 170

3.5. SÍNTESE .................................................................................................................................................................................................. 170

4. ESTADO DAS MASSAS DE ÁGUA ........................................................................................................................................................ 171

4.1. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................................................. 171

4.1.1. Águas superficiais ............................................................................................................................................................................. 171

4.1.1.1.Estado ecológico ......................................................................................................................................................................... 173

a) Rios ................................................................................................................................................................................................ 173

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b) Águas costeiras ............................................................................................................................................................................. 174

4.1.1.2.Potencial ecológico...................................................................................................................................................................... 174

a) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens designados como albufeiras ....................................................................................................................................................................................... 174

b) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens ........................................ 175

c) Massas de água artificiais ............................................................................................................................................................. 175

4.1.1.3.Estado químico ............................................................................................................................................................................ 175

4.1.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 176

4.1.2.1.Estado quantitativo ...................................................................................................................................................................... 177

a) Teste do balanço hídrico subterrâneo .......................................................................................................................................... 178

b) Teste do escoamento superficial .................................................................................................................................................. 180

c) Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS) .......................................... 181

d) Teste da intrusão salina ................................................................................................................................................................ 182

4.1.2.2.Estado químico ............................................................................................................................................................................ 183

a) Teste da avaliação global do estado químico .............................................................................................................................. 185

b) Teste de diminuição da qualidade química ou ecológica das MA superficiais ........................................................................... 187

c) Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS) .......................................... 188

d) Teste das áreas de protecção das águas de consumo ............................................................................................................... 189

e) Teste da intrusão salina ................................................................................................................................................................ 191

4.1.3. Estimativa dos níveis de fiabilidade e precisão ............................................................................................................................... 191

4.1.3.1.Águas superficiais ....................................................................................................................................................................... 191

4.1.3.2.Águas subterrâneas .................................................................................................................................................................... 192

4.1.4. Métodos para a fixação de normas de qualidade ambiental ........................................................................................................... 193

4.1.5. Normas de qualidade ambiental ....................................................................................................................................................... 193

4.1.5.1.Águas superficiais ....................................................................................................................................................................... 193

4.1.5.2.Águas subterrâneas .................................................................................................................................................................... 194

4.2. AVALIAÇÃO DO ESTADO ...................................................................................................................................................................... 195

4.2.1. Águas superficiais ............................................................................................................................................................................. 195

4.2.1.1.Estado ecológico ......................................................................................................................................................................... 195

4.2.1.2.Potencial ecológico...................................................................................................................................................................... 195

4.2.1.3.Estado químico ............................................................................................................................................................................ 196

4.2.1.4.Síntese ......................................................................................................................................................................................... 196

4.2.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 198

4.2.2.1.Estado quantitativo ...................................................................................................................................................................... 198

4.2.2.2.Estado químico ............................................................................................................................................................................ 199

4.2.2.3.Tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes ............................................................... 200

4.2.2.4.Síntese ......................................................................................................................................................................................... 202

4.3. ZONAS PROTEGIDAS ............................................................................................................................................................................ 202

5. DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................................................................ 204

PARTE 3 – ANÁLISE ECONÓMICA DAS UTILIZAÇÕES 1. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÓMICA DAS UTILIZAÇÕES .................................................................................................................. 216

2. POLITICAS DE PREÇOS........................................................................................................................................................................ 218

2.1. TARIFÁRIOS APLICÁVEIS ..................................................................................................................................................................... 218

2.1.1. Sistemas urbanos em “alta” .............................................................................................................................................................. 219

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2.1.2. Sistemas urbanos em “baixa” ........................................................................................................................................................... 220

2.1.3. Aproveitamentos hidroagrícolas ....................................................................................................................................................... 223

2.2. TAXA DE RECURSOS HÍDRICOS (TRH) .............................................................................................................................................. 224

3. NÍVEL DE RECUPERAÇÃO DE CUSTOS ............................................................................................................................................. 225

3.1. SISTEMAS URBANOS ............................................................................................................................................................................ 225

3.2. SISTEMAS AGRÍCOLAS ........................................................................................................................................................................ 227

4. ACESSIBILIDADE AOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................................................. 228

PARTE 4 – CENÁRIOS PROSPECTIVOS 1. METODOLOGIA ...................................................................................................................................................................................... 230

2. ANÁLISE DE TÊNDENCIAS ................................................................................................................................................................... 232

2.1. PRINCIPAIS MACRO-TENDÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 232

2.1.1. Contexto macroeconómico ............................................................................................................................................................... 232

2.1.2. População e condições sociais......................................................................................................................................................... 234

2.1.3. Emprego e dinâmica sectorial .......................................................................................................................................................... 234

2.2. SÍNTESE .................................................................................................................................................................................................. 235

3. POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS .................................................................................................................. 235

3.1. POLÍTICAS DA ÁGUA E AMBIENTE ..................................................................................................................................................... 236

3.2. OUTRAS POLÍTICAS SECTORIAIS....................................................................................................................................................... 236

3.3. POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO .................................................................................. 238

3.4. POLÍTICAS INTERNACIONAIS E OUTRAS RELEVANTES ................................................................................................................ 239

4. PRINCIPAIS INVESTIMENTOS ESTRUTURANTES ............................................................................................................................ 240

5. CENÁRIOS .............................................................................................................................................................................................. 243

5.1. POPULAÇÃO ........................................................................................................................................................................................... 243

5.2. AGRICULTURA ....................................................................................................................................................................................... 247

5.3. PECUÁRIA ............................................................................................................................................................................................... 249

5.4. INDÚSTRIA .............................................................................................................................................................................................. 250

5.5. GOLFE ..................................................................................................................................................................................................... 252

5.6. ENERGIA ................................................................................................................................................................................................. 252

5.7. NAVEGAÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 253

5.8. OUTRAS ACTIVIDADES ......................................................................................................................................................................... 253

5.8.1. Extracção de inertes ......................................................................................................................................................................... 253

5.8.2. Pescas ............................................................................................................................................................................................... 253

5.8.3. Aquicultura ......................................................................................................................................................................................... 253

5.8.4. Actividades de recreio e lazer ........................................................................................................................................................... 254

5.9. SÍNTESE .................................................................................................................................................................................................. 254

PARTE 5 – OBJECTIVOS 1. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS ............................................................................................................................................................ 257

2. OBJECTIVOS AMBIENTAIS ................................................................................................................................................................... 259

2.1. RESULTADOS ......................................................................................................................................................................................... 261

2.1.1. Águas de superfície .......................................................................................................................................................................... 261

2.1.2. Águas subterrâneas .......................................................................................................................................................................... 263

3. OUTROS OBJECTIVOS ......................................................................................................................................................................... 265

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3.1. MITIGAR OS EFEITOS DAS INUNDAÇÕES E DAS SECAS ............................................................................................................... 265

3.2. ASSEGURAR O FORNECIMENTO EM QUANTIDADE SUFICIENTE DE ÁGUA DE ORIGEM SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA DE BOA QUALIDADE ............................................................................................................................................................................. 265

3.3. PROTEGER AS ÁGUAS MARINHAS, INCLUINDO AS TERRITORIAIS E ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DOS OBJECTIVOS DOS ACORDOS INCLUINDO OS QUE SE DESTINAM À PREVENÇÃO E ELIMINAÇÃO DA POLUIÇÃO NO AMBIENTE MARINHO ................................................................................................................................................................................................ 265

3.4. APLICAÇÃO DA ABORDAGEM COMBINADA ...................................................................................................................................... 266

PARTE 6 – MEDIDAS 1. ENQUADRAMENTO ............................................................................................................................................................................... 267

2. MEDIDAS POR TIPO .............................................................................................................................................................................. 270

3. ANÁLISE CUSTO EFICÁCIA .................................................................................................................................................................. 276

4. INVESTIMENTO TOTAL ......................................................................................................................................................................... 277

5. FINANCIAMENTO ................................................................................................................................................................................... 280

6. PROGRAMAÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 282

PARTE 7 – SISTEMA DE PROMIÇÃO, ACOMPANHAMENTOS E AVALIAÇÃO 1. ENQUADRAMENTO ............................................................................................................................................................................... 285

2. INDICADORES DE AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................................ 285

3. MODELO DE PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO ........................................................................................................................... 293

3.1. RESPONSABILIDADE ............................................................................................................................................................................ 293

3.2. ÂMBITO DA PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO............................................................................................................................. 294

3.3. PRAZOS................................................................................................................................................................................................... 295

3.4. PRODUTOS ............................................................................................................................................................................................. 295

BIBLIOGRAFIA PARTE 1 – ENQUADRAMENTO E ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................................................... 296

1. ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROCESSO DE PLANEAMENTO ........................................................... 296

PARTE 2 – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO .................................................................................................................................... 296

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA ...................................................................................................... 296

1.1. TERRITORIAL E INSTITUCIONAL .................................................................................................................................................. 296

1.2. CLIMATOLOGIA ............................................................................................................................................................................... 297

1.3. HIDROGRAFIA E HIDROLOGIA ...................................................................................................................................................... 297

1.4. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA .................................................................................................................................................. 299

1.5. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA ..................................................................................................................................... 300

1.6. SOLOS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO .............................................................................................................................. 302

1.7. USOS E NECESSIDADES DE ÁGUA ............................................................................................................................................. 303

1.8. ABASTECIMENTO E TRATAMENTO ............................................................................................................................................. 305

1.9. CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE VULNERABILIDADES ......................................................................................................... 306

2. CARACTERIZAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA .............................................................................................................................. 311

2.1. MASSAS DE ÁGUA DE SUPERFÍCIE ............................................................................................................................................. 311

2.2. MASSAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEAS ........................................................................................................................................... 313

2.3. PRESSÕES NATURAIS E INCIDÊNCIAS ANTROPOGÉNICAS SIGNIFICATIVAS .................................................................... 316

2.4. ZONAS PROTEGIDAS E ÁREAS CLASSIFICADAS ...................................................................................................................... 319

3. REDES DE MONITORIZAÇÃO ........................................................................................................................................................ 322

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4. ESTADO DAS MASSAS DE ÁGUA ................................................................................................................................................. 324

5. DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................................................................. 330

PARTE 3 – ANÀLISE ECONÓMICA DAS UTILIZAÇÕES ........................................................................................................................... 330

PARTE 4 – CENÁRIOS PROSPECTIVOS ................................................................................................................................................... 334

PARTE 5 – OBJECTIVOS ............................................................................................................................................................................. 337

PARTE 6 – PROGRAMA DE MEDIDAS ....................................................................................................................................................... 337

PARTE 7 – SISTEMA DE PROMOÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ...................................................................................... 340

ANEXOS FICHAS DE DIAGNÓSTICO

FICHAS DE MEDIDAS

EQUIPAS LOTE 1 - RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS INTERIORES

LOTE 2 - RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

LOTE 3 - RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL

LOTE 4 - ANÁLISE ECONÓMICA

LOTE 5 - AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

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FIGURAS Figura 1.1 – Estrutura organizativa de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste. ........................................................................................................................... 5

Figura 1.2 – Cronologia de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste. ............................................................................................................................................. 5

Figura 1.3 – Estrutura dos conteúdos do PBH Ribeiras do Oeste. ............................................................................................................................................... 6

Figura 2.1 – Enquadramento geográfico das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ........................................................................................................... 8

Figura 2.2 – Quadro institucional para a gestão sustentável das águas a nível nacional .......................................................................................................... 10

Figura 2.3 – Esquema do modelo de Temez. .............................................................................................................................................................................. 18

Figura 2.4 – Disponibilidades hídricas (hm3) nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, em regime natural. ................................................................... 22

Figura 2.5 – Meios hidrogeológicos na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................................................................... 26

Figura 2.6 – Distribuição das necessidades de água pelos vários usos consumptivos, em ano médio..................................................................................... 52

Figura 2.7 – Necessidades de água anuais totais, por bacia. ..................................................................................................................................................... 53

Figura 2.8 – Distribuição percentual das necessidades de água totais nas bacias pelos diferentes usos consumptivos. ........................................................ 54

Figura 2.9 – Balanço médio anual em ano médio. ...................................................................................................................................................................... 60

Figura 2.10 – Balanço médio anual em ano seco. ....................................................................................................................................................................... 60

Figura 2.11 – Esquema do balanço hídrico. ................................................................................................................................................................................ 61

Figura 2.12 – Garantia de satisfação. Recursos hídricos superficiais. ........................................................................................................................................ 62

Figura 2.13 – Esquema de cálculo da carta de erosão. .............................................................................................................................................................. 82

Figura 2.14 – Fluxograma para a definição de zonas em risco de poluição rodoviária, componente águas subterrâneas. ...................................................... 96

Figura 2.15 – Área de drenagem da MA subterrânea do Paço. ................................................................................................................................................ 106

Figura 2.16 – Percentagem (%) de MA subterrâneas por classes de produtividade. ............................................................................................................... 109

Figura 2.17 – Conceptualização do processo de recarga no modelo de balanço hídrico sequencial diário. ........................................................................... 113

Figura 2.18 – Conceptualização do processo de recarga em meios cársicos. ......................................................................................................................... 115

Figura 2.19 – Relação da recarga das MA subterrâneas com a precipitação. ......................................................................................................................... 116

Figura 2.20 – Carta de valor florístico na região hidrográfica do Tejo. ...................................................................................................................................... 120

Figura 2.21 – Metodologia de avaliação de pressões de poluição difusa. ................................................................................................................................ 130

Figura 2.22 – Critérios para avaliar os impactes potenciais nas MA resultantes da alteração do seu regime hidrológico através do índice de regularização,

para as grandes barragens (com capacidade útil superior a 1 hm3). ........................................................................................................................................ 135

Figura 2.23 – Critérios para avaliar os impactes potenciais nas MA resultantes na presença de infra-estrutura transversais através da distância entre estas.

.................................................................................................................................................................................................................................................... 135

Figura 2.24 – Número de captações superficiais e volume captado, por finalidade. ................................................................................................................ 139

Figura 2.25 – Distribuição do número de captações por finalidade. ......................................................................................................................................... 142

Figura 2.26 – Distribuição do volume das captações por finalidade. ........................................................................................................................................ 143

Figura 2.27 – Caracterização do Tipo de Solo (Tipo) e da Capacidade Utilizável (nu, em mm), em função da legenda da Carta de Solos de Portugal (Solo#)

à escala 1:25000 e 1:50000 (retirado de Oliveira et al., 2002). ................................................................................................................................................. 152

Figura 2.28 – Valores de cada parâmetro para o cálculo do Índice de Facilidade de Infiltração (retirado de Oliveira et al., 2002). ....................................... 154

Figura 2.29 – Esquema para a classificação do estado das MA superficiais no âmbito da DQA/Lei da Água ........................................................................ 172

Figura 2.30 – Esquema para a classificação do potencial das MA superficiais no âmbito da DQA/Lei da Água .................................................................... 172

Figura 2.31 – Procedimento genérico dos testes de classificação utilizados na avaliação do estado das massas de água subterrânea (adaptado do

Documento Guia n.º 18). ............................................................................................................................................................................................................ 177

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Figura 2.32 – Procedimento para a realização do teste do Balanço Hídrico Subterrâneo (adaptado do Documento Guia n.º 18). ....................................... 179

Figura 2.33 – Procedimento para a realização do teste do Escoamento Superficial (adaptado do Documento Guia n.º 18). ............................................... 181

Figura 2.34 – Procedimento para a realização do teste dos ETDAS (adaptado do Documento Guia n.º 18). ........................................................................ 182

Figura 2.35 – Procedimento para a realização do teste da Intrusão Salina (adaptado do Documento Guia n.º 18). .............................................................. 183

Figura 2.36 – Procedimento geral para a realização da avaliação do estado químico (retirado de INAG, 2009). ................................................................... 185

Figura 2.37 – Procedimento geral para a realização do teste da Avaliação Global do Estado Químico (adaptado do Documento Guia n.º 18). ................. 186

Figura 2.38 – Procedimento geral para a realização do teste da diminuição da qualidade química ou ecológica das massas de águas superficiais (adaptado

do Documento Guia n.º 18). ....................................................................................................................................................................................................... 188

Figura 2.39 – Procedimento geral para a realização do teste dos ETDAS (adaptado do Documento Guia n.º 18). ............................................................... 189

Figura 2.40 – Procedimento geral para a realização do teste das áreas de protecção das águas de consumo (adaptado do Documento Guia n.º 18)...... 190

Figura 2.41 – Método para classificação das massas de água subterrânea quanto ao seu estado químico (adaptado do Documento Guia n.º 18). ........... 192

Figura 2.42 – Resultados percentuais do estado das MA por bacia das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ............................................................ 197

Figura 2.43 – Resultados percentuais do potencial das MA por bacia das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ........................................................ 197

Figura 3.1 – Tarifas das empresas concessionárias de sistemas multimunicipais de abastecimento público de água em “alta”, 2004-2010 (€/m3). ............ 219

Figura 3.2 – Tarifas das empresas concessionárias de sistemas multimunicipais de drenagem e tratamento de águas residuais em “alta”, 2004-2010

(€/m3). ......................................................................................................................................................................................................................................... 220

Figura 3.3 – Encargo médio anual para o utilizador doméstico (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de abastecimento de água, por concelho, 2009.221

Figura 3.4 – Encargo médio anual para o utilizador doméstico (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de drenagem e tratamento de águas residuais, por

concelho, 2009. .......................................................................................................................................................................................................................... 222

Figura 3.5 – Encargo médio anual para os utilizadores não domésticos (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de abastecimento de água, por concelho,

2009. ........................................................................................................................................................................................................................................... 222

Figura 3.6 – Encargo médio anual para os utilizadores não domésticos (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de drenagem e tratamento de águas

residuais, por concelho, 2009. ................................................................................................................................................................................................... 223

Figura 3.7 – TRH por Sector em 2009. ...................................................................................................................................................................................... 224

Figura 4.1 – Esquema metodológico do Modelo de Construção de Cenários de Godet. ......................................................................................................... 231

Figura 4.2 – Tendências de crescimento da população total nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, para cada cenário (habitantes). .................... 243

Figura 4.3 – Evolução relativa das áreas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por cenário (%). ............................................................. 247

Figura 4.4 – Evolução relativa do número de efectivos pecuários nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por cenário (%). .................................... 249

Figura 4.5 – Tendência de crescimento da indústria transformadora, por cenário, (pessoal ao serviço). ............................................................................... 251

Figura 4.6 – Tendência de evolução do número de campos de golfe equivalentes, por cenário. ............................................................................................ 252

Figura 5.1 – Metodologia de definição de objectivos estratégicos. ........................................................................................................................................... 258

Figura 5.2 – Objectivos ambientais por bacia. ........................................................................................................................................................................... 262

Figura 6.1 – Percentagem de medidas proposta e previstas por tipo de medida identificada.................................................................................................. 269

Figura 6.2 – Peso relativo do esforço de investimento da ARH Tejo por tipo de medida. ........................................................................................................ 279

Figura 6.3 – Distribuição do investimento por área temática, medidas previstas e propostas. ................................................................................................ 279

Figura 6.4 – Distribuição do investimento por sector, medidas previstas e propostas. ............................................................................................................ 280

Figura 6.5 – Plano de acção/implementação, por área temática, medidas propostas. ............................................................................................................ 284

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QUADROS Quadro 2.1 – Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, correspondente área e concelhos abrangidos. ................................................................................. 9

Quadro 2.2 – Valores do balanço hídrico em ano médio, nas estações meteorológicas consideradas..................................................................................... 12

Quadro 2.3 – Valores de precipitação anual, mínima e máxima diária, em condições normais e anos húmidos e secos, para as estações meteorológicas

consideradas. ............................................................................................................................................................................................................................... 12

Quadro 2.4 – Bacias hidrográficas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................................................................................................. 15

Quadro 2.5 – Afectações do conjunto das áreas das bacias endorreicas a MA superficiais...................................................................................................... 16

Quadro 2.6 – Precipitação anual ponderada por bacia. .............................................................................................................................................................. 17

Quadro 2.7 – Valores da calibração para aplicação do modelo de Temez. ................................................................................................................................ 19

Quadro 2.8 – Área, precipitação ponderada e escoamento em regime natural médios anuais, por bacia. ............................................................................... 19

Quadro 2.9 – Caudais característicos. ......................................................................................................................................................................................... 20

Quadro 2.10 – MA subterrâneas abrangidas pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ............................................................................................... 25

Quadro 2.11 – Indicadores demográficos e sociais. .................................................................................................................................................................... 29

Quadro 2.12 – Indicadores por Sector de Actividade principal utilizador de água, 2008. ........................................................................................................... 30

Quadro 2.13 – Características gerais socioeconómicas das bacias. .......................................................................................................................................... 31

Quadro 2.14 – Solos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por ordem e subordem da classificação do SROA (1973) e respectivas percentagens

de distribuição pela área de estudo. ............................................................................................................................................................................................ 32

Quadro 2.15 – Resumo da ocupação do solo das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.................................................................................................. 33

Quadro 2.16 – Instrumentos de gestão territorial, de âmbito nacional e regional com incidência nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................. 34

Quadro 2.17 – Evolução das capitações por concelho................................................................................................................................................................ 37

Quadro 2.18 – Capitações consideradas para o cálculo das necessidades de água de abastecimento público. ..................................................................... 38

Quadro 2.19 – Classificação dos concelhos em CPU, CMU e CPR. .......................................................................................................................................... 39

Quadro 2.20 – Necessidades actuais de água para os usos urbanos por bacia, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .......................................... 39

Quadro 2.21 – Estimativa do número de instalações da indústria transformadora nas bacias hidrográfica das ribeiras do Oeste. ......................................... 40

Quadro 2.22 – Necessidades de água totais do sector industrial nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................................................. 41

Quadro 2.23 – Distribuição das necessidades anuais de água dos estabelecimentos industriais por divisão da CAE (Rev.3). ............................................... 41

Quadro 2.24 – Efectivos animais por concelho, espécie animal e sistema de produção. .......................................................................................................... 43

Quadro 2.25 – Necessidades de água para o sector pecuário, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ..................................................................... 44

Quadro 2.26 – Principais aproveitamentos hidroagrícolas. ......................................................................................................................................................... 45

Quadro 2.27 – Estações meteorológicas consideradas. ............................................................................................................................................................. 45

Quadro 2.28 – Evapotranspiração de referência (ETo, mm/ano). ............................................................................................................................................... 46

Quadro 2.29 – Áreas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (ha)................................................................................................................... 46

Quadro 2.30 – Culturas representativas. ..................................................................................................................................................................................... 47

Quadro 2.31 – Culturas1 regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................................................................................................... 47

Quadro 2.32 – Áreas/ culturas1 regadas (ha) no Perímetro da Cela em 2009 e 2010. .............................................................................................................. 48

Quadro 2.33 – Características pedológicas na área de influência da estação meteorológica. .................................................................................................. 49

Quadro 2.34 – Distribuição dos métodos de rega por cultura (% da área). ................................................................................................................................ 49

Quadro 2.35 – Eficiência de aplicação e distribuição (%). .......................................................................................................................................................... 49

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Quadro 2.36 – Necessidades de água úteis por cultura1, em ano médio (m3/ha). ..................................................................................................................... 50

Quadro 2.37 – Necessidades de água úteis por cultura1, em ano seco (m3/ha). ........................................................................................................................ 50

Quadro 2.38 – Necessidades de água totais anuais para rega (dam3), por bacia. ..................................................................................................................... 50

Quadro 2.39 – Necessidades de água para rega dos campos de golfe por bacia (dam3).......................................................................................................... 52

Quadro 2.40 – Necessidades de água para usos consumptivos, em ano médio, por bacia. ..................................................................................................... 53

Quadro 2.41– Águas balneares costeiras segundo a Portaria n.º 267/2010, de 16 de Abril. ..................................................................................................... 54

Quadro 2.42 – Termas concessionadas por bacia. ..................................................................................................................................................................... 55

Quadro 2.43 – Resumo do balanço anual (recursos hídricos superficiais) por bacia, em ano médio. ....................................................................................... 59

Quadro 2.44 – Resumo do balanço anual (recursos hídricos superficiais) por bacia, em ano seco. ......................................................................................... 59

Quadro 2.45 – Critérios de satisfação das necessidades hídricas. ............................................................................................................................................. 62

Quadro 2.46 – Panorama dos serviços de abastecimento, drenagem e tratamento de água, por modelo de gestão............................................................... 64

Quadro 2.47 – Níveis de atendimento de abastecimento público de água, por bacia. ............................................................................................................... 66

Quadro 2.48 – Níveis de atendimento de drenagem de águas residuais urbanas, por bacia. ................................................................................................... 66

Quadro 2.49 – Níveis de atendimento de tratamento de águas residuais urbanas, por bacia. .................................................................................................. 66

Quadro 2.50 – Infra-estruturas de abastecimento público de água. ........................................................................................................................................... 67

Quadro 2.51 – Infra-estruturas de drenagem e tratamento de águas residuais. ........................................................................................................................ 67

Quadro 2.52 – Registos históricos de caudais de ponta de cheia observados. .......................................................................................................................... 70

Quadro 2.53 – Parâmetros das características morfológicas das bacias. .................................................................................................................................. 73

Quadro 2.54 – Número de escoamento por secção de referência a modelar. ........................................................................................................................... 74

Quadro 2.55 – Tempo de concentração por bacia. ..................................................................................................................................................................... 74

Quadro 2.56 – Tempo de atraso por bacia. ................................................................................................................................................................................. 75

Quadro 2.57 – Precipitação máxima diária anual por secção de referência. .............................................................................................................................. 76

Quadro 2.58 – Caudais de ponta de cheia obtidos por aplicação de modelação hidrológica. ................................................................................................... 77

Quadro 2.59 – Parâmetros adoptados e caudais de ponta modelados. ..................................................................................................................................... 77

Quadro 2.60 – Classificação dos valores de SPI e tempo na categoria. .................................................................................................................................... 78

Quadro 2.61 – Classificação da severidade da seca com o SPI, para Ac variável. .................................................................................................................... 80

Quadro 2.62 – Valores para o factor de erodibilidade dos solos (K). .......................................................................................................................................... 82

Quadro 2.63 – Valores para factor de coberto vegetal (C). ......................................................................................................................................................... 84

Quadro 2.64 – Classes de perda potencial anual de solo. .......................................................................................................................................................... 85

Quadro 2.65 – Perda potencial de solo média em ano médio..................................................................................................................................................... 85

Quadro 2.66 – Critérios e ponderadores para o cálculo do índice de vulnerabilidade à poluição acidental. ............................................................................. 90

Quadro 2.67 – Classificação do índice WRASTIC de vulnerabilidade à poluição acidental. ...................................................................................................... 91

Quadro 2.68 – Classificação da probabilidade de ocorrência de poluição acidental. ................................................................................................................. 92

Quadro 2.69 – Classificação do risco de poluição acidental. ...................................................................................................................................................... 92

Quadro 2.70 – Classificação da gravidade dos impactes. ........................................................................................................................................................... 92

Quadro 2.71 – Classificação da significância dos impactes. ....................................................................................................................................................... 92

Quadro 2.72 – Grau de risco dos focos potenciais de poluição acidental e áreas afectadas..................................................................................................... 95

Quadro 2.73 – Grau de risco de poluição acidental e respectivas classes. ................................................................................................................................ 97

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Quadro 2.74 – Principais características dos tipos da categoria Rios existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (INAG, I.P., 2008). ............ 99

Quadro 2.75 – Principais características dos tipos para a categoria águas costeiras nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (Bettencourt, et al.,

2003). .......................................................................................................................................................................................................................................... 100

Quadro 2.76 – Número de tipos existentes por categoria de MA nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................................. 100

Quadro 2.77 – Distribuição das MA naturais de superfície por categoria nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................................... 102

Quadro 2.78 – Número de MA por tipo de rio e representatividade dos tipos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ............................................. 102

Quadro 2.79 – Número de MA costeiras e representatividade nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ..................................................................... 102

Quadro 2.80 – Principais características (média aproximada ou tendência) das albufeiras do tipo Sul, correspondente à albufeira de São Domingos. ...... 103

Quadro 2.81 – Números de MA e respectiva área ou extensão total por categoria nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................... 105

Quadro 2.82 – Áreas de drenagem das MA subterrâneas. ....................................................................................................................................................... 106

Quadro 2.83 – Tipos litológicos existentes nas massas de água subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................ 107

Quadro 2.84 – Caracterização da transmissividade e da produtividade das massas de água subterrâneas. ......................................................................... 108

Quadro 2.85 – Caracterização hidrogeoquímica das massas de água subterrânea. ............................................................................................................... 111

Quadro 2.86 – Análise da tendência de evolução dos níveis piezométricos nas massas de água subterrâneas. .................................................................. 112

Quadro 2.87 – Valores de recarga por MA. ............................................................................................................................................................................... 116

Quadro 2.88 – EDAS identificados nas MA subterrânea. .......................................................................................................................................................... 121

Quadro 2.89 – Identificação dos charcos temporários mediterrânicos. .................................................................................................................................... 121

Quadro 2.90 – Síntese das características dos charcos temporários mediterrânicos. ............................................................................................................. 121

Quadro 2.91 – Descritores de dimensão das instalações utilizados para estimativa de cargas poluentes.............................................................................. 124

Quadro 2.92 – Capitações utilizadas para estimativa de cargas poluentes. ............................................................................................................................. 124

Quadro 2.93 – Eficiências de tratamento utilizadas no âmbito da estimativa de cargas poluentes. ........................................................................................ 125

Quadro 2.94 – ETAR urbanas inventariadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................................................................ 126

Quadro 2.95 – Cargas poluentes associadas às ETAR urbanas. ............................................................................................................................................. 126

Quadro 2.96 – Pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas inventariadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ............... 126

Quadro 2.97 – Cargas poluentes associadas às pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas. ............................................................ 127

Quadro 2.98 – Pontos de rejeição de águas residuais urbanas não tratadas inventariados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ....................... 127

Quadro 2.99 – Cargas poluentes associadas à rejeição de águas residuais urbanas não tratadas. ....................................................................................... 127

Quadro 2.100 – Cargas poluentes com origem urbana estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ........................................................ 128

Quadro 2.101 – Cargas poluentes com origem na indústria estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................ 128

Quadro 2.102 – Cargas poluentes com origem na pecuária estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................ 129

Quadro 2.103 – Classes de uso do solo e respectivas taxas de exportação (kg/ha/ano). ....................................................................................................... 131

Quadro 2.104 – Síntese das cargas poluentes anuais de origem difusa estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ............................. 131

Quadro 2.105 – Lista de SPOP que potencialmente poderão estar presentes nas massas de água superficiais, provenientes de fontes pontuais (P) e

difusas (D), por bacia. ................................................................................................................................................................................................................ 133

Quadro 2.106 – Aproveitamentos hidráulicos identificados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .......................................................................... 134

Quadro 2.107– Avaliação dos impactes das principais obras transversais nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................. 136

Quadro 2.108 – Pressões hidromorfológicas sobre as massas de água costeiras. ................................................................................................................. 138

Quadro 2.109 – Captações de água superficiais, por finalidade e por bacia. ........................................................................................................................... 139

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Quadro 2.110 – Cargas originadas pelas fossas sépticas e ETAR compactas com descarga no solo, por MA subterrânea. ................................................ 140

Quadro 2.111 – Poluição difusa: cargas de azoto originadas pelos sectores da pecuária, agro-indústria e agricultura por MA subterrânea. ....................... 141

Quadro 2.112 – Captações de água por finalidade e por MA subterrânea. .............................................................................................................................. 143

Quadro 2.113 – Captações de água por finalidade MA de Vieira de Leiria – Marinha Grande. ............................................................................................... 144

Quadro 2.114 – Substâncias prioritárias e outros poluentes e poluentes específicos por actividade económica. .................................................................. 144

Quadro 2.115 – Lista de SPOP que potencialmente poderão estar presentes nas massas de água subterrâneas, provenientes de fontes pontuais (P) e

difusas (D), por massa de água. ................................................................................................................................................................................................ 145

Quadro 2.116 – Critério de eutrofização – albufeiras e lagoas. ................................................................................................................................................ 147

Quadro 2.117 – Critérios de selecção das MA afectas às ZPE................................................................................................................................................. 147

Quadro 2.118 – Critérios de selecção das MA afectas aos SIC................................................................................................................................................ 148

Quadro 2.119 – Principais características das zonas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................................. 149

Quadro 2.120 – Captações de água subterrânea para abastecimento público. ....................................................................................................................... 149

Quadro 2.121 – Captações de água subterrânea com perímetros de protecção publicados em Diário da República. ........................................................... 150

Quadro 2.122 – Munícipios com as zonas de infiltração máxima delimitadas e respectiva legislação. ................................................................................... 150

Quadro 2.123 – Profundidade aproximada das raízes das plantas (rp) em função da legenda da Carta "Corine Land Cover" (escala 1:100 000) (Adaptado

de Oliveira et al., 2002). ............................................................................................................................................................................................................. 153

Quadro 2.124 – Divisão dos parâmetros em classe e valores a atribuir em cada classe (adaptado de Oliveira et al., 2002)................................................. 154

Quadro 2.125 – Recarga potencial. ........................................................................................................................................................................................... 155

Quadro 2.126 – Declive da superfície topográfica (adaptado de CCDR-LVT, 2009)................................................................................................................ 155

Quadro 2.127 – Índices atribuídos á zona vadosa das várias litologias existentes na AML (adaptado de CCDR-LVT, 2009). ............................................. 156

Quadro 2.128 – Índices atribuídos à zona vadosa das várias litologias existentes no OVT (adaptado de CCDR-LVT, 2010). ............................................. 156

Quadro 2.129 – Captações para consumo humano superficiais e subterrâneas designadas como zonas protegidas. .......................................................... 158

Quadro 2.130 – Outras áreas classificadas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. .................................................................................................. 158

Quadro 2.131 – Número de estações para as zonas protegidas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ................................................................. 163

Quadro 2.132 – Número de estações para cada tipo de rede de monitorização nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ......................................... 164

Quadro 2.133 – Estações de monitorização utilizadas para a avaliação do estado quantitativo. ............................................................................................ 165

Quadro 2.134 – Estações da rede de vigilância utilizadas para a avaliação do estado químico. ............................................................................................ 165

Quadro 2.135 – Estações utilizadas para a monitorização das zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano. .................... 166

Quadro 2.136 – Resultados da aplicação do IR para as actuais redes de monitorização da avaliação do estado. ................................................................ 167

Quadro 2.137 – Número de estações por rede e por categoria de MA superficial nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ...................................... 168

Quadro 2.138 – Estações das redes de monitorização actuais. ............................................................................................................................................... 168

Quadro 2.139 – Rede para medição das variáveis Precipitação (estações climatológicas e udográficas), Temperatura, Ventos, Humidade do ar,

Evaporação e Radiação (estações climatológicas). .................................................................................................................................................................. 169

Quadro 2.140 – Número de estações nas redes de monitorização do estado (rede de vigilância e rede operacional), climatológica e hidrométrica, por bacia.

.................................................................................................................................................................................................................................................... 170

Quadro 2.141 – Definição do Estado Quantitativo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, e com a DQA, Anexo V, n.º 2.................... 178

Quadro 2.142 – Definição do Estado Quimico, de acordo com o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, e com a DQA, Anexo V, n.º 2.......................... 184

Quadro 2.143 – Normas e limiares de qualidade para o estabelecimento do estado químico das massas de água subterrâneas (adaptado de INAG, 2009).

.................................................................................................................................................................................................................................................... 194

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Quadro 2.144 – Excepções para limiares de qualidade acima indicados (adaptado de INAG, 2009). .................................................................................... 194

Quadro 2.145 – Avaliação do estado ecológico para as MA naturais da categoria Rios e costeiras. ...................................................................................... 195

Quadro 2.146 – Avaliação do potencial ecológico para massas de água fortemente modificadas (MAFM) Rios e albufeiras................................................ 195

Quadro 2.147 – Avaliação do potencial ecológico para massas de água artificiais (MAA). ..................................................................................................... 196

Quadro 2.148 – Avaliação do estado químico para MA naturais, MAFM e MAA ...................................................................................................................... 196

Quadro 2.149 – Avaliação do estado e potencial das MA naturais, MAFM e MAA .................................................................................................................. 198

Quadro 2.150 – Resultados dos testes realizados para avaliação do estado quantitativo das massas de água subterrâneas. ............................................. 198

Quadro 2.151 – Avaliação do estado quantitativo das MA subterrâneas.................................................................................................................................. 199

Quadro 2.152 – Resultados dos testes realizados para avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas. ................................................... 199

Quadro 2.153 – Avaliação do estado químico das MA subterrânea. ........................................................................................................................................ 200

Quadro 2.154 – Análise de tendências das massas de água subterrâneas. ............................................................................................................................ 201

Quadro 2.155 – Síntese da avaliação do estado das MA subterrâneas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ...................................................... 202

Quadro 2.156 – Síntese da avaliação da conformidade das zonas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. ........................................... 202

Quadro 2.157 – Síntese do estado de cumprimento das disposições legais. ........................................................................................................................... 205

Quadro 2.158 – Diagnóstico para Área temática 1 – Quadro institucional e normativo. .......................................................................................................... 207

Quadro 2.159 – Diagnóstico para Área temática 2 – Quantidade de água. .............................................................................................................................. 208

Quadro 2.160 – Diagnóstico para Área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico. .............................................................................. 210

Quadro 2.161 – Diagnóstico para Área temática 4 – Qualidade da água. ................................................................................................................................ 211

Quadro 2.162 – Diagnóstico para Área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento. ....................................................................................... 213

Quadro 2.163 – Diagnóstico para Área temática 6 – Comunicação e governança. ................................................................................................................. 214

Quadro 2.164 – Diagnóstico para Área temática 7 – Quadro económico e financeiro. ............................................................................................................ 215

Quadro 3.1 – Consumos/necessidades hídricas actuais (hm3/ano), em ano médio. ................................................................................................................ 216

Quadro 3.2 – Contributo das bacias hidrográficas para a economia nacional (%) – principais sectores utilizadores de água, em 2008. .............................. 217

Quadro 3.3 – Importância da água para a economia regional/Eficiência da utilização da água na economia regional, em 2008. ......................................... 217

Quadro 3.4 – Comparação de proveitos unitários por aproveitamento hidroagrícola. .............................................................................................................. 223

Quadro 3.5 – Valores totais de TRH, cobrados pela ARH Tejo por componente, em 2009. .................................................................................................... 224

Quadro 3.6 – Níveis de recuperação de custos nos serviços de abastecimento de água em 2008. ....................................................................................... 226

Quadro 3.7 – Níveis de recuperação de custos no sistema de saneamento de águas residuais em 2008. ............................................................................ 226

Quadro 3.8 – Níveis de recuperação de custos nos serviços da água em 2008 (abastecimento de água e drenagem e tratamento de águas residuais). .. 227

Quadro 3.9 – Níveis de recuperação de custos por aproveitamento hidroagrícola. ................................................................................................................. 228

Quadro 3.10 – Nível de acessibilidade aos serviços de água (Abastecimento de água e saneamento de águas residuais). ................................................ 229

Quadro 4.1 – Lista dos documentos analisados. ....................................................................................................................................................................... 240

Quadro 4.2 – Investimentos previstos para redes de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (POR e POVT). .................................... 241

Quadro 4.3 – Indicadores utilizados na construção de cenários. .............................................................................................................................................. 243

Quadro 4.4 – Tendências de evolução nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste – Cenário base................................................................................. 254

Quadro 5.1 – Objectivos ambientais por categoria de MA. ....................................................................................................................................................... 262

Quadro 5.2 – Objectivos ambientais das MA superficiais interiores, por bacia, ano e categoria. ............................................................................................ 262

Quadro 5.3 – Extensões e áreas das MA nas quais as prorrogações foram aplicadas ........................................................................................................... 263

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Quadro 5.4 – Objectivos ambientais para as MA subterrâneas. ............................................................................................................................................... 263

Quadro 5.5 – MA subterrâneas objecto de aplicação da prorrogação de prazos. .................................................................................................................... 264

Quadro 6.1 – Número de medidas por tipo de medida e por área temática associada aos tipos de massas de água aplicadas. .......................................... 270

Quadro 6.2 – Número de Medidas de Base identificadas para cada norma comunitária. ........................................................................................................ 271

Quadro 6.3 – Medidas de Base DQA associadas a um conjunto especifico de objectivos e/ou tipo de pressões .................................................................. 272

Quadro 6.4 – Medidas suplementares para as massas de água superficiais e subterrâneas agrupadas por área temática. ................................................. 273

Quadro 6.5 – Medidas complementares para as massas de água superficiais e subterrâneas agrupadas por área temática. .............................................. 275

Quadro 6.6 – Valor total de investimento por tipologia de medidas. ......................................................................................................................................... 277

Quadro 6.7 – Valor total de investimento, por entidade responsável. ....................................................................................................................................... 278

Quadro 6.8 – Potenciais fontes de financiamento, por área temática. ...................................................................................................................................... 280

Quadro 6.9 – Investimento total anualizado, medidas propostas. ............................................................................................................................................. 282

Quadro 7.1 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 1 – Quadro institucional e normativo. ............................................................. 286

Quadro 7.2 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 2 – Quantidade de água. ................................................................................ 286

Quadro 7.3 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico. ................................. 288

Quadro 7.4 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 4 – Qualidade da água. ................................................................................... 289

Quadro 7.5 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento. .......................................... 291

Quadro 7.6 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 6 – Comunicação e governança. .................................................................... 292

Quadro 7.7 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 7 – Quadro económico e financeiro. ............................................................... 292

Quadro 7.8 – Calendário para o acompanhamento do PBH Ribeiras do Oeste. ...................................................................................................................... 295

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ACRÓNIMOS ACE – Análise Custo-Eficácia

AFN – Autoridade Florestal Nacional

AHE – Regadios colectivos de iniciativa pública

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

ARH – Administrações de Região Hidrográfica, I.P.

ARH Tejo – Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. (ARH do Tejo, I.P.)

ARH Centro – Administração da Região Hidrográfica do Centro, I.P. (ARH Centro, I.P.)

AT – Área Temática

BGRI – Base Geográfica de Referenciação de Informação

CAE – Classificação das Actividades Económicas

CBO5 – Carência Bioquímica em Oxigénio

CCDR – Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional

CCDR-LVT – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo

CEN – European Committee for Standardization

CNA – Conselho Nacional da Água

CNPGB – Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens

CQO – Carência Química de Oxigénio

CRH – Conselhos de Região Hidrográfica

DGADR – Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural

DGEG – Direcção-Geral de Energia e Geologia

DGPA – Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura

DIA – Declarações de Impacte Ambiental

DISCO – Deluxe Integrated System for Clustering Operations

DQA – Directiva-Quadro da Água

DRAP – Direcção Regional de Agricultura e Pescas

EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A.

EDAS – Ecossistemas aquáticos dependentes das águas subterrâneas

EDP – Electricidade de Portugal, S.A.

EG – Entidades Gestoras

EGF – Empresa Geral do Fomento, S.A.

ENCNB – Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e a Biodiversidade

ENDS 2005-2015 – Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2005-2015

ENE – Estratégia Nacional para a Energia

ENEAPAI – Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-pecuários e Agro-Industriais

ENF – Estratégia Nacional para as Florestas

ENGIZC – Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira

EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA

ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos

ETA – Estação de Tratamento de Água

ETAR – Estações de Tratamento de Águas Residuais

ETDAS – Ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas

FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

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FMI – Fundo Monetário Internacional

FPRH – Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos

GNR – Guarda Nacional Republicana

HELCOM – Convenção para a Protecção do Meio Marinho na Zona do Mar Báltico

IHERA – Instituto de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente

ICOLD – International Commission on Large Dams

IGAOT – Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território

IGT – Instrumentos de Gestão Territorial

IM – Instituto de Meteorologia, I.P.

INAG – Instituto da Água, I.P. (INAG, I.P.)

INE – Instituto Nacional de Estatística, I.P.

INSAAR – Inventário Nacional de Sistemas de Águas e de Águas Residuais

ISA – Instituto Superior de Agronomia

ISO – Organização Internacional de Estandardização

LMPMAVE – Linha da máxima preia- mar de águas vivas equinociais

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

MA – Massas de água

MAA – Massas de água artificiais

MADRP – Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

MAFM – Massas de Água Fortemente Modificadas

NQA – Normas de Qualidade Ambiental

NRC – Níveis de Recuperação de Custos

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OSPAR – Convenção para Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste

PAC – Política Agrícola Comum

PBH Oeste – Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste

PBH Tejo – Plano de Bacia Hidrográfica do Tejo

PC – Postos de Cloragem

PCCRL – Projecto de Controlo de Cheias da Região de Lisboa

PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição

PEAASAR II – Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais II

PEE – Plano de Emergência Externo

PEGA – Planos Específicos de Gestão das Águas

PEI – Plano de Emergência Interno

PEN Pesca – Plano Estratégico Nacional para a Pesca

PENDR – Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural

PEOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

PERSU II – Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos II (2007-2012)

PET – Plano Estratégico dos Transportes

PGRH – Planos de Gestão de Região Hidrográfica

PGRH Tejo – Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo

PBH Ribeiras do Oeste – Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste

PIB – Produto Interno Bruto

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PIDDAC – Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central

PMOT – Planos Municipais de Ordenamento do Território

PNA – Plano Nacional da Água

PNAC – Plano Nacional das Alterações Climáticas

PNAEE – Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética

PNALE – Plano Nacional para a Atribuição de Licenças de Emissão de CO2

PNBEPH – Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico

PNET – Plano Estratégico Nacional do Turismo

PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

PNTN – Programa Nacional do Turismo da Natureza

PNUEA – Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

PO FEDER – Programas Operacionais FEDER

POA – Planos de Ordenamento de Albufeiras

POAAP – Planos de Ordenamento de Albufeiras de Águas Públicas

POAP – Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas

POEM – Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo

POOC – Planos de Ordenamento de Orla Costeira

POR – Programas Operacionais Regionais

POVT – Plano Operacional de Valorização do Território

PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural do Continente

PROT – Planos Regionais de Ordenamento do Território

PROT-A – Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo

PROT-AML – Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa

PROT-C – Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro

PROT-OVT – Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo

PRTR – European Pollutant Release and Transfer Register

PSRN2000 – Plano Sectorial da Rede Natura 2000

QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013

QSiGA – Questões Significativas da Gestão da Água

REAI – Regime de Exercício da Actividade Industrial

REAP – Regime de Exercício da Actividade Pecuária

RECAPE – Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução

REF – Regime Económico e Financeiro

RGA09 – Recenseamento Geral Agrícola de 2009

RGA99 – Recenseamento Geral Agrícola de 1999

RH Tejo – Região Hidrográfica do Tejo

RMMG – Retribuição Mínima Mensal Garantida

RSAEEP – Regulamento de Segurança e Acções para Estrutura de Edifícios e Pontes

RSB – Regulamento de Segurança de Barragens

SAU – Superfície Agrícola Utilizada

SC – Sistema de Classificação

SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente

SIARL – Sistema de informação de apoio à reposição da legabilidade

SIC – Sítios de Importância Comunitária

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SNIRH – Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos

SPI - Standardized Precipitation Index

SST – Sólidos Suspensos Totais

SVARH – Sistema de vigilância e alerta dos recursos hídricos

SWM – Stanford Watershed Model

TMCA – Taxa de Média de Crescimento Anual

TRH – Taxa de Recursos Hídricos

TURH – Título de Utilização dos Recursos Hídricos

VAB – Valor Acrescentado Bruto

ZPE – Zonas de Protecção Especial

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PARTE 1 – ENQUADRAMENTO E ASPECTOS GERAIS

1. ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROCESSO DE PLANEAMENTO

A relevância dos recursos hídricos determina a necessidade de uma gestão rigorosa e a adopção de medidas

específicas de prevenção, protecção, recuperação e valorização do seu estado, sendo a resposta a este desafio

incompatível com intervenções de carácter casuístico.

Uma eficiente gestão dos recursos hídricos implica necessariamente a definição de uma adequada política de

planeamento e, consequentemente, a aprovação dos instrumentos que garantam a gestão sustentável e integrada de

todas as suas valências. Com efeito, os planos de gestão de bacia hidrográfica são instrumentos de planeamento

sectorial que visam a gestão, a protecção e a valorização ambiental, social e económica das águas ao nível das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

A Directiva-Quadro da Água (DQA), Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro,

transposta para o direito nacional pela Lei da Água, Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, estabelece as bases e o

quadro de acção comunitária no domínio da política da água, revelando-se o principal instrumento de enquadramento

para a protecção das águas interiores, superficiais e subterrâneas, das águas de transição e das águas costeiras.

Importa ainda referir a legislação que complementa a Lei da Água, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de

Março, o Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, que regulamenta o regime da utilização dos recursos hídricos e o

Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho, que estabelece o regime económico e financeiro dos recursos hídricos.

Refere-se ainda o Decreto-Lei n.º 208/2008, de 23 de Outubro, que estabelece o regime de protecção das águas

subterrâneas contra a poluição e deterioração, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/118/CE, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro, relativa à protecção da água subterrânea contra a poluição e

deterioração, e que regulamenta o Artigo 47.º da Lei da Água, no respeitante à avaliação do estado químico da água

subterrânea.

Decorrente da DQA surge a obrigação de definição de uma adequada política de planeamento, através,

designadamente, da elaboração de Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH).

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste estão integradas na Região Hidrográfica 4 (Vouga, Mondego, Lis e

ribeiras do Oeste). O presente documento corresponde ao Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste, parte

do PGRH da referida região hidrográfica.

2. OBJECTIVO DO PLANO

O Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (PBH Ribeiras do Oeste) é um instrumento de planeamento

que visa, em particular, identificar os problemas mais relevantes das massas de água, prevenindo a ocorrência de

futuras situações potencialmente problemáticas, bem como definir as linhas estratégicas da gestão dos recursos

hídricos através da elaboração de um programa de medidas que garanta a prossecução dos objectivos estabelecidos na

Lei da Água.

De acordo com o Artigo 24.º da Lei da Água, o PBH Ribeiras do Oeste deve fundamentar e orientar a protecção e a

gestão das águas e a compatibilização das suas utilizações com as suas disponibilidades de forma a:

a) garantir a sua utilização sustentável, assegurando a satisfação das necessidades das gerações actuais sem

comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades;

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b) proporcionar critérios de afectação aos vários tipos de usos pretendidos, tendo em conta o valor económico de

cada um deles, bem como assegurar a harmonização da gestão das águas com o desenvolvimento regional e

as políticas sectoriais, os direitos individuais e os interesses locais;

c) fixar as normas de qualidade ambiental e os critérios relativos ao estado das massas de água.

Desta forma, o PBH Ribeiras do Oeste assume os objectivos estabelecidos no Artigo 1.º da Lei da Água tendo como

propósito estabelecer um enquadramento para a protecção das águas superficiais interiores, das águas costeiras e das

águas subterrâneas que permita:

a) evitar a continuação da degradação, protegendo e melhorando o estado dos ecossistemas aquáticos e também

dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas directamente dependentes destes, no que respeita às suas

necessidades de água;

b) promover uma utilização sustentável de água, baseada numa protecção a longo prazo dos recursos hídricos

disponíveis;

c) obter uma protecção reforçada e um melhoramento do ambiente aquático, nomeadamente através de medidas

específicas para a redução gradual e a cessação ou eliminação por fases das descargas, das emissões e

perdas de substâncias prioritárias;

d) assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas, evitando o seu agravamento;

e) mitigar os efeitos das inundações e das secas;

f) assegurar o fornecimento em quantidade suficiente de água de origem superficial e subterrânea de boa

qualidade, conforme necessário para uma utilização sustentável, equilibrada e equitativa da água;

g) proteger as águas marinhas, incluindo as territoriais;

h) assegurar o cumprimento dos objectivos dos acordos internacionais pertinentes, incluindo os que se destinam

à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho.

No sentido do cabal cumprimento destes objectivos, o PBH Ribeiras do Oeste, enquanto instrumento de planeamento,

gestão e protecção das águas, incorpora os conteúdos específicos estipulados no Artigo 29.º da Lei da Água,

nomeadamente:

• a caracterização das águas superficiais e subterrâneas existentes nas bacias hidrográficas, incluindo a

identificação dos recursos, a delimitação das massas de água superficiais e subterrâneas e a determinação

das condições de referência ou do máximo potencial ecológico específico do tipo de águas superficiais;

• a identificação das pressões e descrição dos impactos significativos da actividade humana sobre o estado das

águas superficiais e subterrâneas com a avaliação, entre outras, das fontes tópicas e difusas de poluição, das

utilizações existentes e previstas, das alterações morfológicas significativas e do balanço entre as

potencialidades, as disponibilidades e as necessidades;

• a designação de uma massa de água superficial como artificial ou fortemente modificada e a classificação e

determinação do seu potencial ecológico, bem como a classificação e determinação do estado ecológico das

águas superficiais, de acordo com parâmetros biológicos, hidromorfológicos e físico-químicos;

• a localização geográfica das zonas protegidas e a indicação da legislação comunitária ou nacional ao abrigo da

qual essas zonas tenham sido designadas;

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• a identificação de sub-bacias, sectores, problemas ou tipos de águas e sistemas aquíferos que requeiram um

tratamento específico ao nível da elaboração de Planos Específicos de Gestão das Águas;

• a identificação das redes de monitorização e a análise dos resultados dos programas de monitorização sobre

as disponibilidades e o estado das águas superficiais e subterrâneas, bem como sobre as zonas protegidas;

• a análise económica das utilizações da água, incluindo a avaliação da recuperação de custos dos serviços de

águas e a identificação de critérios para a avaliação da combinação de medidas com melhor relação custo-

eficácia;

• as informações sobre as acções e medidas programadas para a implementação do princípio da recuperação

dos custos dos serviços hídricos e sobre o contributo dos diversos sectores para este objectivo com vista à

concretização dos objectivos ambientais;

• a definição dos objectivos ambientais para as MA superficiais e subterrâneas e para as zonas protegidas, bem

como a identificação dos objectivos socioeconómicos de curto, médio e longo prazo a considerar,

designadamente no que se refere à qualidade das águas e aos níveis de descarga de águas residuais;

• o reconhecimento, a especificação e a fundamentação das condições que justifiquem: a extensão de prazos

para a obtenção dos objectivos ambientais, a definição de objectivos menos exigentes, a deterioração

temporária do estado das massas de água, a deterioração do estado das águas e o não cumprimento do bom

estado das águas subterrâneas ou do bom estado ou potencial ecológico das águas superficiais;

• a identificação das entidades administrativas competentes e dos procedimentos no domínio da recolha, gestão

e disponibilização da informação relativa às águas;

• as medidas de informação e consulta pública, incluindo os resultados e as consequentes alterações produzidas

nos planos;

• as normas de qualidade adequadas aos vários tipos e usos da água e as relativas a substâncias perigosas;

• os programas de medidas e acções previstos para o cumprimento dos objectivos ambientais, devidamente

calendarizados, espacializados, orçamentados e com indicação das entidades responsáveis pela sua

aplicação.

3. PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

O planeamento dos recursos hídricos visa fundamentar e orientar a protecção e a gestão das águas e a

compatibilização das suas utilizações com as disponibilidades, de forma a garantir a sua utilização sustentável,

proporcionar critérios de afectação aos vários tipos de usos pretendidos, e fixar as normas, de qualidade ambiental e os

critérios relativos ao estado das massas de água. O PBH Ribeiras do Oeste é assim entendido como prospectivo,

flexível, dinâmico e cíclico, fundamentando-se nos seguintes princípios específicos, de acordo com o Artigo 25.º da Lei

da Água:

• integração com outros instrumentos de gestão territorial, ambiental e económica;

• coerência e uniformização no tratamento das matérias a nível nacional e europeu;

• ponderação dos aspectos económicos, ambientais, técnicos e institucionais relevantes, garantindo a

preservação quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos e a sua utilização eficiente, sustentável e

ecologicamente equilibrada;

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• adaptação funcional, diversificando a intervenção em função de problemas, necessidades e interesses públicos

específicos;

• durabilidade dos recursos hídricos, atendendo à sua continuidade e estabilidade e protegendo a sua qualidade

ecológica e capacidade regenerativa;

• participação, envolvendo todos os visados no seu processo de elaboração, execução e alteração dos seus

instrumentos;

• informação da actividade de gestão dos recursos hídricos decorrentes da sua implementação;

• racionalização do seu processo de execução, garantindo a adequação da organização da estrutura funcional

às necessidades decorrentes do seu processo de elaboração.

4. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PBH

A abordagem metodológica para as componentes estruturantes do PBH Ribeiras do Oeste baseou-se no

estabelecimento de diferentes temas a desenvolver por um conjunto de equipas técnicas distintas, com especialistas de

diferentes áreas. Cada equipa desenvolveu separadamente os conteúdos estipulados na Portaria n.º 1284/2009, de 19

de Outubro, relativos às seguintes temáticas:

• Recursos Hídricos Superficiais Interiores;

• Recursos Hídricos Subterrâneos;

• Recursos Hídricos do Litoral;

• Análise Económica;

• Avaliação Ambiental Estratégica e Participação Pública.

A elaboração do PBH Ribeiras do Oeste assentou em etapas distintas, das quais se destacam:

• Caracterização e Diagnóstico da Região Hidrográfica, pelo grande volume de informação que foi necessário

recolher, sistematizar, validar e analisar, sendo que a validação da informação produzida nesta fase foi

determinante para a prossecução do PBH Ribeiras do Oeste, tendo sido simultaneamente acompanhada de

seminários para discussão dos temas com os representantes dos diversos sectores. Desta forma, foi possível

aferir o volume de informação recolhida nas diferentes bases de dados Nacionais quer em termos quantitativos

quer em termos qualitativos;

• Objectivos e Programação de Medidas, pela importância de estabelecer objectivos ambientais para as várias

massas de água a atingir e definir medidas que permitam cumprir os mesmos, tendo em consideração a sua

exequibilidade técnica e financeira destas.

Estas componentes foram desenvolvidas tendo por base a melhor informação disponível, existente e produzida. Foi

efectuado um acompanhamento rigoroso da elaboração do PBH Ribeiras do Oeste pela Administração da Região

Hidrográfica do Tejo, I.P. (ARH Tejo) de forma a garantir a articulação e coordenação entre as várias equipas.

A estrutura organizativa de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste assentou nas entidades e áreas de trabalho indicadas

na Figura 1.1.

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*Grupo AFJ: Grupo administrativo, financeiro e jurídico

Figura 1.1 – Estrutura organizativa de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste.

A cronologia de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste, desde o procedimento concursal até à compilação do presente

relatório – versão para Consulta Pública, é a sistematizada na Figura 1.2. A fase de caracterização e diagnóstico das

bacias hidrográficas prolongou-se por 11 meses, sendo a mais extensa e a que envolveu maior número de técnicos

especialistas e de entidades, seguindo-se a definição de objectivos e medidas, culminado na elaboração do relatório

para Consulta Pública. Após a publicação do referido documento, segue-se um processo de Consulta Pública de seis

meses, sendo expectável a publicação do documento final em Março de 2012.

Figura 1.2 – Cronologia de elaboração do PBH Ribeiras do Oeste.

*

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5. ESTRUTURA DO PBH

Os conteúdos do PBH Ribeiras do Oeste respeitam o definido na Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro,

satisfazendo a organização estrutural apresentada na Figura 1.3.

O Volume I é constituído por sete partes, onde são desenvolvidos os conteúdos relativos ao Enquadramento, à

Caracterização e Diagnóstico das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, à Análise Económica das Utilizações da

Água, aos Cenários Prospectivos, aos Objectivos, ao Programa de Medidas e ao Sistema de Promoção,

Acompanhamento, Controlo e Avaliação do Plano. O Volume II engloba dois relatórios complementares, relativos à

Avaliação Ambiental Estratégica e à Participação Pública.

Figura 1.3 – Estrutura dos conteúdos do PBH Ribeiras do Oeste.

O presente relatório constitui-se como o Relatório Síntese para Consulta Pública – versão extensa, complementado com

uma versão sintetizada – Relatório Síntese para Consulta Pública, e um Resumo Não Técnico. Os conteúdos aqui

apresentados são ainda complementados com informação adicional. Deste modo, no presente relatório os seguintes

símbolos representam:

- a ligação aos capítulos de base;

- a ligação para o repositório de mapas;

- a ligação para as fichas de diagnóstico de bacia, de massa de água subterrânea e de medidas.

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PARTE 2 – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS

1.1. TERRITORIAL E INSTITUCIONAL

O enquadramento geográfico e administrativo foi elaborado com base na informação disponibilizada pelo Instituto

Nacional de Estatística, I.P. (INE), tendo por referência os Anuários Estatísticos Regionais (INE, 2008) e as informações

disponibilizadas pela ARH Tejo, no respeitante aos limites geográficos e administrativos, bem como aos

aproveitamentos hidráulicos.

A informação de base encontra-se, maioritariamente, desagregada ao nível da sub-secção ou concelho, tendo sido

agregada por bacia. Para tal, procedeu-se à aplicação do coeficiente de afectação da população das unidades de

referenciação geográfica de base abrangidas pelos limites das bacias.

A determinação destes coeficientes resultou do cruzamento entre a Base Geográfica de Referenciação de Informação

(BGRI) do INE e os respectivos dados censitários dos últimos Censos 2001 e a delimitação das bacias de drenagem

das massas de água (MA) das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 1 pertencentes à Região Hidrográfica 4 (RH4).

A análise foi sempre realizada ao nível da sub-secção estatística, a qual constitui o nível de desagregação máximo dos

dados censitários disponibilizados, agregando-se, posteriormente, os dados concelhios para as várias unidades de

análise: região hidrográfica, bacia hidrográfica e bacia de drenagem da MA.

Este processo permitiu a obtenção de dois tipos de coeficientes:

• coeficiente de ponderação de área – relativo à área de cada concelho que é abrangida pela unidade de

análise;

• coeficiente de ponderação de população – respeitante à população residente de cada concelho inserida nas

unidades de análise.

O ponto referente à delimitação do domínio hídrico teve como base de trabalho a legislação em vigor, bem como o

Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (PBH Oeste) e o Plano Nacional da Água (PNA), ambos elaborados

em 2001.

1.1.1. Enquadramento geográfico e administrativo

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (Figura 2.1) estão integradas

na região hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis e ribeiras do Oeste – Região

Hidrográfica 4 – definida pelo Decreto-Lei n.º 347/2007, de 19 de Outubro,

correspondendo-lhe uma área em terra de 2 412 km2, que representa 17% da

região hidrográfica supracitada. Considerando o plano de água das massas

de água costeiras, a área é de 2798 km2. As bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste constituem uma estreita faixa, com cerca de 120 km de extensão,

que apresenta uma orientação de NNE-SSW e uma largura máxima da

ordem dos 35 km. A área total das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

engloba 8 bacias com áreas superiores a 70 km2. Estas bacias

correspondem às 7 bacias hidrográficas das principais linhas de água, a que

1 Fornecido pela ARH Tejo, I.P.

INDICADORES:

445 683 habitantes

185 hab./km2

120 idosos por cada 100 jovens

54,8% da população empregada no sector

terciário

820,59 € de ganho médio mensal dos

trabalhadores

48 471 empresas com sede na região

6 037 milhões € de VAB

15,8 mil € de PIB per capita

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acresce uma bacia correspondente à área sobrante que integra as pequenas linhas de água que drenam directamente

para o Oceano Atlântico.

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste confinam com a região hidrográfica do Tejo, a Este, e com a bacia

hidrográfica do Lis, a Norte e Nordeste. O alinhamento montanhoso das Serras de Candeeiros e de Montejunto,

prolongada para Sul pelas elevações de Malveira, da Carregueira e pelo extremo nascente da Serra de Sintra, faz a

separação de águas (linha da cumeada) com a região hidrográfica do Tejo. A separação com a bacia do rio Lis não é

tão marcada em termos fisiográficos.

A rede hidrográfica é relativamente densa e de traçado irregular, embora seja dominante a orientação preferencial

genérica dos eixos principais de Noroeste para Sudoeste. De um modo geral, estes principais cursos de água revelam,

no troço terminal, uma sobre-escavação do seu vale, posteriormente preenchida por aluviões, o que lhes confere o

aspecto de corredores aplanados, muitas vezes sinuosos e densamente aproveitados agricolamente.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste encontram-se delimitadas 40 MA superficiais, distribuídas pelas

seguintes categorias: 36 MA Rios e quatro MA Costeiras.

Relativamente às águas subterrâneas, existem nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 11 MA, das quais apenas

oito se encontram afectas a estas bacias hidrográficas. Conforme disposto no n.º 2 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º

347/2007, de 19 de Outubro, existem duas MA subterrâneas, em parte localizadas na área das bacias das ribeiras do

Oeste, cuja gestão foi atribuída à região hidrográfica do Tejo (RH5), e uma MA subterrânea atribuída à região

hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste – bacia hidrográfica do Lis, respectivamente: Pisões –

Atrozela, Bacia do Tejo – Sado / Margem Direita e Vieira de Leiria – Marinha Grande.

Figura 2.1 – Enquadramento geográfico das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, com um total de 445 683 habitantes, englobam 17 concelhos, dos quais 5

estão totalmente inseridos nestas bacias e 12 parcialmente. No que respeita à protecção de recursos e conservação da

natureza, são identificadas várias zonas protegidas e áreas classificadas, incluindo zonas designadas para a captação

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de água para consumo humano, águas balneares, zonas sensíveis em termos de nutrientes, Zonas de Protecção

Especial (ZPE), Sítios de Importância Comunitária (SIC), zonas de infiltração máxima, e áreas protegidas.

Tendo em vista a caracterização das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e a apresentação de resultados, a

divisão em unidades de análise homogéneas torna-se essencial, pelo que, para efeitos de planeamento, foram definidas

oito bacias hidrográficas, cobrindo na totalidade o âmbito espacial do PBH Ribeiras do Oeste (Quadro 2.1).

Como principais cursos de água das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste são relevantes o Rio Alcoa, o Rio Tornada, o Rio Arnóia, o Rio Real, a

Ribeira de São Domingos, o Rio Grande, o Rio Alcabrichel, o Rio Sizandro, a

Ribeira do Sobral, a Ribeira do Cuco, o Rio Lisandro e a Ribeira de Colares.

Às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, encontram-se associadas as

massas de água costeiras, compreendidas entre a zona Sul da Praia da

Vieira, na Marinha Grande, e o Cabo Raso e ainda a Lagoa de Óbidos (Quadro 2.1).

Quadro 2.1 – Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, correspondente área e concelhos abrangidos.

Bacia Área (km2) N.º de concelhos abrangidos

Rio Alcobaça 421 5

Rio Tornada 247 4

Rio Arnóia 450 7

Ribeira de São Domingos 70 3

Rio Alcabrichel 151 4

Rio Sizandro 334 4

Rio Lisandro 168 2

Ribeiras Costeiras do Oeste 571 15

Total 2 412 17*

* Na totalidade são 17 concelhos, dado que existem concelhos abrangidos por várias bacias. Fonte: ARH do Tejo, I.P. 2010. INE – Anuários Estatísticos Regionais, 2008.

As áreas apresentadas não incluem o plano de água das MA costeiras pertencentes às bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, CWB-II-4 e CWB-II-3, a que correspondem aproximadamente, 795 km2 e 2 003 km2, respectivamente. A bacia

Ribeiras Costeiras do Oeste abrange a MA CWB-II-4, na totalidade, e a MA CWB-II-3, parcialmente, sendo que a gestão

desta MA costeira se encontra partilhada com a ARH do Centro.

1.1.2. Enquadramento jurisdicional, institucional e normativo

Em termos gerais, a DQA preconiza o estabelecimento de um sistema para a protecção das águas interiores, de

transição e costeiras, que permita atingir os objectivos gerais relativos à protecção do ambiente aquático, apresentados

no seu Artigo 1.º, e os objectivos ambientais, referidos no seu Artigo 4.º, a atingir em 2015, através da execução de

programas de medidas especificados no PBH Ribeiras do Oeste.

A Lei da Água, além de integrar os conteúdos da DQA, estabelece também as bases e o quadro institucional para a

gestão sustentável das águas a nível nacional (Figura 2.2), de onde se destacam dois tipos de órgãos consultivos, o

Conselho Nacional da Água (CNA) e os Conselhos de Região Hidrográfica (CRH). O Instituto da Água, I.P. (INAG)

assume funções de autoridade nacional para harmonização e garante da política nacional das águas. A ARH Tejo é

uma das quatro ARH que detém funções de gestão e planeamento dos recursos hídricos. De acordo com este diploma

legal, enquanto enquadramento institucional, “constitui atribuição do Estado promover a gestão sustentada das águas”.

Mapa 1 – Enquadramento geográfico das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Mapa 2 – Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

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Notas: Instituto da Água, I.P. (INAG, I.P.); Administrações de Região Hidrográfica, I.P.; Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR); Conselho Nacional da Água (CNA); Conselhos de Região Hidrográfica (CRH) Fonte: QSiGA da região hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste, INAG, I.P., 2009

Figura 2.2 – Quadro institucional para a gestão sustentável das águas a nível nacional

A RH4, cuja área geográfica está definida no Decreto-Lei n.º 347/2007, de 19 de Outubro, está sob jurisdição da ARH

Tejo e Centro e são atribuições destas entidades, na área territorial da sua jurisdição, a protecção e a valorização dos

componentes ambientais das águas.

A elaboração do PBH Ribeiras do Oeste foi determinada no Despacho n.º 18313/2009, de 7 de Agosto de 2009, estando

o seu conteúdo estabelecido na Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro.

1.1.3. Delimitação do domínio hídrico

O domínio hídrico é um conjunto de bens, que pela sua natureza, a lei submete a um regime de carácter especial,

encontrando-se consagrado na própria Constituição da República Portuguesa (Artigo 84.º) e na Lei da Titularidade dos

Recursos Hídricos, Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro. Em função da natureza jurídica que está subjacente aos bens

que o compõem, o domínio hídrico divide-se em domínio público hídrico e domínio hídrico pertença de particulares. O

Artigo 2.º da mesma Lei estabelece que:

“1 – O domínio público hídrico compreende o domínio público marítimo, o domínio público lacustre e fluvial e o domínio

público das restantes águas.

2 – O domínio público hídrico pode pertencer ao Estado, às Regiões Autónomas e aos Municípios e Freguesias.”

De acordo com a Lei da Água, a ARH do Centro é responsável pela titularidade das ocupações e usos dos recursos

hídricos da RH4. No entanto na sequência de um despacho de delegação de competências estabelecido entre a ARH

do Centro, e a ARH do Tejo, I.P., a área abrangida pelas ribeiras do Oeste ficará sob a responsabilidade da ARH do

Tejo, I.P.

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No que concerne ao domínio público lacustre e fluvial e ao domínio público das restantes águas, independentemente de

não existirem ainda critérios aprovados, a escala do PBH Ribeiras do Oeste não permite o exercício de demarcação,

pelo que, foi feita uma abordagem geral tendo como ponto de partida o conceito de "navegável e flutuável".

1.2. CLIMATOLOGIA

A caracterização climática na área de abrangência das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e respectiva

classificação teve por base a análise dos principais meteoros e respectivos valores normais, associados a 17 estações

meteorológicas da rede do Instituto de Meteorologia, I.P. (IM), no período compreendido entre 1961 e 1990.

Consideraram-se ainda os valores normais de temperatura e precipitação para oito estações da rede meteorológica do

INAG e o modelo de cálculo do balanço hídrico de água no solo e de classificação climática segundo o método de

Thornthwaite-Mather.

Foi escolhido como período de referência da análise efectuada o intervalo

1961-1990, por este corresponder ao conjunto de 30 anos mais recentes

para o qual estão estabelecidas normais associadas ao regime de ventos

(para além dos restantes principais meteoros).

A caracterização climática efectuada contemplou a análise dos seguintes meteoros:

• precipitação (na caracterização do regime de precipitação consideraram-se como anos secos os que

apresentam um valor de precipitação anual que é excedida em 80% do total do período analisado e como anos

húmidos aqueles cuja precipitação é excedida em apenas 20% dos anos estudados);

• temperatura;

• humidade relativa (às 9h00) e insolação;

• regime de ventos (analisado com base na frequência (%) e na velocidade média (km/h) para cada rumo, assim

como nas calmas (c), estas últimas referentes a situações em que se registam velocidades do vento inferiores

a 1,0 km/h);

• radiação (estimada pela aplicação da fórmula de Angstron);

• evaporação (estimada com base na evaporação de Piche);

• evapotranspiração potencial (determinada por aplicação da fórmula de Thornthwaite aos sucessivos meses do

ano).

O Quadro 2.2 ilustra os valores do balanço hídrico em ano médio, nas estações meteorológicas consideradas para os

diversos meteoros analisados.

Mapa 3 – Localização das estações meteorológicas utilizadas na análise climática.

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Quadro 2.2 – Valores do balanço hídrico em ano médio, nas estações meteorológicas consideradas.

Estação Precipitação anual (mm)

Temperatura média anual

(ºC)

Déficit de água ponderada

(mm)

Superavit de água

ponderada (mm)

ETP (mm)

ETR (mm)

S. Pedro de Moel (E121) 678,00 14,30 194,41 164,66 707,75 513,34

Alcobaça (E126) 833,80 15,00 231,84 325,60 740,04 508,20

Rio Maior (E130) 871,60 15,00 271,13 390,53 752,21 481,07

Santarém/Esc. Agrícola (E132) 714,80 15,90 310,07 236,17 788,70 478,63

Vimeiro (E136) 682,10 14,90 227,25 177,41 731,94 504,69

Dois Portos (E139) 699,90 15,10 263,50 216,62 746,78 483,28

Colares/Sarrazola (E148) 754,50 15,20 229,63 248,82 735,31 505,68

Cabo da Roca (E150) 523,60 14,90 248,87 51,97 720,50 471,63

Lisboa/Tapada da Ajuda (E162) 706,70 16,30 310,54 229,43 787,81 477,27

Lavradio (E166) 588,10 16,50 342,50 128,47 802,12 459,63

Setúbal (E170) 734,50 16,10 325,56 271,07 788,99 463,43

Cabo Carvoeiro (E530) 606,10 15,10 227,70 106,24 727,56 499,86

Sintra/Granja/Base Aérea (E532) 818,40 14,70 255,03 343,38 730,06 475,02

Montijo/Base Aérea (E534) 574,80 16,30 359,09 134,26 799,63 440,54

Lisboa/Portela (E536) 685,90 16,20 325,06 219,18 791,78 466,72

Ota/Base Aérea (E539) 657,10 16,10 323,94 187,80 793,24 469,30

Monte Real/Base Aérea (E540) 806,40 14,70 226,01 300,04 732,36 506,36

Tendo em conta os dados climáticos característicos verifica-se que o clima nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste é do tipo temperado mediterrâneo, com um período seco de dois meses correspondentes a Julho e Agosto. A

temperatura média anual varia entre 14,3°C (nas zonas mais a Norte junto à costa atlântica) e 16,9°C (localizada na

zona próxima do estuário do Rio Tejo) e a precipitação anual situa-se entre os 871 mm (na zona próxima de Rio Maior)

e os 524 mm (obtido na zona costeira – estação de Cabo da Roca).

No que respeita à variação da precipitação em situação de ano húmido (Quadro 2.3), verifica-se que a precipitação

anual é cerca de 130% da precipitação em ano normal, enquanto que em situação de ano seco esta apenas atinge

cerca de 70% da precipitação normal.

Quadro 2.3 – Valores de precipitação anual, mínima e máxima diária, em condições normais e anos húmidos e secos,

para as estações meteorológicas consideradas.

Estação Rede

Precipitação em Ano Médio (mm) Precipitação Ano Seco (mm) Precipitação Ano Húmido (mm)

Anual Máximo diário Média Mínima Máxima Média Mínima Máxima

S. Pedro de Moel (E121) IM 678,00 62,00 - - - - - -

Alcobaça (E126) IM 833,80 56,00 - - - - - -

Rio Maior (E130) IM 871,60 99,30 - - - - - -

Santarém/Esc. Agrícola (E132) IM 714,80 104,50 511,7 395,6 578,9 954,5 871,2 1200,6

Vimeiro (E136) IM 682,10 80,00 - - - - - -

Dois Portos (E139) IM 699,90 130,00 510,8 455,2 569,8 956,2 810,4 1139,2

Colares/Sarrazola (E148) IM 754,50 170,00 - - - - - -

Cabo da Roca (E150) IM 523,60 149,00 - - - - - -

Lisboa/Tapada da Ajuda (E162) IM 706,70 112,50 501,4 406,8 554,1 980,1 820,9 1315,2

Lavradio (E166) IM 588,10 68,30 369,0 315,5 417,8 779,2 717,9 927,2

Setúbal (E170) IM 734,50 97,50 - - - - - -

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Estação Rede

Precipitação em Ano Médio (mm) Precipitação Ano Seco (mm) Precipitação Ano Húmido (mm)

Anual Máximo diário Média Mínima Máxima Média Mínima Máxima

Cabo Carvoeiro (E530) IM 606,10 106,50 - - - - - -

Sintra/Granja/Base Aérea (E532) IM 818,40 143,20 - - - - - -

Montijo/Base Aérea (E534) IM 574,80 80,90 355,7 305,1 390,3 856,1 766,7 992,1

Lisboa/Portela (E536) IM 685,90 115,40 524,4 442,5 581,9 1029,9 914,8 1336,0

Ota/Base Aérea (E539) 657,10 163,00 - - - - - -

Monte Real/Base Aérea (E540) 806,40 72,20 - - - - - -

Quanto à humidade relativa média do ar às 9 horas, os dados analisados mostram que esta varia entre um valor mínimo

de 75%, registado na estação situada na zona interior Sul (perto de Lisboa), e um máximo de 87% nas zonas mais

próximas da costa atlântica.

O número médio anual de horas de sol cifra-se em 2 500 horas (de sol) por ano, variando a radiação média anual entre

5 275 e 5 710 MJ/m2, sendo os meses de Julho e Agosto os que registam os valores mais elevados.

Em termos de evaporação verifica-se que este parâmetro varia entre os 1 573 mm obtidos na zona interior Sul (perto de

Lisboa) e os 839 mm registados na estação de Cabo Carvoeiro, situando-se o valor médio em cerca de 1 138 mm.

Quanto à evapotranspiração potencial anual, esta varia entre valores da ordem dos 707 mm na estação de S. Pedro de

Moel, enquanto que os valores mais elevados, da ordem dos 728 mm, se registam na costeira das bacias hidrográficas.

Relativamente ao regime de ventos, destaca-se que em todo o território o rumo Norte é predominante junto à costa

atlântica perdendo representatividade para o rumo Noroeste à medida que se progride para o interior do território

continental. Quanto à velocidade média do vento, esta varia entre 6 e 20 km/h, com os valores mais elevados a

corresponderem às estações costeiras

1.2.1. Classificação climática

1.2.1.1. Classificação climática de Köppen

A classificação climática de Köppen é uma classificação quantitativa que se adapta à paisagem geográfica e aos

aspectos do revestimento vegetal da superfície do globo.

A classificação principal de Köppen divide o clima da Terra em cinco regiões: Clima Tropical Húmido; Clima Seco; Clima

Temperado com Inverno suave; Clima Temperado com Inverno rigoroso; Clima Polar.

Esta classificação baseia-se nos valores médios da temperatura do ar e da quantidade de precipitação e na correlação

destes dois elementos ao longo dos meses do ano. Nesta classificação considera-se que estes dois factores são dos

mais importantes pois têm efeitos imediatos sobre a vida (animal e vegetal) e a sua distribuição pela superfície terrestre.

São, também, elementos bem definidos, facilmente mensuráveis, existindo séries extensas de valores de confiança.

No que concerne à classificação climática regional (classificação de Köppen)

verifica-se que todo o território estudado apresenta um clima temperado

mesotérmico, com verão seco e ameno em todas as bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste.

Mapa 4 – Classificação climática segundo Köppen e Thornthwaite.

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1.2.1.2. Classificação climática de Thornthwaite

O sistema de classificação climática estabelecido por Thornthwaite baseia-se na análise comparada da

evapotranspiração potencial com a precipitação típica de uma determinada área, agrupada segundo quatro índices

distintos:

• Índice hídrico (Ih) determinado segundo a expressão Ih = Iu – 0,6 Ia, em que Iu e Ia são os índices de

humidade e de aridez, respectivamente;

• índice de aridez (Ia), correspondente ao quociente entre o défice de água e a evapotranspiração potencial e

índice de humidade (Iu) dado pelo quociente entre o superávit ou excesso de água e aquela mesma

evapotranspiração;

• evapotranspiração potencial (ETP);

• eficácia térmica no Verão (Et) determinada pelo o quociente entre a evapotranspiração potencial no trimestre

mais quente (de Julho a Setembro no caso das estações analisadas) e a evapotranspiração potencial anual.

A evapotranspiração potencial anual foi determinada, para cada uma das estações consideradas, por aplicação da

fórmula de Thornthwaite aos sucessivos meses do ano. Após a determinação da evapotranspiração potencial foi, ainda,

calculado o défice (D) e/ou o excesso (S) de água, bem como a evapotranspiração real, tomando como referência uma

capacidade de campo de 100 mm, de modo a calcular cada um dos índices classificadores do clima local.

Em termos locais observa-se uma maior variabilidade climática variando entre pouco húmido (B1) na região Este da

bacia e sub-húmido seco (C1) nas zonas mais próximas da costa, nomeadamente na envolvente aos cabos da Roca e

Carvoeiro.

1.3. HIDROGRAFIA E HIDROLOGIA

1.3.1. Hidrografia

O comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica é função das suas

características fisiográficas e geomorfológicas (forma, relevo, área, geologia,

densidade da rede de drenagem, tipo de solo, entre outras), bem como do

tipo de ocupação do solo e, necessariamente do regime de precipitação. Deste modo, as características fisiográficas e

de ocupação do solo de uma bacia hidrográfica possuem um importante papel nos processos do ciclo hidrológico, e na

resposta ao regime pluviométrico, influenciando, entre outros, a infiltração, a evapotranspiração e o escoamento

superficial e sub-superficial.

A rede hidrográfica das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é relativamente densa e de traçado irregular, embora

seja dominante a orientação preferencial genérica dos eixos principais de Nordeste para Sudoeste, também ocorrem

casos em que o traçado é regular de orientação Este para Oeste.

Os principais cursos de água das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste são, de Norte para Sul, os rios Alcobaça,

Tornada, Arnóia, São Domingos, Alcabrichel, Sizandro e Lisandro. Geralmente estes principais cursos de água revelam,

nos troços finais, uma sobre-escavação do seu vale, posteriormente preenchida por aluviões, que lhes conferem o

aspecto de corredores aplanados, muitas vezes sinuosos e intensamente aproveitados agricolamente. Por outro lado, a

bacia Ribeiras Costeiras do Oeste, fora das áreas das bacias principais, possui em algumas zonas pequenos cursos de

água costeiros, de carácter muito sazonal, por vezes apenas torrencial. O Quadro 2.4 apresenta a constituição da rede

hidrográfica das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Mapa 5 – Representação da rede hidrográfica e das massas de águas

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Quadro 2.4 – Bacias hidrográficas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia Curso Principal Afluentes

Rio Alcobaça Rio Alcobaça Rio Areia Rio Alcoa Rio do Meio

Rio Tornada Rio Tornada Ribeira da Amieira Ribeira de Alfeizerão Vala Real

Rio Arnóia Rio Arnóia

Rio Real Rio Bogola Rio de Santo António Rio da Corga

Ribeira de São Domingos Ribeira de São Domingos -

Rio Alcabrichel Rio Alcabrichel Ribeira do Casal

Rio Sizandro Rio Sizandro Ribeira de Pedrulhos Ribeira do Espanhol

Rio Lisandro Rio Lisandro

Ribeira de Cheleiros Ribeira da Cabrela Ribeira do Casal Novo Ribeira do Mourão Ribeira do Adrião Ribeira da Fervença

Ribeiras costeiras do Oeste -

Ribeira de São Pedro Vale de Paredes Vale Bem Feito Rio Toxofal Rio Grande Rio do Sobral Rio do Cuco Ribeira da Samarra Ribeira de Colares

A rede hidrográfica adoptada resulta de cartografia elaborada pelo Instituto Superior Técnico para o INAG, em

Geo-codificação das bacias hidrográficas de Portugal Continental, e pressupôs uma metodologia repartida em três

fases:

• Na 1:ª fase delimitaram-se as bacias com áreas superiores a 1 000 km2, o que permitiu determinar os códigos

de nível I a III das bacias internacionais e prosseguir o trabalho com informação de maior detalhe;

• na 2.ª fase utilizou-se um Modelo Digital do Terreno (MDT) com resolução de 100 m, obtido a partir de

informação altimétrica de série M586 do Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) (escala 1:250 000). Por forma

a completar a área abrangida pelas bacias internacionais, realizou-se a fusão daquele MDT com o resultado de

uma reamostragem do MDT da primeira fase. O escoamento superficial foi corrigido com base em informação

hidrográfica à escala 1:250 000 da série M586 do IGeoE, rectificada de forma a assegurar a conectividade

dentro da rede hidrográfica. A acumulação de escoamento foi calculada utilizando uma matriz de pesos, que

contêm as áreas drenadas na zona a montante fora do limite do modelo. Nesta 2.ª fase delimitaram-se as

bacias com áreas superiores a 10 km2, o que permitiu realizar a codificação dos troços nacionais e

internacionais e prosseguir o trabalho com informação de maior detalhe;

• na 3.ª fase utilizou-se um MDT com resolução de 25 m, obtido a partir de informação altimétrica da série M888

do IGeoE (escala 1:25 000). Com o intuito de completar a área abrangida por algumas bacias internacionais,

realizou-se a fusão daquele MDT com o resultado de uma reamostragem do MDT da fase 2. O escoamento

superficial foi corrigido com base em informação hidrográfica à escala 1:25 000 da série M888 do IGeoE,

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rectificada de forma a assegurar a conectividade dentro da rede hidrográfica. A acumulação de escoamento foi

calculada utilizando uma matriz de pesos que contém as áreas drenadas na zona a montante fora do limite do

modelo.

A comparação da densidade de representação da rede hidrográfica relativa às MA revela uma divergência acentuada,

decorrente das diferentes metodologias adoptadas. No caso das MA “cabeceiras”, a rede hidrográfica das bacias

inferiores a 10 km2 não se encontra representada, apesar de estar englobada pelas bacias das MA definidas. Nos

restantes casos, as MA coincidem com o troço principal da linha de água representada na rede hidrográfica.

Decorrente da caracterização anteriormente exposta acresce ainda salientar

que, no extremo Nordeste das bacias hidrográficas existem várias zonas

endorreicas que requerem análise própria dada a sua especificidade e uma

estreita interligação com as águas subterrâneas, designadamente a MA

Maciço Calcário Estremenho.

A MA subterrânea em questão (Maciço Calcário Estremenho) corresponde a um maciço calcário que forma um aquífero

importante, no qual a água tem processos rápidos de infiltração e circula em galerias subterrâneas formadas pela

dissolução da rocha. Ao contrário da área situada à superfície deste maciço calcário, caracterizada pela quase ausência

de cursos de água, na sua periferia as águas surgem em nascentes caudalosas. Segundo Crispim (s.d.), o Maciço

Calcário Estremenho é um grande bloco de calcários do Jurássico com cerca de 800 km2, situado entre Rio Maior,

Tomar e Leiria, do qual fazem parte inúmeras bacias endorreicas que alimentam várias nascentes. Do ponto de vista

morfológico podem diferenciar-se neste maciço três áreas distintas: a serra dos Candeeiros, a Oeste; o planalto de

Santo António, ao Centro e Sul; e o planalto de São Mamede e a Serra de Aire, a Norte e a Este, respectivamente.

Crispim (2010) afirma que a relação dos fluxos subterrâneos com as bacias hidrográficas dos cursos de água que têm

origem no Maciço Calcário Estremenho possibilita definir três bacias hidrográficas (Quadro 2.5), associadas às

nascentes principais do maciço.

Quadro 2.5 – Afectações do conjunto das áreas das bacias endorreicas a MA superficiais.

MA Área da MA Endorreica Afectada (km2) Bacia Bacia Hidrográfica

Código Nome

PT05TEJ0970 Rio Alviela 97,7 Rio Alviela Tejo

PT05TEJ0907 Cova da Areia 24,3 Rio Zêzere Tejo

PT05TEJ0968 Rio Almonda 24,3 Rio Almonda Tejo

PT05TEJ1022 Vala da Azambuja 34,9 Rio Maior Tejo

PT05TEJ1028 Rio da Ota 1,3 Rio Alenquer Tejo

PT04RDW1157 Rio Alcoa 3,5 Rio Alcobaça Ribeiras do Oeste

PT04RDW1158 Rio da Areia 0,3 Rio Alcobaça Ribeiras do Oeste

- - 64,7 - Vouga, Mondego e Lis

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste recebem apenas uma pequena contribuição de área das massas de

endorreicas, com cerca de 3,8 km2, enquanto à totalidade da região hidrográfica do Vouga, Mondego e Lis está

associada uma área de 64,7 km2 de massas de água endorreicas. Quanto à região hidrográfica do Tejo, esta é aquela

que recebe uma maior contribuição de área, especificamente um total de 182 km2.

Salienta-se ainda que, embora o comportamento das massas de água subterrâneas do Maciço Calcário Estremenho já

tenha um conhecimento hidrológico aprofundado, a quantificação de descarga para as massas de água superficiais

ainda carece de estudos de pormenor.

Mapa 6 – Afectação das bacias endorreicas às massas de água superficiais.

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1.3.2. Hidrologia

A rede udométrica susceptível de ser utilizada na caracterização

pluviométrica anual e mensal, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste,

baseou-se na existência de registos e no facto de se pretender, no mínimo,

uma série de 15 anos completos.

Por outro lado, a rede hidrométrica susceptível de ser utilizada na

caracterização hidrométrica mensal, nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste, baseou-se na existência de uma série com um mínimo de dez anos

completos.

No caso dos registos de precipitação mensal, procedeu-se ao preenchimento

de falhas. O procedimento adoptado para o preenchimento de falhas de

registos de precipitação mensal foi o seguinte:

Em primeiro lugar, foram calculados alguns valores auxiliares necessários

para o preenchimento de falhas, designadamente:

• somatório da precipitação mensal, ou seja, precipitação anual;

• precipitação mensal média;

• peso do mês – quociente da precipitação mensal média e da precipitação anual média;

• anos com mais de três falhas foram excluídos, porque se considerou que deixavam de constituir uma amostra

representativa do ano;

• para os restantes anos foi elaborada, em primeiro lugar, uma estimativa do ano total completo (considerando os

meses em falta). Esta estimativa foi calculada a partir da seguinte expressão:

∑∑

existentesmédiospesosfalhacomanoP

_____

em segundo lugar, a estimativa para o mês em falta foi efectuada a partir de:

falhadamêsdopesoanualtotalP ______ ×

O valor estimado será o produto entre as duas parcelas.

No Quadro 2.6 apresenta-se a precipitação ponderada por bacia decorrente da análise dos mapas de isolinhas para ano

seco, médio e húmido. É de referir que os mapas de isolinhas foram elaborados com registos de:

• 174 postos udométricos da RH5;

• 45 postos udométricos da RH4;

• 7 postos udométricos da RH7.

Quadro 2.6 – Precipitação anual ponderada por bacia.

Bacia Precipitação anual ponderada (mm)

Ano Seco Ano Médio Ano Húmido

Rio Alcobaça 658 868 1 077

Rio Tornada 620 809 999

Mapa 7 – Estações udométricas seleccionadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste com valores de precipitação anual e respectivas séries.

Mapa 8 – Isolinhas de precipitação anual com 50% de probabilidade de não excedência (ano médio)

Mapa 9 – Isolinhas de precipitação anual com 20% de probabilidade de não excedência (ano seco)

Mapa 10 – Isolinhas de precipitação anual com 80% de probabilidade de não excedência (ano húmido)

Mapa 11 – Estações hidrométricas com valores de escoamento mensal

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Bacia Precipitação anual ponderada (mm)

Ano Seco Ano Médio Ano Húmido

Rio Arnóia 583 765 948

Ribeira de São Domingos 518 711 904

Rio Alcabrichel 520 716 913

Rio Sizandro 577 780 983

Rio Lisandro 510 707 904

Ribeiras Costeiras do Oeste 559 761 962

1.3.2.1. Regime natural

a) Modelo de precipitação-escoamento

O modelo hidrológico de precipitação-escoamento, utilizado para gerar séries mensais em regime natural em pontos de

avaliação de recursos hídricos, é vulgarmente conhecido por modelo de Temez. Trata-se de uma simplificação do

clássico modelo de Stanford – SWM (Stanford Watershed Model), proposto por Linsley em 1960.

O modelo de Temez, Figura 2.3, considera que, numa bacia hidrográfica, o subsolo está dividido em dois reservatórios,

um superficial não saturado, correspondente à humidade do solo, e um subterrâneo saturado, correspondente à zona de

aquífero.

Fonte: Oliveira, 1998

Figura 2.3 – Esquema do modelo de Temez.

A precipitação (P) abastece o reservatório mais superficial, que perde a água por evapotranspiração (ET) ou por

excesso da sua capacidade de armazenamento. O excesso (X) infiltra-se ou escoa superficialmente. O infiltrado (I)

abastece o reservatório subterrâneo, que perde água por esgotamento do aquífero (G). O escoamento total da bacia (Q)

no instante t é dado por:

A aplicação do modelo de Temez às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste compreende a análise de dados de

precipitação mensal ponderada e evapotranspiração de referência, e engloba duas fases: uma de calibração, do

coeficiente de excedente (C), da capacidade de campo (Hmax), da taxa de infiltração máxima (Imax) e do coeficiente de

esgotamento do aquífero ( α); e outra de simula ção do escoamento na bacia.

A modelação hidrológica foi efectuada para o período 1940/4191 a 2007/2008 com uma periodicidade mensal. A

necessidade de uma grande quantidade de dados de entrada conduziu à utilização unicamente de 5 postos

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udométricos, situados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e 7 nas regiões contíguas (RH5). A

evapotranspiração potencial foi estimada, na totalidade das bacias, através do método de Penman-Montheith. Neste

sentido foram utilizadas as seguintes variais adicionais: temperatura, humidade relativa, radiação e velocidade do

vento.

No Quadro 2.7 apresentam-se os valores de calibração utilizados, assim como a correspondente afectação às bacias

para as quais não existem estações hidrométricas.

Quadro 2.7 – Valores da calibração para aplicação do modelo de Temez.

Bacia

Dados de calibração

Bacia Posto Período de calibração C Hmax (mm)

Imax (mm)

α (dia-1)

Rio Alcobaça - - - 0,75 200 50 0,02

Rio Tornada Rio Arnóia Ponte de Óbidos 1982/83 - 1988/89 0,75 220* 50 0,02

Rio Arnóia Rio Arnóia Ponte de Óbidos 1982/83 - 1988/89 0,75 350 50 0,02

Ribeira de São Domingos - - - 0,8* 350 150 0,02

Rio Alcabrichel - - - 0,8* 350 50 0,02

Rio Sizandro - - - 0,8* 350 50 0,02

Rio Lisandro - - - 0,8* 250* 50 0,02

Ribeiras Costeiras do Oeste - - - 0,8* 300* 50 0,02

* Coeficientes ajustados

Com base na reconstituição da série de escoamentos mensais para regime natural, determinou-se o escoamento anual

médio para cada uma das bacias hidrográficas. O Quadro 2.8 apresenta os valores anuais da precipitação ponderada e

do respectivo escoamento por bacia.

Quadro 2.8 – Área, precipitação ponderada e escoamento em regime natural médios anuais, por bacia.

Bacia Área (km2)

Precipitação Ponderada (mm)

Escoamento (mm)

Escoamento (hm3)

Rio Alcobaça 421 784 230 97

Rio Tornada 247 773 207 51

Rio Arnóia 450 890 209 94

Ribeira de São Domingos 70 889 178 12

Rio Alcabrichel 151 890 186 28

Rio Sizandro 334 845 154 52

Rio Lisandro 168 756 166 28

Ribeiras Costeiras do Oeste 572 801 191 109

Total 2 412 823* 195* 471

* Valor médio ponderado pela área

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste possuem um valor de altura de

escoamento anual médio em regime natural de 195 mm. Verifica-se que

geralmente as bacias situadas mais a Norte, Alcobaça, Arnóia e Tornada

possuem valores de altura de escoamento mais elevados. A bacia Ribeira de

São Domingos é aquela que possui menor disponibilidade hídrica em todas a área das ribeiras do Oeste.

Contrariamente, a bacia Ribeiras Costeiras do Oeste é uma das bacias que possui maiores disponibilidades hídricas,

com valores a variar entre 26 hm3 e 192 hm3.

Mapa 12 – Escoamento médio em regime natural para ano seco, médio e húmido

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1.3.2.2. Regime modificado

O Quadro 2.9 apresenta os caudais característicos para o conjunto das estações hidrométricas que possuem registos

de caudais médios diários. A partir da análise das curvas de duração de caudais, apresentam-se os caudais

característicos para diferentes durações.

Quadro 2.9 – Caudais característicos.

Bacia Estação N.º anos de registos

Caudais Característicos (m3/s) Duração do Módulo (dias)

Máximo (10 dias)

Mediano (180 dias)

Estiagem (355 dias) Modular

Rio Arnóia Gaeiras (17C/05H) 2 1,72 0,04 0 0,20 59

Rio Arnóia Óbidos (17C/03H) 2 4,74 0,48 0,11 0,98 117

Rio Arnóia Ponte Óbidos (17C/04H) 6 2,58 0,39 0,09 0,6 93

Ribeiras Costeiras do Oeste Colares (21A/05H) 3 197 33 6 51 128

A análise das curvas de caudal médio diário evidencia que a estação hidrométrica Colares possui um caudal distinto das

restantes. Na duração do módulo denota-se diferenças substanciais entre a estação hidrométrica de Gaeiras, caudal

modular excedido 59 dias num ano, enquanto as restantes possuem valores próximos dos 100 dias. No entanto, a

diminuta quantidade de dados hidrométricos pode condicionar a análise, na medida em que as diferenças entre os

valores das estações Óbidos e Gaeiras, presentes na mesma bacia, indicam conclusões distintas quanto à

regularização dos caudais nessa bacia.

Para o regime modificado importa identificar as principais obras hidráulicas susceptíveis de modificar o regime natural,

nomeadamente aproveitamentos hidráulicos, caudais ecológicos ou regime de caudais ecológicos a eles atribuídos, já

que não existem infra-estruturas de transferências de água nas bacias hidrográficas do Oeste, com excepção das

associadas à transferência de caudais da RH5 para esta bacia, através do sistema de abastecimento de Castelo de

Bode, da EPAL.

Características das albufeiras

A área total das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste inclui seis aproveitamentes hidráulicos, a que corresponde

uma capacidade útil de armazenamento de cerca de 14 hm3. Os seis aproveitamentos hidráulicos são: Alvorninha,

Óbidos, São Domingos, Quinta do Rol, Toxofal e Sobrena.

Pode-se constatar que o valor da capacidade de armazenamento total nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é

manifestamente reduzido, face ao respectivo escoamento anual médio. Por outro lado, não existem transferências que

tenham como origem ou destino os cursos de água ou albufeiras existentes nesta região. Assim sendo, o regime de

caudais nas linhas de água desta região tem vindo a adaptar-se às variações tanto dos diferentes usos da água

(abastecimento, rega) como dos usos do solo. Face à exiguidade de dados relativos a registos de caudais, não é

possível avaliar variações do regime de caudais baseadas em observações. No entanto, face à diminuta capacidade de

armazenamento instalada através da criação de albufeiras e à ausência de transferências, é legítimo admitir que o

actual regime de caudais nesta região não estará tão afastado de um regime natural como seguramente acontece em

muitos outros casos, como é o caso do rio Tejo. Acresce ainda que a maior albufeira da região, a da barragem de São

Domingos, está situada muito próximo da costa, pelo que a alteração do regime de caudais a jusante afectará um troço

relativamente curto da linha de água.

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Transferências

No caso das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, não existem transferências directas para cursos de água ou

para albufeiras, verificando-se a transferência de volumes de água da região hidrográfica do Tejo (RH5) para estas

bacias a partir da albufeira de Castelo de Bode, através do sistema de abastecimento da EPAL.

Caudais ecológicos

No contexto nacional, apenas para as barragens e açudes sujeitos a Avalição de Impacte Ambiental e licenciados em

data posterior a 1990, foram definidos valores de caudais ecológicos, com recurso a vários métodos. Só a partir de

2003, com o documento “Caudais Ecológicos em Portugal”, publicado pelo INAG no âmbito do Plano Nacional da Água,

foram estabelecidos métodos para a definição de regimes de caudais ecológicos, conjunto de caudais instantâneos a

garantir no curso de água, variáveis ao longo do ano em função das necessidades dos ecossistemas aquáticos e

ribeirinhos, contemplando frequentemente regimes para ano médio e ano seco.

Na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste existem barragens que foram sujeitas a Procedimento de AIA:

Barragem do Toxofal (1994), Barragem de Sobrena (1994), Barragem de Óbidos (1995), Barragem de Alvorninha (1996)

e Barragem de Lubreiros (1996), não estando esta última construída.

A monitorização realizada até à data dos troços dos rios a jusante dos aproveitamentos hidráulicos não permite

confirmar se estão a ser garantidos os caudais estabelecidos, e em que medida estão a ser eficazes para que seja

atingido o bom estado/potencial ecológico.

1.3.2.3. Disponibilidades hídricas

A avaliação das disponibilidades de água afluente à secção de referência das bacias foi efectuada contabilizando os

valores de escoamento em regime natural, calculados a partir do modelo de precipitação-escoamento. Dado que a

estimativa das séries de escoamento em regime modificado por bacia, reflectem o balanço necessidades-

disponibilidades, esta é apresentada no Capítulo 1.7 – Usos e Necessidades de Água. A Figura 2.4 apresenta as

disponibilidades hídricas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, em ano seco, médio e húmido.

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Figura 2.4 – Disponibilidades hídricas (hm3) nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, em regime natural.

1.3.3. Hidrodinâmica lagunar e costeira

1.3.3.1. Dinâmica lagunar

A Lagoa de Óbidos, único caso de dinâmica lagunar nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, é uma laguna

costeira de baixa profundidade, cuja hidrodinâmica é determinada, essencialmente, pela maré e pela interacção entre

esta e o regime de agitação marítima. A comunicação da lagoa com o mar faz-se através de uma barra móvel,

vulgarmente conhecida como “aberta”, cuja evolução se traduz num complexo processo de migração, fecho e abertura,

processo que é condicionado pela hidrodinâmica local, bem como pelas intervenções de dragagem da barra e dos

canais no interior da lagoa (Nemus, 2008).

A circulação de água na Lagoa de Óbidos é principalmente causada pela propagação das marés que são tipo semi-

diurno, com amplitude média de 2m, propagando-se por toda a lagoa com características de uma onda progressiva

amortecida (Nemus, 2008), sendo no entanto assimétrica, com dominância da enchente.

O canal de ligação ao oceano apresenta tendência para o assoreamento, ocorrendo naturalmente fechos episódicos da

embocadura desde há vários séculos, os quais são causados pelo facto das correntes de vazante não serem suficientes

para compensar a deposição de sedimentos costeiros junto à embocadura, promovidos pela agitação marítima e pelas

correntes de enchente.

O processo de migração da barra e orientação do escoamento são actualmente condicionados por um dique, o qual foi

construído com o objectivo de proteger da erosão a margem norte da embocadura. O canal que liga a lagoa ao mar,

devido aos fenómenos sazonais da barra, tem vindo progressivamente a sofrer um processo de migração para a zona

da praia do Bom Sucesso provocando a erosão na margem sul da embocadura (Nemus, 2008).

Recentemente, em 2010, verificou-se uma inversão da tendência de migração para Sul, tendo a barra migrado

progressivamente para Norte, provocando o quase desaparecimento da praia da Foz do Arelho.

Legenda

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As alterações no processo de migração da barra, foram abordadas em alguns estudos (Vieira et al, 1995; ICTM, 1994 in

INAG, 1998), que concluíram da existência de deriva litoral na região da barreira de Óbidos que, em regime médio é

dirigida para Sul, mas com uma magnitude diminuta (cerca de 30 000 m3/ano a 50 000 m3/ano) quando comparado com

o caudal sólido bruto anual (cerca de 1.5 milhões de m3). Os estudos referidos provam que estes valores e o próprio

sentido da resultante anual são altamente sensíveis ao rumo das ondas usado nos cálculos, concluindo-se que este

troço litoral tem um regime de equilíbrio extremamente dinâmico mas resultante líquida de muito pequena magnitude.

Adicionalmente, os estudos analisaram a distribuição dos resíduos anuais do transporte sólido litoral ao longo do perfil

da praia submarina, concluindo que, embora esse resíduo, integrado ao longo da totalidade do perfil possa ter resultante

para Sul, a sua orientação na zona de pequenas profundidades e sobre a face de praia pode ser dirigida para Norte.

1.3.3.2. Dinâmica costeira

Na costa Oeste de Portugal, a predominância de rumos de agitação marítima rodados a NW e orientação da linha de

costa promove o transporte sólido longilitoral preferencialmente dirigido de Norte para Sul pelas correntes de deriva

litoral, embora com magnitude diferenciada. Segundo LNEC (1998), o transporte litoral entre a Nazaré e a Figueira da

Foz apresenta um saldo anual superior a 1 milhão de m3/ano. O canhão submarino da Nazaré, cuja cabeceira morde

vincadamente a plataforma continental, gera um importante sumidouro/poço sedimentar, desviando e subtraindo ao

trânsito sedimentar as areias provenientes de Norte, as quais são canalizadas para os grandes fundos, não retornando

para o sistema litoral.

Para Sul da Nazaré e até à região de Lisboa, a deriva residual é ainda preferencialmente dirigida para Sul, mas devido

ao efeito da reorientação da linha de costa, essencialmente constituída por troços lineares rodados a Nascente, os

volumes envolvidos decrescem apreciavelmente, de uma a duas ordens de grandeza.

Da Nazaré a Peniche a costa é essencialmente linear, com orientação geral NE-SW, apenas perturbada no extremo sul

pelos promontórios rochosos do Baleal e de Peniche. Corresponde a uma rotação em sentido horário da orientação

geral da costa que lhe é adjacente a Norte, e por esta razão, o fluxo longilitoral de energia que se lhe associa, embora

mantenha direcção residual apontada a Sul, tem magnitude substancialmente mais reduzida, podendo ainda, em

determinados casos, provocar um transporte litoral em ambos os sentidos com um saldo praticamente nulo.

Entre Peniche e Cascais, a deficiência sedimentar deste troço está bem ilustrada no reduzido conteúdo sedimentar das

praias de areia que ocupam faixas relativamente alongadas em encaixes propícios das arribas e apenas adquirem

desenvolvimento transversal considerável em desembocaduras estuarinas largas, de que são exemplos a foz do

Sizandro ou a Praia do Sul. De facto, embora as arribas mostrem sintomas de movimentos de massa localizados no

espaço, a natureza litológica do substrato em que se definem as arribas não é propícia a uma alimentação sedimentar

abundante da costa.

Para o litoral de Sintra, os resultados obtidos por Andrade et al (2010), confirmam a tendência global de escassez de

alimentação sedimentar neste troço costeiro, tendo sido obtidos valores de deriva residual potencial dirigida para sul da

ordem de 800 milhões de m3/ano, valor este que excede significativamente a intensidade das fontes sedimentares

terrestres neste troço. Tendo-se admitido que na fronteira norte do litoral do concelho de Sintra a magnitude da deriva

litoral não excede a ordem de grandeza de 10 milhões de m3/ano (Consulmar, 2003 in Andrade et al, 2010), aqueles

autores concluíram que o potencial de transporte sólido das ondas é muito superior ao abastecimento sedimentar

efectivo, resultando uma situação de défice sedimentar que justifica a escassez de formas costeiras de acumulação e a

organização morfológica das praias deste troço costeiro.

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1.4. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

1.4.1. Geologia

A área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste ocupa uma parte

importante da unidade morfo-estrutural da Orla Meso-cenozóica Ocidental,

uma das unidades morfo-estruturais em que se decompõe o território

continental português.

Os terrenos que constituem a Orla Ocidental depositaram-se numa bacia sedimentar, cuja abertura coincide com os

primeiros estádios da abertura do Atlântico, a Bacia Lusitaniana. Esta forma uma depressão alongada, com orientação

NNE-SSW, onde os sedimentos acumulados, na zona axial, atingem cerca de 5 km de espessura.

As formações geológicas mais antigas que se encontram são do Triásico-Jurássico inferior, e apenas afloram num

contexto tectónico peculiar que são os diapiros. Esta formação, designada por Grés de Silves que é constituída,

essencialmente, por arenitos e conglomerados de cor avermelhada, termina com um complexo argilo-margoso

designado por Formação das Margas da Dagorda, que tem incorporadas massas de gesso e sal-gema, que afloram nas

estruturas diapíricas de Nazaré, Caldas da Rainha, Vimeiro, etc. Sucedem-se formações, de natureza calco-margosa,

constituídas por dolomias, calcários dolomíticos, calcários compactos, calcários margosos e margas pertencentes ao

Jurássico inferior (Liássico).

No Jurássico médio afloram calcários mais puros, compactos e bastante espessos, que constituem a estrutura principal

das serras de Montejunto e dos Candeeiros. No seu conjunto constituem uma sequência muito espessa onde abundam

calcários cristalinos, calcários oolíticos, calcários compactos e calcários dolomíticos e margosos.

Sequências de margas e calcários margosos, com algumas intercalações de calcários betuminosos, marcam o início do

Jurássico superior. Sobrepõe-se uma sequência de natureza detrítica de espessura considerável. Na base desta

sequência ocorrem margas e arenitos que, para o topo, se tornam progressivamente mais detríticos. A série detrítica é

constituída por arenitos, de granularidade variável, argilosos e de cores amareladas, cinzentas e acastanhadas. Estes

arenitos, com importante matriz argilosa têm, por vezes, intercalações calcárias e margosas.

As formações detríticas, de natureza continental, que se lhe sobrepõem, em continuidade de sedimentação, que por

vezes se tornam feldspáticas, pertencem ao Cretácico Inferior e estão presentes desde a região da Nazaré a Torres

Vedras. A Sul de Torres Vedras as formações cretácicas apresentam outras características litológicas, com relativo

desenvolvimento das litologias margosas e carbonatadas, exibindo também fácies de calcários recifais na região de

Sintra.

No Cretácico superior devido à rotação da Península Ibérica e da abertura do Golfo da Gasconha deu-se a instalação

do maciço eruptivo sub-vulcânico de Sintra, constituído por granitos, gabros e sienitos. É também no Cretácico terminal

que se inicia a actividade vulcânica na região de Lisboa que se estende até à região da Nazaré. Esta actividade, bem

marcada pelos muitos aparelhos vulcânicos que ainda se conservam, constituiu o Complexo Vulcânico de Lisboa.

A actividade tectónica na orla ocidental caracteriza-se pela presença de um conjunto de fracturas, com orientações

várias, que no essencial correspondem ao rejogo das fracturas tardi-hercínicas ao nível do soco. As orientações

principais da fracturação dominante são (Ribeiro et al.1979): NNE-SSW, ENE-SSW e NW- SE. A orientação NNE-SSW

corresponde ao principal alinhamento diapírico, que caracteriza o estilo tectónico característico da orla. Alguns destes

acidentes estão preenchidos por filões de rochas eruptivas básicas.

Mapa 13 – Carta geológica (adaptada da Carta Geológica de Portugal continental à escala 1:500 000)

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1.4.2. Geomorfologia

A geomorfologia da área ocupada pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, é consequência da instabilidade

tectónica e da variedade litológica. A tectónica diapírica favorece o aparecimento de dobras, em anticlinal, com maior ou

menor raio de curvatura, no núcleo das quais afloram os calcários do Dogger. É neste contexto que se inscrevem as

serras de Montejunto e dos Candeeiros. A natureza carbonatada destas formações propicia, por dissolução dos

calcários, o desenvolvimento do modelado cársico com as suas formas típicas. Esta morfologia cársica, com maior ou

menor desenvolvimento, existe em todos os relevos calcários e também está presente na depressão da Ataíja a Norte

da serra dos Candeeiros.

Cerca de 20 km a Oeste da serra dos Candeeiros desenvolve-se o vale tifónico das Caldas da Rainha, com orientação

NNE-SSW, segundo um alinhamento tectónico, de grande extensão, que se inicia em Santa Cruz. Trata-se de uma

grande depressão, nas margas hetangianas, que foi preenchida por areias marinhas fossilíferas do Pliocénico superior a

que se sobrepõem areias continentais, que em alguns locais estão cobertas por aluviões modernas, desenhando deste

modo um grande depressão aplanada. Deve referir-se que, com direcção paralela, se desenvolve no flanco leste da

serra dos Candeeiros, idêntica estrutura que se prolonga até próximo de Leiria. Neste vale tifónico ocorrem as

nascentes salgadas de Rio Maior, enquanto nas Caldas da Rainha se encontram várias emergências termominerais de

fácies cloretada-bicarbonatada sódica.

Por ultimo temos a serra de Sintra que corresponde à parte emersa da intrusão que ocorreu no final do Cretácico. Esta

intrusão está limitada a Norte por um acidente E-W, ao longo do qual cavalgam os depósitos detríticos oligocénicos. O

movimento de ascensão parece ter continuado até ao quaternário (Ferreira, 2004).

1.4.3. Hidrogeologia

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste abrangem 2 unidades

hidrogeológicas, designadamente a Orla Ocidental e a Bacia do Tejo-Sado,

tendo sido delimitadas 11 MA subterrâneas. O Quadro 2.10 identifica as MA

subterrâneas, as suas áreas e o meio hidrogeológico.

Quadro 2.10 – MA subterrâneas abrangidas pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Código da massa de

água Designação da massa

de água Designação da massa de água Meio Hidrogeológico

Área Total (km2)

Área incluída nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste

(km2)

O04RH4 Orla Ocidental

Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do

Oeste

Lagoa de Óbidos: Complexo gresoso de Olhos Amarelos e Pousio da Galeota e Gansaria Poroso

1801,41 1801,41

Pataias: Calcários do Dogger Cársico

Vale de Lobos: Arenitos de Vale de Lobos (Cretácico inferior) Poroso

Pero Pinheiro: Camadas com Neolobites e Calcários com Rudistas (Cretácico superior) Cársico

Montejunto: Calcários do Batoniano-Bajociano; Formações do Caloviano; Camadas de

Montejunto; Camadas de Cabaços (Oxfordiano); Calcários de Ota e Monte Redondo; Calcários

corálicos do Amaral; Camadas de Abadia (Kimmeridgiano)

Poroso

O12 Vieira de Leiria–Marinha Grandea)

Areias de duna (Recente), Depósitos plio-plistocénicos indiferenciados, Depósitos

miocénicos, Arenitos do Cretácico inferior Poroso 320,5 132,8

O18 Maceira Calcários (Jurássico inferior a médio) Cársico 5,1 1,8

Mapa 14 – Massas de água subterrâneas

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Código da massa de

água Designação da massa

de água Designação da massa de água Meio Hidrogeológico

Área Total (km2)

Área incluída nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste

(km2)

O19 Alpedriz Complexo gresoso de Cós-Juncal (Cretácico inferior) e formações carbonatadas (Cretácico

superior) Poroso 92,5 70,3

O20 Maciço Calcário Estremenho Formações carbonatadas do Dogger e do Malm Cársico 767,6 118,6

O23 Paço Complexo Plio-Plistocénico de Bolhos Poroso 6,39 6,39

O24 Cesareda Camadas de Cabaços e de Montejunto (Jurássico superior), Calcários (Jurássico médio) Cársico 16,82 16,82

O25 Torres Vedras Formação de Torres Vedras (Cretácico inferior) Poroso 79,83 79,83

O28 Pisões–Atrozelab)

Margo-calcários Xistosos, Calcários Nodulares de Farta Pão (Jurássico superior); Calcários e margas com A. lusitanica, M. purbeckensis e Trocholina incluindo os níveis de Calcários

amarelo-nanquim (Cretácico inferior)

Cársico 22,1 5,7

O33 Caldas da Rainha–Nazaré

Areias marinhas fossilíferas e Areias continentais (Pliocénico superior) Poroso 166,04 166,04

T1 Bacia do Tejo–Sado / Margem Direitab)

Arenitos de Ota (Miocénico); Calcários de Almoster (Miocénico) Poroso 1629,0 0,3

a) Massa de água afecta à região hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste – bacia hidrográfica do Lis b) Massa de água afecta à região hidrográfica do Tejo

Das 11 massas de água delimitadas, dez foram identificadas por Almeida et al. (2000) como sistemas aquíferos, sendo

que a outra massa de água subterrânea, designadamente a “Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do

Oeste”, agrega todas as formações geológicas que não foram consideradas como sistemas aquíferos.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste predominam as massas de água do tipo fissurado/poroso/cársico e

poroso, ocupando no total cerca de 99% da área da região (Figura 2.5). O meio fissurado/poroso/cársico predomina

nestas bacias hidrográficas, devido à extensa área ocupada pala massa de água O04RH4 (Orla Ocidental

Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste).

Figura 2.5 – Meios hidrogeológicos na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

20%

6%

74%

Poroso

Cársico

Fissurado/poroso/cársico

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1.5. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA2

A caracterização socioeconómica das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste é constituída por duas componentes principais – indicadores

demográficos e sociais e características sectoriais e territoriais das

actividades económicas – tendo para o efeito sido considerados os

seguintes descritores:

a) População residente e evolução populacional;

b) Distribuição da população residente;

c) Estrutura etária e das famílias;

d) Estrutura residencial (alojamentos);

e) População flutuante;

f) Quadro social (nível de escolaridade, rendimento e poder de

compra).

g) PIB, VAB e PIB per capita;

h) Taxa de actividade e emprego por sectores de actividade;

i) Desemprego;

j) Estrutura empresarial.

No âmbito da presente caracterização socioeconómica foram ainda

analisados em maior detalhe os sectores económicos utilizadores da

água, tendo por base o documento metodológico disponibilizado pelo

INAG3. Neste sentido, visou-se, entre outros indicadores, aferir o número

de empresas, pessoal ao serviço, volume de negócios e VAB,

exportações e balança comercial para os seguintes sectores presentes

nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste:

• Agricultura;

• Pecuária;

• Indústria transformadora;

• Hotelaria (Alojamento);

• Golfe;

• Pesca;

2 Ano de referência e fontes do quadro de indicadores: 2010 (IEFP – Concelhos, Estatísticas Mensais, Maio): número de desempregados; 2010 (Turismo de Portugal): empreendimentos turísticos classificados; 2009 (INE – Estatísticas da Pesca): produção de pescado nos portos de desembarque; 2008 (INE – Anuários Estatísticos): população residente; densidade populacional; número de empresas; número de empresas de indústria transformadora; 2008 (INE – Anuários Estatísticos e Recenseamento Geral da População e Habitação): população flutuante; 2007 (INE – Anuários Estatísticos): valor acrescentado bruto (VAB); ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem; poder de compra per capita; consumo de energia eléctrica; PIB per capita; 2001 (INE – Anuários Estatísticos e Recenseamento Geral da População e Habitação): índice de envelhecimento; população residente segundo o nível de escolaridade; dimensão média da família; alojamentos familiares clássicos; taxa de actividade; população empregada por sector de actividade; 1999 (INE – Recenseamento Geral da Agricultura): superfície agrícola utilizada; superfície regada; efectivo pecuário. 3 Instituto da Água, I.P. – Planos de Gestão de Região Hidrográfica, Análise económica das utilizações da água – lista de verificação dos principais indicadores, Julho 2010.

INDICADORES

Dimensão média família (2001): 2,8

indivíduos/família

Alojamentos familiares clássicos (2001):

220 264 fogos, dos quais:

• residência habitual: 65,1%

• vagos: 10,9%

• uso sazonal: 24,0%

Consumo de energia eléctrica (2007):

1,8 milhões GWh

População empregada total (2001):

184 671 habitantes, dos quais:

• sector primário: 8,0%

• sector secundário: 37,2%

• sector terciário: 54,8%

N.º de desempregados (2010): 19 764 indiv.

Superfície agrícola utilizada (1999): 78 913 ha

Superfície irrigável (1999): 21 598 ha e 27,4% de Superfície Agrícola Utilizada

Superfície regada (1999): 18 235 ha e 23,1%

de Superfície Agrícola Utilizada

Efectivo pecuário (1999): 519 961 efectivos

(bovinos, suínos, ovinos e caprinos)

Indústria transformadora (2008): 28 994 empresas

Pescado nos portos de desembarque (2009):

19 493 toneladas e 43,1 milhões €

Unidades de produção aquícola (2008): 9

Empreendimentos turísticos classificados

(2010): 218 empreendimentos e 283 696 camas

N.º de campos de golfe (2007): 5

VAB (2007): 6 037 milhões €

PIB per capita (2007): 15,8 milhares de €

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• Aquicultura.

A análise foi elaborada principalmente com base na seguinte informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de

Estatística (INE):

• Recenseamento Geral da População e da Habitação de 2001 tendo por referência a Base Geográfica de

Referenciação da Informação (BGRI);

• Anuários Estatísticos Regionais de 2003, 2008 e 20094 (recorrendo aos anos intermédios sempre que dado

indicador não se encontrar nos Anuários Estatísticos dos anos indicados);

• outras publicações estatísticas sectoriais, como as Estatísticas da Pesca, Estatísticas Agrícolas, Contas

Económicas da Agricultura e o Recenseamento Geral da Agricultura.

Foram ainda utilizadas outras estatísticas sectoriais produzidas pelo Ministério do Trabalho e Solidariedade Nacional e

Turismo de Portugal.

A utilização do Recenseamento Geral da Agricultura de 1999 justifica-se pelo facto de à data da elaboração desta

caracterização socioeconómica, não se encontrarem ainda disponíveis os resultados do Recenseamento Agrícola de

2009.

A informação de base encontra-se, maioritariamente, desagregada ao nível da sub-secção estatística ou do concelho,

tendo sido agregada e trabalhada por MA, bacia ou bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, através da aplicação do

coeficiente de afectação da população das unidades de referenciação geográfica de base abrangidas pelos limites das

MA ou das bacias hidrográficas. Com base na agregação da informação que foi associada às MA ou às bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste, procedeu-se, então ao cálculo dos indicadores.

Nos casos em que a informação de base corresponde a índices ou outros valores não absolutos, como é o caso do

ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem e poder de compra per capita, procedeu-se também à sua

ponderação face à população abrangida de cada concelho em 2001 (ano utilizado para a determinação do coeficiente

de afectação da população por concelho).

Na análise dos sectores económicos utilizadores de água, foram utilizadas diferentes metodologias de cálculo, tendo em

muitos casos sido utilizadas ponderações e/ou valores médios referentes ao comportamento nacional. Procurou-se

assim dar resposta às de lacunas de informação identificadas na resposta à desagregação de indicadores e sectores

económicos solicitada no documento metodológico disponibilizado pelo INAG.

Neste contexto, optou-se por apresentar a análise dos sectores económicos quase exclusivamente ao nível das bacias

hidrográficas, enquanto as análises anteriores são apresentadas sempre que possível para o conjunto das bacias

hidrográficas e por bacia.

A aplicação da metodologia de caracterização socioeconómica anteriormente apresentada permitiu alcançar os

resultados apresentados de seguida (Quadro 2.11 a 2.12).

A população residente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste representa 4,4% da população residente no

Continente, situando-se, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), nos 445 683 habitantes

em 2008.

4 O Anuário Estatístico Regional de 2009 corresponde ao ano mais recente disponibilizado pelo INE à data da elaboração da caracterização – ano de

publicação: 2010.

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A evolução desde o anterior recenseamento (2001) traduz-se num crescimento populacional significativo para as bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste (bastante superior à média nacional), apesar de apresentar uma estrutura

demográfica envelhecida.

A vulnerabilidade social da população residente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste encontra-se

representada por um total de 19 764 desempregados em 2010, cerca de 3,7% do desemprego do Continente, sendo

que a variação estimada no número de desempregados entre 2001 e 2010 é maior nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste do que no Continente.

Simultaneamente, no que concerne ao nível de vida nesta região, representado pelo poder de compra per capita e o

ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, verifica-se que o mesmo é inferior à média nacional e do

Continente.

Não obstante, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da área das bacias hidrográficas, na ordem dos 15,8 milhares de

euros, é semelhante ao valor correspondente ao nível nacional e do Continente.

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) estimado para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é de 6 037 milhões de

euros, cerca de 4,6% do Continente, semelhante à representatividade do tecido empresarial, estimando-se que, em

2008, se encontravam sedeadas na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 48 471 empresas. Verifica-se

um predomínio do comércio, sendo que a análise dos indicadores económicos das utilizações da água revelou fortes

distinções ao nível do número de empresas, produção de valor e criação de emprego entre os sectores analisados.

Quadro 2.11 – Indicadores demográficos e sociais.

Indicadores demográficos e sociais 2001 2008 Variação

População residente (hab.) 402 750 445 683 10,7

Densidade populacional (hab./km2) 167 185 -

População flutuante (hab. equivalentes) - 22 028 -

Nível de escolaridade (%):

‑ Nenhum 28,0 - -

‑ Ensino Básico 57,0 - -

‑ Ensino Médio e Secundário 10,2 - -

‑ Ensino Superior 4,8 - -

População empregada (ind.) 184 671 - -

Taxa de actividade (%) 48,5 - -

População desempregada (ind.) 10 608 19 7641 86,3

Taxa de desemprego (%) 5,4 -

PIB (milhões €) - 7 0432 -

Alojamentos familiares clássicos (n.º) 220 264 - -

Total de empresas (n.º) - 48 471 - Notas: 1 Maio 2010 2 2007. Calculado com base na atribuição, aos concelhos total ou parcialmente abrangidos pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, do PIB e VAB das NUTS III respectivas, ponderados com base na proporção de cada concelho no tecido empresarial das NUTS III e no coeficiente de afectação da população às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. O PIB per capita foi calculado a partir da relação do PIB estimado com a população residente em 2008 nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Fonte: INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação - BGRI, 2001 INE – Anuários Estatísticos Regionais, 2008 IEFP – Concelhos - Estatísticas Mensais, Maio 2010

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O sector agricultura (produção vegetal), principal sector consumidor de água, as bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste representam cerca de 6,8% do emprego e do VAB nacional, enquanto que para a pecuária o peso das bacias

hidrográficas ultrapassa os 11,7%. A área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste empregam 6,6% do pessoal ao

serviço no Continente no sector do golfe, enquanto nos restantes usos consumptivos – a indústria transformadora e

hotelaria – o peso não ultrapassa os 4%.

A importância da produção vegetal em termos de necessidades de água encontra-se intimamente ligada à agricultura de

regadio, sendo que a superfície irrigável das bacias hidrográficas corresponde a 27,4% da Superfície Agrícola Utilizada

(SAU), enquanto a área efectivamente regada corresponde a 23,1% da SAU da área das bacias hidrográficas. Nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, existe apenas um regadio colectivo classificado no grupo II – Aproveitamento

Hidroagrícola da Cela.

Quadro 2.12 – Indicadores por Sector de Actividade principal utilizador de água, 2008.

Região Hidrográfica

Agr

icul

tura

1

Pecu

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1

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7

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ídric

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N.º de empresas/estabelecimentos/ infra-estruturas

647 empresas

253 empresas

3 563 empresas

218 empreendimentos

turísticos

5 campos de golfe

512 empresas

9 unidades de produção

647 empresas

253 empresas

Pessoal ao serviço 2 272 1 417 28 994 1 748 150 1 457 36 2 272 1 417

VAB (€) 88 716 131

121 290 698

679 136 515 37 348 848 11 000

000 21 521

315 15 034 88 716 131

121 290 698

Produtividade aparente do trabalho (€ VAB/trabalhador) 39 046 85 598 23 423 21 369 73 333 14 772 418 39 046 85 598

Volume de negócios (€) 234 580 247

320 712 835

2 634 349 666 75 943 463 18 607

605 42 468

750 314 214 234 580 247

320 712 835

Produtividade económica da água (VAB €/m3) 1,5 75,0 69,9 96,0 10,3 - - 1,5 75,0

Notas: 1 A disponibilização do emprego e das empresas pelo MTSS inclui uma classe referente à Agricultura e Produção Animal Combinadas, tendo sido distribuída pelas classes Agricultura (Produção Vegetal) e Produção Animal na mesma proporção que a apresentada à partida por aquelas duas classes. Os valores referentes às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram obtidos através da ponderação com base no coeficiente de afectação da área dos concelhos. O VAB é disponibilizado nas Contas Económicas da Agricultura apenas para o total nacional do Ramo Agrícola, tendo sido distribuído pelas outras classes a nível nacional na mesma proporção que a Produção. A Produção e o VAB foram calculados através da atribuição da mesma proporção do emprego da região a nível nacional. 2 O tecido empresarial, emprego e volume de negócios da indústria transformadora encontra-se disponível por concelho para 2008 na CAE Rev3, tendo sido adoptado o mesmo ano de referência e a mesma classificação das actividades económicas na aquisição dos referidos indicadores e do VAB para o Continente e nível nacional. Todavia, ressalva-se que os valores relativos ao pessoal ao serviço e volume de negócios encontram-se subestimados, na medida em que vários concelhos apresentam valores confidenciais. O VAB foi obtido através da aplicação, para cada tipo de indústria, do valor médio do VAB por pessoal ao serviço de Portugal (os valores respeitantes ao Continente são confidenciais para a maioria das CAE da indústria transformadora). 3 O pessoal ao serviço, volume de negócios e VAB do Alojamento foi estimado a partir dos valores médios por cama turística calculados para o Continente. 4 O emprego, volume de negócios e VAB do golfe foi calculado com base no número de campos de golfe considerando a avaliação do impacte económico da indústria do Golfe a nível nacional, apresentada pelo Turismo de Portugal (Caracterização geral da oferta de Golfe em Portugal, http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ AreasActividade/ProdutoseDestinos/Documents/ Doc2_CaracterizacaoGolfePortugal.pdf, acedido em 03.11.2010.) e num estudo da Universidade do Algarve (Correia, A; Martins, V; Competitividade Eficiência na Indústria do Golfe: O Caso do Algarve, http://www.apdr.pt/siteRPER/numeros/RPER07/art_5.pdf, acedido em 03.12.2010). 5 O emprego, VAB e volume de negócios na região hidrográfica foi estimado a partir dos valores nacionais, considerando o mesmo contributo da região em termos da potência instalada para a produção de electricidade de energia hídrica a nível nacional. 6 O número de empresas, o emprego e o volume de negócios encontra-se disponível para o conjunto da Pesca e Aquicultura por concelho para 2008, tendo, dada a especificidade desta actividade económica, sido utilizados os valores totais dos concelhos, sem ponderação pelo coeficiente de afectação da população. Foi utilizado o mesmo ano de referência na aquisição dos referidos indicadores e do VAB para o Continente e Portugal. Nestas escalas encontram-se já disponíveis os mesmos indicadores para a Pesca e Aquicultura individualmente. Para a obtenção do número de empresas e emprego desagregado para a Pesca (sem Aquicultura), recorreu-se à aplicação da mesma proporção que a Pesca apresenta nos Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social face ao total de Pesca e Aquicultura. O VAB e o volume de negócios para a Pesca Total das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram determinados através aplicação da média do Continente do volume de negócios e do VAB pelo pessoal ao serviço. No caso do volume de negócios para o conjunto da Pesca e Aquicultura, este é também disponibilizado por concelho. Ressalva-se que os totais de pessoal ao serviço e volume de negócios da Pesca e Aquicultura encontram-se subestimados, na medida em que os valores de vários concelhos são confidenciais. 7 O emprego nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foi determinado com base no valor médio de empregados por empresa de aquicultura, aquicultura em águas salgadas e salobras e aquicultura em águas doces, determinado a partir dos Quadros de Pessoal do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social. O volume de negócios e o VAB da Aquicultura foram determinados através aplicação da média do Continente do volume de negócios e do VAB pelo número de empresas, ao número de unidades de produção nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (valor base disponível para a caracterização do sector). 8 O valor produzido foi estimado com base num preço médio de venda de 5€/m3 obtido no Plano Específico de Gestão de Extracção de Inertes no Domínio Hídrico do Rio Tejo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Fonte: INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação - BGRI, 2001

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INE – Anuários Estatísticos Regionais - Centro, Lisboa e Alentejo, 2008 INE – Contas Económicas da Agricultura 1980-2009 MTSS – Quadros de Pessoal, 2008 Turismo de Portugal - Informação georeferenciada relativa aos empreendimentos turísticos classificados e previstos, 2010 Turismo de Portugal - Matriz de campos de golfe INE - Base de dados online do site do INE INE - Estatísticas Agrícolas, 2009 INE - Estatísticas da Pesca, 2009 DGEG - Estatísticas-Pedreiras-Produção Anual, 1994-2007 DGEG - Produção/ Consumos, 1994-2009 DGEG - Renováveis - Estatísticas Rápidas, Agosto/Setembro 2010 DGEG - Potência instalada nas Centrais Produtoras de Energia Eléctrica, 1995-2009

A análise por bacias (Quadro 2.13) revela uma acentuada uniformidade no comportamento demográfico e

socioeconómico, sendo, porém, possível identificar a influência da proximidade da área metropolitana de Lisboa

(parcialmente abrangida nos concelhos de Sintra e Cascais) sobre as bacias Rio Lisandro e Ribeiras Costeiras do

Oeste. Estas bacias apresentam as maiores densidades e acréscimos populacionais, maior ganho médio mensal e

poder de compra per capita.

Quadro 2.13 – Características gerais socioeconómicas das bacias.

Bacias

Pop.

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ab.)

Den

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laci

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(€)

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(€)

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rio (%

)

N.º

de e

mpr

esas

Rio Alcobaça 56 492 134 0,7 112 1 310 770,52 82,29 49,8 40,8 6 279

Rio Tornada 41 872 169 6,0 130 1 698 799,24 95,27 47,7 53,6 4 572

Rio Arnóia 62 530 139 5,8 145 2 798 774,94 81,61 45,9 55,5 6 301

Ribeira de São Domingos 11 641 167 5,5 120 787 740,84 86,18 44,5 48,6 1 199

Rio Alcabrichel 20 047 133 8,3 124 699 802,66 91,18 45,2 48,7 2 305

Rio Sizandro 72 732 217 11,1 121 2 001 803,17 94,37 48,3 59,2 8 535

Rio Lisandro 56 900 340 26,4 101 1 347 921,22 104,00 52,6 59,7 6 073

Ribeiras Costeiras do Oeste

123 469 216 14,2 113 11 389 859,18 95,82 48,9 59,4 13 207

Total 445 683 185 10,7 120 22 028 820,59 92,00 48,5 54,8 48 471

Ano de referência e fontes: 2008 (INE – Anuários Estatísticos): população residente; densidade populacional; número de empresas, população flutuante. 2007 (INE – Anuários Estatísticos): ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem; poder de compra per capita. 2001 (INE – Anuários Estatísticos e Recenseamento Geral da População e Habitação): índice de envelhecimento; taxa de actividade; população empregada no sector terciário. 2001- 2008 (INE – Recenseamento Geral da População e Habitação e Anuários Estatísticos): variação populacional. *População Idosa residente (>65 anos) sobre população jovem residente (<15 anos)

1.6. SOLOS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

1.6.1. Solos

A abordagem desenvolvida neste âmbito teve como objectivos, caracterizar os solos e identificar e cartografar as

unidades pedológicas presentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, de acordo com a classificação dos

solos do ex-Serviço de Reconhecimento e Ordenamento Agrário (SROA) (1970, 1973), incluindo a descrição de cada

uma das unidades pedológicas aflorantes e a análise espacial da sua distribuição por bacia. Nos casos em que a

cartografia dos solos do Instituto de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente (IHERA) não se encontrava disponível,

optou-se por determinar a associação do tipo de solo da classificação dos solos do SROA (1970, 1973) com a

interpretação da geologia, com base nos elementos disponíveis na respectiva Carta Geológica, à escala 1:500 000. Ou

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seja, a cada tipo de solo ou a cada formação geológica foi feita a correspondência com a classificação do tipo de solos

do SROA (1970, 1973).

A caracterização dos solos compreendeu também a elaboração da Carta de Condutividade Hidráulica dos solos que foi

feita a partir da correspondência com as classes de solos e a análise gráfica da distribuição espacial dos valores obtidos

por bacia. Por fim, foi também analisada a Carta de Erodibilidade dos Solos.

Com a aplicação desta metodologia verificou-se que, os solos mais representativos na região, de acordo com a ordem

da classificação de SROA (1970, 1973) são os Solos Litólicos e os Solos Argiluviados (Argilosos) Pouco Insaturados.

Com menor predominância surgem, entre outros, os Solos Incipientes, os Solos Podzolizados e os Barros (Quadro

2.14).

Identifica-se uma afinidade selectiva entre as rochas do substrato mesozóico e cenozóico que constituem a Bordadura

Ocidental e os tipos de solos e os valores de condutividade hidráulica que foram aferidos a partir de cada tipo de solo.

Quadro 2.14 – Solos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por ordem e subordem da classificação do SROA

(1973) e respectivas percentagens de distribuição pela área de estudo.

Ordem Subordem e respectivas percentagens Descrição

Solos Litólicos Litólicos não húmicos (47%) Solos pouco evoluídos, de rochas não calcárias (também designados por Combissolos)

Solos Argiluviados/ Argilosos Pouco Insaturados

Mediterrâneos vermelhos ou amarelos (30%) Mediterrâneos Pardos (<0,1%)

Solos evoluídos em que o horizonte B apresenta um grau de saturação superior a 35%.

Solos Incipientes

Regossolos (9%) Aluviossolos (4%) Solos de Baixas (Coluviossolos) (<1%) Litossolos (<0,1%)

Solos em formação constituídos pela rocha desagregada. - Formam-se de rochas não consolidadas, com baixo teor em matéria orgânica e apresentam grande espessura efectiva - Formam-se nas aluviões - São solos de origem coluvial, que resultam da acumulação de depósitos muito variados em vales, depressões ou base de encostas. - Derivam de rochas consolidadas. Sujeitos a erosão forte

Solos Podzolizados Podzóis não hidromórficos (7%) Solos evoluídos com horizonte eluvial A2∞ nítido.

Barros Barros castanho-avermelhados (2,4%) Barros pretos (0,3%)

Solos evoluídos de natureza argilosa, com abundante montmorilonite (também designados de Vertissolos)

Solos Hidromórficos Solos Hidromórficos, Sem Horizonte Eluvial (0,2%) Solos sujeitos a encharcamento temporário ou permanente que provoca fenómenos marcados de redução em todo ou parte do perfil

Solos Calcários Calcários vermelhos (0,2%) Calcários pardos (<0,1%)

Solos pouco evoluídos, formados em terrenos calcários, com percentagem variável de carbonato de cálcio ao longo do perfil e sem as características dos barros

1.6.2. Ocupação do solo

No que concerne à ocupação do solo foi analisada a carta CORINE Land Cover (CLC) 2006 que permitiu identificar e

caracterizar os usos e ocupações do solo de cada bacia naquele ano. No entanto, para aferir as principais tendências e

evolução da ocupação do solo nas bacias foi analisada a carta a CLC 2000, que permitiu realizar uma análise

comparativa entre 2000 e 2006.

Esta análise, que teve por base a cartografia de ocupação do solo da carta CLC, considera três níveis diferentes de

agregação de classes de ocupação do solo. Esta cartografia foi desenvolvida com o objectivo de representar à escala

1:100 000, e possui como área mínima cartográfica 25 ha para o ano 2000 e entre 5 a 25 ha para o ano de 2006.

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Apesar destes pressupostos, esta base constitui a aproximação à realidade que melhor se enquadra na escala no

âmbito do presente Plano.

Desta forma concluiu-se que, a ocupação do solo ao nível das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, realizada com

base na CLC 2000 e 2006, revela um predomínio das áreas agrícolas e agro-florestais, que representam

aproximadamente 58% da área total. As áreas afectas a florestas e meios naturais e seminaturais constituem a segunda

classe mais representativa (32%). As bacias onde os territórios artificializados têm maior preponderância estão

geograficamente mais próximas da área metropolitana de Lisboa e da faixa litoral, o que revela a influência da área

metropolitana na dinâmica territorial dos municípios abrangidos pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

(Quadro 2.15).

Quadro 2.15 – Resumo da ocupação do solo das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia

Classes de ocupação do solo

Territórios artificializados Áreas agrícolas e agro-florestais

Florestas, meios naturais e seminaturais Zonas húmidas Corpos de água

[A] [B] [C] [A] [B] [C] [A] [B] [C] [A] [B] [C] [A] [B] [C] Rio Alcobaça 154,59 3 202,08 7,60 6,14 19 044,44 45,22 -160,72 19 836,42 47,10 0,00 35,38 0,08 0,00 0,00 0,00 Rio Tornada 17,17 1 542,90 6,24 -31,02 15 935,52 64,40 13,86 7 218,22 29,17 0,00 47,99 0,19 0,00 0,00 0,00 Rio Arnóia 380,72 3 133,60 6,97 -65,44 29 948,51 66,61 -315,29 11 150,93 24,80 0,00 212,89 0,47 0,00 517,67 1,15 Ribeira de São Domingos

7,30 510,60 7,30 0,00 5 014,01 71,73 -7,30 1 425,67 20,40 0,00 0,00 0,00 0,00 39,47 0,56

Rio Alcabrichel 79,83 1 043,86 6,92 -9,75 8 545,27 56,67 -70,08 5 488,74 36,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,00 Rio Sizandro 393,13 3 412,62 10,21 -291,21 26 422,66 79,03 -101,92 3 595,55 10,75 0,00 0,00 0,00 0,00 3,42 0,01 Rio Lisandro 393,13 3 412,62 10,21 -291,21 26 422,66 79,03 -101,92 3 595,55 10,75 0,00 0,00 0,00 0,00 3,42 0,01 Ribeiras Costeiras do Oeste

464,22 6 800,42 11,90 -323,68 24 267,74 42,47 -140,54 25 362,38 44,38 0,00 0,00 44,38 0,00 715,70 1,25

Fonte: CLC 2000 e 2006 [A] – Variação da ocupação entre 2000 e 2006 (ha); [B] – Ocupação em 2006 (ha) [C] – Representatividade da classe de ocupação face à área da bacia (%)

1.6.3. Ordenamento do território

No que refere ao ordenamento do território foram identificados os diferentes níveis hierárquicos dos instrumentos de

gestão territorial (IGT) com incidência na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Pretendeu-se, assim,

identificar o conjunto de planos que estabelece o quadro normativo e estratégico do modelo de desenvolvimento e

ordenamento do território da região, procedendo-se à caracterização dos principais instrumentos de âmbito nacional e

regional.

Foi, também, efectuada uma análise da distribuição espacial dos usos previstos em sede de planos municipais de

ordenamento do território, baseada na informação constante nos Anuários Estatísticos Regionais de 2008, do INE, onde

se apresentam dados para os usos Urbano, Equipamentos e Parques urbanos, Industrial, e Turismo as áreas previstas

nos PMOT, aos quais se aplicou um coeficiente de afectação de área face à área do concelho abrangida por cada bacia

pertencente à bacia hidrográfica das ribeiras do Oeste, face à ausência de informação relevante, tal como a Carta do

Regime de Uso do Solo (CRUS) do Continente, em formato vectorial.

Desta forma, verificou-se que o modelo de desenvolvimento e ordenamento do território da área das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste é estabelecido por um conjunto de IGT, de âmbito nacional (Programa Nacional da

Política de Ordenamento do Território, planos sectoriais com incidência territorial e planos especiais de ordenamento do

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território – PEOT), regional (planos regionais de ordenamento do território – PROT) e municipal (planos municipais de

ordenamento do território – PMOT), os quais se identificam no Quadro 2.16.

Para além dos IGT em vigor na área de abrangência do Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (INAG,

2009), considera-se de destacar que se encontra em curso a elaboração do Plano Nacional da Água 2010 e a alteração

ao Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa.

Acresce referir que foi recentemente determinada através do Despacho n.º 9166/2011, de 20 de Julho, a revisão do

POOC Alcobaça-Mafra, na totalidade da sua área, e do POOC Sintra-Sado, até ao cabo Espichel.

Quadro 2.16 – Instrumentos de gestão territorial, de âmbito nacional e regional com incidência nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

Instrumento de Gestão Territorial

ÂMBITO NACIONAL

Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território

Planos Sectoriais de Ordenamento do Território

Plano Nacional da Água, Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2007–2013, Plano da Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste, Plano Sectorial da Rede Natura 2000, Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral, Plano Regional de Ordenamento Florestal do Oeste, Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa, Plano Rodoviário Nacional; Plano Estratégico Nacional do Turismo

Planos Especiais de Ordenamento do Território

Plano de Ordenamento da Orla Costeira Alcobaça–Mafra; Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra–Sado, Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar–Marinha Grande, Plano de Ordenamento da Albufeira de São Domingos, Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Plano de Ordenamento do Parque Natural de Sintra–Cascais, Plano de Ordenamento da Reserva Natural das Berlengas.

ÂMBITO REGIONAL

Planos Regionais de Ordenamento do Território

Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo

Os IGT estabelecem o quadro estratégico e normativo de desenvolvimento e ordenamento do território na sua área de

abrangência, através da definição de princípios, directrizes, objectivos e regimes de salvaguarda de recursos e valores

naturais, designadamente a orla costeira e zonas ribeirinhas, as albufeiras de águas públicas, as áreas protegidas, a

rede hidrográfica, entre outros relevantes, e o regime de utilização compatível com a sua protecção e valorização numa

óptica de utilização sustentável do território.

O actual quadro legal associado à gestão e à ocupação e utilização do território, no que diz respeito à protecção dos

recursos considerados essenciais ao uso sustentável do território e, às servidões e restrições de utilidade pública,

sofreu um reforço da sua importância estratégica, nomeadamente da Reserva Ecológica Nacional (REN), através da

publicação do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, que cria também a Comissão Nacional da REN.

Neste âmbito, assume particular relevância, as áreas de protecção do litoral, as áreas relevantes para a

sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre e de áreas de prevenção de riscos naturais, que deverão ser integradas

na REN.

No que diz respeito aos usos previstos nos planos municipais de ordenamento do território, e em termos de

representatividade das áreas artificializadas por bacia, considera-se ser de destacar as bacias Rio Alcabrichel e Rio

Lisandro, as quais apresentam os valores mais elevados desta tipologia de áreas, representando cerca de 23%, face ao

total da área da bacia. Ainda neste âmbito, e decorrente de uma análise comparativa entre a ocupação actual do solo e

a prevista nos PMOT, cumpre salientar o previsível aumento das áreas artificializadas face às actualmente existentes.

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1.7. USOS E NECESSIDADES DE ÁGUA

A avaliação dos usos e necessidades de água nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, para a situação actual, foi

desenvolvida considerando as várias tipologias de uso e a informação disponível para a caracterização dos descritores.

As várias tipologias de uso agruparam-se em usos consumptivos e não consumptivos de água, nomeadamente:

Usos consumptivos:

• Usos urbanos – considerando os consumos da população residente e flutuante e das actividades económicas e

públicas inseridas na malha urbana;

• Agricultura – considerando as necessidades de rega das culturas, em ano médio, seco e muito seco;

• Pecuária – atendendo aos efectivos das espécies animais: bovinos, suínos, ovinos e caprinos;

• Indústria – considerando o número e escalão de dimensão dos estabelecimentos industriais dos sectores da

indústria transformadora mais relevantes em termos de consumo de água;

• Turismo – considerando os consumos de água de rega dos campos de golfe e respectivas áreas adjacentes.

Usos não consumptivos:

• Produção de energia;

• Usos recreativos;

• Aquicultura e pesca.

1.7.1. Usos consumptivos

1.7.1.1. Usos urbanos

A caracterização actual dos usos e necessidades de água assegurados pelos

sistemas públicos de abastecimento de água foi efectuada com base em

dados obtidos através das seguintes fontes de informação:

• Inventário Nacional dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR): foram

consultados os dados de 2008 relativos às captações e às redes de distribuição (estes dados são doravante

designados, no seu conjunto, por dados INSAAR 2009);

• Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR): foram consultados os dados de

caracterização das origens de água dos sistemas de alta e de baixa e os dados respeitantes à água distribuída

pelos sistemas de baixa (volumes e população servida), de 2009 (designados doravante por dados ERSAR

2009), e ainda os indicadores e variáveis dos relatórios de desempenho das entidades concessionárias,

relativos ao ano de 2008;

• ARH Tejo: Licenças Ambientais e Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos (TURH), de captação de águas

superficiais, relativos aos anos compreendidos entre 2005 e Junho de 2010;

• Planos Directores para a Criação dos Sistemas Multimunicipais de Baixa de Abastecimento de Água e

Saneamento do Norte, Centro e Sul: foram consultados os dados do Volume I “Abastecimento de Água” do

Relatório 2 “Concepção das Soluções e Investimentos” (AdP, 2007), respeitantes a diversos concelhos das

Mapa 15 – Distribuição das necessidades hídricas nas bacias, pelos diferentes usos consumptivos.

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bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e ao ano de 2006, e documentação diversa relacionada com estes

planos.

Procurou-se através da análise desta informação determinar os seguintes indicadores:

• Consumos actuais da população servida por sistemas públicos de abastecimento de água (consumos

domésticos);

• Consumos das actividades económicas e outras (por exemplo, municipais) integradas na malha urbana

(consumos não domésticos);

• Perdas de água nos sistemas, incluindo as perdas reais (ou seja, perdas físicas de água nas várias

componentes do sistema devido à sua não estanquidade) e as perdas aparentes (ou seja, consumos não

autorizados e parcelas de água não recuperadas nos processos de tratamento).

Complementarmente, efectuou-se uma análise histórica das utilizações da água satisfeitas pelos sistemas de

abastecimento público, por comparação dos dados obtidos neste estudo com os dados apresentados no Plano de Bacia

Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (INAG, 2001a).

Após caracterização da situação actual do consumo de água nos sistemas públicos de abastecimento, efectuou-se a

determinação das necessidades totais de água nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

a) Consumos actuais de água e capitações

Relativamente aos consumos actuais de água e às capitações foi possível determinar três tipos de capitação para cada

um dos concelhos das bacias hidrográficas. Assim, com base nos dados ERSAR 2009, determinaram-se as capitações

dos volumes totais distribuídos (à entrada da rede de distribuição) para cada concelho – capitação de distribuição – e,

com base nos dados INSAAR 2009, as capitações dos volumes captados e dos consumidos, ou seja, não considerando

a parcela correspondente às perdas da rede – capitação total e capitação “útil”, respectivamente.

Os resultados obtidos permitiram verificar que as capitações de utilização da água das redes públicas apresentam uma

grande variabilidade entre os diversos concelhos das bacias hidrográficas, o que se deverá justificar não só por hábitos

de consumo diferentes, mas também, em alguns casos, por imprecisões dos dados constantes das fontes de

informação utilizadas

O Quadro 2.17 apresenta os valores de capitação “útil” e total, obtidos a partir dos dados INSAAR, 2009, para cada um

dos concelhos inseridos total ou parcialmente na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, e também os

valores das capitações totais e “úteis” constantes do PBH Ribeiras do Oeste de 2001, respeitantes a 1998 (ou, nos

casos em que este valor não está disponível, a 1996). São também apresentados os seguintes parâmetros estatísticos

para cada um dos indicadores: máximo, mínimo e média. Refira-se que, para determinação dos parâmetros estatísticos,

não foram considerados valores anormalmente reduzidos ou elevados (tal como explicitado nas notas que acompanham

o Quadro 2.17).

Saliente-se que os valores das capitações apresentados no Quadro 2.17 englobam os consumos da população

residente e da população flutuante, assim como do sector público e das actividades económicas inseridas na malha

urbana. A capitação “útil” não considera as perdas no sistema, enquanto que a capitação total considera todas as

perdas desde a captação até aos contadores.

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Quadro 2.17 – Evolução das capitações por concelho.

Concelho

Capitações estimadas no âmbito do PBH Ribeiras do Oeste1 Capitações actuais2

Capitação útil (l/hab.dia)

Capitação total (l/hab.dia)

Capitação útil (l/hab.dia)

Capitação total (l/hab.dia)

Alcobaça 210 (a) 128 138

Alenquer 294(b) 387(b) 121 285

Bombarral 121 148 117 183

Cadaval 136 170 101 271

Caldas da Rainha 188 336(b) 127 293

Cascais 221 356(b) 159 290

Leiria (c) (c) 195 226

Lourinhã 245(d) 544(b)(d) 104 148

Mafra 194 246 273 292

Marinha Grande (c) (c) 206 281

Nazaré 204 340(b) 257 405

Óbidos 164 193 216 597

Peniche 187 317(b) 125 301

Porto de Mós 111 176 154 268

Sintra 161 256 196 281

Sobral de Monte Agraço 138 321(b) 98 288

Torres Vedras 130 159 156 287

Máximo 245 256 273 293

Mínimo 111 148 101 138

Média 172 193 165 249

Notas: 1 Sempre que possível apresentou-se a capitação respeitante a 1998. 2 Calculadas com base nos dados INSAAR 2009. (a) sem dados de perdas que permitam determinar a capitação total. (b) Valor anormalmente reduzido (< 100 l/hab.dia) ou anormalmente elevado (> 280 l/hab.dia, no caso de valores de capitação útil, ou 300 l/hab.dia, no caso de valores de capitação de distribuição ou total) não considerado no cálculo dos parâmetros estatísticos. (c) Concelho não incluído no âmbito territorial do PBHRO de 2001. (d) Valor referente a 1996.

b) Necessidades de água actuais

As necessidades de água a suprir pelos sistemas de abastecimento público podem ser avaliadas através de duas

metodologias:

• directamente, a partir dos consumos medidos pelas entidades gestoras dos sistemas;

• por estimativa baseada em capitações de utilização de água.

Optou-se por avaliar as necessidades através de estimativas baseada em capitações de utilização de água por diversas

razões, nomeadamente pelo facto de os sistemas de abastecimento ainda não cobrirem na totalidade as necessidades

da área de estudo, apresentando ainda concelhos com níveis de atendimento inferiores a 95% (nomeadamente,

Alenquer, Sobral de Monte Agraço, Sintra, Peniche e Porto de Mós).

Assim, para três categorias: concelhos predominantemente urbanos (CPU), concelhos medianamente urbanos (CMU) e

concelhos predominantemente rurais (CPR) – definiram-se três valores diferentes de capitação, os quais, por aplicação

aos valores estimados de população residente numa determinada área, traduzem as seguintes necessidades de água

dessa área:

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• necessidades domésticas da população residente;

• necessidades de água das actividades públicas e económicas utilizadoras dos sistemas públicos de

abastecimento.

A estes valores foi adicionada uma parcela correspondente aos consumos da população flutuante (baseada também em

capitações e estimativas populacionais) e uma parcela correspondente a perdas totais no sistema (estimada em termos

de percentagem das necessidades totais de água).

Para classificação dos concelhos predominantemente urbanos, medianamente urbanos e predominantemente rurais,

teve-se em consideração a classificação do INE de 2009 da tipologia das áreas urbanas, efectuada ao nível das

freguesias, e os seguintes critérios:

• Consideraram-se CPR aqueles em que o número de freguesias classificadas como predominantemente rurais

é superior a 60%;

• CPU como aqueles em que o número de freguesias classificadas como predominantemente ou medianamente

urbanas é igual ou superior a 40% e a densidade populacional é igual ou superior a 400 hab/km2;

• CMU foram considerados quando o número de freguesias classificadas como predominantemente ou

medianamente urbanas é igual ou superior a 40% e a densidade populacional é inferior a 400 hab/km2.

A estimativa da população flutuante foi efectuada através da metodologia desenvolvida por Gaspar, J. et al. (1997), que

considera as seguintes variáveis:

Para os residentes temporários:

• número de alojamentos de uso sazonal e dimensão média das famílias em cada concelho (indicadores

calculados a partir dos dados do INE de 2009);

• número médio anual de dias de ocupação dos alojamentos sazonais o qual, de acordo com a obra citada, é igual

a 20 nos concelhos do interior e 45 nos concelhos do litoral.

Para os turistas:

• número de dormidas anuais em cada concelho (indicadores calculados a partir dos dados do INE de 2009).

A população flutuante em habitantes equivalentes por ano é obtida, no primeiro caso, pelo número anual de ocupantes

sazonais (número de alojamentos x dimensão média das famílias) a multiplicar por 20/365 ou 45/365, consoante se trate

de um concelho do interior ou do litoral, e, no segundo caso, pelo número de dormidas a dividir por 365.

A definição dos valores de capitação atribuídos a cada categoria de concelho foi efectuada com base na análise dos

valores de capitações determinadas a partir dos dados INSAAR, 2009 e em valores constantes da bibliografia da

especialidade, em particular, de Serra et al., 2010. As capitações atribuídas à população flutuante (Quadro 2.18)

basearam-se também nos valores constantes desta referência bibliográfica.

Quadro 2.18 – Capitações consideradas para o cálculo das necessidades de água de abastecimento público.

CPU CMU CPR

Capitação da população residente (l/hab.dia) 170 150 130

Capitação da população flutuante (l/hab.dia)

‑ ocupantes temporários 110 150 130

‑ turistas 300

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No Quadro 2.19 apresenta-se a classificação dos concelhos considerando as três categorias entre o meio urbano e o

meio rural – CPU, CMU e CPR.

Quadro 2.19 – Classificação dos concelhos em CPU, CMU e CPR.

Concelho Categoria Concelho Categoria

Alcobaça CMU Marinha Grande CMU

Alenquer CMU Nazaré CPR

Bombarral CMU Óbidos CPR

Cadaval CMU Peniche CMU

Caldas da Rainha CMU Porto de Mós CMU

Cascais CPU Sintra CPU

Leiria CMU Sobral de Monte Agraço CMU

Lourinhã CMU Torres Vedras CMU

Mafra CMU

Os resultados obtidos referentes às necessidades actuais de água para o sector urbano nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, por bacia, são apresentados no Quadro 2.20.

Quadro 2.20 – Necessidades actuais de água para os usos urbanos por bacia, nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Bacia

Uso Urbano

Necessidades de água actuais (dam3/ano) % das necessidades de água

Necessidades de água actuais por unidade de área

(dam3/ano.km2)

Rio Alcobaça 5319 12% 12,63

Rio Tornada 3984 9% 16,10

Rio Arnóia 5824 13% 12,95

Ribeira de São Domingos 1155 3% 16,52

Rio Alcabrichel 1924 4% 12,76

Rio Sizandro 6965 16% 20,83

Rio Lisandro 5898 14% 35,20

Ribeiras Costeiras do Oeste 12562 29% 21,98

Total 43630

As necessidades totais de água para o sector urbano ascendem a 44 hm3/ano, cerca de 38% das necessidades totais

das bacias hidrográficas (114 hm3/ano). Destaca-se a bacia Ribeiras Costeiras do Oeste com as necessidades de água

mais elevadas, 29%, seguida das bacias Rio Sizandro e Rio Lisandro, com 16% e 14% das necessidades totais,

respectivamente. Se atendermos às necessidades de água por unidade de área das bacias hidrográficas, as mesmas

bacias permanecem em destaque, o que se justifica apresentarem as maiores densidades populacionais.

1.7.1.2. Indústria

A definição do universo industrial a considerar para a avaliação das necessidades de água da indústria teve por base os

seguintes documentos legais:

• Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de Novembro, estabelece a Classificação Portuguesa de Actividades

Económicas, Revisão 3 (CAE – Rev. 3), que constitui o quadro comum de classificação de actividades

económicas a adoptar a nível nacional. Revoga o Decreto-Lei n.º 197/2003, de 27 de Agosto;

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• Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, estabelece o Regime de Exercício da Actividade Industrial (REAI),

onde são incluídas as subclasses da CAE – Rev.3. Revoga o Decreto-Lei n.º 69/2003, de 10 de Abril.

Numa primeira análise, a informação de base utilizada para a avaliação das necessidades de água da indústria foram as

Licenças Ambientais emitidas para instalações industriais localizadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e

os TURH para captação de água superficial emitidos pela ARH Tejo.

Verificou-se, contudo, que o levantamento realizado apenas abrangia uma parcela reduzida do universo de indústrias

existente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, pelo que, complementarmente à análise destes dados, é

efectuada uma estimativa das necessidades de água reais do sector, através de métodos indirectos, designadamente,

recorrendo a coeficientes de consumo de água por trabalhador, característicos dos vários sectores industriais, aplicados

a informação estatística da indústria.

Para o efeito, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

(MTSS) disponibilizou a listagem de caracterização do sector industrial de cada concelho abrangido total ou

parcialmente pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, relativa ao ano 2008, com a seguinte informação

estatística:

• número de instalações industriais, por CAE e por concelho;

• intervalo do número de trabalhadores de cada grupo de instalações industriais.

As instalações industriais assim inventariadas totalizam 10 846 unidades. Salienta-se, contudo, que estes valores

respeitam ao número total de estabelecimentos industriais inventariados pelo MTSS nos concelhos abrangidos pelas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, dos quais se admite que somente 2 070 integram as bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste (tendo em conta os coeficientes de afectação da população estabelecidos para os concelhos

parcialmente abrangidos). A estimativa do número de instalações industriais existentes nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste e a sua distribuição por bacia é apresentada no Quadro 2.21.

Quadro 2.21 – Estimativa do número de instalações da indústria transformadora nas bacias hidrográfica das ribeiras do

Oeste.

Bacia hidrográfica N.º de instalações industriais

Rio Alcobaça 448

Rio Tornada 223

Rio Arnóia 245

Ribeira de São Domingos 36

Rio Alcabrichel 84

Rio Lisandro 229

Rio Sizandro 325

Ribeiras Costeiras do Oeste 480

Total nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 2 070

Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento, 2010 (Dados relativos a 2008).

Nos cálculos efectuados foi considerado o número médio de trabalhadores do intervalo fornecido pelo GEP. As

capitações consideradas tiveram por base as seguintes origens, por ordem decrescente de prioridades:

• coeficientes estimados no âmbito do Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo de 2001;

• coeficientes estimados no âmbito do Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste de 2001 (no caso de

não terem sido estimados no âmbito do PBH Tejo);

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• coeficientes publicados em bibliografia técnica específica.

Refira-se que, na ausência de capitações específicas para uma determinada actividade, foi adoptado o coeficiente de

actividades similares. Nos casos em que não se dispunha de qualquer indicação, à excepção de ser uma indústria

pouco consumidora de água, admitiu-se que, a cada trabalhador, estaria associado a um consumo diário de 100 litros, o

que conduz a um consumo anual de cerca de 25 m3 por trabalhador.

As necessidades de água foram estimadas pelo produto entre o número de instalações industriais com um dado CAE

localizadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, o respectivo número médio de trabalhadores e a

correspondente capitação de água. Os valores obtidos, por concelho, foram transpostos em valores por bacia,

recorrendo aos coeficientes que relacionam a população residente nas áreas de cada bacia com a população residente

nos concelhos abrangidos pelas mesmas. Os resultados são apresentados no Quadro 2.22.

Quadro 2.22 – Necessidades de água totais do sector industrial nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia hidrográfica Necessidades de água anuais (dam3/ano) % das necessidades totais Necessidades de água actuais por

unidade de área (dam3/ano.km2)

Rio Alcobaça 2 255 23% 5,36

Rio Tornada 724 7% 2,93

Rio Arnóia 833 9% 1,85

Ribeira de São Domingos 211 2% 3,02

Rio Alcabrichel 530 5% 3,52

Rio Sizandro 1 689 17% 5,05

Rio Lisandro 1 061 11% 6,33

Ribeiras Costeiras do Oeste 2 408 25% 4,21

Total 9 712 100

As necessidades totais para o sector da indústria totalizam cerca de 9,7 hm3/ano, correspondendo a 9% das

necessidades totais das bacias hidrográficas (114 hm3/ano). A distribuição das necessidades de água do sector por

bacia, permite destacar as bacias Rio Alcobaça e Ribeiras Costeiras do Oeste, que, no seu conjunto, concentram cerca

de metade (48%) das necessidades totais da bacia. Por outro lado, as bacias que apresentam os valores mais elevados

de necessidades de água por unidade de área são as bacias Rio Alcobaça e Rio Lisandro. No caso da bacia Rio

Alcobaça, este facto está relacionado com a forte presença de instalações industriais na área da bacia, sendo uma das

que maior número de instalações apresenta.

Considerando os diversos sectores da indústria transformadora, destacam-se o sector das indústrias alimentares (CAE

10), com as maiores necessidades de água, 63% do total. Neste sector, destacam-se os subsectores de preparação e

conservação de frutos e produtos hortícolas (CAE 103) e o abate de animais, preparação e conservação de carne e de

produtos à base de carne (CAE 101), com 39% e 36% das necessidades de água, respectivamente. Destacam-se ainda

os sectores da fabricação de outros produtos minerais não metálicos (CAE 23) e da fabricação de pasta de papel,

cartão e seus artigos (CAE 17), cujas necessidades anuais de água representam, respectivamente, 9% e 8% das

necessidades da indústria transformadora. A distribuição das necessidades de água dos estabelecimentos industriais

por divisão da CAE é seguindamente apresentada.

Quadro 2.23 – Distribuição das necessidades anuais de água dos estabelecimentos industriais por divisão da

CAE (Rev.3).

CAE – Sector de actividade Necessidades de água anuais (dam3/ano) % das necessidades totais

CAE 10 – Indústrias alimentares 6 152 63,3% CAE 11 – Indústrias das bebidas 209 2,1%

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CAE – Sector de actividade Necessidades de água anuais (dam3/ano) % das necessidades totais

CAE 12 – Indústrias do tabaco 3 0,0% CAE 13 – Fabricação de têxteis 22 0,2%

CAE 14 – Indústria do vestuário 9 0,1% CAE 15 – Indústria do couro e seus produtos 22 0,2% CAE 16 – Indústria da madeira e da cortiça 171 1,8% CAE 17 – Fabricação de pasta de papel, cartão e seus artigos 730 7,5% CAE 18 – Impressão e reprodução de suportes gravados 43 0,4% CAE 20 – Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais 202 2,1% CAE 21 – Fabricação de produtos farmacêuticos de base e preparações farmacêuticas 115 1,2%

CAE 22 – Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 261 2,7% CAE 23 – Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 853 8,8%

CAE 24 – Indústrias metalúrgicas de base 54 0,6% CAE 25 – Fabricação de produtos metálicos 266 2,7% CAE 26 – Fabricação de equipamentos informáticos, para comunicações e produtos electrónicos 3 0,0%

CAE 27 – Fabricação de equipamento eléctrico 18 0,2% CAE 28 – Fabricação de máquinas e equipamentos n.e. 131 1,3% CAE 29 – Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques 48 0,5% CAE 30 – Fabricação de outro equipamento de transporte 269 2,8% CAE 31 – Fabricação de mobiliário e de colchões 69 0,7% CAE 32 – Outras indústrias transformadoras 15 0,2%

CAE 33 – Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos 47 0,5% Total 9 712

1.7.1.3. Pecuária

As necessidades de água para a pecuária calculadas com base nos efectivos animais e nos consumos unitários de

cada espécie. As necessidades de água foram avaliadas tendo em consideração o tipo e o número de efectivos animais

e efectuando a separação entre regimes de produção intensivos, ou explorações consideradas como industriais, e

regimes extensivos.

As definições relativas a regimes intensivos ou explorações com carácter industrial e extensivos foram as consideradas

no Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro que aprova o Regime de Exercício da Actividade Pecuária (REAP).

Dado que os dados do Recenseamento Geral Agrícola de 2009 (RGA09) não se encontravam disponíveis à data de

elaboração da presente avaliação, recorreu-se ao RGA99 no que respeita ao tipo e ao número de efectivos animais

existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

A separação dos efectivos por sistema de exploração, extensivo ou intensivo, foi efectuada para cada espécie de

acordo com as Tabelas 1 e 2 do Anexo II do Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro e aditamentos do Decreto-

Lei n.º 78/2010, de 25 de Junho. Estas tabelas baseiam-se no conceito cabeça normal (CN) que é a unidade padrão de

equivalência para comparar e agregar números de animais de diferentes espécies ou categorias, tendo em

consideração a espécie animal, a idade, o peso vivo (pv) e a vocação produtiva.

Na Tabela 1 do Anexo II do referido diploma legal faz-se a classificação das actividades pecuárias, podendo concluir-se,

da sua análise, que os sistemas de exploração extensivos têm até 10 CN e os sistemas de produção intensivo mais de

10 CN. A Tabela 2 apresenta as equivalências em cabeças normais para as diferentes espécies.

Uma vez que os dados do RGA99 não estão estruturados para as mesmas características que foram consideradas na

Tabela 2 do Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro, foi necessário calcular um valor de CN ponderado. Ou seja,

quando as faixas de idade, sexo ou peso utilizadas no RGA99 não têm correspondência directa com as consideradas

naquela tabela, calculou-se um valor de CN ponderado que resulta dos valores de CN para os n grupos característicos

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existentes e respectivos pesos (percentagem) no total de efectivos animais de determinada espécie nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste da seguinte forma:

CN ponderado =

×CNgrupo.1

totaisEfectivos.rupo.1Efectivosg

+ + CNgrupo.notaisEfectivost

rupo.nEfectivosg×

Em seguida, dividiu-se o valor de 10 CN (proveniente da Tabela 2) pelo valor do CN ponderado, obtendo-se assim o

número de efectivos que permite separar os dados do RGA99 por sistemas de produção intensivos e extensivos, para

cada espécie animal. Com base neste número, trabalharam-se depois os dados do RGA99 para se obterem os efectivos

de cada espécie animal associados aos diferentes sistemas de produção, em cada concelho, inserido total ou

parcialmente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

O número de efectivos animais de cada espécie existentes na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por

regime de exploração e por concelho, assim estimados, são apresentados no Quadro 2.24.

Quadro 2.24 – Efectivos animais por concelho, espécie animal e sistema de produção.

CONCELHOS % Área concelho

Número de efectivos animais por concelho

BOVINOS SUÍNOS OVINOS CAPRINOS TOTAL

Extensivo Intensivo Extensivo Intensivo Extensivo Intensivo Extensivo Intensivo Extensivo Intensivo

Alcobaça 1,0 1 465 2 939 6 338 169 426 5 438 1 228 839 713 14 080 174 306

Alenquer 0,1 23 31 38 357 129 229 22 12 212 629

Bombarral 1,0 77 0 485 571 332 0 114 445 1 008 1 016

Cadaval 0,8 153 776 907 15 914 694 427 479 692 2 233 17 809

Caldas da Rainha 1,0 643 3 136 4 854 55 578 1 877 493 675 191 8 049 59 398

Cascais 0,2 7 0 0 45 132 173 28 0 167 218

Leiria 0,0 89 100 285 4 730 194 34 42 0 610 4 864

Lourinhã 1,0 317 2 176 1 031 46 153 972 1 564 153 1 128 2 473 51 021

Mafra 0,8 1 150 7 636 979 27 751 3 109 6 401 322 0 5 560 41 789

Marinha Grande 0,4 46 0 123 0 57 0 6 0 231 0

Nazaré 1,0 99 0 216 556 84 0 100 0 499 556

Óbidos 1,0 53 229 707 11 535 473 1 398 167 785 1 400 13 946

Peniche 1,0 310 1 370 783 5 831 1 050 320 731 221 2 875 7 742

Porto de Mós 0,2 303 1 005 574 5 027 2 045 3 471 621 169 3 543 9 673

Sintra 0,6 129 466 35 5 028 673 1 759 42 0 879 7 253

Sobral de Monte Agraço 0,5 816 6 833 1 462 60 950 3 140 7 930 567 1 920 5 985 77 633

Torres Vedras 1,0 151 0 642 0 395 979 138 0 1 326 979

Sub-total 5 832 26 697 19 458 409 452 20 794 26 406 5 045 6 277 51 129 468 832

Total 32 529 428 910 47 201 11 321 519 961

Fonte: RGA99

Para determinar as respectivas necessidades de água, multiplicaram-se os valores obtidos pelas capitações associadas

a cada espécie animal, tendo-se adoptado os valores utilizados no anterior PBH Ribeiras do Oeste: 4 l/dia para ovinos e

caprinos; 6 l/dia para suínos e 50 l/dia para bovinos.

Uma vez que alguns concelhos não estão incluídos na sua totalidade nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, os

respectivos efectivos foram afectados por um coeficiente que traduz a área do concelho incluída dentro das bacias

hidrográficas. Este coeficiente foi obtido com base no Recenseamento Geral da População e da Habitação de 2001

tendo por referência a BGRI.

Os resultados obtidos para a totalidade das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e a sua distribuição por bacia

hidrográfica e ainda por unidade de área de bacia são apresentados no Quadro 2.25.

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Quadro 2.25 – Necessidades de água para o sector pecuário, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia Necessidades de água actuais (dam3/ano) % das necessidades de água

Necessidades de água actuais por unidade de área

(dam3/ano.km2) Rio Alcobaça 395 24% 0,94

Rio Tornada 222 14% 0,90 Rio Arnóia 166 10% 0,37 Ribeira de São Domingos 36 2% 0,52 Rio Alcabrichel 59 4% 0,39 Rio Sizandro 311 19% 0,93 Rio Lisandro 99 6% 0,59

Ribeiras Costeiras do Oeste 329 20% 0,58 Total das BHRO 1 618

As necessidades totais de água para o sector da pecuária ascendem a 1,6 hm3/ano, cerca de 1% das necessidades

totais das bacias hidrográficas.

A bacia que apresenta as maiores necessidades de água do sector é a bacia Rio Alcobaça, com 25% das necessidades

totais, seguindo-se as bacias Ribeiras Costeiras do Oeste e Rio Sizandro, com 20% e 19%, respectivamente. Quando

consideradas as necessidades de água por unidade de área, as bacias que apresentam valores mais elevados são Rio

Alcobaça, rio Sizandro e Rio Tornada, as quais apresentam igualmente a maior concentração de instalações pecuárias.

A estimativa das necessidades de água no sector da pecuária foi elaborada com base nos dados do Recenseamento

Geral Agrícola de 1999 (RGA99). A comparação entre os efectivos pecuários do Recenseamento Geral Agrícola de

2009 (RGA09) e do RGA99, permite concluir que, com excepção dos caprinos onde se verifica um aumento de 2%, a

tendência foi para a redução de efectivos, sendo que em 2009 existiam 87% dos suínos presentes em 1999, 64% de

ovinos e 52% de bovinos.

Considera-se assim, que as necessidades de água para a pecuária, calculadas com base nos valores do RGA99, tendo

em conta a data recente de publicação de dados do RGA09 são aceitáveis, uma vez que estão determinadas numa

perspectiva conservadora.

1.7.1.4. Agricultura

As necessidades de água para a agricultura correspondem, essencialmente, aos volumes de água utilizados na rega,

pelo que não têm uma distribuição uniforme no tempo, uma vez que esta se destina a complementar as necessidades

de água das culturas, garantindo o desenvolvimento vegetativo normal ao longo do ano. Desta forma, os volumes

utilizados têm uma distribuição temporal condicionada por todos os factores meteorológicos e hidrológicos que

determinam o teor de humidade no solo.

A informação disponível sobre consumos de água para rega é, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, tal como

para outras regiões do país, muito deficiente. Deste modo, os consumos actuais de água para rega foram estimados a

partir das necessidades de água úteis das culturas, obtidas pela realização do balanço hídrico, sendo estas afectadas

pelas perdas verificadas na adução, na distribuição e na aplicação.

Estas perdas são bastante diferentes nos regadios individuais e nos regadios colectivos de iniciativa pública de grandes

dimensões, pelo que se optou pela determinação dos volumes utilizados nestes dois sistemas de regadio de forma

diferenciada.

Para os regadios individuais, as necessidades hídricas foram estimadas indirectamente, com base em dados

estatísticos sobre áreas regadas e na simulação de balanços de água no solo, para calcular as necessidades úteis de

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rega de uma cultura, com vista à satisfação única das necessidades de transpiração para que esta não apresente

quebras de produção.

No caso dos regadios colectivos de iniciativa pública (aproveitamentos hidroagrícolas geridos por associações de

beneficiários), embora exista informação detalhada e rigorosa dos volumes de água utilizados anualmente, estes não se

encontram muitas vezes individualizados por cultura, pelo que se adoptou por uma metodologia de cálculo semelhante à

dos regadios individuais, acrescendo apenas da eficiência de transporte, observada nos canais e grandes adutores dos

regadios colectivos. No presente estudo foi individualizado o único regadio colectivo do Grupo II – Aproveitamento

Hidroagrícola da Cela – que se apresenta no Quadro 2.26, no qual se indicam também as respectivas áreas

beneficiadas, de acordo com os elementos fornecidos pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural

(DGADR).

Quadro 2.26 – Principais aproveitamentos hidroagrícolas.

Perímetro Área beneficiada (1) (ha) Área regada (ha)

1999 (1) 2008 (1) 2009 (2) 2010 (2)

Cela 454 339 427 439 442

(1) Fonte: DGADR. Aproveitamentos Hidroagrícolas do Grupo II, em Exploração. Elementos Estatísticos 1986-2008. (2) Fonte: Histórico da exploração dos AH do Estado (AHE – regadios colectivos de iniciativa pública) fornecido pela DGADR e Associações de Beneficiários, no âmbito da execução dos contratos de concessão para utilização dos recursos hídricos nos AHE.

a) Estações meteorológicas e dados climáticos

Dada a variabilidade espacial de condições climáticas na área em estudo, o cálculo das necessidades de rega foi

baseado nos registos de variáveis climatológicas observadas em estações meteorológicas distribuídas por todas as

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Foram utilizadas as séries climatológicas das estações meteorológicas já

consideradas no Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (INAG, 2001), com dados de Outubro de 1959 a

Setembro de 1988, devido à dificuldade de actualização das mesmas séries, em termo útil, para a realização a

realização do PBH Ribeiras do Oeste. No Quadro 2.27 apresentam-se as principais características destas estações.

Quadro 2.27 – Estações meteorológicas consideradas.

Estação meteorológica Latitude Longitude Altitude (m) Altura do anemómetro (m)

Alcobaça (Est. frut.) 39°31' N 8°58' W 38 6,0

Dois Portos 39°02' N 9°11' W 110 4,0

Sintra (Granja) 38°50' N 9°20' W 134 19,4

Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste (INAG, 2001b)

O presente estudo incidiu sobre uma área total de 2 412 km2, englobando 8 bacias hidrográficas, com 41 massas de

água em condições edafo-climáticas muito diversas. A análise conduziu, por isso, ao estabelecimento de áreas de

influência para as várias estações meteorológicas cujos dados foram considerados na estimativa das necessidades de

água para a rega. Estas áreas foram definidas tendo em conta factores geográficos, topográficos e agronómicos, e

estabelecidas de forma a não intersectarem os limites das MA, para facilidade de cálculo.

b) Evapotranspiração de referência

A evapotranspiração de referência (ETo) necessária ao cálculo das necessidades hídricas úteis das culturas foi

determinada pelo método de Penman-Monteith para as estações meteorológicas anteriormente indicadas. No

Quadro 2.28 apresentam-se os valores anuais da evapotranspiração de referência (ETo) obtidos para as diferentes

estações meteorológicas, e para os anos médio, seco e muito seco, ou seja, que representam uma probabilidade de

não ser excedida em 50%, 80% e 95% dos anos respectivamente.

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Quadro 2.28 – Evapotranspiração de referência (ETo, mm/ano).

Estação meteorológica Ano Médio (50%) Ano Seco (80%) Ano Muito Seco (95%)

Alcobaça (Est. frut.) 827 853 879

Dois Portos 903 940 976

Sintra (Granja) 902 938 972

c) Áreas regadas

O apuramento das áreas regadas baseou-se nos dados do RGA99, fornecidos pelo INE e em cartografia digital

referente ao uso do solo – CLC 2006 – disponibilizada pelo Instituto Geográfico Português (IGP).

Numa primeira abordagem, foram analisadas as áreas de regadio representadas na carta CLC 2006 para a área das

bacias hidrográficas. Embora estas áreas não fossem directamente comparáveis com os dados do RGA99, constituíam

fonte de informação mais recente e de natureza geográfica, pelo que, aparentemente, permitiriam localizar com precisão

o regadio na área total das bacias hidrográficas. No entanto, a carta CLC 2006 apresenta algumas indefinições, não

desagregando, dentro das classes de culturas permanentes, ou seja, olival, vinha, pomar e prado, as áreas de culturas

regadas.

A comparação das áreas de regadio CLC 2006 com os dados do RGA99 mostrou, porém, que, não considerando as

culturas permanentes, a área medida na CLC 2006 era muito inferior à indicada na estatística do INE (cerca de 20%).

Uma vez que não há indicação da proporção das áreas das culturas de vinha, olival, pomar e prado que é regada,

optou-se por não utilizar essa informação.

Foi, ainda, analisada a informação proveniente do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP) em

2009. No entanto, a área regada diz apenas respeito às áreas beneficiadas pelo regime de pagamento único, pelo que

não abrange a totalidade da área regada.

A determinação das áreas regadas foi, assim, efectuada com base nos dados do RGA99 para as várias freguesias das

bacias hidrográficas, tendo-se considerado a carta CLC 2006 como meramente indicadora da concentração dessas

áreas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, não sendo utilizada nos cálculos. No Quadro 2.29 apresentam-se

as áreas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por bacia.

Quadro 2.29 – Áreas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (ha).

Bacia Área regada (ha)

Rio Alcobaça 3 620

Rio Tornada 2 525

Rio Arnóia 4 191

Ribeira de São Domingos 1 477

Rio Alcabrichel 926

Rio Sizandro 1 850

Rio Lisandro 566

Ribeiras Costeiras do Oeste 3 081

Total 18 235

Fonte: RGA99

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d) Ocupação cultural

Com base no RGA99 apuraram-se as principais culturas regadas nas diversas freguesias abrangidas pelas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste. Considerou-se que os dados destas culturas se mantiveram constantes desde

1999, dada a ausência de dados mais recentes, nomeadamente resultantes do RGA09.

As culturas praticadas foram agrupadas de acordo com as suas características agronómicas, tendo-se seleccionado

uma cultura tipo por cada agrupamento cultural, representativa do conjunto, como se apresenta no Quadro 2.30.

Quadro 2.30 – Culturas representativas.

Culturas Cultura representativa Outras culturas

Cereais de Inverno Trigo duro Trigo mole, triticale, cevada, etc.

Milho-grão Milho-grão Milho-híbrido e milho regional

Forrageiras Milho-forragem Milharada, outras culturas forrageiras, prados temporários

Hortícolas e hortícolas para indústria Tomate Batata, beterraba, melão, pimento, etc.

Oleaginosas Girassol Colza e soja

Arroz Arroz -

Vinhas Vinha Vinha para uva de mesa e vinha para vinho

Pomares Pomar -

Olivais Olival -

Prados Prado Pastagens permanentes

As necessidades de água para agricultura foram estimadas considerando uma área total regada de 18 235 ha, nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, sendo as culturas que apresentam uma maior representatividade no regadio

os pomares e o grupo das hortícolas e das hortícolas para a indústria (neste caso, tomate, como cultura representativa),

que representam cerca de 49% e 43% da área total das culturas regadas, respectivamente, como se verifica no

Quadro 2.31.

Quadro 2.31 – Culturas1 regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Cultura 1 Área (ha) Percentagem (%)

Trigo 41 0,2

Milho-grão 777 4,3

Forragem 599 3,3

Tomate 7 746 42,5

Girassol 0 0,0

Arroz 0 0,0

Vinha 3 0,0

Pomar 8 923 48,9

Olival 16 0,1

Prado 130 0,7

Total 18 235

1 Cultura representativa do agrupamento cultural

Foram ainda tidos em conta os elementos disponibilizados para o aproveitamento hidroagrícola classificado no Grupo II

– Perímetro da Cela – cuja informação se sistematiza no Quadro 2.32.

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Quadro 2.32 – Áreas/ culturas1 regadas (ha) no Perímetro da Cela em 2009 e 2010.

Ano Trigo Milho Forragem Tomate Girassol Arroz Vinha Pomar Olival Prado TOTAL

2009 0 25 45 291 0 0 0 78 0 0 439

2010 0 24 46 289 0 0 0 83 0 0 442

1 Cultura representativa do agrupamento cultural Fonte: Histórico da exploração dos AH do Estado (AHE – regadios colectivos de iniciativa pública) fornecido pela DGADR e Associações de Beneficiários, no âmbito da execução dos contratos de concessão para utilização dos recursos hídricos nos AHE.

e) Parâmetros culturais

Para a realização do balanço hídrico do solo foi necessário definir alguns parâmetros culturais para as diversas culturas

consideradas. Seguidamente, apresenta-se uma breve descrição dos diversos parâmetros culturais considerados.

A variabilidade temporal dos parâmetros culturais está relacionada com as fases do ciclo vegetativo de cada cultura. No

caso das culturas anuais, considerou-se um ciclo vegetativo composto por cinco fases: inicial (desde a instalação da

cultura até ao início do crescimento vegetativo); crescimento vegetativo rápido; floração; formação do fruto; e maturação

(que termina na colheita). Os ciclos culturais de cada cultura, que traduzem a variação das suas necessidades de água

ao longo do ano, foram definidos a partir de informação recolhida junto de agricultores e associações de regantes

presentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Os coeficientes culturais (Kc) relacionam a evapotranspiração da cultura em estudo (ETc) com a evapotranspiração de

referência (ETo). O parâmetro Kc é variável ao longo do ciclo cultural e é diferente para cada cultura. Nas culturas

anuais, o valor de Kc é baixo e constante na fase de estabelecimento da cultura, seguindo-se um aumento gradual

durante a fase de desenvolvimento vegetativo rápido, até se estabelecer um valor máximo no início da fase da floração.

Este valor máximo de Kc mantém-se até ao fim da fase de frutificação da cultura. Finalmente, observa-se uma

diminuição do valor de Kc na fase de maturação. Nas forragens de vários cortes, o Kc é máximo no momento do corte,

ao que se sucede uma diminuição radical, observando-se posteriormente um aumento gradual até ao novo corte.

A profundidade radicular é um parâmetro de que depende a reserva útil do solo, sendo maior a sua influência sobre as

dotações de rega e intervalos entre regas do que propriamente sobre as necessidades globais de rega. As culturas que

apresentam um sistema radicular mais profundo poderão beneficiar das reservas iniciais de água existentes nas

camadas mais profundas do solo, o que se traduz numa ligeira economia nas necessidades globais de rega.

A reserva facilmente utilizável (RFU) é a fracção da reserva utilizável (RU) do solo em que a cultura não manifesta

quebra de produção. É caracterizada pelo parâmetro de gestão da rega (p), que traduz inversamente a sensibilidade da

cultura a entrar em quebra de produção, devido à diminuição do armazenamento de água no solo (Teixeira, 1994).

f) Características pedológicas

Para a realização do balanço hídrico do solo é necessário caracterizar os solos sob o ponto de vista hidrológico. A

reserva utilizável (RU) do solo é caracterizada pela quantidade de água que uma planta pode disponibilizar, e obtém-se

subtraindo-se ao volume de água armazenado pelo solo a capacidade de campo, até determinada profundidade, o

volume armazenado ao coeficiente de emurchecimento permanente em idêntica profundidade. A RU do solo tem

influência ao nível das dotações de rega e dos intervalos entre regas. No entanto, em termos de necessidades globais

de rega, a RU do solo tem uma interferência menos significativa nos valores obtidos.

As características pedológicas foram estimadas com base na carta digital Harmonized World Soil Database v. 1.1

(HWSD) da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) (FAO, 2009). Esta carta foi analisada para as

áreas de influência das várias estações meteorológicas, tendo-se escolhido como representativo de cada área o solo

com maior incidência (Quadro 2.33).

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Quadro 2.33 – Características pedológicas na área de influência da estação meteorológica.

Estação meteorológica Capacidade de campo (% vol) Coeficiente de emurchecimento (% vol)

Alcobaça (Est. frut.) 36 21

Dois Portos 23 10

Sintra (Granja) 26 12

g) Tecnologia e eficiência de rega

As necessidades de rega são, também, função das práticas agrícolas, das perdas por evaporação e dos sistemas de

adução, distribuição e aplicação de água, pois estes factores condicionam e determinam a eficiência de utilização da

água.

Este nível de eficiência é indicativo da quantidade de água que retorna ao meio hídrico, uma vez que reflecte a

quantidade de água que é efectivamente utilizada pelas plantas e, complementarmente, a proporção que não é

devolvida ao meio.

Devido à falta de informação estatística relativa à utilização dos diferentes métodos e equipamentos de rega, bem como

de distribuição e transporte de água até à parcela, houve necessidade de considerar uma distribuição percentual dos

métodos de rega, apresentada no Quadro 2.34 relativamente aos grupos de culturas representativos adoptados.

Quadro 2.34 – Distribuição dos métodos de rega por cultura (% da área).

Cultura* Aspersão Superfície Gota-a-gota

Trigo 90 10 0

Milho-grão 90 10 0

Forragem 90 10 0

Tomate 90 10 0

Girassol 90 10 0

Vinha 0 0 100

Pomar 0 0 100

Olival 0 0 100

Prado 90 10 0

1Cultura representativa do agrupamento cultural

Aos diferentes métodos de rega foram ainda associados diferentes valores de eficiência de aplicação e distribuição

(Quadro 2.35) Para o regadio colectivo da Cela, com um sistema de adução e distribuição constituído essencialmente

por canais e valas, com algum desenvolvimento, considerou-se, para além das anteriores eficiências, ainda uma

eficiência de transporte de 85%.

Quadro 2.35 – Eficiência de aplicação e distribuição (%).

Método de rega Eficiência

Aspersão 80

Superfície 65

Gota-a-gota 90

h) Necessidades hídricas totais para rega

A estimativa das necessidades úteis de água para rega das culturas (vulgarmente, dotação anual de rega) foi efectuada

através do balanço hídrico do solo em situação de regadio, tendo-se utilizado o modelo ISAREG (Teixeira, 1994). Este

balanço foi realizado para cada uma das principais culturas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste,

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sendo as necessidades globais resultantes da ponderação das necessidades por cultura com a respectiva proporção de

área. Nos Quadros 2.36 e 2.37 apresentam-se as necessidades de água úteis das culturas representativas para as

bacias hidrográficas (valores ponderados a partir dos valores para cada região dominada pelas estações

meteorológicas) para os anos médio e seco (cujas necessidades de água não serão ultrapassadas em 50% e 80% dos

anos).

Quadro 2.36 – Necessidades de água úteis por cultura1, em ano médio (m3/ha).

Bacia Trigo Milho Forragem Tomate Girassol Vinha Pomar Olival Prado

Rio Alcobaça - 3 098 2 399 2 960 - 871 2 063 784 3 094

Rio Tornada 349 3 098 2 399 2 960 - - 2 063 - -

Rio Arnóia 848 3 461 2 898 2 529 - - 2 639 - -

Ribeira de São Domingos 447 3 238 2 513 2 801 - - 2 390 - 3 277

Rio Alcabrichel - 3 767 2 912 2 430 - - 2 671 - -

Rio Sizandro 848 3 767 2 912 2 430 - - 2 671 - 4 023

Rio Lisandro - 3 872 2 991 4 292 - - 2 709 - 4 039

Ribeiras Costeiras do Oeste 772 3 565 2 891 3 062 - - 2 572 784 3 788

1Cultura representativa do agrupamento cultural

Quadro 2.37 – Necessidades de água úteis por cultura1, em ano seco (m3/ha).

Bacia Trigo Milho Forragem Tomate Girassol Vinha Pomar Olival Prado

Rio Alcobaça - 3 502 2 863 3 579 - 1 284 2 553 1 113 3 580

Rio Tornada 745 3 502 2 863 3 579 - - 2 553 - -

Rio Arnóia 1 301 3 854 3 332 3 000 - - 3 103 - -

Ribeira de São Domingos 854 3 638 2 970 3 366 - - 2 865 - 3 767

Rio Alcabrichel - 4 152 3 345 2 867 - - 3 133 - -

Rio Sizandro 1 301 4 152 3 345 2 867 - - 3 133 - 4 527

Rio Lisandro - 4 229 3 403 4 765 - - 3 188 - 4 545

Ribeiras Costeiras do Oeste 1 217 3 948 3 321 3 547 - - 3 043 1 113 4 287

1 Cultura representativa do agrupamento cultural

Para cada MA e bacia hidrográfica, foram calculados os volumes totais de água necessários para rega, a partir das

necessidades totais de água e das respectivas áreas regadas em regadios individuais, em regadios colectivos de

iniciativa pública, assim como os totais para todos os tipos de regadios, com base nas áreas fornecidas pelo RGA99.

Por fim, somaram-se as necessidades de água estimadas para os regadios individuais e colectivos, obtendo-se o valor

de necessidades de água totais para rega nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (Quadro 2.38).

Quadro 2.38 – Necessidades de água totais anuais para rega (dam3), por bacia.

Bacia Ano Médio (50%) Ano Seco (80%) Ano Muito Seco (95%)

Rio Alcobaça 10 190 12 400 14 600

Rio Tornada 6 490 8 000 9 400

Rio Arnóia 12 845 15 100 17 300

Ribeira de São Domingos 5 331 6 400 7 300

Rio Alcabrichel 2 946 3 400 3 900

Rio Sizandro 5 868 6 900 7 800

Rio Lisandro 2 753 3 100 3 400

Ribeiras Costeiras do Oeste 11 514 13 300 15 100

Total 57 936 68 600 78 800

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O valor das necessidades de água totais para o sector agricultura nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

ascende a 58 hm3, em ano médio, cerca de 51% das necessidades totais das bacias hidrográficas. Estas podem atingir

cerca de 69 hm3 em ano seco e 79 hm3 em ano muito seco. Destacam-se as bacias Rio Arnóia e Ribeiras Costeiras do

Oeste com as necessidades de água mais elevadas para agricultura nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste,

cerca de 22% e 20% das necessidades totais, respectivamente.

No entanto, a bacia que apresenta maiores necessidades de água em média por unidade de área é a Ribeira de São

Domingos, o que se justifica pela elevada proporção de área regada face à totalidade de área desta bacia hidrográfica.

A estimativa das necessidades para o sector da agricultura teve por base os dados do RGA99. A comparação entre as

áreas regadas com base no RGA09 (cerca de 17 mil hectares), disponibilizadas na fase de conclusão deste estudo, e

as áreas regadas apuradas a partir do RGA99 (cerca de 18 mil hectares), permite concluir que na área das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste ocorreu uma redução da ordem dos 6% das áreas regadas. Considera-se assim,

que as necessidades de água para a agricultura, calculadas com base nos valores do RGA99, tendo em conta a data

recente de publicação de dados do RGA09 são aceitáveis, uma vez que estão determinadas numa perspectiva

conservadora.

1.7.1.5. Turismo

No que refere ao turismo, foram estimadas as necessidades de água totais dos diversos campos de golfe localizados

nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, considerando os consumos de água inerentes aos campos de golfe e

espaços verdes, equiparados aos consumos da rega e com tratamento semelhante a nível da quantificação, mas,

também, os consumos inerentes à lavagem de pavimentos, piscinas, entre outros, que actualmente apresentam a

tendência de serem cobertos por água não potável.

Não foram consideradas as necessidades de água associadas às actividades hoteleiras, uma vez que estas foram

englobadas na análise das necessidades associadas aos usos urbanos, tendo sido reflectidas através da estimativa da

população flutuante, a qual engloba os ocupantes sazonais e os turistas.

Para avaliação das necessidades de água associadas ao turismo, em primeiro lugar, foram identificados os campos de

golfe existentes e em exploração nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Posteriormente, foram contactados os

responsáveis dos mesmos, de modo a definir as áreas que actualmente são regadas.

A estimativa das necessidades úteis de água para rega foi calculada através do balanço de água no solo em situação

de regadio, tendo-se utilizado o modelo ISAREG (Teixeira, 1994). Este balanço foi realizado para as estações

meteorológicas onde a área de influência incluía campos de golfe, tendo sido efectuado com uma base mensal, para

três anos característicos: ano médio (50%), ano seco (80%) e ano muito seco (95%).

A evapotranspiração de referência (ETo) foi determinada pelo método de Penman Monteith. A evapotranspiração da

relva dos campos de golfe foi determinada considerando um coeficiente cultural igual a 0,95 durante todos os meses do

ano.

Para se obter as necessidades totais de água para rega, e visto que é geralmente utilizada a rega por aspersão,

adoptou-se uma eficiência de aplicação igual a 80%. De forma a ter-se em consideração os volumes de água utilizados

em lavagens e na rega dos espaços verdes adjacentes aos campos de golfe, majoraram-se os valores obtidos em mais

30% (Quadro 2.39).

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Quadro 2.39 – Necessidades de água para rega dos campos de golfe por bacia (dam3).

Bacia Área (ha) Ano Médio (50%) (dam3) Ano Seco (80%) (dam3) Ano Muito Seco (95%) (dam3)

Rio Arnóia 40 246 280 313

Rio Alcabrichel 20 154 172 189

Rio Sizandro 40 309 344 378

Ribeiras Costeiras do Oeste 53 357 403 447

Total 153 1 066 1 199 1 327

As necessidades de água estimadas para o sector do golfe ascendem a 1 hm3, em ano médio, cerca de 1% das

necessidades totais das bacias hidrográficas, considerando os cinco empreendimentos de golfe existentes nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Destacam-se as bacias Ribeiras Costeiras do Oeste e Rio Sizandro, onde se concentram, respectivamente, cerca de

33% e 29% das necessidades de água para rega dos campos de golfe. As restantes necessidades concentram-se nas

bacias Rio Arnóia e Rio Alcabrichel, cada uma com um empreendimento de golfe

1.7.1.6. Necessidades totais para usos consumptivos

De acordo com as estimativas efectuadas, as necessidades de água para usos consumptivos nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste ascendem a cerca de 114 hm3/ano, podendo atingir um valor máximo, em anos muito secos, de

135 hm3/ano Na Figura 2.6 apresentam-se as distribuições das necessidades de água estimadas para as bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste pelos vários usos consumptivos.

Figura 2.6 – Distribuição das necessidades de água pelos vários usos consumptivos, em ano médio.

Verifica-se, tal como expectável, que a agricultura é o maior consumidor de água, com cerca de 51% das necessidades

totais das bacias hidrográficas. Segue-se o sector urbano com um peso de 38% das necessidades de água totais e a

indústria, com um peso de 9%. Os restantes usos consumptivos (pecuária e turismo) não têm expressão na área nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, apresentando um peso de cerca de 1% das necessidades de água totais.

Os valores totais das necessidades de água para usos consumptivos, por bacia e a respectiva distribuição pelos

diferentes usos, são apresentadas nas Figuras 2.7 e 2.8 e no Quadro 2.40.

38%

51%

1%9% 1%

Urbano Agricultura Pecuária Indústria Turismo

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Quadro 2.40 – Necessidades de água para usos consumptivos, em ano médio, por bacia.

Bacia Necessidades de água para usos consumptivos (dam3/ano) Necessidades de água por

unidade de área (dam3/ano.km2) Urbano Industria Agricultura Pecuária Turismo Total

Rio Alcobaça 5 319 2 255 10 190 395 - 18 160 43

Rio Tornada 3 984 724 6 490 222 - 11 419 46

Rio Arnóia 5 824 833 12 845 166 246 19 914 44

Ribeira de São Domingos 1 155 211 5 331 36 - 6 733 96

Rio Alcabrichel 1 924 530 2 946 59 154 5 614 37

Rio Sizandro 6 965 1 689 5 868 311 309 15 142 45

Rio Lisandro 5 898 1 061 2 753 99 - 9 810 59

Ribeiras Costeiras do Oeste 12 562 2 408 11 514 329 357 27 171 48

Total 43 630 9 712 57 936 1 618 1 066 113 964

Figura 2.7 – Necessidades de água anuais totais, por bacia.

A análise por bacia permite destacar, no cômputo geral das necessidades de água, a bacia Ribeiras Costeiras do Oeste,

o que se deve, em grande medida, às necessidades de água para abastecimento público, que apresentam o maior valor

das bacias hidrográficas (29% do total), sendo, também esta, a bacia mais povoada e uma das que apresenta maior

área regada. Seguem-se as bacias Rio Arnóia e Rio Alcobaça, com as maiores necessidades de água para agricultura e

pecuária, respectivamente.

No entanto, quando avaliadas as necessidades de água por unidade de área, a bacia Ribeira de São Domingos assume

uma maior relevância que pode ser explicada pela elevada proporção de área regada desta bacia e por ser a bacia com

a menor área nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

0

20

40

60

80

100

0

5

10

15

20

25

30

Rio Alcobaça Rio Tornada Rio Arnóia Ribeiras de São Domingos

Rio Alcabrichel

Rio Sizandro Rio Lisandro Ribibeiras Costeiras do

Oeste

Necessidades hídricas totais (hm3) Necessidades hídricas totais por unidade de área (dam3/hm2)

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Figura 2.8 – Distribuição percentual das necessidades de água totais nas bacias pelos diferentes usos consumptivos.

Verifica-se que o peso das necessidades dos usos urbano e agrícola é preponderante nas várias bacias, evidenciando,

no entanto, uma variação acentuada do peso relativo das necessidades destes usos entre as várias bacias. De facto, no

que respeita os usos urbanos, destaca-se a bacia Rio Lisandro, enquanto que para a agricultura, destaca-se a bacia

Ribeira de São Domingos.

1.7.2. Usos não consumptivos

1.7.2.1. Usos recreativos

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste apresentam uma extensa faixa

costeira e possuem uma longa tradição de acolhimento estival de férias,

nomeadamente para a população da área metropolitana de Lisboa, pelo que

se tem assistido ao desenvolvimento de inúmeros pólos turísticos ao longo

de toda a zona costeira, que os Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) têm vindo a potenciar. Foram

identificadas 55 zonas balneares costeiras de acordo com a Portaria n.º 267/2010, de 16 de Abril, sendo que 41 destas

apresentam apoios de praia, identificados no âmbito do Regime Económico e Financeiro (REF) (Quadro 2.41). No

entanto, relativamente aos troços fluviais, não foram identificadas actividades significativas ligadas a usos recreativos e

de lazer. Possivelmente as características dos cursos de água e das suas margens (cursos de água temporários,

margens inaptas para criação de praias e poluição dos leitos) não permitem o desenvolvimento turístico e usos

recreativos. Deste modo não foram identificadas quaisquer praias fluviais na área das bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste.

Quadro 2.41– Águas balneares costeiras segundo a Portaria n.º 267/2010, de 16 de Abril.

Água balnear Bacia Água balnear Bacia

Água de Madeiros

Ribeiras Costeiras do Oeste

Baleia

Ribeiras Costeiras do Oeste

Légua Foz do Lisandro – Mar

Paredes de vitória Porto da Calada

Pedra do Ouro S. Lourenço

Polvoeira Consolação

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Rio Alcobaça Rio Arnóia Ribeiras de São Domingos

Rio Alcabrichel Rio Lisandro Rio Sizandro Ribibeiras Costeiras do

Oeste

Urbano Agricultura Pecuária Indústria Turismo

Mapa 16 – Turismo e usos recreativos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

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Água balnear Bacia Água balnear Bacia

S. Martinho do Porto Medão-Supertubos

Pedras Negras S. Bernardino

Praia Velha Adraga

S. Pedro de Moel Grande

Nazaré Maças

Salgado Magoito

Rei do Cortiço S. Julião

Praia d´El Rei Azul

Baleal Norte Centro (Sta Cruz)

Baleal Sul Física (Sta Cruz)

Baleal – Campismo Formosa

Cova da Alfarroba Mirante (Sta Cruz)

Gambôa Navio

Peniche de Cima Pisão (Sta Cruz)

Abano Amanhã

Crismina Porto Novo

Guincho Santa Helena

Areia Branca Santa Rita Norte

Areia Sul Santa Rita Sul

Peralta Ribeira de Ilhas

Porto Dinheiro Praia do Mar

Rio Arnóia Valmitão Foz do Arelho – Lagoa

Algodio Bom Sucesso

No que diz respeito à actividade termal, verifica-se que esta actividade tem vindo a assumir cada vez mais um papel

económico relevante, que tem levado à recuperação de antigas zonas termais e à criação de uma forte componente

turística associada a esta actividade. Cada vez mais, não são apenas vistas pelo seu fim medicinal, mas têm captado,

com maior frequência, uma clientela mais jovem que procura apenas a componente de bem-estar.

Na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram identificadas quatro zonas termais concessionadas,

identificadas no Quadro 2.42.

Quadro 2.42 – Termas concessionadas por bacia.

Bacia Identificação Concelho Natureza das águas

Rio Alcobaça Termas da Piedade Alcobaça Cloretada

Rio Tornada Hospital Termal Rainha D. Leonor Caldas da Rainha Súlfurea sódica cloretada

Rio Alcabrichel Termas do Vimeiro Torres Vedras Cloretada bicarbonatada

Rio Sizandro Termas de Cucos Torres Vedras Cloretada sódica

Fonte: Associação das Termas de Portugal, 2010

1.7.2.2. Produção de energia

No que se refere à utilização dos recursos dos cursos de água para a produção de energia, através de aproveitamentos

hidroeléctricos, ou para arrefecimento de centrais térmicas, nenhum dos cursos de água existente na bacia tem

actualmente este tipo de utilização.

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Apenas está previsto um pequeno aproveitamento hidroeléctrico para o Rio Alcôa (Aproveitamento de Fervença), como

caudal de 7 m3/s, queda de 10 m, potência instalada de 0,64 MW, e energia produzível anualmente de 2,8 GWh/ano.

No que se refere à aquicultura e pescas foram identificadas as explorações aquícolas e as concessões de pesca

desportiva e profissional existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, através da consulta da informação

disponibilizada pela Autoridade Florestal Nacional (AFN) e de contactos directos às explorações e associações de

aquicultores, bem como informação recolhida na ARH Tejo relativa ao licenciamento de aquiculturas.

Refira-se que não foram disponibilizados dados sobre a produção, as características e o tratamento de efluentes das

explorações aquícolas.

As características das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, sobretudo

a proximidade do mar e de centros de consumo potencial, associada ao valor

de mercado dos crustáceos e moluscos e aos elevados níveis de poluição

das ribeiras do Oeste, levaram a que se tivessem implantado

preferencialmente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste as actividades de aquicultura marinha e estuarina, em

detrimento da aquicultura dulçaquícola, estando a única exploração de espécies dulçaquícolas, no Rio Alcôa,

desactivada. Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram identificadas as seguintes unidades de aquicultura

activas:

• No mar, na zona de Peniche e da Ericeira, localizam-se três depósitos de marisco, um viveiro de crustáceos e

uma piscicultura;

• Na Lagoa de Óbidos, encontram-se as três unidades de depuração de bivalves existentes na bacia.

No que diz respeito à pesca desportiva, esta é uma actividade com um grande número de adeptos e, que do ponto de

vista económico, constitui uma actividade importante da utilização dos recursos biológicos naturais. No entanto, existe

apenas uma concessão de pesca desportiva localizada na bacia Rio Arnóia.

1.7.3. Avaliação do balanço entre necessidades e disponibilidades

O balanço entre as necessidades e as disponibilidades de água tem por objectivo identificar, ao nível das bacias, o grau

de satisfação das necessidades instaladas, onde poderão ocorrer situações de escassez e perceber quais as condições

prováveis de gestão da água, perante a incerteza associada à evolução futura. Esta análise permite identificar

potenciais problemas ou conflitos, em termos da utilização dos recursos hídricos superficiais.

Numa primeira fase, foi efectuado um balanço necessidades/disponibilidades

médio anual para os três anos característicos: ano húmido, médio e seco. O

objectivo de cálculo deste balanço é avaliar, a médio e longo prazo, se

existem disponibilidades hídricas suficientes para fazer face às exigências da

população e dos vários sectores de actividade.

Após esta primeira avaliação, foi efectuado um balanço sequencial mensal,

tendo por base a série disponível de escoamentos, ou seja, desde o ano hidrológico de 1940/41 a 2007/08, e permite

detectar falhas, já com base nos volumes de armazenamento existentes, e estabelecer a garantia global de satisfação

das necessidades.

Mapa 17 – Aquicultura e pesca nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Mapa 18 – Balanço de recursos hídricos superficiais, em anos médios.

Mapa 19 – Balanço de recursos hídricos superficiais, em anos secos.

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1.7.3.1. Discretização espacial

A discretização espacial para efeitos do balanço considerou as 8 bacias estabelecidas nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, sendo que todas drenam directamente para o Oceano Atlântico.

1.7.3.2. Necessidades de água

As necessidades de água foram determinadas para diversos usos, nomeadamente: urbano; indústria; agricultura;

pecuária e turismo. Para além destes usos, foram ainda consideradas as necessidades decorrentes da evaporação nas

grandes albufeiras (no balanço sequencial mensal) e as necessidades ambientais, que traduzem um volume que não

deverá ser retirado do meio hídrico.

Para a realização do balanço hídrico, e de acordo com o anteriormente referido, as necessidades de água foram afectas

às origens das captações, ou seja considerou-se que a necessidade existiria não no local de consumo mas sim nos

locais onde se encontra a origem da captação. Este facto tem particular importância no caso do abastecimento urbano,

uma vez que parte da água para uso urbano provém do sistema da EPAL, ou seja com origem na bacia do Tejo.

Para além da afectação das necessidades às origens de água, foi, igualmente, efectuada a sua distribuição mensal e

consideradas as necessidades supridas através de origens superficiais e subterrâneas.

Uma vez que as necessidades de água para agricultura e para o turismo (relativas aos campos de golfe) variam em

função dos anos característicos, foi necessário efectuar uma distribuição dos 68 anos para os quais se efectuou o

balanço, em anos médio, seco e húmido. Esta classificação foi feita com base nos valores de precipitação.

No caso das necessidades de água para uso urbano, na sua discretização mensal foi tida em consideração a população

flutuante. Para além desse aspecto, teve-se também em consideração as origens de água, nomeadamente o sistema de

abastecimento da EPAL, cujas captações na albufeira de Castelo de Bode, no Alviela e em Valada do Tejo, permitem o

abastecimento a parte da área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.Foi efectuada uma análise das

necessidades supridas através de origens superficiais, com base nos elementos relativos às captações, para cada uma

das bacias.

Considerou-se que o abastecimento à indústria se mantinha constante ao longo do ano, ou seja, com a mesma

distribuição mensal. Efectuou-se uma estimativa das necessidades satisfeitas a partir de origens superficiais e a partir

de origens subterrâneas.

As necessidades de água para agricultura foram analisadas considerando três anos característicos: ano húmido, ano

médio e ano seco. Com base nas culturas praticadas nas várias bacias, procedeu-se à distribuição mensal dessas

necessidades.

Para determinar as necessidades de água para agricultura supridas a partir de origens subterrâneas e superficiais, teve-

se em consideração os dados do RGA99, onde essa distribuição é apresentada por concelho. Assim, tendo por base

essa distribuição, foram calculados os volumes de água supridos por origem superficial em cada uma das bacias.

No caso do abastecimento à pecuária, considerou-se que se mantinha constante ao longo do ano, ou seja, com a

mesma distribuição mensal. A relação entre as necessidades de água para pecuária supridas por origens subterrâneas

e superficiais teve em consideração os dados do RGA99, sendo idêntica à considerada para a agricultura.

As necessidades de água para os campos de golfe e áreas adjacentes foram analisadas considerando três anos

característicos: ano húmido, ano médio e ano seco. Tendo em conta os inquéritos efectuados aos campos de golfe,

considerou-se que apenas 10% das necessidades eram satisfeitas a partir de origens superficiais e 90% a partir de

origens subterrâneas.

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Para além dos usos descritos anteriormente, e para a realização do balanço, foram ainda consideradas as perdas por

evaporação nas grandes albufeiras. A evaporação nos planos de água (considerando uma relação entre a área dos

planos de água e o volume armazenado) foi estimada a partir do balanço energético, calculado para as várias estações

meteorológicas. O uso associado à produção de energia hidroeléctrica, apesar de ser considerado um uso não

consumptivo, foi contemplado através da avaliação da evaporação nas albufeiras.

Foram, igualmente, consideradas as necessidades ambientais, que traduzem o volume de água que não deverá ser

retirado do meio hídrico. tendo como valor indicativo 5% do valor mensal da série dos escoamentos, uma vez que esta

avaliação será objecto de estudo a desenvolver

O facto de terem sido consideradas estas necessidades ambientais, como uma percentagem do valor mensal da série

dos escoamentos, conduz a que as necessidades de água globais possam ser superiores em ano médio,

comparativamente ao que ocorrerá em ano seco.

Em cada bacia, foi contemplada a existência de um reservatório único, que resultou da junção das albufeiras com um

volume útil superior a 1 hm3, ou seja, o modelo considerado é dinâmico, tendo em atenção as variações mensais da

quantidade de água armazenada nas albufeiras. De notar, que nem todas as bacias possuem albufeiras com estas

características, pelo que nessas não foram considerados volumes de regularização.

Para além das disponibilidades hídricas resultantes dos escoamentos gerados em cada uma das bacias, foi ainda

considerada, para efeitos do presente balanço, a variação mensal das quantidades de água armazenadas nas

albufeiras.

1.7.3.3. Disponibilidades

Foram consideradas as disponibilidades hídricas obtidas pelo modelo de Temez, correspondentes às afluências

mensais geradas em cada uma das bacias, em regime natural, de acordo com os métodos que foram apresentados

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, não existem bacias que recebam escoamentos de outras áreas a

montante. Por esta razão, no balanço consideraram-se apenas as disponibilidades hídricas superficiais geradas em

cada bacia.

No balanço efectuado foram considerados apenas os recursos hídricos superficiais, pelo que as necessidades foram

diferenciadas de acordo com a respectiva dependência das origens subterrâneas e superficiais.

1.7.3.4. Balanço médio anual

Com suporte nos pressupostos anteriores foi efectuado o balanço para cada uma das bacias, em ano húmido, médio e

seco. Este balanço foi efectuado considerando, tal como referido, as disponibilidades hídricas e as necessidades para

os diversos sectores (urbano, industrial, agrícola, pecuária e turismo).

Foi, ainda, efectuada uma análise da taxa de utilização dos recursos hídricos, calculada como a relação entre as

necessidades e disponibilidades hídricas totais, sendo que um valor elevado indica uma pressão elevada sobre a

utilização dos recursos. No entanto, refira-se que uma vez que se trata de um balanço anual, ou seja com valores

médios, e que não tem em conta os volumes armazenados nas albufeiras, valores elevados desta taxa de utilização não

indicam obrigatoriamente a existência de falta de água quando as albufeiras permitirem reservas inter-anuais.

Nos Quadros 2.43 e 2.44 apresenta-se o resumo do balanço anual entre necessidades e disponibilidades para cada

bacia, para ano médio e ano seco, respectivamente.

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Quadro 2.43 – Resumo do balanço anual (recursos hídricos superficiais) por bacia, em ano médio.

Bacia Disponibilidades (hm3)

Necessidades (hm3)

Balanço anual (hm3)

% de utilização do

recurso **

Urb

ano

Indu

stria

Agr

icul

tura

Pecu

ária

Turis

mo

Am

bien

tais

*

Rio Alcobaça 96,818 0,301 0,108 3,159 0,123 0,000 4,841 88,287 3,8

Rio Tornada 51,112 0,000 0,035 1,428 0,049 0,000 2,556 47,045 3,0

Rio Arnóia 93,794 0,000 0,040 2,826 0,037 0,025 4,690 86,177 3,1

Ribeira de São Domingos 12,428 1,749 0,010 0,960 0,007 0,000 0,621 9,082 21,9

Rio Alcabrichel 27,996 0,000 0,025 1,090 0,022 0,015 1,400 25,443 4,1

Rio Sizandro 51,565 0,000 0,081 1,936 0,103 0,031 2,578 46,836 4,2

Rio Lisandro 27,881 0,000 0,051 0,358 0,013 0,000 1,394 26,065 1,5

Ribeiras Costeiras do Oeste

108,937 0,570 0,116 2,418 0,069 0,036 5,447 100,282 2,9

* Na estimativa das necessidades ambientais, foi adoptado um valor percentual do escoamento mensal em regime natural considerado indicativo uma vez que a questão será objecto de estudo ** Não se considerou para a % de utilização do recurso a necessidade ambiental Nota: Os valores nulos de necessidades de água para usos urbanos significam que estas são totalmente supridas a partir de origens exteriores à bacia.

Quadro 2.44 – Resumo do balanço anual (recursos hídricos superficiais) por bacia, em ano seco.

Bacia Disponibilidades (hm3)

Necessidades (hm3)

Balanço anual (hm3)

% de utilização do

recurso **

Urb

ano

Indu

stria

Agr

icul

tura

Pecu

ária

Turis

mo

Am

bien

tais

*

Rio Alcobaça 29,146 0,301 0,108 3,854 0,123 0,000 1,457 23,303 15,0

Rio Tornada 13,529 0,000 0,035 1,751 0,049 0,000 0,676 11,018 13,6

Rio Arnóia 16,923 0,000 0,040 3,322 0,037 0,028 0,846 12,651 20,2

Ribeira de São Domingos 0,805 1,749 0,010 1,145 0,007 0,000 0,040 -2,145 -

Rio Alcabrichel 3,731 0,000 0,025 1,276 0,022 0,017 0,187 2,204 35,9

Rio Sizandro 3,116 0,000 0,081 2,266 0,103 0,034 0,156 0,476 79,7

Rio Lisandro 5,196 0,000 0,051 0,400 0,013 0,000 0,260 4,472 8,9

Ribeiras Costeiras do Oeste

26,114 0,570 0,116 2,800 0,069 0,040 1,306 21,213 13,8

* Na estimativa das necessidades ambientais, foi adoptado um valor percentual do escoamento mensal em regime natural considerado indicativo uma vez que a questão será objecto de estudo. ** Não se considerou para a % de utilização do recurso a necessidade ambiental. Nota – Os valores nulos de necessidades de água para usos urbanos significam que estas são totalmente supridas a partir de origens exteriores à bacia.

Nas Figuras 2.9 e 2.10 apresenta-se um resumo do balanço anual entre as disponibilidades e necessidades para ano

médio e ano seco, efectuados por bacia.

Para o volume de água estimado como necessidades ambientais foi adoptado, com carácter indicativo, um valor

percentual do escoamento anual, uma vez que o regime de caudais ecológicos a jusante dos aproveitamentos de

regularização deverá ser objecto de estudo. Por outro lado, cabe referir que o balanço efectuado não reflecte a

avaliação das necessidades de água para usos não consumptivos.

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Assim, apesar das disponibilidades serem em geral superiores às necessidades para os usos consumptivos, os volumes

de água sobrantes poderão estar efectivamente comprometidos com outras utilizações, ou seja, como indispensáveis

para garantir o funcionamento dos sectores considerados não consumptivos.

Figura 2.9 – Balanço médio anual em ano médio.

Figura 2.10 – Balanço médio anual em ano seco.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Ribeiras Costeiras do

Oeste

Rio Lisandro

Rio Sizandro

Rio Alcabrichel

Ribeira de São Domingos

Rio Arnóia

Rio Tornada

Rio Alcobaça

Disponibilidades Necessidades sectoriais Necessidades ambientais

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Ribeiras Costeiras do

Oeste

Rio Lisandro

Rio Sizandro

Rio Alcabrichel

Ribeira de São Domingos

Rio Arnóia

Rio Tornada

Rio Alcobaça

Disponibilidades Necessidades sectoriais Necessidades ambientais

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Verifica-se que as necessidades das várias bacias são, na generalidade, bastante inferiores às disponibilidades

hídricas. Em termos anuais e em ano médio as utilizações para as várias bacias são inferiores a 4% das

disponibilidades, com excepção da bacia Ribeira de São Domingos em que este valor sobe para 22%.

A taxa de utilização global dos recursos hídricos, em ano médio, com a excepção referida, é de 4%, o que é um valor

relativamente baixo. No entanto, tal não significa que não possam ocorrer situações de escassez durante o semestre

seco, em que se verifica, normalmente, uma insuficiência nas disponibilidades hídricas. De acordo com os indicadores

da OCDE (OCDE, 2004), considera-se que a taxa de utilização global dos recursos hídricos corresponde a uma taxa

baixa. Na bacia Ribeira de São Domingos considera-se que a taxa de utilização global dos recursos hídricos é uma taxa

média.

Em ano seco verifica-se, em alguns casos, uma de taxa de utilização de recursos mais elevada, nomeadamente nas

bacias Ribeira de São Domingos e Rio Sizandro.

1.7.3.5. Balanço sequencial mensal

Efectuou-se ainda um balanço dos recursos hídricos superficiais numa base mensal, para a série de anos desde

1940/41 a 2007/08, ou seja 68 anos. O esquema indicativo para a realização do balanço para cada bacia é apresentado

na Figura 2.11.

Figura 2.11 – Esquema do balanço hídrico.

A análise do balanço efectuou-se em ano seco e em ano húmido. No entanto, como a variabilidade sazonal existente

pode conduzir a algumas situações de défices hídricos, analisaram-se separadamente os valores médios do balanço no

semestre húmido e seco.

Com vista à análise dos objectivos de garantia de satisfação para as diversas utilizações, foi determinada para cada

bacia, o valor dessa garantia, a partir dos valores do balanço. O nível de garantia pretendido está associado ao uso do

factor água, tendo sido calculados para os usos urbano e agrícola. Considerou-se que o abastecimento urbano era

prioritário relativamente a todos os outros. Admitiu-se que as necessidades eram satisfeitas quando cumpridos os

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critérios a seguir indicados no Quadro 2.45. Foi, ainda, efectuada a verificação do número de falhas com uma duração

de dois ou mais anos consecutivos.

Quadro 2.45 – Critérios de satisfação das necessidades hídricas.

Uso Critérios

Urbano Deficit anual inferior a 10% às necessidades anuais. Em 10 anos consecutivos, a soma do deficit não seja superior a 8% das necessidades anuais.

Agrícola Deficit anual inferior a 20% às necessidades anuais. Em 2 anos consecutivos, a soma do deficit não seja superior a 75% das necessidades anuais. Em 10 anos consecutivos, a soma do deficit não seja superior a 100% das necessidades anuais.

Do balanço obtiveram-se as garantias apresentadas na Figura 2.12.

Figura 2.12 – Garantia de satisfação. Recursos hídricos superficiais.

Os níveis de garantia relativos os uso urbano são superiores a 90% em todas as bacias com excepção da bacia

Ribeiras Costeiras do Oeste, que é de 82%. No entanto, como nesta bacia as necessidades urbanas são supridas, em

grande parte, a partir das bacias Rio Alcobaça e Ribeira de São Domingos, e a partir da bacia hidrográfica do Tejo, não

se prevêem existir situações de carência significativas.

Relativamente o uso agrícola os níveis de garantia são superiores a cerca de 80% em todas as bacias com excepção da

bacia Rio Sizandro, em que esta garantia é de 74%.

Estas situações de carência poderão vir a ser minimizados através do reforço de infra-estruturas de armazenamento.

1.8. ABASTECIMENTO E TRATAMENTO

No presente ponto apresenta-se a caracterização dos sistemas de abastecimento de água pública e saneamento de

águas residuais, a avaliação dos níveis de atendimento dos serviços hídricos e o cadastro de infra-estruturas que

compõem os diferentes sistemas.

Para a caracterização dos sistemas de abastecimento de água e dos sistemas de drenagem e tratamento de águas

residuais, elaborou-se a análise do panorama dos modelos de gestão adoptados na prestação destes serviços, bem

como a análise da sua dimensão. Esta análise teve por base a informação disponibilizada pela ERSAR, relativamente

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Ribeiras Costeiras do Oeste

Rio Lisandro

Rio Sizandro

Rio Alcabrichel

Ribeira de São Domingos

Rio Arnóia

Rio Tornada

Rio Alcobaça

Sector Agrícola Sector Urbano

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ao estado do sector das águas à data de Dezembro de 2009. Para a avaliação da dimensão dos sistemas, foi

considerada a população servida associada às redes de distribuição de água e de drenagem de águas residuais

urbanas, que compõem cada um dos sistemas em análise e que abastecem população de concelhos total ou

parcialmente abrangidos pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

O levantamento das infra-estruturas associadas aos sistemas de abastecimento público de água e drenagem e

tratamento de águas residuais urbanas, que servem as populações abrangidas pela área das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, foi elaborado tendo em conta as seguintes fontes de informação:

• Levantamento levado a cabo na ARH Tejo;

• INSAAR 2009 (dados referentes a 2008).

A caracterização das infra-estruturas dos sistemas de abastecimento de água e dos sistemas de drenagem e tratamento

de águas residuais é apresentada com agregação dos dados ao nível das bacias hidrográficas consideradas na área de

estudo.

Tendo em conta que apenas parte dos concelhos estão totalmente abrangidos pelas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste, foi necessário fazer afectação dos mesmos com base em coeficientes de ponderação. Assim, a população

servida pelas infra-estruturas dos sistemas urbanos de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas

residuais é ponderada com o coeficiente de ponderação de população determinado para cada concelho abrangido pelas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e que determina a representatividade da população residente na área face à

totalidade da população residente no concelho.

A avaliação dos níveis de atendimento dos serviços de abastecimento público de água considerou os dados

disponibilizados pelas entidades gestoras dos sistemas de abastecimento de água no âmbito dos Programas de

Controlo da Qualidade da Água (de acordo com o Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto) da ERSAR, e teve em

conta a população residente em 2009 na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. O valor da população

residente em 2009 nestas bacias foi obtido através das estimativas de população residente disponibilizadas pelo INE

(dados actualizados a 31 de Maio de 2010) ponderadas pelos coeficientes de afectação da população, para obtenção

da população residente dentro da área das bacias hidrográficas.

Salienta-se, que foi realizada uma abordagem prévia na qual foram considerados os dados do INSAAR referentes a

2008. No entanto, e tendo em conta que esta fonte de dados apresenta lacunas de informação em três dos concelhos

das bacias hidrográficas, optou se por considerar apenas como fonte para a análise dos níveis de atendimento dos

serviços de abastecimento de água os dados disponibilizados pela ERSAR. Foi, ainda, elaborada a ponderação dos

níveis de atendimento dos concelhos face à população de cada um nas várias bacias hidrográficas.

A avaliação dos níveis de atendimento dos serviços de saneamento de águas residuais urbanas foi realizada recorrendo

aos dados disponibilizados pelo INSAAR, relativos a 2008, considerando a população residente em 2008 na área das

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. O valor da população residente em 2008 nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste foi obtido através das estimativas de população residente disponibilizadas pelo INE (dados

actualizados a 31 de Maio de 2010) ponderadas pelos coeficientes de afectação da população, para obtenção da

população residente dentro da área das bacias hidrográficas. Foi ainda elaborada a ponderação dos níveis de

atendimento dos concelhos face à população de cada um nas várias bacias hidrográficas.

De notar que apenas foram considerados os concelhos para os quais estavam disponíveis dados de população servida,

não tendo sido considerados, na ponderação efectuada, quaisquer valores dos concelhos que, apesar de serem

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abrangidos pela bacia, não integraram esta análise. Este facto pode justificar, em alguns casos, os baixos quantitativos,

em termos níveis de atendimento de algumas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

1.8.1. Sistemas de abastecimento e tratamento

1.8.1.1. Modelos de gestão

De acordo com o Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de Agosto, são definidos os diferentes modelos de gestão pelos quais

os sistemas municipais podem ser regidos:

• gestão directa: através de serviços municipais, intermunicipais, municipalizados ou intermunicipalizados;

• gestão delegada em empresa constituída em parceria com o Estado: através de parcerias entre o Estado e os

municípios, as associações de municípios ou as áreas metropolitanas (definidas no Decreto-Lei n.º 90/2009, de

9 de Abril);

• gestão delegada: através de empresas do sector empresarial local, com a qual o Município, a Associação de

Municípios ou a Área Metropolitana celebram um contrato de gestão delegada;

• gestão concessionada: através de entidades públicas ou privadas de natureza empresarial, com as quais o

Município, a Associação de Municípios ou a Área Metropolitana celebram um contrato de concessão.

No Quadro 2.46 apresenta-se o panorama dos serviços de abastecimento público de água e de drenagem e de

tratamento de águas residuais da área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, no que se refere ao número de

Entidades Gestoras (EG) e concelhos abrangidos.

Quadro 2.46 – Panorama dos serviços de abastecimento, drenagem e tratamento de água, por modelo de gestão.

Modelo de gestão

Serviços de abastecimento Serviços de drenagem e tratamento

Alta Baixa Alta Baixa

N.º EG

N.º concelhos abrangidos

N.º EG

N.º concelhos abrangidos

N.º EG

N.º concelhos abrangidos

N.º EG

N.º concelhos abrangidos

Gestão directa

Serviços Municipais 4 4 8 8 0 0 8 8

Serviços Municipalizados 4 4 8 8 0 0 6 6

Gestão delegada

Empresa Municipal e Intermunicipal 0 0 0 0 0 0 0 0

Junta de Freguesia / Associações / Serviços Intermunicipais

1 1 1 1 0 0 0 0

Concessão Concessão Municipal 6 7 3 3 1 1 3 3

Concessão Multimunicipal 3 16 0 0 4 17 0 0

TOTAL 18 17 20 17 5 17 17 17

Fonte: ERSAR 2009 (Dados relativos a 2009).

1 Pelo facto de existirem concelhos servidos em simultâneo por várias entidades gestoras, o número total é de 94 concelhos.

a) Abastecimento público de água

As actividades relativas ao abastecimento público em baixa são da responsabilidade de 21 entidades gestoras, sendo

que 94% dos concelhos são servidos por gestão directa. Apenas 18% dos concelhos da área das bacias hidrográficas

são servidos por gestão concessionada.

Por outro lado, as actividades relativas ao abastecimento público em alta são da responsabilidade de 18 entidades

gestoras, sendo que 94% dos concelhos são servidos através de gestão concessionada. A Águas do Oeste, S.A. e a

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EPAL, S.A. correspondem aos sistemas com maior abrangência em número

de concelhos servidos, servindo 71% e 47%, respectivamente, dos concelhos

total ou parcialmente abrangidos pela área das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste. O serviço em alta prestado por gestão directa abrange total

ou parcialmente 47% dos concelhos da área das bacias hidrográficas. Uma

das características dos serviços de abastecimento público de água é a

existência de um número considerável de sistemas de pequenas dimensões.

Cerca de 80% dos sistemas de abastecimento público de água existentes na

área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste abastecem até 10 000 habitantes.

Os sistemas de abastecimento de maiores dimensões que servem mais de 100 000 habitantes, representam cerca de

2% do total de sistemas de abastecimento público de água e estão associados aos grandes centros urbanos de Sintra e

Cascais. No entanto, estes sistemas são responsáveis pelo abastecimento a mais de metade da população servida.

b) Drenagem e tratamento de águas residuais urbanas

As actividades relativas aos serviços de saneamento de águas residuais em

sistemas em baixa são da responsabilidade de 17 entidades gestoras, sendo

que mais de 80% dos concelhos são servidos por gestão directa. Apenas

18% dos concelhos da área das bacias hidrográficas são servidos por gestão

concessionada.

Por outro lado, as actividades relativas aos serviços de saneamento de

águas residuais em sistemas em alta são da responsabilidade de cinco

entidades gestoras, sendo a totalidade dos concelhos servidos através de gestão concessionada. A Águas do Oeste,

S.A. é a concessionária multimunicipal com maior abrangência em número de concelhos servidos (65% do total).

À semelhança do que ocorre nos sistemas de abastecimento público em baixa, também no caso dos serviços de

drenagem e tratamento de águas residuais urbanas existe um número bastante elevado de sistemas de pequenas

dimensões. Cerca de 80% dos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais servem até 5 000 habitantes.

Conforme expectável, os sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais de maiores dimensões que servem

mais de 100 000 habitantes, representam menos de 1% do total de sistemas de abastecimento público de água e estão

associados, essencialmente, ao grande centro urbanos de Sintra.

1.8.1.2. Níveis de atendimento dos serviços hídricos

Os objectivos definidos pelo Plano Estratégico de Abastecimento de Água e

Saneamento de Águas Residuais II (PEAASAR II) no que concerne aos

níveis de atendimento dos serviços hídricos, para 2013, são:

• Sistemas de abastecimento público de água: 95% de população

servida;

• Sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais: 90% da

população servida.

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste atingem o objectivo para os níveis estabelecidos em termos de

abastecimento de água às populações, com um valor global de 98%. Todas as bacias apresentam níveis de

Mapa 20 – Distribuição dos modelos de gestão adoptados nos serviços de abastecimento público de água em alta.

Mapa 21 – Distribuição dos modelos de gestão adoptados nos serviços de abastecimento público de água em baixa.

Mapa 24 – Nível de atendimento de abastecimento público de água, por bacia hidrográfica.

Mapa 25 – Nível de atendimento de drenagem de águas residuais, por bacia hidrográfica.

Mapa 26 – Nível de atendimento de tratamento de águas residuais, por bacia hidrográfica.

Mapa 22 – Distribuição geográfica dos modelos de gestão adoptados nos serviços de saneamento de águas residuais urbanas em alta

Mapa 23 – Distribuição geográfica dos modelos de gestão adoptados nos serviços de saneamento de águas residuais urbanas em baixa

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atendimento acima de 95% de população servida (Quadro 2.47) Relativamente aos concelhos total ou parciamente

abrangidos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, 71% atingem o objectivo definido.

Quadro 2.47 – Níveis de atendimento de abastecimento público de água, por bacia.

Bacia hidrográfica Nível de atendimento (%)

Rio Alcobaça 99

Rio Tornada 100

Rio Arnóia 99

Ribeira de São Domingos 95

Rio Alcabrichel 99

Rio Sizandro 99

Rio Lisandro 95

Ribeiras Costeiras do Oeste 96

Fonte: ERSAR 2009 (Dados relativos a 2009).

Por outro lado, no que se refere aos serviços de saneamento de águas

residuais, o nível de atendimento de drenagem cumpre os objectivos

definidos, enquanto que o nível de atendimento de tratamento se encontra

abaixo, com valores da ordem dos 95% e 79%, respectivamente. No que

respeita aos níveis de atendimento de drenagem de águas residuais, metade

das bacias (Rio Tornada, Rio Arnóia, Rio Lisandro e Ribeiras Costeiras do

Oeste) apresentam valores acima de 90%, enquanto que para o nível de

atendimento de tratamento de águas residuais, apenas a bacia Rio Tornada

cumpre o objectivo (Quadro 2.48 e Quadro 2.49).

Quadro 2.48 – Níveis de atendimento de drenagem de águas residuais

urbanas, por bacia.

Bacia hidrográfica Nível de atendimento (%)

Rio Alcobaça 85

Rio Tornada 99

Rio Arnóia 93

Ribeira de São Domingos 86

Rio Alcabrichel 88

Rio Sizandro 86

Rio Lisandro 100

Ribeiras Costeiras do Oeste 95

1 Bacias que abrangem concelhos para os quais não existem dados de população servida disponíveis Fonte: INSAAR 2009 (Dados relativos a 2008).

Quadro 2.49 – Níveis de atendimento de tratamento de águas residuais urbanas, por bacia.

Bacia hidrográfica Nível de atendimento (%)

Rio Alcobaça 86

Rio Tornada 99

Rio Arnóia 76

Ribeira de São Domingos 79

Rio Alcabrichel 79

Abastecimento público de água:

Nível de atendimento: 98%

Concelhos que cumprem objectivos do

PEAASAR II: 71%

Drenagem de águas residuais

Nível de atendimento: 95%

Concelhos que cumprem objectivos do

PEAASAR II: 55%

Saneamento de águas residuais

Nível de atendimento: 79%

Concelhos que cumprem objectivos do

PEAASAR II: 29%

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Bacia hidrográfica Nível de atendimento (%)

Rio Sizandro 73

Rio Lisandro 68

Ribeiras Costeiras do Oeste 77

Fonte: INSAAR 2009 (Dados relativos a 2008).

1.8.2. Cadastro de infra-estruturas

1.8.2.1. Abastecimento público de água

No Quadro 2.50 apresentam-se as infra-estruturas pertencentes a sistemas públicos de abastecimento de água,

localizadas na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.50 – Infra-estruturas de abastecimento público de água.

Tipo de infra-estrutura N.º

Captações de água Superficiais1 3

Subterrânea2 270

Instalações de tratamento de água Estações de Tratamento de Água (ETA) 16

Postos de Cloragem (PC) 44

Redes de distribuição de água 278

Fonte: 1Levantamento realizado na ARH do Tejo, I.P., 2010 (Dados relativos a 2009). 2INSAAR 2009 (Dados relativos a 2008) e levantamento realizado na ARH Tejo, I.P., 2010.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, de acordo com os dados do

INSAAR relativos a 2008 e do levantamento elaborado na ARH Tejo, no

âmbito do REF de 2009, identificaram-se 273 captações de água de origem

superficial e subterrânea para abastecimento público. As captações de água

superficial representam apenas 1% do universo das captações inventariadas,

responsáveis por sevir cerca de 10% da população.

No que se refere às instalações de tratamento de água foram inventariadas

60 instalações, que servem um total de 177 500 habitantes, dos quais 164 777 são residentes nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste. Apesar de se verificar uma predominância dos postos de cloragem (73% das instalações), mais

de metade da população é servida por Estações de Tratamento de Água (55% do total da população servida).

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste são cobertas por um total de 278 redes de distribuição de água que

distribuem 62 hm3 e servem um total de 980 716 habitantes (dos quais 385 133 residem nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste). A grande maioria das redes identificadas (cerca de 97%) apresenta pequenas dimensões (com

populações servidas inferiores a 5 000 habitantes). Este facto é explicado pelas características das bacias hidrográficas,

a qual apresenta vastas áreas sem agregados populacionais de grandes dimensões.

1.8.2.2. Drenagem e tratamento de águas residuais urbanas

No Quadro 2.51 apresentam-se as infra-estruturas pertencentes a sistemas de drenagem e tratamento de águas

residuais urbanas, localizadas na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.51 – Infra-estruturas de drenagem e tratamento de águas residuais.

Tipo de infra-estrutura N.º

Rede de drenagem de águas residuais 387

Mapa 27 – Captações de água para abastecimento público, por tipo de origem.

Mapa 28 – Instalações de tratamento de água, por tipo de instalação.

Mapa 29 – Redes de distribuição de água.

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Tipo de infra-estrutura N.º

Instalações de tratamento de águas residuais ETAR 88

Fossa séptica 66

Pontos de descarga Com tratamento 154

Sem tratamento 116

Fonte: Levantamento realizado na ARH Tejo, 2010 (Dados relativos a 2009). INSAAR 2009 (Dados relativos a 2008).

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste são cobertas por um total de

387 redes de drenagem, das quais 50% são redes separativas, 9% do tipo

pseudo-separativas e as restantes dividem-se entre mistas e unitárias. As

redes identificadas garantem a cobertura de 843 329 habitantes, dos quais

572 358 residem nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. A grande

maioria das redes de drenagem (94%) é de pequenas dimensões, servindo

aglomerados inferiores a 5 000 habitantes, no entanto, estas redes são

responsáveis por apenas 25% da totalidade da população coberta por

serviço de drenagem de águas residuais urbanas.

No que se refere ao tratamento de águas residuais, foram identificadas 154 instalações de tratamento, num total de

394 307 habitantes servidos, dos quais 333 818 residem nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Das instalações

inventariadas 57% correspondem a Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e as restantes são fossas

sépticas. As ETAR servem cerca de 97% do total da população servida através de instalações de tratamento de águas

residuais. Cerca de 56% do serviço de tratamento prestado é realizado por instalações de tratamento de grandes

dimensões (população superior a 10 000 habitantes), pese embora as mesmas representem apenas 6% do total das

instalações de tratamento existentes. Salienta-se, ainda, que mais de 90% da população residente na área das bacias

hidrográficas é servida por instalações com um grau de tratamento superior a primário.

No que se refere à descarga de águas residuais, foram inventariados 270 pontos de descarga, dos quais 57%

correspondem a descargas em meio receptor após tratamento. O total de população servida por pontos de descarga de

águas residuais é de 414 755 habitantes, dos quais 353 695 são residentes na área das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste. Destes, 5% não são servidos por qualquer instalação de tratamento de águas residuais.

1.9. CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE VULNERABILIDADES

O conhecimento dos riscos específicos e a avaliação das suas vulnerabilidades são factores determinantes para um

planeamento eficaz de prevenção e protecção, que facilite a resposta em situação de desastre, minimizando os danos

de bens privados e públicos e do ambiente e a perda de vidas humanas.

Neste sentido, caracterizam-se seguidamente as situações de risco com efeito directo na gestão dos recursos hídricos

das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

1.9.1. Alterações climáticas

As alterações climáticas têm vindo a ser identificadas como uma das maiores ameaças ambientais, sociais e

económicas que o planeta e a humanidade enfrentam na actualidade. A mudança climática registada é

fundamentalmente provocada pelas actividades humanas, com especial destaque para as emissões de gases com

efeito de estufa e para as profundas alterações no uso do solo.

Mapa 30 – Redes de drenagem de águas residuais urbanas.

Mapa 31 – Instalações de tratamento de águas residuais urbanas, por tipo de instalação.

Mapa 32 – Pontos de descarga de águas residuais urbanas, por tipo de descarga.

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No sentido de caracterizar as alterações climáticas, foram analisadas as perspectivas de evolução do clima ao longo do

século XXI, tendo por base as cenarizações desenvolvidas no âmbito dos Projectos SIAM5 (financiado pela Fundação

Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e ENSEMBLES6 (financiado pela Comissão Europeia),

dando-se particular enfoque aos resultados obtidos na área de abrangência das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Deste modo, verificou-se que as projecções do clima futuro apresentadas para o ano de 2100 para as bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste prevêem, em geral, um aumento da temperatura do ar durante o período de Verão

entre 4 e 7ºC e no período de Inverno em cerca de 2ºC, e um aumento da precipitação durante os meses de Inverno,

que poderá variar entre 10 e 20%, e uma diminuição acentuada da precipitação no período de Verão e Outono, que

poderá atingir os 50%. A acompanhar as alterações de temperatura e precipitação, prevê-se a redução do escoamento

médio anual, em 30%, até ao final do século XXI (Oliveira, 2010). Neste cenário de alterações, prevê-se também uma

maior incidência de fenómenos extremos, com o aumento de episódios de precipitação intensa durante curtos períodos

no Inverno e o aumento do número de dias consecutivos com temperaturas máximas acima dos 35ºC, que irão passar

de cerca de 10 a 20 dias, para 30 a 40 dias consecutivos (Santos et al., 2001).

A alteração no clima terá impactos significativos nos recursos hídricos, em particular na diminuição das disponibilidades

hídricas, no aumento dos eventos meteorológicos extremos, na degradação da qualidade da água e no aumento do

consumo de água.

Os riscos das alterações climáticas terão, por conseguinte, que ser considerados de forma sistemática no planeamento

dos recursos hídricos, devendo ser integradas medidas de adaptação destinadas a enfrentar esses impactos. A

adaptação deve incidir tanto nas alterações actuais como nas alterações futuras, que devem ser antecipadas.

Os impactos esperados vêm destacar a importância de políticas de planeamento e gestão da água assentes num

profundo conhecimento dos recursos hídricos e que explorem a complementaridade dos recursos superficiais e

subterrâneos, bem como a necessidade de adopção de medidas de gestão e de utilização criteriosa do recurso água

(Santos et al., 2001).

1.9.2. Cheias

1.9.2.1. Registo histórico de cheias

As cheias assumem alguma relevância nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, não pela extensão da área sujeita a inundações, mas pelo impacto

nos núcleos urbanos sujeitos a este tipo de ocorrências, principalmente. As

características geomorfológicas particulares das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste e a reduzida extensão das mesmas favorecem o rápido escoamento dos caudais, pelo que não são

expectáveis cheias de grande duração. Todavia, zonas como Sintra, Torres Vedras, Lourinhã e Alcobaça evidenciaram

no passado algumas vulnerabilidades a inundações.

Foi efectuado o levantamento do registo histórico de cheias nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste o que

permitiu caracterizar as principais cheias ocorridas, bem como os pontos críticos sujeitos a inundações associados a

este fenómeno extremo.

5 Projecto SIAM – Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures, coordenado pelo Professor Doutor Filipe Duarte Santos 6 Projecto Europeu ENSEMBLES – Climate change and its impacts at seasonal, decadal and centennial timescales.

Mapa 33 – Zonas de risco de inundação nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

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As cheias nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste assumem principal relevância nas bacias Rio Tornada, Rio

Sizandro e Ribeiras Costeiras do Oeste.

Tendo em conta as condições geológicas do concelho de Alcobaça, as cheias e inundações não têm particular ênfase

na ocorrência de acidentes graves; no entanto podem ocorrer periodicamente inundações.

No concelho de Sintra as últimas cheias catastróficas foram registadas em 1937, 1967 e 1983. As inundações por cheia

nos cursos de água que atravessam o concelho têm uma frequência baixa; no entanto no curso de água Ribeira de

Colares, o risco foi considerado como “elevado”.

O município de Torres Vedras apresenta um alto risco de cheia. Devido à sua configuração topográfica têm surgido ao

longo dos anos grandes cheias. Neste concelho as zonas ribeirinhas que possuem risco de cheia são os seguintes:

Feliteira; Runa; Torres Vedras (zona baixa); ribeira de Pedrulhos; Ponte do Rol; Bordinheira; Aranha. As inundações por

cheia do Rio Sizandro, apesar das limpezas periódicas e rectificações do traçado, têm uma frequência relativamente

elevada, admitindo-se ser de esperar cheia desta natureza a cada três anos. As cheias e inundações do Rio Sizandro

poderão inundar cerca de dois terços da área do centro histórico de Torres Vedras, que se encontra grande parte em

leito de cheia.

No respeitante às marcas de cheias das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, verifica-se que a bacia Rio Sizandro

é a única com marcas de cheia inventariadas, localizando-se todas no concelho de Torres Vedras.

A inventariação das marcas de cheia presentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, relativas aos principais

eventos históricos, bem como as respectivas cotas de inundação e o cálculo dos caudais de cheia, permitiu o

mapeamento das zonas de risco de inundação.

Cabe referir, por outro lado, que a previsão meteorológica é um meio essencial na previsão, na mitigação e na gestão

dos recursos hídricos. O Sistema de Vigilância e Alerta dos Recursos Hídricos (SVARH) gerido pelo INAG permite

acompanhar, em tempo real, a evolução dos níveis e caudais em estações hidrométricas e barragens e prever

atempadamente a evolução da propagação da onda de cheia e emitir avisos à população, através da Protecção Civil,

para salvaguarda de vidas e bens. Este sistema não se encontra, no entanto, implementado nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste carecem de registos de caudais instantâneos máximos anuais. O Quadro

2.52 apresenta o número de registos de caudal instantâneo máximo anual, assim como o registo máximo observados e

as datas de início e fim.

Quadro 2.52 – Registos históricos de caudais de ponta de cheia observados.

Bacia Estação Número de anos considerados

Caudal máximo registado (m3/s)

Início dos registos Fim dos registos

Rio Arnóia Gaeiras (17C/05H) 3 30,70 21-10-1979 27-11-1982

Rio Arnóia Óbidos (17C/03H) 2 30,70 03-01-1978 21-10-1979

Rio Arnóia Ponte Óbidos (17C/04H) 6 34,61 27-11-1982 29-05-1989

Ribeiras Costeiras do Oeste Colares (21A/05H) 3 37,54 24-02-1987 08-04-1989

1.9.2.2. Avaliação dos caudais de ponta de cheia por modelação hidrológica

O conhecimento aprofundado dos fenómenos de cheia implica o cálculo dos caudais de ponta de cheia. Deste modo, no

âmbito do presente Plano, os caudais de ponta de cheia associados a precipitações intensas foram calculados por

modelação hidrológica, uma vez que a ausência de registos de caudal instantâneo máximo anual não possibilita a

análise estatística dos caudais de ponta de cheia. Este factor constitui uma limitação para o restante estudo das cheias,

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na medida em que não será possível calibrar os caudais de ponta de cheia obtidos através da modelação. A modelação

hidrológica possibilitou gerar expressões regionalizadas que permitem, de forma expedita, estimar o caudal de cheia

para várias secções, para vários períodos de retorno considerados.

No caso do estudo dos caudais de ponta a partir do programa HEC-HMS foram retiradas do SNIRH as séries de

precipitação máxima diária anual de postos abrangidos e contíguos às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e

foram analisadas estatisticamente segundo a lei de Gumbel. O estudo da adaptabilidade realizou-se, igualmente,

através do teste estatístico de hipótese não paramétrico do Qui-quadrado (χ2) e do teste de adaptabilidade Kolmogorov-

Smirnov. De seguida, estimaram-se por aplicação da referida lei, as precipitações máximas diárias anuais para os

períodos de retorno 5, 20, 50 e 100 anos. Para os períodos de retorno considerados criaram-se superfícies de

precipitação máxima diária anual, recorrendo à interpolação IDW (Inverse Distance Weighting) no programa SIG e

retiraram-se os valores médios para cada uma das bacias.

Posteriormente, recorrendo às curvas Intensidade Duração Frequência (IDF) de Brandão et al, (2001), e tendo em conta

os tempos de concentração, procedeu-se ao cálculo da precipitação em intervalos temporais horários, por forma a

elaborar os hietogramas de precipitação necessários como input para a modelação do caudal de ponta de cheia no

programa HEC-HMS.

1.9.2.3. Breve descrição do modelo HEC-HMS

O modelo utilizado para o cálculo do hidrograma foi o HEC-HMS do US. Corps of Engineers. O modelo tem como

objectivo a simulação do escoamento superficial que resulta da precipitação, representando a bacia como um sistema

interdependente de componentes.

Cada componente modela um dos aspectos do processo simulação de caudais de cheia dentro de uma bacia. Estes

componentes do modelo HEC-HMS caracterizam-se por relações matemáticas simples que pretendem simular os

processos meteorológicos, hidrológicos e hidráulicos que condicionam o modelo de simulação dos caudais de cheia.

Estes processos são sequencialmente, precipitação, intercepção/infiltração, escoamento e propagação da onda de

cheia. O resultado final do processo de simulação é o cálculo dos hidrogramas de escoamento directo para as várias

bacias.

A componente escoamento de superfície é utilizada para representar o movimento de água ao longo da superfície

terrestre e em direcção às linhas de água. O input para esta componente é um hietograma da precipitação. A

precipitação útil é calculada subtraindo a infiltração e a retenção superficial na bacia, baseada numa função de

infiltração que pode ser expressa, por exemplo, pelo número de escoamento. Considera-se que a precipitação e a

infiltração são uniformemente distribuídas ao longo da bacia. As precipitações úteis são, então aplicadas ao hidrograma

unitário, hidrograma do Soil Conservation Service (SCS), de forma a obter os hidrogramas do escoamento.

A utilização da componente onda de cheia através de um reservatório representa as características de

elevação/armazenamento de um reservatório ou de uma estrutura de controlo de cheias. O seu funcionamento é o

seguinte: recebe os afluentes e faz o seu routing ao longo do reservatório recorrendo aos métodos de routing de

armazenamento. O caudal que sai do reservatório é apenas função do nível de água no reservatório e é independente

do que se passa para jusante.

A obtenção dos resultados pretendidos implica a introdução no programa dos parâmetros e condições específicas das

bacias hidrográficas. O programa HEC HMS é constituído por quatro componentes principais:

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• modelo de bacia – onde são definidas as características físicas da bacia hidrográfica e dos elementos que a

constituem e que influenciam o processo de perdas de precipitação, o método de cálculo do escoamento

superficial e as características do escoamento base;

• modelo meteorológico – onde é caracterizado o evento pluvioso a que a bacia hidrológica é sujeita em termos

de quantidade, distribuição no tempo e distribuição no espaço. Neste caso optou-se por utilizar como entrada

de dados pluviométricos hietogramas crescentes e alternados;

• especificações de controlo – no qual é definido o intervalo de tempo para o qual se pretende calcular o evento

de cheia;

• dados emparelhados – os modelos hidrológicos usualmente requerem emparelhados que descrevem o

comportamento variáveis dependentes em relação a variáveis independentes. Neste caso, foram adicionadas

as informações das albufeiras, no que diz respeito às funções de elevação e armazenamento retiradas do

SNIRH.

A metodologia desenvolvida para a estimativa dos caudais de cheia nas bacias compreendeu os seguintes passos:

• definição das bacias hidrográficas para modelação de escoamentos e determinação das suas principais

características morfológicas;

• avaliação das perdas de água nas bacias modeladas e, consequentemente, a estimativa da precipitação útil

que contribuirá para o escoamento utilizando o método SCS. A referida avaliação consiste, basicamente, na

determinação do número do escoamento (CN-Curve Number) da bacia;

• determinação dos tempos de concentração de cada bacia, por ponderação dos resultados de diferentes

metodologias;

• determinação dos hietogramas de precipitação, associados aos períodos de retorno pretendidos (5, 20, 50 e

100 anos), e definição do intervalo de tempo da precipitação constante e duração da chuvada a ser

considerada;

• utilização do programa HEC-HMS para estimar os caudais de cheia e simular os respectivos hidrogramas de

cheia resultantes da ocorrência de uma determinada chuvada sobre a bacia.

a) Selecção e características das bacias hidrográficas relevantes para a análise de cheias

A selecção das cheias iniciou-se pela selecção das bacias a utilizar na análise. Deste modo, consideraram-se todas as

bacias por forma a abranger áreas da região da hidrográfica com diferentes características hidrológicas, com excepção

da bacia Ribeiras Costeiras do Oeste por ser constituída por inúmeras linhas de água com áreas de bacia de baixa

expressão.

Com o objectivo de proceder à avaliação dos caudais de ponta de cheia recorrendo ao programa HEC-HMS de

modelação hidrológica foi necessário calcular algumas características das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Para o efeito em termos de transformação de hietogramas da precipitação efectiva em hidrograma de cheias

correspondentes ao escoamento directo, optou-se por aplicar o modelo do hidrograma unitário do Soil Conservation

Service (SCS) que se revelou adequado quando elaborado no âmbito dos Planos de Bacia Hidrográfica de 2001, não

requerendo dados hidrológicos para além dos habitualmente disponíveis. Para cada bacia hidrográfica foram

determinados os parâmetros requeridos pela aplicação do modelo do hidrograma unitário do SCS.

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b) Morfologia

As características morfológicas das bacias que compõem as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram

calculadas a partir do MDT. No Quadro 2.53 apresenta-se o método de cálculo dos parâmetros morfológicos das bacias

necessários para a obtenção dos parâmetros de entrada do modelo, como são o caso da área e o tempo de

concentração para a definição dos hietogramas efectivos de precipitação.

Quadro 2.53 – Parâmetros das características morfológicas das bacias.

Parâmetro Unidades Método de cálculo

Área (A) km2 SIG

Altitude média da bacia (H) m SIG (MDT)

Comprimento do curso de água principal (L) km SIG

Cota na extremidade de jusante do curso de água principal (Z0) m SIG (MDT)

Cota na extremidade de montante do curso de água principal (Z100) m SIG (MDT)

Declive médio do curso de água principal (i) (m/m)

Capacidade de retenção máxima (S) (mm)

c) Modelo de Perdas. Número de escoamento

No cálculo do hidrograma de cheia que decorre de uma dada precipitação teve-se em conta que parte daquela

precipitação não contribui para o escoamento superficial devido aos fenómenos de intercepção superficial, retenção e

infiltração. A parcela da precipitação responsável pelo escoamento superficial constitui a precipitação útil ou efectiva.

Qualquer um dos modelos de perdas implementados no HEC-HMS fornece a perda média de precipitação no intervalo

de tempo adoptado, sendo tal perda subtraída ao hietograma da precipitação total. Refira-se, que as perdas

consideradas no âmbito do estudo dos caudais de ponta de cheia são perdas médias uniformemente distribuídas nas

bacias.

Dos inúmeros modelos de quantificação das perdas de precipitação disponíveis no HEC-HMS, optou-se pela utilização

do correspondente ao número de escoamento do SCS.

A caracterização das bacias hidrográficas quanto à ocupação e ao tipo do solo foi realizada através do parâmetro

adimensional denominado número de escoamento (CN-Curve Number), estabelecido em função, não só dessas

características, mas também, das condições antecedentes de humidade do solo (AMC). O número de escoamento

utilizado, do SCS, traduz as características de drenagem associadas a um tipo de solo, sendo o seu valor em função do

tipo e ocupação do solo e da cobertura vegetal.

A carta digital dos números de escoamento fornecido pela ARH Tejo, corresponde às condições médias de

humedecimento do solo, CN(II) – Curve Number (II) “antecedent moisture conditions”. Para a elaboração da referida

carta digital foram utilizados as seguintes temáticas:

• tipo hidrológico do solo – classificação do SCS do tipo de solo em A, B, C e D com capacidades crescentes de

gerar escoamento superficial;

• uso do solo – classificação do uso do solo de acordo com a sua ocupação;

• quadro de relação – que estabelece a relação entre o tipo hidrológico e uso do solo com um determinado valor

de número de escoamento.

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O tema tipo hidrológico de solo foi produzido mapeando os tipos geológicos de solo do Atlas do Ambiente, produzido

pela antiga Direcção Geral do Ambiente à escala 1:1 000 000, com a imagem à escala 1:3 000 000 proposta por David

(1976). A carta apresentada por este autor baseou-se na carta de solos de Portugal elaborada por Cardoso, Bessa e

Marado (1973), analisando as características de permeabilidade dos tipos de solos nela definidos. A carta de uso do

solo CLC 2000 foi produzida pelo IGP à escala 1:100 000. O uso do solo é classificado, segundo a CLC em 63 códigos,

com quatro níveis de hierarquização a partir de cinco códigos principais. A partir destes códigos e de acordo com o

proposto por Lobo-Ferreira et al. (1995) elaborou-se um quadro de relação de modo a obter como resultado final os

Números de Escoamento (CN – Curve Number) para Portugal Continental.

Quando as condições de humedecimento do solo se aproximam dos seus valores extremos, CN(I) – Curve Number (I),

para o limite inferior, e CN(II) – Curve Number (II) para o limite superior, os valores de coeficiente de escoamento

deverão ser corrigidos. Deste modo, e por forma a serem introduzidos como parâmetros no programa HEC-HMS,

procedeu-se à transformação dos Números de Escoamento

Dado que no programa HEC-HMS foram modeladas as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, foi necessário

calcular para cada uma delas o referido número de escoamento. O Quadro 2.54 apresenta o valor médio dos números

de escoamentos para cada secção de referência a modelar.

Quadro 2.54 – Número de escoamento por secção de referência a modelar.

Bacia Número de escoamento

CN(II) - Curve Number (II) CN(III)-Curve Number (III)

Rio Alcobaça 72,77 86,01

Rio Tornada 70,26 84,45

Rio Arnóia 74,00 86,75

Ribeira de São Domingos 82,99 91,82

Rio Alcabrichel 74,37 86,97

Rio Sizandro 79,41 89,87

Rio Lisandro 76,33 88,12

d) Tempo de concentração

Os tempos de concentração das bacias consideradas foram calculados com base nas fórmulas de Giandotti, Temez,

Kirpich e SCS.

No prosseguimento do estudo optou-se por adoptar um tempo de concentração tendo em conta a média calculada e as

especificidades dos diferentes métodos relativamente às características das bacias. No Quadro 2.55 apresentam-se os

tempos de concentração calculados a partir dos métodos acima especificados.

Quadro 2.55 – Tempo de concentração por bacia.

Bacia Tempo de concentração (h)

Giandotti Kirpich Temez SCS Média Adoptado

Rio Alcobaça 14,37 7,77 12,14 9,65 10,98 13

Rio Tornada 12,68 6,47 9,25 8,83 9,31 10

Rio Arnóia 18,27 11,33 15,15 15,05 14,95 16

Ribeira de São Domingos 7,79 3,35 5,71 3,06 4,98 5

Rio Alcabrichel 11,88 8,39 11,64 10,73 10,66 12

Rio Sizandro 16,32 10,60 15,22 11,98 13,53 15

Rio Lisandro 8,81 5,64 9,36 6,20 7,50 9

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e) Hidrograma unitário sintético

Como referido anteriormente, o hidrograma unitário sintético adoptado foi o do SCS, que se caracteriza por ser um

hidrograma curvilíneo adimensional, no qual os sucessivos caudais de cheia e instantes de ocorrência são

apresentados como fracções do caudal de ponta de cheia do hidrograma e do tempo de ocorrência.

A duração da precipitação efectiva associada ao hidrograma unitário sintético é fixada automaticamente pelo programa,

independentemente das diferenças temporais adoptadas na definição dos hietogramas. O HEC-HMS atribui à duração

em causa o intervalo de tempo pretendido para a apresentação das sucessivas ordenadas dos hidrogramas de cheia a

calcular. O hidrograma unitário sintético é caracterizado pelo tempo de resposta (ou de atraso) das bacias hidrográficas.

O SCS define este tempo de resposta como o tempo que decorre entre o centro da gravidade do hietograma da

precipitação útil e a ponta do hidrograma de cheia, para uma duração pequena comparada com o tempo de

concentração. Os valores do tempo de atraso, para cada uma das bacias a modelar, são os que se apresentam no

Quadro 2.56.

Quadro 2.56 – Tempo de atraso por bacia.

Bacia TLag (h)

Rio Alcobaça 7,8

Rio Tornada 6,0

Rio Arnóia 9,6

Ribeira de São Domingos 3,0

Rio Alcabrichel 7,5

Rio Sizandro 9,0

Rio Lisandro 5,4

a) Hietograma de cheia

Na ausência de informação hidrométrica adequada na secção drenante das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste,

o conhecimento aprofundado das características das precipitações intensas, precipitações capazes de ocasionar

situações de cheia, contribuirá decisivamente para melhorar e tornar mais rigorosos os estudos e o dimensionamento

das obras hidráulicas.

O procedimento para a determinação de uma precipitação de duração inferior ao dia é válido para construir um

hietograma sintético. Assim, deve fixar-se uma duração Δt para cada intervalo de tempo do hietograma e proceder à

determinação da precipitação para instantes sucessivos, espaçados da duração Δt. Seguidamente, o cálculo da

diferença entre duas precipitações de durações consecutivas resulta na obtenção da precipitação para cada intervalo de

tempo do hietograma. Os incrementos são depois reorganizados de acordo com o hietograma sintético que se pretende

utilizar no estudo. Usualmente são utilizados três tipos de hietogramas, nomeadamente crescente, decrescente e

alternado.

Os hietogramas dos acontecimentos pluviométricos que usualmente se admitem estar na origem de cheias foram

calculados para cada uma das bacias, com excepção da bacia Ribeiras Costeiras do Oeste.

b) Precipitações intensas de curta duração

A gama de durações das precipitações intensas a considerar é necessariamente vasta, em virtude da multiplicidade dos

problemas em questão. Enquanto o dimensionamento de sistemas de drenagem pluvial urbanos exige o conhecimento

dos valores da intensidade de precipitação correspondente a curtas durações, de minutos a horas, o dimensionamento

das restantes obras implica o conhecimento da precipitação com duração de algumas horas até alguns dias,

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dependendo, em qualquer dos casos, do tipo e dimensão das bacias hidrográficas correspondente à secção onde se

localizará a obra.

Lencastre & Franco (2006) define precipitação intensa de curta duração como chuvadas intensas com duração da

ordem de alguns dias, até duração da ordem dos dez minutos. Os parâmetros característicos desta chuvada são

fundamentalmente:

• duração – tempo considerado pela chuvada: horas ou mesmo dia para cheias de rios e horas ou mesmo

minutos para esgotos pluviais urbanos;

• intensidade – definida como o quociente entre a altura de precipitação caída e o seu tempo de duração;

• frequência – normalmente traduzidas pelo número de ocorrências.

As curvas de possibilidade udométrica ou curvas IDF determinam, para um dado posto udográfico, a relação entre a

intensidade de precipitação e a duração associada a um dado período de retorno (ou probabilidade de não excedência).

Para os postos situados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, Brandão et al. (2001) obteve as curvas IDF

associadas aos períodos de retorno 2, 5, 10, 20, 50,100, 500 e 1 000 anos.

Para o cálculo dos hietogramas de precipitação efectiva foi necessário analisar o comportamento da precipitação

máxima anual ao longo das bacias hidrográficas para proceder ao cálculo, segundo as curvas IDF da precipitação para

períodos inferior às 24 horas. Deste modo, para o estudo das precipitações máximas diárias anuais foram recolhidos

registos existentes no SNIRH nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e bacias hidrográficas contíguas Tejo, Lis,

Mondego, Sado e Guadiana. Á semelhança dos caudais instantâneos máximos anuais aplicou-se a lei de Gumbel e

realizaram-se os testes de ajustamento Kolmogorov-Smirnov e Qui-Quadrado para um nível de significância de 0,05.

Deste exercício resultaram valores para os períodos de retorno de 5, 20, 50 e 100 anos de 125 estações udométricas

cujos testes de ajustamentos não foram rejeitados. De seguida, foram elaboradas superfícies em SIG para os diferentes

períodos de retorno. O Quadro 2.57 apresenta os valores de precipitação máxima diária anual para as secções de

referência a modelar, assim como a estação IDF associada a cada uma delas. A obtenção da precipitação máxima

anual por cada uma das secções de referência a modelar permitiu, assumindo a curva IDF que melhor se ajusta à

estação, definir pequenos períodos de precipitação que dispostos alternadamente compõem o hietograma.

Quadro 2.57 – Precipitação máxima diária anual por secção de referência.

Bacia Precipitação máxima diária anual (mm)

Estação IDF T=5 anos T=20 anos T=50 anos T=100 anos

Rio Alcobaça 60 78 89 97 S. Julião do Tojal

Rio Tornada 59 76 86 95 S. Julião do Tojal

Rio Arnóia 64 84 97 107 S. Julião do Tojal

Ribeira de São Domingos 61 80 92 102 S. Julião do Tojal

Rio Alcabrichel 62 82 94 104 S. Julião do Tojal

Rio Sizandro 62 83 97 108 S. Julião do Tojal

Rio Lisandro 64 86 100 111 Lisboa (Portela)

O Quadro 2.58 apresenta os valores de caudais de ponta de cheia obtidos por intermédio de modelação hidrológica

para diferentes períodos de retorno.

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Quadro 2.58 – Caudais de ponta de cheia obtidos por aplicação de modelação hidrológica.

Bacia Caudais de ponta de cheia (m3/s)

T=5 anos T=20 anos T=50 anos T=100 anos

Rio Alcobaça 215 339 422 484

Rio Tornada 124 206 262 304

Rio Arnóia 240 374 464 531

Ribeira de São Domingos 108 156 187 209

Rio Alcabrichel 87 139 173 199

Rio Sizandro 206 325 403 461

Rio Lisandro 123 201 255 293

1.9.2.4. Regionalização dos caudais de ponta de cheia

A análise regional de cheias permite estimar, de forma expedita, caudais de ponta de cheia em secções de referência

de bacias hidrográficas que não dispõem de registos hidrométricos ou em que o número de tais registos é insuficiente.

Segundo Dias & Portela (s.d.), a estimativa de caudais de ponta de cheia, em situações de insuficiência ou de ausência

de dados de caudais instantâneos máximos anuais, pode utilizar a informação de carácter regional, nomeadamente

bacias hidrográficas com comportamentos hidrológicos semelhantes em regime de cheia. O procedimento inerente à

regionalização dos caudais de ponta de cheia implica o estabelecimento de duas etapas distintas, em primeiro lugar

identificar de regiões homogéneas em regimes excepcionais, e em segundo lugar regionalizar as suas curvas de

distribuição de frequências.

Com a intenção de contribuir com uma forma expedita de cálculo de caudais de ponta de cheia nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste, elaborou-se a seguinte análise que pretende estabelecer expressões que permitam o cálculo dos

caudais em causa, tendo em conta não só as características regionais como também o período de retorno.

Deste modo, optou-se por analisar o conjunto das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste de modo integrado, não

contemplando bacias Ribeira de São Domingos e Ribeiras Costeiras do Oeste. O Quadro 2.59 apresenta os coeficientes

das curvas do tipo Qp= C Az para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, que possibilita o cálculo expedito do

caudal de ponta.

Quadro 2.59 – Parâmetros adoptados e caudais de ponta modelados.

Coeficientes Período de retorno – T (anos)

5 20 50 100

C 1,504 2,833 3,864 4,543

Z 0,829 0,799 0,784 0,780

R2 0,911 0,912 0,908 0,909

1.9.3. Secas

A seca é definida como sendo uma ausência prolongada ou deficit

significativo de precipitação persistentemente inferior à média que provoca

uma diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos e uma redução na

capacidade de suporte dos ecossistemas.

As secas têm uma frequência, duração e severidade incertas, cuja ocorrência

é de difícil previsão. Importa, por isso, o acompanhamento da situação de seca e a minimização dos seus efeitos.

Duração média da seca:

50% da bacia apresenta duração média da

seca inferior a 21 meses.

7% da bacia apresenta duração média da

seca superior a 22 meses.

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Para a análise das secas na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste recorreu-se à avaliação do índice de

seca SPI (Standardized Precipitation Index) com o objectivo de identificar períodos de seca e avaliar a sua severidade

considerando várias escalas temporais. Este índice permite classificar a severidade da seca em ligeira (0,0 a -0,99),

moderada (-1,0 a -1,49), severa (-1,5 a -1,99) e extrema (SPI≤-2,0).

1.9.3.1. Índice de seca Standardized Precipitation Index (SPI)

O Standardized Precipitation Index (SPI) foi desenvolvido por McKee et al. (1993) com o objectivo de identificar períodos

de seca e avaliar a sua severidade, considerando várias escalas temporais. O SPI é calculado mensalmente a partir da

distribuição de probabilidades da precipitação, ajustada a cada mês do ano, podendo ser obtido para diferentes escalas

de tempo, seis, nove, 12 meses ou mais.

Deste modo, a precipitação acumulada nos últimos seis, nove e 12 meses é transformada no valor do índice SPI, por

forma a reflectir os desvios observados em relação à precipitação ocorrida em períodos homólogos da série histórica. A

escolha da escala temporal depende dos impactos que se pretendem avaliar; maiores escalas de tempo, 12 ou 24

meses, são geralmente utilizadas para estudar o efeito das anomalias da precipitação sobre o escoamento, as reservas

hídricas subterrâneas e a disponibilidade dos recursos hídricos em geral, menores escalas de tempo para avaliar os

efeitos da seca na agricultura.

Valores negativos do índice SPI identificam meses secos e a severidade da seca é tanto maior quanto mais negativo for

o valor do índice. Apesar de mais vulgarmente utilizado para identificar e caracterizar secas, o SPI também identifica

períodos em que a ocorrência de precipitação é superior aos valores ‘normais’. O índice é adimensional e tem

associada uma escala de severidade.

Os valores do índice dependem da função de distribuição escolhida, da amostra a partir da qual são estimados os

parâmetros da distribuição e, ainda, do método utilizado na estimativa.

1.9.3.2. Cálculo do SPI, escala temporal de análise e severidade da seca

Para o cálculo do índice SPI usam-se, como dados de entrada, séries de precipitação mensal em cada local. O SPI é

calculado para cada mês da série em causa. Escolheu-se uma escala temporal de análise de 12 meses, pelo que o

valor do índice em cada mês reflecte a anomalia da precipitação acumulada nos últimos 12 meses (SPI-12). O SPI é

classificado no que respeita à severidade de acordo com o Quadro 2.60. A probabilidade teórica de ocorrência de

categorias de seca moderadas ou de maior severidade é de 0,159.

Quadro 2.60 – Classificação dos valores de SPI e tempo na categoria.

SPI Categoria de seca Probabilidade da categoria

0,00 a – 0,99 Seca ligeira (quase normal) 0,3413

−1,00 a – 1,49 Seca moderada 0,0918

−1,50 a – 1,99 Seca severa 0,0441

≤ – 2,00 Seca extrema 0,0228

Fonte: McKee et al., 1995

1.9.3.3. Estimativa da precipitação necessária para o desagravamento da seca

Dada uma situação de seca, num dado mês, pretendeu-se estimar qual a precipitação necessária, no mês seguinte,

para que a severidade da seca diminuísse, com base na classificação do SPI proposta por McKee et al. (1993).

A estimativa do défice de precipitação acumulada, reportada aos 12 meses precedentes, num dado mês, para transição

para classes de seca menos severas, dada a precipitação observada nos últimos 12 meses, baseou-se nos limites do

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SPI para as diferentes categorias (Quadro 2.60) e na função de distribuição gama utilizada para calcular o SPI nesse

mês.

1.9.3.4. Análise local das secas recorrendo ao SPI-12

Considera-se que uma seca ocorre sempre que o SPI é continuamente negativo atingindo valores ≤ -1 e termina quando

o SPI se torna positivo. Salienta-se que, de acordo com o exposto, o fim da seca só é atingido quando o SPI-12 se torna

positivo, ou seja, quando no fim de um dado mês a precipitação acumulada nos últimos 12 meses atinge o valor normal,

situação em que o défice de precipitação acumulado se anula.

Cada mês em que o evento persiste é caracterizado por uma dada severidade.

A duração de uma seca corresponde ao número de meses que decorrem entre o seu início e fim.

A soma dos valores mensais do SPI durante a seca designa-se por magnitude e o quociente entre a magnitude e a

duração define a intensidade da seca.

O tempo de estabelecimento da seca corresponde ao número de meses decorridos desde que o SPI se torna negativo

até que atinja o primeiro valor ≤ -1.

Salienta-se que na aplicação desta metodologia de identificação das secas locais não foram consideradas secas com

duração inferior a sete meses.

Em estudos anteriores (Santos, 1981; Santos, 1996) e na análise de secas nos PBH, o limite crítico escolhido para a

identificação de anos secos foi o percentil 20 da precipitação anual observada em cada estação udométrica.

Com a metodologia adoptada, a caracterização fez-se mensalmente e o índice de seca SPI, num dado mês, traduz a

anomalia da precipitação acumulada nos últimos 12 meses. A probabilidade de ocorrência, num dado mês, de seca

moderada ou de maior severidade é de 0,159, que corresponde aproximadamente ao percentil 16.

Note-se que, uma seca só se confirma quando numa sequência de meses com SPI < 0 se atinge seca moderada (SPI ≤

-1). Isto significa que uma seca ligeira durante vários meses dá dar lugar à confirmação da seca apenas quando evolui

para categorias de maior severidade, caso tal não se verifique essa sequência de meses em seca ligeira não é

considerada.

Do ponto de vista do acompanhamento e monitorização das secas, o índice de seca SPI tem vantagens em relação a

metodologias anteriores, pois a avaliação é feita mensalmente e o valor do índice tem uma probabilidade de ocorrência

associada. Em metodologias anteriores as análises são apenas reportadas ao início/fim de cada ano hidrológico,

dificultando a adopção de medidas em tempo útil.

A monitorização em tempo real da evolução das condições hidrometeorológicas locais através deste índice permite

avaliar, mensalmente, o grau de défice ou excesso de precipitação, reportado aos últimos k meses. A gestão do risco de

secas poderá basear-se nesta informação, complementada com indicadores de necessidades e consumos dos vários

sectores, e na definição de níveis de alerta, que possam levar à adopção de medidas de preparação e/ou mitigação dos

efeitos das secas.

1.9.3.5. Seca nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

O conceito de área crítica, Ac, foi utilizado por Santos (1983) na definição de seca regional. Santos (1981) define seca

regional como o intervalo de tempo durante o qual a proporção da área em défice iguala ou excede a Ac, a qual

representa uma proporção arbitrária da área total da região.

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A avaliação da seca nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste fez-se recorrendo aos postos cuja área de influência

esteja dentro da área das bacias hidrográficas. As séries de SPI determinadas mensalmente, em cada posto, fornecem

a indicação do grau de severidade da seca no local. Calcularam-se, mensalmente, as percentagens de área em seca na

região, por categoria de severidade. Uma seca regional foi identificada quando a área afectada por seca ligeira ou de

severidade superior permanece continuamente acima da área crítica e, durante esse período de tempo, a área em que

SPI ≤ -1 excede a área crítica, num ou em mais meses. Esta proposta de identificação da seca regional corresponde a

uma adaptação da identificação local proposta por McKee et al. (1993).

A classificação da seca regional em termos de severidade utilizou diferentes limiares de Ac; a classificação num

determinado grau de severidade implica que as condições exigidas para a classificação em menores graus de

severidade se tenham verificado (Quadro 2.61).

Quadro 2.61 – Classificação da severidade da seca com o SPI, para Ac variável.

Severidade Regional Valor para Ac Valores de SPI

Extrema 20% SPI ≤ –2

Severa 30% SPI ≤ –1,5

Moderada 40% SPI ≤ –1,0

Ligeira 50% SPI < 0

Calculou-se, também, o SPI-12 regional que resulta da precipitação observada nos postos udométricos e ponderada

pela respectiva área de influência.

Para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, foi calculado o índice de seca para 12 meses, SPI-12, com base em

6 séries de precipitação mensal referentes ao período Outubro de 1940 a Setembro de 1999.

As secas mais severas, por ordem decrescente de severidade, ocorreram nos períodos:

• Novembro de 1943 a Abril de 1946 com uma intensidade média de -1,44;

• Outubro de 1994 a Janeiro de 1996 com uma intensidade média de -1,39;

• Outubro de 1991 a Novembro de 1993 com uma intensidade média de -1,35.

A seca de 1944/1945 foi a mais severa tendo uma área considerável da bacia, mais de 80%, estado em seca severa

e/ou extrema durante 9 meses. Foi também a segunda seca mais longa, com uma duração de 29 meses.

A seca que decorreu entre Janeiro de 1992 e Abril de 1992 verifica-se ser a que agravou mais rapidamente, já que em

apenas 3 meses atingiu a categoria de seca severa em toda a região.

Por outro lado, a seca que se iniciou em Fevereiro de 1948, corresponde à seca com maior tempo de estabelecimento,

já que só após 12 meses de permanência em seca ligeira houve um agravamento de severidade.

Após se proceder à identificação e caracterização dos períodos de seca com maior intensidade nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste e a sua distribuição espacial, fez-se uma análise das consequências do risco de seca nas

actividades socioeconómicas desenvolvidas na área das bacias hidrográficas, designadamente no sector agrícola (e

florestal), uma vez que é o sector mais dependente do défice ou ausência de precipitação.

Tendo em conta a distribuição da duração média da seca, verifica-se que cerca de 50% da bacia apresenta uma

duração média da seca inferior a 21 meses, enquanto que apenas 7% apresenta uma duração superior a 22 meses.

Verifica-se que as zonas das bacias hidrográficas em que a seca se manifesta durante mais de 22 meses, são

maioritariamente ocupadas por sistemas florestais (53,7%), seguindo-se sistemas agrícolas heterogéneos (22,8%). As

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culturas anuais de regadio e de sequeiro não têm neste caso representatividade. Deste modo, conclui-se que onde o

efeito de secas é mais prolongado, o solo é ocupado por culturas muito mais resistentes à seca e logo com menores

danos na actividade agrícola.

1.9.4. Erosão hídrica

A erosão hídrica do solo é um processo natural que se caracteriza pela perda de material sólido, levando ao

empobrecimento do solo e, em situações extremas, à desertificação.

A variabilidade da erosão do solo resulta de uma combinação de factores que são dependentes e interligados entre si,

apresentando grande variabilidade espacial e temporal. Os factores que influenciam os processos erosivos são: a

erosividade da precipitação (medida pela sua intensidade e energia cinética); erodibilidade dos solos (definida pelas

suas características físicas e químicas); coberto vegetal (pela sua maior ou menor protecção do solo); declives e

comprimento de encostas, e as práticas de conservação existentes.

A erosão hídrica do solo pode provocar situações de assoreamento e poluição na rede hidrográfica, através da

diminuição da secção de vazão dos leitos dos rios, aumentando o risco das cheias. No caso dos sedimentos se

acumularem em albufeiras este fenómeno poderá comprometer os fins a que estas se destinam, com a diminuição da

capacidade útil das mesmas, reduzindo também a sua vida útil.

1.9.4.1. Modelo adoptado

O modelo utilizado teve como base a utilização de SIG, bem como a vantagem da simplicidade do modelo (R)USLE e

da disponibilidade de parâmetros para modelação da erosão do solo em SIG. Esta metodologia permitiu estimar a perda

de solo e identificar as áreas com elevado potencial de erosão nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

A Equação Universal de Perda de Solo – USLE, e a versão revista – RUSLE, permitem prever, ao longo de um

determinado período de tempo, a perda anual média de solo (A). Ambos os modelos são representados pela equação

seguinte, envolvendo seis factores de erosão:

Equação Universal de Perda de Solo A = R x K x L·x S x C x P

em que:

A – é a perda de solo, erosão especifica (t ha-1);

R – representa o factor de associado à precipitação média (MJ ha-1 mm h-1);

K – é o factor de erodibilidade do solo, medindo a resistência dos solos ao destacamento e transporte

(t h MJ-1 mm-1);

L – é o factor de comprimento de encosta, considerando o efeito do comprimento da encosta na perda de solo

(adimensional);

S – é o factor de declive, considerando o efeito do declive na perda do solo (adimensional);

C – é o factor relativo ao coberto vegetal, considerando a influência das acções de gestão do coberto na perda

solo (adimensional);

P – é o factor de prática agrícola ou medidas de controlo de erosão (adimensional).

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A carta de erosão foi elaborada com base na Equação Universal de Perda de Solo, a partir de um modelo de avaliação

de risco de erosão, por modelação geográfica de álgebra de cartas, conforme a representação esquemática da

Figura 2.13.

Figura 2.13 – Esquema de cálculo da carta de erosão.

1.9.4.2. Factor de erosividade de precipitação (R)

Para o factor da erosividade de precipitação (R) considerou-se que o valor médio do factor R, de 1 000 MJ.mm.ha-1.h-1

(Coutinho, 1986), é representativo do valor médio deste factor para a área das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste. No entanto, este valor não é uniforme, variando espacialmente ao longo da região. Este coeficiente foi ajustado

espacialmente através da relação entre a precipitação média na área do plano e a precipitação média em determinado

local no período 1959-90 e determinado para ano médio, seco e húmido.

1.9.4.3. Factor de erodibilidade dos solos (K)

Para o factor de erodibilidade dos solos (K), recorreu-se à cartografia de solos segundo a classificação da FAO, sendo,

apenas esta, que em formato digital, cobre a totalidade do País. Para este efeito considerou-se a relação, estabelecida

por Bessa e Marado (1973), entre a classificação da FAO e a classificação adoptada no SROA, esta última, usada nas

cartas à escala 1:25.000 e 1:50.000, tendo por base o trabalho de campo efectuado por Cardoso (1965) em diferentes

perfis de solo. Com base nesta relação, Pimenta (1998), sistematizou os valores do factor K para os dois tipos de

classificações, tornando, assim, possível estabelecer os valores K para as classes e tipos de solos presentes à escala

1:1.000.000, que se apresentam no Quadro 2.62.

Quadro 2.62 – Valores para o factor de erodibilidade dos solos (K).

Solos Factor K

Cambissolos calcicos 0,032

Cambissolos cromicos 0,031

Cambissolos cromicos calcarios 0,032

Cambissolos cromicos calcarios verticos 0,032

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Solos Factor K

Cambissolos districos 0,031

Cambissolos districos – rochas sedimentares post-Paleozoicas 0,031

Cambissolos districos – xistos e quartzitos do Ordovicio 0,031

Cambissolos eutricos – rochas eruptivas 0,031

Cambissolos eutricos – rochas sedimentares post-Paleozoicas 0,031

Cambissolos eutricos – xistos e quartzitos do Ordovicico 0,031

Cambissolos humicos – associados a Cambissolos districos (rochas eruptivas) 0,032

Cambissolos humicos – rochas eruptivas 0,032

Cambissolos humicos – rochas sedimentares post-Paleozoicas 0,032

Cambissolos humicos – xistos 0,032

Cambissolos humicos – xistos (associados a Luvissolos, forte influencia atlântica) 0,032

Cambissolos humicos – xistos (associados a Luvissolos, fraca influencia atlântica) 0,032

Cambissolos humicos – xistos e quartzitos do Ordovicio (moderada influencia atlântica) 0,032

Cambissolos humicos cromicos 0,031

Fluvissolos calcarios 0,041

Fluvissolos districos 0,026

Fluvissolos eutricos 0,019

Fluvissolos eutricos – associados a Fluvissolos calcários 0,031

Litossolos eutricos 0,039

Litossolos eutricos – associados a Luvissolos 0,039

Litossolos eutricos – rochas ultrabásicas 0,039

Luvissolos férricos 0,031

Luvissolos gleizados 0,023

Luvissolos gleizados albicos 0,023

Luvissolos orticos 0,036

Luvissolos rodocromicos 0,036

Luvissolos rodocromicos calcicos 0,038

Luvissolos rodocromicos calcicos verticos 0,038

Luvissolos verticos 0,023

Planossolos eutricos 0,025

Podzois orticos 0,028

Podzois orticos – associados a Cambissolos calcários 0,051

Podzois orticos – associados a Cambissolos districos 0,051

Podzois orticos – associados a Cambissolos eutricos 0,051

Podzois orticos – associados a Luvissolos gleizados 0,051

Podzois orticos – associados a Regossolos eutricos 0,028

Rankers 0,051

Regossolos districos 0,006

Regossolos eutricos 0,006

Solonchaks gleizados 0,018

Vertissolos cromicos 0,032

Vertissolos cromicos calcários 0,034

Vertissolos pelicos 0,032

Vertissolos pelicos calcários 0,034

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1.9.4.4. Factor fisiográfico (LS)

Os factores comprimento de encosta (L) e declive (S) representam o factor fisiográfico, quando combinados,

representam a taxa relativa de perda de solo para um solo sem coberto, quando comparado com a parcela de referência

(Jenny, 1983). Este factor fisiográfico é gerado a partir do modelo digital de elevação, de acordo com procedimentos

standard em ArcView Spatial Analyst , segundo a equação seguinte:

×

=

3,14,0

0896,0sin.4,1

13,22SlopeGriddflowaccGriLS

1.9.4.5. Factor de coberto vegetal (C) e práticas agrícolas (P)

No factor de coberto vegetal (C), segundo Tomás (1992), para as condições de uso do solo devem ser contempladas

várias variáveis, nomeadamente: culturas e as suas fases de crescimento e sistemas de rotação inter-anual; períodos

de sementeira; densidade de coberto vegetal e desenvolvimento das raízes; produções agrícolas e estado do solo e

quantidades de resíduos deixados após a colheita. Deve-se, igualmente, dar especial atenção à distribuição da

erosividade ao longo do ano e à sua relação com o estado de desenvolvimento das culturas. Ainda segundo Tomás

(1993), a protecção oferecida pela cobertura vegetal necessita de ser suportada por práticas agrícolas que reduzam a

velocidade do escoamento superficial e, consequentemente, a erosão. O factor de práticas agrícolas (P) traduz essas

práticas, tendo-se considerado, no presente estudo, e na ausências de melhor informação, o valor 1 para este factor.

A metodologia para a determinação do factor C, proposta por Wischmeier e Smith (1978), segundo Tomás (1993), exige

um conhecimento razoável das culturas e maneiras da zona em que se pretende calcular a erosão. Assim, quando não

se dispõe dos elementos necessários para a sua determinação, e segundo a metodologia proposta, é sugerida a

utilização dos elementos constantes do Quadro 2.63, no qual se apresentam as estimativas aproximadas do factor C.

Quadro 2.63 – Valores para factor de coberto vegetal (C).

Solos Factor C

Arrozais 0,050

Culturas anuais associadas às culturas permanentes 0,400

Descargas industriais, zonas espalhamento lixos 0,100

Espaços florestais degradados 0,100

Espaços industriais/comerciais e equipamentos gerais 0,010

Espaços verdes urbanos 0,020

Estaleiros 0,010

Estuários, Lagunas e cordões litorais, Linhas de água, Planos de água, lagos 0,000

Floresta c/mistura de várias espécies 0,050

Folhosas 0,100

Infra-estruturas da rede viária e ferroviária 0,010

Landes e matagal 0,020

Olivais 0,100

Pastagens 0,020

Pastagens pobres, trilhos 0,050

Pedreiras, extracção areia, minas céu aberto 0,500

Perímetros regados 0,200

Pomares 0,050

Praias, dunas, areais e solos s/coberto vegetal 0,050

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Solos Factor C

Resinosas 0,050

Rochas nuas 0,010

Salinas, Sapais, Zonas apaúladas, Zonas intertidais 0,005

Sistemas culturais e parcelares complexos 0,200

Tecido urbano contínuo 0,005

Tecido urbano descontínuo 0,010

Terras agrícolas/espaços naturais importantes 0,300

Territórios agro-florestais 0,300

Vegetação esclerofitica 0,020

Vinhas 0,200

Zonas equipamento desportivo, ocupação tempos livres 0,020

Zonas incendiadas recentemente 0,500

Zonas portuárias 0,010

Zona de utilização agrícola fora perímetros florestais 0,400

1.9.4.6. Aplicação do modelo de erosão

Como resultado da aplicação da Equação Universal de Perda de Solo, obtiveram-se grids da perda potencial do solo

para ano médio, húmido e seco em t/ha, procedeu-se à sua classificação por perigosidade, de acordo com o critério

apresentado no Quadro 2.64.

Quadro 2.64 – Classes de perda potencial anual de solo.

Perda potencial do solo (t/ha) <5 5 – 12 12 – 50 50 – 100 100 – 200 > 200

Classes de perda potencial anual de solo Muito baixo Baixo Moderado Grave Muito Grave Extremamente grave

Fonte: Irvem et al., 2007

Esta classificação, utilizada em estudos recentes sobre erosão, foi, também, a utilizada no PBH Oeste em vigor

(INAG,I.P., 2001), pelo que se considera a mais adequada.

Todas as massas de água pertencentes à área das bacias hidrográficas se classificam em termos da perda de potencial

de solo média, em ano médio, como pertencentes às classes de risco muito baixo e baixo.

No Quadro 2.65 apresentam-se as estimativas da perda potencial média de solo por erosão hídrica, em ano médio, para

as várias bacias que fazem parte das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.65 – Perda potencial de solo média em ano médio.

Bacia Área da bacia (ha) Perda de solo (t/ha/ano)

Rio Alcobaça 42 118 5,5

Rio Tornada 24 745 7,3

Rio Arnóia 44 964 6,3

Ribeira de São Domingos 6 990 3,9

Rio Alcabrichel 15 078 5,4

Rio Sizandro 33 434 5,6

Rio Lisandro 16 757 7,1

Ribeiras Costeiras do Oeste 57 146 4,3

Para área das bacias hidrográficas, em ano médio, verifica-se uma perda potencial de solo de 5,6 t/ha, correspondendo

a um total de 1 360 x103 toneladas. Em ano médio, é a bacia Ribeira de São Domingos que apresenta uma menor perda

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potencial de solo com um valor de 3,9 t/ha/ano, enquanto que a bacia Rio Tornada apresenta uma perda potencial de

solo da ordem dos 7,3 t/ha/ano.

1.9.4.7. Transporte sólido e extracção de inertes

A erosão hídrica e o transporte sólido são processos interdependentes, que são cada vez mais afectados por aspectos

antropogénicos.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não foram realizados estudos suficientes que permitam relacionar a

produção de sedimentos com a erosão específica, tendo em conta que a produção de sedimentos corresponde a uma

parcela da erosão específica que atinge uma dada secção da rede de drenagem.

Nestas ribeiras o regime fluvial é descontínuo e ocorre apenas no semestre húmido havendo condições para permitir o

transporte sólido. Tal como é referido no plano anterior após chuvadas intensas podem ser observadas zonas de águas

barrentas junto às fozes dos rios.

Não existem porém para esta zona registos de caudais sólidos nas ribeiras, nem estudos científicos sobre este assunto,

não sendo também significativa a extracção de inertes nestas bacias.

1.9.5. Erosão costeira

A erosão costeira corresponde ao recuo da linha de costa e à perda de território emerso, de forma linear ou

descontinua, durante um horizonte temporal suficientemente longo que se sobreponha à variabilidade inter-anual, sendo

causada por uma série de factores indutores de origem natural ou antrópica.

As causas da erosão costeira de origem natural são a acção do ventos, temporais, correntes junto à linha de costa e a

subida do nível médio do mar, sendo as de origem antrópica a artificialização das bacias hidrográficas (construção de

barragens), dragagens/exploração de inertes junto à linha de costa e/ou em rios/estuários e a construção de obras

pesadas de engenharia costeira (defesa do litoral).

A erosão costeira e consequente recuo da linha de costa, caso interfira com a ocupação humana, constitui fonte

geradora de risco, o qual apresenta características distintas consoante o conteúdo geomorfológico presente. Em litoral

de arriba, os principais riscos para a ocupação humana relacionam-se com a ocorrência de movimentos de massa de

vertente, assumindo relevância em litoral arenoso os fenómenos de inundação/galgamento oceânico e o

recuo/amputação da praia emersa e do cordão dunar frontal.

A intensidade e frequência dos processos erosivos intrínsecos à evolução do litoral, a par com os usos e ocupação por

actividades humanas, têm originado frequentes situações de risco para pessoas e bens localizados em alguns

aglomerados populacionais e em diversos troços costeiros com utilização balnear.

O extenso troço costeiro compreendido entre o limite Norte e Sul das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é em

grande parte dominado por arribas de diferentes tipos litológicos, sendo esta característica interrompida localmente por

alguns sectores de costa baixa e arenosa, por vezes limitados por dunas, e nos quais desembocam estruturas

lagunares ou estuarinas relevantes, de que são exemplo a laguna de Óbidos e a foz do Rio Sizandro.

1.9.6. Movimentos de massa

Os perigos associados a movimentos de massa em vertentes enquadram-se nos perigos naturais, dependendo estes de

vários factores com destaque para factores de natureza geológica, da morfologia dos terrenos e da precipitação, os

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quais, quando conjugados com acções de natureza antrópica, podem contribuir para agravar os fenómenos associados

aos riscos naturalmente existentes.

No contexto da gestão dos recursos hídricos trata-se de um aspecto relevante na medida em que movimentos de massa

importantes podem originar, para além dos prejuízos directos relacionados com perda de vidas humanas e bens

materiais, aterramentos de linhas de água ou ondas em albufeiras provocadas por deslizamentos para o seu interior, o

que pode, em consequência, induzir outras situações de risco. As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

apresentam uma parcela significativa do seu território sujeita a riscos e perigos, tratando-se de uma região

comparativamente importante neste domínio no contexto nacional.

Tendo em consideração o constante no Plano Regional de Ordenamento do

Território do Oeste e Vale do Tejo, verifica-se que 7,5% da área de

abrangência deste Plano apresenta maior susceptibilidade a movimentos de

massa em vertentes, sendo particularmente importante nas regiões do Oeste

e do Médio Tejo, por serem mais acidentadas e por terem uma litologia mais

favorável a este tipo de fenómeno.

Por sua vez, o Plano Regional de Ordenamento da Área Metropolitana de

Lisboa, refere que 9% desta área apresenta risco de instabilidade de

vertentes (deslizamentos e desabamentos), com especial relevância no

município de Mafra.

Em litoral de arriba, os fenómenos erosivos mais evidentes e com maior

impacte nas actividades humanas, são as instabilizações em massa das

arribas provocadas pela acção erosiva das ondas do mar, da escorrência

superficial, da infiltração e circulação de água subterrânea ou pela imposição

de vibrações e sobrecargas (factores condicionantes externos), e auxiliadas pela degradação progressiva das

características de resistência dos materiais e maciços rochosos ou terrosos interessados (factores condicionantes

internos).

Em termos gerais, todo o troço costeiro abrangido pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste apresenta sintomas

de instabilidade em praticamente toda a sua extensão, sendo as roturas observadas, isto é os movimentos de massa de

vertente, maioritariamente do tipo queda de blocos (“rockfall”) e escorregamento planar, e em menor número do tipo

tombamento (“toppling”) (Pinto & Vinhas, 2011). Estes movimentos implicam a separação de volumes variáveis de solos

ou rochas, geralmente caracterizados por secções transversais esbeltas, ou seja, com altura da massa deslocada

predominante relativamente à largura e comprimento.

Entre 2006 e 2011, foram registados e identificados pela ARH Tejo cerca de 100 movimentos de massa de vertente,

com larguras entre os 0.5 e os 4m, envolvendo a mobilização de aproximadamente 10 000m3 de material, afectando

uma frente total de mar com cerca de 800m de comprimento (0.4% do comprimento total do litoral com arribas).

Estes fenómenos de instabilidade, apesar de se tratarem de eventos de recuo isolados no tempo e de carácter

localizado no espaço, quando verificados em zonas com ocupação humana fixada na base ou no topo das arribas,

constituem fonte de risco apreciável, podendo causar acidentes com consequências graves para os utentes das praias e

danificar ou destruir estruturas construídas.

Do exposto anteriormente, resulta que o risco depende essencialmente do produto das componentes exposição

(representa o conjunto de pessoas e bens expostos a um perigo natural – no caso das arribas o número de pessoas e

bens potencialmente afectados pelo efeito de um desmoronamento) e perigosidade (o produto da intensidade do

Zonas de maior vulnerabilidade:

Alcobaça: Praias de Água de Madeiros e

Pedra do Ouro

Nazaré: Praia da Nazaré

Lourinhã: Praias do Lagido e São

Bernardino; Praias de Porto Dinheiro e

Valmitão

Torres Vedras: Praias da Mexelhoeira,

Amanhã/Vigia e Guincho

Mafra: Praias da Calada, São Lourenço,

Coxos, Ribeira de Ilhas, Matadouro/São

Sebastião e São Julião – norte

Sintra: Praias de São Julião – sul, Magoito

e Adraga

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fenómeno pela sua probabilidade de ocorrência), sendo como tal influenciado pela tipologia e densidade da ocupação

humana.

Ao longo deste troço costeiro, existem locais de elevada perigosidade, ou seja, em que os fenómenos de instabilidade

são particularmente intensos e com elevada probabilidade de ocorrência, mas nos quais o risco é relativamente

reduzido dada a baixa densidade de ocupação humana presente na base e no topo das arribas. O troço contido entre a

Lagoa de Óbidos e o limite sul deste concelho, constitui exemplo do referido, apresentando a maior frequência de

movimentos de massa de vertente deste troço costeiro e as taxas de evolução mais rápidas (entre 0.1 a 0.3m/ano). No

entanto, dada a baixa densidade de ocupação humana na base (utentes na praia) e no topo (construções), o grau de

risco apresenta-se relativamente reduzido.

Em oposição, existem numerosos troços ao longo da área abrangida pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

que apresentam risco elevado, dada a elevada exposição a que estão sujeitos, associada ao uso balnear das praias

acumuladas na base das arribas durante o verão e à ocupação existente no topo das arribas (construções).

Atento o referido, as situações de maior risco neste troço costeiro localizam-se nos sectores em que as características

geológicas e geotécnicas dos materiais e maciços rochosos constituintes das arribas são favoráveis à ocorrência de

movimentos de massa de vertente e nos quais se verifica uma maior densidade de ocupação humana. Com base na

identificação e registo efectuado desde 2006 pela ARH Tejo das instabilidades verificadas, e atento o padrão de

ocupação balnear conhecido para a generalidade das praias, destacam-se os seguintes locais de maior risco: Praias da

Água de Madeiros e Pedra do Ouro (Alcobaça); Praia da Nazaré (Nazaré); Praias do Lagido e São Bernardino; Praias

de Porto Dinheiro e Valmitão (Lourinhã); Praias da Mexelhoeira, Amanhã/Vigia e Guincho (Torres Vedras); Praias da

Calada, São Lourenço, Coxos, Ribeira de Ilhas, Matadouro/São Sebastião e São Julião – Norte (Mafra); Praias de São

Julião – Sul, Magoito e Adraga (Sintra).

Ao nível das áreas de maior risco potencial associada à intensa ocupação humana no topo das arribas (áreas

urbanizadas), são de referir as seguintes situações: Pedra do Ouro, Mina, Vale Furado e Pico do Facho (Alcobaça);

Sítio da Nazaré (Nazaré); Insua do Baleal, Bairro dos Pescadores e Consolação – Sul (Peniche); Areia Branca

(Lourinhã); Santa Cruz (Torres Vedras); Ericeira (Mafra); Azenhas do Mar (Sintra).

1.9.7. Risco sísmico

Em consequência do seu contexto tectónico, o território português constitui uma zona de sismicidade significativa. Nas

últimas décadas, foram reconhecidas no território português, imerso e submerso, diversas estruturas activas, muitas

delas associadas a epicentros de sismos com magnitudes médias a elevadas. Pese embora este facto, a sismicidade

em Portugal continental não é muito intensa, nem muito frequente.

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, de acordo com o Regulamento de Segurança e Acções para Estrutura de

Edifícios e Pontes (RSAEEP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 235/83, de 31 de Maio, englobam as zonas sísmicas A e B,

as duas de maior risco sísmico do território continental português. Também de acordo com o mapa, elaborado no

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), que representa um subconjunto de riscos e

vulnerabilidades relevantes, entre os quais o risco sísmico, para o território continental e a uma escala macroscópica, se

verifica que grande parte das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste se encontra assinalada como zona de risco

sísmico.

Considerando os sismos históricos, segundo dados compilados pelo Instituto de Meteorologia, entre 1901 e 1971, a

intensidade sísmica máxima atingiu o valor de 7 nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

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1.9.8. Riscos associados a infra-estruturas

De entre as infra-estruturas com significado para a gestão da água destacam-se as barragens, designadamente devido

ao importante papel que desempenham na disponibilização de água para fins múltiplos, bem como aos riscos potenciais

envolvidos, na eventualidade da ocorrência de acidentes ou rupturas, com os associados impactos sociais, económicos

e ambientais. Neste sentido, as barragens são objecto de regulamentação específica, onde o controlo de segurança se

exerce desde a fase de projecto e se prolonga ao longo de todo o seu ciclo de vida.

Na análise de risco associado a barragens importa destacar as infra-estruturas que se enquadram no Regulamento de

Segurança de Barragens (RSB), anexo ao Decreto-Lei n.º 344/2007, de 10 de Outubro, por serem aquelas às quais

estarão, em princípio, associados os maiores danos.

Dos oito aproveitamentos hidráulicos inventariados na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, apenas 3

barragens (barragem de Alvorninha, barragem de Óbidos e barragem de São Domingos) estão abrangidas pelo RSB e,

destas, apenas uma (barragem de Alvorninha) tem classificação aprovada pelo INAG, inserindo-se na Classe I de danos

potenciais. Importa referir que a designada classificação de risco das barragens abrangidas pelo RSB se associa a

classes de gravidade de danos potenciais, associados à onda de inundação no vale a jusante, e não necessariamente a

riscos de rotura da barragem. Deste modo, esta classificação não fornece indicação relativamente às condições de

segurança das barragens e ao inerente risco associado.

Em complemento à classificação de barragens fornecida pelo INAG revela-se importante referir que as barragens

classificadas na classe de maiores riscos potenciais devem possuir Planeamento de Emergência, que se materializa no

Plano de Emergência Interno (PEI) e no Plano de Emergência Externo (PEE).

1.9.9. Riscos de poluição acidental

1.9.9.1. Águas de superfície

O conhecimento sobre as situações de potencial risco acidental das MA, com especial incidência para aquelas onde se

localizam captações destinadas ao abastecimento público, constitui um elemento importante na gestão dos recursos

hídricos, permitindo planear medidas e preparar acções de prevenção e de minimização de danos.

Para este efeito, procedeu-se à adaptação de uma metodologia comummente utilizada para o cálculo de um índice de

susceptibilidade à poluição das águas superficiais, de modo a se adequar à realidade da área em estudo, tendo-se

adicionalmente definido uma metodologia para o estabelecimento do risco de contaminação acidental, baseada na

susceptibilidade anteriormente definida. Esta análise foi extensiva a toda a área das bacias hidrográficas, tendo-se

utilizado a informação fornecida pela ARH Tejo relativamente às actividades económicas e outras fontes poluentes

existentes na região.

Adicionalmente, foi estabelecida uma metodologia para avaliação de tais impactes, já que foi considerado como

relevante, no contexto da gestão dos recursos hídricos, avaliar as consequências que poderão advir para as captações

de água superficial destinadas à produção de água para consumo humano, em resultado de uma contaminação

acidental das várias MA.

a) Metodologia e elementos de base considerados

A metodologia seguida para a determinação do risco de poluição acidental de uma MA, considera que este é dado pelo

produto entre a vulnerabilidade à poluição e a probabilidade de ocorrência de uma falha ou acidente, tal como expresso

na seguinte equação:

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Para o estabelecimento da vulnerabilidade recorreu-se ao índice WRASTIC, resultando este da aplicação de uma

metodologia expedita que se baseia nas principais características da MA, usos do solo presentes e existência de fontes

potencialmente poluentes, tópicas ou difusas.

A aplicação deste índice às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste requereu algumas adaptações ao nível das

categorias que integram os parâmetros de determinação, nomeadamente na categoria designada “Presença de águas

residuais”, na qual se adaptaram as tipologias de fontes às bacias hidrográficas em estudo, e na categoria designada

“Presença de actividades industriais”, onde foram inseridas novas tipologias de indústria, entre outras, indústrias

Seveso.

Os elementos utilizados para o cálculo da vulnerabilidade à poluição acidental nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste (Quadro 2.66) foram obtidos através da seguinte equação:

na qual os parâmetros que integram o índice são:

W – presença de águas residuais;

R – presença de actividades recreativas;

A – presença de actividades agrícolas;

D – dimensão das bacias hidrográficas;

T – categoria das vias de transporte;

I – presença de actividades industriais;

C – cobertura vegetal do solo.

e os índices I e P representam, respectivamente, a classificação atribuída à categoria e o factor de ponderação do

parâmetro.

Quadro 2.66 – Critérios e ponderadores para o cálculo do índice de vulnerabilidade à poluição acidental.

Parâmetros Categorias Índices de classificação (I) Factores de ponderação (P)

Vuln

erab

ilida

de

Presença de águas residuais (W)

Efluentes com substâncias prioritárias 5

3

Efluentes provenientes da pecuária e indústria 4

Efluentes provenientes de colectores 3

Efluentes provenientes de ETAR 2

Ausência de descargas de águas residuais 1

Presença de actividades recreativas (R)

Presença de actividades motorizadas permitidas na água (albufeiras e troços navegáveis) 5

2

Presença de actividades não motorizadas permitidas na água (Praias Fluviais) 4

Existência de acessos permitidos a veículos 3

Sem acessos a veículos 2

Sem actividades recreativas 1

Presença de actividades agrícolas (A)

> 536 ha de área cultivada 5

2 263 – 536 ha de área cultivada 4

142 – 263 ha de área cultivada 3

82 – 142 ha de área cultivada 2

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Parâmetros Categorias Índices de classificação (I) Factores de ponderação (P)

< 82 ha de área cultivada 1

Dimensão das bacias hidrográficas (D)

> 1 942 km2 5

1

388 – 1 942 km2 4

155 – 388 km2 3

39 – 155 km2 2

<39 km2 1

Categoria das vias de transporte rodoviário (T)

Auto-estradas 5

1

Itinerários Principais (IP), Itinerários Complementares (IC) e vias rápidas 4

Estradas Nacionais (EN) e Estradas Municipais (EM) (pavimentadas) 3

Estradas não pavimentadas 2

Inexistência de vias de transporte nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 1

Presença de actividades industriais (I)

Indústrias Seveso – Nível superior de perigosidade 8

4 Indústrias Seveso – Nível inferior de perigosidade 6

Outras (restante indústria transformadora) 4

Inexistência de indústrias nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 1

Cobertura vegetal do solo (C) 0 - 5% de solo coberto por vegetação 5 1

No que respeita à informação utilizada para a atribuição de uma categoria aos vários parâmetros relacionados com a

presença de actividades económicas, utilizados para o cálculo do índice, recorreu-se às seguintes fontes de informação:

• Para a identificação da tipologia e localização das instalações abrangidas pelos parâmetros “presença de

águas residuais” e “presença de actividades industriais”, utilizou-se a informação cedida pela ARH Tejo,

constante nos TURH, nas Licenças Ambientais e no REF;

• na categoria “outras” do parâmetro “presença de actividades industriais”, foram consideradas as instalações

referentes à agro-indústria, à indústria transformadora e a instalações diversas, nos termos em que se

encontram agrupadas nas bases de dados cedidas pela ARH Tejo;

• a informação referente aos estabelecimentos abrangidos pela Directiva Seveso II proveio do site da Agência

Portuguesa do Ambiente (APA) (APA, 2010);

No que toca aos restantes parâmetros que integram o índice, foi utilizada para a “cobertura vegetal do solo” e para a

“presença de actividades agrícolas” a informação proveniente da CLC 2006, e para a “dimensão das bacias

hidrográficas” a informação proveniente da ARH Tejo.

A classificação da vulnerabilidade das MA à poluição acidental foi realizada de acordo com os critérios estabelecidos no

Quadro 2.67.

Quadro 2.67 – Classificação do índice WRASTIC de vulnerabilidade à poluição acidental.

Classificação Pontuação

Elevada (3) Vulnerabilidade ≥ 50

Moderada (2) 26 ≤ Vulnerabilidade <50

Baixa (1) Vulnerabilidade <26

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A determinação da probabilidade de ocorrência de um acidente de poluição, baseou-se expeditamente no número de

factores de risco, descritos pelo número de instalações inseridas nos parâmetros “Presença de águas residuais” e

“Presença de actividades industriais”, no pressuposto de que, à maior presença destas estará associada a maior

probabilidade de ocorrência de possíveis cenários de poluição acidental. Neste sentido, foram consideradas cinco

classes de probabilidade de ocorrência, estas explicitadas no Quadro 2.68.

Quadro 2.68 – Classificação da probabilidade de ocorrência de poluição acidental.

Classificação Pontuação

Muito elevada (5) Número de factores de risco ≥35

Elevada (4) 25≤ Número de factores de risco <35

Moderada (3) 15≤ Número de factores de risco <25

Baixa (2) 5≤ Número de factores de risco <15

Muito baixa (1) Número de factores de risco <5

Uma vez dispondo da vulnerabilidade à contaminação, traduzida pela classificação atribuída ao índice WRASTIC

(variável entre 1 e 3), e associando-lhe uma probabilidade de ocorrência de poluição acidental (variável entre 1 e 5)

tornou-se possível espacializar o risco de poluição acidental para cada MA, tendo por base os critérios de classificação

de risco estabelecidos no Quadro 2.69.

Quadro 2.69 – Classificação do risco de poluição acidental.

Classificação Pontuação

Elevado Risco ≥10

Moderado 5≤ Risco <10

Baixo Risco ≤5

Por fim, no contexto da gestão dos recursos hídricos, considerou-se ser relevante complementar o apuramento do risco

de contaminação acidental das várias massas de água com a avaliação das consequências que dai poderão advir para

o importante uso que consiste na captação de água superficial para produção de água para consumo humano

(avaliação esta individualizada para as 2 captações existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste).

Para este efeito foi estabelecida uma escala de gravidade, que pretende qualificar a importância de um eventual

episódio de poluição acidental que ocorra, recorrendo à tipologia e à classificação das actividades potencialmente

poluentes, de acordo com os critérios indicados no Quadro 2.70, e uma escala de significância, que pretende qualificar

os danos associados a um eventual episódio de poluição acidental, considerando a população servida por cada

captação, de acordo com os critérios indicados no Quadro 2.71.

Quadro 2.70 – Classificação da gravidade dos impactes.

Tipologia das actividades Gravidade

Instalações Seveso Muito elevada

Instalações com descarga de substâncias prioritárias Elevada

Indústria e Pecuária Moderada

Colectores e ETAR municipais Baixa

Outras (as restantes actividades incluídas nos parâmetros “presença de actividades recreativas”, “presença de actividades agrícolas” e “vias de transporte rodoviário” do índice de vulnerabilidade)

Muito baixa

Quadro 2.71 – Classificação da significância dos impactes.

Número de habitantes servidos Significância > 20 000 Muito elevada

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Número de habitantes servidos Significância 10 000 – 20 000 Elevada

5 000 – 10 000 Moderada

1 000 – 5 000 Baixa

<1 000 Muito baixa

b) Resultados

Tendo em conta os resultados obtidos, verifica-se que o risco de poluição

acidental nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é na generalidade

baixa, já que cerca de 20% do total de MA apresenta um risco moderado e

13% um risco elevado. Relativamente às MA onde estão localizadas

captações, ambas estão localizadas em massas de água com um risco de

poluição acidental baixo.

Analisando conjuntamente os resultados obtidos para o risco de poluição

acidental e para a gravidade e significância dos impactos expectáveis nas

captações localizadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste,

verifica-se que as captações estão localizadas em MA com risco de poluição

acidental baixo e que, no caso da ocorrência desta, os impactes em causa

são caracterizados por uma elevada significância e baixa e muito baixa

gravidade.

A poluição acidental é um tipo de poluição que, como o próprio nome indica, resulta de episódios imprevisíveis. De entre

os principais tipos de poluição acidental associada às águas subterrâneas destaca-se a ruptura de infra-estruturas que

armazenam ou transportam substâncias potencialmente perigosas e que podem migrar para o meio hídrico superficial.

A delimitação das áreas sujeitas a risco de poluição acidental permite planear e preparar as acções de prevenção e

minimização a implementar, independentemente do tipo e método de minimização a adoptar em cada situação. A

finalidade mais óbvia de tal delimitação – mas seguramente não a única – é o conhecimento e articulação das

autoridades de protecção civil, no sentido de desencadear os meios visando atenuar os episódios de poluição acidental.

A este nível de planeamento, a avaliação do risco de poluição acidental resultará da distância do eventual foco de

poluição ao alvo que se pretende proteger, por exemplo uma captação para abastecimento público. A aplicação da

metodologia proposta permitirá obter cartografia de risco de poluição acidental das MA superficiais, considerando o risco

de poluição acidental ligado a infra-estruturas fixas e o risco de poluição acidental durante o transporte de substâncias

potencialmente perigosas.

1.9.9.2. Águas subterrâneas

Na determinação dos riscos de poluição acidental associados às águas subterrâneas, o mais usual é analisar-se o risco

associado à probabilidade de ocorrência de um episódio de poluição. O risco de poluição é obtido cruzando a

informação da localização das infra-estruturas que oferecem um determinado potencial de poluição com a

vulnerabilidade à poluição do meio nas zonas onde se situam essas infra-estruturas. Assim, a magnitude do perigo e do

tipo de impactes expectáveis resultam das características físico-químicas dos elementos libertados, da vulnerabilidade

do meio e da distância ao alvo que se pretende proteger (e.g. captação para abastecimento público).

Risco de poluição acidental nas massas de água superficiais

- Baixo: 67% das massas de água;

- Moderado: 20% das massas de água;

- Elevado: 13% das massas de água.

Risco de poluição acidental nas

captações superficiais de água destinada ao consumo humano:

- 2 captações superficiais de água para

consumo humano localizam-se em massas

de água com risco de poluição acidental

baixo

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Os tipos de acidentes mais graves estão associados ao derrame de produtos do petróleo e produtos químicos, não só

pela dificuldade na sua reabilitação mas também porque os elementos que libertam são tóxicos para os animais e as

plantas mesmo em muito baixas concentrações, podendo causar a eutrofização e o aparecimento de zonas mortas de

forma irreversível para os ecossistemas aquáticos. O risco traduz a forma como o meio é afectado por uma carga

poluente. É, por isso, definido como uma combinação dos efeitos da carga poluente contínua (e.g., por más práticas

agrícolas) ou acidental, com as características do meio (traduzidas pela vulnerabilidade do meio).

O risco de poluição depende não só da vulnerabilidade mas também da existência de cargas poluentes significativas

que possam entrar no ambiente subterrâneo. O meio pode atenuar a concentração do poluente, reduzindo-a a um valor

aceitável. Assim, é possível ter uma situação de risco baixo se, apesar de a carga poluente ser elevada, a

vulnerabilidade do meio for reduzida. Pode também existir uma situação de baixo risco, se, independentemente da

vulnerabilidade (mesmo que seja elevada), a carga poluente for reduzida. Um meio de vulnerabilidade elevada e sujeito

a uma carga poluente elevada confere uma situação de risco elevado.

Os métodos para caracterização do risco podem ser de previsão ou de resposta. Os métodos de previsão podem

caracterizar o risco por dois processos: um que considera o cálculo, em separado, da vulnerabilidade e da carga

poluente; e outro que acopla a carga poluente e as características intrínsecas do meio. Os métodos de resposta usam a

composição da água subterrânea para afirmar se determinada área em análise tem boas ou más condições de

preservação das características actuais da qualidade da água, isto é, que o risco é baixo ou que o risco é elevado.

As actividades ou ocupações do solo onde se admite que hipotéticos acidentes poderão causar episódios de poluição

susceptíveis de contaminar, não só os meios hídricos superficiais, mas também as Massas de água

subterrâneasmassas de água subterrâneas, são as seguintes:

• Aterros sanitários mal isolados, lixeiras e fossas sépticas;

• Solos contaminados;

• Áreas industriais abandonadas, contendo substâncias perigosas;

• Áreas mineiras contendo substâncias perigosas ou radioactivas;

• Indústrias abrangidas pelos regulamentos PRTR (registo de emissões e transferências de poluentes) e IPPC

(regime de prevenção e controlo integrado da poluição);

• Pecuárias intensivas (explorações suinícolas e bovinas);

• Lagares e matadouros com processos de rejeição não adequados.

Os locais particularmente sensíveis à poluição acidental, são os seguintes:

• Áreas de implantação de captações de água subterrânea para abastecimento público, quer tenham ou não os

respectivos perímetros de protecção já delimitados;

• Áreas Sensíveis, de acordo com as definições adoptadas pelos diplomas legais:

- Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro (parques nacionais, reservas naturais, parques naturais,

monumentos naturais, paisagens protegidas e sítios de interesse biológico);

- Decreto-Lei n.º 227/98, de 17 de Julho (reservas marinhas e parques marinhos).

As áreas sujeitas a poluição acidental deverão ser classificadas em cinco graus de risco, tal como indicado no quadro

seguinte, definindo este de acordo com a confluência de proximidade de duas situações:

• Actividades/ocupações do solo potencialmente indutoras de picos de poluição, na sequência de hipotéticos

acidentes de origem natural ou artificial;

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• Locais especialmente sensíveis a tais picos de poluição, a saber, captações de água subterrânea para

abastecimento público e áreas protegidas.

Quadro 2.72 – Grau de risco dos focos potenciais de poluição acidental e áreas afectadas.

Grau de risco Focos de poluição acidental Áreas afectadas

Grau 1 Distância inferior a 1 km Captações de abastecimento público

Grau 2 Distância inferior a 1 km Áreas sensíveis

Grau 3 Distância inferior a 1 km Restantes áreas

Grau 4 Distância superior a 1 km Captações de abastecimento público

Grau 5 Distância superior a 1 km Áreas sensíveis e restantes áreas

A cartografia dos graus de risco de poluição acidental deverá ser elaborada da seguinte forma:

• Em torno de cada uma das actividades ou ocupações do solo onde se admite que hipotéticos acidentes

poderão causar episódios de poluição foi marcado um círculo com 1 km de raio;

• Os círculos ou as partes desses círculos que ficaram sobrepostos com as áreas de implantação de captações

de água para consumo humano foram classificados no Grau 1,

• Os círculos ou as partes desses círculos que ficaram sobrepostos com Áreas Sensíveis foram classificados no

Grau 2;

• Os círculos ou as partes desses círculos que não ficaram sobrepostos com nenhum dos locais anteriores foram

classificadas no Grau 3;

• As áreas de implantação de captações de água para consumo humano, quando não sobrepostas aos círculos

anteriores, foram classificadas no Grau 4;

• Todas as outras áreas não abrangidas, quer pelos círculos desenhados, quer pelas áreas de implantação de

captações de água para consumo humano e respectivos perímetros de protecção, foram classificadas no Grau

5.

De referir que o conceito de “áreas de implantação de captações” foi densificado mediante a adopção de um raio de 280

metros centrado no local da captação. Este valor é comparável com o valor máximo previsto para a zona de protecção

intermédia prevista no Decreto-lei n.º 382/99, de 22 de Setembro.

Além da metodologia acima apresentada, destinada á avaliação o risco de poluição acidental ligado a infra-estruturas

fixas, deverá ainda considerar-se o risco de poluição acidental durante o transporte de substâncias potencialmente

perigosas. Atendendo ao facto de as estradas serem os locais onde existe maior risco de ocorrência de acidentes de

poluição durante o transporte, apresenta-se uma metodologia para a definição desse risco, com base numa

simplificação do trabalho apresentado em Leitão et al. (2005).

Os autores apresentam um conceito de zonas hídricas sensíveis aos poluentes rodoviários que define zonas do domínio

hídrico interior - subterrâneo e superficial, de transição e costeiro que, pelas suas características físicas e químicas

intrínsecas, pelos seus usos e pelos ecossistemas que suportam constituem, separadamente ou cumulativamente,

áreas mais sensíveis à poluição gerada pela circulação rodoviária.

As zonas sensíveis são entendidas como áreas a proteger, para onde não se devem fazer descargas directas de águas

de escorrência de estradas (e, portanto, também muito sensíveis a derrames acidentais de quaisquer substâncias

estranhas à actividade rodoviária), e onde se devem implementar sistemas de tratamento adequados, promovendo a

diminuição da poluição proveniente das estradas para níveis aceitáveis, antes da descarga.

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A aplicação simplificada deste conceito, que tem por base a análise de um conjunto de características intrínsecas do

meio hídrico receptor, para uma análise expedita de riscos de poluição acidental, visa definir as estradas onde haverá

maior risco de poluição no caso de ocorrer um acidente, que correspondem a áreas intrinsecamente mais sensíveis e/ou

com restrições legais de uso relativas a estradas (zonas em risco) e áreas de menor risco (outras zonas).

A aplicação desta metodologia no contexto do PBH diz respeito apenas à componente de águas subterrâneas, e foi

efectuada através da aplicação do fluxograma da figura seguinte (adaptado de Leitão et al., 2005).

As situações contempladas no fluxograma são brevemente explicadas nos parágrafos seguintes.

As duas situações concretas onde passou a ser proibida a construção de estradas, atendendo à necessidade de

protecção dos recursos hídricos subterrâneos são: a zona de protecção imediata de captações de águas subterrâneas

para abastecimento público e de captações que exploram recursos hidrominerais, Decretos-Lei n.º 382/99, de 22 de

Setembro, e Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, respectivamente. As estradas que se encontram nessa situação

(construídas antes destes decretos serem publicados) são consideradas zonas de risco.

Para a caracterização da sensibilidade do meio hídrico subterrâneo aos poluentes rodoviários devem-se distinguir as

áreas hidrogeológicas de importância regional, classificadas em sistemas aquíferos e outras formações hidrogeológicas.

São as primeiras que merecem uma atenção especial na medida em que habitualmente constituem fontes de

abastecimento privilegiadas.

Fonte: Adaptado de Leitão et al., 2005

Figura 2.14 – Fluxograma para a definição de zonas em risco de poluição rodoviária, componente águas subterrâneas.

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As principais características do meio hídrico subterrâneo, que condicionam a maior ou menor facilidade de migração dos

poluentes, são a capacidade de infiltração e de circulação da água no meio. Consideram-se duas hipóteses:

• A existência de meios carsificados ou muito fissurados, onde as fracturas se encontram interligadas e

contínuas em profundidade, aflorando estes meios à superfície;

• Os restantes meios.

Nos primeiros existem caminhos preferenciais de infiltração profunda, facilitando a chegada de qualquer poluente à

zona saturada, desde que haja água de recarga, pelo que constituem zonas em risco.

Embora os meios carsificados e os muito fissurados constituam meios de evidente sensibilidade à poluição, há outras

situações hidrogeológicas onde a elevada facilidade de infiltração pode determinar a classificação de zonas em risco. As

áreas de infiltração máxima são um dos exemplos e as zonas com o nível piezométrico temporariamente muito próximo

da superfície, outro.

As áreas de infiltração máxima, tal como vêm definidas no Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, são todas as áreas

em que, devido a natureza do solo e do substrato geológico e ainda às condições de morfologia do terreno, a infiltração

das águas apresenta condições favoráveis, contribuindo assim para a alimentação dos lençóis freáticos. Para a

delimitação destas áreas deverá ser utilizado o índice IFI (Índice de Facilidade de Infiltração), desenvolvido por Oliveira

e Lobo Ferreira (2002). Esta metodologia será descrita no capítulo 2.4.2.3.

Finalmente importa ainda considerar para a definição de zonas em risco, os condicionamentos legais relativos à

protecção dos usos de águas subterrâneas. Assim, de acordo com o Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março, relativo aos

recursos hidrominerais (águas minerais naturais ou águas mineroindustriais), é proibida a construção de estradas na

zona de protecção intermédia, "salvo quando devidamente autorizadas pela entidade competente da Administração, se

da sua prática, comprovadamente, não resultar interferência no recurso ou dano para a exploração" (Artigo 43.º). Este

perímetro é uma zona sensível, a não ser que o contrário seja provado, com base em estudos hidrogeológicos e de

vulnerabilidade à poluição.

Para a elaboração desta cartografia, deverá ser utilizada a escala com 4 classes de risco apresentada no quadro

seguinte, adaptada do índice IFI. Salienta-se ainda que deverão ser identificadas todas estas situações numa zona com

1km adjacente às estradas e que devem ser classificadas como “zonas em risco” as correspondentes às classes Alto e

Muito Alto.

Quadro 2.73 – Grau de risco de poluição acidental e respectivas classes.

Grau de risco Classes

Baixo 3 a 15

Médio 16 a 20

Alto 21 a 25

Muito alto 26 a 30

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2. CARACTERIZAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA

2.1. MASSAS DE ÁGUA DE SUPERFÍCIE

2.1.1. Tipologia

2.1.1.1. Rios

Relativamente às MA da categoria Rios, Portugal pertence à Eco-região

Ibérico-Macaronésica. Relativamente à rede hidrográfica existente, foram

apenas considerados todos os cursos de água cuja bacia de drenagem é

igual ou superior a 10 km2 e as MA com comprimento superior a 2 km. No caso de cursos de água de dimensão inferior,

ou (i) foram incluídos em MA contíguas com a mesma classe de dimensão de bacia de drenagem, atribuindo-se-lhe o

tipo da MA a jusante caso o curso seja de cabeceira, ou (ii) se a MA correspondente tiver bacia drenante pequena e

confluir com outra de dimensão superior, esta não é considerada, sendo eliminada (INAG, I.P., 2008).

A tipologia de rios resultou da aplicação do Sistema B (Anexo II, DQA) e da sua validação biológica ou seja, da (i)

selecção dos factores facultativos, (ii) de análise estatística multivariada (ordenação e classificação) das variáveis

quantitativas climáticas e morfológicas para a identificação de regiões morfoclimáticas, (iii) da intercepção do resultado

obtido com a geologia e dimensão da bacia de drenagem, (iv) do confronto, para efeitos de validação da tipologia

abiótica, com informação biológica das comunidades de invertebrados bentónicos, diatomáceas (fitobentos), macrófitos

e peixes, obtida em campanhas de amostragem promovidas pelo INAG em locais considerados de referência, nas

Primaveras de 2004 a 2006.

Obtiveram-se 15 tipos de rios em Portugal Continental, estando apenas dois representados nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, apresentando-se no Quadro 2.74 as suas características gerais (INAG, I.P., 2008).

Mapa 34 – Tipos de Rios.

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Quadro 2.74 – Principais características dos tipos da categoria Rios existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste (INAG, I.P., 2008).

Tipos A

ltitu

de (m

)

Latit

ude

(º)

Long

itude

(º)

Áre

a de

dr

enag

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m2 )

Geo

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rtil)

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Tem

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anu

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C)

Am

plitu

de

térm

ica

méd

ia

anua

l (ºC

)

Rios Montanhosos do Sul (S2)

175,00 ± 146,91

37º 16’ N a 39º 31’ N

7º 14’ W a 9º 26’ W

451 ou < 10

Siliciosa e Calcária, de

baixa, intermédia e

elevada mineralização

200 a 300 742,75 ± 84,90

15,35 ± 0,33 9,26 ± 0,47

Rios do Litoral Centro (L)

43,50±44,22 38º 50’ N a 40º 42’ N

8º 21’ W a 9º 26’ W

5386 ou < 10

De baixa a elevada

mineralização 150 e 400 940,76 ±

118,09 14,77 ±

0,32 9,83 ± 1,05

2.1.1.2. Lagos

Não existem lagos naturais nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

2.1.1.3. Águas de transição

Não existem massas de água de transição nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

2.1.1.4. Águas costeiras

Portugal inscreve-se na Eco-região do Atlântico Norte. O desenvolvimento da

tipologia baseou-se no Sistema B (Anexo II, DQA) por se adequar mais à

realidade nacional, tendo em consideração que o número de tipos deveria

ser relativamente reduzido, reflectindo, contudo, com rigor a diversidade de sistemas existentes. Para efeitos

metodológicos de identificação tipológica foram apenas considerados os sistemas de águas costeiras mais relevantes,

ou seja com mais de 1 km2 (Bettencourt et al., 2003). Aos sistemas de menores dimensões foram criteriosamente

atribuídas tipologias dentro das identificadas para os sistemas maiores de 1km2.

De acordo com Bettencourt et al. (2003) as tipologias das águas costeiras foram definidas recorrendo a duas

metodologias sequenciais: i) análise pericial (“top-down”); e ii) análise de clusters (“bottom-up”).

Na análise pericial os sistemas maiores de 1 km2 foram agrupados em tipos com base numa caracterização conjugada

dos factores obrigatórios com os factores facultativos seleccionados. O agrupamento dos sistemas em tipos baseou-se

na caracterização dada pelos diversos factores descritores comuns. A lista preliminar de tipologias assim obtida foi

amplamente revista e discutida por peritos nacionais e consultores internacionais até se atingir uma lista final

consensual.

Para a análise de clusters recorreu-se à DISCO (Deluxe Integrated System for Clustering Operations), utilizando os

mesmos tipos de factores obrigatórios e facultativos definidos na análise pericial. O número inicial de clusters foi

designado como sendo o mesmo número de tipos obtido na análise pericial.

Foram identificados cinco tipos de águas costeiras, dois relativos a lagoas e três de costa aberta em Portugal

continental, dos quais somente três ocorrem nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste: o tipo A3 Lagoa Mesotidal

semi-fechada, representado pela Lagoa de Óbidos, e os tipos A5 e A6 de costa aberta ou seja, Costa Atlântica

Mesotidal Exposta e Costa Atlântica Mesotidal Moderadamente Exposta, respectivamente, cujas características

principais se encontram no Quadro 2.75 (Bettencourt, et al., 2003).

Mapa 35 – Tipos de águas costeiras.

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Quadro 2.75 – Principais características dos tipos para a categoria águas costeiras nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste (Bettencourt, et al., 2003).

Latitude (º) Longitude (º) Regime de Marés (m) Salinidade (‰) Exposição às

vagas Forma Profundidade (m)

A3 Lagoa mesotidal semi-fechada

39º 26' N - 38º 05' N

09º 13' W - 08º 47' W

Mesotidal (2 m)

Mesohalina * - Semi-fechada Pouco

profunda (<2 m)

A5 Costa Atlântica mesotidal exposta

41º 50' N - 39º 21' N

08º 41' W - 09º 24' W

Mesotidal (3,3-3,5 m) Euhalina (35) Exposta - -

A6 Costa Atlântica mesotidal moderadamente exposta

39º 21' N - 37º 04' N

09º 24' W - 08º 40' W

Mesotidal (3,4-3,5 m) Euhalina (35) Moderadamente

exposta - -

No Quadro 2.76 apresenta-se em síntese, para cada categoria de MA, os tipos que ocorrem nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.76 – Número de tipos existentes por categoria de MA nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Categoria Número de Tipos Designação dos Tipos

Rios 2 Rios Montanhosos do Norte (M)

Rios do Litoral Centro (L)

Águas Costeiras 3

A3 – Lagoa Mesotidal Semi-fechada

A 5 – Costa Atlântica Mesotidal Exposta

A 6 – Costa Atlântica Mesotidal Moderadamente Exposta

2.1.2. Delimitação

A delimitação das MA baseou-se nos princípios fundamentais da DQA (CIS-WFD, 2003), tendo sido desenvolvida no

âmbito do Relatório Síntese sobre a Caracterização das Regiões Hidrográficas previstas no Artigo 5.º da DQA:

• considerar uma MA como uma subunidade das bacias hidrográficas para a qual os objectivos ambientais

possam ser aplicados, ou seja, para a qual o estado possa ser avaliado e comparado com os objectivos

estipulados;

• permitir associar um único estado a cada MA (homogeneidade de estado), sem contudo conduzir a uma

fragmentação de unidades difícil de gerir.

Em síntese, procurou-se minimizar a delimitação das MA, identificando uma nova MA apenas quando se verificaram

alterações significativas do seu estado.

A metodologia utilizada baseou-se na aplicação sequencial de factores gerais, comuns a todas as categorias de águas,

e na aplicação de factores específicos a cada categoria, quando justificável. Os factores gerais aplicados na delimitação

das MA de superfície foram os seguintes:

• Tipologia – critério base fundamental;

• Massas de água Fortemente Modificadas (MAFM) ou Massas de água Artificiais (MAA);

• Pressões antropogénicas significativas;

• Dados de monitorização físico-química;

• Dados biológicos existentes.

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2.1.2.1. Rios e águas costeiras

No caso da categoria Rios, e após a delimitação resultante da tipologia e da identificação das MAFM ou MAA, face à

escassez de dados biológicos, a delimitação foi concluída essencialmente com base em descritores de qualidade físico-

química.

Para o efeito, foram estabelecidos gradientes de impacto das pressões antropogénicas sobre as MA, baseados nas

concentrações dos nutrientes que afectam o estado trófico (azoto e fósforo) e nas concentrações de matéria orgânica

que afectam as condições de oxigenação. Procedeu-se de forma iterativa à delimitação de uma nova MA sempre que

parâmetros físico-químicos variavam significativamente devido ao impacto das pressões, mais precisamente, quando os

parâmetros colocavam as MA em risco, ou seja, quando violavam as concentrações consideradas adequadas para um

bom suporte dos elementos biológicos. Os dados de monitorização das estações de amostragem contribuíram para

aferir o estado de qualidade das MA, com recurso a um conjunto mais vasto de parâmetros, incluindo poluentes

específicos e substâncias prioritárias e outros poluentes (SPOP).

Com base em análise pericial, as MA foram sendo iterativamente agrupadas de modo a conduzir a um número mínimo

de MA que permitisse estabelecer normas de qualidade ambiental.

Para as águas costeiras, e considerando apenas o tipo A3, a metodologia utilizada foi desenvolvida no âmbito do

Projecto MONAE (www.monae.org) constando de Ferreira et al. (2006). A metodologia teve por base a conjugação de

dois grupos de factores distintos: (i) as características naturais que afectam o impacto das pressões antropogénicas e o

estado ecológico das MA (factores específicos), tais como a morfologia e a salinidade, e (ii) as pressões antropogénicas.

Para as características naturais, aplicou-se um factor adimensional que reflecte a influência da geometria da coluna de

água nos processos ecológicos e efectuou-se um zonamento da salinidade em três classes, que estabelecem o

gradiente entre águas doces e marinhas, após o qual foram aplicados métodos de agregação para minimizar o número

de MA obtidas através do factor das características naturais.

No que se refere às pressões antropogénicas, foram estimadas cargas afluentes de azoto e fósforo a partir da carta

CORINE Land Cover digital e na estimativa da concentração de nutrientes limitativa para a produção primária (razão

Redfield). Um coeficiente de adimensionalização foi utilizado para agregar MA contíguas com níveis de pressão

semelhantes. O estado de qualidade dos sistemas foi utilizado para agregação das MA assim delimitadas, com base

nas concentrações em oxigénio dissolvido e clorofila a.

Foi utilizada uma análise pericial para harmonização final da delimitação obtida pelos dois grupos de factores, com o

objectivo de reduzir a um número mínimo de MA em cada sistema.

Para as tipologias de costa aberta, tipos A5 e A6, o principal critério foi a existência de estruturas morfológicas naturais

(estuários) que exportam água doce para as MA costeiras e as cargas antropogénicas a ela associadas.

Considerando a influência dos estuários, as MA costeiras foram classificadas em dois grupos: (i) MA costeiras

adjacentes a estuários e lagoas costeiras com comunicação permanente com o mar, que recebem quantidades

significativas de águas doces ao longo de todo o ano e descargas de poluentes associadas; (ii) MA costeiras que

demonstram evidência de não serem significativamente influenciadas por afluências de águas e sólidos suspensos

resultantes de acções antropogénicas.

A metodologia utilizada na delimitação geográfica das áreas de influência dos estuários sobre as zonas costeiras

baseou-se em: perfis de salinidade, perfis de concentração em sólidos suspensos, concentração de contaminantes no

meio aquático e nos sedimentos, para identificação da extensão das plumas de poluentes.

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Dado que se considerou que as pressões antropogénicas directas sobre as outras MA costeiras como, por exemplo,

emissários submarinos, não eram suficientemente significativas para alterar o estado ecológico, a identificação das MA

deste grupo foi efectuada tendo em consideração as variações tipológicas e a delimitação das regiões hidrográficas.

No Quadro 2.77 encontra-se a distribuição das MA de superfície por categoria nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste, e nos Quadros 2.78 e 2.79 distribuição das MA por tipo.

Quadro 2.77 – Distribuição das MA naturais de superfície por categoria nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Rios Águas Costeiras

N.º de MA 33 4

Extensão (km) ou Área (km2) 538 km 2 806 km2

Quadro 2.78 – Número de MA por tipo de rio e representatividade dos tipos nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Tipologia de MA N.º de MA

Proporção do total de MA (%)

Comprimento total das MA (km)

Comprimento médio das MA (km)

Área total das bacias das MA (km2)

Área média das bacias das MA (km2)

Rios Montanhosos do Sul (S2) 1 3 11 11 50 50

Rios do Litoral Centro (L) 32 97 527 16 2 063 64

Total 33 100 538 - 2 113 -

Quadro 2.79 – Número de MA costeiras e representatividade nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Tipo de Águas Costeiras N.º de MA

% do número total de MA

Área total das MA (km2)

Área média das MA (km2)

Área total das Bacias (km2)

Área média das Bacias (km2)

A3 Lagoa Mesotidal Semi-Fechada 2 50 8 4 46 23

A5 Costa Atlântica Mesotidal Exposta 1 25 2 003 2 003 68 68

A6 Costa Atlântica Mesotidal Moderadamente Exposta

1 25 795 795 25 25

Total 4 100 2806 - 139 -

2.1.2.2. Massas de água Fortemente Modificadas

A identificação das MAFM, realizada no âmbito do cumprimento do Artigo 5.º

da DQA, assim como a sua posterior designação, foram realizadas de acordo

com o procedimento iterativo estabelecido no Guidance Document N.º 4.

Identification and Designation of Heavely Modified and Artificial Water Bodies (CIS_WFD, 2003) tendo-se verificado a

sua identificação e designação sempre que:

• existiam alterações hidromorfológicas significativas derivadas de alterações físicas resultantes da actividade

humana;

• as alterações hidromorfológicas não permitiam atingir o bom estado ecológico;

• verificava-se a alteração substancial do carácter da MA devido a essas alterações hidromorfológicas;

• a introdução das alterações nas características hidromorfológicas dessa MA, necessárias para atingir o bom

estado ecológico:

- tinha efeitos adversos sobre o ambiente em geral e/ou sobre os usos a que se destinava essa MA e/ou

sobre outras actividades igualmente importantes para o desenvolvimento sustentável;

Mapa 36 – Massas de água fortemente modificadas.

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- os objectivos benéficos associados a essas alterações não podiam ser atingidos por outros meios que

representassem uma melhor opção ambiental por razões de exequibilidade técnica ou custos

desproporcionados.

a) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens

As MA da categoria Rios localizadas a jusante das barragens foram designadas como fortemente modificadas quando

se verificava uma redução ou alteração significativa do escoamento. Esta avaliação foi realizada com base na análise

das curvas de duração de caudais e no caudal modelar nas situações de pré-barragem e pós-barragem, recorrendo aos

dados hidrológicos disponíveis no SNIRH.

Nos casos em que não existiam dados hidrológicos, ou que os dados não eram suficientes, a designação dos troços a

jusante de barragens como MAFM teve lugar quando:

• se constatou uma alteração/redução significativa dos caudais no curso de água a jusante da barragem;

• não estava implementado um regime de caudais ecológicos adequado;

• o comprimento da MA, definida até à confluência com uma MA com área de bacia de drenagem superior a

50 km2, era superior a 2 km (dimensão mínima de uma MA da categoria Rios), e homogéneo em termos de

tipologia.

Foi também considerado como critério a presença de uma passagem para peixes (PPP).

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foi designada uma MA fortemente modificada da categoria Rios, a

jusante da barragem de São Domingos. Este rio pertence ao tipo Rios do Litoral Centro, e possui, sensivelmente, 4 km

de extensão e 5 km2 de área de bacia da MA.

b) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens,

designados como albufeiras

Os troços a montante de barragens foram designados por MAFM,

designados por albufeiras, quando estas tinham usos considerados no

Artigo 4.º da DQA e uma área inundada superior a 0,39 km2.

Para a identificação dos tipos de albufeiras foi aplicado o sistema B proposto para a categoria lagos, sendo estas as MA

a que as albufeiras mais se assemelham (Anexo II, DQA). Estas MA dividem-se em três tipos: Albufeiras do Norte,

Albufeiras do Sul, e Albufeiras do Curso Principal.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foi designada uma MAFM da categoria Rios, troços a montante de

barragens, designada por Albufeira de São Domingos, pertencente ao tipo Sul (Quadro 2.80). Esta MA possui,

sensivelmente, uma área inundada de 0,44 km2 e uma área de bacia da massa de água de 8 km2.

Quadro 2.80 – Principais características (média aproximada ou tendência) das albufeiras do tipo Sul, correspondente à

albufeira de São Domingos.

Alti

tude

(m)

Áre

a de

dre

nage

m

(km

2 )

Volu

me

(hm

3 )

Geo

logi

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l (m

m)

Tem

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tura

méd

ia

anua

l (ºC

)

Tipo 2 Sul

120 300 Variável Siliciosa;

média mineralização

6 40 100 700 16

Mapa 37 – Tipos de Rios a montante de barragens (albufeiras).

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2.1.2.3. Massas de água artificiais

Uma MA é considerada artificial quando foi criada pela actividade humana

em áreas onde antes não existia qualquer plano de água.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste existe apenas uma MAA,

correspondendo ao canal da rede primária do perímetro de rega público da Cela, com um total de aproximadamente

11 km de extensão.

2.1.3. Condições de referência

2.1.3.1. Rios

As condições de referência para a generalidade dos tipos de rios foram definidas considerando locais de referência para

cada tipo, seleccionados de acordo com critérios comuns (CIS-WFD, 2003). Estes locais encontram-se distribuídos por

todo o território nacional, uma vez que os tipos foram estabelecidos para a sua globalidade, tendo sido amostrados uma

vez na Primavera, no período 2004-2006. Foram amostrados todos os elementos biológicos previstos na DQA,

macrófitos e fitobentos, macroinvertebrados bentónicos, peixes. O fitoplâncton apenas foi amostrado no tipo “Grande rio

do Centro” dado que se considerou que este elemento biológico não tem expressão nos restantes tipos de rios, devido

ao regime hidrológico marcadamente torrencial que os caracteriza, inviabilizando o estabelecimento de uma

comunidade estável fitoplanctónica.

Foram considerados métodos de amostragem definidos à escala nacional, pelo INAG, com base nas normas CEN

(European Committee for Standardization).

No caso dos tipos para os quais se dispunha de poucos locais de referência, foram também considerados os “melhores

locais disponíveis” recorrendo a informação histórica e a análise pericial.

As condições de referência são traduzidas pelos valores de referência de cada índice ou métrica para a caracterização

dos elementos biológicos e para a caracterização dos elementos hidromorfológicos de suporte e valores de referência

para os elementos químicos e físico-químico de suporte do estado ecológico, que constam dos Critérios para a

Classificação do Estado das Massas de Água Superficiais (INAG, I.P., 2009).

2.1.3.2. Águas costeiras

As condições de referência para esta categoria de MA ainda não foram estabelecidas, estando estas a serem

desenvolvidas pelo INAG no âmbito do Projecto EEMA (Avaliação do Estado Ecológico das MA Costeiras e de

Transição e do Potencial Ecológico das MAFM)7.

2.1.4. Síntese

No Quadro 2.81 apresenta-se uma síntese do número de MA e de cada área

ou da extensão total para cada categoria, nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste.

7 Financiado pelo Fundo de Coesão no âmbito do Eixo Prioritário III (Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos), Domínio de

Combate à Erosão e Defesa Costeira, do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT)

Mapa 38 – Massas de água artificiais.

Mapa 39 – Massas de água superficiais e respectivas bacias de drenagem.

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Quadro 2.81 – Números de MA e respectiva área ou extensão total por categoria nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste.

MA Categoria Número de MA Área total das MA (km2) Extensão total das MA (km)

Naturais (n = 37)

Rios 33 - 538

Costeiras 4 2 806 -

Total MA Naturais 37 2 806 538

MAFM (n = 2)

Rios (Troços a Jusante de Barragens)

1 - 4

Rios (Troços de rio a montante de

Barragens – Albufeira) 1 0,44 -

Total MAFM 2 0,44 4

MAA (n=1) Rios 1 - 11

Total MAA 1 - 11

TOTAL 40 2 806 553

2.2. MASSAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEAS

2.2.1. Delimitação das massas de água

A metodologia preconizada para identificação e delimitação das MA foi definida a nível de Portugal Continental pelo

INAG, I.P. no âmbito da elaboração do Relatório Síntese sobre a Caracterização das Regiões Hidrográficas prevista na

no Artigo 5.º da DQA.

Do conjunto de 11 MA subterrâneas referidas no capítulo 1.4.3, apenas 8 estão afectas às bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste. Conforme disposto no n.º 2 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 347/2007, de 19 de Outubro, existem duas

MA subterrâneas em parte localizadas na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste cuja gestão foi atribuída à

região hidrográfica do Tejo (RH5), e uma massa de água subterrânea atribuída à região hidrográfica do Vouga,

Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste – bacia hidrográfica do Lis, respectivamente Pisões–Atrozela, Bacia do Tejo–Sado /

Margem Direita e Vieira de Leiria–Marinha Grande.

Estas três MA são caracterizadas em pormenor nos Planos das respectivas regiões hidrográficas. Relativamente à MA

Vieira de Leiria–Marinha Grande e atendendo à área significativa que ocupa na área das bacias das hidrográficas

ribeiras do Oeste, será apresentada neste PBH a inventariação das pressões naturais e incidências antropogénicas

significativas.

2.2.2. Caracterização das massas de água

2.2.2.1. Área de drenagem das massas de água subterrâneas

Como área de drenagem considera-se a área de afloramento da massa de água subterrânea acrescida da área

adjacente à mesma onde o escoamento directo se faz para dentro dos seus limites, através ou não de uma rede de

drenagem superficial, e onde, devido às características de infiltração dos solos sobrejacentes à massa de água

subterrânea, esse escoamento directo se poderá infiltrar recarregando os aquíferos.

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Considera-se que em todas as MA subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste as áreas de

drenagem coincidem com as áreas de afloramento das massas de águas, excepto para a MA do Paço. Dada a reduzida

dimensão desta MA, considera-se relevante a área das vertentes que podem originar escoamento directo para o interior

do vale tifónico que caracteriza a referida MA.

O quadro seguinte representa as áreas de drenagem das massas de água subterrâneas.

Quadro 2.82 – Áreas de drenagem das MA subterrâneas.

Designação da massa de água Área Total (km2) Área de drenagem fora da massa de água (km2)

Área total de drenagem (Km2)

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 1801,41 - 1801,41

Maceira 5,1 - 5,1

Alpedriz 92,5 - 92,5

Maciço Calcário Estremenho 767,6 - 767,6

Paço 6,39 0,54 6,93

Cesareda 16,82 - 16,82

Torres Vedras 79,83 - 79,83

Caldas da Rainha-Nazaré 166,04 - 166,04

A figura seguinte representa a área de drenagem da MA subterrânea do Paço.

Figura 2.15 – Área de drenagem da MA subterrânea do Paço.

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2.2.2.2. Características gerais dos estratos da área de drenagem

Do ponto de vista geológico, as MA subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste apresentam uma

enorme variabilidade de tipos litológicos, englobando formações geológicas desde o Jurássico inferior até à actualidade.

Esta variabilidade conduz à existência de MA com características e comportamento hidrogeológico distintos (Quadro

2.83).

Quadro 2.83 – Tipos litológicos existentes nas massas de água subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste.

Massa de água Estatigrafia Litologia

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

Lagoa de Óbidos Cretácico inferior Arenitos cauliníferos com calhaus rolados e leitos de argilas e raramente com leitos conglomeráticos.

Pataias Jurássico médio Calcários e margas arenosas.

Vale de Lobos Cretácico inferior Arenitos finos cauliníticos associados a leitos de argilas.

Pero Pinheiro Cenomaniano Calcários.

Montejunto Jurássico superior

Calcários de Ota e Monte Redondo: são calcários recifais e calcários compactos. Calcários Corálicos de Amaral: calcários, por vezes com intercalações de grés calcário e argilas. Camadas de Abadia: margas e argilas com intercalações de grés calcários, argilas margosas, arenitos, conglomerados e calcários recifais. Camadas de Montejunto: calcários sublitográficos, calcários oolíticos, margas e calcários margosos. Camadas de Cabaços: calcários, calcários margosos, calcários detríticos, margas conglomeráticas, margas.

Jurássico médio Calcários margosos, calcários dolomíticos, calcários, calcários dolomitizados, dolomitos.

Maceira Jurássico médio

Calcários, calcários margosos, calcários xistosos, calcários margosos compactos com intercalações xistosas a argilosas, margas.intercalações xistosas a argilosas, margas.

Jurássico inferior Dolomias e calcários dolomíticos, calcários margosos, calcários, calcários ferruginosos, margas, margas xistosas, margas dolomíticas.

Alpedriz

Pliocénico Complexo predominantemente arenoso

Miocénico Argilas arenosas, grés argilosos, argilas, areias argilosas e na base um grés consolidado com leitos argilosos.

Cretácico superior (Turoniano)

Margas, calcários, calcários margosos, grés margosos muito finos, margo-calcários, alternância de calcários com margas, calcários siliciosos, grés calcários muito finos. Calcários ferruginosos.

Cretácico superior (Cenomaniano)

Calcários margosos com intercalações de calcários compactos, margo-calcários, calcários, dolomias pulverulentas, calcários dolomitizados e gresosos, alternâncias de calcários compactos e margas.

Cretácico inferior Conglomerados e grés

Maciço Calcário Estremenho Jurássico superior Argilas, margas, calcários, calcários cristalinos.

Jurássico médio calcários margosos, calcários argilosos, calcários cristalinos, calcários dolomíticos, calcários detríticos, etc.

Paço Plio-Plistocénico Areias e argilas

Cesareda Jurássico superior Calcários, calcários margosos, calcários areníticos, margas, margas

conglomeráticas, conglomerados calcários.

Jurássico médio Calcários, calcários siliciosos, calcários margosos, calcários margo-xistosos, calcários oolíticos.

Torres Vedras Jurássico superior a Cretácico inferior

Arenitos feldspáticos cauliníferos a ferruginosos de granulometria variável, mal calibrados, por vezes compactos, com abundantes intercalações de argilas e siltes.

Caldas da Rainha–Nazaré Plio–Plistocénico Areias por vezes com burgaus e calhaus, areias argilosas, grés argilosos com calhaus, calcários gresosos, conglomerados, argilas, intercalações de lignitos e diatomitos.

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No que respeita à caracterização hidrogeológica das massas de água, apresenta-se no quadro seguinte uma síntese da

caracterização da transmissividade, com os dados de Almeida et al. (2000) e de Oliveira et al. (2001). Os valores

apresentados foram, na sua maioria, estimados a partir dos caudais específicos. Só em alguns casos foi possível obter

valores de transmissividade determinados em ensaios de bombagem.

Apresenta-se também no quadro seguinte a caracterização da produtividade das Massas de água subterrâneasmassas

de água subterrâneas utilizando o caudal de exploração das captações de água subterrânea. Tendo em vista uma

classificação dos sistemas hidrogeológicos em três classes da produtividade, adoptaram-se os seguintes intervalos:

• Produtividade alta: mediana ≥ 6 l/s;

• Produtividade média: mediana ≥ 1 l/s e < 6 l/s;

• Produtividade baixa: mediana < 1 l/s.

Refira-se que, desenvolvendo-se as massas de água em profundidade, os valores de produtividade dependem sempre

da geometria da captação (profundidade e posição dos ralos), e do processo de construção e desenvolvimento da

captação, pelo que os valores apresentados podem estar a captar profundidades diferentes e, como tal, representar

características diferentes da mesma massa de águas subterrâneas.

Quadro 2.84 – Caracterização da transmissividade e da produtividade das massas de água subterrâneas.

Massa de água Transmissividade (m2/dia) Produtividade (l/s)

Mediana Mínimo Máximo N.º de determinações Mediana Mínimo Máximo N.º de

determinações Classe

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste - 1(2) 3000(2) 36 - 0,0 117 > 260 (Baixa a

Alta)

Maceira – 150(1) 350(1) Várias - 2,2 17,8 3 (Média a Alta)

Alpedriz 3(1) 4(1) 156(1) 16 2,2 0,44 15 34 Média

Maciço Calcário Estremenho - 1(1) 4800(1) Várias 0,8 0 20 28 Baixa

Paço 68(1) 10(1) 1250(1) 28 8,3 2,2 34,7 32 Alta

Cesareda – 41(2) 520(2) 5 - 2,8 25 4 (Média a Alta)

Torres Vedras – 2,5(1) 400(1) 67 6,0 2,0 20,0 25 Alta

Caldas da Rainha–Nazaré

Sector das Caldas da Rainha

– 30(1) 450(1) Várias 10,0 1,1 36,0 60 Alta

Sector da Nazaré – 8(1) 570(1) 26 11,8 3 20 10 Alta

(1) estimada com base no caudal específico. (2) estimada com base no caudal específico ou em ensaio de bombagem. ( ) – valores entre parêntesis não são estatisticamente relevantes dado o reduzido número de observações realizado. Fonte: Almeida et al., 2000; Oliveira et al., 2001

Nas MA afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste predomina a classe de produtividade Alta (mediana>6 l/s),

seguida da classe Média a Alta (mediana ≥ 1 l/s e < 6 l/s), tal como ilustra a figura seguinte.

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Figura 2.16 – Percentagem (%) de MA subterrâneas por classes de produtividade.

Em termos de modelo conceptual do funcionamento hidrogeológico, de um modo geral, considera-se que todas as MA

subterrâneas têm como principal entrada de água a infiltração directa da água da chuva, podendo ainda existir recarga

através do escoamento subterrâneo lateral proveniente de massa de águas subterrâneas adjacentes, dos excedentes

de rega, das perdas de águas nas redes de distribuição e de saneamento e, em casos pontuais, entrada de água a

partir da infiltração de cursos de águas superficiais.

As principais saídas das massas de água subterrâneas serão em direcção aos cursos de águas superficiais que as

drenam e, no caso das massas de água subterrâneas costeiras em direcção ao mar. As saídas das massas de água

subterrâneas podem ocorrer por evapotranspiração nos locais onde os níveis freáticos se encontram muito próximos da

superfície. Podem também ocorrer por escoamento subterrâneo lateral, que a existir deverão ser localizados. Nas zonas

de contacto com a água do mar pode haver situações de intrusão marinha, que não se prevêem importantes.

Particularizam-se algumas situações por massa de água subterrâneas:

• Orla ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste: regiões hidrogeologicamente muito

variáveis, divididas em diferentes sectores admissivelmente com funcionamentos hidrogeológicos distintos;

• Maceira: Não é possível definir direcções de fluxo pondo-se a hipótese de que existam descargas difusas para

os sedimentos que envolvem o sistema;

• Alpedriz: A descarga do aquífero parece realizar-se para Oeste do sistema aquífero; Sul de Leiria; o vale do

Lis; a ribeira da Caranguejeira. Em termos de direcções de fluxo, e considerando tanto a distribuição das zonas

de descarga e estando as principais áreas de recarga situadas nos sectores S e SE do sistema aquífero,

poderá levantar-se a hipótese de que existam sectores com fluxos levemente distintos:

- Um sector ocidental cujo fluxo geral seja para W ou NW, pois existem descargas naturais no extremo

W deste sistema;

- Um sector oriental onde o fluxo se faça para NE, em direcção às zonas de descarga natural sitas a Sul

de Leiria, no vale do Rio Lis e na Ribeira de Caraguejeira (Almeida et al., 2000);

• Maciço Calcário Estremenho: As nascentes por onde se fazem as descargas deste sistema estão com

frequência associadas a cursos de água que têm, deste modo, origem neste maciço, recebendo as águas da

sua drenagem subterrânea. De acordo com Crispim (2010):

- À bacia hidrográfica do Lis estão associadas: as nascentes do Lis que drenam directamente o bloco

de calcários e calcários margosos do Jurássico médio e superior do Planalto de S. Mamede; as

12%

12%

13%

25%

38% Baixa

Baixa a alta

Média

Média a alta

Alta

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nascentes de Reixida que drenam, directamente ou através das formações margo-calcárias do

Jurássico superior, não só estas formações mas também algumas áreas do Planalto de S. Mamede;

as nascentes de Fonte dos Marcos e Rio Seco, que são também responsáveis pela drenagem de

sectores menores dos afloramentos calco-margosos do Jurássico superior a oeste da falha do

Reguengo; as nascentes do vale do Alcaide (drenam já sectores do podlje de Alvados); as nascentes

da Fórnea, que drenam apenas pequena faixa de terrenos ao longo da Costa de Alvados; as

nascentes do Lena (de que se destaca a do Olho de Água da ribeira de Cima), recebem águas de

uma parte da terminação setentrional do Planalto de Santo António e da parte Norte da depressão da

Mendiga;

- Às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste estão associadas as nascentes de Chiqueda, cuja

influência se deve estender a grande parte da Serra dos Candeeiros, com excepção da parte Sul;

- À bacia hidrográfica do Tejo estão associadas: a nascente do Almonda, cuja área de drenância,

atribuída com base em pressupostos geológicos, não parece em conformidade com o seu caudal e

produção anual; a nascente dos Olhos de Água do Alviela, que além de drenar grande parte do

Planalto de Santo António, estende também a sua influência ao Planalto de S. Mamede, através do

Polje de Minde, como comprovam traçagens efectuadas (Crispim, 1986 e Crispim, 1995), tendo a

bacia drenada por esta nascente cerca de 180 km2 (Crispim & Lopes 2007); a nascente de Vila

Moreira, que compartilha águas com as nascentes do Alviela e Almonda, como também foi

comprovado por traçagens (Crispim, 1995); a nascente do Olho de Água de Alcobertas, que drena o

bloco de calcários e calcários margosos do Jurássico superior da depressão da Mendiga, embora com

caudal reduzido; as várias nascentes das Bocas de Rio Maior, às quais deve ser atribuída uma área

compreendendo a terminação meridional da Serra dos Candeeiros e a sua continuação para Sul sob

os sedimentos detríticos mesocenozóicos.

Em termos de circulação e descargas, admite-se a possibilidade, não comprovada, de que o sistema

aquífero da Bacia do Tejo-Sado/Margem Direita recebe água por escoamento subterrâneo lateral

proveniente do Maciço Calcário Estremenho.

• Paço: As direcções de fluxo – para o nível produtivo superficial – são, na maior parte do sistema aquífero,

orientadas de S para N, dirigidas para o eixo de drenagem constituído pela ribeira de S. Domingos, sugerindo

que esta ribeira possa funcionar como zona de drenagem do sistema aquífero. Considerando aliás a não

existência de exsurgências significativas, o nível aquífero superficial deverá realizar o escoamento para esta

linha de água e eventualmente para várias outras que nele nascem e o atravessam. Localmente o fluxo no

nível produtivo superficial pode realizar-se para NW, E-W ou mesmo NE-SW, situação que se verifica

sobretudo no sector N do sistema aquífero. Refere-se ainda que esta MA poderá estar em ligação hidráulica

com a MA subterrânea da Cesareda, do qual recebe recarga por via lateral;

• Cesareda: A principal área de descarga do sistema localiza-se na pequena povoação de Olho Marinho, sendo

também registadas exsurgências em vale de Columbeira (com exsurgência de água mineral) e na região de Pó

(de carácter temporário), sendo ainda possível existirem outras áreas de descarga até ao momento

desconhecidas. Podem ocorrer também transferências para a ribeira de S. Domingos no seu extremo SW.

Também se admite que o planalto de Cesareda constitui a principal área de recarga das nascentes minerais do

diapiro do Vimeiro, pelo que este sistema aquífero estaria assim em ligação hidráulica algo profunda com a

área do Vimeiro, também num sentido de circulação genérico para SW;

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• Torres Vedras: Os dados de piezometria apontam para que no sector N o sistema aquífero contribuirá para o

caudal de base do Rio Alcabrichel. No sector S, pelo contrário, parece ocorrer um comportamento influente da

Vala dos Amiais, que desta forma contribuirá para a recarga do aquífero. As direcções de fluxo, se se

considerar que o estado actual reflecte condições mais próximas do sistema não perturbado – dado que nos

últimos anos, o abastecimento público tem sido feito por fonte externa e os antigos furos de captação são

mantidos em regime de reserva estratégica (Vieira da Silva, 2010) – convergem para a zona do Paúl, sendo de

NE para SW, no sector N e E, e de W para E no sector ocidental. Sendo que a zona do Paúl foi uma das áreas

que sofreu intensos rebaixamentos durante o período de intensa exploração, esta convergência do fluxo

poderá dever-se a:

- Um efeito do rebaixamento da superfície piezométrica (se se admitir que o sistema aquífero ainda não

recuperou completamente a sua piezometria natural);

- Uma distribuição natural do fluxo natural (caso a piezometria tenha já atingido as condições anteriores

à exploração intensiva do aquífero).

• Caldas da Rainha-Nazaré: De acordo com Almeida et al. (2000) esta MA, além da recarga directa da

precipitação, também pode ser alimentada por rios influentes, como por exemplo o Rio Arnóia (Paz, 2009).

Poderá eventualmente ocorrer recarga, na parte Sul do sector das Caldas da Rainha, a partir de escoamento

subterrâneo proveniente do sistema aquífero de Cesareda. As descargas naturais principais situam-se na

região do Ameal (Almeida et al., 2000) e São Martinho do Porto (Paz, 2009) no sector de Caldas da Rainha.

Paz (2009) definiu um fluxo aproximadamente de Leste para Oeste, embora possa localmente ser modificado

devido à presença de depressões locais na superfície piezométrica, originadas pelos pólos de captação para

abastecimento público (Almeida et al., 2000).

Do ponto de vista hidrogeoquímico, as massas de água subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste foram analisadas com base na informação disponível até 2009.

Quadro 2.85 – Caracterização hidrogeoquímica das massas de água subterrânea.

Massa de água Fácies dominante Período de análise

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste - -

Maceira Bicarbonatada cálcica 2004 – 2005

Alpedriz Cloretada e bicarbonatada sódica e/ou cálcica 2001 – 2009

Maciço Calcário Estremenho Bicarbonatada cálcica e mista 2000 – 2009

Paço Bicarbonatada cálcica-magnesiana e cloretada sódica 2004 – 2008

Cesareda Bicarbonatada cálcica-magnesiana 2001 – 2009

Torres Vedras Bicarbonatada a cloretada cálcica e sódica 2001 – 2009

Caldas da Rainha–Nazaré Bicarbonatada mista e cloretada mista 2000 – 2009

Relativamente à caracterização hidrogeoquímica das MA verifica-se que ocorre grande variabilidade de fácies,

condicionada principalmente pela variedade litológica e pelos tempos de circulação da água subterrânea, sendo a fácies

predominante a bicarbonatada cálcica.

2.2.2.3. Avaliação das disponibilidades

A avaliação das disponibilidades foi efectuada a partir da análise da

tendência de evolução dos níveis piezométricos e a avaliação da recarga

natural.

Mapa 40 – Evolução dos níveis piezométricos por estação de monitorização.

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A análise das séries de níveis piezométricos foi feita a dois níveis:

• Utilizando a totalidade das séries, independentemente das lacunas existentes;

• Considerando os máximos por ano hidrológico para os anos hidrológicos cujas séries mensais se apresentam

aproximadamente completas.

Para cada um destes níveis foram traçadas rectas de regressão linear cujo pendor dá uma tendência de evolução

(Quadro 2.86). Dado que a totalidade das séries pode apresentar muitas lacunas mensais, as conclusões foram

retiradas principalmente a partir dos máximos por ano hidrológico. Considerou-se, para a avaliação de tendências, como

valor crítico a tendência de descida de 100 mm/ano (= 0,274 mm/dia).

Quadro 2.86 – Análise da tendência de evolução dos níveis piezométricos nas massas de água subterrâneas.

Massa de água

N.º de estações

Avaliação final Sem valores suficientes

Sem tendência de descida

Com tendência de descida N.º total

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

2 5 8 15 Com tendência de descida

Maceira 1 - - 1 Sem tendência de descida

Alpedriz 3 - 3 6 Com tendência de descida

Maciço Calcário Estremenho 5 1 - 6 Sem tendência de descida

Paço 2 - - 2 Sem tendência de descida

Cesareda 2 - - 2 Sem tendência de descida

Torres Vedras - 2 2 4 Com tendência de descida

Caldas da Rainha–Nazaré 3 3 3 9 Com tendência de descida

O estudo da evolução dos níveis piezométricos foi realizado para as estações de monitorização da rede do estado

quantitativo das MA subterrâneas, considerando os dados disponíveis até Maio de 2010. A análise desta informação

permitiu verificar que existe tendência de descida dos níveis piezométricos nas seguintes MA: Orla Ocidental

Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste, Alpedriz, Torres Vedras e Caldas da Rainha–Nazaré.

Apesar da avaliação das tendências de evolução dos níveis piezométricos ao longo do tempo ter identificado algumas

situações de descida, tal como acima referido, considera-se que a extensão das séries e a irregularidade dos períodos

de medição dos níveis não permite com segurança confirmar uma tendência de descida. Salienta-se também que as

situações identificadas são pontuais e localizadas em algumas áreas da massa de água, tal como se verifica no Mapa

40, não podendo ser consideradas representativas da totalidade da massa de água. Acresce ainda o facto de existirem

algumas lacunas de informação associadas às características dos piezómetros.

Desta forma, a avaliação do estado prossegue com a realização do balanço hídrico subterrâneo, para o qual é

necessário quantificar a recarga, e com a aplicação dos testes relativos aos ecossistemas dependentes ou associados

às águas subterrâneas.

A recarga de águas subterrâneas é calculada utilizando procedimentos que modelam de uma forma sequencial diária

(Figura 2.17) a precipitação, a infiltração no solo, o aumento do armazenamento no solo devido a essa infiltração, o

escoamento directo que se produz por a capacidade de infiltração do solo ser inferior à precipitação, a

evapotranspiração da água do solo e a água que se infiltra abaixo da base do solo (infiltração profunda) quando o teor

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de humidade do solo é superior ao valor da sua capacidade de campo e a água drena por acção da gravidade. A água

de infiltração profunda é utilizada como um estimador da recarga da zona saturada mais próxima da superfície.

Estes procedimentos podem ser implementados em modelos de balanço hídrico sequencial diário. Dois destes modelos

são o BALSEQ, desenvolvido por Lobo Ferreira (1981), e o BALSEQ_MOD, desenvolvido em Oliveira (2004). O

segundo resulta de uma actualização/complementação do primeiro e pode ser corrido para cada fracção de território

onde se possa assumir homogeneidade no solo e na ocupação do solo; neste modelo cada ocupação do solo pode ser

descrita por até três cobertos diferentes: solo com coberto 1, solo com coberto 2, e solo descoberto.

Figura 2.17 – Conceptualização do processo de recarga no modelo de balanço hídrico sequencial diário.

O estudo da evolução espaço-temporal da recarga de águas subterrâneas foi efectuado calculando a recarga pelo

modelo de balanço hídrico sequencial diário do solo BALSEQ (Lobo Ferreira, 1981, e Oliveira, 2004). Foram utilizados

dados de séries de precipitação diária, de evapotranspiração de referência mensal ou diária, de parâmetros do solo e de

parâmetros de ocupação do solo. As séries analisadas compreendem, de um modo geral, um período de 30 anos,

havendo um período comum de 21 anos entre 1-10-1980 e 30-9-2002. Para as MA de Maceira e Alpedriz o período

analisado corresponde a um intervalo de 26 anos, dado serem os dados disponíveis, iniciando-se o período de análise

em 1-10-1982.

Para cada solo é necessário caracterizar porosidade, porosidade eficaz, ponto de emurchecimento permanente,

condutividade hidráulica vertical e material do horizonte superior do solo. Para cada ocupação do solo é necessário dar,

para cada coberto considerado, indicação se ele é permeável ou não e se o for caracterizar os períodos de

desenvolvimento dos tipos culturais se eles existirem, a data de início do período de desenvolvimento, as profundidades

atingidas pelas raízes das plantas durante os períodos de desenvolvimento e as fracções de terreno abrangidas, os

seus coeficientes culturais e o limite de depleção de água do solo a 100%. No caso do coberto conferir

impermeabilidade ao meio é necessário definir a fracção de área impermeável.

Embora a informação dependente de cada solo possa resultar de análises de perfis de solos específicos de um local a

estudar, neste caso não havia disponibilidade dessas análises. Nesta situação recorreu-se em primeiro lugar ao trabalho

desenvolvido por Oliveira (2004) que procedeu à interpretação dos dados de perfis de solos publicados em SROA

(1973), tendo caracterizado os parâmetros necessários à corrida do modelo. Os perfis de solos referidos correspondem

aos solos da classificação da cartografia de solos publicada pelo IHERA às escalas 1:25 000 e 1: 50 000.

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Para caracterizar os solos presentes nas Massas de água subterrâneasmassas de água subterrâneas, no âmbito deste

PBH, utilizou-se a cartografia de solos à escala 1:25 000 para a massa de águas subterrâneas de Monforte-Alter do

Chão e, nas restantes massas de água subterrâneas, procurou-se fazer uma analogia entre as formações geológicas

representadas na carta geológica de Portugal à escala 1:500 000, publicada pelo ex. Instituto Geológico Mineiro, e a

classificação da carta de solos do IHERA à escala 1:25 000, fazendo atribuir a cada formação geológica um solo desta

classificação.

Os parâmetros dependentes da ocupação do solo, no que diz respeito aos cobertos vegetais, podem ser extraídos do

conhecimento existente localmente ou, na ausência deste, de publicações como a de Allen et al. (1998) que refere as

propriedades de muitos tipos de cobertos vegetais. A caracterização espacial da ocupação do solo utilizada neste PBH

foi a do Corine Land Cover 2006 desenvolvida pelo Instituto Geográfico Português (IGP).

Este modelo de balanço hídrico sequencial diário pode ser aplicado a todos os tipos litológicos desde que se conheçam

os parâmetros característicos do meio, e utilizando especificidades na interpretação dos seus resultados (Oliveira,

2011):

• Nos meios de porosidade intergranular com a presença de um solo, independentemente do terreno ser coberto

ou descoberto, o método aplica-se directamente;

• No caso de afloramentos rochosos o método também se aplica directamente assumindo que os parâmetros

correspondentes ao solo têm as propriedades da rocha e que, no caso de haver fracturação que permita a

entrada de água na rocha, uma percentagem do escoamento directo que é calculado pela corrida do modelo

também se infiltra, constituindo recarga, ficando o escoamento directo diminuído deste volume;

• O caso da ocorrência de formações carsificadas aflorantes encerra outra particularidade. No caso de

constituírem afloramentos rochosos (rocha nua) e de não haver formas de retenção de água à superfície que

armazene a água e depois permita a sua evaporação, pode-se considerar que toda a precipitação se infiltra;

• No caso de ocorrência de sistemas cársicos aflorantes, onde exista um solo onde se pode ou não desenvolver

um coberto vegetal (Figura 2.18), o modelo de balanço hídrico sequencial diário também pode ser utilizado,

existindo a evapotranspiração resultante da presença desse solo (que terá as propriedades de um solo

proveniente de calcários, muitas vezes um solo argiloso – terra rossa). O escoamento directo que é gerado,

tratando-se de formações carsificadas, após um percurso à superfície acaba por se infiltrar, constituindo

também recarga do aquífero. Nestas situações deixa de haver escoamento directo. No caso da ocupação do

solo existente dar origem a áreas impermeabilizadas, por exemplo áreas urbanas, pode-se considerar que o

escoamento directo é colectado e desviado para fora do sistema aquífero, não constituindo neste caso recarga

do aquífero.

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Figura 2.18 – Conceptualização do processo de recarga em meios cársicos.

Na aplicação realizada às massas de água subterrâneas cársicas, nas zonas onde este carso aflora, considerou-se que

toda a água de escoamento directo se infiltrava constituindo também recarga excepto nas zonas com coberto

impermeável, onde se manteve como escoamento directo.

Cada massa de água subterrânea foi analisada individualmente. Para as massas de água de área pequena ou onde a

variação espacial da precipitação anual média de 30 anos era relativamente reduzida (neste caso dada pela superfície

de precipitação apresentada em Nicolau, 2002) optou-se por seleccionar uma série de precipitação diária de um posto

existente dentro ou próximo da massa de água subterrâneas, preenchendo eventuais lacunas existentes a partir dos

dados de postos udométricos vizinhos. Na maior parte dos casos a precipitação diária do posto sem dados foi calculada

afectando a precipitação diária do posto udométrico com dados de um factor dado pela relação entre as médias de

precipitação (para períodos comuns aos dois postos udométricos com dados) entre o posto sem dados e o posto com

dados.

Para as massas de água subterrâneas mais extensas, onde a variabilidade da precipitação permitiu definir áreas com

precipitações distintas, dividiu-se a massa de águas subterrâneas para que cada área dividida assumisse a mesma

série de precipitação diária, calculada da mesma forma que anteriormente. Essa divisão em áreas foi feita com base em

uma ou mais isoietas determinadas a partir da superfície de precipitação de Nicolau (2002).

A evapotranspiração de referência mensal utilizada foi calculada a partir de séries que se reportam aos anos

hidrológicos de 1959/60 a 1987/88, tendo sido necessário estender estas séries para o período pós 1987/88. Neste caso

optou-se por atribuir a cada mês o valor da média das evapotranspirações de referência do mesmo mês no período com

dados. Uma vez que o balanço hídrico sequencial é feito a nível diário, esta simplificação influencia pouco os cálculos.

Para as massas de água subterrâneas de extensão pequena atribuiu-se apenas uma série de evapotranspiração de

referência mensal. As Massas de água subterrâneasmassas de água subterrâneas com áreas maiores foram divididas

de acordo com as áreas de influência atribuídas a cada série de evapotranspiração.

A corrida do modelo foi feita para cada subárea de cada massa de águas subterrâneas resultante da intersecção do

mapa de ocupação dos solos Corine Land Cover 2006 do IGP, com o mapa de solos definido de acordo com a

metodologia referida, com a área de influência de cada série se evapotranspiração de referência mensal, com a área de

influência de cada série de precipitação diária.

Cada corrida originou para cada subárea uma série de dados diários de recarga. Cada série pode ser utilizada

individualmente ou integrada para a massa de águas subterrâneas para produzir séries diárias, mensais ou anuais de

recarga, podendo-se assim caracterizar a distribuição espaço-temporal da recarga.

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O Quadro seguinte sintetiza por massa de água subterrânea as séries temporais analisadas e os valores finais de

recarga anual média e sua relação com a precipitação anual média.

Quadro 2.87 – Valores de recarga por MA.

Massa de água Período analisado Precipitação

(mm/ano) Recarga

Série N.º de anos (mm/ano) (hm3/ano) Precipitação (%)

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

10/1979-09/2010 31 764 119 213,61 16

Maceira 10/1982-09/2008 26 896 411 2,08 46

Alpedriz 10/1982-09/2008 26 896 254 23,5 28

Maciço Calcário Estremenho 10/1980 - 9/2009 29 917 556 426,79 61

Paço 10/1979-09/2009 30 700 244(1) 1,56(1) 31

Cesareda 10/1979-09/2009 30 700 428 7,19 61

Torres Vedras 10/1979-09/2009 30 713 176 14,04 25

Caldas da Rainha-Nazaré 10/1978-09/2008 30 761 218 36,07 29

(1) O volume de recarga apresentado inclui 26 mm/ano ou 0,17 hm3/ano de recarga de água proveniente do escoamento directo das áreas de drenagem da massa de água subterrânea.

A figura seguinte sintetiza os valores de recarga anual média por massa de água subterrânea e a sua relação com a

precipitação anual média. Como se verifica pela análise da figura, as MA cársicas são as que apresentam maiores taxas

de recarga.

Figura 2.19 – Relação da recarga das MA subterrâneas com a precipitação.

2.2.2.4. Massas de água associadas a ecossistemas aquáticos de superfície ou ecossistemas terrestres

que delas dependem directamente

Os ecossistemas dependentes das águas subterrâneas podem ser

ecossistemas aquáticos (EDAS), por exemplo cursos de água e lagos cujo

balanço hídrico depende parcialmente das contribuições das águas

subterrâneas (caudal de base), e nascentes (sendo estas áreas de descarga das águas subterrâneas), como podem ser

ecossistemas terrestres (ETDAS) que dependem da disponibilidade de água subterrânea no solo, na zona radicular,

como é o caso das zonas rípicolas dos cursos de água dotados de caudal de base, ou o caso de zonas húmidas

resultantes da percolação ascendente difusa de água subterrânea, podendo nestas existir presença de água à

superfície temporariamente.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Caldas da Rainha - Nazaré

Torres Vedras

Cesareda

Paço

Maciço Calcário Estremenho

Alpedriz

Maceira

Orla Ocidental Indif. das Bacias das Ribeiras do Oeste

Recarga (mm/ano) Precipitação (mm/ano)

Mapa 41 – Ecossistemas dependentes das águas subterrâneas.

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Neste contexto, a identificação e caracterização dos ecossistemas aquáticos de superfície ou ecossistemas terrestres

dependentes de massas de água subterrâneas foi efectuada com base nas metodologias descritas de seguida.

a) Contexto de Análise da Relação entre Águas Superficiais e Subterrâneas e Ecossistemas Dependentes de

Águas Subterrâneas

A identificação das massas de água subterrâneas e superficiais entre as quais existe conectividade hidráulica, bem

como o sentido das transferências que ocorrem entre elas varia no espaço e no tempo. Este tipo de fenómenos só

raramente é conhecido e quantificado em casos para os quais existem estudos hidrológicos e/ ou hidrogeológicos em

que se tentaram interpretar estes processos. No caso da maior parte das massas de água subterrâneas da região do

presente PBH o modelo conceptual de escoamento que se apresentou nos capítulos anteriores baseia-se numa

proposta de definição das áreas e mecanismos de recarga e descarga naturais. Este conhecimento baseia-se no

conhecimento acerca dos locais de alimentação e localização das áreas de saída de água naturais dos sistemas

regionais de escoamento, entre as quais se processa o fluxo de águas subterrâneas. O volume de escoamento por

unidade de tempo entre estas áreas de recarga e descarga correspondente ao valor da recarga anual média a longo

termo, menos o volume de extracções praticado no aquífero.

Tal como acima referido, os ecossistemas dependentes das águas subterrâneas podem ser ecossistemas aquáticos

associados aos aquíferos (EDAS), por exemplo rios e lagos, cujo balanço hídrico depende parcialmente da água

subterrânea e também nascentes (casos particulares em que se verifica emergência natural de águas subterrâneas à

superfície do terreno em localizações pontuais, em vez de ao longo de alinhamentos extensos, como acontece ao longo

dos troços efluentes dos cursos de água). Os ecossistemas dependentes das águas subterrâneas podem ser também

ecossistemas terrestres (ETDAS), por exemplo as áreas ripícolas dos cursos de água, cujo estado ecológico depende

não apenas da água dos rios mas também da presença do nível freático próximo da superfície, e do próprio caudal de

base que, a partir dos aquíferos, alimenta a rede hidrográfica. Existem igualmente ecossistemas em zonas de

percolação ascendente difusa de água subterrânea. Para além de poderem corresponder a troços efluentes de cursos

de água, estas zonas de percolação ascendente de água subterrânea podem reflectir se na paisagem através da

presença de zonas em que a superfície freática se encontra próxima da superfície topográfica, facultando a existência

de vegetação freatófita (capaz de obter água, através das raízes, directamente a partir da zona saturada do solo). Outro

tipo de ecossistemas dependentes de águas subterrâneas existe no próprio seio dos aquíferos, onde existem espécies

que só actualmente começam a ser identificadas. Para este tipo de ecossistemas os dados actualmente disponíveis são

muito escassos, não só para a esmagadora maioria dos sistemas aquíferos em Portugal mas também para a maioria

dos aquíferos em todo o mundo.

Os ecossistemas são identificados, numa primeira fase, como os locais onde o estado actual do conhecimento

hidrogeológico permite verificar interdependências entre águas superficiais e subterrâneas que facultam condições para

o suporte de ecossistemas cujo suprimento de água é assegurado, total ou parcialmente, a partir de águas

subterrâneas. Para os casos das Massas de água subterrâneasmassas de água subterrâneas para as quais o estado

actual do conhecimento, previamente à realização do presente trabalho, não inclui um modelo conceptual de fluxo

suficientemente detalhado para interpretar as relações rio-aquífero, efectuou-se uma cuidadosa análise de todos os

dados disponíveis. Nomeadamente as relações entre as unidades hidrostratigráficas presentes, os dados de

piezometria existentes e a sua relação com a altitude dos cursos de água. Esta análise permitiu, por um lado, inferir os

tipos de interacções entre águas subterrâneas e superficiais, e por outro analisar casuísticamente as relações entre as

massas de água subterrânea e as zonas protegidas, identificadas no Anexo 4 da DQA. Neste caso encontram-se as

zonas designadas para a protecção de habitats ou de espécies em que a manutenção ou melhoramento do estado da

água é um dos factores importantes para a protecção, incluindo os sítios relevantes da rede Natura 2000, designados

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ao abrigo da Directiva 92/43/CEE (relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens) e ainda

da Directiva 79/409/CEE (dedicada a garantir a protecção das populações selvagens das várias espécies de aves).

Através do trabalho realizado foi assim possível identificar diversos ambientes hidrogeológicos para os quais é possível

mostrar que se está seguramente em presença de ecossistemas, normalmente parcialmente dependentes de águas

subterrâneas. Os rios e os ecossistemas ripários podem ser classificados como altamente dependentes,

proporcionalmente dependentes ou ainda oportunistamente dependentes de águas subterrâneas, de acordo com Hatton

et al. (1998). Estes graus de dependência podem ser determinados tendo em conta a proporção dos caudais de base

(oriundos dos aquíferos) no total de escoamento do curso de água. No caso dos rios existentes na área do presente

PBH variam entre situações de alta dependência e de dependência parcial das águas subterrâneas, no caso em que

são permanentes, uma vez que o escoamento neste tipo de cursos de água está necessariamente associado, durante

os períodos de estiagem, às transferências de água oriundas dos aquíferos. Tanto nestes casos como naqueles em que

os cursos de água são efémeros ou temporários é possível determinar, através de diferentes métodos, o volume de

transferências dos aquíferos para as linhas de água associadas (por exemplo a decomposição de hidrogramas dos

cursos de água e/ ou a construção de modelos matemáticos de escoamento que permitam quantificar os volumes de

transferências rio-aquífero). A aplicação deste tipo de metodologias sai no entanto do âmbito do actual PBH, por exigir

meios e prazos incompatíveis com a realização deste tipo de trabalho para todas as dezenas de cursos de água para os

quais foram identificadas interacções rio-aquífero.

Dada a existência de dados bastante esparsos de piezometria, quer nas massas de água indiferenciadas, quer nas

massas de água correspondentes a sistemas aquíferos com geometria individualizada mais precisa, tudo indica que a

existência de ecossistemas deverá ocorrer em diversas áreas onde estes ainda não foram identificados. Além da baixa

densidade de dados de piezometria, essenciais para clarificar modelos conceptuais de massas de água subterrânea,

contribui igualmente para a muito provável ausência de identificação de alguns ecossistemas na área do actual PBH o

facto da base de suporte de informação geográfica utilizada para a sua realização (InterSIG) não ter detalhe suficiente

para permitir a detecção de relações rio-aquífero que se sabe estarem na origem de condições que permitem o suporte

de alguns ecossistemas.

A existência de relações rio-aquífero bem descritas à escala local são raras e, quando existem, permitem

frequentemente a descrição de ecossistemas associados a massas de água subterrânea que não poderiam ser

detectadas através da informação de base disponível para a realização do presente PBH. Ou seja, as situações deste

tipo mostram que a resolução espacial da informação geográfica de suporte do presente PBH não é suficiente para a

identificação de alguns dos ecossistemas que se sabe existirem nestas circunstâncias.

A identificação dos ecossistemas no presente PBH é pois matéria cuja análise aconselha à definição de medidas de

articulação entre trabalhos aplicados e de investigação no campo da hidrogeologia e ecologia a diferentes escalas, que

permitirão maior detalhe do que aquele que actualmente pode ser obtido para a compreensão das interdependências

entre os ecossistemas e as massas de água subterrâneas em partes significativas da área do actual PBH, tal como

acontece aliás na generalidade do território português.

b) Aspectos relativos à Flora e Vegetação e sua relação com a rede hidrográfica e Massas de água Subterrânea

Associadas

Os rios e os cursos de água de menor dimensão constituem sistemas hidrológicos complexos nos quais circula água

com origem no escoamento directo sobre a superfície topográfica (e também sobre a própria superfície da linha de

água), escoamento hipodérmico ou intermédio, que ocorre nas camadas de solo e formações sedimentares a pouca

profundidade em percursos subterrâneos curtos em zonas de vertente, atingindo a rede hidrográfica com um pequeno

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atraso relativamente às contribuições anteriores e, finalmente, água com origem no escoamento de base. Este

escoamento de base verifica-se longo período após a ocorrência de precipitação pois resulta de transferência para os

rios de água residente nos aquíferos. Esta componente do escoamento fluvial é muito mais prolongada no tempo do que

todas as outras, nos cursos de água permanentes, assegurando o caudal nos rios durante o período de estiagem. Por

isso mesmo, os cursos de água que não usufruem desta componente de escoamento são temporários, secando durante

períodos sem precipitação superiores aos tempos de concentração das bacias hidrográficas que contribuem para o

escoamento de uma dada linha de água. Por isso mesmo, os cursos de água permanentes são ecossistemas

parcialmente dependentes de águas subterrâneas. Neste contexto, o presente PBH, ao ser desenvolvido com a

consciência da necessidade de identificar os ecossistemas assenta a este respeito, entre outras vertentes, na

identificação das áreas ecologicamente dependentes do sistema fluvial. A contribuição de Espírito Santo et al. (2001) é

de grande utilidade neste contexto pois permitiu a identificação e georeferenciação das plantas dependentes da rede

hidrográfica à escala das da área do presente PBH.

O trabalho destes autores é de grande utilidade para a identificação das escalas de trabalho actualmente possíveis para

a caracterização dos EDAS à escala da região hidrográfica, ao definir uma quadrícula georeferenciada, cuja concepção

se baseia na ocorrência de espécies cuja presença está na dependência da rede hidrográfica. A metodologia proposta e

implementada por Espírito Santo et al. (2001) assenta na representação das denominadas “Espécies RELAPE” (Raras,

Endémicas, Localizadas, Ameaçadas ou em Perigo de extinção), relacionadas com a rede fluvial.

Para inventariação da distribuição das plantas com interesse para conservação na área das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste elaborou-se uma listagem de plantas aí ocorrentes, pertencentes aos Anexos II e IV da Directiva

92/43/CEE ou pelos autores consideradas raras, bem como outras ali localizadas e ecologicamente dependentes do

sistema fluvial; por consulta em Herbários Nacionais (Estação Florestal Nacional - LISFA, Instituto Superior de

Agronomia - LISI e Estação Agronómica Nacional - LISE), seleccionaram-se aquelas que de algum modo estão na

dependência da rede hidrográfica, anotando-se os locais de colheita, após o que se efectuou a respectiva

georeferenciação. Foram localizadas 78 espécies RELAPE nestas condições. A cada táxone foi atribuído um dos

valores que se segue:

10 – Prioritárias do Anexo I da Directiva 92/43/CE;

9 – Do Anexo I da Directiva 92/43/CE;

8 – Endémicas de Portugal, Raras;

7 – Endémicas da Península Ibérica, Raras;

6 – Endémicas de Portugal, localizadas; Endémicas da Europa, raras;

5 – Raras;

4 – Do Anexo V da Directiva 92/43/CE. Orquidáceas;

3 – Endémicas de Portugal;

2 – Localizadas;

1 – Pouco frequentes.

A soma de valores para uma quadrícula regional definida forneceu um valor florístico por quadrícula individual, que

dividido por classes de valor permitiu a elaboração duma carta de valor florístico (Figura 2.20).

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Figura 2.20 – Carta de valor florístico na região hidrográfica do Tejo.

Os autores deste quadro de referência ecológica, baseado na distribuição de plantas com dependência ecológica dos

sistemas fluviais salientam a evidência do facto das zonas de maior valor deste índice de valor florístico serem as mais

sensíveis. A observação da Figura anterior permite pois identificar o valor especialmente relevante da flora incluída no

Parque Natural de Sintra-Cascais.

O facto de se dispor do trabalho de Espírito Santo et al. (2001) permite pois que a análise das interdependências entre

águas subterrâneas e ecossistemas seja feita igualmente a partir dos dados cartográficos sobre a flora, avaliando de

que forma estes coincidem com o conhecimento existente sobre a hidrogeologia, e não apenas no sentido inverso, ou

seja no sentido de pôr em evidência a análise do conhecimento hidrológico e hidrogeológico, na tentativa de identificar

as áreas com relação rio-aquífero que controlam factores abióticos responsáveis pela sustentabilidade dos EDAS.

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Desta forma, foram identificados EDAS em todas as MA subterrânea, com excepção das MA Maceira e Orla Ocidental

Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste. Relativamente a estas MA, não foi possível identificar EDAS devido a:

• Maceira; falta de dados piezométricos e escala da rede de drenagem;

• Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste: estado actual do conhecimento e dados

hidrogeológicos disponíveis.

Quadro 2.88 – EDAS identificados nas MA subterrânea.

Massa de água Relação água superficial/água subterrânea N.º de EDAS

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste Não -1

Maceira Não -1

Alpedriz Sim 6

Maciço Calcário Estremenho Sim 41

Paço Sim 1

Cesareda Sim 1

Torres Vedras Sim 3

Caldas da Rainha-Nazaré Sim 15

1 Não foram identificadas massas de águas superficiais associadas.

No que respeita aos ETDAS foram identificados apenas dois charcos temporários mediterrânicos associados às MA

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste e Maciço Calcário Estremenho.

Quadro 2.89 – Identificação dos charcos temporários mediterrânicos.

Massa de água Charcos temporários

Designação M P Área aproximada (m2) Altitude (m) Profundidade

(cm)

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

Sintra-Granja -105574,2 -92787,9 12 136 -

Maciço Calcário Estremenho Polje de Minde -48921,7 -15629,5 Sem dados - Sem dados

Quadro 2.90 – Síntese das características dos charcos temporários mediterrânicos.

Designação Cobertura vegetal

Vegetação na coluna de água

Estado de conservação

Hidroperíodo (meses)

Espécies de grandes

branquiópodes

Espécies de anfíbios (larvas

detectadas) Aves visitantes

detectadas

Sintra-Granja <25% Sem dados Sem dados <3 CHDI -

Chirocephalus diaphanus

Sem dados -

Polje de Minde Sem dados Sem dados Sem dados Sem dados Sem dados Sem dados Cegonhas brancas

2.2.2.5. Massas de água em risco

No início de cada ciclo de planeamento deve ser efectuada uma avaliação do risco, considerando as pressões e os

impactes existentes na região de forma a proporcionar uma estimativa de qual será o estado das MA subterrâneas no

final desse ciclo. Esta estimativa deve ser validada por dados recentes de monitorização de vigilância e pela adequada

avaliação das tendências.

Atendendo ao referido, consideram-se em risco as MA subterrâneas que estão em uma ou mais de três situações: (1)

em estado medíocre; (2) com tendência estatisticamente significativa de subida de algum parâmetro cujo valor

ultrapassou os 75% do valor limite regulamentar e (3) sujeita a pressões de elevado impacte em MA com elevada

vulnerabilidade. Encontram-se nestas condições as seguintes MA subterrâneas:

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• Alpedriz;

• Paço;

• Torres Vedras;

• Caldas da Rainha–Nazaré.

Do conjunto de massas de água acima identificado todas encontram-se em estado medíocre, salientando-se ainda o

facto da MA Caldas da Rainha–Nazaré apresentar tendência estatisticamente significativa de subida dos parâmetros

cloretos e sulfatos, tendo-se verificado que os respectivos valores ultrapassaram os 75% do valor limite regulamentar

(250 mg/l para ambos).

2.3. PRESSÕES NATURAIS E INCIDÊNCIAS ANTROPOGÉNICAS SIGNIFICATIVAS

A caracterização e quantificação das pressões naturais e antropogénicas sobre as massas de água foi efectuada

recorrendo aos dados recolhidos na ARH Tejo – Títulos de Utilização de Recursos Hídricos (TURH), Licenças

Ambientais (LA), base de dados do Regime Económico-financeiro do domínio hídrico (REF) e processos de pedido de

parecer para espalhamento de efluentes pecuários proveniente de boviniculturas (nos termos do Decreto-Lei n.º

202/2005, de 24 de Novembro e do Decreto-Lei 214/2008 de 10 de Novembro) – e a outras fontes de informação de

organismos oficiais e entidades públicas e privadas, nomeadamente:

• Inventário Nacional dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR, 2008);

• Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-industriais (ENEAPAI, MAOTDR, 2007);

• Questões Significativas da Gestão da Água (QSiGA, INAG, I.P., 2009);

• Estatísticas do Ministério do Trabalho e Segurança Social (MTSS, 2009);

• Estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE, 2008);

• Recenseamento Geral Agrícola de 1999 (RGA99);

• European Pollutant Release and Transfer Register (E-PRTR);

• CORINE Land Cover de 2006 (CLC 2006);

• Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG),

• Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM);

• Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG);

• Instituto da Água, I.P.;

• Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR);

• Plano Específico de Gestão de Extracção de Inertes no Domínio Hídrico do Rio Tejo (LNEC, 2005);

• Autoridade Florestal Nacional (AFN).

Consideraram-se ainda dados diversos recolhidos em bibliografia da especialidade.

A consulta dos dados do INE, do MTSS, do relatório das QSIGA e da ENEAPAI teve como principal objectivo avaliar a

representatividade dos dados obtidos junto da ARH Tejo face ao universo de pressões existentes nas bacias

hidrográficas em estudo.

A caracterização e quantificação das pressões antropogénicas significativas nas MA superficiais e subterrâneas teve em

consideração as pressões qualitativas, tópicas e difusas, e as pressões quantitativas (captações de água). Nas MA

superficiais foram ainda consideradas as pressões morfológicas e hidromorfológicas, bem como as pressões biológicas

(carga piscícola e competição entre espécies autóctones exóticas).

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A carga poluente de origem tópica foi estimada para os parâmetros CBO5 (Carência Bioquímica de Oxigénio), CQO

(Carência Química de Oxigénio), SST (Sólidos Suspensos Totais), Ntotal (Azoto Total) e Ptotal (Fósforo Total). No que

respeita à poluição difusa nas MA superficiais, foi estimada a carga poluente para os parâmetros Ntotal e Ptotal. No caso

das MA subterrâneas, foi utilizado somente o parâmetro Ntotal devido à sua maior relevância em relação aos outros

parâmetros, no impacto sobre essas MA.

Foram também identificadas e caracterizadas as pressões com carga poluente não quantificável, isto é, fontes

potencialmente emissoras de substâncias prioritárias e outros poluentes constantes dos Anexos I e II do Decreto-Lei

n.º 103/2010, de 24 de Setembro, poluentes específicos que afectam essencialmente o estado químico das MA.

2.3.1. Águas de superfície

2.3.1.1. Poluição tópica

No que se refere às fontes tópicas de poluição das MA superficiais, foram

identificadas e caracterizadas as seguintes categorias de pressões:

• Urbanas – ETAR urbanas, fossas sépticas colectivas e descargas

de águas residuais não tratadas (colectores urbanos);

• Pecuária – Suiniculturas e aviculturas abrangidas e não abrangidas

pela Directiva PCIP e aviculturas;

• Indústria – Indústrias abrangidas e não abrangidas pela directiva

PCIP, incluindo agro-indústrias, e também centrais térmicas, aterros

sanitários e lixeiras encerradas;

• Indústria extractiva.

Numa fase inicial, a quantificação das cargas poluentes foi efectuada, na medida do possível, através dos dados de

auto-controlo fornecidos pela ARH Tejo (constantes do REF relativo ao ano de 2009) complementados por estimativas,

efectuadas com recurso a coeficientes unitários de emissão de poluentes (constantes da bibliografia da especialidade),

aplicados às instalações inventariadas sem dados de auto-controlo.

Contudo, a análise dos valores obtidos através das duas metodologias permitiu verificar que os dados de auto-controlo

conduziam, em geral, a cargas significativamente inferiores às obtidas através de estimativas, o que dificultava a

comparação entre valores e o estabelecimento de relações entre as pressões inventariadas e as cargas poluentes. Para

além disso, a quantificação baseada principalmente nos dados de auto-controlo mostrou, inequivocamente,

corresponder a uma sub-avaliação das pressões tópicas.

Deste modo, numa 2.ª fase, optou-se por efectuar a quantificação das cargas poluentes preferencialmente através de

estimativas, utilizando os dados de auto-controlo apenas nos casos em que, por ausência de dados de capacidade de

produção, não é possível efectuar estimativas.

As estimativas foram obtidas através da seguinte equação:

Carga = Capitação x Descritor de dimensão x (1-Eficiência de tratamento)

Os descritores de dimensão utilizados no caso das fontes de poluição de origem urbana, das explorações pecuárias e

dos sectores agro-industriais considerados são apresentados no Quadro 2.91.

Mapa 42 – Fontes de poluição urbana.

Mapa 43 – Explorações pecuárias inventariadas com rejeição de efluentes nas águas superficiais.

Mapa 44 – Fontes de poluição industrial (águas superficiais).

Mapa 45 – Industria extractiva (águas superficiais).

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Quadro 2.91 – Descritores de dimensão das instalações utilizados para estimativa de cargas poluentes.

Instalação / sector Descritor

ETAR urbanas / fossas sépticas / colectores urbanos habitantes servidos ou habitantes-equivalente1

Suiniculturas animais-equivalente2

Aviários efectivos animais

Matadouros animais ou tonelada de carcaças processadas, segundo o tipo de matadouros e os dados disponíveis3

Adegas tonelada de uva processada4

Lagares tonelada de azeitona processada

Lacticínios m3 de leite processado5

Notas: 1 Na indisponibilidade de dados de hab-equivalentes, utilizaram-se os dados de população servida, em habitantes. 2 Para converter o número de efectivos em animais equivalente utilizaram-se os seguintes coeficientes: porcos para engorda – 1,5 (Fonte: ARH Tejo, I.P.); porcas reprodutoras em ciclo fechado – 10 (Fonte: ARH Tejo, I.P.); varrascos – 5 (determinado a partir da análise dos dados fornecidos pela ARH Tejo, I.P.); porcas reprodutoras para multiplicação – 4 (Fonte: ARH Tejo, I.P.); cabeças normais – 0,3 (Fonte: Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro). 3 Consideraram-se os seguintes pesos médios de carcaça limpa por animal: 75 kg para suínos (Agroportal, 2003), 25 kg para caprinos e ovinos, 11 kg para perus, 1.7 kg para frangos e 0,2 kg para codornizes (APA, 2009). Adicionalmente, considerou-se que cada tonelada de carcaça limpa gera 6 m3 de efluente, com a excepção do processamento de aves, no qual, cada tonelada de carcaça limpa gera 9 m3 de efluente (Cartaxo et al., 1985). 4 Considerou-se que para a produção de 1 hectolitro de vinho se processam 140 kg de uva (Silva, 2000). 5 Admitiu-se a seguinte densidade para o leite: 1kg/l.

No Quadro 2.92 apresentam-se as respectivas capitações, para cada parâmetro.

Quadro 2.92 – Capitações utilizadas para estimativa de cargas poluentes.

Sector Descritor Capitação

CQO CBO5 SST Ntotal Ptotal Volume

Urbana

Urbana Habitante equivalente. 120 g(2) 60 g(1) 90 g(2) 10 g(2) 3 g(2) 150 l

Pecuária

Suiniculturas Animal equivalente 0,3 kg(3) 0,12 kg(3) 0,2 kg(3) 0,018 kg(3) 0,006 kg(3) 8 l (4)

Avicultura Animal 19 g(5) 5 g(6) 40 g(5) 1 g(6) 2 g(5) -

Matadouros

Abate de Gado Caprino e Ovino T de carcaça 27 kg(7) 18 kg(7) 9 kg(7) 3 kg(8) n.d. 6 m3 (7)

Abate de Suínos T de carcaça 41,9 kg(7) 18,4 kg(7) 12,3 kg(7) 3 kg(8) n.d. 6 m3(7)

Abate de Aves e Coelhos T de carcaça; animal 12,7 kg(7) ; 0,019 kg(10)

5,5 kg (7) ; 0,012 kg(10)

3,4 kg(7); 0,009 kg(10) 0,9 kg(9) n.d. 9 m3(7)

Transformação T de carcaça 30 kg(7) 20 kg(7) 10 kg(7) n.d. n.d.

Adegas

Adegas kg de uva prensada 7,5 g(7) 4,5 g(7) 0,6 g(7) n.d. n.d. 1,5 l(7)

Lacticínios

Pasteurização e Engarrafamento kg/m3 de leite 1,8(7) 0,9(7) 1,3(7) 0,12(14) 0,059(14) 1,3 m3(7)

Indústria de Queijo m3 de leite 20,1 kg(7) 13,3 kg(7) 1,4 kg(7) 0,87 kg(14) 1 kg(14) 7,5 m3(7)

Outras indústrias de lacticínios, nomeadamente iogurtes

kg/m3 de leite 10,2 kg(7) 7,1 kg(7) 1,1 kg(7) n.d. n.d. 5 m3(7)

Notas: n.d. – Não definido: matadouros – apesar da consulta de diversas fontes, não foram encontrados coeficientes bibliográficos de emissão de P em matadouros, portanto, este parâmetro não foi estimado para este sector; adegas – apesar da consulta efectuada, não foram encontrados coeficientes bibliográficos de emissão de N e P em adegas, portanto, estes parâmetros não foram estimados para este sector. Deve salientar-se que, de acordo com a bibliografia consultada, os efluentes de adegas são tipicamente pobres em nutrientes. Fontes: (1) Decreto-Lei n.º 152/97 de 19 de Junho, citado em PBHTejo (2001); (2) Arceivala, 1981, citado em PBHTejo (2001);(3) LNEC, 1991, citado em PBH do Rio Sado (2002); (4) ARH Tejo, I.P.; (5) Gonçalves, 2005; (6) Luderitz et al., 1989; (7) Cartaxo et al., 1985; (8) Mata-Alvarez, 2000; (9) Aldora Pires; (10) CESL, 1984; (11) Di Giovacchini et al., 2005; (12) Fiestas e Borjas, 1991; (13) Curinha, 2008; (14) IPPC, 2006.

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No caso da restante indústria transformadora, a estimativa das cargas poluentes foi efectuada, fundamentalmente, com

base em concentrações típicas de efluentes, constantes de CESL, 1984 (conforme citado em INAG, I.P., 2001) e BREF

(Best AvailableTechniques Reference Documents), e nas relações entre elas. Quando necessário, por indisponibilidade

de dados de volume ou caudal de efluente, recorreu-se também aos coeficientes referenciados em Cartaxo et al. (1985)

(constantes de INAG, I.P., 2001).

Quanto a outras actividades, para as quais foram também quantificadas cargas poluentes, designadamente, centrais

térmicas, aterros e outras instalações de eliminação, tratamento e valorização de resíduos e instalações de

armazenamento e distribuição de combustíveis, levantados através da consulta dos TURH e Licenças Ambientais,

consideraram-se apenas os dados de auto-controlo disponíveis.

Para determinar as eficiências de tratamento, procuraram-se, na bibliografia da especialidade, valores típicos

associados a cada tipo de tratamento, uma vez que os dados disponíveis não permitiram estimar este parâmetro. Assim,

no que diz respeito ao tratamento primário, a eficiência de remoção considerada para os vários parâmetros foi

estabelecida de acordo com o definido na norma alemã ATV-DVWK-A 131 E. Relativamente ao tratamento secundário,

consideraram-se como valores típicos de eficiência para os parâmetros CQO, CBO5 e SST, as percentagens mínimas

de redução de carga exigidas pelo Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho, para a descarga de águas residuais urbanas

com este nível de tratamento. Quanto à remoção de Ntotal e Ptotal no âmbito do tratamento secundário, consideraram-se

as eficiências associadas a dois tipos de sistemas de tratamento, com decantação primária e sem decantação primária

(Metcalf e Eddy, 1991). Nos casos em que existe tratamento terciário, consideraram-se também as eficiências mínimas

de remoção referidas no Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho (Quadro 2.93).

Quadro 2.93 – Eficiências de tratamento utilizadas no âmbito da estimativa de cargas poluentes.

Grau de Tratamento Eficiência de Remoção (%)

CQO CBO5 SST Ntotal Ptotal

Primário 25(1) 25(1) 50(1) 9,1(1) 11,1(1)

Primário – Suiniculturas 50(2) 50(2) 50(2) 15(2) 15(2)

Secundário – CDP 75 70 90 30 25

Secundário – SDP 75 70 90 18 12

Terciário 75 70 90 80 80

Fontes: (1) Norma ATV-DVWK-A 131 E (2) ARH Tejo, I.P., 2009 (3) Dartora et al., 1998 Notas: CDP – Com decantação primária; SDP – Sem decantação primária

Nos casos em que não existe informação acerca do grau ou tipo de tratamento foi considerado o tratamento primário,

assumindo-se assim a pior situação. No que respeita às suiniculturas, atendendo ao facto de a maioria das explorações

apresentar sistemas de tratamento primário por lagunagem, a estimativa das cargas poluentes foi realizada

considerando as eficiências típicas de tratamento primário, obtidas através deste sistema de tratamento, consultadas

em ARH Tejo, I.P., 2009.

Por fim, consideraram-se os seguintes períodos de laboração:

• suiniculturas e aviários – 365 dias do ano;

• adegas e lagares – 60 dias/ano;

• lacticínios, matadouros e restantes instalações industriais – 251 dias/ano (ou o período de laboração indicado

nos TURH ou Licenças Ambientais).

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a) Urbana

Refira-se que se consideraram neste ponto apenas as ETAR urbanas que servem mais de 200 habitantes; as de menor

dimensão são tratadas no ponto seguinte (pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas), em

conjunto com as fossas sépticas colectivas com descarga em linha de água. No Quadro 2.94 apresenta-se um resumo

do levantamento efectuado no que se refere às ETAR urbanas.

Quadro 2.94 – ETAR urbanas inventariadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia N.º de instalações inventariadas População servida N.º de instalações com dados de auto-controlo

Rio Alcobaça 5 45 365 5

Rio Tornada 6 12 241 6

Rio Arnóia 18 97 631 11

Ribeira de São Domingos 4 6 807 3

Rio Alcabrichel 3 7 868 3

Rio Sizandro 11 52 237 7

Rio Lisandro 13 40 495 13

Ribeiras Costeiras do Oeste 26 127 347 23

BHRO 86 38 9991 71

Percentagem do total 83%

Fonte: ARH Tejo, 2010 (dados referentes a 2009).

No Quadro 2.95 apresentam-se as cargas poluentes estimadas associadas às ETAR urbanas da região, por bacia.

Quadro 2.95 – Cargas poluentes associadas às ETAR urbanas.

Bacia N.º de ETAR com carga

quantificada CQO (t/ano) CBO5 (t/ano) SST (t/ano) Ntotal (t/ano) Ptotal (t/ano) Volume

anual (dam3)

Rio Alcobaça 5 659,2 395,5 622,8 126,2 40,3 2483,7

Rio Tornada 6 127,8 76,7 48,4 35 11,3 670,2

Rio Arnóia 17 1 187,9 710,7 360,4 315,8 101,7 5379

Ribeira de São Domingos 4 430,6 258,4 129,2 117,8 38 372,7

Rio Alcabrichel 3 127,6 72,4 46,7 16 5 501

Rio Sizandro 9 1 726,7 1036 518 458,4 147,7 2860

Rio Lisandro 13 641,5 384,9 192,4 117,1 37,3 2217,1

Ribeiras Costeiras do Oeste 26 5 532,7 3 091,0 2 117,0 933 292,8 6972,2

BHRO 83 10 434 6 025,6 4 035, 2 119,3 674,1 21455,9

b) Pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas

No Quadro 2.96 resume-se a informação recolhida respeitante a pequenas instalações de tratamento de águas

residuais, ou seja, pequenas ETAR (< 200 hab) e fossas sépticas colectivas (FSC) com descarga em linha de água.

Quadro 2.96 – Pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas inventariadas nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

Bacia N.º de instalações com descarga para a linha de água População servida N.º de instalações com dados de

auto-controlo

Rio Arnóia 15 2 100 3

Ribeira de São Domingos 5 441 1

Rio Alcabrichel 9 1 968 3

Rio Sizandro 45 4 835 1

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Bacia N.º de instalações com descarga para a linha de água População servida N.º de instalações com dados de

auto-controlo

Rio Lisandro 3 224 1

Ribeiras Costeiras do Oeste 9 1 860 1

BHRO 86 11 428 10

Percentagem do total 12%

Fonte: ARH Tejo, 2010 (dados referentes a 2009)

No Quadro 2.97 apresentam-se as cargas poluentes estimadas associadas às pequenas instalações de tratamento de

águas residuais das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.97 – Cargas poluentes associadas às pequenas instalações de tratamento de águas residuais urbanas.

Bacia N.º de

instalações com carga

quantificada CQO (t/ano) CBO5 (t/ano) SST (t/ano) Ntotal (t/ano) Ptotal (t/ano) Volume

anual (dam3)

Rio Arnóia 15 63,5 32,2 30,8 7 2,1 115

Ribeira de São Domingos 5 14,5 7,2 7,2 1,5 0,4 24,1

Rio Alcabrichel 9 63,6 32,3 30,7 7,4 2,2 107,7

Rio Sizandro 44 149,6 75,2 74 15,8 4,7 255,4

Rio Lisandro 3 4,3 2,4 1,7 0,9 0,3 12,3

Ribeiras Costeiras do Oeste 9 60,6 30,3 30,2 6,2 1,8 101,8

BHRO 85 356,1 179,7 174,7 38,6 11,4 616,3

c) Águas residuais urbanas não tratadas

A caracterização de pontos de rejeição de águas residuais não tratadas na região foi efectuada a partir dos dados do

INSAAR 2009 (dados relativos a 2008) e é resumida no Quadro 2.98.

Quadro 2.98 – Pontos de rejeição de águas residuais urbanas não tratadas inventariados nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste.

Bacia N.º de pontos de descarga inventariados População associada

Rio Arnóia 13 4 912

Ribeira de São Domingos 8 3 627

Rio Alcabrichel 15 1 771

Rio Sizandro 77 9 318

Ribeiras Costeiras do Oeste 3 456

BHRO 116 20 448

Fonte: INSAAR, 2009

No Quadro 2.99 apresentam-se as cargas poluentes estimadas associadas à descarga de águas residuais não tratadas

nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por bacia.

Quadro 2.99 – Cargas poluentes associadas à rejeição de águas residuais urbanas não tratadas.

Bacia N.º de pontos

com carga quantificada

CQO (t/ano) CBO5 (t/ano) SST (t/ano) Ntotal (t/ano) Ptotal (t/ano) Volume anual (dam3)

Rio Arnóia 13 215,1 107,6 161,4 17,9 5,4 268,9

Ribeira de São Domingos 7 146,9 73,5 110,2 12,2 3,7 183,6

Rio Alcabrichel 15 77,6 38,8 58,2 6,5 1,9 97,0

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Bacia N.º de pontos

com carga quantificada

CQO (t/ano) CBO5 (t/ano) SST (t/ano) Ntotal (t/ano) Ptotal (t/ano) Volume anual (dam3)

Rio Sizandro 77 408,1 204,1 306,1 34,0 10,2 510,2

Ribeiras Costeiras do Oeste 3 20,0 10,0 15,0 1,7 0,5 25,0

BHRO 115 867,7 433,9 650,8 72,3 21,7 1084,7

O Quadro 2.100 apresenta os valores das cargas poluentes agregadas na categoria urbana – ETAR urbanas, fossas

sépticas colectivas, descarga de colectores de águas residuais urbanas.

Quadro 2.100 – Cargas poluentes com origem urbana estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia CQO (ton/ano) CBO5 (ton/ano) SST (ton/ano) Ntotal (ton/ano) Ptotal (ton/ano)

Rio Alcobaça 659 395 623 126 40

Rio Tornada 128 77 48 35 11

Rio Arnóia 1 467 851 553 341 109

Ribeira de São Domingos 592 339 247 132 42

Rio Alcabrichel 269 143 136 30 9

Rio Sizandro 2 284 1 315 898 508 163

Rio Lisandro 646 387 194 118 38

Ribeiras Costeiras do Oeste 5 613 3 131 2 162 941 295

BHRO 11 658 6 638 4 861 2 230 707

d) Indústria

Incluem-se neste grupo todas as fontes consideradas como industriais, ou seja, os sectores da agro-indústria

abrangidos pela ENEAPAI (matadouros, indústrias de lacticínios e adegas), os restantes sectores da indústria

transformadora e aterros sanitários, outras instalações de tratamento e valorização de resíduos e instalações de

armazenamento e distribuição de combustíveis. No Quadro 2.101 apresentam-se as cargas poluentes de origem

industrial estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.101 – Cargas poluentes com origem na indústria estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Bacia CQO (ton/ano) CBO5 (ton/ano) SST (ton/ano) Ntotal (ton/ano) Ptotal (ton/ano)

Rio Alcobaça 106 0 25 0 0

Rio Tornada 168 89 20 39 0

Rio Arnóia 296 199 15 8 0

Ribeira de São Domingos 0 0 0 0 0

Rio Alcabrichel 35 25 7 15 0

Rio Sizandro 342 174 51 68 3

Rio Lisandro 96 55 15 25 2

Ribeiras Costeiras do Oeste 92 61 17 15 1

BHRO 1 135 603 150 169 7

e) Pecuária

Incluem-se neste grupo todas as suiniculturas abrangidas e não abrangidas pela Directiva PCIP e aviculturas

(Quadro 2.102).

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Quadro 2.102 – Cargas poluentes com origem na pecuária estimadas para as bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Bacia CQO (ton/ano) CBO5 (ton/ano) SST (ton/ano) Ntotal (ton/ano) Ptotal (ton/ano)

Rio Alcobaça 1 673 669 1 116 162 54

Rio Tornada 2 108 843 1 405 215 72

Rio Arnóia 1 645 608 1 201 210 256

Ribeira de São Domingos 476 190 318 49 16

Rio Alcabrichel 2 282 913 1 521 224 75

Rio Sizandro 1 173 469 782 120 40

Rio Lisandro 307 123 204 31 10

Ribeiras Costeiras do Oeste 2 299 920 1 533 235 78

BHRO 11 963 4 735 8 080 1 245 601

2.3.1.2. Poluição difusa

A análise da poluição difusa com origem nas áreas agrícolas, florestas, pastagens, territórios artificializados, zonas com

vegetação arbustiva ou herbácea e áreas de espalhamento de efluentes no solo, que afecta as águas superficiais e

subterrâneas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, circunscreveu-se, em termos de poluentes, ao Ntotal e ao

Ptotal.

As cargas de poluentes que são introduzidas na rede hidrográfica de forma difusa são de difícil quantificação, na medida

em que dependem da interacção de diversos factores, como por exemplo a intensidade e duração da precipitação, tipo

e uso de solo, práticas agrícolas e fisiografia do terreno (Rodrigues, 2003).

Em Portugal, não se encontram disponíveis dados de campo que permitam o cálculo efectivo das cargas de poluentes

de origem difusa afluentes às MA (Rodrigues, 2003a). No entanto, a poluição de origem difusa, nas águas superficiais,

pode ser estimada através de um vasto conjunto de modelos, mais ou menos complexos.

De acordo com Sutherland e Novotny, citado por Novotny (1994) (vide Rodrigues, 2003) os modelos de avaliação da

poluição difusa podem ser divididos em cinco níveis: I) procedimentos estatísticos simples considerando cargas unitárias

sem interacção com processos físicos e químicos; II) procedimentos simplificados com alguma interacção com

processos físico-químicos; III) modelos determinísticos simplificados, contínuos ou orientados para eventos; IV) modelos

sofisticados de eventos e V) modelos contínuos sofisticados. A escolha de um método adequado depende tanto dos

dados disponíveis, como da escala a que o estudo é realizado (Diogo, 2008).

Segundo Novotny (1994), citado por Rodrigues (2003) os modelos de nível I têm como base resultados estatísticos de

programas de monitorização, apresentando um conceito comum, independentemente de se tratar de uma área agrícola

ou urbana, e uma componente hidrológica simples ou mesmo inexistente. Este tipo de abordagem simplificada e

relativamente pouco exigente em termos de dados de base, pode, de acordo com o mesmo autor, constituir um meio

eficaz de avaliação da poluição difusa.

Assim, tendo em conta a inexistência de dados que permitam a adopção de modelos mais sofisticados, e tendo em

conta que a análise se realiza à escala da área global das bacias hidrográficas, optou-se por utilizar uma abordagem do

nível I, através da utilização de cargas unitárias, ou seja, cargas de poluente exportado por unidade de área (taxas de

exportação), associadas a cada categoria de uso de solo.

A metodologia utilizada para o cálculo das cargas poluentes de origem difusa afluentes à rede hidrográfica encontra-se

sistematizada na Figura 2.21.

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Figura 2.21 – Metodologia de avaliação de pressões de poluição difusa.

A carga poluente afluente a uma secção de referência foi obtida pela multiplicação das cargas unitárias pelas áreas

parciais de cada categoria de solo na área drenante em estudo (Diogo, 2008), de acordo com a seguinte equação:

CTi = Σ (Cij . Aj)

em que:

CTi – carga total do poluente i, afluente à secção de referência [M];

Cij – carga do poluente i, por unidade de área e de tempo na categoria de solo j (taxa de exportação) [M L-2];

Aj – área de solo da categoria j [L-2].

Em termos de uso de solo, a carta de uso de solo CLC 2006 foi utilizada como base de informação. Uma vez que a

informação disponível nesta carta é bastante detalhada, as classes CLC 2006 de nível III foram agregadas nas classes

áreas agrícolas com culturas anuais, áreas agrícolas com culturas permanentes, áreas agrícolas heterogéneas,

florestas, meios aquáticos, pastagens, territórios artificializados, zonas com vegetação arbustiva ou herbácea e zonas

descobertas sem ou com pouca vegetação, de acordo com o indicado no Quadro 2.103.

Dado que a actividade pecuária, traduzida no espalhamento de estrumes nos solos, pode tornar-se numa importante

fonte de poluição difusa, introduziu-se uma nova classe de uso de solo, denominada “áreas de espalhamento”. A

criação desta classe teve por base a informação fornecida pela ARH Tejo sobre as áreas de espalhamento.

A distribuição da ocupação do solo, nas classes supramensionadas, é apresentada no Quadro 2.103. Verifica-se que as

áreas com ocupação agrícola e florestal são predominantes, representando, respectivamente, cerca de 57% e 28% das

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

No Quadro 2.103 apresentam-se as taxas de exportação utilizadas para cada classe de uso do solo, assim como as

classes de uso de solo, de nível III, da CLC 2006 consideradas para a agregação agora apresentada.

Verifica-se que os maiores riscos de exportação de Ntotal ocorrem em áreas agrícolas com culturas anuais, seguindo-se

as áreas agrícolas heterogéneas e as áreas de espalhamento. Em relação ao Ptotal as taxas de exportação mais

elevadas ocorrem em áreas de espalhamento, áreas agrícolas com culturas anuais e pastagens.

Carta de uso do solo (CLC 2006)

Taxas de exportação (Ntotal e Ptotal)

Cargas orgânicas e nutrientes com origem na poluição difusa

Área de espalhamento de efluentes pecuários

Áreas agrícolas

Zonas com vegetação arbustiva

ou herbácea

Florestas

Pastagens

Territóriosartificializados

Áreas de espalhamento

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Quadro 2.103 – Classes de uso do solo e respectivas taxas de exportação (kg/ha/ano).

Classes de uso de solo consideradas

% das áreas das classes de uso do solo Classes CLC nível III (1) N (kg/ha/ano) P (kg/ha/ano) Fonte

Áreas agrícolas com culturas anuais 13,9% 241(2) ; 211; 212 5 1 Novotny, 1994 (7)

Áreas agrícolas com culturas permanentes 8,0% 213; 221; 222; 223 2,7 0,3 Novotny, 1994 (7)

Áreas agrícolas heterogéneas 13,1% 242; 243 3,9 0,7 Novotny, 1994 (7)

Florestas 53,4% 334; 311, 312, 313, 324, 244(3) 2 0,1 Dal & Kurtar, 1993 (7)

Meios aquáticos 0,8% 411; 421, 422; 423, 511, 512; 521; 522; 523 0 0 -

Pastagens 0,3% 231 1,5 0,9 Novotny, 1994(7)

Territórios artificializados 3,6% 111; 112; 121; 122; 123; 124; 131; 132; 133; 141; 142 0,7 0,2 Waller e Hart,

1986 (7)

Zonas com vegetação arbustiva ou herbácea 4,2% 321; 322(4); 323(5), 333 2,7 0,3 Novotny, 1994 (7)

Zonas descobertas sem ou com pouca vegetação 0,1% 331; 332 0 0 -

Áreas de espalhamento 2,7% - 3,6 (6) 1,3(6) -

(1) A agregação das classes CLC de nível III foi realizada com base no estudo desenvolvido por Fernanda Néry em 2007 (Néry, 2007) (2) A classe 241 – Culturas anuais associadas a culturas permanentes foi agregada na classe área agrícola com culturas anuais, uma vez que as culturas anuais ocupam mais de 50% da sua superfície; (3) A classe 244 – Zonas agro-florestais foi agregada na classe florestas, porque as culturas anuais ou pastagens e terras incultas ou em pousio ocupam menos de 50% da sua superfície; (4) A classe 322 – Charnecas ou matos foi agregada na classe zonas com vegetação arbustiva ou herbácea por se tratar de vegetação com coberto baixo e cerrado; (5) A classe 323 – Vegetação esclerófila foi agregada na classe zonas com vegetação arbustivas ou herbácea por incluir olivais abandonados, não sendo, portanto, produtivos; (6) Taxas de exportação definidas no âmbito do PBH do Tejo; Fonte: (7) vide Rodrigues, 2003.

As cargas poluentes afluentes às MA superficiais, com origem na agricultura e áreas de espalhamento são

apresentadas no Quadro 2.104.

Quadro 2.104 – Síntese das cargas poluentes anuais de origem difusa estimadas para as bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste.

Bacia

Áreas agrícolas com culturas

anuais

Áreas agrícolas com culturas permanentes

Áreas agrícolas heterogéneas

Áreas de espalhamento Florestas Pastagens Territórios

artificializados

Zonas com vegetação

arbustiva ou herbácea

Total por bacia

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Ntotal (t/ano)

Ptotal (t/ano)

Rio Alcobaça 9,98 2 13,38 1,49 46,5 8,35 1,12 0,4 34,72 1,74 0 0 2,23 0,64 6,32 0,7 114,24 15,31

Rio Tornada 13,02 2,6 9,21 1,02 38,46 6,9 0,27 0,1 14,19 0,71 0 0 1,08 0,31 0,21 0,02 76,44 11,67

Rio Arnóia 7,55 1,51 41,66 4,63 50,42 9,05 0,35 0,12 20,7 1,03 0 0 2,19 0,63 1,8 0,2 124,67 17,18

Ribeira de São Domingos

2,15 0,43 0,07 0,01 17,78 3,19 0 0 2,63 0,13 0 0 0,36 0,1 0,11 0,01 23,09 3,87

Rio Alcabrichel 0,22 0,04 6,62 0,74 23,04 4,14 1,03 0,37 10,58 0,53 0 0 0,73 0,21 0,13 0,01 42,34 6,04

Rio Sizandro 1,49 0,3 35,48 3,94 49,86 8,95 0,3 0,11 6,78 0,34 0,19 0,11 2,39 0,68 0,43 0,05 96,92 14,48

Rio Lisandro 9,66 1,93 0 0 32,01 5,74 0,31 0,11 4,38 0,22 0 0 2,55 0,73 1,89 0,21 50,81 8,95

Ribeiras Costeiras do Oeste

9,12 1,82 4,21 0,47 81,14 14,56 0,33 0,12 42,45 2,12 0 0 4,76 1,36 8,42 0,94 150,43 21,39

BHRO 53,2 10,64 110,62 12,29 339,2 60,88 3,71 1,34 136,42 6,82 0,19 0,11 16,28 4,65 19,31 2,15 678,93 98,88

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2.3.1.3. Carga poluente não quantificável – Poluição tópica e difusa

Foram identificadas como pressões nas MA superficiais, com carga poluente não quantificável, as seguintes categorias

de pressões:

• indústria transformadora;

• aterros sanitários e lixeiras encerradas;

• indústria extractiva;

• outros passivos ambientais.

Este grupo refere-se fundamentalmente a fontes potencialmente emissoras de substâncias prioritárias e de outros

poluentes, nomeadamente dos abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro.

Estas fontes constituem factores de pressão sobre as MA que afectam, fundamentalmente, o estado químico.

Assim, para as pressões deste grupo, para além de se identificarem e localizarem as instalações com emissões

reportadas de Substâncias Prioritárias e Outros Poluentes (SPOP) para a água, a avaliação das pressões sobre as MA

é complementada com a identificação e caracterização das fontes tópicas potencialmente emissoras deste tipo de

poluentes na região hidrográfica, compreendendo instalações da indústria transformadora, aterros sanitários e indústria

extractiva.

Importa salientar que, em muitos casos, as substâncias referidas poderão não estar presentes nos efluentes das

instalações industriais – por serem utilizadas em processos secos ou por haver segregação de determinados fluxos,

como por exemplo, efluentes de cabines de pintura e instalações de desengorduramento de metais – ou estar presentes

em concentrações muito reduzidas, não determinando impactes significativos sobre as MA.

Entre os sectores industriais potencialmente emissores de SPOP destacam-se os seguintes:

• indústria química e farmacêutica (CAE20 e 21);

• indústria da pasta de papel e papel (CAE17110 a 17212);

• indústria têxtil (CAE13);

• refinarias (CAE19);

• indústria metalúrgica (CAE24);

• tratamento e revestimento de metais (CAE25610).

Outros sectores identificados como potencialmente SPOP incluem:

• indústria da madeira (CAE16);

• impressão e actividades relacionadas (CAE18);

• fabricação de cimento, clínquer, cal e vidro (CAE235 e 231);

• indústria da borracha e dos plásticos (CAE22);

• indústria de produtos metálicos (CAE25);

• curtumes (CAE15111 e 15113);

• matadouros (CAE101);

• indústria de componentes eléctricos – pilhas e acumuladores (CAE27200).

As estações de tratamento de águas residuais urbanas e os aterros sanitários e lixeiras encerradas são também fontes

potenciais de emissão de SPOP para as MA.

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Nenhuma das ETAR inventariadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste reportou a descarga de SPOP para a

água, em 2008 ou 2007, abrigo do Diploma PRTR.

Quanto às instalações industriais, apesar de se terem identificado nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 31

instalações industriais pertencentes às CAE mencionadas anteriormente (incluindo 15 matadouros), verifica-se que

nenhuma instalação reportou, ao abrigo do Diploma PRTR, a descarga de SPOP para a água, em 2008 ou 2007.

De acordo com INAG, I.P. 2010, entre as substâncias que podem estar presentes em lixiviados de aterros, destacam-se

as seguintes, incluídas na lista de SPOP: benzeno, cádmio, chumbo e mercúrio (entre outros metais pesados),

antraceno e fluoranteno (entre outros HAP) e também éter definílico bromado e DEHP.

As lixeiras encerradas podem ser responsáveis pela emissão das mesmas SPOP que os aterros. A pressão exercida

pelas lixeiras poderá reflectir-se no estado actual da qualidade da água superficial e subterrânea, mas apresenta maior

relevância do ponto de vista de eventual contaminação histórica.

Quanto à actividade extractiva existente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, tendo em conta as substâncias

exploradas, o risco da mesma exercer pressão significativa sobre as MA é muito reduzido.

Apesar de não terem sido reportadas descargas de SPOP nas águas superficiais, foram identificadas as substâncias

que potencialmente poderão atingir as MA, face ao tipo de pressões, tópicas e difusas, cuja presença foi inventariada na

região, por bacia (Quadro 2.105).

Quadro 2.105 – Lista de SPOP que potencialmente poderão estar presentes nas massas de água superficiais,

provenientes de fontes pontuais (P) e difusas (D), por bacia.

Lista das substâncias prioritárias

Rio

Alc

obaç

a

Rio

Tor

nada

Rio

Arn

óia

Rib

eira

de

São

Dom

ingo

s

Rio

Alc

abric

hel

Rio

Siz

andr

o

Rio

Lis

andr

o

Rib

eira

s C

oste

iras

do

Oes

te

Alacloro - - - - - - - -

Antraceno - - - - P P - -

Atrazina - - - - - - - -

Benzeno - - - - P - P -

Cádmio e compostos de cádmio P P P - P P P P

Cloroalcanos, C10 -13 - - - - P - - -

Diurão - - - - - - - -

Chumbo e compostos de chumbo P P P P P P P P

Mercúrio e compostos de mercúrio P P P P P P P P

Níquel e compostos de níquel P P P P P P P P

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) - P P P P P P P

1,2 - Dicloroetano - - - -

P -

Diclorometano - - - - P

P -

Hexaclorobenzeno - - - - P

-

Triclorometano (Clorofórmio) - - - -

P P P

Tricloroetileno - - - - P P P P

Tetracloroetileno - - - - P P P P

Tetracloreto de carbono - - - - P P P P

Nonilfenol - - - - P P P P

Octilfenol - - - - P P P P

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Lista das substâncias prioritárias

Rio

Alc

obaç

a

Rio

Tor

nada

Rio

Arn

óia

Rib

eira

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São

Dom

ingo

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Rio

Alc

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Rio

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Rio

Lis

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eira

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oste

iras

do

Oes

te

Pentaclorofenol - - - - P

-

Tributilestanho - - - - P P P -

Triclorobenzeno - - - - P

P -

2.3.1.4. Pressões morfológicas e hidromorfológicas

a) Rios

Realizou-se o levantamento e a caracterização das principais infra-estruturas e actividades que potencialmente afectam

as características hidromorfológicas das MA, designadamente:

• infra-estruturas transversais (barragens e açudes);

• projectos de regularização de linhas de água;

• extracção de inertes;

• transferências entre bacias.

Para tal, foram consultadas as seguintes fontes de informação: TURH emitidos pela ARH Tejo, dados da aplicação do

REF, site do INAG, SNIRH, Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens (CNPGB), Projecto de Controlo de

Cheias da Região de Lisboa (PCCRL), Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural e INSAAR.

As modificações nas características hidromorfológicas das MA da categoria Rios poderão levar à identificação de MAFM

se estas modificações alterarem o carácter da MA (ver Capítulo 2.1.2.2.).

Infra-estruturas transversais (barragens e açudes)

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram inventariadas 6

barragens e açudes (Quadro 2.106). Destas e de acordo com a classificação

ICOLD (International Commission on Large Dams) e com o Regulamento de

Segurança de Barragens (Decreto-Lei n.º 344/2007, de 15 de Outubro de 2007), 4 são consideradas grandes barragens,

1 é considerada barragem e a outra pequena barragem Identificou-se ainda um aproveitamento hidroeléctrico em

estudo, com localização prevista para o Rio Alcôa (AHE de Fervença).

Quadro 2.106 – Aproveitamentos hidráulicos identificados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Designação Bacia Classificação MA (EU_CD) Cap. útil (m3) Finalidade

Alvorinha Rio Tornada Grande Barragem PT04RDW1163 690 000 Rega

Óbidos Rio Arnóia Grande barragem PT04RDW1169 5 800 000 Rega

Sobrena Rio Arnóia Grande Barragem PT04RDW1169 380 000 Rega

São Domingos Ribeira de São Domingos Grande barragem PT04RDW1172 7 550 000 Abastecimento público

/ Rega

Toxofal Ribeiras Costeiras do Oeste Barragem PT04RDW1176 Não disponível Sem informação

Quinta do Rol Ribeiras Costeiras do Oeste Pequena PT04RDW1175 Não disponível Sem informação

Mapa 46 – Aproveitamentos hidráulicos.

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As alterações provocadas pelas infra-estruturas transversais (barragens e açudes) fazem sentir-se, principalmente, ao

nível dos seguintes elementos hidromorfológicos: regime hidrológico (caudais e condições de escoamento) e

continuidade do rio.

A avaliação do impacte potencial das alterações no regime hidrológico foi realizada através do índice de regularização,

apenas para as grandes barragens (com capacidade útil superior a 1 hm3), sendo os critérios de avaliação descritos na

Figura 2.22.

Figura 2.22 – Critérios para avaliar os impactes potenciais nas MA resultantes da alteração do seu regime hidrológico

através do índice de regularização, para as grandes barragens (com capacidade útil superior a 1 hm3).

Considerando o índice de regularização, os impactes negativos potenciais são particularmente significativos a jusante

das grandes barragens: Alvorninha, Óbidos, Sobreda, São Domingos, sendo que Alvorninha, Óbidos e Sobreda foram

sujeitas ao Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental posteriamente a 1990, pelo que para estas barragens

foram definidos caudais ecológicos.

No entanto, a monitorização realizada até à data não permite confirmar se estão a ser garantidos os caudais

estabelecidos, e em que medida estão a ser eficazes para que seja atingido o bom estado/potencial ecológico,

tornando-se fundamental que essa monitorização seja realizada e venham a ser redefinidos os regimes de caudais

ecológicos.

No que se refere ao elemento hidromorfológico continuidade, foi considerada a distância entre as infra-estruturas

transversais inventariadas e a avaliação da sua transponibilidade pelas espécies ictiofaunísticas. Quanto menor o

número de barreiras e maior a distância entre elas, maior a continuidade (Figura 2.23).

Figura 2.23 – Critérios para avaliar os impactes potenciais nas MA resultantes na presença de infra-estrutura

transversais através da distância entre estas.

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Atendendo a que todas as obras transversais inventariadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste se encontram

em MA diferentes e a mais de 2 km uma da outra, considera-se que os impactes potenciais dos aproveitamentos

hidráulicos sobre a continuidade MA são reduzidos ou moderadamente significativos, com excepção da barragem de

São Domingos que está localizada já no troço final da Ribeira de São Domingos. No Quadro 2.107 resume-se a

classificação de impactes efectuada.

Quadro 2.107– Avaliação dos impactes das principais obras transversais nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Designação aproveitamento

Cap. útil (dam3)

Índice de regularização Bacia MA (EU_CD) Impacte potencial

Grandes aproveitamentos – cap. útil > 1 hm3

Alvorninha 690 000 n.d. Rio Tornada PT04RDW1163 Reduzidos

Óbidos 5 800 000 0,30 Rio Arnóia PT04RDW1169 Moderados

Sobrena Não disponível - Rio Arnóia PT04RDW1169 Reduzidos

São Domingos 7 550 000 1,05 Ribeira de São Domingos PT04RDW1172 Elevados

Outros aproveitamentos

Quinta do Rol Não disponível - Ribeiras Costeiras do Oeste PT04RDW1176 Reduzidos

Toxofal Não disponível - Ribeiras Costeiras do Oeste PT04RDW1175 Reduzidos

A presença da barragem de São Domingos levou à classificação de massa de água a montante (albufeira) e a jusante

da mesma como massa de água fortemente modificada (MAFM), estando em curso estudos relativos aos troços a

montante e a jusante da barragem de Òbidos.

Regularização de linhas de água e infra-estruturas longitudinais

No que se refere à regularização de cursos de água, foram lançados pelo INAG 2 projectos de regularização de linhas

de água que incidem sobre MA das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (designadamente, Rio Alcabrichel e Rio

Sizandro), cuja principal finalidade é o controlo de cheias e defesa dos centros urbanos. O INAG tem, ainda, em

colaboração com outras entidades (Polis, câmaras municipais, entre outros), promovido a realização de acções de

limpeza, desobstrução e reabilitação de linhas de água, em particular na área da Grande Lisboa, acções que a ARH

Tejo tem, também, vindo a realizar desde a sua criação.

A generalidade dos projectos de regularização de linhas de água está associada à limpeza de leitos e margens, ao

reperfilamento das secções transversais e aumento da sua capacidade de vazão, e à linearização do traçado

longitudinal do leito, afectando as características morfológicas do tipo de rio, nomeadamente no que se refere ao

substrato do leito, velocidade e profundidade do escoamento, estrutura das margens e continuidade da galeria

ribeirinha.

As implicações destas alterações no estado da MA prendem-se com o grau de alteração das características

morfológicas do leito e margens da MA face às que caracterizam o tipo de rios em causa e do comprimento linear da

intervenção face ao comprimento total da MA. No contexto da área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, os

cursos de água que se apresentam como mais fortemente intervencionados localizam-se em meio urbano e em áreas

agrícolas.

Extracção de inertes

Entende-se por extracção de inertes a “intervenção de desassoreamento das zonas de escoamento e de expansão das

águas de superfície, quer correntes, quer fechadas, bem como da faixa costeira, da qual resulte a retirada de materiais

aluvionares granulares depositados ou transportados pelo escoamento nas massas de água de sperfície, em suspensão

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ou por arrastamento, independentemente da granulometria e da composição química, nomeadamente siltes, areia,

areão, burgau, godo, cascalho, terras arenosas e lodos diversos”, tal como expresso no Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de

31 de Maio, a extracção de inertes em águas públicas só é possível quando se encontra prevista em plano específico de

gestão das águas ou enquanto medida de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas costeiras e de

transição, ou ainda como medida necessária à criação ou manutenção de condições de navegação em segurança e da

operacionalidade do porto. Também a Lei da Água, no seu Artigo 33.º, considera que as medidas de conservação e

reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribeirinhas compreendem, nomeadamente as acções de limpeza e

desobstrução dos álveos das linhas de água, por forma a garantir condições de escoamento dos caudais líquidos e

sólidos em situações hidrológicas normais ou extremas. Considera também que a correcção dos efeitos da erosão,

transporte e deposição de sedimentos que implique o desassoreamento das zonas de escoamento e de expansão das

águas de superfície, quer correntes quer fechadas, bem como da faixa costeira, e da qual resulte a retirada de

materiais, tais como areias, areão, burgau, godo e cascalho, só é permitida quando decorrente de planos específicos.

A Lei da Água refere ainda que a adequação de uma actividade de extracção de inertes como medida de

desassoreamento constitui requisito necessário para o exercício dessa actividade, nos termos do n.º 3 do artigo 60.º, e

sem prejuízo do regime de avaliação de impacte ambiental e do plano de recuperação paisagística.De facto, a alínea o)

do Artigo 60.º e a alínea d) do Artigo 62.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, estabelece que a extracção de inertes

está sujeita à obtenção de licença prévia de utilização, quando incida sobre leitos, margens e águas públicas e/ou

particulares. Para extracção de inertes em margens e leitos públicos conexos com águas públicas e para volumes a

extrair superiores a 500 m3, a atribuição da Licença está sujeita a concurso.

A extracção de inertes está sujeita à obtenção de licença prévia de utilização, quando incida sobre leitos, margens e

águas públicas e/ou particulares, conforme estabelece a alínea o) do Artigo 60.º e a alínea d) do Artigo 62.º da Lei

n.º58/2005, de 29 de Dezembro. Para extracção de inertes em margens e leitos públicos conexos com águas públicas e

para volumes a extrair superiores a 500 m3, a atribuição da Licença está sujeita a concurso.

De acordo com a informação disponível, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não existe qualquer

licenciamento para extracção de inertes.

Transferências entre bacias

A transferência de água entre bacias tem duas consequências principais, por um lado, a alteração do escoamento

natural, com acréscimo de caudais nas bacias receptoras e decréscimo nas bacias fornecedoras e, por outro, a

promoção da transferência de espécies, nomeadamente piscícolas, de umas MA para outras, de que podem resultar

desequilíbrios ecológicos e perda de biodiversidade (por hibridação). Alterações da qualidade da água podem também

ocorrer aquando da mistura dos meios dador e receptor.

No caso das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste verifica-se a transferência de volumes de água da RH5 para

esta bacia a partir da Albufeira de Castelo de Bode, através do sistema de abastecimento da EPAL. Os eventuais

impactes desta transferência nas ribeiras do Oeste não foram, até ao momento, monitorizados.

b) Águas Costeiras

Realizou-se o levantamento das actividades/infra-estruturas que podem ter efeitos significativos sobre as águas

costeiras, do ponto de vista hidromorfológico, indicadas no Quadro 2.108, no qual se indicam também os critérios

utilizados para identificação das pressões significativas.

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Quadro 2.108 – Pressões hidromorfológicas sobre as massas de água costeiras.

Pressão Descrição Impacte significativo

Dragagens

Consideradas devido ao seu efeito sobre a profundidade, as características do substrato e a perturbação dos fundos. Para a análise apenas se consideraram as dragagens efectuadas para manter os canais que permitam navegabilidade de embarcações e acesso a portos.

Quando a superfície dragada fora das bacias portuárias for superior a 5 ha.

Retenções marginais

Consideradas como elementos que modificaram por completo as margens naturais das massas de água (pode ser uma retenção de enrocamento, um cais ou um paredão).

Quando o comprimento total for superior a 1 000 m ou quando o comprimento total for superior a 15% do perímetro da massa de água.

Aterros

Consideradas áreas em que ocorreu uma perda total do funcionamento do ecossistema aquático, ou seja, zonas que desapareceram como massa de água (terraplanagem ou enchimento artificial.

Não incluídos. Considera-se que representam uma perda histórica de superfície, mas não implicam que o estado das massas de água possa ser afectado.

Represas, diques, moinhos de marés

Construções que permitem regular o fluxo de água, podendo reduzir significativamente o escoamento fluvial de forma permanente ou temporária.

Quando o comprimento da estrutura é superior a 300 m ou quando a superfície isolada ou com fluxo de água potencialmente restringido é superior a 15% da massa de água.

Esporões e Quebra-mares Construções que impedem a corrente de água e provocam desvios na circulação modificando a velocidade e a direcção das correntes.

Quando o comprimento da estrutura é superior a 500 m ou quando os seus efeitos na hidrodinâmica costeira produzem modificações significativas na morfologia costeira.

Emissários submarinos

Estruturas submersas compostas por condutas destinadas à descarga de águas residuais. Podem interferir com o escoamento se colocadas transversalmente ao fundo ou perpendicularmente à costa.

Não incluídos. Considera-se que permitem a circulação de água e não são suficientemente significativas para impedir que se atinja o bom estado ecológico.

Pontes e Pontões

Construções semelhantes aos esporões, mas com a diferença que estão assentes em pilares, permitindo o a corrente de água passar através da estrutura e, consequentemente afectando menos a circulação da água.

Não incluídos. Considera-se que permitem a circulação de água e não são suficientemente significativas para impedir que se atinja o bom estado ecológico.

Fonte: Esquema Provisional de Temas Importantes. Parte Española de La Demarcación Hidrográfica del Cantábrico. Confederación Hidrográfica del Cantábrio.

Esta análise foi complementada com uma análise pericial das pressões hidromorfológicas na última década, tendo cada

pressão sido classificada como nula (1), média (2) e alta (3), em função dos resultados desta análise.

De acordo com os critérios descritos anteriormente não se identificaram pressões hidromorfológicas relevantes nas

massas de água costeiras das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

2.3.1.5. Captações de água

A identificação de captações de águas destinadas a utilizações urbanas, industriais, agrícolas e outras, incluindo as

variações sazonais e a procura anual total, foi realizada com base no levantamento realizado na ARH Tejo, tendo sido

compilados dados de várias fontes, nomeadamente dos TURH e da aplicação do REF, do INSAAR (dados de 2009) e

das Licenças Ambientais.

O levantamento realizado permitiu identificar um total de 13 captações de água superficiais na área das bacias

hidrográficas. No entanto, devido a lacunas de informação existentes nos dados levantados, nomeadamente ao nível da

localização exacta para identificação da massa de água em que está a ser captada a água, ou ao nível dos volumes que

estão a ser captados, o universo de análise foi reduzido para um total de 9 captações de água superficiais.

A totalidade destas 9 captações de água são para usos consumptivos e encontram-se distribuídas em termos de

número e de volume captado conforme representado na Figura 2.24. A distribuição dos vários volumes captados por

finalidade apresenta-se no Quadro 2.109.

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Figura 2.24 – Número de captações superficiais e volume captado, por finalidade.

Quadro 2.109 – Captações de água superficiais, por finalidade e por bacia.

Bacia Agricultura Urbano Indústria Outros Totais

hm3 N.º hm3 N.º hm3 N.º hm3 N.º hm3 N.º

Rio Alcobaça 1,82 1 - - - - - - 1,82 1

Rio Arnóia <0,01 4 - - 0,04 1 - - 0,04 5

Ribeira de São Domingos - - 1,38 1 - - - - 1,38 1

Ribeiras Costeiras do Oeste - - 0,40 1 - - 0,03 1 0,43 2

2.3.1.6. Pressões biológicas

Com base na informação disponível (Carta Piscícola Nacional, campanhas

de 2004 e 2006 promovidas pelo INAG e campanha de 2010 realizada pela

ARH Tejo), verifica-se que, apesar de se ter detectado a presença de

exóticas em diversas MA das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, a

sua presença ainda não é generalizada. É um sinal aparentemente positivo, que no entanto deverá ser comprovado

através de uma monitorização mais extensa e intensificado pelo controlo de exóticas nos locais onde as mesmas já

foram detectadas.

2.3.2. Águas subterrâneas

2.3.2.1. Poluição tópica

No que se refere às fontes tópicas de poluição tópica das MA subterrâneas, foram identificadas e caracterizadas as

seguintes categorias de pressões:

• pressões com carga poluente quantificável;

• urbanas – Fossas sépticas e ETAR compactas com descarga no

solo;

• indústria – Indústrias abrangidas e não abrangidas pela directiva

PCIP, incluindo agro-indústrias;

• pecuária – Suiniculturas e aviculturas abrangidas e não abrangidas

pela Directiva PCIP e aviculturas.

22%

56%

11%

11%

N.º captações

Urbano Agricultura Indústria Outros

49% 49%

1% 1%

Volume captado

Urbano Agricultura Indústria Outros

Mapa 48 – Fontes de poluição urbana (águas subterrâneas).

Mapa 49 – Lixeiras e industria extractiva (águas subterrâneas).

Mapa 47 – Pressões mais relevantes por bacia.

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• pressões com carga poluente não quantificável

• aterros sanitários e lixeiras encerradas;

• indústria extractiva;

• outros passivos ambientais;

• indústria transformadora.

a) Urbana

O Quadro 2.110 apresenta as cargas de CBO5, CQO, Ntotal e Ptotal rejeitadas pelas pressões tópicas urbanas no solo por

MA subterrânea.

Quadro 2.110 – Cargas originadas pelas fossas sépticas e ETAR compactas com descarga no solo, por MA

subterrânea.

MA Subterrâneas CQO CBO5 SST Ntotal Ptotal

(kg/ano) % (kg/ano) % (kg/ano) % (kg/ano) % (kg/ano) %

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 54 742 85,8 27 273 85,9 27 078 91,7 909 83,5 2 217 0,6

Maciço Calcário Estremenho 4 074 6,4 2 011 6,3 1 959 6,2 103 9,5 175 1

Cesareda 394 0,6 197 0,6 197 0,7 5 0,5 16 6,1

Torres Vedras 675 1,1 338 1,1 338 1,1 9 0,8 27 85,5

Caldas da Rainha-Nazaré 3 898 6,1 1 943 6,1 1 931 6,5 63 5,8 157 6,8

Totais 63 783

31 761 31 503

1 089

2 592

b) Indústria

No que se refere as MA subterrâneas não foram identificadas fontes de poluição tópica com carga poluente

quantificável.

c) Pecuária

Incluem-se neste grupo todas as suiniculturas abrangidas e não abrangidas pela Directiva PCIP e aviculturas. No que se

refere as MA subterrâneas não foram identificadas fontes de poluição tópica com carga poluente quantificável.

2.3.2.2. Poluição difusa

No que se refere à poluição difusa foi apenas estimada a carga poluente para

o parâmetro Ntotal, tendo as cargas sido agrupadas nos seguintes sectores:

• pecuária (aviculturas, boviniculturas e suiniculturas);

• agro-indústria (adegas, lacticínios, lagares e matadouros);

• agricultura.

A estimativa das cargas poluentes provenientes destas fontes poluidoras

efectuou-se, tanto quanto possível, a partir dos dados de auto-controlo realizado pelas próprias entidades,

complementados com estimativas efectuadas com base em coeficientes unitários de carga poluente e eficiências de

remoção dos sistemas de tratamento.

A avaliação das cargas poluentes quantificáveis foi efectuada de forma individualizada para os vários tipos de

instalações mencionadas, tendo-se agregado os resultados obtidos por massa de água. Refere-se ainda que, para a

Mapa 50 – Pecuária com espalhamento no solo (águas subterrâneas).

Mapa 51 – Agro-industria: descarga no solo (águas subterrâneas).

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carga de azoto lixiviada devido ao espalhamento de dos efluentes pecuários, admitiu-se que há uma rotação de 3 anos

na área de espalhamento e uma lixiviação de 5 kg/ha.

O Quadro 2.111 apresenta os valores globais obtidos para as cargas de azoto geradas pelas diferentes origens difusas

e respectivas percentagens, agrupadas por sectores: pecuária, agro-indústria e agricultura.

Quadro 2.111 – Poluição difusa: cargas de azoto originadas pelos sectores da pecuária, agro-indústria e agricultura por

MA subterrânea.

MA Subterrâneas

Pecuária Agro-Indústria Agricultura Totais

N (t/ano)

% N

(t/ano) %

N (t/ano)

% N

(t/ano)

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

172,1 26.1 61,5 9.3 426,8 64,6 660,4

Maceira 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 100 0,6

Alpedriz 0,8 6,5 0,0 0,0 11,6 93,5 12,4

Maciço Calcário Estremenho 81,8 17,3 0,08 0,02 389,8 82,6 417,7

Paço 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 100 2,1

Cesareda 0,0 0,0 0,1 7,14 1,3 92,9 1,4

Torres Vedras 0,0 0,0 7,9 51,97 7,3 48,0 15,2

Caldas da Rainha-Nazaré 14,9 24,0 0, 1 0,16 47,1 75,8 62,1

Total 269,6 15,31 69,68 5,68 886,6 72,32 1 225,9

Analisando os valores obtidos para as cargas de Ntotal gerada pelas diferentes actividades e respectivas percentangens,

agrupadas por sector, verifica-se que é a agricultura que contribui com a maior carga de Ntotal (72,32%), seguida pela

pecuária com 15,31%.

A agricultura aparece como o sector mais representativo em termos da carga total de Ntotal nas MA Maceira e Paço com

100% da carga proveniente deste sector, seguindo-se as MA Alpedriz e Cesareda, representando 93,5% e 92,9%,

respectivamente. A pecuária é mais representativa na MA Caldas da Rainha – Nazaré. A agro-indústria representa

apenas 5,68% do Ntotal gerado nas bacias hidrográficas, sendo no entanto o sector mais representativo no que respeita

a este tipo de carga na MA Torres Vedras.

2.3.2.3. Captações de água

O levantamento da informação relativa às pressões quantitativas sobre as águas subterrâneas processou-se da

seguinte forma:

• A base de dados do Regime Económico e Financeiro (REF), disponibilidade pela ARH em Julho de 2010, foi

considerada como a informação base para a listagem das captações significativas;

• A informação base atrás referida foi complementada com novas captações/utilizadores passíveis de integrarem

a base de dados do REF:

- Seleccionou-se qualquer captação com meios de extracção superiores a 5 cv, ou seja, pela potência

dos meios de extracção de cada captação;

- Foram considerados todos os utilizadores com várias captações na mesma massa de água

subterrânea e cujo somatório dos meios de extracção fosse superior a 5 cv. Esta selecção efectuou-se

pelo Número de Identificação Fiscal (NIF) de cada utilizador;

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- Foram consideradas todas as captações em que o volume de extracção anual licenciado seja superior

a 16666,7 m3 (finalidade rega ou agricultura); 3333,3 m3 (finalidade demais usos, por exemplo

produção de água para consumo humano e actividade industrial), 2500000 m3 (finalidade produção de

energia hidroeléctrica), 18518,5 m3 (finalidade produção de energia termoeléctrica) e 3703,7 m3

(finalidade sistemas de águas para abastecimento público).

Qualquer captação ou utilizador seleccionado com o 2.º critério, foi sempre previamente confirmado que não se

encontrava na base de dados do REF, de modo a não existir uma duplicação de captações significativas.

No entanto, após a verificação dos primeiros resultados com a aplicação destes critérios, verificou-se que os mesmos

eram muito restritivos, não considerando vários milhares de captações de água subterrânea para o cálculo final das

pressões quantitativas em cada massa de água subterrânea. Desta forma, foram consideradas todas as captações com

volume de extracção mensal superior a 5 m3, de modo a que o volume de água retirado anualmente de cada massa de

água subterrânea, seja o mais realista possível.

De um modo geral, a informação de base para a execução desta tarefa consistiu na:

• Base de dados do REF;

• Base de dados do licenciamento de captações de água subterrânea da ARH do Tejo, I.P.;

• Informação existente na aplicação da regularização, no âmbito do disposto no Decreto-Lei 226-A/2007, de 31

de Maio, e o Despacho 14872/2009, de 2 de Julho;

• Dados do INSAAR de 2008.

As captações identificadas encontram-se distribuídas em termos de número

de captações, por finalidade, conforme representado na figura seguinte.

Como se pode observar, a finalidade com maior representatividade é a agricultura (rega) com cerca de 58% do número

total de captações. Seguem-se as finalidades de outras finalidades e a indústria, com 16% e 12%, respectivamente. As

restantes finalidades representam apenas 14% das captações de água subterrânea.

Figura 2.25 – Distribuição do número de captações por finalidade.

Na figura seguinte apresenta-se a distribuição dos volumes captados por finalidade.

9,9%

58,1%

4,1%

12,0%

0,1%15,8%

Abastecimento

Agricultura

Pecuária

Indústria

Turismo

Outras

Mapa 52 – Pressões quantitativas nas massas de água subterrâneas.

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Figura 2.26 – Distribuição do volume das captações por finalidade.

O volume total de água captado é cerca de 50 hm3/ano e encontra-se repartido essencialmente pelo abastecimento

urbano, outras finalidades e agricultura. Estas finalidades extraem cerca de 88% do volume total, correspondentes

aproximadamente a 44 hm3 por ano. Os volumes captados para a indústria, pecuária e turismo representam apenas

12% do total, correspondendo a cerca de 6 hm3 por ano.

As captações de água subterrâneas consideradas na análise encontram-se localizadas nas 8 MA das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste, apresentado-se no quadro seguinte a sua distribuição por volumes e por finalidade.

Salienta-se que as captações inventariadas localizam-se em toda a extensão das MA, incluindo na área que se encontra

fora das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.112 – Captações de água por finalidade e por MA subterrânea.

Massa de água Abastecimento Agricultura Pecuária Indústria Turismo Outras Total

hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º

Orla Ocidental Indiferenciado das Ribeiras do Oeste

4,58 184 10,058 1360 0,998 93 2,718 246 0,030 3 9,270 379 27,65 2265

Maceira 0,0 0 0,002 14 0,0 0 0,0001 1 0,0 0 0,0 0 0,003 15

Alpedriz 3,170 17 0,225 58 0,003 2 0,007 4 0,0 0 0,248 8 3,653 89

Maciço Calcário Estremenho 1,4 21 0,3 77 0,1 7 0,3 45 0,0 0 0,6 12 2,7 162

Paço 0,34 9 0,005 1 0,012 4 0,0 0 0,0 0 0,012 1 0,36 15

Cesareda 0,39 3 0,035 8 0,0 0 0,003 1 0,0 0 0,073 4 0,50 16

Torres Vedras 0,01 9 0,502 55 0,062 10 0,661 30 0,001 1 1,368 14 2,6 119

Caldas da Rainha–Nazaré 9,49 42 0,793 103 0,011 3 1,165 18 0,0 0 1,383 39 12,84 205

Total 19,38 285 11,92 1676 1,186 119 4,854 345 0,031 4 12,954 457 50,306 2886

Para o volume total de água captado de cerca de 50 hm3/ano, as MA onde se verifica o maior volume extraído

correspondem à Orla Ocidental Indiferenciado das Ribeiras do Oeste e Caldas da Rainha–Nazaré com volumes de

extracção de 27,65 hm3/ano e 12,84 hm3/ano, respectivamente. A soma destes dois volumes representa cerca de 80%

do volume total extraído na área das bacias hidrográficas, sendo que a maioria da água captada tem como finalidade o

abastecimento urbano (34,7%), seguido pela agricultura (26,8%) e por outras finalidades (26,3%).

Foram também inventariadas as pressões quantitativas existentes na MA Vieira de Leiria–Marinha Grande. Contudo,

esta inventariação foi efectuada unicamente para a área incluída nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, tendo

sido contabilizadas 68 captações.

38,5%

23,7%2,4%

9,6%

0,1%

25,7% Abastecimento

Agricultura

Pecuária

Indústria

Turismo

Outras

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Quadro 2.113 – Captações de água por finalidade MA de Vieira de Leiria – Marinha Grande.

Massa de água Abastecimento Agricultura Pecuária Indústria Turismo Outras Total

hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º hm3/ano N.º

Vieira de Leiria-Marinha Grande 4,47 12 0,039 36 0,0 0 0,054 19 0,0 0 0,071 1 4,63 68

2.3.2.4. Carga poluente não quantificável – Poluição tópica e difusa

As fontes potencialmente emissoras de substâncias prioritárias e de outros poluentes (SPOP) para as águas

subterrâneas são as mesmas que no caso das águas superficiais, ou seja:

• Indústria transformadora;

• aterros sanitários e lixeiras encerradas;

• indústria extractiva;

• outros passivos ambientais.

No que se refere às substâncias prioritárias e outros poluentes e poluentes específicos, resume-se no Quadro 2.114 as

que foram identificadas para as diferentes atividades económicas e que poderão vir a contaminar as massas de águas

subterrâneas.

Quadro 2.114 – Substâncias prioritárias e outros poluentes e poluentes específicos por actividade económica.

Massas de água subterrâneas Indústria transformadora Aterros Sanitários Lixeiras

encerradas Golfe e Agricultura Pecuária

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

Cádmio, Chumbo e compostos, Mércúrio e compostos, Níquel e

compostos; PAH, Antraceno, Benzeno, Éter difenílico cromado,

Éter difenílico bromado, C1-C3 cloroalcano, Clorpirífios, 1-2 Dicloetano, Diclorometano,

Hexaclorobenzeno, Hexacloro butadieno, Hexaclorococlohexano, Isoproturão, Compostos de tributil

estanho, tricolometano, tricloro benzeno,

-

Benzeno, Cádmio, Chumbo, Mercúrio,

antraceno, Fluoranteno, PAH,

éter difenílico bromadoe DEHP, cianetos, fenóis e

composto orgânicos halogenados

Clorpirifos, Diurão Cobre e Zinco

Maceira - - - Diurão -

Alperdiz Diurão Cobre e Zinco

Paço - -

Benzeno, cádmio, chumbo, antraceno, fluoraateno, PAH,

éter difenílico bromado e DEHP, cianeto, fenóis e

composto orgânicos halogenados

Diurão Cobre e Zinco

Casareda - - - Diurão -

Torres Vedras Cádmio, Chumbo e compostos, Mércúrio e compostos, Níquel e

compostos; PAH, mposto de Tributilestanho

Benzeno, Cádmio, Chumbo e

compostos, Mércúrio e composto, Antraceno, fluorenteno

Benzeno, Cádmio, Chumbo e

compostos, Mércúrio e composto, Antraceno, fluorenteno

Diurão Cobre e Zinco

Caldas da Rainha Nazré

Cádmio, Chumbo e compostos, Mércúrio e compostos, Níquel e

compostos - - Diurão Cobre e Zinco

Maciço Calcário Estremenho

Benzeno, Cádmio, Chumbo, Mercúrio,

antraceno, Fluoranteno, PAH,

éter difenílico bromadoe DEHP, cianetos, fenóis e

composto orgânicos

- Cobre e Zinco

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No Quadro 2.115 indicam-se as substâncias prioritárias que potencialmente poderão estar presentes nas MA

subterrâneas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, tendo em conta o consideração o tipo de pressões tópicas

e difusas que nelas foram identificadas e as substâncias que poderão estar associadas aos vários tipos de actividades e

instalações.

Quadro 2.115 – Lista de SPOP que potencialmente poderão estar presentes nas massas de água subterrâneas,

provenientes de fontes pontuais (P) e difusas (D), por massa de água.

Lista das substâncias prioritárias

Orla

Indi

fere

ncia

do

das

baci

as d

as

ribei

ras

do O

este

Mac

eira

Alp

edriz

Mac

iço

Cal

cário

Es

trem

enho

Paço

Ces

ared

a

Torr

es V

edra

s

Cal

das

da R

ainh

a -

Naz

aré

Antraceno P - - P P - P -

Benzeno P - - P P - P -

Cádmio e compostos de cádmio P - - P P - P P

Cloroalcanos, C10 -13 P - - - - - - -

Diurão D D D D D D D

Hexaclorobenzeno P - - - - - - -

Hexaclorobutadieno P - - - - - - -

Hexaclorociclohexano P - - - - - - -

Isoproturão P - - - - - - -

Éter difenílico bromado P - - P P - P -

Ftalato di (2-etil-hexilo) (DEHP) P - - P P - P -

Chumbo e compostos de chumbo P - - P P - P P

Mercúrio e compostos de mercúrio P - - P P - P P

Níquel e compostos de níquel P - - - P - P P

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) P - - P P - P -

Clorpirifos D - - - - - - -

1,2 - Dicloroetano P - - - - - - -

Diclorometano P - - - - - - -

Triclorometano (Clorofórmio) P - - - - - - -

Tricloroetileno P - - - - - - -

Tributilestanho P - - - - - P -

Triclorobenzeno P - - - - - - -

2.3.2.5. Síntese

O Mapa 53 mostra as cargas poluentes relativos às pressões mais relevantes

por MA subterrânea.

2.4. ZONAS PROTEGIDAS E ÁREAS CLASSIFICADAS

No âmbito da DQA/Lei da Água zonas protegidas são zonas que exigem protecção especial ao abrigo da legislação

comunitária, no que concerne à protecção das águas superficiais e subterrâneas ou à conservação dos habitats e das

espécies directamente dependentes da água. De acordo com a Lei da Água constituem zonas protegidas:

Mapa 53 – Cargas poluentes e pressões mais relevantes nas massas de água subterrâneas.

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1. ”As zonas designadas por normativo próprio para a captação de água

destinada ao consumo humano ou a protecção de espécies aquáticas de

interesse económico;

2. As massas de água designadas como águas de recreio, incluindo zonas

designadas como zonas balneares;

3. As zonas sensíveis em termos de nutrientes, incluindo as zonas vulneráveis e as zonas designadas como zonas

sensíveis;

4. As zonas designadas para a protecção de habitats e da fauna e da flora selvagens e a conservação das aves

selvagens em que a manutenção ou o melhoramento do estado da água seja um dos factores importantes para a sua

conservação, incluindo os sítios relevantes da Rede Natura 2000;

5. As zonas de infiltração máxima”.

A avaliação da conformidade com as especificações constantes na legislação aplicável a cada zona protegida é

apresentada no ponto relativo ao estado das MA.

2.4.1. Águas de superfície

2.4.1.1. Zonas designadas para a captação de água para consumo humano (Directiva 2000/60/CE, de 23 de

Outubro)

No âmbito da DQA/Lei da Água os estados-membros devem identificar todas as MA destinadas à captação de água

para consumo humano que forneçam mais de 10 m3 por dia, em média, ou que sirvam mais de 50 pessoas, bem como

todas as MA previstas para esse fim.

As captações de água superficiais destinadas ao consumo humano foram inventariadas recorrendo aos dados do REF

de 2009. A avaliação da qualidade da água superficial nas categorias A1, A2 e A3 foi realizada tendo como base a

informação do SNIRH. Neste contexto foram identificadas 3 captações de água superficial destinada ao consumo

humano, localizadas em três MA das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

A Lei da Água estabelece, no seu Artigo 37.º, a obrigatoriedade das entidades responsáveis por captações de água

para abastecimento, em funcionamento ou em reserva, promoverem a delimitação de perímetros de protecção. Neste

sentido, a Portaria n.º 702/2009, de 6 de Julho, estabelece os termos de delimitação dos perímetros de protecção das

captações destinadas ao abastecimento público, bem como os respectivos condicionamentos. Pese embora este

enquadramento legal, não existem, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, perímetros de protecção de

captações superficiais aprovados ao abrigo da referida Portaria.

2.4.1.2. Zonas designadas para a protecção de espécies aquáticas de interesse económico - Águas

piscícolas (Directiva 2006/44/CE, de 6 de Setembro); Águas conquícolas (Directiva 79/923/CEE, de

30 de Outubro)

De acordo com o Aviso n.º 12677/2000, de 23 de Agosto, que classifica as águas piscícolas do Continente nos termos

do disposto no art. 33.º do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, não existem zonas piscícolas designadas nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

No que concerne às águas conquícolas, a sua classificação ainda não ocorreu.

Mapa 54 – Zonas protegidas associadas às águas superficiais.

Mapa 55 – Zonas protegidas associadas às águas subterrâneas.

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2.4.1.3. Zonas designadas como águas de recreio - Zonas balneares (Directiva 2006/7/CE, de 15 de

Fevereiro)

As águas balneares para o ano 2010 foram identificadas na Portaria n.º 267/2010, de 16 de Abril, de acordo com o

Decreto-Lei nº135/2009, de 3 de Junho. Em 2010 foram identificadas 56 águas balneares costeiras.

2.4.1.4. Zonas sensíveis em termos de nutrientes – Zonas vulneráveis (Directiva Nitratos - Directiva

91/676/CEE, de 12 de Setembro); Zonas sensíveis (Directiva das Águas Residuais Urbanas -

Directiva 98/15/CE, de 21 de Fevereiro)

No que se refere às zonas vulneráveis, apesar de não existir qualquer designação nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, as zonas sensíveis a nível de eutrofização foram identificadas através do Decreto-Lei n.º 198/2008, de 8 de

Outubro. O critério quantitativo utilizado para classificar o estado trófico em albufeiras e lagoas, adoptado pelo INAG, em

2002, é apresentado no Quadro 2.116.

Quadro 2.116 – Critério de eutrofização – albufeiras e lagoas.

Parâmetro Oligotrófica Mesotrófica Eutrófica

Fósforo total (mg P/m3) <10 10-35 >35

Clororila-a (mg/m3) <2,5 2,5-10 >10

Oxigénio dissolvido (% de saturação) - - <40

Nota: Os valores correspondem a médias geométricas. Conformidade: A classe atribuída corresponde ao valor mais desfavorável. Amostragem: Pelo menos uma amostra em cada Estação do ano, colhida a meio metro da camada superficial. Fonte: INAG, I.P., 2010

Deste modo, está designada uma zona sensível a nível de eutrofização: Lagoa de Óbidos.

2.4.1.5. Zonas de protecção de habitats ou de espécies dependentes da água – Zonas de Protecção

Especial (ZPE) (Directiva Aves - Directiva 79/409/CEE, de 2 de Abril)

As Zonas de Protecção Especial (ZPE) foram identificadas segundo o consubstanciado no Plano Sectorial da Rede

Natura 2000 (PSRN2000), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de Julho.

A afectação das MA foi realizada de acordo com a lista de afectação criada pelo INAG e disponibilizada pela ARH Tejo.

No Quadro 2.117 descrevem-se os critérios utilizados pelo INAG na selecção das MA afectas às ZPE.

Quadro 2.117 – Critérios de selecção das MA afectas às ZPE.

MA Critério de selecção

MA Rio - Extensão dentro da área da ZPE superior a 2000 m; ou - Percentagem de extensão dentro da área da ZPE (em relação à extensão total da MA) superior a 20%.

MA Rios a montante de barragens (albufeiras)

- Área dentro da área da ZPE superior a 0,4 km2; ou - Percentagem de área dentro da área da ZPE (em relação à área total da MA) superior a 20%.

MA Costeiras - Área dentro da área da ZPE superior a 0,5 km2.

Fonte: Informação disponibilizada pela ARH Tejo, I.P., 2011

A metodologia utilizada para avaliar em que medida a classificação das ZPE está associada aos recursos hídricos foi a

seguinte:

• levantamento das espécies do Anexo I da Directiva 79/409/CE, de 2 de Abril, e migradoras não incluídas no

Anexo I, que ocorrem em cada ZPE;

• classificação das espécies, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (ICNB, 20010), nas

categorias criticamente em perigo, em perigo e vulnerável;

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• classificação das espécies relativamente à sua dependência da água, tendo-se considerado como

dependentes da água as espécies que comem, habitam ou se reproduzem especificamente no meio aquático.

Deste modo identificou-se 1 ZPE “em que a manutenção ou o melhoramento do estado da água é um dos factores

importantes para a sua conservação”, designadamente a ZPE Ilhas Berlengas.

2.4.1.6. Sítios de Importância Comunitária (SIC) com habitats ou de espécies dependentes da água

(Directiva Habitats – Directiva 92/43/CEE, de 21 de Maio)

Os Sítios de Importância Comunitária (SIC) foram identificados segundo o consubstanciado no Plano Sectorial da Rede

Natura 2000 (PSRN2000), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de Julho.

A afectação das MA foi realizada de acordo com a lista de afectação criada pelo INAG e disponibilizada pela ARH Tejo.

No Quadro 2.118 descrevem-se os critérios utilizados pelo INAG na selecção das MA afectas aos SIC.

Quadro 2.118 – Critérios de selecção das MA afectas aos SIC.

MA Critério de selecção

MA Rio - Extensão dentro da área do SIC superior a 2000 m; ou

- percentagem de extensão dentro da área do SIC (em relação à extensão total da MA) superior a 20%.

MA Rios a montante de barragens

(albufeiras)

- Área dentro da área do SIC superior a 0,4 km2; ou

- percentagem de área dentro da área do SIC (em relação à área total da MA) superior a 20%.

MA Costeiras - Área dentro da área do SIC superior a 0,5 km2.

Fonte: Informação disponibilizada pela ARH Tejo, I.P., 2011

A metodologia utilizada para avaliar em que medida a classificação dos SIC está associada aos recursos hídricos foi a

seguinte:

• levantamento dos habitats naturais e semi-naturais constantes do Anexo B-I do Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24

de Fevereiro, e das espécies de fauna e flora constantes dos anexo B-II, B-IV e B-V do mesmo Decreto-Lei;

• classificação das espécies de fauna, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, nas

categorias criticamente em perigo, em perigo e vulnerável;

• classificação das espécies de flora, de acordo com o Quadro n.º 4 do PSRN2000, nas categorias muito

ameaçada e ameaçada/vulnerável;

• classificação dos habitats, de acordo com o Quadro n.º 3 do PSRN2000, na categoria conservação prioritária;

• classificação das espécies e habitats relativamente à sua dependência da água.

Assim, identificaram-se 5 SIC “em que a manutenção ou o melhoramento do estado da água é um dos factores

importantes para a sua conservação”: Sintra/Cascais, Serras de Aire e Candeeiros, Serra de Montejunto, Peniche/Santa

Cruz e Arquipélago das Berlengas.

Apresenta-se em seguida as principais características das zonas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste (Quadro 2.119).

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Quadro 2.119 – Principais características das zonas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Bacia

Directiva 2000/60/CE Directiva 2006/7/CE

Directivas 91/271/CEE e

98/15/CEE Directiva

79/409/CEE Directiva 92/43/CEE

Captação água superficial Zona balnear Zona sensível

(nutrientes) ZPE SIC

N.º N.º de MA N.º N.º de MA N.º N.º de MA Área (km2) N.º de MA Área

(km2) N.º de MA

Rio Alcobaça 0 0 0 0 0 0 0 0 62,2 1

Rio Tornada 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Arnóia 0 0 2 1 1 2 0 0 13,8 0

Ribeira de São Domingos 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Alcabrichel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Sizandro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Lisandro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ribeiras Costeiras do Oeste 2 2 54 2 0 0 92,7 1 227,1 5

Total 3 3 56 3 1 2 92,7 1 303,1 6

2.4.2. Águas subterrâneas

2.4.2.1. Zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano

No âmbito do Artigo 7.º da DQA e do Artigo 48.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, devem ser identificadas todas

as massas de água destinadas à captação de água para consumo humano que forneçam mais de 10 m3/dia, em média,

ou que sirvam mais de 50 pessoas.

Neste contexto foram inventariadas as captações de água subterrânea para abastecimento público localizadas nas

massas de água subterrânea (Quadro 2.120). Desta forma foram identificadas 7 zonas designadas para a captação de

água subterrânea destinada ao consumo humano, correspondentes a 7 das 8 MA subterrâneas existentes nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste. Do conjunto de MA subterrâneas existentes nesta área apenas a MA de Maceira

não constitui zona protegida, dado que não se enquadra no disposto referido anteriormente.

Quadro 2.120 – Captações de água subterrânea para abastecimento público.

Massa de água N.º de captações

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 184

Maceira 0

Alpedriz 17

Maciço Calcário Estremenho 21

Paço 9

Cesareda 3

Torres Vedras 9

Caldas da Rainha-Nazaré 42

Total 285

Ainda no âmbito da DQA, e tal como mencionado no Documento Guia n.º 16 “Guidance on Groundwater in Drinking

Water Protected Areas”, pode promover-se a delimitação de zonas de protecção de modo a garantir a necessária

protecção à água captada para consumo humano. Neste sentido, e na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º

382/99, de 22 de Setembro, que estabelece os critérios para a delimitação dos perímetros de protecção das captações

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de água subterrânea destinadas ao abastecimento público, foram delimitados até à data nas zonas protegidas acima

identificadas perímetros de protecção de 72 captações de água, pertencentes a 7 entidades gestoras do abastecimento

público.

Quadro 2.121 – Captações de água subterrânea com perímetros de protecção publicados em Diário da República.

Entidade gestora Diploma N.º de captações

Câmara Municipal da Batalha Portaria n.º 688/2008, de 22 de Julho 5

Câmara Municipal de Óbidos Portaria n.º 983/2010, de 24 de Setembro 5

EPAL, S.A. Portaria n.º 1187/2010, de 17 de Novembro* 1

Águas de Alenquer, S.A. Portaria n.º 118/2011, de 28 de Março 1

Águas de Santarém – E.M, S.A. Portaria n.º 130/2011, de 1 de Abril 3

SMAS de Caldas da Rainha Portaria n.º 129/2011, de 1 de Abril 39

SMAS de Torres Vedras Portaria n.º 93/2011, de 2 de Março 18

* Alterada pela Portaria n.º 97/2011, de 9 de Março.

2.4.2.2. Zonas vulneráveis

A Directiva 91/676/CEE do Conselho, de 12 de Dezembro, relativa à protecção das águas contra a poluição causada

por nitratos de origem agrícola, foi transposta para o direito nacional através do Decreto-Lei n.º 235/97, de 3 Setembro,

alterado pelo Decreto-Lei n.º 68/99, de 11 Março.

Na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não se encontra delimitada, até à data, e aprovada qualquer

zona vulnerável.

2.4.2.3. Zonas de infiltração máxima

De acordo com a Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, devem ser delimitadas as áreas do território que constituam

zonas de infiltração máxima para a recarga de aquíferos para captação de água para abastecimento público de

consumo humano, de modo a salvaguardar a qualidade dos recursos hídricos.

Estão definidas até ao momento na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste as zonas de máxima infiltração,

de acordo com a legislação em vigor para a delimitação da Reserva Ecológica Nacional, para a totalidade dos

municípios com excepção da Nazaré (Quadro 2.122).

Quadro 2.122 – Munícipios com as zonas de infiltração máxima delimitadas e respectiva legislação.

Município Legislação Alterações

Alcobaça Resolução do Conselho de Ministros n.º 85/00, de 14 de Julho

Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2004, de 30 de Julho

Alenquer Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/96, de 9 de Maio

-

Arruda dos Vinhos Resolução do Conselho de Ministros n.º 190/97, de 29 de Outubro

-

Batalha Resolução do Conselho de Ministros n.º 116/95, de 2 de Novembro

-

Bombarral RCM n.º 174/96, de 18 de Outubro

-

Cadaval Resolução do Conselho de Ministros n.º 189/97, de 29 de Outubro

-

Caldas da Rainha Resolução do Conselho de Ministros n.º 158/2003, de 6 de Outubro

-

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Município Legislação Alterações

Cascais Resolução do Conselho de Ministros n.º 155/95, de 25 de Novembro

-

Lourinhã RCM n.º 61/2000, de 29 de Junho -

Leiria Resolução do Conselho de Ministros n.º 85/96, de 11 de Junho

-

Mafra Resolução do Conselho de Ministros n.º 42/2002, de 12 de Março

-

Marinha Grande RCM n.º 38/96 de 13 de Abril -

Porto de Mós Resolução do Conselho de Ministros n.º 130/96, de 22 de Agosto

-

Rio Maior Resolução do Conselho de Ministros n.º 75/2000, de 5 de Julho

Resolução do Conselho de Ministros n.º 31/2008, de 19 de Fevereiro

Sintra Resolução do Conselho de Ministros n.º 47/96, de 17 de Abril

Portaria n.º 1417/2009, de 16 de Dezembro

Sobral de Monte Agraço Resolução do Conselho de Ministros n.º 54/2000, de 24 de Junho

-

Torres Vedras RCM n.º 98/2002, de 21 de Maio -

Considerando a fase actual de revisão dos Planos Directores Municipais, é objectivo deste PBH fornecer orientações

que visem a delimitação adequada destas zonas protegidas. Desta forma, na delimitação das zonas de máxima

infiltração, designadas no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, por áreas estratégicas de protecção e recarga de

aquíferos, deverão ser utilizadas preferencialmente as metodologias Índice de Facilidade de Infiltração, descrita em

Oliveira et al. (2002), e Índice de Infiltração Efectiva, descrita em CCDR-LVT (2009) e CCDR-LVT (2010).

a) Índice de Facilidade de Infiltração

O Índice de Facilidade de Infiltração é composto pelos seguintes parâmetros:

Tipo de Solo (TS) – A natureza do solo condiciona a maior facilidade ou dificuldade de ocorrência de infiltração

superficial. Esta está em grande parte dependente da permeabilidade do solo. Uma das formas disponíveis para

classificar os solos em termos de permeabilidade e de facilidade de infiltração é a classificação hidrológica dos solos do

"Soil Conservation Service" (dos E.U.A.) referida em David (1976), que compreende quatro tipos de solos distintos

(Figura 2.27):

• Os solos tipo A apresentam baixo potencial de escoamento directo e elevadas intensidades de infiltração, mesmo

quando completamente humedecidos. Incluem principalmente areias profundas com drenagem boa ou

excessiva. Possuem uma elevada permeabilidade;

• Os solos do tipo B apresentam potencial de escoamento directo abaixo da média e intensidades de infiltração

moderadas, quando completamente humedecidos. Incluem principalmente solos medianamente profundos, com

textura moderadamente fina e moderadamente grosseira, e medianamente drenados. Possuem uma

permeabilidade média;

• Os solos do tipo C têm potencial de escoamento directo acima da média e baixas intensidades de infiltração,

quando completamente humedecidos. Incluem principalmente solos com camadas impermeáveis subjacentes e

solos com textura moderadamente fina. Estes solos possuem uma permeabilidade baixa;

• Os solos do tipo D apresentam um potencial de escoamento directo elevado e intensidade de infiltração muito

baixa quando completamente humedecidos. Incluem essencialmente solos argilosos expansíveis, solos com o

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nível freático permanentemente próximo da superfície e solos com substratos impermeáveis a pouca

profundidade. Estes solos possuem uma permeabilidade muito baixa.

Declive (D) - A topografia também condiciona a maior ou menor facilidade de ocorrência de escoamento directo e

simetricamente, de menor ou maior facilidade de existência de infiltração superficial. Porque um terreno mais horizontal

facilita a ocorrência de infiltração superficial enquanto que um terreno declivoso favorece o escoamento directo;

AGUT – Este parâmetro corresponde à quantidade máxima de água armazenável no solo que pode ser removida do

solo através da evapotranspiração. Em condições em que não existe evapotranspiração o teor de água no solo

apresenta um valor mínimo que é dado pela retenção específica do solo (sr). Acima deste valor é possível a ocorrência

de escoamento subterrâneo por acção da gravidade, enquanto que abaixo deste valor a água fica retida no solo. No

caso de existir evapotranspiração, o teor de água do solo pode descer até um valor mínimo que é dado pelo ponto de

emurchecimento das plantas (wp). Através destas duas variáveis adquire-se a capacidade utilizável (nu = sr – wp). A

profundidade máxima até onde pode ocorrer evapotranspiração é a profundidade atingida pelas raízes das plantas.

Quanto maior o AGUT maior é a quantidade de água retida no solo (que pode ser renovada pelos processos conjuntos

de evapotranspiração seguida de infiltração superficial) e menor é a infiltração profunda. O parâmetro AGUT vem então

definido por:

em que rp é a profundidade aproximada das raízes das plantas (Figura 2.27, Quadro 2.123).

Figura 2.27 – Caracterização do Tipo de Solo (Tipo) e da Capacidade Utilizável (nu, em mm), em função da legenda da

Carta de Solos de Portugal (Solo #) à escala 1:25000 e 1:50000 (retirado de Oliveira et al., 2002).

AGUT= rp.nu

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Quadro 2.123 – Profundidade aproximada das raízes das plantas (rp) em função da legenda da Carta "Corine Land

Cover" (escala 1:100 000) (Adaptado de Oliveira et al., 2002).

Uso de solo (código) rp (mm)

Tecido urbano contínuo (111) 0

Tecido urbano descontínuo (112), Espaços de actividades industriais, comerciais e de equipamentos gerais (121), Redes rodoviárias e ferroviárias e terrenos associados (122), Zonas portuárias (123), Aeroportos (124)Pedreiras, zonas de extracção de areias, minas a céu aberto (131), Zonas de descargas industriais, zonas de espalhamento de lixos (132), Estaleiros (133) 250

200

Pedreiras, zonas de extracção de areias, minas a céu aberto (131), Zonas de descargas industriais, zonas de espalhamento de lixos (132), Estaleiros (133)

250

Zonas com equipamentos desportivos e de ocupação dos tempos livres (142), Zonas de utilização agrícola fora dos perímetros de rega (211), Perímetros regados (212)

500

Arrozais (213) 600

Vinhas (221), Vinha + Pomar (2212), Vinha + Olival (2213) 1300

Pomares (222), Pomar + Vinha (2221), Pomar + Olival (2223) 1500

Olivais (223), Olival + Vinha (2231), Olival + Pomar (2232) 1300

Pastagens (231) 800

Culturas anuais associadas a culturas permanentes (241), Sistemas culturais e parcelares complexos (242) 1000

Terras ocupadas principalmente por agricultura com espaços naturais importantes (243) 1200

Territórios agroflorestais (244), Folhosas (311), Sobreiro (3111), Azinheira (3112), Sobreiro / Azinheira (3113), Castanheiro (3114), Carvalho (3115), Eucalipto (3116), Resinosas (312), Pinheiro Bravo (3121), Pinheiro Manso (3122), Florestas mistas (313)

2750

Pastagens pobres, trilhos (321) 800

Pântanos e charnecas (322) 500

Vegetação esclerófita - p. ex.: maquial, carrascal e esteval (323) 600

Espaços florestais degradados (324) 1500

Praias, dunas, areias e solos sem cobertura vegetal (331), Rocha nua (332), Estepes subdesérticas (333), Zonas ardidas recentemente (334), Pântanos (411), Turfeiras (412), Sapais (421)

250

Salinas (422), Zonas intertidais (423), Cursos de água (511), Planos de água, lagos (512), Lagunas e cordões litorais (521), Estuários (522)

0

Finalmente, relativamente ao parâmetro geológico, o que interessa fundamentalmente é saber se as formações

geológicas se encontram cobertas por solo e em caso afirmativo, o grau de fracturação ou existência ou não de

cavidades que possam facilitar a infiltração das águas existentes à superfície. Neste caso, consideram-se apenas duas

classes: (A) a existência de meios carsificados ou muito fissurados, onde as fracturas se encontram interligadas e

contínuas em profundidade, ou (B) os restantes meios. No caso do parâmetro geológico, a ocorrência de áreas muitas

fracturadas ou apresentando-se carsificadas, faz com que automaticamente se considerem esta área como de

infiltração máxima. Em Portugal Continental estão nestas condições diversos afloramentos de rochas calcárias

carsificadas, fundamentalmente de idade jurássica ou cretácica, e rochas quartzíticas fracturadas, de idade ordovícica.

Para a definição de um índice é necessário atribuir valores a cada um dos parâmetros (Quadro 2.124 e Figura 2.28) e é

determinar uma expressão que ligue os diversos parâmetros. O tipo de solo pode assumir quatro valores, valorizando-se

os solos que facilitam a infiltração superficial e penalizando-se os solos que favorecem o escoamento directo. O declive

da superfície topográfica caracteriza-se da mesma forma que o parâmetro T no método DRASTIC. A quantidade

máxima de água armazenável no solo e que pode ser utilizada para a evapotranspiração (AGUT) é caracterizada

dividindo o valor que esta variável pode assumir em intervalos de 50 mm.

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Quadro 2.124 – Divisão dos parâmetros em classe e valores a atribuir em cada classe

(adaptado de Oliveira et al., 2002).

Parâmetro Classe Valor

Tipo de solo

A 10

B 8

C 4

D 1

Declive (%)

<2 10

2-6 9

6-12 5

12-18 3

>18 1

AGUT (mm)

<50 10

51-100 9

101-150 8

151-200 7

201-250 6

251-300 5

301-350 4

351-400 3

401-450 2

>450 1

Figura 2.28 – Valores de cada parâmetro para o cálculo do Índice de Facilidade de Infiltração

(retirado de Oliveira et al., 2002).

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A forma de construir o índice de facilidade de infiltração (IFI) utilizando os três parâmetros é a mais simples

IFI = valorTS + valorT + valorAGUT

onde valor TS se refere ao valor atribuído ao tipo de solo, o valor T ao valor atribuído ao declive e o valor AGUT ao valor

atribuído à variável AGUT, de acordo com o Quadro 2.124. Quanto maior for o índice maior é a facilidade de infiltração.

Pela equação (2) verifica-se que o índice mínimo pode ser 3 e o índice máximo pode ser 30. O índice de facilidade de

infiltração deverá assumir o seu valor máximo (30), no caso de se estar perante a existência de formações carsificadas

ou muito fissuradas.

Para se definir as zonas de máxima infiltração a partir do índice de facilidade de infiltração é necessário definir um

índice limite. Em primeiro lugar deverão ser considerados os seguintes critérios:

• Áreas essencialmente planas, de declives menores ou iguais a 6 % (Plano de Bacia Hidrográfica das Ribeiras

do Oeste) ou 2 % (Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo);

• Áreas cujos solos permitem uma infiltração elevada, classificados como tipo A ou tipo B;

• Áreas onde a quantidade máxima de água do solo utilizável para a evapotranspiração (AGUT) é inferior ou

igual a 100 mm.

Considerando estes critérios, as zonas de máxima infiltração devem corresponder IFI # 26 (valorTS є {10, 8} Λ valorT є

{10, 9} Λ valorAGUT є {10, 9}). Este índice pode por isso ser utilizado como limite, embora se possam também

considerar aceitáveis índices mais baixos para o índice limite.

b) Índice de Infiltração Efectiva

Este índice corresponde à média ponderada de três parâmetros:

• Recarga potencial (Ip) – calculada a nível do solo, utilizada na determinação do índice de vulnerabilidade à

poluição, e de que se dispõe de cartografia dos valores calculados por balanço sequencial diário (Quadro

2.125). A cartografia disponível considera os valores deste parâmetro utilizados no cálculo do valor DRASTIC;

Quadro 2.125 – Recarga potencial.

Recarga Potencial (mm/ano) <51 51-102 102-178 178-254 >254

Índice 1 3 6 8 9

• Declive da superfície topográfica (D) – O declive da superfície topográfica intervém na medida que promove o

escoamento lateral (hipodérmico ou sub-superficial) ao nível do contacto do solo ou do rególito com a rocha

subjacente. Aos declives maiores correspondem geralmente vales mais profundos e intersecção da superfície

topográfica com maior espessura da zona vadosa, a que corresponde maior probabilidade de drenar aquíferos

suspensos e, em geral, escoamentos sub-superficiais. Considerar-se-ão também os índices utilizados na

metodologia DRASTIC (Quadro 2.126);

Quadro 2.126 – Declive da superfície topográfica (adaptado de CCDR-LVT, 2009).

Declive (%) <2 2-6 6-12 12-18 >18

Índice 10 9 5 3 1

• Litologia e estrutura da zona vadosa (ZV) – Este é o factor mais importante que condiciona a recarga efectiva e

a diferenciação com o conceito de recarga potencial. Este parâmetro tomará valores de 1 a 10 e reflecte a

natureza e a permeabilidade vertical da zona vadosa nas formações hidrogeológicas (Quadros 2.127 e 2.128).

Os índices associados às diferentes litologias existentes na zona vadosa, nas áreas da Área Metropolitana de

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Lisboa (AML) e do Oeste e Vale do Tejo (OVT) apresentam-se nos quadros seguintes. Para a restante área da

intervenção da ARH Tejo, deverão extrapolar os valores existentes nos quadros referidos para litologias

semelhantes.

Quadro 2.127 – Índices atribuídos á zona vadosa das várias litologias existentes na AML

(adaptado de CCDR-LVT, 2009).

Litologia da zona vadosa Índice

Aluviões (lodos e argila) 1

Aluviões (arenosos) 7 (6-8)

Arenitos de Ulme 6 (3-6)

Argilas de Tomar 5

Belasiano 3,5 (3-4)

Brechas vulcânicas 3

Calcários do Dogger 6

Camadas de Alfeite 6 (5-7)

Complexo de Benfica 3

Complexo Vulcânico de Lisboa 2

Cretácico inferior de Sintra-Cascais 5 (3-5)

Cretácico inferior orla ocidental 5 (3-5)

Cretácico médio 6 (4-6)

Depósitos arenosos da Estremadura 4

Dunas 8 (8-10)

Filões e chaminés vulcânicas 2

Formação de Dagorda 1

Gabros e outras rochas básicas 3

Granitos 2

Jurássico inferior 6

Jurásico superior 4 (3-5)

Miocénico de Lisboa 4 (3-5)

Sienitos 2

Terraços arenosos 6 (6-8)

Terraços, areias e cascalheiras 6 (6-8)

Titoniano da Orla Ocidental (Sistema aquífero Atrozela) 6

Planos de água 0

Quadro 2.128 – Índices atribuídos à zona vadosa das várias litologias existentes no OVT

(adaptado de CCDR-LVT, 2010).

Litologia da zona vadosa Índice

Dunas, areias de duna e de praia 10

Terraços e aluviões arenosas 8-10

Lodos e argilas 1

Depósitos do Maciço Calcário Estremenho 2-5

Depósitos do Pliocénico 3-6

Areias e argilas de pombal e Redinha (Miocénico) 3-5

Miocénico da Bacia do Tejo 5-7

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Litologia da zona vadosa Índice

Complexo detrítico e calcário do Paleogénico 3

Complexo Vulcânico de Lisboa 2

Calcários do Cretácico médio 4-6

Calcários margosos e margas do Cretácico inferior 3-4

Grés do Cretácico inferior 3-6

Grés superiores com restos de vegetais e dinossauros do Jurássico superior 3-4

Calcários carsificados do Jurássico superior: camadas de Montejunto, Calcários de Amaral e calcários de Ota e Alenquer 6-8

Outras formações do Jurásico superior 3-4

Calcários e calcários dolomíticos e Formação de Candeeiros do Jurássico médio 8-10

Dolomitos, calcários e calcários dolomíticos do Jurássico inferior 6-7

Formação da Dagorda 1

Grés de Silves do triásico 2

Rochas fracturadas e fissuradas (ígneas e metamórficas) 2

Quando a zona vadosa é areia grosseira limpa ou calcário muito carsificado o valor da recarga efectiva é igual ao da

recarga potencial (Ip) e o índice toma o valor 10. Para zonas vadosas de muito baixa permeabilidade, como lodos e

argilas, toma o valor 1. Outra situação limite que toma o valor 1 é quando a superfície freática no aquífero principal tem

a mesma cota que a superfície da água no solo.

O índice de recarga efectiva (IRef) toma a forma de uma média ponderada, calculado através da seguinte expressão:

IRef = (1 × Ip + 1 × D + 3 x ZV) / 5

em que Ip representa a recarga potencial (parâmetro R do índice DRASTC tal como foi calculado no âmbito dos PBH

actualmente em vigor), D é o declive da superfície topográfica e ZV representa o índice da litologia e estrutura da zona

vadosa.

IRef toma o valor mínimo de 1 e o valor máximo de 9,8. Os valores calculados são agrupados em 10 classes (de 1 a

10): a atribuição da classe corresponde ao arredondamento do valor do IRef para o inteiro mais próximo; a classe 1 diz

respeito à situação de recarga efectiva mínima e a classe 10 indica a situação hidrogeológica com maior capacidade de

recarga efectiva.

A identificação e delimitação das áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos deverá basear-se nos

seguintes pontos:

• As classes 8 e 9 do Índice de Recarga Efectiva (IRef), independentemente do declive;

• As classes 6 e 7 do IRef, apenas em terrenos com declive < 6%.

Apesar das duas metodologias acima descritas já considerarem alguma informação geológica, considera-se

indispensável a sobreposição das áreas delimitadas por estas metodologias com a geologia, de modo a estabelecer

alguma correlação. Sendo assim, na delimitação das zonas de máxima infiltração, além da aplicação destas

metodologias, deverão ser também tidas em conta as características hidrogeológicas e respectiva aptidão

hidrogeológica das formações geológicas, sendo importante a conceptualização do escoamento subterrâneo na área a

estudar, de forma a proteger o que é efectivamente ou potencialmente importante proteger.

Por último salienta-se que, em ambas as metodologias, os autores referem que, apesar da aplicação das metodologias

a toda a área em estudo, a definição das zonas de máxima infiltração só fará sentido no caso de existirem corpos

hídricos subterrâneos subjacentes com interesse.

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2.4.3. Síntese

Actualmente, existe nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste um conjunto de zonas protegidas que deverão ser

preservadas e alvo de uma gestão criteriosa.

No que diz respeito às MA superficiais estão designadas as seguintes zonas protegidas: 56 águas balneares, 1 zona

sensível a nível de eutrofização, 1 ZPE e 5 SIC. Importa referir que neste âmbito só se identificam os SIC que possuem

espécies directamente associadas aos meios hídricos.

No que respeita às águas subterrâneas, encontram-se unicamente classificadas 7 zonas designadas para a captação

de água subterrânea destinada ao consumo humano, correspondentes a 7 das 8 MA subterrâneas afectas às bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

De seguida sistematiza-se a informação referente às captações de água para consumo humano (Quadro 2.129).

Quadro 2.129 – Captações para consumo humano superficiais e subterrâneas designadas como zonas protegidas.

Águas superficiais1 Águas subterrâneas

N.º de captações N.º de MA N.º de captações N.º de MA

3 3 285 7

1 Salienta-se que as captações identificadas não têm, ainda, perímetros de protecção aprovados ao abrigo da Portaria n.º 702/2009, de 6 de Julho.

2.4.4. Outras áreas classificadas

Para além das zonas protegidas referidas na DQA e na Lei da Água, importa

identificar outras áreas classificadas, designadamente as áreas protegidas e

as zonas sensíveis excluindo o critério relativo aos nutrientes.

Neste sentido, no Quadro 2.130 apresentam-se as áreas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

As áreas protegidas foram identificadas e caracterizadas de acordo com a informação disponível no site do Instituto da

Conservação da Natureza e da Biodiversidadev (ICNB). A afectação das MA foi realizada de forma similar à efectuada

para as ZPE e para os SIC.

Quadro 2.130 – Outras áreas classificadas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Outras áreas classificadas Caracterização

Áreas protegidas (Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho)

Identificam-se 3 áreas protegidas afectas a MA: Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Parque Natural de Sintra-Cascais e Reserva Natural das Berlengas, Sítio RAMSAR Paúl da Tornada.

Zonas sensíveis (excluindo o critério nutrientes) (Directiva das Águas Residuais Urbanas – Directiva 98/15/CE, de 21 de Fevereiro)

Lagoa de Óbidos

Mapa 56 – Outras áreas classificadas.

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3. REDES DE MONITORIZAÇÃO

3.1. ESTADO DAS ÁGUAS

3.1.1. Águas superficiais

As actuais redes de monitorização do estado das MA superficiais, foram estabelecidas pelo INAG, e comunicadas

através do WISE à Comissão Europeia, em 2007, no âmbito do Artigo 8.º da DQA, tendo a ARH Tejo, procedido a

alguns ajustes na localização e número de estações, assim como nos parâmetros a amostrar no início de cada ciclo

anual de amostragem. Estas redes foram definidas tendo como base as estações da rede nacional da qualidade da

água.

3.1.1.1. Rede de vigilância

a) Rios

Pretende-se com a rede de vigilância definida para as MA da categoria Rios:

• Esclarecer as dúvidas relativas à análise de risco efectuada em

resposta ao Artigo 5.º da DQA, em 2005, revista posteriormente com

base nos dados da Campanha de Monitorização promovida pelo INAG, em 2004-2006 e na reavaliação do

risco químico efectuada em Dezembro de 2006, incluindo MA “Em dúvida” e MA como estando “Em Risco”;

• avaliar as alterações a longo prazo das condições naturais e das actividades antropogénicas;

• validar e consolidar as condições de referência e o sistema de classificação do estado ecológico.

São monitorizados todos os elementos de qualidade do estado ecológico num ano de amostragem. Os elementos de

qualidade biológica e os elementos hidromorfológicos de suporte são amostrados na Primavera, os elementos químicos

e físico-químicos de suporte são amostrados trimestralmente, no caso dos gerais, e bimestralmente, no caso dos

poluentes específicos.

O elemento biológico fitoplâncton não está incluído nos elementos biológicos a amostrar, dado que em resultado do

regime hidrológico marcadamente torrencial que caracteriza os tipos de rios que são amostrados, a comunidade

fitoplanctónica não tem naturalmente expressão. Este elemento de qualidade é apenas considerado para o tipo

“Grandes tipos”, que não está representado nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Os métodos de amostragem para os elementos biológicos a utilizar são os definidos pelo INAG8. Os métodos a

amostrar para os elementos químicos e físico-químicos de suporte são os que se encontram definidos no Decreto-Lei

n.º 236/98, de 1 de Agosto. O método a utilizar para a caracterização dos elementos hidromorfológicos de suporte é o

estabelecido pelo INAG9.

A rede de vigilância para MA da categoria Rios é constituída por 7 estações.

b) Águas costeiras

No que se refere às águas costeiras, a rede de vigilância inclui uma estação de mostragem na MA costeira do Tipo A6,

PTCOST10, dado que de acordo com a análise de risco realizada no âmbito do Artigo 5.º da DQA, em 2005, esta massa

de água está “ Não em Risco".

8 http://dqa.inag.pt/dqa2002/port/docs_apoio/nacionais.html 9 http://dqa.inag.pt/dqa2002/port/docs_apoio/RHS%20portugal2.html

Mapa 57 – Monitorização de vigilância das águas superficiais.

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A MA Tipo A5, PTCOST89, não foi incluída na rede de vigilância, estando de acordo com a análise de risco realizada no

âmbito do Artigo 5.º da DQA, em 2005, “Não em Risco”. A monitorização desta MA está atribuída à ARH Centro.

Na estação de amostragem PTCOST10 são realizadas, em cada ano, amostragens de elementos químicos e físico-

químicos de suporte (3 vezes ao ano, na Primavera, Verão e Outono) e dos elementos de qualidade biológica:

fitoplâncton (3 vezes ao ano, na Primavera, Verão e Outono), macroinvertebrados bentónicos (1 vez por ano, na

Primavera), macroalgas (1 vez por ano na Primavera). As amostragens são efectuadas apenas numa fase de maré.

Para além da matriz água, é ainda amostrada a matriz sedimentos (1 vez por ano na Primavera).

c) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designados como albufeiras

Com a rede de vigilância estabelecida para as MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designadas como albufeiras, pretende-se:

• esclarecer o potencial das MA “Em dúvida”, classificação obtida de acordo com a análise de risco efectuada em

resposta ao Artigo 5.º da DQA, em 2005, revista posteriomente de acordo com a avaliação do estado trófico e

com a avaliação do risco químico efectuada em Dezembro de 2006;

• avaliar as alterações a longo prazo nas condições naturais e resultantes do alargamento da actividade

antropogénica;

• validar e consolidar o sistema de classificação do potencial ecológico para MAFM da categoria Rios, troços a

montante de albufeiras.

Em cada albufeira apenas é monitorizado o fitoplâncton, dado que dos elementos de qualidade biológica da categoria a

que mais se assemelham as MAFM a montante de barragens, os lagos, apenas este e os peixes reflectem o potencial

ecológico das MA, nos estudos efectuados até ao momento. De facto, as características morfológicas e hidrológicas,

resultantes do regime de exploração da albufeira, resultam no desenvolvimento incipiente ou pouco preditível de

comunidades de macrófitas, de fitobentos e de macroinvertebrados, pelo que não se justifica a sua monitorização neste

ciclo de planeamento e gestão. Por outro lado, o INAG recomendou que, atendendo aos elevados custos de

monitorização, não fosse monitorizado o elemento de qualidade biológica peixes, antes deste elemento de qualidade ter

sido submetido ao Exercício de Intercalibração previsto no item iv) do 1.4.1 do Anexo V da DQA.

Além do fitoplâncton, a monitorizar seis vezes por ano, serão monitorizados com a mesma frequência os elementos

químicos e físico-químicos de suporte. Todos os elementos de qualidade serão monitorizados anualmente no sentido de

garantir um nível de fiabilidade e precisão aceitável, dado que o fitoplâncton apresenta elevada sensibilidade e

variabilidade intra e inter-anual. No que se refere aos elementos hidromorfológicos de suporte, a frequência de

amostragem dos parâmetros relativos ao regime hidrológico deverá ser horária/diária, enquanto que as condições

morfológicas deverão ser analisadas uma única vez no período de amostragem.

O protocolo de amostragem para o fitoplâncton é o definido pelo INAG10. Os métodos a amostrar para os elementos

químicos e físico-químicos de suporte são os que se encontram definidos no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.

Atendendo que a única MAFM da categoria Rios a montante de barragens, designada por albufeiras, a albufeira de São

Domingos, está “Em Risco”, classificação obtida de acordo com a análise de risco efectuada em resposta ao Artigo 5.º

da DQA, em 2005, revista porteriomente de acordo com a avaliação do estado trófico e com a avaliação do risco

químico efectuada em Dezembro de 2006, não foi identicada nenhuma estação da rede de vigilância.

10 http://dqa.inag.pt/dqa2002/port/docs_apoio/nacionais.html

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d) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens

Não foi definida uma rede de vigilância para a MAFM a jusante de barragens (Ribeira de São Domingos – jusante da

barragem de São Domingos) uma vez que no âmbito da análise de risco efectuada para o Artigo 5.º da DQA, revista

posteriormente com base nos dados da Campanha de Monitorização promovida pelo INAG, em 2004-2006 e na

reavaliação do risco químico efectuada em Dezembro de 2006, esta MA não foi identificada como uma MAFM a jusante

de barragens “Em risco”.

3.1.1.2. Rede Operacional

a) Rios

Com a rede de monitorização operacional pretendeu-se determinar o estado

das MA identificadas como estando em risco de não atingir os seus

objectivos ambientais, tendo em conta a análise de risco efectuada no âmbito

do Artigo 5.º da DQA, revista posteriormente com base nos dados da Campanha de Monitorização promovida pelo

INAG, em 2004-2006 e na reavaliação do risco químico efectuada em Dezembro de 2006, ou onde são descarregadas

as SPOP ou outras em quantidades significativas. Foram definidos três tipos de estações:

• Estações de monitorização operacional tipo I – as pressões dominantes são a poluição orgânica e os

nutrientes, pelo que são amostrados os invertebrados bentónicos, na Primavera, e todos os elementos

químicos e físico-químicos de suporte, trimestralmente, no caso dos gerais, e bimestralmente no caso dos

poluentes específicos, num ano de amostragem. As SPOP são monitorizadas bimestralmente, no ano de

amostragem;

• Estações de monitorização operacional Sistema de Classificação (SC) – a frequência de amostragem é

superior à que se verifica nas estações operacionais tipo I, no sentido de robustecer e aferir o sistema de

avaliação do estado ecológico. São monitorizados todos os elementos de qualidade do estado ecológico em

pelo menos dois anos. Os elementos biológicos e os elementos hidromorfológicos de suporte do estado

ecológico são amostrados na Primavera, os elementos químicos e físico-químicos de suporte, trimestralmente,

no caso dos gerais, e bimestralmente no caso dos poluentes específicos. As SPOP são monitorizadas

bimestralmente no ano de amostragem;

• Estações de monitorização operacional “Substâncias perigosas” estações em que são apenas amostradas as

SPOP que constam do Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro, e alguns poluentes específicos em

determinadas estações cujo risco de ocorrência o justifica, com periodicidade bimestral no ano de amostragem.

Os métodos de amostragem para os elementos biológicos a utilizar são os definidos pelo INAG já atrás mencionados.

Os métodos a amostrar para os elementos químicos e físico-químicos de suporte são os que se encontram definidos no

Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. O método a utilizar para a caracterização dos elementos hidromorfológicos de

suporte é o estabelecido pelo INAG, como já atrás referido. Para as SPOP, os métodos analíticos foram seleccionados

de acordo com exposto no Artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro, de forma a garantir a qualidade e

harmonização de resultados analíticos.

A rede é constituída por 14 estações, das quais 7 estações são do tipo I, 5 estações são do tipo “sistema de

classificação” e 5 estações são do tipo “substâncias perigosas”. De referir que existem 2 estações que são

simultaneamente do tipo I e do tipo “substâncias perigosas” e 1 que é do tipo “sistema de classificação” e “substâncias

perigosas”.

Mapa 58 – Monitorização operacional das águas superficiais.

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b) Águas costeiras

A rede operacional estabelecida para esta categoria inclui 2 MA "Em risco", cada uma com uma estação de

amostragem, ambas na Lagoa de Óbidos. No que se refere às características desta rede, atendendo à escassez de

informação disponível à data da realização da análise de risco efectuada no âmbito do Artigo 5.º da DQA, optou-se por

não se distinguir a rede operacional da rede de vigilância para esta categoria de massas de água, em termos de

elementos de qualidade do estado ecológico e respectivos parâmetros, periodicidade e frequência de amostragem.

Nestes parâmetros foram incluídos as SPOP.

Os métodos se amostragem são os mesmos que foram referidos para a rede de vigilância, para os elementos de

qualidade do estado ecológico. Para as SPOP os métodos analíticos foram seleccionados de acordo com exposto no

Artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro, de forma a garantir a qualidade e harmonização de

resultados analíticos.

c) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designados como albufeiras

Com a rede operacional estabelecida para as MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designadas como albufeiras pretende-se:

• determinar o potencial das MA identificadas como estando “Em risco” de não atingir o bom estado, tendo em

conta a análise de risco efectuada no âmbito do Artigo 5.º da DQA, revista posteriormente tendo em conta o

estado trófico e a reavaliação do risco químico efectuada em Dezembro de 2006; ou onde são descarregadas

as SPOP e outras substâncias em quantidades significativas;

• validar e consolidar o sistema de classificação do potencial ecológico para as MAFM da categoria Rios, troços

de rio a montante de barragens designados como albufeiras.

Considerando que a pressão dominante das MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designados como albufeiras, é a poluição orgânica e nutrientes, o elemento de qualidade biológica monitorizado é o

fitoplâncton, com uma frequência de seis vezes por ano. Além do fitoplâncton, serão monitorizados com a mesma

frequência os elementos químicos e físico-químicos de suporte e substâncias do estado químico. No que se refere aos

elementos hidromorfológicos de suporte, a frequência de amostragem dos parâmetros relativos ao regime hidrológico

deverá ser horária/diária.

O protocolo de recolha de amostras de água e o Protocolo de Amostragem para o fitoplâncton e para a caracterização

do fitoplâncton é o definido pelo INAG11. Os métodos analíticos para os elementos químicos e físico-químicos de

suporte são os que se encontram definidos no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Para as substâncias do estado

químico os métodos analíticos foram seleccionados de acordo com exposto no Artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 103/2010,

de 24 de Setembro, de forma a garantir a qualidade e harmonização de resultados analíticos.

Nesta rede existe 1 estação localizada na Albufeira de São Domingos que é do tipo operacional e “substâncias

perigosas”.

d) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens

Com a rede de monitorização operacional pretendeu-se determinar o potencial das MAFM da categoria Rios, troços de

rio a jusante de barragens, identificadas como estando “Em risco “de não atingir os seus objectivos ambientais, tendo

11 http://dqa.inag.pt/dqa2002/port/docs_apoio/nacionais.html

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em conta a análise de risco efectuada no âmbito do Artigo 5.º da DQA, revista posteriormente com base nos dados da

campanha de monitorização promovida pelo INAG, em 2004-2006 e na reavaliação do risco químico efectuada em

Dezembro de 2006, ou onde são descarregadas SPOP em quantidades significativas. Pretendeu-se também

disponibilizar dados para a classificação do potencial ecológico em MAFM da categoria Rios a jusante de barragens.

Nestas estações são monitorizados os elementos de qualidade biológica mais sensíveis às alterações

hidromorfológicas, ou seja os invertebrados bentónicos, os peixes e os elementos hidromorfológicos de suporte, uma

vez na Primavera, e todos os elementos químicos e físico-químicos de suporte, trimestralmente, no caso dos gerais, e

bimestralmente no caso dos poluentes específicos, num ano de amostragem. As SPOP são monitorizadas seis vezes

por ano.

Os métodos se amostragem são os mesmos que foram referidos para a rede operacional para a categoria Rios.

No entanto, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não foram definidas estações de amostragem na única

MAFM a jusante de barragens, o troço a jusante da barragem de São Domingos, considerado “Em risco”, devido ao seu

reduzido comprimento e ao facto de não estar definidopara esta barragem um regime de caudais ecológicos.

3.1.1.3. Rede de investigação

A monitorização de investigação visa complementar as duas monitorizações de vigilância e operacional anteriores e é

aplicável nos casos de avaliação da extensão e impacto da poluição acidental ou cuja origem não é conhecida. É ainda

aplicável a situações específicas de necessidade de conhecimentos e gestão adaptativa, por exemplo, para avaliar a

eficácia de medidas a implementar, ou para medir a incerteza associada aos sistemas de classificação. Actualmente

não existe uma rede de investigação definida para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

3.1.1.4. Rede das zonas protegidas

Tendo em conta as redes de monitorização definidas para o estado, foram

definidas redes complementares, em termos de estações e de parâmetros,

para o cumprimento de Directivas relativas às zonas protegidas

(Quadro 2.131):

• zonas designadas para a captação de água para consumo humano;

• zonas designadas para a protecção de habitats ou de espécies;

• zonas balneares.

Quadro 2.131 – Número de estações para as zonas protegidas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Rede

Número de Estações

TOTAL MA Naturais MAFM Rios

Rios Águas Costeiras (jusante de barragens)

(montante de barragens - Albufeiras)

Rede das Zonas Protegidas – Captação de água destinada ao consumo humano*

1 - - 1 2

Rede das Zonas Protegidas – Directiva Habitats 2 - - - 2

Rede das Zonas Protegidas – Directiva Aves - - - - -

Rede das Zonas Protegidas – Águas Balneares - 56 - - 56

Rede das Zonas Protegidas – Zonas Sensíveis - 2 - - 2

Mapa 59 – Monitorização das zonas protegidas associadas às águas superficiais.

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3.1.1.5. Síntese

No Quadro 2.132 está indicado o número de estações por cada rede.

Quadro 2.132 – Número de estações para cada tipo de rede de monitorização nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Rede

MA Naturais MAFM Rios

MA Artificiais TOTAL Rios Águas Costeiras Jusante de

barragens Montante de barragens – Albufeiras

Esta

ções

MA

Esta

ções

MA

Esta

ções

MA

Esta

ções

MA

Esta

ções

MA

Esta

ções

MA

DQA – Vigilância 7 7 1 1 - - - - - - 8 8

DQA – Operacional 14 9 2 2 - - 1 1 - - 17 12

DQA – Investigação Não estabelecida

TOTAL DQA 21 16 3 3 - - 1 1 - - 25 20

Zonas Protegidas

Captação de água destinada ao consumo humano

1 1 - - - - 1 1 - - 2 2

Habitats 2 2 - - - - - - - - 2 2

Aves - - - - - - - - - - - -

Águas Balneares - - 56 3 - - - - - - 56 3

Zonas Sensíveis - - 2 1 - - - - - - 2 1

3.1.2. Águas subterrâneas

No âmbito do Artigo 8.º da DQA que impõe aos estados-membros a elaboração de programas de monitorização do

estado das águas, de forma a permitir uma análise coerente e exaustiva do mesmo, em cada região hidrográfica, foram

contemplados, para as águas subterrâneas, os seguintes programas de monitorização:

• Monitorização do estado quantitativo: visa fornecer uma avaliação fiável do estado quantitativo de todas as

massas de água subterrâneas, incluindo uma avaliação dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis;

• Monitorização do estado químico: visa proporcionar uma panorâmica coerente e completa do estado químico

das águas subterrâneas em cada bacia hidrográfica bem como permitir detectar a presença de tendências a

longo prazo antropogenicamente induzidas, para o aumento das concentrações de poluentes. Este programa

engloba a monitorização de vigilância e a monitorização operacional.

3.1.2.1. Estado quantitativo

A rede de monitorização de quantidade das águas subterrâneas foi

implementada com o objectivo de avaliar e acompanhar a evolução temporal

e espacial dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis. Mapa 60 – Rede de monitorização do estado quantitativo das águas subterrâneas.

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A rede utilizada para a avaliação do estado quantitativo é constituída por 45 estações, localizadas nas 8 MA afectas às

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Desta forma, é possível constatar que foi utilizada a totalidade da informação

disponível até Maio de 2010, a qual ultrapassa significativamente o número de estações de monitorização actualmente

existentes.

Quadro 2.133 – Estações de monitorização utilizadas para a avaliação do estado quantitativo.

Massa de água N.º de estações

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 15

Maceira 1

Alpedriz 6

Maciço Calcário Estremenho 6

Paço 2

Cesareda 2

Torres Vedras 4

Caldas da Rainha-Nazaré 9

Total 45

3.1.2.2. Rede de vigilância

A rede de monitorização de vigilância tem como objectivo complementar e

validar o processo de avaliação do impacto nas MA e determinar tendências

a longo prazo de alteração das condições naturais das mesmas bem como

da actividade antropogénica.

A rede utilizada para a avaliação do estado químico é constituída por 79 estações, distribuídas pelas 8 MA das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste. Tal como referido para a rede anterior, foi utilizada a totalidade da informação

disponível no período considerado (2004-2008), a qual ultrapassa significativamente o número de estações de

monitorização actualmente existentes.

Quadro 2.134 – Estações da rede de vigilância utilizadas para a avaliação do estado químico.

Massa de água N.º de estações

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 19

Maceira 1

Alpedriz 8

Maciço Calcário Estremenho 19

Paço 4

Cesareda 1

Torres Vedras 9

Caldas da Rainha-Nazaré 18

Total 79

3.1.2.3. Rede operacional

A rede operacional tem como objectivo estabelecer o estado químico das MA em risco de não cumprirem o objectivo

ambiental e identificar a presença de tendências, antropogenicamente induzidas, significativas e persistentes para o

aumento da concentração de poluentes.

Mapa 61 – Rede de monitorização do estado químico (vigilância) das águas subterrâneas.

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Na área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não existe rede operacional, dado que, no âmbito do Relatório

Síntese sobre a Caracterização das Regiões Hidrográficas prevista na DQA (INAG, 2005), não foi identificada nenhuma

MA subterrânea “Em Risco”.

3.1.2.4. Zonas protegidas

a) Zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano

De acordo com o Artigo 7.º da DQA, devem ser monitorizadas todas as MA

que forneçam, em média, mais de 100 m3/dia.

A rede utilizada para a monitorização das zonas designadas para a captação

de água destinada ao consumo humano é constituída por 7 captações de água subterrânea para abastecimento público.

Quadro 2.135 – Estações utilizadas para a monitorização das zonas designadas para a captação de água destinada ao

consumo humano.

Massa de água N.º de estações

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 0

Maceira 0

Alpedriz 1

Maciço Calcário Estremenho 1

Paço 1

Cesareda 1

Torres Vedras 0

Caldas da Rainha-Nazaré 3

Total 7

Do conjunto de 7 zonas protegidas existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, apenas 2,

designadamente Torres Vedras e Orla Ocidental Indiferenciado das Ribeiras do Oeste não são actualmente

monitorizadas, existindo ainda 4 zonas protegidas que possuem apenas uma estação de monitorização, pelo que

deverá ser efectuada a optimização desta rede.

b) Zonas vulneráveis

Tal como referido no capítulo 2.2.4.2 não existem zonas vulneráveis na área das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

c) Zonas de infiltração máxima

As zonas de infiltração máxima constituem zonas protegidas que não estão sujeitas a qualquer programa de

monitorização.

3.1.3. Avaliação da representatividade e adequabilidade das redes de monitorização

3.1.3.1. Águas superficiais

A avaliação da representatividade e adequabilidade das redes existentes para avaliação do estado só será realizada no

final do ciclo de monitorização para o período 2010-2012.

Mapa 62 –Monitorização das zonas protegidas associadas às águas subterrâneas.

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3.1.3.2. Águas subterrâneas

A avaliação da representatividade das actuais redes de monitorização do estado quantitativo e químico para as MA

subterrâneas foi efectuada utilizando o método do Índice de Representatividade (IR), como recomendado em Grath et

al., (2001).

O IR quantifica a eficiência de cobertura da rede existente comparando-a com uma cobertura teórica triangular que

preencha o domínio sem sobreposições nem espaços vazios. De acordo com este índice, uma rede com maior número

de pontos não tem necessariamente melhor eficiência, uma vez que esta depende da homogeneidade da distribuição

espacial, mais do que do número de pontos. Este método permite verificar se a rede cumpre o princípio de

homogeneidade, condição necessária para respeitar os pressupostos subjacentes ao cálculo das médias aritméticas,

isto é, que cada ponto contribui com o mesmo peso para o cálculo da média. Para tanto é obrigatório assumir a

homogeneidade da massa de água, isto é, que as propriedades do meio, as condições de escoamento, e a distribuição

espacial das pressões não são suficientes para originar alterações de quantidade e/ou qualidade em áreas específicas

que justifiquem a separação destas do conjunto da massa de água.

Considera-se que uma rede é suficientemente homogénea se o seu valor de IR for superior a 80%. O IR é uma medida

quantitativa da precisão da informação recolhida, no que diz respeito à capacidade para estimar correctamente os

valores das médias a partir dos dados de campo. Este índice é ainda complementado com a análise da frequência, do

número e tipo de parâmetro amostrado, do método de recolha e de análise, a fim de verificar se o plano de amostragem

cumpre os objectivos da monitorização.

O Quadro 2.136 apresenta-se o IR calculado para as redes de monitorização actuais, à data do início dos trabalhos

deste PBH Ribeiras do Oeste, do estado quantitativo e estado químico.

Quadro 2.136 – Resultados da aplicação do IR para as actuais redes de monitorização da avaliação do estado.

Massa de água Estado Quantitativo Estado químico

N.º de estações IR (%) N.º de estações IR (%)

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste 14 57,4 - -

Maceira 1 50,9 - -

Alpedriz 3 64,3 8 70,9

Maciço Calcário Estremenho 4 50,3 14 58,6

Paço 2 71 1 45

Cesareda 2 56,6 1 87,9

Torres Vedras 4 77,6 1 76,7

Caldas da Rainha-Nazaré 6 64,2 9 72,1

As redes do estado quantitativo e do estado químico apresentam valores de IR abaixo do valor recomendável (80%),

com excepção da rede do estado químico da MA Cesareda com um IR de 87,9%. Refere-se ainda que as MA de

Maceira e Orla Ocidental Indiferenciado das Ribeiras do Oeste não dispõem actualmente de qualquer ponto de

monitorização do estado químico

Estas limitações na representatividade das redes não condicionaram a avaliação do estado, uma vez que para este foi

utilizada a totalidade da informação disponível para o período analisado (2004-2008), a qual ultrapassa

significativamente o número de estações de monitorização actualmente existentes.

As medições do nível da água nas estações da rede de monitorização do estado quantitativo são realizadas

mensalmente, encontrando-se instaladas sondas automáticas programadas para medição diária em alguns locais. Esta

periodicidade revela-se suficiente para realizar a avaliação do estado das MA.

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Relativamente ao estado químico, tendo em conta a hidrodinâmica e o conjunto de pressões identificadas para as MA,

considera-se que a periodicidade semestral utilizada nas estações de monitorização é suficiente para a avaliação do

estado.

Os métodos de recolha, transporte e análise das amostras já utilizados seguem as indicações técnicas recomendadas

pela Organização Internacional de Estandardização (ISO), nomeadamente nas ISO 5667 (1, 2, 3, 11 e 18).

3.1.4. Síntese das redes de monitorização do Estado das Águas

3.1.4.1. Águas superficiais

Em síntese, no Quadro 2.137 é apresentado o número de estações para as actuais redes de monitorização do estado e

zonas protegidas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, e por categoria de MA, considerando a sua densidade

por unidade linear (km) ou por área (km2), consoante são MA da categoria Rios e MAFM da categoria Rios, troços a

jusante de barragens, águas costeiras e MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens.

Quadro 2.137 – Número de estações por rede e por categoria de MA superficial nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Rede

Rios (MA Naturais e MAFM a jusante de

barragens)

Rios (MAFM a montante de barragens -

Albufeiras) Costeiras (Naturais)

Nº de Estações Extensão das MA (km) N.º de Estações Área das MA (km2) N.º de Estações Área das MA (km2)

DQA – Vigilância 7 44.56 - - 1 794.6

DQA – Operacional 14 658.44 1 0.44 2 8,373

Densidade de Estações (por 1000 km2 de área total de bacia)

3.02 0.26 0.52

Densidade de Estações* 32.79 2.5 3.65

Zonas Protegidas

Captação de água destinada ao consumo humano

3,33% das Captações

Habitats Densidade de Estações* 2 3.62 - - - -

Aves Densidade de Estações* - - - - - -

Águas Balneares Densidade de Estações* - - - - 56 19.9

Zonas Sensíveis Densidade de Estações* - - - - 2 0.71

* Por 1000 km ou 1000 km2 de MA

3.1.4.2. Águas subterrâneas

Para as oito MA subterrâneas afectas às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, as actuais redes de monitorização

dos estados quantitativo e químico e zonas protegidas são constituídas pelas estações indicadas no quadro seguinte.

Quadro 2.138 – Estações das redes de monitorização actuais. Estado Zonas protegidas

Quantitativo Químico Zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano

36 34 7

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3.2. REDE CLIMATOLÓGICA

A rede climatológica compreende as estações onde se efectua a medição

das variáveis meteorológicas, nomeadamente, a precipitação, a

temperatura, a evaporação, a evapotranspiração, a pressão atmosférica, a

radiação solar, a insolação, a velocidade e direcção do vento e a humidade do ar. Nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste existem actualmente 30 postos meteorológicos, dos quais 17 são estações udográficas e seis são estações

climatológicas (para as restantes sete estações não é indicada a sua tipologia nos elementos consultados no SNIRH).

São todos postos da responsabilidade do INAG. De assinalar que das 30 estações apenas 20 se encontram em

funcionamento, incluindo 6 estações automáticas dotadas de sistema de teletransmissão. No Quadro 2.139 pode

observar-se a distribuição do número de estações por bacia.

Realizou-se uma primeira abordagem relativamente à representatividade das estações considerando a sua densidade

por bacia. A análise realizada considerou todas as estações, excepto as que se encontram extintas, considerando que

estas não serão reactivadas. Em termos médios a densidade é de 0,9 estações por cada 100 km2, o que se considera

um valor adequado. Relativamente ao número de estações automáticas com telemetria (6 estações), o número de

estações é baixo e a monitorização abrange apenas 4 bacias (Rio Alcobaça, Ribeira de São Domingos, Rio Alcabrichel

e Rio Lisandro).

Quadro 2.139 – Rede para medição das variáveis Precipitação (estações climatológicas e udográficas), Temperatura,

Ventos, Humidade do ar, Evaporação e Radiação (estações climatológicas).

Bacia Número de estações com registo de Precipitação Número de estações com registo de Temperatura, Ventos, Humidade do ar, Evaporação e Radiação

Rio Alcobaça 4 1

Rio Tornada 6 0

Rio Arnóia 6 2

Ribeira de São Domingos 1 0

Rio Alcabrichel 1 0

Rio Sizandro 4 1

Rio Lisandro 1 1

Ribeiras Costeiras do Oeste 7 1

Total de estações 30 6

3.3. REDE HIDROMÉTRICA

A rede hidrométrica inclui estações com dois tipos de objectivos: a quantificação de caudais e níveis em cursos de água

e a quantificação de níveis em albufeiras. Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste existem actualmente 12 postos

hidrométricos, sendo que destes apenas 8 se encontram em situação de funcionamento activo (os restantes 3 estão

extintos e 1 não instalado). Deste modo apenas se verificam dados significativos em 9 postos hidrométricos (> a 10

anos). No Quadro 2.140 pode observar-se a distribuição do número de estações por bacia.

Realizou-se uma primeira abordagem relativamente à representatividade das estações, considerando a densidade de

estações por bacia. A análise realizada considerou todas as estações, excepto as que se encontram extintas,

considerando que estas não serão reactivadas. Em termos médios a densidade é de 0,6 estações por cada 100 km2.

Todas as bacias dispõem de pelo menos uma estação, excepto a bacia Ribeiras Costeiras do Oeste. Refere-se ainda

que não existem estações automáticas com telemetria.

Mapa 63 – Redes de monitorização climatológica e hidrométrica.

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3.4. REDE SEDIMENTOLÓGICA

Os principais objectivos da rede sedimentológica são a caracterização granulométrica dos cursos de água, a

caracterização química dos sedimentos, a determinação de caudais sólidos transportados e volumes depositados, o

estabelecimento de relações caudal líquido/caudal sólido e ainda a avaliação das alterações funcionais de obras e

estruturas hidráulicas. De assinalar ainda que a rede sedimentológica pode compreender estações em cursos de água e

estações em albufeiras. Apesar da sua importância, não existe nenhuma estação implementada nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

3.5. SÍNTESE

A distribuição do número de estações por bacia e por tipologia de rede pode observar-se no Quadro 2.140.

Quadro 2.140 – Número de estações nas redes de monitorização do estado (rede de vigilância e rede operacional),

climatológica e hidrométrica, por bacia.

Bacia Rede de monitorização do estado da água

Rede climatológica12 Rede hidrométrica8 Total estações Rede de vigilância Rede

operacional13

Rio Alcobaça 5 2 3 4 2

Rio Tornada - - - 6 2

Rio Arnóia 6* - 4 + 2* 6 4

Ribeira de São Domingos 2 1 1 1 1

Rio Alcabrichel 2 2 - 1 1

Rio Sizandro 2 - 2 4 1

Rio Lisandro 2 - 2 1 1

Ribeiras Costeiras do Oeste 6* 2 + 1* 3 7 0

Total de estações 25* 8* 17* 30 12

*Inclui as estações de monitorização das MA Costeiras Fonte: ARH Tejo, I.P., 2010; SNIRH, 2010

A caracterização das redes climatológica, hidrométrica e sedimentológica integrou a análise dos seguintes aspectos:

• Breve enquadramento histórico da reestruturação destas redes e das actuais redes que se encontram

implementadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste;

• Identificação dos objectivos da monitorização realizada por cada rede;

• Identificação do número de estações por MA e por bacia;

• Identificação por estação da sua tipologia, situação de funcionamento, objectivo da monitorização, período de

registo de dados e tipo de aquisição de dados;

• Referência ao Sistema de Vigilância e Alerta de Cheias (SVAC) que possibilita o controlo de níveis de alerta de

cheias, e identificação das estações inseridas neste sistema, de monitorização automática com

teletransmissão;

• Primeira abordagem relativamente à representatividade das estações considerando a densidade de estações

por bacia.

A análise preliminar da representatividade das redes climatológica e hidrométrica considerou a densidade de estações

por bacia. A análise realizada teve em conta todas as estações, excepto as que se encontram extintas, considerando

que estas não serão reactivadas. A densidade de estações por bacia foi determinada de duas formas: área abrangida

por cada estação e número de estações por 100 km2.

12 Refere-se que nesta listagem se incluem todas as estações que se encontram no SNIRH, incluindo algumas que se encontram extintas. 13 Refere-se que algumas destas estações são monitorizadas na rede operacional e na rede operacional de substâncias perigosas.

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4. ESTADO DAS MASSAS DE ÁGUA

A avaliação do estado das MA superficiais integra a classificação do estado ecológico e do estado químico, sendo que o

estado de uma MA é definido em função do pior dos dois.

O estado ecológico traduz a qualidade estrutural e funcional dos ecossistemas aquáticos associados às águas de

superfície, e é definido com base no desvio relativamente às condições de referência, ou seja, relativamente às

condições existentes em MA pertencentes ao mesmo tipo e que evidenciam ausência de pressões antropogénicas

significativas. Para as MAA ou MAFM, o estado ecológico é substituído pelo potencial ecológico, que representa o

desvio de qualidade que uma MA apresenta relativamente ao máximo que pode atingir, o máximo potencial ecológico.

O estado químico reflecte a presença de substâncias químicas nos ecossistemas aquáticos que em condições naturais

não estariam presentes ou estariam presentes em concentrações reduzidas.

Para as águas subterrâneas, a avaliação do estado engloba a avaliação do estado quantitativo e do estado químico das

MA. A obtenção da classificação “estado bom” para as águas subterrâneas requer que se verifique um conjunto de

condições através da realização de uma série de testes de classificação, aplicáveis na avaliação do estado quantitativo

e do estado qualitativo.

O estado químico de uma MA subterrânea é dado pela pior classificação dos testes químicos relevantes para os

elementos em risco. O estado quantitativo é dado pela pior classificação dos testes quantitativos relevantes. Se

qualquer um dos testes dá o resultado “medíocre”, a MA subterrânea é globalmente classificada com o “estado

medíocre”. Todos os testes relevantes devem ser feitos para cada MA subterrânea e esta avaliação não deve parar

assim que o primeiro teste dê resultado “medíocre”.

4.1. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

4.1.1. Águas superficiais

A classificação do estado de uma MA é realizada de acordo com os esquemas conceptuais apresentados nas

Figuras 2.29 e 2.30 sendo possível observar a relação entre os diferentes elementos de qualidade para classificar o

estado ecológico, o estado químico e o estado de uma MA de superfície.

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Fonte: Adaptado de INAG, I.P. (2009a)

Figura 2.29 – Esquema para a classificação do estado das MA superficiais no âmbito da DQA/Lei da Água

Fonte: Adaptado de INAG I.P. (2009a)

Figura 2.30 – Esquema para a classificação do potencial das MA superficiais no âmbito da DQA/Lei da Água

Estado da massa de água

Esta

do e

coló

gico

Esta

do

quím

ico

Elementos de qualidade biológica

B

R

Md

M

B

R

Md

M

B

R

Md

M

B

R

Md

M

Poluentes específicos

Elementos de qualidade químicos e físico-químicos de suporte aos elementos biológicos

Elementos gerais

B

R

E

B

R

E

B

R

E

B

R

E

E&B

R

E&B

R

E&B

R

E&B

R

Elementos de qualidade hidromorfológica de suporte aos elementos biológicos

B

E

B

E

B

E

B

E

Substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas com NQAdefinidas a nível Europeu

I

B

I

B

I

B

I

B

B

R

Md

M

B

R

Md

M

Elemento com a pior

classificação

Elemento com a pior

classificação

Elemento com a pior

classificação

I

B

Substância com a pior

classificação E&B

R&Md&M

Pior classificação

entre o estado

ecológico e o estado

químico

B

R

Md

M

E

E E

E E E E

B R Md ME Excelente Bom Razoável Medíocre Mau IB InsuficienteBomE&B R&Md&MExcelente & Bom Razoável& Medíocre & Mau

Estado da massa de água

Pote

ncia

l eco

lógi

coEs

tado

qu

ímic

o

Elementos de qualidade biológicaB ou S

R

Md

M

B ou S

R

Md

M

B ou S

R

Md

M

B ou S

R

Md

M

Poluentes específicos

Elementos de qualidade químicos e físico-químicos de suporte aos elementos biológicos

Elementos gerais

B

R

E

B

R

E

B

R

E

B

R

E

E&B

R

E&B

R

E&B

R

E&B

R

Elementos de qualidade hidromorfológica de suporte aos elementos biológicos

B

E

B

E

B

E

B

E

Substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas com NQAdefinidas a nível Europeu

I

B

I

B

I

B

I

B

Elemento com a pior

classificação

Elemento com a pior

classificação

Elemento com a pior

classificação

I

B

Substância com a pior

classificação E&B

R&Md&M

Pior classificação

entre o potencial

ecológico e o estado

químico

B ou S

R

Md

M

B ou S

R

Md

M

B ou S

R

Md

M

B ou S R Md MBom ou Superior Razoável Medíocre Mau IB InsuficienteBomE&B R&Md&MExcelente & Bom Razoável& Medíocre & Mau

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4.1.1.1. Estado ecológico

a) Rios

Para a avaliação do estado das MA da categoria Rios foram utilizadas duas abordagens, uma tendo por base os dados

provenientes da monitorização efectuada nos períodos 2004-2006 e 2009-2010 e outra, uma abordagem indirecta,

tendo por base a relação entre as pressões e as classes de qualidade obtidas para os elementos biológicos em MA

monitorizadas. Esta abordagem, apesar de estar associada a um nível de confiança baixo, é indicativa do possível

estado das MA.

A classificação do estado foi feita de acordo com os “Critérios para a Classificação do Estado das MA Superficiais –

Rios e Albufeiras” realizada pelo INAG em 2009.

Este sistema de classificação apenas inclui dois elementos de qualidade biológica, os invertebrados bentónicos e os

fitobentos – diatomáceas, dado que, até à data, estes foram os únicos elementos biológicos para os quais existem

resultados do Exercício de Intercalibração, preconizado na alínea iv) do Anexo V da DQA, e cujos resultados foram

publicados na Decisão da Comissão 2008/915/CE de 30 de Outubro de 2008.

No entanto, no processo de classificação do estado ecológico, para os invertebrados bentónicos amostrados em 2010,

constatou-se que a classificação destes era muito penalizadora, não reflectindo sistematicamente as pressões

existentes nas MA, e incongruente, quando comparada com resultados obtidos em 2004/2006 para os mesmos locais.

Estes resultados, sobretudo para os tipos de rios de regime intermitente, resultam do facto das amostragens terem sido

realizadas no final da Primavera, por vezes já em situação de caudal reduzido ou nulo, situação característica da

transição para o Verão. Nesta época do ano já só ocorre um reduzido número de espécies de insectos (i.e. depois da

emergência dos estados adultos para o sistema terrestre), não representativa de situação de Primavera para a qual

foram definidos os critérios para a classificação do estado ecológico. Por esse motivo, para o ano de 2010, apenas foi

considerado o elemento de qualidade biológica fitobentos – diatomáceas.

Relativamente aos elementos químicos e físico-químicos de suporte aos elementos biológicos, de acordo com o

documento elaborado pelo INAG, atrás referido, a inexistência de dados históricos a nível nacional que permitam

estabelecer relações entre os elementos biológicos e os elementos químicos e físico-químicos, apenas possibilitou

distinguir, nesta fase, valores de fronteira entre as classes bom e razoável para os seguintes parâmetros: oxigénio

dissolvido, taxa de saturação em oxigénio, CBO5, pH, azoto amoniacal, nitratos e fósforo total. Neste sentido, a

classificação para os elementos gerais permite apenas distinguir o bom estado ecológico, no qual se incluem locais com

classificação excelente e bom, e o estado ecológico razoável, que abrange locais com classificação razoável, medíocre

e mau.

Para os parâmetros oxigénio dissolvido e taxa de saturação em oxigénio, com a aplicação dos limites definidos,

verificou-se igualmente que grande parte das classificações eram incongruentes em relação aos outros parâmetros de

suporte e às pressões, ou seja, claramente sobrestimavam ou subestimavam as indicações destes existentes nas MA.

Assim, optou-se por não considerar estes dois parâmetros na avaliação do estado ecológico, remetendo para uma fase

posterior a realização de estudos sobre a sua coerência de resposta.

A abordagem metodológica para avaliação indirecta do estado das 20 MA desta categoria não monitorizadas

compreendeu as seguintes fases:

• correlação entre parâmetros químicos e físico-químicos indicadores das pressões (CBO5, azoto total e fósforo

total expressos em mg/l) e os valores das classes de qualidade obtidos para os elementos biológicos

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invertebrados bentónicos e fitobentos – diatomáceas, verificados nas MA monitorizadas, para calibração das

tendências de resposta;

• pré-classificação do estado das MA não monitorizadas com base nas indicações anteriores, considerando as

fronteiras das classes de estado para os parâmetros CBO5 e azoto total;

• reavaliação e reajustamento do estado considerando os elementos hidromorfológicos de suporte;

• confronte de elementos, análise pericial comparativa e classificação final do estado das MA.

b) Águas costeiras

O tipo A3, Lagoa mesotidal semi-fechada, não é partilhada pelos restantes estados-membros do Grupo Geográfico de

Intercalibração Atlântico Nordeste a que Portugal pertence, pelo que não possível proceder à intercalibração das suas

fronteiras. Como já atrás foi referido não estão ainda definidas situações de referência. Os elementos biológicos para

esta categoria de MA são o fitoplâncton e restante flora aquática e os invertebrados bentónicos. No entanto, apenas foi

considerado fitoplâncton, caracterizado pelo parâmetro clorofila a, tendo-se seguido as orientações do INAG.

No que se refere aos tipos A5 e A6, foram considerados o fitoplâncton e restante flora aquática e os invertebrados

bentónicos, correspondendo os valores para as fronteiras Excelente/Bom e Bom Razoável aos que foram definidos no

âmbito do Exercício de Intercalibração, publicados na Decisão da Comissão nº 2008/915/CE, de 30 de Outubro de 2008

Para os restantes elementos de qualidade do estado ecológico seguiram-se as recomendações do INAG.

4.1.1.2. Potencial ecológico

a) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designados como albufeiras

A classificação do potencial ecológico para as MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens

designados como albufeiras, foi realizada tendo apenas em conta os elementos de qualidade para a classificação do

potencial ecológico, considerando a categoria de MA a que mais se assemelham, os lagos.

Posteriormente, e dependendo da informação disponível, será realizado para cada MAFM uma avaliação do potencial

ecológico considerando que este corresponde às condições ecológicas que ocorrem quando forem tomadas todas as

medidas que permitem melhorar significativamente as condições ecológicas da MA e que não têm efeitos adversos no

ambiente e usos da MA, tecnicamente viáveis e sem custos desproporcionados (CIS-WFD, 2003; CIS-WFD, 2006)

A única MAFM a montante de barragem existente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é monitorizada, pelo

que a classificação foi efectuada de acordo com os “Critérios para a Classificação do Estado das Massas de Água

Superficiais – Rios e Albufeiras”, elaborado pelo INAG, I.P. em 2009.

Os critérios de classificação apenas incluem o parâmetro clorofila a relativo ao elemento de qualidade biológico

fitoplâncton dado que, até à data, este foi o único parâmetro de qualidade biológico para o qual existem resultados do

Exercício de Intercalibração preconizado na alínea iv) do Anexo V da DQA, e cujos resultados foram publicados na

Decisão da Comissão 2008/915/CE, de 30 de Outubro de 2008.

Relativamente aos elementos químicos e físico-químicos de suporte dos elementos biológicos, e acordo com o

documento elaborado pelo INAG, atrás referido, a inexistência de dados históricos a nível nacional que permitam

estabelecer relações entre os elementos biológicos e os elementos químicos e físico-químicos de suporte, apenas

permite distinguir, nesta fase, valores de fronteira entre as classes bom e razoável para os seguintes parâmetros:

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oxigénio dissolvido, taxa de saturação em oxigénio, pH, nitratos e fósforo total, onde com a classificação de razoável se

incluem locais com classificação razoável, medíocre ou mau.

À semelhança do que foi verificado para as MA da categoria Rios, para os parâmetros oxigénio dissolvido e taxa de

saturação em oxigénio, com a aplicação dos limites definidos, as classificações eram incongruentes, não sendo possível

estabelecer uma relação entre os resultados de classificação obtidos para estes dois parâmetros, e as pressões

existentes nas MA. Assim, optou-se por não considerar estes dois parâmetros na avaliação do potencial ecológico.

b) Massas de água Fortemente Modificadas da categoria Rios, troços de rio a jusante de barragens

Atendendo a que não se dispunha de dados de monitorização para o troço de rio a jusante da barragem de São

Domingos, a única MAFM da categoria Rios existente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, a avaliação do

seu potencial ecológico foi feita com base numa análise pericial in situ, recorrendo a dez variáveis relativas à

caracterização da envolvente do troço do rio, no que se refere ao uso do solo, e em particular à área urbana, e à

caracterização do troço do rio: zona ripária, condição morfológica, ocupação do solo a partir das margens (até 50 m),

estado geral das margens em termos de erosão, carga de sedimentos, parâmetros físico-químicos gerais, estado geral

da comunidade de invertebrados bentónicos, contaminação orgânica e espécies infestantes, classificadas numa escala

de 1 a 5, em que 1 corresponde a uma situação sem pressão e 5 pressão máxima (com excepção para os físico-

químico gerais em que consideradas quatro classes.

Posteriormente, e dependendo da informação disponível para tal, será realizado para cada MAFM uma avaliação do

potencial ecológico considerando que o bom potencial ecológico corresponde às condições ecológicas que ocorrem

quando forem aplicadas todas as medidas que permitem melhorar significativamente as condições ecológicas da MA e

que não têm efeitos adversos no ambiente e usos da MA, tecnicamente viáveis e sem custos desproporcionados (CIS-

WFD, 2003; CIS-WFD, 2006).

c) Massas de água artificiais

Para avaliar o estado da MAA identificada nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (Aproveitamento Hidroagrícola

da Cela), dado que esta não foi monitorizada, foi realizada uma avaliação pericial in situ, recorrendo a seis variáveis

relativas à estrutura do canal, pressão humana, impacte de aglomerados urbanos, percentagem de ocupação do canal

por macrófitos, carga de sedimentos finos no canal, parâmetros físico-químicos, degradação geral, incluindo a

contaminação orgânica e a presença de infestantes aquáticas, classificadas numa escala de 1 a 5, em que 1

corresponde a uma situação sem pressão e 5 pressão máxima (com excepção para os físico-químico gerais em que

consideradas três classes).

4.1.1.3. Estado químico

Os elementos de qualidade para avaliar o estado químico das águas superficiais são as SPOP que constam da

Directiva 2008/105/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, transposta para a ordem jurídica

nacional pelo Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro, para as quais estão fixadas NQA nas tabelas do Anexo III

do referido Decreto-Lei.

Uma MA superficial está em conformidade com os requisitos de qualidade quando, em cada local de monitorização, a

média aritmética das concentrações monitorizadas em diferentes épocas do ano não ultrapassam as NQA definidas

(NQA-MA), nem se verifica nenhum incumprimento individual para a concentração máxima admissível (NQA-CMA).

Para um conjunto de MA e na sequência de aplicação da metodologia adoptada para classificação do estado, houve

indícios do não cumprimento dos objectivos ambientais, não tendo sido no entanto possível identificar claramente as

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causas associadas. Deste conjunto, que inclui MA monitorizadas e não monitorizadas, a conjugação entre a análise

pericial e os resultados forneceram indicações contraditórias e com um elevado grau de incerteza. Por esta razão optou-

se pela classificação do estado como não classificado apostando-se em desenvolvimento de medidas adicionais de

monitorização e de estudos complementares para uma melhor caracterização do problema.

4.1.2. Águas subterrâneas

A metodologia para a avaliação do estado das massas de água subterrâneas, apresentada ao longo deste capítulo, foi

estruturada num conjunto de secções onde se descreve, sempre que possível e aplicável, a informação de base

utilizada, as principais metodologias e procedimentos considerados, e os conteúdos e produtos obtidos.

O Documento Guia n.º 18 “Guidance on Groundwater Status and Trend Assessment”, elaborado pelos estados-

membros da EU para apoiar metodologias de implementação comum da DQA, desenvolve os aspectos relacionados

com a avaliação do estado massas de água subterrâneas e das tendências de evolução, constituindo um guia

indispensável para o desenvolvimento desta vertente do trabalho.

A avaliação do estado é realizada utilizando como informação de base os dados de monitorização de vigilância e

operacionais disponíveis obtidos durante o período de elaboração do PBH Reibeiras do Oeste. A avaliação do estado é

feita no final do período de implementação do Plano de forma a verificar a efectividade dos programas de medidas

previamente estabelecidos.

De acordo com a Directiva 2006/118/CE, de 12 de Dezembro (Directiva das Águas Subterrâneas), doravante designada

por DAS, a aplicação da metodologia de avaliação do estado das massas de água subterrâneas apenas deve ser

efectuada para as massas de água subterrâneas em risco, e em relação ao meio receptor, e para cada poluente que

contribui para a classificação da água subterrânea como estando em risco. As massas de água subterrâneas que não

estão em risco são classificadas automaticamente em “bom estado”. Não obstante, dado que a quase totalidade das

massas de água está sujeita a pressões mais ou menos importantes, a avaliação do risco de não cumprirem os

objectivos ambientais obriga sempre a que se faça uma avaliação do estado actual e das tendências de evolução dos

parâmetros ligados ao estado químico.

A obtenção da classificação “estado bom” para as águas subterrâneas requer que se verifique um conjunto de

condições através da realização de uma série de testes de classificação, aplicáveis para a avaliação dos estados

quantitativo e qualitativo. A Figura 2.31 esquematiza estes testes. São 5 para o estado qualitativo e 4 para o estado

quantitativo. Alguns dos testes são comuns aos dois estados.

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Figura 2.31 – Procedimento genérico dos testes de classificação utilizados na avaliação do estado das massas de água

subterrânea (adaptado do Documento Guia n.º 18).

Os testes, que são conduzidos para os elementos que estão em risco, devem ser feitos de forma independente e os

resultados devem ser combinados para avaliar globalmente o estado químico e o estado quantitativo das massas de

água subterrâneas. Cada teste pode ter dois resultados “bom” ou “medíocre”.

O estado químico de uma massa de água subterrânea é dado pela pior classificação dos testes químicos relevantes

para os elementos em risco. O estado quantitativo é dado pela pior classificação dos testes quantitativos relevantes. Se

qualquer um dos testes dá o resultado “medíocre”, a massa de água subterrânea é globalmente classificada com o

“estado medíocre”. Todos os testes relevantes devem ser feitos para cada massa de água subterrânea e esta avaliação

não deve parar assim que o primeiro teste dê resultado “medíocre”.

4.1.2.1. Estado quantitativo

A avaliação do estado quantitativo foi realizada utilizando como informação de base os dados de monitorização

disponíveis até Maio de 2010, fornecidos pela ARH Tejo, e os existentes no SNIRH, assim como como as pressões

quantitativas existentes nas massas de água subterrâneas em análise, tendo sido adoptada a metodologia proposta

pelo Documento Guia n.º 18 “Guidance on Groundwater Status and Trend Assessment”, elaborado pelos estados-

membros da EU para apoiar metodologias de implementação comum da DQA.

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O Quadro 2.141 apresenta a definição do Bom estado quantitativo das massas de água subterrânea, segundo a DQA e

o Decreto-Lei n.º 77/2006, de de 30 de Março.

Quadro 2.141 – Definição do Estado Quantitativo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, e com a

DQA, Anexo V, n.º 2.

Elemento Bom Estado

Nível freático O nível da água na massa de águas subterrâneas é tal que os recursos hídricos subterrâneos disponíveis não são ultrapassados pela taxa média anula de captação a longo prazo. Assim, os níveis freáticos não estão sujeitos a alterações antropogénicas que possam:

• Impedir que sejam alcançados os objectivos ambientais especificados nos termos dos Artigos 44.º e 46.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, para as águas superficiais que lhes estão associadas;

• Deteriorar significativamente o estado dessas águas;

• Provocar danos significativos nos ecossistemas terrestres directamente dependentes do aquífero. Podem ocorrer temporariamente, ou continuamente em área limiatads, alterações na direcção do escoamento subterrâneo em consequência de variações de nível, desde que essas alterações não provoquem intrusões de água salgada, ou outras, e não indicam uma tendência antropogenicamente induzida, constante e claramente identificada, susceptível de conduzir a tais instrusões.

De acordo com o Documento Guia n.º 18, a metodologia para avaliar o estado quantitativo das massas de água

subterrâneas é composta por um conjunto de testes relevantes, designadamente (Figura 2.32):

• Teste do balanço hídrico subterrâneo: O recurso hídrico subterrâneo disponível não é excedido pela sua taxa

de exploração anual a longo termo;

• Teste do escoamento superficial: Não há diminuição significativa do quimismo das águas superficiais e/ou da

ecologia devido a modificações do nível piezométrico de origem antropogénica ou a alterações de escoamento

que poderiam conduzir à falha dos objectivos relevantes expressos nos Artigos 45.º e 46.º da Lei n.º 58/2005,

de 29 de Dezembro (ou do Artigo 4.º da DQA) para quaisquer corpos hídricos superficiais associados;

• Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS): Não há danos

significativos nos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas resultantes de modificações do

nível piezométrico de origem antropogénica;

• Teste da intrusão salina: Não há intrusão salina ou outras intrusões como consequência de alterações

continuadas e claramente identificadas, de origem antropogénica, na direcção do escoamento.

a) Teste do balanço hídrico subterrâneo

O teste do balanço hídrico subterrâneo está também enquadrado pela Portaria 1115/2009, de 29 de Setembro, relativa

à avaliação e a monitorização do estado quantitativo das massas de água subterrâneas a que se refere o Artigo 47.º da

Lei da Água. Esta Portaria refere que: “O bom estado quantitativo de uma massa de água subterrânea considera-se

atingido quando a taxa média anual de captações a longo prazo existentes na massa de água subterrânea for inferior a

90% da recarga média anual a longo prazo da mesma massa de água”.

Os dois factores principais para a aplicação do critério do estado quantitativo já foram considerados anteriormente, a

recarga média anula a longo prazo na caracterização mais aprofundada das massas de água subterrâneas, e taxa

média anula de captações a longo prazo na avaliação das pressões a que as massas de água subterrânea estão

sujeitas.

Para fazer o teste do balanço hídrico subterrâneo é seguido o fluxograma proposto no Documento Guia n.º 18 e

representado na Figura bb. Ressalva-se neste teste a questão de partida para a sua realização, se os níveis de águas

subterrâneas revelam um declínio a longo prazo, tais que o recurso disponível é excedido pela taxa de extracção a

longo-prazo.

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Figura 2.32 – Procedimento para a realização do teste do Balanço Hídrico Subterrâneo

(adaptado do Documento Guia n.º 18).

A validação do estado quantitativo deve ter em atenção as alterações de exploração do meio, para verificar se eventuais

tendências de descida não resultam de reequilíbrios da massa de água subterrânea a novas solicitações. No estudo das

séries piezométricas examinou-se o comportamento da massa de água subterrânea incluindo a recuperação de níveis

piezométricos.

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes (entre parêntesis indica-se o atributo da tabela do MDG que

contém o resultado do critério):

• Cumprido o critério de não descida dos níveis piezométricos? – Selecciona-se a opção "Sim" se for verdadeira

a afirmação: Os níveis piezométricos não indiciam uma descida a longo prazo devido à extracção de águas

subterrâneas tal que os recursos subterrâneos disponíveis são excedidos pelas extracções médias anuais a

longo prazo. No caso de a afirmação ser falsa, o resultado deste teste deveria ser automaticamente estado

"Medíocre" e não seria necessário responder a mais nenhum critério. Contudo a experiência mostrou que as

séries são curtas e que, mesmo havendo uma tendência de descida, os dados podem não ser suficientes para

concluir com segurança acerca deste declínio do nível piezométrico. Por esse motivo, aplica-se também o

critério seguinte;

• Cumprido o critério da extracção anual média < disponibilidade anual média? – Selecciona-se a opção "Sim" se

for verdadeira a afirmação: A extracção anual média a longo prazo da massa de água subterrânea a dividir

pela recarga anual média a longo prazo é inferior ao critério percentagem estabelecido (90 % ou outro valor

que se tenha estabelecido).

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b) Teste do escoamento superficial

Este teste, ao contrário do anterior, considera a uma escala local se a extracção de água subterrânea tem um efeito

significativo em massas de água superficiais individuais associadas. O impacto da extracção de água subterrânea é

verificável pela redução do caudal de um troço do rio ou pela descida do nível de um lago.

No caso da massa de água superficial se apresentar em estado inferior a Bom, devido à classificação dos seus

elementos hidromorfológicos ser inferior a Bom, é necessário determinar se este facto se deve à extracção de água

subterrânea. Dada a dificuldade em fazer esta determinação, por um lado devido ao desfasamento entre a extracção de

água e o seu impacto na massa de água superficial e por outro porque a causa dessa redução pode ser devida à

própria exploração das águas superficiais a montante, o Documento Guia N.º 18 propõe uma metodologia alternativa

que consiste na realização de um teste de significância: se a relação entre a quantidade de água subterrânea e a

quantidade total de água extraída a montante da massa de água superficial for acima de um limiar então a massa de

água subterrânea não apresenta estado “Bom”. Este Documento sugere um limiar de significância de 50%, referindo no

entanto que este limiar deve depender da incerteza do processo de avaliação e da importância socio-económica da

extracção de águas subterrâneas relativamente à extracção de água superficial.

Este teste segue o fluxograma retirado do Documento-Guia n.º 18 e representado na Figura cc. O teste é conduzido

para cada troço de massa de águas superficiais identificado como associado à massa de águas subterrâneas. Um outro

teste semelhante a este deverá ser incluído em futuros planos de bacia hidrográfica uma vez que o seu resultado deve

ser reportado no âmbito do WISE. Relaciona-se com a necessidade de os níveis freáticos não estarem sujeitos a

alterações antropogénicas que possam deteriorar significativamente o estado das águas superficiais que lhe estão

associadas (ver Quadro 2.141). Neste caso, para distinguir do teste que se estava a considerar, a massa de águas

superficiais associada mantém a classificação dos seus elementos hidromorfológicos em estado igual ou superior a

“Bom” mas há uma descida do estado “Excelente” para o estado “Bom”. A avaliação desta descida só é possível de

fazer entre dois planos de gestão, razão pela qual este teste não é agora considerado (isto apesar dele já estar

contemplado no modelo de dados geográficos).

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério dos objectivos de escoamento superficial das massas de águas superficiais associadas? –

Seleccionar "Sim" no caso de ser verdadeira a afirmação seguinte: A classificação dos elementos

hidromorfológicos da massa de água superficial associada é excelente. Se "Sim" este teste tem como resultado

estado "Bom" e não é necessário verificar o critério seguinte. Neste caso, qualquer que seja o volume de águas

subterrâneas descarregado para a massa de água superficial, a massa de águas subterrâneas não contribui

para a degradação da qualidade da água superficial;

• Cumprido o critério da causa significativa? – Este critério deve ser avaliado no caso do critério anterior ser

"Não". Seleccionar "Sim" no caso de ser verdadeira a afirmação seguinte: O impacto da extracção de água

subterrânea não é uma causa significativa da falha da massa de água superficial. Quando o resultado da

avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom".

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Figura 2.33 – Procedimento para a realização do teste do Escoamento Superficial

(adaptado do Documento Guia n.º 18).

c) Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS)

Este teste relaciona-se muito com o teste para a avaliação do estado químico. Requer que se determine a condição

ambiental necessária para suportar e manter as condições dentro de um ETDAS (por exemplo o escoamento ou o nível

necessário para manter as comunidades vegetais dependentes). Este teste segue o fluxograma representado na Figura

dd, de acordo com o Documento-Guia n.º 18. O teste deve ser feito para cada ETDAS.

No caso de os ETDAS dentro da massa de água subterrânea não estarem danificados ou em risco de sofrerem danos,

a massa de água subterrânea é automaticamente classificada como em estado “Bom”.

Se as condições não se verificarem e tal se dever às alterações de escoamento e nível induzidas pelas extracções de

águas subterrâneas então o estado da massa de água subterrânea é classificado como “Medíocre”.

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério do Bom Estado dos ETDAS? – O ecossistema terrestre dependente das águas

subterrâneas está em bom estado (não está significativamente danificado)? Quando o resultado da avaliação

deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom".

• Cumprido o critério das condições ambientais? – Este campo deve ser preenchido no caso do critério anterior

ser "Não". Seleccionar "Sim" no caso de ser verdadeira a afirmação seguinte: Verificam-se as condições

ambientais relacionadas com o nível de água e o escoamento necessárias para manter o ETDAS. Quando o

resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom".

• Cumprido o critério do afastamento das condições ambientais devido a extracções? – Este campo deve ser

preenchido no caso do critério anterior ser "Não". Seleccionar "Sim" no caso de ser verdadeira a afirmação

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seguinte: O afastamento das condições ambientais não é devido à extracção de águas subterrâneas? Quando

o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom".

Figura 2.34 – Procedimento para a realização do teste dos ETDAS (adaptado do Documento Guia n.º 18).

d) Teste da intrusão salina

Este teste verifica se há intrusão a longo prazo de água salina (ou de outra água de qualidade medíocre) originada pela

alteração do nível piezométrico pela actividade humana. Esta situação é distinta da provocada por causas naturais

como seja uma redução da recarga de água subterrânea. A intrusão pode ser marinha ou pode ser proveniente de

qualquer outra massa de água adjacente. Este teste coincide com o teste da intrusão salina para o estado químico. Este

teste segue o fluxograma representado na Figura ee, de acordo com o Documento-Guia n.º 18.

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério das pressões quantitativas? – Escolher "Sim" no caso de a afirmação ser verdadeira: Não

há evidências de pressão quantitativa na massa de águas subterrâneas. Se este critério e o critério seguinte

forem avaliados com “Sim”, este teste assume o estado “Bom”;

• Cumprido o critério do limiar? – Escolher "Sim" no caso da afirmação ser verdadeira: O valor médio num ponto

de monitorização relevante não ultrapassa uma norma de qualidade das águas subterrâneas ou um limiar

estabelecido para um determinado parâmetro indicador de intrusão salina. Normalmente os parâmetros

indicadores são o Cl-, o SO42-, e a condutividade eléctrica. O ponto de monitorização relevante é aquele que

permite avaliar uma situação de intrusão salina. Se este critério e o critério anterior forem avaliados com “Sim”,

este teste assume o estado “Bom”;

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• Cumprido o critério das tendências? – A avaliação deste critério deve ser realizada e o campo deve ser

preenchido no caso de um dos dois critérios anteriores ser "Não". Escolher "Sim" se a afirmação for verdadeira:

Em nenhum ponto de monitorização relevante há tendência estatística crescente significativa para o parâmetro

indicador. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom";

• Cumprido o critério do impacto em algum ponto de extracção? – Este critério deve ser avaliado no caso do

critério anterior ser "Não". Escolher "Sim" se a afirmação for verdadeira: Não há um impacto significativo em

nenhum ponto de extracção de águas subterrâneas. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim”

este teste tem como resultado estado "Bom".

Figura 2.35 – Procedimento para a realização do teste da Intrusão Salina (adaptado do Documento Guia n.º 18).

4.1.2.2. Estado químico

A avaliação do estado químico foi realizada utilizando como informação de base os dados da monitorização disponíveis

no período compreendido entre 2004 e 2008, tendo sido adoptada a metodologia proposta pelo Documento Guia n.º 18.

A avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas foi realizada utilizando como informação de base os

resultados da monitorização de vigilância e operacional disponibilizados pela ARH Tejo e os existentes no SNIRH, para

o período de referência de 2004 a 2008. O Quadro 2.142 apresenta a definição do Bom estado químico das águas

subterrâneas, segundo o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, e com a DQA.

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Quadro 2.142 – Definição do Estado Quimico, de acordo com o Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, e com a DQA,

Anexo V, n.º 2.

Elemento Bom Estado

Geral A composição química da massa de águas subterrâneas é tal que as concentrações de poluentes:

• Conforme especificado adiante, não apresentam os efeitos de intrusões salinas ou outras;

• Não ultrapassam as normas de qualidade aplicáveis nos termos de outros instrumentos jurídicos comunitários relevantes de acordo com o Artigo 17.º da DQA;

• Não são de molde a impedir que sejam alcançados os objectivos ambientais especificados nos termos dos Artigos 46.º e 48.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, para as águas superficiais associadas, nem a reduzir significativamente a qualidade química ou ecológica dessas massas, nem a provocar danos significativos nos ecossistemas terrestres directamente dependentes da massa de águas subterrâneas.

Podem ocorrer temporariamente, ou continuamente em áreas limitadas, alterações na direcção do escoamento subterrâneo em consequência de variações de nível, desde que essas alterações não provoquem intrusões de água salgada, ou outras, e não indicam uma tendência antropogenicamente induzida, constante e claramente identificada, susceptível de conduzir a tais intrusões.

Condutividade As modificações da condutividade não revelam a ocorrência de intrusões salinas ou outras na massa de águas subterrâneas.

De acordo com o Documento Guia n.º 18, a metodologia para avaliar o estado químico das massas de água

subterrâneas é composta por um conjunto de testes relevantes, designadamente (ver Figura 2.36):

• Teste da avaliação global do estado químico: Não há um risco ambiental significativo dos poluentes na

massa de águas subterrâneas nem há uma diminuição significativa na capacidade da massa de águas

subterrâneas para suportar utilizações humanas;

• Teste de diminuição da qualidade química ou ecológica das massas de águas superficiais: Não há

diminuição significativa do quimismo das águas superficiais e/ou da ecologia devido à transferência de

poluentes a partir das massas de água subterrâneas que poderiam conduzir à falha dos objectivos relevantes

expressos nos Artigos 45.º e 46.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (ou do Artigo 4.º da DQA) para

quaisquer corpos hídricos superficiais associados;

• Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS): Não há

danos significativos nos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas resultantes da

transferência de poluentes a partir das massas de água subterrâneas;

• Teste das Áreas de Protecção das Águas de Consumo: Os estados-membros garantirão a necessária

protecção das massas de água identificadas, a fim de evitar a deterioração da sua qualidade, a fim de reduzir o

nível de tratamentos de purificação necessário na produção de água potável;

• Teste da intrusão salina: Não há intrusão salina ou outras intrusões como consequência de alterações

continuadas e claramente identificadas, de origem antropogénica, na direcção do escoamento.

Apesar do acima referido, a aplicação dos testes relevantes por massa de água subterrânea apenas será realizada caso

exista alguma estação de monitorização onde sejam registados valores médios acima das Normas de Qualidade (NQ)

ou dos Limiares de Qualidade Ambiental (LQA) (Figura 2.36).

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Figura 2.36 – Procedimento geral para a realização da avaliação do estado químico (retirado de INAG, 2009).

Desta forma, e tal como no caso da avaliação do estado quantitativo, para cada massa de água subterrânea em que se

verifique o atrás referido são apenas aplicados os testes relevantes. Por exemplo no caso de não se terem identificado

ecossistemas terrestres associados não se faz o teste da dependência dos ecossistemas terrestres.

O produto a obter desta avaliação é um mapa final, resultante da aplicação dos diversos testes acima mencionados,

com o estado quantitativo das massas de água subterrâneas.

Com base na aplicação dos testes são produzidos mapas e quadros representando o estado químico. Para as massas

de água subterrâneas caracterizadas em estado químico “Medíocre” são identificados os poluentes e os indicadores de

poluição que contribuem para essa classificação.

a) Teste da avaliação global do estado químico

Para fazer o teste da avaliação global do estado químico é seguido o fluxograma proposto no Documento Guia n.º 18 e

representado na Figura 2.37. Este teste é conduzido para cada parâmetro químico identificado como potencial

influenciador do estado da massa de água subterrânea.

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Figura 2.37 – Procedimento geral para a realização do teste da Avaliação Global do Estado Químico

(adaptado do Documento Guia n.º 18).

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério do LQA ou da NQ? – Responder “Sim” se for verdadeira a afirmação: Em nenhum ponto de

monitorização da massa de águas subterrâneas o valor médio de qualquer parâmetro ultrapassa a sua NQ ou

o limiar estabelecido para esse parâmetro. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste

tem como resultado estado "Bom";

• Cumprido o critério de 20% de área? – Este critério deve ser avaliado no caso do critério anterior ser "Não".

Responder “Sim” se for verdadeira a afirmação: A percentagem da área ponderada em que as normas de

qualidade ambiental ou os limiares são excedidos numa massa de água subterrânea é inferior ou igual a 20 %?

Este valor de 20 % é sugerido no Documento Guia n.º 18 como critério por omissão; dependendo da situação

particular da massa de águas e na rede de monitorização pode-se assumir outro valor. Se se utilizar outro valor

para o critério deve-se explicar a razão ou a metodologia adoptada no plano de gestão de bacia. Quando o

resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom";

• Cumprido o critério da confiança? – Este critério é avaliado no caso do critério anterior ser "Não". Responder

“Sim” se for verdadeira a afirmação: As avaliações mais aprofundadas, nomeadamente acerca da confiança da

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avaliação do parâmetro de qualidade que ultrapassa as normas de qualidade ambiental ou os limiares mostram

qua a massa de água subterrânea está em bom estado? A avaliação pode considerar uma avaliação da

confiança que pode ajudar a distinguir se a área de excedência é aceitável ou não. Esta avaliação da confança

pode ter em conta a incerteza analítica, a incerteza devida à rede de monitorização e a incerteza devida à

variação de concentrações. No caso de dados insuficientes, pode-se utilizar uma aproximação determinística

para avaliar com mais detalhe as pressões e impactos. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim”

este teste tem como resultado estado "Bom".

b) Teste de diminuição da qualidade química ou ecológica das MA superficiais

Para fazer o teste da diminuição da qualidade química ou ecológica das massas de água superficiais é seguida uma

adaptação do fluxograma proposto no Documento Guia n.º 18 e representado na Figura hh. Este teste é realizado para

cada parâmetro relevante e para cada troço de massas de águas superficiais associadas à massa de águas

subterrâneas.

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério do Bom Estado das massas de águas superficiais? – Responder “Sim” se for verdadeira a

afirmação: O estado químico ou ecológico da massa de águas superficiais associada é bom ou superior a bom.

Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom";

• Cumprido o critério do limiar ou NQA com risco para as massas de águas superficiais? – Este critério é

avaliado no caso do critério anterior ser "Não". Responder “Sim” se for verdadeira a afirmação: A concentração

do parâmetro responsável por a massa de água superficial estar abaixo do estado bom é superior ao limiar

definido para este parâmetro, nas estações de monitorização deste ecossistema aquático superficial

localizadas na massa de águas subterrâneas. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste

tem como resultado estado "Bom";

• Cumprido o critério da percentagem de contribuição da carga poluente para para as massas de águas

superficiais? – Escolher "Sim" no caso de a afirmação ser verdadeira: A contribuição das águas subterrâneas

para a massa de águas superficiais é inferior a 50 % da carga poluente na massa de águas superficiais.

Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom".

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Figura 2.38 – Procedimento geral para a realização do teste da diminuição da qualidade química ou ecológica das

massas de águas superficiais (adaptado do Documento Guia n.º 18).

c) Teste de avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (ETDAS)

Para fazer o teste de avaliação dos ETDAS é seguida uma simplificação do fluxograma proposto no Documento Guia n.º

18 e representado na Figura 2.39. O teste é realizado para cada parâmetro relevante para cada ETDAS identificado na

massa de águas subterrâneas.

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério do Bom Estado dos ETDAS? – Responder “Sim” se for verdadeira a afirmação: O

ecossistema terrestre dependente das águas subterrâneas está em bom estado (não está significativamente

danificado). Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado

"Bom";

• Cumprido o critério do limiar ou NQA com potencial dano da ETDAS? – Este critério é avaliado no caso do

critério anterior ser "Não". Responder “Sim” se for verdadeira a afirmação: A concentração do parâmetro

responsável pelo dano do ETDAS é superior ao limiar definido para este parâmetro, nas estações de

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monitorização deste ETDAS para este ETDAS. O limiar para cada estação de monitorização e por cada

ETDAS é definido tendo em conta os factores de diluição e as taxas de atenuação. Quando o resultado da

avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado "Bom"

• Cumprido o critério dos danos causados no ETDAS? – Escolher "Sim" no caso de a afirmação ser verdadeira:

A carga poluente transferida a partir da massa de águas subterrâneas e a concentração resultante não causa

danos no ETDAS. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado

"Bom".

Figura 2.39 – Procedimento geral para a realização do teste dos ETDAS (adaptado do Documento Guia n.º 18).

d) Teste das áreas de protecção das águas de consumo

Para fazer o teste das áreas de protecção das águas de consumo é seguido o fluxograma proposto no Documento Guia

n.º 18 e representado na Figura 2.40. Para a resposta a este teste serão utilizados os dados de monitorização relativos

às captações de abastecimento público, sendo os resultados das análises conferidos com o Anexo I do Decreto-Lei n.º

236/98, de 1 de Agosto. A água captada em cada captação de abastecimento público será classificada consoante as

classes indicadas de seguida, podendo constatar-se desta forma a existência ou não de um aumento do nível de

tratamento da água captada:

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A1 – Tratamento físico e desinfecção;

A2 – Tratamento físico e químico e desinfecção;

A3 – Tratamento físico, químico de afinação e desinfecção.

Figura 2.40 – Procedimento geral para a realização do teste das áreas de protecção das águas de consumo

(adaptado do Documento Guia n.º 18).

Os critérios para a realização deste teste são os seguintes:

• Cumprido o critério do não aumento do tratamento? – Escolher "Sim" no caso de a afirmação ser verdadeira:

Há evidência de aumento do tratamento (incluindo mistura ou encerramento) na captação subterrânea devido a

alterações da qualidade da água para consumo. Ao contrário da grande maioria dos critérios avaliados, a

resposta “Sim” classifica automaticamente uma massa de águas subterrâneas em estado "Medíocre", não

sendo necessário avaliar os critérios seguintes;

• Cumprido o critério de não subida? – Este critério é avaliado no caso do critério anterior ser "Não". Escolher

"Sim" se a afirmação for verdadeira: Na captação, considerando os valores de referência e as médias

aritméticas anuais, não existe uma tendência significativa crescente, de origem antropogénica, dos

contaminantes. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado estado

"Bom";

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• Este critério é avaliado no caso do critério anterior ser "Não". Escolher "Sim" se a afirmação for verdadeira: Na

captação, a tendência significativa crescente dos contaminantes, de origem antropogénica, não teve impacto

no nível de tratamento. Quando o resultado da avaliação deste critério é “Sim” este teste tem como resultado

estado "Bom".

e) Teste da intrusão salina

De acordo com o Documento Guia n.º 18, o teste da intrusão salina para a avaliação do estado químico é o mesmo que

o teste para a avaliação do estado quantitativo.

4.1.3. Estimativa dos níveis de fiabilidade e precisão

4.1.3.1. Águas superficiais

Como já atrás foi referido, para as MA da categoria Rios (excepto Grandes Rios – inexistentes nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste) e para as MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens, designados por

albufeiras, foram desenvolvidos pelo INAG critérios para classificação do estado potencial/ecológico, tendo sido estes

tilizados no presente Plano para classificar as massas de água monitorizadas das categorias Rios e MAFM - albufeiras.

No que se relaciona com os sistemas de classificação para os elementos biológicos fitobentos (representado pelas

diatomáceas bentónicas) e invertebrados bentónicos, em MA da categoria Rios, os índices propostos e os valores de

fronteira entre as classes de qualidade, que constam dos critérios para a classificação pelo INAG, regem-se pelas

normas definidas na DQA. Ou seja, contemplam informação relativa a composição taxonómica e abundância, taxa

sensíveis e diversidade, tendo sido aprovados pela Comissão Europeia através do Exercício de Intercalibração, e

portanto avaliado como aceitável o seu nível de precisão e conformidade.

A fiabilidade de um sistema de classificação é avaliada pela sua capacidade para manter os critérios fundamentais de

validação ao longo do tempo, ou seja, é uma incerteza estatística medida pelo grau de confiança que temos em que um

dado resultado não é afectado pela aleatoriedade, que pode resultar, por exemplo, da técnica de amostragem, da

experiência do amostrador ou de eventos biológicos não predictíveis (EU-project WISER, http://www.wiser.eu/). Nesse

sentido, tendo em consideração a escassez de séries de dados, é impossível determinar a incerteza estatística destes

sistemas de classificação. Todavia, tal como anteriormente referido, os sistemas de classificação propostos a nível

nacional para estes dois elementos (fitobentos-diatomáceas e invertebrados bentónicos) foram submetidos ao Exercício

de Intercalibração a nível europeu no âmbito do grupo geográfico onde Portugal se insere (Mediterranean GIG), e

portanto o seu nível de incerteza tem sido testado noutros países e avaliado como baixo e aceitável.

No caso das MAFM da categoria Rios, troços de rio a montante de barragens designadas por albufeiras do tipo Sul,

correspondente ao tipo da albuferia de São Domingos, que não integraram o Exercício de Intercalibração, o INAG,

propôs um valor-guia de fronteira bom/razoável com respectivo valor de RQE, unicamente para o indicador clorofila a

(componente biomassa) (INAG, I.P., 2009a). Assim, nesta fase, para o tipo Albufeiras do Sul não é possível apresentar

estimativas de precisão e fiabilidade para os critérios de classificação propostos pelo INAG.

Para as MA costeiras do Tipo A3 ainda não existe um sistema de classificação, estando o INAG, a desenvolver no

âmbito do Projecto EEMA um sistema de classificação para este Tipo. Existe, assim, um grau de incerteza associado à

aplicação dos índices seleccionados e às fronteiras de qualidade utilizadas. No entanto, o conhecimento das pressões

que se fazem sentir nestas MA, diminuem essa mesma incerteza. No que se refere aos tipos A5 e A6, dado que as

fronteiras Excelente/Bom e Bom/Razoável foram definidas no âmbito do Exercício de Intercalibração, publicados pela

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Decisão da Comissão n.º 2008/915/CE, de 30 de Outubro, os níveis de fiabilidade e precisão são aceitáveis e em

consequência as classificações efectuadas.

4.1.3.2. Águas subterrâneas

A avaliação do estado químico deve cumprir o estipulado na DQA, nomeadamente o estabelecido no ponto 2.2 do

anexo II e os pontos 2.3.2 e 2.4.5 do anexo V. De acordo com o disposto no Artigo 17.º, os valores médios devem ser

utilizados para demonstrar cumprimento do requisito de um bom estado químico das águas subterrâneas. A DQA não

indica, no entanto, como deve ser feito o tratamento da dimensão da excedência dos valores regulamentares, nem a

avaliação da confiança nos valores medidos e calculados, nem como deve ser tratada.

No que respeita à dimensão da excedência, de acordo com Documento Guia n.º 18 é proposto que o valor regulamentar

possa ainda ser ultrapassado em 20% da área da massa de água (Figura 2.41).

De acordo com Grath, et al. (2001) a primeira questão consiste na utilização do extremo superior do intervalo de

confiança à média aritmética. Este método baseia-se no teste de hipótese colocado da seguinte forma: H0: a massa de

água não está em bom estado, isto é tem uma média acima do valor regulamentar; H1: a massa de água está em bom

estado, isto é tem uma média abaixo do valor regulamentar. A hipótese H1 pode considerar-se estatisticamente provada

a um nível de significância α/2 se o extremo superior do intervalo de confiança à média (CL95) for i nferior ao limite

regulamentar. Este extremo pode ser calculado para diferentes níveis de confiânça, mas utiliza-se neste relatório o valor

α=0,05. Desta forma a probabilidade de classificar incorrectamente uma massa de água como estando em bom estado

foi neste trabalho de 5%.

Figura 2.41 – Método para classificação das massas de água subterrânea quanto ao seu estado químico (adaptado do

Documento Guia n.º 18).

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4.1.4. Métodos para a fixação de normas de qualidade ambiental

No que respeita às águas subterrâneas, no âmbito do PBH Ribeiras do Oeste não foram definidas NQ, tendo sido

utilizadas as definidas na DAS, transposta para o direito interno, pelo Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro, para

os Nitratos (50 mg/l) e Pesticidas (0,1 μg/l). Foram ainda considerados os LQA definidos em INAG (2009) para os

parâmetros azoto amoniacal, condutividade, oxigénio dissolvido, pH, arsénio, cádmio, chumbo, mercúrio, azoto

amoniacal, cloreto, sulfato, tricloroetileno e tetracloroetileno. Desta forma, importa descrever a metodologia utilizada pelo

INAG na definição dos LQA, sendo os textos a seguir apresentados baseados em INAG (2009).

Os limiares estabelecidos têm em consideração vários aspectos: a interacção da água subterrânea com os

ecossistemas terrestres aquáticos directamente dependentes; os usos da água subterrânea; as características

hidrogeológicas da massa de água, em especial as concentrações naturais dos parâmetros devido aos processos

hidrogeoquímicos que ocorrem na interacção água-rocha; a origem dos poluentes, pois muito deles ocorrem

naturalmente.

De forma a distinguir o que é natural e onde existe influência antropogénica é imperioso conhecer os valores de

concentração natural dos diferentes parâmetros. Como tal, foi adoptada a metodologia indicada no Documento Guia n.º

18, designadamente a utilização do percentil 90 de um conjunto de dados.

Após a definição dos valores de concentração natural para os parâmetros acima indicados, efectuou-se uma análise dos

dados existentes no SNIRH, resultantes da rede de monitorização do estado químico da água subterrânea,

designadamente a rede de vigilância, tendo sido excluídas as estações nas quais se sabia existir influência

antropogénica. O conjunto de dados utilizado é composto por todos os dados existentes até 2008, inclusive.

Posteriormente foi efectuada uma análise estatística dos dados seleccionados, tendo sido calculados os seguintes

parâmetros: média, mediana, mínimo, máximo, 1º quartil, 3º quartil, percentil 10, percentil 90, desvio padrão, e o

tamanho da amostra.

A análise dos dados foi realizada por massa de água subterrânea, comparando-se sempre o valor com:

• O percentil 90;

• Os valores paramétricos definidos no Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto;

• O Valor Máximo Admissível (VMA) definido no Anexo I do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.

Tal como referido anteriormente a utilização do percentil 90 foi baseada no facto do Documento Guia n.º 19 indicar este

parâmetro estatístico como o mais representativo do valor da concentração natural de um determinado parâmetro; os

valores paramétricos do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto, por se tratarem de normas para água para

consumo humano e a maior parte das massas de água serem uma origem de água; com o VMA do Anexo I por serem

estes valores que constituem as normas de qualidade para uma água subterrânea não tratada para se determinar se

está própria para a produção de água para consumo humano.

4.1.5. Normas de qualidade ambiental

4.1.5.1. Águas superficiais

As NQA para os poluentes específicos em MA de superfície foram definidas a nível nacional, tendo sido publicadas no

Anexo B do documento “Critérios para a classificação do Estado das Massas de Água Superficiais – Rios e Albufeiras”

(INAG, 2009). No entanto, neste anexo são listadas 21 substâncias para as quais ainda não foram definidas NQA,

estando a sua definição prevista para quando da publicação trabalho conjunto do INAG, com a Agência Portuguesa do

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Ambiente (INAG, I.P., 2009). Assim sendo, para estas substâncias deverão ser seguidas as indicações constantes do

item 1.2.6 do Anexo V da DQA.

Para as SPOP, foram definidas normas a nível comunitário, publicadas na Directiva 2008/2005/CE, transposta para o

direito nacional pelo Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de Setembro. Neste Decreto-Lei estabelecem-se as NQA para

substâncias identificadas respectivamente nos Anexos I e II, tendo em vista assegurar a redução gradual da poluição e

alcançar o bom estado das águas superficiais, nos termos da Lei da Água. Este Decreto-Lei prevê ainda o

estabelecimento de NQA para o substrato e para o biota, devendo estas e as respectivas frequências de monitorização

serem estabelecidas pelo INAG, em colaboração com as ARH.

4.1.5.2. Águas subterrâneas

Tal como referido no capítulo 4.1.4., as NQ e LQA utilizados para a avaliação do estado químico das massas de água

subterrâneas foram estabelecidos pela DAS, transposta para o direito interno, pelo Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de

Outubro, e pelo INAG, I.P. (INAG, 2009).

Quadro 2.143 – Normas e limiares de qualidade para o estabelecimento do estado químico das massas de água

subterrâneas (adaptado de INAG, 2009).

Parâmetro Unidade Tipo de imposição Valor

Condutividade eléctrica μS/cm LQ1 e LQ2 2500

pH - LQ2 5,5 – 9,0

Oxigénio dissolvido mgO2/L LQ2 -

Nitratos mgNO3/L NQ e LQ2 50

Azoto amoniacal mgNH4/L LQ1 e LQ2 0,5

Sulfatos mgSO4/L LQ1 250

Cloretos mgCl/L LQ1 250

Arsénio mgAs/L LQ1 0,01

Chumbo mgPb/L LQ1 0,01

Cádmio mgCd/L LQ1 0,005

Mercúrio mgHg/L LQ1 0,001

Tricloroetileno μgTCE/L LQ1 0,2

Tetracloroetileno μgPCE/L LQ1 0,3

Pesticidas μg/L NQ 0,1

Legenda:

NQ - Normas de Qualidade, Anexo I da Directiva das Águas Subterrânea, Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro

LQ1 - Limiar de Qualidade, Anexo II da Directiva das Águas Subterrâneas, Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro (definido em INAG, 2009)

LQ2 - Limiar de Qualidade, Anexo VII do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março (definido em INAG, 2009)

Relativamente ao parâmetro oxigénio dissolvido, este não tem significado para a água subterrânea dado que os valores

são condicionados pelo tipo de amostragem, que é realizada na maior parte das vezes com bombagem, o que provoca

uma turbulência na água, e pelo contacto com a atmosfera, que vai influenciar o conteúdo em oxigénio.

Refere-se ainda que em INAG (2009) foram estabelecidas excepções aos valores acima indicados, de forma a distinguir

entre o que é natural e o que tem origem antropogénica, para a área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Quadro 2.144 – Excepções para limiares de qualidade acima indicados (adaptado de INAG, 2009).

Massa de água Parâmetro Unidade Valor

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste Cloretos mgCl/L 293

Paço Sulfatos mgSO4/L 542

Torres Vedras pH - 4,9

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4.2. AVALIAÇÃO DO ESTADO

4.2.1. Águas superficiais

4.2.1.1. Estado ecológico

O estado ecológico foi determinado para as MA rios e costeiras

correspondendo a 37 MA. Desse universo 11% (4 MA) apresentam estado

bom ou superior a bom, sendo que 2 pertencem à categoria das MA

costeiras e as restantes pertencem a categoria MA rios (Quadro 2.145).

Quadro 2.145 – Avaliação do estado ecológico para as MA naturais da categoria Rios e costeiras.

Estado ecológico MA Rios MA Costeiras

N.º MA Comprimento (km) N.º MA Área (km2)

Excelente - - - -

Bom 2 16 2 797

Razoável 5 34 1 6

Medíocre 10 282 - -

Mau 4 24 - -

Não Classificadas 12 183 1 2003

Total 33 538 4 2806

Proporção Bom ou acima (%) 6 3% 50% 28%

4.2.1.2. Potencial ecológico

A classificação do potencial ecológico para as MAFM da categoria Rios foi

realizada tendo em conta os elementos de qualidade para a classificação do

potencial ecológico, considerando a categoria de MA a que mais se

assemelham.

No que diz respeito às MAFM, troços a jusante de barragens, existe apenas a MA a jusante da barragem de São

Domingos, na Ribeira de São Domingos, cujo potencial ecológico não foi classifcado, e 1 MAFM, troços a montante de

barragens, que corresponde à Albufeira de São Domingos, com potencial ecológico razoável (Quadro 2.146).

Quadro 2.146 – Avaliação do potencial ecológico para massas de água fortemente modificadas (MAFM) Rios e

albufeiras.

Potencial ecológico

MAFM Rios

Jusante de barragens Montante de barragens (albufeiras)

N.º MA Comprimento (km) N.º MA Área (km2)

Bom - - - -

Razoável - - 1 0,44

Mediocre - - - -

Mau - - - -

Não classificadas 1 4 - -

Total 1 4 1 0,44

Proporção Bom (%) 0% 0% 0% 0%

Mapa 65 – Potencial ecológico das massas de água fortemente modificadas e artificiais.

Mapa 64 – Estado ecológico das massas de água naturais

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Relativamente à MAA presente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, correspondente ao canal da rede

primária do perímetro de rega público da Cela, verifica-se que possui potencial ecológico razoável (Quadro 2.147).

Quadro 2.147 – Avaliação do potencial ecológico para massas de água artificiais (MAA).

Potencial ecológico MA Artificiais

N.º MA Comprimento (km)

Bom - -

Razoável 1 11

Mediocre - -

Mau - -

Não classificadas - -

Total 1 11

Proporção Bom (%) 0% 0%

4.2.1.3. Estado químico

A avaliação do estado químico permitiu verificar que não existem

incumprimentos ao nível das NQA para as massas de água monitorizadas

nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste (Quadro 2.148).

Quadro 2.148 – Avaliação do estado químico para MA naturais, MAFM e MAA

Estado químico

MA Naturais MAFM MA Artificiais

Rios Costeiras Rios (jusante de barragens)

Rios (montante de barragens - Albufeiras)

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

N.º

MA

Áre

a (k

m2 )

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

N.º

MA

Áre

a (k

m2 )

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

Bom 3 75 3 803 - - 1 0,44 - -

Insuficiente - - - - - - - - - -

Não classificadas - - 1 2003 - - - - - -

Total 3 75 4 2806 - - 1 0,44 - -

Proporção Bom (%) 100 100 100 75 - - 100 100 - -

4.2.1.4. Síntese

Em termos globais e observando as Figuras 2.42 e 2.43, verifica-se que as bacias localizadas na região Norte

apresentam melhores resultados, no que diz respeito às massas de água superficiais interiores. É nesta região que se

situam as únicas 2 massas de água superficiais interiores classificadas com bom estado, respectivamente nas bacias

Rio Alcobaça e Ribeiras Costeiras do Oeste. Existem ainda 2 massas de água costeiras classificadas com bom estado,

pertencentes às bacias Rio Arnóia e Ribeiras Costeiras do Oeste. Importa referir que a bacia Ribeiras Costeiras do

Oeste apresenta 4 massas de água classificadas com mau estado, localizadas nas zonas média e inferior das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Efectivamente, observa-se uma degradação progressiva das massas de água no sentido Sul, perfeitamente em

concordância com as pressões identificadas por bacia, bastante superiores nas zonas média e inferior das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Mapa 66 – Estado químico das massas de água superficiais.

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Figura 2.42 – Resultados percentuais do estado das MA por bacia das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Figura 2.43 – Resultados percentuais do potencial das MA por bacia das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Ao nível das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, verifica-se o seguinte (Quadro 2.149):

• das 33 MA da categoria Rios, 6% (16 km) possuem bom estado ou

superior;

• a MAFM da categoria Rios, troço de rio a jusante da barragem de

São Domingos (4 km), não possui classificação;

• a MAFM da categoria Rios, troço de rio a montante da barragem de São Domingos (0,44 km2), apresenta

potencial razoável;

• a MAA, correspondente ao canal de rega do perímetro da Cela, possui potencial razoável;

• das 4 MA da categoria Águas Costeiras, 2 estão classificadas com bom estado, 1 possui estado razoável e a

outra não se encontra classificada.

Mapa 67 – Estado/potencial ecológico das massas de água superficias.

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Quadro 2.149 – Avaliação do estado e potencial das MA naturais, MAFM e MAA

Estado

MA Naturais MAFM MAA

Rios Costeiras Rios (jusante de barragens)

Rios (montante de barragens - Albufeiras)

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

N.º

MA

Áre

a (k

m2 )

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

N.º

MA

Áre

a (k

m2 )

N.º

MA

Com

prim

ento

(k

m)

Excelente - - - - - - - - - -

Bom 2 16 2 797 - - - - - -

Razoável 5 34 1 6 - - 1 0,44 1 1

Medíocre 10 282 - - - - - - - -

Mau 4 24 - - - - - - - -

Não classificadas 12 183 1 2003 1 4

- -

Total 33 538 4 2806 1 4 1 0,44 1 1

Proporção Bom ou acima (%) 6 3 50 28 0 0 50 54 0 0

4.2.2. Águas subterrâneas

4.2.2.1. Estado quantitativo

O estado quantitativo foi avaliado aplicando os testes referidos no capítulo

4.1.2.1. No quadro seguinte apresenta-se os resultados dos testes

relevantes por massas de água subterrânea, efectuados no âmbito da

avaliação do estado quantitativo.

Quadro 2.150 – Resultados dos testes realizados para avaliação do estado quantitativo das massas de água

subterrâneas.

Massa de água

Testes

Estado quantitativo Balanço hídrico

subterrâneo

Escoamento superficial

Avaliação dos ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas

(ETDAS)

Intrusão salina

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

● Bom - (1) Sem dados ● Bom ● Bom

Maceira ● Bom - (1) - (1) ● Bom ● Bom

Alpedriz ● Bom Sem dados - (1) ● Bom ● Bom

Maciço Calcário Estremenho ● Bom Sem dados Sem dados ● Bom ● Bom

Paço ● Bom Sem dados - (1) ● Bom ● Bom

Cesareda ● Bom Sem dados - (1) ● Bom ● Bom

Torres Vedras ● Bom ● Bom - (1) ● Bom ● Bom

Caldas da Rainha-Nazaré ● Bom ● Bom - (1) ● Bom ● Bom

A avaliação das tendências de evolução dos níveis piezométricos ao longo do tempo mostrou algumas situações de

descida nos casos de algumas MA subterrâneas. Contudo, considera-se que a extensão das séries e a irregularidade

dos períodos de medição dos níveis não permite com segurança confirmar uma tendência de descida. Salienta-se

Mapa 68 – Estado quantitativo das massas de água subterrâneas.

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também que as situações onde foi identificada tendência de descida dos níveis piezométricos são pontuais e localizadas

em algumas áreas da MA, não podendo ser consideradas representativas da totalidade da MA.

O conjunto de testes conduzidos para as MA superficiais associadas e para os ecossistemas terrestres dependentes

das águas subterrâneas também não permitiram a classificação de estado medíocre, embora em muitos casos a

informação seja insuficiente. Assim, todas as MA subterrâneas são classificadas por estado quantitativo “bom”.

Quadro 2.151 – Avaliação do estado quantitativo das MA subterrâneas.

Estado Quantitativo MA Subterrâneas

N.º %

Bom 8 100

Medíocre 0 0

4.2.2.2. Estado químico

O estado químico foi avaliado aplicando os testes referidos no capítulo

4.1.2.2. No quadro seguinte apresenta-se os resultados dos testes relevantes

por massas de água subterrânea, efectuados no âmbito da avaliação do

estado químico.

Quadro 2.152 – Resultados dos testes realizados para avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas.

Massa de água

Testes

Estado quantitativo Avaliação global

do estado químico

Diminuição da qualidade química ou ecológica das massas de águas

superficiais

Avaliação dos ecossistemas

terrestres dependentes das

águass ubterrâneas (ETDAS)

Áreas de Protecção das Águas de

Consumo

Intrusão salina

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

● Bom - (1) Sem dados ● Bom ● Bom ● Bom

Maceira ● Bom - (1) - (1) - (1) ● Bom ● Bom

Alpedriz ● Medíocre Sem dados - (1) ● Bom ● Bom ● Medíocre

Maciço Calcário Estremenho ● Bom ● Bom Sem dados ● Bom ● Bom ● Bom

Paço ● Medíocre Sem dados - (1) ● Bom ● Bom ● Medíocre

Cesareda ● Bom - (2) - (1) ● Bom ● Bom ● Bom

Torres Vedras ● Medíocre Sem dados - (1) ● Bom ● Bom ● Medíocre

Caldas da Rainha-Nazaré ● Medíocre ● Bom - (1) ● Bom ● Bom ● Medíocre

(1) – Não aplicável (2) - Para esta massa de água subterrânea em nenhum dos pontos de monitorização os valores médios de qualquer parâmetro ultrapassam uma norma de qualidade ou um limiar.

Tal como na avaliação do estado quantitativo, entende-se importante salientar que os testes da diminuição da qualidade

química ou ecológica das massas de águas superficiais associadas e dos ETDAS foi amplamente condicionado pela

informação existente, sendo em muitos casos impossível proceder à execução do teste devido à ausência de

informação sobre os locais e/ou massas de água superficiais interessadas, não permitindo desta forma a classificação

de estado medíocre.

Apresenta-se de seguida a classificação do estado das massas de água obtida no estado químico.

Mapa 69 – Estado químico das massas de água subterrâneas.

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Quadro 2.153 – Avaliação do estado químico das MA subterrânea.

Estado Químico MA Subterrâneas

N.º %

Bom 4 50,0

Medíocre 4 50,0

4.2.2.3. Tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes

Na avaliação de tendências seguiram-se os critérios de identificação de

tendências significativas e persistentes para o aumento das concentrações

de poluentes, e a definição dos pontos de partida para a inversão dessas

tendências tal como estabelecidos no ponto 2.4.4 do anexo V da DQA e

ainda o estabelecido no ponto 5 do Artigo 17.º da DQA.

A metodologia utilizada seguiu o preconizado no Documento Guia n.º 18 e

em Grath et al. (2001). Em complemento a este último, foi produzido pela

empresa QuoData uma aplicação informática específica para dar resposta

aos critérios estatísticos estabelecidos no mesmo. Esta ferramenta permite

obter os parâmetros estatísticos previstos para a avaliação do estado, nomeadamente quanto às médias aritméticas

(ou, em casos que tal se justifique, as médias ponderadas, incluindo a média obtida por krigagem), intervalos de

confiança à média, e os testes de hipóteses. Estes últimos são realizados considerando como hipótese nula que a

massa de água não está em bom estado, estando portanto a média aritmética dos pontos acima do valor limite

estabelecido; a hipótese alternativa estabelece o contrário. Esta formulação coloca o esforço da prova em demonstrar

que a hipótese nula é falsa.

Note-se, no entanto que a realização de testes de hipóteses, como o indicado atrás, a vários parâmetros químicos tem

como consequência um elevado erro acumulado de obter falsos positivos (EAFP) (USEPA, 1992; Nunes et al., 2008).

Pressupondo a independência entre amostras, e se a probabilidade de um falso positivo para um único teste for de α, a

probabilidade de pelo menos um dos n testes ser significativo devido ao acaso é dado por:

Por exemplo para as 33 substâncias prioritárias incluídas na Decisão n.º 2455/2001/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 20 de Novembro de 2001, e um α de 0,05, a probabilidade de vir a considerar pelo menos uma massa de

água como não estando em bom estado é de cerca de 81,6%. Isto indica que para este conjunto de parâmetros, é muito

provável a maioria das massas de água venham a ser colocadas em investigação complementar, devido apenas a

causas relacionadas com o método estatístico utilizado.

Podem, no entanto, utilizar-se três estratégias para redução do EAFP:

• Redução do número de testes, isto é, testar um menor número de parâmetros;

• Diminuição do valor de α;

• Alteração do teste estatístico.

Destas hipóteses, antevê-se como possível apenas a alteração do valor de α, uma vez que as restantes são impostas

quer por normas legais, quer por documentos orientadores. No entanto, ao reduzir este valor, reduz-se igualmente a

potência do teste para detectar incumprimentos. A Agência Norte Americana do Ambiente recomenda que o valor EAFP

não ultrapasse 0,1 (USEPA, 2009), o que nos pressupostos anteriores obrigaria a que o valor de α tivesse que ser muito

baixo, limitando muito a potência do teste.

Mapa 70 – Tendências crescentes e significativas de poluentes nas águas subterrâneas.

Mapa 71 – Excedência de nitratos nas águas subterrâneas.

Mapa 72 – Excedência de pesticidas nas águas subterrâneas.

Mapa 73 – Excedência de outros poluentes nas águas subterrâneas.

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Tal como referido anteriormente, foi realizada a análise de tendências dos parâmetros, cumprindo os requisitos

existentes em Grath et al. (2001), designadamente:

• A dimensão da série temporal é de, pelo menos, cinco anos com valores das médias aritméticas (MA)

semestrais, calculadas utilizando a totalidade dos pontos amostragem em cada massa de água;

• Não existem falhas nas séries superiores a um semestre;

• As séries têm, no máximo, 15 anos de amostragem.

A análise das tendências é realizada sobre os valores da massa de água. Os valores inferiores ao limite de detecção

foram substituídos por 50% do limite de detecção. Foi utilizado o método não paramétrico de regressão LOESS, como

recomendado em Grath et al. (2001), recorrendo à aplicação informática desenvolvida no âmbito do mesmo projecto:

GWStat (Quo Data, 2001). O método calcula o valor de significância observado, p, o qual pode ser comparado com o

valor do nível de significância assumido pelo modelador (neste trabalho α=0,05). Quando o valor p ≤ a assume-se que a

hipótese de não existência de tendência é recusada, deixando a hipótese de existência de tendência como muito

provável.

Refere-se ainda que de acordo com o Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro, quando a concentração do poluente

atinge 75 % dos valores paramétricos das NQA ou LQ da água subterrânea deve promover-se a implementação de

medidas destinadas a inverter as tendências significativas e persistentes para o aumento das concentrações, sendo

estas tratadas em capítulo próprio.

A síntese da análise é apresentada no Quadro 2.154. Para os parâmetros mercúrio, tricloroetileno, tetracloroetileno, e

pesticidas totais não existe informação em quantidade e frequência suficiente para cumprir os critérios de análise

indicados no documento metodológico. O mesmo se repetiu para muitos outros parâmetros em algumas das massas de

água.

Quadro 2.154 – Análise de tendências das massas de água subterrâneas.

Massa de água As

NH

4+

Cd

Pb

Cl-

Con

dutiv

idad

e El

ectr

ica

Hg

NO

3-

pH

SO42

-

TCE

PCE

Pest

. Tot

al

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste

● ● ↑

(0,0013) ● ● ● - ● ● ● - - -

Maceira - - - - ● ● - ● ● ● - - -

Alpedriz - - - - ● ● - ● ↓

(0,0466) ● - - -

Maciço Calcário Estremenho - ● ● ● ● ↓ (0,0002) - ● ● ↓

(0,0014) - - -

Paço - ● - - ● ● - ↑

(0,0003) ● ● - - -

Cesareda - - - - ● ● - - ● ● - - -

Torres Vedras - ● ↓

(0,0067) ● ● -

↑ (0,002)

● ● - - -

Caldas da Rainha-Nazaré - ● - - ↑

(3x10-4) ↑

(4x10-7) -

↑ (0,023)

● ↑

(0,0048) - - -

↓: tendência estatisticamente significativa de descida (α=0,05) – entre parênteses é indicado o valor de p; ↑: tendência estatisticamente significativa de subida (α=0,05); ●: sem tendência estatisticamente significativa de subida ou descida (α=0.05); -: dados insuficientes para realizar o teste.

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Segundo a análise efectuada, existem 4 MA com tendência crescente significativa na concentração de poluentes, não

tendo sido verificada qualquer tendência em três MA.

Do conjunto de MA onde se verificou existir tendência crescente na concentração de poluentes, apenas numa foram

identificadas concentrações superior a 75 % da NQA, mais concretamente na MA de Caldas da Rainha – Nazaré para

os cloretos e sulfatos.

4.2.2.4. Síntese

A avaliação do estado efectuada permitiu classificar 4 MA em bom estado, encontrando-se as restantes 4 em estado

medíocre devido aos resultados obtidos na avaliação do estado químico, conforme síntese apresentada de seguida.

Quadro 2.155 – Síntese da avaliação do estado das MA subterrâneas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Massa de água Estado Quantitativo Estado Químico Estado Global

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste ● Bom ● Bom ● Bom

Maceira ● Bom ● Bom ● Bom

Alpedriz ● Bom ● Medíocre ● Medíocre

Maciço Calcário Estremenho ● Bom ● Bom ● Bom

Paço ● Bom ● Medíocre ● Medíocre

Cesareda ● Bom ● Bom ● Bom

Torres Vedras ● Bom ● Medíocre ● Medíocre

Caldas da Rainha-Nazaré ● Bom ● Medíocre ● Medíocre

4.3. ZONAS PROTEGIDAS

Aplicando a legislação relativa às zonas protegidas terá que se avaliar o cumprimento ou não dos objectivos da zona

protegida em relação ao estado da MA (avaliado no âmbito da DQA).

Em complemento à avaliação do estado efectuada de acordo com o sistema de classificação estabelecido, foi avaliada

a conformidade com as especificações constantes na legislação aplicável às zonas protegidas, apresentada no

Quadro 2.156.

Quadro 2.156 – Síntese da avaliação da conformidade das zonas protegidas das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

Zonas protegidas Legislação aplicável Avaliação da conformidade

Classificação N.º de zonas protegidas % do total

Zonas designadas para a captação de água superficial para consumo humano1

1

As normas de qualidade para as águas superficiais são fixadas pelo Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.

A12 0 0%

A22 1 ≈ 33%

A32 0 0%

Superior a A32 1 ≈ 33%

Sem classificação 1 ≈ 33%

Zonas balneares3

As normas de qualidade são fixadas pelo Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho. Zonas balneares costeiras

Excelente 20 Galardoadas com Bandeira Azul

56 100%

Boa 0 0%

Aceitável 0 0%

1A classificação apresentada é referente a 2010. 2As categorias A1, A2 e A3 correspondem a processos distintos de tratamento para produção de água para abastecimento: A1 – tratamento físico de desinfecção; A2 – tratamento físico e químico e desinfecção e A3 – tratamento físico, químico de afinação e desinfecção. Salienta-se, que apesar de não estarem aprovados os perímetros de protecção das captações de água superficiais destinadas ao abastecimento público, apresenta-se a classificação da qualidade da água das 3 captações inventariadas em 2009 (Decreto-Lei 236/98, de 1 de Agosto). Fonte: SNIRH, INAG, I.P, 2010 e 2011: ABAE, 2010.

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Relativamente às águas subterrâneas, para a avaliação do estado das MA

não é necessário efectuar a avaliação da conformidade das zonas protegidas

com as especificações constantes na legislação aplicável.

No entanto, de acordo com o Documento Guia “A User Guide to the WFD

reporting schemas” deve considerar-se que o estado da zona protegida é

“bom” se, de acordo com o sistema de tratamento utilizado, a água para

consumo humano produzida a partir de uma determinada MA cumpre a Directiva 98/83/CE. Deste modo, determinou-se

que todas as zonas designadas para a captação de água para consumo humano estão em bom estado, dado que

atendendo aos resultados disponíveis (ERSAR, 2010), a percentagem de análises em cumprimento dos valores

paramétricos é, de um modo geral, superior a 99%.

Mapa 74 – Estado das zonas protegidas associadas às águas superficiais.

Mapa 75 – Estado das zonas protegidas associadas às águas subterrâneas.

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5. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico apresentado consiste numa abordagem objectiva da situação actual, procurando identificar os problemas

mais relevantes da área das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, bem como de cada bacia e MA subterrânea.

O diagnóstico das bacias hidrográficas está orientado no sentido de promover a articulação com os pontos

subsequentes, tendo sido organizado em sete áreas temáticas, designadamente:

• Quadro institucional e normativo;

• Quantidade de água;

• Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico;

• Qualidade da água;

• Monitorização, investigação e conhecimento;

• Comunicação e governança;

• Quadro económico e financeiro.

Optou-se por uma análise de indicadores (organizados numa óptica DPSIRF

14), que proporcionou uma visão integrada e

abrangente sobre a realidade das bacias hidrográficas15.

Complementarmente identificaram-se as questões consideradas relevantes nas bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste, onde se incluem as QSiGA identificadas, em 2009, nos trabalhos preparatórios de elaboração do PBH Ribeiras

do Oeste desenvolvidos pelo INAG, em articulação com a ARH Tejo, e sujeitas a participação pública (Quadro 2.158 a

2.164).

No diagnóstico por bacia e por MA subterrânea foi desenvolvida uma ficha

de diagnóstico na qual se resumem as principais características de cada

bacia hidrográfica e da MA subterrânea, bem como os seus principais

problemas.

Salienta-se que a informação utilizada na caracterização das bacias hidrográficas, que permitiu o desenvolvimento do

diagnóstico, pode não representar plenamente a realidade actual da região, uma vez que no decorrer dos trabalhos se

identificaram algumas lacunas na informação de base utilizada.

Ainda no âmbito do diagnóstico, foi realizada uma síntese do cumprimento das disposições legais no domínio da política

da água sistematizadas no Quadro 2.157. A síntese do cumprimento das disposições legais foi efectuada tendo por

base a compilação da informação sobre legislação no respeitante a recursos hídricos (legislação nacional e comunitária

– Diário da República e Jornal Oficial da União Europeia, respectivamente), bem como os contributos das diversas

entidades contactadas no decorrer da elaboração do PBH Ribeiras do Oeste, das quais se destacam: DGADR; Direcção

Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), Gabinete de Relações Internacionais do

Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e INAG.

14 Driving Forces, Pressure, State, Impact, Response (Forças motrizes, Pressões, Estado, Impactes e Respostas). 15 A descrição dos indicadores encontra-se no capítulo referente ao Sistema de Promoção, Acompanhamento e Avaliação. A interpretação correcta dos

indicadores apresentados é facilitada pela sua leitura do referido capítulo.

Fichas de diagnóstico por bacia e por massa de água subterrânea

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Quadro 2.157 – Síntese do estado de cumprimento das disposições legais.

Assunto Diplomas Estado do Cumprimento O que falta para cumprimento

total

Comunitários Transposição Sim Não Parcial

1(ver opções) Ano da informação

Águas residuais urbanas

Directiva 91/271/CEE Directiva 98/15/CE

Decreto-Lei n.º 152/97 Decreto-Lei n.º 348/98

Decreto-Lei n.º 149/2004 Decreto-Lei n.º 198/2008

X

IN; MNE; Licenciar a

totalidade das ETAR

2002, 2004, 2009

Zonas Vulneráveis Directiva 91/676 Decreto-Lei n.º 235/97 X MNE 2011

Reserva Ecológica Nacional (REN) - Decreto-Lei n.º 166/2008 X MNE 2011

Prevenção e Controlo Integrado da Poluição

Directiva 96/61/CE Directiva 2003/35 Directiva 2008/1

Decreto-Lei n.º 173/2008 X

MIR; MIM; IE; MNE; Licenciar

todas as instalações PCIP

2010

Quadro de acção comunitária no domínio da política da água

Directiva 2000/60/CE Decisão 2455/2001

Lei 54/2005 Lei 58/2005

Decreto-Lei n.º 77/2006 Decreto-Lei n.º 226-

A/2007

X

IN; MIM; MNE; Aprovação dos

PGRH; Aprovação do

regime de tarifas a praticar pelos

serviços de águas

2010

Substâncias perigosas Directiva 76/464/CE Decreto-Lei n.º 506/99

Decreto-Lei n.º 261/2003 Portaria n.º 50/2005

X MIM; MIR; PI;

MNE; Aprovação dos PGRH

2011

Substâncias perigosas Directiva 82/176/CEE Decreto-Lei n.º 431/99 X MIR; PI; MNE 2011

Substâncias perigosas Directiva 83/513/CEE Decreto-Lei n.º 53/99 X MIR; PI; MNE 2011

Substâncias perigosas Directiva 84/156/CEE Decreto-Lei n.º 52/99 Portaria n.º 744-A/99

X MIR; PI; MNE 2011

Substâncias perigosas Directiva 84/491/CEE Decreto-Lei n.º 54/99 X MIR; PI; MNE 2011

Substâncias perigosas Directiva 86/280/CEE Directiva 88/347/CEE Directiva 90/415/CEE

Decreto-Lei n.º 56/99 Decreto-Lei n.º 390/99 Portaria n.º 39/2000 Portaria n.º 91/2000 Portaria n.º 895/94

X MIR; PI; MNE; IE 2011

Águas residuais do sector de actividade do amianto

Directiva 87/217/CEE Portaria n.º 1049/93 X PI; MIR; MNE 2011

Águas residuais de unidades de produção de dióxido de titânio

Directiva 78/176/CEE Directiva 82/883/CEE Directiva 92/112/CEE

Portaria n.º 1147/94 X PI; MIR; MNE 2011

Águas residuais da indústria de lanifícios Portaria n.º 423/97 X PI; MIR; MNE 2011

Águas superficiais destinadas à produção de água para consumo humano

Directiva 75/440/CEE Directiva 79/869/CEE

Decreto-Lei n.º 236/98 Portaria n.º 462/2000

(2.ª série) X MIM; IN 2011

Água destinada ao consumo humano

Directiva 80/778/CEE, alterada pela Directiva

98/83/CE Decreto-Lei n.º 306/2007 X MIM; IN 2011

Qualidade do meio aquático para diversos usos

Directiva 75/440/CEE Directiva 76/160/CEE Directiva 76/464/CEE Directiva 78/659/CEE Directiva 79/869/CEE Directiva 79/923/CEE Directiva 80/68/CEE Directiva 80/778/CEE

Decreto-Lei n.º 236/98

X IN; MNE 2011

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Assunto Diplomas Estado do Cumprimento O que falta para cumprimento

total

Comunitários Transposição Sim Não Parcial

1(ver opções) Ano da informação

Águas Subterrâneas Directiva 2006/118 Decreto-Lei n.º 208/2008 X MIM; IM; MNE 2011

Perímetros de Protecção -

Decreto-Lei n.º 382/99 Portaria n.º 702/2009 Portaria n.º 1014/2009

X MNE 2011

Águas balneares Directiva 2006/7/CE Decreto-Lei n.º 135/2009 X

Águas piscícolas

Directiva 78/659/CEE Directiva 2006/44/CE (versão codificada da Directiva 78/659/CEE)

Decreto-Lei n.º 236/98 X TI; IN 2007/2008

Águas conquícolas Directiva 79/923/CEE Decreto-Lei n.º 236/98 X TI; MNE 2011

Produtos fitofarmacêuticos

Directiva 91/414/CEE, alterada por muitas directivas, inclusive algumas de 2006

Decreto-Lei n.º 94/98 Decreto-Lei n.º 341/98 Decreto-Lei n.º 22/2005

Decreto-Lei n.º 173/2005 X

MNE

2010 Directiva 2004/95 Directiva 2004/115 Directiva 2005/37 Directiva 2005/46

Decreto-Lei n.º 39/2009 MIM; IE

Biocidas Directiva 98/8/CE

Directiva 2006/50/CE Decreto-Lei n.º 121/2002 X

Lamas de depuração Directiva 86/278/CE Decreto-Lei n.º 276/2009 X

PI; MNE; IE; Rectificar o

método analítico para

determinação do fósforo no solo

2010

Conservação de habitat, da fauna e da flora selvagens

Directiva 92/43/CEE, alterada pela

Directiva 97/62/CE Directiva 79/409/CEE, alterada pela Directiva

91/244/CEE, pela Directiva 94/24/CE e pela

Directiva 97/49/CE

Decreto-Lei n.º 140/99, alterado pelo

Decreto-Lei n.º 49/2005 Portaria n.º 829/2007

X MNE 2011

Prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas

Directiva 96/82/CE Decreto-Lei n.º 164/2001

Portaria n.º 193/2002 Portaria n.º 395/2002

X MNE 2010

Avaliação de Impacte Ambiental

Directiva 85/337/CEE Directiva 97/11

Directiva 2001/42 Directiva 2003/35

Decreto-Lei n.º 69/2000, alterado pelo

Decreto-Lei 197/2005 X

Avaliação Ambiental Estratégica Directiva 2001/42/CE Decreto-Lei n.º 232/2007 X TI 2011

Regime geral de Gestão de Resíduos

Directiva 91/156 Directiva 91/689 Directiva 2006/12

Decreto-Lei n.º 178/2006 X IE; MNE

1 Nota: TI – transposição inexistente ou incompleta dos diplomas comunitários; MIM – monitorização insuficiente das MA; MIR – monitorização insuficiente das águas residuais; IN – incumprimento das normas de qualidade fixadas para as MA; IE – incumprimento das normas de emissão das descargas para a água ou o solo; PI – inventário insuficiente das pressões sobre a água; PPI – participação pública inexistente ou insuficiente; MNE – medidas não executadas ou em atraso; Outras – explicitar;

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Quadro 2.158 – Diagnóstico para Área temática 1 – Quadro institucional e normativo.

Área temática 1 – Quadro institucional e normativo

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes

• Licenciamento. O licenciamento das utilizações do domínio hídrico é, ainda, muito incompleto. Verifica-se a existência de utilizações significativas não licenciadas, nomeadamente no sector urbano, industrial, agro-pecuário e agrícola.

• Medição e auto-controlo. A quantidade e qualidade do controlo efectuado pelos utilizadores afigura-se insuficiente, face ao previsto nas condições de licenciamento. A análise da representatividade do auto-controlo enviado pelos utilizadores do domínio hídrico constitui, igualmente, uma lacuna relevante.

• Fiscalização. Não se realizam acções de fiscalização suficientes das utilizações dos recursos hídricos, nomeadamente devido à escassez de meios humanos, técnicos e logísticos, dificultando a verificação do cumprimento das condições de licenciamento.

• Diplomas legais. Foram identificados diversos diplomas legais ainda não totalmente aplicados, a título de exemplo: DecretoLei n.º 103/2010, de 24 de Setembro, Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto e Decreto-Lei n.º 114/2010, de 22 de Outubro.

• Gestão dos recursos hídricos por bacias. A criação das ARH constituiu um marco relevante na adopção de uma gestão por bacia, incrementando a aproximação entre a administração e utilizadores.

• Entidades responsáveis pelos serviços de água. Apesar das alterações significativas no panorama dos serviços da água, continua a observar-se a existência de entidades com estruturas e modelos de gestão que condicionam uma adequada gestão do recurso água.

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

Indicadores de impacto

Indicadores de resposta

Directivas comunitárias sem transposição: 17%

Diplomas legais nacionais em incumprimento: 44%

Cumprimento do Decreto-Lei n.º 382/99, de 22 de Setembro: 25,3%

Eficiência da actividade de fiscalização: 82%

Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos emitidos em 2009: ≈2 993

Fiscalização de TURH em 2009: 12,5%

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Quadro 2.159 – Diagnóstico para Área temática 2 – Quantidade de água.

Área temática 2 – Quantidade de água

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes Densidade populacional: 185 hab/km2

• Escassez de água. Na generalidade, os recursos hídricos subterrâneos são suficientes para satisfazer os consumos actuais com origem subterrânea, tendo-se verificado que apenas a MA Caldas da Rainha-Nazaré apresenta uma taxa de exploração que ultrapassa 50% do seu valor de recarga. Também os recursos superficiais são suficientes para satisfazer as necessidades superficiais actuais, mesmo em ano seco, excepção feita para a bacia Ribeira de São Domingos. No entanto, a variabilidade sazonal conduz a algumas situações de défice hídrico no semestre seco, nomeadamente, nas bacias Rio Alcobaça, Ribeira de São Domingos e Rio Sizandro. Estas situações de carência poderão vir a ser minimizados através do reforço em infra-estruturas de armazenamento.

• Uso eficiente da água. Apesar dos progressos alcançados, verifica-se, ainda, uma baixa eficiência de utilização do recurso água, com perdas elevadas, quer nos sistemas urbanos, quer, principalmente, nos sistemas agrícolas.

• Capacidade de armazenamento. A capacidade de armazenamento existente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste condiciona a disponibilização de recursos em períodos de acentuada escassez para algumas bacias, nomeadamente naquelas que se verifica aumento das necessidades no período Primavera-Verão

• Evolução dos níveis piezométricos. A avaliação das tendências de evolução dos níveis piezométricos ao longo do tempo evidenciou algumas situações de descida em 4 MA subterrâneas, designadamente Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste, Alpedriz, Torres Vedras e Caldas da Rainha-Nazaré. Em termos de classificação do estado quantitativo estas descidas poderiam ser suficientes para classificar as MA em estado medíocre. Contudo, considera-se que o comprimento das séries e a irregularidade dos períodos de medição dos níveis não permite com segurança confirmar uma tendência de descida, razão porque se opta por considerar também o balanço hídrico subterrâneo para aferir o estado quantitativo das MA subterrâneas.

• Consumo de água. Na generalidade, os recursos hídricos subterrâneos são suficientes para satisfazer os consumos actuais, tendo-se verificado que apenas a MA Caldas da Rainha-Nazaré apresenta uma taxa de exploração que ultrapassa 50% do seu valor de recarga.

Precipitação em ano médio: 777 mm

Temperatura: 15,4 ºC

Altura de escoamento média: 195 mm

Escoamento médio anual em regime natural: 471 hm3/ano

Indicadores de pressão Captações de água superficiais: 13

Captações de água subterrânea: 2 886

Volume anual de água superficial captado para abastecimento urbano: 1,78 hm3/ano

Volume anual de água superficial captado para agricultura: 1,82 hm3/ano

Volume anual de água superficial captado para indústria: 0,04 hm3/ano

Volume anual de água superficial captado para outros usos consumptivos: 0,03 hm3/ano

Volume anual de água subterrânea captado para abastecimento: 19,38 hm3/ano

Volume anual de água subterrânea captado para agricultura: 11,9 hm3/ano

Volume anual de água subterrânea captado para pecuária: 1,2 hm3/ano

Volume anual de água subterrânea captado para indústria: 4,9 hm3/ano

Volume anual de água subterrânea captado para outros usos: 13,0 hm3/ano

Necessidades de água anuais do sector urbano: 43 630 dam3/ano

Necessidades de água anuais do sector agrícola: 57 936 dam3/ano

Necessidades de água anuais do sector industrial: 9 712 dam3/ano

Necessidades de água anuais do sector pecuário: 1 618 dam3/ano

Necessidades de água anuais do sector do turismo: 1 066 dam3/ano

Perdas de água nos sistemas de abastecimento público: 40%

Superfície agrícola regada: 8%

Superfície agrícola irrigável: 9%

Indicadores de estado Capacidade de armazenamento útil em albufeiras: 14 hm3

MA subterrânea com tendência de descida dos níveis piezométricos: 50%

MA subterrânea com extracções superiores a 90% da recarga: 0%

Indicadores de impacto

Taxa de utilização global dos recursos hídricos superficiais: 2,9%

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Área temática 2 – Quantidade de água MA subterrâneas com estado quantitativo medíocre: 0%

Indicadores de resposta Nível de atendimento do abastecimento público de água: 98%

Preço médio da água: 1,23 €/m3

Captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República: 72 (todas subterrâneas)

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Quadro 2.160 – Diagnóstico para Área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico.

Área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes

Densidade populacional: 185 hab/km2 • Alterações climáticas. O esperado aumento da temperatura, acompanhado da redução da precipitação anual média e do escoamento terá impactos significativos nos recursos hídricos, designadamente: diminuição das disponibilidades hídricas, aumento dos eventos meteorológicos extremos, degradação da qualidade da água e aumento dos consumos de água. Relativamente ao efeito destas alterações nas águas subterrâneas, admite-se que a redistribuição da precipitação ao longo do ano, com maior número de períodos de precipitação intensa, dará origem previsivelmente a uma diminuição da infiltração da água e recarga das MA, com consequente descida dos níveis piezométricos, principalmente nos aquíferos livres, mais expostos à recarga directa.

• Inundações. As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste apresentam zonas com elevada susceptibilidade à ocorrência de cheias progressivas, cheias rápidas e inundações, com avultados danos materiais. De acordo com a informação disponível, as zonas que estão sujeitas a maiores riscos de cheia são os aglomerados populacionais de Torres Vedras, Lourinhã e Alcobaça.

• Secas. Verificam-se períodos de secas prolongadas, que influenciam a variação inter-anual das disponibilidades, podendo provocar situações de escassez de água. Designadamente, destacam-se as consequências no sector agrícola e florestal, por serem aqueles que dependem mais directa e fortemente do défice hidrológico. Ainda assim, em termos globais e na generalidade dos anos, o factor seca não implica um forte impacto sobre a economia agrícola e florestal.

• Zonas costeiras. A faixa costeira das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, apresenta ainda, locais de paisagem natural e manutenção dos valores biofísicos naturais. No entanto, nas situações em que está associada a erosão da costa e ocupação humana desregrada, a evolução da faixa costeira tem conduzido a algumas situações de risco e perigosidade, o que tem justificado intervenções de protecção e defesa costeira. Um dos principais factores para a degradação da zona costeira é a crescente procura das zonas litorais assente em modelos de ocupação incompatíveis com a preservação dos valores e com a sensibilidade ambiental destas zonas. Os exemplos mais significativos destas situações são: a zona da Consolação (Peniche), Porto das Barcas (Lourinhã), Porto Novo (Torres Vedras) e Ericeira (Mafra).

• Risco de poluição acidental. O risco de poluição ambiental é, na generalidade das MA, baixo. As bacias com MA que apresentam riscos mais elevados são: Rio Sizandro, Rio Arnóia e Rio Alcabrichel. No que respeita às águas subterrâneas, a aplicação da metodologia indicada no Capítulo 1.9.9 permitirá obter uma cartografia de risco de poluição acidental para as MA, considerando o risco de poluição acidental ligado a infra-estruturas fixas e o risco de poluição acidental durante o transporte de substâncias potencialmente perigosas

• Regime de caudais ambientais. Em consequência dos usos da água e da alteração dos usos do solo registam-se alterações ao regime de caudais naturais.

• Ecossistemas. A qualidade dos ecossistemas revela-se razoável, verificando-se a existência de ecossistemas que apresentam forte degradação, resultado da crescente ocupação de áreas do domínio hídrico e correspondente intensificação de actividades económicas. A deterioração destes ecossistemas, e a consequente diminuição da biodiversidade, afecta a estrutura e o funcionamento dos mesmos, afastando-os das condições desejáveis referidas na DQA.

• Ecossistemas aquáticos e terrestres dependentes das águas subterrâneas (EDAS e ETDAS). Foram identificados EDAS em todas as MA subterrâneas localizadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, com excepção das MA Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste e Maceira. No que respeita aos ETDAS, foram identificados 2 charcos temporários mediterrânicos nesta bacia hidrográfica. Para ambas as situações, a ausência de informação de base não permite a correcta avaliação do estado de conservação e do grau de dependência destes ecossistemas relativamente às águas subterrâneas.

Área de regadio em 1999: 18 235 ha

Ecossistemas aquáticos dependentes das águas subterrâneas: 67

Ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas: 2

Indicadores de pressão

Grandes barragens: 4

Aproveitamentos hidráulicos com mais de 1 hm3 e IR superior a 0,8: 4

Aproveitamentos hidráulicos com menos de 2 km entre si: 0

Barragens na classe I do RSB: 1

Barragens na classe II do RSB: 0

Barragens na classe III do RSB: 0

Pontos críticos de cheia: 4

Indicadores de estado

Indicadores de impacto

Bacias com risco grave de perda de solo: 0

Duração média das secas (1949-1999): 20 meses

Indicadores de resposta

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Quadro 2.161 – Diagnóstico para Área temática 4 – Qualidade da água.

Área temática 4 – Qualidade da água

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes Densidade populacional: 185 hab/km2

• Águas enriquecidas por nitratos e Fósforo. Em alguns locais, em especial nas bacias Rio Tornada, Ribeira de São Domingos, Rio Alcabrichel, Rio Sizandro, Rio Lisando e Ribeiras Costeiras do Oeste, verificam-se sinais de contaminação dos recursos hídricos por nitratos e fósforo, geralmente associados a fontes antropogénicas, nomeadamente com origem no sector urbano, agro-pecuário e agrícola.

• Eutrofização (nitratos, Fósforo, compostos de Fósforo, clorofila a, ocorrência de blooms algais). Em alguns locais verifica-se a existência de concentrações elevadas de compostos de Azoto e Fósforo, que originam problemas de eutrofização nas MA superficiais. Actualmente está designada uma zona sensível em termos de eutrofização, a Lagoa de Óbidos, na bacia Rio Lisandro.

• Poluição com substâncias perigosas e com substâncias prioritárias nas águas superficiais. De entre as fontes potencialmente emissoras de substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas destacam-se alguns sectores industriais, estações de tratamento de águas residuais urbanas, aterros e minas abandonadas. No entanto, os dados disponíveis não indiciam problemas de poluição por substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas.

• Poluição microbiológica. Verificam-se alguns problemas de contaminação microbiológica dos recursos hídricos, essencialmente devido a contaminação de origem fecal e agrícola. Evidencia-se a zona sensível da Lagoa de Óbidos, a qual apresenta incumprimento ao nível da Escherichia coli.

• Poluição orgânica. Verificam-se problemas de contaminação orgânica em todas as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, associados, essencialmente, à inexistência ou ineficiência dos sistemas de tratamento de águas residuais urbanas, bem como à ausência de sistemas de tratamento apropriados de águas residuais provenientes da actividade agro-pecuária.

• Poluição com nitratos. Existem 3 MA subterrâneas em que se verificam concentrações de nitratos superiores à NQA, designadamente Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste, Paço e Caldas da Rainha-Nazaré. Este parâmetro é o responsável pelo estado medíocre das duas últimas MA referidas, encontrando-se esta poluição associada a fontes antropogénicas, nomeadamente com origem no sector agrícola, agro-pecuário e urbano.

• Poluição com pesticidas. Verifica-se que em 4 MA subterrâneas foram registadas concentrações de pesticidas superiores à NQA, designadamente Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste, Maciço Calcário Estremenho, Torres Vedras e Caldas da Rainha-Nazaré. Esta poluição está associada essencialmente a fontes antropogénicas com origem no sector agrícola.

• Poluição com substâncias perigosas nas águas subterrâneas. Os dados disponíveis indiciam alguns problemas de poluição por substâncias perigosas, cuja origem está principalmente relacionada com a existência de lixeiras encerradas, nomeadamente na MA subterrânea Torres Vedras e Maciço Calcário Estremenho.

• Situações que podem afectar o estado das MA subterrâneas. De acordo com a inventariação de pressões efectuada, foram identificadas situações que podem afectar o estado da MA Maciço Calcário Estremenho, designadamente a existência de pedreiras e lixeiras encerradas.

Instalações PCIP: ≈ 72

Efectivos animais: 428 910 suínos e 32 529 bovinos

Indicadores de pressão

Carga poluente orgânica em CBO5 de origem tópica nas MA superficiais: 11 976 t/ano

Carga poluente orgânica em CQO de origem tópica nas MA superficiais: 24 756 t /ano

Carga poluente em Ntotal de origem tópica nas MA superficiais: 3 644 t/ano

Carga poluente em Ptotal de origem tópica nas MA superficiais: 1 315 t/ano

Carga poluente orgânica em Ntotal de origem difusa nas MA superficiais 679 t/ano

Carga poluente orgânica em Ptotal de origem difusa nas MA superficiais: 99 t/ano

Carga poluente orgânica em CQO de origem tópica nas MA subterrâneas: 63 783 kg/ano

Carga poluente orgânica em CBO5 de origem tópica nas MA subterrâneas: 31 762 kg/ano

Carga poluente total de Ntotal de origem tópica nas MA subterrâneas: 1 089 kg/ano

Carga poluente total de Ptotal de origem tópica nas MA subterrâneas: 2 417 kg/ano

Carga poluente total de Ntotal de origem difusa nas MA subterrâneas: 1 692 ton/ano

Empresas que reportaram PRTR16 para a água: 6

Pontos de descarga directa de águas residuais urbanas: 43%

Indicadores de estado Incumprimento ao nível dos parâmetros físico-químicos gerais nas MA superficiais com estado inferior a bom: 86%

Incumprimento ao nível dos parâmetros biológicos nas MA superficiais com estado inferior a bom: 91%

Incumprimento ao nível das SPOP nas MA superficiais com estado inferior a bom: 0%

MA subterrânea com incumprimento ao nível dos nitratos: 37,5%

MA subterrânea com incumprimento ao nível dos pesticidas: 50%

MA subterrânea com incumprimento ao nível de outros poluentes: 87,5%

MA subterrânea com tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes:

16 European Pollutant Release and Transfer Register

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Área temática 4 – Qualidade da água 50%

MA subterrânea em que a concentração de poluentes atinge 75% do LQ ou NQA: 1 (O33 – CL- e SO42-)

Águas balneares com classificação de excelente em 2010: 100%

Instalações com Licença Ambiental: 48

Indicadores de impacto

MA superficiais com estado inferior a bom: 55%

MA subterrânea com estado químico medíocre: 50%

Indicadores de resposta

População servida por sistemas de tratamento de águas residuais: 79%

Zonas vulneráveis: 0

Zonas sensíveis: 1

Zonas designadas para a captação de água subterrânea destinada ao consumo humano: 7

Captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República: 72 (todas subterrâneas)

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Quadro 2.162 – Diagnóstico para Área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento.

Área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes • Rede de monitorização. A representatividade e a adequabilidade da rede de monitorização do estado

das MA superficiais serão avaliadas no final do ciclo de monitorização, 2010-2012. Salienta-se o facto de a rede sedimentológica se encontrar inoperacional e de a rede hidrométrica, que se encontra efectivamente activa, ser reduzida. Também se assinala o número reduzido de estações da rede hidrométrica automáticas com telemetria e o facto de a sua distribuição não abranger a totalidade das bacias.

• Redes de monitorização do estado quantitativo e químico. Atendendo ao cálculo do Índice de Representatividade destas redes e ao inventário de pressões realizado no âmbito deste Plano, considera-se necessária a sua optimização, nomeadamente quanto à homogeneidade da distribuição espacial, número de estações e parâmetros analisados, constituindo esta uma medida a implementar.

• Rede de monitorização das zonas protegidas. No que respeita à rede de monitorização das zonas designadas para a protecção de água destinada ao consumo humano, Directiva Habitats e Directiva Aves. e atendendo que existem zonas protegidas que não se encontram actualmente a ser monitorizadas, a optimização desta rede constitui uma medida a implementar.

• Informação. Existem lacunas de conhecimento elevadas na informação de base, que se fazem sentir, maioritariamente, em termos de dados estatísticos, nomeadamente para o sector agrícola e industrial. As lacunas ao nível do licenciamento das utilizações dos recursos hídricos e das actividades económicas dificulta a análise dos sectores. Existem, igualmente, lacunas de conhecimento na informação de base que não permitem a identificação de EDAS, dado que não existe ainda conhecimento hidrogeológico de base suficiente para identificar interdependências entre águas superficiais e águas subterrâneas, ou porque a cobertura da rede de piezometria é insuficiente e não adequada à monitorização da dependência destes ecossistemas das águas subterrâneas. Relativamente aos ETDAS, não existe ainda uma metodologia de avaliação de estado destes ecossistemas nem o conhecimento de quais os parâmetros que condicionam o estado destes ecossistemas e qual o seu grau de dependência das águas subterrâneas.

• Consolidação de informação. A informação disponível de natureza económica e financeira sobre os custos e proveitos da prestação de serviços de água é reduzida e pouco consolidada, sendo que um grande número de entidades gestoras não possui contabilidade organizada que permita o real apuramento de custos e proveitos.

• Esforço em I&D. A I&D afigura-se como uma componente essencial, sendo que o investimento realizado pela ARH Tejo pode considerar-se relevante nesta matéria. Considera-se relevante o investimento previsto para o desenvolvimento de acções e projectos-piloto em algumas MA subterrânea, com vista à identificação de soluções que permitam a inversão de tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes e o cumprimento dos objectivos propostos.

Indicadores de pressão

Indicadores de estado MA superficiais monitorizadas: 52,5 %

Estações de monitorização de vigilância das MA superficiais: 8

Estações de monitorização operacional das MA superficiais: 17

Estações de monitorização operacional de substâncias perigosas das MA superficiais: 6

Estações de monitorização de zonas protegidas associadas a MA superficiais: 60

Estações de monitorização de investigação das MA superficiais: 0 (não estabelecida)

Estações de monitorização do estado quantitativo das MA subterrâneas: 36

Estações de monitorização de vigilância do estado químico das MA subterrâneas: 34

Estações de monitorização das zonas designadas para a captação de água subterrânea destinada ao consumo humano: 7

Estações activas da rede hidrométrica: 8

Estações activas da rede climatológica: 20

Estações activas da rede sedimentológica: 0

Indicadores de impacto

Indicadores de resposta Técnicos da ARH Tejo: 47%

Esforço em I&D na área dos recursos hídricos: ≈ 2 M€

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Quadro 2.163 – Diagnóstico para Área temática 6 – Comunicação e governança.

Área temática 6 – Comunicação e governança

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes

• Disponibilização de informação aos cidadãos. Genericamente, existe por parte da ARH Tejo uma intensificação da disponibilização de informação, nomeadamente no seu sítio da Internet. Todavia, a generalidade da informação é, ainda, apresentada de forma estática, sendo pouco interactiva.

• Esforço em I&D. A I&D afigura-se como uma componente essencial, sendo que o investimento realizado pela ARH Tejo pode considerar-se relevante nesta matéria.

• Envolvimento de interessados. Embora a ARH Tejo tenha promovido uma participação elevada dos diversos interessados na sua actividade, não só por via do CRH, mas também pela dinamização de outros fóruns, a disponibilidade dos cidadãos para participarem de forma activa é ainda fraca.

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

Indicadores de impacto

Indicadores de resposta

Eventos participativos promovidos pela ARH Tejo: 7

Sessões de participação pública na fase preparatória do PBH Ribeiras do Oeste: 1

Publicações da INFOTEJO: 10

Reuniões do Conselho da Região Hidrográfica em 2010: 3

Reuniões do Conselho Nacional da Água em 2010: 3

Protocolos e parcerias estabelecidas: 16

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Quadro 2.164 – Diagnóstico para Área temática 7 – Quadro económico e financeiro.

Área temática 7 – Quadro económico e financeiro

Indicadores de forças motrizes Questões relevantes

• Licenciamento. O licenciamento das utilizações do domínio hídrico é, ainda, muito incompleto. Verifica-se a existência de utilizações significativas não licenciadas, nomeadamente no sector urbano, industrial, agro-pecuário e agrícola.

• Medição e auto-controlo. A quantidade e qualidade das medições e do auto-controlo efectuadas pelos utilizadores afiguram-se como insuficientes, face ao previsto nas condições de licenciamento. A representatividade do auto-controlo enviado pelos utilizadores do domínio hídrico é fundamental para o correcto apuramento da TRH.

• Fiscalização. Não se realizam acções de fiscalização suficientes das utilizações dos recursos hídricos, nomeadamente devido à escassez de meios humanos, técnicos e logísticos, o que tem como consequência uma maior dificuldade de verificação do cumprimento das condições de licenciamento.

• Nível de recuperação de custos. Verificam-se baixos níveis de recuperação de custos totais, por parte das diversas entidades prestadoras de serviços da água. Esta realidade é mais acentuada nos sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais em que, motivado pela aplicação de sistemas tarifários inadequados, se verifica que em muitos casos apenas uma subsidiação cruzada dos custos permite a continuidade do serviço. Perante a exigência da DQA, é importante ter em consideração a ausência de estudos no sentido de contabilizar/organizar toda a informação económica relacionada com custos ambientais e de escassez, dificultando a sua integração nos preços aplicados à utilização dos recursos hídricos.

• Acessibilidade. Verificam-se assimetrias ao nível da acessibilidade aos serviços da água, na medida em que existem concelhos em que se identifica um peso demasiado elevado dos encargos com serviços da água, nomeadamente ao nível das famílias mais carenciadas. Contudo, também se observa nas bacias hidrográficas a situação contrária com os encargos a representarem um peso inferior a 1% dos rendimentos médios das famílias.

• Encargos para os utilizadores. Os encargos para os utilizadores são definidos mediante uma grande diversidade de sistemas tarifários, pelo que, a estratégia de definição dos preços a aplicar aos utilizadores dos serviços da água deve ser concertada promovendo o equilíbrio necessário entre a acessibilidade aos mesmos e a recuperação de custos adequada que permita a sua sustentabilidade. Por último, esta estratégia concertada servirá também para promover os princípios da DQA, nomeadamente, a utilização eficiente do recurso.

• Repartição da TRH. A aplicação da taxa de recursos hídricos tem como um dos objectivos cobrar aos grandes utilizadores dos recursos hídricos um encargo que permita contribuir para os custos ambientais e de escassez em que a sociedade incorre. Efectivamente, o sector agrícola é um dos principais utilizadores dos recursos, tendo identificado o seu impacto seja ao nível do consumo de água como as pressões geradas pelo mesmo, contudo, o seu contributo ao nível de TRH é muito baixo quando comparado com outros sectores. A TRH deve promover o investimento em técnicas e projectos dos utilizadores que permitam a redução deste tipo de impactos, beneficiando financeiramente todas as iniciativas que decorram neste sentido.

Indicadores de pressão

Indicadores de estado VAB por m3 de água consumido no sector agrícola: 1,5 €/m3

VAB por m3 de água consumido no sector de produção animal: 75,0 €/m3

VAB por m3 de água consumido no sector da indústria transformadora: 69,9 €/m3

VAB por m3 de água consumido no sector do turismo: 96,0 €/m3

VAB por m3 de água consumido no sector do golfe: 10,3 €/m3

Indicadores de impacto Acessibilidade económica média aos serviços da água: 1,22%

Acessibilidade económica média aos serviços de abastecimento de água: 0,81%

Acessibilidade económica média aos serviços de saneamento de águas residuais: 0,41%

Indicadores de resposta Preço da água: 1,23 €/m3

Investimento em recursos hídricos: ≈ 63 M€

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais: 74%

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de abastecimento de água: 94%

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de saneamento de águas residuais: 45%

Proveitos anuais da TRH: ≈ 1 M€

TRH por liquidar: 7%

Entidades /utilizadores sujeitos a TRH: ≈ 1 400

Incumprimento no pagamento da TRH: 22%

Encargo dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de abastecimento de água: 127 €/120 m3

Encargo dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de abastecimento de água: 215 €/120 m3

Encargo dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais: 65 €/120m3

Encargo dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais: 112 €/120m3

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PARTE 3 – ANÁLISE ECONÓMICA DAS UTILIZAÇÕES

1. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÓMICA DAS UTILIZAÇÕES

A importância socioeconómica das utilizações da água parte de um conjunto de indicadores que constam do documento

metodológico disponibilizados pelo Instituto da Água (INAG)17, para a caracterização dos sectores utilizadores da água,

designadamente:

• Número de empresas/estabelecimentos/infra-estruturas;

• Pessoal ao serviço;

• Volume de negócios;

• Valor acrescentado bruto (VAB).

Estes indicadores são apresentados para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste e Continente, e foi calculado o

peso das bacias no Continente, representando assim a importância económica dos sectores e o contributo das bacias

hidrográficas para a economia nacional.

A análise foi elaborada, essencialmente, com base na informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística

(INE), nomeadamente, nos Anuários Estatísticos Regionais e outras publicações estatísticas sectoriais, como as

Estatísticas da Pesca, Estatísticas Agrícolas, Contas Económicas da Agricultura e o Recenseamento Geral da

Agricultura.

Foram ainda utilizadas outras estatísticas sectoriais produzidas pelo Ministério do Trabalho e Solidariedade Social

(MTSS), Turismo de Portugal e Direcção Geral de Energia e Geologia.

A aferição dos indicadores para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, e desagregação dos sectores indicada

pelo INAG, implicou a utilização de diferentes metodologias de cálculo, tendo em muitos casos sido utilizadas

ponderações e/ou valores médios referentes ao comportamento nacional. Procurou-se assim dar resposta às lacunas

de informação identificadas na resposta à desagregação solicitada no documento metodológico anteriormente referido.

No Quadro 3.1 apresentam-se as necessidades de água dos principais sectores económicos utilizadores de água para o

ano médio (as quais são apresentadas com maior detalhe no capítulo 1.7 do presente relatório), que constituem um

elemento fundamental para a avaliação da importância da água na economia regional.

Quadro 3.1 – Consumos/necessidades hídricas actuais (hm3/ano), em ano médio.

Indicador Agricultura Pecuária Indústria Transformadora Turismo Golfe

Necessidades anuais de água (hm3) 57,9 1,6 9,7 0,4 1,1

Fonte: Estimativas do consultor

As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste têm um peso pouco significativo a nível nacional, reflectindo-se numa

economia que representa apenas 5% do VAB e volume de negócios nacional.

A pecuária e a pesca são os sectores utilizadores de água das bacias hidrográficas que maior contributo dão ao nível do

emprego, VAB e volume de negócios, para a economia nacional. Ao nível dos restantes sectores da região, o contributo

dos sectores da agricultura e do golfe é superior ao apresentado na aquicultura, indústria transformadora e turismo,

evidenciando a não especialização das bacias hidrográficas nestas áreas, nomeadamente quando comparado com

outras regiões (Quadro 3.2).

17 Instituto da Água – Planos de Gestão de Região Hidrográfica, Análise económica das utilizações da água – lista de verificação dos principais

indicadores, Julho 2010.

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Quadro 3.2 – Contributo das bacias hidrográficas para a economia nacional (%) – principais sectores utilizadores de

água, em 2008.

Indicadores Total Agricultura Pecuária Indústria Transformadora Turismo Golfe Pescas Aquicultura

Pessoal ao serviço 3,8 6,8 11,7 3,8 3,1 6,6 13,4 4,4

N.º de empresas/ estabelecimentos/ infra-estruturas

4,6 6,6 9,0 4,5 4,1 6,6 13,4 1,6

Volume de negócios 3,2 6,8 11,7 3,2 3,0 6,6 13,4 1,3

VAB 4,6 6,8 11,7 3,6 3,0 6,6 13,4 0,01

Fonte: INE – Recenseamento Geral da População e da Habitação – BGRI, 2001; INE – Anuários Estatísticos Regionais, 2008; INE – Contas Económicas da Agricultura 1980-2009; MTSS – Quadros de Pessoal, 2008; Turismo de Portugal – Informação georeferenciada relativa aos empreendimentos turísticos classificados e previstos, 2010; Turismo de Portugal – Matriz de campos de golfe; INE – Base de dados on-line do site do INE; INE – Estatísticas Agrícolas, 2009; INE – Estatísticas da Pesca, 2009.

No presente ponto, efectuou-se ainda uma análise integrada dos referidos indicadores, em particular do VAB e

emprego, com as necessidades de água afectas a cada sector, de modo a representar a importância da água para a

economia regional. Para este efeito foram calculados os seguintes indicadores:

• Produtividade económica da água – representa o VAB gerado por cada m3 de água consumido;

• Intensidade de utilização da água – representa o consumo de água associado por cada euro de VAB

produzido;

• Empregabilidade da água – representa o emprego gerado por cada m3 de água consumido.

O Quadro 3.3 apresenta informação sobre a eficiência da utilização da água nos principais sectores consumidores do

recurso, utilizando como referência o ano de 2008.

A agricultura destaca-se dos demais sectores pelas elevadas necessidades de água para o desenvolvimento da sua

actividade, apresentando consequentemente a maior intensidade de utilização de água por unidade de VAB, o que

contrasta com os menores níveis de produtividade económica da água e empregabilidade. No entanto, esta análise

deve considerar que este sector apresenta características estratégicas para a economia nacional, visto que é

necessário assegurar um nível mínimo de abastecimento agrícola do país através de produção interna.

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, a maior produtividade económica e empregabilidade da água, verifica-se

no sector do turismo (hotelaria), evidenciando uma área onde é possível promover o crescimento da economia e o

emprego sem provocar uma pressão excessiva sobre os recursos hídricos.

Quadro 3.3 – Importância da água para a economia regional/Eficiência da utilização da água na economia regional, em

2008.

Indicadores Agricultura Pecuária Indústria Transformadora Turismo Golfe

Necessidades anuais de água (hm3) 57,9 1,6 9,7 0,4 1,1

Produtividade económica da água (VAB €/m3) 1,5 75,0 69,9 96,0 10,3

Intensidade da utilização da água (m3/ VAB €) 0,6526 0,0133 0,0143 0,0104 0,0969

Empregabilidade da água (n.º de trabalhadores/ hm3) 39 876 2 985 4 493 141

Fonte: INE – Anuários Estatísticos Regionais, 2008; INE – Contas Económicas da Agricultura 1980-2009; MTSS – Quadros de Pessoal, 2008; Turismo de Portugal – Informação georeferenciada relativa aos empreendimentos turísticos classificados e previstos, 2010; Turismo de Portugal – Matriz de campos de golfe; INE – Base de dados on-line do site do INE; INE – Estatísticas Agrícolas, 2009

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2. POLITICAS DE PREÇOS

O regime económico e financeiro (REF) dos recursos hídricos constitui um instrumento da maior importância na

concretização das orientações da DQA e da Lei da Água, e rege-se pelo Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho.

Este regime reconhece os instrumentos económicos e financeiros como fundamentais para a racionalização da gestão

dos recursos hídricos, dado existirem custos públicos, e benefícios privados, muito significativos, pelo que, a

compensação dos custos e benefícios associados à utilização dos recursos hídricos constitui uma exigência elementar

de equidade tributária.

Os principais instrumentos económicos e financeiros previstos no REF aplicados em Portugal são:

• Sistemas Tarifários;

• Taxa de Recursos Hídricos.

2.1. TARIFÁRIOS APLICÁVEIS

No ano de 2007 foi aprovada a nova Lei das Finanças Locais (Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro), que revogou a antiga

Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto, a qual define que cabe à entidade reguladora dos sectores de abastecimento público de

água, e de saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos urbanos, a regulação dos preços e tarifários

praticados pelas entidades abrangidas por este diploma.

A análise dos tarifários dos serviços de águas é de particular importância, uma vez que é necessário contabilizar a

disponibilização do serviço com a qualidade pretendida, a preços compatíveis com o rendimento disponível das famílias

e a competitividade das actividades económicas, assegurando ainda a recuperação adequada dos custos de exploração

e de investimento, (na parte não financiada por fundos comunitários) por parte das entidades gestoras dos serviços.

As estruturas tarifárias, aplicadas pelas entidades gestoras de sistemas em “baixa”, existentes no território português

apresentam diferenças significativas entre si, podendo assumir a forma de (ERSAR, 2010):

• Uma componente fixa de disponibilidade e outra variável de utilização;

• Apenas uma componente variável, de valor necessariamente mais alto do que no caso anterior, caso se

pretenda um igual nível de recuperação de custos, que tem o inconveniente de beneficiar consumidores com

acesso ao serviço em mais do um local e que por via da dispersão de consumos beneficiam dos escalões com

tarifas mais baixas;

• Apenas uma componente fixa, também de valor necessariamente mais alto do que no primeiro caso, que tem o

inconveniente de não fazer reflectir no consumidor o volume gasto ou produzido, não incentivando o uso

eficiente do recurso e dando um sinal contraditório do ponto de vista ambiental.

Pese embora existam vantagens e desvantagens em cada um dos tipos de tarifários possíveis, actualmente existe um

largo consenso que um tarifário misto, com uma componente fixa e outra variável, é o mais adequado. Um tarifário

apenas com componente variável pode não permitir recuperar adequadamente os custos de investimento (ex. situações

de segunda habitação.). Enquanto que um tarifário apenas com componente fixa tem o inconveniente de não fazer

reflectir no consumidor impacte sobre distintos níveis de consumo, não incentivando dessa forma o uso eficiente do

recurso, nem o princípio de utilizador-pagador.

No que se refere aos regimes tarifários praticados pelas entidades gestoras concessionárias de sistemas

multimunicipais de abastecimento de água e saneamento de águas residuais em “alta”, estes são estabelecidos com

base em critérios e processos diferentes dos das tarifas dos sistemas em “baixa”.

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As principais diferenças estão intimamente relacionadas com o facto de os tarifários dos sistemas multimunicipais em

“alta”, de acordo com a legislação vigente, deverem assegurar a implementação de cinco princípios (IRAR, 2009):

• “A amortização do investimento inicial”;

• “A manutenção, a reparação e a renovação dos bens e equipamentos afectos à concessão”;

• “A amortização técnica de novos investimentos de expansão e modernização”;

• “A recuperação do nível de custos necessário a uma gestão eficiente do sistema”;

• “Uma adequada remuneração dos capitais investidos”.

Note-se que, de modo a garantir a aplicação destes princípios, as entidades gestoras concessionárias de sistemas

multimunicipais submetem um orçamento e projecto tarifário, em primeira instância, à ERSAR a qual emite um parecer

prévio e, posteriormente, à aprovação do concedente (Ministro com a tutela do Ambiente).

2.1.1. Sistemas urbanos em “ alta”

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste as entidades gestoras que prestam, apenas, serviço em “alta” são:

• Águas do Oeste;

• Águas do Mondego.

De acordo com a Figura 3.1 as entidades gestoras de abastecimento de água apresentavam, em 2005, valores entre

0,30 €/m3 e 0,5 €/m3. As tarifas apresentaram uma tendência de ligeiro crescimento, sendo que, em 2010, os valores

praticados variam entre os 0,45 €/m3 e os 0,58€/m3, sendo a Águas do Oeste a que apresenta o tarifário mais elevado

abastecendo os concelhos de Alcobaça, Alenquer, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Peniche,

Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Óbidos.

Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos 2010 * Em 2004 as Águas do Mondego ainda não tinha iniciado a actividade.

Figura 3.1 – Tarifas das empresas concessionárias de sistemas multimunicipais de abastecimento público de água em

“alta”, 2004-2010 (€/m3).

Ao nível da drenagem e tratamento de águas residuais as entidades gestoras que prestam o serviço em “alta” são:

• Águas do Oeste;

• SIMTEJO;

• SANEST;

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Euro

s po

r m3

Águas do Oeste Águas do Mondego

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• SIMLIS.

De acordo com o evidenciado na Figura 3.2, em 2004, todas as entidades gestoras de saneamento de águas residuais

urbanas em “alta” cobravam uma tarifa inferior a 0,5 €/m3. Entre 2004 e 2010, as tarifas aplicadas pelas entidades

gestoras apresentaram uma tendência crescente, com os valores a oscilarem entre 0,32 e 0,56 €/m3.

Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos 2010 * Em 2004, as Águas do Mondego e a SIMARSUL ainda não tinham iniciado a sua actividade. Em 2004, a SIMTEJO não teve uma proposta tarifária aprovada pelo Concedente.

Figura 3.2 – Tarifas das empresas concessionárias de sistemas multimunicipais de drenagem e tratamento de águas

residuais em “alta”, 2004-2010 (€/m3).

2.1.2. Sistemas urbanos em “ baixa”

A análise do sistema de preços em “baixa” é de relevância reforçada pelo impacte directo que têm no utilizador final, a

quem tem que ser assegurado a disponibilidade do serviço e o acesso ao recurso dentro da racionalidade do consumo

(utilizador doméstico) e do nível de competitividade do sector (utilizador não doméstico).

A análise desenvolvida de seguida apresenta os encargos com os serviços de abastecimento e drenagem e tratamento

de águas residuais utilizando como níveis de análise as seguintes unidades:

• Concelho;

• Bacia hidrográfica.

Como fonte de informação foram utilizados os dados disponíveis mais recentes, o que neste caso correspondem aos

disponibilizados por parte da ERSAR, nomeadamente os tarifários dos serviços das águas aplicados ao utilizador final,

por concelho, em 2009. Assim sendo, foi utilizado um consumo médio anual por utilizador (que corresponde a um

agregado familiar tipo de cada concelho) de 120 m3, visto ser o valor de referência neste tipo de exercício.

Partindo dos dados de base por concelho, todas as agregações por bacia e por área das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste foram realizadas aplicando o critério da população, calculando posteriormente, através de médias

ponderadas, os valores médios para o respectivo nível de agregação.

Utilizador doméstico

A aplicação de tarifas nos sistemas de abastecimento de água é, actualmente, uma realidade em todas as entidades

gestoras das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste. Contudo, existe uma grande diversidade de modelos tarifários

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Euro

s po

r m3

Águas do Oeste SANEST SIMILIS SIMTEJO

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que se traduz em diferenças nos encargos finais para o utilizador, pelo que se verifica que os concelhos das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste apresentam encargos distintos.

A Figura 3.3 permite visualizar os encargos para os utilizadores nos diversos municípios, tendo sido estimado o encargo

médio nestas bacias hidrográficas, para o utilizador doméstico, que corresponde a cerca de 127,10€ por cada 120 m3 de

água. Para este nível de consumo, a amplitude dos encargos nos diversos concelhos é de, aproximadamente, duas

vezes, variando entre um mínimo de 74,92€ (Marinha Grande) e um máximo 162,12€ (Peniche).

Identificam-se também três concelhos (Lourinhã, Porte de Mós e Bombarral) em que não é aplicada qualquer

componente fixa nos sistemas tarifários, cobrando-se apenas em função do volume consumido.

Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, 2010. Dados relativos a 2009.

Figura 3.3 – Encargo médio anual para o utilizador doméstico (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de

abastecimento de água, por concelho, 2009.

No caso dos serviços de saneamento a realidade é distinta, destacando-se a assimetria de encargos entre concelhos e

existindo entidades gestoras que prestam serviços sem cobrar qualquer tipo de tarifa. Esta prática baseia-se nalguns

casos na subsidiação cruzada dos serviços de águas, sendo os custos dos serviços de saneamento recuperados, pelo

menos parcialmente, através das tarifas dos serviços de abastecimento de água. Contudo, esta opção contraria o

disposto nas recomendações da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e tem normalmente

como consequência uma insuficiente recuperação dos custos dos serviços de águas por via tarifária.

De acordo com a Figura 3.4, o encargo médio anual de um utilizador doméstico das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste é de cerca de 65€, sendo que o mesmo varia, considerando apenas o universo de concelhos onde o serviço é

cobrado, entre 30€ (Bombarral) e 139,9€ (Alenquer).

De acordo com os dados analisados, destaca-se a assimetria de encargos dos utilizadores para os diversos concelhos,

verificando-se que cerca de 18% dos concelhos não têm qualquer encargo com o serviço de saneamento de águas

residuais urbanas (Porto de Mós, Cadaval e Sobral de Monte Agraço).

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Euro

s/an

o

Encargo fixo Encargo variável Média Pond. BH

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Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, 2010. Dados relativos a 2009.

Figura 3.4 – Encargo médio anual para o utilizador doméstico (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de drenagem e

tratamento de águas residuais, por concelho, 2009.

Utilizador não doméstico

Os utilizadores não domésticos são responsáveis por mais de 25% dos volumes consumidos nas bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste, sendo que, também ao nível destes utilizadores, os encargos cobrados são díspares ao longo da

mesma. Da análise efectuada, conclui-se que o encargo médio anual de um utilizador não doméstico nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste é de cerca de 215€, variando entre um mínimo de 103,5€ (Marinha Grande) e um

máximo 399,7€ (Mafra), a que corresponde uma amplitude de quatro vezes (ver Figura 3.5).

Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, 2010. Dados relativos a 2009.

Figura 3.5 – Encargo médio anual para os utilizadores não domésticos (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de

abastecimento de água, por concelho, 2009.

O serviço de drenagem e tratamento de águas residuais apresenta uma estrutura igualmente assimétrica (Figura 3.6):

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Euro

s/ a

no

Encargo fixo Encargo variável Média Pond. BH

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Euro

s/ a

no

Encargos Variáveis Encargos Fixos

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• Concelhos onde os utilizadores não suportam qualquer encargo com o serviço de saneamento de águas

residuais urbanas (18%);

• Apenas componente variável (23%);

• Ambos (59%).

O encargo médio anual nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é de cerca de 111,8€, variando entre 30€

(Bombarral) e 363,4€ (Marinha Grande).

Fonte: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, 2010. Dados relativos a 2009.

Figura 3.6 – Encargo médio anual para os utilizadores não domésticos (consumo de 120 m3 /ano) com o serviço de

drenagem e tratamento de águas residuais, por concelho, 2009.

2.1.3. Aproveitamentos hidroagrícolas

O preço da água pode ter um impacte significativo na competitividade de algumas culturas de regadio. Assim, os

tarifários aplicados à utilização da água no sector na agricultura devem tentar conciliar este aspecto com o incentivo à

utilização eficiente do recurso e à recuperação de custos dos serviços.

O sistema tarifário aplicado no Aproveitamento Hidroagrícola da Cela inclui apenas a aplicação de taxas de

conservação e exploração fixas mediante as áreas regadas, não existindo qualquer diferenciação entre culturas,

utilizadores e volumes.

A aplicação deste sistema resulta nos proveitos unitários que se ilustram no quadro 3.4.

Quadro 3.4 – Comparação de proveitos unitários por aproveitamento hidroagrícola.

Proveitos totais Unidade Últimos 3 anos de actividade

2007 2008 2009

A.H da Cela €/m3 0,12 0,20 0,31

Fonte: Direcção geral da agricultura e do desenvolvimento rural (DGADR), 2010

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Euro

s/ a

no

Encargos Variáveis Encargos Fixos

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2.2. TAXA DE RECURSOS HÍDRICOS (TRH)

A Taxa de Recursos Hídricos (TRH) constitui um dos instrumentos económicos essenciais do REF. Nas diversas

componentes que a integram, a taxa de recursos hídricos assenta num princípio de equivalência, o que implica que o

utilizador dos recursos hídricos deve contribuir na medida do custo que imputa à comunidade ou na medida do benefício

que a comunidade lhe proporciona. Trata-se de uma concretização da igualdade tributária que se traduz geralmente

pelos conceitos de utilizador-pagador e poluidor-pagador. A TRH é constituída pelas seguintes componentes:

• A – Utilização de águas do domínio público hídrico do Estado;

• E – Descarga de efluentes;

• I – Extracção de inertes do domínio público hídrico do Estado;

• O – Ocupação do domínio público hídrico do Estado;

• U – Utilização de águas sujeitas a planeamento e gestão públicos.

O valor total cobrado de TRH, pela ARH Tejo, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, para o ano de 2009 foi de

917 206,58 €. O Quadro 3.5 apresenta o contributo das diferentes componentes que constituem esta taxa.

Quadro 3.5 – Valores totais de TRH, cobrados pela ARH Tejo por componente, em 2009.

Componentes Valor Total (€) Reduções (€) Isenções (€) Valor Final (€)

Componente A 35 012,69 2 398,88 0,00 32 613,81

Componente E 840 603,19 400 827,65 845,98 438 929,56

Componente I 0,00 0,00 0,00 0,00

Componente O 379 587,25 0,00 0,00 379 587,25

Componente U 66 679,93 436,16 167,81 66 075,96

TRH 1 321 883,06 403 662,69 1 013,79 917 206,58

Fonte: ARH Tejo, I,P. 2010. Dados referentes a 2009.

A cobrança da taxa nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, resulta, principalmente, de três utilizações, o “Sector

Urbano” (abastecimento, saneamento e ETAR’s), “Turismo e actividade de recreio” e “Outros”, sendo que, o sector

urbano apresenta um valor superior a todos os outros, representando, aproximadamente, 52% do total, o que

corresponde a um valor de 474 403,12 € (Figura 3.7).

Fonte: ARH Tejo, 2010. Dados referentes a 2009.

Figura 3.7 – TRH por Sector em 2009.

100 000

200 000

300 000

400 000

500 000

Urb

ano

Turis

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t. de

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Ener

gia

Euro

s

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3. NÍVEL DE RECUPERAÇÃO DE CUSTOS

As entidades gestoras dos serviços de água devem pugnar pelo equilíbrio financeiro como condição necessária para

assegurar a sustentabilidade do sector. Nesse sentido, o potencial de recuperação dos seus custos através das

receitas, tarifárias ou não, é um critério de análise essencial da regulação económica.

3.1. SISTEMAS URBANOS O presente ponto procura abordar o equilíbrio entre proveitos e custos, apresentando, analisando e calculando

posteriormente os respectivos Níveis de Recuperação de Custos (NRC), a nível Nacional, do Continente e das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste.

No que se refere ao NRC, este foi calculado numa lógica de serviço prestado, associando-se os custos da prestação do

serviço de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais nas bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, onde estão localizados os proveitos decorrentes da prestação desses mesmos serviços, isto é, os clientes

finais.

O NRC corresponde à percentagem de custos inerentes à prestação do serviço que é recuperada através dos proveitos

obtidos pelas respectivas entidades gestoras dos sistemas públicos.

A análise do NRC dos investimentos realizados por empresas e particulares para auto-serviço teve como principal

entrave, a dificuldade natural de acesso a informação privada, que não é de reporte obrigatório às entidades

reguladoras.

No entanto, assumindo-se que os agentes económicos têm comportamentos racionais, pelo que os investimentos

realizados nesta área deverão apresentar indicadores positivos (Valor Actualizado Líquido>0), ou seja, a recuperação

dos custos encontra-se assegurada. O inverso mostraria uma decisão de gestão não racional, a necessidade de

existência de subsídios complementares, ou ajuda pública, que compensasse o défice financeiro, não sendo de

conhecimento público que tal tenha ocorrido.

Acresce à situação descrita que a legislação em vigor não considera o “auto-serviço” como um “serviço da água”, pelo

que, não foi realizada a análise dos NRC para esta situação.

Deste modo, os dados analisados foram fornecidos pelo INAG, (provenientes da plataforma INSAAR), onde se

procedeu à sistematização de informação económico-financeira sobre as entidades gestoras. Foi recolhida e organizada

a informação do ano de 2008, nomeadamente proveitos, custos, investimentos realizados (à excepção dos custos e

investimentos incorridos com barragens), volumes fornecidos, e drenados, e contadores registados.

Para tal, segundo a metodologia do INAG, a avaliação da totalidade dos proveitos (proveitos totais) dos serviços de:

• Abastecimento de água – correspondem ao somatório dos proveitos resultantes da aplicação do tarifário aos

consumidores da água e de outros proveitos relacionados com a prestação do serviço (por exemplo: colocação

de contadores e execução de ramais de ligação, entre outros);

• Drenagem e tratamento de águas residuais – correspondem ao somatório dos proveitos resultantes da

aplicação do tarifário aos consumidores de água ligados, ou não, à rede de drenagem de águas residuais e de

outros proveitos relacionados com a prestação do serviço (por exemplo: vistorias e ensaios e desobstrução da

rede de esgotos, entre outros).

A metodologia de cálculo adoptada está em conformidade com a utilizada pelo INAG de modo a evitar inconsistência

entre os indicadores disponibilizados e a informação trabalhada. Segundo as mesmas directrizes, não foram

consideradas para o cálculo do NRC as entidades que não apresentem os seguintes dados económicos:

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• Custos de exploração e gestão;

• Investimentos realizados, caso não haja informação disponível para nenhum dos anos do horizonte de análise

(1988 – 2008);

• Proveitos tarifários (no caso de entidades que prestam apenas serviço em “baixa” ou “alta” e “baixa” em

simultâneo).

O Quadro 3.6 apresenta os NRC observados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, permitindo a comparação

com a situação nacional e no Continente, dos serviços de abastecimento de água. Constata-se que os níveis

apresentados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste são ligeiramente melhores que o panorama nacional o que

se traduz, em termos de exploração, num rácio de cerca de 114% e, a nível total, em cerca de 94%. Pese embora os

indicadores favoráveis observados, continuam a prevalecer problemas relacionados com a informação de gestão

produzida, dificultando o cálculo dos custos de actividade dos sistemas. Também o volume de investimento necessário,

tanto na expansão das redes de abastecimento como na manutenção das existentes, principalmente nas zonas com

menor densidade populacional, são factores a ter em consideração na evolução expectável dos NRC.

Quadro 3.6 – Níveis de recuperação de custos nos serviços de abastecimento de água em 2008.

Rubrica Continente Nacional Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Custos de exploração 323 949 385 341 269 900 67 270 226

Custos gerais 268 981 959 289 304 756 47 470 750

Investimentos 182 647 303 189 693 959 28 070 911

Custo Transacção - - 16 696 804

Custos totais 775 578 648 820 268 616 159 508 690

Receita tarifária 604 488 999 637 414 885 144 095 998

Outras receitas 35 248 463 38 554 229 5 880 265

Receitas Transacção - - 166 162

Receitas totais 639 737 462 675 969 114 150 142 425

Recuperação de custos totais (%) 82% 82% 94%

Recuperação de custos de exploração (%) 108% 107% 114%

Fonte: INAG, I.P. 2010. Dados INSAAR relativos a 2008.

No Quadro 3.7 apresentam-se os NRC para o serviço de saneamento de águas residuais, com os NRC de exploração a

estimarem-se em cerca de 66%, situação que se deteriora quando analisados os NRC totais apresentando um valor

inferior a 50%. Estes indicadores são justificados pela análise realizada anteriormente às tarifas aplicadas, que em

alguns concelhos se demonstram como insuficientes ou até mesmo inexistentes. Neste caso, a sustentabilidade do

sector está colocada em causa, destacando-se a subsidiação cruzada das entidades.

Acresce ainda o facto de os sistemas de saneamento de águas residuais necessitarem de um elevado volume de

investimento de forma a cumprir os níveis de atendimento estabelecidos no PEAASAR II.

Quadro 3.7 – Níveis de recuperação de custos no sistema de saneamento de águas residuais em 2008.

Rubrica Continente Nacional Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Custos de exploração 209 824 125 214 618 972 48 010 882

Custos gerais 147 568 943 150 926 308 29 838 661

Investimentos 131 761 946 135 853 678 35 272 385

Custo Transacção - -

Custos totais 489 155 014 501 398 958 113 121 928

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Rubrica Continente Nacional Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Receita tarifária 196 781 203 203 449 348 47 885 226

Outras receitas 36 129 210 36 514 654 3 547 125

Receitas Transacção - - -

Receitas totais 232 910 413 239 964 002 51 432 352

Recuperação de custos totais (%) 48% 48% 45%

Recuperação de custos de exploração (%) 65% 66% 66%

Fonte: INAG, I.P. 2010. Dados INSAAR relativos a 2008.

Agregando os sistemas de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, o destaque deve ser atribuído ao

facto de todos os rácios serem inferiores a 100%, destacando-se o impacte dos investimentos no NRC total (Quadro

3.8). A situação nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não se apresenta desfasada da realidade nacional na

medida em que os sistemas de saneamento de águas residuais têm um peso significativo nos serviços da água.

Quadro 3.8 – Níveis de recuperação de custos nos serviços da água em 2008 (abastecimento de água e drenagem e

tratamento de águas residuais).

Rubrica Continente Nacional Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

Custos de exploração 533 773 509 555 888 872 115 281 108

Custos gerais 416 550 902 440 231 064 77 309 412

Investimentos 314 409 250 325 547 638 63 343 295

Custo Transacção - - 16 696 804

Custos totais 1 264 733 661 1 321 667 574 272 630 619

Receita tarifária 801 270 202 840 864 233 191 981 224

Outras receitas 71 377 673 75 068 883 9 427 390

Receitas Transacção - - 166 162

Receitas totais 872 647 875 915 933 116 201 574 777

Recuperação de custos totais (%) 69% 69% 74%

Recuperação de custos de exploração (%) 92% 92% 96%

Fonte: INAG, I.P. 2010. Dados INSAAR relativos a 2008.

3.2. SISTEMAS AGRÍCOLAS No âmbito das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foi obtido junto da Direcção-Geral de Agricultura e

Desenvolvimento Rural (DGADR) a informação relativa aos aproveitamentos do grupo II nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, sendo que, o único aproveitamento hidroagrícola na região é o da Cela.

Deste modo, no presente ponto apresenta-se a sustentabilidade dos regadios públicos através do indicador que traduz o

nível de recuperação de custos.

O cálculo dos NRC relaciona o proveito total, excluindo subsídios à exploração, com os respectivos custos totais, tendo

sido utilizado para tal, a informação que consta nos relatórios e contas de 2007, 2008 e 2009, da associação de

beneficiários que gere o aproveitamento.

O Quadro 3.9 sintetiza a informação relativa à recuperação de custos dos serviços no sector agrícola, considerando a

situação actual e a sua evolução nos últimos três anos de actividade.

No ano de 2009 o Aproveitamento Hidroagrícola da Cela apresenta um NRC total superior a 100% assegurando a

sustentabilidade da actividade. Em termos de tendência, os valores demonstram uma evolução favorável nos três anos

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em análise. Contudo, os NRC obtidos estão relacionados com a obtenção de outros proveitos, sendo que, a rubrica

prestação de serviços não demonstra um crescimento acentuado. Ainda de registar a importância da produção de

informação de gestão que, não existindo um investimento na sua organização e tratamento, pode resultar

posteriormente em NRC desfasados da realidade.

Quadro 3.9 – Níveis de recuperação de custos por aproveitamento hidroagrícola.

Indicadores de Produção Unidade Nível de recuperação de custos total

2007 2008 2009

A. H. da Cela % 91 122 168

Fonte: DGADR, 2010

4. ACESSIBILIDADE AOS RECURSOS HÍDRICOS

A adopção generalizada do princípio do utilizador-pagador e do poluidor-pagador implica a aplicação de um preço às

utilizações dos recursos que garanta a sustentabilidade do serviço para que este, no presente e no futuro, possa ser

prestado. Contudo, a aplicação de preços à utilização da água não pode colocar em risco a acessibilidade das

populações ao recurso, pelo que, no presente capítulo foi analisado o peso dos encargos com os serviços de água no

rendimento das famílias.

A avaliação da acessibilidade económica ao recurso relaciona duas variáveis, rendimento disponível das famílias e

encargos totais com os serviços. Ainda assim, existem outros factores como o índice de envelhecimento da população,

a dimensão média das famílias, o índice de poder de compra, PIB per capita, ou ainda o desemprego, que foram tidos

em consideração na análise, visto estarem directamente ligados com o tema da acessibilidade aos serviços de água.

Não existem valores predefinidos que identifiquem qual o peso máximo dos encargos a partir do qual se considera que

se está a colocar em causa a acessibilidade ao recurso, sendo que, diferentes países adoptam valores próprios,

resultando muitas vezes da percepção que têm do recurso.

Para tal, considerou-se como referência o relatório “Social Issues in the provision and pricing of water services” (OCDE,

2002), que avança com um indicador de macro-acessibilidade (limiar de acessibilidade - “threshold of affordability”),

recomendando que 3% seja o valor máximo que os encargos devem atingir, ou seja, o peso dos encargos dos serviços

de águas não deve exceder os 3% do rendimento disponível de um agregado familiar.

Foi desenvolvida uma análise abrangente que teve como objectivo identificar, não apenas os concelhos em que se

verifica um peso elevado dos encargos com o serviço da água, mas também aqueles que apresentam valores muito

baixos e que podem colocar em causa a utilização eficiente do recurso.

Dada a não disponibilização do número de agregados familiares por escalão de rendimento, optou-se por se realizar

uma análise macro, ao nível do concelho, e bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, complementada com a análise

de uma situação extrema, em que um agregado familiar tem apenas como rendimento, o valor equivalente a uma

Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG).

Em síntese, para a realização da análise, foram considerados os seguintes pontos:

• Considerou-se como relevante em termos de análise o limiar de acessibilidade recomendado pela OCDE18 de

3%;

• Utilizou-se os dados da ERSAR 2009 relativos aos encargos com os serviços de abastecimento e drenagem e

tratamento para um consumo de água de 120 m3 anuais;

18 OCDE (2002), Social Issues in the provision and pricing of water services

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• Não existindo dados disponíveis referentes aos rendimentos médios disponíveis das famílias por concelho,

optou-se por considerar os dados do INE para o ano de 2007 relativos ao “ganho médio mensal dos

trabalhadores por conta de outrem”, considerando o rácio entre população empregada e população total

aplicado ao agregado familiar médio por concelho obtendo-se o ganho médio por agregado. Posteriormente, os

dados foram actualizados para o ano de 2009 aplicando a taxa de variação homóloga das remunerações

médias declaradas disponível no Banco de Portugal19;

• Para a análise de possíveis casos extremos, utilizou-se como pressuposto que as famílias teriam apenas

rendimentos anuais equivalentes a uma RMMG, tendo sido considerado o valor de 450€20, de acordo com o

Decreto-Lei n.º 5/2010, de 15 de Janeiro.

A análise efectuada para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, considerando um consumo médio de 120

m3/ano, conclui que o peso do encargo total com o serviço, abastecimento e saneamento, no ganho médio dos

agregados familiares, está abaixo do valor de referência de 3%, o que parece garantir uma adequada acessibilidade

média aos serviços de água.

Para simular uma situação de maior fragilidade social, foi utilizado como referência um rendimento por agregado familiar

equivalente à Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG). Nestre caso verificou-se que o acesso aos serviços está

muito próximo do valor de referência de 3%, com as bacias Rio Alcabrichel (4,16%) e Rio Sizandro (4,09%) a

apresentarem os valores mais elevados das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Analisando de forma mais aprofundada os resultados dos indicadores de acessibilidade, considerando a RMMG como

única fonte de rendimento, os concelhos que apresentam valores superiores a 3% são Torres Vedras (4,49%), Alenquer

(4,20%), Peniche (3,57%), Mafra (3,17%), Leiria (3,11%) e Alcobaça (3,09%). Nestes casos, a aplicação de sistemas

tarifários sociais eficazes tem uma maior relevância na mitigação dos impactes tarifários no acesso aos serviços da

água.

Conclui-se pois que nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste os serviços de águas são disponibilizados de forma

generalizada a um preço que, em média, está abaixo do valor de referência sugerido por organizações internacionais

(e.g OCDE) (Quadro 3.10).

Quadro 3.10 – Nível de acessibilidade aos serviços de água (Abastecimento de água e saneamento de águas

residuais).

Bacia Acessibilidade (Rendimento médio) Acessibilidade (RMMG)

Rio Alcobaça 1,15% 2,75%

Rio Tornada 1,26% 2,95%

Rio Arnóia 1,06% 2,24%

Ribeira de São Domingos 1,67% 3,43%

Rio Alcabrichel 1,73% 4,16%

Rio Sizandro 1,68% 4,09%

Rio Lisandro 0,96% 2,88%

Ribeiras Costeiras do Oeste 1,06% 2,87%

Bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste 1,21% 3,05%

Fonte: ERSAR, INE e Banco de Portugal, 2010. Dados relativos a 2007 e 2009

19 Disponível em: http://www.bportugal.pt/pt-PT/EstudosEconomicos/Publicacoes/IndicadoresConjuntura/Publicacoes/ind_set10_p.pdf 20 Valor referente a 2009

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PARTE 4 – CENÁRIOS PROSPECTIVOS

Os cenários prospectivos, apresentados no presente relatório, foram desenvolvidos de forma a possibilitar a

identificação, e análise, das tendências de evolução socioeconómica, relacionadas com as pressões e impactes

gerados pelas utilizações da água.

Neste sentido, foi elaborado um cenário de referência (cenário base), um cenário de maior pressão e um cenário de

menor pressão sobre os recursos hídricos, de forma a identificar possíveis evoluções para as bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, tendo em conta o horizonte temporal do Plano (2015). Considerou-se ainda um horizonte temporal

mais alargado, de forma a perspectivar a evolução destas actividades e dos seus impactes nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste no médio e longo prazo (2021 e 2027), identificando paralelamente áreas e actividades críticas para o

bom estado das MA no futuro.

A construção dos cenários teve em consideração as principais variáveis/actividades geradoras de pressões e impactes

no recurso, nomeadamente:

• População (residente, sazonal e turistas);

• Agricultura;

• Pecuária;

• Indústria transformadora;

• Golfe;

• Energia;

• Navegação;

• Actividades de recreio e lazer;

• Pesca e aquicultura;

• Extracção de inertes.

Note-se que, os cenários de análise apresentados no presente relatório deverão contribuir, ao nível do planeamento e

gestão dos recursos hídricos para:

• Identificar e caracterizar os desfasamentos entre os objectivos de qualidade das MA e a sua real qualidade;

• Prever, no longo prazo, o estado de qualidade das MA;

• Contribuir para a identificação dos programas de medidas que possam resolver ou mitigar os desfasamentos;

• Identificar eventuais razões que justifiquem a prorrogação ou derrogação dos objectivos ambientais;

• Elaborar e justificar a lista de variáveis explicativas com vista à identificação e caracterização das pressões e

dos impactes na situação de referência.

1. METODOLOGIA

O processo de construção dos cenários prospectivos contempla:

• Análise sintética das principais forças motrizes dos sectores geradores de pressões nas MA, como por

exemplo, políticas sectoriais, de desenvolvimento territorial, investimentos estruturantes, entre outros;

• Análise sintética das variáveis exógenas, ou seja, variáveis transversais ao desenvolvimento económico

sectorial e cuja evolução poderá condicionar o desenvolvimento dos mesmos (ex: crescimento populacional,

desenvolvimento económico) e investimentos, e políticas, planeadas para os sectores envolvidos.

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Existem diversas abordagens metodológicas em matéria de cenários prospectivos, sendo que todas colocam a

“antecipação ao serviço da acção”. No presente plano, adoptou-se o Modelo Integrado e Modular de prospectiva

estratégica da escola francesa, adoptado pelo Laboratoire d’Investigation en Prospective, Stratégie et Organisation, do

qual Michel Godet é a principal referência (este modelo é também denominado de “Modelo de Construção de Cenários

de Godet”).

Na Figura 4.1 apresenta-se um esquema metodológico do Modelo Integrado e Modular, cuja estrutura se constitui como

a linha mestra do presente exercício de cenarização.

Fonte: Adaptado de “A escola francesa de prospectiva no contexto do future studies – da Comissão do Ano 2000 às ferramentas de Michel Godet”, Departamento de Prospectiva de Planeamento do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional – Documento de Trabalho n.º 1/2007

Figura 4.1 – Esquema metodológico do Modelo de Construção de Cenários de Godet.

Esta metodologia passa, antes de mais, pela assumpção de uma estratégia a que Michel Godet chama “estratégia

robusta”, isto é, variável e flexível, capaz de se adaptar às eventuais exigências de mudança no cenário de base e que

possam ocorrer até 2027. Para a definição desta estratégia foram adoptados os seguintes princípios básicos:

• Visão prospectiva – pensando o futuro expectável dos sectores de actividade até 2027;

• Pensamento estratégico – quais as opções estratégicas para cada um dos sectores relativamente à

necessidade/ consumo de água e consequentes cargas geradas por cada um deles;

• Planeamento participativo – o planeamento estratégico resulta de um esforço colectivo de reflexão sobre o

futuro e de tomadas de decisões de importância estratégica, a realizar pela ARH Tejo e os diversos agentes,

públicos e privados com responsabilidade nos sectores de actividade considerados;

Diagnóstico

Análise Estrutural Delimitação do Sistema

Variáveis – Chave

Análise Prospectiva

Análise do Jogo de Actores Identificação dos Actores

Percepção de eventuais conflitos e alianças Quadro da Estratégia dos Actores

Construção de Cenários (Análise Morfológica) Encaminhamento

Imagens Previsões

Variáveis Externas Motrizes Variáveis Externas Independentes

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• Planeamento de projectos estruturantes – entendidos como projectos de importância estratégica, identificados

em políticas, planos e programas de gestão territorial ou sectoriais, que poderão, nas actividades em causa,

conduzir a alterações estruturais à realidade actual.

Nos próximos pontos descreve-se, de forma detalhada, os diversos passos da metodologia seguida, assim como as

variáveis, elementos e indicadores utilizados em cada um deles.

2. ANÁLISE DE TÊNDENCIAS

2.1. PRINCIPAIS MACRO-TENDÊNCIAS A análise estrutural / ou de tendências consiste na:

• Análise sintética das principais forças motrizes dos sectores geradores de pressões nas MA, as quais podem

estar definidas em políticas sectoriais, nacionais e internacionais, ou serem compostas por projectos

estruturantes dos diversos sectores;

• Análise das evoluções recentes de cada sector, identificando as respectivas tendências de crescimento e a

evolução dos impactes das mesmas nas MA e na situação socioeconómica das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste;

• Análise das variáveis exógenas e endógenas relevantes, das quais se destacam o contexto macroeconómico,

demográfico e as condições sociais, bem como emprego e dinâmica sectorial.

Este tipo de análise permite, com base nas variáveis endógenas, exógenas, e nas principais forças motrizes, identificar:

• As tendências que condicionam o desenvolvimento da estratégia de longo prazo;

• Os fenómenos emergentes e eventuais pontos de ruptura nesse processo de desenvolvimento;

• As forças dominantes intermédias e de base com que o sistema deve contar em termos estratégicos.

A relação entre espaço, tempo e risco é uma equação a ter em conta sempre que se pretende fazer uma análise

prospectiva, uma vez que, quanto maior for a diferença temporal entre a elaboração dos cenários e o horizonte

considerado, maior a incerteza inerente. O estabelecimento de cenários evolutivos é dificultado ainda pelos efeitos de

uma globalização constante e dinâmica que provoca alterações, não apenas à escala global, mas também à escala

local. Alterações estas que se reflectem nas economias, nas relações comerciais, na demografia, na tecnologia, no

ambiente, na política, na ordem social e cultural. Desta forma, a evolução é profunda ao ponto de potenciar

instabilidades nas estruturas de mercado, ou de consumidores, exigindo uma permanente actualização.

Importa, por isso, perceber as principais macro-tendências, nomeadamente:

• Contexto macroeconómico – onde é abordada a evolução da economia global e portuguesa;

• Demografia – onde são apresentados os principais indicadores explicativos, bem como algumas perspectivas

de evolução;

• Emprego e dinâmica sectorial – no qual se procede a uma caracterização de âmbito europeu e nacional.

2.1.1. Contexto macroeconómico

De acordo com o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) – World Economic Outlook, de 2010, as economias

mundiais iniciaram um processo de recuperação da que se considera ser a maior crise económica desde a II Guerra

Mundial.

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Prevê-se que as economias, denominadas de avançadas, tenham uma recuperação mais lenta do que tiveram em

crises anteriores, com famílias e instituições financeiras a tentar repor as suas contas, a par de uma crescente restrição

de acesso ao crédito e instabilidade no mercado de trabalho.

As projecções do FMI apontam para uma recuperação da economia a nível mundial de cerca de 4,2% em 2011.

O futuro da economia mundial, tendo em conta as perspectivas do FMI, estará intimamente relacionado/dependente,

pelo seu grau de influência e de incerteza, no condicionamento decisivo da evolução da economia mundial, com:

• Subida do preço do petróleo;

• Insuficiência das políticas em controlar efeitos negativos decorrentes da deterioração das condições financeiras

ou do enfraquecimento económico;

• Evolução da dívida pública dos países e incapacidade no restabelecimento do equilíbrio orçamental;

• Capacidade de reacção das diferentes economias, emergentes ou desenvolvidas, à falência de empresas;

• Concentração de unidades de produção em regiões que constituam pólos de excelência nas áreas científicas e

tecnológicas com mão-de-obra altamente qualificada;

• Aumento do desemprego;

• Evolução do mercado imobiliário (apontado como um dos principais causadores da crise mundial).

No que se refere à Zona Euro, esta tem apresentado sinais de retoma, pese embora tímidos, condicionados pelo

assumir das dívidas soberanas de um conjunto de países, nos quais Portugal se integra.

No que se refere, ao conjunto dos principais parceiros nacionais (seja em volume de comércio externo seja enquanto

mercados emissores de turistas) – Espanha, França, Alemanha, Holanda e Reino Unido espera-se uma recuperação

lenta, mas sustentada.

É neste contexto macroeconómico que a economia portuguesa se insere. A sua evolução (da economia portuguesa)

nos últimos anos da década de 90 e primeiros anos deste século é caracterizada por uma diminuição da sua posição

competitiva e pelo surgimento de importantes desequilíbrios macroeconómicos, contrastando com a situação observada

nos primeiros 10 anos após a adesão à Comunidade Europeia.

O aumento da concorrência externa, agravado pela entrada de países do centro e do leste europeu, com elevados

níveis de qualificação dos recursos humanos, reduzidos custos salariais e uma localização geográfica próxima dos

grandes mercados europeus, conjugado com um conjunto de debilidades estruturais que limitam o crescimento da

produtividade e contribuem para a perda de competitividade da economia portuguesa, resultaram numa desaceleração

acentuada do ritmo de crescimento das exportações de mercadorias. Simultaneamente assiste-se em Portugal a um

forte crescimento da procura de bens de elevado valor acrescentado, que se traduz numa expansão significativa das

importações.

De acordo com as projecções de Outubro de 2010 do FMI, em Portugal, em 2011 registar-se-á uma estagnação da sua

economia.

Note-se que, as últimas previsões apresentadas pelo FMI já após a assinatura do Memurandum de entendimento entre

Portugal e o FMI, BCE e Comunidade Europeia, indicam que o país deverá registar contracção do PIB quer em 2011,

quer em 2012. Esta situação a ocorrer, deverá indiciar uma baixa da pressão sobre os recursos face às projecções

efectuadas com base nas previsões apresentadas.

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2.1.2. População e condições sociais

Segundo as projecções da Eurostat, a população europeia representaria, em 2010, 10,6% da população mundial. Esta

população é caracterizada pelo seu envelhecimento apresentando, desta forma, um forte contraste com o

rejuvenescimento da população mundial, caracterizada pelo forte crescimento populacional nos países em

desenvolvimento.

Existem dois grandes factores responsáveis pelo acentuado envelhecimento populacional na Europa:

• Baixas taxas de fecundidade;

• Esperança média de vida elevada.

Estes pontos são fonte de debate constante para as economias europeias dado que a estrutura populacional de um país

apresenta sérios impactos no mercado de trabalho, no sistema de saúde, serviços sociais, entre outros.

Tal como na Europa, Portugal é também marcado pelo envelhecimento demográfico apresentando um índice de

envelhecimento de 118% (INE, 2009).

Em 2009, Portugal é também caracterizado por apresentar:

• Um ligeiro crescimento da população residente derivado essencialmente de um saldo migratório positivo,

reflectido na taxa de crescimento migratório de 0,14% (0,09% em 2008);

• Um saldo natural negativo (- 4 943 indivíduos), de que resultou uma taxa de crescimento natural de -0,05%

(0,00% em 2008).

As projecções do INE, para os próximos anos, evidenciam:

• A continuação do envelhecimento da população;

• Uma redução do índice de renovação da população em idade activa;

• O crescimento marginal da população.

Desta forma, estas projecções demonstram a mesma tendência que projecções feitas para a população da União

Europeia.

2.1.3. Emprego e dinâmica sectorial

O mercado de trabalho europeu encontra-se num período de fragilidade. A queda do PIB real da União Europeia em

cerca de 5%, provocada pela recente recessão económica, causou uma redução dos níveis de emprego em 1,9% e

uma subida do desemprego em quase todos os estados-membros da União Europeia (Eurostat, 2009).

Em Portugal, o ano de 2009 é marcado por um decréscimo da população empregada, acompanhado por um decréscimo

do número de horas habitualmente trabalhadas e pelo aumento da taxa de desemprego.

Segundo o INE, em 2009, nos três sectores de actividade económica, a população empregada sofreu algumas

alterações:

• Nos sectores da agricultura, silvicultura e pesca (que representava 11,2% do emprego total) a população

empregada decresceu 2,8%;

• Nos sectores da indústria, construção, energia e água (28,2% do emprego total) este valor foi reduzido em

6,5%;

• No sector dos serviços (60,6% do emprego total) diminuiu 0,9%.

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Desta forma, é possível concluir que o maior choque se deu no sector secundário, seguido dos sectores primário e

terciário.

Relativamente ao número total de horas de trabalho semanais, este valor apresentou uma taxa de variação anual

negativa de 3,7% em 2009.

Nesse ano, a taxa de desemprego foi de 9,5%, em termos médios anuais, o que traduz um aumento de 1,9% quando

comparada com o valor de 7,6% verificado no ano anterior. Este crescimento da taxa de desemprego afectou os

indivíduos de ambos os sexos que passaram, no caso dos homens, de 6,5% para 8,9% e, no caso das mulheres, de

8,8% para 10,2%.

2.2. SÍNTESE

Na análise das macro-tendências que influenciam decisivamente as variáveis base dos cenários referente às pressões

sobre os recursos hídricos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste encontra-se:

• Evolução da economia;

• Evolução da população;

• Emprego e dinâmica sectorial.

Num momento de grande incerteza sobre a evolução das economias europeias e de volatilidade dos mercados, o

contexto macro onde se insere a economia portuguesa apresenta uma tendência de recuperação que, de acordo com

as previsões do FMI, deverá alcançar mais de 4,2% ao nível mundial já em 2012 e mais de 3% nos países mais

dinâmicos da União Europeia.

Portugal não deverá acompanhar esta recuperação, e o FMI, nas previsões de Outono indiciava que a economia

portuguesa devia estagnar e recuperar em 2012, algo que, tal como referido anteriormente, foi revisto em baixa.

A população portuguesa deverá apresentar uma evolução relativamente semelhante à registada no Velho Continente,

caracterizada por um envelhecimento resultante de baixas taxas de natalidade e de uma elevada esperança de vida. No

caso português a situação poderá apresentar uma tendência de agravamento resultante da passagem de um saldo

migratório positivo a negativo, decorrente do regresso de imigrantes e de um surto migratório de cidadãos nacionais.

O mercado de trabalho na Europa apresentou um agravamento em 2009 e Portugal acompanhou essa tendência. De

registar que o agravamento do desemprego em Portugal em 2009 foi maior no sector secundário e que no sector

terciário não atingiu 1%. Este ritmo de crescimento do desemprego persistiu em 2010 e deverá perdurar até 2013, de

acordo com as previsões governamentais, afectando mais o sector feminino e os jovens.

3. POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

A análise de políticas nacionais e internacionais centrou-se no estudo de políticas sectoriais e regionais que contêm

orientações para os sectores em análise, e na identificação dos impactes destas na gestão dos recursos hídricos, bem

como no estado das MA.

A análise documental é constituída por quatro partes distintas:

• “Políticas da água e ambiente”;

• “Outras políticas sectoriais”;

• “Políticas desenvolvimento e ordenamento do território”;

• “Políticas internacionais e outras relevantes”.

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3.1. POLÍTICAS DA ÁGUA E AMBIENTE Foram analisadas as seguintes políticas e programas:

• Políticas da água:

- Lei da Água;

- Plano Nacional da Água;

- Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA);

- Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2007-2013 (PEAASAR

2007-2013).

• Políticas de ambiente:

- Plano Nacional da Política de Ambiente;

- Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e a Biodiversidade;

- Plano Sectorial da Rede Natura 2000.

As principais políticas e programas da água, e ambiente, pretendem, na sua maioria, contribuir para uma melhor gestão

dos recursos hídricos, salvaguardando as necessidades de água dos diversos sectores, de forma a que os mesmos

possam continuar a desenvolver-se e a contribuir para o crescimento económico, ao mesmo tempo que se implementam

medidas para a salvaguarda dos valores ambientais e naturais associados aos recursos hídricos.

No que concerne aos recursos hídricos, são de salientar como principais orientações:

• Princípio da gestão integrada das águas e dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados e zonas

húmidas deles directamente dependentes;

• Princípio do valor social da água e da dimensão ambiental da água;

• Princípio do valor económico da água;

• Promover a sustentabilidade ambiental, económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, como

garante da procura e das melhores condições ambientais futuras;

• Promover a gestão da procura e da oferta de água, de acordo com as disponibilidades existentes nas bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste e assegurar a gestão integrada das origens de água superficiais e

subterrâneas;

• Promover a definição de condicionantes ao uso do solo e às actividades, nas albufeiras e nos troços em que o

uso não seja compatível com os objectivos de protecção dos recursos;

• Promover a protecção de recursos hídricos subterrâneos, nomeadamente os estratégicos para o

abastecimento humano.

3.2. OUTRAS POLÍTICAS SECTORIAIS Analisaram-se os seguintes documentos, cuja área de incidência se encontra organizada da seguinte forma:

• Transversais:

- Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2005-2015;

- Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013;

- Plano Operacional de Valorização do Território;

- Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira;

- Estratégia Nacional para o Mar;

- Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo;

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- Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2007/2012;

- Plano Nacional das Alterações Climáticas;

- Plano Tecnológico.

• Agricultura e Pecuária:

- Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural;

- Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PRODER);

- Lei de Bases da Política Florestal;

- Estratégia Nacional para a Floresta;

- Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-pecuários e Agro-Industriais.

• Indústria:

- Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-pecuários e Agro-Industriais;

- Plano Nacional para a Atribuição de Licenças de CO2;

- Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética.

• Energia:

- Estratégia Nacional para a Energia;

- Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética.

• Turismo, Golfe e Recreio e Lazer:

- Orientações estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário;

- Plano Estratégico Nacional do Turismo;

- Programa Nacional do Turismo da Natureza.

• Pescas e Aquicultura:

- Plano Estratégico Nacional para a Pesca;

- Orientações estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário.

• Navegação:

- Orientações estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário;

- Plano Estratégico dos Transportes;

- Programa Portugal Logístico.

Com a análise de políticas e planos sectoriais, nomeadamente de âmbito nacional, pretendeu-se aferir quais as

directrizes políticas existentes e identificar tendências nacionais que tenham impacte não apenas nos recursos hídricos,

mas igualmente nos sectores económicos cuja cenarização se elabora neste relatório.

No que se refere aos recursos hídricos, são de salientar como principais orientações:

• Manter e atingir o bom estado e o potencial ecológico das massas de água;

• Apostar num conjunto de medidas que virão a diminuir a pressão sobre os recursos hídricos;

• Apostar na protecção dos recursos hídricos e ecossistemas associados, através da criação de zonas marinhas

protegidas e da investigação e monitorização;

• Implementar perímetros de protecção das captações de água;

• Garantir o equilíbrio dos ciclos de água e dos nutrientes e a existência de corredores ecológicos;

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• Melhoria do Ambiente e Paisagem Rural, o que obrigará a investimentos em boas práticas agrícolas e

tecnologias de optimização de rega e de drenagem de afluentes com vista à protecção dos recursos hídricos;

• Apoio a iniciativas que promovam o uso eficiente da água, desde novos sistemas de rega até sistemas de

monitorização da qualidade da água;

• Protecção da natureza e a conservação dos recursos hídricos;

• Recuperação da qualidade dos recursos ambientais;

• Redução das centrais de fuel existentes que causará uma redução na produção de resíduos, nomeadamente

emissões atmosféricas que podem causar alterações ao estado das massas de água;

• Conservar dos recursos naturais e ambientais, valorizando o seu potencial turístico dentro do total respeito pela

conservação da natureza e a sustentabilidade ambiental.

3.3. POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Em matéria de planos e políticas de desenvolvimento e ordenamento do território, optou-se, na elaboração do presente

exercício de cenarização, pela análise detalhada de um conjunto de instrumentos de gestão e de desenvolvimento,

territorial, com incidência na área de estudo:

• Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT);

• Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro (PROT-C);

• Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT);

• Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML);

• Plano Estratégico de Acção para o Pinhal Litoral;

• Programa Territorial de Desenvolvimento da Região Oeste 2020;

• Programa de Acção Oeste-Leziria 2007/2013.

Salienta-se que os planos de ordenamento do território, sejam eles municipais ou sectoriais, também definem acções e

estratégias para as bacias em análise. As tipologias de planos analisadas foram as seguintes:

• Planos de Ordenamento de Orla Costeira;

• Planos de Ordenamento de Albufeiras e Águas Públicas;

• Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas.

A protecção dos recursos hídricos encontra-se contemplada tanto em políticas nacionais como em planos regionais.

Estes últimos consideram que o desenvolvimento económico e social das regiões só será possível garantindo o respeito

pelos valores naturais, e ambientais, em presença. Estes são, simultaneamente, factores de crescimento económico e

factores condicionantes para a implementação e desenvolvimento de actividades, nomeadamente mais poluentes e

causadoras de pressões nos recursos e nos ecossistemas.

Os Planos de Acção e os Programas de Desenvolvimento Territorial incidem maioritariamente no desenvolvimento

económico e social das suas áreas de intervenção, centrando-se as estratégias apontadas no aproveitamento e

valorização, dos recursos e na potenciação dos mesmos, não tendo sido identificada, em nenhum deles, qualquer eixo

estratégico dedicado à valorização e protecção ambiental de per si. Salienta-se, no entanto, que estes planos e

programas foram desenvolvidos ao abrigo dos Programas Operacionais Regionais e Temáticos, estando a

implementação dos projectos neles contemplados sujeita ao definido nos instrumentos de gestão territorial, tanto

regionais como municipais.

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3.4. POLÍTICAS INTERNACIONAIS E OUTRAS RELEVANTES Os documentos internacionais considerados mais relevantes para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram:

• Agricultural Outlook 2010-2019;

• Scenar 2020 – Scenario study on agriculture and the rural world.

A análise destes documentos permite concluir que, no futuro, se assistirá a uma quebra das terras aráveis na Europa

(em cerca de 5%), e nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste entre -5% e -10%, o que contribuirá para um

aumento de 3% das áreas agrícolas abandonadas. Ao considerar que a taxa de crescimento agrícola da Europa será

cada vez menor, devido à maior estabilidade demográfica e às poucas expectativas do aumento do rendimento per

capita na Europa nos próximo anos, a União Europeia assume que, até 2020, 25% das explorações agrícolas europeias

deverão encerrar, sendo essa quebra, nas NUTS III integrantes das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, e no

cenário base, de 5%, no máximo.

No que se refere à Política Agrícola Comum (PAC), como esta se encontra em revisão, apenas foi avaliada a expectável

tendência de evolução desta com base na bibliografia consultada, dado que as estratégias e objectivos a definir no

âmbito da revisão da PAC terão implicações no desenvolvimento da agricultura em Portugal.

Da bibliografia consultada, pode-se concluir que a nova PAC terá assim como objectivos até 2020:

• Contribuir para os rendimentos agrícolas e limitar a sua variabilidade;

• Melhorar a competitividade do sector agrícola e aumentar a sua quota de valor na cadeia alimentar;

• Compensar as dificuldades de produção em zonas com condicionantes naturais específicas;

• Garantir práticas de produção sustentável e o fornecimento melhorado de bens públicos ambientais;

• Promover o crescimento ecológico através da inovação, adoptando novas tecnologias, desenvolvendo novos

produtos, alterando os modelos de produção e os modelos de procura;

• Prosseguir as acções de mitigação das alterações climáticas e de adaptação às mesmas;

• Apoiar o emprego rural e preservar o tecido social das zonas rurais;

• Melhorar a economia rural e promover a diversificação;

• Permitir a diversidade estrutural dos sistemas de produção agrícola, melhorar as condições de vida nas

pequenas explorações e desenvolver os mercados globais.

• De entre as medidas de apoio à agricultura que se apontam, a partir de 2010, como as mais prováveis de

ocorrer, salientam-se as seguintes:

• Pagamentos directos ao agricultor;

• Promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura em zonas com condicionantes naturais específicas;

• Apoios especiais em zonas onde a agricultura tem um papel social importante;

• Criação de um regime de apoios simples destinados aos pequenos agricultores;

• Manutenção da orientação global para o mercado da PAC, destacando-se a eliminação das quotas leiteiras,

melhorando, racionalizado e simplificando os instrumentos de mercado e reforçando os instrumentos de gestão

de risco.

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Quadro 4.1 – Lista dos documentos analisados.

Políticas Documentos

Políticas e Planos da Água e do Ambiente

Lei da Água Plano Nacional da Água (PNA) Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2007-2013 (PEAASAR 2007-2013) Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e a Biodiversidade Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Outras políticas sectoriais

Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) Plano Operacional de Valorização do Território (POVT) Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira Estratégia Nacional para o Mar Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário (OESMP) Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM) Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural 2007/2013 Programa de Desenvolvimento Rural do Continente 2007/2013 Lei de Bases da Política Florestal (LBPF) Estratégia Nacional para a Floresta (ENF) Estratégia Nacional para o Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI) Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão de CO2 (PNALEII) Estratégia Nacional para a Energia (ENE) Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) 10 Produtos Estratégicos para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal – Turismo Náutico, Gastronomia e Vinhos, Sol e Mar, Touring Cultural e Paisagístico, Turismo de Negócios, Resorts Integrados e Turismo Residencial, Golfe, Turismo de Saúde e Bem-estar, City-Breaks Programa Nacional do Turismo da Natureza Plano Estratégico dos Transportes Plano Tecnológico Plano Estratégico Nacional para a Pesca

Políticas e planos de ordenamento e desenvolvimento territorial

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) Plano Regional de Ordenamento do Centro (PROT Centro) Plano Regional de Ordenamento da Área Metropolitana de Lisboa (PROT AML) Plano Regional de Ordenamento do Oeste e Vale do Tejo (PROT OVT) Programa Territorial de Desenvolvimento do Oeste Plano Estratégico de Acção para o Território do Pinhal Litoral Programa de Acção Oeste-Lezíria

4. PRINCIPAIS INVESTIMENTOS ESTRUTURANTES

A gestão dos sistemas de abastecimento público de água e de saneamento de águas residuais requer investimentos

constantes, essenciais ao bem-estar e à saúde das populações e dos ecossistemas aquáticos. Em termos gerais, estes

investimentos podem ter dois objectivos distintos principais:

Expansão dos serviços a áreas não servidas;

Manutenção/melhoria do desempenho das infra-estruturas existentes (ex. melhoria da qualidade de serviço).

Para a identificação de futuros investimentos localizados nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foram

analisados os documentos elaborados no âmbito das candidaturas aos fundos comunitários, através do Programa

Operacional de Valorização do Território (POVT) e dos Programas Operacionais Regionais (POR).

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Quadro 4.2 – Investimentos previstos para redes de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

(POR e POVT).

Municípios 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Abastecimento de Água – AA (€) Total AA

Serviços Municipalizados de Alcobaça

2.204.421 364.302 - - - - 2 568 723

SMAS Caldas da Rainha 2 251 537 2 550 000 2 525 000 2 500 000 - - 9 826 537

Drenagem e Tratamento de Águas Residuais – DTAR (€) Total DTAR

SMAS Caldas da Rainha 2 251 537 2 550 000 2 525 000 2 500 000 - - 9.826.537

SMAS de Torres Vedras 0 0 - - - - 6.661.656

AA + DTAR (€) Total AA + DTAR

Serviços Municipalizados de Alcobaça

2.204.421 364.302 - - - - 2 568 723

SMAS Caldas da Rainha 2 251 537 2 550 000 2 525 000 2 500 000 - - 9 826 537

SMAS de Torres Vedras 0 0 - - - - 6 661 656

A análise das candidaturas aprovadas permitiu identificar um investimento previsto, até 2015, de cerca de 19,01

milhões de euros, repartidos pelas três empresas do sector: Serviços Municipalizados de Alcobaça, SMAS das Caldas

da Rainha, cujo investimento (9,6 milhões de Euros) não se encontra desagregado em sistemas de abastecimento de

água e drenagem e tratamento de águas residuais, e SMAS de Torres Vedras, cujo valor apresentado nos documentos

analisados se refere aos anos de 2007 a 2011.

Não foram identificados quaisquer outros projectos estruturantes a implementar no território das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste. No entanto, considera-se que os seguintes potenciais investimentos estruturantes têm relevância para

as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste:

• Novo Aeroporto de Lisboa;

• Terceira Travessia do Tejo;

• Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto;

• Linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid;

• Plataforma Logística de Lisboa Norte (Castanheira do Ribatejo).

Os impactos destes investimentos na envolvente, nomeadamente nas MA, são distintos tanto em termos de

necessidades como de pressões.

Estes projectos relevantes para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, bem como para o país. Nota-se que

embora estes projectos tenham impacto nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, fazem sentir maioritariamente a

sua influência na região hidrográfica do Tejo. Destes resultam, no futuro, para além da pressão causada directamente

pela sua construção, a uma pressão urbanística elevada, em todas as valências da ocupação humana (urbana, turística,

industrial, equipamentos, entre outras), que deverá ser acautelada em sede de PBH Ribeiras do Oeste e,

posteriormente, em estudos Avaliação de Incidências Ambientais e Estudos de Impacte Ambiental.

Os projectos estruturantes aqui identificados terão impactos nas MA, tanto em termos de necessidades como de

pressões, distintos, consoante se trate da:

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• Fase de construção, na qual os impactos são temporários, pelo que deverão definir-se e implementar-se

medidas que os tornem reversíveis;

• Fase de exploração, em que os impactos tenderão a ser permanentes.

Análise do jogo de actores

A metodologia que suporta a análise do jogo de actores tem como objectivos:

• Identificar os actores-chave de cada sector e as suas estratégias de actuação;

• Identificar e perceber quais os jogos de alianças ou de conflitos, existentes ou potenciais;

• Identificar projecções e ambições;

• Identificar pontos fracos e pontos fortes dos actores-chave enquanto protagonistas do seu próprio futuro.

Este passo metodológico pretende contribuir para incrementar o nível de participação/implicação dos actores na

“reflexão estratégica”, sendo operacionalizado através da realização de três seminários participativos sectoriais

(“Agricultura, Pecuária, Pescas e Aquicultura”; “Turismo e Actividades de Lazer” e “Energia”), para os quais se

convidaram os principais actores-chave de cada sector. Não foi realizado nenhum seminário sob o tema “Urbano” por se

considerar que, para a análise a realizar, seriam consideradas as projecções de população já realizadas pelo Instituto

Nacional de Estatística (INE).

As principais ilações retiradas dos seminários são, por sector de actividade:

• Agricultura, pecuária e pescas:

- A eficiência da rega é cada vez maior, resultando num acréscimo de rendimentos do agricultor, que

produz cada vez mais com menos água;

- A agricultura está em declínio, concluindo-se que os regadios individuais têm tendência a diminuir, já que

não têm existido investimentos no sector e o preço dos produtos agrícolas no produtor estão muito

reduzidos, a níveis de há uma década atrás;

- Outro constrangimento registado prende-se com a idade avançada da maioria dos agricultores, não

existindo uma distribuição etária equilibrada que assegure os níveis de actividade do sector;

- Nos próximos anos, a área regada nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste continuará a diminuir,

embora a um ritmo inferior ao registado entre 1989 e 1999 (-16%);

- A aplicação da taxa de recursos hídricos poderá vir a condicionar o desenvolvimento do regadio.

• Turismo e Actividades de Recreio e Lazer:

- O futuro do turismo nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste está dependente do que ocorrer na

cidade de Lisboa e na capacidade que esta apresentar para continuar a afirmar-se como destino de city-

break preferencial dos europeus, já que foi dos poucos destinos não afectados pela crise económica;

- O ritmo de entrada de novas ofertas turísticas no mercado, sejam empreendimentos, campos de golfe ou

outros, tem vindo a derrapar no tempo, sendo o crescimento da oferta inferior ao anteriormente

projectado;

- No que toca ao desporto náutico considera-se que têm sido efectuados investimentos sem que sejam

assegurados os meios e recursos necessários à sua exploração, ficando estas infra-estruturas, após

construção, muitas vezes ao abandono;

- As autarquias e as operadoras marítimo-turísticas têm um papel muito importante na dinamização da

utilização do plano de água para os desportos náuticos, sejam a canoagem, o remo, o mergulho, ou

mesmo os passeios;

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- O Oeste apresenta um enorme potencial de crescimento da pesca desportiva, muito devido à procura

interna da mesma.

• Energia:

- As bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste têm um potencial hidroeléctrico praticamente nulo;

- Uma das hipóteses levantadas para a produção hídrica de energia no Oeste é a energia das ondas, que é

considerada ainda como experimental, associada a dois ou três projectos-piloto existente e que ainda não

é um processo de produção de energia estabilizado.

5. CENÁRIOS

A análise de cenários compreende metodologias distintas consoante o sector. No Quadro 4.3. apresentam-se os

indicadores projectados para cada um dos sectores, descrevendo-se de seguida a metodologia adoptada em cada

indicador.

Quadro 4.3 – Indicadores utilizados na construção de cenários.

Sector Indicador

População residente Habitantes

População sazonal Habitantes equivalentes

Turistas Dormidas

Agricultura Hectares regados

Pecuária Efectivos animais

Indústria Transformadora Pessoal ao serviço

Energia Capacidade instalada

Golfe Campos de golfe e número de buracos associados

Actividades de recreio e lazer *

Pesca e Aquicultura *

Extracção de Inertes *

Navegação Mercadorias movimentadas Passageiros de cruzeiro movimentados

* Análise qualitativa

5.1. POPULAÇÃO Para o cálculo da população nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste consideraram-se duas componentes, a

população residente e flutuante.

Figura 4.2 – Tendências de crescimento da população total nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, para cada

cenário (habitantes).

490.000

500.000

510.000

520.000

530.000

540.000

550.000

560.000

2009 2015 2021 2027

Maior pressão Base Menor pressão

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244 | PBH Ribeiras do Oeste www.arhtejo.pt

População residente

A projecção da população residente nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste foi baseado em projecções oficiais

do INE e nos históricos de população publicados por este Instituto, nomeadamente:

• Previsões de população para o território nacional, publicadas em Março de 2009, e realizadas para quatro

cenários distintos:

- Cenário central, efectuado com base população residente em Portugal, por sexo e idade, estimada a 1 de

Janeiro de 2008, e que considerou as tendências nacionais recentes para a fecundidade, mortalidade e

migrações;

- Cenário sem migrações, semelhante ao cenário central mas que não contempla quaisquer fluxos

migratórios externos. Este cenário é considerado como muito improvável de ocorrer pelo INE, tendo por

isso sido descartado da presente cenarização;

- Cenário baixo, onde se consideraram taxas de fecundidade e de migração inferiores às do cenário central e

uma taxa de mortalidade superior;

- Cenário elevado, no qual a taxa de mortalidade é inferior à do cenário central e as taxas de natalidade e

fecundidade superiores.

• Previsões de população para o território nacional e continental, efectuadas em Março de 2004, por NUTS III,

realizadas para o ano horizonte de 2050, considerando três cenários distintos – base, baixo e alto. Estas

projecções foram apenas efectuadas para intervalos de cinco anos, para os anos terminados em 0 e 5;

• Censos 2001;

• Estimativas de população do INE para os anos de 2007, 2008 e 2009 e que reportam à população residente

em Portugal a 1 de Janeiro de cada ano considerado.

Assumiram-se como valores da população residente em Portugal (Continente e Ilhas) para os anos horizonte da

presente projecção os apresentados pelo INE em Março de 2009.

Calculou-se, segundo um processo iterativo, o peso de cada NUTS II para o total nacional nos últimos anos, os quais

apresentam amplitudes inferiores a 1%, permitindo considerar, para efeitos de cenarização, que o mesmo é constante

ao longo de todo o período em análise (2010-2027). Aplicando estes pesos ao total nacional, obtém-se a população

residente nas duas NUTS II abrangidas pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, nomeadamente – Centro e

Lisboa.

O mesmo processo de distribuição foi então aplicado então às NUTS III e aos concelhos – cálculo do peso de cada

NUTS III para a NUTS II a que pertencem e cálculo do peso dos concelhos na NUTS III a que pertencem. No entanto, e

como as projecções de NUTS III foram apenas efectuadas de 5 em 5 anos, anos para os quais existiam valores

associados ao contributo de cada NUTS III para o total da NUTS II correspondente, interpolaram-se os quatro anos

intermédios, através de uma regressão linear. O peso dos concelhos nas NUTS III, e por não existirem projecções

oficiais do INE para os mesmos, foram considerados constantes ao longo do período em análise, tendo esse contributo

sido calculado através da aplicação de uma média ponderada, na qual se dá maior importância ao presente.

A aplicação destes contributos às unidades territoriais acima referidas permitiu obter, num primeiro passo, as projecções

de população para as NUTS III e, num segundo passo, para os concelhos.

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www.arhtejo.pt PBH Ribeiras do Oeste | 245

Após a obtenção de valores futuros de população para os concelhos integrantes das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste, aplicaram-se aos mesmos os coeficientes populacionais definidos em sede do PBH Ribeiras do Oeste, de forma

a afectar estas estimativas populacionais concelhias às respectivas bacias hidrográficas.

População flutuante

As variáveis consideradas como as mais importantes do ponto de vista da população flutuante, estão intimamente

relacionadas com a actividade imobiliária, nomeadamente associadas ao turismo. Uma região que tenha condições

naturais e estruturais para a prática de actividades de recreio e lazer, como o golfe, actividades balneares, desportos

náuticos, entre outras, tem maiores probabilidades de vir a ser local de implantação de estabelecimentos hoteleiros ou

de unidades habitacionais destinadas a segunda residência (resorts).

Note-se que, no que respeita ao turismo, existem estratégias nacionais e regionais, com objectivos de crescimento

definidos, as quais foram consideradas na presente análise, assim como as sensibilidades aferidas no jogo de actores,

que permitiram identificar quais as bacias mais vocacionadas para o turismo e nas quais se assumirão taxas de

crescimento superiores.

A capacidade de alojamento existente e a evolução da mesma também foi tida em linha de conta na cenarização do

número de turistas equivalentes.

População sazonal

A população sazonal foi calculada tendo por base os alojamentos sazonais existentes e a dimensão média da família de

cada bacia. Foram calculados os ocupantes temporários equivalentes, que, no total das bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, se estimam em cerca de 17 827 habitantes equivalentes em 2001. Depois, e por falta de informação relativa

aos dois indicadores de base para os anos subsequentes (estes apenas são contabilizados nos Censos), assumiu-se

que a população sazonal cresceria ao mesmo ritmo da população residente, para os anos horizonte do presente plano.

Assim, aplicando à população sazonal de 2001, por concelho, a mesma taxa de crescimento registada para a população

residente, obtiveram-se os valores de habitantes equivalentes sazonais para o conjunto dos concelhos integrantes das

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, aos quais se aplicaram posteriormente os coeficientes populacionais

definidos para a afectação às diversas bacias.

Turistas

A estimativa de população sazonal associada aos turistas é, de acordo com a metodologia já utilizada no ponto

referente à “Caracterização Socioeconómica” das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, calculada com base nas

dormidas, em que o número de turistas equivalentes corresponde ao número médio anual de dormidas em

estabelecimentos hoteleiros21.

De forma a estimar as necessidades futuras de água associadas aos turistas e a evolução previsível das cargas que os

mesmos vão gerar nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, caracterizou-se e projectou-se até ao ano horizonte

de análise o descritor “dormidas”, com base nos dados estatísticos do INE para o período 2004-2009. Estes

apresentavam diversas omissões, decorrentes, na maioria dos casos, do segredo estatístico a que o INE está sujeito.

Esta situação obriga a omitir os dados sempre que os elementos disponíveis pertençam a um conjunto muito limitado de

entidades (o que facilitaria a indução relativa aos valores de uma determinada entidade, neste caso estabelecimentos

hoteleiros). Estas falhas não estão apenas relacionadas com os dados concelhios tendo sido registados alguns casos

ao nível das NUTS I, II e II.

21 Metodologia “Gaspar et al, 1997”

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246 | PBH Ribeiras do Oeste www.arhtejo.pt

Verificou-se também a existência de omissões, distribuídas de forma aparentemente aleatória, passíveis de colmatar de

forma directa (como complemento dos dados existentes) ou indirecta (por estimação da quantificação de omissões, de

acordo com os seguintes processos:

Identificação dos blocos de análise – consideram-se blocos de análise como o conjunto de parcelas que permite a

comparação com uma unidade territorial de nível superior. A título de exemplo, refira-se que a NUTS II de Lisboa é

comparável com a soma das NUTS III referentes à Grande Lisboa e à Península de Setúbal, as quais constituem um

bloco de análise;

A determinação dos blocos de análise permitiu identificar omissões passíveis de completar sem recorrer a estimativas,

recorrendo apenas à diferença de valores entre a unidade territorial de nível superior e a soma das unidades territoriais

complementares a estas associadas. Tomando o exemplo anterior, existindo dados para a NUTS II de Lisboa e para a

NUTS III da Península de Setúbal, é possível determinar o valor global da NUTS III da Grande Lisboa pela diferença

entre as outras duas unidades territoriais. Este processo mostrou-se fundamental para a determinação exaustiva das

unidades de nível superior (NUTS I, II e III), sendo, por vezes, também utilizado para colmatar omissões ao nível dos

concelhos. Este processo foi repetido no final da aplicação dos diversos métodos de preenchimento de omissões,

procurando maximizar o conjunto de dados disponíveis para o modelo previsional a construir.

As séries temporais em análise apresentaram-se demasiado curtas para que se pudessem aplicar regressões com uma

qualidade estatística adequada. Tal facto deve-se, fundamentalmente, às alterações de metodologia de tratamento e

classificação de dados que o INE aplica, invalidando, muitas das vezes, a comparação entre dois anos consecutivos.

Contudo, considera-se que a escassez de valores seria mais prejudicial para o modelo previsional do que um desvio

obtido por realização de estimativas de menor qualidade. Desta forma, foram realizadas regressões lineares sobre as

séries de omissões, garantido sempre as seguintes condições de admissibilidade:

• Um número mínimo de pontos igual a 3, já que, com 2 pontos, o coeficiente de correlação (r2) é sempre perfeito

(com valor absoluto igual à unidade) não assegurando se, na realidade, existe alguma relação entre a evolução

das variáveis em análise;

• Uma correlação matemática mínima, implicando a não-aceitação dos valores sugeridos pela recta de regressão

caso o r2 <0,50.

Cenários

Nos cenários base e de maior pressão sobre os recursos hídricos, é expectável um crescimento da população total das

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, de 6% e 9% respectivamente, o que se traduz em 32 mil e 45 mil habitantes.

Todas as bacias registam aumentos ligeiros da sua população total, tanto no cenário base como no de maior pressão,

sendo a bacia Rio Lisandro a única que cresce acima dos 5%. Todas as outras vêm a sua população crescer entre os

0,1% e os 5%.

No cenário de menor pressão sobre os recursos hídricos, é expectável uma diminuição da população total das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste de, aproximadamente, 1%, ou seja, em 7 mil habitantes.

No cenário de menor pressão, apenas a bacia Rio Lisandro regista um comportamento divergente do verificado nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, sendo expectável um aumento da sua população na casa do 9%.

A evolução da população total nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste encontra-se fortemente condicionada pela

evolução da população residente.

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Nos três cenários a população residente ronda os 96%, seguida da população sazonal (3,8%) e turistas (0,2%),

percentagens estas que se mantêm relativamente constantes ao longo do período de análise, apesar do aumento

significativo esperado no segmento do turismo.

5.2. AGRICULTURA Os elementos de base utilizados na cenarização do sector da agricultura são:

• Elementos estatísticos relativos aos concelhos, retirados do Recenseamento Geral da Agricultura de 1999

(RGA99), tanto em termos de área regada como de ocupação cultural;

• Elementos das Estatísticas Agrícolas do INE entre 2000 e 2007 relativos à área regada a nível nacional.

O descritor utilizado para o cálculo das necessidades de água no sector da agricultura e consequentemente projectado

no presente cenário é o de áreas regadas (hectares) por tipo de cultura (ocupação cultural). Note-se que se assumiu na

análise em questão que o tipo de ocupação cultural se manteria constante ao longo de todo o período de cenarização

fruto da incerteza que envolve esta projecção, uma vez que a ocupação cultural está relacionada com factores como a

Política Agrícola Comum (PAC).

Figura 4.3 – Evolução relativa das áreas regadas nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por cenário (%).

Considera-se também que:

• Os dados de 2009, considerados nos cenários como situação actual, são projectados, nomeadamente no que

aos regadios individuais respeita, já que os únicos elementos estatísticos disponíveis ao nível concelhio, e que

permitem calcular o valor das áreas regadas pelas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste datam de 1999,

sendo os valores do presente exercício estimados com base nestes e nas estimativas do INE de 2007 para o

território nacional;

• Actualmente existe uma procura crescente de “produtos biológicos” e produtos de “origem demarcada e

controlada”, o que poderá contribuir para que se assista a um aumento de áreas regadas, nas quais surgirão

novas formas de agricultura;

• Por outro lado, a instabilidade da Política Agrícola Comum (PAC), que se reflecte nas ajudas aos produtores

nacionais, não permite, de forma segura, prever a evolução da agricultura em Portugal, já que esta está

intimamente relacionada com o volume de produção em cada ano e varia com o destino das ajudas. Esta

situação dificulta a escolha do agricultor face ao que plantar e não permite identificar uma tendência para os

anos futuros. A PAC encontra-se actualmente em revisão, pelo que não se considerou possível quantificar as

quotas correspondentes ao mercado português em cada cultura, no quadro da futura política agrícola comum;

-50,0%

-40,0%

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

2010 2015 2021 2027

Maior pressão Base Menor pressão

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248 | PBH Ribeiras do Oeste www.arhtejo.pt

• Ainda assim, e face à actual situação social e económica, juntamente com os apelos de diversas organizações

não governamentais ligadas ao sector, poderá assistir-se à criação de condições que promovam o regresso

das populações à agricultura, de modo a combater o desemprego e contribuir para a segurança alimentar do

país.

Os pressupostos utilizados para a projecção de áreas regadas, nos regadios colectivos e nos individuais e para três

cenários considerados são apresentados nos pontos seguintes.

Regadios Colectivos

A maioria dos regadios das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste é individual, com excepção dos Aproveitamentos

Hidroagrícolas da Cela, em exploração, e de Alvorninha, localizados na bacia Rio Alcobaça. Destes, apenas o

Aproveitamento Hidroagrícola da Cela é de grupo II, muito embora a sua área, face ao total de regadios existentes

nestas bacias hidrográficas, seja pouco relevante – 485 hectares. O aproveitamento Hidroagrícola de Alvorinha, e de

grupo III e de muito pequena dimensão (125 ha).

Por estas razões estes dois aproveitamentos foram considerados, para efeitos de cálculo de necessidades e consumos

de água e de pressões sobre os recursos hídricos, e consequentemente, para efeitos de cenarização, como

aproveitamentos individuais.

No entanto, e face às expectativas da DGADR, considera-se que no cenário de maior pressão e estando já construída a

barragem de Óbidos que constitui a origem do Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos e Bloco da

Amoreira, o mesmo estará em 2021 a regar 30% da sua área. Em 2027 esta percentagem será de 80%.

Os restantes aproveitamentos previstos pela DGADR apenas entrarão em funcionamento após 2021, estando, em 2027

a regar 50% da sua área beneficiada.

Regadios Individuais

No caso dos regadios individuais assumiram-se os seguintes pressupostos:

• Cenário base:

- Mantêm a tendência de quebra registada entre 1989 e 1999 (-16%) para o período entre 1999 e 2009;

- Para o período entre 2009 e 2019 considerar uma quebra de 10% para, nos 10 anos seguintes a

quebra ser apenas de 5% da sua área.

• Cenário de maior pressão:

- Considera-se que os regadios individuais diminuem, mas a um ritmo inferior ao verificado no cenário

base, considerando-se uma quebra de 12,5% entre 1999 e 2009, de 7,5% entre 2009 e 2019 e de

2,5% entre 2019 e 2029.

• Cenário de menor pressão:

- Optou-se por se considerar que a área regada nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

diminuiria ao ritmo registado para o território nacional, ou seja 30% entre 1999 e 2009, para, nas

décadas seguintes se considerar que esta perda de áreas regadas passaria a ser menor, ou seja,

20% entre 2009 e 2019 e 15% entre 2019 e 2029.

As razões que levaram as restantes regiões do país a perder área regada, nomeadamente em regadios individuais –

fraca rentabilidade económica, produtos vendidos a preços da década de 90, idade avançada dos seus proprietários e

pouco apoio público e investimento no sector, se alastrariam às bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, fazendo com

que a mesma registasse um incremento do ritmo de diminuição a sua área regada.

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Cenários

A análise da pressão do sector agrícola sobre os recursos hídricos é feita através da análise da área regada, quer ao

nível de regadios individuais, quer ao nível de regadios colectivos (aproveitamentos hidroagrícolas), aos quais

correspondem tendências de evolução distintas. Salienta-se que, nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, o

contributo dos aproveitamentos hidroagrícolas em exploração para o total de ares regadas é residual (Aproveitamento

Hidroagrícola da Cela).

No entanto, prevê-se, num futuro próximo, a entrada em funcionamento dos Aproveitamentos Hidroagrícolas de Óbidos

(Rio Arnoia) e de Alvorninha (Ribeira de Alvorninha), cujas barragens de regularização já se encontram construídas.

A análise efectuada permite concluir que apenas no cenário de maior pressão existe um ligeiro aumento das áreas

regadas ao longo do período em análise.

Prevê-se uma manutenção da distribuição das necessidades por cultura explorada. Dado os níveis actuais de eficiência

na utilização de água, pela agricultura, a melhoria desta, encontra-se, actualmente, fortemente dependente, de

investimentos em infra-estruturas e da adopção de métodos de rega mais evoluídos do que os tradicionalmente

utilizados.

A comparação entre as áreas regadas do RGA2009 (cerca de 17 mil ha), disponibilizadas após a conclusão deste

estudo, e as áreas regadas apuradas a partir do RGA 1999 (cerca de 18 mil ha), permite concluir que se verificou, na

área do PBH Ribeiras do Oeste uma redução da ordem dos 6% das áreas regadas, o que não é significativo.

5.3. PECUÁRIA De forma a estimar as necessidades futuras de água e a evolução prevista para as cargas poluentes presentes nas

diferentes bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste associadas à Pecuária, utilizou-se o descritor “número de

efectivos”, que suportou o modelo previsional aqui apresentado. Os dados de base relativos a este descritor são:

• Elementos estatísticos relativos aos concelhos, do Recenseamento Geral da Agricultura de 1999 (RGA99),

nomeadamente o número de efectivos pecuários (bovinos, ovinos, caprinos e suínos);

• Elementos estatísticos das Estatísticas Agrícolas do INE entre 2000 e 2007 relativos ao número de efectivos

pecuários por espécie, a nível nacional (utilizados para projectar o total nacional).

Figura 4.4 – Evolução relativa do número de efectivos pecuários nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por

cenário (%).

Embora se tenha considerado que os dados do RGA99 podem não estar actualizados para análise a efectuar, podendo,

nos últimos 10 anos, ter ocorrido alterações à distribuição geográfica dos efectivos pecuários, estes foram utilizados

-6,0%

-5,0%

-4,0%

-3,0%

-2,0%

-1,0%

0,0%

2009 2015 2021 2027

Maior pressão

Base

Menor pressão

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para repartir o total nacional verificado entre 2000 e 2009 pelas diversas unidades territoriais consideradas (NUTS II,

NUTS III e concelhos). Estas percentagens foram calculadas com base em blocos de análise, ou seja, no conjunto de

parcelas que permite a comparação com uma unidade territorial de nível superior. A título de exemplo, calculou-se o

peso da NUTS II do Centro para o total nacional de bovinos, sendo calculado posteriormente o peso da NUTS III do

Oeste para o total do Centro e por fim, o peso do concelho de Alcobaça no total do Oeste.

A razão desta projecção ter sido efectuada com base na relação entre a evolução do número de efectivos e o ano, e

não com o índice de variação do PIB – ao contrário do efectuado para a indústria e para as dormidas –, prende-se com

a não-existência de correlação entre estas duas variáveis, que apresentavam r2 inferiores a 0,1 em todos os casos, os

quais não se consideraram estatisticamente fiáveis.

Com base nos valores históricos concelhios, estimados no tratamento dos dados de base, e no coeficiente de

ponderação de área afecto a cada concelho integrante das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, foi possível

calcular o peso de cada bacia no total nacional, ao longo do período histórico em análise, através da aplicação de uma

média ponderada (na qual se dá maior importância aos anos mais recentes).

A adopção de uma média e não de uma tendência para o cálculo dos efectivos pecuários no horizonte de projecto

considerado prende-se com a pouca amplitude registada nos contributos de cada bacia para o total nacional – inferior a

0,5% em todos os casos.

Cenários

De forma a estimar as necessidades futuras de água e a evolução prevista para as cargas poluentes presentes nas

diferentes bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste associadas à Pecuária, utilizou-se o descritor “número de

efectivos”.

Em todos os cenários se prevê uma diminuição do número total de efectivos pecuários nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste entre os 4% no cenário de menor pressão e os 3% no de maior pressão. Esta diminuição será distinta

de espécie para espécie, sendo expectável que os caprinos possam diminuir até 40% no cenário de menor pressão,

enquanto a perda dos suínos é quase residual – menos de 1% em todos os cenários.

Comparando os três cenários considerados, é possível identificar duas bacias onde a redução expectável, entre 2010 e

2027, é inferior a 2,5%, nomeadamente nas bacias Rio Alcobaça e Rio Tornada.

Todas as restantes bacias apresentam perdas de efectivos pecuários entre o 2% e os 6%.

As necessidades diárias de água por espécie pecuária irão manter-se constantes ao longo do tempo, variando as

necessidades totais de água no sector em função da variação do número de efectivos pecuários.

A comparação entre os efectivos pecuários do RGA’2009 e do RGA’99 permite concluir que, com excepção dos

caprinos onde se verifica um aumento de 2%, a tendência foi para a redução de efectivos. Os suínos presentes em

2009 representam 87% do efectivo de 1999, sendo essas percentagens de 64% para os ovinos e 52% para os bovinos.

Considera-se assim que as necessidades de água para a pecuária, calculadas com os valores do RGA’99 por não ter

sido publicado o RGA’2009 à data da elaboração desta análise, estão pelo lado da segurança.

5.4. INDÚSTRIA As necessidades futuras de água e a evolução prevista das cargas poluentes presentes nas diferentes bacias das

hidrográficas das ribeiras do Oeste, associadas à Indústria Transformadora, foram estimadas recorrendo ao descritor

“pessoal ao serviço”. Foram considerados três cenários de evolução, nomeadamente o cenário base, um cenário de

menor pressão e um cenário de maior pressão.

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Figura 4.5 – Tendência de crescimento da indústria transformadora, por cenário, (pessoal ao serviço).

Este descritor, associado ao consumo e carga médios estimados por tipologia de indústria (segundo a 3.ª Revisão das

Classificação das Actividades Económicas – CAE Rev. 3, desagregada a dois dígitos), foi projectado até ao ano último

de análise (2027) recorrendo a:

• Dados históricos fornecidos pelo Gabinete de Estatística e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho e

Solidariedade Social (MTSS) para os anos de 2007 a 2009;

• Elementos estatísticos das Estatísticas Territoriais do INE – pessoal ao serviço no total da indústria

transformadora a nível nacional para os anos de 2004 a 2008;

• Consumos totais de água por subsector de actividade.

A projecção do descritor foi realizada numa abordagem botton-up, sendo primeiramente projectado o descritor até ao

ano horizonte 2027, para cada subsector da indústria transformadora e para cada concelho envolvido, sendo esses

valores concelhios posteriormente convertidos para cada uma das bacias recorrendo a coeficientes de áreas e/ou

populacionais. No decorrer do processo de projecção e agregação foi verificada a razoabilidade dos valores agregados

para cada um dos cenários de evolução analisados.

Cenários

O sector da indústria é considerado um utilizador de água intensivo e como tal é fundamental efectuar projecções da

dimensão da indústria transformadora para os próximos anos a fim de projectar as necessidades de água neste sector

para o futuro.

Os três cenários estimados – cenário base, maior pressão e menor pressão, sobre os recursos hídricos – assumem

diferentes comportamentos do descritor nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Entre 2010 e 2027, é expectável que no cenário de maior pressão a indústria transformadora cresça cerca de 47%. No

que se refere aos cenários base e de menor pressão, antecipa-se uma tendência decrescente, de 5% e 58%

respectivamente.

Note-se que, a projecção do descritor para o total da indústria transformadora considerou a tendência histórica recente

associada ao conhecimento da actual situação da economia portuguesa, bem como diferentes cenários de recuperação

projectados para a economia nacional.

Note-se que, nem todas as indústrias evoluem da mesma forma.

As necessidades de água foram estimadas com base na evolução do pessoal ao serviço das empresas da indústria

transformadora ao longo dos anos, multiplicando o número de trabalhadores pelo consumo per capita, consumo este,

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026

Maior pressão Central Menor pressão

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252 | PBH Ribeiras do Oeste www.arhtejo.pt

que se considera manter-se constantes ao longo do período em análise. Como tal, este indicador também se manterá

estável em termos relativos nos três cenários.

5.5. GOLFE Os cenários para o Golfe foram projectados utilizando a análise efectuada à base documental de políticas públicas, na

qual se afirma que este sector de actividade é estratégico para o desenvolvimento do turismo em Portugal identificando-

se também os projectos, e intenções de investimento, com base na informação disponibilizada pelo Turismo de Portugal

e a Federação Portuguesa de Golfe.

Figura 4.6 – Tendência de evolução do número de campos de golfe equivalentes, por cenário.

Com base no estado destes investimentos (em construção, em projecto e previstos) construíram-se os cenários base,

maior e menor pressão para os três anos considerados.

Foram ainda considerados, para o horizonte de 2027, a construção de novos campos de golfe, em áreas com maior

aptidão para esta actividade.

Cenários

Ponderando as várias intenções de investimento, foi possível concretizar a pressão que esta actividade poderá vir a

exercer sobre os recursos hídricos.

Considera-se que nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, e no cenário base, estarão a funcionar, em 2015, os 5

campos de golfe já em funcionamento, aos quais se juntam 5 novos campos, 3 com 9 buracos e 2 com 18 buracos.

Entre 2015 e 2021 juntar-se-ão aos primeiros 8 novos campos, 4 com 18 buracos e 4 com 9 buracos, crescimento que

será mais ligeiro em 2021-2027, com a criação de um campo com 18 buracos e outro com 9 buracos.

5.6. ENERGIA Os cursos de água existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não apresentam condições para serem

explorados para produção de energia eléctrica. Nestes termos, esta região não apresenta actualmente qualquer

produção de energia hidro ou termo eléctrica, nem se prevendo que o mesmo venha a acontecer no futuro.

Caso existam condições económicas e políticas, esta região poderá comportar no futuro, uma central de produção de

energia eléctrica a partir da energia das ondas, no âmbito de um projecto-piloto, mas, para já, não está previsto

qualquer projecto desta natureza.

Cenários

Os cursos de água existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste não apresentam condições para serem

explorados para a produção de energia hidroeléctrica. Esta região não apresenta actualmente qualquer produção de

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

2009 2015 2021 2027

Maior pressão Base Menor pressão

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energia hidro ou termo eléctrica, existindo, no entanto, um pedido para produção mini-hídrica (Aproveitamento da

Fervença).

Assume-se que, caso haja condições económicas e políticas, esta região poderá comportar no futuro, uma central de

produção de energia eléctrica a partir da energia das ondas, no âmbito de um projecto-piloto, mas, para já, não está

previsto qualquer projecto desta natureza.

5.7. NAVEGAÇÃO A navegação, entendida no presente contexto como navegação comercial (mercadorias e passageiros), não existe nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, muito embora nesta se localize uma infra-estrutura marítimo portuária com

potencial para vir a integrar o Sistema Portuário Comercial do Continente – o porto de Peniche, o qual segundo as

Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo Portuário, publicadas em Dezembro de 2006, se deverá manter sob

jurisdição e gestão desta entidade, já que as suas características naturais e a sua inserção territorial aconselham a que

se mantenha como reserva portuária estratégica.

Cenários

A navegação, entendida no presente contexto como navegação comercial (mercadorias e passageiros), não existe nas

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, muito embora nesta se localize uma infra-estrutura marítimo-portuária com

potencial para vir a integrar o Sistema Portuário Comercial do Continente – o porto de Peniche. No entanto, e de acordo

com os diversos documentos de política sectorial analisados, não se prevê que este venha a iniciar qualquer actividade

de navegação comercial no horizonte temporal dos presentes cenários prospectivos, ou seja 2027.

5.8. OUTRAS ACTIVIDADES Neste ponto incluem-se as actividades dos descritores “Pesca e Aquicultura”, “Actividades de Recreio e Lazer” e

“Extracção de Inertes”.

Os cenários associados a estas actividades, todas elas não consumptivas, constituem-se pela definição de tendências

futuras definidas já em planos e programas nacionais, tanto sectoriais como regionais.

5.8.1. Extracção de inertes

Actualmente não se regista qualquer actividade de extracção de inertes em meio hídrico nas bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste, nem se prevê que a mesma venha a desenvolver-se, seja por razões ambientais, seja porque os

cursos de água desta região não se prestam a esta actividade, pelo que não foi efectuada qualquer cenarização para

este sector de actividade.

5.8.2. Pescas

Para efeitos de cenarização considerou-se a verificação de um cenário de menor pressão que poderá ser potenciado

pela diminuição das pressões decorrentes da retracção da pesca profissional, enquanto a ocorrência de um cenário de

maior pressão no futuro poderá prender-se com o crescimento da pesca não profissional, na sua maioria não controlada

e com grande representatividade no contexto económico do sector.

5.8.3. Aquicultura

Nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, considera-se que será a bacia Ribeiras Costeiras do Oeste aquela que

poderá vir a conhecer um maior aumento da pressão sobre os recursos hídricos, no que a esta actividade respeita,

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identificando-se como locais com maior potencial para a instalação de unidades aquícolas a Lagoa de Óbidos e a zona

costeira.

5.8.4. Actividades de recreio e lazer

Considera-se que as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste conhecerão nos próximos anos um crescimento das

actividades de recreio e lazer nas massas de água, pelo que verá as pressões associadas aumentarem, seja através da

construção de novas infra-estruturas e equipamentos de apoio, seja através da intensificação da utilização das já

existentes e das margens dos rios para acesso à água. Este aumento de pressão será ainda mais acentuado na faixa

costeira.

5.9. SÍNTESE

Os cenários apresentados foram desenvolvidos de forma a possibilitar a identificação e a análise da evolução das

pressões e impactes decorrentes da utilização da água.

Apresenta-se uma síntese da evolução prevista para cada sector de actividade no cenário base, para os períodos em

análise e por bacia.

Quadro 4.4 – Tendências de evolução nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste – Cenário base

População Agricultura Pecuária Indústria Golfe Pescas e Aquicultura

Actividades de Recreio e Lazer

Período

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

2009

-15

2015

-21

2021

-27

Rio Alcobaça → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ → → → - - - - - -

Rio Tornada → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ → → → - - - - - - Rio Arnóia → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ ↑ ↑ → - - - - - - Ribeira de São Domingos

→ → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ → → → - - - - - -

Rio Alcabrichel → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ → → → - - - - - -

Rio Sizandro → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ → ↑ → - - - - - - Rio Lisandro ↗ ↗ ↗ ↘ → → → → → ↘ → ↗ → → → - - - - - - Ribeiras Costeiras do Oeste

→ → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ ↑ ↗ → ↗ ↗ ↗ ↗ ↗ ↗

BHRO → → → ↘ ↘ → → → → ↘ → ↗ ↑ ↑ ↗ -* -* -* -* -* -*

*apenas se realizam estas actividades na bacia Ribeiras Costeiras do Oeste, não se considerando por isso que, no conjunto das bacias hidrográficas das

ribeiras do Oeste haja impactes significativos.

Em suma, considera-se que para a generalidade dos sectores analisados as pressões exercidas sobre as massas de

água não conhecerão alterações significativas. Importa, contudo, destacar as pressões relativas aos sectores da

agricultura, pecuária e indústria, cuja evolução apresenta diferenças significativas face aos restantes.

Procedendo a uma síntese da análise exclusivamente centrada no cenário base, verifica-se que as pressões produzidas

pelo sector da agricultura serão objecto de um decréscimo generalizado, em todas as bacias e no período 2010-2021.

Legenda: ↓ Inferior a -25.0% ↘ Entre -25.0% e -5.0% → Entre -5.0% e +5.0% ↗ Entre +5.0% e +25.0% ↑ Superior a +25.0%

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Entre 2022 e 2027 considera-se que as áreas regadas nestas bacias hidrográficas e respectivas necessidades de água

tenderão a estabilizar.

No caso da pecuária, considera-se também vir a existir um ligeiro decréscimo do número de efectivos e respectivas

necessidades de água, no cenário base, sempre inferior a 5%.

No sector da indústria, as disparidades são mais significativas entre cenários, constatando-se que no cenário base as

pressões conhecerão um decréscimo a curto prazo de cerca de 14%, para, a partir de 2015 se conhecer um retomar da

actividade industrial, que irá causar o aumento de pressões, o qual será mais significativo no período 2021-2027.

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PARTE 5 - OBJECTIVOS

O planeamento de recursos hídricos tem como objectivo orientar a protecção e a gestão dos recursos hídricos,

compatibilizando as necessidades com as disponibilidades, de forma a garantir a utilização sustentável e assegurar a

satisfação das necessidades das gerações actuais e futuras.

Desta forma, importa que o processo de planeamento considere os objectivos estabelecidos no Artigo 1.º da Lei da

Água, relativos à protecção das águas superficiais interiores, costeiras, e das águas subterrâneas.

Assim no âmbito dos PGRH definiram-se três tipos de objectivos:

• objectivos estratégicos

• objectivos ambientais;

• outros objectivos da Lei da Água no que diz respeito a: mitigação dos efeitos das inundações e secas;

certificação do fornecimento em quantidade suficiente de água de origem superficial ou subterrânea de boa

qualidade; protecção das águas marinhas, incluindo as territoriais e cumprimento dos objectivos de acordos,

considerando também os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho.

De acordo com o Artigo 24.º da Lei da Água, o planeamento de recursos hídricos, materializado no presente PBH, tem

como objectivo orientar a protecção e a gestão dos recursos hídricos, compatibilizando as necessidades de água para

os usos com as disponibilidades de forma a:

• garantir a utilização sustentável dos recursos hídricos, assegurando a satisfação das necessidades das

gerações actuais sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias

necessidades;

• proporcionar critérios de afectação dos vários tipos de usos, tendo em conta o valor económico de cada um

deles, bem como assegurar a harmonização da gestão das águas com o desenvolvimento regional e as

políticas sectoriais, os direitos individuais e os interesses locais;

• fixar as normas de qualidade ambiental e os critérios relativos ao estado das águas.

Desta forma, importa que o processo de planeamento considere os objectivos estabelecidos no Artigo 1.º da Lei da

Água relativos à protecção das águas superficiais interiores, de transição e costeiras, e das águas subterrâneas,

nomeadamente:

• prevenir a degradação e proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos e também dos

ecossistemas terrestres e zonas húmidas directamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que

respeita às suas necessidades de água;

• promover uma utilização sustentável da água, baseada numa protecção a longo prazo dos recursos hídricos

disponíveis;

• obter uma protecção reforçada e um melhoramento do ambiente aquático, designadamente através de

medidas específicas que visem a redução gradual e a eliminação das descargas, das emissões e das perdas

de substâncias prioritárias;

• assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e evitar o agravamento da sua poluição;

• mitigar os efeitos das inundações e das secas;

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• assegurar o fornecimento de água em quantidade e qualidade suficiente para uma utilização sustentável,

equilibrada e equitativa do recurso;

• proteger as águas marinhas, incluindo as territoriais;

• assegurar o cumprimento dos objectivos dos acordos internacionais pertinentes, incluindo os que se destinam

à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho.

De seguida, são apresentados os objectivos estratégicos a adoptar para o planeamento dos recursos hídricos das

bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, os objectivos ambientais a atingir em 2015, ou em datas posteriores por

razões justificadas, em cada MA, zona protegida, e ainda outros objectivos da Lei da Água no que diz respeito a:

mitigação dos efeitos das inundações e secas; certificação do fornecimento em quantidade suficiente de água de origem

superficial ou subterrânea de boa qualidade; protecção das águas marinhas, incluindo as territoriais e cumprimento dos

objectivos de acordos, considerando também os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição no ambiente

marinho.

1. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

A dinamização de uma política de planeamento e gestão da água que permita responder aos objectivos da DQA e da

Lei da Água, requer a adopção de uma visão integrada de desenvolvimento sustentável para as bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

O planeamento e a gestão dos recursos hídricos proposta para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste assentam

na valorização dos recursos hídricos como um factor de desenvolvimento social, económico e ambiental de toda a

região, assumindo que a melhor forma de proteger os recursos é garantir a sua capacidade de utilização racional,

necessariamente respeitadora das condições do meio natural, e permitindo gerar os recursos financeiros necessários à

adequada gestão da água.

Este desígnio tem em consideração a articulação necessária entre orientações e objectivos expressos em diversos

instrumentos, programas e planos em vigor, os quais, tendo em boa parte uma dimensão de actuação a nível nacional,

interferem objectivamente com a protecção e valorização dos recursos hídricos das bacias hidrográficas das ribeiras do

Oeste.

A definição dos objectivos estratégicos teve em conta, em particular, os objectivos estabelecidos na DQA e na Lei da

Água (Artigo 1.º), para além da articulação e compatibilização com os objectivos estabelecidos em outros planos,

programas e estratégias de interesse nacional, conforme o apresentado na Figura 5.1. Estes objectivos estratégicos

foram definidos para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste, por área temática.

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Figura 5.1 – Metodologia de definição de objectivos estratégicos.

Seguidamente, apresenta-se os programas e estratégias considerados para a definição dos objectivos estratégicos para

a região hidrográfica:

• Plano Nacional da Água (PNA);

• Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA);

• Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II);

• Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI);

• Estratégia Nacional de desenvolvimento Sustentável (ENDS);

• Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira de Portugal (ENGIZC);

• Estratégia Nacional para o Mar (ENM);

• Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB).

Neste quadro de actuação, e tendo subjacente o diagnóstico efectuado, essa visão deve ser suportada pela definição de

objectivos estratégicos, que permitam materializar a programação de medidas.

Neste sentido, tendo em conta os vectores de intervenção definidos para os recursos hídricos, foram estabelecidos os

seguintes objectivos estratégicos para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste:

• Área Temática 1: Quadro institucional e normativo

Promover a racionalização, optimização e harmonização da intervenção do quadro institucional em matéria de recursos

hídricos da região, criando condições para o cumprimento integral do normativo nacional e comunitário, para uma

repartição de esforços entre os diferentes sectores utilizadores.

• Área Temática 2: Quantidade de água

Garantir a gestão sustentável da água, baseada na gestão racional dos recursos disponíveis e na optimização da

eficiência da sua utilização, de modo a assegurar a disponibilidade de água para a satisfação das necessidades dos

ecossistemas, das populações e das actividades económicas.

PNA

Objectivos estratégicos

Quadro institucional e

normativo

PNUEA PEAASAR II ENEAPAI

ENDSENGIZC

ENM ENCNB

Quantidade deágua

Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico

Estado dasmassas de água

Monitorização, investigação e conhecimento

Comunicação e governança

Quadro económico e

financeiro

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• Área Temática 3: Gestão de riscos e valorização do Domínio Hídrico

Assegurar uma gestão integrada do domínio hídrico, procedendo à prevenção e mitigação dos efeitos provocados por

riscos naturais ou antropogénicos, com especial enfoque para as cheias, secas e poluição acidental.

• Área Temática 4: Qualidade da água

Promover o bom estado das MA através da protecção, melhoria e recuperação da qualidade dos recursos hídricos da

região mediante a prevenção dos processos de degradação e a redução gradual da poluição, visando assim garantir

uma boa qualidade da água para os ecossistemas e diferentes usos.

• Área Temática 5: Monitorização, investigação e conhecimento

Promover o aumento do conhecimento sobre os recursos hídricos da região, suportado pela monitorização do estado

quantitativo e qualitativo das MA e na investigação aplicada às matérias relacionadas.

• Área Temática 6: Comunicação e governança

Promover a comunicação, sensibilização e envolvimento das populações, dos agentes económicos e de outros agentes

com interesses directos ou indirectos no sector da água, no processo de planeamento e gestão dos recursos hídricos da

região.

• Área Temática 7: Quadro económico e financeiro

Promover a sustentabilidade económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, contribuindo

simultaneamente para a utilização racional dos recursos e para a valorização social e económica dos mesmos.

2. OBJECTIVOS AMBIENTAIS

A análise das condições das MA teve em consideração o estado/potencial ecológico e o estado químico das massas MA

superficiais, o estado químico e o estado quantitativo para as MA subterrâneas, a avaliação de conformidade em

relação aos objectivos de qualidade da legislação específica das zonas protegidas, bem como a origem (tópica ou

difusa) da pressão existente que conjugado com as derrogações e prorrogações previstas no Artigo 4.º da DQA,

resultaram na definição de objectivos ambientais.

Na DQA (Artigo 4.º) e na Lei da Água (Artigos 45.º a 48.º) são definidos os objectivos ambientais para as MA

superficiais, para as MA subterrâneas e para as zonas protegidas, designadamente:

para as MA superficiais:

• evitar a deterioração do estado de todas as MA;

• alcançar o bom estado ecológico e o bom estado químico de todas as MA, com excepção das MAA e MAFM;

• alcançar o bom potencial ecológico e o bom estado químico das MAA e MAFM;

• reduzir progressivamente a poluição provocada por substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas e

cessar as emissões, descargas e perdas de substâncias prioritárias perigosas.

para as MA subterrâneas:

• evitar ou limitar a descarga de poluentes e evitar a deterioração do estado das MA;

• assegurar a protecção, melhoria e recuperação de todas as MA subterrâneas, garantindo o equilíbrio entre as

captações e as recargas dessas águas;

• inverter quaisquer tendências significativas persistentes para o aumento da concentração de poluentes que

resulte do impacto da actividade humana, com vista a reduzir gradualmente os seus níveis de poluição.

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• para as zonas protegidas:

• assegurar o cumprimento de normas e objectivos que justificaram a criação das zonas protegidas, observando-

se integralmente as disposições legais estabelecidas com essa finalidade e que garantem o controlo da

poluição.

Embora o objectivo principal seja o alcance do bom estado de todas as MA em 2015, a DQA prevê um alargamento do

prazo (prorrogação) ou a definição de objectivos menos exigentes (derrogação). Assim, a definição dos objectivos para

cada MA pressupõe a análise de risco de incumprimento dos mesmos, no sentido de antever a aplicação destas

abordagens e de consequentemente fundamentar a utilização das mesmas.

Deste modo, de acordo com o n.º 4 do Artigo 4.º da DQA, os prazos estabelecidos podem ser prorrogados para a

concretização gradual dos objectivos para as MA, desde que não se verifique mais nenhuma deterioração no estado da

MA afectada ou se verifiquem todas as seguintes condições:

• As melhorias necessárias do estado das MA não possam ser todas razoavelmente alcançadas devido a, pelo

menos, uma das seguintes razões:

- exequibilidade técnica, as medidas necessárias excedam o

prazo estabelecido;

- custos desproporcionados, em que as melhorias não

podem ser finalizadas no prazo estabelecido;

- condições naturais, em que não é possível a melhoria

atempada do estado da MA;

• a prorrogação do prazo, bem como a respectiva justificação, sejam

especificamente referidas e explicadas;

• as prorrogações sejam limitadas a períodos que não excedam o

período abrangido por duas novas actualizações do PBH (2021 e

2027), excepto nos casos em que as condições naturais sejam tais

que os objectivos não possam ser alcançados nesse período;

• a inclusão no PBH de uma breve descrição das medidas consideradas necessárias para que as MA venham

progressivamente a alcançar o estado exigido no final do prazo da prorrogação, a justificação de eventuais

atrasos significativos na aplicação dessas medidas, bem como o calendário previsto para a respectiva

execução.

Os estados-membros podem também, de acordo com o n.º 5 do Artigo 4.º da DQA, procurar alcançar objectivos

ambientais menos exigentes para determinadas MA, quando estas estejam tão afectadas pela actividade humana, ou o

seu estado natural seja tal, que se revele inexequível ou desproporcionadamente dispendioso alcançar esses

objectivos, e desde que se verifique um conjunto de condições.

Tendo em consideração o n.º 6 do Artigo 4.º da DQA, a deterioração temporária do estado das MA não é considerada

uma violação dos objectivos fixados se resultar de circunstâncias imprevistas ou excepcionais, de causas naturais ou de

força maior que sejam excepcionais ou não possam razoavelmente ser previstas, particularmente inundações extremas

e secas prolongadas, ou de circunstâncias devidas a acidentes que não possam razoavelmente ser previstos, desde

que se verifique um conjunto de condições.

De acordo com o n.º 7 do Artigo 4.º da DQA, não se considerará que os estados-membros tenham incorrido numa

violação do objectivo quando o facto de não se restabelecer o bom estado das águas subterrâneas, o bom estado

Conformidade no cumprimento dos

objectivos das captações (Classificação

QA 2009):

- 0 origens da categoria A1;

- 1 origem da categoria A2;

- 0 origens da categoria A3;

- 1 origem da categoria superior a A3;

- 1 origem sem classificação.

Conformidade no cumprimento dos objectivos das águas balneares:

- 56 águas balneares com classificação

excelente.

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ecológico ou, quando aplicável, o bom potencial ecológico, ou de não se conseguir evitar a deterioração do estado de

uma MA de superfície ou subterrâneas, resultar de alterações recentes das características físicas de uma MA de

superfície ou de alterações do nível de MA subterrâneas; ou o facto de não se evitar a deterioração do estado de uma

MA de excelente para bom resultar de novas actividades humanas de desenvolvimento sustentável e ser respeitado um

conjunto de condições.

Relativamente às zonas protegidas, a Lei da Água refere que devem ser assegurados os objectivos que justificaram a

sua criação, observando-se integralmente as disposições legais estabelecidas com essa finalidade e que garantem o

controlo da poluição.

De acordo com o Artigo 4.º da Lei da Água, existem actualmente cinco tipos de zonas protegidas com objectivos

específicos:

• zonas designadas para a captação de água destinada ao consumo humano;

• zonas designadas para a protecção de espécies aquáticas de interesse económico;

• MA designadas como águas de recreio, incluindo zonas designadas como zonas balneares;

• zonas sensíveis em termos de nutrientes, incluindo zonas vulneráveis e zonas designadas como zonas

sensíveis;

• zonas designadas para a protecção de habitats ou espécies, incluindo os sítios relevantes da Rede Natura

2000.

No que diz respeito à compatibilização dos objectivos ambientais da DQA/Lei da Água e das zonas protegidas, é

importante analisar os parâmetros comuns para a avaliação do estado e da qualidade na zona protegida. Importa

comparar as normas de qualidade estabelecidas para as várias zonas protegidas e os limiares máximos estabelecidos

para o bom estado das MA superficiais no âmbito da DQA/Lei da Água. Os parâmetros exclusivamente associados às

zonas protegidas são analisados no contexto da respectiva legislação.

Da análise referida anteriormente, resulta que as normas de qualidade da legislação específica das zonas protegidas

são, em regra, mais exigentes do que os limiares para o bom estado definidos no âmbito da DQA/Lei da Água,

nomeadamente para as águas de ciprinídeos e salmonídeos, e as águas destinadas a produção de água para consumo

humano (Classe A1 e A2). De seguida, apresentam-se os objectivos para todas as MA, tendo em consideração a

análise de incumprimento dos objectivos e os critérios para zonas protegidas.

2.1. RESULTADOS

2.1.1. Águas de superfície

No que se refere ao estabelecimentos dos objectivos ambientais, e tendo em conta a metodologia aplicada, verifica-se

que:

• 8 MA – bom estado em 2015;

• 13 MA – bom estado em 2021;

• 5 MA – bom estado em 2027;

• 14 MA – estado não classificado, facto pelo qual não foram definidos objectivos ambientais.

Os Quadro 5.1 e Quadro 5.2 apresentam os objectivos ambientais por categoria de MA e por bacia.

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Quadro 5.1 – Objectivos ambientais por categoria de MA.

Ano

Categorias de MA superficial

Rio Costeira

MA Naturais MAFM a jusante de barragens

MAFM a montante de barragens – albufeiras MAA MA Naturais

2010 2 6% 0 0% 0 0% 0 0% 2 50%

2015 2 6% 0 0% 1 100% 0 0% 1 25%

2021 12 36% 0 0% 0 0% 1 100% 0 0%

2027 5 15% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

Indeterminado 12 36% 1 100% 0 0% 0 0% 1 25%

Total 33 100% 1 100% 1 100% 1 100% 4 100%

Quadro 5.2 – Objectivos ambientais das MA superficiais interiores, por bacia, ano e categoria.

Bacia

MA Naturais MAFM MA Artificiais

Rios Costeiras Rios (jusante de barragens)

Albufeiras (montante de barragens)

2015

2021

2027

Ind.

2015

2021

2027

Ind.

2015

2021

2027

Ind.

2015

2021

2027

Ind.

2015

2021

2027

Ind.

Rio Alcobaça 2 1 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

Rio Tornada 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Arnóia 0 1 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ribeira de São Domingos 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

Rio Alcabrichel 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Sizandro 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rio Lisandro 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ribeiras Costeiras do Oeste 2 5 3 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 33 4 1 1 1

Figura 5.2 – Objectivos ambientais por bacia.

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Da análise da Figura 5.2, verifica-se que 4 bacias cumprirão o bom

estado/potencial em 2015 nalgumas das suas massas de água. As bacias

Rio Sizandro e Rio Lisandro têm massas de água que atingirão os objectivos

ambientais apenas em 2021. Destaca-se ainda o facto de existirem 14

massas de água com objectivos ambientais indeterminados, o que equivale a

35% das MA das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Verifica-se que, do comprimento total das massas de água (553 km), em 61% (337 km) desta extensão, é aplicada a

prorrogação de prazo estabelecida no n.º 4 do Artigo 4.º da DQA (Quadro 5.3), pois revela-se tecnicamente inexequível

a aplicação de medidas no prazo estabelecido (2015 ou 2021).

Quadro 5.3 – Extensões e áreas das MA nas quais as prorrogações foram aplicadas

Prorrogações Categoria 2021 2027 Total

Justificação km % km2 % km % km2 % km % km2 %

Artigo 4.º (n.º 4)

MA Rios - Naturais 178 32% - - 149 27% - - 326 59% - -

Exeq

uibi

lidad

e Té

cnic

a

MAFM Rios - jusante de barragens

0 0% - - 0 0% - - 0 0% - -

MAFM Rios - a montante de barragens - Albufeiras

- - 0,0 0% - - 0,0 0% - - 0,0 0%

MA Rio - Aritificial 11 2% - - 0,0 0% - - 11 2% - -

Costeiras - - 0,0 0% - - 0,0 0% - - 0,0 0%

Total 188 34% 0,0 0% 149 27% 0,0 0% 337 61% 0,0 0%

2.1.2. Águas subterrâneas

No Quadro 5.4 apresentam-se os objectivos ambientais para as MA subterrâneas das bacias hidrográficas das ribeiras

do Oeste, assim como a justificação para a aplicação das prorrogações previstas na DQA e na Lei da Água.

Quadro 5.4 – Objectivos ambientais para as MA subterrâneas.

MA Subterrâneas Estado Objectivo ambiental

Justificação da prorrogação 2015 2021 2027

Orla Ocidental Indiferenciado das Bacias das Ribeiras do Oeste Bom X

Maceira Bom X

Alpedriz Medíocre X

Maciço Calcário Estremenho Bom x

Paço Medíocre

x Exequibilidade técnica

Cesareda Bom x

Torres Vedras Medíocre

x Exequibilidade técnica

Caldas da Rainha-Nazaré Medíocre

x Exequibilidade técnica

No que respeita à MA Alpedriz, prevê-se que o estado bom seja atingido em 2015, dado que:

• O azoto amoniacal é o parâmetro responsável pelo estado medíocre da MA, tendo sido registados valores

médios superiores ao LQ em duas de sete estações de monitorização;

• Foram identificados valores médios de As e pH superiores ao LQ, embora limitados no espaço;

Mapa 76 – Prorrogações de acordo com o Artigo 4(4) da DQA (águas superficiais)

Mapa 77 – Prorrogações de acordo com o Artigo 4(4) da DQA (águas subterrâneas)

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• Verifica-se existir tendência estatisticamente decrescente do pH.

Relativamente às MA que apresentam estado medíocre e cujo objectivo é atingir o estado bom em 2021, verifica-se

que:

• Paço:

- Existem problemas de qualidade limitados no espaço relacionados com o NO3 e NH4, sendo o NO3 o único

parâmetro responsável pelo estado medíocre da MA. Verifica-se que em duas das quatro estações de

monitorização foi registado um valor médio deste parâmetro superior à NQA, sendo o valor da mediana de

70 mgNO3/l, e que em 63,2% das amostras os valores obtidos encontram-se acima da NQA;

- A concentração de NO3 apresenta tendência estatisticamente significativa de subida.

• Torres-Vedras:

- Existem diversos problemas de qualidade limitados no espaço, tendo sido registados valores médios

superiores ao LQ ou NQA para os parâmetros As, Cl, NH4 e pesticidas. Verifica-se no entanto que apenas

o As é responsável pelo estado medíocre da MA, sendo o valor da média de 0,051 mg/l;

- A concentração de NO3 apresenta tendência estatisticamente significativa de subida.

• Quanto à MA Caldas da Rainha-Nazaré, admite-se que o bom estado apenas seja atingido em 2027,

atendendo a que:

- O NO3 é o parâmetro responsável pelo estado medíocre da MA, sendo o valor da média de 122 mg/l. Em

35% estações de monitorização foram registados valores médios muito elevados e superiores à NQA,

atingindo-se um valor máximo de 3100 mg/l;

- Para além do NO3, existem outros problemas de qualidade numa extensa área da MA relacionados com os

parâmetros Cl, SO4, NH4, pH, condutividade eléctrica e pesticidas;

- As concentrações de NO3, Cl, SO4 e condutividade eléctrica apresentam tendência estatisticamente

significativa de subida.

No Quadro 5.5 apresentam-se as situações onde foi aplicada a prorrogação dos prazos para atingir o bom estado.

Quadro 5.5 – MA subterrâneas objecto de aplicação da prorrogação de prazos.

MA Subterrâneas % do n.º de MA onde se aplica a prorrogação Justificação % da massa de água subterrânea

onde se aplica a justificação

Paço

37,5% Exequibilidade técnica 100 Torres Vedras

Caldas da Rainha-Nazaré

De acordo com as prorrogações e derrogações previstas na Lei da Água, verifica-se que apenas o Artigo 50.º da Lei da

Água é aplicado às MA subterrânea, dado que se prevê que todas as MA apresentem estado bom no máximo até 2027.

Da análise efectuada verifica-se que apenas três MA subterrâneas não se encontram em condições de atingir o bom

estado até 2015, designadamente Paço, Torres Vedras e Caldas da Rainha-Nazaré, que correspondem a cerca de

37,5% do número total de MA subterrâneas das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

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3. OUTROS OBJECTIVOS

3.1. MITIGAR OS EFEITOS DAS INUNDAÇÕES E DAS SECAS

Com a publicação do Decreto-Lei n.º 115/2010, de 22 de Outubro, são estabelecidos os objectivos para mitigar os

efeitos das inundações, nomeadamente a definição de unidades de gestão de riscos de inundação, a elaboração de

cartas de zonas inundáveis ou ameaçadas por cheias (incluindo nestas últimas as zonas ameaçadas pelo mar) e a

elaboração de cartas de riscos de inundações, indicativas das potenciais consequências prejudiciais associadas a

diferentes cenários de ocorrência destes fenómenos, incluindo a avaliação das actividades que provocam o aumento

dos riscos dos mesmos.

Outros objectivos para mitigar cheias centram-se no desenvolvimento de planos de gestão dos riscos de inundações,

centrados na prevenção, protecção, preparação e previsão destes fenómenos. Os planos de gestão de riscos de

inundações devem ter em conta as características próprias das zonas a que se referem e prever soluções específicas

para cada caso, bem como o disposto nos planos de emergência de protecção civil.

Relativamente ao objectivo de mitigar os efeitos das secas importa, elaborar e implementar um plano de mitigação dos

efeitos da seca e definir limites admissíveis de sobre-exploração e deterioração da qualidade temporária da água em

situações de seca.

3.2. ASSEGURAR O FORNECIMENTO EM QUANTIDADE SUFICIENTE DE ÁGUA DE ORIGEM

SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA DE BOA QUALIDADE

Relativamente ao objectivo especifico que visa garantir a qualidade e quantidade de água na origem até 2015 importa:

• garantir a qualidade da água nas origens superficiais e subterrâneas para os diferentes usos, acautelando a

gestão sustentável e integrada das origens subterrâneas e superficiais;

• assegurar a quantidade de água na origem de forma a garantir o nível de atendimento de 95% às populações e

o desenvolvimento das actividades económicas, mesmo para períodos mais secos e promover o aumento da

capacidade de reserva nos sistemas públicos de abastecimento de água de acordo com a dimensão dos

aglomerados;

• assegurar 80% das necessidades no abastecimento para rega, garantindo o volume anual correspondente às

necessidades de água para rega das culturas permanentes e 95% das necessidades estimadas para o

abastecimento dos efectivos pecuários;

• promover até 2015 a redução das perdas nos sistemas públicos de abastecimento para 15%;

• promover a delimitação de perímetros de protecção às origens destinadas à produção de água para consumo

humano, contemplando a implementação das condicionantes definidas;

• articulação das condicionantes dos vários perímetros de protecção das diferentes origens, destinadas à

produção de água para consumo humano, considerando as necessidades quantitativas de cada origem.

3.3. PROTEGER AS ÁGUAS MARINHAS, INCLUINDO AS TERRITORIAIS E ASSEGURAR O

CUMPRIMENTO DOS OBJECTIVOS DOS ACORDOS INCLUINDO OS QUE SE DESTINAM À

PREVENÇÃO E ELIMINAÇÃO DA POLUIÇÃO NO AMBIENTE MARINHO

Através da implementação da DQA/Lei da Água, pretende-se contribuir para o cumprimento dos objectivos dos vários

acordos e compromissos internacionais referentes à protecção do ambiente marinho.

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A protecção das águas marinhas no âmbito das convenções internacionais relaciona-se não só com os aspectos

ecológicos e a importância do mar no processo de conservação e de desenvolvimento das espécies, mas também com

a importância que os aspectos socioeconómicos relacionados com a navegação e transportes marítimos têm no

desenvolvimento e funcionamento do Mercado Interno.

Para promover a protecção das águas marinhas, a Comunidade Europeia e os estados-membros são signatários de

vários acordos internacionais, nomeadamente a Convenção para a Protecção do Meio Marinho na Zona do Mar Báltico

(HELCOM), a Convenção para Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR) e a Convenção para a

Protecção do Mar Mediterrâneo contra a Poluição.

No contexto das Convenções referidas, importa às Partes Contratantes tomar medidas, legislativas e administrativas,

com o objectivo de prevenir e combater a poluição, proteger e melhorar os meios marinhos abrangidos. A estratégia da

Convenção OSPAR consiste no desenvolvimento de programas para identificar, priorizar, monitorizar e controlar estas

substâncias, através da redução e/ou eliminação das descargas, emissões e perdas de substâncias perigosas

susceptíveis de atingirem as águas marinhas.

Os objectivos definidos na Convenção OSPAR são: “reduzir continuamente as descargas, emissões e perdas de

substâncias perigosas com o objectivo último de atingir concentrações no ambiente marinho próximas do valor de

referência para as substâncias que ocorrem naturalmente e próximas de zero para as substâncias sintéticas” e que

todos os esforços devem ser feitos para atingir o objectivo de “cessação das descargas, emissões e perdas de

substâncias perigosas no ano 2020”.

3.4. APLICAÇÃO DA ABORDAGEM COMBINADA

O Artigo 10.º da DQA estabelece que os estados-membros devem assegurar que as descargas para os meios hídricos

de superfície estarão sujeitas a um controlo com base na “abordagem combinada”, que consiste na implementação de

controlos de emissão baseados nas melhores técnicas disponíveis, valores-limite de emissão ou melhores práticas

ambientais. Como não é incluída na DQA uma definição dos controlos ou práticas mencionados, é definido o conjunto

de normas comunitárias onde a “abordagem combinada” já é em certa medida considerada e que serve de referência

para a aplicação da referida abordagem no âmbito da presente Directiva:

• Directiva 96/61/CE (prevenção e controlo integrados da poluição);

• Directiva 91/271/CEE (tratamento de águas residuais urbanas);

• Directiva 91/676/CEE (poluição causada por nitratos de origem agrícola);

• Futuras Directivas adoptadas ao abrigo do Artigo 16.º da presente Directiva;

• Directivas-filhas da Directiva 76/464/CEE;

• Outra legislação comunitária relevante.

Sempre que uma norma de qualidade, estabelecida no âmbito da DQA, nas Directivas incluídas no Anexo IX (i.e.

Directivas-filhas da Directiva 76/464/CEE) ou noutra legislação comunitária, exija condições mais exigentes do que

aquelas resultantes da aplicação dos controlos de emissões especificados nas Directivas referidas no Artigo 10.º,

devem ser estabelecidos controlos de emissões mais restritivos.

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PARTE 6 – PROGRAMA DE MEDIDAS

1. ENQUADRAMENTO

De acordo com o Artigo 11.º da DQA, cada região hidrográfica deve estabelecer um programa de medidas que tenha em

conta os resultados da caracterização da região hidrográfica, o estudo do impacto da actividade humana sobre o estado

das águas, a análise económica das utilizações da água e os objectivos ambientais definidos no Artigo 4.º da mesma

Directiva. O programa de medidas deve incluir medidas de base e, se necessário, medidas suplementares e medidas

adicionais. No âmbito da DQA, são também previstos os Planos Específicos de Gestão das Águas (PEGA). A Lei da Água

estabelece ainda um conjunto de medidas complementares para o cumprimento dos objectivos mais abrangentes

associados à gestão dos recursos hídricos.

Foram definidas as seguintes áreas temáticas para a identificação de medidas:

AT1 – Quadro Institucional e Normativo – Integram-se medidas referentes à publicação e implementação do regime

económico-financeiro dos recursos hídricos, do regime de utilização de recursos hídricos, do regime de exercício da

actividade industrial e pecuária e a regulamentação da Lei da Água.

AT2 – Quantidade de Água – O programa de medidas visa promover a aplicação eficaz do Plano Nacional para o Uso

Eficiente da Água, assim como condicionar, restringir e interditar as utilizações susceptíveis de comprometer o

cumprimento dos objectivos específicos em termos de quantidade e de qualidade das massas de água, nomeadamente

com o controlo das captações de águas superficiais e subterrâneas e outras infra-estruturas hidráulicas, através do

estabelecimento de um regime de licenciamento ou registo.

AT3 – Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico – Enquadram-se medidas que permitem minimizar riscos

de poluição e, por outro lado, promover a valorização do domínio hídrico, dando ênfase ao contínuum dos rios e à

requalificação e renaturalização dos mesmos, assim como assegurar a implementação de um regime de caudais

ecológicos para cada aproveitamento hidráulico.

AT4 – Qualidade da Água – O programa de medidas visa proteger, melhorar e recuperar as massas de água, tendo em

conta o objectivo de atingir o bom estado/bom potencial. Destaca-se o controlo das descargas de águas residuais, através

do estabelecimento de um regime de licenciamento. Salienta-se ser ainda objectivo deste programa promover a aquisição

de informação que permita classificar o estado das massas de água para as quais não foi possível inferir o seu estado.

No respeitante às águas subterrâneas acresce ainda medidas regulamentares para fixar limiares para todos os poluentes

e indicadores de poluição, de acordo com critérios a que se refere o Artigo 3.º, alínea b), e o anexo II da Directiva n.º

2006/118/CE, do Parlamento Europeu, do Conselho de 12 de Dezembro de 2006.

AT5 – Monitorização, Investigação e Conhecimento – Integram-se medidas que promovem a obtenção de informação

tanto pela via da monitorização como da investigação. De entre estas medidas destacam-se as que visam optimizar os

programas de monitorização, tendo em conta aspectos de cariz económico e técnico, com vista ao preenchimento de

lacunas de dados que impossibilitam o conhecimento aprofundado da realidade em termos de recursos hídricos. Outra

aposta, consiste no desenvolvimento estudos-piloto, que permitem um verdadeiro teste à aplicação de determinadas

medidas do terreno, nomeadamente no que se refere aos meios técnicos e financeiros necessários, especificações

técnicas aplicadas, impacto nas actividades económicas e análise dos benefícios associados.

AT6 – Comunicação e Governança – Identificam-se medidas para promover programas de comunicação, informação ao

cidadão, educação cívica e de apoio à governança.

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AT7 – Quadro Económico e Financeiro – O programa de medidas contempla acções para recuperação dos custos dos

serviços da água, incluindo os custos ambientais e de escassez. Estas medidas visam assegurar o contributo adequado

dos diversos sectores económicos, tendo em conta o princípio do utilizador-pagador e o estabelecimento de uma política

de preços da água.

Para cada área temática foram identificadas Medidas de Base, Medidas de Base DQA, Medidas Suplementares, Medidas

Adicionais e Medidas Complementares. Esta diferenciação das medidas é estabelecida pela legislação em vigor, sendo o

seu enquadramento seguidamente apresentado:

Medidas de Base – Medidas para garantir o cumprimento da legislação comunitária, correspondentes à alínea a) do n.º 3

do Artigo 11.º da DQA e especificadas na Parte A do Anexo VI da mesma Directiva e alíneas c), g), h), i), j), l), m), n), o),

p) e q) do n.º 3 do Artigo 30.º da Lei da Água

Medidas de Base Directiva-Quadro da Água – Medidas correspondentes aos requisitos mínimos para cumprir os

objectivos ambientais ao abrigo da legislação em vigor e que englobam as medidas, os projectos e as acções previstas no

n.º 3 do Artigo 11.º da DQA (com exclusão da alínea a) que se refere às medidas de base) e no n.º 3 do Artigo 30.º da Lei

da Água e são estruturadas da seguinte forma:

• Medidas para recuperação dos custos dos serviços de água;

• Medidas para promoção do uso eficiente e sustentável da água;

• Medidas para protecção das captações de água para consumo incluindo as definidas para reduzir o nível de

tratamento requerido para a produção de água potável;

• Controlo das captações de água doce de superfície e subterrânea e armazenamento de águas doces de

superfície ou registo(s) das captações e obrigatoriedade de autorização prévia extracção e armazenamento;

• Controlo das autorizações de recarga artificial ou aumento das massas de água subterrâneas;

• Obrigatoriedade de regulação das descargas de fontes pontuais passíveis de causar poluição;

• Medidas de prevenção e controlo de entrada de poluentes provenientes de fontes difusas;

• Medidas de controlo de qualquer outro impacto adverso no estado da água, em particular impactos

hidromorfológicos;

• Proibição de descargas directas de poluentes nas águas subterrâneas;

• Medidas para eliminar a poluição das águas de superfície por substâncias prioritárias e reduzir a poluição de

outras substâncias que possam prevenir o cumprimento dos objectivos previstos na DQA e Lei da Água;

• Quaisquer medidas para prevenir perdas significativas de poluentes de instalações técnicas e prevenir ou

reduzir o impacto de casos de poluição acidental.

Medidas Suplementares – Visam garantir uma maior protecção ou melhoria adicional das massas de água, sempre que

tal seja necessário, nomeadamente para cumprimento de acordos internacionais relevantes, de acordo com o n.º 6 do

Artigo 30.º da Lei da Água e medidas aplicadas para além das básicas, com a finalidade de alcançar os objectivos

estabelecidos no Artigo 4.º da DQA e estabelecidas no Anexo VI da Parte B. As medidas suplementares podem consistir

em:

• Instrumentos legislativos;

• Instrumentos administrativos;

• Instrumentos económicos ou fiscais;

• Acordos ambientais negociados;

• Controlos das emissões;

• Códigos de boas práticas;

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• Recriação e recuperação de zonas húmidas;

• Controlos das captações;

• Projectos de construção;

• Projectos de reabilitação;

• Projectos educativos;

• Projectos de investigação, desenvolvimento e demonstração, e

• Outras medidas relevantes.

Medidas Adicionais – São medidas aplicadas às massas de água em que não é provável que sejam alcançados os

objectivos ambientais, medidas previstas no n.º 5 do Artigo 11.º da DQA e Artigo 55.º da Lei da Água. Foram

consideradas os seguintes tipos de medidas adicionais:

• A investigação das causas do eventual fracasso;

• Revisão e o ajustamento dos programas de controlo, conforme adequado;

• Estabelecimento de normas de qualidade ambiental adequadas, segundo procedimentos fixados no Anexo v da

DQA e no Anexo V do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março.

Medidas Complementares – Conjunto de medidas para sistemática protecção e valorização dos recursos hídricos para

alcançar os objectivos previstos no n.º2 do Artigo 32.º da Lei da Água. São as medidas previstas nos Artigos 33.º ao 43.º

da Lei da Água. Tendo em conta os resultados do diagnóstico do estado actual das massas de água da área das bacias

hidrográficas das ribeiras do Oeste e os cenários prospectivos para 2015 por sector económico responsável pelas

pressões sobre as massas de água, avaliou-se, para as massas de água com estado inferior a bom, a necessidade de

implementação de novas medidas para atingir os objectivos ambientais para cada massa de água, isto é, o bom estado

em 2015.

A definição do programa de medidas para 2009–2015 teve como base um processo de selecção de medidas exaustivo,

que contemplou o levantamento de medidas em curso ou previstas desde 2009, e uma proposta de medidas a

implementar até 2015. A Figura 6.1 apresenta a percentagem de medidas proposta e previstas por tipo de medida

identificada.

Figura 6.1 – Percentagem de medidas proposta e previstas por tipo de medida identificada.

17

6

4

7

5

14

25

1

9

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Medidas de Base

Medidas de Base DQA

Medidas Suplementares

Medidas Adicionais

Medidas Complementares

Previstas Propostas

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A selecção de medidas foi realizada recorrendo a um conjunto alargado de ferramentas, utilizadas em função das

especificidades de cada uma, de onde se destaca a exequibilidade técnica e a análise custo-eficácia. A partir desta

análise foi possível avaliar investimentos e proceder a uma priorização, sendo seleccionadas as medidas com melhor

relação custo-eficácia. Procura-se, desta forma, promover uma optimização do orçamento disponível.

O levantamento das medidas previstas (em curso) baseou-se nas medidas constantes no programa do Quadro de

Referência Estratégico Nacional (QREN), nas Declarações de Impacte Ambiental (DIA), nos Planos e Relatórios de

Actividades da Administração de Região Hidrográfica do Tejo (ARH do Tejo, I.P.), nos Planos Estratégicos Nacionais e no

Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos (FPRH). Em simultâneo, foi desenvolvido um levantamento dos

incumprimentos da legislação comunitária e do ponto de situação dos processos de infracção comunitários levantados

contra Portugal pela Comissão Europeia. Para os casos em que se demonstre que, mediante o catálogo de medidas

disponíveis, mesmo assim, ainda não será possível atingir o bom estado em 2015, são aplicadas derrogações ou

prorrogações, acompanhadas da devida justificação, e são propostas medidas suplementares para fazer face à situação

em causa.

2. MEDIDAS POR TIPO

O Programa de Medidas para as bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste inclui um total de 88 medidas distribuídas

por 22 medidas de base, 20 medidas de base DQA, 29 medidas suplementares, 1 medida adicional e 16 medidas

complementares. O Quadro 6.1 apresenta o número de medidas por tipo de medida e por área temática associada aos

tipos de massas de água aplicadas.

Quadro 6.1 – Número de medidas por tipo de medida e por área temática associada aos tipos de massas de água

aplicadas.

Área Temática Tipo de Massa de Água Medida de Base Medida de base

DQA Medida

Suplementar Medida Adicional Medida Complementar

AT1

Sup_Sub - 5 - - -

Superficiais - - 2 - 1

Subterrâneas - - - - -

AT2

Sup_Sub - 1 - - -

Superficiais - - 3 - -

Subterrâneas - 1 - - 1

AT3

Sup_Sub - - - - 2

Superficiais 2 1 2 - 9

Subterrâneas - - - - -

AT4

Sup_Sub 1 5 4 - -

Superficiais 13 3 5 - -

Subterrâneas - 2 2 - -

AT5

Sup_Sub 2 - 4 - -

Superficiais 2 - 4 1 2

Subterrâneas 1 - 1 - -

AT6

Sup_Sub - - 1 - -

Superficiais 1 - - - 1

Subterrâneas - - - - -

AT7

Sup_Sub - 2 - - -

Superficiais - - 1 - -

Subterrâneas - - - - -

Total 22 20 29 1 16

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O Quadro 6.2 apresenta o número de Medidas de Base, medidas para dar

cumprimento a legislação comunitária e nacional, contempladas no

Programa de Medidas e associadas a cada norma comunitária. Estas

medidas são na sua maioria medidas previstas, i.e, que se encontram em curso para resolver problemas relacionados

com as pressões tópicas, difusas, regulações de caudal e alterações morfológicas. No que se refere às medidas

referentes à Directiva das Águas Residuais Urbanas, estas reportam, nomeadamente, intervenções em sistemas de

drenagem e tratamento de águas residuais urbanas (construção, recuperação e ampliação de estações de tratamento de

águas residuais urbanas e sistemas de tratamento).

Quadro 6.2 – Número de Medidas de Base identificadas para cada norma comunitária.

Norma Comunitária Medidas de Base (n.º)

Directiva das Águas Balneares (2006/7/CE) 1

Directiva Aves (79/409/CEE) -

Directiva das Águas de Consumo Humano (80/778/CEE) alterada pela Directiva 98/83/CE -

Acidentes Graves (Seveso) (96/62/CE) 1

Directiva para Avaliação de Impactos Ambientais (85/337/CEE) 3

Directiva relativa à Utilização Agrícola de Lamas de Depuração (86/278/CEE) 2

Directiva das Águas Residuais Urbanas (91/271/CEE) 12

Directiva dos Produtos Fitofarmacêuticos (91/414/CEE) -

Directiva Nitratos (91/676/CEE) -

Directiva Habitats (92/43/CEE) 2

Directiva relativa à Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (96/61/CE) 1

Total 22

As Medidas de Base DQA são medidas de aplicação obrigatória e estão associadas a um conjunto especifico de

objectivos e /ou tipo de pressões (Quadro 6.3).

Ficha detalhada de caracterização de medidas

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Quadro 6.3 – Medidas de Base DQA associadas a um conjunto especifico de objectivos e/ou tipo de pressões

Objectivo/tipo de pressão Medidas

Prevenção de perdas significativas de poluentes de instalações técnicas e prevenir ou reduzir o impacto de casos de poluição acidental

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Revalidação do Título de Utilização dos Recursos hídricos emitidos para os sectores de actividade susceptíveis de causar poluição por substâncias perigosas Eliminação da poluição das águas de

superfície por substâncias prioritárias e reduzir a poluição de outras substâncias perigosas

Prevenção e controlo da emissão de poluentes provenientes de fontes tópicas

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(RE

AP)

Proibição de rejeição de águas residuais urbanas através de sistemas de infiltração no solo

Definir limites de descarga para as unidades industriais ligadas a colectores municipais

Prevenção e controlo da emissão de poluentes provenientes de fontes difusas

Identificação das áreas condicionadas à utilização agrícola de lamas de depuração e espalhamento de efluentes pecuários

Aplicação da obrigatoriedade de impermeabilização artificial de sistemas de tratamento e/ou armazenamento de águas residuais

Controlo de qualquer outro impacto adverso no estado da água, em particular impactos hidromorfológicos

Implementação de um regime de caudais ecológicos para cada aproveitamento hidráulico

Recuperação dos custos dos serviços de água

Implementação da recomendação tarifária ERSAR n.º 2 de 2010

Publicação do Diploma do regime económico-financeiro dos recursos hídricos

Promoção do uso eficiente e sustentável da água Implementação do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

Protecção das captações de água doce superficiais e subterrâneas

Delimitação e publicação dos perímetros de protecção das captações de água superficiais e subterrâneas para abastecimento público

Integração dos dados relativos aos níveis de tratamento das águas destinadas ao consumo humano

Aplicação das portarias relativas aos perímetros de protecção das captações para abastecimento público

Controlos das captações de água doce de superfície e subterrâneas

Substituição da comunicação prévia de início de utilização de águas subterrâneas pela autorização

Controlo da recarga artificial ou aumento das massas de água subterrâneas -

Proibição de descargas directas de poluentes nas águas subterrâneas -

O Quadro 6.4 apresenta as medidas suplementares para as massas de água superficiais e subterrâneas agrupadas por área

temática.

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Quadro 6.4 – Medidas suplementares para as massas de água superficiais e subterrâneas agrupadas por área temática.

Área Temática Medida Ano

início Ano fim

Tipo de pressão

Entidade responsável pelo Investimento

/operação

Entidade responsável pela

monitorização Local

Massa de água superficial e subterrânea

AT4

Implementação de um sistema integrado de gestão dos Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos (TURH)

2010 2015 Aplicável a todas ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

Apoio à implementação de planos de segurança da água para consumo humano

2012 2015 Aplicável a todas

Entidades gestoras dos serviços de água ERSAR BH Ribeiras

do Oeste

Implementação do Código das Boas Práticas Agrícolas 2009 2015

Fontes Tópicas e Difusas

Produtores agrícolas e agro-pecuários DRAP Nacional

Implementação e acompanhamento da Estratégia Nacional de Efluentes Agro-pecuários e Agro-Industriais – ENEAPAI

2009 2015 Fontes

Tópicas e Difusas

Associações de produtores de animais DRAP e ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

AT5

Definição de programa plurianual de fiscalização 2012 2015 Aplicável a

todas

ARH Tejo/IGAOT/Municípios

/SEPNA/Polícia Marítima

ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Optimização das redes de monitorização de avaliação do estado das massas de água e das zonas protegidas

2012 2012 Aplicável a todas ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

Desenvolvimento e implementação de estudos piloto

2011 2012 Aplicável a todas ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

Reforço da monitorização da água para abastecimento público

2012 2015 Fontes

Tópicas e Difusas

Entidades gestoras dos serviços de água ERSAR BH Ribeiras

do Oeste

AT6 Desenvolvimento de acções de sensibilização e formação 2009 2015 Aplicável a

todas ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Massa de água superficial

AT1

Elaboração de um Manual sobre o Regime Jurídico da Utilização dos Recursos Hídricos na Perspectiva Contra-Ordenacional

2012 2013 Fontes

Tópicas e Difusas

ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Complemento dos sistemas de classificação do estado e do potencial ecológico das massas de água superficiais

2010 2015 Aplicável a todas ARH Tejo/INAG ARH Tejo

Massas de água

específica

AT2

Desenvolvimento de estudos de simulação da exploração de albufeiras

2012 2015 Fenómenos

extremos (cheias/secas)

ARH Tejo ARH Tejo Massa de

água específica

Reconversão de canais de rega 2012 2015 Captações de

água

Associação de Regantes e

Beneficiários da Cela DRAP

Massa de água

específica

Desenvolvimento de um estudo para identificação das zonas potenciais para a reutilização de águas residuais urbanas tratados e de águas pluviais

2013 2014 Fontes Tópicas

Entidades gestoras de serviços de água ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

AT3

Implementação do Plano de Gestão da Enguia para Portugal

2011 2021 Aplicável a todas

DGPA / ARH Tejo/INAG/ANF/FCUL/I

O/Polícia Marítima/ICNB/EDP/As

sociações de regantes/outros

concessionários de aproveitamentos

hidráulicos

ARH Tejo Massas de

água específicas

Plano para restabelecimento 2012 2015 Regulação de ARH Tejo/Titulares de ARH Tejo BH Ribeiras

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Área Temática Medida Ano

início Ano fim

Tipo de pressão

Entidade responsável pelo Investimento

/operação

Entidade responsável pela

monitorização Local

da conectividade dos cursos de água para a fauna piscícola

caudais e alterações

morfológicas

aproveitamentos hidráulicos e outras

infra-estruturas transversais

do Oeste

AT4

Implementação de zonas tampão (Buffer Strip) 2013 2014 Fontes

Difusas DRAP ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Construção, ampliação ou remodelação de estações de tratamento de efluentes pecuários

2010 2015 Fontes Tópicas

Trevo Oeste e AdP (participação em 35%

no capital social da Trevo Oeste) +

Município de Rio Maior

ARH Tejo Massas de

água específicas

Construção do Sistema de Saneamento do Casal Camarão

2009 2013 Fontes Tópicas Águas do Oeste ARH Tejo

Massas de água

específicas

Intervenções na Lagoa de Óbidos 2012 2015

Regulação de caudais e alterações

morfológicas

INAG INAG Massa de

água específica

Estudo complementar para avaliação do impacto das pressões

2011 2015 Fontes

Tópicas e Difusas

ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

AT5

Estudo do impacto das alterações climáticas no cumprimento dos objectivos ambientais

2012 2012 Aplicável a todas ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

Integração de programas de monitorização desenvolvidos nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

2010 2015 Fontes

Tópicas e Difusas

ARH Tejo/ Associações/Entidades

Gestora/Municípios ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

Estabelecer um programa de descarga de caudais sólidos nos aproveitamentos hidráulicos existentes nas bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste

2012 2014

Regulação de caudais e alterações

morfológicas

ARH Tejo ARH Tejo Massas de

água específicas

Implementação de redes de monitorização de caudal sólido

2012 2013

Regulação de caudais e alterações

morfológicas

ARH Tejo ARH Tejo Massas de

água específicas

AT7

Estudo para aplicação de coeficientes de escassez diferenciados por bacia no cálculo da Taxa Recursos Hídricos

2012 2012 Fenómenos

extremos (cheias/secas)

ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Massa de água subterrânea

AT4

Estabelecimento de condicionantes à construção de novas captações de água subterrânea

2011 2013 Captações de água ARH Tejo ARH Tejo

Massa de água

específica

Estabelecimento de excepções aos limites de qualidade das águas subterrâneas

2011 2012 Aplicável a todas INAG ARH Tejo BH Ribeiras

do Oeste

AT5

Sistema de monitorização dos ecossistemas aquáticos e terrestres dependentes de águas subterrâneas

2012 2015 Fontes

Tópicas e Difusas

ARH Tejo n.a. Massas de

água específicas

Considerando o n.º5 do Artigo 11.º da DQA, “Se os dados de monitorização ou outros indicarem que não é provável que

sejam alcançados os objectivos definidos no Artigo 4.º, os estados-membros devem garantir: a investigação das causas

do eventual fracasso”. No que se refere às 14 massas de água superficiais com estado não classificado, propõe-se um

estudo para identificar as pressões que causam impactes nas massas de água, complementando o inventário, de modo a

melhorar o conhecimento baseado na investigação e na monitorização.

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O Quadro 6.5 apresenta, as medidas complementares para as massas de água superficiais e subterrânea agrupadas por

área temática.

Quadro 6.5 – Medidas complementares para as massas de água superficiais e subterrâneas agrupadas por área

temática.

Área Temática Medida Ano

início Ano fim

Entidade responsável pelo Investimento

/operação Entidade responsável pela

monit. Local

Massa de água superficial e subterrânea

AT3

Estabelecimento de reservas estratégicas para fazer face a situações de escassez

2012 2015 ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Sistema de Previsão e Gestão de Secas 2012 2015 ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Massa de água superficial

AT1

Elaboração de uma estratégia para protecção e valorização do litoral e respectiva implementação

2009 2015 ARH Tejo/ Municípios ARH Tejo/ Municípios Massas de água específicas

AT3

Reabilitação e requalificação de linhas de água 2011 2015 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água

específicas

Demarcação de troços navegáveis e flutuáveis 2012 2012 INAG/ ARH Tejo INAG/ ARH Tejo Massas de água

específicas

Elaboração do projecto do “Guia metodológico para elaboração do Plano de Gestão de Risco de Inundações para Zonas Urbanas"

2012 2013 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água específicas

Torres Vedras Proactiva – Sistema de Prevenção e Gestão de Riscos (SPGR)

2010 2015 Município de Torres Vedras ARH Tejo Massas de água

específicas

Realização de parcerias no âmbito da reabilitação das linhas de água

2010 2012 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água específicas

Classificar e realizar planos de emergência para todas as barragens de classe 1

2009 2013 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água específicas

Definição de áreas a preservar ao nível das bacias hidrográficas

2013 2015 ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Elaboração de Planos de Ordenamento de Albufeira 2011 2015 INAG INAG BH Ribeiras do Oeste

Desenvolvimento de Planos de Gestão de Riscos de Inundações

2012 2015 ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

AT5

Criação e Implementação de Sistema de Monitorização do Litoral

2011 2015 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água costeiras

Sistema de informação, fiável, sobre as origens superficiais 2012 2015 ARH Tejo ARH Tejo Massas de água

específicas

AT6 SIARL – Sistema de Informação de Apoio à Reposição da Legalidade

2009 2015 ARH Tejo ARH Tejo BH Ribeiras do Oeste

Massa de água subterrânea

AT2 Delimitação das zonas de infiltração máxima 2012 2015 ARH Tejo/ Municípios n.a. Massas de água

subterrâneas

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3. ANÁLISE CUSTO EFICÁCIA

A análise custo-eficácia (ACE), deve ser o instrumento prioritário para selecção de uma combinação de medidas que

consiga, através do menor custo, atingir os objectivos propostos.

Para esta análise, foram definidas prioridades em termos espaciais, ou temporais, tendo em conta os seguintes aspectos:

• Custos financeiros de investimento;

• Custos financeiros de operação e manutenção;

• Outros custos relevantes para a(s) promotora (s) da medida;

• Custos económicos (se aplicável);

• Eficácia na redução de pressões.

Note-se que este instrumento é obrigatório para a análise de medidas suplementares e complementares, que não estejam

já previstas para o cumprimento de objectivos ambientais, ao contrário das medidas de base, uma vez que estas têm

carácter obrigatório (excepto nos casos em que a legislação aplicável permita alguma flexibilidade nas soluções a

adoptar).

A eficácia das medidas (impactes físicos devidamente quantificados que contribuam para o cumprimentos dos objectivos)

foi avaliada na componente de definição dos pacotes de medidas alternativas, tendo sido estimada pericialmente.

As medidas sujeitas a ACE foram previamente seleccionadas do catálogo de medidas, através da avaliação da sua

exequibilidade técnica, e sujeitas a um procedimento de triagem que permitiu identificar as medidas com maior potencial

de resolução dos problemas verificados na MA.

A ACE, de forma a cumprir rigorosamente os seus objectivos, teve em consideração os seguintes passos:

• Identificação das MA com estado inferior a bom em 2015;

• Identificação dos parâmetros responsáveis pelo estado inferior a bom (CBO5, Ntotal e Ptotal);

• Quantificação do desvio entre estado estimado em 2015 e bom estado ecológico (GAP analysis);

• Identificação de medidas técnicas específicas com maior potencial de resolução;

• Avaliação das medidas em termos de eficácia na redução de pressões;

• Quantificação e avaliação dos custos das medidas;

• Ordenação de medidas pelo seu custo;

• Cálculo de indicadores – rácio custo-eficácia, redução obtida e percentagem de cumprimento do objectivo;

• Elaboração de um ranking das medidas mais custo-eficazes.

A definição do programa de medidas e a elaboração de um ranking de medidas de base e suplementares, baseado no

critério custo-eficácia é o contributo económico chave para o PBH Ribeiras do Oeste.

Este programa de medidas envolve todos os agentes com responsabilidades na região, no sentido de preparar

intervenções que possam garantir uma evolução positiva do estado de qualidade das MA. Apenas desta forma se

conseguirá alcançar até 2015 as metas de qualidade da água fixadas na DQA para todas as MA das bacias hidrográficas

das ribeiras do Oeste.

Compreendendo a importância de todas as medidas para a promoção de uma melhor gestão das MA, nem todas as

medidas têm um impacte efectivo na redução das pressões e, consequentemente, no estado das mesmas.

Neste âmbito podem ser identificados dois grandes segmentos de medidas:

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• As medidas focadas apresentam uma incidência directa sobre uma ou mais MA, visando corrigir parâmetros

relevantes para a qualidade das mesmas. A implementação das medidas pode ser desenvolvida por diversos

promotores públicos, ou privados, sobre quem recai a competência e/ou a responsabilidade de corrigir a

situação identificada. A título exemplificativo, deste tipo de medidas, refere-se o reforço da

expansão/manutenção da rede de saneamento, a deslocalização de animais ou o recurso ao pousio na

actividade agrícola;

• As medidas estruturais têm uma relevância fundamental para o estado da qualidade das MA, apresentando

uma incidência genérica sobre os agentes da sociedade, moldando comportamentos e intervenções,

apresentando efeitos mensuráveis a médio e longo prazo. A sua incidência é directa sobre as causas

estruturais que geram os problemas na qualidade da MA e, no limite, a sua eficácia plena conduziria a um nível

óptimo do estado de qualidade das MA das bacias hidrográficas das ribeiras do Oeste.

Estas últimas podem ser sistematizadas nos seguintes grupos:

- Sensibilização / comunicação;

- Monitorização;

- Fiscalização;

- Legislação / licenciamento;

- Instrumentos de Gestão;

- Projectos de requalificação;

- Prevenção (riscos, armazenamento, cheias).

4. INVESTIMENTO TOTAL

O conjunto de medidas apresentado no PBH Ribeiras do Oeste obriga à mobilização de recursos financeiros avultados.

No quadro seguinte é apresentado o valor total de investimento, por tipologia de medidas, associado à implementação do

programa de medidas (previstas e propostas).

Quadro 6.6 – Valor total de investimento por tipologia de medidas.

Tipo de medida Custos totais das medidas (€) Comentários

Medidas de base 33 544 394 €

Não foi possível apurar a totalidade dos custos, dada a natureza de algumas medidas

Medidas de base DQA 497 390 €

Medidas suplementares 18 657 025 €

Medidas complementares 1 316 741 €

Medidas Adicionais 200 000 €

A implementação do programa de medidas representa um investimento total de 54,2 milhões de euros.

Conhecido o valor total de investimento, importa perceber qual o esforço afecto a cada uma das entidades envolvidas,

nomeadamente à ARH Tejo.

No Quadro 6.7 é apresentado o custo de investimento associado às entidades responsáveis pela sua implementação e

operação.

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Quadro 6.7 – Valor total de investimento, por entidade responsável.

Entidade responsável Custos totais das medidas (€)

Medidas previstas

INAG 15 486 497 €

Águas do Oeste 10 102 850 €

SIMTEJO 3 900 000 €

ARH Tejo 1 032 633 €

Município de Torres Vedras 262 289 €

EDM S.A. – Empresa de Desenvolvimento Mineiro 133 732 €

Entidades gestoras de serviços de água 101 910 €

ARH Tejo / Associações/Entidades Gestora/Municípios 76 076 €

Operadores / Produtores de lamas 45 000 €

Entidades gestoras / ARH Tejo 10 500 €

ICNB / ARH Tejo 10 500 €

Total 31 161 986 €

Medidas propostas

Entidades gestoras de serviços de água 19 708 800 €

ARH Tejo 2 368 385 €

INAG 210 900 €

DRAP 150 000 €

Dono de obra 112 500 €

ARH Tejo/IGAOT/Municípios/SEPNA/Polícia Marítima 90 000 €

Actividades com risco de acidentes de poluição 67 200 €

Associações de produtores de animais 67 200 €

ARH Tejo / APA 50 000 €

Produtores agrícolas e agro-pecuários 50 000 €

INAG/ARH Tejo 45 000 €

ARH Tejo/Titulares de aproveitamentos hidráulicos e outras infra-estruturas transversais 37 500 €

Associação de Regantes e Beneficiários da Cela 30 000 €

Associações de regantes e municípios 20 000 €

DGPA / ARH Tejo/ INAG / ANF / FCUL / IO/ Polícia Marítima / ICNB / EDP / Associação de regantes / outros concessionários de aproveitamentos hidráulicos

18 000 €

ERSAR / INAG / ARH do Tejo 18 000 €

MADRP / ARH Tejo 10 080 €

Total 23 053 565 €

A maior parte do esforço financeiro necessário para implementar o programa de medidas, incluindo medidas previstas e

propostas, cerca de 93%, será da responsabilidade de outras entidades, que não a ARH Tejo, como por exemplo

Entidades Gestoras e Municípios.

Esta distribuição justifica-se na medida em que são estas as entidades responsáveis pela construção de infra-

estruturas, as quais têm associadas necessidades superiores de recursos financeiros. Note-se que cerca de 81% do

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valor de investimento das medidas propostas correspondem ao cumprimento dos objectivos do PEAASAR II (aumento

do nível de atendimento dos sistemas de recolha e tratamento de águas residuais para níveis próximos dos 90%).

No que se refere à ARH Tejo, esta é responsável por cerca de 7% do valor de investimento total necessário, sendo que

70% corresponde a medidas propostas e 30% a medidas previstas. Na figura seguinte é apresentado o peso relativo do

esforço de investimento, da ARH Tejo, por tipo de medidas.

Figura 6.2 – Peso relativo do esforço de investimento da ARH Tejo por tipo de medida.

A figura seguinte apresenta a distribuição do montante global de investimento para as diferentes áreas temáticas

(medidas previstas e propostas).

Nota: AT1 - Quadro institucional e normativo; AT 2 - Quantidade de água; AT 3 - Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico; AT 4 - Qualidade da água; AT 5 - Monitorização, investigação e conhecimento; AT 6 - Comunicação e governança e Quadro económico e financeiro.

Figura 6.3 – Distribuição do investimento por área temática, medidas previstas e propostas.

Como seria de esperar, a área temática que mobiliza mais investimento é a AT 4 – Qualidade da água, apresentando

um peso bastante significativo, de cerca de 94% do total de investimento, ou seja, 51,2 milhões de euros. Esta área

temática congrega medidas de controlo de pressões que obrigam a investimentos avultados, como estações de

tratamento de águas residuais e redes de saneamento.

As áreas temáticas AT 3 – Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico e AT 5 – Monitorização, investigação e

conhecimento apresentam também alguma expressão em termos de investimento, 1,6 milhões de euros e 0,9 milhões

de euros, respectivamente.

Previstas30%

Propostas70%

0% 0%3%

94%

2% 0% 0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

AT1 AT2 AT3 AT4 AT5 AT6 AT7

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No que se refere ao investimento total afecto a sectores (medidas prevista e propostas), este representa, cerca de 68%

do valor total de investimento, ou seja, 37 milhões de euros.

O sector com maior representatividade é o sector urbano, o qual representa, cerca de 92% do total do investimento por

sectores, correspondendo a 33,9 milhões de euros. Tal como referido anteriormente, o elevado peso deste sector pode

ser justificado por compreender investimento/construção de infra-estruturas. Os restantes sectores, nomeadamente o

sector da agricultura, produção animal, e indústria são os sectores com menor peso no investimento total por sectores,

representando, em termos totais, cerca de 8% do investimento.

A figura seguinte, apresenta a distribuição do investimento por sector (medidas previstas e propostas).

Figura 6.4 – Distribuição do investimento por sector, medidas previstas e propostas.

Note-se que, as medidas previstas para o sector agrícola e de produção animal são aplicadas de forma agregada,

contudo, no que se refere ao programa de medidas, este inclui medidas propostas com implicações específicas para

cada sector.

5. FINANCIAMENTO

O programa de medidas apresentado deverá ser, para a sua efectivação, suportado por um conjunto de fontes e

instrumentos financeiros que garantam o adequado grau de cobertura em termos orçamentais. Deste modo, no âmbito da

programação financeira de medidas, dados os condicionalismos que poderão provocar na implementação do plano de

medidas, é fundamental:

• A realização de um exercício de projecção de fontes de receita válidas para o financiamento da sua

implementação;

• identificação/conhecimento das regras para atribuição de financiamento;

• conhecer prazos de encerramento dos programas de financiamento e níveis de comparticipação.

Foram consideradas as fontes de financiamento apresentadas no Quadro seguinte.

Quadro 6.8 – Potenciais fontes de financiamento, por área temática.

Área temática Potencial fonte de financiamento

Qualidade da água Investimento privado (produtores agrícolas e pecuários); Recursos próprios da ARH Tejo e INAG; Orçamento do estado (PIDDAC);

18%28%

67%

42%

100%

82%72%

33%

100%

58%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Agric. Agric. e Prod. Animal

Aplicável a todos

Indústria Produção animal

Urbano

Proposta

Prevista

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Área temática Potencial fonte de financiamento FPRH; FEDER; Fundo de Coesão (PO factores de competitividade).

Quantidade dos Recursos Hídricos

Investimento privado (associação de regantes); Recursos próprios da ARH Tejo; Orçamento do Estado; FPRH; Fundo de Coesão (PO valorização do território).

Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico

Investimento privado (empresas com aproveitamento hidráulico); Recursos próprios da ARH Tejo; Orçamento do Estado; Fundo de Coesão (PO valorização do território e PO factores de competitividade).

Quadro Institucional e normativo

Recursos próprios da ARH Tejo e dos municípios promotores; Orçamento do Estado; FPRH; Fundo de Coesão (PO factores de competitividade).

Quadro Económico e Financeiro Recursos próprios da ARH Tejo; Orçamento do Estado; Fundo de Coesão (PO valorização do território).

Monitorização, investigação e desenvolvimento

Recursos próprios da ARH Tejo; Orçamento do Estado; FPRH; Fundo de Coesão (PO valorização do território).

Comunicação e Governança Recursos próprios da ARH Tejo; Orçamento do Estado; Fundo de Coesão (PO valorização do território).

A ARH Tejo pode financiar uma parte do programa de medidas através do recurso a receitas próprias. De acordo com a

informação disponibilizada pela ARH Tejo, é expectável que a Taxa de Recursos Hídricos (TRH), principal fonte de

receitas próprias (em 2009 e 2010 representou cerca de 82% e 96% do total de receitas próprias, respectivamente), varie

entre 5 e 7,5 milhões de euros por ano, para o período de 2011 a 2015. No que se refere ao FPRH, e tendo em conta as

verbas afectas à ARH Tejo nos últimos anos, é expectável que as candidaturas a submeter possam representar

anualmente, pelo menos, um montante de financiamento nacional da ordem dos 2 a 3 milhões euros, para o período em

análise (2011-2015).

Contudo, em resultado do elevado esforço financeiro associado ao programa de medidas, será necessário recorrer a

recursos exógenos à ARH Tejo para que a globalidade do programa seja concretizado. Podendo-se recorrer, por

exemplo, mediante a natureza/tipologia das medidas, a capitais próprios de entidades gestoras de sistemas de

saneamento.

Note-se que o confronto das necessidades com as disponibilidades financeiras é fundamental para aferir da razoabilidade

de implementação do programa de medidas. Dado os condicionalismos actuais, resultado da situação menos favorável

em que Portugal se encontra, acrescido do facto de alguns dos programas comunitários estarem em revisão, o programa

apresentado teve em consideração não apenas a exequibilidade técnica das medidas, mas a sua razoabilidade

económica.

No Quadro 6.9 apresenta-se o investimento total anualizado e actualizado a preços de 2011, referente às medidas

propostas entre 2011 e 2015 (para efeitos de cálculo foi considerada uma taxa de desconto de 12% - considerando um

diferencial/spread entre as obrigações do Tesouro português a 10 anos e as bund alemãs de 998 pontos base,

acrescido de uma taxa de inflação de 2% e uma distribuição homogénea ao longo do tempo do investimento).

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Quadro 6.9 – Investimento total anualizado, medidas propostas.

2011 2012 2013 2014 2015

Investimento anualizado 4 277 213 € 4 614 021 € 3 630 588 € 3 236 787 € 2 811 008 €

6. PROGRAMAÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA

A programação financeira constitui-se como a componente operacional do PBH Ribeiras do Oeste, apresentando-se no

presente sub-capítulo o cronograma de implementação do programa de medidas, por área temática, para as medidas

propostas (ver Figura 6.5). Note-se que, a programação financeira teve em consideração:

Contributo de cada medida para o alcance do objectivo;

Orçamento disponível ARH Tejo;

Tipologias de medidas.

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Figura 6.5 – Plano de acção/implementação, por área temática, medidas propostas.

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PARTE 7 – SISTEMA DE PROMOÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

1. ENQUADRAMENTO

A implementação do PBH Ribeiras do Oeste deve ser realizada considerando um sistema de promoção,

acompanhamento e avaliação adequada. O processo de acompanhamento e avaliação do PBH Ribeiras do Oeste tem

como objectivo averiguar de que forma a sua implementação está em conformidade com as linhas de orientação e

objectivos definidos pelo Plano e medir e avaliar o grau de execução das medidas propostas durante o período de

aplicação do Plano.

Esta proposta inclui, em particular, um conjunto de indicadores de avaliação e um modelo de promoção e

acompanhamento, suficientemente detalhado para a sua possível aplicação.

2. INDICADORES DE AVALIAÇÃO

Entende-se que a implementação adequada do PBH Ribeiras do Oeste só será possível através de um sistema de

promoção, acompanhamento e avaliação adequado que se apoie num conjunto de indicadores de forma a precisar uma

maior objectividade e consistência do processo de planeamento. Por esse facto, sugere-se que todo o processo de

planeamento e de implementação esteja suportado por esse modelo de indicadores.

Existindo vários modelos conceptuais ou conjuntos de indicadores, desenvolvidos por várias organizações, que podem

ser utilizados para a caracterização dos recursos hídricos da região, considerou-se que o sistema deve ser completo, mas

simples, garantindo-se a capacidade efectiva para produção de indicadores. É necessário ainda ser assegurada a recolha

da informação de forma fácil e não onerosa, devendo igualmente assegurar-se que os indicadores são mensuráveis e

auditáveis, dado que será necessário garantir a qualidade de informação utilizada.

São exemplos de modelos de indicadores o modelo PSR: Pressão – Estado – Resposta, desenvolvido pela OCDE ou o

modelo DPSIR: Força Motriz – Pressão – Estado – Impacto – Resposta, desenvolvido pela APA. Pela natureza do

exercício de planeamento que constitui o PBH Ribeiras do Oeste optou-se por adoptar o modelo DPSIR.

Os indicadores de forças motrizes caracterizam as principais variáveis geradoras de pressões. Os indicadores de pressão têm como objectivo caracterizar as pressões que se verificam sobre os recursos hídricos da região. São

caracterizadas as pressões antropogénicas de origem doméstica ou das actividades económicas. Os indicadores de estado devem descrever o estado geral da qualidade das MA. Enquanto os indicadores de estado se focam nas

características físicas mensuráveis do ambiente, os indicadores de impacto visam capturar os efeitos que as pressões

podem ter sobre esse estado. Finalmente, os indicadores de resposta devem encontrar-se directamente relacionados

com os projectos definidos no PBH Ribeiras do Oeste, e visam, por um lado, caracterizar quais as respostas que estão a

ser obtidas, e por outro, avaliar o desempenho das medidas propostas.

Todavia, deve notar-se que os indicadores são ferramentas relevantes mas devem ser analisados dentro do seu contexto,

dado que a simplificação de realidades complexas a números simples acarreta a necessidade de perfeita compreensão

dos conceitos em uso e de uma contextualização para evitar análises erróneas.

O sistema de indicadores de medição da eficácia e eficiência dos Planos irá contemplar os níveis e âmbitos da área das

bacias hidrográficas, de cada bacia e MA, e permitir avaliar a evolução do estado, das pressões, das respostas e do

progresso conducente ao cumprimento dos objectivos ambientais. Neste âmbito, importa assegurar que os indicadores

seleccionados são passíveis de determinar nomeadamente a escalas supra região hidrográfica. Uma vez que o processo

de elaboração do PNA não está concluído, será conveniente compatibilizar o modelo de indicadores proposto para o PBH

Ribeiras do Oeste com o modelo que vier a ser estabelecido no PNA.

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Foi seleccionado um conjunto de indicadores que se apresenta seguidamente, e que se encontra dividido pelas áreas

temáticas definidas no PBH Ribeiras do Oeste. Este conjunto de indicadores permite caracterizar de que forma o estado

da área das bacias hidrográficas evolui (Quadro 7.1 a 7.7).

Para além destes indicadores gerais, são ainda identificados indicadores de avaliação específica da aplicação de

medidas, também apresentados em cada uma das fichas caracterizadoras de medidas. Estes indicadores serão muito

relevantes para o exercício de reporte à Comissão Europeia.

Quadro 7.1 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 1 – Quadro institucional e normativo.

Área temática 1 – Quadro institucional e normativo

Indicadores de forças motrizes

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

Cumprimento no envio de auto-controlo (%) Percentagem de auto-controlo enviado, face ao total de utilizadores licenciados

Indicadores de impacte

Indicadores de resposta

Directivas comunitárias sem transposição (%) Percentagem de directivas comunitárias, no domínio da politica da água, sem transposição para o direito nacional ou com transposição incompleta.

Diplomas legais nacionais em incumprimento (%) Percentagem de diplomais legais nacionais, no domínio da politica da água, em incumprimento

Cumprimento do Decreto-Lei n.º 382/99, de 22 de Setembro Percentagem de captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República face ao total existente

Eficiência da actividade de fiscalização em 2009 (%) Relação entre o número de situações resolvidas e o número de situações detectadas durante as acções de fiscalização

Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos emitidos em 2009 (n.º) Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos (TURH) emitidos pela ARH Tejo, I.P.

Fiscalização de Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos em 2009 (%) Percentagem de TURH fiscalizados face ao total emitido

Quadro 7.2 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 2 – Quantidade de água.

Área temática 2 – Quantidade de água

Indicadores de forças motrizes

Densidade populacional (hab/km2) Número de habitantes por quilómetro quadrado

Precipitação em ano médio (mm) Precipitação anual média

Temperatura (ºC) Temperatura média anual

Escoamento na foz dos rios Alcobaça, Tornada, Arnóia, Alcabrichel, Sizandro e Lisandro, na ribeira de São Domingos e nas ribeiras Costeiras do Oeste em regime natural (hm3/ano)

Escoamento na foz dos rios Alcobaça, Tornada, Arnóia, Alcabrichel, Sizandro e Lisandro, na ribeira de São Domingos e nas ribeiras Costeiras do Oeste em regime natural, em ano médio

Escoamento na foz dos rios Alcobaça, Tornada, Arnóia, Alcabrichel, Sizandro e Lisandro, na ribeira de São Domingos e nas ribeiras Costeiras do Oeste em regime modificado (hm3/ano)

Escoamento na foz dos rios Alcobaça, Tornada, Arnóia, Alcabrichel, Sizandro e Lisandro, na ribeira de São Domingos e nas ribeiras Costeiras do Oeste em regime modificado, em ano médio

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Área temática 2 – Quantidade de água

Indicadores de pressão

Captações superficiais (n.º) Número total de captações superficiais inventariadas

Captações subterrâneas (n.º) Número total de captações subterrâneas inventariadas para os diversos usos

Volume anual de água superficial captado para abastecimento urbano (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem superficial para abastecimento urbano (hm3/ano)

Volume anual de água superficial captado para agricultura (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem superficial para agricultura (hm3/ano)

Volume anual de água superficial captado para industria (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem superficial para industria (hm3/ano)

Volume anual de água superficial captado para outros usos consumptivos (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem superficial para outros usos consumptivos (hm3/ano)

Volume anual de água subterrânea captado para abastecimento urbano (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem subterrânea para abastecimento urbano (hm3/ano)

Volume anual de água subterrânea captado para agricultura (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem subterrânea para agricultura (hm3/ano)

Volume anual de água subterrânea captado para pecuária (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem subterrânea para pecuária (hm3/ano)

Volume anual de água subterrânea captado para industria (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem subterrânea para industria (hm3/ano)

Volume anual de água subterrânea captado para outros usos (hm3/ano) Volume anual total de água captado com origem subterrânea para outros usos (hm3/ano)

Necessidades de água anuais do sector urbano (hm3/ano) Necessidades de água anuais do sector urbano

Necessidades de água anuais do sector agrícola (hm3/ano) Necessidades de água anuais do sector agrícola em ano médio

Necessidades de água anuais do sector industrial (hm3/ano) Necessidades de água anuais do sector industrial

Necessidades de água anuais do sector pecuário (hm3/ano) Necessidades de água anuais do sector pecuário

Necessidades de água anuais do sector do turismo (hm3/ano) Necessidades de água anuais do sector do turismo

Superfície agrícola regada (%) Percentagem de superfície agrícola regada

Superfície agrícola irrigável (%) Percentagem de superfície agrícola irrigável

Perdas de água nos sistemas de abastecimento público (%) Percentagem média de perda de água nos sistemas de abastecimento público da RH5

Indicadores de estado

Capacidade de armazenamento útil em albufeiras (hm3) Capacidade de armazenamento útil em albufeiras

Massas de água subterrâneas com tendência de descida dos níveis piezométricos (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com tendência de descida dos níveis piezométricos

Massas de água subterrâneas com extracções superiores a 90% da recarga (%) Percentagem de massas de água onde as extracções de água são superiores a 90% da recarga

Indicadores de impacte

Taxa de utilização global dos recursos hídricos superficiais (%) Taxa de utilização global dos recursos hídricos superficiais

Indicadores de resposta

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Área temática 2 – Quantidade de água

Taxa de utilização global dos recursos hídricos superficiais (%) Taxa de utilização global dos recursos hídricos superficiais

Massas de água subterrâneas com estado quantitativo medíocre (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com estado quantitativo medíocre

Nível de atendimento do abastecimento público de água (%) Nível de atendimento do abastecimento público de água

Preço médio da água (€/m3) Preço médio da água, tendo em conta o encargo médio dos utilizadores com a água e a Taxa de Recursos Hídricos

Captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República (n.º) Número de captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República

Quadro 7.3 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do

domínio hídrico.

Área temática 3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico

Indicadores de forças motrizes

Densidade populacional (hab/km2) Número de habitantes por quilómetro quadrado

Área de regadio em 1999 (ha) Superfície total regada

Ecossistemas aquáticos dependentes das águas subterrâneas (n.º) Número de ecossistemas aquáticos dependentes das águas subterrâneas

Ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas (n.º) Número de ecossistemas terrestres dependentes das águas subterrâneas

Indicadores de pressão

Grandes barragens (n.º) Número de grandes barragens (barragem com uma altura igual ou superior a 15 m a partir da sua fundação ou com uma altura igual ou superior a 10 m cuja albufeira tenha uma capacidade de 1 milhão de m3)

Aproveitamentos hidráulicos com mais de 1 hm3 e IR superior a 0,8 (n.º) Número de aproveitamentos hidráulicos com capacidade útil superior a 1 hm3 e índice de regularização (IR) superior a 0,8

Aproveitamentos hidráulicos com menos de 2 km entre si (n.º) Número de aproveitamentos hidráulicos com menos de 2 km de distância entre si

Barragens na classe I do RSB (n.º) Número de barragens classificadas com classe I, em termos de dados potenciais, de acordo com o Regulamento de Segurança de Barragens (RSB) (anexo ao Decreto-Lei n.º 344/2007, de 10 de Outubro), com aprovação do INAG

Barragens na classe II do RSB (n.º) Número de barragens classificadas com classe II, em termos de dados potenciais, de acordo com o Regulamento de Segurança de Barragens (RSB) (anexo ao Decreto-Lei n.º 344/2007, de 10 de Outubro), com aprovação do INAG

Barragens na classe III do RSB (n.º) Número de barragens classificadas com classe III, em termos de dados potenciais, de acordo com o Regulamento de Segurança de Barragens (RSB) (anexo ao Decreto-Lei n.º 344/2007, de 10 de Outubro), com aprovação do INAG

Pontos críticos de cheia (n.º) Número de pontos críticos de cheia demarcados

Indicadores de estado

Indicadores de impacte

Bacias com risco grave de perda de solo Número de bacias com risco grave de perda de solo superior a 1%

Duração média das secas (1940 a 1999) (meses) Duração média das secas, em meses

Indicadores de resposta

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Quadro 7.4 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 4 – Qualidade da água.

Área temática 4 – Qualidade da água

Indicadores de forças motrizes

Densidade populacional (hab/km2) Número de habitantes por quilómetro quadrado em 2008

Instalações PCIP (n.º) Número de instalações abrangidas pelo regime PCIP (Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto)

Efectivos animais (n.º) Número total de efectivos animais de suínos e bovinos

Ocupação agrícola (%) Percentagem de ocupação do solo por áreas agrícolas e agro-florestais

Ocupação florestal (%) Percentagem de ocupação do solo por áreas de florestas e meios naturais e semi-naturais

Ocupação por "territórios" artificializados (%) Percentagem de ocupação do solo por territórios artificializados

Precipitação em ano médio (mm) Precipitação anual média

Indicadores de pressão

Carga poluente orgânica em CBO5 de origem tópica nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente orgânica anual de CBO5 de origem tópica afluente às massas de água superficiais

Carga poluente orgânica em CQO de origem tópica nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente orgânica anual de CQO de origem tópica afluente às massas de água superficiais

Carga poluente total de Ntotal de origem tópica nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente anual de Ntotal de origem tópica afluente às massas de água superficiais

Carga poluente total de Ptotal de origem tópica nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente anual de Ptotal de origem tópica afluente às massas de água superficiais

Carga poluente total de Ntotal de origem difusa nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente anual de Ntotal de origem difusa afluente às massas de água superficiais

Carga poluente total de Ptotal de origem difusa nas massas de água superficiais (t/ano) Carga poluente anual de Ptotal de origem difusa afluente às massas de água superficiais

Carga poluente orgânica em CBO5 de origem tópica nas massas de água subterrâneas (kg/ano) Carga poluente orgânica anual de CBO5 de origem tópica afluente às massas de água subterrâneas

Carga poluente orgânica em CQO de origem tópica nas massas de água subterrâneas (kg/ano) Carga poluente orgânica anual de CQO de origem tópica afluente às massas de água subterrâneas

Carga poluente total de Ntotal de origem tópica nas massas de água subterrâneas (kg/ano) Carga poluente anual de Ntotal de origem tópica afluente às massas de água subterrâneas

Carga poluente total de Ptotal de origem tópica nas massas de água subterrâneas (kg/ano) Carga poluente anual de Ptotal de origem tópica afluente às massas de água subterrâneas

Carga poluente total de Ntotal de origem difusa nas massas de água subterrâneas (t/ano) Carga poluente anual de Ntotal de origem difusa afluente às massas de água subterrâneas

Aterros sanitários (n.º) Número de aterros sanitários

Minas activas (n.º) Número de minas activas

Empresas que reportaram PRTR para a água (n.º) Número de empresas que reportaram PRTR para a água no ano 2007 ou 2008

Pontos de descarga directa de águas residuais urbanas (%) Percentagem de pontos de descarga directa (sem tratamento) de águas residuais urbanas no meio hídrico

Indicadores de estado

Incumprimento ao nível dos parâmetros físico-químicos gerais nas massas de água superficiais com estado inferior a bom (%) Percentagem de vezes em que os parâmetros físico-químicos gerais são responsáveis pelo estado inferior a bom nas massas de água superficiais com estado inferior a bom

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Área temática 4 – Qualidade da água

Incumprimento ao nível dos parâmetros biológicos nas massas de água superficiais com estado inferior a bom (%) Percentagem de vezes em que os parâmetros biológicos são responsáveis pelo estado inferior a bom nas massas de água superficiais com estado inferior a bom

Incumprimento ao nível das substâncias do estado químico nas massas de água superficiais com estado inferior a bom (%) Percentagem de vezes em que as substâncias do estado químico são responsáveis pelo estado inferior a bom nas massas de água superficiais com estado inferior a bom

Massas de água subterrânea com incumprimento ao nível dos nitratos (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com incumprimento ao nível dos nitratos

Massas de água subterrânea com incumprimento ao nível dos pesticidas (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com incumprimento ao nível dos pesticidas

Massas de água subterrânea com incumprimento ao nível de outros poluentes (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com incumprimento ao nível de outros poluentes

Massas de água subterrânea com tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com tendências crescentes significativas e persistentes na concentração de poluentes

Massas de água subterrânea em que a concentração de poluentes atinge 75% do LQ ou NQA (n.º) Número de massas de água subterrânea em que a concentração de poluentes atinge 75% do Limiar de Qualidade (LQ) ou das Normas de Qualidade Ambiental (NQA)

Águas balneares com classificação excelente em 2010 (%) Percentagem de águas balneares com classificação excelente

Instalações de tratamento de água residuais urbanas com grau de tratamento primário (%) Percentagem de instalações de tratamento de águas residuais urbanas com grau de tratamento primário

Instalações de tratamento de águas residuais urbanas com grau de tratamento secundário (%) Percentagem de instalações de tratamento de águas residuais urbanas com grau de tratamento secundário

Instalações de tratamento de águas residuais urbanas com grau de tratamento terciário (%) Percentagem de instalações de tratamento de águas residuais urbanas com grau de tratamento terciário

Instalações com Licença Ambiental (n.º) Número de instalações abrangidas pelo Regime PCIP com Licença Ambiental

Indicadores de impacte

Massas de água superficiais com estado inferior a bom (%) Percentagem de massas de água com estado inferior a bom

Massas de água subterrâneas com estado medíocre (%) Percentagem de massas de água subterrâneas com estado medíocre

Indicadores de resposta

População servida por sistemas de tratamento de águas residuais (%) População servida por sistemas de tratamento de águas residuais

Zonas designadas para a captação de água subterrânea destinada ao consumo humano (n.º) Número de designadas para a captação de água subterrânea destinada ao consumo humano

Zonas designadas para captação de água superficial destinada ao consumo humano (n.º) Número de zonas designadas para a captação de água superficial destinada ao consumo humano

Captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República (n.º) Número de captações de água para abastecimento público com perímetro de protecção publicado em Diário da República

Águas piscícolas (n.º) Número de zonas designadas como águas piscícolas

Águas conquícolas (n.º) Número de zonas designadas como águas conquícolas

Zonas balneares (n.º) Número de zonas designadas como águas de recreio (zonas balneares)

Zonas vulneráveis (n.º) Número de zonas designadas como vulneráveis

Zonas sensíveis a nível de eutrofização (n.º) Número de zonas designadas como zonas sensíveis pelo critério nutrientes

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Área temática 4 – Qualidade da água

Zonas de Protecção Especial (ZPE) (n.º) Número de zonas designadas como ZPE com espécies dependentes da água

Sítios de Importância Comunitária (SIC) (n.º) Número de zonas designadas como SIC com habitats ou espécies dependentes da água

Zonas sensíveis excluindo o critério “nutrientes” (n.º) Número de zonas sensíveis o excluindo o critério “nutrientes”

Áreas Protegidas (n.º) Número de áreas protegidas afectas a massas de água

Quadro 7.5 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 5 – Monitorização, investigação e

conhecimento.

Área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento

Indicadores de forças motrizes

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

Massas de água superficiais monitorizadas (%) Percentagem de massas de água monitorizadas

Estações de monitorização de vigilância das massas de água superficiais (n.º) Número total de estações de monitorização da rede de vigilância

Estações de monitorização operacional das massas de água superficiais (n.º) Número total de estações de monitorização da rede operacional

Estações de monitorização operacional de substâncias perigosas das massas de água superficiais (n.º) Número de estações de monitorização operacional de substâncias perigosas

Estações de monitorização de zonas protegidas associadas a massas de água superficiais (n.º) Número de estações de monitorização de zonas protegidas

Estações de monitorização de investigação das massas de água superficiais (n.º) Número de estações de monitorização de investigação

Estações de monitorização do estado quantitativo das massas de água subterrâneas (n.º) Número de estações de monitorização do estado quantitativo das massas de água subterrâneas

Estações de monitorização de vigilância do estado químico das massas de água subterrâneas (n.º) Número de monitorização de vigilância do estado químico das massas de água subterrâneas (n.º)

Estações de monitorização operacional do estado químico das massas de água subterrâneas (n.º) Número de monitorização operacional do estado químico das massas de água subterrâneas (n.º)

Estações de monitorização das zonas designadas para captação de água subterrânea destinada ao consumo humano Número de estações de monitorização das zonas designadas para captação de água subterrânea destinada ao consumo humano

Estações de monitorização das zonas vulneráveis Número de estações de monitorização das zonas vulneráveis

Estações activas da rede hidrométrica em 2010 (n.º) Número de estações activas da rede hidrométrica

Estações activas da rede climatológica em 2010 (n.º) Número de estações activas da rede climatológica

Estações activas da rede sedimentológica em 2010 (n.º) Número de estações activas da rede sedimentológica

Indicadores de impacte

Indicadores de resposta

Técnicos da ARH Tejo, I.P. (%) Razão entre o número de técnicos e o número total de recursos humanos da ARH Tejo em 2010

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Área temática 5 – Monitorização, investigação e conhecimento

Esforço em I&D na área dos recursos hídricos realizado em 2010 (M€) Esforço em I&D na área dos recursos hídricos

Quadro 7.6 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 6 – Comunicação e governança.

Área temática 6 – Comunicação e governança

Indicadores de forças motrizes

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

Indicadores de impacte

Indicadores de resposta

Eventos participativos promovidos pela ARH Tejo, I.P. (n.º) Número de eventos participativos promovidos pela ARH Tejo, I.P. no âmbito do PBH Ribeiras do Oeste

Sessões de participação pública na fase preparatória do PBH Ribeiras do Oeste (n.º) Número de sessões de participação pública realizadas na fase preparatória do PBH Ribeiras do Oeste

Publicações da INFOTEJO (n.º) Número de publicações do boletim informativo da ARH Tejo – INFOTEJO

Reuniões do Conselho da Região Hidrográfica em 2010 (n.º) Número de reuniões anuais do Conselho da Região Hidrográfica

Reuniões do Conselho Nacional da Água em 2010 (n.º) Número de reuniões anuais do Conselho Nacional da Água

Protocolos e parcerias estabelecidas Número de protocolos e parcerias estabelecidas pela ARH Tejo, I.P.

Quadro 7.7 – Quadros com indicadores seleccionados para a área temática 7 – Quadro económico e financeiro.

Área temática 7 – Quadro económico e financeiro

Indicadores de forças motrizes

Indicadores de pressão

Indicadores de estado

VAB por m3 de água consumido no sector agrícola (€/m3) Valor Acrescentado Bruto (VAB) por m3 de água consumido no sector agrícola

VAB por m3 de água consumido no sector de produção animal (€/m3) Valor Acrescentado Bruto (VAB) por m3 de água consumido no sector de produção animal

VAB por m3 de água consumido no sector da indústria transformadora (€/m3) Valor Acrescentado Bruto (VAB) por m3 de água consumido no sector da indústria transformadora

VAB por m3 de água consumido no sector da hotelaria (€/m3) Valor Acrescentado Bruto (VAB) por m3 de água consumido no sector da hotelaria

VAB por m3 de água consumido no sector do golfe (€/m3) Valor Acrescentado Bruto (VAB) por m3 de água consumido no sector do golfe

Indicadores de impacte

Acessibilidade económica média aos serviços da água (%) Peso médio dos encargos com os serviços de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais no rendimento médio dos agregados familiares

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Área temática 7 – Quadro económico e financeiro

Acessibilidade económica média aos serviços de abastecimento de água (%) Peso médio dos encargos com os serviços de abastecimento de água no rendimento médio dos agregados familiares

Acessibilidade económica média aos serviços de abastecimento de água (%) Peso médio dos encargos com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais no rendimento médio dos agregados familiares

Indicadores de resposta

Preço da água (€/m3) Preço médio da água, tendo em conta o encargo médio dos utilizadores com a água e a Taxa de Recursos Hídricos (TRH)

Investimento em recursos hídricos (M€) Investimento em abastecimento de água e saneamento de água residuais

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais (%) Percentagem dos custos dos serviços urbanos de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais que são recuperados pelos proveitos gerados

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de abastecimento de água (%) Percentagem dos custos dos serviços urbanos de abastecimento de água que são recuperados pelos proveitos gerados

Nível de recuperação de custos total dos serviços urbanos de saneamento de águas residuais (%) Percentagem dos custos dos serviços urbanos de saneamento de águas residuais que são recuperados pelos proveitos gerados

Proveitos da TRH em 2009 (M€) Proveitos da TRH

TRH por liquidarem 2009 (%) Percentagem de TRH por liquidar

Entidades /utilizadores sujeitos a TRH em 2009 (n.º) Número de entidades/utilizadores sujeitos a TRH

Incumprimento no pagamento da TRH em 2009 (%) Percentagem de notas de liquidação pagas face ao total emitido

Encargo dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de abastecimento de água (€/120m3) Encargo médio anual dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de abastecimento de água, para um consumo de 120 m3/ano

Encargo dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de abastecimento de água (€/120 m3) Encargo médio anual dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de abastecimento de água, para um consumo de 120 m3/ano

Encargo dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais (€/120m3) Encargo médio anual dos utilizadores no sector doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais, para um consumo de 120 m3/ano

Encargo dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais (€/120 m3) Encargo médio anual dos utilizadores no sector não doméstico com os serviços de drenagem e tratamento de águas residuais, para um consumo de 120 m3/ano

3. MODELO DE PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO

Para além da definição do conjunto de indicadores que deve ser caracterizado para efeitos do acompanhamento do PBH

Ribeiras do Oeste, importa definir de que forma esse acompanhamento será feito, para além de se estabelecer a forma

de promover a implementação do plano.

3.1. RESPONSABILIDADE

A implementação do PBH Ribeiras do Oeste deve atender especificamente às responsabilidades previstas na Lei da Água

(Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro).

A ARH Tejo tem como responsabilidade “elaborar e executar os planos de gestão de bacias hidrográficas e os planos

específicos de gestão das águas”. Cabe-lhe em particular, promover as medidas sob sua responsabilidade e fomentar o

cumprimento de medidas pelas restantes entidades abrangidas.

Cabe também à ARH Tejo promover a divulgação da informação relevante sobre a implementação do PBH Ribeiras do

Oeste.

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O CRH é o órgão de carácter consultivo das ARH Tejo, cujas competências gerais estão também definidas na Lei da

Água. Em particular, ao CRH compete especificamente “apreciar e acompanhar a elaboração do plano de gestão da bacia

hidrográfica e os planos específicos de gestão das águas, devendo emitir parecer antes da respectiva aprovação”.

O CRH do Tejo deve ter também a responsabilidade de assegurar o envolvimento de todos os interessados na gestão da

água, utilizando a representatividade das entidades e personalidades envolvidas, para criar sinergias e vontades que

permitam uma adequada implementação do plano.

Ao INAG, Autoridade Nacional da Água, compete especificamente ”promover a protecção e o planeamento das águas,

através da elaboração do plano nacional da água e da aprovação dos planos específicos de gestão de águas e dos

planos de gestão de bacia hidrográfica”.

3.2. ÂMBITO DA PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO

O âmbito e natureza da promoção e acompanhamento do Plano devem incluir nomeadamente os seguintes aspectos:

• Dinamização e implementação de medidas

A responsabilidade da dinamização das medidas previstas no PBH Ribeiras do Oeste será da competência de cada

entidade responsável pelas medidas. As medidas sob responsabilidade directa da ARH Tejo devem ser incluídas no

respectivo plano de actividades anual.

As restantes medidas, da responsabilidade de outras entidades deverão ser acompanhadas pela ARH Tejo e em

particular discutidas no âmbito do CRH.

• Divulgação e discussão do progresso da implementação

De acordo com o estabelecido no Artigo 15.º da DQA “no prazo de três anos a contar da publicação de cada plano de

gestão de bacia hidrográfica ou da sua actualização nos termos do Artigo 13.º, os estados-membros apresentarão um

relatório intercalar em que se descrevam os progressos realizados na execução do programa de medidas planeado”.

A apresentação do progresso de implementação do programa de medidas do Plano não tem por objectivo avaliar a

eficácia das medidas, nem a avaliação de que forma o estado tem evoluído. Essas análises são feitas a cada ciclo de

elaboração dos PGRH. Tem concretamente em vista a avaliação do estado de aplicação do programa de medidas.

Tendo em conta as orientações da Comissão Europeia, a apresentação de informação sobre aplicação dos programas de

medidas deve assentar em informação qualitativa para todas as medidas apresentadas. Esta informação deve respeitar

as regras de reporte, nomeadamente (código, nome da medida, descrição, responsabilidade, estado: não iniciada, em

curso mas com atrasos, em curso e no calendário e implementada). Para além desta informação deve ainda ser

seleccionado um conjunto de medidas para as quais deve ser apresentada informação quantitativa sobre a sua

implementação. Por esse facto, são apresentados indicadores de avaliação de medida para algumas medidas.

Entende-se, todavia, que, para além destas obrigações de reporte, a ARH Tejo deve proceder à produção anual de

informação que permita avaliar de que forma o PBH Ribeiras do Oeste está a ser implementado. A informação a produzir

deve ser sintética e versar a comparação dos objectivos previstos com o estado das MA, assim como o estado de

aplicação concreta das medidas. A utilização do modelo de indicadores do Plano permitirá esse acompanhamento.

As reuniões de CRH deverão ser um fórum por excelência para discussão do progresso da implementação do PBH

Ribeiras do Oeste, devendo a ARH preparar numa base anual de informação da evolução da aplicação do Plano.

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3.3. PRAZOS

A DQA apenas exige a elaboração de um relatório intercalar, ao fim de três anos da publicação do PBH Ribeiras do Oeste

(n.º 3 do Artigo 15.º da DQA), todavia entende-se ser desejável que seja publicada com periodicidade inferior, informação

sobre a evolução da aplicação do Plano e dos resultados atingidos. Desta forma, observando-se o calendário necessário

para a revisão do PBH Ribeiras do Oeste, sugere-se a seguinte calendarização para o acompanhamento do mesmo

(Quadro 7.8).

Quadro 7.8 – Calendário para o acompanhamento do PBH Ribeiras do Oeste.

Datas Calendário para o acompanhamento do PBH Ribeiras do Oeste

2012 Publicação do PBH Avaliação da implementação do programa de medidas

2013 Revisão da Caracterização das Bacias Hidrográficas Divulgação anual de informação

2014 Revisão de conteúdos do PBH Publicação do PBH revisto (versão para Consulta Pública) Divulgação anual de informação

2015 Publicação do PBH revisto Divulgação anual de informação

3.4. PRODUTOS

Para além da produção de relatórios síntese, compilando a informação relevante – indicadores e sua análise – são

utilizadas as tecnologias de informação e comunicação para permitir um acompanhamento eficaz do Plano.

Em particular, o sítio de Internet do PBH Ribeiras do Oeste, acessível através do sítio da ARH Tejo é o repositório

principal de informação e deve continuar a funcionar após a conclusão da sua elaboração, constituindo-se como uma

plataforma central de acompanhamento do Plano.

No sítio consta a informação mais actual sobre o PBH Ribeiras do Oeste, nomeadamente o seu conteúdo, as pressões, o

estado das MA, os objectivos bem com a identificação e estado de implementação das medidas.

Para a melhor análise da informação produzida no âmbito dos indicadores de desempenho, foram produzidas diferentes

fichas, a disponibilizar no sítio de Internet do PBH Ribeiras do Oeste:

• Ficha de bacia – com indicadores de caracterização geral da bacia, com a identificação dos sectores mais

relevantes no que toca a pressões e com informação sobre os estado das MA da bacia;

• Ficha de MA – com indicadores caracterizadores da MA, nomeadamente sobre características gerais, usos,

principais pressões e estado.

Complementarmente, desenvolveu-se igualmente uma ficha de medida que apresenta a informação mais relevante sobre

a aplicação de cada medida, sendo um instrumento relevante para a sua monitorização:

• Ficha de medida – com indicação do âmbito e descrição da medida, entidades responsáveis e beneficiárias,

custos e cronograma de implementação.

Para além dos contributos informativos, o sítio tem uma componente de participação pública, permitindo a recolha de

comentários, sugestões, denúncias, etc. O sítio possibilita a identificação de situações concretas que careçam de

intervenção por parte da ARH Tejo.

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BIBLIOGRAFIA

PARTE 1 – ENQUADRAMENTO E ASPECTOS LEGAIS

1. ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROCESSO DE PLANEAMENTO

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Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro. Diário da República, 1.ª série — N.º 202. Ministro da Defesa Nacional.

PARTE 2 – CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA

1.1. TERRITORIAL E INSTITUCIONAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1.2. CLIMATOLOGIA

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1.3. HIDROGRAFIA E HIDROLOGIA

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1.5. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA

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1.8. ABASTECIMENTO E TRATAMENTO

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1.9. CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE VULNERABILIDADES

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2. CARACTERIZAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA

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PARTE 7 – SISTEMA DE PROMOÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

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EQUIPAS

LOTE 1 – RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS INTERIORES

Elemento Formação Área Temática

António Carmona Rodrigues

Doutorado em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Engenharia Hidráulica, ramo de Hidráulica Fluvial Licenciado em Engenharia Civil

Coordenação geral

David de Smit Mestre em Eng. Civil (especialidade Engenharia do Ambiente) Apoio à coordenação

João Almeida

Mestre em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Gestão e Avaliação de Projectos (Programa Avançado em Gestão e Avaliação de Projectos)

Apoio à coordenação

Pedro Coelho Doutorado em Eng. do Ambiente Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos Licenciado em Engenharia do Ambiente

Hidrologia e hidrografia Qualidade da água

Manuela Morais Doutorada em Biologia/Limnologia Licenciada em Eng. Zootécnica

Qualidade da água Caracterização das massas de água Coordenação geral dos trabalhos de monitorização dos elementos biológicos

David Ford

Doutorado em Eng. Hidrológica e Sistemas de Recursos Hídricos Mestre em Eng. Civil Licenciado em Eng. Civil

Hidrologia e hidrografia Caracterização e análise de vulnerabilidades

Theo Klink Mestre em Geografia Física Pós-graduação em Dinâmica de Erosão Hídrica e Ecologia da Paisagem

Processos homólogos

Johan Heymans Mestre em Gestão de Recursos Hídricos e Solos Processos homólogos

Martin de Haan Mestre em Biologia Qualidade da água

Niels Lenting Mestre em Gestão Integrada da Quantidade e Qualidade da Água Qualidade da água

Roy Brower

Doutorado em Economia (especialidade Economia Ambiental) Mestre em Economia (especialidade Economia Agrícola)

Aspectos económicos Programa de medidas Programação física e financeira

Alexandre Bettencourt

Doutorado em Ciências do Ambiente (Biogeoquímica do Ambiente) Diploma EST (Environmental Science and Technology) Licenciado em Eng. Química

Qualidade da água

Romana Rocha Mestre em Planeamento Ambiental e Ordenamento do Território Licenciada em Geografia e Planeamento Regional

Apoio à coordenação Ordenamento do território

Ricardina Fialho Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos e em Planeamento e Gestão da Água Licenciada em Eng. de Recursos Hídricos

Apoio à coordenação Hidrologia e hidrografia Usos e necessidades de água Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Objectivos Programa de medidas

Adelaide Carinhas Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciada em Eng. do Ambiente

Objectivos Programa de medidas

Ana Pedro Licenciada em Biologia Qualidade da água

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Elemento Formação Área Temática Monitorização dos elementos biológicos

Ana Rita Marina Pós-graduação em Gestão do Território Licenciatura em Geografia e Planeamento Regional

Sócioeconomia

António Almeida Mestre em Eng. do Ambiente

Territorial e institucional Hidrologia e hidrografia Caracterização e análise de vulnerabilidades Objectivos

António Dias da Costa Pós-graduação em Saneamento Básico Licenciatura em Eng. Civil

Usos e necessidades de água Caracterização e análise de vulnerabilidades

António Miguel Serafim Licenciado em Ciências do Ambiente Qualidade da água Coordenação dos trabalhos de monitorização dos elementos biológicos

Bruno Alves Mestre em Biologia da Conservação Licenciado em Biologia, ramo de Biologia Ambiental

Monitorização dos elementos físico-químicos

Catarina Diamantino

Doutorada em Geologia (Especialidade em Hidrogeologia) Mestre em Geologia Económica e Aplicada Licenciada em Geologia

Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Caracterização e análise de vulnerabilidades Redes de monitorização

Catarina Fonseca Mestre em Eng. do Ambiente Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Zonas protegidas

Catarina Sequeira Mestre em Eng. Sanitária Licenciada em Eng. do Ambiente

Caracterização e análise de vulnerabilidades Programa de medidas

Cristóvão Marques Pós-graduação em Gestão Licenciado em Economia

Programa de medidas Programação física e financeira

Diogo Sayanda Licenciado em Biologia Aplicada aos Recursos Animais

Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Monitorização dos elementos biológicos – ictiofauna

Fernando Coelho Licenciatura em Engenharia Química Abastecimento e tratamento de águas residuais

Filipe Saraiva Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciado em Eng. do Ambiente

Hidrologia e hidrografia Caracterização das massas de água Redes de monitorização Qualidade da água Objectivos

Francisca Gusmão Mestre em Geografia Física e Ordenamento do Território Licenciada em Geologia e Recursos Naturais

Ordenamento do território Caracterização e análise de vulnerabilidades Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Gisela Robalo Mestre em Eng. do Ambiente Abastecimento e tratamento de águas residuais Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

Helena Silva Licenciada em Ciências do Ambiente Qualidade da água Monitorização dos elementos biológicos

Hugo Batista Licenciado em Geografia, perfil em Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Inês Dias Licenciada em Eng. do Ambiente Usos e necessidades de água Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

Joana Fernandes Mestre em Eng. do Ambiente Caracterização e análise de vulnerabilidades Usos e necessidades de água Abastecimento e tratamento de águas residuais

Joana Rosado Licenciada em Biologia Qualidade da água Monitorização dos elementos biológicos

Luís Rosa Mestre em Biologia da Conservação Licenciado em Biologia Ambiental Terrestre

Monitorização dos elementos físico-químicos

Madalena Barbosa Mestre em Eng. do Ambiente Pressões naturais e incidências antropogénicas

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Elemento Formação Área Temática significativas Síntese do cumprimento da legislação

Mário Pereira Mestre em Energia e Bioenergia Licenciado em Eng. do Ambiente

Caracterização e análise de vulnerabilidades Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

Marta Ferreira Licenciada em Eng. Agronómica Usos e necessidades de água

Marta Velosa Licenciada em Eng. Agronómica Usos e necessidades de água

Miguel Repas Mestre em Matemáticas aplicadas às Ciências Biológicas Licenciatura em Biologia

Coordenação geral dos trabalhos de monitorização dos elementos biológicos – ictiofauna

Paula Rodrigues Mestre em Eng. da Rega e dos Recursos Agrícolas Licenciada em Engenharia Agronómica

Usos e necessidades de água

Ricardo Carvalho Mestre em Eng. do Ambiente Redes de monitorização Monitorização dos elementos físico-químicos

Ricardo Tomé Licenciado em Biologia, ramo Recursos Faunísticos e Ambiente Monitorização dos elementos biológicos – ictiofauna

Ruben Ponte Técnico em Sistemas de Informação Geográfica Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Rute Caraça Mestre em Biologia da Conservação Licenciada em Engenharia Biofísica

Qualidade da água Monitorização dos elementos biológicos

Sandra Pires Doutorada em Eng. Agrícola Licenciatura em Engenharia Agronómica, (Ramo de Equipamentos Agrícolas e Recursos Hídricos)

Usos e necessidades de água

Sara Costa

Pós-graduação em Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável Pós-graduação em Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental Licenciada em Ciências do Ambiente

Solos e Ordenamento do território

Sara Lemos Mestre em Poluição Atmosférica Licenciatura em Eng. do Ambiente

Climatologia Caracterização e análise de vulnerabilidades

Sofia Azevedo Doutorada em Eng. Agrícola e em Recursos Hídricos Licenciada em Eng. Agronómica

Usos e necessidades da água

Sofia Seca Licenciada em Biologia Coordenação geral dos trabalhos de monitorização dos elementos biológicos – ictiofauna

Susana Nunes Licenciada em Biologia Qualidade da água Monitorização dos elementos biológicos

Vanessa Pinhal MBA em Finanças Licenciatura em Economia

Programa de medidas Programação física e financeira

Vasco Mora Pós-graduação em Transportes Licenciatura em Engenharia Civil

Programa de medidas

Vítor Paulo Mestre em Hidráulica e Recursos Hídrico Licenciado em Eng. Agronómica

Usos e necessidades da água

Diana Ramos Dias Licenciada em Direito Aspectos legais

Carina Costa Licenciada em Gestão de Marketing Apoio administrativo

Diana Santos Técnica administrativa Apoio administrativo

Margarida Coelho Técnica administrativa Apoio administrativo

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LOTE 2 – RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

Nome Formação Área Temática

João Paulo Lobo Ferreira Eng.º Civil; Doutorado em Engenharia Civil Coordenação geral e LNEC; águas subterrâneas

Isabel Vaz Pinto Eng.ª Agrónoma Coordenação Hidroprojecto; Necessidades de água; Pressões difusas

José Paulo Monteiro Geólogo; Doutorado em Hidrogeologia Coordenação ICCE; águas subterrâneas e ecossistemas

Manuel M. Oliveira Geólogo; Doutorado em Hidrogeologia Caracterização quantitativa de águas subterrâneas; caracterização global e avaliação do estado; modelo de dados geográficos

Teresa E. Leitão Geóloga; Doutorada em Hidrogeologia Caracterização qualitativa de águas subterrâneas; caracterização global e avaliação do estado

Luís Nunes Eng.º do Ambiente; Doutorado em Ciências de Engenharia Análise de tendências; redes de monitorização

Maria Emília Novo Geóloga; Doutorada em Hidrogeologia Caracterização geológica e hidrogeológica

Núria Salvador Eng.ª do Ambiente e Mestre em Gestão de Solos Ecossistemas

José Fernandes Nunes Hidrogeólogo e Geólogo de Engenharia Enquadramento e aspectos gerais; monitorização; pressões antropogénicas qualitativas

Sónia Pombo Eng.ª Química Sanitarista Necessidades de água

M.ª Francisca Silva Eng.ª Química Sanitarista Pressões antropogénicas qualitativas

Andrea Igreja Eng.ª em Tecnologias da Informação Pressões antropogénicas quantitativas; tratamento de dados

Maria José Henriques Geóloga Levantamento e tratamento de colunas litológicas de captações

David Silva Eng.º de Recursos Hídricos Tratamento de informação estatística

Luís Oliveira Eng.º do Ambiente e Mestre em Engenharia do Ambiente

Mapeamento 3-D de colunas litológicas de captações

Tiago Martins Geólogo Avaliação da recarga de aquíferos

João Martins Eng.º de Ambiente Pressões antropogénicas

André Braceiro Eng.º de Ambiente Pressões antropogénicas

Rodrigo S. Henriques Eng.º de Ambiente Pressões antropogénicas

Ricardo Martins Eng.º do Ambiente Tratamento de informação Geográfica

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LOTE 3 – RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL

Elemento Formação Área Temática

António Carmona Rodrigues

Doutorado em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Engenharia Hidráulica, ramo de Hidráulica Fluvial Licenciado em Engenharia Civil

Coordenação geral

David de Smit Mestre em Eng. Civil (especialidade: Engenharia do Ambiente) Apoio à coordenação

João Almeida

Mestre em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Gestão e Avaliação de Projectos (Programa Avançado em Gestão e Avaliação de Projectos)

Apoio à coordenação

David Ford

Doutorado em Eng. Hidrológica e Sistemas de Recursos Hídricos Mestre em Eng. Civil Licenciado em Eng. Civil

Caracterização e análise de vulnerabilidades

Theo Klink Mestre em Geografia Física Pós-graduação em dinâmica de erosão hídrica e ecologia da paisagem

Processos homólogos

Johan Heymans Mestre em Gestão de Recursos Hídricos e Solos Processos homólogos

Roy Brower

Doutorado em Economia (especialidade Economia Ambiental) Mestre em Economia (especialidade Economia Agrícola)

Aspectos económicos Programa de medidas Programação física e financeira

Romana Rocha Mestre em Planeamento Ambiental e Ordenamento do Território Licenciada em Geografia e Planeamento Regional

Apoio à coordenação Ordenamento do território

Ricardina Fialho Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos e em Planeamento e Gestão da Água Licenciada em Eng. de Recursos Hídricos

Apoio à coordenação Usos e necessidades de água Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Objectivos Programa de medidas

Adelaide Carinhas Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciada em Eng. do Ambiente

Objectivos Programa de medidas

Adélio Silva Doutorado em Hidrodinâmica e Transporte de sedimentos Licenciado em Eng. Civil

Hidrodinâmica

Ana Carla Martins Garcia Mestre em Geologia Dinâmica Licenciada em Geologia

Erosão costeira

António Almeida Mestre em Eng. do Ambiente Territorial e institucional Objectivos

Carlos Vale Licenciado em Eng. Química Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Caracterização das massas de água

Cristóvão Marques Pós-graduação em Gestão Licenciado em Economia

Programa de medidas Programação física e financeira

Fernando Coelho Licenciatura em Engenharia Química Abastecimento e tratamento de águas residuais

Filipe Saraiva Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciado em Eng. do Ambiente

Caracterização das massas de água Objectivos

Francisca Gusmão Mestre em Geografia Física e Ordenamento do Território Licenciada em Geologia e Recursos Naturais

Ordenamento do território Caracterização e análise de vulnerabilidades Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Gisela Robalo Mestre em Eng. do Ambiente Abastecimento e tratamento de águas residuais

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Elemento Formação Área Temática Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

Hugo Batista Licenciado em Geografia, perfil em Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Inês Dias Licenciada em Eng. do Ambiente Usos e necessidades de água

Joana Fernandes Mestre em Eng. do Ambiente

Usos e necessidades de água Abastecimento e tratamento de águas residuais Caracterização das massas de água Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

João Tiago Ribeiro Licenciado em Ciências do Mar Hidrodinâmica

Madalena Barbosa Mestre em Eng. do Ambiente Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Síntese do cumprimento da legislação

Madalena Malhadas Mestre em Gestão e Modelação dos Recursos Hídricos Licenciada em Física – Meteorologia e Oceanografia

Hidrodinâmica

Mário Pereira Mestre em Energia e Bioenergia Licenciado em Eng. do Ambiente

Caracterização e análise de vulnerabilidades Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas

Marta Ferreira Licenciada em Eng. Agronómica Usos e necessidades de água

Marta Velosa Licenciada em Eng. Agronómica Usos e necessidades de água

Patrícia Pereira Doutorada em Biologia Pressões naturais e incidências antropogénicas significativas Caracterização das massas de água

Paula Rodrigues Mestre em Eng. da Rega e dos Recursos Agrícolas Licenciada em Engenharia Agronómica

Usos e necessidades de água

Paulo Leitão Doutorado em Eng. do Ambiente Licenciado em Eng. Civil

Hidrodinâmica

Ramiro Joaquim de Jesus Neves Doutorado em Ciências Aplicadas Licenciado em Eng. Mecânica

Hidrodinâmica

Ruben Ponte Técnico em Sistemas de Informação Geográfica Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Sandra Pires Doutorada em Eng. Agrícola Licenciatura em Engenharia Agronómica, (Ramo de Equipamentos Agrícolas e Recursos Hídricos)

Usos e necessidades de água

Sara Costa

Pós-graduação em Gestão de Organizações e Desenvolvimento Sustentável Pós-graduação em Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental Licenciada em Ciências do Ambiente

Solos e Ordenamento do território

Sara Lemos Mestre em Poluição Atmosférica Licenciatura em Eng. do Ambiente

Climatologia Caracterização e análise de vulnerabilidades

Sofia Azevedo Doutorada em Eng. Agrícola e em Recursos Hídricos Licenciada em Eng. Agronómica

Usos e necessidades da água

Vanessa Pinhal MBA em Finanças Licenciatura em Economia

Programa de medidas Programação física e financeira

Vasco Mora Pós-graduação em Transportes Licenciatura em Engenharia Civil

Programa de medidas

Vítor Paulo Mestre em Hidráulica e Recursos Hídrico Licenciado em Eng. Agronómica

Usos e necessidades da água

Diana Ramos Dias Licenciada em Direito Aspectos Legais

Carina Costa Licenciada em Gestão de Marketing Apoio administrativo

Diana Santos Técnica administrativa Apoio administrativo

Margarida Coelho Técnica administrativa Apoio administrativo

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Nome Formação Área Temática

Carlos Vale Eng.º Químico; Investigador Coordenador no INRB/IPIMAR

Poluição Marinha; Impactes Ambientais; Transporte e distribuição de Contaminantes na Zona Costeira; Sedimentos contaminados.

Ana Maria Ferreira Eng.ª Química; Investigadora Principal no INRB/IPIMAR

Poluição Marinha; Impactes Ambientais; Sedimentos contaminados; Bioacumulação de Contaminantes.

Miguel Caetano Doutorado em Ciências do Mar Biogeoquímica; Impactes Ambientais; Transporte e distribuição de Contaminantes na Zona Costeira; Sedimentos contaminados.

Patrícia Pereira Doutorada em Biologia Biomarcadores; Efeitos de contaminantes em organismos aquáticos; Bioacumulação de contaminantes.

Joana Raimundo Doutorada em Bioquímica Biomarcadores; Efeitos de contaminantes em organismos aquáticos; Bioacumulação de contaminantes.

João Canário Doutorado em Ciências do Ambiente Ciclo do mercúrio; Contaminação ambiental; Bioacumulação de contaminantes.

Teresa Cabrita Doutorada em Biologia Fitoplâncton e Produção primária

Teresa Moita Doutorada em Biologia Fitoplâncton, Eutrofização Produção primária

Miriam Guerra Licenciada em Biologia Macrofauna bentónica; Efeitos de contaminantes nas comunidade de bentos.

Maria José Gaudêncio Licenciada em Biologia Macrofauna bentónica; Efeitos de contaminantes nas comunidade de bentos.

Rogélia Martins Doutorada em Biologia Ecologia e dinâmica de populações de peixes

Miguel Carneiro Doutorada em Biologia Ecologia e dinâmica de populações de peixes

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LOTE 4 – ANÁLISE ECONÓMICA

Elemento Formação Área Temática

António Carmona Rodrigues

Doutorado em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Engenharia Hidráulica, ramo de Hidráulica Fluvial Licenciado em Engenharia Civil

Coordenação geral

Roy Brower

Doutorado em Economia (especialidade Economia Ambiental) Mestre em Economia (especialidade Economia Agrícola)

Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica Programa de medidas

João Almeida

Mestre em Eng. do Ambiente Pós-graduação em Gestão e Avaliação de Projectos (Programa Avançado em Gestão e Avaliação de Projectos)

Apoio à coordenação

Duarte Pacheco Mestre em Estudos Europeus Licenciado em Economia

Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica Cenários prospectivos Programa de medidas Programação física e financeira

David de Smit Mestre em Eng. Civil (especialidade: Engenharia do Ambiente) Apoio à coordenação

Vanessa Pinhal MBA em Finanças Licenciatura em Economia

Importância socioeconómica Cenários prospectivos Programa de medidas Programação física e financeira

Romana Rocha Mestre em Planeamento Ambiental e Ordenamento do Território Licenciada em Geografia e Planeamento Regional

Apoio à coordenação

Adelaide Carinhas Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciada em Eng. do Ambiente

Objectivos Programa de medidas

Ana Mackay Licenciada em Economia Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica

Ana Rita Marina Pós-graduação em Gestão do Território Licenciatura em Geografia e Planeamento Regional

Sócioeconomia

António Almeida Mestre em Eng. do Ambiente Objectivos Programa de medidas

Catarina Fonseca Mestre em Eng. do Ambiente Objectivos Programa de medidas

Catarina Rosa Licenciada em Economia Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica

Cristóvão Marques Pós-graduação em Gestão; Licenciado em Economia

Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica Cenários prospectivos Programa de medidas Programação física e financeira

Filipa Carmo Mestre em Eng. do Ambiente Análise económica das utilizações da água

Filipe Saraiva Mestre em Engenharia e Gestão da Água Licenciado em Eng. do Ambiente

Objectivos Programa de medidas

Francisca Gusmão Mestre em Geografia Física e Ordenamento do Território Licenciada em Geologia e Recursos Naturais

Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Hugo Batista Licenciado em Geografia, perfil em Cartografia e Apoio Sistemas de Informação Geográfica

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Elemento Formação Área Temática Sistemas de Informação Geográfica

Joana Fernandes Mestre em Eng. do Ambiente Objectivos Programa de medidas

João Ribeiro Licenciado em Eng. Civil Cenários prospectivos

Patricia Carvalho Licenciada em Economia Análise económica das utilizações de água Importância socioeconómica

Patrícia Silva Licenciada em Eng. do Território Cenários prospectivos

Ricardina Fialho Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos e em Planeamento e Gestão da Água Licenciada em Eng. de Recursos Hídricos

Objectivos Programa de medidas

Ruben Ponte Técnico em Sistemas de Informação Geográfica Apoio Sistemas de Informação Geográfica

Vasco Mora Pós-graduação em Transportes Licenciatura em Engenharia Civil

Cenários prospectivos Programa de medidas

Diana Ramos Dias Licenciada em Direito Aspectos legais

Carina Costa Licenciada em Gestão de Marketing Apoio administrativo

Diana Santos Técnica administrativa Apoio administrativo

Margarida Coelho Técnica administrativa Apoio administrativo

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LOTE 5 – AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Nome Formação Área Temática

Avaliação Ambiental Estratégica

Jorge Cancela Arquitecto Paisagista / Msc em Environmental Manegement / Douturando em Urbanismo Coordenação Geral

Ana Adelino Engenheira Agrónoma Coordenação Geral e Executiva

Cristina Martins Engenheira Biofísica Coordenação Executiva

Rosa Silvério Arquitecta de Gestão Urbanística Gestão Operacional

Tiago Leal Engenheiro do Ambiente Gestão Operacional

Carla Antunes Engenheira Biofísica / Mestre em Hidráulica e Recursos Hídricos / Doutorada em Hidrologia Recursos Hídricos

António Romão Engenheiro do Ambiente Recursos Hídricos

Jorge Gonçalves Geógrafo / Doutor em Geografia e Planeamento Urbano e Territorial – Especialidade Gestão do Território

Sócio - Economia

Susana Rosa Bióloga / Doutorada em Biologia, especialidade Ecologia Conservação da Natureza e Biodiversidade

Rosa Silvério Arquitecta de Gestão Urbanística Coordenação Operacional / Avaliação Ambiental Estratégica

Participação Pública

Jorge Cancela Arquitecto Paisagista/MSc em Environmental Management / Doutorando em Urbanismo Coordenação Geral

Ana Neves Adelino Engenheira Agrónoma Coordenação Geral e Executiva

Cristina Martins Engenheira Biofísica Coordenação Executiva

Rosa Silvério Arquitecta de Gestão Urbanística Gestão Operacional

Tiago Leal Engenheiro do Ambiente Gestão Operacional

Lia Vasconcelos Arquitecta/Mestre em Planeamento Regional e Urbano/Doutora em Engenharia do Ambiente - Sistemas Sociais

Participação Pública - Coordenação Geral

Úrsula Caser Geógrafa/Master Européen en Mediation Participação Pública - Coordenação Operacional

Marco Painho Engenheiro do Ambiente / Master of Regional Planning (MRP)/Doctor of Philosophy in Geography (Ph.D.) Coordenação Científica do Projecto

João Blasques Engenheiro do Ambiente Programador / Analista SIG

Hugo Martins Engenheiro Zootécnico Programador / Analista SIG

Alexandre Baptista Geógrafo Programador / Analista SIG

Luísa de Sousa Otto Licenciada em Marketing Comunicação e Divulgação - Coordenação Geral

Maria Eduarda Colares Licenciada em Filologia Germânica Desenvolvimento de Estratégias de Comunicação

Paula Sanchez Licenciada em Sociologia/Pós-Graduação em Gestão Informática - ISEGI

Gestão Operacional do projecto

Cláudia Vau Licenciada em Relações Públicas / Mestre em Ciências de Comunicação Assessoria de Comunicação e de Imprensa

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Informações adicionais:

Internet:

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http://www.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt

http://www.inag.pt

http://www.portaldocidadao.pt

Correio electrónico:

[email protected]

Morada/Contactos:

ARH do Tejo, I.P. – Lisboa

Rua Braamcamp, n.º 7

1250-048 Lisboa

Gabinete Sub-Regional do Oeste – Caldas da Rainha

Horário de atendimento ao público:

de 2.ª a 6.ª feira, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00

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