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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO BANCO DO NORDESTE DO BRASIL: estudo de caso com aplicação do modelo BSC STRATEGIC PLANNING OF THE BANK OF THE NORDESTE OF BRAZIL: a case study with the application of the BSC model Cleidiana Vieira Sacchetto 1 ; Flávio Roberto Evangelista de Andrade 2 ; Julianna de Fátima Sales Falcão de Andrade 3 ; Marcus Aurélio Freire Silva 4 ; Rinaldo Ribeiro Moraes 5 . RESUMO Este estudo começa por apresentar inicialmente um breve histórico e a origem do Banco do Nordeste S.A. (BNB), que está organizado sob a forma de sociedade de economia mista, de capital aberto, possuindo mais de 90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. O referencial teórico compreende conceitos e definições dos assuntos correlatos ao tema como: o banco como instituição financeira, estratégia, Planejamento Estratégico, análise SWOT, Balanced Scorecard etc. Desenvolve-se este trabalho descrevendo a metodologia aplicada para o estudo de caso em questão seguindo-se da seção Análise SWOT, avaliação sistemática das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças do BNB, com o objetivo de identificar a competência essencial para essas oportunidades e ameaças da instituição financeira permitindo aos gestores encontrar as possíveis estratégias em face do que apresenta o ambiente interno e externo que a cerca. O estudo tem a sua importância demonstrada quando mostra o Balanced Scorecard desenvolvido para o banco, destaca modelos de gestão do setor privado e expõe as abordagens teóricas utilizadas pela instituição bancária, além disso, organiza também o mapa estratégico (negócio, missão, visão, valores) e o painel estratégico que apresenta perspectivas, objetivos estratégicos, nome e definição de indicadores, metas e outros elementos importantes. Finalmente apresenta-se as considerações finais expondo as conclusões do trabalho e destacando a importância desta pesquisa para futuros estudos relacionados com estratégia empresarial de instituições bancárias. Palavras-chaves: Ambiente; Banco; Estratégia; Planejamento Estratégico; Mapa estratégico. 1 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense; Especialista em Planejamento Tributário, Gestão e Auditoria Tributária pelo Instituto Brasil Extensão e Pós- Graduação; Tutora em Educação à Distância do curso de Graduação em Administração Pública pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestranda em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). E-mail: [email protected]. 2 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em Educação à Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNICSUL SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense, Pós-graduanda (MBA) em Controladoria e Finanças pela UNICSUL SP e Pós-graduanda em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Tutora em Educação à Distância do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão. E-mail: [email protected]. 4 Graduado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e Administração pela Universidade Estadual do Maranhão, Pós-graduado em Auditoria Governamental pela Universidade Gama Filho, Mestre em Controladoria Financeira da UNISINOS e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 5 Administrador, Economista e Contador com Doutorado em Desenvolvimento Socioambiental pela Universidade Federal do Pará - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA). É consultor organizacional da empresa Portal dos Gestores. Professor Orientador da disciplina Estratégia Empresarial do Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/ULHT. E-mail: [email protected].

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO BANCO DO NORDESTE DO BRASIL: estudo de caso com aplicação do modelo BSC

STRATEGIC PLANNING OF THE BANK OF THE NORDESTE OF BRAZIL: a case study with the application of the BSC model

Cleidiana Vieira Sacchetto1; Flávio Roberto Evangelista de Andrade

2; Julianna de Fátima Sales

Falcão de Andrade3; Marcus Aurélio Freire Silva

4; Rinaldo Ribeiro Moraes

5.

RESUMO

Este estudo começa por apresentar inicialmente um breve histórico e a origem do Banco do Nordeste S.A. (BNB), que está organizado sob a forma de sociedade de economia mista, de capital aberto, possuindo mais de 90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. O referencial teórico compreende conceitos e definições dos assuntos correlatos ao tema como: o banco como instituição financeira, estratégia, Planejamento Estratégico, análise SWOT, Balanced Scorecard etc. Desenvolve-se este trabalho descrevendo a metodologia aplicada para o estudo de caso em questão seguindo-se da seção Análise SWOT, avaliação sistemática das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças do BNB, com o objetivo de identificar a competência essencial para essas oportunidades e ameaças da instituição financeira permitindo aos gestores encontrar as possíveis estratégias em face do que apresenta o ambiente interno e externo que a cerca. O estudo tem a sua importância demonstrada quando mostra o Balanced Scorecard desenvolvido para o banco, destaca modelos de gestão do setor privado e expõe as abordagens teóricas utilizadas pela instituição bancária, além disso, organiza também o mapa estratégico (negócio, missão, visão, valores) e o painel estratégico que apresenta perspectivas, objetivos estratégicos, nome e definição de indicadores, metas e outros elementos importantes. Finalmente apresenta-se as considerações finais expondo as conclusões do trabalho e destacando a importância desta pesquisa para futuros estudos relacionados com estratégia empresarial de instituições bancárias. Palavras-chaves: Ambiente; Banco; Estratégia; Planejamento Estratégico; Mapa estratégico.

1 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense; Especialista em

Planejamento Tributário, Gestão e Auditoria Tributária pelo Instituto Brasil Extensão e Pós-Graduação; Tutora em Educação à Distância do curso de Graduação em Administração Pública pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestranda em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). E-mail: [email protected]. 2 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em

Educação à Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNICSUL – SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense, Pós-graduanda (MBA) em

Controladoria e Finanças pela UNICSUL – SP e Pós-graduanda em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Tutora em Educação à Distância do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão. E-mail: [email protected]. 4 Graduado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e Administração pela Universidade

Estadual do Maranhão, Pós-graduado em Auditoria Governamental pela Universidade Gama Filho, Mestre em Controladoria Financeira da UNISINOS e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 5 Administrador, Economista e Contador com Doutorado em Desenvolvimento Socioambiental pela Universidade Federal do Pará - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA). É consultor organizacional da empresa Portal dos Gestores. Professor Orientador da disciplina Estratégia Empresarial do Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/ULHT. E-mail: [email protected].

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ABSTRACT This study begins by initially present a brief history and the origin of the Bank of Nordeste S.A. (BNB), which is organized in the form of mixed economy company, publicly traded, with more than 90% of its capital under the control of the Federal Government. The theoretical understands concepts and definitions of related subjects to the topic How to: the Bank as financial institution, strategy, strategic planning, SWOT analysis, Balanced Scorecard etc. Develops this work describing the methodology applied for the case study in question following the section SWOT analysis, systematic evaluation of the strengths and weaknesses, opportunities and threats of the BNB, with the objective of identifying the core competence for these opportunities and threats of financial institution allowing managers to find the possible strategies in the face of the internal and external environment that surrounds it. The study has demonstrated its importance when shows the Balanced Scorecard developed for the Bank, private sector management models and exposes the theoretical approaches used by the banking institution, moreover, also organizes the strategic map (business, mission, vision, values) and the strategic Panel that presents perspectives, strategic objectives, name and definition of indicators, targets and other important elements. Finally it presents the final considerations exposing the conclusions of work and highlighting the importance of this research for future studies related to banking business strategy. Keywords: Environment; Bank; Strategy; Strategic Planning; Strategic map.

1 INTRODUÇÃO

As instituições financeiras por menos expansivas e mais burocráticas que

sejam não estão livres de apresentar suas estratégias corporativas no mercado atual

cada vez mais crescente e competitivo. Assim, baseando-se numa gestão

estratégica torna-se necessário estabelecer um planejamento estratégico com o

intuito de nortear o caminho a ser seguido pela organização utilizando-se objetivos,

metas e estratégias reais e mensuráveis.

A empresa objeto deste estudo de caso trata-se do Banco do Nordeste do

Brasil (BNB), Instituição Financeira com carteira múltipla, criada pela Lei Federal n.

1649, de 19.07.1952, sociedade de economia mista, de capital aberto, tendo mais de

90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. Sede na cidade de

Fortaleza, Estado do Ceará.

A abrangência do BNB contempla mais de 2 mil municípios, em nove

Estados da Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,

Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o norte de Minas Gerais (incluindo

os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo.

O Banco pesquisado configura-se como a maior instituição financeira da

América Latina voltada para o desenvolvimento regional, tem por negócio, o

desenvolvimento. A sua missão é, atuar, na capacidade de instituição financeira

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pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste,

integrando-o na dinâmica da economia nacional.

O BNB tem por visão, ser referência como agente indutor do

desenvolvimento sustentável da Região Nordeste. Os seus valores são: justiça,

honestidade, democracia, cooperação, disciplina, governança, sustentabilidade,

compromisso, confiança, civilidade, transparência, igualdade e respeito.

Os Clientes Alvo são os empreendimentos industriais, agroindustriais, rurais,

comerciais, de serviços e de turismo do NE, MG e ES. Os seus Fatores Críticos de

Sucesso são: FNE, 60 anos de expertise em Desenvolvimento; expertise na área de

atuação, e a Referência na demanda da região de atuação como serão vistos mais

adiante neste artigo.

O trabalho apresentado baseia-se no estudo de caso com aplicação da

análise SWOT para colocar em evidência os pontos fortes e fracos e as

oportunidades e ameaças da instituição financeira pesquisada permitindo aos

gestores detectar as possíveis estratégias em face do que apresenta o ambiente

interno e externo que a cerca.

Justifica-se esse estudo a partir da importância da aplicação da gestão

estratégica nas organizações modernas demonstrando-se o Balanced Scorecard

desenvolvido para o banco a partir da idealização dos autores, destacando-se os

modelos de gestão do setor privado e expondo-se as abordagens teóricas utilizadas

pela instituição bancária, além disso, apresenta-se também o seu mapa estratégico

e o painel estratégico do empreendimento como instrumentos necessários à

consecução dos objetivos propostos.

Neste artigo se inicia uma seção sobre a origem do BNB, seguido de outras

seções contendo referencial teórico que apresenta o embasamento bibliográfico

sobre os assuntos relacionados com o título do trabalho, seguindo então para a

metodologia com o tipo de pesquisa e os métodos utilizados, análise SWOT,

Balanced Scorecard, análise de cenários, plano estratégico, mapa e painel

estratégicos finalizando com o plano de ação proposto para o Banco objeto de

estudo.

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2 BREVE ORIGEM DO BNB

Instituição financeira múltipla criada pela Lei Federal nº 1649, de 19.07.1952,

o Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) está organizada sob a forma de

sociedade de economia mista, de capital aberto, tendo mais de 90% de seu capital

sob o controle do Governo Federal. Com sede na cidade de Fortaleza, Estado do

Ceará, o Banco atua em cerca de 2 mil municípios, abrangendo os nove Estados da

Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o norte de Minas Gerais (incluindo os Vales

do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo (BNB, 2010).

Instituição voltada para o desenvolvimento regional e considerada maior

instituição da América Latina, o BNB opera como órgão executor de políticas

públicas, cabendo-lhe a operacionalização de programas como o Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e a administração do Fundo

Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de recursos

operacionalizada pela Empresa6.

Além dos recursos federais, o Banco tem acesso a outras fontes de

financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com

instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições multilaterais, como o

Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O BNB é responsável pelo maior programa de microcrédito da América do

Sul e o segundo da América Latina, o CrediAmigo, por meio do qual o Banco já

emprestou mais de R$ 3,5 bilhões a microempreendedores. O BNB também opera o

Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE), criado

para estruturar o turismo da Região com recursos da ordem de US$ 800 milhões

(BNB, 2010).

São clientes do Banco os agentes econômicos e institucionais e as pessoas

físicas. Os agentes econômicos compreendem as empresas (micro, pequena, média

e grande empresa), as associações e cooperativas. Os agentes institucionais

englobam as entidades governamentais (federal, estadual e municipal) e não-

governamentais. As pessoas físicas compreendem os produtores rurais (agricultor

6 Informações retiradas do sítio:

<http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Historico/gerados/hist_principal.asp>.

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familiar, mini, pequeno, médio e grande produtor) e o empreendedor informal (BNB,

2010).

O BNB atualmente exerce trabalho de atração de investimentos, apoia a

realização de estudos e pesquisas com recursos não-reembolsáveis e estrutura o

desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto. Mais que um agente de

intermediação financeira, o BNB se propõe a prestar atendimento integrado a quem

decide investir em sua área de atuação, disponibilizando uma base de

conhecimentos sobre o Nordeste e as melhores oportunidades de investimento na

Região (BNB, 2010).

3 REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com a Lei N. 7.492 (1986) as instituições financeiras são

definidas como segue:

Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio,

consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;

II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual [grifos nossos].

Os bancos são instituições financeiras e podem ser definidos como

instituições privadas ou públicas que fornecem serviços financeiros à sociedade.

As atividades comerciais dependem das atividades exercidas por essas

instituições, pois, oferecem serviços financeiros, facilitam transações de pagamento,

oferecem crédito pessoal e ajudam a desenvolver os comércios nacional e

internacional.

O capital adquirido por estas instituições através dos depósitos executados

por seus clientes (pessoas físicas, empresas, indústrias e/ou governo) é utilizado

pelos bancos para conceder empréstimos a outros clientes, por meio do pagamento

de juros. Há, portanto, como resultado uma constante circulação de capital.

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Estas instituições [os bancos] conseguem obter lucros, através dos juros e

das taxas cobradas pelas transações efetuadas. Tem-se como exemplo: taxas de

DOC, juros de empréstimos, Taxa de manutenção de conta etc.

Certos modelos teóricos são apresentados neste estudo e compreendem o

modelo gerencial adotado pelo BNB, como por exemplo: Burocracia Profissional,

Teoria da Governança, Estado Gerencial, Teoria da Gestão por Resultados e

Gestão Burocrática.

Para Mintzberg (1995, p. 208): “Semelhante à Burocracia Mecanizada, a

Burocracia Profissional é uma estrutura inflexível, bem adequada para produzir

resultados padronizados, mas inadequada para se adaptar à produção de novos”.

Pode-se dar como exemplos desse tipo de Burocracia os bancos, hospitais,

universidades, empresas de consultoria etc.

Sobre a Teoria da Governança destaca-se a Governança Corporativa como

asseveram Correia e Amaral (2006) que os estudiosos do assunto a consideram

como um conjunto de mecanismos desenvolvidos para que a empresa seja

gerenciada, dirigida e controlada alinhada com os interesses dos stakeholders,

especialmente os financeiros.

A Gestão por Resultados, também conhecida por Administração por

Objetivos (APO) é o modelo de gestão que tem por essência o estabelecimento de

metas e controles para a obtenção de êxito no que foi planejado (BOWERSOX et al.,

1996).

Toda instituição financeira se guia por objetivos bem definidos, muito embora

a prática para a consecução desses objetivos seja até mais importante do que o

próprio estabelecimento destes. Dessa forma, para o estabelecimento de objetivos é

necessário também manter a linha burocrática, uma vez que a autoridade serve

como elemento organizador de atividades administrativas.

A autoridade racional-legal prevalece nas sociedades ocidentais e apresenta

o modelo para todas as sociedades. Este modelo, também chamado burocrático,

caracteriza-se pelos seguintes elementos: a lei representa o ponto de equilíbrio

último, ao qual se deve reportar as regras e regulamentos, constituindo aplicações

concretas de normas gerais e abstratas; a burocracia, em qualquer organização, é

estabelecida seguindo o princípio da hierarquia; as relações hierárquicas entre

superiores e subordinados são preenchidas por cargos de direção e chefia e cargos

subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a ordem e a

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subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas; a avaliação e a seleção

dos funcionários são feitas em função da competência técnica. Daí a exigência de

exames, concursos e diplomas como instrumentos de base à admissão e promoção;

as relações informais não têm razão de existir (WEBER, 1946 apud CHIAVENATO,

2003).

Ainda para estes autores o funcionário burocrático é uma peça de uma

máquina, esperando-se dele um comportamento formal e estandardizado, de forma

a cumprir com exatidão as tarefas e funções que lhes estão destinadas; o

funcionário recebe regularmente um salário, não determinado pelo trabalho

realizado, mas segundo as funções que integram esse trabalho e o tempo de

serviço; o funcionário burocrata não é proprietário do seu posto de trabalho, as

funções que executa e o cargo que ocupa são totalmente independentes e

separados da posse privada dos meios de produção da organização onde trabalha;

a profissão de funcionário de tipo burocrático supõe um emprego fixo e uma carreira

regular; o desempenho de cada cargo por parte dos funcionários burocráticos

pressupõe uma grande especialização na execução das suas tarefas e trabalho.

Não só a Gestão Burocrática é importante como a Gestão Estratégica

também, dessa forma é essencial se explicar a base desse tipo de Gestão por meio

do planejamento estratégico. O planejamento estratégico formulado e implementado

pelas empresas, inclusive os bancos ajuda a captar mais dinheiro formando uma

base sólida e preparando essas organizações para um futuro próximo através da

execução de objetivos, metas e estratégias.

Os bancos sempre procuram utilizar vantagens estratégicas, assim,

consoante Mintzberg, et. al. (2004, p.22), há uma desvantagem associada a cada

vantagem estratégica:

1) A estratégia fixa a direção. Vantagem - o principal papel da estratégia é mapear o curso de uma organização para que ela navegue coesa através do seu ambiente. Desvantagem - a direção estratégica também pode constituir um conjunto de antolhos para ocultar perigos em potencial. 2) A estratégia focaliza o esforço. Vantagem - a estratégia promove a coordenação das atividades. Sem a estratégia para focalizar os esforços, as pessoas puxam em direções diferentes e sobre vem o caos. Desvantagem - o "pensamento grupal" surge quando o esforço excessivamente focalizado. Pode não haver visão periférica para abrir outras possibilidades. 3) A estratégia define a organização. Vantagem - a estratégia propicia as pessoas uma forma taquigráfica para entender sua organização e distingui-la das outras.

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Desvantagem - definir a organização com excesso de exatidão também pode significar defini-la com excesso de simplicidade, Às vezes até o ponto de estereotipá-la, perdendo-se assim a rica complexidade do sistema. 4) A estratégia provê consistência. Vantagem - a estratégia é necessária para reduzir a ambigüidade e prover ordem. Desvantagem a criatividade floresce na inconsistência, descobrindo nova combinações de fenômenos até então separados (MINTZBERG, 2004)

De acordo com CHANDLER (1962 citado por Wiesenhütter et al) estratégia é

a determinação de metas básicas a longo prazo e dos objetivos de uma empresa,

bem como a adoção das linhas de ação e aplicação dos recursos necessários para

alcançar essas metas e objetivos7.

O desenvolvimento e a formulação ativa de uma estratégia são conhecidos

como Planejamento Estratégico. Esse tipo de planejamento tem como conceito um

processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido

pela empresa, com a finalidade de obter um nível de otimização na relação da

empresa com seu ambiente (OLIVEIRA, 1998).

Para o mesmo autor o Planejamento Estratégico é “uma metodologia

gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando o

maior grau de interação com o ambiente" (Oliveira, 1999, p.42). Assim, o

Planejamento Estratégico permite utilizar uma técnica conhecida como análise

SWOT, acrônimo em inglês com tradução para o acrônimo em português FOFA.

A análise SWOT é uma técnica que auxilia na elaboração do planejamento

estratégico que começou a ser estruturado por volta dos anos 60 a 70 nas escolas

americanas, com o objetivo de focar na combinação das forças e fraquezas de uma

organização, ao mesmo tempo também nas oportunidades e ameaças do mercado.

É uma sigla do idioma inglês, na qual representa: Forças (Strengths),

Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats),

sendo fundamentada por Kenneth Andrews e Roland Christensen. A Análise

S.W.O.T. também denominada análise F.O.F.A. em português, é uma ferramenta

estrutural da administração, utilizada na análise do ambiente interno e externo, com

a finalidade de formulação de estratégias da empresa. Nesta análise identificamos

as Forças e Fraquezas da empresa, extrapolando então Oportunidades e Ameaças

internas para a mesma.

7 WIESENHÜTTER, G. A.; BOTELHO, M. A. S.; JUNIOR, O. G. S.; MORAES, Rinaldo R. A

Influência da Estrutura de Poder na Tomada de Decisão Estratégica em uma Cooperativa Agropecuária no Estado do Paraná. VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2011.

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O Balanced Scorecard, conhecido também por mapa de estratégia é uma

ferramenta que descreve como a estratégia cria valor na organização e traduz a

estratégia em um grupo de objetivos e indicadores. O BSC alinha a organização por

meio de processos de planejamento e de controle, ao tempo em que transforma

objetivos em medidas. A ideia mais importante do mapa de estratégia é criar relação

de causa e efeito. Para tanto, os programas devem ter metas e prazos claros e

sucintos (NORTON, 2010).

O Balanced Scorecard é um mapa que lembra as discussões e o

aprendizado mútuo na sua construção. Esse mapa deve ser alvo de avaliações

constantes. A importância deste instrumento estratégico é porque trabalha o

alinhamento e o desdobramento da Estratégia. Assim, consoante Coutinho & Kallás

(2005, p. 7) o Balanced Scorecard é uma ferramenta que:

[...] materializa a visão e a estratégia da empresa por meio de um mapa coerente com os objetivos e medidas de desempenho, organizados segundo diferentes perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento.

No Planejamento Estratégico não se pode deixar de explicar sobre cenários.

A análise dos cenários é importante, pois mostram uma prospecção do ambiente e

devem estar associados aos objetivos, metas e estratégias a serem utilizados pelas

empresas na busca do atingimento de resultados futuros positivos.

Para Schwartz (2000) a prospecção de cenários surgiu após a Segunda

Guerra Mundial, como parte do planejamento militar, quando a Força Aérea norte-

americana preparava suas estratégias tentando prever o que seus opositores

estariam tramando. Já Michael Godet (1993) citado por MORITZ; PEREIRA (2005, p.

2) apresenta uma explicação mais moderna sobre cenários destacando-os em

particular: “para quem a técnica de cenários é um conjunto formado pela descrição

coerente de uma situação futura e pelo encaminhamento imaginado e criado dos

acontecimentos que permitem passar da situação de origem à situação futura”.

4 METODOLOGIA

Sabe-se que a pesquisa é a identificação, coleta, analise e disseminação de

informações de forma ordenada e prática. Dessa forma Malhotra (2001) esclarece

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que a sua aplicação objetiva melhorar a tomada de decisões relacionadas à

identificação e solução de problemas e oportunidades.

Com relação à metodologia, classificação da pesquisa e a utilização dos

processos metodológicos no desenvolvimento do presente estudo pode-se

identificar:

a) quanto à natureza da pesquisa, é considerada aplicada, já que

propõe melhorias nos processos estratégicos e nos resultados de

uma instituição específica, com a utilização da metodologia

Balanced Scorecard;

b) quanto à abordagem do problema, é classificada como quanti-

qualitativa, pois foi elaborado um estudo sobre o sistema BSC para

posteriormente verificar suas vantagens e contribuições em termos

quantitativos por conta também das abordagens teóricas

desenvolvidas no sistema de gestão do BNB;

c) quanto à abordagem dos objetivos, é classificada como

exploratória;

d) quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é considerada

bibliográfica e caracteriza-se como um estudo de caso já que a

metodologia empregada neste estudo consta de revisão

bibliográfica que compreende o estudo sobre instituição financeira

banco e tem como base a investigação de revistas especializadas,

documentos organizacionais da instituição objeto de pesquisa, bem

como a utilização de artigos específicos que tratam do assunto.

A coleta de dados primários foi aplicada com o objetivo de conhecer a

realidade do Banco estudado, assim, essa coleta foi feita através do Relatório Anual

de 2011 e Manual de Demonstrações Contábeis Banco e FNE de 31.12.2011.

5 ANÁLISE SWOT

O Banco do Nordeste apresentou, em 31.12.2011, um Patrimônio Líquido de

R$ 2.329,5 milhões (R$ 2.177,3 milhões, em 31.12.2010). Em 31.12.2011, o capital

social do Banco do Nordeste era de R$ 2.010 milhões (R$ 1.851 milhões em

31.12.2010), representado por 87.001.901 ações escriturais, sem valor nominal,

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integralizadas. Em 31.12.2011, o índice de adequação de capital (Índice de Basileia

Amplo) do Banco do Nordeste foi de 16,32% (13,22% em 31.12.2010), enquanto o

PR foi de R$ 4.604,6 milhões (R$ 3.248,3 milhões em 31.12.2010). O Patrimônio de

Referência Exigido (PRE) que representa o consolidado de todas as exposições a

risco, com índice de alocação de capital de 11%, foi de R$ 3.054,1 milhões em

31.12.2011 (R$ 2.627,4 milhões em 31.12.2010) (Relatório Anual 2011).

Neste capítulo efetua-se uma análise das oportunidades e ameaças do

ambiente do BNB, ou seja, a análise ambiental, verificando os pontos fortes e fracos

de nosso objeto de estudo. Dentre os fatores observados no ambiente interno tem-

se: recursos humanos, relações interpessoais, ativos físicos e valores pessoais. E

no ambiente externo, os fatores: econômicos, políticos, sociais, e tecnológicos.

5.1 BNB X RECURSOS HUMANOS

Pontos Fracos de recursos humanos: Ausência de PDV (Plano de

Demissão Voluntária), o que decorre em grande número de profissionais

aposentados na ativa com baixa produtividade e maiores salários em decorrência de

direitos adquiridos.

Pontos Fortes de recursos humanos: estabelecimento de PCCS (plano de

cargos, carreiras e salários), possibilidade de oportunidades e possibilidade de

ascensão profissional.

5.2 BNB X RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Pontos fracos das relações interpessoais: a burocracia gera conflitos entre

as funções técnica e gerencial, em virtude da necessidade de cumprimentos de

normas e leis exigidas pela União, acionista majoritário da instituição, e a

necessidade de negócios para aperfeiçoar a rentabilidade da empresa.

Pontos fortes das relações interpessoais: treinamentos e cursos com a

finalidade de adequar a mentalidade das áreas técnica e negocial, sinalizando o

caminho a ser seguido.

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5.3 BNB X ATIVOS FÍSICOS

Pontos fracos dos ativos físicos: muitos prédios próprios com alto custo de

manutenção e readequação exigido pelo mercado. Logo, com alto custo de

imobilização e de carregamento.

Pontos fortes, o mercado exige a abertura de novas agências, logo com

margem para arrendamento dos prédios que sediarão estas novas agências.

5.4 BNB X SOCIEDADE E POLÍTICA

Ameaças da intervenção da política monetária expansionista, por meio de

redução da taxa de juros, maior tempo de resposta para redução de juros que as

demais instituições financeiras, empresas privadas, empresas públicas e sociedades

de economia mista com contrato de gestão.

Oportunidades da intervenção da política monetária expansionista, por meio

de redução da taxa de juros, resultarão da taxa subsidiada sempre abaixo da lógica

do mercado.

5.5 BNB X TECNOLOGIA

As ameaças advindas da necessidade de acompanhamento dos avanços

tecnológicos são: necessidade constante de kaizen para atendimento das exigências

do cliente exemplifica-se com necessidade de internet banking para IOS, Windows

Phone e Android.

As Oportunidades advindas da necessidade de acompanhamento dos

avanços tecnológicos são: possibilidade de benchmarck em relação a

desenvolvimento de produtos dos concorrentes.

5.6 BNB X MERCADOS E PRODUTOS

Ameaças advindas das exigências do mercado a respeito dos produtos são:

maior burocracia e tempo despendido, em função da fiscalização da governança

(CGU, TCU, MPU, e ONGs entre outros) do majoritário.

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Oportunidades advindas das exigências do mercado a repeito dos produtos

são: utilização de crowd out ou trade off de menor custo financeiro, em função do

capital subsidiado do majoritário, nos processos de negociação.

5.7 BNB X ECONOMIA – QUEDA DA TAXA SELIC

Ameaças decorridas da intervenção promovida pelo Estado por meio de

redução da taxa SELIC, concorrência que oferecerá produtos mais baratos.

Oportunidades decorridas da intervenção promovida pelo Estado por meio

de redução da taxa SELIC, o sócio majoritário poderá reduzir o preço dos produtos e

serviços.

5.8 BNB X ECONOMIA – POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA

Ameaças originárias pela expansão da base monetária resultarão em

barateamento do custo dos fundings, e da possibilidade de ganhos (spreads), em

função da concorrência agressiva (Santander e HSBC).

Oportunidades originárias pela expansão da base monetária resultarão em

barateamento do custo dos fundings, e maior possibilidade de ganhos (spreads), se

o mercado não exigir preços.

6 BALANCED SCORECARD

Segundo Rocha (2002, p.48) o BSC é uma ferramenta que ajuda na

resolução de problemas e também “[...] na condução das tomadas de decisão em

uma organização, contrapondo a contabilidade tradicional, que usa uma linha

exclusivamente financeira”. Já para os idealizadores do modelo, Kaplan e Norton

(1997) o Balanced Scorecard deve traduzir a missão e a estratégia da organização

em objetivos e medidas tangíveis, ou seja, estas medidas representam o equilíbrio

entre indicadores externos voltados para acionistas e clientes, e as medidas internas

dos processos críticos de negócios, inovação, aprendizado e crescimento.

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O BNB como instituição financeira que é, procura trabalhar bem o equilíbrio

de indicadores alinhando os seus objetivos às estratégias para melhor resolução dos

processos críticos.

6.1 ANÁLISE DE CENÁRIOS

HOSS et all (2010) apresentam a ideia de que a partir da identificação das

variáveis críticas, pode-se conhecer os fatores que alteram o futuro, tornando

possível elaborar cenários estratégicos, ou seja prever as possibilidades (cenários) a

fim de elaborar estratégias para cada cenário e se preparar para quando o futuro

chegar. O planejamento por cenários não elimina a incerteza, mas ajuda a evitar o

impacto do elemento surpresa. O planejamento por cenários evita os riscos de se

fixar em apenas uma única possibilidade.

A seguir pode-se apresentar tipos de cenários que ajudarão na perspectiva

futura da empresa sem deixar de lado os objetivos estratégicos e a própria

estratégia da organização, neste caso o BNB.

6.1.1 Cenário Otimista

A perspectiva atual é de que mediante o conhecimento dos serviços

prestados pela empresa e a lógica expansionista nacional frente à contração

econômica internacional. O que tende a direcionar IED e Fundos Privados a

investirem no NE e no norte de MG e ES, como regiões pouco estruturadas e como

maior oportunidade de lucros.

6.1.2 Cenário Pessimista

Uma perspectiva mais pessimista para a instituição seria a redução de

atividade produtiva do país (desaceleração do PIB) que acarretaria em redução de

arrecadação e consequente crise fiscal, o que minoraria as ações estruturantes no

NE e norte de MG e ES. Fato que somado a reaquecimento de economias centrais e

de outras economias periféricas atrairiam investimentos àquelas economias.

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7 PLANO ESTRATÉGICO

O plano é o produto final estabelecido a partir da idealização de um

planejamento. O plano possui características, como por exemplo: é em geral

específico, é um documento formal e intermedia o processo de planejamento.

De acordo com Steiner (2011) para que o Planejamento Estratégico obtenha

sucesso é condição primordial o comprometimento da alta administração com o tipo

de planejamento proposto, bem como com a necessidade de planejamento de longo

prazo. É necessário que a alta administração tenha claro entendimento dos

propósitos e da forma de implantação do sistema, antes de se fazer o planejamento.

Outro ponto a se considerar é que, ao se criar um sistema de planejamento, deve-se

fazê-lo devagar. Além disso, é extremamente difícil e muitas vezes inútil organizar

todas as atividades de uma grande corporação em um plano único. Para resolver

esse problema, muitas grandes corporações são descentralizadas, com diferentes

setores guiando-se por um planejamento específico.

Pode-se definir o Plano Estratégico como um documento formalizado de

macrometas e de decisões que norteiam o desenvolvimento e a construção do futuro

de uma organização num horizonte de longo prazo.

Para haver concretização dos objetivos estratégicos inseridos no Plano é

necessário que este não seja um elemento que figure apenas no papel, mas que

possa levar os gestores a implementarem suas práticas considerando os prazos,

alcance e monitoramento desses prazos.

7.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO BANCO DO NORDESTE

Para se construir o Plano Estratégico do Banco torna-se necessário

conhecer inicialmente a sua estrutura organizacional par que se possa organizar as

atividades por setores.

Segundo o Relatório Anual de 2011 do Banco a estrutura organizacional do

Banco do Nordeste está alinhada aos princípios da boa Governança Corporativa que

visam garantir a transparência dos atos de gestão, a equidade no tratamento das

partes interessadas nas ações do Banco, a prestação de contas, o cumprimento de

leis e regulamentos, além da eficácia e eficiência gerencial. Essa estrutura é

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composta de Assembleia Geral, órgãos colegiados, presidência e seis diretorias

segmentadas por áreas (superintendências), vide a Figura 1 a seguir:

Figura 1: Organograma do BNB

Fonte: Relatório Anual (2011).

7.2 ABORDAGENS TEÓRICAS

Parte das características do modelo de Gestão do BNB se baseia nos

seguintes modelos teóricos: Burocracia Profissional, Teoria da Governança, Gestão

Burocrática, Estado Gerencial, Teoria da Gestão por Resultados. A Figura 2 a seguir

apresenta o sistema de abordagens utilizado no processo de desenvolvimento das

atividades e estratégias da Gestão do Banco que forma elementos constituintes

deste modelo.

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Figura 2: Sistema de Modelo de Gestão BNB

Fonte: idealizado pelos autores, 2012.

No que diz respeito à análise das teorias pode-se verificar uma síntese

demonstrada no Quadro 1 com os modelos de gestão do setor privado suas

características, pontos fortes e pontos fracos de cada modelo teórico apresentado.

7.3 ANÁLISE DAS TEORIAS

Como explicado anteriormente apresenta-se abaixo um resumo em forma de

quadro dos modelos teóricos por meio do Quadro 1:

Quadro 1: Modelos e Gestão do Setor Privado

MODELOS DE GESTÃO SETOR PRIVADO

CARACTERÍSTICAS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Burocracia Profissional Uso da Teoria da burocracia, visão

funcionalista, meritocracia Segurança jurídica

Excesso, surgimento de conflitos entre unidades.

Gestão Burocrática estado engessado

Normas, convênios, padronização,

diretrizes Lentidão nos processos,

centralização

Estado Gerencial transparência e

governança Maior controle social Redução de

investimentos

Teoria da Gestão por Resultados foco no resultado

Maior resposta a investidores

Corte de investimentos necessários

Teoria da Governança Corporativa Publica

Interação, cooperação Escassez de parceiros preparados

Maior possibilidade de capilaridade

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

MODELO DE GESTÃO

BNB

Burocracia Profissional

Estado Gerencial

Gestão Burocrática

Teoria da Gestão por Resultados

Teoria da Governança

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7.4 MAPA ESTRATÉGICO

Kaplan e Norton (2004) descrevem a definição de mapa estratégico como

sendo um instrumento que proporciona aos colaboradores uma visão clara de como

o seu trabalho estava ligado aos objetivos da organização, possibilitando que eles

trabalhassem de forma coordenada em direção a esses objetivos. O mapa

estratégico é responsável por traduzir a estratégia em termos operacionais e

assume a estratégia como um processo contínuo.

Após serem estabelecidos o referencial teórico do trabalho, as análises

SWOT e de cenários otimista e pessimista, os modelos de gestão do setor privado

utilizados, com suas respectivas características, pontos fortes e pontos fracos, o

passo seguinte foi a aplicação do mapa estratégico perfeitamente visualizado pelo

Quadro 2 a seguir desenvolvido pelos autores após a descrição das perspectivas.

Quadro 2: Mapa estratégico do Banco do Nordeste

NEGÓCIO

MISSÃO VISÃO VALORES

DESENVOLVIMENTO

Atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia nacional.

Ser referência como agente indutor do desenvolvimento sustentável da Região Nordeste

Justiça e Civilidade Honestidade Democracia Cooperação Disciplina Governança Sustentabilidade Compromisso Confiança Transparência Igualdade - Respeito

GERAR VALOR PARA OS ACIONISTAS, COLABORADORES E SOCIEDADE

PERSPECTIVA

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Financeira Expandir aplicações anuais de recursos Elevar a rentabilidade do PL

Cliente/ Mercado

Expandir a base de clientes de micro e pequenas empresas

Ampliar a capilaridade de acesso aos produtos do banco

Processos Internos

Aumentar Confiabilidade Operacional dos Processos de Negocio

Práticas Operacionais Ergonômicas e Saudáveis

Aprendizado Crescimento

Instituir programas de treinamento para Gerentes micro e pequenas empresas

Desenvolver competências técnicas, segundo o modelo gestão por Competências Técnicas e comportamentais

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

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7.5 PAINEL ESTRATÉGICO

O painel estratégico é um instrumento que reúne todos os indicadores

clássicos tangíveis (contábeis, financeiros, de produção, comerciais, de RH e

outros), bem como os novos indicadores que são não tangíveis (satisfação dos

colaboradores, satisfação dos clientes, relação com o meio ambiente etc.).

O painel estratégico é trabalho da gerência geral e que visa à interligação

com outros painéis de gerências setoriais, assim, facilita também a comunicação

organizacional e ajuda no conhecimento.

Quadro 3: Painel estratégico do Banco do Nordeste

Perspec

tivas

Objetivos

Estratégicos

Nome do

Indicador

Definição do

Indicador Fórmula de Cálculo

Unid.

Med.

Periodici

dade de

Coletas

Meta

FIN

AN

ÇA

S

Expandir

aplicações

anuais

de recursos

Volume de

Empréstimos

Volume de

Recursos

Aplicados

Volume de Rec.

Aplicados no Mês X,

Ano 1 x 100

Volume de Rec

Aplicados no Mês X,

Ano 0

% Anual 10%

Elevar a

rentabilidade

do PL

BP/DRE Rentabilidade

do PL

Lucro Liquido x 100

Pat Liquido % Anual 7.5%

CL

IEN

TE

Expandir a base

de clientes de M

e P Empresas

Qtd. De

Operações

Atinentes a MP

Quantidade de

Operações de

MP

Qtd. Operações MP

Mês X, Ano 1 x 100

Qtd. Operações MP

no Mês X, Ano 0

% Mensal 10%

Fortalecer e

Desenvolver

Parcerias

Índice de

crescimento

de Operações

Percentual de

N° de

Operações no

Ano

Qtd Operações x 100

/Qtd de Clientes % Anual 90%

PR

OC

ES

SO

S

IN

TE

RN

OS

Aumentar

Confiabilidade

Operacional dos

Processos de

Negócios

Conformidade Percentual de

Conformidade

N° de Processos

Corretos x 100

N° de Processos

% Decênio 95%

Práticas

Operacionais

Ergonômicas e

Saudáveis

Clima

Organizacional

Percentual

Afastamento

Anual

N° Colaboradores

Afastados x 100

N° Colaboradores

Total

% Anual 1%

AP

RE

ND

IZA

DO

E C

RE

SC

IME

NT

O Instituir prog de

Treinamento

p/ Gerentes PM

Capacitação

Gerencial

M & P

Empresas

Percentual de

Gerentes MP

Capacitados

N° Gerentes MP

Treinados x 100

N° Gerentes de MP

Total

% Anual 80%

Disseminar

Práticas

de Palestras

Palestras

Organizacionai

s

Percentual de

Palestras

/ Colaborador

Treinado

N° Palestras x 100

N° Colaboradores

Treinados % Anual 90%

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

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7.6 PDCA

O PDCA com foco nas perspectivas e com base no 5W2H ajuda a

estabelecer os objetivos para a execução e possíveis resultados esperados. A

construção dessa ferramenta foi baseada em informações da instituição consultada

e ficou assim constituída como se pode observar a seguir:

Quadro 4: Plano de Ação com base nas perspectivas do Banco do Nordeste

PERS

PECTI

VA

PLAN

Plan

EXECUÇÃO

Do

RESULTAD

O

Check

FIN

AN

CE

IRO

O quê?

What

Quem?8

Who

Quando?

When

Onde?

Where

Por quê?

Why

Quanto?

H much

Como?

How Esperado

Expandir aplicações anuais de recursos

Marcus Mensal Toda

organização Potencializar o

Lucro R$ 30

Milhões Implementação pelos Gerentes

10%

Elevar a rentabilidade do

PL Marcus Anual

Toda organização

Atração de Investidores

R$ 20 Milhões

Aumentar Volume de Empréstimos e Reduzir Despesas

7,5

CLIE

NT

E

NT

ES

Expandir a base de clientes de M e P Empresas

Cleidiana Mensal

Área Negocial Diversificar

Riscos

R$ 30 Milhões

Prospecção de Negócios Pelos

Gerentes

10%

Fortalecer e Desenvolver

Parcerias Flávio

Anual Toda Organização

Atender Objetivos Sociais

R$ 300 Mil

Parceiros:AGED/CDL/CEBRAE/AComal/Prod, Entre Outros

90%

PR

OC

ES

SO

S IN

TE

RN

OS

Aumentar Confiabilidade

Operacional dos Processos de

Negócios

Rubens Mensal Toda

Organização

Demonstrar Confiabilidade ao Mercado

R$ 50 Mil

Efetuando Compliance e fornecendo FeedBack

95%

Práticas Operacionais

Ergonômicas e Saudáveis

Rubens Anual Toda

Organização Padronizar processos

R$ 300 Mil

Disseminar boas práticas e

Estabelecer Benchmarck

1%

AP

RE

ND

IZA

DO

/CR

ES

CIM

EN

TO

Instituir prog de treinamento p/ Gerentes PM

Juliana Anual Gestão de Pessoas

Preparar Profissionais

Para o Alcance das

Metas

R$ 200 Mil

Efetuando Treinamentos Específicos

80%

Disseminar Práticas de Palestras

Juliana Anual Gestão de Pessoas

Disseminar Conhec. para as Equipes

R$ 50 Mil

Promovendo Palestras

90%

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

8 Os nomes apresentados no Quadro não são de colaboradores do Banco. Colocou-se o nome dos

autores apenas para complementar o PDCA preservando-se a Política de Privacidade da Instituição pesquisada.

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Com o plano de ação estabelecido, os responsáveis e as ações

perfeitamente destacados fica mais fácil implementar as atividades estratégicas.

Outra preocupação constante do Banco é com a responsabilidade social destacada

em documento (relatório social) da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).

O relatório social da FEBRABAN chega à sua 17ª edição, fruto de um

trabalho contínuo de prestação de contas à sociedade iniciado em 1993. Com

periodicidade anual, a publicação tem como meta apresentar aos diferentes públicos

de interesse as principais ações da instituição na busca por um sistema financeiro

saudável, ético, eficiente e sustentável. Como parâmetro do relato, utiliza a

metodologia Global Reporting Initiative (GRI) desde 2009.

Essa metodologia estabelece indicadores de desempenho econômico, social

e ambiental para relatar, de forma sistemática, a gestão dos temas de

sustentabilidade adotada pela instituição e seus resultados. O BNB juntamente com

mais de 19 instituições financeiras associadas enviou os indicadores bancários,

inclusive o BNB é signatário da autorregulação9.

Com relação à acessibilidade estratégias foram implementadas pelo BNB

como, por exemplo, uma série de adaptações para atender com qualidade seus

clientes com deficiências visuais, auditivas e físicas. As mudanças ocorreram em

todas as agências e em todos os postos de atendimento bancário: rampas de

acesso; adaptação de mobiliário; instalação de assentos de uso preferencial;

instalação de sanitários adaptados para cadeirantes; adaptações de caixas de

autoatendimento; folhetos e porta-cartões escritos em braile, em autorrelevo e com

letras ampliadas e orientações de uso de cartão magnético; extrato mensal escrito

em braile ou com caracteres ampliados; Internet Banking com página adaptada às

pessoas que detenham aplicativo próprio para esse fim e equipamento compatível;

central de atendimento telefônico com pontos de recepção acessíveis às pessoas

com deficiência auditiva; e disponibilização de funcionários capacitados para dar

apoio às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas agências e nos postos

de atendimento bancário (FEBRABAN, 2011).

O BNB teve como resultado ótimos indicadores de desempenho bem

estabelecidos: Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem,

Consumo de energia direta, discriminados por fonte de energia primária, Iniciativas

9 A autorregulação é um sistema de normas que se pauta pelos temas: Ética e Legalidade, respeito

ao Consumidor, Comunicação eficiente e Melhoria Contínua.

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para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, Total de água

retirada por fonte, Percentual de produtos e embalagens recuperados, por categoria

de produto, Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, Total de

trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de trabalho e região, número total de

casos de discriminação e as medidas tomadas, Políticas com componentes

ambientais e sociais específicos aplicadas às linhas de negócios e com relação à

comunidade - Pontos de acesso em áreas pouco populosas ou em desvantagem

econômica por tipo (capítulo: Desempenho de Sustentabilidade do Setor,

FEBRABAN, 2011).

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações com apoio dos seus administradores não conseguem obter

resultados satisfatórios ao longo do tempo se não utilizarem o pensamento

estratégico apoiado em instrumentos como Planejamento Estratégico, Balanced

Scorecard e outras ferramentas técnicas aplicadas para a resolução de problemas.

Com o objetivo de desenvolver um estudo de caso que pudesse descrever

um modelo de planejamento estratégico para o Banco do Nordeste, instituição

financeira sólida no mercado financeiro nacional, partiu-se de referências da

Internet, de documentos do próprio Banco e da pesquisa de campo que pudesse

oferecer dados e informações para constitui nesse planejamento.

Utilizou-se modelos de gestão empregados na instituição destacando

características de cada modelo, bem como da organização e emprego do mapa

estratégico (negócio, missão, visão, valores) e também do painel estratégico que

apresenta perspectivas, objetivos estratégicos, nome e definição de indicadores,

metas e outros elementos importantes.

Com relação à análise SWOT realizada ficou claro que pra a área de RH

falta ainda um Plano de Demissão Voluntária, embora estabelecido o Plano de

Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a questão das relações interpessoais

percebeu-se que a burocracia gera conflitos entre as funções técnica e gerencial, em

virtude da necessidade de cumprimentos de normas e leis exigidas pela União,

acionista majoritário da instituição, e a necessidade de negócios para otimizar a

rentabilidade da empresa, entretanto, a instituição proporciona treinamentos e

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cursos com a finalidade de adequar a mentalidade das áreas técnica e negocial,

sinalizando o caminho a ser seguido.

Quanto aos ativos físicos há muitos prédios próprios com alto custo de

manutenção e readequação exigido pelo mercado, com alto custo de imobilização e

de carregamento. Com relação aos pontos fortes, o mercado exige a abertura de

novas agências, logo com margem para arrendamento dos prédios que sediarão

estas novas agências.

Constatou-se que há ameaças da intervenção da política monetária

expansionista por meio de redução da taxa de juros, maior tempo de resposta para

redução de juros que as demais instituições financeiras, empresas privadas,

empresas públicas e sociedades de economia mista com contrato de gestão. Por

outro lado há oportunidades da intervenção da política monetária expansionista, por

meio de redução da taxa de juros, resultarão da taxa subsidiada sempre abaixo da

lógica do mercado.

As ameaças advindas da necessidade de acompanhamento dos avanços

tecnológicos forçam à necessidade constante de kaizen para atendimento das

exigências do mercado, embora haja a possibilidade de utilização de benchmarck

em relação a desenvolvimento de produtos dos concorrentes. Com as exigências do

mercado vêm as ameaças: maior burocracia e tempo despendido, em função da

fiscalização da governança (CGU, TCU, MPU, e ONGs entre outros) do majoritário,

mas também existem oportunidades que vem das exigências do mercado a repeito

dos produtos são: utilização de crowd out ou trade off de menor custo financeiro, em

função do capital subsidiado do majoritário, nos processos de negociação.

Após a coleta de informações constatou-se que há ameaças decorridas da

intervenção promovida pelo Estado por meio de redução da taxa SELIC,

concorrência que oferecerá produtos mais baratos, como também há oportunidades

decorrentes da intervenção promovida pelo Estado por meio de redução da taxa

SELIC, o sócio majoritário poderá reduzir o preço dos produtos e serviços.

O Banco, em face da política monetária expansionista, recebe ameaças

originárias pela expansão da base monetária que resultarão em barateamento do

custo dos fundings, e da possibilidade de ganhos (spreads), em função da

concorrência agressiva (Santander e HSBC), mas há oportunidades originárias pela

expansão da base monetária que resultará em barateamento do custo dos fundings,

e maior possibilidade de ganhos (spreads), se o mercado não exigir preços.

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As receitas da intermediação financeira do Banco no ano de 2010 foram de

R$ 2.431,3 (R$ em milhões) saltando para R$ 3.347,9 (em milhões) ano de 2011. As

despesas ficaram em torno de R$ 1.464,9 (R$ em milhões) em 2010 e 2.130,6 (R$

em milhões) em 2011; o lucro líquido em 2010 foi de 313,6 (R$ em milhões) e 314,8

(R$ em milhões).

De acordo com informações retiradas do SISBACEN, BNB e BASA (2011) no

ranking dos 20 maiores bancos no Brasil por saldo de operações de crédito com

referência em setembro de 2011 o Banco do Nordeste (com FNE) ocupa hoje o 9º

lugar com saldo de 42.127,4 (R$ em milhões) à frente de bancos como Safra e

Banrisul. A posição é relevante no cenário nacional considerando-se o quantitativo

de instituições financeiras que se encontram no país e a cartela de clientes dessas

instituições.

Destaca-se aqui a importância desta pesquisa, para futuros estudos

relacionados com estratégia empresarial de instituições bancárias e que possam

incluir o BNB já que se apresenta neste artigo dados e informações atualizadas.

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