planejamento estratÉgico para o departamento de fiscalizaÇÃo sanitÁria...

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Ana Paula Bonato TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA DO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ Administração Geral ITAJAÍ – (SC) 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Ana Paula Bonato

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO

SANITÁRIA DO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Administração Geral

ITAJAÍ – (SC) 2009

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Ana Paula Bonato

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O

DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA DO MUNICÍPIO DE

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2009

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Agradeço primeiramente a Deus por

ter me dado o dom da vida e por ter me feito

entender a essência do comprometimento

com a realização de meus sonhos, me

possibilitando neste momento declarar “eu

consegui”.

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Agradeço a minha mãe Sirlei, por ser

uma grande mãe, a melhor que alguém

pode ter aquela que consegue amar a

compreender incondicionalmente.

Agradeço a minha querida avó por seu

amor e sua preocupação, e a toda minha

família, que mesmo distante sempre me

apoiou e torceu por mim e que hoje

compartilham do doce sabor desta

conquista.

Agradeço ao meu orientador Régis,

pela dedicação e incrível capacidade de

me transmitir seus conhecimentos, com a

humildade necessária a todo ser humano e

com a grandeza de um excelente

profissional.

Agradeço ao Departamento de

Fiscalização Sanitária do município de

Balneário Camboriú e todos os seus

colaboradores que contribuíram

sobremaneira para o sucesso deste

estudo, e principalmente a meu

coordenador de campo Claudio, por toda

sua disposição em me atender e ajudar

nas dificuldades que apareceram ao longo

do caminho.

E agradeço a meu querido avô José

(in memorian), por ter me amado não

apenas como neta mais como sua filha.

Meu exemplo de um pai justo, que era

duro quando precisava, mas que ao

mesmo tempo me amava igual, e a

correção que ele me dava, hoje vejo não

era pro mal. Pois esta filha agradece a

Deus, por ter lhe dado este pai especial,

que embora não esteja mais fisicamente

presente ainda vive em seu coração e em

suas lembranças e que por isso, a ele

pede a benção e que continue me amando

afinal.

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“Para se chegar, onde quer que seja

não é preciso dominar a força, basta

controlar a razão”.

Amir Klink

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Ana Paula Bonato

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Claudio Roberto Pereira

d) Orientador de estágio

Prof. Mes. Régis Heitor Ferroli

e) Responsável pelos estágios em administração

Prof. Eduardo Kieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento

b) Endereço

Rua 1500 Centro

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Departamento de Fiscalização Sanitária

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Cláudio Roberto Pereira – Fiscal de Saúde Pública

f) Carimbo e visto da empresa

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Autorização da Empresa

Itajaí, 08 de Junho de 2009.

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de

Fiscalização Sanitária, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale

do Itajaí – Univali, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio

executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Ana Paula Bonato.

________________________________________

Nome do responsável pela empresa

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Resumo

O presente estudo encontrou como problema de pesquisa descobrir as práticas mais adequadas para elaboração de um planejamento estratégico coerente com a realidade do departamento de fiscalização sanitária do município de Balneário Camboriú, tornado-se este o objetivo geral do trabalho. Com relação aos aspectos metodológicos, a tipologia do trabalho foi primeiramente um diagnóstico e num segundo momento uma proposição de planos, utilizando-se o método qualitativo com aporte quantitativo, caracterizado por um estudo de caso e de nível exploratório descritivo, buscando a participação de todos os colaboradores do departamento, por meio de entrevistas e questionários, interpretados por analise de conteúdo e ferramentas estatísticas, além de observação participante. Para a elaboração do planejamento utilizou-se a metodologia proposta por Oliveira (2007), a qual esta dividida em diagnóstico estratégico, missão, instrumentos prescritivos e quantitativos e controle e avaliação, sendo esta a ordem lógica do referencial teórico, buscando adaptações coerentes com a área da saúde pública. O desfecho do trabalho revelou não só a real possibilidade de utilização de ferramentas da administração na área da saúde pública, como a necessidade de constante planejamento na execução de ações de Vigilância Sanitária. PALAVRAS-CHAVE: Planejamento estratégico, saúde pública, vigilância sanitária.

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Abstract

This study found the research problem as discovering the best practices for developing a strategic plan consistent with the reality of the animal health department of the city of Balneário Camboriu, becoming the general objective of this work. With regard to methodological aspects, the type of work was first a diagnosis and a second time a proposal of plans, using a qualitative method with quantitative support, characterized by a case study and exploratory descriptive level, seeking the participation of all employees of the department, through interviews and questionnaires, interpreted by content analysis and statistical tools, and participant observation. For the preparation of planning using the methodology proposed by Oliveira (2007), which is divided into diagnostic strategy, mission, prescriptive and quantitative tools and control and evaluation, which is the logical order of the theoretical framework, seeking adjustments consistent with the public health. The outcome of the work has not only shown the real possibility of using the administration tools in the public health, and the need for planning in the implementation of actions for Health Surveillance. KEYWORDS: Strategic planning, public health, health surveillance.

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Lista de Ilustrações

Quadro 1 – Número de funcionários e cargos...........................................................21

Quadro 2 - As fases da história das empresas e da teoria administrativa.................25

Quadro 3 – Funções da administração.....................................................................26

Quadro 4 - Diferenças entre planejamento estratégico, tático e operacional............29

Figura 1 – Fases do planejamento estratégico..........................................................30

Quadro 5 – Tabelas de GUT.....................................................................................35

Quadro 6 – Tabela de análise interna........................................................................35

Figura 2 – Análise Swot............................................................................................. 26

Figura 3 – Modelo de Balanced Scoreard .................................................................45

Quadro 7 – Função e área de abrangência da Vigilância Sanitária...........................51

Figura 4 – Organograma do departamento de fiscalização sanitária ........................57

Quadro 8 – Principais pontos fortes do departamento ..............................................61

Quadro 9 – Principais pontos fracos do departamento..............................................61

Gráfico 1 – Classificação de pontos fortes, fracos e neutros.....................................62

Gráfico 2 – Classificação de pontos fortes, fracos e neutros.....................................63

Gráfico 3 – Classificação de pontos fortes, fracos e neutros.....................................64

Gráfico 4 – Classificação de pontos fortes, fracos e neutros.....................................65

Quadro 10 – Análise dos fatores – GUT....................................................................66

Quadro 11 – Prioridade dos fatores – GUT................................................................67

Quadro 12 – Crescimento populacional.....................................................................68

Gráfico 5 – Comparação produtividade......................................................................69

Gráfico 6 – Ações em atividades ligadas ao meio ambiente......................................73

Quadro 13 – Análise Swot .........................................................................................74

Quadro 14 – Primeira etapa plano de ação................................................................77

Quadro 15 – Segunda etapa plano de ação..............................................................79

Quadro 16 – Terceira etapa plano de ação................................................................80

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Resultados da pesquisa...........................................................................62

Tabela 2 - Resultados da pesquisa........................................................................... 63

Tabela 3 - Resultados da Pesquisa........................................................................... 64

Tabela 4 - Resultados da Pesquisa...........................................................................65

Tabela 5 – Estabelecimentos de saúde e óbitos....................................................... 69

Tabela 6 – Despesas e receitas orçamentárias e PIB – 2006.................................. 70

Tabela 7 – Docentes, escolas e matrículas – 2007................................................... 72

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Lista de Abreviaturas e Siglas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BSC – Balanced Scoreard

CCPU – Centro de Controle de Pragas Urbanas

DEFS – Departamento de Fiscalização Sanitária

GM/MS – Gabinete do Ministro – Ministério da Saúde

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCQS – Instituto nacional de Controle da Qualidade em Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

VISA – Vigilância Sanitária

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Sumário

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16

1.1 Problema de pesquisa e justificativa....................................................................17

1.2 Objetivos do trabalho............................................................................................18

1.3 Aspectos metodológicos......................................................................................19

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio..............................................................19

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa...............................................................20

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados..........................................22

1.3.4 Tratamento e análise de dados.........................................................................23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................24

2.1 A ciência da administração...................................................................................24

2.2 Planejamento........................................................................................................26

2.2.1 Diagnóstico estratégico.....................................................................................31

2.2.1.1 Visão ..............................................................................................................32

2.2.1.2 Valores...........................................................................................................33

2.2.1.3 Análise interna ...............................................................................................33

2.2.1.4 Análise externa ..............................................................................................36

2.2.2 Análise Swot .....................................................................................................38

2.2.3 Missão...............................................................................................................39

2.2.4 Instrumentos prescritivos e quantitativos..........................................................48

2.2.5 Controle e avaliação..........................................................................................43

2.3 Administração Pública..........................................................................................45

2.4 Saúde Pública......................................................................................................47

2.5 Vigilância Sanitária...............................................................................................49

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO..............................................54

3.1 Caracterização do departamento de fiscalização sanitária..................................54

3.1.1 Setores do departamento de fiscalização sanitária...........................................55

3.2 Resultados da pesquisa.......................................................................................58

3.2.1 Diagnóstico estratégico.....................................................................................58

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3.2.1.1 Visão...............................................................................................................59

3.2.1.2 Valores...........................................................................................................59

3.2.1.3 Análise interna................................................................................................60

3.2.1.4 Análise externa...............................................................................................67

3.2.2 Análise Swot .....................................................................................................73

3.2.3 Missão...............................................................................................................74

3.2.4 Instrumentos prescritivos e quantitativos..........................................................74

3.2.5 Controle, avaliação e plano de ação................................................................ 75

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................83

APÊNDICES...............................................................................................................86

ANEXOS.....................................................................................................................91

DECLARAÇÃO...........................................................................................................93

ASSINATURAS..........................................................................................................94

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1 INTRODUÇÃO

A saúde pública a muito tem sido alvo de estudos no Brasil, fato que ocorre

por uma série de motivos, como a precariedade de alguns serviços prestados aos

cidadãos e as características bastante peculiares do Sistema Único de Saúde - SUS

do país, que foi criado por meio da constituição de 1988 e regulamentado pelas leis

8080 e 1842 de 1990.

O campo de atuação da saúde pública abrange vários aspectos

fundamentais na busca da promoção e proteção da saúde individual e coletiva,

subdividindo-se em diversas áreas para facilitar o alcance deste objetivo.

Uma das áreas que contribui significativamente na promoção e proteção da

saúde é a área de Vigilância Sanitária, a qual é regulamentada por legislação

própria, e compreende o conjunto de ações capazes de diminuir, eliminar ou

prevenir riscos, e intervir sobre os problemas decorrentes da produção e circulação

de produtos, serviços e do meio ambiente, com o único objetivo de proteger a saúde

da população.

A área de vigilância sanitária, além de ser atingida pela precariedade de

estruturação, que é um problema nacional da saúde pública, possui pouco espaço

no próprio debate da saúde, e como conseqüência, acaba tendo pouca visibilidade

no meio acadêmico, tornando-se praticamente inexplorada, principalmente pela

ciência da administração, sem que se considere a importância do seu trabalho para

a comunidade.

Tendo em vista este contexto pode-se argumentar que uma das atribuições

dadas a um administrador é o ato de planejar, de exercer um planejamento, que

pode ser conceituado como um processo desenvolvido para o alcance de uma

situação futura desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo (OLIVEIRA,

2007).

Seguindo este raciocínio e considerando a responsabilidade das ações de

vigilância sanitária à saúde em geral, surgiu à necessidade e a oportunidade de

trabalhar a ferramenta planejamento estratégico da ciência da administração, na

área supramencionada.

É evidente que planejar as ações de vigilância sanitária como um todo é

inviável em um trabalho de conclusão de graduação, para tanto é necessário

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segmentar o estudo às esferas municipais, como ocorreu com o presente estudo,

que buscou, por meio das metodologias exigidas pela academia, planejar as ações

sanitárias do município de Balneário Camboriú.

O departamento de fiscalização sanitária do município de Balneário

Camboriú, que está dividido em três setores específicos (setor de alimentos, setor

de saneamento e setor de exercício profissional) não foge à regra no que diz

respeito ao exposto até então sobre vigilância sanitária, o que viabilizou e facilitou a

elaboração de um trabalho acadêmico cientifico em ciência da administração.

A junção do conceito de planejamento estratégico com o conceito de saúde,

acrescida do desafio de diagnosticar a realidade vivida pelo departamento de

fiscalização sanitária do município de Balneário Camboriú, foi o que levou a

acadêmica a propor um planejamento estratégico para as ações deste setor, com o

intuito de aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados a sociedade balneário

camboriuense.

1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa

De acordo com Roesch (2005, p. 90) “[...] um problema é uma situação não

resolvida, mas também pode ser a identificação de oportunidades [...]”. Neste

sentido, a delimitação do problema de pesquisa assume caráter cientifico, na

proporção que conduz a seguinte indagação.

Sustentando-se no enfoque do planejamento, quais práticas seriam mais

adequadas na elaboração de um planejamento estratégico coerente com a realidade

da fiscalização sanitária do município de Balneário Camboriú?

Ao se elaborar um trabalho acadêmico científico em graduação faz-se

necessário um profundo envolvimento por parte do aluno, que deve alinhar os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso com o segmento que irá estudar, de

modo que possa justificar devidamente a escolha do tema do trabalho, pois a

justificativa consiste em uma exposição sucinta e completa das razões teóricas e

dos motivos práticos que tornam importante a realização da pesquisa. (MARCONI;

LAKATOS, 2005).

Seguindo este pensamento, o presente trabalho é importante para o

departamento de fiscalização sanitária do município de Balneário Camboriú, porque

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proporcionou um planejamento estratégico para as ações desenvolvidas pelos

setores do mesmo, de forma a possibilitar a identificação dos fatores mais relevantes

para o estudo.

Para a Universidade, e especificamente para o Centro de Ciências Sócias

Aplicadas – Gestão, o trabalho é importante porque oportunizou o estudo de uma

área pouco explorada pela ciência da administração.

Já para a acadêmica, o trabalho é importante porque proporcionou a

aplicação de conhecimentos adquiridos ao longo do curso em uma área até então

pouco explorada por administradores.

De fato, pouco se tem estudado sobre saúde pública em ciência da

administração em nível regional, e ao segmentar saúde à promoção e proteção, que

é área de atuação da vigilância sanitária, os estudos são menores ainda, desta

forma, o presente trabalho justifica sua originalidade, porque de acordo com

investigações da própria acadêmica, não foi realizado até então nenhum trabalho de

planejamento estratégico no departamento de fiscalização sanitária de Balneário

Camboriú.

Finalmente, considerando crucial a reflexão do trabalho quanto à viabilidade

nas questões de acesso aos dados, custos e tempo de realização do estudo, para

evitar problemas futuros (ROESCH, 2005), o projeto justifica-se nestas três esferas

porque se teve o cuidado de buscar um tema que se adequasse ao tempo

proporcionado pelo estágio curricular, bem como, prévia consulta ao setor estudado

quanto à disponibilidade de acesso aos dados e os custos para a elaboração de um

planejamento.

1.2 Objetivos do Trabalho

De acordo com Soriano (2004, p. 57) “o estabelecimento de objetivos é

parte fundamental do estudo, pois os pontos de referência ou assimilamentos é o

que guiam o desenvolvimento da pesquisa e a eles visam todos os esforços”.

Desta forma, o objetivo geral deste trabalho, consiste em elaborar um

planejamento estratégico para o departamento de fiscalização sanitária de Balneário

Camboriú.

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Considerando o objetivo geral acima apresentado, define-se os seguintes

objetivos específicos como apoio ao desfecho do trabalho:

- Realizar um diagnóstico interno e externo;

- Atualizar a missão, visão e valores do departamento;

- Traçar planos de ação com a proposição de novas estratégias;

- Propor um mecanismo de controle.

1.3 Aspectos Metodológicos

A busca do conhecimento lógico que proporcione a apresentação de

soluções à problemática do segmento vigilância sanitária no município de Balneário

Camboriú, por meio de um trabalho de estágio que proporcione a oportunidade de

combinar teoria e prática (ROESCH, 2005) especificando a metodologia da pesquisa

que de acordo com Marconi; Lakatos (2005, p. 105) “[...], responde a um só tempo,

às questões: como?, com quê?, onde?, quanto?”, são os itens que se seguem no

trabalho.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

Fazer a caracterização de um trabalho de estágio é o que o diferencia de

outros estudos, pois, é neste item que se apresenta à maneira como o trabalho foi

executado, de acordo com problema e objetivo de pesquisa já delimitada.

Seguindo esta linha de raciocínio, o primeiro item a ser caracterizado,

consiste na tipologia do trabalho de estágio, sendo que a elaboração de um

planejamento, objetivo desta pesquisa, se enquadra num primeiro momento, em

uma pesquisa diagnóstica, pois neste, também denominado modelo de consultoria,

cabe ao próprio graduando identificar problemas e propor soluções (ROESCH,

2005).

Continuando neste contexto, após a elaboração do diagnóstico, este

trabalho se enquadra no modelo de consultoria de proposição de planos,

acreditando na existência de uma analogia entre graduando e consultor,

considerando que neste gênero a ênfase é apresentar soluções para problemas

previamente identificados (ROESCH, 2005).

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Outro aspecto a ser considerado, consiste no delineamento dos métodos de

pesquisa, e neste trabalho se utilizou o método qualitativo, pois além de ser uma

opção do próprio investigador, é uma forma adequada para entender a natureza do

fenômeno social (RICHARDSON, 1999), além de ser o mais apropriado à proposição

de planos “quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma

investigação [...]” (ROESCH, 2005, p. 154).

Cabe ressaltar, que o trabalho utilizou técnicas quantitativas para a análise

dos dados, caracterizando-se assim, um estudo com predominância qualitativa e

aporte quantitativo, pois de acordo com Richardson (1999, p. 89) “na análise da

informação, as técnicas estatísticas podem contribuir para avaliar informações e

reinterpretar observações qualitativas, permitindo conclusões menos objetivas”.

Definidos qual o tipo do trabalho e qual o método, é necessário definir qual a

melhor estratégia, que para este projeto foi o estudo de caso, porquanto permite

examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, ou seja, estudando

as pessoas em seu ambiente natural. (ROESCH, 2005).

Um último item a ser considerado na caracterização de um trabalho de

estágio, é o nível da pesquisa, que nesta, foi exploratória descritiva. Exploratória,

porque “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos

e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses

pesquisáveis para estudos posteriores”. (GIL, 199, p. 43), e descritivos, porque “têm

por objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 1999, p. 44).

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

De acordo com Roesch (2005) um estágio pode estar concentrado em um

departamento de uma organização, como geralmente ocorre com propostas que

visam a diagnósticos, planos ou sistemas em determinados setores, onde se torna

importante descrever a estrutura da área organizacional estudada, incluindo a

quantidade de pessoas que nela atuam.

Neste contexto, a presente pesquisa buscou a participação efetiva dos

colaboradores do departamento por meio de entrevistas e questionários, alcançando

uma população de 32 pessoas (algumas estavam de férias e outras se negaram a

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responder os questionários), sendo que estas são de total importância à execução

das ações de vigilância sanitária e conseqüentemente ao desfecho do trabalho.

O departamento pesquisado esta dividido em quatro setores, o setor de

alimentos, de exercício profissional, de saneamento e o centro de controle de pragas

urbanas - CCPU além da recepção, que para melhor entendimento do leitor, estão

devidamente apresentados na tabela 1, a qual apresenta informações pertinentes ao

número de colaboradores e seus respectivos cargos.

Cabe ressaltar, que o Centro de Controle de Pragas Urbanas não fez parte

do estudo porque foi implantado após a elaboração da proposta do trabalho, não

estando descrito na tabela supramencionada.

Recepção N° de colaboradores Cargo 1 Diretor 4 Auxiliar administrativo

5 Saneamento (análise de projeto e laboratório)

N° de colaboradores Cargo 1 Coordenador 7 Fiscal de saúde pública 1 Auxiliar operacional (auxiliar de fiscalização) 1 Técnico análise de projeto 1 Engenheiro de segurança do trabalho 1 Bio químico 2 Técnico de laboratório 2 Auxiliar administrativo

16 Alimentos

N° de colaboradores Cargo 1 Coordenador 6 Fiscal de saúde pública 0 Auxiliar administrativo

7 Exercício Profissional

N° de colaboradores Cargo 1 Coordenador 5 Fiscal de saúde pública 0 Auxiliar operacional (auxiliar de fiscalização) 1 Farmacêutico 1 Auxiliar administrativo

8 Quadro1 - Número de funcionários e cargos Fonte - Departamento de Fiscalização Sanitária de Balneário Camboriú

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1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Quanto à coleta de dados e de acordo com (ROESCH, 2005) foram utilizados

tanto métodos de coleta primários (entrevistas, questionários e observação), quanto

secundários (análise documental), em busca de uma complementaridade que

facilitasse o desfecho da pesquisa e o alcance do objetivo, levando em conta que

“qualquer instrumento coletado deve oferecer confiabilidade e validez”. (SORIANO,

2004, p. 141).

A primeira técnica utilizada foi a entrevista em profundidade com o diretor do

departamento e o supervisor de cada setor, considerando que esta permite colher

abundante informação básica sobre o problema de estudo, podendo ser empregada

para fundamentar hipóteses e estratégias, haja vista que é aplicada a fontes chaves

de informação, assim denominadas por possuírem experiências e conhecimentos

relevantes ao tema de estudo, por estarem na sua comunidade ou seu grupo social

(SORIANO, 2004).

Outra técnica utilizada, foi a aplicação de questionários com os demais

colaboradores do departamento, com o intuito de comparar a visão de gestores e

colaboradores, pois este tem por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,

sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, entre outros. (GIL,

1999).

A fim de complementar as informações que foram levantadas nas entrevistas

e nos questionários, a acadêmica buscou uma segunda alternativa de coleta de

dados, que foi a análise documental, pois, “normalmente tais fontes são utilizadas

para complementar entrevistas ou outros métodos de coleta de dados” (ROESCH,

2005, p. 166), sendo que os documentos analisados foram relatórios do próprio

setor, bem como da secretária do município como um todo.

Um último procedimento utilizado na pesquisa, considerado importante na

elaboração de um plano, foi à observação participante, a qual Gil, (1999, p. 113)

conceitua:

A observação participante, ou participação ativa, consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. Daí por que se pode definir observação participante como a técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida de um grupo a partir do inteiro dele mesmo.

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23

1.3.4 Tratamento e análise de dados

Para Marconi; Lakatos (2006, p. 134) “a maneira de redigir as conclusões

deve ser precisa e categórica, sendo as mesmas pertinentes e ligadas às diferentes

áreas do trabalho”. Sendo assim, o trabalho utilizou a análise de conteúdo para fazer

a interpretação das entrevistas e documentos, pois de acordo com, Roesch (2005,

p.1710) “o método busca classificar palavras, frases ou mesmo parágrafos em

categoria de conteúdos”, devendo, por sua natureza cientifica ser eficaz, rigorosa e

precisa. (RICHARDSON, 1999).

Já os dados obtidos com os questionários, foram tabulados e submetidos à

análise estatística, a fim de codificá-los e manipulá-los. (ROESCH, 2005).

Para encerrar este capitulo, é necessário expor, que para a elaboração do

planejamento proposta por este estudo, utilizou-se a metodologia indicada por

Oliveira (2007), buscando adaptações coerentes com a área da saúde pública.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste item, foi desenvolvido em uma ordem lógica, todo referencial teórico

do trabalho, servindo como fundamentação e validando esta pesquisa, sendo que,

de acordo com Roesch (2005) o capítulo da revisão da literatura, engloba tudo o que

for necessário e relevante para esclarecer e justificar o problema em estudo, bem

como, servir para orientar o método do trabalho e os procedimentos de coleta e

análise dos dados.

2.1 A Ciência da Administração

Em administração é muito difícil encontrar um conceito universal que

explique o que é esta ciência, porém, ao se estudar os diversos conceitos existentes

percebem-se a similaridade que há entre os mesmos.

Desta forma para Montana; Charnov (2003, p. 2) “administração é o ato de

trabalhar com, e por intermédio de outras pessoas, para realizar os objetivos da

organização, bem como de seus membros”.

Já para Certo (2003, p. 5) “[...], administração é o processo que permite

alcançar as metas de uma empresa, fazendo uso do trabalho com, e por meio das

pessoas e outros recursos da empresa”.

Para Maximiano (2000, p. 26), “Administração significa em primeiro lugar

uma ação. A administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que

compreende quatro processos principais interligados: planejamento, organização,

execução e controle”.

E ainda para Daft (2005, p. 5), “administração é o alcance de metas

organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento,

organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”.

A administração é tão antiga quanto a própria história do homem, e de

acordo com Maximiano (2000), o fato histórico que fez com que a administração

surgisse como ciência, foi a Revolução Industrial do século XVIII. Foi nesta época

que as primeiras fábricas modernas começaram a praticar os diversos conceitos que

se tornariam universais no século seguinte. Um desses conceitos trata-se da divisão

do trabalho evidenciada por Adam Smith, a qual enfatizava as vantagens do

principio da divisão do trabalho, mesmo não tendo sido o inventor desta prática.

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A Revolução Industrial foi de suma importância para a disseminação da

prática da divisão do trabalho, mas foi a partir do início do século XX, com a

organização eficiente do trabalho dentro das empresas, que surgiram as bases para

o desenvolvimento das teorias da administração, que envolveu a participação de

muitas pessoas, como Frederik Taylor, Henry Ford, Henri Fayol e Max Weber, os

quais formaram a chamada escola clássica da administração. O quadro 2 a seguir

mostra de maneira resumida todas as escolas da administração.

Anos Fases das Empresas Ênfase Teorias

Administrativas Predominantes

1780 Artesanal

Início da Industrialização 1° Revolução Industrial

1860 Desenvolvimento Nas tarefas Administração

Científica Industrial: 2° Revolução Industrial

1914

Gigantismo Industrial: Na estrutura organizacional: Teoria Clássica As 2 Guerras Mundiais Nas pessoas: Teoria Neoclássica

Teoria das Relações Humanas

1945

Fase Moderna: Na estrutura organizacional: Teoria Neoclássica Pós-guerra Teoria da Burocracia

Teoria Estruturalista Nas pessoas: Teoria

Comportamental Na tecnologia Teoria da

Contingência No ambiente Teoria da

Contingência

1980 Fase da Incerteza: No ambiente Teoria da

Contingência Momento Atual

Quadro 2 - As fases da história das empresas e da teoria administrativa Fonte - Adaptado de Chiavenato (1994).

As teorias administrativas, ao longo das décadas, sempre foram

desenvolvidas com ênfase em algum fator específico em busca de respostas a

questionamentos não solucionados pelas teorias antecessoras (DAFT, 2005), e é

possível afirmar que, ao longo da evolução das escolas da administração, a função

de planejamento assume um papel de destaque.

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Como citado anteriormente, administração é primeiramente uma ação, um

processo que se compõe de quatro funções principais: planejar, organizar, executar

e controlar. Essa afirmativa é chamada de enfoque funcional da administração,

criado por Henry Fayol, que separa a tarefa da administração das tarefas

operacionais (MAXIMIANO, 2000).

O quadro 3 demonstra as quatro funções, bem como seus conceitos.

Planejar Diz respeito às implicações das decisões tomadas hoje para um futuro próximo

Organizar

Compreende a distribuição do poder, das tarefas, das responsabilidades e da prestação de contas. A organização também expressa a distribuição otimizada dos recursos em uma empresa.

Dirigir

Envolve os estilos de liderança e de direção utilizados pelos gestores para motivar as pessoas a atingir os objetivos propostos e proporcionar o sentido de missão.

Controlar Demonstra a compatibilidade entre objetivos esperados e resultados alcançados. O produto principal da função controle é a informação.

Quadro 3 - Funções da administração Fonte - Adaptado de Andrade e Amboni (2007)

O administrador é peça fundamental para qualquer tipo de organização, e

para que suas funções funcionem na prática, e proporcionem resultados eficientes,

eficazes e efetivos, o feedback é fundamental, pois possibilita ao gestor, efetuar

ajustes segundo as contingências internas e externas, servindo de parâmetro para a

tomada de decisões com menos riscos e incertezas (ANDRADE; AMBONI, 2007).

2.2 Planejamento

Certo (2003, p. 103), afirma que o planejamento é uma atividade necessária

para qualquer organização, e o conceitua como, “o processo de determinar como a

organização pode chegar onde deseja e o que fará para executar seus objetivos”.

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Neste mesmo sentido Montana e Charnov (2003, p. 117) afirmam:

O planejamento pode ser descrito como (1) escolha de um destino, (2) avaliação de rotas alternativas e (3) decisão sobre o curso específico. O planejamento é uma disciplina que pode ajudar os gerentes a analisarem cuidadosamente as questões e os problemas e a conceberem alternativas para lidar com as questões e superar os problemas.

Já Tavares (1991, p. 68), diz que “planejamento é o conjunto previamente

ordenado de ações com o fim de alcançar os objetivos, compreendendo a alocação

de recursos humanos, materiais e financeiros, e procedimentos de avaliação”.

Os conceitos dos autores demonstram a concordância de que o

planejamento é de total importância para qualquer organização, seja ela pública ou

privada, auxiliando a execução das suas funções administrativas, possibilitando a

organização, a direção, o controle e a coordenação, com o intuito de alcançar o

patamar desejado.

Montana; Charnov (2003), bem como outros autores citam que o

planejamento dentro de uma organização pode ser desenvolvido em nível

estratégico, tático e operacional.

Desta forma, de acordo com Oliveira (2007), planejamento estratégico é o

processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para estabelecer

a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando otimizar o grau de interação

com fatores externos não controláveis, atuando de forma diferenciada e inovadora.

Tavares (1991, p. 68), diz que “planejamento estratégico é o processo de

formulação de estratégias para aproveitar as oportunidades e neutralizar as

ameaças ambientais, utilizando os pontos fortes e eliminando os pontos fracos da

organização para a consecução de sua missão”.

Já Fischmann (1991, p. 25) destaca:

Planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir pra aproveitar as oportunidades e evitar riscos.

Neste mesmo sentido, Fernandes (2005, p. 11), coloca que “o planejamento

estratégico busca sistematizar o pensamento estratégico, formalizando processos e

procedimentos para que a empresa saiba exatamente os caminhos a seguir”.

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O Planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de

resultado e não a empresa como um todo, trabalhando com decomposições de

objetivos, estratégias e políticas estabelecidos pelo planejamento estratégico

(OLIVEIRA, 2007).

O planejamento tático se dá normalmente no nível gerencial e geralmente

consiste em decisões para operacionalizar o planejamento estratégico,

caracterizando-se por um impacto de médio prazo, sendo que sua extensão reduz-

se a um conjunto de áreas ou setores da organização (FERNANDES, 2005).

Montana; Charnov (2003, p. 121) salientam:

O planejamento tático tem um tempo de duração mais curto que o planejamento estratégico e está voltado mais especificamente a variáveis como condições de mercado, metas financeiras e recursos necessários para executar a missão. Todo planejamento tático é realizado dentro da estrutura do planejamento estratégico.

E finalmente, o planejamento operacional pode ser considerado como a

formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de

desenvolvimento e implantação estabelecidas, tendo-se nesta situação,

basicamente, os planos de ação ou planos operacionais correspondentes a um

conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, pois normalmente é

elaborado pelos níveis organizacional inferiores, com foco básico nas atividades do

dia-a-dia (OLIVEIRA, 2007). Para Maximiano (2000, p. 238), “o processo de

planejamento operacional consiste em fazer a previsão das atividades e dos

recursos necessários para realizá-las”.

O planejamento operacional, de certa forma, representa a materialização do

planejamento estratégico e tático, caracterizando-se por ações de curto prazo,

afetando apenas uma área ou setor específico (FERNANDES, 2005).

O quadro 4 a seguir demonstra as principais diferenças existentes entre os

tipos de planejamento.

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Descriminação Planejamento Estratégico

Planejamento Tático

Planejamento Operacional

Prazo Mais longo Médio Mais curto

Amplitude Mais ampla Restrita Mais restrita

Riscos Maiores Moderados Menores

Atividades Fins e meios Meios Meios

Flexibilidade Menor Maior Maior

Quadro 4 - Diferenças entre planejamento estratégico e planejamento tático Fonte - Adaptado de Oliveira (2007).

É importante salientar, que a atividade de planejar é complexa em

decorrência de sua própria natureza, qual seja a de um processo continuo de

pensamento sobre o futuro, desenvolvido mediante a determinação de estados

futuros desejados e a avaliação de cursos de ação alternativos a serem seguidos

para que tais estados sejam alcançados. E isso tudo implica um processo decisório

permanente, acionado dentro de um contexto ambiental interdependente e mutável,

em que conhecer detalhadamente a metodologia de elaboração e implementação de

um planejamento, propicia um embasamento teórico muito rico ao administrador de

uma organização, além de ser necessário para a otimização de sua aplicação.

Neste sentido, Oliveira (2007), afirma que um planejamento possui três

dimensões especificas, a saber:

• O delineamento, que compreende a estruturação do processo de

planejamento, onde se determina a estrutura metodológica do processo e o

profissional adequado para auxiliar neste delineamento.

• A elaboração, que inclui a identificação das oportunidades e ameaças no

ambiente da empresa, bem como a adoção de estimativas de risco para as

alternativas escolhidas, ressaltando-se que antes de escolher essas

alternativas devem-se avaliar os pontos fortes e os pontos fracos da

organização, e sua real capacidade de tirar vantagens e enfrentar ameaças.

• A implementação, que envolve assuntos organizacionais, o sistema de

informações, os sistemas de incentivos, a competência operacional, o

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treinamento e a liderança necessária ao desenvolvimento do processo de

planejamento

Ainda de acordo com Oliveira (2007), existem duas possibilidades quando se

considera a metodologia para o desenvolvimento de um planejamento:

• primeiro define-se em termos da organização como um todo, aonde se quer

chegar e depois se estabelece como a organização esta para chegar a

situação desejada; ou

• primeiro define-se em termos da organização como um todo, como se esta e

depois se estabelece aonde se quer chegar.

Rasmussen (1990, p. 103), afirma que “o universo de uma empresa é

composto de uma série de recursos, atividades específicas e de uma cultura

comportamental definida, que normalmente sofre certas alterações durante a

implantação do planejamento estratégico”.

É importante destacar que apesar de se utilizar uma metodologia como

embasamento teórico, o processo de planejamento deve seguir as características

próprias de cada organização. A sua natureza, o porte, o estilo de gestão, a cultura e

o clima irão influenciar o desenvolvimento desse tipo de atividade (TAVARES, 1991).

Por meio deste contexto e utilizando a metodologia de elaboração e

implementação do planejamento nas organizações encontrada em Oliveira (2007),

tem-se quatro fases básicas para a elaboração de um planejamento, o diagnóstico

estratégico, a missão da empresa, os instrumentos prescritivos e quantitativos e o

controle e avaliação, os quais estão devidamente apresentados na figura 1 e

conceituados nos próximos itens do trabalho.

Figura 1 Fases do planejamento estratégico Fonte - Adaptado de Oliveira (2007)

Diagnóstico Estratégico

Instrumentos prescritivos e quantitativos

Missão da

empresa

Controle e

avaliação

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2.2.1 Diagnóstico estratégico

O diagnóstico estratégico corresponde à primeira fase do processo de

planejamento e de acordo com Oliveira (2007, p. 63), ele “[...] procura responder a

pergunta básica “qual a real situação da empresa quanto a seus aspectos internos e

externos?”, verificando o que a empresa tem de bom, de regular e de ruim em seu

processo administrativo”.

Já para Hartmann (1998, p. 154):

A definição mais elementar de Diagnóstico Estratégico consiste em conhecer os efeitos e suas respectivas causas, situadas interna e externamente ao seu negócio e ao dos seus concorrentes, visando estabelecer uma forma de agir, tendo em vista as implicações num futuro, o mais distante possível.

E ainda conforme Costa (2005), o diagnóstico é um processo formal e

estruturado que procura avaliar a existência e a adequação das estratégias vigentes

na organização em relação ao andamento de transformações para a construção do

seu futuro.

Tavares (1991), afirma que o principal cuidado a ser observado em um

diagnóstico é que ele realmente deve ser confiável e seguro para orientar as

mudanças necessárias que darão suporte a implementação do planejamento.

Como complemento Oliveira (2007), diz que esse diagnóstico também pode

ser chamado de auditoria ou análise, e deve ser efetuado da forma mais real

possível, aja visto que qualquer tomada de posição errada nesta fase prejudicará

todo o resto do processo de desenvolvimento e implementação do planejamento na

organização.

Um diagnóstico deve identificar as situações consideradas indesejáveis ao

desempenho organizacional, fato que deve ocorrer com determinadas precauções,

como por exemplo, identificar apenas as questões ou problemas que estejam dentro

da esfera de tomada de decisão dos atores organizacionais. No caso de

organizações públicas, é comum a crença de que muitas das dificuldades

institucionais se resolveriam se certos cargos diretivos deixassem de ser

preenchidos por políticos que, muitas vezes, interferem e até prejudicam o seu

funcionamento (TAVARES, 1991).

Sabendo que o diagnóstico é uma das quatro fases da elaboração de um

planejamento, é necessário observar que dentro do próprio diagnóstico existem

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alguns componentes que auxiliam na sua mensuração, sendo os principais a visão

da, os valores e análise interna e externa da organização.

2.2.1.1 Visão

A visão procura descrever a auto-imagem da organização: como ela se vê,

ou melhor, como ela gostaria de se ver no futuro (COSTA, 2005). Tiffany (1998), diz

que a declaração da visão é um conjunto preciso e bem elaborado de palavras que

anunciam para onde a organização esta caminhando e traçam um quadro do que ela

quer ser.

“A visão pode ser definida como um macro objetivo, não quantificável, de

longo prazo. Onde e como a organização espera estar no futuro” (TACHIZAWA,

2000, p. 39), sendo de fundamental importância diante do desafio de planejar em

ambientes cada vez mais complexos e competitivos, e construindo o futuro das

organizações, sejam elas públicas ou privadas (VASCONCELOS, 2001).

Para Oliveira (2007, p. 65):

Visão é conceituada como os limites que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem de tempo mais ampla. Nesse contexto, a visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa quer ser.

Oliveira (2007), ainda coloca alguns questionamentos que ajudam a

organização a verificar se está dentro ou fora de seu foco, a saber:

• Existe um rumo claro para a atuação da organização?

• Todos os executivos conseguem responder de forma única ao que a

organização quer ser em um futuro breve ou distante?

• O enunciado desta visão é compreendido e assimilado por todos dentro da

organização?

• Esta frase da visão é utilizada em suas decisões estratégicas, principalmente

quanto ao foco básico que se pretende alcançar e com esforço unificado de

todos os envolvidos?

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2.2.1.2 Valores

Como seu próprio nome diz, os valores são características, virtudes,

qualidades da organização que podem ser avaliadas como se estivessem em uma

escala, e que devem ser preservadas e incentivadas, pois são atributos realmente

importantes para a corporação (COSTA, 2005).

Para Tiffany (1998), valores constituem-se em um conjunto de crenças e

princípios que geram as ações e as atividades de uma organização. Seguindo este

raciocínio Oliveira (2007, p. 67), coloca que: “foi verificado que valores representam

o conjunto dos princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como

fornecem sustentação para as suas principais decisões”, e Tachizawa (2000, p. 41)

,diz que valores são um “conjunto de doutrinas, credos, padrões éticos e princípios

que orienta as ações da organização ao longo do tempo e independente das metas,

dos objetivos e das estratégias por ela adotada”.

Ao se elaborar os valores de uma empresa, deve-se pensar em diferentes

grupos, todos com os quais a organização mantém um relacionamento. Sendo que

os envolvidos são os grupos de pessoas que tem alguma participação ou interesse

na organização (TIFFANY, 1998).

Pode-se afirmar que os valores dentro de uma organização se tornam tão

importantes quanto à alta administração, e que devem ter forte interação com as

questões éticas e morais, sendo que se estes valores forem realmente verdadeiros,

servem, também, de sustentação da vantagem competitiva (OLIVEIRA, 2007).

2.2.1.3 Análise interna

O terceiro item proposto por Oliveira (2007), no que diz respeito ao

diagnóstico organizacional, é a análise interna. Para compreender o ambiente

interno é necessária uma análise profunda dentro da organização, estabelecendo

seus pontos fortes e seus pontos fracos face às oportunidades e ameaças

ambientais e a qualidade do relacionamento pretendido com o público (TAVARES,

1991), pois “o estudo do ambiente interno permite que a empresa identifique o que

pode fazer” (HITT, 2003, p. 99).

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O diagnóstico estratégico em sua análise interna apresenta como

componentes os pontos fortes, os pontos francos e os pontos neutros, que formam

as variáveis controláveis pela organização, sendo que, para Oliveira (2007, p. 68):

Pontos fortes são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição favorável para a empresa, em relação a seu ambiente, pontos fracos são as variáveis internas e controláveis que provocam uma situação desfavorável para a empresa, em relação a seu ambiente e [...] pontos neutros são as variáveis internas e controláveis que foram identificadas, mas que no momento, não existem condições de estabelecer se estão proporcionando uma condição que pode ser favorável ou desfavorável para a empresa.

Neste mesmo sentido Hartmann (1998), conceitua pontos fortes como os

fatores internos ou partes de uma organização que apresentam condições

favoráveis para a melhoria dos resultados. Pontos fracos como os fatores internos

ou partes de uma organização que apresentam condições desfavoráveis para a

melhoria dos resultados. E pontos neutros como os fatores internos ou partes de

uma organização de difícil identificação de seu impacto sobre as áreas de

resultados.

Para que se possa levantar a estrutura interna de uma organização é

necessário o estabelecimento de sistemas e métodos que reflitam exatamente a

consciência do microambiente (RASMUSSEM, 1990). Já para a consolidação do

diagnóstico de uma organização, é necessária a utilização de alguns formulários, os

quais serão de grande utilidade para a corporação.

Desta forma, um dos formulários que podem ser utilizados no diagnóstico, e

que são encontrados tanto em Oliveira (2007) quanto em Hartmann (1998), é o

formulário de avaliação de prioridade dos fatores. Esta técnica tem por objetivo

decompor a empresa em um sistema de funções interligadas, analisando o

funcionamento de cada parte do conjunto. Para auxiliar a aplicação dessa técnica

recomenda-se a utilização das Tabelas de Gravidade, Urgência e Tendência - GUT

onde se elaboram perguntas de acordo com a aplicação do fator específico,

conforme mostra a quadro 5 a seguir.

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Tabelas de GUT

Gravidade Perguntas Escala

O dano é extremamente importante? 5 O dano é muito importante? 4 O dano é importante? 3 O dano é relativamente importante? 2 O dano é pouco importante? 1

Urgência

Perguntas Escala Tenho de tomar uma ação bastante urgente? 5 Tenho que tomar uma ação urgente? 4 Tenho que tomar uma ação relativamente urgente? 3 Posso aguardar? 2 Não há pressa? 1

Tendência

Perguntas Escala Se nada fizer, a situação vai piorar (crescer) muito? 5 Se nada fizer, a situação vai piorar (crescer)? 4 Se nada fizer, a situação vai permanecer? 3 Se nada fizer, a situação vai melhorar (desaparecer)? 2 Se nada fizer, a situação vai melhorar (desaparecer) completamente? 1 Quadro 5 - Tabelas de GUT Fonte - Adaptado de Hartmann (1998)

Hartmann (1998) salienta a importância de se utilizar esse tipo de

procedimento, pois por meio do GUT definem-se as prioridades para a organização.

Um exemplo da aplicação deste tipo de técnica é demonstrado no quadro 6.

N.º Fator FO FR NE GUT Justificativa e Planejamento 1 Recursos Humanos 1.1 Recrutamento e Seleção 1.2 Descrição de Territórios 1.3 Treinamento 1.4 Recompensas 1.5 Avaliação 1.6 Produtividade N.º Fator FO FR NE GUT Justificativa e Planejamento

2 Produção 2.1 PCP 2.2 Processo 2.3 Nível de estoque 2.4 Máquinas e Equipamentos 2.5 layout Quadro 6 - Tabela de Análise interna Fonte: Adaptado de Hartmann (1998).

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2.2.1.4 Análise externa

Quanto à análise externa Oliveira (2007, p. 71) destaca:

A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua atual posição versus mercados e, prospectiva, quanto a sua posição versus mercados desejada no futuro.

Os principais fatores que condicionam a formação do sucesso futuro de uma

organização, estão mais fora do que dentro dela, sendo estes os que lhe servem de

alicerce, mas que podem trazer muitas surpresas e intempéries, deveriam ser o

orientador do planejamento para a tomada de providências imediatas que resultem

no aproveitamento das oportunidades ou na neutralização das conseqüências

negativas das ameaças. (COSTA, 2005).

Neste mesmo sentido Hartmann (1998, p. 188) conceitua análise externa

como:

A identificação de oportunidades ou ameaças e suas respectivas causas priorizadas, localizadas externamente ao seu negócio ou Território, entendidas como fatores ou situações que podem ser aproveitadas ou neutralizadas, que afetam positiva ou negativamente os resultados.

Considerado a colocação de Hartmann, Oliveira (2007, p. 68) conceitua:

Oportunidades são as variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-las. E ameaças são as variáveis externas e não controláveis pela empresa que podem criar condições desfavoráveis para a mesma.

Tavares (1991) propõe a análise externa utilizando os conceitos de macro

ambiente e públicos em que:

Macro ambiente consiste na identificação, classificação e análise das variáveis ambientais que possam interferir de forma positiva ou negativa no desempenho da organização. Quando positiva relaciona-se às oportunidades e quando negativas, às ameaças. E públicos consiste na listagem e caracterização das instituições, organizações ou outros agrupamentos sociais e em análise do nível e qualidade dos vínculos que a organização estabelece ou deseja estabelecer com os mesmos (TAVARES, 1991, p. 74).

O ambiente organizacional não é um conjunto estável, uniforme e

disciplinado, mas sim um conjunto dinâmico que atua constantemente com grande

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quantidade de forças, de diferentes dimensões e naturezas, em direções distintas,

que muda a cada momento, pelo fato de cada uma dessas forças interferir e interagir

com as demais forças do ambiente, podendo oferecer a organização oportunidades

e ameaças, onde se deve buscar o aproveitamento das oportunidades e

amortecimento ou a absorção das ameaças, ou, simplesmente, adaptar-se a elas.

(OLIVEIRA, 2007).

Neste sentido, Rasmussen (1990, p. 71) afirma:

A empresa é uma pessoa jurídica que opera em um universo específico de múltiplos interesses, que surgem tanto do macro ambiente operacional, como do microambiente, interesses que tanto podem significar ameaças, como oportunidades para o empreendimento. Para que os planejadores estratégicos possam identificar tanto as ameaças, como as oportunidades, o primeiro passo na implantação do planejamento estratégico deve ser o estabelecimento e a análise do perfil do comportamento macro ambiental e dos limites físicos e psicológicos do empreendimento para formular um planejamento adequado para a entidade.

Considerando as afirmações dos autores, surgem algumas variáveis

ambientais que devem ser consideradas pela organização em sua análise externa, e

que são encontradas tanto Chiavenato (1994) quanto em Kotler (2006), a saber:

• Variável demográfica: é um indicador altamente confiável a curto e médio

prazo, e sua principal força esta na população em geral, pois os mercados

são formados por pessoas, sendo os aspectos de maior interesse para

análise externa, o tamanho e a taxa de crescimento de diferentes populações,

a distribuição das faixas etárias e sua composição étnica, os graus de

instrução, os padrões familiares, e as características das diferentes regiões

bem como as movimentações entre elas;

• Variável Econômica: considera o poder de compra das pessoas, avaliando a

renda, os preços, o endividamento e a disponibilidade de crédito;

• Variável Sociocultural: avalia as preferências e os gostos das pessoas, o qual

direciona o poder de compra para determinados bens e serviços em

detrimento de outros.

• Variável Natural: o ambiente natural é uma preocupação global, pois a

poluição da água e do ar, o efeito estufa que causa queimadas de

combustíveis fósseis, e a escassez de água, são problemas cada vez mais

freqüentes, e devem ser consideras pelas organizações, pois tem gerado

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escassez de matéria-prima, aumento do custo da energia, pressões

antipoluição e mudanças no papel do governo.

• Variável Tecnológica: deve ser considerada por ser uma das forças que mais

afetam a vida das pessoas, e já gerou maravilhas, desastres e benefícios

duvidosos, além do que, muitas organizações ainda insistem em não inovar.

Muitas organizações se deparam com ambientes externos extremamente

turbulentos, complexos e globais, condições que tornam sua interpretação bastante

difícil, levando a empresa a lidar com dados ambientais muitas vezes ambíguos e

incompletos, fato que exige dos estrategistas o entendimento que, apesar das

dificuldades, a conclusão dessa análise é bastante significativa e que o

entendimento integrado dos ambientes interno e externo é fundamental para se

compreender o presente e prever o futuro (HITT, 2008).

2.2.2 Análise Swot

A avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças são

denominadas análise Swot, dos termos em inglês strengths, weaknesses,

opportunities, threats, e sua aplicação permitem sistematizar todas as informações

disponíveis e obter uma leitura transparente da organização, possibilitando tomadas

de decisões balanceadas. (KOTLER, 2000).

A avaliação estratégica realizada a partir da matriz swot é uma das

ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica. Trate-se de relacionar as

oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas

mapeadas no ambiente interno da organização, com a finalidade de avaliar como um

ambiente se relaciona com o outro, e a partir daí, analisar as estratégias passíveis

de implementação. (LOBATO, 2005).

Fat

ore

s E

xter

no

s Oportunidades Ameaças

Fat

ore

s In

tern

os Pontos Fortes Pontos Fracos

Figura 2 - Análise Swot Fonte - Adaptado de Lobato (2005)

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39

2.2.3 Missão

Missão é a razão de ser da organização, onde se procura determinar qual o

seu negócio por que ela existe, ou, ainda, em que tipos de atividades a empresa

deverá se concentrar no futuro, responde as perguntas aonde se quer chegar com a

organização? e quais necessidades e expectativas do mercado a organização

pretende atender? (OLIVEIRA 2007).

“Missão é a razão de ser de um certo negócio cuja resposta é obtida pelas

seguintes questões: Para onde? Para quando? Com o quê? A missão é o resultado,

em primeiro lugar, do teste da realidade pelo qual passa o sonho, a visão”

(HARTMANN, 1998, p 148).

“De modo geral, a missão consiste na razão de existência da organização e

na delimitação de suas atividades dentro do espaço que deseja em relação às

oportunidades de negócio” (TAVARES, 1991, p. 88).

Apesar da similaridade dos conceitos apresentados pelos autores, Oliveira

(2007) enfatiza que a missão apresenta um horizonte no qual a organização decide

atuar, e vai realmente entrar em cada um dos negócios que aparecerem neste

horizonte, que, se considerados viáveis e interessantes, passam a ser os propósitos

da empresa.

Considerando esta definição o mesmo autor conceitua:

Propósitos são compromissos que a empresa se impõe no sentido de cumprir sua missão. Representam grandes áreas de atuação selecionadas no contexto da missão estabelecida. Correspondem à explicitação de posições ou áreas de atuação planejadas para toda a empresa, devidamente aceitas por seus acionistas e executivos como desejáveis e possíveis (OLIVEIRA, 2007, p. 110).

Já para Hartmann (1998, p. 148), “propósitos são grandes áreas /setores de

atuação do negócio no contexto da missão – é o O que da Missão. Grandes

compromissos assumidos com a sua comunidade de clientes/fregueses”.

“A definição da missão serve de critério geral para orientar a tomada de

decisão, definir objetivos e ajudar nas escolhas das decisões estratégicas”

(TAVARES, 1991, p. 88), sendo de total importância na elaboração de um

planejamento, haja vista que responde a perguntas-chaves que podem determinar

sucesso ou fracasso para a organização.

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Vasconcelos (2001), alerta para a dificuldade em diferenciar negócio e

missão, afirmando que várias empresas podem atuar dentro de um mesmo negócio,

porém o que as distingue é a sua missão, e neste contexto podemos expandir o

conceito para organizações públicas que prestam serviços à comunidade em geral,

e em especifico para a Vigilância Sanitária, sendo que o trabalho é o mesmo, mas o

que as distingue de estado para estado, ou de município para município é a sua

missão, que vem para agregar valor para ações executadas por cada Vigilância

Sanitária – VISA.

2.2.4 Instrumentos prescritivos e quantitativos

Nesta fase as questões básicas são o estabelecimento de onde se quer

chegar e de como chegar à situação almejada, e para tanto, pode-se dividi-la em

dois instrumentos perfeitamente interligados, os prescritivos e os quantitativos

(OLIVEIRA, 2007).

Os instrumentos prescritivos do processo de planejamento são aqueles que

proporcionam a explicitação do que deve ser feito pela organização em direção ao

alcance dos propósitos estabelecidos em sua missão, de acordo com sua postura

estratégica, e podem ser realizados por meio de determinadas etapas, tais quais o

estabelecimento de objetivos, desafios e metas, o estabelecimento de estratégias e

políticas funcionais e o estabelecimento de projetos e planos de ação (OLIVEIRA,

2007), conforme apontam os parágrafos que se seguem.

Hartmann (1998, p. 148), coloca que “objetivo é a situação a que se deseja

chegar”. Oliveira (2007, p. 52), diz que “objetivo é o alvo ou situação que se deseja

alcançar”. Sendo que ambos concordam que os objetivos organizacionais dizem

respeito a uma situação futura almejada.

É importante notar que as projeções feitas por meio dos objetivos, não

podem ser muito vagas nem muito distantes, mas sim concretas, devendo estar

associadas a descrições precisas e se possível quantificadas, com uma data até a

qual devem acontecer (FERNANDES, 2005).

A meta consiste em uma quantificação dos objetivos pré-determinados, no

sentido que diz o que a organização quer, quanto ela quer e quando ela quer, por

meio de etapas perfeitamente quantificáveis (HARTMANN, 1998).

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Costa (2005), alerta para a diferença entre metas e objetivos, sendo que a

primeira consiste em valores quantitativos ou qualitativos a serem atingidos em um

dado momento preestabelecido, enquanto que o segundo consiste em valores

quantitativos ou qualitativos a serem mantidos num dado período de tempo, e ambos

devem ser observáveis e verificáveis por meio de mecanismos que permitam medir

e verificar, ao longo do tempo, se o que foi previamente combinado esta se

cumprindo, se foi superado ou se não foi atingido.

Outro fator inerente aos instrumentos prescritivos e quantitativos, são as

estratégias, que para Tavares (1990, p. 165), “são esquemas ou concepções

delineadas para alcançar os objetivos definidos”. Já para Hartmann (1998, p. 148),

“estratégia é o estabelecimento de caminhos, cursos ou programas que devem ser

seguidos para atingir os objetivos e metas”.

O autor Mintzberg (2006), assegura que a palavra estratégia, embora tenha

sido tradicionalmente definida de uma única forma, há tempos vem sendo usada

implicitamente de diferentes maneiras, e assim apresenta cinco definições distintas

para a palavra, conhecidas como os cincos P’s da estratégia, a saber:

• Estratégia como plano: é a definição mais comum de estratégia, com

aplicação em diversos campos como o militar, na teoria dos jogos ou na

administração. Para a maioria dos gestores a estratégia constitui uma espécie

de plano de ação para uma empresa atuar em dado mercado e conquistar e

manter vantagem competitiva;

• Estratégia como pretexto: derivada da estratégia como um plano, o autor

destaca que a estratégia também pode ser utilizada como pretexto ou

manobra, no sentido de induzir seus competidores a uma percepção

equivocada de seus movimentos competitivos, e como conseqüência

conquistar vantagem competitiva;

• Estratégia como padrão: considerada como a consistência do comportamento

organizacional, ou seja, o conjunto efetivo de ações que caracterizam um

comportamento resultante da organização, em que Mintzberg diferencia as

estratégias deliberadas (intenções realizadas) das estratégias emergentes,

nas quais os modelos se desenvolveram sem intenções.

• Estratégia como posição: trata da forma de localizar a organização no

ambiente competitivo entre o contexto interno e externo, sendo compatível,

para o autor, com todas as outras anteriores a qual ajuda uma organização a

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definir sua posição perante seus competidores ou mesmo a encontrar uma

posição única, evitando a competição direta.

• Estratégia como perspectiva: esta pode ser definida como uma maneira de

olhar o mundo e a escolha de como competir nos mercados escolhidos, onde

a estratégia surge da concepção pessoal dos estrategistas coletivos e de sua

visão mais ampla sobre o futuro.

O uso frequente do termo estratégia, sugere que seu significado seja claro,

bem entendido, o que nem sempre ocorre, entretanto, há um certo consenso de que

estratégia diz respeito ao posicionamento de uma organização para a obtenção da

vantagem competitiva, envolvendo escolhas a respeito de que setores participar,

quais produtos e serviços oferecer e como alocar recursos corporativos, com o

objetivo principal de criar valor para os acionistas e outros stakeholders ao

proporcionar valor para o cliente (KLUYVER, 2007).

As estratégias devem ser organizadas em projetos, que para Hartmann

(1998, p. 149), “são instrumentos de interligação da prescrição com a quantificação,

especificando os recursos e compatibilizando-os com o orçamento”. E para Oliveira

(2007, p. 54):

Projetos são trabalhos a serem realizados com responsabilidades de execução, resultados esperados com quantificação de benefícios e prazos para execução preestabelecidos, considerando os recursos humanos, financeiros, materiais de equipamentos, bem como as áreas da empresa envolvidas necessárias a seu desenvolvimento.

E finalmente, plano de ação, são os conjuntos das partes comuns dos

diversos projetos organizacionais quanto ao assunto que está se tratando

(OLIVIERA, 2007), sendo importante realçar que esse tipo de plano deve ser

elaborado após o estabelecimento dos objetivos organizacionais, pois constituem a

base para medida e avaliação da eficácia dos executivos da organização e de seus

departamentos (CHIAVENATO, 1994), e para cada objetivo ou meta deve haver

planos de ação específicos, assegurando que as ações e os passos necessários

para a implantação das estratégias combinadas sejam executados e acompanhados

por pessoas previamente alocadas (COSTA, 2005).

Para finalizar, existem os instrumentos quantitativos, que consistem

basicamente nas projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário

associado à estrutura organizacional, necessárias ao desenvolvimento de planos de

ação, projetos e atividades previstas, sendo esta a etapa em que se deve analisar

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quais são os recursos necessários e as expectativas de retorno para se atingir os

objetivos, desafios e metas organizacionais, tornando-se extremamente importante

porque (OLIVEIRA, 2007):

• Consolida os aspectos da realização da organização, quanto a receitas,

despesas e investimentos;

• Normalmente é uma realidade estabelecida em qualquer organização; e

• Está inserido no processo decisório do dia-a-dia da organização.

Tavares (1991) coloca esta etapa na metodologia do planejamento

estratégico apenas com a fase do orçamento, o qual consiste na etapa do processo

onde se estima e se determina a relação entre as receitas e despesas que melhor

atenda às necessidades, características e objetivos da organização em um período

pré-determinado.

Com este mesmo enfoque (COSTA, 2005), assegura que o orçamento

estratégico deve averiguar se há recursos suficientes para todas as propostas de

investimentos aprovadas, destacando quais, das muitas apresentadas, são

prioritárias, comparando as relações recursos/benefícios ou custos/benefícios, bem

como apontar quais os investimentos que apresentam melhor resultado e de onde

virão os recursos para honrar os investimentos propostos e aprovados.

2.2.5 Controle e avaliação

Controle e avaliação é a fase onde se verifica como a organização está indo

para a situação almejada, podendo ser definido por termos simples, como a ação

necessária para assegurar a realização dos objetivos, desafios, metas, estratégias e

projetos estabelecidos pela organização, e em sentido amplo, envolve os seguintes

processos (OLIVEIRA, 2007):

• Estabelecimento e análise de indicadores de desempenho;

• Avaliação de desempenho;

• Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas, projetos

e planos de ação estabelecidos pela organização;

• Análise dos desvios dos objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos

pela organização;

• Tomada de ação corretiva provocada pelas análises efetuadas;

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• Acompanhamento para avaliar a eficiência e eficácia da ação de natureza

corretiva;

• Adição de informações ao processo de planejamento, para desenvolver os

ciclos futuros da atividade administrativa.

Tavares (1990, p.192), conceitua que “avaliação é o mecanismo que visa

medir a efetividade das ações. Consiste na identificação de aspectos e no

levantamento de hipóteses que podem afetar ou estejam afetando positiva ou

negativamente o planejamento”.

Já Oliveira (2007), coloca o controle como uma função do processo

administrativo, que deve fazer uma comparação, entre padrões previamente

estabelecidos, procurando medir e avaliar o desempenho dos resultados das ações

organizacionais, com a finalidade de auxiliar e realimentar os tomadores de decisão,

para que os resultados satisfaçam às metas, os desafios e os objetivos

estabelecidos.

Neste mesmo sentido TAVARES (1990, p. 193), conceitua que: “controle

envolve o estabelecimento de procedimentos capazes de corrigir o processo

decisório, indicando onde e quando intervier, para que o planejamento possa seguir

seu curso apropriado”.

Considerando este contexto, e levando em conta que administrar uma

organização é conduzi-la por caminhos cheios de obstáculos, o principal diferencial

entre uma corporação e outra está na maneira como o administrador domina as

ferramentas de controle, as quais lhe servem como um instrumento de guia em suas

tomadas de decisões estratégicas.

Neste sentido surge o Balanced Scorecard – BSC, oferecendo aos

executivos os instrumentos de que necessitam para alcançar o sucesso, traduzindo

a missão e a estratégia das organizações num conjunto abrangente de medidas de

desempenho, que servem de base para um sistema de medição e gestão

estratégica, e que sem deixar de enfatizar a busca de objetivos financeiros, mede o

desempenho organizacional sob quatro perspectivas equilibradas: financeira, do

cliente, dos processos internos da empresa, e do aprendizado e cliente,

possibilitando as empresas o acompanhamento financeiro, monitorando ao mesmo

tempo, o progresso na construção de capacidades e na aquisição dos ativos

intangíveis necessários para o crescimento futuro (KAPLAN; NORTON, 1997). A

figura 3 a seguir demonstra a estrutura das perspectivas do BSC.

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Figura 3: Modelo de Balanced Scoreard Fonte - Adaptado de Kaplan e Norton 1997

É importante concluir, que o conceito de planejamento vem evoluindo ao

longo dos anos, e que este tem se tornado uma ferramenta de grande utilidade

como auxílio na administração das organizações, sejam elas públicas ou privadas,

no sentido de que sua aplicação permite a elaboração de estratégias de médio e

longo prazo.

2.3 Administração Pública

De acordo com Maximiano (2000, p. 92), “as organizações são grupos

sociais deliberadamente orientados para a realização de objetivos ou finalidades,

que podem ser classificados em duas categorias principais: produtos e serviços”.

Neste contexto, uma prefeitura, ou um governo estadual podem ter inúmeros

objetivos nas áreas de saúde e educação, por exemplo, bem como empresas

privadas podem produzir diferentes produtos e prestarem diferentes serviços.

Entender o que é uma organização é importante para se entender como

funciona uma empresa pública, e principalmente entender o que é administração

pública. Desta forma, e de acordo com Granjeiro; Castro (1996, p. 7):

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A idéia central da administração pública é a ação racional, definida como a ação corretamente calculada para realizar determinados objetivos desejados. A administração pública, como estudo e como atividade, é planejada para incrementar a realização dos objetivos; e freqüentemente fundem-se os dois, uma vez que, em última análise, o estudo é também uma forma de ação.

Já para Amato (1971 apud SANTOS, 2006, p. 12), “administração pública é

a gestão dos bens e interesses qualificados da comunidade, nos âmbitos federal,

estadual e municipal, segundo os preceitos do direito e da moral, visando ao bem

comum”.

Embora os conceitos de administração pública utilizados pelos autores

sejam bastante claros, cabe ressaltar que a administração pública, em sentido

institucional, pode ser conceituada como o conjunto de órgãos instituídos apenas

para a consecução dos objetivos do governo; em sentido funcional, pode ser

conceituada como o conjunto de funções necessárias aos serviços públicos em

geral; e em sentido operacional, pode ser conceituada como o desempenho

sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos

em benefício da coletividade (SANTOS, 2006).

A apreciação da legalidade ou legitimidade da atuação da administração

pública, envolve o conhecimento dos princípios constitucionais expressos e

implícitos, que regem o comportamento do agente da administração pública.

Neste sentido Pazzaglini (2003), coloca que o marco inicial do exame dos

princípios constitucionais, que regem a atuação administrativa, encontra-se no artigo

37 da Constituição Federal de 1988, a qual estabelece que a Administração Pública

direta e indireta, em quaisquer de seus níveis, deve obediência aos princípios da:

• Legalidade: No Estado as leis governam e não os homens, e a administração

pública somente pode atuar em conformidade com a norma jurídica;

• Impessoalidade: Significa que a conduta do agente público, no desempenho

da atividade administrativa, deve ser sempre objetiva e imparcial, tendo por

único propósito, em suas ações, o atendimento do interesse público;

• Moralidade: Significa a ética da conduta administrativa, a pauta de valores

morais a que a Administração Pública, segundo o corpo social, deve

submeter-se para a consecução do interesse coletivo, ou seja, a decisão do

agente público deve atender àquilo que a sociedade, em determinado

momento, considera eticamente adequado, moralmente aceito;

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• Publicidade: Consiste no acesso difuso do público às informações relativas às

atividades do Estado (fatos, atos, contratos, normas, decisões e informações

em geral), seja por divulgação nos meios de comunicação oficial e particular,

seja pelo fornecimento de dados de interesse geral ou individual, quando

requeridos nos órgãos ou entidades públicas, sob pena de responsabilidade.

Sendo este o princípio que confere certeza às condutas estatais, e segurança

aos direitos individuais e políticos dos cidadãos.

• Eficiência: Este princípio foi incluso no caput do art. 37 da Constituição

Federal por meio da Emenda Constitucional n° 19, de 04 de Junho de 1998 e,

a eficiência no trato das coisas públicas significa o dever jurídico do agente

público de agir com eficácia real e concreta, isto é, de o administrador aplicar,

sempre, no desempenho de suas atividades públicas, as medidas e soluções,

entre as previstas em abstrato no ordenamento jurídico, mais positivas

(operativas, razoáveis, racionais e de maior eficácia) para a realização

satisfatória dos resultados de interesse público almejados pela sociedade.

A organização político-administrativa do estado brasileiro compreende a

União, os estados membros, o Distrito Federal e os municípios, sendo-lhes garantida

à autonomia pela Constituição Federal, caracterizada no poder de organização

política, administrativa, tributária, orçamentária e institucional de cada desses entes,

limitada pelas disposições dos princípios constitucionais de observância obrigatória,

prioritária e universal de toda a atividade administrativa ou por outras disposições

legais. (NASCIMENTO, 2006).

2.4 Saúde Pública – SUS

Por muito tempo, predominou-se o entendimento de que saúde é sinônimo

de ausência de doenças físicas e mentais, e a condição da saúde como política e

dever do estado se deram somente depois da segunda guerra mundial. Antes disso

a saúde apresentava uma expressão muito setorial e não tinha a importância

econômica que veio a ter com a era de ouro do capitalismo. E de acordo com

Tancredi (1998, p. 11), a organização mundial da saúde define que “saúde é o

completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença”

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Tancredi (1998), ainda destaca que esta definição aponta para a

complexidade do tema saúde, fato que leva a uma reflexão mais aprofundada sobre

seu significado, despertando a necessidade de se considerar ações intersetoriais e

interdisciplinares, no sentido de criar condições de vida saudáveis.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde – SUS teve sua formulação e

implementação como resultado do Movimento da Reforma Sanitária, o movimento

de redemocratização mais amplo do país, que foi privilegiado com o estabelecimento

de grandes diretrizes para a reorganização do sistema de saúde no país, por meio

da VIII Conferência da Saúde no ano de 1986.

Essas diretrizes passaram a fundamentar e a orientar as ações no campo

da saúde, ao lado de avanços político-institucional, com um trabalho no campo

legislativo na Assembléia Nacional Constituinte, que elaborava a Constituição de

1988, a nova constituição brasileira, na qual a saúde tem um expressivo

reconhecimento, e que de acordo com Almeida (1998, p. 5) além dos princípios de

universalidade, equidade e integralidade, dispõe em seu artigo 196:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Almeida (1998) destaca ainda que, por meio deste processo, o país

passou a ter uma política de saúde definida constitucionalmente, mas que sua

regulamentação só ocorreu no final de 1990, com as leis 8.080 e 8.142, nas quais se

destacam os princípios organizativos e operacionais do sistema, como a construção

do modelo de atenção instrumentalizado pela epidemiologia, um sistema

regionalizado com base municipal e o controle social.

Neste contexto pode-se conceituar:

O SUS fundamenta-se em três princípios: universalidade, igualdade e equidade. A equidade como princípio complementar ao da igualdade. As diretrizes do SUS são três: descentralização, participação da comunidade através de Conselhos de Saúde e o atendimento integral, ou seja, prover as ações curativas e as ações preventivas e necessárias (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA, 2006, p. 14).

Fundamentar o Sistema Único de Saúde nem sempre é tarefa fácil, para

tanto, é necessário estudo profundo da legislação pertinente. No Brasil os direitos

sociais e da saúde bem como as competências da União, do Estado e do Município

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relativas ao SUS, estão expressos no texto da Lei 8.080 de 1990, também

conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, conforme exposto anteriormente.

É importante considerar, que antes da criação do Sistema Único de Saúde, o

acesso gratuito aos serviços de saúde não era universal. O atendimento gratuito era

feito apenas em alguns hospitais estatais e universitários, em instituições

filantrópicas ou nos postos de institutos de previdência para associados.

2.5 Vigilância Sanitária

A busca da saúde acompanha a história das civilizações. Ações que

buscavam o controle sobre o exercício da medicina, o meio ambiente, os

medicamentos e os alimentos vêm de longínquas eras, e evoluíram com o passar do

tempo.

A Vigilância Sanitária originou-se na Europa nos séculos XVII e XVIII e no

Brasil nos séculos XVIII e XIX, juntamente com o surgimento da noção de política

sanitária, que tinha como função regulamentar o exercício da profissão, combater o

charlatanismo e exercer o saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os

cemitérios e o comércio de alimentos, com o objetivo de vigiar a cidade e evitar a

propagação de doenças (EDUARDO, 1998). Mas esta noção passa a apresentar

significados diferentes ao longo do tempo, dependendo do entendimento que se tem

de dano ou doença e suas formas de ocorrência.

De acordo com Rosenfeld (2000), no Brasil até 1998, o Ministério da Saúde

definia Vigilância Sanitária como um conjunto de medidas que visam elaborar,

controlar a aplicação e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse

sanitário relativo aos portos, aeroportos e fronteiras, medicamentos, cosméticos,

alimentos, saneantes e bens, respeitada a legislação pertinente, bem como o

exercício profissional relacionado com a saúde.

Mello (1993, p. 8) coloca que:

A finalidade da Vigilância Sanitária é garantir, por sua ação, que os produtores, produtos e prestadores de serviços mantenham um nível de qualidade tal que elimine ou minimize a probabilidade de ocorrência de eventos danosos à saúde provocados pelo consumo daqueles bens ou serviços, e que, caso tais eventos ocorram, os danos sejam os menores possíveis.

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A nova constituição brasileira coloca a saúde como direito de todos e atribui

ao Estado o papel de provedor dessas condições, porém foi por meio da Lei

Orgânica da Saúde, a lei 8.080 de 19 de Setembro de 1990, que se consolidou uma

definição sólida de Vigilância Sanitária, a qual, de acordo com Eduardo (1998, p. 3)

dispõe em seu artigo 6° parágrafo 1°:

Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, as produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse a saúde.

Campos (2008), afirma que o atual conceito que se tem de Vigilância

Sanitária no Brasil, possui a característica de conceito normativo, e que foi

necessário um longo percurso para que a Vigilância Sanitária - VISA ocupasse ao

lado de outros campos da saúde coletiva, um espaço importante na garantia do

direito à saúde e cidadania.

Eduardo (1998) destaca que essa definição amplia o campo de atuação da

VISA, pois ao se estipular a condição de prática capaz de eliminar, diminuir ou

prevenir riscos decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e

da prestação de serviços de interesse a saúde, torna-se uma prática com poder de

interferir no processo saúde doença.

Apesar das modificações ocorridas em seu enfoque conceitual ao longo dos

últimos dois séculos, e da ampliação de seu campo de atuação, a prática de

Vigilância Sanitária e sua forma de atuar esta assentada “na fiscalização, na

observação do fato, no licenciamento de estabelecimentos, no julgamento de

irregularidades e na aplicação de penalidades, funções decorrentes de seu poder de

polícia” (EDURDO, 1998, p. 4), além de suas funções normativas e educativas, as

quais representam a consciência sanitária.

Rozenfeld (2000, p. 16) destaca:

As ações de Vigilância Sanitária se inserem no âmbito das relações sociais de produção e consumo, onde se origina a maior parte dos problemas de saúde sobre os quais é preciso interferir. Tais problemas podem advir de falhas, ou defeitos, em algum ponto da cadeia de produção, ou de ilicitudes intencionais de fabricantes, comerciantes ou prestadores de serviços. Assim, existe a necessidade de regulação das relações de produção e consumo, se reconhece a vulnerabilidade do consumidor e se criam instrumentos para proteger a saúde de toda a coletividade

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Para que a Vigilância Sanitária possa cumprir suas finalidades em um

universo abrangente, dinâmico e complexo, é necessário que suas práticas

articulem-se e integrem-se estrategicamente ao conjunto das práticas sanitárias,

com o uso concomitante de vários instrumentos, e com participação e controle

social.

Neste sentido, a Vigilância Sanitária exerce papel de suma importância à

proteção da saúde, sentido norteador da prática em saúde e da VISA (CAMPOS,

2008), e o quadro 7, a seguir, demonstra a função e as áreas de abrangência da

Vigilância Sanitária no Brasil.

Função e áreas de abrangência da Vigilância Sanitária no Brasil

Função: um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir, ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos

problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de

serviços de interesse à saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se

relacionam com a saúde, compreendidas as etapas e processos, da produção ao consumo. II – o controle da

prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde (Lei 8.080, art. 6°, parágrafo 1°).

Risco sanitário: norteador das ações de Vigilância Sanitária, de definição complexa abrangendo conceitos de

várias áreas de conhecimento. Relativo a probabilidade de ocorrência de eventos adversos na saúde da

população, relacionados aos objetivos que compõem o aspecto de abrangência da ação de Vigilância Sanitária.

Área de abrangência: as ações de Vigilância Sanitária estão direcionadas à atuação visando a eliminação,

prevenção e diminuição de riscos sanitários relacionados ao meio ambiente, produtos, saúde do trabalhador,

serviços de saúde e portos, aeroportos e fronteiras. Nas áreas de Vigilância Sanitária estão inseridas ações

relacionadas ao controle de riscos sanitários em:

- Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes, sangue e derivados, equipamentos para saúde.

- Serviços de saúde: unidades de assistência ambulatorial, clínicas, hospitais, ações de assistência domiciliar,

práticas de interesse à saúde, serviços de diagnóstico e terapia em particular os de radiações ionizantes,

hemoterapia e terapia renal substitutiva, odontologia e prótese.

- Meio ambiente: água, resíduos sólidos, edificações, ambiente do trabalho, etc.

- Saúde do trabalhador: ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador, conforme preconizado na lei 8.080, no

artigo 6°, inciso 3°.

“Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividade que se destina, através das

ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como

visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das

condições de trabalho”.

Portos, aeroportos e fronteiras: controle específico de portos, aeroportos e fronteiras, de veículos, cargas e

pessoas.

Quadro 7 - Função e área de abrangência da vigilância sanitária no Brasil Fonte - Adaptado de Campos (2008).

É importante destacar que, embora a lei orgânica da saúde tenha

inaugurado uma nova condição jurídica à vigilância sanitária, foi por meio da lei

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52

9.782, aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional em 27 de Janeiro de 1.999,

que a VISA se consolidou definitivamente. Esta lei cria a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária - ANVISA, e extingue a Secretaria Nacional de Vigilância

Sanitária.

Segundo Costa (1999, p. 376):

A Lei n° 9.782/99 dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA], definindo sua estrutura organizacional, competências, modelo de gestão, cargos e funções, patrimônio e receitas, fixando taxas pelos seus serviços.

Rozenfeld (2000) destaca que a ANVISA terá por finalidade institucional

promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da

produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à Vigilância

Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a

eles relacionados.

No Brasil, a Vigilância Sanitária se mantém como parte do sistema de saúde,

e uma das principais diretrizes, que formataram a reforma sanitária e a

implementação do SUS, foi à descentralização, possível diante da singularidade do

sistema federativo, que prevê a distribuição nos respectivos territórios, da União, dos

estados e municípios, das responsabilidades para com a gestão e direção, com o

comando único do sistema em cada esfera, e a Lei Orgânica da Saúde, contém as

diretrizes e os limites que devem ser respeitados para a organização estrutural do

SUS, na perspectiva de um federalismo de colaboração (CAMPOS, 2008).

Neste sentido, e ainda de acordo com Campos (2008), têm-se os principais

componentes do Sistema de Vigilância Sanitária, que estruturam sua

operacionalização:

• Nível federal: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e o Instituto Nacional

de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS.

• Nível estadual: os 27 órgãos da Vigilância Sanitária das secretarias estaduais

de Saúde, que também contam com suporte laboratorial central em cada

unidade da federação, com grandes diferenças de capacidades técnicas

analíticas.

• Nível municipal: serviços de Vigilância Sanitária organizada ou ações

desenvolvidas articuladas com outras áreas de vigilância epidemiológica, com

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53

denominações organizacionais diversas, como vigilância da saúde, proteção

à saúde, entre outras.

Este embasamento teórico sobre vigilância sanitária permite a visualização

clara, da necessidade de constante planejamento na execução de suas ações,

devido as complexidade e importância das mesmas, sendo que:

No setor da saúde, o planejamento é o instrumento que permite melhorar o desempenho, otimizar a produção e elevar a eficácia e eficiência dos sistemas no desenvolvimento das funções de proteção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde. (TANCREDI, 1998, p. 11).

Rozenfeld (2000) destaca muito bem, que no Brasil há imensas dificuldades

para que as ações de vigilância sanitária sejam efetivas, e que o planejamento pode

contribuir para ampliar a capacidade de governo e aumentar a governabilidade da

VISA, pois o enfoque estratégico do planejamento e mais especificamente sua

proposta metodológica, aumenta o poder de explicação de problemas e pode ajudar

a sistematizar o raciocínio estratégico, muitas vezes realizado intuitivamente por

quem governa.

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54

3 DESELVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

O presente capítulo destina-se a explicar de maneira detalhada e prática, os

dados que foram levantados por esta pesquisa, com o intuito de facilitar o

entendimento dos leitores. Aqui está apresentada a caracterização do departamento

estudado, bem como, as devidas análises, que se fizeram necessárias para a

elaboração de um planejamento, objetivo proposto por este estudo, e de acordo com

a metodologia encontrada em Oliveira (2007).

3.1 Caracterização do Departamento de Fiscalização Sanitária

O Departamento de Fiscalização Sanitária do município de Balneário

Camboriú iniciou suas atividades no ano de 1993, com a municipalização dos

serviços de vigilância sanitária, por meio da constituição da lei municipal 1303 de 16

de dezembro de 1993, a qual dispõe sobre normas gerais de saúde em vigilância

sanitária, estabelece penalidades e dão outras providencias. Cabe ressaltar, que o

departamento não trabalha apenas com a lei municipal, ao contrário, busca

embasamento legal em leis estaduais e federias, consolidando a confiança que se

faz necessária passar aos contribuintes, haja vista que, para o desenvolvimento das

ações de Vigilância Sanitária, faz–se necessário o conhecimento amplo das normas

e diretrizes legais que, aliadas ao conhecimento técnico/científico, instrumentalizam

as ações na busca da garantia do controle e da qualidade de serviços e produtos.

Desde sua constituição o departamento tem crescido a cada ano,

aumentando o número de ações oferecidas aos cidadãos do município de Balneário

Camboriú, sendo que o objetivo do desenvolvimento das ações de Vigilância

Sanitária vai mais além da garantia que os produtos, assim como serviços

prestados, tenham um nível de qualidade que elimine ou minimize a possibilidade de

ocorrência de efeitos nocivos à saúde provocados pelo consumo de bens e da

prestação de serviços impróprios. É preciso entender Vigilância Sanitária como parte

integrante, e primeira da área da saúde, sendo um conjunto de ações específicas de

proteção a esta, que em última análise contempla os mais diversos campos de

atuação, desde os específicos da área sanitária até outros, a exemplo do

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saneamento, educação, segurança entre tantos, mas que contribuem para a

qualidade de vida

As ações desenvolvidas pela Vigilância Sanitária são de caráter educativo

(preventivo), normativo (regulamentador), fiscalizador e em última instância, punitivo.

Elas são desenvolvidas nas esferas federal, estadual e municipal e ocorrem de

forma hierarquizada de acordo com o estabelecido na Lei Orgânica da Saúde (Lei

8.080/90), na Portaria Ministerial 1565/94 Gabinete do Ministro, Ministério da Saúde

– GM/MS, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, e na Lei Federal

9.782, de 26 de Janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância

Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.

A garantia do controle da qualidade de produtos e serviços estabelece os

parâmetros para a tomada de decisão no âmbito da vigilância sanitária, aliando o

conhecimento epidemiológico na avaliação dos riscos e danos que possam interferir

na saúde do indivíduo. Portanto, a mensuração das clássicas variáveis relativas ao

lugar, ao tempo e às pessoas envolvidas em tais eventos, bem como relações de

causalidade, constitui o principal instrumento de análise e planejamento das

atividades de vigilância sanitária. As informações epidemiológicas são necessárias

para consubstanciar a ação de vigilância sanitária, sendo fundamentais aquelas

referentes às ocorrências associadas ao consumo de produtos e uso de serviços e

cujas conseqüências possam ser, sobretudo, mensuradas pelas suas taxas de

incidência, mortalidade, morbidade, dentre outras.

O princípio básico da descentralização e conseqüente municipalização

pautam-se no entendimento de que quanto mais próximo do local de ocorrência dos

eventos e dos potenciais riscos, maior é a acessibilidade, agilidade e controle sobre

eles. De qualquer sorte, o processo de descentralização deve se dar de forma

responsável, onde os três níveis de poder estejam comprometidos na capacitação

dos recursos humanos e organização dos serviços, no sentido de efetivamente

poder-se assegurar uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.

3.1.1 Setores do departamento de fiscalização sanitária

O departamento de fiscalização sanitária do município de Balneário

Camboriú está inserido neste contexto de descentralização e municipalização, e

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56

para melhor atender a comunidade, está subdividido em quatro setores específicos,

saneamento, alimentos, exercício profissional e controle de pragas urbanas, sendo

que o último não fez parte desta pesquisa, pelo simples motivo de ter sido

implantado após o inicio da mesma, e se localizar fora do departamento em si,

tornando-se um setor mais independente que os demais.

O departamento conta com um diretor, o qual responde pela vigilância

sanitária do município, e cada setor possui um coordenador, proporcionando maior

agilidade nas ações e tomadas de decisões. É importante destacar que o

departamento conta ainda com os colaboradores da parte administrativa que

trabalham na recepção, a parte dos setores.

Desta forma, o setor de saneamento conta com dezesseis colaboradores,

que desenvolvem atividades diversas, além do que, a este setor estão incorporados

o setor de análise de projetos e o laboratório de bromatologia, sendo suas principais

atribuições:

• Análise e aprovação de projetos arquitetônicos e hidro-sanitários;

• Vistoria para liberação de habite-se sanitário;

• Vistoria em estabelecimentos comerciais para concessão de alvará sanitário;

• Vistoria de ligações de esgoto à rede coletora da EMASA, para liberação de

certidão de esgoto.

• Vistoria de sistema de tratamento individual de esgoto, para liberação de

certidão de esgoto;

• Atendimento de reclamações/denúncias (esgoto, pluvial, lixo, etc.);

• Vistoria de rotina e surpresa em estabelecimentos sujeitos a fiscalização

sanitária;

• Trabalhos relacionados à vigilância da qualidade da água para consumo

humano.

O setor de exercício profissional conta com oito colaboradores e também

trabalha com fiscalização por meio de vistorias, porém com mais especificações,

haja visto que, este fiscaliza estabelecimentos com maior grau de complexidade,

sendo que cada tipo de estabelecimento vistoriado, exige responsável técnico, e

suas principais atribuições são:

• Vistoria para concessão de alvará sanitário em estabelecimentos diversos

como óticas, clinicas, farmácias; laboratórios, etc;

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57

• Atendimento de reclamações/denúncias referentes aos tipos de

estabelecimentos supramencionados;

• Autorização para confecção de blocos de receitas médicas para as unidades

de particulares, com a respectiva numeração;

• Entrega de blocos de receitas médicas prontas para as unidades de saúde

municipais.

Já o setor de alimentos, como o próprio nome já diz, é responsável por

todos os estabelecimentos na área de alimentação do município (restaurantes,

lanchonetes, bares, cozinhas de hotéis, etc.), bem como atendimento de

reclamações/denúncias nesta mesma área,e emissão de careteiras de saúde para

manipuladores de alimentos, contando com um efetivo de sete colaboradores.

Neste contexto, a figura 4 a seguir traz o organograma do departamento

estudado:

Figura 4- Organograma do departamento de fiscalização sanitária Fonte - dados obtidos junto a VISA com grifo da acadêmica

Secretária de Saúde e Saneamento Municipal Secretário de Saúde

Gestor do Fundo Municipal de Saúde

Departamento de Saúde DESA

Departamento Técnico

Administrativo DETA

Departamento de Fiscalização Sanitária

DEFS Diretor de Vigilância Sanitária

Setor de Saneamento

Coordenador

Setor de Alimentos Coordenad

or

Setor de Exercício

Profissional Coordenador

Análise de Projetos

Laboratório de Bromatologia

Recepção Protocolo

Centro de Controle de

Pragas Urbanas

Coordenador

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58

Tendo a consciência de que, a execução de ações de Vigilância Sanitária,

pelas instancias municipais, devem ser assumidas mediante prévio planejamento e

programação, conhecimento e ordenação das responsabilidades, tanto na

regulação, controle e auditoria, quanto na gestão do trabalho, na educação em

saúde e na participação e controle social, para garantir maior resolutividade e

qualidade às ações e serviços de Vigilância Sanitária, devido a importância e

complexidade de seu trabalho para a comunidade, a VISA de Balneário Camboriú

esta dividida em setores específicos (como mostra o organograma 1) para melhor

atender a estes requisitos, na atuação de promoção e proteção da saúde individual e

coletiva.

3.2 Resultados da Pesquisa

Segundo Roesch (2005), esta parte do trabalho trata da apresentação dos

dados, sua descrição e análise, e sua estrutura varia conforme a metodologia de

desenvolvimento da pesquisa. Desta forma, os itens a seguir constituem a

metodologia para elaboração de planejamento encontrada em Oliveira (2007), a qual

se constitui em diagnóstico estratégico, missão da empresa, instrumentos

prescritivos e quantitativos e controle e avaliação.

Tais procedimentos foram considerados adequados para a proposta do

presente trabalho, de acordo com o problema e os objetivos da pesquisa, o que não

inviabiliza adaptações metodológicas em função das características peculiares e

inerentes ao trabalho.

3.2.1 Diagnóstico Estratégico

Conforme exposto no capítulo de fundamentação teórica, o diagnóstico

estratégico corresponde à primeira fase do processo de planejamento, e de acordo

com Oliveira (2007, p.63), ele “[...] procura responder a pergunta básica “qual a real

situação da empresa quanto a seus aspectos internos e externos?”, verificando o

que a empresa tem de bom, de regular e de ruim em seu processo administrativo”,

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59

que de acordo com o mesmo autor, esta dividido em visão,valores e análise interna

e externa, conforme se segue no trabalho.

3.2.1.1 Visão

A visão procura descrever a auto-imagem da organização: como ela se vê,

ou melhor, como ela gostaria de se ver no futuro (COSTA, 2005). Tendo em vista

esta perspectiva, os gestores responsáveis pela vigilância sanitária de Balneário

Camboriú, estruturaram uma visão própria para o departamento, sendo esta descrita

a seguir:

Ser um centro de referência em Vigilância Sanitária em nível municipal,

garantindo a inclusão social, melhorando a qualidade de vida e construindo a

cidadania, por meio de ações e atividades de promoção e proteção da saúde

individual e coletiva.

3.2.1.2 Valores

Valores constituem-se em um conjunto de crenças e princípios que geram as

ações e as atividades de uma organização (TIFFANY, 1998), sendo assim, os

valores da VISA municipal estabelecidos pelos gestores são:

- Ética;

- Cidadania;

- Comunicação e proteção da saúde;

- Considerar os cidadãos como iguais;

- Consciência do gerenciamento do risco sanitário

- Noção de direito dos cidadãos.

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60

3.2.1.3 Análise Interna

A compreensão do ambiente interno de uma organização se dá por meio de

análise profunda, estabelecendo pontos fortes e fracos (TAVARES, 1991), haja vista

que “o estudo do ambiente interno permite que a empresa identifique o que pode

fazer” (HITT, 2003, p.99).

Para elaborar a análise interna do departamento de fiscalização sanitária do

município de Balneário Camboriú, trabalhou-se com entrevistas em profundidade

com os gestores e aplicação de questionários com os demais colaboradores,

fazendo um comparativo entre as respostas de ambos.

Antes dos questionamentos, buscou-se analisar o perfil dos gestores, quanto

a tempo de trabalho no departamento e o grau de escolaridade, sendo que o

levantamento demonstrou que estes trabalham no setor a um período que varia

entre 6 e 15 anos, e sua escolaridade entre segundo grau completo, terceiro

incompleto e completo, nas áreas de economia, comunicação social e direito, o que

proporcionou maior credibilidade as repostas destacadas nas entrevistas devido a

experiência e capacitação dos mesmos.

É importante lembrar que, os cargos destes gestores, estão separados por

diretor de Vigilância Sanitária e coordenador de setor, sendo que o diretor

respondeu de acordo com sua visão da VISA como um todo e os coordenadores de

acordo com a visão de seu setor em específico.

Em busca de qualidade na tabulação, as entrevistas foram examinadas por

meio de análise de conteúdo, onde se buscou destacar os principais pontos fortes e

fracos do departamento, de acordo com a visão dos entrevistados, conforme

evidenciam as tabelas a seguir.

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61

Principais pontos fortes do departamento/setor Conhecimento técnico dos fiscais Divisão da VISA por setores Agilidade no processo burocrático Velocidade de respostas às denúncias Responsabilidade dos colaboradores Atuação dinâmica União da equipe Importância das ações para a comunidade de Balneário Camboriú Contato direto com a população Determinação da equipe Apoio do diretor Quadro 8 - Principais pontos fortes do departamento Fonte - Pesquisa de campo realizada pela acadêmica

A tabela 3 permite a visualização dos principais pontos fortes do

departamento estudado, de acordo com a visão de seus gestores, os quais

destacam, entre outros, o conhecimento técnico e a responsabilidade dos

colaboradores, e a determinação e a união dos mesmos, como uma das principais

proeminências da equipe que realiza as ações de VISA no município.

Principais pontos fracos do departamento Insuficiência de profissionais Pouca mobilidade para ações externas (falta de veículos e motoristas) Falta de oferta de capacitações periódicas para os profissionais Estrutura física Remuneração dos fiscais Ausência da participação do gestor municipal de saúde na elaboração das ações da VISA Ausência de equipamentos específicos para melhor rendimento das ações Equipamentos para a realização de vistorias Motivação dos colaboradores Investimento Deficiência na realização de vistorias noturnas Ausência de assessoria jurídica Quadro 9 - Principais pontos fracos do departamento Fonte - Pesquisa de campo realizada pela acadêmica

A visualização dos principais pontos fracos do departamento, de acordo com

a visão dos gestores, explana a concordância e a insatisfação dos mesmos em

questões diversas, como estrutura física, remuneração, falta de treinamentos e

investimentos, dentre outros.

Um ponto importante a ser destacado nestas análises de pontos fortes e

pontos fracos, diz respeito aos colaboradores, pois ao mesmo tempo em que se

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destaca como fraqueza o número de funcionários, destaca-se como satisfatório o

desempenho e o esforço daqueles que estão em exercício no departamento.

Para que a pesquisa obtivesse maior credibilidade e confiabilidade, os

pontos destacados pelos gestores entrevistados foram transformados em

questionários e entregues aos demais colaboradores, para que estes expressassem

seu ponto de vista, dizendo se considera os itens do questionário um ponto forte,

fraco ou neutro para o departamento, conforme demonstram as próximas análises.

Tabela 1 - Resultados da pesquisa

Ponto Forte Ponto Fraco Ponto Neutro Total Total

N° resp % N° resp % N°resp % Resp % 1 Divisão da VISA por setores 20 71,43 1 3,57 7 25 28 100 2 Processo burocrático 11 39,29 10 35,7 7 25 28 100 3 Respostas as denúncias 18 64,29 7 25 3 10,71 28 100 4 Responsabilidade dos colaboradores 15 53,57 6 21,4 7 25 28 100 5 Atuação da VISA 18 64,29 4 14,3 6 21,43 28 100 Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Classificação de pontos fortes, fracos e neutros

71,43

39,29

64,29

53,57

64,29

3,57

35,7125,00

21,4314,29

25,00 25,00

10,71

25,00 21,43

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1 D

ivis

ão d

a V

ISA

po

r se

tore

s

2 P

roce

sso

bu

rocr

átic

o

3 R

esp

ost

as a

sd

enú

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as

4R

esp

on

sab

ilid

ade

do

sco

lab

ora

do

res

5 A

tuaç

ão d

a V

ISA

Ponto Forte

Ponto Fraco

Ponto Neutro

Gráfico 1 - Classificação de pontos fortes, fracos e neutros. Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica Ponderando as responsabilidades sanitárias e as atribuições da gestão

municipal de Vigilância Sanitária, a análise dos dados do gráfico 1, demonstram que

71,43% dos pesquisados, consideram a divisão da VISA local por setores, um ponto

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forte, fato este, que pode ser justificado pela melhor organização que tal divisão

proporciona ao departamento. Neste mesmo sentido, a atuação da VISA, que exige

agilidade no processo burocrático e nas respostas as denúncias, bem como

responsabilidade dos colaboradores, também apareceu como ponto forte.

Tabela 2 - Resultados da pesquisa

Ponto Forte Ponto Fraco Ponto Neutro Total Total

N° resp % N° resp % N° resp % Resp % 6 União da equipe 12 42,86 10 35,7 6 21,43 28 100 7 Importância das ações para a comunidade 24 85,71 2 7,14 2 7,143 28 100 8 Contato direto com o diretor 25 89,29 2 7,14 1 3,571 28 100 9 Equipamentos para a realização das ações 7 25 17 60,7 4 14,29 28 100 10 Determinação da equipe 15 53,57 6 21,4 7 25 28 100 Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Gráfico 2 - Classificação de pontos fortes, fracos e neutros. Fonte - Pesquisa de Campo

Sabendo da importância das ações de VISA para a comunidade, 85,71%

dos colaboradores que participaram da pesquisa, consideram esta questão como um

ponto forte, bem como a união e a determinação da equipe e o contato direto com o

diretor, evidência que aponta o entendimento dos colaboradores de que, pela

natureza das ações de Vigilância Sanitária, a visão e o conhecimento sobrepostos e

compartilhados, proporcionados pela atuação em equipe contribuem

significativamente para o alcance de resultados positivos, na perspectiva de

Classificação de pontos fortes, fracos e neutros

53,57

25,00

89,29 85,71

42,86

21,43

60,71

7,147,14

35,7125,00

14,293,577,14

21,43

010 20 30 40 50 60 70 80 90

100

6 União daequipe

7 Importânciadas ações paraa comunidade

8 Contato direto com o

diretor

9Equipamentos

para arealização das

ações

10 Determinação

da equipe

Ponto Forte

Ponto Fraco

Ponto Neutro

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promoção da saúde. Apenas a questão de equipamentos para a realização de

vistorias apareceu como ponto fraco.

Tabela 3 - Resultados da Pesquisa

Ponto Forte Ponto Fraco Ponto Neutro Total Total

N° resp % N° resp % N° resp % Resp % 11 Apoio do diretor do departamento 26 92,86 1 3,57 1 3,571 28 100 12 Número de funcionários 10 35,71 16 57,1 2 7,143 28 100 13 Oferta de capacitação 7 25 16 57,1 5 17,86 28 100 14 Estrutura física 4 14,29 20 71,4 4 14,29 28 100 15 Remuneração 3 10,71 22 78,6 3 10,71 28 100 Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Classificação de pontos fortes, fracos e neutros

10,7114,2925,00

35,71

92,86

78,5771,43

57,1457,14

3,5710,71

14,2917,867,143,57

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

11 Apoio dodiretor do

departamento

12 Número defuncionários

13 Oferta decapacitação

14 Estruturafísica

15Remuneração

Ponto Forte

Ponto Fraco

Ponto Neutro

Gráfico 3 - Classificação de pontos fortes, fracos e neutros. Fonte - Pesquisa de Campo As atividades de Vigilância Sanitária caracterizam-se por procedimentos de

orientação, cadastramento, inspeção, investigação, notificação, controle e

monitoramento, os quais demandam ações como: atendimento ao público,

deslocamentos, coleta de análises fiscais, apreensão e inutilização de produtos,

instauração de processos, elaboração de relatórios e ofícios, registro e divulgação

de dados, entre outros, e a execução dessas ações, requer uma infra-estrutura

operacional mínima, fato considerado como ponto fraco tanto para gestores quanto

para colaboradores. Também apareceram como ponto fragilidades o número de

funcionários, a oferta de capacitação e a remuneração, sendo o apoio do diretor do

departamento considerado o único ponto forte.

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Tabela 4 - Resultados da Pesquisa

Ponto Forte Ponto Fraco Ponto Neutro Total Total N° resp %

N° resp %

N° resp %

Resp %

16 Motivação dos funcionários 6 21,43 16 57,1 6 21,43 28 100 17 Investimentos no setor 3 10,71 18 64,3 7 25 28 100 18 Flexibilidade para realização de vistorias 11 39,29 10 35,7 7 25 28 100 19 Acessoria jurídica 8 28,57 15 53,6 5 17,86 28 100 20 Realização de ações educativas 9 32,14 12 42,9 7 25 28 100 21 Processo de comunicação em VISA 16 57,14 8 28,6 4 14,29 28 100 Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Classificação de pontos fortes, fracos e neutros

57,14

32,1428,57

39,29

10,71

21,43

28,57

42,86

53,57

35,71

64,2957,14

14,29

25,00

17,86

25,0025,0021,43

0

10

20

30

40

50

60

70

16 Motivaçãodos

funcionários

17Investimentos

no setor

18Flexibilidade

pararealização de

vistorias

19 Acessoriajurídica

20 Realizaçãode ações

educativas

21 Processode

comunicaçãoem VISA

Ponto Forte

Ponto Fraco

Ponto Neutro

Gráfico 4 - Classificação de pontos fortes, fracos e neutros. Fonte - Pesquisa de Campo

Em atenção aos ditames constitucionais da legislação em Vigilância

Sanitária, o departamento tem buscado executar as ações que lhe cabem, da melhor

maneira possível, porém, algumas questões, surgem como empecilho na qualidade

do atendimento aos anseios da comunidade. Essas dificuldades foram expressas

tanto por gestores quanto por colaboradores, sendo as principais, o investimento no

setor (departamento), a assessória jurídica e a realização de ações educativas, o

que acaba justificando o destaque também como ponto fraco a motivação dos

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66

funcionários. Mas, apesar desta perspectiva, a flexibilidade para a realização de

vistorias e o processo de comunicação em VISA, foi considerada pontos fortes,

conforme aponta o gráfico 4.

A análise dos questionários permitiu a visualização da concordância

existente entre gestores e colaboradores em todas as questões levantadas, fato

este, que pode ser considerado mais um ponto forte para o departamento,

destacando que não apareceu nenhum ponto neutro nas análises realizadas.

Considerando o objetivo deste trabalho, de elaborar um planejamento

estratégico para a VISA de Balneário Camboriú, após tabulação e análise dos

questionários, os mesmos voltaram para os gestores, para que estes avaliassem as

prioridades dos fatores apontados como ponto fraco, de acordo com gravidade,

urgência e tendência, por meio do método GUT, devidamente conceituado no

capítulo de fundamentação teórica deste estudo, conforme mostram os quadros 10 e

11 a seguir.

N° Fator Gravidade Urgência Tendência GUT

9

Equipamento para realização

4 4 4 64 das ações

12 Número de funcionários 5 5 5 125

13 Oferta de capacitação 5 5 5 125

14 Estrutura Física 5 4 4 80

15 Remuneração 5 5 5 125

16 Motivação dos funcionários 5 5 5 125

17 Investimentos no setor 5 5 5 125

19 Acessoria Jurídica 5 5 4 100

20

Realização de ações

4 4 3 48 educativas Quadro 10 - Análise dos fatores - GUT Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Considerando o exposto no quadro 10, o grau de prioridade de ajustes dos

fatores está demonstrado no quadro 11 a seguir.

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67

Cor Fator Gravidade Urgência Tendência GUT

Número de funcionários 5 5 5 125

Oferta de capacitação 5 5 5 125

Remuneração 5 5 5 125

Motivação dos funcionários 5 5 5 125

Investimentos no setor 5 5 5 125

Acessoria Jurídica 5 5 4 100

Estrutura Física 5 4 4 80

Equipamento para realização

4 4 4 64 das ações

Realização de ações

4 4 3 48 educativas Quadro 11 - Prioridade dos fatores – GUT Fonte - Pesquisa de Campo realizada pela acadêmica

Uma situação problema é percebida em face de uma situação de

desempenho esperada e não alcançada, e resolver todos os problemas

simultaneamente é uma prática bastante difícil e cansativa, que nem sempre traz o

resultado esperado. Neste sentido a aplicação do método GUT, proporcionou a

visualização da prioridade dos problemas a serem resolvidos na VISA de Balneário

Camboriú, diante de todos os outros que foram destacados pelo diagnóstico interno.

3.2.1.4 Análise externa

Levando em conta que, os principais fatores que condicionam a formação do

sucesso futuro de uma organização, estão mais fora do que dentro dela, sendo

estes os que lhe servem de alicerce, mas que podem trazer muitas surpresas e

intempéries deveria ser o orientador do planejamento para a tomada de providências

imediatas que resultem no aproveitamento das oportunidades ou na neutralização

das conseqüências negativas das ameaças (COSTA, 2005), a seguir temos a

análise externa do Departamento de Fiscalização Sanitária de Balneário Camboriú –

DEFS.

Para a elaboração desta análise utilizou-se dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE, bem como relatórios do próprio departamento e a

entrevista com os gestores, a qual teve uma pergunta que questionava os

entrevistados quando a considerarem uma oportunidade ou uma ameaça para o

departamento algumas das variáveis ambientais encontradas em Kotler (2006).

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68

É importante destacar que, a estruturação desta análise externa segue as

variáveis de Kotler (2006), pelo simples fato de serem estas as utilizadas na

fundamentação teórica e na própria entrevista com os gestores, sem desconsiderar

a observação participante da acadêmica.

A constituição de 1988 consagrou a saúde como um dever do Estado e um

direito de todo cidadão, independente de idade, sexo, renda e classe social,

atribuindo-lhe, dentre vários princípios, a participação da sociedade, e a VISA,

inserida no âmbito da saúde pública e em comum acordo com o que expressa a

constituição federal, constitui-se em um conjunto de ações capazes de eliminar,

diminuir ou prevenir riscos a saúde de terceiros, por meio de estratégias e de ações

de educação e fiscalização.

Ponderando o raciocínio do conceito de VISA, fica perceptível que todo seu

trabalho requer, direta ou indiretamente, a participação da sociedade, o que torna de

suma importância o conhecimento do perfil populacional no ato de municipalização

das ações de Vigilância Sanitária.

Ainda valendo-se do conceito apresentado, e considerando o último censo

populacional realizado pelo IBGE, no ano de 2007, o município de Balneário possuía

até então 94.344 habitantes, e os números analisados no site supramencionado

apontam um crescimento populacional considerável, comparado a outros municípios

com as mesmas características, e sua extensão territorial, conforme aponta o quadro

12.

Ano Balneário Camboriú Florianópolis Itapema

N° de habitantes N° de habitantes N° de habitantes

1991 40308 255390 12176

1996 57687 260720 18085

2000 73455 342315 25869

2007 94344 396723 33766

Área

46km2 433km3 59km4 Total Quadro 12 – Crescimento Populacional Fonte – IBGE

Criada oficialmente em 1984, a secretaria de saúde e saneamento de

Balneário Camboriú é administrada pelo secretário municipal de saúde e pelo gestor

do fundo municipal de saúde, e tem crescido consideravelmente desde então,

saltando de 3 para 17 unidades de saúde, com atendimentos diversos, como,

consultas médicas, procedimentos de enfermagem, assistência social, fisioterapia,

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69

tratamento dentário, ações de prevenção, exames, além do próprio trabalho da

VISA, o que demonstra a busca pela qualidade nos serviços prestados aos usuários

do SUS, objetivando acompanhar o próprio crescimento do município, e neste

sentido, a tabela 5, traz o número de estabelecimentos de saúde de Balneário

Camboriú até 2005, e o número de óbitos ocorridos em 2007, comparados com

Florianópolis e Itapema, e o gráfico 5 apresenta uma comparação da produtividade

do DEFS.

Tabela 5 – Estabelecimentos de saúde e óbitos

Estabelecimentos de Saúde 2005 Balneário Camboriú Florianópolis Itapema N° est. % N° est. % N° est. % Federal 0 0,00 5 1,41 0 0,00 Estadual 1 1,20 14 3,95 0 0,00 Municipal 17 20,00 54 15,25 8 34,80 Privados 67 78,80 281 79,38 15 65,20 Total 85 100 354 100 23 100

Óbitos – 2007 N° ocorrências % N° ocorrências % N° ocorrências % Homem 68 58,6 480 55 23 53,5 Mulher 48 41,4 392 45 20 46,5 Total 116 100 872 100 43 100 Fonte – IBGE

Comparação produtividade de 2006, 2007 e 2008

13526

10445

12224

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

2006 2007 2008

Gráfico 5 – Comparação produtividade Fonte – Relatórios DEFS

Os dados analisados indicam, não somente uma perspectiva de crescimento

a Balneário Camboriú, como o acompanhamento da secretária de saúde e do DEFS

deste crescimento, o que confere ao departamento uma oportunidade, visto que está

realidade, acaba impulsionando o crescimento do departamento, no sentido de exigir

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70

uma intensificação e um redimensionamento de suas ações, decorrentes de novos e

talvez maiores problemas sanitários, sendo está afirmativa de total concordância dos

gestores da VISA municipal, proclamadas nas respostas de suas entrevistas.

Embora, o departamento venha até então acompanhando as perspectivas

de crescimento do município, o diagnóstico interno do DEFS apontou como fraqueza

o número de funcionários do departamento, os equipamentos para a realização das

ações, a oferta de capacitação, dentre outros, fato que, em longo prazo, pode vir a

se tornar uma ameaça.

Com relação à variável econômica, é importante observar na análise de um

município, questões como o Produto Interno Bruto – PIB e as despesas e receitas

orçamentárias de um dado período, comparando com outros municípios que

possuam as mesmas características da cidade em estudo. Desta forma, a tabela 6

mostra estes dados em Balneário Camboriú, Florianópolis e Itapema, no ano de

2006.

Tabela 6 – Despesas e receitas orçamentárias e PIB - 2006

Despesas e receitas orçamentárias

Balneário Camboriú Florianópolis Itapema

R$ % R$ % R$ % Receitas 190439604 58,9 577544832 53,9 48794206 53,4 Despesas 132728146 41,1 443320950 46,1 42513810 46,6

Total 323167750 100 1020865782 100 91308016 100

Produto Interno Bruto - PIB - 2006

R$ R$ R$ Agropecuária 4490 25006 2656

Indústria 157705 761783 54986 Serviços 861026 4659824 244088

Total 1023221 5446613 301730 Fonte – IBGE

Ponderando as informações obtidas, e tendo em consideração o atual

cenário econômico brasileiro, que até então é de crescimento, constata-se que esta

realidade é oportuna ao departamento, pelo simples fato de que, o chamado

aquecimento da economia, além de influenciar diretamente no trabalho da VISA, no

sentido de exigir intensificação em suas ações, aumenta consideravelmente à

arrecadação do setor, possibilitando maiores investimentos na promoção e proteção

da saúde individual e coletiva, sabendo que este é o papel social não só da VISA,

mas também do SUS.

Os gestores do DEFS concordam com a colocação de que o fator economia

é atualmente uma oportunidade para o setor, porém, não se pode deixar de

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71

considerar a crise econômica que o mundo esta vivendo, a qual, embora não esteja

afetando o Brasil de maneira intensa, ainda pode vir a trazer graves problemas ao

país, e conseguintemente tornar-se uma ameaça para a VISA, pois ao afetar o setor

privado também afetará o setor público.

Por sua característica intersetorial, a qualidade do trabalho da Vigilância

Sanitária, está inteiramente ligada a diversas áreas como, saneamento,

abastecimento de água, agricultura, entre outros, baseando-se sempre na avaliação,

gerenciamento e comunicação dos riscos sanitários, que podem ser:

• Ambientais: relacionados ao ar, água e esgoto;

• Ocupacionais: relacionados ao ambiente de trabalho;

• Iatrogênicos: relacionados a tratamento médico ou uso de serviços de saúde;

• Institucionais: relacionados as condições físicas, higiênicas e sanitárias de

estabelecimentos públicos (creches, clubes, hotéis, salão de beleza, saunas,

etc.);

• Sociais: relacionadas às condições familiares, financeiras e afetivas das

pessoas e à inserção social dos indivíduos.

Em função desta característica, o principal instrumento utilizado pela VISA,

como auxilio no alcance de seu objetivo, é a legislação, que especifica o que está

certo e errado, o que pode e o que não pode ser feito pelo setor regulado,

desenvolvendo funções normativas, regulatórias e educativas, visto que os

indivíduos estão constantemente expostos a diversos riscos.

Diante do exposto, torna-se importante avaliar, primeiramente, os índices

relacionados ao ensino dos municípios, conforme indica a tabela 5, que traz o

número e o percentual de docentes, escolas e matriculas de Balneário Camboriú,

Florianópolis e Itapema no ano de 2007.

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72

Tabela 7 – Docentes, escolas e matrículas - 2007

Docentes Balneário Camboriú Florianópolis Itapema N° % N° % N° %

Fundamental 596 64,4 2369 57 269 64,8 Pré - escola 112 12,1 800 19,2 79 19,0

Médio 217 23,5 988 23,8 67 16,1 Total 925 100 4157 100 415 100

Escolas N° % N° % N° %

Fundamental 31 52,5 135 42,6 13 46,4 Pré - escola 16 27,1 149 43,8 11 39,3

Médio 12 20,3 43 13,6 4 14,3 Total 59 100 327 100 28 100

Matrículas N° % N° % N° %

Fundamental 12877 70,5 47101 67,3 6130 67,3 Pré - escola 1466 8 7943 11,3 1374 15,1

Médio 3918 21,5 14942 21,3 1599 17,6 Total 18261 100 69986 100 9103 100

Fonte – IBGE

Observando os números referenciados na tabela 5, percebe-se um índice

bastante motivador no que se refere a escolaridade no município, se comparado a

outros que possuem as mesmas características, mas que se distinguem em alguns

aspectos, como o número de habitantes. Neste sentido, considerando os dados da

tabela supramencionada, a própria característica cultural de Balneário Camboriú e o

ponto de vista dos gestores do DEFS, apresenta-se uma oportunidade para a VISA,

no sentido de apontar caminhos que possibilitem maior integração do setor com a

comunidade, facilitando, por exemplo, o desenvolvimento de ações educativas,

apontada como uma fragilidade do departamento no diagnóstico interno.

No que se refere ao meio ambiente à atuação da VISA concentra-se na

qualidade da água para consumo humano, no lixo (doméstico, industrial e

hospitalar), na poluição do ar, do solo e da água dos mananciais, na fauna, na flora,

na presença de insetos e outros animais transmissores de doenças, etc, tornado-se

importante avaliar as ações que estão sendo desenvolvidas a nível municipal,

conforme mostra o gráfico 6, a seguir.

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73

Ações em Atividades Ligadas ao Meio Ambinte - 2006 - 2007 - 2008

291

458

180

1396

257396

0 32142151

583

0 30127

Cer

tid

ão d

ees

go

to

Co

leta

/an

ális

ed

e ág

ua

par

aco

nsu

mo

hu

man

o

An

ális

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eág

ua

par

ab

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ális

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eág

ua

emat

ivid

ades

de

laze

r

Co

leta

/an

ális

e d

eág

ua

par

aes

tad

o

2006

2007

2008

Gráfico 6 – Ações em atividade ligadas ao meio ambiente Fonte – Relatórios DEFS

As atividades voltadas ao meio ambiente realizadas pelo setor, aparecem

com um índice que pode ser considerado baixo, e levando em conta o momento

atual, em que o futuro do meio ambiente do planeta tem despertado preocupações e

precauções, por parte das principais autoridades mundiais, tem-se uma ameaça

para os indivíduos e conseguintemente para a VISA.

O uso de novas tecnologias é, sem sombra de dúvidas, uma oportunidade

para as diversas áreas em que as organizações atuam, afirmativa esta que se

estende para o campo da VISA, mas que, de acordo com o analisado no diagnóstico

interno do DEFS, a falta de equipamentos específicos para a realização das ações

se manifestou como uma fragilidade do departamento, o que acaba convertendo

uma oportunidade em uma ameaça, ao se considerar que, a demanda de ações tem

crescido juntamente com o município, e que o não acompanhamento da Vigilância

Sanitária deste cenário pode trazer conseqüências desastrosas.

Outra ameaça que se sobressai no uso de tecnologias, no âmbito de

atuação da Vigilância Sanitária, e que se infere no DEFS, constitui-se no uso

indevido, por parte das empresas, dessas tecnologias na manipulação e deposição

de resíduos industriais e radioativos e na degradação ambiental.

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74

3.2.2 Análise Swot

A

mb

ien

te E

xter

no

Oportunidades Ameaças -Crescimento populacional - A pouca preparação do departamento para

acompanhar o crescimento do município - O crescimento econômico - O índice de escolaridade do município - A crise na economia - As novas tecnologias - Variável ambiental - - O mau uso das tecnologias por parte das

empresas. - - - - -

Am

bie

nte

Inte

rno

Ponto Forte Ponto Fraco - Divisão da VISA por setores - Equipamentos para realização das ações - Processo burocrático - Número de funcionários - Respostas as denúncias - Oferta de capacitação - Atuação da VISA - Estrutura física - Responsabilidade dos colaboradores - Remuneração - União e determinação da equipe - Motivação dos funcionários - Importância das ações para a comunidade - Investimentos no setor - Contato direto e apoio do diretor - Assessoria jurídica - Flexibilidade para realização de vistorias - Realização de ações educativas - Processo de comunicação em VISA

Quadro 13 – Análise Swot Fonte – Pesquisa de campo realizada pela acadêmica

Lobato (2005) salienta que uma vez destacados os itens da Swot, faz-se

necessário avaliar a inter-relação de forças e fraquezas, e de oportunidades e

ameaças, as quais servirão como indicadores da situação da organização.

Desta maneira, ao examinar o modo como o diagnóstico estratégico se

desencadeou por meio da análise Swot, são perceptíveis duas situações, no

ambiente interno destacam-se os pontos fortes e no ambiente externo se sobre

saem tanto as oportunidades quanto as ameaças.

Neste contexto, a primeira constatação que se pode fazer é a de

desenvolvimento do DEFS, considerando o destaque de forças e oportunidades, e a

segunda é a necessidade da manutenção no departamento, ou seja, buscar por

meio das forças destacadas, criarem barreiras às ameaças do ambiente externo.

3.2.3 Missão

Seguindo com a metodologia proposta por Oliveira (2007), para a

elaboração de um planejamento estratégico, o próximo passo consiste na

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75

identificação da missão da organização, e a missão do DEFS, estabelecidas pelos

gestores, na elaboração deste planejamento é:

Promover e proteger a saúde da população, por meio de ações integradas e

articuladas de coordenação, normatização, capacitação, educação, informação

apoio técnico, fiscalização, supervisão e avaliação em Vigilância Sanitária, em

acordo com a esfera estadual e municipal.

3.2.4 Instrumentos prescritivos e quantitativos

Sabendo que nesta fase do planejamento, a ênfase está em definir objetivos

e estratégias que tenham concordância com o analisado no diagnóstico estratégico

e que possibilitem posteriormente, a elaboração de um plano de ação detalhado e

especifico para a organização sob estudo, os objetivos definidos para o DEFS são:

• Aumentar o número de fiscais;

• Implantar assessoria jurídica no departamento;

• Solicitar maiores investimentos no departamento;

• Estabelecer melhorias na estrutura física do departamento;

• Buscar mais ofertas de capacitação;

• Aumentar o número de fiscalizações em 10%, para cada setor;

• Realizar mais ações educativas;

• Implantar a lei de produtividade fiscal juntamente com um plano de cargos e

salários.

Com os objetivos definidos, é necessário estabelecer as estratégias

adequadas para a organização, sendo que, por meio do diagnóstico estratégico

percebeu-se a possibilidade de trabalhar com 2P’s de Mintzberg (2006), utilizando a

estratégia como plano e como padrão.

A estratégia como plano foi adotada em virtude da elaboração do plano de

ações para o departamento, e a estratégia como padrão porque o plano poderá ser

alterado em virtude de acontecimentos inesperados, exigindo a adoção de

estratégias emergentes.

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76

3.2.5 Controle, avaliação e plano de ação

Entende-se que administrar uma organização é conduzi-la por caminhos

cheios de obstáculos, o principal diferencial entre uma corporação e outra esta na

maneira como o administrador domina as ferramentas de controle, as quais lhe

servem como um instrumento de guia em suas tomadas de decisões estratégicas.

Sendo assim, e considerando o diagnóstico estratégico do DEFS, que

apontou oportunidades, ameaças, pontos fortes e fragilidades, e a observação

participante realizada pela acadêmica, tem-se a seguir o desenvolvimento de um

plano de ação, dividido em três etapas, para o departamento, que também servirá

como instrumento de controle.

Cabe ressaltar que, no capitulo de fundamentação teórica sugeriu-se o

modelo do Balanced Scorecard, o qual foi adaptado para melhor utilização na área

de Vigilância Sanitária.

O número e a qualificação dos profissionais que atuam em VISA devem ser

suficientes para permitir a composição de equipes multiprofissionais, com um

enfoque multidisciplinar e capacidade de desenvolver trabalhos intersetorias, de

maneira a garantir a cobertura das diversas ações, considerando as necessidades e

os riscos sanitários a que estão expostas às sociedades. Desta maneira, e de

acordo com os resultados do diagnóstico estratégico, o número de funcionários

constitui-se em uma das fragilidades do departamento, porém a observação

participante realizada pela acadêmica permitiu a conclusão de que, antes de

aumentar o número de colaboradores é necessário implantar a lei da produtividade

fiscal juntamente com um plano de cargos e salários.

Ainda de acordo com o diagnóstico e com a observação participante

percebeu-se que a fragilidade está apenas no número de fiscais e na ausência de

assessoria jurídica, o que justifica o segundo e o terceiro objetivo propostos pela

primeira etapa do plano de ação, que deve ser implantada até dezembro de 2010,

conforme mostra o quadro 14, a seguir.

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77

Objetivos Indicador de controle

Situação atual do indicador de controle

Período de

medição Meta Ações estratégicas

1 Implantar a lei da produtividade fiscal

juntamente com um plano de cargos e salários

Salário/fiscal

Nível de escolaridade/área

de atuação

O salário atual dos fiscais é de R$880,86

O nível de escolaridade dos colaboradores varia entre

segundo grau completo e terceiro incompleto

Mensal

Implantar a lei e o plano até

dezembro de 2010

Elaborar projeto de lei e de plano de cargos e salários; - Encaminhar o projeto para

aprovação do prefeito municipal

- Encaminhar o projeto para aprovação da câmara

municipal de vereadores; - Se aprovado implantar

imediatamente, se exigido ajustes, fazê-lo e encaminhar

novamente para a câmera aprovar.

2 Aumentar o número de fiscais

Número de fiscais por setor

18 fiscais para todo o departamento, com uma média

de 6 para cada setor Trimestral

10 fiscais por setor até

dezembro de 2010.

Chamar aprovados em último concurso público e que estão

em lista de espera; - Realizar novo concurso

público para preenchimento das vagas.

- Na elaboração no novo concurso abrir vagas

multiprofissionais.

3 Implantar assessoria jurídica

Número de profissionais

qualificados para a função

Não existe nenhum profissional desta área no departamento Mensal

Contratar um profissional até dezembro de

2009

- Contratar um profissional com conhecimentos em

legislação sanitária; - Incluir no novo concurso

público uma vaga de advogado para atuação em

Vigilância Sanitária. Quadro 14 – Primeira etapa do plano de ação para o DEFS Fonte – Elaborado pela acadêmica

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78

A introdução de novas e modernas tecnologias de produção no setor

regulado imprime um novo perfil à realidade do trabalho no campo de atuação da

Vigilância Sanitária, exigindo, cada vez mais, força de trabalho permanente e em

contínuo aperfeiçoamento, realidade que justifica o desencadeamento dos objetivos

propostos na segunda etapa do plano de ação para o DEFS.

Está etapa deve se realizar até dezembro de 2011, e consiste em buscar

maiores ofertas de capacitação para os profissionais que atuam no departamento e,

por conseguinte solicitar a aquisição de equipamentos específicos para a realização

das vistorias e melhorias na estrutura física, aumentada o número de vistorias por

setor em 10%.

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79

Objetivos Indicador de controle

Situação atual do indicador de controle

Período de

medição Meta Ações estratégicas

4 Buscar maiores ofertas de capacitação para os

profissionais que atuam no departamento

Número de capacitações

oferecidas/ano

As capacitações foram oferecidas esporadicamente apenas para

alguns fiscais em 2008 Semestral

Oferecer aos profissionais ao

menos duas capacitações

anuais, a partir de 2009.

- Procurar uma intensificação na comunicação com a Diretoria de Vigilância

Sanitária do Estado de Santa Catarina, buscando maiores

informações sobre as capacitações por ela

oferecidas.

5 Solicitar aquisição de equipamentos específicos

para a realização das ações

Número de veículos por setor

A Secretaria de Saúde possui uma frota de 45 veículos (30

carros e 15 motos), para atender 34 departamentos, o que gera

uma média de 1,3 veículos para cada um.

Semestral

2 veículos por setor, sendo uma moto e um carro,e com um motorista

disponível, até janeiro de 2011.

- Fazer licitação para aquisição de novos veículos.

6 Estabelecer melhorias na estrutura física do

departamento

Investimentos realizados por

setor

Nenhum investimento foi realizado em 2008 Semestral

Destinar 2% da arrecadação do departamento

para estas melhorias até dezembro de

2011.

- Ampliar a estrutura de cada setor;

- Investir em móveis novos e recursos visuais.

7 Aumentar o número de vistorias

Número de vistorias

realizadas por ano, por cada

setor

No ano de 2008 foram realizadas 5339 vistorias, sendo 1185

realizadas pelo setor de alimentos, 3324 pelo setor de

saneamento e 830 pelo setor de exercício profissional

Trimestral

Aumentar o número de

vistorias em 10% para cada setor até dezembro de

2011

- Fazer uma busca dos estabelecimentos que estão

com o alvará sanitário atrasado.

- Fazer uma busca dos estabelecimentos que não

possuem cadastro no DEFS e consequentemente não tem

alvará sanitário. Quadro 15 – Segunda etapa do plano de ação para o DEFS Fonte – Elaborado pela própria acadêmica

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A terceira etapa do plano de ação desenvolvido para o DEFS, que deverá se

realizar até dezembro de 2012 justifica-se pela natureza das ações de VISA que, em

muitos casos, além da avaliação de risco à sociedade e da manifestação de

operações corretivas, requerem medidas de cunho educativo, conforme mostra o

quadro 16, a seguir.

Objetivos

Indicador de controle

Situação atual do indicador de controle

Período de

medição Meta Ações

estratégicas

8 Desenv

olver mais ações

educativas

Número de ações

educativas realizadas por ano, por setor.

No ano de 2008 foram realizadas 955 atividades educativas ou

orientações, sendo 290 realizadas pelo setor de alimentos, 278 pelo setor de saneamento e 387 pelo setor de exercício profissional.

Semestral

Aumentar o número de ações educativas em 10%

até dezembro de 2012.

- Desenvolver ações

educativas especificas para cada

setor.

Quadro 16 – Terceira etapa do plano de ação para o DEFS Fonte – Elaborado pela acadêmica

As ações estratégicas para a terceira etapa do plano de ação para o DEFS

são especificas para cada setor, a saber:

• Setor de Alimentos: elaborar ações educativas em parceria com as escolas

municipais, implantado um projeto de nutrição na escola, mostrando as

crianças e adolescentes os benefícios de uma alimentação saudável, bem

como, a importância de uma boa higiene ao se manipular alimentos;

• Setor de Saneamento: elaborar ações educativas, também em parceria com

as escolas municipais, voltadas para o meio ambiente, ensinando as crianças

e os adolescentes, como preservar e despertando sua consciência ecológica;

• Setor de Exercício Profissional: elaborar um cronograma de ações

educativas, que deverão ser executadas em determinado período, especificas

para cada tipo de estabelecimento que este setor fiscaliza.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho encontrou como problema de pesquisa averiguar as

práticas mais adequadas para a elaboração de um planejamento estratégico

condizente com a realidade do departamento de fiscalização sanitária do município

de Balneário Camboriú, considerando as características bastante peculiares da

saúde pública no Brasil, onde este se tornou o objetivo geral do estudo.

Considerando o objetivo geral, estabeleceram-se alguns objetivos

específicos como auxilio no desfecho do trabalho, sendo um deles a elaboração de

um diagnóstico estratégico que possibilitasse, por meio de análise interna e externa,

destacar oportunidades e ameaças e pontos fortes e pontos fracos.

Outro objetivo específico, delineado para a elaboração do planejamento

estratégico, foi o de atualizar a missão, a visão e os valores do DEFS, além de traçar

planos de ação com a proposição de novas estratégias e propor um mecanismo de

controle.

Com relação aos aspectos metodológicos, utilizou-se a metodologia de

elaboração de planejamento estratégico proposta pelo autor Oliveira (2007),

buscando uma adaptação com o setor da saúde e especificamente com a Vigilância

Sanitária, além de emprega - lá como seqüência lógica no capítulo de

fundamentação teórica.

O resultado do diagnóstico estratégico, elaborado por meio de entrevistas

com gestores e a aplicação de questionários com os demais colaboradores, para a

análise interna, e pesquisa em dados do IBGE referentes ao município de Balneário

Camboriú e averiguação de relatórios do próprio DEFS, para análise do ambiente

externo, revelou para o departamento uma perspectiva de desenvolvimento e

manutenção.

Dentro do próprio diagnóstico elaborou-se a visão e os valores do DEFS, o

que possibilitou em um segundo momento, o estabelecimento de sua missão,

traçando objetivos, propondo estratégias e desenvolvendo um plano de ação e um

mecanismo de controle.

Concluir um trabalho de estágio não é tarefa fácil, sempre aparecem

dificuldades no meio do caminho, que em muitos casos podem mudar os resultados

da pesquisa. Na elaboração deste planejamento, a principal dificuldade encontrada

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foi à mudança de governo ocorrida no meio do estudo, que poderia ter acarretado

em mudanças significativas no departamento, as quais não poderiam ser

acompanhadas pelo trabalho, fato que acabou não acorrendo, pelo fato de que a

maioria dos colaboradores possui vínculo firmado por aprovação em concurso

público, especifico para o cargo que já ocupavam.

Apesar desta dificuldade, os objetivos gerais e específicos do trabalho,

foram alcançados com sucesso, e o questionamento do problema de pesquisa foi

respondido, constatação que se tornou realidade por conta da fidelidade em seguir

os procedimentos encontrados no embasamento teórico segundo a bibliografia

pesquisada, sem desconsiderar a realidade e as peculiaridades da Vigilância

Sanitária no âmbito da saúde pública.

A finalização deste estudo e o sucesso alcançado na elaboração deste

planejamento, que era um desafio tanto para a acadêmica quanto para o DEFS,

possibilitou a percepção da importância de constante planejamento, não apenas nas

ações de Vigilância Sanitária, mas em todo campo de atuação da saúde pública,

além da própria importância deste tema, que tem despertado cada vez mais o

interesse da academia.

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Apêndices

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Apêndice A

Roteiro de entrevista realizada com os gestores do departamento.

Funcionário:

Cargo:

Escolaridade:

Há quanto tempo trabalha no setor:

1 – Como é visto por você as ações realizadas péla vigilância sanitária do

município?

2 – Qual o critério utilizado para a realização das ações? Existe algum

planejamento?

3 – Quanto ao número de funcionários, é suficiente para realização das ações?

4 – E quanto à estrutura física e a localização, estão satisfatórias?

5 – Como você avalia a atual estratégia adotada pela vigilância sanitária do

município? Justifique.

( ) Ruim

( ) Regular

( ) Bom

(...) Excelente

6 – O que você acha que deveria mudar no departamento?

7 – Quais são os principais desafios encontrados na realização das ações do

departamento?

8 – Que ações poderiam ser implantadas para melhorar o desempenho do

departamento?

9 – Você pode enumerar pontos fortes e pontos fracos do departamento?

Pontos fortes:

Pontos Fracos

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10 – Com relação ao macro ambiente (análise externa), na sua concepção as

questões a seguir representam para a vigilância sanitária local?

- Fatores demográficos (como crescimento da população)

( ) Ameaça ( ) Oportunidade

- Fatores tecnológicos:

( ) Ameaça ( ) Oportunidade

- Fatores Ambientais

( ) Ameaça ( ) Oportunidade

- Fatores econômicos:

( ) Ameaça ( ) Oportunidade

- Fatores sócio-culturais:

( ) Ameaça ( ) Oportunidade

11 – Gostaria de fazer mais alguma colocação?

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Apêndice B

Questionário aplicado aos colaboradores do departamento.

ITEM

PONTO

PONTO PONTO

FORTE

FRACO

NEUTRO

Divisão da VISA por setores

Processo burocrático

Respostas as denúncias

Responsabilidade dos colaboradores

Atuação da VISA

União da equipe

Importância das ações para a comunidade de Balneário

Camboriú

Contato direto com o diretor

Equipamentos para a realização das ações

Determinação da equipe

Apoio do diretor do departamento

Número de funcionários

Oferta de capacitação

Estrutura física

Remuneração

Motivação dos funcionários

Investimentos no setor

Flexibilidade para realização de vistorias

Assessoria jurídica

Realização de ações educativas

Processo de comunicação em VISA

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Apêndice C

Método GUT utilizado com os gestores do departamento para destacar a prioridade

dos fatores

Tabelas de GUT

Gravidade Perguntas Escala

O dano é extremamente importante? 5 O dano é muito importante? 4 O dano é importante? 3 O dano é relativamente importante? 2 O dano é pouco importante? 1

Urgência

Perguntas Escala Tenho de tomar uma ação bastante urgente? 5 Tenho que tomar uma ação urgente? 4 Tenho que tomar uma ação relativamente urgente? 3 Posso aguardar? 2 Não há pressa? 1

Tendência

Perguntas Escala Se nada fizer, a situação vai piorar (crescer) muito? 5 Se nada fizer, a situação vai piorar (crescer)? 4 Se nada fizer, a situação vai permanecer? 3 Se nada fizer, a situação vai melhorar (desaparecer)? 2 Se nada fizer, a situação vai melhorar (desaparecer) completamente? 1

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Anexos

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Modelo dos relatórios analisados no departamento.

Relatório mensal das atividades de vigilância em saúde 16 de ....a 15 de.....

Alimentos Saneamento Ex. Profissional

Todos Setores

Procedimento

Procedimento Procedimento

Procedimento

1 Estabelecimentos vistoriados 2 Alvarás sanitários liberados

3 Apreensões/inutilizações de mercadorias (em kg)

4 Interdições 4.1 Interdição de armários de medicamentos

5 Desinterdições 6 Coleta setor de alimentos 7 Auto de infração 8 Auto de intimação 9 Auto de imposição de penalidade

10 Certidão de esgoto 11 Habite-se 12 Denúncias/reclamações 13 Atividades educativas/orientações 14 Analise de projetos 15 Recolhimento de caramujo/kg 16 Visitas domiciliares/investigação 17 Visitas domiciliares/médico veterinário 18 Visitas hospitalares 19 Vacinas distribuídas 20 Consultas médicas 21 Consultas e atendimento de enfermagem

22 Coleta/análise de água para consumo humano

23 Coleta/saneamento/alimentos 24 Análise de água para balneabilidade 25 Análise de água em atividades de lazer 26 Coleta/ análise de água para estado 27 Inspeções em armadilhas 28 Coleta de amostra para larvas dengue 29 Atividade unidades 30 Atividades comunidade 31 Retorno

Total 0 0 0 0

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Declaração de Desempenho de Estágio

A organização cedente de estágio Secretaria Municipal de Saúde, por meio

do Departamento de Fiscalização Sanitária, declara para os devidos fins, que a

estagiária Ana Paula Bonato do Curso de Ciências Socais Aplicadas –

CECIESA/Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 01 de Outubro de

2008 a 01 de Junho de 2009, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o

período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e

respeitou nossas normas internas.

Balneário Camboriú, 01 de Junho de 2009.

__________________________________

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Cláudio Roberto Pereira

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

____________________________________________ Estagiário

_______________________________________________ Supervisor de Campo

_______________________________________________ Orientador de Estágio

__________________________________________________ Responsável pelos estágios em Administração