planejamento estratégico em shipping - francisco andre barros conde

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Page 1: Planejamento Estratégico em Shipping - Francisco Andre Barros Conde

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FRANCISCO ANDRÉ BARROS CONDE

Planejamento Estratégico em Shipping

Tarefa 4.2

Análise do artigo: “A ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS NA GESTÃO ESTRATÉGICA DASORGANIZAÇÕES: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO”.

Sumário

1. Introdução

O Brasil não tem um bom histórico quando o assunto é planejamento. O povo brasileiro é elogiado pela sua criatividade, mas é reconhecidamente mais reativo que proativo. O advento de um longo período de estabilidade econômica depois do Plano Real possibilitou às empresas brasileiras buscarem adotar políticas de longo prazo e trabalharem com o Planejamento Estratégico (PEIXOTO,2011).

Uma das técnicas mais empregadas atualmente para direcionar as decisões de longo prazo nas empresas é a elaboração de cenários. Para realizar tal tarefa, entretanto, existem vários métodos, desenvolvidos ao longo dos anos, que são usados por várias empresas, órgãos estatais e pelo terceiro setor.

O Artigo em referência tem como objetivo definir quais aspectos da elaboração e uso de cenários têm sido objeto de pesquisa da Academia Brasileira em Administração. Para isto, aborda o assunto por meio de um estudo da bibliografia existente.

2. Descrição do Assunto

O artigo em pauta começa com uma revisão histórica do uso de cenários, que teve sua origem nos jogos de guerra e chegou à administração civil por meio da Rand Corporation na Segunda Guerra Mundial.

São apresentados conceitos e técnicas relacionados ao uso de cenários. São mencionados oito métodos, com suas etapas e características: RI International; Global Business Network; Future Mapping; Battelle Memorial Institute; Análise Prospectiva; Comprehensive Situation Mapping; Análise do Impacto de Tendências e Decision Strategies International.

O texto ressalta a proximidade da estratégia e do estudo prospectivo, sendo este, ferramenta essencial para a tomada de decisões estratégicas, no que se refere a estimativa de possíveis impactos de tais decisões no futuro.

O artigo também exemplifica o uso de cenários por empresas como a Shell, pioneira desde a década de 60, e que utiliza a ferramenta para gestão de seus projetos estratégicos, por meio da definição de estratégias “robustas”, que se baseiam não em uma tentativa de previsão de futuro, mas em uma busca pela adequação dos seus projetos aos possíveis futuros cenários.

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Para atingir o objetivo proposto, o trabalho em questão relaciona eventos e periódicos selecionados por meio da avaliação recebida pela Capes, em seus níveis mais rigorosos. São citados um total de 24 estudos, dos quais se discriminam 23 quanto ao seu foco. Destes, pode-se destacar o trabalho realizado por Lamounier Erthal Villela e Sergio Wright Maia, que descrevem os “passos metodológicos utilizados pela Brazshipping Marítima, agência de transporte marítimo de médio porte, na construção de seus cenários norteadores do planejamento estratégico.” Como referencial teórico para construção dos cenários, a empresa utilizou a analise prospectiva e a metodologia de planejamento estratégico baseado em cenários.

Fruto da análise dos trabalhos relacionados, os autores apresentaram como características da produção acadêmica brasileira, no que se refere a elaboração de cenários:

Há grande diversidade nas técnicas empregadas para construção;

Organizações públicas, privadas e do terceiro setor empregam a técnica nos seus processos de planejamento;

A ferramenta apresenta-se capaz para abordar problemas estratégicos de diferentes naturezas;

Há esforços no sentido de propor novas técnicas; e

Há poucas referências quanto às especificidades intrínsecas ao processo de elaboração de cenários.

Além disso, os autores apontam, por meio de um diagrama, conexões e sinergias entre o procedimento prospectivo e a administração estratégica.

3. Análise Crítica

Segundo Peixoto (2011), planejar por cenários é fazer escolhas hoje com uma compreensão sobre o que pode acontecer no futuro. De acordo com Schwarthz apud Peixoto (2011), “os cenários seriam ferramentas para ordenar as percepções de uma pessoa sobre ambientes futuros alternativos nos quais as consequências de sua decisão vão acontecer” (PEIXOTO,2011).

Não há dúvidas quanto ao valor desta ferramenta para o Planejamento Estratégico. Empresas como a Shell, que se destaca como uma das pioneiras a usar cenários, já pode usufruir de vantagens sobre a concorrência, estando mais adaptada a mudanças no ambiente como durante a crise do petróleo em 1973 (PEIXOTO,2011).

A identificação dos chamados fatos portadores de futuro, seria um dos grandes desafios para a elaboração de cenários (GRUMBACH; MARCIAL,2008). Estes seriam indícios, sementes, que muitas vezes passam imperceptíveis para os menos atentos, ou desinformados, mas que se identificados a tempo, podem trazer grandes vantagens competitivas.

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Dos 23 trabalhos relacionados no artigo, apenas um se refere ao ambiente marítimo, e foi baseado em um Planejamento Estratégico contratado por firma particular, para o período de 2001 a 2006 (VILLELA; MAIA, 2003). Como ilustração do trabalho realizado, lista-se os possíveis eventos considerados para a janela temporal de 2001 a 2006, que serviriam para compor os possíveis cenários, que de alguma maneira impactariam no planejamento da Brazshipping Marítima:

1 – Restrições à Navegação Marítima Mercante

2 – Crescimento da Economia Brasileira

3 – Aumento da Exportação de Minério de Ferro Brasileiro

5 – Crise Econômica Chinesa

6 – Colapso Financeiro Mundial

8 – Fusão de Grandes Mineradoras Mundiais

10 – Conclusão da Hidrovia Araguaia – Tocantins

11 – Elevação do Frete Marítimo Mundial

14. Colapso da Internet

15. Aceitação Internacional da Soja Transgênica Brasileira

4. Considerações Finais

Assim como um grande navio, que possui uma inércia considerável, o setor marítimo apresenta características que exigem manobras com pequenas variações de rumo, mas feitas com bastante antecedência, sempre atentos às mudanças de ventos, correntes e marés. As tomadas de decisões estratégicas devem levar em conta o médio e longo prazo dos seus efeitos. Para isto, o comandante deve saber para onde está navegando e como seu navio vai reagir às condições de mar e às ordens ao leme.

Embora o Brasil considere o setor marítimo como estratégico, ainda carece de estudos mais aprofundados sobre o assunto.

5. Referências Bibliográficas

GRUMBACH, Raul José dos Santos. Prospectiva: a chave para o planejamentoestratégico. Rio de Janrio: Catau: Casnav, 2000.

GRUMBACH, Raul; MARCIAL, Elaine. Cenários Prospectivos: como construir um futuro melhor. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

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PEIXOTO, H. M. Cenários para o Brasil nos próximos anos. Para dar conta da alta complexidade do mundo atual, é preciso antecipar oportunidades e ameaças. Revista Marketing Industrial, São Paulo, n. 52, p.72-79, jun. 2011.

SPOLIDORO, Sebastiao Marcos. Planejamento Estratégico em Shipping . Brasília: Faculdade Integrada AVM, 2015. (Curso MBA Shipping 6 de 7). Apostila EAD.

VILLELA, L. E.; MAIA, S. W. Utilização da análise prospectiva e da metodologia de planejamento para a construção de cenários norteadores no planejamento estratégico de empresas de médio porte: o caso da Brazshipping Marítima Ltda. In: ENCONTRO DE ESTUDOS EM ESTRATÉGIA, 1, 2003, Curitiba. Anais... Curitiba: ANPAD, 2003. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/3Es/3es_2003/2003_3ES40.pdf>